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Autorretrato com a Orelha Cortada 1889 , de Vincent van Gogh. A psicanálise permite compreender certos aspectos da personalidade do artista. A psicologia da arte é a ciência que estuda os fenômenos da criação e apreciação artística desde uma perspectiva psicológica. A arte é, como manifestação da atividade humana, suscetível a ser analisada de forma psicológica, estudando os diversos processos mentais e culturais que ocorrem durante a criação da arte, tanto em sua criação como em sua recepção por parte do público. Por outro lado, como fenômeno da conduta humana, pode servir como base de análise da consciência humana, sendo, a percepção estética, um fator distintivo do ser humano como espécie, que o diferencia dos animais. A psicologia da arte é uma ciência interdisciplinar, que deve recorrer fortemente a outras disciplinas científicas para poder efetuar sua análise, desde - logicamente - a história da arte, até a filosofia e a estética, passando pela sociologia, antropologia, neurobiologia, etc.. Também está estritamente conectada com o resto dos ramos da psicologia, desde a psicanálise até a psicologia cognitiva, evolutiva ou social, passando pela psicobiologia e os estudos de personalidade. A nível fisiológico, a psicologia da arte estuda os processos básicos da atividade humana - como a percepção, a emoção e a memória-, assim como as funções superiores do pensamento e da linguagem. Entre seus objetos de estudo, se encontram tanto a percepção de cor recepção retiniana e processamento do córtex e a análise da forma, como os estudos sobre a criatividade, capacidades cognitivas símbolos, ícones , e a arte como terapia. Para o desenvolvimento dessa disciplina, foram essenciais as contribuições de Sigmund Freud, Gustav Fechner, a escola de Gestalt dentro da qual se destacam os trabalhos de Rudolf Arnheim , Lev Vygotski, Howard Gardner, etc.. Uma das principais correntes da psicologia da arte tem sido a Escola de Gestalt, que afirma que estamos condicionados pela nossa cultura -em sentido antropológico-, e que a cultura condiciona nossa percepção. Toma, como ponto de partida, a obra de Karl Popper, que afirma que, na apreciação estética, há um pouco de insegurança gosto , que não tem base científica e não se pode generalizar levamos uma ideia preconcebida hipótese prévia , que faz com que encontremos, no objeto, o que buscamos. Segundo a Gestalt, a mente configura, através de certas leis, os elementos que chegam a ela através dos canais sensoriais percepção ou da memória pensamento, inteligência e resolução de problemas . Em nossa experiência do meio ambiente, esta configuração tem um caráter primário sobre os elementos que a compõem, e a soma desses últimos por si próprios não poderia nos levar, portanto, à compreensão do funcionamento mental. Essa escola se fundamenta na noção de estrutura, entendida como um todo significativo de relações entre estímulos e respostas, e tenta entender os fenômenos em sua totalidade, sem se deter nos elementos do conjunto, que formam uma estrutura integrada fora da qual esses elementos não teriam significado. Seus principais expoentes foram Rudolf Arnheim, Max Wertheimer, Wolfgang K hler, Kurt Koffka e Kurt Lewin.
A conservação e restauro de obras de arte é uma atividade que tem, por objeto, a reparação ou atuação preventiva sobre qualquer obra que, devido a sua antiguidade ou estado de conservação, esteja necessitando de uma intervenção para preservar sua integridade física, assim como seu valor artístico, respeitando ao máximo a essência original da obra. Na opinião de Cesare Brandi, a restauração deve se dirigir ao restabelecimento da unidade potencial da obra de arte, sempre que isso seja possível, sem cometer uma falsificação artística ou uma falsificação histórica, e sem apagar pegada alguma do transcurso da obra de arte através do tempo. Na arquitetura, a restauração é apenas do tipo funcional, para preservar a estrutura e unidade do edifício, ou reparar rachaduras ou pequenos defeitos que podem surgir nos materiais. Até o século XVIII, as restaurações arquitetônicas só preservavam as obras de culto religioso, dado seu caráter litúrgico e simbólico. Quanto aos outros tipos de edifício, eram reconstruídos sem se respeitar o estilo original. Por fim, desde o auge da arqueologia ao final do século XVIII, especialmente com as escavações de Pompeia e Herculano, se tendeu a preservar, na medida do possível, qualquer estrutura do passado, sempre e quando tivesse um valor artístico e cultural. Ainda assim, no século XIX os ideais românticos levaram a buscar a pureza estilística do edifício, e a moda do historicismo levou a planejamentos como os de Viollet-le-Duc, defensor da intervenção em monumentos com base em um certo ideal estilístico. Na atualidade, se tende a preservar ao máximo a integridade dos edifícios históricos. Na área da pintura, se tem evoluído desde uma primeira perspectiva de tentar recuperar a legibilidade da imagem, acrescentando, se necessário, partes perdidas da obra, a respeitar a integridade tanto física como estética da obra de arte, fazendo as intervenções necessárias para suas conservação sem se produzir uma transformação radical da obra. A restauração pictórica adquiriu um crescente impulso a partir do século XVII, devido ao mau estado de conservação de pinturas a fresco, técnica bastante corrente na Idade Média e no Renascimento. Do mesmo modo, o aumento do mercado de antiguidades proporcionou a restauração de obras antigas caras para sua posterior comercialização. Por último, a escultura tem sido uma evolução paralela desde a reconstrução de obras antigas, geralmente em relação a membros mutilados como a reconstrução do Laocoonte em 1523-1533 por parte de Giovanni Angelo Montorsoli , até a atuação sobre a obra preservando sua estrutura original, mantendo em caso necessário um certo grau de reversibilidade da ação praticada.
Andrew John Wiles KBE FRS Cambridge, 11 de abril de 1953 é um matemático britânico. Professor na Universidade de Princeton, famoso por ter demonstrado, com a colaboração de Richard Lawrence Taylor, o ltimo Teorema de Fermat UTF , em 1994. Anteriormente, Andrew Wiles já havia realizado importantes trabalhos na teoria dos números, obtendo os primeiros resultados da famosa conjectura de Birch e Swinnerton-Dyer além de importantes contribuições para a conjectura principal da Teoria de Iwasawa. A odisséia de Wiles começou em 1986, quando Ken Ribet, inspirado por uma ideia de Gerhard Frey, mostrou que o UTF resultaria como uma consequência da conjectura de Taniyama-Shimura, pois cada uma das curvas elípticas poderia ser parametrizada por formas modulares. Sendo menos singular que o UTF, a conjectura de Shimura-Taniyama é mais ampla pois envolve ideias bastante fundamentais da teoria dos números. Ninguém tinha qualquer ideia de como demonstrá-la. Trabalhando em absoluto segredo e compartilhando seu progresso apenas com Nicholas Katz, também professor de Matemática em Princeton, Wiles desenvolveu a prova da conjectura de Taniyama-Shimura, e a partir dela o UTF. A prova é árdua e introduz muitas ideias novas. Wiles foi bastante dramático na apresentação da prova. Em junho de 1993, sem anunciar os tópicos com antecedência, agendou três palestras no Newton Institut. A audiência e o mundo estavam ávidos para conhecer o seu conteúdo. Nos meses seguintes, o manuscrito da demonstração circulou somente entre um pequeno número de matemáticos. A primeira versão da prova dependia da construção de um sistema de Euler e este aspecto mostrou ser bastante complicado, resultando numa versão final da demonstração diferente da original. Esta dificuldade foi superada com a colaboração de Richard Lawrence Taylor. A história romanceada da demonstração do UTF está detalhadamente apresentada no livro de Simon Singh O ltimo Teorema de Fermat, Editora Record BR , 1998. O livro teve versão para a televisão na série de documentários científicos da BBC Horizon.
Entrevista de Andrew Wiles em Nova Online Vídeo da BBC apresentando a trajetória de Andrew Wiles legendas em português Categoria Medalha Copley Categoria Prêmio Abel Categoria Prêmio Rolf Schock Categoria Prêmio Wolf de Matemática Categoria Medalha Real Categoria Prêmio Whitehead Categoria Prémio Fermat Categoria Prémio Shaw Categoria ltimo teorema de Fermat Categoria Teoristas dos números Categoria Matemáticos do Reino Unido do século XX Categoria Matemáticos do século XXI Categoria Membros da Academia de Ciências da França Categoria Membros da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos Categoria Membros da Royal Society Categoria Cavaleiros Comandantes da Ordem do Império Britânico Categoria Professores da Universidade de Princeton Categoria Matemáticos do Reino Unido Categoria Alunos do Clare College Categoria Alunos do Merton College Categoria Naturais de CambridgeAxel Martin Fredrik Munthe Oskarshamn, Suécia, 31 de outubro de 1857 Estocolmo, 11 de fevereiro de 1949 foi um médico, psiquiatra e escritor sueco. Sua obra mais famosa é The Story of San Michele O Livro de San Michele publicada em 1929. Munthe também foi conhecido por sua natureza filantrópica e por advogar os direitos animais. Estudou Medicina na Universidade de Uppsala, Montpellier e Paris, doutorando-se no ano de 1880. Embora sua tese tratasse da ginecologia e obstetrícia, Munthe fora fortemente impressionado pelo trabalho pioneiro sobre neurologia do professor Jean-Martin Charcot, chegando a assistir às suas aulas no Hospital Salpêtrière. Praticou intensamente a medicina em Paris e Roma e, posteriormente, tornou-se médico da Família Real Sueca.
Bref och skisser 1909 Red Cross and Iron Cross 1916 For Those Who Love Music 1918 O livro de San Michele - no original Boken om San Michele 1929 En gammal bok om m nniskor och djur 1931 Homens e bichos - no original Memories and vagariés
The Story of Axel Munthe by G. Munthe and G. Uezkull 1953 The Story of Axel Munthe, Capri and San Michele by A. Andrén Boken Om Axel Munthes San Michele, Levente A S Erdeos, 1999, ISBN 9172033428 En osalig ande. Ber ttelsen om Axel Munthe, Bengt Jangfeldt, 2003. Traduzido par o inglês por Harry Watson Axel Munthe The Road to San Michele , 2008, ISBN 978-1-84511-720-7. Enciclopédia Nacional Sueca Axel Munthe
Casa de Munthe Categoria Escritores da Suécia Categoria Psiquiatras da Suécia Axel MuntheAlfredo de Wessex 849 899 rei de Wessex
Alfredo Valadas 1912 1994 futebolista português Alfredo dos Santos 1920 1997 futebolista brasileiro, volante, lateral, meia e atacante Alfredo Ramos 1924 2012 futebolista e treinador brasileiro Alfredo Hernández futebolista 1935 futebolista mexicano Alfredo Mostarda 1946 futebolista brasileiro, zagueiro Alfredo Francisco Martins 1992 futebolista brasileiro, atacante Categoria Desambiguações de antropônimos Categoria Desambiguações de históriaAlessandro Algardi Bolonha, Roma, foi um escultor, desenhista e arquiteto romano. As fontes divergem no que concerne a data de seu nascimento, havendo quem diga que nasceu a 27 de novembro de 1595 ou até mesmo no ano de 1602. Primeiro foi destinado aos estudos literários, mas logo ingressou na escola de Ludovico Carracci, aprendendo também com Giulio Cesare Conventi. Em 1622 estava em Mântua, onde o duque Ferdinando Gonzaga mantinha uma coleção de escultura clássica, que lhe serviu de inspiração para sua obra futura. Após breve estada em Veneza, transferiu-se para Roma em 1625, onde se dedicou inicialmente ao restauro de estatuária antiga. Com a ascensão do papa Inocêncio X 1644 a 1655 , a popularidade de Bernini começou a decair e foi suplantado por Algardi. Como representante de um tipo de classicismo que reagia ao expressivo estilo do Barroco, Algardi se deixou influenciar grandemente pela arte da Antiguidade, como se nota pela qualidade pintoresca de sua escultura. Tornou-se conhecido por obras como o monumento ao Papa Leão XI e o alto-relevo A Fuga de tila, no Vaticano a estátua de bronze de Inocêncio X, no Palazzo dei Conservatori a estátua de São Filipe Neri com o Anjo as figuras da Fonte de Netuno, e a tumba do Conde e da Condessa de Monterrey.
La Scultura Italiana Categoria Escultores da Itália Categoria Arquitetos da Itália do século XVII Categoria Arquitetos do Barroco Italiano Categoria Naturais de BolonhaMaria, a Judia ou Maria, a Profetisa, é uma antiga filósofa grega e famosa alquimista que viveu no Egipto por volta do ano 273 a.C.. Alguns a situam na época de Aristóteles 384 322 a.C. , uma vez que a concepção aristotélica dos quatro elementos formadores do mundo o fogo, o ar, a terra e a água condiz bastante com as idéias alquimistas de Maria, como o axioma de Maria o Um torna-se Dois, o Dois torna-se Três, e do terceiro nasce o Um como Quatro . Segundo Aristóteles, o enxofre era considerado a expressão do elemento fogo, e Maria o tomou como base para os principais processos que estudou. Ela menciona o enxofre em frases sempre misteriosas, como uma pedra que não é pedra e tão comum que ninguém a consegue identificar . Maria conta que Deus lhe revelou uma maneira de calcinar cobre com enxofre para produzir ouro. Esse enxofre era obtido do disulfeto de arsênico, que é achado em minas de ouro. Talvez tenha sido essa a origem da lenda da transformação de metais menos nobres em ouro. Dentre as invenções de Maria estão o kerotakis, uma espécie de barril fechado e o banho de vapor para um aquecimento lento e gradual dos experimentos, em vez de manipular as substâncias diretamente no fogo, ela descobriu que era possível controlar melhor a temperatura se fosse por meio da água - que até hoje chamamos de banho-maria. Para além disso dois equipamentos de destilação alambique , com duas ou três saídas para destilados o dibikos e o tribikos e um aparelho para sublimação, sendo-lhe ainda atribuída a descoberta do ácido clorídrico. A maior parte das suas escrituras foram conservadas por Zósimo de Panópolis 300 d.C. .
Não existem elementos concretos sobre o tempo e lugar de sua vida. Ela é mencionada pelos primeiros alquimistas da história, sempre como uma autoridade e respeito extremo. Os alquimistas do passado acreditava que ela era Miriã, irmã de Moisés e Arão, o profeta, mas há evidências que apoiam que esta reivindicação é falsa. A menção mais concreta de Maria, a Judia no contexto da alquimia é por Zósimo de Panópolis, que escreveu no século IV os livros alquimistas mais antigos conhecidos . Zósimo descreve vários de seus experimentos e instrumentos. Em seus escritos, Maria é quase sempre citada como tendo vivido no passado e citou-a como uma das sábias. Jorge Sincelo, um cronista bizantino do século VIII, apresenta Maria como uma professora de Demócrito, a quem ela conheceu em Mênfis, Egito na época de Péricles. No século X Kitab al-Fihrist de Ibn al-Nadim cita-a como uma das cinq enta e duas mais famosas alquimistas, sabendo da preparação do caput mortuum. O filósofo romano Morieno chamou de Maria, a profetisa e os árabes a conheciam como a Filha de Platão, um nome que em ocidentais textos alquímicos foi reservada para o enxofre branco. No livro de Alexandre 2 parte do poeta persa Nizami, Maria, uma princesa síria, visita o Tribunal de Alexandre, o Grande, e aprende a partir de Aristóteles 384 aC - 322 aC , entre outras coisas, a arte de fazer ouro.
Sabe-se que Maria escreveu vários textos sobre alquimia. Embora nenhum de seus escritos ter sobrevivido em sua forma original, os seus ensinamentos foram amplamente citados por autores posteriores herméticos. Seu trabalho principal sobrevivente é um extrato feito por um anônimo filósofo cristão, chamado O Diálogo de Maria e Aros sobre o Magistério de Hermes, em que são descritas e nomeadas operações que seriam mais tarde a base da Alquimia, leucose branqueamento e xanthosis amarelecimento . Uma foi feita por moagem e do outro por calcinação. Este trabalho descreve pela primeira vez um sal de ácido e outros ácidos que podem ser identificados com ácido acético. Há também várias receitas para fazer ouro, até mesmo de vegetais de raiz como o Mandragora. Vários enigmáticos preceitos alquímicos têm sido atribuídas a Maria. Ela supostamente disse da união dos opostos Esta outra vem do Axiom de Maria
Maria era uma trabalhadora respeitada, que inventou aparelhos complicados de laboratório para a destilação e sublimação de materiais químicos. Maria disse ter descoberto o ácido clorídrico, embora isso não seja aceito pela maioria dos textos científicos . Também são atribuídas a ela a invenção dos aparelhos de alquimia conhecidos como tribikos, kerotakis e o banho-maria.
Maria aperfeiçoou a câmara de destilação de três braços. O tribikos era uma espécie de alambique com três braços que foi utilizado para obter as substâncias purificadas por destilação. Ninguém sabe ao certo se Maria, a Judia foi sua inventora, mas Zósimo credita que a primeira descrição deste instrumento para ela. Em seus escritos citado por Zósimo , ela recomenda que o cobre ou bronze utilizados para criar os tubos sejam da espessura de uma frigideira, e a junção entre estes tubos deve ainda ser selada com farinha de colar na cabeça
O kerotakis é a invenção mais importante de Maria, a Judia, um dispositivo usado para aquecer substâncias utilizadas na alquimia e recolher os vapores. um recipiente hermético com uma folha de cobre suspensa no topo. Quando funciona corretamente, todas as articulações são no vácuo apertado. O uso de tais recipientes fechados nas artes herméticas levaram ao termo hermeticamente fechada. Maria e seus colegas acreditavam que a reação que se dá no kerotakis era uma reconstituição do processo de formação do ouro que acontecia nas entranhas da terra. Mais tarde, este instrumento foi modificado pelo alemão Franz von Soxhlet em 1879 para criar o extrator que leva seu nome, Soxhlet.
GREENBERG, Arthur, Chemical History Tour, Picturing Chemistry from Alchemy to Modern Molecular Science. Wiley-Interscience 2000, ISBN 0-471-35408-2 STROHMEIER, Renate, Lexikon der Naturwissenschaftlerinnen und naturkundigen Frauen Europas. Von der Antike bis zum 20. Jahrhundert. Verlag Harri Deutsch, 1998, ISBN 3-8171-1567-9
Categoria Inventoras Categoria Alquimistas Categoria Inventores Categoria Filósofos da Grécia Antiga Categoria Mulheres da Grécia Antiga Categoria Mulheres na filosofia Categoria Mulheres na ciência Categoria Gregos do século III a.C. Categoria Mulheres do século III a.C. Categoria Mais Teoria da História na Wiki Mulheres Categoria Mais Teoria da História na Wiki Wikiconcurso de edição André-Marie Ampère Lyon, Marselha, foi um físico, filósofo, cientista e matemático francês que fez importantes contribuições para o estudo do eletromagnetismo.
Nasceu em Lyon, foi professor de análise na cole Polytechnique de Paris e no Collège de France. O seu pai, Jean-Jacques Ampère, um abastado comerciante nessa cidade, tinha como objetivo principal garantir-lhe uma completa educação quando possível, inclusivamente uma formação religiosa sólida. Como não queria que o filho tivesse, uma carga adicional de preconceitos dos ensinamentos religiosos, decidiu ele próprio supervisionar essa educação, com ajuda de uma gigantesca biblioteca, que André, aos onze anos, já tinha lido inteiramente. Depois da biblioteca do lado paterno, o jovem, com 12 anos, já lidava com os principais teoremas da álgebra e da geometria, passou a estudar matemática, começando pela leitura das obras de Leonhard Euler e Jakob Bernoulli, tarefa complicada para o principiante, pois exige um conhecimento anterior sobre ramos bastante complexos da matemática. Além disso, Bernoulli escrevera as suas obras em latim, língua que André desconhecia. No tempo de duas semanas assimilou essa língua com o pai e, no mesmo período de tempo, obteve princípios de análise infinitesimal com o bibliotecário do colégio de Lyon. Assim, a exemplo de Pascal, com doze anos já podia redigir um tratado sobre as seções cónicas. Em 1814 foi eleito membro da Académie des Sciences. Ocupou-se com vários ramos do conhecimento humano, deixando obras de importância, principalmente no domínio da física e da matemática. Partindo das experiências feitas pelo dinamarquês Hans Christian rsted sobre o efeito magnético da corrente elétrica, soube estruturar e criar a teoria que possibilitou a construção de um grande número de aparelhos eletromagnéticos. Além disso descobriu as leis que regem as atrações e repulsões das correntes elétricas entre si. Idealizou o galvanômetro, inventou o primeiro telégrafo elétrico e, em colaboração com Arago, o electroíman. O seu filho Jean-Jacques Ampère 1800-1864 foi filólogo, erudito, viajante e historiador literário francês, o seu nome é em honra do pai de André.
Entre suas obras, ele deixou por terminar Ensaio sobre a filosofia das Ciências, na qual iniciou a classificação do conhecimento do homem. Publicou Recueil d Observations électro-dynamiques La théorie des phénomènes électro-dynamiques Précis de la théorie des phénomènes électro-dynamiques Considérations sur la théorie mathématique du jeu Essai sur la philosophie des sciences.
Sepultura de Ampère e seu filho no Cemitério de Montmartre Newton da Eletricidade foi a designação que James Clerk Maxwell deu em homenagem a André, foi dado o último nome ampère símbolo A à unidade de medida do SI Sistema Internacional da intensidade de corrente elétrica.
Considérations sur la théorie mathématique du jeu, Perisse Frères, Lyon Paris 1802, online - Internet-Archive Em inglês Magie, W.M. 1963 . A Source Book in Physics. Harvard Cambridge MA. pp. 446 460. .
