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'Discurso de Onyx Lorenzoni é vazio, é mais do mesmo', afirma leitor
Fim do Ministério do TrabalhoAo ler sobre a mudança, vem um susto e me pergunto: que país não tem Ministério do Trabalho? O susto acaba quando vejo que a pasta não será “extinta”, e, sim, dividida. Mas a pergunta que não quer calar é a seguinte: que impacto na administração pública essas fusões terão no Orçamento e na desburocratização? Temos de ser mais críticos com respeito a isso.Marcelo Emanoel (Campo Grande, MS) O Ministério do Trabalho é mesmo desnecessário. É um foco permanente de burocracia e casos de corrupção, além de contribuir para o inchaço da máquina pública.Paulo Henrique Andrade (Rio de Janeiro, RJ) Rapaz, que confusão, uma hora vai extinguir, daqui a pouco não vai mais, agora já vai extinguir novamente. Que barco sem rumo.Kleber Freitas (Salvador, BA)Onyx LorenzoniDiscurso vazio, sem direções claras, que evidencia a precariedade do programa e a dificuldade de comunicação do futuro governo (“Por um novo Brasil”). É mais do mesmo, um populismo descolado da realidade e cafona, caricato, que não resiste à primeira crise. E é impossível saber o que surgirá depois. Que venham logo o 1º de janeiro e o choque de realidade e veremos quanto tempo duram o entusiasmo e o voluntarismo baratos.Leonardo dos Reis Gama (São Paulo, SP) Incentivo à natalidadeO melhor incentivo para se ter filhos é saber que o contexto será favorável ao desempenho da função de educá-los para uma vida plena e que não serão apenas mão de obra barata, vítimas das drogas ou da violência, desempregados das periferias (“Mulheres previdentes”, de Vinicius Mota). Maria Isabel Carvalho (Salvador, BA) Bem-vinda seja qualquer proposta para solucionar ou melhorar o problema da Previdência, mas, no que diz respeito a aumentar o número de bebês, espero que as mulheres não levem a sério colaborar para aumentar ainda mais o número de seres humanos no mundo. O meio ambiente degradado e o aquecimento global, mesmo que rejeitados por alguns “ilustres estadistas”, dispensam explicações. Juan Carlos Camps (São Paulo, SP) Discordo de qualquer incentivo à natalidade. O mundo já está hiperpopuloso; que se tragam imigrantes. Albino Clarel Bonomi (Ribeirão Preto, SP)Rumos do PTO que no início parecia uma nova esperança na política do Brasil, com a qual a classe trabalhadora se identificava e na qual a igualdade de direitos e deveres e o respeito à verdade eram diretrizes, se tornou pior do que o mal que combatia (“Diversionismo petista”, de Leandro Colon). E o partido continua agindo como um moleque mimado, que não aceita a realidade dos fatos e opta por não andar para a frente. Se continuar assim, estará cometendo suicídio.Alexandre Miquelino Levanteze (Campinas, SP)WhatsApp nas eleiçõesAos 70 anos, posso ter tido o meu CPF usado para velhacaria nas últimas eleições. Como saber? Talvez possa a imprensa buscar e disponibilizar esses dados, pois, se depender das autoridades, isso não acontecerá tão cedo. Eis aí a importância da imprensa. É verdade que ela toma partido muitas vezes nas crises, mas, para a função de fiscais dos governos, ainda não inventamos nada melhor (“Fraude com CPF viabilizou disparo de mensagens de WhatsApp na eleição”).Luiz Paulo Santana (Belo Horizonte, MG) A notícia tenta induzir o leitor a achar que a campanha de Bolsonaro impulsionou mensagens. Não há qualquer prova disso. Há provas de que houve impulsionamento. Daí para atribuir responsabilidade à campanha configura irresponsabilidade. Parece claro que particulares contrataram o impulsionamento, provavelmente sem o conhecimento dos responsáveis pela campanha. Erraram. Deveriam, como eu e muitos, ter participado de outras formas que o TSE não pode punir nem controlar, como a compra de bandeiras.Hipolito Gadelha (Brasília, DF) Olavo de CarvalhoCaro Ruy Fausto, concordo em gênero, número e grau. Mas só as circunstâncias políticas justificam dedicar inteligência e tempo para refutar uma nulidade como é Olavo de Carvalho. Li a entrevista dele à Folha. Ele não afirma, regurgita. Não respondeu às objeções de quem o entrevistou: fugiu de todas elas. Não respeita as leis do argumento, que exigem provas ou a indicação da probabilidade do que dizemos. Carvalho fala aos hormônios, não à inteligência das pessoas.José Fernando Marques (Brasília, DF) É mais fácil destruir, não? Pena a esquerda nunca ter assumido o poder para provar que é o caminho para um mundo melhor. Opa! Já assumiu, sim! É interessante o distanciamento entre a teoria e a prática, notável entre filósofos ricos em referências, que tornam vãos seu falar e escrever. Infelizmente.André Luiz Moschetta (Bento Gonçalves, RS) Ciclistas na AnchietaParabéns à Folha por publicar a nota sobre o passeio ciclístico. Obrigado por ajudar a fomentar o ciclismo como uma forma de viajar de bicicleta. E parabéns aos ciclistas que participaram do evento, tornando-o um dos maiores passeios ciclísticos do país.Nestor Freire (São Paulo, SP) Espaço para críticasSugiro que a Folha idealize um Painel do Leitor para a Ilustrada. Seria importante ter outras opiniões e visões, além daquelas dos críticos do jornal. Sinto falta de um local próprio para comentários e indicações sobre filmes, livros, peças, shows e demais atividades culturais. Se houvesse tal espaço, eu indicaria o filme “A Garota na Névoa”, que achei excelente. Porém, não foi bem avaliado e passou quase despercebido.Francisco José Bedê e Castro (São Paulo, SP)​​​​PARTICIPAÇÃOOs leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br.​
2018-12-04 02:00:00
paineldoleitor
Painel do Leitor
https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2018/12/discurso-de-onyx-lorenzoni-e-vazio-e-mais-do-mesmo-afirma-leitor.shtml
Violência na fronteira
As agressões contra imigrantes venezuelanos em Pacaraima (RR), no sábado (18), envergonham o país.Por mais que se compreendam as tensões sociais exacerbadas pelo influxo contínuo de refugiados, não há como relevar o recurso à violência para expulsar famílias que deixaram tudo para trás, empurradas pelo desespero.É impossível minimizar o desastre social, econômico e político que se abate sobre a nação vizinha, sob o jugo do ditador Nicolás Maduro.Fome, desabastecimento, repressão e criminalidade urbana impulsionam a busca por uma vida melhor, ou pela simples sobrevivência. Nada diverso dos motivos que levaram pioneiros de outras regiões brasileiras a povoar Roraima, poucas décadas atrás, se bem que não sob ameaça de uma guerra civil.Um estado não pode arcar sozinho com o inegável ônus representado pela onda de venezuelanos. Os sistemas de saúde e segurança pública, numa região pobre, são despreparados para lhe fazer frente. O governo federal deve agir, com mais decisão.O Brasil tem larga tradição de receber imigrantes. Há que mantê-la, o que não se separa da responsabilidade de organizar o fluxo, sem atenção para considerações miúdas quanto a interesses de política provinciana em ano eleitoral.Parece duvidoso que o envio de 120 policiais da Força Nacional de Segurança Pública possa dar conta da emergência. Compete ao Planalto montar um plano para reencaminhar os imigrantes às demais unidades da Federação e a logística necessária para efetivá-lo de forma mais expedita.Não tem cabimento o novo pedido do governo estadual ao Supremo Tribunal Federal para que se feche a fronteira entre Brasil e Venezuela. Fez bem a Advocacia-Geral da União em pedir ao STF que volte a negar a demanda da governadora Suely Campos (PP).Tampouco há razão defensável para erguer obstáculos artificiais à entrada de venezuelanos, como exigir atestados de vacinação. O surto de sarampo em Roraima diz mais sobre a deficiente imunização no lado brasileiro, precariedade sem a qual os casos importados da doença não se propagariam.Atribuir a violência aos recém-chegados, igualmente, não se sustenta em fatos, ainda que episódios isolados possam ocorrer. Roraima já enfrentava guerra sangrenta entre facções nacionais do tráfico.A primeira preocupação deve ser evitar que a escalada de tensão degenere em uma voga xenófoba, mesmo porque nada indica que os venezuelanos encontrem em breve incentivos para deixar de fugir.​editoriais@grupofolha.com.br
2018-08-23 02:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/08/violencia-na-fronteira.shtml
'PT deixou de ser tão sectário faz algum tempo', afirma leitor
PTO questionamento de Marcus André Melo sobre o jogo pesado constitucional é interessante, mas não considero justo lembrar que o PT fez pedidos de impeachment no passado (“Jogo pesado constitucional”, Opinião, 20/8). O PT deixou de ser tão sectário faz algum tempo. O PT era contra o FMI também, era contra alianças etc. Não se pode ignorar a maturidade que o partido adquiriu, para o bem e para o mal.Francis Augusto Medeiros-Logeay (Oslo, Noruega) EleiçãoA Justiça deveria proibir a divulgação de índices de pesquisa de intenção de voto envolvendo o nome de Lula, que está preso e inelegível (“Lula chega a 39%; sem ele, Bolsonaro lidera”). Dimas Sampaio Peixoto (Salvador, BA)Inquérito sobre doações Prestei à PF esclarecimentos sobre trabalhos de prospecção feitos entre 2005 e 2008 em países do Magreb e na Turquia para empresa europeia do Grupo Odebrecht. Nunca tive qualquer relação pessoal ou profissional com Allende Serra. Sobre a Alstom, fui investigado na Suíça e absolvido em 2013. Não fui consultor de negócios com qualquer relação de fornecimento de bens ou prestação de quaisquer serviços, direta ou indiretamente, para o governo do estado ou Prefeitura de São Paulo, de 1994 até hoje (“Conta administrada por filha de Serra recebeu R$ 1,78 mi”).José Amaro P. Ramos, consultor (São Paulo, SP)Ex-diretor da OdebrechtSobre meu afastamento do cargo de diretor jurídico da Odebrecht S.A., esclareço que o pedido foi de minha iniciativa, e não em razão de questionamento da Folha (“Dirigente da Odebrecht sai após virar réu”). A decisão foi comunicada ao diretor-presidente em 14/8 e formalizada em carta no dia 16/8. Quanto à “contrapartida” citada em email, nada tem a ver com propina. Refere-se às condições tributárias equilibradas para as empresas, em contrapartida ao pagamento de débitos do IPI no âmbito do Refis, dado o enorme impacto do programa no setor.Maurício Ferro (São Paulo, SP)Prática de atividade físicaQuando atribuímos hábitos de vida exclusivamente às preferências individuais do paciente, perdemos a chance de analisar criticamente todos os outros fatores (tão ou mais importantes) implicados no processo de saúde-doença, como rotina de trabalho, habitação e acesso à educação. Muitos de nós estão sim, como diz Drauzio no texto, “vivendo errado”. Mas é também nosso papel, como médicos, denunciar as condições estruturais da sociedade que os impedem de viver melhor (“O pai dos males”).Cicero Nardini Querido, médico (São Paulo, SP)Vitamina DParabéns à Folha pela reportagem sobre vitamina D, chamando a atenção para os conflitos de interesse de quem alardeia benefícios que não existem (“Médico que lançou moda da vitamina D recebeu dinheiro da indústria”). No texto “O mito da vitamina D”, já tínhamos enfatizado o cenário de fantasia que cercava o possível benefício não procedente no tratamento de doenças autoimunes. Infelizmente, essa prática ainda ocorre em certos centros médicos no país.Morton Scheinberg, médico (São Paulo, SP)​PARTICIPAÇÃOOs leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br.​
2018-08-23 02:00:00
paineldoleitor
Painel do Leitor
https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2018/08/pt-deixou-de-ser-tao-sectario-faz-algum-tempo-afirma-leitor.shtml
A morte de um notável jornalista
Minha amizade com a família Frias data do fim da década de 70, quando, conselheiro da OAB-SP, lutávamos pela redemocratização, usando, os advogados, a melhor das armas, ou seja, a palavra. Otavio já participava ativamente do jornal, e seu pai, apesar de não se dizer jornalista, foi das mais notáveis figuras do jornalismo que conheci, pois aliou prudência à coragem, pelo prisma de uma fantástica visão da realidade brasileira e mundial. Estive presente na noite em que pai e filho decidiram enfrentar o presidente Collor, quando da invasão da Folha, estando convencido de que aquela decisão serviu de apoio público para todos os que não se conformavam com os atos praticados nos primeiros dias de governo do novo presidente. Estancou a arbitrariedade nascente e recolocou o país no caminho da democracia. Desde a morte de meu saudoso e querido amigo, Octavio Frias de Oliveira, em 2007 —recebeu da Academia Paulista de Letras o 1º Prêmio Luís Martins, dedicado ao jornalismo, em 2006—, seu filho chegou ao jornal com a mesma linha de respeito a todas as correntes de pensamento, abrindo espaço permanente ao debate democrático, sem abdicar, entretanto, do direito de expressar a opinião do jornal sobre os mais relevantes assuntos. Nesta longa amizade e convivência, sempre convergimos, Otavio e eu, na luta pela democracia e pelo respeito à independência e harmonia dos Poderes; à não invasão de competências de um Poder sobre o outro; à necessidade de reformas estruturais no país, principalmente a política e tributária; ao combate à corrupção, assim como em relação aos mais variados temas voltados ao exercício da cidadania. Nossas divergências residiam nas questões religiosas, assim como naquelas envolvendo a concepção familiar —divergências, todavia, em que respeitávamos cada um a posição do outro, porque sabíamos que nossos pontos de vista decorriam de sólidas convicções pessoais e não de conveniência ou oportunismo, postura das pessoas que querem mais aparecer do que ser. A notícia de sua morte entristeceu profundamente a todos que o conheciam e a mim, particularmente, porque sempre vi em Otavio um idealista, com talentos que ultrapassavam a sua profissão, visto que foi um respeitado dramaturgo e brilhante ensaísta. Cheguei a pensar em trazê-lo para a Academia Paulista de Letras, quando a presidi, nas vagas que se abriram, mas, modesto e discreto, nunca hospedou a ideia. Seu talento poderia ser acolhido em qualquer sodalício do país. Estamos todos de passagem por este mundo, embora nunca estejamos inteiramente preparados para o momento de deixá-lo. Para aqueles que acreditam numa vida além da morte, como eu, e que Deus julga a cada um, na sua misericórdia, à luz do que acreditavam para o bem do próximo, apesar de suas convicções poderem não ser as Dele, tenho a esperança de que está hoje melhor do que aqui. Seu pai dizia-me que gostaria de ter fé, mas não a tinha. Era, entretanto, um homem justo. Esse atributo foi a esplendorosa herança que Otavio recebeu e que sempre norteou a sua vida, razão pela qual fará muita falta para os que ainda estão nesta passagem pela terra. Em Fatehpur Sikri, na Índia, na entrada da cidade construída em 1571 e abandonada pelo rei Akbar 14 anos depois, há uma inscrição, na ponte do Triunfo: "A vida é uma ponte. Atravesse-a, mas não pense em construir sobre ela". O querido amigo Otavio, entretanto, construiu.
