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A aceleração tem as dimensões da velocidade L T divididas pelo tempo, ou seja, L T 2 . A unidade SI de aceleração é o metro por segundo ao quadrado ms 2 ou metro por segundo por segundo, pois a velocidade em metros por segundo muda pelo valor da aceleração, a cada segundo.
Um objeto em movimento circular - como um satélite orbitando a Terra - está acelerando devido à mudança de direção do movimento, embora sua velocidade possa ser constante. Nesse caso, diz-se que está sofrendo aceleração centrípeta direcionada para o centro . A aceleração adequada, a aceleração de um corpo em relação a uma condição de queda livre, é medida por um instrumento chamado acelerômetro . Na mecânica clássica, para um corpo com massa constante, a aceleração vetorial do centro de massa do corpo é proporcional ao vetor líquido de força isto é, soma de todas as forças agindo sobre ele segunda lei de Newton onde F é a força resultante que atua no corpo, m é a massa do corpo e a é a aceleração do centro de massa. medida que as velocidades se aproximam da velocidade da luz, os efeitos relativísticos se tornam cada vez maiores.
Movimento Movimento circular uniforme Movimento retilíneo Mecânica clássica Cinemática Categoria Grandezas físicas Categoria CinemáticaA história do abolicionismo no Brasil remonta à primeira tentativa de abolição da escravidão indígena no Brasil, em 1611, à sua abolição definitiva pelo Marquês de Pombal, em 1755 e 1758, durante o reinado de D. José I, e aos movimentos emancipacionistas no período colonial, particularmente a Conjuração Baiana de 1798, em cujos planos encontrava-se a erradicação da escravidão. Após a Independência do Brasil 1822 , as discussões a este respeito estenderam-se por todo o período do Império, tendo adquirido relevância a partir de 1850 e caráter verdadeiramente popular a partir de 1870, culminando com a assinatura da Lei urea de 13 de maio de 1888, que extinguiu a escravidão no Brasil.
Arquivo Nacional, comemorativo a Abolição da Escravidão no Brasil. José Bonifácio de Andrada e Silva, em sua famosa representação à Assembleia Constituinte de 1824, já havia chamado a escravidão de cancro mortal que ameaçava os fundamentos da nação. O conselheiro Antônio Rodrigues Veloso de Oliveira foi uma das primeiras vozes abolicionistas do Brasil recém-independente. Nas palavras do historiador Antônio Barreto do Amaral Em suas Memórias para o melhoramento da Província de São Paulo, aplicável em grande parte às demais províncias do Brasil, apresentadas ao príncipe D. João VI em 1810, e publicadas pelo autor em 1822, após enumerar e criticar os atos dos capitães-generais que concorriam para entravar o desenvolvimento paulista, passa a tratar do elemento servil e da imigração livre, que poderia concorrer para a vinda das populações europeias flageladas pelas devastações das guerras de Napoleão. Propunha, o conselheiro Veloso de Oliveira, que, na impossibilidade do estabelecimento de correntes migratórias, prosseguisse o comércio de escravos, mas que a escravidão do indivíduo importado fosse restringida a dez anos e que, no Brasil, nascessem livres os filhos dos escravos. No Período Regencial, desde 7 de novembro de 1831, a Câmara dos Deputados havia aprovado e a Regência promulgado a Lei Feijó, que proibia o tráfico de escravos africanos para o país, porém esta lei não foi aplicada. Em março de 1845, esgotou-se o prazo do último tratado assinado entre o Brasil e o Reino Unido, e o governo britânico decretou, em agosto, o ato Bill Aberdeen. Com o nome de Lord Aberdeen, do Foreign Office o Ministério britânico das Relações Exteriores , o ato dava, ao almirantado britânico, o direito de aprisionar navios negreiros, mesmo em águas territoriais brasileiras, e julgar seus comandantes. Por meio do ato, os capitães britânicos receberam poderes de atracar em navios brasileiros em alto-mar e verificar se transportavam escravos. Caso o fizessem, deveriam se desfazer da carga, devolvendo os escravos à frica, ou transferi-la para os navios britânicos. Criticado no próprio Reino Unido por pretender tornar a Inglaterra a guardiã moral do mundo, no Brasil, o ato Bill Aberdeen provocou pânico em traficantes e proprietários de escravos e de terras. A consequência imediata do Bill Aberdeen foi o significativo e paradoxal aumento no comércio de escravos, por conta da antecipação das compras de escravos antes da proibição em definitivo e, especialmente, da grande elevação do preço dos escravos. Caio Prado Júnior diz que, em 1846, entraram 50 324 escravos e, em 1848, 60 mil. Calcula-se que, até 1850, o país recebeu 3,5 milhões de africanos cativos. Os navios britânicos perseguiam embarcações suspeitas, a marinha britânica invadia águas territoriais e ameaçava bloquear portos. Houve incidentes, troca de tiros no Paraná. Alguns capitães, antes de serem abordados, jogavam, no oceano, a carga humana. Os infratores eram fazendeiros ou proprietários rurais, todos escravagistas. As províncias protestavam, pois, na época, no Brasil, a escravidão era coisa natural, integrada à rotina e aos costumes, vista como instituição necessária e legítima. Uma sociedade intensamente desigual dependia do escravo para se manter. Cedendo às pressões, D. Pedro II deu um passo importante seu gabinete elaborou um projeto de lei, apresentado ao parlamento pelo Ministro da Justiça Eusébio de Queirós, que adotava medidas eficazes para a extinção do tráfico. Convertido na lei n. 581, de 4 de setembro de 1850, determinava, seu artigo 3 Um dos seus artigos determinava o julgamento dos infratores pelo Almirantado, passando, assim, ao Governo imperial, o poder de julgar, que, antes, era conferido a juízes locais Tantos foram os protestos que, em julho de 1852, Eusébio de Queirós teve que comparecer à Câmara dos Deputados para apelar para a mudança da opinião pública. Lembrou que muitos fazendeiros do norte enfrentavam dificuldades financeiras, sem poder pagar suas dívidas com os traficantes. Muitos haviam hipotecado suas propriedades para especuladores e grandes traficantes - entre os quais numerosos portugueses - para obter recursos destinados à compra de mais cativos. Lembrou ainda que, se continuasse a entrar no Império tão grande quantidade de escravos africanos, haveria um desequilíbrio entre as categorias da população - livres e escravos -, ameaçando os primeiros. A chamada boa sociedade ficaria exposta a perigos gravíssimos, pois o desequilíbrio já provocara numerosas rebeliões como a dos Malês, em Salvador, em 1835 . No ano de 1854, foi aprovada a Lei Nabuco de Araújo, nome do Ministro da Justiça de 1853 a 1857, que previa sanções para as autoridades que encobrissem o contrabando de escravos. Os últimos desembarques de que se tem notícia aconteceram em 1856. A imigração até 1850 vinha sendo um fenômeno espontâneo. Entre 1850 e 1870, passou a ser promovida pelos latifundiários. Vindos primeiramente da Alemanha, sem êxito, e depois da Itália, os imigrantes, muitas vezes enganados e com contratos que os faziam trabalhar em regime quase escravo, ocuparam-se do trabalho rural na economia cafeeira. Tantos retornaram a seus países que houve necessidade de intervenção de consulados e das entidades que os protegiam, como algumas sociedades promotoras de imigração. Foram muitas as regiões em que os escravos foram substituídos pelos imigrantes. Algumas cidades em 1874 tinham 80 dos trabalhadores rurais negros, e, em 1899, 7 de trabalhadores negros e 93 brancos. Em 1850, após a aprovação de lei de autoria de Eusébio de Queirós, a escravidão começou a declinar com o fim do tráfico de escravos. Progressivamente, os imigrantes europeus assalariados substituíram os escravos no mercado de trabalho. Mas foi só a partir da Guerra do Paraguai 1864-1870 que o movimento abolicionista ganhou impulso. Milhares de ex-escravos que retornaram da guerra vitoriosos, muitos até condecorados, correram o risco de voltar à condição anterior por pressão dos seus antigos donos. O problema social tornou-se uma questão política para a elite dirigente do Segundo Reinado. A abolição do tráfico de escravos, seu baixo índice de reprodução, as várias epidemias de malária, as constantes fugas de escravos, a multiplicação dos quilombos e a alforria de muitos escravos, inclusive daqueles que lutaram na Guerra do Paraguai, contribuíram sensivelmente para a diminuição da quantidade de escravos no Brasil à época da abolição.
Edição de 1880 da Revista Ilustrada falando sobre a campanha abolicionista Por volta de 1852, as primeiras associações e clubes abolicionistas surgiram pelo país, como a Sociedade Abolicionista Dois de Julho 1852 , fundada por jovens estudantes da Faculdade de Medicina da Bahia. Em 1880, políticos importantes, como Joaquim Nabuco e José do Patrocínio, criam, no Rio de Janeiro, a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão, que estimula a formação de dezenas de agremiações semelhantes pelo Brasil. Da mesma forma, o jornal O Abolicionista, de Nabuco, e a Revista Ilustrada, de ngelo Agostini, servem de modelo a outras publicações antiescravistas. Advogados, artistas, intelectuais, jornalistas e políticos engajam-se no movimento e arrecadam fundos para pagar cartas de alforria. Embora não se divulgue muito, a Igreja Positivista do Brasil, de Miguel Lemos e Raimundo Teixeira Mendes, teve uma atuação destacada na campanha abolicionista, inclusive ao deslegitimar a escravidão, vista, a partir de então, como uma forma bárbara e atrasada de organizar o trabalho e tratar os seres humanos. Personagens históricos masculinos como Joaquim Nabuco, José do Patrocínio, José Mariano, André Rebouças, João Clapp, entre outros, tomam o protagonismo do movimento abolicionista em boa parte da historiografia produzida. Com a agremiação de 13 associações, foi fundada em 13 de agosto de 1883 a Confederação Abolicionista, e, a partir de 1884, houve intensificação do ativismo em espaços públicos e maior institucionalização do movimento. A participação feminina também foi de grande relevância na luta pelo fim da escravidão, atuando em parceria com os abolicionistas históricos ou de forma independente. Destaca-se a Sociedade Ave Libertas, grupo abolicionista fundado no Pernambuco em 1884 e liderado por mulheres, que, no primeiro ano de atividade, conseguiu a alforria de 200 cativos. Capa do jornal da Sociedade Ave Libertas Teve participação destacada na campanha abolicionista, a maçonaria brasileira, sendo que quase todos os principais líderes da abolição foram maçons. José Bonifácio, pioneiro da abolição, Eusébio de Queirós, que aboliu o tráfico de escravos, o Visconde do Rio Branco, responsável pela Lei do Ventre Livre, e os abolicionistas Luís Gama, Antônio Bento, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Silva Jardim e Rui Barbosa eram maçons. Em 1839, os maçons David Canabarro e Bento Gonçalves emanciparam escravos durante a Guerra dos Farrapos. No Recife, os alunos da Faculdade de Direito mobilizam-se, sendo fundada uma associação abolicionista por alunos como Plínio de Lima, Castro Alves, Rui Barbosa, Aristides Spínola, Regueira Costa, dentre outros. Em São Paulo, destaca-se o trabalho do ex-escravo e um dos maiores heróis da causa abolicionista, o advogado Luís Gama, responsável diretamente pela libertação de mais de mil cativos. Criou-se, também na capital paulista, a Sociedade Emancipadora de São Paulo, com a participação de líderes políticos, fazendeiros, lentes da Faculdade, jornalistas e, principalmente de estudantes. O país foi tomado pela causa abolicionista e, em 1884, o Ceará e o Amazonas aboliram a escravidão em seus territórios. Nos últimos anos da escravidão no Brasil, a campanha abolicionista se radicalizou com a tese Abolição sem indenização lançada por jornalistas, profissionais liberais e políticos que não possuíam propriedades rurais.
O Partido Liberal comprometeu-se publicamente com a causa do nascimento de crianças a partir daquela data, mas foi o gabinete do Visconde do Rio Branco, do Partido Conservador, que promulgou a primeira lei abolicionista, a Lei do Ventre Livre, em 28 de setembro de 1871. Em defesa da lei, o Visconde do Rio Branco apresenta a escravidão como uma instituição injuriosa, menos para os escravos e mais para o país, sobretudo para sua imagem externa. Depois de 21 anos sem qualquer medida governamental em relação ao fim da escravidão, foi votada a Lei Rio Branco, mais conhecida como Lei do Ventre Livre, que considerava livres todos os filhos de escravos nascidos a partir da sua data, e pretendia estabelecer um estágio evolutivo entre o trabalho escravo e o regime de trabalho livre, sem, contudo, causar mudanças abruptas na economia ou na sociedade. Na Câmara dos Deputados, o projeto de lei obteve 65 votos favoráveis e 45 contrários. Destes, 30 eram de deputados das três províncias cafeeiras Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. No Senado do Império, foram 33 votos a favor e 7 contra. Entre os votos contrários, 5 foram de senadores das províncias cafeeiras. Segundo o disposto na lei, os filhos dos escravos chamados de ingênuos tinham duas opções ou ficavam com os senhores de suas mães até a maioridade 21 anos ou poderiam ser entregues ao governo. Na prática, os escravocratas mantiveram os ingênuos nas suas propriedades, tratando-os como se fossem escravos. Em 1885, dos 400 000 ingênuos, somente 118 ingênuos foram entregues ao governo os proprietários optavam por libertar escravos doentes, cegos e deficientes físicos. Por outro lado, a Lei Rio Branco teve o mérito de expor as mazelas da escravidão na imprensa e em atos públicos. Na década de 1890, cerca de meio milhão de crianças foram libertadas quando estariam entrando em idade produtiva. A Lei do Ventre Livre declarava de condição livre os filhos de mulher escrava nascidos desde a data da lei. O índice de mortalidade infantil entre os escravos aumentou, pois, além das péssimas condições de vida, cresceu o descaso pelos recém-nascidos. A ajuda financeira prevista pela Lei do Ventre Livre aos fazendeiros para estes arcarem com as despesas da criação dos ingênuos jamais foi fornecida aos fazendeiros 1. da lei - Os ditos filhos menores ficarão em poder e sob a autoridade dos senhores de suas mães, os quais terão a obrigação de criá-los e tratá-los até a idade de oito anos completos. Chegando o filho da escrava a esta idade, o senhor da mãe terá opção, ou de receber do Estado a indenização de 600 000 600 mil-réis , ou de utilizar-se dos serviços do menor até a idade de 21 anos completos. No primeiro caso, o Governo receberá o menor e lhe dará destino, em conformidade da presente lei. Joaquim Nabuco escreveu em 1883
A partir de 1887, os abolicionistas passaram a atuar no campo, muitas vezes ajudando fugas em massa, fazendo com que, por vezes, os fazendeiros fossem obrigados a contratar seus antigos escravos em regime assalariado. Em 1887, diversas cidades libertam os escravos a alforria era normalmente condicionada à prestação de serviços que, em alguns casos, implicava a servidão a outros membros da família . Ceará e Amazonas libertaram seus escravos em 1885. A decisão do Ceará aumentou a pressão da opinião pública sobre as autoridades imperiais. Em 1885, o governo cedeu mais um pouco e promulgou a Lei Saraiva-Cotegipe, que regulava a extinção gradual do elemento servil. A Lei Saraiva-Cotegipe ficou conhecida como a Lei dos Sexagenários. Nascida de um projeto do deputado baiano Rui Barbosa, essa lei libertou todos os escravos com mais de 60 anos, mediante compensações financeiras aos seus proprietários mais pobres para que ajudassem esses ex-escravos. Porém, essa parte da lei jamais foi cumprida e os proprietários de escravos jamais foram indenizados. Os escravos que estavam com idade entre 60 e 65 anos deveriam prestar serviços por 3 anos aos seus senhores e após os 65 anos de idade seriam libertos. Poucos escravos chegavam a esta idade, e os que chegavam já estavam sem condições de garantir seu sustento, ainda mais agora que precisavam competir com os imigrantes europeus. Acresce ainda que, no recenseamento de 1872, que fez a primeira matrícula geral de escravos, muitos fazendeiros tinham aumentado a idade de seus escravos para burlarem a matrícula de 1872, escondendo os ingênuos introduzidos por contrabando após a Lei Eusébio de Queirós. Numerosos negros robustos e ainda jovens eram, legalmente, sexagenários, sendo libertos, neste caso, pela Lei dos Sexagenários, ainda em condições de trabalho. Os proprietários ainda tentariam anular a libertação, alegando terem sido enganados porque não foram indenizados como prometia a lei. As zonas recentemente desbravadas do Oeste Paulista revelavam-se mais dispostas à emancipação total dos escravos ricas e prósperas, já exerciam grande atração sobre os imigrantes, e estavam mais bem preparadas para o regime de trabalho assalariado.
