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Tiktoker enfeita tornozeleira eletrônica e Justiça determina volta à prisão; conheça | Uma tiktoker viralizou na plataforma por enfeitar a tornozeleira eletrônica que usa com brilhos e cristais. Camila Fogaça de Almeida tem um perfil na rede social onde postava vídeo de músicas e da rotina.Mas, nesta semana, ela teve que retornar à prisão quando a Justiça de São Paulo tomou conhecimento do fato. A determinação para a volta ao presídio foi confirmada ao F5 pelo Ministério Público de São Paulo.A Lei 12.258/2010 estabelece que o preso em regime aberto deve "abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o faça." Mais No vídeo, ela colou pedras de diversas cores e escreveu "vamos mudar um pouquinho." A jovem voltou à Penitenciária de Pirajuí, interior do estado, após cumprir um ano e sete meses de regime domiciliar. No último vídeo postado no TikTok, Camila afirma estar com medo de voltar porque não gosta do local. "Orem pela minha vida, gratidão."A advogada dela diz que a prisão ocorreu após o namorado de Camila, com quem ela morava em Itajaí (SP), ser preso acusado de tráfico de drogas e que, posteriormente, ela foi acusada do mesmo crime.Receba no seu email a seleção diária das principais notícias jurídicas; aberta para não assinantes.Carregando..."Minha cliente não teve a intenção de zombar da Justiça nem de danificar o aparelho. Ela é vaidosa, mesmo quando estava na prisão fazia questão de pintar as unhas, de se cuidar. O enfeite não fez a tornozeleira deixar de funcionar, não afetou em nada a função do aparelho", disse Laila Estefânia Mendes em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo. | 2023-08-04 11:05:00 | voceviu | Você viu | https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/08/tiktoker-enfeita-tornozeleira-eletronica-e-justica-determina-volta-a-prisao-conheca.shtml |
Inscrições para o festival Violeira Rose Abrão se encerram nesta quarta-feira | O festival de música caipira Violeira Rose Abrão, criado em 1983 e realizado anualmente na cidade de Barretos São Paulo, está com inscrições abertas até a próxima quarta-feira (9).O concurso, que traz músicas com letras e melodias inéditas, terá a fase eliminatória dividida em semifinal e final a serem realizadas no Mercado Municipal de Barretos Henrique Arutim, no interior de São Paulo, no dia 12 de agosto. Na final, serão apresentadas para a comissão julgadora dez músicas classificadas.Para fazer a inscrição, as músicas devem necessariamente ser em gênero raiz, mais conhecido como música caipira. Além disso, essas músicas deverão ser autorais, com letras e melodias inéditas, ou seja, nunca terem sido gravadas ou editadas em discos, fitas, CDs ou DVDs comerciais através de gravadoras. Também não poderão ter sido veiculadas na internet, em sites e redes sociais, ou em outros concursos musicais. Cada compositor poderá inscrever até duas músicas inéditas.Em todas as fases, os autores serão responsáveis pelo arranjo e apresentação das músicas, que poderão ser interpretadas por duplas ou trios, sendo obrigatória a presença de uma viola de 10 cordas, instrumento que caracteriza a música raiz. Para garantir a originalidade também é proibido música sequenciada com teclado, ritmo eletrônico e playback.O regulamento completo com as orientações para o envio das composições, assim como a ficha de inscrição de preenchimento obrigatório, estão disponíveis em https://www.independentes.com.br/festadopeao/pdf/2023/violeira-37.pdf.A premiação total será de R$ 10 mil.Boa sorte! | 2023-08-04 11:53:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/musica-em-letras/2023/08/inscricoes-para-o-festival-violeira-rose-abrao-se-encerram-nesta-quarta-feira.shtml |
Situação financeira é a questão que mais afeta saúde mental dos brasileiros, aponta pesquisa | Uma pesquisa realizada pelo Instituto Cactus, entidade filantrópica com foco em saúde mental, em parceria com a AtlasIntel, empresa de tecnologia especializada em inteligência de dados, mostra que a situação financeira representa a principal preocupação que afeta a saúde mental dos brasileiros.O Panorama da Saúde Mental, relatório divulgado nesta sexta-feira (4), revela que 88% dos entrevistados declararam ter ficado preocupados com as finanças durante as últimas duas semanas.A pesquisa foi realizada de 19 de janeiro a 20 de fevereiro deste ano, com 2.248 respondentes (51,1% mulheres, 48,3% homens e 0,6% não-binários), de todas as regiões do país, a partir dos 16 anos.Mulheres, jovens, pessoas trans e em busca de emprego são as que têm a saúde mental mais afetada, aponta o levantamento.Para chegar aos resultados, os pesquisadores aplicaram um questionário usado internacionalmente em avaliações de saúde mental e criaram o Índice Instituto Cactus-Atlas de Saúde Mental (iCASM), que analisa múltiplos aspectos, hábitos e situações que refletem positiva e negativamente a saúde mental dos brasileiros.O iCASM é calculado em uma escala entre 0 e 1.000 pontos (de péssimo a excelente) e representa a média simples dos resultados. Ele se baseia em três dimensões: confiança, vitalidade e foco.A confiança reflete a autoestima que o indivíduo tem sobre si mesmo e a autoconfiança sobre seu papel na sociedade. A vitalidade é sobre a disposição e a capacidade de ação dos indivíduos para superar os desafios e adversidades do cotidiano, assim como o sofrimento psíquico associado a eles e o seu sofrimento psíquico diante delas.Já o foco mostra a habilidade do indivíduo se relacionar com seu entorno de forma produtiva, conseguindo se concentrar, tomar decisões e realizar suas atividades cotidianas.Gênero, orientação sexual, renda, situação profissional, relações familiares e prática de esportes foram os fatores com maior associação com a saúde mental dos entrevistados.O iCASM do 1º semestre de 2023 ficou em 635 pontos. Este resultado pretende estabelecer o início de uma série histórica que permitirá a observação do comportamento do índice ao longo do tempo.De maneira global, os brasileiros apresentaram resultados mais positivos na dimensão confiança e mais negativos na dimensão foco. Mais De acordo com o Panorama da Saúde Mental do 1º semestre de 2023, a principal preocupação dos brasileiros é com sua situação financeira, com 88% dos respondentes declarando ter ficado preocupados com a situação financeira durante as últimas duas semanas. Além disso, quase 6 em cada 10 brasileiros relataram preocupação frequente com a situação financeira, o que está associado a resultados de saúde mental inferiores.A população que está em busca de emprego também teve um resultado baixo: 494 no iCASM, 186 pontos abaixo dos assalariados e 141 pontos abaixo da média populacional.Para o Instituto Cactus, os resultados reforçam a importância de políticas públicas e ações que abordem questões de trabalho e renda intersetorialmente, como partes fundamentais e integrantes das políticas de saúde mental.Em relação ao gênero e identidade de gênero, há uma discrepância nos resultados do iCASM, e as populações com pontuações mais baixas são a mulheres, com iCASM de 600 pontos, 72 pontos abaixo do iCASM para homens e 35 pontos abaixo da média populacional e a população trans, cujo iCASM foi de 445, 193 pontos abaixo dos cisgênero, e 190 pontos abaixo da média populacional.Quanto à orientação sexual, os homossexuais apresentaram iCASM de 576 e bissexuais de 488, 59 pontos e 147 pontos, respectivamente, abaixo da média populacional, o que também sinaliza para uma necessidade de priorização e olhar atento para estes públicos na condução de debates e políticas de saúde mental.Os resultados indicam que os mais jovens são aqueles com pontuações mais baixas de saúde mental, sendo que os jovens até 24 anos apresentaram um iCASM de 534 pontos, 105 pontos abaixo da média entre as faixas etárias, e 101 pontos abaixo da média populacional.Pessoas com maiores redes de apoio e relações mais saudáveis com família e amigos apresentaram pontuações no iCASM mais elevadas que a média geral. Aqueles que não reportaram brigas com familiares nas últimas duas semanas obtiveram um iCASM de 715, em oposição a um iCASM de 370 entre aqueles que reportaram 3 vezes ou mais episódios de desentendimentos.A autopercepção sobre beleza e inteligência também foram fatores relevantes na pesquisa. Aqueles que reportaram ter se sentido pouco atraentes 3 vezes ou mais nas últimas duas semanas apresentaram um iCASM de 384 (vs 776 com aqueles que não tiveram este sentimento, e 635 da média populacional).Entre aqueles que se sentiram menos inteligentes 3 vezes ou mais nas últimas duas semanas, o iCASM foi de 326, vs 752 entre os que não tiveram essa preocupação.O bullying também apareceu como importante fator, sendo que o índice chegou a 486 entre aqueles que reportaram bullying de 3 vezes ou mais nas últimas semanas, em comparação com um índice de 659 dos que não reportaram nenhum episódio.Por fim, destaca-se também a dor crônica, já que o iCASM entre aqueles que reportaram 3 ou mais vezes dor crônica nas últimas 2 semanas foi de 515, em comparação com 692 daqueles sem dor crônica.O levantamento revela que 41% dos brasileiros afirmam estar insatisfeitos com os serviços de saúde em algum grau, enquanto 30% se dizem satisfeitos ou muito satisfeitos.Entre os entrevistados, 11,7% relataram ter utilizado serviços hospitalares em saúde mental nos últimos 12 meses, incluindo serviços de enfermaria em hospital geral, hospital psiquiátrico, hospital dia, pronto atendimento e urgência.Dos respondentes, 7,1% afirmaram ter recebido algum diagnóstico de saúde mental no SUS (Sistema Único de Saúde), nos últimos 12 meses, durante uma consulta de rotina. Leia mais sobre o tema A pesquisa mostra que 62,1% dos brasileiros reportaram não terem tido gastos com atendimento em saúde mental nos últimos 12 meses, enquanto 9,7% reportaram um gasto mensal de mais de R$ 500 com estes cuidados.Sobre os serviços utilizados, 62,5% dizem que não utilizaram serviços de saúde mental, enquanto 20,9% reportaram utilizar serviços privados e 16,6% serviços públicos.O estudo mostra que 19,1% dos brasileiros afirmam ter consultado psiquiatra ou psicólogo nos últimos 12 meses, tendo a maioria feito apenas uma ou duas consultas no período (64,4%).Sobre fazer psicoterapia, 5% relataram estar fazendo tratamento, sendo que mais da metade (56,9%) disse fazer há mais de um ano.Em relação a medicações de uso contínuo, como antidepressivos, 16,6% relataram tomar remédios para problemas emocionais, comportamentais ou relacionado ao uso de substâncias, sendo que a maioria (77,7%), utiliza esse produtos há mais de um ano.Siga o blog Saúde Mental no Twitter, no Instagram e no Facebook. | 2023-08-04 10:00:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/saude-mental/2023/08/situacao-financeira-e-a-questao-que-mais-afeta-saude-mental-dos-brasileiros-aponta-pesquisa.shtml |
A estética das danças negras é um patrimônio policêntrico | Acredito que a dança é um meio acessível de conhecermos nosso corpo e nossa herança ancestral, nos permitindo ser protagonistas da nossa existência no mundo. Quando a dança é usada como ferramenta de articulações para a política de gênero, corpo e identidade cultural, podemos sentir a importância do que está além da qualidade do que pode se movimentar em músculos e membros, mas sim, da sua consciência cultural e crítica sobre seus deveres e saberes.As danças africanas e seu senso estético moldaram a etnocoreografia brasileira, e essas assinaturas corporais estão presentes nas danças afro-brasileiras como, por exemplo, passinho (funk brasileiro), samba, jongo, danças dos Orixás (candomblé), maracatu, tambor de crioula, maxixe (que já foi considerado o tango brasileiro) e outras danças, que foram criadas com a chegada de negros africanos escravizados vindos de países como Congo, Costa do Marfim e Angola.Reconhecer essa presença é ter como referência as comunidades regionais que continuam o legado de celebrar as manifestações tradicionais e culturais pelo Brasil, transmitindo orgulho cultural, intelectual, moral e corporal em lugares como Recife, Paraíba, Alagoas e Bahia. Tenho certeza que todos estão cientes de que a dança é tão antiga quanto a humanidade, e que existem muitos tipos e formas de dança, principalmente no continente africano, e que essa arte serviu muitas funções em diferentes sociedades e em diferentes épocas.É essencial pensarmos sobre a dança e o corpo da dança como uma linguagem incorporada. Ou seja, a linguagem que geralmente acaba sendo ignorada, a linguagem de movimento, que nos fala tão profundamente, quanto as palavras, embora através de diferentes meios e camadas de experiência. Agora, dentro de cada linguagem verbal existem dialetos, jargões, coloquialismos, neologismos e assim por diante. Assim, a maneira como uma língua falada cresce, é comum que mudanças ocorram e que elementos de outros idiomas se emprestem.Inspirada pela ótica da etnocoreografia da dança afro-brasileira, compartilho alguns elementos técnicos, estéticos e corporais próprios, os quais costumo destacar durante minhas aulas, pesquisas e estudos de dança:Na estética tradicional da dança europeia, o torso deve ser mantido na vertical para a forma clássica correta. A coluna ereta é o centro, a régua hierárquica a partir da qual todo movimento é gerado. Funciona como uma única unidade. O torso reto não dilatado indica elegância ou realeza, e atua como o absoluto monarca, dominando o corpo dançante. De fato, esse princípio estrutural é um círculo social da visão do mundo colonialista pós-renascentista.Em meus estudos, foi constatado que a ideia de "alcançar o divino", com movimentos e passos direcionados ao céu, queixos altos e contração do corpo, se diferenciam da estética das danças negras e de matrizes africanas, onde o aterramento do movimento corporal traz a noção do real e presente, e não o onírico e inacessível.Nas danças negras e africanas, existe uma igualdade democrática de partes do corpo. A coluna vertebral é apenas um dos muitos centros de movimento possíveis e que raramente permanece estática. O corpo de dança africana é policêntrico, são vários centros de direção, que se encaixam perfeitamente no ritmo.Dessa forma, a parte do corpo é jogada contra outra, e os movimentos podem se originar simultaneamente de mais de um ponto focal: a cabeça e a pelve, por exemplo. Com a polirritmia, as diferentes partes do corpo que se movem para dois ou mais ritmos simultaneamente nas danças tradicionais africanas, com sabar (Senegal), demonstram privilégios flexíveis, pernas dobradas e posturas que reafirmam o contato com a terra.Conforme avaliado pelos critérios estéticos africanistas, o corpo dançante europeísta é rígido, distante, frio e unidimensional. E pelos padrões europeus, o corpo de dança africanista é considerado vulgar, cômico, descontrolado, indisciplinado e, acima de tudo, promíscuo.Quando buscamos fixar uma estética negra em dança, não podemos uniformizar ela de acordo com os códigos preestabelecidos que existem na dança moderna ou no balé clássico, por exemplo.No caso da nossa dança brasileira, podemos enxergá-la como um conjunto de conteúdos de movimentos que não se enquadram em nenhuma categoria contemporânea de dança acadêmica. Podemos perceber isso na forma que o quadril e coluna se posicionam em coreografias de passinho, dança afro (Mercedes Baptista), jongo e samba, por exemplo. Mas, contudo, a estética negra em dança evolui de acordo com seus próprios princípios técnicos e criativos, e trazem suas experiências culturais e cotidianas, e seu jeito próprio de dançar, seja no coletivo ou de forma individual.Através da dança ou dos sonhos, acessamos pensamentos, ideias e metáforas que não podem ser percebidas de nenhuma outra maneira. De fato, as danças negras são uma literatura que é ilegível na tradução literal, e é fundamental as danças afro-brasileiras e seus precursores serem incluídas na história da dança mundial para continuarmos descobrindo nossas heranças e raízes através da nossa "própria embarcação", que é nosso corpo e dança, como canta Luedji Luna em "Um Corpo No Mundo". Com dignidade e orgulho do corpo negro em movimento.* O presente artigo contou com a edição da jornalista Giulia M. EbohonO editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Gabb Cabo Verde foi "Um Corpo No Mundo", de Luedji Luna. | 2023-08-04 08:00:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/politicas-e-justica/2023/08/a-estetica-das-dancas-negras-e-um-patrimonio-policentrico.shtml |
Festa das Cerejeiras e da Achiropita acontecem neste fim de semana em São Paulo | Confira, abaixo, destaques da seção especial O Melhor do Fim de Semana. Produzida pela equipe do Guia Folha e publicada sempre às sextas, ela pretende orientar o leitor sobre o que há de melhor na programação da cidade e seu entorno.A época em que as flores cor-de-rosa colorem os jardins do Parque do Carmo, no bairro de Itaquera, em São Paulo, chegou. A tradicional Festa das Cerejeiras, organizada pela comunidade japonesa da região leste, começa nesta sexta-feira (4).A novidade deste ano é que a festa se estende por dois finais de semana de agosto: entre os dias 4 e 6, e 11 e 13.A programação do evento conta com apresentações de dança folclórica, música, artes marciais e grupos de Taiko —aqueles tradicionais tambores japoneses.Além disso, os visitantes encontrarão uma praça de alimentação diversificada, com pratos típicos da culinária japonesa, como udon, yakisoba, sushi e guioza. A variedade de opções permitirá que os apreciadores da cozinha oriental saboreiem os pratos dessa cultura.A atração principal, que faz os visitantes pararem para tirar fotos, é o Bosque das Cerejeiras, repleto de sakuras, as flores de cerejeira. Nesse espaço, os visitantes terão a oportunidade de vivenciar o tradicional hanami, uma prática milenar japonesa que consiste na contemplação das cerejeiras em plena floração. Segundo a tradição nipônica, isso representa a renovação da vida. Mais A árvore é um símbolo do Japão e se tornou marca dos descendentes dessa comunidade asiática no Brasil. Fazem parte da programação também atividades no planetário do parque. Aos sábados e domingos do evento, acontecem sessões que narram lendas relacionadas a estrelas e princesas, das 13h às 18h, de hora em hora. Duas exposições também estarão disponíveis para o público visitar —"Tenda Astronômica" e a "Cultura Japonesa".Em paralelo acontece também o 3º Festival das Estrelas, em que os público poderá escrever pedidos em tiras de papéis consideradas sagradas, chamadas de tanzaku, que serão queimadas na cerimônia de encerramento.Para facilitar o acesso ao festival, a SPTrans criou a linha 4050/10 Metrô Itaquera –Pq. do Carmo, saindo da estação nos dias do evento, no período das 8h às 18h15.A programação completa está dispoível no perfil do evento no Instagram e no Facebook.Festa das Cerejeiras Parque do Carmo - av. Afonso de Sampaio e Sousa, 951, Itaquera, região leste; sex., sáb. e dom., das 9h às 18h, 4, 5, 6 e 11, 12 e 13/8; Instagram @festadascerejeirasFesta de N.S. Achiropita Começa neste sábado (3) mais uma edição da tradicional festa italiana. Neste ano, serão 35 barracas montadas entre as ruas Dr. Luiz Barreto, São Vicente e 13 de Maio, no Bexiga, servindo as icônicas fogazzas e também polenta, antepasto, macarrão, pizza, churrasco e doces tradicionais italianos —além de vinho, é claro. Há ainda atrações para as crianças, como pula-pula, canaleta e tiro ao alvo. Aos sábados, a festa vai das 18h à meia-noite e, aos domingos, das 17h30 às 22h30. Para aproveitar sem aperto e sem filas, a dica é chegar bem cedo. Até 3/9 Mais Foodspot Neste sábado e domingo (5 e 6), o shoppping Iguatemi (Av. Brig. Faria Lima, 2232) promove a 9ª edição do Foodspot, festival que reúne os principais destaques da gastronomia paulistana no boulevard do local, ao ar livre. Por lá será possível provar pratos premiados por até R$35 —entre eles o sanduíche de bulgogui do Komah, o nhoque frito com molho de tomate defumado e moçarela de búfala do Animus, o arroz de polvo e o arroz salgado de coco com castanha do Preto Cozinha e o bolinho de bacalhau e os drinques do Bar Espírito Santo. Ingressos (R$60, com opção de meia entrada) em sympla.com.brA Festa de Ridley Depois de uma curta temporada lotada na Oficina Cultura Oswald de Andrade, a adaptação paulistana de "Mercury Fur", do inglês Philip Ridley, estreia nesta sexta (4) no teatro Pequeno Ato (r. Dr. Teodoro Baima, 78, Consolação), assinada pela Última Cia. Com direção de Mateus Bruza, que trouxe ao texto uma roupagem cinematográfica, o drama familiar acompanha os irmãos Lucas e Daniel, dois traficantes de alucinógenos que sobrevivem organizando festas em um apartamento abandonado para realizar as fantasias dos seus clientes. Ingressos a partir de R$50 (inteira) em sympla.com.br. Até 3/9 | 2023-08-03 23:15:00 | passeios | Passeios | https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2023/08/festa-das-cerejeiras-e-da-achiropita-acontecem-neste-fim-de-semana-em-sao-paulo.shtml |
Corte correto | Em decisão tomada por margem estreita, de 5 votos a 4, o Banco Central decidiu reduzir em 0,5 ponto percentual a sua taxa de juros, para 13,25% ao ano —foi preterida a opção de corte menos ambicioso, de 0,25 ponto percentual.O voto de desempate foi do presidente do BC, Roberto Campos Neto, o que, ao menos em tese, contribui para dissipar tensões políticas em torno da medida.É esperado que a divergência de opiniões no Comitê de Política Monetária seja mais frequente de agora em diante, uma vez que há diretores indicados por governos diferentes. O fato deve ser encarado com naturalidade.Para o momento, de todo modo, o afrouxamento tem dimensão adequada. Há razões objetivas a sustentá-lo, em particular as evidências de desaceleração da economia, a redução das incertezas em torno da gestão das contas públicas com a iminência da aprovação do novo marco fiscal e a queda das expectativas para a inflação.Quanto ao último ponto, foi essencial a decisão do Conselho Monetário Nacional, destacada no comunicado do BC, de fixar a meta para o IPCA de 2026 em 3%, mesma cifra dos próximos dois anos.A definição contribuiu para melhorar nas últimas semanas as projeções de analistas de mercado para a elevação dos preços, embora ainda estejam em 3,89% para 2024 e 3,5% para os dois anos seguintes —acima da meta, portanto.Depois de números surpreendentes da atividade econômica do primeiro trimestre, que levaram ao aumento das estimativas para a variação do Produto Interno Bruto em 2023 de 1,3% para 2%, a perspectiva agora é de perda de ritmo.Há estagnação no varejo e na indústria, enquanto se esgota o impulso que sustentou os serviços desde o fim da pandemia. O crédito escasso ameaça piorar as condições de muitas empresas.Entende-se, assim, a indicação unânime do colegiado de reduções continuadas de 0,5 ponto por reunião, a permanecerem as tendências atuais, que devem perdurar pelo menos até que a taxa Selic se aproxime dos 10%, o que ainda seria um patamar contracionista.Daí em diante, tudo dependerá da boa condução geral da política econômica do governo, algo longe de garantido. Embora o novo marco fiscal tenha limitado o espaço para crescimento desmesurado de despesas, a alta já contratada além do necessário não ajuda o controle da inflação.É cedo, portanto, para considerar que as políticas fiscal e monetária estão em harmonia. Se o BC deve caminhar para menos restrições no custo do dinheiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, precisa dar sinais mais claros de que cumprirá com sua parte.editoriais@grupofolha.com.br | 2023-08-03 22:00:00 | opiniao | Opinião | https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/08/corte-correto.shtml |
Fumo sob controle | O mundo está fumando menos. Segundo a sétima edição do Relatório da Organização Mundial da Saúde sobre a Epidemia Mundial do Tabaco, 17% da população do planeta consumia a substância em 2021, ante 22,8% em 2007. O documento também avalia as políticas públicas de combate ao tabagismo em 171 países no ano passado, com base na adesão ao programa de seis medidas criado pela OMS, chamado MPOWER.São elas: proteger a população da fumaça; aumentar impostos sobre cigarro; monitorar o consumo; oferecer tratamento para o vício; advertir sobre os perigos nas embalagens do produto; proibir a publicidade. Sem essas medidas, hoje haveria 300 milhões de fumantes a mais no mundo, estima o órgão.Apenas quatro nações implementaram todas as ações com alto nível de eficiência, e o Brasil está na lista ao lado de Turquia, Holanda e Ilhas Maurício. No que diz respeito a monitoramento do fumo, selos de advertência nos maços e cobrança de altos impostos, estamos no mesmo patamar de regiões desenvolvidas.Ademais, atingimos excelência na proibição do consumo em locais fechados. Dos 50 países do continente europeu, só 12 têm medidas nesse sentido. Tal ação é fundamental para proteger os não fumantes. De acordo com a OMS, 1,3 milhão de pessoas morrem todo ano devido ao fumo passivo.Na proibição da propaganda de cigarros, também estamos à frente de EUA, Canadá e boa parte da Europa, assim como na oferta de tratamento para a dependência do tabaco —o Brasil é o único a fazê-lo na América do Sul e supera nações conhecidas pela alta qualidade de seus sistemas de saúde, como Reino Unido e Noruega.A política pública contra o tabagismo é exemplo de sucesso porque atua de forma interdisciplinar —aliando setores da saúde e da economia— e no longo prazo, como medida de Estado.Também se mostra que, em questões sanitárias, a regulação estatal é necessária mesmo que interfira em algumas liberdades individuais. Afinal, também estão em jogo a saúde alheia e o SUS.Por fim, a experiência revela que é mais fácil lidar com os problemas causados pelas drogas quando estas são legalizadas. A queda mundial no número de fumantes sinaliza que é possível controlar o consumo de substâncias nocivas e seus efeitos a partir da regulamentação, em vez do punitivismo penal.editoriais@grupofolha.com.br | 2023-08-03 22:00:00 | opiniao | Opinião | https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/08/fumo-sob-controle.shtml |
Reforma Tributária e a responsabilidade do Senado | Não é segredo que o Brasil convive com baixa produtividade há mais de 20 anos e tem tido crescimento pífio e abaixo do seu potencial (2% a 2,5%). Reformas estruturantes, assim, são necessárias, como a tributária ora em debate.Depois da reforma da Previdência, em 2019, optou-se por seguir com a tributária e não com a administrativa. Não só isso. A Reforma Tributária sobre o consumo foi eleita como a primeira, deixando para adiante as sobre renda, patrimônio e pessoal.Foi nesse contexto de priorização que, em 2019, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP) apresentou a PEC 45, na Câmara, e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) a PEC 110, no Senado. O presidente Jair Bolsonaro (PL) também propôs o projeto de lei 3.887/2020 e o Comsefaz (Comitê Nacional de Secretários de Fazenda), emendas às duas PECs. Em suma, a PEC 45, aprovada na Câmara no mês passado, foi fruto de inúmeras discussões desde 2019, sendo uma reforma que independe de partido ou governo. Ela pertence ao Brasil e objetiva, sobretudo, melhorar a vida do empresário, aliviando seu bolso, seja com gasto em contenciosos caros, seja em seu tempo, com pagamento de tributos.O modelo do IVA (Imposto sobre Valor Agregado), constante na PEC 45, destarte, foi o escolhido por ser o mais bem-sucedido no mundo, garantindo a não cumulatividade do imposto, o crédito total ao empresário, a indistinção entre bens e serviços e a transparência para o consumidor acerca do imposto pago. Com a brutal simplificação e desburocratização, haverá redução expressiva dos litígios. Dentre os 193 países da ONU, 174 usam com sucesso o IVA, incluindo China e Índia. Mais Em estudo publicado em 2020, o economista Bibek Adhikari avaliou 33 episódios de introdução do IVA, substituindo parcial ou totalmente tributos cumulativos. O autor identificou um ganho médio de 8% de produtividade nos países que adotaram o sistema. No caso dos países de renda média alta, como o Brasil, o ganho estimado foi bem maior, de cerca de 26% após cinco anos, chegando a 33% após dez anos. Isso sugere que os vários estudos feitos para o caso brasileiro estão subestimando os efeitos positivos da reforma.É um modelo de arrecadação no destino. A deletéria guerra fiscal, assim, finda. É ilusão achar que esse tipo de batalha traz desenvolvimento sustentável. Estudos acadêmicos e evidências empíricas mostram que o equilíbrio final não gera competitividade às empresas —uma vez que todos os entes reduzem as cargas—, mas deixam os tesouros estaduais desfalcados, muitos convivendo com graves problemas fiscais. No novo modelo, porém, se o chefe do Executivo quiser conceder subsídio às empresas, ele pode. Basta incluir como despesas orçamentárias. Ele também pode fazer o "tax competition", uma competição saudável e comum. Basta impor sua alíquota menor que a de seus pares. Mais Nesse arcabouço, a autonomia dos entes é garantida, pois, a partir de uma alíquota de referência dada pelo Parlamento, cada chefe de Executivo poderá escolher a sua. Além disso, o disruptivo Conselho Federativo será um mero (ainda que relevante) coordenador entre os entes acerca da uniformização das interpretações e aplicações legais —não sendo um terceiro poder, muito menos tendo a participação da União—; um arrecadador e distribuidor dos recursos entre os entes, seguindo diretrizes previamente expressas em comando legal —sem que possa fazer o que deseja—; um garantidor de créditos aos contribuintes; e um agente que dirimirá questões no âmbito do contencioso administrativo tributário. Além disso, sua equipe técnica será formada exclusivamente por servidores de carreira dos fiscos ou das procuradorias estaduais e municipais. Com harmonização entre entes, e unicidade legal e interpretativa, o maior ganhador é o empresário, que deixa de lidar com 5.600 legislações.É, afinal, uma reforma com impactos positivos sobre a produtividade e o crescimento. A PEC 45, porém, tem pontos para aperfeiçoar, mas a população está confiante de que o Senado se dedicará ao tema com afinco e a lapidará. Sua responsabilidade, portanto, é colossal para com os mais de 200 milhões de brasileiros.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 2023-08-03 22:00:00 | opiniao | Opinião | https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/08/reforma-tributaria-e-a-responsabilidade-do-senado.shtml |
Como surgiu a Carta pela Democracia no ano da eleição de Lula | O juiz federal Ricardo de Castro Nascimento lançará nesta segunda-feira (7) o livro "Bastidores". É o relato da costura oculta que resultou na "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito" lida em 22 de agosto de 2022, no Pátio das Arcadas, na Faculdade de Direito da USP. (*)É uma homenagem aos subscritores da Carta de 1977. O evento foi replicado em mais de 80 faculdades de direito de todo o Brasil, com mais de um milhão de subscritores.Como participou da construção do novo documento desde o início, Nascimento decidiu "escrever a história como viveu"."Nesta história não há personagens ingênuos. Todos sabiam o que estavam fazendo e aonde queriam chegar. O idealismo nunca se descolou da realidade do que acontecia no país nas vésperas do período eleitoral", diz Nascimento."Tomei as precauções na vida pessoal e profissional para uma dedicação exclusiva à Carta", diz o juiz. "Programei férias e combinei com a família. Precisava de dedicação exclusiva. Tudo se desenrolou em pouco mais de um mês".Durante a organização "a principal fonte de consulta foi o Whattsapp do celular", revela o magistrado.O texto a seguir reúne informações extraídas da apresentação do livro.A Faculdade de Direito da USP teve um alinhamento com o golpe militar de 1964. Forneceu importantes quadros aos governos militares (Luís Antônio da Gama e Silva foi reitor e Alfredo Buzaid, diretor).O alinhamento foi majoritário, mas não uníssono. A pluralidade de ideias e posições políticas sempre marcou a história da instituição até hoje.A Carta aos Brasileiros de 1977 foi um ponto de inflexão da instituição, passando de um alinhamento ao regime militar a um apoio à redemocratização do país, posição já adotada pelos estudantes.Tudo começou por iniciativa de antigos alunos reunidos no restaurante Circolo Italiano, no Centro de São Paulo. Eram Flavio Flores da Cunha Bierrenbach, José Carlos Dias e Almino Affonso, entre outros.Procuraram Goffredo da Silva Telles Júnior, querido entre os alunos. Era um grande orador, mesmo tendo uma gagueira quase imperceptível. Não estava alinhado ao grupo favorável ao regime militar, mas nem sempre foi assim.Quando jovem, participou da Ação Integralista Brasileira, nos anos trinta. Foi deputado constituinte em 1946, tendo participado dos debates que levaram à cassação dos deputados do Partido Comunista Brasileiro – PCB. Com o tempo, foi se aproximando do ideário progressista.Seria o porta-voz ideal, pois ninguém ousaria acusá-lo, mesmo em plena ditadura, de comunista.Houve também resistência de alguns professores mais progressistas em razão da timidez do conteúdo. José Afonso da Silva e Dalmo de Abreu Dallari foram os últimos a subscrevê-lo. Raymundo Faoro, então presidente do Conselho Federal da OAB, achou o texto muito longo e optou por não assinar.Diante da expressa proibição pelo diretor do uso do salão nobre no dia 11 de agosto, a alternativa foi a leitura no pátio da Faculdade no dia 8 de agosto, uma sexta-feira, à noite. A maioria do público presente foi de estudantes.Entre os alunos estava Otavio Frias Filho, então conhecido como Otavinho, filho de Octavio Frias de Oliveira, proprietário da Folha de S.Paulo. Visto no início com receio, em virtude do apoio dado ao regime militar pelo jornal, Otavinho conquistou a confiança de seus colegas, tornando-se bem ativo no movimento estudantil.Ao mesmo tempo, ensaiava, sob a tutela do jornalista Cláudio Abramo, seus primeiros passos rumo à direção editorial do jornal controlado pela família. Poucos anos depois, exatamente em 1984, tornou-se editor-chefe, transformando o jornal com o Projeto Folha.A cobertura da grande imprensa foi fundamental para o sucesso da Carta aos Brasileiros. Em seu duplo papel de jornalista e estudante, Otavinho teve participação importante. No dia da leitura da Carta, a Folha de S.Paulo trouxe com destaque uma entrevista do professor Goffredo ao jornalista Samuel Wainer. Foi um autêntico teste para os limites da liberdade de imprensa em tempo de abertura política.O texto a seguir é um capítulo bem-humorado sobre as dúvidas entre os organizadores da obraA restrição às assinaturas na primeira fase foi perdendo o sentido. As pessoas queriam trazer a assinatura de seus familiares. Estávamos segurando sem necessidade a onda crescente de assinaturas. A Carta de 2022 ia se desprendendo do modelo de 1977. Um telefone do Roque Citadini selou a mudança.— Ricardo, o Juca Kfouri me ligou e quer assinar a Carta, mas ele diz que precisa primeiro fazer o curso de direito. Vai levar uns cinco anos. Perguntou também se precisa passar antes no exame da OAB. Por que a Carta não está aberta a qualquer pessoa?— É uma espécie de manifesto de juristas. Eu coloquei a restrição porque a gente está seguindo o modelo de 77 e precisava conquistar espaço na Faculdade.— Mas isso já conseguimos. É uma questão de tempo. O Juca disse que se a gente abrir, ele traz as assinaturas do Casagrande e do Raí. Eles já foram contatados.— Roque, eu já estava pensando em excluir essa parte. Precisamos só falar com os outros organizadores.— Não precisa, eu já falei com todos. Só faltava você. Depois a gente comunica à Faculdade, mas antes vamos trazer muita gente famosa.Assim, a Carta de 2022 deixou de ser um manifesto de juristas. As três primeiras assinaturas de fora da comunidade jurídica foram justamente as de Juca Kfouri, Walter Casagrande Júnior e Raí Souza Vieira de Oliveira.(*) O autor tem mestrado e doutorado em direito pela PUC-SP. Foi presidente da Associação dos Juízes Federais de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Ajufesp), por dois mandatos.LANÇAMENTO"Bastidores - Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito" (Hucitec Editora) Ilustrações de Libero Maravoglia. Prefácio de Celso Campilongo e Ana Elisa Bechara. O lançamento será na segunda-feira (7), na livraria Martins Fontes da Avenida Paulista, a partir das 18h.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando... | 2023-08-03 18:54:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/frederico-vasconcelos/2023/08/como-surgiu-a-carta-pela-democracia-no-ano-da-eleicao-de-lula.shtml |
Mãe de influenciadora pinta a casa de azul e vídeo viraliza no TikTok | A influenciadora Jamily Alves sabia que sua mãe preferia a cor azul ao rosa, mas não esperava que ela se inspirasse no filme "Barbie" para pintar toda a casa de... azul. Sim, você leu certo! A maquiadora profissional compartilhou um vídeo mostrando a transformação do imóvel com a nova decoração. "Nem as flores escaparam", brincou Jamily.Em apenas 24 horas após a publicação no TikTok, o vídeo já alcançou mais de um milhão de visualizações. "Minha mãe pintou tudo de azul, inclusive a cozinha! Olha o liquidificador... o fogão, a geladeira e a máquina de lavar. Foi a casa inteira", disse Jamily surpresa com a atitude de sua mãe e mostrando outros objetos agora na cor azul.Nos comentários da publicação, os internautas deixaram mensagens. "Ela usou pistola ou pincel? Arrasou na pintura", comentou um seguidor. "Cada novo item azul que ela revelava, eu soltava um grito", comentou outro seguidor. Até mesmo uma das empresas de tintas mais conhecidas no Brasil deixou um recado: "Minha mãe, eu te entendo! Se quiser pintar mais alguma coisa, me chama." | 2023-08-03 18:30:00 | voceviu | Você viu | https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/08/mae-de-influenciadora-pinta-a-casa-de-azul-e-video-viraliza-no-tiktok.shtml |
Câmara publica redação final da Reforma Tributária, que chega ao Senado | A Câmara dos Deputados publicou na tarde desta quinta-feira (3) a redação final da Reforma Tributária aprovada no início de julho. Veja aqui o texto.Agora, a PEC 45 será analisada pelo Senado.A Reforma Tributária busca simplificar o sistema tributário brasileiro. O eixo central da PEC (proposta de emenda à Constituição) é reduzir cinco impostos (os federais PIS, Cofins e IPI, o estadual ICMS e o municipal ISS) para dois (o federal CBS, e o estadual e municipal IBS).O texto foi entregue oficialmente pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Agora, será analisado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).Há também um grupo de trabalho da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), coordenado pelo senador Efraim Filho (União-PB), que trabalhará em conjunto com o relator da PEC 45/2019 no Senado Federal, Eduardo Braga (MDB-AM). Mais | 2023-08-03 17:20:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/que-imposto-e-esse/2023/08/camara-publica-redacao-final-da-reforma-tributaria.shtml |
Evento na USP discute impacto de inteligências artificiais na mídia e no direito | A Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo promove, no dia 11 de agosto, um evento gratuito e aberto ao público que debaterá os impactos da inteligência artificial na informação, na mídia e no direito.As palestras serão divididas em dois painéis. O primeiro discutirá o impacto das IAs no mundo jurídico e nas mídias e terá a participação de Floriano de Azevedo Marques, professor da faculdade, o jornalista Pedro Dória e Marina Feferbaum, professora da Fundação Getulio Vargas de São Paulo.O segundo painel, que debaterá a regulação, administração e o direito em relação às inteligências artificiais, terá a participação dos professores Maria Paula Dallari e Juliano Maranhão, da Faculdade de Direito da USP, além do professor Luca Belli, da FGV do Rio de Janeiro.Receba no seu email a seleção diária das principais notícias jurídicas; aberta para não assinantes.Carregando...O primeiro painel ocorre das 9h às 10h15 e o segundo, das 10h30 às 11h45. O evento será no auditório Rubino de Oliveira, localizado no Largo São Francisco, 95, no centro de São Paulo. Não há necessidade de se inscrever previamente. | 2023-08-03 16:39:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/novo-em-folha/2023/08/evento-na-usp-discute-impacto-de-inteligencias-artificiais-na-midia-e-no-direito.shtml |
