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Folha abre inscrições para curso sobre cobertura do setor elétrico
Estão abertas as inscrições para o curso de Transição Energética para jornalistas, uma iniciativa da Folha, com apoio da Enel. O objetivo do programa é dar subsídios para uma boa cobertura de questões relacionadas ao tema, já que entra em vigor em 1º de janeiro de 2024 o novo mercado livre de energia para consumidores de alta e média tensão.O Lab abordará conceitos básicos, regulamentação do setor, política tarifária e a modernização do sistema de distribuição no cenário de transição energética.Serão sete aulas ao vivo, online, no período noturno, de 18 de setembro a 2 de outubro.Para concorrer a uma das 50 vagas, basta ter formação em jornalismo.Os interessados podem se inscrever até 4 de setembro, preenchendo uma ficha neste link.
2023-08-14 10:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/novo-em-folha/2023/08/folha-abre-inscricoes-para-curso-sobre-cobertura-do-setor-eletrico.shtml
Como surgiu 'Sometimes I'm Alone', hit com miados melancólicos de gatos
Se você segue perfis de gatos nas redes sociais é impossível nunca ter ouvido "Sometimes I'm alone". A música viralizou em vídeos no Instagram e no TikTok, sempre com imagens de felinos que ora estão sozinhos, ora estão acompanhados.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...O hit foi composto pelo músico sul-africano David Scott, conhecido como The Kiffness, baseado nos miados melancólicos de George Rufus, seu bichano —que agora ficou famoso como "lonely cat", o gato solitário.Apesar de apenas o refrão ser compartilhado exaustivamente na internet —"Sometimes I'm alone. Sometimes I'm not. Sometimes I'm alone. Hello?"; em português: às vezes estou sozinho. Às vezes não estou. Às vezes estou sozinho. Olá?—, a letra completa fala sobre a solidão existencial de um gato que fica em casa depois de seu dono sair.No vídeo abaixo, publicado no YouTube em 10 de junho e com quase 6 milhões de visualizações, Kiffness mostra como compôs a canção.Após ser repostada por diferentes perfis no mundo todo, Kiffness decidiu disponibilizar a faixa no seu canal no Spotify —onde já foi reproduzida quase 2 milhões de vezes. Leia mais sobre gatos Siga o blog Gatices no Twitter, Instagram e Facebook.
2023-08-14 06:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/gatices/2023/08/como-surgiu-sometimes-im-alone-hit-com-miados-melancolicos-de-gatos.shtml
Prende-se muito e mal
No Brasil, a repressão a drogas se caracteriza, em grande medida, por prender por tráfico pessoas sem qualquer relação com facções criminosas, como mostram resultados preliminares da pesquisa "Perfil do processado e produção de provas nas ações criminais por tráfico de drogas".O levantamento, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), aponta que em apenas 13% dos processos analisados há menção às facções. Confirma-se em números o que já se intui a partir das práticas judicial e policial: prende-se muito e mal por tráfico de entorpecentes no país.A Lei de Drogas, de 2006, não definiu a quantidade de substância ilícita que qualificaria uso individual, o que torna nebulosa a distinção entre usuário e traficante.Ao analisar 41 mil processos de tribunais estaduais com decisões no primeiro semestre de 2019, o estudo esmiúça a engrenagem judicial que produz desigualdades sob a justificativa do combate ao crime.A maioria dos processados é homem (87%) jovem (72%) negra (67%), com baixa escolaridade (75%), desempregada ou autônoma (66%) —e possui passagem anterior pela Justiça (50%).Em 80% dos casos, os réus permaneceram presos de forma preventiva durante o processo, inchando ainda mais o sistema carcerário.A forma como as denúncias chegam ao Judiciário é digna de nota. Investigação por órgãos especializados, como Polícia Civil, responde por apenas 20% dos processos. A maioria do restante tem origem em ações nas ruas da Polícia Militar.Revela-se, assim, a preferência pelo policiamento ostensivo, em detrimento da inteligência em apuração, que pode atingir facções criminosas ligadas ao tráfico.O levantamento mostra ainda que as polícias usam justificativas genéricas para abordagens, como patrulhamento (32,5%) e denúncia anônima (30,9%). Neste último caso, em 93% dos processos, há só menção genérica às denúncias, sem registro do autor ou do conteúdo do relato.O tema está em debate no Supremo Tribunal Federal. O julgamento se encontra suspenso com placar de quatro votos a zero em favor da descriminalização do porte de drogas para uso pessoal.Trazer mais objetividade à lei pode contribuir para a redução do encarceramento massivo de negros e pobres como traficantes. Já o Congresso deveria desenhar uma política de drogas que seja justa e eficaz.editoriais@grupofolha.com.br
2023-08-13 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/08/prende-se-muito-e-mal.shtml
Entenda as 4 estratégias de venda de investimentos de Buffett e Soros
Se engana quem acredita que a decisão de um investimento começa pela compra. Grandes investidores iniciam a decisão pela venda. Isso mesmo. Essa é uma lição que os renomados investidores Warren Buffett e George Soros aprenderam e utilizam.Para explicar como tomar esta decisão, cito o livro Investimentos: os Segredos de George Soros e Warren Buffett, de Mark Tier, que explica seis estratégias que estes dois investidores aplicam. Este é um livro interessante, fácil de ler e que recomendo.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...De fato, o livro aborda seis estratégias, mas algumas delas são muito similares então agrupei. Antes de apresentar as estratégias, vamos entender a relevância destas estratégias.Saber vender é mais importante que saber comprar, pois somente no futuro sabemos se uma compra foi ou não bem realizada. Se não soubermos quando evitar perdas ou quando realizar lucros perderemos oportunidades de ou salvar ganhos ou de salvar o patrimônio.Comprar é fácil, a arte nos investimentos está em saber o preço de venda, pois ele que explica se a compra foi acertada.Nem todas as estratégias são seguidas por ambos os gestores de fortuna. Soros tem um perfil mais técnico. Portanto, se utiliza de modelos mais característicos deste perfil e que não são necessariamente observados por Buffett.Não importa o modelo ou estratégia que cada um utiliza, a regra de ouro é seguir seu modelo.Vamos às quatro estratégias: Venda quando o critério do modelo deixar de ser atendido. Esse critério pode ser micro ou macroeconômico. Um critério microeconômico está associado a aspectos financeiros da empresa e de seu setor. Já alterações de critérios macroeconômicos estão relacionados a mudanças na economia, por exemplo, taxa de juros, inflação, câmbio e crescimento econômico.Esta estratégia é seguida por ambos os gestores. O autor cita o ano de 2000, quando Buffett vendeu todas suas ações de Disney. Buffett justificou a venda pela mudança nas características competitivas da empresa.Algo parecido ocorreu em 2020 quando Buffett vendeu todas suas ações de empresas de aviação. Essa era uma posição relevante do portfólio e que tinha sofrido uma forte desvalorização após a pandemia. Buffett vendeu mesmo com prejuízo, pois não acreditava mais na perspectiva do setor.A lição a se extrair é que você precisa ter um cenário econômico e financeiro para a empresa. Caso algo mude deste cenário, você deve avaliar se o investimento ainda faz sentido.Venda quando ocorre um evento esperado pelo modelo, quando há um aviso do modelo ou quando o objetivo de preço é alcançado. A maioria dos investidores individuais compra ações ou ativos pelo retorno passado e não formulam uma expectativa sobre qual o valor justo para o investimento. Desta forma, quando o investidor investe o ativo, muitas vezes, já está caro e não há mais ganho a capturar. Ou o investidor mantém o ativo além de seu valor justo e perde a oportunidade de ter um ganho maior.Também, os investidores por não terem um modelo formulado, não entendem o efeito de eventos sobre o ativo e como isso pode comprometer o resultado do investimento.Venda quando regras de controle de risco forem disparadas. Vou fazer uma analogia para explicar. Considere uma empresa que possui máquinas funcionando e ocorre uma tempestade que provoca curtos-circuitos. O gestor da empresa vê algumas máquinas pifando por causa do problema elétrico. Qual seria a decisão recomendada para este gestor: deixar todas as máquinas funcionando e torcer para que outras não queimem, ou desligar as máquinas, tentar identificar o problema e, assim, prevenir que mais máquinas queimem?Seu capital é como um conjunto de máquinas de dinheiro funcionando. Cada vez que você sofre uma desvalorização do capital, é uma máquina pifando. Assim, é fundamental ter controles de risco e respeitar estes controles para que seu capital operacional continue proporcionando fortuna.Venda ao perceber que cometeu um erro. Essa é uma das mais difíceis. Assumir um erro não é algo natural e fere nosso ego. Entretanto, reconhecer erros é fundamental para o sucesso nos investimentos. Costumo dizer aos meus alunos que: a única coisa certa nos investimentos é que em algum momento você estará errado. Tem mais sucesso nos investimentos quem descobre mais rápido os erros e os corrige.Perceba que uma estratégia de investimento para ser bem-sucedida de forma sistemática deve se basear em se ter um modelo que explique o investimento desde a decisão de compra até o momento de venda, passando pelos problemas que podem ocorrer caso este modelo ou o cenário esperado se alterem ou se perceba que estavam errados na concepção original.Todo mundo e possivelmente você, também, pode ter feito um investimento bem-sucedido e que não precisou de qualquer planejamento. Entretanto, repetir este feito mais vezes só é possível se você tiver modelos que justifiquem os investimentos.Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.Fale direto comigo no e-mail.Siga e curta o De Grão em Grão nas redes sociais. Acompanhe as lições de investimentos no Instagram.
2023-08-13 21:11:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/de-grao-em-grao/2023/08/entenda-as-4-estrategias-de-venda-de-investimentos-de-buffett-e-soros.shtml
Leitores homenageiam o historiador José Murilo de Carvalho, um dos maiores intelectuais do Brasil
José Murilo de Carvalho Vai-se talvez o maior intérprete deste eterno projeto de país chamado Brasil. José Murilo é gigante ("José Murilo de Carvalho, um dos maiores intelectuais brasileiros, morre aos 83 anos", Política, 13/8). Miro Costa (Brasília, DF)Foi um acadêmico sem igual, referência fundamental aos estudiosos dos militares brasileiros. Afável, gentil e democrata, fará falta a todos nós. Deixou um último capítulo em uma coletânea sobre Forças Armadas e República no Brasil, a ser publicado. Obrigado, mestre. Lucas Rezende (Florianópolis, SC)As joias Impressionante. Nada fazia essa figura ficar quieta. Abria a boca e saíam caos e ódio ("Bolsonaro diz que prisões visam delação e evita se explicar sobre joias nas redes", Política, 13/8). Ricardo Arantes Martins (São Paulo, SP) Há 15 dias, o Inqualificável foi questionado sobre o risco de prisão e disse que "hoje em dia qualquer um vai preso ‘por nada’, com uma simples acusação". Agora, com a maracutaia das joias, poderá ser preso "por nada". Conspiração no golpe de Estado? Também poderá ser "por nada". De nada em nada, ainda chegaremos a outros nadas, se as investigações avançarem. Luci Mari Suzuki (São Paulo, SP) Interessante a lógica dos bolsonaristas: corrupção é uma questão de valores. Eu gostaria realmente de saber até que valor se pode desviar dos recursos públicos sem ser considerado corrupto. Tem um teto? Josefina A. Martins (São José dos Campos, SP) Usa-se o verbo enganar quando alguém "engana outrem com o uso de meias verdades". Por exemplo, "eu não roubei, eu abro minhas contas bancárias e vocês não vão achar nada", quando a verdade é que compra imóveis com dinheiro vivo que não passa pelos bancos... Maria da Graça Pimentel (São Carlos, SP) Já dizia o general Augusto Heleno: prisão perpétua a presidente desonesto. Alexandre Missael Kozerski (Foz do Iguaçu, PR) Wassef é aquele que não sabia que Fabrício Queiroz estava havia meses em seu sítio? ("Wassef quebra silêncio sobre investigação da PF e se diz alvo de mentiras em esquema das joias", Política, 13/8). Josi Gomes (Brasília, DF)Cartão de crédito Por causa das pessoas descontroladas, que gastam mais do que podem, todo mundo vai sofrer as consequências? Eu vou ter que pagar mais juros como modo de tentar disciplinar os inconsequentes? ("Associações criticam fim do parcelamento sem juros no cartão de crédito", Mercado, 12/8). Eliane Freitas (São Paulo, SP) Faltou dizer que não existe pagamento sem juros. Só poderia haver parcelamento "sem juros" de maneira transparente se houvesse desconto à vista, o que raramente existe. Não tem almoço grátis! Daniela Franco (São Paulo, SP) Recentemente comprei um tênis de corrida que eu não compraria se não houvesse a opção de parcelamento. O consumidor sairá muito prejudicado, é certo. No meu círculo social, não conheço alguém que compre à vista algo que custe centenas de reais, a não ser em mês de 13º salário. Qual seria a alternativa genial proposta pelos bancos? Colocar juros no parcelamento a ponto de o consumidor pagar o dobro pelo mesmo produto? João Gabriel Fernandes (Guarulhos, SP)Imobilidade social A mais eficiente instituição para promover a exclusão e a não mobilidade social é a escola pública básica ("Brasileiro pobre precisaria viver nove gerações para chegar à classe média", Mercado, 12/8). José Paschoal Pimenta (São Paulo, SP) E só precisa de uma geração para ficar pobre. O que os dois governos Lula deram com uma mão, o governo Dilma tirou com as duas. Rauland Borba Batista (Vitória de Santo Antão, PE) Diariamente atendo crianças que, em casa, só comem bolacha e são criadas por vizinhos, pois os pais são "escravizados" dos subempregos e o dinheiro mal dá pra sobreviver. Educação é a base. Mas não é o único elemento dessa base. Roberta Melissa Oliveira Sales (Diadema, SP) Com a classe política do Brasil, nem em nove gerações. Os políticos roubam o futuro do povo. Rubens Gonçalves (Curitiba, PR)Rivalidade entre mulheres Acompanho mulheres que se lançam em atividades antes ditas masculina e vejo que elas se acompanham cada vez mais, repassando conhecimentos, experiências e, por que não, dificuldades pessoais ("Mulheres são criadas para serem rivais?", Mariliz Pereira Jorge, 12/8). Regina Célia Baldin (Belo Horizonte, MG) Sempre me perguntei por que mulheres são rivais e invejosas. Na atualidade, a inveja é direcionada para Janja. Outra coisa que me pergunto é por que há mulheres machistas, que criam meninos machistas. Raymundo de Lima (Maringá, PR)Millôr, 100 anos "A diferença fundamental entre direita e esquerda é que a direita acredita cegamente em tudo que lhe ensinaram, e a esquerda acredita cegamente em tudo que ensina." Independente, lúcido. Faz tanta falta ("100% Millôr", Ruy Castro, 12/8). Nelia Rios (São Paulo, SP)
2023-08-13 21:30:00
paineldoleitor
Painel do Leitor
https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2023/08/leitores-homenageiam-jose-murilo-de-carvalho-um-dos-maiores-intelectuais-do-brasil.shtml
A fórceps
Com votação final esperada neste mês na Câmara dos Deputados, o novo marco fiscal, mesmo sem um controle rígido de gastos, representará um desafio para o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).A tarefa será garantir sua credibilidade por meio do pleno cumprimento dos limites das despesas e da redução contínua do déficit das contas do Tesouro. As metas traçadas são de cumprimento muito difícil nas condições atuais.O rombo de R$ 145,4 bilhões (1,4% do PIB) projetado para este ano, segundo os cálculos mais recentes da área econômica, terá de se transformar num superávit equivalente a 1% do PIB até 2026.A diferença, próxima a R$ 250 bilhões, representa o tamanho do ajuste necessário, que demanda ações do lado da receita e dos gastos. O governo erra ao sinalizar que só dará atenção a coletar mais impostos —como se houvesse grande margem para elevar uma carga tributária já exorbitante.Qualquer esforço sério de saneamento de contas também precisa passar pelas despesas, que se concentram em Previdência, assistência social e salários do funcionalismo. O pouco que sobra, cerca de 10%, tem destinação mais livre, incluindo investimentos, que deveriam ser preservados.A rubrica mais promissora a ser trabalhada é o custo dos servidores ativos, que, pela metodologia do Fundo Monetário Internacional (FMI), ronda 12% do PIB nos três níveis de governo, um dos maiores patamares do mundo.Uma reforma administrativa, contudo, é tabu para a Planalto, dadas as origens sindicalistas do PT e de Lula. O partido e o governo já fizeram saber que trabalharão contra qualquer tentativa de conter remunerações e reduzir o alcance da estabilidade funcional.Mas nos últimos anos, felizmente, o Congresso deu mostras de pragmatismo em temas de interesse nacional —tomando as rédeas da reforma previdenciária sob Jair Bolsonaro (PL) e sustando a ofensiva petista contra o marco do saneamento, por exemplo.É positivo que parlamentares compreendam a necessidade de enfrentar as distorções do serviço público, a despeito do lobby das corporações. É relevante a afirmação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que o governo terá de entrar na discussão da reforma administrativa "forçadamente" ainda neste ano.Os deputados já aprovaram uma proposta de emenda constitucional que modifica critérios de estabilidade, institui novos modelos de contratação e abre espaço para mudanças nas carreiras. O texto decerto merece debate e aperfeiçoamento, mas pode ser um bom ponto de partida para a tramitação a recomeçar no Senado.editoriais@grupofolha.com.br
2023-08-13 22:00:00
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Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/08/a-forceps.shtml
Os inimigos do livro
O mundo da educação assiste consternado a algo que até então parecia improvável: um secretário da Educação combater livros didáticos. Para justificar o injustificável, Renato Feder, de São Paulo, declarou nesta Folha sobre os livros do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD): "(...) Perderam qualidade, profundidade e conteúdo. Estão superficiais" ("Secretário de Educação de SP diz que livros didáticos escolhidos pelo MEC são superficiais", 2/8).Ora, só nos resta uma constatação: o secretário Feder fala com propriedade sobre aquilo que desconhece. Ele não é do mundo da educação; seu negócio é outro. Senão, vejamos.O PNLD é um programa educativo criado em 1985 e sucessor do Conselho Nacional de Livro Didático, instituído em 1938 durante o governo Getúlio Vargas. Atualmente, antes de chegarem às salas de aula, os livros didáticos do PNLD passam por um rigorosíssimo processo de avaliação, permanecendo em produção, em média, por três anos: cumprem um edital estabelecido pelo Ministério da Educação, este por sua vez ancorado em regras normativas baseadas na Lei de Diretrizes e Base, Diretrizes Curriculares Nacionais e no mais novo documento normativo da educação brasileira, a Base Nacional Curricular Comum, de 2017.Após a produção, as obras são submetidas a uma competente banca avaliadora formada por acadêmicos das principais universidades brasileiras e professores da educação básica. Em seguida a esse trâmite, são aprovadas ou reprovadas. Professores de escolas públicas de todo o país recebem, então, um guia com os livros aprovados. Somente após esse filtro é que são escolhidos e, enfim, encaminhados aos alunos.Toda essa trajetória hercúlea faz o livro didático brasileiro situar-se entre os melhores do mundo. A sociedade precisa ser esclarecida sobre esse fato para refutar mentiras —os livros didáticos são de altíssima qualidade. Não são escritos à revelia, ao léu. Há um longo percurso pautado por solidez conceitual, respeito à relação ensino-aprendizagem e rigor editorial.O secretário afirma: "Estão superficiais". Ora, se há algo que não existe nos livros didáticos brasileiros é superficialidade. Está claro: o senhor Feder não leu os livros. Para além do ritual avaliativo ao qual são submetidas, as obras didáticas são construídas a partir de embasamento científico e em fina sintonia com pesquisas científicas. Suas fontes são primárias, balizadas em relatórios dos principais organismos nacionais e internacionais. E são atualizadas. Não percebeu isso, senhor secretário? Talvez, por descuido, tenha aberto uma das apostilas produzidas pelo governo de São Paulo, cujas fontes precárias poderiam até ser cômicas se não fossem trágicas.O indisfarçado desejo de desqualificar os livros didáticos é o mote para o secretário apresentar sua solução mágica para a salvação da educação paulista: colocá-los em seu lugar um conteúdo digital. A secretaria da Educação paulista age assim exatamente no momento em que a Unesco acaba de desaconselhar o uso maciço de tecnologias digitais na educação. Tecnologia, sim, mas na dosagem adequada. Países com avançados índices educacionais estão procedendo dessa forma, pisando no freio da educação digital, que não se mostrou tão eficiente quanto se pensava. Mais Para a combinação correta entre educação e cultura digital, o ideal é exatamente como propõe o PNLD, que em seus editais equaciona o uso do livro impresso como protagonista e a tecnologia digital subsidiando as coleções didáticas. Combinação correta. A proposta irresponsável apresentada em São Paulo conduz ao uso excessivo de tela entre crianças e adolescentes. Estudiosos das áreas de oftalmologia e oftalmopediatria devem ter ficado estarrecidos com tal despropósito.Sabe-se do infeliz estágio de desigualdade em que se encontra o Brasil e São Paulo. Fazemos nos valer aqui de um alerta dado no relatório "Monitoramento Global da Educação", divulgado pela Unesco recentemente: "Tecnologia a serviço de quem?". Na atual conjuntura e da forma estapafúrdia como se propõe em São Paulo, não temos dúvidas: do acirramento da injustiça. Haja atenção!TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2023-08-13 22:00:00
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Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/08/os-inimigos-do-livro.shtml
Mel e Thor lideram nomes para cães em plataforma; vira-latas são maioria
Se você tem um cachorro, vira-lata, chamado Mel ou Thor, saiba que não está sozinho.Os SRD (sem raça definida) continuam sendo maioria nos lares (mostra o PetCenso 2023. O levantamento traz informações do banco de dados da plataforma da Petlove, que conta com mais de 2,5 milhões de pets cadastrados, e mostra também a preferência de nomes para cães e gatos.O primeiro PetCenso foi realizado em 2016, quando os vira-latas já eram os favoritos. Atualmente, segundo o Grupo Petlove e DogHero, 40% dos cães cadastrado são SRD, seguido por cachorros das raças shih tzu (12%) e yorkshire terrier (5%).Ainda de acordo com o levantamento, 51,2% dos cachorros são machos e 48,8%, fêmeas. Mais Veja o ranking:Raças de cães (nacional)SRD – 40% shih tzu – 12% yorkshire terrier – 5% spitz alemão – 4% buldogue francês – 3% lhasa apso – 3% poodle – 3% golden retriever – 3% pinscher – 2% dachshund – 2%Top 10 nomes de cães (nacional)1º Mel 2º Luna 3º Nina 4º Thor 5º Amora 6º Luke 7º Mag 8º Maia 9º Teo 10º LolaNomes de cães (região Sudeste)1º Mel e Thor 2º Luna e Luke 3º Nina e Teo 4º Amora e Bob 5º Maia e FredNomes de cães (região Norte)1º Mel e Luke 2º Luna e Thor 3º Mag e Apolo 4º Nina e Chico 5º Pretinha e OttoNomes de cães (região Nordeste)1º Mel e Luke 2º Luna e Thor 3º Amora e Apolo 4º Nina e TeoTop 10 nomes de pets (cães e gatos – nacional)1º Mel 2º Luna 3º Nina 4º Amora 5º Thor 6º Luke 7º Mag 8º Maia 9º Teo 10º LolaTop 10 nomes de gatos (nacional)1º Nina 2º Mia 3º Mel 4º Luna 5º Lua 6º Amora 7º Simba 8º Chico 9º Tom 10º PandoraRaças de gatos (nacional)SRD – 98% azul russo – 0,2% gato de bengala – 0,2% snowshoe – 0,1% siberiano – 0,1% abissínio – 0,1% pelo curto inglês – 0,1% himalaio – 0,1% korat – 0,06 curl americano – 0,05
2023-08-13 16:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/bom-pra-cachorro/2023/08/mel-e-thor-lideram-nomes-para-caes-em-plataforma-vira-latas-sao-maioria.shtml
Atriz de 67 anos é novo rosto da Zara na Espanha
Musa de Almodóvar e Buñuel, atriz laureada com o Goya, mãe de 5, avó de um punhado, Ángela Molina (Madri, 1955) é o novo rosto da campanha da Zara, do gigantesco grupo espanhol Inditex.O anúncio foi feito esta semana e, em geral, celebrado como uma vitória contra o etarismo (embora, claro, não faltem críticas ao que seria considerado um oportunismo da marca etc).Seja como for, e sem trocadilhos, Molina não é uma novata: aos seus 67 muy bien vividos anos, é um ícone do que-se-lixe,-sou-velha-e-bela faz tempo -- e sua força aka couro duro vem também de já ter passado por seu quinhão de episódios #ageshaming.Como o mais recente, de 2019, que envolveu uma clínica de estética em Múrcia.Com um anúncio que correu a Internet e incendiou os ânimos da opinião pública espanhola, o estabelecimento mostrava fotos de Molina xovem e Molina-atual, acompanhadas da seguinte legenda (tradução livre mía, vejam o original abaixo):"Entre passar do ponto e 'não fazer nada' existe o meio-termo: 'Melhorar sem Transformar' para retardar o envelhecimento e chegar aos 60 com um melhor aspecto do que esta bela atriz, que se largou demais".E completa, pra cereja do botox: "e olha que o Photoshop funciona...."Aye.Na época, a médica responsável pela clínica, Virtudes Ruiz, comentou ao Huffington Post (perplexa, tadinha): "Recebemos insultos e ameaças por parte de grupos extremistas [!] por conta da publicação e não entendemos essa perseguição... Acreditamos que não dissemos nada ofensivo".A intenção, afirmou, era 'apenas' dar a entender que, "se você faz um tratamento estético, pode chegar melhor a certa idade"."Não tem maior importância e estamos seguros de que ela não vai se importar", completou. Ô, desastre de resposta.À Vanitatis, revista do El Confidencial, Molina declarou depois que não processaria a clínica. E emendou, elegante: "não me importo que me digam que eu tenho rugas. São minhas e estou encantada".****Essa é a história oficial. Não dá pra saber se, lá no íntimo, a Molina ficou doída. É bem possível. Deve ser um saco passar a vida sob escrutínio público e se meter em embrulhadas à própria revelia. Celebro sua beleza, inclusive em outdoors de uma marca de fast fashion. Necessitamos mais disso. E celebro sua inteligência, referência para as que estamos a caminho.Em entrevista para La Voz de Galícia no ano passado, ela refletiu: "Já estou entrando na velhice e a amo pelo que ela é, que é o tempo de vida"."E, é lógico, a beleza vai se perdendo. Mas, também, o que é a beleza senão viver?"."O resto é consequência de ser uma pessoa que passa por todas as fases. É preciso também saber se despedir da beleza..."(Siga meu perfil no Instagram)
2023-08-13 14:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/normalitas/2023/08/atriz-de-67-anos-e-novo-rosto-da-zara-na-espanha.shtml
Fã recria famosas sandálias de Steve Jobs leiloadas por mais de R$ 1 milhão
Um fã do fundador da Apple Steve Jobs (1955-2011) conseguiu fazer com as próprias mãos uma réplica idêntica às famosas sandálias usadas pelo empresário nas décadas de 1970 e 1980 e que foram leiloadas em novembro do ano passado por mais de US$ 218 mil (cerca de R$ 1,1 milhão pela cotação atual).O criador do produto que atende pelo nome de Josewong afirma não ter sido ele o comprador do calçado original, mas que agora tem recebido os parabéns por teoricamente ser dono da sandália. Mas é, de fato, uma réplica, como afirmou ao Wall Street Journal."Steve Jobs sempre foi alguém que eu admiro. Seu estilo de vestir, especialmente suas sandálias únicas, é sempre algo que as pessoas gostariam de imitar ou experimentar", comentou.A preparação durou cerca de cinco meses e Josewong conseguiu reproduzir fielmente cada parte surrada e com vinco das sandálias de camurça de Jobs. "Tentei combinar todos os detalhes do par original."Curiosamente, o criador conta que nunca viu pessoalmente os calçados de Jobs e que sua confecção saiu apenas ao ver fotografias. "Não foi fácil", disse.
2023-08-13 11:20:00
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https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/08/fa-recria-famosas-sandalias-de-steve-jobs-leiloadas-por-mais-de-r-1-milhao.shtml
Produtor musical toca violão enquanto é submetido a uma cirurgia de cérebro; assista
O produtor musical Maurício Alkinder Stemberg, 55, resolveu tocar violão durante uma cirurgia de retirada de um tumor no cérebro. O caso aconteceu em Curitiba e surpreendeu a todos do Hospital Cajuru. A cirurgia durou quatro horas e foi um sucesso.O fato de o paciente ficar acordado acontece justamente pelo fato de ajudar os médicos a identificaram alguma lesão na parte neurológica com o decorrer do procedimento. A maior preocupação do produtor era se a habilidade musical dele seria afetada."Eu estou muito feliz com os planos futuros. Vou ter condição, sem sequela. Maravilhoso. Deus abençoou as mãos do doutor", afirmou o paciente ao G1.O procedimento começou com Maurício sedado para que os médicos pudessem mapear o local. Depois, a sedação foi diminuindo e ele acordou.Foi nesse momento que várias perguntas foram feitas e o paciente quis mostrar sua vocação musical no violão. Ele cantou Alcione (veja mais acima).O tumor havia sido descoberto três semanas antes da cirurgia.
2023-08-13 13:05:00
voceviu
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https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/08/produtor-musical-toca-violao-enquanto-e-submetido-a-uma-cirurgia-de-cerebro-assista.shtml
Ajustar a reforma
O Ministério da Educação anunciou que pretende apresentar até o início de setembro um projeto de lei com mudanças na grade curricular do novo ensino médio.As medidas incluem a ampliação da carga horária dedicada à parte comum (disciplinas tradicionais como português e matemática) e a redução da quantidade dos chamados itinerários formativos, que passariam de cinco para dois.Não se trata de inovação ambiciosa —o que é bem-vindo. A intenção do MEC é resolver o básico, e são muitas as circunstâncias em que o poder público não deve ter a pretensão de reinventar a roda.A crise do ensino médio combina preconceito ideológico com problemas técnicos na implementação da reforma aprovada no governo de Michel Temer (MDB).Associações de alunos e professores mais identificados com a esquerda nunca aceitaram a medida, porque ela veio de uma gestão não só vista como direitista mas também acusada de golpismo. Pouco importa que as discussões que resultaram na reforma tenham começado em governos do PT. Esses grupos exigiam a revogação total.Ceder a essa demanda teria sido um erro, já que a premissa básica da remodelação —ampliar a autonomia dos alunos para que desenhem suas próprias trajetórias a fim de tornar o curso mais atraente e, assim, reduzir a evasão escolar— permanece válida.As alterações, no entanto, eram de grande alcance, e as redes não estavam preparadas para implementá-las. O resultado foram situações caóticas, que demandavam uma intervenção do MEC.A reforma prevê 60% da carga horária para o currículo comum e 40% para os itinerários. Contudo poucas unidades de ensino conseguiam oferecer ao corpo discente todas as trajetórias optativas previstas. Fazê-lo, afinal, demandaria mais professores e maior infraestrutura (laboratórios, salas de aula, material didático).Na prática, portanto, a oferta acaba limitada e repleta de improvisos. Como consequência, a autonomia dos alunos, um dos objetivos da reforma, não foi ampliada.Em alguns casos, estudantes passaram a ter menos aulas das disciplinas básicas, o que os deixava em desvantagem nos processos de seleção para universidades.A recalibragem com a qual o MEC agora acena é sensata. O currículo comum passaria a 80% da carga horária, e o diversificado, para 20%. Os itinerários seriam apenas dois: humanas e exatas/biológicas.Ainda há uma infinidade de detalhes a acertar, mas espera-se que, com a nova alteração, as redes consigam se reorganizar e, no futuro, possam oferecer um currículo de fato diversificado, com mais opções para os estudantes.editoriais@grupofolha.com.br
2023-08-12 22:00:00
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Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/08/ajustar-a-reforma.shtml
Como transformar os 'nem-nem' em 'com-com'?
Os resultados de um estudo recém-divulgado pelo IBGE —"Educação 2022 – Pnad Contínua"— voltaram a colocar em evidência um dos grandes desafios do sistema educacional brasileiro: o fato de que cerca de 20% dos nossos jovens com idades entre 15 e 29 anos estão afastados tanto do ambiente escolar quanto do mercado de trabalho.Mesmo com uma ligeira redução em relação ao ano anterior, quando o índice atingiu 22%, o cenário atual continua sendo de grande preocupação. A começar pelo entendimento de que não estamos falando de "um número", mas sim de aproximadamente 10 milhões de pessoas que "ainda têm toda uma vida pela frente". Dez milhões de cidadãos para os quais já estão faltando ao menos dois pilares essenciais na construção do próprio futuro: educação e trabalho. Difícil não se sentir incomodado diante da série de avanços dos quais o país ainda carece para que realmente possamos falar de uma (boa) educação para todos.Com olhar consciente, mas também esperançoso e realizador, não podemos deixar de analisar as diversas iniciativas que já estão em andamento na tentativa de melhorar esse quadro. Entre elas, uma das mais promissoras na vida dos jovens tem sido a oferta de educação profissional e tecnológica (EPT), especialmente a oferta dos cursos da educação profissional técnica de nível médio. Isso porque, por meio deles, os estudantes concluem a educação básica ao mesmo tempo que já se formam como técnicos numa determinada ocupação, desfrutando esse importante estreitamento entre educação e trabalho.Já existem exemplos bem-sucedidos nesse sentido, como nas escolas técnicas do Instituto J&F, idealizado e mantido pelos empresários Joesley e Wesley Batista, em que a aprendizagem proporcionada pelo acesso ao conhecimento formal adquire ainda mais concretude ao ser aplicada durante o estágio dos alunos numa das empresas da J&F, como JBS, Swift, Seara, Flora, Banco Original e PicPay. Remunerado, esse estágio tem início já na primeira série do ensino médio.Com isso, tal como o conteúdo da sala de aula é validado no dia a dia do trabalho, a dúvida experimentada durante o trabalho também é levada para a sala de aula, de forma que teoria e prática se complementam diariamente. Não por acaso, entre alguns impactos gerados pelo Instituto J&F destaca-se o caso dos formados entre 2015 e 2021 que tiveram um crescimento de 72% na sua renda familiar per capita. Na turma de formandos de 2022, 98% já estão com a sua carteira de trabalho assinada. Mais No macro, contudo, dos 9,2 milhões de estudantes brasileiros matriculados no ensino médio em 2022, apenas 8,3% estavam frequentando cursos técnicos —uma porcentagem ainda muito pequena, principalmente quando temos em vista o imenso potencial das juventudes brasileiras mediante a adoção mais efetiva dessa modalidade de ensino. E, principalmente, quando também sabemos que, segundo o próprio IBGE, a taxa de desemprego na faixa etária de 18 a 24 anos subiu para 18% no 1º trimestre deste ano, um aumento de 1,6 ponto percentual em comparação com o 4º trimestre de 2022, fazendo com que a desocupação entre os jovens seja maior do que o dobro da média.Se quisermos não só impedir um novo aumento como ainda diminuir esse número, precisamos de um esforço conjunto. De um amplo movimento orientado pelo entendimento de que, não importa se na condição de poder público ou de iniciativa privada, somos todos atores sociais aos quais também compete a responsabilidade pelo futuro dos nossos jovens. E, por isso mesmo, pelo futuro da educação. Mais Como um centro de educação para os negócios que apoia negócios a se transformarem em empresas educadoras, o Instituto J&F atua para que cada vez mais empresas entendam que gente é tudo. A começar pelos nossos jovens que precisam urgentemente se libertar do estigma de "nem-nem" para finalmente se tornar aquilo a que cada um deles é assegurado no seu pleno direito de ser: os jovens brasileiros "com-com".TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2023-08-12 22:00:00
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Saber-se pai, cambalhota tripla de alegria e vertigem
São Paulo, quarta-feira, 23h. Estirado na cadeira da sala, tuíto alguma banalidade acompanhada de uma sonolenta partida da Copa Libertadores 2015: Palmeiras contra não me lembro quem. Minha esposa aparece com a velha e conhecida frase: "Tenho uma notícia para te dar".Introdução perigosa. Ela está acostumada a interromper os repórteres de futebol sem um prólogo. Eu penso: algo importante aconteceu. Algo realmente fora do comum, e o que é fora do comum costuma ser muito bonito ou muito feio. Milésimos de segundos de silêncio. Mil anos no meu corpo.Um segundo depois, ela me apunhalou impiedosamente com um sorriso virginal, novo, e uma verdade nunca antes ouvida: "Estou grávida!". Começou a chorar como uma menina, depois como mãe. Forte.De lá, o abraço da festa, a música dentro, a gratidão infinita a Deus e a alegria que brota como uma nascente... A vertigem diante do abismo.Como um mágico, a vida começa a brincar com sentimentos, desejos e memórias. Eles vão daqui para lá, levando você centripetamente ao seu eixo fundamental: um centro totalmente desconhecido 15 segundos atrás. Uma viagem muito rápida para o mais distante: as profundezas, as camadas da existência, algo que está muito mais longe do que Plutão... Ali onde brota a vida mais fértil e genuína.Uma cambalhota tripla: passar de ser você mesmo para começar a ser algo diferente que também é você mesmo, mas está fora do próprio corpo.Sua vida batendo fora de sua vida, mas muito mais inserida em sua vida do que você mesmo está na sua. Uma loucura inexplicável. É a carne de sua carne em outra carne.A partir daquele momento, a dimensão "lugar" é a distância que me separa daquele novo corpo. Nesse mundo tecnológico, agora estou realmente conectado.Assim, um assunto sem a menor relevância na história da humanidade quebrou minha existência do mesmo jeito que quando eu era menino e, com uma bola, destruí uma estatueta única de Dom Quixote que estava na biblioteca da minha casa.A vida. Esse acontecimento irreparável, essa missão imensa que me vem, explode e me reúne ao mesmo tempo, numa dinâmica a que sou conduzido pela primeira vez. O segundo filho será outra festa, mas na linguagem binária a mudança de 0 para 1 é gigantesca e impactante.Alguns dias se passaram. Escutei fascinado aquela locomotiva que é a batida do coração de um ser humano seis semanas depois de ser concebido. Ouvi meu próprio batimento cardíaco amplificado em estéreo: um eco da minha ansiedade naquele trem a todo vapor de 160 batidas por minuto. Descobri ali, naquele solo de percussão, que com um centímetro a gente já bate. Um centímetro. Eu escrevo. Não entendo.Desde então, o brotinho foi germinando aos poucos no ventre da mulher que amo. Sem pressa, mas sem pausa, o insondável milagre da vida é tecido com meticulosidade.Eu vislumbro que a minha vida mudou para sempre. A partir desse momento eu cresço com essa nova vida e expando. Como aquele pedacinho de mercúrio com que eu brincava quando criança quando o termômetro quebrava: ele se separava e juntava, uma e outra vez... Essas duas partes que somos, misteriosamente, sempre se encontrarão.Desde aquele dia o sinal do roteador do meu coração está batendo um pouco aqui no meu corpo e um pouco ali —naquela carne indomável, mas própria que são os filhos.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2023-08-12 22:00:00
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Roda Rico e Escape Room lançam cabine com desafio nas alturas em SP
A Roda Rico —a roda-gigante mais alta de sua categoria na América Latina, plantada no parque Cândido Portinari, na zona oeste de São Paulo— se uniu ao Escape Hotel em uma parceria que promove um desafio nas alturas.Quem escolher a cabine do jogo, que será lançada no dia 16 de agosto e abrirá às quartas-feiras, deverá resolver um jogo que mistura elementos de espionagem e investigação hacker no fim do mundo em 25 minutos, que é o tempo que a roda leva para uma volta completa.O jogo é voltado para todas as idades e funcionará das 12h às 19h em agosto —no mês da estreia os grupos que conseguirem concluir a missão ainda poderão dar mais um giro na atração e aproveitar o passeio.Os ingressos para a experiência, vendidos pela plataforma Sympla, custam R$ 520 para a cabine completa com até seis pessoas. Os clientes da plataforma Rico têm 20% de desconto na compra do ingresso. Quem não quiser brincar mas ainda assim dar uma volta da roda-gigante pode desembolsar a partir de R$ 59 na entrada. Mais
2023-08-13 18:00:00
passeios
Passeios
https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2023/08/roda-rico-e-escape-room-lancam-cabine-com-desafio-nas-alturas-em-sp.shtml
Lula também enfrentou corporativismo da PRF em 2003
Em 2003, no início do primeiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demorou dois meses para afastar o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, general da reserva Álvaro Vianna de Moraes, acusado de não fornecer documentos à Polícia Federal e não cumprir duas decisões judiciais.Atribui-se essa indefinição à opção de Lula, que não se deixaria influenciar pela mídia.Em 2023, Lula iniciou o terceiro mandato com o desafio de conviver com parte da PRF inflamada pelo bolsonarismo do ex-diretor-geral, Silvinei Vasques. Exonerado em outubro de 2022, ele ainda seria influente em segmentos da corporação. Temia-se novos confrontos.A prisão preventiva de Vasques, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, se justificaria diante do risco de o ex-comandante exercer pressão sobre testemunhas ou de eliminar provas."Pessoas próximas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizem que ele não gosta de ser 'pautado' pela imprensa", escrevi em fevereiro de 2003.("Anatomia da Reportagem" - Publifolha - pág. 79)Em reportagem publicada na Folha, no dia 14 de fevereiro de 2003, revelei que o Ministério Público Federal havia pedido à Justiça a decretação de busca e apreensão de documentos na Polícia Rodoviária Federal ao investigar a suspeita de fraude na aquisição, sem licitação, de 220 veículos da General Motors em 1995.O então diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, general da reserva Álvaro Vianna de Moraes, foi acusado de não fornecer documentos à Polícia Federal e de não cumprir duas decisões judiciais.Em dezembro de 2002, o corregedor-geral da Polícia Rodoviária Federal informara ao juiz da 12ª Vara Criminal do Distrito Federal, Marcus Vinícius Reis Bastos, o desaparecimento do processo administrativo sobre a aquisição.O então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, interpelou o diretor da PRF e fixou prazo para o órgão esclarecer o suposto sumiço do processo. Moraes dirigia a PRF desde dezembro de 1999 e fora mantido no cargo por Thomaz Bastos.Moraes consultou o MPF se havia determinação judicial não atendida. "A resposta, lamentavelmente, é afirmativa", informou o órgão.Em janeiro de 2003, o titular da Justiça havia sido procurado por petistas insatisfeitos com a manutenção do general na direção da PRF.Três parlamentares, liderados pelo deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR), mostraram um relatório com outras supostas irregularidades na gestão do militar. Havia a suspeita de superfaturamento em outra aquisição de veículos e supostas ilegalidades na compra de helicópteros em 2001.Um mês antes, o Tribunal de Contas da União enviara à Controladoria Geral da União cópia do processo da compra dos helicópteros, destacando o "ilícito de substituição de páginas do contrato".O dossiê que Thomaz Bastos submeteu à consultoria jurídica da pasta também apontava supostas irregularidades na prestação de serviços e no pagamento de vantagens aos servidores."Desconfiei que o governo trocaria o comando da Polícia Rodoviária Federal sem dar publicidade ao fato, talvez para não deixar evidente que agira motivado por uma revelação da imprensa", escrevi no livro.A assessoria de Thomaz Bastos prometera confirmar com antecedência a substituição, tida como certa, mas o assunto era sucessivamente postergado. Passei a consultar diariamente os atos administrativos do Ministério da Justiça, no segundo caderno do Diário Oficial da União.A exoneração de Moraes, a pedido, por ato do então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, só veio a ocorrer em abril. Thomaz Bastos enviara à Casa Civil o nome do sucessor havia mais de um mês.Em correspondência à Folha, o general Álvaro Vianna de Moraes disse que se sentia "profundamente ofendido por ter sido alvo de notícias inverídicas sem nenhuma oportunidade de pronunciamento".Moraes foi procurado pelo jornal antes da publicação das reportagens. Segundo sua assessoria, ele estava em viagem de férias.Vinte anos depois, as férias do ex-diretor Silvinei Vasques coincidiram com alguns momentos decisivos das investigações sobre as suspeitas de interferência da Polícia Rodoviária Federal, no segundo turno das eleições presidenciais de 2022, para favorecer Jair Bolsonaro.No dia 15 de novembro de 2022, o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro pediu o afastamento de Vasques por 90 dias pelo uso indevido do cargo. Um dia depois, o diretor-geral da PRF entrou em férias.Em 6 de dezembro de 2022, um dia depois do término das férias, o general Augusto Heleno, ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) no governo de Jair Bolsonaro, nomeou Vasques como integrante da Comissão de Coordenação do Programa Nuclear Brasileiro.No dia 20 de dezembro de 2022, foi publicada no Diário Oficial da União a exoneração de Silvinei Vasques da função de diretor-geral da PRF, em ato assinado pelo chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira.
