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José Berenguer: É hora de ajustes também no futebol
A presidente Dilma Rousseff assinou em março medida provisória que trata da renegociação das dívidas dos clubes de futebol com a União, estimadas em R$ 4 bilhões. Para ter direito à renegociação, os clubes terão que cumprir alguns requisitos, tais como: publicação de demonstrações contábeis padronizadas e auditadas por empresas independentes; pagamento em dia de todas as contribuições previdenciárias, trabalhistas e contratuais, incluindo direito de imagem; e limitação dos gastos da receita bruta com futebol profissional em 70%. Em janeiro deste ano a presidente havia vetado artigo de medida provisória que previa a renegociação das dívidas dos clubes sem obrigá-los a uma contrapartida. Na maioria dos casos, a administração dos clubes é exercida como se não houvesse amanhã e fosse possível levar para debaixo do tapete problemas antigos que se acumulam, ampliam riscos e fomentam crises. Nesse contexto predominam a operação sem planejamento ou metas, endividamentos incompatíveis com o fluxo de caixa, falta de critérios na medição de performance e resultados. Por ter visto essa realidade muito de perto, posso dizer que é urgente que se encare de frente a as vulnerabilidades do ecossistema do futebol brasileiro e se adotem novos pactos para aproxima-lo das melhores práticas conhecidas em países onde o esporte hoje é uma referência, tanto na qualidade em campo como na visão de negócios. Por cinco anos participei, com vários colegas, do Comitê de Gestão do Santos Futebol Clube, criado pela diretoria que assumia o clube no início de 2010 depois de eleições que removeram do poder um grupo que liderava o clube havia dez anos. Quando o comitê de gestão assumiu suas responsabilidades de assessorar a nova diretoria, seus integrantes descobriram o real tamanho do desafio. O balanço de 2009 mostrava grandes valores em aberto, e os mais diversos deles: de dívidas com terceiros a obrigações trabalhistas e fiscais, que conviviam com distorções nos sistemas internos de contratação de serviços e administração do dia a dia. O esforço para amortizar as enormes dívidas da gestão anterior foi intenso e resultou na renegociação de boa parte delas, levando a desembolsos ou comprometimentos no valor de R$ 72,6 milhões. Em paralelo, era desenvolvido um esforço para derrubar os custos operacionais e melhorar atividades essenciais tais como a informatização na venda de ingressos e a estrutura tanto do estádio da Vila Belmiro como do Centro de Treinamento. Adotamos métodos de gerenciamento de comprovada eficácia nas empresas mais modernas e competitivas, o que incluiu planejamento estratégico e estabelecimento de metas e objetivos em todos os níveis. Pensando no crescimento sustentável do clube e mirando o longo prazo, decidiu-se destinar 10% do orçamento para investimentos nas categorias de base, de onde passaram a sair 60% dos jogadores do time profissional. A valorização da marca Santos aconteceu rapidamente, como decorrência de um novo estilo de gestão reconhecido pelo mercado, bem como da valorização de talentos como o hoje globalmente aplaudido Neymar e da conquista de diversos títulos regionais, nacionais e internacionais em um reduzido período de tempo. Se no final de 2009 o faturamento do clube era de R$ 70 milhões anuais, cinco anos depois chegava aos R$ 200 milhões. Dos R$ 700 mil arrecadados anualmente com licenciamento de produtos com a marca Santos em 2009, passamos para mais de R$ 13 milhões em 2014. No mesmo período, o número de sócios saiu de 18 mil para 60 mil. Em contrapartida, triplicaram os valores dos direitos de imagem condizentes com a valorização do time e de seus jogadores, que superaram os R$ 140 milhões em 2014. Menciono todos esses números para mostrar que mesmo quando um clube atinge (como atingiu o Santos Futebol Clube) um equilíbrio no seu resultado operacional, a amortização de passivos históricos é um desafio de especial complexidade, sendo esse um problema também da maioria dos clubes brasileiros. No caso do Santos, dois anos sem um patrocinador master foram suficientes para neutralizar boa parte dos avanços que vinham sendo obtidos, ainda que receitas com a venda de jogadores tenham ocorrido. Portanto, é preciso jogar novas luzes sobre o tema da gestão no futebol brasileiro. Esforços de grupos de abnegados aqui e ali não bastarão para recolocar o nosso futebol em uma posição de destaque em nível global e tampouco garantirão a implantação definitiva de processos e métodos capazes de garantir trajetória sustentável para a atividade. Falamos aqui do mundo real, que passa ao largo (e bem ao largo) do discurso fácil e inconsequente daqueles acostumados a regras e práticas ultrapassadas que são um verdadeiro gol contra o futebol brasileiro. Por fim, destaco que a melhora na gestão dos clubes de futebol pode trazer reflexos positivos em outros esportes, os quais também carecem de gestão e planejamento. Afinal, o futebol é o esporte nacional e pode ser um exemplo a ser seguido. JOSÉ BERENGUER é ex-membro do Comitê de Gestão do Santos Futebol Clube * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2015-04-04
opiniao
Opinião
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/04/1611313-jose-berenguer-e-hora-de-ajustes-tambem-no-futebol.shtml
Brigitte Wenner e Ozimar Pereira: Olimpíada Internacional de Matemática para os brasileiros
A matemática é um dos alicerces do conhecimento e do desenvolvimento humano. No entanto, a disciplina, muitas vezes, carrega a pecha de ser chata, díficil e não ter ligação com o cotidiano dos alunos. No Brasil, os resultados do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) e da Prova Brasil comprovam que o aprendizado desta matéria ainda é um grande desafio. Mas a história de Artur Avila, o primeiro brasileiro vencedor da Medalha Fields, considerada o "Nobel de Matemática", é uma prova que este cenário pode mudar. Em entrevista para esta Folha no último dia 22 de março, Artur Ávila ressalta a importência delas para atrair o aluno para a Matemática. "O contato com as olimpíadas pode gerar uma nova relação com a matemática. Aquilo que era chato pode passar a ser interessante", disse. No Brasil, existem atualmente três competições: a Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM), a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) e a Olimpíada Internacional Matemática Sem Fronteiras (MSF). Todas estão com inscrições abertas e são uma boa oportunidade para para nossos estudantes se interessarem e melhorarem o aprendizado em Matemática. A OBM é aberta a todos os estudantes dos ensinos fundamental 2 (a partir do 6ª ano), médio e universitário das escolas públicas e privadas. A OBMEP é dirigida apenas às escolas públicas para estudantes dos Ensinos Fundamental (a partir do 6º) Médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A MSF também vale para as escolas públicas e privadas do todo o Brasil e tem dois diferenciais: podem participar alunos do Ensino Fundamental 1 (a partir do 4° ano) e, o mais importante, é disputada em grupos, entre as classes das escolas. Não é individual como as competições brasileiras. A MSF foi criada em 1989 pela Academia de Strasbourg, órgão do Ministério da Educação da França. Hoje envolve países da Europa, América, Ásia e África e é traduzida para 11 idiomas. Em 2014, participaram das provas 163.000 estudantes de 6.400 classes de 35 países. No Brasil, onde é organizada pela Rede do Programa de Olimpíadas de Conhecimento (Rede POC), com apoio do Consulado Geral da França de São Paulo, participaram 13.000 estudantes de 455 classes. Sua originalidade reside no fato de ser uma competição interclasses. Os problemas propostos são concretos ou abstratos, possuem um caráter lúdico e um toque de bom humor. São relacionados à vida cotidiana ou a outras diferentes áreas, além da Matemática: Física, Economia, Topografia, Astronomia etc, com referências históricas, geográficas e culturais. O domínio da língua escrita é fundamental para a compreensão dos enunciados e para a expressão da solução de maneira clara e correta. O enunciado de um dos problemas é feito em idioma estrangeiro e a solução deve ser redigida no mesmo idioma escolhido. No Brasil, os idiomas são: Alemão, Espanhol, Francês, Inglês e Italiano. Os problemas exigem diversas competências: observação, imaginação, intuição, o cuidado da resolução, tomada de iniciativa, raciocínio estruturado. Dessa maneira todos os estudantes da classe, sejam os que tenham maior facilidade com a Matemática ou não, podem contribuir na resolução dos problemas. O resultado é um verdadeiro trabalho em equipe. Estimular os estudantes brasileiros a participar destas competições é uma grande contribuição à melhoria do ensino de Matemática. BRIGITTE WENNER é presidente da Association Internationale Mathématiques Sans Frontieres e supervisora regional de Matemática do Ministério da Educação da França OZIMAR PEREIRA é coordenador da Olimpíada Internacional Matemática sem Fronteiras no Brasil e diretor acadêmico de Rede do Programa de Olimpíadas do Conhecimento * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2015-03-04
opiniao
Opinião
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/04/1611986-brigitte-wenner-e-ozimar-pereira-olimpiada-internacional-de-matematica-para-os-brasileiros.shtml
Bruno Araújo: Presidente, o Brasil merece desculpas
Em dois debates durante a campanha presidencial, Aécio Neves deu oportunidade para que a presidente Dilma Rousseff pedisse desculpas aos brasileiros por ter tirado a então maior empresa do país das páginas de economia e a levado para o noticiário policial. Dilma ironizou a proposta e negou qualquer relação com a crise na Petrobras. O que se sabia, então, era pouco, quase nada. Menos de seis meses e algumas delações premiadas depois, ficou claro que o petrolão é o maior escândalo de corrupção da história deste país. Mas a crise não é só de corrupção. É também política, já que a presidente não controla sua base política e perdeu o apoio até de parte de seu partido. É econômica, pois as contas públicas estão fora de controle, gerando inflação e ameaça de desemprego. E é, sobretudo, de confiança. A presidente mentiu durante a campanha e na formação de seu governo. Mente ao não reconhecer a gravidade da situação. Assim, perde a confiança que a maioria dos brasileiros que foi às urnas lhe deu em outubro passado. A última pesquisa do instituto Datafolha comprovou o que a rua já mostrava: os brasileiros não confiam mais na presidente e em sua equipe. Sua gestão é aprovada por apenas 13% dos eleitores. O pessimismo com a economia é impressionante: os brasileiros acham que a situação do país vai piorar, preveem que o desemprego aumentará e que a inflação vai crescer. Dilma quebrou a confiança do brasileiro. Os erros e as mentiras do passado levaram à situação de insatisfação no presente e à desesperança com o futuro. Em todas as regiões, classes sociais e faixas etárias. O descontentamento é geral. Setores que pouco tempo atrás lhe deram a vitória, agora a desprezam. No mesmo dia da divulgação da pesquisa Datafolha, o Brasil viu outra farsa desmoronar. Com a saída espetaculosa de Cid Gomes do Ministério da Educação, ficou evidente que a "pátria educadora" prometida na posse não passava de um slogan. Cid foi um ministro tampão. Em sua gestão, o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) entrou em crise e as universidades federais começaram a parar por falta de recursos. A pasta teve um corte de R$ 7 bilhões e o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) deixou de pagar as instituições formadoras. O fracasso é evidente. A verdade é que caminhamos em direção contrária ao slogan. Em menos de três meses, houve corte de 31% no Orçamento do ministério, 30% no Orçamento das universidades federais, houve atrasos no Pronatec, e milhares de alunos ficaram sem condições de renovar suas matrículas em seus cursos devido ao arrocho no Fies. A educação andou para trás neste segundo mandato, assim como todo o país. É mais um setor que perde a confiança no governo. Acuada, a presidente não consegue apontar caminhos para superar a crise. Prefere usar de cinismo ao lançar um pacote de combate à corrupção inócuo, com medidas recicladas e que já tinham sido apresentadas pelo então presidente Lula como cortina de fumaça no auge da crise do mensalão. A presidente não precisa de pacotes, precisa da verdade. Precisa olhar nos olhos dos brasileiros e reconhecer os muitos erros que cometeu. É o primeiro passo da difícil caminhada para recuperar um mínimo de confiança da população. Uso este nobre espaço para, repetindo Aécio Neves, fazer uma proposta à presidente: Dilma, minha cara, peça desculpas aos brasileiros por todos os seus erros e mentiras. O Brasil merece a verdade. BRUNO ARAÚJO, 43, advogado, é deputado federal pelo PSDB-PE e líder da oposição na Câmara * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2015-03-04
opiniao
Opinião
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/04/1611462-bruno-araujo-presidente-o-brasil-merece-desculpas.shtml
Daniel Filmus: A Questão Malvinas e os 50 anos do chamado ao diálogo pela ONU
Em 2015, cumprem-se 50 anos desde que a Assembleia Geral da ONU aprovou a Resolução 2065 (XX), que reconheceu a existência da disputa de soberania sobre as ilhas Malvinas entre a Argentina e o Reino Unido e chamou à sua solução mediante negociações diplomáticas entre as duas partes. Desde então, as Nações Unidas têm continuado a definir a Questão Malvinas como um caso colonial especial e particular por envolver uma disputa de soberania e diferir assim substantivamente dos casos coloniais clássicos. Apesar do tempo transcorrido e dos inúmeros convites ao diálogo, o Reino Unido se nega a retomar as negociações, nas quais sim esteve envolvido desde 1966, por quase duas décadas, e que levaram a que as partes considerassem diferentes alternativas para resolver a disputa, incluindo a transferência de soberania, uma parceria argentino-britânica ou o retroarrendamento das ilhas. Esta data tão especial é também una oportunidade para refletir sobre o que significam as ilhas Malvinas, Geórgias do Sul e Sandwich do Sul para todos os sul-americanos, sendo que a sua história, presente e futuro se enlaçam indissoluvelmente com o destino de nossa Pátria Grande. As Malvinas são um exemplo de por que as nações sul-americanas chamam à construção de um mundo mais justo. A Argentina sofre a espoliação dos seus recursos renováveis e não renováveis por parte do Reino Unido. Este antecedente e a ilegítima e desproporcional presença militar britânica se erguem numa grave ameaça para nossa região rica em recursos de grande valor presente e, principalmente, futuro. A Argentina e o Brasil, assim como todos os países da região latino-americana, compartilham a convicção de que os recursos naturais de nossos espaços marítimos e de nossa plataforma submarina, como, por exemplo, o pré-sal brasileiro, constituem um elemento vital para assegurar o desenvolvimento de nossos povos. O Reino Unido continua sem ouvir os chamados das Nações Unidas e outras organizações e fóruns internacionais. Neste contexto, cabe perguntar: o que leva o Reino Unido a se comportar de maneira tão anacrônica em pleno século 21? No caso das Malvinas, é claro, a usurpação ilegal das ilhas lhe permite a uma potencia extrarregional instalar a base militar mais importante ao sul do paralelo 50° e numa zona de paz como é a América do Sul, mantendo uma presença militar e de inteligência eletrônica permanente e ativa em vastos espaços marítimos. O recente anúncio britânico sobre um reforço no orçamento militar para o arquipélago não tem outra intenção do que justificar, em pleno período eleitoral, a política interna de continuar com os gastos em armamento e de militarizar o Atlântico Sul, o que não tem nenhuma justificativa. A questão das ilhas Malvinas tem se transformado numa causa regional e global. Todos os países da região apoiam firmemente os legítimos direitos da Argentina na disputa de soberania sobre as Ilhas. A comunidade internacional em conjunto chama reiteradamente ao diálogo para resolver a disputa de soberania. É hora de que o Reino Unido coloque fim a essa presença colonial na América Latina e reconheça a validade dos pronunciamentos da comunidade internacional, que também integra, e retome as negociações com a Argentina para encontrar uma solução pacífica, justa e duradoura. As democracias da América Latina, como a Argentina, enaltecem a paz, a negociação, o direito internacional e a diplomacia. Aprendemos isso nos capítulos mais dolorosos de nossa história, marcada pela intervenção de potências estrangeiras e cruentas ditaduras militares. As Malvinas contêm todo esse significado para a República Argentina e a região. O fim da usurpação britânica das ilhas será o reflexo de um mundo mais justo para os povos da América Latina. Por último, quero aproveitar a ocasião para expressar ao povo e ao governo do Brasil nosso mais profundo agradecimento por sua permanente solidariedade com a República Argentina na Questão Malvinas, que é, em definitiva, um apoio a toda a América Latina, à justiça e ao direito internacional. DANIEL FERNANDO FILMUS, 59, sociólogo, é secretario de assuntos relativos às ilhas Malvinas, Geórgias do Sul e Sandwich do Sul e os espaços marítimos circundantes no Atlântico Sul do Ministério das Relações Exteriores e Culto da Argentina * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2015-02-04
opiniao
Opinião
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/04/1611419-daniel-filmus-a-questao-malvinas-e-os-50-anos-do-chamado-ao-dialogo-pela-onu.shtml
Luiz Carlos Bresser-Pereira: Além do ajuste, um acordo político
A economia brasileira está semiestagnada se analisarmos no longo prazo. Desde 1980, o crescimento per capita é inferior a 1%, contra 4,1%, entre 1950 e 1979. No curto prazo, há também uma crise, porque em 2014 não houve crescimento e hoje o país está entrando em recessão. Não devemos, entretanto, exagerar a dimensão da crise econômica de curto prazo. O desempenho do governo Dilma, afinal, foi semelhante ao do governo FHC, e o de Lula só foi melhor porque se beneficiou de um boom de commodities. Já a crise política que o governo Dilma enfrenta neste começo de segundo mandato é grave. Não é uma crise de Estado, cujas instituições estão fortes, mas de governo, porque, além de ter perdido apoio na sociedade civil –onde os ricos pesam mais–, perdeu popularidade. Os erros econômicos e políticos cometidos pela presidente, somados à violenta queda no preço das commodities ajudam a explicar a sua perda de popularidade. A explicação fundamental, no entanto, está na hegemonia ideológica do conservadorismo liberal, que dá à crise econômica de curto prazo uma dimensão que ela não tem, que acusa a presidente de "estelionato" eleitoral porque ela está fazendo o que tem que fazer e que procura vinculá-la ao escândalo da Petrobras sem qualquer fundamento. Felizmente, a democracia está consolidada no Brasil. São as instituições do Estado brasileiro que estão desvendando e processando os escândalos que se sucedem. O último dos quais –e de longe o mais custoso para a nação–, a quadrilha descoberta na Receita Federal, vem de longe e não envolve políticos, apenas empresas e funcionários. Conforme informou Elio Gaspari nesta Folha, durante o período de Guido Mantega no Ministério da Fazenda os acordos criminosos entre empresas e funcionários "foram combatidos e gente séria estima que, se a taxa de malandragens era de 70%, hoje estaria em 30%". O que fazer diante da crise política? Continuar a dar ênfase à falta de controle do governo sobre sua base aliada, principalmente o PMDB? Para quê? Para confirmar o que o governo está com grande dificuldade de governar? Continuar a promover manifestações de rua para mostrar indignação contra a corrupção? Para mostrar falta de apoio ao governo? Para gritar, "fora Dilma"? Mas é então o golpe de Estado que se quer? Para obrigar Dilma a trair seus princípios e se submeter à política liberal e dependente que a oposição defende? Está claro que a presidente tem limitações e cometeu erros, mas é uma mulher corajosa e dotada de forte espírito público, que não trai seus princípios. É óbvio que não é por aí que se enfrentará e que se resolverá a crise política atual, que inviabiliza o governo e prejudica o país. Dado que a democracia está consolidada no Brasil, e se nada for feito, teremos quatro anos de pouco governo. Hoje a prioridade está em resolver a crise econômica de curto prazo, mas o ajuste fiscal que se impõe já está sendo feito. Apesar disso, não nos enganemos, o ajuste não resolverá a semiestagnação de longo prazo. Para superá-la o Brasil precisa de um pacto político que faça a crítica da alta preferência pelo consumo imediato e faça com que a taxa de câmbio passe a flutuar em torno do equilíbrio competitivo, eliminando a grande desvantagem que está desindustrializando o país. Isso significa que o pacto não deve dar a vitória ao liberalismo dependente de direita, que é por definição incapaz de resolver esse problema estrutural, nem insistir em um desenvolvimentismo de esquerda avesso ao lucro das empresas, que também fracassou em lograr a retomada do desenvolvimento. Esse grande acordo político deve ser desenvolvimentista, porque é defensor de uma inserção competitiva na economia mundial, e não de uma inserção subordinada. Deve ser de centro, em vez de direita ou de esquerda, porque não deve dar preferência nem aos trabalhadores nem aos empresários. Deve ter como pressuposto a rejeição do populismo cambial, o que caracteriza a política econômica brasileira desde 1994. Deve ser um acordo que garanta câmbio e lucro satisfatórios para os empresários, emprego e salários aumentando com a produtividade para os trabalhadores, e taxa de juros internacional para os rentistas. LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA, 80, é professor emérito de economia, teoria política e teoria social da FGV. Foi ministro da Fazenda (governo Sarney), da Administração e Reforma do Estado e da Ciência e Tecnologia (governo FHC) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2015-01-04
opiniao
Opinião
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/04/1610936-luiz-carlos-bresser-pereira-alem-do-ajuste-um-acordo-politico.shtml
Arnaldo Niskier: Por que mais dinheiro para a educação?
Estamos vivendo um ano de notória contenção de gastos. Quando se trata da educação, aliás, a palavra gasto é sempre muito mal aplicada, pois se trata de um sinônimo de desperdício. Prefere-se falar em investimento. O governo anunciou que contará, em 2015, com R$ 101,3 bilhões para os projetos da área. É muito ou é pouco? Não há uma noção exata, pois não se sabe o tamanho dos sonhos das autoridades encarregadas de enfrentar esses desafios. Um primeiro exemplo pode ser focalizado na questão da educação infantil. Deseja-se colocar na escola todas as crianças brasileiras de 4 e 5 anos de idade. Sem dúvida, uma nobre iniciativa, que, naturalmente, não poderá contar apenas com os combalidos cofres municipais. Será necessária uma generosa mesada federal, se é que se pretende viabilizar o pleito. Depois vem o caso da educação técnica, muito bem representada pelos institutos federais, hoje espalhados por quase todo o nosso território. São os IFETs (Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia) de boa reputação, mas há um número insuficiente de unidades se desejarmos colocá-los a serviço do crescimento científico e tecnológico do país, o que depende também de boas bibliotecas e laboratórios eficientes. Haja recursos para essas benfeitorias, que são essenciais na sociedade do conhecimento. Assim, chegaríamos ao sonhado "Fundo de Incentivo aos Professores", uma ideia minha. Sabe-se que é praticamente impossível pagar os salários mínimos estabelecidos pelas vias oficiais. No Norte e no Nordeste, por exemplo, há municípios que pagam mal seus professores, sendo comum encontrar situações dramáticas, como os mestres que trocam os seus ganhos por planos de saúde para os familiares. Até quando conviveremos com essa distorção? O Ministério da Educação lançou o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), que parecia uma ideia brilhante. Logo, cerca de 30% dos alunos de 3º grau aderiram à iniciativa, encantados pela possibilidade de pagar os seus estudos e devolver o investimento, com juros baixos, após a conclusão dos cursos. Mas deu zebra no processo. Na hora da renovação, o próprio MEC sentiu que alguma coisa estava errada, inclusive porque as instituições superiores salgaram os seus custos, tornando inviável o procedimento. Foram investidos R$ 13,4 bilhões no ano passado e, neste ano, não se sabe exatamente a quanto montará a conta. O que se tem noção, por enquanto, é que a conta não fecha. Isso tudo quando se deseja que o número de universitários cresça dos atuais 6,7 milhões para 10 milhões. De onde virá o milagre? O curioso é que há uma forte corrente no país pedindo que os investimentos em educação saiam dos atuais 6,1% do PIB para improváveis 10%. Fala-se no pré-sal com água na boca. Antes, vamos convir, é preciso equipar a máquina administrativa de forma competente. Ou muito dinheiro será jogado fora. ARNALDO NISKIER, 79, doutor em educação, é membro da Academia Brasileira de Letras e presidente do CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola) no Rio de Janeiro * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2015-01-04
opiniao
Opinião
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/04/1610934-arnaldo-niskier-por-que-mais-dinheiro-para-a-educacao.shtml
Editorial: Girando em círculos
A história, com outros personagens, é bastante conhecida. Passado seu período de glória –quando sustentava, com servilismo abjeto, o regime militar–, a chamada Aliança Renovadora Nacional, a Arena, viu-se constrangida a mudar de nome. Surgiu o PDS (Partido Democrático Social) e, depois, o PP (Partido Progressista). Não é outra a crônica da dissidência do arenismo, o PFL (Partido da Frente Liberal). Identificado com os setores oligárquicos que vicejavam à sombra do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), buscou uma espécie de "aggiornamento" de fachada. Tornou-se o DEM (Democratas), que vacila entre a extinção e a insignificância. É outra, por certo, a mística do PT, bem como sua abrangência no território nacional. Não muda a história, entretanto, no que tange ao desgaste de uma sigla cada vez mais identificada com casos de corrupção e escândalos semelhantes (ou bem maiores) aos que, tempos atrás, denunciava sem descanso. Vê-se com ironia, mas sem surpresa, a proposta de algumas lideranças do partido para esquivar-se do estigma que o contamina. A cúpula petista cogita criar uma "frente ampla" que congregaria sindicatos, associações, ONGs e outros partidos em torno da agremiação, modelo bem-sucedido no Uruguai. O presidente do partido, Rui Falcão, nega a intenção de encobrir a legenda sob o manto de outras organizações. Mas afirma ver com simpatia a ideia de que se crie um movimento mais amplo, "no bojo da reforma política". Num paradoxo, porém, ao fim do mesmo encontro em que se aventava a ideia da frente ampla, afirmações mais enfáticas vieram a público, num manifesto assinado pelos 27 presidentes regionais do PT. "Condenam-nos não por nossos erros", sustentam os líderes petistas, "que certamente ocorrem numa organização que reúne milhares de filiados." Mensalão, desvios na Petrobras, fisiologismo, inconformidade com a imprensa livre? Nada disso, imaginam os signatários. "Perseguem-nos pelas nossas virtudes", diz o manifesto –que propõe, entretanto, reatar com setores sociais "inicialmente representados em nossas instâncias e hoje alheios, indiferentes ou, até, hostis em virtude de alguns erros." Faz-se, então, a mágica. Erros "de alguns filiados" levam ao distanciamento dos movimentos sociais; a reaproximação se faz numa "frente ampla", sem destaque para um PT cujas virtudes, todavia, não só são indiscutíveis como precisam ser relembradas. O PT se esconde de si mesmo, sem deixar de ser o que é –e gira em círculos, pateticamente.
2015-01-04
opiniao
Opinião
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/04/1610972-editorial-girando-em-circulos.shtml
Leitora comenta situação da seca em São Paulo
Discordo do deputado Orlando Morando em relação à crise de água. Ele protege o senhor Alckmin. A culpa maior do que está acontecendo se deve, sim, ao governo. Ora, deputado, como pode alguém que está no poder não saber da existência de uma possível crise de água? É só atentar para os reservatórios. É muito desgaste para a população que, por erro dos outros, tem que se privar de usufruir da sua própria água. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
2015-03-26
paineldoleitor
Painel do Leitor
http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2015/03/1608242-leitora-comenta-situacao-da-seca-em-sao-paulo.shtml
Professora de direito penal da USP elogia editorial sobre feminicídio
Parabenizo a Folha pelo preciso editorial Feminicídio?. Não podemos correr o risco de estabelecer hierarquia entre vidas. O politicamente correto não cabe no direito penal. Ainda que os fins sejam nobres, as consequências serão deletérias. As vidas de homens, mulheres, negros, brancos, homo e heterossexuais devem receber o mesmo valor do ordenamento jurídico penal. Ademais, homens ainda são as principais vítimas de homicídio no Brasil, campeão mundial desse crime. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
2015-08-03
paineldoleitor
Painel do Leitor
http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2015/03/1599781-professora-de-direito-penal-da-usp-elogia-editorial-sobre-feminicidio.shtml
Leitores comentam sobre as voltas de Marta e Aécio como colunistas
Jamais pensei que um dia pudesse votar num partido como o PSB, mas se Marta Suplicy for candidata à prefeitura por ele terá meu voto. Não sou petista, mas ela sempre foi um quadro responsável do partido. A Folha volta a ter uma grande colunista. ADEMIR VALEZI (São Paulo, SP) * Fazem todo o sentido as observações de Marta Suplicy no artigo A vaca vai pro brejo?. Mas só agora surgiu essa lucidez? Muitos já tinham essa percepção há anos e eram tachados de "elite branca" por ela e pelo seu partido. A elite ficou parda, a vaca vai pro brejo e Marta quer mudar de lado mantendo a tradição de oportunismo dos políticos. Tarde demais. NUNO M. M. MARTINS (Barueri, SP) * É impressionante como certos políticos são oportunistas. É o caso da senadora Marta, que já governou a cidade de São Paulo e não conseguiu se reeleger. Por que será? Ela se elegeu com a ajuda de um político honroso e até hoje utiliza o seu sobrenome, embora estejam separados, desde então. Por que será? Agora passou a criticar o governo federal, o partido e seus companheiros de muitos anos, mas continua lá. Por que será? Senhora Marta, ainda não digeri a sua frase mais famosa: "Relaxa e goza". Agora, ela vem dizer que "o povo está ficando muito irritado com o desrespeito à sua inteligência". Que triste. Perdeu a oportunidade de ficar calada. FERNANDO TOZI (São Paulo, SP) * Como a Folha contrata um candidato que perdeu as eleições e ainda não se conformou com o resultado? Causa-me estranheza. O jornal deveria ser suprapartidário neste momento tão delicado. Por que não convidar pessoas com pensamentos claros, como o empresário Ricardo Semler? EMÍLIA A. VALINETTI (São Paulo, SP) * Tendo em vista que a Folha convidou Aécio e Marta para retomarem suas colunas, gostaria de pedir que chamem também Marina Silva a fim de enriquecer a pluralidade política-ideológica. ELISEU ROSENDO NUÑEZ (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
2015-08-03
paineldoleitor
Painel do Leitor
http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2015/03/1599782-leitores-comentam-sobre-as-voltas-de-marta-e-aecio-como-colunistas.shtml
Editorial: Ajuste, mas não só
Apesar de essencial, o ajuste em curso nas finanças nacionais não vai, por si só, pôr o Brasil no caminho do crescimento em ritmo acelerado o bastante para dar conta de nossa relativa pobreza. Para tanto, é preciso implementar mudanças institucionais na economia –realizar reformas, em outras palavras. Um programa dessa natureza, contudo, não tem sentido incontroverso, embora muitos dos empecilhos ao progresso do país sejam objeto de um quase consenso. Mais do que um plano para o futuro próximo e mesmo distante, tal busca por reformas talvez seja necessária até para tornar politicamente viável o ajuste. O reequilíbrio mesmo parcial das contas públicas produzirá efeitos colaterais daninhos, ao menos no curto prazo. Seus primeiros impactos já se fazem sentir nos preços da energia; sobrevirão outros. Começa a se ouvir o protesto organizado de empresários e trabalhadores. O prestígio da presidente Dilma Rousseff (PT) tende assim a se degradar ainda mais, com o que se esgarçará a sua já tênue rede de sustentação política. A falta de perspectiva de alívio no horizonte próximo, aliada a um razoável ceticismo quanto à convicção governamental de que as mudanças são mesmo imperativas e à consciência do prejuízo causado por uma década de descaso, provoca um desalento que, por si só, pode aprofundar a recessão. O desânimo, ademais, tende a solapar o apoio ao plano de reparos básicos das finanças públicas, o ajuste fiscal. Uma retração maior da atividade econômica, por sua vez, pode tornar inviáveis as metas de arrecadação do governo, o que demandaria mais cortes de gastos ou causaria mais desconfiança. Compreende-se, assim, quão grande é o risco de degradação em espiral, de crises que se somam e se realimentam. Em suma, a impressão de que um programa recessivo vai, ao fim e ao cabo, não mais do que conduzir a economia a um ritmo medíocre de crescimento deve gerar desconfiança persistente e conter a propensão a investir no Brasil. A ausência de um plano de mudanças que congregue o país deixará o campo aberto apenas à crítica e à resistência ao ajuste, à defesa de interesses setoriais e imediatos. Um modo de atenuar os riscos desse círculo vicioso consistiria em embutir a proposta de ajuste em um novo programa de governo. É fácil perceber, porém, a dificuldade que o Planalto teria em abraçar tal sugestão. Seria necessário que a presidente Dilma Rousseff renunciasse na prática às convicções que pautaram seus atos de governo até que a crise incontornável a deixasse sem alternativa. Ainda que tenha cedido, Dilma não demonstrou inclinação nem mesmo para discutir um projeto de mudanças de maior amplitude. Seu governo está paralisado, incapaz de levar adiante inclusive os compromissos eleitorais que não renegou ou que não sejam irrealizáveis, dados a penúria financeira e o seu isolamento político. A inapetência e a inépcia ficaram evidentes no caso da Petrobras. A presidente, por teimosia ideológica ou pessoal, tornou-se um obstáculo à recuperação da empresa, dificultando alterações urgentes e elementares. Devido às imposições da realidade, as emendas até são feitas, mas de modo desorganizado. A Petrobras corta investimentos e planeja vender parte do patrimônio, pois seu endividamento chegou a nível crítico. O programa de conteúdo nacional das compras, determinado pelo governo, se desfaz na prática: além de caro e ineficiente, tornou-se insustentável porque as fornecedoras afundam em dificuldades financeiras causadas pelo desarranjo da estatal. Os planos de Dilma Rousseff para a Petrobras se esboroaram. Sintomático, crucial e urgente, o problema da estatal é apenas um a exigir reformas de fundo. Há muito mais a a ser feito. É preciso limitar formalmente o crescimento do gasto público, mesmo passada a fase crítica do ajuste. Também é preciso elaborar um plano radical de desmonte da burocracia sufocante e de simplificação da tributação excessiva. Não se deixe de mencionar o descaso com a política de comércio exterior e o protecionismo, que isolaram a indústria em ineficiência provinciana. Ou a tentativa de tabelar preços e lucros, que fizeram empacar as concessões e contribuíram para a ruína do setor elétrico. Diversas instituições da economia brasileira, enfim, são fósseis de mais de meio século, que atravessaram sem reformas. Caso lhe tenha restado alguma visão de futuro, conviria que Dilma Rousseff tentasse congregar as forças sociais e políticas do país em torno de um programa que fortaleça as bases econômicas do ajuste, crie esperança e proporcione estabilidade política para que a transição prossiga sem maiores traumas. Resta saber se a presidente está consciente das tarefas formidáveis que tem diante de si.
2015-08-03
opiniao
Opinião
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/03/1599699-editorial-ajuste-mas-nao-so.shtml
Phumzile Mlambo-Ngcuka: A hora de dar o passo
Num tempo em que as atrocidades e a violência contra as mulheres parecem intermináveis, o Dia Internacional da Mulher não parece um bom momento para celebrar a igualdade. Contudo existe outra realidade em que, como nunca antes, as meninas são maioria nas escolas e as que obtêm mais titulação; a mortalidade materna está nos níveis mais baixos; as mulheres ocupam cargos de liderança e se colocam em pé de igualdade, fazendo-se escutar e exigindo medidas. Em setembro, fará 20 anos que milhares de delegadas e delegados partiam para a histórica 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, em Pequim, com grandes esperanças. A sensação esmagadora era a de que as mulheres haviam conquistado uma grande vitória. E haviam: 189 líderes mundiais tinham comprometido seus países com uma plataforma de ação com promessas ambiciosas, mas realistas, em áreas-chave e com uma rota para cumpri-las. Se os países tivessem cumprido com todas essas promessas, hoje estaríamos observando mais avanços em matéria de igualdade para as mulheres e estaríamos vivendo em um mundo mais saudável, próspero e pacífico. Tivemos uma expectativa ambiciosa de acabar em 20 anos com um regime de desigualdade de gênero. Era pedir demais? Quanto custaria liberar o potencial das mulheres no mundo? Se as lideranças do mundo não queriam investir na igualdade de gênero, por que fizeram essas promessas? Algumas mulheres estão ocupando lugares nos principais centros de tomada de decisões. Em 1990, as chefes de Estado ou de governo eram 12; em 2015, são 19, mas o restante são homens. Oito em cada dez parlamentares em todo o mundo são homens. A mortalidade materna caiu 45%, mas a meta para 2015 era a diminuição de 75%. Contudo, há 140 milhões de mulheres sem acesso ao planejamento familiar: a meta para 2015 era a cobertura universal. Há mais mulheres trabalhando: há 20 anos, 40% delas tinham emprego remunerado e assalariado. Hoje, essa proporção aumentou para cerca de 50%; porém, a esse ritmo, seriam necessários 80 anos para alcançar a paridade de gênero no emprego e mais de 75 anos para obter a igualdade salarial. Este ano representa uma grande oportunidade para as lideranças mundiais e um grande desafio. Quando se reunirem na sede das Nações Unidas, em Nova York, em setembro, terão a oportunidade de revisitar e voltar a se comprometer com os objetivos de Pequim. Recordamos os compromissos adquiridos e conclamamos as lideranças para que tomem ação imediata. Nosso objetivo é simples: uma ação substancial, com enfoque urgente, nos próximos cinco anos para alcançar os objetivos de Pequim antes de 2030. Há uma necessidade imperiosa de modificar o ritmo atual. A baixa representação das mulheres na tomada de decisões políticas e econômicas ameaça o empoderamento delas e a igualdade de gênero, de cuja abordagem os homens podem e devem fazer parte. Se os países partirem do progresso obtido durante os últimos 20 anos, se as lideranças desmantelarem estereótipos, investirem no necessário, forjarem alianças com empresas e sociedade civil –sobretudo com mulheres e organizações de mulheres– e assumirem a responsabilidade, a igualdade poderá ser conquistada antes. No fim, as mulheres terão igualdade. Por que esperar? As lideranças mundiais já haviam combinado que, para chegar até esse objetivo, têm que colocar em prática ações imediatas –e a hora é agora. PHUMZILE MLAMBO-NGCUKA é diretora-executiva da ONU Mulheres; foi vice-presidente da África do Sul (2005-2008, governo Thabo Mbeki) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2015-08-03
opiniao
Opinião
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/03/1599517-phumzile-mlambo-ngcuka-a-hora-de-dar-o-passo.shtml
Editorial: Trote vicioso
Já se tornaram tradicionais, no início de cada ano, cenas de jovens, com roupas e rostos pintados, comemorando a aprovação em universidades de todo o país. Numa infeliz rotina, às celebrações se seguem, quase invariavelmente, notícias dos mais diversos abusos perpetrados por estudantes veteranos sobre os calouros. O ano de 2015 não foi diferente. Em uma faculdade particular de São Paulo, um jovem desmaiou após ser forçado a ingerir volume descomunal de álcool. Recobrou a consciência no hospital, onde constatou hematomas em seu corpo. Em Adamantina, no interior paulista, uma estudante sofreu queimaduras de terceiro grau nas pernas após ser atingida por um líquido ácido. Traumatizada com a bárbara recepção, cogita abandonar o curso de pedagogia em que conseguiu ser admitida. Há inúmeros outros exemplos. Muitos, se não chegam a extremos de violência ou coação, são marcados pela humilhação e pelo constrangimento que infligem. Sem mencionar os casos que, devido a uma cultura de ameaças e represálias, terminam silenciados. Prova disso são as recentes revelações sobre a violência física e sexual cometida durante trotes –mas não apenas neles– na Faculdade de Medicina da USP; o caso ganhou destaque a partir de depoimentos de alunos e ex-alunos em uma CPI sobre o tema na Assembleia Legislativa de São Paulo. Não se ignora que os trotes, como um tipo de rito de iniciação, possuem a função de aproximar estudantes novos e antigos, além de integrar os calouros ao ambiente universitário. Se mantivessem apenas seu aspecto lúdico e agregador, seriam sempre bem-vindos. Quando entra em cena o recurso à violência, porém, acrescenta-se uma dimensão sórdida e opressiva a tais práticas, que ainda estabelecem um nexo pelo qual os agredidos de hoje serão os agressores de amanhã. Esse pérfido ciclo precisa acabar. A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP, deu um passo nesse sentido. Conhecida entre os universitários pela virulência de sua recepção, a faculdade assumiu com o Ministério Público o compromisso de combater trotes em seu campus, em Piracicaba. Preveem-se campanhas de conscientização e a supervisão dos eventos por promotores de Justiça. O ensino superior brasileiro só terá a ganhar com a proscrição dessa infeliz –e desvirtuada– tradição.