Também os negros e mulatos escravizados passaram a participar mais ativamente da luta, fugindo das fazendas e buscando a liberdade nas cidades, especialmente, depois de 1885, quando foram proibidos os castigos corporais aos escravos fugidos quando fossem recapturados. A lei n. , de 15 de outubro de 1886, revogou o artigo n. 60 do Código Criminal de 1830 e a lei n. 4, de 10 de Junho de 1835, na parte em que impõem a pena de açoites, e determinou que ao réu escravo serão impostas as mesmas penas decretadas pelo Código Criminal e mais legislação em vigor para outros quaisquer delinquentes. No interior de São Paulo, liderados pelo mulato Antônio Bento e seus caifazes, milhares deles escaparam das fazendas e instalaram-se no Quilombo do Jabaquara, em Santos. A essa altura, a campanha abolicionista misturou-se à campanha republicana e ganhou um reforço importante o Exército Brasileiro pediu publicamente para não mais ser utilizado na captura dos fugitivos. Nos últimos anos da escravidão no Brasil, a campanha abolicionista adotou o lema Abolição sem indenização. Do exterior, sobretudo da Europa, chegavam apelos e manifestos favoráveis ao fim da escravidão. Essas fugas em massa de escravos para a cidade de Santos geraram violência, que foi denunciada nos debates sobre a Lei urea em 9 de novembro de 1888 na Câmara Geral, pelo deputado geral Andrade Figueira, que acusou a polícia paulista Força Pública e políticos de serem coniventes com estas fugas, o que levou os proprietários de escravos paulistas a libertarem seus escravos para evitar mais violência No mesmo sentido, escrevia Joaquim Manuel de Macedo em seu livro As Vítimas-Algozes, denunciando a cumplicidade dos pequenos estabelecimentos comerciais, chamados de Venda, na receptação dos bens furtados, nas fazendas, pelos escravos e quilombolas
Arquivo Nacional. Missa campal de Ação de Graças, no Rio de Janeiro, reúne a princesa Isabel e cerca de vinte mil pessoas, e celebra a abolição, no dia 17 de maio de 1888. Em 13 de maio de 1888, o governo imperial rendeu-se às pressões e a princesa Isabel de Bragança assinou a lei urea, que extinguiu a escravidão no Brasil. A decisão desagradou aos fazendeiros, que exigiam indenizações pela perda de seus bens. Como não as conseguiram, aderiram ao movimento republicano. Ao abandonar o regime escravista, o Império perdeu uma coluna de sustentação política. O fim da escravatura, porém, não melhorou a condição social e econômica dos ex-escravos. Sem formação escolar ou uma profissão definida, para a maioria deles a simples emancipação jurídica não mudou sua condição subalterna nem ajudou a promover sua cidadania ou ascensão social. Sobre as consequências negativas da abolição sem amparo aos escravos, no livro Centenário de Antônio Prado, editado em 1942, Everardo Valim Pereira de Souza fez esta análise A lei urea foi o coroamento da primeira mobilização nacional da opinião pública, na qual participaram políticos e poetas, escravos, libertos, estudantes, jornalistas, advogados, intelectuais e operários. Esse 13 de maio que já foi feriado nacional durante a República Velha da princesa Isabel de Bragança filha do Imperador Dom Pedro 2. é o 13 de maio da doação da liberdade, e ressalta o apoio dado por muitos brancos da época à abolição da escravatura. Os militantes do atual movimento negro no Brasil evocam um outro 13 de maio, que vê a abolição, em 13 de maio de 1888, como sendo um golpe branco visando a frear o avanço da população negra, que era, na época, um minoria oprimida. Num terceiro enfoque, o 13 de maio é visto como conquista popular. Nesse enfoque, se devem centrar os debates modernos, que encarem o problema negro como problema nacional. Todo o processo da abolição no Brasil foi lento e ambíguo, pois, como afirma José Murilo de Carvalho A sociedade estava marcada por valores de hierarquia, de desigualdade marcada pela ausência dos valores de liberdade e de participação marcada pela ausência da cidadania, e mostra ainda José Murilo que não eram apenas grandes fazendeiros que possuíam escravos. Diz ainda o mesmo historiador Escreve, ainda, o mesmo autor, ao comentar a carga de preconceitos que estruturam nossa sociedade, bloqueiam a mobilidade, impedem a construção de uma nação democrática O documento original da Lei urea, assinado pela Princesa Isabel, encontra-se atualmente no acervo do Arquivo Nacional, na cidade do Rio de Janeiro.
Apesar de a abolição total da escravidão só ter acontecido em 1888, com a Lei urea, as leis do Ventre Livre Lei 2 040, de 1871 e dos Sexagenários Lei 3 270, de 1885 já previam indenizações dos escravocratas no caso de liberação dos escravos que eles tinham por posse. No entendimento de Perdigão Malheiro se a escravidão deve sua existência e conservação exclusivamente à lei positiva, é evidente que ela a pode extinguir. A obrigação de indenizar não é de rigor, segundo o Direito absoluto ou Natural e apenas de equidade como consequência da própria lei positiva, que aquiesceu ao fato e lhe deu vigor como se fora uma verdadeira e legítima propriedade essa propriedade fictícia é antes uma tolerância da lei por motivos especiais e de ordem pública, do que reconhecimento de um direito que tenha base e fundamento nas leis eternas. No julgamento, sempre se deve decidir o mais favoravelmente que se possa à liberdade. De modo que só se declare escravo e se mantenha como tal aquele sobre quem houver um direito evidente de propriedade e ainda assim, se não for possível, em rigor ou ao menos por equidade e favor à liberdade, eximi-lo do cativeiro, posto que por meio de indenização ao senhor. A Lei do Ventre Livre diz, em seu artigo 1. , 1. , que os filhos de escravas com até 8 anos incompletos são propriedade dos donos de suas mães. Chegada a idade de 8 anos, os senhores podem optar entre libertar a criança e receber uma indenização de 600 mil-réis do Estado, ou de utilizar-se dos serviços do menor até a idade de 21 anos completos. No artigo 8. da mesma Lei, determina-se que todos os escravos sejam cadastrados com declaração de nome, sexo, estado, aptidão para o trabalho e filiação. Seguindo o que foi decidido sobre o cadastro dos escravos, a Lei dos Sexagenários, em seu artigo 1. , 3. , estipula o valor de cada escravo conforme a sua idade, variando de 900 mil-réis a 200 mil-réis, sendo que o valor de escravas do sexo feminino é 25 menor. O 8. do mesmo artigo trata da indenização dos senhores caso o cadastro dos escravos, se for obrigação de algum funcionário seu, não seja feito, uma vez que os escravos não cadastrados seriam automaticamente libertos. O artigo 3. versa sobre a indenização dos senhores com base no valor de tabela dos escravos, sendo que uma porcentagem do valor seria deduzida de seu preço de acordo com o tempo que levou para o escravo ser liberto a partir de seu cadastro, variando de 2 de dedução se liberto no primeiro ano, a 12 de dedução se liberto do décimo primeiro ano em diante. No caso de escravos com idade entre 60 anos completos e 65 anos incompleto, segundo o artigo 3. , 10, a indenização aos senhores pela sua alforria se dá pela prestação de serviço por um período de 3 anos. A partir de 65 anos, os escravos são libertos de qualquer obrigação para com o senhor mediante a sua alforria. O artigo 4. , 4. , explicita, no entanto, que a regalia à indenização pela alforria dos escravos cessará com a extinção da escravidão, que se deu com a Abolição da Escravatura, em 1888.
Em 23 de agosto de 1871, antes da publicação da Lei do Ventre Livre promulgada no mês seguinte, garantindo liberdade aos filhos de escravos nascidos no Brasil , o Senado decide, de forma plenária, autorizar alforria dos escravos da nação, cujos serviços foram dados em usufruto à Coroa, independente de indenização. Os últimos anos que antecederam a abolição da escravidão foram tumultuados na Câmara dos Deputados. Tentando acelerar o processo emancipatório, entraram, em pauta, projetos de leis que incentivassem o fim da escravidão pelo ressarcimento. Em 15 de julho de 1884, o deputado Antônio Felício dos Santos apresenta o Projeto de Lei n. 51 dispondo que se proceda a nova matrícula de todos os escravos até julho de 1885, ficando livres os que não forem inscritos e cujo valor será arbitrado conforme o processo da lei para a libertação pelo fundo de emancipação. O fundo de emancipação buscava reunir, de maneira pecuniária, recursos para a obtenção do maior número possível de cartas da alforria. A indenização asseguraria a legitimidade da propriedade privada, princípio negado após promulgação da Lei da Abolição, ao desclassificar o escravo como um objeto, uma propriedade. Esse fundo foi criado pela Lei do Ventre Livre, em seu artigo 3. O projeto de lei proposto pelo deputado Antônio Felício dos Santos tinha, portanto, como função primordial, o fim da escravidão, pelo simples fato de que, caso não efetuasse a nova matrícula requerida, o proprietário de escravo perderia a posse sobre o mesmo, restando-lhe apenas a justa indenização, prevista pelo fundo emancipatório. O movimento abolicionista sofreu contraposições da sociedade escravocrata na Câmara. Em 3 de setembro de 1884, o deputado e primeiro-secretário, Leopoldo Augusto Diocleciano de Melo e Cunha, prossegue o testemunho do Decreto n. 9 270 elaborado pelo então Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Império Filipe Franco de Sá, com o seguinte teor Usando da atribuição que me confere a Constituição Política do Império no artigo 101 5. , e tendo ouvido o Conselho de Estado, hei por bem dissolver a Câmara dos Deputados e convocar outra, que se reunirá extraordinariamente no dia 1. de Março do ano próximo vindouro. O motivo desta dissolução foram as contraposições criadas pelo Projeto de Lei n 48, que buscava a implementação de novos impostos para o aumento do Fundo de Emancipação e concedia liberdade aos escravos maiores de 60 anos sem indenização. A dissolução da Câmara dos Deputados buscava frear os movimentos abolicionistas que estavam se concretizando, mas a oposição não conseguiu conter as ideias liberais. Uma última tentativa em assegurar o direito indenizatório após a escravidão foi proposta no dia 24 de maio de 1888 com o intuito de estabelecer, como bem descrito em seu preâmbulo providências complementares da Lei n de 13 de maio de 1888, que extinguiu a escravidão. O deputado Antônio Coelho Rodrigues enviou, à Câmara dos Deputados, o projeto de lei n 10, que mandava o governo indenizar, em títulos de dívida pública, os prejuízos resultantes da extinção do elemento servil. Tal projeto sequer foi deliberado, uma vez que ia contra o já estabelecido na Leis urea dos Sexagenários e do Ventre Livre.
Em 14 de dezembro de 1890, por decreto, em proposta feita por Joaquim Nabuco no ano de 1888, Rui Barbosa, empossado em sua função de Ministro da Fazenda, solicita a destruição de todos os livros de matrícula, documentos e papéis referentes à escravidão existentes no Ministério da Fazenda, de modo a impedir qualquer pesquisa naquele momento e posterior a ele que visasse à indenização de ex-proprietários de escravos. No entanto, essa decisão só foi efetivada em 13 de maio de 1891, na gestão de Tristão de Alencar Araripe, que, na ata do encontro que culminou em tal destruição, mandou analisar a situação do escravo sob o ponto de vista jurídico um ano antes, e as tendências abolicionistas naquela época. Rui Barbosa via, na escravidão, o maior dos problemas do Brasil, não tolerando meios-termos quanto ao seu fim, a exemplo das Leis do Ventre Livre e dos Sexagenários se é para deixar de existir a escravidão, que seja extinta por completo. O Ministro afirmava que, se era par alguém ser indenizado, deveriam ser os próprios ex-escravos. Porém, sabendo da impossibilidade desse acontecimento, a ideia de queimar seu acervo teve início.
Um plano de indenização para os libertos foi mencionado pela princesa Isabel em uma carta enviada ao Visconde de Santa Vitória em 11 de agosto de 1889. O plano envolvia a utilização de fundos doados pelo então Visconde, que seriam advindos de seu banco. A data de início para os procedimentos supostamente seria na posse da nova legislatura em 20 de novembro de 1889 e a princesa pretendia executá-lo com o auxílio de abolicionistas influentes no governo e na mídia como Joaquim Nabuco e José do Patrocínio. A carta original encontra-se atualmente no acervo do Museu Imperial de Petrópolis e faz parte dos documentos cedidos ao museu pelo Memorial Visconde de Mauá. Uma cópia da carta também encontra-se no acervo da Câmara Municipal da Araraquara desde 05 de setembro de 2019 por determinação do Parecer n 392 2019 da Comissão de Justiça, Legislação e Redação da casa legislativa. Com a Proclamação da República em 15 de novembro, 5 dias antes do início da nova legislatura, a possibilidade de execução do plano se exauriu. A posterior queima dos livros de matrícula e de recolhimento de tributos dos ex-escravos determinada por despacho do então Ministro da Fazenda Rui Barbosa em 14 de dezembro de 1890 também impediu qualquer ressarcimento aos libertos. Registros como esses também são utilizados atualmente por países com histórico escravagista para que as pessoas consigam identificar seus antepassados. Apesar de ter sido de suma importância por ter impedido a obtenção de indenizações pelos ex-proprietários de escravos, esse acontecimento é tido atualmente por alguns pesquisadores como fator crucial gerador do apagamento da memória negra e constante entre os elementos centrais dos padrões de desrespeito com os grupos negros no Brasil.
14 Marcha da Consciência Negra de São Paulo em 2017. O cartaz diz A escravidão não acabou, não temos o que comemorar Se por um lado a abolição da escravatura representou uma grande conquista ética e humanitária, por outro ela se revelou problemática, pois para os libertos, de muitas maneiras sua situação piorou. Como o governo não organizou nenhum programa para sua integração na sociedade, eles foram entregues à própria sorte. No contexto de uma sociedade dominante branca profundamente impregnada de racismo, a discriminação continuou se manifestando em todos os níveis. A vasta maioria dos libertos permaneceu marginalizada e desprovida de acesso à saúde, à educação, à formação profissionalizante, ao exercício da cidadania. Muitos perderam seu trabalho e sua moradia e foram obrigados a migrar em busca de novas colocações, que geralmente eram precárias e difíceis. A miséria se tornou comum. A pós-abolição foi o início de um longo e árduo processo de luta por direitos, dignidade, reconhecimento e inclusão, que até hoje ainda não está concluído.
Associação Central Abolicionista Sociedade Brasileira contra a Escravidão Guarda Negra Brasil Movimento negro no Brasil Racismo no Brasil
BARBOSA, Rui, Emancipação dos Escravos - Relatório sobre o Projeto N. 48 das Comissões Reunidas de Orçamento e Justiça Civil da Câmara dos Deputados, Tipografia Nacional, Rio de Janeiro, 1884.
Escravidão, Abolição e Pós-Abolição O abolicionista Rui Barbosa Rui Barbosa e a queima dos arquivos Abolicionismo no Rio Grande do Sul Lei Saraiva Cotegipe ou Lei dos Sexagenários Cronologia da EscravidãoCarta de alforria em exposição no Museu Histórico Nacional Alforria do árabe , al- urrííâ ou manumissão é o ato pelo qual um proprietário de escravos liberta os seus próprios escravos. Esta libertação assume diferentes formas consoante o tempo e o local da sociedade escravagista. A primeira palavra para liberdade vem do sumério Ama-gi, que corresponde à alforria da escravidão por dívida. No Brasil, alforriava-se como em nenhum outro lugar. A alforria se torna, portanto, um problema à historiografia brasileira, pois um escravo alforriado, fujão ou morto é igualmente para o sistema um escravo a menos.