Conheça motéis em SP que têm hidromassagem, decoração do Corinthians e até festival de fondue | Com fachadas imponentes ou duvidosas e nomes sofisticados ou sugestivos, os motéis são opções para os casais sem casa própria, para aqueles que desejam sair da rotina ou os que querem curtir com a pessoa que conheceu em uma festa. Em São Paulo, existem opções de suítes com os mais variados temas, cardápios, preços e itens que integram o quarto.Dá para curtir festival de fondue ou aproveitar churrasqueiras e adegas. As possibilidades são infinitas. Na região metropolitana é possível até fazer sexo sob o olhar da torcida do Corinthians, estampada num quadro acima da cama, e contar com toboágua dentro do quarto.Veja a seguir uma lista com dez opções de motéis para curtir a dois —ou com quantas pessoas quiser.Há quem deseje ou goste de ter seus momentos íntimos na natureza, seja pela adrenalina de poder ser flagrado ou pelo ambiente não convencional. Se for o segundo caso, o motel Adventure se propõe a oferecer uma experiência parecida, mas sem os riscos de ser pego em uma cachoeira de verdade. As suítes do local se dividem entre as categorias rafting e rapel —mas não apresentam os riscos dos esportes radicais que nomeiam os quartos— e contam com banheiras de hidromassagem cercadas por paredes que imitam pedras e quedas d’água. O pernoite na opção rapel pode ser reservado por R$ 308, com café da manhã incluído nas estadias de segunda a sexta-feira. r. Joaquim Marra, 548, Vila MatildeLocalizado em uma região de grande circulação, no bairro da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, o espaço tem uma fachada envelhecida e letreiros de led. Mas apesar do que a entrada aparenta, o local tem algumas das melhores avaliações em sites de reservas. Entre as opções de suítes, a maioria conta com piscinas particulares e banheiras de hidromassagem, mas algumas fogem do básico, com espaços que simulam boates e trazem até uma mesa de sinuca. O local voltou a ser bastante comentado após um incidente com o jogador Luan, do Corinthians, que esteve hospedado na suíte Caribe Premium, a melhor do motel. O período de 12h nessa modalidade sai a partir de R$ 1.850, independentemente do dia da semana. Quem não quiser, ou puder, gastar tanto assim nas acomodações pode optar pelas suítes mais em conta do lugar, que saem a partir de R$ 148 para o período de três horas. Outro diferencial do lugar é a entrada para pedestres. av. Antártica, 2, Barra Funda Em uma escala de decorações de quartos de motéis, a suíte Super Hidro do Classe A certamente está entre as mais exóticas. Lendo os itens que integram o local —como banheira de hidromassagem e televisão com canais eróticos—, ela pode até parecer comum, mas olhando as fotos do ambiente é possível perceber um quadro da torcida do Corinthians acima da cama de casal, com os dizeres "não para, não para, não para…". O quarto também tem uma camisa enquadrada e informações sobre o time nas paredes. Os torcedores que quiserem uma experiência temática podem reservar a suíte por R$ 248 durante a semana ou R$ 278 aos finais de semana. r. Dianópolis, 801, Vila PrudenteO espaço fica em uma dos locais com maior concentração de motéis de São Paulo, a avenida Prof. Abraão de Morais, uma continuação da avenida Ricardo Jafet, na região sul. Os clientes que entrarem por sua fachada —coberta de plantas, arabescos e luzes em formatos de lamparinas— encontram suítes decoradas com o estilo que o nome sugere. Os quartos contam com móveis robustos e antigos, além de espelhos emoldurados por gesso, mesmo material das sancas no teto. A suíte presidencial do local tem banheira de hidromassagem, sauna, piscina térmica com quedas d’água e uma cobertura que pode ser aberta, para os casais observarem o céu paulistano. O pernoite nessa acomodação custa a partir de R$ 555 e existem cinco opções de café da manhã —o da modalidade colonial é composto por café, leite, ovos com bacon, presunto, queijo, suco de laranja, bolachas, torradas, pão, geleia, manteiga e frutas da época, que sai por R$ 48 para duas pessoas. av. Prof. Abraão de Morais, 966, Vila da SaúdeO local segue a temática asiática desde as acomodações até o cardápio, assinado pelos chefs Tatiana Pace e Luiz Araújo. Com nomes como Indonésia, Tokio e Kioto, os quartos são decorados com imagens de construções orientais e alguns têm camas mais baixas, como os modelos utilizados no Japão. Uma das suítes mais diferentes do motel é a Kobe, que tem um toboágua na piscina. Os casais que quiserem descer pelo escorregador aquático do local precisam desembolsar pelo menos R$ 319, valor cobrado para passar seis horas na suíte. Já aqueles que preferirem uma experiência menos excêntrica, mais em conta, mas mesmo assim temática, podem optar pela Tokio, que cobra R$ 119 pelo período de três horas e oferece uma cama king size, televisão e garagem privativa. r. Mário Regallo Pereira, 152, Jardim Gilda Maria Mais Com unidades no Ipiranga e na Lapa —a da zona oeste chamada de Spoiler—, o Lush oferece nove opções de suítes para seus clientes. A marca se vende como um playground para adultos, com decorações modernas, áreas abertas e fechadas, além de cardápio com drinques autorais. Uma das novidades do local é o festival de fondue, que acontece até o dia 31 de agosto e tem as opções salgada (R$ 130), doce (R$ 80) ou o combo das duas (R$ 180). Entre as suítes, a chamada Casa Lush é a mais recente, com cerca de 200 m², pole dance, pista de dança e piscina aquecida na parte externa. av. do Estado, 6600, Vila Monumento Mais O recém-inaugurado motel oferece sete tipos de suítes, todas com dois andares e decorações modernas. No cardápio, é possível escolher entre refeições completas, porções, drinques e utensílios sexuais —o chamado menu diversão. A lista de produtos conta com vibradores de diferentes formatos, próteses, géis e lubrificantes, além dos preservativos. Uma das opções de suítes é a Nuu Breu, que é praticamente toda escura, iluminada apenas por luzes neon que podem ser controladas pelos visitantes. No segundo andar há um banheiro com azulejos pretos, teto solar e lâmpadas vermelhas —é lá que fica a banheira de hidromassagem com espaço para duas pessoas. Um pernoite na suíte custa a partir de R$ 389 entre segunda e quinta-feira, e R$ 593 às sextas e sábados, com café da manhã incluído. Um diferencial do motel é a entrada para pedestres e a sala de espera para os casais que quiserem voltar para casa usando carros de aplicativo, não precisarem esperar na calçada. av. Conde de Frontin, 542, Tatuapé. Mais Localizado na cidade de Barueri, na região metropolitana de São Paulo, o motel tem dez tipos diferentes de suítes, sendo a mais exótica entre elas a que leva o nome do local. A principal acomodação conta com adega, churrasqueira, hidromassagem e teto solar, mas o que a torna menos convencional é a decoração. Ao lado da piscina do quarto fica uma espécie de iate onde é possível subir uma escada caracol e encontrar um novo ambiente, com sofás, colchões e um móvel que simula o painel de controle de um barco. Quem quiser se sentir dono de uma lancha, mas sem navegar pelo mar, durante o período de 12h precisa desembolsar pelo menos R$ 734. r. Itajá 40, Jardim Santa Cecília, BarueriEssa opção é para casais que gostam da estética das décadas de 1950 a 1970, afinal, as suítes são decoradas com temas como Marilyn Monroe, Beatles, Grease, Elvis e até a Liga da Justiça. Apesar do nome, que remete a passar os momentos de intimidade dentro do carro, as acomodações oferecem camas aos casais. Os quartos se dividem entre vintage drive e vintage club, sendo a segunda opção a mais completa, com piscina, churrasqueira e pole dance. Os pernoites custam a partir de R$ 99, na primeira modalidade, e R$ 389 na segunda. Rua Joaquim Marra, 560, Vila MatildeOs casais adeptos das práticas de BDSM (acrônimo para Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo) também encontram opções em motéis, caso não tenham os itens desejados em casa. A suíte Solarium Eros do Zapt segue a temática do sadomasoquismo e oferece algemas na cama e uma balança erótica pendurada por correntes no teto. O local também conta com banheira de hidromassagem e teto solar, além de canais de esporte por assinatura para os casais que quiserem assistir a jogos ao vivo durante a estadia. O pernoite na suíte custa a partir de R$ 249 e tem o café da manhã incluso. r. Cap. Pacheco e Chaves, 680, Vila Prudente | 2023-08-03 12:52:00 | passeios | Passeios | https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2023/08/conheca-moteis-em-sp-que-tem-hidromassagem-decoracao-do-corinthians-e-ate-festival-de-fondue.shtml |
Festival Vinho na Vila leva 200 rótulos para o parque Burle Marx em três horas de degustação | Nos dias 5 e 6 de agosto, o festival Vinho na Vila acontece no parque Burle Marx, na Vila Andrade, região sul de São Paulo. O evento reúne uma seleção de mais de 200 rótulos, a maioria produzida artesanalmente e em vinícolas familiares em diferentes regiões do Brasil.Os ingressos dão direito a circular pelo espaço durante três horas para degustar os vinhos. A primeira sessão, que acontece das 11h30 às 14h30, custa R$ 114, enquanto a segunda, das 15h30 às 18h30, sai por R$ 138. As entradas estão à venda no site Wine Locals.Cerca de 25 vinícolas participam do festival, com marcas de diversos estados do Brasil, incluindo produções do Cerrado, cuja produção de vinhos e uvas vêm despontando no mercado. As tradicionais Miolo e Casa Valduga também podem ser degustadas no evento. Mais Os amantes de vinho que quiserem conhecer mais sobre os rótulos podem conversar com especialistas e produtores durante o evento para entender o processo de cada garrafa.Para harmonizar com os vinhos, visitantes terão sete tipos de queijos para experimentar. O produtos, feitos em São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Distrito Federal também poderão ser ser comprados durante os dois dias de realização do Vinho da Vila.Ao final do dia os visitantes podem assistir a um show de jazz enquanto degustam os queijos e vinhos de sua preferência. | 2023-08-04 18:00:00 | passeios | Passeios | https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2023/08/festival-vinho-na-vila-leva-200-rotulos-para-o-parque-burle-marx-em-tres-horas-de-degustacao.shtml |
Amazônia unida | A cúpula da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica começa na terça-feira (8) em Belém do Pará. Boa oportunidade para o Itamaraty seguir com a reativação, no âmbito regional, da liderança na pauta ambiental dilapidada por Jair Bolsonaro (PL).Em 2025, a capital paraense também sediará a COP30. A trigésima edição da Convenção da ONU sobre Mudança do Clima será decisiva para enfrentar o aquecimento da atmosfera, que já produz eventos extremos como a onda de calor em regiões do hemisfério Norte.A maior contribuição brasileira para a crise climática vem do desmatamento da Amazônia e do cerrado —sem contar a devastação da mata atlântica no século anterior. Cerca de 40% da floresta amazônica está presente em outros sete países: Bolívia, Colômbia, Equador,Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. O governo brasileiro se comprometeu a reduzir a zero o desmatamento até 2030, mas convém ampliar e repartir o impacto dessa estratégia engajando os participantes da cúpula no esforço.Uma proposta é adotar metas comuns para diminuir o corte raso da mata, que libera carbono na atmosfera. Nem todas as nações amazônicas pactuaram com a diminuição de emissões florestais, mas deveriam seguir o exemplo do maior país da América do Sul.Há outros ruídos, como o relacionado à exploração de petróleo, fonte de combustíveis fósseis (gasolina, diesel e gás natural) cuja queima emite gases do efeito estufa. O presidente colombiano, Gustavo Petro, cobra de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) definição quanto a sustar novos projetos de extração, ao menos na Amazônia.O Planalto não se posicionou, e a Petrobras mantém planos de perfurar poços na foz do rio Amazonas. Em maio, o Ibama recusou licença para as obras; a estatal, porém, anunciou que vai insistir.Não se trata de ideologia, ambientalista ou antiambientalista, mas de tomar decisões técnicas sopesando benefícios e malefícios da extração. Em face da ameaça representada ao clima da Terra, e em nome da coerência com o objetivo de desmatamento zero, cabe a Brasília o ônus da prova.Dito de outro modo, Lula precisa convencer a opinião pública, dentro e fora do país, de que a produção de petróleo novo é tão imprescindível quanto conciliável com a redução das emissões brasileiras, na medida justa e suficiente para eliminar sua contribuição às mudanças devastadoras do clima.O mundo precisa descarbonizar toda a economia até 2050, e nenhuma nação pode se omitir.editoriais@grupofolha.com.br | 2023-08-02 22:00:00 | opiniao | Opinião | https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/08/amazonia-unida.shtml |
Novamente o jogo dos números | "A estatística é a tentativa de torturar os números até eles confessarem."Há sete anos escrevemos aqui ("O perigoso jogo dos números", 22/6/16) para apontar o crescente uso da estatística na fundamentação judicial, seu risco e a necessidade de uma metodologia correta. Há época, números duvidosos eram utilizados para tentar justificar a prisão em segunda instância, a modificação do trânsito em julgado e afins.O tema volta agora, em nova tentativa de apressar a prisão das pessoas. Desta vez, está em curso no plenário virtual do Supremo Tribunal Federal análise sobre a possibilidade de execução imediata da pena nas ações julgadas pelo Tribunal do Júri. Ou seja, sem a necessidade de se aguardar o trânsito em julgado da ação penal, como ficou decidido para os demais crimes pela própria Suprema Corte. Novamente, o voto do ministro Luís Roberto Barroso (RE 1.235.340/SC) faz uso da estatística, mas os números não impressionam. Pelo contrário, parecem equivocados. Mais Restringindo-se ao Tribunal de Justiça de São Paulo em determinado período, o ministro, classificando como inexpressivo o percentual de modificações das decisões condenatórias do júri, afirma que seriam apenas 1,97% de um total de 15.411 sentenças, abstratamente consideradas.Não é que o número esteja exatamente errado. O problema, como se vê, é a manipulação do discurso, numa conta de chegada, para justificar sua posição. Segundo Barroso, foram 305 sentenças anuladas a pedido da defesa, daí 1,97% do total de sentenças proferidas.Ocorre que, como explicita o ministro, menos da metade das mais de 15 mil sentenças foram recorridas. O número assusta e pode ser explicado, dentre várias razões, pelo alto índice de casos com extinção da punibilidade naquele tribunal —67%—, como aponta diagnóstico do CNJ (2019) referente à período semelhante. Mais Tal diagnóstico aponta que houve 14% de condenações. Ora, por óbvio, o número que deve ser levado em conta, sobre as vitórias da defesa (305, segundo o ministro), diz respeito às decisões que ela tenha tido interesse em recorrer: 14% das 15.411 sentenças, o que nos dá um total de 2.158 condenações. Assim, não foram apenas 1,97% de êxito em recursos defensivos, mas 14,13%, o que é sete vezes mais. O sucesso, aliás, é praticamente o dobro das vitórias obtidas pela acusação (7,6%).O Poder Judiciário está digitalizado o suficiente para que os números sejam corretamente utilizados e mensurados. Não há, na verdade, explicação alguma para ausência de dados precisos e transparência.Tampouco da uniformização dessas informações, como aponta o diagnóstico do CNJ. A discrepância entre tribunais é gritante.Do contrário, lembremo-nos do alerta de Daiana Ruttul: "Pelas estatísticas, o lugar mais perigoso é a cama, pois é onde mais se morre".Se queremos nos utilizar de dados para fundamentar, ainda que parcialmente, uma decisão, é preciso o mínimo de ciência e disciplina. É tempo de que o alto gasto com servidores públicos seja sistematizado para que tenhamos dados corretos, precisos e completos. E que se faça bom uso da informação.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 2023-08-02 22:00:00 | opiniao | Opinião | https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/08/novamente-o-jogo-dos-numeros.shtml |
Leitores lamentam eliminação do Brasil na Copa do Mundo feminina | Copa do Mundo "Brasil faz sua campanha mais decepcionante, e sonho de Marta acaba" (Esporte, 2/8). O sonho de Marta não acabou, como ela disse: é só o começo. Laura Antunes Cruz (Recife, PE)Antigamente jogávamos pela camisa. Hoje as camisas pesam com patrocínios e poucos resultados positivos. A noção de pátria, de sacrifício por ideais nacionais, é solapada pela empáfia de dados estatísticos. Jailson de Bezerra (Brasília, DF)Parabéns a todas as jogadoras. A seleção perdeu com dignidade! Alípio Dias dos Santos Correia (Vitória da Conquista, BA) Mais Silêncio "STF decide que tese da legítima defesa da honra é inconstitucional" (Cotidiano, 2/8). O Supremo Tribunal Federal (STF) simplesmente julgou o óbvio e com muito atraso. Tal base legal deixou de existir no Brasil quando entrou em vigor o Código Civil de 1916. Portanto, a absolvição do réu é inconstitucional há mais de um século, mas a instância máxima do Judiciário permaneceu silente durante todo este tempo. Luiz Roberto da Costa Jr. (Campinas, SP)Homens hoje, infelizmente, são todos culturalmente misóginos! Não conseguem conviver com o sucesso das mulheres, nem querem dividir conquistas materiais equitativamente e, depois de separados, não querem sequer pagar pensão alimentícia. Gisele Santos Batista (Iporá, GO)Nepotismo "Bolsonaro pede a Tarcísio cargo nos EUA para mãe de neta" (Política, 1º/8). Lembrando que o discurso bolsonarista é o do Estado mínimo (somente para os outros). Já para a família Bolsonaro, o Estado é a sua principal fonte de renda há décadas. Marcos Arrais (São Paulo, SP)Essa família é muito ungida e também muito embaraçada, brigam por qualquer tostão, mas sempre acabam mamando na nação. Paulo Bruno Cardoso (Rio de Janeiro, RJ)Primeira-dama "Agenda de Janja expõe omissão de reuniões com ministros de Lula" (Política, 1º/8). Dá-lhe, Janja! A sua diferença é fundamental nesse governo. Vibro por você estar ativa nas pautas do dia do governo. Força e siga em frente com suas condutas e seu trabalho. Nelson da Silva Jr (São Paulo, SP)Janja é diferente da maioria das anteriores por ter uma inserção profissional prévia, uma primeira-dama com luz própria, que não tínhamos desde dona Ruth Cardoso. Além disso, é uma mulher do século 21 que irá redefinir o lugar da esposa do presidente para além do recato de uma mulher do lar. Ampliar, expandir, reinventar. Novos tempos, desafios e comportamentos requerem flexibilidade de olhares e menos patrulhamento. Maria Isabel Carvalho (Salvador, BA) Mais Dinâmica "O crente vive da fé e ajuda Jair Bolsonaro a comprar o seu caviar com muitos Pix" (Wilson Gomes, 1º/8). A existência do esperto é consequência de atos de manés otários. Antonio Linhares (Parnamirim, RN)Minha mãe fala uma coisa e ela está certíssima: enquanto existir cavalo, são Jorge não anda a pé. Erica Luciana de Souza Silva (Juiz de Fora, MG)Gênero "Quem mandou ser mulher?" (Mariliz Pereira Jorge, 1º/8). Muito triste essa situação. Mulher sem proteção e, ainda por cima, julgada por uma sociedade bem hipócrita e cruel. Mas isso um dia muda. Mara Gabriel (São Paulo, SP)Uma sucessão de horrores que nenhum roteiro cinematográfico exibiu até hoje... Flávia Masetti de Oliva (São Paulo, SP)A certeza da impunidade e da cumplicidade é que faz o número de abusos de vítimas indefesas aumentar. Carla Oliveira (São Paulo, SP)Ações policiais "PM matou homem identificado como indigente com tiros de fuzil e pistola em Guarujá" (Cotidiano, 2/8). Quem pode acreditar que as violentas e repetitivas operações policiais têm o intuito ou capacidade de fato de extirpar o tráfico? Ocorrem há décadas sem produzir qualquer melhoria na segurança dos bolsões de pobreza que cercam metrópoles brasileiras. Patricia Porto da Silva (Rio de Janeiro, RJ) Mais Câmeras "Após morte de PM, bancada da bala cobra de Tarcísio retirada das câmeras de fardas" (Painel, 31/7). Tem câmera na escola, no banco, no posto, no supermercado, no hospital, na igreja e na casa da vovó Chiquinha. Só não pode ter câmera no peito dos policiais militares de SP porque os tais ficarão inibidos ao abordar a população da periferia. Luana Santos (São Paulo, SP)Por que alguém defenderia a retirada de câmeras das fardas? Elas não ajudariam a identificar os criminosos? Quitéria da Silva Pájaro (Santos, SP)Pedágio "Por que a PM sempre ganha frango assado na padaria?" (Cozinha Bruta, 1º/8). O colunista não contou novidade. Mesmo assim, o Cozinha Bruta fez bem, falar disso é extremamente necessário. Ainda mais de uma forma tão crua e direta. Esta é a polícia que temos. Despreparada, servil às elites e violenta com o pobres. Guilherme Menezes (Brasília, DF) | 2023-08-02 20:05:00 | paineldoleitor | Painel do Leitor | https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2023/08/leitores-lamentam-eliminacao-do-brasil-na-copa-do-mundo-feminina.shtml |
Morre Geneviève de Fontenay, figura polêmica do Miss França e conhecida como 'a dama do chapéu' | Geneviève de Fontenay, que durante décadas simbolizou a ideia francesa da feminilidade chique à frente do concurso Miss França, faleceu ontem aos 90 anos, informou sua família nesta quarta-feira (2). Conhecida como "a dama do chapéu", porque raramente era vista sem ele, ingressou no comitê do Miss França em 1954 e, em 1981, tornou-se sua presidente, cargo que ocupou por mais de 25 anos.A ex-modelo da casa de moda Balenciaga transformou o concurso nacional de beleza em uma empresa, vendendo partes do negócio para aumentar sua exposição e colocá-lo no caminho do sucesso comercial e televisivo.Seus característicos chapéus de feltro e roupas elegantes, geralmente em preto e branco, fizeram dela um exemplo da elegância parisiense. Mais Conservadora, tentou revogar o título de Miss França de Valerie Begue, por se permitir ser fotografada em poses "sugestivas" para um tabloide. Também foi acusada de racismo contra Begue, candidata oriunda do território ultramarino francês La Réunion. Em outro episódio, não aceitou que outra Miss França, Isabelle Turpault, posasse para o semanário Paris Match. "Nunca permiti trajes de banho de duas peças", disse ela uma vez. "Mostrar o umbigo em um concurso é exibicionismo", alegou.Também reclamou das imagens publicitárias que mostram "um par de nádegas com um fio no meio" e afirmou que as candidatas do Miss França nunca deveriam se apresentar como objetos sexuais.Depois de deixar o Miss França, criou, em 2010, um concurso rival, o Miss Prestígio Nacional, com o qual continuou gerando polêmica.Em 2021, afirmou que permitir a participação de mulheres transexuais no concurso Miss França seria "contra a natureza", comentário pelo qual foi acusada de incitar a discriminação transfóbica. Também se declarou contra a criação de filhos por parte da comunidade LGBT e se juntou aos protestos contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, aprovado em 2013 na França.Geneviève de Fontenay nasceu em Longwy, leste da França, e era a mais velha de dez filhos de uma família rica. | 2023-08-02 17:15:00 | voceviu | Você viu | https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/08/morre-genevieve-de-fontenay-figura-polemica-do-miss-franca-e-conhecida-como-a-dama-do-chapeu.shtml |
'Gosto de abraçar oportunidades', diz Thelma Assis sobre substituir Valéria Almeida no Encontro | Desde terça (1º), Thelma Assis está no comando do quadro Bem Estar, exibido diariamente pelo programa Encontro com Patrícia Poeta (Globo). A vencedora do BBB 20, médica e apresentadora já faz parte da equipe do Bem Estar e apresenta vídeos sobre saúde no É de Casa, atração da emissora nas manhãs de sábado. Agora cobre as férias da colega Valéria Almeida, e permanecerá no Encontro por duas semanas.Thelminha, como também é conhecida, conversou com o F5 por videoconferência, logo após sua primeira participação no programa."Eu estava num intercâmbio em Nova York, estudando um pouquinho de inglês, correndo atrás do tempo perdido", conta ela. "Aí, recebi essa missão de cobrir minha amiga Valéria Almeida durante as férias dela. Como eu sou essa pessoa que gosta de abraçar oportunidades, estou muito feliz." Mais Oportunidades não têm faltado na vida de Thelma, que deixou de ser anestesista em tempo integral para se aventurar no mundo da comunicação. Mas ela continua a exercer a medicina, agora na forma de trabalho voluntário."Há cerca de um mês e meio, eu fui para Belterra, no interior do Pará. Fiquei dez dias lá, numa expedição médica com outros colegas. A gente realizou aproximadamente 500 atendimentos. Eu devo ter feito de 25 a 30 anestesias, para cirurgias de vesícula, de hérnia."Ela afirma que se encontrou na ONG Zoé, comandada pelo cirurgião e colonoscopista Marcelo Averbach. "Eles fazem um trabalho muito lindo. Pegam um hospital com poucos recursos que sirva de base e levam carrinho de anestesia, material cirúrgico, tudo. Os médicos também botam a mão na massa. A gente não liga para perrengue nenhum em prol dos pacientes, que estão, às vezes, há muito tempo esperando para fazer uma cirurgia. E, com isso, ajudamos a desafogar a fila do SUS. Fiz esse trabalho agora e me apaixonei. Quero fazer mais vezes."Thelminha concorda que a experiência como médica a ajudou a vencer o BBB. "Como anestesista, eu dava muitas horas de plantão, e a gente não pode deixar o paciente sozinho por nada. Nem sempre seu colega pode te render ao meio-dia para você almoçar, nem sempre você pode ir ao banheiro. Se há uma cirurgia rolando, você não vai sair no meio. É tudo muito intenso, e eu fui me adaptando. Então, as provas de resistência do programa eram fichinha para mim."Ela também se prepara para sair na Mocidade Alegre em 2024, escola de samba paulistana pela qual desfila há 18 anos, e acaba de ter sua primeira experiência como atriz, com uma pequena participação na segunda temporada da série "Encantado’s". Adorou, e ressalta a importância da representatividade na TV."A gente está num momento de normalização da presença de pessoas pretas e pardas na mídia. Nós somos a maioria neste país, então é normal que estejamos em lugares de prestígio. Mas ainda temos um longo caminho a seguir. Eu sinto que algumas marcas ainda não fazem a lição de casa. Não adianta uma empresa contratar uma pessoa preta em novembro, o Mês da Consciência Negra, só para limpar a própria imagem. Não basta mostrar um rosto preto bonito para uma marca ser inclusiva ou antirracista.""Não sou muito da polêmica, mas já senti muita dor nos bastidores. Tem marca que oferece um cachê menor para as pessoas pretas, porque elas têm menos seguidores nas redes sociais, justamente porque ainda há muito racismo no Brasil. Eu quero ver as empresas estenderem suas ações para além da propaganda. Quero ver pessoas pretas empregadas nos mais diversos cargos", conclui.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Tony Goes tem 62 anos. Nasceu no Rio de Janeiro, mas vive em São Paulo desde pequeno. Já escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. E atualiza diariamente o blog que leva seu nome: tonygoes.com.br | 2023-08-02 17:00:00 | colunistas | Colunistas | https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/tonygoes/2023/08/gosto-de-abracar-oportunidades-diz-thelma-assis-sobre-substituir-valeria-almeida-no-encontro.shtml |
Capela Dom Bosco, na Mooca, corre risco de ser demolida | Se fôssemos comparar a Mooca com algum país mundo afora seria possível dizer que lembra as duas Coreias. O bairro tem até algo alusivo à zona desmilitarizada entre os dois países, que seria a linha ferroviária da CPTM que o divide o bairro em dois. Do lado mais a leste da linha tem o Juventus, prédios restaurados, ruas arborizadas, vilas charmosas e muita gastronomia. Já do outro, próximo ao centro, existem palacetes caindo aos pedaços, sujeira nas ruas, muitos assaltos e a fábrica da Antártica como maior ícone do abandono da memória industrial da cidade.É neste lado "norte coreano" da Mooca que existe uma adorável capela quase centenária frequentada pelos moradores da região, que está correndo risco de ser demolida desde que foi vendida pela instituição mantenedora para uma empresa.Localizada na rua Dom Bosco e inaugurada em agosto de 1936 a capela Dom Bosco foi construída pelos salesianos seguindo iniciativas similares anteriores, como o Liceu Coração de Jesus e o Colégio de Santa Inês, ambos no centro da capital. O novo espaço era uma expansão da entidade para o leste paulistano e contava além da capela um edifício com escola para crianças e até adultos, além da profissionalizante.Tão logo foi aberta a nova instituição tornou-se referência na Mooca rapidamente preenchendo todas as vagas por filhos de moradores da região, bem como adultos aproveitando para iniciarem ou retomarem os estudos. A capela, por sua vez, estava sempre cheia com atividades que iam de batizados a missa de intenção de almas, passando pelas cerimônias de batismo e primeira comunhão.A importância do Instituto Salesiano São Francisco de Assis e da capela Dom Bosco foi tão grande na região, que já em 1937 a câmara municipal determinou a mudança do nome da rua onde fica a entidade de Xingu para Dom Bosco, como forma de reconhecimento.Os salesianos permaneceram com forte atividade no local por décadas, chegando a abrir uma editora no prédio do instituto. Até o início dos anos 1980 a escola se mantinha gratuita para todos, tendo como único custo a compra dos uniformes. No final da mesma década a entidade passou a ter problemas financeiros e passou a cobrar mensalidades. Encerrou as atividades em 1996.Durante a pandemia numa decisão que surpreendeu fiéis e moradores da região a entidade mantenedora acabou por vender toda a área para a Radial Rolamentos, também estabelecida na Mooca. No início a empresa comprometeu-se em manter a capela aberta, porém aos poucos o discurso foi mudando e a empresa não permitiu mais seu funcionamento alegando – de acordo com fieis frequentadores – que o imóvel oferece risco. Até mesmo o busto de Dom Bosco que ficava na fachada foi retirado do local, aumentando ainda mais o temor pela demolição da pequena igreja.A insensibilidade da empresa aos apelos de moradores, frequentadores e defensores do patrimônio da Mooca levou a Emerson Facundini, farmacêutico, ex-aluno do colégio e batizado na capela Dom Bosco a abrir um abaixo-assinado pedindo a reabertura do templo e sua preservação, juntando até o momento quase 900 assinaturas.O documento chegou até as mãos de Ana Marta Ditolvo, docente da FAAP e especialista em preservação do patrimônio histórico que, indignada com a possibilidade de ver a Mooca perder mais um bem histórico relevante, decidiu entrar com o pedido de tombamento da capela. Ela preparou um dossiê reunindo dados e imagens para provar a relevância e necessidade de preservação e protocolou a solicitação junto à prefeitura paulistana.Este colunista contatou a Secretaria Municipal de Cultura sobre o andamento do estudo de tombamento da capela, que informou que o pedido ainda encontra-se em análise pelo Núcleo de Identificação e Tombamento do departamento do patrimônio histórico – DPH-NIT – ainda sem previsão de ser pautado para apreciação e deliberação pelo CONPRESP.Já a Radial Rolamentos, proprietária da capela, foi consultada por telefone e não respondeu aos questionamentos, afirmando que um responsável da empresa retornaria as ligações, o que não aconteceu até o fechamento desta coluna.Preservar a capela e mantê-la reaberta é fundamental para essa região da Mooca, tão carente de patrimônios culturais preservados e bem menos badalada que a parte do bairro do outro lado da linha férrea. Mais | 2023-08-02 13:36:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/sao-paulo-antiga/2023/08/capela-dom-bosco-na-mooca-corre-risco-de-ser-demolida.shtml |
Suposta denúncia de garoto de programa contra ex-SBT é ponto baixo da imprensa brasileira | Os sites que cobrem celebridades são pródigos em manchetes inócuas, que anunciam fatos banais como se fossem notícias relevantes. Um marco do gênero é o célebre "Caetano estaciona no Leblon".A ânsia de gerar cliques também faz com que a intimidade dos famosos seja devassada. Foi o que aconteceu com a atriz Klara Castanho, que teve um segredo exposto e foi julgada em praça pública. Mais Algo semelhante está acontecendo agora. Um garoto de programa procurou um jornalista para "denunciar" um cliente, ex-apresentador do SBT, que teria defecado durante o ato sexual. Não demorou para o próprio profissional do sexo revelar o nome do suposto cliente, quebrando o código de honra que rege seu ofício.Diversos sites repercutiram a "denúncia", como se se tratasse de um crime grave. Não, não é, assim como não é crime contratar os serviços de um prostituto. Grave mesmo é tratar como verdadeira uma história da qual não há a menor prova. Só as palavras do garoto de programa.Mesmo se houvesse provas, e daí? A quem interessa saber disso? O caso é um exemplo fulgurante da categoria "mais do que queríamos saber".Figuras públicas estão mesmo mais expostas do que pessoas comuns: é um dos ônus do sucesso. Mas não é possível que não haja limites. O que alguém faz entre quatro paredes, obviamente com o devido consentimento de todos envolvidos, é problema só dele.O pior é que este episódio pode ser mentira, pura e simples. O tal do apresentador tem lá seus desafetos, e talvez esteja sendo vítima de uma armação. Não tenho a menor admiração profissional pelo cara, mas ninguém merece passar pelo que ele está passando.Jornalismo sério não publica boatos. Tudo tem que ser checado e rechecado, pois o potencial de dano costuma ser grande. O caso da Escola Base, em que inocentes foram execrados por causa de reportagens mal elaboradas, deveria nos servir de alerta. Mais Mas, quando o assunto é a vida pessoal de uma celebridade, parece que vale tudo. Muitos famosos contribuíram para isso, ao escancarar detalhes privados nas redes sociais ou em entrevistas a podcasts. Agora o público se acha no direito não só de saber absolutamente tudo, como também de julgar tudo e cancelar quem não andar na linha.Sim, criamos um monstro. Cabe a nós, jornalistas de entretenimento, manter o nível elevado e não ceder à tentação da baixaria. A lama gera engajamento e repercussão, mas também costuma tragar quem se aproxima dela.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Tony Goes tem 62 anos. Nasceu no Rio de Janeiro, mas vive em São Paulo desde pequeno. Já escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. E atualiza diariamente o blog que leva seu nome: tonygoes.com.br | 2023-08-02 12:50:00 | colunistas | Colunistas | https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/tonygoes/2023/08/suposta-denuncia-de-garoto-de-programa-contra-ex-sbt-e-ponto-baixo-da-imprensa-brasileira.shtml |
Por que todos os países da União Europeia usam o IVA | A maioria dos seis países originais da União Europeia usava diferentes formas de tributação indireta, a maioria com impostos em cascata. Isso criava um entrave à ideia de ter um mercado único, segundo a Comissão Europeia.Quando há impostos em cascata (tributo incidindo sobre tributo) é impossível determinar o valor real do imposto efetivamente incluído no preço final do produto. Com isso, há o risco de um país subsidiar (deliberada ou acidentalmente) suas exportações, superestimando os impostos reembolsáveis. Normalmente, a venda a outros países é desonerada com a devolução do tributo recolhido na cadeia de produção.Para criar um mercado único e eficiente, segundo a União Europeia, era necessário um sistema tributário transparente, que garantisse a neutralidade tributária e permitisse o desconto do valor exato do imposto de exportação."O IVA permite a certeza de que as exportações são totalmente e transparentemente isentas de impostos", diz a Comissão Europeia em suas explicações sobre o funcionamento do tributo.A legislação da UE exige que a taxa geral do IVA seja de pelo menos 15%. A alíquota reduzida deve ser de pelo menos 5%, aplicada a uma lista de bens e serviços (e não de setores) definida pelos próprios países. Alguns mantiveram outras taxas para produtos específicos.A Comissão Europeia é responsável por assegurar a correta aplicação das regras. Mais | 2023-08-02 11:49:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/que-imposto-e-esse/2023/08/por-que-todos-os-paises-da-uniao-europeia-usam-o-iva.shtml |
Microfone que Cardi B jogou em fã é leiloado e já recebe lance de mais de R$ 145 mil | O microfone que a cantora Cardi B arremessou na direção de uma fã foi colocado em um leilão. E os lances já ultrapassam a casa dos R$ 145 mil. Até o momento foram mais de 40 deles.Ao TMZ, Scott Fisher, o proprietário da produtora de áudio The Wave in Sin Citynos que é dona do microfone, disse que decidiu leiloar o objeto para beneficiar algumas instituições de caridade, dentre elas uma que ajuda adolescentes e jovens adultos com necessidades especiais.De acordo com Fisher, o preço original do objeto está em torno dos R$ 4.785 pela cotação atual. Os lances poderão ser dados até a próxima terça-feira (8). Mais Segundo informações obtidas pelo Variety, após a artista ter atirado um microfone em um membro da plateia, o Departamento de Polícia Metropolitana de Las Vegas confirmou que uma mulher relatou ter sido vítima de agressão."No dia 30 de julho de 2023, um indivíduo compareceu a uma delegacia para denunciar uma agressão", declarou o Departamento de Polícia. "Conforme a vítima, ela estava participando de um evento em 29 de julho de 2023, em uma propriedade localizada no bloco 3500 da Las Vegas Boulevard. Durante um show, ela foi atingida por um objeto lançado do palco."Apesar do incidente, até o momento não foram feitas prisões ou aplicadas multas relacionadas ao caso. Segundo relatos e vídeos postados online, o ato de arremessar o microfone aconteceu após um espectador ter lançado uma bebida em direção à cantora durante o show. A identidade do indivíduo que atirou a bebida e da pessoa que relatou ter sido atingida pelo microfone ainda não foi revelada.Anitta defendeu Cardi B do ataque de fúria. "Agora as pessoas estão fazendo isso para hypar na internet, jogando coisa no artista que está no palco. Me dá um ranço, me dá um ódio. Me sobe um negócio aqui", disse a brasileira em vídeo publicado em suas redes sociais. Anitta fez um feat com Cardi B na música "Me Gusta". | 2023-08-02 09:31:00 | voceviu | Você viu | https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/08/microfone-que-cardi-b-jogou-em-fa-e-leiloado-e-ja-recebe-lance-de-mais-de-r-145-mil.shtml |
'Kimbi' cria viagem psicodélica por uma Angola urbana e ancestral | Um semáforo de trânsito reluz com as três luzes amarelas. Pichações nos muros. Cabelos com dreads, turbantes estampados, calças coloridas. Placas alertam para animais na pista. Casas com telhados de palha, baobás ancestrais. Tênis All Star frente a frente a pés descalços. Tudo com cores gritantes. Rosa-choque. Laranja-radioativo. Azul-césio-137.É essa atmosfera psicodélica que brota das páginas de "Kimbi e a Magia da Floresta". Escrito pelo angolano Fernando Carlos e ilustrado pelo brasileiro Kel, o livro infantojuvenil mais do que usa um visual pop e lisérgico para apresentar os dois contos que formam o título. Ele une o que há de mais urbano em Angola a uma África ancestral e coloca tudo no liquidificador. O kuduro se mescla às matas, o futebol é jogado em aldeias e carros dividem páginas com animais falantes.Mas vamos começar do início. "Kimbi", o primeiro texto, apresenta dois irmãos angolanos: Yala e Wime. Ambos estão prestes a visitar pela primeira vez a aldeia Nzoji, no interior, onde mora o avô deles.Numa viagem de carro com toques de road trip, surgem pássaros, grilos, árvores velhas e palavras distantes do português brasileiro, como cubata (tipo de choupana) e palanca (nome para diferentes antílopes). Mas é na chegada que os irmãos conhecem aquele que dá força ao conto —Kimbi, um menino "semelhante a um pássaro livre", conhecido por todas as árvores e todos os animais. Mais Esse choque entre a Angola cosmopolita e a cultura tradicional do país forma o encontro entre os irmãos da cidade e o garoto da aldeia. Yala e Wime ensinam Kimbi a jogar futebol e a dançar kuduro, o famoso ritmo angolano. Em troca, o rapazinho apresenta os bichos e as danças folclóricas. Até que Wime acaba batucando o kuduro no casco de um cágado.Mas os encontros culturais ganham ainda mais contornos nas ilustrações de Kel. Do outro lado do Atlântico, o artista brasileiro une o pop à tradição e faz do livro um caleidoscópio. Os desenhos abusam de cores vibrantes e apresentam mais ou menos as mesmas formas, mas sem nunca serem iguais. As personagens, por exemplo, nem sempre apresentam os mesmos rostos. A cada virar de página, os elementos são embaralhados e algo novo surge. Algo inédito, mas familiar ao mesmo tempo. Já o segundo conto é "A Magia da Floresta", em que animais falantes precisam reconstruir a mata onde vivem, após a destruição de uma tempestade. O plano não é só fazer um restauro físico, com novas árvores e rios, mas fundar uma nova forma de sociedade. Ou, como discursa a formiga, o desejo é criar uma floresta baseada na união e no amor ao próximo.O texto ressoa com menos potência do que o anterior justamente pela falta de choque ou de conflito interno. Os animais buscam se contrapor à sociedade capitalista, utilitarista, predatória e cruel. Mas fazem isso com a mais perfeita harmonia do primeiro ao último parágrafo.Os bichos decidem refazer a floresta em comum acordo, o Leão clama que o Veado tem razão, todos se molham nas águas da amizade, o Macaco dorme com a Zebra, a Cadela se casa com o Gato e assim por diante, numa revolução dos bichos que abusa de tons didáticos e mensagens moralizantes.Mas, se o texto anda em círculos, as ilustrações se aproveitam desse vácuo. As imagens crescem ainda mais ao mostrar um antílope com terceiro olho, cogumelos brilhantes, mandalas aborígenes e toda uma psicodelia visual.Isso faz com que a sensação ao terminar o livro seja parecida com a dos animais no casamento entre a Cadela e o Gato, que fecha o conto. Já no fim da festa, todos surgem embriagados por causa do maruvo, bebida tradicional angolana feita da seiva fermentada de plantas. A desorientação chega ao ponto de o Veado declarar amor à Pacaça (um bovino), pensando que ela fosse a Palanca.Assim como as personagens, nós, leitores, também acabamos um pouco "maruvados" ao chegar às últimas páginas, sem saber exatamente onde acaba Luanda, começa a floresta e surge o Brasil —e, no fim, isso pouco importa. | 2023-08-02 09:00:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/era-outra-vez/2023/08/kimbi-cria-viagem-psicodelica-por-uma-angola-urbana-e-ancestral.shtml |
Estado caro | Levantamento publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que o número de servidores públicos no Brasil não é elevado segundo padrões internacionais. Os dados, que confirmam estudos anteriores sobre o tema, ajudam a qualificar o debate a respeito das distorções do funcionalismo nacional.De acordo com o Atlas do Estado Brasileiro, há 11,3 milhões de funcionários na União, nos estados e nos municípios, o equivalente a 12,5% de um total de 91 milhões de trabalhadores do país. Trata-se de patamar inferior aos de nações ricas como Reino Unido (22,6%), França (20,3%), EUA (13,6%) e aos de vizinhos como Argentina (19,3%), Uruguai (16,9%) e Chile (13,1%).Números do gênero têm sido usados desde os anos 2000 para rebater críticas mais e menos fundamentadas às dimensões do setor público brasileiro —ou mesmo para defender a ampliação do quadro de pessoal do governo. Entretanto é preciso adicionar outras considerações à análise.Por si só, o quantitativo total pouco esclarece se há falta ou excesso de servidores. É plausível que haja carências em determinados setores e regiões, como no caso de médicos para o Norte e o Nordeste, e superabundância em outros.Não resta dúvida, contudo, que o funcionalismo brasileiro está entre os mais caros do mundo, devido a salários acima da média do setor privado e outros privilégios.Segundo a base de dados do Fundo Monetário Internacional que permite comparar estatísticas orçamentárias, nosso gasto público com pessoal, incluindo contribuições sociais e previdenciárias, correspondeu a 11,9% do Produto Interno Bruto em 2021, depois de uma redução forçada por contenção de salários —em anos anteriores, a cifra ficava na casa dos 13%.Esse dispêndio supera com folga o de países com relativamente mais servidores, como Reino Unido (9,4%), Estados Unidos (8,5%), Alemanha (7,9%) e Chile (6,8%). Dito de outro modo, funcionários públicos se apropriam de uma parcela muito elevada da renda nacional.Outra questão importante se refere à qualidade do serviço prestado. Esse tipo de aferição é decerto complexa, mas indicadores do país em educação e saúde, por exemplo, sugerem que o gasto nessas áreas é pouco eficiente.Tudo considerado, uma reforma administrativa deveria fazer valer um teto salarial, reduzir remunerações iniciais e limitar o alcance exagerado da estabilidade no emprego —não para promover demissões em massa, mas para elevar a produtividade do Estado.editoriais@grupofolha.com.br | 2023-08-01 22:00:00 | opiniao | Opinião | https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/08/estado-caro.shtml |
Inquérito falho | Terminou de forma previsível, mas nem por isso satisfatória, o inquérito militar que investigou possíveis falhas da caserna na proteção do Palácio do Planalto em 8 de janeiro, quando apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) atacaram os prédios dos três Poderes em Brasília.A culpa pela falta de resistência aos vândalos não é das tropas, conclui a apuração; os indícios sugerem que a responsabilidade recai sobre o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), diz o documento.Ainda segundo o relatório, teria sido possível evitar a invasão do palácio ou minimizar os estragos com um planejamento adequado —incumbência da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial e do Departamento de Segurança Presidencial, ambos no organograma do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).Não se devem descartar como inválidas tais conclusões. Chama a atenção, porém, que, a julgar pelo inquérito, é como se militares jamais tivessem sido permissivos com acampamentos golpistas em frente a quartéis e como se fardados não tivessem integrado a malta que depredou edifícios públicos.A investigação tampouco parece capaz de atinar com a possibilidade de membros da caserna terem ligações mais explícitas com a trama antidemocrática —conjectura simples quando se tem em mente o arsenal teórico encontrado no celular do tenente-coronel Mauro Cid e seus diálogos com o coronel Jean Lawand Junior.Dado o histórico de corporativismo dos militares, não seria de esperar que esse inquérito apontasse para outra direção. É lamentável, mesmo assim, que os fardados nem se mostrem interessados em provocar uma grata surpresa na sociedade e conduzir uma apuração com espírito republicano.Para ficar num único exemplo, por que o general Carlos Feitosa Rodrigues não foi ouvido, se, à época, ele chefiava a malfadada Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial? Não custa lembrar, Feitosa chegou ao cargo em 2021, na gestão do bolsonarista general Augusto Heleno, e lá foi mantido pelo general Gonçalves Dias.Mas o Exército não considera necessário responder a essa pergunta. Assim como, ao que tudo indica, não parece ter empregado todo o rigor necessário em uma investigação de grande peso para o país. Tudo o que se pede, desde o infame 8 de janeiro, é que os responsáveis sejam punidos, nos termos da lei.Para tanto, precisam ser identificados em inquéritos abrangentes e balizados pelo Estado de Direito, sem sanha persecutória nem proteção corporativista. Não é muito.editoriais@grupofolha.com.br | 2023-08-01 22:00:00 | opiniao | Opinião | https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/08/inquerito-falho.shtml |