2015-02-18
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Opinião
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/02/1591053-editorial-trote-vicioso.shtml
Editorial: CPI da ignorância
Se tudo o que o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) quer é "saber se a divulgação de pesquisas interfere no resultado da eleição", como declarou a esta Folha, então não precisaria ter solicitado a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito com esse propósito. Assim como propaganda política, filiação partidária e propostas do candidato, levantamentos sobre intenção de voto influenciam o eleitor –e, antes de definir o sufrágio, muitos ainda levam em conta um infindável, quando não insondável, conjunto de variáveis, da aparência pessoal do postulante à situação econômica do mundo. Trata-se, portanto, de um debate estéril. A CPI apenas tomará tempo dos congressistas e dinheiro dos contribuintes para chegar a uma resposta óbvia. Até seria possível defender a investigação parlamentar se os deputados pretendessem apurar eventuais manipulações de resultados por parte de alguns institutos. Não é esse o caso, contudo. Barros tem como real objetivo criar ambiente favorável à aprovação de projeto de lei de sua autoria que proíbe a divulgação de pesquisas nos 15 dias anteriores aos pleitos. Ao justificar a proposta, o deputado revela desconhecimento acerca do assunto. Afirma, por exemplo, que os levantamentos não podem "incorrer em erros maiores do que a margem estipulada", como se as pesquisas e as urnas computassem o mesmo fenômeno. Como diretores de institutos já repetiram à exaustão, os números sobre intenção de voto retratam um momento específico, não podendo ser considerados como previsão de resultados –de resto, registram intentos, não votos. Afora essa questão de fundo, o projeto de censura –pois disso se trata– esbarra numa dificuldade prática incontornável. Uma vez aplicada a restrição às pesquisas baseadas em metodologias conhecidas, nada impediria que circulassem boatos diversos na internet. Nesse cenário, o eleitor permaneceria duas semanas exposto a rumores de toda natureza, sem ter o contraponto de institutos que se oferecem ao escrutínio da sociedade, dos candidatos e da Justiça. Talvez seja este o sonho de muitos políticos: que o cidadão vote de maneira tão desinformada quanto possível. Depois de cercear a veiculação de tendências eleitorais, o passo seguinte seria, quem sabe, censurar o noticiário sobre descalabro administrativo e corrupção, que por certo interfere nas urnas. Felizmente o Supremo Tribunal Federal já se pronunciou, em 2006, sobre o veto à divulgação de pesquisas. A corte considerou, de forma unânime, que propostas desse tipo violam garantias constitucionais. Liberdade de expressão e direito à informação livre e plural não podem ser descartados por congressistas que investem no obscurantismo para se manter no poder.
2015-02-18
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Opinião
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/02/1591041-editorial-cpi-da-ignorancia.shtml
Leitores criticam grafites nos Arcos do Jânio
O artigo do artista plástico Rui Amaral ("Opinião", 17/2), que comandou a pintura em grafite nos Arcos do Jânio, deixou-me assustado. O artista justifica a grafitagem porque os arcos –um patrimônio histórico– eram cinzentos, sem cor. Imagino o que ele faria na Torre Eiffel. Ele poderia pensar um pouco sobre as obras dos outros, que devem ser respeitadas como foram realizadas. JAMES AKEL (São Paulo, SP) * Poluição visual é como se denomina o estrago que fizeram nos Arcos do Jânio. Um local que antes nos transmitia paz e harmonia hoje tornou-se uma agressão visual sem sentido. Eu sei que gosto não se discute, mas se lamenta –profundamente. VÂNIA PANICO (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
2015-02-18
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Painel do Leitor
http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2015/02/1591067-leitores-criticam-grafites-nos-arcos-do-janio.shtml
Psicólogo critica coluna sobre Freud
Está certo o psiquiatra Caetano Oliveira (Painel do Leitor, 17/2) sobre o colunista Reinaldo José Lopes. O que Freud descobriu e revelou é mesmo insuportável e, por isso, vamos vida afora dizendo não aos psiquiatras, psicólogos e psicanalistas, sujeitos que somos clivados entre a falta de sentido e os efeitos do que não conseguimos compreender. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
2015-02-18
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Painel do Leitor
http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2015/02/1591066-psicologo-critica-coluna-sobre-freud.shtml
Matheus Magenta: Festina lente
O Carnaval em São Paulo lhe deu saudade da folia baiana. Exausto, só percebeu a lacuna horas após a folia: um motorista baiano de trio elétrico. A principal virtude desse profissional qualificado é se manter alheio à tentação de acelerar em ruas vazias de carros como seus colegas paulistas. Dirigir em São Paulo significa sofrer com trânsito e rezar por ruas eternamente livres dos 2 milhões de carros que desaparecem em feriados. Como culpar o motorista paulista de trio elétrico que só quer chegar logo? O pé coça pra pisar no acelerador, a mão, para buzinar para folião parado. A festa vira correria, foliões não sabem se bebem, beijam ou correm atrás do trio elétrico, e os mais lentos viram retardatários como pilotos desconhecidos da Fórmula 1. Motorista baiano de trio elétrico não quer chegar logo. Curte. Quase precisa ser empurrado. A demora significa mais festa. Segue sem pressa (menos de 1 km/h), como se estivesse numa escada rolante olhando apressados desvirtuarem a engenhoca criada para evitar gasto de energia, não para acelerar passos. Motorista baiano entende o ritmo carnavalesco. Respeita o folião que quer beber, descansar, dar a volta no trio, voltar dançando, beijar, beber de novo, e mesmo assim não perder de vista o bloco. O cuidado se estende ao folião parado, que quer curtir umas músicas sem precisar deixar o lugar estrategicamente posicionado ao lado da cerveja gelada e do banheiro químico. Ninguém quer depender de Waze para encontrar bloco apressado. O Tarado ni Você, por exemplo, que toca releituras do baiano Caetano Veloso, nem precisava deixar a esquina de "Sampa", entre a Ipiranga e a São João. São Paulo faz bem em deixar o Sambódromo de lado para ocupar o espaço público com os blocos. Resta agora aprender a lucrar como Salvador, que gira R$ 500 milhões por ano, e a ter música de qualidade como Olinda. Mas dá pra incorporar essas e outras melhorias sem pressa, Carnaval tem todo ano. O comércio precisa entender que as lojas da 25 de março não são suficientes para abastecer o mercado de foliões de última hora, ainda meio incrédulos com a possibilidade de pular um bom Carnaval a quatro quadras de casa. E nem precisa alugar roupa de super-herói: bastam cocar indígena, máscara veneziana ou peruca colorida. Festina lente (significa "apressa-te devagar", mas poderia ser "festinha lenta"). São Paulo pode desacelerar o Carnaval, ser devagar sem ser lerdo e organizado sem ser cartesiano. Folião não precisa correr para completar a cartela de bingo com os blocos do dia, vendedores de cerveja podem dispensar isopores com rodinhas para acompanhá-los e trio elétrico só deve ter horário de partida. O de chegada depende de quanto o motorista protelará até aceitar que todo Carnaval tem seu fim.
2015-02-18
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Opinião
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/02/1591055-matheus-magenta-festina-lente.shtml
Newton Eduardo Busso e Nelson Antunes Jr.: A ANS não cumpre a Lei
Por meio de uma resolução, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) exclui os métodos de reprodução assistida do rol de procedimentos com cobertura obrigatória pela saúde suplementar, restringindo o direito a ter filhos a quem pode pagar o tratamento ou a quem pode pagar um advogado. A lei nº 11.935, em vigor desde 11 de maio de 2009, acrescentou ao artigo 35-C da lei de planos de saúde (nº 9.656/98) a obrigatoriedade à assistência ao planejamento familiar e, para o exercício desse direito, devem ser oferecidos todos os métodos e técnicas de concepção e anticoncepção, cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas, garantida a liberdade de opção (artigo 9º). Com isso, a lei de planos de saúde foi expressamente alterada para garantir a cobertura ao planejamento familiar. Ou seja, não há explicação legítima para exclusão da inseminação artificial ou da fertilização in vitro da cobertura já que a lei de 2009 revoga lei anterior incompatível. Inclusive, o próprio Ministério da Saúde, considerando a assistência ao planejamento familiar destinou R$10 milhões de reais em recursos financeiros aos estabelecimentos de saúde que realizam procedimentos de atenção à reprodução humana assistida, no âmbito do SUS, incluindo fertilização in vitro (Portaria Nº 3.149, de 28 de dezembro de 2012). Ora, a ANS diz que também segue o que determina a lei 11.935 e oferece procedimentos para a realização de planejamento familiar tanto para anticoncepção (laqueadura tubária, vasectomia e implantação de DIU) e concepção. Mas, a verdade é que a ANS não inclui no rol os procedimentos de reprodução assistida que são cientificamente comprovados os mais eficazes no tratamento da infertilidade. Importante é lembrar que a técnica de fertilização in vitro (FIV), criada por Robert Edwards em 1978, lhe garantiu o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia em 2010, tal a importância do feito. Se existe uma definição legal que diz que Planejamento Familiar é "o conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal" não cabe à ANS restringir o alcance desse conceito. Além do mais, Infertilidade é doença. Prevista sob o número N97 (Infertilidade feminina) consta na Classificação Estatística Internacional de Doenças (CID) e Problemas Relacionados à Saúde da Organização Panamericana de Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) - e como tal deve ser tratada. Mas, se a ANS é omissa em relação aos casais inférteis, a saúde suplementar se beneficia. O rol de procedimentos, utilizado como referência pelas operadoras de planos de saúde, dispõe apenas sobre os procedimentos mínimos e básicos que devem ser obrigatoriamente cobertos, mas não exclui a possibilidade da cobertura de outros. Só em 2013, a própria Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) registrou 102.232 reclamações de consumidores insatisfeitos com sua operadora de plano de saúde, sendo 72% delas referentes a questões de cobertura. Sendo o tratamento indicado por médico especialista, não cabe ao plano de saúde escolher qual o procedimento mais adequado para alcançar a cura do segurado, pois não obstante a finalidade econômica do contrato, as obrigações assumidas pela seguradora devem ser interpretadas a luz do código de defesa do consumidor. Além de não cumprir o que manda a lei nº 11.935, a ANS também fecha os olhos para a obrigatoriedade de cobertura de tratamento para todas as doenças incluídas na Classificação Internacional de Doenças levando o consumidor a gastar suas últimas energias em batalha judicial por seus direitos. A dura realidade é que milhares de casais à espera da cobertura para tratamento de infertilidade permanecem à espera de resposta afirmativa do convênio que nunca chega. Com a morosidade e falta de transparência da ANS quem perde mesmo é a sociedade brasileira. NEWTON EDUARDO BUSSO é médico ginecologista, presidente da Comissão Nacional Especializada em Reprodução Humana da Febrasgo (Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia) NELSON ANTUNES JR. é médico ginecologista, presidente da Sociedade Paulista de Medicina Reprodutiva * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2015-02-18
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Opinião
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/02/1588546-newton-eduardo-busso-e-nelson-antunes-jr-a-ans-nao-cumpre-a-lei.shtml
Dilma precisa um Eduardo Cunha no Itamaraty, diz leitor
O editorial "Frágil Mercosul" (17/2) foi importante para alertar sobre a Argentina, que está deixando o Brasil para trás em negociações internacionais bilaterais. Sabemos que a presidente Dilma "odeia" as relações internacionais e vacila profundamente em dar orientações claras e seguras para o Itamaraty. Assim, no vácuo político, por culpa da presidente, o Mercosul vai se esgarçando, e o Brasil vai perdendo mercados potenciais. Não podemos ficar fora do comércio internacional por nossa culpa. Temos capacidade empresarial, tecnologia, logística e proatividade. A presidente Dilma Rousseff precisa de um Eduardo Cunha no Itamaraty. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
2015-02-18
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Painel do Leitor
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Kátia Abreu: Ideologia? Só durante as férias
O agronegócio brasileiro, suas demandas e seu potencial não são novidade para mim. Afinal, já se vão 20 anos de trabalho duro desde o Sindicato Rural de Gurupi, no Tocantins, até o Ministério da Agricultura. Nessa trajetória, procurei agir em sintonia com os anseios daqueles que represento e, ao mesmo tempo, busquei uma interlocução construtiva com o poder público. Quis mostrar que somos todos –produtores rurais, empresas e governo– parceiros em uma causa comum: o desenvolvimento do país. O agronegócio brasileiro é grande e complexo. Há gargalos a serem superados: as dificuldades do setor sucroalcooleiro, a necessidade de aperfeiçoar o processo de registro de agroquímicos e e ampliar a cobertura do seguro rural. Também precisamos adequar a política agrícola às especificidades do Norte e do Nordeste. Graças aos investimentos recentes, ampliamos a infraestrutura, mas temos de fazer mais. Recebi da presidente Dilma Rousseff determinação para inovar. Pensei sobre isso. O que seria, de fato, inovar em um ministério com mais de 150 anos, que ajudou o Brasil a se tornar uma potência exportadora de alimentos e que tem, na sua estrutura um ícone da ciência tropical, a Embrapa? Como inovar quando se está à frente de um setor que, nos últimos 40 anos, contribuiu para reduzir, de 40% para 20% o peso dos alimentos nas despesas das famílias? Decidi enfrentar o desafio de aumentar o número de produtores da classe média rural. Dos mais de 5 milhões de produtores, 70% são das classes D e E, 6% são das classes A e B e apenas 15%, algo em torno de 800 mil produtores, são da classe média. Estabelecemos como meta dobrar esse número nos próximos quatro anos. Vamos mapear as 558 microrregiões do país, classificando-as de acordo com suas respectivas dificuldades para formar uma rede de assistência técnica rural, envolvendo órgãos públicos, privados e universidades. Iremos de porteira em porteira, para encontrar os que mais precisam de apoio. Daremos prioridade a tecnologias que aumentem a produtividade. O Brasil tem cerca de 30 milhões de hectares irrigáveis, mas aproveitamos apenas 17% disso. Aliás, a água será o mais novo produto do agronegócio. Nossos produtores de alimentos serão também produtores de água. Quero fortalecer as boas iniciativas nesse sentido. Para garantir segurança, qualidade e transparência aos que consomem nossos produtos, vamos coordenar um planejamento nacional de defesa agropecuária. Quero dar ainda mais eficiência ao Ministério da Agricultura por meio de investimento em um modelo de gestão focado em resultados e na transparência. Vamos pôr de pé a Escola Brasileira do Profissional da Agricultura e Pecuária para capacitar e fortalecer os nossos quadros técnicos. O agronegócio é fundamental para o equilíbrio da economia. Nossos produtores "" pequenos, médios ou grandes "" e a agroindústria precisam de um ambiente institucional favorável. Precisam que os custos da burocracia, da regulação ineficiente e, principalmente, que a miopia ideológica de pequenos grupos não inviabilizem a sua atividade. Todos têm a legítima aspiração de progredir e melhorar de vida e podem fazê-lo por conta própria –se lhes forem dadas oportunidades. Foi por isso que aceitei o convite da presidente Dilma Rousseff: para ampliar as oportunidades desse importante setor. Não aceitarei divisão ou segregação. Produtores de todos os portes e as empresas do agronegócio podem ter certeza de que vou liderar o ministério para quem, dentro da lei, quer trabalhar e produzir. Tenho dito que estarei aberta ao diálogo em torno de ideias e projetos. A sociedade espera de nós trabalho e resultados. A discussão ideológica, por vezes saudável, pode ficar para os momentos de folga. KÁTIA ABREU, 52, senadora licenciada pelo PMDB do Tocantins, é ministra de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2015-01-13
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Opinião
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/01/1574102-katia-abreu-ideologia-so-durante-as-ferias.shtml
Editorial: Terror na Nigéria
Passou quase despercebido, na semana passada, um massacre de proporções catastróficas ocorrido em Baga, cidade no nordeste da Nigéria. Autoridades locais afirmam ter desistido de contar os corpos, e por essa razão não se sabe ao certo quantos são os mortos. Segundo estimativas da Anistia Internacional, seriam cerca de 2.000. Foram todos chacinados por fanáticos da milícia islâmica Boko Haram, que desde 2009 provoca sangrentos conflitos no país mais populoso da África. Calcula-se que a facção tenha assassinado 10 mil pessoas somente em 2014. A espiral de atrocidades inclui o sequestro de quase 300 meninas nigerianas, em abril. De acordo com os relatos de uma fugitiva, algumas reféns sofriam estupros diários; por meio de um vídeo, o grupo afirmou que elas seriam vendidas para "casamento". Até hoje o caso não teve solução. Nenhum ataque do grupo, todavia, havia sido tão mortífero quanto o que devastou Baga. A investida parece fazer parte de uma nova estratégia de conquista territorial –a facção recentemente anunciou a intenção de criar um califado na Nigéria, a exemplo dos fundamentalistas do Estado Islâmico, com atuação na Síria e no Iraque. Calcula-se que o Boko Haram –cujo nome significa "educação ocidental é proibida", na língua hausa– domine hoje uma área de cerca de 25 mil km2, porção pouco menor que o território da Bélgica. Aproximadamente 1,5 milhão de nigerianos vivem nessas terras. O centro da violência é o isolado nordeste do país, região de maioria muçulmana paupérrima: no norte, 72% vivem na pobreza, contra 27% no sul, de maioria cristã. Essas características demográficas chamam a atenção para um fato que tende a desaparecer das análises sobre atentados como os que mataram 17 pessoas em Paris: quem mais sofre com o extremismo muçulmano são pessoas que seguem o credo islâmico. Informações de 2011 recolhidas pelo Centro Nacional de Contraterrorismo dos EUA mostram que, nos cinco anos anteriores, considerados os episódios em que era possível discernir a religião dos mortos, de 82% a 97% das vítimas do terrorismo eram muçulmanas. O dado indica o quanto há de simplificação no discurso de alguns partidos políticos europeus que, partindo da ideia de "choque de civilizações", propõem aumento das restrições aos imigrantes em geral –e aos muçulmanos em particular. O terrorismo precisa ser enfrentado com inteligência e rigor, e explicações fáceis nada contribuem para isso.
2015-01-13
opiniao
Opinião
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/01/1574203-editorial-terror-na-nigeria.shtml
Ada Pellegrini Grinover, Kazuo Watanabe e Paulo Lucon: Uma lei para controlar políticas públicas
A Constituição Federal assegura a fruição de direitos sociais fundamentais, que implicam a necessidade de prestações por parte do Estado, como em saúde, educação, segurança e meio ambiente. Para seu cumprimento, existem as políticas públicas, que envolvem os três Poderes: o Legislativo, que as cria por meio das leis, o Executivo, que as planeja e implementa, e o Judiciário, que controla sua constitucionalidade, cabendo-lhe aferir sua existência e sua adequação aos objetivos constitucionais. Há muito o nosso Judiciário deixou de cumprir apenas a função que por tradição lhe é atribuída, a de resolver litígios individuais, para assumir também um papel de destaque no cenário político, como órgão de controle da constitucionalidade das leis e dos atos administrativos. Tal atividade tem sido desenvolvida pelo Judiciário sem balizas legais precisas que orientem a conduta dos juízes, postos diante de questões cujos reflexos atingem toda a sociedade, como no que diz respeito à obtenção de certos medicamentos ou à criação de vagas em creches, por exemplo. Essa falta de orientação resulta em um indesejado "decisionismo", marcado pela substituição do administrador pelo juiz. Diante disso, foi elaborado o projeto de lei nº 8.058/14, do deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), que institui processo especial para o controle e a intervenção em políticas públicas pelo Judiciário. Esse projeto vem há muito sendo discutido pela comunidade jurídica e está de acordo com as mais bem-sucedidas experiências estrangeiras nessa matéria. Uma das principais causas de atritos entre os Poderes decorre da dificuldade de definição das limitações de cada um no que se refere às políticas públicas. O novo processo proposto é pautado pelo diálogo e pela cooperação institucional. Assim, o juiz poderá notificar a autoridade responsável para que sejam apresentadas, por exemplo, informações sobre a existência de recursos financeiros para a implementação de certa política, bem como seu cronograma. A formação do convencimento judicial passa a ser mais fortemente ancorada na realidade. O juiz poderá solicitar ao ente público que apresente o planejamento necessário para a implementação da política pública em questão, o que será feito por meio de debate entre juiz, ente público e sociedade civil. A execução será colaborativa, o que tende a torná-la mais eficaz sem que o juiz se substitua ao administrador público. Em relação às demandas individuais para a tutela de direitos sociais quando ainda não houver regulamentação, o projeto de lei cuida dos ajuizamentos sem controle, estabelecendo o requisito do "mínimo existencial" (núcleo duro e essencial dos direitos fundamentais sociais) ou de sua previsão em norma constitucional, atendidos os critérios da razoabilidade do pedido e irrazoabilidade da conduta da administração pública. Com a aprovação dessa lei, o Poder Judiciário brasileiro passará a dispor de um instrumental que o tornará mais apto a cumprir a missão outorgada pela Constituição. ADA PELLEGRINI GRINOVER, 81, é professora titular da Faculdade de Direito da USP KAZUO WATANABE, 78, desembargador aposentado, é professor da Faculdade de Direito da USP PAULO HENRIQUE DOS SANTOS LUCON, 48, é professor da Faculdade de Direito da USP e vice-presidente do Instituto dos Advogados de São Paulo * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2015-01-13
opiniao
Opinião
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/01/1574139-ada-pellegrini-grinover-kazuo-watanabe-e-paulo-lucon-uma-lei-para-controlar-politicas-publicas.shtml
Leitor critica loteamento de cargos
Enquanto estudantes, trabalhadores e cidadãos de bem são assassinados em nossas cidades, os políticos medíocres estão mais preocupados com o ministério com que irão ficar e com a boquinha que vão ganhar. Não se preocupam em mudar as frágeis leis penais. O que os move é o poder, o jogo de interesses pessoais, apadrinhar a família e o dinheiro do povo que vão abocanhar. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
2015-01-13
paineldoleitor
Painel do Leitor
http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2015/01/1574230-leitor-critica-loteamento-de-cargos.shtml
Ambev vence batalha com Heineken por Oktoberfest Blumenau
Depois de uma acirrada disputa, a Ambev venceu o imbróglio contra a Heineken para ser a principal cervejaria da Oktoberfest de Blumenau, a principal festa do gênero no Brasil, marcada para acontecer entre os dias 4 e 22 de outubro no Parque Vila Germânica.Como no ano passado, a alemã Spaten, que pertence ao portfólio da Ambev, será a principal marca presente no evento. A licitação deu ao grupo vitorioso o direito de comandar a festa até 2028 na cidade catarinense.Na briga pela licitação, a Heineken enviou uma proposta no valor de R$ 5,10 milhões. Para vencer o leilão, a Ambev precisou desembolsar R$ 5,11 milhões —o valor foi bem superior ao do ano passado, de R$ 2,551 milhões.Como parte da recíproca apontada no edital, a Ambev também será responsável pela cenografia e decoração do evento. Ficará responsável ainda pela construção de um boulevard gastronômico dentro do Parque Vila Germânica, que deve ser entregue até junho de 2024.O imbróglio para comandar a principal festa cervejeira do país começou em março, quando a Ambev foi anunciada pela primeira vez como vencedora da licitação. Derrotada, a Heineken enviou um recurso indicando erros na documentação da rival, o que foi acatado. Mais No entanto, também foram encontradas falhas na documentação da Heineken e ambas foram consideradas inabilitadas na concorrência.Assim, a Prefeitura de Blumenau estendeu o prazo do edital, para que as empresas entregassem a documentação com as devidas correções. Um novo pregão aconteceu no dia 24 de abril, desta vez, com a vitória da Ambev, homologada apenas no dia 5 de maio, após a prefeitura negar novo recurso da Heineken.Em São Paulo, a alemã Paulaner será a cerveja principal da festa, que acontecerá novamente no Ginásio do Ibirapuera. O evento também terá a presença da catarinense Eisenbahn (que pertence ao portfólio da Heineken).Paulaner e Spaten são duas das seis cervejas oficiais da Oktoberfest de Munique, na Alemanha, principal festa cervejeira do mundo —as outras quatro são Augustiner, Hofbräu, Hacker Pschorr e Lowenbrau.O evento paulistano acontece entre 6 e 22 de outubro.
2023-05-16 13:22:00
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Entre Filós e dignidades
Recentemente, uma polêmica no estado do Amazonas viralizou e dominou as discussões nas redes sociais, mobilizando um robusto número de internautas e celebridades. Trata-se do caso da (simpática) capivara Filó, cuja amizade foi retratada pelo influenciador Agenor Tupinambá.As aventuras típicas de um harmonioso convívio entre pessoas e animais (que, às vezes, sequer existe entre os seres humanos) foi interrompida depois de denúncias de supostos maus-tratos perpetrados pelo tutor em relação ao animalzinho, motivando o Ibama a confiscá-lo e a aplicar multa ao jovem tiktoker.Após críticas dos internautas à conduta do instituto e o engajamento de famosos (políticos, cantores e até de Glória Perez, escritora da novela "Travessia" e aclamada autora de outros sucessos no horário nobre), a Justiça Federal deferiu liminar determinando o retorno de Filó aos cuidados de Agenor.As (necessárias) campanhas virtuais que influenciaram a vitória do rapaz no conflito reacenderam as discussões acerca do bem-estar animal na sociedade. Nas últimas décadas, cresceu consideravelmente no Brasil o interesse pela "Questão Animalista" devido à proliferação de disciplinas, cursos de graduação e monografias inclinadas ao estudo dos "novos direitos", notadamente o direito animal, entendido como componente de uma quinta dimensão de direitos fundamentais. Mais A partir do rompimento dos paradigmas antropocêntricos (que colocavam o Homem no centro do universo), os animais passaram a ser vistos enquanto partícipes dos ecossistemas do globo terrestre e também portadores de certas faculdades antes só concedidas aos cidadãos.As prerrogativas mencionadas surgem do princípio da dignidade animal, o qual propõe, dentre outros, uma redução drástica do uso de variadas espécies em experimentos científicos ou do abate de suínos e bovinos para o consumo alimentar, poupando-lhes o sofrimento.O postulado visa à proteção e ao cuidado de cães, gatos, pássaros e outros animais a fim de garantir-lhes uma vida digna e em condições de desenvolvimento. Possuidores de direitos à vida e à saúde, tais "indivíduos" podem ser tutelados judicialmente caso haja vilipêndio à sua existência.Neste sentido, mostra-se acertada a decisão do magistrado amazonense que concedeu a guarda provisória de Filó a Agenor, com quem convive desde filhote. Fica a torcida para que os tribunais confirmem o decisium e que a resolução final contemple a dignidade de Filomena, servindo de paradigma para casos futuros.Thieser Farias é bacharel em direito e mestrando em direito na Universidade Federal de Santa Maria (RS)O blog Praça do Leitor é espaço colaborativo em que leitores do jornal podem publicar suas próprias produções. Para submeter materiais, envie uma mensagem para leitor@grupofolha.com.br
2023-05-16 11:00:00
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O Supremo de hoje e a Lava Jato de ontem: passado e presente não se confundem
Sob a enfática afirmação de que o Supremo Tribunal Federal está atuando de maneira similar à Lava Jato, estão se intensificando as críticas aos mais recentes atos de persecução penal e jurisdicionais de relatoria do ministro Alexandre de Moraes. Entretanto, equipara-se o ontem e o hoje de forma desacertada, servindo aos propósitos da extrema direita. Não igualemos situações absolutamente desiguais.A Lava Jato manifestou-se sob a aparência de um processo penal comum, mas com conteúdo material de caráter político-tirânico com fim imediato de eliminação de inimigos da vida pública e com fim mediato de destruição da democracia brasileira.Muito além de pontuais violações ao devido processo legal, bem como à imparcialidade da jurisdição e dos deveres impostos aos membros do Ministério Público, a Lava Jato enquadrou-se como uma severa manifestação patológico-sistêmica e de exceção, o que é muito distinto do erro judicial, do solipsismo, do ativismo ou de qualquer manifestação de decisionismo voluntarista.As mais recentes medidas adotadas pelo Supremo, por outro lado, não são equiparáveis ao referido fenômeno. Inexiste conteúdo material anômico, bem como suspensão de direitos, nos desdobramentos decorrentes da abertura do inquérito policial em regime de "contempt of court" e de defesa da nossa democracia constitucional.Ao contrário de medidas de exceção, a atuação do Supremo, insertas na ordem jurídica, não se igualam aos produtos da destrutiva anomia lavajatista. O Supremo ampara-se e está, legitimamente, atuando, ao contrário, sob o manto da chamada legalidade extraordinária. Mais Com efeito, as Constituições rígidas do pós-guerra romperam com a necessidade de declaração do estado de exceção, bem como do estabelecimento da anomia e da suspensão dos direitos, para defesa da democracia.Contemporaneamente, medidas de legalidade extraordinária, regradas por normas não anômicas e conduzidas pelo Judiciário através do devido processo legal, são suficientemente eficazes para a defesa da democracia. É dentro dessa qualificação jurídica que deve ser enquadrada a atuação do Supremo.A defesa da nossa democracia constitucional pelo Supremo não está isenta de erros. Ademais, a centralidade da jurisdição constitucional no nosso sistema coloca-a, na mesma extensão, no centro do escrutínio público. Mais Exemplificativamente, conforme tivemos a oportunidade de recentemente tornar público, o Supremo deve rever —e reviu— determinadas prisões preventivas, as quais não podem se transformar em mecanismo de antecipação da sanção penal nem podem violar o direito fundamental à não autoincriminação.Ou seja, é preciso que se realize um incessante e comprometido escrutínio dos procedimentos e dos produtos da persecução do Estado. Entretanto, erros dessa natureza caracterizam-se como injustiças e disfuncionalidades que não desqualificam, "in totum", a atuação do Supremo. Erros são inerentes à condição humana e ocorrem em qualquer sistema.O Supremo de hoje e a Lava Jato de ontem não podem ser confundidos. Ao contrário de patologias do sistema, constatamos algumas disfunções que devem ser criticadas e corrigidas. É dentro desse campo que deve circunscrever a crítica. A confusão, além de equívoco epistêmico no âmbito jurídico, favorece, no âmbito político, aos propósitos da extrema direita, sedenta na descredibilização dos "lucus" de resistência e na apropriação fraudulenta da verdade.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2023-05-16 08:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/05/o-supremo-de-hoje-e-a-lava-jato-de-ontem-passado-e-presente-nao-se-confundem.shtml
Adega Asador promove degustação de espumantes de cinco países
A Adega Santiago Asador promove hoje um super evento para quem curte espumantes: uma degustação de 15 rótulos como a Cava Codorníu Ars Collecta Blanc de Blancs, os portugueses Cartuxa Brut e Luís Pato Vinha Pan Brut, a francesa Taittinger Brut Réserve, entre outros. Os espumantes serão harmonizados com pratos da casa, como jamón ibérico, ostras, minipratos de camarões e pescados, além de arroz caldoso. O evento, promovido pelo sommelier Rodrigo Novaes, custa R$ 450 por pessoa e acontece a partir das 20h na Adega Santiago Asador do Shops Jardins, Rua Haddock Lobo, 1.626, 3º piso. Reservas pelo telefone (11) 3198-8258.A 8ª edição do Lisbon Bar Show acontecerá hoje, dia 16 de maio, e segue até amanhã na Sala Tejo do Altice Arena, em Lisboa, Portugal. Thiago Bañares, chef proprietário do Tan Tan Noodle Bar, o mixologista Márcio Silva e o mestre Derivan Ferreira de Souza, são alguns do brasileiros que estarão no evento, considerado o maior encontro de coquetelaria, hospitalidade, gastronomia e hotelaria em Portugal. Serão 40 palestrantes, incluindo 10 bares e seus bartenders da lista dos "50 melhores bares do mundo". O Concurso Nacional de Rabo de Galo também foi convidado e realizará três regionais em Portugal com uma final no dia 17 de maio. Veja a programação completa.
2023-05-16 06:01:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/marcelo-katsuki/2023/05/adega-asador-promove-degustacao-de-espumantes-de-cinco-paises.shtml
Miss Brasil Terra traz concursos para a TV após 4 anos
Na noite da próxima segunda-feira (1°), um grupo de 24 jovens disputa na capital paulista o 22° título de Miss Brasil Terra. A grande novidade deste ano é que a eleição será gravada e televisionada, marcando o início de um possível retorno dos concursos de miss à TV aberta. Tal fato marca um importante momento do setor, já que representa um resgate da tradição de apresentar amplamente uma nova Miss Brasil ao público e movimentar torcidas.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...A exibição do Miss Brasil Terra 2023 será quase uma semana depois do show presencial: no domingo (7), a partir das 17h, na RedeTV!. Desde 2019, quando a Band e a Polishop abriram mão dos direitos do Miss Universo no país, nenhuma eleição de Miss Brasil, de qualquer franquia, teve transmissão nacional. A última foi a escolha da representante brasileira ao Miss Universo 2019, em março daquele ano. Mais Nesses últimos quatro anos, a maioria dos concursos de beleza nacionais ficaram limitados às plataformas digitais, com forte –porém baixa– repercussão, principalmente nas redes sociais. Sem TV, o YouTube virou o canal principal para atingir não só as novas gerações, mas também fãs que acompanham as competições há mais tempo. Com a abertura liderada pelo Miss Brasil Terra, tudo indica que outros concursos façam movimentos semelhantes, apesar de nada ainda ter sido oficialmente anunciado.Outro destaque da edição é que, assim como em 2022, a organização decidiu apostar novamente nos prêmios polpudos em dinheiro para as misses. No total, serão distribuídos R$ 75 mil –mesmo montante da última seletiva–, com a maior fatia de R$ 30 mil para a vencedora. Além disso, após a última coroação em outubro passado, esta será a segunda vez que o concurso acontece em São Paulo, novamente no palco no WTC Events Center, na região da Berrini (zona sul)."Nosso objetivo é firmar o Miss Brasil Terra como o principal concurso de beleza no país. O evento será televisionado e a premiação é incrível. Vale lembrar que o Miss Brasil Terra está entre os quatro maiores concursos do Brasil, com premiação em dinheiro", comenta a diretora executiva da franquia, a jornalista Flávia Cavalcanti, 51, que é também dona da faixa de Miss Brasil Universo 1989.Do restante do dinheiro, R$ 20 mil vão para a segunda colocada (Miss Ar), R$ 10 mil para a terceira (Miss Água), R$ 5.000 para a quarta (Miss Fogo) e, por fim, R$ 10 mil para a melhor miss na etapa de traje típico.A dinheirama fica a cargo do atual detentor da licença do Miss Terra (ou Miss Earth, no original) no país: o empresário paulistano Marcelo Riformato, 47. Ele assumiu a posição no segundo semestre de 2022. Mais "Por conta da franquia ter um conceito ligado à ecologia, assim como a nossa empresa, com essa visão sustentável, nós achamos que esse concurso casaria perfeitamente com nossos valores", justifica Riformato sobre a movimentação.Considerado um dos maiores concursos de beleza do planeta, o Miss Terra se destaca pelo seu foco em dar luz a causas de sustentabilidade e meio ambiente. Tanto que a coroa mundial representa os quatro elementos necessários para a vida no planeta: Fogo, Água, Terra e Ar. O Brasil já venceu em duas ocasiões: em 2004, com Priscilla Meirelles, e em 2009 com Larissa Ramos, ambas amazonenses.A atual titular brasileira é a paulista Jéssica Pedroso, 23, que entrou no Top 12 do último mundial realizado em novembro de 2022, nas Filipinas. Na ocasião, sagrou-se vencedora a sul-coreana Mina Sue Choi, 24. "O objetivo é inovar e a cada ano ser sua melhor versão! O espetáculo será dividido em três momentos, dando a chance das meninas brilharem muito na passarela. Já estou super ansiosa!", disse Jéssica à coluna.A sucessora da jovem vai defender o Brasil na 23ª edição do mundial, que acontecerá em Nha Trang, no Vietnã, com data ainda a ser definida. A Miss Terra deverá abraçar as causas do concurso, promover o ecoturismo, a sustentabilidade e atitudes socioambientais.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Fábio Luís de Paula é jornalista especializado na cobertura de concursos de beleza, sendo os principais deles o Miss Brasil, Miss Universo, Miss Mundo e Mister Brasil. Formado em jornalismo pelo Mackenzie, passou por Redações da Folha e do UOL, além de assessorias e comunicação corporativa. Contato ou sugestões, acesse instagram.com/defaixaacoroa e facebook.com/defaixaacoroa
2023-04-28 13:15:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/de-faixa-a-coroa/2023/04/apos-quatro-anos-concurso-de-miss-brasil-volta-a-tv-aberta.shtml
Documentário da Netflix lembra os 10 anos das bombas na Maratona de Boston; veja trailer
Nem Atenas, nem Nova York. Muito menos Londres ou Berlim. A maratona mais icônica do mundo é disputada desde 1897 em Boston, nos EUA, na terceira segunda-feira de abril, em um feriado conhecido como Patriot´s Day.Não basta ser maratonista para correr em Boston. É preciso ser muito bom. Atletas só garantem sua vaga na prova caso tenham obtido índice em outras maratonas nos 24 meses anteriores. O tempo de classificação varia conforme o sexo e a idade. Um homem de até 34 anos, por exemplo, precisa percorrer os 42 quilômetros em até 3 horas.Há 10 anos, a Maratona de Boston ficou marcada pela tragédia. Enquanto dezenas de milhares de corredores competiam e multidões se reuniam para acompanhar a passagem dos atletas, duas bombas explodiram perto da linha de chegada, matando três pessoas, deixando 14 amputados e ferindo centenas.Após uma intensa busca, a polícia encontrou os responsáveis pelo ataque - os irmãos Dzhokhar e Tamerlan Tsarnaev, ambos de origem quirguistanesa. Tamerlan morreu durante a perseguição policial, enquanto Dzhokhar foi preso, julgado e condenado à morte.A história do atentado já foi contada no filme "Patriots Day (2016)" e agora ganha uma nova versão. O documentário "American Manhunt: The Boston Marathon Bombing", dirigido por Floyd Russ, relata os eventos trágicos do dia da maratona em 2013. Em três episódios, o documentário traz entrevistas com ex-policias, espectadores, corredores da maratona, paramédicos, jornalistas e outras pessoas afetadas pelo ataque.A estreia está marcada para o dia 12 de abril, na Netflix. Abaixo, o trailer oficial do documentário.
2023-03-30 20:28:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/na-corrida/2023/03/documentario-da-netflix-lembra-os-10-anos-das-bombas-na-maratona-de-boston-veja-trailer.shtml
Maratona de São Paulo acontece no domingo; veja dicas de última hora
No domingo (2) acontece a 27ª edição da Maratona Internacional de São Paulo. É uma das principais do país e a mais tradicional prova de longa distância da cidade.(A essa altura espero que você já saiba que a São Silvestre não é uma maratona).Diferentemente das grandes maratonas do mundo, a corrida de São Paulo reúne, em um mesmo dia, e em um mesmo percurso, diferentes distâncias. Enquanto em Nova York ou Boston só participam os atletas dispostos a correr os 42 km da maratona, em São Paulo é possível se inscrever em diferentes categorias, a partir de 5 quilômetros. O motivo é econômico. Distâncias mais curtas custam mais barato para o organizador e contam com mais atletas aptos a participar. Como as ruas já estão fechadas para a maratona, faz sentido aproveitar a infraestrutura e aumentar as opções para os corredores.Corri os 42 km da Maratona de São Paulo em 2018, antes da pandemia interromper as provas de rua no país. Abaixo, listo algumas dicas de última hora que peguei com a organização e um pouco da minha experiência pessoal.Percurso: O trajeto é o mesmo do ano passado. A largada acontece em frente ao obelisco do Parque do Ibirapuera. Grosseiramente falando, corre-se ida e volta até a USP e o Parque Vila-Lobos, na zona oeste da cidade. As distâncias mais curtas são variações dentro desse eixo principal. O trajeto é relativamente plano para os padrões paulistanos, mas está longe de ser fácil. Pelo contrário. A Maratona de São Paulo é tida como uma das mais difíceis do país. A entrada e saída dos túneis é especialmente cansativa.Não perca o horário: Você treinou muito para essa prova. Não custa chegar um pouco mais cedo. Lembre-se que a largada acontece por ondas. O primeiro grupo, formado pela elite da maratona, sai às 6h10. Depois disso, há novas largadas de 5 em 5 minutos, segundo o ritmo e a distância a ser percorrida pelo atleta. O último grupo parte do obelisco às 6h45.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...Como chegar: A região da corrida não é atendida pelo metrô. Há linhas de ônibus que servem a região, mas com horários espaçados e poucos veículos por conta do final de semana. A maioria dos atletas deve ir de carro, táxi ou veículo de aplicativo. É possível estacionar dentro do parque do Ibirapuera ou nas ruas ao redor da Assembleia Legislativa – e boa sorte para escapar dos onipresentes flanelinhas. O importante aqui, sobretudo para quem vai correr distâncias mais longas, é evitar gastar muita energia antes da prova. Acredite, depois de 35 km percorridos, quando ainda faltarem 7 km para a chegada, você vai se arrepender de não ter ido de táxi ou deixado o carro mais perto da largada.Apoio extra: Se você treina com alguma assessoria, verifique com seu treinador se haverá um ponto de apoio no local. É comum em provas desse porte a presença física das principais assessorias para auxiliar os seus alunos.Alô, São Pedro: Os deuses do Olimpo aparentemente estão do lado dos corredores em 2023. A previsão do tempo aponta que o domingo será nublado e com temperatura máxima de 23 graus. Mesmo assim, atenção com a hidratação, com a suplementação energética e com o filtro solar.Lembre-se do seu propósito: Divirta-se. Emocione-se. Corrida é um troço sério, mas não é tão sério assim. Faça o seu melhor, e orgulhe-se do que conseguir.Convide pessoas queridas para a chegada: Terminar uma maratona é especial. É um privilégio experimentar essa sensação acompanhado das pessoas que você ama. Use a tecnologia a seu favor. Parentes e amigos podem acompanhar a sua localização durante uma corrida em apps como o Strava. Assim, eles sabem exatamente onde você está e quando você vai chegar.Quem não corre também participa: Se não for correr, mas morar ou estiver próximo ao circuito, dê uma passadinha para ver e prestigiar os atletas. Você pode não se lembrar dos aplausos e dos tapinhas nas mãos dos corredores que você vai dar, mas eles certamente não vão se esquecer de você. A prova é dura, e qualquer incentivo é bem-vindo.E você? Tem alguma recordação ou dica para quem vai correr a Maratona de São Paulo? Deixe nos comentários, me escreva por e-mail (blognacorrida@gmail.com) ou mande mensagem no Instagram @rodrigofloresnacorrida.