Do árabe al- urrííâ, que significa afastamento de falhas, escravidão, ou maldade estado de homem livre, não escravo liberdade. A palavra alforria tem origem no árabe al-furriâ, que significa liberdade. Manumissão provém do termo latino manumissione.
A carta de alforria era um documento através do qual o proprietário de um escravo rescindia dos seus direitos de propriedade sobre o mesmo. O escravo liberto por esse dispositivo era habitualmente chamado de negro forro. Segue abaixo a transcrição de uma carta de alforria mantida a ortografia original fol.77 Digo eu Manoel de Souza Magalhães que entre os bens livres e desembargados de que sou legítimo senhor e possuidor, é uma escrava mestiça de nome Joanna filha de minha escrava Helena criola, que agoconta alias tem de idade treze annos, a qual escrava Joanna, deve acompanhar-me atte o dia em que eu a cazar ou fallecer, e sendo que a mesma descre e tenha filhos, tanto ella como seus filhos gozarão da mesma liberdade, cuja liberdade é do dia de minha morte por diante como si de ventre livre nascesse e não fol.78 não poderão meus herdeiros prezentes e esta liberda de que a faço de minha livre vontade sem constrangimento algum, e sim pelo muito amor que lhe tenho pela ter creado como filha, e alem disso me ter servido completamente e havendo duvida sobre o ponderado recebo a dita escra va em minha terça pela quantia de cento e vinte mil reis, e declaro que presentemente o posso fazer por possuir bens aundantes que bem chegão para esta liberdade e para título mandei passar a presente que pedi ao Senhor Jose Thomaz de Aquino ...
A noção de liberdade se confundia com a ideia de dispor de si. O direito de propriedade do senhor em relação ao seu escravo passava para este - processo que culmina em uma maior autonomia do cativo. Todavia, devido ao estatuto jurídico de reescravização, que perdurara até 1871, o escravo poderia ter sua liberdade revogada. O domínio do senhor, antes real, tornava-se virtual. Essa cultura da manumissão demarca a inferioridade intrínseca do negro, até quando liberto. A liberdade concedida pela manumissão, devido seu caráter movediço - mesmo que raríssimas fossem as revogações das promessas de alforria -, estabelece novos mecanismos de produção de patronagem. Reiterando, assim, o status quo escravista.
Frank Tannenbaum O historiador Frank Tannenbaum fez uma associação entre o alto grau de alforrias no Brasil com uma subsequente leniência suavidade desta sociedade escravista em relação à sociedade dos Estados Unidos. O debate suscitado pelo historiador austro-americano, o qual efetua um juízo valorativo sobre os modelos escravistas, fraqueja desde sua origem. Como afirma o historiador Moses Finley, uma sociedade escravista é aquela na qual o escravo possui a função sociológica de produção de diferença entre os livres. Não é suficiente a uma sociedade que ela possua escravos para ser considerada escravista. O modelo escravista está intrinsecamente associado a uma estrutura hierárquica, a qual é afirmada pela constante reiteração de poder. O escravo é, portanto, um signo de distinção social. Mahommah G. Baquaqua Assim, a consideração de uma sociedade escravista como leniente ou cruel desloca o debate em torno dos próprios fundamentos desse modelo societário. Entre escravo e liberto, há incontáveis dissimilitudes. O depoimento de Mahommah Gardo Baquaqua exemplifica isso Depois de algumas semanas, ele me despachou de navio para o Rio de Janeiro, onde permaneci duas semanas até ser vendido novamente. Havia lá um homem de cor que queria me comprar mas, por uma ou outra razão, não fechou o negócio. Menciono esse fato apenas para ilustrar que a posse de escravos se origina no poder, e qualquer um que dispõe dos meios para comprar seu semelhante com o vil metal pode se tornar um senhor de escravos, não importa qual seja sua cor, seu credo, ou sua nacionalidade e que o homem negro escravizaria seu semelhante tão prontamente quanto o homem branco, tivesse ele o poder.A tese de Tannenbaum elide, consequentemente, a função da alforria como um elemento fundamental da reprodução do status quo.
APESP Jean-Baptiste Debret- Negra tatuada vendendo cajus. Exemplificação de um negro de ganho Havia três modos de obtenção da alforria gratuitamente, mediante a serviços ou por meio de pagamentos.
Por vezes, a alforria era concedida sem ensejar nada em troca do escravo. Dentre as diversas categorias de escravos existentes, os que mais obtinham vantagem diante deste modelo de alforria eram os escravos domésticos. Estes eram mais íntimos de seus senhores, trabalhavam junto a eles e, portanto, eram mais suscetíveis a serem agraciados por uma carta de alforria. Os africanos do eixo Congo-Angola eram os que mais aquinhoados a obter este tipo de alforria. A maioria que recebia esse tipo de carta passava a trabalhar na casa do antigo dono, possuindo um salário e horários definidos de trabalho.
Diversos casos de alforrias concedidas pelos senhores exigiam, em troca, anos de serviço do escravo. Este só seria de fato libertado quando o serviço exigido fosse cumprido, havendo a possibilidade de se revogar a promessa. Era um tipo de alforria dominado pela categoria dos crioulos.
Se demonstrou o caso mais incomum de alforria ao longo do século XIX. O escravo deveria pagar o próprio valor para ser libertado. Assim, os denominados negros de ganho - isto é, os escravos que exerciam sua ocupação fora de casa, por meio de vendas por exemplo - possuíam vantagens em relação aos demais escravos, por conta de uma maior capacidade de acumular pecúlio. Havia também os escravos do eito, os quais trabalhavam para o próprio sustento. A produção, caso gerasse excedentes, poderia ser comercializada pelos escravos nos mercados, permitindo a eles acumular pecúlio para a compra da alforria. Por esta via, desnuda-se a relação senhor e escravo - de mando e obediência - para vendedor e comprador. O pagamento poderia ser único ou por meio da coartação - isto é, pago em prestações. Nessa categoria, os afro-ocidentais possuíam o maior número de manumissões.
As taxas de manumissões variam de acordo com as Fases A de crescimento econômico e B de recessão econômica .
Alberto Henschel - Negra vendedora Em períodos de crescimento econômico, a tendência é alforriar-se menos. Por conta do aumento da demanda por mão de obra, além da incorporação de mais escravos, se incorre a uma baliza na perda destes com menos libertações.
Em períodos de recessão econômica, há uma tendência para maiores taxas de alforrias, por dois motivos evitar custos de manutenção de um escravo, ou reaver - em parte ou por completo - o preço dos cativos em um momento de menor demanda por mão de obra.
A respeito das dissimilitudes entre as pessoas livres de cor, há uma variedade de divisões a serem observadas. Estas formam variáveis para pensar nas categorias que possuíam vantagens diante das outras para a obtenção da alforria.
Havia mais alforrias nas zonas urbanas do que nas rurais. Nas próprias zonas rurais, contudo, havia diferenças entre as regiões de grande lavoura e as de agricultura mais diversificada. As taxas de alforria eram menores quanto maior a quantidade de escravos.
A cor podia ser parda ou negra, com diversas gradações intermediárias fula, cabra, mulato etc. . Os pardos possuíam um número de alforrias francamente maior do que os negros. A lógica seria a de um maior nível de aculturação - isto é, maior capacidade de integração com a cultura predominante - dos pardos, resultando em vantagens para angariar sua alforria.
Entre homens e mulheres, se beneficiavam mais mulheres - possivelmente por um maior nível de aculturação.
O escravo podia ser Africano - com subdivisões étnicas como Congo, Angola, Mina, Monjolo etc. - ou Crioulo isto é, nascido no Brasil . Os Crioulos, neste caso, são os que obtêm um maior número de alforrias. O argumento de um maior nível de aculturação aplica-se. Entre as décadas de 1840-60, contudo, o número de Africanos alforriados ultrapassa o nível de crioulos. O nível de aculturação, portanto, não serve de explicação única para o desempenho vantajoso de um grupo diante do outro. Essa quebra nos padrões de alforria deixam um debate historiográfico em aberto. Um caminho a seguir é mediante a formação de redes de solidariedade entre os escravos, ou deste com um benfeitor - às vezes até com o próprio senhor.
Há uma divisão em 3 faixas etárias Infante 0 14 anos Adulto 15 40 Idoso 40 . Os adultos tendem a prevalecer com o maior número de alforrias. Todavia, nas décadas de 1840-60, as crianças obtêm mais manumissões - questão também aberta à historiografia.
No que se refere à metodologia empregada para o trabalho com alforria, não é suficiente trabalhar somente a partir das variáveis apresentadas. As fontes e o contexto social antecedem o trabalho com as noções de idade, sexo, cor, naturalidade, meio, ocupação, e as demais variáveis.
Abolicionismo Escravidão Escravidão no Brasil Questão Netto Guarda Negra Brasil Liberto Roma Antiga Categoria Escravidão Categoria Escravidão no BrasilClay tablet Babilônio YBC 7289 c. 1800 1600 BCE com anotações. Imagem por Bill Casselman A análise numérica é o estudo de algoritmos de aproximação para a solução de problemas matemáticos. Em geral, os algoritmos numéricos se dividem em diretos, recursivos e iterativos. Os iterativos apresentam uma sucessão de passos visando a convergência para o valor aproximado da solução exata. . Uma das primeiras referências a métodos numéricos consta na tabuleta babilônica YBC 7289, que fornece uma aproximação sexagesimal de o comprimento da diagonal de um quadrado unitário. A aproximação da raiz quadrada de 2 consiste de quatro algarismos sexagesimais, que estão sobre seis dígitos decimais Ser capaz de calcular as faces de um triângulo e assim, sendo capaz de calcular raízes quadradas é extremamente importante, por exemplo, em carpintaria e construção. Em uma parede quadrada que tem dois metros por dois metros, uma diagonal deve medir metros. Embora a análise numérica tenha sido concebida antes dos computadores, tal como o entendemos hoje, o assunto se relaciona a uma interdisciplinaridade entre a matemática e a tecnologia da informação. Também é muito referido na disciplina de cálculo numérico. Um dos procedimentos mais conhecidos de tal área do saber é o método de Newton e o Método de Newton-Raphson. Pelo método de Newton, se determinam dois valores extremos, entre os quais deve estar o resultado do problema. A função, então, é aplicada à média dos dois valores e esta, na iteração posterior, passa a ser um dos valores extremos, em substituição a um dos anteriores, dependendo do resultado da função. No método de Newton-Raphson, o número de iterações para se chegar a um resultado com uma determinada aproximação é diminuído pelo uso da derivada da função.
O objetivo do campo de análise numérica é projetar e analisar técnicas para encontrar soluções aproximadas, porém precisas, para problemas complexos, cuja variedade é demonstrada a seguir. Métodos numéricos avançados são essenciais para previsões meteorológicas adequadas. Calcular a trajetória de uma aeronave requer a solução numérica precisa de um sistema de equações diferenciais ordinárias. Fabricantes de carros podem melhorar a segurança de seus veículos utilizando simulações computacionais de acidentes. Tais simulações consistem essencialmente da resolução de derivadas parciais numericamente. Fundos de cobertura usam ferramentas de todos os campos da análise numérica para tentar calcular o valor de ações mais precisamente do que outros envolvidos no mercado. Companhias aéreas usam sofisticados algoritmos de otimização para definir os valores de passagens, pagamentos de funcionários e necessidades de combustíveis. Historicamente, tais algoritmos foram desenvolvidos dentro do campo de pesquisa de operações. Companhias de seguros usam programas numéricos para análise de riscos. O resto desta seção destaca diversos temas importantes para a análise numérica.
O campo da análise numérica antecede a invenção do computador em séculos. Interpolação linear é usada há mais de 2000 anos. Grandes matemáticos no passado trabalharam com análise numérica, o que é obviamente percebido pelo nome de importantes algoritmos como Método de Newton, Polinômio de Lagrange, Eliminação Gaussiana, ou Método de Euler. Para facilitar os cálculos manuais, grandes livros foram produzidos, com fórmulas e tabelas de dados como pontos de interpolação e coeficientes de funções. Utilizando estas tabelas, freq entemente calculadas até a 16 casa decimal ou além, qualquer um poderia olhar os valores e inseri-los nas fórmulas e encontrar estimações numéricas aproximadas para algumas funções. Este trabalho culminou em uma publicação do NIST em 1964, de um livro de mais de 1000 páginas editado por Abramowitz e Stegun com um grande número de formulas e funções comumente utilizadas e seus valores em diversos pontos. Os valores das funções não são mais de grande utilidade quando temos um computador à disposição, mas as diversas fórmulas podem ainda ser bastante úteis. As calculadoras mecânicas também foram desenvolvidas como uma ferramenta para cálculos a mão. Estas calculadoras evoluíram para computadores eletrônicos nos anos 40, quando então se percebeu que estes computadores seriam úteis para fins administrativos. Mas a invenção do computador também influenciou campo da análise numérica, uma vez que cálculos maiores e mais complexos poderiam ser resolvidos.
- Método direto x Método iterativo Considerando o problema 3x3 4 28 para uma quantidade desconhecida de x. Método direto - 3x3 4 28. - Subtraindo 4 3x3 24. - Dividindo por 3 x3 8. - Fazendo a raiz cúbica x 2. Para o método iterativo, aplique o método da bissecção para f x 3x3 24. Os valores iniciais são a 0, b 3, f a 24, f b 57. Método iterativo - a b mid f mid - 0 3 1.5 13.875 - 1.5 3 2.25 10.17... - 1.5 2.25 1.875 4.22... - 1.875 2.25 2.0625 2.32... Concluímos desta tabela que a solução está entre 1.875 e 2.0625. O algoritmo deve retornar qualquer número neste intervalo com um erro menor que 0.2.
125px Em uma corrida de 2 horas, foi medida a velocidade do carro em três instantes e inseridas na tabela a seguir. Tempo 0 20 1 00 1 40 km h 140 150 180 Uma Discretização seria dizer que a velocidade do carro foi constante de 0 00 até 0 40, depois de 0 40 até 1 20 e finalmente de 1 20 até 2 00. Por exemplo, a distância total percorrida nos primeiros 40 minutos é aproximadamente 2 3h 140 km h 93.3 km. Isto nos permitiria estimar a distância total percorrida em 93.3 km 100 km 120 km 313.3 km, que é um exemplo de integração numérica, pois, o deslocamento é a integral da velocidade. Problema mal posto Considere a função f x 1 x 1 . Perceba que f 1.1 10 e f 1.001 1000 uma variação em x de menos de 0.1 resulta numa variação de f x em aproximadamente 1000. Avaliar f x próximo de x 1 é um problema mal condicionado. Problema bem posto Em contraste temos a função que é continua e analisá-la consiste em um problema bem posto, ao mínimo para x não muito próximo de zero. Métodos diretos calculam a solução de um problema em um número finito de passos. Estes métodos resultariam na resposta precisa se eles fossem realizados com precisão infinita. Exemplos incluem a Eliminação Gaussiana, o método de fatoração QR para a resolução de sistemas lineares de equações e o Algoritmo simplex de programação linear. Na prática, é utilizada precisão finita e o resultado é uma aproximação da solução real assumindo estabilidade . Em contraste aos métodos diretos, Métodos Iterativos não terminam em um determinado número de passos. Atribuído um valor inicial, métodos iterativos realizam sucessivas aproximações que convergem para a solução exata em seu limite. Um teste de convergência é especificado para decidir quando uma solução suficientemente precisa foi encontrada. Mesmo usando uma precisão infinita, estes métodos geralmente não chegariam à solução em um número finito de passos. Exemplos incluem o Método de Newton, Método da Bissecção e a Interação de Jacob. Em matrizes de álgebra computacionais, métodos iterativos são geralmente necessários para problemas complexos. Métodos iterativos são mais usuais do que métodos diretos em análise numérica. Alguns métodos são diretos em seu princípio, mas são utilizados como se não fossem e.g Método do resíduo mínimo generalizado e o Método do gradiente conjugado. Para estes métodos o número de passos necessários para se obter a solução exata é tão grande que a aproximação é a aceita da mesma maneira que no método iterativo.
Além disso, problemas contínuos devem as vezes ser substituídos por problemas discretos cuja solução é conhecidamente próxima da do problema contínuo este processo é chamado discretização . Por exemplo, a solução de uma Equação diferencial é a Função. Esta função deve ser representada por uma quantidade limitada de dados, por exemplo, por seu valor em um número finito de números em seu domínio, apesar de seu domínio ser contínuo.