2023-08-11 21:17:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/frederico-vasconcelos/2023/08/lula-tambem-enfrentou-corporativismo-da-prf-em-2003.shtml
Michelle Bolsonaro publicou vídeo dançando um dia antes de ser intimada para depor na PF sobre joias
A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro deverá ser intimada a depor pela Polícia Federal no caso das joias. Nesta sexta-feira (11), internautas perceberam um detalhe curioso: um dia antes dela ser incluída na lista de depoimentos da investigação, ela surgiu dançando ao som de "La vie en Rose", de Edith Piaf, em seu perfil nas redes sociais. Ela usava um vestido rosa, que fez muita gente se recordar de Barbie.Conforme divulgado pela PF nesta sexta, um diálogo mostra Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, afirmando que uma joia "já teria ido com a dona Michelle". Sendo assim, a investigação já confirmou que ela será intimada para falar sobre a declaração.Ainda na noite desta sexta, os stories de Michelle mostram ela parada com o mesmo vestido rosa, em uma pose de modelo, ao som de "Flowers", de Miley Cyrus. Mais Mais cedo, a PF realizou operações contra suspeitos de vender ilegalmente joias e presentes recebidos por Jair Bolsonaro durante a Presidência. Quatro mandados de busca e apreensão em Brasília (DF), São Paulo (SP) e Niterói (RJ) foram cumpridos.
2023-08-11 21:30:00
voceviu
Você viu
https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/08/michelle-bolsonaro-publicou-video-dancando-um-dia-antes-de-ser-intimada-para-depor-na-pf-sobre-joias.shtml
PAC ressuscitado
Com a divulgação do novo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiu ao menos atingir o objetivo propagandístico.O PAC é referência tradicional para o petismo. As edições anteriores privilegiavam a ação do Estado e foram, em boa medida, frustradas por má concepção, ineficiência e, não raro, corrupção. Espera-se, ao menos, que desta vez tais vícios não sejam repetidos. A promessa de maior parceria com o setor privado, portanto, é bem-vinda.Como em outros episódios, fica clara a busca por reviver o que teria sido o período de glória dos dois primeiros mandatos de Lula, quando a economia do país crescia mais, não sem ajuda de condições externas propícias.A meta do novo programa —investimentos de R$ 1,7 trilhão, dos quais R$ 1,4 trilhão a serem executados até 2026— impressiona, mas inclui uma coletânea de projetos já existentes e que seriam realizados com ou sem a marca.O valor agora aventado passa por nove eixos de atuação: inclusão digital, saúde, educação, infraestrutura social, cidades sustentáveis, água, transportes, transição energética e defesa.São R$ 343 bilhões em investimentos de empresas estatais, centrados em projetos da Petrobras, sobretudo na área de extração de petróleo, que já constam do plano de negócios da companhia. A inclusão no programa não deixa de configurar certo ilusionismo.De positivo, há o foco na retomada de obras inacabadas, incluindo empreendimentos logísticos importantes, como a Ferrogrão, com leilão planejado para o final do ano. Também deve ser saudada a retomada de projetos habitacionais, de desenvolvimento urbano e o foco em educação e saúde.Na área de moradia, trata-se da reedição de outro programa petista, o Minha Casa, Minha Vida, que teve o mérito de entregar residências —mas o fez sem considerar temas essenciais para a redução da desigualdade, em especial a geografia e o acesso à infraestrutura.No saneamento, setor essencial para a qualidade de vida, em especial na primeira infância, fica a dúvida do compromisso, já que o governo não esconde sua visão avessa à prestação de serviços por empresas privadas. Que haja pragmatismo e maior abertura.Por fim, há R$ 371 bilhões em aportes diretos do governo federal, que devem se encaixar no Orçamento, com as limitações impostas pelo novo marco de controle das despesas que substituiu o teto constitucional de gastos.Descumprir a responsabilidade fiscal e praticar contabilidade criativa, como na gestão de Dilma Rousseff (PT), será a pior das hipóteses para o programa relançado.editoriais@grupofolha.com.br
2023-08-11 22:00:00
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Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/08/pac-ressuscitado.shtml
Polícia letal
Segundo a 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 6.430 pessoas foram mortas pela polícia em 2022, o que representa 18 mortes por dia e só 1% abaixo do número registrado em 2021.Nada justifica que um país em tempos de paz sofra com tamanha letalidade. Como comparação, 1.176 pessoas foram mortas pela polícia nos EUA em 2022, um recorde de acordo com o monitor Mapping Police Violence. A taxa é seis vezes menor do que a do Brasil, e lá há cerca de 130 milhões de habitantes a mais do que aqui.Rio de Janeiro, com 1.330 mortes, e Bahia, com 1.464, concentram 43% dos casos. Em outras palavras, as polícias de cada estado mataram mais do que todas as polícias dos EUA. Em apenas seis dias (de 28 de julho a 4 de agosto), foram 31 mortes causadas por forças de segurança da Bahia.Na segunda (7), um menino de 13 anos foi morto na Cidade de Deus, na zona oeste do Rio, durante operação policial. No último dia 23, outra criança, de 10 anos, havia sido morta em ação da PM em Salvador.Mesmo considerando as mortes por habitantes, Bahia e RJ ficam, respectivamente, em segundo e terceiro lugares, atrás apenas do Amapá, que possui a polícia mais letal em números relativos (16,6 mortes a cada 100 mil pessoas).Não há solução mágica para diminuir esses índices vexatórios. Especialistas apontam que, sem mecanismos de supervisão e controle, as polícias continuarão a usar abusivamente seu poder discricionário.Câmeras nas fardas dos agentes podem ajudar. Com elas, São Paulo e Santa Catarina diminuíram as mortes pela polícia entre 2021 e 2022. Mas não se trata de panaceia.Nos primeiros seis meses deste ano, na gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos), o número de mortes causadas pela PM paulista teve alta de 26%, em comparação com o mesmo período de 2022.Na Bahia, sob governos do PT, os óbitos saltaram de 354 para 1.464 entre 2015 e 2022.Independentemente da ideologia, os poderes estaduais e federal quase nada têm feito para resolver o problema, que configura clara infração ao Estado de Direito e aos direitos humanos.É urgente que se estabeleça um pacto na Federação pelo controle da atividade policial. Implementar projetos de segurança pública que respeitem a vida dos cidadãos, com treinamento de agentes e punição para abusos no uso da força, deve ser uma política de Estado.editoriais@grupofolha.com.br
2023-08-11 22:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/08/policia-letal.shtml
A operação policial em Guarujá foi bem conduzida? SIM
Logo no início da gestão do governador Tarcísio de Freitas, no dia 8 de fevereiro, recebi mais de dez representantes da Baixada Santista na Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo. Era a primeira de várias e extensas reuniões que tive com essas lideranças, que sempre traziam a mesma preocupação: o avanço territorial do crime organizado em nossas cidades litorâneas.Após anos de leniência e tibiez de gestões anteriores no enfrentamento ao crime organizado na Baixada, São Paulo agora tem um governo determinado a devolver à população todos os espaços tomados por criminosos e traficantes. Para quem não convive com o impacto brutal do crime, a ideia de que existam locais onde a polícia não entre pode parecer irreal. Para o governador e o comando da Segurança Pública, essa situação não é apenas irreal, mas terminantemente inadmissível.As polícias de São Paulo agem com coragem e não se omitem ante o recrudescimento de ataques contra as forças de segurança e da criminalidade contra a população de Guarujá, Santos e cidades vizinhas, em reação covarde dos bandidos às ações do Estado. Reforçamos ainda mais o policiamento e, em 23 de junho, iniciamos a Operação Impacto Guarujá.Pouco mais de um mês depois, no triste dia 28 de julho, um criminoso disparou contra uma viatura da Rota, matando o soldado Patrick Bastos dos Reis e ferindo na mão o cabo Fabiano Oliveira Marin Alfaya.Nos últimos meses, Reis foi o sétimo policial morto por bandidos na Baixada, que ainda registrou 12 agentes feridos em ataques criminosos. Imediatamente, a pasta deflagrou a Operação Escudo como um sinal claro de que iremos desarticular o tráfico de drogas e de que, em São Paulo, o território é da população. Mais Até sexta-feira (10), a Operação Escudo resultou em 313 criminosos presos, sendo 113 procurados pela Justiça, 15 adolescentes apreendidos, 44 armas ilegais a menos nas mãos do crime e 780 kg de drogas apreendidas. A quantidade de pasta-base de cocaína apreendida renderia R$ 1,5 milhão ao crime organizado se chegasse à Europa ou aos EUA.Como a Operação Escudo asfixiou ainda mais as finanças do crime organizado, a reação das quadrilhas foi violenta. No curso das ações policiais, 16 suspeitos que reagiram às abordagens foram mortos —um deles era um dos líderes do crime organizado na região, e 11 dos mortos tinham passagens policiais por crimes graves. Houve apreensão de pistolas e revólveres com números suprimidos, centenas de cartuchos de munição, radiocomunicadores e grandes quantidades de cocaína e maconha. Mais Nossa intenção não é e nunca será o confronto, mas a ação policial contra agressões e atentados criminosos é inegociável. Cada uma das mortes é investigada pelo Deic-Santos, com assessoramento do DHPP (divisão de homicídios) e pela Corregedoria da PM. Todas as imagens captadas pelas câmeras corporais, nos casos de equipes que as portavam, já foram encaminhadas aos órgãos responsáveis pelas apurações.Caso as investigações apontem indícios de irregularidade ou conduta indevida por parte de policiais, serão tomadas medidas legais e administrativas. Porém, a Secretaria da Segurança repudia com veemência qualquer tentativa de minar a credibilidade das polícias paulistas. Até o momento, nenhum laudo preliminar apontou ilegalidades ou comprovações de supostas denúncias. Tanto é que a Operação Escudo prossegue sem intervenções do Ministério Público ou do Poder Judiciário. Mais Com total respaldo do governador, a secretaria reforça a importância da continuidade da operação para desarticular o crime, retirar armas ilegais de circulação, apreender drogas e atacar a cadeia logística local e transnacional do crime. Gary Stanley Becker, vencedor do Prêmio Nobel e escritor da Teoria Econômica do Crime, observou que o crime é, essencialmente, uma atividade econômica. Assim, a melhor forma de enfrentá-lo é fazendo com que ele deixe de compensar.As polícias de São Paulo não se intimidam. Continuaremos a atuar de forma técnica, mas sempre com coragem e determinação. O compromisso primordial do governo paulista é a defesa irrestrita da sociedade e da cidadania, e as forças de segurança não se desviarão desse objetivo.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2023-08-11 22:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/08/a-operacao-policial-em-guaruja-foi-bem-conduzida-sim.shtml
Minha mãe tem um carro dentro da boca, diz leitora sobre prótese dentária
Dívida odontológica "Cidade de São Paulo tem 25 mil pessoas na fila para prótese dentária" (Saúde, 9/8). Muito triste isso. Mas acredito que mais coisas poderiam ser feitas para além do governo. Se eu pudesse, pagava um tratamento para essa senhora. Minha mãe tem um carro dentro da boca. Dois consignados para pagar o tratamento. Quem ainda pode fica endividado. Quem não pode fica banguela. Roberta Melissa Oliveira Sales (Diadema, SP)Consequências "Silvinei direcionou ação da PRF contra eleitores de Lula, indicam mensagens obtidas pela PF" (Política, 9/8). Que papo é esse de "perseguir ex-governo"? Não, a PF está prendendo criminosos, que atentaram contra a República brasileira, contra os direitos do povo brasileiro. Cana para essa gente que sabia muito bem o que fazia. Flavio Colker (Rio de Janeiro, RJ)Quem vai ser o primeiro a abrir a boca? Ou será como no Watergate, em que os que foram fiéis ao presidente bandido se deram mal? Hamilton Magalhães (Belo Horizonte, MG)Todos os agentes da PRF sabem que o diretor-geral deu ordens para bloquear estradas e ônibus, no intuito de prejudicar a votação na região do Nordeste, mais favorável ao presidente Lula. Agora terá que arcar com os crimes cometidos e comprovados. Justiça tarda, mas chega. Maria José de Carvalho (Recife, PE) Mais Separatismo "Zema desaba em ranking de popularidade digital após fala vista como separatista" (Política, 9/8). Minas Gerais é um estado meio Sudeste e meio Nordeste, sem falar nos milhões de descendentes nordestinos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Romeu Zema, por isso, com sua proposta de separatismo, pode ter cavado sua própria cova política. Terá sorte se conseguir se eleger senador em 2026. Antônio Beethoven Cunha de Melo (São Paulo, SP)Pode fazer o muro, mas não tentem pular para tomar banho de mar no Caribe brasileiro. Os europeus e americanos do hemisfério norte serão bem-vindos na condição de turistas e poderão gastar os dólares no Nordeste. Manoel Cardoso (Recife, PE)Combate à desigualdade "Narrativas hipócritas" (Tendências/Debates, 9/8). Assim como os articulistas Maria Hermínia Tavares e Thiago Amparo, Frei Betto coloca o dedo na ferida. Somos frutos do meio e o combate à miséria, fome e desigualdade social deveria ser prioridade de qualquer governo. Precisamos de mais vozes como as dos ministros Flávio Dino e Silvio Almeida. De investimentos pesados em educação e cultura e de uma reformulação do sistema carcerário brasileiro, que não reeduca e afeta prioritariamente homens pobres, jovens e negros. João Carlos Assumpção (São Paulo, SP)Dinâmica política "Ministério disputado libera emendas, e centrão pressiona Cidades e Educação" (Política, 8/8). Infelizmente, o jogo continua do mesmo jeito... Parece que não é secreto, mas as verbas continuam sendo distribuídas segundo interesses políticos e não prioridades sociais. Noel Neves (Poços de Caldas, MG)Aposentadoria "União para enquadrar a fila do INSS" (Tendências/Debates, 9/8). A principal solução é chamar para trabalhar os novos servidores concursados. O resto é paliativo. Rafael Rodrigues Schmitt (Lages, SC) Mais Teatro "Morre Aderbal Freire-Filho, um dos grandes diretores do teatro brasileiro, aos 82 anos" (Ilustrada, 9/8). O teatro estava em luto com a morte do maior de todos, Zé Celso, agora perdemos outro dos grandes, Aderbal Freire-Filho. Deise Soares Pedreira (Brasília, DF)Belo obituário, à altura do espírito envolvente e edificante de Aderbal Freire-Filho, figura provocadora, tão gentil e carismática em palavras e obras. Pena perder seu teatro e o de Zé Celso em um único ato. Vera Queiroz (Rio de Janeiro, RJ)A arte é uma maravilha. Aprendi muito lendo esta matéria e estranhamente é sobre a morte de um homem. O lindo é alguém ter escrito tão bem sobre o quanto foi criativa, lúcida e intensa a vida do artista. Morrer é inevitável. Viver como criador é uma escolha consciente. Adalto Fonseca Júnior (Vitória, ES) Mais Carga horária "Brasil testa semana de quatro dias de trabalho" (Mercado, 9/8). O problema é o trabalhador vender sua capacidade de trabalho no dia livre para outra empresa achando que assim ganharia mais, o que seria um engano. Ernesto Pichler (São Paulo, SP)Reconhecimento "Uísque em homenagem a ex-escravo que ensinou Jack Daniel vive boom nos EUA" (Mercado, 9/8). Muito bom! Colocando os pingos nos is! Diva Negri (Florianópolis, SC)Algo semelhante deve ter acontecido com as melhores cachaças no Brasil. Valdir Teixeira da Silva (São Paulo, SP)Discriminação "Clube de elite será alvo de manifestação por veto a babás em restaurante e uso de roupa branca" (Mônica Bergamo, 9/8). Não discriminam babás. Vocês não entendem? Discriminam pobres, pessoal da periferia. Eloisa Giancoli Tironi (São Paulo, SP)Obituário "Como seria sua morte na Folha?" (Flávia Boggio, 10/8). A continuar esse tipo de abordagem da mídia, o máximo que as pessoas vão querer quando chegar a morte é não serem lembradas. Marcos Antônio da Silva (Londrina, PR)Seminário Muito interessante o seminário "Como Renasce a Democracia" promovido pelo Sesc de São Paulo em 25 e 26 de julho. Só que o Sesc é gerido pela Fecomércio, cujo presidente ocupa o mesmo cargo há mais de 50 anos. Belo exemplo de democracia. José Ronaldo Curi (São Paulo, SP)
2023-08-11 20:00:00
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Painel do Leitor
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O feijão com arroz do pai na garoa fria de Londres
Passei o aniversário de 22 anos no hostel em que morei, por pouco mais de um mês, em Londres. Só para situar a antiguidade do fato, era 1992.Eu era um jovem mimado, arrogante e autodestrutivo. Viajei com dinheiro do meu pai, direto de três meses de vagabundagem na Califórnia.Privilegiado, sem dúvida, cheguei a Londres decidido a sofrer. E logrei êxito na tentativa, pois é fácil demais sofrer em Londres.O clima era tão ruim quanto diziam, ainda pior sem o aparato adequado para encarar a garoa gelada e incessante. Foi um mês, ou pouco mais, de roupas e sapatos molhados.No hostel, dormia num quarto de múltiplos beliches e cheiro de chulé. Mal cabia no banheiro. O subsolo tinha uma cozinha coletiva em que alemães faziam espaguete com ketchup.No afã de ganhar uns tostões, arrumei bicos surrealmente péssimos.Num deles, um picareta australiano enfiava quatro infelizes (eu mais três) no carro e os soltava em diferentes quadras da mesma região. Nossa missão: tocar todas as campainhas para vender pinturas deploráveis, quadros de palhaço e de menino chorão.Eu, por óbvio, só tomei porta na cara. No terceiro dia de humilhação, meu aniversário, cheguei para o boss e me demiti.Àquela altura da vida, poucas vezes eu havia me sentido tão mal.O frio, as caras fechadas, a distância de casa, tudo estranho, comida estranha. Um pouco too much para um pirralho de classe média-alta paulistana, ignorante de tudo que não fosse o quintal de casa.Exausto, molhado e com frio (a fome eu me acostumei a sublimar), cheguei ao hostel, pedi uma cerveja e fui papear com os outros estrangeiros.O telefone tocou, e a moça da recepção me chamou. Só poderia ser engano, ninguém que eu conhecia tinha aquele número.Não era engano. Era meu pai, que sei lá como pesquisou o telefone e ligou para me dar os parabéns.Chorei de alegria como agora choro de saudade.*Eu um mês, voltarei a Londres para passar pouco mais de um mês. Agora o pai sou eu.Minha filha faturou uma bolsa de mestrado e me convocou para ajudá-la na adaptação –seu marido só pode viajar no fim do ano.Vou empolgado, decidido a sofrer o mínimo possível. Vou disposto a distrair filha e neto da tristeza.Tarefa difícil –a tristeza, em Londres, é como a chuva fina–, mas tentarei.Com o devido respeito pelo fish and chips, vou resoluto a instalar um naco do Brasil na cozinha. Londres que ature a Cozinha Bruta. Ou seria Brutal Cuisine?Vou com ganas de revirar a cidade atrás de pão de queijo, cuscuz e tapioca. Vou cozinhar arroz e feijão –feijão com alho e toucinho, não o feijão doce do English breakfast.Quem sabe assim a saudade dá uma folga.*A recepcionista do hostel não falava português, mas entendeu tudo. Assim que desliguei o telefone aos prantos, ela me deu um abraço, um beijo no rosto –meu primeiro contato humano na Grã-Bretanha– e estendeu um Kit-Kat que normalmente custava dinheiro.Sem desmerecer a culinária inglesa, foi a melhor refeição da viagem.
2023-08-11 20:43:00
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Servidores públicos agiram como muambeiros, diz leitor sobre joias de Bolsonaro
Joias no avião "Bolsonaro usou governo para vender joias e receber em dinheiro vivo, aponta PF" (Política). Enquanto tinha gente na fila do osso passando fome, morrendo por falta de assistência médica, sem ter onde morar como consequência da pandemia; Amazônia e mata atlântica queimando; ianomâmis sendo dizimados, Bolsonaro e seus asseclas se locupletavam e pouco se lixam para o país e seus cidadãos realmente do bem. Carlos Campos (São Paulo, SP)Que escândalo, servidores públicos se degradando ao papel de muambeiros. Assim, perece a noção de República e só resta a facção. Hernandez Piras (São Paulo, SP)E ainda diziam que Bolsonaro estava deprimido e "não queria passar a faixa" ao novo eleito. O que queria é utilizar o avião presidencial no dia 30 de dezembro, justo em tempo de usufruir da mamata sem nenhum controle das muambas nas bagagens. Luci Mari Suzuki (Itália)Existem indícios apontados pelo ministro, mas ainda não se confirmou o que de fato ocorreu. Quero que Bolsonaro pague pelos supostos crimes, mas o jornalismo precisa ter paciência para esperar a conclusão do processo. Eduardo Batista (Brasília, DF)O mais impressionante nessa história é que todo mundo tem uma tia ou um vizinho que vai continuar defendendo o ex-presidente. Thomas Bustamante (Belo Horizonte, MG) Mais Moral destruído "Caso Cid lembra o alto custo da adesão militar a Bolsonaro" (Política). As Forças Armadas não podem aceitar essa esculhambação promovida por mentes perversas que continuam vestindo seu uniforme. Expulsar é o começo, para preservar a grandeza dos que vivem e trabalham honestamente nos quartéis. Antonio Ferreira da Costa Neto (Belo Horizonte, MG)Sou filho de militar e sei que há pessoas decentes na tropa. Por outro lado, é inegável que todo o trabalho de se dissociar dos crimes da ditadura foi por água abaixo. Bolsonaro, em sua sanha de destruição, destruiu também o moral das Forças Armadas. Ediney Fortes do Prado (São Paulo, SP)Bolsonarismo De modo contrário às inversões da realidade propugnadas por Reinaldo Azevedo ("O bolsonarismo tem de ser compreendido e banido, nunca tolerado", 11/8), o anterior chefe do Planalto governou respeitando as instituições e sempre deixando claro o seu apreço pela Carta Magna. Quanto ao bolsonarismo, ele é tolerante com a diferença e com a pluralidade. Todavia, sempre vale observar que maçãs podres podem aparecer em diversos lugares. Mostra isso muito bem o fato de o colunista outrora ter sido um sujeito de direita. João Paulo Zizas (São Bernardo do Campo, SP) Ao menos 36 pessoas morreram e milhares foram retirados de localidade turística e histórica na ilha de Maui - Maxar Technologies via Reuters e AFP Havaí "Cidade histórica e turística do Havaí é engolida por incêndio florestal" (Mundo, 11/8). As alterações climáticas serão catastróficas. A Covid será brincadeira de criança. Cientistas alertam, mas os governantes e a população nada fazem. Ivan Bastos (Nova Friburgo, RJ)Descrédito "STF volta a julgar revisão da vida toda do INSS; veja o que pode ser decidido" (Mercado). O STF caiu em descrédito quando permitiu a redução dos valores das pensões por morte, validando uma emenda inconstitucional, que deixou de suprir as necessidades da família dos contribuintes falecidos, mesmo após décadas de contribuição, em troca de um direito tolhido. Alberto Kiess (Rio de Janeiro, RJ)Tarefas domésticas "Mulheres dedicam 9,6 horas a mais do que homens a tarefas domésticas" (Mercado). Duvido que seja só isso. Paula Nogueira (São Paulo, SP)É verdade que os homens são preguiçosos e folgados. Também é verdade que as mulheres têm mania de limpeza. Ivo Ferreira (Rio de Janeiro, RJ)Filantropia "‘Não precisa ser rica pra fazer filantropia’, diz brasileira que já doou US$ 6 milhões a ONGs" (Rede Social). Concordo que não precisa ser milionário para contribuir com projetos sociais sérios, mas se uma pequena fatia dos que possuem grandes fortunas tivesse a consciência despertada na personagem dessa matéria, o mundo seria bem mais justo. Angela Oliveira (Brasília, DF)Obituário Médico infectologista, fui atraído pelo título e li o obituário da enfermeira Núbia ("Mortes: Enfermeira à frente da vacinação contra a Covid-19 em SP", Cotidiano, 11/8). Na jornada dela senti representada toda uma categoria de profissionais de saúde dedicados e sérios. Avançando na leitura, revivendo o auge da pandemia, a emoção veio incontida, coroada pelos olhos marejados ao chegar no desfecho, uma morte discreta, singela e, quem diria, por uma infecção respiratória, que ela tanto combatia. Aos familiares deixo uma palavra de alento. A vida dela teve sentido. Algo cada vez mais raro. Evaldo Stanislau (Santos, SP)
2023-08-11 20:00:00
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Exposição de Marta Minujín faz sucesso na Pinacoteca; veja como ir de graça
A grande obra inflável e colorida na entrada na Pinacoteca de São Paulo já chama a atenção para o que a exposição "Ao Vivo" de Marta Minujín traz. Cheia de formas, cores e espaços interativos, a mostra virou sucesso de público e viralizou nas redes sociais.Filas e mais filas formavam desde os corredores até o lado de fora do prédio da Pinacoteca no último sábado (5), o segundo final de semana da exposição da artista argentina, que inaugurou no dia 29."A Pinacoteca apresentou números expressivos de visitação com apenas uma semana da abertura da artista Marta Minujin", diz a instituição em nota. Apenas no último sábado, (5), a Pinacoteca recebeu 15 mil visitantes – em média o museu recebe 4.000 pessoas nesse dia da semana, cuja entrada é gratuita.A primeira exposição panorâmica de Minujín no Brasil apresenta mais de cem obras que percorrem o trabalho da artista ao longo das décadas. É possível ver a arte de Minujín com Andy Warhol, formas e luzes que dão ar psicodélico, e áreas interativas como um escorregador, e uma sala cheia de colchões onde o público pode ficar pulando e outra com projeções psicodélicas. Mais Essas características imersivas e pop, atraíram o público que gosta de fazer vídeos e tirar fotos para as redes sociais. Isso faz com que a demora seja ainda maior para ver as obras da artista, com pessoas parando o tempo inteiro para fazer o clique perfeito. A própria artista utiliza seus perfis na internet para apresentar suas obras de jeito cômico e divertido. O grito "arte, arte, arte!" tornou o seu bordão.Não só os amantes de arte e o público jovem que quer bombar nas redes estão indo para o museu. Muitos pais também estão levando crianças para ver as obras de Minujín. Vale lembrar que até os 10 anos a entrada é gratuita. Mais Sábado, a Pinacoteca tem entrada gratuita e é também quando mais pessoas visitam. Mas, não é o único dia em que se pode visitar a instituição de graça. Além disso, além de estudantes, idosos e PCDs, várias outras pessoas também podem ir à Pinacoteca de graça. Fique de olho pois, ao comprar pelo site, é cobrada uma taxa de conveniência de R$ 2.Sábado A entrada é gratuita para todas as pessoasQuinta-feira Neste dia da semana, a Pinacoteca funciona em um horário estendido, até às 20h. A gratuidade começa a partir das 18h.
2023-08-12 18:00:00
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Viu 'Asteroid City'? Veja lugares de SP com a estética de Wes Anderson
A câmera estática, o enquadramento simétrico e a música "Obituary", de Alexandre Desplat, fazendo as vezes de uma trilha sonora. É assim que começam vídeos que viralizaram no TikTok nos últimos meses e que prometem transformar diferentes ambientes em cenários dos filmes de Wes Anderson.A música que embala os vídeos foi criada especialmente para o filme "A Crônica Francesa", penúltimo longa do diretor, conhecido por imprimir uma estética bastante particular em suas produções. Com o lançamento de "Arteroid City" na última quinta-feira (10), quem for ao cinema e se sentir inspirado a entrar na moda das redes sociais pode encontrar cenários propícios em São Paulo.Veja, a seguir, lugares da capital paulista que parecem ter saído de filmes do Wes Anderson.Casa de Francisca Eleito como uma das casas de show com o melhor som pela Folha neste ano, o local conta com uma decoração em cores retrô e paredes cobertas por janelas adornadas. Fica no primeiro andar do Palacete Teresa, uma construção tombada do começo do século passado localizada na Sé, região central de São Paulo. O espaço serve alguns pratos da culinária brasileira e opções de massas, que podem ajudar a compor o vídeo com a estética do diretor. R. Quintino Bocaiúva, 22, Sé, região central. Instagram @casadefrancisca. Mais Edifício Martinelli O prédio de 28 andares no centro de São Paulo poderia muito bem se passar pela versão paulistana do hotel que dá nome ao filme "O Grande Hotel Budapeste", com sua arquitetura e fachada pintada em três tons de rosa. Construído em 1929 pelo italiano Giuseppe Martinelli, o luxuoso arranha-céu à época abrigou restaurantes, jornais, sindicatos, um cinema e, inclusive, um hotel. Atualmente, é ocupado por escritórios e comércios. Av. São João, 35, centro, tel. (11) 3116-2777 Mais Instituto Artium O histórico Palacete Stahl, construído na região do Higienópolis na década de 1920, abriga um centro cultural gratuito há cerca de dois anos. Além das exposições, que podem servir como cenários de vídeos, a estética do prédio antigo conta com a decoração clássica e adornada como dos filmes —apesar do branco prevalecer no lugar das cores pastel, mas nada que uma boa edição não consiga resolver. Atualmente, uma mostra do escultor Artur Lescher está aberta para visitação na casa, com obras que exploram a simetria de elementos, assim como o diretor Wes Anderson. Rua Piauí, 874, Higienópolis, região central. Instagram @institutoartiumMuseu do Ipiranga Restaurado e reinaugurado em setembro de 2022, o Museu Paulista foi fundado em 7 de setembro de 1895, como símbolo da Independência do Brasil. Seu acervo abriga objetos, mobiliário e obras de arte de relevância histórica para o país, além de ser um representante do estilo eclético de arquitetura. Com paredes de cor creme, escadas simétricas cobertas por um tapete de veludo vermelho e vários objetos históricos, o museu pode inspirar vídeos da trend. O jardim do prédio histórico também acompanha os elementos de simetria da parte interna, sendo uma opção para aqueles que não quiserem ou conseguirem comprar ingressos. R. dos Patriotas, 100, Ipiranga, região sulPinacoteca Construído na última década do século 19 para abrigar o Liceu de Artes e Ofícios, o prédio hoje abriga diversas exposições. As paredes de tijolos expostos, o teto de vidro com estrutura quadriculada e as pontes que ligam diferentes alas do museu podem servir como cenário dos vídeos —também é possível aproveitar para gravar na exposição "Marta Minujín: Ao Vivo", que tem feito sucesso no TikTok. Inaugurada recentemente, a Pinacoteca Contemporânea, terceiro prédio do complexo cultural, também pode inspirar aqueles que querem viralizar nas redes sociais reproduzindo a estética do Wes Anderson. Pça da Luz, 2, Luz, Centro. Qua. a seg, das 10h às 18h.
2023-08-11 17:42:00
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'Apostador Falido': o youtuber que perdeu R$ 170 mil, carro e emprego em casas de apostas esportivas
No começo, eram 5 reais. Esse era o valor das primeiras apostas de Adriano Monteiro, técnico de eletrônica de 31 anos de Piracicaba, São Paulo, em casas de apostas esportivas. Ele ouviu falar por amigos, ainda em 2017, sobre a possibilidade de lucro nessas plataformas, nas quais os usuários podem apostar dinheiro em diferentes estatísticas de jogos de futebol e outros esportes.Começava a se estabelecer no Brasil a febre das bets, hoje em dia presentes em todas as partes do universo do futebol e responsáveis por uma nova onda de vício em jogos entre os brasileiros, segundo apontam especialistas ouvidos pela BBC News Brasil."Quando o contexto social e legal afrouxa as regras e facilita o acesso a apostas, aumenta a procura por tratamento - como é o caso atualmente", diz o médico psiquiatra Hermano Tavares, coordenador do Programa Ambulatorial do Jogo (PRO-AMJO) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo.Adriano faz parte desses novos casos. Seis anos depois de sua primeira aposta, a soma de suas perdas ultrapassam os R$ 170 mil. Também chegou a perder seu emprego, vendeu casa, carro, se afastou de amigos e, segundo ele conta, enfrentou momentos difíceis de depressão.Em um desses momentos, veio a ideia de criar seu canal no YouTube, "Apostador Falido", em que relata a sua história com as apostas e outras dezenas de histórias de seguidores que recebe toda semana.Por quase 2 anos, as apostas de Adriano não passavam dos 10 reais. "Eu perdia cerca de 50 reais por mês, via como uma brincadeira. Não fazia falta no meu orçamento. Na época, não tinha noção do nível que ia chegar."Mesmo com valores relativamente baixos, apostar e acompanhar os jogos de futebol foi se tornando um hábito cada vez mais presente em sua rotina. "Eu passava o dia inteiro fazendo isso. Era a rotina de trabalho chegar em casa e ficar no celular. Constantemente você vê que se isola e fica só apostando - o mundo gira em torno disso."Mas ter que esperar os jogos acontecerem para só então ter o retorno das apostas passou a ser um tempo longo demais. Uma alternativa mais rápida eram os cassinos online, que ficam hospedados dentro das plataformas das bets."O cassino ao vivo é muito rápido - em algumas modalidades, cada rodada dura 15 segundos. Como você ganha e perde valores maiores e mais rapidamente, você reflete menos sobre o que está fazendo, e acaba aumentando o dinheiro investido", conta Adriano.Conforme o valor das apostas aumentavam, o salário do mês foi sendo usado quase inteiramente com esse fim. Ele relata que apostou 10 mil reais que tinha à disposição e perdeu tudo em uma semana. Nessa mesma época, vendeu por 100 mil reais a casa que demorou "praticamente dez anos para juntar dinheiro e conseguir comprar", ficando com mais dinheiro disponível para jogar.Ele conta que já não encarava as apostas como entretenimento, e sim como uma potencial fonte de renda. "Não gostava do meu emprego e assistia a vídeos de influenciadores dizendo que, com 'gestão de banca e controle emocional', as apostas podem ser uma boa renda extra - e eu acreditava nisso."Para o psiquiatra Hermano Tavares, a influência de figuras famosas no cenário brasileiro contribuem para casos como o de Adriano. "É um absurdo que influenciadores do peso de Felipe Neto ou Neymar falem publicamente das apostas como um complemento de renda. Isso deveria ser proibido com letras maiúsculas, porque isso é uma mensagem falsa. É uma fraude.""Mesmo que você tenha um controle emocional absoluto, a probabilidade estatística dessas casas de aposta é que, ao longo do tempo, você ainda vá perder dinheiro", completa.Procuradas pela reportagem, tanto a equipe de Felipe Neto quanto a de Neymar disseram que não vão se pronunciar sobre o assunto e sobre a fala do psiquiatra.Vale ressaltar, também, a atuação dos próprios times de futebol na disseminação do hábito de aposta entre os torcedores. Na principal competição de futebol do Brasil, a Série A do Campeonato Brasileiro, 18 dos 20 times são patrocinados por casas de aposta. Em 12 deles, elas são o patrocinador master, aquele que investe a maior cota.Sobram o Cuiabá e o Palmeiras - este último, patrocinado por uma bet em seu time feminino.A Betano, uma das empresas mais relevantes do setor no Brasil, adquiriu ainda os naming rights dos outros dois maiores campeonatos, agora oficialmente chamados de Copa Betano do Brasil (antiga Copa do Brasil) e Série B Betano do Campeonato Brasileiro.Adriano começou a pagar para participar de "grupos VIP" gerenciados por influenciadores conhecidos como "tipsters", especializados em dicas de aposta. Comprou cursos. Estudou gestão de banca, as populares estratégias vendidas por influenciadores como o segredo para um faturamento certeiro. Mesmo assim, terminava todo mês com prejuízos.Nesse momento, que Adriano descreve com um dos auges de seu vício, as apostas já chegavam aos mil, 5 mil, 10 mil reais, e via o valor que tinha ganhado com a venda da casa ir diminuindo mês a mês. Apesar das perdas, decidiu que, com boa estratégia, essa poderia se tornar sua principal fonte de renda. Largou o emprego e passou a colocar valores cada vez mais altos em jogo."O indivíduo afetado pelas apostas tem o que a gente chama de ilusão de controle: ele acha que características e atributos pessoais, como experiência, inteligência, intuição etc., são capazes de promover uma habilidade superior na previsão ou no controle do resultado", explica Tavares.Cerca de um ano após a venda de sua casa, os 100 mil reais iniciais tinham chegado a 45 mil. Esse foi o momento em que Adriano foi buscar ajuda. Começou a fazer sessões com psicólogo e entrou em fóruns sobre vício em jogos dos Estados Unidos e Inglaterra - países que, em sua opinião atual, já estão mais bem preparados para lidar com esse assunto. "Aqui no Brasil, como é uma tendência muito recente, eu não sabia lidar com essa situação, minha família não sabia."Com ajuda do psicólogo, entendeu que as apostas tinham lhe causado ansiedade, estresse e perda financeira. Pediu que seu pai guardasse o dinheiro restante e ficou decidido a não apostar nunca mais. Ele chegou a ficar três meses longe das apostas e se sentia bem consigo mesmo: "Foi o melhor período da minha vida"."Meu pai ganhou confiança em mim, me devolveu o dinheiro que tinha sobrado da casa, e consegui retomar o emprego antigo."Mas, por dentro, restava uma sensação ruim sobre suas perdas: "Quando uma pessoa entra nesse mundo, ela fica sempre remoendo o passado. Toda vez que tiver dinheiro na frente dela, ela vai pensar: 'Eu perdi tempo, perdi dinheiro, e preciso recuperar isso'".O técnico de eletrônica havia saído da empresa dizendo que ia mudar de vida com as apostas. Quando retomou seu emprego, o julgamento dos antigos colegas era constante. "As pessoas ficavam no meu pé, dizendo que eu tinha acabado com minha vida, e lembrando de tudo que eu tinha perdido. Foi aí que eu comecei a me envolver de novo com as apostas."Sentia que precisava recuperar seus prejuízos e mostrar aos outros que não tinha perdido dinheiro à toa, conta.O jogador compulsivo, explica o psiquiatra do IPq, não considera que gastou dinheiro para sua diversão. "Ele entende que fez um investimento, mas foi lesado e precisa resgatar não só o dinheiro, mas a autoimagem que ele tem como um ser competente."Adriano voltou ao cassino online e começou a fazer apostas muito mais altas do que antes: o valor de R$ 45 mil reais que tinha sobrado da venda da casa em poucos dias flutuou para R$ 60 mil, R$ 80 mil, e depois desceu para os R$ 10 mil. "Eu já estava fora do controle. Quando fiquei completamente zerado, comecei a fazer empréstimos em bancos. Cheguei a dever R$ 22 mil, depois ficar com R$ 170 mil positivos no mês seguinte e, em três dias, fiquei zerado novamente."Vendeu seu carro. Pagava as dívidas do banco, e depois voltava a pegar empréstimos. Ele conta que só não procurou dinheiro com agiotas por temer pela segurança de sua família. "Em certo ponto, entrei numa depressão tão profunda que não conseguia sair da cama nem comer direito. Eu estava destruído. O julgamento dos amigos não parava: me chamavam de viciado, diziam que eu parecia um drogado, que não tinha mais futuro.""Foi o pior momento da depressão. Eu pensava em todo tipo de coisa. Falava: 'Acabou. Vou sair de casa, ficar sem rumo, realmente não tenho mais futuro'", conta."Mas uma energia 'lá de cima' me disse: 'Adriano, não se entrega, mostra para o mundo que isso aí vai destruir várias pessoas'. E foi aí, quando eu tava no fundo do poço, que tive a ideia de abrir o canal no YouTube'."Os comentários nos vídeos do canal de Adriano chamam atenção. Centenas de pessoas deixam relatos contando o quanto perderam em casas de apostas, como o vício mudou suas vidas e o que têm feito para lidar com isso agora. Muitos dizem ter vergonha de falar sobre a relação com as bets, e agradecem Adriano por expor abertamente sua trajetória.O técnico de eletrônica diz já ter recebido várias ofertas de casas de apostas para que ele faça propaganda delas em seu canal. "Já perdi as contas de quantas casas de apostas me fizeram propostas de divulgação. Mas não tenho a mínima vontade de influenciar alguém a entrar nisso, porque eu sei que é muito destruidor".Tavares indica que familiares e amigos que queiram ajudar não devem julgar nem ficar fazendo súplicas, mas entender como apoiar essa pessoa - por exemplo, não financiando o jogo indiretamente por meio do pagamento de dívidas, nem reproduzindo discursos moralistas."Se seu parente tiver uma asma grave, você não fica dando bronca nele e reclamando por estar tendo uma crise de asma de novo, dizendo que ele não tem vergonha na cara e não se trata."Ele recomenda a busca pelos Jogadores Anônimos, iniciativa que reúne uma série de recursos para o apostador enfrentando o vício em jogos - de reuniões em grupo presenciais e online a listas de perguntas que ajudam a entender quando há indício de compulsividade."A associação dessa nova modalidade de jogos de azar com o futebol, algo em que tantos brasileiros sentem que têm uma opinião para dar, aumenta o apelo das apostas e amplia a vulnerabilidade de quem já é, de alguma forma, suscetível ao descontrole com apostas", aponta o médico."Isso vai levar o futebol, ícone da identidade nacional, para a introdução a outras formas de apostas, inclusive as já não têm mais relação com nossa cultura - como os cassinos online, por exemplo."A discussão sobre a regulamentação das casas de aposta vem crescendo no Brasil, especialmente depois que o Ministério da Fazenda enviou, em julho, uma Medida Provisória (MP) e um Projeto de Lei sobre o assunto ao Congresso Nacional.Conforme mostrou a BBC News Brasil, as novas regras, se aprovadas, abrem espaço para a cobrança de impostos do setor e uma maior fiscalização das empresas - mas também trazem parâmetros para a propaganda das casas e ações relacionadas ao vício em jogo.A proposta da Fazenda diz que "as empresas de apostas deverão promover ações informativas e preventivas de conscientização de apostadores e de prevenção ao transtorno do jogo patológico".Os detalhes de como isso deve ser feito, porém, ainda não foram especificados pela pasta, que também trabalha em parceria ao Ministério da Saúde em maneiras de ampliar o suporte a jogadores compulsivos no serviço público de saúde.Questionado pela reportagem, o Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), entidade que representa empresas como a bet365, Rei do Pitaco e Betway Group, disse que "acredita na importância de pesquisas e programas de tratamento que tenham como objetivo proteger os jogadores de comportamentos de risco"."Enquanto não há regulamentação do setor no Brasil, apoiamos iniciativas de autorregulação do setor publicitário e, em nosso site, criamos um breve manual de boas práticas para os apostadores", acrescentou o Instituto.Já a Betano disse que oferece uma série de recursos a seus usuários, como a opção de impor limites de perda financeira e de tempo de uso da plataforma. "O jogador também pode optar por restringir o acesso à sua conta e/ou excluir-se temporariamente ou permanentemente das apostas no nosso site, se assim o decidir", disse a empresa.Todas as instituições defenderam que as apostas não devem ser uma fonte de renda principal ou alternativa, e que devem ser tratadas apenas como forma de entretenimento.-Texto originalmente publicado aqui
2023-08-11 17:54:00
voceviu
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https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/08/apostador-falido-o-youtuber-que-perdeu-r-170-mil-carro-e-emprego-em-casas-de-apostas-esportivas.shtml
Crise no Equador a poucos dias da eleição é tema do podcast Américas desta semana
No Podcast Américas desta semana, os jornalistas Sylvia Colombo, colunista da Folha, e Sebastián Fest, correspondente em Buenos Aires do jornal espanhol "El Mundo" tiveram um imprevisto logo de entrada.Horas depois de gravar um episódio dedicado à situação do Equador, fomos surpreendidos pelo brutal assassinato do candidato equatoriano Fernando Villavicencio. Corremos a atualizar o programa, com a pouca informação que se tinha naquele momento, mas cientes do momento transcendente que vivíamos.Aqui haverá uma explicação do cenário da eleição, com algo da entrada desse novo elemento, que desenvolveremos com mais profundidade nos programas seguintes.Também trataremos das eleições na Guatemala, igualmente perto de nós e não menos complicada, e dos escândalos de Nicolás Petro, o filho do presidente da Colômbia. Ouça o episódio abaixo.O podcast Américas, transmitido em espanhol, é uma boa oportunidade para jornalistas e demais interessados em entender melhor a região e em conhecer mais o idioma falado em quase toda América Latina, tendo o Brasil como uma das exceções. Nele, trata-se todas as semanas de três temas ocorridos nas Américas (Norte, Centro e Sul) em um espaço de meia hora. Mais
2023-08-11 16:53:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/novo-em-folha/2023/08/crise-no-equador-a-poucos-dias-da-eleicao-e-tema-do-podcast-americas-desta-semana.shtml
Zoológico de São Paulo oferece entrada gratuita no Dia dos Pais
Neste domingo (13), quando comemora-se o Dia dos Pais, o Zoológico de São Paulo vai oferecer entrada gratuita para celebrar a data. Os pais poderão visitar de graça os animais ao lado do filho —que deverá ter a entrada paga.A entrada custa R$ 74,90 (inteira) e R$ 37,45 (meia) quando comprada antecipadamente no site e R$ 79,90 (inteira) e R$ 39,95 (meia) na bilheteria.O zoológico tem mais de 1.500 animais de vários ecossistemas diferentes e de outras partes do mundo. Durante o passeio, pai e filho poderão explorar a via selvagem e participar de atividades que o espaço promove.Tem atrações educativas que levam o visitante para conhecer répteis e invertebrados, a observarem uma colônia de formigas-saúva. Uma exposição também apresenta uma variedade de anfíbios em terrários. Mais É possível ainda acompanhar as características das serpentes e sua evolução ao longo dos anos. Um dos espaços mais recentes do zoológico é o dos axolotes, que destaca as ações de conservação da espécie em espaços interativos.