2018-08-23 02:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/08/a-morte-de-um-notavel-jornalista.shtml
Lugar-comum
A disputa pelo governo paulista se encontra em situação peculiar, segundo a mais recente pesquisa Datafolha. Dois postulantes com pouca ou nenhuma experiência no setor público sobressaem, num quadro em que o debate programático se dissolve em lugares-comuns do meio empresarial que de alguma forma representam.O ex-prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) aparece na liderança, com 25% das intenções de voto, seguido por Paulo Skaf (MDB), presidente licenciado da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com 20%.O tucano, que mantém relações ambíguas com seu padrinho político original, o ex-governador Geraldo Alckmin, abandonou o mandato municipal após pouco mais de um ano. Na prefeitura, dedicou-se a criar eventos midiáticos e promover articulações com vistas a novas ambições eleitorais. Por um período, chegou a desafiar Alckmin na disputa pela candidatura do PSDB à Presidência. Valendo-se do marketing de personagem distante da vida partidária tradicional, conseguiu angariar simpatias em setores à direita e entre nomes da iniciativa privada.Sua breve gestão não tardou, entretanto, a perder apoio de parcelas crescentes dos paulistanos, enquanto suas inconsistências políticas e administrativas despertavam cautela entre personalidades que o apoiaram na primeira hora.Skaf, o principal oponente, é um sindicalista patronal, que vive há anos à frente de estruturas da área industrial e do sistema S —e serve-se dessa plataforma para tentar empinar seus planos políticos.Em 2010 e 2014 lançou-se ao governo do estado; derrotado, engajou-se depois em campanha pela redução da carga tributária e a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Quanto aos demais candidatos, a pesquisa mostra que se acotovelam num pelotão distanciado das posições de destaque. O atual governador, Márcio França (PSB), e Luiz Marinho (PT) empatam em 4%. Já a Professora Lisete (PSOL) e o Major Costa e Silva (DC) igualam-se em apenas 2%. Outros seis marcam 1% ou menos.Paralelamente, há que destacar alguns dados relevantes para o panorama. O primeiro deles é que 37% dos eleitores se declaram sem candidato — 26% manifestam a intenção de votar em branco ou nulo; 11% estão indecisos. No quesito rejeição, Doria também lidera. De acordo com a sondagem, 32% dos eleitores paulistas não votariam hoje no tucano de jeito nenhum. Na sequência, vêm Skaf (21%), Marinho (19%), França (15%) e Costa e Silva (14%).O quadro pode mudar, claro, com o início iminente da propaganda de TV. Espera-se que a maior exposição permita também um debate mais profícuo sobre o estado.editoriais@grupofolha.com.br
2018-08-23 02:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/08/lugar-comum.shtml
Youtuber Whindersson Nunes ganhará seriado de humor no Multishow
Sensação na internet e sempre convidado de atrações na TV, Whindersson Nunes terá um programa para chamar de seu. O humorista vai estrelar a série "Família Nordestina", atualmente sendo negociada com o Multishow. As gravações do episódio piloto começam nesta quarta-feira (1º).No elenco do projeto estão nomes como Titina Medeiros, Tirullipa, Géssica Kayane e Ilva Niño. A previsão é levar ao ar ainda neste ano. Mais A reta final de "Deus Salve o Rei" terá mais uma morte. O rei Otávio (Alexandre Borges) morrerá durante a guerra, atingido por uma flecha. Nesta quinta (26), Bruna Marquezine gravou a cena do julgamento de Catarina. A vilã será condenada à forca. Mais Série adolescente do SBT, Z4 estreou na vice-liderança, na quarta-feira (25). Foram 12,9 pontos de média. Já o segundo capítulo de Jesus, na Record, registrou 10,9 pontos, e o do Canta Comigo teve 7,5. Mais A Record encerra hoje as inscrições para bailarinos da quarta temporada do "Dancing Brasil". As audições na capital vão acontecer nos dias 30 e 31, e, no Rio, no dia 1º de agosto.Currículo, foto e link de uma performance do candidato devem ser enviados para o e-mail casting@producaodancing.com.br. Mais Acusado de fazer piada racista com o filho de Will Smith, Rodrigo Fernandes, conhecido por Jacaré Banguela, foi cortado do quadro Famosos da Internet do programa Eliana.A Fazenda 10 terá um touro mecânico. Mais Fernando Oliveira, 34, conhecido também como Fefito, é formado em jornalismo e pós-graduado em direção editorial. Teve passagens pela "IstoÉ Gente", "Diário de S. Paulo", "iG", "R7". Apresenta os programas "Estação Plural", na TV Brasil, e "Mulheres", na TV Gazeta. A coluna "Zapping" é publicada diariamente no jornal "Agora", além da coluna "Olá".
2018-07-27 09:00:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/fernando-oliveira/2018/07/youtuber-whindersson-nunes-ganhara-seriado-de-humor-no-multishow.shtml
Baixo preço das terras públicas subsidia a grilagem
​O baixo preço cobrado para regularização fundiária de terras públicas na Amazônia representa perdas financeiras para o governo e risco socioambiental para a região. A desvalorização gera lucro com a posterior venda da área, estimulando um ciclo de grilagem, com novas ocupações ilegais e conflitos agrários. A grilagem também está associada ao desmatamento ilegal, pois a retirada de cobertura florestal sinaliza a ocupação e o uso da área nos pedidos de titulação. Alguns defendem os baixos valores, argumentando que órgãos fundiários não são corretores de imóveis e devem cumprir um direito daqueles que aguardam títulos de terra. Com esse procedimento, porém, esquecem que se trata de um patrimônio público, ilegalmente invadido e desmatado, o qual será incorporado ao patrimônio privado sem processo licitatório. Tais vendas tratam apenas de médios e grandes imóveis, que, se realmente cumprissem o requisito legal de aproveitamento racional da área, teriam plenas condições de gerar renda para pagar seu valor real. Pequenos imóveis, de agricultores familiares, são beneficiados por doação. Portanto, cobrar barato pela terra pública não faz justiça social; ao contrário, alimenta o ciclo de invasões e conflitos no campo. Um agravante foi o governo federal ter alterado as regras de regularização na Amazônia Legal em 2017. Ficou estabelecido, então, que o valor a ser pago na titulação de médios e grandes imóveis seria irrisório: 10% a 50% do mínimo definido pelo Incra. Considerando imóveis em regularização até 2016, isso representa uma perda de até R$ 21 bilhões para os cofres públicos. Tal lei está em questionamento por três ações de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal. Um dos pontos levantados é o baixo preço da terra. Mas a desvalorização não é exclusiva do governo federal. As esferas estaduais possuem competência sobre áreas de sua jurisdição. O estudo Potencial de Arrecadação Financeira com a Regularização Fundiária no Pará, recentemente publicado pelo Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), mostra que o governo estadual paraense deixará de arrecadar até R$ 9 bilhões com a titulação de 8.053 médios e grandes imóveis. O potencial de arrecadação chega a ser nove vezes menor. Em algumas regiões —em especial nas que possuem aptidão para agropecuária—, o valor cobrado representa apenas 7% do preço do hectare. Isso ocorre no estado que é um dos campeões em conflitos agrários. Em 2017, houve aumento de 15% de mortes no campo em relação a 2016 no país. O Pará liderou essa triste estatística, com 21 das 70 mortes registradas pela Comissão Pastoral da Terra. Para dar um basta efetivo a esse grave problema, é fundamental rever os valores de terra praticados na regularização fundiária para médios e grandes imóveis. Cobrar o preço de mercado desestimulará novas invasões e ainda permitirá arrecadar recursos para investimentos em ordenamento territorial.
2018-07-27 08:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/07/baixo-preco-das-terras-publicas-subsidia-a-grilagem.shtml
Um candidato do PSDB em oposição ao PSDB
Difícil ver o que ocorre no PSDB de São Paulo sem se indignar com os caminhos que o partido tem trilhado.O PSDB nasceu há 30 anos para se afirmar como partido social-democrata, com liberdade de pensamento, respeito a opiniões diversas e democracia interna, para aprofundar a democracia tão duramente reconquistada, buscar reduzir as desigualdades sociais e construir um desenvolvimento econômico sustentável. Assim, venceu duas eleições presidenciais com Fernando Henrique Cardoso e diversas outras, em especial para o governo de São Paulo, com Mario Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, além de bancadas expressivas na Câmara e Senado. Parecia um sonho que vinha lenta e duramente se tornando realidade. Mesmo as eleições de Lula e Dilma não apagaram esse desejo, pois o partido continuou sendo um polo progressista na política nacional, o que nos levou a resultados expressivos nas últimas eleições presidenciais, estaduais e municipais. Contudo, o sonho ameaça se transformar em pesadelo. Após a eleição em 2016 de João Doria, que nada tem a ver com nossa história e nosso programa, para exercer o mandato de prefeito de São Paulo por quatro anos —mas com ambições sem limites e conduta reprovável—, o partido o apresenta como candidato a governador. Por 24 anos, as administrações do PSDB no estado se mostraram profundamente exitosas, com resultados visíveis em diversas áreas, como o equilíbrio das contas; forte queda dos índices de homicídios; liderança nacional nas avaliações da educação; ampliação do acesso a centros de referência e ambulatórios de especialidades na saúde; melhor estrutura de transportes de passageiros e cargas no país, entre outros avanços reconhecidos nas seguidas eleições que vencemos. No entanto, o atual pré-candidato do PSDB à sucessão paulista faz sua pré-campanha como um verdadeiro candidato de oposição às administrações do PSDB. Em vez de orgulhoso com nosso papel no estado, de ressaltar nosso legado, ele se apresenta crítico a diversas áreas da administração, procurando, de maneira oportunista, sem escrúpulos e sem respeito ao partido, capitalizar o sentimento generalizado de descontentamento com a política. Com isso o PSDB de São Paulo, que sempre foi a alma e a espinha dorsal do partido, se apequena em troca de uma eventual manutenção do poder e destrói tudo aquilo que se construiu em 30 anos de lutas e sacrifícios, ameaçando o futuro do partido que, ainda hoje, é esperança de uma vida política mais saudável em nosso país. O último lance desse doloroso processo é mostrado pela resposta que deu o presidente estadual do partido ao meu pedido para usar da palavra na recente convenção estadual: "Vou falar com o João Doria, ele paga a convenção, é ele quem manda". Aonde chegamos! O que chama a atenção é a falta de vozes daqueles que viveram esse sonho mas, por oportunismo ou covardia, se omitem no repúdio ao caminho que vem sendo trilhado. Já exerci diversos cargos públicos e partidários; hoje, nada mais sou que um militante. Mas não vou abrir mão dos meus sonhos, macular minha história, me rebaixar ou mesmo me omitir diante de pressões ou quaisquer outras ameaças, pois o que está em jogo é a sobrevivência e a integridade moral do partido para lutar por dias melhores para o nosso povo.