Categoria Nomes na Torre Eiffel Categoria Pessoas associadas à eletricidade Categoria Membros estrangeiros da Royal Society Categoria Fellows da Sociedade Real de Edimburgo Categoria Membros da Academia Real das Ciências da Suécia Categoria Professores do Collège de France Categoria Matemáticos do século XVIII Categoria Matemáticos do século XIX Categoria Alunos da cole Polytechnique Categoria Sepultados no Cemitério de Montmartre Categoria Naturais de Lyon Categoria Cientistas da França Categoria Filósofos da França Categoria Físicos da França Categoria Matemáticos da França Categoria Mais Teoria da História na Wiki Wikiconcurso de edição Abu Ali Haçane ibne Alhaitame , conhecido também pela forma latinizada Alhazém , foi um matemático, físico e astrônomo persa. Nasceu no ano 965 em Baçorá, atual Iraque e morreu em 1040 na cidade do Cairo. Foi pioneiro nos estudos da óptica, após Ptolomeu. Foi um dos primeiros a explicar o fenômeno dos corpos celestes no horizonte. Escreveu numerosas obras notáveis, pelo estilo e pelas observações sobre os fenômenos da refracção da luz, com especial incidência na refracção atmosférica ao nascer e ao pôr do sol. Em seu Livro de ptica , publicado no início do , propõe uma nova teoria sobre a visão. Embora diferente do modelo atualmente aceito, essa teoria foi revolucionária para a época em que foi proposta e é vista como um passo importante para a compreensão da visão. Outra contribuição importante sua foi para o método científico, Alhazém acreditava que uma hipótese devia ser provada por experimentos, seguindo procedimentos sistemáticos e que poderiam ser reproduzidos, assim já demonstrando similaridades do que hoje é considerado o método científico moderno, mais de mil anos atrás e séculos antes de Descartes.. considerado por muitos como o primeiro cientista, pelas suas contribuições na óptica, na astronomia, na física, na matemática, filosofia e pelo pensamento de que o conhecimento científico, só seria alcançado através de uma postura cética por parte do pesquisador, que deveria comprovar suas hipóteses pelo uso de experimentos e que estes poderiam ser reproduzidos. A UNESCO denominou o ano de 2015 como o Ano Internacional da Luz e homenageou Ibn Al-Haytham pelo milésimo aniversário da publicação do seu Livro de ptica.
Alhazém nasceu em 965 em Baçorá, na Pérsia Antiga e morreu em 1040 no Cairo. Pouco se sabe sobre a infância e a adolescência de Alhazém, ele fez parte de uma era em que a civilização muçulmana crescia intelectualmente de forma bastante considerável, com a criação de bibliotecas e escolas. Os primeiros estudos de sua vida foram dedicados ao estudo de religião. Contudo, Alhaitame foi aos poucos tornando-se infeliz com seus estudos de religião e tomou a decisão de dedicar-se inteiramente à ciência, que ele achou muito bem descrita nos trabalhos de Aristóteles. Tendo tomado esta decisão, o resto de sua vida foi voltado ao estudo de Matemática, Física e outras ciências. Já no Egito, foi contratado pelo califa fatímida Aláqueme Biamir Alá por sua ideia de controlar o fluxo do Rio Nilo por meio de construções, mas logo Alhazém percebeu que esta era um tarefa impossível. Alhazém, para se salvar de uma punição do Califa, se declarou louco e foi posto em prisão domiciliar pelo Califa, só sendo liberto depois da morte de Aláqueme. Totalizando 10 anos, foi neste período que ele escreveu the Kitab al-Manazir, o Livro de ptica, e quando, segundo as histórias, teve a ideia da Albait Almuzlim, câmera obscura em árabe, ao ver um feixe de luz atravessar um quarto escuro e perceber que ele projetava a imagem de objetos do lado de fora na parede contrária, descobrindo assim que a luz viaja em linha reta. Alhaitame teria escrito cerca de 92 trabalhos, com apenas 55 deles ainda preservados. Seu trabalho em sete volumes sobre ptica, Kitab al-Manazir, é considerado por muitos como a maior e mais importante contribuição de Alhazém. Foi traduzido para o latim como Opticae thesaurus Alhazeni em 1270, por Roberto Grosseteste. O maior trabalho prévio em ptica havia sido o Almagesto, de Ptolomeu, e embora o trabalho de Alhazém não tenha tido a mesma influência que o Almagesto, ainda assim é considerado como a próxima grande contribuição ao assunto, tanto que foi chamado pelos estudiosos europeus de o segundo Ptolomeu.
O método de Alhazém dividia a pesquisa em 5 estágios A pesquisa deve começar com as introduções e princípios do que se quer pesquisar, definindo o problema e todos os estudos e conhecimentos que fosse possível sobre o que estaria sendo pesquisado, ao invés de logo começar com o experimento O segundo estágio é a dedução e o estudo do todo por meio das partes Depois da separação das partes para o estudo do todo, são então vistas as particularidades das partes, para separá-las em categorias Definir o que é relevante para a discussão e examinar isso em relação aos resultados do experimento Analisar e criticar a hipótese para chegar à verdade. Essa análise leva a hipótese a ser mais resistente e mais perto da verdade.
No ano de 1021, Alhazém procurou explicar o fenômeno da refração atmosférica e demonstrou que a refração da luz solar acontece apenas quando o disco solar está a abaixo dos 18 em relação à linha do horizonte e com base nisto concluiu que a altura da atmosfera terrestre deveria ser de aproximadamente 79 km, o que é bastante compatível com os resultados atuais. Alhazen também concluiu que a atmosfera reflete a luz, pelo fato de que as estrelas menos brilhantes do céu começam a desaparecer quando o sol ainda está 18 abaixo da linha do horizonte, indicando o término do crepúsculo ou o início do amanhecer.
Alhazém também contribuiu para o estudo do corpo humano, devido sua teoria sobre a visão. Por meio dela, propôs que a visão ocorre através da luz e das cores que se espalham em linha reta, para todos os lados, a partir de cada ponto da superfície dos objetos, e atingem o olho, nele produzindo uma réplica bidimensional do que percebemos. Em seu Livro de ptica, explicou que a luz e as cores produzem efeitos no olho uma luz muito brilhante como a do Sol, ou a luz solar refletida por um espelho pode produzir dor e dano a esse, assim como luzes brilhantes que o atingem acarretam em consequências de certa duração ao olhar para um lugar escuro depois de observar um corpo branco brilhante, a visão não é nítida durante algum tempo e, também, objetos coloridos produzem efeitos temporários nos olhos. A abordagem de Alhazém é fortemente experimental e ele manteve praticamente a mesma descrição do olho que havia sido apresentada por Galeno e outros autores antecessores. Porém, é necessário frisar que sua teoria não é aceita atualmente, apesar de sua importância para a compreensão do processo visual, uma vez que teve grande influência na Europa, pois Johannes Kepler 1571-1630 propôs as bases da teoria da visão que ainda é utilizada. Categoria Engenheiros do Iraque Categoria Físicos do Iraque Categoria Matemáticos do Iraque Categoria Matemáticos do século X Categoria Matemáticos do século XI Categoria Escritores do Iraque Categoria Filósofos islâmicos Categoria Astrônomos do século XIAlessandro Allori, também conhecido como Alessandro Bronzino Florença, 31 de maio de 1535 Florença, 22 de setembro de 1607 foi um pintor histórico e retratista italiano, discípulo de Miguel ngelo e de Bronzino, que estudou em Roma. As suas obras principais são Cristo entre os escribas, Expulsão dos mercadores do templo e os retratos de Giuliano de Medici, Duque de Memours e Rafael. Era pai de Cristófano Allori.
Em 1540, após a morte de seu pai, ele foi criado e treinado na arte por um amigo próximo, muitas vezes referido como seu tio , o pintor maneirista Agnolo Bronzino, cujo nome ele às vezes assumia em seus quadros. Em alguns aspectos, Allori é o último da linha de pintores florentinos proeminentes, de herança artística toscana geralmente não diluída Andrea del Sarto trabalhou com Fra Bartolomeo assim como Leonardo da Vinci , Pontormo trabalhou brevemente com Andrea e treinou Bronzino, que treinou Allori. As gerações subsequentes na cidade seriam fortemente influenciadas pela maré de estilos barrocos preeminentes em outras partes da Itália. Freedberg ridiculariza Allori como um derivado, alegando que ele ilustra o ideal de Maniera pelo qual a arte e o estilo são gerados a partir da arte pré-existente. O polimento de figuras tem uma forma não natural de mármore, como se ele visasse uma estatuária fria. Pode-se dizer da pintura maneirista da fase tardia em Florença, que a cidade que desde cedo deu vida à estatuária com as obras de mestres como Donatello e Michelangelo, ainda estava tão impressionada com elas que petrificou as poses das figuras na pintura. Enquanto em 1600 o barroco em outros lugares estava começando a dar vida a figuras pintadas, Florença estava pintando estátuas bidimensionais. Além disso, em geral, com exceção da Contra-Maniera Contra-Maneirismo artistas, ela não ousou se desviar de temas elevados ou mergulhar em grandes emoções. Entre seus colaboradores estava Giovanni Maria Butteri e seu principal aluno foi Giovanni Bizzelli. Cristofano dell Altissimo, Cesare Dandini, Aurelio Lomi, John Mosnier, Alessandro Pieroni, Giovanni Battista Vanni e Monanni também foram seus alunos. Allori foi um dos artistas, trabalhando sob Vasari, incluídos na decoração do Studiolo de Francesco I. Ele foi o pai do pintor Cristofano Allori 1577 1621 .
Santa Maria Novella Museu de Belas Artes de Budapeste Palazzo Vecchio, Florença Gem ldegalerie, Berlim
ArtCyclopedia - Alessandro Allori- em inglês Categoria Pintores da Itália do século XVI Categoria Pintores do maneirismo Categoria Naturais de FlorençaAugust Wilhelm Ambros M to, perto de Praga, 17 de Novembro de 1816 Viena, 28 de Junho de 1876 foi um compositor e musicólogo austríaco, autor da obra Geschichte der Musik História da Música em 4 volumes. Foi também professor no Conservatório de Viena.
Ele nasceu em M to, distrito de Rokycany, Bohemia. Seu pai era um homem culto, e sua mãe era irmã de Raphael Georg Kiesewetter 1773-1850 , o arqueólogo musical e colecionador. Ambros estudou na Universidade de Praga e foi bem educado em música e artes, que eram sua paixão permanente. Ele foi, no entanto, destinado ao Direito e a uma carreira oficial na função pública austríaca, e ocupou vários cargos importantes no Ministério da Justiça, sendo a música uma diversão. A partir de 1850, tornou-se conhecido como crítico e redator de ensaios, e em 1860 começou a trabalhar em sua magnum opus, sua História da Música, publicada em intervalos a partir de 1862 em cinco volumes, os dois últimos 1878, 1882 sendo editado e concluído por Otto Kade e Wilhelm Langhans. Ambros foi professor de história da música em Praga de 1869 a 1871. Também em Praga, ele fez parte do conselho de governadores do Conservatório Real de Praga. Em 1872, ele morava em Viena e foi contratado pelo Departamento de Justiça como oficial e pela família do príncipe Rudolf como seu tutor. Por meio de seu trabalho em Viena, ele obteve uma licença de meio ano para deixá-lo viajar pelo mundo para coletar informações musicais para incluir em seu livro de História da Música. Ele foi um excelente pianista e autor de várias composições que lembram Felix Mendelssohn. Ambros morreu em Viena, ustria, aos 59 anos.
Die Grenzen der Musik und Poesie. Eine Studie zur sthetik der Tonkunst, Os limites da música e da poesia. Um estudo sobre a estética da música Praga 1856 Der Dom zu Prag Catedral de Praga , Praga 1858 Das Conservatorium in Prag. Eine Denkschrift bei Gelegenheit der f nfzigj hrigen Jubelfeier der Gr ndung O Conservatório de Praga. Um memorando por ocasião do 50 aniversário da fundação , Praga 1858 versão online Culturhistorische Bilder aus dem Musikleben der Gegenwart Imagens culturais e históricas da vida musical contemporânea , Leipzig 1860 2. Aufl. 1865 versão online Geschichte der Musik História da musica I. A música da Grécia Antiga e do Oriente. Wroclaw 1862. II. A. Os primórdios da arte ocidental europeia. B. O desenvolvimento do canto polifônico regular. Wroclaw 1864. III. A. O tempo dos holandeses. B. A música na Alemanha e na Inglaterra. C. Música italiana do século XV. Wroclaw 1868. IV. Música na Itália de Palestrina até cerca de 1650. Fragment, Leipzig 1878. V. Obras de argila selecionadas dos mestres mais famosos dos séculos XV e XVI. Editado por Otto Kade com base em partituras que ficaram inacabadas. Leipzig 1882. ndice de nomes e assuntos. Criado por Wilhelm B umker. 1882 Bunte Bl tter. Skizzen und Studien f r Freunde der Musik und der bildenden Kunst Folhas coloridas. Esboços e estudos para amigos da música e das artes visuais . versão online - Digitalen Bibliothek Mecklenburg-Vorpommern Vol. 1. Leipzig 1872. Novo episódio vol. 2. Leipzig 1874. Folhas coloridas dois volumes em um apenas os ensaios sobre música, ed. por Emil Vogel. 1896. Dois legados musicais. Pressburg e Leipzig 1882.
Uma bibliografia dos numerosos ensaios, estudos, esboços, etc. que apareceram em revistas e jornais diários Neue Zeitschrift f r Musik, Leipzig Bohemia, Praga Abendpost, Neue Freie Presse, Viena, etc. ainda está faltando seria importante porque, de acordo com o auto-testemunho de Ambros Bunte Bl tter I, VI f. , artigos de periódicos anteriores e páginas de destaque só foram incorporados em suas próprias coleções de uma forma fortemente reformulada. No momento, a Universidade de Viena está trabalhando em uma edição histórico-crítica de seus ensaios e resenhas musicais dos anos de 1872 a 1876.
Ambros escreveu canções, música de câmara, peças de caráter e sonatas para piano, bem como numerosas obras inéditas, como as óperas Libu a s Prophecy, B etislav a Jitka, aberturas para peças de Kleist, Calderón e Shakespeare, duas missas, um Stabat Mater e duas sinfonias. Ele foi um dos compositores mais respeitados de Praga na década de 1840, mas, com exceção de suas aberturas, não teve muito sucesso fora da cidade. Categoria Compositores da ustria Categoria Naturais do Império Austro-HúngaroBrasão de Armas da Hungria antiga ao tempo de André II da Hungria e de seu pai Bela III da Hungria. André II da Hungria ou André II rpád Hiérosolymitai c.1175 21 de Setembro de 1235 foi rei da Hungria entre 1205 e 1235, sucedeu ao seu sobrinho, . Em 1217 partiu para a Terra Santa para participar da Quinta Cruzada. O seu reinado assistiu ao enfraquecimento do poder real e o fortalecimento dos senhores feudais húngaros, processo consolidado através da Aranybulla bula de ouro, versão local da Magna Carta, 1222 .
André era o segundo filho do rei Bela III da Hungria e sua primeira esposa, Inês de Antioquia. Como filho mais novo, André não tinha esperança de herdar o Reino da Hungria de seu pai, que queria garantir a herança de seu filho mais velho Américo da Hungria, e fê-lo já coroado em 1182. No entanto, quando o príncipe Vladimir II Iaroslavic da Galícia, que tinha sido expulso de seu país por seus súditos, fugiu para a Hungria procura por atendimento em 1188, o rei Bela III mandou prendê-lo e ocupou o seu principado e ele tornou André príncipe da Galícia. O seu poder deve ter sido apenas nominal, ele nem sequer visitar o seu principado. Embora, as tropas do jovem príncipe poderiam ter o domínio em 1189, quando os boiardos da Galícia se levantaram contra o seu governo, mas pouco depois o príncipe Vladimir conseguiu escapar de seu cativeiro e expulsou as tropas húngaras da Galícia.
Em 23 de Abril 1196, o rei Bela III morreu e deixou o Reino da Hungria para seu filho mais velho, Américo, enquanto André herdou uma grande quantidade de dinheiro para cumprir juramento de seu pai com as Cruzadas. No entanto, André usou o dinheiro para recrutar seguidores entre os barões e também procurou a ajuda de Leopoldo V, duque da ustria. Em dezembro de 1197, tropas de André derrotou exércitos Rei Américo em uma batalha perto de Macsek em dezembro de 1197. Após a vitória de André, o rei foi obrigado a transferir o governo dos Ducados da Croácia e da Dalmácia para André. No início de 1198, o Papa Inocêncio III pediu para André que cumprisse os últimos desejos de seu pai e liderasse uma Cruzada à Terra Santa. No entanto, em vez de uma Cruzada, André liderou uma campanha contra as províncias vizinhas e ocupadas por Zaclúmia e Rama. André também passou a conspirar com alguns prelados contra o seu irmão, mas o rei Emerico foi informado sobre os planos de André e ele pessoalmente prendeu o bispo Boleszlo de Vac, um dos principais apoiadores de André, e ele também privou os seguidores de seu irmão por exemplo, Palatino Mog de seus privilégios. No verão de 1199, o rei Emerico derrotou André na Batalha de Rad e André teve que fugir para a ustria. Finalmente, os dois irmãos fizeram as pazes com a mediação do legado papal, e o Reino da Croácia e da Dalmácia foi concedido novamente para seu irmão. Por volta de 1200, André casou com Gertrudes de Merânia, filha de Bertoldo IV, Duque de Merânia. Foi, provavelmente, sua esposa que o persuadiu a conspirar contra seu irmão novamente, mas quando o rei Emerico, que tinha feito com que as tropas de André fossem em menor número, foi desarmado, usando apenas a coroa e o cetro, para o acampamento de André, perto Varasd, André imediatamente entregue. O rei tinha o irmão preso, mas André conseguiu escapar pouco depois. No entanto, o rei, cuja saúde estava falhando, queria garantir a ascensão de seu filho, Ladislau, que tinha sido coroado em 26 de Agosto 1204. Pouco depois, o rei reconciliado com André, nomeou-lhe para cuidar do reino durante a menoridade do filho dele. Após a morte de seu irmão em 30 de Setembro Novembro de 1204, André assume o governo do reino como tutor de seu sobrinho e pega também o dinheiro que o seu irmão tinha depositado em nome do jovem Ladislau. A rainha viúva Constance estava ansiosa para a vida de rei do seu filho e ela fugiu com o rei Ladislau à corte de Leopoldo VI, duque da ustria. André fez preparativos para uma guerra contra a ustria, mas o rei criança morreu em 07 de maio de 1205, herdou o trono assim, André.
André foi coroado pelo Arcebispo João de Kalocsa em 29 de maio de 1205 em Székesfehérvár, mas antes da coroação, teve que fazer um juramento. André fez uma alteração radical na política interna seguida por seus antecessores e ele começou a conferir as propriedades reais para seus partidários. Ele chamou essa nova política Novae Institutiones em seus atos, e declarou que nada pode definir limites à generosidade da Majestade Real, e que a melhor medida de subvenções, por um monarca, é incomensurabilidade. Ele deu tudo - dinheiro, aldeias, domínios, condados inteiro - para o empobrecimento total do tesouro. André foi generoso principalmente com parentes alemães de sua esposa e seguidores, o que causou descontentamento entre seus súditos.
Durante os primeiros anos de seu reinado, André foi ocupado com as discórdias dentro do Principado de Galícia. Em 1205, ele levou seus exércitos para o principado para garantir a a soberania do jovem príncipe Daniel, expulso por revoltas locais. Depois de sua campanha, ele adotou o título de Rei da Galícia e Lodoméria, referindo-se a sua supremacia sobre os dois principados vizinhos. No início do ano seguinte, Daniel foi novamente expulso da Galícia, mas André negou a dar assistência a ele, porque o adversário do príncipe criança, o príncipe Vladimir III Igorevych havia subornado. No entanto, no mesmo ano, ele fez uma campanha na Galícia e deu assistência para o príncipe romano Igorevych para adquirir o trono. Em 1208, aproveitando-se da briga entre o príncipe romano Igorevych e seus boiardos, André ocupou a Galícia e nomeou um regente para governar o principado em seu nome, mas o príncipe Vladimir III Igorevych conseguiu reconquistar seu principado já no ano seguinte. Um grupo de aristocratas da corte, escandalizados com a generosidade de André para parentes de sua esposa e seguidores, planejado para oferecer o trono a seus primos, que viviam na corte de Teodoro I Láscaris do Império de Niceia, mas seu emissário foi preso e André pôde superar a conspiração. Em 1211, ele concedeu Burzenland aos Cavaleiros Teutônicos, a fim de garantir a segurança das fronteiras do sudeste de seu reino contra os cumanos. No entanto, os Cavaleiros Teutônicos começaram a estabelecer um país independente do rei da Hungria. Após seu retorno, ele ordenou a execução apenas do líder dos conspiradores e perdoou os outros membros do grupo, que resultou na emergente antipatia de seu filho, Béla. No entanto, em 1214, André teve seu filho coroado. No verão de 1214, André teve uma reunião com o Grão-Duque Lesco I da Polônia e eles concordaram que iriam dividir o Principado da Galícia entre a Hungria e a Polônia. Suas tropas aliadas ocuparam o principado vizinho, que foi concedida ao filho mais novo de André, Colomano. No entanto, André negou a transferir os territórios de acordo com o acordo com o Duque Lesco I, que fez uma aliança com o príncipe de Mistislau de Novogárdia e afastaram as tropas de André do principado. Pouco tempo depois, Andrew fez uma nova aliança com Lesco I e ocuparam a Galícia, onde mais uma vez o filho de André foi nomeado para o principado.
Foi filho de Bela III 1148 - 24 de Abril de 1196 e de Inês de Châtillon c. 1148 - 1184 , filha de Reinaldo de Châtillon e de 1125 - 4 de Julho de 1187 e de Constança de Antioquia. Casou por três vezes, a sua primeira mulher, Gertrudes da Merânia 1185 - 24 de Setembro de 1213, assassinada durante as lutas entre as facções senhoriais , filha de Bertoldo IV da Merânia e da duquesa Inês de Rochlitz, da Casa de Wettin, de quem teve Ana Maria 1204-1237 , casou em 1221 com o tsar João Asen II da Bulgária. Bela IV 1206 3 de Maio de 1270 casou em 1218 com Maria Lascarina c. 1206 16 de Julho ou 24 de Junho de 1270 , filha de Teodoro I Láscaris do Império de Niceia. Santa Isabel da Hungria 7 de Julho de 1207 - 17 de Novembro de 1231 . Colomano de Halych 1208 - depois de 11 de abril de 1241 André da Hungria ca. 1210 - 1234 Do segundo casamento, com Iolanda de Courtenay, princesa de Constantinopla 1180 - 1233 filha de Pedro II de Courtenay e de Iolanda de Hainaut, sendo esta última irmã de Balduíno I de Constantinopla 1172 - 1205 e de Henrique da Flandres 1174 - 1216 , que foram simultaneamente o primeiro e o segundo Imperadores do Império Latino de Constantinopla, e portanto filha de Balduíno V de Hainaut 1150 - 17 de Dezembro de 1195 e de Margarida I da Flandres 1145 - 15 de Novembro de 1194 , teve Iolanda da Hungria, princesa da Hungria e rainha de Aragão 1216 - 1251 casou com Jaime I de Aragão O conquistador, rei de Aragão, de Valência e de Maiorca. Do terceiro casamento com Beatriz de Este 1180 - Estevão da Hungria casado por duas vezes, a primeira com Catarina Traversari e a segunda com Tomásina Morosoni.
