title
stringlengths
4
128
text
stringlengths
305
52.3k
date
stringlengths
10
19
category
stringclasses
7 values
category_natural_language
stringclasses
7 values
link
stringlengths
56
191
PAC que não é PAC
Com um misto de propaganda saudosista e necessidade real, o governo Luiz Inácio Lula da Silva rebatizou, relançou ou recauchutou programas que marcaram as administrações petistas, como Bolsa Família, Mais Médicos e Minha Casa, Minha Vida. Chegaria, obviamente, a vez do famigerado PAC.Neste último caso, porém, o que se prepara parece algo diferente da experiência passada. A ministra Simone Tebet, do Planejamento, anunciou que haverá "um novo PAC, que não vai ser um PAC". Ou, mais precisamente, "uma política de investimentos, não só de investimentos públicos, mas também de parceria com a iniciativa privada".Ainda que Tebet não tenha entrado em detalhes sobre a iniciativa, a história fornece boas pistas. Lançado em 2007, no segundo governo Lula, o Programa de Aceleração do Crescimento caracterizou uma fase de euforia econômica e aceleração, ainda maior, do gasto público —que anos depois levaria a um colapso orçamentário.Tratava-se, basicamente, de uma lista de obras públicas de infraestrutura tidas como prioritárias e que poderiam ficar a salvo das regras de controle das despesas. O rol de empreendimentos, que aumentava a cada ano, serviu também para a campanha eleitoral de Dilma Rousseff (PT), "a mãe do PAC".Num período de fartura de recursos, o programa contribuiu de fato para elevar o investimento público —aí considerados União, estados, municípios e empresas estatais— de 2,8% do PIB em 2007 para um pico de 4,7% em 2010.Ficou muito longe, entretanto, das metas traçadas —e expôs ineficiências crônicas dessa modalidade de gasto do país, como burocracia, projetos falhos, atrasos e desvios. Sob Dilma, o prometido crescimento econômico minguou.Hoje não há mais espaço no deficitário Orçamento federal para um programa grandioso de obras públicas.A expansão do Bolsa Família, a valorização do salário mínimo, o reajuste dos vencimentos do funcionalismo e o avanço das emendas parlamentares reduziram ainda mais as verbas de livre uso.As deficiências nacionais em infraestrutura, todavia, permanecem e demandam a ação do Estado.Espuma publicitária à parte, o governo fará bem em definir investimentos prioritários, aperfeiçoar a gestão, estabelecer metas e divulgar periodicamente os resultados. Melhor, a declaração de Tebet indica o entendimento de que a participação privada será essencial.editoriais@grupofolha.com.br
2023-07-03 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/07/pac-que-nao-e-pac.shtml
Exposição de 'House of the Dragon' chega ao Shopping Itaquera com dragão de 4 metros
O universo da dinastia Targaryen e seus dragões, que fizeram sucesso na série do HBO Max, será exibido no Shopping Metrô Itaquera, região leste de São Paulo, em "House of the Dragon". O público poderá acompanhar a exposição entre os dias 7 de julho e 6 de agosto.Em um espaço de 215 metros quadrados, estarão expostas esculturas em tamanho real dos personagens Rhaenyra e Daemon Targaryen, que guardam o local. Haverá também uma recriação de quatro metros de altura do dragão Syrax, além dos crânios dos dragões Vhagar e Caraxes.O público ainda poderá se sentar no Trono de Ferro, objeto icônico da série que se passa 200 anos antes dos acontecimentos de "Game of Thrones", além de ver a espada de aço valiriano e ovos de dragões. Mais Há ainda uma área interativa de jogos que funcionará com sessões de 20 minutos em grupos de 15 pessoas. Os visitantes poderão se aventurar em jogos que capturam movimentos, guiando um dragão por um circuito, ou uma disputa para ver quem chega primeiro ao Trono de Ferro.A entrada é gratuita, só é preciso resgatar um cupom de acesso no aplicativo do shopping. Menores de 16 anos devem estar acompanhados dos responsáveis. Mais
2023-07-05 11:19:00
passeios
Passeios
https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2023/07/exposicao-de-house-of-the-dragon-chega-ao-shopping-itaquera-com-dragao-de-4-metros.shtml
Ciência, prática e os sistemas de saúde
Artigo publicado nesta seção em 5 de junho ("A quem interessa a morte da saúde privada?") sugere que a redução dos custos da saúde passa pela restrição ao acesso a consultas e novas terapias.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...Concordamos que existe urgência na evolução do debate, mas sugerimos uma visão alternativa, baseada em uma tríade.A ciência: geração de evidência por meio de estudos clínicos, com rigorosa análise de dados, revisão por pares e publicação de resultados. Com base nesse processo desenvolvem-se as intervenções (equipamentos, fármacos etc.) avaliadas e aprovadas por órgãos reguladores como a Anvisa.A prática: exercício dos profissionais da saúde, levando-se em conta a melhor evidência científica disponível, a experiência do profissional e as características do paciente.Os sistemas de saúde: incluem as políticas, empresas, instituições públicas e privadas e profissionais dedicados à prevenção, tratamento e gestão da saúde individual e populacional.O sucesso inicial dessa tríade teve como "efeito colateral" o aumento global da expectativa de vida; por consequência, o número e a complexidade de pacientes com doenças crônicas também aumentaram. Isso resultou na exaustão dos recursos da saúde, já fragilizados pelo surgimento de novas doenças e epidemias. Todos, incluindo a população e profissionais da saúde, estão ansiosos e insatisfeitos com o quadro atual.Portanto, a saúde, já fragmentada e com integração deficiente de tecnologia e pouca transparência, precisa ser reformulada. Nesse contexto, restringir o acesso a profissionais da saúde ou a terapias comprovadamente eficazes não pode ser parte da estratégia. A solução não é simples, mas alguns passos são claros.O SUS deve receber mais recursos, com atuação intensa na promoção da saúde e prevenção de epidemias. Mais O financiamento da ciência deve priorizar desfechos clinicamente relevantes, adequados às necessidades de populações com características heterogêneas e vislumbrando o acesso amplo a futuras descobertas. Recrutamento por plataformas digitais e geração de dados econômicos durante ensaios clínicos serão essenciais.A prática da medicina gera uma quantidade imensa de dados (demografia, características clínicas, medicamentos, procedimentos, gastos), que se encontram subutilizados e desintegrados entre o SUS, seguradoras, prestadores de serviço, clínicas, farmácias e hospitais.Esses dados devem ser estruturados e compartilhados entre todos com segurança e respeito às leis de privacidade. Transparência radical, com acesso a métricas de qualidade, custo e eficiência a todos os participantes e usuários.O objetivo maior deve ser o acesso à saúde de qualidade por aqueles que mais precisam, não somente por quem pode pagar. Os efeitos secundários serão a geração de conhecimento, inovação, competitividade, novos empreendimentos e modelos de remuneração baseados em resultados.A sociedade agradece!
2023-07-03 21:11:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/07/ciencia-pratica-e-os-sistemas-de-saude.shtml
Governo de SP lança edital para apoiar culturas como batalhas de rima e slams
O Governo do estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, anunciou o lançamento de duas chamadas públicas com o objetivo de fomentar, valorizar e difundir atividades e ações artístico-culturais. Com um investimento total de R$ 21 milhões, as iniciativas serão geridas pela organização social Amigos da Arte que inclui entre as modalidades beneficiadas o breakdance, DJs, slams, batalhas de rima, sound systems.As chamadas públicas surgiram em resposta a solicitações dos municípios paulistas, que clamaram por prazos maiores para inscrições. Em anos anteriores, o cadastro era realizado em um período de apenas 25 dias, o que dificultava a participação de muitas cidades. Neste ano, as interessadas terão prazo estendido para se inscrever, entre 29 de junho e 31 de outubro.Para fornecer mais detalhes e esclarecimentos sobre a participação dos municípios, a secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Marília Marton, e o diretor-geral da Amigos da Arte, Glaucio Franca, estarão disponíveis em um webinar que será realizado logo após o lançamento. Os interessados poderão acompanhar o evento pelo canal do YouTube da Secretaria, que ficará aberto para dúvidas.O objetivo das chamadas públicas é atender pelo menos 450 cidades por meio de cinco programas: "Revelando SP", que compõe a primeira chamada, e "Atendimento Técnico aos Municípios" (ATM), "Circuito Cultural", "Apoio a Festivais" e "Cultura Urbana", que compõem a segunda chamada.O programa "Revelando SP" contará com um investimento de R$ 7,3 milhões e tem como meta a participação de pelo menos 100 municípios. Trata-se do maior programa de divulgação e fortalecimento de culturas tradicionais paulistas, que este ano terá duração de oito dias, sendo quatro dias na capital, previsto para outubro, e quatro em São José dos Campos, em novembro, na região do Vale do Paraíba.O programa "Atendimento Técnico aos Municípios" (ATM) tem como meta contemplar pelo menos 100 municípios, com um investimento de até R$ 16 mil por cidade, totalizando R$ 1,6 milhão. O ATM oferecerá apoio para artistas ou estruturas para festas, celebrações, feiras e demais eventos culturais que promovam a valorização e o desenvolvimento cultural local, identidades regionais e a história das cidades paulistas. Mais Outro programa é o "Apoio a Festivais", que tem como objetivo promover ações de difusão e desenvolvimento cultural, além de impulsionar a economia criativa. Os festivais apoiados deverão ter no mínimo dois dias de duração e contarão com cachês para artistas, curadoria ou comissão julgadora, licenciamento de conteúdos para exibição durante o evento e premiação para concursos. A expectativa é que pelo menos 30 municípios estejam aptos a receber até R$ 100 mil, totalizando um investimento de R$ 3 milhões.Por fim, o programa "Cultura Urbana" visa apoiar eventos e expressões culturais relacionadas à intervenção e ocupação do ambiente urbano, como murais, instalações, grafite, breakdance, DJs, slams, batalhas de rima, sound systems, eventos de hip-hop, entre outros. A Secretaria da Cultura espera contemplar pelo menos 120 cidades, com um investimento de até R$ 23 mil por município. O valor total do investimento é de R$ 2.760.000 destinados a cachês artísticos, júris, comissões de seleção e premiação, além de infraestrutura.
2023-07-03 19:32:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/sons-da-perifa/2023/07/governo-de-sp-lanca-edital-para-apoiar-culturas-como-batalhas-de-rima-e-slams.shtml
Neymar é multado em mais de R$ 16 milhões por construção de lago artificial na mansão de Mangaratiba
Neymar recebeu uma multa de pouco mais de R$ 16 milhões devido às obras de construção de um lago artificial em sua nova mansão em Mangaratiba, na Costa Verde do Rio de Janeiro. Na semana passada, fiscais e a secretária de Meio Ambiente do município, Shayene Barreto, realizaram uma vistoria e constataram irregularidades no imóvel localizado no Condomínio AeroRural. A decisão foi tomada pela procuradora-geral do município, Juraciara Souza Mendes da Silva.O jogador recebeu a maior multa, no valor de R$ 10 milhões, por não ter licença de controle ambiental para a obra. Além disso, ele também foi multado pela movimentação de terra sem a devida autorização, resultando em uma infração adicional de R$ 5 milhões. Neymar também descumpriu o embargo da obra ao entrar no lago interditado e ainda tirou a vegetação da terra sem autorização.O F5 procurou a assessoria de imprensa de Mangaratiba, que informou do caráter decisivo da infração e o jogador terá 20 dias para entrar com um recurso administrativo sobre as multas. Após esse prazo, e caso seu recurso não seja acolhido, Neymar passa a dever ao município de Mangaratiba. Mais Na sexta-feira (30), o pai do jogador, Neymar da Silva Santos, tinha conseguido uma liminar que liberava a desinterdição do lago artificial. O juiz Richard Robert Fairclough, da Vara única do município, atendeu ao pedido do parente de Neymar Jr. A liminar, divulgada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, dizia que a propriedade foi alvo de uma medida administrativa, que levou a um auto de interdição por "obra de lago artificial sem licença ambiental". Segundo o documento, pela violação, caberia somente multa e não interdição da obra.Segue a nota da prefeitura de Mangaratiba:Após constatar a prática de infrações ambientais na obra de construção de um lago artificial na mansão do jogador Neymar, no condomínio Aero Rural, a Secretaria de Meio Ambiente de Mangaratiba aplicou nesta segunda-feira (03) quatro multas ao infrator. As sanções somam mais de R$ 16 milhões de reais. De acordo com o relatório técnico da equipe de fiscalização ambiental e o parecer jurídico do órgão municipal - documento que possui 46 páginas -, entre as dezenas de infrações que foram constatadas na propriedade do jogador estão: realização de obra passível de controle ambiental sem autorização, captação e desvio de água de rio sem autorização, movimentação de terras e supressão de vegetação sem autorização, e descumprimento de embargo. Vale lembrar que a Secretaria de Meio Ambiente, além de aplicar as multas, considerando os danos ambientais causados, bem como, o desrespeito às leis ambientais vigentes, comunicou os fatos constatados ao Ministério Público, Polícia Civil, Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e demais órgãos de controle ambiental.
2023-07-03 17:45:00
voceviu
Você viu
https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/07/neymar-e-multado-em-mais-de-r-16-milhoes-por-construcao-de-lago-artificial-na-mansao-de-mangaratiba.shtml
Miss Universo Brasil 2023 começa com destaque para misses mães; veja fotos das 27 candidatas
Foi dada a largada! A partir desta segunda-feira (3), começa em São Paulo o confinamento da edição 2023 do Miss Universo Brasil (MUB). Em dias corridos, as misses vão participar de uma semana de atividades, compromissos e avaliações preliminares realizadas por jurados e a organização.Na noite de sábado (8), será conhecida a vencedora, que vai representar o país no Miss Universo 2023, previsto para dezembro em El Salvador. Quem passa a coroa é a capixaba Mia Mamede, 27, eleita em julho do ano passado. O concurso será transmitido ao vivo, pelo YouTube, a partir das 21h. Mais Esta será a primeira vez na história que o concurso aceita a participação de candidatas que têm filhos, algo que nunca aconteceu antes, em mais de 70 anos. Isso só foi possível após mudanças nas regras do mundial, anunciadas no ano passado e aplicada a todos os países participantes.A primeira miss do grupo que se enquadra nesse novo quesito é a goiana Renata Guerra Otoni, 27, eleita no início de maio, que é mãe da pequena Samira, de 4 anos. As outras duas mamães eleitas são as misses Piauí, Gabriela Reis Menezes, 26, e Maranhão, Lorena Caroline Maia e Silva, 27."Buscamos uma mulher original, que tenha personalidade e a essência de uma miss. Queremos eleger não só uma Miss Brasil, mas sim uma Miss Universo", disse no mês passado à coluna, a empresária gaúcha Martina Brandt, 31, que é diretora-geral do concurso e também ostenta o título de Miss Universo Brasil 2015.Importante destacar que a seletiva do MUB volta a seu formato tradicional e recebe presencialmente o time completo de 27 candidatas, que representam todos os estados brasileiros e o Distrito Federal (veja lista de nomes abaixo). Em 2022, quando Mia foi eleita, apenas as cinco finalistas estavam na etapa e no show final.As misses fazem check-in em um hotel na zona sul da cidade, onde ficarão hospedadas. Para os primeiros dias, estão na agenda ensaios fotográficos, passeios turísticos e uma nova bateria de entrevistas. Para deixar os fãs e outros interessados abastecidos, o dia a dia delas será registrado nas redes sociais oficiais do certame.O local escolhido para a coroação é o espaço de eventos Pátio Welucci, localizado no Brooklin, zona sul da capital. Desde a semana passada, está aberta a venda de ingressos para o público geral, que deseja assistir ao vivo o concurso. De acordo com a organização do MUB, a premiação deste ano vai ultrapassar R$ 150 mil. Mais "Estamos trabalhando nos detalhes há bastante tempo, com muito esmero e carinho, para entregar um concurso excelente aos fãs e promover uma experiência única para as meninas", adiciona Marthina.A atual Miss Universo é a americana R'Bonney Gabriel, 28, eleita em janeiro deste ano, em Nova Orleans, na Louisiana (EUA). Na ocasião, a Miss Brasil não se classificou no primeiro corte de 16 semifinalistas.A última brasileira a chegar mais perto da coroa mundial foi a gaúcha Julia Gama, vice-campeã em 2020 —antes dela, a mineira Natália Guimarães também conquistou a mesma colocação, em 2007. As duas únicas brasileiras a vencer o Miss Universo foram a gaúcha Ieda Maria Vargas, em 1963, e a baiana Martha Vasconcellos, em 1968.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Fábio Luís de Paula é jornalista especializado na cobertura de concursos de beleza, sendo os principais deles o Miss Brasil, Miss Universo, Miss Mundo e Mister Brasil. Formado em jornalismo pelo Mackenzie, passou por Redações da Folha e do UOL, além de assessorias e comunicação corporativa. Contato ou sugestões, acesse instagram.com/defaixaacoroa e facebook.com/defaixaacoroa
2023-07-03 15:00:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/de-faixa-a-coroa/2023/07/miss-universo-brasil-2023-comeca-com-destaque-para-misses-maes-veja-fotos-das-27-candidatas.shtml
Madonna reclama do preconceito contra a idade, mas não respeita os limites de seu próprio corpo
Ao longo de quatro décadas de carreira, Madonna se engajou em inúmeras lutas políticas. Duas delas se destacam: o feminismo e a causa LGBTQIA+. Através de canções, atitudes e palavras, a cantora sempre passou a mensagem de que uma mulher é a dona absoluta de sua vida e de seu corpo, e que as minorias sexuais têm os mesmos direitos que todo mundo.Uma terceira grande bandeira se juntou a essas duas, de uns 10 anos para cá. Madonna se tornou uma das militantes mais vocais contra o etarismo, o preconceito contra pessoas mais velhas. Prestes a completar 65 anos, ela defende que continua tão poderosa quanto sempre foi, e rebate seus críticos com veemência.A cantora tem toda razão, mas cabe uma reflexão. Será que ela mesma não se rendeu às exigências de juventude eterna, ao passar por procedimentos estéticos que esticaram demais seu rosto? Madonna pode também não estar respeitando as limitações de seu corpo atual. Por mais dietas e exercícios que ela faça, não é mais o mesmo de 30 anos atrás. Mais Sua última turnê, "Madame X", realizada entre 2019 e 2020 e interrompida pela pandemia, teve vários shows cancelados. Madonna simplesmente não aguentou o tranco da coreografia do show: a toda hora tinha um tornozelo torcido, um joelho machucado, dores no corpo inteiro.Sempre foi muito exigente, tanto consigo mesma quanto com todos que trabalham com ela. Demitiu tanta gente durante os ensaios de "Blonde Ambition", sua turnê de 1990, que a piada nos bastidores era a de que iria demitir a si própria. Nunca se poupou, ignorando a passagem do tempo: quando se apresentou no Brasil pela última vez, em 2012, surpreendeu a plateia ao entrar pulando corda no palco, quando seu show já ia pela metade.Seu vigor e força de vontade parecem infinitos, e ela sempre foi muito disciplinada. É vegetariana desde a década de 1980, nunca se viciou em drogas ou álcool e segue uma rotina exaustiva de exercícios. Só que o envelhecimento pode ser ralentado, mas não evitado totalmente.Agora Madonna paga o preço por sua determinação. Deu um susto na família e nos fãs, ao ser internada às pressas em Nova York com uma infecção bacteriana. Passou alguns dias na UTI, mas já voltou para casa. Só que ainda não está 100%: consta que anda vomitando muito, e que sua recuperação total ainda pode levar meses.Madonna estava ensaiando 12 horas por dia o show da turnê "Celebration", que estrearia em Vancouver, no Canadá, no próximo dia 15. Rodaria a América do Norte e a Europa até janeiro de 2024, e já se falava que depois a artista ainda viria para a América do Sul.Sem um álbum novo para promover, "Celebration" reuniria em seu repertório os maiores sucessos da carreira da cantora, e talvez fosse a última oportunidade de vê-la se apresentando em grandes estádios.Para cumprir a agenda que se autoimpôs, Madonna abusou de si mesma. Começou a ter febre há cerca de um mês, mas não procurou ajuda médica –não queria atrapalhar os ensaios, muito menos adiar o início da turnê. Acabou sendo encontrada inconsciente em casa, e precisou ser hospitalizada.Muito provavelmente, ela sairá bem deste episódio, com a saúde plenamente recuperada. Conhecendo sua personalidade decidida, ouso dizer que a turnê "Celebration" sofrerá um ligeiro atraso, mas não será cancelada. Madonna ainda irá rodar meio mundo com seu novo show, e mais uma vez calará a boca de seus críticos.Mas também espero que este susto a faça repensar algumas prioridades. Manter-se forte e ativa não é só uma questão de vontade. Não estou dizendo que, de agora em diante, Madonna tenha que se comportar feito uma velhinha. Mas ter a consciência de que o tempo passou e o corpo mudou é um sinal de amadurecimento. A sabedoria é a maior das vantagens que a idade traz.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Tony Goes tem 62 anos. Nasceu no Rio de Janeiro, mas vive em São Paulo desde pequeno. Já escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. E atualiza diariamente o blog que leva seu nome: tonygoes.com.br
2023-07-03 13:05:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/tonygoes/2023/07/madonna-reclama-do-preconceito-contra-a-idade-mas-nao-respeita-os-limites-de-seu-proprio-corpo.shtml
A reforma tributária e a economia digital
A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que modifica o sistema tributário do país, com profundos impactos na economia digital, pode ser votada ainda em julho, antes do recesso parlamentar. A proposta, que pretende simplificar e modernizar a tributação dos vários segmentos da economia nacional, ainda está em construção e pode ser modificada antes da votação.A economia digital, um dos principais segmentos geradores de empregos e renda neste século, representada por empresas e plataformas que atuam no meio digital, tem contribuições importantes para o aprimoramento do sistema tributário nacional.Diante disso, a Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net), reconhecida pela OCDE como a principal entidade representativa da economia digital na América Latina, tem reunido entre seus associados posições de consenso sobre questões centrais da reforma dos tributos sobre o consumo, como estão previstas na PEC, com o objetivo de propor sugestões ao debate que visem ao aprimoramento do ambiente de negócios do país, evitando um impacto desproporcional da tributação sobre o setor de serviços, responsável por cerca de 70% do PIB nacional. A substituição dos impostos sobre o consumo pelo IVA, único ou dual, que alcance ao mesmo tempo bens e serviços, físicos e digitais, é um passo de suma importância para modernizar o sistema tributário brasileiro e aproximá-lo das melhores experiências internacionais. Nesse sentido, é necessário que o desenho de um IVA não incida sobre outros tributos, de forma a evitar dupla tributação e garantir a transparência e a previsibilidade sobre a real carga tributária do país.Os debates em torno da reforma de tributos precisam cobrar clareza no texto sobre conceitos que irão trazer segurança jurídica aos contribuintes. Alguns pontos que podem ser destacados são de que o texto disponha claramente que a futura lei complementar promoverá a harmonização das obrigações acessórias relativas ao IVA, além de garantir que os contribuintes poderão aproveitar integralmente os créditos tributários que tiverem sido acumulados até o final do período de transição.Outra questão importante: a futura lei complementar deve detalhar o conceito de destino para fins de cobrança do IVA. Produtos e serviços, físicos e digitais, necessitam de conceitos específicos de destino para assegurar que contribuintes, estados e municípios terão previsibilidade e segurança jurídica sobre seus recolhimentos e receitas. A melhor maneira de assegurar que esse conceito será abordado pela lei complementar é prever essa necessidade no texto da PEC.A experiência internacional reforça que o imposto único, no caso o IVA, incida exclusivamente sobre operações onerosas, e não incida sobre meras transferências de produtos que não envolvem consumo, implicando em distorções nas cadeias de serviços e impactos no fluxo de caixa de pequenas e médias empresas que dependem da circulação de mercadorias para operar. Esse é o modelo implementado nos países que têm inspirado a reforma tributária brasileira.A reforma no sistema tributário nacional, que tem onerado a produção, o consumo e o comércio e prejudicado o crescimento econômico do país, é necessária. No entanto, sua aprovação deve levar em consideração os impactos diretos nos diversos setores da economia, de forma a garantir que mudanças na carga tributária do setor de serviços, maior empregador do país, ainda assegure a sua competitividade e empregabilidade, seja por uma política ampla que desonere o emprego ou pela criação de possibilidades adicionais de créditos tributários. Mais
2023-07-03 11:07:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/que-imposto-e-esse/2023/07/a-reforma-tributaria-e-a-economia-digital.shtml
Escolhas de Tarcísio
Desde a campanha eleitoral, e sobretudo após conquistar o governo paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos) segue uma estratégia bem ensaiada para se firmar no cenário político nacional.Apresenta-se como técnico experiente, que prioriza a melhoria da gestão pública; de pensamento liberal em economia, mas avesso a guerras culturais e ideológicas; à direita, mas disposto ao entendimento com outras forças.Se tal imagem é compatível com sua trajetória na vida pública, não é menos verdadeiro, porém, que Tarcísio deve seu ingresso na política e a cadeira no Bandeirantes a Jair Bolsonaro (PL), e os seguidores do ex-presidente ainda constituem a base de apoio mais segura ao ex-ministro da Infraestrutura.Com Bolsonaro tornado inelegível, um pupilo em posto de tamanha projeção será naturalmente encarado como candidato à sucessão presidencial. O governador terá de praticar sob os olhos mais atentos do eleitorado seu equilibrismo entre a busca de uma identidade e a fidelidade ao criador.Fugir de escolhas não será possível, como se vê agora no caso vexatório da homenagem sancionada pelo governo Tarcísio a um personagem simbólico da repressão no período da ditadura —o coronel Erasmo Dias, morto em 2010.A Assembleia Legislativa teve a ideia funesta de dar o nome do militar, ex-secretário estadual de Segurança e ex-deputado, a um entroncamento de rodovias na região de Paraguaçu Paulista. O projeto dependia da sanção do Executivo, que acabou assinada pelo vice-governador, Felício Ramuth (PSD). Tarcísio estava fora do país.Erasmo Dias defendeu até o final da vida a medida que marcou sua participação no regime autoritário —uma violenta intervenção policial em um ato de estudantes da PUC-SP, no ano de 1977. O atual governador de São Paulo provavelmente não diria o mesmo, mas tampouco se dispôs a impedir a homenagem ao mentor da invasão.O figurino de gestor pragmático e avesso a embates tem alcance limitado quando há forças políticas relevantes propensas a atacar os valores democráticos. Venha a ser ou não candidato ao Planalto, Tarcísio terá pela frente decisões mais difíceis que o nome apropriado de uma via rodoviária —e elas envolverão personagens vivos.editoriais@grupofolha.com.br
2023-07-02 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/07/escolhas-de-tarcisio.shtml
Preservar a reforma
Aproxima-se o momento mais crítico da reforma que pretende simplificar a cobrança dos tributos sobre o consumo. Debatida ao longo de décadas e nunca levada adiante, a pauta é das mais essenciais para a eficiência da economia. Não sem resistências, o país tem agora uma chance ímpar para avançar.A proposta de emenda constitucional em pauta, conforme relatório elaborado pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), prevê a extinção de cinco impostos e contribuições (PIS, Confins e IPI, federais, ICMS, estadual, e ISS, municipal).Em seu lugar, serão instituídos dois tributos sobre bens e serviços —a CBS, da União, e o IBS, a cargo dos governos regionais.A dupla reúne as características defendidas pela maioria dos especialistas. Em vez do atual emaranhado de alíquotas, exceções e regimes especiais, há total unificação da incidência em toda a cadeia de produção e comercialização.Embora não tenha havido acordo para a alíquota única, dada a oposição de setores hoje menos tributados, o texto permite poucas variações e mantém a espinha dorsal da reforma. Educação, saúde, transportes e agropecuária, por exemplo, sofreriam cobrança menor.O princípio da taxação no local do consumo, não da produção, é outra alteração correta, que acaba com a chamada guerra fiscal por investimentos entre os Estados.Propõe-se a criação de um conselho federativo para gestão e partilha dos recursos, cujos procedimentos, assim como as alíquotas dos novos tributos, devem ser definidos em lei complementar.Prevê-se um período de transição para os contribuintes até 2033, ao passo que a partilha dos recursos na Federação seria alterada muito mais gradualmente, até 2078.Por fim, determina-se que a União contribua para dois fundos regionais, um para garantir a receita de Estados perdedores e outro para custear a manutenção até 2032 dos benefícios fiscais já concedidos.Com o texto da proposta disponível e a aproximação de uma tentativa de votação na Câmara nas próximas semanas, vão se aglutinando as resistências de sempre. Será inevitável que outros setores e atividades busquem exceções, o que deve ser evitado ao máximo.O vetor contrário principal, contudo, vem de parte dos estados e municípios. A crítica ao conselho federativo é ampla, sob a premissa de que haveria perda de autonomia. Também há disputas em torno dos valores dos fundos a serem bancados pela União.A reforma é das mais complexas, em razão dos impactos setorial e federativo. Mas também tem potencial de ampliar sensivelmente a produtividade e o emprego.Falta o engajamento de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que até aqui não participou das negociações. Será importante, sobretudo, impedir que o relatório acabe desfigurado pelas pressões de lobbies diversos.editoriais@grupofolha.com.br
2023-07-02 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/07/preservar-a-reforma.shtml
Você sabe por que é importante calcular quantas horas de trabalho custam sua aposentadoria?
Saber o valor de algo é o primeiro passo para que lhe seja atribuída a devida importância. Isto é o caso quando se fala de aposentadoria. Muitos adiam o início do planejamento, pois não entendem o real valor de se começar mais cedo. O entendimento deste valor passa por saber como calcular quantas horas de trabalho ela te custa.Você provavelmente já ouviu falar que tempo é dinheiro, certo?Costumamos falar isso de forma despretensiosa, por exemplo, quando estamos esperando alguém atrasado. Entretanto, esta afirmação carrega uma mensagem mais ampla.Vou propor um desafio. Você saberia dizer agora, sem calcular, quanto você ganha por hora de trabalho?Esbanjadores, usualmente, não sabem esta conta.Talvez você não ache isso relevante ou não tenha parado para calcular. Então, faça agora. Saber esta informação é fundamental no controle de seu orçamento. Desta forma, vou ajudar você na conta.Considere que você ganha R$ 8 mil por mês líquido de IR. Sim, é preciso considerar o valor líquido, pois a parcela de IR não te pertence. A parcela do IR é a parte que você trabalha para a sociedade. Queremos saber a parcela que você trabalha para si próprio.Se você tem uma rotina de trabalho de 40 horas semanais e considerando apenas 4 semanas em um mês, então, sua hora de trabalho vale cerca de R$ 50. Significa que sempre que você compra algo de R$ 50, isto te custou uma hora de trabalho.Portanto, precisamos ponderar melhor nossos gastos, pois eles custam horas de trabalho. Adicionalmente, sabemos que uma hora de nosso tempo no trabalho é mais importante que o que ganhamos por ela. Assim, chegamos à reflexão central de hoje.Começar a poupar mais cedo para a aposentadoria pode economizar muitas horas em sua rotina trabalho. Veja o cálculo.Devemos começar com a estimativa do patrimônio financeiro necessário para se aposentar com a renda desejada. Lembra da fórmula dos 4% ou dos 300?Esta é uma fórmula de bolso para estimar o patrimônio necessário para se aposentar.Para isso, basta multiplicar 300 pela renda mensal que você deseja. Por exemplo, se pretende se aposentar ganhando um adicional ao INSS de R$ 4 mil mensais, multiplique 4.000 por 300. Fazendo este cálculo, se chega ao valor de R$ 1,2 milhões de patrimônio financeiro necessário no momento de se aposentar.Se você tem 30 anos de idade e pretende se aposentar aos 65 anos, precisaria poupar R$ 1,08 mil por mês se considerarmos um retorno de IPCA+5% ao ano. Isso representa 21 horas ou próximo de meia semana de trabalho. Este esforço de poupança parece muito razoável. Mas, muitos acabam adiando.Se você esperar chegar aos 40 anos para se preocupar e pretende se aposentar com a mesma idade de 65 anos, vai precisar poupar mensalmente R$ 2,04 mil para ter o mesmo complemento.Logo, isso vai custar para você uma semana de trabalho. Para muitos, esta despesa se torna um peso difícil de sustentar no orçamento. Ou seja, o adiamento de 10 anos te custou meia semana a mais de trabalho por mês e um esforço no orçamento muito maior.Sabe quantas horas o mesmo indivíduo teria de trabalhar para ter esta aposentadoria se esperar os 50 anos de idade para começar?Ele teria que trabalhar mais de duas semanas só para pagar a aposentadoria desejada. A poupança necessária é de R$ 4,5 mil mensais. Concorda que, para quem tem uma renda líquida de R$ 8 mil, poupar este valor parece inviável?Não é à toa que muitos que esperam chegar aos 50 anos, já não ligam mais e até criticam quem fala de investimento para aposentadoria como estou alertando agora. Estes dizem que é melhor você aproveitar a vida.O planejamento de suas metas financeiras é essencial para entender o melhor caminho para atingir suas metas financeiras. Iniciar antes este planejamento vai poupar muitas horas de seu trabalho.Tenho certeza de que você prefere trabalhar menos a trabalhar mais para atingir as mesmas metas, certo? Então, vamos planejar juntos o quanto antes.Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.Fale direto comigo no e-mail.Siga e curta o De Grão em Grão nas redes sociais. Acompanhe as lições de investimentos no Instagram.