2018-07-27 02:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/07/um-candidato-do-psdb-em-oposicao-ao-psdb.shtml
Mande foto do eclipse lunar para a Folha!
Uma “lua de sangue” surgirá no céu em boa parte do mundo na noite desta sexta (27), quando o satélite entrará na sombra da Terra durante o eclipse lunar mais longo do século 21.O eclipse total terá uma duração de 1h43min, mas um eclipse parcial ocorrerá antes e depois, já que a Lua passará quase quatro horas no umbral da sombra, segundo a Nasa. No Brasil, o fenômeno poderá ser visto parcialmente. Quando a Lua aparecer no horizonte na maior parte do país, ela já deve estar eclipsada. Para observar o fenômeno, deve se olhar próximo ao horizonte a leste, de preferência em locais com pouca luz. Vai registrar o eclipse? Compartilhe com a gente! E no blog Mensageiro Sideral, você pode entender melhor o que é o fenômeno e o motivo deste nome. Basta enviar para o WhatsApp da Folha (0xx11 99490-1649). Não se esqueça de seu nome e de dizer de qual cidade a foto foi tirada. Atente também para a qualidade da imagem. Seguem algumas dicas para fotografar um fenômeno lunar como este:- Não tenha pressa: tire mais de um registro, testando diferentes focos- Tente usar um ponto de referência no enquadramento da lua- Se usar um smartphone, prefira fotos panorâmicas
2018-07-27 02:00:00
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Painel do Leitor
https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2018/07/mande-foto-do-eclipse-lunar-para-a-folha.shtml
Planetário do Ibirapuera tem evento para quem quer observar o eclipse lunar nesta sexta
Após a descoberta de água em estado líquido em Marte, os olhos do mundo se voltam mais uma vez para o espaço, nesta sexta (27), quando ocorre o maior eclipse lunar do século​, que poderá ser visto do Brasil.Pensando na ocasião, o planetário do parque Ibirapuera organiza evento, a partir das 17h30, para a observação do fenômeno. Mais tarde, por volta das 20h, os visitantes também poderão ver Marte, que atingirá seu brilho máximo enquanto viaja perto da Terra. Mais ​Para o evento, foram instalados dois telescópios na área em frente ao prédio do planetário. A observação ocorre por ordem de chegada.Em seguida, das 20h30 às 22h, quando o eclipse não estará mais visível em São Paulo, ocorre debate sobre a descoberta de um lago de água líquida em Marte.A conversa é comandada pelo astrofísico Fernando Nascimento, responsável pelo planetário do Ibirapuera, que recebe cientistas convidados, cujos nomes não foram divulgados.​Planetário Municipal Prof. Aristóteles Orsini - Av. Pedro Álvares Cabral, s/ nº, portão 10 (pedestre), parque Ibirapuera, tel. 5575-5206. Sex. (27): a partir das 17h30. Mais
2018-07-27 12:05:00
passeios
Passeios
https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2018/07/planetario-do-ibirapuera-tem-evento-para-quem-quer-observar-o-eclipse-lunar-nesta-sexta.shtml
Região do Itaim Bibi ganha espaço cultural
Entre o Teatro Décio de Almeida Prado e a Biblioteca Anne Frank, no Itaim Bibi, existia um espaço grande, cheio de árvores e silencioso. “Era muito triste ver tudo isso desperdiçado”, diz a cantora e diretora do teatro, Marina de La Riva. Os três ambientes foram integrados e agora, readequados, compõem o Espaço Cultural Itaim, que vai ser inaugurado no domingo (29). O evento terá show gratuito de Alaíde Costa, às 19h, feira de vinis, roda de choro e praça de alimentação. Para os pequenos, apresentação com palhaço, feira de livros infantis e oficina de lambe-lambe. “Queremos que o espaço se torne um lugar de descanso e confraternização”, explica Marina. O local fica em meio a grandes prédios empresariais, em um dos últimos quarteirões sem construções verticais da região. O mês de agosto tem programação com músicos como João Donato e Verônica Ferriani. Espaço Cultural Itaim Bibi - R. Lopes Neto, 206, Itaim Bibi, tel. 3079-3438. Dom. (29): 10h às 19h. Livre. GRÁTIS
2018-07-27 02:03:00
passeios
Passeios
https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2018/07/regiao-do-itaim-bibi-ganha-espaco-cultural.shtml
Vozes de uma contenda
Em momentos históricos de instabilidade, é recorrente que os prejuízos recaiam, em primeiro lugar, sobre aquelas que não são entendidas como prioridades. A cultura, infelizmente, sempre foi posta nessa classificação, sendo que a produção decorrente das práticas culturais está constantemente exposta a novos obstáculos para sua circulação e o acesso da população em geral. Desse modo, o tratamento dado aos objetos de arte que chegavam a nossos aeroportos era fato consensual, sendo enquadrados num regime especial de tarifas determinado por seu peso, via portaria n° 219/GC-5, de 2001, que os discriminavam como destinados a "eventos comprovadamente científicos, esportivos, filantrópicos ou cívico-culturais". Entretanto, em decisões administrativas de 2017, os aeroportos que são operados por concessionárias em Guarulhos, Rio de Janeiro e Campinas passaram a refutar o caráter "cívico-cultural" dos eventos, pleiteando a cobrança de tarifas de armazenagem, calculadas a partir do valor de mercado do bem, na categoria "carga importada de alto valor específico", resultando em cifras entre cem e mil vezes maiores que as anteriormente praticadas. Nessa contenda, o que chama a atenção é a disputa de significações falaciosas: para os aeroportos, a tarifação mais elevada se justificaria, pois as obras vindas do exterior não teriam caráter "cívico-cultural". Já para o Ministério da Cultura, a expressão "obviamente engloba eventos artísticos, além dos eventos de caráter estritamente cívicos". Ao longo de 2017, o Sesc São Paulo realizou mais de cem projetos expositivos. Nem todos tinham caráter artístico ou procedentes do estrangeiro, uma vez que se trata de instituição de bem-estar social que desenvolve ações em diferentes áreas, como esportes, educação socioambiental, alimentação, saúde e turismo. No entanto, me solidarizo com todas as instituições que se dispõem a viabilizar exposições internacionais educativas, algo fundamental para motivar o contato com uma maior diversidade cultural, de maneira a estimular a formação de suas próprias autonomias e identidades. Assim, não há dúvida de que obras de outras culturas merecem instrumentos adequados que favoreçam medidas de políticas públicas propícias à ampliação dos saberes contra a unilateralidade de medidas que retrocedem o processo de desenvolvimento da cidadania. De que maneira a expressão "eventos cívico-culturais" abriu espaço para que se defenda uma interpretação que contradiz o interesse público? Para o conceito de cívico os dicionários oferecem duas categorias de significados: 1) a relação com a condição de cidadão e seu compromisso com o interesse público e 2) a noção de patriotismo. Considerando que os sentidos das palavras revelam visões opostas, cabe privilegiar a acepção de civismo ligada ao zelo pela coisa pública. Tornou-se habitual adjetivar como cívico o vínculo das pessoas com um país. A história nos mostra os riscos dessa leitura: regimes autoritários reforçaram o civismo como sinônimo de sentimento patriótico. Na atualidade, ativar a ideia de patriotismo implica um anacronismo e, por que não dizer, uma infantilização dos indivíduos, já que, não raro, exige postura subserviente, minimizando a possibilidade de crítica. Já o conceito de cultura, em seu sentido ampliado, demanda que eventos culturais tenham tratamento especial da legislação, pois se relacionam com a dimensão simbólica do ser humano. Como gestor da cultura que trabalha pela democratização de seu acesso, posso afirmar que há um componente educativo nas manifestações culturais que complementa a educação formal. Eventos de caráter cultural merecem regime especial de tributação, pois não devem estar à mercê de bloqueios arbitrários e inconsequentes feitos à educação cidadã. O incentivo à presença de obras vindas do exterior em ações culturais condiz com políticas democráticas interativas. Em nome de tais políticas devem convergir os esforços de grupos e organizações que têm como pressupostos a igualdade entre as pessoas e como horizonte a liberdade de mentes e corpos.
2018-07-27 02:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/07/vozes-de-uma-contenda.shtml
Aposta na ignorância
Não deixou de chamar a atenção, em fase anterior da corrida presidencial, o empenho demonstrado por Ciro Gomes (PDT) em mostrar atitude mais controlada e civil nos seus pronunciamentos públicos.Em junho deste ano, ele se mostrava disposto a não repetir os episódios de insulto e aspereza que tantas vezes pontuaram sua carreira. “O povo precisa saber que, sob estresse, o seu futuro presidente sabe se comportar”, disse.Mal fora pronunciada, a frase se desmentiu com as considerações, de óbvio teor racista, com que o candidato pedetista quis atingir Fernando Holiday, vereador negro do DEM paulistano.Chamou-o de “capitãozinho do mato”, associando suas opiniões contra as cotas raciais à subserviência daqueles afrodescendentes que, antes da Abolição, perseguiam escravos fugitivos.Brutal, a declaração nem sequer surgira em razão de algum “estresse” notável a pesar sobre o presidenciável. O aspecto gratuito das ofensas é o que parece haver de mais preocupante, com efeito, na neuropsicologia do postulante.Não foi menos intempestiva e grosseira sua famosa resposta, em 2002, sobre o papel que sua mulher estaria desempenhando na campanha presidencial: o de, declarou, dormir com ele.Ciro Gomes viria a qualificar a frase como o maior erro de sua vida. Nada o impede, contudo, de avançar em novas modalidades de disparate e prepotência. A propósito de Marina Silva (Rede), por exemplo, afirmou que o momento exigiria candidato com mais testosterona —que ele possuiria em profusão.Abandonando provisoriamente o campo do machismo e do preconceito —em que Jair Bolsonaro (PSL) se mostra um rival de peso—, o pedetista ataca agora o âmbito da lei e das instituições jurídicas.O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) só terá chance de sair da cadeia, disse, “se a gente assumir o poder e organizar a carga”. Sua vitória eleitoral permitiria “botar juiz para voltar para a caixinha dele, botar o Ministério Público para voltar para a caixinha dele”. A provocação, se não é tão tosca como as que Ciro dirigiu contra negros e mulheres, talvez seja ainda mais grave —porque incide sobre as próprias atribuições de um presidente da República.Irá romper com o princípio republicano da separação de Poderes? Ou simplesmente planeja passar descomposturas na procuradora-geral Raquel Dodge, fazer gracinhas contra a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal?Nada disso, provavelmente. Quer tão somente se mostrar um candidato capaz, ao mesmo tempo, de colher apoio dos órfãos do PT e de suplantar Bolsonaro em viço hormonal e desenfreio autoritário. Por estratégia ou por impulso, Ciro Gomes aposta na ignorância.editoriais@grupofolha.com.br
2018-07-27 02:00:00
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Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/07/aposta-na-ignorancia.shtml
Como Neymar e Marquezine, relembre casais formados por jogadores e artistas
Bruna Marquezine e Neymar formam um dos casais mais queridos e lembrados pelos brasileiros nos últimos meses. Com a Copa do Mundo, os fãs incentivam a relação —que, mostram os dados, tem influenciado na quantidade de gols do craque. Mas eles não são o primeiro casal a virar assunto no mundo futebolístico. Antes deles, jogadores e atrizes como Garrincha e Elza Soares, Pelé e Xuxa e Ronaldinho e Daniella Cicarelli já eram notícia.No contexto internacional, casais como Gerard Piquet e Shakira e David e Victoria Beckham subiram ao altar e viraram meta de relacionamento mundo a fora. Relembre outros casais formados por craques da bola e artistas: Mais
2018-06-28 17:52:00
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https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2018/06/como-neymar-e-marquezine-relembre-casais-formados-por-jogadores-e-artistas.shtml
Música de Pablo Vittar ganha paródia sobre classificação argentina na Copa
Há quem diga que esse será o verdadeiro hit da Copa. A música "K.O", de Pabllo Vittar, ganhou uma paródia em um vídeo produzido pela SportTv. A música, compartilhada nesta quinta (28) narra a classificação da Argentina para as oitavas de final na Copa do Mundo da Rússia. Quem canta é o repórter da Globo Tossiro Neto, que imita Muricy Ramalho.O vídeo viralizou nas redes sociais e, até o momento desta publicação, já teve mais de 4.400 visualizações. "Esse vídeo mudou o meu dia!", comentou um seguidor. "Eu achava que o Muricy nem tinha senso de humor, como vocês conseguiram fazer isso?", questionou outro fã. A Argentina se classificou para as oitavas de final no jogo desta terça (26) contra a Nigéria. A vitória por 2 a 1 veio aos 41 minutos do segundo tempo. Tanta emoção que fez Diego Maradona passar mal. O campeão mundial de 1986 chegou animado, dançou com uma torcedora, comemorou, se afligiu e fez gestos ofensivos quando saiu o segundo gol que mandou a Argentina para o mata-mata. Saiu amparado com amigos e foi atendido por médicos dentro do estádio. Mais
2018-06-28 11:05:00
voceviu
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https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2018/06/muricy-ramalho-canta-parodia-de-pabllo-vittar-sobre-a-copa.shtml
Candidato ao Senado, Datena seguirá contratado da Band, mas sem salário
Datena e Band chegaram a um acordo amigável para que o apresentador possa se candidatar ao Senado neste ano. As partes decidiram que o contrato, que vai até 2020, não será rescindido. Durante o período fora do ar, o âncora ficará sem salário.Após o resultado das eleições, seja eleito ou não, Datena voltará ao ar aos domingos, no Agora É com Datena. A partir desta semana, a atração será assumida pelo filho do apresentador, Joel Datena. A sugestão partiu do próprio âncora. Pesou a favor o fato de que não será necessário mudar o nome da atração da Band.E, no que depender da emissora, Joel Datena seguirá apresentando também o Brasil Urgente. Ele terá o auxílio de Márcio Campos em alguns dias. A vitória da seleção contra a Sérvia marcou menos audiência que contra a Costa Rica, na semana passada. Segundo dados prévios, a partida teve média de 55,8 pontos com 58 de pico. A anterior registrou 58,1 pontos.  No horário do jogo, a Record marcou 1,9 ponto. O SBT ficou com 1,8, a RedeTV! com 0,9 e a Band com 0,3. O SBT decidiu colocar no ar reprises da Escolinha do Golias a partir do próximo sábado (30). O humorístico entrará no lugar da série "The Big Bang Theory". O cantor gospel Régis Danese é mais um nome confirmado no júri do Canta Comigo, reality show de Gugu na Record. Fernando Oliveira, 34, conhecido também como Fefito, é formado em jornalismo e pós-graduado em direção editorial. Teve passagens pela "IstoÉ Gente", "Diário de S. Paulo", "iG", "R7". Apresenta os programas "Estação Plural", na TV Brasil, e "Mulheres", na TV Gazeta. A coluna "Zapping" é publicada diariamente no jornal "Agora", além da coluna "Olá".