Heraldry of the Royal Families of Europe, Jiri Louda Michael Maclagan, Clarkson N. Potter Inc Publishers, 1 Edição, New York, 1981. Categoria Monarcas católicos romanos Categoria Reis da Hungria Categoria Cristãos da Quinta Cruzada Categoria Húngaros do século XIII Categoria Príncipes da Galícia Categoria Pessoas com excomunhão convertidaAurélio Ambrósio ca. 340 - Mediolano, 4 de abril de 397 , mais conhecido como Ambrósio, foi um arcebispo de Mediolano moderna Milão que se tornou um dos mais influentes membros do clero no . Ele era prefeito consular da Ligúria e Emília, cuja capital era Mediolano, antes de tornar-se bispo da cidade por aclamação popular em 374. Ambrósio era um fervoroso adversário do arianismo. Tradicionalmente atribui-se a Ambrósio a promoção do canto antifonal, um estilo no qual um lado do coro responde de forma alternada ao canto do outro, e também a composição do Veni redemptor gentium, um hino natalino. Ambrósio é um dos quatro doutores da Igreja originais e é notável por sua influência sobre o pensamento de Santo Agostinho.
Ambrósio nasceu numa família romana cristã por volta de 340 e foi criado em Augusta dos Tréveros moderna Tréveris, Alemanha , a capital da Gália Bélgica. Seu pai também se chamava Aurélio Ambrósio, o prefeito pretoriano da Gália sua mãe é descrita como sendo inteligente e piedosa. Os irmãos de Ambrósio, Sátiro que foi o tema de sua De excessu fratris Satyri e Marcelina, são também venerados como santos. Conta a lenda que, quando criança, um enxame de abelhas pousou no seu rosto enquanto dormia no berço e deixou para trás uma gota de mel. Seu pai considerou o fato um sinal de sua futura eloquência, sua língua de mel. por conta desta tradição que abelhas e colmeias geralmente aparecem junto ao santo na arte cristã. Depois da morte prematura de seu pai, Ambrósio seguiu-o na profissão. Ele foi educado em Roma, estudando literatura, direito e retórica. O prefeito pretoriano da Itália, Sexto Cláudio Petrônio Probo, primeiro deu-lhe uma posição em seu conselho e, por volta de 372, fê-lo prefeito consular o governador da Ligúria e Emília, cuja capital era Mediolano. Ele permaneceu na função até 374, quando foi aclamado bispo da cidade. Ambrósio era muito popular e, como havia sido governador da principal cidade do ocidente romano, estava sempre junto da corte do imperador romano Valentiniano I. Ambrósio jamais se casou.
No fim do , havia uma profunda divisão entre os fieis na diocese de Mediolano, colocando de um lado os católicos como eram chamados todos os cristãos na época e os arianos. Em 374, o bispo Auxêncio de Milão, um ariano, morreu e seus partidários rapidamente tentaram eleger um sucessor. Ambrósio correu para a igreja onde a eleição seria realizada com o objetivo de evitar um escândalo, o que era provável. Seu discurso foi interrompido por um grito de Ambrósio, bispo , acompanhado logo por toda a assembleia. Ambrósio era conhecido por ser católico, mas era também tolerável para os arianos por conta da forma caridosa com que ele tratava os temas teológicos envolvidos na disputa. A princípio, ele recusou energicamente o cargo, pois ele não estava de forma alguma preparado ele não era nem batizado e nem estudara teologia. Ao ser nomeado, Ambrósio fugiu para a casa de um colega tentando se esconder. Ao receber um carta do imperador Graciano elogiando a conveniência de Roma nomear indivíduos evidentemente merecedores de funções sagradas, o partido de Ambrósio o entregou. No espaço de uma semana, ele foi batizado, ordenado e consagrado bispo de Mediolano. Como bispo, Ambrósio imediatamente adotou um estilo de vida asceta, dedicando seu dinheiro para os pobres, doando todas suas terras - apenas uma parte foi reservada para Marcelina que tornar-se-ia freira , sua irmã- e entregou sua família aos cuidados de Sátiro. Foi nesta época que Ambrósio escreveu A Bondade da Morte.
Ambrósio estudou teologia com Simpliciano, um presbítero de Roma. Fazendo bom uso de seu excelente conhecimento do grego, o que era raro no ocidente, estudou o Antigo Testamento e autores gregos como Fílon, Orígenes, Atanásio e Basílio de Cesareia, com quem ele também passou a se corresponder. Ele aplicou este conhecimento como pregador, concentrando-se especialmente na exegese do Antigo Testamento, e suas habilidades retóricas impressionaram Agostinho de Hipona, ainda um pagão na época, que até então fazia pouco dos pregadores cristãos. No confronto com os arianos, Ambrósio buscou refutar teologicamente suas proposições, que eram contrárias ao Credo de Niceia, a ortodoxia oficial. Os arianos apelaram a muitos líderes e membros do clero em altos postos tanto no ocidente quanto no oriente para se proteger. Embora o imperador ocidental, Graciano, fosse um ortodoxo, o jovem Valentiniano II, que se tornou seu colega, aderiu ao credo ariano. No oriente, Teodósio I era também um niceno, mas havia arianos espalhados por todo o seu império, especialmente no alto clero. Neste conflitivo ambiente religioso, dois dos principais bispos arianos, Paládio de Raciária Ratiaria e Segundiano de Singiduno moderna Belgrado, na Sérvia , confiantes no poder de seus partidários, convenceram Graciano a convocar um concílio ecumênico. O pedido pareceu-lhe tão justo que foi atendido sem hesitação. Porém, Ambrósio, temendo as consequências, convenceu-o a convocar um concílio apenas com os bispos ocidentais para decidir a questão. O Concílio de Aquileia 381 reuniu trinta e dois bispos, que elegeram Ambrósio presidente e convocaram Paládio para defender suas posições, o que ele se recusou a fazer. Uma votação decidiu então que ele e seu companheiro Segundiano seriam depostos. Mesmo assim, o crescente poderio ariano mostrou-se uma tarefa formidável para Ambrósio. Em 385 ou 386, o imperador e sua mãe, Justina, juntamente com um considerável contingente do clero e dos poderes seculares especialmente militares , professavam o arianismo abertamente. Eles exigiam que duas igrejas em Mediolano, uma na cidade a Basílica dos Apóstolos e outra nos subúrbios São Vítor , fossem entregues aos arianos. Ambrósio obviamente se recusou e foi chamado a se explicar perante um concílio. Ele foi e sua eloquência em defesa da Igreja teria supostamente impressionado tanto os ministros de Valentiniano que ele conseguiu sair de lá sem ter que entregar as igrejas. No dia seguinte, enquanto realizava a liturgia das horas na basílica, o prefeito urbano da cidade o interrompeu para tentar convencê-lo a ceder pelo menos a basílica pórcia aos arianos. Como ele ainda assim se recusou, alguns oficiais da corte foram enviados para lá para tomá-la à força, o que foi sinalizado pelo hasteamento do brasão imperial para prepará-la para a chegada do imperador e da mãe para o festival da Páscoa. Apesar da oposição imperial, Ambrósio declarou na ocasião
Um discurso de Ambrósio aos jovens cristãos alertou-os sobre os perigos do casamento com judeus. Porém, sua oposição aos judeus assumiu um caráter muito mais ativo na questão do bispo de Calínico atual Raca , na Mesopotâmia. Conta-se que, em 388, uma multidão liderada pelo bispo local e diversos monges teriam destruído uma sinagoga na cidade. O imperador Teodósio, o Grande, ordenou que ela fosse reconstruída às custas dos rebeldes, incluindo o bispo. Ambrósio imediatamente enviou um furioso protesto ao imperador afirmando que a glória de Deus está envolvida na questão e que, portanto, ele não poderia ficar calado. Deve o bispo ser compelido a reerguer uma sinagoga possível que ele o faça religiosamente Se ele obedecer ao imperador, tornar-se-á um traidor de sua fé se ele desobedecê-lo, um mártir. Que mal real houve, afinal de contas, ao destruir uma sinagoga, um casa de perfídia , uma casa de ímpios , na qual Cristo é diariamente blasfemado. De fato, ele deve se achar não menos culpado que o pobre bispo pelo menos na medida que ele não esconde seu desejo de que todas as sinagogas sejam destruídas, que nenhum destes lugares de blasfêmia recebam permissão para existir. No final, ele conseguiu de Teodósio uma promessa de que a sentença seria completamente revogada, uma decisão cuja consequência natural foi que, dali para diante, o prospecto da imunidade abriu espaço para outras destruições de sinagogas por todo o império. Por outro lado, Ambrósio ocasionalmente dizia algo de bom sobre os judeus, como numa passagem de sua Enarratio in Psalmos i. 41, xiv. 943 , na qual ele lembra que alguns judeus demonstram uma vida pura e muita diligência e amor pelo estudo.
Ambrósio proíbe o imperador Teodósio I de entrar na igreja Por van Dyck, c.1619-1620, National Gallery Apesar de descontente com os princípios religiosos de Ambrósio, a corte e o imperador logo pediram a ajuda de Ambrósio. Quando Magno Máximo usurpou o trono na Gália e pensava invadir a Itália, Valentiniano enviou Ambrósio para dissuadi-lo. A embaixada teve sucesso e Magno recuou. Uma segunda embaixada teve menos sucesso, a Itália foi invadida e Milão, tomada. Justina e o filho fugiram, mas Ambrósio permaneceu firme em seu posto de bispo da cidade, mandando derreter a prataria de sua igreja para diminuir o sofrimento da população da cidade. Em 385, Ambrósio, apoiado pela população, recusou-se a atender um pedido de Valentiniano II para entregar a Basílica Pórcia para que fosse utilizada pelas tropas arianas. No ano seguinte, Justina e Valentiniano receberam o bispo ariano Auxêncio de Durostoro moderna Silistra, na Bulgária , e Ambrósio novamente recebeu ordens de entregar uma igreja em Milão aos arianos. Ambrósio e sua congregação se entrincheiraram na igreja preparando-se para o pior e a ordem acabou sendo revogada. Teodósio I foi excomungado por Ambrósio pelo massacre de pessoas, em Tessalônica 390 depois que do assassinato de um governador romano pela população. Ambrósio admoestou Teodósio afirmando que ele deveria imitar David em sua penitência na mesma medida que o imitou em sua culpa - Ambrósio readmitiu o imperador apenas depois de diversos meses de penitência. Ambrósio também forçou Teodósio a não reembolsar a comunidade judaica da Mesopotâmia depois que uma sinagoga foi destruída por uma horda cristã. Estes incidentes demonstram a força do bispo na porção ocidental do império, mesmo quando enfrentava um imperador poderoso - a controvérsia de João Crisóstomo com um imperador muito mais fraco uns anos depois em Constantinopla terminou numa fragorosa derrota do bispo. Em 392, depois da morte de Valentiniano II e da aclamação de Eugênio, Ambrósio foi obrigado a suplicar com Teodósio, que no final derrotou o usurpador, pela vida dos que o haviam apoiado.
Sob a influência de Ambrósio, os imperadores Graciano, Valentiniano II e Teodósio I passaram a perseguir o paganismo. Foi também pela influência dele que Teodósio emitiu os 391 decretos de Teodósio que, com intensidade cada vez maior, foram tornando ilegais as práticas pagãs, culminando na remoção do altar da Vitória do Senado Romano por ordem de Graciano.
Saint Ambrose.Castelo Sforzesco, Milão Logo depois de tornar-se o imperador incontestável de todo o Império Romano, Teodósio morreu em Mediolano em 395 e, dois anos depois, em 4 de abril de 397, morreu também Ambrósio. Ele foi sucedido por Simpliciano. O corpo de Ambrósio ainda hoje pode ser visto na Basílica de Santo Ambrósio em Milão, onde ele tem sido continuamente venerado desde então. Estão ali também os corpos, segundo tradição da época de Ambrósio, dos mártires Gervásio e Protásio.
Ambrósio é um dos Doutores da Igreja latinos juntamente com Santo Agostinho, São Jerônimo e São Gregório, o Grande. A intensa consciência episcopal de Ambrósio ampliou a crescente doutrina da Igreja e seu ministério sacerdotal ao mesmo tempo que o prevalente ascetismo da época, em consonância com o treinamento ciceroniano e estoico que recebeu em sua infância, permitiu que Ambrósio promulgasse um alto padrão para a ética cristã. Desta verve nasceram De officiis ministrorum, De viduis, De virginitate e De paenitentia. Ele demonstrava um tipo de flexibilidade litúrgica que tinha em mente que a liturgia era uma ferramenta para servir ao povo em sua adoração a Deus e não deveria tornar-se uma entidade rígida e invariável onde aparecesse. Seu conselho para Agostinho de Hipona sobre este tema era que seguisse o costume litúrgico local. Quando estou em Roma, jejuo aos sábados quando estou em Mediolano, não. Siga o costume da igreja onde está.. Desta forma, Ambrósio recusou-se a ser tragado para um falso conflito sobre qual seria a forma litúrgica correta quando na verdade nada havia a ser discutido. Este conselho entrou para a língua portuguesa na forma do dito Em Roma, faça como os romanos.
A poderosa mariologia de Ambrósio influenciou os papas da época como Dâmaso e Sirício e, posteriormente, Leão Magno. Central para Ambrósio era a virgindade de Maria e o papel dela como mãe de Deus O nascimento virginal é digno de Deus. Que nascimento humano poderia ser mais digno de Deus que aquele no qual o imaculado filho de Deus manteve a pureza de sua origem imaculada ao se tornar humano . Nós confessamos que Cristo, nosso Senhor, nasceu de uma virgem e, portanto, rejeitamos a ordem natural das coisas. Pois não foi através de um homem que ela concebeu, mas através do Espírito Santo. Cristo não está divido, é um. Se o adoramos como o Filho de Deus, não negamos seu nascimento através da virgem. Mas ninguém deve ampliar este entendimento a Maria. Maria era o templo de Deus, mas não Deus no templo. Portanto, apenas Aquele que estava no templo deve ser adorado.. Sim, verdadeiramente abençoada por ter superado o sacerdote Zacarias . Enquanto ele negou, a Virgem retificou o erro. Não admira que o Senhor, desejando resgatar o mundo, tenha começado sua obra com Maria. Assim, ela, através da qual a salvação estava sendo preparada para todos os povos, tenha sido a primeira a receber o prometido fruto da salvação. Ambrósio via a virgindade como superior ao matrimônio e via Maria como um modelo de virgindade.
351x351px Santo Ambrósio Por Goya, c.1796-99, Cleveland Museum of Art Em sua exegese, Ambrósio, assim como Hilário, era um alexandrino. No dogma, ele seguia Basílio de Cesareia e outros autores gregos, mas, seja como for, Ambrósio lança uma luz claramente ocidental às suas especulações, o que é particularmente verdadeiro em sua ênfase sobre o pecado e à graça divina assim como no lugar que ele atribuiu para a fé na vida cristã. De fide ad Gratianum Augustum Sobre a Fé, para Graciano De Officiis Ministrorum Sobre o Ofício dos Ministros, um manual eclesiástico modelado no De Officiis de Cícero. De Spiritu Sancto Sobre o Espirito Santo De incarnationis Dominicae sacramento Sobre o Sacramento da Encarnação do Senhor De mysteriis Sobre os Mistérios Expositio evangelii secundum Lucam Comentário sobre o Evangelho segundo Lucas Obras éticas De bono mortis Sobre a Boa Morte De fuga saeculi Sobre a Fuga do Mundo De institutione virginis et sanctae Mariae virginitate perpetua ad Eusebium Sobre o Nascimento da Virgem e a Perpétua Virgindade de Maria De Nabuthae Sobre Naboth De paenitentia Sobre a Penitência De paradiso Sobre o Paraíso De sacramentis Sobre os Sacramentos De viduis Sobre as Viúvas De virginibus Sobre as Virgens De virginitate Sobre a Virgindade Exhortatio virginitatis Exortação à Virgindade De sacramento regenerationis sive de philosophia Sobre o Sacramento do Renascimento ou Sobre a Filosofia fragmentos Comentários homiléticos sobre o Antigo Testamento o Hexamerão Seis Dias De Helia et ieiunio Sobre Elias e o Jejum De Iacob et vita beata Sobre Jacó e a Vida Feliz De Abraham De Cain et Abel De Ioseph De Isaac vel anima Sobre Isaac ou Sobre a Alma De Noe De interpellatione Iob et David Sobre a Oração de Jó e David De patriarchis Sobre os Patriarcas De Tobia Explanatio psalmorum Explanatio symboli Comentário sobre o Símbolo . Orações funerais De obitu Theodosii De obitu Valentiniani De excessu fratris Satyri 91 epístolas Uma coleção de hinos Fragmentos de sermões Ambrosiastro ou Pseudo-Ambrósio é um curto comentário sobre as epístolas paulinas há muito tempo atribuídas a Ambrósio.
Atribui-se tradicionalmente a Ambrósio a composição do chamado canto ambrosiano, conhecido também como canto antifonal, embora não se saiba na verdade se ele teve algum papel nisso. São nos hinos ambrosianos que surge pela primeira vez a rima. Além disso, aproveitando-se do impulso inicial dado por Hilário e certo em seu objetivo de combater a salmódia ariana, Ambrósio compôs vários hinos, quatro dos quais sobreviveram juntamente com a música que os acompanha, que não deve ser muito diferente das melodias originais. Cada um deles é composto de oito stanza de quatro linhas num estrito dimetro iâmbico iambos de 2x2 Deus Creator Omnium Aeterne rerum conditor Jam surgit hora tertia Jam Christus astra ascendante Veni redemptor gentium um hino cristão Ambrósio também é tradicionalmente identificado como sendo o autor do Te Deum, que, diz-se, teria sido composto quando ele batizou Santo Agostinho, seu mais famoso convertido.
Ambrósio era bispo em Mediolano na época da conversão de Agostinho e foi mencionado por este nas Confissões. Numa passagem das Confissões na qual Agostinho pondera o motivo pelo qual ele não conseguia partilhar do fardo de Ambrósio e faz um comentário que foi importante na história da doutrina do celibato Nesta mesma passagem aparece uma curiosa anedota que viria a ser importante na história da leitura Esta é uma passagem famosa na discussão acadêmica contemporânea. A prática de ler para si sem vocalizar o texto era menos comum na Antiguidade do que é hoje. Numa cultura que atribuía um alto valor à oratória e às performances públicas e na qual a a produção dos livros era muito trabalhosa, a maioria da população era analfabeta e era na qual os que podiam tinham escravos à disposição para que lhes fossem recitadas as principais obras, textos escritos eram geralmente vistos como scripts para recitação e não obras para a meditação silenciosa. Porém, há também evidências de que a leitura silenciosa de fato ocorria na Antiguidade e não era considerada rara.
Cripta do bispo Ambrósio e dos mártires cristãos Gervásio e Protásio, na Basilica de Santo Ambrósio, Milão Os escritos de Ambrósio guardam atualidade na Igreja que a eles em várias épocas tem recorrido. As suas obras são citadas em documentos doutrinais e pontifícios até hoje. Pio XII escora-se em Ambrósio na sua Encíclica Sacra Virginitas, de 25 de março de 1954, citando todas as obras do santo sobre o assunto. Nos documentos do Concílio Vaticano II Ambrósio é reiteradamente citado e invocado como fundamento. Ao menos cinco vezes na Constituição Dogmática Lumen Gentium e ainda na Constituição Gaudium et Spes e na Dei Verbum é mencionado, o Concílio recorre também a ele nos Decretos Ad gentes, Perfectas caritatis e Optatam totius para confirmação da sua doutrina. Também o Papa Paulo VI nele se apoia para escrever a Constituição Apostólica Poenitemini e na Exortação Apostólica O Culto à Virgem Maria, de 24 de março de 1973. Estes e outros documentos eclesiásticos demonstram a sua atualidade dentro do magistério da Igreja Católica. Bento XVI discorrendo sobre ele diz que Ambrósio Trouxe para o ambiente latino a meditação das Escrituras, iniciando no Ocidente a prática da lectio divina, que orientou a sua pregação e os seus escritos, que brotam precisamente da escuta da Palavra de Deus. Com ele os catecúmenos aprendiam primeiro a arte de viver bem para preparar-se depois para os grandes mistérios de Cristo e sua pregação partia da leitura dos Livros Sagrados, para viver de conformidade com a revelação divina.. Nessa leitura onde o coração se esforça por compreender a palavra de Deus, se entrevê o método da catequese ambrosiana a Escritura intimamente assimilada, sugere os conteúdos que se devem anunciar para converter os corações. A catequese é pois, inseparável do testemunho de vida.