2023-03-30 19:16:00
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Ajuste fiscal de Haddad depende de caça a 'jabutis' e aumento da carga tributária
O segundo grande anúncio de medidas de ajuste fiscal do Ministério da Fazenda confirma a opção do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de fazer um ajuste fiscal principalmente pelo lado da receita, e não focado na despesa, como desejavam muitos economistas.Depois de avançar na questão do contencioso tributário em janeiro, com a medida provisória do Carf e do Litígio Zero, o ministro Fernando Haddad anunciou nesta quinta-feira (30) uma ação de revisão de benefícios e taxação de novos setores para arrecadar até R$ 150 bilhões. Os detalhes serão anunciados na próxima semana.O objetivo é acabar com o que ele classificou como os grandes jabutis que transformaram nosso sistema tributário em um caos. "Um dos maiores rebanhos existentes hoje neste país é a quantidade de jabutis que foi entrando no nosso sistema tributário e que tornou esse modelo caótico", afirmou.As mudanças não têm nada a ver com a reforma tributária que está em curso, que vai sanear outros tantos problemas, destacou Haddad.Desde 2022 economistas ligados ao atual governo têm defendido que o aumento da carga tributária não seja tratado como um tabu, mas como uma forma de promover investimentos e políticas públicas de redução das desigualdades —embora o dinheiro financie também despesas menos nobres.O ministro disse que não haverá aumento de carga tributária no sentido de criar novos tributos ou aumentar as alíquotas dos atuais. Preferiu chamar o movimento de "recomposição da base fiscal".Advogados na área tributária não têm dúvida de que o governo tem sede de arrecadação. É com esse cenário que os economistas precisam trabalhar. Mais A adesão ao programa Litígio Zero termina nesta sexta (31). Advogados relataram grande interesse das empresas após anúncio feito em janeiro, mas as condições de pagamento, feitas depois as contas, desanimaram muitos contribuintes.Há sempre a possibilidade de prorrogação de prazos, mas a avaliação é que as regras rígidas e o prazo curto de pagamento podem ter comprometido o sucesso do programa.O governo estima obter R$ 35 bilhões de receitas extraordinárias e um ganho permanente de R$ 15 bilhões pela diminuição dos conflitos.
2023-03-30 17:38:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/que-imposto-e-esse/2023/03/ajuste-fiscal-de-haddad-depende-de-caca-a-jabutis-e-aumento-da-carga-tributaria.shtml
Coisas que deixamos para trás em nome da modernidade
Todo o mundo já ouviu algum professor de redação dizer que ler é o melhor meio de aprender a escrever. Ler, ler e ler. Há pouco tempo, bilhões de dólares foram gastos para que um aplicativo de inteligência artificial fizesse essa lição de casa, aparentemente tão simples e prazerosa. Ao que tudo indica, deu certo. Cessem todas as aulas de escrita, pois o ChatGPT está apto a produzir qualquer tipo de texto, inclusive poesias e roteiros de cinema ou de TV. O aplicativo de inteligência artificial põe a criação de um texto ao alcance de qualquer pessoa, substituindo um aprendizado às vezes dificultoso pelo produto acabado. Na sua condição de robô, o ChatGPT "leu" bilhões de textos com o objetivo de aprender a escrever, coisa que um ser humano, tomado em sua individualidade, não seria capaz de fazer. No ambiente escolar, a novidade vem causando certa apreensão, pois a prática de elaborar textos tem sido o principal meio de avaliação dos estudantes, e as teses universitárias, ainda que sejam lidas por poucas pessoas, funcionam como uma espécie de selo de garantia da instituição, servindo de lastro ao título acadêmico. Como manter esse status no caso de os robôs se tornarem os autores (ou coautores) desses trabalhos? Bem, já existem softwares capazes de detectar o uso de inteligência artificial na elaboração de um texto, o que permite que o estudante use um robô para escrever, e o professor use outro para reconhecer o primeiro robô. Tudo leva a crer que haverá espaço para falhas nesse processo e para contendas jurídicas sobre autoria, falsidade ideológica, plágio e questões afins. Mais De resto, em vez de empenhar esforços na repressão à burla tão generosamente propiciada pelos modernos aplicativos, talvez fosse mais útil refletir sobre os ganhos e as perdas que os avanços tecnológicos nos trazem e sobre o modo como isso afeta (ou representa) o mundo em que vivemos. Uma coisa é delegar a outrem uma tarefa que não queremos realizar, embora sua execução esteja a nosso alcance; outra coisa é abrir mão de um saber. Na prática, muitos estudantes já perderam, por exemplo, a habilidade de escrever manualmente. É fácil verificar isso na leitura de redações de concursos públicos, de vestibulares ou do Enem. Professores que executam esse tipo de trabalho deparam-se frequentemente não só com garranchos quase ilegíveis como também com o total desconhecimento dos princípios da divisão silábica. Há relatos (muitos) de que mesmo alunos que escrevem bem ou razoavelmente bem não têm a menor noção do que fazer quando a palavra precisa ser dividida. Citam Aristóteles, mas, se o nome estiver no fim da linha, é sem cerimônia mesmo que o "s" pode cair sozinho para a linha de baixo. Isso era coisa que se aprendia no período de alfabetização e talvez já não se aprenda. Fato é que, ao escrever no computador ou no telefone celular, o problema simplesmente não existe. O mesmo se aplica às garatujas, cujo suposto prestígio não ultrapassava os receituários médicos, que obrigavam os farmacêuticos a decifrá-los. Em texto muito conhecido, Umberto Eco lamentava a "tragédia" de terem os estudantes italianos (ou boa parte deles) perdido a habilidade de escrever à mão. Segundo ele, o problema já seria bem anterior ao domínio dos computadores em nossa vida. Diz o autor: "Minha geração foi educada na boa caligrafia, e passamos os primeiros meses da escola elementar aprendendo a fazer os traços das letras. Depois, o exercício passou a ser estúpido e repressor, mas nos ensinou a manter os pulsos firmes enquanto usávamos nossas canetas para formar letras redondas e cheias de um lado e finas do outro". Ele se refere ao uso da caneta-tinteiro, depois substituída pela esferográfica, e, em seguida, trata das manchas que uma e outra podiam produzir caso seu manuseio não fosse firme e preciso. "A arte de escrever à mão nos ensina a controlar nossas mãos e encoraja a coordenação entre a mão e o olho", diz. Nos dias de hoje, é raro que se use a letra cursiva, e até mesmo a assinatura, que expressa o traço pessoal, já vem sendo substituída por versões eletrônicas. Os cursos de caligrafia – em geral destinados à redação de convites de casamento ou diplomas – ainda existem, mas como um resquício de outros tempos.Receba diariamente de manhã no seu email as principais notícias publicadas na Folha; aberta para não assinantes.Carregando... Se a caligrafia parece inútil, que dizer da memória? A escola abandonou o exercício da memorização, visto como "estúpido e repressor", se é que podemos tomar de empréstimo as palavras de Eco. Sim, restringir o aprendizado à memorização de fatos, datas, poemas ou tabuada parece mesmo algo tolo, que teria de ser superado. Isso não quer dizer, porém, que a memória não tenha seu valor, mas a verdade é que a tecnologia a alijou aos buscadores da internet. Basta lembrar uma palavra-chave e jogá-la no Google (ou similar) para que se apresentem diante de nossos olhos as informações necessárias. O celular é nosso companheiro até mesmo em conversas informais, sendo uma espécie de memória que carregamos no bolso. Pode-se argumentar que, diante da quantidade de informações que recebemos diariamente, seria impossível reter tudo. Retemos o mínimo. Agora, estamos prestes a abandonar nossa habilidade de escrever textos. A inteligência artificial é, de fato, competente, mas seu produto não tem individualidade. A escrita passa, então, a ter certa neutralidade. É bom lembrar que, na elaboração do ChatGPT, por exemplo, foram usados seres humanos para fazer o serviço (mal pago) de rastrear discursos considerados impróprios ou moralmente incorretos (racistas, preconceituosos, xenófobos, incitadores de algum tipo de crime etc.) e retirá-los do conjunto de dados que constitui a plataforma de aprendizado do sistema. Dessa forma, aparentemente, o aplicativo não produz os chamados "discursos de ódio". Isso, se parece bom, também nos lembra de que, por trás de uma inteligência artificial, há inteligências humanas tomando decisões. Essa talvez não seja, todavia, uma preocupação do nosso tempo. Um suposto consenso em torno da tese de que é possível purificar a humanidade por meio de uma espécie de eugenia linguística nos leva a aceitar com naturalidade que obras literárias do passado, cujos autores estão mortos, possam ser corrigidas, tendo passagens suprimidas ou termos substituídos, como ocorreu recentemente com livros da inglesa Agatha Christie, entre outros. Mais No século passado, que nem parece tão distante, soaria absurda a ideia de adulterar uma obra sob qualquer pretexto. Hoje, o mercado estimula isso, de modo que os herdeiros da escritora são os maiores interessados na "correção". Isso talvez nos mostre que a linguagem está deixando de exprimir a individualidade – com seus erros e acertos, com sua temporalidade e suas eventuais genialidades – para enquadrar-se em um padrão moral. Diante disso, parece irrelevante discutir os aspectos éticos do uso do ChatGPT na elaboração de trabalhos acadêmicos ou de roteiros, notícias de jornal etc. O que importa é escrever "o certo" – e a tecnologia pode ajudar a encontrar não só a forma ideal como as ideias acertadas. Ao abrirmos mão da habilidade de escrever, que requer treino e algum trabalho, abrimos mão também de nossa expressão individual. Vale a pena?
2023-03-30 16:00:00
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Boas e más novas do front psicodélico
Há quem diga que estourou a bolha de entusiasmo com avanços da ciência psicodélica, em seu ressurgimento para a medicina há menos de duas décadas. Antes da Guerra às Drogas, cerca de 40 mil pessoas chegaram a ser tratadas com compostos alteradores da consciência, mas entre 1970 e 2000 os estudos clínicos refluíram sob o tacão proibicionista, para retornar com força a partir de 2010.Empresas e governos estaduais dos EUA enfrentam dificuldades neste ano, é verdade, para reabilitar substâncias como psilocibina, DMT, MDMA e LSD na condição de medicamentos. Mas a pesquisa segue seu curso metódico para torná-los alternativas terapêuticas contra transtornos como depressão e estresse pós-traumático.Se for para privilegiar más notícias, basta voltar o olhar para startups e investidores do setor psicodélico, que até 2021 estavam em ebulição. De lá para cá, vários baldes de água fria: a atai Life Sciences, uma gigante do ramo, cortou 30% de pessoal e viu suas ações recuarem de US$ 5,60 para US$ 1,20; na Cybin, corte de 15% e recuo de US$ 1,14 a US$ 0,41; na MindMed, de US$ 19,95 a US$ 2,85.O Psychedelic Invest Index caiu 15,13% nos últimos 12 meses. Estima-se que sobreviverão no mercado apenas 8 de cada 10 startups.Foi à bancarrota a Synthesis, da Holanda que planejava abrir uma clínica de psilocibina em Oregon, estado americano onde cogumelos Psilocybe cubensis se tornaram legais neste ano. Ficaram na mão duas centenas de alunos matriculados em seu curso para formar facilitadores de psilocibina.Na segunda quinzena de março, fecharam as portas unidades em 13 estados americanos de duas grandes redes de tratamento com cetamina, Ketamine Wellness Centers e Field Trip. O analgésico não é um psicodélico clássico, mas o efeito dissociativo do uso fora de bula (off-label) tem mostrado bons resultados contra depressão.A Associação Multidisciplinar de Estudos Psicodélicos (Maps, em inglês) teve de dar um cavalo de pau e está oferecendo a venda indireta de ações de seu braço comercial Maps PBC. Em 37 anos de existência, a ONG levantou com filantropos US$ 140 milhões (mais de R$ 700 milhões) para financiar estudos clínicos que puseram a droga MDMA às portas de aprovação pela FDA para tratar estresse pós-traumático.Agora, no entanto, o fundador Rick Doblin pena para conseguir recursos necessários à implementação do tratamento no mercado, assim que a licença da FDA sair, possivelmente em 2024. Precisou recorrer à estratégia de pedir empréstimo que, se não forem ressarcidos, darão a investidores o direito de receber ações da Maps PBC em troca.As más novas na esfera corporativa são muitas, mas podem não representar mais que acomodação previsível num mercado efervescente em promessas exageradas de lucros. Em paralelo, nos campos legal e científico, as coisas não vão nada mal.Além de Washington DC, Oregon e Colorado, que descriminalizaram os cogumelos psicodélicos P. cubensis, outros 15 estados americanos preparam ou cogitam legislações no sentido liberalizante, como Califórnia, Flórida e Nova York. Várias cidades já deram passos na mesma direção, assim como os governos da Austrália e do Canadá. O Congresso americano pode facilitar a reclassificação de psicodélicos.Verdade que estão demorando as licenças para abrir centros de atendimento com psilocibina em Oregon, onde o governo estadual começou a receber pedidos em janeiro. O processo é burocrático e caro, o que deve restringir muito o acesso às sessões de preparação, dosagem e integração, pacote que poderá custar alguns milhares de dólares. Mas surgiu notícia animadora: a secretaria de saúde (OHA) concedeu à Satori Farms a primeira licença para cultivar os fungos psicodélicos.A lista de universidades que mantêm centros ou grupos importantes de pesquisa com psicodélicos, compilada pelo site Blossom, é impressionante: Johns Hopkins, Imperial College Londres, Arizona, Califórnia em San Diego, Berkeley, Davis e São Francisco, NYU, Harvard, Stanford, Yale, Texas em Austin, Nebraska, Saúde e Ciência de Oregon. Washington State. Minnesota, Columbia, Duke, Emory, Michigan, Wisconsin em Madison, Toronto, USP, UFRN, Buenos Aires, Basileia, Maastricht, Leiden, Utrecht, Zurique, Manchester, Charité Berlim, Copenhague, University College Londres, King’s College Londres, Aarhus, Monash, Sydney...Ufa. Quem estranhar a presença de instituições brasileiras na lista saiba que há mais, como se pode conferir aqui. A informação mais recente é que a Unifesp recebeu da empresa Bienstar uma primeira parcela de financiamento para iniciar estudos clínicos com ayahuasca e cogumelos para alcoolismo e tabagismo, respectivamente.Novos artigos sobre saem toda hora, inclusive brasileiros. O grupo da UFRN, por exemplo, publicou no último dia 15, com colaboradores de Alemanha, Espanha, Irlanda e Itália, uma análise sobre como se intensifica a conversa entre áreas e redes do cérebro após a ingestão de ayahuasca. Desse estudo provém a linda e eloquente imagem que abre este post.O principal composto psicodélico do chá usado ritualmente nas igrejas Santo Daime, União do Vegetal (UDV) e Barquinha é a dimetiltriptamina (DMT). O alcaloide esteve na origem, também, mas puro e injetado em 20 voluntários, do estudo mais comentado das últimas semanas, realizado pelo Imperial College de Londres.O chileno Christopher Timmermann é o primeiro autor do artigo publicado dia 20 no periódico da Academia Nacional de Ciências dos EUA, PNAS, sob o título "Efeitos da DMT no Cérebro Humano Avaliados via EEG-fMRI". Na equipe estão também as celebridades David Nutt e Robin Carhart-Harris, que levaram o Imperial College à vanguarda da pesquisa psicodélica.Eles combinaram sinais elétricos cerebrais captados por eletroencefalografia (EEG) com imagens de ativação neuronal obtidas com ressonância magnética funcional (fMRI). Com isso, detectaram que a profunda alteração da consciência sob DMT abrange o aumento da conectividade funcional global do cérebro acompanhado de desintegração de redes neurais, reforçando o modelo do cérebro entrópico de Carhart-Harris para descrever o efeito psicodélico.A ciência psicodélica vai bem, obrigado, embora as tentativas de monetizá-la por meio de startups, patentes, IPOs e corporações estejam tropeçando. Talvez seja melhor caminhar devagar, mesmo, com passos firmes apoiados em dados clínicos e tecnologias de uso consagradas há séculos por povos indígenas, em lugar de comprar pelo valor de face o interesse capitalista no ressurgimento psicodélico.----------------------------------AVISO AOS NAVEGANTES - Psicodélicos ainda são terapias experimentais e, certamente, não constituem panaceia para todos os transtornos psíquicos, nem devem ser objeto de automedicação. Fale com seu terapeuta ou médico antes de se aventurar na área.Para saber mais sobre a história e novos desenvolvimentos da ciência nessa área, inclusive no Brasil, procure meu livro "Psiconautas - Viagens com a Ciência Psicodélica Brasileira".Sobre a tendência de legalização do uso terapêutico e adulto de psicodélicos nos EUA, veja a reportagem "Cogumelos Livres" na edição de dezembro de 2022 na revista Piauí.Não deixe de ver também na Folha as reportagens da série "A Ressurreição da Jurema":https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2022/07/reporter-conta-experiencia-de-inalar-dmt-psicodelico-em-teste-contra-depressao.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2022/07/da-caatinga-ao-laboratorio-cientistas-investigam-efeito-antidepressivo-de-psicodelico.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2022/07/cultos-com-alucinogeno-da-jurema-florescem-no-nordeste.shtml
2023-03-30 16:08:00
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Pipokinha é chamada de imbecil por apresentador da Record
Até o começo deste ano, eu nunca tinha ouvido falar em MC Pipokinha. A melhor frase que eu poderia dizer sobre ela é aquele meme do Twitter "tudo o que eu sei sobre ela é contra a minha vontade".Fato é que, antes do começo deste ano, muita gente também nunca tinha ouvido seu nome. Prova disso é que, entrando no Google Trends, digitando "Pipokinha" e pesquisando os últimos 12 meses, vemos que foi só em fevereiro deste ano que seu nome ganhou alguma relevância na mídia. E, quando começou, foi em torno de algum tipo de polêmica envolvendo o caráter erótico de suas apresentações, como na ocasião em que ela teria recebido sexo oral de uma mulher durante um show.O Splash fez uma coletânea desse momentos, que vão desde acidentes no palco —quando uma mulher desmaiou depois de levar um chute no rosto— a frases de Pipokinha dizendo que "sofrer assédio é a coisa mais normal do mundo", que "cabe à vítima do assédio se impor e se defender" e que, "se você não sabe se defender, evita, não usa roupa curta".Não bastasse esses equívocos todos, um dos clipes da artista foi retirado do ar depois de denúncias de racismo contra indígenas. Ela também foi acusada de zoofilia e citou Adolf Hitler na letra de uma música. Mas o evento mais divulgado e que abalou sua carreira foi quando, numa live, ao falar com uma fã, Pipokinha debochou do salário dos professores no Brasil, comparando sua renda de R$ 70 mil por 30 minutos num palco aos R$ 5.000 que a professora da fã provavelmente recebe por mês.A partir daí, pelo menos sete shows foram cancelados, no Rio Grande do Norte, em Santa Catarina, no Distrito Federal, no Espirito Santo, em Roraima, em Minas Gerais e em São Paulo. Recentemente, um oitavo show foi cancelado, na cidade de Itá, no estado natal de MC Pipokinha.Por várias vezes pensei em comentar esses acontecimentos, mas todos os caminhos pareciam arriscados. Comentar o aspecto erótico de seus shows sempre resulta em acusações de "moralismo" a quem a critica. Ressaltar as letras de suas músicas é sempre interpretado como um ataque ao funk como um todo. Mencionar suas colocações sobre qualquer tema pode gerar uma gama de interpretações errôneas, como sendo elitismo, falta de sororidade, arrogância.Ou seja, MC Pipokinha pode fazer ou dizer o que bem entender e ninguém pode dizer um "a", sob o risco de cancelamento.Até que na quarta-feira, dia 29 de março, o apresentador da Record Reinaldo Gottino, ao comentar o assassinato chocante de uma professora de 71 anos por um aluno em uma escola de São Paulo, lembrou da ocasião em que Pipokinha ridicularizou a categoria de educadores e referiu-se a ela como "aquela imbecil".Até o momento, não vi ninguém sair em defesa da funkeira, nem sei se a artista vai convocar sua advogada para responder ao apresentador.Só sei que um juiz da infância proibiu a entrada de menores nos shows da MC e um político apresentou denúncia contra ela para que o Ministério Público Federal a investigue por crime de maus-tratos a animais. Enquanto tudo isso acontece, o novo hit de MC Pipokinha sobe cada vez mais nos rankings das plataformas de streaming de áudio.Fica confirmado que, em tempos de redes sociais, a única lei que vale é o "falem bem ou mal, mas falem de mim".Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Rosana Hermann é escritora, roteirista e bloqueada pelo Boninho desde que cobriu o primeiro BBB há 20 anos.
2023-03-30 13:40:00
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Cantora Alulu abre acesso ao Rio pelo Bexiga no Dia da Mentira
Neste sábado (1º), Dia da Mentira, a carioquíssima cantora e compositora Alulu Paranhos promete abrir um "gate" no bairro do Bixiga, em São Paulo, no intuito de levar o público que comparecer ao seu show ao Rio de Janeiro.Contudo a artista, fazendo jus à data, prega uma boa mentira. Alulu certamente irá transportar seu público, por meio de sua música, a inúmeras atmosferas sonoras, não apenas a do Rio.Extremamente dançante, o show é repleto de ritmos brasileiros. Nele a artista mistura seu repertório autoral, como "Ela Quer Limão", "Botânica" e "Bicicletinha", com interpretações de músicas que acolhem o axé, o forró e o samba, entre sucessos nacionais dos anos 2000, como "Beija Eu", de Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Arto Lindsay. " Tudo isso e mais o que eu achar que fica bom comigo e com o evento. Quem sai do show da Alulu sai com certeza suado, alegre e pra cima", disse a artista.O "gate" para a viagem sonora tropical será aberto a partir das 19h, na Odette Casa de Cultura, instalada num casarão histórico de 1901, tombado pelo Patrimônio Histórico de São Paulo, que costuma receber experiências culturais bem interessantes para celebrar a música.Bom show!SHOW ALULUARTISTA AluluQUANDO Sábado (1º), às 19hONDE Odette Casa de Cultura, r. Rui Barbosa, 663, Bixiga, S.Paulo, tel. (11) (11) 99476.5644 ou 99476.5646QUANTO De R$ 35 a R$ 60, podem ser adquiridos antecipadamente pelo Sympla, em um formato de valor consciente: www.sympla.com.br/odette-apresenta-no-canto-com-alulu__1924897
2023-03-30 12:36:00
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O que os casos de Marcius Melhem e Pedro Scooby têm em comum?
Por mais que a gente tenha acompanhado os vídeos e as postagens de Luana Piovani sobre o ex-marido desde a separação de Pedro Scooby, e por mais que tenhamos visto prints e ouvido áudios referentes ao caso Marcius Melhem, acusado de assédio sexual, não cabe a nós, plateia, definir se eles são culpados ou inocentes. Ou não com os elementos apresentados publicamente até aqui.Em ambos os casos, foram os acusados, e não as acusadoras, que tomaram a iniciativa de acionar a Justiça e processar quem lhes apontou o dedo por meio de imprensa, redes sociais e uma enxurrada de sites e perfis dedicados a lacrar com a malhação digital de Judas.Se ainda não é possível dizer quem errou ou não, ou mesmo se a canalhice ultrapassou a esfera moral e configurou crime, é justo que ambos, ao refutar as atribuições que lhes fazem, busquem a Justiça das leis. Não se pode delegar ao tribunal da internet um papel que pertence à esfera jurídica. Mais Assim, se quem acusa não aciona a Justiça, quem se sente ofendido ou caluniado tem todo o direito de se defender nos tribunais de verdade. Na conjuntura de ambos, calar diante de toda a repercussão obtida a partir das acusações púbicas seria assinar o ditado "Quem Cala Consente".José Mayer, também acusado publicamente, mas não juridicamente, de assédio e abuso sexual, tampouco foi denunciado criminalmente por isso. Mas preferiu deixar tudo como estava e se desculpar publicamente pelo ocorrido, admitindo que errou e optando por uma aposentadoria forçada da TV.Melhem chegou a admitir que teve vários romances simultâneos, mas segue afirmando que as relações com ex-subordinadas na Globo eram consensuais, e argumenta que é alvo de vingança passional e profissional em diferentes situações entre os casos envolvidos nas denúncias.Assim como Mayer, o ator e roteirista não foi denunciado nas esferas criminais competentes, ou não inicialmente.Seu caso ganhou repercussão por meio da imprensa, com direito a pré-julgamento pelas redes sociais, mas o ex-diretor de humor só foi de fato denunciado ao Ministério Público pela prática de assédio sexual, por oito mulheres depois que ele mesmo acionou a Justiça para se defender. Até hoje, quase três anos depois que as acusações vieram à tona, ele não é réu em nenhum processo, uma situação atípica para o contexto de acusação de assédio sexual.Scooby tampouco havia sido cobrado por Piovani no campo jurídico, apenas via Instagram, numa longa sequência de conflitos de fazer inveja a muitas séries de TV que não passam da primeira temporada.Diante dos espetáculos públicos, boa parcela da plateia, tomada pela percepção de um mundo democrático que hoje dá voz a todos por meio da internet e de suas redes sociais, veste a toga do júri popular digital e acaba por emitir juízo de valores de toda ordem.Tanto assim que Piovani justifica a exposição de assuntos particulares nas redes sociais como algo que surte efeito para resolver suas queixas com o pai de seus filhos, especialmente no que diz respeito a divergências na educação e manutenção financeira das crias. Mais Quem sabe se ela não tem razão?Ela poderia mandar uma mensagem em qualquer esfera privada, poderia ligar, poderia chamar para conversar, poderia até acionar seus advogados e entrar na Justiça com alguma ação, algo talvez mais eficaz (e certamente mais discreto), mas prefere expor suas queixas publicamente para que o ex resolva logo o que a aflige.A plateia vibra com o reality show que lhe permite não só dar aquela espiadinha nas tretas familiares, mas também opinar sobre as divergências do casal, e vamos lembrar que a primeira namorada dele após o divórcio foi ninguém menos que Anitta, o que só aumentou a sanha da audiência digital.A ação que agora corre na Justiça não alterou o modo de Piovani se defender, e de novo ela expõe pelo Instagram sua indignação, com novas acusações contra Scooby, alegando que ele teria exposto fotos nuas dela nas argumentações. Ele nega, sustentando que são prints de publicações que a ex fez em suas próprias páginas.Para Scooby, a mãe de seus três filhos mais velhos expõe as crianças a discussões que são do casal de progenitores, apenas, de modo constrangedor para os pequenos, que todo dia chegam à escola como alvos de comentários de coleguinhas e seus pais.Será que ele não tem razão?A atriz se surpreendeu com a iniciativa dele em acionar a Justiça. Scooby argumentou que sempre foi cioso como pai, do afeto ao departamento financeiro, passando pela educação, e avisou que havia chegado ao seu limite.A decisão do surfista de recorrer à Justiça, afinal, veio logo após as mais recentes acusações públicas de Piovani, bem no momento em que ele enfrentava a internação de sua caçula, Aurora, recém-nascida, em uma UTI neonatal. É o primeiro fruto de seu casamento com a modelo Cintia Dicker.Só quem já passou por isso pode mensurar a dor que a situação causa a um pai, e principalmente à mãe, que soma esse contexto a toda a descarga hormonal que acomete quem acabou de parir, tendo de administrar a produção de leite para garantir a amamentação após a alta hospitalar do bebê. Não desejo esse calvário a ninguém. Mais Foi nesse contexto que Piovani se colocou novamente nas janelas do Instagram para acusar Pedro de faltar com os custos do aluguel e da pensão, que ele alega ter sido cobrada antes da data limite, enquanto ela diz não ter sido atendida quando lhe telefonou.Scooby e Piovani, no entanto, podem celebrar a grande chance de entendimento mútuo diante de casos muito piores, como o de Melhem e as oito mulheres que o acusam. No caso do ex-diretor de humor da Globo, as acusadoras sequer se identificam publicamente como tais --evidentemente, estão em uma posição completamente diferente da de Piovani, que abre a câmera online para se defender com frequência.Ainda sobre o custo de se expor, é preciso sublinhar o quanto é injusto que o caso Marcius Melhem seja nominado apenas pela figura de Dani Calabresa, que arca sozinha com o ônus da acusação, representando involuntariamente as outras sete mulheres que acusam o humorista.Isso não se dá propriamente pelo fato de ela ter puxado a fila de denúncias no departamento de Compliance da Globo contra ele, mas, principalmente, por ser a mais famosa do time.Nessa condição, a atriz é isca fácil para os cliques que alimentam os links na internet, fazendo girar a roda da grana que abastece a audiência digital. As outras sete mulheres já foram identificadas por reportagens sobre o caso, mas não se manifestaram, deixando a bomba no colo da humorista, que apenas se reconheceu nessa lista, sem no entanto se estender sobre qualquer detalhe.Calabresa teria se dado por feliz com a demissão dele da Globo. Não foi ela quem quis levar o caso adiante pela imprensa, mas desfulanizar o assunto não convém à corrida por cliques na web.Melhem está longe de ter tido um comportamento adequado como chefe e como homem, isso está claro e nem ele nega. Mas daí a ser cancelado para nunca mais poder trabalhar como figura pública, há uma distância que não pode ser definida pela fúria das redes sociais. Se houve crime, o que ele veementemente nega, que o assunto seja devidamente investigado por expediente jurídico.Endossando aquele adesivo da OAB --Ordem dos Advogados do Brasil--, mais do nunca, em casos de "cancelamento" pela web, "Procure um advogado". Não é aceitável se deixar julgar pelo Twitter ou pelo Instagram, a não ser que não haja o que contestar.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2023-02-13 07:00:00
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https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/cristina-padiglione/2023/02/o-que-marcius-melhem-e-pedro-scooby-tem-em-comum.shtml
Peixes nadando na farmácia
Quando foi a última vez que você tomou algum medicamento? Para boa parte dos brasileiros, a resposta será "há poucas horas". Quando ingerimos um remédio, os princípios ativos são metabolizados em nosso organismo, resultando em produtos modificados ou intactos que serão eliminados principalmente pela urina. Esta, por sua vez, vai parar no esgoto doméstico, cujos métodos de tratamento são pouco efetivos em eliminar os resíduos de produtos farmacêuticos, situação agravada pelos despejos da indústria farmacêutica, o uso de medicamentos veterinários na criação de animais e o descarte inadequado de fármacos. Resultado: centenas desses resíduos têm sido encontrados em pequenas concentrações em rios e oceanos, na água que bebemos e até em ambientes remotos como a Antártica.Existe uma série de classes de medicamentos que apresentam potencial efeito deletério na saúde dos organismos aquáticos, como hormônios, antidepressivos, ansiolíticos, anti-inflamatórios e antibióticos. Algumas dessas substâncias podem se degradar rapidamente no meio ambiente, enquanto outras podem persistir por muito tempo, afetando os animais aquáticos. Um dos primeiros trabalhos sobre o efeito desses medicamentos na vida marinha foi feito em 2003 e repercute até hoje: peixes machos tratados com concentrações ambientais de fluoxetina, o princípio ativo do antidepressivo Prozac, ficaram mais antissociais e agressivos, ao passo que as fêmeas produziram menos ovos.De lá para cá, centenas de estudos foram feitos, com resultados pouco animadores para diversos fármacos. Um dos medicamentos mais detectados é o anti-inflamatório diclofenaco, associado a uma notável queda na população de abutres na Índia, e conhecido por causar danos no fígado e nos rins de trutas. Outro exemplo é a ivermectina, um antiparasitário muito utilizado na criação de animais, e cuja venda para consumo humano cresceu cerca de 900% durante a pandemia por Covid-19, apesar de sua demonstrada ineficácia contra o coronavírus. A ivermectina pode persistir por muitos meses no sedimento oceânico, e estudos em laboratório sugerem que mesmo concentrações extremamente baixas no ambiente podem diminuir a população de pequenos crustáceos marinhos e de insetos aquáticos.Um dos impactos mais significativos da poluição farmacêutica é contribuir para o desenvolvimento de resistência antimicrobiana. Micro-organismos como as bactérias podem sofrer alterações se expostos a antibióticos, tornando-se resistentes a eles, o que diminui a eficácia da terapia antibiótica, prolonga e piora doenças, enfim, é um problema global que tem piorado nos últimos anos. Estimativas atuais atribuíram à resistência antimicrobiana 1,27 milhões de mortes em 2019. Nos últimos anos, dezenas de antibióticos têm sido detectados em níveis acima do tolerado nos rios e oceanos do mundo, incluindo diversas regiões do nosso país. Em 2021, o Fórum Econômico Mundial listou o Brasil como um dos países com o maior risco de transmissão de resistência antimicrobiana pela água. Mais Outro grupo de medicamentos que oferece riscos ao ambiente e à saúde humana é o dos disruptores endócrinos, substâncias que podem alterar o funcionamento dos hormônios no corpo, oferecem riscos ao desenvolvimento, metabolismo, crescimento, reprodução, além de predisporem a diversas doenças. A poluição estrogênica por contraceptivos orais nos rios e lagos de diversos países, por exemplo, está associada à feminização de peixes machos, alterando sua capacidade reprodutiva.Existe a possibilidade de que a poluição por fármacos possa afetar a saúde e contribuir com o declínio populacional de diversas espécies animais, mas uma grande questão é entender a magnitude desse problema na vida selvagem em cada canto do planeta. Estudos em laboratório são capazes de predizer a toxicidade de determinado medicamento para determinada espécie, mas no meio ambiente as concentrações desses contaminantes são dinâmicas, e eles interagem com outros poluentes, como resíduos de pesticidas.Para enfrentar esse grave problema, precisaremos de muito investimento em ciência nos próximos anos, monitorando a quantidade de cada resíduo no ambiente brasileiro, entendendo os riscos que podem trazer aos animais e à saúde humana, e encontrando formas efetivas de descontaminação. No plano individual, devemos evitar a automedicação e precisamos fazer o descarte correto de medicamentos vencidos, levando-os a pontos de coleta em farmácias ou postos de saúde.*Rossana Soletti é farmacêutica e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.Inscreva-se na newsletter do Instituto Serrapilheira para acompanhar mais novidades do instituto e do blog Ciência Fundamental.
2022-11-17 07:02:00
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Relaxa, general
Ecologia. Meio ambiente. Preservação.O mundo se preocupa. Lideranças se reúnem.É a COP27.Enquanto isso, reina o silêncio na Esplanada dos Ministérios.O general Perácio não admitia visitantes.Seu assessor era o tenente Guarany.—Desculpe, general... mas a imprensa...—Grrf.—Precisamos desmentir alguns rumores.—Quais?—Que o senhor também vai morar em outro país.O general fez cara séria.—Abandonar o campo em plena batalha? Jamais.A mão de granito tombou pesadamente sobre a mesa de jacarandá.—O dever de um soldado é ficar no jogo.—Os noventa minutos, né.—E também o tempo da prorrogação.—Dentro das quatro linhas.—Exato, Guarany. Mas, apesar disso...As feições severas de Perácio se desanuviaram um pouco.—Uma viagenzinha poderia ser importante neste momento.—Relaxar um pouco, né, general.—Ajudando a representar bem o nosso país.—O senhor diz... num encontro internacional?—Sem dúvida. Levando ao mundo as cores da nossa pátria.—Acabar com esses preconceitos, né, general.—Claro. Essa patacoada de Amazônia.Um novo estrondo abalou o tampo da mesa de trabalho.—Dar um basta nessa boiolagem.Guarany entendeu o recado.—Posso providenciar o voo e as reservas do hotel?—Corre, Guarany. Não há tempo a perder.—É o Exército entrando de sola, general!No final da tarde já estava tudo arranjado.—Pode conferir as passagens, general...—Egito? Que porcaria é essa?—É onde fica a reunião, general.—Mas que reunião, Guarany? Quem falou em reunião?—Ué... essa da ecologia... a COP27.Um terceiro e poderoso tapa fez estremecer a vidraça do gabinete.—É a Copa, imbecil. A Copa do Mundo.Guarany promete resolver o mal-entendido.Perácio resmungava.—Homem que é homem não vai em conferência de meio ambiente.Até os soldados precisam de descanso.Mas é como no vestiário.Pode relaxar um pouco. Mas sem baixar a guarda jamais. Mais
2022-11-17 08:00:00
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Bayern põe um time e meio na Copa e lidera lista; City e Barça vêm a seguir
O Bayern de Munique é o clube que mais cedeu jogadores aos países participantes da Copa do Mundo do Qatar.O gigante alemão, atual decacampeão da Bundesliga, terá 17 atletas –ou um time e meio de futebol– que lhe pertencem atuando no Mundial, espalhados por oito seleções.A maioria deles defenderá a Alemanha: o goleiro Neuer e os jogadores de linha Kimmich, Goretzka, Musiala, Sané, Gnabry e Thomas Müller.Outros quatro jogadores são da seleção francesa (Pavard, Upamecano, Lucas Hernández e Coman, um é dos Camarões (Choupo-Moting), um é do Canadá (Davies), um é da Croácia (Stanisic), um é de Marrocos (Mazraoui), um é da Holanda (De Ligt) e um é do Senegal (Mané).Despois do Bayern, os clubes que mais terão atletas nas equipes que disputarão a Copa a partir de domingo (20), segundo revista Kicker, são o inglês Manchester City, atual bicampeão da Premier League, e o espanhol Barcelona, que lidera o Campeonato Espanhol, ambos com 16.Se no Bayern não há nenhum brasileiro, tanto City (o goleiro Ederson) como Barça (o atacante Raphinha) liberaram um cada um para a seleção de Tite.O primeiro é reserva de Alisson, e o segundo tem boa chance de começar como titular no ataque, ao lado de Neymar e de Richarlison, o jogo de estreia, na quinta-feira (24), contra a Sérvia.As outras agremiações que mais forneceram atletas para uma ou mais das 32 seleções que tentarão erguer a Taça Fifa no dia 18 de dezembro (data da final) são:Dos clubes do Brasil, foram chamados para a Copa do Mundo sete jogadores.Na seleção brasileira estão Everton Ribeiro e Pedro (ambos do Flamengo) e Weverton (Palmeiras). O Uruguai conta com De Arrascaeta e Varela (ambos do Flamengo) e Canobbio (Athletico-PR), e o Equador, com Arboleda (São Paulo).