2018-06-28 09:00:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/fernando-oliveira/2018/06/candidato-ao-senado-datena-seguira-contratado-da-band-mas-sem-salario.shtml
'O que estranhamos são os infindáveis recursos usados por Dirceu', diz leitor
SupremoA soltura do ex-ministro José Dirceu decidida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) deve estar correta porque Vossas Excelências são oniscientes. O que todos nós estranhamos são os infindáveis recursos utilizados pelo cidadão já condenado no processo do mensalão e novamente encrencado em novos processos (“Supremo manda soltar Dirceu mesmo com condenação em 2º grau”).Paulo T. J. Santos (Flórida, EUA) Será possível que todo o esforço da Procuradoria-Geral da República, da Polícia Federal e de juízes de primeira e de segunda instância será inútil? Como nós, trabalhadores honestos, podemos expressar nossa revolta? Os corruptos alugaram o Supremo Tribunal Federal? A corte julga somente esses casos? E os outros processos, como ficam? Eu mesma tenho um processo que está no STF há mais de 30 anos.Anamaria Mollo de Carvalho (Brasília, DF) Manuela D’ÁvilaEntrevista ou tribunal da inquisição? Entrevistadores fugiram completamente do foco, que seria debater o programa de governo da pré-candidata Manuela D’Ávila (PC do B), demonstrando atitude defensiva ante suas posturas partidárias e ideológicas (“Interrupções a Manuela geram debate sobre machismo”). A TV Cultura precisa urgentemente melhorar o nível dos entrevistadores, que, de modo geral, deixam a desejar. Não se trata de pensar diferente, mas de fazer as perguntas que interessam ao eleitor e de ouvir respeitosamente as respostas dos candidatos.Moacyr da Silva (São Paulo, SP)Fernando CapezA chamada está errada (“Processo da ‘máfia da merenda’ contra Capez é suspenso”, Primeira Página). O STF não se limitou a suspender a ação penal contra o deputado Fernando Capez; trancou-a, isto é, encerrou-a. Já suspender significa deixar pendente. Não se trata de um preciosismo técnico, mas da correção da informação. Não bastasse, a notícia do julgamento (“Ministros suspendem processo da ‘máfia da merenda’ contra tucano paulista Capez”) aponta que os ministros “decidiram suspender cautelarmente a ação contra o tucano”, quando, na verdade, o julgamento foi de mérito, não cautelar. Portanto, trata-se de encerramento da ação marcado pela definitividade.Alberto Zacharias Toron, advogado do deputado Fernando CapezNota da Redação - Leia a seção Erramos.João DoriaO zelo que a Folha tem com a verdade nos permite escrever para informar um grave problema que vem atingindo a pessoa do pré-candidato ao governo João Doria. Algumas notícias, sem correlação ao ofendido, têm recebido indevidamente tags com seu nome. Os equívocos, quando alertados, foram corrigidos, o que merece nosso reconhecimento. Porém, os prejuízos pelo período de exposição são notórios. Por esta razão, acreditamos que encontrarão o melhor meio sobre este tema, conforme os princípios da Folha.Flávio Henrique Costa Pereira e Tony Chalita, advogados do pré-candidato ao Governo do Estado de São Paulo João Doria NeymarPor ser no momento um dos melhores e mais caros jogadores do mundo e ter excepcionais qualidades técnicas, Neymar é implacavelmente caçado pelos adversários. Chegam a fazer rodízio para cometer faltas nele. E os árbitros, geralmente, interpretam como sendo ele o provocador das faltas. Na realidade, atualmente existe em alguns brasileiros um sentimento de ódio contra alguma coisa, que, neste momento, se desencadeia contra o Neymar. Tudo isso se resume a uma coisa, lamentavelmente: inveja. Luiz Gil Siuffo Pereira (Rio de Janeiro, RJ)Plano de saúdeA questão é sempre a mesma: a “inflação médica” reajusta o plano, e a “inflação oficial” reajusta o salário (“O elefante da saúde (embaixo do aparador!)”, de José Seripieri Junior). Deveria haver um fórum com entidades médicas para que fossem evitados exames redundantes e procedimentos com indicação duvidosa. Além disso, melhores práticas e o levantamento de dados sugeridos no texto podem tornar viável um sistema, que não demorará a quebrar. Cabe à ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) tomar a iniciativa, mas, ao que parece, na prática a teoria é outra.Flávio Madureira Padula (São Paulo, SP)Propriedade e a esquerdaUma aula de fundamentos econômicos (“Propriedade privada”, de Antonio Delfim Netto). Claro, simples de entender. Mas tudo isso para concluir que a “esquerda regressiva” (posso concluir que se contrapõe a uma “direita progressiva”?) só pensa no mal do povo, contra um “capitalismo” que só faz espalhar a justiça pelo mundo moderno.Francisco Viola (São José dos Campos, SP)Fake newsQuero elogiar a iniciativa do jornal e me “recrutar” como soldado na batalha contra as fake news (“Recebeu informação que acredita ser falsa? Mande para a Folha”).Rafael Silva Gontijo (Montes Claros, MG) Achei muito saudável a ideia do serviço para checar notícias falsas. Será um prazer colaborar.Rogério Camargo Cardoso (Jundiaí, SP)ReajusteA Câmara aprovou reajuste de benefícios a funcionários do Tribunal de Contas do Município (“Câmara aprova benefícios a Tribunal de Contas com impacto de R$ 16 mi em SP”). Gostaria de saber quando vão iniciar estudos, com a mesma urgência, para a atualização salarial dos funcionários ativos aposentados e pensionistas da prefeitura, principalmente o dos que saem de gabinetes para solucionar problemas nas ruas. Roberto Francisco de Araujo Costa (São Paulo, SP)Venda direta de etanolTotal apoio a essa medida (“Álcool livre”). Se a usina está próxima do posto, não tem cabimento não fazer a entrega ali mesmo, por uma questão de racionalidade. Assim, evitam-se gastos desnecessários. De outra forma, o álcool daria um passeio até a distribuidora e depois voltaria ao posto acarretando custo desnecessário. Essa economia poderá obviamente ser repassada ao consumidor.Alan Moacir Ferraz (São Sebastião, SP)​PARTICIPAÇÃOOs leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br.
2018-06-28 02:00:00
paineldoleitor
Painel do Leitor
https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2018/06/o-que-estranhamos-sao-os-infindaveis-recursos-usados-por-dirceu-diz-leitor.shtml
João Paulo Becker Lotufo: Desafios do tabagismo para os professores e a família
O Brasil tem trilhado um caminho interessante no combate ao tabagismo. A população de fumantes no país caiu de 30% para 10% nos últimos 35 anos, segundo o Institute Health for Metrics and Evaluation. No ranking da entidade, o Brasil desponta como um dos países com percentual mais baixo de fumantes, semelhante ao de países como a Suécia e melhor inclusive que a média de fumantes nos Estados Unidos e Canadá. Além de ser destaque também com uma das maiores populações de ex-fumantes, são 40 milhões que pararam de fumar nos últimos 30 anos.Nesse momento, no entanto, a sociedade deve se manter alerta e se preparar para novas batalhas contra o cigarro. Um levantamento da Universidade de São Paulo (USP) com 6.500 estudantes que vivem no entorno revelou que a abordagem do tema e o diálogo na família sobre drogas lícitas, incluindo também o álcool, podem reduzir ou adiar em 50% as chances de experimentação entre os jovens. Outro dado bastante elucidativo sobre a evolução do vício em cigarro é que a primeira experiência do adolescente geralmente acontece na faixa etária entre os 11 e 15 anos de idade.Por isso, a batalha deve ser a da prevenção, pois quem começa a fumar antes dos 21 anos de idade, quando o cérebro ainda está em formação, terá um nível de dependência muito maior. Outra dado que reforça a urgência da prevenção é que o jovem não se preocupa com o vício. Em geral, ele só vai se sensibilizar para os riscos que o cigarro provoca à sua saúde e buscar algum tipo de terapia depois dos 40 anos. Esse é mais um motivo pelo qual a estratégia mais assertiva é prevenir o fumo.Hoje, a Sociedade Brasileira de Pediatria está muito mobilizada e consciente quanto aos riscos da iniciação ao vício ainda na infância. A entidade faz um trabalho de conscientização porque o tabagismo é uma doença pediátrica séria, que precisa ser abordada durante as consultas com as famílias. Além do consultório, esse assunto deve estar presente também nas escolas. A criança é um veículo poderoso para campanhas de conscientização. Muitos pais se convencem a parar de fumar sensibilizados com o pedido de seus filhos, e estudantes que levam esse debate para a família estão menos propensos a fumar. Não se trata de fazer uma palestra por ano, mas de inserir o tema da prevenção às drogas lícitas e ilícitas no currículo escolar.Nesta quinta-feira (31), Dia Mundial Sem Tabaco, o projeto Dr Bartô (www.drbarto.com.br), junto com o ambulatório antitabágico do Hospital Universitário da USP e uma equipe de pedagogos, lançará um material didático para ajudar os professores a explorar o tema nas aulas com os alunos do Ensino Fundamental 2 (6º ao 9º ano). São 64 aulas que tratam o tema da prevenção ao tabaco e álcool, em oito disciplinas dentro do currículo escolar.A forma mais eficaz de a população se proteger contra o cigarro e suas novas versões, como cigarro eletrônico e vaporizadores, é por meio de campanhas de conscientização. Infelizmente, esse é um trabalho que tem sido abraçado exclusivamente pela sociedade. O trabalho de prevenção é negligenciado pelo governo, o que é lastimável, porque o combate ao fumo poderia reduzir significativamente os gastos com internações e tratamentos de pacientes portadores de doenças decorrentes do cigarro. O tabagismo é uma doença grave, e o seu controle é uma lição de casa para todos.