Hexameron, De paradiso, De Cain, De Noe, De Abraham, De Isaac, De bono mortis ed. C. Schenkl 1896, Vol. 32 1 In Latin De Iacob, De Ioseph, De patriarchis, De fuga saeculi, De interpellatione Iob et David, De apologia prophetae David, De Helia, De Nabuthae, De Tobia ed. C. Schenkl 1897, Vol. 32 2 Expositio evangelii secundum Lucam ed. C. Schenkl 1902, Vol. 32 4 Expositio de psalmo CXVIII ed. M. Petschenig 1913, Vol. 62 editio altera supplementis aucta cur. M. Zelzer 1999 Explanatio super psalmos XII ed. M. Petschenig 1919, Vol. 64 editio altera supplementis aucta cur. M. Zelzer 1999 Explanatio symboli, De sacramentis, De mysteriis, De paenitentia, De excessu fratris Satyri, De obitu Valentiniani, De obitu Theodosii ed. Otto Faller 1955, Vol. 73 De fide ad Gratianum Augustum ed. Otto Faller 1962, Vol. 78 De spiritu sancto, De incarnationis dominicae sacramento ed. Otto Faller 1964, Vol. 79 Epistulae et acta ed. Otto Faller Vol. 82 1 lib. 1-6, 1968 Otto Faller, M. Zelzer Vol. 82 2 lib. 7-9, 1982 M. Zelzer Vol. 82 3 lib. 10, epp. extra collectionem. gesta concilii Aquileiensis, 1990 ndices et addenda comp. M. Zelzer, 1996, Vol. 82 4
H. Wace and P. Schaff, eds, A Select Library of Nicene and Post Nicene Fathers of the Christian Church, 2nd ser., x Contains translations of De Officiis under the title De Officiis Ministrorum , De Spiritu Sancto On the Holy Spirit , De excessu fratris Satyri On the Decease of His Brother Satyrus , Exposition of the Christian Faith, De mysteriis Concerning Mysteries , De paenitentia Concerning Repentance , De virginibus Concerning Virgins , De viduis Concerning Widows , and a selection of letters St. Ambrose On the mysteries and the treatise on the sacraments by an unknown author, translated by T Thompson, London SPCK, 1919 translations of De sacramentis and De mysteriis rev edn published 1950 S. Ambrosii De Nabuthae a commentary, translated by Martin McGuire, Washington, D.C. The Catholic University of America, 1927 translation of On Naboth S. Ambrosii De Helia et ieiunio a commentary, with an introduction and translation, Sister Mary Joseph Aloysius Buck, Washington, DC The Catholic University of America, 1929 translation of On Elijah and Fasting S. Ambrosii De Tobia a commentary, with an introduction and translation, Lois Miles Zucker, Washington, DC The Catholic University of America, 1933 translation of On Tobit Funeral orations, translated by LP McCauley et al., Fathers of the Church vol 22, New York Fathers of the Church, Inc., 1953 by Gregory of Nazianzus and Ambrose, Letters, translated by Mary Melchior Beyenka, Fathers of the Church, vol 26, Washington, DC Catholic University of America, 1954 Translation of letters 1-91 Saint Ambrose on the sacraments, edited by Henry Chadwick, Studies in Eucharistic faith and practice 5, London AR Mowbray, 1960 Hexameron, Paradise, and Cain and Abel, translated by John J Savage, Fathers of the Church, vol 42, New York Fathers of the Church, 1961 contains translations of Hexameron, De paradise, and De Cain et Abel Saint Ambrose theological and dogmatic works, translated by Roy J. Deferrari, Fathers of the church vol 44, Washington Catholic University of American Press, 1963 Contains translations of The mysteries, De mysteriis The holy spirit, De Spiritu Sancto , The sacrament of the incarnation of Our Lord, De incarnationis Dominicae sacramento , and The sacraments Seven exegetical works, translated by Michael McHugh, Fathers of the Church, vol 65, Washington Catholic University of America Press, 1972 Contains translations of Isaac, or the soul, De Isaac vel anima , Death as a good, De bono mortis , Jacob and the happy life, De Iacob et vita beata , Joseph, De Ioseph , The patriarchs, De patriarchis , Flight from the world, De fuga saeculi , The prayer of Job and David, De interpellatione Iob et David . Homilies of Saint Ambrose on Psalm 118, translated by de Ní Riain, Dublin Halcyon Press, 1998 translation of part of Explanatio psalmorum Ambrosian hymns, translated by Charles Kraszewski, Lehman, PA Libella Veritatis, 1999 Commentary of Saint Ambrose on twelve psalms, translated by de M. Ní Riain, Dublin Halcyon Press, 2000 translations of Explanatio psalmorum on Psalms 1, 35-40, 43, 45, 47-49 On Abraham, translated by Theodosia Tomkinson, Etna, CA Center for Traditionalist Orthodox Studies, 2000 translation of De Abraham De officiis, edited with an introduction, translation, and commentary by Ivor J Davidson, 2 vols, Oxford OUP, 2001 contains both Latin and English text Commentary of Saint Ambrose on the Gospel according to Saint Luke, translated by de M. Ní Riain, Dublin Halcyon, 2001 translation of Expositio evangelii secundum Lucam Ambrose of Milan political letters and speeches, translated with an introduction and notes by JHWG Liebschuetz, Liverpool Liverpool University Press, 2005 contains Book Ten of Ambrose s Letters, including the oration on the death of Theodosius I Letters outside the Collection Epistulae extra collectionem Letter 30 to Magnus Maximus The oration on the death of Valentinian II De obitu Valentiniani . Otto Maria Carpeaux, História da Literatura Ocidental . . . . . . . . . . .
Saint Ambrose at the Christian Iconography website Of St. Ambrose from the Caxton translation of the Golden Legend Categoria Santos da Itália Categoria Santos do Império Romano Categoria Padres da Igreja Categoria Doutores da Igreja Categoria Naturais de Tréveris Categoria Bispos de Mediolano Categoria Pessoas citadas na Divina Comédia Paraíso Categoria Opositores ao arianismo Categoria Filósofos do século IV Categoria Escritores de cartas da Roma Antiga Categoria Romanos antigos do século IV Categoria Teólogos cristãos Categoria Controvérsia pelagiana Categoria Escritores em latim Categoria Santos da Lenda Dourada Categoria Mais Teoria da História na Wiki Wikiconcurso de edição Anders Jonas ngstr m Medelpádia, 13 de agosto de 1814 Uppsala, 21 de junho de 1874 foi um físico sueco.
Anders Jonas ngstr m nasceu em Medelpad, filho de Johan ngstr m, e estudou em H rn sand. Ele se mudou para Uppsala em 1833 e foi educado na Universidade de Uppsala, onde em 1839 ele se tornou docente em física. Em 1842, ele foi para o Observatório de Estocolmo para ganhar experiência no trabalho prático de astronomia e, no ano seguinte, foi nomeado guardião do Observatório Astronômico de Uppsala. Intrigado com o magnetismo terrestre, ele registrou observações de flutuações na intensidade magnética em várias partes da Suécia e foi encarregado pela Academia de Ciências de Estocolmo da tarefa, não concluída até pouco antes de sua morte, de trabalhar os dados magnéticos obtidos por HSwMS Eugenie em sua viagem ao redor do mundo em 1851 a 1853. Em 1858, ele sucedeu Adolph Ferdinand Svanberg na cadeira de física em Uppsala. Seu trabalho mais importante estava relacionado à condução de calor e espectroscopia . Em suas pesquisas ópticas , Optiska Unders kningar, apresentadas à Real Academia de Ciências da Suécia em 1853, ele não apenas apontou que a faísca elétrica produz dois espectros sobrepostos, um do metal do eletrodo e outro do gás pelo qual passa, mas deduziu da teoria da ressonância de Leonhard Euler que um gás incandescente emite raios luminosos da mesma refrangibilidade que aqueles que pode absorver. Esta declaração, como Sir Edward Sabine comentou ao lhe conceder a medalha Rumford da Royal Society em 1872, contém um princípio fundamental da análise de espectro e, embora negligenciado por vários anos, o autoriza a ser classificado como um dos fundadores da espectroscopia. De 1861 em diante, ele deu atenção especial ao espectro solar. Sua combinação do espectroscópio com a fotografia para o estudo do Sistema Solar resultou em provar que a atmosfera do Sol contém hidrogênio, entre outros elementos 1862 , e em 1868 ele publicou seu grande mapa do espectro solar normal em Recherches sur le espectro solaire, incluindo medições detalhadas de mais de 1 000 linhas espectrais, que por muito tempo permaneceram autorizadas em questões de comprimento de onda, embora suas medições fossem inexatas em uma parte em 7 000 ou 8 000, devido ao metro que ele usava como padrão ser um pouco curto demais. Ele foi o primeiro, em 1867, a examinar o espectro da aurora boreal, e detectou e mediu a linha brilhante característica em sua região verde-amarela mas ele se enganou ao supor que essa mesma linha, que muitas vezes é chamada por seu nome, também pode ser vista à luz do zodíaco. Ele morreu em Uppsala em 21 de junho de 1874. Seu filho, Knut 1857 1910 , também era físico.
Pesquisas Sobre o Espectro Solar 1869 Sobre os Espectros dos Gases Simples 1871 Memórias Sobre a Temperatura da Terra
Categoria Medalha Rumford Categoria Membros da Academia Real das Ciências da Suécia Categoria Membros estrangeiros da Royal Society Categoria Membros da Academia de Ciências da França Categoria Professores da Universidade de Uppsala Categoria Físicos da Suécia Categoria Astrónomos da Suécia Categoria Alunos da Universidade de Uppsala Categoria Sepultados no Cemitério Antigo de UppsalaA análise do comportamento é uma ciência natural, formulada pelo psicólogo americano B. F. Skinner, que estuda o comportamento humano a partir da interação entre organismo ambiente. A atenção do pesquisador é assim dirigida para as condições ambientais em que determinado organismo se encontra, para a reação desse indivíduo a essas condições, para as consequências que essa reação lhe traz e para os efeitos que essas consequências produzem - processo denominado tríplice contingência, unidade funcional dessa ciência. Nesse sentido o comportamento é entendido como uma relação interativa de transformação mútua entre o organismo e o ambiente que o cerca na qual os padrões de conduta são naturalmente selecionados em função de seu valor adaptativo. Trata-se de uma aplicação do modelo evolucionista de Charles Darwin ao estudo do comportamento que reconhece três níveis de seleção - o filogenético que abrange comportamentos adquiridos hereditariamente pela história de seleção da espécie , o ontogenético que abrange comportamentos adquiridos pela história vivencial do indivíduo e o cultural restrito à espécie humana, abrange os comportamentos controlados por regras, estímulos verbais ou simbólicos, transmitidos e acumulados ao longo de gerações por meio da linguagem . A análise pode ser experimental, no âmbito da pesquisa básica, baseando-se sobretudo em experimentos empíricos, controlados e de alto rigor metodológico com animais e humanos ainda que este último demande certas limitações investigativas em virtude de maiores restrições ético-morais ou aplicada, onde os resultados experimentais são diretamente aplicados a contextos não controláveis objetivamente, como acontece na maioria das formulações de estratégias terapêuticas. Apesar da pesquisa básica centrar-se preferencialmente na observação direta de comportamentos públicos abertos, considera-se nos âmbitos teórico e aplicado também o mundo privado encoberto do sujeito. O mundo privado, acessível apenas ao próprio indivíduo e relatado caso humano ao mundo externo por meio do relato discursivo comportamento verbal é convencionalmente entendido por diversas abordagens teóricas da Psicologia e pelo senso comum como subjetividade. A problemática envolvida acerca da subjetividade na análise do comportamento foi cuidadosamente abordada por Skinner, principal representante dessa ciência A análise científica do comportamento começa pelo isolamento das partes variáveis simples de um evento complexo de modo que esta parte possa ser melhor compreendida. A pesquisa experimental de Skinner seguiu tal procedimento analítico, restringindo-se a situações suscetíveis de uma análise científica rigorosa. Os resultados de seus experimentos podem ser verificados independentemente e sua conclusões podem ser confrontadas com os dados registrados. Assim, fazer análise do comportamento é determinar as características dimensões da ocasião em que o comportamento ocorre, identificar as propriedades públicas e privadas da ação e definir as mudanças produzidas pela emissão das respostas no ambiente, no organismo . Para Skinner, um evento comportamental é o produto conjunto da história de aprendizagem do sujeito. Assim, pode-se dizer que o ambiente externo - físico, social interno - biológico, histórico seleciona grandes classes de comportamento.
O modelo causal de seleção do comportamento por consequências foi proposto por Skinner 1981 . A explicação selecionista do comportamento é eminentemente histórica, e abre mão de argumentos semelhantes aqueles do paradigma da mecânica clássica. Em relação a este ponto, um erro frequente nas críticas à análise do comportamento é acreditar que, dentro do behaviorismo, a causa de um comportamento deve ser necessariamente imediata. Pelo contrário, a causa de um comportamento não precisa estar próxima e imediata, já que a causação imediata se necessária se opõe à explicação histórica - que, por sua vez, incorpora a história da espécie, a história do indivíduo e a história da cultura, considerando-se estas como três processos de seleção do comportamento. A análise recai sobre o produto integrado desses processos históricos, e sua separação ou análise é um artifício meramente didático ou metodológico. O comportamento humano é o produto da ação integrada e contínua de contingências filogenéticas, ontogenéticas e culturais Skinner, 1981 . Isso evidentemente ainda passa pelo crivo de uma análise funcional de cada elemento destes circunstancialmente. O que faz da Análise do Comportamento uma ciência preocupada com a prática e a função das coisas na vida do sujeito. Não se trata, portanto, de aniquilar um dado comportamento disfuncional, mas avaliar as razões pelas quais ocorre e como implementar novos comportamentos e de que maneira isto poderia ser útil na real vivência do indivíduo. Esse método é muito utilizado pelas grandes organizações mundialmente no mundo competitivo.
Esta ciência destaca-se, em regimento da filosofia e abordagem teórica behaviorista, pela exclusiva rejeição do modelo de pensamento dualista que divide a constituição humana em duas realidades ontologicamente independentes, o corpo físico e a mente metafísica - ou seja, nessa perspectiva processos subjetivos tais como emoções, sentimentos e pensamentos cognições são entendidos como substancialmente materiais e sujeitos às mesmas leis naturais do comportamento. Tal entendimento não rejeita a existência da subjetividade como dito anteriormente , mas destituí a mesma de um funcionamento automatista. Logo, embora Freud e os psicodinâmicos estivessem igualmente interessados na base ontológica da ação, Skinner adotou uma posição mais extrema, afirmando que todos estes fatores conhecidos tradicionalmente como mentais são, na realidade, comportamentos e devem ser estudados como tais, não classificados como causa do comportamento, o que o coloca em oposição a explicações internalistas, sejam elas de carácter mentalistas ou organicistas. Em resumo, para Skinner, os pensamentos e as emoções não podem ser causa do comportamento e sim classes comportamentais específicas.
Categoria BehaviorismoApolo , ou , transl. Apell n é uma das divindades principais da mitologia greco-romana, um dos deuses olímpicos. Filho de Zeus e Leto, e irmão gêmeo de rtemis, possuía muitos atributos e funções, e possivelmente depois de Zeus foi o deus mais influente e venerado de todos os da Antiguidade clássica. As origens de seu mito são obscuras, mas no tempo de Homero já era de grande importância, sendo um dos mais citados na Ilíada. Era descrito como o deus da divina distância, que ameaçava ou protegia desde o alto dos céus, sendo identificado como o sol e a luz da verdade. Fazia os homens conscientes de seus pecados e era o agente de sua purificação ritual presidia sobre as leis da Religião e sobre as constituições das cidades, era o símbolo da inspiração profética e artística, sendo o patrono do mais famoso oráculo da Antiguidade, o Oráculo de Delfos, e líder das musas. Era temido pelos outros deuses e somente seu pai e sua mãe podiam contê-lo. Era o deus da morte súbita, das pragas e doenças, mas também o deus da cura e da proteção contra as forças malignas. Além disso era o deus da Beleza, da Perfeição, da Harmonia, do Equilíbrio e da Razão, o iniciador dos jovens no mundo dos adultos, estava ligado à Natureza, às ervas e aos rebanhos, e era protetor dos pastores, marinheiros e arqueiros. Embora tenha tido inúmeros amores, foi infeliz nesse terreno, mas teve vários filhos. Foi representado numerosas vezes desde a Antiguidade até o presente, geralmente como um homem jovem, nu e imberbe, no auge de seu vigor, às vezes com um manto, um arco e uma aljava de flechas, ou uma lira, e com algum de seus animais simbólicos, como a serpente, o corvo ou o grifo. Apolo foi identificado sincreticamente com grande número de divindades maiores e menores nos seus vários locais de culto, e sobreviveu veladamente ao longo do florescimento do cristianismo primitivo, que se apropriou de vários de seus atributos para adornar seus próprios personagens sagrados, como Cristo e o arcanjo São Miguel. Entretanto, na Idade Média Apolo foi identificado pelos cristãos muitas vezes com o Demônio. Mas desde a associação de Apolo com o poder profano pelo imperador romano Augusto se originou um poderoso imaginário simbólico de sustentação ideológica do imperialismo das monarquias e da glória pessoal dos reis e príncipes. Seu mito tem sido trabalhado ao longo dos séculos por filósofos, artistas e outros intelectuais para a interpretação e ilustração de uma variedade de aspectos da vida humana, da sociedade e de fenômenos da Natureza, e sua imagem continua presente de uma grande variedade de formas nos dias de hoje. Até mesmo seu culto, depois de um olvido de séculos, foi recentemente ressuscitado por correntes do neopaganismo.
Moeda de Siracusa de 25 litras, em eletro, com efígie de Apolo e uma trípode, símbolo do seu oráculo Era chamado pelos gregos de Apollon ou Apellon, pelos romanos de Apollo e pelos etruscos de Apulu ou Aplu. A origem do nome Apolo é incerta, bem como a de seu mito. Apolo é um nome que não tem paralelos claros em outras línguas indo-europeias, e é o único deus olímpico que não figura nas cerca de mil tabuletas conhecidas escritas em Linear B, uma fonte de dados sobre a Grécia na Idade do Bronze. Embora essa omissão possa ser apenas casual e achados arqueológicos futuros possam trazer outras conclusões, em termos estatísticos permanece uma evidência significativa, o que aponta para uma origem possivelmente oriental e uma chegada à Grécia em período relativamente tardio. Graf sugere as seguintes hipóteses para sua origem ele pode ter sido uma divindade indo-europeia, presente mas não documentada na Idade do Bronze grega, ou foi introduzido após a Idade das Trevas grega, ou proveio do Oriente Próximo, possivelmente da Anatólia ou da região semita. Para Plotino seu nome significava a negação da pluralidade não-muitos a-poli , acrescentando que para os pitagóricos significava o Uno. Plutarco seguia nessa linha dizendo que os pitagóricos associavam nomes divinos aos números, e que a Mônada era identificada com Apolo. Platão também pensava de forma semelhante, ligando Apolo com o simples, e o verdadeiro. Burkert sugeriu que deriva de manter uma assembleia sagrada, o que Nagy considerou plausível, baseado no que Hesíquio de Alexandria também referira, mas essa etimologia foi rejeitada por Frisk, Chantraine e Dietrich, que consideram a origem do nome simplesmente desconhecida. Bernal apresentou a hipótese de que derivou de Hórus, deus solar egípcio, através de adaptações fonéticas intermédias na Fenícia. Heródoto dizia que Apolo e Hórus eram o mesmo deus.
Cálamis Apolo do nfalo ou Apolo Alexícaco o que afasta o mal , cópia romana de original do , Museus Capitolinos Apolo e Hércules disputando a trípode, pintura em vaso do Pintor de Taleides, c. Museu do Louvre Ruínas do Templo de Apolo em Delfos As primeiras referências literárias a Apolo se encontram em Homero, na própria fundação da literatura grega. E neste momento o deus já aparecia tão carregado de atributos que o poeta considerava difícil escolher por onde começar seu elogio. Como fica evidente, apesar das incertezas sobre a origem do mito e da ausência de documentação anterior, no ele já estava consolidado. Apolo é citado na Odisseia, é o foco de um dos Hinos Homéricos, e é um dos deuses protagonistas na Ilíada, e dessas fontes provêm as primeiras descrições de sua história. Na Ilíada Apolo se coloca contra os gregos, e luta pelos troianos. Ele surge para vingar o ultraje a seu sacerdote Crises, cuja filha Criseida havia sido capturada por Agamemnon, e já aparece mostrando algumas das facetas de seu caráter, a belicosidade e violência de que era capaz, e seus atributos de causador e curador de doenças, semeando a peste entre os soldados gregos, e derramando sobre eles seus raios de fogo como uma chuva de flechas certeiras. Para aplacá-lo, não apenas Criseida foi devolvida a seu pai, mas os gregos tiveram de oferecer ao deus uma perfeita hecatombe de touros e cordeiros, além de cantos e danças. Satisfeito, suspendeu a praga. Também Apolo foi o responsável pelo antagonismo entre Agamemnon e Aquiles, protegeu os heróis troianos Pandaros, Páris e Eneias, e também Heitor enquanto pôde, frustrou as investidas de Pátroclo, Diomedes e Aquiles, e foi quem conduziu a flecha de Páris que matou Aquiles. Quando Glauco foi ferido por uma flecha de Teucros, orou para Apolo, que imediatamente fechou a ferida e devolveu-lhe as forças. Macaon e Podalírio, dois filhos de Esculápio, um dos filhos de Apolo, também estavam presentes na batalha. Foi quem curou as feridas de Sarpedon, foi o instrumento de Zeus para evitar a profanação do corpo do guerreiro quando este foi morto, e velou pelo corpo de Heitor. Na Ilíada Apolo também aparece como o deus da música, tocando sua lira para o deleite dos imortais, e como o guardião dos cavalos de Eumelo, e do gado de Laomedonte. No Hino a Apolo, Homero descreveu desde seu nascimento em Delos até sua apoteose em Delfos. O hino abre mostrando Apolo já adulto, como o arqueiro sublime, entrando no palácio dos deuses e inspirando o temor em todos. Leto, sua mãe, o recebe e conduz ao seu assento entre os imortais, enquanto que seu pai Zeus lhe dá as boas-vindas, junto com os outros deuses. Depois o poeta passa a descrever as circunstâncias de seu nascimento. Leto, uma ninfa filha do titã Céos, foi amada por Zeus e engravidou de Apolo e rtemis. Hera, esposa legítima de Zeus, descobriu o romance e voltou sua ira para Leto, que se viu impelida em uma longa peregrinação para encontrar um lugar onde pudesse dar à luz, sempre perseguida pela serpente Píton, posta em seu encalço. Parando na ilha de Ortígia, deu à luz rtemis, mas só encontrou abrigo enfim em uma ilha flutuante, Delos, pois Hera ordenara a Gaia, a terra, que não oferecesse nenhum lugar de repouso para Leto. Ao pisar na ilha, Leto falou-lhe implorando que a recebesse, e fazendo o grande juramento em nome do Estige, prometeu-lhe erguer um templo e consagrá-la a seu filho, com o que a ilha aquiesceu à sua súplica. Entretanto, mesmo assistida pelas deusas Dione, Reia, Icneia, Têmis e Anfitrite, por nove dias e nove noites Leto sofreu as dores do parto sem que Apolo nascesse, uma vez que Hera havia impedido Ilícia, a deusa dos partos, de socorrê-la. Mas as deusas finalmente enviaram ris, a mensageira dos deuses, para que seduzisse Ilícia com a oferta de um magnífico colar de ouro e âmbar de nove cúbitos de comprimento, e assim, antes que Hera protestasse, carregada pela veloz ris ela desceu do Olimpo para ajudar Leto, e logo Apolo nasceu. O infante foi então banhado pelas deusas, envolto em faixas e ornado com uma coroa de ouro. Antes que mamasse em sua mãe, Têmis deu-lhe de beber o néctar dos deuses, e fê-lo comer a ambrosia divina, conferindo-lhe a imortalidade. Imediatamente tornou-se adulto, soltou-se das faixas, bradou reivindicando a lira e o arco, e declarou-se o porta-voz da vontade de Zeus. Sua luz refulgiu, e Delos floresceu em ouro. Em seguida Homero o mostra de novo no Olimpo, tocando sua lira e presidindo o coro das Musas, e logo o faz descer do céu e percorrer a Terra, procurando onde fundar seu culto. Chegando junto à fonte Telfusa, viu que era um local sobremaneira aprazível para erguer um templo e estabelecer um oráculo, mas a fonte advertiu-o que ali os homens ergueriam uma cidade barulhenta e não lhe dariam a devida atenção, e sugeriu que ele fundasse seu oráculo nas silenciosas encostas do monte Parnaso, o que ele fez, não sem antes matar o monstro Tífon, filho partenogênico de Hera, que ali vivia devastando a região, e a serpente Píton, que perseguira sua mãe. Em seguida procurou seus primeiros sacerdotes. Disfarçado de delfim, capturou um navio cretense e levou seus marinheiros para o sítio que escolhera, impondo-lhes a obediência, dando-lhes a direção do templo e do oráculo e prescrevendo os rituais que deviam ser realizados. Por ter-se revelado a eles sob a forma de um delfim, disse que deveria ser invocado sob o epíteto de Apolo Delfínio, e o oráculo se chamaria Oráculo de Delfos. Em sua Teogonia, Hesíodo, mais ou menos contemporâneo de Homero, fez apenas uma breve alusão a Apolo, mas outros autores depois deles deram versões alternativas para sua história. Diversas localidades reivindicaram o privilégio de ser seu local de nascimento feso, Tegyra, Zoster e Creta. Os egípcios e Cícero diziam que ele era filho de sis e Dionísio, e foi identificado também com os deuses solares Febo e Hélios, o egípcio Hórus, o Aplu etrusco e o Mitra oriental. Dizia-se que ele nascera em um dia sete, ou que nascera de sete meses, e por isso o número sete lhe era sagrado. Os dias sete de todos os meses lhe eram dedicados com sacrifícios, e seus festivais caíam geralmente num dia sete. Era membro do concílio dos deuses principais no Olimpo, tinha o sol como sua carruagem e como regente das Musas residia também no monte Parnaso, em cuja base estava seu principal oráculo. Os animais a ele associados eram a serpente, o lobo, o delfim e o corvo, alguns autores acrescentam o cisne, o abutre e o grifo, e era amiúde representado com o arco e flechas, ou com a lira. Sua planta sagrada era o loureiro, com cujas folhas eram confeccionadas as coroas dos vencedores dos Jogos atléticos.