Um dos problemas mais simples é a avaliação de uma função em um determinado ponto. Mas mesmo a avaliação de um polinómio não é sempre trivial o esquema de Horner é muitas vezes mais eficiente do que o método óbvio. De forma geral, é importante estimar e controlar o erro de arredondamento que resulta do uso do sistema de ponto flutuante na aritmética.
Resolver uma equação não linear, consiste basicamente em determinar os zeros de . Para que possamos usar algum método numérico temos de localizar um intervalo para um zero. Para termos uma ideia onde o zero se localiza teremos de fazer uma análise gráfica da função. Por exemplo, fazer o gráfico na calculadora ou com programas de computador, como por exemplo o GNU Octave, Mathematica ou MATLAB. Para garantir que a raiz existe e seja única temos de verificar os seguintes teoremas Seja , se então existe pelo menos um tal que . Seja , se existe e tem sinal constante em então f não pode ter mais de um zero em . Um dos métodos numéricos para o cálculo de zeros em um intervalo é o método da bissecção. Este método consiste na divisão do intervalo em dois. Haverá um intervalo em que o zero estará e outro não. Para o localizarmos usamos o teorema 1. Rejeitamos o intervalo que não tem o zero e ficamos com o subintervalo que tem o zero. Repetimos este procedimento o número de vezes necessárias de modo a obtermos um erro inferior ao pretendido. Para encontrarmos o erro de ordem k usamos a seguinte fórmula Ilustração das primeiras etapas da aplicação do método da bissecção Fórmula para o cálculo do zero da função
Um sistema de equações lineares Sn é um conjunto de n equações com n incógnitas. Os sistemas de equações lineares possuem diversas aplicações na matemática e na física sendo um dos principais temas tratados pelo cálculo numérico. Genericamente um sistema linear pode ser representado como ou ainda Um sistema linear pode ainda ser representado utilizando-se matrizes, na forma sendo , e Os sistemas lineares podem ser resolvidos através de métodos diretos exatos e métodos iterativos aproximativos . Os métodos diretos, ou exatos, possibilitam encontrar a solução exata de um sistema de equações lineares a partir de um número finito de operações. Os métodos iterativos, ou aproximativos, são aqueles em que a solução do sistema de equações linear é obtida a partir de uma sequência de aproximações sucessivas x 1 , x 2 , ... , x k partindo-se de uma aproximação inicial x 0 .
Várias outras aplicações existem da análise numérica, como resolução de problemas de autovalores ou valores singulares, cálculo de integrais ou equações diferenciais. Em geral, operações que envolvem limite são facilmente aplicadas em análise numérica, já que os respectivos algoritmos seguem a própria definição de limite.
BARROSO, Leônidas Conceição e outros. Cálculo numérico com aplicações. 2.ed. São Paulo Harbra, 1987. ISBN 85-294-0089-5. CLAUDIO, Dalcidio Moraes MARINS, Jussara Maria. Cálculo numérico computacional teoria e prática. 3.ed. São Paulo Atlas, 2000. ISBN 85-224-2485-3. Gilat, Amos 2004 . MATLAB An Introduction with Applications, 2nd edition, John Wiley Sons. ISBN 0-471-69420-7. Hildebrand, F. B. 1974 . Introduction to Numerical Analysis, 2nd edition, McGraw-Hill. ISBN 0-070-28761-9. Leader, Jeffery J. 2004 . Numerical Analysis and Scientific Computation. Addison Wesley. ISBN 0-201-73499-0. Trefethen, Lloyd N. 2006 . Numerical analysis, 20 pages. To appear in Timothy Gowers and June Barrow-Green editors , Princeton Companion of Mathematics, Princeton University Press. Numérica Notas de aulas Análise , T. Diogo M. Tomé, 2002, Secção de Folhas AEIST Cálculo Numérico - Um Livro Colaborativo - Livro de Cálculo Numérico mantido pelo Instituto de Matemática e Estatística da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
- a list maintained by Indiana University Stat Math Center mantido pelo projeto REAMAT da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Categoria Ciência da computação Categoria Tecnologia da informaçãoAmparo do São Francisco é um município brasileiro no interior do estado de Sergipe. O município faz parte da mesorregião do Leste Sergipano e da microrregião de Propriá. Sua população estimada em 2019, segundo o IBGE foi de 2374 habitantes, sendo portanto o município menos populoso de todo o estado de Sergipe. Sua área mede apenas 35,330 km e situa-se na região hidrográfica do São Francisco.
Não existem muitos registros a respeito do surgimento do município as informações históricas vêm de estórias passadas de geração em geração pelos seus habitantes. Na localidade de Urubu do Baixo hoje cidade de Propriá havia uma grande fazenda chamada Campinhos pertencente ao Capitão Antonio Rodrigues da Costa Dória membro da primeira Comarca de Propriá . Em 1855, João da Cruz Freire, filho de donos de engenho, recebe sua herança com a morte do pai e compra parte das terras da fazenda Campinhos, as batizando posteriormente de fazenda Amparo. Dedica-se à criação de gado e lavouras nas novas terras, anos depois casa-se com dona Francisca Senhorinha, descendente de uma família portuguesa e recebe a patente de Capitão da Guarda Nacional. Posteriormente, doa área de terras para a construção de uma igreja dedicada a Nossa Senhora do Amparo. Com o passar do tempo, foram chegando algumas famílias, que decidiram construir suas casas às margens do riacho Jaguaribe, entre a lagoa Salgada e o local onde hoje funciona a Fazenda Jaguaribe. A localidade cresceu e tornou-se um povoado vinculado à cidade de Propriá. Entre 1937 a 1947 sua jurisdição foi transferida à cidade de Canhoba, retornando a Propriá por influência política do deputado Martinho Guimarães, natural daquela cidade. Em 1953, Amparo passa a atender os requisitos mínimos da Lei Orgânica dos municípios da época, para sua elevação à categoria de município. O político militante Epaminondas Freire neto de João da Cruz Freire e o deputado Martins Dias Guimarães encabeçam a luta em prol da emancipação política do povoado. Em 25 de novembro de 1953 a Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe aprova a lei estadual n 525-A que desmembra o povoado Amparo da cidade de Propriá, tornando-o município. Em 6 de fevereiro de 1954, pela lei estadual n 554, o então município de Amparo passou a denominar-se Amparo de São Francisco. As primeiras eleições municipais ocorreram em 6 de outubro de 1954, sendo Leonel Vieira da Silva seu primeiro prefeito. Em 2021, o município teve uma mudança de nome de Amparo de São Francisco, e passou a chamar-se Amparo do São Francisco.
No ano de 1937, dez membros do bando de Lampião dentre eles os cangaceiros Volta Seca, Boca Preta, Canário e Pancada invadiram a cidade de madrugada. Muitos moradores se esconderam nos arrozais a beira do rio. Entravam nas casas exigindo dinheiro, e invadiram as propriedades das pessoas importantes da cidade como Franklin Freire filho de João da Cruz Freire, fundador de Amparo . A intenção era sequestrar o proprietário, dando um prazo para o resgate que caso não fosse pago, resultaria em sua morte mas o sobrinho de Franklin, Adão Freire, propôs ir no lugar do tio, o que foi aceito. No entanto antes do resgate ser pago e o prazo acabar, foram cercados pela polícia no povoado Barra Salgada, município de Aquidabã. No tiroteio um soldado foi morto, e Adão Freire conseguiu fugir e teve que se esconder num paiol de algodão, pois fora confundido com um dos bandidos. Após a fuga foi reconhecido e solto pelos soldados.
Localizado na região nordeste do estado de Sergipe, Amparo de São Francisco faz divisiva com Canhoba a oeste e com Telha a leste e sul. Seu limite ao norte é com o estado de Alagoas, do qual está separado pelo rio São Francisco. A sede do município encontra-se a uma altitude de 51 metros. O município possui temperatura média anual de 26 C, precipitação de chuvas média de 800 mm ano e período chuvoso de março a agosto inverno-outono . O relevo é formado por colinas e tabulares. Os solos são rasos, não alagados e férteis litólicos eutróficos , cobertos por vegetação de campos limpos e campos sujos. O município está inserido na bacia hidrográfica do rio São Francisco. Além do rio São Francisco, o rio Salgado constitui outro rio principal.
De acordo com a Constituição de 1988, Amparo de São Francisco está localizado em uma república federativa presidencialista. Foi inspirada no modelo estadunidense, no entanto, o sistema legal brasileiro segue a tradição romano-germânica do Direito positivo. A administração municipal se dá pelo poder executivo e pelo poder legislativo. O atual prefeito de Amparo de São Francisco é Franklin Freire, filiado ao PR. Ele assumiu o cargo em 2017, após vencer as eleições municipais de 2016 com 1.497 votos 64.14 do total . O poder legislativo é exercido pela câmara municipal, composta atualmente por nove vereadores. Amparo é o município sergipano que tem o menor eleitorado nas eleições de 2016, havia apenas 2.569 eleitores.
A receita do município é gerada principalmente pela atividade agrícola e pecuária. Os principais produtos agrícolas são o milho, a manga, a mandioca, o arroz e o feijão, enquanto os maiores rebanhos são de bovinos, suínos, equinos e ovinos. Na avicultura os principais efetivos são os galináceos. A indústria local entrou em decadência na década de 1980, permanecendo o comércio na região.
No mês de fevereiro é comemorada a festa da padroeira do município, Nossa Senhora do Amparo. Também acontece apresentações de grupos folclóricos como o Samba de Coco do Mussuca, Cacumbi do Mestre Dêca, Guerreiro de Bom Jesus e Reisado de São Benedito. Nos meses seguintes comemoram-se o dia de São José, a Semana Santa e o São João. A amparense Maria Feliciana dos Santos, tornou-se conhecida nacionalmente devido a sua alta estatura. Com 2,25 metros de altura, ela foi jogadora de basquete e atração de circo. Em 1961, foi coroada no programa do Chacrinha, como a Rainha da Altura. Ela foi considerada a Mulher Mais Alta do Brasil. Os principais pontos turísticos de Amparo são a prainha e os sítios defronte ao rio. Na cidade, também saboreiam os deliciosos pratos à base de peixe-frito, moqueca e mariscos.
Prefeitura Municipal Câmara MunicipalAugusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos Sapé, 20 de abril de 1884 Leopoldina, 12 de novembro de 1914 foi um poeta brasileiro, identificado muitas vezes como simbolista ou parnasiano. Todavia, muitos críticos, como o poeta Ferreira Gullar, preferem identificá-lo como pré-modernista, pois encontramos características nitidamente expressionistas em seus poemas. conhecido como um dos poetas mais críticos do seu tempo, focando suas críticas ao idealismo egocentrista que se emergia em sua época, e até hoje sua obra é admirada tanto por leigos quanto por críticos literários. patrono da cadeira número 1 da Academia Paraibana de Letras APL , que teve como fundador o jurista e ensaísta José Flósculo da Nóbrega e como primeiro ocupante o seu biógrafo Humberto Nóbrega, sendo ocupada atualmente por José Nêumanne Pinto. Augusto dos Anjos também é o patrono da Academia Leopoldinense de Letras e Artes.
Ficheiro Carte de visite de Augusto dos Anjos formatura .jpg thumb Carte de visite de Augusto dos Anjos, com sua foto de graduação. Augusto dos Anjos nasceu no Engenho Pau d Arco, atualmente no município de Sapé, Estado da Paraíba. Foi educado nas primeiras letras pelo pai e estudou no Liceu Paraibano, onde viria a ser professor em 1908. Precoce poeta brasileiro, compôs os primeiros versos aos sete anos de idade. Em 1903, ingressou no curso de Direito na Faculdade de Direito do Recife, bacharelando-se em 1907. Em 1910 casa-se com Ester Fialho. Seu contato com a leitura, influenciaria muito na construção de sua dialética poética e visão de mundo. Com a obra de Herbert Spencer, teria aprendido a incapacidade de se conhecer a essência das coisas e compreendido a evolução da natureza e da humanidade. De Ernst Haeckel, teria absorvido o conceito da monera como princípio da vida, e de que a morte e a vida são um puro fato químico. Arthur Schopenhauer o teria inspirado a perceber que o aniquilamento da vontade própria seria a única saída para o ser humano. E da Bíblia, da qual também não contestava sua essência espiritualística, usando-a para contrapor, de forma poeticamente agressiva, os pensamentos remanescentes, em principal os ideais iluministas materialistas que, endeusando-se, se emergiam na sua época. Antiga residência de Augusto dos Anjos, em João Pessoa, hoje sede da Academia Paraibana de Letras APL Essa filosofia, fora do contexto europeu em que nascera, para Augusto dos Anjos seria a demonstração da realidade que via ao seu redor, com a crise de um modo de produção pré-materialista, proprietários falindo e ex-escravos na miséria. O mundo seria representado por ele, então, como repleto dessa tragédia, cada ser vivenciando-a no nascimento e na morte. Augusto nega a religião como algo que possa explicar o mundo, sua poesia é composta por muitas ironias contra o cristianismo e a religião de uma forma geral, embora em sua cidade natal, Engenho do Pau D Arco, o escritor conduzia reuniões mediúnicas e psicografava Promovia sessões memoráveis na sala de jantar. Era médium classificado, segundo o biógrafo Ademir Vidal. Embora se intitulassem católicos, os membros de sua família realizavam sessões espíritas por curiosidade, até que, por motivos de perturbação no ambiente doméstico, a mãe do autor decidiu proibi-las. Vidal afirma também que Augusto dos Anjos chegou a psicografar versos de Gonçalves Dias. Dedicou-se ao magistério, transferindo-se para o Rio de Janeiro, onde foi professor em vários estabelecimentos de ensino. Faleceu em 12 de novembro de 1914, às 4 horas da madrugada, aos 30 anos, em Leopoldina, Minas Gerais, onde era diretor de um grupo escolar. A causa de sua morte foi a pneumonia. Na casa em que residiu durante seus últimos meses de vida funciona hoje o Museu Espaço dos Anjos. Durante sua vida, publicou vários poemas em periódicos, o primeiro, Saudade, em 1900. Em 1912, publicou seu livro único de poemas, Eu, contendo 56 poemas. Após sua morte, seu amigo rris Soares organizaria uma edição chamada Eu poesias completas , incluindo ao núcleo original mais 46 poemas que o poeta deixara manuscritos ou que foram publicados apenas em periódicos.
Capa do livro Eu, revista e custeada pelo poeta ainda em vida com ajuda de seu irmão, Odilon dos Anjos, publicado em 1912. A poesia brasileira estava dominada por simbolistas e parnasianos, dos quais o poeta paraibano herdou algumas características formais, mas não de conteúdo. A incapacidade do homem de expressar sua essência através da língua paralítica Anjos, p. 204 e a tentativa de usar o verso para expressar da forma mais crua a realidade seriam sua apropriação do trabalho exaustivo com o verso feito pelo poeta parnasiano. A erudição usada apenas para repetir o modelo formal clássico é rompida por Augusto dos Anjos, que se preocupa em utilizar a forma clássica com um conteúdo que a subverte, através de uma tensão que repudia e é atraída pela ciência. A obra de Augusto dos Anjos pode ser dividida, não com rigor, em três fases, a primeira sendo muito influenciada pelo simbolismo e sem a originalidade que marcaria as posteriores. A essa fase pertencem Saudade e Versos ntimos. A segunda possui o caráter de sua visão de mundo peculiar. Um exemplo dessa fase é o soneto Psicologia de um Vencido. A última corresponde à sua produção mais complexa e madura, que inclui Ao Luar. Sua poesia chocou a muitos, principalmente aos poetas parnasianos, mas hoje é um dos poetas brasileiros que mais foram reeditados. Sua popularidade se deveu principalmente ao sucesso entre as camadas populares brasileiras e à divulgação feita pelos modernistas. Hoje em dia diversas editoras brasileiras publicam edições de Eu e Outras Poesias.