2018-05-31 08:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/05/joao-paulo-becker-lotufo-desafios-do-tabagismo-para-os-professores-e-a-familia.shtml
Rodrigo Leão e William Nozaki: A política de refino, derivados e preços da Petrobras, uma comédia de erros
​Os economistas liberais têm o hábito de submeter realidades complexas criando verdades simplificadoras, como no atual diagnóstico da greve dos caminhoneiros. Para eles, o estopim da atual greve (ou locaute) seria fruto do aumento dos impostos ou até mesmo uma decorrência do excesso de oferta de caminhões.Causa estranheza o primeiro argumento, dado que o último aumento de impostos na gasolina e no diesel ocorreu há aproximadamente um ano. Segundo o relatório do Ministério de Minas e Energia de março deste ano, entre os países da OCDE e América do Sul, o preço do óleo diesel no Brasil, excluindo os impostos, é mais baixo somente do que o praticado no Uruguai, Argentina e Japão (que não são grandes produtores de petróleo). Quando incluídos os tributos, o diesel no Brasil é mais barato do que em dez países, entre eles França e Reino Unido. Seria difícil, portanto, creditar aos impostos a recente elevação do preço.O argumento lançado por Samuel Pessôa, nesta Folha, comete de uma só vez pelo menos quatro erros: (i) deixa de observar a heterogeneidade do movimento dos caminhoneiros e trata a questão como se o problema pudesse ser reduzido ao número de caminhões; (ii) ignora que essa compressão das margens ocorre desde o início da crise em 2015; (iii) omite o papel da atual política de desmonte da Petrobras como se a petrolífera brasileira não tivesse responsabilidade na crise de preços dos combustíveis; (iv) com isso desloca a interpretação do setor de petróleo para o setor de transporte, invertendo causa e consequência.A se seguir o raciocínio do autor, os proprietários de veículos são os responsáveis pelo aumento da gasolina e as donas de casa, provavelmente, responsáveis pela elevação do preço do gás de cozinha. Mas, então, por que as manifestações eclodiram apenas agora?Os argumentos apontados acima visam tergiversar sobre o assunto e não se atentam ao cerne do problema: a política de refino dos derivados da Petrobras.A atual subutilização do parque de refino da Petrobras reduziu a sua capacidade de utilização de 87%, em março de 2015, para 68% em março de 2018, tornando o país incapaz de atender sua própria demanda interna. Entre 2015 e 2018, a venda de derivados no mercado interno se reduziu de 2,5 milhões para 2,3 milhões de barris por dia, ao passo que a produção de derivados da estatal caiu de 1,9 milhão para 1,6 milhão de barris por dia.Considerando que a atual capacidade do parque de refino brasileiro é de 2,4 milhões de barris por dia, o uso pleno da capacidade de produção seria capaz para atender grande parte do mercado interno. Em vez disso, opta-se por recorrer às importações e reduzir artificialmente o uso de refinarias.Segundo estimativas do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), o custo de produção dos derivados no Brasil —cerca de US$ 40 a 45 o barril— é bem mais baixo que o atual preço do petróleo internacional, cerca de US$ 70. Sendo assim, por que abrir mão do uso do parque de refino para importar os derivados no mercado externo?Ao contrário do que afirma Samuel Pessôa, isso daria mais flexibilidade à gestão dos preços da estatal brasileira, fazendo ajustes mais graduais no preço, levando-se em conta as mudanças no mercado interno.No entanto, o colunista trata o Brasil como uma economia dependente das importações de gasolina e diesel e que, portanto, o preço doméstico dos derivados deveria seguir “fielmente” as variações dos preços internacionais. Tudo se passa como se o parque de refino nacional não tivesse participação nesse processo.No Brasil, o debate sobre a industrialização, a segurança energética e a necessidade de autossuficiência no abastecimento nacional de combustíveis continua mais atual do que nunca, ao contrário do que propõe os liberais que, submersos numa comédia de erros, continuam colocando as ideias fora do lugar.
2018-05-31 08:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/05/rodrigo-leao-e-william-nozaki-a-politica-de-refino-derivados-e-precos-da-petrobras-uma-comedia-de-erros.shtml
Agora, os petroleiros
Enquanto o país ainda lida com os estragos provocados pela paralisação dos caminhoneiros, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) tenta pegar carona na desordem e no autoritarismo do movimento.A ameaça implícita é a mesma: provocar desabastecimento, em particular de combustíveis. Objetivos e métodos são semelhantes: uma ofensiva prepotente, se não criminosa, para impor políticas públicas por meio de chantagem. O que oferecem como argumentos são simplificações grosseiras ou mera demagogia oportunista.Por meio da greve, o sindicalismo petroleiro quer a redução dos preços de gás de cozinha e outros derivados. Exige ainda nada menos que a demissão imediata do presidente da Petrobras, Pedro Parente, a quem acusa de administrar a empresa para “atender exclusivamente aos interesses do mercado”.Desnecessário mencionar, a esta altura, que as medidas do governo e a gestão das estatais devem estar sujeitas ao escrutínio público.As objeções dos petroleiros fazem parte do debate democrático, por mais incongruentes que sejam —por exemplo, quando criticam a empresa por defender o interesse de seus acionistas, entre os quais se sobrepõe a União ou, vale dizer, todos os brasileiros.Muito diferente, no entanto, é usar uma pauta dessa natureza como pretexto para um arremedo de greve, que apenas se aproveita do estado de fragilidade do país para intimidações —caso a paralisação de 72 horas não dê resultado, a categoria promete cruzar os braços por tempo indeterminado.A ministra Maria de Assis Calsing, do Tribunal Superior do Trabalho, somente apontou o óbvio ao afirmar que inexistem reivindicações trabalhistas a amparar o movimento. “Trata-se, a toda evidência, de greve de caráter político.”Os paredistas ameaçam manter a população brasileira refém de seus interesses, preferências e demandas, tal como fizeram —com teses ideológicas opostas— as facções de caminhoneiros e do setor de transporte de carga.Filiada à CUT, a Federação Única dos Petroleiros é companheira de viagem do desastre político, econômico e moral dos anos finais da administração petista.Nesse período, a Petrobras foi saqueada e endividada até quase a ruína por investimentos incompetentes, corrupção e tabelamento de preços, sem que se ouvissem protestos da FUP e da CUT.Os sindicalistas, ao que parece, buscam se valer do momento de insatisfação popular e debilidade do governo Michel Temer (MDB) para um contra-ataque pela esquerda.Em sua estratégia tacanha, mesquinha e adepta de políticas ruinosas que quase derrubaram a maior empresa do país, não temem colaborar de novo para o tumulto econômico e institucional.editoriais@grupofolha.com.br
2018-05-31 02:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/05/agora-os-petroleiros.shtml
Kleber Cabral: Greve de caminhoneiros e o modelo tributário esgotado
A greve dos caminhoneiros foi disparada no contexto de uma campanha das grandes distribuidoras de combustível que denuncia a alta carga tributária incidente sobre os combustíveis no Brasil: "O problema não é o posto. É o imposto". A participação de entidades empresariais e patronais foi mimetizada com a participação de caminhoneiros autônomos, dando ares de hipossuficiência às reivindicações. Quando se iniciaram as negociações com o governo, a situação ficou mais clara. Alguém já viu caminhoneiro fazer demanda tributária? A maior tributação sobre os combustíveis é o ICMS, mas, curiosamente, não se viu pressão sobre os governadores. Além dos tributos incidentes sobre o combustível, há interesse direto das empresas transportadoras no projeto de reoneração da folha, do qual querem ficar de fora, e manter benefícios fiscais que fazem falta na arrecadação da Previdência Social e propiciam redução no valor do frete (das empresas), provocando concorrência desleal com o caminhoneiro autônomo. Há de se reconhecer que a reação empresarial se deu em razão de um esgotamento do modelo tributário adotado no Brasil. A carga tributária sobre combustíveis sempre foi alta, mas de fato houve aumento recente das alíquotas do PIS/Cofins sobre o produto. Vale lembrar que na ponta da cadeia estão os consumidores —contribuintes que de fato arcam com o ônus tributário repassado no preço. É uma realidade que não se dá apenas no setor de combustíveis. A tributação sobre o consumo no Brasil é uma das mais altas do mundo e atinge mais as pessoas de menor renda, cujos parcos recursos são gastos no consumo de bens e serviços. Estudos do Ipea indicam que a carga tributária sobre pessoas com renda de até dois salários mínimos é de quase 50%, em razão da alta tributação sobre o consumo instituída pelos três entes federativos. Do outro lado da balança, a tributação sobre a renda no Brasil é baixa quando comparada com a de países da OCDE. Os profissionais que podem se organizar como PJs e o grupo dos muito ricos têm sobre si uma tributação sobre a renda muito suave. Uma das razões gritantes para isso é a isenção total na distribuição de lucros e dividendos auferidos na pessoa jurídica. Essa jabuticaba alivia, há mais de duas décadas, o peso da carga tributária dos setores mais abastados. A hipertrofia do Simples e do Presumido, e os malabarismos utilizados por empresas submetidas ao Lucro Real fazem com que parte dos lucros não seja tributada nem na pessoa jurídica nem na física. Como alguém tem que pagar a conta, tem sobrado cada vez mais ao assalariado (via não correção da tabela do IRPF) e aos consumidores em geral (via aumento de tributos indiretos) arcar com a parcela não cobrada dos mais ricos. Uma das propostas para enfrentar esse sistema tributário extremamente regressivo é o retorno da tributação sobre a distribuição de lucros e dividendos e sobre as remessas de lucros ao exterior. A medida não depende de reforma tributária e já teria efeitos positivos na recuperação das contas públicas no curto prazo.Esperamos que a redução da carga tributária sobre o combustível se concretize e chegue efetivamente na ponta, no custo do transporte e no preço dos alimentos, promovendo, por meio da menor tributação sobre o consumo, o efeito virtuoso na economia. Se for preciso cobrar mais impostos de alguém, que seja daqueles que possuem maior capacidade contributiva e que foram poupados nos últimos 20 anos. Não há espaço para mais sacrifícios da classe média assalariada e dos mais pobres, que suportam carga tributária da Dinamarca com retorno social incomparavelmente inferior.