Apolo com a cítara. O braço erguido sobre a cabeça significa convencionalmente que o deus está inspirado. Cópia romana do Apolo de Cirene hoje no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles, uma variante do Apolo Liceu. Relevo da Base de Mantineia mostrando a competição musical entre Apolo e o sátiro Mársias, que perdeu e acabou esfolado vivo como punição por seu orgulho desmedido. , Museu Arqueológico Nacional de Atenas. Apolo purificando Orestes com o sangue de um porco, pintura em vaso, c. Museu do Louvre. Como se lê em Homero, os primeiros de seus atributos foram o da morte súbita com suas flechas infalíveis, a música, a vingança e punição de violações da lei sagrada, o causador de doenças, e apenas secundariamente curador. Com o passar do tempo seu mito foi sendo enriquecido, e a enorme quantidade de epítetos que foram associados a seu nome o prova. Seu caráter primitivo, marcado pela violência, tornou-se mais brando, e ele foi erigido em um deus civilizador, curador, protetor, harmonizador e organizador, num justiceiro mais equilibrado e em um profeta completo. Pitágoras teve um papel nessa transformação. Ele era considerado por uns um filho de Apolo, por outros uma encarnação do próprio deus, que descera ao mundo dos homens com uma missão terapêutica, e é significativo que Pitágoras só sacrificasse em altares de Apolo, chamasse a si mesmo de um curador, tocasse a lira e desse grande importância à música e à divinação. Ensinando uma doutrina de forte base ética e que enfatizava a harmonia e a pureza, sua influência sobre a cultura grega foi enorme, na mesma época em que o culto de Apolo se disseminava. Ademais, desenvolveu uma complexa teoria musical baseada em um sistema de proporções matemáticas onde os números simbólicos de Apolo ocupam lugar central. Esta teoria foi a base de toda a música grega de sua geração em diante e ainda permanece influente. Também foi importante a assimilação de Apolo pelo orfismo, cujo patrono mítico, o músico Orfeu, era acreditado como filho do deus. Seus ritos incluíam a música e a divinação, sua doutrina enfatizava a disciplina moral rigorosa, a purificação e o ascetismo, e incluía a crença numa vida beatífica após a morte. O Hino a Apolo dos órficos declara como função do deus harmonizar os pólos opostos do cosmos com sua música. Apolo então assumiu outros atributos, apareceram outras lendas, e diversos autores gregos, e depois os helenistas e romanos, o mostraram em poemas, em dramas e em iconografia. Até a letalidade assustadora de suas flechas pôde ser expandida para transformá-lo no deus da morte misericordiosa. Para Denis Huisman a influência da imagem apolínea foi determinante para a formação da filosofia de Sócrates e, por consequência, a de Platão. Aristóteles referiu o mesmo, dizendo que de Delfos ele tomara o moto Conhece a ti mesmo, que se tornou o motivo organizador central de seu modo de vida e pensamento. Platão enfatizou sua faceta organizadora na Religião, declarando que o Oráculo de Delfos devia ser consultado acerca de todas as questões relativas ao estabelecimento de santuários, sacrifícios e outras formas de culto de deuses, daemones e heróis também sobre as tumbas e os ritos fúnebres, e as indicações para cargos religiosos públicos. Também disse que ele havia descoberto a Medicina, a arte do arco e a divinação sob impulso do desejo e do amor, e por isso ele era um discípulo de Eros. O poeta Calímaco o mostrou como o inventor da flauta e da lira - embora a tradição mais corrente diga que ele recebeu ambas de seu irmão Hermes - e canonizou a identificação entre Apolo e Hélio, o deus especificamente solar, criticando os que ainda faziam alguma distinção entre ambos, embora já Homero o chamasse de Febo, brilhante. Também seu papel de guardião de rebanhos se tornou mais marcado do que se lê em Homero, e por extensão se tornou o protetor dos pastores. Pelo que se pode deduzir dos hinos fragmentários de Píndaro, Apolo surge como o regulador do céu e preservador da ordem do mundo, mantendo o sol sempre em seu curso, fazendo disso um símbolo do caminho da sabedoria. Com a pontaria infalível de suas flechas de luz, ilumina o intelecto humano, ressaltando sua ligação com o dom da profecia. Também o declarou como o patrono das migrações dóricas. O poeta Alceu de Mitilene o descreveu como o instrumento da Justiça de Zeus, guardião dos juramentos e das sentenças da lei, vingador das suas transgressões e punidor da húbris. A faceta de seu caráter ligada à Justiça foi explorada de forma interessante na tragédia Eumênides, parte da trilogia Oresteia, de squilo, retratando Apolo de forma ambígua. Primeiro o autor faz Tétis protestar, dizendo que Apolo estivera em seu festim, cantara para ela e lhe prometera a felicidade, e em seguida matara seu filho. Depois Orestes é obrigado por Apolo a assassinar a sua própria mãe Clitemnestra, mas ao fazer isso se tornou culpado de um crime contra o próprio sangue, um terrível tabu. Assim o personagem, apesar de ter cumprido um mandamento divino, é atormentado por uma fúria igualmente divina, personificada nas Erínias, até que Apolo intervém como seu advogado num julgamento em Atenas. Mas, não obstante a defesa de tão excelso advogado, o caso acabou empatado no júri. Orestes foi resgatado, no entanto, pelo voto de Atena favorável a si. Depois o próprio Apolo o purificou com o sangue de um porco. válido assinalar que Platão, na República, teceu severas críticas contra esta maneira de retratar os deuses, dizendo que era indecorosa, falsa e nada de útil poderia trazer para a sociedade, nem podia ser bom exemplo para a formação dos jovens. Continuou dizendo que era um atrevimento e uma decadência fazer de um deus um personagem, atribuindo-lhes traços próprios dos homens, privando a arte, assim, de seu propósito ético e de sua capacidade como instrumento educativo. Cena de simpósio com Apolo e Dioniso. Pintura em vaso, c. Museu Arqueológico de Espanha Jacinto, um dos eromenoi de Apolo, morre em seus braços. Pintura de Merry-Joseph Blondel, Museu Baron Martin Ao mesmo tempo, na época de Platão já se tornara corrente uma visão de que Apolo era a antítese e o complemento de Dioniso, seu irmão, o deus dos excessos, das relações entre o corpo e a alma, da embriaguez, da orgia, das emoções descontroladas, da transgressão, dos mistérios ocultos, do teatro e das mênades, enquanto que Apolo passava a ser mais ligado à esfera racional, à vida cotidiana, à arte e à ordem social, preservando contudo seu papel de inspirador da profecia e portador da palavra divina, ou Logos, também um símbolo do espírito e do intelecto. Também para os iniciados nos mistérios órficos Apolo e Dioniso eram manifestações polares da mesma divindade. Como o arqueiro infalível e deus da luz, matador da serpente Píton, que era um símbolo das forças do mundo subterrâneo e do caos irracional, Apolo era uma imagem do iniciado que penetra nos mistérios da Natureza através da ciência e domina a animalidade da natureza humana através da vontade, do conhecimento e da disciplina era, também por isso, o deus das expiações, purificações e penitências. Uma das versões de seu mito diz que ele mesmo, após matar o monstro Píton, que era não obstante uma criatura divina, teve de se purificar e fazer expiações por oito anos exilando-se no Vale do Tempe, sob a proteção de um loureiro. Sendo um deus curador e ligado à ordem social, por extensão foi associado com os ritos de passagem da infância para a idade adulta, tornando-se a imagem do educador ideal, provendo inspiração e instrução para o cultivo do corpo e da mente em um equilíbrio harmonioso e para uma correta inserção social do jovem na vida comunitária. Para os gregos esse equilíbrio era um dos objetivos de um amplo sistema ético-pedagógico conhecido como paideia, concebido para a realização da kalokagathia, ou seja, a reunião de todas as Virtudes dentro da esfera da Beleza, o que incluía a excelência física como reflexo da excelência moral, cívica e espiritual. Em seus atributos de iniciador e educador, Apolo foi elevado também à condição de patrono dos exercícios ginásticos - embora este papel fosse compartilhado com Hermes e secundariamente com Hércules -, com o resultado de ser-lhe atribuído o caráter de deus da beleza física. Por isso os ginásios gregos eram postos sob sua tutela, não só por sua associação com o cultivo do corpo e a educação intelectual, artística, social e moral, mas também porque a ginástica era tida como tão valiosa para a promoção da saúde quanto a Medicina, da qual ele era igualmente o padroeiro. Em Atenas o ginásio fora posto sob a tutela de Apolo Likeios - daí também a origem da palavra Liceu como um local de aprendizado. Uma consequência destes atributos se reflete nas histórias em que Apolo tomou jovens amantes masculinos, como Jacinto e Ciparisso. Na cultura grega a homossexualidade masculina era socialmente aceita e incentivada, dentro de certos parâmetros bem definidos, e tinha funções pedagógicas e ritualísticas de grande importância. Um homem maduro, o erastes, fazia a corte a um jovem, o eromenos, tornando-o ao mesmo tempo amante e discípulo, iniciando-o nos mistérios da vida adulta e nas suas responsabilidades sociais. A própria forma do contato sexual estava sujeita a convenções. Assim que surgissem os sinais da puberdade o jovem era declarado adulto e a relação se rompia. Ele então casava com uma mulher, constituía família e assumia por sua vez o papel de erastes, tomando para si um jovem eromenos e continuando a tradição. Embora haja relatos de perversão deste sistema iniciático, com a busca do prazer assumindo a maior importância, idealmente era destinado a formar um homem disciplinado e moral. Onde Apolo era adorado sob o epíteto de Carneios chifrudo , atos de pederastia em público eram parte do ritual religioso de iniciação masculina. Sobrevivem relatos sobre a invocação a Apolo antes da realização do ato homossexual, onde o erastes suplica ao deus que sua arete, virtude, seja transferida para o eromenos. Paralelamente, as representações de Apolo sempre como um homem jovem e imberbe apontam para seu caráter de efebo eterno, uma imagem da perene juventude. Proclo, em sua Teologia Platônica, estabeleceu uma hierarquia divina onde Apolo era uma emanação de Hélios e figurava, junto com Hermes e Afrodite, como uma deidade intermediária entre os deuses do universo primordial e da esfera superior e o mundo dos mortais, formando juntos uma trindade cujo atributo principal era os de elevar as almas humanas até eles mesmos. Hermes seria o responsável pela elevação da alma até o conhecimento do Bem, e Afrodite até o plano da Beleza. Apolo teria a função de elevar a alma até a esfera da Verdade e da Luz da Razão através da música, cuja virtude residia em sua capacidade de produzir harmonia e ritmo. As Musas seriam, nessa hierarquia, emanações secundárias de Apolo. Proclo mais tarde, em Filebo, sintetizou o conceito de Bem como englobando Verdade, Beleza e Simetria, e ligou esses três aspectos respectivamente a três formas de vida, a do filósofo, protegido de Hermes, a do amante, devoto de Afrodite, e a do músico, seguidor de Apolo, e ligou essas formas a três tipos de loucura produzida pela inspiração divina, respectivamente a mania profética e filosófica, a mania erótica e a mania poética. Apolo com a coroa de raios e o halo, mosaico romano em El Jem, Tunísia Cristo como Orfeu filho de Apolo , catacumba de São Marcelino e São Pedro, Roma Cristo Pantocrator, , Catedral de Monreale, Itália Entre os romanos, seu oráculo era conhecido desde o tempo dos reis, mas o culto só se consolidou sob o império de Augusto. Ovídio fez dele o conhecedor do passado, do presente e do futuro, e dono do poder de todas as ervas medicinais, Horácio cantou o deus mais alto que os deuses romanos, e Virgílio disse que na sequência das Idades do mundo a última seria regida por Apolo, o que era confirmado pelos célebres Livros Sibilinos, mas seu perfil era mais divulgado como curador e patrono das artes, e antes do que uma divindade real tinha mais um status de símbolo. Entretanto Augusto reavivou seu culto, colocou o Estado Romano sob a proteção de Apolo, mas identificado com Febo, a deidade solar romana, e ao longo dos séculos seguintes, por influência do Mitraísmo do Oriente, o culto se voltou mais para o Sol do que para Apolo propriamente dito, que teve suas múltiplas atribuições e seu antigo lugar preponderante entre os gregos resumidos à cura e à arte. Desde então tanto o poder religioso como o profano competiram pelo uso da simbologia solar.
Com a ascensão do cristianismo os deuses pagãos caíram em progressivo esquecimento. Os Padres da Igreja e os filósofos cristãos contribuíram ativamente para esse processo, denunciando-os como falsos deuses. Lactâncio, por exemplo, ridicularizou os mitos de Apolo e dos demais deuses como uma impossibilidade óbvia - haviam nascido de uniões sexuais, o que via como inconciliável com a natureza divina, e dizia que se tratavam de simples mortais magnificados. Quanto a Apolo propriamente dito, Aristides analisou seu caráter e o acusou de estuprador, assassino e embusteiro, invejoso e iracundo, dizendo ainda ser um absurdo que alguém que não deveria reinar nem entre os mortais fosse considerado uma das potestades celestes. Entretanto, antes do ocaso final do paganismo autores como Celso atacaram o cristianismo em bases semelhantes às que usaram os cristãos para destruir o Panteão pagão, perguntando como uma virgem poderia ter concebido, e se ela o pôde fazer, por que os deuses pagãos não poderiam amar mulheres mortais da mesma forma e gerar descendência além disso, o deus que figurava nas Escrituras judaico-cristãs, frequentemente irado, assassino e vingativo, também não podia ser considerado um exemplo de virtude. de lembrar que mesmo entre toda a condenação do paganismo, a teologia paleocristã foi largamente devedora da filosofia e da metafísica clássicas, especialmente dos neoplatônicos, como se prova na leitura da literatura patrística e na própria Bíblia, onde o Evangelho de João abre com as frases No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. Se diz que Cristo é a encarnação do Verbo, o que imediatamente remete à identificação grega de Apolo com a Palavra Divina através da profecia. A rigor Apolo não reivindica a profecia como sua ele é um deus poderoso, mas subordinado a seu pai, Zeus, o deus supremo, e necessariamente se coloca muito próximo dele em sua função de seu porta-voz. Homero, em seu Hino a Apolo, faz Apolo dizer Possa a lira me ser cara, e também o arco encurvado, e para os homens eu proclamarei em oráculos o infalível conselho de Zeus, e no Hino a Apolo órfico o deus é descrito como a luz da vida, de modo que as similaridades entre as teologias cristã e pagã são evidentes. São Miguel, aureolado de luz, com o dragão subjugado a seus pés, gravura de Hieronymus Wierx de 1584. Art Institute of Chicago A visão negativa da mitologia grega continuou ao longo de toda a Idade Média, e Apolo chegou a ser identificado com o Diabo. Mas a tradição popular de culto dos deuses solares era por demais arraigada para que seu significado pudesse ser obliterado pelos cristãos, e de fato vários dos atributos apolíneos foram transferidos para novos personagens da cena religiosa em mudança, numa política de solarização, como referiu Christian Mandon. São Jerônimo orientou a liturgia do batismo dizendo que o cristão deveria morrer para o pecado e se voltar para o leste - onde nasce o sol - estabelecendo uma aliança com o Sol da Justiça, o Cristo, em quem poderia renascer. Em torno do surgiu substituindo Apolo o culto do arcanjo São Miguel, cuja vitória sobre a Antiga Serpente - um dos nomes do Diabo - é o exemplo mais claro de paralelismo com a vitória de Apolo sobre a Píton. Seu culto se disseminou rapidamente na Idade Média, muitas vezes instituído sobre antigos santuários de Apolo, e em alguns lugares da Europa suplantou o do próprio Cristo. Ao mesmo tempo, a iconografia de Apolo, especialmente aquela desenvolvida no período helenista-romano, foi absorvida rapidamente pelo Cristianismo para as primeiras representações de Cristo. Desde o apareceram imagens de Cristo com atributos típicos de Apolo, como o halo, uma coroa de raios de luz, às vezes conduzindo uma quadriga, da mesma forma como Apolo-Febo-Mitra era figurado em pinturas e mosaicos mais antigos. Também na poesia dos séculos VI-VII Cristo imita Apolo, sendo descrito em hinos ambrosianos como o Sol Verdadeiro que dissipa as trevas. O Cristo ressurrecto se tornou, assim, o novo Apolo, um homem-deus, triunfante em sua ressurreição, atraindo todo o poder para si e irradiando-o imperialmente sobre toda a Terra. Para isso concorreu o desenvolvimento mais tarde de uma teologia da luz, que teve seu florescimento no período gótico, a partir dos séculos XI-XII, e do conceito da Igreja Militante, cujo fruto típico foram as Cruzadas, que segundo Pierre Val foram uma interpretação apolínea do cristianismo. Rafael Sanzio O Parnaso, 1510-1511, Vaticano Luís XIV como Apolo, figurino para bailado de Jean-Baptiste Lully A associação entre ambos continuou viva pelos séculos seguintes. São Francisco de Assis compôs um hino em honra ao Irmão Sol onde dizia que o sol era a mais próxima imagem da divindade, e Petrarca elaborou uma teologia pessoal onde Cristo e Apolo aparecem ligados, numa imagem que penetra em todo o seu trabalho poético. Para Denis Cosgrove, o tema da ascensão de Cristo para o céu, onde ele se tornou o Pantocrator, o supremo governante, portando o globo, símbolo do poder imperial, e ou o livro da Lei, imagem de sua onisciência e sabedoria, quando refletido através da herança greco-romana se consolidou numa teologia da universalidade do Cristianismo, que com sua luz universal redimia todos os povos, e não mais apenas o povo eleito dos judeus. Ao longo do Renascimento, quando tudo o que se referia à Antiguidade clássica foi avidamente estudado e emulado, se pôde efetuar enfim um resgate dos mitos greco-romanos sem travestismos, em seu próprio direito. Não deixa de ser simbólico o fato de que uma das mais expressivas representações clássicas de Apolo, o Apolo Belvedere, de Leocares, tenha sido reencontrado numa escavação arqueológica nesta época, suscitando o entusiasmo generalizado entre toda a intelectualidade europeia e influenciando gerações de artistas por séculos à frente. Neste momento Apolo, como deus da luz, da beleza, das artes e da razão, se tornou uma imagem tutelar para os artistas e teóricos da arte, que estavam engajados em desenvolver uma arte figurativa baseada no racionalismo, no estudo anatômico científico e na geometria, junto com uma concepção de arte como uma inspiração divina. Por sua interpretação como uma imagem da busca humana por um universo compreensível e organizado e por uma localização do homem nesta ordem cósmica, o mito de Apolo e Mársias foi objeto de representação renascentista particularmente copiosa, com mais de cem obras identificadas, uma tradição que continuou no Barroco. Também para os humanistas do Renascimento Apolo foi uma figura importante, muitas vezes associado a Cristo em seu caráter purificador e redentor. No terreno político, desde a época de Augusto se tornara um lugar-comum a associação do sol com o poder, a majestade e a glória régias, ao mesmo tempo em que essa associação pessoal do monarca com o astro do dia veio a ser um pretexto fácil para os potentados justificarem pretensões imperialistas e absolutistas. Essa ideologia foi renovada pelos príncipes renascentistas, que reivindicaram para si a posição sinóptica, universal e centralizadora de Apolo, estimulando a formação de um imaginário tingido pelas ideias de totalidade, transcendência, radiância e distanciamento intelectual, atualizando uma antiga tradição mas agora embasada em fontes originais redescobertas, e dando-lhe o caráter de novo projeto cultural. O caso mais típico dessa associação entre o sol e a monarquia na Idade Moderna foi o de Luís XIV da França, cognominado o Rei-Sol, instaurando uma complexa ritualística cortesã para enfatizar sua condição exaltada e colocando toda a alta nobreza debaixo de seu controle direto. Nas artes de seu tempo a imagem do sol e a menção a Apolo são onipresentes, e o rei se apresentava publicamente em bailes e festas como uma personificação da divindade solar.
Em tempos recentes o mito de Apolo continuou sendo trabalhado. Durante o Iluminismo seu papel de fonte da luz da Razão e dissipador da ignorância e do erro se tornou generalizadamente reconhecido, mas também a universalidade da sua luz deu margem a interpretações que justificavam a erradicação de potenciais divergências e particularismos individuais. Winckelmann, porém, o maior teórico dos neoclássicos, o colocou nas alturas, dizendo que a descrição de Apolo exige o estilo mais sublime uma devoção a tudo o que se refira à humanidade. Com os românticos sua posição variou Shelley o viu mais como um símbolo da tirania cultural e política, John Ruskin o considerava o símbolo da luz combatendo as trevas, e o poder da vida combatendo a decrepitude. e Oscar Wilde o via como uma imagem da pureza do mundo natural em contraste com a decadência da civilização, mas entre os acadêmicos desde o se tornou patente a importância do estudo dos mitos para prover uma chave de interpretação da sociedade e do homem modernos, com estudos pioneiros realizados por Friedrich Max M ller no campo da Religião Comparada e Friedrich von Schelling na área da Filosofia da Mitologia, entre outros. Para Nietzsche, Apolo era o deus dos sonhos, em contraste com Dioniso, o deus das intoxicações, e ambos os estados eram para ele os protótipos originais de toda a arte Urbilder , nos quais os instintos artísticos da Natureza, a Unidade Primordial, encontram sua suprema e imediata satisfação. Nietzsche acreditava que as figuras divinas gloriosas apareceram para os mortais primeiro em sonhos, e que o valor dos sonhos estava em que o homem esteticamente sensível mantinha uma relação com os sonhos que era a mesma que os filósofos mantinham com a realidade da existência o homem sensível era, assim, também um observador da vida, pois as imagens oníricas forneciam uma interpretação para a sua vida, e por isso os sonhos eram vivenciados pelos homens como uma necessidade jubilosa e como uma fonte de prazer intenso. Seguia dizendo que a necessidade jubilosa da experiência onírica havia sido corporificada pelos gregos em seu Apolo, que se elevava então como a imagem gloriosa e o agente do processo de individuação, um processo que se caracteriza pelo equilíbrio e moderação, lembrando os ditos associados desde longa data a Apolo, inscritos no seu templo em Delfos, que recomendavam o autoconhecimento e a moderação. Em outras palavras, Apolo e Dioniso eram pólos complementares de uma mesma essência, e a desordem irracional, a vitalidade exuberante, a instabilidade e fugacidade das impressões dionisíacas deviam ser tornadas objetivas, fixas, compreensíveis e transmissíveis através do poder moderador, articulador e organizador de Apolo. Com sua teoria de contraste complementar entre o apolíneo e o dionisíaco - que de fato já era clara para os próprios gregos antigos - ele lançou as bases imediatas para sua elaboração posterior pela Psicologia, Estética, Arte e Filosofia modernas, numa discussão que continua até os dias de hoje e vem sendo trabalhada por grande número de autores, expandindo-a para outras áreas do saber. Lançamento da missão Apollo 11, 16 de Julho de 1969 Para Carl Jung, Apolo representava uma tipologia psicológica específica, caracterizada pela introspecção, introversão e contemplação. James Hillman e William Guthrie consideraram o princípio apolíneo, ou pelo menos uma absorção de traços de seu perfil, como indispensável quando uma pessoa necessita de um senso de forma, de disciplina, de distanciamento, de clareza de pensamento e objetividade, e, para Gregory Nagy, Apolo é uma imagem da palavra à espera da concretização, de uma juventude que nunca chega à maturidade, de um homem que jamais supera o seu pai. Vincenzo Vitiello viu em Apolo uma prefiguração mítica do conceito de que toda a tradição filosófica do ocidente pode ser descrita como um esforço continuado para o desenvolvimento da faculdade de pensar. Também leu seu mito como um relato da violência necessária para a estruturação do cosmos a partir do caos. Trindade Schwartz usaram as relações entre Têmis e Apolo para debater o processo de dessacralização do sistema judiciário moderno, considerando que Têmis dera a ambrosia e o néctar para Apolo em seu nascimento, e que ela era uma divindade tutelar anterior do oráculo que Apolo assumiu em Delfos. Para os autores, Têmis representa a Justiça em abstrato, e Apolo o instrumento de sua difusão entre os homens, mas através de uma sensibilidade que chamam de poética e divinamente inspirada. Diante do que veem como uma banalização tanto da Justiça como da Arte nos dias de hoje, advogam a restauração da conexão antiga entre Apolo e Têmis, a fim de que se reconduza as pessoas a um plano em que seja possível compreender a beleza da Lei, reconhecer a distinção entre certo e errado e aceitar a autoridade da Justiça como essencial para o processo civilizador, do qual Apolo é o símbolo. De acordo com Vilanova Artigas, Apolo é um símbolo da aceitação da sociedade como ela é, mas também de um projeto de melhoramento potencialmente infinito através da fidelidade a princípios de ordem, disciplina, consciência e lei, e das tecnologias que a cultura possa desenvolver, em benefício de todos. Mas para Cosgrove a imagem do universalismo apolíneo tem aspectos problemáticos para a contemporaneidade, tendo gerado políticas imperialistas que se por um lado foram importantes para consolidar um senso de identidade para os ocidentais, por outro repercutiram de forma negativa em outras regiões do planeta, com o resultado da dominação injustificada de outras nações pelos países do ocidente e a aparição de profundos dilemas éticos a respeito de direitos humanos, e também deram margem a ideias de domínio sobre a Natureza que trouxeram graves consequências para a ecologia mundial. Também o patriarcalismo que norteou a concepção apolinea representou uma fonte de opressão para o universo feminino. O autor, porém, pensa que a imagem de Apolo é excessivamente complexa e rica para ser reduzida a qualquer abordagem focal, e sua importância se prova pela imensa gama de ecos que produziu em inúmeras áreas da vida humana ao longo da história. Entre seus pontos positivos para a cultura contemporânea, para ele, está o de ser o modelo de um mundo integrado e harmônico, de uma esfera de beleza e vitalidade, banhada em uma visão beatífica e poética que não exclui o estímulo ao progresso científico, cujo testemunho mais óbvio foi a denominação do projeto espacial norteamericano de Programa Apollo.
Jakob Auer Apolo e Dafne, 1688-90. Kunsthistorisches Museum, Viena Asclépio, filho de Apolo, cópia romana de original grego do Museus Vaticanos Apolo teve um grande número de amores, masculinos e femininos, mortais e imortais, mas geralmente não foi correspondido, ou quando foi, alguma tragédia interrompeu o romance. Aqui são citados apenas alguns, lembrando que de acordo com as várias fontes podem ser encontradas versões divergentes de cada história. Ovídio disse nas Metamorfoses que o primeiro amor de Apolo foi Dafne, uma ninfa, mas o amor acabou frustrado por Eros, que lançando sua flecha de chumbo contra a ninfa, fê-la rejeitar o deus, enquanto que dirigindo sua flecha de ouro para Apolo, provocou-lhe intensa paixão. Teve motivos para isso, pois Apolo havia desdenhado da habilidade do deus do amor com o arco e gabado suas próprias vitórias. Depois de ser incansavelmente perseguida por Apolo, Dafne suplicou para seu pai para que fosse transformada em um loureiro. Apolo declarou então que o loureiro seria sua árvore sagrada. Os vencedores dos Jogos recebiam uma coroa de folhas de loureiro. Ciparisso era especialmente afeiçoado a um cervo domesticado. Acidentalmente matou-o com seu dardo, e, inconsolável, pediu para Apolo, que o amava, para pranteá-lo para sempre. Apolo atendeu ao seu pedido transformando-o em cipreste, que tornou-se uma árvore símbolo do luto. Hermes e Apolo disputaram o amor de Quíone, por sua grande beleza. Temeroso que Apolo a ganhasse, Hermes tocou seus lábios com o caduceu, fê-la dormir e a possuiu. Não obstante, Apolo, disfarçado de uma velha, penetrou no seu quarto e a amou também. De Hermes Quione concebeu Autólico, e de Apolo, Filamon, mas orgulhou-se demasiado disso, julgando-se mais bela que rtemis. Então a deusa injuriada a matou. O pai de Quíone, tomado pela dor, jogou-se de um penhasco, mas Apolo o transformou em uma águia feroz. Corônis lhe deu como filho Asclépio, mas o traiu, e por isso morreu pela seta do deus ultrajado. Asclépio, tornando-se um mestre na arte de curar tão poderoso que podia ressuscitar os mortos, ameaçava com isso o poder soberano de Zeus, ultrajava Têmis e roubava súditos a Hades, pelo que foi morto pelo raio de Zeus. Para vingar-se, como não podia voltar-se contra seu pai, Apolo matou os Ciclopes, que haviam forjado os raios, e por isso foi castigado. Deveria ter sido desterrado para o Tártaro, mas graças à interferência de sua mãe o castigo foi comutado em um ano de trabalhos forçados como um mortal para o rei Admeto. Sendo bem tratado pelo rei durante sua expiação, Apolo ajudou-o a obter Alceste e a ter uma vida mais longa que a que o destino lhe reservara. Uma versão da história a amplia, e diz que enquanto Apolo estava entre os mortais ensinou-lhes a música, a dança e todas as artes e ofícios que tornam a vida mais agradável ensinou às pessoas também os jogos atléticos, a caça, a contemplação da natureza e a percepção de suas belezas próprias, e todo o dia parecia um dia de festa. Os deuses, vendo que a vida na Terra se tornava mais aprazível que a sua, chamaram de volta Apolo para o Olimpo. Também disputou o amor de Marpessa com Idas, e Zeus ordenou que ela escolhesse entre ambos. Temendo ser rejeitada quando ficasse velha e perdesse sua beleza, ela decidiu por Idas. Desejou a princesa troiana Cassandra, e deu-lhe como presente o dom da profecia. Mesmo assim ela repudiou o deus, e Apolo a puniu fazendo com que ninguém acreditasse nela, embora suas profecias se revelassem depois sempre verdadeiras. Destino semelhante teve a Sibila de Cumas, que exigiu o prolongamento de sua vida em tantos anos quantos os grãos de areia que tinha na mão. Concedido o favor, ela negou seu amor, e então Apolo não revogou-lhe o dom, mas fez com que sua beleza e juventude não fossem preservadas ao longo de sua vida de milênios, envelhecendo até se tornar uma criatura horrenda, seca e encarquilhada, escondida dentro de um vaso, cujo único desejo era morrer. Entretanto, Apolo foi feliz com Cirene, uma ninfa, tendo o filho Aristeu, que se tornou uma deidade da vegetação e agricultura. Amou tão intensamente o formoso Jacinto que, segundo Ovídio, esqueceu de si mesmo, do arco e da lira, e passava todo o seu tempo longe de Delfos entretendo-se com o jovem. Mas Jacinto também era o predileto do vento Zéfiro, que invejoso da primazia de Apolo sobre o coração do jovem, num dia em que eles jogavam o disco, desviou o lance de Apolo, e o disco atingiu Jacinto, matando-o. Cheio de tristeza, Apolo impediu que ele fosse levado por Hades, e o transformou em uma flor que recebeu seu nome. Uma das lágrimas de Apolo tocou numa das pétalas, deixando uma marca. Jacinto mais tarde recebeu um culto próprio importante, especialmente cultivado em Esparta, e festivais dedicados a ele ainda sobrevivem nos dias de hoje. Com Creusa gerou on, o fundador mítico do povo jônico. De Dríope gerou Anfiso com Hécuba, esposa de Príamo, às vezes se diz que gerou Troilo, príncipe de Troia. De Manto, uma vidente, teve Mopso, um profeta. Teve ainda romances com algumas Musas com Tália foi o pai dos Coribantes, seguidores de Dionísio, e com Urânia gerou os músicos Lino e Orfeu. Alguns personagens históricos também são citados como filhos de Apolo a tradição sobre Pitágoras o refere ou como um filho ou como uma verdadeira encarnação de Apolo e cia, mãe do imperador Augusto , teria sido engravidada pelo deus em forma de serpente, quando dormiu no seu templo.
Pintura de Abraham Bloemaert mostrando Apolo e rtemis matando os filhos de Níobe, 1591. Museu Nacional de Arte da Dinamarca Depois do esquartejamento de Orfeu, Apolo impediu que uma serpente comesse sua cabeça, transformando o réptil em pedra. Apolo matou os filhos de Níobe, vingando a ofensa que esta havia proferido contra sua mãe Leto, gabando-se de ter muitos filhos, enquanto Leto havia tido apenas dois. Matou também os Aloídas, gigantes filhos de Posídon, que ameaçavam o Olimpo Enviou duas serpentes para matar seu sacerdote Laocoonte e seus filhos, pois ele o havia ofendido quebrando seu voto de castidade. Quanto à música, há uma lenda a respeito da origem da lira e da siringe, uma espécie de flauta. Enquanto servia o rei Admeto, Apolo enamorou-se de Himeneu a ponto de esquecer seu trabalho como guardador dos rebanhos do rei. Aproveitando-se disso, Hermes, seu irmão por parte de Zeus, roubou o gado. Apolo o acusou junto a Maia, mãe de Hermes, mas ela não lhe deu fé. Zeus então ordenou que Hermes devolvesse as reses, mas Apolo o viu tocando a lira, que ele havia inventado afeiçoando o casco de uma tartaruga como o corpo do instrumento, e usando tripas de vaca como suas cordas. Apolo ficou tão encantado que em troca do gado a pediu para si. Mais tarde Hermes inventou a siringe, que Apolo também desejou para si, mas em retorno Hermes exigiu que seu irmão lhe ensinasse a arte da profecia, Apolo discordou, pois não era lícito que nenhum outro deus usufruir do dom da profecia, porém indicou-o aprender esta arte com as Trías que viviam no Monte Parnasso. Indicou o caminho, e deu ainda para Hermes seu cajado de pastor, que se transformou no caduceu hermético. Apolo competiu em um concurso musical com Cíniras, seu filho, que perdeu e cometeu por isso o suicídio. Competiu também com o sátiro Mársias, e foi ajustado de antemão que se Mársias perdesse, seria esfolado vivo. Perdeu, e sofreu a consequência trágica. Toda a natureza chorou Mársias, e suas lágrimas, colhidas pela terra, drenaram para suas veias exangues, e ele se transformou em um rio, que recebeu seu nome. Competiu também com Pã, quando foi juiz o rei Midas. Dando Pã como vencedor, Midas foi punido pelo deus da música recebendo orelhas de burro. Segundo Ovídio, através do poder de sua música Apolo construiu as muralhas de Troia.
Ruínas do Templo de Apolo em Corinto Ruínas do Templo de Apolo em Dídimos Conforme se percebe nas alusões de Homero, o culto de Apolo já estava firmemente estabelecido antes do começo dos registros escritos na Grécia, mas as evidências arqueológicas só aparecem no tempo do mesmo Homero. Seus dois santuários maiores, Delfos e Delos, eram dos mais influentes da antiga Grécia. Também era cultuado de forma importante em Atenas, Dídimos, Claros, Cnossos e Abas. Outros santuários havia em Egina, Quios, Mileto, Oropo, Hierápolis Bambice, Corinto, Bassas, Patara, Segesta e vários outros lugares, assumindo a presidência de quase todos os oráculos da Grécia, do qual o de Delfos foi o mais célebre. Música, dança, divinação, procissões, sacrifícios e rituais purificatórios tinham parte central em seu culto em todos os lugares, e o hino dedicado especialmente a Apolo era o peã, mas as formas específicas variavam de acordo com o local e suas associações com alguma faceta especial do deus, e com a época do ano, e não se pode imaginar um sistema homogêneo, considerando a extensão do período histórico em que foi cultuado, a vasta região que abrangeu e os vários sincretismos que sua imagem sofreu. Há relatos desde grandes festivais pan-helênicos até oferendas simples de indivíduos, e adiante são citadas algumas festas e ritos a título de exemplo. Apesar de a lenda dizer que seu primeiro local de culto foi Delos, a ilha onde nascera, achados arqueológicos sugerem que o mais antigo templo de Apolo possivelmente foi construído em Naxos, no final do , uma estrutura relativamente simples, mas que possuía uma estátua de culto do deus de dimensões colossais, com cerca de seis metros de altura, que se preservou de forma fragmentária.
Somente no final do os gregos dominaram Delos, e então ergueram ali um santuário para Apolo que veio a adquirir grande importância, também em virtude da condição da ilha de sede da Liga de Delos. Em os gregos consagraram toda a ilha ao culto, e por causa do seu caráter sagrado, nascimentos e mortes eram proibidos, e todas as gestantes perto de darem à luz e doentes graves deviam abandoná-la. Também reconstruíram e ampliaram o templo primitivo e instituíram um grande festival para Apolo que reunia as cidades da Liga a cada quatro anos, e outro a cada seis anos. Anualmente os membros da Liga enviavam para Delos um coro de quatorze jovens num navio consagrado, que reconstituía a chegada mítica de Teseu à ilha de Creta para matar o Minotauro, acompanhado dos sete mancebos e sete virgens enviados em sacrifício. Segundo a tradição, os jovens haviam prometido, se Teseu derrotasse o monstro e eles sobrevivessem, que enviariam todos os anos um navio-oferenda para perpetuar a memória da façanha. As famílias que se diziam seus descendentes mantiveram o costume, e era uma cerimônia cercada de grande sacralidade. Desde a partida do navio, após a bênção solene do sacerdote de Apolo, até seu retorno, as execuções eram proibidas. O Apolo Délio se tornou muito venerado em Atenas, ao lado do Apolo Pítio. Ao longo do domínio helenista seu prestígio permaneceu e mesmo cresceu, chegando ao seu pico em torno do , mas em a ilha foi devastada pelas tropas do rei do Ponto.
Placa votiva mostrando Apolo e Nike realizando uma libação. Cópia romana de original helenístico. Museu do Louvre Segundo Demóstenes, Atenas tinha Apolo Pítio como seu ancestral, e ali ele foi sempre cultuado. Um dos festivais mais conhecidos era o da Thargelia, celebrado em Atenas e cidades gregas da sia no mês de Targélio, maio. Era basicamente um rito purificatório, às vezes combinado a ritos de fertilidade celebrando as colheitas. Iniciava com a escolha de duas pessoas, que serviriam de bodes expiatórios para a coletividade, os fármacos pharmákoi , que seriam banidos para sempre, e era necessário que eles oferecessem a si mesmos voluntariamente. Apesar do sacrifício que isso envolvia, os fármacos não ganhavam nenhum respeito da população, ao contrário, eram tratados da forma mais indigna. Recebiam colares de figos secos e eram a seguir expulsos da cidade com pancadas de ramos de figueira, acreditando-se que carregariam com eles todo o mal de lá. Contudo, ganhavam provisões para um ano. Enquanto isso acontecia, se realizava uma procissão onde se apresentavam os frutos da terra entre cantos de hinos a Apolo. possível que esses frutos fossem consumidos no festival, e que se realizasse ao mesmo tempo um rito em honra a Deméter, mas as fontes não são claras a respeito. Outro festival era o da Pianópsia, quando se levava em procissão geral um ramo de oliveira enfeitado com um tecido de lã e vários tipos de frutos. Várias procissões privadas aconteciam no mesmo momento, e as portas das casas eram adornadas com um ramo semelhante que permanecia ali ao longo de todo o ano, renovado na festa seguinte. O significado exato do festival é obscuro, pode ter sido uma ação de graças pelo bom resultado das colheitas, uma vez que ele era realizado no outono, quando as safras já estavam no fim. Várias casas da tica possuíam um altar ou um pilar em frente ao pórtico dedicado a Apolo Aguieu, em sua condição de protetor das ruas e do caminho de entrada, e ele era honrado com sacrifícios e preces antes de cada assembléia pública, junto com outros deuses. Quando os atenienses enviavam oficialmente suas oferendas para Delfos, a procissão era precedida de dois homens portando machados, reencenando a lenda que dizia Apolo ter desbravado o terreno para a fundação da cidade e reafirmando o caráter civilizador do deus. Outro festival ateniense era a Bedrômia, que agradecia a assistência de Apolo durante as guerras.