'Ultraprocessados do bem': ideia tão vazia quanto esses alimentos | VÁRIOS AUTORES (nomes ao final do texto)A área da nutrição tem um clichê tão frequente que virou piada. Ovo faz mal? Respostas a perguntas como essa vão sempre variar, dando a impressão de que alimentos específicos são ora benéficos, ora maléficos. Isso porque estudos que avaliam o efeito de alimentos isolados na saúde não têm reflexo na realidade. Não os comemos isoladamente, mas combinados em refeições. Por isso, a epidemiologia nutricional se dedica à análise de padrões alimentares.A ciência tem mostrado que o padrão alimentar baseado em ultraprocessados está associado a um maior risco de desenvolvimento de doenças crônicas. Diabetes e hipertensão são exemplos. Trata-se de um conhecimento estabelecido e que influencia políticas públicas, como na recente lei que proíbe a venda de ultraprocessados nas escolas da cidade do Rio de Janeiro.Em sua coluna nesta Folha, no entanto, Bruno Gualano questiona o impacto negativo dos ultraprocessados na saúde ( "Alimentos ultraprocessados do bem?" , 1º/7). Para isso, volta ao clichê da análise de alimentos isolados. O texto defende que ultraprocessados não são todos igualmente nocivos, citando um estudo que associa subgrupos desses alimentos a uma menor incidência de diabetes. Segundo ele, existiriam, então, ultraprocessados aptos a compor uma alimentação saudável.Especialista em fisiologia do exercício, Gualano se rende à prática do "nutricionismo" (nutrição + reducionismo). É a ideia de restringir a componentes menores —nutrientes ou alimentos isolados— o pensamento sobre a alimentação. Os mecanismos que associam ultraprocessados ao desenvolvimento de doenças vão além da mera composição nutricional. Mais Formulações industriais com pouco ou nenhum alimento de verdade, ultraprocessados são marcados pela destruição da matriz alimentar de seus ingredientes (em geral, commodities). Resultam em uma mistura de fragmentos —como o amido do milho e o óleo da soja— sem cor, sabor ou textura, o que exige a inclusão de aditivos cosméticos: os corantes, edulcorantes e emulsificantes, dos quais a ciência vem revelando efeitos nocivos a longo prazo.Excessos de açúcar e gordura conferem uma alta densidade energética, levando ao sobrepeso e à obesidade. Um ajuste fino entre esses ingredientes afeta os mecanismos cerebrais de recompensa, levando à adicção alimentar. Mais Importa, ainda, o que está ausente nesses alimentos, como os fitoquímicos de vegetais, atuantes na prevenção de doenças. Ou mesmo a textura: ultraprocessados são sempre macios, o que é deletério principalmente para crianças, cujo bom desenvolvimento depende da diversidade de consistências. Quem come ultraprocessados, aliás, acaba não comendo mais nada: eles substituem nossas refeições tradicionais.Alimentação também envolve economia, política, ecologia. Gualano aponta que "ultraprocessados do bem" são caros e que os que chegam à mesa dos brasileiros são "o que resta de pior". Para além do preço, esses alimentos fomentam um sistema alimentar insustentável, incentivando grandes monoculturas, impactando a saúde ambiental e degradando culturas alimentares. Em um país rico e biodiverso como o Brasil, de onde brota comida de verdade, não faz sentido identificar opções menos piores de alimentos que têm, sem dúvidas, nos adoecido.Carlos Augusto Monteiro Coordenador emérito do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP) Patricia Constante Jaime Coordenadora científica do Nupens/USP e professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP (FSP/USP) Maria Laura da Costa Louzada Vice-coordenadora do Nupens/USP e professora do Departamento de Nutrição da FSP/USP Renata Bertazzi Levy Pesquisadora do Nupens/USP e do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USPTENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 2023-08-01 22:00:00 | opiniao | Opinião | https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/08/ultraprocessados-do-bem-ideia-tao-vazia-quanto-esses-alimentos.shtml |
Fernando Haddad tem baixado a guarda de gregos e troianos, diz leitor | Fernando Haddad Mesmo eu, que tenho graves restrições ao PT, reconheço que a humildade de Fernando Haddad tem baixado a guarda de gregos e troianos. Num estilo suave, mas insistente, vai levando sua pesada missão adiante, inclusive com discordâncias de seus "amigos", principalmente seu chefe que, a cada palavra, coloca uma gota de ódio no caldeirão que me parece cada vez mais quente. Geraldo de Paula e Silva (Teresópolis, RJ)Presente "Haddad ganha onça dourada da Arábia Saudita, mas vai devolver item; veja foto" (Mercado, 31/7). Se é do povo brasileiro, todos esses presentes deveriam ficar expostos permanentemente em museu aberto a visitação pública. Ruth Rutman (São Paulo, SP)Já podemos chamar a Arábia Saudita de amiga da onça? Maria Lúcia Bergami (Lins, SP)Necessidades "Bolsonaro diz que com dinheiro de Pix pode pagar contas e tomar caldo de cana" (Política, 29/7). O tempo é o senhor da razão. Ana Cintia (Rio de Janeiro, RJ)Espero que tome caldo em cana. Roberto Amaral (Rio de Janeiro, RJ)Ação policial "Operação da PM em Guarujá deixa ao menos 10 mortos, diz Ouvidoria" (Cotidiano, 30/7). Três momentos terríveis: a morte do policial, a chacina cometida pela polícia, que se acha no papel de justiceira, e um bando de vingadores da extrema direita brasileira comemorando o extermínio de pessoas inocentes. Jose Olinda Braga (Fortaleza, CE)Como cidadã, entendo que, se há suspeitos, esses devem ser ouvidos diante de seus advogados e se a culpabilidade for comprovada, devem ser punidos em conformidade com a lei. No mais, é apenas vingança e abuso. Maria Dolores de Nunes (São Paulo, SP)Funcionalismo "Brasil tem menos servidores que EUA, Europa e países vizinhos" (Mercado, 30/7). Até que enfim uma reportagem honesta com o funcionalismo público. Quanto mais uma população cresce e um país se desenvolve, mais demanda por serviços públicos surgem; assim, a lógica deve ser aumentar e não diminuir o serviço público, que desde os anos 1990, ou seja, já por mais de 39 anos, tem sido achatado no Brasil. Marciano Alves (Recife, PE)Deveriam ter informado o custo do funcionalismo público em proporção ao PIB de cada país. É o que o pagador de impostos quer saber. Gladstone Britto (Cuiabá, MT)Apuração "Inquérito militar livra tropas e aponta erro do governo Lula no ataque de 8/1" (Política, 31/7). Mais uma vez, tapou-se o Sol com uma peneira que poderia ter um uso mais digno: eliminar o joio do trigo dentro do Exército. Derocy Giacomo Cirillo Silva (Curitiba, PR) Mais Narrativas "Carcereiros da arte" (Lygia Maria, 30/7). A literatura é linda por suas fantasias. Hoje em dia é tudo tão chato que querem tirar a essência poética romântica das narrativas, onde nossa sensibilidade caminha lado a lado com seus autores. Terezinha Dias Rocha (São Paulo, SP)Nasci em fins dos anos 1960 e minha imaginação também foi construída pela audição e leitura dos contos de fadas. Aprendi com eles que deveria procurar um príncipe e, quando o achasse, minha função seria fazê-lo feliz. Jamais quis ter sido "formada" por histórias que me ensinaram o seguinte: meu próprio desejo deveria ser pautado pelo desejo do outro que busquei. Susanne Walker (São Paulo, SP)Período escolar "Adolescentes vão sonâmbulos para a escola" (Becky S. Korich, 31/7). Nunca entendi a razão deste horário. Por que as aulas não poderiam iniciar às 8 horas, pelo menos? É algo meio óbvio. Melhoraria, inclusive, para os professores, fora os benefícios para o aprendizado. Quando fiz o ensino médio, optei pelo período vespertino. O desempenho nos vestibulares foi bem melhor, em média, para aqueles que escolheram este período. Celso Augusto Coccaro Filho (São Paulo, SP)Apreciação de poucos "Queijeiros da Itália resfriam suas vacas para manter o leite fluindo" (Mercado, 31/7). Poluindo a Terra com mais gastos em energia e desperdício de água para produzir gordura animal que só os mais endinheirados podem comer. Aderval Rossetto (Catanduva, SP)Bagagem cultural "Barbie para quê?" (Ilustrada/Ilustríssima, 30/7). Os pontos de vista psicológicos à volta da película expostos são interessantes em razão de ilustrarem um típico caso no qual a história de vida da pessoa influencia sua apreciação de determinado trabalho artístico. João Paulo Zizas (São Bernardo do Campo, SP) Mais Exclusão "SP abre mão de verba para material didático e usará só livro digital a partir do 6º ano" (Educação, 31/7). Meus alunos egressos da rede pública tiveram imensa dificuldade para acompanhar os estudos durante a pandemia porque tinham acesso bastante restrito aos meios digitais. Agora esse governador inventa essa barbaridade. Anna Cristina Camargo (São Paulo, SP) | 2023-08-01 21:07:00 | paineldoleitor | Painel do Leitor | https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2023/08/fernando-haddad-tem-baixado-a-guarda-de-gregos-e-troianos-diz-leitor.shtml |
Turistas lotam zoológico chinês após vídeo de urso gerar suspeitas sobre pessoa fantasiada | Um zoológico na província chinesa de Zhejiang, no leste do país, está atraindo visitantes depois de um vídeo mostrar um de seus ursos em atitudes tão tipicamente humanas que internautas sugeriram que se trata de uma pessoa vestindo uma fantasia.Segundo o veículo de imprensa local Chao News, o número de visitantes do Zoológico de Hangzhou subiu 30%, para cerca de 20 mil por dia, depois de o vídeo de um urso-malaio fêmea, chamada Angela, ter viralizado nas redes sociais chinesas no fim de semana."Após ver esta ursa de pé na internet, queria ver como ela parecia na vida real, então vim até aqui", afirmou um homem chamado You, que disse ter acreditado apenas parcialmente no vídeo postado nas redes sociais. "Depois de termos visto o vídeo na internet, tomamos o trem de alta velocidade em Suzhou para ver a ursa. Viajamos a noite toda para chegar aqui. Ursos são muito fofinhos."O vídeo foi postado na quinta-feira (27) e mostra a ursa totalmente em pé e esticando seu pescoço para interagir com os visitantes, antes de sentar-se. Na hora em que Angela estava em pé, internautas questionaram o que parecia ser uma fantasia. "Se for fake, merece um Oscar de efeitos visuais", disse um internauta na rede social Weibo.O zoológico disse em sua rede social e em entrevistas para a imprensa local que Angela não é humana. "Nosso zoológico é público, então esse tipo de situação não ocorre", afirmou um funcionário. "A temperatura no verão é de quase 40 graus, então se você colocasse uma fantasia não demoraria mais de alguns minutos para a pessoa desmaiar." | 2023-08-01 21:41:00 | voceviu | Você viu | https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/08/turistas-lotam-zoologico-chines-apos-video-de-urso-gerar-suspeitas-sobre-pessoa-fantasiada.shtml |
O poder genuíno da inspiração | A moça sacolejava as mãos com os braços bem para o alto. Sorria largo e olhava para mim com um jeito de surpresa boa, como se avistasse alguém sob o efeito de saudade. Eu não fazia ideia de quem era e fiquei com aquela sensação de quem duvida que é você mesmo o alvo do entusiasmo.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...Nos perdemos por alguns momentos, mas, num repente, ela estaciona sua cadeira de rodas ao lado da minha. Tinha tatuagens bonitas pelo corpo e uma certa ofegância na fala. Despretensiosa, contou a vida num intervalo de menos de dez minutos."Oi, Jairo, eu sou a Selma, você não me conhece, mas eu te conheço bem. Leio seus textos há um tempão. Sou do interior da Bahia e criei coragem de me mudar para São Paulo com os relatos que você sempre fez."Fiquei meio sem jeito com aquela declaração, ao mesmo tempo que comecei a maquinar o tanto de poder que existe numa inspiração. O que vem do outro pode nos dar alguma segurança, pode abrir janelas de novos ares, pode, mesmo, até fazer a gente arrumar as malas."Eu não achava, antes de te ler, que dava para ter uma vida numa cidade grande, que dava para conseguir um trabalho, ter uma casa, conhecer novas pessoas. Lá no interior tudo era muito mais complicado para uma cadeirante. A gente é meio invisível."Afrontar a invisibilidade talvez tenha sido mesmo algo que sempre busquei. E há uma perversidade embutida em apagar pessoas com deficiência: eles "dão trabalho", demandam demais, são diferentes demais, precisam de coisas demais. Melhor que não estejam.Falando nisso, um aparte para não perder a onda. É linda a cena da Barbie cadeirante dançando no filme cor-de-rosa, mostrando o poder das diferenças. Gostei da representatividade, embora a trama siga o modelo de outras vertentes de inclusão que "colocam lá" alguém que mostre o diverso sensorial ou físico, mas com zero protagonismo. Mais Mas, não dá para negar, se um caboclo quase careca e fabricador de parágrafos como eu atingiu alguma coisa no coraçãozinho da Selma, uma Barbie malacabada, numa das obras mais vista do ano pelo mundo, pode ajudar bem a alterar o rumo de rio de exclusões.Sou absolutamente avesso ao discurso de cegos, surdos, tetraplégicos, arruinados das partes em geral se tornem "exemplos" para outras realidades, como se os tremendos apertos, as angustiantes dores e os ácidos preconceitos enfrentados fossem motor –e não suplícios— para a existência.O exemplo embute a ideia de algo a seguir e um dos princípios da diversidade é justamente o contrário, é cada um poder seguir seus caminhos como pode, como quer, como anseiam seus desejos e sua alma. Inspirar é algo diferente. Inspirar é como pegar o lápis para começar um rascunho.Gosto de pensar que afora o entusiasmo do ego, inspirar alguém com propostas de novas narrativas sobre possibilidades de conquistar espaços de cidadania e completude –à base de muito rugido, que fique claro— pode ter efeitos duradouros, com lastro nada vinculado a visualizações e audiência, mas com amplitude inimaginável.O inesperado encontro com Selma e os rodopios da Barbie a bordo de sua cadeira de rodas me deram uma emoção generosa sobre minha própria trajetória, que não teve lá muito espelho e quase nada de pink, mas que segue me rendendo palavras, movimento e atrevimento para querer mudar o mundo. | 2023-08-01 17:53:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/assim-como-voce/2023/08/o-poder-genuino-da-inspiracao.shtml |
Por que a PM sempre ganha frango assado na padaria? | Todo sábado e todo domingo, a esquina do lado de casa enche de gente com um papelzinho de senha na mão, esperando a vez de pegar comida. Lá fica um açougue que, aos fins de semana, vende churrasco, farofa, vinagrete e similares.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...Junto com as pessoas, vêm seus carros. São picapes, SUVs, sedãs de luxo e a viatura da Polícia Militar. Não falha: os PMs sempre aparecem.Ficam vários minutos, às vezes um par de horas, o carro parado e aberto, observando a situação com cara de prisão de ventre. Enquanto isso, outros veículos bloqueiam a calçada e estacionam no ponto de ônibus da rua transversal.Uma vez interpelei um policial e lhe disse que aqueles carros estavam em lugar proibido. Ele não falou nada, mas seu olhar odiento transmitiu uma mensagem bem clara: "Como eu queria te dar uns sopapos e te levar preso por desacato".Mas ele não podia. Não naquela situação. Eu sou branco e, apesar de molambento, estava claro que residia na região. Ele precisava de um desacato maior para me enfiar no camburão. Se eu insistisse em cobrar que fizessem seu trabalho, talvez lhe desse motivo. Não insisti. Não sou tão burro.Enfim, os guardas vão embora com sacolas recheadas de carne. É assim quase toda semana.Quem nunca presenciou cena semelhante? O carro de polícia para em frente a uma padaria. Os meganhas trocam umas palavras com alguém no balcão, pegam um frango assado e vão embora.Eu não acredito que seja extorsão explícita. Mais Os comerciantes querem proteção especial e por isso dão agrados aos policiais. Estes, sabendo disso, fazem a ronda dos estabelecimentos e ficam à toa, como se não quisessem nada, às vezes bicando um cafezinho.É assim que funciona a segurança pública nos bairros ricos das cidades brasileiras. O comércio oferece cortesias à polícia, que reforça a presença nessas áreas e tolera infrações de trânsito e outras. Nestes tempos, nenhum jovem branco vai preso por fumar maconha em Perdizes ou em Pinheiros.A lei parece ser diferente nas favelas e periferias.Como se viu nas chacinas do Guarujá e da Bahia, a polícia prossegue com a política de chegar atirando. As abordagens são feitas aos murros e pontapés.As classes alta e média-alta silenciam. Muitos aplaudem. É para isso mesmo que eles dão frango assado para os gambés. | 2023-08-01 17:45:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/cozinha-bruta/2023/08/por-que-a-pm-sempre-ganha-frango-assado-na-padaria.shtml |
Edição bilíngue reúne principais textos dos Evangelhos apócrifos | O classicista português Frederico Lourenço tem prestado um belíssimo serviço à apreciação literária e histórica das Escrituras judaicas e cristãs nos últimos anos, por meio de suas traduções do Novo Testamento e da Septuaginta (o Antigo Testamento em grego). Já escrevi sobre esse esforço aqui e aqui e reitero que um falante da nossa língua que não saiba grego certamente terá uma experiência muito próxima do texto original ao ler as traduções de Lourenço. Agora, para a alegria do público leitor do nosso idioma, chega ao país "Evangelhos Apócrifos: Gregos e Latinos", mais uma vez com textos traduzidos por ele.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...A edição muito bem cuidada pela Companhia das Letras é bilingue, o que é um atrativo adicional para estudiosos e curiosos dos primeiros séculos cristãos. A reunião de mais de uma dezena desses textos num único volume no Brasil também é algo que eu não tinha visto nas últimas décadas e merece ser comemorado.Os apócrifos congregados na edição são textos que não fazem parte do cânone (a lista oficial) do Novo Testamento bíblico. Alguns, como o Evangelho de Tomé e o Evangelho de Filipe, ajudam a entender a grande diversidade teológica e literária do cristianismo antes que ele se tornasse a religião oficial do Império Romano.Outros, como o Evangelho de Tomé sobre a Infância de Jesus ou o Evangelho de Nicodemos, poderiam ser comparados às modernas "fan fics", com autores tentando ampliar as parcas informações sobre determinados personagens ou passagens dos Evangelhos "oficiais". Alguns acabaram se tornando influências relevantes para a iconografia e o imaginário cristãos, mesmo sem ser canônicos.No canal do blog no YouTube, você pode conferir alguns vídeos sobre esses textos, como o Evangelho de Tomé sobre a Infância de Jesus:O volume traz ainda comentários feitos por Lourenço sobre cada texto. Só nos resta torcer para que o erudito luso se aventure também pela vasta biblioteca de antigos textos cristãos escritos em copta, o idioma do Egito na época romana, e nos brinde com mais traduções de apócrifos! | 2023-08-01 15:52:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/darwin-e-deus/2023/08/edicao-bilingue-reune-principais-textos-dos-evangelhos-apocrifos.shtml |
Juíza reage a queixa-crime e pede apuração sobre desembargador | O desembargador federal Evandro Reimão dos Reis, do TRF-6, ofereceu queixa-crime contra a juíza federal Diana Maria Wanderlei da Silva, do Distrito Federal. Alega que a magistrada suprimiu documento público dos autos e extinguiu um processo, ignorando pedidos para justificar os procedimentos.A juíza alegou interferência do desembargador para limitar sua independência e requereu ao Ministério Público Federal analisar se Reimão cometeu condutas criminosas, como denunciação caluniosa, crime de calúnia e coação processual.Antes da promoção a desembargador, Reimão foi juiz federal no Acre e na Bahia.O desembargador é autor de ação popular que ajuizou em março de 2022. Trata de suposta posse injusta de imóvel da União Federal pelos réus, que reivindicam indenização por terras de domínio do Poder Público. O valor da causa é R$ 150 milhões. Alega que a supressão do documento público constitui, em tese, conduta dolosa, "além de transgredir comezinhas regras de ética e honestidade processuais".A juíza Diana sustenta que o objetivo do desembargador é afastá-la da causa como juíza natural. Numa ação popular, o desembargador pede o "ressarcimento das despesas que alega que teve com a causa". A juíza reproduz contrato privado entre o autor da ação e um advogado, "cujos honorários contratuais entre ambos foram acordados em R$ 11,9 milhões".Diana registra que o desembargador "requereu a condenação, igualmente, de todos os réus ao pagamento ao autor de todas as despesas judiciais e extrajudiciais [serviços contratados], como viagens, hospedagem, fotocópias, perícias".Reimão ajuizou ação popular em face do Ibama, Incra, União e outros, objetivando reconhecer sem valia memoriais apresentados em ação de desapropriação.O processo foi distribuído para um juiz que se declarou suspeito. O substituto legal também se declarou suspeito. Redistribuído, outro juiz se declarou suspeito. Seu substituto legal declinou da competência para o juízo da Seção Judiciária do Acre.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...Só em 14 de março a competência para julgar a ação popular passou a ser da juíza Diana.Ela nega supressão de documento público. Alega que houve cancelamento imediato de "despacho de impulso processual", anterior à sentença.A assinatura por equívoco ocorreu no dia 4 de abril às 16h11. Um minuto depois, ela solicitou o cancelamento do despacho à assessoria. O cancelamento foi confirmado às 16h20.Em 24 de abril, ela extinguiu o processo sem resolução do mérito, por entender que "não há direito a ser protegido pelo procedimento da ação popular", e "inadequação da via eleita"."Ressalto que nunca vi o autor, não o conheço. Nunca tive e não há o mínimo intuito de qualquer prejuízo a quem quer que seja, apenas exerci a minha atividade de julgadora com a minha livre convicção judicante", a juíza registrou.Reimão comunicou à Procuradoria Regional da República no Distrito Federal que ajuizou a ação popular "depois de ter verificado que pessoas estavam reivindicando indenização do Poder Público por suposto desapossamento de terras que se afirmaram proprietários, mas que são de domínio do Poder Público".Segundo ele, trata-se de demanda que vem se arrastando há mais de um ano, e que, até agora, não foi nem sequer apreciado o pedido de liminar. Registra que o "curso judicial extremamente moroso e desencontrado da Ação Popular já evidencia grave anormalidade (...) a percorrer indevidamente quatro cartórios".Em 8 de junho último, Reimão apresentou reclamação disciplinar contra Diana no CNJ. Requereu ao corregedor nacional o afastamento liminar da juíza, ou aposentadoria compulsória, "ante a gravidade da conduta, não somente para restaurar a dignidade do processo, mas, sobretudo, evitar novas ou outras práticas indignas no exercício da função jurisdicional".Por sua vez, Diana requereu ao corregedor nacional que analise se o desembargador "incidiu em conduta que feriu o Código de Ética da Magistratura, valendo-se do cargo público".Ela entende que o autor sempre remete ao cargo que ocupa, "Desembargador Federal" (...), "ora para querer dirigir o processo, ora para influenciar no julgamento e até com indícios de intimidação".À presidente do TRF-6, desembargadora Mônica Sifuentes, Diana pediu que "tome conhecimento da conduta do autor da ação e tome providências que achar oportuno, caso assim entenda".Na cerimônia de posse dos membros do TRF-6, em outubro de 2022, Reimão não referendou a aprovação, por aclamação, dos presidentes e vice do novo tribunal, fixados em resolução do STJ. O desembargador ajuizou reclamação no STF contra o ato administrativo.No dia 9 de maio, a Primeira Turma do STF, por unanimidade, acompanhou o voto da ministra Cármen Lúcia, negando provimento ao recurso, pois reclamação "não é meio processual adequado para o exame de constitucionalidade de leis ou atos normativos". Os argumentos de Reimão, segundo a relatora, "demonstram apenas inconformismo".A PRR-1 informou que recebeu representação (notícia de fato) formulada pelo desembargador federal Evandro Reimão dos Reis. "Os autos, no entanto, tramitam em sigilo".O TRF-1 sugeriu ao Blog que, "como se trata de uma demanda da Seção Judiciária do Distrito Federal, ou seja, da 1ª Instância, peço que seja direcionada à Assessoria do órgão".O CNJ informou que a reclamação disciplinar foi ajuizada em 8 de junho e está em tramitação sob relatoria da Corregedoria Nacional de Justiça.O blog recebeu do desembargador Evandro Reimão, no início de junho, informações e documentos sobre a ação popular. Para assegurar o amplo contraditório, somente agora publica os fatos com as alegações da juíza Diana Wanderlei.Receba no seu email a seleção diária das principais notícias jurídicas; aberta para não assinantes.Carregando... | 2023-08-01 15:10:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/frederico-vasconcelos/2023/08/juiza-reage-a-queixa-crime-e-pede-apuracao-sobre-desembargador.shtml |
Restaurante britânico do século 19 tem fila de espera de quatro anos para almoço de domingo | Cansado de esperar duas horas para almoçar em São Paulo no domingo? Imagine enfrentar 4 anos de fila para um restaurante em Bristol, na Inglaterra. O The Bank Tavern ("A Taverna do Banco") recebe clientes que esperam desde a pandemia de Covid-19 para comer o famoso assado.Segundo o The New York Post, o restaurante, que existe desde o século 19, é o mais difícil do mundo para conseguir uma mesa. O que os clientes realmente buscam é o assado tradicional, servido no almoço de domingo.O prato é uma espécie de bife envelhecido, que ganhou um menu próprio com variações no The Bank Tavern, com ingredientes como cordeiro, barriga de porco assada, lentilhas e vegetais. A casa ganhou o prêmio de melhor restaurante de Bristol em 2019 pelo jornal The Guardian. Mais No website do local, o sistema de reservas está fechado. O dono do pub explicou ao The Guardian como a pandemia aumentou ainda mais a espera."Nós já tínhamos uma fila de espera de seis meses, mas depois [de 2019] todo mundo começou a tentar entrar na lista. Depois, veio a Covid. Quando nós fechamos, decidimos que qualquer um que tivesse reservado conosco teria a reserva garantida. Então, para administrar esse acúmulo, nós fechamos nosso sistema de reservas", disse o responsável Sam Gregory.A pesquisa, feita pela empresa Dojo, também listou outros restaurantes com filas quilométricas. Confira a lista dos 5 restaurantes com as maiores filas de espera do mundo:1- The Bank Tavern, Inglaterra - 4 ano2- Damon Baehrel, EUA - 1 ano3- La Mesita De Almanza, Argentina - 6 meses4- Mesa 1, México - 6 meses5- Disfrutar, Espanha - 5 meses | 2023-08-01 14:08:00 | voceviu | Você viu | https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/08/restaurante-britanico-do-seculo-19-tem-fila-de-espera-de-quatro-anos-para-almoco-de-domingo.shtml |
Ione Reis, artista afro-indígena, usa memórias da infância para colorir obras | O vermelho do urucum e os tons de marrom e amarelo da terra ganham diferentes formas no trabalho da artista afro-indígena Ione Reis, 25.A jovem de Itabatã, sul da Bahia, retrata pessoas negras com cores vibrantes e olhares marcantes, pintando em telas ou paredes memórias da sua infância e histórias contadas por parentes mais velhos.Ela, que começou a se interessar por arte ainda na adolescência, hoje trabalha como educadora social com crianças e jovens de Vitória, capital capixaba, onde vive atualmente. Os encontros são feitos em parceria com escolas da região.Seu objetivo, afirma, é mostrar aos estudantes que crianças e jovens negros podem produzir e consumir arte. Além disso, ela também quer incentivar o uso da pintura como uma forma de autoconhecimento e de expressão."Gosto de trabalhar o autorretrato com eles, é quando olhamos para as tonalidades da pele, para a textura do cabelo, conversamos sobre a noção de beleza também." As oficinas não são restritas a alunos negros, todos são bem-vindos. Mais Reis conta que o trabalho com os jovens é uma forma de retribuir o contato que ela mesma teve durante a adolescência, em um projeto de atividades extracurriculares que oferecia materiais e um espaço da escola para que os estudantes pudessem criar e exibir quadros."Foi a primeira vez que tive contato com um artista mesmo formado, tive a possibilidade de conversar com eles e isso me despertou para pensar que a arte podia ser uma carreira.Reis diz ver a arte como uma forma de transformar os elementos que sempre estiveram ao seu redor em objetos de reflexão. O amarelo e o dourado, por exemplo, ela relaciona à figura de Oxum, divindade de religiões de matriz africana, ligada à beleza, ao ouro e à força feminina. Ela é quem reina sobre as águas doces, como rios e cachoeiras, e em algumas representações carrega um espelho.Ela diz se inspirar nas cores e na simbologia da orixá para que suas obras funcionem como uma espécie de espelho. Segundo ela, o público pode ver ou não beleza naquele retrato, mas ao encarar as obras cada pessoa tem uma impressão diferente e "isso diz algo sobre quem ela é, sobre a bagagem emocional que traz". "Pode ser a lembrança de um momento ou de um familiar, por exemplo."Sua intenção não é fazer retratos realistas, para ela é importante que o público veja pessoas negras retratadas em museus de forma diversa, "não só em retratos de dor".O que você quer ler aqui no blog? Tem alguma sugestão para o Pretos Olhares? Escreva para catarina.ferreira@grupofolha.com.br | 2023-08-01 14:00:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/pretos-olhares/2023/08/one-reis-artista-afro-indigena-usa-memorias-da-infancia-para-colorir-obras.shtml |
Sobre 20 anos da Lei 10.639 e para além disto | Como as expectativas, os projetos de vida, as aspirações e a própria existência de uma pessoa negra, nascida no Brasil, em 2003, ou seja, com 20 anos, poderiam ser marcadas positivamente ou não pela existência de políticas e ações voltadas para a equidade racial?Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...Essa é uma pergunta que nos provoca e precisa nos conectar a uma reflexão profunda sobre os processos de exclusão racial e de que forma podemos combatê-los para criarmos um projeto mais justo de sociedade.Hoje, é preocupante pensarmos que tal pessoa precisou enfrentar a manifestação do racismo estrutural: escapando da violência, uma vez que pessoas negras têm 2,6 vezes mais chances de serem assassinadas que pessoas não negras, segundo dados do Atlas da Violência, de 2021; driblando os desafios na Educação que reserva à apenas 58,3% dos jovens pretos a possibilidade de concluir o ensino médio e mantém tantos e tantos outros fora da escola: 70,8% das pessoas de 4 a 17 anos nessa situação são negras, segundo dados da PNAD, em 2019; chegando até a universidade enquanto parte dos 38% matriculados no ensino superior (tendo alcançado esse estágio da educação por meio de cotas raciais ou não) e, ainda, depois disso, enfrentando muito mais dificuldades do que uma pessoa branca para acessar, permanecer e ascender no mundo de trabalho, que tem apenas 23% (IBGE, 2019) de pessoas negras em cargos de liderança, e que ainda engatinha em políticas de diversidade e inclusão.Os últimos 20 anos tiveram marcos nas políticas públicas e leis voltadas para o enfrentamento das desigualdades raciais, não há dúvidas. E isso aconteceu por conta da luta histórica de pessoas, organizações e, sobretudo, dos movimentos negros. São avanços que devem ser, sim, celebrados, mas também discutidos numa perspectiva crítica no que diz respeito à sua efetiva implementação.Um desses marcos que completa exatamente 20 anos é a Lei 10.639/03, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e estabeleceu a obrigatoriedade do ensino de história e cultura africana e afro-brasileira na educação básica pública e privada. Cinco anos depois, a Lei 11.645/08 instituiu a obrigatoriedade do ensino de história e cultura indígena.Essas são leis que procuraram diminuir o impacto de um currículo atravessado pelo racismo estrutural na permanência, no sucesso escolar e no desenvolvimento emocional e cognitivo de crianças e adolescentes negros, indígenas e quilombolas.Importante ressaltar que, apesar da importância dessa política pública, infelizmente, ainda não foi possível perceber a sua real implementação na maioria das escolas brasileiras. Pesquisa publicada este ano pelo Geledés —Instituto da Mulher Negra— e pelo Instituto Alana, com dados referentes a 21% das redes municipais de ensino do país, constatou que 71% delas realizam poucas ou nenhuma ação para efetivar as leis acima mencionadas.Essa pessoa negra nascida em 2003 precisou, então, lidar com os desafios de um país que não se preparou de forma eficaz para enfrentar as desigualdades raciais e, por isso, não a incluiu em seu projeto de sociedade no passado, no presente e no futuro.E, mesmo que essa pessoa tenha obtido êxito nessa trajetória, seus próximos passos não estão assegurados porque o país parece não estar preparado para lidar com seus desejos, suas necessidades e suas vontades de se realizar como pessoa, estudante, cidadão e profissional de forma digna.Os números aqui apresentados, mais do que ilustrar, ajudam a traduzir a dimensão dos desafios dessa pessoa e nosso desafio como sociedade. Trazer à tona informações desse tipo é importante para que elas possam ser base para o enfrentamento do racismo.Quando falamos de dados contra o racismo, uma dimensão é a de buscar aquilo que evidencia a existência do racismo e que precisa fazer parte das mesas de decisão para que políticas efetivas e específicas sejam criadas e implementadas com foco na superação de desigualdades.Uma outra dimensão importante de ser também levada para as mesas de decisão diz respeito às evidências de boas práticas, exemplos, ações e políticas sistêmicas que, efetivamente, possibilitam combater o racismo.Construir, levantar, monitorar e disseminar conhecimentos sobre aquilo que se contrapõe à perpetuação e ao aprofundamento das desigualdades são informações que poderão nos dizer e nos ensinar como essa pessoa negra, nascida no Brasil, em 2003, pôde enfrentar esses desafios de existência e de desenvolvimento descritos acima e se orientar na construção de uma trajetória mais repleta de oportunidades que criem frestas, rachem os muros e façam crer que restam, sim, ilusões (e utopias) reais de potência sem que seja necessário se temer pelo futuro.O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Neste texto, a escolhida por Helton Souto Lima foi "Extra", de Gilberto Gil. Na gravação, ao vivo com o Baiana System. | 2023-08-01 12:00:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/politicas-e-justica/2023/08/sobre-20-anos-da-lei-10639-e-para-alem-disto.shtml |
Musical 'Leci Brandão - Na Palma da Mão' chega a São Paulo nesta quinta-feira | Acontece de quinta-feira (3) a domingo (6), no Itaú Cultural, em São Paulo, as primeiras apresentações do musical "Leci Brandão – Na Palma da Mão", que reverencia a vida e a obra da cantora e compositora Leci Brandão.O espetáculo, que estreou no Rio de Janeiro, é contado a partir do olhar da mãe da cantora, Dona Lecy, morta em 2019, aos 96 anos, e personagem fundamental na trajetória de Leci Brandão, abordando, além dos dotes artísticos da sambista, sua ancestralidade e sua ligação com a política.A direção do musical é de Luiz Antonio Pilar e o texto é assinado pelo jornalista e escritor Leonardo Bruno. As atrizes e cantoras Tay O’Hanna e Verônica Bonfim interpretam, respectivamente, a filha e a mãe da cantora.Tay e Verônica são acompanhadas no palco pelo ator Sérgio Kauffmann, que representa diversos personagens masculinos na vida da cantora. Entre eles, o líder comunitário Zé do Caroço, inspiração de uma de suas músicas. Outros são Cartola, Antonio Francisco da Silva, pai de Leci, e Flávio Cavalcanti. As canções são interpretadas ao vivo, ao lado dos músicos Matheus Camará (violão, clarinete e agogô), Rodrigo Pirikito (violão, cavaquinho e xequerê) e Thainara Castro e Pedro Ivo (percussão), sob direção musical de Arifan Junior.Composto por canções de Leci, o espetáculo contempla em seu repertório "A Filha da Dona Lecy", "Ombro Amigo", "Gente Negra" e "Preferência", entre outras músicas da artista, como "Tema do Amor de Você", de 1964, sua primeira composição. "Não Falo de Guerra, Nem Falo de Morte", escrita em 1968, foi apresentada no programa de Flávio Cavalcanti (1923-1986), marcando a primeira aparição pública de Lecy. A letra desta música permaneceu a mesma, mas a melodia se perdeu com o tempo. Na montagem do musical, a canção ganhou novo ritmo na interpretação da atriz Verônica Bonfim.Em outra parte do espetáculo, músicas significativas na trajetória da artista, como "Corra e Olhe o Céu", do mestre Cartola (1908-1980), e o samba enredo da Mangueira "História pra Ninar Gente Grande", campeão de 2019, também estão garantidas.O candomblé, muito presente na vida de Leci Brandão, é um dos fios condutores do musical. Filha de Ogum e Iansã na religião africana, Leci passou cinco anos sem gravar desde que se afastou da gravadora Polygram, por não aceitar reescrever suas letras. Em uma consulta às entidades no terreiro, ouviu que tudo ficaria bem. Gravou um disco com seu nome e estourou. Em agradecimento, todos os seus discos tem uma saudação a um orixá.A programação do Itaú Cultural é gratuita. Os ingressos são disponibilizados semanalmente a partir da quarta-feira anterior à apresentação, e devem ser reservados pela plataforma INTI, com acesso pelo site www.itaucultural.org.br.Bom espetáculo!MUSICAL ‘LECI BRANDÃO – NA PALMA DA MÃO’QUANDO Quinta-feira (3), às 20h, e domingo (6), às 19h.ONDE Itaú Cultural, av. Paulista, 149, Paraíso, São Paulo, tel. (11) 2168.1777 e (11) 96383 1663QUANTO Gratuito | 2023-08-01 11:00:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/musica-em-letras/2023/08/musical-leci-brandao-na-palma-da-mao-chega-a-sao-paulo-nesta-quinta-feira.shtml |
'Barbie': o pedido de desculpas da Warner Bros no Japão por responder memes de bomba atômica | O estúdio de cinema Warner Bros no Japão se desculpou depois que uma conta oficial do filme "Barbie" respondeu na internet a memes do filme com imagens de bombas atômicas.Na internet, há uma onda de memes chamados "Barbenheimer", que misturam a temática de dois grandes filmes que estão chegando aos cinemas no mundo todo ao mesmo tempo: "Barbie" -uma comédia inspirada na boneca- e "Oppenheimer" -um drama biográfico sobre o desenvolvimento da bomba atômica durante a Segunda Guerra.Algumas imagens mostraram a atriz Margot Robbie, de "Barbie", com um penteado de nuvem em forma de cogumelo. A conta oficial do filme da Barbie respondeu: "Este Ken é um estilista".Outras imagens de memes que enfureceram os usuários japoneses de mídia social incluem uma mostrando Cillian Murphy, que interpretou Robert Oppenheimer -conhecido como o "pai da bomba atômica", carregando Margot Robbie em seu ombro por uma cidade em chamas. A conta oficial do filme da Barbie respondeu: "Vai ser um verão para ser lembrado"."Barbie" chegará aos cinemas japoneses em 11 de agosto -cinco dias após o 78º aniversário do ataque a bomba atômica em Hiroshima. Na internet japonesa, a hashtag #NoBarbenheimer ficou no topo dos trending topics.Em um comunicado publicado na própria conta da Barbie da Warner Bros no Japão, a empresa disse que era "extremamente lamentável que a conta oficial da sede americana do filme 'Barbie' tenha reagido às postagens nas redes sociais dos fãs de 'Barbenheimer'".A Warner Bros nos EUA não respondeu a um pedido de comentário da BBC. O Twitter, que recentemente foi renomeado para X, adicionou notas às postagens originais para destacar o contexto histórico dos ataques com bombas atômicas no Japão.O número de mortes registradas são estimativas, mas acredita-se que cerca de 140 mil dos 350 mil habitantes de Hiroshima foram mortos na explosão em 6 de agosto de 1945. Pelo menos 74 mil pessoas morreram quando Nagasaki foi bombardeada três dias depois.A radiação liberada pelas bombas fez com que milhares de pessoas morressem de doenças causadas pela radiação nos anos que se seguiram.Um usuário de mídia social postou: "Meu avô estava em Hiroshima até alguns dias antes do lançamento da bomba atômica. Entre os que morreram sob aquela nuvem de cogumelo estavam muitas crianças que estavam na idade de brincar com bonecas Barbie".Um porta-voz da cidade de Hiroshima disse à BBC que, 78 anos depois, "continuará trabalhando para disseminar o conhecimento e a compreensão do impacto físico e psicológico das bombas nucleares, bem como a esperança dos sobreviventes de uma bomba no desarmamento nuclear".A distribuidora de "Oppenheimer" ainda não anunciou a data de lançamento do filme no Japão.Este texto foi originalmente publicado aqui. | 2023-08-01 08:41:00 | voceviu | Você viu | https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/08/barbie-o-pedido-de-desculpas-da-warner-bros-no-japao-por-responder-memes-de-bomba-atomica.shtml |
A redução da litigiosidade no Supremo | O ambiente político conflagrado que contaminou o país nos últimos quatro anos desencadeou um conflito entre os Poderes da República poucas vezes visto na história nacional. A postura autoritária e beligerante do governo de então gerou sucessivas crises institucionais, com graves repercussões sobre a governança democrática no país.Diversos setores da sociedade reagiram a medidas ilegais e inconstitucionais e recorreram ao Judiciário na busca de proteção a direitos ameaçados ou violados em temas fundamentais como meio ambiente, saúde e controle de armas. O quantitativo de ações de controle concentrado de constitucionalidade ajuizadas no Supremo Tribunal Federal para questionar omissões e atos administrativos e normativos federais entre 2019 e 2022 evidencia essa situação.Dados do Sistema AGU de Inteligência Jurídica (Sapiens) mostram que, nos seis primeiros meses desses últimos quatro anos, foram ajuizadas na Suprema Corte os seguintes quantitativos de ações de controle concentrado: 72 (2019); 144 (2020); 105 (2021); e 89 (2022). Tais números, como se observa, revelam alto nível de litigiosidade em reação a medidas tomadas pelo governo anterior.Por outro lado, novas informações extraídas do Sapiens, relativas ao primeiro semestre de 2023, mostraram expressiva redução das ações de controle concentrado na comparação com os primeiros semestres do quadriênio anterior. Neste ano, em igual período, foram propostas ao STF apenas 46 demandas dessa natureza. A notável redução impressiona ainda mais quando se leva em consideração o aumento do acervo geral da corte, da ordem de 17,7% (3.000 processos) na comparação entre os primeiros semestres de 2022 e 2023.A diminuição dos questionamentos no STF não ocorre por acaso. Decorre de um claro movimento de distintos setores governamentais que, cumprindo diretriz do presidente da República, trabalharam para a retomada da normalidade democrática e, com isso, contribuíram para o distensionamento da relação do Executivo com os outros Poderes e com os demais entes federativos. Além disso, pode ser atribuída ao retorno da efetiva participação da sociedade na formulação e no acompanhamento das políticas públicas. Mais Tal medida confere legitimidade às ações do poder público e reduz a possibilidade de que elas sejam objeto de contestações judiciais posteriores.A Advocacia-Geral da União (AGU) fez, e continua a ser, parte desse esforço de normalização institucional do país. O órgão tem sido firme no cumprimento de seu papel de facilitar o diálogo entre os Poderes e de dar consistência e robustez jurídica às políticas públicas governamentais.É motivo de orgulho entre os integrantes da AGU perceber que o empenho institucional já apresenta resultados concretos em prol de um melhor ambiente para o país, como demonstra a significativa queda das contestações a atos governamentais no STF. Mais Essa atuação está integralmente alinhada com o papel da AGU, instituição de Estado que nasceu com a Constituição de 1988 e com a redemocratização. Aliás, não se pode esquecer que a própria Carta Magna instituiu o princípio da independência e da harmonia entre os Poderes como cláusula pétrea fundamental à proteção da própria democracia.Por fim, vale lembrar que presidente da República tem apostado na reabilitação da política como local para a convergência de posições e criações de consensos. Igualmente, tem resgatado o diálogo respeitoso e harmonioso com os demais Poderes com o propósito de reduzir tensões desnecessárias e prejudiciais ao país. Apesar das dificuldades e ameaças —os ataques de 8 de janeiro não nos deixam esquecer—, tal atitude tem sido fundamental para o fortalecimento da democracia brasileira que, a toda evidência, se beneficia deste novo momento.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 2023-07-31 22:00:00 | opiniao | Opinião | https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/07/a-reducao-da-litigiosidade-no-supremo.shtml |