2023-08-12 14:00:00
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Passeios
https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2023/08/zoologico-de-sao-paulo-oferece-entrada-gratuita-no-dia-dos-pais.shtml
Violonistas Badi Assad e Romero Lubambo se apresentam em São Paulo
Dois reconhecidos violonistas, Badi Assad e Romero Lubambo, se apresentam em São Paulo. Badi Assad faz show, gratuito, neste sábado, às 20h, no Itaú Cultural, e Romero Lubambo, com ingressos pagos, na quinta-feira (17), às 20h, no Sesc Ipiranga.No show da violonista, cantora e compositora, seu álbum "Ilha" será o foco do espetáculo. Já na apresentação do violonista, guitarrista, arranjador e compositor, o jazz irá homenagear a musicalidade de Minas Gerais durante o espetáculo "Minas é Jazz".Badi Assad (voz e violão) conta com Meno Del Picchia (contrabaixo e samples) e Décio 7 (bateria e samples), para apresentar as composições de "Ilha". Romero Lubambo estará ladeado por músicos mineiros que tocaram com Milton Nascimento, como Christiano Caldas (piano), Lincoln Cheib (bateria) e Eneias Xavier (baixo), para homenagear "Bituca".No show de Badi, composições de suas parcerias com artistas de alto quilate como Lucina, Chico César, Alzira E, Dani Black e Lívia Mattos. Entre as músicas, "Fruto", "Eterno", "Ilha das Flores", "Ilha do Amar", "Olhos d’água" e "Palavra". No show de Lubambo, o quarteto do artista trará composições autorais com influências do violão de Minas Gerais, reverenciando, por exemplo, os violonistas e guitarristas Toninho Horta e Juarez Moreira.Badi Assad foi considerada pela revista Guitar Player uma das 100 melhores artistas do mundo. Romero Lubambo, nascido no Rio de Janeiro, estudou violão clássico e erudito desde jovem e vive em Nova York há 35 anos, tocando com os melhores músicos de jazz e do blues pelo mundo.Bons shows!SHOW BADI ASSADARTISTA Badi AssadQUANDO Sábado (12), às 20hONDE Sala Itaú Cultural, av. Paulista, 149, Bela Vista, São Paulo, tel. (11) 2168-1777QUANTO GratuitoSHOW ‘MINAS É JAZZ’ARTISTA Romero LubamboQUANDO Quinta-feira (17), às 20hONDE Teatro Sesc Ipiranga, r. Bom Pastor, 822, Ipiranga, São Paulo, tel. (11) 3340-2000QUANTO De R$ 12 a R$ 40
2023-08-11 10:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/musica-em-letras/2023/08/violonistas-badi-assad-e-romero-lubambo-se-apresentam-em-sao-paulo.shtml
Espressos: Bebidas geladas chegam a 75% das vendidas pelo Starbucks nos EUA
O mercado de bebidas geladas cresceu e atingiu 75% das vendas de bebidas do Starbucks nos Estados Unidos, segundo balanço divulgado pela empresa neste mês.As bebidas frias cresceram 8% no último trimestre fiscal, que se encerrou em 30 de junho, ante um crescimento de 2% nas bebidas quentes.O verão com temperaturas altíssimas no hemisfério norte pode ter contribuído para a alta, mas a tendência já vem sendo observada há algum tempo e, segundo a companhia, o movimento é reflexo da preferência do público mais jovem por bebidas frias.De fato, o consumo de cafés gelados tem sido uma tendência do setor. Cafeterias de vários portes percebem um crescimento não apenas dos cold brews, que são os cafés extraídos a frio, mas também dos espressos refrigerados.De modo geral, o Starbucks reportou um aumento de 7% das vendas na América do Norte. No cenário global, o principal destaque foi para a China, que viu um aumento de 46%.Em setembro do ano passado, a empresa anunciou que inaugurou a loja de número 6.000 no gigante asiático. A inauguração foi também a milésima unidade de Xangai, primeira cidade do mundo a alcançar tal marca.O balanço informa ainda que a empresa abriu 588 novas lojas em todo o mundo ao longo do trimestre. Com isso, o total foi a 37.222 unidades, sendo 51% próprias e 49% licenciadas. Mais O Rio recebe entre os dias 20 e 22 de outubro um evento de cafés especiais com degustações, palestras e oficinas. O Rio Coffee Nation ocorrerá no Pier Mauá, no centro, e começou a vender os ingressos nesta semana.O bilhete dá acesso ao pavilhão geral, onde ficam os expositores. Para participar das oficinas, é preciso adquirir a entrada específica –os preços variam. Há workshops sobre introdução à degustação, como abrir uma cafeteria e como harmonizar cafés, entre outros.Segundo Martina Barth d'Avila, responsável pela produção do evento, o Rio Coffee Nation é focado em cafés especiais e orgânicos e terá uma estrutura totalmente sustentável –haverá compensação de carbono pelas emissões necessárias para a realização da feira.Um dos pilares do evento é dar destaque aos pequenos produtores –ainda que grandes empresas do setor também participem. Por isso, todos os expositores ocuparão um estande de mesmo formato, independentemente do porte.Enquanto isso, nos dias 19 e 20 de agosto, a cidade de Americana, a 120 km de São Paulo, sedia um evento gratuito. O Amaro Experience recebe marcas de café de Minas Gerais, Bahia, São Paulo e outros produtos relacionados para degustações, harmonizações e experiências durante o fim de semana.Haverá ainda música ao vivo e oficinas, além de um campeonato de preparo de café no método Koar.A safra de café brasileiro 2023/2024 começou com um volume de exportação melhor do que a anterior, segundo relatório do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).Conforme o levantamento da entidade, o Brasil exportou 2,991 milhões de sacas de 60 kg em julho deste ano, que é considerado o primeiro mês da safra 2023/24, o que representa um crescimento de 18,7% em relação aos 2,521 milhões registrados no mesmo período do ano passado.O bom resultado de julho, contudo, não foi o suficiente para reverter a queda registrada no primeiro semestre. Assim, no acumulado do ano, o país exportou 19,222 milhões de sacas, queda de 14,7% em comparação com o mesmo período de 2022.Segundo o Cecafé, o resultado negativo é reflexo de uma "menor disponibilidade do produto, após duas safras menores em 2021 e 2022, e o recuo dos preços no mercado internacional". Acompanhe o Café na Prensa também pelo Instagram @davidmclucena e pelo Twitter @davidlucenaQual assunto você gostaria de ver aqui no blog? Envie sugestões para david.lucena@folhapress.com.br
2023-08-11 08:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/cafe-na-prensa/2023/08/espressos-bebidas-geladas-chegam-a-75-das-vendidas-pelo-starbucks-nos-eua.shtml
Último episódio de 'Xuxa, O Documentário' quase canoniza a apresentadora
Depois da tempestade, a bonança. Depois do tenso reencontro de Xuxa com Marlene Mattos, que terminou de forma amarga e dividiu opiniões, o amadurecimento, a serenidade, o final feliz.A plataforma Globoplay liberou "Uma Velha Chocante" na noite desta quinta-feira (10), o quinto e último episódio da série "Xuxa, o Documentário". O "chocante" do título não tem o sentido habitual da palavra, mas da gíria da década de 1980: algo realmente incrível.Foi a própria apresentadora quem disse a Pedro Bial, numa entrevista de 1997, que gostaria de se tornar uma velha chocante no futuro. E este último capítulo da série se esforça para confirmar que sim, ela conseguiu. Mais As primeiras cenas relembram os primórdios da carreira de modelo de Xuxa, que começou a desfilar num clube em Coroa Grande, a cidade no litoral fluminense onde passava as férias, por volta dos 15 anos de idade.A beleza e a desenvoltura da moça logo a levaram para longe. É divertido saber que ela precisava apertar uma caneta entre os dentes para fazer a "cara de tesão" que os fotógrafos lhe pediam para fazer. Xuxa ainda era virgem, o que também fez com que as colegas a apelidassem de "Cabação". A relação com Pelé é narrada em detalhes, e o encontro com sua grande amiga Luiza Brunet chega a emocionar. Só quem viveu o ano de 1982 tem noção do estardalhaço que as duas protagonizaram, aparecendo nas capas de todas as revistas –inclusive as masculinas, que o episódio faz questão de ignorar.A conversa com Luiza logo descamba para os abusos que ambas sofreram ao longo da vida, desde a mais tenra idade. É chocante, no sentido habitual, perceber que, até pouco tempo, vítimas como elas nem se davam conta do horror por que passavam.Xuxa confessa que até hoje se sente culpada pelo que sofreu nas mãos de parentes e amigos dos pais. Que sempre lava muito as partes íntimas, a ponto de desenvolver uma infecção urinária crônica.Depois desse momento barra pesada, "Uma Velha Chocante" muda de tom. Há uma breve recapitulação de todos os programas que ela comandou na Globo, e uma análise de Boni, ex-diretor geral da emissora, sobre a sobrevivência da carreira de apresentadora. Que, a meu ver, não foi de todo bem-sucedida: ela não conseguiu transicionar plenamente para o público adulto, depois de eixar de fazer programas infantis.A passagem de seis anos pela Record é mencionada rapidamente, e ilustrada apenas com fotos –dá para perceber que a emissora dos bispos não liberou imagens das atrações que Xuxa estrelou por lá. Mais Por fim, o foco recai em Junno Andrade, companheiro de Xuxa há mais de uma década. A primeira vez em que os dois se viram foi num programa dela, na década de 1990, onde ele foi se apresentar como cantor. É nítida a atração mútua desde o começo; lá pelo quarto ou quinto encontro em frente às câmeras, Xuxa está quase pulando no pescoço daquele rapagão cabeludo.Mas quis o destino que os dois só se esbarrassem novamente muito tempo depois. E aí, foi para valer: Xuxa queria que Junno fosse apenas seu "P. A." (pau amigo...), mas já o apresentou como namorado para a filha, Sasha. Estão juntos até hoje.E assim termina "Xuxa, o Documentário": com depoimentos de grandes nomes como Tom Jobim, Jorge Amado, Hebe Camargo, Chacrinha, Jô Soares, todos louvando a Rainha dos Baixinhos. Xuxa é celebrada por sua beleza perene e por ter "acordado para a vida", nas palavras de Sergio Mallandro. Ou seja, é praticamente canonizada.Não poderia se esperar outra coisa de uma série que foi produzida não só com a autorização, mas com a ativa participação de sua biografada. Os fãs de carteirinha vão adorar; os demais, talvez se incomodem com a enxurrada de elogios.Mas isso não diminui o valor do programa, que realmente traça um retrato abrangente de um ícone da cultura popular brasileira. Com 60 anos recém-completados, Xuxa mostra que ainda tem o que dizer, e há muita gente disposta a ouvi-la.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Tony Goes tem 62 anos. Nasceu no Rio de Janeiro, mas vive em São Paulo desde pequeno. Já escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. E atualiza diariamente o blog que leva seu nome: tonygoes.com.br
2023-08-10 21:08:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/tonygoes/2023/08/ultimo-episodio-de-xuxa-o-documentario-quase-que-canoniza-a-apresentadora.shtml
Brasil mais indígena
Segundo o censo de 2022, os indígenas são quase 1,7 milhão dos 203,1 milhões de brasileiros, o que representa alta de 88,8% em relação ao recenseamento anterior, que registrou 896,9 mil em 2010.Não se sabe o papel dos fatores demográficos (nascimentos e mortes), que ainda serão divulgados, para tamanho salto. Mas mudanças na metodologia do levantamento ajudam a entender os números.Para a contagem, pesquisadores perguntam sobre raça ou cor, com as opções branca, preta, parda, amarela e indígena a assinalarEm 2022, se o entrevistado estivesse em uma área indígena (terra, agrupamento ou outro tipo de localidade) e não se declarasse como tal, era submetido a uma questão específica sobre essa condição.Em 2010, essa segunda questão só era feita em terra indígena oficialmente demarcada, o que pode ter prejudicado a contagem. De um censo para outro, aumentou expressivamente a parcela dos indígenas contados a partir da segunda pergunta, de 8,8% para 27,58%.A abordagem também mudou. Houve participação de guias comunitários e intérpretes, além de reuniões com lideranças para facilitar o acesso e a comunicação.As alterações implementadas pelo IBGE são bem-vindas, já que políticas públicas dependem de dados estatísticos confiáveis, e parte das comunidades indígenas, principalmente aquelas distantes dos centros urbanos, vive em situação de vulnerabilidade social.Não mais de 37% (622,1 mil) dos indígenas habitam territórios com alguma delimitação formal; 51,2% (867,9 mil) estão na Amazônia Legal. De 573 áreas oficialmente demarcadas até o final de julho do ano passado, a mais populosa é a Terra Indígena Yanomami, que se espalha pelos estados do Amazonas e de RoraimaNo início deste ano, os mais de 27 mil indígenas que vivem no local passaram por uma crise humanitária, com surtos de malária e desnutrição. A região sofre com o garimpo ilegal, cujo alcance quase triplicou entre 2020 e 2022.O enfraquecimento dos órgãos de fiscalização e o desmonte de programas ambientais e indigenistas sob o governo de Jair Bolsonaro (PL) agravaram a situação no território, que historicamente enfrenta graves problemas.Espera-se que os dados do último censo sejam de fato mais precisos e contribuam para que o poder público atenda com maior eficácia essa parcela da sociedade brasileira.editoriais@grupofolha.com.br
2023-08-10 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/08/brasil-mais-indigena.shtml
Masp faz festa beneficente com ingressos a R$ 800 e show de Vanessa da Mata
O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, o Masp, sedia a nona edição da Masp Festa —noite beneficente que arrecada fundos para projetos da instituição. Neste ano, o evento, marcado para o dia 19 de setembro, terá um show da cantora Vanessa da Mata.A festa, que tem como tema as histórias indígenas —tema que guiou as atividades do museu em 2023—também convida a DJ Dani Vellocet e promove um jantar da chef Manuelle Ferraz, da Baianeira, restaurante que tem uma filial no subsolo do museu.Os convites podem ser comprados de forma online, pelo Inti, e custam R$ 800. Mais
2023-08-10 19:30:00
passeios
Passeios
https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2023/08/masp-faz-festa-beneficente-com-ingressos-a-r-800-e-show-de-vanessa-da-mata.shtml
Lula imita capa de Anitta em foto ao lado de Paes: 'BRT from Rio'
O presidente Lula (PT) aproveitou a passagem pelo Rio de Janeiro nesta quinta-feira (10) para publicar uma foto descontraída ao lado do prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PSD), que imita a capa de "Girl From Rio", single da cantora Anitta lançado em 2021. Sob um banquinho e em frente a um BRT (Ônibus de Trânsito Rápido), Lula posou para o registro usando óculos escuros e fazendo o gesto de "joinha". No letreiro do veículo aparece o texto: "Lula from Zona Oeste". Já na legenda da publicação, divulgada na conta oficial da presidência no Twitter, Lula escreveu: "BRT from Rio - @eduardopaes feat. Lula"O mandatário foi ao Rio anunciar uma série de investimentos do governo federal em mobilidade urbana na cidade. Ele também assinou um acordo com Paes para destravar o avanço do projeto de revitalização da zona portuária do Rio. O single "Girl From Rio" (Garota do Rio, traduzido do inglês) fez parte do primeiro álbum sem músicas em português de Anitta, chamado "Versions of Me". A faixa traz um sample de "Garota de Ipanema", clássico da bossa nova, e em seu clipe, a cantora mostra cenas da vida popular na cidade. Na capa original da canção, que gerou grande repercussão nas redes sociais, tornando-se meme, a cantora está em cima de um cadeira plástica usando sapato de salto e um biquíni asa delta. Atrás, há um ônibus colorido com o nome da música e da cantora expostos nos letreiros.A imagem também foi alvo de inúmeras montagens; relembre aqui. Mais
2023-08-10 13:39:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/hashtag/2023/08/lula-imita-capa-de-anitta-em-foto-ao-lado-de-paes-brt-from-rio.shtml
Chega ao público o primeiro guia jurídico da Cannabis
Com menos de dez anos de história no Brasil, a Cannabis medicinal é uma das áreas mais desafiadoras da economia nacional. Ela nasce oficialmente em 2014, quando, pela primeira vez, a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) permite importação de substâncias terapêuticas derivadas da planta, mas apenas a pacientes com doenças raras e sem outra alternativa de tratamento. A partir daí, doentes e familiares constataram os benefícios da planta – até então demonizada pela sociedade. Dentro da máxima de que não existe melhor propaganda que o boca a boca, médicos começaram a se interessar pela ciência, que explica o funcionamento das substâncias da planta (os canabinoides) no organismo, o sistema endocanabinoide.Surgiram cursos, clínicas e um comércio, aprovado pela própria Anvisa, de produtos medicinais nas farmácias regulares do país. Mesmo com tantos avanços, o que pode e não pode, no mundo da Cannabis, é ainda um grande desafio para pacientes, empresários e investidores. Com o objetivo de jogar luz nesse assunto, um grupo de 23 advogados se reuniu no início do ano para escrever o primeiro guia jurídico do setor. Direito da Cannabis: Perspectiva Life Sciences (Editora Casa do Direito, 264 pág., R$ 90) já está disponível na internet e tem uma leitura, digamos, sem excessos de"juridiquês", o que democratiza bem o acesso ao conteúdo.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...Organizador da obra o advogado, Henderson Fürst, 36, percebeu a necessidade de reunir as regulações devido a quantidade de consultas que chegavam à Comissão Especial de Bioética e Biodireito da OAB em São Paulo, que ele preside."Até pouco tempo tudo era regido pela Lei Antidrogas", diz ele. "Quando a Anvisa publica uma regulação, ela cria uma jurisprudência." Mas o sentimento de urgência de reunir os especialistas veio mesmo depois do Conselho Federal de Medicinal atualizou a resolução sobre prescrição da Cannabis, em outubro do ano passado. "Eles queriam proibir até mesmo que médicos dessem palestras sobre o tema", diz Fürst. A ideia de contar com vários braços na empreitada fez com que o livro saísse em seis meses."O livro chega em muito boa hora", diz Alex Machado Campos, diretor da Anvisa, que escreveu o prefácio da obra. Ele conhece a fundo os desafios enfrentados pela sociedade para conseguir o acesso ampliado da Cannabis. Campos destaca três resoluções que proporcionaram um avanço importante nesse sentido: RDC 660/2022 (autoriza a importação dos produtos mediante prescrição médica), a 327/2019 (regula o comércio de produtos medicinais da planta) e mais recentemente a permissão de cultivo indoor, em ambiente controlado para pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.Há ainda muito para ser conquistado, principalmente no que se refere ao cânhamo industrial. No Brasil o plantio não é permitido, o que inviabiliza negócios e escolhas do consumidor. Até os autores do livro sentiram esse problema na pele. "Minha intenção era imprimir o livro em papel de cânhamo", conta Fürst. Mas teria que importá-lo, o custo ficaria muito alto."
2023-08-10 12:57:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/cannabis-inc/2023/08/chega-ao-publico-o-primeiro-guia-juridico-da-cannabis.shtml
Jojo Todynho mentiu, sim
O personagem mais conhecido do ator Hugh Laurie, o Dr. House, dizia uma frase icônica: "Todo mundo mente".Mentimos por diversos motivos: para não ter que dar longas explicações, para evitar assuntos que não queremos discutir, para ter alguma vantagem, por vaidade, por conveniência. Os exemplos são muitos e, recentemente, Jojo Todynho acrescentou mais um a essa longa lista quando mentiu para que as pessoas não a perturbassem.A cantora tinha dito a seus fãs que estava fazendo dieta e exercícios físicos e havia conseguido perder peso e que, em função desse novo estilo de vida, teria desistido de fazer uma cirurgia bariátrica. Jojo mentiu, porque como ela mesma admitiu, continuou fazendo todo o processo de exames preparatórios. Mais No dia 8 de agosto, ela se internou e fez o procedimento. Disse aos fãs que está bem e assumiu que mentiu. Também fez questão de deixar claro que não foi por medo do cancelamento que escondeu a verdade, mas porque quem toma as decisões em sua vida é ela —e não a internet.Achei honesto ela assumir que mentiu, já que, no mundo midiático e das redes sociais, pouca gente tem essa coragem. Celebridades e influenciadores mentem o tempo todo, seja por orientação dos empresários, para se preservarem, para construir uma determinada imagem, por preguiça de explicar a verdade ou por interesses comerciais.Mentir para o público, aliás, não é algo dos tempos atuais. Nas décadas de 1980 e 1990, por exemplo, um dos expedientes mais comuns era mentir sobre salários e cachês de ensaios sensuais. Muitas artistas que posavam para antigas revistas masculinas aumentavam muito o valor de seus contratos na hora de divulgar quanto receberam. A ideia era "valorizar o passe", como se diz no jargão dos jogadores de futebol.A mesma técnica acontece hoje, só que em relação plataformas de conteúdo adulto, quando modelos dizem ter faturado milhões em poucos dias com uma nova conta num site ou app. Isso faz com que as pessoas acreditem que ela é um sucesso, gerando curiosidade e mais assinaturas. É a famosa mentira que acaba virando verdade, a profecia que se concretiza. Mais Influenciadores também já foram pegos em mentiras clássicas: a pessoa faz uma lipo e depois diz que fez reeducação alimentar. Ou usa cinta modeladora e atribui a cintura à sua rotina de exercícios. Há também as mentiras convenientes de casais de fachada. Às vezes, a emissora quer promover uma novela, uma série ou um filme e finge que dois atores do elenco estão namorando só pela divulgação. E ainda tem os casamentos que são meros contratos de interesse, vendidos como paixão.Algumas mentiras escondem sentimentos de medo e vergonha, o que é perfeitamente compreensível em casos sensíveis. A pessoa pode não se sentir à vontade para compartilhar uma dificuldade de engravidar, por exemplo, e esconde o fato de ter feito um tratamento de fertilização.Sem contar os casos de doença mesmo. Recentemente, um médico muito famoso comentou numa rede social que é comum que pessoas que sofrem de transtornos alimentares inventem que têm intolerância a glúten e lactose, sem nunca terem tido um diagnóstico médico desses fatos, apenas para não comerem certos alimentos sem contestação da sociedade.Mentir, enfim, como Jojo Todynho fez, é humano, é totalmente compreensível. O que é mais difícil de aceitar é que a mentira se torne tão frequente que vire a regra, e não a exceção. Que a mentira se torne um hábito a tal ponto que as pessoas escolham ser enganadas.Seria muito triste se chegássemos a esse ponto porque, como cantava Renato Russo, mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira. Taí uma grande verdade.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Rosana Hermann é jornalista, roteirista de TV desde 1983 e produtora de conteúdo.
2023-08-10 12:34:00
colunistas
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https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/rosana-hermann/2023/08/jojo-todynho-mentiu-sim.shtml
Como escolher o vinho para o almoço do Dia dos Pais?
Para o almoço de Dia dos Pais, o melhor é levar um vinho que combine com o cardápio, certo? Errado. Seja esse vinho o presente em si ou só uma garrafa para abrir com a comida, o ideal é levar um vinho que o seu pai goste, afinal é o dia dele. Se o seu pai gosta de camarão e prefere vinho tinto, você vai ter de se virar para encontrar um tinto que fique bom com camarão. Mas como fazer isso? Usando a mesma técnica que os sommeliers usam para ajudar os clientes a escolherem um vinho nos restaurantes. Por meio de poucas perguntas básicas, é possível ter uma boa ideia de quais vinhos farão sucesso com uma pessoa, mesmo que ela não tenha a mínima ideia disso.A seguir, cinco perguntas que você pode fazer a seu pai (ou marido, ou avô ou qualquer pessoa em uma outra situação) antes de comprar o vinho:Você prefere tinto ou branco? Rosé? Espumante? Tanto faz? Caso seja uma pessoa observadora, provavelmente, você já sabe se seu pai toma só vinho tinto, se ele faz questão de branco com peixe, se adora espumante, se aceita de tudo. Porém, supondo que nunca tenha reparado nisso, não custa perguntar. É para ser surpresa? Puxe o assunto como quem não quer nada ou pergunte para sua mãe.Se ele disser que gosta de tudo, ótimo, você pode descobrir qual será o cardápio do dia e seguir as regras básicas de harmonização: tinto pesados para carnes vermelhas, tintos leves para massas com molho vermelho, brancos encorpados para massas ou peixes com molho branco, brancos leves para peixes grelhados ou ao forno, rosés com carnes brancas ou peixes e frutos-do-mar mais marcantes, como o salmão ou camarão, espumante com tudo. Não entre em pânico, mais para baixo vai encontrar exemplos de vinhos desses tipos.Se estiver de posse do cardápio, o melhor é descrevê-lo em detalhes para o sommelier da loja ou mesmo para o atendente do supermercado, caso haja uma pessoa treinada para isso. Ele vai saber melhor do que você qual vinho combina com cada ingrediente. Aliás, todas as informações que recolher com seu pai, passe para esse profissional. Ele pode ajudá-lo muito. Se estiver comprando pela internet ou num comércio onde ninguém sabe nada, siga as regras acima.Mas digamos que seu pai responda que só toma vinho tinto e sua mãe conte que ele pediu para fazer salmão. Nesse caso, o melhor é buscar por um tinto leve, como um pinot noir, um beaujolais (ou outro gamay) ou um vinho chileno das uvas país ou cinsault. Mas primeiro é preciso descobrir se seu pai gosta de vinhos leves ou se é do partido dos porradões, como cabernet sauvignon chileno ou tannat uruguaio (se for esse o caso, manda a harmonização às favas e leva o vinho que seu pai gosta).Você gosta mais de tannat ou de pinot noir? Chardonnay ou sauvignon blanc? Uma ótima pista para descobrir se uma pessoa gosta mais de vinhos leves ou encorpados (encorpados têm maior densidade que os leves, como leite e água) é perguntar por suas uvas favoritas. No caso dos tintos, se a pessoa preferir tannat, é que gosta de vinhos mais encorpados, potentes. Outras uvas que rendem vinhos potentes são a cabernet sauvignon e a baga. Aqueles feitos de pinot noir ou gamay são exemplos de tintos leves. A merlot e a carménère, assim como a sangiovese ou a tempranillo, são mais versáteis, podem render tanto vinhos encorpados como de corpo médio. Há regiões que produzem vinhos mais encorpados e outras que produzem vinhos mais leves. Quem gosta de Rioja costuma preferir vinhos encorpados, já quem ama um Beaujolais em geral prefere vinhos leves. Uma dica: vinhos translúcidos costumam ser mais leves e vinhos de cor densa, mais pesados.No caso dos brancos, chardonnay aponta para vinhos mais encorpados e untuosos (que dão uma sensação de gordura na boca) e sauvignon blanc vai para o lado dos vinhos leves e frescos (azedinhos). Entre os portugueses, por exemplo, brancos do Douro costumam ter mais peso e os da região dos Vinhos Verdes costumam atrair pela leveza e o frescor.Caso seu pai não lembre sequer se algum dia tomou algum desses vinhos, arrisque perguntar diretamente se prefere leve ou pesado. Para explicar o que é um ou outro, pode falar em limonada (leve) e suco de pêssego (encorpado) por exemplo.Prefere um primitivo, um malbec ou um bordeaux? Gewürztraminer, pinot grigio ou riesling alemão? Além de entender se a pessoa prefere um vinho encorpado ou leve, é interessante saber que estilo ela prefere. No caso dos tintos de corpo médio para cima, podemos dividi-los em três categorias: aqueles que têm uma fruta muito predominante, em geral fruta vermelha ou escura madura, como os primitivos ou os blends do sul da França; aqueles nos quais os aromas de flores se sobressaem, como o malbec e o touriga nacional, e aqueles mais austeros, com aromas de frutas mais frescas misturados a aromas de pimenta, tabaco, couro, como os bordeaux ou um cabernet franc. Os tintos leves tendem a ter aromas de frutas vermelhas frescas.Mesmo que seu pai ou você não consigam distinguir esses aromas na taça, vai por mim, quem escolhe primitivo gosta de fruta, quem escolhe malbec gosta do floral e quem escolhe bordeaux prefere algo mais discreto.No caso dos brancos, há os extremamente aromáticos, tendendo ao floral, como o gewürztraminer ou o torrontés; os frutados e leves, como o pinot grigio ou um chardonnay sem passar por barrica, e os mais minerais, como o riesling alemão ou o chablis (nesse caso, você está lascado, porque esses vinhos costumam ser bem caros).Gosta de sentir aromas de chocolate, baunilha, coco ou café nos vinhos tintos? Prefere brancos amanteigados? Nos dois casos, se a resposta for sim, procure por vinhos com uma boa passagem por barris de carvalho novo. Se a resposta for "um pouco", escolha algo que tenha descansado parte em carvalho novo, parte em carvalho de segundo ou terceiro uso (essa informação costuma estar na ficha técnica). De preferência, que a parte que passar por carvalho novo fique lá por pouco tempo (menos de seis meses). Caso a resposta for não, procure e preferência de terceiro uso para frente.Explicando: esses aromas são transferidos para os vinhos durante o período em que esses descansam ou amadurecem nos barris de carvalho e ficam em contato com a superfície desses. Os barris são tostados por dentro e essa tosta cria uma espécie de caramelo que dá esses aromas, com o uso, os aromas vão ficando mais leves.Sempre fuja daqueles vinhos que usam chips (pedaços de madeira) durante o processo de maturação para aumentar a exposição ao carvalho.Quanto costuma gastar numa garrafa de vinho? Essa pergunta pode parecer impertinente, mas você está falando com alguém íntimo. Se não quiser perguntar diretamente a ele, pergunte à sua mãe. É importante saber para poder ficar mais ou menos no mesmo nível. Se seu pai costuma gastar 100 reais com uma garrafa de vinho, nem que ele só beba de vez em quando, você não pode chegar com uma garrafa de 30. É melhor levar cerveja. Se o vinho for muito bem escolhido, pode ser um pouco mais barato, até uns 30%.Já, se ele costuma gastar 30, provavelmente, não saberá nem apreciar um vinho de 100. Suba um degrau. Não precisa subir três de uma vez. A não ser que você saiba que seu pai conhece um pouco de vinho e só não está gastando porque não pode no momento. Por outro lado, se ele é daqueles que gastam de 200 para cima, você pode levar vinho até de mil reais que ele vai adorar. Leve, no mínimo, um de cento e pouco.Nesse caso, há grandes chances de que ele seja alguém que entenda de vinho e você terá muito mais trabalho para agradá-lo. A minha sugestão, nesse caso, é levar um bom espumante nacional para abrir os trabalhos (de preferência nature, que é o tipo mais seco) ou partir para algo diferentão como um jerez ou um vinho natural de um pequeno produtor brasileiro (que, no mínimo, vai despertar a curiosidade dele). Ou, se ele for muito sabichão sobre vinhos, você pode escolher não entrar nessa disputa e preferir levar uma sobremesa.
2023-08-10 10:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/tinto-ou-branco/2023/08/como-escolher-o-vinho-para-o-almoco-do-dia-dos-pais.shtml
Argentino reage com racismo a piada sobre crise econômica na Libertadores e incita animosidade entre hermanos
Uma publicação de um torcedor argentino viralizou nas redes sociais. Com mais de 53 mil curtidas, o tuíte de @Ramardoh1 diz: "De agora em diante, cada vez que um argentino enfrentar um brasileiro, tem que levar bananas. Basta de respeitar essa gente que incita o ódio, estou de saco cheio" seguido de uma foto da torcida do Fluminense em que um homem segura uma nota de vinte reais em direção à câmera e posa com o dedo do meio estendido.O momento ocorreu durante partida de futebol da Libertadores nesta terça-feira (8), em que o Fluminense enfrentou o Argentinos Juniors pelas oitavas de final do campeonato. Com a vitória por 2 x 0, o time carioca avançou às quartas de final.No Twitter, brasileiros reagiram com espanto à menção das bananas, uma referência racista. Os argentinos têm o costume de chamar torcedores brasileiros de "macaquitos". Outros perfis aproveitaram a oportunidade para fazer piada com a crise econômica e desvalorização da moeda argentina. "Acontece que racismo é crime e zoar crise econômica não. Ridículo seu comentário", diz uma publicação.O perfil "Make Argentina Great Again" (em referência à frase de campanha de Donald Trump nos Estados Unidos em 2016) respondeu à publicação com emojis de macacos."A Argentina toda vale umas quatro bananas"."Os brasileiros só estão respondendo ao racismo com a moeda que encontraram para fazer isso", diz uma publicação."Não chora tudo agora"."Sou europeu. Meu salário vale 1 peso", ironiza um meme.Alguns argentinos justificam a publicação e ofensas racistas por sofrerem agressões de policiais e torcedores nos estádios brasileiros. Três torcedores foram presos após uma confusão durante a partida no Maracanã. Segundo a Polícia Militar, houve uma confusão generalizada na torcida visitante, situada no setor norte superior do estádio."A mesma coisa aconteceu no Mineirão com a torcida do Millonarios. A polícia tem como hobby atirar e agredir torcedores visitantes.""É preciso que a Conmebol faça algo, ou da próxima vez, teremos que trazer um macaco e uma banana. Vamos ver se com isso nos respeitam"."Deveríamos fazer uma confederação sem os brasileiros"."Espero que a Conmebol aja com o Fluminense da mesma forma que atua com times argentinos que fazem gestos xenófobos. Basta de chicotadas para uns e de carícias para outros nesses casos."A animosidade entre os perfis oficiais dos clubes também também inflamou a discussão. No Twitter, o Fluminense publicou uma foto do centroavante argentino Germán Cano segurando seu filho no colo, com a legenda "German Cano e o único argentino júnior possível". O time argentino respondeu à provocação com uma foto da taça Libertadores, campeonato que o time brasileiro ainda não venceu.