2022-11-17 08:30:00
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Quer começar a correr? Veja dicas para iniciar com o pé direito
Somos corredores antes mesmo do surgimento da nossa versão mais bem acabada, o Homo sapiens sapiens. Fósseis sugerem que nossos ancestrais já se deslocavam em velocidade sobre duas pernas há 2 milhões de anos. Somos uma espécie bípede, caçadora e coletora, que depende da mobilidade para sobreviver. Atingimos velocidades respeitáveis no mundo animal, e somos capazes de percorrer longas distâncias. Procure por aí e verá que não são muitas as espécies que correm 42 km em um dia.Correr faz parte da nossa natureza. Da minha e da sua. Se, em algum momento, por qualquer motivo, cedemos ao sedentarismo da vida moderna e paramos de correr, lembre-se: sempre é possível (re) começar.Em resumo: se você não é corredor e quer se tornar um, este texto é para você.Antes, dois esclarecimentos. O primeiro é que você não vai encontrar aqui planilhas, metas ou regras talhadas no mármore. O que vem a seguir são orientações gerais, que consolidam conceitos amplamente aceitos entre médicos, fisioterapeutas e profissionais de educação física. As dicas tiveram a luxuosa revisão da treinadora Adriana Silva, que traz no currículo duas maratonas olímpicas e títulos pan-americanos.O segundo alerta é sobre a importância de uma avaliação antes de iniciar uma atividade física. Fiz um post sobre a rotina médica mínima para quem quer correr. O texto está aqui.Tudo pronto? Então #partiu corrida.Pode parecer difícil, mas agora é hora de segurar a ansiedade. Na corrida ideal, o início deve ser mais fraco do que o fim. Isso vale para um treino específico e também para toda a sua rotina de atleta. Ninguém corre uma maratona do dia para a noite.Defina quantos dias você pode dedicar à corrida. Aqui não tem certo nem errado. O importante é criar uma rotina e comprometer-se com ela. Idealmente, treine em dias alternados para dar tempo da sua musculatura se recuperar.Consistência precisa ser a sua palavra de ordem nesse começo. Se você tem três dias para treinar, treine os três dias, por pelo menos 40 minutos. Neste momento, é mais importante garantir a regularidade e esticar um pouco mais os treinos do que buscar intensidade. Em resumo, em vez de correr cinco minutos rápidos e ficar sem ar, prefira correr devagar por mais tempo. Assim você acostuma a sua musculatura e se condiciona para os próximos passos do treinamento.A partir de agora, você vai precisar exercitar o autoconhecimento e perceber os seus limites. Exageros levam a lesões, que resultam em abandono e desistência. De novo, vá devagar. Não consegue correr? Não tem problema. Comece com caminhadas, e vá aumentando o ritmo aos poucos. O importante é lembrar que, seja correndo, seja andando, seu deslocamento deve ser em um ritmo que permita uma conversa. Lembre-se: você está começando, não é hora de exaustão.Sentir dor após a atividade física é normal. O cansaço muscular é esperado, e os dias de descanso durante a semana são importantes para garantir a recuperação física de qualquer atleta, seja profissional, amador ou iniciante.Se a dor é provocada por fadiga, e você tem feito seus treinos com moderação, resista à tentação de ficar em casa e vá correr, mesmo que em intensidade reduzida. Mais uma vez: a consistência é o segredo dessa etapa.O avanço deve ser gradual. Quem se sente confortável na caminhada, pode começar a trotar. A sugestão é correr por um minuto e caminhar outros quatro. Sempre no seu ritmo. Aos poucos, aumente a intensidade e corra dois minutos para três de caminhada. Faça essa evolução progressiva até conseguir correr cinco minutos sem precisar parar.Ter o acompanhamento de um profissional especializado é um privilégio nem sempre acessível a quem quer correr. O treinador é capaz de avaliar com mais precisão o estado físico do atleta, prescrever uma rotina de treinos adequada à rotina e aos objetivos do corredor, e acelerar o processo de desenvolvimento. Caso não seja possível contar com um, o atleta terá de usar uma dose adicional de bom senso para entender o seu nível de preparo físico e qual o momento de aumentar a carga de treinos.Gosta de ouvir música? Escolha uma playlist que vai te animar durante o seu treino. Se possível, faça suas corridas em um lugar bonito, ao ar livre. Se isso te faz mais feliz, invista em um look caprichado. A corrida em si tende a exigir bastante do iniciante, então associe esses primeiros treinos a atividades que você já sente prazer naturalmente em fazer.Não é hora de gastar dinheiro no tênis mais caro ou investir em relógios mirabolantes. Você ainda precisa descobrir e amadurecer o corredor que existe em você. O importante mesmo é ter um equipamento adequado -- tênis próprio para corrida, roupas leves, um cronômetro simples para registrar sua evolução. À medida em que você conhece seu corpo, seu ritmo e suas preferências, daí vale a pena pensar em investimentos maiores para a sua rotina de treinos. Mas, convenhamos, eu não pago os seus boletos. Então, se for importante para você, compre o tênis caro e seja feliz.Controlar a mente é fundamental. A chance do seu cérebro tentar sabotar a sua corrida é de 100%. Acontece comigo o tempo todo, e olha que eu corro há uns bons anos. Esteja preparado para distrair os pensamentos negativos e conseguir a força de vontade necessária para cumprir o que você se dispôs a treinar. Neste caso, ser racional talvez seja não ouvir a sua cabeça.Sempre.Muito.Esqueci de alguma dica importante? Escreva para blognacorrida@gmail.com ou me mande mensagem no instagram @rodrigofloresnacorrida
2022-11-17 07:00:00
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Defensor de direitos humanos substitui 'juiz da carteirada'
O Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo aprovou por unanimidade, nesta quarta-feira (16), a indicação do juiz José Henrique Torres, de Campinas, para o cargo de desembargador pelo critério de merecimento.Ele ocupará a vaga decorrente da indisponibilidade do desembargador Eduardo Siqueira, que ficou conhecido como 'o juiz da carteirada', por tentar intimidar um guarda municipal em Santos (SP).Siqueira foi filmado em julho de 2020 ofendendo o guarda Cícero Hilário, que o multara por se recusar a usar máscara anti-Covid 19 na orla da praia.Torres é titular da 1ª Vara do Júri de Campinas e professor de direito penal da PUC de Campinas. É formador de magistrados da Enfam, integra grupo de trabalho sobre o Júri do Conselho Nacional de Justiça e foi presidente do Conselho Executivo da AJD (Associação Juízes para a Democracia).É membro do IBCCRIM - Instituto Brasileiro de Ciências Criminais e atua em entidades que tratam do enfrentamento ao tráfico de pessoas; direitos humanos, e em grupos de estudo sobre direitos sexuais e reprodutivos, terminalidade da vida e abortamento.Em agosto de 2020, o CNJ instaurou, de ofício, processo administrativo disciplinar e afastou provisoriamente o desembargador Siqueira. O TJ-SP informou à Corregedoria Nacional de Justiça que havia mais de 40 procedimentos contra o magistrado, "muitos deles instaurados há mais de quinze anos, arquivados em meio físico".O desembargador havia sofrido uma advertência e quatro censuras.Em abril de 2021, o TJ-SP prorrogou processo disciplinar a pedido da defesa. Seus advogados sustentaram que Siqueira encontrava-se internado em clínica psiquiátrica particular para tratamento de dependência química.Sobre a internação, o relator do processo, desembargador Alex Zilenovski, registrou que "o contrato trazido [aos autos] encontra-se assinado tão somente pelo responsável pelo seu pagamento e representa prova apenas do negócio jurídico avençado, não se prestando a demonstrar o seu estado de saúde".O então presidente do TJ-SP, desembargador Geraldo Francisco Pinheiro Franco, votou pela rejeição da defesa prévia e pela instauração do PAD por violação, em tese, de artigos da Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman) e do Código de Ética da Magistratura. A decisão da Corte Especial foi unânime.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...O presidente entendeu que nervosismo, depressão ou ansiedade não justificavam a prepotência e desdém do magistrado. Pinheiro Franco afirmou que o desembargador Siqueira "se arvorou no direito de não só ofender e ameaçar os policiais, como determinou providências".Nas informações que enviou ao CNJ, o advogado Marco Antônio Barone Rabello afirmou que os guardas municipais "envolvidos nos incidentes filmados com o cidadão Eduardo, e nas abordagens anteriores, abusaram da autoridade" e exigiram o cumprimento de obrigação "sem amparo legal"."O cidadão Eduardo passou a ser perseguido e ilegalmente filmado pela Guarda Municipal de Santos, e, no dia 18 de julho de 2020, acabou sendo vítima de armação", alegou a defesa.Em 2012, durante o 7º Congresso Internacional da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), realizado em São Paulo, o editor deste blog dividiu mesa com o juiz José Henrique Torres em palestra sobre o tema "Transparência no Judiciário".Discutiu-se a imagem da Justiça e como torná-la mais transparente."Acredito ser possível mudar a imagem que se tem da Justiça, mudando a Justiça", disse Torres.Cada participante do congresso recebeu uma ficha de avaliação para classificar as palestras e palestrantes como "ótimo", "bom", "regular", "ruim" ou "péssimo".A Abraji divulgou que, das 86 conferências do evento, essa foi uma das três palestras consideradas ótimas por todos os que preencheram a ficha de avaliação.
2022-11-17 02:09:00
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Houve erros de procedimento nas pesquisas eleitorais do primeiro turno? SIM
Li diversas explicações sobre os resultados das pesquisas eleitorais recentes. Todas elas me convenceram. A abstenção pode influir no resultado do pleito; eleitores, às vésperas da eleição ou até no dia, mudam o seu voto ou definem a sua escolha; e as amostras podem privilegiar, não intencionalmente, determinados segmentos econômicos e sociais.As pesquisas eleitorais devem continuar a ser divulgadas e não podem ser criminalizadas. Contudo, os institutos de pesquisa mais a imprensa precisam mudar a forma de divulgação. A tradicional variável "intenção de votos", há tempos, não consegue decifrar a escolha do eleitor. A teimosia descredibiliza as empresas de pesquisas. A afirmação fortemente reverberada de que a pesquisa é retrato do momento, também.As pesquisas "erram" porque os institutos e a imprensa insistem em divulgar com grande alarde a ineficiente "intenção de votos" tradicional. O avanço do presidente Jair Bolsonaro (PL), o crescimento de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo e a queda de Marília Arraes (Solidariedade) em Pernambuco são exemplos de que a histórica "intenção de votos" não deve ser publicizada com tanta ênfase.Em 2018, na eleição para o governo de Pernambuco, a Cenário Inteligência inseriu em seu questionário as seguintes perguntas: 1 - "No próximo dia 2 de outubro ocorrerá eleição para governador. Você já escolheu o seu candidato?"; 2 - "Se sim, quem é o seu candidato?" (espontânea); e 3 - "Se talvez, em quem você pensa em votar?" (espontânea).As respostas obtidas criam dois grupos: grupo 1, os eleitores que já decidiram o seu voto; e, grupo 2, os eleitores indefinidos. São as respostas destes grupos que são apresentadas, primordialmente, ao cliente ou divulgadas para a opinião pública. Assim sendo, as possíveis manchetes dos jornais são: "No universo dos 52% de eleitores que já decidiram em quem votar, Fábio Carvalho (nome fictício) lidera com 36%". Vejam que a manchete deixa claro que existem 48% de eleitores indecisos e que podem mudar o voto até o dia da eleição.O grupo 2 permite que possamos decifrar a opção do eleitorado indeciso. Isto é: 35% dos eleitores estão indecisos. Neste caso, a chamada do jornal será: "Maria Eduarda (nome fictício) lidera entre os 35% que estão indecisos". Observem que os dois grupos, quando monitorados em série, permitem a observação dos seguintes mecanismos: 1 - à medida que mais eleitores declaram o voto, Fábio Carvalho consolida a sua liderança ou amplia a sua vantagem; 2 - à medida que mais votantes decidem em quem votar, Maria Eduarda declina. Portanto, com base nos dados coletados através de várias pesquisas, podemos afirmar, com tranquilidade, que Fábio Carvalho deve vencer o pleito eleitoral.É claro que é possível chegar às vésperas do pleito com uma grande quantidade de indecisos (grupo 2). Neste caso, a pesquisa revelará quem lidera a corrida eleitoral, mas, diante de tantos indecisos, é possível que o resultado da urna seja outro. Ressalto que a pesquisa só é retrato do momento quando consideramos, apenas com o objetivo de decifrar os vencedores ou perdedores, a "intenção de votos" tradicional.Não são as pesquisas eleitorais que erram. Até porque, inerentes aos questionários, estão várias perguntas que possibilitam ao analista antecipar o possível resultado da eleição. É a intensa divulgação da tradicional "intenção de votos" que conduz os institutos à descredibilização.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2022-10-07 21:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2022/10/houve-erros-de-procedimento-nas-pesquisas-eleitorais-do-primeiro-turno-sim.shtml
Houve erros de procedimento nas pesquisas eleitorais do primeiro turno? NÃO
No primeiro capítulo de meu livro "Erros nas Pesquisas Eleitorais e de Opinião" (ed. Record), comparo 562 resultados de pesquisas com o voto. O estudo refere-se ao período que vai de 1986 a 2002 e abrange todas as regiões do Brasil: são 220 pesquisas para governador, 137 para senador, 184 para prefeito e 21 para presidente da República.O levantamento resultou em várias conclusões importantes: as pesquisas para o Senado são as que ficam mais distantes do resultado, pois o eleitor define o voto na última hora; as pesquisas para presidente são as mais precisas; o primeiro colocado para governador tendia a ser muito superestimado porque, no passado, com o voto no papel, o eleitor declarava na pesquisa em quem iria votar, mas errava e anulava o voto —em particular nos estados com escolaridade média mais baixa.Trata-se de um dos poucos estudos em português exclusivamente dedicado aos erros não amostrais, que são variados e muitas vezes nada têm a ver com os métodos científicos adotados pelas pesquisas, indicando o que pode ter acontecido na eleição de primeiro turno deste ano.Em 2022, os percentuais de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) foram superestimados, e os de Jair Bolsonaro (PL), subestimados. Isso indica a hipótese razoável de que muitos eleitores simpáticos a Bolsonaro, que tinham a intenção de votar nos dois candidatos da terceira via, possam ter mudado de opção na última hora. Isso teria acontecido mais no Sudeste e nas capitais e cidades de escolarização média elevada. A motivação deste eleitor, matematicamente equivocada, porém intuitivamente correta, era evitar que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhasse no primeiro turno. A comparação entre os dados das pesquisas e o voto indica que se trata de uma hipótese muito razoável, mas ainda assim uma hipótese e que, portanto, precisa ser devidamente investigada.A segunda hipótese tem a ver com a recusa de eleitores de Bolsonaro em responder às pesquisas. Isso já ocorreu em outros países quando se refere àqueles que votam na extrema direita. Uma parcela desse grupo tende a ser muito conservadora, autoritária e refratária aos procedimentos científicos e à transparência das informações. Adicionalmente, são indivíduos reclusos, antipáticos e relutantes em estabelecer contato social com desconhecidos. Basta que seja um ponto percentual dos eleitores do atual presidente para que, somado a outros erros não amostrais, acarrete uma discrepância relevante entre pesquisas e voto.Por fim, a terceira hipótese de erro não amostral tem a ver com a abstenção. Só responde às pesquisas aqueles que afirmam, na primeira pergunta, que irão votar. Pode ser que uma ínfima porção de eleitores tenha dito que iria votar, mas na última hora não tenha comparecido. Isso tende a ser minimizado no segundo turno, pois a pergunta é outra: "Você votou no primeiro turno?". A entrevista é interrompida para os que responderem "não". Considero que as discrepâncias das pesquisas no primeiro turno tenham resultado desses três tipos de erros não amostrais.Vale lembrar do grande acerto das pesquisas. Em meu livro publicado neste ano, "A Mão e a Luva: O que Elege um Presidente" (ed. Record), utilizo extensivamente de pesquisas de opinião para explicar os resultados de todas as eleições presidenciais ocorridas de Fernando Collor, em 1989, até hoje. Fica evidente que as pesquisas acertam na mosca sobre qual o clima da opinião pública que elege um presidente.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2022-10-07 21:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2022/10/houve-erros-de-procedimento-nas-pesquisas-eleitorais-do-primeiro-turno-nao.shtml
Gato da raça savannah é eleito o mais alto do mundo pelo 'Guinness'
Ele é o maior gato do pedaço. Ou melhor, do mundo. Fenrir, um gato da raça savannah, foi eleito pelo "Guinnes World Records" o felino doméstico mais alto. Ele tem 47,83 centímetros de altura.Mas se engana quem pensa que ele é apenas um gatão. Fenrir é um gato terapeuta e trabalha no consultório do seu tutor, o médico William John Powers, em Farmington Hills, em Michigan, nos Estados Unidos.Powers é especialista em HIV, e Fenrir dá apoio emocional aos seus pacientes. "Ele perambula pelo escritório recebendo os animais de estimação das pessoas, cochilando nas mesas da sala de exames e implorando por guloseimas", afirmou o médico ao "Guinnes World Records". Mais A raça savannah é resultado do cruzamento entre gato doméstico e serval, felino selvagem africano de tamanho médio e orelhas grandes.Essa mistura tornou-se popular entre criadores no final da década de 1990 e, em 2001, a TICA (The International Cat Association) registrou a nova raça. Leia mais sobre gatos Siga o blog Gatices no Twitter, Instagram e Facebook.
2022-10-07 15:31:00
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Caminhada e pedalada solidárias celebram o Outubro Rosa
Este mês é consagrado como o de prevenção e diagnóstico do câncer de mama, o Outubro Rosa, e para quem gosta de caminhar (ou correr, ou pedalar...) e ao mesmo tempo saber que está sendo solidário, nada como participar, neste domingo (9), da 6ª Pedalada e Caminhada Rosa do IqeB (Instituto Quimioterapia e Beleza), em São Paulo. A proposta é reunir mulheres em tratamento, familiares, cuidadores, simpatizantes e, até, seus pets, para uma atividade saudável e, ao mesmo tempo, esclarecedora da importância do cuidado e do autoconhecimento.Para quem quiser contribuir comprando o kit da prova, as inscrições estão abertas até a meia-noite deste sábado (8), com preços que variam de R$ 89,00 para o público em geral, a R$ 69,00 para pacientes oncológicos e pessoas acima de 60 anos. Todos os recursos arrecadados serão destinados ao Instituto e seus projetos, como o Banco de Lenços, que já doou mais de 40 mil lenços para mulheres com câncer de todo Brasil.A atividade será desenvolvida na avenida Paulista, começando e terminando na praça Marechal Cordeiro de Farias e indo até a praça Oswaldo Cruz, em um percurso de 5 quilômetros. Os kits podem ser retirados neste sábado(8) das 12h às 18h, na unidade do laboratório Salomão Zoppi, da Rede Dasa, um dos patrocinadores da prova, na rua Correia Dias, 136, no Paraíso, ou no próprio domingo, das 8h30 às 9h, no local da prova, que começa 9h15.
2022-10-07 15:00:00
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Moacyr Franco relembra mais de 60 anos de carreira em show
O cantor, ator, escritor e humorista Moacyr Franco apresenta-se nesta sexta-feira (7), às 21h, no teatro Bradesco, em São Paulo.No show, com mais de 20 canções que embalaram e emocionaram várias gerações, o artista conta histórias e lembranças de momentos inesquecíveis de sua carreira que amealha mais de 60 anos.Além de cantar, o humorista, que na última quarta-feira (5) completou 86 anos de idade, pretende divertir-se e divertir o público com suas piadas e críticas bem humoradas, criando no espetáculo momentos de muita descontração.No repertório do show grandes sucessos do artista. Entre eles, "Doce Amargura", "Coração sem Juízo", "Querida", "Milagre da Flecha", "Balada das Mãos", "Distante dos Olhos", "Cartas na Mesa", "Suave é a Noite", "Balada nº 7", "Eu Te Darei Bem Mais", "Ainda Ontem Chorei de Saudade", "Seu Amor Ainda é Tudo" (gravadas por várias duplas sertanejas, entre elas, João Mineiro & Marciano e Bruno e Marrone), além do hit que trouxe Moacyr Franco para perto do público Jovem, "Tudo Vira Bosta" (sucesso na voz de Rita Lee).Bom espetáculo!SHOW MOACYR FRANCOQUANDO Sexta-feira (7), às 21hONDE Teatro Bradesco, r. Palestra Itália, 500, Bourbon Shopping, Perdizes, São Paulo, tel. (11) 3670-4100QUANTO A partir de R$ 80
2022-10-07 11:24:00
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Aprenda truques para fazer um quarto pequeno parecer maior
Num quarto pequeno, a escolha dos móveis e dos objetos decorativos deve ser pensada com muito cuidado. "As pessoas ficam preocupadas em ter uma cama grande e muito armário. Aí, elas colocam peças maiores do que o espaço comporta e acaba ficando apertado", afirma a arquiteta Monike Lafuente, sócia do Studio Tan-GramA seguir, veja as dicas da especialista para otimizar o espaço disponível e fazer o ambiente parecer maior.Para ter sensação de amplitude no cômodo, a recomendação é investir em tons mais claros. "O ideal é manter a base do ambiente mais neutra e deixar a cor para a colcha e os travesseiros", diz Monike.Muita gente opta por um armário com portas de correr achando que ele vai ocupar menos espaço. Mas esse modelo exige que o móvel tenha uma profundidade maior, de no mínimo 65 cm. Então, se houver distância suficiente entre o guarda-roupa e a cama, vale optar pela porta de abrir, para ganhar mais alguns centímetros.Como o armário ocupa um volume muito grande no quarto, o ideal é que ele tenha cor clara, com acabamento o mais discreto possível. Uma alternativa é forrar as portas de espelho, o que ajuda a disfarçar a presença do guarda-roupa e dá leveza ao ambiente. Mas a arquiteta reforça que esse truque só funciona se realmente todo o móvel for revestido. "Não adianta ser uma porta só, porque aí você faz uma divisão na vertical e isso pode dar o efeito contrário."A cama-baú é uma boa escolha para quem tem pouco espaço de armário e muita coisa para guardar. Mas Monike afirma que uma opção melhor é fazer a cama em marcenaria e instalar gavetões na sua base —há também modelos já prontos no mercado com esse formato. "Fica mais prático e mais bonito."Outro ponto, diz ela, é que as camas box (com ou sem baú) são muito altas e, assim, formam um volume muito destacado no meio do quarto. Isso dá a impressão de que ele é mais apertado. Segundo a especialista, a altura ideal é entre 50 cm e 60 cm.Também é fundamental verificar a circulação em volta da cama antes de escolher seu tamanho. É preciso garantir uma passagem de no mínimo 50 cm —a partir de 60 cm fica mais confortável.Encostar um dos lados da cama na parede seria uma solução para aumentar o espaço de circulação, mas a arquiteta afirma que, antes de fazer isso, é importante pensar se isso seria prático ou não no dia a dia.Nesse caso, uma sugestão é ter uma prateleira de apoio de cerca de 25 cm, para que a pessoa que dorme na parte encostada possa acomodar um copo ou o celular. Mais Em quartos menores, a cabeceira não deve ter muita profundidade, porque isso pode atrapalhar a circulação. Mesmo poucos centímetros a mais podem fazer a diferença, diz Monike. "É preciso verificar se a cabeceira vai dificultar a passagem no pé da cama, porque muitos apartamentos já são pensados com um tamanho mínimo ali", afirma.Além da questão do espaço, vale pensar também no aspecto estético. Quanto mais alta for a cabeceira, mais estreito o quarto vai parecer. O ideal é que a peça seja mais baixa e, se possível, se estenda de um lado a outro da parede. Isso dará a impressão de que o quarto é mais largo. Se for necessário ter uma cabeceira mais alta, uma alternativa é usar dois tipos de acabamento, um na parte debaixo e outro na parte de cima. Assim, criam-se duas faixas horizontais, passando uma sensação maior de amplitude.Uma opção que não ocupa espaço e tem um efeito interessante é pintar o formato da cabeceira com uma cor diferente na parede, preenchendo toda sua largura. Essa pintura pode ir do chão até mais ou menos 1,20 m de altura. Outra saída é aplicar um adesivo que imita madeira nessa mesma área, o que transmite o aconchego desse material, mas tem menos volume e um melhor custo-benefício.É essencial avaliar qual vai função esse móvel vai desempenhar. Para quem precisa de espaço de armazenamento, a preferência deve ser por peças com gavetas. Se esse não for o caso, o mais indicado é optar por um modelo mais delicado e leve —por exemplo, com uma estrutura vazada ou só com um tampo de apoio.Outro cuidado é sempre pensar na altura das mesas de acordo com a cama e vice-versa. Se a cama for feita em marcenaria, vale também incluir as mesinhas laterais nesse projeto, para otimizar o espaço.Modelos muito pequenos fazem o ambiente parecer menor do que é. No caso de passadeiras, prefira aquelas que ocupem toda a lateral da cama. Outra solução é escolher um tapete bem grande que fique embaixo da cama e exceda seu tamanho.Pendurar a televisão na parede é a melhor escolha para aproveitar melhor o espaço. Durante a obra, é possível passar todos os cabos por dentro dela, para que eles não fiquem aparentes. Há também a opção de instalar um painel de pelo menos 5 cm de profundidade. Se a passagem estiver apertada no pé da cama, uma dica é instalar uma prateleira em cima da TV para acomodar os equipamentos eletrônicos. Assim, é possível caminhar ali sem bater a cabeça.Ter luz nas laterais na cama deixa o cômodo mais aconchegante. Se não houver espaço na mesa lateral para abajures, uma possibilidade são os pendentes e as arandelas, que ficam presas à parede. Há modelos embutidos e outros que podem ser apenas fixados e ligados na tomada.
2022-10-07 10:45:00
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Quando os hotéis vão entender que precisam de capacitação para atender pessoas negras?
"Numa sociedade racista não basta não ser racista, é preciso ser antirracista". A frase da filósofa norte-americana Angela Davis dá o tom da importância de ter ações pró-diversidade em todos os setores. Mas no turismo, a rede hoteleira parece "tapar os olhos" para o racismo estrutural e pouco faz para qualificar e tornar suas equipes e o funcionamento de seus serviços mais diversos. E, nesse caso, há algo ainda mais grave, pois nem dá para dizer que os hotéis brasileiros não sejam racistas, pois os casos de discriminação racial são frequentes.O combate ao racismo no Brasil está intimamente ligado ao setor. A Lei Afonso Arinos, de 1951, a primeira que proíbe a discriminação racial no Brasil, foi proposta após um incidente com a bailarina norte-americana Katherine Dunham, que foi impedida de se hospedar num hotel luxuoso de São Paulo por ser negra. De lá pra cá, as leis de combate ao racismo avançaram, assim como os casos de discriminação racial dentro desses espaços que deveriam acolher, mas que acabam reproduzindo o racismo.É interessante notar, pois há hotéis com bandeiras do arco-íris, indicando serem LGBTfriendly (favoráveis à diversidade de gênero e de orientações sexuais); com a sinalização para pessoas que usam cadeiras de rodas, mostrando que são acessibilidade; e até mesmo com plaquinhas que indicam que são pet friendly (para a hospitalidade de animais de estimação) ; mas não vejo a mesma intenção em ser black fliendly, reconhecendo que passaram por qualificação de seu pessoal e que saberão não apenas como tratar com qualidade seus clientes negros e negras, mas, também, como agir em casos de racismo em suas dependências.Um argumento frequente dos hotéis para não contratarem consultorias específicas em questões raciais é o de dizerem que tratam todas as pessoas de forma igual. Ao tomarem essa posição, membro do setor estão mostrando que, na real, não querem entender o racismo estrutural e o reproduzem, invisibilizando, assim, toda a desigualdade de padrões e de tratamento dado às pessoas negras. Para mudar esse cenário, as consultorias em diversidade têm sido um caminho necessário. A Diaspora.Black, por exemplo, criou um selo em que certifica espaços que estão preparados para receber uma população diversa. Cerca de 300 estabelecimentos já participaram dos treinamentos que duram até 16h. "O racismo é estrutural e a desconstrução passa por capacitação e mudança de posturas", diz Carlos Humberto Silva, fundador da Diaspora.Black.O treinamento ofertado passa por gestores e colaboradores e o selo certifica o compromisso daquele hotel com novas abordagens. "Não é um selo ‘eu não sou racista’, é um compromisso", diz, lembrando que a consultoria existe desde 2018 e que o movimento de busca diminuiu na pandemia quando o setor hoteleiro foi diretamente afetado. "Ainda há interesse reduzido, quando pensamos que o turismo é ainda gerido por homens brancos, mais velhos, elitistas e que ainda não se preocupam com o combate ao racismo", considera Carlos Humberto.A diversidade é ainda um diferencial no mercado e os estabelecimentos que se preparam para receber o público negro têm mais possibilidades de se destacar no mercado. "Quem deixa de olhar para esse grupo, tem um crescimento limitado dentro do mercado de turismo, pois perde 56% da população brasileira", complementa o empresário.O coletivo de afroturismo, que reúne empresas como Guia Negro, Brafrika, Sou Mais Carioca, TN - Estratégias Operacionais de Turismo e Bitonga Travel, também vem atuando com consultorias e debates sobre mais diversidade no setor. Um dos membros é Hubber Clemente, hoteleiro, membro do coletivo de afroturismo e fundador do Afroturismo Hub. Ele ressalta que atua há 23 anos na área e que até hoje percebe que as pessoas negras não conseguem entrar num hotel com a segurança de que não vão sofrer racismo. "Mesmo assim, ainda vemos negação e omissão do setor em relação ao racismo estrutural e seus efeitos. Não há medidas preventivas e as ações são superficiais", considera, lembrando que as grandes redes parecem acreditar que o racismo estrutural vai ser resolvido organicamente.Outro ponto destacado é a falta de representatividade nos hotéis e a necessidade de treinamentos específicos para a hotelaria. "Um dos princípios da hotelaria é o bem receber e ser o segundo lar daquela pessoa. Como uma pessoa negra pode se sentir bem se aquele lugar não oferece nenhum tipo de segurança de que não vai ter racismo", questiona ele. E emenda com uma pergunta que deixo para os hotéis refletirem e agirem: "Vão esperar acontecer mais algum caso para tomar alguma atitude?".
2022-10-07 08:30:00
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Votação em Lisboa terá reforço para evitar fila gigante no 2º turno
As eleições em Lisboa, cidade no exterior com maior número de eleitores brasileiros, foram marcadas por longas filas e tempo de espera que chegou a superar três horas. Para tentar evitar que o cenário se repita no segundo turno, o Consulado do Brasil na capital portuguesa, responsável por organizar o pleito, diz que "já está trabalhando" com possíveis alterações.Devido ao grande fluxo de eleitores, as autoridades optaram por prorrogar o horário de votação em três horas no último domingo (2). A decisão foi tomada quando, a menos de 30 minutos do horário programado para o encerramento das urnas, ainda havia pelo menos 3.000 pessoas na fila."A estrutura para o segundo turno será reforçada, a partir da experiência do primeiro", diz o consulado, que informa que os detalhes devem ser anunciados "no decorrer das próximas semanas".Para a entidade, o problema foi resultado da combinação entre o aumento expressivo do número de pessoas aptas a votar em Lisboa –crescimento de 113,6% em relação a 2018, chegando a 45.273 eleitores– e a queda na abstenção em comparação às eleições anteriores."A conjunção desses fatores resultou no comparecimento de 20.266 eleitores na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa no domingo passado. É um número recorde, quase o triplo do número de eleitores brasileiros que votaram em 2018", diz consulado.A entidade afirma ainda que "o fenômeno das filas não foi exclusividade em Lisboa, tendo sido registrado em outras cidades no exterior e mesmo no Brasil".Manuela Martins, que atuou como fiscal eleitoral, diz que houve ainda muitos brasileiros que se foram até o local para tentar votar, ainda que não estivessem previamente inscritos."Houve um contingente de pessoas que desconhecia a necessidade de ter feito a transferência do título de eleitor até 4 de maio para conseguir votar em Lisboa", afirma.O desconhecimento obrigatoriedade de transferência prévia do domicílio eleitoral e a inexistência do voto em trânsito no exterior podem ter ajudado a aumentar a fila.O resultado do primeiro turno na cidade favoreceu o candidato petista. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vitorioso das urnas lisboetas, com 61,47% dos votos válidos, enquanto Jair Bolsonaro (PL) registrou 30,69%.
2022-10-07 04:00:00
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A corrida para criar um observatório da saúde do planeta
Da comida que comemos ao ar que respiramos, nossas necessidades básicas são providas pela incrível variedade de animais, plantas, fungos, bactérias e protozoários. Mas essa biodiversidade está ameaçada: estamos à beira de uma sexta extinção em massa. Espécies estão desaparecendo a uma taxa mil vezes maior que nunca antes na história do planeta – mais veloz que a causada pelo meteoro que dizimou os dinossauros há 66 milhões de anos. E a culpa é de uma espécie: o Homo sapiens, que vem destruindo habitats, poluindo a atmosfera e causando um aquecimento global.A proximidade da fase final de negociações de um novo acordo da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), a ser apresentado na Conferência sobre Biodiversidade da ONU (COP15) em dezembro, no Canadá, dá um empurrão extra na comunidade científica para frear esse cenário.O rascunho do novo acordo, chamado Marco Global para a Biodiversidade Pós-2020, é ambicioso e prevê alvos como diminuir a taxa de extinção de espécies em dez vezes, aumentar em 5% a área de ecossistemas preservados, e conservar até 90% da diversidade genética de todas as espécies, até 2050. Mas a verdade é que a maior parte dos países, incluindo o Brasil, não tem sistemas oficiais de monitoramento da biodiversidade para guiar e acompanhar essas metas."Esperamos obter metas ambiciosas, mas na realidade não podemos estimar com segurança nosso progresso", diz Andrew Gonzalez, biólogo da Universidade McGill, no Canadá, e copresidente da Rede Global de Observação de Biodiversidade (Geobon), uma instituição sem fins lucrativos parceira da CDB.Nas últimas duas décadas, Gonzalez e outros cientistas ligados à Geobon têm criado redes regionais de monitoramento de biodiversidade em diferentes biomas e ecossistemas do planeta. Para coletar esses dados, são usadas diferentes abordagens, desde trabalhos de campo até análise de imagens de satélite e, mais recentemente, a revolucionária tecnologia de DNA ambiental, que identifica com precisão traços genéticos de todas as espécies em uma amostra.Mas essas redes de monitoramento ainda são escassas e fragmentadas. Não existe hoje nenhum esforço global e integrado para monitorar a biodiversidade do planeta. Agora, Gonzalez e cerca de outros 50 cientistas pretendem mudar esse cenário. O grupo se reuniu a portas fechadas no Fórum Mundial de Biodiversidade, mês passado, na Suíça, a fim de estabelecer um plano para criar um sistema global de monitoramento da biodiversidade."Temos assistido a uma revolução na tecnologia e em como estudamos e medimos a natureza, mas o mundo ainda não está organizado para trabalhar junto e montar uma rede global que nos permita estudar a biodiversidade em qualquer país", diz Gonzalez.O desafio é grande: cientistas estimam que existam mais de 8,7 milhões de espécies na Terra. E monitorar a biodiversidade não se restringe a contar espécies, mas acompanhar outros fatores como a diversidade genética, as funções ecológicas e a dispersão dos organismos."Parece muito utópico, mas ou a gente faz isso ou vamos pro brejo", diz a bióloga brasileira Ana Carnaval, da Universidade da Cidade de Nova York (CUNY), nos EUA. "Já estamos procedendo assim com o clima, mas temos que fazer para todas as espécies. Precisamos de um observatório mundial para gerar relatórios da saúde do planeta e saber o que já estamos perdendo, qual vai ser a trajetória e como mudar esse cenário terrível." Mais O grupo pretende apresentar um plano inicial na COP 15 para convencer os tomadores de decisão e a iniciativa privada da importância de financiar o ambicioso projeto. Os cientistas explicam que começariam integrando os dados e redes de monitoramento já existentes para então fomentar a criação de novas redes. O sistema global seria tanto uma grande rede de iniciativas de monitoramento pelo mundo, quanto um repositório online onde dados gerados e modelos para prever mudanças de biodiversidade estariam disponíveis gratuitamente.A ferramenta ajudaria a responder perguntas como o número de espécies em uma dada região, sua diversidade genética e sua eventual adaptação às mudanças climáticas. Um sistema global também traria insights para questões que ainda são uma incógnita, como determinar quais são os tipping points ou pontos sem retorno, quando a perda de determinadas espécies leva ao colapso ecológico."Esses tipping points ocorrem de maneira abrupta e para prevê-los precisamos ser capazes de detectar os primeiros sinais de perigo, o que só pode ser feito com monitoramento constante", explica Gonzalez. "Hoje, na maioria dos casos, só nos damos conta desses pontos quando já é tarde demais e não tem mais como reverter."A ideia é que além de providenciar dados para guiar políticas de conservação, a ferramenta possa servir de modelo a países que ainda não dispõem de tais sistemas. "Iríamos prover os países com um framework [estrutura básica] do que eles precisam monitorar para entender o impacto das políticas de conservação na biodiversidade", diz a ecóloga Cornelia Krug, uma das líderes do projeto, da Universidade de Zurique, na Suíça.Mas desafios não faltam, começando pela própria disponibilidade e disparidade dos dados sobre biodiversidade. Embora existam mais de 2 bilhões de dados em um dos repositórios mais usados hoje, o Global Biodiversity Information (GBIF), 80% deles são relativos a apenas 10 países, incluindo Estados Unidos e nações europeias – que não estão entre os mais ricos em biodiversidade. Mesmo os dados sobre a biodiversidade do Brasil, por exemplo, são em sua maioria gerados por iniciativas estrangeiras.Países mais pobres vão precisar de mais investimentos para começar a montar suas estruturas de monitoramento. "Seria superbacana se tivéssemos todo o dinheiro do mundo para monitorar todos os biomas brasileiros, por exemplo", diz Carnaval. "Isso está muito longe de ser uma realidade, mas é um objetivo grande dessa comunidade de ciências da biodiversidade."A própria cultura de pesquisa é outro desafio, já que muitos cientistas não estão acostumados a compartilhar seus dados. Frequentemente, dados de pesquisa são reservados para publicação de artigos em periódicos com assinatura paga e restrita. Mas Gonzalez acredita que já esteja havendo uma mudança de cultura no sentido de compartilhar mais. "É uma questão de engajamento e confiança", ele diz.Outro problema é chegar a um consenso sobre os indicadores e medidas que devem ser empregados para o monitoramento. Enquanto os cientistas do clima estão bem na frente nesse quesito, e usam indicadores em comum para medir o avanço do aquecimento global e modelos que falam a mesma língua em todos os países, o pessoal da biodiversidade ainda está tentando se entender."Ainda estamos brigando sobre quais são as variáveis que têm que estar lá", conta Carnaval. "Tem coisas que já são convenção e outras que ainda estão sendo discutidas. Vamos chegar na COP15 com um esboço muito cru, mas é uma visão para o futuro."O biólogo Mark Urban, da Universidade de Connecticut, nos EUA, que não está diretamente envolvido no projeto, diz que um esforço global como este é "uma das melhores coisas que poderíamos fazer para facilitar a proteção da biodiversidade". Por anos, Urban tem pleiteado uma plataforma global para compartilhar modelos de previsão de biodiversidade. "Sem previsão é muito difícil criar estratégias de conservação eficazes", ele diz. "Porque acabamos perdendo dinheiro em espécies que estão bem e deixando de lado aquelas que realmente estão em risco."Ainda não há estimativa dos custos para montar esse sistema global de monitoramento, que deve ser na casa de centenas de milhares de dólares. Mas os cientistas estão otimistas. "Pela primeira vez, temos um interesse duplo de governos e da iniciativa privada em conservar a biodiversidade", diz Gonzalez. Segundo ele, se o plano for aceito na COP15 e houver financiamento, o grupo poderia ter um piloto pronto para uso em 2030. "O momento é agora."*Sofia Moutinho é jornalista. Este texto foi produzido com uma bolsa de viagem da Internews' Earth Journalism Network's Biodiversity Media Initiative para o Fórum Mundial de Biodiversidade em Davos, Suíça.Inscreva-se na newsletter do Serrapilheira para acompanhar mais novidades do instituto e do blog Ciência Fundamental.