Homem é flagrado dirigindo carro com cadeira de praia no Paraná | Um condutor foi preso por dirigir um carro com uma cadeira de praia, no lugar do banco do motorista. A ocorrência foi registrada na última sexta-feira (28), em Pato Branco (PR), durante a abordagem de um veículo VW/Gol, que era conduzido por um homem de 38 anos. A informação foi confirmada pelo 3º Batalhão da Polícia Militar de Pato Branco.O condutor apresentava visíveis sinais de embriaguez, e para surpresa dos agentes, o carro estava sem os bancos da frente, sendo que o motorista utilizava uma cadeira de praia como assento improvisado para conduzi-lo.Diante da situação inusitada, o abordado foi submetido ao teste do etilômetro, que apontou um resultado de 0,61 mg/l de álcool no sangue. Em decorrência disso, ele foi preso em flagrante e encaminhado para os procedimentos da polícia judiciária. Além disso, as notificações de trânsito cabíveis foram aplicadas.A embriaguez ao volante é uma infração gravíssima prevista no Artigo 165 do Código de Trânsito Brasileiro, com multa no valor de R$ 2.934,70 e início do processo de suspensão da CNH. Em caso de reincidência no período de até 12 meses, a multa é aplicada em dobro. | 2023-07-31 22:12:00 | voceviu | Você viu | https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/07/homem-e-flagrado-dirigindo-carro-com-cadeira-de-praia-no-parana.shtml |
Vanguarda do atraso | Longe dos holofotes mais potentes de Brasília, órgãos importantes do governo federal com sedes no Rio de Janeiro vão se convertendo em bunkers da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para abrigar ideias econômicas emboloradas ou equivocadas, numa espécie de vanguarda do atraso carioca.Na semana passada, anunciou-se a indicação do economista Marcio Pochmann para o comando do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Para ele, as reformas previdenciária e trabalhista são uma regressão e o Pix, uma estratégia "neocolonial" contra o Brasil.A Petrobras também acaba de proclamar que dará preferência à indústria naval brasileira, reeditando política dos governos petistas que acabou interrompida por escândalos de superfaturamento.Agora, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, sob a batuta de outro petista histórico, Aloizio Mercadante, quer ressuscitar créditos à exportação para serviços de engenharia de empresas brasileiras.Nessas operações, o BNDES desembolsa recursos em reais para financiar companhias nacionais que vendem seus serviços (geralmente grandes obras) a países estrangeiros. Estes, por sua vez, assumem o compromisso de devolverem os empréstimos depois —com juros, pagando em dólar ou euro.O programa existe desde 1998 e já somou US$ 10,5 bilhões (R$ 50 bilhões). Mas foi nos governos Lula 2 e Dilma Rousseff que ganhou envergadura, com 88% dos desembolsos concentrados entre 2007 e 2015.No período, o expediente ajudou a injetar bilhões de reais nas cinco maiores empreiteiras brasileiras, que receberam 98% dos financiamentos. Mais tarde, elas acabariam apanhadas na Operação Lava Jato, acusadas de financiar campanhas petistas e de outros partidos —o que acabou levando à suspensão do programa em 2016.O mais grave, no entanto, é que o PT usou empréstimos de um banco público para agradar líderes de ditaduras acusadas de violar sistematicamente direitos humanos, como os de Venezuela e Cuba, com os quais se alinha ideologicamente.Como se isso não bastasse, os dois países deram calote no BNDES: US$ 722 milhões pelo metrô de Caracas e uma siderúrgica; e US$ 250 milhões pelo porto cubano de Mariel. Houve inadimplência também de Moçambique, elevando o total devido pela trinca a US$ 1,09 bilhão —valor que tende a aumentar, pois há mais US$ 518 milhões em vias de vencimento.O BNDES sustenta que, desta vez, as regras para os créditos serão avaliadas com o Tribunal de Contas da União e apresentadas como projeto de lei ao Congresso. A basear-se na experiência pregressa e na atual situação fiscal, o melhor que os parlamentares podem fazer é simplesmente derrubar a ideia toda.editoriais@grupofolha.com.br | 2023-07-31 22:00:00 | opiniao | Opinião | https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/07/vanguarda-do-atraso.shtml |
Esta é uma das formas mais fáceis de se perder dinheiro com ações | Eu iniciei meu contato com o mercado financeiro ainda na faculdade em 1997. Já contei esta história antes. Portanto, vou apenas relatar a parte que se relaciona com o que vou compartilhar. Logo que me formei, fui trabalhar no Banco Itaú como Trainee. Como iniciei na área de Mercada de Capitais, eu não podia mais operar para mim. Então fiz o que vou falar para ninguém fazer, mas naquela época havia uma boa justificativa.No passado, a taxa de custódia de ações cobrada pelas corretoras era algo caro. Talvez eu achasse caro porque eu tinha muito pouco dinheiro, mas todos reclamavam.Se alguém lembrar qual era o valor médio da taxa de custódia, compartilha nos comentários. Eu não lembro, mas sei que doía e era uma taxa mensal.Portanto, se você não pretendia ficar operando, a melhor alternativa era enviar as ações para a custódia escritural. Foi isso que eu fiz no início de 1998.No passado, enviar ações para a custódia escritural era comum. A consequência disso é que muitos esqueceram que fizeram isso e as ações devem estar perdidas por lá até hoje.Mas, o que é a custódia escritural?Toda empresa que negocia ações em bolsa precisa ter um agente escriturador.Ele é o responsável por manter o registro e cadastro dos acionistas, pagar os proventos, realizar os eventos corporativos e outras atividades administrativas.Assim, enviar para a custódia escritural é, basicamente, retirar suas ações do ambiente de negociação e manter com o agente escriturador.Para você descobrir quem é o agente escriturador de uma empresa, basta ir ao site da B3 no link e digitar o nome da empresa. Os três maiores são Itaú, Bradesco e Banco do Brasil.Se você enviou suas ações para a custódia escritural, não pode mais vender nem alugar. Para isto, tem de voltar com elas para a custódia de uma corretora.O procedimento de retorno dá um certo trabalho. Entretanto, vai dar muito mais trabalho se ocorrer algo com você e sua família tiver que fazer. Talvez, sua família nunca mais veja esse dinheiro. Muitas vezes por nem saber mais que ele existe.Atualmente, manter ações na custódia de uma corretora não tem qualquer custo. Logo, não há mais justificativa para manter ações em custódia escritural.Assim, se você tem mais de 40 anos e operou com ações antes de 2010, tente lembrar se você não transferiu alguma ação para a custódia escritural. Se sim, corra para trazer de volta.Se você tem pais e avós vivos, pergunte a eles se eles negociaram ações antes de 2010 e se transferiram ações para a custódia escritural. Tente fazer o processo de volta para o ambiente de negociação enquanto eles ainda são vivos.O sobe e desce das ações já fez muitos perderem dinheiro neste mercado, mas sem dúvida o esquecimento de ações na custódia escritural também continua fazendo muitos perderem fortunas.Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.Fale direto comigo no e-mail.Siga e curta o De Grão em Grão nas redes sociais. Acompanhe as lições de investimentos no Instagram. | 2023-07-31 20:05:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/de-grao-em-grao/2023/07/esta-e-uma-das-formas-mais-faceis-de-se-perder-dinheiro-com-acoes.shtml |
Miss Universo já tem data e local; veja agenda de concursos de 2023 e as representantes do Brasil | Após a correria do primeiro semestre, no qual foram eleitos as misses e os misters nacionais ao redor do mundo, os olhos agora se voltam para os concursos de beleza mundiais. A maioria das datas já foi anunciada.Boa parte dos representantes brasileiros também já foram eleitos. Com isso, haverá tempo para eles se prepararem para representar o país da melhor forma possível a fim de conquistar boas colocações.Confira abaixo uma lista dos principais concursos que já estão com data e locais anunciadas —e saiba quem representa o Brasil em cada disputa. Mais O concurso de beleza mais conhecido pelos brasileiros teve sua data anunciada no final da semana passada. A coroação da Miss Universo 2023 será no dia 18 de novembro e acontecerá, pela primeira vez, em El Salvador, na América Central.A 72ª edição do mundial será a primeira 100% sob a gestão da empresária tailandesa transgênero Anne Jakrajutatip. Ela adquiriu a marca em meados do ano passado e promete impulsionar o Miss Universo como nunca antes.Quem passa a coroa é a norte-americana R’Bonney Gabriel, 29, eleita em janeiro deste ano em Nova Orleans (EUA). A defensora do Brasil é a modelo gaúcha Maria Eduarda Brechane –ou apenas Mari Brechane–, de 19 anos. Natural de Rio Grande (RS), ela foi eleita no mês de julho, em São Paulo. Mais Um dos mais tradicionais concursos de beleza do planeta volta a acontecer após um hiato de pouco mais de dois anos. A atual vencedora, a polonesa Karolina Bielawska, 24, foi eleita em março de 2021. A final da 71ª edição está agendada para o dia 9 de dezembro em Mumbai, na Índia.A Miss Brasil Mundo é a amazonense Letícia Frota, 20, eleita em agosto de 2022, em Brasília. Ela é a primeira mulher do estado a vencer o título nacional. Mais A 11ª edição do Miss Grand International, o mais novo queridinho da indústria dos concursos de beleza, vai acontecer no Vietnã. A final será no dia 25 de outubro, quando a brasileira Isabella Menin, atual vencedora, passa a coroa. Isabella é natural de Marília, no interior paulista, e venceu o mundial em outubro passado, na Indonésia.Quem defende o país e tem a difícil missão de conquistar a segunda coroa seguida para o Brasil é a modelo fluminense Adriana Yanca, 26, eleita em junho passado em Foz do Iguaçú (PR). Adriana é cirurgiã-dentista e venceu o título nacional após disputar dez concursos de franquias diferentes. Mais O tradicional concurso de beleza feminina, que tem sede no Japão, tem sua 61ª coroação agendada para o dia 26 de outubro em Tóquio –um dia depois da final do Miss Grand International.A atual vencedora é a alemã Jasmin Selberg, 23, que se despede do trono na ocasião. A defensora do país, que ganha o título de Miss Brasil Beleza Internacional, ainda não foi eleita e será conhecida no final de agosto. Mais A final do mundial que destaca misses que se envolvem com a causa ambiental será no dia 16 de dezembro, também no Vietnã. Quem passa a coroa é a coreana Mina Sue Choi, 24, eleita em novembro passado, nas Filipinas.Quem defende o Brasil é a cearense Morgana Carlos, 27, eleita em maio deste ano, em São Paulo.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Fábio Luís de Paula é jornalista especializado na cobertura de concursos de beleza, sendo os principais deles o Miss Brasil, Miss Universo, Miss Mundo e Mister Brasil. Formado em jornalismo pelo Mackenzie, passou por Redações da Folha e do UOL, além de assessorias e comunicação corporativa. Contato ou sugestões, acesse instagram.com/defaixaacoroa e facebook.com/defaixaacoroa | 2023-07-31 19:23:00 | colunistas | Colunistas | https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/de-faixa-a-coroa/2023/07/miss-universo-ja-tem-data-e-local-veja-agenda-de-concursos-de-2023-e-as-representantes-do-brasil.shtml |
Milhares de peregrinos já estão em Lisboa para evento com o papa | Anfitriã da primeira edição da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) após a pandemia de Covid, Lisboa já está tomada por viajantes de todas as partes do mundo. Até a manhã de segunda-feira (31), cerca de 78 mil peregrinos já haviam feito o check in no evento, que acontece entre 1 e 6 de agosto e terá a presença do papa Francisco.A estimativa de público para o encontro, considerado o maior evento internacional da Igreja Católica, é de cerca de 1 milhão de pessoas.Em vários pontos do centro da capital lusa, a paisagem agora é dominada por jovens identificados pela camiseta e pela mochila oficial da JMJ.Além de chapéus, garrafinhas de água e muito protetor solar para enfrentar as altas temperaturas do verão português, o "kit básico" de vários peregrinos contém ainda uma bandeira para ajudar a distinguir o país de origem dos grupos que circulam pela cidade.Vinda da Espanha em uma caravana com mais 30 pessoas, a estudante Belén Hernandez, 20, diz que irá realizar o sonho de ver o papa que a fez "voltar a se interessar pela religião"."Estou muito feliz de estar aqui, cercada de uma energia incrível e com pessoas de tantos países", afirmou. "Quero chegar cedo para garantir um lugar junto do palco, para conseguir ver o papa Francisco o mais de perto possível", revela.No aeroporto de Lisboa, o clima era de festa, com muitas delegações internacionais chegando durante a manhã e a tarde. Protagonista do evento, o papa Francisco desembarca em solo português na quarta-feira (2), mas terá um dia tomado por compromissos com políticos, diplomatas e membros do clero. O primeiro encontro com os jovens acontece apenas no dia seguinte.Com 80,2% da população católica, de acordo com o censo de 2021, Portugal viu a maior parte da classe política apoiando a Jornada Mundial da Juventude.Na véspera da abertura do evento, o primeiro-ministro, António Costa, o presidente da Câmara de Lisboa (equivalente a prefeito), Carlos Moedas e outras autoridades fizeram uma visita conjunta a um dos palcos.Entre os portugueses, a principal polêmica com a jornada está relacionada aos gastos públicos com um evento católico. O valor final do investimento, no entanto, ainda não foi contabilizado. O governo luso previu gastar € 36 milhões (R$ 187,9 milhões), enquanto a Câmara de Lisboa disse que investirá no máximo outros € 35 milhões (R$ 182,7 milhões).A principal justificativa para o dinheiro público é o legado da jornada para a cidade, além da movimentação econômica trazida pelos visitantes. A JMJ acontece meses depois de uma comissão independente que investigava abusos sexuais na Igreja Católica em Portugal divulgar seu relatório final. Segundo o documento, pelo menos 4.815 menores foram abusados por membros da instituição no país desde 1950. | 2023-07-31 19:50:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/ora-pois/2023/07/milhares-de-peregrinos-ja-estao-em-lisboa-para-evento-com-o-papa.shtml |
Arqueóloga britânica recupera importância da 'arte de morrer' | Eu sei que às vezes parece que só se fala de livros neste blog, e a culpa é toda minha, já que de fato passo a maior parte das horas despertas lendo (ou escrevendo enquanto leio). Peço, porém, a indulgência do leitor para falar de mais uma obra, ainda inédita no Brasil: "The Archaeology of Loss" ("A Arqueologia da Perda"), da britânica Sarah Tarlow.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...Como os leitores do blog provavelmente sabem, costumo escrever com frequência sobre descobertas arqueológicas, mas é a primeira vez que vejo a arqueologia ser usada como metáfora literária para a relação da nossa espécie — e, em particular, a de um ser humano muito concreto e específico, a autora do livro — com a morte.Tarlow é arqueóloga e professora universitária e, alguns anos atrás, perdeu o marido e pai de seus filhos, Mark, para uma doença neurodegenerativa que não chegou a ser diagnosticada para valer. Os últimos anos de Mark foram ensombrecidos pela mobilidade reduzida, por disfunções sensoriais cada vez mais frequentes, pela dor e por uma raiva crescente que respingava cada vez mais na própria família do também arqueólogo.Sarah e Mark se amavam muito, mas passaram boa parte desses últimos meses lançando palavras duras um contra o outro. O marido, que mal conseguia sair da cama sozinho, cometeu suicídio com uma overdose de medicamentos quando a esposa e os filhos foram passar alguns dias fora de casa.É claro que, em larga medida, o grande tema da arqueologia é a morte: nada é mais informativo sobre a vida de alguém que habitou a Terra há milhares de anos do que os restos mortais dessa pessoa. A arqueologia também exige e cultiva uma tolerância a diferentes probabilidades, incertezas e diferenças de interpretação a respeito do que "realmente aconteceu" no passado – um limiar de indecisão que, de certo modo, espelha o mistério em torno da doença de Mark.Mas o grande elo aqui é que Tarlow é uma especialista na maneira como as pessoas lidam com a morte – no caso, por exemplo, de indivíduos executados publicamente e suas famílias – nos períodos mais recentes da história britânica, do fim da Idade Média até o século 19. Ela se debruça especificamente sobre como usar indícios materiais para reconstruir os sentimentos de perda e dor no passado. E é claro que isso transborda para a maneira como ela lida com o próprio luto e com a ideia medieval e renascentista de uma "ars moriendi" – de uma "arte de morrer".O impacto do livro, do meu ponto de vista, foi magnificado pela experiência de lê-lo como audiobook, na voz da própria Sarah Tarlow. Diante da maneira como a morte fica oculta e marginalizada para muita gente no mundo de hoje, o livro é um antídoto potente e uma janela de reflexão crucial, por mais dolorida que seja. | 2023-07-31 18:42:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/darwin-e-deus/2023/07/arqueologa-britanica-recupera-importancia-da-arte-de-morrer.shtml |
Desembargadora questiona convite para palestra de Barroso | A desembargadora Maria Lúcia Pizzotti, do TJ-SP, enviou ofício à presidente da Apamagis (Associação Paulista dos Magistrados), Vanessa Mateus, questionando o convite para palestra do ministro Luis Roberto Barroso, no próximo dia 8, na sede da entidade.Pizzotti ficou incomodada com a informação, via Whattsapp, de que "quem vier prestigiar [o encontro], será meu convidado para o almoço".A palestra é promovida pelo Instituto Justiça & Cidadania em parceria com a Apamagis. O J&C organiza eventos com magistrados e advogados em resortes no país e no exterior.Pizzotti requereu à presidente da Apamagis que esclareça quem fez o convite. Sugere que se revogue o "inoportuno convite", em virtude da inexistência de consulta prévia aos associados, para que "cada um que compareça ao almoço pague individualmente por ele".Pediu, ainda, o detalhamento do custo total do evento, incluindo "eventual transporte e hospedagem do ministro palestrante, bem como, do almoço custeado, caso isto venha a ocorrer".Pizzotti diz que, inicialmente, supôs tratar-se de fake news. E que não ficou claro quem "seria o anfitrião" que oferecia o almoço. Trata-se de uma "associação de magistrados, cujo custeio é de todos os associados, inclusive eu própria, que não concordo com essa prática", afirmou na mensagem.Segundo a desembargadora, o convite "causou a péssima impressão de que os nossos magistrados precisariam receber um 'vale almoço' para comparecer à palestra em questão. Passa a ideia "de que seria necessário oferecer o almoço gratuito para propiciar quórum, o que é, por óbvio, igualmente desconfortável" (...) apequena os magistrados convidados e até o próprio evento".Pizzotti diz que a Apamagis deveria organizar um evento "em que o Poder Judiciário Paulista fosse o protagonista, com alguns de seus representantes figurando como palestrantes", pois teriam absoluta condição de apresentar propostas para o cenário futuro da Justiça"."É o Judiciário Paulista quem enfrenta quase a metade do inesgotável volume de processos em trâmite no Brasil", lembrou. "Trabalha com insuficiente quadro funcional na Primeira Instância, julga processos de réus com altíssima criminalidade, não conta com autonomia financeira, sofre ausência de reajuste salarial há anos e muitas críticas da imprensa, além de tantos outros problemas graves"."Ainda que se considere que o convite ao ministro palestrante seja relevante por se tratar do futuro presidente do Supremo Tribunal Federal, entendo que a Apamagis tem missão associativa, cabendo ao Tribunal de Justiça o exercício institucional e representatividade do Poder Judiciário."O Blog pediu informações e aguarda os esclarecimentos da Apamagis.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando... | 2023-07-31 17:36:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/frederico-vasconcelos/2023/07/desembargadora-questiona-convite-para-palestra-de-barroso.shtml |
Exceções levam imposto da reforma tributária a 29%, afirma Caiado | Os novos tributos sobre o consumo criados pela reforma tributária terão uma alíquota de 29%, segundo dados do instituto de estatísticas do governo de Goiás apresentados nesta segunda-feira (31) pelo governador do estado, Ronaldo Caiado (União Brasil).Os números do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos mostram que o tratamento diferenciado previsto no texto, que já foi aprovado pela Câmara, responde por uma taxação de pelo menos seis pontos percentuais.São 0,81 ponto percentual para preservar os benefícios da Zona Franca de Manaus, 2,43 pontos para manter o Simples Nacional e 2,98 pontos para garantir a isenção da cesta básica e alíquota reduzida para a agropecuária e os setores de saúde e educação.Essas são apenas algumas das exceções previstas na reforma, que ainda precisa ser votada no Senado. No total, há mais de 25 setores e segmentos beneficiados com imposto menor ou tratamento diferenciado.Nota técnica do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) aponta que, com base na proposta aprovada na Câmara, a alíquota efetiva do novo tributo brasileiro para taxar o consumo de bens e serviços ficaria em 28,04%.O secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, calcula que a alíquota pode girar em torno de 25%, mas que não dá para cravar um número com precisão neste momento."Quem tiver mais padrinho e votos na hora vai dar conta de fazer o texto do Senado Federal, como foi na Câmara. E como é que ficam os outros setores?", afirmou o governador de Goiás durante debate sobre a reforma tributária promovido pelo Instituto Unidos Brasil.Caiado é um dos principais opositores ao texto aprovado na Câmara. Para o governador, um dos principais problemas é o fim dos benefícios fiscais estaduais. Ele afirmou também não concordar com as posições do secretário Bernard Appy e com análise feita pelo colunista da Folha Marcos Mendes de que a guerra fiscal é a pior coisa do mundo."Os grandes conhecedores do tema dizem que não é guerra fiscal, isso é competição nos tributos", afirmou o governador citando estudo do NBER, centro de excelência em pesquisa econômica dos Estados Unidos.Durante o mesmo evento, Renato Conchon, coordenador do núcleo econômico da CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária), afirmou que a maior parte das demandas apresentadas pelo setor ao grupo de trabalho foram acatadas. Agora, a entidade trabalha em novos estudos para avaliar como o desconto de 60% da alíquota padrão para o setor refletirá sobre os preços dos alimentos. Ele disse que irá apresentar esses estudos nos próximos dias, para ver se é necessário recalibrar o desconto da alíquota. Mais | 2023-07-31 16:41:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/que-imposto-e-esse/2023/07/excecoes-levam-imposto-da-reforma-tributaria-a-29-afirma-caiado.shtml |
Marielle e Anderson: revelações trazem mais perguntas que respostas | O assassinato de Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, no dia 14 de março de 2018, fez ecoar três grandes perguntas: "Quem matou? Quem mandou matar? E por quê?". Sem respostas, as questões semearam dezenas de novas indagações que permanecem há quase 2.000 dias sem as devidas explicações.Na semana em que Marielle completaria 44 anos, autoridades anunciaram publicamente que a primeira pergunta —"quem matou?"— havia sido oficialmente respondida, rompendo um longo silêncio a respeito de avanços.A confirmação do envolvimento de Élcio Queiroz e dos então policiais reformados Edimilson Oliveira da Silva, o Macalé, e Ronnie Lessa, além da revelação sobre a participação do ex-bombeiro Maxwell Corrêa (que já havia sido preso por atrapalhar as investigações), foram qualificadas como uma "mudança de patamar" no caso que, agora, segundo as autoridades, ruma para caminhos que prometem levar até os mandantes e à motivação.Embora seja um passo adiante, a colaboração entre as polícias Federal, Federal Penal e o Ministério Público do Rio de Janeiro foi capaz de responder a apenas uma —a primeiríssima— das dezenas de perguntas levantadas. Suscita também mais questões, como qual a razão de a PF ter produzido, em menos de um ano, mais resultados do que a Polícia Civil do Rio em quatro? Quem são os responsáveis por isso? Denúncias de interferências indevidas nas investigações permanecem sem os devidos esclarecimentos. Mais O Estado brasileiro deve proporcionar meios para que vítimas de graves violações de direitos humanos e seus familiares participem ativamente das investigações e sejam informados previamente das movimentações. Foi o que determinou, em 2017, a Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) na condenação do Brasil por chacinas e outros crimes violentos praticados por policiais na favela Nova Brasília, no Rio, em 1994 e 1995. Isso quer dizer que, também no caso Marielle, os familiares têm o direito de, no mínimo, terem informação a respeito de fatos novos antes de eventuais anúncios públicos —direito que foi violado por cinco anos, até a decisão do Superior Tribunal de Justiça, em abril de 2023.Os assassinatos da vereadora e de seu motorista demonstram ainda que aqueles que têm o dever de controlar o bom funcionamento das polícias têm falhado. E essas falhas têm graves consequências. Entre os executores conhecidos estão dois PMs reformados e um ex-bombeiro. A morte de Marielle e Anderson teve como instrumento uma arma do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope), do Rio de Janeiro. O Estado tem por obrigação exercer o controle participativo da atividade de suas polícias por meio do Ministério Público. A inoperância do órgão resulta na dor das vítimas de forças públicas. Mais Mesmo a eventual solução do caso não anula os cinco anos de inexplicável morosidade. Existem, com toda a certeza, responsáveis por isso. Quem são? A quem protegem? Por quem são protegidos? Lembremos que, pelo menos, um nome revelado na delação de Élcio Queiroz já havia sido citado no relatório da CPI das Milícias, assessorada por Marielle dez anos antes de seu assassinato. A omissão das autoridades —governador do Rio de Janeiro, secretários, delegados, Ministério Público, deputados— também pode ter custado as vidas de Marielle, Anderson e de outras pessoas.Os avanços tardiamente apresentados pelas autoridades reiteram a importância da recomendação que apresentamos de se instalar um mecanismo independente para monitorar as investigações, a ser formado por peritos, juristas e especialistas em investigação criminal, todos sem conflito de interesse com o caso. Experiencias bem-sucedidas nesse sentido, no México e em Honduras, fortalecem nossa certeza. Mais É lamentável que um primeiro passo tenha saído do chão em 2018 e só aterrisse à frente em 2023. Após seis delegados, dezenas de promotores, dois governadores e um interventor federal, entrada da PF no caso em 2019 e reentrada em 2023, cinco anos continua sendo tempo demais.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 2023-07-31 16:13:00 | opiniao | Opinião | https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/07/marielle-e-anderson-revelacoes-trazem-mais-perguntas-que-respostas.shtml |
'Xuxa, o Documentário' reacende a rivalidade entre a apresentadora e Adriane Galisteu | "Por mais que tenha sido pouco tempo que eu fiquei com ele, que foi dois anos, um ano e oito meses que a gente namorou certinho, depois a gente ainda ficou uns dois anos se encontrando, vendo, mas a gente não estava mais namorando, nem para o público nem para ninguém. Quando ele começou a namorar a Adriane Galisteu, ele ficou realmente um ano sem falar comigo, a gente não se viu até ele morrer".Esta é a única vez em que Xuxa cita Adriane Galisteu na série "Xuxa, o Documentário", que vem tendo um episódio disponibilizado toda semana pela plataforma Globoplay. A menção à última namorada de Ayrton Senna acontece no terceiro deles, que revisita a vida amorosa da Rainha dos Baixinhos.Também há imagens do lugar de destaque que Xuxa teve no funeral do piloto de Fórmula 1, ao contrário de Adriane. Que, provavelmente, não será citada novamente: os dois últimos episódios, ainda inéditos, prometem se concentrar na tumultuada relação entre Xuxa e sua ex-empresária Marlene Mattos. Mais "Num momento assim, você tem que contar com amigos, família, com pessoas com quem você tem um vínculo, para você poder superar. E a Xuxa sempre teve esse vínculo conosco", diz Viviane Senna, irmã de Ayrton, em depoimento à série. "Pessoas que têm um vínculo profundo –e a gente sabe quando tem– você sente, você intui, naturalmente você faz uma liga. Nesses momentos, a gente fica próximo".Viviane está sendo clara: a família de Senna via Xuxa como alguém realmente íntima do piloto, apesar de eles não se falarem há mais de um ano quando ele morreu. Adriane Galisteu, mesmo tendo namorado Ayrton por um tempo considerável, foi jogada para escanteio. A série não diz isto, mas os internautas fizeram questão de lembrar.Também apontaram que Xuxa conta, em sua autobiografia, que Senna teria lhe teria proposto casamento no mesmo dia do acidente em Imola. E ainda puseram de volta em circulação um vídeo antigo em que Adriane diz a Michel Blanco, no talk show Dois Chopes Com, que achou "mega deselegante" a revelação que Xuxa deu ao Fantástico em 2012 – a de que pretendia procurar Ayrton para uma possível reconciliação, mesmo ele estando comprometido com outra mulher.Depois de alguns anos infelizes na Record, em que sua carreira quase foi a pique, Xuxa vive uma espécie de renascimento profissional. Completou 60 anos em março passado e vem sendo celebrada sem parar por sua antiga emissora, a Globo. Já foi homenageada no "Que História É Essa, Porchat?", no "Altas Horas" e no "Domingão com Huck". A série do Globoplay, produzida pela equipe de Pedro Bial, é uma enorme cereja no bolo.Mas o que está acontecendo agora é o que os americanos chamam de "backlash" – em tradução livre, um contragolpe. É normal que, em meio a uma onda de elogios a uma celebridade ou a uma obra, de repente surjam vozes contrárias. O fenômeno também vem se repetindo em relação ao filme "Barbie", que estreou quase como uma unanimidade e agora vem recebendo ataques.Xuxa melhorou sua imagem e adquiriu muito prestígio nos últimos anos. A garota meio sem noção da década de 1980 evoluiu para uma mulher madura, dona do próprio nariz e de muitas opiniões sensatas. Mas ninguém é 100% amado o tempo todo, ainda mais em tempos de internet. Uma reação contrária não demorou para acontecer.Nesta segunda (31), a hashtag "Galisteu" está entre os trending topics do Twitter (me recuso a chamar de X), e a treta corre solta: afinal, quem seria a verdadeira "viúva" de Ayrton Senna? A imensa maioria das postagens achincalha Xuxa por coisas que aconteceram quase 30 anos atrás. Vou repetir: quase 30 anos atrás. Hoje tanto ela como Adriane estão em outra, com outros parceiros, com filhos, com novos projetos. Por que revirar uma história tão velha?Porque, basicamente, ninguém tem nada para fazer, e discutir a vida alheia é algo inerente ao ser humano. Além do mais tribunal da internet adora destruir reputações, como fez com Kevin Spacey, mesmo que as evidências provem o contrário.Dito isto, estou ansioso pelos próximos episódios de "Xuxa, o Documentário". A briga entre Xuxa e Marlene também é uma história antiga que não tem maiores consequências para os dias de hoje. Mas não vejo a hora de mergulhar nos detalhes, e depois vir debatê-los aqui no F5 e nas redes sociais. Me julguem.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Tony Goes tem 62 anos. Nasceu no Rio de Janeiro, mas vive em São Paulo desde pequeno. Já escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. E atualiza diariamente o blog que leva seu nome: tonygoes.com.br | 2023-07-31 12:13:00 | colunistas | Colunistas | https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/tonygoes/2023/07/xuxa-o-documentario-reacende-a-rivalidade-entre-a-apresentadora-e-adriane-galisteu.shtml |
Filas no SUS se resolvem com resolutividade | As filas são um dos principais desafios para a oferta de serviços no Sistema Único de Saúde (SUS). Um problema antigo que se agravou com a pandemia do COVID-19, que provocou o adiamento de cerca de 1 bilhão de procedimentos, segundo avaliação do Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS) realizada no final de 2020.Esse agravamento jogou uma forte luz na questão das filas, que apesar de existir há muito tempo, não tinha tido uma ação governamental à altura do desafio. A solução desse problema entrou com força no debate eleitoral de 2022 como promessa de campanha dos presidenciáveis. A redução das filas de espera no SUS foi uma das prioridades da atual gestão do Ministério da Saúde ainda nos primeiros 100 dias de governo.O congestionamento das filas de espera é um problema herdado pelo SUS dos antigos sistemas de saúde existentes no país e que ainda não foi resolvido. Todavia, o grande problema não é a existência de filas e, sim o tempo de espera para a realização de uma demanda de saúde principalmente de consultas, exames e cirurgias. Todos enfrentamos filas para sermos vacinados durante a pandemia sem maiores reclamações, ao contrário, o SUS nunca foi tão elogiado.As longas filas de espera não são um problema de exclusividade do sistema público de saúde. Essa é uma questão que também existe no setor privado, embora em menor dimensão. No entanto, é injusto comparar o tempo de espera dos usuários dos planos de saúde privados, que atendem 25% da população com os do SUS que atendem a 75%, para desqualificar o nosso sistema público. Até porque, proporcionalmente, os recursos financeiros e de infraestrutura disponíveis para o setor público são menores que os do setor privado.Dito isso, é preciso reconhecer que esse problema afeta diariamente milhões de pessoas em todo o país que dependem dos serviços do SUS e precisa ser resolvido o mais rápido possível. Para isso, é preciso entender todas as dimensões desse problema, identificando suas causas e formulando propostas realmente eficientes para solucionar o represamento dos serviços de saúde país afora.A maior reclamação da população é em relação ao acesso e tempo de espera no atendimento de média e alta complexidade no SUS, como consultas, exames e cirurgias. Mas, como resolver esse problema? A solução é implantar o sistema de saúde previsto na constituição e legislações posteriores, conforme explico a seguir.A Constituição de 1988 criou um sistema público de saúde regionalizado, hierarquizado, com integralidade no atendimento e com a participação dos três níveis de governo. Essas diretrizes tinham por objetivo garantir o exercício do direito à saúde, evitar a fragmentação das ações e o desperdício de recursos, mas, infelizmente, ele não foi implantado como previsto.O sistema foi organizado com três níveis de atendimento: atenção primária, média e alta complexidade com uma coordenação entre eles. O paciente pode percorrer todos os níveis de atendimento, de acordo com a sua necessidade de saúde. O esperado era que a Atenção Primária resolvesse cerca de 80% dos problemas de saúde da população, a média complexidade 15% e a alta 5%.Para que o SUS funcione bem é preciso que ele tenha essa resolutividade, descrita acima, em todos os níveis de atenção. Se um deles não for efetivo, o atendimento fica prejudicado, principalmente na atenção primária que deve resolver a maioria dos problemas de saúde da população e, portanto, com maior capacidade de gerar filas nos níveis de atenção seguintes.No entanto, os governos não fizeram os investimentos necessários para organizar, em todo o país, a infraestrutura necessária (equipamentos, pessoal, gerência, financiamento, parcerias, etc) para o bom funcionamento do sistema. Para se ter uma ideia, na última década houve uma queda de 64% nos investimentos no SUS, segundo pesquisa do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS). Os governos também não atualizaram o modelo de atenção à saúde, de acordo com a mudança epidemiológica, hoje com predominância das doenças crônicas, para garantir o exercício do direito à saúde.O resultado foi a formação de filas e a dificuldade de acesso em todos os níveis de atenção. Não adianta resolver apenas um elo desse ciclo de atendimento, eles são interdependentes e a prioridade óbvia é aumentar a resolutividade da atenção primária, embora todos devam ser analisados para identificar eventuais falhas no seu dimensionamento.Em síntese, é preciso ter um diagnóstico dos problemas que afetam o atendimento nos três níveis de atenção à saúde, inclusive a coordenação entre eles, para então formular soluções que efetivamente resolvam a demanda da população pela redução do tempo de espera para serem atendidas no SUS. A intervenção em apenas um dos níveis pode melhorar, momentaneamente, a situação do acesso, mas continuaremos com uma "fábrica" de produção de filas. Corremos, também, o risco de fazermos investimentos desnecessários na média e alta complexidade em função da baixa resolutividade da atenção primária.A melhor estratégia para enfrentar o problema das filas e do tempo de espera tem duas dimensões: a médio e longo prazo, implantar um novo modelo de atenção à saúde de acordo com a situação epidemiológica e a demografia atual, melhorar os processos de trabalho, o gerenciamento, a digitalização e a coordenação de todos os níveis de atenção para garantir a resolutividade esperada; e a curto prazo realizar mutirões para a redução das filas, já existentes, geradas pelo modelo atual de atenção à saúde. Ao longo do tempo os usuários que demandarem serviços ao SUS vão sendo atendidos no novo modelo e a geração das filas e do tempo de espera irão sendo reduzidos até atingir um prazo razoável para a efetivação do atendimento.Esse novo modelo já existe e está sendo implantado, com sucesso, em várias partes do país há cerca de quinze anos, coordenado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS). Eu tive a oportunidade de testemunhar a qualidade desse projeto e os seus resultados para os usuários do SUS, quando secretário de saúde do Estado do Espírito Santo, no período de 2015 a 2018. | 2023-07-31 11:25:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/saude-em-publico/2023/07/filas-no-sus-se-resolvem-com-resolutividade.shtml |
Orquestra da Maré se apresenta em pontos turísticos de Portugal | A Orquestra Maré do Amanhã, formada por jovens músicos do complexo de favelas da Maré, no Rio de Janeiro, está realizando uma série de apresentações em Portugal. Além de concertos "tradicionais", o grupo também tem feito flashmobs em pontos turísticos do Porto e de Lisboa.As apresentações duram cerca de 20 minutos e incluem um repertório eclético, que vai desde a música erudita até canções do Guns N' Roses e um clássico do funk carioca, o "Rap da Felicidade"."Nós simplesmente chegamos aos pontos turísticos e começamos a tocar. Não há intervalo para agradecer entre as músicas. É para causar impacto mesmo. Essas apresentações são também um grande desafio, porque a orquestra não está acostumada a estar em movimento", explica o maestro Filipe Kochem.A mudança do ambiente controlado das salas de espetáculo para os espaços abertos da cidade representou também um desafio para os artistas."Foi complicadíssimo. Tivemos de ensaiar muito com eles. Estamos acostumados a estar numa sala fechada em silêncio. Aqui tem trem passando, criança chorando, gente correndo. Sem contar que o som se dissipa muito rápido. Nós tivemos de aprender a filtrar tudo isso", relata.Para muitos dos integrantes da orquestra, que nasceu como um projeto social em escolas da Maré, a turnê europeia representou também a primeira viagem para fora do Rio de Janeiro."Foi realmente a minha primeira viagem. A primeira vez que eu andei de avião na vida", conta a estudante Andressa Lélis, 15. Nascida e criada na Maré, a jovem teve o primeiro contato com a música em 2019, quando foi apresentada à viola: um instrumento até então desconhecido, mas que rapidamente a conquistou."Cheguei para tocar violino, porque era o único instrumento que eu conhecia, ma eu fui apresentada à viola e eu me apaixonei pelo timbre dela, que é incrível. Não é tão agudo, não é tão grave. Está ali no meio-termo e é muito bom", descreve a jovem, sem conter a empolgação.Os concertos acontecem no âmbito da programação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), encontro católico que acontece de 1º a 6 de agosto em Lisboa e terá a presença do papa Francisco.As apresentações em Portugal têm ainda um caráter pessoal para o fundador da orquestra, Carlos Eduardo Prazeres, filho do maestro português Armando Prazeres.A ideia de criar um projeto social com os jovens da da Maré surgiu para Carlos após uma tragédia familiar: o assassinato do pai em 1999. Durante as investigações, a polícia identificou que o complexo de favelas era o local provável de residência do assassino de Armando Prazeres.O maestro era bastante engajado com causas sociais e desenvolvia ações com jovens vulneráveis através da música. O filho decidiu então dar continuidade aos desejos do pai."O sonho dele foi interrompido, mas eu decidi que iria fazer esse sonho renascer", explica ele, que optou pela Maré justamente para oferecer a possibilidade de transformação para as futuras gerações da comunidade.O projeto começou em 2010 com a educação musical de 26 jovens em escolas da região e rapidamente se expandiu, ganhando também um grupo profissional, a Orquestra Maré do Amanhã. Atualmente, a iniciativa ensina música a cerca de 3.800 crianças, adolescentes e jovens e está presente em todos os Espaços de Desenvolvimento Infantil do complexo de favelas.Além de apresentações nas grandes cidades de Portugal, a Orquestra Maré do Amanhã tocou também em Arouca, uma pequena cidade do Norte de Portugal onde nasceu o mastro Armando Prazeres.Depois da temporada em Portugal, Carlos Eduardo Prazeres pensa agora em também realizar um projeto no país europeu, desta vez voltado para a comunidade jovem e imigrante."Quem sabe eu consigo fazer por Portugal o que meu pai fez pelo Brasil. Gostaria de criar um projeto para que jovens, sobretudo imigrantes, tenham uma oportunidade para mudar de vida." | 2023-07-31 08:04:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/ora-pois/2023/07/orquestra-da-mare-se-apresenta-em-pontos-turisticos-de-portugal.shtml |
