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'Recebo xingamentos e ameaças online' -por que é tão difícil combater isso?
Eu sou a primeira repórter da BBC especializada em desinformação, e recebo mensagens abusivas nas redes sociais diariamente. A maioria é ofensiva demais para ser compartilhada sem edições. Qual o gatilho para essas ofensas? Minha cobertura sobre o impacto de conspirações online e fake news.Eu espero ser desafiada e criticada, mas ódio misógino direcionado a mim se tornou uma ocorrência diária. As mensagens são carregadas de expressões baseadas em gênero e referências a estupro, decapitação e atos sexuais.Algumas são uma mistura de teorias da conspiração —de que eu seria uma pessoa sob "controle sionista" ou de que eu própria seria responsável pelo estupro de bebês, por exemplo. Xingamentos são frequentes.E não sou só eu. De políticos pelo mundo a estrelas do reality show britânico Love Island e médicos, tenho ouvido relatos de mulheres alvos de mensagens de ódio semelhantes.Uma nova pesquisa, compartilhada com a BBC, sugere que mulheres são mais propensas a serem alvos desse tipo de abuso que homens. Isso está piorando e frequentemente os ataques são combinados com racismo e homofobia.Eu queria entender por que isso está acontecendo, a ameaça que isso representa —e por que redes sociais, a polícia e governos não tomam providências. Então, eu iniciei uma investigação para a BBC Panorama, um dos principais programas jornalísticos da BBC.Nós montamos uma conta fake de "trollagem" nas cinco redes sociais mais populares do mundo para verificar se elas promoveriam contas e conteúdos de ódio misógino a esse usuário.Usando uma fotografia gerada por Inteligência Artificial, programamos nosso perfil falso de "trollagem" para ser similar às pessoas que me enviavam xingamentos e ameaças. Nosso perfil engajava com conteúdo oferecido pelas plataformas sociais, mas não enviava nenhuma mensagem de ódio.Como parte do projeto, a consultoria Demos analisou os ataques recebidos por participantes de reality shows, analisando mais 90 mil postagens e comentários sobre eles.A verdade é que programas como Love Island (reality show britânico) funcionam quase como um microcosmo da sociedade, permitindo que pesquisadores comparem agressões direcionadas a homens e mulheres com diferentes trajetórias. A popularidade dessas pessoas também gera muito debate online.O que descobrimos:> Nossa conta falsa recebeu mais e mais recomendações de conteúdo contra mulheres no Facebook e no Instagram, alguns envolvendo violência sexual.> Mulheres participantes de reality shows na TV são desproporcionalmente atacadas nas redes sociais, com ameaças e xingamentos enraizados na misoginia e combinados com racismo.> Propostas preliminares das Nações Unidas para fazer com que as empresa de redes sociais protejam melhor as mulheres foram obtidas com exclusividade pela BBC.Empresas de redes sociais dizem que levam a sério ataques a mulheres online —e que possuem regras para proteger usuários de abusos. Entre as medidas estão suspender, restringir ou até fechar contas.Mas a minha experiência indica que muito frequentemente as empresas não fazem isso. Eu reportei ao Facebook algumas das piores mensagens que eu recebi —incluindo ameaças de ir até a minha casa para me estuprar e cometer atos sexuais horrendos.Mas, meses depois, a conta continuava no Facebook, juntamente com dezenas de outras no Instagram e no Twitter que me enviavam ameaças e xingamentos.Aparentemente, minha experiência faz parte de um padrão. Nova pesquisa feita pelo Centre for Countering Digital Hate mostra que 97% de 330 contas que enviaram ataques misóginos no Twitter e no Instagram continuaram no ar após serem denunciadas.Twitter e Instagram dizem que agem quando suas regras são violadas, e que fechar contas não é a única opção.Curiosa para saber quem estava administrando as contas que enviavam ameaças a mim e a outras mulheres, passei a examinar os perfis que me atacavam. A maioria eram homens e residiam no Reino Unido.Eles me enviavam tudo que é tipo de mensagem, desde me chamar de "vaca idiota" e dizer que eu precisava "transar", a ameaças de agressão e violência sexual. Eram vários os ataques ligados a gênero.Acontece que eles são pessoas reais —não bots. Um é torcedor do Tottenham, como eu. Outro gosta de comida vegana. Um, cuja conta era anônima, até revelou sua localização ao postar um tuíte no serviço de entrega de supermercado Ocado, reclamando que não entregavam em seu código postal em Great Yarmouth, no Reino Unido.Eu tentei contato com eles. Um deles se chama Steve, está na faixa dos 60 anos e é motorista de van nas Midlands, região central da Inglaterra. Ele aceitou falar comigo por telefone.As mensagens que havia me enviado eram menos ofensivas que a maioria dos ataques que recebi — eram em grande parte xingamentos baseados em gênero.Assim como muitos dos usuários de redes sociais que me atacam, ele acredita profundamente em teorias da conspiração. E, assim como na maior parte dos casos, as mensagens que me enviou me atacavam por eu ser mulher.Primeiro, ele disse que não achava que as mensagens fossem tão ruins assim. Mas eu expliquei que elas eram apenas algumas das várias com ataques e xingamentos que eu recebo na minha caixa de entrada."Eu provavelmente cometi um erro. Sou um cara bastante justo", concluiu ele, depois de um tempo. Steve destacou que é alvo de ataques online por "pessoas que acreditam que os ataques terroristas de 11 de setembro aconteceram e que existe aquecimento global".Essas pessoas estão respondendo a teorias da conspiração que ele compartilha nas redes sociais. Eu tinha esperanças de que isso o ajudasse a ver que ódio não é a melhor resposta. E acho que, no final da nossa conversa, ele estava mais perto de aderir a essa ideia.Nossa conversa me fez refletir sobre o que os perfis falsos que montamos estariam recebendo nos seus feeds nas redes sociais. Queria ver se o algoritmo dessas plataformas estava empurrando conteúdo e contas misóginas que atacam mulheres online.Então, eu criei uma persona online falsa chamada Barry e o inscrevi nas cinco redes sociais mais populares no Reino Unido. Todas as maiores empresas de redes sociais dizem que não promovem mensagens de ódio nas suas plataformas e que adotam medidas para impedir sua circulação.Cada uma delas tem algoritmos que nos oferecem conteúdo baseado nas coisas que postamos, assistimos ou curtimos no passado. Mas é difícil saber o que empurram para cada usuário."Uma das únicas maneiras de fazer isso é criar manualmente um perfil e observar para que tipo de 'buraco' ele vai ser levado pela própria plataforma, depois que o perfil começar a seguir certos grupos ou páginas", explica a especialista em redes sociais Chloe Colliver, que me aconselhou nessa pesquisa.Ela trabalha para o Institute for Strategic Dialogue (Instituto para Diálogo Estratégico), pesquisando extremismo e desinformação em redes sociais. Colliver me deu orientações sobre como criar perfis de maneira ética e realista, fazendo apenas o necessário para testar os algoritmos.As contas de Barry nas redes sociais se basearam em diversos perfis que me enviaram ameaças e xingamentos. Assim como eles, Barry estava sobretudo interessado em conteúdo antivacina e teorias da conspiração, e também seguia um número pequeno de contas e conteúdos contra mulheres.Ele também postou algumas mensagens agressivas no seu próprio perfil —para que os algoritmos pudessem detectar desde o princípio que ele possuía uma conta que usa linguagem abusiva sobre mulheres. Mas diferentemente das pessoas que me atacaram pelas redes sociais, Barry não enviou mensagens diretamente para nenhuma mulher.Ao longo de duas semanas, eu me conectei a cada dois dias nas contas de Barry —segui recomendações do algoritmo, postei nos perfis de Barry, curti postagens e assisti a vídeos. Depois de apenas uma semana, as principais páginas recomendadas para eu seguir no Facebook e Instagram eram quase todas misóginas.Ao final do experimento, Barry passou a receber mais e mais conteúdo contra mulheres nessas redes sociais —um aumento dramático em relação a quando a conta foi criada.Alguns dos conteúdos envolviam violência sexual, compartilhamento de memes perturbadores sobre atos sexuais e conteúdo que endossa estupro, assédio e violência de gênero.Eles também faziam referência a ideologias extremistas. Isso incluiu o movimento "incel" —uma subcultura da internet que encoraja os homens a culpar as mulheres pelos problemas em suas vidas. Esse movimento tem sido relacionado a vários atos de violência, incluindo tiroteios recentes em Plymouth, no Reino Unido."Se fosse uma pessoa real, [Barry] teria sido atraído para uma comunidade odiosa, cheia de conteúdo misógino muito, muito rapidamente —em duas semanas", diz Colliver.Longe de impedir Barry de se envolver com conteúdo que promove ataques a mulheres, o Facebook e o Instagram parecem ter promovido isso para ele. Em contraste, não havia conteúdo contra mulher no TikTok e muito pouco no Twitter. O YouTube sugeriu alguns vídeos hostis às mulheres.O Facebook, que também é dono do Instagram, diz que tenta não recomendar conteúdo que quebra suas regras e está aprimorando sua tecnologia "para encontrar e remover abusos mais rapidamente".O YouTube diz que tem "políticas rígidas" sobre o ódio e remove "rapidamente" o conteúdo que infringe suas regras."Eles estão aumentando seus resultados ao manter o interesse das pessoas em conteúdos horríveis, violentos e muitas vezes misóginos", diz Colliver.Quase três bilhões de pessoas em todo o mundo usam o Facebook — e no ano passado a rede social ganhou em média US$ 32 em receita de publicidade por usuário. Quanto mais tempo as pessoas permanecem na plataforma, mais anúncios ela vende e mais dinheiro a gigante da tecnologia ganha.O Facebook diz que "proteger" sua comunidade é "mais importante do que maximizar os lucros".E depois de escrevermos para o Facebook, ele anunciou novas medidas para combater o ódio de gênero dirigido a jornalistas, políticos e celebridades em seus sites.Tenho participado de uma grande pesquisa para a agência cultural da ONU Unesco — que analisa o impacto do ódio online. A pesquisadora principal Julie Posetti e sua equipe perguntaram a mais de 700 mulheres, principalmente jornalistas e ativistas políticos proeminentes nas redes sociais, sobre suas experiências de ódio online.Eles então estudaram alguns dos relatos, incluindo o meu e o da ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Maria Ressa. Ela é uma jornalista investigativa das Filipinas que sofre muitos abusos online e diz que usa um colete à prova de balas porque teme ser atacada."A violência online é realmente a nova fronteira de conflito que as mulheres enfrentam internacionalmente", Posetti me disse.Vinte por cento das mulheres que responderam à pesquisa da ONU, em colaboração com o Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ), disseram que já haviam sofrido ataques na vida real, incluindo perseguição e agressão física.Estou especialmente preocupada com uma parcela das mensagens que recebo online, incluindo as de um homem que parece ter uma condenação anterior por perseguir mulheres. Mas fiquei frustrada com a resposta da polícia.Após uma onda de ataques online no final de abril deste ano, relatei as ameaças mais graves à polícia, inclusive sobre violência sexual. É uma ofensa criminal enviar mensagens online grosseiramente ofensivas ou obscenas com o objetivo de causar angústia.Uma policial entrou em contato comigo inicialmente e eu compartilhei minhas evidências do abuso — mas só tive notícias dela semanas depois, quando me disse que estava sendo transferida de equipe. Meu caso estava sendo repassado a outro time e não havia qualquer progresso.Não fui contatada por um novo policial até julho —quando ficou claro que as provas que eu compartilhei originalmente com a polícia haviam sido perdidas, algo que foi admitido mais tarde.Tentei relatar outro lote de ameaças de estupro, ameaças de morte e mensagens abusivas no final de julho para o novo policial. Quando nos encontramos pessoalmente em meados de agosto, o policial admitiu que não era a pessoa certa para lidar com o caso, e que minha reclamação deveria ter sido encaminhada para uma equipe especializada. Houve mais atrasos — e embora tenham finalmente reconhecido a gravidade das mensagens, houve pouco apoio à vítima.No final de agosto, eu estava em contato com um terceiro policial, que me pediu para revisar o portfolio de evidências que eu já tinha enviado, para especificar quais mensagens foram postadas no Twitter, no Instagram e no Facebook, já que ele não sabia bem usar essas plataformas.O policial de ligação mais recente me pediu mais informações sobre as redes sociais, mas até agora não houve progresso.De acordo com dados de várias forças policiais, que o Panorama obteve por meio de solicitações de Liberdade de Informação, nos últimos cinco anos o número de pessoas que denunciaram mensagens de ódio online mais do que dobrou. Mas, no mesmo período, houve um aumento de apenas 32% no número de prisões. As vítimas são principalmente mulheres.Isso está acontecendo no contexto de uma pressão crescente sobre a Polícia Metropolitana de Londres, para que aja mais para combater a violência contra as mulheres nas ruas, após os assassinatos de Sarah Everard e Sabina Nessa, dois casos que ganharam notoriedade no Reino Unido.Eu levantei a questão de que as pessoas que me enviam mensagens de ódio pudessem aparecer no meu trabalho —mas acabaram por me dizer para ligar para o 999 (número dos serviços de emergência no Reino Unido) se me sentisse em perigo.A Polícia Metropolitana diz que leva o ódio online muito a sério e que meu caso está sob investigação ativa.O Conselho Nacional de Chefes de Polícia diz que a polícia leva a sério todas as denúncias de comunicações maliciosas e vai investigar, mas deve priorizar seus recursos finitos. Disse ainda que pode adotar outras medidas além de decretar prisões.Projetos de propostas da ONU para fazer com que as empresas de mídia social protejam melhor as mulheres foram compartilhados exclusivamente com o Panorama. Eles pedem que redes sociais introduzam rótulos para contas que já enviaram ataques misóginos.Também querem ver mais moderadores humanos tomando decisões sobre o material ofensivo —e um sistema de alerta precoce para os usuários se eles acharem que o abuso online pode se transformar em danos no mundo real."Gostaríamos de ver a violência de gênero online tratada, pelo menos, tão seriamente quanto a desinformação foi durante a pandemia pelas plataformas", explica Julie Posetti, que liderou a pesquisa que desencadeou essas recomendações.
2021-10-19 07:49:00
voceviu
Você viu
https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2021/10/recebo-xingamentos-e-ameacas-online-por-que-e-tao-dificil-combater-isso.shtml
Ausência de Angélica em homenagem a Huck foi casual
Não, Angélica não está proibida de aparecer na Globo, seja por veto da emissora que foi sua casa por mais de 20 anos, seja pela HBO, que a contratou para uma nova série em seu streaming, Jornada Astral, já gravada, mas ainda não lançada.A especulação veio a partir da ausência da apresentadora entre as pessoas que gravaram depoimentos para endossar a homenagem de Ana Maria Braga a Luciano Huck na manhã desta sexta (3) no Mais Você.Segunda a assessoria de Angélica, não há qualquer impedimento em sua presença na Globo, tanto assim que ela esteve nesta mesma sexta na sede da Globo São Paulo, onde Huck tomou café da manhã com Ana Maria Braga, para gravar uma participação no júri do Show dos Famosos, agora comandado pelo marido. Mais Como os filhos do casal falaram sobre o apresentador, ficou faltando a cara-metade, de quem Huck falou bastante.Além de visitar Ana Maria para falar de sua estreia no Domingão, neste fim de semana, Huck comemorou nesta sexta seu 50º aniversário.Ana Maria e Huck chegaram à Globo juntos, no ano 2000, ele vindo da Band, e ela, da Record. No mesmo ano, a Globo recontratou Jô Soares e contratou Serginho Groisman, ambos vindos então do SBT.Durante o encontro desta sexta, os dois lembraram também de Louro José (Tom Veiga, que morreu em novembro passado), com saudade. O boneco brincava que era irmão de Huck, em razão do nariz avantajado. Mais Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2021-09-03 14:35:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/cristina-padiglione/2021/09/ausencia-de-angelica-em-homenagem-a-huck-foi-casual.shtml
TV Cultura cria vinheta em homenagem a Sérgio Mamberti
Produtora do personagem mais conhecido de Sérgio Mamberti, que morreu nesta sexta (3), aos 82 anos, a TV Cultura criou uma vinheta animada com um adeus ao ator que deu vida ao inesquecível Tio Victor, ou Doutor Victor, na série "Castelo Rá-Tim-Bum", de 1994.Na noite desta sexta, às 23h, a Cultura leva ao ar uma edição que traz Mamberti como protagonista do "Persona", programa de Atílio Bari, que homenageia atores, diretores e dramaturgos, com uma entrevista em que o artista é convidado a revisitar sua carreira e recebe depoimentos de colegas sobre a sua obra.Gravado em 2015, quando o ator tinha 76 anos de idade e 53 de carreira, Mamberti relatou passagens de sua trajetória e dos cerca de 80 trabalhos que marcaram a história do teatro, da televisão e do cinema. Os entrevistadores são os atores Tadeu di Pietro e Pascoal da Conceição, o doutor Abobrinha do "Castelo".Na sequência, a emissora pública leva ao ar uma edição do "Teatro 2" com a peça "Caso Clínico”, com Mamberti e Nathalia Timberg, com adaptação e direção de Antunes Filho.Esse é um encontro que remete também à parceria dos dois, Mamberti e Nathalia, em outro papel memorável do ator: Eugênio, o mordomo de Tia Celina na novela "Vale Tudo" (1988-89), de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères. Mais Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2021-09-03 13:14:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/cristina-padiglione/2021/09/tv-cultura-cria-vinheta-em-homenagem-a-sergio-mamberti.shtml
Veja onde dar a vacina antirrábica em cães e gatos na capital paulista
Dois postos volantes foram incluídos pela Prefeitura de São Paulo na campanha de imunização antirrábica de cães e gatos na cidade de São Paulo. Os postos se encontram no Ipiranga e na Penha.Um deles fica na altura do número 301 da avenida Nazaré, próximo ao posto de bombeiros do Ipiranga, até dia 15 de setembro e nos períodos de 6 e 20 de outubro, 3 e 17 de novembro e 1º e 15 de dezembro, das 9h às 14h30. Na Subprefeitura da Penha, o posto funciona no acesso pela rua Mandu, 451, às quartas-feiras, exceto em feriados, das 9h30 às 16h.A vacina contra a raiva deve ser aplicada a partir dos três meses de idade no animal e é fundamental por ser a única forma de prevenir a doença.“É importante que a população se dirija até um posto e vacine o seu animal de estimação, pois a imunização é fundamental para o controle da doença e bem-estar da população e dos pets”, afirma Thiago Kenji Matsuo, veterinário do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NVE).Animais com diarreias, em tratamento ou convalescendo de cirurgias devem aguardar a recuperação.Um dos pedidos é que os cães e gatos sejam conduzidos por pessoas capacitadas. Cachorros bravos ou mordedores, de qualquer espécie, devem utilizar focinheira apropriada. Os felinos, por sua vez, precisam ser transportados em caixas para esse fim e em segurança. Após a vacinação, o tutor deve oferecer água e alimentação ao animal normalmente. A medida é considerada muito importante para, além de proteger o animal, precaver e controlar a transmissão contra humanos. A doença é quase sempre fatal.De acordo com a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e da Divisão de Vigilância de Zoonoses (DVZ), os últimos casos de raiva humana e canina causados pela variante 2 (AgV2 = variante do vírus mantida pelos cães) foram registrados, respectivamente, em 1997 e 1998.A partir de 1999, começou a ser observado um novo perfil da raiva urbana no estado de SP, em que os casos de raiva registrados em cães e gatos passaram a ser provocados por variantes de vírus mantidas por morcegos (AgV3). O município de São Paulo registrou o último caso de raiva humana em 1981 e o último de caso de raiva em animal (gato) em 2011. Ainda na nota, a SMS afirma que animais com sinais suspeitos de raiva são mantidos em observação e, caso morram, uma amostra é encaminhada para um diagnóstico laboratorial da raiva.De acordo com dados do Ministério da Saúde, no período de 2010 a 16 de agosto de 2021, foram registrados 39 casos de raiva humana no Brasil, sendo que em 2014 não houve nenhum registro.Desses casos, 9 tiveram o cão como animal agressor, 4 por felinos, 20 por morcegos, 4 por primatas não humanos e em 1 deles não foi possível identificar o animal agressor. A vacinação também é oferecida de forma gratuita em postos fixos durante todo o ano. Confira os endereços e horários de atendimento dos postos fixos:- Divisão de Vigilância de Zoonoses - rua Santa Eulália, nº 86 Atendimento: Segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. Aos sábados, das 9h às 15h;- Uvis Butantã - av. Caxingui, n° 656/658, Atendimento: Segunda a sexta-feira, das 8h às 15h- Uvis Cidade Ademar – rua Maria Cuofono Salzano, nº 185 Atendimento: Segunda a sexta-feira, das 8h às 15h- Uvis Ermelino Matarazzo - rua Aurivercine Duarte de Oliveira, nº 50 Atendimento: Segunda a sexta-feira, das 8h às 17h- Uvis Freguesia do Ó – rua Chico de Paula, nº 238 Atendimento: Segunda a sexta-feira, das 9h às 15h;- Uvis Guaianases – rua Prof. Francisco Pinheiro, nº 179 Atendimento: Segunda a sexta-feira, das 9h às 15h- Uvis Itaim Paulista – rua Ererê, nº 260 Atendimento: Segunda a sexta-feira, das 9h às 16h- Uvis Jabaquara – rua Genaro de Carvalho, nº 101 Atendimento: Segunda a sexta-feira, das 8h às 15h- Uvis Jaçanã – rua Maria Amália Lopes de Azevedo, nº 3.676 Atendimento: Segunda a sexta-feira, das 9h às 11h e das 14h às 16h- Uvis Lapa – rua Sumidouro, nº 712 Atendimento: Segunda a sexta-feira, das 9h às 16h- Uvis Parelheiros – rua Cristina Schunck Klein, nº 23 Atendimento: Segunda a sexta-feira, das 9h às 15h- Uvis São Mateus - rua Mauro Bonafé Pauletti, nº 199 Atendimento: Segunda a sexta-feira, das 9h às 17h- Uvis São Miguel - rua José Pereira Cardoso, nº 193 Atendimento: Segunda a sexta-feira, das 9h às 15h- Uvis Vila Prudente – rua Ettore Ximenes, s/nº Atendimento: Segunda a sexta-feira, das 9h às 16hRecurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaLeia tudo sobre o tema e siga: Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2021-09-03 11:00:00
sao-paulo
São Paulo
https://agora.folha.uol.com.br/sao-paulo/2021/09/veja-onde-dar-a-vacina-antirrabica-em-caes-e-gatos-na-capital-paulista.shtml
A ideia fixa de Lula
Em pré-campanha à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva volta a se equilibrar entre as exigências da política real e as bandeiras destinadas a mobilizar a militância petista. Enquanto viaja pelo país a restabelecer pontes com forças até outro dia tratadas como golpistas, achou tempo para retomar a cantilena da regulação da mídia.A bem da verdade, esse é um tema em que as preferências do pragmático cacique e das correntes ideológicas da sigla coincidem. Lula convive mal com a crítica e a cobrança, que dirá com o relato de desmandos, e correligionários ambicionam aplicar suas teses dirigistas aos meios de comunicação.Não se sabe ao certo qual é a proposta desta vez. Em declarações recentes, o ex-presidente citou como argumento uma suposta perseguição da imprensa ao venezuelano Hugo Chávez, numa total inversão dos fatos. Vangloriou-se, em outro momento, de que seu governo multiplicou o número de veículos beneficiários de verbas públicas.Disse que não deseja o modelo cubano ou chinês de regulação, mas o inglês ou o alemão. E defendeu normas para que a internet “se transforme em uma coisa do bem”.Nessa mixórdia não se compreende se o plano é combater monopólios, um objetivo correto, usar dinheiro do Estado para favorecer coberturas favoráveis, uma má política, ou intervir sobre conteúdos —o que é inadmissível.Em seu governo Lula tentou criar um tal Conselho Federal de Jornalismo, voltado a “orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de jornalista e da atividade do jornalismo”. A propositura, enterrada pelo Congresso, mal disfarçava suas intenções censórias.A Constituição já estabelece com clareza o que é relevante para a atividade jornalística —garantia da livre manifestação de pensamento e do acesso à informação, tendo como contrapartidas o direito de resposta e indenizações por eventuais danos provocados.Profissionais e veículos estão sujeitos aos rigores da lei em casos de erros, abusos e condutas delituosas. Descabida é a censura prévia, deploravelmente ainda encontradiça em decisões judiciais como as que nos últimos dias atingiram O Globo, Piauí e RBS TV.É também desejável, como defende esta Folha, que jornais articulem alguma instância de autorregulamentação, como no setor publicitário. Para além disso, discursos tortuosos e propostas obscuras soam a tentação autoritária.editoriais@grupofolha.com.br
2021-08-30 23:15:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2021/08/a-ideia-fixa-de-lula.shtml
Justiça mantém multa aplicada a moradora que andou sem máscara em condomínio
A 8ª Vara Cível de Ribeirão Preto (315 km de SP) manteve multa aplicada por um condomínio da cidade a uma moradora flagrada, por duas vezes, sem máscara nas dependências e áreas comuns do prédio, mesmo sendo advertida por funcionários sobre o uso obrigatório do equipamento sanitário. A decisão, divulgada no último domingo (29), é da juíza Carina Roselino Biagi. A multa é no valor de uma taxa de condomínio, R$ 1.662,98, e, segundo a juíza escreveu na decisão, é “razoável, proporcional e exigível, aos moldes da determinação da assembleia geral condominial e das autoridades competentes”.O caso aconteceu no dia 5 de agosto de 2020, quando a moradora desceu para buscar uma encomenda na portaria e foi advertida por uma funcionária do local. Na semana anterior, em assembleia, o condomínio havia acordado em multar quem transitasse no espaço sem máscara, sem necessidade de uma advertência prévia.Após requisitar uma nova assembleia para julgar o caso em específico, a maioria dos moradores votou em manter a decisão e multar a moradora. Na sequência, a defesa da mulher entrou na Justiça solicitando a declaração de nulidade da multa e a condenação do condomínio a pagar indenização por danos morais.“A conduta faltosa é grave, pois atenta contra direitos fundamentais coletivos de elevada envergadura, a saber: a vida, a integridade física e a saúde”, diz a juíza, na decisão.Ainda no texto, Carina Roselino Biagi diz que a culpa é exclusiva da parte da moradora, que a “aquisição de máscaras poderia ocorrer de forma gratuita ou onerosa, todavia a requerente deixou de optar” e que a indenização por danos morais é descabida porque não houve lesão aos direitos da personalidade da requerente. “O ato em si aparenta ser inofensivo e banal, todavia as repercussões geradas poderão ser irremediáveis, uma vez que a não utilização de máscara é capaz de culminar na contaminação, por Covid-19, dos demais condôminos”, afirma a juíza.“Diante da sucumbência, a parte autora arcará, ainda, com o pagamento de custas, despesas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 20% do valor da causa retificado”, completa Biagi.Em contato por telefone com a reportagem, Claudio Penido Campos, advogado da moradora, afirma que ela, depois de descer no elevador, foi buscar uma entrega de comida na portaria e esqueceu da máscara. A defesa diz que a a moradora só percebeu quando foi alertada pela funcionária na portaria, que tentou vender uma máscara.“O esquecimento é uma situação que não é recorrente nem de dolo nem de culpa porque a pessoa esqueceu. Ela não tem a representação mental que está faltando algo, só quando é alertada”, diz o advogado, ao Agora. “Tratam a reincidência como um crime e não como esquecimento”, completa.Sobre a penalidade, Campos disse que a moradora aceitaria uma advertência ou multa, “mas de forma pedagógica, com um valor simbólico”.O advogado afirma que pediu danos morais pela “vergonha a qual a moradora foi submetida”, mas sem estabelecer um valor. A defesa ainda rebateu o fato de o condomínio vender máscaras. “O risco existe, mas ninguém é obrigado a comprar a máscara. Está multando por uma falha no próprio condomínio, que encheu de máscara para vender”, diz.Por fim, o advogado critica a forma como a outra parte agiu na parte final do processo. “O advogado pediu a filmagem das câmeras nas oportunidades em que a moradora estava sem máscara, juntou no processo e não colocou segredo de Justiça, o que violou a intimidade dela. A imagem dela está à disposição de qualquer pessoa”, afirma.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaLeia tudo sobre o tema e siga: Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2021-08-30 19:16:00
sao-paulo
São Paulo
https://agora.folha.uol.com.br/sao-paulo/2021/08/justica-mantem-multa-aplicada-a-moradora-que-andou-sem-mascara-em-condominio.shtml
Voltaire de Souza: O céu é sem fronteiras
Espanto. Progresso. Aventura. Um milionário parte de foguete para descobrir o espaço sideral. É Jeff Bezos. O dono da Amazon. No Brasil, muita gente continua presa no mesmo lugar. Ronny dava um suspiro. —Antigamente, os ricos tinham jatinho… Ele tinha lido a notícia. —Agora, já têm cápsula espacial. De fato. A Amazon hoje conta com lucros astronômicos. —O cara é que está certo, caramba. Ronny sonhava. —Se eu tivesse essa grana… A tulipa de cerveja estava pela metade. —Enchia esse foguete de mulher. No bar, os amigos sorriam. —E não voltava nunca mais. Ele cuspiu um caroço de azeitona. —Infelizmente, não é possível. Como tantos brasileiros, ele se sentia oprimido pelo cotidiano financeiro. Dívidas. Cobranças. Parcelas. —Não sei mais o que fazer. Já era tarde quando o Corsa 2003 começou a fazer ziguezagues na Marginal. A mente alcoolizada de Ronny julgou ver as luzes de Júpiter e Saturno. Era o Scania parado no acostamento. O rapaz acordou na UTI. Pensando que estava numa cápsula. —Beleza… cabine de comando novinha. A imaginação humana é diferente de um cartão de crédito. É coisa sem nenhum limite.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaLeia tudo sobre o tema e siga: Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2021-07-26 10:00:00
sao-paulo
São Paulo
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As quatro faces de Zé Leôncio em 'Pantanal'
Caberá a Renato Góes viver José Leôncio quando jovem, um dos principais personagens de “Pantanal”, no remake da novela de Benedito Ruy Barbosa. É uma situação que se repete: em “Velho Chico”, do mesmo autor, ele deu vida a Santo dos Anjos também na primeira fase da trama, papel que depois foi de Domingos Montagner.Em 1990, o jovem José Leôncio foi interpretado por Paulo Gorgulho, que na segunda fase do enredo voltou à novela com outro papel. Na etapa contemporânea, quem assumia o personagem era Cláudio Marzo. Agora, será Marcos Palmeira, que foi Tadeu na versão original. Mais BASTIDORESUm vídeo que registra a narração de Galvão Bueno para a conquista da medalha de bronze de Daniel Cargnin em Tóquio circulou com força no Twitter, neste domingo (25), mostrando toda a ênfase da locução no êxito do atleta. O profissional foi muito elogiado como não acontecia fazia tempo. Mais TRANCADOSAssim como seus colegas, Galvão Bueno tem narrado tudo de dentro das cabines na própria Globo, longe das arenas japonesas. A medida valeu para todas as TVs do mundo incumbidas de transmitir o evento, visando a reduzir o número de pessoas que circulam pelas áreas das Olimpíadas da vez. CESTAJogadora com mais títulos na história do basquetebol nacional, Janeth Arcain faz sua estreia como comentarista na transmissão das Olimpíadas de Tóquio pela Globo e SporTV. Apesar do favoritismo da seleção norte-americana, Janeth chama a atenção para Austrália, Espanha, Eslovênia, França e Itália.AUDIÊNCIA9 pontos marcou na Globo a final do skate street, que rendeu prata ao brasileiro Kelvin Hoefler, segundo dados preliminares nacionais. Isso representa 29% de crescimento na faixa de 0h24 à 1h42 do domingo 10 pontos teve na Globo, segundo dados preliminares nacionais, a luta que deu a medalha de bronze ao brasileiro Daniel Cargnin, entre 7h08 e 7h21 deste domingo, o dobro da audiência habitual A BOA DO DIAMariana Bispo estreia na revista eletrônica que é xará da coluna Zapping - Record News, 23h30​Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2021-07-26 02:36:00
colunistas
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A incrível história do pescador que sobreviveu após ser 'engolido' e cuspido por uma baleia
Um pescador nos Estados Unidos foi tragado por uma baleia jubarte e devolvido à água alguns segundos depois, enquanto mergulhava em busca de lagostas, na sexta-feira (11).Michael Packard conta que estava mergulhando quando acabou dentro da boca do gigante marinho na costa de Provincetown, em Massachusetts.O pânico durou entre 30 e 40 segundos. Depois disso, o animal cuspiu Packard, que apenas teve um deslocamento no joelho.Apesar dos apelos de sua esposa para que mude de emprego, ele diz que não pretende abandonar sua carreira de 40 anos em Cape Cod, uma península no extremo leste do estado de Massachusetts.As baleias jubarte podem crescer até 15 metros de comprimento e pesar cerca de 36 toneladas.De acordo com o World Wide Fund for Nature, sua população mundial é de aproximadamente 60.000 espécimes.Packard, de 56 anos, disse ao jornal local Cape Cod Times que ele e seu companheiro de tripulação foram de barco para a praia de Herring Cove na manhã de sexta-feira (11), quando as condições de mergulho eram excelentes, com visibilidade da água de aproximadamente 6 metros.Depois de pular na água com seu equipamento de mergulho, Packard disse à televisão local WBZ-TV News que sentiu "um grande golpe e depois tudo escureceu".O pescador pensou que havia sido atacado por um dos grandes tubarões brancos que nadam na área."Então eu comecei a apalpar as laterais e senti que não tinha dentes", disse ele."Foi quando eu percebi, 'Meu Deus, estou na boca de uma baleia e ela está tentando me engolir. É isso mesmo, eu vou morrer'." Mais Packard diz que pensou em sua esposa e dois filhos, de 12 e 15 anos."Então, de repente, ele veio à tona... e começou a sacudir a cabeça.""Ela me jogou para o alto e eu caí na água. Eu estava livre e simplesmente fiquei boiando ali. Não conseguia acreditar... E hoje estou aqui para contar."Seu companheiro de tripulação, que procurava desesperadamente na água por bolhas do respirador de oxigênio de Packard, arrastou-o de volta para o barco.O Corpo de Bombeiros de Provincetown confirmou à CBS News que havia respondido a uma ligação às 8h15, horário local), para ajudar um pescador de lagosta ferido em uma praia de Provincetown.As baleias jubarte tendem a se alimentar abrindo bem a boca para engolir o máximo possível de presas, normalmente peixes ou krill.Assim, alguns cientistas marinhos acreditam que o que aconteceu com Packard foi, provavelmente, puramente acidental.Um especialista disse ao Cape Cod Times que uma baleia engolir um humano é um episódio extremamente raro - ou inédito.
2021-06-12 18:09:00
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Casais de moto unem trabalho e namoro para fazer entregas
Parceria, cumplicidade e muito amor, mesmo quando fecha o tempo, fazem parte das vidas de motoboys e motogirls que contam com seus companheiros no dia a dia sobre duas rodas. Fazer entrega a dois, mesmo com ressalvas de empresas e do sindicato da categoria, é a forma encontrada para permanecerem juntos.Vendedor ao longo do dia, Thiago de Souza Santos, 32 anos, se torna motoboy durante a noite em jornadas que, invariavelmente, passam da meia-noite. Ao menos quatro vezes por semana, ele tem a companhia da namorada, a promotora de vendas Larissa Custódio, 24, durante as entregas por aplicativo. “O bom é que mata a saudade do dia. Ela está junto comigo dando força para conquistar os nossos objetivos”, explica.“Gosto muito de estar com ele. Chega a noite e venho junto. É bom porque a gente conhece coisas e lugares novos”, diz Larissa, que namora o vendedor e motoboy há dois anos. Para aumentar as chances de serem chamados para fazer entregas, ela também liga o aplicativo, o que duplica as oportunidades. “Vai pela rapidez, com os dois trabalhando juntos.”Muitas vezes, cabe à vendedora dar aquela força para que o namorado tenha a disposição necessária para encarar o desafio. Foi o que aconteceu na última quinta-feira (10), quando a reportagem encontrou o casal em um ponto de entrega de pedidos na zona sul de São Paulo. “Eu não queria ir de jeito nenhum por causa da chuva e ela me incentivou”, afirma Santos.Sobre os riscos de ter alguém na garupa durante o trabalho, Santos explica que é cuidadoso. “Vai de cada motoboy. Presto atenção no que estou fazendo, vou tranquilo, sem pressa. Não coloco a minha vida em risco e nem a dela ou de outras pessoas no trânsito.”O motoboy Artur Gomes de Oliveira, 23 anos, trabalha das 9h às 23h todos os dias. Para que o namoro siga firme, ele conta com a disposição da namorada, a estudante Anny Gabrieli Andrade dos Santos, 21, que o acompanha alguns dias da semana. “Acredito que casal que vai no corre junto também cresce juntos. Ele sempre me ajudou em diversas ocasiões, então isso é o mínimo que posso fazer por nós”, conta. “Mesmo sendo um tempo no trabalho, a gente se diverte muito”, afirma.Para Oliveira, é uma forma de alcançar os objetivos lado a lado. “Futuramente, ela também terá feito parte de tudo, quando a gente conquistar algo”, diz o motoboy, que é elogiado nos cuidados pela namorada. “Mesmo sendo uma profissão perigosa, ele me transmite muita segurança. É um ótimo motociclista, por sinal”, afirma Anny.A crise provocada pela pandemia atingiu em cheio o casal Luana Dias da Silva, 26, e José Augusto dos Santos, 36 anos. A renda familiar diminuiu e foi dela a iniciativa de se inscrever em um aplicativo para fazer entregas de moto, seis dias por semana —folga apenas na segunda-feira.Luana trabalha com personalização de brindes, acessórios, entre outros. Como festas e eventos estão em baixa, a grana anda curta. Santos é professor de artes marciais e também viu cair o número de alunos. “Geralmente, quem toma a iniciativa das coisas é ela. Ela vai para cima e acabou, pronto”, conta o marido.O próprio serviço de personalização foi ideia da mulher, tendo o casal investido cerca de R$ 8.000 em máquinas para montar a estrutura para criação dos produtos na casa onde moram, no Jardim São Savério, próximo à região do Cursino (zona sul de São Paulo). “A mensagem que deixo para os caras é para não tentarem engessar a criatividade de suas mulheres”, afirma José Augusto.A parceria de vida entre os dois, que estão juntos há sete anos, tem dado certo, mesmo em momentos difíceis como o atual. “Quem ganha junto sabe como gastar com sabedoria”, diz. Para Luana, a companhia do marido na moto é fundamental. “Tentei uma vez ir sozinha, mas não foi muito legal. Com ele é bom, sinto uma segurança muito grande”, afirma.A motogirl conta que não vê tantas entregadoras mulheres no dia a dia. Já o professor de artes marciais explica que maridos que passam por momentos difíceis devem incentivar e apoiar suas mulheres sempre no dia a dia. “Não pode deixar preconceitos determinarem o caminho da sua vida. Tem que ajudar. Deixar o machismo de lado e entender que tem uma companheira. Tem que auxiliar. Um ajuda o outro em um relacionamento”, afirma.Levar alguém na garupa no trabalho tem um quê de amor proibido. Entregadores reconhecem que o risco aumenta, exigindo mais atenção, assim como o consumo de combustível dispara.Para Clayton Jones Ferreira, 29 anos, a companhia da mulher, Carla Rodrigues, 25, faz com que seja mais cuidadoso. “Quando está sozinho, você acelera e corre mais. Com outra pessoa, presta mais atenção, segura um pouco mais a onda”, dizPara Ferreira, a presença da mulher na garupa é fundamental. “Ela vai comigo para incentivar. Muitas vezes, você fica na rua três horas e não toca o aplicativo para fazer entrega”, diz. Ele fala que é uma oportunidade também para que Carla espaireça em algum dia na semana, já que tem como rotina cuidar do filho do casal, de 9 meses. “Tem dia que chego em casa e vejo que o negócio foi feio. O menino rouba a atenção, a paciência, tudo”, brinca.O presidente do SindimotoSP (Sindicato dos Mensageiros Motociclistas, Ciclistas e Mototaxista Intermunicipal do Estado de São Paulo), Gilberto Almeida dos Santos, o Gil, afirma que a legislação veta a carona em garupa no trabalho e desaconselha a prática. “Está colocando a vida dele em risco e a de terceiros, numa exposição desnecessária. A orientação que o sindicato dá é de que não há necessidade de agregar mais uma pessoa à garupa”, diz.Um dos maiores do setor, o Ifood diz que promove campanhas educativas para incentivar boas práticas no trânsito. “Dessa forma, contanto que as práticas estejam de acordo com a legislação do trânsito, a empresa não interfere na forma como os profissionais autônomos optam por trabalhar e, inclusive, na opção de levar alguém na garupa como acompanhante em seus trajetos”, diz, em nota. Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2021-06-12 17:26:00
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Ator de 'Escola do Rock' teve dificuldade para se assumir por causa de personagem gay
Brian Falduto, ator que viveu uma das crianças roqueiras do filme "Escola de Rock", estrelado por Jack Black em 2003, afirmou que teve dificuldadde lidar com a sua sexualidade por causa da homofobia que sofreu na esteira do filme.Isso porque, na trama, o ator de 29 anos interpretava Billy, um garoto inteligente que se torna estilista da banda montada pelo professor protagonista. Por causa dos trejeitos do personagem, ele foi vítima de homofobia na escola na época do lançamento do longa, quando tinha 11 anos."Eu estava em um estado de negação muito grande [em relação à própria homossexualidade] enquanto crescia", disse Falduto em entrevista ao programa de rádio Cooper and Anthony Show. "Eu estava na quinta série quando o filme estreou e fui chamado de gay, então alguém me disse que isso não era legal. Eu pensei: 'Ok, então não sou gay'."Foi apenas no último ano da faculdade que o ator diz ter conseguido lidar com sua sexualidade e se assumir gay. "Eu estava negando minha sexualidade antes de saber o que ser gay é. Então quando eu percebi que era potencialmente gay, eu já era homofóbico para mim mesmo", afirmou. Mais
2021-06-12 15:40:00
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Confira seis comédias românticas para o Dia dos Namorados
JEJUM DE AMOR (1940) Este longa dirigido por Howard Hawks está sempre nas listas dos melhores filmes da história. Na trama, Rosalind Russell interpreta a repórter Hildy, que avisa o editor Walter (Gary Grant), também seu ex-marido, que vai se casar e abandonar a profissão. Para não perdê-la, ele a convence a realizar uma última reportagem e passa a sabotar o noivo. O filme foi um dos primeiros a ter as vozes dos atores sobrepostas nos diálogos. Até então, os atores esperavam o colega de cena terminar a fala para então começar a sua. E em "Jejum", os diálogos são fundamentais. Para capturar melhor as falas dos atores, Hawks optou por espalhar microfones no estúdio, ao invés de usar apenas um, suspenso. ONDE VER Belas Artes À La Carte, Old Flix e Looke: grátis para assinantes. Apple TV: R$ 9,90 (aluguel) e R$ 24,90 (compra). Google Play: R$ 5,90 (aluguel) e R$ 9,90 (compra)CORAÇÕES ENAMORADOS (1954) Doris Day e Frank Sinatra estrelam esta comédia romântica com toques dramáticos sobre os amores das três irmãs Tuttle, musicistas e filhas de um professor de música. Eles hospedam Alex (Gig Young), um amigo da família, e as três jovens parecem cair de amores por ele. Logo entra em cena o personagem de Sinatra, o amargo Barney, mudando o destino de uma das irmãs, Laurie, interpretada por Doris Day. Os diálogos entre eles e entre Doris e Young dão o tom de comédia romântica ao filme, que na parte final ganha tintas dramáticas, sem abandonar o final feliz tradicional. Na versão original, o filme recebeu o nome de uma canção de Sinatra, "Young at Heart", que embala as cenas iniciais. ONDE VER Telecine Play e Oi Play: grátis para assinantesQUANDO PARIS ALUCINA (1964) Uma lista de comédias românticas não poderia deixar Audrey Hepburn de fora. Afinal, muitos clássicos do gênero foram estrelados pela atriz. Aqui ela é Gabrielle, a assistente contratada pelo agente do roteirista Richard, vivido por William Holden, para ajudá-lo a terminar um roteiro. O escritor passa por um bloqueio criativo, regado a álcool, e precisa entregar o trabalho em poucos dias. Além dos diálogos afiados, o longa brinca com a linguagem do cinema e tem Paris como cenário. É diversão garantida. ONDE VER Telecine Play e Oi Play: grátis para assinantes. Apple TV: R$ 11,90 (aluguel) e R$ 24,90 (compra). Google Play: R$ 4,90 (aluguel) e R$ 29,90 (comp.)ENSINA-ME A VIVER (1971) Esta não é uma comédia romântica comum. Os leitores podem até questionar se o filme se enquadra no gênero. Mas o que esperar da geração da Nova Hollywood, da qual o diretor Hal Ashby fez parte? Um romance não convencional, como este entre Harold, um jovem milionário soturno, e Maude, uma idosa solar, amante da vida. Eles se conhecem em velórios e enterros de desconhecidos que costumam frequentar. Harold mantém uma relação difícil com o mundo a seu redor: simula suicídios, compra um carro funerário e assusta pretendentes sugeridas por sua mãe. Maude é libertária, ama as artes e a natureza, nem sempre segue regras (costuma ‘pegar emprestado’ carros e motos) e sabe dar valor à vida. Como nos roteiros das comédias românticas mais tradicionais, são dois mundos diferentes que se encontram. E mesmo que o final não seja totalmente feliz, Maude dá um novo sentido à existência de Harold. ONDE VER Prime Video: grátis para assinantesHARRY E SALLY, FEITOS UM PARA O OUTRO (1989) Billy Cristal e Meg Ryan interpretam os personagens título desta comédia romântica dirigida por Rob Reiner. Eles são amigos de anos que passam a questionar se estão apaixonados um pelo outro. Uma das cenas do longa já se tornou clássica, quando Sally, na mesa de um restaurante, finge um orgasmo para provar a Harry que os homens não conseguem distinguir a diferença entre o real e a simulação. O longa deu início a uma nova onda de comédias românticas em Hollywood. O roteiro é de Nora Ephron, que nos anos seguintes dirigiu “Sintonia de Amor” e “Mensagem Para Você”, sucessos do gênero também estrelados por Meg Ryan. ONDE VER Apple TV: R$ 11,90 (aluguel) e R$ 27,90 (compra)​​UM LUGAR CHAMADO NOTTING HILL (1999) Julia Roberts começou os anos 1990 estrelando um dos maiores sucessos românticos da década, “Uma Linda Mulher”. E terminou com outro grande momento, desta vez ao lado do ator Hugh Grant. Em “Notting”, Julia interpreta quase que a si mesma. Ela é Anna Scott, uma famosa estrela de Hollywood. Em viagem a Londres, ela conhece William (Grant), o tímido e atrapalhado dono de uma livraria. O choque dos dois mundos, recheado dos divertidos amigos de William, garante o charme do longa. ​ONDE VER Telecine Play, NOW, Oi Play e Netflix: grátis para assinantes. Claro TV: R$ 6,90 (aluguel). Apple TV: R$ 11,90 (aluguel) e R$ 29,90 (compra). Google Play: R$ 9,90 (al.) e R$ 24,90 (compra)49 anos, é formada e pós-graduada em jornalismo. Gosta de ver filmes em qualquer plataforma (TV, celular, tablet), mas não dispensa uma sala de cinema tradicional.Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2021-06-12 12:00:00
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Fotógrafos descolonizam a moda brasileira em ensaio com modelos negros
É como uma crítica à tradição europeia na moda brasileira que os fotógrafos Marcos Florentino e Kelvin Yule, que formam a dupla MAR+VIN, definem a exposição “Arte – Moda – Política”, que eles inauguram na galeria Mario Cohen, em São Paulo.O duo artístico apresenta, em 42 imagens na exposição virtual e em 35 fotografias na mostra física, uma investigação da formação do povo brasileiro, dando protagonismo aos negros, fazendo referências aos povos originários e enfatizando questões de gênero. Mais A dupla define a inclusão como objetivo principal dos trabalhos e afirma que desejou ressignificar a representação das raízes nacionais e romper com a estética dos colonizadores europeus.A mostra conta com curadoria de Mario Cohen e pode ser acompanhada virtualmente até 28 de julho.A partir deste sábado , dia 12, ela também pode ser conferida presencialmente na galeria. A programação fica em cartaz até o fim do mês, mas é preciso acessar o site para agendar um horário para a visita.