2018-05-31 02:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/05/kleber-cabral-greve-de-caminhoneiros-e-o-modelo-tributario-esgotado.shtml
Eduardo Matarazzo Suplicy e Tatiana Roque: O aumento da pobreza e da desigualdade sob Temer
Em seu artigo "Dois Anos de Avanços", publicados nesta Folha (15/5), o presidente Michel Temer faltou com a verdade ao mencionar que "o Bolsa Família está mais amplo —atende hoje 160 mil famílias a mais do que as 14 milhões do seu recorde anterior, em 2014". Segundo o próprio Ministério de Desenvolvimento Social, em julho de 2014, 14.204.279 famílias receberam o auxílio. O valor médio foi de R$ 169,41, o que gerou um gasto naquele mês de R$ 2.406.363.186. O último dado disponível de 2018, divulgado pelo próprio MDS, é que, em abril deste ano, o número de famílias beneficiadas foi de 13.772.904, que receberam R$ 177,71, perfazendo um gasto de R$ 2.447.602.356. Além de o número de famílias ser menor em 2018, ao se ajustar o gasto de julho de 2014 pelo INPC, de 24,75% até abril de 2018, teremos um valor corrigido de R$ 3.002.015.559,43. Ou seja, gastou-se menos com o programa em abril de 2018 do que em julho de 2014. Mesmo se considerarmos o reajuste de 5,67% no valor do benefício, anunciado pelo governo para vigorar a partir de julho, o gasto deverá ser de R$ 2.586.413.642,16, valor menor do que os patamares mais altos do governo Dilma. É enganosa, portanto, a afirmação de Michel Temer de que "o benefício alcançou seu maior poder de compra" em seu governo. O gasto com o Bolsa Família representa hoje em torno de 0,6% do PIB, longe de figurar entre as maiores despesas do governo. Só com Defesa gasta-se 1,4% do PIB, tendo o Brasil aumentado os gastos militares, de 2016 para 2017, em 6,7%, alcançando US$ 29,3 bilhões. É uma questão de prioridades, escolhas que indicam o grau de preocupação social de um governante. Segundo os dados da Pnad do IBGE, o número de pessoas em situação de extrema pobreza aumentou 11,2% de 2016 para 2017. Os 10% mais ricos detêm 43,3% dos rendimentos do país, ao passo que os 10% mais pobres, só 0,7%. O aumento da pobreza extrema, somado à diminuição de gastos com saúde, deixa parte da população em estado de ainda maior vulnerabilidade. Segundo o IBGE, a taxa de subutilização da força de trabalho, no primeiro trimestre de 2018, subiu para 24,7%, o que representa o recorde de 27,7 milhões de pessoas. O aumento da criminalidade violenta também está relacionado a esses fatores. É inevitável que a Emenda Constitucional do teto de gastos públicos aprofunde ainda mais esse abismo social. Para erradicar a pobreza e diminuir a desigualdade, defendemos a implantação da Renda Básica de Cidadania, já aprovada por todos os partidos no Congresso e sancionada pelo presidente Lula em janeiro de 2004. Diz a Lei 10.835/2004 que a RBC deve ser implementada por etapas, começando pelos mais necessitados. O Bolsa Família consiste, portanto, em uma fase do projeto, e deve ser ampliado. O objetivo de implantar a RBC está no programa do PT e sendo debatido no PSOL. Ciro Gomes se pronunciou favoravelmente ao projeto, que ganha adeptos ao centro e no espectro liberal. Persio Arida, coordenador da equipe econômica de Geraldo Alckmin, defendeu a renda mínima universal em entrevista recente. O mesmo fez o ex-presidente Fernando Henrique no livro "Crise e Reinvenção da Política no Brasil". Marina Silva abraçou a RBC já em 2014. Além de reduzir a pobreza, a desigualdade e a violência, a Renda Básica de Cidadania é um caminho para reconstruir um pacto pelos direitos sociais. As inseguranças no mundo do trabalho produzem ansiedade nos jovens quanto ao futuro. Ao invés de reduzir o Bolsa Família, como Temer faz, é preciso que os próximos governos assumam o compromisso de ampliá-lo em direção à RBC. As experiências ao redor do mundo oferecem ideias às quais o Brasil pode se somar como protagonista em um novo ciclo de políticas sociais.
2018-05-31 02:00:00
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Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/05/eduardo-matarazzo-suplicy-e-tatiana-roque-o-aumento-da-pobreza-e-da-desigualdade-sob-temer.shtml
'Reivindicação dos caminhoneiros é justa, eles sustentam famílias', diz leitor
Paralisação dos caminhoneirosSe 87% dos brasileiros apoiam a paralisação e 87% rejeitam medidas compensatórias, a leitura é simples: 87% dos brasileiros deveriam voltar (ou ir) para a escola a fim de aprender que não há almoço grátis (“Apoio à paralisação é de 87% dos brasileiros, diz Datafolha”). José Cretella Neto, advogado (São Paulo, SP) Fiquei estupefato com a manchete da Folha: 87% dos brasileiros apoiam a paralisação! E quase a metade não teve a rotina afetada —aguardem os aumentos de insumos decorrentes do protesto. Devo estar vivendo em outro país.João Paulo Mendes Parreira (São Caetano do Sul, SP) Mais Pena que os brasileiros não tenham unidade e vão para filas gigantescas para abastecer seus carros a um preço absurdo, pagando impostos sem nenhum retorno. Isso só revela que somos um país de terceiro mundo, porque, num de primeiro, todos sofrem e absorvem as consequências dos atos em que há luta para melhorar a vida de todos. Se a população tivesse consciência dos impostos que paga no arroz, feijão, carne e luz, teria apoiado mais a paralisação.Almir Pereira da Silva, geógrafo (São Paulo, SP) Os caminhoneiros receberam o apoio da sociedade por serem justas as suas reivindicações. Foram vencedores. O governo atendeu a todas. Agora, extrapolarem esse apoio para outras pautas é loucura. Ficarão de vilões nessa história. José Carlos Bezerra (Contagem, MG) Mais A reivindicação dos caminhoneiros é justa e deve ser contemplada. Eles também têm famílias para sustentar. É claro que há interesses escusos de alguns grupos infiltrados na paralisação, mas estes devem ser detectados pela autoridade policial e punidos. Silomar Pertile (Caxias do Sul, RS) Sem reformas verdadeiras, veremos o conflito, o caos, até que a gente se esgote (“País se revolta contra si e não sabe”, de Vinicius Torres Freire). Não podemos esquecer que em 1964 o povo aceitou bem o golpe militar, cansado da bagunça, coisa que ninguém quer lembrar. E ditadura não resolve os problemas, apenas os abafa à força.Radoico Câmara Guimarães (São Paulo, SP) Mais O que os contribuintes brasileiros querem ver é nossos governantes comprovarem aquilo que prometem em campanhas eleitorais: fazer mais gastando menos. A velha fórmula do aumento de impostos não representa nenhuma inovação, é mais do mesmo. Ninguém aguenta mais os velhos métodos políticos de gerir a coisa pública.Roberto Fissmer (Porto Alegre, RS) A paralisação está sendo ótima. Sempre resolvi a minha vida no bairro em que moro e quase sempre a pé. Levo e busco meus filhos na creche a pé, vou ao supermercado com frequência fazer compras pequenas e frequento restaurantes. Com a paralisação, atravessar a rua tem sido muito mais fácil. Não preciso mais me perguntar se o motorista sabe que na conversão a preferência é do pedestre. Há menos carros tentando me atropelar. A cidade está muito mais agradável.Raquel Ramos (São Paulo, SP)Intervenção militar O povo não sabe o que é uma ditadura. Eu, que fui preso no governo Médici e trabalhava como jornalista no jornal O Povo em Fortaleza, sei na carne o que é ter um censor dentro de uma redação. Até o pré-candidato Jair Bolsonaro já declarou à Folha não ser a favor de intervenção militar.Pedro Gomes de Matos Neto (Fortaleza, CE) Quem defende a intervenção militar por causa dos relatos de avós e pais tem uma imagem romantizada daquela época, quando o mundo estava inserido em outra conjuntura política, polarizada —e muito— pelo capitalismo e socialismo. Hoje, essa ideia não faz sentido.Marcos Magnenti (São Paulo, SP) O artigo dos professores Conrado Hübner Mendes e Rafael Mafei Rabelo Queiroz é do tipo que seria desnecessário se os brasileiros conhecessem realmente a Carta Magna. Porém, ele é de extrema utilidade diante dos despautérios proferidos pela turba ensandecida. Parabéns aos professores.Luiz Carlos de Abreu Albuquerque (Viçosa, MG)ParlamentarismoJá rejeitamos o parlamentarismo antes, a história esta aí para provar que a população brasileira não queria outro sistema de governo.Victor Hugo Pinto Souza (São Paulo, SP) Pautar esse assunto faltando poucos meses para a eleição presidencial é um escândalo.Beatriz Regina Alvares (Campinas, SP) Todos nós mudamos com o tempo, com os erros e, infelizmente, com as ideologias e os sentimentos. Hoje, não repetiria meu voto no presidencialismo e tampouco o daria para uma insensata ideia monárquica. Parlamentarismo é ficar livre de mandatos longos e depreciativos em que a população, cada dia mais dinâmica, perde a esperança numa política cheia de vícios e canetadas. Emilio Salmo de Oliveira (Passos, MG)Governo TemerOportuno, pertinente, inteligente! Mais uma vez, meus cumprimentos a Ruy Castro (“Cota de trapalhadas”).Paulo Celso Russi de Carvalho (Piracicaba, SP)ImprensaA pluralidade e a imparcialidade — até o ponto em que esta é possível— da Folha me mantêm assinante e leitor fiel. É o que mais gosto no jornal: ler teses divergentes e contraditórias que me permitem formar minha própria ideia. Ainda assim, ler o Kim Kataguiri exigiu paciência e perseverança. “Brincando” pode-se dizer tudo, inclusive as verdades mais obscuras que nos habitam. Sugiro ao autor que releia o que escreveu e investigue os recônditos de sua alma.Gustavo A. J. Amarante (São Paulo, SP) Diante de um cenário político e econômico tão caótico que tem nos marginalizado de reais necessidades, discorrer acerca da discutível imparcialidade da imprensa é de uma ignorância deliberada. Em que tempo você vive, Kataguiri? Corra, pois você está atrasado!Ana Paula Silveira (Cuiabá, MT)PARTICIPAÇÃOOs leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br.
2018-05-31 02:00:00
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Antonia Pellegrino: José Padilha não entendeu o mecanismo
O cineasta José Padilha tem uma missão: desvendar o mecanismo que não cessa em oferecer um imenso passado pela frente ao país do futuro. Seu método? "Uma obra de ficção inspirada livremente em eventos reais, onde personagens, situações e outros elementos foram adaptados para efeito dramático".Sua dissertação abre a série, na boca do personagem Ruffo: "O que fode o nosso país não é falta de educação, não é o sistema de saúde falido, não é o déficit público, nem a taxa de juros. O que fode nosso país é a causa de tudo isso. Descobri o que fode a vida de todos os brasileiros: um câncer. Se a gente não matar essa porra na raiz, vai espalhar".Cabe a Ruffo, vivido por Selton Mello, enfrentar o mecanismo por dentro. Mas graças a um surto diante do "erro" cometido pelo Ministério Público no engavetamento do Banestado —que na série acontece no governo Lula—, Ruffo é expelido do mecanismo. Mas não desiste.Uma década depois, por fora do mecanismo, o personagem bipolar vai usar qualquer método para combatê-lo. Inclusive a violência, a intimidação e o microterrorismo. Mas a metodologia não interessa. Se for preciso misturar fatos, distorcer e caluniar para caber na tese do diretor, não tem problema. Afinal, a desonestidade é sempre dos outros.Os métodos de Padilha, assim como os de Ruffo, não importam: são em nome de um bem maior (não escrevo contra ou em defesa de nenhum grupo; quem cometeu crime, que seja investigado e, se provado, que se puna).No oitavo episódio, o câncer é identificado. O mecanismo se dá pela articulação entre empresas públicas, empreiteiras, operadores e agentes públicos. E a solução para a política está fora dela. Na Polícia Federal, no MP e no ex-policial outsider bipolar disposto a tudo para quebrar a engrenagem.Tendo tido a chance de criar a grande e inovadora narrativa sobre corrupção no país, o cineasta acabou fazendo um clichê binário, digno dos padrões mentais dos milicianos da narrativa "contra tudo isso que está aí". Mas com um agravante: manejando com excelência as ferramentas de Hollywood.No esquema do diretor, MP e PF estão fora da política. Não faz diferença a mudança de posição desses órgãos em governos distintos. Toda política é demonizada, desde dom João. Qualquer político, agente público ou empresário honesto será inócuo ante a força autotélica do mecanismo. O que se desenrola na tela, ao som da canção "Juízo Final", é a condenação da democracia representativa.O "efeito dramático" que Padilha deixa de presente ao país onde não vive mais é o caminho aberto ao fascismo "livremente inspirado" na figura psicopata do ex-capitão do Exército que finge ser de fora da política e promete pôr a casa em ordem no grito e na arma.Se a eleição fosse hoje e Bolsonaro se elegesse, pelo sistema de Padilha estaria tudo ótimo. O mecanismo poderia ser quebrado. Que outros métodos extrapolíticos valem para romper o mecanismo? Uma ditadura militar? Não creio que a intenção de José Padilha seja a defesa de candidato algum ou mesmo de uma ditadura, mas é isso que seu mecanismo acaba sugerindo.Nas últimas semanas, o Brasil cruzou decisivamente a fronteira da democracia e adentrou a várzea da barbárie. É grave que, neste momento, quando todos estão convocados para a defesa da democracia, o iceberg conceitual por baixo do que aparece na série de José Padilha resulte em um panfleto fascista.Enquanto Padilha faz sua pirotecnia, o real mecanismo, das oligarquias e do rentismo —que capturam o Estado e orçamento público para seus interesses—, agradece.