Novo sistema tributário beneficiará toda a sociedade | A reforma tributária aprovada na Câmara dos Deputados traz inequívocos avanços e é uma conquista para toda a sociedade brasileira, que há mais de três décadas clama por um sistema de cobrança de impostos mais racional e transparente.O novo modelo tem regras claras e compatíveis com o que há de mais avançado no mundo. O grande mérito do texto aprovado foi não fazer concessões nas bases para o funcionamento de um bom IVA (Imposto sobre Valor Agregado). Resultado de um amplo debate, a proposta é um conjunto de virtudes que, uma vez em vigor, serão benéficas para todos os setores econômicos e para os brasileiros em geral. Mais Vamos ter, enfim, um sistema tributário moderno e que deixará de ser um estorvo caro no dia a dia de quem paga impostos, não importa quem seja.A reforma tem como foco os impostos que incidem sobre o consumo de bens e serviços, que são obsoletos e repletos de problemas. O sistema aprovado é mais simples que o atual, elimina um conjunto de distorções e será transparente, o que significa dizer que o consumidor saberá o quanto do preço que paga é imposto. Além disso, replica um sistema já aplicado em mais de 170 países.A criação do IVA dual põe fim à cumulatividade ao criar um sistema claro e racional com direito amplo de créditos —composto por um tributo federal, a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), e outro subnacional, o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). Assim, ele acaba com o resíduo tributário, impostos que se acumulam ao longo da cadeia de consumo. A existência dessa tributação oculta penaliza as empresas brasileiras, seja quando exportam, seja na competição com o produto importado no mercado nacional. Mais Outro ponto central é a garantia de que os créditos do IBS e da CBS serão devolvidos rapidamente aos contribuintes. Destaque aqui para a centralização do recolhimento do IBS no Conselho Federativo e a previsão de restituição dos créditos antes da distribuição da receita aos estados e municípios. A garantia e a rapidez na restituição dos saldos credores são a essência do IVA em todos os países que o utilizam.O fim da cumulatividade e a garantia e a rapidez na restituição dos saldos acumulados do IBS e da CBS às empresas têm impacto adicional para as companhias que exportam. No sistema atual, os impostos se acumulam e as empresas não conseguem recuperar créditos tributários —e, por isso, o produto brasileiro chega aos mercados internacionais com impostos embutidos no seu preço. A não oneração das exportações é uma prática comum aos países que adotam o sistema de IVA. Na prática, os bens e serviços brasileiros terão mais isonomia para competir com aqueles de outros países ao terem o tributo totalmente excluído de seu preço final. Mais A reforma avança ainda ao definir uma alíquota padrão para bens e serviços. Há um acerto ao se estabelecer regimes favorecidos para situações que também estão previstas em outros países que utilizam o IVA, como os serviços de educação, bens e serviços de saúde, de transporte de passageiros, produtos agropecuários in natura e alimentos e produtos de higiene pessoal da cesta básica. Entretanto é preciso estancar o número de exceções, para as quais estão previstas alíquotas reduzidas. Haverá a substituição de uma legislação complexa e obsoleta, que dá ampla margem para interpretações e judicialização, propiciando a simplificação do sistema tributário de questionamentos sobre o enquadramento tributário de bens e serviços.Por fim, e não menos importante, o novo modelo prevê que o contribuinte optante pelo Simples Nacional poderá escolher fazer a apuração do IBS-CBS por débito e crédito, mas também mantém a opção por permanecer integralmente no regime unificado, no qual a transferência dos créditos será equivalente ao montante cobrado pelo Simples. Dessa forma, a reforma prevê um tratamento adequado e necessário à realidade das micro e pequenas empresas brasileiras. Mais A indústria brasileira espera, e acredita, que a reforma tributária avançará com celeridade no Senado, mantendo os pontos positivos da proposta aprovada na Câmara, para que a tributação deixe de ser um obstáculo à expansão das empresas e passe a funcionar como um instrumento de promoção do desenvolvimento econômico e de inclusão social.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 2023-07-30 22:00:00 | opiniao | Opinião | https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/07/novo-sistema-tributario-beneficiara-toda-a-sociedade.shtml |
Operação de risco | É positivo que o Ministério da Fazenda reforce a cooperação entre União e entes regionais, que vêm sofrendo acelerada deterioração em suas contas nos últimos anos.O risco, como a experiência mostra, é que maior flexibilidade nas regras fiscais não resolva as razões de fundo para os conflitos e apenas abra espaço para novos episódios de imprudência na gestão, que ao final resultam em socorro federal.A grave crise nas contas de estados e municípios entre 2015 e 2016, afinal, decorreu da fragilização de controles na gestão de Dilma Rousseff (PT), com sequelas até hoje. Não se pode esquecer que estados perdulários, como o Rio de Janeiro, chegaram ao ponto de não pagar salários, obrigando a União a bancar esse tipo de obrigação.Em vários episódios, para piorar, há interferência do Judiciário, que suspende o pagamento por parte dos entes e proíbe o governo federal de executar garantias, sempre com a justificativa da necessidade de manter serviços públicos.Promete-se que, desta vez, será diferente. O governo anunciou 24 propostas, agrupadas no plano "Novo Ciclo de Cooperação Federativa", com foco na facilitação de concessões de crédito da União, flexibilização de amarras financeiras sob certos critérios e maior espaço para investimentos.Em tese, são objetivos defensáveis, mas o problema está nos detalhes. De positivo, prevê-se maior rigor em relação à manutenção de recursos em caixa de forma contínua, não só em fim de mandato.Mas haverá alterações potencialmente perigosas em dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal e na régua utilizada para medir a saúde financeira dos entes subnacionais —a Capag (capacidade de pagamento), que vai de A a D.Os novos critérios, ainda objeto de audiência pública, facilitam a obtenção da classificação máxima e beneficiam 400 municípios, incluindo algumas capitais.Quem alcançar a melhor nota poderá contratar crédito fora dos limites atuais, de R$ 20 bilhões para este ano. A ausência de restrições pode abrir espaço para gastos difíceis de reverter depois, durante uma conjuntura mais adversa.Por fim, o governo quer tornar opcionais algumas obrigações de ajuste para estados em Regime de Recuperação Fiscal. Deixam de ser compulsórias vendas de ativos e cortes de benefícios, por exemplo.Autonomia federativa é uma via de duas mãos. Se estados querem ajuda da União, devem se comprometer com os contratos que assinam, que, por sua vez, não podem ser afrontados por ativismo do Judiciário. Como não é possível garantir que o ciclo de socorros dos últimos anos não se repetirá, é preciso muito cuidado com o afrouxamento de regras prudenciais.editoriais@grupofolha.com.br | 2023-07-30 22:00:00 | opiniao | Opinião | https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/07/operacao-de-risco.shtml |
Afinal, previdência privada vale a pena? | Semestralmente, eu faço um exame de sangue daqueles que parecem uma doação de sangue, ou seja, completo. No último, minha médica, Dra Ingrid Serafim perguntou: com qual frequência você come carne vermelha? Eu como com baixa frequência, por isso, um dos indicadores no exame mostrava a deficiência de algumas vitaminas presentes na carne vermelha. Eu voltei com a pergunta: mas, comer carne vermelha não é ruim?Não vou entrar nos detalhes nutricionais, pois não sou especialista nisso, mas apenas quero fazer a analogia sobre a orientação. Sem dúvida, o excesso de carne vermelha é ruim. Também, há cortes de carne que não são adequados se comer com frequência. Mas, se não comer carne vermelha vai faltar algo para seu corpo e você vai ter de suprir de outra forma.O mesmo ocorre com a previdência privada. Ninguém precisa necessariamente ter previdência privada, assim como você também não precisa comer carne vermelha. Assim como muito investimento em previdência pode ser ruim, não ter nada pode deixar você sem alguns benefícios.Vejo alguns falando mal do produto, mas, pode ter certeza, quem fala mal desconhece os benefícios.Antes de falar dos dois principais benefícios, vamos começar com o que não faz muito sentido. Neste caso, há três situações críticas e que precisam ser ponderadas: I) Se você acredita que a possibilidade de você falecer nos próximos 10 anos é baixa, você não deve ter grande participação de seus investimentos em previdência privada. Assim, caso você possua muita exposição de seus investimentos em previdência privada, uma análise deve ser feita para avaliar se faz sentido reduzir; II) Se você aplica no mesmo plano de previdência privada por mais de 6 anos e ele é de renda fixa, corra para avaliar a portabilidade para outro. Possivelmente, você tem um plano caro; III) Se seu fundo de previdência privada é de renda fixa simples, referenciada ao CDI e possui taxa de administração maior 1% ao ano, você deve avaliar se realmente o retorno não está abaixo do CDI há muitos anos e, portanto, uma portabilidade deve ser considerada;Então, para quem um plano de previdência privada pode ser útil?Eu tenho 15% de meus recursos em planos de previdência privada. Tenho 49 anos e por mais de 20 anos, ganhei salário como qualquer trabalhador CLT.A aplicação em plano do tipo PGBL para mim trouxe dois benefícios: 1) me fez economizar muito imposto e ainda faz até hoje, pois adiou o pagamento no passado, vou pagar apenas 10% de IR no futuro em vez de 15% nas aplicações tradicionais, não há come cotas, nem qualquer pagamento de IR até que eu saque. Sem dúvida foi muito bom ter investido. 2) O veículo de previdência é extraordinário em sucessão patrimonial. Não sou mais tão jovem. Caso algo ocorra comigo, esta parte de meu patrimônio já vai para os herdeiros não passando por inventário, ou seja, reduzindo custos e burocracia. Estes 15% facilitarão o processo de inventário do restante do patrimônio. Atualmente, no Brasil dificilmente você irá pagar menos de 5% do patrimônio no inventário, pois só de ITCMD já vai pelo menos 4% e em alguns estados 8% do patrimônio.Estas são as duas justificativas para se ter previdência privada: economia de IR, ou seja, planejamento fiscal e sucessão. Tanto produtos do tipo PGBL, quanto VGBL teriam estas vantagens, mas os do tipo PGBL só devem ser usados para quem faz a declaração de imposto pelo modelo completo e dentro do limite de 12% da renda bruta tributável.Se você não se preocupa com nenhuma destas duas razões, então, previdência privada não é para você.Sempre digo que se os milionários fazem algo, isto deve ter algum fundamento. Afinal, eles não chegaram lá desperdiçando oportunidades.Os milionários ou possuem a estrutura de fundo exclusivo ou possuem previdências privadas, quando não possuem os dois produtos para usufruir de benefícios como os que citei acima. Todos eles se preocupam em pagar menos IR e com sucessão de seus bens.Entretanto, eles não aplicam em qualquer produto de previdência.Portanto, sim, vale a pena ter previdência privada, mas não qualquer uma. Como qualquer investimento, escolher bem o produto é tão importante quanto decidir pelo produto.Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.Fale direto comigo no e-mail.Siga e curta o De Grão em Grão nas redes sociais. Acompanhe as lições de investimentos no Instagram. | 2023-07-30 20:43:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/de-grao-em-grao/2023/07/afinal-previdencia-privada-vale-a-pena.shtml |
Não li e não gostei | Um dos objetivos da publicação de "Que Bobagem!" é motivar mudanças em certos hábitos culturais brasileiros. Vemos esse propósito cumprir-se de várias maneiras —uma delas, inesperada: a substituição da crítica ao texto do livro pela crítica ao índice do livro. Poucos são os comentários negativos que se engajam com os dados, fatos e argumentos apresentados em quase 400 páginas; inúmeros, os que reagem com indignação instantânea ao encontrar sua pseudociência de estimação em nosso índice de doze "bobagens".Infelizmente, a essa curiosa inovação vem somar-se um velho hábito da baixa intelectualidade verde-amarela, a crítica que tenta atingir a obra mirando nos autores —ou, no caso, na autora, Natalia Pasternak. Pesquisadores do futuro hão de debruçar-se sobre o momento em que o machismo e a misoginia nacionais produziram a paradoxal "invisibilização" de um homem, o coautor Carlos Orsi, para mais facilmente atacar a coautora mulher.Muitos dos ataques são ou deliberadamente mentirosos, ou revelam um grau constrangedor de ignorância por parte dos "críticos". Diz-se, sobre as credenciais de Pasternak, que abandonou a academia, quando está ativíssima, lecionando na Universidade de Columbia, em Nova York, e na Fundação Getúlio Vargas, orientando alunos, coordenando ou integrando grupos internacionais de pesquisa sobre hesitação vacinal, infodemia, ensino de ciências e do pensamento crítico e uso de evidências científicas na formulação de políticas públicas, com dez artigos com revisão pelos pares, nove capítulos de livros, um relatório da Organização Mundial de Saúde e três livros, tudo publicado só nos últimos dois anos, além de mais de 300 artigos de divulgação em jornais e revistas, sete prêmios nacionais e quatro internacionais.Chama atenção também o uso de argumentos falaciosos, muito parecidos, aliás, com aqueles contra os quais prevenimos nossos alunos, para que saibam identificar e desmontar discursos negacionistas. É recorrente a alegação "nunca tratou um paciente", assimilada pelos críticos de índice diretamente do arsenal dos promotores da cloroquina e dos antivacinistas de estetoscópio. Parece-nos que o fato de uma bióloga e um jornalista nunca terem tratado um paciente deveria ser algo positivo. O inverso seria preocupante.O crítico de índice também é fiscal da causa alheia: como os autores ousam lutar contra algo que, segundo as vozes na cabeça do crítico, é irrelevante? Isso se torna divertido quando o fiscal começa a listar o que "de fato importa", e aí vemos brigas que já compramos e assuntos que abordamos em nossos outros livros ou, com frequência, na Revista Questão de Ciência, da qual Pasternak é publisher e Orsi, editor-chefe. São centenas de páginas impressas e textos online denunciando e analisando a negação da mudança climática e das vacinas, o subfinanciamento da ciência e discutindo as ameaças à democracia —tema, aliás, tratado por Orsi em artigo publicado neste espaço, no início do ano.Felizmente, o impacto cultural de "Que Bobagem!" vai além da produção de críticos de índice. Vemos a resposta nas reflexões dos leitores e, até, na mudança de postura de algumas autoridades. Este é o legado que fica, o resto é bobagem.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 2023-07-30 13:15:00 | opiniao | Opinião | https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/07/nao-li-e-nao-gostei.shtml |
Nasa e Congresso dos EUA estão perdidos no rolê dos óvnis | As instituições americanas, do Congresso à Nasa, estão perdidas no rolê dos discos voadores, que agora atendem eufemisticamente por uma nova sigla, UAP ("unidentified anomalous phenomena"). Que diabo seria um fenômeno anômalo não identificado? Parece piada –e não deveria ser.Vamos começar pelo que é real. Sim, há coisas estranhas que aparecem no céu vez por outra. Sim, elas são registradas sobretudo por sistemas militares de vigilância. A imensa maioria delas acaba se esclarecendo de forma prosaica. Em levantamento realizado pelo Aaro (Escritório de Resolução de Anomalias em Todos os Domínios, na sigla em inglês), um órgão do Departamento de Defesa dos EUA, cerca de 2% a 5% dos objetos observados por sensores e/ou pilotos militares ficam sem esclarecimento. Na maioria deles, o problema é que faltam dados para uma identificação positiva. Mas também é verdade que há poucos e raros casos e registros que desafiam explicações convencionais.Então é bem-vindo o esforço recente de aumentar a transparência dos órgãos governamentais americanos sobre o que tem sido observado nos céus. O Aaro tem de apresentar um relatório anual ao Congresso, e o próximo deve sair na terça (1º). Não espere nada bombástico, apenas uma atualização dessas estatísticas.É igualmente justificável o esforço de desestigmatizar o tema, para encorajar pilotos a reportarem o que veem. Durante muito tempo, eles tiveram medo de apontar suas observações, sob risco de, na melhor das hipóteses, serem ridicularizados e, na pior, considerados inaptos. É bom que isso mude.Nada disso, contudo, justifica o circo bizarro que vimos na audiência da semana passada na Câmara, onde esses casos foram misturados a "denúncias" absurdas. O que David Grusch, ex-funcionário do Pentágono, protagonizou lá é constrangedor no nível confundir Mia Khalifa com cientista biomédica.O sujeito basicamente subscreveu toneladas de teorias de conspiração segundo as quais o governo americano teria posse de naves alienígenas e até mesmo corpos desses visitantes. E, como você poderia desconfiar, sem qualquer prova. O Congresso servir de palco a esse oportunismo circense e potencialmente estelionatário acaba por anular todos os esforços de desestigmatizar o tema.E a Nasa, no meio disso? A agência espacial foi direcionada, no ano passado, a formar um grupo independente de pesquisadores para sugerir maneiras de abordar cientificamente o tema dos óvnis. Em maio, realizou uma audiência pública ultraconfusa. A tarefa é mesmo inglória. A ciência parte do teste de premissas e hipóteses, e é muito difícil planejar experimentos e observações destinados a elucidar "fenômenos anômalos não identificados". O relatório final do grupo deve sair agora em agosto.Se a Nasa quisesse realmente abordar a questão de maneira científica, deveria se preocupar menos em explicar coisas estranhas que pilotos veem no céu e pensar mais em uma maneira sistemática de buscar evidência de tecnologia extraterrestre em visita ao Sistema Solar –uma hipótese que, por si só, não tem nada de absurdo. E é, no fim das contas, o que todo mundo realmente quer saber.Esta coluna é publicada às segundas-feiras na versão impressa, na Folha Corrida.Siga o Mensageiro Sideral no Facebook, Twitter, Instagram e YouTube | 2023-07-30 09:00:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/mensageiro-sideral/2023/07/nasa-e-congresso-dos-eua-estao-perdidos-no-role-dos-ovnis.shtml |
Da finitude à permanência - ensaio palavra-imagem | Esta é nossa sexta edição do ensaio palavra-imagem com o Clube do Livro de Literatura e Psicanálise, organizado pela psicanalista e crítica literária Fabiane Secches. O livro de hoje é "Humanos Exemplares", romance de Juliana Leite, publicado pela Companhia das Letras. A convidada é Amanda Mont’Alvão Veloso, psicanalista, resenhista de livros e autora de "Psicanálise e Contradição: O Conflito na Ponta da Língua" (Dialética). Ela também é doutoranda em linguística aplicada e estudos da linguagem na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde pesquisa linchamento, inconsciente e desumanização.As imagens que escolhi para acompanhar o texto de Veloso são do maravilhoso fotógrafo italiano Luigi Ghirri. Suas cores, suas pessoas e seus silêncios se conectam muito com as palavras de Veloso e de Leite. Se atravessam e se complementam dilatando o tempo e as reticências da memória.Quando encontramos Natalia, a protagonista do livro "Humanos Exemplares", escrito por Juliana Leite, o que vemos é que ela habita a vida há muito tempo. É uma idosa de cem anos que acumula não só algumas dezenas de milhares de dias, como também uma soma significativa de despedidas. Mas, vamos percebendo, junto a ela, que abundância mesmo é de sentimentos e experiências, entre hesitações, firmezas e pormenores.Ela mora sozinha em um apartamento que sedia atualidades e memórias. É endereço de futuro também, já que a vida segue, a despeito da morte do ex-marido, Vicente, dos familiares, e dos amigos que cultivou por tantos anos.Há uma tradição, o telefonema diário da filha que mora longe, que procura encurtar a distância com a repetição de perguntas —o carinho se alimenta de reiterações– e com o cheiro dos xampus que envia para a mãe. A tecnologia pode até reivindicar a manutenção da conexão que nasceu pelo cordão umbilical e pelo desejo, mas são as duas personagens que assinam a autoria dessa ligação.Nas minúcias, daquelas que dilatam o tempo, Natalia nos apresenta seus queridos e os legados deixados. Juliana Leite, com a descrição afetuosa que faz do viver de Natalia, a transforma em uma querida por tantos de nós.Tive a feliz oportunidade de conversar com Leite e Tamiris Busato no podcast da editora Companhia das Letras, que publicou o livro, e pude ouvir da escritora uma expressão que me encantou: a morte é como uma dobra da vida. Ela vem. E Natalia paga o preço do testemunho de quem vive muito: ela vê, pouco a pouco, seus amados morrerem. Imagino que tenham sido levados pela carruagem eternizada por Emily Dickinson –"porque eu não pude parar para a morte, ela gentilmente parou para mim".Não é com melancolia que Natalia experimenta essas partidas. É justamente por elaborar seus lutos que a personagem preserva em si as permanências simbólicas que fazem suportar o adeus a quem ou a que se ama, ao marido ou à dignidade sequestrada pela ditadura militar brasileira, que torturou aproximadamente 20 mil pessoas, segundo a organização Human Rights Watch, a partir do relatório da Comissão Nacional da Verdade.O período de exceção instalado de 1964 a 1985, em que a violência institucional foi regra, não é um capítulo à parte de "Humanos Exemplares". É tecido estruturante da narrativa e das vidas que a constituem. Juliana Leite comenta que queria se aproximar de acontecimentos históricos que fazem a nossa vida encolher para pensar a continuidade possível: como determinar o que vai haver para o almoço quando tudo desmorona ao redor?Além da ditadura, que transcende gerações por seus estragos e dores imprescritíveis, Natalia vive, no plano atual, uma ameaça externa que faz com que as pessoas precisem se refugiar dentro de suas casas, como o que vivemos durante a pandemia de Covid-19.Curiosamente, o encolhimento forçado em situações de contingência, muitas delas imprevisíveis, permite ver a elasticidade dos fios que compõem uma existência que combina, já de saída, pulsão de vida e pulsão de morte. Beleza e terror, como escrevera Rainer Maria Rilke, acontecem ao humano. O amor e a morte governam o mundo, dissera Sigmund Freud. Que o amor sobreviva à morte, grita o Brasil.O panorama social e os desafios particulares encontram, em "Humanos Exemplares", o enlaçamento indissociável que marca o nosso viver: sempre a partir de um outro, que nos assegura um lugar no mundo para além do corpo que nasce, e sempre com a natureza, que generosamente empresta o berço possível. Natalia é um humilde exemplar de humano, desses que admitem ser afetados por toda vida ao redor, humana ou não.É uma personagem central, mas não carrega em si a exclusividade individualista e especial que marca as dinâmicas contemporâneas de reconhecimento. O eu dela não coincide com um destaque; é, antes, uma instância de atravessamento por outros e suas ausências.Raramente vemos o eu conduzindo a narrativa, e ela nos conta o porquê: "É bem raro eu dizer que não gosto das coisas com tanta certeza, eu sei, mas não é por causa das coisas, e sim por causa do eu. Não tem muita graça dizer eu todos os dias, a torto e a direito, ainda mais quando se vive sozinha e já se conhece tão bem a opinião de quem aparece no espelho".Natalia, mais que um eu, empresta corpo, voz e memória às pessoas que lhe são tão preciosas, compartilhando a existência. Com ela vivenciamos a filha que mora longe, Vicente, Sarah, a mãe e a irmã que se foram. Na contramão ao indivisível e à unidade, ela se faz múltipla em cada divisão sua que aparece, em cada contradição que temos a sorte de presenciar, celebrando, junto a Walt Whitman e sua "Canção de Mim Mesmo", a vastidão em si. E ao redor também.Se a inteligência artificial vai extinguir o processo de humanização –a pergunta que não cala em nosso tempo— ainda não sabemos. O que temos de palpável e que se assemelha a um bote salva-vidas é a capacidade crítica, obtida não sem uma implicação do sujeito com o próprio mundo.Com "Humanos Exemplares", o olhar é aguçado para o dimensionamento das existências e o efeito de uma pessoa sobre a outra. Nós, a humanidade, não somos a última bolacha do pacote e partilhamos de grande insignificância perante o universo. A despeito da péssima fama da castração, um ponto de partida como esse não impede vivências extraordinárias, pois abre portas para a graça das miudezas e a preservação nas finitudes. Natalia que o diga. | 2023-07-30 07:00:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/entretempos/2023/07/da-finitude-a-permanencia-ensaio-palavra-imagem.shtml |
Gata pintada com tinta azul é resgatada em Manaus | A imagem de uma gatinha pintada de azul, abandonada dentro de uma caixa de papelão, deixou Amauri Gomes chocado.Ativista da causa animal há 13 anos, ele está acostumado a receber denúncias de maus-tratos. Mesmo assim, a cena o surpreendeu."Fiquei absolutamente sem palavras. Como pode alguém pintar um animal e promover aquele sofrimento todo?", questiona.A gata estava com o corpo todo coberto por tinta acrílica, daquelas usadas para pintar estruturas metálicas. Como esse tipo de produto endurece, ela não conseguia se mover. Mais Amauri conta que recebeu o pedido de ajuda, com um vídeo mostrando a situação da gatinha, no dia 20 de julho. "Imediatamente fui até o local para averiguar se era procedente aquela barbárie."Chegando lá, no bairro Santa Etelvina, na zona norte de Manaus, no Amazonas, o ativista perguntou aos moradores, mas ninguém sabia do caso.Quando já estava quase desistindo de procurar, ele ouviu um miado bem fraquinho vindo de dentro de uma caixa de papelão, que estava embaixo de um caixote.Sem pensar duas vezes, pegou a gatinha e foi direto para casa.Amauri é formado em engenharia, mas, por causa de seu trabalho como ativista, atualmente cursa medicina veterinária e já está no décimo período da graduação."Coletei uma amostra de sangue e mandei para a clinica veterinária que sou proprietário. Enquanto aguardava o resultado do exame, fui tentando remover a tinta com óleos de banho terapêuticos", relata. Leia mais sobre gatos Foram quatro dias fazendo o mesmo procedimento até remover o produto por completo. "Como se tratava de uma tinta a óleo, ela endurece formando uma camada dura, por isso a gatinha não conseguia se quer se locomover", diz.A filhote, que tem cerca de dois meses de idade, perdeu pelos e teve irritações em algumas partes do corpo, como pequenas úlceras bolheadas, muito parecidas com as de queimaduras.Ela também ficou com a urina muito concentrada e diarreia aquosa e sanguinolenta, provocadas provavelmente por intoxicação.Amauri e a esposa se apegaram à gatinha e decidiram adotá-la. Agora ela se chama Blue e mora com o casal, mais oito gatos e seis cães."Hoje ela está bem fisicamente e clinicamente. É uma gatinha bem carinhosa e companheira, gosta de ficar perto de humanos, mesmo tendo sido vítima de um", diz o ativista.Siga o blog Gatices no Twitter, Instagram e Facebook. | 2023-07-30 07:00:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/gatices/2023/07/gata-pintada-com-tinta-azul-e-resgatada-em-manaus.shtml |
Lula lá e cá | A principal marca social dos primeiros dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre 2003 e 2010, foi a ascensão de milhões de brasileiros das classes D e E para a C. O petista foi reconhecido por isso e terminou o período aprovado por 83% da população, segundo o Datafolha.Dois fatores foram chaves para o sucesso à época. O primeiro é que a economia mundial passava pela fase de maior crescimento sincronizado desde a Segunda Guerra, e a China avançava entre 10% e 12% ao ano —o que levou a um boom nos preços de commodities agrícolas e minerais que o Brasil exporta.Em segundo lugar, Lula herdou superávits primários (para abater a dívida pública) do governo Fernando Henrique Cardoso e conservou as contas em ordem. Sem risco de insolvência, inflação e juros mantiveram-se relativamente baixos, encorajando o setor privado a investir e a criar empregos.Dados da FGV Social sobre aquele período mostram que foi o trabalho o que mais contribuiu para o incremento da renda da população. Mesmo entre os 10% mais pobres, só 30% do aumento nos rendimentos se deu por influência do Bolsa Família —criado e reforçado nos dois governos de Lula.Agora, em seu terceiro mandato, o petista não poderá contar, ao menos no curto prazo, com a economia mundial em forte expansão.Ao contrário, Estados Unidos e União Europeia têm elevado juros para conter a inflação, e o crescimento chinês neste ano será pouco superior a 5%, tendendo à desaceleração em 2024, segundo o Fundo Monetário Internacional.Sem tanto impulso externo desta vez, Lula terá de se contentar, portanto, mais com a força da economia brasileira para cumprir promessas voltadas aos mais pobres.De saída, a partir da chamada PEC da Transição, aprovada no ano passado e que liberou R$ 145 bilhões fora do teto de gastos, o petista reforçou vários programas.Hoje, só o Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada (para idosos e pessoas com deficiência pobres) e o abono salarial representam 11,8% da despesa total do governo federal (ou 2,16% do PIB). Trata-se de um aumento de 76% em relação ao pico desses gastos nos governos Lula 1 e 2, que ocorreu em agosto de 2010.Essas ações, porém, são quase paliativas e dependem de o governo ter ou não orçamento para bancá-las —o que parece incerto nos próximos anos. O fundamental seria que, como nos anos 2000, o aumento da renda dos mais pobres ocorresse pela via do trabalho.Para isso, é o próprio governo que precisa prover as condições, ajustando o quanto antes as contas públicas para que o setor privado volte a confiar no país e a investir.editoriais@grupofolha.com.br | 2023-07-29 22:00:00 | opiniao | Opinião | https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/07/lula-la-e-ca.shtml |
Este deve ser seu objetivo na renda fixa agora para não se arrepender no futuro | A maioria das pessoas quando avalia seu portfólio compara o retorno com o rendimento observado do CDI no ano ou nos últimos 12 meses. Entretanto, essa forma de avaliação pode te levar, constantemente, a tomar decisões erradas de investimentos ou a perder oportunidades.Essa falha na forma de avaliação tem impactos tanto na parcela de renda fixa de sua carteira quanto na parte de renda variável. Vou me concentrar na parcela de renda fixa neste momento.Antes de explicar, tente responder a estas 3 questões.1) Qual o retorno médio anual que o CDI apresentou acima do IPCA nos últimos 5 anos? a) 7,2% ao ano b) 5,2% ao ano c) 3,2% ao ano d) 1,2% ao ano2) Qual o retorno médio anual que o CDI apresentou acima do IPCA nos últimos 10 anos? a) 6,9% ao ano b) 4,9% ao ano c) 2,9% ao ano d) 1,9% ao ano3) Qual o retorno médio anual que o CDI apresentou acima do IPCA nos últimos 15 anos? a) 5,5% ao ano b) 4,5% ao ano c) 2,5% ao ano d) 1,5% ao anoNos últimos 12 meses, um fenômeno tem feito investidores focarem muito no CDI, mas esta concentração pode fazer você perder uma grande oportunidade neste momento.De fato, o retorno do CDI nos últimos 12 meses representa um ganho de 10% acima do IPCA. Esse evento é muito atípico e deve ter curta duração.As perguntas acima servem justamente para alertar em relação a isso. O gráfico abaixo apresenta as respostas às perguntas.Devemos ver o CDI cair muito forte e muito rápido. O economista e ex-diretor do Banco Central Tony Volpon alertou em entrevista recente na Bloomberg que a Selic pode cair para até 6% ao ano. Isto pode ocorrer em menos de 2 anos.Isto significa que em pouco tempo podemos ter, novamente, o juro real implícito no CDI menor que 3% ao ano como foi na média dos últimos 5, 10 e 15 anos.A maioria dos investidores tem preferência por liquidez diária. Entretanto, é muito importante que seu investimento em renda fixa seja dividido em 3 partes: 1 – A parcela de liquidez diária serve para emergências, resgates e para eventuais trocas na carteira; 2 – Uma parcela de médio prazo que teria o efeito de proporcionar um retorno adicional em relação à de liquidez diária e vai suprir necessidades de fluxos em anos futuros. Os títulos nesta parte teriam vencimentos em média de 5 anos; 3 – A parcela de longo prazo que é destinada usualmente para aposentadoria e para obter maior rendimento. O vencimento dos títulos nesta parcela, usualmente, tem 10 anos ou mais.Hoje os títulos referenciados ao IPCA de médio e longo prazo rendem uma média entre 5% e 7% ao ano acima do IPCA, dependendo se são títulos públicos ou privados.O retorno destes títulos perde do CDI neste momento. Mas, é justamente o momento para aplicar mais neles.Investir apenas no CDI hoje é confortável, mas vai ter uma consequência nos seus resultados no longo prazo.Quando o CDI está alto como agora, você tem juros reais maiores. Quando o CDI cair e você quiser migrar para títulos referenciados ao IPCA para elevar o retorno, vai ter de se contentar com juros reais menores, ou seja, juros acima do IPCA menores.Portanto, este é o melhor momento para aproveitar e investir as parcelas de médio e longo prazo de renda fixa de seu portfólio em títulos referenciados ao IPCA. Nos próximos dois anos, estas taxas estarão certamente piores que agora.Se você deseja mais segurança, os títulos bancários dentro da garantia do FGC como CDBs referenciados ao IPCA são a melhor alternativa.Para o longo prazo, os títulos privados isentos de IR, referenciados ao IPCA e de boas empresas podem proporcionar retornos equivalentes a IPCA+8,5% ao ano bruto de IR.Assim, não se deixe levar pelo resultado de curto prazo. Esse alívio ou segurança de curto prazo em investir no CDI pode ser seu pesadelo no longo prazo. A dor de ver o título referenciado ao IPCA perdendo do CDI é passageira e logo vai recompensar aqueles que foram pacientes e não se deixaram levar pela emoção.Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.Fale direto comigo no e-mail.Siga e curta o De Grão em Grão nas redes sociais. Acompanhe as lições de investimentos no Instagram. | 2023-07-29 19:00:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/de-grao-em-grao/2023/07/este-deve-ser-seu-objetivo-na-renda-fixa-agora-para-nao-se-arrepender-no-futuro.shtml |
Leitores apontam iniciativas para tornar futebol feminino mais popular | Nesta semana, a Folha perguntou aos leitores de que forma é possível valorizar o futebol feminino e que tipos de iniciativas tornariam essas disputas mais populares e poderiam contribuir para solidificar a categoria. Confira a seguir algumas respostas.Para valorizar o futebol feminino no Brasil é necessário que os brasileiros comecem a ter consciência de que os jogos femininos são iguais aos dos masculinos. Os influenciadores digitais deveriam mostrar que estão assistindo e acompanhando; bares e restaurantes podiam passar esses jogos nos telões e também deveria haver um incentivo para as meninas jogarem futebol. Camilla Yumi Endo (Maringá, PR)Para mim não há outra maneira senão midiatizar ao máximo: falar o tempo todo na TV, jornais, podcasts e internet sobre o tema. A cada dia contar uma novidade. Entrevistar as jogadoras. Lembrar que o Brasil é o país do futebol. Mais ou menos como se faz com qualquer tema que explode (a cobertura midiática de um crime, por exemplo). Passada a Copa, continuar falando e transmitindo os jogos. Tainá Nunes Ferreira (Belo Horizonte, MG)Para o longo prazo é necessário mudar culturalmente o papel das crianças e jovens meninas no esporte. Desde muito tempo, no Brasil, o esporte em idade escolar é coisa de meninos. No médio prazo é necessário ter uma rede de apoio aos jovens aspirantes a atletas. Uma outra ideia: uma verdadeira Copa do Mundo de futebol (com as seleções femininas e masculinas). Lucas Andre Rack de Oliveira (São Paulo, SP)Mais divulgação. Sou fã do futebol feminino e uma das minhas principais dificuldades para acompanhar os jogos é a falta de informação sobre quando acontecem partidas e campeonatos, além de comentários sobre os jogos. Fora isso, os horários dos jogos são muito ruins. Colocar uma partida quinta-feira às 15h é para quase ninguém assistir. Carine Braga Rocha (Rio de Janeiro, RJ)Mais transmissão de jogos, mais categorias de base, que é o que faz todo esporte crescer. Karine Fazollo (Porto Alegre, RS)Formação de categorias de base decentes para que novos talentos apareçam e sejam bem instruídos; profissionalização dos times e que as agremiações cedam estrutura digna para recuperação, treinamento e jogos; calendário de competições para os times terem um ano inteiro de atividade; investimento de anunciantes; transmissões dos jogos pela TV para o que o público se acostume com os jogos e veja que existe futebol feminino além das Olimpíadas e Copa. Paulo Octavio Pacheco (Osasco, SP) Mais Propagandas que mostrem o quanto o futebol feminino também faz parte da nossa cultura e o quanto ele impacta a união de família e amigos em momentos de Copa, igual o masculino faz.Ana Julia Silva (São Paulo, SP)Não tentar concorrer com o futebol masculino, mas buscar uma característica própria, como no vôlei. O futebol feminino é muito bonito e não precisa ser bordado para melhorar a estética visual. Se melhorar a transmissão, teria um ganho significativo. José Lucas Porto (Itabira, MG)Outra iniciativa é vincular o futebol feminino a um esporte sem violência, de respeito ao adversário. Aloisio Francisco (Cuiabá, MT)Aumento de competições escolares e universitários supervisionados pelas federações; trabalho de base com competições regionais, nacionais e internacionais; criação de uma Copa Brasil, no lugar da Supercopa, com todos os times que estão na série A1, A2 e A3. Alexandre Silva (Belo Horizonte, MG) Mais | 2023-07-29 20:00:00 | paineldoleitor | Painel do Leitor | https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2023/07/leitores-apontam-iniciativas-para-tornar-futebol-feminino-mais-popular.shtml |
Leitores comentam importância do piso salarial de professores | Distribuição de renda "Professores têm piso salarial maior do que renda de 92% dos pais de seus alunos" (Laura Müller Machado, 28/7). Falta uma pesquisa importante para compor esse quadro: como governos e municípios gastam seus recursos e como tratam suas escolas? Recursos são geridos tendo em vista o essencial para a população? São aspectos importantes para completar a análise dos desperdícios orçamentários… Marilza Abrahão (Uberlândia, MG)Não acho que pagamos o suficiente aos professores. Além disso, a falta de estrutura na esmagadora maioria das escolas talvez seja um desestimulante maior que o rendimento. Por fim, é fato: no nosso país, um salário razoável já é o suficiente para colocar o sujeito na ponta dos mais ricos. Isso é loucura. João Gabriel (Guarulhos, SP)Suspeita "Planalto sob Bolsonaro escondeu projeções de casos e mortes na pandemia" (Saúde, 28/7). Realmente os relatórios indicam uma situação, no mínimo, suspeita. Todavia, será que o entorno do governo, constituído pelas outras instituições (habitados por autoridades legislativas, Judiciário etc) não se deram conta do que estava acontecendo no Brasil e permitindo a continuidade de fatos tão graves? Maria Francisca de Souza (Goiânia, GO)Não é possível que essa informação não determine um processo judicial rigoroso sobre o irresponsável pelo país naqueles anos. Maria Tereza Vieira Azevedo (Guaratinguetá, SP) Mais Carreira "Acadêmicos defendem currículo de Pochmann, indicado à presidência do IBGE" (Mercado, 27/7). O currículo acadêmico dele satisfaz plenamente as necessidades inerentes do cargo. O mesmo rigor foi usado na escolha da Dilma para o cargo atual? Peter Janos Wechsler (São Paulo, SP)Há sempre um acadêmico para chamar de seu. Mostra bem a que ponto chegamos. Alexandre Pereira (Rio de Janeiro, RJ) Mais | 2023-07-29 19:07:00 | paineldoleitor | Painel do Leitor | https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2023/07/leitores-comentam-importancia-do-piso-salarial-de-professores.shtml |
Pia pede 'jogo bonito', mas contra França brasileiras mal dominaram a bola | Deu-me um pequeno nó na garganta a derrota da seleção feminina para a França, em Brisbane (Austrália), na segunda partida das equipes na Copa do Mundo da Oceania.Não pelo resultado em si, pois não é uma aberração o Brasil, oitavo do ranking da Fifa, não ganhar das francesas (quintas na lista); aliás, é praxe não vencer, já que as de uniforme azul jamais caíram ante as bazucas em 12 confrontos.O que incomodou foi o jeito. Mais de um.Quando a zagueira e capitã Renard, de 1,87 m, colocou a França novamente em vantagem e definiu o 2 a 1, a equipe brasileira estava melhor.Não parecia tão difícil naquele momento, diante de um rival de respeito mas que transparecia certo cansaço, segurar o empate, que seria ótimo pois manteria o Brasil à frente das europeias no Grupo F.O modo como Renard marcou me deixou pasmo. Quando a gigante francesa –a mais alta brasileira em campo era a zagueira Lauren, com 1,78 m– cabeceou para as redes da goleira Lelê, ela estava livre de marcação. Escandalosamente livre.Perdoem-me a técnica Pia Sundhage e as jogadoras, porém não é uma falha aceitável. Renard pode fazer gol de cabeça, até porque é um dos pontos fortes dela, desde que tenha o mérito de ganhar, na impulsão, de uma ou mais brasileiras.Sem marcação alguma –quando Andressa Alves decidiu ir atrás da rival já era tarde–, a carrancuda Renard fez aquele gol que, como diziam os locutores de antigamente, "até a minha avó faria".Como declarou Lelê, esse gol teve um sabor "revoltante", porque "não dá para errar nesse ponto", lembrando que o time estava preparado para conter essa jogada.É inconcebível haver um "apagão" assim da seleção, ainda mais em uma Copa do Mundo.Renard deveria ter marcação dupla em todo lance de bola parada no ataque francês. É questão de sobrevivência para a defesa.Depois do jogo, a sueca Pia reconheceu, sem mencionar nomes, que a defesa falhou. Frisou, entretanto, que esse erro não foi o mais grave, e sim a falta do "jogo bonito brasileiro".Só que ela está errada. Muito errada. E olhe que não há ninguém mais fã de futebol arte (com chapéus, canetas, dribles da vaca etc.), seja do Brasil ou não, do que eu.O problema é que, diante das francesas, na maior parte da partida, principalmente na metade inicial, as brasileiras mal conseguiam ficar com a posse da bola.O primeiro tempo foi de amargar para a equipe nacional. A França pressionou o tempo todo a saída de bola, de forma competente, o que ocasionou seguidos erros de passe do Brasil.As zagueiras e meio-campistas, cercadas por duas ou três atletas de azul, não tinham tempo para pensar. Como, então, jogar bonito, "com mais alegria", conforme pregou Pia, nessa circunstância?Sem chance de felicidade assim. O desafio imediato era árduo: evitar perder mais bolas, a fim de impedir que as francesas começassem a investida já próximas da meta de Lelê.Ficou muito evidente que essa seleção brasileira, quando pressionada ao iniciar o ataque a partir da defesa, não tem condição técnica para fazê-lo. Ou, se tem, faltou treinar mais. Pois, tentativa após tentativa, não deu certo. Era desesperador. Mais Qual minha sugestão ao se deparar com essa situação? Tenho duas.A primeira é o chutão, em baixa no esporte e odiado por muita gente (como Guardiola e Fernando Diniz).Despachar a redonda para a frente e as atacantes que se virem para, na disputa com as defensoras, levar vantagem na corrida ou dominar a bola e tentar criar algo ou cavar uma falta. Às vezes funciona.A segunda é passar o problema para o adversário.Dar um chutão (olha ele aqui de novo) para o mais longe possível (até para a goleira) e fazer, o Brasil, a marcação por pressão. Dificultar o começo de jogada das oponentes, forçá-las a um erro não forçado. Às vezes funciona.As duas alternativas são factíveis e fáceis de serem viabilizadas com algum treino.O que não dá é para sofrer um tempo inteiro –na segunda etapa foi menos pior, pois a pressão francesa perdeu intensidade– pela falta de capacidade de trocar passes rápidos e precisos na defesa.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...O Brasil, mesmo com esse revés, depende só de si para se classificar para as oitavas de final.Para isso, terá, a fim de não ter de contar com uma improvável derrota da França para o frágil Panamá, de derrotar a Jamaica na quarta-feira (2).A seleção de Pia entrará como favorita e, felizmente, não terá de encarar marcação por pressão. Espera-se que a Jamaica se feche na defesa e contra-ataque.O Panamá jogou assim contra as brasileiras e levou de 4 a 0. As jamaicanas, no entanto, tiveram sucesso ao segurar a França (0 a 0).Que Pia ache soluções para vazar a empolgada Jamaica, que neste sábado passou pelas panamenhas (1 a 0). Com gols, boa vantagem no placar e a vaga assegurada, aí dá para querer jogar bonito. | 2023-07-29 15:40:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/o-mundo-e-uma-bola/2023/07/pia-pede-jogo-bonito-mas-contra-franca-brasileiras-mal-dominaram-a-bola.shtml |