2021-06-12 12:00:00
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Falta de doses interrompe vacinação contra Covid em ao menos 3 cidades paulistas
A falta de vacinas contra a Covid-19 forçou ao menos três cidades paulistas a interromperem a aplicação da segunda dose do imunizante. A vacinação só será retomada após o envio de novos lotes, ainda sem data para acontecer, segundo os municípios.Nesta quinta-feira (29) teve início a imunização para pessoas com 63 anos em todo o estado.O problema da falta de vacinas acontece em Cajamar e Juquitiba, na Grande São Paulo, e em Vinhedo (79 km de SP). A Secretaria Estadual da Saúde diz que as vacinas estão sendo enviadas.A situação mais grave é de Juquitiba, que afirma não ter doses de nenhum dos dois imunizantes disponíveis no país —a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, e a AstraZeneca, da Oxford/Fiocruz— para aplicação. A gestão Ayres Scorsatto (PL) diz que o município chegou a antecipar a aplicação da vacina para pessoas a partir de 63 anos um dia antes do estado, na quarta-feira (28). Porém, anunciou nesta quinta-feira que já não tinha mais vacinas e não soube dizer quando a situação estará normalizada.Em Cajamar, a gestão Danilo Joan (PSD) interrompeu na quarta a aplicação da segunda dose da CoronaVac devido à falta de imunizantes, segundo disse o município em nota. A previsão é que a cidade só venha a receber mais doses a partir da próxima semana. A cidade ainda está vacinando pessoas com 64 anos e só deve começar a imunizar a faixa etária a partir de 63 anos no sábado (1º).A quantidade de doses da CoronaVac que a cidade de Vinhedo recebeu não foi suficiente sequer para completar a imunização de todas as pessoas com 64 anos, conforme nota da prefeitura. A imunização de pessoas a partir 63 anos está atrasada, segundo a gestão Dr Dario (PTB), e talvez tenha início do final de semana. "Porém, vai depender do envio de novas doses", afirmouO.O intervalo entre a primeira e segunda dose para pessoas com 68 anos já imunizadas com a vacina do Butantan está perto de vencer e a Prefeitura de Vinhedo não soube dizer quando elas poderão receber o reforço. "Somente estão sendo vacinados no município aqueles que já receberam a primeira dose da AstraZeneca", disse.As prefeituras pedem que os moradores fiquem atentos aos seus canais oficiais (site e redes sociais), para saber quando a vacina estará disponível.O intervalo entre a primeira e segunda dose da vacina produzida pelo Instituto Butantan é entre 21 a 28 dias depois. Já a vacina de Oxford/AstraZeneca conta com um intervalo maior, de 12 semanas após a primeira imunização.Especialistas alertam para que o prazo deve ser respeitado, já que a pessoa só é considerada imunizada se tomar as duas doses.Nesta quinta-feira, o secretário municipal da Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, afirmou que "faltas pontuais" de segunda dose da vacina contra a Covid-19 na capital paulista podem vir a ocorrer pelo fato de o imunizante ser aplicado em pessoas de outros municípios, onde há escassez do reforço. Por isso, segundo o secretário, os idosos acabam vindo para a capital em busca da vacinação.A gestão Bruno Covas (PSDB) só está aplicando a primeira dose nos drive-thrus, reabertos nesta quinta-feira para imunizar pessoas com 63 anos na capital Aqueles que precisam tomar a dose de reforço, mesmo que morem em São Paulo, devem procurar as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) ou AMAs (Ambulatórios Médicos Assistenciais).Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde disse que todas as grades de vacinas são enviadas a cada região e cidade "em tempo oportuno, em quantidade idêntica para aplicação de primeira e segunda dose"."As grandes de distribuição levam em conta o público integral, com base nos dados demográficos locais, e são acompanhadas das recomendações para aplicação", afirmou a pasta da gestão João Doria (PSDB), em nota.A secretaria disse que já destinou ao município de Vinhedo 19 mil doses, e este registrou 18 mil aplicações na plataforma VaciVida, o que evidencia um “saldo” de pelo menos 900 doses. "O caso também é semelhante na cidade de Cajamar, que recebeu 11,5 mil doses e aplicou 10,3 mil, restando ainda mais de 1,1 mil doses." A pasta não respondeu sobre Juquitiba."O PEI [Plano Estadual de Imunização] é claro e objetivo, cabendo às prefeituras utilizar as vacinas de acordo com os critérios técnicos e públicos, ou seja, devem respeitar as faixas etárias e/ou grupos estipulados bem como o intervalo de tempo de aplicação entre doses", afirma a nota da secretaria. Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2021-04-29 18:25:00
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MI6 abre vaga para novo 'Q', mestre em artefatos de espionagem
Você consegue transformar um relógio de pulso em um explosivo? Ou talvez consiga criar óculos de raios-X para ver quem está levando uma arma escondida? Se sim, talvez devesse se candidatar para ser o próximo "Q" do serviço de espionagem estrangeiro britânico MI6.O chefe do Serviço Secreto de Inteligência do Reino Unido disse nesta quinta-feira (29) que a agência de espionagem está procurando um novo chefe técnico, o "diretor-geral Q", conhecido pelos fãs dos filmes de James Bond simplesmente como "Q"."Estamos procurando um novo 'Q'. Se você quiser servir seu país ajudando o MI6 a desenvolver a tecnologia operacional do futuro, dê uma olhada", escreveu Richard Moore no Twitter. Mais Nos filmes de Bond, "Q" fornece ao agente 007 uma variedade de engenhocas, de um carro Aston Martin com banco do passageiro ejetor a uma caneta esferográfica que se torna uma granada.Mas, de acordo com a descrição do cargo, a versão da vida real será "responsável pelas equipes que criam e adotam tecnologias para capacitar nossa missão contra os adversários mais duros do Reino Unido". "Você transforma tecnologias desestabilizadoras de ameaças às nossas operações para oportunidades, colocando o MI6 na linha de frente da inovação digital".Nos filmes de 007, Q foi interpretado por atores como Desmond Llewelyn, Geoffrey Bayldon e John Cleese, mas na aventura de 2017 o ex-chefe do MI6 revela que o cargo, na verdade, é ocupado por uma mulher não identificada.
2021-04-29 13:28:00
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Com uma morte a cada 89 segundos, Brasil ultrapassa 400 mil óbitos por Covid
O Brasil ultrapassou a marca de 400 mil vidas perdidas no Brasil para a Covid-19. A triste marca foi superada no início da tarde desta quinta-feira (29). O número total é de 401.417 mortes no país, segundo dados coletados junto às secretarias pelo consórcio de imprensa formado por Folha de S.Paulo, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 —com os dados atualizados às 20h.Desde a primeira morte no Brasil, confirmada no dia 12 de março de 2020, passaram-se 413 dias. Isso quer dizer que a Covid-19 matou, em média, 971 pessoas por dia desde então. Ou seja, o país teve um óbito por complicações decorrentes do coronavírus a cada 88,8 segundos em média.A análise das datas revela que o ritmo de mortes no país ainda está em aceleração. Desde o primeiro óbito no Brasil, o acumulado de óbitos chegou a 100 mil em 8 de agosto de 2020. Ou seja, após 149 dias. O patamar de 200 mil foi atingido no último dia 7 de janeiro, 152 dias depois. Dali em diante, o ritmo se acelerou. A marca de 300 mil foi alcançada em 24 de março, ou seja, 76 dias depois dos 200 mil óbitos. E o patamar atual, de 400 mil, foi superado após 36 dias.O número de 401.417 vidas perdidas para a Covid-19 é maior do que a soma das populações de seis distritos da cidade de São Paulo: Alto de Pinheiros (43.117 habitantes), Itaim Bibi (92.570 habitantes), Jardim Paulista (88.692 habitantes), Pinheiros (65.364 habitantes), Moema (83.368 habitantes) e Sé (23.651 habitantes). Ou seja, é como se todos os moradores desses bairros morressem.Em números absolutos, o Brasil está em segundo lugar no ranking de mortes, atrás, somente, dos Estados Unidos, que já passaram dos 570 mil óbitos. Em termos proporcionais, entretanto, o Brasil tem 187,79 mortes por 100 mil habitantes. Nos Estados Unidos, cuja população é superior a 332 milhões de pessoas, são 172,68 vítimas fatais por 100 mil habitantes.Para o médico epidemiologista André Ribas de Freitas, professor da faculdade São Leopoldo Mandic, o Brasil cometeu dois erros importantes que contribuíram para a alta letalidade: a lentidão no ritmo de vacinação e os equívocos na estratégia de isolamento social.O especialista defende a adoção de um modelo chamado de quarentena dos contatos, que, segundo ele, é recomendado pelos órgãos internacionais de saúde e adotado pelos países que tiveram maior sucesso no controle da pandemia.O modelo consiste em isolar não somente o paciente contaminado pelo vírus, mas também todos que tiveram contato com o infectado. Segundo o médico, existe a possibilidade de essas pessoas estarem com o vírus e, mesmo assintomáticas, transmitirem para outros. Freitas acrescenta que grande parte das transmissões ocorre antes do início dos sintomas. Apesar de o Brasil e o estado de São Paulo estarem apresentando uma estabilidade com tendência de queda no número de novas mortes e infecções, Freitas adverte que existe a possibilidade de o país ser afetado por outras ondas da doença. Com a retomada da econômica, ainda que gradual, há risco de os casos voltarem a subir. "É natural que, voltando as atividades de rotina, tenhamos um aumento no número de casos em um futuro não muito distante", alerta.O médico considera ainda que é fundamental que, mesmo quando grande parte da população estiver vacinada, as medidas de proteção — em especial o distanciamento social — sejam mantidas."Está demonstrado que não vamos ter imunidade de rebanho. O que acontece é que o coronavírus permite reinfecções. Dizer que vai ter uma quantidade suficiente de pessoas imunizadas é algo que não se sustenta. O que nós temos, de fato, é que a vacina vai proteger individualmente as pessoas e principalmente das formas graves", diz. Ele cita também as novas variantes do vírus, que podem ser mais agressivas e letais.Por esse motivo, ele afirma que é provável que as vacinas contra o coronavírus tenham de ser aplicadas de maneira recorrente, como acontece com o imunizante contra a gripe.Na opinião do sociólogo Paulo Niccoli Ramirez, professor da FESP-SP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), era "inevitável" que o Brasil fosse afetado pela pandemia. "Mas poderia ter sido não tão dramático", diz. Na visão dele, o impacto da doença no país seria menor se o governo federal centralizasse, desde o início, as ações de combate ao coronavírus.Ramirez diz que o fato de o noticiário apresentar diariamente altos números de mortes acabou "anestesiando" a população. "O excesso de informação acaba anestesiando a percepção dos cidadãos. É mais um dia com um alto número de mortos. Isso se torna algo normal para o senso comum. Temos o mesmo problema com a violência e o assassinato da população negra, por exemplo."O especialista entende que o alto número de óbitos em pouco tempo irá gerar consequências socioeconômicas para o país. "A curto prazo, já temos a redução na expectativa de vida", argumenta.Pesquisa divulgada no dia 20 de abril pela Fundação Seade revela que a expectativa de vida no estado de São Paulo caiu pela primeira vez em 81 anos. Em 2019, a expectativa de vida em território paulista era de 76,4 anos, número que caiu para 75,4 anos em 2020. No Brasil, a queda é de quase dois anos, segundo estudo da Universidade Harvard, dos Estados Unidos.Ramirez criticou a decisão do governo Jair Bolsonaro (sem partido) de cortar a verba para realização do Censo 2021. "Com o Censo, teríamos um dado fresco e plausível sobre os impactos da Covid. Mas o próprio governo promove um negacionismo estatístico. O governo Bolsonaro não quer ter a mancha desses dados oficiais", critica. Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2021-04-29 13:07:00
sao-paulo
São Paulo
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Eventual falta de doses é porque São Paulo vacinou pessoas de outras cidades, diz secretário
O secretário municipal da Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, gestão Bruno Covas (PSDB), afirmou nesta quinta-feira (29) que "faltas pontuais" de segunda dose da vacina contra a Covid-19 ocorrem pelo fato de o imunizante ser aplicado em pessoas de outros municípios, onde há escassez do reforço. Por isso, segundo o secretário, os idosos acabam vindo para a capital em busca da vacinação.Como forma de minimizar os impactos e eventuais faltas de doses, os drive-thrus estão proibidos de aplicar o reforço, que atualmente é administrado exclusivamente em UBSs (Unidades Básicas de Saúde) ou em AMAs.“Não temos o número de quantas pessoas de fora de São Paulo se vacinaram na cidade, pois não é pedido a elas comprovante de residência [no momento da vacinação]. Sabemos que pessoas de fora buscam a cidade, pois há excedente de doses aplicadas em algumas faixas etárias no município”, afirmou Aparecido, durante entrega de miniusina de oxigênio.Em fevereiro deste ano, a Prefeitura de São Paulo afirmou ter vacinado cerca de 34 mil pessoas acima de 90 anos. O dado ultrapassou em mil o número de idosos nesta faixa etária residente na capital.Aparecido destacou “serem pontuais” as eventuais faltas de segunda dose, acrescentando que a Saúde consegue, em até 48 horas, garantir a aplicação de imunizante nestes casos excepcionais.“O que garantiu a cidade [de ter doses] foi o fato de não usar vacinas destinadas como segunda dose, para fazer a primeira imunização, como foi recomendado pelo Ministério da Saúde. Resguardamos a segunda dose, para a segunda dose. Isso nos ajudou a evitar o que muitas cidades passam agora [falta de vacina]”, afirmou.Aparecido reforçou que o município está em contato com o consulado cubano, por meio da Secretaria Municipal de Relações Internacionais, com o qual negocia futuras compras de vacina Soberana 2, além de também negociar eventuais futuras remessas de imunizantes com a Jansen, Astrazeneca e Pfizer.Da Pfizer, o município irá receber 135 mil doses, segundo a prefeitura, de um lote que chegará ao Brasil nesta quinta-feira. O governo ainda irá definir qual perfil de público será imunizado com essas vacinas.“Iniciamos negocião com vários laboratórios, com aval do prefeito. Sabemos que eles fornecem, no momento, as vacinas para planos nacionais, por meio dos ministérios da Saúde de cada país. Mas trocamos documentos com eles para, na hora de comprar, estar com todo o processo de aquisição adiantado”, explicou. Mais Aparecido disse ainda que, com isso, a prefeitura já pode contar “com um leque de opções” para adquirir imunizantes. A prefeitura, acrescentou, já reservou recursos para isso, sem informar quanto. “Mas ainda este é o momento inicial nesse processo de negociação”, ressaltou.O secretário da Saúde acompanhou, nesta quinta, o primeiro dia de vacinação de pessoas com 63 anos, na Subprefeitura de Itaim Paulista (zona leste), onde funciona o sistema drive-thru. A estimativa é a de que 116 mil nesta faixa etária sejam imunizados na cidade.Entre 8h e 10h17, dez pessoas estiveram com seus carros pelo local, como o policial militar aposentado Airton de Freitas, 63.Ele afirmou ter passado no posto de vacinação ao visualizar que o local estava vazio. “Minha rotina, por causa de alguns trabalhos que faço, não mudou por causa da pandemia, tirando os protocolos sanitários que sigo desde então. Mas ser vacinado agora e daqui há três meses vai garantir segurança para mim e para minha família”, afirmou, se referindo à dose da Oxford/Astrazenica, usada no posto da zona leste.Ele acrescentou que alguns parentes tiveram Covid-19 e que, há cerca de 15 dias, uma cunhada morreu por causa do vírus.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaLeia tudo sobre o tema e siga: Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2021-04-29 12:27:00
sao-paulo
São Paulo
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Voltaire de Souza: Beijando sem susto
Envolvimento. Romantismo. Paixão. Comemorou-se o Dia do Beijo. A Covid dificulta as coisas. Mas muita gente consegue dar um jeitinho. Clésio sorriu para o seu parceiro. —A gente consegue, né, Luís Miguel? O casal se relacionava há cerca de vinte anos. Tratava-se de uma bela história de amor. —Na aula de Educação Física… —O professor nunca percebeu. Eram doces as memórias da cidadezinha natal. —Nosso primeiro beijo. Lembra, Luís Miguel? —Claro. No parquinho de diversão. Veio a ideia. —Dia do Beijo, a gente tem de comemorar. Os dois estacionaram perto do Play Center. —Olha o trem fantasma… —Desativado… mas a gente entra. —Senta aqui no vagão… juntinho de mim. Estranhamente, o trenzinho começou a se movimentar. O túnel escuro se abria aos poucos. Surgiu um senhorzinho careca. De bigode escuro. —Aparelho excretor não serve para o sexo. —Levy Fidélix? O fantasma do candidato desapareceu. Luís Miguel e Clésio voltaram para a suíte do apê. —Aqui a locomotiva engata sem susto. Muita gente vai de Aerotrem. Mas, no transporte e na vida, é melhor ficar com os pés no chão.Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2021-04-29 10:00:00
sao-paulo
São Paulo
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Internalizar as externalidades
Têm muitas entidades, empresas e pessoas preocupadas com o meio ambiente, porém seria bom contextualizar as práticas existentes, entender seu significado e colocar em prática. O termo ESG (Environmental, Social and Governance) se refere a práticas empresariais e de investimento que se preocupam com critérios de sustentabilidade. Em português a sigla é conhecida como ASG (Ambiental, Social e Governança).A responsabilidade social é um conceito segundo o qual as empresas decidem colaborar para uma sociedade mais justa e um clima mais limpo. Com base nesse pressuposto, a gestão das empresas não pode, e/ou não deve, ser norteada apenas para o cumprimento dos interesses de seus proprietários/acionistas, mas também pelos de outros possuidores de interesses, como, por exemplo, os trabalhadores, as comunidades locais, os clientes, os fornecedores, as autoridades públicas, os concorrentes e a sociedade em geral. Esse conceito é conhecido como “stakeholder capitalism”. Mais As métricas para o “stakeholder capitalism” existem a partir dos padrões do GRI ("Global Reporting Iniciative") e pelas normas e diretrizes do ISO 26.000.Outro termo bastante utilizado é o “triple botton line”, também chamado do “tripé da sustentabilidade”, que corresponde aos resultados da organização medidos em termos econômico-financeiro, ambientais e sociais.Esses resultados podem ser mensurados a partir das demonstrações financeiras das empresas. Após a apuração do “botton line”, ou seja, da última linha da demonstração de resultados, deve-se incluir pelo menos os resultados ambientais, isto é, internalizar as externalidades. Assim, o reconhecimento da responsabilidade ambiental passa a ser obrigatório e não mais voluntário.Externalidades ocorrem quando o consumo e/ou a produção de um determinado bem afetam os consumidores e/ou produtores, em outros mercados, e esses impactos não são considerados no preço de mercado do bem em questão. Note-se que essas externalidades podem ser positivas (benefícios externos) ou negativas (custos externos). O meio ambiente é por excelência o reino das externalidades sociais.Um caso particular de externalidades é aquele que envolve os recursos comunitários, cuja propriedade não é individualizada. As externalidades ambientais geralmente afetam grande número de pessoas dentro de uma área. Mais Os mercados privados não garantem uma alocação de recursos eficiente na presença de externalidades; os preços de mercado não captam, de forma adequada, o benefício ou custo externo. Abre-se, assim, espaço para a intervenção do governo na economia de forma a restaurar as condições de eficiência.Esse processo de internalizar as externalidades ambientais é decisivo para a busca do desenvolvimento sustentável sob a concepção ambiental. E essa importância surge pelo princípio 16 da Declaração do Rio (1992), indicando que as autoridades nacionais deveriam buscar maneiras de internalizar os custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, considerando que o poluidor deve arcar com o custo da poluição.Como exemplo, o problema de poluição pode ser minimizado para níveis estabelecidos por biólogos, químicos, médicos etc. A poluição hídrica pode ser medida em termos de demanda bioquímica de oxigênio; a poluição atmosférica, em volume de emissão de CO2; e a poluição sonora, em termos de decibéis —ou seja, para cada tipo de externalidade faz-se necessário ter uma mensuração.Como já mencionado, o fato de os agentes econômicos ignorarem os custos externos decorrentes de suas decisões de produção e/ou consumo, e somente computarem os custos que eles desembolsam, faz com que a alocação de recursos produzida pelo equilíbrio de mercado seja ineficiente. Isso porque, no caso das externalidades negativas, os custos privados subestimam os custos sociais, conduzindo, assim, a uma produção maior do que aquela que seria socialmente desejável; ou seja, não temos uma boa alocação de recursos e estamos numa situação em que o custo social excede o custo privado. Mais Se o empresário acrescentar ao seu custo privado os danos que está provocando à sociedade, transformará seu custo privado em custo social, ou seja, assumirá em seu custo privado a parcela do custo social de que é gerador. Dentre as soluções para corrigir as externalidades que envolvam recursos comunitários, destacam-se a tributação corretiva e o controle dos efeitos externos mediante o uso de esquemas regulatórios e multas.Nesse caso, o governo, ao penalizar os agentes causadores das externalidades por meio da cobrança de tributos, aumentará os custos desses agentes, fazendo, assim, com que eles considerem os efeitos externos de suas ações.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2021-04-29 08:00:00
opiniao
Opinião
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O STF e os processos contra o ex-presidente Lula
Desde o início da Operação Lava Jato muito se tem discutido sobre o alargamento artificial da competência da 13ª Vara Federal de Curitiba para o julgamento de fatos de outros locais do país, como uma espécie de juízo universal da Lava Jato.Na semana passada, ao julgar monocraticamente um habeas corpus, seguindo a orientação hoje pacificada do STF, o ministro Edson Fachin de uma só vez anulou quatro processos criminais movidos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o fez por reconhecer a incompetência de Curitiba para estes casos. Mais Em um dos processos, no entanto, a 2ª Turma do STF decidiu que a decisão de Fachin não produziria efeitos porque já havia sido iniciado o julgamento de habeas corpus que questionava a imparcialidade do juiz Sergio Moro ("tríplex do Guarujá”). A decisão da 2ª Turma de seguir com o julgamento do habeas corpus da suspeição segue precedente questão de ordem e não se sujeita a recurso para o pleno do STF (questão de ordem nos embargos da AP nº 618, 2ª Turma). Vale lembrar que, por seus efeitos, a decisão da suspeição tem precedência sobre a de incompetência.A Procuradoria-Geral da República (PGR) recorreu da decisão de Fachin na última sexta-feira (12) e, então, o ministro decidiu que este recurso deve ser decidido pelo plenário do STF e não pela 2ª Turma, órgão competente pelas regras do próprio Supremo. Em síntese: para discutir a competência para julgamento de Lula, o relator muda a competência para julgar o recurso contra a decisão que anulou os processos de Lula. Dito isso, pergunta-se: é possível?O regimento interno do STF autoriza que o relator ou a turma submeta ao plenário da corte o julgamento das causas e recursos, o que se chama “afetação”, desde que verificada uma das seguintes hipóteses: 1 - quando houver relevante arguição de inconstitucionalidade ainda não decidida; 2 - quando houver divergência de entendimentos entre as turmas ou em relação ao plenário; ou 3 - quando convier o pronunciamento do plenário em razão da relevância da questão jurídica ou para prevenir divergências de entendimento. Mais As hipóteses de “afetação” são restritas porque é exceção ao princípio do juiz natural e à regra da igualdade de todos perante a lei, uma vez que, no caso concreto, a competência para o julgamento de habeas corpus comum é de uma das turmas do STF. E não só: a “afetação” tem como requisito essencial a existência —ou pelo menos a iminência— de entendimentos divergentes dentro da corte, justificando-se no propósito de eliminar a divergência.Trata-se de questão de direito e não de fato. Enquanto a decisão de mérito de um habeas corpus, proferida por apenas um ministro, pressupõe que não haja divergência de entendimento no STF, como reconheceu Fachin ao extinguir os quatro processos, a “afetação” está apoiada no extremo oposto, isto é, na existência de entendimentos divergentes e contraditórios no STF a reclamar a pacificação.Na história recente do STF, alguns casos foram afetados e julgados pelo plenário da corte: proibição de liberdade provisória a presos por tráfico de drogas; progressão de regime de condenações por crime hediondo; ordem das alegações finais em casos com acusado colaborador premiado; e execução provisória da pena antes do trânsito em julgado, que mudou a jurisprudência sobre o tema em 2016.Em todos esses casos, havia ou uma arguição de inconstitucionalidade de lei federal ou divergência de entendimento dentro do tribunal. Situações completamente diversas da relativa ao recurso da PGR no caso do ex-presidente Lula. Mais Primeiro porque o habeas corpus que discute a competência da 13ª Vara de Curitiba não trata de arguição de inconstitucionalidade de lei, mas de descumprimento dos requisitos elementares de competência previstos no Código de Processo Penal. Depois, como reconhecido por Fachin, a matéria não encontra divergência de entendimento entre os órgãos da corte. Tanto que a própria decisão que anulou os casos de Lula baseou-se em regra do regimento interno que autoriza o julgamento monocrático “quando a matéria for objeto de jurisprudência consolidada do Tribunal”.Admitiu expressamente que não há divergência –mesmo que em tese— ou arguição de inconstitucionalidade de lei que justifiquem a remessa do caso ao plenário. Caso contrário, o habeas corpus não poderia ter sido julgado unicamente pelo ministro relator, como foi. O pleno do STF não é órgão revisor da questão de fato. Mais Além disso, a relevância das partes envolvidas no caso não é uma das hipóteses autorizadoras de afetação ao plenário. Como já afirmou o ministro Marco Aurélio Melo, “o processo não tem capa, tem conteúdo”. Todas as pessoas devem ser tratadas da mesma maneira perante a lei, lei que sobre competência territorial não comporta solução diferenciada porque o acusado é Lula e não outro.Os critérios de competência para julgamento de processos penais e recursos estão definidos em lei, que deve ser observada sob pena de, tal como ocorreu, anular-se tudo. Chama-se devido processo legal.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2021-03-15 16:43:00
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Transporte na capital paulista tem movimento menor, mas lotação permanece
No primeiro dia da fase emergencial do Plano São Paulo, usuários do transporte público na capital paulista relataram uma diminuição do número de passageiros, mas ainda havia pontos com aglomeração de pessoas.Uma das medidas para conter o aumento do número de casos de Covid-19 no estado é a recomendação do governo do estado de que empregadores façam o escalonamento do início do expediente para diluir o fluxo de pessoas em estações, terminais e nos veículos.Para a encarregada de limpeza Nilda Ribeiro, 48, a saída do expediente, na manhã desta segunda-feira (15), foi mais tranquila que em outros dias, mas ainda longe do ideal. Ela trabalha no Tucuruvi (zona norte), onde pegou a linha 1-azul, e trocava de linha na estação da Luz (região central) para seguir até o Butantã (zona oeste). "Até estranhei quando entrei porque achei mais vazio que em outros dias, mas ainda dá para melhorar."Na Luz, havia aglomeração de pessoas nas plataformas, especialmente nos acessos às escadas, e também em alguns pontos das transferências entre linhas —mas que se dissipavam com mais facilidade que em outros dias, segundo passageiros.Os trens chegavam à estação com muitas pessoas em pé, mas a maior parte dos relatos dizia que houve melhora. "Não dava para sentar, mas não estava espremido como em outros dias", afirma o cozinheiro Raimundo Emílio, 56. Saindo de Poá, ele chegou à Luz na linha 11-coral da CPTM logo depois das 6h, bem mais cedo que o normal, porque a empresa em que trabalha adotou o escalonamento.O marceneiro Fernando Muda, 39, também diz que observou a diminuição do número de pessoas no trem para chegar ao trabalho. Ele pegou a linha 7-rubi da CPTM em Franco da Rocha até a Luz, mas estava receoso de como seria à tarde. "Na hora de voltar sempre é pior."Já a auxiliar de limpeza Lucia Delmondes, 50, diz que não percebeu diferença no trem da linha 11-coral que pegou de Guaianases (zona leste) até a Luz. "Está lotado. Achei que estivesse mais vazio, mas não estava. Vim mais cedo porque meu horário mudou, mas não melhorou nada." Mais Passageiros que usaram os ônibus na manhã desta segunda relataram lotação bem menor que o normal. A reportagem esteve em três terminais (Parque Dom Pedro 2º, Pinheiros e Santo Amaro) e, em todos eles, o movimento de pessoas era pequeno. Para alguns ônibus, havia fila, mas sem aglomeração."Estava mais vazio. Desse jeito me sinto mais seguro", afirma o auxiliar de serviços gerais Marcelo de Oliveira, 50. Morador da Ponte Rasa (zona leste), ele estava no terminal Dom Pedro para pegar um segundo ônibus para a Mooca (zona leste).A diarista Priscila Quesada, 40, teve o horário alterado e afirma que o efeito foi positivo. Por volta das 8h30 ela chegava ao terminal Pinheiros depois de sair da região do Capão Redondo (zona sul). "Estava bem mais tranquilo que o normal."A gerente comercial Andrea Bianconi, 47, tinha a mesma impressão: "Vim até sentada." Ela chegava para o trabalho na rua 25 de Março (região central). A calmaria do transporte, contudo, não era o suficiente para deixá-la tranquila sobre o coronavírus. "Para ficar tranquila mesmo, só se ficasse em casa."Em nota, a SPTrans afirma que, na última semana, a primeira desde que o estado voltou à fase vermelha, a demanda de passageiros nos ônibus foi de 52% em relação ao que era registrado antes da pandemia. Uma semana antes, entre os dias 1º e 5 de março, esse índice era de 61%.O balanço de passageiros desta segunda-feira só estará disponível na terça (16). De acordo com o texto, a operação em dias úteis conta com 88,25% da frota em toda a cidade. Mais A Secretaria dos Transportes Metropolitanos, gestão João Doria (PSDB), diz que está com "Operação Monitorada" desde o início da pandemia e atua com avaliação sistemática a cada faixa de horário, para atender a necessidade do cidadão."Lembrando que o sistema de trilhos foi projetado e construído para transportar alto fluxo de pessoas da origem ao destino, aglomerado de pessoas em grandes escalas. Não há alteração da frota ou de horário na fase emergencial. Na última semana tivemos uma queda média de 10% em comparação com as últimas semanas. Nos primeiros meses da pandemia, em 2020, a demanda chegou ao patamar de 20% do normal e na última semana estava em torno de 53% na média nas três empresas - Metrô, CPTM e EMTU, que antes da pandemia transportavam cerca de 10 milhões de passageiros por dia", diz a nota.O secretário Alexandre Baldy defende o escalonamento obrigatório da abertura e fechamento das atividades essenciais que sejam permitidas funcionarem, como um caminho possível para evitar a concentração de passageiros nos horários de pico no transporte, desafogando o horário de pico (5h30 às 7h30 e de 17h30 às 19h30). "Uma solução racional, mas que ainda depende de autoridades municipais para que consigamos expandir e diluir o horário de pico, otimizando a estrutura urbana do transporte coletivo", diz a nota.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaLeia tudo sobre o tema e siga: Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2021-03-15 15:19:00
sao-paulo
São Paulo
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Blitze terminam com 58 estabelecimentos autuados por descumprir Plano SP na capital paulista
O Comitê de Blitze, formado por servidores municipais e estaduais, autuou entre a noite de sexta-feira (12) e a madrugada de domingo (14) 58 estabelecimentos comerciais que descumpriram as normas sanitárias e de restrição de circulação por causa do novo coronavírus na capital paulista. Entre os locais que foram autuados está a casa clandestina de jogos na Vila Olímpia (zona oeste), onde 150 pessoas estavam reunidas, entre elas o atacante do Flamengo Gabigol e o cantor MC Gui. Além das vistorias motivadas por denúncias, também foram abordadas 20.028 pessoas na capital paulista de forma preventiva pela Polícia Militar, sendo que 14 terminaram detidas. De sexta a domingo, a Vigilância Sanitária Estadual inspecionou 76 estabelecimentos e 15 acabaram autuados. Desde julho, foram aplicadas mais de 4.300 autuações.Já o Procon autuou neste fim de semana 29 locais por desrespeito à regra de restrição de circulação, uso obrigatório de máscaras e distanciamento social. A Covisa (Coordenadoria da Vigilância Sanitária) foi a 33 estabelecimentos, dos quais 11 foram fechados.Participaram da ação do fim de semana mais de 3.600 agentes participaram da fiscalização na capital paulista.As denúncias sobre funcionamento irregular e festas clandestinas podem ser feitas pelo telefone 0800-771-3541, pelo site do Procon-SP ( www.procon.sp.gov.br) ou ainda pelo email do Centro de Vigilância Sanitária ( secretarias@cvs.saude.sp.gov.br ).Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2021-03-15 15:41:00
sao-paulo
São Paulo
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Embaixadores da diversidade na ajuda aos refugiados
No mês passado, bateu à minha porta um convite muito especial e significativo. Fui convocado para ser um dos embaixadores da diversidade. A perna tremeu, mas resolvi encarar o desafio. O Instituto Adus, de São Paulo, foi o responsável pela façanha.Criado em 2010, o Adus apoia ações em prol de refugiados ou pessoas em situação de refúgio, tendo atendido cerca de 8.120 delas, de 63 nacionalidades. O convite me encheu de orgulho, e o integro juntamente com personalidades, artistas e intelectuais.O programa da entidade, de cunho humanitário, fala em auxílio, fomento e atuação junto “aos refugiados e outros estrangeiros, vítimas de migrações forçadas”, focando “reduzir os obstáculos que enfrentam para sua efetiva reintegração à sociedade”. Além disso, chama a atenção de autoridades, e da sociedade civil, para questões como acolhimento e medidas protetivas a essa população, criando mecanismos de geração de emprego, capacitação e cursos de língua portuguesa.A “posse” dos embaixadores se deu por uma live, com a participação de 15 integrantes, do top de Paulo Lins e Antonio Prata (colunista desta Folha), Paola Oliveira, Thelma Guedes, Jamelão Neto e de César Sampaio, auxiliar técnico da seleção brasileira. Mais O melhor do encontro virtual ficou por conta dos depoimentos dos refugiados Leonardo Matumona, da República Democrática do Congo, e Eliezka Soto, da Venezuela, que estão no Brasil desde 2012 e 2017, respectivamente. Ambos falaram de pátria, família e liberdade.Cofundador do Adus, Marcelo Haydu, na fala de abertura, descreveu um quadro preocupante sobre a situação dos refugiados. Na escala mundial, esses fluxos se intensificaram enormemente.Segundo a ACNUR, a agência da ONU para refugiados, o mundo registrou em 2019 o maior número de pessoas deslocadas de maneira forçada desde a Segunda Guerra Mundial. Dados apontam que 79,5 milhões de pessoas fugiram de guerras, perseguições, violações de direitos ou tortura. É de refugiados a metade desse contingente.O Brasil sofre impacto desse fluxo. Mais Por aqui, aportam venezuelanos, sírios e congoleses. Em 2018, a Polícia Federal contabilizou 9.977 solicitações de refúgio, apresentadas por cidadãos de 115 países, de acordo com o Instituto Adus. O país acolhe 23 mil refugiados e 140 mil solicitantes de refúgio, de 80 nações, entre africanos, latinos e do Oriente Médio.Portanto, nada mais justo e honroso estar à frente de um projeto humanitário, que tem como meta priorizar a vida.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2021-03-15 15:00:00
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Prefeitura de SP retoma drive-thrus no início de vacinação de idosos de 75 e 76 anos
A vacinação contra a Covid-19 de idosos entre 75 e 76 anos começou na manhã desta segunda-feira (15) na capital paulista. A Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), retomou os drive-thrus como postos de vacinação e estima que 115 mil pessoas façam parte do grupo que será imunizado nesta semana."Nossa sugestão é que quem vai tomar a vacina pela primeira vez vá aos nossos equipamentos pela parte da manhã e quem vai tomar a segunda dose, na parte da tarde", diz o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido. "A recomendação é que, mesmo os que estão sendo vacinados, não deixem de seguir as medidas sanitárias de distanciamento e uso de máscaras", complementa.O secretário confirmou a abertura de 130 leitos de UTI, como antecipado pelo Agora no domingo (14), e 425 leitos de enfermaria. "A capital está recebendo muitos pacientes de outros lugares do estado de São Paulo e da Grande São Paulo. Mesmo abrindo 555 leitos nesta semana, seguramente teremos uma pressão muito grande nos nossos hospitais", diz Aparecido.O Memorial da América Latina, na Barra Funda (zona oeste), é um dos postos de vacinação cuja atividade começou às 8h nesta segunda. Quinze minutos antes do horário, algumas filas de carros se formaram para aguardar o início da imunização. Em menos de meia hora, já não havia mais fila e os idosos que chegavam eram prontamente atendidos nos veículos.Na hora da vacinação, o procedimento é padrão. Antes de aplicar a vacina, os agentes de saúde mostram a dose e a seringa para que os idosos e acompanhantes possam conferir se tudo está correto."Esperávamos mais fila, está bem tranquilo", comenta a advogada Ana Cristina Mendonça Contreiras, 43. Ela levou a mãe ao Memorial da América Latina para tomar a primeira dose da Coronavac. Maria Santos Viegas Mendonça, aos 75 anos, comemorava o momento junto à filha.Nascidas em Portugal, ambas moram no Brasil há anos. Maria explica que costumava fazer visitas à sua terra natal com frequência e que a vacina traz perspectiva para, em breve, retomar as viagens. "É um dia memorável", afirma sua filha.Casais de idosos também se fizeram presentes no drive-thru. Elcio Aluizio Soares Knabben, 77, trouxe sua esposa, Maria Cecília Boatini Knabben, 75, para ser imunizada. "Eu estava isolada nos últimos meses, porque ele trabalha [presencialmente]", conta Maria Cecília, que é dona de casa.Elcio é industriário e continuou indo trabalhar durante a pandemia. O idoso já tinha sido vacinado duas semanas atrás e, agora, ambos aguardam ansiosamente pela segunda dose."Graças a Deus, chegou a minha vez", comenta a cabeleireira Zuleide da Silva Bernardo. Aos 75 anos, ela foi ao memorial acompanhada da filha, Karla Bernardo, 51. "Estou em casa desde que tudo começou. Nem para a casa da minha filha eu venho", completa a idosa, que disse estar ansiosa para o momento da imunização.Além do Memorial da América Latina, outros 16 drive-thrus estão espalhados pela cidade. Eles oferecem vacinação até as 17h para idosos acima de 75 anos, além de oferecer a segunda dose exclusivamente para pessoas que receberam a primeira dose também em um dos drive-thrus da capital.Compõem os postos de vacinação durante a semana 468 UBSs (Unidades Básicas de Saúde), três Centros-Escolas e 17 SAE (Serviços de Assistência Especializada) na capital. Já aos sábados, os idosos poderão procurar por uma das 82 UBS/AMA integradas para a imunização.Nesta fase da campanha, seguindo os critérios dos programas estadual e nacional de imunização, fazem parte dessa primeira etapa de vacinação no município até o momento:Já para a segunda aplicação, também de acordo com os programas nacional, estadual e municipal, são atendidos os profissionais de saúde da linha de frente, idosos que vivem nas ILPIs (Instituições de Longa Permanência), pessoas com deficiências abrigadas em instituições sociais e indígenas aldeados da capital.Os endereços das unidades podem ser acessados pela ferramenta Busca Saúde. Mais ANHEMBI Centro de Exposições do Anhembi Rua Olavo Fontoura – Portão 38 (Zona Norte)NEO QUÍMICA ARENA Av. Miguel Ignácio Curi, Portão E4 Ponto de Referência - Av. Miguel Ignácio Curi, 2492IGREJA BOAS NOVAS (Sudeste) Rua Marechal Mallet, 535INTERLAGOS Autódromo de Interlagos Rua Jacinto Júlio, altura do nº 589 – Portão 9, entrada KRF (Zona Sul)HEBRAICA Rua Ibiapinópolis, 781 (Zona Oeste)MEMORIAL Rua Tagipuru, 500 Referência Portão 02MORUMBI Av. Giovanni Gronchi, Portão 15 Ponto de referência, Av. Giovanni Gronchi,1920IBIRAPUERA Rua Marechal Estenio Albuquerque Lima, 413TEATRO PAULO EIRÓ Av. Adolfo Pinheiro, 765 - Santo Amaro (Zona Sul)CLUBE ATLÉTICO MONTE LÍBANO Rua do Gama, 261 - Jardim LuzitaniaSUBPREFEITURA DE M' BOI MIRIM Endereço: Avenida Guarapiranga, 1695 – Pq Alves de LimaSUBPREFEITURA DE ITAIM PAULISTA Avenida Marechal Tito, 3012 - Itaim Paulista, São PauloCLUB ATHLETICO PAULISTANO R. Honduras, 1400 - Jardim América, São Paulo - SP, 01428-900PARQUE VILLA-LOBOS Portão 3 - Professor Fonseca Rodrigues, n°1.025, Alto de PinheirosSHOPPING ARICANDUVA Av. Aricanduva 5555 Portões de Referência: 04 e 01SHOPPING ANÁLIA FRANCO Shopping Anália Franco – Avenida Regente Feijó, 1.739 - TatuapéHOSPITAL DOM ANTÔNIO DE ALVARENGA Av. Nazaré, 1361 - IpirangaRecurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaLeia tudo sobre o tema e siga: Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2021-03-15 12:43:00
sao-paulo
São Paulo
https://agora.folha.uol.com.br/sao-paulo/2021/03/prefeitura-de-sp-retoma-drive-thrus-no-inicio-de-vacinacao-de-idosos-de-75-e-76-anos.shtml
Com indicados pouco populares, próxima entrega do Oscar deve ter audiência baixa
Coitado do Oscar. Há mais de uma década que o mais importante prêmio cinematográfico do mundo vem mudando suas regras e seu formato, na tentativa desesperada de estancar a queda da audiência da entrega dos troféus (a transmissão da cerimônia pela TV é a principal fonte de renda da Academia de Hollywood).Existe uma crença bem fundamentada de que, se um longa de enorme sucesso estiver entre os finalistas, o interesse do público pelo Oscar aumenta. De fato, a premiação de 1998, em que “Titanic” levou 11 estatuetas, registrou números recordes de audiência.Quase uma década depois, “O Cavaleiro das Trevas” não ficou entre os cinco indicados a melhor filme, apesar das ótimas críticas. A Academia então alterou o regulamento: a partir de 2009, até 10 títulos podem concorrer ao prêmio principal. Imaginava-se que isto facilitaria a entrada de blockbusters no páreo, mas o efeito foi o oposto: um número maior de filmes pequenos e independentes passou a ser lembrado, e o ibope continuou a despencar. Mais Aí veio 2020, e a pandemia forçou o fechamento de cinemas no mundo inteiro. Isto também fez com que lançamentos de peso, como “Amor Sublime Amor”, de Steven Spielberg, ou “Duna”, de Denis Villeneuve, tivessem suas estreias adiadas para o final de 2021.Temerosa de não haver candidatos em número suficiente, a Academia estendeu o ano competitivo em dois meses: filmes lançados em janeiro e fevereiro de 2021 podem concorrer à próxima premiação. Também foi permitido que lançamentos exclusivos do streaming competissem, contanto que o plano inicial fosse lançá-los nas salas.Nada disso afetou a corrida de maneira significativa. A Netflix, a maior plataforma de streaming do mundo, já adota há anos a estratégia de estrear nos cinemas seus principais candidatos ao Oscar, por um período limitado. Fez assim com “Roma”, em 2018, com “O Irlandês”, em 2019, e com “Mank” e “Era Uma Vez Um Sonho” em 2020, inclusive no Brasil.O resultado é que a maior parte dos finalistas anunciados na manhã desta segunda (15) já estão disponíveis há meses nas plataformas de streaming. “Mank”, “Os 7 de Chicago”, “A Voz Suprema do Blues”, “Pieces of a Woman” e “Relatos do Mundo” estão na Netflix, assim como os documentários “Crip Camp” e “Professor Polvo”. “O Som do Silêncio”, “Borat: Fita de Cinema Seguinte”, “Uma Noite em Miami” e o documentário “Time” fazem parte do catálogo da Amazon Prime Video.O documentário “O Agente Secreto” pode ser visto no Globoplay, e o longa em animação “Wolfwalkers”, no Apple TV +. O favorito desta categoria, “Soul”, está no Disney +.Nunca tantos filmes indicados estiveram tão acessíveis ao público antes da entrega do Oscar. No entanto, essa facilidade não se traduz em popularidade. Nenhum dos longas mencionados se transformou em um fenômeno de massas.Até o momento, nenhum deixou uma marca forte na paisagem cultural (pode ser que “Bela Vingança”, que pode dar o prêmio de melhor atriz a Carey Mulligan, seja lembrado no futuro como um símbolo do movimento #MeToo).Portanto, não é arriscado apostar que a próxima cerimônia do Oscar terá a mais baixa audiência de todos os tempos. Até porque a festa deverá ser chocha, com as atrações musicais se apresentando sem plateia e muitos vencedores agradecendo por videochamada. O Globo de Ouro, entregue há duas semanas, já amargou os piores números de sua história.Só que este também será um Oscar da resistência. Os hábitos talvez tenham mudado para sempre, mas o cinema está sobrevivendo à pandemia. Ainda estamos em guerra, e uma celebração esfuziante não combina com esses tempos sombrios. Ano que vem, quem sabe? Talvez já estejamos todos vacinados.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Tony Goes tem 62 anos. Nasceu no Rio de Janeiro, mas vive em São Paulo desde pequeno. Já escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. E atualiza diariamente o blog que leva seu nome: tonygoes.com.br
2021-03-15 11:21:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/tonygoes/2021/03/com-indicados-pouco-populares-proxima-entrega-do-oscar-deve-ter-audiencia-baixa.shtml
Neta leva vídeos de avó vítima da Covid-19 a milhões no TikTok: 'Quero espalhar alegria como ela fazia'
Em um almoço em família, a neta diz à avó: "Tenho vários amigos que têm o sonho de te conhecer". A idosa logo responde: "Ih, não quero conhecer nenhum deles. Deve ser tudo maconheiro!". A reação causa um misto de espanto e risadas.Em outra situação, a idosa usa uma máscara de pano no quarto, enquanto está deitada fazendo uma ligação. A neta chega e questiona: "Por que você está de máscara [em casa], vó?". A idosa responde que havia atendido um rapaz na porta de casa pouco tempo atrás e, irritada, vocifera palavrões ao contar que está no telefone tentando falar com um atendente de uma empresa.As duas cenas em família ilustram situações vividas pela universitária Luisa Junger, 23, e a avó, a professora aposentada Dalva Junger. Os momentos, registrados pela neta em vídeos, agora são recordações de família. Mais Em setembro passado, a idosa de 81 anos morreu em decorrência da Covid-19. Após o falecimento da avó, Luisa decidiu compartilhar alguns registros de Dalva no TikTok. "Minha avó foi vítima da Covid-19, mas me deixou um acervo de vídeos incríveis", escreveu a jovem na rede social.Na legenda de um dos vídeos, a universitária explica que criou o perfil no TikTok para "compartilhar e espalhar alegria, como ela [Dalva] fazia em vida".As publicações agradaram muitos usuários da rede social. Um dos vídeos (o da máscara de pano no quarto) teve mais de 3 milhões de visualizações e 267 mil curtidas. "Muitas pessoas sempre pedem para postar mais coisas dela", diz a jovem à BBC News Brasil.Mãe de quatro filhas e avó de três netos, Dalva foi professora durante três décadas. Moradora da cidade do Rio de Janeiro, onde vivia em um apartamento com uma das filhas, a idosa era considerada muito ativa: gostava de passear, dirigir e frequentar academia.A personalidade da idosa era uma de suas características mais marcantes. "Era daquele jeito que aparece nos vídeos. Ela respondia 'na lata', não importava para quem fosse", diz Luisa.Dalva ficou isolada no início da pandemia, conta a neta. A família precisava convencê-la com frequência sobre a importância de evitar sair do apartamento.Em alguns dos vídeos que a neta registrou, é possível notar que a idosa era fiel seguidora do presidente Jair Bolsonaro. Ela o defendia com frequência quando via alguma crítica. "Ela acreditava em tudo o que ele falava", diz Luisa.Desde o início da pandemia, o presidente adota um discurso para tentar minimizar os riscos da Covid-19, como críticas ao uso de máscaras ou a defesa de tratamentos médicos que não têm respaldo científico, como a cloroquina. "No início da pandemia, a minha avó até podia duvidar da Covid-19 por causa do presidente, mas depois foi entendendo os riscos", diz a jovem.A idosa costumava acreditar em diversas fake news sobre a Covid-19 e compartilhava os conteúdos no WhatsApp. " A gente tinha que explicar para ela que era mentira", comenta Luisa.A jovem relata que a aposentada sempre seguiu os cuidados para se prevenir da Covid-19. "Penso que se a gente não explicasse para a minha avó sobre as fake news, essas mentiras poderiam ter tido um impacto negativo para ela", diz.Em junho, Luisa e uma tia contraíram a Covid-19 e desenvolveram sintomas leves. Na época, elas não tiveram contato físico com Dalva. Para a jovem, os dois casos na família fizeram com que a aposentada passasse a acreditar ainda mais na importância de adotar cuidados contra o coronavírus.Segundo Luisa, a idosa passou a ter mais dificuldades para ficar em casa quando as medidas de isolamento social no Rio de Janeiro começaram a ser cada vez mais flexibilizadas. Em agosto, Dalva voltou a ir à igreja com frequência. "A minha avó era católica e muito religiosa. Quando as missas voltaram a ser presencialmente, não conseguimos segurá-la em casa", diz a neta."Ela dizia que todo mundo estava saindo, não era prisioneira e que estava tomando todos os cuidados. A minha avó não queria ficar trancada em casa. Mas quando saía, ela sempre usava máscara", comenta Luisa.No começo de setembro, a idosa apresentou os primeiros sintomas da Covid-19. A família afirma não saber como Dalva contraiu o vírus, mas tem duas hipóteses: na igreja ou de parentes que também foram infectadas.A igreja, segundo a família, orientava que os fiéis adotassem o distanciamento entre si e usassem máscaras. Ainda assim, os parentes avaliam que o local pode ter sido uma possível fonte de infecção para a idosa, por ser um lugar fechado em que havia diversas pessoas."Outra possibilidade é que ela tenha pegado da minha tia ou da minha irmã. As duas tinham voltado a trabalhar presencialmente, mantinham contato com a minha avó e também contraíram o vírus. Mas não sabemos quem pode ter passado para quem. Até hoje temos nossas dúvidas sobre como a minha avó pode ter contraído [o coronavírus]", explica a jovem.Enquanto os familiares tiveram sintomas leves, a situação de Dalva logo se agravou. Ela começou com febre e sintomas de gripe. A idosa foi internada em 4 de setembro em um hospital particular da capital fluminense, após um monitoramento apontar que o nível de saturação do oxigênio no sangue dela estava caindo cada vez mais —situação típica de casos mais graves da covid-19.A primeira tomografia apontou que 25% dos pulmões da idosa estavam comprometidos pelo coronavírus. Quatro dias após ser internada, a situação piorou ainda mais e ela foi intubada. A família recebia informações sobre Dalva duas vezes ao dia: às 10 da manhã e às 10 da noite.A solidão no hospital, situação recorrente em casos de Covid-19, preocupava a família. "Desde que foi internada, a minha avó ficou sozinha, sem celular, sem contato com a família ou qualquer coisa que pudesse distrair. Isso pode ter sido bastante difícil para ela naquele momento, principalmente porque a minha avó ficava no celular o tempo todo", diz Luisa.A situação da idosa, que tinha pressão alta e pré-diabetes, piorou cada vez mais. Na manhã de 18 de setembro, ela não resistiu às complicações da Covid-19."É tudo muito difícil. Toda vez que a gente lembra dela, cai no choro. Ela era muito presente em nossas vidas. Mas a gente tem certeza de que ela está bem agora. A minha avó era muito ativa, com certeza não queria ficar debilitada em uma cama e sofrendo. Ela não suportaria isso", afirma Luisa.A jovem era a neta mais nova de Dalva. As duas moravam no mesmo prédio e tinham contato frequente. "A minha avó foi a pessoa que eu mais amei em toda a minha vida. Até os meus pais tinham ciúmes e falavam que quando ela morresse eu não teria outra igual na minha vida. A gente tinha uma ligação muito forte", comenta a universitária. Duas semanas depois de perder a avó, ela tatuou o nome de Dalva na costela.Cerca de um mês após a morte da avó, Luisa decidiu compartilhar no TikTok alguns vídeos que havia feito da idosa.Nos últimos anos, a neta havia publicado no Instagram diversos vídeos da avó. Os amigos de Luisa costumavam dizer que queriam muito conhecer a idosa. "Eles gostavam dos vídeos dela e pediam para postar cada vez mais. Diziam que ela alegrava o dia deles. Eles achavam o mau humor dela engraçado", diz."Eu adorava perturbar a minha avó, porque ela era muito esquentadinha e logo xingava", comenta Luisa. No Instagram, os vídeos de Dalva eram vistos por amigos ou familiares de Luisa. Porém, quando a jovem decidiu postar no TikTok após a morte da avó, as publicações ganharam um grande alcance."Comecei postando somente para amigos no TikTok. Mas logo tomou uma proporção muito grande, porque muitos desconhecidos começaram a ver. Até mesmo pessoas que foram alunas da minha avó no passado viram os vídeos e comentaram sobre ela", diz a universitária. "Foi uma repercussão muito boa. Adoro responder as pessoas e as mensagens", acrescenta.Atualmente, o perfil da jovem no TikTok tem 40,7 mil seguidores e os vídeos acumulam, juntos, 726 mil curtidas. Nos comentários, muitos relatam que se divertem com o jeito espontâneo da idosa."Não esperava que os vídeos da minha avó pudessem chegar a tantas pessoas. Mas eu sempre falava para ela: 'vó, você tem que ficar famosa, porque é muito engraçada'. Ela respondia: 'para de bobeira'", diz Luisa.A jovem relata que a família gosta do sucesso dos vídeos de Dalva. "Eles riem juntos e sabem da repercussão. Ninguém nunca foi contra publicar esses vídeos", relata.Ela afirma que a avó também gostava de ser filmada. "Ela dizia que não queria fazer os vídeos. Mas no fundo, ela gostava e acabava topando gravar".A jovem não pretende, ao menos por enquanto, parar de compartilhar os momentos com a avó. "A quantidade de vídeos dela é limitada. Mas enquanto tiver conteúdo, pretendo continuar postando qualquer coisa que me lembre dela", diz.Para Luisa, os vídeos no TikTok representam uma forma de homenagear Dalva. "Eu posto porque me dá prazer ver as pessoas se divertindo com ela. Sinto que assim não estou deixando a imagem da minha avó ser esquecida de jeito nenhum", comenta.
2021-03-15 09:51:00
voceviu
Você viu
https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2021/03/neta-leva-videos-de-avo-vitima-da-covid-19-a-milhoes-no-tiktok-quero-espalhar-alegria-como-ela-fazia.shtml
Maior plataforma online de defesa do consumidor é brasileira
Esta segunda-feira (15), Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, marca o reconhecimento internacional da plataforma pública mais usada no mundo para a defesa dos direitos dos consumidores. O ano de 2020 foi “o ano” do consumidor.gov.br, graças aos esforços da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça e Segurança Pública.O consumidor.gov.br é um instrumento que permite a resolução eletrônica de litígios dos consumidores brasileiros por meio de procedimentos extrajudiciais. No ano de 2020, batemos registros históricos, pois foram mais de 1,1 milhão de demandas registradas na plataforma do governo federal, resultando na resolução de quase 80% de todas as reclamações feitas.O consumidor.gov.br não substitui o SAC das empresas, nem o atendimento dos Procons, mas amplia o acesso dos consumidores em busca de solução de conflitos de consumo não resolvidos pelos canais de atendimento das empresas. Ou seja, o consumidor.gov.br é mais uma alternativa gratuita para o consumidor. Na pandemia, a plataforma oficial do governo se tornou alternativa fundamental durante o fechamento de diversos call centers (que resultaram em aumento de 66% no número de reclamações aos SACs das empresas —no setor bancário, essa alta representou 232%). Mais Mas a importância do consumidor.gov.br na pandemia foi, também, garantir a saúde e a segurança dos consumidores brasileiros, uma vez que os registros das demandas podem ser realizados em qualquer localidade, até mesmo por meio de aplicativo para celular. Este serviço público foi maximizado em 2020 com uma política pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública: a portaria nº 15/2020, publicada em 1º de abril de 2020.Basicamente, ficou estabelecido pela portaria que deveriam se cadastrar na plataforma empresas com atuação em setores que envolvam serviços públicos e atividades essenciais; plataformas digitais de atendimento pela internet dedicadas ao transporte individual ou coletivo de passageiros ou à entrega de alimentos —ou, ainda, à promoção, oferta ou venda de produtos próprios ou de terceiros ao consumidor final; e agentes econômicos listados entre as 200 empresas mais reclamadas no Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec). Isso fez com que a plataforma tivesse um aumento de aproximadamente 158%.No âmbito internacional, a plataforma foi destaque em reunião da Conferência das Nações Unidas relativa à proteção e defesa do consumidor e de defesa da concorrência (Unctad, 2020), considerando a sua implantação bem-sucedida e tratamento de problemas consumeristas. Também foram firmados acordos de cooperação internacional com Uruguai e Argentina para transmitir toda tecnologia brasileira e know-how para que os países desenvolvam plataformas semelhantes. Mais Se não bastassem todas as externalidades positivas, o consumidor.gov.br ainda fornece informações essenciais à elaboração e execução de políticas públicas de defesa dos consumidores, bem como amplia o atendimento aos consumidores; incentiva a competitividade pela melhoria da qualidade de produtos, serviços e do relacionamento entre consumidores e empresas; e aprimora as políticas de prevenção de condutas que violem os direitos do consumidor.Todos esses fatores fomentam o fortalecimento e a promoção da transparência nas relações de consumo, tal como defendido pelos melhores manuais e práticas internacionais. Nada como poder evidenciar uma política pública eficiente para o consumidor, que facilita a resolução de suas demandas, neste dia comemorativo.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2021-03-15 08:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2021/03/maior-plataforma-online-de-defesa-do-consumidor-e-brasileira.shtml
Saiba o que fazer com ingressos cancelados após o endurecimento da quarentena em SP
É no fim de semana que o mundo da cultura esquenta —ou, pelo menos, esquentava. Em São Paulo, depois de meses de um lento retorno de peças, shows, concertos e mostras, toda a programação cultural ficará paralisada aos sábados e domingos como forma de frear o avanço da pandemia de Covid-19 na capital. O anúncio foi feito na última sexta, dia 22, pelo governador João Doria, do PSDB. Tudo o que não é considerado atividade essencial pelo plano de quarentena está proibido aos fins de semana e nos feriados. As regras atuais valem até, pelo menos, o dia 8 de fevereiro. A medida fez com que teatros, casas de shows, centros culturais, cinemas e museus corressem para tentar encaixar as atividades já programadas ou em cartaz nos dias e horários permitidos —mas nem todas as atividades sobreviveram. A seguir, saiba como as principais atrações da cidade se programaram para as próximas semanas e como ficam os ingressos já comprados para os eventos cancelados. E se lembre que os casos de coronavírus estão aumentando na cidade. Use máscara, lave as mãos e siga os protocolos de segurança sempre que decidir sair de casa. Alcione O show da sambista teria acontecido na quarta, dia 27, no Tom Brasil, mas foi adiado para uma data ainda não definida pela produção do espaço. Ali, também cantariam Isabella Taviani, que teve sua apresentação postergada para 13 de março, e Baby do Brasil, que agora sobe ao palco no dia 12 de março. Os ingressos antecipados serão válidos para as novas datas. Tom Brasil - r. Bragança Paulista, 1.281, Vila Cruzeiro, região sulA Arte da Moda – Histórias Criativas Quem comprou ingressos para os fins de semana da mostra no Farol Santander pode pedir reembolso ou remarcação. O mesmo vale para a exposição “Exfinito”, de Iván Navarro, em cartaz até o fim de fevereiro. O local ainda recebe “O Jardim das Maravilhas de Miró”, nesta sexta, dia 29. Farol Santander - r. João Brícola, 24, centro, região central, tel. (11) 3553-5627. Seg. a sex.: 11h às 19h.Ingr.: R$ 25 p/ sympla.com.brBeatriz Milhazes: Avenida Paulista Parte da mostra, que se debruça sobre o trabalho da artista, está em cartaz no Masp. O museu informou que nenhuma programação foi alterada. Quem comprou ingressos para o fim de semana terá as entradas canceladas e reembolsadas. Já a segunda parte da exposição está no Itaú Cultural. Apesar de a entrada ser gratuita, é necessário agendamento —quem marcou visita para o fim de semana terá o ingresso cancelado e será orientado a remarcar. O Itaú Cultural também disse que adiará a exposição “Ocupação Chiquinha Gonzaga”, que estava prevista para 10 de fevereiro. Agora entrará em cartaz no próximo dia 24. Masp - av. Paulista, 1.578, Bela Vista, tel. (11) 3149-5959. Ter.: 10h às 18h. Qua. a sex.: 13h às 19h. Excepcionalmente, seg. (1º): 10h às 19h. Ingr.: R$ 45. Menores de 11 anos, pessoa com deficiência e ter.: grátis. Ingr. p/ masp.byinti.com. Itaú Cultural - av. Paulista, 149, tel. (11) 2168-1777. Ter. a sex.: 12h às 18h. Grátis. É necessário agendamento p/ sympla.com.br Mais A Bela e a Fera As apresentações da adaptação, que começariam no dia 30 com sessões aos sábados e domingos no Teatro Bradesco, foram adiadas. A casa ainda não definiu novas datas, mas ingressos seguirão valendo. Teatro Bradesco - r. Palestra Itália, 500, 3º piso, Perdizes, região oeste, tel. (11) 3670-4100Coral Paulistano 85 anos O evento que celebra o aniversário do coral do Theatro Municipal aconteceria no dia 11 de fevereiro, mas foi marcado para a tarde anterior (10), às 18h. Além dele, outros quatro concertos tiveram suas datas ou horários alterados. O Quarteto de Cordas teve apresentação reagendada para as 18h do dia 28. O concerto dedicado a Ravel e Schumann da Orquestra Sinfônica Municipal foi transferido para as 18h do dia 5 de fevereiro. A apresentação com repertório que inclui Dvorák, Poulenc e Vaughan-Williams foi passado para a quinta (4), às 18h. O Coro Lírico e a Orquestra Sinfônica Municipal se apresentam nos dias 16 e 17 de abril, às 20h. Os ingressos poderão ser trocados para novas datas ou reembolsados por email. Theatro Municipal - pça. Ramos de Azevedo, s/nº, tel. (11) 3053 2090. Reembolsos p/ bilheteria.tmsp@santamarcelinacultura.org.brJohn Lennon em Nova York, por Bob Gruen Na semana passada, o Museu da Imagem e do Som antecipou o término da mostra dedicada a John Lennon para a última sexta, dia 29. Mas nesta segunda, dia 1º, o local mudou de ideia e prorrogou a exposição até o dia 14 de fevereiro. Por enquanto, estão disponíveis ingressos apenas para esta semana.​ MIS - av. Europa, 158, Jardim Europa, região oeste, tel. (11) 2117-4777. Ter. a sex.: 14h às 18h. Até 29/1. Ingr.: R$ 30 p/ mis-sp.byinti.com Mais Mostra do Estúdio Hammer A mostra dedicada a filmes de terror iria até 8 de fevereiro, mas o Centro Cultural Banco do Brasil adaptou as sessões apenas para os dias de semana e postergou o evento até o dia 19. Ingressos seguem valendo. Outra programação que teve o início afetado foi a dedicada a Steve McQueen, que inicia em 22 de fevereiro. CCBB - r. Álvares Penteado, 112, centro, tel. (11) 4298-1270. Seg., e qua. a sex.: 10h às 18h. Grátis. É necessário fazer agendamento p/ eventim.com.brOrquestra Sinfônica do Estado de São Paulo A Osesp teve os concertos dos sábados 30 de janeiro e 6 de fevereiro, ambos regidos por Neil Thomson, cancelados. Quem já tinha ingresso poderá assistir a outras apresentações às quintas ou sextas com as mesmas entradas ou reverter o valor em crédito. Outras atrações tiveram mudanças. Os concertos matinais, aos domingos, foram suspensos. O recital do Quarteto Osesp, neste domingo (31), foi transferido para 19 de fevereiro, ainda sem horário. Os espetáculos das quintas e sextas foram passados para as 19h. Já a série “Recitais Brasileiros” segue nos dias 1°, 2 e 3 de fevereiro, mas os concertos serão feitos às 18h30. Nesses casos, não é preciso emitir um novo ingresso. Sala São Paulo - pça. Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos, tel. (11) 3367-9500. Ingressos p/ site osesp.byinti.comOsgêmeos: Segredos A exposição da dupla Osgêmeos está em cartaz na Pinacoteca até 22 de fevereiro. O museu cancelou os ingressos de quem tinha comprado entradas para os próximos dois fins de semana. A instituição diz que todos foram reembolsados. Além disso, a exposição dedicada a Fayga Ostrower, que seria inaugurada neste sábado, dia 30, foi adiada e passará a receber o público na segunda, dia 1º. Pinacoteca - pça. da Luz, 2, Bom Retiro, tel. (11) 3324-1000. Seg., e qua. a sex.: 14h às 20h. Grátis. (Osgêmeos: Ingr.: R$ 25. Menores de 10 anos e maiores de 60 anos: grátis). É preciso agendar em pinacoteca.byinti.com Mais Petra Belas Artes O cinema de rua passa a funcionar apenas de segunda a sexta. Nesta semana, estão em cartaz filmes como “Minha Irmã” e “Fale com as Abelhas”. R. da Consolação, 2.423, Consolação, tel. (11) 2894-5781. Seg. a sex.: 13h às 21h. Ingr.: R$ 20 a R$ 30 p/ veloxtickets.comPlayarte O cinema fechou as portas de todas as salas de São Paulo e as pretende reabrir só quando a cidade sair da fase vermelha e permitir o funcionamento aos fins de semana e feriados. Os clientes que já tinham comprado ingressos os poderão resgatar na retomada. playartecinemas.com.brVisitação ao MuBE Sem programação em cartaz no momento, o MuBE estava trabalhando apenas com visitas agendadas —as entradas já adquiridas para os fins de semana foram remarcadas. O local se programava para abrir uma mostra dedicada ao escultor Amilcar de Castro nesta quinta, dia 28, mas adiou a programação. Ainda não há nova data de inauguração. R. Alemanha, 221, Jardim Europa, tel. (11) 2594-2601. Qui. e sex.: 10h às 16h. Grátis. É necessário fazer agendamento p/ sympla.com.br/mube Cultura na fase laranjaCultura na fase vermelha
2021-01-28 16:00:00
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https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2021/01/saiba-que-fazer-com-ingressos-cancelados-apos-o-endurecimento-da-quarentena-em-sp.shtml
Policial civil é preso suspeito de fazer três reféns e atirar contra PMs em SP
Um policial civil de 51 anos foi preso, por volta das 3h20 deste domingo (6), após manter a mulher e mais duas pessoas como reféns em seu apartamento, na região da Mooca (zona leste da capital paulista). As negociações para que ele se rendesse demoraram cerca de uma hora, segundo a Polícia Militar.A PM foi acionada para ir até o imóvel, onde teve a entrada permitida pela portaria do prédio e por uma amiga da família do policial. Essa mulher teria informado aos militares que o policial civil estava armado, mantendo a esposa como refém, além de mais duas pessoas, em um quarto do apartamento, no segundo andar do edifício. O motivo para o cárcere privado é investigado pela Corregedoria da Polícia Civil.Usando escudos, policiais militares entraram no apartamento, quando foram recebidos com ao menos cinco tiros, conforme relatado pelos PMs em depoimento. Os disparos, supostamente dados pelo suspeito, foram contidos por um escudo da PM. Um militar revidou atirando uma única vez, segundo registrado na delegacia. Ninguém se feriu.Após os disparos, ao menos cinco PMs ficaram na cozinha do apartamento, de onde um tenente iniciou as negociações com o suspeito, que entrou em um quarto do imóvel, com três vítimas. A reportagem teve acesso a parte da negociação, que foi registrada em vídeo por um celular.Segundo as imagens, o tenente da PM afirma ao policial civil que não irá matá-lo, pedindo para que o suspeito largue a arma. “Por que aponta a arma para mim? Não estou apontando [minha arma] para você. O escudo não mata, só [me] defende”, argumenta o PM. As respostas do suspeito são ininteligíveis.O militar ainda pede para que o policial civil abaixe a arma. “Você está com a arma na mão, assim não dá para conversar. Primeiro você larga a arma e depois a gente espera, não tem problema”, diz o PM, sem sucesso. O vídeo é interrompido logo em seguida.Cerca de 20 minutos se passaram, segundo registrado pela Polícia Civil, até que o suspeito libertou a esposa e as duas pessoas.As negociações se estenderam por cerca de mais 40 minutos, segundo a PM, até que um delegado que trabalha com o policial civil chegou ao local e ele se rendeu. O agente foi primeiramente encaminhado ao 56º DP (Vila Alpina). Após isso, acabou levado à Corregedoria da instituição.O Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), da PM, foi acionado ao local. Porém, quando negociadores chegaram, o suspeito já havia se entregado. O policial foi indiciado em flagrante por tentativa de homicídio qualificado, violência doméstica e injúria.A arma dele, marca Taurus modelo 24/7, foi apreendida, da mesma forma que a arma usada pelo PM. Foram encontradas cinco cápsulas de munição no quarto de onde o suspeito atirou contra os PMs.Além disso, também foram apreendidas 46 munições no apartamento do policial preso.O caso ocorreu quase dois dias após um soldado da PM ameçar, com um arma, um superior hierárquico em frente a uma multidão, no centro da capital paulista.A SSP (Secretaria da Segurança Pública), gestão João Doria (PSDB), afirmou que o caso foi registrado pela Corregedoria da Polícia Civil como tentativa de homicídio, injúria e violência doméstica.Após isso, o agente foi levado ao presídio especial da Polícia Civil, onde está à disposição da Justiça. "O órgão corregedor da instituição instaurou processo administrativo disciplinar para apurar a conduta do agente", diz trecho de nota.Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2020-12-07 17:52:00
sao-paulo
São Paulo
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Veja datas previstas para a primeira fase de vacinação contra a Covid em SP
A primeira fase do cronograma de vacinação contra o novo coronavírus no estado de São Paulo terá nove semanas —entre o próximo dia 25 de janeiro e 28 de março—, segundo disse o governador João Doria (PSDB) nesta segunda-feira (7), em entrevista no Palácio dos Bandeirantes.De acordo com o governo, serão 18 milhões de doses da vacina chinesa Coronavac, produzida em parceria com a farmacêutica Sinovac e o Instituto Butantan.Segundo o plano do governo Doria apresentado nesta segunda, a partir de 25 de janeiro serão aplicadas a primeira dose da vacina a trabalhadores da saúde, indígenas e quilombolas.A partir de 8 de fevereiro recebem a primeira dose idosos com 75 anos ou mais, em uma escala decrescente até 60 anos, a partir de 1º de março.*Data de início da faseA vacina ainda precisa de autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O estudo acerca da eficácia da Coronavac será divulgado até semana que vem e, se tudo correr como espera o governo, seu registro será pedido imediatamente na Anvisa. A vacina ainda está na fase 3 de testes.O Plano Nacional de Vacinação, anunciado na semana passada pelo governo federal, com estimativa de começar em março, também coloca profissionais da saúde e idosos na primeira fase.As vacinas inicialmente só serão aplicadas pela rede pública. Clínicas particulares acreditam que só poderão aplicar a imunização no fim do primeiro semestre do ano que vem ou em 2022.Na semana passada, o Butantan recebeu 600 litros a granel da vacina chinesa Coronavac, correspondente a um milhão de doses.Conforme o governo, além da vacinação nos 5.200 postos de saúde do estado, a ideia é ampliar em mais 10 mil pontos os locais para imunização. com a utilização de escolas, quartéis da Polícia Militar, estações de trem, farmácias e sistema drive-thru.As vacinas serão aplicadas de segunda a sexta das 7h às 22h. Aos sábados, domingos e feriados, das 7h às 17h. O governo diz que poderá ampliar os horários.Ao todo, 54 mil profissionais de vacina estarão envolvidos nesta primeira etapa de vacinação. Está prevista a utilização de 27 milhões de seringas e agulhas e 5.200 câmeras de refrigeração, entre outros.Segundo o governo Doria, até este domingo (6), o estado de São Paulo contabilizava 43.015 óbitos e 1.287.762 casos confirmados do novo coronavírus. Na capital paulista são 14.697 mortes e 423.775 infectados desde o inicio da pandemia. Boletim da Secretaria Municipal da Saúde, gestão Bruno Covas (PSDB), aponta que há 1.036 pessoas internadas com a Covid-19 em hospitais municipais ou em leitos contratados pela prefeitura. A taxa de ocupação é de UTIs é de 57%. Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2020-12-07 14:15:00
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São Paulo
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Virada Cultural terá Criolo, dança no Anhangabaú e projeções de Amazônia em chamas
Entre as 18h de sábado (12) e as 18h de domingo (13), a 16ª edição da Virada Cultural de São Paulo vai ter outra cara —a sua programação vai ser quase inteiramente onine, com cerca de 400 atrações, incluindo intervenções semipresenciais e atividades virtuais.Partindo do mote “Tudo de arte, nada de aglomeração”, o evento terá representantes do mundo da música, do teatro, da dança, das artes visuais, do circo e da literatura.Entre os destaques musicais, aparecem nomes como Elza Soares e Flávio Renegado, Criolo, Rennan da Penha e MC Kekel, Arnaldo Antunes, Gloria Groove e uma homenagem de Elba Ramalho a Jackson do Pandeiro, Dominguinhos e Luiz Gonzaga —esses artistas gravarão shows no Theatro Municipal, que serão transmitidos no dia do evento. Mais A banda de punk e hardcore brasileira Statues on Fire é uma das atrações com show presencial. O grupo se apresenta para até 50 pessoas na Casa de Cultura do Butantã no domingo, dia 13, às 14h, mas o evento também terá transmissão via YouTube.A música clássica será representada pela Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo. O evento ainda promove o Palco Piano, que percorrerá a cidade com cerca de 13 músicos que irão se revezar para executar integralmente as 32 sonatas de piano de Beethoven, que somam 10 horas e 12 minutos de música.As festinhas não ficarão de fora desta edição. No Clube em Casa, DJs paulistanos transmitem sets pela internet a partir de baladas e casas de show conhecidas da cidade, como Tokyo, Casa da Luz, Aparelha Luzia, Casa Caracol, Casa do Mancha Fatiado Discos, Mundo Pensante e Pratododia.No campo das instalações artísticas, o agora reformado Vale do Anhangabaú recebe as projeções “Um Rio de Luz e Resistência” do Studio Visualfarm, que serão feitas nas árvores e na fonte do espaço. O grupo Dança das Turmalinas Negras acompanha a intervenção com apresentações pontuais. Mais As queimadas da Amazônia serão trazidas para a capital paulista pela instalação "Mata", do Midiadub, que usará softwares 3D e uma trilha sonora imersiva para simular a floresta sendo tomada pelo fogo. A atração vai ficar no Largo da Batata, em Pinheiros, durante todo o evento.Representando a arte de rua, o Empena Feminina também projeta dez trabalhos de dez mulheres em empenas próximas ao Minhocão. A intervenção também poderá ser conferida virtualmente.Já no campo do teatro, grupos como Satyros e a Cia Mungunzá de Teatro terão apresentações digitais. Há ainda espetáculos presenciais, seguindo os protocolos de segurança relacionados à pandemia, como “Mãe Fora da Caixa” e “Os Monólogos da Vagina”. O espetáculo "(In)justiça", da Companhia de Teatro Heliópolis, indicado a prêmios Shell pelo seu trabalho sobre o sistema jurídico brasileiro, também será encenado. ​ Mais Os fãs de literatura poderão conferir a programação da Biblioteca Mário de Andrade, que reunirá vídeos de 50 autores que farão a leitura de textos escritos durante a quarentena ou que nunca foram divulgados.As crianças também serão contempladas pela programação. O grupo Beatles para Crianças, por exemplo, apresenta seu "Meu Primeiro Show de Rock" direto de seu trio elétrico. Há ainda a Pia Fraus, que encena o "Bichos de Bicicletas", e Respeitável Público, que resgata brincadeiras infantis em uma Kombi. * ShowsConcertosFestasArte e dançaTeatroLiteraturaInfantil
2020-12-07 13:26:00
passeios
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O alto executivo do mundo da moda que pediu demissão para priorizar a carreira da mulher
O presidente executivo do maior site de moda online da Europa anunciou que pretende renunciar ao cargo porque "as ambições profissionais de sua esposa devem ser prioridade". Rubin Ritter, 38, é copresidente executivo da Zalando desde 2010.A empresa, que começou como uma startup com sede em Berlim há 12 anos, hoje tem 36 milhões de clientes e registrou receita de € 1,85 bilhão (cerca de R$ 11 bilhões na cotação atual) no último trimestre. Ritter vai deixar o cargo em maio, abreviando um contrato que iria até o final de 2023."Minha esposa e eu concordamos que, nos próximos anos, suas ambições profissionais devem ter prioridade", disse Ritter em um comunicado. "Quero dedicar mais tempo à minha crescente família. Após mais de 11 anos incríveis em que a Zalando foi a minha prioridade, sinto que é hora de dar uma nova direção à minha vida." Procurada, a empresa não divulgou o nome da esposa de Ritter ou sua profissão. Mas informou que o casal tem um filho e espera outro para o início de 2021.Rubin Ritter ganhou € 6,8 milhões (cerca de R$ 42 milhões) em 2019 e € 20,2 milhões (no valor de R$ 126 milhões) em 2018, o que o torna um dos executivos mais bem pagos da Alemanha. Os outros dois chefes da Zalando, Robert Gentz ​​e David Schneider, continuarão na liderança, segundo a empresa.Ritter vinha liderando esforços para aumentar a igualdade de gêneros na Zalando, que vende produtos de moda e beleza em 17 países.Atualmente, nenhuma mulher faz parte do conselho de administração, e a disparidade salarial entre homens e mulheres é de 22%, ligeiramente maior do que a média nacional na Alemanha.Em novembro, Ritter disse que a varejista estava progredindo em seu objetivo de alcançar uma representação equilibrada em níveis superiores de gestão até 2023. "Embora a transformação leve tempo e ainda estejamos no início de nossa jornada, nosso progresso indica que estamos nos movendo na direção certa", disse Ritter.O executivo foi responsável pela estratégia e comunicação da equipe de gestão, e também foi diretor financeiro da empresa até o ano passado.Sobre a decisão de Ritter, Gentz afirmou: "Quando começamos a enviar os primeiros sapatos para os nossos clientes do porão do nosso escritório, não sabíamos até onde essa jornada nos levaria. É impossível exagerar o impacto de Rubin no sucesso da Zalando".
2020-12-07 11:53:00
voceviu
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https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2020/12/o-alto-executivo-do-mundo-da-moda-que-pediu-demissao-para-priorizar-a-carreira-da-mulher.shtml
Nem Show da Virada teremos em 2020: Globo cancela transmissão de espetáculo em Salvador
A Globo reavaliou o ônus de enviar equipes do Rio para Salvador como reforço à afiliada TV Bahia, para a transmissão de show com Ivete Sangalo e Gusttavo Lima no dia 31 de dezembro, e retrocedeu. Não vai ter Show da Virada, ou não para o país todo.O espetáculo será transmitido localmente só para a Bahia.Em nota, a emissora informou que “com os crescentes casos de Covid em todo o país e as restrições anunciadas pelo Governo do Estado da Bahia, a empresa avaliou a conveniência do deslocamento de equipes do Rio de Janeiro para Salvador para a produção de uma transmissão em rede, ao vivo e multiplataforma (TV Globo e Multishow), e optou por cancelar a exibição do show do Réveillon para preservar a saúde dos profissionais”.No lugar, a Globo vai exibir os melhores momentos do “how da Virada dos últimos anos. Mais VITRINEUm bom documentário sobre José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, produzido por amigos em nome de seus 85 anos, vai ganhar espaço na TV Cultura. A Globo já liberou, ainda verbalmente, o uso de imagens suas na edição, que conta com depoimentos de Fausto Silva, Washington Olivetto, Antonio Fagundes, Glória Maria, Jô Soares, Tarcísio Meira, Glória Menezes, Daniel Filho e Galvão Bueno, entre outros nomes.EFEITOA partir do bom crescimento de audiência trazido por A Fazenda, a Record tem estudado novas estratégias de programação para 2021. Mais AO AR LIVREDevagarinho, e longe de ambientes fechados, Carlos Alberto de Nóbrega vai retomando as cenas inéditas de “A Praça É Nossa”, recebendo atores no jardim de casa para gravar alguns quadros. Aqui, Marlei Cevada, a Nina, diverte o anfitrião do banco que pertenceu ao pai de Nóbrega, Manoel da Nóbrega.AUSÊNCIAO ator Marcelo Serrado foi uma das ausências na rodada deste domingo (6) da Dança dos Famosos. Embora tenha testado negativo para a Covid-19, sua mulher, Roberta, foi infectada, e a direção do programa achou melhor aguardar mais uma semana para que ele participe da competição de samba. Mais AUDIÊNCIA5 pontos vem registrando o Hora 1, exibido às 4h da madrugada pela Globo 6 pontos tem marcado o SBT Brasil, telejornal de horário nobre do SBT​ A BOA DO DIAO blockbuster “Quarteto Fantástico” dá o ar da graça na Tela Quente | Globo, às 22h40 Mais Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2020-12-07 00:41:00
colunistas
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https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/cristina-padiglione/2020/12/nem-show-da-virada-teremos-em-2020-globo-cancela-transmissao-de-espetaculo-em-salvador.shtml
Decoração de Natal em prédios precisa de planejamento e segurança
Árvore de Natal, pisca-pisca, presépios, guirlandas e boneco do Papai Noel. Em dezembro, as decorações natalinas começam a se espalhar pelos lares de quem comemora a data. Quando o condomínio também entra no clima, é importante que tudo seja planejado e instalado de forma segura.O síndico profissional Claudio Gonçalves, da ​Empraps, administra três prédios. Em um deles, na Mooca (zona leste de SP), as decorações começam a ser instaladas no início de novembro para que tudo esteja pronto por volta de 20 de dezembro. “A ideia é colocar em um ponto que fique visualmente bonito e não incomode as pessoas”, diz.Gonçalves conta que a pandemia afetou diretamente os planos dos moradores. Em anos anteriores, havia um dia com carrinhos de pipoca e algodão doce, além da visita do Papai Noel, que entregava presentes para as crianças do condomínio. Em 2020, o evento foi cancelado para não ter aglomerações. Apesar da mudança, o síndico explica que manter a decoração faz com que as pessoas sintam o espírito natalino. “2020 foi muito difícil. O Natal pode ser um pedido de renovação para que 2021 seja melhor”, afirma. Neste período, o advogado Jaques Bushatsky ressalta a importância de respeitar todas as religiões e conviver com a diversidade. Em relação às decorações, ele chama atenção para o planejamento. “É interessante que essas previsões sejam feitas bem antes para organizar financeiramente e apurar os desejos dos condôminos que querem ou não esse tipo de decoração”, comenta.Priscila Lima, assistente do departamento técnico e suprimentos do Grupo Graiche, completa que são os condomínios que definem o tipo de decoração. Ela explica que as mais elaboradas costumam ser instaladas por empresas especializadas. A entrada dos prestadores de serviço devem seguir os protocolos de prevenção da Covid-19.Em geral, a festa já aparece no orçamento anual. Caso não tenha sido prevista, é importante convocar uma assembleia para definir o gasto e, se necessário, fazer um rateio. O advogado Alexandre Callé lembra que a crise econômica pode ter impactado a arrecadação dos condomínios, que podem optar por decorações mais modestas ou não enfeitar.Além do visual, alguns prédios fazem ações práticas como a caixinha de Natal para os funcionários. Callé recomenda que iniciativas do tipo sejam opcionais e não identifiquem quem está contribuindo. “A colaboração tem que ser espontânea”, diz.Segundo os especialistas, nenhuma decoração pode atrapalhar os moradores, bloquear saídas de emergências e nem danificar as plantas do condomínio. Além disso, é importante escolher produtos certificados. Em caso de dúvidas, pergunte para a administração predial. Caso a pessoa exagere, o síndico pode aplicar advertências e solicitar correções. OrganizaçãoAntecipe-seAs decoraçõesSegurança importaFique atentoOs custosCaixinha de NatalDecorações individuaisFontesAlexandre Callé, advogado especializado em condomínios e sócio da advocacia Callé; Jaques Bushatsky, advogado especializado em direito imobiliário e sócio da Advocacia Bushatsky; Priscila Lima, assistente do departamento técnico e suprimentos do Grupo Graiche.Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2020-12-07 08:00:00
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Bienal do Livro virtual vai de Xuxa a homenagem a Clarice Lispector; veja programação
As aglomerações nos estandes de editoras, os adolescentes correndo pelos corredores e os fãs lotando as palestras —cenas tão comuns durante as edições da Bienal Internacional do Livro de São Paulo— são impensáveis neste ano.Por isso, a Câmara Brasileira do Livro, responsável pela organização do evento, adiou a 26ª edição da Bienal para 2022 e criou a primeira Bienal Virtual do Livro de São Paulo. Com sete dias de programação online e gratuita, o evento ocorre entre esta segunda (7) e domingo (12).Dois centenários são celebrados na edição: o nascimento da escritora Clarice Lispector e a publicação do primeiro livro de Agatha Christie. Entre os palestrantes há nomes como Malu Gaspar, Nic Stone, Mauricio de Sousa e Nélida Piñon. Ao todo, são mais de 300 autores confirmados. Mais Com o tema "Conectando Pessoas com Livros", o evento promove painéis virtuais divididos em quatro salas com transmissão ao vivo. Todas as mesas serão gravadas e ficarão disponíveis no site até o dia 13 de janeiro. ​ ​Quem frequenta a Bienal em busca de livros também poderá fazer suas compras. Há uma loja virtual que reúne 84 expositores, incluindo editoras como Companhia das Letras, Rocco e Panini.Confira, abaixo, alguns destaques da programação. Para ver a agenda completa e se inscrever, é preciso acessar o site bienalvirtualsp.org.br. * Centenário da Obra de Agatha Christie Tito Prates, biógrafo da escritora inglesa, o escritor Raphael Montes e a escritora e youtuber Bel Rodrigues discutem a obra de Agatha Christie, com mediação da drag queen e youtuber de literatura Madame Agatha Killer. Arena Virtual, qua. (9): 17h. Grátis Mais Clarice Lispector, Marguerite Duras, Nathalie Sarraute: Mulheres à Procura de um Novo Romance As pesquisadoras Teresa Montero, Germana Henriques Pereira e Ana Lúcia Lutterbach Holk discutem a obra das três autoras. A mediação é da professora Mônica Gama, da Universidade Federal de Ouro Preto. Arena Virtual, seg. (7): 11h. GrátisO Livro das Horas: A Hora das Estrelas No painel, a escritora Nélida Piñon homenageia os cem anos de nascimento de Clarice Lispector. Arena Virtual, qui. (10): 15h. Grátis Mais A Empatia e os Amigos sem Cancelamento: Tão Perto, Tão Longe Neste encontro, Paula Furtado conversa com o criador da Turma da Mônica, Mauricio de Sousa —o bate-papo tem a mediação de Mariana Kotscho, apresentadora do programa "Papo de Mãe", da TV Cultura. Salão de Ideias, sex. (11): 17h. Grátis Mais A vida Está nos Textos O jornalista Chico Felitti (“A Casa”) conversa com a também jornalista Daniela Arbex (“Holocausto Brasileiro”) e com a escritora e dramaturga Patrícia Melo (“Inferno”). Papo de Mercado, sáb. (12): 17h30. Grátis Mais Coisa de Menina? Uma Conversa sobre Gênero, Sexualidade, Maternidade e Feminismo A psicanalista Maria Homem e o escritor e o psicanalista e colunista da Folha Contardo Calligaris conversam sobre o livro homônimo que lançaram no ano passado, no qual refletem sobre gênero. Salão de Ideias, qui. (10): 19h. GrátisEncontro com Malu Gaspar A jornalista e autora do livro "Tudo ou Nada: Eike Batista e a Verdadeira História do Grupo X" conversa com o público sobre sua obra e carreira. Salão de Ideias, seg. (7): 17h. GrátisEscritor por Escritor: Machado de Assis Segundo Seus Pares 1908-2008 Os pesquisadores e escritores Hélio de Seixas Guimarães e Ieda Lebensztayn conversam sobre o legado da obra de Machado de Assis nos cem anos que seguiram sua morte. Salão de Ideias, qui. (10): 15h. Grátis Mais Sentidos Imaginados Conversa com os ilustradores Eloar Guazeli, Afonso Cruz e Mauro Manhiça —respectivamente, de origens brasileira, portuguesa e moçambicana. A mediação é de Paulo Markun. Papo de Mercado, sex. (11): 17hTransformação Digital e Desafios para o Mercado Editorial Pós-Pandemia O executivo do setor de livrarias Alexandre Martins Fontes discute os impactos da pandemia com o especialista em inovação Fabio Dantas Papo de Mercado, seg. (7): 11h. GrátisVidas Negras Importam Sob a mediação das irmãs Afrofuturas, a escritora americana Nic Stone —responsável pelo livro “Cartas Para Martin”, que aparece na lista de mais vendidos do jornal New York Times— fala sobre literatura negra e sua carreira. Arena Virtual, sáb. (12): 16h30. Grátis Mais Como o Budismo Entende a Morte, a Vida e Ajuda a Separar Crises e o Luto Monja Coen discute sua nova obra, que apresenta a relação entre a religião budista e a morte. Papo de Mercado, dom (13): 14h. Grátis.Xuxa: Memórias e Maya ​A atriz e apresentadora Xuxa Meneghel fala sobre seus dois trabalhos mais recentes, o livro de memórias e o infantil "Maya Bebê Arco-Íris". Arena Virtual, sex. (11): 13h30. Grátis
2020-12-07 08:00:00
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https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2020/12/bienal-do-livro-virtual-vai-de-xuxa-a-homenagem-a-clarice-lispector-veja-programacao.shtml
A Fazenda 12: Reality estreia com sede reformada e surpresas no elenco
Há que se aplaudir a estratégia de marketing da Record. Durante mais de um mês, os sites que cobrem o showbiz –inclusive o F5– soltaram lista atrás de lista com os nomes supostamente confirmados para a 12ª edição de A Fazenda. Seria decepcionante se essas matérias, atualizadas até o último minuto, estivessem 100% corretas. Ainda bem que não estavam. Ao lado de figuras como Jojo Toddynho e Biel, anunciadas há tempos, surgiram surpresas como Mateus Carrieri, veterano do primeiríssimo reality de confinamento produzido no Brasil, Casa dos Artistas (SBT, 2001), e Luiza Ambiel, frequentadora assídua do quadro Banheira do Gugu na década de 1990 (que, verdade seja dita, apareceu como “interessada” em participar do jogo em algumas notícias publicadas em julho). O resto não trouxe maiores emoções, pois todos já apareciam nas muitas listas ventiladas: Lucas Cartolouco, Carol Narizinho, Lidi Lisboa, Lipe Ribeiro, Mariano, Tays Reis, Jakelyne Oliveira, Juliano Ceglia, Stéfani Bays, Fernandinho Beat Box, Lucas Selfie, Victória Villarim, Raissa Barbosa, JP Gadêlha, Rodrigo Moraes e MC Mirella (que não disfarçou o espanto ao se deparar com Raissa –segundo ela, “a amante do meu ex!”). É um bom elenco, mas não excepcional –a falange masculina, cheia de influenciadores e apresentadores pouco conhecidos, parece mais fraca que a feminina. Aliás, como tem influenciador nesse mundo, hein? Mas o desinibidérrimo Cartolouco, demitido da Globo por indisciplina, e o carismático Gadelha (ex-The Circle Brasil, da Netflix) prometem esquentar a competição. Não vai ser por falta de incentivo de Marcos Mion. Em sua terceira temporada à frente do programa, ele está tão à vontade que chega a irritar, tamanha a insistência em tacar “fogo no feno”. Uma de suas falas merece ser registrada para a posteridade: “O banheiro emporcalhado! A gente precisava viver essas coisas de novo”. Não sei se precisávamos, mas é certo que o Brasil entrou em crise de abstinência desde que o BBB 20 terminou em abril. A pandemia provocou um tsunami de reprises na TV aberta, e o público anda sedento por conteúdo inédito. A Record fez bastante alarde das rígidas regras de segurança que a produção de A Fazenda vem seguindo. Durante a apresentação dos participantes no estúdio, a plateia era formada por pessoas dentro de grandes bolhas de plástico transparente. Mion só interage com os peões remotamente, através de um telão.Mas, uma vez dentro da sede –que foi reformada e está mais bonita do que nunca– todos podem se agarrar à vontade. De fato, só faltava eles terem que respeitar o distanciamento social mesmo quando confinados. Às vezes é bom esquecermos que, na vida real, ainda estamos em quarentena. O BBB 20 virou um dos programas definidores deste ano quando temas como machismo e racismo passaram para o primeiro plano. Será que A Fazenda 12 irá pelo mesmo caminho? Na votação entre os participantes que abriu os trabalhos desta temporada, o modelo negro Rodrigo Moraes foi o primeiro dos quatro escolhidos para dormirem na baia. Coisa parecida aconteceu no reality da Globo, quando Babu Santana era indicado ao paredão quase toda semana. Diversão misturada com debate não faz parte do DNA da Record. Mas, se as rivalidades pré-existentes entre alguns peões fizerem o feno pegar fogo para valer, esta Fazenda já estará valendo a pena.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Tony Goes tem 62 anos. Nasceu no Rio de Janeiro, mas vive em São Paulo desde pequeno. Já escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. E atualiza diariamente o blog que leva seu nome: tonygoes.com.br
2020-09-09 00:42:00
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https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/tonygoes/2020/09/a-fazenda-12-reality-estreia-com-sede-reformada-e-surpresas-no-elenco.shtml
Movimento cai em restaurantes de bairros comerciais de SP
Clientes de restaurantes localizados em regiões comerciais deixaram de comer nos locais, desde que começaram a trabalhar no sistema de home office, provocando a queda de até quase 90% no fluxo de transações em alguns distritos da capital paulista.Em contrapartida, restaurantes de bairros residenciais estão lucrando praticamente o mesmo ou, em alguns casos, até um pouco mais do que antes da pandemia da Covid-19.Estudo feito pela empresa Sodexo Benefícios e Incentivos, que administra VRs (Vales Refeições) em todo o país, indica queda de 89% no número de transações em restaurantes da Vila Olímpia, bairro da zona sul de São Paulo conhecido pela concentração de escritórios, atualmente esvaziados em decorrência da quarentena.Na zona oeste, o Itaim Bibi registra a segunda maior queda na quantidade de transações em restaurantes, com 82%. O estudo também verificou que ocorreram interrupções do serviço de VR nestes dois bairros, de 51% e 39%, respectivamente. Isso indica que estabelecimentos fecharam as portas, temporária ou definitivamente.O empresário Bruno Zonta sente na pele a queda abrupta de clientes em seu restaurante, no Itaim Bibi, de pelo menos 85%. Antes da pandemia do novo coronavírus, ele garante que servia entre 350 e 400 almoços por dia. Em 20 de março, quatro dias antes de a quarentena ser decretada pelo governo estadual, o movimento começou a cair nitidamente no comércio.Zonta insistiu ainda por dez dias tentando vender refeições no sistema delivery, mas acabou fechando as portas após este período, reabrindo-as há cerca de três semanas, após a autorização para que restaurantes atendessem ao público presencialmente-- desde que respeitados protocolos sanitários especificados pela gestão Bruno Covas (PSDB).“Mesmo assim, o movimento está horrível, uns 15% do que era antes da quarentena, isso somando as vendas presenciais e de delivery”, expôs.Ele atribui a queda nas vendas ao fato de seus clientes, cerca de 90%, trabalharem atualmente no sistema de home office, deixando de frequentar a região e, consequentemente, seu restaurante.A assessora de investimentos do setor financeiro Hermara Lourenceti frequentou por cerca de um ano restaurantes do Itaim Bibi, por trabalhar em um escritório da região. Porém, com a decretação da quarentena, ela passou a trabalhar em casa, na Vila Mascote (zona sul), bairro que registrou a maior alta de transações (67%), ainda de acordo com o estudo da Sodexo.Ela disse que, uma semana antes do fechamento forçado de estabelecimentos no estado de São Paulo, já era nítido o esvaziamento de restaurantes na zona oeste, que costumavam lotar, no horário do almoço, com funcionários de escritórios próximos.A dinâmica de trabalho de Hermara lhe permite realizá-lo de qualquer lugar, desde que tenha conexão de internet. Por causa disso, ela afirmou que toda a equipe do escritório que frequentou, até pouco antes do início da quarentena, vai trabalhar no sistema de home office este ano.“Para meu trabalho nada mudou [com a quarentena]. E aqui na Vila Mascote há ótimos restaurantes e padarias”, afirma.Diferentemente dos restaurantes de regiões comerciais, estabelecimentos que vendem refeições em bairros residenciais conseguiram manter as vendas estabilizadas após a quarentena.Sérgio Luiz Pompeu garantiu ter dobrado as vendas em seu restaurante, na Vila Mascote, desde que o reabriu há quase três meses. A região lidera o crescimento de transações feitas com VR, com 67% de alta, sendo seguida pelo Jardim Peri Peri (zona norte), com 60%, e Artur Alvim (zona leste), com 39%.“Notei que o aumento na região foi bastante grande. E ele ocorreu pelo delivery”, afirmou, acrescentando que as vendas passaram de 60 refeições diárias para entre 120 e 150.Pompeu atribui o aumento de vendas ao fato de moradores do bairro, que trabalhavam e almoçavam em regiões comerciais, passarem a comprar suas refeições de casa, onde estão atualmente “batendo ponto"."Só com o delivery, lucro 90% do que era vendido presencialmente antes da quarentena", explicou. Ele também atende clientes presencialmente, seguindo protocolos sanitários.A opinião dele é a mesma de Gustavo Guaraldo Schmitt. Ele mantém, desde 2013, um restaurante especializado em pratos feitos com bacalhau, também na Vila Mascote. Como ele já realizava muitas entregas, antes da quarentena, o sistema foi mantido e garante o fluxo de vendas, até o momento, do local que ainda não reabriu fiscamente à clientela.“Trabalho com um produto muito específico. Por isso, nossas maiores vendas ocorriam às sextas-feiras e fins de semana. Mas desde que o pessoal começou a trabalhar em home office, percebemos que os pedidos cresceram em dias da semana também”, garantiu.Fernando Cosenza, vice-presidente de marketing estratégico, inovação e digital da Sodexo Benefícios e Incentivos, afirma que os dados do estudo resultam de uma mudança de comportamento dos consumidores. “As pessoas deixaram de consumir em regiões mais comerciais e passaram a almoçar, usando o VR, comida oferecida por restaurantes dos bairros onde moram.”Isso, acrescentou, gera oportunidades aos pequenos empreendedores, além “de ser um legado permanente”, pois acredita que, mesmo após a pandemia da Covid-19, "parte das pessoas continuará a trabalhar no sistema home office."Cosenza disse ainda que o levantamento feito pela Sodexo apontou um aumento na demanda por refeições, durante o horário comercial, nos bairros residenciais. Em decorrência disso, ele acredita que estabelecimentos familiares, de pequeno porte, podem se fortalecer ou ainda serem abertos em regiões predominantemente residenciais.“Onde tem demanda, surge a oferta. A prestação de serviço que fazemos, realizando a análise [de transações], é para ajudar o empreendedor a identificar essa oportunidade. Se não houver oferta, pessoas [clientes] vão se virar, pedindo comida onde ela for oferecida”, destacou. Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2020-07-22 23:15:00
sao-paulo
São Paulo
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Carnaval de SP deverá ter definição sobre data nesta sexta-feira
O adiamento do Carnaval do próximo ano na capital paulista devera ser definido até esta sexta-feira (24). Representantes da Liga das Escolas de Samba de São Paulo e de agremiações se reuniram nesta quarta (22) com o prefeito Bruno Covas para tratar do assunto.As escolas negociam o adiamento se não houver vacina contra a Covid-19. O mês ainda não está definido, mas as discussões sobre o assunto avançaram, segundo o vereador Milton Leite (DEM), que participou da reunião desta quarta. “Pode ser maio ou julho. Isso é o que a gente vai definir até sexta-feira.”A ideia é chegar a um consenso tanto para as escolas quanto para os blocos de rua. “Alguns [membros de escolas] preferem julho. Junho é que é difícil, não é um mês adequado, porque tem festas no nordeste e isso atrapalha um pouco, principalmente o Carnaval de blocos”, afirmou Leite.Oficialmente, a Liga diz que ainda não há uma decisão oficial e que vai esperar por uma próxima reunião com Covas. “Vamos aguardar sermos chamados novamente, para que possamos acertar alguns detalhes”, afirma o presidente Sidnei Carriuolo.A prefeitura também evitou cravar uma data e se limitou a dizer que o encontro desta quarta-feira “foi apenas uma reunião de alinhamento.”“O Carnaval pode ocorrer lá na frente, independentemente de data, mas o problema é que a construção tem que ser começada. A gente emprega muita gente e precisa ter um norte para poder começar a trabalhar”, diz Solange Cruz, presidente da Mocidade Alegre.Em nota, a TV Globo, dona dos direitos de transmissão, disse que a dúvida é se, por conta dos impactos da pandemia de Covid-19, haverá desfiles no ano que vem e por isso ainda não começou a realizar pagamentos.Por causa desta incerteza, a emissora não iniciou, até o momento, o pagamento dos valores referentes aos desfile de 2021. A TV Globo aguarda a evolução da situação.” Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2020-07-22 21:18:00
sao-paulo
São Paulo
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Cônjuges ajudam atores do Zorra a produzir cenas inéditas
Com volta ao ar anunciada para 15 de agosto, o Zorra virá totalmente inédito e não com complemento de reprises. O material será composto por gravações em cidade cenográfica, onde o céu aberto protege mais que o ar condicionado de estúdio, uma pitada também de estúdio, com equipe menor, e muita coisa gravada em casa.Os atores receberam kits de câmeras, microfones e outros itens para gravar em casa. A direção vem trabalhando remotamente, orientando as cenas domésticas por computador.O esforço inclui ainda a participação especial de cônjuges do elenco, que entrarão em foco apenas para contracenar com os atores, como é o caso de Mariana Cabral, mulher de Fernando Caruso, e das companheiras de Paulo Mathias e Robson Nunes.O Zorra dispõe ainda de material inédito gravado antes da pandemia, que agora vai ao ar. TUDO A VERA Globo vai produzir dois episódios especiais da série “Sob Pressão”, com Júlio Andrade (foto), Marjorie Estiano e Bruno Garcia, no contexto da pandemia. Aí está o tipo de dramaturgia onde a máscara e até a viseira e aquele figurino que se assemelha ao de um astronauta se justificam por completo.A 4ª temporada de “Sob Pressão” também abordará o assunto, mas não há previsão para sua produção nem para o cenário que esse enredo encontrará na vida real. Assim, a Globo e a Conspiração, coprodutora da série, resolveram produzir dois episódios para já. A previsão de exibição é outubro. CRIMESApós anos à frente do Jornal da Record, onde vinha demonstrando desconforto, Adriana Araújo estreia nesta quinta-feira (23) na apresentação do Repórter Record Investigação. A edição resgata o caso do serial killer Francisco das Chagas, que matou quase 30 pessoas no Maranhão entre 1991 e 2003 MUDANÇACris Flor, Ana Paula Renault e Gabriel Cartolano foram dispensados nesta quarta-feira (22) de comparecerem ao estúdio do SBT para o Triturando, um rebatismo do Fofocalizando, agora encerrado por ordem de Silvio Santos. No lugar, Chris Flores passou a apresentar o Notícias Impressionantes. ​AUDIÊNCIA3,5 pontos teve o Triturando em sua última edição, na terça (21), pelo SBT5,4 pontos ​registrou o SBT Brasil na terça-feira (21) na Grande São Paulo A BOA DO DIAFinal da 2ª temporada do Mestre do Sabor, reality show de culinária Globo, às 22h40Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2020-07-22 22:42:00
colunistas
Colunistas
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Governo de SP anuncia compra de 2,5 mil câmeras portateis para filmar ações policiais
O governador João Doria (PSDB) anunciou, nesta quarta-feira (22), a abertura de pregão internacional para compra de 2.500 câmeras. Os equipamentos serão usados acoplados aos coletes de policiais militares. A data para compra não foi anunciada.A medida ocorre depois que diversos casos de violência policial contra pessoas negras vieram a público recentemente. O governo estadual pretende que os policiais militares passem a utilizar os aparelhos durante as abordagens.A ampliação acontece, porém, com cerca de um ano de atraso da previsão inicial e não deve incluir nenhuma das unidades conhecidas pela alta letalidade em suas ações.Segundo a gestão, será feito um investimento anual de R$ 7 milhões nos aparelhos. A Secretaria de Segurança Pública já conta com 585 câmeras corporais que passarão a ser usadas pela Polícia Militar.A utilização do equipamento deverá começar a partir do próximo dia 1º de agosto. Cerca de 2.000 policiais militares de três batalhões da cidade de São Paulo — (11º e 13º, no centro) e 37º (na zona sul)— vão revezar o uso das cerca de 500 câmeras que já estão disponíveis que serão acopladas no uniforme para que as ações dos agentes possam ser gravadas com áudio e vídeos.A meta, segundo a PM, é equipar todo o efetivo estadual com cerca de 15 mil câmeras, até 2023. “Todos terão a oportunidade de ver como funciona a bodycam no projeto denominado Olho Vivo. A utilização dos equipamentos tem como objetivo evitar eventuais abusos e registrar também desacatos e atos de violência cometidos contra policiais”, declarou Doria.Segundo o governador, “a iniciativa vai, sim, reduzir muito o nível de violência de poucos policiais que cometem excessos. Nós vamos preservar a maioria expressiva da PM, que cumpre seu dever e sua obrigação de forma exemplar”, destacou Doria.O edital com regras e procedimentos do pregão será publicado na edição desta quinta (23) do Diário Oficial do Estado. De acordo com a administração estadual, a iniciativa vai ampliar o uso de câmeras portáteis durante o patrulhamento e garantir mais transparência às ações policiais. Ainda segundo o governo de SP, o sistema é similar ao já adotado pelas forças de segurança dos EUA.Texto divulgado pela gestão paulista afirma que as câmeras terão capacidade para captar som e imagens e serão "acopladas aos uniformes dos policiais e acionadas em todas as abordagens, fiscalizações, buscas, varreduras, acidentes e demais interações com o público".Os dados serão registrados em um sistema de armazenamento na nuvem e "podem ser acessados remotamente por autoridades de segurança e judiciais sempre que necessário", diz o texto.O equipamento será ligado pelos próprios policiais, sempre que forem acionados para atender uma ocorrência, diz o coronel Robson Cabanas Duque, gerente do projeto de câmeras operacionais portáteis.Caso um PM não acione o equipamento, ele pode ser punido administrativamente, afastado das ruas ou até mesmo ser expulso, de acordo com o oficial.As câmeras serão mantidas nos coletes à prova de balas e terão autonomia de 11 horas em cada uma das duas baterias levadas pelos agentes.Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2020-07-22 22:08:00
sao-paulo
São Paulo
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Cidade italiana tem maior queijo do mundo, com quase 600 kg, reconhecido pelo Guinness
Agora oficial. O maior queijo de leite de ovelha do mundo está na cidade italiana de Loculi, na região de Sardenha. Com 598,5 kg, ele foi reconhecido nesta segunda-feira (20) pelo Guinness, desbancando o título que, desde 2010, era da cidade de Ascoli Piceno, também na Itália, com um queijo de 534,5 kg.Segundo o jornal Corriere della Sera, o novo recordista tem 165 cm de diâmetro, 60 cm de altura e passou por 12 meses de maturação, tendo sido feito em maio de 2019, em uma praça da cidade. A verificação dos dados foi feita pelo juiz Lorenzo Veltri, que faz parte da comissão de recordes do Guinness.Para comemorar o título, a cidade promoveu uma festa, na noite desta terça-feira (21), com moradores de outras comunidades vizinhas.Foram usados 4.500 litros de leite de ovelha, 25 kg de sal, 700 ml de coalho e 200 gramas de fermentos lácticos. “Foi feito com o método tradicional. Além do registro, era uma questão de redescobrir o artesanato e a cultura do território”, afirmou Anna Pitzali, que construiu a forma gigante de madeira.
2020-07-22 16:15:00
voceviu
Você viu
https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2020/07/cidade-italiana-tem-maior-queijo-do-mundo-com-quase-600-kg-reconhecido-pelo-guinness.shtml
Opacidade autoritária da Susep
Opaco é característica a descrever o que não permite o atravessar da luz. No extremo oposto, transparente é que pode ser atravessado pela luz. Quando institucionalizada, a opacidade é autoritária. E o seu antônimo, a transparência, é democrática.A transparência de um órgão regulador pode ser analisada sob diferentes ângulos, entre os quais se destacam dois. O primeiro focaliza a efetividade da atuação do regulador em fazer o ambiente regulado e seus atores transparentes. O segundo realça a capacidade do regulador em dar transparência às suas próprias decisões.Quando se analisa a transparência da Superintendência de Seguros Privados (Susep) sob esses dois ângulos, encontra-se uma ambivalência preocupante. Apesar de bem sucedida em fazer o ambiente supervisionado e seus atores transparentes, os processos decisórios e de construção normativa da autarquia são opacos —seu conteúdo normativo tem limitada fundamentação e carecem da análise prévia de impacto regulatório.Diante da “opacidade autoritária” da Susep, a proposta desse texto é alvejante —reforçar a necessidade de o debate público concentrar-se no aprimoramento da sua transparência regulatória, através da análise de dois episódios recentes, a decisão de extinguir a regulação formal sobre os corretores de seguro e o imbróglio da extinção/modificação do seguro DPVAT.Elucidativa da opacidade galhofeira é a decisão do governo, que contou com "amplo, geral e irrestrito" respaldo da Susep, de extinguir a regulação sobre as atividades dos corretores de seguro. A medida surpreendeu a todos, inclusive aos próprios corretores, que viram o seu pleito histórico reconhecido de maneira tão imprevista quanto à maçã que, ao cair, em outro tempo de "peste", acordou Newton e a humanidade de milhares de anos de sono-escuridão gravitacional.Se o cair da maçã esclareceu o jovem Newton, a decisão autárquica obscureceu a cena securitária. Prazenteira, a opacidade resultou do absoluto mistério sobre os motivos que levaram a autarquia a patrocinar a emancipação dos corretores, naquele momento, sem a preparação dos atores envolvidos e diálogo com a sociedade. Também resultou da inexistência de um plano de ação detalhado de implementação, o que causou grande disparate.Expectadora do desatino causado pela sua própria decisão, a Susep lançou mão de uma “consulta pública” para resolver o problema. No locus de matizes autoritárias, até o convite para a participação da sociedade civil se reveste de elementos de mando, traduzíveis pela passagem: “trago-lhe o problema. Dai-me a solução”.No imbróglio em torno do seguro DPVAT há mais evidências da opacidade desacabrunhada. Através da MP 904, de 11 de novembro de 2019, extinguiu-se a obrigatória contratação do DPVAT, ao arrepio da transparência, da opinião de especialistas e de estudos acadêmicos embasados por organismos internacionais. Ato contínuo, veio o freio de arrumação imposto pelo STF na ADIN 6262, ao conceder liminar para suspender os efeitos da MP. Em resposta à decisão pretoriana, sobreveio o contra-ataque a restabelecer o prévio estado de "opacidade institucional": mantido o DPVAT, porém com um desconto nos prêmios. Cumpra-se.Por que não liberalizar o produto, manter sua contratação obrigatória, a exemplo da maioria dos países do mundo, com destaque para o Reino Unido, a Alemanha e países vizinhos? Por que não aproveitar que se havia tornado um comportamento social a contratação do seguro para, finalmente, erradicadas as doações dos prêmios arrecadados para atores e atividades estranhas ao seguro, atribuir indenização substancial para as vítimas e beneficiários?O sucesso da Susep em tornar disponíveis e transparentes os dados financeiros dos supervisionados demonstra que a opacidade na sua tomada de decisão não é fruto de incapacidade institucional, mas sim o produto de uma decisão orientada, consciente e, portanto, intencional. Talvez por herança dos tempos da ditadura, quando as decisões de política securitária eram apenas “comunicadas”.Inexoravelmente, emergem dúvidas sobre a “independência” da autarquia na tomada de decisões, o que acaba por prejudicar a sua legitimidade. Embora, até o momento, este artigo tenha se referido à Susep e ao governo como distintos, na prática é tênue a linha que os separa. A subordinação orçamentária da Susep ao Ministério da Economia, e a livre indicação e demissão dos seus superintendentes pelo governo, prejudicam a qualidade da supervisão.Daí a necessidade de questionar se as decisões da Susep são mesmo o que se espera —o produto da técnica isenta e desobrigada —ou, diferentemente, um artefato voltado ao atingimento dos interesses de grupos de interesse. Em sua totalidade e sem brechas, deve a Susep decidir orientada pela técnica, sob o corolário da transparência.Oxalá ainda não esteja findo o tempo oportuno para o aprimoramento das instituições brasileiras. Que o alvejante da democracia, quando aplicado sobre a superfície opaca que se tornou a Susep, faça-a translúcida, transparente!TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2020-07-22 08:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2020/07/opacidade-autoritaria-da-susep.shtml
Leitor critica corte de verba do Bolsa Família
Bolsa Família "Governo tira dinheiro do Bolsa Família no Nordeste para bancar publicidade oficial" (Poder, 4/6). Foi exatamente para isso que Jair Bolsonaro foi eleito. Basta perguntar aos ricos empresários. Ou alguém acha que tem algum beneficiário do Bolsa Família comendo no Madero? Como já disse o ministro Paulo Guedes, estava na hora de acabar com essa farra de pobre ficar viajando. Dirceu Alves da Mota (Natal, RN) Grupos antifascistas O Brasil, a partir da chegada do bolsonarismo, entrou numa espiral de desilusão, ódio e caos. Com exceção de uma minoria de adoradores cegos, a ampla maioria do povo brasileiro já percebeu como está sendo rápida a decadência deste país, em todos os sentidos. O mundo já nos enxerga com total desprezo ("Bolsonaro chama de marginais e terroristas integrantes dos chamados grupos antifascistas", Poder, 3/6). Isabele Haruna Ono Zamaro (Joinville, SC) Bolsonaro já encheu. Já atormentou o país mais do que seria suportável. Perdeu todas as condições de permanecer no governo. Que vá embora e deixe no lugar o seu vice, que ao menos deve ter o mínimo de juízo de que o país necessita agora. Bolsonaro só serve para provocar tensão e piorar o que já não estava bom. Marisa Coan (São Caetano do Sul, SP) O presidente Bolsonaro foi eleito pelo voto popular. A economia neste país é de mercado, as instituições são livres, imprensa e mídias operam sem censura, direitos individuais são respeitados, e o Estado não é policialesco. Fascistas, nazistas e comunistas são os métodos utilizados pelos criminosos transvestidos de manifestantes. Gabriela Alaniz Ferreira (Curitiba, PR) Os grupos que apoiam Bolsonaro é que são marginais, pois são minoria e agem como terroristas. Ligados a movimentos nazistas, usam práticas violentas e não suportam a democracia. Espero que o presidente Jair Bolsonaro seja responsabilizado pelos milhares de brasileiros que morrerão durante esta pandemia. Genocida é pouco para qualificá-lo. Beatriz R. Alvares (Campinas, SP) É interessante a "sutileza" desta Folha. Ela nomina essas manifestações ditas antifascistas como se fossem uma realidade incontestável. Destruição de bens e propriedades alheias, muitas vezes comprometendo a única fonte de renda de uma família, como as bancas de jornais, não tem nada de antifascista. Está mais para a noite dos cristais da Alemanha nazista. André Sendacz (São Paulo, SP) Agora, para intimidar adversários, Jair Bolsonaro pretende distribuir armas para os seus seguidores, como já o fizeram Mussolini, Hitler e Hugo Chávez. Já se permite um acampamento armado perto da Praça dos Três Poderes, mas se consideram terrorismo protestos pela democracia. Na explosão verborrágica, o presidente se refere à indústria de fake news organizada por sua família como "minha mídia social, ela me trouxe à Presidência, e sem ela não estaria aqui". Confessa, assim, que sua eleição foi ilegal. O caso não é de impeachment, mas de impugnação de chapa pelo Tribunal Superior Eleitoral devido a irregularidades. Victor Medeiros (Rio de Janeiro, RJ)Procon Perfeito! O povo brasileiro está começando a ter consciência política! Maravilha ("Procon notifica rede Smart Fit por dificultar cancelamento de matrículas", Mercado, 4/6)! Vera Lúcia Daloia Vieira (São Paulo/SP) Suspendeu as mensalidades, mas continua cobrando anuidade. E não permite o cancelamento, mesmo que se pague a anuidade contratual proporcional. João Francisco dos Santos (Sorocaba, SP)Flávia Boggio Sim, Flávia Boggio. Seu texto não teve a menor graça. Por isso mesmo é tão necessário ("O que Tim Maia diria", Ilustrada, 4/6). Sérgio Sambi Colotto (São Paulo, SP) Excelente o artigo de Flávia Boggio. Somos um povo incoerente, indisciplinado e outros "ins". Reclamamos de tudo, mas pouco fazemos para modificar os nossos contraditórios comportamentos. Elegemos mal e depois reclamamos dos eleitos em vez de fazermos autocrítica. Vivemos uma sequência desastrosa, com Lula, Dilma e, agora, Bolsonaro. Tornamo-nos ridículos para outros povos. A articulista mantém atual o dito do romano Petronius Arbiter: "ridendo castigat mores". É rindo que se castigam os costumes. Parabéns, Flávia, inclusive por manter o bom humor em uma época nada alegre. Rubens Miranda de Carvalho (Santos, SP)5 de junho O Dia do Meio Ambiente nos faz refletir sobre que planeta que estamos deixando para as próximas gerações. Ou ainda não nos demos conta do tamanho da crise ecológica que as novas gerações herdarão pela irresponsabilidade com que tratamos o ambiente? E é justamente o lucro dos ricos que cria um modelo de consumo que todos perseguimos, agredindo e sugando o sangue da Terra.José Ribamar Pinheiro Filho (Brasília, DF)Racismo No Brasil, sempre, sem exceção, quando foram feitos protestos contra uma injustiça, o argumento para nada fazer, tanto da Justiça como dos políticos, com a imprensa endossando, é que nada se deve ser feito num momento de comoção social. Então o assunto sai da mídia, todo mundo volta para o seu lugar e tudo cai assim no esquecimento. Franz Josef Hildinger (Praia Grande, SP) Maria Alice Vergueiro Maria Alice foi professora de arte teatral do Colégio de Aplicação. Os que lá estavam convivemos com ela em 1966/67 de forma intensa e apaixonante, quando o Brasil começava a longa jornada dos generais. Por sua insistência, criou-se ali o grupo Meta (Movimento Estudantil Teatro Aplicação), e por meio dela conhecemos Chico de Assis, primeiro diretor do grupo. Grande mestre, amiga e inspiradora. Maurice Politi (São Paulo, SP)
2020-06-04 23:15:00
paineldoleitor
Painel do Leitor
https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2020/06/leitor-critica-corte-de-verba-do-bolsa-familia.shtml
Devaneio financeiro
Não é novidade que mercados financeiros mostrem tendências destoantes da chamada economia real, por vezes em momentos dramáticos de crise. Ainda assim, surpreende a aguda valorização recente do real e da Bolsa de Valores, dadas a recessão profunda e a grave instabilidade política do país.A mudança foi súbita. Neste ano, até meados de maio, a cotação do dólar chegou a acumular alta de 46% e teve recorde nominal de R$ 5,88. Desde então, o movimento se inverteu, e a moeda americana fechou nesta quinta (4) a R$ 5,13. Juros locais recuaram, e a Bovespa subiu 10% em duas semanas.Mais do que alguma melhora da avaliação das perspectivas do Brasil, são fatores externos que parecem exercer influência primordial no fenômeno. Ao longo de maio teve início a reabertura gradual da economia na Europa e nos Estados Unidos, que mostram sinais consistentes de contenção da pandemia.Depois do colapso do segundo trimestre, espera-se nessas regiões rápida recuperação da atividade na segunda metade do ano, com ajuda dos gigantescos estímulos monetários e fiscais adotados pelos principais países.Nas projeções do Fundo Monetário Internacional, a economia mundial retomaria o patamar anterior à crise no final de 2021 ou um pouco adiante, com forte desempenho da China —isso se não houver uma segunda onda de contágio, até aqui não observada.Mesmo considerando incertezas e riscos nesse cenário otimista, o relaxamento das restrições físicas certamente fortalecerá a demanda e ajudará a ancorar os preços das matérias-primas. Nas últimas semanas houve expressiva recuperação de preços de petróleo, minério de ferro e metais industriais.No âmbito doméstico, a tensão política e institucional não impediu que os ativos brasileiros também se beneficiassem. O entusiasmo da finança aparenta até ter ganho impulso adicional com a divulgação do repulsivo vídeo da reunião ministerial de 22 de abril.Entre operadores, grassa a leitura de que a crise política teria sido amainada —e que a aproximação do presidente Jair Bolsonaro com parlamentares do centrão favorecerá a governabilidade.Tal racionalização não leva em conta, ao que parece, a ameaça que esse arranjo precário representa para a agenda de reformas econômicas e ajuste orçamentário —sem falar na inevitável deterioração adicional das contas públicas durante o enfrentamento da pandemia e seus efeitos.O otimismo se assenta, pois, em bases frágeis. Na indústria e no comércio, na renda e no emprego, as más notícias tendem a persistir.editoriais@grupofolha.com.br
2020-06-04 23:15:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2020/06/devaneio-financeiro.shtml
O novo coronavírus e o coração
A experiência no enfrentamento da Covid-19 já nos permite concluir que este vírus afeta não somente o sistema respiratório, mas também o cardiovascular em mais de 20% dos hospitalizados. Pacientes com doenças cardíacas crônicas e outros fatores de risco, como hipertensão, diabetes, obesidade, idade avançada e doença cerebrovascular estão mais sujeitos a novas complicações, tais como infartos, miocardites, isquemia e tromboses, agravantes do quadro clínico.O American College of Cardiology publicou recentemente que a mortalidade entre entre pacientes com Covid-19 e doenças cardiovasculares chega a 10,5%. Nesses pacientes, o risco de morte é até quatro vezes maior.Os quadros clínicos são complexos, apresentando-se como infarto do miocárdio, nem sempre com a usual obstrução coronária, mas decorrentes de inflamação e espasmos nessas artérias. O músculo cardíaco também é afetado pela inflamação e pela infecção viral ou pelo estresse, como na “síndrome do coração partido”, podendo evoluir com dilatação, insuficiência cardíaca, congestão pulmonar e até choque cardiogênico. As frequentes alterações da coagulação propiciam a formação de trombos e a ocorrência de tromboembolismo pulmonar, agravando o quadro cardiocirculatório e aumentando a mortalidade. Essas complicações são mais frequentes naqueles que têm doença cardíaca crônica, mas não isenta os previamente sadios.Também são comuns palpitações devido a arritmias cardíacas, em decorrência da miocardite ou do efeito pró-arrítmico de algum dos medicamentos usados, caso da hidroxicloroquina. Mas não podemos ignorar o papel do estresse.O momento é de ansiedade e medo. A probabilidade de contágio, o isolamento prolongado, as potenciais dificuldades financeiras são fatores estressantes classicamente considerados determinantes ou agravantes de disfunção cardíaca e principalmente de arritmias, algo comum também em catástrofes e guerras. O que ocorre nessa pandemia é que as pessoas têm evitado os serviços de emergência, por receio de contágio, e há relatos de mortes por problemas cardiológicos devido à falta de assistência. Os que são atendidos tardiamente apresentam aumento de até 300% na mortalidade. A significativa redução dos movimentos nos serviços de cardiologia dos hospitais é prova disso. A exemplo do Albert Einstein, em São Paulo, muitos hospitais separaram o atendimento aos infectados por Covid-19 do fluxo normal, porque não se pode pôr em risco a assistência geral.Os efeitos de curto e longo prazo do Covid-19 em relação ao sistema cardiovascular ainda não são totalmente conhecidos, sendo necessárias maiores investigações. Essa luta deve nos mover, assim como a busca por saúde de qualidade no sistema público. Com políticas públicas melhor direcionadas e o emprego de pequena porcentagem dos investimentos emergenciais hoje destinados a enfrentar essa pandemia, podemos fortalecer o SUS (Sistema Único de Saúde), que tem concepção e estruturas eficientes e desempenho louváveis, considerando o baixo aporte de capital destinado hoje pelas autoridades competentes. São muitos os desafios.
2020-06-04 23:15:00
opiniao
Opinião
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Estado de São Paulo está perto das 9.000 mortes por Covid-19
O estado de São Paulo chegou a 8.561 mortes provocadas pelo novo coronavírus e 129.200 casos confirmados da doença.Segundo boletim divulgado pela gestão João Doria (PSDB), nesta quinta-feira (4), entre as pessoas diagnosticadas com a Covid-19, 23.664 mil foram internadas, mas acabaram curadas.Dos 645 municípios paulistas, houve pelo menos uma pessoa infectada em 543 cidades, sendo 278 com uma ou mais mortes.Entre os mortos no estado, 4.937 eram homens e 3.624, mulheres.Os óbitos continuam concentrados em pacientes com 60 anos ou mais, totalizando 73,1% das mortes. Segundo o governo, a mortalidade tornou-se maior entre 70 e 79 anos (2.013), passando para a segunda posição a faixa de 60 a 69 anos (1.972) e 80 e 89 anos (1.686 registros).Os principais fatores de risco associados à mortalidade são cardiopatia (58,3% dos óbitos) e diabetes mellitus (42,8%).As taxas de ocupação dos leitos de UTIs (unidades de terapia intensiva) eram de 82,4% na Grande São Paulo e 71,4% no estado.O número de pacientes internados no estado é de 12.478 pessoas, sendo 7.679 em enfermaria e 4.799 em leitos UTIs.Na cidade de São Paulo a taxa de ocupação de UTIs era de 62%.Boletim divulgado nesta quinta à noite pela gestão Bruno Covas apontava 622 pessoas internadas em UTIs dos hospitais municipais. Havia um total de 1.178 leitos de terapia intensiva, entre públicos e que podem ser contratados em hospitais privados, exclusivos para pessoas com o novo coronavírus.De acordo com o documento da prefeitura, o município de São Paulo somava nesta quinta 8.860 mortos, sendo 4.568 deles foram confirmados e outros 4.292 ainda sob investigação.Na cidade eram mais de 73 mil casos confirmados da doença. E havia outros 201.706 mil suspeitos.8.561 mortes pela Covid foram registradas no estado de São Paulo, sendo 285 em 24 horas129.200pessoas foram contaminadas em 543 municípios paulistas, diz o governo19,45mortes por 100 mil habitantes é a taxa de letalidade no estado, segundo balanço71,4%é o índice de ocupação de leitos de UTI, na média do estado de São PauloAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2020-06-04 21:55:00
sao-paulo
São Paulo
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Negras, misses Universo e EUA discutem racismo e dizem que George Floyd virou um marco
Em uma semana de muitos protestos contra o racismo, em todo o mundo, a sul-africana Zozibini Tunzi, 26, eleita Miss Universo 2019, se uniu à atual Miss Estados Unidos, Cheslie Kryst, 29, em uma live, para discutir o assunto, assim como a morte de George Floyd, por um policial branco nos EUA.As duas misses, que são negras, discutiram, cada uma de sua casa, durante quase uma hora, suas visões sobre a situação. “Não podemos esquecer os fatos que aconteceram anos atrás, de grande brutalidade contra pessoas negras. Mas definitivamente o caso de George Floyd é um marco”, disse Kryst.No bate-papo, elas comentaram sobre os atos, seus sentimentos como mulheres negras, a forma como as pessoas têm se posicionado e casos que repercutiram nos noticiários nos últimos dias. Tunzi chegou a lembrar de uma mulher branca que perdeu o emprego após uma denúncia falsa contra um homem negro.Na ocasião, a mulher caminhava com o cachorro no Central Park, em Nova York, quando um homem negro a alertou sobre a necessidade de coleira no animal. Além de não reconhecer seu erro, ela ligou para a polícia e o denunciou por ameaça. Ele, no entanto, gravou tudo e até o prefeito, Bill de Blasio, se manifestou, dizendo que não existe lugar para esse tipo de pessoas na cidade. “Essa mulher conhece a força que ela tem pela cor da sua pele e a relação problemática entre os negros e a polícia. Então ela sabe que existe um problema aí, e que é real. Mesmo assim, ela e algumas pessoas preferem fingir que não veem esses problemas para se aproveitar deles”, analisou Tunzi.Kryst completou o raciocínio da colega, fazendo um apelo às pessoas: “Falar sobre e denunciar os comentários e atitudes racistas é o que pode ajudar a mudar este cenário e fazer todos entenderem, de verdade, que vidas negras importam. Continuem criando coragem e encorajando as pessoas a falarem!”.Ao ser coroada Miss Universo, Tunzi comemorou com um discurso antirracista: “Cresci em um mundo onde mulheres como eu, com a minha pele e meu cabelo, nunca foram consideradas bonitas. Já chegou a hora de parar com isso. Eu quero que crianças olhem pra mim e vejam os seus rostos refletidos no meu”, afirmou.Com Tunzi, o mundo das misses tem pela primeira vez cinco negras como detentoras dos mais famosos títulos de beleza. Além de Tunzi como Miss Universo e Kryst como Miss EUA, também são negras a jamaicana Toni-Ann Singh (Miss Mundo), Nia Franklin (Miss America) e a adolescente Kaliegh Garris (Miss Teen EUA).A primeira negra a vencer o Miss Brasil Universo foi a gaúcha Deise Nunes, em 1986. Depois dela, houve um jejum de 30 anos, até que a paranaense Raíssa Santana fosse eleita em 2016, seguida pela piauiense Monalysa Alcântara, em 2017.Já no Miss Brasil Mundo, em 2015, Ana Luísa Castro foi a segunda negra a conquistar o posto em mais de 50 anos de concurso --a primeira foi Joyce Aguiar, em 2001. Castro renunciou ao título menos de 24 horas depois de conquistá-lo, por ser casada. Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Fábio Luís de Paula é jornalista especializado na cobertura de concursos de beleza, sendo os principais deles o Miss Brasil, Miss Universo, Miss Mundo e Mister Brasil. Formado em jornalismo pelo Mackenzie, passou por Redações da Folha e do UOL, além de assessorias e comunicação corporativa. Contato ou sugestões, acesse instagram.com/defaixaacoroa e facebook.com/defaixaacoroa
2020-06-04 20:50:00
colunistas
Colunistas
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Concessionárias e escritórios voltam a funcionar nesta sexta na capital paulista
Escritórios e concessionárias de veículos voltam a funcionar nesta sexta-feira (5). A Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), liberou a abertura após a análise dos protocolos enviados pelos dois setores. Os documentos incluem as medidas que serão aplicadas como forma de evitar a propagação do novo coronavírus e os procedimentos para o funcionamento.Ficou definido que os estabelecimentos destes dois setores poderão funcionar quatro horas por dia, desde que este período não coincida com o horário de pico (7h às 10h e 17h às 20h). O público será limitado a 20% da capacidade do local. Também ficou definido que os funcionários permanecerão no sistema de trabalho home office nos casos em que isso for possível.No protocolo, os setores também se comprometeram a evitar a demissão das mulheres que possuem filhos, já que as escolas ainda não reabriram. Para isso, elas deverão ser as últimas a serem convocadas para o retorno ao trabalho e terão prioridade nas atividades que possam ser realizadas remotamente. As pessoas do grupo de risco para a Covid-19 também não deverão retornar ao trabalho, neste momento.Em relação aos clientes, os setores se comprometeram a evitar que as pessoas fiquem juntas em uma distância menor que um metro e meio. Serão feitas demarcações nos estabelecimentos e serão construídas barreiras físicas para evitar o contato.Outras medidas serão disponibilizar álcool em gel 70%, sabão, água e toalhas descartáveis; intensificar as medidas de limpeza; reforçar a limpeza dos sistemas de ar condicionado; uso obrigatório de máscaras por clientes e funcionários; medição de temperatura e testagem.O governo estadual, gestão João Doria (PSDB), estabeleceu cinco fases de reabertura de atividades econômicas não essenciais. Os critérios para definir em qual fase cada região está são: média da taxa de ocupação de leitos de tratamento intensivo para Covid-19; número de leitos UTI por 100 mil habitantes; e taxas de acréscimo ou decréscimo de casos confirmados, internações e mortes pela doença na comparação com a semana anterior.Estão com restrição (fase vermelha) os municípios da Grande São Paulo, Baixada Santista e região de Registro. Dez regiões estão na fase 2 laranja, incluindo a capital paulista, que permite a flexibilização de algumas atividades como comércio, shoppings e setor imobiliário. A prefeitura se reuniu na terça (2) com representantes da Vigilância Sanitária, além da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, para analisar as propostas enviadas por 50 associações dos cinco setores que eventualmente poderão reabrir ao público na cidade.O governo municipal afirmou que ainda pode devolver as proposições a entidades, para que sejam corrigidas e, posteriormente, endossadas pela prefeitura. A data para a reabertura gradual dos outros setores ainda não foi definida.Ainda de acordo com a prefeitura, somente entidades setoriais podem enviar os protocolos solicitando a reabertura de comércios. “Os cidadãos que quiserem contribuir deverão enviar suas sugestões para as empresas onde trabalham ou entidades de classe”, diz trecho de nota.Já as empresas devem enviar suas propostas para as entidades setoriais, que serão responsáveis pelo envio à prefeitura.Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2020-06-04 15:47:00
sao-paulo
São Paulo
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Disponível no GloboPlay, 'Tieta' alimenta esperanças, acredita a atriz Betty Faria
Dispensado da Globo desde o fim de fevereiro, Aguinaldo Silva verá mais um sucesso seu movimentar os lançamentos da empresa nesses tempos de quarentena. Depois de “Fina Estampa”, escolhida para ocupar o horário da novela das nove, é “Tieta” que volta à tona.Adaptação da obra de Jorge Amado, a produção de 1989 protagonizada por Betty Faria será o segundo lançamento do pacote de novelas clássicas anunciado pelo GloboPlay, serviço sob demanda do grupo Globo, a partir desta segunda-feira (8).No ano passado, “Tieta” esteve no canal Viva e exibiu surpreendente audiência para uma trama realizada há três décadas.“Neste momento tão difícil que estamos vivendo, a notícia da volta de ‘Tieta’ é uma alegria, um alento. A personagem chega para fazer o bem e rompe com tudo quanto é tipo de preconceito”, comenta Betty. O AMOR ESTÁ NO ARCena de Tarcísio Meira e Glória Menezes em “Irmãos Coragem” (1970) embala o especial que o canal Viva apresenta neste sábado (6), para inspirar o Dia dos Namorados. Juntos há 60 anos, os dois, hoje reclusos, falam com exclusividade sobre sua história ao programa Os Casais Que Amamos, às 18h45.Ao relembrar “Irmãos Coragem”, Glória Menezes comenta ao Viva: “Se me dessem hoje três personagens para fazer, eu ia pensar duas vezes. Naquela época, era uma coisa assim: ‘três personagens, que maravilha!’. Mas era uma loucura”. O casal protagonizou a primeira novela brasileira, “2-5499 Ocupado”, na TV Excelsior. O RETORNOPara refazer o trio de sucesso do Balanço Geral, a Record colocará Renato Lombardi em cena com Fabíola Reipert e Reinaldo Gottino na volta do apresentador à emissora, nesta segunda-feira (8). Afastado por pertencer ao grupo de risco do novo coronavírus, Lombardi entrará na tela por videoconferência, no quadro A Hora da Venenosa, que batia a Globo com frequência. PICOEm maio, a novela “Jesus” (Jesús) foi a atração com maior audiência da TV argentina com 12,5 pontos, segundo a Record, produtora do folhetim. ​AUDIÊNCIA5,6 pontos teve o infantil Bom Dia & Cia., do SBT, nesta terça-feira (2)4,1 pontos teve o Casos de Família e o Triturando no SBT nesta mesma terça A BOA DO DIAFátima Bernardes fala sobre as dificuldades da quarentena para os idosos Encontro: às 10h, na GloboRecurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2020-06-04 00:40:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/cristina-padiglione/2020/06/disponivel-no-globoplay-tieta-alimenta-esperancas-acredita-a-atriz-dbetty-faria.shtml
Somos parte da batalha contra a Covid-19
A saúde suplementar é crucial para o sucesso do enfrentamento da Covid-19. Os seguros e planos de saúde assistem hoje cerca de um em cada quatro brasileiros. São 47 milhões de pessoas, tanto quanto a população da Espanha. É da eficiência e do bom funcionamento da cadeia de serviços irrigada pelas operadoras que depende o êxito conjunto dos sistemas público e privado de saúde nesta pandemia.Desde o primeiro momento da pandemia, as operadoras têm se movimentado para que o sistema como um todo suporte a enorme demanda que se avizinha. É algo que nem sempre ganha holofotes, mas sem o qual provavelmente o atendimento geral à população estaria em apuros.É importante ter presente que 90% do que os hospitais privados recebem vêm das operadoras. E, mesmo na crise, eles continuam recebendo e atuando, sobretudo para salvar vidas ameaçadas pela Covid-19. Mais: cerca de 80% do que os laboratórios de medicina diagnóstica arrecadam vêm das operadoras. E eles continuam recebendo e atuando, sobretudo para testar suspeitos de contaminação pelo novo coronavírus.De tudo o que as operadoras recebem de seus contratantes, cerca de 85% são transferidos para pagar prestadores de saúde, como médicos, enfermeiros, laboratórios e hospitais, entre outros. Outros 10% destinam-se a honrar tributos e salários de milhões de empregados.É para manter esse sistema em pleno funcionamento e cuidando bem das pessoas que algumas medidas precisam ser tomadas. Uma delas é a liberação de parte das reservas financeiras, formadas com recursos próprios, que as operadoras são obrigadas a manter para que possam operar em situações excepcionais. Essas provisões existem justamente para garantir a regularidade de pagamentos a prestadores e a continuidade de atendimentos aos beneficiários, mesmo diante dos piores imprevistos em momentos de incertezas. Ou seja, exatamente o que vivemos no mundo hoje.Nem um único centavo virá de cofres públicos, de benefícios fiscais ou de qualquer outra benesse do Estado. Tampouco será liberado a fundo perdido: cada centavo movimentado para preservar a liquidez do setor de saúde no presente terá de ser reconstituído em reservas e provisões num futuro próximo.Os recursos servirão, fundamentalmente, a um objetivo cristalino: viabilizar pagamentos a prestadores de saúde e, assim, manter o atendimento aos pacientes. Simples assim.Diante da ameaça de contágio, as pessoas têm evitado ir a hospitais e postergado, o quanto possível, procedimentos médicos eletivos. A atitude também se alinha a determinação oficial para evitar exposição ao vírus e liberar mais estrutura médica e hospitalar para tratar doentes da Covid-19 —o que não se aplica, contudo, a casos que possam colocar a vida dos pacientes em risco. É evidente que a quase totalidade da procura por procedimentos eletivos que ora está reprimida será atendida tão logo passe a fase aguda da pandemia. Assim, os planos terão de sustentar dois picos de demanda: o atual, para tratamento da Covid-19, já impactado por fortes aumentos nos preços dos insumos e, logo, no custo da assistência; e, mais à frente, para cuidar dos casos represados. Tudo num curto e crítico período de tempo.Há quem pareça desconhecer tudo isso e, em situações de comoção como a atual, dá asas a ideias que, à primeira vista, podem parecer razoáveis. Mas são péssimas.É o caso de quem defende a manutenção da cobertura dos planos de saúde em situações de não pagamento das mensalidades durante a crise. Isso seria desastroso, porque cortaria o fluxo de pagamentos às operadoras com impacto imediato a remuneração a prestadores hoje na linha de frente da guerra contra a pandemia. Isso, claro, afetaria o atendimento e colocaria em risco o funcionamento de extensa cadeia de estabelecimentos de saúde.Enfrentar o novo coronavírus exige racionalidade e coordenação. Os planos de saúde são, mais do que nunca, parte crucial da estratégia e do esforço nacional para cuidar do máximo de pessoas e salvar o máximo de vidas. Sem a saúde suplementar, não há solução para calamidade como a atual.
2020-04-24 01:00:00
opiniao
Opinião
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Direito pós-pandêmico
Se projeções, previsões e estimativas já são tarefas desafiadoras em tempos normais —pré-Covid 19, bem dito—, elas se tornam, no contexto atual, algo como uma abstração, um voluntarismo desprovido de qualquer método. Nada ou quase nada sabemos sobre o que estamos vivendo, o que dizer do mundo pós- pandêmico?Ainda que assim seja ou possa ser, do ponto de vista histórico-evolutivo nos comportamos de maneira prospectiva: olhamos para o futuro para dar significado ao presente, sobretudo quando ele é desesperador.No direito, estamos como em quase todos os outros campos do conhecimento humano: atordoados com esse estado de coisas, tentando entender como estruturas ancestrais podem ser capazes de responder a demandas tão contemporâneas e imprevisíveis.Olhar somente para o presente e ficar buscando soluções para ele é importante e necessário. Mas devemos refletir sobre como sairemos de onde estamos e decidir para onde queremos ir.Se as respostas jurídicas em decorrência do coronavírus não estão sendo alcançadas ou estão sendo insatisfatórias, temos que aproveitar o momento para reconstruir os modelos tradicionais e prepará-los para a fase pós-pandêmica, com suas novas conformidades. Como seremos e que respostas esperamos do direito é também um desafio do presente.No campo das liberdades civis vivemos uma balbúrdia: o estado pode ou deve restringir a circulação de pessoas? Pode forçá-las a usar máscaras em ambientes públicos? Fechar comércio? Deve compensar as perdas das empresas com medidas econômicas, ou isso seria mera liberalidade? Se pode e deve, quem tem esse poder? A União, os estados ou os municípios? Ou seriam todos, cada qual um pouquinho? E certas medidas emergenciais estão dentro das atribuições do presidente, como chefe do Executivo, ou são clássicas iniciativas do Legislativo? Todas as respostas estão sendo construídas enquanto vivemos a crise num processo paralelo de dispersão (necessária) de energia. Sob uma perspectiva do direito civil e do direito de empresas, a realidade não é diferente: a pandemia é hipótese de revisão ou rescisão de contratos? Chamamos a isso de caso fortuito, força maior, ou nenhuma das duas? Podemos suspender o cumprimento de quais obrigações contratuais? Incidirá multa, ou outro encargo de mora? E as locações, como ficam? A única coisa que sabemos é que nossas leis não foram capazes de prever, com um mínimo de razoabilidade, regras de conduta para a sociedade pandêmica.Nas relações de trabalho a situação é ainda mais crítica: podemos mitigar o rigor de uma legislação nitidamente defasada, ou fazê-lo justo agora seria um casuísmo, e não uma oportunidade eticamente fundada? Estamos prontos para absorver as peculiaridades do teletrabalho? Cortar horas, salários e benefícios? Podemos suspendê-los? Por quanto tempo? Será que, superada esta crise, os órgãos incumbidos de fiscalizar as empresas terão a compreensão e sensibilidade sobre o contexto das medidas, ou será o simples rigor da lei? Devemos nos submeter aos sindicatos, ou dar primazia às relações individuais?Podíamos ir além e talvez nunca terminar, pois os vácuos legais estão abundando, do direito do consumidor ao regulatório; do financeiro ao tributário; do administrativo ao processual civil –foram e fomos todos assomados pelo coronavírus. Isso dito, de nada adianta apontar para a incompletude das nossas leis, sugerindo a existência de uma falha no sistema. Aliás, o sistema é defeituoso mesmo, mas não por não ser capaz de prever uma pandemia. Os legisladores não podem contemplar todos os cenários e tentar regular o detalhe da vida humana. Quem poderia criar regras claras para tudo que estamos vivendo, se a experiência de hoje não tem paralelos legítimos no mundo contemporâneo?Se conseguimos, ou estamos conseguindo, ainda que a duras penas, respostas para várias das indagações feitas aqui, isso se deve à premissa do Estado de Direito. É nele, ou através dele, que devemos encontrar as soluções, sob uma perspectiva da isonomia e da justiça social, obrigando suas instituições à necessária interação democrática, dialógica e dialética. A capilaridade que esperamos desse sistema foi posta à prova e respondeu como poderíamos esperar: a academia está sendo ouvida, a ciência respeitada, e a democracia representativa, com todos os seus defeitos, vem provando ser o único caminho viável.Ainda assim, esta pandemia tem que ser vista como um ponto de inflexão, algo motivador e ensejador de uma nova mentalidade de pensar o direito, que tome como base a experiência vivida e use sabedoria, bom senso e boa técnica para preparar nosso arcabouço jurídico para situações futuras semelhantes, ainda que indesejáveis.Sim, porque parece certo que a biologia, assim como o espírito beligerante do ser humano, é implacável; então, nos preparemos para a sociedade pós-pandêmica e permanentemente pré-apocalíptica.
2020-04-24 01:00:00
opiniao
Opinião
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Busca por informações causa aglomeração em hospital da zona leste de SP
Cerca de 50 pessoas se aglomeravam por volta das 17h desta quinta-feira (23), em frente ao hospital Tide Setubal, em São Miguel Paulista, na zona leste da capital paulista, para obter informações sobre o estado de saúde de parentes internados na unidade de saúde, alguns com suspeita de Covid-19.Isso ocorre em frente ao hospital há pelo menos duas semanas. Enquanto funcionários informam o estado de saúde dos doentes, dezenas de familiares permanecem na rua doutor José Guilherme Eiras, muito próximos uns dos outros.As aglomerações em frente ao hospital público descumprem o que é recomendado pelas autoridades de saúde para evitar contaminação pelo novo coronavírus.Majoritariamente usando máscaras, os familiares dos doentes costumam chegar por volta das 16h em frente à unidade de saúde. Eles criticam a forma usada para atualizar o quadro clínico dos pacientes, divulgado somente uma vez por dia e presencialmente.A microempresária Keli Cristina Braga, 42 anos, vai há sete dias ao local se atualizar sobre o quadro clínico de seu pai, um aposentado de 68 anos. Ela diz que, após o nome do familiar “ser gritado” por um funcionário, ela entra no hospital e um médico a informa, dentro de uma sala, sobre o estado de saúde do parente.“Não posso ver meu pai pessoalmente e essa é a única forma de me atualizar sobre ele, que está com pneumonia. Isso poderia ser mais organizado.”A professora Solange do Carmo Alves Garcia, 52, também crítica o modelo usado pelo Tide Setubal para atualizar o estado de saúde dos pacientes. O pai dela, de 86 anos, está internado no local com suspeita de Covid-19 desde sábado (18).“O hospital poderia dividir em mais de um horário os boletins [informativos]. Isso iria ajudar a evitar essa aglomeração toda”, sugeriu.Uma funcionária do hospital confirmou que as aglomerações no local são frequentes, pelo fato do estado de saúde dos pacientes ser informado somente de forma presencial."Além disso, tem outra situação problemática, que é o fato de que, muitas vezes, esses boletins não são passados por médicos. É comum ter técnicos de enfermagem fazendo esse serviço, ou médicos recém-chegados à unidade, que sequer viram o paciente”, disse.A secretaria municipal da Saúde, gestão Bruno Covas (PSDB), nega que haja aglomerações no momento de divulgação dos boletins médicos no hospital Tide Setúbal.Segundo a pasta, são chamadas cinco pessoas de cada vez para que recebam as informações sobre seus parentes. Porém, antes disso, as pessoas se aglomeram em frente ao hospital para ouvir o nome do parente anunciado por um funcionário, segundo apurado pelo Agora.Ainda de acordo com a secretaria, os familiares são acolhidos por enfermeiros e psicólogos, em um espaço onde podem se sentar e aguardar a chamada individual para receber o boletim das últimas 24 horas.A secretaria não se manifestou sobre a denúncia de que há casos em que os boletins não são dados por médicos. Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2020-04-24 01:00:00
sao-paulo
São Paulo
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Sobre Moro, leitor diz que 'quem planta colhe'
Bolsonaro x Moro "Moro pede demissão após troca na PF, e Bolsonaro tenta reverter" (Poder, 23/4). Esse Moro não é aquele cara que indicava testemunha contra o réu em um processo que ele iria julgar? Julgava-se tão esperto e agora está fazendo beicinho e olhar triste para o pesadelo que ajudou a tornar realidade? Como costuma dizer o agricultor, quem planta colhe. Tomeh Sapienza (Curitiba, PR) Bolsonaro só quer colocar alguém que não investigue o envolvimento de sua família com milicianos. E Moro só quer deixar alguém que não investigue o que o site The Intercept Brasil descobriu. Cada um cuidando dos seus interesses. Rubens de Almeida Gomes (São Paulo, SP) O melhor que a Polícia Federal pode fazer agora é quebrar o sigilo dos processos sobre a família Bolsonaro e sobre a organização e o financiamento de carreatas, do comício golpista do domingo 19 e das fake news. Victor Medeiros (São Paulo, SP)Hidroxicloroquina Vergonha! Como médica, expresso aqui a minha indignação contra esse presidente, esse ministro e esse CFM ("Após encontro com Bolsonaro, Conselho de Medicina autoriza hidroxicloroquina no início da Covid-19", Saúde, 23/4). Que país é este? Estamos numa república de bananas? Kenia Lira Sciascio (Rio Claro, SP) Que vergonha para o Conselho Federal de Medicina. Que tempos sombrios. Giancarlo Fatobene (São Paulo, SP)Corona e Brasil O Brasil está difícil. Gente ignorante, governo desastroso, mídia com enfoque no viés ideológico, radicalismo puro desde o título da reportagem até as ações de cada brasileiro no dia a dia de suas vidas. Estou com saudade de um povo mais pacífico e unido e de uma mídia que informe com mais temperança. As coisas não vão mudar tão cedo. O povo vai sofrer mais ainda. Afonso Almeida (Dourados, MS) Criativa, cruel, comovente, pungente e sensível a charge de Benett desta quinta-feira (23). Parodiando o slogan "Brasil acima de tudo", Mas o buraco e os sete palmos são mais embaixo José Roberto Machado (São Paulo, SP)Transparência Em relação ao artigo "Covid-19: falta transparência ao estado de São Paulo" ("Tendências / Debates", 21/4), o esforço de comunicação do governo de São Paulo em relação ao novo coronavírus tem sido hercúleo. Além do boletim epidemiológico diário com a evolução de casos e óbitos, a Secretaria da Saúde vem divulgando a crescente ocupação de leitos hospitalares e de UTI, bem como os exames de amostras processadas. São duas coletivas de imprensa diárias e 15 especialistas do Centro de Contingência à disposição para entrevistas. Nosso compromisso com a transparência é total. Vanderlei França, coordenador de comunicação do Centro de Contingência de Coronavírus do Governo do estado (São Paulo, SP)Lula Continua sendo um demagogo sem tamanho ("Lula pede adesão ao 'fora, Bolsonaro' ao falar em destruição da democracia", Poder, 23/4). Deveria, no mínimo, ter a decência de deixar seguir em frente e tentar um futuro melhor o país que ele colocou na miséria, sob o manto de grandioso protetor dos pobres, usando a boa-fé de um povo sofrido e sempre ludibriado pela classe política corrupta e fanfarrona. Chega desse duas caras na mídia. Teve 13 anos no poder e só fez falcatruas. Renato de Sarmento (Americana, SP) Tenho vontade de rir quando vejo gente dizendo que Lula quebrou o Brasil, tendo ele multiplicado por quatro o PIB do país e tendo feito a desigualdade social despencar, assim como a fome e a miséria absoluta. Essas pessoas passam vergonha no crédito e no débito. E condenado é quem tem o seu processo transitado em julgado. É preciso que se pare de dizer bobagens e que se procure informar melhor. Laio Serpa de Assis (Rio de Janeiro, RJ)Dia das Mães A oficialização da data se deu no governo provisório de Getúlio Vargas, o qual, em 5 de maio de 1932, assinou o decreto nº 21.366 estabelecendo o segundo domingo de maio como Dia das Mães. Senhor João Doria, por favor, consulte o decreto informado. Vivian Bacha (São Paulo, SP) Eu, se fosse empresário, aceitaria a sugestão do Doria ("Em reunião com empresários, Doria propõe que Dia das Mães seja adiado para agosto", Painel, 23/4). Eu não saio para comprar presente agora não. Fernanda Xavier da Silva (São Carlos, SP) Não quis cancelar o Carnaval e agora quer adiar o Dia das Mães. Adie o Natal também. Jonatas Sathler de Lima (São Paulo, SP) Que tal adiar a pretensão eleitoral para 2195? Wilson Pinto Moreira (Santos, SP)Centrão O atual presidente da República convive com povo do centrão há anos. Ele representa a velha política —esteve lá no Congresso por 28 anos. O povo quis se enganar. Voto não tem preço, mas tem consequência. Claudionei Nascimento (Conselheiro Lafaiete, MG) A essência do xeque-mate: vai buscar apoio no centrão, perde a base "das ruas" e não consegue tração para os lances imediatamente subsequentes desse jogo (pois fevereiro e o Carnaval ainda estão longes). Além do mais, há os lances do jogo que são feitos fora do tabuleiro parlamentar --e que não lhe são favoráveis. Benjamim Picado (Rio de Janeiro, RJ)Cultura Não esperaria nada de um ser tão ignorante além do silêncio ("Após silêncio de Bolsonaro e Regina Duarte, grupo de juristas e advogados homenageia Moraes Moreira", Mônica Bergamo, 23/4). "Acabou Chorare" foi eleito pela revista Rolling Stone como o maior disco de música brasileira. É um álbum antológico, único. Bolsonaro não tem apreço à cultura brasileira e não sabe o que é bom. A massa que o segue nega a nossa cultura e lambe botas dos EUA. Não dava para esperar nada de um pseudolíder nacional. Felipe Mendes da Silva (São Paulo, SP)
2020-04-24 01:00:00
paineldoleitor
Painel do Leitor
https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2020/04/sobre-moro-leitor-diz-que-quem-planta-colhe.shtml
Ciência de menos
Desde sua fundação, no início dos anos 1950, o CNPq desempenha, com altos e baixos, papel central no apoio à pesquisa científica e tecnológica, bem como no fomento da pós-graduação nacional.Nos últimos anos, o órgão vem conhecendo um processo de estrangulamento de verbas, com ameaças até à continuidade de parte das mais de 80 mil bolsas de pesquisa que financia.Mais recentemente, já no governo de Jair Bolsonaro, o conselho perdeu também prestígio dentro do Ministério da Ciência e Tecnologia, ao qual está atrelado. O presidente do CNPq deixou de despachar diretamente com a secretaria-executiva da pasta, e a interlocução passou a ocorrer com uma de suas coordenações.A demissão abrupta e não explicada de João Luiz Filgueiras de Azevedo, que ocupava a presidência da instituição havia pouco mais de um ano, constitui novo baque.A mudança de comando, num momento em que o Brasil enfrenta a ameaça do coronavírus, tumultua a gestão de um órgão essencial na coordenação de esforços de universidades e institutos nas pesquisas relacionadas ao Sars-CoV-2.Azevedo insistia por mais recursos e na defesa da autonomia do órgão. O engenheiro também se posicionou publicamente de forma contrária à proposta de fusão do CNPq com a Capes (agência vinculada ao MEC), ideia aventada no ano passado e que contava com o apoio do ministro Abraham Weintraub, da Educação.A despeito do momento inconveniente para a substituição, o novo presidente do órgão, o agrônomo Evaldo Vilela, parece ser um nome adequado para o cargo.Membro da Academia Brasileira de Ciências, ex-reitor da Universidade Federal de Viçosa (MG) e ex-presidente da Fundação de Amparo a Pesquisa de Minas Gerais, Vilela possui reconhecida tarimba científica e administrativa.Assumirá, no entanto, uma instituição com dificuldades crescentes para exercer sua função precípua. Os recursos destinados ao fomento de projetos, que já eram escassos, reduziram-se ainda mais neste ano, passando de R$ 127 milhões para cerca de R$ 80 milhões —valor só obtido após forte pressão da comunidade científica.São verbas suficientes apenas para arcar com compromissos já assumidos pelo CNPq, não permitindo novos investimentos.Ao torniquete orçamentário, que atinge praticamente toda a máquina pública, soma-se a hostilidade do governo Jair Bolsonaro perante a educação e o conhecimento, tidos como inimigos ideológicos.editoriais@grupofolha.com.br
2020-04-24 01:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2020/04/ciencia-de-menos.shtml
Feiras livres de SP ganham pias para clientes lavarem as mãos
Algumas feiras livres da capital paulista passarão a contar com pias móveis, detergente, álcool em gel e papel para que as pessoas possam higienizar as mãos e ajudar no combate à disseminação do coronavírus.A primeira feira a receber as pias foi a da Liberdade, região central de SP. Dois lavatórios de metal foram colocados logo na saída da estação Liberdade-Japão da linha 1-azul do metrô, nesta quarta-feira (18).O feirante Aldo José, 49 anos, vende caldo de cana na feira da Liberdade toda quarta-feira. Ele conta que a iniciativa surgiu após reunião entre feirantes, sindicato da categoria e a Prefeitura de São Paulo. “O pessoal faz até fila para lavar a mão”, comenta. Para ele, esse cuidado também pode atrair mais clientes para feira.“Fiquei até surpresa quando cheguei”, comenta a bancária Valéria Pedrassoli, 46 anos. Ela achou a iniciativa ótima e comenta que o local para lavar as mãos com detergente, não deixa a população “dependente só do álcool em gel".A advogada Floraci Machado, 58, também gostou da ideia. Ela utiliza o metrô para ir de Santo Amaro, na zona sul da cidade, até a Liberdade, bairro em que trabalha. “É uma forma de incentivar as pessoas a lavar as mãos.”Segundo o Secretário Executivo para Abastecimento da Prefeitura de São Paulo, Carlos Fernandes, a iniciativa é uma das medidas para combater o coronavírus.Ele ainda explica que conversou com feirantes, sindicatos, associações e líderes para orientar sobre a higienização e limpeza do que é vendido nas feiras, a importância de idosos ficarem em casa e o fim da degustação de produtos nas barracas.Segundo o secretário, três pias irão atender 12 feiras na cidade.Além das pias, os materiais fornecidos como papel, detergente, álcool em gel e a água são fornecidos pelos comerciantes das proximidades. De acordo com o secretário, o projeto funciona com base na parceria e solidariedade. “A colaboração dos feirantes e da prefeitura é importante”, diz.Terça-feira Rua Américo de Campos X rua Galvão Bueno - Liberdade Rua Dronsfield X rua 12 de Outubro - LapaQuarta-feira Rua Ingai - Vila Prudente Praça da Liberdade - LiberdadeQuinta-feira Rua dos Andradas - Santa Ifigênia Rua Cidade do Rio pardo - Vila AndradeSexta-feira Rua Conceição de Monte Alegre, 107 - Brooklin Avenida Ipiranga (em frente ao Edifício Copan) - RepúblicaSábado Rua Gonçalo Marinho de Castro x rua Pinheiros Guimarães - Vila Prudente Praça da Liberdade - LiberdadeDomingo Rua João de Sousa Dias - Campo Belo Pátio Trianon - Bela VistaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2020-03-19 12:00:00
sao-paulo
São Paulo
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Democracia e o ambiente de negócios
É seguro afirmar que São Paulo é o centro financeiro do Brasil. Contudo, no palco de cultura democrática, o desenvolvimento local apresenta um longo caminho a ser trilhado.Segundo o Índice de Democracia Local (IDL)*, elaborado pelo Instituto Sivis, a capital paulista atingiu a nota 5,67 no quesito entendimento democrático, em uma escala de zero a dez. Além disso, três em cada quatro moradores da cidade não confiam em instituições da democracia representativa, como Câmara, prefeitura ou partidos políticos. E só 37,5% dos entrevistados concordam que a democracia é a forma de governo preferível independentemente das circunstâncias.Em meio a dados que trazem preocupação, o estudo indica um caminho para mudar o quadro de pouca estima aos processos democráticos: os entrevistados que têm maior grau de conhecimento político e que se informam por fontes plurais tendem a ser mais participativos e a cultivar maior apreço pelo nosso sistema político.Considerando a representatividade de São Paulo, os resultados do estudo exigem reflexão. Afinal, o tipo de ambiente público que temos está diretamente ligado ao progresso individual e coletivo e à melhoria do ambiente de negócios e do aumento da competitividade do país.Optar por desenvolver a nossa cultura democrática adotando caráter mais inclusivo e focado na conscientização é tarefa única e árdua. É um chamamento para que a sociedade civil, incluindo a iniciativa privada, entre no jogo. Parafraseando Ilona Szabó, em artigo publicado em 1º de janeiro de 2020 nesta Folha, “a maioria silenciosa precisa vencer a inação. Precisamos, enquanto sociedade, ser capazes de quebrar a paralisia e a manipulação causada pelo medo e pelas incertezas que nos cercam”. Mais O ato de participar da democracia não pode ser reduzido ao processo eleitoral. Mais do que exigir ensino de qualidade e saúde pública acessíveis, segurança para toda a população, empatia e confiança e igualdade de oportunidades, cabe à sociedade cumprir seu papel cidadão. A inquietação cidadã é de responsabilidade compartilhada por todos os agentes, públicos e privados, particulares e coletivos. E, se as empresas são parte desta sociedade, precisam encontrar uma forma de atuar na melhoria do processo democrático.Um passo para o meio privado reforçar o comprometimento com a cultura democrática do Brasil é adotar um programa de cidadania, visando a democratização da informação e a construção de um movimento para fazer valer o desejo de um país economicamente e socialmente pleno. Assim, convido todos os grupos empresariais a ter a democracia como propósito maior. Do contrário, as ações individuais não terão o eco necessário para gerar o impacto que precisamos.* Índice desenvolvido e aplicado em 2019 pelo Instituto Sivis, com apoio da Votorantim S.A., para medir o nível de saúde democrática de São Paulo. Mais informações em http://sivis.org.br/idlsp/
2020-03-19 01:00:00
opiniao
Opinião
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ABC suspende ônibus municipal a partir do dia 29 de março
O Consórcio Intermunicipal Grande ABC, que representa os sete municípios da região (Santo André, São Bernardo do Campo, Diadema, São Caetano do Sul, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), decidiu, nesta quarta-feira (18), suspender temporariamente o transporte público municipal para combater a proliferação do coronavírus.Segundo as autoridades, a suspensão será gradativa até o dia 28. A partir do dia 29, nenhum ônibus do transporte público municipal deverá circular na região.O ABC conta com uma população de cerca de 2,8 milhões de habitantes e, segundo o consórcio, existem 432 mil pessoas acima dos 60 anos (16,5% do total).Presidente do consórcio e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão, afirmou que não houve outra alternativa, diante da expansão do vírus. “É um período de guerra e por isso precisamos tomar essas atitudes”, disse. O transporte público municipal carrega 14 milhões de passageiros ao mês no ABC (um mesmo morador pode tomar ônibus mais de uma vez).“A atitude de paralisar o transporte público municipal vem com a finalidade de evitar que as pessoas saíam de casa”, afirmou Maranhão.O presidente do consórcio disse também que cada município deverá contratar serviços de transporte emergencial para atender pessoas que necessitem ser levadas aos hospitais.Sobre a expansão da restrição no transporte às linhas intermunicipais e à CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), Maranhão diz que entrará em contato com o governo.A vendedora Liliane da Silva Rodrigues, 27 anos, mora em São Bernardo do Campo e pega dois ônibus até Santo André, onde trabalha. Um dos trechos é feito em um coletivo do transporte municipal andreense e a interrupção do serviço a partir do dia 29 preocupa. “Acho que é uma boa medida em relação à contaminação. Mas, onde trabalho, não haverá paralisação. Não terei como chegar ao serviço”, diz.Metrô e CPTM têm álcool vencidoFuncionários do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) afirmam que as duas empresas de transporte, sob a gestão de João Doria (PSDB), têm disponibilizado álcool em gel vencido, e que nem sempre há o produto nas estações e postos de trabalho.O Metrô diz que oferece lote fabricado em fevereiro, válido por 24 meses. A CPTM diz que comprou, nesta terça (17), novo lote e que os itens serão distribuídos até semana que vemAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2020-03-19 01:00:00
sao-paulo
São Paulo
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Calamidade
Enquanto o Brasil registra as primeiras mortes provocadas pela Covid-19, o governo Jair Bolsonaro toma, em meio a um discurso errático, suas primeiras medidas mais drásticas —entre as quais se destaca, pela carga simbólica, o pedido ao Congresso de reconhecimento do estado de calamidade pública.Em termos práticos, abre-se o caminho para a elevação de gastos públicos destinados a combater a doença e seus efeitos econômicos. Nesta quarta (18), anunciou-se um desembolso de R$ 15 bilhões em três meses para o amparo de trabalhadores informais.A providência vai ao encontro do que defendeu esta Folha, mas ainda carece de detalhamento.Espera-se que ao menos as ações do governo se mostrem mais tempestivas e coerentes que as declarações do chefe de Estado. Em confusa entrevista coletiva, cercado de ministros, Bolsonaro mostrou mais preocupação em repetir bravatas do que em aprender o uso correto da máscara de proteção.Além de apontar a calamidade pública, o Executivo publicou portaria estabelecendo punições a quem descumprir ordens médicas e determinando o uso de força policial para encaminhar pacientes desobedientes.Todas as unidades da Federação estão suspendendo as aulas nas escolas das redes pública e privada e limitando as atividades nas repartições. O estado do Rio proibiu a entrada e a saída de ônibus na região metropolitana, além de reduzir a lotação dos coletivos.Em São Paulo, cidade mais atingida, o prefeito Bruno Covas (PSDB) decretou situação de emergência e determinou o fechamento de comércios e aparelhos culturais.Nada disso constitui exagero, ainda que as mortes contadas até aqui representem parcela pequena das infecções causadas pelo vírus Sars-Cov-2. Hoje, a letalidade da doença é estimada em 3,6%, com uma distribuição bastante desigual entre as faixas etárias.O maior risco decorrente da epidemia, do ponto de vista da saúde pública, é o contágio maciço da população num curto espaço de tempo, e, por conseguinte, a sobrecarga dos serviços de atendimento.Pelos dados até aqui coletados, cerca de 15% das pessoas contaminadas terminam por desenvolver quadros graves, que podem acarretar a necessidade de cuidados hospitalares, e 5% atingirão estado crítico, necessitando de suporte ventilatório em leitos de UTI.Como se trata de uma doença que se alastra velozmente, a demora para agir pode levar a um colapso do sistema de saúde, como tem sido visto na Itália e no Irã.O efeito colateral das medidas de isolamento e quarentena é a queda brutal, ainda que temporária, da atividade econômica, com efeitos dramáticos sobre a renda dos mais vulneráveis. Esta calamidade pode ser apenas atenuada, a um custo fiscal grande, porém inescapável.editoriais@grupofolha.com.br
2020-03-19 01:00:00
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Opinião
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Uma pessoa morre e outras duas estão desaparecidas em Botucatu
Uma pessoa morreu e outras duas estão desaparecidas em Botucatu (238 km de São Paulo), após as fortes chuvas que atingiram a cidade na madrugada desta segunda-feira (10). Ao menos dez famílias estão desabrigadas, e o prefeito Mário Pardini (PSDB) decretou estado de emergência e calamidade pública na cidade.Segundo a prefeitura, foram registrados 122 milímetros de chuva entre meia-noite e 4h, o que causou alagamentos, quedas de muros de residências e de árvores. Uma ponte sobre o rio Lavapés, na rua Rafael Sampaio, na região do Camelódromo, desabou com o volume de água. Outras pontes que ligam a região central do município a bairros como Boa Vista, Bairro Alto e Vila Jardim foram interditadas por apresentarem riscos estruturais. Outra ponte, na rua Quintino Bocaiúva, por onde passa o rio Tanquinho, também está interditada.O governo do estado, confirmou às 19h desta segunda-feira (10) a morte do motorista de um caminhão que caiu na cratera que se abriu na rodovia Marechal Rondon, interditando a via nos dois sentidos. O corpo do motorista foi encontrado às margens de um córrego em local de difícil acesso. Ainda está desaparecido um casal que foi levado pela enxurrada na estrada do Capivara, que liga ao distrito de Vitoriana. Segundo a prefeitura, o carro em que o casal estava já foi localizado.Os desabrigados estão sendo atendidos pela Assistência Social no ginásio municipal Mário Covas Júnior. O Fundo Social de Solidariedade de Botucatu está recebendo doações para auxiliar as vítimas das chuvas. Podem ser doados roupas, mantimentos, produtos de higiene, roupa de cama, móveis e colchões. As doações devem ser feitas na rua General Teles, 1.434, centro de Botucatu. Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2020-02-10 15:21:00
sao-paulo
São Paulo
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Terceiro suspeito de participação na morte de família no ABC se entrega à polícia
O terceiro suspeito de participação na morte da família encontrada carbonizada no último dia 28 em São Bernardo do Campo (ABC) se entregou à polícia na manhã desta segunda-feira (10).Segundo a polícia, Jonathan Fagundes Ramos, 23 anos, se apresentou na delegacia sede de Praia Grande (litoral sul de SP). Investigadores já monitoravam a região, pois tinham informações de que o suspeito estava no litoral. A prisão dele havia sido concedida pela Justiça no último dia 6. Outros dois homens _Juliano Oliveira Ramos Júnior, 22 anos, e Guilherme Ramos da Silva_ estão presos pelo crime, além da filha do casal, Ana Flávia Menezes Gonçalves, 24, e a namorada dela, Carina Ramos de Abreu, 31. Segundo a polícia, Jonathan Ramos será transferido para a região do ABC, onde os outros quatro suspeitos seguem detidos. No início da madrugada de 28 de janeiro, a Polícia Militar encontrou na estrada do Montanhão, em São Bernardo, um Jeep Compass em chamas com os corpos das três vítimas no porta-malas.A família foi rendida na noite do dia 27 na casa onde moravam, em um condomínio em Santo André. No dia seguinte, a polícia prendeu Ana Flávia e Carina, por suspeita de envolvimento. A casa da família estava toda revirada e no local também foram encontradas marcas de sangue.As duas deram três versões diferentes para o caso. Primeiro disseram que a família foi morta por causa de uma dívida de R$ 200 mil com um agiota. Depois alegaram um assalto e por fim admitiram participação no planejamento do roubo, mas não nas mortes, conforme disse o advogado de defesa da dupla, Lucas Domingos.A última versão foi dada depois que Juliano Ramos Júnior, que é primo de Carina, foi preso e, em depoimento na segunda-feira (3), disse que as duas não só participaram do assalto como autorizaram o assassinato da família. Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2020-02-10 12:19:00
sao-paulo
São Paulo
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Moradores recorrem a segurança adicional
A preocupação com a segurança cresce a cada dia dentro dos condomínios. Muitos moradores têm procurado alternativas que vão além das oferecidas pela estrutura condominial.“Os condôminos têm debatido muito a questão de segurança. Já teve caso de condomínio sendo invadido por ladrões com farda da polícia”, diz o síndico profissional Rafael Junqueira, 40 anos, da Fonsi Condomínios.As duas soluções mais usadas por moradores são as fechaduras biométricas e as câmeras de segurança. “Uma fechadura biométrica não vai ter nenhuma violação de fachada na área comum, pois é um dispositivo de segurança. Mas é bom o morador, antes de colocar, perguntar ao síndico se existe algum padrão”, diz o advogado Alexandre Berthe.Não é um dispositivo barato, apesar de ter ficado mais acessível com o avanço tecnológico. Inicialmente, a instalação de uma fechadura biométrica não sai por menos de R$ 1.000.“Existe um crescimento contínuo da participação de produtos nacionais. A qualidade está em excelente nível e com a vantagem de ser feito para nossa realidade”, diz Victor Neves, diretor da Wellcare Automação Ltda.Com relação às câmeras de monitoramento, a situação é diferente. Um condômino não pode instalar da porta de seu apartamento para o hall. “Para fazer isso, é preciso de aprovação em assembleia. Além do mais, o morador tem que ter cuidado com as imagens, pois envolve o direito de outras pessoas”, diz Berthe.Em alguns condomínios de alto padrão, não é difícil encontrar moradores que tenham segurança particular. Segundo Berthe, eles devem ser cadastrados no condomínio como funcionários do morador. “Normalmente, essas pessoas [seguranças] andam armadas. Então, tem que ponderar com o condomínio se pode utilizar armas. E o proprietário acaba sendo o responsável.”Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2020-02-10 02:00:00
sao-paulo
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A regra é clara: sem risco, sem retorno
Existe uma famosa frase atribuída ao cientista Albert Einstein sobre juros compostos, onde ele supostamente disse que “juros compostos são a maior força do universo”. Se ele realmente afirmou isso, não sei, mas concordo com a afirmação. E se Albert Einstein tivesse conhecido o CDI brasileiro, provavelmente diria que o nosso Certificado de Depósito Interbancário foi a oitava maravilha do mundo. Foi.Por muitos anos, o brasileiro utilizou os instrumentos de renda fixa e aplicações bancárias mais básicas como uma forma de obtenção de retornos acima da inflação muito generosos. Nessas aplicações, a mais elementar das regras de mercado não era válida. Num mundo normal, se você não corre riscos, você não obtém retorno. Essa é a regra. Mas isso não foi verdade no Brasil. Por muito tempo, bastou você ter dinheiro para conseguir ainda mais dinheiro sem correr praticamente nenhum risco. Além de o Estado não conseguir se livrar desse endividamento caro que ele mesmo provocou, de quebra ainda provoca uma cruel concentração de renda.Num país onde as finanças públicas são descontroladas ou apresentam uma clara trajetória de deterioração, como era o caso brasileiro até recentemente, o Estado semiquebrado precisa oferecer juros cada vez mais exorbitantes para captar dinheiro dos investidores e tapar os rombos que a má gestão deixa. Se o Estado é devedor, gastão e irresponsável, é arriscado emprestar dinheiro para ele. Daí os juros altos.Com a emenda constitucional do Teto dos Gastos Públicos, a reforma da Previdência, a nova TLP (Taxa de Longo Prazo) e a eliminação de subsídios como, por exemplo, o BNDES captar dinheiro a taxas altas dos investidores e repassar com taxas mais baixas para alguns privilegiados, o buraco nas contas públicas começa a reduzir, e a nova trajetória futura esperada para o endividamento público faz com que o país reconquiste credibilidade. Com a abertura dos mercados, a diminuição de tarifas e o contínuo processo de desburocratização, o empreendedorismo cresce no país. Mais empreendedores geram mais soluções para a população, mais opções de produtos, serviços, mais competição. Com a competição, temos mais crescimento econômico (mais arrecadação) sem a típica pressão inflacionária pela falta de oferta. Com mais arrecadação, menos inflação e menores déficits no Orçamento, o Estado tem menos necessidade de captação de dinheiro via emissão de dívida pública e passamos, finalmente, a ter taxas de juros mais baixas de forma sustentável, sem populismo de curto prazo.Sendo assim, a relação normal de risco x retorno começa a valer no Brasil. Você não quer correr nenhum risco? Tudo bem, então o seu retorno também será zero. O CDI (Certificado de Depósito Interbancário), depois de imposto e depois da inflação, passou a ser perto de zero.O equivalente ao CDI no mundo desenvolvido é apenas um caixa praticamente parado. Assim como a taxa livre de risco nos países desenvolvidos não constrói riqueza, teremos que nos acostumar com a mesma lógica no Brasil. O CDI poderá até conseguir preservar o poder de compra do seu dinheiro aplicado, mas não deverá conseguir multiplicá-lo na mesma intensidade das últimas décadas. Com o novo cenário que se desenvolve, passamos a lidar com uma realidade inédita. Temos a oportunidade de construir no país um ambiente de investimentos produtivos (e não mera aplicações), alocando nosso tempo e dinheiro em atividades que estimulem o empreendedorismo, a criação de empresas, a inovação tecnológica. O dinheiro terá que trabalhar e gerar algo de útil para a sociedade se quiser se multiplicar.Se você quiser multiplicar o seu capital, essa nova necessidade de correr riscos e de se envolver com ativos produtivos (empresas, imóveis, venture capital, startups, franquias etc.) exigirá uma nova mentalidade, uma reeducação. Apesar de ser uma transição dolorida, trata-se de uma enorme evolução.Um Estado com contas mais saudáveis cria um ambiente mais confiável, estimula as pessoas a alargarem o seu horizonte de investimento e a investirem em ativos produtivos. Confiança e investimentos em ativos produtivos são ingredientes fundamentais para a criação de riqueza e desenvolvimento socioeconômico.
2020-02-10 02:00:00
opiniao
Opinião
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Globo consegue reduzir spoilers de novela com novo aplicativo
A Globo ainda não conseguiu bloquear 100% do vazamento de informações sobre suas novelas, mas o cerco aos segredos de “Amor de Mãe” mostra que a emissora tem tido êxito no aplicativo em uso desde o início da novela para impedir o fácil acesso de sites, jornais e revistas aos próximos capítulos.Desde os tempos em que os capítulos eram copiados por meio de mimeógrafo, as emissoras lidam com um comércio clandestino de scripts que são revendidos por funcionários do baixo escalão para a imprensa especializada no ramo.O novo aplicativo dificultou o acesso aos textos e vem inibindo o comércio ilegal. Mas como há muitos atores que repassam capítulos a jornalistas na camaradagem, a emissora também tem trabalhado com muitas restrições em “Amor de Mãe”, distribuindo a cada ator só as cenas que lhes dizem respeito. BARRACOExpert em fofocas sobre a vida alheia, A Tarde É Sua se tornou alvo de sua matéria-prima: os colunistas Felipeh Campos e Guilherme Beraldo foram afastados do programa por Elias Abrão, sócio da produtora da atração e irmão de Sônia Abrão, depois que um acusou o outro de ameaça de morte.BARRACO 2Beraldo acusa Campos de tê-lo ameaçado de morte. Para Campos, foi Beraldo quem o delatou como culpado pelo vazamento de um áudio em que uma funcionária da produtora do programa (irmã de Elias e Sônia) avisa que os salários vão atrasar porque a RedeTV! não pagou a produtora em dia. AMOR DE PAIApós ter topado vender o restaurante a seu Nuno (Rodolfo Vaz), Thelma (Adriana Esteves) terá o estabelecimento de volta. Ao saber que o restaurante será demolido, Danilo (Chay Suede) confronta o comerciante, que será pressionado pela filha a desfazer o negócio em “Amor de Mãe”.APOIOA equipe do Zorra” produziu um abaixo-assinado com 55 nomes defendendo Marcius Melhem, diretor do núcleo de humor da Globo, da acusação de assédio moral. Destinado à direção da emissora, o movimento foi noticiado por Maurício Stycer no UOL e é uma reação a uma nota publicada por Léo Dias no mesmo UOL. “[...] o nosso colega Marcius Melhem em tempo algum praticou assédio moral com qualquer um de nós. Temos uma relação baseada no diálogo, profissionalismo e respeito. Toda solidariedade a Marcius Melhem diante dessa maldade [...]”, diz o texto.A BOA DO DIARepressão ao tráfico é tema de estreia da 2ª temporada da série Aeroporto Record exibe produção do Discovery: às 22h30, com cabeças gravadas por César Filho AUDIÊNCIA6,9 pontos teve o SBT Brasil na quinta-feira (6) na Grande São Paulo9,2 pontos foi a média do Jornal da Record na quinta-feira (6) em SP Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2020-02-10 00:00:00
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https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/cristina-padiglione/2020/02/globo-consegue-reduzir-spoilers-de-novela-com-novo-aplicativo.shtml
Secretário sugere tarifa de ônibus a R$ 4,40 na capital paulista
O secretário municipal dos Transportes, Edson Caram, afirmou hoje que vai sugerir um reajuste de 2,33% da passagem de ônibus na capital paulista. Assim, o valor passa dos atuais R$ 4,30 para R$ 4,40. Segundo Caram, a proposta será enviada para o prefeito Bruno Covas (PSDB) e não tem prazo para ser encaminhada para a Câmara dos Vereadores.O anúncio foi feito durante reunião do Conselho Municipal de Transporte e Trânsito, na manhã desta quinta-feira (19). O secretário ainda destacou que o reajuste proposto ficará abaixo da inflação --o percentual acumulado dos últimos doze meses, até novembro, era de 3,27%.Antes de começar a valer, o valor da nova tarifa precisa ser aprovado pelo prefeito Bruno Covas e comunicado à Câmara dos Vereadores. Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2019-12-19 12:18:00
sao-paulo
São Paulo
https://agora.folha.uol.com.br/sao-paulo/2019/12/secretario-sugere-tarifa-de-onibus-a-r-440-na-capital-paulista.shtml
Como a ciência pode te ajudar a comprar o presente de Natal certo
Estamos na época das listas de presentes de fim de ano. Você precisará ver quem vai presentear —mas também quanto vai gastar e, o mais importante, o que dar.Embora dar presentes possa deixar você feliz e até fortalecer relacionamentos, um presente não muito bom pode ter o efeito inverso."Escolher o presente errado pode ser meio arriscado para os relacionamentos, porque diz que vocês não têm nada em comum", diz Elizabeth Dunn, professora de psicologia da Universidade da British Columbia, no Canadá, e coautora de "Happy Money: The Science of Happier Spending" ("Dinheiro Feliz: A ciência de gastar com alegria", em tradução livre).Sua pesquisa também mostrou que presentes indesejáveis às vezes podem impactar negativamente a percepção do receptor sobre o futuro do relacionamento.Para evitar que seu presente cause mais danos que benefícios, como garantir que você esteja dando um presente que agrade? A psicologia pode ter a resposta. Um presente caro pode funcionar? Pesquisas demonstraram que gastar mais nem sempre garante um presente bem recebido. Um estudo constatou que, quanto mais caro um presente, mais a pessoa que o dava esperava que os presenteados o apreciassem. Mas, embora os doadores pensassem que o alto gasto seria levado em consideração, constatou-se que os que receberam o presente não associaram o preço a seu nível de satisfação."Parece bastante intuitivo que, se você gastar mais, terá um presente melhor. Acontece que não há evidências de que os destinatários sejam sensíveis ao custo de um presente", diz Jeff Galak, professor associado de marketing da Carnegie Mellon Tepper School of Business, na cidade americana de Pittsburgh.Galak, que estuda o comportamento do consumidor e a tomada de decisões, reconhece que talvez você tenha de gastar um determinado valor devido à tradição ou às expectativas. Mas, uma vez atingido esse piso, "não importa se você compra algo mais valioso", diz ele. O presente em si é o que mais importa.Galak diz que o truque para dar um grande presente é pensar além do momento fugaz de realmente entregá-lo, um conceito que ele e seus colegas Julian Givi e Elanor Williams notaram ser um tema comum nos estudos sobre presentes."Quando as pessoas dão presentes, estão pensando no momento em que o darão e verão o sorriso no rosto do destinatário naquele momento", diz Galak. "Mas o que interessa aos destinatários é o valor que eles obterão por um período mais longo."Em outras palavras, pode não ser empolgante assistir a um amigo ou membro da família abrir o presente de uma assinatura de um serviço de streaming de filmes, portanto, é menos provável que você o faça. Mas um destinatário pode realmente amar isso, já que é um presente que pode ser desfrutado com frequência ao longo do tempo.Galak também sugere que não se preocupe muito em dar o presente mais original do mundo. Às vezes, algo que muitas pessoas desejam pode ser exatamente o que a pessoa também deseja.Um estudo mostrou que temos a tendência de focar nos traços e na personalidade únicos de um destinatário ao presenteá-los. Mas essa especificação nos leva a ignorar outros aspectos de seus desejos e necessidades, o que pode nos fazer comprar um presente inferior. Também tendemos a querer comprar presentes diferentes para várias pessoas, mesmo que todos fiquem mais felizes com a mesma coisa.Para se sentir boas presenteadoras, as pessoas erroneamente sentem que precisam diversificar os presentes. Você também pode deixar de comprar algo que possui, porque não quer prejudicar seu próprio senso de individualidade.Então, sabe aquele tênis que seu amigo ama? Não deixe de dar um par igual só porque você quer ser único.Para comprar melhor, Dunn, professor de psicologia, sugere começar com algo que você tem em comum com o destinatário. Ela diz para você se concentrar no que vocês compartilham e escolher um presente a partir daí."As pessoas são melhores em escolher algo para si mesmas", diz ela, "então se você tem algo em comum com alguém, compre algo da mesma afinidade, porque algo que você gostaria provavelmente será algo que eles gostam".Para um presente ainda melhor, pense em um interesse comum que você compartilha com a pessoa e compre algo que seu destinatário possa viver — por exemplo, ingressos para shows ou uma aula de culinária. A pesquisa também mostrou que presentes oferecendo experiências podem aproximar você e o destinatário, mesmo que você não aproveite da experiência com ele.Se você não tem nada em comum com a pessoa, Dunn recomenda apenas perguntar ao destinatário o que ele deseja. De fato, pesquisas mostram que as pessoas apreciam mais os presentes que pedem do que os que não pedem."As pessoas querem ser criativas e surpreender o destinatário", diz Dunn, "mas o melhor presente será o que elas disserem que querem ganhar".Galak concorda que a maneira mais simples de fazer uma pessoa feliz com um presente é perguntar o que ela quer. Mas ele sabe que bons presentes devem ser uma "surpresa" — mesmo que a ciência tenha refutado isso."Perguntar a alguém o que eles querem é visto como um tabu. E isso é uma pena", diz ele. "Todos estaríamos melhor se déssemos às pessoas o que elas querem".Não se preocupe muito com a possibilidade de estar dando um presente ruim: presentes realmente ruins são raros.A menos que seja algo totalmente inapropriado, o destinatário sentirá algum nível de apreciação. Galak diz que, ao longo de sua pesquisa, perguntou a milhares de participantes sobre presentes que receberam e raramente ouviu alguém falar sobre um presente ruim. E mesmo se você der um presente ruim a alguém próximo, poderá ser salvo por sua consideração. Quando alguém dá um presente ruim, isso pode fazer com que o receptor pense no motivo pelo qual o doador o escolheu."Quando alguém faz algo intrigante que precisa ser explicado — como dar um presente ruim — é quando você pensa no que está pensando a outra pessoa", diz Nicholas Epley, professor da Booth School of Business da Universidade de Chicago que estuda como nós tomamos a perspectiva de outras pessoas e fazemos julgamentos a partir disso. A pesquisa dele mostra que, se o destinatário achar que você gastou muito tempo fazendo sua seleção, ele será grato pelo esforço dedicado à escolha de um presente, mesmo que indesejado.Em outras palavras, o velho ditado "o que vale é a intenção" pode realmente ser verdadeiro.E mesmo se você não der o presente certo, alguém ainda se sentirá bem na situação: você. "Quando as pessoas que estão dando colocam muito esforço em um presente, eles se sentem mais próximos do destinatário", diz Epley. "Mesmo que o destinatário não seja muito afetado pela consideração, o doador é."
2019-12-19 08:39:00
voceviu
Você viu
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Juíza manda ampliar assistência a menores vítimas de violência em São Paulo
A Vara da Infância e Juventude de Itaquera (zona leste) determinou que a Prefeitura de São Paulo providencie, em em até seis meses, atendimento a crianças e adolescentes vítimas de violência que aguardam por proteção social nos distritos de São Mateus, Iguatemi e São Rafael. A medida também vale para quem entrar na fila.A decisão liminar, da juíza Alessandra Laskowski, foi dada após ação da Defensoria Pública do Estado de São Paulo. O defensor Peter Gabriel Molinari diz que na região de São Mateus há somente uma unidade do SPVV (Serviço de Proteção Social às Crianças Vítimas de Violência) —a gestão Bruno Covas (PSDB) afirma que existem 24 postos na cidade.O serviço inclui atendimento jurídico, psicológico e de assistência social às vítimas e às suas famílias. Na região de São Mateus, 110 menores são atendidos, porém, há outros 137 casos na fila de espera.“Algumas destas crianças estão na fila desde 2016. Elas são vítimas de violências estruturais, que podem ter influência grande em seus desenvolvimentos”, afirma o defensor.Para diminuir a fila e realizar todos os atendimentos em até seis meses, a juíza considera em sua decisão a necessidade de implantar mais serviços voltados às vítimas de violência menores de idade na região. Molinari afirma que esta será a melhor forma de fazer a fila andar, já que não é possível definir qual o tempo é necessário para o atendimento de quem já está no programa e, assim, criar novas vagas. “Depende muito da violência que cada pessoa sofre” diz. “Há atendimentos que levam meses e outros que demoram anos.”A defensoria também pede que um comunicado a respeito da decisão seja entregue pessoalmente ao presidente da Câmara Municipal, Eduardo Tuma (PSDB), para que a ampliação do serviço na região possa ser discutida no orçamento da cidade do ano que vem.A Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), afirma que ainda não foi intimada pela Justiça e, assim que for comunicada oficialmente, “tomará providências”, mas não cita quais são.A nota afirma que atualmente há 24 unidades do SPVV (Serviços de Proteção Social à Criança e Adolescente Vítimas de Violência, Abuso e Exploração Sexual e suas Famílias), que juntas disponibilizam 2.200 vagas. A nota afirma que entre os meses de janeiro e junho deste ano, aproximadamente 2,1 mil pessoas que buscaram proteção social foram atendidas. “O acesso desse serviço se dá por encaminhamento dos Cras [Centros de Referência de Assistência Social] e Creas [Centros de Referência Especializados de Assistência Social], por decisão da Justiça e pedido de conselhos tutelares.Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2019-12-19 02:00:00
sao-paulo
São Paulo
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Em SP, 54% dos professores dizem ser sido agredidos, aponta pesquisa
Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (18) pela Apeoesp, o sindicato dos professores de escolas estaduais de SP, diz que mais da metade dos docentes ouvidos foi alvo de agressão.Realizada pelo Instituto Locomotiva, a pesquisa aponta que 54% dos professores entrevistados sofreram algum tipo de violência dentro das escolas. No estudo anterior, de 2017, o número era de 51%.Em relação aos alunos, houve queda. Em 2019, 37% dos estudantes afirmaram ter sofrido alguma violência na escola, contra 39%. As principais queixas de agressão são verbais (veja mais abaixo).A pesquisa entrevistou mil alunos presencialmente e 701 professores por telefone, entre setembro e outubro. Foram escolhidas 14 regionais para as amostras.O grau de percepção da violência pelos professores também cresceu. De 61%, em 2017, passou para 71%. Entre os alunos, o número caiu de 72% para 71%.Sobre a liberdade de opinião, 34% dos docentes disseram ter sofrido discriminação em sala de aula. O número é maior entre os estudantes: 38%."Houve um acréscimo [da violência contra professores] e ele apresenta o tom da naturalização da violência nas escolas", afirma Maria Izabel Azevedo Noronha, presidente da Apeoesp e deputada estadual (PT). Não existe solução no curto prazo para a violência nas escolas, avalia Neide de Aquino Noffs, doutora em educação pela USP (Universidade de São Paulo). A questão para ser resolvida, diz, precisa de medidas que surtirão efeito somente no médio e longo prazo. "A violência na escola não deveria acontecer, claro, mas, por outro lado, a população está muito vulnerável. E a escola é um reduto de pessoas, que carregam todos os seus problemas para dentro, como saúde, pais desempregados ou violência", afirma ela, que é diretora e professora da Faculdade de Educação da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). "Em primeiro lugar, a escola precisa melhorar as condições dos professores. Não é só financeira. É horário de trabalho, apoio, tudo, porque muitos problemas sociais de outras esferas vão desembocar na escola. E o professor precisa estar preparado para intermediar e incentivar o diálogo", afirma. Segundo Neide, é fundamental pensar de forma ampla, em infraestrutura, como espaço físico para laboratórios e quadras esportivas, por exemplo. "Mas é importante também entender as especificidades de cada unidade e praticar a compreensão. O aluno, atualmente, não se sente parte da escola", diz. "Por isso é preciso envolver a comunidade e a família. A parte do governo é criar as condições para que isso aconteça, se desenvolva. Cada escola tem uma gestão própria, mas está ligada a uma diretoria de ensino, que está ligada a secretaria de Educação", afirma. Para a professora Neide Noffs, o policiamento nos arredores da escola é apenas uma parte. "Isso é segurança, mas dentro das escolas é outra questão. É preciso entender cada região e os problemas que os alunos têm. Levar para dentro da escola psicopedagogos, psicólogos, pessoas democráticas para fazer uma gestão compartilhada", diz.A Secretaria Estadual de Educação, da gestão João Doria (PSDB), contestou a pesquisa da Apeoesp. Em nota, a pasta afirmou que o levantamento "não tem credibilidade técnica por estar ligado a uma entidade que possui interesses políticos partidários". Segundo a secretaria, além de ouvir somente mil estudantes, "o que corresponde a ínfimos 0,028% dos 3,5 milhões de alunos da rede", a pesquisa "induz respostas que só dão margem ao que a Apeoesp deseja legitimar. O mesmo acontece com as supostas entrevistas feitas com professores por telefone". Agressões sofridasQuais tipos de violênciaFonte: Apeoesp Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2019-12-19 02:00:00
sao-paulo
São Paulo
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Crônica de Paris: a greve de 2019
Bem que nos preveniram para não vir a Paris neste momento de greve. Ainda por cima, a previsão do tempo anunciava chuva todos os dias e muito frio. Para o trajeto do aeroporto ao hotel, deveríamos prever terríveis duas horas.Teimosos, desembarcamos no Charles de Gaulle por volta do meio-dia do último dia 9, uma segunda-feira. O tempo estava encoberto, mas firme. A temperatura amena, 12 ºC. E, em 45 minutos, estávamos no boulevard Saint-Germain.Tanto na segunda-feira como na terça (10), os elegantes pisca-piscas azuis e as sirenes estridentes da polícia avisavam que alguma coisa acontecia para além das ruas meio desertas do 6º “arrondissement” (distrito). A combinação dos silvos das viaturas com o toque dos sinos das igrejas nas horas redondas produzia curiosas sinfonias, um fundo musical adequado à cenografia reinante.Para um turista que conhece Paris, a greve pode trazer alguma vantagem. Os táxis circulam, embora sejam mais disputados. O Museu d’Orsay não tinha filas na terça-feira. Por falta de funcionários, a entrada foi liberada; só o vestiário não funcionava. Havia pouca gente, talvez a única ocasião de ver (ou rever) calmamente a exposição “Degas na Ópera” sem ser empurrado ou atropelado.O concerto das 12h30 ocorreu normalmente, auditório cheio, e ainda agradeceram aos que se deslocaram para assisti-lo. Tudo fecha mais cedo, as lojas e até os restaurantes. Nos cafés, dois temas monopolizam as conversas: a idade mínima da aposentadoria e a greve.Cada um explica sua expectativa de aposentadoria, fazendo contas e, em geral, discordando do projeto do governo. Depois de relatar os inconvenientes de cada um com a paralisação dos transportes, em geral apoiam a greve e censuram o governo. Na quarta-feira (11), o primeiro-ministro Édouard Philippe anunciou as linhas gerais da reforma pretendida. Acabar com os regimes diferenciados e estabelecer um sistema único de Previdência. E adotar a idade mínima de 64 anos para os nascidos depois de 1975.Depois de ter feito concessões aos “gilet jaunes” (coletes amarelos), parece que o governo agora escolheu o caminho da firmeza. Os sindicatos não se sensibilizaram, e muitos já apostam que a greve vai até o Natal.As manifestações públicas foram as maiores depois de muito tempo, como é possível ver na televisão. Mas o clima, até então, é tranquilo. Os parisienses convivem bem com essa situação fora do normal, numa espécie de recreio da escola.Nada lembra 1968, e um sociólogo apontou uma aparente contradição. Embora o projeto de mudança vise maior igualdade, o povo resiste. E ressalva: afinal, se a elite sempre defendeu seus privilégios, é normal que os trabalhadores também defendam os seus.
2019-12-19 02:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/12/cronica-de-paris-a-greve-de-2019.shtml
Dólar e risco
A disparada da cotação do dólar em novembro, atingindo a máxima histórica de R$ 4,27, foi recebida por muitos como sinal de problemas na economia. O temor não deixa de ter fundamento, dado que as oscilações da moeda norte-americana com frequência serviram como termômetro da situação do país. O momento atual marca diferenças importantes, contudo. A desvalorização abrupta do real tem sido acompanhada por redução —e não alta— do chamado risco Brasil, que atingiu o menor patamar desde a crise financeira de 2008.Hoje, alguém que queira se proteger de um calote do governo na dívida externa pagará 0,96% ao ano do montante investido. No final de 2015, quando aqui se combinavam recessão econômica e turbulência política, o custo era de 5%. A perspectiva de controle das despesas públicas tem papel decisivo na redução do risco, que em última instancia depende da percepção de solvência do Estado. A inscrição de um teto para os gastos federais na Constituição e a aprovação da reforma da Previdência provaram-se fundamentais.Com alguma aceleração esperada da atividade econômica em 2020, a relação entre a dívida governamental e o Produto Interno Bruto deve se manter abaixo de 80% e começar a cair em dois ou três anos. Novas estimativas do Tesouro Nacional, divulgadas na semana passada, apontam para endividamento futuro menor que o previsto anteriormente. Por que, nesse contexto de melhora da confiança, o real permanece desvalorizado? Parte da resposta também pode ser encontrada na política econômica.A taxa básica de juros, a Selic, só pôde cair a 4,5% ao ano, menor nível de sua história, devido à queda da pressão dos gastos públicos sobre a inflação —além, claro, do longo período de recessão seguida de estagnação do PIB. A queda dos juros, por sua vez, reduz a entrada de capital estrangeiro especulativo no país e, portanto, a oferta local de dólares. Assim, há um rearranjo em curso, com saída de US$ 40 bilhões nos últimos 12 meses, a maior desde 1999. No contexto geral, contudo, o alarme cambial se mostra enganoso, na medida em que coincide com a queda do risco Brasil.O cenário é novo —e incerto. O ajuste fiscal está por ser consolidado; a insegurança no campo político, agravada pela ação errática do governo, talvez seja o principal fator a recomendar cautela.editoriais@grupofolha.com.br
2019-12-19 02:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/12/dolar-e-risco.shtml
Mega-Sena acumulada sorteia R$ 39 milhões nesta quinta (19)
A Caixa Econômica Federal sorteia nesta quinta (19) o concurso 2.218 da Mega-Sena, que está acumulado a quatro sorteios e deverá pagar R$ 39 milhões para os acertadores das seis dezenas.Segundo a Caixa, o valor do prêmio aplicado na Poupança tem uma renda mensal de R$ 111 mil. E, com os R$ 39 milhões é possível comprar 975 carros populares no valor de R$ 40 mil.A aposta simples custa R$ 4,50 e pode ser feita nas casas lotéricas até as 19h.Além do sorteio desta quinta, a Caixa fará mais um nesta semana, no sábado.As apostas para a Mega da Virada, que deverá pagar um prêmio de R$ 300 milhões, também já podem ser feitas. A aposta simples custa o mesmo valor da normal (R$ 4,50).O prêmio da Mega da Virada não acumula. Assim, se ninguém acertar as seis dezenas, ele será dividido entre os acertadores da quina.Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2019-12-19 02:00:00
sao-paulo
São Paulo
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Mulher é assassinada a facadas na frente dos filhos em Osasco
A autônoma Daiane Leite Ferreira, 27 anos, foi morta com ao menos 13 facadas, na frente dos dois filhos, por volta das 22h50 desta terça-feira (17), em Osasco (Grande São Paulo).O companheiro da vítima, um operador de telemarketing de 29 anos, teria confessado o crime. A defesa dele não foi encontrada pela reportagem.Segundo a polícia, o homem afirmou que esfaqueou "várias vezes" Daiane durante uma discussão, que teria sido motivada pelo ciúme que ele sentia pela vítima. Ao todo, a mulher foi ferida 11 vezes na região da barriga, além de apresentar ferimentos na cabeça e no tórax. Após a violência, a polícia foi acionada. Quando policiais militares chegaram ao local do crime, no bairro Baronesa, o operador de telemarketing teria confessado o crime, ao lado dos dois filhos, que não tiveram as idades informadas. O homem foi preso em seguida por feminicídio (quando a vítima é morta por ser mulher). A PM encontrou Daiane caída na sala de casa, nua. Ao lado dela estava a faca provavelmente usada no crime. Uma equipe de resgate foi acionada, constatando que a mulher já estava morta. A reportagem apurou que Daiane havia registrado queixas anteriores de violência doméstica contra o companheiro. Em 2014, ela o acusou de lesão corporal. O delegado Luiz Jorge Neves, do 10º DP de Osasco, classificou os feminicídios como "uma epidemia."A prisão do operador foi convertida de flagrante para preventiva, nesta quarta-feira (18), após audiência de custódia, de acordo com o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).Uma mulher de 35 anos foi esfaqueada pelo marido, um ajudante geral de 30 anos, em frente ao 3º DP de São Bernardo do Campo (ABC), na noite desta terça-feira (17). O estado de saúde dela não foi informado. O homem foi preso em flagrante por tentativa de homicídio. Segundo a polícia, a vítima foi ferida no pescoço com duas facas, quando discutia com o acusado.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaLeia tudo sobre o tema e siga: Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2019-12-19 02:00:00
sao-paulo
São Paulo
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Acima de tudo, a democracia
O PSDB vive um momento de redefinições. Mais uma vez, reafirmamos nossa profissão de fé na economia de mercado, na defesa da livre iniciativa, do empreendedorismo e da inovação. E reiteramos nossos compromissos com a luta sem tréguas contra as desigualdades, com a promoção da justiça social e do bem-estar comum, sem esquecer o combate à burocracia, ao gigantismo estatal e aos privilégios das corporações. Por isso, temos apoiado e participado ativamente da aprovação das reformas no Congresso Nacional.Mas nossa concordância com o governo do presidente Jair Bolsonaro para aí. O PSDB reafirma, com ênfase, que nosso compromisso maior é com a democracia. Valorizamos e prezamos as instituições, o Estado democrático de Direito, as liberdades, a tolerância, a diversidade de pensamentos, de opiniões e de escolhas. E, sobretudo, repudiamos o autoritarismo e o estímulo à violência.O PSDB rechaça toda e qualquer ameaça a conquistas civilizatórias do povo brasileiro. Preocupam-nos, em particular, os retrocessos percebidos nas políticas ambientais, na nossa diplomacia, na cultura e, sobretudo, na educação, porque depõem contra avanços que vinham sendo construídos há décadas por toda a nossa sociedade. Também rejeitamos a interferência do Estado em costumes e valores comportamentais de cada indivíduo: para nós, cada um é livre para ser como quiser ser.Nos últimos dois meses, colocamos em marcha um inédito processo de consulta às bases tucanas. Nunca antes na nossa história, um partido brasileiro se abriu desta maneira ao escrutínio e à deliberação de seus filiados. Neste período, foram mais de meio milhão de interações, pelos mais diversos canais, sobretudo pelas redes sociais, com participação destacada de jovens.O processo culminou num encontro no início de dezembro em Brasília, reunindo 600 delegados escolhidos pelos diretórios estaduais do partido. Dali saiu a carta de princípios que norteará o posicionamento do PSDB doravante. De nós, não esperem tibieza: fiéis à nossa relevância histórica, firmamos posição sobre todo e qualquer assunto importante da agenda nacional. Podem cobrar. Nosso manifesto não é uma diretriz teórica, alheia à realidade. Pelo contrário. O encontro que reuniu militantes, filiados, parlamentares, governantes e lideranças do partido deixou claríssimo o que esperar do PSDB no momento pelo qual o país passa.Ao longo dos dois meses em que durou o processo de consultas, nosso partido reafirmou, de um lado, seu caráter plural, tolerante e progressista. E, de outro, reforçou seu perfil reformista, assumindo compromissos com iniciativas que busquem produzir prosperidade econômica e ajudem o país a superar a herança nefasta dos anos de destruição patrocinados pelos governos de Lula e Dilma. Apoiamos as reformas econômicas até porque elas estão no DNA do PSDB —e bem mais do que no do atual governo— e coincidem com o que fizemos quando éramos governo e com o que acreditamos que deva ser feito agora.Partidos políticos vivem crises, aqui e em quase toda parte. Tentam se reinventar, redescobrir seus caminhos, recuperar relevância. Para a democracia, é fundamental que encontrem novos rumos neste novo mundo. Porque é no bom funcionamento das instituições que lidam com a política que está a chave da resposta, jamais fora dela. De várias maneiras, estamos buscando um reencontro com a nossa história, com o ideário, as realizações e os compromissos que nos permitiram promover mudanças profundas na estrutura econômica e social brasileira quando comandamos o país, entre 1995 e 2002, com o presidente Fernando Henrique Cardoso.Desde que foi fundado, em 1988, o PSDB jamais foi talhado para aderir a governos. Foi criado para liderar mudanças. Esta sempre foi nossa principal característica e dela não nos afastaremos. Até porque, mais que nunca, o Brasil precisa de um partido que seja o estuário dos que lutam contra a polarização, contra a radicalização e contra a destruição da política. Mais que nunca, o país precisa de quem seja a favor e não dos que se notabilizam em ser sempre contra.
2019-12-19 02:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/12/acima-de-tudo-a-democracia.shtml
As dimensões da conservação no Amazonas
O Amazonas tem 1,57 milhão de km2, é um estado com dimensão de um país. Sua área geográfica o coloca entre os 20 maiores do planeta. Na América Latina, só é menor que Brasil, Argentina e México. Sua grandeza florestal também impressiona.O Amazonas conserva, hoje, praticamente 38% da Amazônia brasileira, com 97% de cobertura vegetal nativa! Dessa área, 57% estão protegidos em unidades de conservação e terras indígenas. O restante, se fosse desmatado, emitiria cerca de 37 bilhões de toneladas de CO2, semelhante a 30 anos de emissões em todo o território nacional pelo uso da terra e desmatamento, entre 1990 e 2010.Essas estatísticas são expressivas e desafiam conceitos globais de conservação. As metas da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) da ONU são de ao menos 17% para ecossistemas terrestres e 10% para marinhos. O Brasil, por meio da Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio), em 2013, assumiu a meta de 30% para conservação na Amazônia. Edward Wilson, um dos mais importantes biólogos do mundo moderno, defende uma proposta mais ousada: a conservação de 50% de cada sistema ecológico do planeta. Os cientistas do clima que trabalham na Amazônia alertam para a urgência de evitar a quebra do ciclo de troca de água entre a floresta e a atmosfera, que levaria a um colapso progressivo e irreversível: menos floresta, menos evapotranspiração, menos chuva, mais fogo, menos floresta... Para eles, de 70% a 80% da área original da Amazônia têm que ser mantida —e já estamos próximos de romper este limite.Nesta primeira quinzena de dezembro aconteceu em Madri a 25ª Conferência das Partes (COP) da Convenção de Clima em busca de acordos para lidar com as mudanças climáticas. Já a CDB vai se reunir em outubro de 2020, na China. Em ambos os fóruns, países e estados são convidados a oferecer metas voluntárias para garantir a estabilidade da vida na Terra. A Amazônia é peça importante nessas negociações, e os governos estaduais têm muito a oferecer. Mais O Amazonas tem em curso um programa de gestão de áreas protegidas sob o paradigma do desenvolvimento sustentável. O estado vem continuamente adotando componente socioeconômico de atendimento à sua população associado às ações conservação. Programas como o Bolsa Floresta tem mais de uma década. Atendimento público à saúde, à educação e ao saneamento e promoção de atividades econômicas geradoras de renda local com base na floresta têm resultados expressivos.São ações de governo que têm nas unidades de conservação âncoras de atuação e cujos resultados transcendem seus limites. As florestas preservadas no Amazonas ajudam a garantir água para agricultura, hidrelétricas e grandes cidades do centro-sul do Brasil, através dos “rios voadores”. O carbono estocado ali regula o clima global.Por isso, um estado com tantas áreas já conservadas tem na criação de novas áreas de conservação sua melhor oportunidade de geração de benefícios múltiplos: assegurar seu patrimônio, atender a população numa gestão interiorizada, desenvolver-se economicamente com base na floresta e canalizar o pagamento por serviços ambientais providos ao país e ao mundo. O Amazonas pode consolidar globalmente uma visão modernizada da conservação, integrada em várias dimensões e pautada pelo local e pelo global, pela conservação e pelo desenvolvimento sustentável. Mais As oportunidades estão postas. As negociações internacionais da Agenda 2030 com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, do clima e da Biodiversidade aguardam compromissos das partes interessadas. Nacionalmente está consolidado o entendimento de que beneficiários das florestas do Amazonas, como São Paulo e o agronegócio, têm a sua “conta a pagar”. Poderiam fazê-lo apoiando o governo do Amazonas na conservação da maior parte das suas florestas públicas ainda não protegidas por unidades de conservação e terras indígenas, cerca de 60 milhões de hectares. Juntos, indicariam ao mundo que na Amazônia há um caminho que concilia natureza, direitos humanos e bom ambiente de negócios. O que todo mundo quer pode ser realizado aqui.
2019-12-19 02:00:00
opiniao
Opinião
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Passageiro causa tumulto em avião e é preso ao banco com fita adesiva
Após provocar tumulto durante um voo, um homem foi preso ao banco do avião com fita adesiva pelos outros passageiros. É o que informa o site do tabloide britânico Mirror. Vídeos e fotos do incidente também circulam nas redes sociais. O caso aconteceu em uma viagem doméstica da companhia aérea russa S7 Airlines. Segundo informações do site, o homem estaria bêbado e teria ficado agressivo após tentar invadir a cabine do piloto, dizendo que queria "ter uma palavra" com ele. Foi quando os outros passageiros resolveram intervir na situação e o amarram a um assento vazio na classe executiva, usando fita adesiva. O homem ficou preso no banco durante as quatro horas da viagem de Mineralnye Vody para Novosibirsk, na Sibéria.Quando o avião pousou, o passageiro foi preso pela polícia por violar a ordem pública. Segundo o Mirror, o homem continuou tentando atacar verbalmente os policiais de plantão. Uma investigação criminal foi aberta e ele pode pegar até cinco anos de prisão. “Os policiais levaram o homem à delegacia, mas ele continuou com seu comportamento selvagem. Ele abusou verbalmente dos policiais de plantão e tentou atacá-los", disse um porta-voz do Ministro do Interior da Rússia. Em outros vídeos em que ele está dentro de uma cela, o homem implora para ser libertado e diz que não se lembra de nada do que aconteceu durante o voo. Por conta do caso, Igor Trunov, presidente da União dos Advogados da Rússia, pediu que algemas de plástico sejam oferecidas à tripulação em todos os voos para que os comissários possam lidar com passageiros descontrolados. “Temos kit de primeiros socorros para emergências. Também devemos ter equipamentos especiais para situações em que esses passageiros estão correndo para chegar aos pilotos", disse. Segundo ele, esse tipo de algema de plástico é bem macia, mas não é possível arrancá-la.
2019-12-19 00:16:00
voceviu
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Com Leandro Hassum, Netflix reforça novo modelo de acordo
A Netflix confirmou nesta quinta-feira (31) a contratação de Leandro Hassum, ex-Globo, para a produção de dois filmes até 2021. O primeiro deles, “Tudo Bem no Natal que Vem”, começa a ser rodado dentro de duas semanas e tem estreia prevista para dezembro de 2020.Nesse prazo, desde que não coincidam com as filmagens dos produtos da Netflix, outros trabalhos poderão ser feitos por ele em outros canais ou plataformas. O modelo de contratação sem exigência de exclusividade já havia sido firmado com Larissa Manoela, que continua no SBT e tem filmes a fazer para a Netflix.A maior plataforma de vídeo sob demanda do mundo vai, desta forma, instituindo novas tendências de mercado por aqui entre os atores, derrubando um modelo do qual a própria Globo tem desistido, por questões econômicas: acordos de exclusividade são cada vez mais raros. PLATEIAAinda na tecla da Netflix: a empresa continua fazendo segredo sobre seu número real de assinantes, mas já admite que tem mais de 10 milhões de clientes no Brasil. Executivos da Netflix anunciaram um investimento de R$ 350 milhões no país para 2020, entre novas produções e aquisições.INSPIRAÇÃODo Cristo Redentor ao Pelourinho, os grandes símbolos do Brasil são referência para os confeiteiros que disputam o episódio deste sábado (2) do reality show Bake Off Brasil, comandado por Olivier Anquier, Beca Milano e Nadja Haddad no SBT, com segunda exibição pelo Discovery Home &Health.RUMO AO ALTARDe olho na rentável indústria de casamentos e na comoção que o cerimonial sempre causa no público, a Record lança o quadro Sonho de Casamento, no Domingo Espetacular deste fim de semana. A seção será conduzida por Gustavo Sarti e estreia com os vestidos de noiva mais requisitados do momento.COBIÇADe quatro profissionais de bastidores da Globo São Paulo convidadas pela CNN Brasil a trocar de canal esta semana, duas toparam e duas preferiram ficar onde estão. Com a meta de estrear até março, o canal vem ampliando o número de propostas a editores, produtores e repórteres para fechar equipes.​ Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2019-11-01 01:00:00
colunistas
Colunistas
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Repetem-se as tragédias anunciadas
Sempre que acontece algum acidente ou alguma tragédia, é impressionante a quantidade de manifestações de boas intenções dos envolvidos. Em especial quando ocorreu o desabamento parcial de viaduto na marginal Pinheiros, em São Paulo, os gestores prometeram vistorias, intervenções emergenciais etc.Há alguns dias, passei ao lado do viaduto Alcântara Machado e fiquei estarrecido, como consultor e como cidadão. Sob o viaduto, que é elo fundamental para a ligação Leste-Oeste da capital paulista, havia uma grande quantidade de barracos de madeira, apenas esperando que o incêndio chegasse.Pela posição dos barracos, era evidente que um incêndio no local poderia causar inconvenientes de toda a sorte para os milhões de pessoas que dependem dessa importante artéria viária, pois poderia afetar a estrutura do viaduto. O incêndio aconteceu e a ligação Leste-Oeste ficou parcialmente interditada ao tráfego. Mais Onde estão nossos gestores? Onde estão os técnicos? Onde está a assistência social? Quando se fala de inspecionar uma obra, não basta o exame dela em si. É necessária a verificação de fatores de risco externos à obra. No caso, a existência de barracos é risco que deveria ser óbvio para a administração municipal, tendo em vista a quantidade de ocorrências importantes relacionadas a incêndios sob viadutos e pontes.Na realidade, não seria necessária sequer a interferência de técnicos para identificar esse risco, pois ele era visível e óbvio. Bastaria apenas bom senso e vontade de agir.Pela posição dos barracos, o risco não se restringia à obra. O emaranhado de habitações sob o viaduto era verdadeira armadilha para muitos daqueles que ali residiam. Esses seres humanos não merecem atenção?Se para local tão importante não foi dispensado qualquer cuidado, fico pensando como estão sendo feitas as inspeções de risco em outras obras e tomadas medidas emergenciais, como prometeu a Prefeitura de São Paulo.Só me resta uma pergunta, pois minha indignação impede outros pensamentos: o que estão esperando para agir de forma correta?
2019-09-17 02:00:00
opiniao
Opinião
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Contagem regressiva contra as fake news
Começou em agosto —com um ano de antecedência— a luta para evitar que notícias falsas soterrem as eleições municipais do ano que vem. Em 2020, o Brasil elegerá mais de 5.000 novos prefeitos. Com WhatsApp, Facebook e Twitter na posição de grandes difusores de informação, o terreno é fértil para a propagação de um volume gigantesco de dados truncados.Foi pensando nisso que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu anunciar em 30 de agosto o “Programa de Enfrentamento a Desinformação com Foco nas Eleições 2020”. Segundo a ministra Rosa Weber, presidente da corte, o conteúdo do projeto prevê ações —algumas em andamento e outras a serem adotadas— em áreas como investimentos em tecnologia, campanhas educativas e parcerias com institutos de pesquisa, associações de tecnologia, empresas de mídia e partidos.O passo que o TSE dá agora remete ao dado pelo Instituto Nacional Electoral (INE) no ano passado. Em 2018, a autoridade que organiza as eleições do México tomou para si a tarefa de proteger o processo democrático local e, com mais de um ano de antecedência, colocou em marcha o Projeto Certeza, baseado num tripé de ações que, ao que tudo indica, agora inspira o TSE.Em primeiro lugar, o INE criou uma ampla campanha para explicar —online e off-line todos os fundamentos das eleições mexicanas. A proposta era clara: sanar dúvidas sobre o processo eleitoral e a votação. Mais Depois treinou todos seus funcionários em técnicas simples de checagem e estabeleceu um processo sobre como agir, em tempo real, para bloquear boatos. Porta-vozes foram preparados para desmentir notícias falsas nas redes sociais com linguagem simples e direta.Por fim, o INE se apoiou no Verificado. O projeto de colaboração jornalística coordenado pela plataforma de “fact-checking” Animal Político reuniu cerca de 70 veículos e existiu entre março e julho. Ao estabelecer uma troca de informações em tempo real com esse grupo, o INE reduziu o dano causado pelas notícias falsas e virou referência continental no assunto. Até a OEA reconhece o feito.Desde o último dia 19, inspirada no México e com autorização do TSE, a Agência Lupa treina integrantes dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) como parceiro do tribunal. Já esteve em Rondônia e irá a outras capitais da região Norte neste mês. A ideia é equipar os funcionários dessas cortes com ferramentas para realizar checagens básicas. Jornalistas locais também são bem-vindos. Até a campanha do ano que vem, todos os estados receberão oficinas do LupaEducação. A partir delas e com o apoio do WhatsApp, a agência criará uma rede de checadores locais para enfrentar a desinformação da corrida eleitoral de 2020. Mais Ainda por iniciativa da Lupa, do Instituto de Tecnologia & Equidade (IT&E) e do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), os TREs receberão a segunda parte do projeto “Democracia Digital”, apoiado pelo Instituto Betty e Jacob Lafer, antes do início das eleições. Os integrantes das cortes regionais eleitorais terão a oportunidade de participar de debates sobre tecnologia de ponta e esclarecer dúvidas sobre o ecossistema da desinformação.É fato que parcerias desse tipo logram bons resultados —não só no México. Em 2018, o TRE de Rondônia debelou uma tentativa de fraude graças a um treinamento recebido da Lupa semanas antes. O órgão prendeu e multou um eleitor que havia postado um vídeo nas redes sociais sugerindo que determinada tecla das urnas fosse colada de forma a impedir o voto em certo candidato.O TRE-RO e a agência comemoram o resultado da parceria até hoje. Se o TSE agir de acordo com o seu projeto, acertará em cheio.
2019-09-17 02:00:00
opiniao
Opinião
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Editorial escancara lado mais sórdido de Bolsonaro, diz leitor
Massacre em presídioA fala do presidente Bolsonaro reflete a parte da sociedade que pretende ver nas penas aplicadas uma vingança da vítima contra o agente delituoso ("'Problemas acontecem', diz Bolsonaro sobre presos mortos em transferência no Pará").Carlos Eduardo Salles (Santos, SP) Mais Coisas que acontecem são acidentes, coisas não previstas. As chacinas dentro do sistema carcerário são previsíveis, acontecem a todo momento. E o Estado é o único responsável pela integridade física e mental dos apenados.Weimar Donini (Florianópolis, SC) É crueldade Bolsonaro não se manifestar imediatamente em atenção aos familiares do massacre no Pará e não informar medidas emergenciais. Ele usa o tempo para machucar famílias que sofreram na ditadura. É inacreditável que seus seguidores não reajam a isso.Maria Elza Sigrist (Campinas, SP) O alto índice de reincidência dos detentos de nosso sistema prisional somente demonstra sua falência ("Massacre de presos no Pará é obra de décadas de descasos e discursos demagógicos"). A solução só virá com estudos técnicos sérios e não contaminados por qualquer viés ideológico.William Charley Costa de Oliveira (Brasília, DF) Nas eleições, nenhum candidato afirma claramente o que fará para restabelecer a ordem nos presídios, e o tema fica totalmente excluído do debate político.Joseberto R. Cruz (Guanambi, BA)Governo BolsonaroÉ puro diversionismo ("Sou assim mesmo, diz Bolsonaro após série de declarações agressivas"). Gostaria que a Folha colocasse ao lado de cada declaração estrepitosa de Bolsonaro a perda de direitos trabalhistas, os ataques ao meio ambiente e medidas econômicas neoliberais realizadas por sua equipe ministerial. Olhamos para um lado e somos atacados pelo outro.Sergio José Dias (Rio de Janeiro, RJ) Mais É impressionante. Metade do volume de todo texto publicado nas páginas da Folha diariamente tem como principal intuito desconstruir Jair Bolsonaro e tudo o mais que ali orbita. Que desperdício de papel.José Marques (São Paulo, SP) Mais FHC talvez tenha sido o presidente menos ruim pós-ditadura ("FHC critica 'incontinência verbal' de Bolsonaro e contesta fala sobre ditadura"). A Comissão da Verdade tem crédito, apesar de ter sido criada sob o governo do PT. É difícil para a família de um torturado e morto pela ditadura ouvir o presidente falar essas besteiras. Na ditadura, houve morte de inocentes, mas de bandidos também. Assunto delicadíssimo. Helio Marcengo (Curitiba, PR)Políticas públicas Mais Prefeito e governador que não constroem vias e viadutos para carros costumam não se eleger ("SP tem 3 das 10 linhas mais lotadas de transporte público do mundo, diz aplicativo", Cotidiano, 31/7). O eleitor tem culpa nisso, pois opta por coisas que aparecem --por isso, o saneamento não tem tanto investimento. A pessoa fica mais satisfeita com a construção de uma avenida do que incomodada com o mau cheiro do rio Pinheiros.Hercilio Silva (Brasília, DF)InfâmiasEditorial corajoso, à altura dos acontecimentos ("Espiral de infâmias"). Mas não adianta só o impeachment, banalizaria ainda mais a República. É preciso um movimento da sociedade, das entidades democráticas e da imprensa por uma reforma política. O processo eleitoral deve ser protegido dos fanáticos religiosos e lobistas. O Congresso, em sua maioria, é um espelho macabro de forças quase tão obscuras quanto o próprio presidente.Ebano Machado Piacentin (Florianópolis, SC)Aplausos ao excelente editorial. A Folha tradicionalmente não vacila em criticar os poderosos e os governos de plantão, fazendo-o sempre (como agora) com independência, coragem e com os olhos na lei e no direito. Essa linha editorial, pela riqueza dos fundamentos, previne, preenche lacuna nas instituições e interpreta com justiça o sentimento patriótico de muitos dos seus leitores.Ruy Luís de Araújo (Jaboatão dos Guararapes, PE) O que há de novidade? Sabiam. Apoiaram. Agora bater panelas? Agora esse editorial? Já é tarde. Falar em reforma da Previdência? Essa aberração! Defender e minimizar o quê?José Renato Sessino Toledo Barbosa (Fernandopólis, SP) Cumprimentos à Folha pelo editorial desta quarta, em que escancara o lado mais sórdido do comportamento do atual ocupante do Palácio do Planalto. Se as entidades representativas da sociedade civil, e até mesmo das instituições militares, comprometidas com o Estado democrático de Direito não entrarem em ação urgentemente para impor limites, o caos estará instalado neste país.Geraldo Tadeu Santos Almeida (Itapeva, SP)Gregorio DuvivierLia a coluna de meu igual e meu irmão no jornal nesta manhã ("Inferências acerca do leitor de jornal"). Curioso meu caso: antes de ver o WhatsApp, leio a manchete e sua coluna. Mais ainda: releio sua coluna em voz alta para minha esposa. Devo ser um excêntrico suburbano ou saudosista da oratória. Seja como for, enquanto o mundo desaba demos risadas.Ricardo Osman Gomes Aguiar (São Paulo, SP)Se estava em dúvida em renovar a assinatura da Folha, a edição desta quarta (31/7) foi o suficiente. Gregorio Duvivier e Guilherme Boulos ("Aumento de população de rua em SP é resultado de química explosiva") tiraram a minha dúvida. Chega.Francisco Carlos Souza Godoi (Mogi Guaçu, SP)SaúdeMuito pertinente o artigo do presidente da ANS ("O paciente no centro da formulação de políticas de saúde"). As organizações de saúde devem priorizar a medicina baseada em evidências, reforçando os tratamentos humanizados. Os treinamentos das equipes e os conselhos consultivos de pacientes são outros meios de trazer compaixão à medicina. O Institute for Heatlhcare Improvement também nos ensina a equilibrar a experiência do paciente, a qualidade do atendimento e o custo. Assim levaremos uma saúde de qualidade para todos.Claudio Lottenberg, médico e presidente do UnitedHealth Group BrasilPARTICIPAÇÃO​Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br.
2019-08-01 02:00:00
paineldoleitor
Painel do Leitor
https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2019/08/editorial-escancara-lado-mais-sordido-de-bolsonaro-diz-leitor.shtml
Prefeitura de SP abre credenciamento para vendedor de comida de rua
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho abre nesta quinta-feira (1º) as inscrições para credenciamento de comerciantes interessados em vender comida de rua na capital. O prazo vai até 16 de agosto.Segundo a administração municipal, sob a gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB), a intenção é abastecer um banco de dados com vendedores de produtos alimentícios e bebidas durante eventos organizados e equipamentos geridos pela secretaria.O credenciamento dá direito à participação em sorteios para compor eventos e feiras promovidos pela secretaria durante um período de 12 meses.Os interessados em participar dos sorteios deverão comparecer pessoalmente à sede da secretaria e entregar uma lista de documentos.1º a 16 de agosto segunda a sexta, das 9h às 17hSecretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho Av - São João, 473 5º Andar, sala 11 Ou por email cde@prefeitura.sp.gov.br - Formulário de Inscrição - Cópia do contrato social devidamente registrado ou Certificado da Condição de Microempreendedor Individual - CCMEI, emitido pela Receita Federal; - Cópia RG e o CPF dos sócios da empresa, quando houver; - Comprovante de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas CNPJ; - Comprovante de inscrição no CCM Cadastro de Contribuintes Mobiliários; - Declaração de que os equipamentos que serão utilizados atendem às condições técnicas necessárias em conformidade com a legislação sanitária, de higiene e segurança do alimento, controle de geração de odores e fumaça; - Certificado de realização de Curso de Boas Práticas de manipulação de alimentos, com carga horária mínima de oito horas, promovido pelos órgãos competentes do Sistema Municipal Vigilância em Saúde do Município de São Paulo - Certificado de Registro e Licenciamento de Veículos CRLV no Município de São Paulo em nome do credenciado para os equipamentos da Categoria A; - Inscrição no Cadastro Municipal de Vigilância em Saúde CMVS do Município de São PauloAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2019-08-01 02:00:00
sao-paulo
São Paulo
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Estação Capão Redondo será ampliada, diz governo Doria
O governo de São Paulo, sob gestão João Doria (PSDB), anunciou nesta quarta-feira (31) que a estação Capão Redondo, da linha 5-lilás do metrô, irá entrar em obras para facilitar o fluxo de passageiros. Atualmente, cerca de 100 mil pessoas utilizam a estação todos os dias.As obras seriam iniciadas ainda nesta quarta-feira e devem durar até novembro. No entanto, o governo afirma que não haverá impacto na operação da linha durante as intervenções.As obras incluem ampliação de 63% do espaço de entrada, implantação de uma passagem para o terminal de ônibus, aumento do número de catracas e substituição da escadaria da calçada por uma rampa. Os serviços são programados pela concessionária ViaMobilidade, responsável por toda a linha 5-lilás. Além de melhorar o fluxo, a justificativa é aumentar a acessibilidade. Segundo Alexandre Baldy, secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, “além de investir na construção de novas estações, é preciso aprimorar aquelas já existentes.”Com as mudanças, espera-se que a estação Capão Redondo possa receber 40% a mais de passageiros vindos da rua. Após a abertura das estações Santa Cruz e Chácara Klabin, em setembro do ano passado, a quantidade de passageiros transportados na linha 5-lilás subiu mais de 90%, segundo o governo. Se em agosto de 2018 eram 320 mil usuários diariamente, hoje, são 600 mil. O número ainda é menor que o transportado pela linha 4-amarela, por onde passam em média 800 mil pessoas por dia útil. Nesta quarta-feira (31), foi entregue o acesso Clínicas na estação Oscar Freire, na linha 4-amarela.Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2019-08-01 02:00:00
sao-paulo
São Paulo
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Um em cada três casos de violência sexual em São Paulo é de vulnerável
Dos 1.366 casos de violência sexual registrados neste primeiro quadrimestre na capital, o estupro de vulnerável, em que a vítima é menor de 14 anos ou possui alguma deficiência ou doença que afete seu discernimento, lidera o ranking com 445 ocorrências (32,6%). Ou seja, quase um terço do total dos crimes cometidos.Na sequência, importunação sexual e estupro contam com, respectivamente, 358 e 274 casos. O levantamento foi conseguido com exclusividade pelo Agora, via Lei de Acesso à Informação da Secretaria de Segurança Pública, do governo João Doria (PSDB).Embora o medo das pessoas seja de sofrer algum crime contra a dignidade sexual nas ruas ou no transporte público coletivo, os números mostram que quase metade dos casos ocorreu dentro de casa: 642, que representam 47%."Em geral, a maioria dos casos de estupros, principalmente de vulneráveis, ocorre nas residências e envolvem pessoas próximas, inclusive parentes como acusados", afirma o advogado Ariel de Castro Alves, especialista em direitos da criança e do adolescente.O que é compartilhado por Roberta Astolfi, pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. "Quando ocorre, majoritariamente, é dentro de casa, onde a criança convive", diz.Além de lamentar a quantidade de estupros no geral, Roberta destaca o fato de atingir o vulnerável. "É um público que não tem como se defender nem é capaz de lidar com a situação do refazer. As sequelas, inclusive, podem ser mais graves", afirma.Tanto Roberta quanto Ariel defendem a educação sexual nas escolas para que, principalmente as crianças, saibam se proteger em possíveis situações do tipo. "Elas têm o direito de rechaçar, de dizer não e que aquilo é errado. Infelizmente, a agressão está dentro de casa", diz a pesquisadora. Ariel aponta que tanto os educadores quanto os agentes de saúde são fundamentais. “Na prevenção quanto para detectar esses casos”, afirma.Na periferia da zona sul, o Grajaú (zona sul) é o distrito que registrou o maior número de casos de violência sexual de janeiro a abril deste ano: 40, segundo o levantamento conseguido pela reportagem.Para Ariel de Castro Alves, além de o Grajaú ter grande densidade populacional, inclusive de crianças e adolescentes, há pouca oferta de políticas públicas. O que pode colaborar na ascensão dos crimes.Com um ano de Grajaú, a promotora de vendas Beatriz Oliveira, 18 anos, presenciou de dentro do ônibus, recentemente, a agressão de um homem contra uma mulher na rua, por volta das 20h. “É uma cena que não sai da minha cabeça”, diz.No mesmo caminho do histórico de violência, vem Brasilândia (zona norte), com 35, e Jardim Ângela (zona sul), com 34.Mas os crimes sexuais também estão no centro da cidade. A região da República aparece empatada com o Jardim Ângela e na praça da Sé foram 24 casos.Cientista política e pesquisadora associada do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Roberta Astolfi acredita que o número de notificações dos crimes de importunação sexual tende a crescer nos próximos meses. No primeiro quadrimestre, já aparece com 358.A recente Lei 13.718/18, na prática, defende a liberdade sexual da vítima e pune o praticante do ato libidinoso. É mais brando que o crime de estupro, com pena a reclusão de 1 a 5 anos."Não chega a ser um estupro, mas uma conduta imprópria agora enquadrada por lei. É um crime novo ainda. Não só as mulheres como as instituições policiais estão criando uma cultura para aderir a novidade e número expressivo de denúncias surgirão", afirma.O levantamento aponta que o período da tarde foi o que concentrou o maior número dos casos, ou seja, 291, que representam 21,6%.A Secretaria de Segurança Pública, do governo João Doria (PSDB), diz, em nota, que os casos de estupro caíram na capital e no estado no primeiro quadrimestre. Segundo a pasta, o trabalho integrado das polícias permitiu redução de 5,3% nas ocorrências dessa natureza na cidade e de 2,7%, no estado. No período, 579 estupradores foram presos em São Paulo.Desde o início do ano, diz, "o governo tem ampliado ações para combater subnotificações desse tipo de crime e acolhimento às vítimas". E que houve a ampliação de uma para dez Delegacias da Defesa Mulher, com atendimento 24 horas. "Até o fim da gestão serão 40 unidades, com atendimento ininterrupto".Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2019-06-14 10:47:00
sao-paulo
São Paulo
https://agora.folha.uol.com.br/sao-paulo/2019/06/um-em-cada-tres-casos-de-violencia-sexual-em-sao-paulo-e-de-vulneravel.shtml
Decretos insensatos
O bolsonarismo alimentou a crença de que sua chegada ao poder representaria uma reviravolta no sistema político instituído após a Constituição de 1988. No Palácio do Planalto, o líder vai conhecendo, isso sim, os limites impostos pelas instituições democráticas.Nos últimos dias, Bolsonaro, que já vinha se deparando, na tramitação da reforma da Previdência, com a necessidade de superar o padrão caótico das relações de seu governo com o Legislativo, sofreu dois revezes que podem ser pedagógicos —um no Supremo Tribunal Federal e outro no Senado.No primeiro caso, os magistrados votaram por impor limites à ofensiva do Executivo para extinguir, por decreto e no atacado, conselhos, comitês e comissões instalados na administração federal com representantes da sociedade.Todos os 11 ministros da corte entenderam que a canetada presidencial não pode atingir os colegiados que tenham sido criados por lei aprovada pelo Congresso Nacional, cuja proporção não se conhece ao certo —num sinal da carência de embasamento técnico da medida editada pelo Planalto.A segunda derrota se deu em votação, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, contrária ao famigerado decreto que flexibilizou o porte de armas no país.Intencionalmente ou não, a providência, que ainda precisará passar pelo plenário das duas Casas legislativas, também representa uma resposta institucional ao que vai se configurando como um emprego abusivo —além de pouco sensato— do decreto presidencial.O mesmo instrumento normativo foi utilizado, na terça-feira (11), para outro ato mal explicado e de péssima repercussão. Foram exonerados os 11 peritos do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, uma instância federal criada em 2013, com a atribuição de produzir relatórios sobre violações de direitos humanos.Embora não tenha estabelecido a extinção do grupo, que já produziu trabalhos relevantes a respeito da situação de presídios nacionais, o governo determinou o fim da remuneração pelos serviços. O esvaziamento ficou evidente.Pode-se considerar que outros órgãos, na União e nos estados, podem e devem se encarregar de tarefas do gênero. Entretanto o laconismo do governo acerca do decreto não faz parecer que tais questões tenham sido consideradas.Só agravam o episódio, além disso, as notórias manifestações pregressas de Bolsonaro em favor da tortura e de praticantes como o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, morto em 2015.Também essa medida deve ser alvo de contestações na Justiça. Se sua forma se mostra duvidosa, o conteúdo é no mínimo infeliz.editoriais@grupofolha.com.br
2019-06-14 02:00:00
opiniao
Opinião
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Acusado de matar bolivianos é extraditado para o Brasil
Após pouco mais de quatro meses de sua prisão, na Bolívia, o acusado de matar e esquartejar uma família de bolivianos, em dezembro de 2018, na zona leste da capital paulista, foi extraditado para o Brasil na noite desta quarta-feira (12). Gustavo Santos Vargas Arias, 36 anos, confessou o crime, segundo um vídeo feito pela polícia e ao qual a reportagem teve acesso na ocasião do triplo homicídio. Mais O casal de bolivianos Jesus Reynaldo Condori, 39, e Irma Morante Sanizo, 38, foi assassinado entre os dias 26 e 27 de dezembro, e o filho deles, Gian Abner Morante, 8, dois dias depois, segundo o próprio Arias, que era cunhado da mãe do garoto.O casal havia desaparecido em 23 de dezembro passado. Os corpos foram encontrados, esquartejados, dentro de sacos plásticos e de uma caixa em Itaquaquecetuba (Grande SP).Segundo o delegado Eliardo Amoroso Jordão, após chegar ao Brasil, o acusado foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória de Pinheiros (zona oeste), onde ficará à disposição da Justiça. "Ele foi indiciado por triplo homicídio qualificado, ocultação de cadáver e também roubo", explicou Jordão.Mais dois bolivianos foram indiciados por participar do crime. Um responde ao caso em liberdade e o outro está preso. A defesa deles não foi encontrada. Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaLeia tudo sobre o tema e siga: Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2019-06-14 02:00:00
sao-paulo
São Paulo
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'Lula foi condenado pelas provas, não pelas conversas', diz leitor
Mensagens vazadasA possibilidade de conluio entre o acusador e o julgador é gravíssima e invalida de imediato qualquer efeito sobre eventuais acusados (“Cresce pressão no STF por suspeição de Moro após vazamento de conversas”). Não só isso: estigmatiza aqueles que representam essas instâncias, tornando-as suspeitas em todos os casos futuros, uma vez que deixa evidentes predisposições e favoritismos. As tentativas de banalizar o acontecido são, portanto, ridículas. Manoel Virgílio de Queiroz (Santana de Parnaíba, SP) É um despropósito pensar que o julgamento feito por Moro tenha sido influenciado, o que nos leva aos seguintes pontos: houve fabricação de provas por parte do Ministério Público?; após a condenação em primeira instância e, com a insistência da defesa do ex-presidente em alegar que não houve lisura por parte de Moro, cabe saber por que a condenação foi confirmada em segunda instância. Parece que esta é mais uma etapa da teoria da conspiração montada por um grupo de criminosos desesperados.Luis Baibich (Curitiba, PR) Existem as leis para serem cumpridas. Se qualquer cidadão não as cumpre, tem que sofrer as punições previstas nas mesmas leis. Portanto, se Moro trabalhou à margem da lei, tem de responder por isso (“Moro, pede pra sair”, de Elio Gaspari).Emidio José Cunha de Carvalho (Rio de Janeiro, RJ) Todas as revelações só demonstram o caráter real dos brasileiros em geral. Não importa a relevância ou não da sua função, não existe respeito aos ordenamentos. Vivemos por aqui um vale-tudo eterno: as pessoas só querem se dar bem e não se importam com os meios para obter resultados. A promiscuidade entre o ex-juiz e o procurador, aventada na “vazajato”, apenas dá o tom de que por aqui a frase “quem nunca errou que atire a primeira pedra” está sempre viva —e pelo visto jamais morrerá.Wagner Lacort (Governador Valadares, MG) Mais Moro e Dallagnol estão passando pela mesma humilhação, angústia, amargura e sofrimento que fizeram passar Lula e seus familiares. Além de toda a perseguição ao Lula, ouvi Marisa, extremamente sofrida e amargurada, contar que policiais federais invadiram o apartamento onde moravam e reviraram tudo o que encontravam, até uma gaveta com as calcinhas dela.Gilcéria Oliveira (São Paulo, SP) Não resta dúvida de que houve conversas (“Ex-chefe da Lava Jato em SP vê diálogos normais e critica STF”). O que ninguém diz é que Lula foi condenado pelas provas, não pelas conversas. Quando muito, houve uma infração funcional. Estão querendo armar um inferno somente com alguns gravetinhos. O tempo corrigirá isso.João Carlos (São Carlos, SP) Sugiro que a procuradora Thaméa Danelon e todos os que pensam como ela, inclusive Moro, leiam o brilhante texto “A essência da Justiça”. Augusto de Arruda Botelho, com muita propriedade jurídica e clareza, explicita por que tem, sim, gravidade a forma de relacionamento entre Moro e os procuradores. Se juízes e procuradores acham isso normal, então, estamos mesmo muito mal. Beatriz Telles (São Paulo, SP) Mais Moro e a missãoO problema dessa gente que se considera com uma “missão” é que messianismo nunca dá certo (“Ministro afirma que hackers de juízes não vão afetar sua missão”). São vaidosos e consideram-se acima do restante da humanidade, com sua moral “ilibada”. Assistir ao deprimente espetáculo em que o balão do herói justiceiro murcha de forma patética é tragicômico. Por essa razão que a Constituição deve sempre e inexoravelmente reger a Justiça. Quando a Constituição e a legalidade são relativizadas, o resultado é trágico.Marlise Santos (Porto Alegre, RS)Preservação de conselhosVitória da democracia representativa contra a sanha autoritária deste governo Bolsonaro (“Supremo forma maioria para restringir extinção de conselhos por Bolsonaro”)! A participação da sociedade nas decisões do Estado só areja e qualifica os processos, inclusive diminuindo a chance de corrupção e da frequente descontinuidade de políticas exitosas devido a mudanças de governo.Paulo Bonilha (Campinas, SP) Barrar extinção é fácil, sem sequer saber o que estão perpetuando e apenas obedecendo de forma burocrática e automática a dispositivos que não levam em conta a realidade financeira e operacional do Estado. Mas esse pessoal é assim: autoriza seus próprios reajustes sem questionamentos, ingerências ou observância à disponibilidade de recursos. Para eles, tudo. Aos demais, a sobra. Ao barrar a extinção, seria oportuno, apenas para embasar a decisão, apontar de onde virão as verbas a serem gastas.Marcos Serra (Porto Alegre, RS)ArmasA caneta do presidente, a qual legisla para poucos, pode mais. Mas a borracha do Senado, a qual legisla para todos, pode mais ainda (“Comissão do Senado derruba parecer pró-decreto de porte de arma de fogo”).Luiz Paulo Barreto (Cabo Frio, RJ) Mais PopulismoPrecisa ser inteligente e ter talento para, com poucas palavras, desvelar o óbvio, dizendo-o de forma simples, como uma tese definitiva (“O populismo é filho da democracia”, de Contardo Calligaris). Parabéns! Compreendi algo que eu circulava, circulava e circulava e ainda não tinha conseguido focar. Vale para tudo, não só para a política. O populismo no dia a dia das redes é evidente.Carlos de Souza Schneider (Porto Alegre, RS)Ex-ministroCelso Amorim deveria pedir desculpas ao Brasil pelo prejuízo econômico e moral que seu partido causou ao país (“A doutrina Trump”). Sua desastrosa atuação fez da nação um saco de pancadas. Embaixadores da Venezuela, do Paraguai, da Bolívia e da China sentiram muito a sua saída.Fernando Eugênio L. do Prado (São Paulo, SP)ColunistaMarcelo Coelho, gosto de ler sua coluna e nesta quarta levei um agradável susto (“Cai a máscara de Moro e companhia”). Nunca vi de sua parte uma contundência tão veemente na denúncia das irregularidades da Lava Jato. Geralmente seus escritos são plácidos e serenos, até pensei que o orixá do Vladimir Safatle tivesse baixado no senhor. Parabéns, a leitura de seu texto ajudou-me a ser mais contundente nas minhas manifestações políticas. José Antônio Pires de Almeida (Itapira, SP)PARTICIPAÇÃOOs leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br.​
2019-06-14 02:00:00
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Painel do Leitor
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A sina dos 30 anos
Desde 1930, o Brasil passou por muitas reviravoltas políticas, mas há uma que aparentemente se repete de 30 em 30 anos —e sempre termina mal. Eleito no final daquele ano, Júlio Prestes não chegou a tomar posse. Os estertores da República Velha, já abalada pelas revoltas tenentistas e pela crise econômica, geraram o levante que guindou Getúlio Vargas ao poder central, iniciando um novo ciclo, de grandes transformações no país. Trinta anos depois, as eleições democráticas de 1960 culminaram com a vitória de um populista, que liderara uma campanha moralista, opondo-se aos governos desenvolvimentistas que lhe precederam, de Vargas e JK, acusados de ligações corruptas com empresários, em especial os da construção civil. Três décadas mais tarde, no fim de 1989, Fernando Collor foi eleito em campanha marcada pela rejeição ao impopular governo José Sarney, do então PMDB, apoiado pelo Centrão (o original) e também acusado de práticas corruptas. Mais Quase três décadas depois, em 2018, Jair Bolsonaro (PSL) se elegeu rechaçando o arranjo político inaugurado com a Nova República e se associando a bandeiras de varrimento da corrupção e da “limpeza” de Brasília. Cada um a seu modo, Vargas, Jânio e Collor buscaram se legitimar sem mediações institucionais, diretamente junto a apoiadores fiéis, desdenhando das relações políticas cooperativas entre Executivo e Legislativo. Vargas assumiu um país dividido politicamente, governou inicialmente sob enorme turbulência, incluindo conflitos armados. Posteriormente, instaurou a ditadura do Estado Novo, fechando o Congresso, extinguindo os partidos e anulando a federação. Mais Deu certo nos tempos propícios a regimes de força; com a onda democrática do pós-guerra, acabou. Depois, governando de forma democrática entre 1951 e 1954, Getúlio teve grandes dificuldades para formar uma coalizão no Congresso, culminando com um processo de impeachment, em junho de 1954, e seu suicídio, dois meses mais tarde. ​Jânio entrou em conflito imediato com o Congresso, sofrendo para lidar com as pressões inerentes ao cargo. Decidiu pelo atalho populista: renunciou depois de apenas sete meses de mandato, queixando-se de “forças terríveis”, na expectativa de que o povo que o elegera no ano anterior se unisse para ungi-lo numa volta triunfante ao cargo, vergando, assim, o Legislativo. Deu errado. Mais Collor, com seu pequeno e desorganizado PRN, foi pouco a pouco forçado a entender que não era possível buscar diretamente a sociedade, seja por meio de pronunciamentos de rádio e televisão, seja por manifestações públicas moldadas para as câmeras. O “presidencialismo plebiscitário” foi identificado à época por Bolívar Lamounier. Tratava-se de uma dimensão do que Guillermo O’Donnell denominara “democracia delegativa”. Em seu ótimo livro "O impeachment de Fernando Collor" (ed. 34), Brasilio Sallum Jr. confirmou essa estratégia de buscar caminhos populistas e antissistema. Deu errado de novo. O presidencialismo de coalizão, ensina Sérgio Abranches, é a forma brasileira da democracia representativa, goste-se ou não. Sua vigência é uma imposição institucional que independe da vontade presidencial e decorre da configuração fragmentária do Congresso, com elevado número de partidos representados. Cabe ao presidente formar e manter coesa uma coalizão de siglas que lhe permita governar —passar projetos, barrar pautas-bomba e, claro, evitar o impeachment, sempre à espreita. Cada um à sua maneira, Sarney, Itamar, FHC, Lula e Temer governaram de forma bem-sucedida sob o presidencialismo de coalizão. Bolsonaro já deu indicações claras de que não compreende o modelo. O presidente entende que a indicação de ministros pelos partidos no Congresso automaticamente leva à corrupção, o que é um engano. Mais Governando principalmente por meio de decretos e medidas provisórias, ele colecionou derrotas —com as negativas do Congresso e do Supremo sobre os decretos das armas e da extinção de conselhos, respectivamente— ou vitórias suadas, como a aprovação da MP 871 (que trata de fraudes previdenciárias), apenas a primeira do governo, no limite do prazo. A reforma da Previdência, a mais importante para o próprio governo, foi deixada solta, fazendo o Congresso, por conta própria, organizá-la, com todo o poder de coordenação recaindo sobre o presidente da Câmara. Mais A lógica do confronto tende a terminar mal. Por outro lado, um pragmatismo no trato tende a ser recompensado com relativa estabilidade, ainda que sob o risco de alienar a parcela radical que o apoia. Como ensinou Ulysses Guimarães, deputado sob Vargas e Jânio, que votou pelo impeachment de Collor e que sustentou a última Assembleia Constituinte, “governo no Brasil é presidente da República mais o Congresso Nacional; presidente sem Congresso não governa”.
2019-06-14 02:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/06/a-sina-dos-30-anos.shtml
Suspeito de ter matado ator em SP pode ter ido para outro estado, diz Polícia
A polícia não descarta a possibilidade de que o comerciante suspeito de matar o ator Rafael Henrique Miguel, 22 anos, e os pais do jovem, no domingo (9), no bairro de Pedreira (zona sul da capital paulista), tenha fugido para outro estado brasileiro. Porém, as possibilidades de locais para onde ele tenha ido não foram informadas.O comerciante Paulo Cupertino Matias, 48 anos, é acusado de matar a tiros o ator e seus pais, Miriam Selma Miguel, 50, e João Alcisio Miguel, 52, no momento em que eles chegaram em frente à casa da namorada do artista, filha do acusado, acompanhados da jovem. O motivo seria ciúmes.A reportagem apurou que, entre segunda-feira (10) e quarta-feira (12) ao menos dois homens, que se apresentaram como advogados de Matias, foram ao 98º DP (Jardim Miriam), responsável pelo caso, para conversar com os responsáveis pela investigação. Os encontros ocorreram, ainda segundo apuração do Agora, para negociar uma eventual rendição do comerciante -que, no entanto, ainda não ocorreu.No pedido de prisão temporária, de 30 dias, expedida contra Matias, a Justiça, menciona que o irmão do acusado, em depoimento, afirmou que o atirador havia supostamente premeditado o crime. "Contou que Matias entrou em contato [com o irmão] pedindo para que o declarante cuidasse da mãe e contratasse um advogado, o que por ele foi feito", diz trecho do documento assinado pela juíza Débora Faitarone.O argumento usado pelo irmão do acusado, para o fato de Matias antecipar que precisaria de um advogado de defesa, é o de que as três vítimas estariam ajudando a namorada do ator a realizar testes em comerciais de TV.A polícia apreendeu em uma praça, na tarde desta quinta-feira (13), um dos quatro carros supostamente usados na fuga do comerciante acusado de matar o ator Rafael Henrique Miguel, 22, e os pais dele. O veículo foi localizado na zona sul da capital paulista. O Chevrolet Montana, preto, estava com o irmão de Paulo Cupertino Matias, 48 anos, acusado pelo triplo assassinato, que até a conclusão desta edição continuava foragido da Justiça. O irmão do comerciante, identidade não informada, alegou que é ele que aparece nas imagens de câmeras de monitoramento, que mostram o veículo sendo usado supostamente pelo acusado para fugir.O parente de Matias ainda afirmou, no 98º DP (Jardim Miriam), por volta das 14h desta quinta, que vai tentar localizar o irmão, para convencê-lo a se entregar à polícia. O comerciante fugiu no dia do crime em um Volkswagen UP! clonado, que também foi apreendido. Mais Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaLeia tudo sobre o tema e siga: Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2019-06-14 02:00:00
sao-paulo
São Paulo
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Emprego não cai do céu
​Poucos países no mundo ostentam, neste momento, taxas de desemprego tão altas ou piores que as do Brasil. Alguns ou estão em guerra fratricida, como a Síria, ou vivem um caos político, como a Venezuela. Felizmente, no Brasil, não estamos enfrentando nenhum problema do tipo, muito menos revoluções ou conflitos étnicos. No entanto, a taxa de desemprego não sai do patamar de 12% a 13% há quase quatro anos. Por que não estamos conseguindo diminuir o desemprego? O governo Michel Temer (MDB) apostou tudo na reforma trabalhista, mas os empregos não apareceram depois dela. O mesmo deve acontecer agora com a reforma da Previdência. Esta é necessária: sozinha, porém, não será capaz de fazer com que as vagas retornem. Para nós, brasileiros, é importante saber como outros países combateram ou combatem esse flagelo. Isso por que há medidas tradicionais que têm sido adotadas com muito sucesso lá fora e que deveríamos tentar repetir por aqui. Afinal, não somos o primeiro país do mundo a registrar alto desemprego. Mais Talvez a mais importante dessas medidas seja a do investimento em infraestrutura. A construção de estradas, ferrovias, aeroportos e hidrelétricas promovem o aumento da competitividade dos países onde são executadas —e isso, por si só, já seria um fator de geração de empregos. Mas o efeito mais direto é a criação de empregos de baixa qualificação, quando da execução das obras. Por exemplo: para se construir uma ferrovia ou rodovia há a necessidade de milhares de trabalhadores sem muita qualificação. E estes são hoje, justamente, a grande maioria dos desempregados. Por que então não se investe mais em infraestrutura? Evidentemente, por falta de recursos financeiros para bancar esses investimentos. Como o governo brasileiro está praticamente “quebrado”, com seu déficit fiscal superando R$ 100 bilhões neste ano, não há como desempenhar o papel de investidor. Se o fizesse, aumentaria ainda mais esse déficit. Os empresários brasileiros também estão com suas capacidades de investimento esgotadas. Logo, se faz necessário atrair empresas de fora, que venham com o capital necessário para realizar investimentos e obras. Este modelo foi tentado no governo Dilma Rousseff PT). Só não funcionou por que as exigências feitas às empresas interessadas eram draconianas —a maioria desistiu de participar. Fundamental que se aprenda com aqueles erros para não cometê-los novamente. Mas o principal é que não se imponham restrições ao ganho das empresas, como foi feito da outra vez. Aliás, nestes últimos anos o Brasil apreendeu muito, e a Lava Jato ajudou a desnudar como funcionam os cartéis de empreiteiras. Uma lição importante é que, se empreiteiras estrangeiras tivessem participado, principalmente das obras da Petrobras, a vida dos cartéis teria sido muito mais difícil, e os acertos de preços que encareceram substancialmente as obras provavelmente não teriam acontecido. Ou seja: há uma razão a mais para abrirmos os mercados de obras de infraestrutura para empreiteiras e capital estrangeiro. Mais Nunca é demais lembrar que a China foi o país que mais cresceu no mundo nos últimos 30 anos. Sua enorme transformação —de um país tão pobre quanto o Brasil, nos anos 80, para a segunda maior potência mundial— começou com os maciços investimentos que o governo chinês fez no final do século passado em obras de infraestrutura. Com isso, gerou os empregos que possibilitaram iniciar a formação de uma classe média que hoje, em tamanho, é a maior do planeta. O Brasil não tem alternativas, pois, a perdurar as atuais taxas de desemprego, a crise social se escancara. Priorizar obras de infraestrutura é a saída inteligente para tornar o país mais competitivo e diminuir substancialmente o desemprego.
2019-06-14 02:00:00
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Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/06/emprego-nao-cai-do-ceu.shtml
Sem Mundial feminino, Bud Basement volta para a Copa América
Após o sucesso no Mundial (masculino), que ocupou um galpão na Barra Funda, o Bud Basement retorna para a Copa América em nova casa, agora, um galpão do Morumbi com decoração inspirada em porões. A abertura coincide com o início do torneio, nesta sexta (14), entre Brasil e Bolívia (a partida começa às 21h30). Além da exibição dos jogos, o local terá atrações ligadas ao futebol, como a presença do Movimento Verde e Amarelo, que criou hinos cantados nas últimas Copas, como como "Mil Gols" e "Brasilsão".Fora os dias de jogos do Brasil (masculino), a casa abre aos sábados; neste, recebe a banda de pagode DDP Diretoria, que devem entoar músicas como "Alô Gatinha". Na terça (18), dia de Brasil x Venezuela, o DJ Marcelo Botelho embala o pós-jogo.O local não tem direitos para transmissão da Copa do Mundo feminina, que acontece simultaneamente à Copa América. Além de São Paulo, o evento acontece em outras cinco capitais, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Salvador. Mais Bud Basement - Av. Ulysses Reis de Mattos, 230, Morumbi. Sex.: 19h. Sáb.: 17h. Até 18/6. 18 anos. Ingr.: R$ 100. Ingr. p/ ingresse.com.br.
2019-06-14 02:00:00
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Passeios
https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2019/06/sem-mundial-feminino-bud-basement-volta-para-a-copa-america.shtml
Quanto vale uma delação?
É inegável que o instituto da delação premiada ganhou relevância no Brasil, especialmente em tempos de Lava Jato. Até porque, a partir de delações premiadas, políticos e empresários do alto escalão foram para a cadeia. Mas pergunta-se: a delação, que precisa ser voluntária, pode ser estimulada ou financiada? Essa indagação surge devido ao chamado Programa de Incentivo à Colaboração, no qual ex-funcionários de empresas envolvidas em casos de corrupção recebem propostas de elevadas indenizações para que formalizem acordos de colaboração premiada. Neste programa, o ex-funcionário que colaborar receberá certa quantia mensal, por vários anos, como recompensa por sua colaboração. E, surgindo “assuntos confidenciais” que devam ser revelados, fica obrigado a informar previamente a empresa, para que esta possa tomar as “medidas de proteção e reparação adequadas”. Justificou-se a iniciativa deste programa de incentivo porque apenas antigos administradores detinham as informações completas de interesse das autoridades. E, caso decidissem não cooperar com as investigações, o resultado poderia ser a “quebra” da empresa pela possível condenação por improbidade, além de elevadas multas de até 80% de seu patrimônio. Na verdade, o Programa de Incentivo à Colaboração estimula financeiramente a realização de acordos de cooperação pelos antigos administradores, possibilitando a celebração de acordo de leniência da empresa com as autoridades públicas, assegurando a continuidade dos seus negócios. Mais Existem argumentos contrários a essa iniciativa, que advertem que o delator estaria recebendo uma dupla premiação, pois, além do benefício da redução da pena no acordo com o Ministério Público, também receberia certa quantia —ou que, ao premiar pessoas que cometeram crimes, a empresa estaria premiando o próprio crime, uma vez que os acordos de delação existem para ressarcir os lesados e não os autores de crimes. Argumentam alguns que, por estar sendo indenizado, o delator poderia não informar tudo que tem conhecimento para não desagradar a empresa que lhe paga. Apelidou-se essa iniciativa de “delação financiada”, que não é ilegal, pois não possui nenhum tipo de previsão legal proibindo-a. Todavia, há quem sustente que esta delação, com pagamento de indenização, comprometeria o requisito da voluntariedade do colaborador, provocando a sua eventual anulação. Por outro lado, o argumento favorável a essa prática tem viés social, pois, ao estimular acordos de delação e de leniência, os crimes seriam punidos, preservando-se as empresas —e, nelas, os empregos e a arrecadação tributária que propicia. Portanto, embora uma realidade, a questão ainda suscita muitas dúvidas entre os juristas, especialmente pelo fato da utilização do instituto da delação premiada ser tão recente em nosso ordenamento jurídico, fazendo surgir questões complexas e controversas, como neste caso da “delação financiada” —o que exige dos operadores do direito seu constante aperfeiçoamento, sempre observando-se as garantias individuais dos cidadãos e a busca da Justiça.
2019-06-14 02:00:00
opiniao
Opinião
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Patrimônio histórico em decadência física
Para cuidar do patrimônio histórico da cidade de São Paulo existem dois setores independentes: o Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) e o DPH (Departamento de estudos técnicos do Patrimônio Histórico), locados na Secretaria Municipal de Cultura. Juntos, eles têm o objetivo de preservar a história da vida de nossos primitivos moradores em seus usos e costumes à luz da arqueologia e dos processos da criação humana, representados por ocupações étnicas de imigrantes que deixaram marcas em nossa evolução política e social, com exemplos significativos de suas realizações. No desenvolvimento dessa responsabilidade, esses órgãos enfrentam questionamentos de alguns setores da sociedade em relação às resoluções adotadas --além da defesa intransigente do ato de tombar, mesmo que o bem esteja em condições deploráveis, sem perspectivas de restauração imediata, o que só acarretará destruição ao longo do tempo. Um dos grandes mestres sobre o tema, arquiteto Carlos Lemos, ensina que "a valorização do patrimônio só pode ocorrer socialmente quando a comunidade, onde o bem cultural está inserido, ("¦) entenda que ele é relevante para contar sua história e construir sua identidade". Mais Pois bem: para representar essa sociedade existem conselhos apoiados por técnicos em patrimônio. Conpresp, Condephaat, do Estado de São Paulo, e Iphan, órgão federal, representam o todo, tendo como parâmetros políticas públicas definidas por governos e comunidade. Atingir consensos quanto aos bens a preservar é tarefa complexa. Cada classe social, cada grupo econômico, cada indivíduo seleciona elementos culturais de seu interesse. Em um país como o Brasil, formado por uma população de imigrantes, não existe identidade nacional coesa, nem mesmo uma só memória coletiva. E não há unanimidade na população para dar sentido e legitimidade aos valores apontados por especialistas nas coisas ligadas à memória, à história e às artes em geral. Mas será que fomos condenados a viver entre ruínas ou, ainda mais triste, testemunhar as cinzas do nosso patrimônio? No planejamento público destacam-se a prefeitura e o estado com crescente participação popular, sendo que a iniciativa privada pode trazer tecnologias e investimentos, formando o tripé de resoluções que capacitará nossas ações no preservar e restaurar o patrimônio histórico. Mais Temos que ter consciência de que a salvação do centro de São Paulo requer ações de políticas públicas de longa duração, e seus protagonistas devem reconhecer que essa recuperação ultrapassa tempos políticos. A revitalização da região central passa pela preservação e restauração do nosso patrimônio histórico de forma sistêmica, dando novos usos aos bens deteriorados, abrigando nosso déficit habitacional, oferecendo locais ao setor de serviços, criando espaços de confortável convivência. Resta dar início a essa ação, sem mais demora.
2019-04-28 02:00:00
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Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/04/patrimonio-historico-em-decadencia-fisica.shtml
Distritos da capital estão esquecidos de cultura e lazer
Cinco distritos da capital não possuem nenhum equipamento cultural, entre cinemas, museus, teatros, bibliotecas e centros, de acordo com pesquisa da Rede Nossa São Paulo. Com exceção de Marsilac, área rural localizada a 45 km da praça da Sé (centro) e no extremo sul da cidade, regiões populosas da Cidade Ademar (zona sul), Vila Medeiros (zona norte), Ponte Rasa e Vila Matilde (zona leste) ficam marginalizadas às atividades que produzam cultura e diversão."Eu tenho fome de ler", diz a ajudante geral Silvia Maria de Souza Gardini, 59 anos de vida e 27 de Cidade Ademar. A moradora pede uma biblioteca pública no bairro. Nascido e criado na região, o mecânico Luiz Gonzaga da Silva Filho, 31, diz que no bairro onde mora se paga até para jogar futebol. "Ou a gente tem de ir até o Shopping Interlagos [em Interlagos, zona sul] em busca de outro tipo de diversão."A pesquisa aponta exatamente que preços mais acessíveis (42%), proximidade de casa (25%) e facilidade de acesso/locomoção (12%) são os principais fatores que fariam com que as pessoas frequentassem mais atividades culturais e de lazer."O estudo revela que a demanda é por equipamentos culturais com preços baixos e descentralizados na cidade. Hoje, inexistem praticamente nas periferias", diz o sociólogo e coordenador da Rede Nossa São Paulo, Américo Sampaio, 30 anos.A pesquisa diz que 28% das pessoas não frequentaram nenhuma atividade cultural nos últimos 12 meses. Neste grupo, o perfil é de gente menos escolarizada, acima de 55 anos, com renda familiar de até dois salários mínimos, pretos e pardos e moradores da zona leste.Caso da cuidadora de idosos Regina Aparecida Albero, 57 anos, que reside na Ponte Rasa e sobrevive de bicos. Ela não tem como bancar o ingresso de um cinema. "Não temos nada aqui", afirma. Nas horas vagas, inclusive, serve de zeladora na praça Giovanni Fiani. "Varro as folhas caídas todos os dias."Quando o poder público não cumpre o seu papel na grande maioria das vezes, sempre existe um cidadão do bem para ajudar o próximo e servir de exemplo. Assim como Jorge Martins, 66 anos, que resolveu vender ou mesmo doar cultura na sua "livraria" improvisada na praça comunitária Ligia Maria Salgado Nóbrega, no Jardim Itacolomi, na Cidade Ademar.Há 33 anos, segundo Martins, ele vende livros usados para a população. Os preços módicos variam entre R$ 1 e R$ 5. "Mas quem não tem dinheiro, claro que leva do mesmo jeito", garante.Os livros, revistas e até mesmo discos de vinis são frutos de doação. "O que não serve para um serve para outro", afirma o vendedor nascido no Espírito Santo do Pinhal (189 km de SP).Ciente da falta de biblioteca pública no bairro, Martins se orgulha de contribuir na educação dos mais jovens. "A salvação da turma aqui sou eu", diz, ao acrescentar que sua banca não tem luxo - ele não soube informar o número atual do acervo."Eu gosto de comprar livros evangélicos, mas tem muito estudante que frequenta aqui", afirma o autônomo Ronei Sales, 34 anos, um dos clientes cativos de Martins.Na hora de ir para casa, Martins joga, simplesmente, lonas práticas na banca para proteção dos livros. "Até hoje, ninguém levou nada daqui", afirma.De vez em quando, o "rapa" da Prefeitura de São Paulo aparece. "Vocês estão levando cultura", diz.As praças que poderiam ser local de diversão onde não há cultura, sofrem com falta de manutenção. Na Cidade Ademar, os brinquedos da praça comunitária estão praticamente todos quebrados.O mesmo ocorre com o escorregador da Praça Vereador João Aparecido de Paula, na Na Vila Matilde. Já na Vila Medeiros, praças praticamente inexistem. "Seria importante ter equipamentos esportivos gratuitos", diz o estudante Vinicius Alves Prado, 21 anos.A Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), diz, em nota, que a Secretaria Municipal de Cultura possui equipamentos em regiões periféricas da cidade como opções de lazer aos cidadãos, além do complexo cultural existente nas regiões mais centrais.A rede municipal de ensino tem 46 CEUs (Centros Educacionais Unificados), todos possuem bibliotecas abertas ao público e salas de teatro, inclusive para apresentação de shows.As regiões citadas são atendidas por CEUs, como a unidade Parelheiros (Marsilac), Tiquatira (Vila Matilde), Jaçanã (Vila Medeiros), Caminho do Mar (Cidade Ademar), Quinta do Sol (Ponte Rasa).Quanto às salas de cinemas, o Circuito SPCine disponibiliza 20 salas em diferentes regiões.Em maio, a Casa de Cultura em Parelheiros, região em que o distrito de Marsilac, será inaugurada. As praças com problemas citadas serão vistoriadas nesta semana.Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da FolhaAssinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
2019-04-28 02:00:00
sao-paulo
São Paulo
https://agora.folha.uol.com.br/sao-paulo/2019/04/distritos-da-capital-estao-esquecidos-de-cultura-e-lazer.shtml
Governo e oposição: sócios da crise
A esquerda sempre postulou o monopólio político da virtude, sustentando deter a fórmula mágica da redenção social. No entanto, após quatro mandatos sucessivos na Presidência da República, entregou o país em condições bem piores (para dizer o mínimo) que aquelas em que o recebeu, com índices econômicos e sociais degradados, ambiente político marcado pela violência, corrupção e divisão da sociedade brasileira. Nunca antes. A tarefa que cabe hoje aos governantes, nas três esferas federativas --e no âmbito dos Três Poderes--, é a de reconstruir o país. O que está posto é de tal magnitude que não pode ser cobrado apenas do governo federal ou mesmo do Congresso Nacional. É tarefa de todos construir um novo pacto. A reforma da Previdência e o ajuste fiscal, portanto, se impõem como emergências e para além das divergências, sejam quais forem. Nesse sentido, não existem governadores ou prefeitos de oposição; todos estão na situação, todos são governo, sócios da mesma crise, não importa a orientação ideológica ou o partido. Por isso mesmo, em que pese caber ao Congresso a palavra final em relação a essas questões, a responsabilidade extrapola de seu âmbito, envolve governos estaduais e prefeituras, que já se encontram em condições de ingovernabilidade. Excluí-los do contexto da reforma, como se cogitou nos últimos dias, no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça, não é a melhor forma de conciliar divergências. Antes de saída simples, sugere forma simplória de fragmentar esforços e enfraquecer a unidade contra a crise. É certo que o Congresso tem seu ritmo e que a complexidade dos temas exige ampla discussão. Mas não parece razoável que estados e municípios fiquem de fora da discussão da reforma. Se assim entenderem que facilita, que se emende a proposta para que tenham liberdade de começarem suas próprias reformas, sem terem que esperar pela que tramita hoje na esfera federal. O governo Jair Bolsonaro (PSL) iniciou seu mandato cuidando dos dois flancos mais vulneráveis da vida brasileira presente: segurança pública e economia. Na sequência imediata da posse do novo Congresso, os ministros Sergio Moro (Justiça), e Paulo Guedes (Economia), encaminharam, respectivamente, os projetos anticrime e de reforma da Previdência. E os detalharam com clareza. Nós, governadores, recebemos o cargo em condições fiscais aterradoras: salários atrasados, infraestrutura em pedaços, dívidas colossais de curto prazo, cofres vazios e uma cultura disseminada de usar cargo público para enriquecer e permanecer no poder. Mais O Congresso, por óbvio, é o âmbito dessa discussão, mas nós, que temos responsabilidade governativa, não podemos ter postura passiva diante desse debate. Precisamos encaminhar aos nossos representantes a realidade que temos de gerir, mostrar o quadro aflitivo em que se encontram nossos cidadãos-contribuintes, até porque seremos os primeiros a declarar moratória. Todos têm sob o seu comando milhões de brasileiros, que, além de sustentarem, com seus impostos, a estrutura da máquina administrativa, padecem na carne e na alma as intempéries decorrentes da crise que há anos --décadas mesmo-- assola o país. As palavras mágicas "ajuste fiscal", repetidas como mantra, significam acertar as contas. É preciso um padrão mínimo de normalidade econômica até para que o debate ideológico flua. Não é possível fazê-lo sobre escombros. Antes, é preciso pôr ordem na casa; do contrário, continuaremos a enxugar gelo. Os números não são de direita ou de esquerda; dois e dois serão sempre quatro, não importa quem ou que doutrina política esteja no governo. E é responsabilidade de todos ajustá-los. Um governador do PT não está em melhor ou diferente situação que a minha, que sou do DEM. As demandas e urgências são as mesmas. Como tal, temos de compartilhar soluções, encontrar caminhos comuns, em sintonia com o governo federal. O momento reclama grandeza. E lucidez.
2019-04-28 02:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/04/governo-e-oposicao-socios-da-crise.shtml
Menino de dez anos escreve carta pedindo conselhos para CEO de companhia aérea
​Um menino de apenas 10 anos viralizou na internet após pedir conselhos para Alan Joyce, o CEO da companhia aérea australiana Qantas.O pequeno australiano, Alex Jacquot, fez perguntas sobre como fundar a sua própria transportadora, e reforçou na carta: "Por favor, leve-me a sério".Joyce publicou o ocorrido nas redes sociais e se ofereceu para um encontro com o jovem empreendedor."Nossos concorrentes normalmente não nos pedem conselhos, mas quando um líder de companhia aérea se aproxima, não podemos ignorá-lo", dizia um tuíte no perfil oficial da Qantas.Alex pretende ser chefe da companhia aérea Oceania Express, e quis conselhos sobre como avançar em seu negócio.Ele afirmou a Joyce que já havia começado a pensar sobre quais tipos de aviões precisaria, número de voos e menu de alimentos, mas que se sentiu perdido para continuar no processo."Visto que são as férias escolares, tenho mais tempo para trabalhar. Mas não tenho nada para fazer (que eu possa pensar). Você tem alguma ideia do que eu posso fazer?" escreveu na carta. "Já que você é o CEO da Qantas, pensei em te perguntar".Joyce agradeceu Alex pelo contato e respondeu que normalmente não dava conselhos aos competidores, mas que faria uma exceção porque também já foi um jovem que estava "tão curioso sobre o vôos e todas as suas possibilidades".Em entrevista a uma rádio de Sydney, Alex disse que ficou tão empolgado com a resposta que correu pela casa por dez minutos. "Não consigo acreditar", disse. Os dois ainda planejam um encontro pessoalmente.
2019-03-12 08:32:00
voceviu
Você viu
https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2019/03/menino-de-dez-anos-escreve-carta-pedindo-conselhos-para-ceo-de-companhia-aerea.shtml
Big Bed Brasil: Loja em Rondônia faz 'prova de resistência' com colchão como prêmio e viraliza
​Parece que o realiy show Big Brother Brasil ganhou concorrência – ou pelo menos, foi o que aconteceu nesta segunda-feira (11).Uma loja de móveis em Porto Velho (Rondônia) resolveu lançar a brincadeira "Big Bed Brasil", que acabou viralizando nas redes sociais.Tratava-se se uma prova de resistência em que participantes ficavam em cima de uma cama. O que aguentasse por mais tempo, levava a super king. Toda a prova foi exibida ao vivo, via Facebook, através de uma live.A disputa começo no meio do dia com 20 participantes, e só foi acabar na madrugada desta terça-feira (12). Perto de meia-noite, o vídeo acumulava cerca de 5.500 espectadores em tempo real e milhares de interações nas redes sociais.Para ganhar a cama, os participantes deveriam seguir uma dezena de regras, como não deitar e não beber água. Ao longo da prova, internautas pediram regras como "não poder usar o celular", que foram acatadas.Gestantes, pessoas com menos de 18 anos ou com alguma doença no sistema nervoso também não poderiam participar da prova, segundo anunciou o funcionário da loja que apresentava a disputa, Wagner.Ao final de uma longa disputa, de 13h25, Wagner ofereceu dois envelopes aos dois participantes restantes: um conteria a cama king, e o outro, uma cama queen. Ao final, foi o universitário Kelvin Miranda, apelidado de Bob pelos internautas, quem venceu o prêmio principal."Foi muito difícil. É a primeira vez que faço isso, estou bem cansado", disse ele, que competiu até os últimos minutos com Bruna e resolveu trocar o prêmio final com a participante.Por conta da repercussão, Wagner já confirmou que haverá uma segunda edição da brincadeira. "O mundo nos assistiu hoje. Mais de 800 mil pessoas nos assistiram", anunciou.
2019-03-12 07:32:00
voceviu
Você viu
https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2019/03/big-bed-brasil-loja-em-rondonia-faz-prova-de-resistencia-com-colchao-como-premio-e-viraliza.shtml
A cada Justiça o que é seu
O futuro do combate à corrupção estará em jogo no STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quarta-feira (13), quando poderá ser decidido a quem compete julgar delitos conexos a crimes eleitorais. Se entender que compete à Justiça Eleitoral o julgamento de crimes comuns de corrupção, o STF sentenciará de morte os esforços até aqui realizados no combate à corrupção, com possibilidade inclusive de nulidade de sentenças já proferidas.A transferência de investigações criminais complexas certamente será uma maneira de garantir a impunidade de investigados poderosos. E isso por que toda a estrutura da Justiça Eleitoral foi pensada para uma finalidade que nada tem a ver com o julgamento de crimes complexos da comum. A bem da verdade, trata-se de uma estrutura incompatível com investigações de grandes esquemas de corrupção.A Justiça Eleitoral foi criada, em 1932, com uma missão institucional muito específica: retirar a organização do processo eleitoral de governantes interessados em seus resultados. Desta finalidade decorrem duas de suas principais funções, que são, aliás, atípicas ao Poder Judiciário: a administrativa, que a possibilita cuidar de aspectos concretos da realização das eleições (atuação executiva), e a regulamentar, que a permite elaborar as regras que regem o processo eleitoral (atuação legislativa). Apenas subsidiariamente há a função jurisdicional de julgar demandas relacionadas às eleições.Desse caráter atípico originam-se várias de suas peculiaridades. Seus juízes são temporários, atuando de 2 a 4 anos na vara eleitoral (1 ou 2 biênios), sendo cedidos por outros ramos do Judiciário, e, não raro, cumulando funções. Além disso, sua constituição é mista, havendo advogados que compõem os tribunais (no TSE e em cada TRE dois advogados indicados pelo presidente da República) e cidadãos comuns atuando ao lado do juiz nas juntas eleitorais.Nenhum demérito aqui à Justiça Eleitoral, que funciona bem para a finalidade que foi pensada. No entanto, é fadar ao fracasso o combate à corrupção querer atribuir as investigações mais complexas a um ramo especializado primordialmente na atividade administrativa e regulamentar de realização e regulação das eleições, com toda a sua estrutura direcionada para isso. Seriam declinados à Justiça Eleitoral justamente alguns dos casos mais sensíveis do direito criminal comum, sabendo-se que ela não tem (nem deveria ter) estrutura para processar esse tipo de crime. O mais preocupante é que bastaria ao agente político corrupto alegar que ao menos parte dos recursos ilícitos recebidos o foi em razão de campanha eleitoral para se valer deste trunfo de impunidade.Recentemente chamou a atenção da opinião pública a confissão do ex-governador Sérgio Cabral (que, é sempre bom lembrar, nada tem de colaboração premiada). Duas partes dessa confissão são eloquentes no presente debate. Primeiramente, Cabral, que sempre afirmou que os recursos ilícitos por ele recebidos eram provenientes de caixa dois de campanha eleitoral, agora admite que a maior parte era, sim, propina recebida em razão de obras públicas. Em segundo lugar, o ex-governador reconhece que nunca levou fé nas investigações e acreditava que seria encontrada uma “saída política” para garantir impunidade a ele e a outros políticos corruptos.Caso o STF tome a decisão equivocada a partir do julgamento desta quarta-feira (13), é bem provável que investigações que poderiam vir a ser futuras condenações e até confissões de agentes políticos que roubaram muitos recursos da saúde e da educação dos cidadãos sejam substituídas pelo riso de escárnio de quem apostou contra a Justiça e em uma “saída política” para garantir a impunidade de seus crimes.
2019-03-12 02:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/03/a-cada-justica-o-que-e-seu.shtml
Globo lança versão hispânica de 'Amores Roubados' nos EUA
Exibida aqui em 2014, a minissérie “Amores Roubados” virou “Jugar con Fuego” para a comunidade hispânica dos Estados Unidos. A coprodução da Globo com a mexicana Telemundo tem elenco que fala espanhol, e o brasileiro Marcelo Serrado.Esse é o principal lançamento da Globo este ano na Natpe, feira internacional de TV que ocorre esta semana em Miami.A emissora apresenta ainda suas produções mais recentes, dubladas em espanhol e inglês, como “Nuevo Sol”/“A Second Chance” (“Segundo Sol”), “El Otro Lado Del Paraiso”/ “The Other Side of Paradise” (“O Outro Lado do Paraíso”) e “Salve Al Rey”/“God Save the King” (“Deus Salve o Rei”). EM CENARenato Góes voltará à TV na próxima novela das seis, "Órfãos da Terra", em março. Enquanto a trama não chega, o ator pode ser visto a partir de hoje no filme “Legalize Já - Amizade Nunca Morre”, uma produção da Academia de Filmes, que chega aos serviços de vídeo sob demanda da TV paga. No longa-metragem, que conta a origem da banda Planet Hemp, Góes vive Marcelo D2. SOB DEMANDAPor falar nas plataformas sob demanda de TV paga, o filme “Bohemian Rhapsody” estará disponível para alugar a partir do dia 7, com 22 músicas a mais que a produção vista nos cinemas, todas com base no show Live Aid, do qual o Queen participou. AUDIÊNCIA EXTRAA RedeTV! comemora ter alcançado a marca de 7 milhões de inscritos no YouTube. A nova temporada do Festival Mazzaropi que a TV Aparecida vem exibindo aos domingos tem dado ao canal uma honrosa quinta posição em audiência em São Paulo, onde a concorrência é alta.  SURTOO beato Jurandir (Paulo Miklos) terá um surto em "O Sétimo Guardião", no capítulo desta quinta-feira (24). Após saber que o chá de ervas que tomou é da loja de Milu (Zezé Polessa), ele esperneia, desmaia e, ao voltar a si, agarra a esotérica. Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2019-01-23 09:00:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/cristina-padiglione/2019/01/globo-lanca-versao-hispanica-de-amores-roubados-nos-eua.shtml
'Fez bem Bolsonaro ao tentar resgatar a credibilidade do país', diz leitor
Flávio BolsonaroTenho certeza que muitos eleitores, assim como eu, votaram em Jair Bolsonaro para a Presidência por falta de opção melhor. Portanto, longe de ser um defensor catequizado de políticos, espero uma resposta plausível entre o discurso da ética e moralidade X atos no mínimo estranhíssimos por parte de seu filho Flávio.Adauto Levi Cardoso (Sorocaba, SP) Parece que temos outro filho que é um “Ronaldinho” nos negócios...Luiz Carlos de Souza (São Paulo, SP) Assim como temos os defensores das irregularidades da esquerda, começam a aparecer os defensores das possíveis irregularidades da direita. A política está parecendo futebol: os defensores de candidatos os defendem como fazem em relação aos seus times. No futebol, querem ganhar até com gol de mão. Na política, querem seus candidatos no poder, mesmo não agindo de acordo com o esperado.Sergio Luiz Alonso (Santos, SP) A confusão está ficando maior: por que fazer 48 depósitos de R$ 2.000 no autoatendimento e não um único de R$ 96 mil na boca do caixa? Por que toda a trabalheira de envelopar 48 vezes? Sei não...Luiz José de Souza (São Paulo, SP)Bolsonaro em DavosFez bem o presidente Jair Bolsonaro, em Davos, ao tentar resgatar a credibilidade e principalmente os investimentos estrangeiros no país, para diminuir o altíssimo e triste índice de desemprego no Brasil, tragédia causada pelo PT e comparsas, que destruíram a economia. Que seja bem-sucedido.André Luis Coutinho (Campinas, SP) Mais Uso de armas de fogoAcho curioso que precisemos argumentar contra a posse e o porte de armas em um país indecentemente violento como o Brasil. Estes são os novos tempos, em que a mais básica racionalidade virou raridade (“Mais da metade dos roubos e furtos de armas em SP são em casas e comércios”).Hugo Almeida (Mariana, MG) O ponto de vista de Onyx expõe um simplismo assustador, mais armas quer dizer menos mortes (“Em defesa do direito à legitima defesa”). O mais absurdo: o povo pediu. Essa lógica impõe ações imperativas por parte deste já falido governo. Com isso, como o Estado é laico, não será imposto qualquer valor doutrinário. O povo decidiu que o Estado não deve se meter nas relações de pessoas, sejam elas hétero ou homossexuais. E o povo decidiu que quer transparência, o que definitivamente, diante de recentes acontecimentos, está longe de ocorrer.Renato Caetano de Jesus (Santos, SP)Fiscalização do IbamaCuriosa essa história de querer punir fiscais do Ibama por aplicação de multas “consideradas inconsistentes” (“Ministério quer punir fiscais que apliquem multas inconsistentes”). Também vão punir juízes que derem ganho de causa a ações revistas e modificadas por tribunais? Se há uma indústria das multas, quem se beneficia dela? O fiscal? Juliana Fajardo Silveira (Juiz de Fora, MG)Estado e religiãoÉ simples afirmar a laicidade estatal. Mais complicado é refletir sobre a legitimidade de quem ocupa um cargo público e por meio dele manifesta sua fé. À sociedade não interessa se o ministro A ou o servidor B tem ou não religião, e sim que preste o serviço pelo qual é remunerado de forma técnica, não baseado em fé ou religião. A laicidade não se limita à máquina pública, mas aos seus agentes (“Pelo fim da intolerância”, de Damares Alves e Sérgio Augusto de Queiroz).Evandro de Oliveira Belem (Presidente Prudente, SP)Redes sociaisMuito bom o texto “O desafio de governar com redes sociais” (de Ronaldo Lemos). A comparação do político com o “influencer” é muito pertinente. Mas acho que, no caso do político, essa ilusão de contato é ainda mais nociva, pois dá a sensação de participação ao eleitor e, depois, a frustração acaba sendo com a política em geral, não só com o candidato eleito. Aquele desiludido com o “influencer” perde um amigo imaginário. O decepcionado com o político perde a fé na democracia.Rafael Benaque (São Paulo, SP) O que me deixa insatisfeito é que as redes sociais, principalmente o WhatsApp, se tornaram ferramentas exclusivas de comunicação em diversos contextos, o que bloqueia uma emancipação pessoal dessas tecnologias, haja vista a carga negativa que esses algoritmos nos provocam (“Na direção certa”, de Pablo Ortellado).Diego Aguiar (Engenheiro Beltrão, PR)Aprender a pensarNosso sistema educacional falha ao não transmitir aos alunos a importância das matérias que ensinam o cidadão a pensar (“De onde vem o ódio?”). Os mesmos que, na escola, não entendem o porquê do ensino de determinados conteúdos são os adultos que não conseguem ler as entrelinhas do que lhes é apresentado. Como bem disse a pesquisadora, diploma não é sinônimo de inteligência. Formamos um exército de bons técnicos incapazes de compreender. O tipo preferido dos políticos...Ezequiel Limirio Silva (Uberaba, MG)Futuro da VenezuelaEspero que a Venezuela possa se recuperar dos traumas e retornar à democracia, sendo um país pacífico e bom para viver (“Oferecemos anistia a militares que podem desertar de Maduro”).Felipe Araújo Braga (Caieiras, SP) Mais Gabinete 24Símbolos são relevantes (“Senado suprime há quatro anos gabinete 24”). Além de moldar o imaginário popular, criam coesões sobre certas tomadas de posição e de valor. O que o Senado fez é bastante grave, além de ser infantil e ir contra o espírito constitucional e democrático. Parabéns à Folha por ser um jornal atento e uma luz na mídia.Mateus O. Sousa (Belo Horizonte, MG) Quanta besteira enquanto há tantos problemas para o Senado resolver. Se fosse assim, todas as pessoas que fazem aniversário no dia 24, como um dos meus filhos, deveriam mudar a data. Este país é surreal.Edmundo José Santiago (Alagoinhas, BA) Mais ​​PARTICIPAÇÃOOs leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br.​​
2019-01-23 02:00:00
paineldoleitor
Painel do Leitor
https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2019/01/fez-bem-bolsonaro-ao-tentar-resgatar-a-credibilidade-do-pais-diz-leitor.shtml
Carlos Ghosn: por que o silêncio?
​Um dos mais respeitados executivos mundiais da indústria automobilística, um homem credor do maior respeito pessoal e profissional, a cuja atuação dedicada e bem-sucedida se devem milhares de empregos na França, Japão, Brasil e outros países, decola de Paris, em um dia de novembro no avião da companhia que preside. Ao desembarcar no Japão, começa um pesadelo: é levado preso, com base em delações do vice-presidente da companhia japonesa, que no dia seguinte assume o seu lugar. Desde então é mantido nessa situação como se fosse um marginal de alta periculosidade. Será essa prisão fruto do ambiente anti-internacionalista que parece prenunciar um mundo de intolerância e economias fechadas? Será que as alegadas dúvidas a respeito de tributos sobre o salário, em contas auditadas pelos maiores auditores independentes do mundo e aprovadas pelos comitês de auditoria da Renault e da Nissan, justificam isso? Que "Estado de Direito" é este? Carlos Ghosn nasceu em 1954 em Rondônia. Diplomou-se na École Polytechnique, com especialização na École de Mines. Um Polytechnique X-Mine é uma das mais altas formações acadêmicas dentre as Grand Écoles da França. Sua carreira profissional foi brilhante e apareceu sob os holofotes há cerca de 20 anos, quando foi designado pela Renault para comandar a Nissan, então quase falida, da qual a empresa francesa havia adquirido cerca de 40% do capital. Para estupor do establishment empresarial japonês, Ghosn introduziu na Nissan o mérito, a participação nos resultados e o afastamento dos incompetentes num sistema até então de carreiras perpétuas na mesma empresa, de lealdades para o bem e para o mal. Os resultados não demoraram a surgir. A Nissan virou a estrela do mercado, com novos modelos lançados em prazo curto, plataformas modernas. Os lucros voltaram e ultrapassaram os da própria Renault. Mergulhou na tecnologia e lançou o mais vendido carro elétrico, o Nissan Leaf. E incansável, 20 anos após chegar ao Japão, então presidindo a Renault, coloca debaixo da "aliança" a Mitsubishi. Mais A caminho de reestruturar o comando das empresas japonesas para continuar a expansão, é levado para a cadeia, onde permanece em condições físicas e psicológicas adversas. As vagas acusações, que ele nega, são algum tipo de imposição de prejuízos à companhia em benefício próprio. Data? 2008, e outras de três ou quatro anos atrás. Algumas prescritas. Quem acusa é o beneficiário que virou presidente em seu lugar. E a Justiça japonesa, extremada em matéria de manter presos sem culpabilidade caracterizada como forma de extrair confissões, recusa a liberdade sob fiança. Quem conhece Ghosn --eu, particularmente, como antigo presidente da Câmara de Comércio França-Brasil-- está indignado com esta situação, que deveria merecer maior atenção das nossas autoridades. Ghosn inaugurou uma nova etapa da Renault-Nissan no Brasil, transformando-a numa indústria que gera milhares de empregos. Recentemente, foi um dos patrocinadores da Olimpíada em nosso país, onde lançou o Nissan Kicks --um sucesso. Não se quer nada além de um processo justo e transparente. Estamos assistindo quietos a uma tentativa de humilhação e de dobrar o ânimo de um homem de qualidade que, extremamente abatido, já perdeu dez quilos desde novembro. Mais A comunidade empresarial brasileira e qualquer brasileiro de mínimo bom senso repudiam o que está ocorrendo e esperam que suas autoridades maiores se mexam, como aliás estão fazendo as autoridades francesas, que apoiam Ghosn. No fundo, trata-se de uma guerra suja, num mundo que, dessa forma, vai se fechando à globalização.
2019-01-23 02:00:00
opiniao
Opinião
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Estreia internacional
Foi satisfatória, embora sucinta demais, a primeira fala do presidente Jair Bolsonaro (PSL) fora do Brasil. No principal auditório do Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), o mandatário vestiu bem o figurino protocolar e, diante de potenciais investidores, privilegiou a sua agenda em prol dos negócios.Tratou também de corrigir algumas bravatas infelizes que haviam surgido na retórica presidencial e em manifestações do núcleo ideológico ao seu redor. O compromisso com a preservação ambiental talvez seja a mais alvissareira dessas mensagens reparadoras.Ao lembrar seus espectadores de que o Brasil utiliza parcela minoritária de seu território para atividades agropecuárias que ajudam a alimentar o planeta, Bolsonaro afirmou ser perfeitamente possível o país avançar na conciliação de objetivos ecológicos e produtivos.A confirmação, pelo próprio presidente após o discurso, de que o país permanecerá no Acordo de Paris —pacto pelo controle dos gases que favorecem o aquecimento planetário— reforçou o recado.Para quem flerta com um ideário estapafúrdio e incoerente chamado antiglobalismo, a simples presença benfazeja no palco coruscante do “globalismo”, além dos votos por um mundo de paz, liberdade e democracia, constitui um alívio.Colocam-se pragmatismo e bom senso onde antes vicejou o irracionalismo muitas vezes delirante. No capítulo das reformas econômicas, no qual se ressalta a previdenciária, a intervenção do presidente deixou mais a desejar.Havia tempo para detalhar melhor as linhas mestras do projeto, circunscrever parâmetros e dimensionar a distribuição dos sacrifícios entre as categorias. Havia também altíssimo interesse da plateia. Nem o tempo nem o interesse foram aproveitados, entretanto.Os desdobramentos desse debate pelo visto inconclusivo dentro do governo puderam ser divisados apenas nos bastidores do encontro nos Alpes suíços, ainda assim em meio a ruídos e lacunas.A cota dos militares na divisão dos custos da reforma parece convergir para o alongamento de seu tempo de contribuição, dos atuais 30 anos para 35. O anúncio do projeto completo para a Previdência ficaria para logo após a cirurgia abdominal de Bolsonaro, programada para a semana que vem.Outra relação que a esta altura vai se explicitando é entre o avanço do noticiário policial envolvendo o senador eleito Flávio Bolsonaro, de um lado, e a dependência presidencial do sucesso da agenda de reformas econômicas, do outro.As suspeitas contra o filho prejudicam a imagem de Jair Bolsonaro na agenda dos costumes, pivô do seu discurso eleitoral moralista. Sem arrancada econômica no horizonte, não haverá vetor capaz de contrabalançar esse desgaste.editoriais@grupofolha.com.br
2019-01-23 02:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/01/estreia-internacional.shtml
Democracia na atualidade
Nesta quadra difícil pela qual passam o país e o mundo, em que a violência real ou simbólica contra supostos inimigos e aqueles que pareçam diferentes cresce dia a dia, potencializada por ódios e incompreensões de toda espécie, é preciso retomar a discussão acerca da democracia. Embora do ponto de vista etimológico signifique simplesmente governo do povo, ela expressa uma ideia muito mais densa, plasmada que foi por lutas multisseculares contra a tirania e a opressão. Alguns, ainda apegados a concepções do século 18, definem-na como um regime que limita o exercício do poder. Outros, buscando aperfeiçoar sua prática, fazem-na corresponder a certo modo de governar ou escolher os governantes. Dalmo Dallari, revisitando o tema, identifica três questões que merecem ser mais bem debatidas. Primeira: como fazer com que prevaleça efetivamente a supremacia da vontade do povo? Segunda: como evitar que a liberdade prepondere sobre a igualdade ou vice-versa? Terceira: como evitar que a democracia seja identificada com determinada forma ou sistema de governo? Quanto à primeira, constata-se que continua necessário aprimorar os instrumentos legais e políticos existentes para garantir a livre expressão e manifestação da vontade dos cidadãos. Não basta apenas assegurar o voto direto, secreto, universal e periódico, sendo essencial resguardá-lo contra quaisquer interferências espúrias, especialmente as levadas a efeito pelas hoje onipresentes mídias eletrônicas, ressalvada a legítima divulgação de dados e opiniões. No tocante à segunda, sabe-se que tanto a liberdade ilimitada usufruída só pelos economicamente privilegiados, tal como a igualdade levada a extremos em favor dos menos aquinhoados, termina por sufocar uma das duas. A história evidencia que o aumento desmedido de um desses valores ocorre sempre em detrimento do outro, cumprindo encontrar-se um meio termo entre ambos. Com referência à última, a experiência mostra que monarquias ou repúblicas, bem assim parlamentarismos ou presidencialismos, são equivalentes em virtudes e defeitos, revelando-se ou mais ou menos compatíveis com os ideais democráticos a depender do local ou momento em que vigoram. O mesmo ocorre com as distintas metodologias eleitorais, que se resumem a técnicas alternativas de captação do sufrágio popular. Por essas razões, quem cogita de democracia atualmente, seja qual for a respectiva inclinação ideológica, há de ter como ponto de partida a plena fruição dos direitos fundamentais, compreendidos em suas várias gerações ou dimensões; a saber, direitos individuais e sociais, além dos denominados direitos de fraternidade ou solidariedade, dentre os quais sobressai a defesa do meio ambiente. Democracia assim entendida abrange ainda o princípio da proibição do retrocesso, contemplado na Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948, promulgada pela ONU, a qual enumera --mas não esgota-- as franquias essenciais para uma convivência minimamente civilizada entre as pessoas, sobretudo em se tratando da proteção de minorias e grupos vulneráveis.
2018-12-04 02:00:00
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