2023-07-02 21:20:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/de-grao-em-grao/2023/07/voce-sabe-por-que-e-importante-calcular-quantas-horas-de-trabalho-custam-sua-aposentadoria.shtml
Cartilhas sobre pessoas com deficiência são sintoma e remédio de nossa ignorância
"Eu ainda não sei como me comportar com alguém que tem deficiência visual", me disse o motorista de aplicativo, que me esperava do lado de fora do carro, já com a porta aberta e estacionado da melhor maneira possível para que eu entrasse com segurança no automóvel na última quinta-feira (29).A intenção de sua fala estava absolutamente correta: admitir a ignorância para aprender como acertar e realizar um atendimento seguro e respeitoso. A vida seria mais fácil se mais pessoas tivessem a mesma humildade para a´aprender e fazer o melhor possível.Por outro lado, me sinto frustrado ao notar que parece que pessoas cegas e com baixa visão precisam de um manual de instrução, que a maioria jamais leu. Que na maioria das vezes em que eu sair de casa, quem interagir comigo pode sentir insegurança e até se afastar por não entender como se relacionar com uma pessoa com deficiência visual.Você provavelmente acharia esquisito se houvesse um manual para ensinar os outros como conviver com alguém parecido com você. Talvez até soasse ofensivo se aparecesse um livro de etiqueta para se relacionar com jornalistas, professores, advogados, cozinheiros, executivos, pessoas com determinada cor de pele, orientação sexual ou religião.Mas, para pessoas com deficiência, basta fazer uma pesquisa na internet para descobrir que existem e seguem sendo escritas dezenas de cartilhas sobre como conversar, o que fazer ou não fazer, se pode chamar de determinado jeito ou não.Por que ainda precisamos de vídeos no YouTube, no Instagram e no Tik Tok dizendo como cegos se alimentam, cuidam de casa e se reproduzem, como se viéssemos de alguma floresta remota ou de uma galáxia muito distante?Fico pensativo quando vejo um influenciador acumular seguidores na internet dizendo o óbvio, explicando que pessoas com deficiência podem e merecem sair às ruas, se divertir, namorar, ter filhos e fazer o que quiserem da vida. Estão corretíssimos. Mas por que isso ainda é novidade?As cartilhas e manuais sobre pessoas com deficiência que proliferam em multiplataformas são ao mesmo tempo remédio e sintoma de nossa ignorância. É de se comemorar que agora o assunto esteja começando a entrar na pauta e que há pessoas com voz para dizer que estamos aqui e merecemos respeito, mas com a consciência de como o debate ainda é raso e o que deveria ser sabido por todos não deixou de ser novidade e ´precisa ser repetido todos os dias. Não seja capacitista, deixe a pessoa cega segurar no seu braço, fale com ela em vez de quem a acompanha, avise quando cehgar e quando for embora...Eu ter uma deficiência é ainda algo tão extraordinário para muitos que a questão "Como você ficou cego?" é a pergunta inicial mais provável para a primeira conversa com alguém, logo após o "Oi, tudo bem?".. A seguir virão questões para certificar que realmente não tem cura para mim e como eu faço para me virar nessa condição.Quando meus olhos se tornam alvo da curiosidade alheia, em geral respondo com toda a paciência do mundo, com o objetivo de explicar que alguém com deficiência pode fazer muito e ter uma vida plena.Por muito tempo acheava divertido. Falar sobre minha deficiência, além de uma oportunidade de informar, era uma forma de iniciar conversas com estranhos, um tema bom para quebrar o gelo. Mas que de vez em quando a conversa repetida cansa.Mesmo assim, vamos continuar a escrever nossos guias e fazer com que sejam muito mais distribuídos. Seguimos repetindo o óbvio mais um milhão de vezes até que deixemos de ser seres estranhos e se descubra que estar com a gente é muito mais fácil do que se pensa.Agora, se você quer aprender como estar com uma pessoa com deficiência de verdade, o melhor é conviver com uma. Garanto que, depois de alguns meses, você cometerá uma série de gafes. Mas não será por não saber o que precisa fazer. Ao contrário. Voc~e sentirá que é tão natural que irá esquecer. Lembre-se disso e dê boas gargalhadas quando. sem querer, mostrar uma foto para que seu melhor amigo cego a veja. Mais
2023-07-02 16:40:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/haja-vista/2023/07/cartilhas-sobre-pessoas-com-deficiencia-sao-sintoma-e-remedio-de-nossa-ignorancia.shtml
Após invadir guarda-roupas, estética 'Barbiecore' chega à decoração e ao design de interiores
Amanda Hansen adora um momento rosa choque. "Acho que sou naturalmente uma garota rosa e cheia de frufrus. Tudo que compro sempre tem um pouco cara de Barbie", ela disse. "Então isso foi tomando conta da minha vida."Designer gráfica de Tacoma, Washington, Hansen encheu sua casa de cores próprias da Casa dos Sonhos da Barbie, com eletrodomésticos cor de rosa da marca Smeg na cozinha e papel de parede floral roxo e rosa na sala de jantar, além de inúmeros toques coloridos pelo meio.Mas a "pièce de résistance" está no quintal da casa. Ali, Hansen, 31 anos, instalou uma piscininha rosa choque que ela comprou na Amazon por US$ 150 (quase R$ 720) e um guarda-sol com estampa de bananeira. Ela pintou o piso de concreto de rosa e branco, em quadradinhos axadrezados e, dentro em breve, haverá uma cabaninha rosa com cortina listrada para completar o espaço. Mais "Eu quis criar aquele ambiente de Palm Springs com tudo rosa, tão Barbie quanto eu conseguisse. Não quero que pareça um quintalzinho aqui em Tacoma", disse Hansen.A estética Barbiecore, com uma paleta composta principalmente de rosa choque e outras tonalidades fortes de rosa, como fúcsia e magenta, está ganhando espaço na decoração de interiores, impulsionada pelo lançamento próximo do filme "Barbie".Informações compartilhadas pelo Pinterest indicam que entre maio de 2022 e maio de 2023 as buscas por "quarto estética Barbie" aumentaram em 1.135%. Também cresceram outras buscas ligadas à decoração de interiores em pink, incluindo decoração de banheiros e cozinhas, disse Swasti Sarna, diretor global de insights de dados do Pinterest.Simplesmente vestir rosa choque não é o bastante –as pessoas também querem estar cercadas pela cor quando estão em casa.O rosa choque se encaixa perfeitamente no maximalismo, que ressurgiu nos últimos anos como reação contra a estética minimalista cool que por tanto tempo dominou os feeds no Instagram. Durante a pandemia as pessoas investiram em seus estilos pessoais em casa –desde bolas de espelhos até azulejos feitos à mão.Quando Hansen se casou, seis anos atrás, resolveu experimentar uma decoração em estilo campestre. "Não era meu estilo, e eu sabia disso, mas estava tentando ser madura", ela explicou. "Mas um dia começou a acontecer, acho que foi uns três ou quatro anos atrás –comecei a pintar as paredes de rosa, e desde então a mania só vem crescendo."Em Nashville, Tennessee, Beverly Griffith, 42 anos, sempre adorou o rosa e o incorporou à decoração de sua casa quando a comprou, em 2017. "O pink dos millenials não é rosa o suficiente para mim", ela comentou. Em seu banheiro, por exemplo, a banheira é cor-de-rosa, a cortina do chuveiro é pink, e a cozinha recém-reformada tem elementos em rosa choque que a própria Griffith pintou.No início da pandemia, quando deixou seu trabalho de bartender, Griffith levou essa afinidade pelo rosa choque também à fachada de sua casa, que pintou em três tonalidades fortes diferentes. A casa virou sensação nas redes sociais e, hoje, ela a aluga a músicos e criadores de conteúdo que usam o espaço por um dia. "Desde que pintei minha casa de rosa choque tenho encontrado pessoas ou lido comentários nas redes de pessoas dizendo que no passado tinham vergonha de dizer que gostavam de rosa", disse Griffith. "Me agradeceram por ser tão abertamente e declaradamente pink."O rosa frequentemente é visto como uma cor feminina, mas não foi sempre assim. Segundo a psicologia das cores, o rosa originalmente era usado por meninos, por ser uma versão mais clara do vermelho usado em uniformes militares. O rosa-forte chamou a atenção quando a designer italiana Elsa Schiaparelli, nos anos 1930, lançou sua versão própria da cor, chamada "rosa chocante" (ou rosa choque). Mais Quando a Barbie original foi lançada, em 1959, ela não usava rosa –usava um maiô com estampa preta e branca. "O mundo passou a vincular Barbie à cor rosa na década de 1970, quando começamos a adotar embalagens sobretudo rosas, como elemento identificador da marca", contou Kim Culmone, vice-presidente sênior e diretora do design de Barbie na Mattel. Os tons de rosa da Barbie evoluíram ao longo dos anos, e em 2008 o "rosa Barbie" vibrante virou uma cor oficial da Pantone.Com a Barbie no ar, as marcas estão aproveitando o momento. Após sua colaboração com a Mattel no ano passado para comemorar o 60º aniversário da Casa dos Sonhos da Barbie, a empresa de móveis Joybird formou uma parceria com a Mattel em outra coleção que inclui sofás e poltronas em tons de rosa profundo, que será lançada em julho.Gifty Walker, diretora de merchandising da Joybird em Los Angeles, comentou que a Joybird tinha um sofá rosa choque que foi popular em 2016. Agora o rosa choque é a cor do momento e os clientes o estão usando para evitar tonalidades neutras como cinza, marrom e bege. "No passado aquelas cores fortes eram reservadas para almofadas, tapetes e acessórios. Agora estamos vendo as pessoas as convertendo no elemento principal que ancora um ambiente", disse Walker.Para a modelo Jasmine Mitchell, 30 anos, decorar sua casa em rosa choque lhe permitiu reconectar-se com sua criança interior. Quando ela se mudou de Dallas para Los Angeles, em 2021, decorou sua sala de jantar com base nessa cor. O primeiro objeto que comprou para a sala de seu apartamento foi uma poltrona de veludo rosa choque com pés dourados. Luzes LED em volta das janelas criam um brilho cor de rosa à noite."Gosto dos outros tons de rosa, mas o rosa choque tem um efeito eletrizante. Ele me deixa feliz, me faz sentir muito viva", disse Mitchell. "Eu me deixei guiar por meu eu mais jovem." Mais Tradução de Clara Allain
2023-07-02 15:00:00
voceviu
Você viu
https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/07/apos-invadir-guarda-roupas-estetica-barbiecore-chega-a-decoracao-e-ao-design-de-interiores.shtml
Advogado, petroleiro, gay e pai de menino
Recentemente, recebi com surpresa o convite para palestrar em um evento promovido pelo escritório onde trabalho sobre o tema da parentalidade LGBTQIA+.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...Falar em público não é algo novo para mim. Sou advogado, sócio da área de petróleo de um grande escritório de advocacia, então grande parte do meu trabalho envolve encontrar pessoas, tocar negociações e sustentar opiniões a quem for preciso.O reconhecimento acumulado já resultou em não poucos convites para palestrar em grandes eventos, o que sempre fiz com muita tranquilidade. Falar sobre petróleo é parte do playground em que eu me acostumei a brincar.Mas falar sobre mim é um terreno novo. Nunca falei em público sobre a experiência de ser gay e muito menos sobre ser pai adotivo de um garoto de 7 anos. Falar sobre os dois, ao mesmo tempo, dentro do escritório, para uma audiência de clientes e colegas, é algo que me dá calafrios. Ora, vão procurar o que fazer, minha vida não tem nada de interessante! Mas a paternidade recente talvez tenha já alterado algo em mim, pois topei o convite.Então eu fiz o que faço de melhor: estudei o tema. Tentei identificar, a partir de um olhar externo, que vivências poderiam carimbar minha paternidade com o selo LGBTQIA+. A primeira conclusão talvez frustre algumas pessoas, mas eu percebi que nossa família não é muito diferente.Minha parentalidade continua sendo moldada por todos os outros aspectos mais chatos da minha personalidade, inclusive a advocacia e o petróleo. Muito antes de eu me assumir como um homem gay, aprendi a me assumir com orgulho como um homem chato.Então a minha parentalidade é marcada por disciplina. Pobre do Pedro Nuno, que antes de aprender a andar de bicicleta já sabe o que é uma planilha. E é marcada também pelo perfeito look filhinho de papai. Camisa para dentro, cabelo na régua, meia alta esticadinha. O pacote completo.Outras duas coisas são exatamente iguais a qualquer outra parentalidade. A primeira é que cansa muito! Ser pai ou mãe é, em qualquer configuração familiar, uma enorme responsabilidade. A segunda é que é uma experiência incrível! Tem sido uma aventura de vida, dando sentido a muitas coisas e nos reconectando à nossa infância.Ao final, percebi que as principais diferenças dizem menos sobre a minha família e muito mais sobre a sociedade. Diferenças que sequer moram em nossa casa, mas que posso encontrar em qualquer esquina, como a homofobia —um elemento intruso que somos forçados a reconhecer e nos preparar.Outra diferença é a inexistência de uma divisão predefinida de funções parentais, como dar banho ou levar para a natação. Tudo é distribuído com o meu marido na medida de nossas capacidades. Mas será que essa diferença diz mais sobre nós ou a estrutura machista que sobrecarrega as mulheres?A verdade é que a parentalidade LGBTQIA+ pode ser tão diversa quanto qualquer outra. Existem elementos que diferenciam minha experiência como pai gay, mas todos eles são coadjuvantes perto do amor, do respeito e do compromisso mútuo.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2023-07-01 21:28:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/07/advogado-petroleiro-gay-e-pai-de-menino.shtml
Meta mantida
Foram corretas as deliberações do Conselho Monetário Nacional sobre o sistema de metas de inflação, que baliza a política monetária.Ao afastar pressões pela adoção de caminhos fáceis, o CMN fixou em 3% a meta para 2026, com intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. São os mesmos parâmetros já vigentes para os próximos dois anos.A única alteração aprovada foi aperfeiçoar o período de verificação do cumprimento da meta.Em vez da regra atual que fixa a referência no ano-calendário (de janeiro a dezembro), válida desde o advento do sistema em 1999, a partir de 2025 o horizonte será contínuo —a trajetória da inflação será acompanhada em janelas móveis de 12 meses que não se encerram em 31 de dezembro de cada anoAdemais, a autoridade monetária ainda precisa enviar uma carta ao ministro da Fazenda, caso a inflação não alcance a meta. Falta apenas determinar se o BC enviará o documento ao final do ano, como ocorre agora, ou se uma nova periodicidade será adotada.Pode-se dizer que a decisão do CMN foi a melhor que se poderia esperar, na medida em que fortalece a institucionalidade do sistema e não afronta a autonomia do BC.Louve-se não ter havido mudança nas metas de 2024 e 2025, definidas no governo anterior. A continuidade da gestão técnica e o respeito a decisões de Estado é fundamental para a credibilidade do regime.Também houve acerto ao não elevar a meta para 2026, a despeito de cobranças até do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Seria péssimo render-se à retórica oportunista, embora seja pertinente um debate sereno a respeito da meta mais adequada para o país.Fazê-lo no calor de disputas políticas e num momento em que a inflação ainda está distante do desejado seria contraproducente, uma vez que elevaria expectativas inflacionárias, dificultando a queda sustentável dos juros.A deliberação do CMN afasta o fantasma da aventura na política monetária e gera impacto positivo no mercado financeiro. Na sexta (30), dia seguinte à decisão, os juros de médio e longo prazo recuaram e houve valorização do real.É provável que as expectativas para a inflação continuem a cair, última condição necessária para que tenha início já em agosto um ciclo de cortes na taxa Selic. Mais um testemunho de que seriedade e sensatez nas decisões econômicas costumam trazer bons resultados.editoriais@grupofolha.com.br
2023-07-01 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/07/meta-mantida.shtml
Leitores opinam sobre gastos em viagens ao exterior pela Presidência do Brasil
Nesta semana, a Folha perguntou aos leitores se, para eles, deve existir um limite para os gastos presidenciais com viagens. Confira algumas respostas a seguir.Na minha opinião, os gastos públicos de qualquer natureza devem ser controlados. Transparência deve ser independente de quem esteja no poder. Gastos aviltantes com suítes de luxo e grandiosos almoços contrastam com a pobreza dos país e as necessidades do povo brasileiro. Rosanea Maria Mazzini Correa (São Bernardo do Campo, SP)Deve haver transparência nos gastos. Limites nos gastos vão acarretar limites nas negociações e acordos. Paulo Roberto Coelho (Belo Horizonte, MG)Sim, é imperioso que haja controle de gastos em todas as áreas, inclusive em gastos durante viagens. Pode-se economizar. Sanduelma Ramalho Lacerda (João Pessoa, PB)Diante do caos criado pela gestão anterior, cabe o restabelecimento da diplomacia brasileira ao presidente Lula. O que cabe restringir são as verbas de custeio imoral aos sublimes parlamentares brasileiros na lógica de manutenção das ações por gabinete no Congresso Nacional! Marco Borges (Florianópolis, SC)Não. Viagens internacionais são de suma importância e de máximo interesse nacional. Um presidente está em trabalho 24/7 e precisa de conforto para que ele e sua equipe desempenhem seu trabalho da melhor maneira possível. Ruben Araújo (São Paulo, SP)O que não pode existir é cartão corporativo para membros do governo. Nenhuma viagem é feita sem planejamento, portanto os gastos devem ter apropriação de fundos. Flavio Ferrando (Jundiaí, SP)Sim, inclusive a comitiva que o acompanha! Isabel Cristina Tavares Botta (Indaiatuba, SP) Mais Nenhum gasto público pode estar livre de controles e prestação de contas. Gilberto P. Santos (Florianópolis, SC)Deve ser do mesmo nível que outros chefes de Estado. Dalva Lucia Schimieguel (Curitiba, PR)Sim, mas não a ponto de impedir ou de colocar a comitiva em situação de ridículo e mal-estar. Os gastos devem estar à altura da representação. Petrônio Alves Corrêa Filho (Três Lagoas, MS)Sim, com certeza, pois é muito fácil gastar dinheiro público. José Alfredo Passos (São José dos Campos, SP)Sim, claramente há um abuso dos políticos com o erário público em todos os sentidos, principalmente em viagem. Israel Sena (São Paulo, SP)Óbvio. Todo funcionário público tem budget, por que a Presidência seria diferente? Bruno Martins Viveiros (Rio de Janeiro, RJ)Com o home office e o Zoom, essas viagens em jatos particulares ficam parecendo turismo de deslumbrados. Roberto Rangel (Juiz de Fora, MG)Sem limite, com transparência dos gastos e resultados das reuniões internacionais. Nivalde Castro (Rio de Janeiro, RJ)
2023-07-01 20:00:00
paineldoleitor
Painel do Leitor
https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2023/07/leitores-opinam-sobre-gastos-em-viagens-ao-exterior-pela-presidencia-do-brasil.shtml
Attié sugere impeachment de Tarcísio por homenagear Erasmo Dias
O presidente da Academia Paulista de Direito (APD), desembargador Alfredo Attié, sugere uma ação de impeachment contra o governador Tarcísio de Freitas por atentado contra a ordem jurídica constitucional ao homenagear o coronel Erasmo Dias, ex-deputado estadual e secretário de Segurança Pública de São Paulo.Em 2022, Attié cobrou a falta de despacho na Ação de Incapacidade proposta no Supremo Tribunal Federal contra o então presidente Jair Bolsonaro. Segundo o presidente da APD, a ação pedia o "afastamento de um usurpador de uma das mais importantes funções públicas de nosso regime".Eis a íntegra de sua manifestação:"Fazer homenagem a um militar expoente da ditadura e responsável pela invasão criminosa da PUC-SP, além da repressão violenta a manifestações estudantis, não é apenas um ato desprezível. É ato contrário à Constituição, portanto Anti Estado Democrático de Direito.Não ofende apenas o povo de São Paulo e brasileiro, mas toda a humanidade.O que podemos esperar de um regime como esse, que vira as costas à Constituição? O dia da tortura? A semana da ditadura? A jornada do sequestro?Cabe não apenas uma ação contra o ato e seus artífices, mas proposição de impeachment, por atentado contra a ordem jurídica constitucional".Em maio de 2021, Attié e um grupo de acadêmicos, advogados e professores ingressou com ação civil, no Supremo, com pedido de declaração de incapacidade do então presidente Bolsonaro, e seu consequente afastamento.São autores da ação, além do presidente da APD, os professores Renato Janine Ribeiro da USP, Roberto Romano da Unicamp, Pedro Dallari da USP, José Geraldo de Sousa Jr da UNB, e os advogados Alberto Toron e Fábio Gaspar.Foram representados pelos advogados Mauro de Azevedo Menezes e Roberta de Bragança Freitas Attié.Em janeiro de 2023, Attié criticou o ministro da Defesa do governo Lula, José Múcio Monteiro, por afirmar que os acampamentos bolsonaristas em frente aos quartéis militares eram "manifestação da democracia".Em 2022, ele questionara o comportamento do Judiciário diante do regime anticonstitucional imposto por Bolsonaro. Eis trechos de seu pronunciamento:"Se as palavras se traduziram em ações concretas de uma instituição que tem por função julgar conflitos e fiscalizar o respeito pela Constituição, e da qual faz parte o Ministério Público, como função essencial, a resposta é desalentadora.Claro, o STF impediu que o modo como Bolsonaro conduziu o país durante a pandemia causasse desastres maiores. Mesmo assim, desastres ocorreram em enorme escala, com a perda de vidas de muitos e de perspectiva de vida a tantos mais.Outros danos foram causados: invasão de terras indígenas, destruição de biomas, abandono de políticas públicas obrigatórias, espraiamento de preconceito e agudização da exploração econômica e social, em meio a estancamento do desenvolvimento, armamento de milícias, desafio de estruturas militares contra o Poder e a sociedade civil, e crise política sem precedentes. Tudo isso contra as leis e a Constituição.Nenhuma ação da PGR contra toda essa devastação jurídica. O PGR foi conduzido e reconduzido, sem que medida fosse tomada. Omissão do Judiciário, MP, perante atos ilícitos que tinham de ser investigados, e ações penais, propostas, cuidando para que descobertas da CPI levassem à punição dos responsáveis.O bolsonarismo acabou por se enraizar nas estruturas jurídicas do Brasil: além de dois ministros nomeados ao Supremo Tribunal Federal, outros tantos a cortes federais, a criação de um tribunal [TRF-6, em Minas].A lesão maior, porém, foi cultural, carregando o tradicional conservadorismo brasileiro para a extrema-direita, em um resultado da eleição que incrustou, nas estruturas do Legislativo federal e estadual e dos Executivos de Estados de relevante colégio eleitoral, representantes adeptos fanáticos dessas ações e omissões contra o Estado Democrático de Direito."
2023-07-01 19:36:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/frederico-vasconcelos/2023/07/attie-sugere-impeachment-de-tarcisio-por-homenagear-erasmo-dias.shtml
Entenda se vamos ter outra fase ruim para os títulos referenciados ao IPCA
As surpresas recentes de corte de preços de combustíveis e menor inflação trazem uma lembrança ruim para investidores. No segundo semestre do ano passado, o IPCA teve a maior retração negativa desde o início do plano Real. Naquele momento, os títulos referenciados ao IPCA tiveram desempenho pior que os referenciados ao CDI. Fazendo a associação dos dois momentos, investidores enfrentam o dilema se é melhor investir nos títulos referenciados ao IPCA ou ao CDI.O IPCA do mês de maio, divulgado no dia 9 de junho, foi o estopim para uma série de revisões da inflação para o ano e para os meses seguintes.O relatório Focus do Banco Central (BC) de 28 de abril apontava que a média dos economistas acreditava que o IPCA para o ano de 2023 seria de 6,05%.O cenário mudou.O mesmo relatório do BC indica agora que os economistas acreditam que o IPCA deve ser 5,06%, para o ano de 2023. Os preços de commodities surpreenderam para baixo e o novo presidente da Petrobras alterou a política de preços, aparentemente, com viés baixista.No entanto, esta revisão de 1% no IPCA não deve mudar a vantagem de aplicar em títulos referenciados ao IPCA, se o investimento é de longo prazo.O principal motivo para isso é que da mesma forma que o IPCA caiu, também se espera uma queda maior para o CDI.Entretanto, antes de entender a grande vantagem dos títulos referenciados ao IPCA no longo prazo, vou explicar o que deve ocorrer no curto prazo, ou seja, até dois anos.O CDI esperado para 12 meses é de 11,66% ao ano. O IPCA no mesmo período, ou seja, até junho de 2024 deve ser de 4,5% ao ano. Portanto, as aplicações referenciadas ao CDI devem render 6,9% acima do IPCA nos próximos 12 meses.Assim, as aplicações com vencimento em um ano referenciadas ao CDI, tendem a ser mais favoráveis. O risco para isso é uma aceleração no ciclo de queda de juros pelo Banco Central que pode levar o CDI para baixo e os títulos referenciados ao IPCA ganharem vantagem.Mas, quem ficar olhando para o curto prazo pode ficar chupando dedo no próximo ano.O cenário para dois anos já é diferente. O mercado espera que o CDI médio no ano de 2024 seja de 9,7% ao ano. Portanto, já no próximo ano, é esperado que aplicações que remuneram o CDI rendam apenas 5,5% acima da inflação.Nos próximos anos, este ganho real do CDI deve continuar caindo.Portanto, aproveite agora para investir para o longo prazo em CDBs referenciados ao IPCA com taxa superior a 6% ao ano e, principalmente, em títulos privados referenciados ao IPCA de boas empresas com taxa superior a 6% ao ano acima do IPCA e isentos de IR.Um título isento de IR com retorno de IPCA + 6% ao ano equivale a um título bruto de IR com retorno de IPCA+7,7% ao ano. Esta rentabilidade bruta deve equivaler a mais de 150% do CDI nos próximos 6 anos.Nos últimos 20, 15, 10 e 5 anos, um investimento com retorno bruto de IPCA+7,7% ao ano foi melhor que a rentabilidade dos principais investimentos tradicionais como: Ibovespa, S&P500, Nasdaq, CDI, média dos multimercados e outros.Assim, a resposta para a questão proposta no título é não. Não vamos ter um momento ruim para os títulos referenciados ao IPCA, se você pensar no longo prazo. Pelo contrário, estamos vivendo um período quase único. Esse é um dos poucos momentos em que você tem este tipo de rentabilidade disponível.Portanto, não fique olhando para o chão ou você vai cair da bicicleta. Olhe para frente e aproveite o momento.Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.Fale direto comigo no e-mail.Siga e curta o De Grão em Grão nas redes sociais. Acompanhe as lições de investimentos no Instagram.
2023-07-01 20:00:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/de-grao-em-grao/2023/07/entenda-se-vamos-ter-outra-fase-ruim-para-os-titulos-referenciados-ao-ipca.shtml
Leitor destaca salto da USP com cotas e critica mensalidade de R$ 8.000 de escola
Para onde vai a educação? Escola premium ("Com mensalidade de R$ 8 mil, Escola Eleva planeja abrir unidade em SP em 2024", Cotidiano, 1º/7)? Formar líderes para quê? Para seguirem o exemplo de Lehman? Enquanto isso, a USP, depois de aderir ao sistema de cotas e abrigar maioria de alunos oriundos do ensino público, saltou 30 posições e torna-se a primeira universidade latino-americana a estar nas primeiras cem posições de um ranking mundial de universidades. João Jaime de Carvalho Almeida Filho (São Paulo, SP)Alerta Infelizmente, situações semelhantes a essa ocorrem com frequência, em especial em zonas rurais ("Bilhete entregue em escola leva à prisão de suspeito de cárcere privado em MS", Cotidiano, 30/6). É triste, mas faz parte de um patriarcalismo ainda vigente em graus diferenciados. Veja a importância da escola como possibilidade de a acesso ao mundo exterior para um pedido de socorro. Maria Luiza Menten (São Carlos, SP)Big techs e Michel Temer Ele irá fazer uma cartinha de desculpas para elas não serem punidas, vergonha ("Google contrata Temer para atuar nas negociações sobre regulação de big techs", Política, 1º/7)! Juliana Alves (São Paulo, SP) Mais Inelegível Espetacular a foto de Jair Bolsonaro na primeira página da Folha ("Bolsonaro é declarado inelegível até 2030 por atacar o sistema eleitoral", 1º/7)! Lembra a expressão de loucura do ator Jack Nicholson em "O Iluminado". Só que o título aqui é O Inelegível. Eva Stal (São Paulo, SP)Afegãos em Praia Grande O governo quer dar uma de bonzinho perante a comunidade internacional, recebe esses coitados sem organização ("Após surto de sarna, afegãos serão levados de Guarulhos para Praia Grande", Mundo, 1º/7). Foi preciso surto de sarna para que se mexesse e arrumasse um lugar para eles. Não fosse isso, ainda estariam acampados no aeroporto, como ficarão os próximos a chegar. Quanta incompetência! Vinicius Branco (São Paulo, SP) Mais Cracolândia Tarcísio de Freitas menospreza tanto SP, que até mudou a feijoada da sede do governo das quartas para as sextas-feiras ("Cracolândia de SP tem risco de ser dominada por milícias, afirmam especialistas", Cotidiano, 30/6)! Daí você já vê o pouco caso com a cultura do estado. "Milicializar" a cracolândia é como tratar um câncer com analgésico. Renata Ferreira da Silva (Campinas, SP)
2023-07-01 21:00:00
paineldoleitor
Painel do Leitor
https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2023/07/leitor-destaca-salto-da-usp-com-cotas-e-critica-mensalidade-de-r-8000-de-escola.shtml
Como deixar as toalhas mais macias e cheirosas
Com algum tempo de uso, as suas toalhas já ficam duras e ásperas? Pode ser que você esteja errando na hora da lavagem. A seguir, veja as dicas da organizadora pessoal Bárbara Volnei para manter as peças sempre limpas, macias e cheirosas.Faça a troca das toalhas pelo menos uma vez por semanaA dica mais importante é não usar os produtos em excesso durante a lavagem. Adicionar uma quantidade maior de sabão ou de amaciante não deixará as toalhas mais limpas nem mais macias, pelo contrário. Isso pode danificar as fibras e fazer com que as peças fiquem mais duras e ásperas. Por isso, respeite sempre as quantidades indicadas na embalagem dos produtosNa máquina, não lave as toalhas junto com outras peças de roupaPrefira o sabão líquido, que dilui melhor durante a lavagem. Assim, o produto não vai deixar resquícios no enxágue, o que pode ocorrer com o sabão em póSubstitua o amaciante por vinagre de álcool. O produto vai ajudar a amolecer as fibras das toalhas. Adicione a quantidade equivalente a uma tampa de amaciante. O vinagre evapora durante a secagem e não deixa cheiroOpte pelo ciclo curto com duplo enxágue Mais
2023-07-01 10:00:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/tudo-mais-um-pouco/2023/07/como-deixar-as-toalhas-mais-macias-e-cheirosas.shtml
Apesar da crise, Band quer fugir de reprises na vaga de Faustão
Ao anunciar o fim do programa Faustão na Band, a rede dos Saads planejava finalizar a produção em fim de junho para trazer novo produto em julho ou agosto, deixando que o mês 7 corresse à base de reprises. Na prática, não é isso que está programado para a próxima semana, a primeira de julho. Anne Lottermann e João Guilherme seguem, até segunda ordem, comandando edições inéditas, na faixa das 20h30 às 22h.Ao fechar o programa desta sexta (30), ela se despediu do público com um "até segunda". A opção por reprises em julho significaria uma boa e necessária dose de economia. Os prejuízos consumados ao longo desses dois últimos anos, desde que o Faustão na Band passou a ser planejado, somariam R$ 100 milhões, quantia que a Band não confirma.A sucessão no horário, até segunda ordem --o que é muito frequente na Band--, caberá a Glenda Kozlowski, que a princípio dividiria um espaço ao vivo com Zeca Camargo, nome agora fora do projeto. A negociação segue com Otaviano Costa. Mais A nova atração irá ao ar entre as 20h30 e 22h, quando deverá entrar em cena uma edição diária, ou de segunda a sexta, do humorístico "Perrengue", com possibilidade de versões ao vivo em duas ou três vezes por semana.A ideia é que o sucessor do Faustão na Band --que atualmente, de Faustão, só tem o nome-- não tenha mais auditório, elemento que representa um custo extra para a Band. Com o enxugamento da estrutura, já está em estudo a possibilidade de devolver o maior estúdio da emissora ao Masterchef, que segue inabalável com o potencial de vendas publicitárias.O prejuízo acumulado por Faustão vem dos gastos realizados pelo programa, desde a sua criação, aliado à baixa audiência alcançada pelo programa, hoje na casa dos 2 a 3 pontos de média na Grande São Paulo, onde cada ponto corresponde a 206.674 espectadores em 2023.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2023-06-30 23:23:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/cristina-padiglione/2023/06/apesar-da-crise-band-quer-fugir-de-reprises-na-vaga-de-faustao.shtml
Anvisa nega proibição de flores de Cannabis
É fato que a terapia canábica virou sinônimo de CBD (Canabidiol), apesar de não ser a única substância da planta, apenas a mais pesquisada e popular entre os pacientes – principalmente na forma de gotas. A Cannabis tem mais de 150 elementos, que interagem entre si, e dependendo do tratamento, juntos produzem efeito mais rápido no organismo. Por isso, há casos em que os médicos indicam as flores no lugar do óleo.A eficiência das flores é inegável, tanto que a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) tem uma portaria específica (RDC 660), que autoriza a importação individual delas. Recentemente, essa possibilidade terapêutica virou alvo de discussão, entre os empresários do setor, que se acham prejudicadas por casos de prática ilegal.O grande descontentamento é a quantidade de anúncios irregulares nas redes sociais, que acenam com a possibilidade da importação de flores, por meio da RDC nº 660, para uso recreativo, apesar de a permissão valer apenas para o medicinal.Em nota a BRCann (Associação Brasileira da Indústria da Cannabis) já havia expressado preocupação no início do mês: "No contexto do uso recreativo, vale ressaltar que o que nos preocupa, de forma concreta e urgente, é o aparente desvio de finalidade da RDC nº 660/2022, da Anvisa, no que se refere à importação de flores de Cannabis com prescrição médico".Essa semana a entidade voltou a discutir o tema, que, de fato, divide o grupo. De um lado, há integrantes que não trabalham com a importação de flores, mas com o óleo de CBD, e lutam pela queda da portaria, uma vez que esse tipo de desvio de conduta, compromete a imagem do setor, em geral. De outro, um grupo mais moderado, que trabalha com CBD e flores, que pede apenas mais fiscalização.Essa semana, todos os tipos de boato foram ventilados. Falou-se desde apreensão policial de flores de Cannabis em empresas medicinais até cancelamento da 660. A Anvisa negou a possibilidade de os pacientes perderem essa via de acesso, mas em nota destacou a possibilidade de aprimoramento do regulatório.Quando procurada pelo Cannabis Inc, a agência respondeu: "Não obstante, essa norma, como todas as demais regulamentações da Anvisa, está inserida em um contexto de constante aprimoramento do regulatório, o que está de acordo com o papel da agência de proteção e promoção da saúde da população, mediante a intervenção nos riscos decorrentes da produção e do uso de produtos e serviços sujeitos à vigilância sanitária."Vale ressaltar que desvio de finalidade só pode ser combatida com fiscalização rígida e não com medidas que acabem com conquistas importantes dos pacientes na busca pelo direito ao tratamento."O pico do medicamento tomado via oral se dá em meia hora", diz Francisney Nascimento, professor de Farmacologia Clínica da Unila. "Quando a Cannabis é inalada ou fumada, a ação é praticamente instantânea, o que ajuda muito no tratamento da dor e da epilepsia." Segundo ele, além de ser mais rápida, essa via de administração também possibilita uma graduação mais exata da dose necessária.
2023-07-01 02:00:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/cannabis-inc/2023/07/anvisa-nega-proibicao-de-flores-de-cannabis.shtml
O projeto que altera as regras de concursos públicos é positivo? NÃO
A estabilidade no serviço público a partir de 1934 sempre constou nas Constituições brasileiras. Na atual, repete-se no Artigo 41, atendendo a um preceito global das nações democráticas: o de tornar o funcionalismo imune à alternância partidária e ideológica nos governos e às influências políticas e interesses de grupos. Resguarda-se, assim, o direito da população a serviços eficazes e isonômicos.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...Para que essa condição seja garantida, também é essencial que a contratação dos servidores se baseie em critérios técnicos, conhecimento e capacitação, sem nenhuma interferência de políticos, autoridades ou segmentos da sociedade e do poder econômico. Daí o significado e a fundamentação dos concursos públicos. O primeiro deles, organizado de modo semelhante ao que há atualmente, realizou-se em 1937, quando cerca de 5.000 candidatos disputaram vagas no então Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (Iapi).Com o tempo, muitos aperfeiçoamentos verificaram-se no âmbito dos concursos públicos, essenciais à admissão de profissionais capacitados à prestação de serviços aos brasileiros. Estamos falando, entre outros, de professores, médicos, enfermeiros, dentistas, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, assistentes sociais, delegados de polícia, investigadores e outras carreiras da segurança, fiscais, engenheiros, geólogos, magistrados, cartorários dos fóruns, promotores, defensores públicos, procuradores, técnicos e atendentes da Previdência, economistas e todo o pessoal especializado que provê suporte administrativo às distintas áreas.Considerada a importância dos concursos, é louvável a intenção do atual governo de promover o seu aperfeiçoamento, a partir do projeto de lei 2.258/2022, aprovado pela Câmara dos Deputados. Trata-se de substitutivo ao PL 92/2000 do Senado, que agora precisa ratificar a matéria. A incorporação de tecnologia para melhorar os processos de seleção, a ampliação da diversidade nos grupos de candidatos e a melhor adequação dos conteúdos e focos de conhecimento específicos para cada carreira são avanços relevantes.Porém, outras possibilidades em discussão, a exemplo de entrevistas e treinamento prático supervisionado como requisitos para admissão, precisam ser mais bem analisados, pois podem submeter os candidatos ao julgamento subjetivo de terceiros, ao contrário do que ocorre com gabaritos padronizados para todos os concorrentes e critérios objetivos dos exames. É difícil garantir imunidade integral a avaliações de caráter pessoal.Outro ponto questionável encontra-se no artigo 8º do PL, que prevê a possibilidade de realização de provas online a distância. O texto, porém, não especifica como seriam esses exames nem a estrutura para sua realização e fiscalização. Sem a garantia de um sistema cibernético adequado e asseguração de que as condições tecnológicas sejam iguais para todos os candidatos, há risco de fraudes e injustiça nos resultados.O modelo de contratação dos profissionais para a prestação de serviços à sociedade deve ser sempre melhorado e aprimorado, em linha com as transformações socioeconômicas e os avanços da tecnologia e das estruturas laborais. No entanto, é preciso preservar totalmente a integridade, a imparcialidade e a lisura do concurso público, principal fator para que o funcionalismo não trabalhe para governos e, sim, para o povo.
2023-06-30 22:55:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/06/o-projeto-que-altera-as-regras-de-concursos-publicos-e-positivo-nao.shtml
Três formas para adquirir um imóvel e qual delas eu prefiro
O imóvel costuma ser o maior investimento que a maioria dos indivíduos realiza. Apesar de a maioria passar muito tempo sonhando com a aquisição, poucos despendem tempo planejando. A consequência da falta de planejamento se reflete no custo pago. Assim, comento três formas básicas para você decidir qual é a melhor.Existem duas formas de se comprar um imóvel. Ou você tem o dinheiro e paga à vista, ou você financia a aquisição. Neste último caso, os dois veículos usuais são o empréstimo bancário e o consórcio. Logo, há três formas básicas: compra à vista, financiamento com empréstimo bancário e financiamento com consórcio.Para avaliar estas três formas, vamos utilizar um exemplo. Considere que você tem R$ 100 mil e deseja adquirir um imóvel com valor de R$ 600 mil. Assim você tem três alternativas: a) – Contrair um empréstimo no banco para os R$ 500 mil restantes e dar a entrada com R$ 100 mil; b) – Se utilizar de consórcio para receber carta de crédito de R$ 500 mil e dar entrada de R$ 100 mil; c) – Morar de aluguel enquanto investe para acumular e adquirir o imóvel à vista.A maioria utiliza a primeira alternativa e a minoria se vale da terceira.Qual alternativa você acredita ter o maior custo e a que possui o menor custo?Para analisar as três alternativas, temos de fazer algumas premissas. Estas premissas são necessárias no cálculo e a alteração destas influencia o resultado. No final do texto, disponibilizo planilha onde é possível simular. Segue as premissas: 1 – O IPCA e INCC nos próximos anos serão de 4,5% ao ano; 2 – O preço de um imóvel hoje deve se valorizar com o IPCA. Segundo o FipeZap, desde 2010, ou seja, nos últimos 12 anos, os imóveis tiveram a mesma valorização do IPCA; 3 – O juro real nos próximos anos será de 5,5% ao ano. Isso é facilmente realizável aplicando em CDBs dentro do FGC; 4 – A despesa mensal média de aluguel ser equivalente a 0,35% do valor do imóvel. Esta é uma média apresentada pelo portal FipeZap; 5 – A Taxa Referencial, ou TR, que corrige os financiamentos ser de 1,5% ao ano.Considerei um prazo igual de 200 meses para o pagamento total do imóvel nas três alternativas.Como explícito na premissa 2, assumi que o imóvel de R$ 600 mil se valoriza seguindo o IPCA. Desta forma, ao final do prazo, ele deve valer R$ 1,24 milhões.Vamos começar os cálculos pelo financiamento bancário.A vantagem desta alternativa e a razão para todos a utilizarem é que ela satisfaz seu desejo de forma imediata. Você pode comprar o imóvel assim que se interessar por um.Calculei a aquisição de imóvel com entrada de R$ 100 mil e financiamento por meio de empréstimo de R$ 500 mil nos quatro maiores bancos brasileiros. A taxa efetiva média foi de 11,7%+TR ao ano.Neste caso, ao final dos 200 meses, você terá pago na aquisição financiada com empréstimo bancário um total de R$ 1,13 milhões. A prestação média mensal terá sido de R$ 5,14 mil.Entenda que em todas as alternativas, o imóvel só é seu depois de você pagar até a última parcela e transferir ele para seu nome. Até lá, em todas as alternativas você é um simples "locatário" que se não pagar, perde o imóvel.Vamos passar ao consórcio. Esta alternativa é muito criticada. Particularmente, não sou fã dela, pois ela possui riscos como vou discutir mais adiante. Entretanto, ela pode sair um pouco mais barata que o empréstimo.No caso do consórcio, vamos assumir que se consiga a carta de crédito logo nos primeiros meses. Há formas de se conseguir isto e devo escrever em breve sobre ela.Escolhendo a alternativa do consórcio, ao final do período, você terá gasto entre prestação e entrada um montante total de R$ 1,09 milhões. Lembre-se que no consórcio, a prestação é reajustada pelo INCC. No cálculo, a prestação média é de R$ 4,96 mil mensais.Desta forma, o consórcio é um pouco mais barato que o financiamento bancário. Seguindo as premissas, você deve economizar R$ 40 mil.Entretanto, o consórcio carrega alguns riscos adicionais.Enquanto no empréstimo bancário a taxa de juros acordada não sobe e você ainda pode realizar portabilidade para pagar menos se as taxas de mercado caírem, no consórcio, o risco é de o INCC disparar e a prestação subir muito mais que o esperado. Portanto, no consórcio, há o risco de a inflação quebrar seu orçamento.Por último, vamos analisar a aquisição planejada por investimento.Para adquirir o imóvel ao final de 200 meses, você precisaria investir mensalmente em CDBs rendendo IPCA+5,5% ao ano o valor de R$ 1,62 mil. No total, considerando a valor de R$ 100 mil que já possui, terá pago apenas R$ 425 mil para adquirir o imóvel que vai custar R$ 1,24 milhões em 200 meses.Entretanto, neste caso, deve-se considerar que você vai gastar com aluguel até encerrar o período de 200 meses. Você deve gastar um total de R$ 619 mil com aluguel.Assim, a despesa total de aluguel, entrada e investimentos no período será de R$ 1,04 milhões.Portanto, esta se configura como a alternativa mais barata de aquisição e a que eu recomendo. Você economiza quase R$ 100 mil em relação à compra financiada com empréstimo bancário.A desvantagem é que seu sonho de adquirir um imóvel é adiado. Mas lembre-se, em todas as três alternativas você não é dono do imóvel até pagar a última parcela. Portanto, não se iluda de que na terceira você não detém o imóvel e não está seguro.A terceira alternativa, que é planejar a compra, ainda tem duas outras grandes vantagens. Primeiro, como o imóvel é um dos maiores investimentos realizados, essa alternativa é a que te permite melhor planejar e ter certeza que o investimento a ser realizado é o mais adequado.Principalmente no início da vida adulta, o imóvel adquirido não costuma ser o ideal e acaba sendo necessário a troca. Isso ocorre por mudança de emprego ou crescimento da família.A outra grande vantagem é que a compra planejada te dá flexibilidade e liquidez para eventualmente usar o capital de forma ainda mais produtiva e rentável.Não falei sobre a alternativa de se comprar um imóvel na planta, mas você pode imaginar o quão cara ela fica, pois ela é uma mistura das três alternativas acima. Explico em um próximo artigo para que este não fique longo.E para você, qual das três alternativas você prefere na aquisição de um imóvel?Quer ter acesso à planilha que usei para todos os cálculos? Clique aqui.Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.Fale direto comigo no e-mail.Siga e curta o De Grão em Grão nas redes sociais. Acompanhe as lições de investimentos no Instagram.
2023-06-30 21:35:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/de-grao-em-grao/2023/06/tres-formas-para-adquirir-um-imovel-e-qual-delas-eu-prefiro.shtml
Eleições argentinas e 50 anos do golpe no Uruguai são temas do Podcast Américas
O Novo em Folha publica nesta sexta-feira (30), o novo episódio do podcast Américas. Trata-se de um programa de notícias, entrevistas e análise sobre eventos políticos e sociais da região realizado pelos jornalistas Sylvia Colombo, colunista da Folha, e Sebastián Fest, correspondente em Buenos Aires do jornal espanhol "El Mundo".O podcast, transmitido em espanhol, é uma boa oportunidade para jornalistas e demais interessados em entenderem melhor a região e em conhecer mais o idioma falado em quase toda a América Latina, tendo o Brasil como uma das exceções.Neste episódio, o principal tema é o aniversário de 50 anos do golpe de Estado no Uruguai. Analisamos a celebração que foi compartilhada pelos quatro presidentes vivos, e de distintos matizes ideológicos, o atual, Luis Lacalle Pou, seu pai, Luis Alberto Lacalle Herrera, presidente nos anos 1990, Julio María Sanguinetti e José "Pepe" Mujica, além da longa vigília pelos familiares de desaparecidos. Os Uruguaios hoje se perguntam, não é hora de derrubar as leis de anistia e avançar nas investigações?Também analisamos, na Argentina, o fechamento das listas de candidatos que vão disputar as primárias, em 13 de agosto, e fazemos um balanço das decisões das forças políticas.Por fim, Colombo e Fest debatem outra provocação do presidente de El Salvador, Nayib Bukele a jornalistas, a quem desafia andarem a pé pelo país para que entendam por que ele é tão querido.
2023-06-30 14:28:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/novo-em-folha/2023/06/eleicoes-argentinas-e-50-anos-do-golpe-no-uruguai-sao-temas-do-podcast-americas.shtml
Campanha da ultradireita espanhola lança feminismo e LGBTQIA+ no lixo
Que o Vox, principal partido de ultradireita espanhol, faz das suas, todos nós já sabemos.E que os Vox maniac se manifestam reiteradamente contra a imigração, o movimento feminista, o coletivo LGBTQIA+, o independentismo catalão (e qualquer outro que ameace a "unidad española") e qualquer átomo que lhes cheire a "comunismo", também já sabemos.Mas eles sempre vêm com uma nova.Vide o cartaz gigantesco em forma de lona pendurado em um edifício comercial na rua de Alcalá, uma das principais e a mais extensa de Madri, no último dia 17 de junho.A imagem, encabeçada pela frase "Decida o que importa", mostra uma mão jogando no lixo os símbolos de muito do que menciono acima, além de outros como o da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável ou o emblema dos "okupas".Isso, a poucos dias das comemorações do Orgulho LGBTQIA+, celebrado este ano em todo o país com paradas no fim de semana do 1 de julho.Nesta última terça-feira (26), a Junta Eleitoral de Madri finalmente ordenou a retirada do cartaz, por considerá-lo propaganda eleitoral irregular.Notem: o cartaz não caiu porque fosse afrontoso, desrespeitoso, absurdo. A Junta só pôde derrubar o bagúio porque fere o artigo 53 da lei eleitoral espanhola, que proíbe propaganda pré-campanha em qualquer meio que não seja o site oficial do partido ou suas redes sociais.Na lateral direita do cartaz, figuram, em fundo verde (cor do partido), palavras-chave do discurso de Vox como "família", "fronteiras", "indústria", "segurança". Já à esquerda, em vermelho, aparecem: insegurança, pobreza, abandono, divisão, imposição, invasão...***Não é a primeira vez que o partido ganha as manchetes pela agressividade de suas campanhas.Em maio, uma semana antes das eleições regionais e municipais espanholas, Vox divulgou um cartaz no metrô de Madri reproduzindo um documento de 2021 que mostrava uma lista de pessoas que receberam auxílio-moradia do governo -- todas com nomes árabes como Kamal, Aziz e Samira.Ao lado, os dizeres: "os madrilenhos destinam 57% de seu salário para o aluguel, que não para de subir... mas são sempre os mesmos que ganham as ajudas. Vote seguro".A provocação gerou polêmica entre os que a consideraram puramente racista e os que argumentaram que, sim, os espanhóis devem ter prioridade.Na época, o líder do partido, Santiago Abascal, tascou um "isto não é Marrocos, é Espanha", em referência ao país de onde vem o maior número de imigrantes atualmente residentes no país.***Este sábado (1 de julho), coincidindo com as celebrações do Orgulho LGBTQIA+ em todo o país, diversos coletivos conclamaram os participantes das marchas a também se manifestarem contra a campanha "de ódio" pregada por Vox."Estaremos nos visibilizando, de frente, sem medo, porque conquistamos direitos e vamos defendê-los", declarou Uge Sangil, presidenta da Federação Estatal de Lésbicas, Gays, Trans, Bissexuais, Intersexuais e mais (FELGTBI+).Com seu discurso, diz, "Vox não apenas ameaça as pessoas LGBTQIA+ como também toda a nossa sociedade e seus valores democráticos".Em tempo: Abascal (amigo do señor Bolsonaro e, como ele, notório produtor de frases memoráveis) já avisou aos meios de comunicação esta semana, no mesmo dia em que o cartaz de Alcalá foi retirado: não celebra o dia do Orgulho porque é "heterossexual".Em entrevista à rede de televisão espanhola TVE, afirmou que a data "tem muito menos importância do que alguns políticos e lobbies querem fazer crer".Também afirmou desconhecer o Convênio de Istambul, referência europeia na luta contra a violência contra mulheres e a violência doméstica, base importante para elaboração de políticas relacionadas em todo o continente -- Espanha incluída."Não conheço o convênio de Istambul, mas tampouco me parece relevante. O gênero é um conceito ideológico", disse.Vox vem ganhando espaço na política espanhola, num reflexo claro da onda conservadora que vivem outros países da Europa.Nas últimas eleições parciais de maio, preâmbulo para as gerais de 23 de julho, o partido avançou em 10 grandes cidades espanholas -- a metade, em aliança com o Partido Popular (PP), principal partido de centro-direita.
2023-06-30 14:32:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/normalitas/2023/06/campanha-da-ultradireita-espanhola-lanca-feminismo-e-lgbtqia-no-lixo.shtml
'Tchau, querido' e 'sextou'; veja memes sobre inelegibilidade de Bolsonaro
A decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de tornar inelegível pelo período de oito anos o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi acompanhada pelo coro de uma torcida de opositores nas redes sociais, que esquentava há semanas a sentença por meio de memes e vídeos de teor escrachado.O desfecho veio através do voto da ministra Cármen Lúcia nesta sexta-feira (30), a quarta a reconhecer o abuso de poder político e o uso indevido dos meios de comunicação por parte do ex-presidente, o que liberou o "sextou" de muitos usuários.Os termos "Grande dia", "Tchau querido" e "Xandão", em referência ao presidente do tribunal Alexandre de Moraes, estiveram entre os assuntos mais comentados no Twitter, com milhares de menções. Veja as melhores reações:Perfis de políticos e eleitores bolsonaristas, por sua vez, se organizaram desde a quinta-feira (29), dia anterior ao último dia de julgamento, para repercutir entre os assuntos mais comentados na plataforma uma fala do presidente Lula (PT), principal adversário de Bolsonaro nas eleições de 2022. Durante discurso de abertura do Foro de São Paulo, uma espécie de "bicho-papão" da direita brasileira, o presidente afirmou que era preciso repensar o discurso da esquerda para enfrentar o crescimento da "direita fascista" e que tinha orgulho de ser comunista. O termo alcançou 84 mil menções na plataforma, embaladas por críticas ao petista.Apoiadores do ex-presidente também fizeram críticas à decisão do Judiciário desta sexta e reforçaram o discurso de que políticos de direita são perseguidos no país.
2023-06-30 13:15:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/hashtag/2023/06/tchau-querido-e-sextou-veja-memes-sobre-inelegibilidade-de-bolsonaro.shtml
Inspiradora de 'Tigresa', Zezé Motta, volta a homenagear Caetano Veloso em show
A atriz e cantora fluminense Maria José Motta de Oliveira, mais conhecida como Zezé Motta, que no último dia 27 completou 79 anos de idade, homenageia seu amigo Caetano Veloso no show "Coração Vagabundo", neste sábado (1º), às 20h, e no domingo, às 19h, no Instituto Itaú Cultural, em São Paulo.Com uma discografia que amealha 14 álbuns, mais de 50 anos de carreira na televisão, cinema e na música, a cantora que foi fonte de inspiração de "Tigresa" interpretará várias músicas de Caetano Veloso, além dessa.Entre elas, estão "Alegria Alegria", "Coração Vagabundo", "Luz do Sol", "Queixa", "Oração ao Tempo", "Miragem de Carnaval", "Qualquer Coisa", "Você É Linda", "O Ciúme", "Sampa", "Pecado Original", "Alguém Cantando", "Odara", "Esse Cara", "Leãozinho" e "Frevo Novo/Chuva Suor e Cerveja".Criado nos anos 1990, no formato voz, piano, violoncelo e baixo, "Coração Vagabundo" deixou de circular pelas salas de espetáculos por causa do isolamento imposto pela pandemia de Covid-19 e, na volta aos palcos, Zezé Motta passou a reapresentá-lo em um formato mais intimista, ao lado do pianista Ricardo Mac Cord. Mais A entrada é gratuita. Para quem ainda não tiver adquirido ingresso o Itaú Cultural trabalha com fila de espera para as pessoas adquirirem os bilhetes daqueles que os haviam reservado online e não comparecerem até dez minutos antes do início das apresentações.Bom show!SHOW ‘CORAÇÃO VAGABUNDO’ARTISTAS Zezé Motta (voz) e Ricardo Mac Cord (piano)QUANDO Sábado (1º), às 20h; domingo (2), às 19hONDE Itaú Cultural, av. Paulista, 149, São Paulo, tel. (11) 2168-1777QUANTO Grátis
2023-06-30 12:56:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/musica-em-letras/2023/06/musa-inspiradora-de-tigresa-zeze-motta-volta-a-homenagear-caetano-veloso-em-show.shtml
No Foro de São Paulo, Lula diz ter orgulho de ser comunista e vira alvo de opositores nas redes
O presidente Lula (PT) esteve nesta quinta-feira (29) na abertura do Foro de São Paulo, em Brasília. Para o petista, o evento é uma "bênção" para a América Latina. Ele afirmou que é necessário rediscutir o discurso da esquerda para evitar o avanço do que chamou de "direita fascista".Mas é a fala de Lula sobre ter orgulho de ser comunista que está repercutindo nas redes sociais, principalmente entre opositores do governo."Eles nos acusam de comunistas achando que nós ficamos ofendidos com isso. Nós não ficamos ofendidos. Nós ficaríamos ofendidos se nos chamassem de nazista, de neofacista, de terrorista. Mas de comunista, de socialista, nunca. Isso não nos ofende. Isso nos orgulha muitas vezes. E muitas vezes nós sabemos que merecemos esses ataques."O Foro de São Paulo está em sua 26ª edição e é uma congregação de partidos e movimentos de esquerda da América Latina e Caribe. Há anos, o evento é usado por opositores para espalhar narrativas como a de que a esquerda pretende implantar ditaduras pelo continente.A ver pelas reações nas redes bolsonaristas, as falas de Lula devem continuar reverberando nas redes sociais, assim como a visita do ditador Nicolás Maduro ao Brasil, recebido como chefe de Estado.Para Leandro Ruschel, um dos perfis bolsonaristas de maior alcance no Twitter, o Foro de São Paulo e o PT estão associados ao comunismo. "Militância de Redação" é a expressão que ele utiliza para se referir a jornalistas.Para seus opositores, Lula não faz questão de disfarçar os absurdos que pensa.A afirmação de que é comunista foi a mais marcante.A estimativa de que o comunismo deixou 100 milhões de mortos foi bastante lembrada.Olavo de Carvalho foi lembrado.Esta quinta teria marcado o "fim da teoria da conspiração".Outra fala apontada pelos críticos sobre discurso "da família" e do "patriotismo".Alguns opositores estão dizendo que Lula "declarou guerra ao povo brasileiro".O perfil @Jakelyneloiola_ ironizou. "Receba isso, quem fez o L".Fim da negação.