2022-09-01 14:01:00
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Memórias de Copa do Mundo levam Tony Tornado ao Mundial de 1974
Aos 92 anos, Tony Tornado lembra em detalhes como viveu a Copa de 1974, quando sentiu pela primeira vez a falta que fazia Pelé à seleção brasileira. O ator e cantor é a personalidade da vez em A Copa Que Eu Vi, exibido nas noites de sábado, no intervalo de "Pantanal", e nas manhãs de domingo, em uma versão maior, dentro do Esporte Espetacular.Com uma história de vida de muita superação e luta contra o preconceito, o artista havia voltado ao Brasil após o exílio um pouco antes do mundial, que naquele ano foi disputado na Alemanha.O Brasil entrou naquela Copa disputada na Alemanha defendendo o título conquistado quatro anos antes, no México. Porém, já não tinha mais Pelé. Acabou perdendo para o revolucionário Carrossel Holandês, comandado pelo técnico Rinus Michels, na última rodada da segunda fase, e acabou ficando fora da final contra os donos da casa, que venceram aquela edição, derrotando a própria Holanda na decisão. Mais "Eu sou um cara que tem uma paixão muito grande pelo futebol. E 1974 criou em mim uma esperança. Mas aí vieram do outro lado Johan Cruyff (Holanda), Beckenbauer (Alemanha)... Nós estávamos inferiorizados diante desses monstros maravilhosos do futebol", ressalta Tony Tornado, que apontou também outro fator importante para o Brasil não conseguir defender o título. A nossa seleção acabaria o mundial em 4º lugar."A falta que o Pelé fez foi muito grande. Porque eu já vi o seu Edson resolver alguns problemas dessa ordem aí. Tá, eu assumo, sou santista doente, mas com ele em campo eu acho que poderia mudar alguma coisa."O quadro A Copa Que Eu Vi terá, ao todo, 16 episódios, alguns já exibidos e disponíveis no Globoplay, sempre abordando a relação de celebridades brasileiras com uma Copa entre 1958 e 2018.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2022-09-01 13:32:00
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Vídeo em 8k do Titanic mostra detalhes do navio em alta definição; veja
A tripulação de uma expedição submarina capturou imagens inéditas do Titanic, em resolução 8k. O vídeo mostra detalhes em alta resolução e com alto nível de cores, segundo a empresa OceanGate Expeditions."O detalhe incrível nas imagens de 8k ajudará nossa equipe de cientistas e arqueólogos marítimos a analisar a decadência do Titanic com mais precisão", diz Stockton Rush, presidente da organização. "Ainda mais notáveis são as cores fenomenais nesta filmagem."Os pesquisadores esperam ainda que as imagens ajudem a determinar a taxa de deterioração do navio naufragado, já que as imagens capturadas podem ser comparadas ano a ano. "Estamos vendo novos detalhes nesta filmagem. Por exemplo, eu nunca tinha visto o nome do âncora, Noah Hingley & Sons Ltd., na âncora a bombordo", afirma Rory Golden, veterano mergulhador do Titanic. Mais O vídeo também pode ajudar cientistas a identificar espécies marítimas que são observadas no navio e ao seu redor. Além disso, arqueólogos também poderão documentar destroços e detritos com mais riqueza de detalhes. A OceanGate expeditions já planeja um mergulho para 2023, intitulado Expedição Titanic, que deve embarcar em maio do ano que vem.
2022-09-01 13:36:00
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Eliana vai para a Globo?
Sempre gostei da Eliana. Ela é divertida, talentosa, dedicada e tem uma equipe supercompetente que conhece muito bem o seu público. Não é à toa que depois de trinta anos de carreira ela não apenas tenha um programa vice-líder em seu horário, mas ainda seja notícia. Tive a oportunidade de trabalhar com ela diretamente em algumas ocasiões e, embora não a veja há muito tempo, temos uma ligação atual: participei do desenvolvimento do reality original que ela apresenta na Netflix ao lado de Luana Génot, o Ideias à Venda, quando eu era criadora de formatos da produtora Floresta.Mas o assunto não sou eu e sim a possibilidade de Eliana sair do SBT depois de 17 anos e ir para a Globo. Mais No Globoplay ela já está. Eliana participa da minissérie jornalística "Hebe - Um Brinde à Vida", que marca dez anos desde que perdemos a grande dama da TV brasileira Hebe Camargo (1929-2012). Na mesma série estão artistas como Angélica, Ana Maria Braga e Xuxa.Mas e na Globo, será que tem lugar para ela?Para a colunista Kaká Meyer, do Melhor da Tarde (Band), o contrato já estaria assinado, e Eliana iria para a Globo em novembro. Ou seja, é só uma questão de tempo, em dois meses teremos a confirmação ou não. Mas como a gente não gosta de esperar e gosta de especular, vamos em frente.Cátia Fonseca disse em seu programa que duvida que a cúpula do SBT aceitasse manter Eliana no ar sabendo que ela estaria de saída. Discordo. Por mais que o SBT seja uma empresa familiar e Silvio Santos tenha uma relação de afeto com Eliana, pesam muito mais os compromissos comerciais e as questões jurídicas do que os detalhes emocionais. E eu aposto que se a Globo convidasse Eliana para ir, ela se sentiria muito tentada a um novo desafio.Portanto, a questão é: a Globo chamaria Eliana? E, se sim, para fazer o quê? Bom, pela minha experiência em TV, a Globo chamaria Eliana se ela fosse a solução para algum problema, se ela preenchesse alguma necessidade da emissora. E quais são os problemas da Globo? Vários. Primeiro ela precisa ser mais popular, quesito onde Eliana brilha muito, porque é espontânea e carismática. Segundo, a Globo precisa se renovar. Eliana não seria uma "cara nova", mas seria uma novidade. Ela também faz sucesso com quadros ligados à internet, o que conta a favor. Teoricamente, portanto, acho plausível Eliana sair do SBT e ir para a Globo, embora as assessorias das emissoras e da artista tenham negado.Minha única dúvida é… se isso estiver acontecendo, se realmente a Globo tiver feito um convite, se as partes tiverem mesmo assinado um contrato, se ela já estiver gravando programas "adiantados" para cumprir contrato, por que somente Kaká Meyer da Band saberia disso? Por que essa fonte não teria contado para nenhuma outra pessoa, nenhum outro colunista, nenhuma outra emissora? Não sei. Só sei que se chegar novembro e a Eliana anunciar que sai mesmo do SBT e vai para a Globo, será o caso de levar a Kaká Meyer e sua fonte também! Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Rosana Hermann é escritora, roteirista e bloqueada pelo Boninho desde que cobriu o primeiro BBB há 20 anos.
2022-09-01 13:00:00
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Corregedor comemora posse em revista que promove caravanas
Ao final da cerimônia de posse do novo corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, o presidente do CNJ, Luiz Fux, anunciou que não haveria cumprimentos, em respeito à liturgia da casa. A solenidade, com a presença dos presidentes dos Três Poderes, teve o aparato de uma posse de ministro do STF.Salomão informou no convite que os cumprimentos ocorreriam no Centro de Estudos Justiça e Cidadania.Trata-se da Casa JC, nova central de produção da revista Justiça & Cidadania, do Rio de Janeiro. A editora promove eventos de magistrados em resortes no país e no exterior. A revista é comercial, não é acadêmica. Traz anúncios de grandes escritórios de advocacia.Salomão preside o Conselho Editorial da J&C. Na data da posse, circulou edição de setembro da revista J&C com entrevista do novo corregedor, sob o título "Há muito trabalho a ser feito, com discrição e eficiência".A revista afirma que "a maioria das pessoas associa o trabalho das corregedorias de Justiça apenas ao controle disciplinar da atuação dos magistrados, mas suas atribuições são muito mais amplas".Antecipando-se à posse da nova presidente do CNJ, Rosa Weber, Salomão diz que sua prioridade como corregedor é elevar a eficiência processual.O CNJ possui grupos de estudos e pesquisas sobre o Judiciário. Quem traça a política do órgão é a presidência.A principal atribuição do corregedor é receber reclamações e denúncias relativas a magistrados e tribunais e aos serviços judiciários auxiliares, instaurar sindicância ou propor ao plenário a instauração de processo administrativo disciplinar.Salomão participou da "Primeira Jornada de Direito Notarial e Registral", promovido pelo Conselho da Justiça Federal, na gestão de Jorge Mussi. Presidiu comissão que tratou do tema "O juiz e a atividade notarial e registral". O ex-presidente do STJ Cesar Asfor Rocha presidiu a comissão sobre "Registro de Imóveis".O evento teve apoio da Associação de Juízes Federais do Brasil e de entidades que representam o lobby dos cartórios e da advocacia. Um dos apoiadores da jornada foi a revista Justiça & Cidadania.A Confederação Nacional de Notários e Registradores (CNR) nega o lobby.Desembargadores e juízes estaduais surpreenderam-se com o fato de os debates serem travados sob o guarda-chuva do CJF, um braço administrativo (não judicial) do Tribunal da Cidadania.Tem sido comum a realização de eventos em tribunais, universidades e hotéis promovidos por entidades privadas que editam publicações sobre o Judiciário, a exemplo do IDP, de Gilmar Mendes, da revista Consultor Jurídico e da FGV, entre outras.A instalação do centro de estudos da J&C em Brasília sugere estratégia de mercado para dar visibilidade à nova central de produção de conteúdo e atrair novos negócios e parceiros.A revista é vinculada ao Instituto Justiça & Cidadania, braço social da editora. O instituto é presidido pelo jornalista Tiago Salles, sócio-diretor da Editora JC.Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), o instituto atua na captação de recursos e execução de projetos institucionais. É uma associação de direito privado, sem fins lucrativos, de naturezas social e cultural. Organiza congressos, seminários, conferências, feiras e demais atividades congêneres."Uma grande revista se faz com grandes parcerias", afirma a J&C."Desde a primeira edição, a Revista Justiça & Cidadania busca parceria com tribunais, órgãos do Judiciário e entidades de classe das carreiras jurídicas para tornar ainda mais abrangentes e dar maior visibilidade às discussões sobre o Sistema de Justiça nacional".São parceiras da J&C as principais associações de magistrados, da advocacia e do Ministério Público, além do Conselho dos Tribunais de Justiça. A parceria inclui um grupo privado, Qualicorp, que sorteava automóveis em festas da Apamagis (Associação Paulista de Magistrados). Outras empresas distribuíam equipamentos eletrônicos, hospedagem em resortes e cruzeiros marítimos. A prática foi suspensa pelo CNJ.
2022-09-01 12:23:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/frederico-vasconcelos/2022/09/corregedor-comemora-posse-em-revista-que-promove-caravanas.shtml
Em movimento histórico, Twitter testa edição de posts, reivindicação antiga de usuários
Atendendo a um pedido antigo de usuários, o Twitter iniciou testes com um botão para editar tuítes já publicados. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (1º) na conta oficial da rede.Por enquanto, o Brasil não participa da experiência, disponível apenas para um grupo reduzido de usuários em quatro países: Austrália, Canadá, Estados Unidos e Nova Zelândia. A função de edição também estará habilitada para assinantes do Twitter Blue nas próximas semanas.Em seu blog, a plataforma diz que as postagens poderão ser modificadas algumas vezes nos 30 minutos seguintes à publicação. Neste caso, o tuíte será sinalizado com um ícone, incluindo data e horário, e uma etiqueta que alerta para a alteração do conteúdo original.Também será possível ver as versões anteriores da postagem. Segundo o Twitter, a intenção é preservar a integridade das conversas e proporcionar um acesso público ao que foi dito por quem escreveu a mensagem.Na fase de testes, a rede pretende colher opiniões e, ao mesmo tempo, identificar e resolver possíveis problemas e dificuldades relacionados à sua implementação. A análise inclui como esse recurso pode vir a ser mal utilizado pelas pessoas."Também nos atentaremos aos impactos que o recurso tratá para o modo como as pessoas escrevem, leem e interagem com tuítes", diz a rede em texto publicado em seu blog oficial.Nos últimos tempos, o Twitter tem aparecido no noticiário sobre a disputa contra Elon Musk. A rede quer que o bilionário honre a aquisição da companhia por US$ 44 bilhões, transação da qual ele declinou. A companhia acusa Musk de violar o acordo de compra da empresa e quer que a justiça o obrigue completar o negócio ao preço de US$ 54,20 por ação. Mais A rede culpa o bilionário pela queda em anúncios por redução de receita ocorrida no segundo trimestre. As ações do Twitter caíram 3% no pré-mercado. A empresa registrou receita de US$ 1,18 bilhão (cerca de R$ 6,4 bilhões) no segundo trimestre, em comparação com US$ 1,19 bilhão no mesmo período do ano passado.A versão brasileira da plataforma foi alvo de protestos de usuários no início de 2022, sobre a concessão de selos de autenticidade para perfis que disseminam notícias falsas e checagem de conteúdo enganoso. Após as pressões, o Twitter incluiu o Brasil nos testes com botão para denúncia de desinformação no final de janeiro.A rede também incluiu etiquetas para sinalização de contas automatizadas, em fevereiro, e adicionou recurso para identificar candidatos nas eleições brasileiras deste ano. Além disso, a plataforma fez uma revisão da sua política para proteger o debate em torno da campanha. Mais
2022-09-01 10:06:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/hashtag/2022/09/em-movimento-historico-twitter-testa-edicao-de-posts-reivindicacao-antiga-de-usuarios.shtml
O hype do desinformado
Até os anos 1980, o autismo era considerado distúrbio adquirido por influência do ambiente, especificamente por culpa da "mãe geladeira" -assunto agora requentado em coluna de Luiz Felipe Pondé nesta Folha ("O diagnóstico de autismo se transformou numa tendência de estilo hype", 28/8). Aliás, fica a dica. Escolha melhor o conteúdo que o senhor consome -trata-se de um viés extremamente machista, misógino e capacitista, como se a mulher tivesse falhado na única missão que tem na vida: cuidar.Um estudo publicado pela revista acadêmica JAMA Psychiatry, em julho de 2019, confirmou que de 97% a 99% dos casos de autismo têm origem genética, sendo 81% hereditária. Dois relatórios do CDC (Centro de Controle de Doenças e Prevenção dos EUA) tratam da prevalência do autismo. O primeiro, de 2016, apontou 1 criança com TEA (Transtorno do Espectro Autista) para cada 54 com até 8 anos de idade. Já no segundo, realizado em 2018, o CDC sugere que há 1 em cada 44 crianças (2,3% dessa população), um aumento de mais de 22%. Mais A conclusão dos estudos: os números crescentes de casos de autismo se devem mais a uma maior identificação e a diagnósticos aprimorados do que a uma mudança real na prevalência. Ou seja, não há mais pessoas com autismo: elas apenas estão sendo mais e melhor diagnosticadas. Essa "modinha" é uma luta constante e coletiva para que pessoas com deficiência possam existir, ter acesso à saúde, à educação, ao mercado de trabalho.Essa moda é sobre acordar todos os dias e pensar que poderia ser um filho nosso naquele camburão da Polícia Rodoviária Federal em que Genivaldo de Jesus Santos, 38, morreu asfixiado -Genivaldo era neurodivergente, da nossa turma descolada- simplesmente porque os agentes não sabiam como agir para abordar uma pessoa com deficiência (e muitos deles desconhecem a lei 13.146/2015, o Estatuto da Pessoa com Deficiência). Mais Nossa maior cruzada está na promoção da conscientização da população de conhecimento raso, como o sr. Pondé, que acredita na teoria da "mãe geladeira", da mãe que não ama e afasta o filho. É impressionante como uma teoria de 1947, que empata com o terraplanismo no quesito veracidade, possa ser ventilada num veículo de circulação nacional.Eu, mulher nascida em 1989, comecei a falar aos seis meses de idade, fui tratada como ansiosa e depressiva por 33 anos, mas, na verdade, ansiedade e depressão eram apenas comorbidades associadas ao autismo e ao TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) -nunca diagnosticados e corretamente cuidados, mascarados pelas "altas habilidades" por três décadas.Séries de TV como "Uma Advogada Extraordinária" (Netflix), por mais que reforcem estereótipos de que "autistas são gênios", são importantes por que trazem representatividade e, talvez, incomodem parte da sociedade que, como o sr. Pondé, não acredite que pessoas com deficiência possam ocupar determinados espaços.Segundo o sr. Pondé, ser autista está "na moda" -que moda é essa onde 80% dos pais abandonam o lar após o diagnóstico dos filhos? Será que o colunista sabe que autistas que dependem do SUS estão esperando seis meses numa fila para passar com o neurologista? Que fazem 20 minutos de terapia no Caps e têm alta para dar lugar a outros pacientes, visto que não há vaga para todos? Será que o sr. Pondé conhece a moda da mãe que não pode trabalhar formalmente para não perder o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e, assim, sustentar uma casa toda sozinha? Imaginem se o ensaísta descobre que na nossa "onda" tem criança autista sem vaga na rede pública e particular de ensino porque "dá trabalho demais".O novo hype, sr. Pondé, não é ser autista, mas sim espalhar desinformação, com viés machista e capacitista, baseado no instituto "vozes da cabeça".TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2022-09-01 10:48:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2022/09/o-hype-do-desinformado.shtml
Influenciadora dos EUA compara fotos com e sem filtro: 'Cria um falso ideal'
A empresária e influenciadora norte-americana Bethenny Frankel, 51, propôs uma reflexão para seus mais de 2 milhões de seguidores do Instagram nesta quarta-feira (31). A empreendedora publicou uma montagem mostrando fotos de biquíni com e sem filtro.A ex-estrela do reality Real Housewives of New York City criticou as fotos "enganosas" das redes sociais. "Não é assim que eu pareço… e você sabe que eu não sou vaidosa e mostro a você a verdadeira eu. Mas se eu postar uma versão disso todos os dias você pode começar a acreditar que pode ser", começou."É assim que tudo isso ficou distorcido". Ela diz que o uso de filtros faz com que as mulheres "se sintam mal consigo mesmas. Isso faz com que as mulheres e mães de meia-idade se sintam inseguras sobre si mesmas. Isso cria um falso ideal para os homens". Empresária norte-americana comparou fotos com e sem filtro em seu perfil do Instagram - Instagram/bethennyfrankel Ela concluiu sua publicação lembrando aos seguidores que "há uma linha entre fazer um esforço para parecer bonita e uma falsidade total". Nos comentários, fãs e internautas elogiaram a atitude e destacaram que os efeitos dessa prática na internet podem ser "nocivos e destrutivos".
2022-09-01 09:55:00
voceviu
Você viu
https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2022/09/influenciadora-dos-eua-compara-fotos-com-e-sem-filtro-e-critica-redes-sociais.shtml
Setembro Amarelo: evento em SP debate prevenção do suicídio
Uma equipe de especialistas de diferentes áreas participa nesta sexta-feira (2) do debate "Suicídio e seus impactos: estratégias de prevenção e posvenção". O encontro acontece presencialmente no auditório da Fadisp (Faculdade Autônoma de Direito), em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, das 9h às 13h30. A participação é gratuita, mas é preciso fazer inscrição no site Sympla.Também haverá transmissão online pelo canal do YouTube da plataforma Falla Saúde Mental, que organiza o evento."O estigma, o tabu e a cultura do silêncio sobre o suicídio são três aspectos que limitam o tratamento preventivo e impedem o enfrentamento sobre as questões que envolvem esse assunto tão delicado, penoso e multifatorial", diz a psicóloga Márcia Barone, cofundadora da Falla Saúde Mental.O encontro está estruturado em quatro eixos temáticos principais: fatores de risco, dados estatísticos e estratégias de prevenção; sobreviventes enlutados: as singularidades do luto por suicídio; a importância da posvenção (família, escolas, empresas) e construindo alternativas para mudar o atual cenário.Além de Barone, os palestrantes são a psicóloga Karen Scavacini, CEO do Instituto Vita Alere, o major Diógenes Munhoz, oficial do Corpo de Bombeiros de São Paulo e idealizador do Curso de Abordagem e Tentativas do Suicídio, o psiquiatra Luiz Eduardo Siqueira, cofundador da Falla Saúde Mental, o psicólogo João Paulo Gotardo, o psiquiatra Gilberto Labônia, a sobrevivente Viviane Simmer, a sobrevivente Victória Almeida, administradora do perfil no Instagram Nenhuma Ideia Vale Uma Vida (@nenhuma_ideia_vale_uma_vida), e o padre Lício Araújo Vale, especializado em prevenção do suicídio e pesquisador sobre luto e valorização da vida. Mais O suicídio é um importante problema de saúde pública, com impactos na sociedade como um todo. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), estima-se que mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio no mundo anualmente, sendo a quarta maior causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos.De acordo com o Ministério da Saúde, ocorreram 112.230 mortes por suicídio no Brasil entre 2010 e 2019, com um aumento de 43% no número anual de mortes de 9.454 em 2010 para 13.523 em 2019. Suicídio e seus impactos: estratégias de prevenção e posvenção Onde: auditório da Fadisp, rua João Moura, 313, Pinheiros, zona oeste de São Paulo; o evento será transmitido ao vivo pelo canal do YouTube da Falla Saúde Mental Quando: sexta-feira (2/9), das 9h às 13h30 Quanto: gratuito Inscrições: na plataforma SymplaMapa da Saúde Mental Site mapeia diversos tipos de atendimento: mapasaudemental.com.brCVV (Centro de Valorização da Vida) Voluntários atendem ligações gratuitas 24 horas por dia no número 188: cvv.org.br.Mostrar falta de esperança ou muita preocupação com sua própria morteExpressar ideias ou intenções suicidasSe isolar de suas atividades sociais e cortar o contato com outras pessoasAlém disso: perder o emprego, sofrer discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero, sofrer agressões psicológicas ou físicas, diminuir práticas de autocuidadoSiga o blog Saúde Mental no Twitter, no Instagram e no Facebook.
2022-09-01 06:00:00
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Prédio antigo da Rua Santa Ifigênia é anúncio de futura tragédia
Caminhar pelo trecho final da Rua Santa Ifigênia pode ser um risco à vida. Em uma tarde nervosa com o conflito de comerciantes da região e usuários de crack uma sacola se desprende do alto de um prédio e estoura no meio da rua com lixo doméstico, espalhando-se entre o asfalto e parte da calçada de um estacionamento. Fato isolado? Nem de longe.Ao olhar para cima em direção de onde foi atirada a sacola é possível observar um verdadeiro arranha-céu que parece ter sofrido um bombardeiro, daqueles que vemos todos os dias no noticiário internacional. Não é à toa que este edifício de aparência tétrica, com aparência e ruinas e que já foi até palco de assassinatos foi apelidado por moradores e vizinhos de Sarajevo.Construído na década de 1940 em um lote junto à Rua General Osório, o Edifício Júlia Cristianini começou a ser habitado em 1946 e até hoje, pasmem, nunca foi 100% concluído, transformando-se em um problema para a São Paulo que envolve habitação, segurança pública e uma escancarada ineficácia do poder público que se estende por 76 anos.Em 1956, esta Folha já alertava a seus leitores que o prédio oferecia risco, pelo número excessivo de unidades e habitantes e da ausência de equipamentos de segurança como corrimãos em escadas, em um imóvel de mais de 10 andares e apenas um elevador.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...Um dos problemas do prédio foi justamente o fato que sua idealizadora e construtora, cujo nome batiza o edifício, jamais concluiu as obras e os compradores cansados de esperar o ocuparam assim mesmo. Já no ano de sua inauguração a senhora Cristianini foi acusada de não terminar as obras de propósito. À época justificou-se alegando falta de cimento no mercado, algo que não se confirmava.Outro problema do edifício foi a ideia de projetar uma fábrica na cobertura, algo que a prefeitura não concedeu licença para funcionar e por isso jamais saiu do papel. A intenção era abrir uma fábrica de bolsas e é por isso que ao observar o prédio de longe conseguimos ver um galpão inacabado no topo da construção.Com o falecimento de Júlia Cristianini, em 1960, os problemas se agravaram e jamais resolvidos, transformando o que já era considerado como cortiço, em 1956, em um dos apelidados "treme-treme" da cidade. Dos demais com esse apelido apenas este permanece de pé e, de acordo com a base dados do IPTU, 57 unidades ainda estão no nome da falecida.Desde a década de 1980 a Prefeitura trava embate com moradores pela desocupação do prédio pelos inúmeros problemas que ele apresenta. Em 1993 esta Folha anunciou que o prédio seria desocupado, o que acabou não acontecendo.A briga entre o CONTRU, órgão que fiscaliza o uso de imóveis na capital paulista, pela desocupação do Edifício Júlia Cristianini seguiu por toda a década de 1990, entrando nos anos 2000 sem obter êxito. Até hoje o edifício segue ocupado por centenas de famílias mesmo oferecendo risco a quem mora lá, aos vizinhos e à municipalidade . A última tentativa de desocupar o prédio, determinada em 2018 pelo Ministério Público, ainda não saiu do papel.Não é preciso entrar no edifício para constatar que ali é uma tragédia anunciada, apenas sem data marcada para acontecer.Da fachada do prédio despencam com frequência pedaços do acabamento em direção à calçada. Para evitar ferimentos ou a morte de pedestres uma estrutura de madeira foi instalada entre a marquise e calçada para amenizar o problema. Mesmo assim são corriqueiros casos de um ou outro fragmento que cai na rua, bem como lixo, embalagens vazias e outros objetos muitas vezes atirados por moradores em direção à rua, acumulando-se sobre a estrutura que serve de anteparo, o que pode ser constatado observando as imagens que a reportagem fez do local.Com a tragédia ainda recente na memória do paulistano do incêndio e desabamento do Edifício Wilton Paes de Almeida, em 2018, e do Edifício Comércio e Indústria na região da 25 de Março, permitir que o prédio permaneça habitado é conceder passe livre para que uma nova tragédia de grandes proporções atinja São Paulo. A vida humana não pode valer tão pouco a ponto de se ignorar a situação do Edifício Júlia Cristianini. Mais
2022-07-19 14:18:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/sao-paulo-antiga/2022/07/predio-antigo-da-rua-santa-ifigenia-e-anuncio-de-futura-tragedia.shtml
Excludentíssimo senhor presidente, trabalhe pela maioria
Nem te conto: sabia que muita gente me chama de Jair? Mas, preciso ser franco, me livrei, graças a um valor que o senhor muito propaga, a macheza. Meu pai não deixou no indefinido, não, meteu lá no final do nome um artigo masculino e me tornei foi Jairo.Mas não quero tomar seu tempo escrevendo sobre essas bobagens das minorias barulhentas, excludentíssimo senhor presidente. Meu intuito é falar sobre questões da maioria, mesmo! A maioria, como o sr. já disse, que é quem manda, que é para quem são as leis e para quem, obviamente, caminha a democracia.Penso que como o sr. anda muito rápido em seus passeios de moto, de helicóptero e de jatinho, vossa excludência não tem conseguido observar algo importante, mas vou te ajudar: suas ideias, seus pensamentos, sua verborragia e sua truculência discursiva estão representando a minoria, juro. Os tempos mudaram, presidente. Chato, né?Para o senhor ter uma ideia do quanto o bonde passou e o senhor nem viu, vou dar alguns exemplos. Estava eu chupando um picolé, juro, um picolé, e quando cheguei ao palito lá havia uma dessas transgressões pelas minorias, mas que pela quantidade de gente se deliciando, era uma evidente maioria que apoia e gosta da mensagem. Mais Estava assim, escrito no palito: "O melhor sabor está em incluir a todos sem distinção." Parece, excludentíssimo, que são muitos esses das minorias. São as gays, os pretos, os malacabados, os velhos, os periféricos, os povos indígenas… Tenho a impressão que lota um Fusca.O senhor falou também do lance de essas gentes terem de "se enquadrar", não é mesmo? Pois cito outra coisa que acredito que passou desapercebida por vossa sapiência.Em uma importante rodovia aqui de São Paulo —movimentada, viu, presidente?—, instalaram um outdoor, daqueles maiores que sua ilibada moral, enquadrando dois homens de cueca, um deles era preto. Sorriam e pareciam, acredite, namorados!A maioria aprova esse negócio de as pessoas terem plena liberdade e direito de seguirem suas identidades de gênero e a maioria respeita quem é Jair, quem é Jairo, quem é Jaira e até quem se define como Jaire. Tudo é a realidade da diversidade.Presidente, tem mais. O Museu do Ipiranga, coisa de velho, né? Mas acho que o sr. deve concordar minimamente que ali existem umas tranqueiras que compõe a alma de origem do Brasil, mesmo que sejam as armas...brancas. Mais Então, acredita que enfiaram um elevador naquele edifício histórico? Querem atender melhor —e respeitar o direito— de quem não se vira bem com escadas. Vão receber melhor muito mais gente, vão ser para e pela a maioria.De fato, excludentíssimo, as minorias não precisam de leis. Pensaram mais rápido que o sr. e já as criaram aos borbotões, aprovadas sempre pela maioria dos congressistas que foram eleitos por maioria dos povos de toda parte do país.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...Basta mesmo que o sr. cumpra suas funções as quais a maioria o concedeu a obrigação: honrar a lei, promover justiça social, governar para todos e curvar-se diante do dever de trabalhar pela nossa integridade.Pouco importa às minorias se você tomou ou não a vacina, se usa cuecas, se chupa picolé ou se vai ao museu, mas a maioria faz uso do elixir de humanidade que o sr. refuta, borra, deixa derreter e esnoba.
2022-07-19 14:50:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/assim-como-voce/2022/07/excludentissimo-senhor-presidente-trabalhe-pela-maioria.shtml
Bolsonaro e Lula: lingerie sexy com nomes de candidatos encalha em fábrica no Brás
Instalada há 29 anos no Brás, bairro da região central de São Paulo, a Aline Lingerie tem entre seus grandes trunfos as lingeries personalizadas. Calcinhas fio-dental e cuecas safadinhas que trazem incrustadas no elástico o nome de algum homenageado ou frases motivacionais, digamos assim, são a parte mais forte de seu faturamento -a campeã é "Me come".Eis que em recente visita à loja, uma cliente encomendou uma tanga vermelha, com o nome de Lula em dourado. Touché. Alex Farias, dono do negócio, viu ali um nicho a ser explorado e passou a oferecer também os modelos Bolsonaro e Ciro Gomes. Não poderia ter ficado mais decepcionado. "Não vende nada", lamenta o proprietário da fábrica, um negócio familiar batizado com o nome da filha de Alex. O preço, ele explica, é calculado pelo número de letras adicionadas à calçola, que custa R$ 19. Cada letrinha sai a R$ 5, o que torna a de Bolsonaro bem mais cara.Se não estão saindo como o esperado, as peças de motivação política pelo menos vêm ajudando a divulgar o nome da empresa -uma das imagens está circulando no Twitter desde o início da semana. "O pessoal tira muita foto, acha graça, mas comprar que é bom, nada", desabafa Alex. Ele diz não entender o motivo de as tanguinhas ideológicas, feitas sob demanda, terem entrado para a lista de worst sellers da fábrica: foram, pelo que ele lembre, apenas cinco unidades vendidas: três do Lula e duas de Bolsonaro.Farias diz que tenta entender o porquê desse encalhe. Ele tem a seguinte linha de raciocínio: "Tudo tem um limite". "Personalizar uma calcinha assim pode entusiasmar uma pessoa só se ela for muito fiel ao candidato, se não for, pode ter até um efeito contrário", diz. "Não que seja brochante, mas pode dar um ciúme quando a mulher aparecer com uma dessas. É o nome de outro... Aí já viu, né?". Mais Mais
2022-07-19 13:20:00
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https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2022/07/bolsonaro-e-lula-lingerie-sexy-com-nomes-de-candidatos-encalham-em-fabrica-no-bras.shtml
Globo libera Fátima Bernardes para o Roda Viva, na TV Cultura
Ao deixar o Encontro após dez anos de programa, Fátima Bernardes se prepara para comandar o The Voice, em mais uma grande mudança na carreira de quem ficou 13 anos à frente da robusta bancada do Jornal Nacional, foi musa de Copa do Mundo e bateu muita perna como repórter.A Globo aproveita esse intervalo para liberar a jornalista para uma entrevista no centro do programa mais tradicional de entrevistas da TV brasileira, o Roda Viva, exibido pela TV Cultura.Mãe dos trigêmeos Vinicius, Laura e Beatriz, Fátima ocupará o foco do programa na próxima segunda-feira, dia 25. Já gravada, a chamada anuncia: "Nesta segunda-feira, o encontro de Fátima é com Vera Magalhães". Mais A bancada de entrevistadores será formada por Daniel Bergamasco, diretor de redação da GQ Brasil; Luanda Vieira, jornalista; Roberta Malta, redatora-chefe da revista Marie Claire; Silvia Ruiz, jornalista, influenciadora e criada de plataforma da Ageless; e Tony Goes, colunista da Folha.​Confira abaixo a chamada do programa:Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2022-07-19 12:23:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/cristina-padiglione/2022/07/globo-libera-fatima-bernardes-para-o-roda-viva-na-tv-cultura.shtml
Novo tribunal pode comprometer os Juizados Especiais Federais
Em 2019, este Blog publicou manifestação de juízes mineiros preocupados com a criação do novo Tribunal Regional Federal (TRF-6), em Belo Horizonte: "Embora considerem insustentável o acúmulo de processos no TRF-1, eles preveem o esvaziamento da primeira instância da Justiça Federal em Minas Gerais, com a eliminação de cargos e extinção de varas".Temiam que o discurso de "custo zero" resultasse na dilapidação do primeiro grau, que perderia servidores e estrutura material para ceder lugar a um tribunal que já nasceria com sobrecarga. A controvertida proposta de montar um tribunal sem elevar os gastos públicos foi sustentada pelos ministros do STJ João Otávio de Noronha e Humberto Martins.A Justiça Federal e a associação de juízes federais de MG negaram o risco de esvaziamento da primeira instância. "O temor veiculado na matéria é infundado", afirmaram.Três anos depois, vislumbram-se efeitos negativos para os Juizados Especiais Federais (JEFs). Estudo cuja autoria é preservada (*) prevê o "agravamento da desigualdade de acesso ao Judiciário, em desfavor dos mais pobres: a estrutura das JEFs que os atendem está sendo, em parte, desmontada em nome de uma agilização da tramitação dos feitos das demais varas (cíveis, criminais, execução fiscal)".Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...A seguir, um resumo das principais observações.1. A Lei 14.226/21 previu a extinção de até seis varas, sendo três Cíveis, duas de Juizados Especiais e uma Criminal. As varas a serem extintas são de Belo Horizonte.2. Os JEFs são as unidades onde litigam os mais pobres, pessoas que tiveram negados pelo INSS pedidos de benefícios previdenciários (pensões, aposentadorias, auxílios) e assistenciais (BPC). Ali são processados os pedidos de Auxílio Emergencial (foram milhares na pandemia).3. Há nove unidades de JEFs em Belo Horizonte. Tramitam nessas varas cerca de 80 mil processos (cerca de 50 mil em tramitação ajustada, ou seja, excluídos os processos suspensos e aqueles que aguardam julgamento de recursos). Há aproximadamente 8.900 processos por vara de JEF.4. Com a extinção de duas varas de JEF, o acervo será redistribuído. As varas restantes passarão, em média, a responder, cada uma, por cerca de 11.500 processos. Um aumento de quase 30%.5. Para a criação do novo tribunal foi preciso que as unidades jurisdicionais deixassem de ter, cada uma, uma secretaria própria. A tramitação dos processos passou a ser realizada em secretarias únicas (uma para todas as varas cíveis, outra para todas as varas de JEF e outra para todas as varas criminais).6. Nas varas de JEF, os cerca de 80 mil processos (ou 50 mil em tramitação ajustada) deverão ser movimentados por 20 servidores, podendo, numa previsão otimista, chegar a 30. Cada servidor terá sob sua responsabilidade, em média, cerca 1.700 processos (apenas considerando a tramitação ajustada).Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...7. As ações que tramitam nos JEFs demandam mais urgência, porque têm como objeto os recursos mais básicos para a manutenção da dignidade e sobrevivência dos seus autores. O impacto social da extinção das varas de JEF em BH e da concentração de suas secretarias em uma unidade, sem a estrutura adequada, poderá ser imenso.8. Alegou-se em favor do TRF-6 que sua criação agilizaria a tramitação dos processos, aproximando o jurisdicionado da instância recursal. Esta não parece ser a realidade nos JEFs, já que o segundo grau de jurisdição dos processos que tramitam nos JEF’s é nas turmas recursais da Seção Judiciária, não no tribunal.Essa perda agrava a desigualdade social e a concentração de renda numa das capitais mais importantes.9. A concentração de processos que também ocorrerá nas varas Cíveis e Criminais é menos grave do que aquela que ocorrerá nos JEFs. Naquelas unidades tramita um volume muito menor de processos e que não guardam o mesmo senso de urgência.10. O número de processos por servidor da secretaria única do JEF é incomparavelmente maior que os de um servidor das secretarias de varas Cíveis ou Criminais.(*) O Blog abre espaço para contestações ao estudo.