2018-04-01 02:00:00
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Refazenda
No governo de um presidente em fim de mandato, cuja sobrevivência política mais uma vez se encontra sob ameaça, inexiste a possibilidade de uma reforma ministerial concorrer para a melhora da administração pública.Nos próximos dias serão substituídos nomes do primeiro escalão que pretendem disputar cargos eletivos. Poucos terão deixado alguma marca meritória; quase nada se espera dos novos titulares das pastas além de preservar o apoio partidário a Michel Temer (MDB).Nesse panorama, a única troca de guarda relevante para o país que existe fora de Brasília deve ocorrer na Fazenda.O ministro que sai, Henrique Meirelles, realizou um trabalho competente ao longo de quase dois anos no posto —sua única excentricidade foi ambicionar uma candidatura presidencial.Em quase todo governo, o comando da política econômica é cercado de atenção especial, dado que qualquer sinal de inépcia nessa seara provoca danos imediatos e de difícil reversão.Sob Temer, o protagonismo da pasta se mostrou ainda mais evidente. Reparar os estragos produzidos pela gestão de Dilma Rousseff (PT), afinal, era na prática a razão de ser do governo que se seguiu ao impeachment.O feito principal, para o qual contribuiu decisivamente a articulação política do Planalto, foi inscrever na Constituição um teto, com vigência de até 20 anos, para as despesas federais.A restauração da credibilidade, com boa ajuda da conjuntura internacional, favoreceu a queda da inflação e dos juros. Deixou-se para trás a recessão brutal, embora a retomada seja modesta.O retrospecto deixa ver que o desempenho de Meirelles se deveu a uma agenda coerente, uma equipe qualificada e, em especial, ao respaldo recebido da Presidência. Poucos no cargo desfrutaram de tais condições desde o restabelecimento da democracia.Daí que suscite preocupações a mudança na Fazenda —mesmo que o novo titular venha a ser o atual secretário-executivo da pasta, Eduardo Guardia.Tal opção indica, em tese ao menos, que não se planeja alguma guinada na gestão da economia. Entretanto já não há a mesma clareza quanto à condução da agenda e ao amparo do Planalto.As pretensões eleitorais de Temer e Meirelles, as investigações envolvendo o presidente e os desdobramentos da intervenção no Rio turvam o cenário. A certeza é que qualquer inflexão na política de austeridade em ano eleitoral será aposta de alto risco.
2018-04-01 02:00:00
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Coronel Lima não mostra saúde debilitada para ilegalidades, diz leitor
Caravana de Lula Se realmente fosse um atentado, não se daria uns tirinhos na carroceria do ônibus, mas sim metralhariam as janelas. Este ato polarizou toda a mídia. O PT alcançou o objetivo (“Dois ônibus da caravana de Lula são atingidos por quatro tiros no Paraná”, Poder, 27/03).Valdemar Kuniy (São Paulo, SP)Vocabulário sexual Caro Sérgio Rodrigues, perdão, mas a palavra “minete” já fez parte da língua portuguesa pelo menos em Santos, minha cidade natal (“O minete e a língua”, Cotidiano, 29/3). Debruçada numa janela da rua da Constituição, lá por volta de 1958/60, uma profissional oferecia seus serviços repetindo, monotonamente: “Chicharim, minete, buchê...”. Nós, meninos santistas, sabíamos que, num francês arrevesado, a moça se propunha a fazer chicharim, o sexo anal; minete, o cunilingus; e buchê, a felação, hoje “boquete”.Pedro Bandeira, escritor (São Paulo, SP) Militar O coronel Lima, amigo pessoal de Michel Temer, é uma figura folclórica. Todo enrolado com maracutaias e agindo em nome do chefe, quando juridicamente acionado, tem todo tipo de chilique e doenças fajutas. Porém, para cometer ilícitos, está firme e forte. Cadeia nele e punição militar exemplar. Envergonha as Forças Armadas (“Coronel amigo de Temer alega problemas psicológicos ao se negar a depor”, Poder, 30/01).Paulo Henrique Coimbra (Rio de Janeiro, RJ)1964 Foi com o golpe de 1964 que vislumbrou-se que a permanência no poder, via exclusão social, alienação e o consequente “Tem que manter isso, viu?”, era aprimorar a crescente deterioração do sistema educacional e cultural, aliado à privação das necessidades humanas mais elementares, como alimentação, moradia e saúde. Vale lembrar que os militares são educados para cumprirem cegamente as ordens e não para pensar, dialogar e refletir.Anete Araujo Guedes (Belo Horizonte, MG)Palestina O mundo anda muito triste, vejam a Faixa de Gaza, um quintal de intolerância e ódio. A razão não pertence a ninguém, os donos da verdade são o amor, a paz e a sabedoria. A guerra entre vizinhos é, antes de mais nada, uma incompreensível e fragorosa derrota humana (“Confrontos em Gaza deixam 16 mortos”, Mundo, 31/03).Ricardo C. Siqueira (Niterói, RJ)Trem Atrasado Me veio à memória a promessa de construção de um trem bala entre o Rio de janeiro e a capital paulista, feita pelo governo Dilma. Tentei calcular quantos séculos serão precisos para a concretização da sonhada ligação ferroviária entre as duas maiores cidades do país, tomando como parâmetro o atraso da entrega da obra inaugurada pelo governador de São Paulo. Desisti da operação, dada a sua complexidade (“Alckmin entrega com 14 anos de atraso trem para Cumbica”, Cotidiano, 31/03).José Elias Aiex Neto (Foz do Iguaçu, PR) Colunistas Em direito, presunção significa julgamento feito a partir de indícios, é uma hipótese considerada verdadeira até que se prove o contrário, portanto é própria da segunda instância, já que trânsito em julgado é o final de um processo, quando foram esgotados todos os argumentos da defesa do réu. O modelo de prisão antes do trânsito em julgado é utilizado em vários países. Assim, pode-se considerar ser desnecessário proceder a um duplo twist carpado hermenêutico para conciliar o texto legal com a execução provisória das penas, como propõe Hélio Schwartsman (“A hora da prisão”, Opinião, 30/3).João Henrique Rieder (São Paulo, SP) Interessante a perspectiva de André Singer. Quando finalmente (e justificadamente) as atenções da Justiça voltam-se a Michel Temer, o colunista consegue encontrar até nisso uma conspiração do “Partido da Justiça” (sic) para tirar a atenção do atentado ao ex-presidente Lula e de seu julgamento. Singer deveria tomar cuidado para que suas ideias não se tornem tão fantasiosas como agora, o que pode escancarar sua completa falta de conexão com a realidade (“Entre tiros e togas”, Opinião, 31/03).Luiz Daniel de Campos (São Paulo, SP) A democracia está sendo contornada pelo mecanismo do vice. São Paulo será governado por um vice-governador, um vice-prefeito e um vice-presidente, nenhum deles diretamente eleito para o cargo. O Brasil deveria acabar com o famigerado voto casado. Na eleição o cidadão não tem a opção de escolher o vice, isso não é democrático. A figura do vice deveria ser extinta, o substituto deveria ser o próximo na linha sucessória, ou seja, o presidente da Câmara. Simples, democrático e economizaria uma fortuna aos cofres públicos (“República dos vices”, Opinião, 31/03). Mário Barilá Filho (São Paulo, SP)Dias Melhores Belo relato do sempre notável Clóvis Rossi sobre a cirurgia no coração de Francis Joseph, nascido em Israel em 2014 (“Técnica criada por Adib Jatene salva bebê em Jerusalém”, Ciência, 29/03). O menino foi salvo graças à competência de médicos israelenses de dois hospitais, um do lado árabe e outro do lado judaico, que utilizaram a técnica inventada pelo saudoso doutor Adib Jatene. Oxalá esse belo exemplo de cooperação possa inspirar muitas outras iniciativas científicas na ciência em prol da paz mundo afora. Júlio César Passos, Professor da UFSC (Florianópolis, SC)
2018-04-01 02:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2018/04/coronel-lima-nao-mostra-saude-debilitada-para-ilegalidades-diz-leitor.shtml
Datena vai conciliar programa dominical com 'Brasil Urgente'
A Band oficializou nesta terça (27) o plano de, aos poucos, tirar José Luiz Datena do jornalismo policial. Embora o apresentador tenha anunciado que sairia de vez do “Brasil Urgente”, a coluna apurou que ele seguirá aparecendo no telejornal pelos próximos meses, em menor quantidade. Seu filho, Joel Datena, assumirá a atração.Em 1º de abril, estreará o “Agora É com Datena”, programa com cinco horas de duração, aos domingos. O projeto reunirá musicais, entrevistas e jogos, como o formato israelense “The Raid Cage”, com perguntas e desafios físicos em uma gaiola.No mesmo dia 1º, a emissora deve estrear o “Super Técnico”, com Milton Neves. Esta é a primeira foto de Juliano Laham em “Orgulho e Paixão”, próxima novela das seis. Ele será Luccino Pricelli, filho de Gaetano (Jairo Mattos) e Nicoletta (Rosane Goffman). O tímido rapaz vai trabalhar como mecânico. Entre as novidades da programação da Band está a mudança de nome do programa de Daniel Bork. A partir do dia 8, o “Dia Dia” passará a se chamar “Cozinha do Bork”.A Band anunciou também que exibirá nas noites de quinta-feira a série “Senhor dos Céus”, exibida pela Telemundo, nos Estados Unidos. E, nas noites de sexta-feira, haverá exibição de shows de grandes nomes da música nacional. Silvio de Abreu vai acumular o comando das novelas da Globo com o das séries a partir de agora. Guel Arraes deixou a função para voltar a dirigir histórias.A quarta temporada de “Fear The Walking Dead” estreará no Brasil no mesmo dia em que nos EUA: 15 de abril, às 22h, no canal AMC. Fernando Oliveira, 34, conhecido também como Fefito, é formado em jornalismo e pós-graduado em direção editorial. Teve passagens pela "IstoÉ Gente", "Diário de S. Paulo", "iG", "R7". Apresenta os programas "Estação Plural", na TV Brasil, e "Mulheres", na TV Gazeta. A coluna "Zapping" é publicada diariamente no jornal "Agora", além da coluna "Olá".