2023-06-30 10:06:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/hashtag/2023/06/no-foro-de-sao-paulo-lula-diz-ter-orgulho-de-ser-comunista-e-vira-alvo-de-opositores-nas-redes.shtml
Alan Severiano fala sobre os 40 anos do SP1 e como enfrenta a concorrência
Âncora do SP1 desde 2021, Alan Severiano chegou à Globo em 2001, vindo da TV Cultura. A primeira reportagem, lembra ele à coluna, foi justamente no noticiário que apresenta desde o ano passado e que está completando quatro décadas no ar. A efeméride valerá a apresentação do jornal de diferentes locações da cidade, além de tributos musicais feitos por convidados e de momentos emblemáticos dessa trajetória.De segunda-feira (3) a sábado (8) o telejornal será ancorado de centros culturais, estações de metrô, favela e praça pública. O noticiário promete reportagens e entrevistas especiais, além da participação de artistas que compõem um repertório eclético, como Alok, Demônios da Garoa, Orquestra Sinfônica Heliópolis, Pastoras do Rosário, Bixarte e o rapper Cocão Avoz, todos encarregados de customizar a trilha sonora do jornal.A Globo também aproveita o aniversário para lançar no SP1 desta segunda novos recursos de interação no telão que abastece o âncora no estúdio, elementos que serão usados igualmente por outros noticiários feitos na sede paulistana. Mais A transformação da forma de nos comunicarmos nesses 40 anos, assim como a evolução da gastronomia de São Paulo e as mudanças trazidas pelos meios de transporte também estão na pauta do aniversário. O noticiário enfoca ainda o efeito da convivência entre várias religiões na formação do caldeirão cultural da cidade.Em 40 anos, o SP1 já foi SPTV e SP-Já, tendo sido apresentado por um time de titulares encabeçado por Chico Pinheiro, o mais longevo âncora do noticiário, além de Cesar Tralli, Mariana Godoy, Patrícia Poeta, Carla Vilhena e Carlos Nascimento, o primeiro apresentador.Confira o que nos diz Severiano sobre a efeméride, em uma troca de perguntas e respostas por escrito com a coluna:Quando você chegou à Globo e como era o noticiário na época? Alan Severiano - Entrei na Globo São Paulo em 2001, vindo da TV Cultura, e minha primeira reportagem foi justamente para o 'SP1' que, na época, era apresentado de um estúdio fechado, sem o janelão de vidro para a cidade. Lembro que fiquei impressionado com a correria diária para botar o jornal no ar na hora do almoço, e que continua a mesma hoje, 22 anos depois.Quais os avanços que você enxerga no noticiário desde que chegou à Globo? Severiano - Nesse período, o 'SP1' teve várias fases, equipes e apresentadores, mas manteve o foco nos acontecimentos da metrópole e na prestação de serviços, principalmente para a população mais vulnerável que luta todo dia com as carências de transporte, segurança, moradia, educação e saúde.Quando cheguei, o dinamismo já era uma marca do jornal, com muitas entradas ao vivo do helicóptero, e os quadros de Márcio Canuto trazendo reclamações dos moradores e cobrando com humor providências das autoridades. O jornalismo comunitário ganhou outros formatos e abordagens ao longo dos anos, mas continua firme nas reportagens e entradas ao vivo que ganharam mais mobilidade com o avanço da tecnologia, equipamentos menores e transmissão via internet.Hoje, é mais fácil chegar onde o assunto está, mostrar de perto, em tempo real, os dramas e as belezas de São Paulo. Nesse sentido, vejo uma evolução com o tempo: agilidade, reportagens maiores, mais profundas, apresentação mais informal e próxima do público. Há um ano, o SP1 aumentou de tamanho: ganhou mais 15 minutos antes do meio-dia, e passou a ter 1h15 de duração. É o único jornal da casa que começa com "bom dia" e termina com "boa tarde". Por isso, vivo trocando um pelo outro, o pessoal do estúdio tenta corrigir, e a gente acaba rindo juntos.O comportamento do telespectador de 40 anos atrás não incluía internet. Como sente que isso foi impactando a elaboração do noticiário ao longo dos anos? Severiano - Em 1983, quando o primeiro SPTV foi ao ar, quem imaginaria que hoje milhares de telespectadores assistiriam ao jornal pelo celular no ônibus, no restaurante ou na sala de espera de um consultório? É uma mudança profunda, e muita gente também passou a ver TV com outra tela na mão. Como toda transformação, isso gerou desafios e oportunidades.No SP1, a participação do público pelas redes sociais é importantíssima, sugerindo reportagens e fontes, denunciando problemas, trazendo outros pontos de vista e nos ajudando a regular o tom das coberturas. Tem os haters, mas também tem críticas construtivas muito úteis. Na rotina do jornal, as sugestões de interesse público são checadas e, se confirmadas, viram assunto. Já aconteceu várias vezes, e isso é ótimo. Inclusive, faço questão de dizer ao vivo quando uma reportagem foi feita a partir de uma dica de telespectador. Ouvir as pessoas é a essência da profissão.Diante da avalanche de informações na internet, mensagens, áudios, vídeos e fake news com que cada um de nós se depara todos os dias, penso que o diferencial do SP1 para quem quer se informar na hora do almoço é a credibilidade conquistada com o público nessas quatro décadas, o investimento em reportagens mais profundas sobre temas atuais, e a agilidade que ganhamos com a própria tecnologia.As entrevistas pela internet que pipocaram na pandemia vieram para ficar e deram mais tempo às equipes para produzir as reportagens em campo. Hoje, incentivamos que as pessoas busquem informações adicionais sobre determinados assuntos na própria internet, no G1. Se alguém perde uma reportagem, pode rever no Globoplay, o que era impossível há 40 anos. A essência continua. O jornalismo profissional continua sendo fundamental para apurar os fatos, organizar, analisar, contextualizar e dar o peso que a notícia merece.É um trabalho de equipe e de curadoria que, para mim, faz cada vez mais sentido. Sou repórter há 25 anos, estou há pouco mais de um ano e meio na apresentação do SP1. É um privilégio participar desse aniversário do jornal, que foi feito por centenas de profissionais ao longo dos anos, e que tanto me ensinaram. Continuo aprendendo.Ainda que o SP seja líder, a concorrência no horário é forte. O conteúdo e formato do noticiário na Record interferem ou impactam de alguma forma na pauta do SP1? Severiano - Posso dizer com segurança que não interferem. São propostas muito diferentes. Há muitos anos, o SP1 se mantém como líder isolado de audiência no horário. Todos os dias, antes das 7h, começamos a definir os assuntos do jornal. O critério é a notícia que tem interesse público, os acontecimentos e discussões da cidade que interferem na vida dos moradores. Existe sempre a preocupação de não se limitar a um só tema, apresentar um cardápio variado ao telespectador e experimentar novas linguagens, uma marca reconhecida do jornal.Falamos muito de mobilidade, emprego, saúde, educação, economia popular, previsão do tempo, prestação de serviços. Temos um quadro semanal sobre as atrações culturais de São Paulo e sobre a vida em condomínios. Dado o número de crimes e a sensação de insegurança, a violência urbana costuma ser assunto diário, mas abordada sem exageros. Em 40 anos, infelizmente, muitas mazelas da cidade não desapareceram. Por outro lado, outros assuntos ganharam protagonismo, e o SP1 está ligado em todos eles.É um espaço de diálogo com as pessoas, e de aprofundar temas importantes com séries de reportagens especiais, como a que exibimos recentemente sobre moradia em São Paulo. Queremos que a comemoração do aniversário seja um presente para a cidade, um agradecimento ao público que faz do SP1 o telejornal mais visto da maior cidade do país na hora do almoço.Em tempo: O SP1 é transmitido ao vivo pela TV Globo, de segunda a sábado, a partir das 11h45, para a Região Metropolitana de São Paulo.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2023-06-30 07:42:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/cristina-padiglione/2023/06/alan-severiano-fala-sobre-os-40-anos-do-sp1-e-como-enfrenta-a-concorrencia.shtml
Mulheres negras na tecnologia
Embora as mulheres sejam a maioria no ensino superior de acordo com dados MEC (Ministério da Educação) e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), elas ainda são minoria em ciências exatas e engenharia - e estes números afunilam ainda mais quando avaliamos a interseccionalidade entre gênero e raça.Uma pesquisa recente (2022) da Pretalab mostra que as mulheres negras ocupam apenas 11% dos cargos na indústria de tecnologia. Já um estudo da #QuemCodaBR mostrou dados sobre a diversidade das equipes de tech no Brasil: 32,7% dos entrevistados disseram que não têm pessoas negras em seus times de trabalho.Estes dados são reflexos da desigualdade social que temos no nosso país. Diante deste contexto, surgem perguntas como: Por que temos um número tão pequeno de mulheres negras em tech? Quais os desafios das empresas? Quão importante é reverter este cenário?A diversidade nos recortes de gênero e raça ainda é um desafio da indústria de tecnologia, dominada tradicionalmente por homens brancos. Por mais lento e árduo que seja, as mulheres negras estão consolidando sua permanência em carreiras relacionadas à ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), desafiando as culturas organizacionais, estereótipos e quebrando barreiras.A inclusão de mulheres negras na indústria de tecnologia é essencial, não apenas por uma questão de justiça social e representatividade, mas também pelo caráter inovativo. A diversidade de perspectivas, histórias, vivências e experiências trazidas por mulheres negras enriquece o setor, impulsionando, inclusive, o desenvolvimento de novos produtos e serviços mais inclusivos e relevantes para uma sociedade plural.Reverter este cenário é um tanto desafiador, afinal, os obstáculos já começam no ensino médio, onde muitas alunas negras são desencorajadas a seguir carreira STEM, muitas vezes por falta de um modelo referencial. Isso se torna ainda mais grave nas regiões Norte e Nordeste do país e em áreas periféricas, nas quais os avanços educacionais em termos de gênero ainda não alcançaram todas as mulheres.E para consolidar o senso de pertencimento e auxiliar o crescimento em suas carreiras, programas de mentoria que conectem mulheres negras, bem como capacitações para desenvolvimento de habilidades técnicas, socioemocionais e cuidado com saúde mental são essenciais.É de extrema importância que a indústria e empresas de tecnologia tenham compromisso formal na promoção de equidade de gênero/raça nas oportunidades, e que todos os níveis hierárquicos organizacionais tenham representatividade destas mulheres. Para consolidação destas políticas é importante a criação de ambientes cada vez mais acolhedores, com processo de escuta ativa, e um compromisso para que os processos seletivos garantam que a contratação não seja apenas simbólica. Uma pesquisa realizada pela McKinsey em 2020 em mais de 15 países revela que há uma ligação direta entre o nível de inclusão e diversidade existente numa empresa e o retorno financeiro dela, e que esta relação está no nível de pertencimento e engajamento.Sou uma mulher negra, engenheira e acadêmica, que sabe o quão desafiador é enfrentar o sexismo e racismo, muitas vezes implícito em nossa sociedade. Venho com este artigo enfatizar a importância da conscientização desta problemática, mas também da necessidade de não encaramos estes fatos e dados com conformismo, mas com consciência, planejamento, mudança e com consolidação de políticas de diversidade para mulheres negras garantindo seu pertencimento e encorajando evolução na carreira tech.O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Neste texto, a escolhida por Bruna Arruda foi "Stand Up", de Cynthia Erivo.
2023-06-30 08:00:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/politicas-e-justica/2023/06/mulheres-negras-na-tecnologia.shtml
Por que o caso Dilma-Temer não beneficia a chapa Bolsonaro-Braga Neto?
Em 2014, durante a campanha presidencial, eu era vice-procurador-geral eleitoral e acompanhei de perto as diatribes da chapa de Aécio Neves para desconstruir a vitória da adversária, por não aceitá-la. Propôs, no desespero, uma ação de investigação judicial eleitoral (Aije) contra a chapa Dilma-Temer, acusando-a de ter feito uso dos Correios para distribuir sua propaganda eleitoral, incorrendo em abuso de poder econômico e de poder político.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...A base da acusação foi uma reunião ocorrida no Sindicato dos Trabalhadores dos Correios em Belo Horizonte, que foi filmada e depois circulou nas redes sociais, em que um deputado estadual do PT de Minas Gerais convocava os empregados postais a ajudar na campanha da chapa Dilma-Temer.O assunto foi tratado, sem sucesso, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como reclamação de propaganda ilícita e, depois, novamente submetido, já em âmbito de Aije, para cassar a chapa e tornar os candidatos inelegíveis.Era evidente que a acusação era frágil e não prosperaria. Por isso, rechearam a ação já em andamento com várias denúncias sobre supostos desvios que já estavam em apuração no contexto da Operação Lava Jato. Queriam que o TSE apreciasse delações de investigados em Curitiba para reforçar a pecha do abuso de poder econômico. Uma manobra escabrosa, também não vitoriosa.Nosso parecer à época, como representante do Ministério Público Eleitoral, foi pela improcedência da acusação sobre o uso dos Correios e sobre a inadmissibilidade de incluir naquela Aije proposta fatos completamente novos e muito diversos dos aventados na ação inicial. Ao final, foi essa a tese acolhida, por seis a um, pelo TSE, mantendo a chapa vencedora Dilma-Temer e elegíveis seus candidatos.Agora, Bolsonaro e sua defesa querem usar a rejeição da Aije contra a chapa Dilma-Temer como precedente para enterrar a ação que ora tramita no mesmo TSE contra si e contra Walter Braga Neto por terem tramado contra o processo eleitoral, visando deslegitimar o seu resultado. Ocorre, porém, que as situações são muito distintas e o precedente não deve beneficiá-lo.No caso de Bolsonaro, temos um contexto bem diferente. Ele é acusado de ter convidado o corpo diplomático estrangeiro acreditado em Brasília para uma reunião em que fez entender que seria vítima de um golpe da Justiça Eleitoral, com suposta utilização de urnas fraudadas para o escrutínio dos votos na eleição presidencial.Essa teoria conspiratória se encaixa muito bem nos atos que se seguiram à proclamação do resultado, com derrota do então presidente: atos de vandalismo extremo em Brasília, promovido por apoiadores de Bolsonaro. Tentaram, com o tumulto, inviabilizar a posse e o exercício do cargo pelo candidato vitorioso. Há, portanto, sim, claro vínculo entre o episódio do convite ao corpo diplomático e os atos de depredação que se seguiram. Mais Importante é a sociedade não se iludir. Se estamos hoje festejando a retomada da democracia, devemos isso, em boa parte, a uma Justiça Eleitoral que não se omitiu e que continua não se omitindo na responsabilização daqueles que queriam inviabilizar a escolha do voto popular.É disso que se trata na Aije contra Bolsonaro.
2023-06-29 21:54:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/06/por-que-o-caso-dilma-temer-nao-beneficia-a-chapa-bolsonaro-braga-neto.shtml
Vereadores do Rio aprovam projeto que renomeia o Museu do Amanhã para Museu Glória Maria
A Câmara de Vereadores do Rio aprovou, por unanimidade, nesta quinta-feira (28), a alteração do nome do Museu do Amanhã, na Praça Mauá, na zona portuária do Rio, para Museu Jornalista Glória Maria.O projeto, aprovado em segunda discussão, aguarda a decisão final do prefeito Eduardo Paes (PSD). O Projeto de Lei nº 1993/2023 é de autoria dos vereadores Rosa Fernandes (PSC), Luciano Medeiros (PSD) e Alexandre Beça (PSD). Na justificativa do documento, os parlamentares destacaram a importância de homenagear uma profissional que deixou sua marca na história do jornalismo e da televisão.A autora do projeto destaca que a alteração do nome do Museu reconhece a profissional da Globo por mais de 50 anos como uma mulher à frente de seu tempo. "Uma pioneira em notícias e culturas, que imprimia sua personalidade corajosa em tudo o que fazia. Deixou uma marca na história da TV com uma intimidade única, como se conversasse diretamente com as câmeras, trazendo o público para dentro de suas reportagens", descreveu Rosa Fernandes no documento. Mais Glória Maria morreu no dia 2 de fevereiro deste ano em decorrência de um câncer no cérebro após ficar internada no Hospital Copa Star, em Copacabana, na zona sul do Rio. De acordo com a comunicação da TV Globo na époica, o tratamento da jornalista deixou de fazer efeito dias antes da morte.
2023-06-29 21:38:00
voceviu
Você viu
https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/06/vereadores-do-rio-aprovam-projeto-que-renomeia-o-museu-do-amanha-para-museu-gloria-maria.shtml
Exército colombiano diz ser improvável achar cachorro Wilson e fala em construir monumento
O Exército colombiano admitiu nesta semana que é improvável localizar o cachorro Wilson, que se perdeu na selva há mais de um mês, durante as buscas a quatro irmãos vítimas de um acidente aéreo.Na segunda-feira (26), o general Pedro Sánchez, líder da operação disse ainda que serão construídos monumentos em homenagem a Wilson."Tudo tem um fim e você tem que ter bom senso com isso. Nosso Wilson fez um ótimo trabalho, mas você também precisa estar ciente de onde está. Fizemos absolutamente tudo o que era possível. Colocamos comida em pontos-chave, o que coloca nossas tropas em alto risco", disse o comandante à mídia local, de acordo com o El País.Na ocasião, o governo concedeu honraria a militares, indígenas e outras pessoas envolvidas no resgate das crianças, que passaram 40 dias na mata e foram localizadas no dia 9.Drugia, a mãe do cão farejador, também foi condecorada."Fizemos absolutamente de tudo o que está ao nosso alcance, não medimos esforços para encontrá-lo, mas sabemos que é praticamente improvável que possamos encontrá-lo", disse Sánchez sobre o pastor belga.Até então, segundo a agência de notícias AFP, equipes permaneciam atrás de pistas do animal, mesmo com pouca esperança de levá-lo de volta para casa. Nesta quarta (28), o site Notícias Caracol afirmou que as Forças Militares confirmaram a suspensão das buscas.As esquipes relataram o desaparecimento do cachorro no último dia 8. Mas Wilson teria se afastado das equipes bem antes disso —em 18 de maio. As buscas eram feitas na região de San Jose del Guaviare, em uma área de mata fechada e de difícil acesso.Sob a premissa de que "ninguém fica para trás", o Exército manteve a chamada Operação Esperança após o resgate das crianças. Cerca de cem soldados, com apoio de outros cães farejadores e indígenas, foram em busca do pastor belga.De acordo com relatos de militares à mídia colombiana, Wilson foi visto duas vezes pelas equipes —a última teria sido dois dias antes de as crianças serem encontradas. Porém, ele fugiu antes que pudesse ser resgatado. Pegadas do animal também foram localizadas, mas não levaram até ele.Wilson foi treinado desde pequeno para enfrentar situações e locais adversos e a voltar para seu condutor. No começo do mês, ao anunciar o desaparecimento, o Exército afirmou que possivelmente o cachorro ficou desorientado durante a operação.Ainda não se sabe o que aconteceu com ele. Além das condições do terreno, os sons da selva, a presença de outros animais e a falta de comida poderiam ajudar a explicar o comportamento do cachorro que, segundo militares, evitou contato com as equipes ao ser avistado.Para tentar atrair o cachorro, as equipes usaram pedaços de carne —deixados em pontos para que ele também possa se alimentar— e duas cadelas no cio. Apesar de castrado, os militares apostavam que o olfato e o instinto atrairiam Wilson.Nas redes sociais, os militares afirmavam em seguidos posts ter fé e diziam que não descansariam até encontrar o cachorro. No entanto, esse tipo de publicação deixou de ser feito há alguns dias.O governo tem sido cobrado por internautas e até um abaixo-assinado destinado ao presidente Gustavo Petro, ao Exército e ao Ministério da Defesa foi aberto pedindo que Wilson não fosse abandonado na selva. Mais Wilson foi fundamental para a localização das crianças. Logo no início das buscas, o pastor belga encontrou uma mamadeira no meio da vegetação. Quando desapareceu, teria rompido a coleira que o prendia ao condutor e se embrenhado na mata, supostamente atrás das vítimas.Para os militares, o farejador foi mesmo quem localizou as crianças primeiro. Elas relataram ter encontrado o cachorro e, segundo o general Pedro Sánchez, responsável pelo resgate, os irmãos contaram que chegaram a ficar três ou quatro dias com o animal, que estava magro.Depois, já no hospital, os dois irmãos mais velhos entregaram ao comandante das Forças Armadas, general Helder Fernan Bonilla, desenhos retratando o período em que ficaram na mata. E Wilson fazia parte das imagens. Mais Também na quarta-feira, militares publicaram em suas redes vídeo que mostra homenagem a quatro cães farejadores que estavam se aposentando após mais de cinco anos atuando em operações contra explosivos.Nos comentários, internautas se dividiam entre elogiar o reconhecimento pelo serviço prestado pelos animais e criticar o desaparecimento de Wilson. "Muito bonito, mas onde está #Wilson? Porque não puseram mais recursos para buscá-lo? Por que o abandonaram na selva?" questionou uma. "Estes estão a salvo #FALTAWILSON", escreveu uma. "As crianças ficaram 40 dias desaparecidas e todas apareceram com vida; precisa dar a mesma oportunidade a Wilson." Siga o Bom Pra Cachorro no Twitter, Instagram e Facebook
2023-06-28 22:58:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/bom-pra-cachorro/2023/06/exercito-colombiano-diz-ser-improvavel-achar-cachorro-wilson-e-fala-em-construir-monumento.shtml
Agenda de férias escolares em São Paulo traz programação para todas as idades
Quando as férias escolares do mês de julho chegam, muitos pais se perguntam o que fazer para gastar a energia das crianças. Viajar nem sempre é possível, mas não faltam opções de atividades recreativas em São Paulo.Veja a seguir uma lista atrações para todas as idades. Férias no MAM A programação do museu é diversa, com dança, jogos e atividades educativas. Neste sábado (1º) há música e interação com objetos da natureza, às 15h. Na agenda do mês, oficinas de construção de bonecos, autorretrato e produção de tintas naturais com temperos, flores e frutos. Inscrições devem ser feitas 30 minutos antes do início das atividades. Parque Ibirapuera - av. Pedro Alvares Cabral, s/nº; ter a dom, das 10h às 18h. Informações em www.mam.org.br. Grátis Mais Museu da Imaginação O espaço traz oficinas, apresentações e exposições, além da inauguração do Empório Multikids, que incentiva brincadeiras e conhecimento. Durante o mês, o trio de cientistas Mad Science fará shows para as crianças estimularem a imaginação e o raciocínio. R. Ricardo Cavatton, 251, Lapa de Baixo; todos os dias, das 9h30 às 13h e das 14h às 17h30. R$ 70 criança e R$ 49,99 adulto em sympla.com.brNa Floresta O projeto aproxima crianças da natureza em uma experiência interativa numa floresta cenográfica. O objetivo é despertar o interesse delas por plantas, terra e insetos. Visitas de 3h ocorrem durante a semana e aos finais de semana, com agendamento prévio. R. Dr. Mario Ferraz, 68, Jardim Europa; ter. a sex., das 16h30 às 18h, sáb. dom. e feriados, das 09h às 17h; tel.: (11) 99744-0714. R$ 150Universo da Imaginação Play-Doh A experiência estimula os sentidos das crianças com jogos, cores, sons e formas. O circuito inclui atividades com massinhas Play-Doh para colorir além de jogos de realidade aumentada. No fim, os visitantes dão vida às suas criações em um jogo de stop-motion. Shoppping Vila Olímpia - r. Olimpíadas, 360. Vila Olímpia; ter. a sáb., das 12h às 22h, dom e feriado, das 12h às 20h; A partir de R$ 45 em sympla.com.brFestival de Férias Teatro UOL O tradicional festival apresenta peças teatrais todos os dias do mês. Entre os espetáculos estão obras baseadas em "Os Três Porquinhos", "Aladdin", "A Bela e a Fera" e "Pinocchio". Av. Higienópolis, 618, Higienópolis; seg. a dom. às 17h40 às 16h; R$ 70 em teatrouol.com.brReceba no seu email um guia com a programação cultural da capital paulista; aberta para não assinantes.Carregando...Circo Internacional da China A companhia apresenta sua nova produção, "Mundo Jurássico", combinando acrobacias e dinossauros. Bailarinos, contorcionistas e acrobatas se unem em cinco atos com números desafiadores e, ao mesmo tempo, delicados. Vibra São Paulo - av. das Nações Unidas, 17.955, Vila Almeida; de 12 a 16/7, a partir de R$ 50 em uhuu.comHello Park A atividade une jogos tradicionais e projeções nas paredes. São 20 atrações que misturam entretenimento e educação com recursos multimídia, incluindo brincadeiras como pular, correr e desenhar. Shopping SP Market - av. das Nações Unidas, 22.540, Jurubatuba; ter. a dom., das 11h15 às 18h. A partir de R$ 39 em hellopark.com.brJump Mania Além de aproveitar a área verde do Horto Florestal, as crianças podem brincar no Jump Mania, que traz brinquedos como tobogã, cama elástica, e chapéu mexicano. Parque Horto Florestal - r. do Horto, 931; sáb. dom. e feriados, das 10h às 18h. R$ 8 cada brinquedoMagic Dining - Dinos O restaurante permite que clientes comam mini-hambúrgueres e salgadinhos enquanto interagem com réplicas de dinossauros em cenário de selva. Shopping Ibirapuera - av. Ibirapuera, 3.103, Indianópolis. ter. a sex., das 17h às 23h30; sáb. das 12h às 23h30; dom. e feriados das 12h às 22h; a partir de R$ 59,90 em planetaanimalexperience.com.brMuseu Catavento Recebe a exposição "Oceano Sem Fronteiras" que apresenta o mundo dos mares em salas cheias de projeções. Av. Mercúrio, s/n, Parque Dom Pedro II; ter. a dom., das 9h às 17h; R$ 15 (grátis às terças)Action Park Traz atividades cheias de ação como camas elásticas, circuito com obstáculos e escalada. R. Abílio Borin, 70, Jardim Caravelas; seg. a sex., das 10h às 20h, sáb, das 10h às 20h30 e dom. das 10h às 19h30. A partir de R$ 40Anhangabaú O vale traz uma série de aulas de diferentes modalidades, entre elas patins, dança e luta, além de jogos de tabuleiro, brincadeiras populares e cinema ao ar livre. Há ainda shows de forró, reggae e MPB. Anhangabaú, s/n; seg. a sex. das 15h às 22h, sáb. e dom., das 12h às 23h; Grátis. novoanhangabaú.com.br Mais Barbie Dreamhouse Experience Com o filme "Barbie" prestes a estrear, oespaço apresenta a casa da personagem, com cenários cor-de-rosa e piscina numa área instagramável. Shopping JK Iguatemi - av. Presidente Juscelino Kubitschek, 2.041, Vila Olímpia; seg. a sex., das 14h às 21h, sáb., das 10h às 21h, dom. e feriados, das 11h às 20h. De 13/7 a 10/11, a partir de R$ 50 em sympla.com.br Mais Escape 60 A rede de jogos de fuga lançou uma sala inspirada em "Harry Potter". Um grupo de quatro a 12 pessoas tem 60 minutos para resolver um enigma. R. Serra de Bragança, 658, Tatuapé; seg. a qui. e dom., das 10h às 21h; sex. e sáb., das 10h às 23h; a partir de R$ 109. escape60.com.brPraia de Paulista Em julho, a praça Charles Miller recebe quatro quadras de areia com aulas gratuitas de beach tênis e futevôlei, seja praticante ou não, mediante inscrição prévia. O espaço ainda terá campeonato dessas modalidades e espreguiçadeiras para quem quiser relaxar. Pça. Charles Miller, s/nº, Pacaembu, região oeste; ter. a dom., das 9h às 17h. De 1º a 30/7; praiadepaulista.com.br; Grátis
2023-06-30 23:15:00
passeios
Passeios
https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2023/06/agenda-de-ferias-escolares-em-sao-paulo-traz-programacao-para-todas-as-idades.shtml
203.062.512
Com o início da divulgação das descobertas do sofrido Censo Demográfico 2022, confirmou-se que o país tem cerca de 10 milhões de pessoas a menos do que indicavam as projeções do IBGE. Somos 203.062.512 habitantes —não algo entre 213 milhões e 214 milhões, como se via nas estimativas.A queda na fecundidade foi mais rápida do que se antecipava. A população ainda cresce, mas em ritmo menor. Entre 2010 e 2022, o aumento se deu a uma taxa de 0,52% ao ano; no auge da expansão populacional, entre os anos 50 e 60, esse índice atingiu 2,99% anuais.Isso significa que o Brasil está completando sua transição demográfica, fenômeno que tem diversas implicações econômicas e sociais.Há controvérsia quanto ao bônus demográfico —a etapa em que o crescimento populacional favorece o econômico. A depender da definição utilizada, ou ele já se fechou ou está a alguns anos, não muitos, de fazê-lo.Economistas, que levam em conta o período em que a população em idade ativa se expande mais do que a população total, acreditam que os bons tempos já se foram, provavelmente desde 2018.Já os demógrafos preferem considerar a fase em que a população dependente (crianças e idosos) representa menos de 50% da população ativa. Por essa conta, o bônus pode perdurar até a primeira metade dos anos 2030.Qualquer que seja a definição adotada, o fato é que o país envelhece e precisa se preparar para isso. Sem a ajuda do perfil populacional, o avanço econômico passa a depender de ganhos de produtividade, tarefa em que o Brasil vai historicamente mal. O caminho lógico seria apostar na educação —e educação de qualidade.A transição demográfica traz uma boa notícia nesse campo. Como há menos crianças nascendo e indo para a escola, apenas manter preservada a fatia orçamentária reservada à educação já significa uma elevação do gasto por aluno.Outro aspecto positivo de um país com menos habitantes é a redução das pressões sobre o meio ambiente e os recursos naturais.Do lado negativo, além da maior dificuldade para o crescimento da economia, destacam-se os problemas previdenciário e dos gastos com saúde. O sistema de repartição simples do INSS funciona bem quando há muitos trabalhadores na ativa para financiar os aposentados. Quando esse cenário muda, há que esperar novas reformas.Quanto à saúde, é ótimo que os brasileiros estejam vivendo mais. Entretanto, com maior fatia de idosos na população, haverá mais gastos com doenças típicas da terceira idade. Dadas as restrições orçamentárias, será essencial melhorar a gestão do SUS.editoriais@grupofolha.com.br
2023-06-28 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/06/203062512.shtml
A quem interessa a não regulamentação das apostas esportivas?
Quando você terminar de ler este artigo, R$ 53 mil terão sido sonegados dos cofres públicos. Ao final do dia, R$ 41,6 milhões, à razão de R$ 1,73 milhão por hora. O Estado brasileiro perde anualmente até R$ 15 bilhões de impostos que os operadores de apostas esportivas deixam de pagar e remetem para suas sedes em paraísos fiscais. O dinheiro circula sem que o Banco Central impeça. Formidável omissão! Será que o Pix foi criado para movimentar fortunas de criminosos?Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...A sonegação nem é o maior problema. Parte do dinheiro alimenta o tráfico de drogas, armas e pessoas. Diz a lenda que em um estado do Sul há uma caixa-forte com R$ 12 bilhões em dinheiro vivo, lavado diariamente.O Brasil é o último grande mercado para esse setor. Em um ano, houve no mundo 15 bilhões de interações online, 3 bilhões delas (20%!) aqui.Como chegamos a essa esdrúxula situação? Em 2018, final do governo Temer, o Congresso aprovou a lei 13.756, com prazo de dois anos para regulamentação —prorrogáveis por mais dois—, dispondo como os impostos seriam pagos. Considerando-se garantidas por uma lei incompleta, dezenas, e depois centenas, de empresas (e de contraventores, como bicheiros) passaram a operar as apostas online, com sede fora do Brasil.Quatro anos passados, as empresas operam irregularmente, fazendo propaganda e patrocinando clubes esportivos, com o argumento de que a lei existe e não pagam imposto porque o governo não diz como. Há outros ingredientes nessa receita: a não regulamentação tem sido impedida, desde sempre, pela parte podre, que prefere lesar o apostador, não pagar impostos e usar o dinheiro para suas atividades criminosas.Os técnicos bem-intencionados do Estado brasileiro no antigo Ministério da Economia prepararam um bom decreto, regulando como o setor funcionaria e como os impostos seriam pagos —e, a pedido da parte boa do mercado, também uma medida provisória contendo penalidades severas para quem insistisse em operar à margem da lei.Os dois documentos —o decreto e a MP— foram encaminhados para a Casa Civil do governo Bolsonaro. Mas um poderoso lobby criminoso operou junto a políticos e ao próprio presidente. E ele —por omissão ou conivência— não regulamentou a lei.A omissão —mais um crime de responsabilidade— foi detectada no governo de transição. Empossado o atual governo, o ministro Haddad convenceu o presidente Lula de que as apostas teriam que ser regulamentadas. Uma equipe técnica foi designada e, infelizmente, fundiu o decreto com a MP, com o objetivo ganancioso de dobrar os impostos. Iniciativa ingênua, que deve cair no Congresso.Pior: ao renunciar ao decreto e entregar ao Congresso a decisão, caiu na armadilha do jogo político e dos interesses escusos de parte do Parlamento —criar dificuldades para vender facilidades. Mais A quem interessa a não regulamentação?Aos órgãos da mídia televisiva e digital, que veiculam a propaganda dos sites irregulares, meio bilhão de reais por ano? Com certeza não, pois a regulamentação daria transparência e segurança ao negócio.Aos clubes esportivos que ostentam patrocínio dos sites irregulares em suas camisas? Também não, porque a regulamentação permitirá aos clubes serem atores privilegiados do negócio, com renda adicional.Aos apostadores, atualmente vítimas de fraudes, de não pagamento de apostas vencedoras, de manipulação de resultados? Também não, por óbvio.Às plataformas internacionais certificadas, que operam legalmente em vários países? Também não. (As principais se recusam a entrar no Brasil e aguardam a regulamentação).Conclusão: a não regulamentação só interessa aos criminosos, aos que não conseguirão se credenciar, aos traficantes de drogas, armas e pessoas.Daí, então, a inconveniente pergunta, que vai para o presidente Lula. Não importa se por decreto, projeto de lei ou medida provisória: quando as apostas serão regulamentadas? Até quando persistirá essa absurda, esdrúxula e criminosa situação?Não regulamentar é tolerar o crime.
2023-06-28 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/06/a-quem-interessa-a-nao-regulamentacao-das-apostas-esportivas.shtml
Ibirapuera, Horto e outros parques de SP têm programação de férias gratuita em julho; veja quais
Quem busca lazer e descanso em julho, quando chegam as férias escolares, pode aproveitar a programação gratuita de parques em São Paulo. São eles o parque Ibirapuera, Jacintho Alberto, Eucaliptos, Lajeado, Jardim Felicidade e Horto Florestal, administrados pela Urbia.Parque Ibirapuera Recebe neste sábado (1º) apresentações da Escola de Música Parque Ibirapuera (EMPI), das 9h30 às 12h30, no palco externo da Marquise do Ibirapuera. De 6 a 30 de julho, todas as quintas e sextas-feiras, sábados e domingos, os visitantes do parque poderão participar do circuito O Parque e os Sentidos: experimentando a natureza, voltado para crianças de três a sete anos e será realizado sempre às 10h. Essa atividade é paga e custa R$ 50 por criança ou adulto, as inscrições devem ser feitas 30 minutos antes do início da atividade na recepção do Centro de Visitantes. Mais O Planetário também conta com diversas sessões gratuitas. Em Olhar o Céu de São Paulo, os visitantes poderão contemplar o céu da cidade às quartas, 17h; quintas, 17h; sextas, 19h; sábados, 15h e 19h e domingos, 17h. Utilizando o telescópio, poderão também observar o Sol das 15h às 17h, e o céu noturno, das 18h30 às 20h30. O espaço também oferece outras atividades pagas. Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Vila Mariana, região centralParque Jacintho Alberto O parque faz a trilha das espécies nos dias 18 e 25 de julho, às 11h. E nos dias 21 e 22 de julho, às 13h, promove a atividade o que tem dentro da caixa, estimulando os sentidos das crianças. Já nos dias 28 e 29 de julho, às 13h, será realizada a oficina dos brinquedos, com a confecção de objetos fáceis usando poucos materiais. R. Talófitos, 16, Jardim Cidade Pirituba, região norteParque Eucaliptos Neste domingo (2) oferece a oficina de reciclagem em que crianças poderão fazer extintor com garrafas pet em homenagem ao Dia do Bombeiro. Nos dias 7 e 8 de julho, das 11h às 16h, será realizada a oficina de pintura com tintas naturais. R. Ministro Guimarães, 280, Morumbi, região sul Mais Parque Lajeado O público poderá fazer trilha monitorada para falar sobre fauna e flora do espaço nos dias 14 e 15 de julho, às 11h e às 14. De 17 a 21, o parque oferece brincadeiras tradicionais infantis como amarelinha, pula corda, bolinha de gude para os visitantes. R. Antônio Thadeo, 712, Guaianazes, região lesteParque Jardim Felicidade Nos dias 17 e 28 de julho e 3 de agosto o parque preparou monitorias guiadas para o público voltada à observação e identificação de árvores e suas características, e também de abelhas nativas. Rua Laudelino Vieira de Campos, 265, Jardim Felicidade, região norte Mais Parque Horto Florestal Além da visita guiada ao museu, cuja entrada custa R$ 15, outras atividades gratuitas também poderão ser aproveitadas. É o caso da Urbiatours que aborda a importância da natureza durante o passeio, além de conceitos de educação e conscientização ambiental além de serem apresentadas as diversas espécies da flora e fauna nativas da Mata Atlântica. R. do Horto, 931, Horto Florestal, região norte
2023-06-30 12:58:00
passeios
Passeios
https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2023/06/ibirapuera-horto-e-outros-parques-de-sp-tem-programacao-de-ferias-gratuita-em-julho-veja-quais.shtml
Milionário chinês fracassa pela 27ª vez em 'vestibular'
Um milionário chinês foi reprovado nos exames de admissão a universidades do país pela 27ª vez. Na semana passada, Liang Shi, de 56 anos, descobriu que havia conseguido apenas 424 de 750 pontos.A nota está 34 pontos abaixo do necessário para se candidatar a qualquer universidade na China.Quase 13 milhões de estudantes fizeram os exames este ano. Liang, morador de Sichuan, já havia sido destaque na imprensa por suas tentativas anteriores de conseguir uma vaga no ensino superior. Mais Ele fez os exames dezenas de vezes desde 1983. Liang disse à imprensa local que ficou decepcionado com seu resultado este ano e agora se questiona se algum dia conseguirá realizar seu sonho."Eu costumava dizer 'simplesmente não acredito que não vou conseguir', mas agora estou dividido", disse Liang à mídia chinesa Tianmu News.O exame, chamado Gaokao, é conhecido por ser difícil. Ele avalia os conhecimentos dos alunos que concluíram o ensino médio em chinês, matemática e inglês e em alguma outra disciplina de ciências ou humanas de sua escolha.Dados do governo chinês mostram que apenas 41,6% dos candidatos foram aceitos em universidades ou faculdades em 2021.O Gaokao é visto como uma oportunidade que pode mudar a vida dos candidatos —especialmente para aqueles de famílias mais pobres, em um país onde um diploma é considerado essencial para um bom emprego.As provas são o foco do sistema educacional do país desde a década de 1950, embora tenham sido suspensas durante a Revolução Cultural.Liang disse que sempre sonhou em ser admitido em uma universidade de prestígio e se tornar um "intelectual". Mais Após fracassar na primeira tentativa, em 1983, quando tinha 16 anos, ele trabalhou em diferentes empregos, mas continuou se candidatando todos os anos até 1992, quando foi considerado muito velho.Depois que a fábrica em que trabalhava faliu no mesmo ano, Liang abriu seu próprio negócio atacadista de madeira em meados da década de 1990.Ele logo se tornou um empresário com remuneração muito maior do que um estudante - ganhou um milhão de yuans em um ano (cerca de R$ 660 mil, em valores atuais) e começou um negócio de materiais de construção.Mas em 2001, quando o governo chinês removeu o limite de idade para o Gaokao, ele reiniciou seus estudos para o exame.Desde então, ele só perdeu os exames anuais devido a problemas de saúde ou à sua movimentada agenda de trabalho.Ao longo dos anos, sua motivação para passar no exame mudou —em vez de buscar uma oportunidade para mudar sua vida, ele agora queria mostrar que não desistiria diante de fracassos."Se você não cursa uma faculdade, sua vida não estará completa sem o ensino superior", disse ele ao jornal local The Papers em 2014.Em 7 de junho deste ano, ele voltou a fazer os exames. Durante a fase de preparação, ele se absteve de beber e jogar mahjong (jogo de mesa de origem chinesa) para se concentrar nos estudos.Mas, novamente, não foi sua vez de entrar na faculdade.Liang disse que, ao contrário dos anos anteriores, ele está começando a se sentir derrotado."Estive pensando se devo continuar", disse ele ao Tianmu News. "Talvez eu precise refletir sobre mim mesmo."Em outra entrevista, Liang expressou mais dúvidas."Talvez eu desista (no próximo ano)", disse ele. "Se eu comparecer no ano que vem, vou deixar de usar meu sobrenome, Liang, caso seja reprovado."-Texto publicado originalmente aqui.