Festa do Nego Fugido (BA) encena liberdade e tomada do poder | Salvador, para além de ser a capital brasileira com o maior percentual de pessoas negras (cerca de 82%) é a que soube melhor guardar as heranças vindas do continente africano. O Recôncavo Baiano que fica nos seus arredores tem isso ainda mais vivo, com uma cultura raiz, em estado de África, com elementos brasileiros e da diáspora. A Festa do Nego Fugido que ocorre nos meses de julho em Acupe, distrito de Santo Amaro, é um bom exemplo disso.Há mais de um século encenações invadem as ruas do distrito com um novo ato do drama do negro que fugia da escravização pelas matas e era perseguido pelo caçador camuflado com folhas de bananeira. O último domingo de julho (neste ano 30/7) tem o desfecho do teatro e é considerado o mais importante por ser quando o rei de Portugal é preso e é lida a carta de alforria. Tudo termina com samba de roda – na região em que o samba nasceu no Brasil.Há ainda uma transposição para o teatro de rua, da linguagem musical do candomblé, acompanhada de tambor (atabaque), agogô e dança como o ijexá. O teatro desmente também a ideia de que o negro aceitou a escravização de forma passiva. Não à toa o recôncavo baiano tem diversos quilombos, onde pessoas negras viveram livres após fugirem da escravização.No teatro, quem encena tem o rosto pintado de preto, com carvão moído diluído em óleo de cozinha, e sai pelas ruas num espetáculo que dura cerca de duas horas. As crianças estrebuchando no chão e a cena com a madrinha são as que mais me marcaram. Tem um quê de dor, de vingança, de beleza e de resistência.A festa é regida pelas crianças, num processo educacional de relembrar a história e de desenvolver a autoestima e orgulho de serem pessoas negras. "Elas têm uma identificação e fascínio. A festa funciona como um ‘rito de passagem’, já que a maior parte das crianças de Acupe participam em algum momento", afirma Monilson Mony, que é puxador das cantigas do Nego Fugido e doutor em Artes Cênicas.Ele lembra que antes do período da abolição, as pessoas negras tinham a necessidade de ter um ritual chamado de "aparição", que se transformou na encenação sobre a aquisição da liberdade, com discurso crítico que mostra o imperador preso.A festa carrega também seus ritos e mistérios que são cultuados da porta pra dentro. É importante lembrar que o crescimento das igrejas neopentencostais tem significado uma resistência à manifestação cultural que hoje luta para continuar recontando a história pela ótica do povo preto."Temos um legado de luta do povo do recôncavo. É um discurso contrário ao do colonizador, que diz que quem libertou os escravizados foi a Princesa Isabel. Nossa narrativa não é que teve uma concessão e, sim, de que tudo foi por luta, além do fato de que a real liberdade só vai acontecer quando o povo tomar o poder", explica Monilson.O Nego Fugido retrata, portanto, uma espécie de saudosismo do futuro, algo que ainda está por vir. É uma manifestação que tem relação com a ancestralidade e precisa continuar porque a sonhada liberdade ainda não aconteceu.Os primeiros registros desse tipo de manifestação são por volta de 1840 na região da Serra da Barriga (AL) e eram chamados de "dança do quilombo", com ocorrência em toda a região Nordeste. Tanto que em Alagoas e Sergipe há o Lambe-Sujo, festividade popular que ocorre até hoje. No continente africano também há manifestações culturais usando folhas de bananeira ou que pintam o rosto de preto para a guerra, mas no Brasil a narrativa ganha as dores e lutas do povo preto com a escravização.Na Bahia, o Nego Fugido tem atividades ao longo do ano e ganhou uma sede chamada de Museu Vivo do Saber e dos Fazeres do Recôncavo (Travessa Edval Barreto, S/N, Acupe). Por lá, são realizados reforço escolar ao longo do ano, além de jogos e brincadeiras, sem apoio dos governos ou das empresas."As pessoas vão para ver a parte do espetáculo, mas não é para ser visto como algo belo, queremos produzir consciência, provocar", afirma Monilson Mony, lembrando que até a década de 1990 a festa não tinha público de fora por ser feita por um grupo considerado marginal e que percorria as periferias do pequeno distrito. "O público fica incomodado, mas os mais incomodados somos nós. Afinal, não é fácil contar essa história, reproduzir essa opressão", considera.A pintura facial de preto já ganhou críticas por ser comparada à técnica do black face, em que atores negros se pintavam de branco para interpretar personagens negros, e que foi "cancelada" por ser considerada racista. "Nós temos um contexto histórico diferente. Aqui é um ritual, está ligado ao período colonial, damos vida à matéria morta. Quem fala isso, não conhece a festa", defende o puxador das cantigas do Nego Fugido.Outra figura importante, Dona Santa, como era conhecida Edna Correia Bulcão, 80 anos, que organizou a festa durante cerca de 50 anos, faleceu no começo de 2023 deixando um vazio. Como os festejos não podem parar, seu legado tem sido levado à frente. A presença da mulher, aliás, está em todos os lugares e na figura da madrinha, que é representada na encenação e tem as cantigas dedicadas à ela.Acupe, que significa Rio Quente, fica a 90 quilômetros de Salvador e abriga cerca de 10 mil habitantes. O distrito é banhado pela baía de todos os santos e envolto por manguezais. O local teve importantes engenhos, pertenceu a um dos governadores-gerais do Brasil (Mem de Sá) e hoje a pesca é uma das principais economias.Todas as manifestações do povo preto que experencio tenho vontade de divulgar para que mais pessoas conheçam ao mesmo tempo em que cultivo medo da popularização e dos estragos que novos visitantes podem provocar. Então, fica um recado importante: vale a pena visitar, mas respeite: é uma festa das pessoas de Acupe para os acupenses. Somos os convidados e é preciso admirar e respeitar a cultura local.Viva o Nego Fugido! | 2023-07-29 08:00:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/guia-negro/2023/07/festa-do-nego-fugido-ba-encena-liberdade-e-tomada-do-poder.shtml |
Mansão em que filha de Elvis Presley viveu em últimos dias de vida está à venda; veja fotos | A casa que foi lar de Lisa Marie Presley até o dia de sua morte foi colocada à venda. De acordo com o TMZ, a mansão localizada em Calabasas, na California, EUA, foi alugada por Lisa em 2020, porém, ela tinha a opção de comprá-la, o que estava em seus planos.O imóvel está sendo ofertado por cerca de US$ 4.679.000 (cerca de R$ 22,1 milhões). A casa impressiona com seus quase 700 metros quadrados, contendo seis quartos e sete banheiros. Com uma fachada de pedra que lembra um castelo, a residência oferece uma bela vista das montanhas, além de uma piscina.O terreno ainda tem um home theater, uma adega de vinhos e espaçosas salas de estar e jantar. A suíte principal apresenta um design luxuoso, com área de estar, closet espaçoso e um banheiro refinado. O amplo jardim da propriedade também chama a atenção, com vistas panorâmicas das colinas da região, lareira ao ar livre, churrasqueira embutida, terraço para refeições, piscina e hidromassagem. Mais Aos 54 anos, Lisa Marie Presley foi encontrada sem resposta em sua casa em 12 de janeiro deste ano, sendo levada às pressas para um hospital próximo, onde morreu. | 2023-07-28 22:59:00 | voceviu | Você viu | https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/07/mansao-em-que-filha-de-elvis-presley-viveu-em-ultimos-dias-de-vida-esta-a-venda-veja-fotos.shtml |
'Ensino médico no Brasil virou balcão de negócios', escreve assinante | Ensino médico "É urgente definir os critérios de qualidade dos cursos de medicina" (Tendências/Debates, 28/7). Primeiro aprova-se a abertura de novos cursos e depois pensa-se em critérios mínimos de qualidade. Retrato acabado do balcão de negócios que virou o ensino médico no Brasil. José Marcos Thalenberg (São Paulo, SP)Postura "Lula rebate Bolsonaro e diz que jumento é simpático e mais esperto que alguns" (Política, 26/7). A melhor postura que todos devemos promover é simplesmente ignorar a presença de um grupo seleto de agentes políticos que desejam ser lembrados a qualquer custo pois não é pelo trabalho pelo Brasil que serão lembrados. Jeanne D’arc de Faria (São Paulo, SP)Enrolou-se na resposta. Era melhor ter deixado o outro falando sozinho. Fabio Almeida (São José dos Campos, SP)Arrecadação "Bolsonaro recebeu R$ 17,2 milhões via Pix neste ano, aponta relatório do Coaf" (Política, 27/7). Se realmente forem fruto de doações, assusta o número de alienados, para dizer o mínimo! Marluce Martins Aguiar (Vitória, ES)Esse comportamento de alguns brasileiros mereceria bons estudos sociológicos, não acham? Mandar dinheiro para um político pagar as consequências de suas condutas ilegais e criminosas...Um país de gente assim tem como dar certo? Josefina Martins (São José dos Campos, SP)Aécio Neves "Justiça mantém absolvição de Aécio em acusação de corrupção no caso JBS" (Política, 27/7). Enquanto isso, um saquinho de maconha no bolso de um jovem preto, pobre e de periferia é capaz de colocá-lo por anos em uma prisão. É muito grave porque são reforços de um racismo estrutural, mantido sistematicamente por um Judiciário que passa pela pior crise moral da história. Marcelo Magalhães (Rio de Janeiro, RJ)Indícios "Mauro Cid teve movimentações atípicas e burla em contas bancárias, suspeita Coaf" (Política, 27/7). O Exército já deveria tê-lo expulsado. Um fardo para todos nós, que o custeamos. Filipe Moura Lima (Amparo, SP) Mais Valorização "Já dizia o ditado, o homem é o Moro do homem" (Renato Terra, 27/7). Só sei que corrupção é péssima para qualquer sociedade e Moro cumpriu seu papel de magistrado. Sei de outro ditado, de que a política pode corromper. Então, se por ego ou por ingenuidade ou por uma sociedade permissiva, pode ter feito escolhas ruins. Mas não devíamos, como sociedade, diminuir a importância do trabalho que fez como juiz. Nivaldo da Silva Lavoura Jr (Piracicaba, SP)Revisão de processos É louvável a iniciativa da quase ex-ministra Rosa Weber ("Um novo mutirão carcerário para um novo sistema penal", Tendências/Debates, 28/7). Infelizmente, tais ações são paliativas, pois parece haver um conluio entre o sistema Judiciário punitivo, que não se esforça para dar celeridade aos processos, e o tráfico de drogas e outras vertentes do crime organizado, que selecionam seus operadores dentre os presos. O passivo carcerário no país só será resolvido com profundas modificações em todo o Judiciário. Adilson Roberto Gonçalves (Campinas, SP) Mais Abuso infantil "Abuso infantil crescente" (Priscilla Bacalhau, 27/7). Lendo o artigo de Priscilla Bacalhau dando as boas-vindas ao programa de educação sexual nas escolas, eu também me alegro. Como pediatra, atendo inúmeros adolescentes sem a mínima noção da anatomia e do funcionamento do aparelho genital masculino ou feminino. As famílias não fornecem esse conhecimento. Onde estão as aulas de ciência que deveriam ensinar o funcionamento do corpo humano? As consequências da ignorância são terríveis, com danos irreparáveis. Jussara Helena Beltreschi (Ribeirão Preto, SP)Infâncias sem boneca "Filme da Barbie me lembrou por que nunca gostei de bonecas" (Juliana de Albuquerque, 27/7). Entendo você perfeitamente, Juliana! Embora seja de uma geração anterior e, consequentemente, mais pressionada a ser uma garota "menininha", sempre fui a menina e a mulher que quis ser, sem bonecas. Nem barbies nem qualquer outra. Não senti falta... Claudia Dias (Rio de Janeiro, RJ)Lembro-me de brincar muito com meus amigos de quadra e na escola: cabra-cega, esconde-esconde, pula-corda, cabo de guerra, bambolê, subir em árvore, bicicleta (e aprender a pedalar), jogo da memória, parquinhos com escorregas, balanços, gira-gira, bola de gude, bafo. Bonecas são uma pálida lembrança nesse inventário. Paloma Fonseca (Brasília, DF) Mais Colmeia comprometida "Uso indevido de agrotóxico mata 80 milhões de abelhas na Bahia" (Ambiente, 28/7). E o que fazemos para a Terra, a Terra devolverá para nós. A importância das abelhas nos ecossistemas já foi reconhecida mundialmente e vamos sofrer muito por conta dessas barbaridades. Ademais, e por processo de dedução lógica e natural, se faz mal para as abelhas, algum mal há de fazer para os seres humanos. Vitor Luis Aidar Santos (Jaboticabal, SP)Isso só vai começar a parar quando o bolso desses fazendeiros começar a secar. Lilian Ferreira (Itabira, MG)Café "Pesquisadores brasileiros criam café que já sai do pé descafeinado" (Café na Prensa, 28/7). Parabéns ao IAC e a toda pesquisa pública! Com certeza reduzirá o preço do quilo ao consumidor, hoje elevado pela pouca oferta, já que a venda da cafeína pura compensa os gastos em extração. Ainda, teremos a vantagem de não existirem resíduos de certos extratores químicos, que reduzem o aroma e sabor. Aderval Rossetto (Catanduva, SP) | 2023-07-28 23:01:00 | paineldoleitor | Painel do Leitor | https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2023/07/ensino-medico-no-brasil-virou-balcao-de-negocios-escreve-assinante.shtml |
Cachorra pega 'carona' em burrinho e vídeo viraliza nas redes sociais | Um vídeo de uma cachorra pegando "carona" em um burrinho conquistou as redes sociais. Registrado na quinta-feira (27), em Birigui, cidade do interior de São Paulo, o vídeo mostra a cachorra Neguinha viajando no lombo do burrinho Lázaro, chamando a atenção e arrancando sorrisos dos motoristas e pedestres por onde passam. As informações são do G1.Em diferentes publicações, o vídeo recebeu mais de 11 mil visualizações e mais de 1 mil curtidas. A cadelinha corajosa é "Neguinha", que vive com o tutor Adriano de Araújo, sua esposa e as duas filhas do casal. Já o burrinho "Lázaro" foi adquirido há menos de um mês por Araújo, com o objetivo de tê-lo como companheiro de trabalho.O animal, segundo o dono, tem sido uma atração na cidade e o dinheiro por fotos tiradas com anônimos tem sido uma renda extra na família. Araújo, que já foi peão de rodeio, agora busca novas oportunidades no mercado e tem o sonho de retornar aos rodeios. A parceria inusitada entre "Neguinha" e "Lázaro" tem trazido alegria e esperança para a família, que enfrenta as batalhas da vida sempre em equipe.ASSISTA AO VÍDEO | 2023-07-28 22:12:00 | voceviu | Você viu | https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/07/cachorra-pega-carona-em-burrinho-e-video-viraliza-nas-redes-sociais.shtml |
Eleição na Espanha e gafes de Lula são temas do podcast Américas; ouça | No Podcast Américas desta semana, os jornalistas Sylvia Colombo, colunista da Folha, e Sebastián Fest, correspondente em Buenos Aires do jornal espanhol "El Mundo" fazem um balanço das eleições na Espanha, e que impacto isso poderá ter na política latinoamericana.O segundo assunto do podcast é o da gafes e improvisações do presidente Lula, principalmente relacionadas a Guerra da Ucrânia e a relações diplomáticas na região. Lula agora propõe um grupo de diálogos para tentar ajudar que a Venezuela tenha eleições livres em 2024, embora a ditadura chavista venha mostrando que não está muito disposta a concessões.Por fim, comentaremos o caso do ator Kevin Spacey, agora inocentado, e os dilemas entre a Justiça e os tribunais da internet. Ouça o episódio abaixo.O podcast Américas, transmitido em espanhol, é uma boa oportunidade para jornalistas e demais interessados em entender melhor a região e em conhecer mais o idioma falado em quase toda a América Latina, tendo o Brasil como uma das exceções. Nele, trata-se todas as semanas de três temas ocorridos nas Américas (Norte, Centro e Sul) em um espaço de meia hora.. Mais | 2023-07-28 21:19:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/novo-em-folha/2023/07/eleicao-na-espanha-e-gafes-de-lula-sao-tema-do-podcast-americas-ouca.shtml |
Fim de semana tem evento pet, adoção e encontro de vira-latas em SP | Eventos programados para este fim de semana em São Paulo são opções para quem planeja adotar um pet ou apenas passear com seu cachorro.Confira a agenda:Sábado (29)- O MIS (Museu da Imagem e do Som) realiza, em parceria com o Cabana Burger, o Cabana Pet Festival neste sábado, na área externa do museu. Haverá pet place, evento de adoção com 7 cachorros e 4 gatos e pontos de venda de hambúrguer e cerveja. A entrada é gratuita, e o evento será realizado em prol da ONG Amigos de São Francisco.Para adotar, é preciso ter mais de 21 anos, apresentar documento de identidade, fotos ou vídeos do imóvel ou espaço onde o animal ficará e passar por breve entrevista breve com a ONG antes de assinar o termo de compromisso. Será das 10h às 18h, no estacionamento e área externa. O endereço é avenida Europa, 158, Jardim Europa.- O Raposo Shopping promove feira de adoção de gatos, em parceria com a ONG Vira Lata Vira Amigos e as protetoras Priscila Gimenes e Carmem Lucia Mariano. São animais adultos, vermifugados, vacinados e testados negativos para FIV e FeLV.Para adotar, é necessário ser maior de 21 anos, apresentar RG, CPF, comprovante de residência no mesmo nome, passar por entrevista no local e assinar o termo de adoção. No entanto, somente serão doados gatos para apartamento telado ou casa sem qualquer rota de fuga.O evento será das 10h às 17h no Cantinho Pet, no Piso São Paulo. O centro de compras fica no km 14,5 da rodovia Raposo Tavares, em São Paulo. - A Cobasi recebe o Encontrão de Vira-Latas, para marcar o Dia do Vira-Lata, lembrado no dia 31. O evento, com entrada gratuita, será na loja próxima ao parque Villa-Lobos. Estarão presentes o Instituto ELPA (Eu Luto pelos Animais) e a ONG Vira-Lata é 10, com animais no Centro de Adoção fixo da Cobasi Villa Lobos.Segundo a rede de pet shops, haverá atividades para toda a família, com caricaturista, fotos e food truck. Será das 11h às 15h, na rua Manoel Velasco, 90, Vila LeopoldinaSábado (29) e domingo (30)A Pedigree tem uma série de eventos de adoção neste fim de semana, com ONGs parceiras, dentro do projeto Adotar é Tudo de Bom. Veja endereços:Dia 29 Centro de Adoção - rua General Jardim, 240, Vila Buarque - 10h às 16h Cobasi Marginal - rua Maria Prestes Maia, 745 - 13h às 17h Cobasi Braz Leme - av. Braz Leme, 278, Casa Verde – 13h às 17h Cobasi Sumaré - av. Sumaré, 78, Perdizes – 10h às 15h Cobasi Carrão - rua Serra de Botucatu, 1.759, Vila Gomes Cardim - 15h às 21h Cobasi Teodoro Sampaio - r. Teodoro Sampaio, 1.933, Pinheiros – 11h às 16h Cobasi Tamboré - Alameda Araguaia, 3.023 - 10h às 14h Cobasi São Caetano do Sul - alameda Caulin, 125 - 15h às 20h Cobasi Ipiranga - av. Dr. Ricardo Jafet, 2.033, Vila Mariana - 11h às 16h Dia 30 Centro de Adoção - rua General Jardim, 240, Vila Buarque - 10h às 16h Cobasi Braz Leme - av. Braz Leme, 278, Casa Verde – 11h às 15h Cobasi Guarulhos - av. Aniello Patrici, 520, - 10h às 15h Mais Siga o Bom Pra Cachorro no Twitter, Instagram e Facebook | 2023-07-28 22:29:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/bom-pra-cachorro/2023/07/fim-de-semana-tem-evento-pet-adocao-e-encontro-de-vira-latas-em-sp.shtml |
Guerra contra a ciência | Demorará muito para o país traçar balanço completo dos retrocessos do governo Jair Bolsonaro (PL). Alguns setores, como a pesquisa científica, padecem por anos mesmo após cessarem investidas doidivanas contra eles —e já em 2022 tais ataques produziram queda alarmante na ciência nacional.Levantamento da Agência Bori, que conecta jornalistas com instituições de pesquisa, e da Elsevier, editora global de publicações acadêmicas, detectou no Brasil a maior redução no número de artigos científicos, entre 51 países analisados. Assim como na Ucrânia, houve, no ano passado, recuo de 7,4% na produção de estudos.Entraram em consideração nações que tivessem publicado ao menos 10 mil artigos em 2021, quantidade comparada então com o acervo de 2022. Os 21 países incluídos respondem por 95% da produção científica mundial.O fato de o país resvalar para a pior colocação, ao lado de um país invadido pela Rússia, carrega simbolismo acabrunhador. Aqui, pesquisadores se viram encurralados por políticas públicas de Jair Bolsonaro (PL) —presidente que, por exemplo, colocou de joelhos o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) por irritar-se com dados sobre o desmatamento.Pode-se alegar que o retrocesso resultou da pandemia. No entanto, a Covid flagelou o mundo todo, e nem por isso a pesquisa sofreu tanto em outros países.Os Estados Unidos, por exemplo, também deram passo atrás na sua produção, mas de apenas 1,5%. A China, epicentro da crise sanitária, avançou 22,5%, e a Índia teve alta de 9,6% —indicando mudanças em curso no panorama internacional de excelência científica.EUA e Brasil eram então governados por mandatários omissos diante da pandemia e despontaram como nações mais impactadas pelo vírus, respectivamente com 1,12 milhão e 700 mil mortos. Os golpes de Bolsonaro contra a ciência não se limitaram a atacar vacinas e desacreditar cientistas.O ex-presidente cortou fundos de pesquisa e reduziu bolsas. Manietou universidades federais, onde se realiza boa parte da investigação acadêmica, instalando no MEC uma sucessão de celerados.Dilapidou, assim, capital humano e massa crítica acumulados por décadas, que levaram o Brasil à 14ª posição mundial em produção no setor. Resultado: pela primeira vez desde 1996, o país teve queda anual em estudos publicados.editoriais@grupofolha.com.br | 2023-07-28 22:00:00 | opiniao | Opinião | https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/07/guerra-contra-a-ciencia.shtml |
Ser turista é pagar caro demais para comer porcaria | Viajar é preciso, comer também é preciso. Coordenar as duas coisas nem sempre é fácil.Fora de casa, em especial na primeira vez de um destino, tudo meio que se parece. Placas, luminosos, cardápios do lado de fora, um infeliz mal pago para agarrar o passante pelo cangote.Sim, faço pesquisa prévia e coleto indicações. Elas de nada prestam para o caos da chegada. Num misto de exaustão, confusão e fome, você só quer resolver rapidamente a parada.Por isso, a primeira refeição de uma viagem também costuma ser a pior. Tá valendo, é uma boa história para recordar.Existe uma diferença entre viajar a lazer e fazer turismo. Você pode fazer turismo na cidade onde mora. Você pode viajar sem se meter em programas turísticos clássicos.O turista, via de regra, paga uma fortuna para engolir uma comida, pardon my French, de merda.É um clássico das arapucas de turista, dos restaurantes situados em pontos bons demais para o proprietário se preocupar com a qualidade da cozinha.Tem na praia de Copacabana, tem quando cruza a Ipiranga e a avenida São João, tem nos Champs-Élysées e em qualquer biboca que enche de gente que desce de ônibus ou navio de cruzeiro.Há, contudo, algo mais perverso do que as arapucas das ruas. Delas você consegue fugir. Restaurantes, lanchonetes e cafés dentro de atrações pagas são presídios de segurança máxima. Mais Você vai para um museu, parque natural ou temático –importa pouco o tipo de atração, muito o tempo que ela demanda do visitante. Filas, caminhadas, filas, tempo para ver o que tem para ser visto, filas, filas e... filas.Vai o dia todo nisso. A fome bate, impávida feito Muhammad Ali. E dali não há como sair.Esquivo-me desses programas ou deixo para comer depois, mas às vezes não dá para evitar. É o caso presente, aqui em Foz do Iguaçu. Como não visitar as cataratas? Recomendo, aliás: uma maravilhosidade.Cheguei às 11h30, e o ingresso comprado no ato dava direito a embarcar no ônibus das 13h30 –da sede até as quedas, vai um passeio longo.Na espera, naturalmente, fui dar almoço para meu filho. Só há uma lanchonete. Ambos escolhemos o prato-feito de frango (sempre a opção menos perigosa), com arroz, feijão-preto, fritas e salada.Cada prato por R$ 68. Comida apenas comível. Conta total, com duas águas, um suco e um açaí para a criança, R$ 190.É a mesma lógica dos aeroportos: cobre do prisioneiro o quanto quiser, não precisa nem fingir que serve algo bom. Mesmo antes de embarcar, o turista deixa uma fortuna para comer mal.Dias depois fomos ao Paraguai. Metemo-nos numa galeria caótica e feia demais, quiçá um pouco perigosa, além de suja. Meu nariz encontrou o Al Kahl, operação libanesa islâmica e familiar, num cantinho daquele furdunço todo.Kafta, shish taouk, hommus, saladas de alface, cebola e salsinha com sumac, mais pasta de alho e pão, tudo por 50 contos para dois, água com gás inclusa. Comida absolutamente fabulosa.Pena que o destino fosse a 25 de Março elevada ao cubo, com chuva. Complicado coordenar essas coisas. | 2023-07-28 19:23:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/cozinha-bruta/2023/07/ser-turista-e-pagar-caro-demais-para-comer-porcaria.shtml |
Pai de zagueira da seleção brasileira vende carro para acompanhar filha na Copa do Mundo | A zagueira brasileira na Copa do Mundo feminina na Austrália e Nova Zelândia, Lauren Leal, tem um torcedor especial nas arquibancadas: seu pai Erymar Alexandre Costa. O socorrista em Votorantim, São Paulo, vendeu seu único carro para acompanhar a filha na competição. "Eu já tinha dito que venderia o que fosse necessário para ir à Austrália. Então, mesmo com dor no coração, coloquei meu carro do coração, um Fiat 147 amarelo, à venda", começou.O automóvel, vendido a um amigo, ajudou Erymar a pagar pelas passagens, mas faltava dinheiro para se manter do outro lado do mundo. Em entrevista ao portal Gaucha ZH, Lekão, como é mais conhecido, tem se hospedado em albergues ou até em casas de desconhecidos para acompanhar Lauren."Comprei a passagem 15 minutos após a convocação e paguei um preço absurdo. Mas acabo ficando em albergues, dividindo quartos coletivos com turistas estrangeiros. Quando os funcionários do albergue aqui em Brisbane descobriram que vim acompanhar minha filha na Copa do Mundo, me deram um quarto individual sem custo extra. Mas isso não me importa", contou. Mais Ele mencionou também que várias pessoas descobriram que ele estava acompanhando a filha e o convidaram para ficar em suas casas. Todo esforço tem valido a pena. A estreia do Brasil contra o Panamá mexeu com a emoção de Erymar, pois Lauren começou o jogo como titular."Foi muito emocionante. Ela me disse na véspera que a técnica Pia Sundhage a tinha avisado. Se ela não tivesse me contado, eu teria dormido tranquilamente. Mas não consegui dormir. Na hora, vendo ela perfilada para a execução do hino, me emocionei. Lembrei de tudo que fizemos para que esse sonho fosse possível", reconheceu. | 2023-07-28 14:35:00 | voceviu | Você viu | https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/07/pai-de-zagueira-da-selecao-brasileira-vende-carro-para-acompanhar-filha-na-copa-do-mundo.shtml |
Moda periférica dita a própria tendência e perpetua o estilo 'Mandrake' | O funk de São Paulo sempre esteve ligado à moda. Os versos da música "Bonde da Juju" da dupla Backdi e Bio-G3, de 2010, por exemplo, apresentam os itens indispensáveis para os frequentadores dos bailes, como "tá de Juliet, Romeu 2 e Double Shox, 18K no pescoço de Eckö e Nike Shox".Esses itens se tornaram símbolos de um movimento a ponto de serem usados por políticos durante pré-campanhas —o presidente Lula (PT) e o vice Geraldo Alckmin (PSB) usando óculos Juliet, da marca Oakley, em 2022, são exemplos desse fenômeno.Não se sabe ao certo quando essa estética teve início, mas se pode dizer que é um estilo que perdura por mais de 20 anos nas periferias de São Paulo. Reinventar a moda periférica, nesse contexto, sem perder toda a simbologia e permitindo que os mais jovens continuem conectados ao modo de se vestir, é um trabalho que precisa partir da própria comunidade para a comunidade.No Grajaú, bairro do extremo sul de São Paulo, no último dia 21 de julho, a marca de roupas Mile Lab e o coletivo Vivência Lab, lançaram uma pesquisa sobre o consumo das marcas na geração Z na periferia. Além dos dados, Milena Nascimento, estilista da marca, apresentou a coleção "Espetáculo Submundo", unindo toda a estética comum no funk de paulistano. O evento surge como uma forma de celebração dos seis anos da marca. "Este é o nosso verdadeiro manifesto, a periferia vem mais uma vez quebrando estatísticas e reafirmando nossa relevância em temas como moda e pesquisa", diz Nascimento.A estilista de 25 anos que diz produzir "moda marginal" já teve seus trabalhos nas passarelas do São Paulo Fashion Week, em 2021. Suas referências são vestimentas tradicionais de herança afro e a expressão autêntica do corpo periférico. "Esse evento vem como uma forma de honrar Esú [outro nome dado ao orixá Exu, entidade do candomblé e da umbanda], das encruzilhadas, aquele que abre nossos caminhos e nos permite pisar com firmeza. Esú é a sexualidade que pulsa na favela, Exu é a própria rua", afirma Nascimento, sobre a importância do dia. Mais A nova coleção refere-se à energia noturna das periferias e aos caminho que jovens periféricos percorrem, com bailes, sambas e giras —nome dado a rituais de religiões com matriz africana. "Proporcionamos um desfile que retrata a subjetividade do cotidiano marginal e ancestral, o que para muitos a noite pode ser o estado de descanso, ou perigo para o favelado, é quando seu coração pulsa mais forte, na vontade de viver acima do medo", afirma a estilista.Para Wes Xavier, 27, a moda vai muito além de tendências. Idealizador do evento coletivo e responsável pela divulgação da pesquisa "Hábitos de Consumo de Moda da Gen Z Periférica", Xavier comenta que a geração de periféricos utiliza seu poder de consumo para marcar o mundo que desejam viver. "A forma de utilizar determinada marca na avenida Paulista ou nos bairros nobres, por exemplo, permanece igual, mas difere consideravelmente da maneira como é usada nas ruas das comunidades periféricas", comenta o pesquisador.O objetivo da pesquisa apresentada durante o evento é compreender a perspectiva e o comportamento de jovens favelados nascidos entre 1995 e 2010, abrangendo diferentes perfis, desde consumidores até criadores e pessoas que ditam tendências, que operam e influenciam um ecossistema paralelo aos canais de comunicação tradicionais.Os dados da pesquisa foram colhidos nas periferias de São Paulo e serão lançados em forma de ebook no dia 20 de agosto, acompanhada de um vídeo mostrando o processo de metodologia usado pelo pesquisador. | 2023-07-28 13:33:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/sons-da-perifa/2023/07/moda-periferica-dita-a-propria-tendencia-e-perpetua-o-estilo-mandrake.shtml |
Adoro ser chamada de corninha e gozo vendo meu namorado transar com outras | Um animal sem chifres não tem como se defender e, se você não foi corno, é só porque não ficou sabendo ainda. Quem é monogâmico e curioso dificilmente vai passar a vida sem trair ou ser traído (ou os dois) e amargar essa dor. Ainda bem que tem gente que encara essas coisas com mais leveza –e, às vezes, com tesão. Encontrei o casal Malu e José (nome falso) dia desses em um dos bares da vida.Papo vai, papo vem, ela me contou que gosta muito de se sentar em uma cadeira no quarto e ver o namorado beijando, chupando, dedando e metendo em outras moças. Ela falou que ele faz isso com muita perícia e todo mundo goza bastante nessas ocasiões."Uma vez, enquanto ele estava comendo outra, eu gozei três vezes. A primeira foi olhando e tocando uma siririca, a segunda foi roçando nela e a terceira foi tocando uma siririca do lado deles."O processo de descoberta foi longo. Malu me contou que ficou alguns anos em um relacionamento tóxico e cheio de ciúme com um homem. Quando se viu livre da situação, começou a ter encontros também com mulheres e a curtir muito sexo lésbico.Um tempo depois, conheceu José, e eles começaram a namorar e a fazer ménages com outras moças. Então eles criaram um perfil de casal no Tinder, onde deixam claro o que querem. Sempre tem alguém disponível. "Gostamos de encontrar, jantar, tomar um drink e dar beijos triplos em lugares públicos antes de irmos pra casa transar."Ela conta que a maioria das mulheres quer ser "marmita de casal" e se divertir de modo casual, sem interesse em desenvolver uma relação de trisal. Ainda assim, elas obviamente querem ser bem tratadas. O date antes da foda é parte da fantasia e as moças que saem com eles gostam do fato de que eles conversam sobre vários assuntos além de sexo.Depois de vários ménages, Malu notou que também curtia muito quando ficava meio "escanteada" olhando os dois parceiros. Ela começou, então, a falar sobre isso no TikTok. "Foi lá que me disseram que isso é ser cuckqueen."Essa é a expressão que nomeia mulheres que curtem a ideia de "ser corna". A versão masculina desse fetiche, em que o cara gosta de ver a conje ser macetada por outro rapaz ou mulher, se chama cuckhold.Em alguns casos, Malu apenas observa. Em outros, depois de assistir, ela também entra na transa se a outra moça estiver com vontade. "Eu gosto muito de beijar e abraçar, adoro fazer mulheres gozarem, comer elas com cintaralho, mas só de olhar eu já curto muito."Mas o fetiche de corna não se limita ao momento da transa com outra pessoa. Malu diz que gosta de observar os movimentos do namorado e pedir para reproduzir depois, no sexo a dois. "Peço pra ele me comer como ele comeu a outra. Nossa vida sexual a dois é bem interessante, a gente fica falando e lembrando. Eu gosto que ele me chame de corna. Nossa intimidade como casal ficou mais forte e nos comunicamos com o olhar."Caso a curiosidade tenha batido: não, eu não transei com o casal! Ménage e suruba não são a minha. Mas, pelos relatos de Malu, parece que tanto José quanto ela sabem muito bem o que estão fazendo durante o sexo. Sabem usar os dedos, a língua, encontrar o clitóris (essa coisa tão básica) e meter no ritmo que a parceira quer. Falam que sempre se comunicam, perguntam se a outra pessoa está curtindo e como ela gosta.Portanto, se você homem leu essa coluna e pensou "que sortudo esse cara", pense que a sorte só acompanha os hábeis. Não adianta você querer ter duas mulheres à disposição se não sabe comer nem sequer uma direito.Fico imaginando em quão broxante seria eu estar sentada em uma cadeira vendo um cara sem localização geográfica chupando uretra e depois bombando por dois minutos. Antes de querer pegar geral, aprenda a pegar direito.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Bruna Maia é escritora, cartunista e jornalista. É autora dos livros "Parece que Piorou" e "Com Todo o Meu Rancor" e do perfil @dabrunamaia nas redes sociais. Fala de tudo o que pode e do que não pode no sexo. | 2023-07-28 12:00:00 | colunistas | Colunistas | https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/x-de-sexo/2023/07/adoro-ser-chamada-de-corninha-e-gozo-vendo-meu-namorado-transar-com-outras.shtml |
Conheça Mc Sil Sil, a 'Barbie Gorda' do Tik Tok | "Sou a Barbie gorda, gosto de comer salsichão com pimentinha". Essa é a versão de "Barbie World" de Mc Sil Sil, funkeira de Cabo Frio que vem fazendo sucesso nas redes sociais. Só no Tik Tok, ela acumula 8,7 milhões de seguidores, além de mais 580 mil no Instagram.Além do hit, a Mc também diverte os seguidores com cenas de comédia em que interpreta situações trágicas do dia a dia. O vídeo "Quando a bença do meu marido inventa de cozinhar" alcançou 3,8 milhões de visualizações e mostra o amado bagunçando toda a cozinha para fazer um café da manhã. Ele e os filhos também costumam aparecer nos vídeos.Natural de Ibirapitanga, na Bahia, Mc Sil Sil é Silvana Santos de Oliveira. A carreira na internet começou após ela ter perdido um emprego. Sem renda fixa para sustentar os filhos e pagar o aluguel, ela se reinventou criando paródias de sucessos do funk e do arrocha. Mais Os vídeos foram bem recebidos pelos internautas e levaram Mc Sil Sil ao João Kleber Show, da Rede TV. A partir de então, a popularidade da influenciadora aumentou significativamente e ela foi convidada ao Programa do Ratinho e ao Programa Silvio Santos, no SBT.Hoje, Mc Sil Sil faz conteúdos de publicidade e surfa na "onda rosa" de Barbie, do seu jeito autêntico. | 2023-07-28 11:54:00 | voceviu | Você viu | https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/07/conheca-mc-sil-sil-a-barbie-gorda-do-tik-tok.shtml |
Devagar com o andor dos cogumelos, não tão mágicos assim | Há dias este blog noticiou pesquisa da Universidade da Califórnia em Berkeley mostrando apoio nos EUA para pesquisa e terapia com psicodélicos, como MDMA e psilocibina. Ficou de fora um dado importante: a disseminação do uso dessas substâncias poderosas, que continuam ilegais, algo que suscita certa preocupação.Segundo a sondagem por telefone e internet com 1.500 eleitores, com intervalo de confiança de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos, a maioria (52%) teve contato imediato com psicodélicos nos 12 meses anteriores. Imediato, no caso, era ter tomado uma dessas drogas ou saber de alguém próximo que tomou.Trata-se de um número alto, à primeira vista. Não existe pesquisa comparável mais antiga para concluir que ocorreu aumento recente no uso, mas é o que parece. Há outros estudos apontando nessa direção, como se verá mais abaixo.Antes, cabe dizer por que isso preocupa. Apesar de terem perfil toxicológico de baixo risco, e exatamente por serem mantidos na ilegalidade, os alteradores da consciência costumam ser ingeridos em situações de baixa segurança –sem controle de dose e em espaços, idades e circunstâncias não recomendáveis.Psicodélicos não são indicados para adolescentes, com seus cérebros maleáveis, nem pessoas com histórico pessoal ou familiar de psicose. Quem quiser se informar sobre condições apropriadas para uma viagem segura pode consultar o "Guia do Explorador Psicodélico" (2011), de James Fadiman, agora editado no Brasil.Ainda que raros, surtos psicóticos e acidentes podem acontecer sob efeito de psicodélicos –e estão acontecendo. O jornal The Mercury News, por exemplo, publicou um relato triste de uma mãe que perdeu o filho numa aventura com cogumelos Psilocybe.Em seu artigo, Kristin Nash pede que a regulamentação em debate na Califórnia contenha salvaguardas para evitar tragédias como a que levou seu filho de 21 anos. Nos estados de Oregon e Colorado, pioneiros na legalização da psilocibina, exigem-se várias licenças para tornar-se um "facilitador" ou abrir um centro de serviço.A ciência vem demonstrando, na última década, o potencial terapêutico de psicodélicos, o que deve levar a licenças para uso no tratamento de estresse pós-traumático e depressão, em 2024 ou logo depois disso. A proibição generalizada dos anos 1970 está em vias de cair, no que se batizou de renascimento psicodélico.Com o crescente interesse da imprensa e do público por esses testes clínicos, muita gente está partindo para a autoexperimentação. Nada contra, em princípio, se esses exploradores seguirem regras básicas de segurança, como cercar-se de um guia experiente e responsável.Nem sempre isso acontece. Tornou-se fácil nos EUA e no Brasil obter cogumelos desidratados pela internet, ou mesmo por baixo do balcão em alguns dispensários de cânabis americanos. Ouve-se que a moçada masca o fungo para ir à balada, com a ligeireza de quem costuma ingerir "bala" (MDMA) para dançar.Se for menos de um grama de cogus secos, nenhum problema mais grave deve ocorrer –a depender do estado mental da pessoa, do ambiente e da mistura com outras drogas, claro, como álcool. A partir dessa dose, contudo, as coisas podem se complicar.A Universidade de Michigan publicou há pouco mais de um mês no periódico especializado Addiction estudo mostrando, justamente, aumento do consumo de Psilocybe entre jovens de 19 a 30 anos. Curiosamente, não se detectou incremento similar no uso de LSD.Dos 11.304 entrevistados, 4,2% declararam em 2021 ter usado ácido pelo menos uma vez nos 12 meses anteriores, parcela similar à verificada em 2018 (3,7%). No caso de psicodélicos não-LSD (cogumelos, basicamente), o contingente saltou de 3,4% para 6,6%.O Levantamento Global de Drogas (GDS, em inglês), registrou duplicação similar no uso de cogumelos em 12 meses, entre mais de 20 mil respondentes pela internet, de vários países, mas entre 2015 e 2020. Amostra enviesada, mas ilustrativa daquela tendência: em cinco anos, usuários de psilocibina foram de 8,6% a 16,1%.O LSD, entretanto, avançou ainda mais, segundo a GDS, de 8,5% para 21%. MDMA passou de 23,2% para 37,6%."Apesar dos resultados preliminares promissores, está claro que psicodélicos não são drogas milagrosas [wonder drugs]", assinalaram Nora Volkow, Joshua Gordon e Erich Wargo em artigo recente no periódico Jama Psychiatry, da Associação Médica Americana. "Mas o hype ultrapassou a ciência."-----------AVISO AOS NAVEGANTES - Psicodélicos ainda são terapias experimentais e, certamente, não constituem panaceia para todos os transtornos psíquicos, nem devem ser objeto de automedicação. Fale com seu terapeuta ou médico antes de se aventurar na área.Sobre a tendência de legalização do uso terapêutico e adulto de psicodélicos nos EUA, veja a reportagem "Cogumelos Livres" na edição de dezembro de 2022 na revista Piauí.Para saber mais sobre a história e novos desenvolvimentos da ciência nessa área, inclusive no Brasil, procure meu livro "Psiconautas - Viagens com a Ciência Psicodélica Brasileira". | 2023-07-28 09:33:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/virada-psicodelica/2023/07/devagar-com-o-andor-dos-cogumelos-nao-tao-magicos-assim.shtml |
