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758
Além disso, os administradores da ES Irmãos não são devedores litisconsorte na relação material controvertida em causa nos autos, nem devedores solidários da pretensão deduzida.
760
Indefere-se a requerida intervenção principal da ES Imãos SGPS e dos seus administradores.
761
Custas: pelo réu A, com taxa de justiça de 4 UC Tabela A anexa ao.
762
Da intervenção principal das seguradoras
763
Os factos que o A. imputa ao R. sem razão alguma, repita-se) relacionam-se diretamente com a sua atividade para o BES, em especial como membro do seu Conselho de Administração.
764
A situação é, pois, de litisconsórcio voluntário passivo.
765
Assim, devem então as seguintes Seguradoras ser chamadas a intervir a título principal nos presentes autos, como associadas do R., o que se requer a Exa.:
771
Chubb Insurance Companyof Europe, SE, com sede em 106 Fenchurch Street, London EC3M 5NB, Reino Unido;
772
Subsidiariamente, para o caso de o Tribunal entender que não se justifica a intervenção a título principal das citadas Seguradoras e, ainda, na hipótese de uma condenação do R. que apenas e só por estritíssima cautela aqui se, este sempre teria ação de regresso contra as referidas Seguradoras, para ser indemnizado do prejuízo que então lhe causaria a perda da demanda.
773
Neste quadro subsidiário, existiria fundamento para o pedido de intervenção acessória das mencionadas Seguradoras, neste caso como auxiliares na defesa do R. - o artigo 32, n. 1, do CPC que formula.
774
Cumpre apreciar:
776
Segundo entendemos, o lesado só pode demandar directamente o segurador nas seguintes situações: caso de seguro obrigatório, face ao art 146 da LCS; seguro de responsabilidade facultativo em que se preveja que o lesado pode demandar directamente o segurador art 140 n 2 da; no caso de terem existido negociações directas entre o lesado e o segurador art 140 n 3 da.
777
Portanto, só nessas situações é que o segurador pode intervir a título principal. Nos demais casos, intervém acessoriamente.
778
A esta luz, a questão que se coloca é a de saber se estamos perante um seguro de responsabilidade obrigatório.
779
Embora, em rigor não seja um seguro obrigatório, são-lhe aplicáveis as disposições reguladoras dos seguros obrigatórios de responsabilidade Cf. Margarida Lima Rego, A que aproveita o seguro de responsabilidade de administradores celebrado para os efeitos do art 396 do CSC, pág. 447, conclusão 2, disponível na.
781
Indefere-se a requerida intervenção principal das seguradoras.
783
Intervenções Acessórias das Seguradoras.
784
O réu As requereu, subsidiariamente para o caso de não ser admissível a intervenção principal das seguradoras, a respectiva intervenção acessória, dizendo que no caso de ser condenado terá direito de regresso contra elas.
786
Deste modo, não se admite a intervenção acessória das seguradoras.
788
Indefiro a intervenção acessória das seguradoras.
790
Vieram também os RRs suscitar a intervenção de terceiro.
791
Nos referidos contratos de seguro, com os n.s FD1310488 7066633-13 e FD1410488 7066633-14, são tomadores a ESFG e o BES tendo como segurados, entre outros, os respetivos administradores, o que inclui os ora Réus.
795
Portanto, só nessas situações é que o segurador pode intervir a título principal.
796
Nos demais casos, intervém acessoriamente.
800
-Indefere-se a requerida intervenção principal das seguradoras.
801
Custas: pelos réus J e J.., com taxa de justiça de 4 UC, respectivamente Tabela A anexa ao.
802
Intervenção Acessória da Seguradora.
803
Os réus requereram, subsidiariamente para o caso de não ser admissível a intervenção principal da seguradora, a respectiva intervenção acessória, dizendo que no caso de ser condenado terá direito de regresso contra ela.
805
Deste modo, não se admite a intervenção acessória da seguradora.
808
Resulta ainda dos autos que:
809
O DIREITO
810
Quid juris?
811
E é apenas sobre este segmento da decisão que incide o recurso.
812
Fundamentou a decisão recorrida o indeferimento da intervenção principal destes, ao abrigo do disposto nos artigos 7 n. 4 do Código das Sociedades Comerciais e do art. 8 n. 3 do CIRE.