2023-06-28 16:17:00
voceviu
Você viu
https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/06/milionario-chines-fracassa-pela-27a-vez-em-vestibular.shtml
'Glamorous' é a primeira série criada especialmente para garotos gays afeminados
Os algoritmos permitem que as plataformas de streaming conheçam a fundo os gostos de seus espectadores, e façam a eles sugestões cada vez mais certeiras. De uns tempos para cá, esse conhecimento acumulado também é usado para desenvolver programas para públicos bastante específicos.É o caso de "Bridgerton", que foi desenhada para satisfazer às fantasias e anseios de meninas adolescentes. Até a trilha sonora, composta por hits contemporâneos regravados com arranjos para quartetos de cordas, garantem que essas garotas jamais precisem sair de suas zonas de conforto.Recém-chegada à Netflix, "Glamorous" está sendo vendida como uma mistura de "Ugly Betty" com "Emily in Paris", e não há exagero nisso. As duas séries já tinham muitos pontos em comum, que agora são repaginados nesta nova sitcom. Mas bastou assistir aos três primeiros episódios para perceber que se trata, na verdade, do primeiro programa de TV criado especificamente para a "bichinha quaquá". Mais Perdão pelo termo antiquado e preconceituoso, mas acho muito mais preciso do que não-binárie e outras expressões em voga. O protagonista Marco Mejía é um jovem adulto desmunhecadíssimo, de voz fina e gestual afetado. Usa maquiagem todos os dias e anda sempre de salto alto. Seu intérprete atende pelo nome de Miss Benny, que na vida real se identifica como uma mulher trans.Marco se esforça para virar um influenciador do mundo do "beauty care", mas suas lives têm pouca audiência. Para se sustentar, trabalha como vendedor de cosméticos numa loja de departamentos.É lá que, um belo dia, ele esbarra em um de seus ídolos: Madolyn Adison, fundadora e proprietária da Glamorous, uma famosa marca de produtos de beleza. Ela se encanta com Marco e o convida para ser seu segundo assistente. O rapaz então penetra num universo cintilante, onde há muito brilho nos lábios e algumas facadas nas costas.Assim como os de "Bridgerton", os roteiros de "Glamorous" são escritos para materializar todos os desejos de seu público-alvo. Marco é desajeitado, mas nunca se dá realmente mal. É ferino, embora suas alfinetadas sejam quase desprovidas de maldade. Além do mais, faz um sucesso estrondoso com dois gays bem diferentes entre si: um discreto colega de trabalho e um "bofe" musculoso, que não dá a menor pinta.A série aí repete um clichê presente em praticamente qualquer obra audiovisual que tenha uma jovem mulher como protagonista: a mocinha é sempre disputada por dois rapazes, e demora um pouco para decidir qual deles merece seu coração.Kim Cattrall, a Samantha de "Sex and the City", está divertida como Madolyn, embora sua personagem não seja icônica feito Miranda Priestly, a megera encarnada por Meryl Streep em "O Diabo Veste Prada". Gentil e compreensiva, Madolyn não irá gerar memes nem se tornar fantasia de carnaval.Todos os personagens masculinos são homossexuais. Além dos três já citados, também há Chad (Zane Philips), filho de Madolyn e diretor comercial da Glamorous. Arrogante e algo incompetente, ele é quase que o antagonista de Marco.Também há uma moça lésbica e outra bissexual. Tamanha diversidade em nenhum momento parece forçada, e "Glamorous" marca pontos ao mostrar tantas pessoas da comunidade LGBTQIA+ de maneira positiva, em paz com suas próprias sexualidades. Os problemas que elas enfrentam são iguais aos de todo mundo: falta de dinheiro, ansiedade nos relacionamentos, desafios profissionais.Mas a série também parece ter sido gerada em laboratório, ou até mesmo escrita pelo ChatGPT, com a intenção expressa de não pisar no calo de ninguém. A sensação é a de que os roteiristas controlaram exageradamente as línguas dos personagens, com medo do cancelamento.Tudo isso faz com que "Glamorous" seja um entretenimento leve, porém desnecessariamente inofensivo. Faltaram aquelas famosas duas gotas de veneno a mais.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Tony Goes tem 62 anos. Nasceu no Rio de Janeiro, mas vive em São Paulo desde pequeno. Já escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. E atualiza diariamente o blog que leva seu nome: tonygoes.com.br
2023-06-28 13:06:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/tonygoes/2023/06/glamorous-e-a-primeira-serie-criada-especialmente-para-garotos-gays-afeminados.shtml
Corrida e ar seco: veja como minimizar os efeitos da baixa umidade
Corri hoje de manhã. Foi uma porcaria.Depois de algumas centenas de metros eu já estava ofegante, com a respiração mais curta que o normal. Senti calor e tive muita sede. Foi um treino arrastado e cansativo, daqueles que não deixam saudade.Em geral, o desempenho ruim é culpa do meu condicionamento físico de tiozão. Mas hoje não. Nesta manhã de inverno o vilão era outro: o ar seco.O inverno derruba as temperaturas e, de quebra, a umidade relativa do ar. O frio e a redução na frequência das chuvas deixam o ar mais seco – em alguns casos, em níveis desérticos. Quando há inversão térmica, que impede a dispersão de poluentes, a sensação é de que o ar está quase irrespirável. A temporada mal começou e Estado de São Paulo já registrou tardes com a umidade relativa do ar abaixo de 15%. O mesmo vale para o Centro-Oeste, região com histórico de secas.Diferentemente do frio, que dá para resolver vestindo mais roupa, o ar seco não tem solução para o corredor. Então, conto abaixo um pouco sobre os riscos e como minimizar os efeitos da baixa umidade relativa do ar.Não. Pessoas saudáveis e sem histórico de doenças respiratórias não correm risco por correr em dias de baixa umidade. Já quem tem asma ou bronquite deve tomar alguns cuidados. "O tempo seco e frio pode desencadear crise de broncoespasmo, levando a sintomas de tosse, falta de ar e chiado no peito. Também pode deflagrar uma crise de asma em pessoas sem tratamento", explica a corredora e doutora em pneumologia Danielle Bedin.Em tese, não. Mesmo treinos longos ou intervalados podem ser feitos normalmente em dias secos. Só não se surpreenda se houver uma queda de rendimento -- algo semelhante ao que aconteceria em dias muito frios ou muito quentes, por exemplo.A melhor forma de evitar os efeitos da baixa umidade é correr o mais cedo possível. Isso porque a qualidade do ar se deteriora conforme o dia esquenta. Pela manhã, a umidade é mais alta. Já o meio da tarde registra os piores índices de qualidade do ar. Então, se puder, ajuste sua agenda e corra mais cedo.Vale um cuidado extra com a pele também. Frio, sol e tempo seco podem levar a queimaduras e ressecamento da pele e dos lábios.Beba mais água antes, durante e depois da atividade física. A perda de líquidos na respiração se acelera em dias secos, e a reposição insuficiente de água pode levar, em casos extremos, a um quadro de mal-estar e desidratação. Preste atenção aos sinais. Em caso de sede excessiva, boca seca, tontura e fadiga, pare o treino, beba água e descanse.E você? Tem sofrido para correr nos dias secos e frios? Conte abaixo nos comentários, ou mande uma mensagem para blognacorrida@gmail.com. Se quiser me seguir nas redes sociais, meu instagram é @rodrigofloresnacorrida.
2023-06-28 07:00:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/na-corrida/2023/06/corrida-e-ar-seco-veja-como-minimizar-os-efeitos-da-baixa-umidade.shtml
Conjur vê retaliação de 'lavajatistas' na crítica a caravanas
O diretor da revista Consultor Jurídico, Márcio Chaer, publicou, no dia 30 de maio, artigo sob o título "Órfãos da Lava Jato recompõem força tarefa clandestina"."O mote atual da força tarefa clandestina é criminalizar a aproximação dos juízes brasileiros com colegas e autoridades internacionais em encontros promovidos na Europa", afirma.Dias antes, revelei no blog que Chaer havia organizado evento privado em luxuoso hotel às margens do Lago Maggiore, em Milão, no qual "um grupo de ministros do STJ fez palestras e turismo".Chaer afirmou:"Expert na arte de acusar sem acusar, o jornalista Frederico Vasconcelos escreveu esta semana um texto que tenta imputar promiscuidade a esses eventos. Logo ele que, como admite deve ter participado de "mais de cem palestras" para grupos de interesse na sua agenda — "sem cobrar honorários", o que não é verdade, em ao menos um caso. Convidado por este site, Frederico falou para uma plateia de advogados interessados em saber como fazer para aparecer bem na imprensa."Perguntei, dias depois, se Chaer poderia enviar comprovante dos honorários que eu teria recebido. Não enviou. Não houve pagamento. "Você há de lembrar que outros palestrantes foram remunerados porque as inscrições foram pagas", insistiu.Afirmei a Chaer que devo ter proferido mais de cem palestras e participado de debates e aulas para jovens jornalistas, advogados, novos membros da magistratura e do Ministério Público sem cobrar honorários. Opção pessoal, pois não vejo irregularidade no recebimento de honorários pelos profissionais.Chaer diz que "os jornalistas engajados na ressurreição das práticas judiciais corruptas da 'lava jato’ enxergaram nos congressos e fóruns um espaço de retaliação contra os julgadores que atrapalharam seus negócios".Em 21 de julho de 2019, o jornalista Janio de Freitas escreveu na Folha:"Violações das normas por Moro e Deltan Dallagnol foram levadas às dezenas aos tribunais de guarda da legislação. O sempre admirável repórter Frederico Vasconcelos mostrou agora, na Folha, que representações contra atitudes transgressoras de Moro estão há dois anos e mais no Conselho Nacional de Justiça. Dormem o sono dos moradores de rua".O debate citado por Chaer não teve o objetivo de orientar advogados interessados em saber como "aparecer bem na imprensa".A propósito, em 2007 refutei, em artigo na Folha, a tentativa de advogados de desqualificar reportagem que fiz sobre críticas de procuradores da República ao ministro Gilmar Mendes, do STF, e como Chaer atuou nesse episódio.Escrevi: "A reportagem não discutiu o mérito da acusação nem o perfil do procurador que questionou 451 contratos firmados, sem licitação, entre a Advocacia Geral da União, quando Gilmar era o titular do órgão, e o Instituto Brasiliense de Direito Público, do qual é citado como sócio cotista, permitindo que subordinados da AGU frequentassem cursos naquela empresa privada à custa do erário".Escrevi ainda: "Este repórter conversou longamente, por telefone, com Gilmar Mendes. Ouviu o magistrado com respeito e foi tratado com urbanidade. Respeitou o silêncio solicitado, não publicou os comentários nem as acusações que ouviu, algumas ofensivas à honra de procuradores. No dia seguinte, o jornalista Márcio Chaer, misto de "ghost-writer" e assessor de juízes, além de editor de um site jurídico, procurou este repórter e tentou obter um relato da conversa. Não conseguiu."O ministro e o assessor não contestaram.Dois anos antes, Chaer escreveu em sua revista uma resenha de livro de minha autoria. Reproduzo alguns trechos:"Em 2005, estima-se que a chamada ‘comunidade jurídica’ será destinatária de dois mil novos títulos, cujas tiragens somadas devem chegar a 9 milhões de livros. Dificilmente haverá obra tão importante quanto "Juízes no Banco dos Réus", do jornalista Frederico Vasconcelos.(...)"O autor exibe modéstia, discrição e cautela raras no jornalismo. Vê-se que ele tinha muito mais informações do que usou. Poderia ter ido mais longe do que foi".
2023-06-27 21:14:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/frederico-vasconcelos/2023/06/conjur-ve-retaliacao-de-lavajatistas-na-critica-a-caravanas.shtml
O teste do BC
Uma contrapartida essencial à autonomia concedida a órgãos públicos é a transparência de seu processo decisório. Um exemplo oportuno dessa condição pode ser vista na ata, divulgada nesta terça-feira (27), da reunião do Banco Central que decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano.Segundo o documento, embora a permanência da Selic tenha sido aprovada por unanimidade do Comitê de Política Monetária (estavam presentes 8 dos 9 membros do Copom), houve divergência quanto à sinalização dos próximos passos da instituição.A maioria do colegiado avaliou que, com a continuidade da queda da inflação corrente e da esperada no futuro, haverá condições para iniciar um corte cauteloso dos juros em agosto. Já para outro grupo, diz a ata, é preciso aguardar mais dados sobre o comportamento dos preços e da atividade econômica.A exposição pública da discordância contribui para qualificar um debate em que não raro se mistura demagogia política a anseios legítimos da sociedade —não é segredo que o Copom se encontra sob pressão pela queda das taxas comandada por ninguém menos que o presidente da República.Com a adoção de mandatos alternados de quatro anos para o presidente e os diretores do BC, é provável que nos próximos anos se veja mais dissenso nas decisões sobre as taxas de juros. Pela primeira vez na história do país, afinal, haverá convivência de nomes definidos por governos distintos.Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já fez suas duas primeiras indicações para o órgão e, a partir de 2025, deverá ter escolhido a maioria de seus dirigentes, enquanto vão se encerrando os mandatos dos indicados por Jair Bolsonaro (PL).A divergência é natural e saudável, dado que políticas de juros podem se valer de diferentes diagnósticos e estratégias. É fundamental, no entanto, que o objetivo seja sempre proteger a sociedade dos danos de uma inflação elevada —e que todas as posições e decisões tenham sólida base técnica.Foi esse o entendimento que levou à autonomia do BC, respeitada, em formatos variados, na quase totalidade do mundo desenvolvido e em grande parte dos países emergentes. No Brasil, o modelo apenas começa a ser testado.Há que fortalecer continuamente o processo decisório e a prestação regular de contas aos cidadãos, que têm o direito de conhecer os motivos a sustentar medidas de tamanho impacto em seu cotidiano.Visado pelo governo Lula, o regime de metas de inflação também pode, ao menos em tese, ser aperfeiçoado. Será grave erro, porém, buscar um afrouxamento na ilusão de que assim haverá crescimento econômico maior e duradouro.editoriais@grupofolha.com.br
2023-06-27 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/06/o-teste-do-bc.shtml
Um Plano Safra baixo carbono por inteiro
A cada anúncio de um novo Plano Safra ressurgem as expectativas sobre como esse instrumento central da política de crédito agrícola alavancará a transição da agropecuária brasileira para uma agropecuária de baixas emissões de gases de efeito estufa.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...Esse potencial sempre está presente e a preparação do Plano Safra 2023/2024, em novo contexto político nacional e internacional, trouxe a questão para o centro da negociação. É necessário reconhecer que há avanços positivos no atual Plano Safra, construídos e implementados por diálogos entre a sociedade civil e os ministérios da Fazenda, da Agricultura e Pecuária e do Meio Ambiente. Porém, para concretizar todo o potencial de ser o motor da descarbonização da agropecuária, especialistas e estudiosos de várias organizações, entre elas do Imaflora, têm elencado recomendações.O primeiro ponto é buscar não somente aumentar o volume de crédito das linhas carimbadas para a agricultura de baixo carbono. É preciso também ajustar as demais. A linha de crédito para a agricultura de baixo carbono representa, historicamente, menos de 2% do volume disponibilizado e foi modelada para financiar a transição e, prioritariamente, para investimentos. A aquisição de máquinas e o maior uso de tecnologia no campo são, sem dúvida, importantes, mas não suficientes para garantir que os modelos produtivos climaticamente mais eficientes estejam sendo implementados.Já no custeio é possível obter capital para aplicar tanto em despesas perenes como em gastos pontuais. Em geral, a proporção do crédito de custeio é de 70% do total. É um volume alto de recursos, que pode ser mais bem canalizado. Pode ser usado, por exemplo, para a compra de animais com o objetivo de ter matrizes de boa procedência para gerar um rebanho que emita menos metano.Outra evolução necessária nessa política é encontrar e valorizar produtores que adotam modelos mais sustentáveis. O banco de dados do Banco Central (Sicor) não permite enxergar claramente as práticas que estão sendo financiadas. Assim, os dados abertos do Sicor precisam incorporar melhores indicadores, que permitam entender quais práticas de manejo estão realmente sendo financiadas em cada contrato. Em relação às pastagens, por exemplo, não há diferenciação entre o tipo de manejo que é financiado, qual porção está viabilizando uma reforma ou uma recuperação de fato da pastagem.Por fim, para incentivar quem já está no caminho da descarbonização, seria salutar implementar um sistema de indicadores socioambientais e um processo de monitoramento que olhe para as práticas de todos os tomadores de crédito e possa identificar aqueles com maior potencial para gerar impactos socioambientais positivos, atrelando benefícios como melhores condições de financiamento, assistência técnica e seguro rural.
2023-06-27 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/06/um-plano-safra-baixo-carbono-por-inteiro.shtml
Julho se torna o mês dos festivais cervejeiros em São Paulo; confira
Sim, a Oktoberfest pode ser o maior festival cervejeiro do país (em Blumenau) e do mundo (em Munique). Mas os adeptos de rótulos artesanais já têm um mês para chamar de seu. Em julho, pelo menos quatro eventos devem fazer a alegria de quem consome rótulos especiais, das lupuladas às alcoólicas russian imperial stouts.O mês marca os aniversários das queridinhas Trilha Cervejaria (7 anos) e Dogma (8), que promovem festas julinas com várias cervejarias convidadas, além de rótulos próprios especiais. Já o All Beer Sessions congrega mais de 70 cervejarias, incluindo brasileiras e importadas. E tem ainda o aguardado Dark Mauro Day, no EAP, dia dedicado às cervejas escuras. Confira as festas a seguir e reserve a agenda.Para celebrar seu sétimo aniversário, a Trilha oferece uma farra no endereço da Fermentaria, na Barra Funda, repleta de convidados. Além de 15 torneiras e rótulos especiais da casa, os sócios Daniel Bekeierman e Beto Tempel recebem o reforço das ótimas Dádiva, Zalaz, Cozalinda, Salvador Brewing e Devaneio do Velhaco, entre outras.E isso não é tudo. Há também vinhos e sidras da Vivente, café da Um Coffee Co. e quitutes do vizinho Komah e do Lobozó, tudo ao som de setlists de música brasileira com os DJs Magrão e Yve. São esperadas até 300 pessoas no espaço. O ingresso, por R$ 250, dá direito a um copo do evento e 20 vales-farra (a moeda da festa), que podem ser trocados por copos de 100 ml a 300 ml, de acordo com o estilo.Trilha Fermentaria - R. Cônego Vicente Miguel Marino, 390, Barra Funda. Dia 2/7 (dom.): 13h às 20h. Instagram: @trilhacervejaria. Ingr.: R$ 250 (2º lote), em https://loja.trilhacervejaria.com.br/fermentaria. Mais Comandado por Raphael Rodrigues, o All Beers promove um evento recheado de cervejas especiais duas vezes ao ano. Nesta edição de inverno, mais de 70 cervejarias confirmaram presença, entre nacionais e importadas, como Avós (SP), Japas (SP), Masterpiece (RJ), Zapata (RS), Goose Island (EUA), Trappistes Rochefort (Bélgica) e Pilsner Urquell (República Tcheca), entre outras. O ingresso (R$ 260 mais taxas) dá direito a open bar de todas as torneiras do evento, além de um copo personalizado.Espaço Escandinavo - R. Job Lane, 1.030, Alto da Boa Vista. Dia 8/7 (sáb.): 13h30 às 18h30. Ingr.: R$ 260, no link sympla.com.br/evento/all-beers-sessions-2023-edicao-inverno/2019827. Instagram: @allbeersbrUm dos principais clientes do Empório Alto dos Pinheiros, Mauro Nakamura faz aniversário no dia 14 de julho. Fã de cervejas escuras, sugeriu ao proprietário Paulo Almeida um dia só com as cervejas com maltes torrados e alto teor alcoólico. A brincadeira se transformou em um dos principais eventos do EAP, e também uma forma de homenagear os clientes. Reunindo fãs de russian imperial stouts e outras vertentes, o DMD deste ano terá cerca de 40 cervejas, sempre especiais, com rótulos exclusivos ou de barril único. Paulo deixa duas torneiras com cervejas claras para não assustar os desavisados. O evento acontece na sexta (14 de julho), mas tem um necessário chorinho no sábado. Nos próximos dias o bar deve divulgar algumas cervejarias participantes em suas redes sociais. Não há cobrança de ingresso.Empório Alto dos Pinheiros - R. Vupabussu, 305, Alto dos Pinheiros. Tel.: 3031-4328. Dia 14/7 (sex.): a partir das 14h. Instagram: @eapsp Mais Fãs das lupuladas da Cervejaria Dogma podem se esbaldar com mais de 30 barris variados da marca e de convidadas —como a Everbrew (Santos) e a Tarin (Nova Lima, MG)— para beber à vontade (mediante ingresso, por R$ 420). O evento planejado para 2020 foi adiado pela pandemia. Agora, marca os oito anos da cervejaria. No perfil no Instagram é possível acompanhar alguns spoilers dos participantes.Espaço GAP - Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 255, Alto dos Pinheiros. Dia 15/7: 13h às 18h. Ingr.: R$ 420, link no Instagram: @cervejariadogma
2023-06-27 19:10:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/copo-cheio/2023/06/julho-se-torna-o-mes-dos-festivais-cervejeiros-em-sao-paulo-confira.shtml
Com o fechamento da Livraria Cultura, conheça outras livrarias de rua em SP
Nesta segunda-feira (26), a Livraria Cultura, uma das mais tradicionais da capital paulista, fechou as portas após a confirmação do decreto de falência pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.O imóvel no Conjunto Nacional, que possuía escadas icônicas com lombadas de livros famosos e cadeiras cheias de leitores, será desocupado. Mas outras livrarias ainda podem ser exploradas na cidade. Veja o roteiro a seguir: Mais Banca Tatuí A livraria, que pertence à editora Lote 42 e funciona em uma banca de jornal. A programação é dedicada à produção cultural independente, com lançamentos, leituras, oficinas e pocket shows. R. Barão de Tatuí, 275, Vila Buarque, região central. Instagram @bancatatui. bancatatui.com.brGato sem Rabo O espaço é inteiramente dedicado a obras de autoras mulheres de vários campos do conhecimento. O espaço realiza rodas de leitura e discussões sobre livros clássicos e lançamentos. R. Amaral Gurgel, 352, Vila Buarque, região central, tel. (11) 99976-0011. Instagram @gato.sem.raboLivraria da Tarde O acervo traz obras de literatura, artes, ciências humanas, negócios e infantojuvenil. O espaço também abriga a cafeteria Made By Nina e faz eventos. O próximo é uma sessão de autógrafos e bate-papo com Stefano Volp que apresentará seu livro "Nunca Vi a Chuva" nesta quinta-feira (29), às 19h. R. Cônego Eugênio Leite, 956, Pinheiros, região oeste, tel. (11) 3064-9664, WhatsApp (11) 96383-1939. livrariadatarde.com.br @livrariadatarde Receba no seu email um guia com a programação cultural da capital paulista; aberta para não assinantes.Carregando...Livraria da Vila Com quase 40 anos de vida, a rede tem algumas unidades de rua, entre elas a que fica na divisa entre a Vila Madalena e Pinheiros. Ali, vendedores ajudam com a recomendação de títulos nos diferentes espaços. As novidades ficam nas prateleiras mais próximas a quem chega da rua –mas vale a pena conhecer a seção dedicada a livros infantis, bem ao lado do agradável café. R. Fradique Coutinho, 915, Pinheiros, São PauloLivraria Travessa A rede carioca inaugurou em 2019 sua primeira unidade de rua em São Paulo. Situada na rua dos Pinheiros em um espaço de 200 metros quadrados, atrai uma parte do público que circula no bairro aos finais de semana. Tem como destaque livros de arte e publicações estrangeiras, algumas de importação própria. R. dos Pinheiros, 513, Pinheiros, São PauloLivraria do Brooklin Vende livros para adultos e crianças escolhidos a dedo —há uma seção de obras recomendadas pela equipe de livreiros e espaços para quem quiser sentar e ler sem pressa. O café serve comidinhas, vinho em taça e cerveja. R.Hollywood, 275, Brooklin, região sul, tel. (11) 99856-8062. Instagram @livrariadobrooklinMandarina Assim como o acervo, os encontros que acontecem na livraria focam a área de humanidades e abordam temas relacionados a ciências sociais e políticas, filosofia, psicanálise e astrologia. Também promove cursos, contação de histórias para crianças e o Clube de Leituras Frutíferas em uma quinta-feira do mês, das 19h às 20h30 —para participar, é só ler o livro do mês, indicado no site e no Instagram, e aparecer para o debate. Há ainda no espaço um café para acompanhar a leitura. R. Ferreira de Araújo, 373, Pinheiros, região oeste, tel. (11) 3819-5953. Instagram @livraria_mandarina. livrariamandarina.com.brMegafauna Localizada no edifício Copan, a casa se define como um espaço de encontro e debate em defesa do livro. Apresentações e leituras, com a presença de autores, artistas e críticos, passam pela curadoria da própria equipe ou de convidados especiais —já passaram pela programação a cantora Fabiana Cozza, a escritora Heloisa Buarque de Hollanda e a poeta jamaicana Claudia Rankine, entre outros. A livraria também abriga o restaurante Cuia, da chef Bel Coelho, que funciona da manhã à noite. Ed. Copan - av. Ipiranga, 200, loja 53, centro, WhatsApp (11) 91015-0156. livrariamegafauna.com.br @livrariamegafauna Mais Miúda Livraria & Café A livraria especializada em literatura infantil ocupa uma casinha colorida, com café e quintal, na Pompeia. A programação é intensa e conta com lançamento de livros e bate-papo, contação de história e apresentações musicais. R. Coronel Melo de Oliveira, 766, Pompeia, região oeste, tel. (11) 3871-5155. Instagram @livrariamiudaPé de Livro Também dedicada ao público infantil, sempre organiza os lançamentos de livros acompanhados de uma sessão de contação de histórias e oficinas —algumas chegam a extrapolar os limites do imóvel, como uma brincadeira de caça ao tesouro que se estendeu pelo quarteirão. R. Tucuna, 298, Pompeia, região oeste, tel. (11) 95169-2683. Instagram @pedelivro.livrariainfantilPonta de Lança A livraria tem acervo dedicado à literatura brasileira e hispano-americana, humanidades, música e educação, entre publicações novas, de segunda mão e edições raras, que podem ser folheadas em sofás e poltronas. Semanalmente organiza leituras públicas, inclusive de improviso, além de debates abertos, cursos sobre as obras de autores, clubes de leitura, recitais, performances e lançamentos de livros. R. Aureliano Coutinho, 26, Vila Buarque, tel. (11) 3666-1409. Instagram @livrariapontadelancaRia Café e Livraria A apresentação no site dá uma pista do clima lugar: "a livraria da boemia". Inaugurada em novembro de 2021 por Marcos Benuthe, ex-sócio da Mercearia São Pedro, a casa se propõe a funcionar como ponto de encontro entre a atmosfera livresca e a boemia dos bares e cafés. Além de vender livros de pequenas e grandes editoras, zines e plaquetes, sedia lançamentos, cursos, clubes de leitura e exibições de filmes. R. Marinho Falcão, 58, Sumarezinho, região oeste, tel. (11) 2158-0920. Instagram @rialivraria_. revistaria.net/ria-livraria.
2023-06-27 18:49:00
passeios
Passeios
https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2023/06/com-o-fechamento-da-livraria-cultura-conheca-outras-livrarias-de-rua-em-sp.shtml
Segundo alerta de bomba em 24 horas paralisa estação em Barcelona
Uma das principais estações de trem e metrô de Barcelona, na Espanha, foi paralisada na tarde desta terça-feira (27), por volta das 18h, por conta de uma suspeita de bomba.É o segundo alerta em menos de 24 horas no mesmo local.A estação da praça Catalunya está em uma das zonas mais movimentadas da cidade, no centro turístico e histórico, ao lado de centros comerciais e lojas como Apple e Zara. Por ali, passam milhares de pessoas por dia -- muitos deles, turistas.Pouco mais de uma hora depois do alerta, a unidade de explosivos da polícia catalã, com a ajuda de cães treinados e especialistas, emitiu um comunicado oficial de que se tratava de um "falso alarme", e pouco a pouco se retomou a circulação normal das linhas."CABOS E SOM DE RELÓGIO"Um segurança da própria estação chamou a polícia depois de identificar um pacote "suspeito" em uma lata de lixo.Segundo ele, cabos e um som parecido ao de um relógio saíam do artefato.Um dia antes, na tarde desta segunda-feira (26), um alerta falso de bomba também paralisou por 15 minutos as linhas de trem.Neste caso, o pacote suspeito se encontrava dentro de um trem que vinha de Viladecavalls, município da região metropolitana de Barcelona.*** O atentado mais grave em uma estação de trem na Espanha aconteceu em 2004, em Madri. Quatro mochilas-bomba em diferentes vagões resultaram em quase 200 mortes e mais de 2 mil feridos.Na época, uma célula terrorista associada à Al-Qaeda assumiu a autoria do ataque. Trata-se do segundo atentado mais grave da história da União Europeia, atrás apenas da bomba que explodiu no avião da Pan Am em 1980, num voo entre Londres e Nova York, levando à morte todos os 270 passageiros.No atentado mais recente, em 2017, muito perto da praça Catalunya, um jovem jihadista vinculado ao Estado Islâmico matou 16 pessoas e feriu outras 130 na Rambla, um dos principais passeios comerciais e turísticos de Barcelona, ao arremeter uma van contra os transeuntes em uma hora de pico, pouco antes das cinco de uma tarde de verão.Eu já vivia na cidade. Como no ataque das torres gêmeas, todos nos lembramos onde estávamos no momento do ataque. Uma amiga que passava em uma rua lateral recorda a multidão desesperada, os gritos e a confusão: gente correndo pra dentro dos bares, comércios fechando persianas, a espera e a agonia na escuridão. Ela correu com todos pra dentro de um estabelecimento, sem saber o que se passava.Por muito tempo depois do ataque, evitei a Rambla. Minha amiga também. Barcelona é um memorial a céu aberto.Diante do cine Coliseum, na Gran Vía, um monumento em homenagem aos mortos pela Guerra Civil entre 1936 e 1939 serve, agora, também para lembrar os mortos da Rambla.No bairro medieval do Born, a chama perene no alto de uma torre curva de metal, conhecida como El Fossar (fossa, em catalão) de les Moreres, consagra a memória de um evento ainda mais longínquo, mas não esquecido: a morte dos defensores de Barcelona durante os ataques das tropas borbônicas em 1714.No parque de Can Dragó, no bairro da Sagrera, um memorial nos recorda o maior crime já perpetrado pelo grupo terrorista basco ETA, em 1987, quando a explosão de um carro-bomba no estacionamento do supermercado Hipercor, em funcionamento até hoje nas cercanias, levou à morte de 21 pessoas.***Barcelona é um dos destinos mais visitados do mundo. Em 2022, estima-se que 7 milhões de turistas passaram pela cidade. Pra se ter uma ideia, o Rio de Janeiro, no top 100, recebeu 2,3 milhões no mesmo ano.Passo pela estação Catalunya, sempre abarrotadíssima de turistas falando todas as línguas do universo, carregados com mochilas e crianças e presentes do Passeig de Gràcia, quase todo dia.Esta tarde, ao saber das notícias, um amigo me ligou: "você está bem?"E eu tive medo. É um momento. A vida. Na hora de pegar o trem de volta pra casa, vagões inusualmente vazios, pessoas entreolhando-se. A voz do condutor no alto-falante soa estranha, abrupta. Alguém escuta o anúncio, olha pra mim e pergunta: mas o que é que ele disse? E uma mulher ao meu lado comenta: hoje é um dia estranho. É, sim.(Siga meu perfil no Instagram)
2023-06-27 18:42:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/normalitas/2023/06/segundo-alerta-de-bomba-em-24-horas-paralisa-estacao-em-barcelona.shtml
Os truques tecnológicos que deixam os games mais próximos da realidade
O policial se aproxima de um edifício industrial abandonado, coberto de grafites. Sua câmera corporal balança à medida que ele caminha, registrando a cena.O tempo é encoberto. O mato cresce pelas rachaduras do pavimento no lado de fora. Um cão late à distância, mas ninguém parece estar no prédio.No interior sombrio e repleto de entulho, fica claro que existem pessoas se escondendo ali. Pessoas que poderiam matar o policial. Mais "Este é o único jogo que já vi que realmente confunde meu cérebro e me faz pensar que é real", diz o primeiro comentário no YouTube sobre o vídeo do jogo Unrecord, que está sendo lançado pelo estúdio francês independente de jogos eletrônicos Drama.O vídeo acumulou milhões de visualizações em poucas semanas e causou sensação na indústria de jogos eletrônicos. Surgiram comentários nas redes sociais questionando se aquilo realmente era um game —e, se fosse, se não seria uma experiência muito realista— até brutal demais.O estúdio Drama não quis dar entrevista para a BBC. Segundo eles, "no momento, estamos ocupados com investidores e distribuidores".Mas os gráficos de muitos games estão ficando cada vez mais sofisticados, talvez se aproximando do chamado "fotorrealismo", em que as imagens não podem ser diferenciadas de fotos e vídeos do mundo real.A versão demo do jogo Unrecord parece muito real, em parte, graças a técnicas inteligentes, segundo Piers Harding-Rolls, chefe de pesquisa de jogos eletrônicos da empresa Ampere Analytics.Ele indica a câmera balançando, que imita as filmagens reais de cenas de crimes. A iluminação opaca, as imagens granuladas e o ruído urbano audível no fundo também ajudam.Mas será que toda essa perfeição poderia deixar algumas pessoas desconfortáveis?"Este ambiente relembra muito algumas das filmagens mais horríveis que você consegue na vida real", afirma Harding-Rolls.O estúdio Drama declarou no Twitter que o jogo não é inspirado em eventos reais específicos.Olhando mais de perto as imagens estáticas do vídeo, é possível observar objetos e texturas que não parecem realistas. Isso pode não ter importância, mas certamente prejudica a percepção de fotorrealidade do game.Harding-Rolls salienta que, geralmente, os avanços da computação gráfica são importantes para a indústria de jogos eletrônicos. Segundo ele, "os consumidores definitivamente querem isso. Eles adoram olhar para as coisas e dizer 'uau, isso é fantástico'."A professora de tecnologia criativa Rachel McDonnell, do Trinity College de Dublin, na Irlanda, concorda que o vídeo do jogo Unrecord é impressionante.Mas ela destaca que certas animações dos personagens são um pouco pesadas.Elas relembram o movimento de personagens de outros games caindo e morrendo em sequências previamente programadas."A animação ainda não acompanhou a renderização em todos os jogos", afirma ela.Segundo McDonnell, a produção de multidões realistas é particularmente difícil."Você ainda as observa com comportamento muito estranho, correndo em círculos e ficando presas —o que instantaneamente retira você da sua presença no jogo."Experimentos realizados por ela e seus colegas indicam que, para a imersão do jogador nos games, a aparência do personagem na tela é muito menos importante do que a forma como ele se move.Marc Whitten, presidente de soluções criativas da empresa de software de jogos eletrônicos Unity, afirma que o conteúdo mais realista de hoje em dia depende da modelagem 3D altamente detalhada dos objetos.No ano passado, a Unity apresentou um vídeo de um leão e seu filhote gerado por computador, que teve dois milhões de pelos elaborados individualmente."Se você não fizer isso, não atinge o fotorrealismo", argumenta Whitten.Sua empresa também desenvolveu modelos altamente realistas de seres humanos com expressões faciais sutis controladas por animação digital.Segundo ele, ainda há espaço para melhorias. Existem diversos outros materiais de difícil simulação, como roupas, que ainda estão longe de parecerem fotorrealistas em jogos eletrônicos.Uma importante tecnologia emergente para os gráficos de jogos são os campos de radiação neurais (NeRFs, na sigla em inglês).A empresa Luma AI, com sede na Califórnia (Estados Unidos), é especializada nestes campos e afirma que já tem clientes que usam sua tecnologia para elaborar jogos eletrônicos.O NeRF é um sistema de inteligência artificial (IA) que pode representar objetos ou cenários capturados em fotografias ou gravações de vídeo no mundo real."Quando você mostra essas imagens de diferentes lados, a rede aprende como a luz é refletida", explica um dos fundadores da Luma, Amit Jain. "Ela mede a luz e aprende com a luz."A forma como a luz é refletida pelo assento de couro de uma motocicleta em comparação com uma lanterna, por exemplo, é totalmente diferente. Simular isso em um game é muito complicado e os NeRFs podem ajudar a automatizar este processo.Alguns dos melhores gráficos de jogos eletrônicos atuais usam o que é conhecido como traçado de raios - simulações precisas da forma como a luz é refletida pelas superfícies, como ela cria efeitos brilhantes em torno de sinais de neon e assim por diante. Mais A inteligência artificial possibilita a produção desses efeitos em games, apesar dos avanços apenas modestos do desempenho dos chips, segundo Bryan Catanzaro, vice-presidente de pesquisa de aprendizado profundo aplicado da Nvidia."Precisamos ser mais inteligentes na forma de construção do mundo e como o oferecemos", explica ele.Um novo modo do jogo de aventura e ação Cyberpunk 2077, chamado Ray Tracing: Overdrive, mostra a diferença que isso pode fazer.A Nvidia afirma que sua tecnologia de Super Amostragem de Aprendizado Profundo (DLSS, na sigla em inglês) permite que os desenvolvedores criem gráficos em alta resolução e alta velocidade de quadros que apresentam traçado de raios com ajuda da IA."O modelo é treinado para saber a aparência das coisas no mundo real", explica Catanzaro.Em alguns casos, é cada vez mais difícil diferenciar os jogos eletrônicos do mundo real, segundo Nick Penwarden, vice-presidente de engenharia da Epic Games. Mas ele afirma que ainda é muito difícil apresentar certos materiais de forma convincente, como uma camada de óleo cintilante sobre uma poça d'água."Estes são aspectos que ainda não temos o poder de simular em tempo real", explica ele.A questão é como fazer essa simulação em consoles de games ou PCs domésticos. Para filmes que apresentam imagens geradas por computador, é possível utilizar computadores enormes, que levam muitos minutos ou mais para fornecer quadros individuais.Os games mais populares do futuro talvez não precisem ser fotorrealistas. Basta olhar para o Minecraft ou para o Fortnite, da própria Epic —dois imensos sucessos, ambos muito distantes da fotorrealidade.Mas melhores efeitos de iluminação e simulações de materiais ajudam os artistas a trabalhar em todo tipo de jogos, defende Penwarden. E eles podem fornecer mais profundidade e complexidade aos ambientes animados ou estilizados."Um dos grandes benefícios de ter a capacidade de fazer imagens fotorreais é que a tecnologia pode começar a fazer grande parte do trabalho para você", afirma Penwarden.
2023-06-27 17:49:00
voceviu
Você viu
https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/06/os-truques-tecnologicos-que-deixam-os-games-mais-proximos-da-realidade.shtml
Ministério Público pede cassação das concessões da Jovem Pan
O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação civil pública pedindo o cancelamento das três outorgas de radiodifusão concedidas à Jovem Pan, ou seja, a cassação das emissoras de rádio do grupo. Os canais no YouTube e na TV paga não se enquadram no caso porque não se trata de radiodifusão, segmento cuja regulamentação exige concessão de Estado e uma série de obrigações sociais e cívicas para funcionar.Segundo o MPF, a "requisição se deve ao alinhamento da emissora à campanha de desinformação que se instalou no país ao longo de 2022 até o início deste ano, com veiculação sistemática, em sua programação, de conteúdos que atentaram contra o regime democrático.""O MPF destaca que as condutas praticadas pela Jovem Pan violaram diretamente a Constituição e a legislação que trata do serviço público de transmissão em rádio e TV", informa o comunicado publicado pelo site da instituição. Mais O cancelamento das outorgas só será definido com trânsito em julgado, quando não há mais possibilidade de recurso.Alguns recursos antes de chegar a esse ponto são o pagamento de indenização e a veiculação de mensagens informativas. O MPF pede que a Jovem Pan seja condenada ao pagamento de R$ 13,4 milhões por danos morais coletivos. O valor corresponde a 10% dos ativos da emissora apresentados em seu último balanço.A ação propõe à Justiça Federal obrigar a Jovem Pan a veicular, ao menos 15 vezes por dia, entre as 6h e as 21h, durante quatro meses, mensagens com informações oficiais sobre a confiabilidade do processo eleitoral. As inserções devem ter de dois a três minutos de duração e trazer dados a serem reunidos pela União, também ré no processo.O MPF cita exemplos de fake news divulgadas pela emissora para atacar a confiabilidade do processo eleitoral de 2022, atacando autoridades e instituições da República, incitando desobediência a leis e a decisões judiciais, defendendo a intervenção das Forças Armadas sobre os Poderes civis e incentivando a população "a subverter a ordem política e social".As outorgas de rádio da Jovem Pan estão em operação em São Paulo e Brasília, mas a rede conta com mais de cem afiliadas que retransmitem o sinal a centenas de municípios em 19 estados, alcançando milhões de ouvintes.A ação tem como base o conteúdo produzido e transmitido pela Jovem Pan entre 1º de janeiro de 2022 e 8 de janeiro deste ano, com foco nos programas "Os Pingos nos Is", "3 em 1", "Morning Show" e "Linha de Frente". Mais de 20 comentaristas são citados em exemplos de discursos que "extrapolam as liberdades de expressão e de radiodifusão e configuram manifestações ilícitas".No levantamento feito pelo MPF, são mencionadas agressões direcionadas a membros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e o uso de termos como "entrave" e "câncer" para caracterizar as cortes, e o ministro Alexandre de Moraes de modo especial."Se as Forças Armadas estiverem dispostas a agir, o que o STF decide é absolutamente irrelevante" e "se vocês [Forças Armadas] vão defender a pátria, e vai haver reação de vagabundo, ué, passa o cerol, pô! Vocês são treinados pra isso" são alguns exemplos coletados na pesquisa.No 8 de janeiro, a rádio elogiou o ato "até então pacífico" e depois tentou justificar a violência: "O responsável por essa situação não vai ser encontrado entre os manifestantes. Os responsáveis por essa situação são exatamente os atores políticos que se ausentaram das providências que esses manifestantes em Brasília [e] em todas as unidades da federação tem se manifestado há vários dias".Para garantir a preservação das provas, o MPF requer que a emissora seja proibida de apagar conteúdos de seu canal no YouTube. Em relação ao Google, o Ministério Público pede que a Justiça determine à empresa a disponibilização, em nuvem, de um link contendo a íntegra de todos os vídeos que a Jovem Pan publicou na plataforma no período compreendido na ação.Para o MPF, o conteúdo disponibilizado no YouTube é o mesmo veiculado em suas transmissões de rádio.Além da ação civil pública, o MPF expediu uma recomendação à Controladoria-Geral da União (CGU) para que ela instaure um processo administrativo que pode impedir a Jovem Pan de celebrar contratos com a administração pública federal. Isso excluiria da Pan contratos de publicidade do governo federal, por exemplo, como da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e mesmo campanhas de utilidade pública como as do Ministério da Saúde.A norma considera que empresas envolvidas em atos antidemocráticos devem ser consideradas inidôneas para contratar negócios com o poder público.Agora, o MPF recomenda que a CGU avalie o caso dentro de um prazo de 30 dias, o que pode ou não resultar em um processo administrativo com risco de levar à declaração de inidoneidade da emissora. Caso a CGU não acolha a recomendação, o tema poderá ser incluído como uma das pretensões da ação civil pública ajuizada.Em nota, a Jovem Pan informou que "a defesa do Grupo Jovem será manifestada exclusivamente nos autos do processo". "O grupo Jovem Pan reafirma diariamente, ao longo de 80 anos, seu compromisso com a sociedade brasileira e a democracia", conclui.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2023-06-27 13:57:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/cristina-padiglione/2023/06/ministerio-publico-pede-cassacao-das-concessoes-da-jovem-pan.shtml
A educação de imigrantes internacionais na agenda de pesquisa e políticas públicas do Brasil
Desde os anos de 2010, a sociedade brasileira presencia um aumento considerável de fluxo de imigrantes internacionais em seu território. Diferente do que foi visto em outros momentos da nossa história desde a Proclamação da República, que primeiro contou um estímulo à imigração europeia, além da vinda de imigrantes japoneses e sírios libaneses, e depois com um longo período de emigração, atualmente, o cenário migratório indica presença marcante de sujeitos vindos de países do Sul global, em especial de países fronteiriços como Venezuela, e de outras regiões do continente americano, como Haiti.O aumento dos fluxos migratórios para o Brasil repercutiu em várias dimensões e instituições sociais, dentre elas a educação básica. Segundo dados do Censo Escolar divulgado pelo INEP/MEC, em 2010, o total de matrículas de imigrantes era de pouco mais de 40 mil. No final do período, em 2019, havia mais de 105 mil imigrantes matriculados, configurando um aumento de mais de 160%.A maior presença de imigrantes internacionais nas escolas, todavia, não garantiu que a temática adquirisse lugar na agenda de produção de conhecimento e de políticas educacionais na mesma proporção. No que se refere à produção de conhecimento, há uma escassez de trabalhos acadêmicos no país com olhar abrangente para as diferentes nacionalidades presentes no nosso sistema de ensino e que associam e utilizam diferentes técnicas de pesquisa, e são poucos os grupos investigados. Não há pesquisas sequer sobre estudantes de países com grande representatividade nos dados de matrículas do Censo Escolar, como ocorre com os colombianos e peruanos.Estudos com diferentes métodos e análises de várias nacionalidades, de forma comparativa entre si e em relação aos brasileiros, somados às constatações particularizadas sobre cada grupo, conferem aprofundamento e promovem leituras que podem colaborar com a construção de evidências para a promoção de políticas educacionais para os imigrantes. Mas, para que a agenda de pesquisa seja consolidada e diferentes técnicas e abordagens metodológicas sejam viabilizadas, é preciso que o Estado Brasileiro invista e fomente registros e pesquisas sobre a população imigrante internacional nas escolas do país. A ausência de dados é o primeiro passo para a invisibilização de um grupo e o seu afastamento da garantia de direitos, enquanto a coleta inadequada das informações desse grupo é um forte indutor de desigualdade na oferta de políticas públicas. Enquanto a ausência de registro gera um apagamento do grupo perante o Estado, o cadastro equivocado de um imigrante, o não registro da sua condição de migrante ou até mesmo a indicação errônea do seu país de origem nas bases de dados é uma forma de negar a esse sujeito a sua própria história.Um bom começo para a consolidação dos imigrantes internacionais seja na agenda de pesquisa ou como pauta das políticas educacionais é aprimorar os dados já existentes e ampliar as informações coletadas. Isso pode ser feito, por exemplo, por meio da revisão dos itens do Censo Escolar sobre nacionalidade, e pela capacitação adequada dos secretários escolares, responsáveis pelo seu preenchimento. Certamente, o movimento do INEP em ampliar o acesso aos dados sigilosos de educação por meio da criação de núcleos em universidades públicas do país, em consonância com o Serviço de Acesso a Dados Protegidos – Sedap, como ocorreu recentemente na UFMG, colaborará e estimulará muitos pesquisadores a se dedicarem ao tema.Além dos poucos dados existentes, também não há até o momento um esforço conjunto e coletivo de diferentes entes federados e setores da sociedade civil em construir orientações ou normativas nacionais que apoiem ou respaldem a comunidade escolar a lidar com esse novo cenário. O que temos visto na última década são iniciativas de alguns governos municipais e estaduais que, em face do aumento de fluxo de imigrantes em suas escolas, desenvolveram recursos pedagógicos para apoiar o processo de inclusão educacional dos imigrantes.Para que os imigrantes não sejam alijados do processo de reconstrução da educação que estamos vivendo, é preciso que eles estejam presentes nas agendas de pesquisas e nas pautas das políticas públicas. Essa presença será importante não só para garantir o direito à educação às diferentes nacionalidades que migram para o Brasil, mas para apoiar professores, diretores e colegas brasileiros a acolher e orientar os estudantes em seu processo de escolarização.O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Zakia Ismail foi Movimiento, de Jorge Drexler.