2023-08-10 10:06:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/hashtag/2023/08/argentino-reage-com-racismo-a-piada-sobre-crise-economica-na-libertadores-e-incita-animosidade-entre-hermanos.shtml
Elza Soares ganha biografia para crianças que apresenta a voz do milênio
Essa é uma das histórias mais conhecidas da música brasileira. No auditório do programa Calouros em Desfile, o apresentador Ary Barroso, mais lembrado por ser o compositor de "Aquarela do Brasil", recebeu uma menina de 23 anos no palco. Ela usava um vestido folgado e ajustado por alfinetes, calçava sandálias e tinha o cabelo preso de um jeito infantil."De que planeta você veio?", perguntou Barroso, em meio aos risos da plateia. A garota era a ainda desconhecida Elza Soares, que respondeu naquele ano de 1953 com uma frase que mudaria a sua carreira para sempre. "Venho do mesmo planeta que o seu, seu Ary", ela disse. "Do planeta Fome."Tudo o que aconteceu depois disso pertence à história. Mas quando foi que você ouviu pela primeira vez sobre a ida de Elza ao programa de Ary Barroso e o sucesso arrebatador que ela teve sobre o palco, a ponto de o apresentador dizer que nascia ali uma estrela? Quando exatamente foi apresentado à voz vulcânica da cantora, entoando clássicos como "Se Acaso Você Chegasse" ou "Mulher do Fim do Mundo"?Como ficou sabendo do amor dela por Garrincha, do casamento forçado aos 12 anos, dos filhos mortos, da vez que a BBC a considerou a voz e a cantora do milênio? Tudo isso é bastante conhecido e ainda está fresco na memória do país por causa das centenas de homenagens ocorridas após a morte de Elza, em janeiro do ano passado, aos 91 anos. Mais Mas muitas crianças talvez tenham o primeiro contato com a potência do seu canto e com as curvas sinuosas de sua vida a partir de "Elza - A Voz do Milênio", biografia para o público infantil recém-publicada por Nina Rizzi e Edson Ikê —e é aí que mora a importância dos chamados livros informativos.A obra faz um resumo competente e visualmente potente da vida da cantora, mas sem grandes firulas. Em ordem cronológica, o texto parte da infância na favela da Moça Bonita e chega logo aos seus 12 anos de idade, quando foi obrigada pelo pai a se casar com Antonio Soares, de quem ganhou o sobrenome pelo qual ficaria conhecida até o fim. Aos 13, foi mãe pela primeira vez. Aos 15, já tinha perdido dois filhos por causa da fome. Aos 21, era viúva. Mais Rizzi vai criando a linha do tempo sem poupar o jovem leitor dos problemas que sempre rondaram a vida de Elza. Depois do sucesso no programa de Ary Barroso, por exemplo, ela deu início à carreira de cantora e conheceu nomes como Grande Otelo e o argentino Astor Piazzolla. Mas, ao mesmo tempo, também enfrentou o racismo e o machismo e cantava de graça na rádio Mauá. A "voz rouca, rascante e cheia de balanço" entoou o amor por Garrincha, mas também gritou quando o jogador se afundou no alcoolismo e agrediu Elza e seu filho. Aliás, essa mesma voz serve de guia para o livro, que elenca sucessos como "Língua", "Meu Guri", "A Carne", "Ave Maria no Morro" e "Maria de Vila Matilde", por exemplo, criando aos poucos um repertório básico para a criança.Com cores vibrantes e elementos afro, Ikê transforma a complexidade da personagem em imagens, sem tropeçar no equilíbrio complexo que é retratar temas como o sofrimento, a morte, a fome, o racismo, a ditadura militar e a violência para o público infantil.Texto e ilustração não fogem de nenhum desses tópicos e não cometem o deslize de atenuá-los em nome de uma suposta preservação da infância. Tudo aparece de maneira responsável, longe do sensacionalismo, do choque barato e do desrespeito a uma das maiores figuras da cultura brasileira.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...Para ampliar o voo, o fim do livro apresenta uma seleção de discos da cantora, além de filmes e de outros livros sobre ela. Funciona como um convite —ou, como profetizou "Mulher do Fim do Mundo", como uma maneira de manter Elza cantando até o fim. Mais
2023-08-10 10:39:00
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Educação pública e desafios para as carreiras do futuro
O ano de 2023 tem se firmado com novas tendências para a educação: ensino híbrido, educação socioemocional, e-learning e microlearning, personalização do ensino, AI, entre outras, mas será que isso se aplica a toda população estudantil brasileira? As escolas de zonas periféricas e rurais estão prontas para este novo contexto?Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...Batizada também de 4ª Revolução Industrial, esse fenômeno está mudando, em grande escala, a automação e a troca de dados, bem como as etapas de produção e os modelos de negócios, por meio do uso de máquinas e computadores. Inovação, eficiência e customização são as palavras-chave para definir o conceito de Indústria 4.0, essa revolução também afeta as maneiras de aprender e ensinar.Além disso, com as novas tecnologias, 50% dos empregos e das formas de trabalho podem ser afetados, somado a pandemia da Covid-19 e seu isolamento social, isso foi intensificado, sendo assim, as salas de aula precisaram se adaptar à habilidades de autoaprendizagem e competências socioemocionais.Conforme um levantamento encomendado pela Fundação Lemann ao Centro de Aprendizagem em Avaliação e Resultados para o Brasil e a África Lusófona (Clear), vinculado à Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP), observando o cenário de fechamento das escolas durante a pandemia, os anos finais do ensino fundamental e ensino médio foram os mais impactados, com destaque para os estudantes do sexo masculino, pardos, negros e indígenas, com mães que não finalizaram o ensino fundamental.E a saúde mental dos brasileiros e a acessibilidade digital?O Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), com 11,5 milhões de pessoas diagnosticadas com depressão. Uma pesquisa da Unicef revelou ainda que 35% dos jovens se consideram ansiosos e, dentre os entrevistados, a metade sentiu necessidade de pedir ajuda em relação à saúde mental, mas 40% deles não recorreram a ninguém.O Fórum Econômico Mundial estabeleceu as características essenciais aos profissionais da nova década —as habilidades do futuro. Essas soft skills abarcam as novas demandas sociais, o modo de vida da sociedade contemporânea e as novas perspectivas de trabalho, dentre elas destaco habilidades como: pensamento crítico, resolução de problemas, gestão de pessoas e criatividade têm sido muito mais valorizadas.Companhias querem colaboradores com "senso de dono" que entendam como tomar decisões difíceis e mostrar suas habilidades de liderança, sendo assim é possível mapear três de algumas das principais tendências para este ano.Mas o que fazer para que essas habilidades, somadas com novas tecnologias, abracem alunos em situação de vulnerabilidade? Sabemos que os jovens excluídos no mundo do trabalho e ameaçados pela destruição de empregos, que se vislumbra cada vez mais com o avanço acelerado das tecnologias digitais, têm cor e classe social bem definidas: são pobres e negros.Sendo assim, ter políticas públicas que ofereçam oportunidades para esta juventude é pauta prioritária e uma das formas mais potentes de resolução é incluir digitalmente esses jovens. A precariedade, a falta de espaço para estudos e a falta de renda diminuem a capacidade de aprendizagem e isso impactará diretamente no futuro e na diversidade do mercado de trabalho, em especial para cargos mais altos.O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Kelly Baptista foi "Tempos Difíceis", de Racionais Mc's.
2023-08-10 08:00:00
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Como diferentes espécies interagem de forma indireta na natureza
Quem nunca se deixou influenciar por aquilo que um amigo de um amigo contou? Ou pela sugestão do vizinho de uma prima? Em nossos círculos sociais, somos constantemente influenciados — e vivemos influenciando — de forma indireta.Em redes sociais, por exemplo, efeitos indiretos pautam a difusão de diferentes comportamentos, seja o consumo de bebidas alcoólicas e drogas, seja a cooperação entre indivíduos, o altruísmo e a percepção de felicidade em determinada população. Efeitos indiretos também podem controlar a disseminação de doenças contagiosas, o surgimento de inovações em diferentes áreas e a interconexão de mercados globais. Em geral, todo processo que se propaga por meio das interações entre os elementos de um sistema depende, em última instância, de efeitos indiretos.Na natureza ocorre o mesmo: numa comunidade ecológica, milhares de indivíduos de espécies diferentes interagem. Ao longo de uma simples caminhada no campus da Universidade de São Paulo, ao observar borboletas, abelhas e moscas polinizando as flores, nota-se quão numerosas são as oportunidades de influências indiretas. Por exemplo, uma borboleta pode esgotar ou reduzir a quantidade de néctar de uma flor e assim prejudicar uma abelha que mais tarde vai visitar essa mesma flor. Nesse caso, trata-se de um efeito indireto ecológico mediado pela influência de uma espécie na densidade de um recurso (o néctar) compartilhado com outras espécies.Mas as espécies também podem se influenciar indiretamente por efeitos evolutivos. A capacidade da borboleta — para retomar o exemplo — de consumir néctar e polinizar uma planta depende do ajuste de sua probóscide — seu aparelho bucal sugador — ao tubo polínico da flor. Portanto, numa determinada população seriam beneficiados tanto os indivíduos dessa espécie de borboleta quanto da espécie de planta cujos atributos se ajustam e geram uma interação mais eficiente, com uma aquisição maior de recursos pelos insetos, e uma eficiência maior de polinização da planta.Como consequência, a interação ecológica entre a planta e a borboleta pode resultar em pressões seletivas que favorecem atributos com um maior ajuste, causando mudanças evolutivas em ambas as espécies. Se tais mudanças são recíprocas, o fenômeno é definido como coevolução.O que ocorre, porém, quando uma terceira espécie também coevolui com a planta, como determinadas abelhas ou moscas? E se considerarmos uma comunidade com centenas de espécies de plantas e de polinizadores? É nesses cenários que se manifestam os efeitos evolutivos indiretos. O desafio, então, é quantificar a magnitude de tais efeitos e identificar as consequências para a ecologia e a evolução de espécies na natureza. E é sobre esse desafio que se debruça minha pesquisa de doutorado em ecologia na USP, sob orientação do biólogo Paulo Guimarães Jr.O trabalho combina modelagem matemática, simulações numéricas e dados empíricos para entender como esses efeitos evolutivos indiretos moldam a aptidão média de uma espécie, que consiste em sua capacidade de sobrevivência e reprodução. Os resultados mostraram que, em comunidades de espécies mutualistas — aquelas que se beneficiam mutuamente —, os efeitos evolutivos indiretos dificultam a capacidade de adaptação das espécies a ponto de muitas sofrerem uma redução em sua aptidão média depois de coevoluírem numa rede de interações. E isso foi uma surpresa, uma vez que os efeitos diretos dos mutualismos aumentam a aptidão dos indivíduos que interagem.Importante implicação desse resultado foi constatar a eventual redução da aptidão média das espécies quando algum fator externo perturba a comunidade e aumenta os efeitos evolutivos indiretos. A abelha do mel, Apis mellifera, por exemplo, quando introduzida numa comunidade, interage com muitas espécies de plantas, potencializa os efeitos indiretos, e pode reduzir a aptidão de outras espécies de plantas e polinizadores. Portanto, os resultados indicam que espécies invasoras podem ser disruptivas não somente no tempo ecológico (décadas e séculos), mas também ao longo do tempo evolutivo (milhares de anos).Recentemente, publiquei esses achados como primeiro autor em um artigo na revista Nature, o que sem dúvida significa uma conquista e tanto para nós, cientistas brasileiros em início de carreira. Mas para chegar a esses resultados, o tempo e a ajuda de pesquisadores de áreas diferentes foram cruciais.Nossa pesquisa foi feita ao longo de cinco anos, teve três versões diferentes, acumulou uma pasta com mais de 12 mil arquivos e reuniu um time de nove pesquisadores de quatro países diferentes (Brasil, Espanha, Estados Unidos e Suíça). Uma verdadeira jornada. O tempo foi essencial para amadurecer a ideia, realizar análises e refinar o manuscrito, enquanto os colaboradores foram fundamentais em diferentes etapas.Com a geneticista Ana Paula Assis (USP) aprendemos muito sobre evolução e genética quantitativa; o físico Marcus Aguiar (Unicamp) nos instruiu e solucionou problemas quantitativos que a princípio pareciam impossíveis; o ecólogo Mathias Pires (Unicamp) nos guiou em muitas das análises que tratam das implicações práticas do trabalho.Mas, uma vez encaixadas as peças do quebra-cabeça e compartilhados com os colegas diversos momentos "eureka", vejo que a real conquista está naquilo que motiva a mim e a muitos dos cientistas que conheço: perguntar, aprender e descobrir. Parafraseando o físico Richard Feynman, o prêmio está no prazer de descobrir, na emoção da descoberta e no compartilhamento com os pares.Curiosamente, conheci Richard Feynman numa disciplina que cursei no mestrado, ministrada pelo ecólogo Sérgio Reis (Unicamp). Foi por causa dessa disciplina que falei com meu então coorientador de mestrado, Rodrigo Cogni (USP), de meu interesse em pesquisar sobre teoria em ecologia e evolução. Rodrigo Cogni me falou de Paulo Guimarães Jr., meu atual orientador, que me falou de nossos colaboradores... Como se vê, até minha tese de doutorado resultou de uma cascata de efeitos indiretos.*Leandro Giacobelli Cosmo é doutorando em ecologia na Universidade de São Paulo.O blog Ciência Fundamental é editado pelo Serrapilheira, um instituto privado, sem fins lucrativos, que promove a ciência no Brasil. Inscreva-se na newsletter do Serrapilheira para acompanhar as novidades do instituto e do blog.
2023-08-10 07:03:00
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Nina e Tom: plataforma divulga os nomes mais usados para gatos
Dizem que os gatos nunca atendem pelo nome. Mas nós, tutores de felinos, sabemos que isso é mentira. Eles, geralmente, só estão dormindo ou pensando em algo muito importante, por isso que não viram a cabeça, abrem os olhos ou dão um miadinho. No máximo, conseguem mexer as orelhas.Para saber quais são os nomes que os bichanos mais ignoram, o grupo Petlove divulga o PetCenso 2023. O levantamento traz informações do banco de dados da plataforma, que conta com mais de 2,5 milhões de pets cadastrados, entre cães e gatos, em todo o país.Veja o resultado. Jade Petronilho, médica veterinária da Peltove, diz que os nomes mais curtos são os ideais para os felinos."Os nomes mais curtos costumam ser melhor entendidos por eles. Quando escolhemos um nome muito comprido, ou que seja com um som pouco familiar, a probabilidade de o gato ignorar aos chamados é maior", afirma.Para incentivar o seu gatinho a responder quando for chamado, ensina a veterinária, dê um petisco toda vez que ele atender prontamente quando disser o nome dele. Essa é uma forma de treiná-lo. Mais Siga o blog Gatices no Twitter, Instagram e Facebook.
2023-08-10 06:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/gatices/2023/08/nina-e-tom-plataforma-divulga-os-nomes-mais-usados-para-gatos.shtml
Taste São Paulo reúne chefs premiados e aulas de gastronomia no Villa-Lobos
Um dia no parque, cercado de boa gastronomia. Essa é a proposta do Taste São Paulo, um dos maiores festivais gastronômicos do mundo, que chega à sua sétima edição na capital paulista no próximo final de semana e no seguinte —de 18 a 20 e de 25 a 27 de agosto.Cativo da região sul, neste ano o festival cresceu e se mudou para o parque Villa-Lobos, no Alto de Pinheiros, na região oeste. A nova localização tem 50 mil m², quase o triplo de tamanho da anterior, que serão recheados com mais de 30 bares e restaurantes, área de recreação para as crianças, além de shows musicais, empórios e dezenas de atividades ligadas à culinária.Cada um dos estabelecimentos escalados para participar do Taste apresenta três clássicos do seu cardápio, além de uma receita criada exclusivamente para o festival. Todos os pratos são servidos em porções mais comedidas do que nos restaurantes (custando entre R$20 e R$45), para ir matando a fome aos poucos, com diferentes opções.Quem passar por lá poderá provar, por exemplo, o missô ramen e o curry de frutos do mar da chef Telma Shiraishi, do Aizomê; o bolinho de camarão da chef Giovanna Grossi, do Animus; a tostada de polvo ou a barbatana de peixe do Baru, do chef colombiano Dagoberto Torres; o churrasco coreano do Komah; e a carne de sol do Jiquitaia.Quem é da turma do docinho pós-almoço (ou pós-jantar) também vai lamber os dedos: há a pavlova da chef Carole Crema, o tradicional tiramisu do Fasano —este, um dos itens mais vendidos de todas as edições do evento— e o bolo de chocolate da chef Tássia Magalhães, do Nelita, restaurante de inspiração italiana que já figurou entre os 50 melhores da América Latina segundo o ranking 50 Best.Chefs famosos, aliás, estarão em peso no evento —com seus restaurantes, mas também comandando aulas que acontecem nos chamados espaços de conhecimento, a cereja do bolo da programação. Mais Além do seu consagrado dadinho de tapioca e dos drinques do Bar do Mocotó, o chef Rodrigo Oliveira, jurado do MasterChef, ensinará a fazer um chilli crunch com legumes na brasa. Já o francês Claude Troisgros, do reality Mestre do Sabor, servirá o peixe com banana do seu Chez Claude e também mostrará como fazer um risoto de tomate, queijo de cabra e manjericão. A chef Thais Alves, do Manioca, executará ao vivo uma entrada e um prato na grelha no estilo do restaurante fundado por Helena Rizzo, também do MasterChef.Para vestir o avental e participar dessas aulas não é preciso pagar nada a mais, mas sim, chegar cedo. As inscrições acontecem presencialmente, por ordem de chegada, 30 minutos antes do início das atividades. Quem adquirir o ingresso VIP (R$ 330) poderá se inscrever com uma hora de antecedência —veja ao lado os destaques da agenda.O Taste tem uma programação comum a todos os dias, mas alguns restaurantes estarão presentes apenas em um dos finais de semana. No primeiro, por exemplo, será possível provar a feijoada vegana do restaurante-escola Da Quebrada, e também o arroz de xinxim do chef Rodrigo Leite, do Preto Cozinha.Já no segundo final de semana, a brasileira Luana Sabino e o mexicano Eduardo Ortiz apresentarão as criações do mais novo projeto deles, a Taqueria Atzi; a chef Mari Sciotti servirá o arroz de kimchi do Quincho; e a ONG Casa Diversa, que ensina gastronomia para pessoas LGBTQIA+ egressas do sistema penitenciário, levará ao evento uma sobremesa criada pela confeiteira Marília Zylbersztajn.Haverá ainda um estande inspirado em "O Urso", no qual participantes poderão fazer sanduíches inspirados na trama da série, ambientada num restaurante de Chicago. Taste São Paulo Festival Sexta, 18Sábado, 19Domingo, 20Sexta, 25 Sábado, 26Domingo, 27
2023-08-10 19:35:00
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Apesar do corte na taxa Selic, investidores ainda reduzem risco
O investidor brasileiro está desiludido com as alternativas de risco no Brasil. Esta é a conclusão que se extrai do relatório de fundos de investimentos da Anbima divulgado nesta última terça-feira. A dúvida é se os investidores ainda estão respondendo ao frustrante retorno passado ou se a desilusão é com a perspectiva.O relatório de fundos de investimentos divulgado pela Anbima aponta que as categorias de fundos de ações e multimercados continuam apresentando resgates líquidos.Em nenhum dos meses de 2023 houve captação líquida positiva para os fundos de ações. Já os fundos multimercados teriam o mesmo resultado negativo não fosse uma inexpressiva captação líquida no mês de maio.Mesmo com o início do ciclo de queda da Selic no dia 2 de agosto, quando a Selic caiu para 13,25% ao ano, investidores continuaram resgatando de fundos de ações e multimercados neste mês de agosto até a última sexta-feira, dia 4 de agosto.Acredito que o desânimo com a exposição ao risco pode ser explicado pelos resultados passados. O investidor costuma ser reativo aos resultados que observa.Vamos primeiro avaliar os fundos multimercados. Na média, representada pelo índice de fundos multimercados da Anbima, o IHFA rende no ano menos de 70% do CDI. No acumulado desde o final de 2019, ou seja, em mais de três anos acumulados, o IHFA perde do CDI.Com a categoria de ações o passado também não foi favorável. Desde 2019, o Ibovespa apresentou uma modesta valorização de apenas 3,2%. No ano, o retorno acumulado até o dia de hoje apenas se iguala ao CDI. Antes que me perguntem, o índice já considera reinvestimento de dividendos. Portanto, este é o retorno total de ganho de capital e de dividendos.Com os resgates nos últimos meses, o montante total de investimentos alocados em fundos de ações caiu para R$ 551,4 bilhões em julho. Em dezembro de 2019, esse volume era de R$ 730,6 bilhões. Portanto, uma perda de patrimônio de 24,5%.Com estes resgates, a participação de fundos de ações na indústria total de fundos está similar ao que era observado no final de 2018. A proporção de fundos de ações na indústria de fundos é de apenas 6,9%.Os investidores do segmento Private são os que possuem maior exposição ao mercado de ações. Do total de fundos, eles possuem 18% em fundos de ações. Já os investidores de varejo possuem apenas 4,3% de seus fundos alocados em ações.Como o investidor costuma ser reativo, acredito que esta tendência de resgates deve se reverter apenas com a Selic caindo abaixo de 10%, ou seja, a partir do segundo semestre de 2024.Entretanto, se você é um investidor com maior apetite ao risco, não espere os outros aplicarem para você iniciar seus aportes, ou você pode perder parte do movimento que deve ocorrer como consequência da queda dos juros. Também, não realize todo o investimento de uma única vez. Aproveite as quedas para realizar pequenos aportes.Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.Fale direto comigo no e-mail.Siga e curta o De Grão em Grão nas redes sociais. Acompanhe as lições de investimentos no Instagram.
2023-08-09 21:41:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/de-grao-em-grao/2023/08/apesar-do-corte-na-taxa-selic-investidores-ainda-reduzem-risco.shtml
Mulher compra todos os pacotes de amendoim de avião para evitar ataque alérgico em voo
Uma passageira de um avião relatou ter desembolsado três vezes o valor de sua passagem para adquirir todos os pacotes de amendoim disponíveis a bordo. Leah Williams, 27, enfrenta uma alergia grave a amendoim, e declara que os comissários de voo se recusaram a proibir a venda do lanche. As informações são do The Mirror.Preocupada com sua saúde, Leah comprou 48 pacotes de amendoim durante seu voo econômico pela Eurowings, de Dusseldorf a Londres. Ela havia solicitado à equipe de bordo que interrompessem a comercialização dos amendoins e fizessem um anúncio aos passageiros alertando para que não comprassem ou consumissem o alimento.Apesar disso, os comissários não acataram seu pedido, deixando a passageira sem alternativa. "Os comissários me olharam como se eu estivesse louca e disseram: ‘Mas é muita coisa, teremos que contar todos eles’. Eu disse: ‘Por favor, contem os pavotes e eu vou pagar por todos, já que vocês não me deram escolha’".No final, a conta deu 144 libras (equivalente a cerca de R$ 900), sendo que cada um custava 3 libras cada. Esse valor é três vezes superior ao custo da própria passagem do voo de 80 minutos. Ela informou que iria procurar a empresa para pedir reembolso.A companhia aérea, por sua vez, divulgou em seu site a seguinte declaração: "Não podemos garantir que nossas refeições estejam livres de amendoim. Servimos amendoins em todos os nossos voos, seja como ingrediente de uma refeição ou como acompanhamento para as bebidas. Outros passageiros também podem trazer comida à bordo que contenha amendoins, e resíduos de amendoim podem ser transmitidos para outras superfícies da aeronave, bem como pelo sistema de ar condicionado. Se você tem alergia a amendoim, recomendamos discutir seus planos de viagem com seu médico antes de voar."Apesar disso, um porta-voz da Eurowings lamentou o ocorrido e falou que a tripulação conversou sobre a alegria com os viajantes ao lado de Leah. "Nosso chefe de cabine tentou oferecer a ela uma solução alternativa, informando os passageiros próximos sobre sua alergia. Inicialmente, ela concordou, mas posteriormente optou por comprar todos os pacotes."Outras companhias aéreas, como a British Airways, easyJet e Ryanair, afirmam cessar a venda de amendoins e solicitam que os passageiros evitem consumi-los caso haja alguém a bordo com alergia.
2023-08-09 22:01:00
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https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/08/mulher-compra-todos-os-pacotes-de-amendoim-de-aviao-para-evitar-ataque-alergico-em-voo.shtml
Cursos técnicos não se resumem à oferta
A educação profissional nunca teve muito prestígio nestas terras tupiniquins. Desde os tempos coloniais, passou por sucessivas reformas até culminar na lei 5.692/71, já revogada, que tornou obrigatória a formação profissional nos cursos de segundo grau —o nosso ensino médio atual. Como a proposta não era atrativa para muitos estudantes preocupados com o acesso à universidade, foi progressivamente se desfigurando e não alcançou seus objetivos.Essa rápida retrospectiva é importante para entendermos que já passamos por mecanismos de expansão da oferta de educação profissional sem os resultados esperados, como o recente Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), que, mesmo com muitos recursos, não foi bem-sucedido.Somos absolutamente favoráveis ao aumento da oferta de cursos técnicos, mas acreditar que a escola se tornará mais atraente apenas porque oferece educação profissional é um grande equívoco, pois o desinteresse não está na modalidade de ensino, mas nas metodologias utilizadas e nas perspectivas que acena. É fundamental ter uma proposta pedagógica com foco no aprender e no protagonismo do aluno, que cuide dos aspectos cognitivos, mas também dos socioemocionais, consciente de que a ocorrência do ensino não assegura a aprendizagem.A escola que se limita a repassar conteúdos tem pouquíssimas chances de ser atrativa mesmo na educação propedêutica, algumas vezes referida como ensino regular. Repetir isso na educação profissional com professores apenas mostrando como algo deve ser feito, desconsiderando o princípio básico do "aprender a fazer fazendo", nos remete a perguntar: "Quantas vezes se deve assistir ao César Cielo nadando para aprender a nadar?". Mais Profissionais com formação específica e experiência são muito bem-vindos na composição do corpo docente, com aulas onde suas vivências farão toda a diferença, desde que participem de programas de capacitação para o magistério —o que não se faz no curto prazo. Demanda tempo, planejamento, recursos, espaços, equipamentos e infraestrutura, tecnologias e metodologias.Cabe ressaltar, ainda, que a referência aos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), onde o número de matriculados em cursos técnicos é muito maior que aqueles que fazem o equivalente ao nosso ensino médio, decididamente precisa ser melhor analisada, pois a explicação não se resume à oferta.Além das diferenças estruturais e culturais, nesses países a valorização do profissional de nível técnico faz com que a diferença salarial entre ele e o formado em nível superior seja muito pequena, o que não ocorre por aqui. Se a carreira de técnico fosse tão promissora no Brasil como é nos países da OCDE, certamente já teríamos um maior número de matrículas nessa modalidade de ensino há muito tempo.A educação profissional não é atrativa por si só no Brasil. Aumentar a oferta sem atender seus fundamentos não recuperará seu prestígio. O Fórum da Educação Profissional do Estado de São Paulo, há mais de década e meia, vem estudando e propondo alternativas para o desenvolvimento da educação profissional em todos os seus níveis e modalidades, analisando causas e consequências. Muitas das reflexões aqui expostas decorrem desses debates.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2023-08-09 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/08/cursos-tecnicos-nao-se-resumem-a-oferta.shtml
O patrimônio de São Paulo arde nas chamas da incompetência
A maior cidade do Brasil deveria ser um norte seguro para as outras cidades do país. Um exemplo a ser seguido em todos os segmentos possíveis, do saneamento básico à educação, passando por diversas outras camadas sob responsabilidade do poder municipal, entre elas, o patrimônio histórico. Contudo neste último citado São Paulo é um grande símbolo de vergonha e de descaso no padrão "for export".Aqui, sabe-se, não é de hoje que quase nada é preservado. Uma cidade que já beira 5 séculos de história mas que muitas vezes lembra mais as cidades chinesas que cresceram do nada da década de 1980 em diante. O motivo? Quase não temos aqui construções históricas do passado colonial e imperial que tivemos.Mas não se engane em pensar que só a São Paulo anterior ao século 20 desapareceu de nossos olhos. A cidade erguida nas primeiras décadas do século passado também já some como fumaça de nosso horizonte. São palacetes erguidos pelos industriais que surgiram com o crescimento de São Paulo, as casas geminadas construídas pelos "capomastri" que fizeram de São Paulo algo a imagem e semelhança de suas cidades na Itália, e também os pedreiros nordestinos que ergueram casas, sobrados, mansões e edifícios para com o salário sustentarem suas famílias.Com a recente aprovação do novo plano diretor já estamos vendo que o pouco que resta da nossa memória histórica e de nossa dignidade como povo paulistano, desaparecerá nas mãos de construtoras, incorporadoras e imobiliárias que fazem da cidade um horror urbanístico e da vida do cidadão, um inferno.A prefeitura na imagem e voz do atual prefeito paulistano, Ricardo Nunes (MDB), nada faz para preservar o patrimônio histórico, pelo contrário. O obscuro mandatário que só chegou ao poder porque o eleito infelizmente morreu, nem sequer disfarça mais seu desprezo à memória paulistana, ao fazer do cargo que ocupa o trabalho de porta-voz, ou melhor, de "tchuthuca" do setor imobiliário e de todos aqueles que se beneficiam da terra arrasada que São Paulo se transformou.O anúncio do Seminário "Real Estate" acima não deixa dúvidas que o prefeito escolheu um lado na sua tentativa de firmar-se no poder. E esse lado não é o do cidadão, mas sim daqueles que odeiam nossa identidade histórica, nosso patrimônio cultural. São aqueles estão sempre a "um jatinho de distância" das belezas arquitetônicas europeias ou estadunidenses, como quem pensa: patrimônio cultural que vale a pena só o estrangeiro, o nosso jamais.O empresariado do setor imobiliário e construtivo brasileiro é o mais cafona do mundo. No afã de enriquecer-se a todo custo, defeca sobre o patrimônio de São Paulo como se não houvesse amanhã. Não são capazes de enxergarem que história e crescimento podem e devem caminhar juntos.Por isso não me causou espanto acabar em chamas o maravilhoso e tombado casarão histórico da rua Cardoso de Almeida, nas Perdizes, na última semana. O incêndio pouco importa se foi provocado ou acidental, mas causa espanto e ojeriza que até o momento não houve qualquer pronunciamento público sobre o ocorrido, seja por parte da Secretaria Municipal de Cultura (SMC), do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) ou da secretária responsável por ambos os órgãos, Aline Torres.Faz tempo que o que menos se faz na SMC é cultura ou preservação da memória. Na atual gestão a secretaria se transformou em mera divulgadora e produtora de eventos, numa confusão do que é cultura e o que é entretenimento. Não que o segundo não faça parte do primeiro, mas o problema é quando um engole o outro.Na somatória de problemas envolvendo a cultura da cidade, a memória paulistana e seu patrimônio histórico, agora também em chamas, resta esperar por um milagre para que São Paulo siga sobrevivendo. Mesmo que respirando por aparelhos.
2023-08-09 17:55:00
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Criança usa vestido de noiva como guardanapo; vídeo viraliza
"Um vestido de noiva ou um grande guardanapo para limpar a boca? Decididamente, uma pequena convidada de um casamento nos Estados Unidos escolheu a segunda opção ao se deparar com o traje da noiva, próximo à mesa do jantar da cerimônia. A menina, de aproximadamente três anos de idade, percebeu que sua boca estava suja e a limpou no babado da saia do tradicional vestido branco.O vídeo viralizou, e a mãe da criança não perdeu a oportunidade de brincar com o episódio. Ela também deixou um conselho para futuros noivos na hora de preparar as listas de convidados de um casamento: "Não recomendo servir ketchup com nuggets de frango e batatas fritas na refeição infantil... ou talvez seja melhor simplesmente não convidar crianças", escreveu ela ao legendar o vídeo."Na caixa de comentários, os internautas brincaram com a situação. "Sem filhos no meu casamento, por favor", comentou uma seguidora. "Acho que eu morreria", desabafou outra, enquanto a terceira acrescentou: "Queria ter a tranquilidade desta noiva para lidar com esse imprevisto". Alguns usuários do TikTok criticaram a mãe da menina. "A mãe achou graça? É isso mesmo?", questionou um. "Saiu de fininho e não pediu desculpas. Que feio!", observou outro.
2023-08-09 16:03:00
voceviu
Você viu
https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/08/crianca-usa-vestido-de-noiva-como-guardanapo-video-viraliza.shtml
Parque Villa-Lobos tem show gratuito de Diogo Nogueira e Orquestra Ouro Preto neste sábado
Acontece neste sábado (12), às 17h, no parque Villa-Lobos, em São Paulo, a apresentação gratuita do "Concerto Popular Brasileiro" protagonizada pelo cantor Diogo Nogueira e Orquestra Ouro Preto.Em julho deste ano, o concerto foi visto, na praia de Copacabana (RJ) por mais de 30 mil pessoas que puderam contemplar a mistura da sonoridade erudita com a popular, sob a regência do maestro Rodrigo Toffolo.O espetáculo apresenta um repertório que homenageia nomes do samba, mas sem se limitar ao gênero, reunindo também canções de compositores da MPB entre eles Cazuza (1958-1990), com "Codinome Beija-Flor"; Djavan, com "Flor de Lis" e Ivan Lins com "Madalena".Sucessos de Diogo Nogueira, como "Pé na Areia" e "Tô Fazendo a Minha Parte", também estão no programa. "Vai ser muito especial fazer esse espetáculo ao lado da Orquestra Ouro Preto. São músicos incríveis, muito talentosos, comandados pelo maestro Rodrigo Toffolo. Estou ansioso para nos encontrarmos novamente no palco e revisitarmos o melhor do cancioneiro popular brasileiro, sucessos dos grandes mestres da música nacional. Será inesquecível", disse Diogo Nogueira.A parceria entre Diogo e a orquestra começou em 2021, quando, durante a pandemia, gravaram o encontro pelo projeto "SulAmérica Sessions", exibido pela internet e canais fechados.Mas atenção! É necessária a retirada antecipada de ingressos pelo Sympla, pois a entrada está sujeita à lotação do espaço. A abertura dos portões acontece três horas antes do espetáculo.Bom espetáculo!CONCERTO POPULAR BRASILEIROARTISTAS Diogo Nogueira e Orquestra Ouro PretoQUANDO Sábado (12), 17h, abertura dos portões a partir das 14hONDE Parque Villa-Lobos, av. Professor Fonseca Rodrigues, 2001, Alto dos Pinheiros, São Paulo, tel. (11) 2683-6302QUANTO Gratuito em https://bit.ly/3YjOJ0o
2023-08-09 10:46:00
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PF dá 'três batidinhas na porta' de Silvinei Vasques e recicla memes nas redes
O assunto "ex-diretor da PRF" abriu a manhã desta quarta-feira (9) entre os mais comentados do Twitter, com cerca de 10 mil citações. O nome de Silvinei Vasques aparece em alta após ter sido preso nesta quarta sob suspeita de interferência da PRF (Polícia Rodoviária Federal) nas eleições de 2022. Na ocasião, a corporação descumpriu determinação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que proibia operações envolvendo transporte público durante o segundo turno das eleições entre o presidente eleito Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).Internautas reagiram à prisão com memes. Entre eles, o vídeo protagonizado pela ex-deputada Joice Hasselmann reaparece —"Toc, toc, toc, quem é? É a Polícia Federal". Uma publicação em que Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Bolsonaro, ironiza a proximidade de Lula com casos de corrupção, foi relacionada às prisões de Silvinei Vasques e outros aliados bolsonaristas."Preso" e "Grande dia" também surgem entre os assuntos mais comentados na plataforma, com mais de 90 mil e 14 mil citações, respectivamente. "Meninas na Colmeia, Meninos na Papuda", diz tuíte em alusão a uma fala que marcou o mandato da ex-ministra da Mulher, atual senadora, Damares Alves, em 2019: "Menino veste azul, menina veste rosa".Alguns perfis defendem Silvinei Vasques e dizem que Brasil vive "democracia relativa", ironizando fala de Lula em relação à Venezuela. "Cada um de nós compreende a democracia do jeito que a gente quer", disse o presidente em julho. Publicações também alegam perseguição política contra Vasques.
2023-08-09 10:39:00
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Com a morte de Aracy Balabanian, sinto que perdi alguém da família
Eu tinha 12 anos de idade quando me dei conta da existência de Aracy Balabanian. O nome dela até já me era familiar, mas eu não assistia às novelas da Tupi, onde ela brilhou em títulos como "Antonio Maria" ou "Nino, o Italianinho".Lá em casa preferíamos as tramas da Globo, para onde Aracy entrou fazendo a psicóloga Giovana, na reta final de "O Primeiro Amor", de Walther Negrão, ocupante da faixa das 19 horas durante quase todo o ano de 1972.A chegada da atriz foi tratada pela emissora como a conquista de um troféu. Aracy Balabanian foi uma das primeiras grandes estrelas da Tupi que a Globo conseguiu arrancar de sua então grande rival. Outras se seguiriam em breve: Antonio Fagundes, Eva Wilma, Tony Ramos, Irene Ravache, Nicette Bruno... Mais Naquele mesmo ano, Aracy estrelou a versão brasileira de "Vila Sésamo", um inovador programa infantil criado pela TV pública dos EUA, e que no Brasil foi coproduzido e exibido pela Globo e pela TV Cultura. Ao seu lado, dois ex-companheiros do elenco de "Hair": Armando Bogus e Sonia Braga. Sim, amiguinhos, a aparentemente recatada Aracy aparecia nua em pelo no palco de um dos mais revolucionários musicais de todos os tempos.Já dona de uma vitoriosa carreira no teatro, Aracy frequentou pouco os palcos depois que se transferiu para a Globo. Ao longo do mais de meio século em que foi contratada pela casa, participou de apenas 10 peças. Mas sua sólida formação anterior garantiu a ela uma versatilidade que poucas atrizes brasileiras conseguiram.E assim Aracy se tornou uma figura constante no vídeo, emendando uma novela atrás da outra. Marcou época como a Tereza de "Corrida do Ouro" (1974), a Cristina de "Bravo!" (1975), a Violeta de "O Casarão" (1975), a Milena de "Locomotivas" (1977) ou a Maria Faz Favor de "Coração Alado" (1980). Poucas vezes foi a protagonista absoluta, mas era muito mais do que uma coadjuvante de luxo.A década de 1990 lhe trouxe seus dois personagens mais icônicos, ambos criados por Silvio de Abreu. A vulcânica dona Armênia, cujo sotaque carregado Aracy tomou emprestado de seus próprios pais, fez tanto sucesso em "Rainha da Sucata" (1990) que retornou em outra novela do mesmo autor, "Deus no Acuda" (1992), algo raríssimo na televisão brasileira.De temperamento radicalmente oposto, a gélida milionária Filomena Ferreto, de "A Próxima Vítima" (1995), rendeu diversos prêmios a Aracy. Difícil imaginar outra atriz brasileira interpretando tão bem dois papéis tão diferentes entre si.E ainda houve o sucesso estrondoso da sitcom Sai de Baixo (1996-2002), em que a socialite Cassandra feita por Aracy servia mais para rir das piadas dos demais atores e ser alvo da língua venenosa de Miguel Falabella. Seu personagem Caco Antibes não poupava Cassandra, chamando-a sempre de "Cabeção", e volta e meia insinuava que Aracy teria transado com todo mundo na Tupi. Eram tiradas meio pesadas, mas a atriz não estava nem aí apenas se esborrachava de rir.Essa leveza de viver conquistou a todos que trabalharam com ela. É impressionante a quantidade de depoimentos emocionados de seus colegas, destacando sua generosidade, sua falta de estrelismo, seu amor genuíno por todo mundo. Aracy Balabanian não teve filhos, mas era chamada de "dinda" ou "madrinha" por muita gente nos corredores da Globo.Eu também sinto que perdi uma espécie de tia. Nunca a conheci pessoalmente, mas ela "frequentou" a minha casa por mais de 50 anos, através da tela da TV. Era quase alguém da família. Passei por algo parecido quando se foram Eva Wilma e Nicette Bruno, divas da mesma geração e que também tiveram carreiras longas e frutíferas.Fiquei surpreso quando soube que a última atuação de Aracy na televisão foi no especial de Natal "Juntos a Magia Acontece", exibido em 2019. A Globo afastou quase todos os atores mais velhos de seu elenco durante a pandemia para protegê-los do contágio. Depois disso, ela ainda deu uma entrevista ao Conversa com Bial, cerca de um ano atrás.Mas Aracy Balabanian está de tal forma incrustada nas minhas memórias afetivas que tenho a sensação de que a vi outro dia, que cruzei com ela na rua, que trocamos duas palavrinhas. Sim, ela morreu relativamente cedo, aos 83 anos, e deixa uma enorme saudade. Resta o consolo de saber que se foi como uma unanimidade nacional.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Tony Goes tem 62 anos. Nasceu no Rio de Janeiro, mas vive em São Paulo desde pequeno. Já escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. E atualiza diariamente o blog que leva seu nome: tonygoes.com.br
2023-08-09 12:00:00
colunistas
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https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/tonygoes/2023/08/com-a-morte-de-aracy-balabanian-sinto-que-perdi-alguem-da-familia.shtml
Café percorre longo processo desde o pé até a xícara
Comecemos pelo óbvio que frequentemente é esquecido: café é uma fruta. Mas, para que essa fruta se torne o pó escuro que usamos para fazer a bebida, é preciso submetê-la –ou melhor, submeter os grãos dela– a um longo processo.Apesar de o Brasil ser o maior produtor do mundo, muitos brasileiros, sobretudo os que cresceram no meio urbano, não sabem como o café é feito, a despeito de ingerir a bebida diariamente.A produção de uma das bebidas mais consumidas do mundo envolve muito tempo e uma quantidade enorme de trabalho.Veja abaixo o caminho percorrido pelo café desde o pé até a xícara. Ao fim do texto, há uma galeria com imagens de cada etapa do processo.O cafeeiro dá um fruto pequeno e ovalado, que muda da cor verde para vermelho ou amarelo à medida que amadurece.Quando atinge a maturidade, o fruto é colhido e despolpado. Isto porque a polpa não tem uso comercial e acaba sendo descartada. O que é de fato utilizado para preparar a bebida são os grãos que ficam dentro dos frutos.Esse processo de remoção da polpa pode ser feito a seco ou lavado, por exemplo. Também é possível induzir fermentação para gerar novas camadas de sabores.Em seguida, esses grãos ainda precisam secar por um tempo. Eles podem ficar secando sobre terreiros de cimento ou então em terreiros suspensos –que são como "camas".Em geral os cafés ficam pelo menos 15 dias secando nesses terreiros. Durante este tempo, eles são remexidos e revirados constantemente, a fim de que sequem uniformemente. Algumas fazendas mais estruturadas possuem máquinas que são usadas para secar mecanicamente, o que acelera o processo. Após os grãos secarem, eles ainda precisam "repousar" um pouco, por pelo menos mais 15 dias. Em seguida, seguem para o processo de beneficiamento, para eliminar impurezas e remover grãos que eventualmente estejam fora do padrão.Somente após tudo isso, eles estão prontos para serem torrados. Esta é uma etapa crucial do processo. Uma torra mal feita pode pôr a perder um café muito bem colhido e processado.Depois de torrados, os cafés são moídos e embalados –ou vendidos em grãos para consumidores que têm moedor em casa.É importante salientar, contudo, que cada uma dessas etapas contempla muitas variáveis e possibilidades. A colheita, por exemplo, pode ser manual, seletiva, com derriça ou máquinas colheitadeiras.Já o processamento pós-colheita pode ser feito por vários métodos, como o natural, o descascado e o lavado. Cada um desses processos resulta em uma bebida com diferentes sabores. Mais Acompanhe o Café na Prensa também pelo Instagram @davidmclucena e pelo Twitter @davidlucenaQual assunto você gostaria de ver aqui no blog? Envie sugestões para david.lucena@folhapress.com.br
2023-08-09 08:00:00
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Happy hour italiano e outras novidades da gastronomia em SP
Sabe aquele costume italiano de oferecer comidinhas para quem pede um drinque no happy hour? Pois é, essa prática deliciosa vai acontecer toda quinta-feira de agosto no Gran Bar Bernacca. Das 19h às 21h, ao pedir um drinque do bar você tem acesso a petiscos oferecidos pela casa. Após as 21h, o cardápio volta a ser o usual do bar. Pois anota aí: o Gran Bar Bernacca fica na Rua Amauri, 244, Itaim. Toda quinta de agosto!Monin, a famosa marca francesa de xaropes utilizada pelos bartenders e baristas no preparo de drinques e bebidas aromatizadas, está lançando uma linha dedicada ao consumidor final, a Monin Expérience. Com volume menor (330 ml), o produto chega em quatro versões: Cocktail, Florale, Confisserie e Barista. Dá para fazer coquetéis com ou sem álcool, cafés aromatizados, refrescos e até um milkshake de pipoca. As receitas estão todas aqui. Os xaropes estão disponíveis para venda nos supermercados pelo preço médio de R$ 32,90.Zojirushi, a empresa japonesa que produz a famosa panela de arroz presente na casa de grande parte das famílias nikkeis, desembarca no país trazendo dois modelos: "Micom NL-DAB10" e "Micom NL-DAB18". O diferencial dessas panelas é que elas usam a tecnologia Fuzzy Logic microcomputadorizada, que garante um arroz no ponto ideal, para batian nenhuma botar defeito. Além disso, elas possuem uma durabilidade excepcional, passando de geração para geração. O preço médio é de R$ 3.200 a R$ 3.600. Veja mais produtos da marca clicando aqui.A Amvox, empresa baiana de eletroeletrônicos famosa pelos produtos de áudio, está investindo também em equipamentos para cozinha. Seu portfólio conta agora com panelas elétricas, miniprocessadores, fornos elétricos, churrasqueiras, pipoqueiras e três modelos de airfryer. Para comemorar essa fase de reformulação da marca e os 20 anos da empresa, foi inaugurado o primeiro showroom da marca em São Paulo, na R. Castilho, 392, no Brooklin. O legal é que além de receber os clientes, o espaço foi idealizado para que o consumidor possa também testar todos os produtos do catálogo. Diversão pura! Conheça os produtos aqui.