Que ninguém doma um coração de poeta é um ensaio sobre o soneto Vencedor e o EU quando constata um Augusto dos Anjos convicto em instaurar uma nova civilização brasileira que assombrará ao mundo por meio de um novo estatuto à palavra feia e fedorenta, arrombando às portas à nova poética do Cosmos. Assim, Augusto dos Anjos reivindica um novo Cosmos ao Eterno, pois está inconformado e quer salvar à humanidade, encarnando também um novo Cristo por acreditar piamente que ele não morreu, pois em carne, osso e sangue vive na Serra da Borborema, lá na Velha Paraíba onde nasceu. A poética EU de Augusto dos Anjos, assentada em bases sólidas do verossímil e da unidade clássica do filósofo Aristóteles, necessita de risco, fazer o que tem de ser feito, no seu projeto fracassado dum novo Cosmos, que ressuscita à vida duma nova Roma instaurada noutra nova civilização brasileira frente ao velho mundo. Trata-se duma poética da transgressão que se dá à janela livre da globalização ao unir os povos numa só nação chamada Brasil, por estar à frente de seu tempo e na vanguarda cultural da unidade das nações também à luz da pluralidade, de Paul Feyerabend. Nem é à toa que no livro A poética carnavalizada de augusto dos anjos o crítico constate como em todo o EU e no soneto Vencedor há um poeta atormentado em instaurar uma nova civilização brasileira, quem assombrará ao mundo por meio de o seu novo estatuto dado à palavra feia e fedorenta como a cloaca que alimenta à hiena, animal desvairado que ainda assim sorrir. Palavra esdrúxula e excêntrica essa que arromba às portas da unidade clássica à literatura universal por meio de a sua poética da pluralidade, da transgressão, ordinária e inclassificável. Nem é à toa também que o poeta de EU, Augusto dos Anjos, explore em sua poética expressões tétricas como Evangelho da podridão, verme, matéria em decomposição, cloaca , escarro, miséria , grito , horrenda , alegre e sangue. Todavia tudo junto e misturado às palavras alegres da literatura carnavalizada, que vai abrindo à cena inaugural da miséria nacional por meio dum estranho circo de horrores. como se criasse assim nessa poética uma metalinguagem cinematográfica sobre o corpo devorado por seus próprios vermes. E o faz por meio duma escritura em plena festa da carne, o carnaval. Enfim, a sátira menipeia manifesta-se pois também nessa poética aristotélica de EU. Mas ao mesmo tempo é uma poética da transgressão, uma autêntica e original coroação destronamento. Trata-se de polifonia, dialogismo e discurso social confluindo na categoria explorada por Bakhtin em sua tríade filológica primeira peculiaridade, segunda peculiaridade e terceira peculiaridade, equidistantes à tríade semiótica de Peirce primeiridade, secundidade, terceiridade, que se vão corresponder também com a tríade de Lacan real, simbólico, imaginário. Sua linguagem orgânica, muitas vezes cientificista e agressivamente crua, mas sempre com ritmados jogos de palavras, ideias, e rimas geniais, causava repulsa na crítica e no grande público da época. Ele somente apresentou grande vendagem anos após a sua morte. Muitas divergências há entre os críticos de Augusto dos Anjos quanto à apreciação de sua obra e suas posições são geralmente extremas. De qualquer forma, seja por ácidas críticas destrutivas, seja através de entusiasmos exaltados de sua obra poética, Augusto dos Anjos está longe de se passar despercebido na literatura brasileira.
O aspecto melancólico da sua poesia, que a marca profundamente, é interpretado de diversas maneiras. Uma vertente de críticos, na qual se inclui Ferreira Gullar, fundamenta a melancolia da obra na biografia do homem Augusto dos Anjos. Para Gullar, as condições de nossa cultura dependente dificultam uma expressão literária como a de Augusto dos Anjos, em que se rompe com a imitação extemporânea da literatura europeia. Essa ruptura de Augusto dos Anjos ter-se-ia dado menos por uma crítica à literatura do que por uma visão existencial, fruto de sua experiência pessoal e temperamento, que tentou expressar na forma de poesia. A poesia de Augusto dos Anjos é caracterizada por Gullar como apresentando aspectos da poesia moderna vocabulário prosaico misturado a termos poéticos e científicos demonstração dos sentimentos e dos fenômenos não através de signos abstratos, mas de objetos e ações cotidianas a adjetivação e situações inusitadas, que transmitem uma sensação de perplexidade. Ele compara a miscigenação de vocabulário popular com termos eruditos do poeta ao mesmo uso que faz Graciliano Ramos. Descreve ainda os recursos estilísticos pelos quais Augusto dos Anjos tematiza a morte, que é personagem central de sua poesia, e o compara a João Cabral de Melo Neto, para quem a morte é apresentada de forma crua e natural.
Outros, como Chico Viana, procuram explicar a melancolia através dos conceitos psicanalíticos. Para Sigmund Freud, a melancolia é um sentimento parecido com o luto, mas se caracteriza pelo desconhecimento do melancólico a respeito do objeto perdido. A origem da melancolia da poesia de Augusto dos Anjos estaria, para alguns críticos, em reflexões de influências política com os problemas de sua família, e num conflito edipiano de sua infância.
Há ainda aqueles que tentam analisar a poesia de Augusto dos Anjos baseada em sua criatividade como artista, de acordo com o conceito da melancolia da criatividade do crítico literário norte-americano Harold Bloom. O artista seria plenamente consciente de sua capacidade como poeta e de seu potencial para realizar uma grande obra, manifestando, assim, o fenômeno da maldição do tardio. Sua melancolia viria da dificuldade de superar os mestres e realizar algo novo.
De forma geral, no entanto, sua poesia é reconhecidamente original. Para lvaro Lins e para Carlos Burlamaqui Kopke, sua singularidade está ligada à solidão, que também caracteriza sua angústia. Eudes Barros, em seu livro A Poesia de Augusto dos Anjos uma Análise de Psicologia e Estilo, nota o uso inusitado dos adjetivos por Augusto dos Anjos, e qualifica seus substantivos como extremamente sinestésicos, criando dimensões desconhecidas para a adjetivação convencional. Manuel Bandeira destaca o uso das sinéreses como forma de representar a impossibilidade da língua, ou da matéria, para expressar os ideais do espírito. Portanto, os recursos estilísticos de Augusto dos Anjos se reconhecem como geniais. As imagens da obra poética de Augusto dos Anjos se caracterizam pela teratologia exacerbada, por imagens de dor, horror e morte. O uso da racionalidade, e assim da ciência, seria uma forma de superar a angústia da materialidade e dos sentimentos. Mas a Ciência, que marca fortemente sua poesia, seja como valorizada ou através de termos e conceitos científicos, também lhe traz sofrimento, como nota Kopke. marcante também a repetição de temas nessa poesia, e um sentimento de solidariedade universal, ligado à desumanização da natureza e até do próprio humano, o que reduziria todos os seres a uma só condição. Os contrastes peculiarizam seus temas. Idealismo e materialismo, dualismo e monismo, heterogeneidade e homogeneidade, amor e dor, morte e vida, Tudo convém para o homem ser completo, como diz o próprio poeta em Contrastes.
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Categoria Poetas da Paraíba Categoria Naturais de Sapé Categoria Escritores pré-modernistas do Brasil Categoria Escritores da Paraíba Categoria Membros da Academia Paraibana de Letras Categoria Poetas simbolistas do Brasil Categoria Mortes por tuberculose em Minas Gerais Categoria Cultura de Leopoldina Minas Gerais Anjos, Augusto Categoria Precursores da poesia moderna Categoria Sonetistas Categoria Alunos da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco Categoria Mortes por tuberculose no século XXAntônio Mariano Alberto de Oliveira Saquarema, 28 de abril de 1857 Niterói, 19 de Janeiro de 1937 , mais conhecido pelo seu pseudônimo, Alberto de Oliveira, foi um poeta, professor e farmacêutico brasileiro. Figura como líder do Parnasianismo brasileiro, na famosa tríade Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac. Foi um dos 17 filhos de José Mariano de Oliveira e Ana Maria da Encarnação, uma família que se mistura com a literatura brasileira, dentre eles sua irmã Amélia de Oliveira que foi o grande amor de Olavo Bilac. Foi secretário estadual de educação, membro honorário da Academia de Ciências de Lisboa e imortal fundador da Academia Brasileira de Letras. Adotou o nome literário Alberto de Oliveira no livro de estreia, após várias modificações dispersas nos jornais.
Seu pai, mestre-de-obras, transferiu residência para o município de Itaboraí, onde construiu o teatro. De origem humilde, Antônio foi, seguindo o irmão mais velho, à capital da província, trabalhar como vendedor. Ambos moravam num barracão aos fundos da casa comercial do Sr. Pinto Moreira, em Niterói, vizinhos do pintor Antônio Parreiras, ainda anônimo, com 17 anos, que lembra, ancião, o contato com o moço de andar firme e compassado. Diplomou-se em magistério e farmácia, cursando medicina vindo a conhecer Olavo Bilac , até o terceiro ano, mediante grande esforço pessoal, o que lhe rendeu emprego na Drogaria do Velho Granado. Também abriu um colégio em Niterói. Casou-se em 1889 com a viúva Maria da Glória Rebelo. Após a glória literária, destacou-se na política como Oficial de Gabinete do primeiro presidente de Estado do Rio de Janeiro eleito José Thomaz da Porciúncula 1892-1894 , do Partido Republicano Fluminense, marcadamente prudentista e antiflorianista, com a pasta de Diretor Geral da Instrução Pública do Rio de Janeiro, equivalente ao atual Secretário de Estado de Educação. Durante a tranferência da capital do estado de Niterói para Petrópolis 1894 , devido às insurreições e revoltas pró e contra a Proclamação da República, permaneceu na Cidade Imperial Serrana, já que a excelência de seu trabalho o manteve no cargo durante o mandato de Joaquim Maurício de Abreu 1894 1897 . Foi Professor de Português e Literatura no Colégio Pio-Americano 1905 e na Escola Dramática e Escola Normal 1914 , dirigida por Coelho Neto. Participou da famosa Batalha do Parnaso, ocorrida no Diário do Rio de Janeiro entre 1878 e 1881 contra o Ultra-romantismo piegas e já desgastado, junto com Teófilo Dias, Artur Azevedo e Valentim Magalhães, resgatando as origens do Romantismo dialogadas com aqueles novos tempos. Reunidos em torno de Artur de Oliveira, num café da Rua do Ouvidor, eram integrantes da vanguarda Ideia Nova, ao lado de Fontoura Xavier, Carvalho Jr. e Affonso Celso Jr., que lhe prefaciou o Livro de Ema deslocado da 1a. para a 2a. série das Poesias . Inspirados na Arte Moderna da França, feita por Théophile Gautier, Théodore de Banville, Charles Baudelaire e Leconte de Lisle, os Tetrarcas do Parnasianismo, e, secundariamente, em Sully Prudhome e José-Maria de Heredia, fizeram todos a maior revolução na poesia brasileira até então, importantíssima para a consolidação da Modernidade do Brasil, no tocante à literatura, a partir da eleição do Novo como valor e da Ruptura como sistema, tradição. Ficheiro Belmiro de Almeida - O Poeta Alberto de Oliveira.jpg thumb Caricatura do poeta Alberto de Oliveira, feita pelo pintor Belmiro de Almeida Museu de Arte de São Paulo, São Paulo . Envolveu-se com os fundadores da inovadora Gazeta de Notícias, Manuel Carneiro e Ferreira de Araújo, publicando poemas posteriormente reunidos no livro Canções Românticas prefácio de Teófilo Dias 1878 e conhecendo neste jornal o amigo Machado de Assis, que o citou no famoso artigo A Nova Geração Revista Brasileira, 1879 bem como lhe prefaciou Meridionais 1884 , ainda financiadas pelo jornal, livro-chave para a ideia Nova da Nova Geração, só mais tarde referida conceitualmente, rotulada ou esquematizada como estilo parnasiano. Decorrido apenas um ano, publica, sob encomenda dos leitores, Sonetos e poemas 1885 , consagrando-se junto ao público, o que lhe rende um prefácio de T. A. Araripe Jr. ao livro seguinte, Versos e rimas 1895 , títulos talvez alusivos a Sonetos e rimas 1880 , de Luís Guimarães Jr., também Jovem Poeta, como eram conhecidos esses revolucionários em prol da poesia autêntica sem os clichês românticos. Depois de quatro livros publicados, foi convidado por Machado de Assis para a Fundação da Academia Brasileira de Letras, em 1897, ocasião em que se vê a longevidade do convívio entre o romancista e o poeta. Com Raimundo Correia e Olavo Bilac, formou a tríade mais representativa da ideia Nova da Nova Geração, hoje chamado Parnasianismo, reunida em sua casa no bairro Barreto, Niterói, à época capital de província, e depois no seu famoso Solar da Engenhoca, sito à mesma cidade, ou no bairro Neves, São Gonçalo, residência anterior. Impecável na métrica e correto na forma, sofre uma vaia que parece ainda ecoar desde a Semana de Arte Moderna de 1922, na voz de críticos literários fiéis à ideia modernista. Mário de Andrade, rancoroso pela rejeição dos parnasianos ao seu livro parnasiano Há uma gota de sangue em cada poema 1917 , se empenha em retaliar o velho estilo, cuja principal vítima era o poeta de Saquarema, como se vê nos ensaios Mestres do Passado, publicados no Jornal do Commercio em 1921 e na Carta Aberta a Alberto de Oliveira, publicada na Revista Estética no. 3, em 1925. Nos últimos anos de sua vida, proferiu conferência O Culto da Forma na Poesia Brasileira, 1913, Biblioteca Nacional 1915, São Paulo e ainda foi homenageado pelo Jornal do Commercio, em 1917. No mesmo ano, recebeu Goulart de Andrade na Academia Brasileira de Letras. Foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros, pelo concurso da revista Fon-Fon 1924 , título desocupado desde a morte de seu discípulo e amigo Olavo Bilac, falecido em 1918. Em 1935, prestigia o Cenáculo Fluminense de História e Letras, com sua gloriosa presença. Sem dúvida, o Poeta-Professor é Andarilho Fluminense, semeando Lirismo e Educação em todos os lugares por que passou Saquarema, Rio Bonito, Itaboraí, Niterói, São Gonçalo, Petrópolis, Campos e Rio de Janeiro no seu Estado natal , além de Araxá, São Paulo, Curitiba. Seus incontáveis versos falam da pujança da natureza fluminense e dos encantos da mulher brasileira, ambas freq entemente evocadas pela memória. Os temas da Grécia Antiga, que caracterizam o Parnasianismo de moldes franceses, formam uma pequena minoria da obra, em torno de 10 . Vê-se sua herma no Jardim do Russel Rio de Janeiro, capital , obra do escultor Petrus Verdier, ou na sede histórica da Prefeitura Municipal de Niterói jardim de entrada , obra do escultor H. Peçanha.
Canções Românticas. Rio de Janeiro Gazeta de Notícias, 1878. Meridionais. Rio de Janeiro Gazeta de Notícias, 1884. Sonetos e Poemas. Rio de Janeiro Moreira Maximino, 1885. Relatório do Diretor da Instrução do Estado do Rio de Janeiro Assembléia Legislativa, 1893. Versos e Rimas. Rio de Janeiro Etoile du Sud, 1895. Relatório do Diretor Geral da Instrução Pública Secretaria dos Negócios do Interior, 1895. Poesias edição definitiva . Rio de Janeiro Garnier, 1900. com juízos críticos de Machado de Assis, Araripe Júnior e Afonso Celso Poesias, 2 série. Rio de Janeiro Garnier, 1905. Páginas de Ouro da Poesia Brasileira. Rio de Janeiro Garnier, 1911. Poesias, 1 série edição melhorada . Rio de Janeiro Garnier, 1912. Poesias, 2 série segunda edição . Rio de Janeiro Garnier, 1912. Poesias, 3 série Rio de Janeiro F. Alves, 1913. Céu, Terra e Mar. Rio de Janeiro F. Alves, 1914. O Culto da Forma na Poesia Brasileira. São Paulo Levi, 1916. Ramo de rvore. Rio de Janeiro Anuário do Brasil, 1922. Poesias, 4 série. Rio de Janeiro F. Alves, 1927. Os Cem Melhores Sonetos Brasileiros. Rio de Janeiro Freitas Bastos, 1932. Poesias Escolhidas. Rio de Janeiro Civ. Bras. 1933. Póstuma. Rio de Janeiro Academia Brasileira de Letras, 1944.