814
Dispõe o art. 7 1 e n. 4 do CSC, o seguinte:
815
E o n. 4 dispõe:
816
Por sua vez, o art. 8 n. 3 do CIRE, reza assim:
817
Posto isto, afigura-se-nos assistir razão ao Apelante, procedendo as respectivas conclusões a este respeito.
818
Da intervenção principal das Seguradoras
819
Foi requerida a intervenção principal e, subsidiariamente, acessória de onze sociedades seguradoras, com base na argumentação já supra referida e mencionada no despacho recorrido. Veio a ser também indeferida tal intervenção. Cumpre averiguar se foi legal tal decisão.
820
Os factos que o Autor imputa ao Réu Requerente da intervenção foram-no enquanto administrador do BES.
821
Considerando o disposto no art.14 n.2 da Lei do Contrato de Seguro e o disposto no art. 39do CSC estamos perante um contrato de seguro que embora não seja rigorosamente um contrato de seguro obrigatório, são-lhe aplicáveis as disposições que regulam os seguros obrigatórios de responsabilidade
822
Diz esta Autora:
823
Assim, deverá ser admitida a intervenção principal da seguradora Zurich Insurance Plc UK Branch, deste modo procedendo, parcialmente, o recurso.
824
Em face do exposto, acordamos neste Tribunal da Relação de Lisboa, em julgar parcialmente procedente o recurso e, consequentemente, revoga-se o despacho recorrido apenas na parte em que nega a intervenção principal da seguradora Zurich Insurance Plc UK Branch.
825
Custas em partes iguais pelo Apelante e Apelados.
826
Lisboa, 17 de março de 2022
827
Maria de Deus Correia
828
Teresa Pardal
829
Anabela Calafate
830
_______________________________________________________
831
Neste sentido, Maria de Fátima Ribeiro, A Tutela dos Credores da Sociedade por quotas e a desconsideração da personalidade jurídica, Almedina, Coimbra, p.48
832
Como refere a supra citada Autora.
833
Margarida Lima Rego- A quem aproveita o seguro de responsabilidade de administradores celebrado para os efeitos do artigo 39?- 2011, p.447
834
A este propósito igualmente, Natália Nascimento da Silva, Seguro de Responsabilidade , Universidade Católica Portuguesa, Faculdade de Direito, 2016, disponível em www.repositório.ucp.pt
835
Acordam na Secção Social do Tribunal da Relação de Guimarães
836
APELANTE:R.
837
APELADOS: SEGURADORAS ..., S.A.;
838
Regularmente citadas as Rés apresentaram as respectivas contestações.
839
As Rés requerem a realização de exame por junta médica tendo formulado os respectivos quesitos.
840
Foi aberto apenso de fixação de incapacidade, tendo sido proferida decisão a seguinte decisão:
841
N.
842
"Condenar a R. seguradora a pagar:
843
Custas pela RR. na proporção da respectiva responsabilidade.
844
Proceda ao cálculo.
845
Inconformada com esta decisão, dela veio o sinistrado interpor recurso para este Tribunal da Relação de Guimarães formulando as seguintes conclusões, depois de aperfeiçoadas:
846
.
847
- Conforme consta nos autos, em sede de tentativa de conciliação, a fls 70, 71, 72, 73 dos autos principais, o sinistrado não aceitou e /ou impugnou também a datada da alta.
848
- As lesões e as sequelas ainda existem são incompatíveis com o exercício da função habitual do sinistrado.
849
Apesar de tais esclarecimentos 06/05/2021 com referencia não terem sido suficientes e muito menos fundamentados, mantiveram-se as contradições existentes, entendeu o Digníssimo Tribunal, existirem evidentes contradições prestadas pelos senhores peritos entre as lesões comprovadas no auto de exame médico e a função habitual do sinistrado.
850
- Ou seja, encontra-se em forte contradição a resposta ao quesito 7 a fls. 3 do incidente e a fls 105 dos autos entendendo os senhores peritos que as sequelas decorrentes do acidente, limitam o manuseamento de máquinas agrícolas, e são causa incapacitante permanente absoluta para o trabalho habitual.
851
- Pelo que, mantendo os senhores peritos a convicção de que efetivamente o sinistrado apresenta lesões que incapacitam e limitam o exercício habitual da sua função/profissão de forma absoluta, não fundamentando a resposta dada ao quesito 7 de fls. 3, apenso, apresentando informação contraditória, bem como,
852
- Quanto ao período incapacitante, foi decidido que o período da incapacidade temporária absoluta de correu de 11/5/2018 a 27/03/2019 data da.