Maquete com uma reconstrução do santuário de Apolo no monte Parnaso Detalhe das ruínas da Via Sacra de Delfos, com a capela votiva oferecida pela cidade de Atenas ao fundo Egeu consultando o oráculo, c. 440 430. Pintura em um vaso etrusco de Vulcos. Altes Museum, Berlim Algumas versões do mito dizem que desde antes da chegada de Apolo havia um oráculo instalado na encosta do monte Parnaso, consagrado a Gaia, e cuja profetisa era Têmis ou Febe. Mais tarde ele teria passado para a presidência de Posídon, e somente em data relativamente tardia teria sido assumido por Apolo. Essa versão é confirmada pela evidência arqueológica, havendo sido encontrados ali artefatos sacros de data tão antiga quanto c. Tomlinson acredita que Delfos permaneceu como um santuário de âmbito apenas local até o , quando foi dedicado a Apolo e começou a adquirir importância, mas não há consenso entre os historiadores De Boer Hale, e também Malkin, fazem sua influência pan-helênica recuar para o , quando ele já teria sido consultado sobre projetos de fundação de colônias distantes. squilo, que era filho de um sacerdote de Elêusis e ele mesmo um iniciado em seus Mistérios, também suportava essa visão de dedicações sucessivas, e disse que certa vez a pitonisa o havia confirmado. Diodoro Sículo disse a origem da sacralidade do lugar se deve a que certa vez um pastor foi procurar suas cabras perdidas e, entrando numa gruta, ficou inebriado com estranhos vapores e pôde ver o passado e o futuro. Relatando o fato aos seus companheiros, ergueram um altar, pois consideraram os fenômenos como sinal da presença divina, e escolheram uma virgem para assumir a função de profetisa. O santuário délfico mais recente, quando já era presidido por Apolo, foi construído no fim do , em uma série de terraços interligados por uma Via Sacra, que era usada como caminho de procissões, culminando no terraço do templo propriamente dito, uma estrutura dórica erguida a mando de Clístenes, que foi destruída por uma avalanche no . Foi então reconstruído no mesmo local uma estrutura idêntica à anterior, financiado por toda a Grécia. Ao longo da Via Sacra foram com o tempo erguidas várias capelas, chamadas de tesouros, por cada cidade grega, e serviam como depósitos das oferendas para Apolo. Algumas eram ricamente ornamentadas, como os tesouros de Sifno e de Atenas. Também foi erguido um muro em torno de toda a área, além de oratórios menores, um estádio, um teatro, casas para os sacerdotes e para as pitonisas, memoriais e outras estruturas. Os registros históricos relatam que depois da consolidação da presença apolínea as pitonisas - profetisas cujo nome celebrava a vitória de Apolo sobre Píton - eram escolhidas entre as virgens de Delfos, e deviam ter uma reputação imaculada, permanecendo toda a vida consagradas ao deus. Algumas parecem ter sido casadas, mas depois de assumirem sua função rompiam todos os laços familiares e perdiam sua identidade privada. No período de apogeu do oráculo as pitonisas eram de famílias distinguidas, e eram todas possuidoras de uma cultura ampla e refinada. Eram ricas, possuindo grandes propriedades isentas de impostos, podiam assistir cerimônias profanas e usavam coroas de ouro, elementos indicativos de seu imenso prestígio. Nas fases finais de sua atividade o nível cultural e social das pitonisas decaiu muito. As pitonisas proferiam seus oráculos em um estado de transe, sentadas sobre uma trípode que ficava sobre uma fenda rochosa no solo de onde saíam vapores subterrâneos, depois de mascarem folhas de loureiro e beberem água da fonte sagrada. Só profetizavam nove vezes por ano, no sétimo dia após a lua nova. Aristófanes disse que quando a pitonisa proferia o oráculo o loureiro sagrado era agitado em uma encenação orgiástica, e Diodoro mencionou o sacrifício de bodes, cuja presença é documentada por moedas cunhadas em Delfos. Essa forma de divinação não era típica de deuses solares mas era comum a outras divindades ctônicas, e isso parece indicar sua ligação com os cultos primitivos dedicados a Gaia e outras deidades da terra e do mundo subterrâneo. Também foi sugerido que isso indica uma origem cretense ou oriental para o rito. Estudos recentes têm sugerido que certos gases tóxicos emanados de fissuras subterrâneas exatamente no local do templo podem ser uma explicação para a origem do estado alterado de consciência das pitonisas. Elas eram assistidas por uma equipe de sacerdotes e funcionários, que organizavam o funcionamento do templo, recebiam os peregrinos e as embaixadas, interpretavam as palavras muitas vezes obscuras das pitonisas, realizavam sacrifícios e conduziam o canto de hinos e outras cerimônias. Em anos recentes foi desenvolvida uma técnica de estimação de probabilidades e sincronismos futuros, chamada Método Delphi, inspirada pela atividade do oráculo. A técnica é usada especialmente quando não se possuem dados em quantidade suficiente ou fidedignos para que se possa fazer uma extrapolação ou, ainda, quando existem expectativas de mudanças estruturais nos fatores determinantes do desencadeamento futuro. Tetradracma de prata cunhada em Cízico em c. , em que aparece Apolo sentado sobre o ônfalo de Delfos, verdadeiro trono de seu império. Gabinete de Medalhas Delfos era considerada o centro do mundo e o umbigo da Terra estava dentro do templo, simbolizado pela pedra do ônfalo umbigo . Desta forma Delfos era uma imagem de estabilidade numa cultura definida por um aglomerado de cidades e grupos étnicos independentes, e estruturava toda a cosmografia grega num plano de círculos concêntricos de graus decrescentes de civilização que era reproduzido em escala menor em cada pólis. Os gregos viviam no círculo central, e para eles além viviam os estrangeiros, seguidos pelos bárbaros, os selvagens e finalmente os monstros. Envolvendo o mundo conhecido havia um círculo cósmico formado pelas águas infinitas do oceano, de onde se originavam os quatro ventos e onde residiam os povos míticos. A cada inverno Apolo viajava até os país dos Hiperbóreos, que segundo algumas lendas haviam ajudado o deus na fundação de Delfos, um povo eterno e não sujeito aos males da humanidade e que Heródoto considerava todo composto por sacerdotes de Apolo. Esta peregrinação mítica era um símbolo da sucessão das estações, regidas pelo deus através do deslocamento aparente da posição do sol no céu ao longo do ano, e criava um elo entre o mundo dos homens e as forças dos mundos superiores. O Oráculo de Delfos se tornou o grande árbitro e legislador de toda a Grécia. Não tomava a iniciativa de impor regras ou políticas, mas quando surgia alguma questão delicada as cidades frequentemente o consultavam, para resolver disputas e guerras, quando desejavam criar legislação ou fundar colônias, e quando precisavam instrução sobre saúde e bem-estar coletivos na emergência de pragas e outras calamidades, quando o deus informava sobre os ritos purificatórios e sacrifícios necessários para afastar o mal. Também impunha penalidades para maus governantes e regulava os requisitos para admissão em cargos públicos. Suas decisões eram geralmente acatadas, e quando não o eram, desastres imprevistos podiam suceder. O oráculo adquiriu tamanha autoridade e o respeito de todos os gregos não apenas porque era a voz de um deus, mas porque conseguiu se manter relativamente neutro em todos os conflitos públicos que administrou. Para os indivíduos, suas respostas incentivavam a reflexão e o autoexame. O santuário permaneceu em atividade ao longo dos períodos helenista e romano, e o oráculo foi consultado e respeitado até o , mas com a progressiva penetração do cristianismo caiu em abandono. Foram feitas algumas tentativas de restaurá-lo, mas com a conversão do Império Romano ao cristianismo elas perderam o sentido. O imperador Juliano, o Apóstata, tentou revitalizá-lo em torno de quanto quis restaurar o paganismo no império, mas então o próprio oráculo falou aos enviados imperiais Digam ao imperador que minha casa ruiu até o alicerce. Apolo já não mora aqui, nem a luz de sua profecia, e a água de sua fonte secou. Inscrição com o Segundo Hino Délfico A maior festividade em Delfos era os Jogos Píticos, celebrados a cada quatro anos em honra a Apolo, Leto e rtemis, e segundo a lenda haviam sido instituídos pelo próprio Apolo. Era uma das maiores celebrações pan-helênicas, incluía competições atléticas, teatrais, poéticas e musicais, e também se faziam concursos de pintura e escultura. As competições artísticas eram as mais importantes, e em certos períodos parece que os jogos atléticos foram suprimidos. As festividades duravam vários dias e atraíam muitos estrangeiros, e todas as cidades gregas enviavam oferendas para Apolo. Não sobrevivem relatos detalhados sobre os Jogos Píticos, mas se presume que tenham sido acompanhados também de procissões, sacrifícios e purificações públicas, como nos outros Jogos. Seus vencedores recebiam como prêmio um barrete feito de folhas de loureiro, junto com um ramo de palmeira, e eram eternizados com a ereção de uma estátua sua. A celebração dos Jogos Píticos perdurou enquanto o oráculo esteve em atividade. Outras cidades da Grécia, onde havia culto de Apolo, também instituíram pequenos Jogos Píticos. Sobrevivem duas peças de música dedicadas ao Apolo Délfico, dois hinos encontrados em inscrições em pedra no santuário, mas não se sabe como eram executados. A transcrição da notação musical grega ainda tem muitas incógnitas, além disso estão em forma fragmentária, e a reconstrução de que se dispõe hoje das melodias é conjetural. De qualquer forma estão entre as mais antigas partituras conhecidas no ocidente. O primeiro hino foi escrito por um ateniense anônimo em torno de , e foi descoberto em 1893 por Pierre de Coubertin. O segundo hino foi composto por Limenios, em torno de Música do Primeiro Hino Délfico versão midi
Apolo em mosaico romano da Tunísia, Vulca O Apulu de Veios, c. Museu Nacional Etrusco, Roma Apolo era conhecido pelos romanos desde uma idade recuada, e ainda durante o reinado o Oráculo de Delfos já era consultado, mas seu culto só foi instituído em Roma no ano de , quando ele foi invocado para evitar uma praga, construindo-se um templo nos Campos Flamínios dedicado a Apolo Sosiano. Um segundo templo foi erguido em , e durante a II Guerra Púnica foram instituídos Jogos Apolíneos. Mas Apolo não conheceu grande popularidade entre os romanos senão durante o império de Augusto, que colocou a si e ao Estado sob sua proteção, homenageou-o instituindo Jogos quinquenais, ampliando seu templo e doando-lhe riquezas conquistadas na Batalha de ccio, além de construir-lhe um novo templo no Palatino, que se tornou a sede da culminação dos Jogos seculares celebrados no ano 17 para comemorar o início de uma nova era, quando o poeta Horácio celebrou Apolo e sua irmã Diana rtemis acima de todos os deuses romanos. Também teve templos romanos em Megalópolis, Ortígia, Figaleia, Corinto e Delos, entre outros locais. Seu culto espalhou-se pela maior parte da área de influência do Império Romano, e foi identificado com vários deuses regionais associados à cura, especialmente celtas.
Apolo era conhecido pelos etruscos sob os nomes de Apulu ou Aplu. Até onde se pôde descobrir, dada a ausência de testemunhos literários, teve um papel importante na religião etrusca, e seus atributos eram em tudo semelhantes aos gregos. Não são conhecidas muitas representações, mas sobrevive uma estátua de Apulu em terracota policroma em tamanho natural de qualidade superior, o chamado Apulu de Veios, criada talvez pelo escultor Vulca para os romanos em torno de Encontrada em 1916, foi de grande importância para a reavaliação da arte etrusca no . Plínio, o Velho, a descreveu como a mais bela estátua de seu tempo, e que era mais estimada do que ouro.
Apolo, como outras deidades, tinha diversos títulos, que lhe eram aplicados para refletir a diversidade de seus papéis, obrigações e aspectos. Aqui segue uma lista parcial, que exclui epítetos toponímicos. Epítetos gregos Aguieu, protetor da entrada das casas Loxias, oblíquo, pelos oráculos ambíguos Hélio, o sol Egletes, radiante, Febo, brilhante Lício ou Liceu, luminoso matador de lobos, ou Licégena, nascido de uma loba ou nascido na Lícia Acestor, Acésio, Alexícaco, Apotropeu, Iatromante, Epicuro, Paian, todos ligados à sua capacidade de prover a saúde e afastar o mal Mântico, profeta Arcágeta, diretor da fundação, por ser fundador das muralhas de Mégara Esminteu, caçador de ratos Nômio, andarilho Delfínio, do útero, que associa Apolo com Delfos Pítio, por ter morto a Pìton Genétor, gerador, produtor de frutos em grego, também spérmios . Era associado ao atributo de regente da Idade Dourada. Parnópio, salta-montes Carneios, chifrudo Afétoro, deus do arco Argirotoxo, do arco de prata Hecergo ou Hecébolo, que atira longe, referindo às suas flechas Ninfágeta, líder das ninfas Clário, doador de terras, por sua supervisão sobre as cidades e colônias Muságeta, líder das musas. Epítetos romanos Médico Febo, brilhante Averrunco, aquele que afasta o mal Culicário, o que afasta os mosquitos Articenens, o que leva o arco Coelispex, o que observa o céu Lesquenório, porque presidia as assembleias poéticas e musicais e as reuniões das musas. Epítetos celtas Atepômaro, grande ginete, ou dono de um grande cavalo Beleno, belo ou brilhante Grano, Vindônio, brilhante Borvo, quente, borbulhante, patrono das fontes termais Maponos, grande mancebo, filho divino Morigasto, marítimo Oenghus, mancebo Mac ind g, jovem filho, e na literatura arturiana ele sobreviveu chamado de Mabon, Mabuz e Mabonagrain.
Ritual neopagão, 2007, Grécia Além da importante presença simbólica de Apolo no mundo de hoje, já abordada na seção sobre seu mito, deve ser mencionada a recente ressurgência do seu culto efetivo através da proliferação de credos neopagãos na cultura Nova Era. Já existe uma série de ritos estabelecidos para este novo culto de Apolo, e Vasilios Makrides nota que setores conservadores da Igreja Ortodoxa grega estão atualmente a denunciar um suposto projeto oficial de paganização da Grécia, tornado evidente para eles através da renovação do ensino da mitologia e da introdução de literatura neopagã nas escolas, da atribuição de nomes de deidades pagãs para ruas e parques públicos, da ereção de estátuas de Apolo e outros deuses na Academia de Atenas, da emissão de selos como efígies de deuses, da organização de festivais revivalistas em Delfos e da criação ali de um centro cultural internacional para a promoção do espírito délfico de cooperação internacional, apenas para citar algumas das medidas adotadas de fato pelas instâncias governamentais gregas. Diversos pregadores ortodoxos têm protestado também contra a introdução de elementos pagãos nas Olimpíadas recentes, e já houve enfrentamentos violentos entre ambas as facções, que tiveram de ser administrados pelo poder público, o que parece provar que o neopaganismo já se torna, na Grécia contemporânea, uma força social de significativa influência. Tais cultos neopagãos fazem em linhas gerais uma crítica ao monoteísmo cristão-judaico e propõem uma ressacralização do mundo natural e uma reintegração do homem a ele de uma forma espontânea, desvestida de um dogmatismo religioso que julgam limitador da plena expressão da natureza humana como ela é e da percepção do divino em todo o mundo manifesto. Para Alain de Benoit o Paganismo moderno prima pela tolerância e respeito pelas diferenças, e antes do que constituir um passadismo romântico ou uma utopia - apesar de muitas de suas manifestações atuais serem, para ele, ingênuas, quando não patéticas - se baseia numa concepção não-linear da história, numa escolha deliberada por uma vida mais autêntica, integrada e harmoniosa, num desejo de corrigir a oposição dualista entre homem e Deus que contamina o monoteísmo, trazendo o divino para o mundo do cotidiano, e aponta para a efetiva eternidade dos mitos e da vida que eles animam.
O Kouros de Anavissos, um representante típico desta tipologia escultórica, c. , Museu Arqueológico Nacional de Atenas Cena do bailado Apollon Musagète, de Stravinsky, encenado em 1928 pelos Ballets Russes de Diaghilev. Na foto, os bailarinos Serge Lifar, Danilova, Chernysheva, Dubrovska e Petrova As estátuas e pinturas de Apolo o mostram um homem jovem, no auge de sua força e beleza. Muitas vezes está nu, ou veste um manto. Pode trazer uma coroa de louros na cabeça, o arco e flechas, uma cítara ou lira nas mãos. s vezes a serpente Píton também é representada, ou algum outro de seus animais simbólicos, como o grifo e o corvo. Nas pinturas e mosaicos pode ter uma coroa de raios de luz ou um halo. Suas primeiras representações conhecidas datam do , onde ele aparece esquematicamente, sob a forma de um pilar cônico de pedra, sob o epíteto de Apolo Aguieu, o protetor dos caminhos, ou na forma de uma herma, em geral um pilar com uma cabeça no topo. Em Esparta foi encontrada uma imagem única, desaparecida em tempos modernos, um relevo que o representava com quatro braços e quatro orelhas, segurando em cada mão um manto, um ramo de oliveira, um arco e uma pátera. Também são conhecidos relatos literários de estátuas primitivas em madeira e estatuetas em bronze. Representações mais acabadas aparecem em meados do , entre elas uma estátua criada por Dipeno e Escílis, seguindo a tipologia abstratizante do kouros do período arcaico, e nesta época ele já estava firmemente associado com os ideais de beleza, juventude, força e virtude sintetizados no conceito da kalokagathia. De fato é possível que a simbologia apolínea tenha desempenhado um papel determinante na cristalização de toda a tipologia do kouros, e exercido assim uma influência central para toda a evolução subsequente da representação masculina na escultura grega. Apenas do sítio arqueológico do santuário de Apolo Ptoos na Beócia foram encontrados cerca de 120 kouroi. O Apolo arcaico mais célebre foi uma estátua em mármore produzida por Cânaco para o templo de Dídimos perto de Mileto, em torno do fim do Na invasão persa foi capturada e levada para Ecbátana, sendo devolvida depois. Diversas moedas mostram essa estátua, e possivelmente foi reproduzida em bronze em tamanho menor. O conhecido Apolo de Piombino pode tratar-se de uma dessas cópias. Do período severo, em sequência, sobrevivem algumas obras muito significativas, o Apolo Alexícaco, o que afasta o mal, de autoria de Cálamis, o Apolo de Mântua, atribuído a Hegias, e o Apolo do Mestre de Olímpia, instalado no frontão do templo de Zeus em Olímpia, já mostrando um trabalho de observação da anatomia humana muito mais detalhado. Algumas peças deste período também introduzem variações na figura, cobrindo-o de mantos que escondem sua nudez. Poucas evidências restam do período do alto classicismo, sabe-se que Fídias produziu vários Apolos, mas não chegaram a nossos dias, salvo o Apolo de Cassel e o Apolo do Tibre, cuja atribuição não é totalmente garantida, mas dos períodos clássico tardio, helenista e romano os museus guardam diversas peças, entre elas o célebre Apolo Belvedere, de Leocares, talvez a mais afamada de todas as estátuas de Apolo, o Apolo Sauróctono e o Apolo Liceu, de Praxíteles, e várias versões do Apolo Citaredo, das quais são importantes as dos Museus Capitolinos, do Museu Britânico, da Gliptoteca Ny Carlsberg, do Museu Pergamon e do Museu Nacional Romano. Também são notáveis as representações pictóricas do deus, encontradas em grande número de vasos de todos os períodos, ilustrando vários episódios de seu mito. Sua figura, através da expansão helenística para o oriente, foi uma influência na cristalização da iconografia do Buda desenvolvida pela escola de Gandara, na ndia. Depois de um eclipse ao longo da Idade Média, no Renascimento voltou a ser representado com frequência, em todos os ramos da arte, e continua a sê-lo nos dias de hoje. Entre os pintores célebres que deixaram obras sobre ele se contam Andrea Mantegna, Lucas Cranach, Piero Pollaiuolo, Dosso Dossi, Palma il Giovane, Rafael Sanzio, Giovanni Battista Tiepolo, Pompeo Batoni, Claude Lorrain, Diego Velázquez e José de Ribera. Entre os escultores, Baccio Bandinelli, Adriaen de Vries, Gian Lorenzo Bernini, Nicolas Coustou e Jean-Antoine Houdon. Cite-se também alguns exemplos literários - além dos poetas clássicos mencionados antes Friedrich Schiller, Jonathan Swift, e Camões escreveram poemas para ele foi citado várias vezes em obras de Dante Alighieri, Lope de Vega, Shakespeare, Cervantes, Chesterton, Alexander Pope, John Milton, Coleridge, Charles Dickens, Victor Hugo, Nathaniel Hawthorne e Oscar Wilde, entre muitos outros. Na música apareceu nas óperas L Orfeo de Claudio Monteverdi, La descente d Orphée aux enfers de Marc-Antoine Charpentier, Apollo e Dafne de Haendel e Apollo et Hyacinthus de Mozart, e no bailado Apollon Musagète de Igor Stravinsky, entre outras peças. O deus é invocado ainda hoje quando os médicos fazem o Juramento de Hipócrates, e seu nome é usado atualmente para identificar uma infinidade de empresas, casas de espetáculo, instituições e produtos comerciais em todo o mundo. nome de pessoas e famílias, de um grupo de asteroides, de cidades - Apolo Bolívia , Apollo Pensilvânia -, de uma borboleta Parnassius apollo , de uma proteína humana e de uma variedade de aspargo, e o conhecido programa espacial norteamericano Apollo foi denominado à lembrança do deus grego.
Imagem Apollo Olympia.jpg Apolo do Mestre de Olímpia, c. Museu Arqueológico de Olímpia Imagem Apollo ny carlsberg glyptotek.jpg Apolo citaredo, obra romana, c. Gliptoteca Ny Carlsberg, Copenhagen Imagem Baccio Bandinelli-2-Boboli Gardens.jpg Baccio Bandinelli Apolo, 1552-1556 Palácio Pitti, Florença Imagem Nymphenburg-Statue-12a.jpg Anton Boos Apolo com a cítara, 1785, Schloss Nymphenburg Imagem Apollon opera Garnier n3.jpg Aimé Millet Apolo entre as Musas da Poesia e da Música, c. 1860 1869. pera Garnier, Paris Imagem Charles Meynier - Apollo Belvedere in a Landscape.jpg Charles Meynier Apolo de Belvèdère Museu da Revolução Francesa
Escultura da Grécia Antiga Escultura da Roma Antiga História da Medicina Música da Grécia Antiga Neopaganismo
Menard, René. Mitologia Greco-Romana. São Paulo Opus, 1991. Vol. II. - Várias seções sobre Apolo e suas histórias Categoria Deuses solares Categoria Deidades do oráculo Categoria Deuses gregosAruaques, também conhecidos como aravaques e arauaques, são numerosos grupos indígenas da América cujas línguas pertencem à família linguística aruaque de arawak, comedor de farinha . São encontrados em diferentes partes da América do Sul - Bolívia, Brasil, Colômbia, Guiana, Paraguai, Peru, Venezuela e Antilhas. No tronco linguístico aruaque arahuaco em espanhol aportuguesado como aruaque , estão catalogadas 74 línguas de vários povos indígenas do Brasil, dentre as quais a língua tariana, a língua palicur, a língua baníua, a língua terena e a língua iaualapiti. No fim do século XV, os aruaques encontravam-se dispersos pela Amazônia, nas Antilhas, Bahamas, na Flórida e nos contrafortes da Cordilheira dos Andes. Os grupos mais conhecidos são os Tainos, que viviam principalmente na ilha de Hispaniola, em Porto Rico e na parte oriental de Cuba. Os que povoavam as Bahamas foram chamados lucaianos lukku-cairi ou povo da ilha . Trata-se de populações neolíticas praticantes da agricultura, da pesca e da coleta. Produziam também uma cerâmica extremamente rica em adornos e pinturas brancas, negras e amarelas. As populações ameríndias das Antilhas não conheciam a escrita.
As línguas aruaques podem ter surgido no vale do rio Orinoco. Subsequentemente, elas se espalharam amplamente, tornando-se de longe a família de idiomas mais extensa da América do Sul na época do contato europeu, com falantes localizados em várias áreas ao longo dos rios da bacia do Orinoco e dos Amazonas. Michael Heckenberger, um antropólogo da Universidade da Flórida que ajudou a fundar o Projeto Amazônia Central, e sua equipe encontraram cerâmica elaborada, aldeias circunvizinhas, campos elevados, grandes montes e evidências de redes comerciais regionais que são todos indicadores de uma cultura complexa. Há também evidências de que eles modificaram o solo usando várias técnicas, como a queima deliberada de vegetação para transformá-lo em terra negra, que até hoje é famosa por sua produtividade agrícola. Segundo Heckenberger, a cerâmica e outros traços culturais mostram que essas pessoas pertenciam à família de línguas aruaques.