2018-02-28 09:00:00
colunistas
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https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/fernando-oliveira/2018/02/datena-vai-conciliar-programa-dominical-com-brasil-urgente.shtml
Golpes de insensatez
O título da disciplina —“O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”— já deveria repelir o aluno prudente de ciência política.A ementa, na qual se leem expressões como “a ruptura democrática” com a deposição da presidente Dilma Rousseff e “agenda de retrocesso nos direitos e restrição às liberdades [no atual governo]”, desfaz qualquer dúvida que se pudesse ter quanto ao alinhamento partidário da matéria.Se a meta é aprender o que o PT pensa do impeachment da ex-presidente e como analisa o momento político pelo qual passa o país, seria mais prático consultar as notas oficiais do partido, reservando o tempo em sala de aula para conhecimentos mais técnicos.Lamentável, sem dúvida, que uma instituição pública como a Universidade de Brasília (UnB) ofereça esse tipo de conteúdo a seus estudantes. Ainda pior, porém, é o empenho do Ministério da Educação em censurar o curso. O chefe da pasta, Mendonça Filho (DEM), considera que a universidade aloca professores “para promover uma disciplina que não tem nenhuma base na ciência”.Numa atitude que denota pequenez e ausência de prioridades, encaminhou à Advocacia-Geral da União, ao Tribunal de Contas da União e ao Ministério Público Federal um pedido para avaliar se o caso não constitui improbidade administrativa.A tese do ministro se mostra esdrúxula sob vários aspectos. Se todos os cursos sem fundamentação científica oferecidos por nossas universidades suscitassem representação cível contra quem os ministra, um bom número de departamentos acabaria fechado, sobretudo os de humanidades. Não cabe à pasta da Educação, ademais, exercer controle sobre o conteúdo apresentado nas salas de aula. O princípio da autonomia universitária confere às instituições de ensino superior a liberdade de investigar o que lhes pareça relevante. Casos como o ocorrido na UnB são o preço a pagar pela garantia de independência da pesquisa no meio universitário, fator fundamental para que a ciência possa prosperar. Reconheça-se que se trata de um preço pequeno, em vista das vantagens em jogo.O país só se verá livre de exercícios explícitos de ideologia na educação quando e se tais condutas forem rejeitadas pela maior parte da comunidade acadêmica, levando à autocontenção os docentes convertidos em porta-vozes de partidos ou de grupos políticos.Infelizmente, nada indica que estejamos perto disso.editoriais@grupofolha.com.br
2018-02-28 02:00:00
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Leitores comentam investigação contra Jaques Wagner
Jaques WagnerIndependentemente de coloração partidária, tomara que a Polícia Federal consiga concluir esse inquérito (“PF aponta R$ 82 milhões em propina e doações a Wagner”). Esses políticos não podem mais sair impunes. O povo está farto disso. Ainda bem que temos uma imprensa livre e uma PF atuante, apesar de todos os problemas e vícios que ambas possuem.Rafael Seydel (Rio de Janeiro, RJ)É certo que um governante deve acertar os ponteiros com a sua máquina administrativa, empreiteiras, advogados, marqueteiros e afins. Mas, convenhamos, daí a se equipar com 15 relógios de luxo para o desempenho desse ofício, vai uma distância enorme. E o brasileiro, com um de R$ 50 no pulso, não consegue entender tal exagero.Joaquim Quintino Filho (Pirassununga, SP)Imposto aos bancosA proposta de Feldmann é justa, uma vez que os bancos não produzem nada, apenas arrecadam com os juros do dinheiro que as pessoas investem e pelo qual recebem uma ninharia. Gostaria de ver qual governante terá coragem de fazer aprovar essa proposta. Parabéns, professor, pela coragem de colocar sua sugestão.Luiz Roberto Lopes, professor de medicina da Unicamp (Campinas, SP)Os números só mostram a urgência de fazer a reforma da Previdência. Nem que os bancos dessem todo o seu lucro para o governo seria possível acabar com o deficit da Previdência.Sérgio Lins (Florianópolis, SC)Banco não desenvolve atividade produtiva? Não há país que sobreviva sem bancos. Eles conseguem multiplicar o dinheiro cuja guarda lhes é confiada; ademais, se são lucrativos, é porque são bem geridos. Onde está o problema?Antonio Carlos Cunha (Goiânia, GO) Mais Mandados coletivosUm primor de argúcia falaciosa o texto de Luiz Alexandre da Costa. Em primeiro lugar, gostaria de saber se ele defenderia os mandados de busca coletivos se soubesse que também seriam cumpridos em áreas nobres da cidade. Além disso, justificar a ação do Estado por meio da comparação com a ação de criminosos é, no mínimo, grotesco. Que tal comparar as ações de nosso Estado —autoritário e discriminatório— com as ações de um Estado mais civilizado?Leandro Veiga Dainesi (Lorena, SP)No fundo, o discurso do autor é o de que os fins justificam os meios, argumento autoritário tradicional. O fim dos direitos individuais começa quando tais princípios são aceitos.Ricardo Knudsen (São Paulo, SP)Campanha de BolsonaroO economista Paulo Guedes (responsável pelo programa econômico do pré-candidato Jair Bolsonaro) defende que se deve “privatizar tudo” (“O governo é muito grande, bebe muito combustível”). Pergunto: como explicar então que a China, um Estado eminentemente estatizante, se tornou a segunda economia do mundo? Com a palavra, Paulo Guedes ou alguém que possa nos esclarecer.José Loiola Carneiro (São Paulo, SP) Mais EleiçõesSe o colunista Hélio Schwartsman conseguisse olhar para trás no tempo, ele veria Marina Silva, que, pasmem, nem sequer é citada no artigo. Seria porque ele não contempla candidatas em sua busca?Henrique Dolabella (Brasília, DF)Pensão É um absurdo que as pensões em questão sejam pagas (“Filhas solteiras de servidores brigam na Justiça por pensão”). Deveria haver uma lei geral para corrigir dispositivos antigos, que asseguravam benefícios sem contraprestação de contribuições.Vera Maria da Costa Dias (Porto Alegre, RS) NarcisismoLuiz Felipe Pondé traz à tona reflexões sobre a base narcísica que sustenta as chamadas “boas” intenções humanas. Sim, todo comportamento individual ou coletivo inclui suas luzes e sombras. No entanto, a descrença generalizada no bem-querer humano, a queixa recorrente da vida e o pessimismo crônico são também formas avançadas da demência narcísica. Walter Roberto Correia, professor associado da Escola de Educação Física e Esporte da USP (São Paulo, SP)Vaccari NetoDesde quando uma carta dizendo que uma determinada pessoa mentiu tem valor de prova? Qual seria a prova de que aquilo que foi escrito é realmente a verdade? Qualquer pessoa pode dizer o que quiser e registrar em cartório (“Empresário mente sobre tríplex, diz Vaccari").Tersio Gorrasi (São Paulo, SP)Aplicativo da FolhaParabenizo a Folha pelo lançamento do aplicativo para a versão impressa do jornal. Há tempos esperava por ele para fazer a leitura do jornal em trânsito. Trata-se de uma facilidade muito bem-vinda aos assinantes. Éder Garrido (São Paulo, SP)Lamento informar, mas a mudança no aplicativo da Folha foi para pior. No iPad Mini, as páginas digitais não preenchem a tela como anteriormente e é impossível aumentar as letras até o tamanho ideal para leitura. José Carvalho (São Paulo, SP)PARTICIPAÇÃOOs leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br.
2018-02-28 02:00:00
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Painel do Leitor
https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2018/02/leitores-comentam-investigacao-contra-jaques-wagner.shtml
Mais 20 centavos
Desde que deram origem à onda espantosa de manifestações populares de 2013, os reajustes das tarifas de transporte coletivo em São Paulo ganharam visibilidade inédita –o que não parece ter contribuído para uma gestão racional dessa política pública. Exemplo disso foi o congelamento dos preços das passagens de ônibus mantido no ano passado pelo prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), em cumprimento de uma promessa de campanha. Em pleno período de queda da arrecadação tributária, a medida, enganosamente simpática, acabou seguida pelo governador Geraldo Alckmin, correligionário e padrinho político de Doria, responsável pela administração do metrô e dos trens da CPTM. Nem do ponto de vista eleitoreiro a estratégia fazia sentido. A dupla tucana teve de anunciar um aumento das tarifas neste ano, em que Alckmin pretende se candidatar à Presidência e o prefeito é cotado para disputar o Palácio dos Bandeirantes ou até, como ainda se especula, o do Planalto. É nesse contexto que ressurgem os protestos do Movimento Passe Livre (MPL), como o da noite desta terça-feira (23) no centro da capital. De comparável às jornadas de 2013, porém, há só os R$ 0,20 de reajuste –de R$ 3 para R$ 3,20, revertido na época, e de R$ 3,80 para R$ 4 agora. Por legítima que seja, a bandeira do transporte coletivo gratuito carece de fundamento para se tornar uma proposta viável e eficaz. Quando os custos do sistema não são repassados aos passageiros, é o erário –vale dizer, toda a sociedade– que arca com a despesa. Justifica-se, decerto, subsidiar passagens de ônibus e metrô, como se faz aqui e em boa parte do mundo; o alcance de tal política, porém, precisa obedecer a prioridades e limites orçamentários. Estima-se que em São Paulo esse desembolso tenha atingido R$ 3 bilhões em 2017, num Orçamento municipal de cerca de R$ 50 bilhões. Tal montante reflete benefícios como os concedidos a idosos e estudantes, além do congelamento da tarifa. Não há como elevá-lo sem alta de tributos ou sacrifício de outros programas de governo. Mais lógico, neste momento, será rever as gratuidades hoje existentes, de forma a assegurar que priorizem os estratos mais carentes da população, e reduzir ineficiências como o gasto com cobradores, função que tende a ser extinta de forma gradual. editoriais@grupofolha.com.br
2018-01-25 02:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/01/1953185-mais-20-centavos.shtml
'Gemidão do WhatsApp' invade transmissão ao vivo de TV; assista
Famosa no Brasil, a pegadinha do "gemidão do WhatsApp" atravessou fronteiras e chegou até a Inglaterra. Mais precisamente, o áudio foi ouvido por telespectadores da BBC durante uma transmissão ao vivo nesta sexta (10). Durante o "BBC Breakfast", a repórter Emma Vardy falava sobre o "brexit" (decisão britânica de deixar a União Europeia) quando o ruído pornográfico surgiu —e em mais de uma vez. Internautas que assistiam à cena comentaram o ocorrido nas redes sociais. "Brilhante alguém tocando som de sexo enquanto o 'BBC Breakfast' estava ao vivo dando as notícias", disse um usuário do Twitter. "Alguém deve gravar o áudio pornográfico no 'BBC Breakfast' esta manhã. Por favor", pediu outro internauta.
2017-11-10 17:06:00
voceviu
Você viu
https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2017/11/gemidao-do-whatsapp-invade-transmissao-ao-vivo-de-tv.shtml
Policiais nos EUA compram comida para mulher detida por furtar para alimentar família
Quando dois policiais foram acionados para atender a um chamado de furto nos Estados Unidos, encontraram uma mãe em desespero.Acusada de ter furtado o Food Lion, supermercado em Hillsborough, na Carolina do Norte, a mulher estava sem comida havia três dias. Mãe de três filhos adotivos, ela confessou o crime - disse ter agido por desespero.Em uma postagem no Facebook, o Departamento da Polícia da cidade diz que a dupla de policiais Keith Bradshaw e Candace Spragins, responsáveis pela investigação, "localizaram a suspeita na casa dela, onde ela devolveu o equivalente a US$ 36 (R$ 117) em comida que tinha roubado para ela e para os filhos"."Não foi um crime motivado por ganância, mas algo considerado como necessário por uma mãe tentando alimentar uma criança", disse o tenente Andy Simmonds, que relatou a história no Facebook no domingo passado, um dia depois de a polícia ter identificado a suspeita.'DESESPERO'Segundo ele, a cabo Keith Bradshaw abriu a geladeira da casa e viu que estava vazia. "A mulher e a família estavam sem comida havia três dias."Os policiais encarregados do caso então decidiram agir para ajudar a mulher. Simmonds explicou que, enquanto a mãe estava diante do juiz depois de ter sido detida, eles foram a uma mercearia e compraram US$ 140 (R$ 456) em comida para a família. Tiraram dinheiro do próprio bolso.Após ser liberada para responder a acusação em liberdade, ela foi levada de volta para casa pela polícia - e com a compra.Em entrevista à imprensa local, a mulher, chamada Theresa West, disse: "Tive que sair e roubar comida, isso é desespero. Sinto muito por ter feito o que fiz, mas meus filhos estavam com fome".Simmonds disse à BBC que decidiu divulgar a história no Facebook porque o "bem precisa ser visto".GENTILEZA E COMPAIXÃO A postagem teve mais de 2 mil reações, com a maioria dos comentários elogiando os policiais pela "gentileza" e "compaixão"."Como policiais, nós estamos em contato com pessoas quando estão vulneráveis", disse o tenente Simmonds."Sempre compramos refeições e combustível para as pessoas. Em 2017, policiamento também é isso. É parceria", completou.O Departamento de Polícia de Hillsborough confirmou que a mulher foi indiciada por furto, e que ela está esperando em liberdade pela data da audiência na Justiça.
2017-11-10 09:00:00
voceviu
Você viu
https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2017/11/policiais-nos-eua-compram-comida-para-mulher-detida-por-roubar-para-alimentar-familia.shtml
Paolla Oliveira volta à TV na minissérie 'Assédio'
Depois de "A Força do Querer", Paolla Oliveira já tem novo trabalho engatilhado na Globo. A atriz interpretará a mulher do protagonista, inspirado no médico Roger Abdelmassih, acusado de abusar de suas pacientes, na minissérie "Assédio".A personagem não desconfiará dos crimes do marido, mas o perdoará e fugirá da polícia junto com ele para o exterior. As gravações estão previstas para começar nas próximas semanas. DANADAEm "Deus Salve o Rei", próxima novela das sete, Marina Moschen interpretará Selena, uma jovem afoita e determinada, que sonha em cursar a Academia Militar do reino fictício de Montemor. A trama estreia em janeiro.A Record realizará hoje a prova de "A Fazenda" que explica a vantagem para o grupo que tiver mais participantes. Só participará da disputa por um carro novo e R$ 50 mil em prêmios o time mais numeroso.Após a prova, o reality show encerrará oficialmente a disputa em grupos. A partir de então o jogo será totalmente individual. FAMÍLIAFilho de Chacrinha, Leleco Barbosa dará consultoria à RedeTV! pelo especial de fim de ano em homenagem ao Velho Guerreiro. Está ajudando até mesmo na seleção do júri.Caberá a João Kléber reviver o apresentador no programa, que terá calouros e também cantores famosos. Nos anos 80, ele chegou a substituir Chacrinha na Globo. DE SAÍDAApesar de não ter o contrato renovado com a Record, Maytê Piragibe estará na primeira fase da novela "Apocalipse". A atriz já gravou suas cenas.A coluna Zapping é publicada diariamente no jornal "Agora". Fernando Oliveira, 34, conhecido também como Fefito, é formado em jornalismo e pós-graduado em direção editorial. Teve passagens pela "IstoÉ Gente", "Diário de S. Paulo", "iG", "R7". Apresenta os programas "Estação Plural", na TV Brasil, e "Mulheres", na TV Gazeta. A coluna "Zapping" é publicada diariamente no jornal "Agora", além da coluna "Olá".
2017-11-10 11:13:00
colunistas
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https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/fernando-oliveira/2017/11/paolla-oliveira-volta-em-serie.shtml