853
- Com a devida vénia, verifica-se uma errada interpretação e aplicação dos elementos clínicos para a fixação da incapacidade para o Trabalho levada a cabo pelo tribunal a quo.
854
Da errada apreciação da prova pericial;
855
A factualidade apurada é a seguinte:
856
Factos aditados em conformidade com o decidido em
857
A avaliação efectuada pela perícia de neurocirurgia conclui que o sinistrado apresente sequelas compatíveis com atingimento do plexo braquial esquerdo e valorizáveis com IPP de 30%, considerando o cap. 3 0,3-0,4) da TNI valor a majorar pelo coeficiente 1,5 atenta a idade. O sinistrado apresente IPATH para a profissão de tratorista. É adequado considerar a data de 27-03-2019 como data da consolidação das lesões. Não se afigura que haja tratamentos adicionais que neste momento possa melhorar o estado sequelar do examinado.
858
A data da consolidação médico-legal das lesões é fixável em 27/03/2019
859
Incapacidade temporária absoluta fixável num período total de 321 dias
860
Incapacidade permanente parcial fixável em 46,0500% 30,7% a multiplicar por fator de bonificação 1,5)
861
As sequelas atrás descritas são causa de incapacidade permanente absoluta para a atividade profissional habitual, conforme Perícia de Neurocirurgia.
862
Da errada apreciação da prova pericial
868
Contudo, sem deixar de salientar a função preponderante deste meio de prova, designadamente da colegial, tal não significa que o julgador esteja vinculado ao parecer dos peritos, pois o princípio da livre apreciação da prova permite-lhe que se desvie do parecer maioritário ou unanime daqueles.
869
Do acima referido fica claro que não são os peritos quem decidem, mas sim cabe ao juiz a decisão que para tanto deve tomar em consideração a posição assumida pelos peritos, e para que tal suceda é fulcral que as respostas aos quesitos e/ou a fundamentação do laudo pericial permitam com segurança e habilitar o julgador a analisar e ponderar o grau de incapacidade a atribuir.
870
Por outro lado, estabelece o n. 8 das Instruções Gerais da Tabela Nacional de Incapacidades, anexa ao n. 352/2007, de 23 de Outubro, que o resultado dos exames é expresso em ficha apropriada, devendo os peritos fundamentar todas as suas conclusões.
871
E estabelece o n. 13 das mesmas Instruções Gerais o seguinte:
872
A fim de permitir o maior rigor na avaliação das incapacidades resultantes de acidente de trabalho e doença profissional, a garantia dos direitos das vítimas e a apreciação jurisdicional, o processo constituído para esse efeito deve conter obrigatoriamente os seguintes elementos:
873
Inquérito profissional, nomeadamente para efeito de história profissional;
874
Análise do posto de trabalho, com caracterização dos riscos profissionais e sua quantificação, sempre que tecnicamente possível para concretizar e quantificar o agente causal de AT ou;
876
No caso em apreço, verificando-se que está em causa atribuição, ou não de IPATH ao sinistrado, e, constatando-se que não foram oportunamente realizados, como se impunha, inquérito profissional e análise do posto de trabalho que permitiriam um maior rigorna avaliação das incapacidades resultantes de acidente de trabalhoe na apreciação jurisdicional, afigura-se-nos dizer que se impunha ao tribunal a quo que antes de proferir decisão, tivesse lançado mão do aludido mecanismo legal ao seu alcance, que, pela sua finalidade, teria suprido a omissão cometida.
877
Custas a cargo das Recorridas na proporção da sua responsabilidade.
878
Notifique
879
de Março de 2022
880
Vera Maria Sottomayor
881
Maria Leonor Barroso
882
Antero Dinis Ramos Veiga
883
Processo n. 831/25T8VLG.P S2 - 4 Secção
887
Banco Santander Totta, S.A., recorrente nos autos em que é Recorrido AA, veio interpor Recurso de Revista Excecional para a Secção Social do Supremo Tribunal de Justiça, com fundamento no artigo 67 n. 1, do Código do Processo Civil.
888
A recorrente formulou as seguintes conclusões: