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Página
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338
Número Único
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6
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Julgado em
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Publicado em
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Órgão Julgador
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Classe
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Classe Feito
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Relator
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Ação
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Assunto
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Tipo de julgamento
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Teor da Jurisprudência
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1026061-55.2024.8.11.0001
20/02/2025
21/02/2025
Primeira Turma Recursal
RECURSO INOMINADO
TURMA RECURSAL CÍVEL
EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI
DIREITO DO CONSUMIDOR (1156) \ Responsabilidade do Fornecedor (6220) \ Indenização por Dano Moral (7779)
Cível
Indenização por Dano Moral
NÃO INFORMADO
ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PRIMEIRA TURMA RECURSAL GABINETE 4 RECURSO INOMINADO N.° 1026061-55.2024.8.11.0001 RECURSO INOMINADO N.º 1026061-55.2024.8.11.0001 Recorrentes: Marcos Guimarães da Mata Machado e Rayanny Livia Miranda Noceti. Recorridos: Decolar. com Ltda e Compania Panamena de Aviacion S.A. EMENTA: DIREITO DO CONSUMIDOR. RECURSO INOMINADO. TRANSPORTE AÉREO INTERNACIONAL. IMPEDIMENTO DE EMBARQUE POR AUSÊNCIA DE ATESTADO DE VACINAÇÃO CONTRA FEBRE AMARELA. DEVER DE INFORMAÇÃO CUMPRIDO PELO FORNECEDOR. CULPA EXCLUSIVA DO CONSUMIDOR. INEXISTÊNCIA DE FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. EXTRAVIO DE BAGAGEM COM DEVOLUÇÃO NO MESMO DIA. INOCORRÊNCIA DE DANO MORAL. RECURSO DESPROVIDO. I. CASO EM EXAME 1. Recurso Inominado interposto por consumidores contra sentença que julgou improcedente o pedido de indenização por danos materiais e morais decorrentes do impedimento de embarque em voo internacional por ausência de atestado da vacina contra febre amarela e do extravio temporário de bagagem. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 2. Há três questões em discussão: (i) verificar se houve falha no dever de informação das empresas recorridas acerca da exigência de vacina contra febre amarela; (ii) definir se houve responsabilidade das recorridas pelo extravio temporário da bagagem; e (iii) apurar se os fatos narrados geram direito à indenização por danos morais e materiais. III. RAZÕES DE DECIDIR 3. O artigo 14, § 3º, inciso II, do Código de Defesa do Consumidor estabelece que o fornecedor de serviços não será responsabilizado quando houver culpa exclusiva do consumidor. 4. Restou comprovado nos autos que as empresas fornecedoras informaram previamente, por e-mail e demais documentos contratuais, a exigência do certificado internacional de vacinação contra febre amarela com antecedência mínima de 10 (dez) dias, não havendo falha no dever de informação. 5. A ausência de comprovação da vacinação caracteriza culpa exclusiva dos consumidores, afastando a responsabilidade das fornecedoras pelo impedimento de embarque. 6. O extravio temporário da bagagem, com devolução no mesmo dia da chegada ao destino final, não gera dano moral indenizável, considerando-se o curto período do ocorrido. IV. DISPOSITIVO E TESE 7. Recurso desprovido. Tese de julgamento: 1. O fornecedor de serviços cumpre o dever de informação ao disponibilizar, de forma clara e antecipada, as exigências sanitárias necessárias para o embarque internacional, não respondendo pelos prejuízos decorrentes da inobservância dessas orientações pelo consumidor, afastando o dever de indenizar. 2. O extravio temporário da bagagem, com devolução no mesmo dia da chegada ao destino final, não configura situação apta a gerar indenização por danos morais. Dispositivos relevantes citados: Código de Defesa do Consumidor, artigo 14, § 3º, inciso II. Jurisprudência relevante citada: Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, Recurso Inominado n.º 1046805-08.2023.8.11.0001, Rel. Juiz Valmir Alaércio dos Santos, Terceira Turma Recursal, j. 15/03/2024; Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, Recurso Inominado n.º 10121322520198110002, Rel. Juíza Lúcia Peruffo, Turma Recursal Única, j. 16/03/2021. (N.U 1026061-55.2024.8.11.0001, TURMA RECURSAL CÍVEL, EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI, Primeira Turma Recursal, Julgado em 20/02/2025, Publicado no DJE 21/02/2025)
1
1053334-09.2024.8.11.0001
20/02/2025
21/02/2025
Primeira Turma Recursal
RECURSO INOMINADO
TURMA RECURSAL CÍVEL
EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI
DIREITO DO CONSUMIDOR (1156) \ Responsabilidade do Fornecedor (6220) \ Indenização por Dano Moral (7779)
Cível
Indenização por Dano Moral
NÃO INFORMADO
ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PRIMEIRA TURMA RECURSAL GABINETE 4 RECURSO INOMINADO N.° 1053334-09.2024.8.11.0001 Recurso Cível Inominado n.° 1053334-09.2024.8.11.0001 Recorrente: Gol Linhas Aéreas S.A. Recorridos: Jose Francisco Diorio Catini EMENTA RECURSO INOMINADO. RELAÇÃO DE CONSUMO. TRANSPORTE AÉREO. CANCELAMENTO DE VOO. ATRASO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DANO MORAL CONFIGURADO. REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. I. CASO EM EXAME Recurso inominado interposto pela fornecedora em face da sentença que julgou parcialmente procedentes os pedidos de indenização por danos morais, em razão de cancelamento de voo que resultou em atraso de mais de cinco horas na chegada ao destino contratado. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO Há duas questões em discussão: (i) definir se a companhia aérea deve ser responsabilizada pelo cancelamento do voo e o consequente atraso na chegada ao destino; (ii) estabelecer se o valor da indenização por danos morais deve ser reduzido. III. RAZÕES DE DECIDIR A companhia aérea responde objetivamente pelos danos causados aos passageiros em decorrência de falhas na prestação do serviço, conforme estabelece o Código de Defesa do Consumidor. O cancelamento do voo e o atraso na chegada ao destino configuram falha na prestação do serviço, sendo irrelevante o fato de o bilhete ter sido adquirido perante outra companhia aérea, sendo a recorrente responsável pela execução do trecho. A ocorrência de falhas técnicas ou a necessidade de readequação da malha aérea não exime a transportadora de sua responsabilidade, pois se trata de fortuito interno, inerente ao risco da atividade empresarial. O dano moral decorre do atraso injustificado e dos transtornos causados ao passageiro, caracterizando lesão aos direitos da personalidade. O valor da indenização deve observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, sendo adequada a sua redução para R$ 3.000,00 (três mil reais) em consonância com precedentes desta Turma Recursal. IV. DISPOSITIVO E TESE Recurso parcialmente provido. Tese de julgamento: A companhia aérea responde objetivamente pelos danos causados ao consumidor em razão de falha na prestação do serviço, salvo se demonstrada excludente de responsabilidade. O cancelamento de voo e o atraso na chegada ao destino configuram dano moral indenizável. O quantum indenizatório deve observar os critérios de razoabilidade e proporcionalidade, podendo ser reduzido quando excessivo. Dispositivos relevantes citados: Código de Defesa do Consumidor, artigo 14; Código de Processo Civil, artigo 373, inciso II; Lei nº 9.099/1995, artigo 55. Jurisprudência relevante citada: Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, Recurso Inominado nº 1026862-60.2023.8.11.0015, Segunda Turma Recursal, Rel. Juiz Antonio Veloso Peleja Junior, julgado em 08/07/2024. (N.U 1053334-09.2024.8.11.0001, TURMA RECURSAL CÍVEL, EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI, Primeira Turma Recursal, Julgado em 20/02/2025, Publicado no DJE 21/02/2025)
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1049086-05.2021.8.11.0001
20/02/2025
21/02/2025
Primeira Turma Recursal
RECURSO INOMINADO
TURMA RECURSAL CÍVEL
EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI
DIREITO CIVIL (899) \ Coisas (10432) \ Propriedade (10448) \ Condomínio em Edifício (10463) \ Despesas Condominiais (10467)
Cível
Despesas Condominiais
NÃO INFORMADO
ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PRIMEIRA TURMA RECURSAL GABINETE 4 RECURSO INOMINADO N.° 1049086-05.2021.8.11.0001 Recurso Cível Inominado n.° 1049086-05.2021.8.11.0001 Recorrente: Banco Santander (Brasil) S.A. Recorrido: Condomínio Edifício Costa Brava EMENTA DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO INOMINADO. EXECUÇÃO DE TAXAS CONDOMINIAIS. ILEGITIMIDADE PASSIVA. INOCORRÊNCIA. IMISSÃO NA POSSE NÃO COMPROVADA. OBRIGAÇÃO PROPTER REM. RESPONSABILIDADE DO PROPRIETÁRIO REGISTRAL. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. RECURSO DESPROVIDO. I. CASO EM EXAME 1. Recurso inominado interposto em face de sentença que julgou parcialmente procedentes os embargos à execução, reconhecendo o excesso de execução e rejeitando a preliminar de ilegitimidade passiva, extinguindo o feito com resolução de mérito nos termos dos artigos 920, III, e 924, II, do Código de Processo Civil. 2. O recorrente alega ilegitimidade passiva sob o argumento de que o imóvel gerador das taxas condominiais foi arrematado em leilão e que, portanto, a responsabilidade pelo pagamento das cotas condominiais não lhe compete. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 3. Há uma única questão em discussão: a legitimidade passiva do recorrente para responder pela cobrança de taxas condominiais, considerando a alegação de que o imóvel foi alienado, mas sem o devido registro da transferência de propriedade. III. RAZÕES DE DECIDIR 4. A obrigação condominial possui natureza propter rem, vinculando-se ao imóvel e sendo de responsabilidade do proprietário registral, salvo comprovação de que a posse foi transferida e reconhecida pelo condomínio. 5. O contrato de compra e venda não é suficiente para a transferência da propriedade, exigindo-se o devido registro perante o cartório de imóveis, nos termos do artigo 1.245 do Código Civil. 6. O recorrente não comprova a imissão na posse pela promissária compradora, tampouco a ciência do condomínio sobre eventual transferência de responsabilidade, não se desincumbindo do ônus probatório que lhe competia, conforme dispõe o artigo 373, II, do Código de Processo Civil. 7. A jurisprudência consolidada reconhece que o responsável pelo pagamento das taxas condominiais é aquele que detém a posse ou o domínio do imóvel, não bastando a mera promessa de compra e venda sem o respectivo registro ou imissão na posse. IV. DISPOSITIVO E TESE 8. Recurso desprovido. Tese de julgamento: 1. A responsabilidade pelo pagamento de taxas condominiais recai sobre o proprietário registral do imóvel, salvo comprovação de transferência da posse e ciência do condomínio. 2. O contrato de compra e venda não transfere a propriedade do imóvel, sendo indispensável o registro imobiliário para a modificação da titularidade. 3. Cabe ao executado demonstrar a imissão na posse pelo terceiro adquirente e a ciência do condomínio quanto à transferência da responsabilidade condominial. Dispositivos relevantes citados: Código de Processo Civil, artigos. 373, II, 920, III, e 924, II; Código Civil, artigo 1.245. Jurisprudência relevante citada: TJMT, N.U 1007944-66.2019.8.11.0041, Segunda Câmara de Direito Privado, julgado em 16.11.2022; TJMT, N.U 1011960-52.2020.8.11.0001, Turma Recursal Única, julgado em 13.09.2021. (N.U 1049086-05.2021.8.11.0001, TURMA RECURSAL CÍVEL, EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI, Primeira Turma Recursal, Julgado em 20/02/2025, Publicado no DJE 21/02/2025)
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1017368-47.2022.8.11.0003
20/02/2025
21/02/2025
Primeira Turma Recursal
RECURSO INOMINADO
TURMA RECURSAL CÍVEL
EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI
DIREITO CIVIL (899) \ Responsabilidade Civil (10431) \ Indenização por Dano Material (10439)
Cível
Indenização por Dano Material
NÃO INFORMADO
ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PRIMEIRA TURMA RECURSAL GABINETE 4 RECURSO INOMINADO N.° 1017368-47.2022.8.11.0003 Recurso Cível Inominado n.° 1017368-47.2022.8.11.0003 Recorrente: G10 Transportes S.A. Recorrido: GCD Laburu Transportes Ltda. EMENTA DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE COBRANÇA. TRANSPORTE DE CARGAS. FRETE. DEMORA EXCESSIVA NO CARREGAMENTO DO PRODUTO E LIBERAÇÃO DO VEÍCULO. PLEITO DE PAGAMENTO DA ESTADIA. LEI 11.442/07. FALTA DE PROVA EFETIVA DA ALEGAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE PRÉVIO AGENDAMENTO. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO INICIAL. RECURSO PROVIDO. I. CASO EM EXAME 1. Recurso Inominado interposto por G10 Transportes S.A. contra sentença que julgou parcialmente procedentes os pedidos formulados por GCD Laburu Transportes Ltda., condenando a recorrente ao pagamento de R$ 10.105,05 (dez mil e cento e cinco reais e cinco centavos) a título de indenização por incidente de espera/estadia. O recorrente sustenta inexistência de obrigação indenizatória, requerendo a improcedência do pedido inicial. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 2. A questão em discussão consiste em verificar se a parte recorrida comprovou a necessidade de indenização por demora no descarregamento da carga transportada. III. RAZÕES DE DECIDIR 3. O ônus da prova quanto à ocorrência do direito alegado recai sobre a parte que formula o pedido, conforme dispõe o art. 373, I, do Código de Processo Civil. 4. A recorrida não apresentou prova suficiente do agendamento prévio para descarregamento, elemento essencial para a configuração do dever de indenizar. 5. A jurisprudência do Tribunal de Justiça de Mato Grosso orienta que, na ausência de comprovação efetiva do tempo de espera e da responsabilidade pelo atraso, a cobrança de estadia deve ser rejeitada. 6. O art. 11, § 1º, da Lei nº 11.442/2007 determina que o transportador deve comunicar ao destinatário a chegada da carga, mas não impõe automaticamente responsabilidade por eventual demora no descarregamento sem prova da inobservância de dever contratual. IV. DISPOSITIVO E TESE 7. Recurso provido. 8. Tese de julgamento: 1. O ônus da prova sobre o direito à indenização por demora no descarregamento cabe ao transportador que pleiteia a estadia, devendo comprovar o agendamento prévio e a efetiva espera além do prazo razoável. Dispositivos relevantes citados: Código de Processo Civil, artigo 373, inciso I; Lei nº 11.442, de 2007, artigo 11, parágrafo primeiro. Jurisprudência relevante citada: TJMT, Recurso Inominado nº 1022082-21.2020.8.11.0003, Relator Sebastião de Arruda Almeida, julgado em 29/06/2023. (N.U 1017368-47.2022.8.11.0003, TURMA RECURSAL CÍVEL, EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI, Primeira Turma Recursal, Julgado em 20/02/2025, Publicado no DJE 21/02/2025)
1
1026343-96.2024.8.11.0000
20/02/2025
21/02/2025
Turma de Câmaras Criminais Reunidas
REVISÃO CRIMINAL
CÂMARAS CRIMINAIS REUNIDAS
JOSE ZUQUIM NOGUEIRA
DIREITO PENAL (287) \ Crimes Previstos na Legislação Extravagante (3603) \ Crimes de Tráfico Ilícito e Uso Indevido de Drogas (3607) \ Tráfico de Drogas e Condutas Afins (3608)
Criminal
Tráfico de Drogas e Condutas Afins
NÃO INFORMADO
DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. REVISÃO CRIMINAL. TRÁFICO DE DROGAS. VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO. INAPLICABILIDADE DO TEMA 506 DO STF. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. I. Caso em exame Revisão criminal proposta contra decisão que manteve a condenação do requerente pelo crime de tráfico de drogas (art. 33, caput, da Lei nº 11.343/2006), alegando nulidade da prova obtida por violação de domicílio e pleiteando aplicação retroativa do Tema 506 do STF, em razão da pequena quantidade de maconha apreendida (7,37g). II. Questão em discussão Há duas questões em discussão: (i) a validade da busca e apreensão domiciliar autorizada com base em denúncias e diligências policiais; e (ii) a possibilidade de aplicação do Tema 506 do STF, que descriminalizou o porte de pequenas quantidades de maconha para uso pessoal, frente à condenação por tráfico. III. Razões de decidir A busca e apreensão foi válida, pois os mandados foram fundamentados em elementos concretos apurados em diligências policiais complementares às denúncias anônimas, observando os requisitos do art. 240 do CPP. A apreensão de 7,37g de maconha, associada à dinâmica observada na investigação, indicou a destinação mercantil da substância, corroborada por depoimentos policiais e a ausência de elementos que sugerissem uso pessoal. O Tema 506 do STF não se aplica ao caso, pois a presunção de consumo pessoal é relativa e afastada por evidências da prática de tráfico, incluindo movimentação de usuários e armazenamento de entorpecentes em imóvel destinado ao comércio ilícito. Não foram apresentados novos elementos probatórios ou fundamentos jurídicos capazes de desconstituir a condenação transitada em julgado, inviabilizando a revisão criminal. IV. Dispositivo e Tese Pedido improcedente. Tese de julgamento: A validade de busca domiciliar depende da demonstração de indícios concretos que fundamentem a medida, mesmo quando iniciada por denúncia anônima, desde que complementada por diligências. O Tema 506 do STF não impede a condenação por tráfico de drogas em casos de apreensão de quantidades inferiores a 40g, quando evidenciada a destinação mercantil. Dispositivos relevantes citados: CPP, arts. 240 e 621, I e II; Lei nº 11.343/2006, art. 33; CF/1988, art. 5º, XI. Jurisprudência relevante citada: STF, RE nº 635.659, rel. Min. Gilmar Mendes, Plenário, j. 26.06.2024; STJ, AgRg no HC nº 925.927/SP, rel. Min. Daniela Teixeira, Quinta Turma, j. 16.10.2024; TJ-DF, ApCrim nº 00058238220208070001, rel. Des. Arnaldo Corrêa Silva, j. 29.08.2024; TJ-SP, RevCrim nº 22172257820248260000, rel. Des. Hermann Herschander, j. 05.09.2024. (N.U 1026343-96.2024.8.11.0000, CÂMARAS CRIMINAIS REUNIDAS, JOSE ZUQUIM NOGUEIRA, Turma de Câmaras Criminais Reunidas, Julgado em 20/02/2025, Publicado no DJE 21/02/2025)
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1052094-82.2024.8.11.0001
20/02/2025
21/02/2025
Primeira Turma Recursal
RECURSO INOMINADO
TURMA RECURSAL CÍVEL
GONCALO ANTUNES DE BARROS NETO
DIREITO CIVIL (899) \ Responsabilidade Civil (10431) \ Indenização por Dano Moral (10433)
Cível
Indenização por Dano Moral
NÃO INFORMADO
Órgão: GABINETE 1 - 1ª TURMA RECURSAL. N. Recurso: 1052094-82.2024.8.11.0001. Origem: 8º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE CUIABÁ-MT. Recorrente(s): DANIELY FRANCISCA DE AMORIM E FERNANDO RIOBER RODRIGUES PALMA. Recorrida(s): VANI SOUZA. Relator: Juiz GONÇALO ANTUNES DE BARROS NETO. Data de julgamento: 20/02/2025. EMENTA: DIREITO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MATERIAIS E MORAIS. RELAÇÃO CONFLITUOSA ENTRE AS PARTES. OFENSAS RECÍPROCAS. AUSÊNCIA DE PROVA DE DANO MORAL. CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA. ALTERAÇÃO DE OFÍCIO. RECURSO DESPROVIDO. I. CASO EM EXAME Recurso inominado interposto contra sentença que julgou parcialmente procedente o pedido inicial, condenando a reclamada ao pagamento de R$ 1.100,00 (mil e cem reais) a título de danos materiais, com correção monetária pela taxa SELIC. Os recorrentes alegam que as agressões verbais e tentativas de agressão física perpetradas pela recorrida, somadas ao dano patrimonial causado ao veículo, justificam a reparação por danos morais. Sustentam, ainda, a desvalorização do veículo e requerem a reforma da sentença. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO Há duas questões em discussão: (i) definir se há elementos probatórios suficientes para a condenação da reclamada ao pagamento de indenização por danos morais; (ii) estabelecer a forma correta de incidência da correção monetária e dos juros de mora sobre os danos materiais. III. RAZÕES DE DECIDIR A condenação por danos morais exige a demonstração de ato ilícito, dano e nexo causal, não sendo possível presumir o abalo moral apenas com base na existência de conflito entre as partes. As provas constantes nos autos evidenciam a existência de uma relação conflituosa entre as partes, com ofensas recíprocas e medida protetiva em favor da recorrida, não sendo possível identificar quem deu início à animosidade. A desvalorização do veículo não foi demonstrada, ônus que incumbia à parte autora, nos termos do artigo 373, inciso I, do Código de Processo Civil. A correção monetária deve ser aplicada pelo IPCA, enquanto os juros de mora devem ser calculados pela taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), deduzido o índice de atualização monetária (IPCA), conforme os artigos 389, parágrafo único, e 406, § 1º, do Código Civil, com redação dada pela Lei nº 14.905/2024. IV. DISPOSITIVO E TESE 7. Recurso desprovido. Alteração de ofício dos índices de correção monetária e juros de mora. Tese de julgamento: A configuração do dano moral exige prova do ato ilícito, do nexo causal e do abalo moral efetivo, não sendo suficiente a existência de conflitos entre as partes com ofensas recíprocas. A desvalorização de veículo decorrente de dano material deve ser comprovada pela parte autora, não sendo presumida. A correção monetária deve ser aplicada pelo IPCA, enquanto os juros de mora devem ser calculados com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), deduzido o índice de atualização monetária (IPCA). Dispositivos relevantes citados: Código Civil, arts. 389, parágrafo único, 398, 406, § 1º; Código de Processo Civil, art. 373, I; Lei nº 9.099/95, art. 46. Jurisprudência relevante citada: TJPR, RI nº 0010572-11.2022.8.16.0038, Rel. Juíza Fernanda de Quadros Jorgensen Geronasso, j. 04.11.2024; TJRS, AC nº 5000117-83.2021.8.21.0041, Rel. Des. Marcelo Cezar Muller, j. 23.02.2023; STJ, AgInt nos EDcl no AREsp nº 2.088.555/MS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, j. 27.03.2023. (N.U 1052094-82.2024.8.11.0001, TURMA RECURSAL CÍVEL, GONCALO ANTUNES DE BARROS NETO, Primeira Turma Recursal, Julgado em 20/02/2025, Publicado no DJE 21/02/2025)
1
1039261-32.2024.8.11.0001
20/02/2025
21/02/2025
Primeira Turma Recursal
RECURSO INOMINADO
TURMA RECURSAL CÍVEL
GONCALO ANTUNES DE BARROS NETO
DIREITO DO CONSUMIDOR (1156) \ Responsabilidade do Fornecedor (6220) \ Indenização por Dano Moral (7779) \ Inclusão Indevida em Cadastro de Inadimplentes (6226)
Cível
Inclusão Indevida em Cadastro de Inadimplentes
NÃO INFORMADO
Órgão: GABINETE 1 - 1ª TURMA RECURSAL. N. Recurso: 1039261-32.2024.8.11.0001. Origem: NÚCLEO DE JUSTIÇA DIGITAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS. Recorrente(s): ZENILDA ALVES DOS SANTOS. Recorrido(s): BANCO C6 S.A. Relator: Juiz GONÇALO ANTUNES DE BARROS NETO. Data de julgamento: 20/02/2025. Ementa: DIREITO DO CONSUMIDOR. RECURSO INOMINADO. BOLETO FRAUDULENTO. TRANSAÇÃO REALIZADA FORA DOS CANAIS OFICIAIS DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. INEXISTÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR. CULPA EXCLUSIVA DO CONSUMIDOR OU DE TERCEIROS. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. RECURSO DESPROVIDO. I. CASO EM EXAME Recurso inominado interposto contra sentença que julgou improcedente a pretensão de indenização por danos morais e materiais decorrentes de suposta falha na prestação de serviço bancário, consubstanciada na emissão de boleto fraudulento e no consequente prejuízo financeiro suportado pela parte autora. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO A questão em discussão consiste em determinar se a instituição financeira recorrida deve ser responsabilizada pelos danos sofridos pela recorrente em razão do pagamento de boleto fraudulento gerado fora dos seus canais oficiais. III. RAZÕES DE DECIDIR O fornecedor de serviços responde objetivamente pelos danos causados ao consumidor, salvo quando comprovada a culpa exclusiva da vítima ou de terceiros, nos termos do artigo 14, § 3º, inciso II, do Código de Defesa do Consumidor. No caso concreto, a parte autora não comprova se o boleto fraudulento foi enviado por funcionários da instituição financeira ou emitido por seus canais oficiais, não se desincumbindo do ônus probatório previsto no artigo 373, inciso I, do Código de Processo Civil. A negligência da consumidora ao efetuar o pagamento sem conferir corretamente os dados do beneficiário configura culpa exclusiva da vítima, o que exclui a responsabilidade do banco pelo evento danoso. A ausência de comunicação imediata do ocorrido à instituição financeira e aos órgãos competentes compromete a eficácia de medidas de bloqueio e recuperação de valores, reforçando a caracterização da culpa exclusiva da consumidora. Jurisprudência consolidada e a Conclusão nº 13 da 1ª Turma Recursal do Estado de Mato Grosso reafirmam a inexistência de dever de indenizar quando a fraude decorre de negligência do próprio consumidor. IV. DISPOSITIVO E TESE Recurso desprovido. Tese de julgamento: A culpa exclusiva da vítima, caracterizada pela falta de cautela ao efetuar o pagamento, constitui excludente de responsabilidade civil, nos termos do artigo 14, § 3º, II, do Código de Defesa do Consumidor. A demora na comunicação da fraude reduz a possibilidade de bloqueio e recuperação de valores, não podendo ser imputada à instituição financeira a responsabilidade pelos prejuízos. Dispositivos relevantes citados: CDC, art. 14, § 3º, II; CPC, art. 373, I; Lei nº 9.099/95, arts. 46 e 55. Jurisprudência relevante citada: TJPR, Recurso Inominado nº 0032134-03.2020.8.16.0182, 3ª Turma Recursal, Rel. Juiz Juan Daniel Pereira Sobreiro, j. 01.06.2021; TJMT, Recurso Inominado nº 1033669-46.2020.8.11.0001, Turma Recursal Cível, Rel. Juiz Sebastião de Arruda Almeida, j. 15.04.2021, DJE 16.04.2021; 1ª Turma Recursal do TJMT, Conclusão nº 13. (N.U 1039261-32.2024.8.11.0001, TURMA RECURSAL CÍVEL, GONCALO ANTUNES DE BARROS NETO, Primeira Turma Recursal, Julgado em 20/02/2025, Publicado no DJE 21/02/2025)
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1012635-47.2022.8.11.0000
20/02/2025
20/02/2025
Turma de Câmaras Criminais Reunidas
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CRIMINAL
CÂMARAS CRIMINAIS REUNIDAS
GILBERTO GIRALDELLI
DIREITO PENAL (287) \ Crimes Previstos na Legislação Extravagante (3603) \ Crimes de Responsabilidade (3604)
Criminal
Crimes de Responsabilidade
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DIREITO PROCESSUAL PENAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ALEGADAS OBSCURIDADE, OMISSÃO E CONTRADIÇÃO NO ACÓRDÃO EMBARGADO. VÍCIOS NÃO CONFIGURADOS. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS PREVISTOS NO ART. 619 DO CPP. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA PARA REDISCUTIR QUESTÕES ANALISADAS E JÁ DECIDIDAS. EMBARGOS REJEITADOS. PREQUESTIONAMENTO. RECURSO DESPROVIDO. I. Caso em exame 1. Embargos de declaração opostos contra acórdão que recebeu a denúncia que imputa a prática, aos denunciados, das condutas tipificadas no art. 288 do Código Penal (Fato 01); art. 1º, inc. II, do Dec-Lei n.º 201/67 c/c arts. 29 e 71 do Código Penal – por 62 vezes (Fato 02) e art. 313-A c/c arts. 29 e 71, todos do Código Penal – por 62 vezes (Fato 03). II. Questão em discussão 2. A questão em discussão consiste em analisar se o acórdão embargado efetivamente incorreu em obscuridade, omissão e/ou contradição. III. Razões de decidir 3. Os embargos de declaração não têm o condão de rediscutir matérias efetivamente analisadas e já decididas pelo órgão julgador, quando inexistem ambiguidades, obscuridades, contradições ou omissões a serem sanadas, assim como ocorre na hipótese, estando o caso dos autos a indicar nítida finalidade de ver modificado o acórdão, simplesmente por discordar a parte do resultado do julgamento proferido pelo colegiado, desiderato ao qual não se presta a presente espécie recursal, motivo por que se rejeitam os aclaratórios opostos pela defesa. 4. A título de prequestionamento, restam integrados à fundamentação deste aresto os dispositivos legais e constitucionais relacionados às matérias ora debatidas. IV. Dispositivo e tese 5. Embargos de declaração conhecidos e desprovidos. Tese de julgamento: “Os embargos de declaração não se prestam ao reexame de matérias já analisadas e decididas no aresto embargado, tampouco para a correção de supostos erros de julgamento que não constituam omissões, contradições, obscuridades ou erros materiais”. Dispositivos relevantes citados: CPP, art. 619. Jurisprudência relevante citada: STJ, EDcl no AgRg no RHC 68.917/GO; EDcl no AgRg no REsp 1833275/CE. (N.U 1012635-47.2022.8.11.0000, CÂMARAS CRIMINAIS REUNIDAS, GILBERTO GIRALDELLI, Turma de Câmaras Criminais Reunidas, Julgado em 20/02/2025, Publicado no DJE 20/02/2025)
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1039837-25.2024.8.11.0001
20/02/2025
21/02/2025
Primeira Turma Recursal
RECURSO INOMINADO
TURMA RECURSAL CÍVEL
EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI
DIREITO CIVIL (899) \ Responsabilidade Civil (10431) \ Indenização por Dano Moral (10433)
Cível
Indenização por Dano Moral
NÃO INFORMADO
ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PRIMEIRA TURMA RECURSAL GABINETE 4 RECURSO INOMINADO N.° 1039837-25.2024.8.11.0001 Recurso Cível Inominado n.° 1039837-25.2024.8.11.0001 1ª Recorrente: Alberto Lucas dos Santos Nascimento Recorrido: Energisa Mato Grosso Distribuidora de Energia S.A 2ª Recorrente: Energisa Mato Grosso Distribuidora de Energia S.A Recorrida: Alberto Lucas dos Santos Nascimento EMENTA DIREITO DO CONSUMIDOR. RECURSO INOMINADO. ENERGIA ELÉTRICA. COBRANÇA EXCESSIVA. AUSÊNCIA DE JUSTIFICATIVA PLAUSÍVEL PELA CONCESSIONÁRIA. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. QUANTUM INDENIZATÓRIO MANTIDO. RECURSOS DESPROVIDOS. I. CASO EM EXAME 1. Recurso inominado interposto em face de sentença que julgou parcialmente procedentes os pedidos formulados em ação de tutela provisória antecipada cumulada com obrigação de fazer e indenização por danos morais, determinando a revisão do consumo dos meses de abril, maio e junho de 2024 pela média dos seis meses anteriores e condenando a concessionária ao pagamento de indenização no valor de R$ 3.000,00 a título de danos morais. 2. Recursos interpostos por ambas as partes: o consumidor pleiteia a majoração da indenização por danos morais, enquanto a concessionária requer a reforma da sentença para julgar improcedentes os pedidos. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 3. Há duas questões em discussão: (i) verificar a legalidade da cobrança excessiva efetuada pela concessionária de energia elétrica, considerando o histórico de consumo do consumidor e a ausência de justificativa plausível para a variação abrupta; (ii) definir a adequação do valor arbitrado a título de indenização por danos morais. III. RAZÕES DE DECIDIR 4. O histórico de consumo do consumidor demonstra variação mensal dentro de um padrão razoável nos doze meses anteriores, sendo incompatível com os valores excessivos cobrados nos meses em questão, o que evidencia a falha na prestação de serviço. 5. A concessionária não apresenta justificativa plausível para o aumento abrupto do consumo, tampouco comprova a regularidade da medição, não se desincumbindo do ônus da prova que lhe compete, conforme dispõe o artigo 373, II, do Código de Processo Civil. 6. A relação jurídica entre as partes é de consumo, aplicando-se as disposições do Código de Defesa do Consumidor, especialmente o artigo 14, que prevê a responsabilidade objetiva do fornecedor por defeitos na prestação do serviço. 7. A suspensão do fornecimento de energia elétrica por seis dias, decorrente da cobrança excessiva, caracteriza falha grave na prestação de serviço essencial, configurando o dano moral na modalidade in re ipsa. 8. O quantum indenizatório arbitrado em R$ 3.000,00 (três mil reais) atende aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, sendo suficiente para compensar os transtornos suportados pelo consumidor sem gerar enriquecimento indevido. IV. DISPOSITIVO E TESE 9. Recursos desprovidos. Tese de julgamento: 1. A cobrança de consumo excessivo sem justificativa plausível pelo fornecedor de energia elétrica caracteriza falha na prestação de serviço, sujeitando-se à inversão do ônus da prova nos termos do Código de Defesa do Consumidor. 2. A suspensão indevida do fornecimento de energia elétrica, essencial à dignidade do consumidor, configura dano moral in re ipsa, independentemente da demonstração de prejuízo concreto. 3. O quantum indenizatório deve observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, garantindo a compensação pelo dano sem ensejar enriquecimento sem causa. Dispositivos relevantes citados: CPC, artigo 373, II; Código de Defesa do Consumidor, artigo 14. Jurisprudência relevante citada: Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, N.U 1004609-62.2019.8.11.0001, Turma Recursal Única, julgado em 25.08.2020; Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, N.U 1010419-76.2023.8.11.0001, Terceira Turma Recursal, julgado em 12.12.2023. (N.U 1039837-25.2024.8.11.0001, TURMA RECURSAL CÍVEL, EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI, Primeira Turma Recursal, Julgado em 20/02/2025, Publicado no DJE 21/02/2025)
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1032116-87.2022.8.11.0002
20/02/2025
21/02/2025
Primeira Turma Recursal
RECURSO INOMINADO
TURMA RECURSAL CÍVEL
EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI
DIREITO CIVIL (899) \ Responsabilidade Civil (10431) \ Indenização por Dano Material (10439)
Cível
Indenização por Dano Material
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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PRIMEIRA TURMA RECURSAL GABINETE 4 RECURSO INOMINADO N. 1032116-87.2022.8.11.0002 Recurso Cível Inominado n. 1032116-87.2022.8.11.0002 Recorrente: Vicente Mateus da Silva Recorrida: Neusa Maria da Silva EMENTA RECURSO INOMINADO – AÇÃO DE COBRANÇA – SERVIÇOS DE FORNECIMENTO DE MARMITA – CONTRATAÇÃO VERBAL – CONTROLE DE VENDAS ASSINADOS POR TERCEIROS – PROVA FRÁGIL – SENTENÇA REFORMADA – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. A prova dos fatos constitutivos de direito incumbe à parte promovente, de modo que lhe impõe o dever de comprovar os elementos mínimos de seu direito, sob pena de fragilidade da relação processual. No caso, a autora não se desincumbiu do seu ônus probatório, nos moldes do artigo 373, I do Código de Processo Civil. (N.U 1032116-87.2022.8.11.0002, TURMA RECURSAL CÍVEL, EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI, Primeira Turma Recursal, Julgado em 20/02/2025, Publicado no DJE 21/02/2025)
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1042064-85.2024.8.11.0001
20/02/2025
21/02/2025
Primeira Turma Recursal
RECURSO INOMINADO
TURMA RECURSAL CÍVEL
EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI
DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO (9985) \ Servidor Público Civil (10219) \ Sistema Remuneratório e Benefícios (10288) \ Descontos Indevidos (10296)
Cível
Descontos Indevidos
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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PRIMEIRA TURMA RECURSAL GABINETE 4 RECURSO INOMINADO N.° 1042064-85.2024.8.11.0001 Recurso Inominado n.° 1042064-85.2024.8.11.0001 Recorrente: Maria Gomes do Prado. Recorrida: Mato Grosso Previdência-MTPREV e Estado de Mato Grosso. EMENTA DIREITO PREVIDENCIÁRIO. RECURSO INOMINADO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE FUNÇÃO GRATIFICADA. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL INGRESSO APÓS A EC N.º 41/2003. INAPLICABILIDADE DO TEMA N.º 163 DO STF. RECURSO DESPROVIDO. I. CASO EM EXAME 1. Recurso inominado interposto contra sentença que julgou improcedente o pedido de inexigibilidade de contribuição previdenciária sobre função gratificada e restituição dos valores descontados, ajuizado por servidora pública estadual admitida após a EC n.º 41/2003. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 2. A questão consiste em definir a legalidade, ou não, da contribuição previdenciária sobre função gratificada, incluída na remuneração total prevista na legislação estadual. III. RAZÕES DE DECIDIR 3. A legislação estadual (LC n.º 202/2004 e LC n.º 04/1990) inclui vantagens pecuniárias permanentes e temporárias na base de cálculo da contribuição previdenciária. 4. A competência legislativa estadual é exercida nos termos do art. 149, § 1º, da CF/1988, com observância do princípio do sincronismo constitucional. 5. O Tema n.º 163 do STF não se aplica ao caso, pois trata de regime federal distinto, enquanto o regime estadual prevê expressamente a incidência sobre verbas transitórias. 6. A jurisprudência local reconhece a legalidade do desconto previdenciário sobre remuneração total para servidores ingressos após a EC n.º 41/2003. IV. DISPOSITIVO E TESE 7. Recurso desprovido. Tese de julgamento: 1. É legal a contribuição previdenciária sobre vantagens pecuniárias permanentes ou temporárias para servidores estaduais ingressos após a EC n.º 41/2003, conforme LC Estadual n.º 202/2004 e LC Estadual n.º 04/1990. 2. O Tema n.º 163 do STF não se aplica ao regime previdenciário estadual com legislação própria. Dispositivos relevantes citados: CF/1988, art. 149, § 1º; EC n.º 41/2003, art. 2º; LC Estadual n.º 202/2004, art. 2º; LC Estadual n.º 04/1990, art. 57. Jurisprudência relevante citada: STF, Tema n.º 163; TJMT, TEMA 02, Uniformização de Jurisprudência, Processo n.º 1002231-36.2019.8.11.0001. (N.U 1042064-85.2024.8.11.0001, TURMA RECURSAL CÍVEL, EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI, Primeira Turma Recursal, Julgado em 20/02/2025, Publicado no DJE 21/02/2025)
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1021263-51.2024.8.11.0001
20/02/2025
21/02/2025
Primeira Turma Recursal
RECURSO INOMINADO
TURMA RECURSAL CÍVEL
EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI
DIREITO DO CONSUMIDOR (1156) \ Responsabilidade do Fornecedor (6220) \ Indenização por Dano Moral (7779)
Cível
Indenização por Dano Moral
NÃO INFORMADO
ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PRIMEIRA TURMA RECURSAL GABINETE 4 RECURSO INOMINADO N.° 1021263-51.2024.8.11.0001 Recurso Cível Inominado n.° 1021263-51.2024.8.11.0001 1ª Recorrente: Energisa Mato Grosso Distribuidora de Energia S.A Recorrida: Vinicius Costa Vanzela 2ª Recorrente: Vinicius Costa Vanzela Recorrido: Energisa Mato Grosso Distribuidora de Energia S.A EMENTA RECURSOS INOMINADOS. DIREITO DO CONSUMIDOR. ENERGIA ELÉTRICA. COBRANÇA INDEVIDA. FATURA EXCESSIVA SEM JUSTIFICATIVA. ÔNUS DA PROVA DA CONCESSIONÁRIA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DANO MORAL CONFIGURADO. RECURSOS DESPROVIDOS. I. CASO EM EXAME Recursos inominados interpostos contra sentença que reconheceu a inexigibilidade parcial de débito referente à fatura de dezembro de 2023, determinando sua revisão pela média de acordo com os meses anteriores, fixando o valor em R$ 661,48. A sentença também condenou a concessionária à repetição do indébito de R$ 557,62 e ao pagamento de R$ 3.000,00 (três mil reais) a título de danos morais. A fornecedora recorre pela improcedência dos pedidos, enquanto o consumidor pleiteia a majoração da indenização por danos morais. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO Há duas questões em discussão: (i) verificar se há fundamento para a revisão da fatura de dezembro de 2023 e para a condenação da concessionária à repetição do indébito e indenização por danos morais; (ii) estabelecer se o valor arbitrado a título de danos morais deve ser majorado. III. RAZÕES DE DECIDIR A concessionária não comprova a legalidade da cobrança contestada, ônus que lhe compete, nos termos do art. 373, II, do CPC. O histórico de consumo do consumidor indica uma média de 554 kWh, sem variações bruscas, enquanto a fatura impugnada aponta consumo de 1.012 kWh, sem justificativa plausível. A relação entre as partes é de consumo, aplicando-se o Código de Defesa do Consumidor, que prevê a responsabilidade objetiva do fornecedor pelo defeito na prestação do serviço (art. 14 do CDC). A jurisprudência das Turmas Recursais e do STJ é pacífica quanto à necessidade de comprovação da legalidade de débitos significativamente superior à média de consumo do usuário. O dano moral se configura pela cobrança indevida e pelo desvio produtivo do consumidor na tentativa infrutífera de solucionar o problema administrativamente, caracterizando dano in re ipsa. O valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) fixado a título de danos morais atende aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, não havendo justificativa para majoração. IV. DISPOSITIVO E TESE Recursos desprovidos. Tese de julgamento: A concessionária de serviço público tem o ônus de demonstrar a legitimidade da cobrança de fatura de energia elétrica significativamente superior à média de consumo do usuário. A falha na prestação do serviço, aliada à cobrança indevida e à falta de solução administrativa eficaz, caracteriza dano moral in re ipsa. O valor da indenização por danos morais deve observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, sem ensejar enriquecimento sem causa. Dispositivos relevantes citados: Código de Processo Civil, artigo 373, II; Código de Defesa do Consumidor, artigo 14. Jurisprudência relevante citada: TJMT, N.U 1004609-62.2019.8.11.0001, Turma Recursal Única, Rel. Antônio Veloso Peleja Junior, j. 25/08/2020; TJMT, N.U 1010419-76.2023.8.11.0001, Terceira Turma Recursal, Rel. Valdeci Moraes Siqueira, j. 12/12/2023. (N.U 1021263-51.2024.8.11.0001, TURMA RECURSAL CÍVEL, EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI, Primeira Turma Recursal, Julgado em 20/02/2025, Publicado no DJE 21/02/2025)
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1025146-06.2024.8.11.0001
20/02/2025
21/02/2025
Primeira Turma Recursal
RECURSO INOMINADO
TURMA RECURSAL CÍVEL
GONCALO ANTUNES DE BARROS NETO
DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO (9985) \ Servidor Público Civil (10219) \ Sistema Remuneratório e Benefícios (10288) \ Férias (10301) \ Indenização / Terço Constitucional (10884)
Cível
Indenização / Terço Constitucional
NÃO INFORMADO
Órgão: GABINETE 1 - 1ª TURMA RECURSAL. RECURSO Nº: 1025146-06.2024.8.11.0001. ORIGEM: NÚCLEO DE JUSTIÇA DIGITAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS. RECORRENTE: SUELI LOURENÇO DE ARAÚJO. RECORRIDO: ESTADO DE MATO GROSSO. Data de Julgamento: 20/2/2025. Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO INOMINADO. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA. COBRANÇA DE VERBAS TRABALHISTAS. ÔNUS DA PROVA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO VÍNCULO LABORAL E DOS DESCONTOS ALEGADOS. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. I. CASO EM EXAME Recurso inominado interposto contra decisão que homologou projeto de sentença elaborado pelo juiz leigo e julgou improcedente o pedido inicial, sob o fundamento de que a reclamante não apresentou documentação suficiente para comprovar suas denúncias. A demandante alega que exerceu a função de profissional da Educação Básica, em regime temporário, entre 2017 e 2023, e exige o pagamento de valores referentes a férias e terço incidentes constitucionais sobre 45 dias, bem como a restituição de descontos indevidos em seus vencimentos, no total de R$ 2.512,50. O Juízo de primeiro grau julgou improcedente o pedido, considerando que a reclamante não comprovou o vínculo trabalhista nem os descontos alegados. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO A questão em discussão consiste em verificar se a reclamante apresentou provas suficientes para demonstrar o vínculo temporário com a Administração Pública e os descontos indevidos em seus vencimentos. III. RAZÕES DE DECIDIR O ônus da prova incumbe à parte autora quanto aos fatos constitutivos de seu direito, nos termos do artigo 373, inciso I, do Código de Processo Civil. A documentação apresentada pela reclamante — "Cédulas C" dos anos de 2019 e 2023 — não é suficiente para comprovar o vínculo temporário com a Administração Pública durante todo o período alegado (2017 a 2023), nem para demonstrar o não pagamento das verbas trabalhistas pleiteadas ou a realização dos descontos indevidos. A ausência de documentos essenciais, como contrato de trabalho ou ficha financeira, impossibilita a verificação da natureza da relação jurídica e dos valores pagos. IV. DISPOSITIVO E TESE Recurso desprovido. Tese de julgamento: O ônus da prova quanto ao vínculo trabalhista e ao não pagamento das verbas trabalhistas recai sobre a parte reclamante, nos termos do artigo 373, I, do CPC. A apresentação de “Cédulas C” não é suficiente para demonstrar o vínculo empregatício nem para comprovar descontos indevidos em folha de pagamento. A ausência de documentos essenciais, como contrato de trabalho, holerites ou ficha financeira, inviabiliza o reconhecimento do direito pleiteado. Dispositivos relevantes citados: CPC, art. 373, I e II; Lei nº 9.099/95, art. 46. Jurisprudência relevante: TJMT, NU 1002222-98.2024.8.11.0001, Terceira Turma Recursal, Rel. Juiz Valmir Alaércio dos Santos, julgado em 21/10/2024, publicado no DJE 25/10/2024. (N.U 1025146-06.2024.8.11.0001, TURMA RECURSAL CÍVEL, GONCALO ANTUNES DE BARROS NETO, Primeira Turma Recursal, Julgado em 20/02/2025, Publicado no DJE 21/02/2025)
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1059899-86.2024.8.11.0001
20/02/2025
21/02/2025
Primeira Turma Recursal
RECURSO INOMINADO
TURMA RECURSAL CÍVEL
EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI
DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO (9985) \ Servidor Público Civil (10219) \ Sistema Remuneratório e Benefícios (10288) \ Férias (10301) \ Indenização / Terço Constitucional (10884)
Cível
Indenização / Terço Constitucional
NÃO INFORMADO
ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PRIMEIRA TURMA RECURSAL GABINETE 4 RECURSO INOMINADO N.º 1059899-86.2024.8.11.0001 Recurso Cível Inominado n.° 1059899-86.2024.8.11.0001 Recorrente: Município de Novo Horizonte do Norte-MT. Recorrida: Claudiana Custódio Gomes. EMENTA DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. FAZENDA PÚBLICA. RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE COBRANÇA. PROFESSOR DA EDUCAÇÃO BÁSICA. GOZO DE 45 (QUARENTA E CINCO) DIAS DE FÉRIAS ANUAIS. INCIDÊNCIA DO TERÇO CONSTITUCIONAL SOBRE TODO O PERÍODO E NÃO SOMENTE A 30 (TRINTA) DIAS. RECURSO DESPROVIDO. I. CASO EM EXAME 1. Recurso Inominado interposto pelo Município de Novo Horizonte do Norte-MT contra sentença que o condenou ao pagamento do terço constitucional sobre os 15 (quinze) dias de férias gozadas no meio do período letivo, referentes aos anos de 2019, 2020 e 2021. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 2. A questão em discussão consiste em verificar se o terço constitucional deve incidir sobre os 45 (quarenta e cinco) dias de férias anuais previstos para professores da educação básica, conforme a legislação municipal. III. RAZÕES DE DECIDIR 3. A Lei Municipal n.º 532/2001 assegura aos professores férias de 45 (quarenta e cinco) dias com adicional de 1/3 (um terço) sobre o período integral. 4. A Constituição Federal, art. 7.º, XVII, prevê o adicional de 1/3 (um terço) sobre as férias, sem limitação. 5. A tese firmada no IRDR Tema 04/TJMT confirma o direito ao adicional de 1/3 (um terço) sobre 45 (quarenta e cinco) dias para professores em sala de aula. 6. A sentença está em conformidade com a legislação e a jurisprudência consolidada. IV. DISPOSITIVO E TESE 7. Recurso desprovido. Tese de julgamento: 1. O adicional de 1/3 (um terço) sobre férias incide sobre os 45 (quarenta e cinco) dias previstos em lei municipal para professores. Dispositivos relevantes citados: CF/1988, art. 7.º, XVII; Lei Municipal n.º 532/2001, arts. 40 e 41. Jurisprudência relevante citada: TJMT, IRDR Tema 04, j. 22.10.2021; TJMT, N.U 1001676-45.2022.8.11.0023, j. 16.05.2023. (N.U 1059899-86.2024.8.11.0001, TURMA RECURSAL CÍVEL, EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI, Primeira Turma Recursal, Julgado em 20/02/2025, Publicado no DJE 21/02/2025)
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1022686-46.2024.8.11.0001
20/02/2025
21/02/2025
Primeira Turma Recursal
RECURSO INOMINADO
TURMA RECURSAL CÍVEL
GONCALO ANTUNES DE BARROS NETO
DIREITO CIVIL (899) \ Obrigações (7681) \ Atos Unilaterais (7694) \ Pagamento Indevido (7714)
Cível
Pagamento Indevido
NÃO INFORMADO
Órgão: GABINETE 1 - 1ª TURMA RECURSAL. N. Recurso: 1022686-46.2024.8.11.0001. Origem: 8º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE CUIABÁ. Recorrente(s): ODENIR NILO DA SILVA. Recorrido(s): AMC-ASSOCIACAO MATO-GROSSENSE DE CULTURA. Relator: Juiz GONÇALO ANTUNES DE BARROS NETO. Data de julgamento: 10 A 13/02/2025 (PLENÁRIO VIRTUAL). Ementa: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO INOMINADO. ALEGAÇÃO DE CONTRATAÇÃO VERBAL DE SERVIÇOS MUSICAIS. ÔNUS DA PROVA DO AUTOR NÃO CUMPRIDO. INEXISTÊNCIA DE PROVA MÍNIMA DOS FATOS CONSTITUTIVOS DO DIREITO. IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. I. CASO EM EXAME Recurso inominado interposto contra sentença que julgou improcedente o pedido de cobrança por suposta prestação de serviços musicais em evento, sob o fundamento de inexistência de comprovação da relação contratual com a parte reclamada. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO A questão em discussão consiste em definir se há elementos probatórios suficientes para comprovar a existência de contratação verbal da banda pelo valor pleiteado e a responsabilidade da recorrida pelo pagamento. III. RAZÕES DE DECIDIR Nos Juizados Especiais, não há exigência legal de arrolamento prévio de testemunhas, sendo suficiente seu comparecimento espontâneo, salvo requerimento expresso de intimação, conforme artigos 33 e 34 da Lei nº 9.099/95. O ônus da prova do fato constitutivo do direito incumbe ao autor, nos termos do art. 373, I, do Código de Processo Civil, sendo necessária a demonstração da contratação e dos termos pactuados. No caso, a parte autora não apresenta qualquer documento que comprove a existência de contrato, seja verbal ou escrito, tampouco os termos da suposta negociação, como valores e forma de pagamento. A prova testemunhal produzida não se revela suficiente para suprir a ausência de documento escrito, mensagens ou registros que demonstrem a existência do contrato e seus termos essenciais. Ausência de comprovação do ato ilícito por parte do reclamado inviabiliza a procedência da cobrança, bem como eventuais pedidos indenizatórios, diante da ausência de ato ilícito. IV. DISPOSITIVO E TESE 8. Recurso desprovido. Tese de julgamento: 1. O ônus da prova do fato constitutivo do direito incumbe à parte autora, nos termos do art. 373, I, do CPC, sendo imprescindível a comprovação da contratação e dos termos pactuados. 2. A ausência de elementos probatórios suficientes inviabiliza a cobrança de valores e o reconhecimento de danos materiais e morais. Dispositivos relevantes citados: CPC, art. 373, I; Lei nº 9.099/95, arts. 33, 34 e 46. Jurisprudência relevante citada: TJ-RJ, APL nº 00136768220168190023, Rel. Des. Luiz Felipe Miranda de Medeiros Francisco, j. 01.09.2020; TJ-RS, Recurso Cível nº 71007796246, Rel. Giuliano Viero Giuliato, j. 27.09.2018. (N.U 1022686-46.2024.8.11.0001, TURMA RECURSAL CÍVEL, GONCALO ANTUNES DE BARROS NETO, Primeira Turma Recursal, Julgado em 20/02/2025, Publicado no DJE 21/02/2025)
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0000942-29.2017.8.11.0107
20/02/2025
21/02/2025
Primeira Turma Recursal
RECURSO INOMINADO
TURMA RECURSAL CÍVEL
GONCALO ANTUNES DE BARROS NETO
DIREITO CIVIL (899) \ Responsabilidade Civil (10431) \ Indenização por Dano Moral (10433) \ Serviços de Saúde (10434)
Cível
Serviços de Saúde
NÃO INFORMADO
Órgão: GABINETE 1 – 1ª TURMA RECURSAL. N. Recurso: 0000942-29.2017.8.11.0107. Origem: VARA ÚNICA DE NOVA UBIRATÃ. Recorrente: CLEONICE ANDRADE CORTES ALMADA. Recorrido: ESTADO DE MATO GROSSO. Relator: Juiz GONÇALO ANTUNES DE BARROS NETO. Data de Julgamento: 2 a 5/12/2024. Ementa: DIREITO ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ATENDIMENTO MÉDICO EM HOSPITAL PÚBLICO. ALEGAÇÃO DE OMISSÃO. INEXISTÊNCIA DE NEXO CAUSAL. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. I. CASO EM EXAME Recurso interposto pela reclamante contra sentença que julgou improcedente pedido de indenização por danos materiais, morais e estéticos, decorrentes de suposta omissão no atendimento médico prestado pelo Hospital Regional de Sorriso/MT. A demandante alega que, após exames que indicaram infecção grave no rim direito, não recebeu o devido tratamento no hospital público, sendo liberada sem atendimento especializado, o que agravou seu quadro clínico e resultou na necessidade de cirurgia realizada em hospital particular. Pedido de condenação do Estado de Mato Grosso ao pagamento de R$ 42.959,26, a título de ressarcimento de despesas médicas, além de indenização por danos morais e estéticos. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO A questão em discussão consiste em definir se há responsabilidade civil objetiva do Estado de Mato Grosso pela alegada omissão no atendimento hospitalar prestado à recorrente, com consequente obrigação de indenizar os danos alegados. III. RAZÕES DE DECIDIR A responsabilidade do Estado por omissão em serviços de saúde é subjetiva, exigindo a comprovação de negligência ou falha grave no atendimento prestado. No caso concreto, os autos demonstram que a paciente recebeu atendimento emergencial no hospital público, com administração de medicamentos e realização de exames, não havendo prova de negativa indevida de tratamento ou erro grave na conduta médica. O ônus da prova quanto à omissão ilícita e ao nexo causal entre a atuação estatal e o dano alegado recai sobre a parte autora, conforme o art. 373, I, do CPC, o que não foi demonstrado nos autos. A jurisprudência consolidada indica que o ressarcimento de despesas médicas pelo Estado apenas ocorre quando há negativa formal de atendimento pelo SUS ou inexistência de estrutura mínima na rede pública, o que não restou comprovado no caso concreto. A ausência de provas suficientes para caracterizar a omissão estatal impede a condenação do ente público. IV. DISPOSITIVO E TESE Recurso desprovido. Tese de julgamento: A responsabilidade civil do Estado por omissão em atendimento médico é subjetiva, exigindo a comprovação de negligência grave e do nexo causal entre a conduta estatal e o dano alegado. A ausência de comprovação de negativa indevida de tratamento pelo SUS ou de inexistência de estrutura mínima na rede pública afasta o dever de ressarcimento de despesas médicas particulares pelo Estado. Dispositivos relevantes citados: CF/1988, art. 37, §6º; CPC, art. 373, I e II. Jurisprudência relevante citada: TJ-SP, AC nº 1018385-47.2016.8.26.0477, Rel. Camargo Pereira, j. 16.02.2023; TRF-4, AC nº 5070369-63.2016.4.04.7100, Rel. Vânia Hack de Almeida, j. 26.01.2021. (N.U 0000942-29.2017.8.11.0107, TURMA RECURSAL CÍVEL, GONCALO ANTUNES DE BARROS NETO, Primeira Turma Recursal, Julgado em 20/02/2025, Publicado no DJE 21/02/2025)
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1005836-05.2024.8.11.0004
20/02/2025
21/02/2025
Primeira Turma Recursal
RECURSO INOMINADO
TURMA RECURSAL CÍVEL
EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI
DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO (9985) \ Organização Político-administrativa / Administração Pública (10157) \ FGTS/Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (10158)
Cível
FGTS/Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
NÃO INFORMADO
ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PRIMEIRA TURMA RECURSAL GABINETE 4 RECURSO INOMINADO N.º 1005836-05.2024.8.11.0004 Recurso Cível Inominado n.º 1005836-05.2024.8.11.0004 Recorrente: Estado de Mato Grosso. Recorrido: Samanta Magaly Neres de Jesus. EMENTA DIREITO ADMINISTRATIVO. FAZENDA PÚBLICA. RECURSO INOMINADO. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DESVIRTUADA. PROFESSORA. NULIDADE CONTRATUAL. DIREITOS SOCIAIS. PAGAMENTO DE FGTS E DE FÉRIAS ACRESCIDAS DO TERÇO CONSTITUCIONAL. RECURSO DESPROVIDO. I. CASO EM EXAME 1. Recurso contra sentença que declarou a nulidade de contrato temporário de professora, condenando o ente público demandado ao pagamento de FGTS e das férias acrescidas do terço constitucional referentes ao período de 2019 a 2024. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 2. A questão em discussão consiste em definir se a contratação temporária desvirtuada gera nulidade e, em caso positivo, se há direito aos benefícios sociais pleiteados. III. RAZÕES DE DECIDIR 3. Contratação temporária contínua e desvirtuada afronta o art. 37, IX, da CF, caracterizando nulidade. 4. A nulidade do vínculo assegura os direitos sociais previstos no art. 19-A da Lei 8.036/90 e na jurisprudência do STF, respeitada a prescrição quinquenal. IV. DISPOSITIVO E TESE 5. Recurso desprovido. Tese de julgamento: 6. A contratação temporária desvirtuada viola o art. 37, IX, da CF e é nula, gerando direitos sociais como FGTS e férias proporcionais. Dispositivos relevantes citados: CF/1988, art. 37, IX; Lei 8.036/1990, art. 19-A; Decreto 20.910/1932. Jurisprudência relevante citada: STF, RE 658.026/MG, Tema 612; STF, RE 596.478, Tema 308; STF, RE 765.320, Tema 916. (N.U 1005836-05.2024.8.11.0004, TURMA RECURSAL CÍVEL, EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI, Primeira Turma Recursal, Julgado em 20/02/2025, Publicado no DJE 21/02/2025)
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1001930-67.2024.8.11.9005
20/02/2025
21/02/2025
Primeira Turma Recursal
MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL
TURMA RECURSAL CÍVEL
EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI
DIREITO AMBIENTAL (10110) \ Flora (10113)
Cível
Flora
NÃO INFORMADO
ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PRIMEIRA TURMA RECURSAL GABINETE 4 MANDADO DE SEGURANÇA N.º 1001930-67.2024.8.11.9005 Mandado de Segurança n.º 1001930-67.2024.8.11.9005 Impetrante: André Novaes Duarte Júnior. Impetrado: Juízo do Núcleo de Justiça Digital dos Juizados Especiais-MT. EMENTA DIREITO PROCESSUAL PENAL E AMBIENTAL. MANDADO DE SEGURANÇA. RESTITUIÇÃO DE VEÍCULO APREENDIDO EM INFRAÇÃO AMBIENTAL. INTERESSE DO BEM PARA O PROCESSO. APLICAÇÃO DO ARTIGO 118 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. POSSIBILIDADE DE PERDIMENTO EM CASO DE CONDENAÇÃO. ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. DENEGAÇÃO DA SEGURANÇA. AGRAVO INTERNO PREJUDICADO. I. CASO EM EXAME 1. Mandado de Segurança impetrado contra decisão que indeferiu pedido de restituição de veículo apreendido em ação penal por infração ambiental, sob o fundamento de que o bem interessa ao processo e deve permanecer apreendido até a definição da sua destinação. O impetrante sustenta ser terceiro de boa-fé e pleiteia a restituição do veículo ou a sua nomeação como depositário. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 2. Há duas questões em discussão: (i) verificar se há direito líquido e certo à restituição do veículo apreendido, antes do trânsito em julgado da ação penal; (ii) avaliar se a apreensão viola os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, considerando a alegação de que o impetrante não estaria envolvido na prática do crime ambiental. III. RAZÕES DE DECIDIR 3. O artigo 118 do Código de Processo Penal determina que bens apreendidos não podem ser restituídos enquanto interessarem ao processo, sendo possível sua decretação de perdimento em caso de condenação. 4. A apreensão de veículos utilizados em infrações ambientais é prevista nos artigos 25 e 72, IV, da Lei n.º 9.605/1998, independentemente de comprovação de uso exclusivo ou habitual para a prática ilícita, conforme entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça. 5. A nomeação do proprietário como depositário do bem é uma medida discricionária da Administração Pública, não configurando direito subjetivo do impetrante, conforme precedentes do Superior Tribunal de Justiça. 6. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e de Tribunais estaduais reafirma a validade da apreensão de veículos em crimes ambientais, considerando a eficácia dissuasória da medida para coibir ilícitos ambientais. 7. Diante da inexistência de direito líquido e certo à restituição do veículo, o mandado de segurança deve ser denegado. 8. O agravo interno interposto contra a decisão que indeferiu o pedido liminar perde seu objeto, diante do julgamento definitivo do mandado de segurança. IV. DISPOSITIVO E TESE 9. Segurança denegada. Agravo interno prejudicado. Tese de julgamento: 1. O artigo 118 do Código de Processo Penal impede a restituição de bens apreendidos enquanto interessarem ao processo, sendo possível sua perda definitiva em caso de condenação. 2. A apreensão de veículos utilizados na prática de infrações ambientais é medida legal e legítima, nos termos dos artigos 25 e 72, IV, da Lei n.º 9.605/1998, independentemente de comprovação de uso exclusivo para o ilícito. 3. A nomeação do proprietário como depositário do bem apreendido não configura direito subjetivo, sendo decisão discricionária da Administração Pública. Dispositivos relevantes citados: Código de Processo Penal, artigo 118; Lei n.º 9.605/1998, artigos 25 e 72, IV. Jurisprudência relevante citada: Superior Tribunal de Justiça, Recurso Especial n.º 1820640/PE, Relator. Ministro Og Fernandes, Segunda Turma, julgamento em 01/10/2019; Superior Tribunal de Justiça, Recurso Especial n.º 1814947/CE, Relator Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Seção, julgamento sob o rito dos recursos repetitivos no Tema 1.036. (N.U 1001930-67.2024.8.11.9005, TURMA RECURSAL CÍVEL, EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI, Primeira Turma Recursal, Julgado em 20/02/2025, Publicado no DJE 21/02/2025)
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1005250-74.2024.8.11.0001
20/02/2025
21/02/2025
Primeira Turma Recursal
RECURSO INOMINADO
TURMA RECURSAL CÍVEL
EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI
DIREITO CIVIL (899) \ Responsabilidade Civil (10431) \ Indenização por Dano Moral (10433)
Cível
Indenização por Dano Moral
NÃO INFORMADO
ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PRIMEIRA TURMA RECURSAL GABINETE 4 RECURSO INOMINADO N.° 1005250-74.2024.8.11.0001 Recurso Cível Inominado n.º 1005250-74.2024.8.11.0001 Recorrente: Geraldo Pereira Pires Filho Recorridos: Facta Financeira S.A. Crédito, Financiamento e Investimento e Geanine Machado Britto (Gm Assessoria de Cobrança). EMENTA: DIREITO DO CONSUMIDOR. RECURSO INOMINADO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. EMPRÉSTIMO CONTRATADO PELO CONSUMIDOR. TRANSFERÊNCIA DE VALORES A TERCEIRO FRAUDADOR. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA. AUSÊNCIA DE FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. INEXISTÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. RECURSO DESPROVIDO. I. CASO EM EXAME 1. Recurso Inominado Cível interposto contra sentença que julgou improcedentes os pedidos de declaração de inexistência de débito e indenização por danos morais. O recorrente alegou ter sido vítima de golpe ao receber mensagem de suposta atendente de assessoria de cobrança, levando-o a transferir valores após contratação de empréstimo consignado. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 2. A questão em discussão consiste em definir se há responsabilidade da instituição financeira pelo golpe sofrido pelo recorrente, que contratou empréstimo e realizou transferência a terceiro fraudador. III. RAZÕES DE DECIDIR 3. A instituição financeira demonstrou a regularidade da contratação do empréstimo, apresentando cédula de crédito bancário, identificação do contratante e comprovantes de transferência. 4. A transferência do valor para terceiro ocorreu por ato exclusivo do consumidor, caracterizando culpa exclusiva da vítima, nos termos do artigo 14, § 3º, inciso II, do Código de Defesa do Consumidor. 5. A responsabilidade civil exige a comprovação de ato ilícito, dano e nexo causal. Ausente falha na prestação de serviço pela instituição financeira, inexiste obrigação de indenizar. 6. O entendimento jurisprudencial consolidado reafirma que golpes financeiros praticados por terceiros, sem participação ou omissão da instituição bancária, afastam a responsabilidade objetiva da empresa. IV. DISPOSITIVO E TESE 7. Recurso desprovido. Tese de julgamento: 1. A culpa exclusiva da vítima em golpes financeiros praticados por terceiros afasta a responsabilidade da instituição financeira, nos termos do artigo 14, § 3º, inciso II, do Código de Defesa do Consumidor. 2. A regularidade da contratação do empréstimo e a ausência de falha na prestação de serviço impedem o reconhecimento de inexistência de débito e a condenação por danos morais. Dispositivos relevantes citados: Código de Defesa do Consumidor, artigo 14, § 3º, inciso II; Código de Processo Civil, artigo 373, inciso I; Lei n.º 9.099/1995, artigos 46 e 55. Jurisprudência relevante citada: Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, Recurso Inominado n.º 1001581-35.2023.8.11.0005, Relator Rubens de Oliveira Santos Filho, Quarta Câmara de Direito Privado, julgamento em 19/06/2024; Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, Recurso Inominado n.º 1008263-09.2023.8.11.0004, Relator Juiz Aristeu Dias Batista Vilella, Terceira Turma Recursal, julgamento em 09/04/2024. (N.U 1005250-74.2024.8.11.0001, TURMA RECURSAL CÍVEL, EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI, Primeira Turma Recursal, Julgado em 20/02/2025, Publicado no DJE 21/02/2025)
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1004113-30.2023.8.11.0086
20/02/2025
21/02/2025
Primeira Turma Recursal
RECURSO INOMINADO
TURMA RECURSAL CÍVEL
GONCALO ANTUNES DE BARROS NETO
DIREITO CIVIL (899) \ Responsabilidade Civil (10431) \ Indenização por Dano Material (10439) \ Acidente de Trânsito (10441)
Cível
Acidente de Trânsito
NÃO INFORMADO
Órgão: GABINETE 1 - 1ª TURMA RECURSAL. N. Recurso: 1004113-30.2023.8.11.0086. Origem: NÚCLEO DE JUSTIÇA DIGITAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS-MT. Recorrente(s): FRIGORÍFICO NUTRIBRÁS S/A. Recorrido(s): EMERSON FERNANDES DE OLIVEIRA. Relator: Juiz GONÇALO ANTUNES DE BARROS NETO. Data de julgamento: 20/02/2025 (PLENÁRIO VIRTUAL). EMENTA: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO INOMINADO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. ACIDENTE DE TRÂNSITO. RESPONSABILIDADE DA RECLAMADA. COMPROVAÇÃO PARCIAL DO PREJUÍZO. REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. INCIDÊNCIA DOS JUROS DE MORA DESDE O EVENTO DANOSO E DA CORREÇÃO MONETÁRIA DESDE O EFETIVO DESEMBOLSO. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. I. CASO EM EXAME Recurso inominado interposto pela parte reclamada contra sentença que julgou procedente o pedido de indenização por danos materiais, condenando-a ao pagamento de R$ 17.720,02, acrescido de correção monetária pelo INPC desde o evento danoso e juros de 1% ao mês a contar da citação. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO Há duas questões em discussão: (i) verificar se houve comprovação integral dos danos materiais alegados pelo autor; e (ii) determinar o termo inicial da incidência da correção monetária e dos juros de mora. III. RAZÕES DE DECIDIR A responsabilidade da reclamada pelo acidente é incontroversa, restando pendente apenas a discussão quanto à comprovação do dano material alegado. A parte autora juntou, na fase inicial, apenas uma fatura no valor de R$ 3.466,66, enquanto o restante da documentação comprobatória foi apresentada somente em sede de contrarrazões recursais, o que não é admitido pelos artigos 435 e 517 do CPC e pelo artigo 33 da Lei nº 9.099/95. Em razão da ausência de comprovação integral dos valores alegados, a indenização deve ser reduzida para R$ 3.466,66, quantia efetivamente demonstrada nos autos. Os juros de mora, em casos de responsabilidade extracontratual, incidem desde o evento danoso, conforme Súmula 54 do STJ. A correção monetária deve ser aplicada a partir da data do efetivo prejuízo, nos termos da Súmula 43 do STJ. A fixação ou alteração dos juros e da correção monetária constitui matéria de ordem pública, podendo ser determinada de ofício, sem configurar julgamento extra petita ou reformatio in pejus. IV. DISPOSITIVO E TESE Recurso parcialmente provido. Tese de julgamento: A indenização por danos materiais deve corresponder ao prejuízo efetivamente comprovado nos autos. Os juros de mora, em casos de responsabilidade extracontratual, incidem desde o evento danoso. A correção monetária deve ser aplicada a partir do efetivo desembolso do valor indenizável. __ Dispositivos relevantes citados: CPC, arts. 373, I, 435 e 517; Lei nº 9.099/1995, arts. 33, 46 e 55; Súmulas 43 e 54 do STJ. Jurisprudência relevante citada: STJ, AgInt nos EDcl no AREsp n. 2.088.555/MS, rel. Min. Maria Isabel Gallotti, Quarta Turma, j. 27.03.2023; TJMG, Apelação Cível 1.0000.21.195625-5/001, rel. Des. Maria das Graças Rocha Santos, 13ª Câmara Cível, j. 10.02.2022. (N.U 1004113-30.2023.8.11.0086, TURMA RECURSAL CÍVEL, GONCALO ANTUNES DE BARROS NETO, Primeira Turma Recursal, Julgado em 20/02/2025, Publicado no DJE 21/02/2025)
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1006906-66.2024.8.11.0001
20/02/2025
21/02/2025
Primeira Turma Recursal
RECURSO INOMINADO
TURMA RECURSAL CÍVEL
EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI
DIREITO CIVIL (899) \ Responsabilidade Civil (10431) \ Indenização por Dano Moral (10433)
Cível
Indenização por Dano Moral
NÃO INFORMADO
ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PRIMEIRA TURMA RECURSAL GABINETE 4 RECURSO INOMINADO N.° 1006906-66.2024.8.11.0001 Recurso Cível Inominado n. 1006906-66.2024.8.11.0001 Recorrente: Fatima Fernanda da Silva Recorrida: Gol Linhas Aéreas S.A EMENTA DIREITO DO CONSUMIDOR. RECURSO INOMINADO CÍVEL. TRANSPORTE AÉREO. ALTERAÇÃO DE VOO. COMUNICAÇÃO PRÉVIA AO PASSAGEIRO. CUMPRIMENTO DO ARTIGO 12 DA RESOLUÇÃO N.° 400/2016 DA ANAC. INEXISTÊNCIA DE FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. DANO MORAL NÃO CONFIGURADO. RECURSO DESPROVIDO. I. CASO EM EXAME 1. Recurso Inominado Cível interposto contra sentença que julgou improcedentes os pedidos de indenização por danos morais decorrentes de alteração de voo. A recorrente alegou que a modificação do itinerário ocasionou atraso significativo em sua chegada ao destino final, requerendo compensação moral. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 2. A questão em discussão consiste em determinar se a alteração do voo pela companhia aérea, com comunicação prévia ao passageiro, configura falha na prestação de serviço apta a ensejar indenização por danos morais. III. RAZÕES DE DECIDIR 3. A companhia aérea comunicou previamente a alteração do voo por e-mail, oferecendo alternativas de remarcação ou reembolso integral, nos termos do artigo 12 da Resolução n.° 400/2016 da ANAC, o que configura excludente de responsabilidade. 4. A responsabilidade civil exige a comprovação do ato ilícito, do dano, do nexo causal e da culpa ou dolo. A ausência de falha na prestação de serviço impede a caracterização do dano moral. 5. O entendimento jurisprudencial consolidado do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso confirma que a comunicação prévia da alteração do voo, dentro dos critérios normativos, afasta a obrigação de indenizar. IV. DISPOSITIVO E TESE 6. Recurso desprovido. Tese de julgamento: 1. A comunicação prévia ao passageiro sobre alteração de voo, nos termos do artigo 12 da Resolução n.° 400/2016 da ANAC, exclui a responsabilidade da companhia aérea por eventuais danos morais. 2. A indenização por danos morais exige a demonstração de ato ilícito, dano e nexo causal, sendo incabível quando há cumprimento da regulamentação aplicável. Dispositivos relevantes citados: Código de Processo Civil, artigo 373, inciso II; Lei n.° 9.099/1995, artigos 46 e 55; Resolução n.° 400/2016 da ANAC, artigo 12. Jurisprudência relevante citada: Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, Recurso Inominado n.° 1013547-07.2023.8.11.0001, Relator Juiz Aristeu Dias Batista Vilella, Terceira Turma Recursal, julgamento em 11/09/2023. (N.U 1006906-66.2024.8.11.0001, TURMA RECURSAL CÍVEL, EULICE JAQUELINE DA COSTA SILVA CHERULLI, Primeira Turma Recursal, Julgado em 20/02/2025, Publicado no DJE 21/02/2025)
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1067400-91.2024.8.11.0001
20/02/2025
21/02/2025
Primeira Turma Recursal
RECURSO INOMINADO
TURMA RECURSAL CÍVEL
GONCALO ANTUNES DE BARROS NETO
DIREITO CIVIL (899) \ Responsabilidade Civil (10431) \ Indenização por Dano Moral (10433)
Cível
Indenização por Dano Moral
NÃO INFORMADO
Órgão: GABINETE 1 - 1ª TURMA RECURSAL. N. Recurso: 1067400-91.2024.8.11.0001. Origem: 1º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE CUIABÁ. Recorrente: VIVO S.A. Recorrida: MARIA JUCILENE DIAS. Relator: Juiz GONÇALO ANTUNES DE BARROS NETO. Data de julgamento: 20/02/2025. Ementa: DIREITO DO CONSUMIDOR. RECURSO INOMINADO. INSCRIÇÃO INDEVIDA EM CADASTRO DE INADIMPLENTES. AUSÊNCIA DE PROVAS DA CONTRATAÇÃO. DANO MORAL NÃO CONFIGURADO. INSCRIÇÃO PREEXISTENTE LEGÍTIMA. SÚMULA 385 DO STJ. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. I. CASO EM EXAME Recurso inominado interposto contra sentença que declarou a inexistência de débito e condenou a reclamada ao pagamento de indenização por danos morais, em razão de inscrição indevida do nome da autora nos cadastros de inadimplentes. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO Há duas questões em discussão: (i) verificar a regularidade da inscrição do nome da reclamante em cadastro de inadimplentes; e (ii) definir a existência de danos morais indenizáveis em razão da negativação indevida. III. RAZÕES DE DECIDIR O fornecedor do serviço tem o ônus de comprovar a regularidade da contratação, nos termos do artigo 373, II, do CPC, e artigo 6º, VIII, do CDC, não sendo suficiente a apresentação de telas sistêmicas ou faturas unilaterais. No caso concreto, a reclamada não demonstrou a existência de relação contratual com a parte autora, tornando indevida a inscrição em cadastro de inadimplentes e justificando a declaração de inexistência do débito. Contudo, à época da negativação impugnada, já havia restrição preexistente nos registros da autora, circunstância que afasta o dever de indenizar, conforme entendimento consolidado na Súmula 385 do STJ. IV. DISPOSITIVO E TESE 6. Recurso parcialmente provido. Tese de julgamento: A apresentação de documentos unilaterais não é suficiente para comprovar a relação contratual alegada pela fornecedora. A existência de anotação preexistente legítima em cadastro de inadimplentes afasta a configuração do dano moral indenizável, conforme Súmula 385 do STJ. Dispositivos relevantes citados: CDC, art. 6º, VIII; CPC, art. 373, II; STJ, Súmula 385; Lei n. 9.099/95, arts. 46 e 55. Jurisprudência relevante citada: TJMT, N.U 1003475-24.2024.8.11.0001, Rel. Luis Aparecido Bortolussi Junior, 05/08/2024; TJRS, Recurso Inominado nº 50167164020208210039, Rel. Vanise Röhrig Monte Aço, 23/09/2022; STJ, Súmula 385. (N.U 1067400-91.2024.8.11.0001, TURMA RECURSAL CÍVEL, GONCALO ANTUNES DE BARROS NETO, Primeira Turma Recursal, Julgado em 20/02/2025, Publicado no DJE 21/02/2025)
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1053631-50.2023.8.11.0001
20/02/2025
21/02/2025
Primeira Turma Recursal
RECURSO INOMINADO
TURMA RECURSAL CÍVEL
GONCALO ANTUNES DE BARROS NETO
DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO (9985) \ Responsabilidade da Administração (9991) \ Indenização por Dano Moral (9992)
Cível
Indenização por Dano Moral
NÃO INFORMADO
Órgão: GABINETE 1 – 1ª TURMA RECURSAL. N. Recurso: 1053631-50.2023.8.11.0001. Origem: JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA DE CUIABÁ. Recorrente: MARLENE MARIA DE CAMPOS. Recorrido: MUNICÍPIO DE CUIABÁ E RODANDO LEGAL – SERVIÇOS E TRANSPORTES RODOVIÁRIO LTDA. Relator: Juiz GONÇALO ANTUNES DE BARROS NETO. Data de Julgamento: 20/2/2025. Ementa: DIREITO ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO INOMINADO. APREENSÃO E LEILÃO DE VEÍCULO. DÉBITOS PENDENTES. ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO PRÉVIA. OBRIGAÇÃO DE ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO PELO PROPRIETÁRIO DO VEÍCULO. NOTIFICAÇÃO PRESUMIDAMENTE VÁLIDA. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. RECURSO DESPROVIDO. I. CASO EM EXAME Recurso interposto pela reclamante contra sentença que julgou improcedentes os pedidos de declaração de nulidade do leilão administrativo de veículo, restituição do bem e indenização por danos morais. A recorrente sustenta que não foi devidamente notificada acerca do auto de infração que ensejou a apreensão e posterior alienação do automóvel de sua propriedade. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO Há duas questões em discussão: (i) verificar se houve falha na notificação da autuação de trânsito que culminou na apreensão e leilão do veículo; (ii) estabelecer se a ausência de notificação invalida o ato administrativo de alienação do bem. III. RAZÕES DE DECIDIR O auto de infração que originou a apreensão do veículo foi lavrado pelo Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN) e não integra o acordo firmado entre a recorrente e a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (SEMOB) para parcelamento de débitos anteriores. A legislação de trânsito prevê que a notificação da infração pode ser realizada por remessa postal, sem necessidade de aviso de recebimento, desde que enviada ao endereço cadastrado do proprietário. A recorrente não comprovou que manteve seu endereço atualizado junto ao órgão de trânsito, sendo sua a responsabilidade garantir a correta informação do endereço para o recebimento de possíveis notificações, conforme entendimento consolidado no STJ (PUIL nº 372/SP). Constatada a permanência do veículo apreendido por mais de 60 dias sem manifestação do proprietário, o leilão foi realizado nos termos do artigo 10 da Resolução nº 623/2016 do CONTRAN, não havendo nulidade no ato administrativo. A sentença recorrida deve ser mantida por seus próprios fundamentos, nos termos do artigo 46 da Lei nº 9.099/95 e do artigo 66 do Regimento Interno das Turmas Recursais Cíveis e Criminais dos Juizados Especiais de Mato Grosso. IV. DISPOSITIVO E TESE Recurso desprovido. Tese de julgamento: A notificação de autuação de trânsito presume-se válida quando enviada ao endereço cadastrado pelo proprietário, sendo sua obrigação manter os dados atualizados. O leilão administrativo de veículo apreendido por mais de 60 dias, sem manifestação do proprietário, não configura nulidade quando realizado conforme as disposições legais e regulamentares aplicáveis. Dispositivos relevantes citados: Lei nº 9.099/95, art. 46; Código de Trânsito Brasileiro, arts. 271, §7º, 280, 281 e 282; Resolução nº 623/2016 do CONTRAN, art. 10. Jurisprudência relevante citada: STJ, PUIL nº 372/SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, Primeira Seção, j. 11/3/2020. (N.U 1053631-50.2023.8.11.0001, TURMA RECURSAL CÍVEL, GONCALO ANTUNES DE BARROS NETO, Primeira Turma Recursal, Julgado em 20/02/2025, Publicado no DJE 21/02/2025)
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1019334-83.2024.8.11.0000
20/02/2025
21/02/2025
Turma de Câmaras Criminais Reunidas
REVISÃO CRIMINAL
CÂMARAS CRIMINAIS REUNIDAS
JOSE ZUQUIM NOGUEIRA
DIREITO PENAL MILITAR (11068) \ Crimes contra a Pessoa (11075) \ Homicídio (11227)
Criminal
Homicídio
NÃO INFORMADO
EMENTA DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. REVISÃO CRIMINAL. HOMICÍDIO QUALIFICADO. FALTA DE INTIMAÇÃO PARA CONSTITUIÇÃO DE NOVO ADVOGADO APÓS FALECIMENTO DO DEFENSOR. VIOLAÇÃO À AMPLA DEFESA E AO DEVIDO PROCESSO LEGAL. NULIDADE ABSOLUTA. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. I. CASO EM EXAME Revisão Criminal objetivando a declaração de nulidade dos atos processuais subsequentes ao falecimento do advogado constituído pelo réu, sob o argumento de cerceamento de defesa devido à ausência de intimação pessoal ou editalícia para constituição de novo defensor. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO A questão em discussão consiste em verificar se a ausência de intimação do requerente para a constituição de novo advogado, após o falecimento do causídico, configura nulidade absoluta capaz de ensejar a anulação dos atos processuais. III. RAZÕES DE DECIDIR O falecimento do advogado constituído pelo acusado impõe ao juízo a intimação pessoal ou por edital do réu para que constitua novo defensor ou manifeste interesse em ser representado pela Defensoria Pública, sob pena de nulidade absoluta. A análise dos autos revelou que o requerente não foi intimado pessoalmente ou por edital após o falecimento de seu advogado, sendo diretamente nomeada a Defensoria Pública apenas no momento da sessão plenária do Tribunal do Júri. A ausência de intimação afronta os princípios da ampla defesa e do devido processo legal, configurando cerceamento de defesa e resultando em nulidade absoluta dos atos processuais subsequentes ao evento. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e deste Tribunal reconhece a nulidade absoluta em situações de ausência de intimação para constituição de novo advogado após a renúncia ou falecimento do defensor constituído. IV. DISPOSITIVO E TESE Pedido procedente. Determinada a anulação dos atos processuais subsequentes à notícia do falecimento do advogado constituído e a renovação da Ação Penal nº 0001237-41.1993.8.11.0064, com prévia intimação do requerente para constituição de novo defensor ou manifestação de interesse pela Defensoria Pública. Tese de julgamento: A ausência de intimação do réu para constituição de novo advogado após a renúncia ou falecimento do defensor constitui nulidade absoluta, por violação aos princípios da ampla defesa e do devido processo legal. A nomeação direta de defensor público sem prévia intimação do réu para escolha de novo patrono não supre a ilegalidade, ensejando a anulação dos atos processuais. Dispositivos relevantes citados: CPP, arts. 261, 263 e 621, I. Jurisprudência relevante citada: STJ, AgRg no RHC nº 127.971/RN, Rel. Min. Laurita Vaz, Sexta Turma, DJe 25/10/2021; TJMT, N.U. 0000400-92.2003.8.11.0077, Rel. Rui Ramos Ribeiro, Segunda Câmara Criminal, DJE 22/09/2023. (N.U 1019334-83.2024.8.11.0000, CÂMARAS CRIMINAIS REUNIDAS, JOSE ZUQUIM NOGUEIRA, Turma de Câmaras Criminais Reunidas, Julgado em 20/02/2025, Publicado no DJE 21/02/2025)
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1001079-57.2023.8.11.0018
19/02/2025
19/02/2025
Segunda Câmara de Direito Privado
APELAÇÃO CÍVEL
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
TATIANE COLOMBO
DIREITO DO CONSUMIDOR (1156) \ Responsabilidade do Fornecedor (6220) \ Indenização por Dano Moral (7779)
Cível
Indenização por Dano Moral
NÃO INFORMADO
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. OFENSA AO PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE. INOCORRÊNCIA. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. RELAÇÃO JURÍDICA NEGADA. CONTRATO ASSINADO JUNTADO. DEMANDA JULGADA IMPROCEDENTE. SENTENÇA MANTIDA. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. CONFIGURADA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.Ausência de ofensa ao princípio da dialeticidade, porquanto, é possível extrair das razões recursais o inconformismo ao se contrapor a sentença.Ausência de cerceamento de defesa. O juiz, como destinatário da prova, tem a prerrogativa de julgar a demanda com base nas provas documentais já constantes dos autos, dispensando a produção de outras, especialmente quando os elementos apresentados são claros, robustos e suficientes para a solução da controvérsia.Relação negocial demonstrada, diante da juntada de contrato de empréstimo, devidamente assinado, com informações claras sobre suas características.Litigância de má-fé configurada, diante da alteração da verdade dos fatos pela parte autora, na tentativa de obter vantagem indevida, conduta que afronta os princípios basilares do processo civil, notadamente o da boa-fé objetiva. Recurso conhecido e desprovido.Honorários advocatícios sucumbenciais majorados, em atenção ao artigo 85, § 11 do Código de Processo Civil. (N.U 1001079-57.2023.8.11.0018, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, TATIANE COLOMBO, Segunda Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
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1026484-18.2024.8.11.0000
19/02/2025
19/02/2025
Segunda Câmara de Direito Privado
AGRAVO DE INSTRUMENTO
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
TATIANE COLOMBO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO (8826) \ Partes e Procuradores (8842) \ Assistência Judiciária Gratuita (8843)
Cível
Assistência Judiciária Gratuita
NÃO INFORMADO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. JUSTIÇA GRATUITA. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DA DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA. RECURSO PROVIDO. I. CASO EM EXAMEAgravo de Instrumento interposto por FABIO DEL CANALE VIZENTIM contra decisão que indeferiu o pedido de justiça gratuita nos autos de origem, sob o fundamento de ausência de comprovação da hipossuficiência econômica. O Agravante alega situação financeira precária desde 2015, comprovada por documentos juntados aos autos, destacando-se a inexistência de renda, movimentação bancária insignificativa e ausência de declaração de valores em seu imposto de renda. Pleiteia o provimento do recurso para deferir o benefício da gratuidade da justiça. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃOA questão em discussão consiste em analisar se o Agravante faz jus ao benefício da justiça gratuita, à luz da presunção de veracidade da declaração de hipossuficiência e da documentação apresentada nos autos. III. RAZÕES DE DECIDIRA declaração de hipossuficiência financeira feita por pessoa natural possui presunção de veracidade, conforme o § 3º do artigo 99 do CPC, cabendo à parte contrária demonstrar sua inconsistência.A Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso LXXIV, assegura o direito à assistência jurídica gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos, exigindo apenas comprovação de dificuldade financeira, e não de miserabilidade.O Agravante demonstra por meio de documentos a ausência de renda, inexistência de valores nas declarações de imposto de renda e de movimentações financeiras expressivas, corroborando a alegação de hipossuficiência.O indeferimento do benefício pode comprometer a subsistência do Agravante, configurando risco de prejuízo à garantia de acesso à justiça.Precedentes jurisprudenciais corroboram o entendimento de que a comprovação de dificuldade financeira suficiente é fundamento para a concessão da justiça gratuita. IV. DISPOSITIVO E TESERecurso provido. (N.U 1026484-18.2024.8.11.0000, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, TATIANE COLOMBO, Segunda Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
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1006753-24.2024.8.11.0004
19/02/2025
20/02/2025
Quarta Câmara Criminal
APELAÇÃO CRIMINAL
CÂMARAS ISOLADAS CRIMINAIS
LIDIO MODESTO DA SILVA FILHO
DIREITO PENAL (287) \ Crimes Previstos na Legislação Extravagante (3603) \ Crimes de Tráfico Ilícito e Uso Indevido de Drogas (3607)
Criminal
Crimes de Tráfico Ilícito e Uso Indevido de Drogas
NÃO INFORMADO
DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. TRÁFICO DE DROGAS. ENVOLVIMENTO DE MENOR. ELEVADA QUANTIDADE DE ENTORPECENTES. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS. PRETENSÃO ABSOLUTÓRIA REJEITADA. CAUSA ESPECIAL DE DIMINUIÇÃO INAPLICÁVEL. REGIME INICIAL FECHADO MANTIDO. RECURSO DESPROVIDO. I. Caso em exame: Apelação criminal contra sentença condenatória pelo crime de tráfico de drogas (art. 33, caput, c.c. art. 40, VI, da Lei 11.343/06), com pena de 8 anos e 2 meses de reclusão, em regime fechado, e 817 dias-multa, pela apreensão de aproximadamente 46kg de drogas (maconha e cocaína). II. Questão em discussão: A questão em discussão consiste em verificar se: (i) há provas suficientes para a condenação pelo crime de tráfico e (ii) analisar a possibilidade de reconhecimento do tráfico privilegiado. III. Razões de decidir: 1. A materialidade e autoria delitivas estão robustamente demonstradas pelo auto de prisão em flagrante, laudos periciais e depoimentos harmônicos dos policiais militares, corroborados por vasto conjunto probatório. 2. A expressiva quantidade de drogas apreendida (46kg), aliada ao envolvimento de menor de idade na prática delitiva, evidencia dedicação à atividade criminosa, afastando a aplicação do tráfico privilegiado. 3. O Enunciado Orientativo n. 30 da TCCR/TJMT: A quantidade, a forma de acondicionamento da droga apreendida, como também a existência de apetrechos utilizados para comercialização de substância entorpecentes, são fundamentos idôneos a evidenciar dedicação à atividade criminosa, de modo a afastar a aplicação da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4°, da Lei n. 11.343/2006. 4. O regime inicial fechado e a impossibilidade de substituição da pena privativa de liberdade são medidas que se impõem, considerando a natureza e quantidade da droga apreendida. IV. Dispositivo e tese: Recurso desprovido. Tese de julgamento: "1. A apreensão de elevada quantidade e variedade de drogas, associada a outros elementos probatórios consistentes, são suficientes para manutenção da condenação por tráfico. 2. O envolvimento de menor e a expressiva quantidade de drogas impedem o reconhecimento do tráfico privilegiado". Dispositivos relevantes citados: Lei 11.343/06, arts. 33, caput, 40, VI; CPP, art. 386. Jurisprudência relevante citada: STJ - AgRg no HC n. 850.008/MG, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Des. convocado do TJDFT), Sexta Turma, j. em 21/05/2024, DJe de 24/05/2024). TJMT- N.U 1006037-34.2023.8.11.0003, CÂMARAS ISOLADAS CRIMINAIS, GILBERTO GIRALDELLI, Terceira Câmara Criminal, Julgado em 05/06/2024, Publicado no DJE 07/06/2024. TJMT- (N.U 1000252-04.2024.8.11.0053, CÂMARAS ISOLADAS CRIMINAIS, LUIZ FERREIRA DA SILVA, Terceira Câmara Criminal, Julgado em 06/11/2024, Publicado no DJE 11/11/2024). (N.U 1006753-24.2024.8.11.0004, CÂMARAS ISOLADAS CRIMINAIS, LIDIO MODESTO DA SILVA FILHO, Quarta Câmara Criminal, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 20/02/2025)
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1015162-97.2021.8.11.0002
19/02/2025
20/02/2025
Terceira Câmara de Direito Privado
APELAÇÃO CÍVEL
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
ANTONIA SIQUEIRA GONCALVES
DIREITO CIVIL (899) \ Responsabilidade Civil (10431) \ Indenização por Dano Moral (10433)
Cível
Indenização por Dano Moral
NÃO INFORMADO
E M E N T AAPELAÇÕES CÍVEIS – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E MATERIAL – PRELIMINARES DE OFENSA AO PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE E ILEGITIMIDADE PASSIVA REJEITADAS – MÉRITO – QUEDA EM BUEIRO/ESGOTO DESTAMPADO SEM PROTEÇÃO OU SINALIZAÇÃO – PROVAS ACOSTADAS AOS AUTOS QUE DEMONSTRAM O DEVER DE MANUTENÇÃO E FISCALIZAÇÃO DA CONCESSIONÁRIA AEROPORTUÁRIA – CULPA CONCORRENTE EVIDENCIADA – VÍTIMA QUE ESTACIONOU SEU VEÍCULO EM LOCAL PROIBIDO – DANOS MORAIS RAZOÁVEIS E PROPORCIONAIS – DANOS MATERIAIS EFETIVAMENTE COMPROVADOS DEVIDOS – SENTENÇA ESCORREITA – AMBOS OS RECURSOS DESPROVIDOS.Como a parte apelante apresentou devidamente os fundamentos de fato e de direito, a fim de impugnar efetivamente os fundamentos da sentença, deve ser afastada a preliminar relativa à violação ao princípio da dialeticidade.De acordo com o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor, o prestador de serviço tem responsabilidade objetiva, respondendo, independentemente de culpa, pelos prejuízos experimentados pelo consumidor por falha na prestação do serviço.A sentença de primeiro grau reconheceu que a primeira apelante não adotou as medidas necessárias para evitar o acidente, permitindo que um bueiro permanecesse destampado em área de circulação de passageiros. A despeito da alegação da concessionária, no sentido de que realiza inspeções rotineiras, não há nos autos elementos que demonstrem a efetividade desse procedimento no dia dos fatos.Depoimentos colhidos na instrução processual corroboram a tese da segunda apelante de que o buraco permaneceu sem sinalização até o momento do acidente, sendo tampado pela concessionária somente após o ocorrido. Tal circunstância evidencia falha na prestação do serviço e reforça a negligência da primeira apelante na conservação das dependências aeroportuárias, configurando o dever de indenizar.In casu, faz-se mister o reconhecimento da culpa concorrente, vez que restou demonstrado nos autos, inclusive com fotos, que a segunda apelante estacionou em local proibido, descumprindo as normas de trânsito vigentes. O artigo 181, inciso XIX, do Código de Trânsito Brasileiro.A indenização por dano moral deve ser fixada em montante que não onere em demasia o ofensor, mas, por outro lado, atenda à finalidade para a qual foi concedida, compensando o sofrimento da vítima e desencorajando a outra parte quanto aos outros procedimentos de igual natureza.(N.U 1015162-97.2021.8.11.0002, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, ANTONIA SIQUEIRA GONCALVES, Terceira Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 20/02/2025)
3
1007280-85.2024.8.11.0000
19/02/2025
19/02/2025
Quarta Câmara de Direito Privado
AGRAVO DE INSTRUMENTO
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
RUBENS DE OLIVEIRA SANTOS FILHO
DIREITO CIVIL (899) \ Família (5626) \ Casamento (5808) \ Dissolução (7664) \ Partilha (14923)
Cível
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NÃO INFORMADO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ATRIBUIÇÃO DE EFEITOS MODIFICATIVOS. AUSÊNCIA DE PRÉVIA INTIMAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE MODIFICAÇÃO SUBSTANCIAL DO JULGADO. PRINCÍPIO PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF. MANUTENÇÃO DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA. PRESUNÇÃO IURIS TANTUM DE HIPOSSUFICIÊNCIA. RECURSO NÃO PROVIDO. I. CASO EM EXAME Embargos de Declaração opostos sob a alegação de nulidade processual, em razão da ausência de prévia intimação do embargante para manifestação nos Embargos da parte adversa, que teriam gerado efeitos modificativos. O embargante sustenta, ainda, que a autora deixou de ser hipossuficiente e que tal fato não foi devidamente considerado. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 2. A controvérsia consiste em examinar se a ausência de prévia intimação do embargante para manifestação nos Embargos de Declaração da parte adversa configura nulidade, nos termos do art. 1.023, § 2º, do CPC, e se a manutenção da justiça gratuita à autora contraria a prova de alteração de sua condição econômica. III. RAZÕES DE DECIDIR 3. A nulidade processual por ausência de prévia intimação somente se caracteriza se demonstrado prejuízo concreto (princípio pas de nullité sans grief). 4. O aresto embargado apenas supriu omissão relativa à liquidação de sentença, sem modificar o conteúdo material do julgado, o que afasta a exigência de prévia intimação. 5. Ainda que a norma processual não tenha sido integralmente observada, a inexistência de prejuízo impede o reconhecimento da nulidade. 6. A presunção de hipossuficiência prevista no art. 99, § 3º, do CPC só pode ser afastada mediante prova inequívoca da alteração da condição econômica da parte beneficiária. 7. A existência de rendimentos esporádicos provenientes de arrendamento rural não afasta, por si só, a fragilidade financeira da parte autora, especialmente diante da sua idade avançada e dos custos elevados do litígio. 8. O embargante visa à rediscussão da matéria, o que não se coaduna com a finalidade dos Embargos de Declaração (art. 1.022 do CPC). IV. DISPOSITIVO E TESE 6. Embargos de Declaração não providos. Tese de julgamento: 1. A ausência de prévia intimação para manifestação nos Embargos de Declaração da parte adversa não gera nulidade se não houver modificação substancial do conteúdo material do julgado. 2. O reconhecimento da nulidade de atos processuais exige demonstração efetiva de prejuízo, em observância ao princípio pas de nullité sans grief. 3. A presunção de hipossuficiência prevista no art. 99, § 3º, do CPC somente pode ser afastada mediante prova consistente da alteração da condição econômica do beneficiário. 4. Embargos de Declaração não se prestam à rediscussão do mérito. Dispositivos relevantes citados: CPC, arts. 1.022; 1.023, § 2º; 99, § 3º. Jurisprudência relevante citada: STJ, EDcl nos EREsp 1322337/RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 16-8-2017; STF, AgR no ARE 822.641, Rel. Min. Edson Fachin, j. 23-10-2015. (N.U 1007280-85.2024.8.11.0000, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, RUBENS DE OLIVEIRA SANTOS FILHO, Quarta Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
3
1034412-20.2024.8.11.0000
19/02/2025
19/02/2025
Quarta Câmara de Direito Privado
AGRAVO DE INSTRUMENTO
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
SERLY MARCONDES ALVES
DIREITO CIVIL (899) \ Coisas (10432) \ Servidão (10483)
Cível
Servidão
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I) EMENTADIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. SERVIDÃO DE PASSAGEM. IMÓVEL ENCRAVADO. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. DECISÃO MANTIDA. RECURSO NÃO PROVIDOI. CASO EM EXAME1. Recurso de Agravo de Instrumento interposto contra decisão que, nos autos da Ação de Servidão de Passagem, deferiu pedido para determinar a reintegração do autor na posse da passagem constituída sobre o imóvel do demandado, sob pena de multa diária. O agravante alega vícios processuais, inexistência de encravamento do imóvel e ausência de perigo de dano.II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO2. Há duas questões em discussão: (i) definir se a juntada de documento na impugnação à contestação caracteriza error in procedendo; e (ii) estabelecer se o imóvel do agravado está encravado, justificando a necessidade da passagem forçada.III. RAZÕES DE DECIDIR3. A juntada do documento impugnado pelo agravante (declaração de vizinho) foi feita na impugnação à contestação, para rebater tese defensiva nova, o que encontra respaldo no artigo 435 do CPC, que permite a apresentação de documentos a qualquer tempo para contrapor fatos alegados pela parte adversa.4. A documentação constante dos autos comprova que a passagem alternativa utilizada pelo agravado era temporária e foi interrompida, impossibilitando seu acesso à via pública.5. A suposta servidão preexistente alegada pelo agravante não garante o trânsito até o imóvel do agravado, mas apenas até a propriedade de terceiro, cujo proprietário cessou a permissão de acesso.6. Nos termos do artigo 1.285 do Código Civil, o proprietário de imóvel absolutamente encravado tem direito à passagem forçada pelo imóvel vizinho, mediante pagamento de indenização, para garantir acesso à sua propriedade e sua exploração econômica.7. Evidenciado o encravamento do imóvel do agravado, mostra-se justificada a concessão da tutela antecipada para a reintegração na posse da passagem.IV. DISPOSITIVO E TESE8. Recurso desprovido.Tese de julgamento:1. A juntada de documento na impugnação à contestação para rebater tese defensiva nova é admissível nos termos do artigo 435 do CPC.2. O proprietário de imóvel absolutamente encravado tem direito à passagem forçada pelo imóvel vizinho, nos termos do artigo 1.285 do Código Civil.Dispositivos relevantes citados: CPC, art. 435; CC, art. 1.285. Jurisprudência relevante citada: TJ-MG, AI nº 10000170058416001, Rel. Des. Antônio Bispo, j. 03/05/2018.(N.U 1034412-20.2024.8.11.0000, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, SERLY MARCONDES ALVES, Quarta Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
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1005245-55.2024.8.11.0000
19/02/2025
19/02/2025
Quarta Câmara de Direito Privado
AGRAVO DE INSTRUMENTO
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
RUBENS DE OLIVEIRA SANTOS FILHO
DIREITO CIVIL (899) \ Sucessões (7673) \ Administração de herança (7676)
Cível
Administração de herança
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO E CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA. PRETENSÃO DE REDISCUSSÃO DA MATÉRIA. INVIABILIDADE. RECURSO NÃO PROVIDO. I. CASO EM EXAME Embargos de Declaração opostos sob o argumento de que o acórdão impugnado não analisou fato superveniente referente à celebração de contratos de arrendamento rural entre as partes e a empresa Nadiana Agronegócios Ltda., o que, segundo o embargante, dispensaria a autorização judicial para o arrendamento. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO A controvérsia consiste em verificar se o acórdão embargado incorreu em omissão ao não considerar os contratos de arrendamento como fato relevante para a resolução da causa. III. RAZÕES DE DECIDIR 3. A Câmara julgadora não ignorou a existência de atos negociais entre os herdeiros, mas destacou a necessidade de procedimento específico para a extinção do condomínio, mantendo a fundamentação adotada. 4. A celebração de contratos de arrendamento não altera a essência da controvérsia, pois não modifica a titularidade ou o regime jurídico do bem. 5. Não há omissão nem contradição no aresto, uma vez que todos os aspectos essenciais à solução do litígio foram devidamente apreciados. 6. Os Embargos de Declaração não se destinam à rediscussão da matéria já examinada, conforme previsto no art. 1.022 do CPC. IV. DISPOSITIVO E TESE 6. Embargos de Declaração não providos. Tese de julgamento: A existência de contratos de arrendamento entre as partes não configura fato capaz de modificar a imprescindibilidade de Ação própria para a extinção do condomínio. A fundamentação adotada no acórdão, quando suficiente para amparar a conclusão do julgamento, afasta a alegação de omissão. Os Embargos de Declaração não se destinam à rediscussão da matéria já decidida, salvo em caso de vícios previstos no art. 1.022 do CPC. Dispositivos relevantes citados: CPC, art. 1.022. Jurisprudência relevante citada: STJ, EDcl nos EREsp 1322337/RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 16-8-2017. (N.U 1005245-55.2024.8.11.0000, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, RUBENS DE OLIVEIRA SANTOS FILHO, Quarta Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
3
1029009-78.2023.8.11.0041
19/02/2025
20/02/2025
Terceira Câmara de Direito Privado
APELAÇÃO CÍVEL
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
DIRCEU DOS SANTOS
DIREITO CIVIL (899) \ Obrigações (7681) \ Espécies de Contratos (9580) \ Seguro (9597)
Cível
Seguro
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APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE COBRANÇA DE INDENIZAÇÃO SECURITÁRIA – PRESCRIÇÃO ÂNUA – LAPSO VERIFICADO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.O prazo prescricional para cobrança de seguro de vida é de um ano e o marco inicial é a data da ciência inequívoca da incapacidade (N.U 0005270-84.2012.8.11.0007, NILZA MARIA PÔSSAS DE CARVALHO, PRIMEIRA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO, Julgado em 30/01/2018, publicado no DJE 05/02/2018).(N.U 1029009-78.2023.8.11.0041, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, DIRCEU DOS SANTOS, Terceira Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 20/02/2025)
3
1026079-79.2024.8.11.0000
19/02/2025
19/02/2025
Quarta Câmara de Direito Privado
AGRAVO DE INSTRUMENTO
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
SERLY MARCONDES ALVES
DIREITO CIVIL (899) \ Obrigações (7681) \ Espécies de Títulos de Crédito (7717) \ Cédula de Produto Rural (4968)
Cível
Cédula de Produto Rural
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EMENTA DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ARRESTO DE PRODUTOS AGRÍCOLAS. RECONHECIMENTO DA POSSIBILIDADE DE PROSSEGUIMENTO DAS DILIGÊNCIAS. REDUÇÃO PROPORCIONAL DA CAUÇÃO EXIGIDA. RECURSO PROVIDO. I. CASO EM EXAME Agravo de Instrumento interposto visando reformar decisão que encerrou as diligências para arrestar produtos agrícolas em ação de execução de título extrajudicial. O agravante requereu arresto de grãos de milho e soja, diante do inadimplemento contratual do agravado, mas encontrou dificuldades na localização integral dos bens, pleiteando prosseguimento das diligências e redução proporcional da caução exigida. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO Há duas questões em discussão: (i) verificar a viabilidade do prosseguimento das diligências de arresto em outros depósitos/armazéns da empresa Safras Armazéns Gerais; (ii) determinar a proporcionalidade da caução exigida no processo. III. RAZÕES DE DECIDIR Os elementos constantes dos autos, incluindo certidões e documentos, evidenciam indícios de ocultação deliberada de produtos agrícolas pelo agravado e terceiros interessados, justificando a continuidade das diligências em outros armazéns. A exigência de caução proporcional ao produto encontrado é necessária para evitar oneração excessiva do exequente, considerando as dificuldades já enfrentadas para reaver os bens penhorados. A existência de título executivo extrajudicial, com penhor registrado em 1º grau, demonstra a probabilidade do direito alegado pelo agravante e confere prioridade ao crédito. A continuidade das diligências e a adequação da caução são medidas que preservam a efetividade da tutela executiva, alinhadas ao princípio da proporcionalidade. IV. DISPOSITIVO E TESE Recurso provido. Tese de julgamento: A continuidade das diligências de arresto em outros depósitos/armazéns é cabível diante de indícios de ocultação de bens penhorados. A caução exigida deve ser proporcional ao valor do produto arrestado em cada diligência realizada. Dispositivos relevantes citados: CPC, arts. 300 e 301; Lei nº 10.406/2002 (CC), art. 1.419. Jurisprudência relevante citada: Não especificada no documento analisado. (N.U 1026079-79.2024.8.11.0000, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, SERLY MARCONDES ALVES, Quarta Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
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1035391-79.2024.8.11.0000
19/02/2025
20/02/2025
Quarta Câmara de Direito Privado
AGRAVO DE INSTRUMENTO
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
SERLY MARCONDES ALVES
DIREITO CIVIL (899) \ Responsabilidade Civil (10431) \ Indenização por Dano Material (10439)
Cível
Indenização por Dano Material
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EMENTA DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PRESCRIÇÃO E ILEGITIMIDADE PASSIVA. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS. INTERRUPÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL. LEGITIMIDADE PASSIVA DA PROPRIETÁRIA DO IMÓVEL. RECURSO NÃO PROVIDO. I. CASO EM EXAME Agravo de instrumento interposto visando à reforma da decisão que rejeitou as preliminares de prescrição e ilegitimidade passiva da Ponte de Pedra Administradora de Bens Ltda, nos autos de ação de indenização. Os agravantes alegam que não foram parte na ação de produção antecipada de provas, de modo que o prazo prescricional não poderia ser interrompido em relação a eles, e defendem a ilegitimidade passiva da empresa Ponte de Pedra, amparados em contrato de arrendamento que transferiria integralmente a responsabilidade pelos danos. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO Há duas questões em discussão: (i) definir se o prazo prescricional para a pretensão indenizatória foi validamente interrompido pela ação de produção antecipada de provas; e (ii) estabelecer se a Ponte de Pedra Administradora de Bens Ltda possui legitimidade para figurar no polo passivo da demanda indenizatória. III. RAZÕES DE DECIDIR O ajuizamento da ação de produção antecipada de provas interrompe o prazo prescricional, conforme disposto no artigo 202, parágrafo único, do Código Civil, sendo irrelevante que os agravantes não tenham figurado como partes naquela demanda. A interrupção aplica-se à pretensão indenizatória e alcança os agravantes, que posteriormente integraram a lide. A legitimidade passiva da Ponte de Pedra Administradora de Bens Ltda decorre do contrato de arrendamento agrícola firmado, que prevê, em sua cláusula 14.1, a responsabilidade da proprietária pelos prejuízos decorrentes do uso do imóvel. Além disso, o dever de vigilância e de prevenção de danos é inerente à condição de proprietária. IV. DISPOSITIVO E TESE Recurso desprovido. Tese de julgamento: A ação de produção antecipada de provas interrompe o prazo prescricional para a pretensão indenizatória, ainda que os agravantes não tenham participado da demanda cautelar. A proprietária do imóvel possui legitimidade passiva para responder por danos relacionados ao uso do bem, quando tal responsabilidade está expressamente prevista em contrato de arrendamento. Dispositivos relevantes citados: Código Civil, arts. 202, parágrafo único, e 206, § 3º, V. Jurisprudência relevante citada: STJ, REsp nº 1.067.911/SP, rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 18/08/2009, DJe de 03/09/2009. (N.U 1035391-79.2024.8.11.0000, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, SERLY MARCONDES ALVES, Quarta Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 20/02/2025)
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1035746-89.2024.8.11.0000
19/02/2025
19/02/2025
Quarta Câmara de Direito Privado
AGRAVO DE INSTRUMENTO
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
SERLY MARCONDES ALVES
DIREITO CIVIL (899) \ Empresas (9616) \ Espécies de Sociedades (9617) \ Cooperativa (9625)
Cível
Cooperativa
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EMENTA DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PLANO DE SAÚDE. COOPERATIVA. EXIGÊNCIA DE APORTE FINANCEIRO. TUTELA DE URGÊNCIA. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO DÉBITO. MANUTENÇÃO DO DEPÓSITO JUDICIAL. DECISÃO MANTIDA. I. CASO EM EXAME Recurso de Agravo de Instrumento interposto contra decisão que, em sede de reconsideração, deferiu a tutela de urgência para suspender a exigibilidade do débito e encargos moratórios dos agravados, mantendo-se o depósito judicial realizado. Ainda, determinou a abstenção de sanções administrativas e de inscrição nos cadastros de inadimplentes. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO Há duas questões em discussão: (i) definir se a exigência do aporte financeiro realizada pela cooperativa tem fundamento legal e pode ser exigida imediatamente dos cooperados; (ii) estabelecer se estão presentes os requisitos para concessão da tutela de urgência, justificando a suspensão da exigibilidade do débito. III. RAZÕES DE DECIDIR A tutela de urgência antecipada exige a presença cumulativa da probabilidade do direito e do perigo de dano, conforme previsto no artigo 300 do Código de Processo Civil. A reconsideração da decisão anterior é admissível diante da apresentação de novos elementos fáticos e jurídicos que possam alterar a convicção do julgador. A situação econômico-financeira da cooperativa está sob análise, considerando o regime de direção fiscal instaurado pela agência reguladora, o que gera incerteza quanto à legalidade do aporte exigido. A suspensão da exigibilidade do débito até a resolução da controvérsia garante segurança jurídica e evita prejuízos irreparáveis aos cooperados. A manutenção do depósito judicial demonstra a boa-fé dos agravados e mitiga eventuais riscos à cooperativa. A cobrança coercitiva do aporte poderia comprometer a estabilidade financeira e a atividade profissional dos médicos cooperados, justificando a decisão que preserva o status quo até o julgamento do mérito. IV. DISPOSITIVO E TESE Recurso desprovido. Tese de julgamento: A tutela de urgência antecipada pode ser concedida para suspender a exigibilidade de débito quando há incerteza jurídica sobre sua legalidade e risco de dano irreversível ao devedor. A manutenção de depósito judicial realizado pelo devedor demonstra boa-fé e reduz o risco à parte credora, justificando a suspensão da cobrança até o deslinde da controvérsia. A revisão de decisão que concede ou revoga tutela de urgência é possível diante de novos elementos fáticos ou jurídicos que justifiquem a alteração da medida. Dispositivos relevantes citados: CPC, art. 300. Jurisprudência relevante citada: TJ-RS, AI 52336144820228217000, Rel. Des. Carlos Cini Marchionatti, j. 06.02.2023. (N.U 1035746-89.2024.8.11.0000, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, SERLY MARCONDES ALVES, Quarta Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
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1006954-50.2023.8.11.0004
19/02/2025
19/02/2025
Quarta Câmara de Direito Privado
APELAÇÃO CÍVEL
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
SERLY MARCONDES ALVES
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO (8826) \ Liquidação / Cumprimento / Execução (9148) \ Efeito Suspensivo / Impugnação / Embargos à Execução (9518)
Cível
Efeito Suspensivo / Impugnação / Embargos à Execução
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III – EMENTADIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. JUSTIÇA GRATUITA INDEFERIDA. INTIMAÇÃO PARA EMENDA E RECOLHIMENTO. INÉRCIA. EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL. ARTIGO 321, § ÚNICO DO CPC. GRATUIDADE DE JUSTIÇA INDEFERIDA EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. PRECLUSÃO. IMPOSSIBILIDADE DE REAPRECIAÇÃO DA GRATUIDADE. INOVAÇÃO RECURSAL. PEDIDO DE PARCELAMENTO FORMULADO APÓS A SENTENÇA. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO.I. CASO EM EXAMEApelação cível interposta contra sentença proferida pelo Juízo da 1ª Vara Cível da Comarca de Barra do Garças, que extinguiu os embargos à execução, sem resolução do mérito, ante a ausência de recolhimento das custas processuais, nos termos do art. 485, IV, do CPC.A apelante sustenta a necessidade de concessão da gratuidade de justiça e a possibilidade de parcelamento das custas processuais, além de alegar que a extinção do feito desconsiderou decisão liminar anteriormente proferida em agravo de instrumento.II. QUESTÃO EM DISCUSSÃOHá duas questões em discussão: (i) definir se a apelante faz jus à gratuidade de justiça, mesmo após decisão anterior que indeferiu o pedido em sede de agravo de instrumento; e (ii) estabelecer se o pedido de parcelamento das custas processuais, formulado apenas após a sentença, pode ser admitido nesta fase processual.III. RAZÕES DE DECIDIRA decisão sobre a gratuidade de justiça já foi objeto de análise e negativa em agravo de instrumento anterior, tendo transitado em julgado, de modo que a matéria se encontra preclusa, não podendo ser reapreciada nesta fase processual.O princípio da preclusão visa resguardar a estabilidade das decisões judiciais e impedir a rediscussão indefinida de matérias já decididas.A ausência de alteração fática ou jurídica superveniente impede a reanálise do pedido de gratuidade de justiça, sendo legítima a exigência do recolhimento das custas para o prosseguimento do feito.A inércia da apelante no recolhimento das custas processuais autoriza a extinção do feito, nos termos dos arts. 290, 321, parágrafo único, e 330, IV, do CPC.O pedido de parcelamento das custas processuais foi formulado apenas após a prolação da sentença, por meio de embargos de declaração, o que caracteriza inovação recursal, inviabilizando sua análise nesta instância.Os embargos de declaração possuem função integrativa, sendo inadequados para a formulação de pedidos inéditos, conforme entendimento consolidado na jurisprudência do STJ.IV. DISPOSITIVO E TESERecurso desprovido.Tese de julgamento:A preclusão impede a reanálise de pedido de gratuidade de justiça que já foi indeferido em decisão anterior, devidamente transitada em julgado.A ausência de recolhimento das custas processuais dentro do prazo estipulado autoriza a extinção do feito, nos termos dos arts. 290, 321, parágrafo único, e 330, IV, do CPC.O pedido de parcelamento das custas processuais formulado apenas após a sentença constitui inovação recursal e não pode ser analisado em sede de embargos de declaração.Dispositivos relevantes citados: CPC, arts. 290, 321, parágrafo único, 330, IV, e 485, IV.Jurisprudência relevante citada:STJ, REsp nº 1.372.413/SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, j. 04.02.2014.TJMT, N.U 1032658-85.2022.8.11.0041, Rel. Des. Antonia Siqueira Gonçalves, Terceira Câmara de Direito Privado, j. 04.10.2023.TJMT, N.U 1014028-49.2020.8.11.0041, Rel. Des. Guiomar Teodoro Borges, Quarta Câmara de Direito Privado, j. 11.11.2020.TJMT, N.U 1003916-53.2022.8.11.0040, Rel. Des. Serly Marcondes Alves, Quarta Câmara de Direito Privado, j. 13.12.2023.(N.U 1006954-50.2023.8.11.0004, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, SERLY MARCONDES ALVES, Quarta Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
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1003961-54.2022.8.11.0041
19/02/2025
19/02/2025
Segunda Câmara de Direito Privado
APELAÇÃO CÍVEL
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
MARIA HELENA GARGAGLIONE POVOAS
DIREITO CIVIL (899) \ Coisas (10432) \ Propriedade (10448) \ Alienação Judicial (10454)
Cível
Alienação Judicial
NÃO INFORMADO
APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE PROPRIEDADE E EXTINÇÃO DE CONDOMÍNIO – NEGÓCIO JURÍDICO SIMULADO POR MEIO DO QUAL OCORREU A TRANSFERÊNCIA DO IMÓVEL PARA UM DOS SÓCIOS – PRETENSÃO QUE SEJA RECONHECIDO EVENTUAIS DIREITOS CONCERNENTES A CO-PROPRIEDADE DOS APELANTES SOBRE O IMÓVEL TRANSFERIDO EM NEGOCIAÇÃO REALIZADA EM 1998 – PRAZO DECADENCIAL DE 04 ANOS CONSUMADO NA FORMA DO ARTIGO 178, § 9º,INCISO V, ALÍNEA b, DO CC DE 1916 VIGENTE NA ÉPOCA – PRESCRIÇÃO DESCENAL IGUALMENTE CONSUMADA EM 2013 – RECURSO DESPROVIDO SENTENÇA MANTIDA.Em se tratando de negócio realizado entre sócios simulando a compra e venda de imóvel entre eles visando eximirem-se de débitos a pretensão em ver reconhecido eventuais direitos sobre o imóvel na forma suscitada pelos Autores/Apelantes possui prazo decadencial de 04 anos, na forma da legislação civil vigente na época da sua realização, contando-se o prazo inicial da lavratura da escritura pública de compra e venda por meio da qual o imóvel foi transferido para o nome de apenas um dos sócios.Igualmente no caso já se consumou a prescrição que na hipótese é de 10 anos, a contar da escritura pública de compra e venda, sendo aplicável a regra do artigo 205 do CC de 2003, considerando que na entrada em vigor do Código Civil de 2002, em janeiro de 2003, não havia decorrido mais da metade do tempo estabelecido no Código Civil de 1916.A demanda ajuizada 23 anos depois da lavratura da Escritura de Compra e Venda por meio da qual os Apelante buscam reconhecimento de eventuais direitos sobre o imóvel descrito nos autos, cuja transferência para um dos sócios anuíram e efetivaram em 1998 de fato está fulminada pela decadência e prescrição(N.U 1003961-54.2022.8.11.0041, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, MARIA HELENA GARGAGLIONE POVOAS, Segunda Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
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1000016-89.2021.8.11.0107
19/02/2025
19/02/2025
Quarta Câmara de Direito Privado
APELAÇÃO CÍVEL
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
RUBENS DE OLIVEIRA SANTOS FILHO
REGISTROS PÚBLICOS (7724) \ Registro de Imóveis (7895) \ Cancelamento de Hipoteca (7896) \ Por Terceiro Prejudicado (7912)
Cível
Por Terceiro Prejudicado
NÃO INFORMADO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. APELAÇÃO. EMBARGOS DE TERCEIRO. ADQUIRENTE DE IMÓVEL LITIGIOSO. ILEGITIMIDADE ATIVA. OMISSÃO. VÍCIO NÃO CONFIGURADO. PREQUESTIONAMENTO IMPLÍCITO. RECURSO NÃO PROVIDO. I. CASO EM EXAME 1. Embargos de Declaração opostos sob o fundamento de omissão no acórdão que manteve a sentença que extinguiu os Embargos de Terceiro por ilegitimidade ativa do embargante. Este visa o prequestionamento da matéria para efeito de interposição de Recurso Especial, sob a alegação de que não se trata de imóvel litigioso, mas sim caucionado. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 2. A controvérsia consiste em definir se houve omissão no aresto em relação à conclusão do Colegiado de que imóvel caucionado tem caráter distinto de imóvel litigioso, e se o embargante possui legitimidade ativa para ingressar com Embargos de Terceiro. III. RAZÕES DE DECIDIR 3. O adquirente de coisa litigiosa não ostenta a condição de estranho à lide para fins de Embargos de Terceiro, pois se submete aos efeitos da sentença prolatada na Ação originária, conforme previsão do art. 109, § 3º, do CPC. 4. A averbação da caução na matrícula do imóvel caracteriza sua litigiosidade, independentemente da natureza da demanda principal, situação que afasta a presunção de boa-fé do adquirente. 5. A oposição de Embargos de Terceiro exige que o embargante seja alheio à relação jurídica que deu origem à constrição judicial, o que não se verifica no caso concreto. 6. Os Embargos de Declaração não se prestam à rediscussão do mérito, mas apenas ao saneamento de eventual omissão, contradição, obscuridade ou erro material, ausentes no aresto impugnado. 7. O julgador não está obrigado a se manifestar sobre todos os argumentos suscitados pelas partes, mas apenas sobre aqueles essenciais à resolução da controvérsia, conforme jurisprudência do STJ. 8. O exame das razões expostas no acórdão embargado configura prequestionamento implícito, nos termos do art. 1.025 do CPC, o que torna desnecessário o acolhimento dos Embargos para esse fim. 9. A apreciação dos elementos apresentados nas razões do Recurso configura prequestionamento implícito, consoante art. 1.025 do CPC. IV. DISPOSITIVO E TESE 9. Embargos de Declaração não providos. Tese de julgamento: 1. O adquirente de coisa litigiosa não possui legitimidade ativa para opor Embargos de Terceiro, pois está sujeito aos efeitos da sentença proferida na Ação originária (art. 109, § 3º, do CPC). 2. A averbação da caução na matrícula do imóvel caracteriza a sua litigiosidade e afasta a presunção de boa-fé do adquirente. 3. Os Embargos de Declaração não são meio adequado para rediscussão do mérito. Sua finalidade é exclusivamente sanar omissão, contradição, obscuridade ou erro material. 4. O julgador não está obrigado a examinar exaustivamente todos os argumentos ou dispositivos legais invocados pelas partes, mas somente aqueles necessários à justa prestação jurisdicional. Dispositivos relevantes citados: CPC, arts. 109, § 3º, 1.022 e 1.025. Jurisprudência relevante citada: STJ, AgInt no AREsp 1582425/SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, j. 16-8-2021. (N.U 1000016-89.2021.8.11.0107, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, RUBENS DE OLIVEIRA SANTOS FILHO, Quarta Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
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1010563-15.2021.8.11.0003
19/02/2025
19/02/2025
Segunda Câmara de Direito Privado
APELAÇÃO CÍVEL
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
TATIANE COLOMBO
DIREITO CIVIL (899) \ Responsabilidade Civil (10431) \ Indenização por Dano Moral (10433)
Cível
Indenização por Dano Moral
NÃO INFORMADO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. PRELIMINAR DE NÃO CONHECIMENTO POR AUSÊNCIA DE DIALETICIDADE. RESPONSABILIDADE CIVIL. PRISÃO E PROCESSO CRIMINAL. DANO MORAL. AUSÊNCIA DE CONDUTA ILÍCITA. RECURSO DESPROVIDO. I. CASO EM EXAME 1. Apelação cível interposta contra sentença que julgou improcedente o pedido de indenização por danos morais formulado pelo autor, decorrente de sua prisão e exposição a processo criminal em razão da condução de veículos com documentação falsa, a mando do réu. A sentença reconheceu a inexistência de conduta ilícita do réu e afastou o dever de indenizar. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 2. Há duas questões em discussão: (i) definir se o recurso deve ser conhecido à luz do princípio da dialeticidade; e (ii) apurar se estão presentes os requisitos da responsabilidade civil do réu pelos danos morais alegados pelo autor. III. RAZÕES DE DECIDIR 3. O princípio da dialeticidade não é violado pela repetição de argumentos constantes da petição inicial, desde que as razões recursais guardem pertinência com o conteúdo decisório da sentença, conforme entendimento consolidado no STJ (AgInt no REsp 1695125/SP, Rel. Min. Regina Helena Costa, Primeira Turma, julgado em 08/02/2018). No caso concreto, as razões de apelação mostram-se adequadas e pertinentes, não se justificando a alegação de ausência de dialeticidade. 4. Para a configuração da responsabilidade civil, exige-se a comprovação de conduta ilícita, dano e nexo causal. Os elementos dos autos demonstram que o autor tinha ciência dos riscos envolvidos na condução dos veículos e que o réu não agiu com dolo ou culpa, tendo providenciado suporte jurídico e logístico aos motoristas envolvidos. 5. A absolvição do autor na esfera penal, fundamentada no princípio do in dubio pro reo (art. 386, VII, do CPP), não implica, necessariamente, a ausência de sua participação nos fatos que resultaram na prisão, tampouco impõe o reconhecimento de responsabilidade civil do réu. 6. O autor não comprovou que sua prisão decorreu de ação ou omissão deliberada do réu, nem que houve qualquer coação ou indução para que realizasse a viagem em condições questionáveis. Ausente o dolo ou culpa do réu, não se verifica o nexo causal necessário à responsabilização. 7. Apesar do desconforto experimentado pelo autor, os fatos narrados não configuram ofensa aos direitos da personalidade em grau suficiente para justificar o dano moral pleiteado. IV. DISPOSITIVO E TESE 8. Recurso conhecido e desprovido. Tese de julgamento: 9. A repetição de argumentos da petição inicial ou contestação nas razões recursais não viola o princípio da dialeticidade, desde que guardem pertinência com o conteúdo da sentença recorrida. 10. A absolvição na esfera penal por insuficiência de provas (in dubio pro reo) não gera automaticamente o reconhecimento de responsabilidade civil do corréu. 11. Para a configuração de dano moral indenizável, é indispensável a comprovação de conduta ilícita, dano e nexo causal, sendo insuficiente a mera ocorrência de desconforto ou aborrecimento sem violação grave aos direitos da personalidade. (N.U 1010563-15.2021.8.11.0003, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, TATIANE COLOMBO, Segunda Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
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1017345-65.2022.8.11.0015
19/02/2025
19/02/2025
Terceira Câmara de Direito Privado
APELAÇÃO CÍVEL
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
CARLOS ALBERTO ALVES DA ROCHA
DIREITO DO CONSUMIDOR (1156) \ Responsabilidade do Fornecedor (6220) \ Indenização por Dano Moral (7779)
Cível
Indenização por Dano Moral
NÃO INFORMADO
DIREITO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E MATERIAL. FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DO BANCO. RECURSO DESPROVIDO. I. Caso em exame Apelação cível interposta contra sentença que reconheceu a falha de prestação de serviços do Banco e determinou a restituição dos valores descontados indevidamente da apelada. II. Questão em discussão A questão em discussão consiste em determinar: se a ré deve ser responsabilizada pelos danos materiais decorrentes da fraude ocorrida. III. Razões de decidir Não restou demonstrado nos autos que a abertura de conta atendeu às formalidades legais, com utilização de biometria e validação de segurança. O banco falhou na prestação de segurança configurando defeito na prestação de serviços (CDC, art. 14). A falha na segurança justifica a responsabilidade objetiva do banco pelas transações fraudulentas, IV. Dispositivo e tese Recurso desprovido. Tese de julgamento: “Configura falha na prestação do serviço a negligência do banco em não atender as etapas de segurança na abertura da conta, ensejando a responsabilidade objetiva pela reparação dos danos causados.” Dispositivos relevantes citados: CDC, arts. 6º, VI, e 14; CC, art. 186. Jurisprudência relevante citada: STJ, REsp nº 2.015.732/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, 3ª Turma, j. 20.06.2023; STJ, AgRg no AREsp nº 321.914/SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, j. 23.04.2013. (N.U 1017345-65.2022.8.11.0015, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, CARLOS ALBERTO ALVES DA ROCHA, Terceira Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
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1035214-60.2022.8.11.0041
19/02/2025
20/02/2025
Terceira Câmara de Direito Privado
APELAÇÃO CÍVEL
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
DIRCEU DOS SANTOS
DIREITO CIVIL (899) \ Responsabilidade Civil (10431) \ Indenização por Dano Moral (10433)
Cível
Indenização por Dano Moral
NÃO INFORMADO
DIREITO CIVIL. APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C DANOS MORAIS. PLANO DE SAÚDE. COBRANÇA DE COPARTICIPAÇÃO. COBRANÇA QUE NÃO DEVE ULTRAPASSAR 02 (DUAS) VEZES O VALOR DA MENSALIDADE DO PLANO CONTRATADO. FATOR DE MODERAÇÃO. PROPÓSITO DE GARANTIR O ACESSO AOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE PACTUADOS. SENTENÇA MANTIDA. AMBOS OS RECURSOS CONHECIDOS E DESPROVIDOS.I. CASO EM EXAMEApelações cíveis interpostas por ambas as partes contra sentença que julgou parcialmente procedentes os pedidos iniciais, limitando a cobrança da coparticipação em plano de saúde a duas vezes o valor da mensalidade e condenando ambas as partes ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios. II. QUESTÕES EM DISCUSSÃO São cinco as questões em discussão: (i) a legalidade da cobrança da coparticipação em planos de saúde; (ii) a possibilidade de limitar a cobrança da coparticipação; (iii) o percentual adequado para a cobrança da coparticipação; (iv) a necessidade de restituição dos valores pagos indevidamente; (v) a ocorrência de dano moral indenizável.III. RAZÕES DE DECIDIRA cobrança de custos compartilhados em planos de saúde é legal, desde que o percentual aplicado não seja abusivo e não dificulte o acesso do paciente aos serviços de saúde.É possível limitar a participação financeira, a fim de evitar que o cliente seja onerado excessivamente e tenha seu acesso aos serviços de saúde prejudicado.A restrição da participação financeira deve ser fixada em um percentual razoável, que não comprometa o equilíbrio econômico do contrato e o mutualismo inerente aos planos de saúde. A limitação imposta não exime o pagamento, apenas dilui seu impacto no tempo.O STJ consolidou o entendimento de que a coparticipação, desde que limitada a 50% do valor do procedimento, não configura abusividade.A cobrança da coparticipação, sendo legítima e prevista contratualmente, não enseja indenização por danos morais, pois o mero descontentamento com as regras contratuais não caracteriza abalo à dignidade do consumidor.IV. DISPOSITIVO Recursos conhecidos e desprovidos. (N.U 1035214-60.2022.8.11.0041, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, DIRCEU DOS SANTOS, Terceira Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 20/02/2025)
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1000439-02.2024.8.11.0024
19/02/2025
19/02/2025
Quarta Câmara de Direito Privado
APELAÇÃO CÍVEL
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
SERLY MARCONDES ALVES
DIREITO CIVIL (899) \ Responsabilidade Civil (10431) \ Indenização por Dano Moral (10433)
Cível
Indenização por Dano Moral
NÃO INFORMADO
EMENTA RECURSO DE APELAÇÃO. DIREITO CIVIL E CONTRATUAL. APELAÇÃO CÍVEL. TERMO DE RECEBIMENTO DE IMÓVEL RURAL E BENFEITORIAS. CLÁUSULA SUSPENSIVA QUE CONDICIONA A ENTREGA DO TÍTULO DE PROPRIEDADE A EVENTO FUTURO INDETERMINADO. CONDIÇÃO PURAMENTE POTESTATIVA. NULIDADE. MORA CONTRATUAL CARACTERIZADA. DANO MORAL CONFIGURADO. LUCROS CESSANTES PRESUMIDOS. RECURSO PROVIDO. I. CASO EM EXAME Apelação cível interposta contra sentença que interpretou cláusula suspensiva inserida em Termo de Recebimento de Imóvel Rural e Benfeitorias, firmado em 2000, como válida, condicionando a entrega do título de propriedade a um momento futuro indeterminado ("oportunamente"). Pretensão do apelante de afastar a condição por abusividade e de obter a expedição imediata do título, com reparação por danos morais e lucros cessantes decorrentes da mora contratual. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO Há duas questões em discussão: (i) definir se a cláusula que condiciona a entrega do título de propriedade a evento futuro indeterminado configura condição puramente potestativa, nula nos termos do art. 122 do Código Civil; (ii) verificar se restou caracterizada a mora contratual da requerida e o cabimento de reparação por danos morais e lucros cessantes. III. RAZÕES DE DECIDIR A cláusula que subordina a entrega do título de propriedade ao termo "oportunamente" configura condição puramente potestativa, pois delega integralmente ao arbítrio da requerida o cumprimento da obrigação, sem critérios objetivos, sendo nula nos termos do art. 122 do Código Civil. A manutenção da cláusula torna a obrigação inexigível e contraria os princípios da função social do contrato e da boa-fé objetiva (art. 421 do Código Civil), frustrando as legítimas expectativas do autor. A ausência de notificação específica não afasta a caracterização da mora, pois o inadimplemento já perdura há mais de 20 anos, e a citação válida na presente ação cumpre o requisito para constituição em mora, nos termos do art. 397 do Código Civil. A mora prolongada gerou dano moral, considerando as limitações causadas ao autor, como impossibilidade de obter financiamentos e desenvolver atividades agrícolas, além de comprometer sua dignidade e segurança jurídica. Os lucros cessantes são presumidos, diante da impossibilidade de plena utilização do imóvel, que ficou indisponível como garantia para financiamentos ou outros fins econômicos, conforme arts. 402 e 403 do Código Civil e entendimento jurisprudencial consolidado no STJ (Súmula 83/STJ). IV. DISPOSITIVO E TESE Recurso provido. Tese de julgamento: Cláusula que condiciona o cumprimento de obrigação exclusivamente ao arbítrio de uma das partes configura condição puramente potestativa, sendo nula nos termos do art. 122 do Código Civil. A mora contratual pode ser caracterizada pelo ajuizamento da ação com citação válida, quando o inadimplemento já perdura por período prolongado. A mora prolongada pode ensejar indenização por danos morais e presunção de lucros cessantes, quando configurada privação econômica direta e previsível em decorrência do inadimplemento. Dispositivos relevantes citados: Código Civil, arts. 122, 125, 397, 402, 403 e 421. Jurisprudência relevante citada: TJMT, RAC nº 0001292-48.2016.8.11.0108, Rel. Desa. Serly Marcondes Alves, j. 19.05.2022. STJ, AgInt no AREsp 1254010/AM, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, j. 15.05.2018. (N.U 1000439-02.2024.8.11.0024, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, SERLY MARCONDES ALVES, Quarta Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
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1003599-52.2022.8.11.0041
19/02/2025
19/02/2025
Segunda Câmara de Direito Privado
APELAÇÃO CÍVEL
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
TATIANE COLOMBO
DIREITO CIVIL (899) \ Obrigações (7681) \ Atos Unilaterais (7694) \ Enriquecimento sem Causa (7715)
Cível
Enriquecimento sem Causa
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RECURSOS DE APELAÇÕES CÍVEIS. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ADVOCATÍCIOS. RESCISÃO UNILATERAL IMOTIVADA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. DIREITO AO ARBITRAMENTO PROPORCIONAL. REVISÃO DO VALOR ARBITRADO. RECURSO DO BANCO DESPROVIDO. RECURSO DO ESCRITÓRIO PARCIALMENTE PROVIDO.I. CASO EM EXAME 1. As partes interpuseram recursos em face da sentença que fixou honorários advocatícios no valor de R$ 15.000,00.II. QUESTÕES EM DISCUSSÃO (i) determinar se o julgamento antecipado da lide configura cerceamento de defesa, pela ausência de realização de perícia contábil; (ii) possibilidade, ou não, de cobrança de honorários em virtude da rescisão do contrato; (iii) definir se o valor arbitrado a título de honorários advocatícios é adequado e proporcional à extensão dos serviços prestados e à complexidade da causa.III. RAZÕES DE DECIDIR 3. O julgamento antecipado da lide não configura cerceamento de defesa quando a produção de provas requeridas é desnecessária para a formação do convencimento do magistrado, conforme já pacificado na jurisprudência do STJ. Cabe ao juiz, no exercício de sua discricionariedade, dirigir a instrução processual e dispensar provas consideradas irrelevantes ou meramente protelatórias.4. Nos contratos de prestação de serviços advocatícios rescindidos unilateralmente, o advogado tem direito ao arbitramento de honorários proporcionais aos serviços efetivamente prestados, independentemente da existência de cláusula de êxito no contrato, sob pena de enriquecimento ilícito do contratante, conforme disposto no art. 22, § 2º, da Lei 8.906/94.5. O valor de honorários fixado em R$ 15.000,00 se mostra desproporcional frente à extensão dos serviços prestados pelo autor, o tempo dedicado e a complexidade das demandas judiciais patrocinadas, devendo ser majorado para R$ 70.000,00, em observância aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade.6. Precedentes do STJ e deste tribunal confirmam que a remuneração do advogado, ainda que em contratos ad exitum, deve ser proporcional à atuação desenvolvida até o momento da rescisão, afastando-se o enriquecimento sem causa de qualquer das partes.IV. DISPOSITIVO E TESE7. Recurso do Banco desprovido e Recurso do Escritório de Advocacia parcialmente provido.Teses de julgamento:1. O julgamento antecipado da lide não configura cerceamento de defesa quando o juiz fundamenta a desnecessidade de produção de provas adicionais para a solução da controvérsia.2. Nos casos de rescisão unilateral de contratos de prestação de serviços advocatícios, o advogado tem direito ao arbitramento de honorários proporcionais ao trabalho realizado até a ruptura contratual, ainda que o contrato condicione o pagamento à obtenção de êxito processual.3. O arbitramento de honorários deve observar a extensão da atuação, o tempo despendido e a complexidade da causa, em atenção aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade. (N.U 1003599-52.2022.8.11.0041, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, TATIANE COLOMBO, Segunda Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
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0006903-37.2015.8.11.0004
19/02/2025
19/02/2025
Quarta Câmara de Direito Privado
APELAÇÃO CÍVEL
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
RUBENS DE OLIVEIRA SANTOS FILHO
DIREITO CIVIL (899) \ Obrigações (7681) \ Inadimplemento (7691) \ Perdas e Danos (7698)
Cível
Perdas e Danos
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. APELAÇÃO. JUSTIÇA GRATUITA. CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. AUSÊNCIA DE CONSENTIMENTO DE COPROPRIETÁRIO. NULIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. I. CASO EM EXAME Apelação Cível interposta contra sentença que julgou improcedente Ação Declaratória de Nulidade de Instrumento de Compra e Venda c/c Indenização por Perdas e Danos. A apelante sustenta que a alienação do imóvel pelo ex-marido, coproprietário, foi realizada sem o seu consentimento, em inobservância ao acordo judicial homologado na Ação de Divórcio, e pleiteia o reconhecimento da nulidade do negócio jurídico. No mérito, pede o benefício da justiça gratuita e reparação por danos morais. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO Analisar se estão presentes os requisitos legais para a concessão da justiça gratuita e se a ausência de consentimento da apelante na alienação do imóvel implica a nulidade do Contrato de Compra e Venda celebrado pelos apelados. III. Razões de decidir 3. O benefício da justiça gratuita deve ser deferido à parte que comprova a insuficiência de recursos para arcar com as despesas do processo, conforme o art. 98 do CPC, sendo a declaração de hipossuficiência financeira dotada de presunção relativa de veracidade. A apelante apresenta comprovação satisfatória de que o pagamento das custas processuais comprometeria o seu sustento, razão pela qual se reconhece o direito ao benefício. 4. O art. 104 do Código Civil condiciona a eficácia dos negócios jurídicos ao cumprimento de requisitos essenciais, incluindo o consentimento válido das partes. O acordo judicial homologado determinava a necessidade de anuência prévia e mútua para a venda do imóvel pelos coproprietários. 5. A inexistência de prova inequívoca de que a apelante consentiu com a alienação e a demonstração de que o Contrato foi celebrado exclusivamente pelo ex-marido sem sua autorização configuram violação à forma estipulada no acordo de divórcio, o que enseja a nulidade do negócio jurídico, conforme os arts. 166, IV, e 1.647 do Código Civil. 6. O pedido de reparação por danos morais não comporta acolhimento, pois não se constata nenhuma lesão aos direitos da personalidade da apelante, limitando-se a controvérsia à esfera patrimonial e contratual. IV. Dispositivo e tese 11. Recurso parcialmente provido. Tese de julgamento: 1. O benefício da justiça gratuita deve ser concedido à parte que comprova de forma satisfatória a hipossuficiência econômica, e compete ao magistrado apreciar a declaração de insuficiência financeira em conjunto com os demais elementos dos autos. 2. A venda de imóvel sem a anuência de coproprietário, quando estipulado acordo judicial que exige o consentimento mútuo, é nula, consoante os arts. 166, IV, e 1.647 do Código Civil. 3. Não há dano moral indenizável quando a controvérsia envolve questão patrimonial e não há demonstração de lesão aos direitos da personalidade. Dispositivos relevantes citados: CPC, arts. 98 e 99, § 2º; CC, arts. 104, 166, IV, e 1.647. Jurisprudência relevante citada: STJ, AgRg no AREsp 112755/MS; TJMT, N.U 1021993-02.2023.8.11.0000; TJMS, Ação Rescisória n. 1410999-51.2022.8.12.0000. (N.U 0006903-37.2015.8.11.0004, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, RUBENS DE OLIVEIRA SANTOS FILHO, Quarta Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
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0000679-57.2015.8.11.0045
19/02/2025
19/02/2025
Segunda Câmara de Direito Privado
APELAÇÃO CÍVEL
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
TATIANE COLOMBO
DIREITO CIVIL (899) \ Obrigações (7681) \ Espécies de Títulos de Crédito (7717) \ Cédula de Crédito Bancário (4960)
Cível
Cédula de Crédito Bancário
NÃO INFORMADO
RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. NÃO CONFIGURAÇÃO. INÉRCIA NÃO DEMONSTRADA. SENTENÇA ANULADA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.I. CASO EM EXAMERecurso de Apelação interposto por Banco do Brasil S.A. contra sentença que acolheu exceção de pré-executividade e declarou prescrita a pretensão executiva de cédula de crédito bancário no valor de R$ 124.312,35, julgando extinta a execução com resolução do mérito e condenando o exequente ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios. O apelante sustenta inexistência de prescrição intercorrente, alegando que realizou diligências regulares para localizar os executados e evitar a inércia processual.II. QUESTÃO EM DISCUSSÃODeterminar se houve inércia injustificada do exequente capaz de caracterizar a prescrição intercorrente;III. RAZÕES DE DECIDIRA prescrição intercorrente requer inércia injustificada do credor e o decurso de prazo superior ao prescricional previsto para o direito material, conforme art. 44 da Lei nº 10.931/2004 e jurisprudência do STJ.O exequente demonstra diligência ao utilizar ferramentas como SISBAJUD, RENAJUD e INFOJUD, expedir cartas citatórias e realizar tentativas administrativas para localização dos devedores, afastando a alegação de inércia.A aplicação das regras de prescrição intercorrente do CPC/2015 exige que o processo estivesse suspenso à época da entrada em vigor da nova codificação, o que não ocorreu neste caso, sendo inaplicável a retroatividade da norma.A jurisprudência do STJ reafirma que somente a inércia injustificada pode ensejar o reconhecimento da prescrição intercorrente, sendo imprescindível comprovação concreta de desídia do credor, o que não se verifica nos autos.IV. DISPOSITIVO E TESERecurso provido.Tese de julgamento:A prescrição intercorrente exige comprovação de inércia injustificada do credor no curso do processo executivo.A aplicação das regras de prescrição intercorrente do CPC/2015 é restrita a processos suspensos na data da entrada em vigor da nova legislação, sendo vedada sua aplicação retroativa. (N.U 0000679-57.2015.8.11.0045, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, TATIANE COLOMBO, Segunda Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
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1020371-76.2023.8.11.0002
19/02/2025
19/02/2025
Terceira Câmara de Direito Privado
APELAÇÃO CÍVEL
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
CARLOS ALBERTO ALVES DA ROCHA
DIREITO CIVIL (899) \ Obrigações (7681) \ Inadimplemento (7691)
Cível
Inadimplemento
NÃO INFORMADO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. DECLARAÇÃO DE INEXIGIBILIDADE DE TÍTULO. REVOGAÇÃO DA JUSTIÇA GRATUITA. NÃO DEMONSTRAÇÃO DA ALTERAÇÃO FATICA. RECURSO DESPROVIDO. I. Caso em exame: Apelação cível interposta contra sentença que julgou procedentes embargos à execução, declarando a inexigibilidade de título extrajudicial, e manteve a concessão de justiça gratuita ao embargado.II. Questão em discussão: A questão em discussão consiste em saber se o embargado preenche os requisitos para manutenção do benefício da justiça gratuita, à luz da ausência de elementos probatórios suficientes apresentados pela parte recorrente.III. Razões de decidir: O art. 99, § 2º, do CPC estabelece que cabe à parte contrária apresentar prova de que o beneficiário da justiça gratuita não se encontra em condição de hipossuficiência econômica. A jurisprudência reconhece que a gratuidade de justiça estende seus efeitos a todos os incidentes processuais, salvo posterior demonstração de alteração fática. Não foram apresentados elementos objetivos e concretos que comprovem a capacidade financeira do embargado para arcar com os custos processuais.IV. Dispositivo e tese: Recurso conhecido e desprovido. Tese de julgamento: “1. É dever da parte contrária, ao impugnar a gratuidade de justiça, apresentar provas que evidenciem a inexistência de hipossuficiência econômica. 2. A concessão do benefício pode ser revista mediante comprovação superveniente de alteração na capacidade financeira.”(N.U 1020371-76.2023.8.11.0002, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, CARLOS ALBERTO ALVES DA ROCHA, Terceira Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
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1022293-69.2022.8.11.0041
19/02/2025
19/02/2025
Segunda Câmara de Direito Privado
APELAÇÃO CÍVEL
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
TATIANE COLOMBO
DIREITO CIVIL (899) \ Fatos Jurídicos (7947) \ Ato / Negócio Jurídico (4701) \ Defeito, nulidade ou anulação (4703)
Cível
Defeito, nulidade ou anulação
NÃO INFORMADO
DIREITO DO CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO. ALEGAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA. DESCONTOS INDEVIDOS EM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. ÔNUS DA PROVA. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. ATO ILÍCITO. DANO MORAL CONFIGURADO. VALOR DA INDENIZAÇÃO MANTIDO. DEVOLUÇÃO SIMPLES DO INDÉBITO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO.I. CASO EM EXAMEAção ajuizada por aposentada contra instituição financeira, em razão de descontos indevidos em benefício previdenciário, decorrentes de contrato de empréstimo consignado que a autora alega não ter celebrado.Sentença de procedência determinou a devolução dos valores descontados, a condenação por danos morais e o pagamento de honorários advocatícios. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃOHá duas questões em discussão:(i) verificar se houve relação jurídica válida entre as partes que embasasse os descontos realizados;(ii) analisar a existência e o valor da reparação por danos morais e materiais.III. RAZÕES DE DECIDIRO ônus da prova quanto à validade da relação jurídica recai sobre a instituição financeira, conforme o art. 373, II, do CPC, e o entendimento consolidado no art. 6º, VIII, do CDC. A parte ré não comprovou a existência de relação jurídica válida ou o depósito do valor do empréstimo na conta da autora.A ausência de provas pela instituição financeira, somada aos descontos indevidos em benefício previdenciário da autora, evidencia falha na prestação do serviço, caracterizando ato ilícito nos termos dos arts. 186 e 927 do Código Civil.A responsabilidade objetiva da instituição financeira é fundamentada no art. 14 do CDC, considerando o risco da atividade e a vulnerabilidade do consumidor.O dano moral, decorrente dos descontos indevidos em benefício de aposentadoria e do abalo à dignidade da autora, não se trata de mero aborrecimento, sendo cabível a indenização, fixada em R$ 6.000,00, com observância aos critérios de razoabilidade e proporcionalidade.Quanto à devolução dos valores descontados, não se verifica má-fé da instituição financeira, devendo ocorrer na forma simples, conforme jurisprudência pacificada.IV. DISPOSITIVO E TESERecurso de apelação conhecido e desprovido.Tese de julgamento:O ônus da prova quanto à existência de relação jurídica válida em contratos de empréstimo recai sobre a instituição financeira, quando negada pelo consumidor.Descontos indevidos em benefício previdenciário de aposentado, sem comprovação da relação jurídica, configuram falha na prestação do serviço e ensejam a reparação por danos morais.A devolução de valores descontados indevidamente ocorre na forma simples, salvo comprovação de má-fé.Sentença Mantida. Recurso Desprovido.(N.U 1022293-69.2022.8.11.0041, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, TATIANE COLOMBO, Segunda Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
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1003935-61.2022.8.11.0007
19/02/2025
20/02/2025
Terceira Câmara de Direito Privado
APELAÇÃO CÍVEL
ÓRGÃO ESPECIAL CÍVEL
DIRCEU DOS SANTOS
DIREITO CIVIL (899) \ Família (5626) \ Casamento (5808) \ Dissolução (7664)
Cível
Dissolução
NÃO INFORMADO
APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DECLARATÓRIA DE RECONHECIMENTO DA SEPARAÇÃO DE FATO C/C RECONHECIMENTO DA RUPTURA DA VIDA CONJUGAL E DO REGIME DE BENS POST MORTEM – PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇA – NÃO ACOLHIMENTO – DEVIDO ENFRENTAMENTO DA TESE SUSCITADA PELA AUTORA, CONCLUINDO O JULGADOR PELA IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO – DIREITO SUCESSÓRIO DO CÔNJUGE SUPÉRSTITE – SEPARAÇÃO DE FATO HÁ MENOS DE DOIS ANOS – CONDIÇÃO DE HERDEIRO NECESSÁRIO – RECONHECIMENTO – PRECEDENTES DO STJ – SENTENÇA MANTIDA POR SUAS PRÓPRIAS RAZÕES – RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.Rejeita-se a preliminar de nulidade da sentença por ausência de enfrentamento a teses autorais quando as questões forem implicitamente examinadas e confundirem-se com o próprio mérito da ação.“O art. 1.830 do CC/2002 estabelece que o cônjuge sobrevivente é herdeiro necessário, ainda que esteja separado de fato há menos de dois anos. No caso, a separação de fato ocorreu em período inferior, razão pela qual deve ser considerado herdeiro.” (STJ - AgInt no REsp: 1915638 MG 2021/0008123-5, Relator: Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, Data de Julgamento: 04/12/2023, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 07/12/2023).(N.U 1003935-61.2022.8.11.0007, ÓRGÃO ESPECIAL CÍVEL, DIRCEU DOS SANTOS, Terceira Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 20/02/2025)
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1035188-20.2024.8.11.0000
19/02/2025
19/02/2025
Quarta Câmara de Direito Privado
AGRAVO DE INSTRUMENTO
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
RUBENS DE OLIVEIRA SANTOS FILHO
DIREITO CIVIL (899) \ Obrigações (7681) \ Espécies de Títulos de Crédito (7717) \ Nota Promissória (4980)
Cível
Nota Promissória
NÃO INFORMADO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. INDÍCIOS DE PRÁTICA DE AGIOTAGEM. VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES. ART. 3º DA MP N. 2.172-32/2001. RECURSO PROVIDO. I. CASO EM EXAME Agravo de Instrumento interposto contra decisão da 5ª Vara Cível da Comarca de Tangará da Serra (MT) que indeferiu o pedido de inversão do ônus da prova formulado pelo agravante em Ação Monitória, sob o fundamento de não demonstração da hipossuficiência ou da dificuldade excessiva, conforme o art. 373, §1º, do CPC. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO Analisar se estão presentes indícios suficientes de prática de agiotagem para justificar a inversão do ônus da prova em desfavor do agravado, nos termos do art. 3º da Medida Provisória n. 2.172-32/2001. III. RAZÕES DE DECIDIR O art. 3º da MP n. 2.172-32/2001 prevê a inversão do ônus probatório em ações que visem à declaração de nulidade de estipulações abusivas, quando demonstrada pelo prejudicado a verossimilhança das alegações. O agravante apresentou elementos probatórios aptos para configurar a verossimilhança da arguição de agiotagem, incluindo discrepâncias nos valores devidos, pagamentos não reconhecidos pelo agravado e ausência de esclarecimento quanto à origem das supostas dívidas paralelas. O agravado não forneceu justificativas claras ou provas contundentes da regularidade das cobranças, o que, somado às inconsistências apresentadas, autoriza a redistribuição do ônus da prova. A jurisprudência do STJ e desta Câmara reconhece que, em casos de indícios de agiotagem, a inversão do ônus probatório é medida necessária para assegurar a regularidade das obrigações discutidas. IV. DISPOSITIVO E TESE Recurso provido. Tese de julgamento: A inversão do ônus da prova é admissível em ações nas quais há indícios suficientes de prática de agiotagem, e compete ao credor mostrar a regularidade jurídica das obrigações cobradas. Dispositivos relevantes citados: CPC, art. 373, §1º; MP n. 2.172-32/2001, art. 3º. Jurisprudência relevante citada: STJ, AgInt no AREsp 2.603.777/GO, rel. Min. Raul Araújo, Quarta Turma, j. 14-10-2024. STJ, AgInt no REsp 1.325.505/MG, rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, j. 4-10-2016. TJMT, AI n. 1027635-19.2024.8.11.0000, rel. Des. Serly Marcondes Alves, Quarta Câmara de Direito Privado, j. 13-11-2024. (N.U 1035188-20.2024.8.11.0000, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, RUBENS DE OLIVEIRA SANTOS FILHO, Quarta Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
4
1002719-17.2022.8.11.0023
19/02/2025
19/02/2025
Quarta Câmara de Direito Privado
APELAÇÃO CÍVEL
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
RUBENS DE OLIVEIRA SANTOS FILHO
DIREITO CIVIL (899) \ Responsabilidade Civil (10431) \ Indenização por Dano Moral (10433)
Cível
Indenização por Dano Moral
NÃO INFORMADO
DIREITO DO CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÍVIDA C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO. PESSOA IDOSA. CONTRATAÇÃO POR BIOMETRIA FACIAL. COMPROVADA. AUSÊNCIA DE INFORMAÇÃO. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DANO MORAL. RESTITUIÇÃO EM DOBRO CONFIGURADOS. RECURSO PROVIDO.I. CASO EM EXAME1. Ação Declaratória de Inexistência de Negócio Jurídico c/c Indenização por Danos Morais julgada improcedente. A apelante alega que não realizou o Empréstimo Consignado, e que, portanto, são indevidos os descontos efetuados em seu benefício previdenciário. O réu, por sua vez, sustenta a regularidade da contratação e anexa como prova uma avença autenticada por selfie.II. QUESTÃO EM DISCUSSÃOAnalisar se a instituição financeira comprovou a legalidade da pactuação, se a falha na prestação do serviço configura ato ilícito passível de indenização por dano moral, e definir a forma de restituição dos valores descontados indevidamente, bem como os critérios para sua atualização.III. RAZÕES DE DECIDIR3. O réu não produziu prova da eficácia da avença, especialmente porque a assinatura eletrônica via biometria facial não foi demonstrada de maneira suficiente, considerando que a autora é idosa e, consequentemente, hipervulnerável, além da fragilidade do documento apresentado (art. 373, II, do CPC).4. O tempo de apenas três minutos para concluir todo o processo de contratação evidencia erro no procedimento de verificação e diligência, o que se revela inadequado para garantir a segurança necessária à operação.5. A falha na prestação do serviço, que resultou em descontos indevidos no benefício previdenciário da autora, configura ato ilícito nos termos do art. 186 do CC, sendo aplicável a teoria do risco do empreendimento, que impõe responsabilidade objetiva às instituições financeiras (art. 14 do CDC e Súmula 479 do STJ).6. O dano moral se presume em razão da natureza do prejuízo suportado pela autora, que teve verba alimentar comprometida por descontos ilegais. O valor arbitrado na primeira instância para a indenização (R$10.000,00) atende ao caráter compensatório, punitivo e inibitório da medida, com base nos critérios do art. 944 do CC e na jurisprudência deste Tribunal.7. A restituição dos valores descontados deve ocorrer em dobro, quando comprovada a má-fé por parte do réu, conforme art. 42, parágrafo único, do CDC. A correção monetária incide desde a data de cada desconto, e os juros de mora são devidos a partir do evento danoso (Súmulas 54 e 362 do STJ).IV. DISPOSITIVO E TESE8. Recurso provido.Tese de julgamento:1. Não demonstrada a contratação, os descontos efetivados imotivadamente configuram ato ilícito gerador de dano moral.2. A indenização tem de ser fixada em quantia que cumpra a função compensatória, punitiva e preventiva da medida. 3. As deduções injustificadas são restituídas de forma dobrada quando evidenciada a má-fé (art. 42, parágrafo único, do CDC).4. Provida a Apelação para reformar a sentença, impõe-se a inversão do ônus sucumbencial.5. Os honorários advocatícios comportam adequação quando há modificação do parâmetro de incidência do valor do proveito econômico para o da condenação (art. 85, §2º, do CPC).Dispositivos relevantes citados: CF/1988, art. 5º, XXXII; CC, arts. 186, 187 e 944; CDC, arts. 6º, VI, e 42, parágrafo único; CPC, art. 373, II; STJ, Súmulas 54, 362 e 479.Jurisprudência relevante citada: STJ, Súmula 479; TJMT, Apelação n. 1000275-16.2023.8.11.0010, Rel. Des. Guiomar Teodoro Borges, j. 17-7-2024; TJMT, Apelação n. 1002863-73.2022.8.11.0028, Quarta Câmara de Direito Privado, j. 24-8-2023.(N.U 1002719-17.2022.8.11.0023, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, RUBENS DE OLIVEIRA SANTOS FILHO, Quarta Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
4
0000611-33.2010.8.11.0094
19/02/2025
19/02/2025
Quarta Câmara de Direito Privado
APELAÇÃO CÍVEL
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
RUBENS DE OLIVEIRA SANTOS FILHO
DIREITO CIVIL (899) \ Coisas (10432) \ Propriedade (10448) \ Aquisição (10455) \ Usucapião Ordinária (10459)
Cível
Usucapião Ordinária
NÃO INFORMADO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA. MÉRITO DA AÇÃO DE USUCAPIÃO. PRESCRIÇÃO AQUISITIVA RECONHECIDA. EMBARGOS DO AUTOR PROVIDOS, COM EFEITOS INFRINGENTES. EMBARGOS DO RÉU NÃO PROVIDOS. I. CASO EM EXAME Embargos de Declaração opostos por ambas as partes contra acórdão que cassou a sentença e determinou a devolução dos autos à instância de origem. O autor sustenta omissão do julgado por não ter apreciado o mérito da ação de usucapião, mesmo estando apta para julgamento. O réu requer o reconhecimento de conexão deste feito com outros dois processos e a consequente prejudicialidade da apelação. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO Há duas questões em discussão: (i) verificar se o acórdão recorrido é omisso ao não julgar o mérito da ação de usucapião; (ii) analisar se há contradição no julgado em razão da alegada conexão com outros processos. III. RAZÕES DE DECIDIR A contradição que enseja embargos de declaração deve ser interna ao julgado, caracterizando proposições inconciliáveis entre si, o que não ocorre quando há divergência com elementos externos, como a existência de processos conexos. A conexão dos processos não foi arguida ao longo da tramitação processual e sequer foi objeto de contrarrazões à apelação, configurando inovação recursal. O feito encontra-se pronto para julgamento do mérito, pois já foi concluída a fase instrutória e a extinção do processo anterior não impede essa análise, nos termos do art. 485, §3º, I, do CPC. O autor comprovou a posse mansa, pacífica, ininterrupta e com animus domini sobre a área de 102,3742 ha, por período superior a 10 anos, preenchendo os requisitos da usucapião extraordinária previstos no art. 1.238 do CC. A posse qualificada do autor, corroborada por provas documentais e testemunhais, justifica o reconhecimento da prescrição aquisitiva e a consequente declaração de domínio em seu favor. IV. DISPOSITIVO E TESE Embargos de declaração do réu rejeitados. Embargos de declaração do autor providos, com efeitos infringentes, para reconhecer a prescrição aquisitiva da área e constituir título hábil para registro imobiliário. Tese de julgamento: A contradição apta a justificar embargos de declaração deve ser interna ao julgado, não se configurando por divergências com elementos externos, como alegação de conexão com outros processos. A usucapião extraordinária exige posse mansa, pacífica e ininterrupta por 10 anos, com animus domini e realização de benfeitorias produtivas no imóvel. Dispositivos relevantes citados: CPC, art. 485, §3º, I; CC, art. 1.238. Jurisprudência relevante citada: TJMT, N.U 0000155-62.2016.8.11.0033, Quarta Câmara de Direito Privado, j. 28-4-2021, DJE 3-5-2021. (N.U 0000611-33.2010.8.11.0094, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, RUBENS DE OLIVEIRA SANTOS FILHO, Quarta Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
5
1001469-13.2025.8.11.0000
19/02/2025
20/02/2025
Quarta Câmara Criminal
HABEAS CORPUS CRIMINAL
CÂMARAS ISOLADAS CRIMINAIS
LIDIO MODESTO DA SILVA FILHO
DIREITO PENAL (287) \ Crimes contra o Patrimônio (3415) \ Extorsão (3420)
Criminal
Extorsão
NÃO INFORMADO
DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. EXTORSÃO MAJORADA. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. GRAVIDADE CONCRETA. ORDEM DENEGADA. I. Caso em exame: Habeas Corpus impetrado contra decisão que converteu prisão em flagrante em preventiva pela suposta prática dos crimes de extorsão majorada, desobediência e porte ilegal de arma de fogo, com fundamento na garantia da ordem pública. II. Questão em discussão: A questão consiste em verificar a legalidade da prisão preventiva e a presença dos requisitos do artigo 312, do Código de Processo Penal. III. Razões de decidir: 1. A decisão que decretou a prisão preventiva está adequadamente fundamentada na gravidade concreta dos delitos e no modus operandi, evidenciado pelo uso de arma de fogo e desligamento premeditado de energia elétrica para impedir pedido de socorro. 2. As ameaças reiteradas, inclusive após a prisão, demonstram periculosidade concreta e risco à ordem pública, não sendo suficientes as medidas cautelares diversas da prisão. 3. Condições pessoais favoráveis não são suficientes para revogar a prisão preventiva quando presentes os requisitos do art. 312, do CPP. IV. Dispositivo e tese: Ordem de habeas corpus denegada, em consonância com o parecer ministerial. Tese de julgamento: "A prisão preventiva fundamentada na gravidade concreta do delito e no modus operandi, com demonstração de risco efetivo à ordem pública, não configura constrangimento ilegal". Dispositivos relevantes citados: CF/88, art. 5º, LXI; CPP, arts. 312, 313, I; CP, art. 158, § 1º, 330; Lei n. 10.826/03, art. 14. Jurisprudência relevante citada: STF - HC: 239653 MG, Relator: FLÁVIO DINO, Data de Julgamento: 16/04/2024, Data de Publicação: PROCESSO ELETRÔNICO DJe-s/n DIVULG 17/04/2024, PUBLIC. 18/04/2024; Enunciado n. 43, TCCR-TJMT. (N.U 1001469-13.2025.8.11.0000, CÂMARAS ISOLADAS CRIMINAIS, LIDIO MODESTO DA SILVA FILHO, Quarta Câmara Criminal, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 20/02/2025)
5
0005590-09.2020.8.11.0055
19/02/2025
19/02/2025
Quarta Câmara Criminal
APELAÇÃO CRIMINAL
CÂMARAS ISOLADAS CRIMINAIS
HELIO NISHIYAMA
DIREITO PENAL (287) \ Crimes contra o Patrimônio (3415) \ Receptação (3435)
Criminal
Receptação
NÃO INFORMADO
APELAÇÃO CRIMINAL (417)0005590-09.2020.8.11.0055 EMENTA DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. TRÁFICO DE DROGAS E RECEPTAÇÃO. SENTENÇA ABSOLUTÓRIA. PRELIMINAR DE OFÍCIO. EXISTÊNCIA DE COISA JULGADA MATERIAL EM RELAÇÃO AO TRÁFICO DE DROGAS. TRANCAMENTO PARCIAL DA PERSECUÇÃO CRIMINAL. MÉRITO. CONDENAÇÃO PELO DELITO DE RECEPTAÇÃO. ACOLHIMENTO. APELO CONHECIDO PARCIALMENTE E PROVIDO. I. CASO EM EXAME 1. Apelação criminal do Ministério Público que desafia sentença que absolveu o apelado da imputação da prática dos crimes tipificados no art. 33 da Lei n. 11.343/06 e art. 180 do Código Penal por insuficiência de provas. 2. Fatos relevantes: (i) corréu Maycon Soares de Oliveira flagrado na posse de dois aparelhos celulares roubados, tendo confessado a prática delitiva e, segundo os depoimentos dos policiais, revelado que negociou um deles com o apelado em troca de porções de pasta-base de cocaína; (ii) apelado encontrado na posse do celular roubado não sabendo declinar aos policiais a proveniência lícita do bem; (iii) apelado alegou em interrogatório policial e judicial que o corréu deixou o celular em sua casa para carregar e teria dito que pertencia à esposa dele; (iv) versão do apelado não encontra respaldo nas provas dos autos, tampouco é corroborada pelo interrogatório do corréu; (v) depoimentos coesos e uníssonos dos investigadores de polícia; e (vi) constatação pelo Relator da existência de denúncia ofertada no Juizado Especial Criminal em desfavor do apelado a respeito do mesmo fato que ensejou a imputação do tráfico de drogas nestes autos, porém, dando-o como incurso no art. 28 da Lei n. 11.343/06, havendo sentença transitada em julgado, declarando extinta a punibilidade pela ocorrência da prescrição. 3. Requerimento do recurso: condenação do apelado pela prática dos crimes de tráfico de drogas e receptação dolosa. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 4. As questões em discussão consistem em verificar: (i) se a continuidade da presente ação penal quanto ao tráfico de entorpecentes implicaria em ofensa à coisa julgada; e (ii) se há suficiência probatória para condenar o apelado pelos crimes de tráfico de drogas e receptação dolosa. III. RAZÕES DE DECIDIR 5. Ainda que a sentença tenha sido absolutória em relação ao tráfico de drogas, impõe-se o trancamento parcial da ação penal quanto a este crime, porquanto constatada a existência de outra denúncia ofertada pelo mesmo fato, porém, dando o apelado como incurso no art. 28 da Lei n. 11.343/06, na qual se declarou extinta a punibilidade, sob pena de ofensa à coisa julgada material. 6. No crime de receptação, se o bem houver sido apreendido em poder do acusado, cabe à defesa apresentar prova acerca da origem lícita do bem ou de sua conduta culposa, em atenção ao disposto no art. 156 do CPP, o que não se observa nos autos. 7. Não comprovada a origem lícita do objeto apreendido e demonstrado durante a persecução penal que o acusado adquiriu e/ou recebeu o bem proveniente de roubo, é cabível a sua condenação pela prática do crime de receptação. IV. DISPOSITIVO 8. De ofício, trancada a persecução criminal em relação ao crime de tráfico de drogas. Recurso parcialmente conhecido e, nesta extensão, provido para condenar o apelado como incurso no art. 180, caput, do Código Penal. ___________ Dispositivos relevantes citados: Lei n. 11.343/06, arts. 28 e 33; CPP, arts. 156 e 386, VII; CP, arts. 33, § 2º, “c”, 44, 68 e 107, IV. Jurisprudência relevante citada: STJ, Inq. 1721/DF e AgRg no REsp 2167957/SP; TJMT, enunciado n. 08 da TCCR/TJMT. (N.U 0005590-09.2020.8.11.0055, CÂMARAS ISOLADAS CRIMINAIS, HELIO NISHIYAMA, Quarta Câmara Criminal, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
5
1000998-98.2023.8.11.0086
19/02/2025
19/02/2025
Quarta Câmara Criminal
APELAÇÃO CRIMINAL
CÂMARAS ISOLADAS CRIMINAIS
HELIO NISHIYAMA
DIREITO PENAL (287) \ Crimes Previstos na Legislação Extravagante (3603) \ Crimes de Trânsito (3632)
Criminal
Crimes de Trânsito
NÃO INFORMADO
APELAÇÃO CRIMINAL (417)1000998-98.2023.8.11.0086 EMENTA DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. RECURSO DO RÉU. HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR SOB A INFLUÊNCIA DE ÁLCOOL. AGRAVANTE DO ARTIGO 298, II, DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO MANTIDA. REGIME PRISIONAL SEMIABERTO ADEQUADO. PENA ACESSÓRIA DE SUSPENSÃO DO DIREITO DE DIRIGIR DESPROPORCIONAL. APELO PARCIALMENTE PROVIDO. I. CASO EM EXAME 1. Recurso de apelação criminal interposto pelo réu contra sentença que o condenou à pena privativa de liberdade de 5 (cinco) anos de reclusão, em regime inicial semiaberto, acrescida da sanção acessória de suspensão do direito de dirigir pelo prazo de 5 (cinco) anos, em razão da prática do delito previsto no artigo 302, §3º, do Código de Trânsito Brasileiro. 2. Fatos relevantes: (i) veículo conduzido pelo réu sem placas de identificação no momento do sinistro; (ii) pena privativa de liberdade estabelecida em quantitativo superior a 4 (quatro) anos e inferior a 8 (oito) anos; (iii) circunstâncias judiciais neutras. 3. Requerimentos do recurso: (i) exclusão da agravante prevista no artigo 298, II, do Código de Trânsito Brasileiro; (ii) abrandamento do regime prisional; (iii) redução da pena acessória de suspensão do direito de dirigir. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 4. As questões em discussão consistem em: (i) verificar se a agravante do artigo 298, II, do Código de Trânsito Brasileiro deve incidir na espécie; (ii) analisar se o regime prisional semiaberto é compatível com a pena privativa de liberdade imposta; (iii) avaliar se a penalidade acessória foi dosada de forma proporcional à pena privativa de liberdade. III. RAZÕES DE DECIDIR 5. De acordo com a legislação de trânsito, as hipóteses previstas no artigo 298 do Código de Trânsito Brasileiro sempre agravam a pena do autor do fato, de modo que incidência destas circunstâncias não se trata de uma faculdade conferida ao julgador, mas sim de um dever legal no momento da segunda fase do cálculo dosimétrico. 6. Apesar da neutralidade das circunstâncias judiciais do artigo 59 do Código Penal, a reprimenda privativa de liberdade superior a 4 (quatro) anos e inferior a 8 (oito) anos impede a adoção do regime prisional aberto para o início do cumprimento da pena. 7. Por se tratar de pena cumulativa, prevista no preceito secundário do tipo penal incriminador do delito do artigo 302, §3º, do Código de Trânsito Brasileiro, a sanção de suspensão do direito de dirigir veículo automotor deve ser proporcional à reprimenda privativa de liberdade, motivo pelo qual deve ser reduzida para o prazo de 1 (um) ano, já cumprida cautelarmente pelo apelante. IV. DISPOSITIVO 8. Recurso de apelação conhecido e parcialmente provido. ___________ Dispositivos relevantes citados: Código de Trânsito Brasileiro, artigos 302, §3º, 298, II e 293; Resolução n. 911/2022 do CONTRAM, artigo 4º, §§ 1º e 2º; Código Penal, artigos 33, §§2º e 3º, 59 e 68. Jurisprudência relevante citada: STJ, AgRg no HC n. 810.514/SP; TJMT, ApCrim 1037440-58.2022.8.11.0002. (N.U 1000998-98.2023.8.11.0086, CÂMARAS ISOLADAS CRIMINAIS, HELIO NISHIYAMA, Quarta Câmara Criminal, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
5
1037298-89.2024.8.11.0000
19/02/2025
20/02/2025
Quarta Câmara Criminal
HABEAS CORPUS CRIMINAL
CÂMARAS ISOLADAS CRIMINAIS
LIDIO MODESTO DA SILVA FILHO
DIREITO PROCESSUAL PENAL (1209) \ Execução Penal (7942) \ Pena Privativa de Liberdade (7791)
Criminal
Pena Privativa de Liberdade
NÃO INFORMADO
DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. ALTERAÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO DE OFÍCIO. REFORMATIO IN PEJUS. IMPOSSIBILIDADE DE UNIFICAÇÃO DE PENAS DE DETENÇÃO E RECLUSÃO. PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA. CONCESSÃO DA ORDEM. I. Caso em exame: Habeas Corpus impetrado contra decisão do Juízo da 4ª Vara Criminal de Rondonópolis (MT), que, de ofício, alterou a unificação de penas previamente estabelecida em regime semiaberto, determinando o cumprimento da pena em regime fechado, sem provocação das partes ou fato novo que justificasse a modificação. O paciente já havia cumprido dez meses no regime semiaberto quando a alteração ocorreu. II. Questão em discussão: Há duas questões centrais em discussão: (i) verificar a legalidade da alteração do regime prisional determinada de ofício pelo magistrado sem qualquer requerimento ministerial ou fato superveniente que a justificasse; (ii) avaliar a possibilidade de unificação de penas de detenção e reclusão para fins de fixação de regime prisional, considerando a interpretação mais benéfica ao apenado. III. Razões de decidir: 1. O paciente já cumpria pena há dez meses no regime semiaberto sem descumprimentos ou intercorrências, e a modificação abrupta de seu regime penal viola o princípio da ressocialização, essencial na execução penal. 2. A unificação de penas de reclusão e detenção para fixação de regime de cumprimento deve ser analisada sob o prisma da interpretação mais benéfica ao apenado, observando a distinção entre as espécies de pena previstas no Código Penal e na Lei de Execução Penal, devendo as penas de detenção e reclusão ser cumpridas separadamente, sendo vedada a soma para efeito de fixação de regime mais severo. IV. Dispositivo e tese: Ordem concedida para restabelecer o cumprimento da pena do paciente em regime semiaberto, nos termos a serem fixados pelo juízo da execução. Tese de julgamento: “1. A unificação de penas de detenção e reclusão não pode resultar na imposição automática de regime mais gravoso, devendo-se adotar a interpretação mais favorável ao apenado. 2. A execução penal deve respeitar o princípio da ressocialização, garantindo ao condenado a progressão gradual e proporcional do regime de cumprimento da pena”. Dispositivos relevantes citados: Art. 33, caput, do Código Penal; Art. 111 e 66, III, "a", da Lei de Execução Penal; Art. 5º, XXXVI, LIV e LV, da Constituição Federal. Jurisprudência relevante citada: STJ, HC n. 607.190/SP, relator Ministro Nefi Cordeiro, Sexta Turma, julgado em 6/10/2020, DJe de 14/10/2020; STJ, EDcl no AgRg no HC 651.765/SP, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, QUINTA TURMA, julgado em 07/12/2021, DJe 14/12/2021; TJMT, N.U 1026585-55.2024.8.11.0000, CÂMARAS ISOLADAS CRIMINAIS, GILBERTO GIRALDELLI, Terceira Câmara Criminal, Julgado em 27/11/2024, Publicado no DJE 28/11/2024. (N.U 1037298-89.2024.8.11.0000, CÂMARAS ISOLADAS CRIMINAIS, LIDIO MODESTO DA SILVA FILHO, Quarta Câmara Criminal, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 20/02/2025)
5
0002248-29.2009.8.11.0005
19/02/2025
19/02/2025
Segunda Câmara de Direito Privado
APELAÇÃO CÍVEL
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
MARIA HELENA GARGAGLIONE POVOAS
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO (8826) \ Liquidação / Cumprimento / Execução (9148) \ Efeito Suspensivo / Impugnação / Embargos à Execução (9518)
Cível
Efeito Suspensivo / Impugnação / Embargos à Execução
NÃO INFORMADO
APELAÇÃO – CUMPRIMENTO DE SENTENÇA – HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS – EXTINÇÃO DO FEITO POR FORÇA DE ACORDO CELEBRADO ENTRE O CLIENTE E A PARTE CONTRÁRIA SEM ANUÊNCIA DO CAUSÍDICO – DESCABIMENTO – SENTENÇA CASSADA – RECURSO PROVIDO. Os honorários advocatícios constituem direito autônomo do advogado, que não pode ser afastado em razão de transação realizada entre seu cliente e a parte contrária sem sua anuência, nos termos dos arts. 23 e 24, §4° do Estatuto da OAB. (N.U 0002248-29.2009.8.11.0005, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, MARIA HELENA GARGAGLIONE POVOAS, Segunda Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
5
1001005-58.2022.8.11.0011
19/02/2025
19/02/2025
Quarta Câmara de Direito Privado
APELAÇÃO CÍVEL
CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
SERLY MARCONDES ALVES
DIREITO CIVIL (899) \ Obrigações (7681) \ Inadimplemento (7691) \ Perdas e Danos (7698)
Cível
Perdas e Danos
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EMENTA DIREITO PROCESSUAL CIVIL. DOIS RECURSOS DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. APELAÇÃO CÍVEL. OMISSÃO, CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS. REDISTRIBUIÇÃO. RECURSO DOS AUTORES DESPROVIDO E RECURSO DOS REQUERIDOS PARCIALMENTE PROVIDO. I. CASO EM EXAME Embargos de declaração opostos por MARIA ELIZABETH MONTEIRO DOS SANTOS e ANTONIO RODRIGUES DOS SANTOS, alegando omissão quanto à comprovação da entrega de gado, obscuridade sobre o valor da dívida e ausência de manifestação expressa sobre a extinção da fiança. Embargos também opostos por MARIA LUCIA BRAGA, JOÃO ANDERSON BRAGA e ELIANDRIA ALVES DE FREITAS BRAGA, apontando omissão na reavaliação da distribuição dos honorários sucumbenciais. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO Há quatro questões em discussão: (i) determinar se o acórdão foi omisso quanto à comprovação da entrega dos semoventes; (ii) verificar se há obscuridade na decisão quanto ao valor exato da dívida; (iii) avaliar se a reclassificação do contrato implica a extinção da fiança; e (iv) apurar se houve omissão na redistribuição dos honorários sucumbenciais. III. RAZÕES DE DECIDIR O acórdão já examinou a prova da entrega dos semoventes e concluiu que os documentos apresentados eram insuficientes, afastando a alegada omissão. A discordância dos embargantes quanto à conclusão adotada não configura omissão sanável por embargos de declaração, mas matéria para recurso próprio. O pedido para fixação expressa do valor da dívida não procede, pois a decisão foi clara ao determinar que os valores sejam apurados em sede de liquidação de sentença, corrigidos pela taxa SELIC e respeitando os pagamentos realizados. A ausência de um valor nominal não caracteriza obscuridade. A reclassificação do contrato de arrendamento pecuário para mútuo não implica extinção automática da fiança, pois a obrigação principal foi mantida. A questão deve ser discutida em ação própria, não cabendo sua análise nos embargos de declaração. Há omissão na redistribuição dos honorários sucumbenciais, pois a reclassificação do contrato alterou substancialmente o resultado da demanda, beneficiando parcialmente os apelantes. Nos termos do art. 86 do CPC, impõe-se a redistribuição proporcional dos honorários entre as partes. IV. DISPOSITIVO E TESE Embargos de declaração de MARIA ELIZABETH MONTEIRO DOS SANTOS e ANTONIO RODRIGUES DOS SANTOS rejeitados. Embargos de declaração de MARIA LUCIA BRAGA, JOÃO ANDERSON BRAGA e ELIANDRIA ALVES DE FREITAS BRAGA parcialmente providos para redistribuir os honorários sucumbenciais na proporção de 50% para cada parte. Tese de julgamento: A reclassificação de um contrato não implica, por si só, a extinção da fiança prestada, salvo disposição contratual em sentido contrário. A ausência de fixação de um valor nominal da dívida em decisão que determina a liquidação por arbitramento não configura obscuridade. A omissão na redistribuição dos honorários sucumbenciais pode ser sanada em embargos de declaração quando houver alteração substancial do resultado da demanda. Dispositivos relevantes citados: CPC, arts. 85, §2º, 86 e 1.022. Jurisprudência relevante citada: STJ, EDcl no AgInt nos EDcl no REsp n. 1.954.239/MT, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Quarta Turma, j. 27.05.2024, DJe 29.05.2024; STJ, EDcl no AgRg na Pet n. 14.616/SC, Rel. Min. Humberto Martins, Corte Especial, j. 12.12.2023, DJe 19.12.2023; STJ, EDcl nos EDcl na PET nos EmbExeMS n. 3901/DF, Rel. Min. Diva Malerbi, j. 02.03.2023, DJe 07.03.2023. (N.U 1001005-58.2022.8.11.0011, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, SERLY MARCONDES ALVES, Quarta Câmara de Direito Privado, Julgado em 19/02/2025, Publicado no DJE 19/02/2025)
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