Cidadania requer autonomia, não obediência | No início deste mês, a atual gestão do MEC comunicou aos Secretários de Educação dos estados e municípios brasileiros o encerramento, até o final deste ano letivo, de seu Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim). A partir de 2024, as escolas ligadas ao Programa do MEC encerrarão as atividades do Pecim, reintegrando-se às respectivas redes públicas regulares de ensino, ou poderão aderir a outros programas municipais ou estaduais de escolas militarizadas.Em São Paulo, no entanto, o governador Tarcísio de Freitas anunciou que pretende implantar um programa próprio de escolas cívico-militares, para manter e ampliar o número de escolas públicas nesse formato no Estado.Mas no que consiste a militarização de escolas públicas?Consiste no repasse para militares da gestão das escolas públicas municipais, estaduais e distritais regulares, que vinham sendo mantidas e administradas pelos poderes públicos e respectivas secretarias de educação. O funcionamento de uma escola militarizada baseia-se em práticas pedagógicas e padrões de ensino presentes nos colégios militares do Comando Exército, das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares. Ou seja, com o repasse da gestão, as escolas públicas perdem o seu caráter civil para adotarem princípios e condutas estabelecidos por corporações militares. Para isso, passam a contar com agentes de segurança da reserva que, sem formação pedagógica, passam a cuidar da gestão dos processos administrativos e educacionais das escolas.O processo de militarização no país teve início da década de 1990, mas ganhou força com a eleição do ex-presidente Jair Bolsonaro. Logo no primeiro dia útil de seu governo, em 02/01/2019, criou no MEC a Subsecretaria de Fomento às Escolas Cívico-Militares, responsável por implantar o Pecim, com a promessa de repassar R$ 1 milhão ao ano a cada escola que aderisse ao modelo. Um chamariz para escolas que se encontravam em situação precarizada.O discurso que justificou a formulação desse Programa teve como base a suposição de que poderia promover "melhoria na qualidade da educação básica" e garantir "um modelo de gestão de excelência nas áreas educacional, didático-pedagógica e administrativa" das escolas. Para tanto, foram contratados "militares inativos como prestadores de tarefa por tempo certo para o desempenho de tarefas de apoio à gestão escolar", chegando a ter como adicional um pró-labore de até R$ 9.152,00.O programa, instalado no MEC com o apoio do Ministério da Defesa, possui atualmente 202 escolas no país, segundo levantamento do UOL, atendendo a aproximadamente 120 mil alunos. A quantidade de escolas é pequena, porém a criação do Pecim propagou o debate e auxiliou a expandir a militarização das escolas públicas no Brasil, difundindo suas práticas educativas extremamente conservadoras.Mas o que ocorre com estudantes e professores no cotidiano das escolas militarizadas?Na militarização das escolas, o foco das atenções recai principalmente sobre a disciplina (militar) dos estudantes, a obediência, a valorização da hierarquia institucional e de padrões estéticos e comportamentais conservadores, tendendo a limitar a liberdade de expressão, de consciência e de participação ativa das crianças e jovens no próprio processo educativo. Impede também que aprendam a respeitar e a conviver com a diversidade de pensamentos, crenças, religiões e identidades.Com isso, o desenvolvimento integral dos jovens e a sua autonomia ficam prejudicados. O cotidiano escolar acaba reforçando a necessidade de aceitação de práticas autoritárias, afastando do ambiente acadêmico o pensamento crítico e a criatividade. Essa realidade está documentada em uma denúncia do Ministério Público Federal com relatos de jovens e docentes sobre práticas punitivas, persecutórias e racistas de militares no interior dessas escolas, fechadas ao diálogo ou à resolução civilizada de conflitos.O clima escolar, permeado por confronto e hostilidades contra estudantes e docentes, leva ao aumento da violência e da exclusão, contrariamente ao que apregoavam os elaboradores do Pecim, culminando em traumas e afastamento daqueles que não se enquadram ao modelo, reforçando com a evasão escolar as desigualdades sociais e educacionais.Mas o que pode explicar a excessiva preocupação das escolas cívico-militares com o comportamento e a disciplina de seus jovens?As escolas cívico-militares ganharam força no âmbito de um governo conservador de ultradireita, que polarizou ideologicamente a sociedade brasileira. Contrário às pautas progressistas de movimentos sociais de contestação, de feministas, de LGBTQIA+, entre outros, a militarização das escolas apareceu como alternativa experimental para manter sob controle, desde cedo, a presença desses movimentos de oposição entre os jovens. Sua estratégia: o domínio dos corpos e a pacificação das mentes dos estudantes.Encampando a reação estridente de frações conservadoras de nossa sociedade a uma escola acolhedora, democrática e aberta às necessidades sociais dos desprivilegiados, a militarização buscou neutralizar o trabalho de conscientização de alunos sobre a sua condição, o acesso a conhecimentos socialmente valorizados, a convivência com as diversidades e a valorização da vida comunitária.Mas os arranjos administrativos dessas escolas mostram-se incompatíveis com os princípios da LDB (lei maior da educação), de gestão democrática no ensino público e de obrigatoriedade de oferta de educação pública para todos os brasileiros e brasileiras dos 4 aos 17 anos. Além disso, o atual governo em seu comunicado aos Secretários de Educação deixou claro que a presença de forças militares nas escolas consiste em desvio de finalidade desses agentes, responsáveis pela segurança pública e o combate à criminalidade e não pela Educação.A qualidade da educação é indissociável de uma gestão democrática, da presença da pluralidade de ideias, da liberdade de ensinar e de aprender. Portanto, a militarização das escolas é um ataque ao direito subjetivo à educação e à cidadania, que requer autonomia dos sujeitos e não sua obediência. | 2023-07-28 07:45:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/sou-ciencia/2023/07/cidadania-requer-autonomia-nao-obediencia.shtml |
Leitores comentam indicação de Pochmann para o IBGE | Mal-estar "Governo escolhe Pochmann, do PT, para o IBGE, e Tebet descarta ingerência política no órgão" (Mercado, 26/7). Como é democrático o nosso presidente ao afirmar para a ministra Simone Tebet que a indicação do economista Marcio Pochmann para a presidência do IBGE é sua e, portanto, deve ser nomeado, ou seja: estou mandando. Como dizia o ex-ministro Pazuello: "um manda, outro obedece." Vital Romaneli Penha (Jacareí, SP)Não gostei dessa indicação. Pochmann pode ter a ideologia que quiser, isso é do jogo, mas as acusações de manipulação no tempo do Ipea são sérias. Por mais que o IBGE seja um órgão técnico, um presidente com perfil intervencionista não pode ser considerado algo bom. Claudia Roveri (Blumenau, SC)Pouca gente renomada conhece bem o "mundo do trabalho" no Brasil. Alguns intensamente dedicados à compreensão acadêmica e real da evolução das relações laborais e do mercado de trabalho. Marcio é dos melhores; senão o melhor deles. Alberto Neto (Fortaleza, CE)Simone Tebet Cara Simone, o PT e o presidente Lula começaram sua desconstrução. A próxima eleição será vencida por quem superar Bolsonaro e Lula. Sua chance é grande e, por isso, estão começando a minar sua autoridade. Lula não precisa mais de você agora que Haddad está em alta. Saia enquanto há tempo! Cecilia Centurion (São Paulo, SP)Lamentações "Moro fica isolado e tenta pontes com Judiciário sob risco de perda de mandato" (Política, 26/7). Este país me entristece cada vez mais. Cassar o mandato de Sergio Moro será uma grande vergonha nacional. Maria Cristina Barbosa (Porto Alegre, RS)Conflitos "PT sobe tom contra Campos Neto e o compara a golpistas do 8/1" (Painel, 25/7). Quem se diz progressista tem que entender que essa é a lógica do jogo se é para termos um BC independente. Não dá para o presidente de plantão querer sempre defenestrar o presidente do BC porque não foi aquele que escolheu este. Senão vai ser sempre uma briga ideológica nos primeiros dois anos de cada governo. Tem que negociar! João Moreira (Vitória, ES)Desculpe a ignorância, mas o que eu não entendo é por que esse senhor está sempre levando a culpa se a decisão sobre as taxas é feita por um colegiado do Banco Central. Oras, se a taxa sobe ou desce, é porque os demais membros aprovam, não é isso? Leandro Oliveira Carneiro (Salvador, BA) Mais Escolhas "Cotada para a Caixa sob Lula fez caravana com Michelle pela reeleição de Bolsonaro" (Mônica Bergamo, 25/7). Critério de competência técnica, esse então, sumiu e ninguém viu. Brasil já nasceu lascado mesmo. Solange Lisboa (São Paulo, SP) Coerência "Moraes diz que Estado é omisso com moradores de rua e proíbe remoções forçadas" (Cotidiano, 25/7). Obrigada, ministro! Decisão necessária e absolutamente em sintonia com o momento atual de reconstrução social, política e econômica do nosso país. Fernanda Salgueiro Borges (São Paulo, SP)É o homem forte, verdadeiro Napoleão do Brasil. Agora até políticas públicas é ele quem determina. Eleições? Precisa disso não. Aplaudiram todos os seus avanços contra a Constituição, agora vão ver. Miro Costa (Brasília, DF)O ministro acertou mais uma. Para que se adote uma solução sistêmica, é necessária análise do problema evitando atacar as consequências e não as causas. Só acho que o prazo de 120 dias é muito grande. Deveria ser de, no máximo, 60 dias, sujeitos a penalidades em caso de descumprimento. Atenção especial aos centros de consumo de drogas. José Speridião Jr (São Paulo, SP) Mais Contradições O artigo "O lugar do príncipe" (João Pereira Coutinho, 24/7) é brilhante e inspira continuação pela abordagem da antinomia "humanidade x democracia", a partir da indagação: qual mãe americana (eleitora, portanto) não lançaria a bomba para salvar seu filho da guerra? Márcio Camargo Ferreira da Silva (São Paulo, SP)Ameaça "Pastor do funeral de menina sequestrada nos EUA é acusado de assassinato dela" (Mundo, 26/7). O verdadeiro perigo para nossas crianças está aí! Não nos LGBTQIA+ querendo casar, adotar, viver suas vidas e pagando seus impostos. Deborah Barbosa (Rio de Janeiro, RJ)Bom humor "Não se nasce palhaça: torna-se palhaça!" (Mirian Goldenberg, 26/7). Muito interessante a matéria de Miriam sobre ser palhaça. Com definições muito inteligentes escritas por ela e Angela Dippe sobre o que é ser palhaça, nos faz a admirar e aplaudir essas pessoas que conseguem ver graça até em tragédias e divertir com inteligência e alegria genuína todos ao seu redor! Só faço aqui uma observação sobre uma categoria diferente de palhaço, a que eu e grande parte dos brasileiros somos sorrateiramente transformados pela nossa triste classe política. Marcos Fortunato de Barros (Americana, SP)Impunidade "Nutricionista passa por cirurgia no rosto após ser agredida em SP" (Cotidiano, 25/7). Os valentões continuam se sentindo donos do pedaço. A Justiça precisa apertar o cerco aos arruaceiros. Francisco Eduardo de Carvalho Viola (São José dos Campos, SP)Como é que é? "O que é pior? Açúcar ou adoçante?" (TV Folha, 27/7). Agora, quando eu não souber o que pensar sobre determinados assuntos, vou lembrar da "lógica do aspartame". Isabel Terezinha Ferronato (Blumenau, SC) | 2023-07-27 23:13:00 | paineldoleitor | Painel do Leitor | https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2023/07/leitores-comentam-indicacao-de-pochmann-para-o-ibge.shtml |
Dengue prevista | A dengue é uma doença periódica e cíclica: os casos crescem no verão e há picos epidêmicos a cada 4 ou 5 anos. Trata-se, portanto, de enfermidade de atuação previsível. Supõe-se que o poder público se adiantaria com medidas de prevenção e tratamento. Contudo, há décadas os números de casos e mortes só aumentam no Brasil.Entre 2000 e 2010, foram registrados 4,5 milhões de ocorrências e 1.869 óbitos. Na década seguinte, os números saltaram para 9,5 milhões e 5.385, respectivamente. O primeiro semestre deste ano registra 1,4 milhão de casos, ante 1,5 milhão em 2022. A tendência é piorar.Na quarta (21), a Organização Mundial da Saúde emitiu um alerta de que os casos de dengue podem atingir números recordes em 2023 devido ao fenômeno climático El Niño, que eleva as temperaturas e a incidência de chuvas.Regiões de clima tropical são mais afetadas. A tendência de alta não se verifica só no Brasil, mas na América Latina. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, a região registrou cerca de 400 mil casos em 2000, quase 1,7 milhão dez anos depois, e 2,8 milhões em 2022. Só no primeiro semestre deste ano, são mais de 3 milhões.A prevenção não se resume à área da saúde. Segundo a OMS, urbanização descontrolada e sistema sanitário precário contribuem para o descontrole da moléstia.No Brasil, cerca de 50% da população não tem acesso a redes de esgoto, em grande parte devido à ineficiência estatal, que só agora começa a mudar com o novo marco do setor. E o desmatamento para a construção de moradias irregulares grassa nos grandes centros. A dimensão de áreas verdes derrubadas para esse fim na cidade de São Paulo atingiu, nos primeiros dois meses de 2023, 85 hectares.Neste ano, o município já conta com 11.444 casos de dengue —3,7% a mais em relação ao mesmo período de 2022. Dez pessoas morreram, o maior número em oito anos, quando houve pico epidêmico.A OMS ressaltou a importância da vacinação. Mas, devido à burocracia, o Brasil protela a distribuição do imunizante japonês Qdenga —já aprovado para venda pela Anvisa— no sistema público de saúde.O combate à dengue deve ser contínuo, não apenas no verão, e em várias frentes complementares (saúde, infraestrutura e moradia). Com o alerta da OMS, espera-se que o poder público, local e federal, se prepare para receber as consequências do El Niño.editoriais@grupofolha.com.br | 2023-07-27 22:00:00 | opiniao | Opinião | https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/07/dengue-prevista.shtml |
É urgente definir os critérios de qualidade dos cursos de medicina | Dados da Demografia Médica 2023, consolidados pelo Conselho Federal de Medicina, revelam um panorama desafiador: as 49 cidades com mais de 500 mil habitantes do país concentram hoje 32% da população e 62% dos médicos em atividade. Já os 4.890 municípios com até 50 mil habitantes —onde moram 65,8 milhões de pessoas, que representam cerca de 25% dos brasileiros— reúnem apenas 8% dos profissionais.Ainda segundo o CFM, o Brasil conta atualmente com 545,5 mil profissionais da área, o que representa uma taxa de 2,56 médicos por mil habitantes, índice similar ao de países desenvolvidos como Canadá (2,7), Estados Unidos (2,6) e Japão (2,5).Parece conflitante que, a despeito dos números acima, haja escassez de profissionais em diversas unidades do Sistema Único de Saúde, o SUS, particularmente em cidades distantes dos grandes centros urbanos ou nas periferias das capitais. Afinal, se há cada vez mais médicos se formando no Brasil, o que explica essa carência?Temos uma oferta de escolas e médicos regionalmente desequilibrada, com concentração significativa no Sudeste e nas capitais, fazendo com que os estudantes que desejam se formar em medicina migrem para grandes centros, inclusive de outros estados. Dados de um estudo da USP mostram que 70% dos profissionais formados em escolas médicas localizadas no interior permanecem exercendo a medicina em municípios também do interior do país, em contraste com apenas 17% dos formados em capitais e 22% em regiões metropolitanas. Isso sugere que a manutenção e implantação de cursos de medicina no interior, feitas de forma ordenada e estruturada, podem colaborar para aumentar o número de médicos nessas áreas —desde que ocorram também ações que garantam a melhoria das condições de trabalho e a remuneração do profissional.Tal implantação deve ser acompanhada de um compromisso com a qualidade do ensino. Isso significa investir na inserção local —planejada, contratualizada, longitudinal e abrangente, desde a atenção primária até o sistema hospitalar— e num plano pedagógico robusto, com investimentos contínuos e consistentes direcionados à formação, à capacitação contínua e ao desenvolvimento do corpo docente. Sem mencionar, é claro, os recursos, igualmente amplos, em tecnologia, instalações e metodologia.É possível reverter o panorama inicial? Sem dúvida. A rentabilidade dos cursos de medicina permite esses investimentos em qualidade. Para tanto, contudo, é necessário alinhar mercado e políticas públicas, estabelecendo um padrão decisório que discipline novos cursos ou vagas para a medicina visando atender às reais necessidades da sociedade e identificando em que local um curso médico deve ser implantado ou mantido. Mais Os instrumentos de avaliação precisam ser atualizados, e esse mesmo padrão deve embasar a revisão de todos os cursos de medicina atualmente em funcionamento. Mais ainda, é necessário criar programas de monitoramento para que as escolas deficientes possam se recuperar. Isso garantirá que a eventual expansão dos cursos de medicina e a revisão regulatória para manutenção das vagas existentes estejam norteadas pela qualidade do ensino.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 2023-07-27 22:00:00 | opiniao | Opinião | https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/07/e-urgente-definir-os-criterios-de-qualidade-dos-cursos-de-medicina.shtml |
Eu nem deveria falar sobre Jout Jout | Espero que Jout Jout me perdoe. Porque eu não deveria estar falando sobre ela ou escrevendo sobre sua vida. Até porque durante todos os anos em que Julia Tolezano publicou seus vídeos e compartilhou seu conteúdo, ficou bem claro que ela não precisa de intermediários.Foi justamente seu jeito seguro, direto e sincero que cativou todos nós. Jout Jout surgiu como um cometa de realidade num céu de ilusões chamado internet.Mas prometo que serei breve. E que esta será a primeira e última vez. Mais Julia começou seu canal Jout Jout Prazer no YouTube no dia 13 maio de 2014, há quase dez anos. Chegou de cara lavada, coração aberto e cabeça a mil, divertida, criativa, autêntica. Em pouco tempo conquistou milhões de fãs.Foi para a TV, virou referência, uma influenciadora antes mesmo deste termo ser oficializado.Jout Jout falava de tudo. Da vida, dos sentimentos, da gente, com autoridade, com sabedoria. Quando Jout Jout falava de batom vermelho, de feminismo, de liberdade, todo mundo parava para ouvir. E pensar. E a gente refletia e mudava. A gente crescia.Jout Jout tinha esse condão de nos acordar. Quando recomendava um livro, o livro explodia em vendas. Quando começou a namorar o Caio, shippamos muito o casal. Depois eles terminaram, mas continuaram trabalhando juntos.Depois de milhões e milhões de views, de se tornar um sucesso, Jout Jout ficou dois anos sem publicar. E veio a pandemia e tudo o que já sabemos. Até que no dia 23 de julho, há um ano, Jout Jout fez o vídeo "Encerramento Massa", o vídeo de seu canal que encerrou oficialmente o trabalho de sete anos da dupla Julia-e-Caio que, como eles mesmos disseram, teve um grande efeito no nosso país.E teve mesmo. Até hoje as pessoas sonham em ter JoutJout de volta. Para muita gente foi como perder uma amiga, uma irmã mais velha, uma conselheira. Foi como ficar sem a luz de um farol que iluminava caminhos.Eis que, há poucos dias, alguém encontrou um post da mãe de Julia, Marize Tolezano, em seu perfil no instagram, revelando que ela tinha se tornado avó. Que JoutJout teve um menino no sítio da família, de parto natural.A notícia viralizou, acendeu novamente o desejo de centenas de milhares de fãs em resgatar os laços com ela, talvez para acompanhar a criação desse menininho. Isso sem contar a curiosidade geral de saber o nome da criança, quem seria o pai e todos os detalhes da gravidez.Acontece que o post era de março e estamos quase em agosto, ou seja, o bebê vai fazer cinco meses. Se Jout Jout quisesse que soubéssemos do nascimento de seu primeiro filho, ela mesma teria nos contado. Se quisesse compartilhar esse momento, ela o teria feito.E se não o fez é claramente porque quer ter o direito de viver sua vida longe das redes. Prova disso é que Marize apagou o post depois da reação de todos nós.Eu sei que todos tivemos boa intenção. Senti o mesmo, entrei na onda do amor com todo mundo. Assim que vi um tweet anunciando o fato, publiquei no meu feed, chamei minha filha pra dizer 'que legal, a Jou tJout teve um bebê, um menininho!'.Mas o nosso amor por Jout Jout, se for amor verdadeiro, tem que ser o amor do respeito. Temos que aceitar a vontade dela, sua decisão legítima de viver sua vida em privacidade. Se for mesmo amor, em vez de priorizarmos nosso desejo de saber sobre a vida de Jout Jout, devemos apenas abrir o coração e desejar tudo de melhor para ela e seu bebê. Sorte, saúde, alegria, amor.Se a gente aprendeu alguma coisa com ela, essa é a hora de colocar esse aprendizado em prática. E, sem pedir nada em troca, sem exigir nada, apenas incluir Jout Jout e seu filho em nossas preces e desejar todo amor do mundo para essas lindas vidas.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Rosana Hermann é jornalista, roteirista de TV desde 1983 e produtora de conteúdo. | 2023-07-27 12:00:00 | colunistas | Colunistas | https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/rosana-hermann/2023/07/eu-nem-deveria-falar-sobre-jout-jout.shtml |
O que alimentos ultraprocessados e cigarros têm em comum? | Quem segue a cozinheira e apresentadora Rita Lobo nas redes sociais deve ter ficado no mínimo curioso com uma informação compartilhada em um post recente: o tomate e a berinjela, assim como o tabaco, contêm nicotina. Mas, é claro, diferentemente do que ocorre com o cigarro, não vemos pessoas consumindo 20 tomates por dia ou loucas por uma berinjelinha toda vez que tomam um café ou uma cerveja.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...Isso porque, como Rita explica no vídeo, a quantidade de nicotina presente na folha de tabaco é superior às quantidades encontradas no tomate e na berinjela. Essa, no entanto, não é a única diferença. A cozinheira cita uma entrevista da psicóloga americana Ashley Gearhardt, da Universidade de Michigan, para explicar que a indústria do tabaco processa as folhas da planta com o intuito de aumentar significativamente a concentração de nicotina no cigarro. Além disso, inclui aditivos como broncodilatadores, que fazem a fumaça entrar no pulmão mais rápido, favorecendo mecanismos que levam ao vício.A comparação entre cigarro e comida é importante no trabalho de Gearhardt. Em seu doutorado em psicologia clínica na Universidade de Yale, ela desenvolveu uma escala para medir comportamentos alimentares viciantes. O instrumento lista afirmações como "Sigo consumindo determinados alimentos mesmo que eu não esteja mais com fome", seguidas de opções de frequência (de "nunca" a "quatro vezes ou mais ao dia").Em um de seus estudos mais citados, ela conclui que alimentos com alto grau de processamento parecem estar particularmente associados à adicção alimentar — inclusive tendo características em comum com o abuso de drogas, como o consumo em grandes quantidades e a rápida absorção de substâncias. Começam aí as semelhanças entre cigarro e alimentos. Trata-se de um paralelo que não vale para qualquer alimento, mas para os ultraprocessados.Você certamente já ouviu falar de ultraprocessados. São formulações industriais que até parecem comida, mas não contêm nada (ou quase nada) de alimento de verdade e aditivos de sobra. O que você talvez não saiba é que o termo é fruto da ciência brasileira. Surgiu em 2009, quando o epidemiologista Carlos Monteiro, coordenador do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP), percebeu que o aumento da prevalência de doenças crônicas (como diabetes e hipertensão) coincidia com a escalada de consumo de alimentos prontos (salgadinhos de pacote, bolachas recheadas, lasanhas congeladas). Mais À época, sua hipótese era que o ultraprocessamento de alimentos traria malefícios à saúde. Hoje, a ideia já não é mais uma hipótese: há pouco mais de dez anos, a associação vem sendo confirmada por pesquisadores no mundo todo e, nesse período, extrapolou o cercado da ciência e passou a impactar políticas públicas.Um dos movimentos mais recentes ocorre no Reino Unido — um dos campeões do consumo de ultraprocessados, que respondem por cerca de 56% das calorias ingeridas pela população. Em junho, o político William Hague, conhecido por ter sido líder do Partido Conservador Britânico, publicou no diário The Times um artigo que destaca outra semelhança entre ultraprocessados e tabaco: a morosidade nas políticas públicas. "Como as pessoas não percebiam que inalar fumaça com nicotina em quantidade viciante não era uma boa ideia?", questiona, incrédulo com a resistência de parlamentares sobre o tema em discussões registradas nos anos 1950 e 1960.Hague estranha que, mesmo com tantas evidências científicas da associação do tabaco ao câncer de pulmão e a doenças cardiovasculares, o Reino Unido tenha demorado tanto para pôr em prática ações de combate ao fumo. E destaca que as gerações futuras vão olhar para trás e encarar, com o mesmo espanto, a displicência em relação aos alimentos ultraprocessados.Para Monteiro, do Nupens/USP, as evidências atuais são mais que suficientes para justificar ações de desestímulo do consumo desses alimentos. "A ciência ainda não esclareceu todos os mecanismos pelos quais os ultraprocessados afetam a saúde, mas não foi preciso saber o efeito de todos os componentes do cigarro para coibir o fumo", diz. "Está claro que esses alimentos estão associados a diversos desfechos negativos de saúde, como obesidade, diabetes, infarto do miocárdio e até mesmo depressão."No Brasil, alguns avanços mostram impactos da ciência, como a recente proibição da oferta e venda de ultraprocessados nas cantinas escolares do Rio. Na reforma tributária, no entanto, a taxação de ultraprocessados ficou fora da discussão — ao menos por ora. Quem sabe o pioneirismo científico brasileiro na área ganhe reflexo nas políticas públicas.*Murilo Bomfim é jornalista e gerente de comunicação do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP).O blog Ciência Fundamental é editado pelo Serrapilheira, um instituto privado, sem fins lucrativos, que promove a ciência no Brasil. Inscreva-se na newsletter do Serrapilheira para acompanhar as novidades do instituto e do blog. | 2023-07-27 07:03:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/ciencia-fundamental/2023/07/o-que-alimentos-ultraprocessados-e-cigarros-tem-em-comum.shtml |
Subi ao cume do Everest, e agora? | A conquista do cume do Everest, na cordilheira do Himalaia, é o grande troféu cobiçado por todo escalador de altas montanhas. E é cada vez maior o número de pessoas que carimbam o perfil nas redes sociais com amplos sorrisos no topo do mundo. Mas, como é voltar de um desafio desse porte? E mais: como é voltar depois de percorrer o mais longo e difícil dos caminhos até lá, tendo como ponto de partida um humilde barraco próximo ao aeroporto de Viracopos, em Campinas?"É bem curioso, o mundo fica completamente diferente após o Everest", contou Aretha Duarte, a primeira mulher negra latino-americana a chegar lá, no dia 23 de maio de 2021."A primeira referência é a de que, depois de ter ficado 64 dias fora do Brasil, focada no projeto Everest, 54 dias só em altas montanhas, onde tudo é diferente da nossa vida urbana, tudo é mais lento, exige mais concentração, a gente precisa se readaptar ao dia a dia cheio de informação, que exige as coisas com mais rapidez", definiu Aretha, que liderou no sábado (22) a Expedição Decathlon ao topo da Pedra Grande, em Atibaia, no interior de São Paulo —um morrinho modesto, modestíssimo, com seus 1.418 metros de altitude, mas que conduziu com a energia, a motivação e o sorriso largo de quem escala uma montanha na Lua."Eu levei três, quase quatro meses para a readaptação", continua, ponderando que havia outro lado, inevitável: "Tinha que ver o que havia passado a ser minha vida após essa conquista".Aretha gosta de dizer que não subiu ao Everest sozinha. "Eu me sentia imparável porque representava uma legião de pessoas, era muita gente chegando no topo comigo", afirmou ela à Folha em maio passado, lembrando que professores lhe confidenciavam que meninas negras haviam ido à escola por primeira vez com o cabelo solto depois de verem notícias sobre ela, suas fotos e o sorriso contagiante."Até meu bairro na periferia, o Jardim Capivari, entrou no mapa", se surpreendeu ela.A visibilidade obtida com a história emocionante da mulher que conseguiu financiar sua escalada ao topo do mundo coletando 130 toneladas de materiais recicláveis e, até, participando do quadro The Wall, do apresentador Luciano Huck, na TV Globo, trouxe, como conta, novas responsabilidades."Não dava mais para fazer as coisas pensando que era só para mim, a partir dali tudo o que vou fazer tenho que fazer de maneira muito pensada, muito ética e cuidadosa, justamente pela representatividade, em todas as minhas atitudes", explica, acrescentando que uma das surpresas foi reconhecer que a conquista não era apenas o seu grande sonho. "Meu sonho grande sempre foi gerar transformação", afirma, "ver pessoas na periferia se realizando, fazer do meu trabalho ferramenta dessa transformação".Desde seu retorno, a vida de Aretha inclui uma rotina de palestras em escolas públicas e visitas a ONGs, sempre buscando conversar com crianças, adolescentes e jovens mulheres empreendedoras para mostrar que sonhar é possível e, principalmente, desejável. Um de seus projetos mais recentes é a implantação de paredes de escalada nas periferias, o que conseguiu com parceria com o canal OFF e por lei de incentivo ao esporte. A primeira parede será instalada na Lagoa do Mingone, em sua Campinas natal, em parceria com a Fábrica de Formas, de André Braga, o Deco, que participou do reality show "A escalada", da HBO. Mais "O projeto vai mostrar que mesmo que não possam pagar um clube de montanhismo, ou contratar uma operadora desse tipo de atividade, eles podem ter contato com escalada numa tarde de domingo lá na praça ao lado da casa deles, democratizando e facilitando o acesso gratuito a esse esporte", conta ela, que busca parceiros para disponibilizar os equipamentos básicos, uma vez que não conta com patrocínio privado, mas apenas parcerias pontuais, como a Decathlon, que a levou em turnê para promover o livro autobiográfico "Da Sucata ao Everest" entre os meses de setembro de 2022 e janeiro de 2023."Eles também patrocinaram parte da Expedição Sajama, na montanha mais alta da Bolívia, com 6.542 metros de altitude, que é parte já de meu próximo projeto, de escalar os sete cumes mais altos da América do Sul", diz a montanhista, sempre ligada nos 220.E, embora pareça óbvio, perguntamos à Decathlon o que a levou a apoiar os projetos de Aretha. E foi o líder da marca no Brasil, Fábio Cedano, que explicou a importância de caminhar ao lado de uma atleta de elite como ela."Além de podermos dar suporte para a esportista praticar sua atividade, é muito importante para nós termos o feedback dos produtos, se ela gosta do que usou vai naturalmente propagar por aí a qualidade", disse Cedano.Na apresentação inicial da Expedição Decathlon, Aretha ressaltou ao grupo, formado principalmente por influencers do meio nas redes sociais, a importância de estar sendo apoiada por uma empresa preocupada com a sustentabilidade —e isso, garante Cedano, não fica só no discurso. "Nós temos a meta de ter 100% dos produtos de nossas marcas próprias produzidos com o máximo de redução de gás carbônico em todo o processo produtivo, desde a matéria prima até a fabricação, e hoje já estamos quase com 90% dessa meta cumprida", ressalta.E Aretha concorda com ele: "Essa postura me deixa muito feliz, porque ainda tem sido raro as empresas terem essa dedicação não só à democratização dos esportes, com produtos acessíveis, como também à sustentabilidade e a preocupação com a natureza".*A repórter participou da Expedição Decathlon a convite da empresa | 2023-07-27 07:30:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/e-logo-ali/2023/07/subi-ao-cume-do-everest-e-agora.shtml |
Atrás do mandante | Há cinco anos a sociedade brasileira pergunta: "Quem mandou matar Marielle Franco?". No dia 14 de março de 2018, a vereadora carioca e o motorista Anderson Gomes foram brutalmente assassinados. Um ano depois, os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram presos e aguardam julgamento.Até hoje, as forças de segurança não conseguiram descobrir de onde partiu a ordem para a execução do crime. Nas últimas semanas, contudo, a investigação avançou.Queiroz fez um acordo de delação premiada, confessou sua participação, deu detalhes sobre os homicídios e implicou terceiros. Apesar de não apontar o mandante, o depoimento abre caminhos promissores para solucionar o caso.Em uma série de depoimentos prestados desde junho à Polícia Federal e ao Ministério Público do Rio de Janeiro, o acusado disse que, no dia do crime, foi chamado por Lessa para fazer um trabalho como motorista e que não sabia que se tratava de um assassinato.Ambos fizeram campana na Casa das Pretas, no bairro da Lapa, onde Marielle participava de um evento. Na saída, seguiram o carro da vereadora, emparelharam e Lessa disparou os tiros.Queiroz também apontou novos nomes. O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa teria sido responsável pela organização do crime e por obstruções nas investigações.A delação deflagrou, na segunda (24), a primeira fase da operação Élpis, com a prisão de Corrêa, o cumprimento de sete mandados de busca e apreensão e a intimação de seis pessoas para depoimento.Outro nome implicado foi o de Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé. Segundo Queiroz, o policial militar teria acionado Lessa para executar o crime e estado presente em todas as ações de vigilância da rotina de Marielle.Macalé, assassinado em 2021, já havia sido citado na CPI das milícias da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, cujo relatório final, de 2008, pediu o indiciamento de 266 pessoas, sendo 7 políticos.Pesquisa da Universidade Federal Fluminense mostra que, entre 2006 e 2021, a zona de atuação das milícias na capital do RJ cresceu quase 400%, chegando a cerca de 256 km² e superando a área do Comando Vermelho (206 km²).Marielle era uma voz ativa contra a atividade de milícias e do crime organizado em comunidades pobres da sua cidade, e pode ter pagado com a vida por isso.O assassinato de uma vereadora eleita pelo voto popular é não apenas um crime contra a vida, mas, simbolicamente, também um atentado contra a democracia.É imperativo, portanto, que o Estado solucione o caso. A sociedade brasileira merece saber quem mandou matar Marielle Franco.editoriais@grupofolha.com.br | 2023-07-26 22:00:00 | opiniao | Opinião | https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/07/atras-do-mandante.shtml |
É hora de um diálogo regional sobre a política de drogas | Os países americanos estão há décadas engajados em uma interminável "guerra às drogas". No entanto, estudos recentes mostram que a estratégia de proibição causa dezenas de milhares de mortes por ano, provoca o superencarceramento e contribui para o colapso do sistema de segurança pública, sem produzir qualquer redução significativa no consumo ou na circulação das drogas ilícitas. Para dar uma ideia do custo desse desastre, de acordo com novo estudo do Ipea, anualmente quase 1% do PIB brasileiro é desperdiçado.O sistema proibicionista e suas leis punem desproporcionalmente comunidades marginalizadas, em especial a população negra. Além disso, desviam recursos que poderiam contribuir mais efetivamente para o necessário desenvolvimento da região e para mitigar os efeitos nocivos do uso de drogas. Ou seja, o proibicionismo é caro e disfuncional. Mais Chegou a hora de discutirmos, como região, outro modelo. Alguns países da região lideram iniciativas importantes. Uruguai e Canadá legalizaram o uso recreativo de cânabis, e 21 estados nos EUA adotaram medidas semelhantes. No México e em mais nove países, inclusive o Brasil, a cânabis medicinal já foi legalizada e sua regulamentação avança de maneira surpreendente. Trata-se de um possível primeiro passo para a plena legalização da planta, com benefícios para pacientes e a eliminação de fontes de renda do crime organizado.Há outros experimentos: a Colômbia, um dos principais produtores mundiais de cocaína, sinaliza a intenção de revisar o modelo repressivo no futuro, e o Brasil regulamentou a ayahuasca, chá tradicional que contém DMT, substância psicodélica com potencial no tratamento psiquiátrico. Mais A falta de cooperação regional, no entanto, prejudica o progresso. Um esforço coordenado permitiria compartilhar melhores práticas e impulsionar a busca por reformas globais, sobretudo na ONU. Nesse sentido, um pacto regional sobre reforma da política de drogas colocaria as Américas na vanguarda de um dos temas mais prementes em matéria de direitos humanos, saúde e segurança pública.A região tem exemplos de colaboração bem-sucedida na área. A Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, de 2009, foi composta por ex-presidentes do Brasil, México e Colômbia e demandou "quebrar o tabu" e implementar políticas mais eficientes, fundamentadas no respeito aos direitos humanos. A Organização dos Estados Americanos também tratou do tema. Após a Cúpula das Américas de 2012, a OEA produziu um relatório abrangente que sugeriu tratar as drogas sob uma perspectiva de saúde pública, não apenas penal. Mais O Hemisfério Ocidental chegou a uma encruzilhada crítica na política de drogas. O modelo atual não funcionou, e uma nova abordagem é necessária. Diante do progresso insuficiente alcançado na ONU, é hora de reviver essas discussões. A região já mostrou capacidade de inovação e experimentação, mas é preciso coordenar esforços.Ao convocar um diálogo regional sobre a reforma da política de drogas, os países americanos poderiam traçar um novo caminho baseado em evidências, direitos humanos e saúde pública. A guerra global às drogas teve seu começo nas Américas. A região deve liderar os esforços para garantir seu fim.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 2023-07-26 22:00:00 | opiniao | Opinião | https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/07/e-hora-de-um-dialogo-regional-sobre-a-politica-de-drogas.shtml |
Influenciadora diz que ganha R$ 30 mil por mês avaliando nudes | Com perfis em duas plataformas de conteúdo adulto, a influenciadora Flora Favaretto descobriu que poderia aumentar ainda mais a sua renda avaliando nudes de homens que enviam fotos de seus pênis em todas os ângulos que se possa imaginar. Ela então decidiu criar um ranking dos cliques mais ousados com um ano de assinatura grátis, incluindo chamadas privadas e vídeos explícitos.O negócio deu tão certo que ela diz já ter faturado R$ 80 mil em um mês, mas a média é de R$ 30 mil só nas avaliações das partes íntimas dos seus clientes. O faturamento pelos outros serviços prestados como transmissões ao vivo, sextapes e nus, ela não revela nem por um decreto. "Não tenho nem ideia de quantos pênis já vi, até perdi a conta. Me sinto uma crítica sexual. Os homens gostam de se exibir. Descobri que esse é o grande fetiche deles, mais do que qualquer outro", contou ao F5 na noite desta quarta-feira (26).Aos 21 anos, Flora trabalhava como protética dentária em Ji-Paraná, em Rondônia, onde nasceu e viveu até 2020. Há três anos em São Paulo, ela já comprou um apartamento no centro da capital paulista. "Nunca imaginei que compraria um apê vendendo nudes (risos)".Para analisar os pênis na OnlyFans e na Privacy, Flora desenvolveu uma estratégia. O primeiro critério é, sem usar palavras chulas, se refere aos detalhes da ponta, "os finalmentes", do órgão sexual do homem. Formato, circunferência e cor valem pontos em uma escala muito subjetiva. Tudo isso forma o combo da beleza - o mais importante e valioso dos itens a serem julgados pela expert. O tamanho, enfim, é o segundo quesito considerado. "Cobro de R$ 50 a R$ 300 e os preços mais altos são para os gringos. A cotação também varia se for um áudio ou um vídeo me exibindo e explicando a avaliação de forma sensual. Tem também alguma coisa escrita. É um produto personalizado", disse.Flora diz que é sincera, faz observações e dá uma nota de zero a dez. "Sabia que tem muitos pênis bonitos? Eu fico besta. Alguns homens são mais ousados, outros nem mostram o rosto. Não há uma regra quanto ao nude, vejo tudo. Só não pode o uso de filtros", explica ela, que ainda dá descontos no preço final para os clientes. | 2023-07-26 21:21:00 | voceviu | Você viu | https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/07/influenciadora-diz-que-ganha-r-30-mil-por-mes-avaliando-nudes.shtml |
Veja as novidades que transformaram a Vila Mariana num novo ponto badalado de SP | Recentemente, a Vila Mariana deu as caras em diversas reportagens que lembraram Rita Lee. A roqueira, que morreu em maio deste ano, aos 75 anos, nasceu e cresceu no bairro paulistano da região sul, onde compôs as primeiras canções de sua carreira solo e onde foi homenageada com dois murais.Na rua Domingos de Morais, em frente à estação Vila Mariana do metrô, está o primeiro deles, com 8 metros de altura, assinado pelos grafiteiros Paulo e Pedro Terra e Gê Moura. O segundo, de Schok Maravilha, fica na rua Vergueiro, altura do número 2.676, logo em cima do Jai Club, balada que tem agenda lotada de festas temáticas ao longo da semana.Passeando por forró, punk e música eletrônica, a casa é um ponto clássico do bairro, além de lugar histórico que abrigou o primeiro voo da cantora Liniker. Sob a gestão de Demétrio Godoy, o espaço ganhou há menos de dois anos um restaurante japonês no terraço para quem quer fugir da folia do andar de baixo e comer sob o olhar do mural, intitulado "Santa Rita de Sampa."Os grafites, inclusive, fazem parte do charme do bairro, que tem ganhado uma série de novidades com a reabertura após a pandemia. Alguns deles podem ser admirados no LabOf, centro cultural que abriu no ano passado na rua Tangará e que enche aos fins de semana, quando fãs de street art se reúnem para ver obras de mais de 30 grafiteiros, ou ainda para disputar uma partida na quadra de basquete do espaço.Para os fãs de esportes de rua, é possível andar de skate na pista da Bowlhouse, que abriga no andar de baixo a lanchonete Send Your Wishes, na avenida Conselheiro Rodrigo Alves. A via abriga duas grandes concentrações de bares e lanchonetes, separadas por empreendimentos imobiliários de luxo —é preciso caminhar alguns metros entre um grupo de estabelecimentos e outro. Mais Na avenida há alguns achados como o Comandante Bar, especializado em bolinhos de boteco, que enche às sextas-feiras, e o Sofrência Bar, que, como o nome faz supor, só toca o ritmo sertanejo em uma caixa de som. Típico risca-faca que ganhou ar gourmet, tem garçons que sabem de cabeça o cardápio e traz como carro-chefe a cachaça da casa.Ainda assim, o ideal para os fãs do happy hour é descer a rua Joaquim Távora, conhecida pelo fervo de bares, restaurantes e cachaçarias. Quem escolher desembarcar do metrô Ana Rosa e seguir pela rua vai demorar um pouco para chegar à parte mais fervilhante.Antes disso, vai encontrar uma sequência de cafés e pequenos bistrôs, entre eles a brigaderia Dona Chocólatra e a Banana Rosa. Já na Galeria Paraíso, é preciso prestar atenção para não passar batido pela loja de número 43, onde fica o Bora Brownie, com um cardápio de brownies artesanais.Para quem procura provar drinques é bom se adiantar para conseguir uma mesa em espaços como o Paróquia Bar, o Barxaréu, o bar do Urso, o Caverna Bar ou o Lúdico, todos disputadíssimos durante o fim de semana, mas com uma programação menos concorrida nos dias úteis. Mais Aberto no fim do ano passado, o Lúdico, com seus ambientes carregados de monstros e criaturas fantásticas, faz parte da onda de ambientes instagramáveis. O Jazz Restô & Burguer, na rua Vergueiro, e o Antiquário Bar& Café, na Guimarães Passos, podem ser enquadrados na mesma categoria, mas suas decorações são mais retrô.Quem quiser uma opção clássica de lanches pode tentar a sorte no Gorila Beer House, na Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 1153, bastante disputado. Pode-se ainda provar o gim típico do bairro, produzido pela Destilaria Gin NIB, na rua Tangará, que abastece os bairros da região.Já quem optar pelos clássicos sempre pode ir até a Casa do Torresmo, na rua Rio Grande, provar a feijoada e os quitutes de boteco, ou no Don Pancho, especializado em comida mexicana, na Joaquim Távora.Essencialmente residencial, a Vila Mariana foi se transformando em ponto alto da noite paulistana sem abandonar o clima de bairro, com frequentadores que já moram na região há bastante tempo. Foi isso que seduziu o empresário Marquinhos Felix, do Cariri Cocktail, que serve drinques com um toque sutil de diferentes lugares do nordeste.O coqueteleiro havia optado por abrir um estabelecimento na Vila Madalena, mas mudou a rota ao notar a adesão do público da Vila Mariana. Coisa parecida aconteceu com João Paulo Guida, dono do recém-inaugurado Antipasti Amici, um bar de quitutes italianos oriundos de receitas de sua família.Morador das redondezas, Guida escolheu o ponto a despeito da forte concorrência local de comida europeia. Entre as opções então os clássicos Zino Ristorante, o Pasta Nostra, o Fortunato e as pizzarias Suburbanos, Babbo Giovanni e 430º Napoletana, apenas para citar alguns.Aliás, caminhar pelo bairro em busca de opções gastronômicas pode ser um desafio. Isso porque muitas estão tão escondidas que, num piscar de olhos, uma preciosidade pode passar despercebida.É o caso das sorveterias Due Due Gelateria, na rua Joaquim Távora, e Walnuts Sorvetes Criativos, na rua Morgado de Mateus, engolidas por grandes condomínios ao redor.A padaria artesanal Beth Bakery, na rua Paula Ney, pode ser confundida com uma simples casa de bairro, enquanto a minúscula hamburgueria Charles Smash Burguer, na rua Bagé, seria um segredo bem guardado não fosse o toldo e duas mesinhas discretas na calçada. Mais A versatilidade gastronômica é o ponto alto do bairro, com espaço para culinárias múltiplas, como a oriental, representada pelo boteco Wooza, e a uruguaia, com o Balcón, ambas na rua França Pinto. A comida árabe também tem representantes de peso, entre eles o recentíssimo boteco Bohemian, inaugurado há apenas um mês na mesma rua.O Brasil conta com o mineiro Gamela e a nordestina Macaxeira, ambos na rua Joaquim Távora. O segundo, inclusive, está localizado na entrada de uma pequena vila de sobrados que é um dos poucos pontos onde as casas conservam a arquitetura original do bairro e sobrevivem à modernização.Os casarões da década de 1940, em sua maioria, foram parar no chão para dar lugar a prédios e condomínios. As poucas que sobraram foram transformadas em escolas, restaurantes e salões de beleza, e é quase impossível achar um sobrado com uma placa de "vende-se". Fãs da arquitetura do século passado estão contemplados com o museu da Casa Modernista, na rua Santa Cruz.Já no quesito cultura, o bairro tem opções como o Instituto Biológico, que abriga festas e feiras, a Cinemateca Brasileira, que sedia festivais e exibe parte de seu acervo em sessões especiais, o Sesc Vila Mariana com programação ativa de peças e shows, e o Comedy Sampa Clube, espaço de stand up que ocupa o endereço que antes pertencia ao Teatro Novo e que já foi da Oficina dos Menestréis, de Oswaldo Montenegro.430º NapoletanaR. Joaquim Távora, 1.415Antipasti AmiciR. Áurea, 343Antiquário Bar & CaféR. Guimarães Passos, 17Babbo GiovanniAv. Conselheiro Rodrigues Alves, 998BalcónR. França Pinto, 591Banana RosaR. Joaquim Távora, 695BarxaréuR. Joaquim Távora, 1.150Bar do UrsoR. Joaquim Távora, 1.141Beth BakeryR. Paula Ney, 298BohemianR. França Pinto, 373BowlHouse | Send Your WishesR. Morgado de Mateus, 658Cariri CocktailR. França Pinto, 1.140Caverna BarR. Joaquim Távora, 1.181Charles Smash BurguerR. Bagé, 312TDestilaria Gin NIBR. Tangará, 210Don PanchoR. Joaquim Távora, 1.315Dona ChocólatraR. Joaquim Távora, 569Due Due GelateriaR. Joaquim Távora, 1.095FortunatoR. Joaquim Távora, 1.356GamelaR. Joaquim Távora, 1.306Galeria ParaísoR. Joaquim Távora, 490AGorila Beer HouseAv. Conselheiro Rodrigues Alves, 1.153Jaber Especialidades ÁrabesR. Rio Grande, 93Jazz Restô & BurguerR. Vergueiro, 2.080Lúdico BarR. Joaquim Távora, 1.113MacaxeiraR. Joaquim Távora, 1.469Parrillada Fuego CelesteR. Joaquim Távora, 1.068Paróquia BarR. Joaquim Távora, 1.139Pasta NostraR. Joaquim Távora, 1.355Quinto Pecado Café e BistrôR. Áurea, 259Sofrência BarAv. Conselheiro Rodrigues Alves S/NSuburbanos PizzaR. Rio Grande, 398Walnuts Sorvetes CriativosR. Morgado de Mateus, 195BWoozaR. França Pinto, 203Zino RistoranteR. Joaquim Távora, 1.317LabOf Rua Tangará, 132Cinemateca Brasileira Largo Senador Raul Cardoso, 207Parque Ibirapuera Av. Pedro Álvares Cabral, s/nºComedy Sampa Club R. Domingos de Morais, 348Jai Club R. Vergueiro, 2676, Vila Mariana Mais Sesc Vila Mariana R. Pelotas, 141Casa Modernista R. Santa Cruz, 235Instituto Biológico Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 1.252 | 2023-07-26 15:28:00 | passeios | Passeios | https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2023/07/veja-as-novidades-que-transformaram-a-vila-mariana-num-ponto-badalado.shtml |