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Alberto de Oliveira fundou a cadeira 8 da Academia Brasileira de Letras, escolhendo como patrono o inconfidente Cláudio Manuel da Costa, mártir da liberdade. Categoria Membros da Academia Brasileira de Letras Alberto Oliveira Categoria Escritores parnasianos do Brasil Categoria Sonetistas Categoria Farmacêuticos do Rio de Janeiro Categoria Naturais de Saquarema Categoria Escritores do estado do Rio de JaneiroAlphonsus de Guimaraens, pseudônimo de Afonso Henrique da Costa Guimarães Ouro Preto, 24 de julho de 1870 Mariana, 15 de julho de 1921 , foi um escritor brasileiro. A poesia de Alphonsus de Guimaraens é marcadamente mística e envolvida com religiosidade católica. Seus sonetos apresentam uma estrutura clássica e são profundamente religiosos e sensíveis, à medida em que explora o sentido da morte, do amor impossível, da solidão e da inadaptação ao mundo. Contudo, o tom místico imprime em sua obra um sentimento de aceitação e resignação diante da própria vida, dos sofrimentos e dores. Outra característica marcante de sua obra é a utilização da espiritualidade em relação à figura feminina, que é considerada um anjo, ou um ser celestial. Alphonsus de Guimaraens é simultaneamente neo-romântico e simbolista. Sua obra, predominantemente poética, consagrou-o como um dos principais autores simbolistas do Brasil. Traduziu também poetas como Stéphane Mallarmé, em referência à cidade em que passou parte de sua vida, é também chamado de o solitário de Mariana, a sua torre de marfim do Simbolismo. Sua poesia é quase toda voltada para o tema da morte da mulher amada. Embora preferisse o verso decassílabo, chegou a explorar outras métricas, particularmente a redondilha maior terminado em sete sílabas métricas .
Alphonsus de Guimarães. Filho de Albino da Costa Guimarães, comerciante nascido em Cepães, Braga, Portugal, e de Francisca de Paula Guimarães Alvim, sobrinha do poeta Bernardo Guimarães, portanto, Alphonsus de Guimaraens era sobrinho-neto de Bernardo. Matriculou-se, em 1887, na Faculdade de Engenharia. Perdeu prematuramente 1889 a prima e noiva Constança, filha de Bernardo Guimarães, o que o abalou moral e fisicamente. Foi, em 1890, para São Paulo, onde ingressou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, compondo a turma 64, que colou grau em 1895. Em São Paulo, colaborou na imprensa e frequentou a Vila Kyrial, de José de Freitas Vale, onde se reuniam os jovens simbolistas. Em 1895, no Rio de Janeiro, conheceu Cruz e Souza, poeta a quem já admirava e de quem se tornou amigo pessoal. Também foi juiz-substituto e promotor em Conceição do Serro, hoje Conceição do Mato Dentro, MG. No ano de 1897, casou-se com Zenaide de Oliveira. Posteriormente, em 1899, estreou na literatura com dois volumes de versos Setenário das dores de Nossa Senhora e Câmara Ardente, e Dona Mística, ambos de nítida inspiração simbolista. Em 1900, passou a exercer a função de jornalista, colaborando em A Gazeta, de São Paulo. Em 1902, publicou Kyriale, sob o pseudônimo de Alphonsus de Guimaraens obra que o projetou no universo literário, obtendo assim reconhecimento, ainda que restrito de alguns raros críticos e de amigos mais próximos. Em 1903, os cargos de juízes-substitutos foram suprimidos pelo governo do estado de Minas Gerais. Consequentemente, Alphonsus perdeu também seu cargo de juiz, o que o levou a graves dificuldades financeiras. Após recusar um posto de destaque no jornal A Gazeta, Alphonsus foi nomeado para a direção do jornal político Conceição do Serro, onde também colaborariam seu irmão, o poeta Archangelus de Guimaraens, Cruz e Souza e José Severino de Resende. Em 1906, tornou-se juiz municipal de Mariana, MG, para onde se transferiu com sua esposa Zenaide de Oliveira, com quem teve 15 filhos, dois dos quais também escritores João Alphonsus 1901-1944 e Alphonsus de Guimaraens Filho 1918-2008 . Devido ao período que viveu em Mariana, ficou conhecido como O Solitário de Mariana, apesar de ter vivido lá com a mulher e com seus filhos. O apelido lhe foi dado devido ao isolamento completo em que viveu. Sua vida, nessa época, passou a ser dedicada basicamente às atividades de juiz e à elaboração de sua obra poética.
O poeta Carlos Drummond de Andrade homenageou Alphonsus em seu centenário em 1970, com o poema Luar para Alphonsus, na segunda edição do livro de poesias e crônicas chamado Versiprosa, em 1973. Em 1987 foi inaugurado em Mariana o Museu Casa Alphonsus de Guimaraens. O Museu está instalado na casa em que o escritor viveu com a família no período de 1913 a 1921. Localizado no centro histórico da cidade, o imóvel apresenta características das construções de estilo colonial, dentro dos padrões estéticos do fim do século XVIII até o início do século XIX, com dois pavimentos e um quintal, por onde se distribuem os espaços expositivos, educativos, áreas de pesquisa, de administração e de convivência do Museu. Na mesma cidade há também uma rua com seu nome, situada entre a ponte de areia e a ponte de tabuas - que também recebe seu nome. O rapper Emicida, em 2019, lançou uma música inspirada no maior poema do autor, Ismália. A música é uma parceria com Larissa Luz e Fernanda Montenegro, que recita o texto no final da canção.
Septenário das dores de Nossa Senhora, poesia 1899 Câmara Ardente, poesia 1899 Dona Mystica, poesia 1899 Kiriale, poesia 1902 Mendigos, prosa 1920
Poemas de Alphonsus de Guimaraens 1 Poemas de Alphonsus de Guimaraens 2 Categoria Poetas de Minas Gerais Categoria Escritores simbolistas do Brasil Categoria Escritores de Minas Gerais Categoria Poetas simbolistas do Brasil Categoria Naturais de Ouro Preto Categoria Brasileiros de ascendência portuguesa Categoria Tradutores de Minas Gerais Categoria Tradutores da poesia moderna Categoria Sonetistas Categoria Membros da Academia Mineira de LetrasManoel Antônio lvares de Azevedo São Paulo, Rio de Janeiro, , conhecido também como Maneco pelos amigos mais próximos, familiares e admiradores de sua obra, foi um escritor da segunda geração romântica Ultrarromântica, Byroniana ou Mal-do-século , contista, dramaturgo, poeta, ensaísta e expoente da literatura gótica brasileira, autor de Noite na Taverna. As obras de lvares de Azevedo tendem a jogar fortemente com as noções opostas, como amor e morte, sentimentalismo e pessimismo, platonismo e sarcasmo, sendo influenciado por Musset, Chateaubriand, Lamartine, Goethe e, principalmente, Byron.
Filho de Inácio Manoel lvares de Azevedo e Maria Luísa Silveira da Motta Azevedo, passou a infância no Rio de Janeiro, onde iniciou seus estudos. Voltou a São Paulo, em 1847, para estudar na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, onde, desde logo, ganhou fama por brilhantes e precoces produções literárias. Destacou-se pela facilidade de aprender línguas e pelo espírito jovial e sentimental. Durante o curso de Direito traduziu o quinto ato de Otelo, de Shakespeare traduziu Parisina, de Lord Byron fundou a revista da Sociedade Ensaio Filosófico Paulistano 1849 fez parte da Sociedade Epicureia e iniciou o poema épico O Conde Lopo, do qual só restaram fragmentos. Não concluiu o curso, pois foi acometido de uma tuberculose pulmonar nas férias de 1851-52, a qual foi agravada por um tumor na fossa ilíaca, ocasionado por uma queda de cavalo, falecendo aos 20 anos. No entanto, vale ressalva, a causa mortis do autor é um tema historicamente controverso, com diferentes hipóteses. A sua obra compreende Poesias diversas, Poema do Frade, o drama Macário, o romance O Livro de Fra Gondicário, Noite na Taverna, Cartas, vários Ensaios incluindo Literatura e civilização em Portugal, Lucano, George Sand e Jacques Rolla e Lira dos vinte anos Suas principais influências são Goethe, François-René de Chateaubriand, mas principalmente Alfred de Musset. Figura no cânone da poesia brasileira. Foi muito lido até as duas primeiras décadas do século XX, com constantes reedições de sua poesia e antologias. As últimas encenações de seu drama Macário foram em 1994 e 2001. patrono da cadeira 2 da Academia Brasileira de Letras.
lvares de Azevedo. Lira dos Vinte Anos inicialmente planejada para ser publicada num projeto As Três Liras em conjunto com Aureliano Lessa e Bernardo Guimarães . é o título da principal obra do autor. evidente a explicitação de lvares de Azevedo na postura consciente do fazer poético, afinal em seus prefácios há um alto grau de conhecimento quanto à proposta ultrarromântica, a qual exibe um certo metarromantismo marcada pelo senso crítico. , provavelmente, o primeiro a incorporar o cotidiano na poesia no Brasil, com o poema Ideias íntimas, da segunda parte da Lira. O autor de Lira dos Vinte Anos estabelece valores e critérios a sua obra. Revela-se, assim, uma verdadeira teorização programada. No segundo prefácio de Lira dos Vinte Anos, o seu autor nos revela a sua intencionalidade e o vincula de tal maneira ao texto poético, que a gratuidade e autonomia perde espaço e revela a intencionalidade do poeta, isto é, explicação de temas, motivos e outros elementos. Um aspecto característico de sua obra e que tem estimulado mais discussão diz respeito à sua poética, que ele mesmo definiu como uma binomia, que consiste em aproximar extremos, numa atitude tipicamente romântica. importante salientar o Prefácio à Segunda parte de Lira dos Vinte Anos, um dos pontos críticos de sua obra e na qual define toda a sua poética. Machado de Assis publicou na coluna Semana Literária do jornal Diário do Rio de Janeiro de 26 de junho de 1866 uma análise da Lira dos vinte anos. Ali escreveu lvares de Azevedo era realmente um grande talento só lhe faltou o tempo, como disse um dos seus necrólogos. ... Era daqueles que o berço vota à imortalidade. Compare-se a idade com que morreu aos trabalhos que deixou, e ver-se-á que seiva poderosa não existia naquela organização rara. Em tão curta idade, o poeta da Lira dos vinte anos deixou documentos valiosíssimos de um talento robusto e de uma imaginação vigorosa. Avalie-se por aí o que viria a ser quando tivesse desenvolvido todos os seus recursos . O crítico literário português Lopes de Mendonça, num perfil literário de lvares de Azevedo, escreve O jovem poeta não cantava somente para as turbas que se deixassem comover pela harmonia de seus cantos cantava porque lhe ardia no peito um fogo devorador, porque a sua alma ébria, e palpitante, lhe acendia a imaginação, e como lhe intimava, que traduzisse aos outros, a magia dos seus sonhos, o fervor dos seus desejos, o esplêndido irradiar da sua esperança . O jornal niteroiense A Pátria de 16 de maio de 1856, numa Meditação aos ossos do poeta lvares de Azevedo , afirma que aquele crânio foi um livro de versos sublimes como os de Byron, foi uma página divina de Shakespeare foi um raio da inteligência de Homero aquele crânio guardava um cérebro cheio como o de Camões, e constituiu uma cabeça que merecia uma coroa, como a que Tasso teve no Capitólio . Atualmente, a literatura de lvares de Azevedo tem suscitado alguns estudos acadêmicos, dos quais sublinham-se O Belo e o Disforme, de Cilaine Alves Cunha EDUSP, 2000 , e Entusiasmo indianista e ironia byroniana Tese de Doutorado, USP, 2000 O poeta leitor. Um estudo das epígrafes hugoanas em lvares de Azevedo, de Maria C. R. Alves Dissertação de Mestrado, USP, 1999 lvares de Azevedo A busca de uma literatura consciente, de Gilmar Tenorio Santini Dissertação de Mestrado, UNESP, 2007 Uma lira de duas cordas, de Rafael Fava Belúzio Scriptum, 2015 . O crítico literário Alexei Bueno faz uma interessante observação sobre a característica quase esquizoide da alma de lvares de Azevedo, a dissociação entre sua obra onde não faltam bebedeiras e orgias altamente byronianas e sua vida pacata de excelente e responsabilíssimo aluno, de enorme afeição familiar e provavelmente bastante casto. Essa mesma polarização é problematizada em Uma lira de duas cordas, obra que faz uma inovadora leitura da recepção crítica do poeta.
Devido a sua morte prematura, todos os trabalhos de lvares de Azevedo foram publicados postumamente. Lira dos Vinte Anos 1853, antologia poética Macário 1855, peça de teatro Noite na Taverna 1855, contos O Conde Lopo Juaréz Cavalcante lvares de Azevedo também escreveu muitas cartas e ensaios e traduziu para o português o poema Parisina, de Lorde Byron, e o quinto ato de Otelo, de William Shakespeare.
Ficheiro Vista de baixo 2 do Monumento de lvares de Azevedo em São Paulo.jpg miniaturadaimagem 319x319px Homenagem ao poeta pelo Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco. 1831, 12 de setembro Nascido em São Paulo, na esquina da rua da Feira com a rua Cruz Preta, atuais Senador Feijó e Quintino Bocaiuva. 1831 Transfere-se para o Rio de Janeiro. 1835 Morre a 26 de junho seu irmão mais novo, Inácio Manoel, em Niterói, ainda bebê, com menos de dois anos, deixando o futuro poeta profundamente abalado. 1840 matriculado no Colégio Stoll, em Botafogo. Seu desempenho rende elogios do proprietário do colégio, o Dr. Stoll Ele reúne, o que é muito raro, a maior inocência de costumes à mais vasta capacidade intelectual que já encontrei na América num menino da sua idade. 1844 Transfere-se para São Paulo, após estudos de francês, inglês e latim volta para o Rio no fim do ano. 1845 Matricula-se no 5 ano do internato do Colégio Pedro II, no Rio, onde muito sofreu, devido ao gênio folgazão, que o levava a caricaturar colegas e professores. 1846 Cursa o 6 ano no mesmo colégio, tendo como professor Domingos José Gonçalves de Magalhães. 1847 Recebe, a 5 de dezembro, o grau de bacharel em Letras. 1848 Ingressa, a 1 de março na Faculdade de Direito de São Paulo, onde conhece, entre outros, José de Alencar e Bernardo Guimarães. 1849 Matricula-se no 2 ano. Pronuncia um discurso a 11 de agosto, na sessão comemorativa do aniversário da criação dos cursos jurídicos no Brasil. Passa as férias no Rio, com constantes pensamentos de morte. 1850 Escreve um romance de 200 e tantas páginas, dois poemas, um em 5 e outro em 2 cantos, ensaios, fragmento de poema em linguagem muito antiga hoje perdido . A 9 de maio, profere o discurso inaugural da sociedade Ensaio Filosófico. De volta a São Paulo, matricula-se no 3 ano. Em setembro, suicida-se, por amor, o quintanista Feliciano Coelho Duarte, o poeta faz, a 12 do mesmo mês, o discurso de adeus. 1851 Cursa o 4 ano. Em 15 de setembro, morre João Batista da Silva Pereira. Passa as férias em Itaboraí, na fazenda do avô. 1852, 25 de abril Após complicações advindas de uma queda de cavalo, no município de Itaboraí, no trajeto de Visconde para Porto das Caixas, cria-se um tumor na fossa ilíaca que tentou ser retirado segundo alguns biólogos sem anestesia, a ferida infecciona e após 40 dias de febre alta falece, às 17 horas no Rio de Janeiro em casa. enterrado no dia seguinte, num cemitério na praia vermelha na zona sul do Rio de Janeiro que mais tarde viria a ser destruído pelo mar em ressaca. Segundo biógrafos seu cachorro teria encontrado seus restos mortais. Hoje está sepultado no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro, num mausoléu da família perto dos túmulos de Floriano Peixoto e outros grandes nomes do final do séc. XIX tendo sido o décimo segundo a ser sepultado nesse cemitério inaugurado em 1854, como consta da primeira página de seu livro de registros. Túmulo do poeta lvares de Azevedo lápide
1853 Poesias de Manoel Antônio lvares de Azevedo Lira dos Vinte Anos e Poesias diversas 1855 Obras de Manoel Antônio lvares de Azevedo, primeira publicação da sua prosa Noite na Taverna 1862 Obras de Manoel Antônio lvares de Azevedo, 2 e 3 edições, primeira aparição do Poema do Frade e Terceira parte da Lira. 1866 O Conde Lopo, poema inédito. Merece um destaque especial a Lira dos Vinte Anos, composta de diversos poemas. A Lira é dividida em três partes, sendo a primeira e a terceira da Face Ariel e a segunda da Face Caliban. A Face Ariel mostra, supostamente, um lvares de Azevedo ingênuo, casto e inocente. Já a Face Caliban apresenta poemas irônicos e sarcásticos.
ALVARES DE AZEVEDO, A. BUENO . Obra. Nova Aguilar, 2000. CAVALHEIRO, E. lvares de Azevedo . Melhoramentos, 1943 Biografia RAMOS, P.E.S. Org. . Poesias Completas de lvares de Azevedo. Ed. Unicamp, 2002.
Delírio, Poesia e Morte, a Solidão de lvares de Azevedo. Biografia romanceada por Luciana Fátima. Ed. Estronho, 2015. Categoria Patronos da Academia Brasileira de Letras Categoria Poetas do estado de São Paulo Categoria Dramaturgos do Brasil Categoria Escritores românticos do Brasil Categoria Contistas do estado de São Paulo Categoria Ensaístas do Brasil Categoria Naturais da cidade de São Paulo Categoria Mortes por tuberculose no Rio de Janeiro Categoria Sonetistas Categoria Alunos do Colégio Pedro II Categoria Alunos da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo Categoria Mortes por tuberculose no século XIXPlantação de batatas orgânicas Agricultura orgânica, ou agricultura biológica, são expressões frequentemente usadas para designar sistemas sustentáveis de agricultura que não permitem o uso de produtos químicos sintéticos prejudiciais para a saúde humana e para o meio ambiente, tais como certos fertilizantes e agrotóxicos sintéticos, nem de organismos geneticamente modificados. Os seus proponentes acreditam que em um solo saudável, mantido sem o uso de fertilizantes sintéticos e de agrotóxicos não-orgânicos, os alimentos têm qualidade superior à de alimentos convencionais. Diversos países, incluindo os Estados Unidos NOP - National Organic Program , o Japão JAS - Japan Agricultural Standard , a Suíça BioSuisse , a Austrália AOS - Australian Organic Standard ACO - Australia Certified Organic , o Brasil ProOrgânico - Programa de Desenvolvimento da Agricultura e países da União Europeia CEE 2092 91 , adotaram programas para a regulação e desenvolvimento desta atividade. Este sistema de produção, que exclui o uso de fertilizantes sintéticos, agrotóxicos não-orgânicos e produtos reguladores de crescimento, tem como base o uso de fertilizantes naturais a manutenção do solo a rotação de culturas o aumento da biodiversidade a consorciação de culturas a adubação verde a compostagem e o controle biológico de insetos e doenças. Pressupõe, ainda, a manutenção da estrutura e da profundidade do solo, sem alterar suas propriedades por meio do uso de produtos químicos sintéticos.
O solo é um organismo vivo, e deve ser tratado com o máximo de cuidado possível para manter toda a vida nele existente Uso de adubos orgânicos de baixa solubilidade Controle de insetos e doenças com medidas preventivas e produtos naturais O mato ervas daninhas faz parte do sistema. Deve ser usado como cobertura de solo e abrigo de insetos.
O princípio da produção orgânica é o estabelecimento do equilíbrio da natureza utilizando métodos naturais de adubação e de controle de pragas. O conceito de alimentos orgânicos não se limita à produção agrícola, estendendo-se também à pecuária em que o gado deve ser criado sem remédios alopáticos ou hormônios , bem como ao processamento de todos os seus produtos Alimentos orgânicos industrializados também devem ser produzidos sem produtos químicos artificiais, como os corantes e aromatizantes artificiais. Pode-se resumir a sua filosofia em desprezo absoluto por tudo que tenha origem na indústria química. A cultura de produtos orgânicos não se limita a alimentos. Há uma tendência de crescimento no mercado de produtos orgânicos não alimentares, como fibras orgânicas de algodão para serem usadas na produção de vestes . Os proponentes das fibras orgânicas dizem que a utilização de agrotóxicos em níveis excepcionalmente altos na produção convencional de fibras representa abuso ambiental por parte da agricultura convencional. A pedologia limitou-se durante décadas ao estudo da estrutura físico-química do solo. Hoje, a agronomia se ressente de seu desconhecimento da microfauna e microflora do solo e sua ecologia. Estima-se que 95 dos micro-organismos que vivem no solo sejam desconhecidos pela ciência. Muitos estados dos Estados Unidos agora oferecem certificação orgânica para seus fazendeiros. Para um sistema de produção ser certificado como orgânico, a terra deve ter sido usada somente com métodos de produção orgânica durante um certo período de anos antes da certificação. No Reino Unido, a certificação orgânica é realizada por algumas organizações, das quais as maiores são a Soil Association e a Organic Farmers Growers. Todos os organismos certificadores estão sujeitos aos regulamentos da Penitente King dom Registes of Organic Food Standards, ligado à legislação da União Europeia. Na Suécia, a certificação orgânica é realizada pela Krav. Na Suíça, o controle é feito pelo Instituto Biodinâmico.
Os movimentos relacionados tanto à produção quanto ao consumo de alimentos orgânicos alegam como uma das vantagens o fato de terem diferenças nutricionais significativas em sua composição quando comparados com alimentos oriundos de sistemas convencionais. Desde então, várias pesquisas científicas foram feitas com objetivo de avaliar a ocorrência dessas diferenças. Em geral, são relatados aumentos na composição nutricional de alimentos de origem orgânica, especialmente na quantidade de micronutrientes, vitaminas e compostos bioativos. Em alguns casos, no entanto, não são observadas diferenças significativas. Alguns exemplos de estudos científicos que mostram diferenças de composição entre alimentos orgânicos e convencionais TABELA 1 - Diferenças nutricionais relatadas em artigos científicos entre alimentos orgânicos e convencionais. Nutriente Diferenças relatadas e fontes consultadas Proteínas Acréscimo de 25-30 de lisina em grão de trigo orgânico. Lipídeos Menos gordura saturada e mais ácidos graxos poliinsaturados em gado bovino orgânico. Maior nível de ômega-3 em frango orgânico. Minerais Maiores níveis de ferro e magnésio em legumes orgânicos. Maiores níveis de cobre, zinco e cálcio em cevada orgânica. Acréscimo de 21 de ferro e 29 de magnésio em cultivos vegetais orgânicos. Vitaminas e derivados Maiores níveis de vitamina C em variedades orgânicas de batatas, tomates, aipo e couve. Maiores níveis de vitamina E em vegetais orgânicos. e maiores níveis de b-caroteno em tomates orgânicos Fitoquímicos Maiores níveis de polifenóis em maçãs, pêssegos, peras, batatas, cebolas, tomates, pimentas, laranjas e azeites de oliva. Aumento de resveratrol em vinhos orgânicos. Essa melhor qualidade nutricional atribuída aos alimentos orgânicos deve-se a um conjunto de fatores, tais como maior dedicação dos agricultores nos sistemas de produção natural necessidade de otimizar as condições de fertilidade do solo para garantir o crescimento das espécies vegetais que serão consumidas diretamente ou servirão de insumo para alimentação de animais produção planejada de acordo com as condições de clima, solo e biodiversidade local, possibilitando melhor qualidade na produção de alimentos menor presença ou ausência de substâncias interferentes adicionadas que possam causar prejuízos metabólicos nos organismos participantes da cadeia alimentar, como fertilizantes químicos e agrotóxicos.
Produtos orgânicos oferecem maior garantia para o consumidor quando se trata de saúde e origem do que está sendo consumido, levando a uma preferência no consumo, além da sustentabilidade no quesito ambiental, social e ético proporcionada pela prática da agricultura orgânica. Portanto, na esfera socioeconômica, eles acabam apresentando um maior valor quando comparados a alimentos convencionais. Faz-se necessária uma regulamentação da atividade orgânica no Brasil, junto a um incentivo da produção orgânica, com legislação que apoie esses produtores, possibilitando uma competitividade com a agricultura convencional de produção de alimentos em massa.
Políticas neoliberais no Brasil, com foco em exportação de commodities agrícolas, fez do país um dos maiores consumidores de agrotóxicos no mundo. O uso crescente dessas substâncias sob controle pouco rígido desprotege a população de seus efeitos nocivos, sobretudo aqueles que se encontram em maior risco de contaminação, como trabalhadores e moradores de zonas rurais. A função dos agrotóxicos na agricultura convencional é possibilitar a grande produção, evitando pragas e doenças nas plantações. A aplicação indiscriminada e sem regulamentação leva à contaminação dos solos e dos recursos hídricos. Além da degradação ambiental, os alimentos em contato com esses produtos químicos podem apresentar algum grau de contaminação. O consumo de tais alimentos pode gerar acúmulo de defensivos agrícolas no organismo, acarretando em intoxicações agudas ou crônicas, que apresentam quadros variados que vão desde alergias, náuseas e vômitos a neoplasias, lesões hepáticas e cânceres.
A expressão agricultura orgânica não é visto com unanimidade, nem parece ter um significado etimologicamente correto, mas tornou-se reconhecida como sinônimo de agricultura mais perto da natureza. Não se refere, portanto, a um único método de agricultura. Há quem diga que se trata mais de uma ideologia do que de um conjunto de técnicas agrícolas. Entre as correntes que se contrapõem à monocultura convencional e que são, por isto, chamadas de alternativas, estão Agriculturas orgânica e biológica baseadas nas observações que sir Albert Howard fez, no começo do século XX, dos métodos de agricultores indianos. O princípio de sua teoria é que a sanidade vegetal depende do húmus do solo, que se produz na presença dos micro-organismos. Agricultura biodinâmica nascida das palestras proferidas por Rudolf Steiner em 1920. Toda a sua teoria baseia-se no princípio de que a sanidade vegetal depende de sua inserção na matriz energética universal. Agricultura natural proposta por Mokiti Okada em 1935. Vê, na reciclagem, que imita os processos da natureza, a base da sanidade vegetal e animal que, de acordo com Okada, é a base da sanidade humana. Permacultura desenvolvida em 1975 na Austrália por Bill Mollison. Reúne técnicas tradicionais de vários povos indígenas já extintos, e une-as à integração com a ecologia local, e a ecologia humana. Agricultura Nasseriana é uma corrente da agricultura ecológica que tem, como base, a experiência de Nasser Youssef Nasr no Espírito Santo, no Brasil. Também chamada de biotecnologia tropical, defende o estímulo e manejo de ervas nativas e exóticas, a diversidade de insetos e plantas, a aplicação direta de estercos e resíduos orgânicos na base das plantas, adubações orgânicas e minerais pesadas. Nasser diz que a agricultura de clima tropical do Brasil não precisa de compostagem, pois o clima quente e as reações fisiológicas e bioquímicas intensas garantem a transformação no solo da matéria orgânica. No Brasil, defende Nasser, o esterco deve ser colocado diretamente na planta, pois esta sabe o momento apropriado de lançar suas radículas na matéria orgânica que está em decomposição, e os micro-organismos do solo buscam no esterno os nutrientes necessários para a planta e os levam para baixo da terra. Outro ponto interessante é o uso de ervas nativas e exóticas junto com a cultura para que haja diversidade de inços. Desta forma, é preciso manejar as ervas nativas de maneira que elas mantenham o solo protegido e façam adubação verde. Não temos uma agricultura de solo, mas de sol. Na prática, essas correntes têm pontos em comum, e suas práticas diárias não diferem significativamente. Fazem, todas elas, parte da mudança de paradigma que está em processo o modelo cartesiano de causa-efeito sendo substituído nas ciências da vida pelo modelo sistêmico.
No Brasil, o uso de pesticidas em grande escala e de forma indiscriminada tem gerado muitos prejuízos ao meio ambiente e à saúde humana. Isso vem ocorrendo desde a ascensão da agricultura industrial há cerca de 60 anos em um processo conhecido como Revolução Verde. Com isso, tem-se observado também o nascimento de vários movimentos ligados à produção orgânica de alimentos com enfoque em regimes de agricultura familiar, consumo da produção local, minimização de poluentes, manutenção da variedade genética, sustentabilidade e valorização de alimentos da época. Dentre esses grupos podem ser citados os seguintes movimentos e organizações Associação Brasileira de Agroecologia, Articulação Nacional de Agroecologia, Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor,Movimento Urbano de Agroecologia de São Paulo, Associação de Agricultura Orgânica, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Fundação Mokiti Okada, Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida entre outros.
Comparação do impacto ambiental da agricultura orgânica versus convencional. Um valor de 1,0 significa que o impacto de ambos os sistemas é o mesmo valores maiores que 1,0 significam que os efeitos dos sistemas orgânicos são maiores piores . De acordo com uma meta-análise publicada em 2017, em comparação com a agricultura convencional, a agricultura biológica tem maior necessidade de terra por unidade de produção, maior potencial de eutrofização, maior potencial de acidificação e menor necessidade de energia, mas está associada a emissões de gases de efeito estufa igualmente altas. Os autores enfatizam que o maior deles não é o sistema de produção convencional versus orgânico , mas evitar produtos de origem animal, que têm impactos ambientais 20 a 100 vezes maiores do que os alimentos de origem vegetal. Estudos encontraram que a toxicidade e impacto ambiental de pesticidas e agrotóxicos de origem orgânica pode superar àquela de produtos sintéticos devido à necessidade de aplicação de uma quantidade maior para obter resultados semelhantes.
O mercado de alimentos orgânicos já é responsável por uma fatia considerável do mercado de alimentos, tendo em 2000 superado a marca dos 10 de área cultivada em relação ao total cultivado em alguns países como a ustria e a Suécia enquanto a estimativa do mesmo ano nos EUA, feita pelo USDA é de crescimento de 12 ao ano no número de produtores de orgânicos. Com um crescimento cada vez maior do seu mercado e, devido ao fato de geralmente ter um custo mais alto de produção e preços de venda mais altos, a venda de alimentos orgânicos está sujeita à fraudes. A certificação de orgânicos é um tema novo no Brasil e há indícios de que uma maior transparência no processo de certificação e maiores dados ao consumidor final poderão aumentar o mercado dos orgânicos no país. Atualmente a certificação dos orgânicos no Brasil é controlada pelo Ministério da Agricultura através do SISORG. Para pertencer ao Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, existem três formas de certificação, são elas Certificação por Auditoria, Sistema Participativo de Garantia e Controle Social na Venda Direta. A qualidade do produto está relacionada não somente com seu aspecto visual, mas com a reputação do produtor e da certificação. Métodos analíticos Existe urgência por técnicas analíticas confiáveis de diagnóstico para verificação de fraudes e estratégias baseadas em espectrometria de massa têm se mostrado muito importantes na análise de alimentos. Isótopos de nitrogênio Em geral, nos fertilizantes sintéticos a razão entre os isótopos 15N 14N é muito menor do que a razão nos fertilizantes orgânicos. Isso ocorre porque os sintéticos são produzidos a partir do nitrogênio atmosférico, que é bem menos rico em 15N do que os compostos orgânicos. Esse é um teste com taxa de acerto boa na maior parte dos casos estudados, mas serve exclusivamente para plantas que não sejam fixadoras de nitrogênio não serve para leguminosas, por exemplo e preferencialmente para plantas de crescimento rápido. um teste cujo potencial varia muito de acordo com a planta analisada e com as condições do procedimento agrícola aplicado. Para esse teste é necessário um espectrômetro de massa sensível a ponto de ter resolução para distinguir isótopos. Composição de elementos químicos a análise de diversos elementos químicos que compõem a amostra se mostra bastante eficaz, apesar de ser necessária a análise de dezenas de elementos químicos. Devido à grande quantidade de elementos químicos analisados, para poder comparar uma amostra com as demais é necessária a realização de uma abordagem multivariada como PCA ou Rede bayesiana de forma a verificar quais elementos são realmente importantes para a distinção entre os orgânicos e os convencionais. A variação de proporção entre os elementos não tem consistência entre espécies e nem mesmo entre variedades de uma planta, isto é, os resultados obtidos para distinção de uma variedade não serve para outra e, além disso, deve-se levar em consideração o clima e o solo do plantio. Apesar disso, existem evidências crescentes de diferença sistemática na concentração de elementos como Cu, Mn, Ca, e Zn. Há indícios de que essa diferença seja resultante da presença de Micorriza arbuscular em solos orgânicos. Exemplos de análises que exibem a composição de elementos químicos são, novamente a espectrometria de massa e a análise do espectro de emissão de raios-X. Análise de metabólitos e de proteínas é a análise da quantidade de açúcares, nucleotídeos, álcoois, vitaminas, etc. Ela também exige uma análise estatística multivariada. Apesar disso, os estudos realizados com cereais não fizeram essa estatística e encontraram variações em somente 8 dos 52 metabólitos analisados. A contagem dessas substâncias é feita usando espectrometria de massa e a separação das substâncias feita por cromatografia como a cromatografia gasosa. Compostos fenólicos a análise consiste na comparação entre a presença de metabolitos secundários, como os flavonóides e antioxidantes. A explicação apresentada para os maiores níveis de metabólitos secundários nos alimentos orgânicos se dá através da observação de que as plantas orgânicas são expostas a maiores situações de estresse como a presença de animais e larvas, portanto são resultados de mecanismos de defesa. Outra justificativa para a exibição desses compostos é que os alimentos orgânicos geralmente possuem um tempo de amadurecimento e crescimento mais longo e é nesses períodos que a planta produz tais substâncias. Outras análises para as quais existem menos estudos mas têm exibido grande potencial para a distinção de alimentos orgânicos e convencionais são a análise de compostos voláteis os compostos que evaporam, como os gases dos sucos de frutas , análise do transcritoma o funcionamento dos genes das plantas e a comparação entre as cristalizações do cloreto de cobre em contato com as plantas.