2022-07-19 11:38:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/frederico-vasconcelos/2022/07/novo-tribunal-pode-comprometer-os-juizados-especiais-federais.shtml
ESPN amplia representatividade feminina na narração
Os canais ESPN e a plataforma Star+, do Grupo Disney, contrataram dois novos narradores de futebol, com alguma contribuição para a ampliação da representatividade feminina no campo esportivo.Camila Garcia e Maurício Bonato são as novas vozes da casa para as narrações exclusivas de futebol internacional, como os jogos da Premier League, LaLiga, Serie A, Ligue 1 e UEFA Europa League e Euro Feminina.Camila Garcia integra o time de narradoras da Disney ao lado de Elaine Trevisan e Luciana Mariano. Com passagens por DAZN, TNT Sports, NSports e Red Bull TV, Camila também atuou na transmissão nas edições femininas do Campeonato Brasileiro, Libertadores e Paulistão.A estreia dela será nesta quarta-feira (20) no amistoso internacional entre Aston Villa e Brisbane Roar FC, acompanhada do comentarista André Donke.Já Maurício Bonato participou da cobertura de três edições de Copas do Mundo, três Jogos Olímpicos e três Jogos Pan-Americanos. O profissional também atua há mais de nove anos com os jogos da LaLiga, torneio que conta com transmissão exclusiva dos canais de esporte da Disney para o mercado brasileiro.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2022-07-19 09:36:00
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https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/cristina-padiglione/2022/07/grupo-disney-contrata-novos-profissionais-para-narracao.shtml
Leitores comentam reunião de Bolsonaro com embaixadores
"Bolsonaro repete teorias da conspiração e ataca urnas, STF e TSE a embaixadores" (Política, 18/7). Esse homem não trabalha. Só pensa em nos aplicar um golpe e acabar com a nossa democracia. Onde está nosso Legislativo perante tantos ataques? Ah! Já sei. Repartindo o dinheiro do orçamento secreto para compra de veículos e imóveis pelos políticos.Bianca Moreira (Brasília, DF)*Chegará o momento em que o TSE terá que escolher entre impugnar a candidatura desse ser ou permitir que detone o sistema e faça ele mesmo a fraude que acusa. Por sinal, hoje vimos mais uma etapa desse golpe.Wagner Santos (Ribeirão Preto, SP)*Falaram tanto da Venezuela que acabaram elegendo esse projeto de ditadorzinho que ocupa a Presidência.Felipe José Fernandes Macedo (São João Del Rei, MG)*O presidente da República tem uma agência de informação a seu dispor. Certamente sabe o que fala.Ana Cintia Lazary (Rio de Janeiro, RJ)*A família foi eleita diversas vezes com a urna eletrônica, e agora ela não presta? Já passou da hora de o povo mandar esses políticos profissionais para casa em outubro!Neli de Faria (São Paulo, SP)*O cinismo, a indecência e a ética moral desse desgoverno só envergonham e desmoralizam o Brasil aqui e lá fora. O desgoverno mais uma vez monta o seu espetáculo da palhaçada e da mentira com o intuito de desqualificar o sistema eleitoral sem provas e com argumentos vazios e patéticos. O pior é que, com seus delírios, tem apoio de uma minoria das Forças Armadas que quer ter poderes que a Constituição não lhes delega.Moezio M dos Santos (Penedo, AL)*Quem é improbo mede os outros com sua própria régua.Getúlio Moura de Siqueira (Goiânia, GO)Saúde mental"Brasil vive '2ª pandemia' na saúde mental, com multidão de deprimidos e ansiosos" (Saúde, 18/7, B1). São os agrotóxicos que estão adoecendo os agricultores do Rio Grande do Sul. E é um ogro tóxico na presidência que está deixando o Brasil inteiro em surto.Daniel Choma (Florianópolis, SC)*Parabéns por terem abordado esse assunto tão grave e que a pandemia agravou ainda mais. No mundo, há um suicídio a cada 40 segundos. Quando se noticia um homicídio, usa-se o termo "causa da morte não revelada pela família", ou "foi encontrado morto". Muito triste. O tema deveria ser abordado com mais atenção e regularidade.Eduardo Anton (Joinville, SC)*Desesperança, depressão, desemprego, desamor, desamparo e desespero. É a síntese dos dias atuais trazida por uma ideologia que prega, sem qualquer pudor, a tortura e a morte. É preciso arrumar uma vacina realmente eficaz para tanto medo.Marcelo Ghibu (Santos, SP)*Até eu, que sempre fui tão ativa e saudável, acabei num consultório psiquiátrico para tratar de uma depressão. Mesmo quem não esteja passando por carências materiais ou financeiras, basta ter um pouco de sensibilidade social para entrar em sofrimento psíquico ao ver o que está acontecendo ao seu redor e ainda ter que lidar diariamente com esse discurso de ódio, com esse desmonte do Estado, esse período de trevas em que o nome de Deus é usado em vão.Josefina A Martins (São José dos Campos, SP)Imóveis com verba pública"Partido de Pastor Everaldo usa verba pública para comprar imóveis de ex-dirigente" (Política, 18/7). E ainda vêm com a desfaçatez de dizer que essa "aquisição" seguiu os trâmites legais. Essa gente enriquece a olhos vistos com dinheiro público, à luz do dia, sem qualquer consequência, sem o mínimo constrangimento, e depois sobem palanques defendendo austeridade, a diminuição do Estado e do fim das políticas de proteção social aos mais pobres.Sérgio Ricardo Habermann (Curitiba, PR)*Cadê a Justiça Eleitoral? Como podem aprovar as contas desses partidos? Inacreditável, corrupção a céu aberto.Márcia Meireles (São Paulo, SP)*Não entra na minha cabeça a lógica de dar dinheiro público a partido político. É a mesma coisa que dar para clube, igreja, condomínio ou outra organização privada qualquer. Enquanto essa perversão ética e moral persistir, jamais seremos livres desses sanguessugas.Rinaldo Souza Coelho (Rio de Janeiro, RJ)*Dá vergonha de nossa legislação, que permite essa festa com recursos que deveriam ser aplicados no bem social.Luiz Roberto Rocha Teixeira (São Paulo, SP)AnestesistaAs "falhas" são generalizadas ("Hospital naturalizou violação de direitos contra mulher estuprada, diz defensora", Cotidiano, 18/7). O restante da equipe parece habituada a tais crimes e sugere conivência com o criminoso. Existe crime mais terrível do que dar à luz, enquanto é estuprada? Que segurança uma mulher tem em ir sozinha ao médico? Que mundo é esse onde tais crimes são naturalizados?Maria Barros (Embu das Artes, SP)Auxílio Brasil"Governo quer antecipar calendário de pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600" (Política, 18/7). Distribuição de dinheiro para se autopromover. Não vi essa preocupação do chefe da nação no auge da pandemia, sem respiradores, sem vacinas e com 600 mil caixões sendo levados à cova. Vale tudo para ser reeleito e continuar a dizimar direitos, pessoas e a democracia.Lenivaldo Camargo (São Paulo, SP)
2022-07-19 01:18:00
paineldoleitor
Painel do Leitor
https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2022/07/leitores-comentam-reuniao-de-bolsonaro-com-embaixadores.shtml
ONG relata morte de 18 spitz resgatados e cobra respeito pelos animais
Uma operação realizada em abril resgatou 134 cães da raça spitz em situação de maus-tratos em Limeira (SP). Retirados de uma casa em condomínio fechado, eles receberam cuidados e ficaram sob responsabilidade de protetores. No entanto, parte não resistiu aos problemas de saúde.A Alpa (Associação Limeirense de Proteção a Animais), responsável por 69 animais, afirma que 18 morreram.Segundo a ONG, todos os animais passaram por consulta veterinária, exames, tratamento e foram microchipados. Porém, "devido às lamentáveis condições de saúde e ausência de cuidados básicos como vacinas, alguns animais vieram a óbito no decorrer dos dias subsequentes ao resgate, gerando ainda mais revolta a todos os envolvidos em seus cuidados".Em publicação nas redes sociais na semana passada, a ONG informou que a maioria sofreu complicações provocadas por cinomose. E citou o caso de uma cadela com menos de um ano que, mesmo internada sob tratamento intensivo, passou a apresentar alterações neurológicas e crises convulsivas, que levaram a uma parada cardiorrespiratória.A ONG aproveitou o relato para lembrar a importância da vacinação e cobrar respeito aos animais."Este é apenas um exemplo entre outros óbitos devido à mesma doença, que poderia ter sido prevenida por meio da administração de vacinação adequada", diz um trecho do texto."A Alpa lamenta profundamente tantas vidas negligenciadas e perdidas devido ao péssimo estado em que foram resgatadas e reitera seu compromisso de conscientizar a população sobre a importância da tutela responsável, da adoção e do respeito a todos os animais."Segundo a ONG, os custos de tratamento com os animais temporariamente tutelados somam mais de R$ 300 mil.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...Na operação de abril, duas pessoas foram presas, mas acabaram libertadas após fiança.Na ocasião, a prefeitura afirmou que a ação ocorreu após várias denúncias recebidas pela Secretaria de Meio Ambiente e Agricultura e que, de acordo com as informações, o morador utilizava a residência para criação clandestina dos cães.Os policiais encontraram os cães em situação de abandono, sem comida, muitos sujos de fezes e aglomerados em vários cômodos da residência. Alguns animais, incluindo filhotes e recém-nascidos, também foram encontrados em cercados de dois metros quadrados na parte externa da casa.Os agentes apreenderam no imóvel R$ 30 mil e diversas vacinas de uso veterinário armazenadas de forma irregular —metade com a validade vencida."Os animais apresentavam péssimo estado de saúde e estavam em situação insalubre, ao meio de fezes, sem alimentação ou água, sem vacinação, sem tratamento, gerando dor e sofrimento", escreveu a ONG na semana passada.O caso continua sendo tratado na Justiça. Siga o Bom Pra Cachorro no Twitter, Instagram e Facebook ​ ​ ​
2022-07-19 04:04:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/bom-pra-cachorro/2022/07/ong-relata-morte-de-18-spitz-resgatados-e-cobra-respeito-pelos-animais.shtml
Saias-justas e anedotas das Cúpulas das Américas
Já tínhamos terminado de cobrir o dia na calorosa e suntuosa Cartagena de Índias, na Colômbia, durante a Cúpula das Américas de 2012, quando decidimos jantar. Exaustos, os jornalistas só queríamos comer e descansar da intensidade dos eventos. Naquele ano, estavam presentes Barack Obama, Dilma Rousseff e Cristina Kirchner, entre outros. Antes de chegar o primeiro prato, porém, um de nós recebe a notícia: Hillary Clinton estava, naquele momento, dançando salsa no Café Havana _uma famosa discoteca da cidade.Saímos correndo, com sorte a tempo de ver a então secretária de Estado dos EUA sorridente, tomando uma cerveja depois de dançar acompanhada de assessores e seguranças. Que tenha sido no café Havana deu ainda mais cor à notícia. Os EUA ainda não haviam feito sua aproximação com Cuba, que sequer estava presente no evento, mas Hillary parecia não ter mais nenhum embargo com relação aos ritmos da ilha.A Cúpula das Américas é, desde 1994, o mais importante fórum de nações do continente, e um espaço para eventos históricos, como, justamente, o aperto de mãos entre Barack Obama e Raúl Castro que ensaiaram uma aproximação dos dois países, hoje congelada. Isso ocorreu na Cúpula das Américas de 2015, no Panamá.Nesses encontros, se firmam compromissos importantes, porém, ter dezenas de presidentes e autoridades das Américas reunidos por alguns dias na mesma cidade também produz anedotas, que ficam na memória de quem cobriu ou acompanhou esses eventos de perto.A Cúpula de Cartagena se destacou não apenas por Hillary dançando salsa. Ocorreu nessa edição o famoso caso dos agentes do serviço secreto norte-americano que contrataram prostitutas, pouco antes do desembarque de Obama. O caso vazou e só se falava disso na abertura da Cúpula.Instalados num hotel da cidade para preparar a chegada do então mandatário norte-americano, os agentes não resistiram às tentações do Caribe e, mesmo estando a trabalho, saíram para dançar e tomar umas e, na volta, contrataram prostitutas. A prostituição é legal na Colômbia, mas os sujeitos não se comportaram bem. Algumas foram pagas, outras não. Uma das mulheres, Dania Londoño, que depois até escreveu um livro sobre o caso, denunciou os agentes à imprensa local. Os 11 funcionários do governo norte-americano implicados no caso foram mandados de volta para casa e receberam punições.Ainda nessa edição, Cristina Kirchner, então presidente da Argentina, se desentendeu com o anfitrião, Juan Manuel Santos, porque este não incluiu a questão da soberania das Malvinas no documento final. Cristina se irritou e deixou o evento antes da hora, sem se despedir. Enfurecida, chegou à Argentina e anunciou a expropriação da petrolífera YPF.Na edição de Trinidad e Tobago, em 2009, o hit foi a tentativa de aproximação do venezuelano Hugo Chávez a Barack Obama, com a seguinte frase: "Quero ser seu amigo". Vale lembrar que Chávez muitas vezes havia chamado seu antecessor, George W. Bush de "diabo" numa Assembleia Geral da ONU.Obama agradeceu, e ainda recebeu de presente do ditador um volume de "As Veias Abertas da América Latina", do uruguaio Eduardo Galeano, livro que trata da exploração da região através de sua história e é uma obra de referência da esquerda local. Galeano voltou a ser hit, novamente, depois desse episódio. As vendas do título, então, dispararam.Já em 2005, durante a Cúpula das Américas de Mar del Plata, ocorreu uma "anti-cúpula", encabeçada por Chávez e com a presença de várias personalidades de esquerda, do jogador Diego Maradona, do Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel e do cineasta Emir Kusturica. O objetivo era rejeitar a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), proposta pelos Estados Unidos. O então mandatário norte-americano, George W. Bush, teve de ouvir a negativa a seu projeto com a retumbante frase de Chávez: "Alca al carajo!".Bush não deve guardar boas memórias em suas participações no evento. No encontro em Quebec, em 2001, houve marchas e manifestações contra ele e contra a globalização. Fidel Castro, que não estava presente na reunião, elogiou os protestos, chamando-os de "heróicos".Manifestações são lugar-comum nesses eventos. O de 2015 foi marcado pelo embate entre cubanos no exílio e apoiadores do regime, que não viram com bons olhos a aproximação de seu país com os EUA. Houve deportações de delegações cubanas e confrontos na cidade do Panamá enquanto os líderes se encontravam. Do lado de dentro da Cúpula, Rafael Correa (Equador), Evo Morales (Bolívia), Nicolás Maduro e Cristina Kirchner (Argentina) fizeram discursos de tom anti-imperialista. Obama se irritou mais de uma vez e abandonou o fórum em várias ocasiões. Em sua vez de falar, pediu calma aos mandatários reclamões, dizendo: "A Guerra Fria já acabou há muito tempo".
2022-06-03 11:56:00
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Bulgária vê racismo de torcedores contra atletas do próprio time
​Casos de atitudes racistas no futebol ocorrem com frequência.Semana sim, semana não, há notícia de que determinado jogador negro foi alvo de insultos de torcedores em algum campo de futebol mundo afora, inclusive em campeonatos importantes, como o da Argentina, o do Brasil, o da Itália, o da Inglaterra.Ocorrem também situações de homofobia, com provocações da torcida alusivas à (falta de) masculinidade de determinado atleta, porém as mais marcantes referem-se mesmo à cor da pele. Mais O padrão é o atleta ser visado por fãs da equipe adversária.Via de regra, quando se trata do próprio time, o torcedor, mesmo sendo racista –infelizmente há um sem número de pessoas espalhadas pelo planeta que discriminam sem pudor os que não são ou pensam como elas–, tolera o jogador negro que veste a camisa da agremiação.Na Bulgária, entretanto, torcedores do CSKA Sofia não se contiveram e atiraram bananas na direção de atletas negros do time antes da partida contra o Botev Plovdiv.Os relacionados para esse jogo do CSKA que têm a pele negra foram os brasileiros Geferson (zagueiro, ex-Internacional) e Maurício Garcez (atacante, ex-Brusque), e os colombianos Jordy Caicedo e Brayan Moreno, ambos atacantes.O episódio resultou na saída do treinador Alan Pardew, branco, e de seu assistente, Alex Dyer, que é negro. Os dois são ingleses e consideraram impossível continuar."Os acontecimentos na partida contra o Botev Plovdiv foram inaceitáveis, não só para mim como para Alex Dyer e para os jogadores [do time]", afirmou Pardew ao site do CSKA, que é o maior campeão do Campeonato Búlgaro, com 31 títulos.Diante da ação dos torcedores racistas, CSKA Sofia x Botev Plovdiv esteve ameaçado de não ocorrer. Os atletas do CSKA, indignados, recusavam-se a jogar, em solidariedade aos colegas insultados.Pouco depois, recuaram, e a partida, no estádio Balgarska Arimia, do CSKA, transcorreu sem novos incidentes e terminou em 0 a 0."Nossos jogadores decidiram jogar por lealdade ao clube", afirmou Pardew. "Esse pequeno grupo de torcedores racistas organizados, que tentaram sabotar o jogo, não são torcedores para quem eu queira treinar um time. Esse não é o caminho correto para o CSKA."Com a decisão de se demitir, Pardew permaneceu como treinador do CSKA por pouco mais de um mês, em um total de somente seis partidas.O Campeonato Búlgaro terminou com o Ludogorets campeão (o 11º título seguido). O CSKA, que não conquista a taça desde 2008, ficou em segundo lugar.
2022-06-03 10:10:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/o-mundo-e-uma-bola/2022/06/bulgaria-ve-racismo-de-torcedores-contra-atletas-do-proprio-time.shtml
Nós, vós, eles, todos podemos chegar lá
Se o leitor sempre sonhou em fazer uma trilha, subir uma montanha ou se jogar num rapel, mas acha que essas atividades não são para seu físico, sua idade, suas condições de saúde e limitações, pense mais uma vez. Há um número cada vez maior de PcDs (pessoas com deficiências) e de idosos com dificuldades de locomoção que desfrutam das belezas da natureza graças a projetos como o da ONG (Organização Não Governamental) IR (Inclusão Radical).Criada em 2018 por William Baruc, a IR se prepara para sobreviver a sua morte por câncer, aos 35 anos, no último dia 10 de abril, da maneira que ele mais gostaria de ser homenageado: dando continuidade a seu trabalho. Um trabalho que mobiliza em torno de 60 voluntários em regime de revezamento para levar por montanhas, parques e trilhas não raro difíceis para quem tem bom condicionamento físico, pessoas que normalmente não poderiam fazer isso por conta própria.O ponto de partida do projeto aconteceu em 2015, quando Baruc —que não era portador de qualquer deficiência— decidiu comprar uma cadeira adaptada para levar o amigo cadeirante Edison da Silva para o pico do Lopo, em Extrema (MG). Ele conhecia o projeto do montanhista francês Joël Claudel que, em 1987, havia criado uma cadeira para levar seu filho portador de miopatia em suas trilhas. E sabia que, no Brasil, o engenheiro Guilherme Simôes havia criado um modelo adaptado às trilhas brasileiras para levar sua esposa e também montanhista, Juliana Tozzi, acometida por uma doença degenerativa.A cadeira Julietti, cujo nome homenageia tanto a original Joëliette quanto a musa inspiradora Juliana, fabricada pela Montanha para Todos, foi a primeira aquisição de Baruc, mas não aguentou o peso de Edison e teve quebrado o eixo da roda logo no início da subida."Foi um anticlímax", lembra Jorge Afonso dos Santos, analista de sistemas e parceiro de primeira hora de Baruc, que hoje segue tocando o projeto. "Havia toda uma expectativa, a cadeira havia se quebrado, mas nossa vontade era tão grande de levar o Edison para o alto que decidimos levá-lo até o topo na mão, revezando-nos para carregar pelas barras a cadeira quebrada".A expedição pioneira não chegou ao cume, mas alcançou o acampamento na sua base. "Um trajeto que seria de uma hora e meia, levou mais de quatro horas, com oito a dez pessoas se alternando nas barras", conta Santos. "Isso nos deu uma satisfação tão grande que, a partir daí, decidimos dar continuidade à saga de tornar acessíveis as trilhas desse Brasil afora".O princípio estabelecido a ferro e fogo por Baruc era de assegurar a acessibilidade sem modificar os espaços por onde passaria com seus convidados. "Não queremos desmatar, colocar caminhos de madeira no meio da floresta, vamos buscando caminhos que permitam conduzir as pessoas por trilhas preservadas como são sempre que possível", explica Santos. Se a natureza faz as coisas ficarem mais difíceis, paciência, é uma questão de jeitinho e força —também de vontade."Passar por tudo aquilo com o mínimo impacto possível e trazendo a pessoa para um contato com a verdadeira concepção da natureza, para que ela veja e sinta como nós o habitat natural, essa é a grande missão e satisfação do projeto", diz Santos.O analista de sistemas calcula que desde o início o grupo já levou entre 50 e 60 pessoas com deficiências variadas para trilhas e atividades como rapel e escaladas. Pode parecer pouco, mas é preciso lembrar que cada atividade envolve vários desafios e os participantes exigem cuidados maiores e diferenciados em função de cada limitação física.Atualmente, a IR, por conta própria ou em parceria com a Fundação Florestal de São Paulo, organiza visitas e qualificam monitores em lugares como o Cabuçu, no Parque Estadual da Cantareira, o Parque Estadual Caverna do Diabo, e o Jaraguá, entre muitas outras unidades de preservação. Mas também promove atividades de curta duração, como rapel nos viadutos Santa Ifigênia e Sumaré, em São Paulo, viabilizados junto às subprefeituras da capital paulista.A varejista de equipamentos esportivos Decathlon participa das atividades, fornecendo equipamentos e roupas adequadas a cada atividade. "Se vamos subir uma montanha no Paraná", explica Santos, "sabemos que uma pessoa com deficiência sente mais frio do que nós, então vamos levar roupas mais quentes para sua proteção".Apesar de toda a infraestrutura mobilizada, as atividades organizadas pela IR são gratuitas. No máximo, quando há necessidade de deslocamento, os custos são rateados, garante Santos. "Não temos nenhuma parceria financeira", explica. As informações sobre as atividades disponíveis, tanto para PcDs como para quem quiser ser voluntário e participar ajudando o projeto podem ser feitas pelo site da IR, onde o interessado explicita o tipo de deficiência ou limitação de que é portador, ou se quer ser voluntário, recebendo por email as informações de atividades disponíveis."De acordo com o perfil descrito na ficha, selecionamos a melhor opção para aquela pessoa, a fim de que seja uma experiência que traga só felicidade, e nunca malefícios", garante Santos. "Esse é o legado que nosso amigo Baruc deixou e que temos que levar adiante para que mais e mais gente possa sentir a energia e o prazer de compartilhar o bem".
2022-06-03 00:30:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/e-logo-ali/2022/06/nos-vos-eles-todos-podemos-chegar-la.shtml
Exposição reúne 234 gatos de 20 raças diferentes em São Paulo
O CBG (Clube Brasileiro do Gato) leva 234 felinos de 20 raças diferentes, além do clássico vira-lata, ao centro de convenções do Shopping Frei Caneca, na região central de São Paulo, neste sábado (4) e neste domingo (5), das 10h às 17h. Essa é a primeira vez que o evento ocorre nesse espaço.A entrada é gratuita, mas a doação de uma lata ou um pacote de leite em pó é bem-vinda —o alimento será destinado à Casa Hope, organização que oferece apoio a crianças com câncer.A mesma quantidade de leite arrecadada será doada em ração pela marca PremieRpet para as ONGs Catland e Confraria dos Miados e Latidos, que resgatam gatinhos abandonados.O destaque desta edição é a raça lykoi, que surgiu nos Estados Unidos a partir de uma mutação natural do gato doméstico de pelo curto. Apesar de ser parecido com o sphynx, famoso felino sem pelo, eles são diferentes geneticamente. O nome "lykoi" significa lobisomem em grego. Mais "São quase dez anos de parceria com o CBG, realizando anualmente o mais completo encontro temático do universo felino. É gratificante observar como a conscientização sobre os gatos e as boas práticas de criação vêm ganhando cada vez mais destaque ao longo do tempo", diz Madalena Spinazzola, diretora de planejamento estratégico e marketing corporativo da PremieRpet.A exposição do CBG é o maior encontro de gatos da América Latina e tem como objetivos proporcionar a experiência de contato mais próximo com os animais, a troca de informações e a disseminação de boas práticas e cuidados com os animais. Os visitantes poderão também tirar dúvidas sobre nutrição felina com veterinários especialistas da PremieRpet e ainda conferir produtos exclusivos nas lojinhas parceiras que estarão no evento.Todos os gatos inscritos no evento participam de um concurso de beleza felina e quem estiver por lá poderá acompanhar a disputa. Nesta edição, serão quatro juízes internacionais vindos da Argentina, da Itália, da Noruega e da República Tcheca, que irão eleger os melhores exemplares e o grande campeão de cada dia com base em categorias que consideram raça, faixa etária e se baseiam nos critérios da Fifé (Fédération Internationale Féline). Os ganhadores acumulam pontos para suas posições no ranking nacional. Leia mais sobre gatos ​​202ª e 203ª edições da exposição do Clube Brasileiro do Gato Quando: sábado (4) e domingo (5), das 10h às 17h Onde: centro de convenções do Shopping Frei Caneca; rua Frei Caneca, 569, Consolação, região central de São Paulo Quanto: Grátis. Contribuição voluntária: uma lata de leite em pó Mais informações: clubebrasileirodogato.com.br É proibida a entrada de animais que não estejam inscritos no evento.Siga o blog Gatices no Twitter, Instagram e Facebook.
2022-06-03 06:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/gatices/2022/06/exposicao-reune-234-gatos-de-20-racas-diferentes-em-sao-paulo.shtml
Indulto à arruaça
O indulto presidencial se justifica por razões humanitárias e pelo princípio de que condenados por faltas menos graves, que já cumpriram parte da pena e não representam ameaça podem ser reintegrados à sociedade. Como faz com tudo em que toca, Jair Bolsonaro (PL) aviltou o instrumento.Aproveitou-se da prerrogativa constitucional em favor de seus caprichos pessoais, para beneficiar um parceiro de arruaças, o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) —e sobretudo para reavivar sua cruzada de fundo golpista contra o Supremo Tribunal Federal.Personagem minúsculo da vida congressual, Silveira deveria ter tido o mandato cassado por seus pares depois que, em fevereiro de 2021, gravou vídeo em que distribuía ataques chulos e ameaças veladas a ministros do STF e à corte.Estava mais do que caracterizada a quebra do decoro parlamentar, seja pela baixeza das imprecações, seja pelo desrespeito ao convívio democrático pelo qual um legislador eleito deveria zelar.Encorajado pela vexatória omissão da Câmara, o baderneiro prosseguiu na afronta ao tribunal, onde se tornara réu. Mesmo a subserviente Procuradoria-Geral da República entendeu que ele cometera os crimes de tentativa de impedir o livre exercício dos Poderes, coação no curso do processo e incitação à animosidade entre as Forças Armadas e outras instituições.Sem dúvida o Supremo —que condenou Daniel Silveira a oito anos e nove meses de prisão, além de cassação do mandato e suspensão dos direitos políticos— tinha diante de si uma decisão difícil e potencialmente controversa.Ao plenário cumpria, como advogou esta Folha, traçar com clareza as divisas entre o exercício da livre expressão e a incitação ao crime.Isso foi feito. Como argumentaram convincentemente 10 dos 11 ministros, menções a atos da ditadura, surras nos magistrados e a uma invasão violenta do Supremo, dirigidas a fanáticos incitados pelo bolsonarismo contra as instituições, ultrapassam a mera manifestação de pontos de vista.Em outras circunstâncias, a boçalidade antidemocrática do deputado obscuro teria caído no vazio e poderia ser ignorada pelo STF. Mesmo no contexto atual, o encarceramento imposto ao delinquente parece exagerado.São ponderações que acabam nubladas, porém, pelo indulto vil de Bolsonaro, a jogar por terra os ritos e os objetivos de uma medida dessa natureza somente para, mais uma vez, trocar as responsabilidades de governo pelo conflito farsesco com inimigos inventados.Haverá, decerto, argumentos para uma eventual derrubada da medida esdrúxula. Acima do aspecto jurídico, entretanto, a reação das instituições e das forças políticas deve ser pautada pela responsabilidade e pela grandeza que faltam ao presidente da República.editoriais@grupofolha.com.br
2022-04-22 12:12:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2022/04/indulto-a-arruaca.shtml
Folia em Alphaville
Estima. Respeito. Consideração.A rainha da Inglaterra não morreu.E recebe interessante homenagem de seus admiradores em todo o mundo.Uma boneca Barbie se inspira no modelo da monarca.No Brasil, o clima é outro. Carnaval. Em abril? Pois é.O estilista Kuko Jimenez tinha sido convidado para vários eventos.Para o desfile do bloco Fala Fino, a fantasia estava pronta.–Vou de loira ucraniana. Fácil porque pobre.Sua inseparável amiga Juju Santoro preparava a maquiagem.Paletó. Gravata. Barba de cinco dias. E sobrancelhão grosso.–Vou me fantasiar de Mamãe Falei.Kuko ainda se agitava.Havia mais blocos e mais convites.–Para as Folionas de Alphaville… precisava ser algo mais distinto.O condomínio de luxo impunha uma fantasia mais elaborada.–Pronto. Vou ser a Barbie da Elizabeth.–Hihi… e eu vou de Príncipe de Gales. Saia escocesa curtinha.A dupla tinha pouco tempo para se organizar.–Carruagem. A gente tem de ir de carruagem, Kuko.O segurança Andersen topou participar.–Meu primo faz reciclagem de ferro-velho na região da Sé.–Ótimo. Então você puxa a carroça.Purpurina. Papier-machê. Papel crepom.–Uma carruagem perfeita.–A vantagem, Andersen, é que a gente pesa pouco.–Juntos, não dá nem 90 quilos.–Tranquilo, patrão.Foi triunfal o trajeto para Alphaville.–Nossa… olha aí quanta gente para nos receber…–Fantasiados de mendigos. Que ideia legal.–E bem crítica, né, Juju?–Ai, Ai. Calma, gente.–Andersen. O que você está fazendo?–Desculpe, patrão. Estou tentando desviar aqui a carruagem.–Mas por quê, Andersen?–Essa gente é mendigo de verdade, patrão.Juju estava começando a chorar.–Mas não chegamos em Alphaville?–A entrada está meio bloqueada, patrão.Logo ela se acalmou.–Olha… aquele mendigo lá é bem loirinho.–Crise da classe média, dona Juju.–Hum… e aquele morenão ali?–É o meu primo, dr. Kuko… foi ele que emprestou a carroça.Kuko e Juju não chegaram até Alphaville.–Vamos ficar aqui mesmo. Nos braços do nosso povo.As fantasias foram jogadas fora.–O rei está nu. A rainha também.–E o príncipe nem se fala.A vida das elites, por vezes, se assemelha ao amor.Chega a hora da primeira vez.No começo, dói. Mas logo a gente se acostuma. Mais
2022-04-22 08:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/voltaire-de-souza/2022/04/folia-em-alphaville.shtml
TobyKeith, o cachorro vivo mais velho do mundo
O chihuahua TobyKeith está fazendo história. O pequeno entrou para o Guinness como o cachorro vivo mais velho do mundo.O feito foi comprovado em 16 de março, quando o cachorrinho, que vive nos Estados Unidos, completava 21 anos e 66 dias.A tutora, Gisela Shore, conta que adotou o pet ainda bebê. Ela disse ao livro dos recordes que era voluntária no Peggy Adams Animal Rescue quando soube que um casal de idosos queria entregar um filhote porque não conseguiria cuidar dele.O chihuahua, então, ganhou uma casa.A confirmação do recorde deixou a família emocionada. Como presente, TobyKeith tomou banho, cortou as unhas e fez um passeio especial de carro.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...De acordo com a publicação, TobyKeith tem um problema cardíaco, mas isso não prejudica seu dia a dia --tanto que ultrapassou a expectativa de vida de um chihuahua, que vai de 12 a 18 anos.A tutora diz acreditar que a longevidade do cachorro se deve a exercícios regulares e a uma dieta saudável, composta por vegetais, arroz, frango e nada de guloseimas açucaradas. Para ela, a genética ajuda, mas um lar amoroso também é a chave para uma velhice saudável.Em casa, a atenção do chihuahua é dividida com outros dois peludos: Luna, 7, da raça buldogue americano, e Lala, 3, da raça cão de crista chinês. A família inclui dois papagaios: Coco e Coqui. De acordo com o Guinness, o título de cachorro mais velho do mundo é do pastor australiano Bluey, que morreu em 14 de novembro de 1939, aos 29 anos e 5 meses.Apesar do registro no livro dos recordes, há cães vivos mais idosinhos do que TobyKeith.Bully, também um chihuahua, completou 23 anos no começo de abril, segundo o The Mr. Mo Project, ONG nos Estados Unidos que se dedica a cães idosos abandonados.Para marcar a data, o cãozinho ganhou festa, com direito a biscoito e sua atividade preferida: dormir.De acordo com o site The Dodo, o pet viveu com uma família até os 21 anos, quando seu tutor também idoso não pôde mais cuidar dele e o pequeno acabou entregue ao grupo. Mais
2022-04-22 07:01:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/bom-pra-cachorro/2022/04/tobykeith-o-cachorro-vivo-mais-velho-do-mundo.shtml
Livrarias nascem dentro de bares e cafés de SP, como a Pulsa, com livros LGBTQIA+
Antes a ordem era livrarias abrigarem um café ou um restaurante, alguns até assinados por chefs, para receber e agradar os clientes em busca de alguma bebida ou docinho entre um livro e outro.Mas agora as coisas parecem estar se invertendo em São Paulo: são cafeterias e até bares que inauguram pequenas livrarias dentro de seus espaços, para satisfazer o público com livros entre um café ou até mesmo um drinque –especialmente neste sábado, dia 23, quando é comemorado o Dia Mundial do Livro.É o caso da Pulsa, aberta no último dia 8, dentro do Das, bar na região de Santa Cecília, no centro da capital. A casa e a nova livraria dedicam-se à comunidade LGBTQIA+, em especial a mulheres lésbicas e bissexuais e pessoas transexuais."Pensamos em fazer uma banca de jornal, como a Tatuí [na rua Barão de Tatuí, ali perto, também em Santa Cecília], mas descobrimos que era tudo muito caro e burocrático", explicam Caroline Fernandes e Fer Krajuska, que comandam a livraria. Quando souberam que o espaço onde havia uma sex shop dentro do Das estava disponível para aluguel, começaram as negociações. Em menos de três meses, a Pulsa estava pronta.Por ali, é possível encontrar obras que passeiam por vários gêneros e que foram escritas por pessoas da comunidade LGBTQIA+ ou abordam temas relacionados a esse universo. Mais O acervo ainda é tímido —são cerca de 40 títulos, entre publicações de editoras independentes e best-sellers. Há títulos como a coletânea de quadrinhos "O Essencial de Perigosas Sapatas", de Alison Bechdel (sim, a criadora do famoso teste que avalia filmes do ponto de vista da igualdade de gênero), e "Despertar", escrito por Octávia E. Butler, autora de ficção científica."O bar é um local frutífero para ideias e trocas, o que tem tudo a ver com literatura", diz Fernandes. Quem parece ter uma opinião semelhante é Ricardo Sukys, do Lardo, misto de bar e sebo que começou a receber o público em setembro na Pompeia, na zona oeste paulistana.Receba no seu email um guia com a programação cultural da capital paulista; aberta para não assinantes.Carregando...Sukys, que se define como um acumulador, achou que seria uma boa ideia levar parte da sua coleção de livros para o bar. Seus sócios contribuíram com o acervo, que aumentou e gerou um pequeno sebo."A ideia era ter um atrativo a mais, poder se conectar com a vizinhança de uma forma diferente e oferecer mais do que só um serviço de bar", explica. Mais Enquanto aguarda o pedido da cozinha, como as croquetas de cogumelos com queijo Canastra (R$ 28) e drinques como o Fitzgerald (R$ 30), o visitante pode fuçar na prateleira que se estende por uma das paredes da casa. Ali, é possível encontrar quadrinhos, literatura nacional e estrangeira e obras sobre ciência, política, cinema e música. São cerca de 300 exemplares, com valores que partem dos R$ 30.Mas também há opções para quem curte um cafezinho, como é o caso da loja na altura do número 86 da rua Pirineus, nos Campos Elíseos, região central. O espaço da loja de chá-mate Yerba e da cafeteria Por um Punhado de Dólares, a PPD, também abriga uma livraria e uma loja de discos de vinil.A área dedicada às publicações foi lançada em uma parceria com a Casa Plana, residência da antiga feira de publicações independentes Plana. Com a pandemia, a parceria não foi para frente, mas o pessoal do Yerba e do PPD resolveu montar uma livraria própria no mesmo espaço. Mais São cerca de 1.500 livros, todos novos, entre revistas, obras de ficção, não ficção e literatura infantojuvenil. Também é possível comprar jogos, agendas, postais e pôsteres enquanto aguarda uma xícara de café, que pode ser preparado em diferentes métodos, e belisca um salgado.Ou como escreveu Paulo Leminski em poema publicado no livro "Winterverno": "Antes que a tarde amanheça/ e a noite vire dia/ põe poesia no café/ e café na poesia".Lardo - Bar e Sebo R. Guiará, 376, Pompeia, região oeste, tel. (11) 97854-0719, Instagram @lardo.pompeiaYerba + Por um Punhado de Dólares R. Pirineus, 86, Campos Elíseos, região central, Instagram @yerba.ppdPulsa R. Fortunato, 133, Santa Cecília, região central, Instagram @livrariapulsa​
2022-04-22 12:00:00
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Rock in Rio terá Kaskade, Jetlag, Bhaskar e Cat Dealers no palco de música eletrônica
O Rock in Rio anunciou nesta quarta (9) 60 atrações no palco New Dance Order, um espaço dedicado à música eletrônica. Para 2022, estão escalados nomes como o DJ americano Kaskade, o belga Lost Frequencies, os brasileiros Bhaskar, Gui Boratto, Eli Iwasa e Anna, além das duplas nacionais Jetlag e Cat Dealers. Adiado por causa da pandemia de Covid-19, o festival, que seria em 2021, teve de ser remarcado para os dias 2, 3, 4, 8, 9, 10 e 11 de setembro de 2022, no Parque Olímpico (zona oeste do Rio), onde é montada a Cidade do Rock. A estreia do espaço se deu em 2019 e, nesta edição, entre os escalados estão 15 estrangeiros, totalizando 11 nacionalidades diferentes (abaixo, veja a programação completa). Uma curiosidade é que Alok, escalado para o palco Mundo, faz show no mesmo dia que seu irmão gêmeo Bhaskar —ambos se apresentam em 3 de setembro.Já 11 de setembro, é marcado pelo Dia Delas, ocasião em que o Rock in Rio agenda uma programação essencialmente feminina. Além de Anna e Eli Iwasa, Blond:Ish, Ella De Vuono e Anabel Englund, por exemplo, se justam a atrações de outros palcos como Dua Lipa, Ivete Sangalo e Rita Ora.Segundo a organização, a pista de dança vai ser embalada pelos sons das picapes dos DJs por 12 horas diárias —das 16h até às 4h da madrugada. As batidas vão variar entre o house, techno, trance, bass, trap e outros beats eletrônicos.Luzes e um show pirotécnico iluminam a estrutura tecnológica de 65 metros de extensão e 24 metros de altura, com 560 metros quadrados de um telão de LED. "Na última edição a estreia do New Dance Order fez história no Rock in Rio. O palco chegou para ficar! Milhares de pessoas passaram pelo espaço e acompanharam um verdadeiro espetáculo de música, dança, cenografia, tecnologia e iluminação", afirma Claudio da Rocha Miranda Filho, diretor artístico do New Dance Order. A venda de ingressos para o público em geral começa em 5 de abril, às 19h, por R$ 625. Haverá pré-venda para membros do Rock in Rio Club e clientes Itaú a partir de 17 de março. Mais 2 de setembroMundo Iron Maiden Dream Theater Megadeth Sepultura + Orquestra Sinfônica BrasileiraSunset ​Bullet For My Valentine Living Colour convida Steve Vai Metal Allegiance Black Pantera com Devotos New Dance Order 2h - 4h Len Faki0h30 - 2h Renato Ratier Vs Diogo Aciolly23h - 0h30 Ananda21h30 - 23h Victoria Engel20h - 21h30 Valentina Luz18h30 - 20h Binaryh17h - 18h30 Flo Masse Vs Craig Ouar16h - 17h Chang Rodrigues Live3 de setembroMundo Post Malone Marshmello Jason Derulo AlokSunset Racionais MC's Criolo e Mayra Andrade Xamã e Brô MC's Papatinho e L7nnon convidam MC Hariel e MC CarolNew Dance Order3h - 4h Chris Lorenzo1h30 - 3h Bhaskar0h30 - 1h30 Malifoo23h30 - 0h30 Carola22h15 - 23h30 Groove Delight20h45 - 22h15 Kvsh19h15 - 20h45 Illusionize18h - 19h15 Victor Lou17h - 18h Almanac16h - 17h Fluxzone4 de setembroMundo Justin Bieber Migos Demi Lovato IzaSunset Nenhuma atração divulgadaNew Dance Order 2h30 - 4h Lost Frequencies1h - 2h30 Liu23h15 - 1h Samarah22h15 - 23h15 Sickick20h45 - 22h15 Dubdogz19h15 - 20h45 Cat Dealers18h - 19h15 Gabe17h - 18h Ownboss16h - 17h Maz8 de setembroMundo Guns N' Roses Offspring MåneskinSunset Joss Stone Corinne Bailey Rae Gloria Groove Duda Beat New Dance Order 2h - 4h Adriatique1h - 2h Zac0h - 1h Sarah Stenzel22h30 - 0h Ben Böhmer21h30 - 22h30 Gui Boratto20h - 21h30 Du Serena Vs Junior C18h30 - 20h Leo Janeiro Vs Nepal17h - 18h30 Marta Supernova16h - 17h Nu Azeite Live9 de setembroMundo Green Day Fall Out Boy Billy Idol Capital InicialSunset Avril Lavigne New Dance Order2h30 - 4h Neelix1h30 - 2h30 Blazy0h - 1h30 Paranormal Attack22h30 - 0h Vegas21h30 - 22h30 Rica Amaral19h - 21h30 Aly & Fila17h30 - 19h Antdot16h - 17h30 Meca10 de setembroMundo Coldplay Bastille Camila Cabello DjavanSunset CeeLo Green New Dance Order 2h30 - 4h Kaskade1h - 2h30 Jetlag23h45 - 1h Curol22h30 - 23h45 Gabriel Boni21h30 - 22h30 Makj20h - 21h30 The Fish House18h30 - 20h Chemical Surf17h - 18h30 Bruno Be Vs Fancy Inc16h - 17h Alexiz Bcx11 de setembroMundo Dua Lipa Megan Thee Stallion Rita Ora Ivete SangaloSunset Ludmilla Macy Gray Power! Elza Vive (Alcione, Majur, Agnes Nunes, Caio Prado, Mart’nália, Gaby Amarantos e Larissa Luz) Liniker convida Luedji Luna New Dance Order 2h - 4h Anna0h - 2h Eli Iwasa22h30 - 0h Blond:Ish21h - 22h30 Ella De Vuono19h30 - 21h Anabel Englund18h - 19h30 Aline Rocha ​16h - 18h Mary OlivettiQuando: 2, 3, 4, 8, 9, 10 e 11 de setembro Onde: Parque Olímpico (av. Embaixador Abelardo Bueno, 3.401, Barra da Tijuca, zona oeste, Rio de Janeiro) Quanto: R$ 625 (a partir de 5 de abril para o público geral; 17 de março para Rock in Rio Club e cliente Itaú) Mais informação: rockinrio.com
2022-03-09 19:30:00
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BBB 22: Expectativa por Paredão falso gera brincadeira de Boninho
Antes que Jade fosse eliminada do BBB, na terça-feira (8), participantes já contavam com a existência de um paredão falso e, consequentemente, com o retorno da sister. Aproveitando a tensão dentro da casa e as sugestões de telespectadores, Boninho decidiu fazer uma brincadeira e enviar um dummy à casa nesta quinta (9), reforçando a teoria de que a participante está de volta no reality. Mais Com um envelope em mãos, o dummy vai apenas fazer um anúncio de rotina aos brothers, com nenhum objetivo, além de dar um susto nos participantes e atender os pedidos dos fãs de BBB."A gente está aqui, em Paris, mas não para. O pessoal mandou uma ideia para a gente e a minha galera adorou", anunciou Boninho, em vídeo publicado no Instagram."Alguém vai voltar? Não, é só uma piada. Mas acho que vocês vão gostar também. Fiquem ligados", concluiu. O momento será transmitido ao vivo em um plantão exclusivo na TV Globo, às 13h, além da exibição no Globoplay, para assinantes, e no pay-per-view.O reality tem direção artística de Rodrigo Dourado, direção de gênero de Boninho e apresentação de Tadeu Schmidt.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2022-03-09 19:21:00
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https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/cristina-padiglione/2022/03/bbb-22-expectativa-por-paredao-falso-gera-brincadeira-de-boninho.shtml
Zeca Pagodinho, Duda Beat e BaianaSystem farão show em novo festival no Ibirapuera
Zeca Pagodinho, Duda Beat e BaianaSystem farão show na primeira edição do festival Turá, na área externa do Auditório do Ibirapuera (zona sul de São Paulo) nos dias 2 e 3 de julho. Com uma programação 100% nacional, evento tem nome em uma referência aos finais das palavras abertura, cultura, mistura e releitura.Serão ao menos 28 atrações, de acordo com a Time for Fun, organizadora do evento, que ainda não confirmou toda a programação. Mas, segundo o Lineup apurou, nomes como Caetano Veloso, Emicida e Marina Sena devem figurar na lista.Na sexta (11) haverá pré-venda de ingressos com preços a partir de R$ 90.De acordo com a organizadora, o intuito é de fomentar, exaltar e divulgar a pluralidade da cultura do país."O Turá surge para ser um festival que celebra as diversas facetas da música popular brasileira, que se conecta tanto com artistas grandes e já consagrados como também com os independentes", afirma Francesca Brown Alterio, diretora de festivais da T4F e idealizadora do projeto. "Um evento que traz toda a pluralidade do que é o Brasil e o brasileiro em sua essência, seja por meio da música, das pessoas, da arte e da gastronomia", diz a executiva.A produção indica ainda que observa a evolução da pandemia para seguir os protocolos de segurança contra a Covid-19 e esgotar as medidas vigentes no período do evento.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...A área externa do Auditório do Ibirapuera tem sido palco para eventos musicais e, no fim de 2021, por exemplo, recebeu um show surpresa da Mastercard com grandes nomes da música brasileira como Caetano Veloso, Alcione, Paulinho da Viola, Maria Rita, Liniker, Agnes Nunes, Rael, Luísa Sonza, Xenia França e Tuyo.No Brasil, a T4F é responsável por shows e festivais, como o Lollapalooza, confirmado para o fim de março no autódromo de Interlagos (zona sul de São Paulo). Entre as atrações estão Foo Fighters, Strokes e Miley Cyrus. Mais
2022-03-09 17:09:00
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Volkswagen Kombi renasce elétrica e deve chegar ao Brasil
A Volkswagen cumpriu a promessa feita em 2017: a Kombi está de volta ao mercado, agora em versão elétrica. Embora tenha dado origem a diferentes vans da marca na Europa, o modelo que ressurge agora sob o nome ID. Buzz é inspirado na primeira geração, que no Brasil foi apelidada de corujinha.As linhas permanecem as mesmas do conceito que foi exibido há cinco anos no Salão do Automóvel de Detroit. Cores e formas da carroceria e das janelas até lembram o modelo feito oficialmente no Brasil a partir de 1957, mas, por dentro, trata-se de um carro bem mais luxuoso.O ID. Buzz obedece a comandos de voz do motorista, e suas respostas são acompanhadas por LEDs que se acendem no topo do painel. Parte da forração interna é feita a partir de garrafas PET recicladas.Em vez de faróis redondos, há um conjunto triangular com LEDs. A mesma tecnologia está presente nas lanternas traseiras e nas luzes da cabine.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...Há espaço para cinco pessoas e muitas bagagens: o porta-malas tem 1.121 litros de capacidade. A nova Kombi tem 4,72 metros de comprimento, tamanho equivalente ao de SUV de grande porte.O motor elétrico tem potência equivalente a 204 cv. A Volks não divulgou qual é a autonomia do ID. Buzz, mas certamente será bem maior do que o do primeiro conceito elétrico feito pela marca, há 50 anos.Na época, uma Kombi T2 –igual às produzidas no Brasil a partir da década de 1970– foi transformada em um veículo movido a eletricidade. Não rodava mais do que 85 quilômetros com uma carga completa. Mais A plataforma do novo modelo é a mesma usada no ID. 3 e no ID. 4, veículos elétricos da VW que serão vendidos no Brasil. Com isso, o caminho natural é o lançamento da nova Kombi no país, posicionada em uma faixa de preço acima de R$ 200 mil.Contudo ainda não há uma data prevista para o início da comercialização por aqui. Na Europa, as entregas terão início em setembro, mas haverá pré-venda a partir de maio.Haverá ainda a versão Cargo, voltada para o setor de entregas urbanas e com capacidade para transportar 600 quilos.O formato monovolume permanece fiel ao desenho feito por Ben Pon em 1947. Ele, que era um concessionário holandês da Volkswagen, aproveitou um encontro com oficiais que controlavam a fábrica alemã após o fim da Segunda Guerra para mostrar os rabiscos. Mais A Kombi foi o veículo que ficou mais tempo em produção no Brasil. A montagem durou até 2013, quando normas de segurança e emissões mais exigentes determinaram o encerramento da fabricação.O lançamento na Alemanha ocorreu em 1950. Três anos depois, as primeiras unidades chegaram ao Brasil, trazidas desmontadas pelo grupo importador Brasmotor.