2023-06-27 12:00:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/politicas-e-justica/2023/06/a-educacao-de-imigrantes-internacionais-na-agenda-de-pesquisa-e-politicas-publicas-do-brasil.shtml
Levei meu primeiro grande esporro por ser alcoólatra sem saber que era um apagão
"O presente ajuda a mudar o passado." É real e me sinto na obrigação de dizer isso de modo bem contundente para você que ainda está numa relação péssima com o álcool, achando que todas as atrocidades que cometeu bêbado estão botando uma pá de cal na sua vida.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando...Durante muitos anos me afoguei em remorsos e arrependimentos. A famosa ressaca moral que no fim do meu alcoolismo ativo já tinha me dominado por completo, agora já posso encarar com um distanciamento. Lembro da primeira vez que levei uma bronca por algo que não fiz. Sim! Porque eu bebia muito e não lembrava de jeito nenhum do que tinha feito – 99% (para mais) eram coisas que eu sequer cogitaria em pensar em sã consciência.Essa bronca me marcou muito e hoje entendo que ela foi o começo de uma jornada de autoconhecimento. Passava do meio-dia quando minha amiga me ligou e eu atendi, ainda eufórica: "Oi, Rôôôôô, tudo bem, vem aquiiii"... Quando fui interrompida: "Aliiiiiiice, você tem noção do que você fez ontem?"Claro que eu não tinha a menor ideia. "Pois é, você passou de todos os limites, foi a pessoa mais irresponsável , mais egoísta, mais..." (enquanto Roberta falava por cerca de dez minutos —ju-ro—, minha cabeça tentava entender por que tanta raiva, e que raios eu tinha feito. Força inútil porque eu não sabia, não sei e jamais teria a menor ideia do que tinha feito).Creio que posso dizer que na noite anterior com certeza tomei três garrafas de vinho branco misturado com algumas outras coisas que estavam servindo no casamento. (Quantidade apurada com Roberta.) Casamento que eu tinha ajudado a organizar ao longo de três meses porque era da prima da minha amiga —essa que estava no telefone muito, mas muito brava. Meses que preparei desde a lista de convidados, até os remédios do banheiro. (Sim, tinha aquele tubinho amarelo que tanto me ajudava nas noites de bebedeira.). Casamento que durou três meses de produção, um dia de cabelo e maquiagem e mais uma hora depois do sim do casal. Durou pra mim, digo. Não sei se para o casal.Eu comecei a beber com a noiva indo para a cerimônia e só terminei até desmaiar e despertar no dia seguinte. Somada à bronca de Roberta, a minha tia que estava em casa me disse: "Nossa, Alice, que menino bonito que te trouxe em casa hoje cedo (eu tinha emendado o casamento com um after que foi até de manhãzinha). É seu namorado?" — Q U E M E N I N O?? Comecei a ficar tensa.Roberta me contou que eu tinha transformado o quarto da produção do casamento num campo de guerra, jogando tudo pro chão numa espécie de fúria e tristeza. Não só estava "possuída", como ainda atirava objetos em direção a Roberta, que tentava (inutilmente) me impedir de continuar naquela toada. Ela não conseguiu me brecar e eu provavelmente quis encontrar alguém que me deixasse beber. Conclusão: havia chegado em casa com um rapaz X. Não tinha ideia de quem era.O desespero só crescia naquelas três horas que eu passaria tentando desvendar o roteiro do que tinha acontecido comigo. Deus protege os bêbados, não é o que se diz? Pois é. Depois dessas infinitas horas, intercaladas de um calor insano, uma náusea absurda, uma tremedeira e choros compulsivos, descobri que tinha sido um grande amigo que tinha cuidado de mim e me levado pra casa.O alívio só não foi maior porque Roberta não queria falar comigo e eu, naquele desespero de ressaca, arrependimento, tristeza, levei meu primeiro grande esporro por ser alcoólatra, sem saber que era. Hoje não sou mais tão próxima da Roberta, provavelmente ela não tem a menor ideia da importância que teve para mim e para o começo da minha familiaridade com o alcoolismo. Digo começo porque depois disso ainda iria cometer outras insanidades por mais dezenove anos.Se conto isso é pra dizer que hoje não dou risada desse episódio, porque de fato não teve a menor graça. Mas tudo que venho construindo em sobriedade me permite olhar para esse momento como algo distante, e parte de quem eu sou e de como fui enfrentando essa batalha que é o alcoolismo. O presente ajuda a ressignificar o passado e me faz ficar em paz comigo e com todos. É possível.
2023-06-27 08:00:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/vida-de-alcoolatra/2023/06/levei-meu-primeiro-grande-esporro-por-ser-alcoolatra-sem-saber-que-era-um-apagao.shtml
Motim na Rússia
Paralelos históricos são tentadores quando o extraordinário se desenrola em tempo real.A Rússia é pródiga em episódios dramáticos, como mostrou o jornalista americano John Reed em seu clássico e panfletário "Dez dias que abalaram o mundo", de 1919, o mais próximo de uma narrativa instantânea da crise de 1917, que viria a parir a União Soviética em 1922.De sexta a sábado (24), Vladimir Putin enfrentou o primeiro motim armado em 23 anos de poder no Kremlin —e por dois dias, se não foi abalado, o mundo prendeu a respiração. Por distintas que sejam as realidades, foi o líder russo o primeiro a lembrar de 1917.Em um discurso severo, prometendo punir as forças mercenárias de seu ex-aliado Ievguêni Prigojin, citou "facada nas costas do povo", "colapso do Exército" e "russos matando russos", itens na ordem do dia 106 anos atrás.A dramaticidade acompanhava o movimento dos soldados do Grupo Wagner, uma criação de Prigojin alimentada por Putin, ao tomar a importante Rostov-do-Don e avançar em comboio, com combates esporádicos, rumo a Moscou.Com a mesma rapidez, veio a dissolução da crise, com ares de pastiche. Prigojin chamou seus homens de volta e rumou para Belarus. Nesta segunda-feira (26), disse que não buscava derrubar Putin, mas evitar a destruição de seu grupo e "responsabilizar" os culpados pela campanha errática da Rússia na Ucrânia.Com escassez factual, não falta quem teorize uma conspiração para desarmar o Wagner —que ganhou muita musculatura, sendo central na Guerra da Ucrânia, além de operar em vários países.Prigojin, o rude ex-presidiário tornado "chef de Putin", por servir as refeições do Kremlin e pela amizade com o chefe, em si não era talhado para liderar uma revolução, como comentaristas ocidentais chegaram a sugerir na crise.Seu objetivo agora declarado era derrubar o ministro da Defesa, Serguei Choigu, seu rival que buscava enquadrar os mercenários.Putin —um dirigente autocrático que explora politicamente a imagem de sua força— manteve o controle da Rússia em meio ao maior desafio doméstico que enfrentou, mas o preço real do desgaste evidente que sofreu ainda terá de ser mensurado.No mínimo, o motim mostrou que as divisões estimuladas pelo presidente para manter o poder têm preço impagável. Um país com vários Exércitos não tem nenhum.Essa é uma péssima assertiva para quem está em guerra, como a Rússia já teve a oportunidade de aprender em sua história A opacidade em torno dos acontecimentos, todavia, torna a resultante da revolta insondável por ora.editoriais@grupofolha.com.br
2023-06-26 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/06/motim-na-russia.shtml
Alíquota única favorece os mais pobres
O relatório do grupo de trabalho da reforma tributária foi apresentado no dia 6 de junho. Nos termos do relatório, a proposta de adoção de uma alíquota única foi questionada sobre a sua efetividade em tornar a tributação do consumo menos regressiva. Nesse sentido, sugeriu-se que fossem adotadas alíquotas diferenciadas para bens e serviços específicos e que fosse avaliada a manutenção do tratamento diferenciado para os produtos da cesta básica. Mas a diferenciação para os produtos da cesta básica efetivamente protege os mais pobres?Uma primeira condição para que a desoneração de algum bem tenha efeito distributivo é que o seu consumo represente uma parcela maior no orçamento dos mais pobres do que no dos mais ricos. Neste caso, em comparação com uma situação sem alíquota reduzida, os mais pobres pagariam proporcionalmente menos imposto que os mais ricos.Essa condição, contudo, nem sempre é satisfeita. Na Europa, já há muitos anos, estudos têm mostrado como os padrões de consumo podem ser muito semelhantes e o efeito distributivo de uma tal medida poderia ser muito pequeno. Mas, mesmo que essa condição fosse satisfeita, outros problemas mostram como esse é um péssimo instrumento para fazer distribuição.Em primeiro lugar, ainda que, em termos relativos, o gasto dos mais pobres com bens desonerados possa ser menor que o dos mais ricos, estes últimos também vão consumir produtos sujeitos a alíquotas reduzidas. Também haverá ganho para os mais ricos e esse ganho pode até mesmo ser, em termos absolutos, maior que o dos mais pobres.Uma das razões para isso é que as versões de alto custo dos bens (consumidas só pelos mais ricos) também são atingidas pelas desonerações. O tratamento diferenciado para carne ou o peixe, por exemplo, não distingue entre seus diversos tipos: o filet mignon ou o salmão também têm suas alíquotas reduzidas.Além disso, para que os consumidores possam se beneficiar de alguma redução, a alíquota menor teria que ser repassada ao preço cobrado do consumidor final. No entanto, a teoria e a evidência empírica internacional mostram que os repasses nem sempre são completos.No caso brasileiro, nós analisamos o repasse de todas as alterações do ICMS ocorridas nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia para uma cesta com 79 produtos alimentícios no período 1994-2021. E constatamos como, em média, cada ponto percentual de variação no ICMS gerou aproximadamente apenas 0,13% de variação nos preços.Criar alíquotas diferenciadas faz aumentar também os custos de conformidade para as empresas e os custos da administração pública para fiscalizá-las. Além disso, torna o desenho da política tributária um terreno fértil para a pressão dos grupos de interesse. Como o contribuinte sempre procura encaixar o maior número de bens e serviços entre aqueles que têm tratamento diferenciado, faz surgir naturalmente um contencioso entre fisco e contribuinte sobre a classificação dos bens. A esse respeito, Pedro Ferreira e coautores mostraram como há sólidas evidências de que, no Brasil, os ganhos com a redução da dispersão das alíquotas no imposto sobre o consumo seriam significativos.Por tudo isso, há instrumentos alternativos —como o programa Bolsa Família e a devolução personalizada, já instituída no Rio Grande do Sul— que, com os mesmos recursos, podem alcançar resultados muito melhores. Nesses casos, os recursos são focalizados exclusivamente nos mais pobres, que não ficam dependentes de um repasse, que pode ou não acontecer, para que sejam beneficiados.Alíquota diferenciada para produtos da cesta básica soa, à primeira vista, como algo benéfico. Mas é solução de quem não olhou aspectos importantes da questão. A adoção de uma alíquota uniforme, associada a programas que atinjam exclusivamente os mais pobres poderia assegurar ganhos muito maiores em termos de transparência e distribuição.
2023-06-26 22:18:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/06/aliquota-unica-favorece-os-mais-pobres.shtml
Perdas e danos
Uma política pública eficiente precisa se basear em evidências e alocar recursos de modo racional para que obtenha o retorno estimado com o menor gasto possível. Considerando esses parâmetros, a política brasileira para as drogas é exemplo de ineficiência.Estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que o país arque com um custo, em termos de bem-estar, de R$ 50 bilhões anuais, em valores de 2017, ou 0,77% do PIB, com a proibição do uso de drogas e a repressão ao tráfico.Ademais, a partir do cálculo das mortes violentas associadas a substâncias ilícitas, a pesquisa conclui que a chamada guerra às drogas diminui em 4,2 meses a expectativa de vida do brasileiro.Como aponta o documento, 46,6% das mortes intencionais na cidade do Rio em 2017 eram relacionadas a drogas; no estado de São Paulo, o índice era de 27,7%.Números sempre podem variar conforme a metodologia utilizada. De mais certo, os dados reforçam o diagnóstico de que a proibição, mais que inócua, é danosa.Isso porque diversas pesquisas, feitas aqui e no exterior, mostram que a ilegalidade causa mais mortes do que o consumo."É como se cada brasileiro pagasse um imposto de R$ 269 por ano da guerra às drogas", diz o economista Daniel Cerqueira, do Ipea, coordenador da pesquisa.Além de deixar de produzir riquezas, gastamos muito. Em 2017, os estados mais populosos do país, Rio de Janeiro e São Paulo, desembolsaram juntos cerca de R$ 5,2 bilhões no combate às drogas.E gastamos mal. Num ranking de 30 nações do Global Drug Policy Index, que avalia a eficácia da política de drogas, o Brasil está em último lugar, atrás de países muito pobres, como Uganda. O que puxa nossa nota para baixo é a precariedade de ações na área da saúde e o abuso no uso da força policial.Primeira colocada, a Noruega tem altíssimo aporte em saúde. Em terceiro, Portugal descriminalizou a posse para consumo pessoal em 2001. Cerca de 30 países no mundo já o fizeram para uma ou mais substâncias, dos quais 8 na América Latina para todas as drogas.No Brasil, o Supremo Tribunal Federal julga ação que pode levar à descriminalização do uso de maconha ou até geral. Já passou da hora de Congresso Nacional e sociedade debaterem mudanças em uma política pública que já se mostrou cara, ineficiente e letal.editoriais@grupofolha.com.br
2023-06-26 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/06/perdas-e-danos.shtml
Projeto de lei de revisão do Plano Diretor é votado em São Paulo
A Câmara Municipal de São Paulo discute na noite desta segunda-feira (26) a revisão do Plano Diretor Estratégico da cidade.O texto final, criticado por urbanistas, institutos de pesquisa e movimentos sociais, está sendo votado em sessão plenária que já passa de 8 horas e causa tensão entre vereadores, especialmente pelo racha na bancada do PT, que tem 5 dos seus 8 integrantes apoiando o polêmico projeto de lei.
2023-06-26 18:28:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/ciclocosmo/2023/06/projeto-de-lei-de-revisao-do-plano-diretor-e-votado-em-sao-paulo.shtml
São Paulo, a melhor metade do céu
Sempre fui ótimo aluno de português e péssimo em geografia. Um dia, era uma sexta-feira chuvosa e de muito calor, cheguei relativamente cedo ao colégio e dei de cara com a professora de geografia. Ela me olhou e educadamente disse que queria conversar comigo no fim da aula.A matéria do dia era sobre o planisfério, mapa que representa toda a superfície do planeta Terra. A professora explicou que a geografia é a mais literária de todas as artes. Reúne várias ciências, como geologia, climatologia e biologia. E acabou dizendo que etimologicamente geografia é a escritura do mundo.Depois da aula, a professora voltou sorrindo e foi direto ao assunto. Disse que houve uma reunião com o diretor e alguns professores e que eu fui o motivo dessa reunião, mas ninguém fez queixa de mim; pelo contrário, todos estavam satisfeitos com meu rendimento escolar, principalmente o Zacharias, meu professor de português. Terminada a reunião, ela, muito indignada, resolveu conversar pessoalmente comigo. Afinal, eu era um péssimo aluno só em geografia.Perguntou o que era para mim a geografia. Parafraseando Ambrose Bierce, respondi que Deus usa a guerra para ensinar geografia aos americanos. A indignação dela se transformou em raiva, o sorriso inicial desapareceu e os traços do rosto pareciam um cemitério de resíduos nucleares.Disse-lhe então que amava São Paulo e, muito mais, o meu bairro. E que não tinha nenhum interesse em nada que estivesse fora da minha cidade. Tentei explicar que São Paulo, para mim, não é um lugar geográfico, mas sim um estado mental, meu limite, ir mais longe não preciso...Comecei a falar para a professora que São Paulo está localizado na região Sudeste, que o estado faz divisa com Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio de Janeiro, representando 3% do território brasileiro. Mais O lema da capital, presente em seu brasão oficial, é Non ducor, duco, frase latina que significa "Não sou conduzido, conduzo". Fundada em 1554 por padres jesuítas, a cidade é mundialmente conhecida, exerce forte influência nacional e tem significativa importância internacional, tanto do ponto de vista cultural, como econômico e político. São Paulo tem altitude média de 760 metros e a serra da Cantareira é uma das maiores florestas urbanas do mundo.Há um bairro em São Paulo, Bela Vista, mais conhecido por Bixiga, onde eu morava e se respirava cultura, magia, sonhos, teatro, biblioteca, tudo a poucos minutos do centro da cidade. Não era exatamente um bairro, e sim um estado de alma, onde o mundo não era um problema e as ausências eram sempre resolvidas. O único bairro onde os motéis tinham cama redonda com a cabeceira de curvim com som embutido. O clima era sempre de pecado, isso na melhor metade do céu.Isso, Bela Vista é a melhor metade do céu! E a gente adorava quando Roberto Carlos cantava "no seu corpo, minhas mãos se deslizam e se firmam numa curva mais bonita..."."Professora", disse eu, "aprendi a nadar no rio Tietê, onde a água era verdadeira. E comecei a entender e amar a natureza no Horto Florestal, ou Parque Estadual Alberto Löfgren. Então, não preciso saber que o maior rio de Hamburgo é o Elba, que o rio Sena fica na França e o Mondego em Portugal. Você me ensinou que o Brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral, mas na verdade foi uma invasão à terra dos indígenas. Não quero saber da Europa, onde só com Alzheimer os idosos aceitam uma cuidadora negra. Não quero saber da geografia de um país que colonizou e roubou o Brasil. Semana passada você deu uma aula inteira sobre o Grand Canyon, no estado do Arizona, Estados Unidos. Mas não perdeu nenhum segundo para dizer que nesse mesmo país existem escolas preparatórias para ditadores..."A partir desse dia a professora começou a me considerar um bom aluno de geografia. E, como São Paulo, continuei não sendo conduzido.Heriberto Noppeney é poeta e fotógrafo. É paulista, criado no Bixiga, mas atualmente mora na Espanha.O blog Praça do Leitor é espaço colaborativo em que leitores do jornal podem publicar suas próprias produções. Para submeter materiais, envie uma mensagem para leitor@grupofolha.com.br
2023-06-26 16:54:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/praca-do-leitor/2023/06/sao-paulo-a-melhor-metade-do-ceu.shtml
Por que 101 pessoas e uma cadela disputam o cargo de prefeito de Toronto
Toronto decidirá nesta segunda-feira (26) quem será seu próximo prefeito, depois que revelações de um caso extraconjugal tiraram o antigo líder da cidade do cargo. Não faltam candidatos para escolher - na verdade, um total histórico de 102 nomes estará na cédula, incluindo Molly, uma cadela.A cachorra de seis anos da raça husky e seu dono, Toby Heaps, estão prometendo "parar o ataque de sal" nas estradas da cidade durante o inverno. O sal é comumente usado em estradas durante o inverno rigoroso porque ajuda a derreter o gelo e a neve, tornando as estradas mais seguras para viagens.No entanto, o uso excessivo de sal pode ter impactos ambientais, como danos à vegetação e aos ecossistemas aquáticos. Além disso, argumenta Heaps, pode machucar as patas de cães de patas sensíveis como Molly.Sua campanha também propõe uma solução para a inacessibilidade à moradia, um aumento de impostos sobre empresas bilionárias e a proibição de sistemas de aquecimento de combustíveis fósseis em novas residências e prédios comerciais.Se ele vencer, afirma, designará Molly como a primeira prefeita honorária canina da cidade. "Acho que a prefeitura tomaria decisões melhores se houvesse um animal na sala", disse ele à BBC. Heaps disse que esta eleição é uma oportunidade que ele simplesmente não pode perder. Mais É a primeira eleição suplementar na história de Toronto desde que sete municípios se uniram para formar o que é coloquialmente conhecido como "mega-cidade" há 25 anos. O concurso foi convocado após a renúncia de John Tory, prefeito da cidade nos últimos oito anos.A ascensão de Tory ao poder em 2014 foi vista como um alívio bem-vindo da gestão de Rob Ford, que ganhou as manchetes internacionais por admitir ter fumado crack enquanto estava no cargo. Mas Tory foi criticado por não ter uma visão significativa para Toronto e por aprofundar a desigualdade em uma das cidades mais caras do mundo. Uma coluna do jornal canadenses Toronto Star o descreveu como "raramente inspirador e muitas vezes excessivamente cauteloso".Ele também é criticado por supervisionar uma Toronto que aparentemente está em um ponto de crise, especialmente porque a cidade ainda se recupera dos efeitos da pandemia de covid-19. Durante seu mandato, muitos apontam para problemas como aumento na violência armada, escassez e preço alto de moradias, e violência no transporte público.Apesar dessas críticas, Tory foi eleito três vezes. A mais recente foi em outubro de 2022, quando apenas algumas dezenas de candidatos o desafiaram na época, já que ele era visto como um candidato à reeleição.Até que um escândalo próprio o forçou a deixar o cargo alguns meses depois. Um artigo de fevereiro no Toronto Star revelou que o prefeito casado de 68 anos teve um caso com uma funcionária de 31 anos durante a pandemia de covid-19. Ele renunciou alguns dias após a publicação.Com ele fora de cena, a próxima eleição suplementar em 26 de junho é "uma disputa aberta", disse Nelson Wiseman, professor emérito de ciência política da Universidade de Toronto. "A diferença entre a última vez e esta é que não sabemos quem vai ganhar", disse o professor Wiseman.Uma taxa de C$ 250 (cerca de R$ 904) e 25 assinaturas é tudo que um cidadão de Toronto precisa para concorrer a prefeito. Ao contrário de outras grandes cidades norte-americanas, como Nova Iorque, Los Angeles e Chicago, os candidatos não concorrem de acordo com as linhas partidárias, o que significa que não existe um processo de nomeação que reduza o número de candidatos.Karen Chapple, diretora da Escola de Cidades da Universidade de Toronto, disse que, com o campo aberto, alguns são atraídos para concorrer apenas para ver se têm uma chance. "Há uma espécie de aspecto de aposta nisso", disse ela à BBC.Juntamente com o comparecimento de eleitores consistentemente baixo nas eleições para prefeito de Toronto, isso significa que os candidatos mais bem-sucedidos já precisam de um pouco de reconhecimento.A favorita na corrida é Olivia Chow, considerada o oposto político de John Tory, que ocupa um cargo público desde 1992 e é viúva de Jack Layton, o líder mais celebrado da história do Novo Partido Democrático do Canadá. Muitos de seus opositores são ex-vereadores, com perfis próprios na comunidade.Mas a amplitude e diversidade de candidatos desta vez - de Molly, a cachorra, a uma jovem de 18 anos recém-saída do ensino médio - conta uma história de como a cidade se tornou fragmentada, disse Chapple.Com uma população de quase 3 milhões, incluindo muitos recém-chegados e imigrantes, Toronto é a quarta maior cidade da América do Norte e constantemente citada como uma das cidades mais diversificadas do mundo. Mas com todas essas perspectivas, surgem diferentes perspectivas sobre que tipo de cidade Toronto deveria ser.Alguns conseguem pagar pelo impressionante mercado imobiliário da cidade, enquanto outros alugam apartamentos no porão com colegas de quarto. Há pessoas que vivem nos limites externos da cidade lutando contra o tráfego diário e moradores do centro disputando espaço no metrô. Esses pontos de vista diferentes são refletidos no grupo de candidatos.O ex-chefe de polícia Mark Saunders prometeu aumentar o orçamento da polícia da cidade para combater o crime, enquanto Chow concentrou suas promessas na crise imobiliária de Toronto, prometendo construir casas em terrenos de propriedade da cidade. "Você está vendo uma espécie de reflexo e microcosmo do que Toronto é como cidade", disse Chapple.Enquanto isso, Chloe Brown, uma jovem analista de políticas que passou a maior parte de sua carreira trabalhando com comunidades carentes, afirmou sem rodeios que "Toronto não precisa de mais policiamento", prometendo, em vez disso, financiar apoio à saúde mental.Especialistas e candidatos disseram que ter mais de 100 candidatos na cédula pode ser positivo e negativo. Por um lado, garante que uma variedade de perspectivas seja ouvida e incluída. Mas, por outro lado, Chapple disse que isso também significa que o próximo prefeito de Toronto provavelmente será definido por uma porcentagem muito pequena da população. "Você poderia ter uma situação em que poderia ter uma minoria extrema tomando decisões essencialmente pela cidade", disse ela.Com tanta concorrência, Heaps, tutor de Molly, disse que está ciente de que pode não se tornar o próximo prefeito de Toronto. Sua decisão de concorrer, disse ele, nasceu de uma conversa com seu filho de sete anos. "Eu disse: 'Ok, bem, você sabe que há uma boa chance de não vencermos. Como você se sentiria então?'", lembrou Heaps. "Ele disse: 'Eu ficaria bravo, ficaria triste, mas ficaria feliz por você ter tentado'.""Isso foi bom o suficiente para mim."
2023-06-26 16:14:00
voceviu
Você viu
https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/06/por-que-101-pessoas-e-uma-cadela-disputam-o-cargo-de-prefeito-de-toronto.shtml
Primeiro canal de surfe do Brasil, Woohoo se reinventa com games
O Woohoo foi o primeiro canal pago de surfe criado no Brasil, ainda nos anos 1990, sob o chapéu da então programadora Turner, hoje Warner Bros Discovery. Logo após a lei da TV paga, regulamentada em 2012, que não favorecia sua condição de canal nacional abrigado pela gringa Turner, ele se libertou do vínculo e se tornou independente, então totalmente nacional.De lá para cá, o volume de assinantes de TV paga caiu vertiginosamente no Brasil, de 20 milhões para 13 milhões, obrigando todos os canais a se readequarem ao consumo de seus conteúdos, por meio de outras plataformas.No caso do Whoohoo, a transformação abrange conteúdo, e não só distribuição, com a adesão a um segmento que só cresce no país: o de games. Antes um pilar da comunidade brasileira de surfe e skate, o canal se reinventou para abraçar a plateia mais jovem atualmente engajada em uma indústria que arrecadou cerca de US$ 196 bilhões no mundo em 2022 e cresce a cada ano. Mais Só no Brasil, o negócio de games movimenta R$ 12 bilhões ao ano. Isso coloca o país na liderança em receita no setor na América Latina.Atualmente, o Woohoo atinge mais de 8,5 milhões de lares com uma programação que abrange os universos gamers e geek. Com investimento de R$ 50 milhões da holding Brickto Games S/A, o canal idealizou uma programação que explora todas as vertentes da indústria de games, abrindo a discussão sobre o assunto com novas atrações, apresentadores e temáticas de inclusão e diversidade.O Brasil é o 10º maior mercado de games do mundo.Nomes importantes da indústria e personalidades populares da comunidade geek comandam as novas atrações do canal, sobretudo no campo relacionado a este universo, como e-sports, torneios, lançamentos, discussões e game plays. A meta é atrair os 78% dos jovens que, de acordo com a PGB (Pesquisa Game Brasil 2023), consomem jogos eletrônicos como forma de lazer."Estamos indo para um novo desafio, com novos canais e um novo propósito: ser um pilar da comunidade gamer para legitimar e moldar a imagem do gamer diante da sociedade", argumenta Antonio Ricardo Lopes, fundador do canal. Ele pretende desconstruir discursos como "Saia da frente do PC, vá trabalhar, vá estudar ou fazer algo que preste".Nada diferente do que fez com o incentivo ao surfe e ao skate, a despeito do sedentarismo presente na prática de um joy sticker e ausente nas modalidades que antes contemplavam o alvo do canal. Mas já que uma coisa não exclui a outra, o canal planeja para 2023 a exibição de 235 horas de competições e 169 horas voltadas para conteúdos específicos sobre games, além de dedicar outras 160 horas para seguir explorando o universo do surfe e skate.A ideia do Woohoo é trazer engajamento não apenas entre fanáticos por e-sports, mas também entre jogadores casuais, que representam quase 77% do mercado.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2023-06-26 15:44:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/cristina-padiglione/2023/06/primeiro-canal-de-surfe-do-brasil-woohoo-se-reinventa-com-games.shtml
Marina Ruy Barbosa volta aos estúdios para nova novela
Primeira novela de Gustavo Reiz na Globo, "Fuzuê" entrou em sua sétima semana de gravações --as seis primeiras em externas e a última em estúdio. Com previsão de estreia para o segundo semestre deste ano, "Fuzuê" começou a ser filmada em Angra dos Reis (RJ), sob direção de Fabricio Mamberti e parte do elenco.Foi lá que Marina Ruy Barbosa voltou a pisar em um set de novelas, após quatro anos afastada do gênero. Na foto acima, a atriz posa em Angra, ao lado de Felipe Simas e do diretor, Mamberti, com Giovana Cordeiro e Nicolas Prattes, já todo repaginado e diferente do Diego, de "Todas as Flores". As cenas gravadas marcaram um dos muitos encontros que a Giovana Cordeiro e Marina Ruy Barbosa vão protagonizar na trama, sem saber que são irmãs. No folhetim, Giovana será Luna, descrita como "mulher forte e carismática", moradora do Bairro de Fátima, que produz joias com materiais reaproveitados e vende seu trabalho nas áreas turísticas do centro da cidade. Mais Ela viverá um movimentado romance com Miguel, personagem de Nicolas, um jovem e gentil advogado, que mora em Portugal. Já Marina será a poderosa Preciosa Montebello, uma mulher decidida, dona de uma joalheria, que faz da ostentação sua marca, e tem um programa de TV onde encarna uma espécie de coach da riqueza, estimulando as mulheres a seguirem seu exemplo. Ela é casada com Heitor (Felipe Simas), um deputado que está sempre na mídia por suas ideias mirabolantes e projetos polêmicos.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2023-06-26 14:11:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/cristina-padiglione/2023/06/marina-ruy-barbosa-volta-aos-estudios-para-nova-novela.shtml
Suposto filho de Gugu rende pico à Record, mas Globo leva a melhor
A disputa pela herança de Gugu Liberato está no ar. O assunto foi alvo das duas revistas dominicais noturnas da TV aberta, o Domingo Espetacular, na Record, e o Fantástico, na Globo, mas não houve confronto entre as duas reportagens, que tampouco alteraram substancialmente o placar de audiência das duas atrações. Na primeira, Roberto Cabrini entrevistou Ricardo Rocha, que alega ser filho do apresentador e vai se submeter a um exame de DNA. Na segunda, as gêmeas Marina e Sofia, filhas de Gugu, falaram brevemente sobre as divergências amistosas com o irmão, João Augusto, e o possível novo irmão, que àquela altura havia acabado de dar entrevista à concorrência.Cabrini conduziu o assunto no Domingo Espetacular entre as 21h10 e as 21h36, obtendo 9 pontos de média, com 10 de pico. No mesmo horário, a Globo tinha 20,4 pontos e o SBT, 7,7. Mais O Fantástico entrou no assunto às 21h52 e às 22h07, registrando então 19,1 pontos, ante 9,1 da Record e 8 do SBT. Sem novidades sobre o caso, o programa teve até menos audiência com esse assunto do que com a visita do correspondente Felipe Santana à casa de um samurai no Japão.Já Cabrini, sempre atento ao assunto da semana, costuma ser o pico do Domingo Espetacular.Os dados são referentes à Grande São Paulo, onde cada ponto corresponde a 206.674 indivíduos, segundo projeções da Kantar Ibope Media, que mensura a audiência de TV no Brasil.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2023-06-26 11:44:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/cristina-padiglione/2023/06/filho-de-gugu-rende-pico-a-record-mas-globo-leva-a-melhor.shtml
Entrevistas com as filhas e o suposto filho de Gugu Liberato atiçam a briga pela fortuna do apresentador
A disputa pela herança bilionária de Gugu Liberato já teve tantas revelações e "plot twists" que virou praticamente um "Succession" à brasileira, só que da vida real. A sequência de reviravoltas e fatos novos é tão grande que, se estivesse no roteiro de uma série, seria tachada de inverossímil. Começou com a exclusão de Rose Miriam Di Matteo, a mãe dos três filhos de Gugu, do testamento do apresentador. As coisas se complicaram quando Thiago Salvático entrou em cena. O chef alega ter mantido uma relação estável com Gugu, o que lhe daria direito a um quinhão de sua fortuna. Uma discussão interminável sobre a sexualidade de Gugu Liberato incendiou as redes sociais. Na semana passada, uma carta de Rose Miriam ao pai de seus filhos pôs mais lenha na fogueira, mostrando que ela não se conformava com a "preferência sexual" dele, e que pretendia "mudar essa situação" com jejuns e orações. E ainda teve o súbito aparecimento de um filho bastardo do apresentador, um clichê digno das piores novelas. Mais Neste domingo, dois programas foram atrás de envolvidos neste imbróglio. O Fantástico (Globo) entrevistou as gêmeas Marina e Sofia, as filhas mais novas de Rose e Gugu. As irmãs, que apoiam as reivindicações da mãe, se disseram surpresas com o pedido de reconhecimento de paternidade feito por Ricardo Rocha, o suposto filho que o apresentador teria tido aos 14 anos de idade. Ao longo de uma matéria que conseguiu resumir o caso todo em menos de 10 minutos, as meninas se mostraram serenas. Negaram estarem rompidas com o irmão mais velho, João Augusto, que se opõe à mãe, e contaram que acham improvável que o pai tenha tido um filho ainda no começo da adolescência. As duas já haviam declarado estarem dispostas a fazer o quanto antes o exame de DNA, que irá apontar se Ricardo Rocha é mesmo meio-irmão delas. O suposto bastardo foi entrevistado por Roberto Cabrini no Domingo Espetacular (Record). Uma reportagem enfadonha, com mais de 25 minutos de duração, indigna da boa reputação de Cabrini como jornalista. O mesmo mote foi repetido várias vezes: Rocha tem certeza de que Gugu é seu pai, porque era isto o que sua mãe lhe dizia. Não há nenhuma outra prova ou evidência. Aos 48 anos de idade, Ricardo Rocha não parece nada com Gugu, e até aparenta mais idade do que os 60 anos que tinha o apresentador, quando este morreu em 2019. Mas o que realmente torna tudo muito suspeito foi a demora de Rocha em vir a público. Por que só agora? Por que nunca procurou seu suposto pai quando ele ainda estava vivo? Por que não se manifestou quando ele morreu? Perguntado por Cabrini, Rocha respondeu apenas que tinha medo de se expor. Não convenceu. Essa briga toda pelo espólio de Gugu fica ainda mais assombrosa quando lembramos que ninguém da família do apresentador jamais entrará no cheque especial pelo resto da vida. Minha colega Rosana Hermann fez um cálculo em sua última coluna: cada um dos cinco sobrinhos contemplados no testamento do apresentador receberá cerca de 50 milhões de reais. Aplicado, este dinheiro renderia R$ 372 mil no primeiro mês. É grana a perder de vista. Podemos questionar a ganância de Rose Miriam: mesmo fora do testamento, ela ficou com a casa onde vive no condomínio de Alphaville, nos arredores de São Paulo. Também tem direito a uma pensão vitalícia no valor de 10 mil dólares por mês, o que, no câmbio atual, dá quase R$ 48 mil reais. E será que ela acredita que seus filhos, que podem ficar com 75% dos bens do pai, algum dia a deixarão à míngua? A carta de Rose a Gugu, divulgada na semana passada, revela que ela não era a cúmplice que ele precisava para ser a mãe de seus filhos. A homofobia que emana daquelas linhas é repulsiva, e Rose perdeu qualquer resquício de simpatia que eu poderia ter por ela. Gugu, que Deus o tenha, também pode ser questionado. Para manter as aparências, o apresentador acabou criando uma confusão colossal, e hoje tem exposta a intimidade que tanto lutou para preservar. Muito dinheiro é ótimo, mas também é um chamariz de problemas. O circo armado em torno da herança de Gugu Liberato segue em cartaz, como atestaram as reportagens exibidas neste domingo. Se fosse uma série, estaria estreando mais uma temporada, e nada indica que será a última.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Tony Goes tem 62 anos. Nasceu no Rio de Janeiro, mas vive em São Paulo desde pequeno. Já escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. E atualiza diariamente o blog que leva seu nome: tonygoes.com.br
2023-06-26 12:00:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/tonygoes/2023/06/entrevistas-com-as-filhas-e-o-suposto-filho-de-gugu-liberato-aticam-a-briga-pela-fortuna-do-apresentador.shtml
Páginas de memes se unem para criar enciclopédia digital
Da colaboração entre algumas das principais páginas de memes da internet brasileira foi lançada, na última quinta-feira (15), AMemepedia, banco de dados colaborativo de conteúdos virais que povoam as redes brasileiras.O objetivo do site, segundo Gabriel Félix, 24, fundador da South America Memes, é criar uma historiografia da internet brasileira —algo que ele chama de "arqueologia digital", pesquisando as origens dos vídeos, imagens, textos e áudios através de ferramentas como o Google Trends e a Wayback Machine.Ele pretende que a AMemepedia sirva como fonte de informação para pesquisas acadêmicas e escolares, jornalísticas e acadêmicas. Ao mesmo tempo, ela também deve funcionar como vitrine de seu trabalho e das criações de outros criadores que administram páginas de memes em diversas redes sociais.A história do criador explica o propósito: Félix passou boa parte dos últimos oito anos cuidando da South America Memes, uma das maiores páginas de memes do Brasil, que criou ao lado de amigos em 2015, no Facebook.Contratado pela agência Flocks durante a ascensão da South America Memes, Félix tentou durante anos convencer marcas e agências a investir em memes como forma de se comunicar com seu público. Poucos levavam a possibilidade a sério.Pouco a pouco, a maré virou: agora, o mercado procura pessoas como ele para desenvolver estratégias digitais de publicidade.Apesar da mudança, Félix sente que a cultura digital produzida nos últimos anos passou e continua a passar despercebida por veículos tradicionais de comunicação. Sem registros formais, ela correria risco de ser perdida e cair no esquecimento.Assim surge a ideia de criar sua própria forma de registro: AMemepedia.Para dar conta do enorme escopo de informações que pretende cobrir, ela funciona num formato colaborativo semelhante ao da Wikipédia: organizada em verbetes, que podem ser editados e criados pelos próprios usuários, desde que a sugestão passe pela moderação.Sua linguagem é pavimentada na informalidade, marca característica das gerações de nativos digitais, que cresceram junto com a internet brasileira. Assim, a página analisa a cultura digital brasileira tanto quanto a reafirma.O trabalho para construi-la é feito voluntariamente pelos "mememakers". Entre eles, estão o fundador, Gabriel Félix, e Wangler Bastos, ambos da South America Memes, além de Leandro Marin (História no Paint), Camila Pinheiro, Carlos Henrique, conhecido como Leod, outro ex-colaborador da SAM, Samuel Cardoso (Midnight), Lucas Olival (Odebosh), Nicole Resende e Matheus dos Anjos.Também participam do projeto páginas como Coisas Para Ver Ch4p4do, Melted Videos, O Brasil Que Deu Certo, Rolê Aleatório, Saquinho de Lixo, Greengo Dictionary, Razões para Acreditar e a Choquei.Além dos verbetes, Félix pretende entrevistar os protagonistas de alguns memes para contar a história deles com mais profundidade.É o caso de Jhaymes Mattos, 29, que trabalha como ambulante há mais de 10 anos, no bairro de Boaçu, em São Gonçalo (RJ). Ele viralizou com um vídeo em que aparece manobrando sua moto enquanto vende saladas de frutas —o meme lhe rendeu o apelido de James da Salada de Fruta.A entrevista foi distribuída em vários formatos: em um texto na aba de notícias da AMemepedia, no podcast Virou Viral, criado junto com o site, e em vídeos curtos distribuídos pelas redes sociais.Junto dela, foi criada uma campanha de vaquinha para ajudar Jhaymes, que arrecadou R$ 23 mil em pouco mais de uma semana.
2023-06-26 11:58:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/hashtag/2023/06/paginas-de-memes-se-unem-para-criar-enciclopedia-digital.shtml
Pacaembu terá quatro quadras de beach tênis e aulas gratuitas em julho
São Paulo tem um novo capítulo na ascensão das quadras de beach tênis: elas chegam agora na Praça Charles Miller, diante do tradicional estádio do Pacaembu.O projeto gratuito Praia de Paulista, que começa dia 1º de julho e segue até 30, vai permitir a prática de esportes na areia —mas também tem espreguiçadeiras para quem só quiser pegar um sol.Ao todo, serão quatro quadras de areia em que podem ser praticados futevôlei e beach tênis, sempre de terça a domingo, das 9h às 17h. Haverá também uma arena central com torneios oficiais dessas modalidades.Quem quiser usar o espaço, que tem 4.200 m2, terá de fazer agendamento prévio no site praiadepaulista.com.br. O uso pode ser para uma pessoa ou para um grupo. Mais Em frente à entrada do estádio estará a arena principal, com capacidade para 1.000 pessoas. Lá acontecerão o Campeonato Paulista de Futevôlei, o Circuito Paulista de Clubes de Futevôlei, o Campeonato Paulista de Clubes de Beach Tennis e o Circuito Paulista de Beach Tennis –Etapa Praia de Paulista. As partidas decisivas serão transmitidas pelos canais SporTV.Com o inverno mais quente e menos chuvoso que o comum, o Praia Paulista estimulará as pessoas a levarem suas bebidas e comidas em um cooler –tal qual em uma praia– para consumir no local. Haverá ainda quatro bebedouros onde os visitantes poderão encher suas garrafas.O projeto é uma parceria entre a empresa Goolaço, que oferece serviços e eventos esportivos, e o Museu do Futebol, instituição do governo do estado de São Paulo.O local terá também contâiners para separação do lixo, tratado por uma empresa especializada.
2023-06-16 12:41:00
passeios
Passeios
https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2023/06/pacaembu-tera-quatro-quadras-de-beach-tenis-gratuitas-em-julho.shtml
Com chapéus no lugar de coroas, goiana e paulista são eleitos Miss e Mister Rodeio Brasil 2023
Na noite deste domingo (25), a goiana Danielle Santana, 26, e o paulista Maicon Santos, 29, foram eleitos, respectivamente, Miss e Mister Rodeio Brasil 2023. A final aconteceu em Barretos, no interior paulista, distante 421 km da capital do estado. Ao todo, 28 participantes concorreram nas disputas, sendo 19 moças e 9 rapazes."Tô nem acreditando, gente. É um turbilhão de emoções", disse a miss em suas redes sociais, após a vitória. Representante de Rio Verde (GO), Danielle é modelo e empresária, e tornou-se a 7ª vencedora da etapa feminina. Ao invés de uma coroa, foi colocado um chapéu de cowgirl exclusivo e estilizado em sua cabeça, pelas mãos da mineira Fabíola Jeanne, detentora do título de 2022. Mais A Miss Olímpia (SP), Bruna Carvalho, ficou em segundo lugar, seguida pela Miss Bandeirantes (PR), Mayra Cappi, em terceiro. Completaram o Top 5 as misses Frutal (MG), Rafaela Fernandes (4º lugar), e Extrema (MG), Victoria Azevedo (5º).Do lado masculino, Maicon, que também é modelo e empresário, defendeu a cidade de Santa Ernestina (SP) e é o 12º Mister Rodeio Brasil. "Meu povo, estou em êxtase. Minha ficha não caiu ainda, estou sem acreditar, emocionado, feliz, um filme passando na cabeça", postou o mister, que recebeu o chapéu exclusivo na cabeça pelo seu antecessor no posto, Max Willian, de Embaúba (SP).Na vice-liderança ficou o Mister Franca (SP), João Paulo G, seguido pelo Mister Ubatuba (SP), Marcelo Focas, em terceiro. Em 4º e 5º lugares ficaram, na sequência, os Misters Monte Azul Paulista (SP), Renan Fagliari, e Barretos (SP), Tarcisio Lopes.Todos foram avaliados por um corpo de jurados com notas, em três etapas preliminares: entrevista (Comunicação), desempenho nas redes sociais (Social Media Challenge) e beleza plástica, harmonia corporal e saúde (Best Body). Também desfilaram em traje de banho e traje country - que substitui as conhecidas performance em traje de gala, dos concursos mais tradicionais. No palco, os selecionados responderam ainda a uma mesma pergunta.Ambos os vencedores levam para casa, além de uma quantia em dinheiro, prêmios e presentes de patrocinadores, um passaporte para curtir os 11 dias da Festa do Peão de Barretos deste ano. Eles também viram celebridades country, com presença VIP em todo s os camarotes da Country Mix Gold em festas de peão pelo país.A final foi aberta ao público e teve transmissão ao vivo pelo canal oficial do concurso no Youtube e em suas redes sociais. O show aconteceu na praça de alimentação do North Shopping Barretos. Mais DELICADOS E RÚSTICOSSegundo o diretor do concurso, Milton Figueiredo, para vencer é preciso ter "toda a delicadeza de uma miss e classe de um mister, com o adicional da rusticidade característica do povo caipira e sertanejo". "O conjunto dessas características, mescladas com simpatia, elegância e boa comunicação, definem os vencedores", conta.Milton explica ainda que ambos os títulos "representam o público do rodeio, que gosta da música e do universo country e sertanejo, além de todos os pormenores da tradição caipira". Por isso, a única regra, desde a primeira edição, é que tenham afinidade e gostem dos universos sertanejo, country e caipira, e pode ser casados, terem filhos ou até mesmo serem pessoas transgênero – quesito que tem ganhado ênfase no mundo miss nos últimos anos. Para se inscrever, basta ser maior de 18 anos ou emancipado, e não é necessário ser peão ou amazona.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Fábio Luís de Paula é jornalista especializado na cobertura de concursos de beleza, sendo os principais deles o Miss Brasil, Miss Universo, Miss Mundo e Mister Brasil. Formado em jornalismo pelo Mackenzie, passou por Redações da Folha e do UOL, além de assessorias e comunicação corporativa. Contato ou sugestões, acesse instagram.com/defaixaacoroa e facebook.com/defaixaacoroa
2023-06-25 23:31:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/de-faixa-a-coroa/2023/06/com-chapeus-no-lugar-de-coroas-goiana-e-paulista-sao-eleitos-miss-e-mister-rodeio-brasil-2023.shtml
Recuos na revisão do Plano Diretor não impedem retrocesso em São Paulo
A votação definitiva da revisão do Plano Diretor Estratégico (PDE) de São Paulo está marcada para esta segunda-feira (26) na Câmara Municipal. O projeto de lei ataca diretrizes do PDE de 2014 e desperta a indignação de especialistas, movimentos sociais e associações de bairro.A pressão popular das últimas semanas surtiu efeito, e o prefeito Ricardo Nunes (MDB), com medo da opinião pública, foi obrigado a recuar e modificar alguns aspectos da proposta. O novo substitutivo, apresentado pelo relator, vereador Rodrigo Goulart (PSD), excluiu pontos que tinham recebido muitas críticas. No entanto, essas alterações não mudam o caráter reacionário do texto.A tentativa de expandir as áreas de influência dos eixos de estruturação da transformação urbana é bastante nociva. Os eixos são lugares perto de estações de metrô e corredores de ônibus onde se pode erguer edifícios mais altos. Sem os estudos de impactos socioambientais necessários, essa ampliação vai promover uma verticalização desenfreada, chegando aos miolos dos bairros residenciais.Somado a essa expansão, teremos um forte estímulo à elitização dos eixos, com o incentivo à produção de empreendimentos de luxo. Isso porque estão criando benefícios para construírem prédios com apartamentos maiores e mais vagas de garagem.A combinação das duas medidas vai expulsar as famílias de baixa renda dessas regiões —justamente as pessoas que mais precisam do transporte público coletivo para se deslocarem. Do ponto de vista da mobilidade urbana, a proposta vai impulsionar a utilização de carros nas regiões de grande oferta de ônibus e metrô; uma irracionalidade. Mais Outro ponto extremamente crítico é o desvio das verbas do Fundurb (Fundo de Desenvolvimento Urbano) para recapeamento de vias. Esse dinheiro deveria ser investido em habitação de interesse social, regularização fundiária, obras de mobilidade urbana, preservação ambiental e prevenção de enchentes.Por fim, o texto apresentado contém aberrações que podem onerar os cofres públicos. A primeira delas é a isenção de ISS (Imposto sobre Serviços) a vários estádios de futebol e arenas multiúso. A segunda é e a concessão de uma anistia à Igreja Universal, com o perdão de suas dívidas por conta da construção irregular do Templo de Salomão. Mais Diante de tantos absurdos, não nos restam dúvidas de que a gestão Ricardo Nunes quer atender às exigências do mercado imobiliário com a atual revisão do PDE. Na prática, ele está passando o planejamento urbano de São Paulo para as mãos da iniciativa privada.Se o projeto de lei for aprovado, São Paulo se tornará mais desigual e um lugar pior para se viver. Teremos mais congestionamentos, mais alagamentos e não vamos minimizar o déficit habitacional da cidade. Estamos diante de um enorme retrocesso.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2023-06-25 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/06/recuos-na-revisao-do-plano-diretor-nao-impedem-retrocesso-em-sao-paulo.shtml
Tamanho família
Em sua nova versão recém-regulamentada, o Bolsa Família começou a pagar neste junho um benefício médio de R$ 705,40 mensais, o maior da história bem-sucedida, ainda que acidentada, do programa federal de transferência direta de renda —que agora se consolida em um patamar inaudito.O Bolsa Família foi concebido como uma iniciativa relativamente barata, mas de elevada eficiência no combate à miséria. Os desembolsos médios, há quase duas décadas, rondavam R$ 220, em valores corrigidos, e até 2019 os gastos totais ficavam abaixo de 0,5% do Produto Interno Bruto.Agora, o programa dispõe de R$ 175 bilhões no Orçamento deste ano, o equivalente a 1,6% do PIB. Mesmo que a verba não venha a ser integralmente utilizada, trata-se de montante que muda de patamar a política social brasileira —e traz novas exigências de gestão para que a oportunidade não seja desperdiçada.A expansão vertiginosa das transferências de renda, cumpre lembrar, não foi resultado de planejamento. Ela teve origem na pandemia de Covid-19, quando a parada súbita da economia levou o Congresso a aprovar às pressas o auxílio emergencial de R$ 600 mensais, cuja concessão não se limitou aos extremamente pobres.Também sem maiores estudos, embora tenha havido tempo para tal, Jair Bolsonaro (PL) reeditou em 2022 o benefício, sob o nome de Auxílio Brasil, em manobra tresloucada para alavancar sua campanha à reeleição, por fim frustrada.Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz o certo, social e politicamente, em manter o Bolsa Família nas novas dimensões, embora tenha errado ao expandir em demasia despesas em outras áreas. Algumas das distorções herdadas do ano passado, ademais, têm sido corrigidas.Os valores pagos voltaram a considerar o número de filhos por família —sem isso, havia incentivo para que cada adulto se apresentasse como uma família. A estimativa de dispêndio neste ano caiu de R$ 175 bilhões para R$ 168 bilhões.É fundamental que seja continuamente aprimorado o cadastro dos beneficiários, de modo a garantir que o programa chegue a quem de fato mais precisa. Os recursos são suficientes para socorrer os extremamente pobres, mas nem sempre é simples encontrá-los; do mesmo modo, é preciso detectar os que não precisam do dinheiro.A pobreza e a miséria caíram no ano passado, graças à combinação de ampliação da assistência social e queda do desemprego. A continuidade dessa melhora dependerá de avanços no desenho do Bolsa Família, de reformas na tributação e no gasto público e boa política econômica capaz de permitir crescimento duradouro.editoriais@grupofolha.com.br
2023-06-25 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/06/tamanho-familia.shtml
Avanço no combate ao câncer deve contemplar a diversidade
O Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco), maior congresso de oncologia do mundo, realizado entre os dias 2 e 6 de junho últimos, em Chicago (EUA), apresentou mais uma vez estratégias inovadoras aliadas a maiores chances de sucesso. Exemplos são os anticorpos conjugados a droga e terapia celular com CAR-T Cell. Ambas as estratégias vêm revolucionando o tratamento contra o câncer, com excelentes resultados.Essas novas classes de drogas, segundo as maiores autoridades do mundo da área, terão uma ação ainda mais ampla e eficaz que as imunoterapias atuais e estão sendo usadas isoladamente ou em combinação com outros agentes, como a própria imunoterapia e drogas alvo-dirigidas. Mais Os anticorpos conjugados a droga têm um mecanismo de ação único: o anticorpo administrado no ser humano é capaz de atingir certas células tumorais pela ligação a um receptor superexpresso no tumor —e não nos tecidos normais. Após essa ligação ser feita, libera-se um agente letal somente dentro da célula tumoral. Além de promover grande eficácia através de elevadas taxas de resposta, seu perfil de efeitos colaterais é menor, pois o quimioterápico não atinge células saudáveis em grande concentração.Nesse congresso, um dos anticorpos conjugados, chamado "sacituzumabe govitecan", que liga-se ao receptor do tumor de nome Trop 2 e libera um quimioterápico muito tóxico ao tumor (o SN-38), foi comparado a tratamentos quimioterápicos convencionais em 543 mulheres com cânceres de mama avançados e já refratários a várias terapias —houve uma redução do risco de morte em 21%.Uma outra medicação dessa classe —o "mirvetuximabe", que se liga aos receptores de folato e libera internamente um agente quimioterápico que bloqueia a proliferação do tumor— demonstrou redução do risco de morte de 36%, se comparado à quimioterapia clássica, em mulheres com câncer de ovário refratário. Essas classes de medicação já têm sido aplicadas em vários outros tumores, como câncer de bexiga, pulmão, estômago e útero. Mais Na área da terapia celular, grandes avanços também vêm sendo alcançados com a tecnologia do CAR-T Cell, estratégia aprovada em tipos específicos de leucemias, mielomas e linfomas —e que agora mostra resultados promissores em outros tumores. Como exemplo, um estudo de CAR-T Cell em 25 mulheres com câncer de ovário refratário a outros tratamentos mostrou um controle de doença temporário de 85%.Por outro lado, a tecnologia só é mais completa na sua missão se uma significativa parcela da população é beneficiada pelos seus melhores resultados. Esse importantíssimo aspecto também foi abordado no congresso em Chicago como um ponto de elevado destaque e preocupação. Mais Como exemplo, um estudo incluindo 6.380 pacientes adolescentes ou adultos jovens com diagnóstico de câncer reportou que os pretos apresentavam mortalidade 35% maior que os brancos. Do mesmo modo, outro estudo americano, que incluiu 8.318 mulheres com câncer de mama avançado, demonstrou que pacientes pretas tinham uma chance 55% menor de receber uma droga chamada inibidor da ciclina, fundamental no combate à doença.No Brasil, isso não é diferente. Um estudo do qual participamos, incluindo banco de dados de 19 hospitais e mais de 130 mil pessoas, demonstrou que os pacientes que se tratam no SUS em relação aos que têm convênio médico apresentam 40% e 43% mais chances de morrer de câncer de mama e colorretal, respectivamente. Números ainda piores foram reportados para os cânceres de estômago e cabeça e pescoço, em que a mortalidade é 60% maior. Mais Portanto, mais do que desenvolver novos tratamentos que podem mudar a história do câncer no mundo e Brasil, o grande desafio nos próximos anos será vencer o "câncer" das diferenças sociais e raciais e permitir a ampliação do acesso a pacientes homens e mulheres, crianças e adolescentes, independentemente de etnia e condição socioeconômica, para que tenham tratamentos oncológicos que possam ser transformacionais em promover reais chances de cura e maior longevidade.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2023-06-25 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/06/avanco-no-combate-ao-cancer-deve-contemplar-a-diversidade.shtml
Leitor pede que oposição indique nome 'de peso e competência' para competir em 2026
Sangue novo "Oposição vê chance de ouro para 2026 com Bolsonaro inelegível e mira antipetismo" (Política, 24/6). Tanto Zema como Tarcísio seriam a desgraça total. É necessário que surja um nome de peso e competência. Esses dois aí são mais do mesmo que foi Bolsonaro, ou seja, um desastre. Ladislau Leite de Oliveira (Araraquara, SP)Tomara que eles escolham Zema para disputar a Presidência. Assim a esquerda fatura logo no primeiro turno. Com folga. Ana Rodrigues (Vitória, ES)Auxílio "Aliados divulgam Pix de Bolsonaro e pedem dinheiro para ex-presidente" (Política, 23/6). Imaginei que as pessoas tivessem passado da fase da inocência, mas ainda gostam de ser exploradas... Isso ultrapassou o limite da boa vontade, cai quem quer mesmo. Solange de Oliveira Silva (Limeira, SP)Vai arrecadar milhões. Gado é sempre gado e sempre será. Davi Pessoa Ferraz (Recife, PE)Quem dá mais "Mercenários tomam cidade e rumam a Moscou; Putin promete esmagar rebelião" (Mundo, 24/6). Putin, tão esperto, não viu que mercenário trabalha para quem paga mais e que os EUA iriam pagar mais? Maria Luporini (Campinas, SP)Excelente trabalho das forças estrangeiras dentro da Rússia. Rubens Gonçalves (Curitiba, PR)Reeleição No mundo político brasileiro, com seus viciados sistemas de escolha, constata-se o triste fato de que os eleitos não são estimulados a agirem exclusivamente como representantes da sociedade que os elegeu e os sustenta —custam caro!—, mas a dirigirem o foco de seus faróis, desde o primeiro dia no cargo, ao próximo pleito, visando a garantir sua perenidade no poder, ao mesmo tempo em que se afastam dos compromissos assumidos nas campanhas, verdadeiras usinas de mentiras. Paulo Roberto Gotaç (Rio de Janeiro, RJ)Parceiros Nas entrelinhas da entrevista com o sociólogo Wolfgang Streeck ("Mundo caminha para economia de guerra entre EUA e China, diz sociólogo", Ilustríssima, 24/6) um recado para o Brasil: manter equidistância entre Estados Unidos e China e apostar em alianças regionais. Neste retorno à comunidade internacional após anos de isolamento, muita cautela em relação a estes gigantes. José Marcos Thalenberg (São Paulo, SP)Segundo o entrevistado: o governo ucraniano está seguindo a ala de extrema direita do movimento nacionalista ucraniano. É assim que ele interpreta a reação à invasão. De resto, teme por um ataque direto à China pela Otan. Enfim, sujeito fora da realidade. Danielle Miranda Maciel (São Paulo, SP)Custo de vida "São Paulo é a nona cidade mais cara para milionários viverem bem, diz pesquisa" (Mercado, 21/6). Se é difícil para o rico, imagina para os pobres! Celso Ribas (Almirante Tamandaré, PR)Milionários não inteligentes né? Ter dinheiro para morar em qualquer lugar e optar por viver em um lugar barulhento, poluído, cheio de gente e de trânsito é demais... Larissa Bertani (São Bernardo do Campo, SP)Líder religioso "Pastor que fundou entidade de combate à pedofilia é preso suspeito de abuso sexual de menores em BH" (Cotidiano, 22/6). Cada vez mais pastores são identificados como violentos e agressores. Tornando-se pastores, ganham a confiança das famílias e dos jovens para cometer abusos. Muito difícil denunciar, especialmente crianças, porque não se acredita nelas, afinal é a palavra de uma criança contra um pastor. Fatima Marinho (São Paulo, SP)Terra sem lei "Juízes desistem de julgar empresário suspeito de violência e grilagem na BA" (Política, 24/6). Este padrão de comportamento é inadmissível no século 21! Coronéis e seus jagunços impondo arbitrariedades e a Justiça se curvando, compactuando, se omitindo, que vergonha. Isto é barbárie, falta educação, civilidade e coragem! Ana Maria Willoweit (São Paulo, SP)Chifre "Ser corno é tirar férias?" (O Pior da Semana, 25/6). Texto maravilhoso. Li escutando "Garçom" de Reginaldo Rossi! Viva o homem corno! José Antonio Garbino (Bauru, SP)Casa noturna "Love Cabaret, ex-Story, é inaugurado com nudez e público excitado" (Cotidiano, 24/6). Que legal! Viva o entretenimento, seja qual for. Parabéns aos empresários que reorganizaram o local, trazendo vida noturna para lá. Claudio Monteiro (São Paulo, SP)Eu frequentei o Love Story por muito tempo na minha juventude. Saía de lá às vezes mais de 9 da manhã. Hoje a minha balada é pedir uma pizza e beber meia garrafa de vinho, mas fazer o que... Fico feliz que a casa se reergueu. Quem sabe um dia até arrisco conhecer, quem sabe numa matinê. Alexandre Mazak (São Paulo, SP) Mais Nostalgia "Modernidade do guaraná de rolha" (Ruy Castro, 24/6). Quando se minera a memória são essas preciosidades que se encontra. Sabemos como salvar esse mundo dos insípidos, inodoros e opioides likes. Charles Moreira Cunha (Belo Horizonte, MG)Cadastro "Recuperar sua senha" (Antonio Prata, 24/6). Seria cômico se não fosse trágico. Costumo dizer que se formos fazer um financiamento ou empréstimo, não damos tantos dados nossos, igual damos às plataformas sedentas para explorar nossa privacidade. Marenildes Pacheco da Silva (Rio de Janeiro, RJ)
2023-06-25 21:26:00
paineldoleitor
Painel do Leitor
https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2023/06/leitor-pede-que-oposicao-indique-nome-de-peso-e-competencia-para-competir-em-2026.shtml
O Da Vinci espanhol e a invenção do submarino
E por falar em submarino: a Espanha, nas fábulas históricas, é meio o Brasil com o avião.Oficialmente, situa-se em geral a invenção do submarino no século 17, pelo holandês Cornelius Drebbel.Mas, hoje em dia, algumas fontes mencionam o protagonismo anterior de um genial inventor espanhol, que teria se adiantado ao chaval holandês e criado o primeiro protótipo um século antes -- ou, pelo menos, um dos mais antigos de que agora mesmo se tem documentada notícia.O navarro Jerónimo de Ayanz y Beaumont (1553 - 1613) é conhecido como uma espécie de Leonardo da Vinci espanhol. Entre outras cosas, teria sido um visionário precursor de inventos como a máquina a vapor e o traje de mergulho.Cresceu numa família de posses e teve uma educação multifacetada, passando por letras, matemáticas, astronomia, engenharia, música e até artes marciais.Ganharia a proteção do rei Felipe II e, como administrador das minas de extração de metal do reino, teria a oportunidade de testar umas invenções in situ.O primeiro sistema mecânico a vapor implementado por Ayanz foi justamente em uma mina interditada em Sevilha.A invenção, quase um século antes da bomba a vapor do britânico Thomas Savery (1698), visava solucionar um dos problemas mais recorrentes nas minas: as inundações e o ar sufocante e intoxicante das profundidades.O sistema inventado por Ayanz bombeava água para fora das minas, ao mesmo tempo em que direcionava ar fresco para dentro das galerias.O genial espanhol deixou um legado impressionante: entre suas patentes, havia bombas de ar-condicionado, métodos para destilar água do mar ou separar a prata, uma balança de precisão, um escafandro de madeira...E um submarino.O "barco submarino" projetado por Ayanz, com ocupação máxima de 2 tripulantes, seria feito de madeira e couro com reforços em metal, e aguentaria profundidades de quase 20 metros.Sua propulsão e submersão seria realizada por remos e um sistema de lastres e contrapesos. Tubos dorsais conectados à superfície assegurariam a renovação contínua do ar, que por sua vez circularia no interior da nave graças ao aproveitamento de ventiladores movidos pela água.O projeto contava com pinças e mangas com luvas no casco. O objetivo seria poder recolher, por exemplo, pérolas e outros objetos submergidos, guardando-os em compartimentos no próprio casco.O nível de detalhamento do projeto, segundo seu biógrafo mais conhecido, o engenheiro industrial aragonês Nicolás García Tapia, era tão inédito e amoroso que o cara previu medidas de segurança pros pilotos -- por conta das minas, ele era um fissurado em segurança no trabalho -- e até umas esponjinhas empapadas de água de rosas pra perfumar o interior do submersível.O projeto original apresentado por Ayanz à corte do rei Felipe II tinha um claro propósito militar, mas depois seria reformulado com objetivos civis.Segundo Tapia, trata-de do primeiro projeto de submarino patenteado do mundo, e uma de suas principais inovações seria o sistema de renovação de ar, à base de válvulas de sucção e escape.Agora, a pergunta principal: toda essa maravilha renascentista espanhola -- saiu do papel?Atualmente, acredita-se que não, embora exista registro de maquetes completas.Por outro lado, o próprio fato de existir uma patente significa, para a época, que o projeto era considerado viável, já que para ser outorgado passava pelo crivo de cientistas do reino.Tapia opina que o mérito de Ayanz está, sem dúvida, no grau de detalhamento e precisão do projeto, avançadíssimo para a época.***A História é marota e, às vezes, além de não terminar nas narrativas consagradas, também não começa nelas.Entre outros, diz-se que Ayanz teria se inspirado em desenhos do inventor italiano Guido da Vigevano realizados no século 14. Ou inclusive nos rascunhos do próprio Da Vinci um século mais tarde.Depois de Ayanz, outros espanhóis pontuariam a história -- ou histórias -- do submarino.Os mais estelares são, sem dúvida, Isaac Peral (Cartagena, 1851 - Berlim, 1895), considerado o inventor do submarino movido a eletricidade, testado pela primeira vez em 1888, e o genial inventor catalão Narcís Monturiol (1819 - 1885), cuja réplica do modelo Ictíneo I, de 1859, pode hoje em dia ser apreciada por transeuntes que passam diante do Museu Náutico de Barcelona.Monturiol, por sinal, morreria na pobreza e anonimato.Etc. E assim, sem trocadilhos, la nave va...(Siga meu perfil no Instagram)
2023-06-25 15:36:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/normalitas/2023/06/o-da-vinci-espanhol-e-a-invencao-do-submarino.shtml
Atacante Vagner Love vira meme na maior crise da era Putin
Aos 39 anos, o jogador Vagner Love faz uma ótima temporada no Sport, clube da segunda divisão do Brasileirão.Em 20 anos de carreira, consolidou-se como um dos maiores atacantes do futebol brasileiro neste século.O que ele não esperava era virar meme na maior crise da era Putin, na Rússia.Não faça War, faça Love.Depois de brilhar no Palmeiras em 2003, Vagner Love se transferiu para o CSKA Moscou, clube em que fez história e atuou até 2013, com 274 jogos e 131 gols. Mais Sua relação com o futebol russo e a coincidência dos nomes do atleta com o do grupo rebelde de nome inspirado no compositor alemão Richard Wagner (1813-1883) tem gerado memes nas redes sociais.O Wagner que Putin confia.Treta com os Vagner Love.Todo mundo dizendo que a marcha de Wagner para Moscou é inédita. Mas…Os mercenários têm muito a aprender com o jogador a como conquistar a Rússia.Artilharia pesada.Não faltou combinar com os russos.Reforços de Wagner.Grupo Vagner Love.
2023-06-25 13:48:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/hashtag/2023/06/atacante-vagner-love-vira-meme-na-maior-crise-da-era-putin.shtml
Festas Juninas invadem o mês de julho em SP, com show de João Gomes e opções gratuitas
Junho está se aproximando do fim, mas aqueles que amam a temporada de festas juninas podem ficar tranquilos, pois alguns deles continuarão em julho em São Paulo.As tradicionais festas, com quadrilhas, comidas à base de milho, bandeirinhas e fogueiras, continuam nos finais de semana de julho. Pontos populares da capital paulista sediam as típicas festas de São João. É o caso do parque Ibirapuera, onde ocorre pela primeira vez o festival Tão Ser Tão, e do Mercadão, que realiza pela segunda vez um arraial com atrações musicais e brincadeiras.Confira à seguir uma seleção de festas julinas. Mais Arraiá do Garagem 55 No galpão de mais de 12 mil metros quadrados ocorre a festa que combina arraial com exposição de carros exóticos e clássicos —essa última atração fixas. Haverá uma área com comidas típicas, jogos como pescaria, além de apresentações musicais. R. Borges de Figueiredo, 1.098, Mooca, região leste. Sáb. (1), das 12h às 23h e dom (2)., das 10h às 18h. R$ 15, @garagem55moocaArraial no Memorial Com apresentações de quadrilhas, música e comidas típicas, o Memorial recebe mais uma vez um arraial. Além de churrasco, pratos feitos com milho e quentão, a festa conta com atrações para crianças e barracas de jogos. Memorial da América Latina - av. Mário de Andrade, 664, Barra Funda, região oeste. Sáb. (8) e dom. (9), das 11h às 21h. Entrada gratuita Mais Arraiá do Mercadão O estacionamento do Mercado Municipal Paulistano recebe a segunda edição da festa de São João com shows de nomes do forró e do sertanejo como Lucy Alves e Yasmin Santos. Além de música, o evento terá comidas e bebidas típicas e brincadeiras. Mercado Municipal Paulistano - r. da Cantareira, 306, Centro Histórico de São Paulo. Sáb, (8) e dom. (10), das 10h às 17h. GrátisArraiá do Monobloco O Monobloco, mega bloco de Carnaval, celebra festejos juninos com um mix de sucessos pop, axé e músicas típicas como forró e sertanejo. Sobem ao palco ainda a cantora Mariana Aydar e o Trio Mana Flor como banda de abertura. Audio - av. Francisco Matarazzo, 694, Barra Funda, região oeste. Sáb. (8), às 22h, a partir de R$ 40 em ticket360.com.br Festa de São Pedro A quermesse tem shows todas as noites, com ritmos que vão do sertanejo ao samba, passando pelo forró e pelo rock. Paróquia São Pedro Apóstolo - av. Alberto Ramos, 614, Jardim Independência, região leste. Sáb. e dom. a partir das 19h; até 2/7. R$ 3 a R$ 5Festa Julina Com Festival do Torresmo e do Morango O parque do Trote recebe a festa com comidas típicas do festejo de São João. Além disso, ainda haverá o Festival do Torresmo e do Morango. O evento conta com música ao vivo e brincadeiras populares e com brinquedos infláveis. Parque do Trote - Av.Nadir Dias de Figueiredo, s/n, Vila Guilherme, região norte. Sáb. (22) e dom. (23), das 10h às 19hiFood Arraial Estrelado O festival que acontece no mês de julho reúne brincadeiras típicas, como touro mecânico, pescaria e tiro ao alvo, além de uma área gastronômica com comidas de São João. O destaque vai para os shows, que terá Luan Santana, Wesley Safadão, Falamansa, Elba Ramalho, Alceu Valença, Turma do Pagone, além de duplas sertanejas como Bruno e Marrone e Zé Neto e Cristiano. Jockey Club de São Paulo - av. Lineu de Paula Machado, 1.263, Jardim Everest, região norte. 1, 2, 9, 15 e 16/7. A partir de R$ 253 em ingresse.com @arraialestreladoArraiá da Aldeia Há 20 anos no bairro do Campos Elíseos, a festa conta com barracas de comidas típicas, quadrilha, brincadeiras para as crianças e palco com diversas atrações musicais. A festa é gratuita e acontece na rua. Av. Rio Branco esquina com a Alameda Eduardo Prado, 254, Campos Elíseos, região central. Sáb. (8) e dom. (9), a partir das 10h. Grátis.Quermesse do Calvário Último fim de semana para curtir a festa na paróquia São Paulo da Cruz. Na programação, estão shows, bingo e pescaria. As cerca de 20 barracas vendem bebidas e quitutes típicos da época, mas haverá também outros pratos, como acarajé e temaki. Uma novidade deste ano é o Calvário Card, cartão que pode ser carregado com dinheiro para comnsumir na quermesse. Paróquia São Paulo da Cruz (Igreja do Calvário) - r. Cardeal Arcoverde, 950, Pinheiros, região oeste. Sáb., das 17h30 às 23h30; dom., das 17h30 às 22h30. Até 2/7. A partir de R$ 10 @quemessedocalvarioReceba no seu email um guia com a programação cultural da capital paulista; aberta para não assinantes.Carregando...São João de Nois Tudim A festa, que começou em maio, invade julho com shows, apresentações de quadrilha, brincadeiras infantis e aula de forró, para quem quiser arriscar alguns passos. Para assistir a grandes atrações, como Alceu Valença e Falamansa no dia 28, é preciso comprar ingressos (a partir de R$ 90). Haverá pratos típicos representando os estados nordestinos, caso da canjiquinha com costelinha e moqueca de banana da terra. Centro de Tradições Nordestinas - R. Jacofer, 615, Limão, região norte. Sex., das 18h às 4h, sáb., das 11h às 4h, dom., das 11h até meia-noite. Até 30/7. Entrada gratuita; saojoaodenoistudim.com.br Mais Tão Ser Tão A programação da festa inclui poesia, dança, artesanato, gastronomia e música. Os destaques são os shows, que contarão com João Gomes e Murilo Huff no dia 8, Tarcísio do Acordeon e Bell Marques no dia 9, e Claudia Leitte e Juliette no dia 16. O público terá três opções de entrada: arena, que corresponde à pista; arena VIP, um espaço reservado com open bar e serviços separados, com preços a partir de R$ 320; e camarote, que oferece área para até oito pessoas e open bar. O evento também conta com entradas gratuitas às sextas-feiras, mediante retirada de ingresso no site. Parque Ibirapuera - av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Vila Mariana, região sul. Sex. (7 e 14/7 - Grátis), das 12h às 22h; sáb. e dom. (8, 9, 15 e 16/7), das 10h às 22h. A partir de R$ 360 em ingresse.com Mais
2023-06-27 12:00:00
passeios
Passeios
https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2023/06/festas-juninas-invadem-o-mes-de-julho-em-sp-com-show-de-joao-gomes-e-opcoes-gratuitas.shtml
Revisão do Plano Diretor precisa ser rejeitada
Antes de começar qualquer grande mudança em uma sociedade democrática, o mínimo que se espera é respeito à vontade do povo.No âmbito municipal, a premissa é garantida pelo Estatuto da Cidade: "gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano".O PL 127 do município de São Paulo, da forma como está apresentado, deixa evidente que essa etapa não foi respeitada. Portanto, aos vereadores de São Paulo, que votarão o texto nesta segunda-feira (26), não há outra saída se não a de rejeitar completamente a atual revisão do Plano Diretor Estratégico.Tanto a Prefeitura quanto a bancada governista no legislativo municipal dizem que os paulistanos tiveram oportunidade de participar. Apoiados na retórica, seus argumentos expõe dados distorcidos e um apelo desenvolvimentista para sustentar o projeto.Do outro lado estão renomados institutos de pesquisa e profissionais de urbanismo, conselheiros municpais e movimentos sociais que alertam para uma política pública irresponsável e insustentável, capaz de aumentar em até 160 vezes a verticalização de alguns bairros, o que comprometerá a infraestrutura urbana, aumentará a emissão de gases do efeito estufa e piorará o processo de gentrificação, podendo levar a cidade ao caos, mesmo após as novas adaptações do texto, feitas de última hora.Iniciado sob as restrições da emergência de saúde pública da pandemia de Covid-19, o processo participativo sofreu imensurável impacto negativo do modelo virtual, por videoconferência, ao qual a maioria da população de São Paulo não estava preparada para aderir.Estudos realizados pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil dão conta que 75% dos paulistanos (8,5 milhões de pessoas) não tinham acesso à internet de banda larga quando o executivo municipal iniciou os ritos de participação popular. A plataforma escolhida, Microsoft Teams, e os "hotsites" criados às pressas pela Câmara e pela Prefeitura, também foram motivo de reclamação de quem tentou participar.Os inúmeros atropelos e falhas causadas durante o processo, como agenda concomitante de reuniões e a geração de múltiplos protocolos no SEI (Sistema Eletrônico de Informações), contribuíram para dificultar a vida dos conselheiros municipais.Fica impossível, portanto, tornar democrático o modelo participativo como foi posto.Infelizmente a situação acabou beneficiando um minúsculo grupo de interessados nas modificações propostas no Projeto de Lei, a indústria do setor imobiliário —maior financiadora de campanha de diversos vereadores paulistanos.Tal descompasso, entre proposta e quantidade de interessados, ficou patente na última audiência pública realizada pela Câmara Municipal de São Paulo, em 15 de junho. Das 50 pessoas que participaram, apenas duas se manifestaram a favor da revisão levada ao debate. Na ocasião, também chamou a atenção o modo autoritário e preconceituoso do vereador Rubinho Nunes (União), que conduziu a sessão.O propósito do Plano Diretor de 2014 —diminuir a desigualdade e melhorar a qualidade de vida na cidade— ainda não foi alcançado. Ao invés de corrigir as distorções do texto anterior, a atual revisão continua beneficiando habitação para classe alta, incentiva o uso do carro, não protege o patrimônio cultural, não se baseia em estudos e não soube ouvir a população.Vereadores, o povo pede um novo debate. Mais
2023-06-25 05:00:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/ciclocosmo/2023/06/revisao-do-plano-diretor-precisa-ser-rejeitada.shtml
Resultado do Webb reduz chances na busca por planetas habitáveis
Os astrônomos esperavam detectar um planeta similar a Vênus, com uma densa atmosfera, mas o que o Telescópio Espacial James Webb revelou foi um mundo mais frio e sem ar, num achado que reduz as chances de encontrarmos mundos habitáveis em torno das estrelas anãs vermelhas –astros menores, mais frios e mais comuns que o Sol.As notícias vêm do sistema Trappist-1, lar de sete planetas de tamanho comparável ao da Terra, com três deles na chamada zona habitável, faixa onde um mundo ali localizado com uma atmosfera similar à terrestre seria capaz de preservar água em estado líquido na superfície.Em março, pesquisadores liderados por Thomas Greene, do Centro Ames de Pesquisa da Nasa, anunciaram resultados do Webb para o mais interno deles, Trappist-1 b. A detecção de infravermelho vinda do planeta indicava uma temperatura de mais de 230 graus Celsius no lado diurno e a ausência de atmosfera.Agora, Sebastian Zieba, do Instituto Max Planck para Astronomia, na Alemanha, e seus colegas trazem na revista Nature observações similares referentes ao segundo planeta do sistema, Trappist-1 c.Mais uma vez, foi medida a emissão térmica do lado diurno do planeta, comparando o brilho em infravermelho de quando ele passava por trás de sua estrela-mãe (o chamado eclipse secundário) e de imediatamente antes e depois disso. Subtraindo uma observação da outra, é possível ficar só com a radiação vinda dele e estimar sua temperatura –no caso, pouco mais de 100 graus Celsius.Por si só, é um recorde: nunca um exoplaneta rochoso tão frio, apenas ligeiramente acima do ponto de ebulição da água ao nível do mar na Terra, teve sua temperatura diretamente medida por esse método.Em compensação, os astrônomos tinham esperança de detectar uma temperatura mais alta, turbinada por uma atmosfera densa como a de Vênus, com seu equivalente efeito estufa. Contudo, as observações mais uma vez descartaram um invólucro gasoso apreciável. Se Trappist-1 c tiver uma atmosfera, será muito rarefeita.Não é de todo inesperado, mas ainda assim frustrante. Sabe-se que estrelas anãs vermelhas começam suas vidas extremamente ativas, e suas explosões estelares podem varrer a atmosfera de mundos circundantes. Mas os astrônomos alimentam esperanças de que, em alguns casos, seja possível que elas retenham, ou ao menos readquiram, uma camada de ar depois que a estrela se acalma –fator essencial à habitabilidade de um planeta (sem ar, sem água em estado líquido na superfície, mesmo a temperaturas amenas).Como brincou Abel Méndez, do Laboratório de Habitabilidade Planetária da Universidade de Porto Rico, "dois planetas já foram, cinco ainda por checar", dos sete de Trappist-1. Se todos forem mundos sem atmosfera, isso reforça a ideia de que as anãs vermelhas não seriam mesmo alvos adequados para a busca por planetas habitáveis –o que nos levaria a jogar fora, de saída, três quartos dos sistemas da galáxia. E o pior: justamente aqueles que conseguimos estudar com mais facilidade por meio de nossos atuais telescópios.Esta coluna é publicada às segundas-feiras na versão impressa, na Folha Corrida.Siga o Mensageiro Sideral no Facebook, Twitter, Instagram e YouTube
2023-06-25 09:00:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/mensageiro-sideral/2023/06/resultado-do-webb-reduz-chances-na-busca-por-planetas-habitaveis.shtml
Atrás do prejuízo
Diante das críticas desinformadas ao Banco Central e do risco de que proliferem no país teses exóticas a respeito da condução da política monetária, convém ter em mente as experiências fracassadas de governos que se afastaram do bom senso no controle da inflação.Dois exemplos notáveis são a Argentina, bem conhecida dos brasileiros, e a Turquia, cujo autocrata Recep Tayyip Erdogan tomou para si o poder de determinar a taxa de juros, com resultados desastrosos.A fragilidade histórica da Argentina deriva da combinação de ampla dolarização e escassez de divisas. Sem um regime fiscal e monetário crível, o país há décadas depende de financiamento externo.O modelo se equilibra quando há aumento dos preços das exportações e sobras que podem ser direcionadas para a economia doméstica. Ao menor sinal de virada, porém, acentua-se a fuga de capitais e fica mais difícil sustentar o governo cronicamente deficitário.Nos últimos anos, as políticas populistas de Alberto Fernández tornaram o quadro ainda pior. A incapacidade de realizar reformas internas foi completada com experimentalismo monetário.Despesas públicas passaram a ser financiadas com emissão de moeda. A inflação disparou e já atinge mais de 100% ao ano, e os juros recentemente tiveram de subir a 97%.A deterioração econômica da Turquia é um pouco mais recente. No poder há duas décadas e recém-reeleito, Erdogan de início respeitava a tradicional autonomia do banco central e mantinha uma política fiscal responsável.Diante da deterioração das condições de crescimento econômico, contudo, passou a alimentar a tese de que os juros altos seriam os culpados. Fez mais: interveio nas decisões e demitiu dirigentes da autoridade monetária.A lira turca, como resultado, perdeu valor rapidamente, e a inflação no país está na casa dos 40% anuais. Erdogan ensaia agora algum retorno à ortodoxia e não se opôs a um brusco aumento dos juros na semana passada de 8,5% para 15%, ainda muito abaixo da inflação. Pode ser pouco e tarde.Nos dois casos ficam evidentes as consequências das aventuras —instabilidade econômica, fuga de capitais e inflação.No Brasil, felizmente, a institucionalização da gestão monetária se mostrou robusta, e a estabilidade da moeda resistiu a uma eleição polarizada e às incertezas da troca de governo.editoriais@grupofolha.com.br
2023-06-24 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/06/atras-do-prejuizo.shtml
Um desafio amazônico
A Amazônia é terra de oportunidades. Sua exuberância e riqueza de recursos naturais a torna uma terra prometida ao mundo da bioeconomia. Não temos, contudo, um plano de voo para atuar na região. O Brasil não conhece a sua Amazônia. O Brasil não sabe o que fazer com tanta riqueza natural. A cada novo projeto de investimento para a região, abre-se um caloroso embate entre gerar riqueza e impactar o meio ambiente. No bioma, o debate se exalta para projetos que são usualmente realizados no resto do Brasil.Recentemente, entrou em rota de colisão os interesses da Petrobras e a indisposição do Ibama em autorizar a exploração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas, com potencial de ser um novo "pré-sal".Para o Ibama, há "inconsistências identificadas sucessivamente" em matéria de "notória suscetibilidade socioambiental". Para a Petrobras, a área de pesquisa, que pode chegar a 2.200 km de extensão, fica a cerca de 500 km da foz do rio Amazonas, sem riscos ambientais para o bioma.A exploração de potássio na região é outro caso em disputa. O Brasil é uma grande potência agrícola, mas altamente dependente de importação de fertilizantes, em particular de regiões que vivem em conflitos geopolíticos, como Ucrânia e Belarus. O Brasil importa 96,5% do cloreto de potássio que utiliza para fertilização do solo e é o maior importador mundial de potássio, com mais de 10 milhões de toneladas adquiridas do exterior. Contudo, os municípios amazonenses de Nova Olinda do Norte, Autazes e Itacoatiara têm reservas em torno de 3,2 bilhões de toneladas de minério. Apenas 11% destas reservas estão em terras indígenas. Mas o Brasil segue altamente dependente da importação do insumo para uma cadeia produtiva que garante segurança alimentar a centenas de milhões de pessoas pelo mundo.Vale ainda o registro do longo embate em torno da pavimentação da rodovia BR-319, que liga Manaus a Porto Velho (RO). Mais da metade de seus extensos 885 km não têm condições para transportar pessoas e mercadorias, e mesmo os trechos asfaltados, nas proximidades das capitais, estão aquém do adequado. Mais Mais um projeto de investimento amazônico na rota de disputa entre economia e meio ambiente. Sem um plano estratégico, as discussões sobre investimentos na região seguem sob conflito e com poucas realizações a favor da sociedade local. Recentemente, o Banco Mundial divulgou o documento "Equilíbrio Delicado para a Amazônia Legal Brasileira: um Memorando Econômico", editado por Marek Hanusch. O projeto se propõe a enfrentar as questões da Amazônia "de forma multifacetada". Como outras iniciativas, o documento fala em altas cifras para valorar a floresta e seus serviços ambientais, mas não mostra o caminho da monetização desses recursos para os 28 milhões de brasileiros que lá habitam.Fala-se em mais de US$ 200 bilhões anuais para o valor da floresta tropical brasileira. Mas como a população se beneficiaria desses recursos? Como se converteriam em produção ou renda para as famílias da região? A questão permanece em aberto.A tarefa de promover grandes investimentos na região amazônica não é nada trivial, em especial porque envolve o falso conflito entre meio ambiente e investimentos produtivos, como a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, de potássio em Autazes e a pavimentação da BR-319.A partir dos "Diálogos Amazônicos", série de webinars da Fundação Getulio Vargas, discutimos a proposta de um fundo constitucional para a bioeconomia. Contribuições advindas destes e de outros tantos investimentos para esse fundo, empoderado em governança e princípios socioambientais, poderiam ajudar a mitigar seus riscos ambientais, promover a interiorização do desenvolvimento, melhorar a qualidade de vida da população, realizar investimentos em logística e patrocinar pesquisas e inovações nas cadeias produtivas da região.A Amazônia somente terá desenvolvimento sustentável quando soubermos o que realmente queremos dessa extraordinária bênção da natureza.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2023-06-24 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/06/um-desafio-amazonico.shtml
O 'gaslighting' dos juros altos
O termo "gaslighting" passou a significar "manipulação" depois do filme "Gaslight", de 1944, em que o marido tenta convencer a esposa de que ela está louca por afirmar que viu as luzes escurecerem. Ela estava certa, mas ele, que provocara o escurecimento em práticas ilícitas, a desmente. E repete o procedimento com posições de objetos e enredos da memória. O objetivo é, pela atemorização quanto à sua sanidade, fazer a esposa descrer do que vê. Ela se atormenta, ele dorme tranquilo.Um nariz de cera puxa outro. No livro "A História do Dinheiro", o antropólogo Jack Weatherford diz que uma das primeiras definições dos juros é: "O juro é o preço da angústia".Vários de nossos bancos são muito angustiados. Seu parâmetro básico de ansiedade é dado pelo Banco Central, com a Selic anual a 13,75%, frente à inflação de 5%. Dizem correr muitos riscos ao pôr dinheiro nas mãos de pessoas que querem investir, produzir, trabalhar, consumir —essas atividades perigosas que não compensam o que eles gastam em ansiolítico. Por isso se medicam com os tranquilizantes (de tarja preta) títulos da dívida pública (que são trivalentes: pagam muito bem, têm liquidez diária e dão garantia absoluta) e na posologia voraz de sua dependência.O governo reclama: tem que se dedicar a outros pacientes, que teimam em passar fome. Reclamamos nós, que carregamos o risco de tentar manter, melhorar e estender a vida de forma digna. E denunciamos: "Os juros estão muito altos!". Mais Mas o BC, os rentistas e seus PhDs em economia nos ensinam, com a calma de quem lida com insanos, que estamos delirando e não vendo a realidade da "melhor ciência". Argumentamos com exemplos concretos —retrucam que são ilusórios. Puxamos casos do passado —afirmam que nossa memória nos trai. Invocamos comparativos externos —fazem "tsk, tsk", balançam a cabeça: estamos em estado terminal.A manipulação da "melhor ciência" é tentar demonstrar que os juros altos são culpa do governo e dos brasileiros comuns. Afinal, a "gastança" gera déficit, quando feita pelo governo, e inflação, quando por nós. Mais Daí que os juros altos visariam: a) ajudar o governo a vender seus títulos públicos com remuneração alta como profilaxia contra a angústia (vai que, em pânico, eles fogem do país, não é?) daqueles que se dispõem a nos salvar do "caos fiscal"; e b) nos preservar —ao travar investimentos, empregos, consumo, alimentação e outras farras— da vida desregrada e letal: melhor morrermos sãos, sussurram, evitando parecer que nos contrariam; afinal, os alienistas nunca sabem a reação de pacientes irritados.É de tal proporção a manipulação no Brasil hoje que, mesmo que vejamos as luzes escurecerem, ou seja, a economia se retrair, os investimentos recuarem, o desemprego crescer, o crédito escassear, as lojas e indústrias entrarem em crise, a dívida de pessoas e empresas explodir e a concentração de riqueza se elevar (os juros são pagos aos poucos rentistas com o dinheiro arrecadado da maioria trabalhadora que paga imposto) e anunciemos o apagão iminente, há sempre um editorial, artigo ou paper nos desmentindo: "Calma, vocês estão vendo coisas". Mais Insones, esfregamos os olhos. Eles, que defendem ou praticam os atos causadores do tremor das luzes, repousam, como os justos, no sono.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2023-06-24 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/06/o-gaslighting-dos-juros-altos.shtml
Bolsonaro no TSE
A relação dos tribunais superiores com a regulação da política brasileira não prima pela estabilidade. Cortes vorazes instituíram a verticalização de candidaturas —depois revertida— e a fidelidade partidária.Proibiram o financiamento empresarial de campanhas e fulminaram uma cláusula de barreira aprovada no Congresso Nacional.O cumprimento de pena após condenação em segunda instância, que afeta políticos processados por corrupção, foi declarado inconstitucional em 2009, constitucional em 2016 e inconstitucional em 2019. As três decisões foram do Supremo Tribunal Federal.O STF não vira problema na miríade de temas que a vara federal de Curitiba absorvera desde a deflagração da Lava Jato, em 2014, mas mudou de ideia em 2021, com repercussões para políticos, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que haviam sido condenados.O Tribunal Superior Eleitoral agora julga se Jair Bolsonaro (PL) transgrediu os limites da Presidência em 2022. A corte guarda o precedente de ter absolvido Michel Temer (MDB) em 2017 diante de abundantes evidências de abuso do poder econômico na campanha de 2014, da qual ele saiu vitorioso como vice de Dilma Rousseff (PT).Abundantes também são as provas de que Bolsonaro atuou, em julho do ano passado, para desacreditar as instituições eleitorais brasileiras aos olhos da comunidade internacional. Para isso valeu-se da prerrogativa de chefe de Estado ao chamar diplomatas estrangeiros para a patuscada em Brasília.Uma das diferenças entre os dois casos é que Temer foi julgado enquanto estava sentado na cadeira presidencial e após indicar dois dos sete ministros do TSE. Bolsonaro, destronado, enfrentará um corpo de juízes há pouco reformado por pessoas as quais hostilizou sistematicamente quando governava.As vendas que cegam a efígie da Justiça deveriam bastar como garantia de que ambos os julgamentos terão se baseado exclusivamente nos autos. Vale, para tanto, um exercício contrafactual hipotético: Jair Bolsonaro seria julgado do mesmo modo, e com as mesmas chances de derrota, caso tivesse vencido a eleição do ano passado?É sempre delicada a intervenção de um Poder não eleito, como a Justiça, nos destinos de políticos populares, como Lula e Bolsonaro.O veredicto das urnas seria o caminho ideal. Condenações togadas produzem mártires para grossas fatias do eleitorado, estimuladas a abonar demagogos que explorem o sentimento de frustração.Entretanto, uma vez que choques entre a lei e lideranças plebiscitárias são inevitáveis num Estado democrático de Direito, que se apliquem as normas com impessoalidade e previsibilidade.editoriais@grupofolha.com.br
2023-06-24 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/06/bolsonaro-no-tse.shtml
Leitores comentam a importância das lives presidenciais para acompanhar governo
Nesta semana, a Folha perguntou aos leitores suas opiniões sobre as lives presidenciais transmitidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o atual mandatário Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Confira a seguir algumas respostas.É uma maneira necessária do governo contar sua história e ouvirmos o presidente sem edição da mídia. Julia Felmanas (São Paulo, SP)Perda de tempo. Se, ao invés de lives, os políticos cumprissem o que prometeram, não haveria necessidade de se fazer propaganda "chapa branca" para justificar as incompetências. Passados quase seis meses de governo penso que Lula deveria falar menos de Bolsonaro e fazer mais pelo país, razão dele ter sido eleito. Carlos de Antonio (Brumadinho, MG)Acho válidas desde que não sirvam para divulgar fake news. Devem ser instrumentos para prestar contas à população das ações do governo. Helena Trindade (Rio de Janeiro, RJ)Totalmente desnecessárias.... Presidentes não devem estar vulgarizando as conversas. Daniel Moura (Fortaleza, CE)Lula é pintado como paz e amor pela equipe de comunicação, mas quando faz estas lives mostra quem realmente ele é. Bolsonaro fez a mesma coisa de rezar para convertidos e apenas gerava munição para oposição com as abobrinhas que berrava ao vivo. É pura transparência. Ronan Wielewski Botelho (Londrina, PR)As lives devem ser mais uma ferramenta de comunicação entre quem representa o governo e o povo. Deveriam seguir algumas liturgias. Infelizmente, o ex-presidente transformou essa preciosa ferramenta em um show de horrores, mas espero que o atual mandatário seja capaz de tornar as lives uma fonte de boas notícias para o país. Alexander Pereira da Silva (Brasília, DF) Mais Necessária para ambos, tanto como ferramenta de aproximação como institucional. Acredito que seja uma ferramenta útil para as pessoas terem um mínimo de entendimento das políticas de Estado.Carlos F. Gama (Itacaré, BA)É um erro do presidente Lula fazer lives semanais, pois acaba sendo inevitável a comparação com Bolsonaro. As pessoas têm mais o que fazer. Éder Bezerra (Penedo, AL)Gosto da ideia das lives como uma ferramenta para prestação de contas semanal ou mensal do governo com a população em geral, o problema é quando essa ferramenta é utilizada apenas para fomentar a própria base eleitoral, seja por meio de desinformação ou de ataques a adversários políticos. Vinícius Lúcio de Lima (Mogi Mirim, SP)Devem ter caráter oficial, não como fazia Bolsonaro, de modo rude, leviano e até criminoso. Lembro dos discursos de FHC que viraram um conjunto grande de volumes impressos na minha biblioteca. O ex-presidente era cioso para que reproduzissem exatamente o que havia sido dito ao longo dos oito anos no cargo como documento histórico. Adilson Roberto Gonçalves (Campinas, SP)Para mim devem ter caráter institucional. Fora que até hoje eu não vi um fim que não tenha um agredido o outro verbalmente, ou que agregue. Assim só mostra que estão ali para competir um com o outro ao invés que gastar essa energia com os problemas que não há soluções em nosso país. Jéssika Rocha da Costa (Goiânia, GO)
2023-06-24 18:41:00
paineldoleitor
Painel do Leitor
https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2023/06/leitores-comentam-a-importancia-das-lives-presidenciais-para-acompanhar-governo.shtml
Redes sociais tentam lembrar Putin que mercenários são má ideia
Além de tomar o controle de quartel-general na Rússia, os mercenários do grupo Wagner, que se rebelaram contra o presidente Vladimir Putin, conquistaram as redes sociais.A escalada da crise provocada pela rebelião militar em solo russo se tornou o principal assunto no Twitter brasileiro na manhã deste sábado (24). Rússia, Putin e Wagner eram, nessa ordem, os três assuntos mais comentados na rede social por volta das 12h. Só essas três hashtags somam mais de 6 milhões de menções e não são as únicas referentes à crise.Por ali, lembram o mandatário russo de que o filósofo Nicolau Maquiavel, lá no século 16, já dava um toque dizendo que confiar forças militares a mercenários era uma má ideia.Como a memória do tuiteiro não falha, Putin pode se lembrar que não é a primeira vez na que um líder toma um nó de grupos mercenários.Para quem está perdido na história, os próprios usuários da rede social têm tentado explicar o que está acontecendo. Em resumo, o grupo Wagner se rebelou contra o governo de Putin e tomaram o controle do quartel-general e de bases do Comando Militar do Sul, em Rostov-do-Don. A região é crucial na Guerra da Ucrânia, na qual os mercenários lutaram. Há relatos de que eles atiraram contra helicópteros militares russos.Vladimir Putin prometeu uma dura reação. "Todos que entraram no caminho da traição, que prepararam uma rebelião armada, que adotaram chantagem e métodos terroristas sofrerão a punição inevitável", disse em discurso em rede nacional TV.Algumas conexões curiosas são particularmente frutíferas para a repercussão na web —como o fato de que o líder do grupo Wagner, Ievguêni Prigojin, foi responsável pela alimentação do Kremlin desde os anos 2000 e era conhecido como "chef de Putin".Falando em resumo da história: "2021: o exército russo é o segundo no mundo! 2022: o exército russo é o segundo na Ucrânia! 2023: o exército russo é o segundo na Rússia!""A Rússia vai pedir para se juntar à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) por proteção contra a Ucrânia e também contra a Rússia."Noite de pipoca na Ucrânia?Circulam pela rede vídeos que mostram a suposta situação na Rússia. Como lembrou o usuário @BradMossEsq, as mudanças promovidas no Twitter desde a aquisição por Elon Musk dificultam acreditar na veracidade dos conteúdos.Essa, no entanto, claramente é piada. Certo?E, como sempre, as análises não param. Algumas mais sérias do que outras.A galera cruza e cabeceia.E, para quem se perdeu: "A Rússia está invadindo a Rússia para libertar a Rússia daqueles que invadiram a Rússia para libertar a Rússia daqueles que invadiram a Rússia."
2023-06-24 14:15:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/hashtag/2023/06/redes-sociais-tentam-lembrar-putin-que-mercenarios-sao-ma-ideia.shtml
'Os Outros' é série que não desgruda da mente do telespectador
Autor da série "Os Outros", em cartaz no GloboPlay, Lucas Paraízo bem que avisou, assim como a diretora artística Luísa Lima, que o enredo tinha alto potencial para gerar identificação no telespectador. É certo que em algum daqueles personagens a gente há de se ver, e de modo quase cruel, a ponto de mirar nesse espelho os defeitos que nem você conhecia no seu comportamento.Se as aparências enganam, os estereótipos podem ser cilada maior, revelando figuras capazes de despertar compaixão em vez da repulsa inicial, ou de provocar ojeriza onde antes havia aplausos. É verdade que ninguém é apenas mau ou bom, mas há os que são piores e os que nos parecem melhores."Os Outros" escancara a alternância de defeitos e qualidades que cabem em todos nós, da direita à esquerda, do preto ao branco, do pobre ao rico. Até aqui, com oito dos 12 episódios exibidos, as exceções são Sérgio, o ex-policial vivido por Eduardo Sterblitch, e Dona Lúcia, a síndica interpretada por Drica Moraes, ambos desprezíveis sob qualquer aspecto. Mais Mas essa via de mão única passa longe do sexteto protagonista da divergência que dá origem à história, ali representado por dois casais e seus respectivos filhos.A princípio, é improvável que Cibele, a mãe superprotetora e vingativa vivida por Adriana Esteves, em algum momento vá estender um afago a Rogério, personagem complexo e brilhantemente defendido por Paulo Mendes, que liderou uma surra no filho dela, Marcinho, papel de Antonio Haddad.Tampouco seria previsível que os espectadores identificados com a tolerância de Amâncio e Mila, tipos vestidos com maestria por Thomás Aquino e Maeve Jinkings, se vissem, em algum momento, torcendo pela vida de Vando --a propósito, que atuação extraordinária, a de Milhem Cortaz.Quem vê o bom mocismo de Amâncio estampado logo de cara no tom amistoso com que ele tenta resolver o impasse entre seu filho e o do vizinho não espera que o sujeito vá tropeçar sem dó em cacoetes machistas da pior espécie. Diante do primeiro problema com o filho após a separação, ele, que já mora sob outro teto, questiona como é que a ex-mulher "permitiu que aquilo acontecesse".Aquele sujeito que você tanto admirou no episódio anterior pode se mostrar um babaca no capítulo seguinte, e é aí que a gente mais se vê no divã necessário ao umbigo: "Será que eu faria isso?""Os Outros" gruda na mente, ocupa espaço nas ideias do espectador e até rouba do seu cérebro o lugar onde antes só havia problemas seus. Deixo de pensar nos boletos a pagar para me preocupar com o destino de Rogério no próximo episódio, como se ele fosse um filho meu.O texto de Paraízo e a direção de Lima entregam códigos rapidamente reconhecidos pela plateia, manifestações claras de afeto, ódio, intolerância, machismo e corrupção, mas o melhor da obra, além das atuações excepcionais, muito acima da média, está nas sutilezas e entrelinhas de cada cena.Ainda no primeiro episódio, chama atenção uma sequência em que Mila limpa em sua coxa resquícios de esperma deixados por Vando após uma relação sexual a que ela tentou resistir. Convocada a comparecer no seu "papel de esposa", não relutou muito. Cedeu, ainda que a contragosto. Isso tem nome e a grande maioria desconhece: é estupro marital.A cena expõe uma agressão muito comum, mas jamais retratada de tal forma, e dificilmente seria realizada por um diretor homem. A digital feminina permeia todo o olhar sobre o texto, feito de diálogos a que a gente se desacostumou ver na TV, e mesmo na comunicação, de modo geral, hoje tão ciosa dos cliques ditados pelos algorítmos.Para quem ainda não sabe do que trata "Os Outros", vamos aos fatos: a agressão de Rogério a Marcinho, motivada por uma bolada acidental no rosto, coisa besta de jogo de futebol entre moleques, desencadeia uma briga feroz entre vizinhos de classe média.A história se passa em um condomínio na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, mas poderia ser em qualquer lugar do país capaz de refletir a cobiça por status. O ambiente funciona como microcosmo de Brasil.A segunda temporada já estava aprovada antes mesmo de a primeira estrear. Os episódios são disponibilizados em doses homeopáticas, todas as quartas e sextas, faltando agora quatro capítulos para o encerramento da primeira safra.Divirta-se. Reconheça-se. Corrija-se. Faz bem à saúde --nossa e dos outros.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2023-06-24 10:28:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/cristina-padiglione/2023/06/os-outros-e-serie-que-nao-desgruda-da-mente-do-telespectador.shtml
MIS celebra Tina Turner com show de Leilah Moreno
O Museu da Imagem e do Som (MIS) preparou uma programação especial para marcar a reta final da exposição "Tina Turner: Uma Viagem para o Futuro", prevista para encerrar em 9 de julho. Na próxima sexta (30), Leilah Moreno interpreta os maiores sucessos da cantora americana, morta em maio, em uma única apresentação.A mostra, em cartaz desde maio, transita pela trajetória de Tina, um dos maiores nomes da música pop, a partir de registros fotográficos históricos feitos pelos americanos Ebet Roberts, Bob Gruen e Lynn Goldsmith e pelo inglês Ian Dickson. Mais No show, Leilah Moreno cantará também músicas de artistas que tinham Tina como referência, como Beyoncé e Michael Jackson. Os ingressos custam R$ 30 e estão disponíveis no site do MIS.
2023-06-26 11:00:00
passeios
Passeios
https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2023/06/mis-celebra-tina-turner-com-show-de-leilah-moreno.shtml
Aprenda a cuidar bem das orquídeas e fazê-las florir
Muita gente acha que, quando as flores da orquídea caem, a planta morreu. Mas isso não é verdade. Basta cuidar dela direitinho para que floresça novamente.Os erros mais comuns ao cuidar de uma orquídea são ignorar que a planta precisa de sol, esquecer-se de adubar e, o principal, regar muito pouco. É o que diz a professora de jardinagem Carol Costa, autora de nove livros sobre o tema e dona do canal Minhas Plantas no YouTube, com mais de 1,8 milhão de inscritos. "As orquídeas morrem mais por falta do que por excesso de rega."Segundo Carol, quanto mais saudável estiver a planta, mais flores ela dará. E não só isso: as flores serão maiores, mais coloridas, duráveis, brilhantes e, eventualmente, perfumadas. "Qualquer orquídea saudável e adulta deve florir pelo menos uma vez por ano. Algumas florescem duas, três ou quatro vezes, mas a maioria floresce apenas uma vez anualmente", afirma.A durabilidade da florada varia muito de acordo com a espécie: algumas ficam com flores por dois dias e outras, até seis meses. "Além da espécie e da boa genética da planta, o que interfere nesse prolongamento da florada é o clima. Quanto mais ameno e seco, mais ela vai durar. Quanto mais calor e umidade, menos."Ao comprar ou ganhar uma orquídea, o primeiro passo é tirá-la da embalagem de presente, recomenda Carol. Isso porque, com o vaso envolto em plástico, a água da rega ficará empoçada e as raízes vão começar a apodrecer.A seguir, veja outras orientações da jardineira para cuidar bem das suas orquídeas em casa e fazer com que elas floresçam.É muito comum, ao comprar ou ganhar uma orquídea, querer deixá-la num lugar de destaque da casa —por exemplo, no meio de uma mesa de centro ou de jantar. Mas a planta dificilmente ficará bem nesse espaço, em razão da luminosidade insuficiente.A maioria das orquídeas que encontramos em floriculturas e em lojas de jardinagem precisa de duas horas de sol fraco por dia (da manhã ou do fim da tarde). Então, em geral, os parapeitos de janelas são os locais mais adequados para mantê-las em casa. Vale ressaltar que não só as flores necessitam receber a luz solar, mas a planta toda —principalmente as folhas.As orquídeas gostam de bastante água, mas não que ela fique parada nas raízes —o que causa apodrecimento. É fundamental molhar a planta toda em abundância (com exceção das flores), mas deixar a água escorrer bem. Assim, é muito importante que o vaso tenha furos.Não existe uma regra certinha para a frequência da rega por semana. Isso porque ela pode variar muito de acordo com a planta, o vaso, o clima na região, a estação do ano etc. Por isso, o melhor método é o que Carol chama de "dedômetro". Para saber se é hora de regar, enfie o dedo no substrato. Se ele sair sujo, significa que o solo ainda está úmido e não deve ser molhado. Se sair limpo, pode regar a planta. Mais Deve ser regular, feita semanalmente ou a cada 15 dias. A indicação é usar, de preferência, o Bokashi, um adubo orgânico bem completo. Faça a aplicação de acordo com as orientações do fabricante.Muita gente acha que é bom tirar a planta do vaso em que ela foi comprada e transferi-la para um novo. Mas isso não é recomendado. Uma orquídea saudável, provavelmente, só vai precisar de um transplante depois de quatro anos, afirma Carol. "Não tem cabimento mexer na planta à toa, quebrar raízes ou correr o risco de fazer algum corte que vire uma porta de entrada para pragas e doenças", diz ela.Só devemos antecipar essa troca quando o substrato estiver com um cheiro azedo (como feijão velho na geladeira). Nesse caso, é importante fazer a substituição e descartar o substrato antigo. Também pode ser necessário mudar a planta de vaso se ela estiver doente.
2023-06-24 10:00:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/tudo-mais-um-pouco/2023/06/aprenda-a-cuidar-bem-das-orquideas-e-faze-las-florir.shtml
De Da Vinci a 'Turma da Mônica', exposições migram para shoppings de São Paulo
Algum tempo atrás, se um paulistano dissesse que iria ao shopping atrás de um Picasso, a frase não faria o menor sentido —ou daria margem a pensarmos num improvável leilão ou coisa parecida.Não é mais assim. Já reparou como, nos últimos tempos, houve um boom de exposições entrando em cartaz em shopping centers da cidade?Hoje, entre uma comprinha e outra, dá para se aprofundar na rixa entre Leonardo Da Vinci e Michelangelo ou relembrar personagens do desenho animado "Caverna do Dragão". Ou dá para ignorar as compras e só ir às exposições."Imagine Picasso" é uma das várias que têm pipocado em shoppings da cidade. A mostra, que ocorre na ocasião dos 50 anos da morte do artista, está em cartaz no MorumbiShopping, na região sul, e foi prorrogada até este domingo (25). Além de conhecer as várias fases da carreira do pintor, o público pode provar refeição espanhola e vinho no hall.Essa tendência, de transformar shoppings em centros que vão além das compras, faz parte de um movimento internacional chamado de "location-based entertainment". Em linhas gerais, consiste em criar novas atrações em locais que as pessoas frequentam, passam no dia a dia e estudam, afirma Karina Israel, CEO da YDreams, empresa especializada em experiências imersivas e interativas."Os shoppings têm expandido já há uma década a oferta para entretenimento, teatro e exposições, o que deu muito certo nesse tipo de ambiente." Mais Vale dizer que essas mostras imersivas não trazem obras de arte de fato, mas réplicas e, sobretudo, projeções. Por isso, diz a executiva, elas não vêm para tomar o lugar de museus.Ainda segundo ela, há projetos com um perfil mais voltado a centros culturais, e há outros, muitas vezes ligados a macas, que têm mais a ver com centros comerciais.O Shopping Vila Olímpia, por exemplo, sedia atualmente "Da Vinci e Michelangelo - As Farpas do Renascimento", em um espaço de cerca de mil metros quadrados. Além das projeções, apresenta em realidade virtual o laboratório do pintor de "Mona Lisa".O artista renascentista também será tema da exposição "Os Mundos de Leonardo da Vinci", prevista para entrar em cartaz no próximo dia 20 no MorumbiShopping, com oito salas interativas distribuídas em mais de três mil metros quadrados de área. Os ingressos já estão à venda e custam a partir de R$ 35.Receba no seu email um guia com a programação cultural da capital paulista; aberta para não assinantes.Carregando...O shopping teve 18 exposições entre 2019 e 2023 e prevê mais uma para agosto. Foi o primeiro centro comercial da cidade a receber uma do tipo imersivo, a "Beyond Van Gogh", no ano passado, que atraiu mais de 400 mil pessoas.Essas exposições miram, acima de tudo, as experiências do público, que aproveita o momento para fotografar, filmar e abastecer os seus perfis nas redes sociais. O contato mais direto com obra de arte, por sua vez, não é bem o foco.Além disso, esses eventos não deixam de ser um novo chamariz para esses espaços. Tanto é que essas iniciativas são feitas em parceria entre produtoras e os centros comerciais, que financiam o projeto e recebem parte do lucro.Pioneira nesse movimento foi a exposição "Castelo Rá-Tim-Bum", inspirada no clássico infantil da TV Cultura. Sua primeira versão foi montada no MIS, o Museu da Imagem e do Som, em 2014, ocasião em que gerou longas filas. Mais A segunda montagem aconteceu em 2017 e 2018 no Memorial da América Latina. O repeteco final se deu entre maio e outubro do ano passado, no Santana Parque Shopping."É natural que a estrutura para receber a exposição seja a dos shoppings, por toda a facilidade e a conveniência", afirma Julio Cardoso, produtor-executivo da exposição.Atualmente, o shopping da região norte apresenta a atração "Dungeons & Dragons Experience", que consiste em um circuito em que os visitantes devem resgatar os personagens de "Caverna do Dragão"."As exposições têm o objetivo de atender à família como um todo. O shopping acaba sendo um veículo muito conveniente para massificar isso", diz Cardoso, o produtor. A maioria das mostras são pagas, podendo custar a partir de R$ 45, mas algumas oferecem pacotes.Coleção Sansão - Estilistas Brasileiros O coelho da "Turma da Mônica" é apresentado em diferentes versões feitas por estilistas Shopping SP Market - Av. das Nações Unidas, 22.540, Jurubatuba, região sul. Seg. a sáb. das 10h às 22h, dom. e feriados, das 14h às 20h. Até 23/7. Grátis Mais Da Vinci e Michelangelo - As Farpas do Renascimento A mostra imersiva se utiliza de projeções de 60 obras de Leonardo da Vinci e Michelangelo, que exploram detalhes das pinturas e esculturas. Shopping Vila Olímpia - R. Olimpíadas, 360, Vila Olímpia, região oeste. Seg. a sex., das 12h às 17h. Sáb. e dom., das 10h às 22h. Até 17/7. R$ 60,00 a R$ 80,00 em sympla.comDreamworks Animation A exposição celebra o estúdio de animação e aborda o processo de criação de filmes como "Megamente", "Gato de Botas 2" e "Kung Fu Panda". Shopping Cidade São Paulo - av. Paulista, 1.230, Bela Vista, região central. Ter. a dom., das 10h às 22h. A partir de R$ 55, Vendas em feverup.com Mais Dungeons & Dragons Experience O público se vê em uma experiência interativa cujo objetivo é salvar os heróis de "Caverna do Dragão" em 40 minutos, com jogos e desafios. Santana Parque Shopping - r. Conselheiro Moreira de Barros, 2.780, Santana, região norte. De 20/5 a 23/7; ter., a sáb., das 10h às 22h, dom. e feriado, das 12h às 20h. R$ 45 em feverup.comImagine Picasso Projeta obras no chão, nas paredes e em esculturas de origâmi espalhadas que ajudam a ver os detalhes das pinturas. MorumbiShopping. Avenida Roque Petroni Júnior, 1089. Piso G4, no estacionamento H. Seg. a sex. das 11h às 20h. Até 25/6. A partir de R$ 80. Vendas https://www.imagine-picasso.com/
2023-06-23 23:15:00
passeios
Passeios
https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2023/06/de-da-vinci-a-turma-da-monica-exposicoes-migram-para-shoppings-de-sao-paulo.shtml
A alma do negócio
Se o Código de Defesa do Consumidor coubesse também no universo político, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), poderia ter problemas com o artigo que trata da propaganda enganosa, definida como aquela que, sendo inteira ou parcialmente falsa, induz o cidadão a erro a respeito de dados sobre produtos e serviços.O questionamento seria pertinente no caso de Nunes, submetido neste mês a uma superexposição na TV. Como de hábito, a fantasia do mundo publicitário passa longe da realidade vivenciada pelo paulistano em seu dia a dia.Para que os exemplos não se acumulem como as pilhas de entulho pelas ruas da cidade, basta mencionar as críticas frequentes à zeladoria. Não é nada difícil andar pela capital e encontrar lixo abandonado ou buracos que sobrevivem intocados por semanas a fio.Na publicidade, nada disso aparece. Seja na propaganda partidária do MDB, estrelada por Nunes, seja nas peças institucionais da prefeitura, tudo funciona na metrópole, graças à providência de uma administração simbolizada pela conhecida imagem do canteiro de obras.Não há dúvidas de que o prefeito tem feito investimento pesado nisso —em propaganda, ao menos. Como mostrou reportagem desta Folha, Nunes alcançou o maior gasto municipal com publicidade em 12 anos e o segundo maior em duas décadas. O único alcaide paulistano que o superou nesse quesito foi Gilberto Kassab (PSD).Pelos dados oficiais, Nunes aportou R$ 223,7 milhões nessa rubrica ao longo de 2022, enquanto Kassab, em valores corrigidos, destinou R$ 243,2 milhões em 2010.Tudo porque o atual prefeito pretende disputar a reeleição no ano que vem, mas, até agora, não conquistou nenhuma marca que o torne conhecido da população.Ex-vereador, Nunes tem sido bem-sucedido na aprovação de projetos na Câmara Municipal. Mesmo aí, porém, falta uma vitrine e sobram problemas, como o recuo no nebuloso programa de reconhecimento facial e o imbróglio da revisão atabalhoada do Plano Diretor da cidade —que ainda desgasta o prefeito por sua proximidade com o setor imobiliário.Nunes tem todo o direito de buscar a reeleição, embora seja tarefa notoriamente complicada em São Paulo. Entre seus trunfos está um caixa cheio como poucas vezes na história recente do município. Convém que aproveite melhor os recursos à sua disposição.editoriais@grupofolha.com.br
2023-06-23 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/06/a-alma-do-negocio.shtml
Outback é tão australiano quanto o Habib's é libanês
Imagine a seguinte situação:O maior Habib’s do mundo, localizado em Burbank, Califórnia, tem uma fila permanente na porta, com até duas horas e espera.Mas os clientes não parecem incomodados. Eles estão felizes porque terão uma experiência top e diferenciada da exótica culinária das Arábias, uma verdadeira coqueluche em todos os Estados Unidos.Os americanos, aliás, sequer desconfiam que o Habib’s, na verdade, é uma rede brasileira de lanchonetes, fundada por um português criado no Paraná. É total o deslumbre dos gringos com o ambiente autenticamente libanês.Eles são crentes de que, em Beirute, as pessoas se vestem como o gênio da lâmpada do Aladim. Juram, pela mãe mortinha, que os pratos libaneses mais típicos são a bib’sfiha de quatro queijos e o quibe recheado de cremely®.Teve até o caso de uma missionária mórmon de Oklahoma que, ao viajar a turismo para o Oriente Médio, ficou tremendamente frustrada porque não conseguiu comer bib’sfihas. Talvez fosse a pronúncia. Talvez não tivesse ido aos restaurantes certos.Troque Habib’s por Outback Steakhouse, Líbano por Austrália e Estados Unidos por Brasil. Temos, em linhas gerais, o fenômeno que o correspondente Terrence McCoy relatou no jornal The Washington Post.O texto faz rir –meio de nervoso, meio de vergonha– com uma impagável descrição da surreal obsessão dos brasileiros pelo Outback.Residente no Rio, McCoy se mostra intrigado com o sucesso da rede de restaurantes –100% americana, mas que se vale de bumerangues e coalas empalhados para fingir ser australiana.O Brasil é, de longe, o maior mercado internacional do Outback.Nos Estados Unidos, ele é só mais um restaurante temático meia-boca de beira de estrada. Concorre com bizarrices como o Medieval Times –em que os clientes comem frango assado sem talheres enquanto assistem a um torneio fajuto de cavaleiros.McCoy veio a São Paulo, mais especificamente ao Center Norte, conhecer a maior loja do Outback no mundo todo –duas vezes maior do que o maior Outback nos Estados Unidos. Numa segunda-feira qualquer, escutou de uma hostess que a fila estava quilométrica porque o lugar é "muito chique". Mais De fato, muitos brasileiros pensam que a cebola frita do Outback é o maná do deserto e que a costelinha ao molho barbecue é um manjar dos deuses. Babam com o charme australiano, sentem-se em Sydney, em Brisbane.Um item modesto, meio simplório até, é o símbolo máximo da adoração absurda pelo Outback: o pão do couvert. A rede serve um pão quentinho, macio, escuro e meio adocicado, feito de farinha branca e cacau.Chamam-no de outbread ou, na descrição longa, "nosso icônico pão australiano". Mais O Brasil gamou nesse pão e o incorporou ao repertório alimentar nacional. Toda padaria que se dê o respeito oferece pão australiano. Os supermercados vendem mistura para fazer pão australiano em casa.Agora, veja bem: vá tentar achar pão igual ao do Outback na Austrália. Periga ser mais fácil encontrar quibe frito com requeijão cremoso nas ruas de Beirute.
2023-06-23 20:12:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/cozinha-bruta/2023/06/outback-e-tao-australiano-quanto-o-habibs-e-libanes.shtml
Ressurgimento de Correa no Equador e falta de água no Uruguai são temas do podcast Américas
O Novo em Folha publica nesta sexta-feira (23), mais um episódio do podcast Américas. Trata-se de um programa de notícias, entrevistas e análise sobre eventos políticos e sociais da região realizado pelos jornalistas Sylvia Colombo, colunista da Folha, e Sebastián Fest, correspondente em Buenos Aires do jornal espanhol "El Mundo".O podcast, transmitido em espanhol, é uma boa oportunidade para jornalistas e demais interessados em entenderem melhor a região e em conhecer mais o idioma falado em quase toda a América Latina, tendo o Brasil como uma das exceções.Neste episódio, os dois jornalistas conversam sobre o ressurgimento de três figuras políticas de peso no cenário regional em busca de novo protagonismo.Um deles é o ex-presidente equatoriano Rafael Correa, que indicou sua candidata para as eleições de agosto. Será a ex-ministra e ex-congressista Luisa González. Ela enfrentará outros sete candidatos. Os que têm mais chance, além dela, são o líder indígena Yaku Pérez e o outsider Jan Topic, um admirador das políticas de segurança do salvadorenho Nayib Bukele.O outro é o ex-mandatário uruguaio José "Pepe" Mujica, que assumiu "sua parte da culpa" pela crise hídrica que vive o país. Mujica diz que faltaram obras de infraestrutura e que isso ocorreu também com seus sucessores. Apontou para que algo deve ser feito para conter o desabastecimento de água potável que vem se agravando por conta da mudança climática.Por fim, Colombo e Fest debatem a tentativa de retorno à política espanhola de José Luis Rodríguez Zapatero, que governou o país europeu de 2004 a 2011. Sua reaparição no cenário eleitoral --a Espanha vai às urnas em julho-- também reforça os laços com a esquerda latino-americana, que mantém relações tanto com o PSOE (Partido dos Trabalhadores Socialistas Espanhol) quanto com o Podemos. Mais O podcast Américas traz, toda semana, três temas para o debate, em geral com material de apuração própria e entrevistas com protagonistas da notícia, como presidentes, candidatos, chanceleres e analistas.A parte gráfica do projeto foi elaborada pelo estúdio Thema.
2023-06-23 16:00:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/novo-em-folha/2023/06/ressurgimento-de-rafael-correa-no-equador-e-falta-de-agua-no-uruguai-sao-temas-do-podcast-americas.shtml
Soja: gênero feminino ou masculino?
Quem sempre disse "a soja" está correto, portanto não há com que se preocupar. Quem, no entanto, estiver assistindo à novela das nove da Rede Globo ("Terra e Paixão"), ambientada nas fazendas de soja de um grande produtor rural, ouvirá a todo o tempo "o soja", no masculino.De fato, esse uso é comum entre os produtores e seu entorno, o que tem, sim, explicação. É que a entrada do termo no português se deu, ao que tudo indica, sob a influência do inglês "soya-bean", cuja tradução literal é "feijão-soja", este um termo masculino.Em uma edição da Folha da Manhã, de 2 de setembro de 1942, encontramos um texto de Francisco Assis Iglezias, intitulado "Uma utopia de Henry Ford", de onde extraímos este fragmento: "O trabalho de Ford, nesse sentido, é, de acordo com o comentário do sr. Engel, a cultura da soja, aqui vulgarmente conhecida por feijão-soja, de procedência asiática". Nesse artigo, fazia-se referência ao uso da soja para produzir componentes plásticos para um automóvel. Interessa-nos, em particular, a referência ao uso popular do termo "feijão-soja" mencionado pelo autor.Não parece difícil que desse uso tenha derivado o emprego do masculino "o soja", persistente até hoje nas áreas de cultivo do grão no Brasil. Convém notar, porém, que essa variante é local. Nos dicionários, "soja" é uma palavra feminina, e "feijão-soja", naturalmente, é uma palavra masculina. Mais Outros termos do português apresentam hesitação quanto ao gênero. É esse o caso de "usucapião", que, embora apareça mais frequentemente como palavra feminina, também é registrada no masculino. O dicionário "Aulete" e o "Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa", da Academia Brasileira de Letras, estão entre as obras que consideram "usucapião" um substantivo de dois gêneros. "Aluvião" também admite os dois gêneros, embora, no dicionário "Priberam" (de Portugal), tenha apenas o registro de substantivo feminino.Ao lado de termos que admitem os dois gêneros, há aqueles que passaram de um gênero a outro, como "mar" e "planeta", que, provavelmente sob a influência do francês ("la mer" e "la planète"), já foram termos femininos, mas, atualmente, são masculinos em português. Como se vê, mesmo entre línguas oriundas do latim, não há uniformidade de gênero.Veja-se o caso da palavra "creme", masculina em português, mas feminina em francês ("la crème"). A famosa (e saborosa) sobremesa francesa, chamada "crème brûlée", é, ao pé da letra, um "creme queimado". Sendo "crème" um termo feminino em francês, "brûlée" segue a concordância francesa (o "e" final indica gênero feminino). Na hora da tradução, os editores de cadernos de gastronomia dos jornais sofrem para resolver o que fazer.Em português, usa-se "creme" no masculino, mas jamais se traduz "brûlé" por "queimado"... Que fazer, então? Usar "creme" em português (masculino) e "brûlé" (em francês, mas no masculino, sem o segundo "e")? Essa solução aparentemente satisfaz a "lógica", mas um francês por certo acharia muito estranho "um creme brûlé". Há quem prefira aportuguesar o termo "brulê", tirando o acento circunflexo do "u" e passando-o para o "e" final. Dicionários não trazem a forma aportuguesada, o que abre espaço para a oscilação.Outros termos de origem francesa, como "omelete" (fr."omelette"), "fondue" (francês), "patinete" (fr. "patinette"), "manete" (fr. "manette") ou "mascote" (fr. "mascotte"), sofrem oscilação quanto ao gênero no português. "Omelete", de início apenas feminino, hoje é tratado no Brasil como substantivo de dois gêneros e, em Portugal, permanece apenas feminino. "Fondue" mantém a grafia francesa, mas é admitido no português nos dois gêneros."Patinete" nos chegou como feminino, mas, no Brasil, houve grande insistência no seu uso como palavra masculina na imprensa. Hoje, os dicionários brasileiros admitem os dois gêneros; em Portugal, "patinete" continua sendo palavra feminina. "Manete", por sua vez, é feminino em Portugal e oscilante no Brasil. "Mascote", no entanto, é sempre um termo feminino – em francês e em português (dos dois lados do Atlântico).Não são, porém, só os termos de origem francesa que apresentam no português oscilação quanto ao gênero. Um caso interessante de oscilação de gênero é o de "sanduíche", que vem do inglês "Sandwich", nome de uma cidade da Inglaterra. O termo surgiu por influência de John Montagu (1718-1792), conde de Sandwich, que, para não se levantar de uma mesa jogo nem mesmo para fazer refeições, teria inventado um jeito de se alimentar pondo fatias de carne entre fatias de pão ou torrada. No Brasil, "sanduíche" é palavra masculina e, em Portugal, é palavra feminina ("uma sanduíche" ou "uma sande").Na tradução de termos de origem italiana – o que é particularmente visível no vocabulário da gastronomia –, surge oscilação quanto ao número. Em italiano, para fazer plural, não se usa o "s", mas o "e" ou o "i", portanto muitos dos nomes de massas que nos parecem estar no singular estão, na origem, no plural. É o caso de "penne", plural de "penna" (que quer dizer "pena" mesmo, a pena das aves).Receba no seu email uma seleção com lançamentos, clássicos e curiosidades literárias; aberta para não assinantes.Carregando...É por essas e por outras que o aportuguesamento resolve muitos problemas. Veja-se o caso de "espaguete" (aportuguesado), substantivo masculino singular. Simples, não? Se quisermos escrever em italiano – para ficar mais "chique"? –, teremos de enfrentar o problema do plural. "Spaghetti", em italiano, é o plural de "spaguetto", que, por sua vez, é o diminutivo de "spago", que quer dizer "barbante". Um prato de "spaghetti", portanto, é, literalmente, um prato de "barbantinhos" – de massa, é claro. "Ravióli" (com acento, em português) está no singular, mas "ravioli" (sem acento, em italiano) é o plural de "raviolo".Fato é que, com a facilidade de intercâmbio entre países e culturas, as línguas estão em contato e se influenciam mutuamente. Claro está que as línguas de países economicamente dominantes exercem muita influência sobre as demais, como é o caso do inglês. Na culinária, é curioso o exemplo da palavra "curry", do inglês, cuja origem é o português "caril". Em Portugal, as receitas trazem, em geral, "caril", não "curry". No Brasil, bem, preferimos o inglês.Na gastronomia, o francês e o italiano ainda exercem considerável influência. O mesmo vale para o japonês, dado que a cozinha da terra do sol nascente já conquistou muitos paladares na porção ocidental do planeta. Diga-se, a propósito, que a palavra "soja" vem do japonês "shoyu" – traduzido por "molho de soja".
2023-06-23 13:41:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/thais-nicoleti/2023/06/soja-genero-feminino-ou-masculino.shtml
'Me descobri lésbica aos 40 anos e hoje não acredito que já gostei de homem'
Giovana (nome falso) tem 42 anos e, até dois anos atrás, só tinha se relacionado afetivamente com homens. Aos 29, ela beijou uma mulher e achou o corpo e o toque femininos muito mais interessantes do que imaginava, mas nunca passou disso. Porém, aos 40 anos, ela se apaixonou loucamente por uma mulher durante uma viagem e virou a chavinha.Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha; exclusiva para assinantes.Carregando..."O beijo é mais macio... o sexo oral é importante e bem feito, dá prazer de verdade. Sexo entre mulheres é para as duas gozarem. É mais lento, não imagino uma rapidinha com mulher", diz.Ela conta que experimentou orgasmos muito mais intensos e viu mulheres tendo "squirt" –que é quando um líquido incolor esguicha da vulva, mais especificamente das Glândulas de Skene, localizadas perto da uretra. O fenômeno, que não é lenda de filme pornô, também é conhecido como ejaculação feminina. Ele não é obrigatório para ter um orgasmo, mas tende a acontecer quando a pessoa está bem excitada.Giovana se apaixonou diversas vezes por homens, namorou alguns, ficou com muitos e transou com vários, mas poucas vezes o sexo foi satisfatório. Hoje em dia, ela sente que viveu uma "heterossexualidade compulsória" e diz não sentir mais desejo por homens. Quando se descobriu lésbica e começou a ter experiência com mulheres, ela não se sentia à vontade para receber penetração com os dedos, justamente porque remetia ao sexo heterossexual. Hoje em dia, ela ainda está explorando as possibilidades, mas não tem vontade de usar dildos e vibradores cujo formato lembre uma rola.Marcela, por sua vez, depois de três relacionamentos com homens, se abriu afetivamente para namorar mulheres aos 29 anos. Ela conta que o sexo heterossexual com seus parceiros era genitalizado demais, rolava pouca lambeção e dedação e beijação e muita "metelança". Ela diz que não gosta da meteção britadeira que muitos moços pensam ser o centro da transa.Por causa dessa obsessão masculina com a penetração, Marcela muitas vezes se via não querendo trepar e pensava que isso se devia ao fato de que "homens sentem mais vontade de transar". Com mulheres, ela percebeu que isso é uma lenda. Hoje em dia, sente mais tesão e goza muito mais com suas parceiras. Nas ocasiões em que fica com homens, ela busca caras bissexuais ou héteros com mais noção, que curtam sexo menos centrado na piroca deles. "Os caras que eu transo não são ligados naquela metelança louca de quem tá procurando petróleo no útero da mulher".Pois é rapazes, não custa lembrar que, se sua parceira nunca quer transar, talvez a culpa não seja dela, e sim sua, que deda pouco e chupa errado.Do ponto de vista afetivo, Marcela diz que sente muito mais conexão com mulheres. As relações são mais profundas emocionalmente. "Pra mim, a melhor preliminar que existe é uma conversa, uma DR, poder falar o que você sente e ouvir o que a pessoa está sentindo". Essa intimidade faz com que ela tenha mais desejo de transar e permite que ela só faça sexo quando tem vontade. "Em relacionamento com homens, várias vezes eu transei sem estar a fim".As héteras que não confundam as coisas! As lésbicas e bissexuais que se descobriram mais tarde não são pessoas que "cansaram de homens" e "desistiram da heterossexualidade". Não é assim que funciona. O desejo delas pelo corpo, pelo toque e pelo amor de outras mulheres é genuíno e não tem a ver com substituição, compensação e conformismo, ok?Em inglês, existe a expressão "late-blooming lesbian" para nomear mulheres que se percebem e se assumem lésbicas após os 30 anos —seria algo como lésbica tardia em português. Se tem nome, tem história. O fenômeno de viver uma vida heteronormativa, que frequentemente inclui casamento e filhos, para só então se permitir explorar outras possibilidades é relativamente comum. É ótimo poder expressar a sexualidade desde cedo, mas, para quem tem vontade, nunca é tarde.Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Bruna Maia é escritora, cartunista e jornalista. É autora dos livros "Parece que Piorou" e "Com Todo o Meu Rancor" e do perfil @dabrunamaia nas redes sociais. Fala de tudo o que pode e do que não pode no sexo.