2023-08-09 06:01:00
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O verdadeiro valor do petróleo na Foz do Amazonas
Com o pré-sal, o Brasil não resolveu a educação, como prometido, nem o desenvolvimento sustentável do Rio de Janeiro, mas segue batendo recordes de produção de petróleo —e assim será até a próxima década, embora as projeções da Agência Internacional de Energia (AIE) indiquem que a demanda global por combustíveis fósseis deve cair a partir de 2028, assim como o preço do barril diante da transição energética rumo às fontes renováveis.A questão é se o Brasil vai querer ir na contramão mundial ao projetar na Foz do Amazonas e em toda margem equatorial talvez a maior nova frente de exploração petrolífera do planeta, estimando para depois de 2030 o auge da produção nacional. Mais Com a perfuração da margem equatorial, estão previstas receitas entre US$ 770 bilhões e US$ 2,3 trilhões. Fica a pergunta: se o Brasil optar por queimar todo esse petróleo, o que deixará de ganhar?O valor dessas reservas pode ser infinitamente maior se as deixarmos lá, nas profundezas. Há um custo gigante para cada 0,1°C de aumento da temperatura global. O argumento para uma forte ação de curto prazo é, também, econômico. Para cada US$ 1 investido em mitigação, poupa-se de US$ 1,5 a US$ 4 em efeitos das mudanças climáticas (Nature Climate Change). Se mantidos os padrões atuais de emissões, os custos à economia global seriam de US$ 178 trilhões entre 2021 e 2070 (Deloitte). Os custos humanos seriam ainda maiores, com o aumento de insegurança alimentar, falta de água, migrações em massa e piora nas condições de saúde e bem-estar, principalmente para as populações mais pobres. Mais É aí onde podemos investir o verdadeiro valor do petróleo da Foz do Amazonas: o da "exploração evitada". Ao abrir mão de queimá-lo, o Brasil de Lula e Marina Silva teria cacife para cobrar das outras nações que façam o mesmo. E liderar um movimento a partir também do Sul mundial por uma governança global do clima mais justa, que equacione as devidas compensações —não só ambientais, mas também sociais.Na Amazônia, não faltam alertas para um ponto de não retorno da floresta, que entraria em processo de desertificação. Sem a força do bioma, simulações apontam que a temperatura média do planeta subiria 0,25ºC. Quem mais perde nesse cenário são os brasileiros, que sentiriam um aumento de 2ºC e redução de 25% das chuvas. Sem floresta, não tem água. Sem água, não tem agricultura nem geração hidrelétrica.Proteger a Amazônia, portanto, não é coisa de gringo; é interesse nacional. O cerne do debate sobre o petróleo na foz do Amazonas não é sobre licenciamento ambiental, um procedimento técnico. É sobre visão de futuro. Mais Nos próximos dois anos, o mundo precisa decidir o que fará com o que pactuamos em 2015, em Paris: a meta quase perdida de 1,5ºC de aumento da temperatura global em relação à era pré-industrial. Segundo o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima da ONU), será preciso reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% até 2030, e 60% até 2035, para zerar as emissões líquidas em 2050. E, para isso, nenhuma nova grande frente de exploração de combustíveis fósseis deve ser aberta.Nem precisa encontrar mais petróleo. As reservas recuperáveis atingiram 1,624 trilhão de barris em 2022, mas apenas metade deverá ser consumido, se levarmos a sério o compromisso do 1,5ºC (Rystad Energy). Mais São dois anos para decidir o século. E uma janela de oportunidade única para o Brasil, como país-sede da Cúpula da Amazônia, da reunião do G20, em 2024, e da COP30, em 2025, em Belém. Será decisiva porque fará o balanço de dez anos do Acordo de Paris. Aí vamos saber se queremos chegar em 2030 discutindo um aumento da temperatura de 1,5ºC a 2ºC ou de 2ºC a 2,5ºC.Até porque se a escolha for para perpetuarmos numa festa em que deixamos acabar o gelo, pode queimar tudo, até o filme. Depois do nosso triste papel como a última nação a abolir a escravidão, queremos ser uma das últimas a abolir a queima de combustíveis fósseis?TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2023-08-08 22:00:00
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União para enquadrar a fila do INSS
Publicamos recentemente a medida provisória 1.181/2023, que institui o Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social —ação mais do que necessária para, de forma efetiva, reduzir a fila dos que aguardam uma posição do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para acessar seus benefícios. Uma espera angustiante que surgiu em 2019, quando nitidamente o governo Jair Bolsonaro colocou em prática a "política do não", pela qual o cidadão que tinha algum tipo de direito previdenciário precisava ir à Justiça diante da negativa do Estado.Os primeiros seis meses de gestão à frente do Ministério da Previdência Social foram de organização. Alguns dados são fundamentais para entender o cenário previdenciário brasileiro: mais de 38 milhões de benefícios pagos todos os meses, injetando diretamente na economia mais de R$ 30 bilhões —o que nos transforma em um dos maiores sistemas previdenciários do mundo.Mesmo com dados crescentes de beneficiários, não podemos esquecer que o INSS perdeu nos últimos anos mais da metade da sua força de trabalho. Eram 39 mil servidores em 2010; hoje, 19 mil. Essa defasagem de mão de obra também se reflete na carreira da perícia médica federal: de 7.500 para 2.900 servidores atuais.A deturpada visão do antigo governo transformou sua estrutura de políticas públicas em uma secretaria nacional vinculada ao entreguismo do senhor Paulo Guedes. Ele enxergou a negativa do pagamento do direito aos brasileiros como caixa para o governo, enquanto voltávamos ao mapa da fome e a economia derretia diante do mundo. Um retrocesso assustador. E deliberado.É preciso ficar claro que o enfrentamento direto à fila depende de um esforço coletivo. Os últimos quatro anos de ataques sistemáticos aos direitos do povo brasileiro geraram uma situação em que a união de forças é imperativa. Desde o governo atual —que demonstra toda a sua sensibilidade ao injetar mais de R$ 130 milhões em pagamentos extras para desafogar a fila— até os próprios servidores do INSS e médicos peritos federais, que lidam diretamente com o problema. Mais É importante ressaltar que o enfrentamento à fila com pagamento extra por maior produtividade aos servidores é por adesão. Mas, a esta altura, acreditamos nos servidores públicos que, investidos pelo Estado brasileiro, têm em mente o compromisso social de erradicar tal situação que nos envergonha e nos ajudarão a levar, novamente, dignidade aos brasileiros. A irresponsabilidade do governo Jair Bolsonaro deixou rachaduras. E não apenas na democracia, mas principalmente na falta de compreensão cognitiva de que o Estado precisa, em um país com 220 milhões de habitantes, estar presente e respeitar, acima de tudo, os direitos do povo.Estamos vivendo, desde o primeiro dia do governo Lula, o exato momento em que o Estado brasileiro retoma sua visão, estrutura e forças aos que mais necessitam e cumpre sua função, que é garantir direitos ao povo brasileiro. Estamos aqui trabalhando diuturnamente para cumprir a nossa tarefa. E, mais do que nunca, contamos com a sensibilidade do servidor público para nos ajudar nessa empreitada. Com a ajuda de todos, vamos, até o final do ano, trazer a fila para no máximo 45 dias de espera. Mais TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2023-08-08 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/08/uniao-para-enquadrar-a-fila-do-inss.shtml
'Ainda que falem mal, o nome dele vai ficando conhecido', diz leitor sobre Zema
Novas disputas "Fala desastrada de Zema antecipa disputa na direita para 2026" (Política, 7/8). Chamar essa fala preconceituosa e desrespeitosa de Zema de desastrada é de uma condescendência inaceitável. Isso, mesmo que seja tática do governador, é imperdoável se estivermos dispostos a por fim a um período de horror que vivemos. Sheila Schvarzman (São Paulo, SP)Penso que Zema, novamente, permitiu-se a crítica com esta colocação xenofóbica, apenas como meio de ganhar noticiário, mídia. Ainda que falem mal, o nome dele vai ficando conhecido. Bem o que ele quer, mas não merece. Nós, o povo, devemos acordar. Marco Antonio Esteves (São Paulo, SP)Eis que está emergindo o representante da verdadeira direita, que nada tem de extrema e de bolsonarista. Salve, Romeu Zema! Para o bem de nossa democracia! Nelson Vidal Gomes (Fortaleza, CE)Militarismo "Coronel que incitou militares contra Lula nega golpismo e diz não se lembrar de ofensa a Dino" (Política, 8/8). Policiamento civil ostensivo/preventivo municipal, investigação e inteligência civil estadual, polícia de fronteira eficiente, guarda costeira bem equipada e polícia federal independente. De resto, extinção total das Forças Armadas e PMs, basta de torrar o erário com anacronismos. Cassio Antonio Leardini (Mauá, SP)Funcionamento "Como regular a maconha no Brasil" (Opinião, 7/8). A última frase do texto resume toda dificuldade. Somos um país hipócrita e retrógrado. O progresso só chega aqui quando já é antiguidade no resto do mundo. Marcos Antonio Rocha Araujo (Brasília, DF)Ozonioterapia "Populismo sanitário" (Hélio Schwartsman, 7/8). A decisão do presidente foi simples: por que se indispor com Congresso se o STF poderá julgar inconstitucional? Lula quer cooptar parlamentares, ao menos não bater de frente neste momento. Ozonioterapia é uma questão menor para o governo, apesar do custo ao sistema de saúde e fortíssimos interesses empresariais ligados. Marcos Cesar Moraes (Maringá, PR)Quando a prepotência fala e a vaidade intelectual se impõe a qualquer saber até a homeopatia é apresentada como burrice! Lizia Helena Nagel (Maringá, PR)Evangélicos "Pretos crentes sofrem em cursos de humanas" (Juliano Spyer, 7/8). O país das panelinhas. Universitário, ateu, a favor da legalização de maconha e aborto. Crente, pentecostal, contra as legalizações. Quem fica fora dessas panelas sofre. E, pelo jeito, é esse o caso da moça. Diz para ela resistir. Pegar o diploma dela e cair fora desse país. Cazuza dizia que o Brasil é careta e covarde. Concordo. Inclusive no meio científico. Roberta Melissa Oliveira Sales (Diadema, SP) Mais Absurdo "Rio proíbe uso de celular em salas de aula das escolas municipais" (Educação, 7/8). Parabéns às escolas municipais do Rio de Janeiro que proíbem o uso de celulares de alunos dentro das salas de aula. É o óbvio. A simples presença de um celular sobre a carteira escolar já é motivo de desatenção à aula. Cabe aos professores, pais e mães explicarem aos alunos que é um absurdo antididático à educação sob todos os aspectos. É mais que evidente que alunos jovens não devem portar um celular em aula. Paulo Sergio Arisi (Porto Alegre, RS)Políticas públicas "Bolsa Família está deixando os ricos preguiçosos?" (Michael França, 7/8). Acho ótima a proposta de reverter esse debate: com toda a ajuda e auxílios ocultos que a classe alta recebe, lhe sobra o tempo de reclamar de políticas públicas que favorecem os necessitados por meio da educação. O país que primeiro combateu o analfabetismo foi o Japão, onde era considerado dever dos abastados pagar a educação dos pobres, simples assim. Amanda Lorien Freire Visani (São Paulo, SP) Mais Científico ou não "Freud entre a polêmica, a leviandade epistemológica e a revolução" (Opinião, 7/8). A ciência que o livro propõe é a ciência do capitalismo, da sociedade do controle e do espetáculo. As grandes corporações decidem o que deve ser consumido e dominam toda a cadeia de regulações. Optam por processos sofisticados e caros, não realizáveis pelos mortais que subsistem, muito semelhantes às grandes bancas de advocacia, simplesmente insuperáveis. É a instrumentalização da ciência em favor do poder financeiro hegemônico. Marcelo Magalhães (Rio de Janeiro, RJ)Depois de tanto debate, as perguntas que me ficam são as seguintes: o fato de não ser ciência (se assim o for) implica que a psicanálise não seja eficaz? Só tem eficácia o que é científico? Dá para fazer referência objetiva à realidade mesmo sem ser ciência? Parece-me que o objetivo da psicanálise é ser terapêutica. Assim sendo, pouco importa se é científica ou não. Eu mesmo a vejo como uma arte. Gabriel Jackson (São Paulo, SP)Aniversário "Por aniversários mais conscientes" (Suzana Herculano-Houzel, 7/8). A colunista discute os possíveis sentidos das comemorações dos aniversários. Assim sendo, vale lembrar que comemorar é "memorar" junto e, no caso da data em que viemos ao mundo, comemoramos a dádiva de estarmos vivos e juntos, "absurdamente" entrelaçados! Walter Roberto Correia (São Paulo, SP)Fui criada ouvindo exatamente "quero ser valorizada em vida, querem erguer um busto que o façam agora". Talvez tenha valorizado tanto a vida por esse motivo. Quando respeitamos e amamos uns aos outros, externamos enquanto estão conosco. Chorar depois da morte é triste e lamentável. Quando sabemos da passagem do outro pelo qual não tivemos nenhum afeto e, de repente, vamos em seu velório é para agradar a quem? Terezinha Dias Rocha (São Paulo, SP)
2023-08-08 20:12:00
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https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2023/08/ainda-que-falem-mal-o-nome-dele-vai-ficando-conhecido-diz-leitor-sobre-zema.shtml
Depois de Boric, Petro puxa a orelha de Lula
Leia mais:Em recado a Lula, Petro fala em negacionismo de esquerda e pede fim do petróleoBoric: 'Temos que ser ainda mais exigentes com governos de esquerda'Lula chama Boric de jovem e apressado ao rebater críticas sobre posição na GuerraONGs pedem a Lula e outros chefes de Estado fim de exploração de petróleo na Amazônia
2023-08-08 17:43:00
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Mulher é flagrada comendo marmita em garupa de moto e vídeo viraliza
Um inusitado episódio ganhou destaque nas redes sociais em imagens flagradas nas ruas dos bairros de Boa Viagem e Pina, no Recife, em Pernambuco, na última sexta-feira (4). Imagens publicadas pelo perfil @recifeordinario viralizaram ao mostrarem uma mulher comendo uma marmita na garupa de uma motocicleta em movimento. A informação foi confirmada pelo jornal O Tempo.O vídeo provocou debates sobre o verdadeiro significado da "pressa" nos dias de hoje. A atriz Fabiana Karla, que nasceu na cidade, não resistiu a expressar sua admiração pela coragem da mulher, ao comentar na publicação que viralizou: "Recife é para os fortes".Com um toque de humor, Marcela Soares acrescentou: "Ela só tinha um Uber moto, uma marmita e um sonho". O internauta @rafael.psi também elogiou a habilidade da carona: "Parabéns pra essa guerreira. Eu não teria esse equilíbrio".O Código Nacional de Trânsito fala sobre a obrigatoriedade do uso de capacete do carona, o que é realizado pela carona. Sobre se alimentar enquanto se está na garupa, o F5 procurou o Detran-SP para validar a informação, e não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
2023-08-08 16:31:00
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Festa de 15 anos com show de Alok e bolo de R$ 25 mil viraliza na web
Uma festa luxuosa de 15 anos realizada no último sábado (5), nas proximidades de Belo Horizonte (MG), viralizou no Twitter. Detalhado em uma sequência de postagens na rede social pelo usuário Fernando Veloso, o evento milionário teria celebrado o aniversário da filha do CEO de um banco e um dos investidores do Clube Atlético Mineiro.Na plataforma, o autor das postagens estima que o gasto total com o evento esteja entre 15 e 20 milhões de reais, tornando-o uma das comemorações mais extravagantes do país. A festa, que teria ocorrido no último final de semana, envolveu também a pavimentação das ruas de acesso ao condomínio Miguelão, localizado em Nova Lima, que fica a 22 quilômetros da capital.O DJ brasileiro Alok confirmou ao F5 que foi uma das atrações da festa, que teria contado ainda com a presença de Dennis DJ, Dubdogz, Kvsh. Além dele, a dupla The Chainsmokers também foi citada pelo internauta no setlist. Mais Ainda de acordo com Veloso, o bolo encomendado em São Paulo custou aproximadamente R$ 25 mil. O F5 tentou contato com o perfil, mas não obteve retorno.
2023-08-08 16:44:00
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Trap e funk transformam as playlists e impactam o rap no streaming
O cenário musical brasileiro tem passado por transformações significativas nos últimos anos, e uma das tendências mais marcantes é o crescimento exponencial do gênero urbano no Spotify. Desde 2020, observou-se um aumento impressionante de 81% no tempo de reprodução de músicas urbanas pelos usuários da plataforma. No período de janeiro a julho de 2023, o consumo desse gênero específico registrou um acréscimo de 20% no Brasil, consolidando a sua posição como um dos principais motores do mercado musical atual.Uma análise mais profunda do cenário musical revela ainda mais nuances interessantes. O domínio das faixas urbanas nas paradas de sucesso tem sido inegável. A presença desse gênero nas 100 músicas mais tocadas no Brasil tem aumentado consideravelmente nos últimos anos. Enquanto em 2020 apenas 19% das músicas no top 100 eram do gênero urbano, em 2022 esse número saltou para impressionantes 33%, evidenciando a sua ascensão e a ressonância que ele encontra junto ao público.Entre os artistas que têm liderado esse movimento, os números não mentem. Desde 2020, os 10 principais artistas urbanos, os mais ouvidos, apresentam uma lista diversificada que inclui nomes como Matuê, L7NNON, MC Ryan SP, MC Hariel, Mc Don Juan, Filipe Ret, Xamã, Mc Kevin, Teto e Orochi. Suas músicas, que variam em estilo e temática, cativam uma audiência ampla e diversificada, o que ajuda a explicar o sucesso constante desse gênero.No topo da lista das mais ouvidas estão faixas como "Malvadão 3" de Xamã, "Casei com a Putaria" de MC Ryan SP e "Quer Voar" de Matuê. O fenômeno "Poesia Acústica #9", que reúne talentos como Chris MC, Cesar Mc, Lourena, Pineapple StormTv, L7NNON, Salve Malak, Filipe Ret, Xamã e Djonga, também é emblemático do poder criativo e da conexão emocional que o gênero urbano traz consigo. Mais Além disso, é notável a frequência com que determinados artistas ocupam posições de destaque nas paradas. Matuê lidera com 15 músicas únicas no Top 50 do Brasil desde 2020, seguido por Mc Don Juan e Mc Kevin, ambos com 13 músicas cada. No Top 200 do Brasil, Mc Kevin reina absoluto com 58 músicas únicas, acompanhado por MC Ryan SP (44), Mc Don Juan (34), Mc Cabelinho (33) e L7NNON (31).Não é surpresa que a maioria dos fãs de música urbana no Spotify no Brasil pertença à geração Z e alfa, representando jovens entre 13 e 24 anos. A sintonia entre a expressão artística desse gênero e as experiências e aspirações dessa geração é um dos fatores-chave para o seu sucesso contínuo.O gênero musical urbano no Spotify se estabeleceu como um fenômeno inegável no panorama musical brasileiro. O crescimento notável desde 2020, o domínio nas paradas de sucesso e a conexão emocional com o público jovem são indicativos sólidos de que esse movimento está aqui para ficar, moldando e definindo a paisagem musical do Brasil. Mais Para coroar esse momento, pela primeira vez no Brasil, a plataforma está oferecendo uma experiência única, transformando a playlist "creme" em uma envolvente exibição interativa que mergulha os visitantes no universo vibrante do Trap e do Funk nacional. A exposição gratuita acontece nos dias 11 a 20 de agosto.A "Experiência creme" não se limita apenas a uma exposição estática. Ela encapsula a energia contagiante desses gêneros musicais que têm conquistado os corações dos brasileiros. Figurinos originais, cenários emblemáticos de álbuns e clipes, além de fotos e vídeos imersivos, dão vida à jornada desses artistas no Spotify desde 2020. Nomes influentes como Matuê, Tasha & Tracie, L7NNON e N.I.N.A são destacados, celebrando sua contribuição única para a rica tapeçaria musical do Brasil.Haverá dois dias de shows exclusivos na prestigiosa Praça das Artes, em São Paulo. Um line-up especial foi preparado para os fãs vivenciarem ao vivo a energia e a vibração que caracterizam o Trap e o Funk nacional. Os ingressos para esses shows já estão disponíveis para compra no site ingresse.com, proporcionando aos fãs a chance de serem parte ativa dessa celebração da cultura musical periférica.
2023-08-08 15:43:00
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Participantes do Miss Universo Indonésia denunciam organizadores por assédio sexual
Sete finalistas do Miss Universo Indonésia apresentaram uma denúncia contra os organizadores do concurso por assédio sexual, anunciou a advogada das mulheres nesta terça-feira (8).Representantes da PT Capella Swastika Karya, sociedade que organiza o concurso, que ocorreu em Jacarta de 29 de julho a 3 de agosto, pediram às 30 finalistas que se despissem para a realização de um exame físico antes da cerimônia de coroação.Eles insistiram que precisavam examinar a presença de qualquer "cicatriz, celulite ou tatuagem em seus corpos", disse a advogada das concorrentes, Mellisa Anggraini, à AFP. "As finalistas não sabiam que seriam submetidas a tal procedimento", acrescentou. Mais Segundo a advogada, todas as 30 finalistas do concurso foram submetidas à revisão corporal inesperada e cinco delas foram fotografadas. O número de denunciantes pode aumentar agora que sete das finalistas decidiram ir à público, acrescentou.Um porta-voz da polícia de Jacarta, Trunoyudo Wisnu Andiko, confirmou as denúncias à imprensa. Serão investigadas e podem servir "como base para investigações mais abrangentes", afirmou.Poppy Capella, diretora nacional do Miss Universo Indonésia, não confirmou nem negou as acusações. Em uma publicação no Instagram, agradeceu aos que compartilharam "seus pontos de vista" sobre o incidente. "Seus comentários não são meras palavras: são uma força poderosa", escreveu.O concurso foi realizado para escolher a representante da Indonésia no Miss Universo deste ano, que acontecerá em El Salvador, no dia 18 de novembro.
2023-08-08 15:44:00
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No lámen mais antigo da Liberdade, a fila nunca acaba (e você vai esperar)
O local é fácil de acessar: basta virar à direita e descer três quarteirões após sair do metrô Liberdade. O horário de funcionamento é cravado: de terça a domingo; no almoço começando às 11h e, no jantar, às 18h. Mas a verdade é que não importa como ou o quão cedo você vai chegar –as filas do Aska Lamen, a casa de lámen mais tradicional e antiga de São Paulo, vão sempre estar por lá.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...É fácil distinguir se está no local certo: basta ver o apinhado de gente se formando na calçada, em frente ao toldo azul, no térreo de um prédio pichado. Um por um, os clientes chegam e vão deixando o nome na lista –a entrada, ali, é por ordem de chegada. A vez é anunciada via gogó pelo funcionário: "Luiz. Luiz. Luiiiz". E se Luiz não responde, perde a vez para José. Que antecede Maria, e por aí vai.Os clientes, muitos habituês, parecem não se importar em esperar para comer alguma das receitas que vigoram há 23 anos no cardápio. "Antes ficava em pé. Agora, já venho preparada e não tem mais problema", relata Ana Santos, 54, que retirou da bolsa-sacola um banquinho portátil. Da mesma bolsa saiu o livro que ela lia tranquilamente enquanto aguardava o "Anaaa" ser entoado.O cardápio do Aska, que pode ser acessado pelo celular enquanto se espera, também é enfático: "favor desocupar e ceder o seu lugar para o próximo cliente". Afinal, caldo fumegante, macarrão de produção caseira e empatia com o próximo da fila são os temperos do restaurante –que traz, além de tudo, o adicional de ter um dos preços mais atrativos da cidade (as tigelas custam em torno de R$ 30).É claro que todo sucesso se deve também à tradição e à memória de Takeshi Ito, fundador da casa, que morreu em fevereiro, aos 80 anos. Discreto, não gostava de dar entrevistas, e falou uma única vez a Jo Takahashi, autor do livro "Ramen/Lámen".A ele, Ito confessou que se mudou do Japão para o Brasil ainda jovem, mas que só após se aposentar concretizou o sonho de ter um restaurante. E que, "para não errar", copiou a receita do macarrão ensopado de um estágio que fez na terra natal. Arriscou abrir em São Paulo o restaurante de lámen –isso no começo dos anos 2000, quando o boom por aqui era de sushis, sashimis e seus correlatos.A casa vingou e permanece disputada. A prova são as filas, o salão sempre cheio e os rostos avermelhados após sorver tigelas de missô, shoyu e shiô escaldantes (e divinamente temperados). Pinçados pelos hashis, fios de macarrão caseiro e fatias de carne de porco macia desaparecem no meio dos lábios.E aí não importa o tempo de espera, o "coma e saia" do cardápio e nem o aviso carinhosamente chato do garçom (que, aos finais de semana, solicita que o pedido da cozinha seja realizado de uma vez, sem direito a repeteco, para agilizar o atendimento). Afinal, no lámen mais tradicional da Liberdade, a rotatividade é a chave.Os clientes vão, mas eles voltam. Sem muitos rodeios.*Aska Lamen. Rua Galvão Bueno, 466, Liberdade. Terça a domingo, das 11h às 14h e das 18h às 21h. Fecha no último domingo do mês. Pagamento em dinheiro ou Pix. Mais
2023-08-08 12:15:00
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Violência de gênero e raça: o papel das delegacias da mulher
Recentemente, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública apontou uma elevação nos registros de violência contra as mulheres. O aumento foi observado em indicadores diversos como ameaças, agressões por violência doméstica, homicídios e feminicídios e violência sexual.Ainda que parte do aumento possa ser explicada pela maior propensão das mulheres em denunciar crimes que sempre existiram, medidas para enfrentar o problema são mais do que necessárias.Ao longo das últimas décadas, o Brasil vem ensaiando respostas para lidar com a violência contra as mulheres. Além da Lei Maria da Penha, delegacias especializadas de atendimento à mulher (Delegacias da Mulher), centros especializados de atendimento, tais como a Casa da Mulher Brasileira, casas de abrigo e acolhimento, juntamente com organizações da sociedade civil fazem parte do rol de iniciativas para prover apoio e acolhimento às vítimas de violência.Em que pese a importância dessas ações, é preciso que a sociedade saiba sobre a efetividade das iniciativas em curso.Em estudo recente publicado na Public Administration Review, Paulo Arvate (FGV-SP), Anita McGahan (Universidade de Toronto, no Canadá), Paulo Reis (UFRJ) e eu analisamos o papel das delegacias da mulher no Brasil entre 2004 e 2018.Nesse trabalho, adotamos uma perspectiva interseccional para analisar os efeitos dos órgãos sobre a redução da violência contra mulheres em geral e mulheres pretas e pardas.Utilizando diversas fontes de dados oficiais e uma metodologia quase experimental (diferença em diferenças), identificamos que os indicadores de letalidade violenta de mulheres são entre 11 a 14 % menores em municípios que possuem delegacias da mulher.Ou seja, a presença de estruturas em que as mulheres podem denunciar os crimes cometidos por seus agressores e ter acesso a serviços de acolhimento aumenta as chances de os crimes serem investigados e das mulheres serem protegidas, em relação a municípios que não contam com o órgão.No entanto, na média, os resultados estão concentrados nas mulheres autoidentificadas como brancas. Mulheres autoidentificadas como pretas e pardas, apenas experimentam os benefícios das delegacias da mulher quando habitam em municípios com melhores indicadores educacionais e com melhor infraestrutura de transportes e comunicações.Mesmo assim, nos municípios com melhores indicadores, as delegacias da mulher estão associadas a uma redução da ordem de 8% nas mortes das mulheres pretas e pardas, enquanto a redução chega a 28% para as mulheres brancas.Além de sinalizar a importância de políticas complementares no combate à violência e do papel das delegacias da mulher para lidar com privilégios de gênero, muito precisa ser feito ainda para lidar com privilégios e disparidades de raça.O que pode ser feito para diminuir essas desigualdades? Nossa teoria, suportada por nossas análises, sugere que procedimentos e rotinas adaptados aos problemas estruturais que afetam mulheres pretas e pardas, maior representação de mulheres pretas nas forças policiais, juntamente com mandatos institucionais claros para lidar com a violência racial de forma vigorosa, podem ajudar as delegacias da mulher no combate à violência na intersecção de gênero e raça, sem prejudicar outros segmentos da sociedade.Para tanto, a pressão da sociedade para que as autoridades façam uso da gestão baseada em evidências e não em meros achismos sem maior fundamento é essencial para preservar as vidas das mulheres.O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Sandro Cabral foi "Super-Homem (A Canção)", de Gilberto Gil.
2023-08-08 12:00:00
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Antietanol e a pressão que impede o alcoólatra de evitar a bebida
Senti um calor se espalhar pelo corpo e imediatamente meu amigo perguntou: "Ei, o que está acontecendo? Seu rosto está muito vermelho, tá tudo bem?". Não, não estava nada bem. Eu tinha tomado um comprimido de antietanol antes de sair e não aguentei ficar sem beber na casa do Tomás, que foi quem reparou na vermelhidão.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...Explico: antietanol é um comprimido que te impede de beber. Ele inviabiliza a digestão do álcool, por isso é perigosíssimo beber se ele está no organismo. É um colete à prova de bala que impossibilita a ingestão de álcool. Mas como, perto do álcool, eu não tinha medo nem da morte, não titubeei em fazer uso da bebida mesmo com o remédio na minha corrente sanguínea. A consequência imediata é vermelhidão, falta de ar e taquicardia. Ou seja, é como sangue na água cristalina: não tem como não reparar que alguma coisa está muito errada.Claro que foi uma péssima ideia, mas aí preciso dizer que não era uma vontade, era uma necessidade. Quando cheguei ao jantar vestida com as armas poderosas contra o álcool, eu estava, sim, receosa. Precisava beber, não podia deixar de beber. Justo ali naquela casa, onde eu era sempre a primeira a chegar (já com umas na cabeça) e sempre a mais extrovertida. Como ficar sem pelo menos um golinho e fingir que estava tudo normal? Digo isso porque não era normal não beber, não era possível não beber e não tinha a menor chance de eu vislumbrar uma vida sem o álcool.Evitei por duas vezes quando me ofereceram bebida. O Tomás e seus amigos são pessoas divertidas, descontraídas e sempre se reúnem para tomar uma breja. Faz parte do ritual da turma. Breja e música boa. "Era só colar." Pensando com minha cabeça de hoje, o certo mesmo seria não ir à casa dele, já que eu sabia tudo que ia rolar.Já repararam que, quando você não está bebendo, as pessoas te cercam de perguntas? Você não bebe? Por quê? O que aconteceu? Promessa? Remédio? Chaaaaaato. Nos meus primeiros meses de recuperação, eu sempre dizia que estava tomando antibiótico. Falava isso e o assunto morria. Até que um dia um amigo MÉDICO me disse: Mas tudo bem beber tomando antibiótico! Pronto, lá se foi minha ótima desculpa.Faço um parêntese: se perguntar a uma pessoa se ela quer beber alguma coisa e ela disser não, não fique assuntando por que não. Putz, como isso irrita. A última vez que recusei uma bebida num jantar, um colega de trabalho me disse: "Eu não confio em quem não bebe". JUUUURA mesmo? Nesses momentos eu fico fora de mim, tenho vontade de começar uma palestrinha sobre a inadequação a respeito da questão do álcool.Essa pressão, digo por mim, é uma das razões que me impediam de não evitar o álcool. Parece que você é menor, mais fraco, mais chato. Claro que essa é uma visão de alcoólatra em recuperação que sempre frequentou lugares regados a álcool e sempre achou que tooooodo mundo bebia. Então para mim mesma já foi por muuuuito tempo uma questão "não beber" pros outros. Antes de entrar no AA, tentei muitas vezes parar de beber, mas sempre voltava numa situação que não daria para "brindar com água".Estou parecendo uma menina reclamona, botando a culpa nos outros? Garanto que não é uma simples queixa. É uma sugestão para que deixem os alcoólatras em paz. Deixem as pessoas em paz. Se alguém não bebe, não interessa o motivo.Recentemente estava com um dos meus grandes amigos e primeiro padrinho de AA e lembrei de um dia em que, depois do trabalho, uma colega me convidou para esticar a noite. Agradeci e disse: Não, estou cansada e vou dormir. Imediatamente ela fez aquela cara de espanto e emendou: Ahhhh, você não sabe o que vai perder! Relembrando isso com meu padrinho, ele me disse que o melhor seria eu ter respondido: Acho que você que vai se arrepender se eu for. Caímos na gargalhada. (Hoje eu consigo rir.)Claro que é gostoso beber, ninguém fica viciado em jiló. O álcool sempre foi vendido como um estímulo fascinante. Numa propaganda de bebida tem sempre uma pessoa bonita, uma galera reunida e feliz. Ou você já viu o protagonista debruçado sobre o balcão do bar, chorando?Triste é pensar nos milhares de portadores da doença do alcoolismo que se sentem menores, perdedores quando a felicidade está associada à bebida. Meu lema de vida é mostrar, seja aqui no blog, seja no meu dia a dia, que viver sem o álcool me faz mais bonita e me proporciona uma vida de verdade e feliz. Muito feliz.
2023-08-08 08:01:00
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CNJ pretende disciplinar presença de juízes em eventos privados
A ministra Rosa Weber, presidente do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), deverá submeter ao plenário, na sessão de 22 de agosto, proposta de resolução que pretende disciplinar a participação de magistrados em eventos promovidos por entidades privadas. O objetivo é inibir conflitos de interesses.A iniciativa ocorre dez anos depois da tentativa de Joaquim Barbosa, então presidente do CNJ, de proibir patrocínios em eventos de juízes.Trata-se de uma proposta da Comissão de Eficiência Operacional, Infraestrutura e Gestão de Pessoas. O relator é o conselheiro Luiz Philippe Vieira de Mello, ministro do Tribunal Superior do Trabalho.Pela proposta, configura conflito de interesse o magistrado exercer, direta ou indiretamente, atividade remunerada na condição de palestrante/conferencista em eventos realizados por entidades privadas com ou sem fins lucrativos, exceto os eventos exclusivamente custeados pelas associações de magistrados.Mesmo que não haja remuneração, o texto prevê incompatibilidade para eventos produzidos ou patrocinados por pessoas físicas ou jurídicas que tenham demanda judicial sob a jurisdição do magistrado.Se aprovada, a regra valeria para toda a magistratura, exceto ministros do STF, que não são submetidos ao controle do CNJ.O fato foi antecipado pelo site Metrópoles.As primeiras avaliações sugerem que o modelo a ser submetido ao plenário é mais rigoroso do que a Resolução nº 170, de 2013, aprovada na gestão do ministro Joaquim Barbosa. Naquela ocasião, o presidente do CNJ e o então corregedor nacional, Francisco Falcão, pretendiam proibir qualquer tipo de patrocínio.Houve pressão das associações de magistrados. O CNJ recuou e aprovou uma resolução muito mais branda. Foi permitido que eventos e congressos promovidos por tribunais, conselhos de Justiça e escolas de magistraturas recebam patrocínio de empresas de até 30% dos custos totais."A minha posição e de outros conselheiros é no sentido da proibição total. Eu acho que isso virá no futuro", afirmou Joaquim Barbosa, na ocasião.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...A solução conciliatória foi articulada num final de semana pelo corregedor Falcão e o então conselheiro Carlos Alberto Reis de Paula, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho.Ou seja, dez anos atrás, representantes da Justiça do Trabalho se opunham às restrições a eventos patrocinados. Hoje, a proposta tem o apoio de dois ministros oriundos da justiça trabalhista: Rosa Weber e Vieira de Mello.Segundo o Metrópoles, uma das justificativas da proposta é "a necessidade de estabelecer parâmetros para a participação de magistrados em eventos jurídicos e culturais, de modo a não comprometer a sua imparcialidade para decidir, em caso de subvenção por entidades privadas".Na opinião de Vieira de Mello, "o Judiciário precisa garantir sua credibilidade de forma consistente"."O exercício dessa tarefa hercúlea deve ser sustentado e legitimado pelo comportamento ético impecável de seus integrantes, pela demonstração de sua imparcialidade e pela percepção pública da honestidade do juiz", afirma.Aumentaram as críticas aos convescotes e caravanas. Neste ano, o XI Fórum Jurídico de Lisboa, evento criado pelo ministro Gilmar Mendes, atraiu fortes críticas em vários veículos da imprensa.Como este blog registrou, na véspera do encontro, Gilmar Mendes e o corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, almoçaram com os irmãos Joesley e Wesley Batista, delatores da Lava Jato, no restaurante Porto Santa Maria, na praia do Guincho, região de Cascais.Na mesa com os donos da J&F, que controla a JBS, estavam Sidney Gonzalez, da FGV Conhecimento, e Marcus Vinícius Furtado Coelho, ex-presidente da OAB.Salomão é ligado a duas instituições promotoras do fórum. É membro do Conselho Científico do Centro de Pesquisas sobre o Sistema de Justiça Brasileiro, do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), além de professor da FGV e coordenador do Centro de Inovação, Administração e Pesquisa do Judiciário da FGV Conhecimento.