2022-03-09 16:03:00
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Manhattan Connection volta ao ar repaginado, pelo canal My News
Fora do ar desde setembro, quando teve seu contrato encerrado com a TV Cultura, por falta de financiamento, o Manhattan Connection resiste. Exibido por 18 anos no canal GNT, depois por mais nove anos na GloboNews e quase um ano na TV Cultura, o programa volta ao ar para dar continuidade à sua trajetória, entrando agora na 29ª temporada.No dia 31 de março, data que marcou a quebra do regime democrático no Brasil pela tomada do poder do país pelos militares, a mesa comandada por Lucas Mendes, com Caio Blinder diretamente de Nova York, será retomada em nova versão, agora pelo canal My News, de Mara Luquet e Antônio Tabet no YouTube.Diogo Mainardi, que deixou o programa em maio, após fazer um xingamento no ar, participará da edição de estreia, mas não tem previsão de voltar àquela bancada. Apesar de Lucas Mendes ter trabalhado pelo retorno do jornalista, ele tem outros planos previstos na agenda de seu site, O Antagonista, agora hospedado pelo portal UOL. Mais Felipe Nunes, da empresa de pesquisas Quaest, que já vinha participando do programa na TV Cultura, seguirá como parte do elenco fixo, sempre comentando resultados de novos estudos sobre os mais diversos temas.O posto do convidado de cada edição estará diretamente ligado à personalidade da semana, uma nova proposta da mesa. Sócia-fundadora do My News, Mara participará do Manhattan durante os dois primeiros meses. E Nizan Guanaes, publicitário que esteve em algumas edições do debate na TV Cultura, também estará na edição de estreia.Para adaptar o programa ao meio digital, com os macetes e estratégias demandados pelo mundo de algorítmos, o Manhattan vem sedo repaginado pelas mãos de Gui Machado, um dos diretores do Porta dos Fundos, que é um dos canais mais bem-sucedidos do YouTube.Em sua nova versão, o Manhattan Connection será realizado em um estúdio da Associated Press (AP) em Nova York, vizinho do estúdio do canal árabe Al Jazeera na cidade. As edições irão ao ar sempre às quintas-feiras, às 21h.Mara Luquet conta à coluna que quatro cotas de patrocínio foram colocadas à venda. Uma delas já foi fechada com a Genial Investimentos, antiga parceira do My News.A jornalista também conversa com Lucas Mendes sobre oportunidades para valorizar o Manhattan Connection como marca capaz de abranger outras ações além do programa em si. Uma delas é a criação de um Summit anual, a partir de 2023, planejado para o início do calendário, entre janeiro e fevereiro, com um evento disposto a reunir pensadores e lideranças de áreas diversas e, em especial, dos campos empresarial e financeiro.Outra proposta é ter o nome impresso em produtos do dia a dia, de canecas a garrafinhas d'água, como já vem fazendo o My News.O canal também pensa na possibilidade de futuros lançamentos de livros relacionados ao programa, aproveitando a parceria com a Almedina, editora portuguesa.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2022-03-09 15:03:00
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Globo atropela fila da novela das nove e traz Glória Perez após 'Pantanal'
A Globo acaba de anunciar uma troca de peso nos planejamentos da novela das nove."Olho Por Olho", título provisório do novo folhetim de João Emanuel Carneiro, até aqui previsto para suceder "Pantanal", será uma produção para o streaming, com apenas 80 capítulos.E "Travessia", de Glória Perez", que viria após "Olho Por Olho", será a novela que substituirá "Pantanal", com estreia prevista para o último trimestre deste ano. Mais As duas serão exibidas simultaneamente, segundo informou comunicado distribuído pela emissora nesta quarta-feira (9). A decisão mira audiência quantitativa do horário mais nobre da emissora, que historicamente é alvo dos intervalos de maior faturamento da TV.Enquanto isso, a empresa dá a João Emanuel, autor de "Avenida Brasil", a oportunidade de explorar com mais liberdade a identidade autoral de uma trama mais propensa à reflexão e à dualidade dos personagens, algo nem sempre bem digerido pela massa desejada pela TV aberta.Ao mesmo tempo, o grupo Globo intensifica a produção para o streaming, ampliando a oferta de cenas exclusivas para um assinante hoje disputado por outras plataformas do gênero, como Netflix, Amazon Prime Video e HBO Max, todas interessadas em produzir novelas.Inicialmente prevista para suceder "Um Lugar ao Sol", "Olho Por Olho" perdeu a vez para "Pantanal" e, agora, novamente foi deslocada do posto inicialmente previsto para sua exibição. Quando começou a ser planejada, a história teria Glória Pires e Letícia Colin como protagonistas de um enredo em que uma mãe vilã destrata a filha cega.Com a mudança de cronograma da produção, Glória teve de ser deslocada para uma nova série e Regina Casé entrou em seu lugar, forçando também a troca de papel de Letícia.Essa escalação será toda revista na nova concepção da novela.Segundo o comunicado da Globo, a trama de João Emanuel também está prevista para o último trimestre do ano. "A novela terá cerca de 80 capítulos e será lançada como uma obra aberta, ou seja, sem que o desfecho da trama esteja definido antecipadamente", informa a nota, a fim de reforçar o objetivo da empresa de retomar o ritmo anterior ao da pandemia."Pantanal", que estreia no dia 28, tampouco estreará inteiramente gravada, como aconteceu com "Um Lugar ao Sol". O remake de Benedito Ruy Barbosa está bastante adiantado no cronograma de gravações, mas ainda tem pouco menos da metade da história a ser gravada."É a primeira vez que este recurso será levado a uma plataforma de streaming no Brasil", gaba-se a Globo sobre a obra de Carneiro. "Verdades Secretas 2", de Walcyr Carrasco, foi ao ar no streaming com 50 capítulos."Travessia", escolhida para ocupar a vaga nobre da TV aberta após "Pantanal", terá cerca de 150 capítulos. "Em termos de valores de produção e qualidade artística, é como se estivéssemos entregando ao público duas novelas das nove ao mesmo tempo, uma na TV Globo, outra no Globoplay. Isto só é possível graças à capacidade de produção dos Estúdios Globo, que se adaptaram rapidamente às necessidades de criar, desenvolver e produzir conteúdos multiplataforma", afirma Ricardo Waddington, diretor de Entretenimento da Globo no comunicado."Nossa aposta é que entre uma e outra, o público vai optar por acompanhar as duas tramas", acredita ele.A Globo informa ainda que a empresa está produzindo mais 15 projetos para o Globoplay e canais pagos da Globo. "Esse novo modelo de gestão de portfólio é resultado do processo de transformação da empresa, que tem permitido uma visão estratégica dos nossos conteúdos para múltiplas plataformas", afirmou Paulo Marinho, diretor-presidente da Globo.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2022-03-09 13:11:00
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Cervejaria dentro de vinícola no RS é eleita a melhor do Brasil
​Se você buscar na internet o site oficial da cervejaria Alem Bier, vai encontrar as informações na página da Vinícola Monte Reale. Mas não estranhe, a cervejaria nasceu de fato dentro da vinícola, em Flores da Cunha (RS).Na noite desta terça (8), a Alem Bier foi eleita a melhor cervejaria do país pelo Concurso Brasileiro de Cervejas, em Blumenau, principal premiação do gênero no país. Os gaúchos ficaram com 10 medalhas no total, 4 de ouro, 3 de prata e 3 de bronze.Em segundo lugar, repetindo o desempenho do ano passado, ficou a cervejaria "da casa", a Blumenau, com 7 medalhas, 3 delas de ouro. O pódio formado apenas com cervejarias do sul foi fechado pela Sabores do Malte, também de Santa Catarina, com 8 medalhas, 3 de ouro —mas perde para a Blumenau por ter menos medalhas de prata (3 a 1)."Sabemos o que fazemos, o que cultivamos, mas o resultado [do concurso] foi muito surpreendente. Não esperávamos algo dessa magnitude", celebra Carlo Mioranza, sommelier de cervejas da Alem Bier.Nascida em 2017, a jovem Alem Bier produz estilos tradicionais, mas aposta em rótulos mais complexos, envelhecidos em barris ou com leveduras selvagens, e se aproveita até da experiência com vinhos. Entre as que levaram medalhas de ouro, por exemplo, estão a Pinot Noir Grape Ale Harvest 2019 (categoria brett beer), a Muscat Brett Saison (specialty saison) e a Moscato Giallo Grape Ale (wild beer)."Nessa linha de cervejas estamos apresentando algo bem fora da curva no mercado brasileiro. Vários rótulos que ganharam medalhas ainda não estão no mercado", lembra Mioranza, que destaca ainda o clube de assinantes da marca, que recebe rótulos especiais.Tetracampeã com títulos consecutivos em 2018, 2019, 2020 e 2021, a Cathedral, de Maringá, não participou do concurso neste ano. Mais Blumenau ganha Best of ShowEm sua décima edição, o Concurso Brasileiro de Cervejas bateu o recorde de amostras inscritas, com 3.635 cervejas provenientes de 587 cervejarias de 21 estados do país.E a Cervejaria Blumenau ficou com o prêmio Best of Show, concedido ao melhor rótulo entre todos os listados no evento. A campeã foi a CraftLab Grodziskie, cerveja de estilo polonês pouco comum no mercado mundial, feita com malte de trigo defumado em carvalho.A cerveja faz parte da linha CraftLab da Blumenau, que faz rótulos especiais em edição limitada.A Catharina Sour Caju e Pitanga, da Unika (Santa Catarina) e a B7, uma experimental india pale ale, da Bragantina (São Paulo), ficaram em segundo e terceiro, respectivamente, no Best of Show."Estamos muito felizes por todos os resultados. Este, especificamente, por conta do alto nível dos juízes e por sabermos que alguns vieram da Polônia, país que deu origem ao estilo Grodziskie", comentou o mestre-cervejeiro Marcos Guerra.Com jurados de 21 países, a premiação ainda teve tempo de homenagear a ucraniana Lana Svitankova, jurada e cicerone cervejeira. Residente em Zurique (Suíça), Svitankova se emocionou no palco e saiu às lágrimas. Ela aproveitou a passagem pelo Brasil para divulga o projeto Drinkers For Ukraine, que visa arrecadar fundos para a Cruz Vermelha que está atuando em seu país.Muitas das cervejas premiadas no evento devem ser vistas no Festival Brasileiro da Cerveja, programado para acontecer entre 3 e 6 de maio, na Vila Germânica.O jornalista viajou a convite da Ablutec, que organiza o Concurso Brasileiro de Cervejas
2022-03-09 11:32:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/copo-cheio/2022/03/cervejaria-dentro-de-vinicola-no-rs-e-eleita-a-melhor-do-brasil.shtml
'Alemão 2' ganha trailer e data de estreia, após sete anos de produção
O filme "Alemão 2", sequência do sucesso de 2014 nas telas brasileiras, estreia nos cinemas em 31 de março, com Vladimir Brichta e Leandra Leal no elenco principal. Trailer divulgado nesta terça-feira (8) retrata um Brasil "que vive em uma cultura de autoritarismo e violência", como define o diretor José Eduardo Belmonte.A produção demorou cerca de sete anos até chegar às telonas, desde sua idealização. Segundo o diretor, os recentes acontecimentos no país influenciaram a história e inspiraram o enredo, que teve de ser reescrito várias vezes. Mais "Como escrever um filme com a história sendo reescrita tão rapidamente? Foi demorado chegar a uma solução", diz Belmonte. "Um dia, [o produtor] Rodrigo Teixeira me apresentou o conceito definitivo: começaríamos do zero. Nova trama, novos personagens."O produtor também estabeleceu premissas importantes: "seria um filme de gênero, com personagens tentando sobreviver em território que se torna hostil e com dois inimigos que precisam fazer um pacto de sobrevivência", explica o diretor.O novo roteiro foi assinado por Thiago Brito e Marton Olympio, autor da série "Cidade dos Homens". Eles definiram que a história aconteceria nove anos depois da ação militar que pretendia acabar com presença do tráfico no Complexo do Alemão, com a instalação das UPPs --Unidade de Polícia Pacificadora.A trama traz ainda novos personagens interpretados por Vladimir Brichta, Gabriel Leone e Leandra Leal, que vivem policiais civis cuja missão é capturar o traficante Soldado. Interpretado por Digão Ribeiro, o homem domina o morro depois da falência das UPPs. O elenco central conta ainda com Aline Borges e Dan Ferreira.Além dos estreantes, Belmonte destaca a volta de Mariana, interpretada por Mariana Nunes, responsável por representar a perspectiva das comunidades e estabelecer um elo com o primeiro filme. Ele relata que o filme é resultado de um processo colaborativo com os atores, e que muitas cenas surgiram a partir dos ensaios.O longa é produzido pela RT ​Features, de Rodrigo Teixeira, com coprodução da Buena Vista International e do Canal Brasil. Confira o trailer:Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2022-03-09 09:15:00
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https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/cristina-padiglione/2022/03/alemao-2-ganha-trailer-e-data-de-estreia-apos-sete-anos-de-producao.shtml
Conselho da Fiesp tem 70 membros e pode reforçar lobby político
Um grupo de 70 advogados e especialistas compõe o Conselho Superior de Assuntos Jurídicos da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) na gestão do empresário Josué Christiano Gomes da Silva. O órgão é presidido pelo advogado Cesar Asfor Rocha, ex-presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça).Eles foram convidados para debater e opinar sobre questões de interesse da indústria. O perfil de alguns conselheiros sugere reforço ao lobby político da entidade junto aos Três Poderes. O conselho atuará com mandato até dezembro de 2022 e foi dividido em dez comissões temáticas (*).Josué Gomes é filho de José Alencar Gomes da Silva (1931-2011), vice-presidente da República no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2003 e 2010.Entre as 13 advogadas do colegiado estão Roberta Maria Rangel, mulher do ministro Dias Toffoli, e Laura Schertel Mendes, filha do ministro Gilmar Mendes, ambos do STF. Laura é doutora pela Universidade Humboldt de Berlim e coordenadora do mestrado profissional em Direito do IDP.Roberta, doutoranda em direito civil, é sócia do escritório Warde Advogados, fundado por Walfrido Jorge Warde Junior, membro do corpo de árbitros da Fiesp-Ciesp e um dos 70 nomes da lista. Ele é autor do livro "O Espetáculo da Corrupção".Também está no conselho da Fiesp Octávio Luiz Rodrigues Jr., membro do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), indicado pela Câmara dos Deputados. Rodrigues Jr. é um dos conselheiros próximos ao PGR Augusto Aras. Seu mandato no CNMP termina em 2023.O advogado Saulo Benigno Puttini, diretor jurídico do BNDES, foi coordenador da Força Tarefa da Lava Jato no TCU. Chefiava a equipe responsável por apurar e instruir processos conexos com as investigações da operação. Foi assessor do ministro do TCU Vital do Rêgo FilhoO deputado federal Marcos Antonio Pereira, presidente nacional do Republicanos, é membro do novo conselho da Fiesp. Também é oriundo da atividade parlamentar o conselheiro Paulo Roberto Barreto Bornhausen, filho do ex-governador de Santa Catarina Jorge Bornhausen. Na Câmara, Paulo Roberto foi o idealizador dos movimentos "Xô CPMF" e "Xô Imposto".Na lista dos convidados de Asfor Rocha consta Paulo Fernando da Costa Lacerda, ex-diretor da Polícia Federal e da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Lacerda já participou de seminários na Fiesp sobre o combate à pirataria.O desembargador Paulo Alcides Amaral Salles, que integra a 21ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, atuará no conselho presidido por Asfor Rocha. Salles é membro da Comissão de Imprensa e Comunicação do TJ-SP.A vice-presidente do conselho jurídico da Fiesp é Maria Cecília Pereira de Mello, advogada especializada em direito penal e administrativo, [autointitulada] desembargadora federal aposentada do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região, com sede em São Paulo).Também são membros do conselho Fábio Prieto, ex-presidente do TRF-3, e Edgard Silveira Bueno Filho, desembargador aposentado daquele tribunal.Luciano de Souza Godoy, professor da FGV Direito SP, foi procurador do Estado e juiz federal junto ao TRF-3. Godoy foi executivo jurídico do Santander e da CSN. É membro da lista de árbitros da Sociedade Rural Brasileira e da FIESP.Entre os conselheiros que ocuparam recentemente cargos públicos estão Torquato Jardim, ministro da Justiça do governo Michel Temer, e Luís Inácio Adams, ex-Advogado-Geral da União.Foram convidados o advogado especializado em contencioso José Diogo Bastos Neto, sobrinho do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, e Alexandre Kruel Jobim, filho do ex-presidente do STF Nelson Jobim.Alexandre presidiu o Conselho de Administração do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) e a ABIR- Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas.Também participa do conselho o advogado Sidnei Agostinho Beneti Filho. Ele é filho do ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça Sidnei Agostinho Beneti.Arthur Sanchez Badin foi presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e ex-diretor jurídico da Carmargo Corrêa. Foi o responsável pela gestão de crise quando a construtora se viu envolvida nas investigações da Operação Lava Jato.O advogado Sérgio Rabello Tamm Renault é diretor presidente do Instituto Innovare. Foi o primeiro Secretário de Reforma do Judiciário (2003/05) e Sub Chefe para Assuntos jurídicos da Casa Civil da Presidência da República (2005/06).Participam do conselho da Fiesp criminalistas ligados ao IDDD - Instituto de Defesa do Direito de Defesa, entre eles, Alberto Zacharias Toron, Augusto de Arruda Botelho Neto e Flávia Rahal Bresser Pereira.Também estão no conselho os criminalistas Aloísio Lacerda Medeiros e Eduardo Pizarro Carnelós, defensor do ex-presidente Michel Temer.Viviane Girardi, primeira presidente da AASP (Associação dos Advogados de São Paulo), está no conselho da Fiesp, assim como o advogado Marcio Kayat, ex-presidente da associação.São conselheiros Paulo Tonet Camargo, vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, e Alexandre Fidalgo, especialista em liberdade de expressão, direito eleitoral, Processo Civil e Direito Constitucional.Também são membros do conselho os tributaristas Hamilton Dias de Souza, Heleno Tôrres e Igor Mauler Santiago.Asfor Rocha trouxe para o conselho da Fiesp o seu filho Caio Cesar Vieira Rocha, ex-presidente do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). Caio é especialista em arbitragem, contencioso e direito desportivo.O auditor Maurício Alexandre Pena Neves é oriundo do mesmo STJD.Também está na lista de convidados o advogado Eduardo Baptista Vieira de Almeida, associado ao Comitê Brasileiro de Arbitragem. Ele atua no escritório Cesar Asfor Rocha Sociedade de Advogados.São conselheiros da Fiesp advogados que foram alvo de investigações. Ricardo Tosto de Oliveira Carvalho, advogado do ex-governador Paulo Maluf, chegou a ser preso sob acusação de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro.Roberto Elias Cury representou interessados numa controvertida desapropriação de um prédio superavaliado para uso do TRF-3, no centro velho de São Paulo. A operação, que traria um prejuízo milionário ao erário, foi suspensa em acordo graças à atuação da Procuradoria Regional da República em São Paulo.Elias Cury também defendeu os interesses do Grupo Abdalla no processo de desapropriação do Parque Villa Lobos.Como este blog informou, Asfor Rocha é membro do Conselho Editorial do Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal. Foi nomeado pelo corregedor-geral da Justiça Federal, Jorge Mussi, no dia 5 de outubro de 2020, semanas depois de ter sido alvo de investigação sobre suposto esquema de tráfico de influência com desvio de recursos públicos do Sistema S.O sistema reúne entidades empresariais (como Sesi/Senai e Sesc/Senac) voltadas para o treinamento profissional, assistência social e lazer, serviços considerados de interesse público.Em nota, Asfor Rocha disse que "as suposições feitas pelo Ministério Público em relação a nosso escritório não têm conexão com a realidade".Em 3 de outubro de 2020, o ministro Gilmar Mendes reconheceu a incompetência da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro para processar e julgar crimes envolvendo valores supostamente desviados das entidades do Sistema S.Também está na lista de convidados de Asfor Rocha para o conselho da Fiesp a advogada Daniela Ribeiro Pimenta Valbão. Ela tem escritório no Espírito Santo e foi uma das beneficiadas com a decisão de um juiz de Vitória (ES) que liberou no dia 14 de dezembro de 2020, às vésperas do recesso forense, R$ 14 milhões de um depósito judicial da Previdência Usiminas. O processo se encontrava em execução provisória de sentença, ou seja, ainda pendente de julgamento pela 4ª Câmara Cível do tribunal estadual.Na mesma data da liberação, o dinheiro foi transferido eletronicamente pelo Banestes para os autores da ação e seus patronos advogados. Foram beneficiadas as seguintes bancas: Pimenta & Castello Advogados (R$ 8,7 milhões); Cesar Asfor Rocha Sociedade de Advogados (R$ 4,9 milhões) e Prandina Sociedade Individual de Advocacia (R$ 403,5 mil).Comissões Temáticas1. Inovações tecnológicas na atividade empresarial e no Direito 2. Meio ambiente, sustentabilidade, indústria, agronegócio, mineração e energia 3. Atividades econômico-financeiras e repercussões penais 4. Contratos, consumo e sociedades empresariais 5. Atividades empresariais, relações de trabalho e experiência comparada 6. Liberdade econômica, serviços públicos concedidos e intervenção estatal no setor privado 7. Finanças públicas, segurança jurídica e desenvolvimento econômico 8. Promoção do livre comércio internacional 9. A arbitragem e a indústria: novos padrões e perspectivas.
2022-03-09 01:44:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/frederico-vasconcelos/2022/03/conselho-da-fiesp-tem-70-membros-e-pode-reforcar-lobby-politico.shtml
Caco Galhardo inaugura exposição com trabalhos que resumem seus 20 anos de carreira
Na rua Augusta, meio escondida em uma das lojas da Galeria Ouro Velho, uma galeria de arte dedicada exclusivamente ao universo dos quadrinhos mergulha, a partir desta quinta-feira, dia 9, nas mais de duas décadas de carreira do cartunista da Folha Caco Galhardo.A exposição foi feita sob os cuidados do próprio artista com a dupla que comanda a 9ª Arte Galeria, Alexandre Teixeira Vital e Mona Lisa Terto Martins. São cerca de 30 trabalhos de Galhardo, entre tiras, páginas de HQs, cartuns e até telas feitas em acrílico, que ele vem explorado há cerca de quatro anos. A mostra fica em cartaz até 2 de abril."Estou há mais de 20 anos fazendo quadrinhos e minha carreira é toda na Folha, onde eu praticamente comecei a desenhar. Quando você faz a mesma coisa por muito tempo, olhar para trás é muito legal. Revi coisas do meu comecinho, como as tiras dos Pescoçudos [publicadas entre 1997 e 2010]", diz Galhardo, que não quis produzir uma linha do tempo rígida para a seleção.O cartunista, que atualmente publica a série "Daiquiri" na Ilustrada, conta que enxerga um paralelo entre o seu trabalho do fim da década de 1990 e o mundo atual. "Muitos dos pescoçudos, que eram seres neuróticos de uma grande cidade, tinham os pescoços voltados para baixo nos anos 1990. Essa foi uma profecia concretizada visualmente. Hoje está todo mundo assim, olhando para o próprio umbigo, para os celulares."Receba no seu email um guia com a programação cultural da capital paulista; aberta para não assinantes.Carregando...Todos os itens expostos estão à venda, com obras que partem de R$ 100 no site da galeria. "A gente fica fazendo quadrinhos por muitos anos, chega um momento em que você quer dar uma variada. Pintar me tira um pouco dessa coisa tão lógica, racional, que são os quadrinhos. É uma coisa libertadora", conta ele sobre as telas que vem produzindo.Quem quiser conhecer mais sobre a obra do cartunista também pode comprar nas livrarias sua obra mais recente, "Cinco Mil Anos: Mais Um de Covid", que reúne tiras feitas entre 2020 e 2021 e que falam de assuntos relacionados à pandemia. Mais
2022-03-09 14:05:00
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https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2022/03/caco-galhardo-inaugura-exposicao-com-trabalhos-que-resumem-seus-20-anos-de-carreira.shtml
Adriana Araújo começa a gravar testes de novo noticiário da Band
A jornalista Adriana Araújo, ex-âncora do Jornal da Record, tem trabalhado no desenvolvimento do novo telejornal da Band, planejado para a faixa vespertina da emissora. Com estreia prevista para março, o jornal está em fase de gravação de pilotos para escolha do melhor formato.A primeira participação de Adriana na Band foi pelo Canal Livre, no dia 9 de janeiro. A jornalista participou da mesa de entrevistas ao governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência da República João Doria (PSDB), ao lado de Eduardo Oinegue e Fernando Mitre.Neste ano, a apresentadora atuará na cobertura eleitoral da emissora, um contraponto à Globo e ao SBT, que inaugurou um telejornal vespertino recentemente. Adriana passa a compor o primeiro time do jornalismo da Band, além de comandar futuros projetos no Bandnews TV, com sede na capital paulista, e na rádio BandNews FM.A jornalista se desligou da Record em março de 2021, após cerca de 15 anos de prestação de serviços. Em agosto, a âncora abriu um processo contra a emissora pedindo reconhecimento de vínculos empregatícios pelos seus serviços no canal, que a contratava como Pessoa Jurídica. Mais Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2022-01-24 16:24:00
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https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/cristina-padiglione/2022/01/adriana-araujo-comeca-a-gravar-testes-de-novo-noticiario-da-band.shtml
Tomara que Elizangela se recupere logo, e mude de ideia quanto à vacinação
Elizangela faz parte da minha memória afetiva. Eu ainda era pequenininho e ela, um pouco maior do que eu, já era a assistente do Capitão Furacão, nos primórdios da TV Globo.Depois Elizangela me acompanhou ao longo de inúmeras novelas. Eu ainda cruzei com ela nos bastidores do Video Show (Globo), quando fui redator do programa. É uma ótima atriz e uma graça de pessoa.Mas também é negacionista. Publicou, ao longo da pandemia, diversos posts duvidando da gravidade da situação. No final de 2020, comparou a "vacinação forçada", algo que não existe no Brasil, ao estupro, e ainda usou o bordão "meu corpo, minhas regras". Faltou combinar com o vírus. Mais No dia 20 de janeiro, Elizangela foi internada em estado grave, com sequelas de Covid, na UTI do Hospital Municipal José Rabello de Melo, em Guapimirim, cidade no fundo da Baía de Guanabara onde ela mora há oito anos. A assessoria de imprensa da prefeitura confirmou que a atriz não tomou uma única dose de nenhuma vacina contra o novo coronavírus.Confesso que fiquei contente com a notícia. Não, não desejo nenhum mal a Elizangela. Pelo contrário: quero que ela fique boa o quanto antes e volte logo a brilhar na televisão, seu habitat natural. A boa notícia é que sua recuperação vai de vento em popa. A atriz teve alta neste domingo (23) e já está em casa. Mas ainda precisará usar suporte de oxigênio por uma semana, para respirar melhor.Mas então, por que gostei de saber dessa internação? Porque este episódio pode servir para Elizangela mudar de ideia e pedir desculpas pelas besteiras que andou dizendo. Ao questionar a eficácia das vacinas e duvidar da própria pandemia, ela se colocou a serviço da morte e da destruição.Nem sei qual é sua posição política, mas a atriz serviu direitinho aos planos nefastos da extrema-direita, que tenta disfarçar a própria incompetência negando a existência dos problemas.Elizangela escapou, mas vai que alguém que acreditou em seus palpites estúpidos não teve a mesma sorte?Infelizmente, muitos militantes anti-vacina preferem morrer a dar o braço a torcer. Não faltam casos de negacionistas que imploram que não seja revelada a verdadeira causa de suas mortes. Entre os que sobrevivem, não são raros os que negam que tenham contraído Covid.Será que Elizângela vai se juntar a esse grupo? Seu empresário, Lauro Santana e sua filha, Marcela Simões, afirmam não ter certeza se ela foi ou não imunizada. "Ela é uma pessoa muito alegre, alto astral, não gosta de falar sobre doença. Daí, não sabemos ou não. Nunca tivemos esse tipo de conversa", disse Santana ao portal G1.Os dois podem estar tentando conter a avalanche de mensagens de ódio que Elizangela vem recebendo nas redes sociais. Mas a melhor estratégia para recuperar a imagem da atriz seria ela vir a público dizer que agora acredita na ciência, que acabou de salvá-la.Mesmo que nada disso aconteça, este caso pode servir para abrir os olhos de muitas pessoas que ainda não procuraram os postos de saúde. Estão vendo, gente? Quem não se vacina, corre o sério risco de ser internado, e até de morrer.A variante ômicron, já dominante no Brasil, só não está provocando milhares de mortes porque encontrou por aqui uma população bastante vacinada. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, cerca de 90% dos internados com Covid não haviam completado o esquema vacinal, e 38% não tomaram nenhuma dose.Que este tremendo susto pelo qual Elizangela passou sirva para convencer, se não a ela, pelo menos a quem ainda duvida da importância da vacinação. Mais Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Tony Goes tem 62 anos. Nasceu no Rio de Janeiro, mas vive em São Paulo desde pequeno. Já escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. E atualiza diariamente o blog que leva seu nome: tonygoes.com.br
2022-01-24 13:00:00
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Airto Moreira e Flora Purim fazem shows de despedida em São Paulo
O percussionista Airto Moreira e sua mulher, a cantora Flora Purim fazem shows nos dias 29 e 30 deste mês, no Sesc Belenzinho, em São Paulo, despedindo-se dos palcos.Airto Moreira já atacou com Tom Jobim (1927-1994), Miles Davis (1926-1991), Chick Corea e Quincy Jones, entre outros. Flora Purim já cantou ao lado de outras grandes personalidades do jazz como Chick Corea, Dizzy Gillespie (1917-1993), George Duke (1946-2003), Stan Getz (1927-1991).Para acompanhar a despedida dos dois artistas reconhecidos internacionalmente como supertalentosos estão músicos do primeiro time: Frank Colón (percussão), Thiago Espirito Santo (contrabaixo), Cuca Teixeira (bateria), Fábio Leandro (piano) e Jota P (saxofone).Nos shows, o repertório abarca músicas que fizeram parte das sólidas carreiras de mais de 50 anos construídas pelos dois artistas. Entre elas, "Viver de Amor", de Toninho Horta e Ronaldo Bastos, gravada por Flora Purim e Airto Moreira no LP "The Sun Is Out" (1989), e depois no CD "Wings of Imagination" (2001).Saiba mais sobre a dupla que concedeu uma entrevista ao blog em 2020, ocasião na qual se apresentaram em São Paulo, em https://musicaemletras.blogfolha.uol.com.br/2020/01/30/flora-purim-e-airto-moreira-fazem-show-em-sao-paulo/.Atenção! Permanece obrigatório o uso de máscaras, cobrindo adequadamente boca e nariz. Em todas as unidades do Sesc no estado de São Paulo é necessário apresentar o comprovante de vacinação contra a Covid-19. O acesso às unidades acontece mediante comprovação de duas doses da vacina ou da dose única, e um documento oficial com foto. O público pode apresentar o comprovante físico, recebido no ato da vacinação, ou o comprovante digital, disponibilizado pelas plataformas VaciVida e Conecte SUS, ou pelo aplicativo e-saúdeSP.Bons shows!SHOW AIRTO MOREIRA E FLORA PURIMQUANDO Sábado (29), às 21h; domingo (30), às 18hONDE Sesc Belenzinho, r. Padre Adelino, 1000, Belenzinho, São Paulo, tel. (11) 2076-9700QUANTO De R$ 20 a R$ 40
2022-01-24 10:52:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/musica-em-letras/2022/01/airto-moreira-e-flora-purim-fazem-shows-de-despedida-em-sao-paulo.shtml
Águas que não voltam mais
Memória. Homenagem. Tradição.A cidade comemora seu aniversário.Surge a boa notícia.O rio Pinheiros vai ficar mais limpo.Era triste o sorriso do sr. Salzedo.–Pensar que eu nadava tanto no rio…Do seu confortável apartamento no alto de Pinheiros, ele contemplava o esgoto a céu aberto.–Limpar isso aí?O prédio da Sabesp não ficava longe de seu campo de visão.–Ó, ó, vocês. Ó.A mulher dele se chamava Fátima.–Falando sozinho de novo, Salzedo?Ele teve um sobressalto.–Assim você me assusta.–Vem, amor. Hora da sua caminhada.A vida de um aposentado é feita de pequenas rotinas.No closet, Salzedo lastimava sua forma física.–Quando eu ia nadar no Pinheiros… era outra coisa.–Vem, Salzedo. O que é que você está enrolando?–A Fátima então… ficou louca quando me viu.O Tempra 93 encaminhou-se ao Parque Villa-Lobos.–Opa. Opa. Olha a chuva.Em questão de minutos, veio o alagamento na Marginal.–Consegue abrir a porta do seu lado, Fátima?–Hmf… hmf…Um bote de borracha se aproximou silenciosamente.–Hein? Hein? O que é isso?Musas. Beldades. Vedetes.–Rose Rondelli? Carmen Verônica? Terezinha Morango?Um desfile de sereias perturbava a mente do ancião.–Vem, Salzedo… vem nadar com a gente.O resgate só chegou quatro horas depois.No velório, Fátima comenta.–Parece que ele está sorrindo…A poluição hídrica pode ser solucionada.Mas as águas que passam já não voltam mais. Mais
2022-01-24 08:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/voltaire-de-souza/2022/01/aguas-que-nao-voltam-mais.shtml
Testamos uma estratégia de aplicação de R$ 100 mil para sua aposentadoria; confira o resultado
Quando pensamos em aposentadoria a segurança nos investimentos é um dos fatores mais importantes. Neste sentido, aqueles que desejam correr risco em uma parte do portfólio devem atentar para que a parcela de reserva básica da aposentadoria não seja comprometida com prejuízos. Nesse sentido, a estratégia de alocação chamada Constant Proportion Portfólio Insurance (CPPI) poderia ser uma alternativa.Nos últimos artigos escrevi sobre as três principais estratégias de alocação: Buy and Hold (BH), Constant Mix (CM) e Constant Proportion Portfólio Insurance (CPPI). Hoje, vou detalhar um pouco mais da CPPI e explicar por que ela poderia ser mais indicada quando você está vivendo sua aposentadoria, mas deseja ter algum investimento de risco.Quando chegamos a aposentadoria, usualmente, nosso portfólio financeiro para de receber aportes e começamos a apenas fazer retiradas.Por esse motivo, perdas financeiras são mais dolorosas, pois não poderão nunca mais serem substituídas e, eventualmente, pode não haver tempo para recuperar.Logo, a estratégia de alocação de risco na aposentadoria deve considerar que a tolerância a risco do investidor cai quando seu portfólio perde valor e sobe quando seu portfólio se valoriza.Ao contrário da estratégia CM que expliquei ontem, na CPPI, o investidor reduz a alocação em renda variável quando esta cai e eleva a proporção quando a renda variável se valoriza. Assim, o risco do portfólio cai em momentos de baixa do mercado e sobe em momentos de alta das ações.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...Para montar a estratégia, é preciso definir alguns parâmetros.Primeiro, o investidor deve definir um valor mínimo (vm). Esse valor deve ser o mínimo que, se investido na renda fixa, seria suficiente para cobrir suas despesas. Logo, o vm representa a reserva básica da aposentadoria.Isso significa que se sua carteira se aproximar do vm por uma queda do mercado, a alocação em bolsa é reduzida.Assim, a alocação em renda variável (A) do investidor será definida pelo produto entre um multiplicador e a diferença entre o valor do portfólio (vp) e o vm, ou seja, A = m * (vp – vm).Por exemplo, considere um portfólio (vp) de R$ 100 mil e que o valor mínimo (vm) que o investidor aceitaria que seu portfólio caísse fosse de R$ 90 mil. Se o multiplicador (m) for escolhido como 2, sua alocação inicial em bolsa de valores será de R$ 20 mil, ou seja, de 20%.O valor mínimo deve ser atualizado pela renda fixa como forma de garantir que ao longo do tempo ele não perca poder de compra.Perceba que a diferença entre vp e vm é o colchão que o investidor tem para correr risco. Quanto maior o colchão, maior é a tolerância ao risco do investidor. Se o colchão se reduz, o mesmo ocorre com a tolerância ao risco. A exposição à renda variável é sempre um múltiplo constante do colchão.Assim, mesmo com um severo mercado negativo, o portfólio irá no mínimo render o que rende o vm corrigido pela renda fixa. Logo o investidor, como o leitor Agostinho, se seguir esta estratégia, pode ficar tranquilo de correr risco, enquanto tiver um colchão para isso.Veja no gráfico acima como evoluíram as alocações em renda variável para as três estratégias CM, BH e CPPI desde 1999.Observe que a alocação em renda variável na estratégia CPPI se reduz bastante ao longo do tempo. Essa é uma característica da estratégia quando a renda fixa rende bem mais que ações e pela volatilidade desta.Como explica o prêmio Nobel em Economia William Sharpe, nenhuma estratégia é melhor que a outra em qualquer cenário.No Gráfico 1 é possível acompanhar a evolução das três estratégias. De fato, nos últimos 22 anos a estratégia CM apresentou melhor desempenho que a CPPI. Isso ocorreu pela característica de alta volatilidade de nosso mercado favorecendo a estratégia CM.No entanto, para aqueles que precisam se resguardar de momentos ruins e não podem se dar ao luxo de ver seu patrimônio cair abaixo de um mínimo, a estratégia CPPI pode ser mais recomendada.Perceba que a volatilidade desta estratégia é menor que a das outras. Isso pode ser visto no Gráfico 1 pela suavidade da evolução do patrimônio desta estratégia em relação às outras.Quer entender mais detalhes sobre as estratégias? Leia o trabalho de Sharpe no link.Nos próximos artigos vou tentar responder questões de dois leitores. Vou escrever em breve sobre estratégias com opções como pediu o Tony. Antes, responderei ao Alexandre e explicarei se vale a pena investir em painéis solares para economizar na despesa de energia residencial.Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor(Siga e curta o De Grão em Grão nas redes sociais. Acompanhe os posts do Instagram.) ​ ​Caso tenham dúvidas ou sugestões de temas que gostariam de ver comentadas aqui, por favor, fiquem à vontade para enviar por e-mail.