2023-06-23 13:11:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/x-de-sexo/2023/06/me-descobri-lesbica-aos-40-anos-e-hoje-nao-acredito-que-ja-gostei-de-homem.shtml
Observatório acompanhará transfobia e crimes contra jornalistas
A pedido da ministra Rosa Weber, presidente do STF e CNJ, o Observatório de Causas de Grande Repercussão, que reúne o Conselho Nacional de Justiça e o Conselho Nacional do Ministério Público, vai acompanhar processos controvertidos ou demorados envolvendo casos de transfobia e crimes dolosos contra jornalistas.Foram incluídos na pauta do Observatório, entre outros, o assassinato em Goiás do jornalista esportivo Valério Luiz de Oliveira, em 2012, e o da jovem trans Laura Vermont, morta por cinco homens, em São Paulo.Segundo noticiou a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), o radialista morreu quando um homem numa moto desferiu-lhe seis disparos. A Polícia Civil de Goiás concluiu que o crime foi encomendado por Maurício Borges Sampaio, dirigente do Atlético Clube Goianense.O processo relativo a Laura Vermont tramita na 1ª Vara do Júri do Foro Central de São Paulo. No julgamento, em maio último, o Tribunal do Júri absolveu dois dos cinco homens que espancaram a jovem e condenou outros três acusados por lesão corporal leve. O Ministério Público recorreu e apontou parcialidade do juiz e dos jurados.Dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) registra que o Brasil é o país que mais mata pessoas trans.O Observatório vai acompanhar o processo relativo aos assassinatos do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Araújo, em Atalaia do Norte (AM), em junho de 2022.Foram selecionados outros 18 processos sobre crimes violentos contra jornalistas, a maioria em cidades do interior.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...Também serão acompanhados homicídios em operações policiais ou estabelecimentos penais, entre eles, o desaparecimento de sete presos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), em 2017.À época, o governo de Roraima divulgou que eles fugiram por um buraco na parede da cela. Familiares afirmam que eles foram retirados à força. O caso foi apresentado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).Estão na pauta do colegiado os processos do rompimento de barragens em Brumadinho e em Mariana (MG), os casos da Chacina de Unaí (MG), do incêndio na Boate Kiss (RS) e de Autazes (AM) e ações sobre direitos dos povos indígenas encaminhadas pelo Supremo ao CNJ.O secretário-geral do CNJ, juiz Gabriel Matos, diz que esses processos simbolizam graves agressões às pessoas, intolerância de gênero e ameaças à liberdade de imprensa.
2023-06-23 11:16:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/frederico-vasconcelos/2023/06/observatorio-acompanhara-transfobia-e-crimes-contra-jornalistas.shtml
Casa da Barbie chega a shopping em SP com muito cor-de-rosa, piscina e trailer
A Barbie é um ícone da moda e uma das personagens mais populares entre crianças e adultos. O desejo de ter a casa da boneca ou pelo menos conhecer poderá ser realizado a partir de 13 de julho no shopping JK Iguatemi, localizado na região oeste de São Paulo.O espaço receberá a "Barbie Dreamhouse Experience", com cor-de-rosa por todos os lados. O público poderá explorar a casa que apresenta as várias facetas da boneca mundialmente conhecida, transmitindo a mensagem de que uma garota pode ser o que quiser.Em uma área de 650 metros quadrados, a casa tem cenários com equipamentos esportivos, como patins e skate, piscina, pebolim e um trailer. A decoração da cozinha, sala e banheiro está pensada para viralizar nas redes com vários cenários instagramáveis.Além disso, haverá um café temático em tons de rosa operado pela Biscoitê. Todo o projeto é realizado em parceria com a Mattel e patrocinado pela Fujifilm. Mais Para participar e conhecer a casa é preciso desembolsar R$ 50 de segunda a quinta e R$ 70 nos demais dias. Os ingressos começam a ser vendidos na segunda-feira (26) em sympla.com.A atração surge no momento em que o "Barbiecore" está em alta, tendência que coloca o pink em destaque e que remete à boneca. Além disso, entra em cartaz no mesmo mês o aguardado filme "Barbie", estrelado por Margot Robbie e Ryan Gosling. Mais
2023-06-25 10:00:00
passeios
Passeios
https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2023/06/casa-da-barbie-chega-a-shopping-em-sp-com-muito-cor-de-rosa-piscina-e-trailer.shtml
Globo retoma núcleo esvaziado após saída de Marcius Melhem
Delegar poder para segmentos específicos e melhorar o funcionamento de um grande volume de produções são os objetivos de uma mudança organizacional anunciada pela Globo nesta quinta-feira (22). Três novas áreas foram criadas, com chefias para cada campo: humor, auditórios e janela de filmes.A seara do riso, como se sabe, não é novidade, mas foi esvaziada com a saída de Marcius Melhem, em 2020, e o posterior desinteresse da emissora nesse terreno. Entre a saída do ex-diretor, que briga na Justiça para contestar acusações de assédio, e a chegada da nova diretora, Patrícia Pedrosa, a Globo chegou a encomendar um projeto para substituir o Zorra nas noites de sábado a Antonio Prata, cronista da Folha. O plano, no entanto, foi abortado no meio do caminho.Vale observar que a escolha por Pedrosa, diretora de séries como "Todas as Mulheres do Mundo" e "Cine Holliúdy", passa longe da turma envolvida no caso Melhem, seja no que diz respeito a denunciantes ou a apoiadores do ex-diretor.Diante de suspeitas sobre uma possível guerra de tronos em torno do poder de Melhem, a direção da Globo escapa da hipotética cilada de escolher para a cadeira de decisões qualquer outro profissional que estivesse ligado ao núcleo anterior. Mais Desde a década de 1960, quando foi criada, a Globo sempre teve programas humorísticos que abordavam a sátira política em sua linha de shows semanais. O afastamento dos últimos três anos foi também um meio de evitar cutucar ainda mais os ânimos do ex-presidente Jair Bolsonaro, que via a emissora como sua inimiga.A chefia de auditórios ficará com Mônica Almeida, diretora do Conversa com Bial. E a recém-criada área de Produção de Filmes de Janela Curta ficará sob responsabilidade do produtor Rahael Cavaco. O núcleo será abrigado pelo chapéu da Dramaturgia, chefiado por José Luiz Vilamarim.As mudanças foram anunciadas em comunicado assinado por Amauri Soares, diretor da TV Globo e Afiliadas, que assumiu também o controle dos Estúdios Globo no início do mês, sucedendo Ricardo Waddington."Os conteúdos criados e produzidos nos Estúdios são a base da estratégia multiplataforma da Globo", explica Soares na nota. "Adotar fluxos e processos que incentivem a criação e facilitem o desenvolvimento das ideias é fundamental para o nosso crescimento e relevância. A nova estrutura de gestão e criação dos Estúdios Globo trará maior sinergia e eficiência entre os nossos ativos e oportunidades para os talentos da Globo", conclui.Soares inicia o comunicado tratando os funcionários da casa como "companheiros". Confira abaixo a íntegra da nota:"Companheiros dos Estúdios Globo, Os conteúdos criados e produzidos aqui são a base da estratégia multiplataforma da Globo. Ter fluxos e processos que incentivem a criação e facilitem o desenvolvimento das ideias é fundamental para o nosso sucesso. Neste contexto, eu queria comunicar três novidades na Estrutura de Gestão e Criação dos Estúdios Globo:Os programas de auditório estão associados ao DNA da televisão, em todas as plataformas. Flexível e sempre em renovação, o gênero auditório oferece enormes oportunidades criativas. Para explorar estas oportunidades e ajudar no desenvolvimento permanente dos nossos programas de auditório, criamos a Direção do Gênero Auditório, que será exercida pela Monica Almeida.Monica estudou Cinema na UFF e começou cedo a trabalhar no mercado de cinema. Em 1995, veio para a Globo, como estagiária. Desde então, atuou em programas de Variedades, Dramaturgia, Musicais, Documentários e quadros para o Fantástico. Fez Brasil Legal, Torre de Babel, Vídeo Show, Central da Periferia, Esquenta, Altas Horas, Conversa Com Bial, Som Brasil e Linha Direta. Em 2018, participou da criação do núcleo de documentários ‘Conversa.doc’ responsável por, entre outras produções, ‘Em Nome de Deus’, ‘Arnaldo, Sessenta’, ‘Erasmo 80’, ‘Marisa Monte - Portas e Janelas’, ‘Chitãozinho e Xororó - 50 Anos de História ’ e está produzindo ‘Xuxa - O Documentário’ e ‘Vale o Escrito’.Na nova posição, Monica vai contribuir com Luciano Huck e Helio Vargas, no Domingão com Huck; com Marcos Mion e Geninho Simonetti, no Caldeirão com Mion; e com Serginho Groisman e Adriano Ricco, no Altas Horas. Os três programas passam a formar o portfólio do Gênero Auditório.Para estimular e desenvolver projetos de humor em todos os formatos e para todas as plataformas, estamos criando a Direção do Gênero Humor. A posição será ocupada pela Patricia Pedrosa.Patricia é formada em Cinema pela UFF e Artes Cênicas pela CAL, e cursa pós-graduação em Letras na PUC. Entrou na Globo como estagiária, pelo programa Estagiar, em 2007. Nos Estúdios Globo, iniciou sua carreira como diretora em A Grande Família, tendo dirigido também Chapa Quente, Mister Brau e A Fórmula. Como diretora artística, esteve à frente de Cine Holliúdy, Shippados, Todas as Mulheres do Mundo, Juntos a Magia Acontece 2, Amor e Sorte e está em uma nova série em produção. Patrícia vai conciliar a Diretoria de Gênero com a conclusão desta série, projeto do qual ela participa desde a concepção.Como Diretora do Gênero Humor, o papel de Patricia será o de abrir caminho para o portfólio mais diverso possível de projetos, envolvendo talentos da casa e do mercado.Estamos implantando o Núcleo de Produção de Filmes de Janela Curta dos Estúdios Globo. O núcleo funcionará dentro do Gênero Dramaturgia, sob a direção artística do José Luiz Villamarim. O objetivo do Núcleo será produzir longas-metragens para atender as demandas da TV Globo e do Globoplay. O responsável pela Gestão do Núcleo de Filmes será o Gerente de Produção Raphael Cavaco, produtor com 15 anos de experiência na Globo e 5 anos em produção para cinema, tendo em seu currículo alguns títulos importantes como Cidade dos Homens, Meu Nome Não é Johnny e A Mulher Invisível.Ele terá a missão de planejar as produções com o maior grau possível de aproveitamento de recursos existentes nos Estúdios, como, por exemplo, as cidades cenográficas. Cavaco e Villamarim vão organizar processos de briefing e pitching para que toda a comunidade criativa da Globo possa ter propostas avaliadas. Criadores do mercado também serão convidados a participar. Por último, o Núcleo de Filmes vai operar em parceria com a Globo Filmes, que mantém suas atribuições como responsável pelo negócio cinema. Juntas, as duas áreas vão avaliar obras com potencial de exibição nesta janela. Com a criação das novas áreas, fica assim a estrutura criativa e de gestão dos Estúdios Globo:Com a criação das novas áreas, fica assim a estrutura criativa e de gestão dos Estúdios Globo: . Direção de Gênero Dramaturgia: José Luis Villamarim. Produtor parceiro: Lucas Zardo. Núcleo de Filmes Janela Curta: Gerente de Produção Raphael Cavaco. . Direção de Gênero Realities: Boninho. Produtor parceiro: Rodrigo Tapias. . Direção de Gênero Variedades: Mariano Boni. Diretor Parceiro: Matheus Pereira. . Direção de Gênero Festivais e Eventos: Raoni Carneiro. Produtora parceira: Juliana Silleman. . Direção de Gênero Humor: Patricia Pedrosa. Gerente de Produção a definir. . Direção de Gênero Auditório: Monica Almeida. Produtores parceiros: Rodrigo Tapias e Matheus Pereira (SP). . Direção de Diversidade e Inovação em Conteúdo: Samantha Almeida. . Direção de Produção de Conteúdo: Fabiana Moreno. . Direção de Talentos Artísticos: Bernardo Portugal. Com esta estrutura, estamos prontos para ampliar nossa produção e, assim, atender às demandas de todas as plataformas Globo. Neste trabalho, teremos a indispensável ajuda das áreas parceiras de operação dos Estúdios Globo: Infraestrutura & Serviços e Tecnologia. Sucesso aos colegas que assumem novas funções. O sucesso deles é o sucesso de todos nós. Abraço, Amauri"Recurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2023-06-23 10:02:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/cristina-padiglione/2023/06/globo-retoma-nucleo-esvaziado-apos-saida-de-marcius-melhem.shtml
Orçamento da Ciência fora da regra fiscal depende dos deputados
O Senado aprovou em 22 de junho a nova regra fiscal e, ao contrário da Câmara dos Deputados, que havia aprovado o chamado arcabouço fiscal em 23 de maio, houve uma mudança significativa para a Ciência brasileira.Foi uma emenda, que veio do Senador Renan Calheiros, e que foi acatada pelo relator Senador Omar Aziz de deixar o orçamento da Ciência fora da regra fiscal. Com ampla maioria de votos, o Senado acatou a modificação e agora o projeto deverá voltar à Câmara de Deputados para a votação final.Trata-se de uma importante vitória para a Sociedade brasileira, que continua reconhecendo a importância da Ciência por ter salvo vidas durante a pandemia e trazido alívio a milhões de pessoas em todo o País em um momento em que não havia alento ou proteção do governo.Necessário salientar também que o trabalho feito durante a CPI da Covid-19 continua presente, tal como reforçou em sua fala o Senador Aziz ao concordar em excluir da nova fórmula fiscal "as despesas com Ciência, Tecnologia e Inovação... pois sabemos da importância diante do momento que o Brasil passou de não investimento em Ciência". O Senador citou, como exemplo, a falta de produção de vacinas, tal como a BCG, o que representa um grande retrocesso para a população brasileira.É um alento perceber o reconhecimento da Ciência, depois da pandemia que assolou a vida de tantas pessoas e, para a qual, não havia preparo institucional ou mesmo reconhecimento e ações concretas por parte do governo Bolsonaro.O país viveu momentos dramáticos com a perda de mais de 700 mil vidas, muitas das quais poderiam ter sido poupadas. Como mencionamos no artigo da semana passada, não podemos esquecer o que sofremos, o luto de milhões de pessoas, o stress pós-traumático similar ao de uma guerra e a necessidade de justiça e reparação para todos os crimes da pandemia. Por isso, o trabalho de grupos de pesquisa, em parceria com a AVICO (Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid-19) continuará para garantir a memória, a justiça e a reparação. E foi isso que a CPI da Covid-19 também fez o seu trabalho, mostrando e registrando os detalhes dessa tragédia em seus anais. Embora possa parecer que dela nada ainda resultou, teremos certamente consequências que estão por vir.Importante também é destacar que a vitória para a Sociedade é fruto da luta e do trabalho de inúmeras entidades, incluindo o SoU_Ciência, que defendem e se apoiam na Ciência e, unidas, têm atuado junto ao parlamento, tal como ocorreu com a defesa dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FNDCT, entre 2020 e 2022, e culminou na aprovação de Lei que limitou o contingenciamento do Fundo e afirmou a destinação legal e indubitável de ser aplicado em Ciência. Em 2023 foi anunciado o montante de 4,9 bilhões de reais a serem liberados em inúmeros projetos de pesquisa, infraestrutura e bolsas.A comunidade está ávida para aplicar esses recursos na obtenção de vacinas, métodos diagnósticos, tratamentos para o câncer, preservação da água e das florestas, obtenção de fontes de energia renováveis, soluções para a moradia e fome, para estimular alternativas melhores ao mundo do trabalho, a partir da formação mais qualificada de profissionais e pesquisadores. Se a Ciência brasileira pode produzir tudo o que produziu sem recursos durante a pandemia, é possível imaginar o enorme avanço que virá com os investimentos sendo recuperados e o crescimento nacional retomado.Em poucos dias a Câmara dos Deputados irá apreciar essas modificações, feitas e aprovadas pelo Senado. Por isso, é fundamental que a sociedade acompanha e atue de perto para garantir essa vitória. É imprescindível também e esperamos que os deputados reconheçam definitivamente a importância da Ciência e da Tecnologia produzida pelo povo brasileiro.
2023-06-23 08:30:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/sou-ciencia/2023/06/orcamento-da-ciencia-fora-da-regra-fiscal-depende-dos-deputados.shtml
Antropóloga questiona setor psicodélico sobre exclusão indígena
Há muitas penas à vista na conferência Psychedelic Science 2023, a maioria em chapéus fedora, símbolo de feministas americanas. Poucas se veem em adereços indígenas, embora a todo momento povos originários sejam homenageados com palavras na abertura das palestras no Centro de Convenções de Denver, que abriga a maior convenção psicodélica já realizada.A baixa presença de representantes das culturas que legaram psicodélicos como ayahuasca, cogumelos e peiote para a biomedicina foi assinalada por Bia Labate, antropóloga brasileira à frente da ONG Instituto Chacruna, de San Francisco (EUA). Com mais de 12 mil participantes circulando pelos corredores, os raros indígenas se tornam, para todos os efeitos, invisíveis.Labate registrou que muita gente do mundo rico viaja para o Sul em busca de medicinas vegetais, movida não raro por fetichização, sem interesse genuíno em aprender com os locais. Ela fez recomendações sobre como demonstrar respeito real por essas comunidades tradicionais, e a uma delas pareceu talhada para o megaevento:"Não ‘tokenizar’ [algo como apenas sinalizar reverência] pessoas, mas ouvir e cultivar confiança engajando-se em relações horizontais de longo prazo, não transacionais –em suma, ser um aliado e amigo e posicionar-se em solidariedade".E lançou a pergunta incômoda: que cara teria o chamado renascimento psicodélico se todos que amam essas substâncias desafiassem o sistema de patentes e apoiassem a proteção de terras, patrimônio cultural e conhecimento indígenas?Além do conflito mal resolvido entre propriedade intelectual e conhecimento tradicional, Labate criticou o reducionismo que encara psicodélicos como meras moléculas, pondo de lado o contexto. Reconheceu o mérito da pesquisa biomédica, que afinal lidera o ressurgimento psicodélico, mas ponderou que não será suficiente."A ideia dos testes randomizados e controlados se baseia na premissa de que se pode separar ‘efeitos da droga’ de set [disposição mental] e setting [contexto] e de medir tais efeitos por comparação com placebo para descobrir se essas substâncias realmente ‘curam’. (...) Essas fronteiras entre substância, set e setting são uma construção, uma ficção."As reflexões da antropóloga, a primeira a falar quinta-feira (22) no teatro Bellco, palco principal da conferência, receberam vários aplausos. Ela elogiou, ainda, o pluralismo da Associação Multidisciplinar para Estudos Psicodélicos (Maps), entidade organizadora com que colabora como especialista em educação e cultura, e celebrou a capacidade de seu líder, Rick Doblin, de conduzir a Maps a este momento decisivo."Somos parte de uma comunidade, uma família. E, como qualquer família, tem todo tipo de pessoas, não é perfeita, há problemas. Mas são os nossos problemas. Trabalhamos duro para estar aqui, hoje, e isto é verdadeiramente épico."Logo depois de Labate subiu ao palco Roland Griffiths, um pioneiro de testes clínicos com psilocibina de cogumelos na virada deste século. A fala do pesquisador entrou em ressonância com a da brasileira, porque incendiou nos milhares de presentes esse sentimento de comunidade, de família psicodélica.O teatro inteiro se levantou para aplaudi-lo antes mesmo que começasse a falar. Griffiths tem câncer de cólon em estágio avançado, diagnosticado há um ano e meio, e nunca fez segredo disso –ao contrário, tem dado entrevistas sinceras sobre o tema.No palco do Bellco ele mostrou resultados de seu grupo na Universidade Johns Hopkins, em especial sobre correlações entre experiências místicas sob efeito de psicodélicos e o benefício terapêutico que vêm demonstrando. Mas não foi a ciência que o levou, e muitos na plateia, às lágrimas.Griffiths contou como sua longa vivência com meditação e psicodélicos o tem ajudado a contemplar não a morte, mas a "preciosidade da própria vida". Repetiu várias vezes a palavra gratidão, numa delas "por esse espantoso mistério: a capacidade de estarmos conscientes de que estamos conscientes"."Estou aqui com vocês, como nunca estive antes em minha vida", afirmou, numa espécie de despedida. Terminou o discurso com um convite: "Juntem-se todos nesta celebração".-----------AVISO AOS NAVEGANTES - Psicodélicos ainda são terapias experimentais e, certamente, não constituem panaceia para todos os transtornos psíquicos, nem devem ser objeto de automedicação. Fale com seu terapeuta ou médico antes de se aventurar na área.Sobre a tendência de legalização do uso terapêutico e adulto de psicodélicos nos EUA, veja a reportagem "Cogumelos Livres" na edição de dezembro de 2022 na revista Piauí.Para saber mais sobre a história e novos desenvolvimentos da ciência nessa área, inclusive no Brasil, procure meu livro "Psiconautas - Viagens com a Ciência Psicodélica Brasileira".
2023-06-23 07:00:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/virada-psicodelica/2023/06/antropologa-questiona-setor-psicodelico-sobre-exclusao-indigena.shtml
Brasil recebe pela primeira vez maior evento de gatos das Américas
São Paulo terá um evento felino inédito neste fim de semana. Pela primeira vez, o Brasil recebe o American Winner Show, a maior exposição de gatos das Américas.Serão 255 bichanos de 21 raças diferentes, mais o clássico SRD (sem raça definida). Além dos gatinhos brasileiros, também participam animais da Argentina, do Chile e da Itália. Os campeões ganham o título de American Winner, que é um prêmio internacional.A competição acontece neste sábado (24) e neste domingo (25), das 10h às 17h, no Clube Círculo Militar de São Paulo, no Ibirapuera, na zona sul.A entrada é gratuita, mas a doação de uma lata ou um pacote de leite em pó é bem-vinda —o alimento será destinado à Casa Hope, organização que oferece apoio a crianças com câncer.A mesma quantidade de leite arrecadada será doada em ração pela marca PremieRpet para as ONGs Catland e Confraria dos Miados e Latidos, que resgatam gatinhos abandonados.O evento é realizado pela FFB (Federação Felina Brasileira) e pelo CBG (Clube Brasileiro do Gato), e tem patrocínio da marca de ração PremieRpet. Mais "O público poderá tirar dúvidas com os melhores criadores e veterinários, acompanhar palestras e bate-papos com especialistas, aprender sobre as variadas raças de gatos e a história do CBG, se divertir com jogos interativos, show de mágica e até comédia stand-up, além de conferir produtos exclusivos nas lojinhas e fazer registros memoráveis no espaço instagramável", diz Gerson Alves Pereira, presidente do CBG e juiz internacional de gatos.Todos os gatos inscritos no evento participam de um concurso de beleza que dará o disputado título de campeão das Américas (American Winner). Juízes convidados da Alemanha, da França e da Itália irão eleger os grandes campeões com base em quatro categorias que consideram raça, faixa etária e se baseiam nos critérios da FIFé 9Fédération Internationale Féline). Leia mais sobre gatos American Winner Show 2023 Quando: sábado (24) e domingo (25), das 10h às 17h Onde: Clube Círculo Militar de São Paulo; rua Abílio Soares, 1.589, Ibirapuera, zona sul de São Paulo Quanto: Grátis. Contribuição voluntária: uma lata de leite em pó Mais informações: clubebrasileirodogato.com.br É proibida a entrada de animais que não estejam inscritos no evento.Siga o blog Gatices no Twitter, Instagram e Facebook.
2023-06-23 06:00:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/gatices/2023/06/brasil-recebe-pela-primeira-vez-maior-evento-de-gatos-das-americas.shtml
Daniela Lima chega à GloboNews para amortecer efeito do Pânico
A chegada da jornalista Daniela Lima à GloboNews, onde comandará o Conexão, tem como propósito atrair o assinante para as manhãs do canal, mas, sobretudo, manter a atenção do público entre as 12h e as 13h, faixa em que o Pânico, da Jovem Pan, cumpre sua primeira metade no ar, com êxito de audiência. O objetivo é reforçar a fidelidade do espectador a partir das 9h30, novo horário do Conexão, e frear o crescimento da Jovem Pan já no início da tarde. Além de fazer estrago na GloboNews e CNN Brasil das 12h às 14h, baixando também o fôlego do Estúdio i, o humorístico da Pan contagia a programação a seguir com noticiário que flerta mais com o entretenimento do que com o jornalismo, lançando análises que viralizam nas redes sociais. De dois meses para cá, a Jovem Pan News já registrou vitórias importantes, como a liderança entre os canais de notícias pagos por tardes inteiras (das 12h às 18h) por duas vezes. No dia 30 de maio, o canal ficou em primeiro lugar no segmento das 12h até as 20h. Mais As mudanças estratégicas para reverter esse quadro vinham sendo estudadas pela GloboNews há pelo menos três meses. Na semana passada, esta coluna questionou a direção do canal sobre possíveis mudanças na faixa das 12h às 14h para amortecer o efeito do Pânico nas tardes da emissora, e questionou como enfrentar com notícias um programa cujo teor é norteado por entretenimento."Não haverá mudanças de apresentadores nem na grade das tardes da GloboNews", respondeu a assessoria do canal à coluna. "O canal é líder absoluto de audiência e seu compromisso com o jornalismo é e sempre será inegociável", conclui a nota.Nesta quinta-feira (22), ao anunciar a contratação de Daniela Lima, que ficará no ar até as 13h, portanto afetando a faixa vespertina em que o canal negou haver mudanças, o comunicado da emissora anunciou ainda novos horários de grade, com o Conexão começando às 9h30, e não mais às 9h, e o Em Ponto ganhando Mônica Waldvogel como reforço, ao lado de Tiago Eltz.Há um ano, quando assumiu o Estúdio i, Sadi obteve 0,81 ponto de audiência em seus primeiros dez dias no ar. Em seus últimos dias à frente do mesmo Estúdio i, Maria Beltrão registrou 0,71. Ocorre que a temperatura política trazida pelas eleições de 2022, fator que motivou a troca de apresentadoras do programa, se arrefeceu.Em junho deste ano, nos índices computados até o dia 12, Sadi obteve 0,43 ponto das 13h às 14h, e 0,47 das 14h às 16h no PNT, o Painel Nacional de TV da Kantar Ibope Media, patamar que é quase metade do bolo conquistado há um ano.Embora o Estúdio i eleve a audiência do canal, o "Pânico" cresce justamente em sua segunda hora no ar, quando Sadi entra em cena. É fato também que o Conexão vinha entregando o bastão para o Estúdio i com baixa performance. Na média de junho até o dia 12, dados obtidos pela coluna mostram que a GloboNews teve 0,32 ponto de média na faixa das 12h às 13h, esta que receberá o reforço de Daniela Lima a partir de julho.Mesmo conquistando lideranças consolidadas ao longo de seis ou oito horas em ocasiões esporádicas, a Pan não chega a ameaçar a liderança da GloboNews no saldo mensal nacional, mesmo durante a bem-sucedida faixa vespertina, mas em São Paulo, região de maior consumo do país, e portanto de maior concentração de investimentos publicitários, o avanço da Pan já preocupa a GloboNews. No PNT, a Pan já ultrapassa a CNN Brasil no horário e é hoje vice-líder no segmento de notícias da TV paga durante a tarde.Confira o saldo de cada canal em junho, até o dia 12, entre as 11h e as 18h:11h-12h: GloboNews (0,35); Jovem Pan News (0,13); CNN Brasil (0,10) 12h-13h: GloboNews (0,32); Jovem Pan News (0,19), CNN Brasil (0,07) 13h-14h: GloboNews (0,43); Jovem Pan News (0,33); CNN Brasil (0,09) 14h-15h: GloboNews (0,47); Jovem Pan News (0,29); CNN Brasil (0,11) 15h-16h: GloboNews (0,47); Jovem Pan News (0,29); CNN Brasil (0,15) 16h-17h: GloboNews (0,39); Jovem Pan News (0,21); CNN Brasil (0,18) 17h-18h: GloboNews (0,43); Jovem Pan News (0,27); CNN Brasil (0,14)Registre-se daí também a capacidade de Daniela Lima de reverter audiência para a CNN Brasil desde a primeira hora do Poder 360, que ela comandou no canal até esta quarta-feira (21), quando se despediu do programa com um "até a próxima", em vez de "até amanhã".Em São Paulo, o Estúdio i passa ainda mais aperto com o Pânico. Na faixa das 13h às 14h, a Jovem Pan News bateu a GloboNews no saldo total de junho na região, com um placar de 0,35 a 0,27 ponto.A liderança da Pan em SP, ainda nos primeiros 12 dias de junho, é retomada às 15h e segue em frente, só com programas que propõem debates, como o Linha de Frente, Prós e Contras e Pingos nos Is.Houve uma queda nos dados gerais de todos os canais de notícias, nessa mesma faixa horária das 11h às 18h, de maio a junho. O segmento abocanhou 0,81% da audiência de todos os televisores ligados na mostra nacional do PNT em junho (até o dia 12), das 11h às 18h, ante 1,09% em maio.Pelos parâmetros de TV paga no Brasil, segundo projeções da Kantar Ibope Media, cada ponto de audiência domiciliar no mercado nacional equivale neste ano a 84.372 laresRecurso exclusivo para assinantes assine ou faça login Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).
2023-06-22 23:29:00
colunistas
Colunistas
https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/cristina-padiglione/2023/06/daniela-lima-chega-a-globonews-para-amortecer-efeito-do-panico.shtml
O aborto e a proteção do sigilo médico
Está em curso, perante o Supremo Tribunal Federal, a discussão sobre a descriminalização do aborto. Enquanto a definição não chega, os tribunais enfrentam individualmente os casos, sendo uma infeliz constante as acusações baseadas em depoimentos de profissionais de saúde. Pesquisadoras da Universidade Federal do Paraná (UFPR) identificaram que, em 37,2% dos casos analisados, médicos e/ou enfermeiros prestaram depoimento sobre os fatos. O número assusta.Isso porque, conforme o Superior Tribunal de Justiça reafirmou recentemente, o sigilo profissional é garantia constitucional, estando o profissional de saúde "proibido de revelar segredo de que tem conhecimento em razão da profissão" (habeas corpus 783.927). Partindo dessa premissa, a corte reconheceu a ilegalidade de ação penal iniciada em decorrência de denúncia médica.A razão de ser do sigilo médico reside tanto na natureza de confiança da relação médico-paciente como na tutela da intimidade e na proteção contra a autoincriminação da paciente. Além de dever ético, o profissional de saúde tem o dever jurídico de guardar sigilo das informações que recebe em razão de seu ofício.Assim, o médico/enfermeiro que se deparar com um possível caso de aborto induzido pela gestante ou realizado com sua autorização —independentemente do caráter criminoso da conduta— está ética e legalmente proibido de levar a informação ao conhecimento das autoridades. Apesar da clareza da situação, os casos se repetem. Nosso escritório, por meio do Projeto Alê Szafir —que atende em caráter "pro bono" pessoas em situação de vulnerabilidade—, está defendendo uma jovem acusada de homicídio duplamente qualificado, tentativa de aborto e ocultação de cadáver. A alegação é a de que ela teria aplicado em si medicação para induzir o aborto e embrulhado o feto expelido numa toalha. Diante das complicações enfrentadas pelo procedimento realizado em sua residência, foi levada às pressas ao hospital. Mais Em vez de encontrar acolhimento, a assistida foi delatada pelo médico plantonista. Pior: foi "jogada aos leões" por aquele que tinha a obrigação legal de ampará-la e de guardar sigilo sobre as informações que recebera. Mesmo com a vida da paciente em risco, o médico, violando seu juramento de Hipócrates e a lei, acionou a Polícia Militar, que a algemou pelas mãos e pelos pés no leito do hospital, interrogou-a e pressionou-a, forçando a confissão do aborto. Em razão dessa delação ilegal, a jovem foi presa em flagrante ainda enquanto internada no hospital e hoje está em vias de enfrentar o Tribunal do Júri.Permitir o processamento de feitos como esse é, além de aniquilar a proteção do sigilo médico, negar à mulher o próprio direito de atendimento de saúde. Incentiva-se que mulheres, especialmente as mais vulneráveis, sangrem até a morte em suas residências, com medo de serem delatadas por aquele que tinha obrigação legal e ética de acolhê-las. Cabe ao Poder Judiciário dar a devida resposta a esses casos, reconhecendo a imprestabilidade da prova oriunda da quebra do sigilo profissional.TENDÊNCIAS / DEBATES Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
2023-06-22 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/06/o-aborto-e-a-protecao-do-sigilo-medico.shtml
A janela de Biden
Desde janeiro, o intrincado xadrez geopolítico protagonizado pela potência dominante, os Estados Unidos, e a desafiante China vinha sendo caracterizado apenas por jogadas agressivas e ameaças.O clima já estava tenso em 2022, quando a Guerra da Ucrânia colocou os americanos ao lado de Kiev e os chineses, de Moscou, ainda que sem ajuda militar direta.De lá para cá, o presidente Joe Biden ampliou o apoio ao governo de Taiwan —ilha autônoma que a China diz que retomará— e trabalhou para minar o acesso chinês a chips avançados de uso militar.Ainda assim, o americano buscou contemporizar, encontrando-se com Xi Jinping no fim do ano.Para arrefecer os ânimos, ensaiava-se a ida de seu secretário de Estado, Antony Blinken, a Pequim, mas a estratégia desandou com a derrubada de um balão espião atribuído aos chineses nos EUA.Voltaram as acusações e uma série de esbarrões entre as forças militares. A situação escalou com a altercação pública entre os chefes da Defesa dos países, enquanto uma diplomacia secreta era costurada por serviços de inteligência.Nesta semana, o bom senso prevaleceu com o encontro de Blinken e Xi. Mas, logo depois, falando a doadores de sua campanha à reeleição em 2024, Biden já chamava o chinês de ditador. A China é uma ditadura comunista, mas ainda não personalista a esse ponto.A dinâmica revela a janela estreita para o americano. Interessa a Washington e a Pequim, que registraram o maior fluxo comercial da história em 2022, reativar laços. A interdependência é fator central para evitar que os países, ao menos agora e com os chineses sob temor de crise, cortem relações.Biden sabe que, talvez depois da virada do ano, seja impossível fazer gestos ao rival asiático: o eleitorado aprecia a imagem de um presidente assertivo.Ao mesmo tempo, fez uma jogada inteligente, atraindo com a pompa de uma visita de Estado o premiê indiano, Narendra Modi.O país mais populoso do mundo é rival da China e tem nos EUA seu maior parceiro comercial desde 2021. Biden ofertou equipamento militar inédito aos indianos, principais clientes da Rússia no setor.Historicamente, a Índia busca se equilibrar com alinhamentos simultâneos, e não deve ser diferente agora. Mas, se houver parceria mais sólida, os americanos ganharão peso no balanço de poder da região do Indo-Pacífico.editoriais@grupofolha.com.br
2023-06-22 22:00:00
opiniao
Opinião
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/06/a-janela-de-biden.shtml
Saiba como a reforma tributária mantém Zona Franca de Manaus até 2073
A nova versão da reforma tributária de impostos e contribuições sobre o consumo vai garantir a manutenção da Zona Franca de Manaus até 2073 por meio de alguns mecanismos.Bens produzidos no Polo Industrial de Manaus, quando esses forem fabricados em outras regiões do país, serão tributados com um Imposto Seletivo, em substituição ao IPI (Imposto sobre Produtos Industriais), que será extinto. Entre eles estão motocicletas, celulares e aparelhos de ar-condicionado.Essa era uma demanda do governo do Amazonas e da indústria local.Também haverá possibilidade de alterações de alíquotas e nas regras de creditamento dos novos tributos previstos (CBS federal e IBS de estados e municípios).As regras serão aplicadas à Zona Franca e também a outras áreas de livre comércio instituídas até 31 de maio de 2023. O governo federal manterá ainda com a região diálogo para criar um modelo de transição para a Zona Franca, segundo o relator da reforma, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Mais
2023-06-22 20:44:00
blogs
Blogs
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/que-imposto-e-esse/2023/06/saiba-como-a-reforma-tributaria-mantem-zona-franca-de-manaus-ate-2073.shtml
'Não podemos deixar brechas para alegar que teve seus direitos desrespeitados', diz leitora
Julgamento "Inelegibilidade é muito pouco para punir Bolsonaro" (Mariliz Pereira Jorge, 20/6). Vamos respeitar os ritos legais. Por mais que incomode, não podemos deixar brechas para alegar que teve seus direitos desrespeitados. Essa é a diferença: não julgamos por convicção ou por ilações, mas baseados em fatos comprovados. Berenice Gaspar de Gouveia (Rio de Janeiro, RJ)Não é tão fácil juridicamente. É só ver o trabalho que os americanos estão tendo para tentar enquadrar o Trump. José Cardoso (Rio de Janeiro, RJ)Zanin "Comissão do Senado aprova Zanin para o STF; indicação ainda irá a plenário" (Política, 21/6). Tem que parar com essa palhaçada de presidente, seja qual for, indicar ministro do STF, ainda mais em um país como o nosso em que honestidade é mercadoria rara na prateleira. Marcos Longaresi Carvalhães (Sertãozinho, SP)Com toda certeza vai ser um ótimo ministro. Veranice Avila (Votuporanga, SP) Mais O jogo virou "Zanin diz a Moro que só irá declarar suspeição em ações da Lava Jato após análise" (Política, 21/6). Como são os rumos da vida, hein? Moro vendeu a alma para Bolsonaro tirando Lula da eleição de 2018 em troca de uma vaga no STF e hoje vê o ex-advogado do presidente assumir o posto que tanto sonhou. Eduardo Farias (São Paulo, SP)Opinião Simplesmente excelente, claro, preciso e irretocável o artigo "O Supremo merecia mais respeito" (Tendências/Debates, 21/6) do professor José Eduardo Faria. E digo apenas, com ligeiro desdém, se os ministros Kassio Nunes e André Mendonça, e o virtual ministro Cristiano Zanin, lessem, se sentiriam envergonhados. Mas eles não vão ler. Badger Vicari (Francisco Beltrão, PR)Agentes de mudança "Ex-aluno mata estudante e fere outro em ataque a tiros em escola no Paraná" (Cotidiano, 19/6). Consternado com o trágico ataque no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé (PR), ressalto a importância de abordarmos o bullying e reforçarmos a segurança escolar. É crucial implementar programas eficazes contra o bullying, promovendo um ambiente seguro, com cultura de paz e respeito. Nós, estudantes, podemos ser agentes de mudança nessa luta. O futuro exige um ambiente educacional que valorize nosso desenvolvimento pleno. Leonardo Manske Fusiger (Curitiba, PR)Recursos "Metade das doações de campanha a vereadores de São Paulo veio do setor imobiliário" (Cotidiano, 21/6). A prática é comum nos municípios urbanos. Setor imobiliário influencia ou até interfere nas mudanças das leis de ocupação de solos, planos diretores etc. Em áreas agrícolas, de mineração, petroquímicas etc a influência é semelhante. Maria Eloisa Montero Miguez (São Bernardo do Campo, SP)Preservação "Cidade em Rondônia aprova primeira lei que garante direitos a um rio" (Ambiente, 22/6). Meus mais sinceros e entusiastas parabéns! Anna Amélia Meule (Uberlândia, MG)Parabéns, isto sim é verdadeiramente ser pró-vida. O resto é ideologia demagoga. Markus Kaiser (São Paulo, SP)Titan e Titanic "Empresa responsável por submarino desaparecido diz acreditar que todos a bordo morreram" (Mundo, 22/6). Multimilionários ociosos e mórbidos em busca de sensações perigosas mergulharam numa cápsula precária para visitar a fantasmagórica carcaça do mítico transatlântico, que jaz no fundo do mar desde 1912. Os cinco aventureiros vão juntar-se às vítimas do Titanic, um exemplo da irresponsabilidade e arrogância da humanidade. Fossem os cinco passageiros simples refugiados pobres, não seriam manchetes na imprensa mundial. Paulo Sergio Arisi (Porto Alegre, RS) Mais Intolerância "Mulher e bebê são agredidos por motorista de aplicativo irritado com choro em SP" (Cotidiano, 22/6). O que é muito estranho é que esses ataques de fúria só acontecem com quem é mais fraco do que eles. Jose Campos (São Paulo, SP)Esse mundo está precisando de rédeas. O que está acontecendo? Tereza Joacy Gomes de Melo (Recife, PE)As empresas não fazem nenhum processo seletivo, por mais sumário que seja, nem oferecem o menor treinamento para estes motoristas: o resultado é este! Há pessoas sem o mínimo de civilidade brincando de motoristas de aplicativo hoje em dia. Hernandez Piras (São Paulo, SP)Seleção "Nada é definitivo na carreira de Ancelotti, provável novo técnico da seleção" (Esporte, 20/6). Sinceramente eu acho uma aberração colocar um técnico estrangeiro para comandar a seleção brasileira. Sendo humilde, nossa seleção foi, é e será sempre a melhor do planeta. Lamentável. Ricardo Geraldo Vieira (Juiz de Fora, MG)"Batida pelo Senegal, seleção brasileira leva quatro pela primeira vez desde o 7 a 1" (Esporte, 20/6). Pobre futebol brasileiro. Já se foram os tempos de jogadores que vestiam a camisa. Hoje vestem interesses financeiros. Barbosa Wilson da Silva Junior (Campinas, SP)
2023-06-22 20:00:00
paineldoleitor
Painel do Leitor
https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2023/06/nao-podemos-deixar-brechas-para-alegar-que-teve-seus-direitos-desrespeitados-diz-leitora.shtml
Inteligência Artificial cria lista com técnicos de futebol mais atraentes do mundo
Em questões claramente subjetivas como a beleza e o sex appeal dos seres humanos, eis que a inteligência artificial entra em campo para apontar quem seriam os dez técnicos de futebol mais atraentes do mundo. E deu Erik Ten Hag, 53, do Manchester United na cabeça (calva, diga-se de passagem).Antes de explicar como as máquinas chegaram a este resultado, vamos seguir com a lista. Moreno de barba por fazer e rosto anguloso, Mikel Arteta, do Arsenal, foi vice no ranking das belezuras, que ainda teve um empate na terceira colocação, com Pep Guardiola, do Manchester City, e Jose Mourinho, da Roma, coladinhos na mesma posição.Em quinto lugar.... Rufem os tambores. Ele, o sonho de consumo da CBF, Carlo Ancelotti, do Real Madrid, um senhorzinho muito simpático, querido, talentoso e bem-vestido. A IA, assim como Ednaldo Rodrigues, presidente da confederação brasileira, mostrou que, baseada em dados, também tem tesão por ele. Mais Análises de mídia social e algoritmos de visão computacional foram a base para o estudo, realizado pela Seatpick, mecanismo de busca de ingressos projetado para eventos ao vivo. Ele reuniu mais de 100 mil tuítes mencionando os nomes dos gerentes e os analisaram por conter o termo "sexy" e/ou emojis relacionados.Para que ninguém saísse prejudicado por fotos mal escolhidas, foram coletadas três imagens padronizadas de cada técnico, com critérios rígidos de iluminação, expressão facial e pose. Algoritmos de visão computacional identificaram pontos de referência faciais e calcularam a proporção áurea (uma definição matemática que estabelece as proporções ideais para que os rostos humanos sejam reconhecidos como, vá lá, bonitos).Junte-se a esses dados o patrimônio líquido e a altura de cada um e, touché! temos a lista final ao usar esses fatores para criar um escore de índice de 10 pontos. Para liderar o ranking, Erik Ten Hag chegou a 7,78. Veja os cards com as pontuações, à la "Super Trunfo" (quem lembra?):
2023-06-22 16:09:00
voceviu
Você viu
https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2023/06/inteligencia-artificial-cria-lista-com-tecnicos-de-futebol-mais-atraentes-do-mundo.shtml