2023-08-08 03:43:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/frederico-vasconcelos/2023/08/cnj-pretende-disciplinar-presenca-de-juizes-em-eventos-privados.shtml
Como regular a maconha no Brasil
O julgamento sobre a descriminalização do porte de drogas para uso pessoal no Brasil, que acaba de ser retomado após anos de discussão no Supremo Tribunal Federal, é o primeiro passo na direção de um desenho regulatório mais adequado aos tempos atuais, em que usuários deixam de ser vistos como criminosos pelo Estado, ao mesmo tempo em que também se discute a regulação da maconha para uso social adulto.Até 2012, nenhum país havia regulado a produção, a distribuição, a venda e o consumo de Cannabis para uso adulto. O cenário mudou, e as reformas seguem em ritmo acelerado. Hoje, não se trata mais de discutir se a mudança virá, mas sim de encontrar os melhores desenhos para a regulação também no Brasil.A descriminalização alinha-se ao posicionamento de agências da ONU, como a Organização Mundial da Saúde e o Conselho de Direitos Humanos, que nos últimos anos convocaram os países a promover alternativas à condenação e à punição, apontando a descriminalização como uma medida positiva.As evidências indicam que a descriminalização não afeta a prevalência de uso de drogas de forma significativa nem impacta as taxas de crimes relacionados ou de violência associada —e, quando acompanhada de uma agenda de saúde pública, verifica-se maior adesão a tratamentos de saúde por quem faz uso problemático de drogas.Saúde, justiça, economia, segurança, vínculos afetivos e superencarceramento são algumas das áreas atravessadas pela atual política de drogas. Repensar o Brasil de forma séria, honesta e comprometida com um futuro mais justo exige repensar a criminalização das drogas. Mais Já é possível saber, a partir da observação das políticas regulatórias da maconha colocadas em prática em todos os continentes, que a reforma decorre ou de mudanças legislativas, como no caso de Uruguai, Canadá, Luxemburgo e Tailândia, ou resulta de litigância estratégica em cortes constitucionais, como no caso de México e África do Sul. Há um padrão: a regulação do uso social costuma suceder a descriminalização ou se dá na sequência da regulação do uso terapêutico e industrial.No Brasil, diante do complexo jogo político entre os Poderes Legislativo e Executivo, o STF tem agora a oportunidade de estabelecer regras sobre o uso social adulto da maconha. A partir de uma perspectiva otimista e responsável, afastada a criminalização do uso, as mudanças necessárias devem ser desenhadas em três dimensões regulatórias: a industrial, a terapêutica e a que tratará do uso social adulto.Recentemente, a Plataforma Justa e a Transform Drug Policy Foundation promoveram debates no Congresso Nacional no lançamento da versão brasileira da publicação "Como regular a Cannabis: um Guia Prático", estudo de referência no setor, disponível gratuitamente e que sistematiza os principais aprendizados decorrentes das experiências de regulação colocadas em prática no mundo. Mais No Brasil, há duas grandes preocupações: o risco de captura corporativa do processo regulatório e a ausência de centralidade da pauta da justiça social e reparação histórica.Hoje, temos a certeza de que não é preciso começar a desenhar do zero as melhores soluções para o contexto nacional. A partir da experiência acumulada lá fora, podemos replicar o que deu certo e aperfeiçoar o que for necessário, considerando os aprendizados decorrentes dos erros na regulação do álcool e do tabaco no Brasil.Descriminalizar a posse de drogas para uso pessoal e estabelecer critérios regulatórios para o uso social adulto da maconha é uma oportunidade para o país mostrar liderança na política de drogas, nos planos nacional, regional e global.O Brasil foi o último país a abolir a escravatura. Não podemos repetir o mesmo erro na reforma da política de drogas.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2023-08-07 22:00:00
opiniao
Opinião
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Tensão federativa
Declarações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em favor de maior protagonismo político das regiões Sul e Sudeste foram exploradas no embate político nacional, mas por trás delas e de sua repercussão há também conflitos federativos reais que podem prejudicar a reforma tributária.Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Zema disse que os sete governadores das duas regiões devem atuar em conjunto para viabilizar projetos de seu interesse no Congresso, em particular no redesenho do sistema de impostos —que envolverá mudanças na repartição da arrecadação e em políticas locais de desenvolvimento.A afirmação expõe disputas que tendem a se acirrar a partir de agora com a tramitação da reforma no Senado, onde Norte, Nordeste e Centro-Oeste contam com maioria folgada de 60 dos 81 votos. Na Câmara, onde prevalece, ainda que de modo falho, a representação populacional, são não mais que 257 dos 513 deputados (50,1%).As divergências federativas em torno da reforma em geral não dizem respeito ao interesse direto dos contribuintes —para famílias e empresas, o que importa mais é a simplificação dos tributos incidentes sobre o consumo, de modo a trazer mais transparência, eficiência econômica e estímulo à expansão dos investimentos.Tais benefícios podem ficar comprometidos, porém, se estados, municípios e União não se entenderem quanto a seus novos papéis, deveres e prerrogativas.Um exemplo é a gestão do futuro Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que caberá a um conselho com representantes estaduais e municipais. Pelo texto aprovado na Câmara, locais mais populosos terão maior poder de decisão no colegiado; no Senado, os demais poderão reverter a norma.As regiões tendem a discordar também em relação aos critérios de distribuição dos recursos do fundo federal a ser criado para compensar perdas, reais ou imaginárias, decorrentes da reforma, que altera o destino da arrecadação e restringe a possibilidade de concessão de benefícios fiscais.Os governadores, que terão papel crucial no debate da proposta, devem entender que a redução de desigualdades regionais é de interesse de todos —e, ao mesmo tempo, que o melhor modo de fazê-lo não é com distribuição irracional de benesses como as da Zona Franca de Manaus e da guerra fiscal.Neste momento, a reforma precisa ser neutra em termos de receitas para que se mantenha virtuosa e viável politicamente. Se cada ente federativo encarar a mudança como oportunidade para barganhar vantagens, o texto e sua regulamentação correm o risco de se atolar em impasses infindáveis.editoriais@grupofolha.com.br
2023-08-07 22:00:00
opiniao
Opinião
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Com dois filhos, modelo da Guatemala é 1ª mãe da história a disputar o Miss Universo
Na noite de domingo (6), a modelo Michelle Cohn fez história ao tornar-se a primeira mãe a se classificar para o Miss Universo. Ela se qualificou para o mundial após ser coroada como a nova Miss Universo Guatemala 2023, em concurso realizado na capital do país, localizado na América Central. Aos 28 anos, Michelle é mãe de duas crianças: o menino Luca, de 6 anos, e a pequena Beli, de 2 aninhos."Quero usar a plataforma do concurso para ser um exemplo de superação para a sociedade, que minha mensagem inspire e perdure para que mais pessoas sigam sonhando e trabalhando por seus sonhos, não importando suas condições de vida", disse ela à imprensa local. Michelle disputou a coroa com outras 15 candidatas e sucede no trono Ivana Batchelor, vencedora do título de 2022. Vale dizer que a Guatemala nunca venceu o Miss Universo. Mais Formada em imagem pública e meios de comunicação pela Galileo University, na Cidade da Guatemala, ela é uma das modelos profissionais mais requisitadas de seu país e atualmente tem 60 mil seguidores nas redes sociais. Michelle também é apresentadora de TV e de rádio, empresária, dona de uma marca de trajes de banho e já representou a Guatemala em outros dois grandes concursos de beleza: Miss Grand International e Miss America Latina del Mundo, ambos em 2013.Sua participação no atual concurso só foi possível após a decisão histórica do Miss Universo de mudar as regras da competição, criada em 1952. Em agosto passado, a organização mundial comunicou que, a partir de 2023, começaria a aceitar mulheres que sejam ou foram casadas, assim como grávidas ou que tenham filhos. A idade para inscrição no concurso, no entanto, manteve-se a mesma: é preciso ter entre 18 e 28 anos.No Brasil, a primeira miss eleita que se enquadra nesse novo quesito é a goiana Renata Guerra Otoni, 27, mãe da pequena Samira, de 4 anos. Ela ficou entre as 7 finalistas do Miss Universo Brasil 2023, mas quem levou a melhor foi a gaúcha Maria Eduarda Brechane, 19. Vale dizer que outras duas mamães participaram do concurso: as misses Piauí, Gabriela Reis Menezes, 26, e Maranhão, Lorena Caroline Maia e Silva, 27.A coroação da Miss Universo 2023 será no dia 18 de novembro e acontecerá, pela primeira vez, em El Salvador, também na América Central. A 72ª edição do mundial será a primeira 100% sob a gestão da empresária tailandesa transgênero Anne Jakrajutatip. Ela adquiriu a marca em meados do ano passado e promete impulsionar o Miss Universo como nunca antes.Cerca de 80 misses devem estar presentes na disputa e quem passa a coroa é a norte-americana R’Bonney Gabriel, 29, eleita em janeiro deste ano em Nova Orleans (EUA).Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Fábio Luís de Paula é jornalista especializado na cobertura de concursos de beleza, sendo os principais deles o Miss Brasil, Miss Universo, Miss Mundo e Mister Brasil. Formado em jornalismo pelo Mackenzie, passou por Redações da Folha e do UOL, além de assessorias e comunicação corporativa. Contato ou sugestões, acesse instagram.com/defaixaacoroa e facebook.com/defaixaacoroa
2023-08-07 17:24:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/de-faixa-a-coroa/2023/08/com-dois-filhos-modelo-da-guatemala-e-1a-mae-da-historia-a-disputar-o-miss-universo.shtml
O sócio mais famoso de Brad Pitt
Quarta geração de uma das famílias mais tradicionais de produtores do Vale do Rhône, no mundo do vinho, o enólogo François Perrin é muito mais famoso e muito mais importante do que qualquer celebridade de Hollywood. À frente do grupo Famille Perrin desde 1978, ao lado do irmão, Jean-Pierre, é considerado o grande nome do Rhône. Hoje os irmãos dividem a administração com filhos e sobrinhos. O seu Château Beaucastel, primeira vinícola do grupo e nome do seu vinho principal, é o ícone máximo da AOP Châteauneuf-du-Pape, uma das de maior prestígio na França. Seu pai, Jacques, foi pioneiro da agricultura biodinâmica na região. Atualmente, no entanto, muita gente o conhece também como o sócio do Brad Pitt, o que de fato ele é.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando..."Há uns dez anos ou mais, o Brad me ligou", conta François. "E disse: ‘Comprei o Château Miraval e estou perdendo dinheiro porque não sei administrar uma vinícola. Você não quer ser meu consultor?’. Respondi que eu não prestava consultoria, mas que aceitaria ser sócio. Eles (Brad Pitt e Angelina Jolie) aceitaram e, desde então, trabalhamos juntos. Sou sócio não na propriedade, mas nos vinhos."Nessa altura, François e o irmão já haviam expandido os negócios da família para várias denominações do Rhône, onde são proprietários também do Maison & Domaine Les Alexandrins (Crozes Hermitage e outros) e da Vieille Ferme (linha mais popular), para uma pequena vinícola em Paso Robles, na Califórnia, a Tablas Creek, e passaram, então, a operar também na Provence, ficando encarregados de toda a vitivinicultura do Château Miraval, que hoje além do Côtes Provence Rosé AOP, produz um Côtes de Provence Blanc AOP, um lote especial de pequena tiragem (Muse de Miraval) e dois mais simples também branco e rosé.Mais tarde, veio uma nova parceria com Brad Pitt e com a maison Champagne Peters no exclusivo champanhe rosé Fleur de Miraval, um vintage que chega a custar 800 euros a garrafa. Agora os amigos estão lançando uma versão mais acessível do champanhe, o Petite Fleur, e um gin (só da família Perrin e Brad Pitt), The Gardener. Todos, com exceção do Muse de Miraval, devem chegar ao Brasil pela Mistral.Em passagem por São Paulo para participar do 20° Encontro Mistral, a feira de vinhos que comemorou os 50 anos de existência da importadora, François conversou com Tinto ou Branco sobre o estilo dos vinhos do Rhône, seu casamento com a brasileira Isabel Sued, a onda Barbie, vinhos brasileiros e, como não poderia deixar de ser, o quanto a briga judicial de Brad Pitt e Angelina Jolie afeta os negócios do Château Miraval.Leia a seguir os destaques dessa conversa:Segundo o que tem saído na imprensa, o seu sócio, Brad Pitt, não aceita o fato de a ex-mulher, Angelina Jolie, ter vendido a parte dela para o Group Stoli, do bilionário russo Yuri Shefler, e está pedindo a anulação do acordo. Como isso tem afetado os negócios?Até o momento, o sócio russo não criou nenhum tipo de problema. Tivemos apenas uma reunião com ele e foi tudo bem. Pessoalmente, não creio que isso coloque nosso trabalho no Château Miraval em risco, mesmo porque, juntos, nós e o Brad, temos maioria. Porém divórcios são sempre complicados, né? Imagina quando você tem nomes como Brad Pitt e Angelina Jolie envolvidos…Quem indicou o seu nome para o Brad Pitt? O senhor fala dele como alguém próximo.Foi um amigo comum, um francês que trabalha com móveis e vive em Los Angeles. Sim, somos próximos. O Brad é muito interessado pela vinícola. Ele dá um jeito de estar presente nos momentos importantes. Vem para a hora de decidirmos os blends, por exemplo. Não bebe mais, mas degusta, cospe e dá sua opinião. Interessa-se muito pelos aspectos de marketing e publicidade. É um sujeito muito inteligente.Ele já participou pessoalmente de ações de divulgação como degustações ou master classes?Não dá. A imagem dele é muito visada. As pessoas querem a atenção dele, querem tocá-lo. Então, fica um pouco assustado. Mas, quando está com quem se sente seguro, é muito simples.Acha que essa onda cor-de-rosa provocada pelo marketing do filme da Barbie pode ajudar nas vendas dos vinhos rosés da Provence?Acho que sim. Ambos são voltados para a nova geração. A nova geração gosta do rosé porque ele é mais simples. O rosé da Provence é um vinho que combina com dias quentes, com o estilo "cool" do Mediterrâneo, a elegância da Riviera Francesa. Não é um vinho complexo. Se você envelhecer um rosé de boa qualidade, talvez consiga um pouco de complexidade, mas o rosé não foi feito para ser complexo. Ele foi feito para ser apreciado fresco, para nos fazer sentirmos bem.Complexidade significa uma série de aromas diferentes, não é? Os rosés da Provence têm várias camadas de aromas: flores e frutas diversas, ervas aromáticas, mineralidade…É verdade, mas, quando falo em complexidade, estou pensando em algo terroso ou animal. A complexidade que tintos e brancos podem ter.Brancos têm aroma animal?Têm terrosos, trufas, por exemplo.Por falar em complexidade aromática, o Châteauneuf-du-Pape é tido como um dos tintos mais complexos. O Château Beaucastel foi cenário da série da Apple TV + Gotas Divinas, na qual os protagonistas competem por uma herança e, para isso, têm de distinguir pelos aromas da taça exatamente qual a composição de determinada safra de um châteauneuf fictício (inspirado no Beaucastel). Isso é possível? O senhor consegue dizer exatamente as uvas de um vinho só de sentir seus aromas?Não, isso é ficção. Consigo dizer qual a uva que predomina, talvez apontar outras que estão no blend, mas não consigo dizer exatamente as porcentagens de forma alguma. Ainda mais de um Châteauneuf-du-Pape que pode ter 13 uvas diferentes no seu blend. O seriado é ótimo, 90% do que está ali corresponde a realidades sobre a produção e o serviço de vinhos, mas tem uns 10% que são ficção, para romantizar. O seriado foi filmado no Beaucastel antes de ele ser reformado. Essa reforma que já estava planejada há anos (mas que adiamos porque minha mãe vivia ali) foi um dos motivos porque aceitei que a série fosse filmada ali. Fica o registro para a memória.O senhor é casado com a brasileira Isabel Sued. Como a conheceu?Nos encontramos pela primeira vez em 2005 na casa do Boni (José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, ex-diretor da Globo) em Angra dos Reis. Ele me convidou para conduzir uma degustação de Beaucastel para uns amigos dele, entre eles, o Ivo Pitanguy. A Isabel estava lá para entrevistá-los para o documentário que ela fez sobre a vida do pai, Ibrahim Sued. Eu estava viúvo e ela separada. Começamos a conversar e acabamos namorando. Em 2008, ela foi morar na França e, em 2011, casamos. Temos muito em comum, gostamos das mesmas coisas.Vêm muito ao Brasil? O que o senhor acha dos vinhos brasileiros?Sim. A Isabel tem um apartamento em Ipanema e a gente vem passar temporadas. Eu adoro o Brasil, o estilo de vida de vocês. Os vinhos brasileiros progrediram muito nos últimos anos. Eu amo os espumantes brasileiros. São excepcionais, mas não são muito reconhecidos internacionalmente… Também tenho me impressionado com a qualidade dos vinhos em geral, de várias partes do Brasil. Terroir não é uma coisa natural. Terroir você cria. É a combinação do clima, do solo, da uva e do trabalho do ser humano, de como ele lida com os fatores naturais. Para produzir um vinho de terroir é preciso um trabalho de várias gerações. Tenho certeza que o Brasil está muito próximo de produzir vinhos de terroir.
2023-08-07 16:00:00
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Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/tinto-ou-branco/2023/08/o-socio-mais-famoso-de-brad-pitt.shtml
O potencial dos parques bem geridos
Medidas anunciadas recentemente pelo governo federal para ampliar a Unidade de Conservação (UC) Chocoaré - Mato Grosso (PA) e criar o Parque Nacional da Serra do Teixeira (PB), entre outras, são relevantes para o fortalecimento da agenda socioambiental. Mas tão importante quanto a criação é implementar na prática essas unidades e desenvolvê-las adequadamente. Isso, certamente, enfrenta uma série de desafios, muitos deles a serem superados inclusive nas UCs e parques já existentes.A dificuldade para cuidar das áreas protegidas não é pontual e esbarra na falta de recursos estruturais. "Diagnóstico do Uso Público em Parques Brasileiros: A Perspectiva da Gestão", estudo realizado pelo Instituto Semeia e disponível no site da instituição, mapeia as adversidades que os profissionais à frente da gestão de parques enfrentam. Os obstáculos vão desde a falta de instrumentos administrativos previstos pelo Sistema Nacional de Conservação da Natureza (SNUC), como plano de manejo e conselho consultivo, até de investimento e de recursos humanos. Há carência inclusive de infraestrutura básica, caso de banheiros e bebedouros, itens essenciais para o público. Mais Nesse contexto, é preciso destacar que os parques são espaços com o objetivo de conservar a biodiversidade brasileira e, ao mesmo tempo, conectar as pessoas à natureza. Portanto, parques melhores e bem geridos, tanto do ponto de vista ambiental quanto do uso público, podem prover à população opções de lazer, bem-estar e saúde física e mental. E também podem significar benefícios socioeconômicos.A pesquisa "Parques como vetores de desenvolvimento para o Brasil", do Instituto Semeia, estima que o aumento da visitação nesses espaços preservados tem potencial de gerar até R$ 44 bilhões ao PIB e criar cerca de 1 milhão de empregos. Não se trata de tarefa fácil, mas possível. Mais O aprendizado até aqui mostra que há alguns aspectos essenciais para atingir essas projeções, como fortalecimento dos órgãos gestores, valorização do patrimônio natural brasileiro e maior engajamento da sociedade. Há de se levar em conta ainda uma estratégia de políticas públicas que considere os temas meio ambiente e turismo de forma coordenada e transversal, aproveitando todo o potencial dessas áreas para a sociedade.De fato, o Brasil protagoniza um momento positivo para adoção de políticas públicas em relação ao meio ambiente e está diante de uma janela de oportunidades que pode ajudar a consolidar o turismo nos parques de forma responsável e inovadora, com perspectivas para superar os desafios que se apresentam na gestão destes espaços e transformá-los verdadeiramente em vetores de desenvolvimento sustentável. A expectativa é que essa chance não seja desperdiçada.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2023-08-07 16:21:00
opiniao
Opinião
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Presença de porco em cidade dos EUA causa discórdia entre moradores e prefeitura
A presença de um porco no condado de Madison, estado americano de Wisconsin, está movimentando a população e causando discórdia. Isso porque a prefeitura proíbe a posse de porcos, javalis ou suínos na cidade. Mas uma moradora do local tem um animal do tipo de quase dois anos.Paula Niedenthal e o marido são donos de Rudi, um porco de estimação de um ano e quatro meses que alegra a rotina dos moradores."Às vezes, as pessoas dizem coisas comoventes como 'É a única vez que sorrio durante o dia'. E então, quanto mais isso acontecia, mais eu sentia que estava tudo bem se eu organizasse sua agenda para que, por exemplo, ele estivesse fora quando as crianças estavam indo ou voltando da escola, porque então eles teriam aquela alegria e então foi isso que aconteceu", disse Niedenthal em entrevista a um jornal local. Mais Em julho, o casal foi notificado pelo departamento de saúde de Madison que não podem mais ficar com o animal e terão que se desfazer do bicho, com base na lei que impede a presença de animais no local.Agora, os moradores do condado espalharam diversos cartazes e manifestações de apoio com inscritos como "Salve o porco Rudi" e "Rudi: o porco que trouxe alegria para ciclistas, corredores, caminhantes e uma cidade inteira", e os penduraram em jardins, postes e até na entrada de restaurantes.A notificação estipulou um prazo de sete dias aos donos, mas, ao fim do tempo, Paula não direcionou o bicho a outro local e autoridades ainda não deram sinal se vão recolher Rudi ou permitir sua presença.
2023-08-07 13:56:00
voceviu
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https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/08/presenca-de-porco-em-cidade-dos-eua-causa-discordia-entre-moradores-e-prefeitura.shtml
É incrível que alguém ainda defenda o comportamento abusivo de Marlene Mattos com Xuxa
"Encontros e Despedidas", o quarto episódio da série "Xuxa, o Documentário", chegou à plataforma Globoplay na noite de quinta (3), trazendo o momento mais esperado pelo público: o primeiro reencontro em 19 anos da apresentadora com sua ex-empresária, Marlene Mattos.A conversa entre as duas alterna momentos tensos com outros descontraídos, em que ambas relembram, aos risos, alguns episódios do passado. Mas o saldo final é amargo: Xuxa se revela decepcionada com Marlene, que não se arrepende de absolutamente nada do que fez.E ela fez muito. Claro que boa parte do sucesso avassalador da Rainha dos Baixinhos pode ser creditado a esta maranhense de baixa estatura e enorme determinação. Provavelmente, Xuxa não teria se tornado uma popstar internacional não fosse pela disciplina rígida e pela extenuante rotina de trabalho impostas por Marlene. Mais Só que, o próprio episódio deixa claro, Marlene extrapolou em muito as funções de mera gestora profissional. Já comentei, numa coluna anterior, o absurdo que foi forçar um encontro em frente às câmeras da apresentadora com seu pai, com quem ela andava rompida. Marlene não consultou a artista e ainda se meteu num conflito familiar pela pior das razões: queria dar ibope.Xuxa também lembra que Marlene a acompanhava nas consultas com ginecologistas, e fazia questão de conferir se estava tudo em ordem "lá embaixo". Na boa: quem é que tem autorização para agir assim? Nem maridos costumam ir com suas mulheres ao ginecologista.Há um outro abuso notável de Marlene, que o episódio não cita, mas que foi lembrado por Xuxa no programa "Saia Justa", em março passado. A apresentadora conta que queria injetar silicone nos seios depois do nascimento de Sasha, e acabou sendo operada por uma médica sugerida pela empresária.Quando acordou da cirurgia, descobriu que seus peitos estavam muito maiores do que ela queria. Além disso, sua barriga havia passado por uma lipoaspiração, e botox aplicado ao redor de seus olhos. Parece um filme de terror, mas nem por isso Xuxa rompeu sua parceria com a empresária.Mesmo com tantas barbaridades sendo reveladas, Marlene Mattos caiu nas graças de uma parte dos internautas. O perfil da empresária no Instagram está repleto de elogios por sua coragem, garra, energia. Muita gente declara que mudou de ideia sobre ela e tem até quem diga que virou fã.Parte dessa aprovação pode ser creditada a uma certa fadiga com Xuxa. A apresentadora vem sendo celebrada na mídia desde o início de 2002, mas, como qualquer figura pública, está longe de ser uma unanimidade. Ainda há quem a veja como uma boboca e, nesse contexto, Marlene passa a ser vista como o gênio que transformou barro em ouro.Também há quem tenha comprado o discurso pseudo-feminista vendido pela própria Marlene que reitera diversas vezes que ela e Xuxa eram duas mulheres numa indústria dominada por homens. Sim, é verdade, mas vamos combinar que não há luta contra o machismo que justifique uma cirurgia plástica não autorizada.Xuxa demorou muito, muito, muito tempo para perceber que vivia uma relação abusiva –o que, aliás, é comum neste tipo de relação. Foi só depois que Sasha nasceu que a apresentadora se deu conta da ganância desenfreada de Marlene, que não respeitava os limites da intimidade e ainda tratava sua empresariada como uma criança, uma incapaz.Marlene ameaçava Xuxa dizendo que iria pegar a primeira menina que passasse na rua e torná-la uma rival da apresentadora, mas o fato é que jamais chegou nem perto do sucesso que tiveram juntas. A carreira pós-Xuxa da empresária é extraordinariamente irregular: a empresária teve passagens efêmeras por vários canais de TV, empresariou artistas e atletas, se envolveu em diversos negócios que não deram certo. Estava meio esquecida, até surgir esta série documental.Agora pode aproveitar a fama reconquistada e os novos admiradores. E continuar não se arrependendo de nada, porque, pelo visto, o que não falta neste mundo é gente disposta a passar pano para abusador.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Tony Goes tem 62 anos. Nasceu no Rio de Janeiro, mas vive em São Paulo desde pequeno. Já escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. E atualiza diariamente o blog que leva seu nome: tonygoes.com.br
2023-08-07 12:00:00
colunistas
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https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/tonygoes/2023/08/e-incrivel-que-alguem-ainda-defenda-o-comportamento-abusivo-de-marlene-mattos-com-xuxa.shtml
Freud entre a polêmica, a leviandade epistemológica e a revolução
Acompanhamos a recente cruzada contra a psicanálise empreendida pela proeminente pesquisadora Natalia Pasternak, que exerceu papel fundamental na crise da Covid-19. Os argumentos —charlatanice, crendice, pseudociência— tão inaugurais quanto a própria psicanálise, servem mais para alimentar a polêmica através do chamado marketing de guerrilha do que discutir eficácia, filosofia da ciência ou epistemologia.Observe-se, a propósito, que o mundo "científico" atual carece da mais rudimentar crítica epistemológica. A chamada "ciência" atual faz o que quer, afirma o que bem entende, livre de toda crítica capaz de lhe exigir o mais minimalista rigor metodológico.Os grandes epistemólogos do século 20 morreram e não deixaram herdeiros nesta contemporaneidade órfã e deserdada. A ciência —particularmente seu flanco voltado para uma psicobiologia do comportamento— tornou-se refém do capital, dos grandes laboratórios multinacionais de fármacos (e psicofármacos), a mais rentável indústria do planeta: abre-se uma farmácia por minuto em cada quarteirão do mundo. Essa verificação importa quando, em nome da ciência (qual?), fazem-se acusações de "charlatanismo" sem que se saiba —porquanto não o há— de que lugar epistêmico procede a acusação.É preciso lembrar que a epistemologia séria e rigorosa (que, sim, em tempos recentes existiu) jamais proferiu a sentença de "charlatanismo", epíteto que, por si só, já trai e revela a procedência ideológica, epistemologicamente acéfala e cientificamente leviana de sua emissão.Assim como o século 20 e seus genocídios possibilitados por noções perigosas de ciência testemunharam, uma ciência que exclua a reflexão epistemológica de suas preocupações causa efeitos deletérios bem mais expressivos do que qualquer charlatanismo de feira. Mais Freud foi acusado de charlatão e imoral. Sua ciência reconsiderou o desejo e a sexualidade no centro da experiência humana e apontou a relação entre o conflito psíquico e manifestações sintomáticas em uma época em que a "ciência oficial" trancafiava dezenas de milhares de mulheres na Europa, vítimas de práticas terapêuticas que incluíam eletrochoques e lobotomia. Tamanha foi sua influência que ainda hoje Freud é o autor mais citado no mundo, de acordo com a plataforma "Google Scholar", que reúne artigos científicos e livros publicados em todos os países.Ao propor que a ciência, em vez de excluir, reconsiderasse o sujeito, Freud causou uma revolução científica, quer dizer, tensionou ao máximo o paradigma de uma direção científica voltada para uma tecnologia apartada do ser que fala, deseja, sonha e sofre. Que uma parte da ciência tente manter o paradigma de uma ciência sem sujeito, sem "bobagem", é uma invariante bem retratada no conto "O Alienista", já clássico por caricaturizar o dogma positivista, que no Brasil ganhou até igreja. Mais O tom panfletário das acusações dirigidas à psicanálise, vazias de toda e qualquer possibilidade dialética, desabitadas de crítica e complexidade histórica, nos deixa à espera de um debate à altura que o tema merece.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2023-08-07 08:00:00
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Golpe no Níger
Espremido entre o deserto do Saara ao norte e as savanas africanas ao sul, o Sahel é uma zona árida e asfixiante em mais de um sentido.Nos últimos anos, países que compõem a região foram palco do aumento da atividade de grupos terroristas islâmicos, da brutalidade de mercenários e de uma sequência de golpes de Estado.A última peça do dominó a cair é o Níger, vasto país do tamanho do Pará e terceiro mais pobre do mundo, segundo a ONU.Em 26 de julho, o presidente eleito democraticamente em 2021, Mohamed Bazoum, foi deposto por uma junta militar e submetido a prisão domiciliar. Ele fora empossado após a primeira transferência pacífica de poder no país desde a independência da França, em 1960.A reação internacional ao golpe, numa região em que quarteladas são fatos corriqueiros, desta vez foi surpreendentemente dura.Isso se explica pelo cenário geopolítico tenso, agravado pela guerra da Ucrânia. O Níger era um raro aliado do Ocidente na região contra a ameaça jihadista e atuava como uma barreira de contenção à infiltração do infame grupo russo Wagner, que já atua em países vizinhos como Mali, Burkina Faso e, um pouco mais ao sul, a República Centro-Africana.Os mercenários, notórios pelo envolvimento na guerra da Ucrânia e pelo breve levante contra o presidente Vladimir Putin em junho, atuam na África como uma espécie de braço da política externa russa, fechando acordos com ditadores locais que muitas vezes incluem a expulsão de tropas ocidentais.Soma-se a esse contexto o fato de o país ter algumas das maiores jazidas mundiais de urânio, mineral necessário tanto para bombas atômicas quanto para a descarbonização das fontes de energia.Preso pela junta, mas ainda com meios para se comunicar, o presidente deposto fez um apelo direto por uma intervenção internacional na quinta-feira (3).Países da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental cogitam uma força multinacional para restituir Bazoum ao poder, possivelmente com apoio de cerca de 1.100 soldados americanos baseados no Níger.No entanto desfazer o golpe seria, na melhor das hipóteses, um pequeno alento para trazer alguma estabilidade. Em qualquer cenário, pobreza extrema, terroristas e disputas geopolíticas seguirão fazendo do Sahel uma das regiões mais irrespiráveis do planeta.editoriais@grupofolha.com.br
2023-08-06 22:00:00
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Aposto que esses dados da empresa de Buffett você não sabia
Neste último sábado, a Berkshire Hathaway Inc, empresa do renomado investidor Warren Buffett divulgou resultados do segundo trimestre de 2023. Os resultados surpreenderam as expectativas, mas outros dados presentes nos demonstrativos surpreendem ainda mais.O valor dos ativos totais da empresa de Buffett superou a marca de US$ 1 trilhão. Sem dúvida o montante fascina, mas o que poucos sabem é como ele é constituído.Os ativos tiveram grande valorização nos últimos 28 anos. Em 1995, dos ativos totais de USD$ 29,9 bilhões de sua empresa, R$ 22 bilhões eram ações listadas em Bolsa e USD 2,7 bilhões eram em títulos do tesouro americano de curto prazo e ativos equivalentes a caixa.Portanto, em 1995, a posição de Buffett em ações listadas em Bolsa representava 75,5% do ativo total. A parcela renda fixa representava 9% deste ativo. O percentual de 15,5% restante era representado por participações em empresas de capital fechado e outros ativos.Atualmente, quanto você acredita que representa a proporção em ações listadas em Bolsa no ativo total da Berkshire? a) 34% b) 54% c) 74% d) 84%Muitos acham que Buffett construiu sua grande fortuna apenas investindo em ações listadas em Bolsa e que ele não investe em renda fixa. Não é o que realmente ocorreu.A posição em ações listadas em Bolsa somava no segundo trimestre de 2023 o montante de USD$ 353,4 bilhões. A posição em títulos do tesouro americano de curto prazo e ativos equivalentes a caixa somava USD$ 141,9 bilhões.Logo, a parcela em ações listadas em Bolsa representava ao final do segundo trimestre apenas 34% dos ativos totais da Berkshire. Já a parcela de renda fixa se aproximava de 14% do totalA parcela em outros ativos representava 52% do ativo total. Portanto, esta proporção representada por ativos não listados em bolsa foi a que teve a maior alta nos últimos 28 anos.Enquanto a posição em ações listadas em bolsa se multiplicou por 16 nos últimos 28 anos, a parcela de outros ativos não listados em Bolsa se multiplicou por mais de 100 vezes.Mesmo se avaliarmos os ativos listados em Bolsa em relação ao valor de mercado da Berkshire, podemos ver que não chegam a 50% do total. Atualmente, o valor de mercado das ações da Berkshire é de USD$ 757,6 bilhões.Neste caso, o valor investido pela Berkshire em ações listadas em bolsa de USD$ 353,4 bilhões representa 46% de seu valor de mercado.A parte de renda fixa de USD$ 141,9 bilhões representaria 19% do valor de mercado das ações da Berkshire. Isso significa que os outros ativos não listados em Bolsa representariam 35% do valor de mercado da Berkshire.Assim, cuidado ao imaginar que você vai fazer algo similar a Warren Buffett apenas investindo em ações listadas em Bolsa. Lembre-se ainda que Buffett também investe em renda fixa. De fato, esta posição em renda fixa vem subindo sistematicamente nos últimos anos.Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.Fale direto comigo no e-mail.Siga e curta o De Grão em Grão nas redes sociais. Acompanhe as lições de investimentos no Instagram.