Desafios da democracia em Israel | A Conib (Confederação Israelita do Brasil) observa de forma atenta e apreensiva os desdobramentos em Israel, após o Knesset (Parlamento) aprovar a primeira parte do projeto da reforma do Judiciário, e defende um amplo debate de ideias e uma mobilização pela unidade nacional —lembrando, porém, que o equilíbrio entre Poderes é um princípio fundamental dos sistemas democráticos.Como exercício do jogo democrático, em qualquer sociedade, os Poderes precisam atuar de forma independente, dentro de uma mecânica de pesos e contrapesos, evitando exageros.Observamos, em várias partes do mundo, esse fenômeno que atinge as democracias, e em Israel não tem sido diferente.As crises entre Judiciário e Legislativo são desafios sérios para a estabilidade das democracias, pois comprometem a separação de Poderes e a confiança nas instituições governamentais. Para preservar o Estado de Direito e a democracia, é essencial que os atores políticos busquem formas de diálogo construtivo, respeitem a independência dos Poderes e trabalhem em conjunto, fortalecendo as instituições.Israel é uma nação excepcional, com uma democracia sólida. A fundação do Estado judeu após o Holocausto e seu desenvolvimento expressivo nos últimos 75 anos fazem do país um verdadeiro milagre construído por uma admirável iniciativa histórica.Mas, neste momento, Israel está em uma situação confusa. Os eventos sem precedentes de 2023 estão corroendo o pacto social e colocando em risco a segurança nacional. Enquanto algumas lideranças políticas insistem em promover uma legislação antiliberal, milhares de israelenses, entre eles pilotos e milhares de soldados da reserva, ameaçaram paralisar as suas atividades. Esses desenvolvimentos graves levaram Gadi Eizenkot, ex-chefe do Estado-maior das Forças de Defesa de Israel (IDF), a alertar que a combinação de ameaças internas e externas torna Israel vulnerável."Uma casa dividida contra si mesma não pode subsistir", disse Abraham Lincoln antes da Guerra Civil Americana. Mais E nós, judeus, devemos aprender com nossa trágica história para não repetirmos erros do passado, quando permitimos que as divisões internas derrubassem o Primeiro e o Segundo Templos. Debater posições e ideias é salutar e faz parte da tradição judaica. A diversidade e o pluralismo de ideias é uma fortaleza do povo judeu.O judaísmo é uma religião e uma cultura com diversas interpretações e vertentes, e nem sempre houve consenso em todas as questões. No entanto, ao longo da história, podemos identificar muito mais momentos de coesão do que o contrário, e a sociedade israelense tem exemplos concretos para mostrar ao mundo nestes 75 anos de existência.Quando nos remetermos ao período bíblico, sob a liderança de Moisés, também ali existiram divergências, as posições do povo nunca foram unânimes e, mesmo com o recebimento das Tábuas da Lei, que não foram aceitas por todos de forma incondicional, ao final prevaleceu a lei e o bom senso.Cabem aos judeus que vivem fora de Israel e sobretudo os israelenses garantir o futuro do projeto sionista. E só há uma maneira de superar esta crise existencial multidimensional: através da unidade nacional. Assim como os israelenses deram as mãos na véspera da guerra de 1967, eles devem dar as mãos agora. A sociedade israelense está fraturada e isso não é desejável, não é promissor. Mais Israel chegou a este grau de polarização por conta de "excesso" de democracia, não pela falta dela. Houve várias eleições em curto período de tempo, e as elites políticas do Estado de Israel são responsáveis pelo país chegar a esta situação, seja pelo fracasso no diálogo, seja pela falta de conciliação dos interesses da sociedade. A realidade sociológica é diferente da realidade eleitoral. Uma eleição com pouca margem que garanta uma vitória não é um salvo-conduto para tudo. Não são convicções pessoais que irão prevalecer sobre as necessidades institucionais e da sociedade, e a política deve servir a nação, não aos políticos.A expressão "maioria de coalizão" refere-se a uma situação política em que um partido ou grupo político obtém a maioria dos assentos ou votos em um Parlamento, permitindo-lhe formar um governo com base na colaboração e apoio de outros partidos ou grupos políticos menores. Esse arranjo é comum em sistemas parlamentares nos quais os governos são formados com apoio de partidos, sendo impossível um único partido político governar sozinho. Mais E, como sugeriu em artigo no The New York Times o presidente do Congresso Judaico Mundial, Ronald S. Lauder, há apenas três homens capazes de realizar essa unidade: Binyamin Netanyahu, Yair Lapid e Benny Gantz. Esses três líderes carregam nos ombros uma responsabilidade histórica. Eles devem se unir, superando as divergências políticas e interesses pessoais, para discutir a grave situação que atravessa o país e buscar, com equilíbrio, uma solução de emergência em defesa de uma democracia estável e ainda mais forte.O povo judeu sempre ancorou suas decisões mais importantes em valores universais e princípios judaicos. A crise existe, não há como negar, mas a força da sociedade israelense é maior e mais potente do que ela.Temos a esperança de que Israel irá superar seus desafios do momento e a certeza de que sua democracia será o vetor que irá conduzir e inspirar a região. O destino de Israel continuará a ser grandioso. A criação do Estado de Israel representa uma das grandes realizações do século 20 —e continuará sendo uma inspiração no século 21.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 2023-07-26 15:16:00 | opiniao | Opinião | https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/07/desafios-da-democracia-em-israel.shtml |
Criadores emergentes usam selo de verificação pago no Instagram para se proteger de fraudes | A Meta, dona do Facebook e Instagram, anunciou em junho o programa Meta Verified, serviço de assinatura que dá acesso ao selo de verificação e suporte de contas personalizado. O lançamento partiu de uma reivindicação dos criadores de conteúdo emergentes, conta Mauro Bedaque, gerente de parcerias com criadores da Meta na América Latina."Era uma demanda que a gente recebia dos criadores de ter um serviço que ajudasse essa turma a crescer, a se conectar com mais gente, com novas audiências. É fruto de um diálogo que a gente escutava muito no mercado e também dos consumidores", diz.A novidade foi vista com bons olhos pela estrategista digital e fundadora da Like Marketing, Rejane Toigo. Em entrevista ao #Hashtag, ela afirma que o serviço permitiu maior proteção no caso de fraudes médicas, como o caso da falsa médica de Perdizes, que usou o registro de profissional homônima para falsificar receitas e pedidos de exames e divulgava seu trabalho nas redes sociais; seu perfil no Instagram tinha mais de 87 mil seguidores."Quando eu adquiri o selo eu não tive mais perfis falsificados fazendo coisas em meu nome. Então eu acho que esse é o objetivo do selo, não é a pessoa fingir que tem mais autoridade ou que ela é mais do que alguém, a função é realmente certificar que aquela pessoa é ela mesma", opina Rejane.Bedaque diz que o Meta Verified não é recomendado para a comunidade em geral, o chamado usuário comum, mas sim para os criadores de conteúdo que estão em crescimento nas redes "Eles passam a precisar de um serviço um pouquinho mais sofisticado do que um usuário normal de Instagram e de Facebook"."O Instagram passou a ser parte da identidade profissional de muita gente, então eu acho que nada mais justo que essa identidade seja coroada com algumas ferramentas e que essas ferramentas estejam ao alcance de quem precisa delas", diz Rejane.Além do programa de verificação, a Meta anunciou nos últimos tempos o concorrente do Twitter, o Threads, e os canais de comunidade. Bedaque, entretanto, ressalta que não é necessário que os criadores estejam em todas as redes sociais para atingir o público."É um trabalho sim de educação de base [nas novas redes sociais] na medida que a gente criou a partir do que a gente aprende com os próprios parceiros, mas também é um trabalho de costumização em que o próprio criador vai aprendendo sozinho, na medida em que ele vai vendo o que funciona e o que não funciona para os objetivos dele", explica.Para participar do Meta Verified, acesse a "Central de Contas" nas configurações de seu aplicativo do Instagram ou Facebook, vá em "Meta Verified", configure o pagamento e tire uma selfie com seu documento de identidade. A empresa também pode solicitar um vídeo-selfie para garantir a autenticidade.Estão elegíveis para o programa todas as pessoas com mais de 18 anos que tenham documento de identificação emitido pelo governo, além de um número mínimo de postagens (ainda não divulgado). Empresas ainda não podem adquirir o produto. | 2023-07-26 11:24:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/hashtag/2023/07/criadores-emergentes-usam-selo-de-verificacao-pago-no-instagram-para-se-proteger-de-fraudes.shtml |
Conheça Tomtom, advogato que trabalha em escritório no Rio de Janeiro | Em um escritório na Cinelândia, na região central do Rio de Janeiro, trabalha Tomtom, um jovem advogato.Ele chegou em fevereiro do ano passado, quando ainda era filhote, após ser resgatado pela advogada Juliana Villas Boas Borges, em Saquarema, município fluminense na Região dos Lagos."Eu estava passando por uma rua, à noite, quando vi um gatinho mínimo, muito pequeno, correndo e indo em direção a uns cactos. Com certeza seria atropelado se eu o deixasse ali", conta Juliana.A advogada pegou o bichano e no dia seguinte o levou a um veterinário. "Ele disse que o gatinho devia ter uns 15 dias e precisava ser alimentado a cada três horas."Quando voltou para o Rio, com a missão de alimentar esse bebê, Juliana não teve alternativa a não ser levá-lo para o escritório onde trabalha, o Luchione Advogados. Mais "Todo mundo se apaixonou pelo Tomtom. A doutora Daniela Laboragine queria adotá-lo de qualquer jeito. Mas no final eu que fiquei com ele, e o doutor Carlo o contratou", diz.Carlo Luchione é o fundador do escritório e chefe de Juliana. "Se chego no escritório sem o Tomtom, ele manda eu voltar para buscá-lo", brinca a advogada.O chefe, aliás, é só elogios para o jovem contratado. "Ele é nosso elixir da felicidade. Começou como meu estagigato e foi efetivado a advogato. Trabalha todos os dias, participa de reuniões, julgamentos virtuais, atendimento ao cliente, e ainda escolheu minha cadeira para dormir, tendo eu que pegar outra para sentar", diverte-se Carlo.O advogado afirma que os clientes também adoram Tomtom e o chamam de gato da sorte. Leia mais sobre gatos "O Tomtom traz diariamente energia boa, além de ter melhorado muito o dia a dia estressante de todos. Virou o amor da minha vida e de todos da equipe", derrete-se o chefe.Com o sucesso de Tomtom, Carlo decidiu criar um perfil no Instagram só para mostrar a rotina do felino."Nossas postagens e a ideia de abrir o Instagram foram em razão de ele ser tão querido e amado. Por isso resolvemos postar sua história e seu dia a dia, a fim de motivar outros escritórios ou repartições a fazerem o mesmo", diz o advogado.Siga o blog Gatices no Twitter, Instagram e Facebook. | 2023-07-26 06:00:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/gatices/2023/07/conheca-tom-advogato-que-trabalha-em-escritorio-no-rio-de-janeiro.shtml |
Um país violento | Nada a comemorar. Esta é a conclusão que se pode extrair do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, lançado quinta (20), que se baseia em dados oficiais de 2022. A publicação expõe um país violento e ressalta tendências de mudança, tanto no perfil das ocorrências, quanto nos focos de maior insegurança. As poucas boas notícias vieram com ressalvas.Houve aumento vertiginoso no registro de certos crimes em comparação com 2021, como os patrimoniais envolvendo tecnologia, os de ódio e no espaço doméstico.O estelionato eletrônico disparou (65,2%) no ano passado. Quase 1 milhão de aparelhos celulares foram subtraídos. O racismo aumentou 68%, e a homotransfobia, 54%. No estado de São Paulo, o feminicídio teve alta de 43,3%.Mais de 102 mil crianças e adolescentes foram vítimas de violência (abandono, maus-tratos, lesão corporal e estupro). Este último teve a maior alta (15,3%), de 45.076, em 2021, para 51.971.Apesar de as mortes violentas intencionais (MVIs) —homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e morte por intervenção policial— terem atingido o menor índice em 12 anos, o ritmo de queda desde 2018 desacelerou.Entre 2020 e 2021, por exemplo, os números caíram 4%; agora, a redução foi de 1,9%. A taxa ainda é alta (23,4 por 100 mil habitantes). Foram 47.508 MVIs no ano passado —cerca de metade das vítimas tinha entre 12 e 29 anos, 76,9% eram negras e 91,4% do sexo masculino.A dinâmica de mercados ilegais influencia a taxa de mortes violentas. Um quinto delas ocorreu na Amazônia Legal e, na contramão da tendência nacional, os estados do Sul tiveram aumento de 3,4% entre 2021 e 2022.Ambas as regiões passam por conflitos territoriais envolvendo facções criminosas do tráfico de drogas e outras contravenções.O próprio Estado contribui para as estatísticas. As polícias civis e militares mataram 6.430 pessoas em 2022 (quase 18 por dia).Bahia e Rio de Janeiro lideram o ranking de mortes por forças de segurança —juntos respondem por 4 de cada 10 mortes do tipo. Outros estados, em particular os que instalaram câmeras policiais, como São Paulo e Santa Catarina, diminuíram a letalidade.Segurança não se resume a mais polícia ou encarceramento. É preciso investir em inteligência e tecnologia, além de atuar de forma interseccional com outras áreas para proteger estratos vulneráveis.Não há solução imediatista para problemas complexos. Cabe ao governo federal, em parceria com os estados, implementar políticas públicas de longo prazo que revertam índices de criminalidade de modo contínuo e duradouro.editoriais@grupofolha.com.br | 2023-07-25 22:00:00 | opiniao | Opinião | https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/07/um-pais-violento.shtml |
'Ambos da pasta econômica convergem para o centro', diz leitor sobre Tebet e Haddad | Tensão "Os ruídos e recuos por trás da aparente relação amigável de Haddad e Tebet" (Mercado, 24/7). Essa não merece mais nenhum voto no futuro. Lenise de Souza Ferreira (Joinville, SC)Há uma grande distância entre os fatos e as especulações neste artigo. O fato é que ambos da pasta econômica convergem para o centro. Não vejo divergência, ambos defendem uma pauta de desenvolvimento social e econômico, social-democrata. Andre Elias do Prado (São Paulo, SP)Gafes "Quando Lula dá defeito" (Dora Kramer, 24/7). Só faltou explicar em que momento ele se aproxima do ex-presidente. É só por errar? Para se equiparar ao Bolsonaro tem que errar feio, errar rude, errar perverso, babar comida pelo chão. Chiara Gonçalves (São João da Boa Vista, SP)Pelo nível de intelectualidade dele, ninguém deve estranhar. A ignorância dos governantes do Brasil vem de décadas, para falarem tanta besteira. Ninguém se salva. Paulo Sergio de Souza Moreira (Mogi Guaçu, SP)Incríveis essas gafes. Mesmo de improviso, faz-se necessário trabalhar antes os assuntos, mentalmente, com assessores, com a Janja etc. Fica uma impressão de inconsequência e falta de trabalho. Presidente, suas falas são fundamentais para os resultados dessas viagens para o Brasil. Ninguém dá o toque? Décio Ceballos (São José dos Campos, SP)Decoração "Lula recoloca no gabinete estátua de Jesus Cristo alvo da Lava Jato" (Política, 24/7). Agradar ao agro, evangélicos e militares, pobre Lula. E olha que ele já viu esse filme. Evandro Luiz de Carvalho (Rio de Janeiro, RJ)Disputa de emissoras "Globo desbanca Record e, sob Lula, volta a liderar verbas de publicidade do governo" (Política, 24/7). Detesto a Globo, mas, comparando-a com a Record, ela é infinitamente menos pior. No fim, a mamata das verbas de publicidade nunca acabaram: só mudaram de destino. Felipe José Fernandes Macedo (São João Del Rei, MG)Simples assim: maior audiência resulta em maior remuneração. Chega de pagamento por alinhamento político ideológico. Luiz Sergio (Paraguaçu, MG)Vagas "Governo prepara mais 10 mil vagas de concurso, diz ministra da Gestão" (Mercado, 24/7). Admirável a elegância da ministra. Tranquila, falou da ausência de concursos sem xingar ninguém e até citou Paulo Guedes, seu antecessor (e de mais uns dez ministros), sem apelar para a baixaria, elogiando os servidores públicos que "tocaram o barco" no meio da tempestade. É de gente como ela que precisamos —propostas, consciência das limitações, abertura para sugestões, capacidade de agradecer e zero agressividade. Antônio Américo Perazzo de Andrade (Recife, PE) Mudanças "A inteligência artificial não quer só seu emprego; quer substituir a realidade" (Joel Pinheiro da Fonseca, 24/7). É assustador admitir que o espanto com o desvelamento da realidade não significará o conhecimento do ser da coisa. Nossos sentidos estarão contaminados por uma falsa realidade criada pela IA. Perderemos a oportunidade do encanto de ver para crer e cairemos na desconfiança de ver e não crer como se um delírio fosse. Razão, emoção e sentidos não serão suficientes para conhecer a realidade. Desconfiar será a regra. Haja saúde mental. Ângela Luiza S Bonacci (São José dos Campos, SP)Sensação "Os senhores da morte" (Vera Iaconelli, 24/7). Vera Iaconelli descreve com precisão meus sentimentos ao término da sessão. De fato, era impossível não saber dos resultados; porém, a insaciável sede humana pela realização elide a reflexão sobre as consequências. A aritmética sobre número de mortos como justificativa do feito é apenas um exercício de correção da dissonância cognitiva. Jonas Nunes dos Santos (Juiz de Fora, MG) Mais Sacada cinéfila "Barbie e Oppenheimer juntos: não existe Missão Impossível no cinema" (Becky S. Korich, 24/7). Eu ainda não assisti a nenhum dos dois filmes, mas, além da inveja de escrever assim, fiquei com vontade de rever vários dos outros 43 citados... Marcelo Candido de Melo (São Paulo, SP) Mais Novos humanos "Em 45 anos, fertilização in vitro gera mais de 10 milhões de bebês no mundo" (Saúde, 24/7). Fizemos três tentativas de FIV para ter nosso segundo filho, mas as três falharam. A reportagem, apesar de citar superficialmente, deveria enfatizar que, além de ser um tratamento caro, pode não dar certo. Darlan Fernandes (João Pessoa, PB) | 2023-07-25 19:32:00 | paineldoleitor | Painel do Leitor | https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2023/07/ambos-da-pasta-economica-convergem-para-o-centro-diz-leitor-sobre-tebet-e-haddad.shtml |
Cães auxiliam crianças vítimas de violência em fórum no Paraná | O samoieda Snow, 7, a dálmata Teela, 2, e o bernesse Bello, de sete meses, são os novos reforços no quadro de servidores da Justiça do Paraná. São cães treinados, que se juntaram à equipe técnica do fórum de Londrina em um projeto para dar suporte emocional e permitir que crianças e adolescentes vítimas de violência sejam ouvidos de forma mais acolhedora.Segundo o TJ (Tribunal de Justiça) do estado, os três se tornaram os primeiros cães de assistência judiciária do Brasil, graças a uma parceria com o Ibetaa (Instituto Brasileiro de Educação e Terapia Assistida por Animais).Eles foram incorporados neste mês de julho como instrumento terapêutico na rede de proteção a crianças e adolescentes vítimas de violência psicológica, física, abuso sexual ou abandono e, de acordo com a Justiça paranaense, os primeiros atendimentos mostraram resultados positivos. Teela, por exemplo, já recebeu até cartinha de agradecimento."O ambiente forense não é um ambiente agradável para uma criança ou adolescente. Então, o animal é para eles terem vontade de entrar no fórum, se sentirem mais à vontade, diminuir o estresse, a angústia, esse medo do momento de falar. Através da aproximação com o cachorro, que eles possam se soltar um pouco mais", diz Camila Tereza Gutzlaff Cardoso, juíza da 1ª Vara da Infância e Juventude da Comarca de Londrina, em publicação do TJ.Ela diz ainda que os próprios servidores se sentem acolhidos diante dos animais.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...Novidade por aqui, cães de assistência judiciária frequentam há tempos tribunais nos Estados Unidos. A ONG Courthouse Dogs, por exemplo, promove desde 2003 o uso de cães para conforto a crianças e adultos vítimas ou testemunhas de crimes.Se a presença de animais de suporte ainda engatinha no Judiciário, o benefício dos pets no dia a dia já é bem conhecido. Além de grandes amigos, animais de apoio emocional dão suporte a tutores com ansiedade ou depressão, e há hospitais que adotam a terapia assistida com bichos.No caso dos cães em atuação no fórum de Londrina, o treinamento é aperfeiçoado continuamente.Carlos Pires, fundador e diretor do Ibetaa, lembra que não é qualquer cão que pode atuar dessa forma. "O animal passa por testes de comportamento para saber se tem o perfil. Depois, outros testes para saber se ele vai dar conta. Não é só porque o cachorro é bonzinho que ele vai virar um cão de assistência judiciária."Conforme o TJ, cerca de 30 pessoas do fórum também passaram por capacitação com profissionais do Ibetaa, com preparação teórica e acompanhamento prático para o manejo do cachorro. Siga o Bom Pra Cachorro no Twitter, Instagram e Facebook | 2023-07-25 19:02:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/bom-pra-cachorro/2023/07/caes-auxiliam-criancas-vitimas-de-violencia-em-forum-no-parana.shtml |
'Tu é o Dunga!', diz morador de rua ao reconhecer ex-jogador em ação beneficente; veja o vídeo | Capitão do tetracampeonato conquistado em 1994, nos Estados Unidos, e ex-técnico da seleção brasileira entre 2006 e 2010 e, novamente, entre 2014 e 2016, Dunga mantém um projeto social chamado "Seleção do Bem". Nas noites frias do inverno no sul do Brasil, ele e um grupo de 20 pessoas distribuem agasalhos e refeições para moradores de rua em Porto Alegre.Nesta segunda-feira (24), Dunga participou de uma ação do projeto e acabou sendo reconhecido por um torcedor do Internacional, clube onde iniciou a sua trajetória nas categorias de base. No vídeo, compartilhado pela página do projeto nas redes, o ex-atleta se emociona com o encontro."É você? Tu é o Dunga! Tu foi campeão e jogava no Inter. Nossa... Você lembra aquele gol de cabeça que você fez e salvou o Internacional da segunda divisão? E no Brasil bateu aquele pênalti contra a Itália na final do tetra? Me dá um abraço", disse o senhor Mais Dunga, que colocava chocolate quente nos copos, enquanto outra pessoa distribuía para os moradores de rua, parou a tarefa e deu um forte abraço no torcedor do seu clube de coração. Ele ainda pediu que o homem se alimentasse também com a refeição oferecida pela ação beneficente e, visivelmente, se emocionou com o carinho do morador de rua. | 2023-07-25 17:57:00 | voceviu | Você viu | https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/07/tu-e-o-dunga-diz-morador-de-rua-ao-reconhecer-ex-jogador-em-acao-beneficente-veja-o-video.shtml |
A guerra da Ucrânia e o paradoxo das esquerdas | Por suas vastas implicações internacionais no presente e possivelmente no futuro, a invasão da Ucrânia pela Rússia causou a guerra mais problemática e mais divisionista dos últimos tempos. Em todas as vertentes ideológicas há conflitantes opiniões e teorias explicativas que apoiam, condenam ou justificam a decisão russa.As esquerdas brasileiras, de modo geral, estão apoiando a Rússia, às vezes sob uma mal disfarçada neutralidade. Militantes, acadêmicos e políticos têm abraçado a tese de que a guerra é uma disputa por procuração entre os Estados Unidos e o polo emergente no eixo Rússia-China, onde estaria se formando um novo bloco hegemônico capaz de romper a ordem mundial unipolar existente desde o fim da Guerra Fria e da União Soviética.Apoiar a Rússia, portanto, segundo essa visão esquemática, seria ajudar a construir um mundo novo, multipolar, mais justo, sem a hegemonia única do "imperialismo americano" e seus "títeres" europeus. Daí por que a maior parte das esquerdas brasileiras, ainda reverentes ao mito soviético, endossa o pretexto do presidente Vladimir Putin para bombardear a Ucrânia —a Otan avançou demais nos países vizinhos da Rússia, ameaçando sua própria soberania nacional.Trata-se de uma falsa vulnerabilidade. Como um urso considerando ameaça à sua vida a presença de alguns ratos na porta da caverna, já que a Rússia tem o maior arsenal nuclear do mundo, e nenhum país da Otan no Leste Europeu tem esse tipo de armamento.Na contracorrente das esquerdas brasileiras, seus pares da própria Rússia (à exceção do fisiológico Partido Comunista) e dos países vizinhos têm condenado vigorosamente a invasão da Ucrânia e o governo Putin. Historiadores, sociólogos e cientistas políticos da região veem a guerra de ocupação como decorrência de uma crise interna russa e, no plano externo, de uma estratégia com nítido caráter imperialista. Mais O ucraniano Volodymyr Ishchenko, pesquisador do Instituto de Estudos do Leste Europeu na Universidade Livre de Berlim, o russo Oleg Zhuravlev, do Laboratório Público de Sociologia de Moscou, e a ucraniana Oksana Dutchak, vice-diretora do Centro de Pesquisa Social e Trabalhista, são alguns da esquerda independente eslava com essa posição —e eles têm uma percepção mais completa do conflito, pois unem conhecimento teórico e vivência de uma região complexa e historicamente turbulenta.Para eles, essa guerra é tão reacionária quanto o próprio governo Putin e está servindo apenas aos interesses das classes dirigentes russas, que não conseguiram sustentar uma liderança política, moral e intelectual estável na era pós-soviética. Mais Tanto que, em 2012, começou uma crescente onda de protestos populares contra fraudes ocorridas nas eleições legislativas para a Duma no ano anterior. A reação do Estado russo sob o comando de Putin foi fechar cada vez mais os espaços democráticos. Com a anexação da Crimeia e a invasão da Ucrânia, vieram o cerco à imprensa e a repressão a protestos e às liberdades fundamentais, inclusive direitos de reunião e de greve.Portanto, as esquerdas brasileiras, obcecadas com o "imperialismo americano", fazem uma interpretação reducionista da guerra, como se fosse apenas uma disputa geopolítica entre Moscou e Washington. Como declarou o historiador e ativista ucraniano Taras Bilou ao site OpenDemocracy, "se as esquerdas continuarem culpando só a Otanpela invasão da Ucrânia, estarão mostrando que não entenderam bem a situação". Mais Esse debate vai se prolongar por muito tempo, pois tudo indica que a guerra não deverá terminar neste ano —inclusive porque em março de 2024 haverá eleição presidencial na Rússia e Putin, como autocrata por vocação, vai querer mais um mandato (se nenhum imprevisto acontecer até lá).É de seu interesse prolongar a guerra e usá-la politicamente para se apresentar ao eleitorado como única garantia de segurança e de manutenção da soberania do país, uma retórica que lhe tem rendido razoável apoio interno. Enquanto isso, as esquerdas brasileiras (e parcialmente de outros países latino-americanos) cometem um grande erro ao se posicionar na contramão da história.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 2023-07-25 16:54:00 | opiniao | Opinião | https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/07/a-guerra-da-ucrania-e-o-paradoxo-das-esquerdas.shtml |
Diálogos Amazônicos: a sociedade em movimento na cidadania represada | Encerrado o prazo, um total de 405 atividades foram inscritas como autogestionadas para serem realizadas durante os Diálogos Amazônicos, de 4 a 6 de agosto, em Belém do Pará, evento que compõe a Cúpula da Amazônia. Um número muito acima daquele esperado pela coordenação do encontro. Haverá ainda oito grandes plenárias organizadas em parceria entre governo, entidades e movimentos, com 3.000 pessoas para cada uma delas.A Cúpula da Amazônia será o mais importante evento internacional no Brasil neste ano. Reunirá os chefes de Estado dos oito países integrantes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA): Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, além de convidados de outros governos.Segundo palavras do próprio presidente Lula, o encontro pretende inaugurar uma nova etapa na cooperação entre os países que abrigam o bioma Amazônia, com adoção de políticas comuns, definindo compromissos para o desenvolvimento sustentável da região por meio da retomada do diálogo regional e das relações entre as entidades e órgãos governamentais das nações participantes.Na perspectiva do atual governo, a participação social tem papel preponderante para expressar as demandas da sociedade nas prioridades das políticas públicas. A consolidação dessa participação, que se efetivou nos dois primeiros mandatos do presidente Lula e da presidenta Dilma Rousseff por meio dos diversos formatos de conselhos e conferências, e dos diferentes mecanismos de parcerias e diálogos, foi desarticulada e desestruturada nos últimos seis anos, comprometendo a própria ideia de democracia participativa e de representação social junto às instâncias do Poder Executivo.O represamento da formulação, monitoramento e controle social sobre as políticas públicas diz muito acerca do altíssimo número de atividades inscritas por entidades, movimentos sociais, academia, centros de pesquisa, agências governamentais do Brasil e dos demais países amazônicos para promover discussões as mais variadas sobre os povos e territórios amazônicos. Mais Estarão nas mesmas mesas ministros e ministras de Estado, dirigentes de órgãos, representantes dos mais diversos movimentos sociais e entidades que atuam na Amazônia, em construção dialógica de propostas e caminhos para os problemas apontados.O acúmulo dos Diálogos Amazônicos constará em relatórios a serem entregues aos líderes reunidos na Cúpula da Amazônia. A expectativa dos movimentos sociais e organizações é influenciar os acordos a serem celebrados entre os países amazônicos, o que é muito significativo. Mais importante, contudo, é ir além do evento e fazer desse um processo contínuo e consistente, que aglutine para a 30ª Conferência da ONU sobre mudanças climáticas, a COP30, o mais importante encontro das Nações Unidas sobre o tema, que o Brasil sediará em novembro de 2025, também em Belém. Mais A COP reúne dezenas de milhares de autoridades governamentais, cientistas, organizações e ativistas de todo o mundo. A realização em solo brasileiro, resultado da influência do presidente Lula, coloca o país como centro da discussão de uma agenda com responsabilidade de todos os países.Para ser efetivo, o processo precisa ouvir os povos da Amazônia, com intensa participação popular. Esse é o ponto principal na construção de qualquer fórum, registrado no lema: "Nada sobre nós sem nós!"TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 2023-07-25 16:20:00 | opiniao | Opinião | https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/07/dialogos-amazonicos-a-sociedade-em-movimento-na-cidadania-represada.shtml |
Mostra Jazz à Paulista reúne músicos de São Paulo em shows e em novo disco | A primeira Mostra Jazz à Paulista, que terá início às 20h desta quarta-feira (26) no Teatro Arthur de Azevedo, no bairro da Mooca, em São Paulo, promete muito som. Nesta noite acontecem as apresentações do baixista Bruno Migotto, do grupo Projeto Unknown, da pianista Louise Woolley e do trombonista Jorginho Neto.Na quinta-feira, também às 20h, será a vez da pianista Silvinha Goes, da baterista Vera Figueiredo e do contrabaixista Marcelo Mariano mostrarem suas músicas inéditas, que serão registradas, assim como as dos artistas que se apresentaram na noite anterior, em um álbum.O áudio, mixagem e master do disco, que terá 18 faixas, será do Estúdio Arsis, supervisionados por Adonias Júnior, com captação de Daniel Tápia.Esta é uma excelente oportunidade para conhecer e ouvir gente especializada em fazer música de altíssima qualidade, com criatividade, suingue e muito bom gosto, mostrando cada qual à sua maneira um pouco da infinita arte de amealhar os sons.Bons shows!1ª MOSTRA JAZZ À PAULISTAQUANDO Quarta-feira (26) e quinta-feira (27), às 20hONDE Teatro Arthur de Azevedo, av. Paes de Barros, 955, Alto da Mooca, São Paulo, tel. (11) 2604-5558QUANTO Gratuito | 2023-07-25 14:43:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/musica-em-letras/2023/07/1a-mostra-jazz-a-paulista-reune-musicos-da-cena-do-jazz-de-sao-paulo-em-shows-e-em-disco.shtml |
Mascote Canarinha Pistola reedita sucesso do Canarinho Pistola nas redes | A seleção brasileira conquistou as redes sociais ao golear o Panamá por 4 a 0 nesta segunda-feira (24) na estreia da Copa do Mundo feminina.Além do show de Ary Borges e companhia, uma outra personagem está viralizando nas redes sociais, a mascote Canarinha Guerreira, mais conhecida por Periquita Pistola ou Canarinha Pistola.Pacote completo.Tatuagem de henna.A versão real.Uma autêntica brasileira.A mascote foi criada pelo publicitário Gabriel Morais."A gente percebeu que a seleção feminina não tem mascote. A masculina tem o Canarinho Pistola, aquele macho alfa, bravo, arrogante. E ele não traduz o espírito da seleção feminina. Aí a gente teve a ideia de lançar a Canarinha, como uma forma da torcida homenagear as nossas jogadoras", disse, em entrevista ao UOL.A mascote não é oficial da CBF. Gabriel lançou uma campanha de financiamento coletivo para custear a manutenção da mascote na Austrália e Nova Zelândia, sedes da Copa. Há recompensas como cartão postal e pelúcias da Canarinha.O Canarinho Pistola foi um dos grandes memes da Copa do Mundo masculina de 2018, na Rússia. Gabriel afirmou ao UOL que teve cuidado para ela não ser a versão feminina do Canarinho Pistola.Mas é praticamente impossível de essa associação não ser feita. Os posts virais nas redes carregam o termo Canarinha Pistola ou Periquita Pistola, e não Canarinha Guerreira, apesar dos esforços de algumas pessoas. Mais | 2023-07-25 10:59:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/hashtag/2023/07/mascote-canarinha-pistola-reedita-sucesso-do-canarinho-pistola-nas-redes.shtml |
O álcool fazia de mim um perigo para a sociedade | "Não se mexa que eu já chamei ajuda. Você está sangrando muito." Ouvi isso mas não consegui enxergar o rosto de quem falava. O airbag do carro impedia qualquer movimento da minha cabeça. Eu estava imóvel dentro do carro que se equilibrava em uma árvore. Senti a boca cheia de pedra e apaguei. Algum tempo depois estava deitada olhando para aquelas luzes insuportavelmente brancas de hospital.Naquela noite eu tinha entregado meu trabalho de conclusão de curso da faculdade. Sentia um misto de tristeza e euforia —péssima combinação para a minha doença. Paulo, meu melhor amigo na faculdade, estava sentado comigo no bar. Ele sempre bebia muito, mas parava (hoje sei que é um abusador do álcool, não um doente.)Ficamos um tempo conversando e bebendo, mas alguma coisa estava muito errada. Eu não me sentia à vontade ali, naquele dia o álcool não tinha um efeito calmante, muito pelo contrário: estava me deixando mais nervosa e aflita. "Paulinho, vamos embora, não quero mais ficar aqui." Fui pegar meu carro.Naquela época, não era tão frequente blitz policial (não que isso fosse um empecilho para mim...). Dirigia rumo à minha casa quando Paulo (que muitas vezes dormia lá) me disse: "Me leva pra casa que hoje quero dormir bem". Por um milagre não discuti e fiz o que ele queria. Talvez porque estivesse cansada-com-sono-triste-eufórica-aflita-angustiada. E bêbada.Depois de deixá-lo, fui, ou tentei ir, pra casa. Como fazia aquele percurso praticamente todos os dias, seria fácil chegar ao destino. Quando entrei no bairro onde morava, faltando pouco mais de cinco minutos pra estacionar, já me sentia segura. A sensação de quase casa me fez acender um cigarro e aumentar um pouco o som. Cantando, me distraí e num movimento displicente deixei o cigarro aceso cair no chão do passageiro. Imediatamente fui tentar reaver o cigarro com o carro em movimento mesmo. Bastaram poucos segundos para eu pegar a bituca e levar a maior porrada que já senti. Não larguei o volante e o carro foi parar numa árvore, sem nenhum freio.Deu perda total. O airbag abriu e eu me fodi. Paulinho provavelmente não teria sobrevivido se estivesse comigo, porque o único espaço interno sem nenhuma ferragem era aquele em que eu estava graças ao airbag. As pedras que senti na boca eram três dentes destroçados. Em minutos eu mudei o destino final daquela noite. Em vez de deitar na minha cama, fui parar num leito de hospital.Hoje, passados quinze anos, experimento uma sensação de estranheza ao lembrar daquele dia. Parece que estou contando a história de outra pessoa. Os resquícios desse acidente se resumem a alguns probleminhas na mandíbula e na arcada dentária. Poderia ter sido pior, poderia ter havido consequências piores. É uma merda lembrar disso e escrever sobre isso porque não tem nada a ver com tudo que sou hoje. Estar em recuperação é mergulhar em um intensivão de autoconhecimento e ir clareando o que é a vida, do que eu realmente gosto e quem eu sou.É difícil me perdoar por algumas vezes ter dirigido alcoolizada, é difícil e doloroso pensar que muita coisa poderia ter acontecido. Porque acontece muita coisa. Seis meses depois desse acidente eu perdi o carro e a carteira de motorista. Outro acidente. E, mesmo que eu não tivesse perdido a carteira, as dívidas não me permitiriam comprar outro carro. Hoje, quando vejo pessoas que beberam e vão dirigir, fico mal. Nunca consegui impedir nenhum bêbado de fazer alguma coisa.Tive que passar por condenações pessoais e sociais para que finalmente começasse a tentar uma nova vida. Sou uma alcoólatra em recuperação. Não importa se estou há quatro anos sem beber: importa que cada dia sóbria me leva para mais perto de uma vida mais condizente comigo. Hoje eu sou responsável por mim e por quem me pede ajuda. Não fico no meu mundo solitário de dor e arrependimentos.É fácil? Nem um pouco, mas já foi mais difícil e tudo indica que se eu evitar o primeiro gole nas próximas 24h ficarei ainda mais calma e viverei mais de acordo com meus princípios. Se me culpo? Muito, mas fui pagando o preço e perdendo pessoas e itens. Nesse caso, o carro e a vida motorizada. Para sempre? Não. Só por hoje. E amanhã, quando eu acordar, vai ser que dia? Hoje. E hoje eu não vou beber e não vou perder para a insanidade a que minha doença me leva.Tudo volta no seu tempo. A carta de motorista ainda não está comigo. Quem sabe um dia, outra vez de carro, eu possa dar carona para muitos Paulinhos que não são doentes e sim abusadores. Para Alices que teimam em não aceitar que perderam para o álcool. O álcool é um problema de saúde pública, uma arma fatal para pessoas como eu. Uma arma para mim e para todos que estão ao meu redor. Pela qualidade de vida que levo hoje, não troco nenhum dia chato no parque por uma mesa de bar, se é que você me entende. | 2023-07-25 08:01:00 | blogs | Blogs | https://www1.folha.uol.com.br/blogs/vida-de-alcoolatra/2023/07/o-alcool-fazia-de-mim-um-perigo-para-a-sociedade.shtml |
'Quis enterrar o meu passado', diz publicitária sobre aniversário com tema 'velório' | A publicitária Grazielle Gervásio sempre gostou de inovar nas comemorações do seu aniversário, mas, para festejar os seus 28 anos, ela optou pela excentricidade ao escolher um tema nada comum para uma festa: velório: Isso mesmo! Um funeral com direito a caixão, coroas de flores e até a exigência de looks pretos para os convidados.Grazi jura que o tema não causou estranheza para os amigos. "Eles sabem que eu adoro fazer festas com ideias inusitadas. Eles morreram de rir (não literalmente) e gosto que as pessoas se divirtam. Podem rir de mim, não me importo. Estou nesse mundo para diversão mesmo", contou ao F5. Mas por que escolher um tema de velório? "Cada ano é um novo ciclo e 2022 foi bem difícil para mim. Quis enterrar meu passado (risos). Começar uma nova vida a partir de agora. Enterrei meu passado".Ela disse que planejou o tema há algumas semanas. "Gosto de ideias criativas. Já fiz um baile de debutante em boteco, uma festa Camp, outra toda de vermelho e essa foi a comemoração que mais investi", reconheceu. Grazi fechou um lugar só para o evento, comprou as coroas de flores, os salgadinhos, bolo e mandou fazer uma placa, que dizia: "Nós te amamos, Grazi, saudades.""Gastei uns R$ 2 mil com a festa. O caixão foi alugado e alguns amigos também me ajudaram com outros objetos de cena", explicou Grazi, que após viralizar, recebeu várias críticas. "Jamais imaginei que teria repercussão. Tenho emprego e não tenho interesse em virar influenciadora. Não posso aceitar quando as pessoas dizem que eu só queria aparecer. Eu só queria me divertir. Estou brincando com a situação e rindo daqueles que me desejam mal", concluiu. | 2023-07-24 21:52:00 | voceviu | Você viu | https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/07/quis-enterrar-o-meu-passado-diz-publicitaria-sobre-aniversario-com-tema-de-velorio.shtml |