Pecuária orgânica Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica - SISORG Agricultura biointensiva Agricultura sustentável Metabolômica Proteômica
Organic.Edunet - Base de dados com recursos digitais sobre agricultura ecológica Porto - Produção local para consumo local 5 estudos de caso sobre agricultura sustentável Portal Orgânico artigos sobre agricultura orgânica Acesso em abril, 2014 Mapa de feiras orgânicas do Brasil do Idec Categoria Sistemas agrícolas Categoria Agricultura Categoria Ecologia Categoria Desenvolvimento sustentávelArmin van Buuren Leida, 25 de dezembro de 1976 é um DJ e produtor musical neerlandês, especialista em trance. Ele foi eleito o DJ número 1 em 2007, 2008, 2009, 2010 e 2012 por votação dos Top 100 DJs da DJ Magazine, um recorde de 5 vezes. Está atualmente em 5 lugar no Top da DJ Magazine. Desde 2001, van Buuren tem apresentado um programa de rádio semanal chamado A State of Trance, que diz ter cerca de 25 milhões de ouvintes por semana em 26 países, o que seria um dos programas mais ouvidos em todo o mundo. Seu álbum de estúdio de 2008, Imagine, alcançou o topo da parada musical neerlandesa, um feito inédito por um artista de música eletrônica na história musical do país.
Armin van Buuren começou a produzir e compor suas próprias músicas aos 14 anos e deu início a sua carreira de DJ em um clube local chamado Nexus, em sua cidade natal. Terminou o colegial por volta de 1995 e iniciou faculdade de direito ainda naquele ano. Enquanto isso, Armin transformava seu simples estúdio no quarto em um verdadeiro estúdio profissional, onde inicialmente foram produzidos grandes sucessos de sua carreira, tais como Touch Me e Communication, faixas clássicas do trance que ainda são constantemente executadas em suas apresentações pelo planeta. Armin é dono de uma simplicidade e carisma sem igual, quando questionado sobre qual seria sua inspiração musical, ele afirma Qualquer coisa boa e deixa o recado para os jovens djs Não sejam prisioneiros de seus próprios estilos. Armin define seu som como sendo algo Liberal, eufórico, enaltecedor, melódico e energético. Embora seja um defensor inflamado e protetor da tocha do trance, seus sets típicos incorporam faixas de techno, electro, minimal e house underground, assim como o tech trance mais tradicional, e criam momentos de excitação e surpresa que nunca falham na hora de colocar a casa abaixo e corresponder às mais altas expectativas dos fãs.
Armin também possui um dos mais consagrados programas de rádio semanal, o A State Of Trance, também chamado de ASOT, é transmitido pela DI.FM. O programa, que começou em 2001 em uma pequena rádio holandesa, continuou a crescer muito em 2008, sendo reproduzido cada vez. Hoje é transmitido em mais de 40 estações de FM em todo o mundo. Cresceu a ponto de virar uma grande referência internacional e semanal do trance e mostra como a internet é uma ferramenta poderosa para a música. Em 17 de março de 2011, quando o programa completou 10 anos de transmissão atingindo a marca de 500 episódios, Armin realizou uma grande festa para celebrar este momento tão importante de sua vida e carreira, que contou com a participação de convidados especiais como Lange, Cosmic Gate, Gareth Emery, Ferry Corsten, Markus Schulz, Above Beyond, Paul Oakenfold e muitos outros. Em 2012, seu programa completou a marca de 550 episódios e para comemorar esta marca, Armin realizou uma turnê que percorreu 5 continentes em 4 semanas, junto a ele participarão convidados como Lange, Cosmic Gate, Gareth Emery, Ferry Corsten, Markus Schulz, Above Beyond, Dash Berlin, rjan Nilsen entre outros.
Em 2002, Armin foi eleito o N 4 na lista de 100 Tops DJs da revista DJ Magazine, considerada a bíblia da música eletrônica. No ano seguinte ele saltou para o 3 lugar e assim permaneceu durante 3 anos seguidos. Em 2006, foi para o 2 lugar, perdendo apenas para o alemão Paul van Dyk, até que em 2007, Armin van Buuren conquista o 1 lugar na mais consagrada lista de Tops DJs do mundo. O título de DJ número 1 do mundo foi conquistado por Armin aos seus 30 anos de idade. Por ter realizado tanta coisa durante seus 12 anos de carreira, este não poderia ter chegado em melhor hora. Em 2008 ele ganhou o título de melhor do mundo outra vez, em 2009 continuou sendo o melhor do mundo, novamente pela DJ Mag. Em 2010 Armin manteve a liderança, sendo pelo 4 ano consecutivo eleito DJ N 1 do mundo pela DJ Mag, anunciado em 27 de outubro, no Ministry Of Sound, em Londres, um recorde inédito. Em 2011 perde o lugar para David Guetta. Já em 2012 Armin volta a ser eleito o melhor DJ do mundo, mas nos últimos dois anos perdeu o título para Hardwell, também DJ holandês, ficando em 3 em 2014 com Hardwell em 1 e Dimitri Vegas Like Mike em 2 .
lbuns de estúdio 76 2003 Shivers 2005 Imagine 2008 Mirage 2010 Intense 2013 Embrace 2015 Balance 2019
Site oficial de Armin Van Buuren Armin Van Buuren no Last.fm All music Armin van Buuren s tracklisting archive Armin van Buuren s show - A State of Trance at DI.fm OnDemand archive licensed Armin van Buuren at TheDJList.com Interview with Armin van Buuren on Clubplanet.com May 2007 interview with Armin Van Buuren on TranZfusion.com November 2007 TranceSound.net interview Universal Religion 2008 About.com Interview Armin Wins Buma Culture Pop Award 2008 Categoria DJs dos Países Baixos Categoria Produtores musicais dos Países Baixos Categoria Trance Categoria Remixers Categoria Músicos de música eletrônicaAntónio Manuel de Oliveira Guterres GCC GCL Lisboa, é um engenheiro, político e diplomata português que serve como nono secretário-geral da Organização das Nações Unidas desde 2017. Guterres foi Primeiro-Ministro de Portugal entre 1995 e 2002 e Secretário-Geral do Partido Socialista entre 1992 e 2002. Foi Presidente da Internacional Socialista entre 1999 e 2005. Exerceu o cargo de Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados entre 15 de junho de 2005 e 31 de dezembro de 2015. No ano seguinte, anunciou sua candidatura ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas. Em 5 de outubro de 2016 foi anunciada a vitória de Guterres na eleição para secretário-geral, sendo marcada para o dia seguinte a votação formal no Conselho de Segurança. Em 6 de outubro de 2016 o Conselho de Segurança votou por unanimidade e aclamação a resolução que recomenda à Assembleia Geral a designação de Guterres como novo secretário-geral das Nações Unidas. Depois do juramento prestado a 12 de dezembro de 2016, perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, Guterres tomou posse como o nono secretário-geral das Nações Unidas no dia 1 de janeiro de 2017 para um mandato de 5 anos.
Nascido em Lisboa, na freguesia de Santos-o-Velho, com raízes familiares na aldeia das Donas, concelho do Fundão, António Guterres demonstrou desde jovem deter uma capacidade de dedicação ao estudo que havia de lhe valer um Prémio Nacional dos Liceus, em 1965. Concluídos os estudos secundários, no Liceu Camões, em Lisboa, ingressou em seguida no curso de engenharia eletrotécnica, no Instituto Superior Técnico. Licenciou-se em 1971 e iniciou no mesmo ano uma efémera carreira académica, como assistente do Técnico, lecionando a disciplina de Teoria de Sistemas e Sinais de Telecomunicações. Durante a universidade, Guterres não se envolveu na oposição estudantil ao regime de Salazar, dedicando-se antes à ação social promovida pela Juventude Universitária Católica. Integrou também o Grupo da Luz, coordenado pelo padre Vítor Melícias e onde também viriam a participar, entre outros, Marcelo Rebelo de Sousa e Carlos Santos Ferreira. Vítor Melícias celebraria o seu casamento com Luísa Melo, em 1972.
António Guterres aderiu ao Partido Socialista em 1973, pela mão de António Reis. No ano seguinte, logo após o 25 de Abril, foi nomeado chefe de gabinete de José Torres Campos sucessivamente Secretário de Estado da Indústria e Energia dos I, II e III governos provisórios . Em 1976, na sequência das eleições legislativas desse ano, ganhas pelo PS, estreou-se como deputado à Assembleia da República, onde veio a exercer funções como presidente das comissões parlamentares de Economia e Finanças 1977-1979 e de Administração do Território, Poder Local e Ambiente 1985-1988 . Presidiu também à comissão de Demografia, Migrações e Refugiados da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa 1983 . Foi eleito cinco vezes presidente da Assembleia Municipal do Fundão, cargo que exerceu de 1979 até 1995. La Moncloa com Felipe González, 18 de janeiro de 1996. Em 1992, num congresso em que enfrentou Jorge Sampaio, foi eleito secretário-geral do PS. Depois venceu com maioria relativa as eleições legislativas de 1995 e de 1999, chefiando os XIII e XIV governos constitucionais, ambos minoritários e formados exclusivamente pelo PS. Presidiu à Internacional Socialista, entre 1995 e 2000. Na sequência das eleições autárquicas de dezembro de 2001, porém nas quais o PS sofreu uma derrota significativa , Guterres decidiu apresentar a sua demissão. No ato inesperado da demissão declarou demitir-se para evitar que o país caísse num pântano político , devido à falta de apoio ao governo que os resultados autárquicos indicavam. Sucederam-lhe Ferro Rodrigues, na liderança do PS, e Durão Barroso, do PSD na chefia do governo. Assumiu desde a sua saída de primeiro-ministro, em 2002, até 2005, a função de consultor do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos. Em 2005 viria a ser nomeado para o cargo de alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados. Manteve-se nesse cargo até 2015. Esteve presente na reunião de 2012 dos Bilderberg na Alemanha nessa mesma qualidade. A 7 de abril de 2016, tomou posse como conselheiro de Estado, designado pelo presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, tendo acabado por renunciar ao mandato após a sua eleição como Secretário-Geral da ONU, em 24 de novembro de 2016.
Um ano depois de abandonar o cargo de alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Guterres foi escolhido pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas numa votação informal e à porta fechada, como o candidato ideal para secretário-geral das Nações Unidas, com treze votos a favor e nenhum veto o que significa nenhum voto negativo dos estados membros permanentes do Conselho de Segurança China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia . Em suma, na última de seis votações informais, realizada a 29 de setembro de 2016, e cujos resultados foram clarificados em 5 de outubro de 2016 data da divulgação do sentido de voto dos membros permanentes do CSNU , Guterres conseguiu 13 votos de encorajamento e dois sem opinião de entre os membros permanentes houve quatro votos de encorajamento e um sem opinião. Para trás ficou a candidata búlgara Kristalina Georgieva, apoiada pela Alemanha, que obteve oito votos negativos. A votação oficial e definitiva por parte do CSNU ocorreu em 6 de outubro de 2016, por volta das 15h00 hora de Portugal Continental e nomeou, de forma definitiva e oficial, o antigo primeiro-ministro Português o escolhido pelo Conselho. Dessa forma, o novo secretário-geral da ONU só foi nomeado oficialmente quando a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou com uma maioria simples a resolução que indica a sua nomeação. Guterres tomou posse do novo cargo no dia 1 de janeiro de 2017. Em 18 de junho de 2021 foi reeleito pela Assembleia Geral para um novo mandato de mais cinco anos.
Licenciado em Engenharia Electrotécnica, pelo Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa, com média final de 19 valores Chefe de Gabinete do Secretário de Estado da Indústria e Energia dos I, II e III Governos Provisórios Deputado à Assembleia da República, pelos círculos de Lisboa e Castelo Branco no Parlamento virá a desempenhar a função de presidente das comissões de Economia e Finanças 1977-1979 e de Administração do Território, Poder Local e Ambiente 1985-1988 , bem como à comissão de Demografia, Migrações e Refugiados da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa 1983 Secretário-geral do Partido Socialista entre 1992 e 2002 Primeiro-ministro dos XIII e XIV governos constitucionais, entre outubro de 1995 e abril de 2002. Presidente da Internacional Socialista, entre novembro de 1999 e junho de 2005 Alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, entre junho de 2005 e dezembro de 2015 Doutoramento Honoris Causa na área das Ciências Sociais e Humanas pela Universidade da Beira Interior Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Coimbra Faculdade de Economia 2016 Doutoramento Honoris Causa pela Universidad Europea de Madrid Conselheiro de Estado do Presidente da República de Portugal entre março de 2016 e dezembro de 2016 Secretário-geral da Organização das Nações Unidas desde janeiro de 2017 Doutoramento Honoris Causa pelo Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa 19 de fevereiro de 2018
60px Grã-Cruz da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul do Brasil 23 de julho de 1996 60px Grã-Cruz da Ordem do Mérito da Polónia 22 de setembro de 1997 60px Grande-Oficial da Ordem da República Oriental do Uruguai 10 de dezembro de 1998 60px Banda de Primeira Classe da Ordem Mexicana da guia Azteca do México 2 de julho de 1999 60px Grã-Cruz da Ordem de Honra da Grécia 17 de março de 2000 60px Grande-Cordão da Ordem de Leopoldo I da Bélgica 9 de outubro de 2000 60px Primeiro Grau da Ordem de Amílcar Cabral de Cabo Verde 27 de abril de 2001 60px Grã-Cruz da Ordem do Mérito do Chile 30 de setembro de 2001 60px Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito de França 4 de fevereiro de 2002 60px Cavaleiro de Grã-Cruz da Ordem do Mérito da República Italiana de Itália 1 de abril de 2002 Grande-Colar da Ordem de Mérito do Grão-Pará do Brasil 4 de abril de 2002 60px Grã-Cruz da Ordem do Príncipe Jaroslav o Sábio da Ucrânia 4 de abril de 2002 60px Grande-Cordão da Ordem do Sol Nascente do Japão 4 de abril de 2002 60px Grã-Cruz da Ordem da República da Tunísia 4 de abril de 2002 60px Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo de Portugal 9 de junho de 2002 Colar da Ordem de Timor-Leste de Timor-Leste 30 de Agosto de 2009 60px Grã-Cruz da Ordem da Liberdade de Portugal 2 de fevereiro de 2016