2023-08-06 21:43:00
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Leitor afirma que Bolsonaro 'gourmetizou' a corrupção
Joias, militares, Cid e Bolsonaro Quem disse que o Bolsonaro não tem sofisticação? De Fiat Elba e dinheiro na cueca passamos a coleção de joias, pedras preciosas e Rolex. O governo Bolsonaro "gourmetizou" a corrupção ("Mauro Cid tentou vender Rolex recebido por Bolsonaro por US$ 60 mil", Política, 5/8). Thiago Aguiar Rodrigues (Rio de Janeiro, RJ)Garimpos, joias, pedras preciosas, barras de ouro, diamantes são palavras relevantes no Brasil nos últimos quatro anos, justo num governo aparelhado de cabo a rabo por militares ("Emails apontam que Bolsonaro recebeu pedras preciosas, e CPI aciona PGR", Política, 6/8). Perguntar não ofende: há cursos na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) versando sobre esses tópicos? Cid se destacou nessa matéria? Jayme Kopelman (São Paulo, SP) * A cada dia nos deparamos com mais falcatruas do ex-governante. Que bom que a população acordou. Rosana Brito (Curitiba, PR)Combate ao assédio Muito bem ("Lutadora de 16 anos dá mata-leão em suspeito de assédio dentro de ônibus rodoviário", Cotidiano, 6/8). Não iremos mais aceitar a importunação. Tentou, levou! Mônica Casarin Fernandes Elsen (Rio de Janeiro, RJ)Vi advogado comentar que ela pode ser processada. Agressão é crime. O cara era suspeito, e ela não é autoridade. A regra é clara, Arnaldo. Emilio Bazzani (São Caetano do Sul, SP)Há quem acredite no homem. Mas a versão dele não se sustenta. A menina disse que o cara passou a mão na perna, uma mão caída não faz carinho, inconsistência 1. Dois, se ele estivesse dormindo, teria sido surpreendido com o golpe e não entenderia o que estava acontecendo, não poderia sair dizendo que a mão caiu na perna porque não teria visto isso. Brava garota! Diego Rodrigues (São Bernardo do Campo, SP)Big techs na mira Moraes arruma, limpa a casa. Homem sem medo. Gosto assim. Avante, Moraes ("Moraes atua para incluir no Código Eleitoral regras que enquadrem big techs", Política, 6/8). Aparecida Alves (São Bernardo do Campo, SP) Mais Não seria o caso de o ministro se candidatar a um cargo legislativo? Se eleito, poderia fazer leis. Como atualmente pertence ao Judiciário, só pode executar leis, correto? Nilo Mismetti (São Paulo, SP)Laerte Que sinuca interessante ("Laerte tem produtos licenciados e ganha coleção de camisetas e canecas", Ilustrada, 5/8). Nos anos 70, o Henfil se mudou para os EUA e voltou horrorizado que queriam fazer camiseta da Grauna, caneca da Grauna, bonequinho da Grauna, e ele falava que não venderia sua arte para o consumismo. Agora temos uma das maiores cartunistas da nossa geração abraçando o lance consumista. E daí, né? Vou querer uma dessas canecas aí. Paul Constantinides (Jacareí, SP) Mais Tarcísio vai imprimir livro Sabia que não seria fácil, mas confesso que surpreende a ousadia do Tarcísio de Freitas em sucatear a educação ("Após pressão, governo de SP recua e vai imprimir e encadernar livro digital para alunos", Cotidiano, 6/8). O assunto merece muita discussão. Até a desculpa de "imprimir" o material é complicada porque não tem como garantir uma qualidade satisfatória para todes. Gabriela Torres (São Paulo, SP) Mais Tarcísio não nomeou amigo ou cooptação política. Buscou Renato Feder que levou o Paraná ao primeiro lugar no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) em 2021. Profissionalismo e resultados. João Braga (Marília, SP)A educação nunca esteve a cargo de governadores ignorantes. É atribuição do MEC. Querer mudar é ridículo e vai prejudicar ainda mais os estudantes pobres. Tarcísio só faz mal a SP, mas lesar crianças e adolescentes é aberração que nem os piores governadores tinham feito. Leonilda Pereira Simões (São Paulo, SP)Guerra da Ucrânia Os ricos fazem as guerras, e os pobres morrem nelas ("Ucrânia ataca segundo navio russo e faz ultimato naval", Mundo, 6/8). Rodrigo Bandeira (Santana, AP)OAB Os pretos que estão na ponta da linha, aqui em baixo, sofrem discriminação, racismo cotidianamente, e a totalidade sente que não tem acesso a justiça para denunciar tais crimes hediondos ("OAB-SP quer comissão de combate ao racismo em todas as unidades do estado", Política, 6/8). A sociedade precisa de diversidade de profissionais na advocacia, não só profissionais negros, mas principalmente estes, acredito, teriam mais empatia para defender vítimas de racismo, pois sabem e sentem o horror do racismo, coisas que advogado não preto não sente, não sabe, nem quer saber. Luiz Gonçalves dos Santos (Guaratinguetá, SP)Tributação dos ricos Brasil fazendo justiça ("Segunda parte da Reforma Tributária tentará colocar ricos no Imposto de Renda", Mercado, 6/8)! Só falta aplicar isso na classe ociosa. Também tem que tributar mais os bancos, os rendimentos de aplicação financeira, os rendimentos sobre a jogatina, cobrar mais dos apostadores, dos que não fazem nada e vivem ostentando. Ednilson Alves Deo (Santo André, SP)Antes não entendia direito a razão da tributação de dividendos, já que o lucro é tributado antes da distribuição. Agora entendo. Diminuir a tributação das empresas é beneficiar o mercado que produz e gera empregos, tributar o acionista é coletar impostos daquele que mais lucra com o resultado da empresa. Estou otimista, espero que o Congressos aprove tais reformas e que uma sociedade mais justa possa emergir. Maxmilliano de O. Reis (Goiânia, GO)Bate-boca de políticos "Você sente ali e se comporte, diz prefeito de Ilhabela a vereadora" (Painel, 5/8). Dois fofos do PL. Alcides Castro (São Bernardo do Campo, SP)
2023-08-06 21:00:00
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Painel do Leitor
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Parcelado sem juros não é o vilão do rotativo
Mais de um trilhão de reais foi transacionado no ano passado em compras parceladas na modalidade sem juros do cartão de crédito, representando 10% do nosso PIB e metade de todo o volume movimentado em cartões de crédito.O meio de pagamento "parcelado sem juros" (PSJ) veio para formalizar e dar transparência à relação comercial entre lojista e consumidor, viabilizando a venda a prazo. A popularidade da modalidade se dá tanto pelo lado do consumidor, que ganha poder de compra com o parcelamento, quanto do vendedor, que ganha competitividade com maiores opções de cobrança.A diferença entre o valor de compra à vista e o valor de compra no PSJ dá luz aos juros implícitos nessa forma de pagamento. Essa diferenciação no preço ficou ainda mais clara com uma lei de 2017, que obrigou o estabelecimento comercial a informar descontos oferecidos em decorrência do prazo ou meio de pagamento, como em dinheiro, Pix, cartão de débito ou crédito.Do ponto de vista econômico, os juros implícitos no PSJ podem ser incorridos pelo próprio consumidor, quando há desconto para pagamento à vista, ou pelo lojista, quando não há diferenciação nas formas de pagamento. Ou, ainda, por ambos, a depender do tamanho do repasse dos custos do parcelamento pelo lojista para o consumidor. Um dos custos do parcelamento pelo lojista é a tarifa de intercâmbio, que é cobrada pelo banco emissor do cartão de crédito do consumidor.Os maiores bancos brasileiros alegam que a tarifa de intercâmbio é insuficiente para remunerar a oferta da modalidade PSJ e que a rentabilidade do cartão de crédito para a instituição financeira emissora só para de pé se os bancos compensarem essa "perda" aumentando as taxas de juros do rotativo do cartão. Nessa visão, o PSJ seria o responsável pelos altos juros do crédito rotativo, que chegaram a 454% ao ano em 2023.Como solução para os elevados juros do rotativo, os grandes bancos propõem ao governo que intervenha na indústria de cartões de crédito de tal modo a restringir o PSJ e/ou aumentar as tarifas de intercâmbio. Há diversas razões econômicas para desconfiar dessa solução.Primeiramente, precisamos entender porque os juros do rotativo são altos. Conforme aponta o Relatório de Economia Bancária do Banco Central, a inadimplência é a maior componente na determinação da taxa de juros do crédito pelos bancos. O inadimplemento do rotativo chegou a 53,4%, maior valor da série histórica e três vezes mais que qualquer outro tipo de empréstimo.Há, ainda, a questão da baixa sensibilidade do portador do cartão de crédito à taxa de juros do rotativo. Quem entra no rotativo, inadimpliu ao menos em parte da fatura. Esse consumidor não vê uma alternativa diferente do rotativo para se financiar por um prazo curto. Em média, os tomadores ficam apenas 18 dias no rotativo. Dada essa característica, os bancos conseguem cobrar taxas de juros mais elevadas do que observaríamos em um ambiente com maior competição, como, por exemplo, com a portabilidade de dívida e o saldo da fatura de uma instituição financeira para outra.Não há qualquer evidência econômica que relacione o PSJ à maior inadimplência ou aos juros do rotativo. É difícil crer que, por conta do PSJ, o negócio de cartão de crédito para os bancos só seria rentável devido aos atrasos. Uma solução que seja capaz de permanentemente reduzir os juros do rotativo deverá passar por formas de combater a inadimplência e incentivar a competição.O problema é complexo e também está presente em países que ainda não contam com PSJ. Não será elegendo um bode expiatório que chegaremos em melhores condições de crédito.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2023-08-06 22:00:00
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Aviação de gente grande para um grande país
A aviação é enorme no Brasil. São mais de 106 milhões de passageiros domésticos e internacionais transportados nos últimos 12 meses, 995 mil empregos diretos, indiretos e catalisados, 1,2 milhão de toneladas de carga transportadas todo ano, além de ser o grande gerador do turismo interno e externo.O Brasil é o quarto maior mercado de aviação doméstica do mundo. Por outro lado, poucas pessoas voam regularmente. A estimativa é que somente 20 milhões de brasileiros viajem de avião por ano. Além disso, somos pequenos se comparados a outros mercados quando consideramos nossa população: o número de viagens por habitante por ano aqui é 0,5, enquanto nos Estados Unidos é 2,6 e, na Espanha, chega a 4,5.Não precisamos ir tão longe nas comparações: no Chile, nosso país vizinho, o índice é de 1,2. A verdade é que, apesar de hoje sermos grandes, ainda somos muito menores do que poderíamos ser. E é impossível imaginar um país da dimensão do Brasil sem uma aviação forte.O período de grande crescimento da aviação no Brasil foi entre 2002 e 2010. Com a liberdade tarifária e a gestão dos governos Lula 1 e Lula 2, o volume de passageiros passou de 30 para 70 milhões por ano, e o preço médio corrigido da passagem caiu de R$ 900 para R$ 500. Desde 2013, o volume de passageiros não cresce. Por isso, vemos com muito bons olhos o desejo expresso claramente pelo atual governo de democratizar a aviação. O programa Voa Brasil é uma boa iniciativa e pode ajudar, mas temos que ir muito além. A democratização só vem com a redução do custo e a retomada do crescimento da renda e da economia brasileira. Mais Como reduzir o custo? Devemos endereçar o custo do combustível de aviação e os níveis de judicialização no país, ambos os mais altos do mundo. Temos trabalhado intensamente nisso e vamos continuar buscando alternativas. Por outro lado, agora devemos enfrentar um desafio muito maior. A tão desejada e discutida reforma tributária, no seu texto atual, aumenta os impostos da aviação de forma brutal. Uma alíquota geral de 25%, como previsto hoje, faria com que uma empresa aérea recolhesse 3,5 vezes mais do que atualmente recolhe com os impostos substituídos (ICMS, ISS, IPI e PIS/Cofins). Não estamos defendendo redução de impostos para o setor. É preciso manter a carga tributária como ela está hoje. Esta é a premissa da reforma como um todo.Pelo tamanho do aumento proposto no atual texto da reforma, os preços das passagens seriam pressionados para cima, e a quantidade de passageiros diminuiria, indo na direção contrária de democratizar a aviação brasileira. Não há crescimento econômico que compense isso: a aviação encolheria no Brasil. Mais Temos que olhar para o que outros países fizeram. Nações que já implantaram o IVA em reformas parecidas com a nossa no Brasil têm alíquotas menores para o transporte aéreo. No Chile, nos EUA e no Reino Unido, a alíquota é zero. Na Itália, França, Espanha e Argentina, é metade da alíquota geral —e em nenhum destes casos passa de 10%. Por que acreditamos que aqui deveríamos cobrar alíquota cheia? Por que achamos que somos diferentes?Se queremos ser grandes, aprendamos com exemplos de outros países. Sem a aviação forte, o Brasil continuará fazendo um voo de galinha. Mais TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2023-08-06 22:00:00
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Mulher compra ilha que viralizou e conta como é rotina em cabana isolada em meio à natureza
"Ilha Duck Ledges", dizia o anúncio, "oferecida em sua totalidade". As fotos que o ilustravam mostravam uma cena de beleza absoluta: uma pontinha de pedra situada em águas azuis claras, com uma pequena cabana e nada mais —nem mesmo uma única árvore— para bloquear a vista de 360 graus para o oceano e o céu.A ilha fica em Wohoa Bay, em Downeast, Maine, ao longo de uma seção da linha costeira rochosa conhecida como Bold Coast. Para qualquer pessoa que tenha fantasiado ter uma ilha particular —e quem não o fez, se levarmos em conta a forma pela qual esses idílios capturam a atenção mundial?— o anúncio sobre Duck Ledges, quando foi publicado em junho de 2022, serviu como chamado à ação. E uma das pessoas que o atenderam foi Charlotte Gale.Massagista licenciada e oriunda de Nova Jersey, Gale passou por alguns anos difíceis. Seu negócio desapareceu da noite para o dia com a pandemia e os lockdowns. Ela disse que teve de vender sua casa, com um jardim vitoriano que ela cultivou e do qual cuidou por mais de uma década. Mais Gale mudou-se para um apartamento alugado em Hoboken, planejando ficar lá por um par de anos enquanto decidia o próximo passo. Mas o proprietário do imóvel logo aumentou o aluguel em US$ 770 (cerca de R$ 3.740 no câmbio atual) por mês.Ela tinha algum dinheiro, da venda de sua casa, e começou a procurar na internet por uma casa de campo simples com espaço para um jardim, em um estado próximo, como Delaware ou Connecticut. Nada lhe chamou a atenção. Nenhum dos lugares anunciados parecia especial.Foi então que ela ampliou sua busca para o Maine e viu Duck Ledges. Naquele momento, o anúncio da ilha havia se tornado sucesso viral, e o proprietário da ilha, Billy Milliken, estava recebendo ligações de todo lado. Mas Milliken tinha um requisito especial, como Gale ficou sabendo quando respondeu ao anúncio. O comprador teria que passar uma noite na ilha antes de fazer uma oferta. Não há água corrente e nada além de focas, patos e pássaros para fazer companhia ao visitante.Dias depois, Gale estava na marina da pequena Jonesport, uma aldeia de pescadores de lagosta, sem hotéis resort, com poucos restaurantes além de uma pizzaria e nenhum shopping center ou loja de rede de varejo nas imediações. Um choque cultural para uma garota de Nova Jersey.Christine Crowley, corretora de imóveis de Gale, se lembra de vê-la no cais naquele dia, esperando que Milliken a levasse para a ilha em seu barco."Ela carregava apenas uma bolsa", disse Crowley. "Estava de shorts e usava chinelos ou sandálias. No início, parecia um pouco hesitante. Começou a ficar ressabiada. Ela disse: ‘Será que estou louca? Sou mesmo capaz de fazer isso?’. E eu respondi que ela precisava ficar em algum lugar naquela noite."Quando Gale chegou à ilha de 0,6 hectare, ela observou os arredores —a cabana revestida de cedro, uma imagem improvável, mas convidativa; as pontas rochosas lisas onde as focas tomam sol; as pequenas praias de areia e as piscinas de maré. Era um dia de verão com céu azul brilhante —"um perfeito dia Top 10", como Gale diria mais tarde.Ela tinha chegado à ilha há nem 10 minutos quando decidiu sacar o celular. "Assim que Billy e seu amigo a deixaram lá, Charlotte me ligou quase imediatamente", lembrou Crowley, que havia ficado em terra. "Ela disse: 'Eu quero a ilha. Preciso tê-la’."A história de Duck Ledges remonta a milhares de anos, quando as geleiras, ao recuarem e derreterem, carregaram a terra da área, formando afloramentos rochosos ao longo da costa do Maine. Mas a história mais recente data da década de 1970, quando um homem construiu uma moradia primitiva na ilha, que consistia em uma cabana de madeira unida a um trailer de metal. Durante anos, os pescadores locais usaram o trailer como um ponto de referência para navegar.O próximo proprietário foi um professor de ciências do ensino médio em Massachusetts chamado Gordon Estabrooks, que passou muitos verões na ilha observando a natureza. Em 2006, Estabrooks colocou a ilha à venda e pediu a Milliken, um corretor de imóveis local e pescador em tempo parcial, que cuidasse do negócio.Uma mulher veio ver a ilha e quis comprá-la. Mas o namorado da mulher estava vestido em um uniforme militar, disse Milliken, e, quando ele levou o casal em seu barco, o homem esvaziou duas sacolas cheias de armas. Segundo Milliken, Estabrooks lhe disse: "Billy, não posso vender isso a ela. O cara vai sair por aí e matar coisas. Por que você não compra?".Várias ilhas no Maine são propriedade da Downeast Coastal Conservancy ou da Maine Coast Heritage Trust e estão fora de limites para o desenvolvimento privado. Mas como já havia uma estrutura em Duck Ledges, a cidade de Addison, que tem jurisdição sobre a ilha, permitiu que Milliken e um parceiro de negócios demolissem a velha moradia e construíssem uma cabana de 50 metros quadrados.Milliken tinha um bote e trouxe o material em um único carregamento, desembarcando na maré alta porque não havia cais. "Montamos a estrutura nos fins de semana durante o primeiro verão", disse. Ele e seu sócio viam Duck Ledges como um investimento e venderam a ilha para um homem de Boothbay Harbor, Maine, que tinha boas lembranças de ter se aventurado em uma ilha com seus amigos quando era criança. O novo proprietário tinha uma política de portas abertas."Passei mais tempo lá quando ele a comprou a ilha do que quando eu era o dono", disse Milliken. "Eu levava pessoas para lá várias vezes por ano, de graça, e compartilhava a ilha com elas. Minha família foi lá várias vezes para assar lagostas."Milliken passou a ver Duck Ledges como um lugar especial que deve ser compartilhado com outras pessoas e protegido —ele evitava visitar a ilha antes de junho, por exemplo, até que as aves marinhas que fazem ninhos por lá fossem embora.Quando Duck Ledges foi colocada à venda novamente, em 2019, Milliken a comprou de volta. Mas ele não a usava tanto quanto nos anos anteriores e, quando comprou outra ilha na área, onde planejava construir uma casa adequada, com água corrente e projetada por um arquiteto, de repente percebeu que tinha ilhas demais.Sua condição de que o comprador passasse a noite em Duck Ledges era algo que ele sentia como uma obrigação moral. "Às vezes, a ilha é desafiadora, às vezes é onerosa", disse. "Eu queria que a pessoa soubesse que as rochas são escorregadias. Que é preciso cronometrar a viagem. É preciso ser bom com um barco. Meu objetivo principal era que o comprador tomasse uma decisão totalmente formada."Ainda assim, a notícia de sua exigência incomum despertou o interesse do público, inclusive do escritor Stephen King, que postou no Twitter: "Há um romance ali, só esperando para ser escrito".Embora Milliken tivesse ofertas mais altas, ele ficou impressionado com o fato de Gale ter levado pouco mais do que uma mochila para sua estadia e achou que ela abordaria o local com um espírito de generosidade. "Nunca se tratou de dinheiro", ele disse. "O que importava era a boa vontade e o compartilhamento."Gale pagou US$ 339 mil (quase R$ 1,645 milhão).Três elementos precisam se combinar para tornar possível uma visita a Duck Ledges: o vento, o clima e as marés.Se os ventos estiverem soprando a 30 nós, você não vai. Se uma neblina espessa estiver cobrindo a baía, não vá. Se a maré estiver baixa, você pode ir, mas terá que atravessar 30 metros de rochas escorregadias e cobertas de algas, pois não há cais. Nunca vá no inverno, a menos que seja necessário.O ideal é ir em junho, julho, ou agosto em um dia ensolarado e "totalmente calmo", como os habitantes locais dizem e, de preferência, em um barco de fundo plano que possa ser arrastado por sobre as pontas de pedra lisas para o desembarque.Certa manhã de junho, Gale estava na marina de Jonesport, carregando uma caixa térmica de isopor repleta de alimentos que ela estava levando para a ilha. Gale não possui um barco —um grande impedimento para um proprietário de Duck Ledges.Em vez disso, ela vem dependendo principalmente de dois moradores locais —Harry e Laura Fish, irmão e irmã que administram uma empresa de fretamento chamada Coastal Cruises. Eles a deixam na ilha e a apanham quando ela liga (a ilha tem um bom serviço de celular).Harry Fish, que com sua barba branca e capa de chuva amarela lembra o pescador na embalagem dos filés de peixe Gorton’s, estava esperando na beira da doca em seu barco Sundance, de 19 pés.Não era um dia perfeito, um dia Top 10. Estava frio e chovendo, com uma neblina fina pairando sobre a baía. E o tempo estava ruim, mais ou menos desde que Gale chegou a Jonesport, em abril. Aquele era seu primeiro verão completo como proprietária da ilha. Ela havia alugado uma casa na cidade e visitava Duck Ledges com frequência.Laura Fish disse que a reação local a Gale foi de surpresa. "Uma mulher solteira comprou a ilha? Aquela pequena ilha? E ela vai ficar lá?", ela disse, parafraseando a conversa.Mas Gale ofereceu massagens a muitos habitantes da cidade, inclusive Laura Fish, e provou ser intrépida, diante dos habitantes locais. Sua estadia mais longa sozinha na ilha foi de quatro noites consecutivas; ela costuma dormir lá. E ela não se intimidou com a tempestade daquele dia, enquanto Harry Fish atravessava a baía a motor, lenta e habilidosamente.Enquanto a espuma salgada do mar atingia Gale no rosto e em sua capa de chuva azul, ela exibia um sorriso alegre e apontava para as boias coloridas de lagosta que flutuavam na água, comparando-as a confetes. Quando o barco passou pela Hardwood Island, uma ilha maior de propriedade privada, coberta de abetos, Gale disse que havia recebido um convite do proprietário, juntamente com os proprietários de outras ilhas do Maine, agora que ela pertence a um clube incomum."Todos disseram: ‘Queremos ir à sua ilha e queremos que você venha às nossas’", disse Gale, que tem longos cabelos castanhos, um rosto redondo e uma personalidade extrovertida e falante.Depois de mais alguns minutos, Duck Ledges e sua pequena cabana foram avistados no horizonte. Harry Fish instruiu Gale a colocar um tapete de borracha na frente de seu barco, uma engenhoca caseira para evitar que as rochas o raspassem.Era o meio da maré. Gale pulou pela lateral e subiu em uma grande rocha, depois caminhou com cuidado para um terreno mais alto, carregando a caixa térmica.Em um dia claro, é possível ver a costa de Duck Ledges. Mas a pequena ilha de Gale não está protegida atrás de outra ilha; está exposta às intempéries e, quando Harry Fish partiu, havia uma sensação de estar à mercê da natureza. Se o tempo estivesse ruim, uma visita de um dia poderia se transformar em três dias antes que o barco pudesse voltar."Não se deixe enganar pelo fato de a civilização estar visível a oeste e a leste", disse Milliken. "Olhe para o sul, para aquela paisagem selvagem que estará se lançando sobre você."O dinheiro que Gale pagou pela ilha poderia muito bem ter sido gasto em uma residência para o ano todo, ela disse. A massagista tem poucas conexões com o Maine, além de alguns verões do ensino médio passados na casa da família de um amigo em Kennebunkport e algumas férias de verão no sul do Maine quando adulta.De pé na ilha, havia uma sensação de que Gale ainda estava tentando se conformar com sua decisão nada prática, e até mesmo precipitada, e descobrindo o que fazer com a ilha, agora que era sua dona."Eu estava em um daqueles momentos", ela disse. "Foi aleatório. Apenas uma bizarrice aleatória."Ela acrescentou: "É devastador perder seu negócio e ter que vender sua casa. Mas pensei que era um novo começo, novos capítulos. Vi a ilha e pensei que não haveria muitas outras oportunidades de ser dona de uma pequena joia como aquela".Gale, que acredita nas propriedades curativas das frequências de Solfeggio e em outras crenças New Age, já havia determinado que sua ilha tem propriedades mágicas. Ela acredita que os minerais da água salgada podem nutrir a pele e tem levado garrafas de água salgada para a costa. Longe de se sentir vulnerável, ela se sente protegida na ilha, que ela chama por seu outro nome, Wohoa Bay Island, porque foi assim que apareceu no anúncio, disse ela, e porque queria destacar a água, em vez dos patos ou focas que tomam sol nas rochas."O que você sente aqui é a suavidade da graça da natureza", ela disse. "Em vez de se sentir pequeno nessa imensidão, estar na ilha faz com que você sinta que faz parte da vastidão."Mesmo assim, Gale tem um gerador Yeti movido a gás e um gerador de reserva, comida e água fresca suficientes para o caso de ficar presa por alguns dias —lembre-se de que não há água encanada—, bem como o conforto de uma cabine de construção robusta que sobreviveu a muitas tempestades.Ela decorou a cabana com um sofá, uma mesa, um refrigerador de metal em estilo vintage e arte emoldurada; e o interior, com sua decoração simples e janelas com vista para a água em todos os lados, tem o aconchego de uma cabine de navio. Há um loft para dormir. Há um banheiro de compostagem atrás da cabine (também não há encanamento interno).Dentro de casa, Gale acendeu um fogão a propano Camp Chef e ferveu uma panela de água para o chá. Em seguida, preparou um almoço de macarrão com lagosta fresca trazida na caixa térmica. O dia tinha se tornado agradável, apesar do clima.Menos bem-sucedidas foram as tentativas de Gale de criar um jardim. Todos os bulbos que ela plantou ao redor da ilha apodreceram —excesso de umidade. Ela trouxe algumas plantas perenes em recipientes e as colocou ao redor da cabana.Seu acréscimo mais dramático foram três urnas de jardim antigas de ferro fundido, cada uma pintada de branco e tão pesada que foi necessário contratar um barco grande e uma equipe de homens para levá-las até a ilha. Gale colocou as urnas de estilo vitoriano em pontos altos, inclusive em uma rocha na ponta da ilha —um farol incomum para barqueiros."Está muito longe de ser decorada por madeira de naufrágios e boias de lagosta", riu Laura Fish, mencionando a decoração típica de Downeast. "Já levei muitos barcos cheios de flores para lá. Charlotte disse que quer recriar nessa pequena ilha aquilo que ela tinha em casa e de que sente falta.""Eu queria um pouco de Versalhes lá dentro", disse Gale.Gale, que não quis informar sua idade, disse que voltará para Nova Jersey neste inverno. Recentemente, ela assinou um contrato de aluguel de um imóvel na praia.Quanto a este verão, ela planeja receber familiares e amigos em Duck Ledges. Também está hospedando várias pessoas que entraram em contato com ela após lerem matérias na mídia sobre sua compra, no ano passado.Gale está cobrando desses visitantes diárias de cerca de US$ 250 (R$ 1.212), disse, e sua criação de um site para a ilha —juntamente com o novo nome— sugere uma espécie de tentativa de branding. Ela diz que quer comercializá-la para publicidade e filmagens. Mas é improvável que Duck Ledges se torne um Airbnb ou um local de filmagem popular —é simplesmente muito longe e planejar uma viagem para lá é muito imprevisível, mesmo para Gale."Nunca achei que mudança fosse assustador. Nunca achei que águas desconhecidas fossem assustadoras", refletiu Gale, mas acrescentou, sobre essa guinada em sua vida, que "acho que até eu me surpreendi".Gale disse que às vezes se sente, na ilha, como uma criança brincando. "Foi essa pessoa que comprou a ilha —minha criança interior", ela disse. "Porque, como adulta, não teria feito sentido." Tradução de Paulo Migliacci
2023-08-06 15:00:00
voceviu
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https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/08/mulher-compra-ilha-que-viralizou-e-conta-como-e-rotina-em-cabana-isolada-em-meio-a-natureza.shtml
Brasileiro Henrique Avancini é campeão mundial de mountain bike maratona pela segunda vez
O brasileiro Henrique Avancini venceu na manhã deste domingo (6) o Campeonato Mundial de Mountain Bike Maratona, em Glasgow, na Escócia.A conquista marca a volta por cima do melhor ciclista brasileiro da história, que já havia conquistado o mesmo título em 2018, mas que desde 2021 havia sumido dos pódios internacionais.Com a nova conquista, Avancini volta a usar a camisa arco-íris, exclusiva dos campeões mundiais, em todas as provas de mountain bike maratona por um ano, até o próximo mundial da modalidade.O brasileiro de 34 anos esteve na ponta durante a maior parte da prova, realizada num circuito de 96,5 km, com 3.200 metros de elevação acumulada. Na chegada, o campeão conseguiu abrir 28 segundos sobre o tcheco Martin Stosek. O alemão Lukas Baum foi o terceiro, quase dois minutos mais lento.O campeão terá 4 dias para se recuperar antes do mundial de mountain bike short track (percurso curto), modalidade na qual já venceu uma etapa da Copa do Mundo, em 2018. A prova acontecerá na quarta-feira (10), também em Glasgow. No sábado (12), o brasileiro volta a disputar o título mundial na modalidade cross country olímpico, a mais tradicional do esporte.Nascido em Petrópolis (RJ) em 30 de março de 1989, Henrique Avancini já conquistou mais de 20 títulos de campeão brasileiro, 2 títulos de campeão dos Jogos Panamericanos (2015 e 2022) e foi líder do ranking mundial em 2020.
2023-08-06 10:28:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/ciclocosmo/2023/08/brasileiro-henrique-avancini-e-campeao-mundial-de-mountain-bike-maratona-pela-segunda-vez.shtml
Em meio à guerra, Rússia lança 1ª missão lunar desde 1976
Em meio à guerra com a Ucrânia, a Rússia tentará recuperar seu status de potência interplanetária com o lançamento da primeira missão lunar não tripulada daquele país em quase cinco décadas. O veículo já foi alojado na coifa do foguete Soyuz-2.1b, e o lançamento é esperado para a noite da próxima quinta-feira (10), madrugada de sexta em Moscou.Pensada desde o fim dos anos 1990, a missão se chamava Luna-Glob, mas foi rebatizada Luna-25 para evocar uma continuação do programa lunar soviético, que teve na Luna-24, de 1976, sua última representante. Trata-se de um pequeno módulo de pouso desenvolvido pelo IKI (Instituto de Pesquisa Espacial) e construído pela empresa NPO Lavochkin.O programa espacial russo vem em uma lenta erosão desde o colapso da União Soviética, em 1991. Suas principais atividades atualmente são a participação na Estação Espacial Internacional, que segue inabalada mesmo com a guerra, e o lançamento de satélites.Todas as tentativas pós-soviéticas de dar um salto para além da órbita terrestre, contudo, fracassaram, começando com a missão Mars 96, que envolveria orbitador e pousador marcianos, mas falhou ainda durante o lançamento, em 1996.A missão Fobos-Grunt, que deveria colher amostras de uma das luas marcianas, teve o mesmo fim melancólico, em 2011. Mais recentemente, os russos colaboraram em um módulo de pouso para a missão europeia Schiaparelli, que realizou a jornada interplanetária, mas acabou se espatifando na superfície de Marte em 2016.Os russos estavam prestes a tentar novamente uma missão de pouso marciano em 2022, mas a invasão da Ucrânia levou a ESA (Agência Espacial Europeia) a interromper a colaboração no lançamento do rover Rosalind Franklin, que lançaria mão de tecnologia de pouso russa. Agora, com a Luna-25, os russos têm nova chance de restaurar seu prestígio em missões interplanetárias.O módulo de 1.750 kg deve descer na cratera Boguslavsky, próxima ao cobiçado polo sul lunar, no que promete ser a primeira missão de uma estação internacional de pesquisa planejada entre China e Rússia. Modesto, seu principal objetivo é tecnológico: demonstrar a capacidade de pouso. Apesar disso, ele contém cerca de 30 kg de carga útil distribuída em nove instrumentos, capazes de analisar a composição da superfície e fazer medições de poeira e micrometeoritos.A decolagem, a partir do Cosmódromo Vostochny, no extremo leste russo, é esperada para as 20h10 de quinta (pelo horário de Brasília), e coloca a Rússia em uma corrida particular com a Índia. Os indianos lançaram sua missão lunar Chandrayaan-3 em julho, e ela já está em órbita lunar, mas só deve realizar uma tentativa de pouso no fim de agosto. Voando por uma trajetória mais rápida, a russa Luna-25 deve chegar lá antes. Resta saber se vai funcionar.A Roscosmos, agência espacial russa, espera que essa seja apenas a primeira de várias missões à Lua e já tem engatilhadas as duas próximas, Luna-26 e 27, respectivamente um orbitador e um módulo de pouso mais robusto.Esta coluna é publicada às segundas-feiras na versão impressa, na Folha Corrida.Siga o Mensageiro Sideral no Facebook, Twitter, Instagram e YouTube
2023-08-06 09:00:00
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Projeto que proíbe bicicletas elétricas em ciclovias é aprovado na Câmara do Rio
Com uma redação de 4 linhas, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou na terça-feira (1) um projeto de lei que proíbe todos os veículos motorizados de circularem nas ciclovias da cidade, inclusive bicicletas elétricas em conformidade com as diretrizes do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) para circulação neste tipo de via.O PL 742-A/2021, de autoria dos vereadores Gilberto de Oliveira Lima (Solidariedade), Marcos Paulo (PSOL), Felipe Michel (PP), João Mendes Jesus (Republicanos) e Marcos Braz (PL), foi aprovado por 33 votos a 1.Único a votar contra, o vereador Pedro Duarte (Novo), considerou "irresponsabilidade" obrigar os condutores de bicicletas elétricas a trafegar pela rua, junto a veículos de grande porte.O texto estabelece multa de R$ 1.000 para os infratores, valor que pode ser dobrado em caso de reincidência. A única exceção, incluída em emenda, foi dada aos veículos utilizados para a locomoção de pessoas com deficiência e pessoas com mobilidade reduzida.A justificativa, presente no projeto original, de 14 de setembro de 2021, aponta para o aumento de acidentes nas ciclovias cariocas desde a introdução do que os vereadores chamam de "novos meios de transporte motorizados", e traz como referência um caso de atropelamento causado por moto elétrica naquele ano, onde a vítima, uma ciclista de bicicleta comum, sofreu múltiplas fraturas.Em entrevista para a Folha, o vereador Gilberto de Oliveira Lima disse que a proibição foi motivada para "preservar a integridade física dos verdadeiros ciclistas", e que há "muitos relatos e registros de acidentes graves, e inúmeras lesões leves, ocasionadas por bicicletas não pedal", se referindo aos veículos que se parecem com bicicletas, mas que na realidade são ciclomotores ou motos elétricas, equipadas com aceleradores, motores mais potentes e mais velozes que as bicicletas.Ao ser questionado sobre a abrangência da lei, que além de proibir as motos elétricas irá proibir também as bicicletas elétricas sem acelerador, consideradas adequadas às ciclovias pelo Contran, Lima argumentou que a resolução do órgão federal serve apenas de parâmetro, e que cabe ao município legislar. O autor do projeto disse ainda que a dificuldade de fiscalização dos veículos que circulam nas ciclovias também justifica a proibição.Para o engenheiro de transportes Luis Fernando Di Pierro, a proibição poderá reduzir a quantidade de acidentes nas ciclovias. Contudo, o engenheiro alerta para as consequências do deslocamento desses veículos elétricos para o mesmo espaço viário ocupado por carros, ônibus e caminhões. "De nada adianta reduzir acidentes nas ciclovias se a decisão implicar em maior número de feridos e mortos na cidade", disse Di Pierro.Em uma manifestação apresentada à câmara antes da votação do projeto, a Aliança Bike (entidade que representa fabricantes de bicicletas) fez um apelo pela modificação do texto: "As bicicletas elétricas e os equipamentos de mobilidade autopropelidos não podem ser confundidos com ciclomotores e os demais veículos que têm sua circulação proibida em ciclovias".Daniel Guth, diretor da entidade que representa os fabricantes de bicicletas, diz que tentou insistentemente convencer o vereador Gilberto de Oliveira Lima a modificar o texto, mas não obteve êxito. "O que temos ouvido é que o prefeito vai vetar, o que também não é garantia suficiente, pois a Câmara do Rio tem amplo histórico de derrubada de vetos. Por essa razão estamos estudando uma ação direta de inconstitucionalidade".O prefeito Eduardo Paes (PSD), que em 2012, durante sua primeira gestão, regulamentou as bicicletas elétricas, terá 15 dias para sancionar ou vetar o polêmico projeto de lei após recebê-lo da Câmara.
2023-08-06 05:00:00
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O vilarejo de uma só rua onde vivem 6 mil pessoas
Do alto, parece uma longa costura conectando uma série de campos sinuosos e coloridos.De perto, no entanto, é possível identificar as casas dos 6 mil habitantes que vivem neste pitoresco vilarejo localizado na província de Malopolska (Pequena Polônia), no sul do país da Europa Central.Esta "pérola polaca" é Suloszowa, "uma cidade cujos habitantes vivem numa única rua", como dizem as fotos publicadas nas redes sociais que foram compartilhadas por milhares de usuários.Suloszowa fica no Parque Nacional Ojcowski, famoso por suas formações calcárias, a cerca de 36 km de Cracóvia.Como mostram as fotos aéreas, os telhados das casas e edifícios em Suloszowa se estendem dos dois lados de uma via de 9 km chamada Olkuska-Krakowska, uma das ruas mais longas da Polônia.Atrás das casas, estão as fazendas.Mas como é viver em Suloszowa?"Há um bom senso de comunidade aqui", disse Edyta, dona de uma loja local, ao jornal britânico Daily Mail."Temos o Dia do Morango, quando todos nos reunimos e provamos as novas colheitas e tocamos música. E também temos o Dia da Batata, em que fazemos a mesma coisa."Mas, como em todas as cidades pequenas, acrescenta: "o povo de Suloszowa também gosta de fofocar. E todos nos conhecemos."Entre as atrações turísticas de Suloszowa está o Castelo Pieskowa Skala, que fica em um penhasco, dentro dos limites do Parque Nacional Ojcowski.Foi construído pelo rei Casimiro 3º, o Grande, no século 14, como parte da cadeia defensiva de castelos chamada "Nidos de Águila".
2023-08-05 22:07:00
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Questão democrática
A liberdade de expressão é um dos pilares da democracia, mas manifestações populares em que exemplares do Alcorão, o livro sagrado do islamismo, foram queimados na Suécia e na Dinamarca estão criando tensões diplomáticas e dúvidas sobre esse direito individual.Em reação, o governo do Iraque expulsou a embaixadora sueca do país, e centenas de manifestantes invadiram e incendiaram a embaixada da Suécia em Bagdá. No Líbano, também houve protestos.As repercussões podem ser problemáticas para a nação nórdica, que atualmente depende do beneplácito da Turquia para ser aceita como membro da Otan.Não é desprezível tampouco o risco de grupos radicais se verem estimulados a perpetrar algum ataque terrorista em territórios nórdicos. Na sexta (4), o governo da Dinamarca anunciou que reforçou a vigilância nas fronteiras, com escrutínio rigoroso sobre viajantes.Autoridades suecas e dinamarquesas repudiam a queima dos livros e afirmam que as forças de segurança, às quais compete autorizar ou não os atos, não avaliam o conteúdo político ou a forma dos protestos, apenas aspectos logísticos e de segurança.A liberdade de expressão é um valor fundamental para as democracias e, nas mais avançadas, ela inclui, sim, o direito de destruir livros religiosos e bandeiras.Sob pressão, o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca disse que o país pretende buscar "uma ferramenta legal" que possa impedir a queima do Alcorão, mas que mantenha preservada a liberdade de expressão.Um pragmático poderia concluir que as leis deveriam ser alteradas a fim de evitar possíveis prejuízos. Seria uma conclusão errada, contudo, por limitar-se ao curto prazo. Em primeiro lugar, há o risco de nações livres se tornarem reféns de regimes autoritários.Ademais, o que está em disputa são as regras do jogo da democracia. Dois dos elementos-chave desse sistema de governo são a liberdade de opinião, que estimula o debate público sobre todos os temas, e a estabilidade de regras transparentes, que gera confiança e facilita investimentos não só econômicos mas também pessoais.Nesses regimes, é permitido questionar dogmas religiosos, como qualquer outro, e as regras acordadas pela sociedade não mudam ao sabor das circunstâncias de momento. Essa é a melhor maneira de viver que conhecemos.editoriais@grupofolha.com.br
2023-08-05 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/08/questao-democratica.shtml
Descubra por que aportes frequentes são tão importantes para elevar o retorno de um portfólio
A disciplina de poupar periodicamente é um hábito muito difícil para a maioria dos indivíduos. Usualmente, queremos plantar apenas uma semente e desejamos que uma floresta se desenvolva rápido e robusta. Às vezes, isso ocorre, mas se plantássemos mais sementes o resultado sem dúvida seria melhor. O mesmo ocorre nos investimentos.Menos de 30% dos clientes de nossa empresa faz aportes com regularidade mensal em seu portfólio. Não por coincidência, observa-se que o resultado ajustado ao risco destes, na média, costuma ser melhor.Há dois motivos que justificam o hábito de investir regularmente elevar o retorno de sua carteira.Os dois estão relacionados à captura de oportunidades no tempo. E isso não é apenas para investidores agressivos. Mesmo investidores conservadores capturam esse benefício como vou demonstrar.A primeira justificativa tem sua analogia na compra de supermercado para casa. Não preciso te convencer, pois você já sabe que quem faz a compra de supermercado uma vez por semana captura mais oportunidades do que aquele que faz apenas uma vez por mês.Nos investimentos ocorre algo parecido. A dinâmica da economia, muitas vezes surpreende com uma alta ou queda da inflação, ou com uma alta ou queda de juros. Portanto, o investimento periódico permite se capturar as surpresas positivas.Por exemplo, em meados de 2021, a Selic estava em 4,25% ao ano.Naquele momento, segundo relatório Focus do BC (link), a Selic em 2022 e 2023 era esperada ser de 6,5% ao ano. O título público federal referenciado ao IPCA (Tesouro IPCA 2026) era negociado a IPCA+3,5% ao ano. Logo, o investimento em um CDB rendendo IPCA+4,5% ao ano para 2026 era algo excelente, de baixo risco e rendendo acima do CDI e Selic.Sabemos o que acabou ocorrendo. A Selic subiu mais que o dobro do que era esperado naquele momento.Considere dois investidores. Um deles fez um investimento único de R$ 500 mil em CDBs referenciados ao IPCA naquele momento. O outro fez o mesmo investimento de R$ 500 mil no mesmo CDB, mas aplicou mais R$ 5 mil mensais em CDBs de mesmo prazo de vencimento.Assim, o investidor que fez os aportes adicionais conseguiu elevar o retorno médio de seu portfólio, pois investiu em CDBs a IPCA+5%, IPCA+5,5%, IPCA+6% até IPCA+7% ao ano.A segunda explicação para que o retorno de quem faz aportes periódicos tender a ser melhor está relacionada à volatilidade dos ativos. Para ilustrar esse efeito, vou usar um exemplo.Considere dois investidores que resolveram aplicar no Ibovespa nos últimos 5 anos. Um deles aplicou R$ 100 mil há exatos 5 anos. O outro aplicou no Ibovespa, mas inicialmente fez aporte de apenas R$ 40 mil e mensalmente aplicou mais R$ 1 mil, totalizando os mesmos R$ 100 mil.A Taxa Interna de Retorno (TIR) do primeiro investidor, aquele que fez o aporte único foi de 8,66% ao ano. Já aquele que fez os aportes periódicos teve uma TIR de 9,85% ao ano. Portanto, os aportes periódicos geraram um retorno adicional equivalente a 113,74% do retorno de quem fez o aporte único. No longo prazo, a composição deste retorno adicional faz diferença.Quanto maior a volatilidade dos retornos de um ativo, maior se torna a vantagem do aporte periódico.Assim, adquira o hábito de aportar mensalmente em seu portfólio. Esta disciplina, além de proporcionar um maior crescimento do portfólio para que mais rápido você alcance seus objetivos financeiros, também vai resultar em maior retorno para sua carteira.Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.Fale direto comigo no e-mail.Siga e curta o De Grão em Grão nas redes sociais. Acompanhe as lições de investimentos no Instagram.
2023-08-05 21:37:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/de-grao-em-grao/2023/08/descubra-por-que-aportes-frequentes-sao-tao-importantes-para-elevar-o-retorno-de-um-portfolio.shtml
Para leitores, Mauro Cid está envolvido em crimes, mas chefes dele pouco falam disso
Cid e atestados, joias, Rolex... Rachadinha! Atestado de vacina fraudado! Empenho na liberação de joias sauditas confiscadas pela alfândega! Tentativa de venda de Rolex, presente oficial ao Estado ("Mauro Cid tentou vender Rolex recebido por Bolsonaro por US$ 60 mil", Política, 4/8)! Cid era o lado escuro da Força? O que diz a Força? Gilberto P. Santos (Florianópolis, SC) Mais Imagine o que ainda iremos saber sobre falcatruas e outras coisas que ocorreram e estavam para acontecer no desgoverno do hoje inelegível. Eles tinham quase certeza de que a reeleição estava no papo e que essas maquinações ficariam escondidas. Surpreende que tenha tantos fanáticos que não querem ver o óbvio. Maria Irene de Freitas (Rio de Janeiro, RJ)De uns anos para cá os militares do Exército brasileiro estão em evidência. Estão sempre em manchetes, principalmente nas que citam falcatruas. Que o Exército volte ao antes: o orgulho do Brasil. Niemeyer Franco (São Mateus, ES)Petrobras Será que desta vez a esquerda quebra a estatal ("Lucro da Petrobras cai 47% com petróleo mais barato e nova política de preços do PT", Mercado, 4/8)? Em passado recente quase conseguiram, chegou ao fundo do poço, com enorme escândalo. Reinaldo Zatoni (Santo André, SP)Excelente, pois, ainda assim, teve lucro de bilhões. Esquecem-se de que o maior acionista é o povo. A Petrobras foi construída com direito de impostos, e o governo escolhido pelo povo é quem manda. Maria F. Luporini (Campinas, SP)Soco em Arthur do Val Meio incoerente fazer manifestação contra violência e sair no soco ("Ex-deputado Arthur do Val leva soco em protesto contra violência policial", Cotidiano, 5/8). Maria Stela C. Morato (São Paulo, SP)Operação Escudo A Secretaria da Segurança Pública esclarece que não houve negativa no fornecimento das imagens de câmeras corporais para o Ministério Público ("Polícia avança na apuração de morte de PM, mas não libera acesso a câmeras", Cotidiano, 5/8). Todas as requisições feitas pelo órgão foram atendidas. Autoridades policiais, judiciais e ministeriais têm acesso a tais imagens, armazenadas em plataforma digital. A SSP se mantém à disposição do Ministério Público para os devidos esclarecimentos referentes à Operação Escudo. Todos os casos são investigados com rigor pela Delegacia de Homicídios da Deic de Santos, pelo DHPP e pela Polícia Militar. Vivian Goltl, coordenadora de imprensa da SSP-SP (São Paulo, SP) Mais Esclarecimento Ao contrário do que foi publicado em "Clube Harmonia, em SP, restringe acesso de babás" (Mônica Bergamo, 4/8), nosso estatuto não discrimina a presença de quaisquer pessoas, mas, como clube, acompanhantes e/ou convidados devem estar sempre na companhia de um dos sócios. O clube aplica uma das menores taxas para acesso de acompanhantes entre os clubes similares de São Paulo, o que comprova que não temos interesse em "restringir o acesso". Além disso, em 2018, o Supremo Tribunal Federal não apontou ilegalidade ou ato discriminatório no uso de uniformes. Rodrigo Meirelles, presidente da Sociedade Harmonia de Tênis (São Paulo, SP)
2023-08-05 19:30:00
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Painel do Leitor
https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2023/08/para-leitores-mauro-cid-esta-envolvido-em-crimes-mas-chefes-dele-pouco-falam-disso.shtml
Leitores citam doces, brinquedos e roupas que sentem falta
Nesta semana, a Folha perguntou aos leitores qual produto ou tendência eles sentiam falta, tendo em vista essa onda de nostalgia que faz marcas e produtoras relançarem modas de outras décadas. Confira a seguir algumas respostas.Vestido tubinho remodelado. Tania Torres Rosa (Brasília, DF)Calça cigarrete. Elza Ponce (Campinas, SP)Urso Peposo. Adriane Gomes de Lima dos Santos (São Bernardo do Campo, SP)Caixa de chocolates Personalidades. Vinham os chocolates embalados com os personagens Pernalonga e Patolino. E o chocolate da Nestlé com os cards físicos (não digitais) dos animais da fauna brasileira. Andrey Doran Gamba (Joinville, SC)A série raiz "Jornada nas Estrelas", sem tantos efeitos especiais, mas com a densidade dos personagens. Denise Antunes Accurso (Porto Alegre, RS) Festivais de música brasileira.Cassia Lafeta Couto de Carvalho (Belo Horizonte, MG)A leitura de livros em praças, pontos de ônibus, salas de espera, filas, praias. Difícil, pois é o celular como entretenimento e fonte de futilidades que ocupou esses espaços. Adilson Roberto Gonçalves (Campinas, SP)Mini Chiclets e Azedinho-Doce, da Adams. Fabiana Scigliano Dabbur (São Paulo, SP)Boneca Kati e Emília da Estrela, chocolate Nestlé da Turma da Mônica e café América. Isabele Lima Veloso (Salvador, BA)Jogar taco, peteca e os cards dos bichos do chocolate da Nestlé. Samanta Tavares (Balneário Camboriú, SC)As roupas de papel para bonecas. Marcia de Carvalho (São Paulo, SP)Chocolate Surpresa e Milkybar, Coca-Cola Diet e Light, Guaraná Caçulinha com promoções e brindes (e.g. miniaturas Pokémon). João Victor de Oliveira Pontes (Fortaleza, CE)Boneco Gorila Murphy: carismático e com som muito peculiar, que podia ser modulado de acordo com o apertão. André Luiz Lopes Magela (São João del Rei, MG)Não é nenhuma moda específica ou algo assim, mas com certeza eu queria que voltasse as fotos impressas e as cartas. Eu nasci em 2004, então já sou de uma geração meio transitória e não vivi direito com os velhos álbuns de fotos e as cartinhas com o perfume do remetente. No celular tudo pode ser perdido ou ignorado. Camilla Yumi Endo (Maringá, PR)
2023-08-05 20:00:00
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Painel do Leitor
https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2023/08/leitores-citam-doces-brinquedos-e-roupas-que-sentem-falta.shtml
Memorial negro da Liberdade terá nova empresa de arquitetura
O bairro da Liberdade, em São Paulo, carrega um passado importante para a história das pessoas negras na cidade. Foi ali a primeira moradia de muitos escravizados e libertos, e também os lugares de tortura (pelourinho) e enforcamento (sim, o Brasil teve pena de morte e execução pública de negros e indígenas). Era ali que ficava também o Cemitério dos Aflitos (1775 a 1858) dedicado a negros e indígenas.Essas histórias foram apagadas sistematicamente e transformaram o antigo bairro negro em japonês no século 20. Mas essa narrativa tem vindo à tona e sido cobrada pelos movimentos sociais. Em 2018, foram encontradas nove ossadas numa obra ao lado da Capela dos Aflitos, única marca visível do cemitério nos dias atuais e que está localizada na Rua dos Aflitos. A construção onde estavam os esqueletos era de um centro comercial em construção pertencente a um empresário chinês e que foi paralisada. O local foi desapropriado e os movimentos populares começaram a cobrar o Memorial dos Aflitos.Os anos se passaram e em 2023, finalmente, um edital previu a construção do memorial que vai (re)contar a presença negra e indígena no bairro. Mas nem tudo foi como o esperado. A empresa vencedora do certame, o Escritório Paulistano de Arquitetura, não se limitou ao projeto do memorial e previu a destruição de parte da Capela: do seu velário e da lojinha. A questão é que o prédio é tombado e tem estrutura independente a do futuro memorial.Começaram ali os questionamentos da capacidade da empresa em gerenciar a obra. Numa reunião no dia 24 de maio de 2023 na Capela dos Aflitos a tensão aumentou. Os arquitetos que representavam o escritório mostraram desconhecimento da causa e tiveram falas classificadas como racistas pelo movimento. A secretária Municipal de Cultura, Aline Torres, ficou ofendida com o não aceite da sociedade civil em relação ao projeto e disse que caso o edital não fosse a frente precisaria gastar os R$ 4 milhões liberados de outra forma.Foi o suficiente para os movimentos começarem a questionar o edital, pedindo a participação de mais pessoas negras, mais prazo, além de garantia de estrutura mínima para realização de eventos no futuro espaço, como anfiteatro, reserva técnica, banheiros, copa e vestiário. Houve ainda o questionamento do uso da areia do terreno, considerada sagrada por fazer parte de um cemitério, para concretar as paredes."Esse é um memorial feito pelo povo e para o povo. Não queremos que seja apenas uma pracinha com uma cruz. Precisa servir para os nossos, ter eventos, atividades educativas e culturais", destaca Eliz Alves, coordenadora da União dos Amigos da Capela dos Aflitos (Unamca), lembrando que o projeto está fazendo um desserviço e pedindo o chamamento de um novo edital, que tenha a participação de arquitetos negros e indígenas.Já Abilio Ferreira, coordenador geral do Instituto Tebas, lembra que o edital não deu oportunidade a pessoas negras formularem projetos para concorrer. "Favoreceu a concentração de oportunidades, como sempre aconteceu na sociedade", frisa. Ele lembra ainda que a Secretaria Municipal de Cultura fechou o diálogo a partir da demonstração de insatisfação com o projeto.A obra do Memorial ainda não garante outro pedido do movimento: o fechamento da Rua dos Aflitos transformando-a em calçadão e deixando de receber caminhões que carregam e descarregam mercadorias, além da retirada das luminárias japonesas que não reflete a história do povo negro do local. A via foi inscrita no projeto "Ruas Abertas", que prevê seu fechamento para carros e abertura como espaço de lazer aos domingos, como já ocorre com outras regiões de São Paulo.DesistênciaEnquanto apurava esse texto nos últimos três dias, a situação foi mudando. Enquanto a Secretaria Municipal de Cultura informou, por meio de nota, que o projeto vencedor do Memorial dos Aflitos já passou por adequações, que acataram os pedidos elencados e que foi homologado, o Escritório Paulistano de Arquitetura informou em primeira mão ao Guia Negro que desistiu da proposta.Segundo o diretor do Escritório Paulistano de Arquitetura, Eduardo Colonelli, a obra é importante para toda a cidade e uma conquista do movimento social e não daria para ser feita sem anuência do mesmo. Ele reconhece que algumas intervenções previstas no projeto eram inadequadas, como a demolição parcial da capela, e que o escritório estava disposto a fazer as adequações pedidas, mas que a impossibilidade de entendimento com os movimentos motivou a desistência. "Percebemos que o processo não foi suficientemente maduro e aprendemos com isso a rever nossos procedimentos, elaboração de projetos e até constituição da equipe", garante.Antes da desistência do escritório, A SMC enviou nota informando que a administração municipal ouviu e dialogou com os movimentos, entendendo a importância do Memorial para a sociedade civil e realizando as modificações necessárias. "A SMC não pode interferir na composição do escritório vencedor, mas pode garantir que a programação do memorial e o material expositivo serão construídos partindo do diálogo com a sociedade civil", informa.Com a desistência do Escritório Paulistano de Arquitetura, a SMC não respondeu até o fechamento desse artigo se haverá um novo edital ou se o segundo e terceiro colocados do antigo certame serão convocados. De todo esse processo fica uma lição: não dá para contar a história negra, sem as pessoas negras em todas as etapas.Que o Memorial dos Aflitos previsto para ser inaugurado em 2024 tenha mais verbas, mais atenção do poder público e possa, finalmente, contar a história dos povos negros e indígenas do bairro da Liberdade. Essa luta é de todos nós!
2023-08-05 08:30:00
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O que aconteceu com o bebê 'milagroso' que sobreviveu ao terremoto da Síria?
Quando Afraa foi encontrada nos escombros de um prédio desabado na Síria, seu cordão umbilical ainda estava preso à sua mãe, que morreu logo após o parto.O vídeo do resgate milagroso da bebê após o forte tremor em fevereiro chamou a atenção do mundo inteiro. Desde então, ela teve uma recuperação digna de nota.Hoje, Afraa tem seis meses e é um típico bebê feliz e saudável.Os tios da menina a estão criando junto com sete filhos na cidade síria de Jindires, não muito longe da fronteira com a Turquia."Ela ainda é muito jovem, mas me lembra o pai e a irmã Nawara, especialmente o sorriso. Eles também faleceram no terremoto", diz o tio, Khalil al-Sawadi, embalando a menina sorridente nos braços."Eles costumavam passar um tempo na nossa casa. Ela não nos incomoda de jeito nenhum."Em 6 de fevereiro, logo após o devastador terremoto atingir Jindires, a mãe de Afraa entrou em trabalho de parto e deu à luz sob os escombros de sua casa. Ela morreu antes que os socorristas as encontrassem.A bebê Afraa foi o único membro da família imediata a sobreviver —o pai, Abu Rudaina, e os quatro irmãos da menina também perderam a vida."Vimos que a casa de Abu Rudaina havia desabado", diz Khalil. "Minha esposa começou a gritar: 'Meu irmão, meu irmão'." Mais Khalil se lembra vividamente do momento em que retirou Afraa debaixo dos escombros: "O telhado havia caído sobre eles. Alguém me ligou e disse que encontraram o corpo de uma mulher. Assim que cheguei, comecei a cavar, então ouvi uma voz. Era a bebê Afraa, que ainda estava ligada à mãe. Estávamos determinados a salvá-la, sabíamos que ela seria a única lembrança que restava da família."Um vídeo dramático do resgate foi compartilhado e viralizou nas redes sociais. O bebê foi levado ao hospital e inicialmente recebeu o nome de Aya, que significa milagre em árabe.O médico responsável pelo caso disse que ela tinha inchaços e hematomas e mal respirava. Seis meses depois, essas lesões não são mais visíveis."Imediatamente após o terremoto ela teve alguns problemas no peito por causa da poeira dos escombros, mas agora a saúde dela está ótima", diz Khalil."Eu a levei ao médico para ver como ela estava e agora a saúde está 100%."Mas os últimos seis meses foram difíceis. Quando Afraa estava no hospital, milhares de pessoas ao redor do mundo se ofereceram para adotá-la, então Khalil e a esposa Hala tiveram que provar que realmente eram parentes próximos antes de poderem cuidar dela. "Senti que eles não queriam deixar Afraa conosco", diz ele.Hala teve que fazer um teste de DNA. "No começo era apenas um exame de sangue, então cerca de uma semana depois eles nos ligaram novamente. Eles tiraram outra amostra de sangue e cabelo de minha esposa. Demorou quase 10 dias antes de termos uma resposta."Houve tanto interesse na história de Afraa que Khalil e a família temiam que, enquanto esperavam pelos resultados do DNA, alguém pudesse tentar sequestrá-la.Eles passaram o máximo de tempo possível no hospital e tomaram precauções extras. "Tanto a polícia civil quanto a militar nos ajudaram a protegê-la", diz. "Eram muitos. Eles ficavam no quarto ao lado de Afraa e cuidavam dela dia e noite."Quando os resultados do DNA chegaram, eles confirmaram que Hala era de fato parente —a irmã do pai de Afraa— e a menina teve alta do hospital.Uma das primeiras coisas que Khalil e Hala fizeram foi dar a ela um novo nome —eles a chamaram de Afraa, em homenagem à mãe."Ela é uma das minhas filhas agora", diz Khalil. "Não posso passar muito tempo longe dela.""Quando ela crescer, vou contar o que aconteceu e mostrar as fotos de sua mãe, pai e seus irmãos. Nós os enterramos no dia seguinte em um vilarejo próximo chamado Hajj Iskandar, onde a Defesa Civil cavou valas comuns."Hala engravidou ao mesmo tempo que a mãe de Afraa e, três dias após o nascimento de Afraa, Hala também deu à luz uma menina. Eles a chamavam de Ataa em homenagem a outra tia que morreu no terremoto.Mas a casa deles em Jindires foi tão danificada que eles não puderam mais morar lá. "Havia grandes rachaduras e não era seguro", diz Khalil. Mais "Perdi minha casa e meu carro, foi como voltar à estaca zero. Não tenho dinheiro nem para mandar meus filhos para a escola."Eles viveram dois meses numa tenda num acampamento onde a vida era "extremamente difícil, fazia muito calor e tínhamos dois bebês para cuidar".A família finalmente conseguiu encontrar uma casa para alugar onde moram agora, mas temem não poder ficar por muito tempo. "É muito caro e não sei se conseguiremos mantê-la por muito mais tempo, porque o dono precisa dela de volta", diz Khalil.Algumas pessoas se ofereceram para ajudá-los a se mudar para os Emirados Árabes Unidos ou o Reino Unido, mas Khalil recusou."Honestamente, eu ainda estava preocupado [se fosse para o exterior] que eles pudessem tirar Afraa de nós."Ele lembra que "há pessoas vivendo em condições piores em Jindires".Sua cidade natal foi uma das mais atingidas pelo terremoto e milhares de outras famílias se encontraram em uma situação semelhante.Ao todo, mais de 50 mil pessoas morreram na Síria e na Turquia —pelo menos 4,5 mil no noroeste da Síria, onde cerca de 50 mil famílias também foram deslocadas, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).A entrega de ajuda humanitária aos 4 milhões de pessoas que vivem nesta área controlada pelos rebeldes da Síria é extremamente difícil, pois a maioria dos moradores já foi deslocada pela guerra que assola o país há 12 anos.Este texto foi originalmente publicado aqui.
2023-08-05 08:33:00
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https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/08/o-que-aconteceu-com-o-bebe-milagroso-que-sobreviveu-ao-terremoto-da-siria.shtml
Manchester City é o melhor do mundo, aponta ranking; Palmeiras, o melhor fora da Europa
Qual o melhor time do mundo?No momento em que escrevo este texto, o Manchester City, da Inglaterra. O atual campeão europeu e inglês lidera ranking da Opta, empresa de dados esportivos com sede em Londres.O Man City, treinado pelo espanhol Pep Guardiola e liderado em campo pelo meia belga De Bruyne e pelo artilheiro norueguês Haaland, é seguido pelo Bayern (campeão alemão), pelo Liverpool (Inglaterra), pela Inter de Milão (vice-campeã europeia) e pelo Napoli (campeão italiano).A lista baseia-se em um modelo matemático, o sistema Elo (sem relação com a bandeira de cartão de crédito), e é atualizada dia a dia.O modelo avalia o desempenho de cada clube jogo a jogo, e a pontuação considera diferentes fatores, como o campeonato, o país e o continente, bem como a importância da partida e margem de gols de uma vitória.O que não muda é isto: em um confronto, todos os pontos ganhos por uma equipe (a quantidade é variável) são igualmente perdidos pelo seu oponente. Quando um time acumula dez pontos, por exemplo, o seu adversário naquela partida tem descontados dez pontos.Dentre os cem primeiros do ranking, que tem um total de 13.107 times (espalhados por 183 países), apenas quatro não são europeus: dois brasileiros, um argentino e um mexicano.O Palmeiras, atual campeão do Brasileiro, é o não europeu mais bem colocado, na 62ª colocação, com a mesma pontuação que o Sturm Graz, da Áustria.O Flamengo, ganhador da Libertadores-2022, aparece em 80º, igualando-se em pontos ao Copenhague, da Dinamarca. O River Plate está em 85º, e o Monterrey, em 95º.No top 100, a equipe dirigida por Abel Ferreira é a segunda que mais galgou posições no intervalo de sete dias: 11. Melhor, só o turco Besiktas (12).Os times pelos quais atuam os mais badalados jogadores de 15 anos para cá estão bem longe de figurar em lugar destacado no ranking.O Al-Nassr, da Arábia Saudita, que conta com o português Cristiano Ronaldo, está na 224ª colocação –é o terceiro de seu país, atrás de Al-Ittihad e de Al-Hilal.Antes de se aventurar no futebol saudita, o CR7 atuava no Manchester United, hoje o nono do ranking.O Inter Miami, que se reforçou com Messi, aparece em 574º lugar, atrás de 21 times da MLS, a principal liga de futebol de EUA/Canadá.A recente chegada do argentino, essencial para a medíocre equipe melhorar muito (três vitórias em três jogos desde a estreia do craque), fez com que o Inter Miami galgasse 202 posições no hiato de uma semana.Messi passou as duas últimas temporadas no Paris Saint-Germain, 15º colocado no ranking.Afora Palmeiras e Flamengo, os clubes brasileiros mais bem avaliados são o Botafogo, em grande fase, liderando o Brasileiro (118º na lista), o Fluminense, que conta com o técnico interino da seleção brasileira, Fernando Diniz (143º), o São Paulo (175º), o Atlético-MG (185º), o Fortaleza (200º), o Corinthians (203º), o Bragantino (205º) e Internacional (210º).Os brasucas com pior avaliação (137 clubes estão ranqueados) são o potiguar Globo (4.688º ligar), o rondoniense Real Ariquemes (4.742º) e o roraimense Náutico (4.912º).Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...E o pior time do mundo, na lanterninha ( 13.107º colocado) do ranking da Opta?É o Lake Macquarie, clube semiprofissional australiano, da cidade homônima, com mais de cem anos de história (fundado em 1912).Neste ano, o time disputou 21 jogos. Foram 19 derrotas, incluindo um 9 a 0 e um 8 a 0, um empate e uma solitária vitória.
2023-08-05 07:30:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/o-mundo-e-uma-bola/2023/08/manchester-city-e-o-melhor-do-mundo-aponta-ranking-palmeiras-o-melhor-fora-da-europa.shtml
4 erros de lavagem que deixam a roupa encardida; saiba como evitar
Alguns hábitos comuns na hora de lavar as roupas podem acabar danificando as peças. A seguir, a organizadora pessoal Ingrid Lisboa indica os quatros principais motivos para que os tecidos fiquem com aspecto encardido.Quanto mais tempo a roupa ficar submersa, maior é a chance de que a sujeira saia da parte que estava suja e migre para o restante do tecido. Em vez do molho, o mais indicado para remover uma mancha é aplicar sobre ela sabão líquido ou de coco (sem alvejante nem branqueador óptico) com um pouco de água morna. Isso também vai fazer com que o produto tenha mais eficiência, porque não vai estar diluído. O tempo para deixar o sabão agir vai variar de acordo com o grau de sujeira: mais ou menos de 10 a 30 minutos —nunca horas.É mais fácil perceber quando uma peça de cor viva provoca uma mancha em uma roupa clara. Mas mesmo itens com tonalidades menos vibrantes podem transferir cor. Aí, com o tempo, as peças brancas vão ficando azuladas ou acinzentadas. Por isso, é importante fazer uma separação na hora da lavagem entre roupas de tons escuros, claros e vivos.Muita gente usa água sanitária com o objetivo de clarear as roupas. Mas o efeito pode ser justamente o contrário. Produtos com cloro danificam as fibras dos tecidos e também deixam as peças amareladas com o tempo. A alternativa é usar alvejantes não clorados ou bicarbonato de sódio.Ciclos de 15 a 20 minutos são curtos demais para remover a sujeira, enxaguar e centrifugar. Então, ao colocar roupas sujas no programa rápido, elas não ficarão completamente limpas. Com o tempo, isso deixará as peças encardidas e amareladas. Mais
2023-08-05 10:00:00
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Porto Alegre recebe 82 gatos de 13 raças diferentes
Porto Alegre recebe, neste sábado (5) e neste domingo (6), 82 gatos de 13 raças diferentes, além do clássico SRD (sem raça definida). O evento é realizado pela Unigat-BR (União dos Criadores de Gatos do Brasil) e acontece no Estádio Cinófilo do Kennel Clube, no bairro Campo Novo, na zona sul da capital gaúcha.A entrada é gratuita, mas a doação de uma lata ou um pacote de leite em pó é bem-vinda —o alimento será destinado ao Asilo Padre Cacique, que acolhe idosos carentes.A mesma quantidade de leite arrecadada será doada em ração pela marca PremieRpet para os protetores cadastrados na Unigat-BR.O destaque desta edição será o lykoi. A raça surgiu nos Estados Unidos a partir de uma mutação natural do gato doméstico de pelo curto. Apesar de ser parecido com o sphynx, famoso felino sem pelo, eles são diferentes geneticamente. O nome "lykoi" significa lobisomen em grego. "Os gatos da raça Lykoi são descritos como inteligentes, dóceis e carinhosos, características que estão conquistando os corações dos apaixonados por felinos", explica Rodrigo Ustra, presidente da Unigat-BR.Outras raças que estarão presentes são o sphynx (sem pelo), maine coon (conhecido como gigante gentil), persa (peludo e de focinho curto), bengal (que parece um leopardo), além do SRD (sem raça definida, o famoso "vira-lata"). Mais Todos os gatos inscritos no evento participam de um concurso de beleza. Serão três juízes convidados —do Brasil, da Colômbia e do Uruguai— que irão eleger os melhores exemplares. As categorias da disputa consideram raça, faixa etária e se baseiam nos critérios da Tica (The International Cat Association). Os finalistas e ganhadores acumulam pontos para suas posições no ranking sul-americano. Leia mais sobre gatos 11ª Exposição Internacional de Gatos da Unigat-BR Quando: sábado (5) e domingo (6), das 13h às 18h Onde: Estádio Cinófilo do Kennel Clube (Estrada Costa Gama, 4198, bairro Campo Novo, Porto Alegre (RS) Quanto: Grátis. Contribuição voluntária: uma lata de leite em pó Mais informações: unigat.com É proibida a entrada de animais que não estejam inscritos no evento.Siga o blog Gatices no Twitter, Instagram e Facebook.
2023-08-05 06:00:00
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Democracia em jogo
Donald Trump ouviu em uma corte federal americana em Washington, na quinta-feira (3), os termos de seu indiciamento pela acusação de tentar reverter a derrota sofrida para Joe Biden no pleito de 2020.Noves fora o ineditismo de ver um ex-presidente americano sendo acusado de conspirar contra a democracia de 247 anos, havia um certo senso de déjà-vu. Afinal, este é o terceiro indiciamento e a segunda passagem de Trump por uma corte em meros quatro meses.O rol das acusações —duas de defraudar os Estados Unidos e direitos (penas máximas de 5 anos), e outras duas acerca de obstrução de Justiça (até 20 anos de cadeia em cada)— era conhecido.Fora esmiuçado no inquérito congressual sobre os fatos que levaram ao 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Trump deixaram um comício com ele para depredar o Capitólio, que se reunia para referendar a vitória de Biden.Ainda assim, não se trata de comprar o silêncio de uma mulher na campanha de 2016 ou de esconder documentos secretos em sua propriedade, objetos dos outros casos.Trata-se de discutir a democracia americana, questionada hoje por regimes como China e Rússia.Claro que tudo depende de qualidade de provas e da interpretação de juízes, mas o que está em questão é a essência do sistema: pode alguém eleito dentro de suas regras trabalhar, com recurso até à violência, para subvertê-lo?A resposta de Trump, de que sofre perseguição e que os eleitores o julgarão em 2024, é perigosíssima por alijar o contrapeso judicial do processo democrático.O cenário ganha tintas sombrias quando pesquisas mostram Trump favorito para ganhar a indicação republicana, além de estar empatado com Biden na disputa.Não só para os EUA. Como a hélice dupla de um DNA perverso de populismo direitista, Trump e Jair Bolsonaro (PL) seguiram juntos na espiral de ascensão e queda.Usualmente com dois anos de atraso, a rota percorrida pelo brasileiro emulou de forma notável à do americano, da vitória impensável aos apoiadores destruindo edifícios, passando pelo questionamento do sistema eleitoral.O cipoal de acusações contra Bolsonaro é mais variado —vai do 8 de janeiro ao caso do hacker a serviço de seus aliados. Mas, por aqui, a Justiça Eleitoral já o declarou inelegível até 2030. Nos EUA, Trump pode concorrer até preso.O impacto do indiciamento ainda precisa ser avaliado, mas tudo sugere que o populismo está pronto para mais um desafio nos EUA, com naturais repercussões globais.editoriais@grupofolha.com.br
2023-08-04 22:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/08/democracia-em-jogo.shtml
Psicanálise é ciência? SIM
Há diversos ensaios clínicos randomizados controlados com cegamento e tratamento estatístico de dados evidenciando a eficácia da psicanálise e de psicoterapias psicodinâmicas. Satisfazem rígidos critérios científicos, atestando que a qualidade da sua orientação metodológica é equivalente à de estudos feitos com outros tratamentos também baseados em evidências, como Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).Muitos deles comparam a eficácia das duas abordagens (psicanálise ou psicoterapia psicodinâmica versus TCC) com poucas discrepâncias em demonstrar que, para a maioria dos transtornos, não há diferenças significativas entre ambas ao fim do tratamento quanto à melhora de sintomas.Existem resultados ligeiramente melhores em magnitude do efeito para uma ou para outra. Evidências mostram que, além dos sintomas específicos do transtorno, o tratamento com psicanálise e psicoterapias psicodinâmicas contribui com aspectos mais amplos da vida da pessoa e seus efeitos tendem a aumentar a longo prazo, após o fim do tratamento, mais do que ocorre com TCC.Esses trabalhos são oriundos de publicações científicas especializadas norte-americanas e europeias de renome que não são sustentadas por instituições psicanalíticas, como Lancet Psychiatry, Cochrane Database of Systematic Reviews, American Psychologist, World Psychiatry, Clinical Psychology Review, Canadian Journal of Psychiatry, Psychotherapy and Psychosomatics —para nomear alguns.Diversos neurocientistas importantes, como Cristina Alberini (fez pós-doutorado com o ganhador do prêmio Nobel Eric Kandel) e Mark Solms, que se tornaram psicanalistas depois de estabelecidos como pesquisadores empíricos em grandes universidades, além de Richard Lane, Pierre Magistretti, Antonio Damasio e Jaak Panksepp publicam artigos com articulações entre neurociências e considerações freudianas sobre a mente. Mais Discute-se que a influência de Hermann von Helmholtz na formação de Freud como pesquisador que fez experimentos quando neurologista serviu como diretriz para suas hipóteses oriundas da observação clínica de fenômenos introspectivos, a ferramenta de que se dispunha na época.Robin Carhart-Harris e Karl Friston afirmaram: "Os escritos de Freud contêm muitas heurísticas úteis para explorar a função global do cérebro, especialmente em estados não ordinários [sonhos e sintomas] de consciência. (...) O modelo freudiano acrescenta uma estrutura para uma compreensão integrada dos fenômenos psicopatológicos. (...) Não deve impedir o teste de hipóteses, mas facilitá-lo enfatizando a importância de estudar a fenomenologia, neurofisiologia e neurodinâmica de diferentes modos ou estados de cognição; e indicando onde podemos procurar por anomalias" ("The default-mode, ego-functions and free-energy: a neurobiological account of Freudian ideas", p. 1.275). Mais Sou responsável pela disciplina de pós-graduação da USP "Ensaios Clínicos Randomizados e Estudos Neurocientíficos na Produção de Evidências em Psicanálise", onde parte dessa literatura está disponível aqui.Mais recentes do que estudos com outras abordagens, os que mencionei são ignorados até por pessoas com títulos de pós-graduação.A Organização Mundial de Saúde alerta para o aumento, incrementado pela pandemia de Covid-19, de transtornos mentais na população, com destaque para ansiedade e depressão. O sofrimento de tanta gente que tem se beneficiado e ainda pode se beneficiar da psicanálise e de psicoterapias psicodinâmicas não pode ser negligenciado por desinformação quanto a sua eficácia.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2023-08-04 22:00:00
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Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/08/psicanalise-e-ciencia-sim.shtml
Editora dos livros da saga 'Harry Potter' morre em trágico acidente de barco
Adrienne Vaughan, de 45 anos, presidente da editora Bloomsbury USA e peça-chave no lançamento de "Harry Potter" nos Estados Unidos, morreu nesta sexta-feira (4) em um trágico acidente de barco na Costa Amalfitana, no sul da Itália. O barco motorizado em que Vaughan estava com sua família colidiu com o veleiro Tortuga, que transportava 80 passageiros. As informações são da CNN.O acidente ocorreu na região do Fiordo di Furore, por volta das 18h (horário local da Itália). Como resultado da colisão, Vaughan foi arremessada ao mar e ferida pelas hélices do Tortuga. As autoridades da Guarda Costeira responderam prontamente ao incidente, mas infelizmente, a vítima faleceu antes de ser levada para o hospital de Salerno.O capitão do barco da família está sob investigação, após testes revelarem níveis de álcool acima do permitido em seu organismo, de acordo com a polícia local. Ambos os barcos envolvidos na tragédia foram apreendidos pela Autoridade Portuária de Salerno para a realização de uma investigação minuciosa. Mais O marido e os filhos de Adrienne, Leanna, 14, e Mason, 11, sobreviveram ao acidente.Até o momento, a embaixada dos Estados Unidos em Roma não divulgou informações detalhadas sobre o caso. A Bloomsbury é a editora dos livros da saga "Harry Potter" na Inglaterra e realizou o lançamento em conjunto com a editora Scholastic nos EUA.
2023-08-04 19:55:00
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Rio de Janeiro, o túmulo do silêncio
Esta cidade é o inferno dos introvertidos.No Rio, uma corrida de Uber não raro termina com o motorista dando conselhos sentimentais para o passageiro (ou vice-versa). Se ficarem presos no engarrafamento, há o risco de um ser chamado para ser padrinho de batismo do filho do outro.Aqui, já fui chamado para arbitrar um entrevero entre a moça do caixa e a senhora que estava à minha frente na fila do mercado, uma divergência quanto ao valor do troco.Balancei a cabeça em silêncio e mergulhei de volta na tela do celular, o bastante para ambas praguejarem contra a minha pessoa.O Rio explode em luz e cores, mas também em sons. Som do samba, som do funk, som do carro de ovo, do carro de ferro-velho, do alto-falante da loja popular, som de gente falando.Cariocas e residentes do Rio falam pelos cotovelos. As pessoas falam a rodo com desconhecidos, algo estranho para um paulistano com tendência à misantropia.Não posso reclamar muito, porém. Já namorei uma moça que me interpelou com uma pergunta tonta, do nada, durante uma apresentação de chorinho na Gávea.Aí, num bar de Santa Teresa, nós dois desandamos a falar com um grupo de estranhos. Fomos todos juntos beber mais um pouco no largo da Prainha. Mais Introvertido até o segundo gole de cerveja, eu me sinto um pouco menos estrangeiro quando estou num botequim. Por sorte, o Rio os tem aos milhares.O boteco carioca é o inferno de quem quer beber em silêncio, absorto nos próprios pensamentos. O bebedor silencioso é alvo de irresistível curiosidade.Todos no bar querem saber quem é, o que faz, de onde vem. O que há de errado com aquela pessoa que não fala?Eu não ligo, até gosto. Se quisesse beber sozinho, ficava em casa.Mas tem dias que você só quer almoçar. Foi o caso, nesta semana, em um bar de esquina no Grajaú, bairro da desinibida rodriguiana.Peguei uma mesa sob o toldo e atrás da televisão. Pedi uma cerveja e o cardápio. E comecei a observar as pessoas.Ao meu lado, também sozinho, outro homem de meia-idade infernizava a vida de um garçom.Em tom condescendente, discorria sobre como o limiar do congelamento é a temperatura ideal de serviço de uma cerveja."Aqui no Rio a gente chama de canela de pedreiro", dizia. O marrom da garrafa é a perna do trabalhador. A superfície branca de cristais de gelo representa a cal.Finda a sabatina, o garçom se foi. Pressenti que sobraria para mim.Na TV, o noticiário mudou para algo sobre Robinho, ex-jogador que está no Brasil para fugir da cadeia por estupro na Itália. O homem ao lado se virou para assistir. Seu olhar encontrou o meu."Não dá mais para fazer mais nada... lei Maria da Penha... não pode mais assoviar para as mulheres..." Eu só queria sumir. Não queria falar com ninguém, muito menos me meter numa briga de bar.Então o milagre carioca aconteceu: no zap, um amigo me chamou para almoçar em outro lugar. Paguei e deixei o infeliz a falar sozinho.Nada contra bater papo com desconhecidos, mas é sempre bom ter gente conhecida para te salvar deles.
2023-08-04 18:45:00
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Influencer promete distribuição de PlayStations gratuitos, provoca caos e é preso em Nova York
Milhares de pessoas invadiram a Union Square, em Nova York, e as ruas circundantes nesta sexta-feira (4) após o youtuber Cenat anunciar um evento de "distribuição de PlayStations", que se tornou caótico, levando centenas de policiais a responder e dispersar a multidão. Ele foi detido pela polícia, de acordo com a NBC.O evento foi promovido por Kai Cenat, mais conhecido por suas transmissões ao vivo no site de jogos Twitch e por seus vídeos no YouTube. De acordo com o New York Times, a aglomeração também havia sido promovida pelo youtuber Fanum. Mais Antes do início do evento, imagens de helicópteros de notícias mostravam pessoas lançando garrafas e cadeiras, subindo no telhado de uma entrada de metrô, derrubando barreiras de construção e subindo em carros. Outros vídeos mostraram Cenat em um SUV preto, com a cabeça para fora do teto solar, enquanto a multidão cercava o veículo. Pelo menos uma pessoa caiu do carro enquanto ele se afastava do local.Não ficou imediatamente claro o que havia desencadeado o caos. Uma hora depois do marcado pelos youtubers, a polícia havia instalado barricadas ao redor da praça e conseguiu conter em grande parte a multidão. Um porta-voz do Departamento de Polícia de Nova York confirmou à NBC que Kai Cenat estava sob custódia da polícia.Em um comunicado nas redes sociais, o departamento pediu às pessoas que evitassem o parque, que fica próximo à Universidade de Nova York. Cenat, de 21 anos, tem 6,5 milhões de seguidores no Twitch e 4 milhões de assinantes no YouTube. Ele foi nomeado "Streamer do Ano" em 2022 no Streamy Awards. Já o Fanum Live - que não foi detido - soma mais de 1,2 milhão de inscritos em seu perfil no YouTube.
2023-08-04 18:58:00
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https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/08/influencer-promete-distribuicao-de-playstations-gratuitos-provoca-caos-e-e-preso-em-nova-york.shtml
Governo do Piauí apaga ciclofaixa construída no meio de rodovia
No contorno rodoviário de Canto do Buriti, no sertão do Piauí, a sexta-feira (4) amanheceu com uma equipe de operários apagando a ciclofaixa construída pelo governo do estado bem no meio da rodovia.A insólita estrutura, que não oferecia proteção aos ciclistas e colocava em risco os usuários da estrada, ganhou fama na quinta-feira (3) após um motorista de caminhão publicar nas redes sociais um vídeo que mostrava a ciclofaixa novinha, recém-pintada, cruzando a paisagem árida do interior do Piauí.O vídeo, no qual o motorista narra a situação em tom de zombaria, viralizou. Poucas horas após sua publicação, o conteúdo já atingia centenas de milhares de visualizações na rede social Twitter, onde o contorno rodoviário que conecta as rodovias PI-141 e PI-140 ganhava o apelido de "Estrada da Morte".A denúncia da obra mal construída repercutiu na Folha e nos principais veículos de comunicação do país. A partir de então, o governo piauiense correu para explicar que a construção da rodovia ainda não estava concluída e que a estrutura cicloviária seria deslocada para a margem da pista, "com a manutenção de todos os dispositivos de segurança exigidos por lei para obras viárias".De acordo com o Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), em vias que excedem 50 km/h —caso do contorno rodoviário de Canto do Buriti— a estrutura adequada para a circulação de bicicletas deve ser no formato de ciclovia, ou seja, com separação física do tráfego de veículos automotores, e sua instalação deve ocorrer sobre o passeio (calçada) ou no canto da pista.Questionado pela Folha sobre o prazo de readequação da estrutura cicloviária e se esta etapa seguiria as diretrizes do Contran, o Governo do Piauí, através de sua assessoria de comunicação, apenas confirmou o trabalho dos operários na manhã desta sexta-feira: "conforme foi informado, como a obra do contorno está em execução, essa ação de pintura da ciclofaixa é etapa dos serviços de deslocamento para a margem esquerda da pista".Nas redes sociais, um novo vídeo já começou a viralizar. Novamente sob tom de zombaria, o autor desconhecido mostra uma máquina despejando piche na pista enquanto operários espalham a massa escura, apagando a faixa vermelha: "Acabou a briga dos ciclistas, agora está tudo preto […] vai ficar bom".
2023-08-04 17:26:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/ciclocosmo/2023/08/governo-do-piaui-apaga-ciclofaixa-construida-no-meio-de-rodovia.shtml
Podcast Américas analisa cenário eleitoral argentino às vésperas das primárias
No Podcast Américas desta semana, os jornalistas Sylvia Colombo, colunista da Folha, e Sebastián Fest, correspondente em Buenos Aires do jornal espanhol "El Mundo", analisam as chances dos principais pré-candidatos às primárias argentinas. Conheça melhor os postulantes ao cargo de presidente e qual a importância desta votação dentro do processo eleitoral do país-vizinho.Também neste episódio trazemos uma conversa com Santiago Peña, o presidente eleito do Paraguai, que nos contou um pouco de sua visão sobre que passos considera serem os melhores para o Mercosul.Por fim, tratamos do tema dos possíveis restos "não humanos" revelados por três ex-militares norte-americanos diante do Congresso. Ouça o episódio abaixo.O podcast Américas, transmitido em espanhol, é uma boa oportunidade para jornalistas e demais interessados em entender melhor a região e em conhecer mais o idioma falado em quase toda América Latina, tendo o Brasil como uma das exceções. Nele, trata-se todas as semanas de três temas ocorridos nas Américas (Norte, Centro e Sul) em um espaço de meia hora. Mais
2023-08-04 16:40:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/novo-em-folha/2023/08/podcast-americas-analisa-cenario-eleitoral-argentino-as-vesperas-das-primarias.shtml
Vibrador não limita o prazer das mulheres, o que limita é homem chupa-uretra
Este prezado veículo para qual escrevo dá muita liberdade a seus colunistas para criticá-lo. Aproveitar-me-ei disso para falar da péssima manchete "Vibradores não viciam, mas podem limitar prazer da mulher no sexo, dizem especialistas", motivada pelo Dia do Orgasmo, que foi 31 de julho. Reparem que critico o título, e não a matéria em si, que evidencia em vários pontos a maravilha que é o vibrador –ainda que tenha uma ou outra fala equivocada e sobre o assunto. Essas manchetes são tentadoras. Apelam para a curiosidade e acenam para o conservadorismo de gente que surta só de ouvir falar que mulheres são capazes de gozar (e muito) com "vibros".Entre os leitores que se entusiasmam com esse tipo de chamada há vários homens que não aceitam não ser o centro das atenções e têm a masculinidade tão frágil que se sentem usurpados por um singelo sugador de clitóris. Mas também sempre aparecem mulheres comentando, algumas parecem ter medo de descobrir outra forma de prazer, outras parecem temer que um brinquedinho de silicone e bateria de lítio lhes destrua capacidade de amar.Já rodou na internet esse delírio de que vibrador vicia e dessensibiliza o clitóris. Pra essa galera, vibrador é que nem crack. Você nunca consegue o barato da primeira vez e, com o tempo, cria tolerância. Pois bem, aqui vai a minha experiência pessoal. Comecei a usar o sugador de clitóris em 2019, e, desde então, ganhei vibradores de todo o tipo. Com penetração. Sem penetração. Mistos. Anos de uso, meu clitóris segue muito sensível. No primeiro dia depois que minha menstruação do mês passado acabou, o tesão me atropelou e meus brinquedos me sossegaram com sete (pois é) orgasmos incríveis e intensos no espaço de meia hora. Mais Monique Ventura, proprietária da loja de produtos sexuais Sinestesya, conta que as suas clientes nunca reclamaram de qualquer limitação, algumas gostam de menos potência outra de mais potência e isso tende a não mudar ao longo do tempo –mulheres que curtem a vibração mais leve não passam a querer velocidades cada vez mais altas. "Quando falam isso, parece que existe um limite de orgasmos que você pode ter, é como se você alcançasse esse número e não conseguisse mais, como se você não pudesse gozar, relaxar, gozar, relaxar e gozar de novo. Se limitasse meu prazer ou dessensibilizasse meu clitóris, eu já teria parado de gozar há anos", diz.A noção de vício, por sua vez, passa pela noção do "excesso". E, quando se trata de mulher tendo prazer em nossa sociedade repressora, qualquer coisinha já é considerada excessiva. Sete orgasmos em meia hora? Não há "excesso" nisso. Nenhum prejuízo para minha vida pessoal, profissional, social, afetiva ou sexual. Quando transo com parceiros, consigo gozar, a menos que eles sejam completamente analfabetos no assunto sexo. Às vezes com oral, às vezes com dedada, às vezes com penetração. E às vezes (por que não?) com o auxílio de um vibrador. Se o cara com quem estou transando fica intimidado com isso, então considero ele um mané, e mané me broxa. E se o mané me broxou, não tem porque repetir, né? Por sorte, meus parceiros recentes gostaram bastante de usar e me verem usando os brinquedos.Já na reportagem da Folha, o argumento apresentado em um trecho é de que os brinquedos sexuais são reducionistas, focam o prazer só na região pélvica, sem estímulo de outras partes do corpo. Calma lá galera. Tem um total de zero problemas você gozar horrores estimulando só a região da buceta, não precisa se sentir mal porque não tem um cara chupando teu peitinho e te beijando.Agora vamos falar do que realmente LIMITA O PRAZER da mulher heterossexual: é o falocentrismo, é o boy que não acha o grelo, é o carinha sem talento que não sabe que dedo é importante no sexo. Ao contrário dos homens, nós não somos estimuladas a nos masturbar desde cedo, não tínhamos a revista Playgirl passada de tia pra sobrinha, encontrada no porão da mamãe, comprada escondido na banca, certo? Muitas de nós não fomos estimuladas a conhecermos nossos corpos e a tocar uma siririca gostosa. Há mulheres que só gozam pela primeira vez quando mais maduras. "O que chega na loja de mulher que teve o prazer limitado são as que foram casadas por anos e nunca gozaram porque os maridos nunca fizeram elas gozarem. Aí elas separam, compram um vibrador e ficam lá, limitadíssimas na casa delas gozando cinco vezes", diz Monique.Isso se soma a homens falocêntricos, que acham que sexo gira em torno do pau mixuruca deles, que é só meteção. Caras que desconhecem, ou simplesmente esquecem, que o clitóris é o órgão do prazer feminino e que, pra transa ser boa, os dois têm que gozar. Tem também os caras que até inventam de chupar a buceta pra ver se ficam com boa fama, mas o fazem protocolarmente. Tão protocolarmente que nem encontram o clitóris lá gritando "TÔ AQUI" e lambem o lugar errado que nem um cachorro bebendo água. É o famoso Chupa-Uretra.Essa é a situação de muitas mulheres que começam a se aventurar com vibradores. Elas descobrem um prazer que não costumam ter nas relações sexuais. Mas a imprensa precisa ir lá, se alimentar do pânico moral, caçar uns cliques, gerar engajamento, avisando: CUIDADO, MOÇAS! NÃO VÃO GOZAR DEMAIS AÍ SOZINHAS QUE QUANDO APARECER MACHO CÊS NÃO VÃO CURTIR. Fato: se você usa vibrador e aí vai lá, transa com um cara e não curte, é porque ele fode mal, tá? Até porque (de novo), se ele fodesse bem, aproveitaria os brinquedos com você.Estranho que era Dia do Orgasmo, não dia do orgasmo feminino. Poderia ter rolado uma reportagem especial sobre orgasmo e prazer masculino, não é mesmo? Cadê a manchete falando: cuidado, garoto, bater punheta demais pode assar seu pau, você vai sujar todas as suas meias de porra, vai gastar seu estoque de esperma, focar na punheta faz com que você não enfie o dedo no cu e não conheça o prazer da próstata, você vai ficar tão viciado em pornô que não vai conseguir transar direito com uma mulher (ok, essa última é verdade). Bora tomar cuidado com esse sensacionalismo beato, querida imprensa?Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Bruna Maia é escritora, cartunista e jornalista. É autora dos livros "Parece que Piorou" e "Com Todo o Meu Rancor" e do perfil @dabrunamaia nas redes sociais. Fala de tudo o que pode e do que não pode no sexo.
2023-08-04 12:00:00
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https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/x-de-sexo/2023/08/vibrador-nao-limita-o-prazer-das-mulheres-o-que-limita-e-homem-chupa-uretra.shtml