2022-01-24 02:30:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/de-grao-em-grao/2022/01/testamos-uma-estrategia-de-aplicacao-de-r-100-mil-para-sua-aposentadoria-confira-o-resultado.shtml
Diálogos possíveis
A assinatura tripla deste artigo deve surpreender (ou chocar?) muita gente. Afinal, o senso comum sugere que as flagrantes diferenças que nos separam politicamente nos mantenham... Separados! Não serão poucas as vozes radicais —incluindo críticos, mas também apoiadores, seguidores e eleitores de cada uma e de cada um de nós— que se apressarão em apontar o dedo e bater forte nessa ousadia."Como você se atreve a estar ao lado de um conservador radical e intolerante?", alguém perguntará. "Por que se unir a uma radical esquerdista?", questionará outra pessoa. "Dialogar com essa que se diz progressista de centro-esquerda e que frequentemente está ao lado de liberais? Um erro!", completará mais alguém.Rótulos e generalizações fazem parte de um jogo que, na prática, provoca consequências: impedir diálogos, interditar debates, hostilizar adversários, estimular a violência política e reduzir quem pensa diferente de nós a inimigos a serem abatidos —e dos quais devemos manter uma providencial distância.Essa é uma anomalia que nos últimos anos, infelizmente, saiu da rotina dos políticos e partidos para as rodas de conversa, os grupos de WhatsApp, os jantares familiares. O que deveria ser a exceção praticada por radicais virou a regra da não convivência política. Pensamos de maneira diferente —​entre nós, mas também em relação a esse jogo reducionista que, no fim das contas, põe a nossa democracia em risco. Mais E foi pensando assim que atendemos a um convite de uma turma que envolveu Fundação Tide Setubal, Despolarize, Redes Cordiais e Maranha Filmes para participamos de um encontro cujo propósito era justamente fazer um chamado ao diálogo. E incentivar a pensar sobre o papel de cada um e de cada uma de nós para que isso possa acontecer com todas as pessoas que pensam diferente. Queríamos poder definir com mais precisão o que é encontro e o que é fronteira, porque sabemos que o mais importante é não perdermos a capacidade de ouvir e falar e de aceitar as diferenças que nos separam.Dessa conversa saiu o primeiro episódio de uma websérie que já está no ar, chamada "Diálogos possíveis". E do diálogo possível —e, sim, foi possível!— resultou este artigo, também um convite ao diálogo. Assim, com nossas diferenças, queremos chamar a atenção para o perigo em que o Brasil e sua abalada democracia estão mergulhados: da política institucional às relações interpessoais, precisamos recuperar nossa capacidade de comunicar e conversar sobre política. Sem medo e sem ódio. Mais Isso se torna ainda mais relevante quando caminhamos para um ano eleitoral que tem tudo para prejudicar ainda mais o ambiente já tóxico da nossa democracia. Precisamos deslegitimar a violência. Estabelecer pontes. Manter relações com pessoas de posicionamentos políticos diferentes, mas que estão dentro do campo democrático. Buscar conhecê-los e não demonizá-los. Explorar o potencial da comunicação para melhorar o debate e provocar diálogos.Cada um de nós —incluindo os três que assinam este texto—, de algum modo, pode ter contribuído para chegarmos onde chegamos. Diante da constatação de que não nos enquadramos nas caixinhas ideológicas imaginárias, rótulos, agressões e essa lógica do "mire e abata" parecem falar mais alto do que argumentos. Mais Precisamos parar de normalizar esse tipo de prática. A democracia entra em xeque quando a divergência, por si, justifica atos de violência ou tentativas de silenciamento. Diferentemente do que muitos pensam, a polarização violenta não é aquela que separa duas ideias opostas. A polarização é ruim quando dois (ou mais) lados se fecham, não escutam, não dialogam. Quando um lado não aceita que o outro possa existir e ter uma visão diferente da sua. Quando aciona emoções negativas entre nós que distorcem a nossa percepção da realidade. Quando passamos a ver o outro como uma ameaça.Combater essa realidade não é tarefa fácil. É difícil, doloroso e abre caminho para novos embates, porém necessários. É para o bem da democracia e para que possamos mirar nossa indignação para problemas e ameaças reais. A democracia é a nossa melhor escolha. Que possamos seguir nessa direção!TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.​
2021-12-02 20:00:00
opiniao
Opinião
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Cloroquina filosófica é uma tática política que gera muito engajamento
Numa manhã de quarta-feira, Nietzsche apareceu nos Trending Topics do Twitter. O motivo não poderia ser mais contemporâneo: um nude, falsamente atribuído a ele, mostrava um homem com, digamos, o bigode ereto."O contexto era um cara bem legal, pena que não pode ver mulher", pensariam os mais filosóficos. Pena que ele não está mais aqui para se defender. Ou contextualizar.Muita gente já percebeu, mas cabe aqui formalizar a trágica notícia com todas as letras: o contexto está morto.Mas, afinal, quem matou e quem mandou matar o contexto?Foi esse mundão de meu Deus hiperconectado, cujo frenesi não permite o aprofundamento dos assuntos?Foram as redes sociais, cuja construção dos egos acabou formando bolhas que nos tiram a capacidade de olhar o mundo sob diversas perspectivas?Foi a sanha julgadora-canceladora-lacradora das novas gerações?Foram os milicianos de Rio das Pedras?Não somos capazes de encontrar resposta justamente porque, para isso, precisaríamos recorrer a ele: o contexto.Mas esta ereção pode nos trazer uma reflexão: quem se beneficia com a morte do contexto? É aí que entra a cloroquina filosófica.Podemos pensar no que disse Fernando Holiday a Mano Brown no ótimo podcast "Mano a Mano". O deputado que estourou por causa do MBL fez uma autocrítica. Holiday diz se arrepender de ter reduzido o debate público a uma sequência de memes. Ele não foi o único, claro. Nem o último. Mais A teoria da cloroquina filosófica funciona mais ou menos assim: recusando a existência do contexto, muita gente esperta criou universos particulares que não necessitam de fatos. E que apresentam soluções mágicas para questões complexas. E embalou tudo isso numa luta maniqueísta para justificar o óbvio fracasso de resolver questões complexas de maneira simples. A culpa é sempre dos outros.A cloroquina filosófica é uma tática política que gera muito engajamento. Não resta dúvidas que dá frutos. É um projeto de permanência no poder. A morte do contexto elegeu presidentes.Ou seja: o bigodudo ereto da foto não é Nietzsche. Mas, para parte considerável da população, isso não importa. Basta espalhar a ideia de que a ereção do filósofo pode macular nossas crianças. E a discussão está ganha. Talvez as eleições também.
2021-12-02 17:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/blogs/renato-terra/2021/12/cloroquina-filosofica-e-uma-tatica-politica-que-gera-muito-engajamento.shtml
Paulo Vieira comanda desafio das arábias no Rolling Kitchen Brasil
Os casais formados pelos nadadores Bruno Fratus e Michelle Lenhardt e pelo apresentador João Luiz Pedrosa e seu namorado, o professor Igor Moreira, participam do desafio das arábias no Rolling Kitchen Brasil desta quinta-feira (2), no GNT. Sob o comando de Paulo Vieira, as duplas vão preparar um charutinho de repolho com molho e um sanduíche de kafta e homus.No episódio inédito do programa culinário, os casais se separam em cozinhas diferentes para fazer, em uma hora, receitas complementares sobre o tema "uma viagem pelas arábias". O melhor avaliado depois da degustação dos chefs e jurados Moacir Santana e Heaven Delhaye recebe o troféu do programa.Produzido pela Endemol Shine Brasil, Rolling Kitchen é exibido no GNT todas as quintas, às 21h30. O reality é baseado no formato de The Rolling Kitchen, criado por Yomiuri Telecasting Corporation, no Japão, em 2018. Os episódios ficam disponíveis no Globoplay. Mais Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2021-12-02 16:30:00
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Constituição nunca disse que casamento é entre homem e mulher
Foi publicado no Painel, desta Folha, que "[André] Mendonça deu resposta treinada e não defenderá casamento gay no STF, diz líder evangélico" (1º/12). Embora tenha dito que defenderia "o direito constitucional do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo", segundo o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), "o que a Constituição garante é [o casamento] de homem e mulher".Diante disso, é necessário ressaltar com veemência que esse fala é inverídica. A Constituição não diz, nem nunca disse, que o casamento é entre "homem e mulher". Trata-se de mito propagado há muito tempo, por desconhecimento de alguns e má-fé de outros. A Constituição não define casamento. Diz apenas que é civil e gratuita sua celebração, que o casamento religioso tem efeitos civis e que o casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. Mais O único trecho em que há menção a "homem e mulher" está no §3º do artigo 226, que dispõe: "Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento". Portanto, a menção a homem e mulher diz respeito à união estável, não ao casamento.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...E mais, dizer que seja reconhecida a união entre homem e mulher não quer dizer que se proíba o reconhecimento de outras uniões, como destacou o voto do ministro Ricardo Lewandowski, irretocável do ponto de vista técnico, no julgamento em que o Supremo reconheceu, por unanimidade, a união homoafetiva.Nem é preciso recorrer aos princípios, ou à vedação constitucional de todas as formas de discriminação. O sentido mais óbvio, do ponto de vista literal e lógico, é o da admissão tanto da união estável quanto do casamento homoafetivo. Para se defender que a Constituição não os permite, seria necessário dar pelo menos duas piruetas interpretativas. Mais Primeiro, seria preciso dizer que o rol de entidades familiares é fechado, ou seja, são apenas aquelas que a Constituição menciona explicitamente: casamento, união estável heterossexual e comunidade formada por um dos pais e os filhos. E é claro que aqueles que se opõem à união homoafetiva não defendem isso, pois seria preciso levar o argumento até o fim e dizer que não configuram entidades familiares nem mesmo aquelas situações classicamente presentes em manuais de direito de família, como a situação em que duas irmãs ou dois irmãos solteiros habitem juntos.A segunda pirueta interpretativa é dizer que, como a Constituição facilita a conversão da união heterossexual em casamento, então o casamento, por definição, seria entre homem e mulher. Essa leitura não faz sentido lógico. Seria como definir a água da minha casa pelo gelo derretido do meu freezer desligado e dizer que a substância que retiro do purificador não é água, pois não é gelo derretido. Mais Em suma, e para deixar claro: 1 - a Constituição não define o casamento como união entre homem e mulher; e 2 - a Constituição reconhece explicitamente a união estável heterossexual, o que fazia sentido em 1988, mas isso não significa que proíba o reconhecimento de outras uniões.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.​
2021-12-02 16:13:00
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Opinião
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Mineira tem cabelos curtíssimos como trunfo no Miss Grand International
Entre 59 misses, mais uma vez o Brasil é um dos grandes destaques do Miss Grand International, representado nesta edição pela mineira Lorena Rodrigues, 26. A avaliação é dos fãs do segmento, que apontam a modelo como uma das possíveis vencedoras deste ano."Me sinto pronta para vencer. Sinto como se toda a minha vida tivesse sido uma preparação para esse momento. O Miss Grand International é algo que eu sonhei, estudei e me preparei. Agora é a hora [de vencer] porque estou aqui!", conta a confiante Miss Grand Brasil, em conversa exclusiva com a coluna.Disputado na Tailândia desde meados do mês passado, a grande final do concurso acontece neste sábado (4), quando a americana Abena Appiah, passa a coroa. Essa é a segunda vez que o evento acontece no país asiático, onde fica a sede da organização. O último foi em março passado, quando a paraibana Lala Guedes se classificou como finalista. Mais "Estou muito animada e minhas expectativas para a final são as melhores possíveis! Quero que esse momento chegue e ao mesmo tempo não quero, pois significa que estamos no finzinho da experiência e que vai acabar todo esse sonho que estou vivendo", adiciona Lorena.Para ela, um dos seus diferenciais é sua autenticidade. A jornalista afirma que não tenta ser ninguém além dela mesma, e que isso é motivo para se orgulhar. "Meu diferencial é ser a Lorena. Não estou fingindo nada, falo sobre as coisas que realmente acredito, uso meu estilo próprio de roupa e cabelo, e acho que isso é muito importante. Se a organização estiver procurando uma Lorena, para mim está perfeito. Mas se não estiver, tudo bem também", analisa.Há outro diferencial de Lorena apontado nos fóruns do mundo miss como seu maior destaque na competição —mesmo considerado algo fora dos padrões. Seus cabelos com os fios bem curtinhos chamam a atenção e ganham elogios, apesar de ser algo que contraria o perfil de miss mais celebrado nas últimas décadas."Recebi só feedback positivo! As pessoas têm amado o meu cabelo curtinho. Eu sou a única miss do concurso com o cabelo nesse cumprimento, então realmente tem sido um destaque. Estou muito feliz com essa recepção principalmente porque eu já estava muito feliz com meu cabelo", diz.Acostumada com os fios longos a vida toda, a modelo tomou a decisão pelo novo corte em agosto do ano passado, no meio da pandemia. "Estava na verdade cansada de cuidar e queria dar uma mudada. Descobri que ter cabelo curto é tudo! Me sinto mais bonita e estilosa. As mulheres são tão diferentes entre si, de tanto jeito, forma, tamanho… Por que não uma miss de cabelo curto?", questiona.Anunciada em junho passado para o posto, Lorena já tinha encerrado sua carreira nas passarelas de miss quando recebeu o convite. Formada em jornalismo e em artes e design, ela resolveu aceitar o desafio e disputar o certame mundial que mais admira. Desde então, se preparou com afinco para a viagem."A gente sempre pensa que poderia ter feito mais. Mas tenho evitado ficar pensando dessa maneira, e focado em lembrar tudo que eu aprendi nos últimos meses. Eu sei do meu trabalho e o que eu fiz para estar aqui, e tenho certeza de que todas as outras meninas fizeram um excelente trabalho com o tempo e recursos que tinham", destaca sobre as concorrentes.Experiente nas competições de miss, Lorena sempre teve ótimos resultados nos concursos em que participou na última década. Entretanto, ela ainda não tinha ostentado uma das coroas das grandes franquias mundiais."O Miss Grand International é um concurso grand slam, que está entre os maiores do mundo, então foi um convite irrecusável. Eu estudei muito a franquia quando disputei por Minas Gerais em 2019, e me apaixonei. Quando a organização nacional veio me abordar, voltou todo aquele sentimento que eu tive e só embarquei".Atualmente, Lorena mora com a família em Juiz de Fora (MG), sua cidade natal. Modelo desde os 10 anos, já passou temporadas no Rio de Janeiro e em São Paulo. "Sempre fui muito magrinha e alta, e isso me levou aos castings de modelo logo cedo. Nunca sonhei em ser modelo ou miss, mas isso aconteceu na minha vida e eu passei a amar esses universos", lembra."Eu ainda não acredito que estou vivendo isso tudo, essa é a verdade. Estou muito feliz e carrego comigo aquele sentimento de dever cumprido. Agora estamos nos últimos dias e a expectativa para a final é enorme! Conto com a torcida de todos vocês e espero trazer a coroa para o nosso país", finaliza.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Fábio Luís de Paula é jornalista especializado na cobertura de concursos de beleza, sendo os principais deles o Miss Brasil, Miss Universo, Miss Mundo e Mister Brasil. Formado em jornalismo pelo Mackenzie, passou por Redações da Folha e do UOL, além de assessorias e comunicação corporativa. Contato ou sugestões, acesse instagram.com/defaixaacoroa e facebook.com/defaixaacoroa
2021-12-02 16:00:00
colunistas
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Museu Judaico abre com peças do Holocausto e histórias conectadas à pluralidade brasileira
Um simples cachorrinho de pelúcia pode ajudar a juntar os fragmentos da história da imigração judaica no Brasil. O bichinho cruzou o oceano Atlântico vindo da Europa, aportou em Santos em 1940 e, hoje, é uma das peças que compõem o acervo de pouco mais de 2.000 itens do Museu Judaico, que abre suas portas em São Paulo neste domingo (5), depois de quase dez anos em obras.O animal de pelúcia carrega um significado especial para Elizabeth Posva, a doadora do brinquedo para o museu, desde que sua família vivia na Alemanha. Sua mãe, quando estava no oitavo mês de gravidez da segunda filha, Edith, teve de fazer uma cesariana de emergência, a que se seguiu uma laqueadura que a impediria de ter mais filhos.As duas meninas viviam com os pais em Nuremberg, no momento em que testemunharam um triste acontecimento: a Noite dos Cristais, como viria a ser conhecido o ataque organizado pelos nazistas contra judeus nos dias 9 e 10 de novembro de 1938.As janelas da casa onde moravam foram quebradas. Cacos de vidro caíram sobre o berço de Elizabeth e Edith, um ato de violência que as marcaria por toda a vida.Felizmente, a família sobreviveu à ação. Em seguida, conseguiu a documentação para vir para o Brasil —o cachorrinho de pelúcia, inseparável das irmãs, veio junto com elas.À avó das meninas, com 67 anos à época, o visto de viagem foi negado. O motivo? Foi considerada "velha demais".Uma semana depois de assistir à partida dos familiares, a avó foi levada pela Gestapo para Riga, naquele que ficou conhecido como o Massacre de Rumbula, quando, no fim de 1941, 25 mil judeus foram assassinados na Letônia.Distante 1.000 km dali, um conjunto de talheres de prata, usados pelos oficiais alemães, conseguiu manter-se escondido graças ao cuidado de uma mulher judia que cozinhava para eles no campo de concentração de Auschwitz, no sul da Polônia. As peças, cujos cabos tinham gravados o símbolo da águia imperial e a suástica nazista, também fazem parte da coleção."Recebemos todos esses objetos das mãos dos sobreviventes ou de seus familiares", conta Ruth Sprung Tarasantchi, 86, diretora de acervo. "Todas as informações e as histórias que temos são as que as próprias pessoas, as doadoras, nos contaram", explica ela. Mais Também da Polônia, em Lodz, segundo maior gueto de judeus daquele país, Moisés Dzialowski guardou um relógio de bolso. Manteve o objeto escondido dentro do sapato durante o período de campo de concentração. Não se sabe, todavia, quando o relógio, que também está no catálogo do museu, chegou por aqui.Há ainda um contrato matrimonial judaico (ketubá), do fim do século 19. Pertencia a judeus que vieram do Marrocos para cá na época do Ciclo da Borracha (1879 a 1912).Esse grupo viveu em Belém e Manaus, como em outras cidades amazônicas —a capital do Pará foi a cidade onde, a partir da década de 1820, se formou a segunda comunidade judaica organizada no Brasil. Registros revelam que a primeira nasceu no século 17, entre 1630 e 1654, no Recife.Segundo os cálculos da comunidade judaica, hoje 120 mil judeus vivem no país. São Paulo concentra o maior agrupamento, com aproximadamente 60 mil pessoas. Mais Felipe Arruda, 41, não é judeu. Diretor do museu, ele explica que o espaço não se restringe a materiais antigos. "Nossa missão é manter viva as experiências, as histórias, as memórias e as tradições judaicas em diálogo com o Brasil contemporâneo, de diversidade étnica e cultural."Na exposição temporária "Da Letra à Palavra", 32 artistas brasileiros de arte contemporânea exploram a relação entre a arte e a escrita, a imagem e a palavra. Já "Inquisição e Cristãos-Novos no Brasil: 300 Anos de Resistência" se debruça sobre a luta dos cristãos-novos para reconstruir suas vidas no país durante vigência da Inquisição.Arruda fala que a instituição quer ampliar o diálogo de forma plural, desconstruir estereótipos e combater a intolerância e o preconceito. Para o ano que vem, ele já prepara um festival de cinema de humor judaico e outro literário.Filho de imigrantes da Lituânia e da Bessarábia, o escritor e cineasta Marcio Pitliuk, 67, conta que o museu irá apresentar aos brasileiros de que maneira os judeus contribuíram para a formação do país. "A imigração judaica participou ativamente de todos os campos, da saúde à economia, da cultura à indústria. Fomos recebidos com liberdade para seguirmos nossas tradições."Resultado do empenho de um grupo de voluntários criado há 20 anos, o Museu Judaico de São Paulo dará continuidade a essa história. Espaço O museu ocupa o templo Beth-El, prédio em estilo bizantino projetado em 1929 pelo arquiteto russo Samuel Roder (1896-1985), inaugurado em 1932. A cúpula é heptagonal. Os sete lados na base do edifício, assim como a repetição em suas três torres, remetem aos sete dias da criação, às sete cores do arco-íris e à numerologia judaica (a cabala ensina que o número sete representa um ciclo)Em obras As reformas começaram em 2012Restauro Revelou que o domo original não era dourado, mas, sim, branco com listras em azul, assemelhando-se a uma quipá (solidéu). Ganhou um anexo de vidro voltado para a avenida Nove de Julho que liga os pavimentos e as áreas expositivasAcervo 2.000 itens (documentos, objetos rituais, vestimentas, obras de arte, discos, livros)Mezanino Biblioteca com mil títulos sobre arte, história, gastronomia, além de discos em vinil que podem ser ouvidos ali. Abriga a exposição temporária "Inquisição e Cristãos-Novos no Brasil"Térreo Exposição permanente: "A Vida Judaica" (festas, rituais, costumes e tradições)1º subsolo Exposição permanente: "Judeus no Brasil: Histórias Trançadas"; café judaico e lojinha2º subsolo Espaço de exposições temporárias de arte contemporânea e de diálogo com as artes em geral3º subsolo Reserva técnica aberta à visitação e sala educativa
2021-12-02 13:25:00
passeios
Passeios
https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2021/12/museu-judaico-abre-com-pecas-do-holocausto-e-historias-conectadas-a-pluralidade-brasileira.shtml
Wesley Safadão é o mais tocado no Spotify de ex-guitarrista da One Direction
O músico Sandy Beales, ex-guitarrista da banda One Direction, ficou surpreso com a sua retrospectiva musical do Spotify e compartilhou o resultado com seus seguidores do Instagram. O artista mais ouvido do ano de Beales foi Wesley Safadão, 33.O guitarrista explicou que seu aplicativo foi hackeado, e completou dizendo que não conhece o artista cearense. "Meu Spotify foi hackeado no início do ano, e eu não tenho ideia de quem é esse cara, mas que seu sucesso cresça, Wesley. Estou no seu top 2%", escreveu.O aplicativo de streaming de áudio divulgou nesta quarta-feira (1º) a retrospectiva dos conteúdos que foram mais ouvido na plataforma ao longo dos últimos onze meses. O momento aguardado por muitos usuários, mostrou um ranking de cantores, canções e podcasts mais escutados. Mais A cantora sertaneja Marília Mendonça (1995–2021) foi a artista feminina mais ouvida no país, e a 3ª mais ouvida no ranking geral, com homens e mulheres. A dupla Maiara e Maraisa, grandes amigas de Marília, ficaram em 2º lugar na lista de mulheres mais ouvidas na plataforma.O sertanejo foi o ritmo mais popular em 2021. Os três gêneros musicais mais consumidos no Brasil foram diferentes classificações desse mesmo ritmo: "sertanejo pop", "sertanejo universitário" e "sertanejo". O funk carioca ficou em 4º lugar, seguido pelo pop.Os Barões da Pisadinha, grupo de forró e piseiro, foram os mais ouvidos de 2021 entre os brasileiros, e o restante do top 5 é composto por artistas do sertanejo. Gusttavo Lima fica em 2º, com Marília em 3º, Jorge e Mateus em 4º, e Henrique e Juliano em 5º.Entre as músicas mais ouvidas, estão o hit "Batom de Cereja", de Israel e Rodolffo, em 1º lugar; "Facas", de Diego e Victor Hugo, em 2º , e "Ele é Ele, Eu Sou Eu", de Wesley Safadão, em 3º.Entre os podcasts, a lista é liderada no Brasil pelo Horóscopo Hoje, com previsões diárias sobre signos. Em 2º, vem Mano a Mano, produção lançada este ano com preciosas conversas entre Mano Brown e seus convidados. O 3º lugar é ocupado pelo Flow Podcast, seguido pelo Exclusivo Spotify PrimoCast. A lista é completada pelo Café da Manhã, uma parceria da Folha com o Spotify
2021-12-02 11:42:00
voceviu
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https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2021/12/wesley-safadao-e-o-mais-tocado-no-spotify-de-ex-guitarrista-da-one-direction.shtml
E se a matemática fosse uma ciência exata?
Os temas do conhecimento científico são muito variados. Talvez consequência de uma curiosidade infinita, estudamos matemática, física, medicina e fisiologia, e inclusive a história social do jazz. Algumas ciências acabam sendo chamadas exatas; outras, biológicas. E há ainda as sociais aplicadas, como o direito e a economia. Mas que classificação é essa? Por que se diz que a matemática é exata? E quem disse que matemática é ciência?O debate acerca da matemática como ciência é profundo, envolve diversas ideias. É inegável que ela reúne conhecimento relevante. Entretanto, não é evidente que a pesquisa em matemática dependa de evidências empíricas. Mais sutil é que teses matemáticas não são falseáveis, no sentido proposto pelo filósofo austro-britânico Karl Popper em 1934.​Popper sugere que nenhum experimento (ou conjunto de experimentos) é capaz de demonstrar uma tese científica. Mas basta uma evidência em contrário para a teoria ser descartada. Ainda que todos os flamingos que eu já tenha visto sejam cor-de-rosa, isso não garante a validade da tese de que todos o serão. Se houver um único flamingo cinza por aí, saberemos que a tese é falsa.Ora, uma vez demonstrada, uma proposição matemática não pode ser falseada. Vamos pensar na Conjectura de Poincaré. Formulada por Henri Poincaré em 1904, ela afirma que qualquer objeto tridimensional com certas propriedades topológicas é uma esfera: uma bola de futebol, ainda que murcha, é uma bola. No começo deste século, Grigori Perelman demonstrou que a conjectura é verdadeira. E sua demonstração independe de observações empíricas. É impossível que surja um grupo de pesquisa com resultados que invalidem a conjectura.Superando esta primeira camada do debate, ainda que longe de uma conclusão, vem outra questão: a matemática como ciência exata. Ora, uma ciência é exata se produz conclusões e resultados precisos. Um exemplo é o sensacional "dois mais dois". Clímax da sabedoria popular, a expressão "tão certo como dois mais dois são quatro" tem um problema grave. É que dois mais dois pode ser, digamos, zero. E tudo depende de onde "estamos", ou das premissas iniciais.Mas tudo bem: um argumento matemático depende de pressupostos e axiomas. Sejam os de Euclides (existe o ponto!), ou os da teoria dos conjuntos — como o fundamental Axioma da Escolha. Ou seja, uma vez estabelecidas as definições iniciais, os procedimentos matemáticos são precisos e inequívocos. Mas estabelecer as premissas é um exercício livre. Um amigo diz que, em matemática, pode-se definir qualquer coisa: difícil é provar fatos interessantes sobre ela.Ora, o que é um fato interessante em matemática? Quem decide se uma pergunta é interessante? No início do século 20, David Hilbert anunciou uma lista com os 23 problemas que julgava os mais importantes da matemática. Conhecidos como Problemas de Hilbert, imediatamente se tornaram perguntas que interessam a todos os matemáticos — e algumas delas permanecem sem uma resposta completa. Em escala mais rarefeita (e atual), a influência do sistema editorial - e de financiamento de projetos - é também importante. Sobretudo por refletir o paradigma da comunidade científica relevante. Em outros termos: é possível que a decisão sobre quais são os problemas importantes em matemática seja, sobretudo, um fenômeno social.Mas talvez a coisa mais curiosa desta conversa seja a impressão equivocada de que matemática trata de matemática: nada mais inexato. Em 1947, Kurt Gödel apresentou-se em Trenton para uma audiência a respeito de sua cidadania norte-americana — conta-se inclusive que viajou de Princeton a Trenton junto dos amigos Oskar Morgenstern e Albert Einstein. Sabendo que seria examinado nesta audiência, Gödel estudou a constituição daquele país e percebeu contradições lógicas: uma das constituições-modelo da democracia moderna admitiria o surgimento de um ditador e um regime autoritário. A história vai mais longe: ao anunciar sua descoberta para o juiz que o examinava, este teria desconversado e encerrado a audiência.E se o assunto for desenhar um sistema de votação, a matemática tem considerações importantes. Suponha que uma sociedade precise escolher entre algumas alternativas. Existe uma regra que transforme as preferências individuais em uma escolha social e ainda atenda a critérios razoáveis? O Teorema da Impossibilidade, de Arrow, é enfático ao afirmar que tal regra simplesmente não existe.Exata, formal ou só divertida: talvez nem seja importante classificar a matemática. Independente do rótulo, os problemas que nos trazem o brilho aos olhos continuam por aí: os do Hilbert, os da Emília, os meus, os vossos. Exata deve ser nossa coragem para atacá-los.*Edgard Pimentel é pesquisador do Centro de Matemática da Universidade de Coimbra e professor da PUC-Rio.Inscreva-se na newsletter do Serrapilheira para acompanhar mais novidades do instituto e do blog Ciência Fundamental.
2021-12-02 12:05:00
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'Um Lugar ao Sol' enfim começa a reagir no ibope
Novela que tem tocado em assuntos de grande relevância com delicadeza e profundidade, sem perder o caráter de entretenimento, "Um Lugar ao Sol" merece um lugar melhor ao sol da audiência --e já me desculpo pelo trocadilho, até porque o texto de Lícia Manzo está anos-luz desse tipo de clichê.Parece, enfim, que o público começa a se sensibilizar com esse enredo, e coincidentemente agora, que os amistosos da seleção brasileira deram trégua à tradição do hábito regido pelo horário da novela das nove. Nas primeiras duas semanas, a produção foi muito afetada pela instabilidade do relógio imposto pelo futebol.Na segunda-feira (29), "Um Lugar ao Sol" chegou a 25,4 pontos de média, e na terça (30), foi a 24,5. Isso ainda está longe do que uma novela das nove da Globo costuma registrar, mas já é um alento para os 23 pontos e uns quebrados, teto em que o folhetim parecia estacionado desde a estreia. Mais Um saldo de 23 pontos na Grande São Paulo significa gente à beça, considerando que cada ponto na região equivale atualmente a 207.377 telespectadores, mas esses índices são, para o horário, na Globo, os piores já registrados ao longo de 40 anos. No Rio, onde cada ponto representa 125.721 indivíduos, o placar bateu nos 30 pontos.A menção a quatro décadas para comparar dados de audiência se explica pelo início da medição via people meter, aparelho instalado nas casas da mostra do então Ibope, desde 1991, quando se iniciou o mesmo método que fundamenta a medição atual. É um equívoco comparar dados aferidos depois desse período com parâmetros de novelas anteriores a 91, cuja audiência era mensurada por outros meios, inclusive o velho caderno de pesquisas, muito mais impreciso que o people meter. Mais De lá para cá, o Ibope passou a ser Kantar Ibope, pois foi adquirido pela empresa britânica, ampliou suas mostras e aperfeiçoou técnicas, mas o people meter segue sendo o recurso principal para aferir audiência em tempo real.Esta semana, a emissora também passou a mobilizar os programas da casa para divulgar a novela, que não teve o tradicional espaço para tanto nos dias que antecederam sua estreia, ou por falta de planejamento ou pela comoção em torno da morte de Marília Mendonça, ocorrida na sexta-feira anterior ao lançamento de "Um Lugar ao Sol".Para além da fábula de alguém que assume o lugar de outra pessoa, no intuito de alcançar a ascensão que nunca lhe foi oferecida, mesmo com todos os méritos pessoais, a história de Lícia Manzo tem provocado bom engajamento do público nas redes sociais em função da ótima personagem de Andréa Beltrão, que suscita um debate quase sempre velado sobre menopausa, lembrando que, sim, precisamos falar sobre isso.E como a trama é curta para os padrões de novela das nove, com apenas 107 capítulos, não há tempo para enrolar o público. Cada capítulo lança conflitos que se resolvem, muitas vezes, no próprio episódio, sem perder a chance de deixar bons ganchos para o dia seguinte.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2021-12-02 11:03:00
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https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/cristina-padiglione/2021/12/um-lugar-ao-sol-enfim-comeca-a-reagir-no-ibope.shtml
'Eduardo e Mônica' ganha data de estreia nos cinemas
"Eduardo e Mônica eram nada parecidos: ela era de Leão e ele tinha 16".Consagrada por Renato Russo via Legião Urbana, a música que falava daquele casal tão diferente em Brasília virou filme, e muito já se falou de seus bastidores de filmagens. Agora, enfim, foi agendada uma data de estreia para o longa estrelado por Gabriel Leone e Alice Braga.O título chegará aos cinemas de todo país em 6 de janeiro. O filme marca a reedição da parceria entre o diretor René Sampaio e a produtora Bianca De Felippes, responsáveis por "Faroeste Caboclo" (2013), outro grande sucesso da banda, adaptação vista por mais de 1,5 milhão de espectadores. Mais Já "Eduardo e Mônica" vem percorrendo renomados festivais internacionais, como os de Miami e Edmonton, onde conquistou em 2020 o prêmio de Melhor Filme. O longa tem produção da Gávea Filmes, Barry Company e Fogo Cerrado Filmes, coprodução da Globo Filmes e distribuição da Downtown Filmes e Paris Filmes."Eduardo e Mônica" foi filmado em Brasília, no Rio de Janeiro e na Chapada dos Veadeiros durante oito semanas em 2018. A equipe principal contou com mais de 200 pessoas. Mais "O filme é uma delicada história de amor que fala, entre outras coisas, sobre como é possível amar e respeitar quem pensa muito diferente de você", diz o diretor René Sampaio. "Em alguma medida", ele continua, "todos já foram o Eduardo ou a Mônica em alguma relação""Era muito importante para a gente ser fiel ao espírito do Renato", completa Bianca De Felippes. "Das músicas compostas por ele, esta é a mais solar. Então, a ideia era manter essa energia’, conclui.Gabriel Leone e Alice Braga trabalharam juntos pela primeira vez e vivem os dilemas dos personagens que se apaixonam e começam um relacionamento.O elenco conta ainda com Otávio Augusto (como Bira, avô de Eduardo), Juliana Carneiro da Cunha (Lara, mãe de Mônica), Victor Lamoglia (Inácio, amigo de Eduardo), Bruna Spínola (Karina, irmã da Mônica) e Fabrício Boliveira em participação especial.Com roteiro assinado por Matheus Souza em parceria com Claudia Souto, Michele Frantz e Jéssica Candal, o filme se passa em 1986, ano de lançamento do disco "Dois"’, da Legião Urbana, e esbanja homenagens emblemáticas daquele período.A trilha sonora original foi composta por Lucas Marcier, Fabiano Krieger e Pedro Guedes, do ARPX Estúdio. O filme tem orçamento total de R$ 10 milhões. O patrocínio é do FAC / GDF, Rio Filme, Telecine, BRDE, FSA e Ancine, com investimento do BNDES e distribuição da Downtown Filmes e Paris Filmes.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2021-12-02 06:00:00
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PEC do CNMP: uma luta corporativa ou da sociedade?
No campo das ideias, o embate é salutar e fortalece quem participa da discussão, pois permite que, a partir de argumentos concretos, se possa avançar, alterar formas de ver e, se for o caso, mudar de opinião.O problema, então, não é a divergência, mas a consistência do pensamento e dos fatos que lhe dão suporte.Nesta terça-feira (19), a Câmara dos Deputados deverá votar, em primeiro turno, a PEC 05, uma proposta que altera a Constituição Federal para mudar a composição do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), órgão encarregado do controle administrativo e financeiro do Ministério Público brasileiro.Criado em 2004, o CNMP se destina, também, a julgar os membros do MP que sejam acusados de praticar abusos ou de faltas funcionais. Composto por 14 membros, o CNMP conta hoje com 6 de seus conselheiros oriundos de outras carreiras (juízes, advogados, cidadãos indicados pelo Senado e pela Câmara dos Deputados), além do procurador-geral da República (cargo de livre escolha pelo presidente da República) e 7 membros do Ministério Público.A partir da afirmação de que o CNMP não pune os membros do Ministério Público, a PEC 05 altera a estrutura do órgão (que passaria a ter 17 conselheiros), aumenta para 9 o número de membros indicados por outras instituições e estabelece que o corregedor nacional será indicado diretamente pelo Congresso, segundo seus próprios critérios, dentre ex-procuradores-gerais de Justiça.Mas será verdadeiro que o CNMP não pune? Quais os números que sustentam tal afirmação? Uma leitura desapaixonada dos dados desmente a afirmação, bastando lembrar que, considerando os números de 2011 a 2021, o CNMP aplicou 283 punições, em número bem superior ao aplicado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que tem função semelhante ao CNMP.É bom registrar que não é apenas o CNMP que pune os membros do Ministério Público, já que os 30 Ministérios Públicos que existem no Brasil também aplicam sanções diretamente, cabendo ao CNMP atuar apenas em casos específicos.Se os números não confirmam a tese, o que motiva a mudança? Toda instituição pode ser aperfeiçoada, e o CNMP não é diferente, mas a pergunta que se deve fazer é se as propostas melhoram o funcionamento do CNMP ou trazem algum risco para a atuação do MP brasileiro. Mais É da essência da atuação do MP ser um incômodo, apontar erros, discutir políticas públicas, defender o meio ambiente, fazer a acusação nas ações penais. Não é uma função que se exerce sem contrariar, corretamente ou não, interesses e, portanto, precisa ser exercida com responsabilidade, mas, também, com garantias, dentre elas a de que terá sua independência preservada.A independência funcional não protege apenas o MP, atuando como uma garantia para a sociedade, que espera uma atuação proativa, sem amarras, responsável, capaz de fazer valer os direitos de todos, procurar a solução justa e a reparação dos danos à coletividade e às vítimas.A escolha de um corregedor nacional pelo Congresso Nacional fortalece tal independência ou a fragiliza? Um corregedor, escolhido por critérios políticos, ainda que seja um membro do Ministério Público, traz em si um componente externo que não ajuda na independência dos membros, abrindo espaço para uma interferência que reduz o critério técnico que deve basear as decisões do CNMP.Não se trata, então, de apenas discutir interesses corporativistas, voltados ao próprio umbigo da instituição, mas, sim, de discutir se as medidas propostas melhoram ou fragilizam o CNMP. Os problemas devem ser enfrentados com diagnóstico preciso e com medidas que lhes sejam compatíveis, não apenas com discurso.A sociedade pode e deve fazer um debate amplo sobre o Ministério Público, seus erros e acertos e a forma de melhorar sua atuação, olhando para o futuro, mas não pode tomar decisões apressadas, pressionadas pelo passado recente.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.​​
2021-10-19 08:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2021/10/pec-do-cnmp-uma-luta-corporativa-ou-da-sociedade.shtml