Os aruaques foram os primeiros ameríndios a ter contato com os europeus. Quando Cristóvão Colombo chegou às Bahamas, o navio atraiu a atenção dos nativos que, maravilhados, foram ao encontro dos visitantes, a nado. Quando Colombo e seus marinheiros desembarcaram, armados com suas espadas e falando uma língua estranha, os aruaques lhes trouxeram comida, água e presentes. Mais tarde, Colombo escreverá em seu diário de bordo Colombo, fascinado por essa gente tão hospitaleira, escreverá, ainda
Jan Rogozi ski, A brief history of the Caribbean from the Arawak and the Carib to the present, New York, Facts on File, 1999, Howard Zinn, Une histoire populaire des Etats-Unis de 1492 à nos jours, Editions Agone, 2002. Schmidt Max Os Aruaques. Uma contribuição ao estudo do problema da difusão cultural Disponível em.pdf Dez. 2010
2.2.Distribuição da população ameríndia Caraibes Arawaks Conférence de Benoît BERARD Université des Antilles et de la Guyane Site du Musée de Fort de France Photo d un tambour tubulaire arawak Arawak - Joshua Project Les familles amérindiennes en Amérique du Sud The ArawaksA América do Norte é um subcontinente que compreende a porção setentrional do continente americano. Existem duas formas de classificar esse continente a primeira considera que a América do Norte é apenas a parte mais setentrional da América, separada da América Central na fronteira entre o México e a Guatemala, a segunda classificação reconhece apenas uma América do Norte e uma América do Sul, traçando o limite no Istmo do Panamá umas vezes no Canal do Panamá, outras na fronteira entre o Panamá e a Colômbia . Pela última definição, a América do Norte incluiria a América Central Continental e Insular Caribe . De facto, a América do Norte está assente na sua própria placa tectónica a Placa Norte-americana que abrange também parte da sia oriental , enquanto que a América Central, a sul da Península de Iucatã, está assente na Placa Caribeana. O subcontinente é limitado a norte pelo Oceano Glacial rtico, a leste pelo Oceano Atlântico, a sul pela América Central ou pela América do Sul, conforme a definição que se considere . pelo Golfo do México e Mar das Caraíbas e a oeste pelo oceano Pacífico. Inclui ainda, além da porção continental, a Gronelândia a maior ilha do mundo , a Terra Nova, o Arquipélago rtico Canadiano, as Aleutas, a ilha de Vancouver, as Ilhas da Rainha Carlota e uma miríade de outras ilhas, espalhadas pelos mares que a rodeiam.
Embora navegadores escandinavos tivessem se estabelecido na Groenlândia durante o século X e, eventualmente, alcançado a América do Norte por volta de 1000 d.C., esses exploradores em quase nada contribuíram para o conhecimento da região.
Depois que Cristóvão Colombo atingiu as ilhas Bahamas em 1492, diversos exploradores espanhóis, partindo da ilha de Hispaniola, iniciaram o devassamento das terras continentais correspondentes à América Central e do Norte. Em 1519, Hernán Cortés iniciou a conquista do México. Seis anos antes, porém, a Flórida havia sido contornada por Juan Ponce de León, e no mesmo ano em que Cortés assenhoreou-se do México, Alonso de Pineda circundava o golfo do México. Durante os anos de 1524 e 1525, o português Estevão Gomes, a serviço da Espanha, realizou o percurso desde Grand Banks até à Flórida. Expedições posteriores alcançaram o interior do continente Pánfilo de Narváez desembarcou na Flórida 1528 , enquanto lvar Nú ez Cabeza de Vaca e o negro escravo atingiram o norte do México 1536 a partir da baía de Galveston. Expedições iniciadas por Hernando de Soto e Marcos de Niza 1539 e por Francisco Vásquez de Coronado 1540 seguiram rotas que se estenderam desde o Grand Canyon até rio Savanna, subiram o vale do Mississipi além do Ohio e alcançaram o rio Kansas. As primeiras expedições espanholas foram completadas em 1542-43, quando Juan Rodríguez Cabrillo e Bartolomé Ferrelo exploraram a costa do Pacífico, desde a baixa Califórnia até um ponto além da latitude 42 00 00N.
Enquanto os espanhóis exploravam as baixas latitudes, outros europeus exploravam as costas ao norte. Após a viagem do navegador genovês João Caboto, em 1497, a serviço da Inglaterra, o francês Jacques Cartier subiu o rio São Lourenço a partir de 1534 e Sir Francis Drake explorou o litoral do Pacífico 1578-79 . No início do século XVII, franceses e bascos estabeleceram-se no golfo de São Lourenço, dedicando-se ao comércio de peles. Mercadores franceses fundaram Port Royal 1605 , mas em 1608 Quebec tornou-se o centro do comércio de peles, e, a partir desse empório, o governador francês do Canadá, Samuel de Champlain, tentou descobrir uma passagem para o Pacífico. As explorações de Champlain e dos missionários franceses resultou no devassamento do sistema de São Lourenço-Grandes Lagos 1650 . As rivalidades entre franceses e ingleses levaram estes últimos a organizarem a Companhia da Baía de Hudson, depois que essa região tornou-se conhecida através dos esforços dos exploradores ingleses, entre os quais, sir Martin Frobisher, John Davis e Henry Hudson. A França, por seu lado, tentava, a todo custo, ampliar sua soberania em terras da América do Norte. Em 1671-72, Paul Denis explorou os rios Saguenay e Rupert até à baía de James, enquanto Simon François Daumont proclamava a suserania francesa sobre o interior da América do Norte, no salto de Santa Maria 1671 . Em 1673, Louis Joillet e Jacques Marquette desceram o Mississipi até o Arkansas e, nove anos depois, René Robert Cavelier, apoderou-se em nome da França, de toda a região, que denominou Louisiana. Entre as mais notáveis tentativas dos franceses de estabelecerem conexão com as colônias espanholas foram as de Louis de Juchereau de Saint Denis que, partindo de Natchitoches, na Louisiana, alcançou San Juan Bautista, no México 1714 , de Bernard de la Harpe ao longo dos rios Red e Arkansas 1719-22 e de Pierre e Paul Mallet, que seguiram o Missouri e voltaram pelo Mississipi ao longo dos rios Arkansas e Canadense. Nas planícies do norte coube Pierre Gaultier de Varennes, descobrir os lagos Winnipeg, Winnipegosis e Manitoba, além das montanhas Negras. Enquanto isso, ingleses e holandeses dedicaram-se à exploração das regiões abaixo dos Grandes Lagos e a leste do Mississipi. Destacaram-se nessa tarefa Henry Hudson, que descobriu o vale do Hudson 1609 James Needham, que explorou os rios Tennessee e Ohio 1673 Arnout Cornelius Viele, que encontrou a junção dos rios Arkansas e Mississipi 1692-94 e Henry Kelsey, Anthony Henday e Samuel Hearne, que vasculharam amplas áreas desconhecidas do interior canadense.
Exploradores russos demonstraram interesse pela América do Norte no início do século XVIII. Vitus Jonassen Bering atravessou o estreito de Bering em 1728, e, juntamente com Alexei Chirikov, atingiu o sul do Alasca em 1741. Expedições marítimas espanholas exploraram em 1774-75 o litoral da Califórnia até à latitude de 57 00 00N. James Cook realizou o percurso do Oregon até o estreito de Bering 1778 , padre Silvestre Vélez de Escalante, partindo de Santa Fé, explorou os lagos Utah e Sevier e o alto rio Virgínia 1776-77 . Em 1789, sir Alexander Mackenzie descia o rio Mackenzie até o oceano rtico e mais tarde 1805 a expedição de Lewis e Clark, após subir o Missouri, alcançou a desembocadura do rio Colúmbia. Na primeira metade do século XIX, a região ártica foi explorada por diversas expedições, entre elas a de sir John Franklin, John Rae, Thomas Simpson, Frederick W. Beechey, William Edward Parry e John Ross, mas somente entre 1903 e 1906, Roald Amundsen empreendeu a expansão marítima do Atlântico ao Pacífico pelo norte do continente.
Embora comerciantes suecos, holandeses e russos tivessem estabelecido colônias na América do Norte no século XVII, sua contribuição à colonização da região foi pequena comparada com a dos espanhóis, franceses e ingleses. Coube ao vice-reinado da Nova Espanha, instituído em 1535, velar pelas aquisições territoriais espanholas na área das Antilhas e do continente, ao norte do istmo do Panamá. Os espanhóis avançaram para o norte e em 1560 tomaram a Flórida aos huguenotes. Os esforços dos missionários na Virgínia fracassaram, mas as missões enviadas ao litoral da Geórgia e da Carolina obtiveram êxito. No final do século XVI, Juan de Onate colonizou o Novo México, e Santa Fé foi estabelecida em 1610. No século XVIII, os espanhóis expandiram suas fronteiras do Pacífico, de Sonora até à baía de São Francisco. Os colonizadores ingleses, que se estabeleceram no litoral atlântico, desde o Maine até à Geórgia, dedicaram-se à agricultura, comércio, pesca e construção naval. Durante a década de 1630, numerosos imigrantes puritanos chegaram a Massachussets e daí se espalharam por Connecticut, Rhode Island e New Hampshire. O desenvolvimento da Pensilvânia iniciou-se em 1682 com a chegada dos imigrantes quakers. No século XVII, milhares de escravos africanos foram introduzidos no sul, e no século XVIII estabeleceram-se correntes migratórias procedentes da Irlanda, Escócia, País de Gales e Alemanha. Por volta de 1760, as colônias britânicas da América do Norte já contavam cerca de 2 milhões de habitantes. Numerosos fatores, como as relações com os índios, a política de ocupação de terras e a fertilidade dos solos, modificaram a colonização, que se caracterizou, no século XIX, pela expansão das fronteiras agrícolas, com o estabelecimento de núcleos pioneiros em Oregon, Utah e Califórnia e a ocupação das planícies, e pelas descobertas de ouro e prata na Califórnia. Os estabelecimentos franceses na América do Norte, desenvolveram-se na Nova França Canadá e na Acádia litoral da Nova Escócia . Devido à ineficiência da administração privada, a coroa francesa assumiu o controle direto da Nova França, em 1663, expandindo-a, em seguida, ao longo do rio São Lourenço. A Acádia, com seu pequeno número de franceses, passou, em 1713, ao controle da Inglaterra. Estabelecida em 1699, a Louisiana desenvolveu-se sob a administração de um mercador e mais tarde da Companhia das ndias Ocidentais, tornando-se província real em 1731. Mas ingleses e irlandeses também participaram da colonização da Nova França. Imigrantes procedentes da Inglaterra e de Nova Iorque estabeleceram comunidades em Quebec e Montreal, enquanto a revolução americana levou numerosos legalistas a se transferirem para o alto Canadá.
Animação mostrando a formação dos estados norte-americanos desde 1750 até o presente Os monarcas europeus entenderam que a sua soberania estendia-se a seus súditos estabelecidos no Novo Mundo, e por esse motivo as guerras europeias e as rivalidades na América produziram modificações territoriais na região. Em 1664, a Inglaterra ocupou a Nova Irlanda e em 1713 adquiriu as possessões francesas na Acádia, Terra Nova e Terra de Rupert. Meio século depois, a França cedeu toda a faixa continental a leste do Mississipi à Grã-Bretanha e oeste deste rio à Espanha. Esta, por sua vez, entregou à Flórida aos ingleses. Após a revolução americana, os Estados Unidos obtiveram o território ao sul do Canadá e a leste do Mississipi, enquanto a Espanha recuperava a Flórida 1783 . Napoleão tomou a Louisiana à Espanha mas logo vendeu-a aos Estados Unidos em 1803 . Pelo tratado de 1819, a Espanha transferiu a Flórida aos Estados Unidos, os quais acabaram aceitando a fronteira ocidental para a Louisiana que deixava o Texas em mãos dos espanhóis. Após a desintegração do império colonial espanhol na América, colonos estadunidenses revoltaram-se no Texas 1835 , proclamando a república, que foi incorporada aos Estados Unidos em 1845. Depois de uma curta guerra com os Estados Unidos, o México renunciou às suas pretensões ao Texas e cedeu o Novo México e alta Califórnia 1848 . A fronteira entre os Estados Unidos e as províncias britânicas do norte foi demarcada ao longo do paralelo 49, de 1818 a 1846. Rússia e Grã-Bretanha estabeleceram a fronteira interior do Alasca em 1825, mas a Rússia vendeu essa região aos Estados Unidos em 1867. As principais modificações territoriais em províncias britânicas ocorreram após 1860, com a incorporação ao Canadá da Nova Escócia e Novo Brunswick 1867 . Terra de Rupert 1869 , Colúmbia Britânica 1871 , ilha do Príncipe Eduardo 1873 e Terra Nova 1949 .
Divisão política da América do Norte Considerando que a América do Norte acaba na fronteira do México com a Guatemala, pode-se, assim, dizer que a América do Norte é composta pelos seguintes territórios Países independentes Canadá uma federação composta por dez províncias e três territórios, uma democracia parlamentar e uma monarquia constitucional, com o rei do Reino Unido como chefe de Estado um símbolo dos laços históricos do Canadá com o Reino Unido sendo o governo dirigido por um primeiro-ministro, cargo ocupado atualmente 2018 por Justin Trudeau. Ocupa grande parte da América do Norte e se estende desde o Oceano Atlântico, a leste, até o Oceano Pacífico, a oeste. Ao norte o país é limitado pelo Oceano rtico. o segundo maior país do mundo em área total, atrás apenas da Rússia, e a sua fronteira comum com os Estados Unidos, no sul e no noroeste, é a mais longa fronteira terrestre do mundo. Estados Unidos São uma república constitucional federal composta por cinquenta estados e um distrito federal. A maior parte do país situa-se na região central da América do Norte, formada por 48 estados e Washington, D.C., o distrito federal da capital. Localiza-se entre os oceanos Pacífico e Atlântico, fazendo fronteira com o Canadá a norte e com o México a sul. O estado do Alasca está no noroeste do continente, fazendo fronteira com o Canadá no leste e com a Rússia a oeste, através do estreito de Bering. O estado do Havaí é um arquipélago no Pacífico Central. O país também possui vários outros territórios no Caribe e no Pacífico. México uma república constitucional federal limitada a norte pelos Estados Unidos ao sul e oeste pelo Oceano Pacífico a sudeste pela Guatemala, Belize e Mar do Caribe a leste pelo Golfo do México. Com um território que abrange quase 2 milhões de quilômetros quadrados, o México é o quinto maior país das Américas por área total e o 14 maior do país independente do mundo. Com uma população estimada em 111 milhões de habitantes, é o 11 país mais populoso do mundo e o mais populoso país da hispanofonia. O México é uma federação composta por trinta e um estados e um Distrito Federal. Dependências Bermudas território ultramarino do Reino Unido Groelândia região autónoma dinamarquesa Ilha de Clipperton território ultramarino francês São Pedro e Miquelão território ultramarino francês
Cronologia da colonização da América História da colonização da América História da descolonização da América América Central América do SulA Região do Algarve ou Algarve é uma região portuguesa situada no sul do país, com a capital localizada na cidade de Faro, tendo uma área de 4 997 km2 e uma população de 469 983 habitantes, registando uma densidade populacional de 94 habitantes por km2. sendo a quinta região mais populosa de Portugal e a quarta região mais extensa. uma das sete regiões de Portugal, constituída por apenas uma sub-região com o mesmo nome e 16 municípios, que se dividem em 67 freguesias. Limita a norte com a região do Alentejo, a leste com a região espanhola da Andaluzia e a sul e a oeste com o Oceano Atlântico. A economia algarvia registou um Produto interno bruto PIB de 9,2 mil milhões de euros em 2021, correspondendo cerca de 4,3 do PIB nacional. Em comparação com as outras seis regiões portuguesas dispõe da 5 maior economia regional, à frente da Madeira e atrás do Alentejo. Já no PIB per capita, a região dispõe do segundo maior valor de todas as regiões, registando 21 173 em 2021, à frente do Alentejo e atrás da rea Metropolitana de Lisboa. O Algarve é conhecido por ser um destino turístico popular, correspondendo as suas belas praias de areia dourada e águas cristalinas, que atraem turistas de todo o mundo suas falésias impressionantes e paisagens naturais deslumbrantes sua rica história e cultura, com cidades históricas e monumentos antigos sua gastronomia local, com pratos à base de peixe fresco e frutos do mar suas atividades de lazer, como golfe, passeios de barco, caminhadas e ciclismo sua vida noturna animada, com bares, discotecas e festas que atraem muitos jovens e seu clima agradável durante a maior parte do ano, com muitas horas de sol e temperaturas quentes. A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve CCDR-ALG é a agência que coordena as políticas ambientais, o ordenamento do território, as cidades e o desenvolvimento global desta região, apoiando os governos e associações locais. O Algarve transformou-se numa das regiões portuguesas com maior número de residentes estrangeiros, oriundos principalmente de outros países europeus. Em 2018, 69 mil dos habitantes não eram portugueses, tendo sido os cidadãos oriundos de França, Itália e Suécia os que mais cresceram naquele ano. Os cidadãos de nacionalidade britânica continuam a ser os mais representativos entre a população estrangeira residente no Algarve.
Na época romana a região era denominada de Cinético Cyneticum devido ao nome do povo indo-europeu nativo, os cinetes ou cônio cynetes ou conii em latim . O topónimo Algarve pronúncia a a v tem origem na expressão árabe Algarbe que significa o oeste, o ocidente. De facto, a expressão completa era Algarbe Alandalus Gharb al- ndalus ou Algarbe Andalusino Al-Gharb Al- ndalusi nome atribuído ao actual Algarve e ao Baixo Alentejo durante o domínio muçulmano, significando Andaluz Ocidental, pois era a parte ocidental da Andaluzia mourisca.
Menir de Padrão, na Raposeira. Datado do Quarto , é o mais bem preservado monumento megalítico no Barlavento algarvio. Na época pré-romana era habitado pelos cónios, cúneos ou cinetes, um povo formado por várias tribos de filiação linguística e étnica possivelmente celta ou ibera, cujo território incluía toda a atual região e ainda o sul do atual distrito de Beja. Esse antigo território dos cónios ia da foz do rio Mira à foz do Guadiana, pelo litoral, e da foz do rio Mira passando pela área das nascentes do rio Sado e pelas ribeiras de Terges e de Cobres até à confluência desta última com o Guadiana e descendo pela margem direita ou oeste desse rio novamente até à sua foz, pelo interior, abrangendo assim toda a área da Serra do Caldeirão também denominada Serra de Mu e seu planalto. Povos ibéricos pré-romanos - línguas indo-europeias Segundo José Hermano Saraiva, os conii ou cynetes cónios, em latim, ou cinetes, em grego , conforme atestam os topónimos Conímbriga e Coina, haviam-se deslocado para o sul por conta da pressão exercida por outros povos e, como os lusitanos, eram celtas. O território deste povo situava-se muito próximo de uma antiga civilização nativa da Península Ibérica, a de Tartessos que se desenvolveu no oeste da atual Andaluzia , na bacia do rio Guadalquivir antigo Betis . Devido a isso, os cónios foram muito influenciados por esta antiga cultura ou fizeram mesmo parte dessa civilização. Além disso, é possível que fossem relacionados com os tartessos, embora alguns autores da Antiguidade clássica, tal como Estrabão e Plínio, o Velho, neguem isso. Também foram influenciados pelas civilizações mediterrânicas grega, romana, cartaginesa ainda antes da época romana e eram um dos povos culturalmente mais avançados do atual território de Portugal e mesmo da Península Ibérica de então, pois já tinham conhecimento da linguagem escrita, tendo mesmo criado e desenvolvido uma escrita própria, a escrita do sudoeste, que também pode ser designada escrita cónia.
Templo romano de Milreu, em Estói Antes da integração definitiva dos cónios no Império Romano, durante o período que vai de cerca de a , estes encontravam-se sob forte influência romana mas gozavam de elevado grau de autonomia. Devido, em parte, ao relacionamento favorável com os romanos, os cónios haviam tido alguns conflitos com os lusitanos que, sob a liderança de Cauceno Kaukenos , o chefe lusitano anterior a Viriato, tinham conquistado durante algum tempo o seu território, incluindo a capital, Conistorgis de localização ainda desconhecida, num monte a norte de Ossonoba, atual Faro, ou talvez Castro Marim no ano Devido a esse conflito com os lusitanos, por um lado, e por outro devido à influência cultural das civilizações mediterrânicas, ao contrário de muitos dos povos pré-romanos de Portugal, foram aliados dos romanos durante algum tempo e não seus adversários, diferindo da atitude de outros povos tais como os lusitanos, os célticos e os galaicos, que foram fortes opositores à conquista romana. Apesar disso, um pouco mais tarde, no contexto das guerras lusitânicas, no ano , os cónios revoltaram-se contra os romanos, juntamente com os túrdulos da Betúria também denominados betures , mas foram derrotados por Fábio Máximo Serviliano, procônsul romano, e integrados definitivamente no Império Romano. Centro de processamento de peixe romano na Praia da Luz, Lagos Nos séculos que se seguiram, a população nativa cónios foi fortemente romanizada, adotando o latim como língua, e integrada em termos culturais, políticos e económicos na civilização romana e no seu império. O Algarve, então denominado Cyneticum Cinético , fez parte do Império Romano, integrado primeiro na província da Hispânia Ulterior e, mais tarde, na província da Lusitânia, durante mais de 600 anos, desde cerca de até ao ano , ostentando cidades relevantes tais como Baesuris atual Castro Marim , Balsa próxima de Tavira , Ossonoba atual Faro , Cilpes atual Silves , Lacobriga atual Lagos e Myrtilis atual Mértola pois, nessa época, também pertencia ao Cyneticum. Durante a época romana, teve um desenvolvimento cultural e económico significativo agricultura, pesca e transformação , baseado principalmente na sua forte produção agrícola. Nessa época, a região exportava principalmente azeite e garum um condimento feito a partir de peixe , produtos muito apreciados no Império Romano. A sua localização geográfica também era importante em termos de apoio às rotas de navegação marítima entre os portos romanos do mar Mediterrâneo e os do oceano Atlântico, na Hispânia, Gália e Britânia.Mosaicos romanos no Cerro da Vila, em Vilamoura Os rios Guadiana Anas e Arade Aradus serviam de rotas de navegação fluvial de contato com o interior e continuariam a sê-lo durante muitos séculos. Também, em termos de localização geográfica, foi importante o facto da região estar logo a oeste da Bética que corresponde, em grande parte, ao território da atual Andaluzia , uma das províncias cultural e economicamente mais desenvolvidas da Hispânia e do Império Romano região de origem de importantes figuras tais como o erudito e filósofo Séneca, o agrónomo Columela e dos imperadores Trajano e Adriano . Todos estes factores contribuíram para a prosperidade do Algarve durante muitos séculos. Em termos culturais, a época romana também assistiu à difusão do cristianismo na Hispânia, incluindo a Lusitânia e atual Algarve a partir de meados do , mas seria a partir do IV, com a publicação do dito de Milão, no ano pelo imperador Constantino que concedia liberdade de culto aos cristãos , que o cristianismo se difundiria mais e ganharia importância significativa na região com a conversão de muita da população nativa, embora as religiões animistas ou pagãs tenham permanecido durante mais alguns séculos.
Apesar da Península Ibérica ter sido conquistada pelos chamados povos bárbaros vândalos, alanos, suevos e depois visigodos na época das invasões bárbaras, a cultura romana e o cristianismo permaneceram. Em 511 os visigodos e os ostrogodos foram forçados a deslocar-se para Castela. Em 531, após a morte de Amalarico, filho de Alarico II, a antiga estrutura visigótica desintegrou-se e, com a fusão dos elementos romanos e germanos, uma nova cultura começou a surgir na parte central e setentrional da Hispânia, antiga província romana. No ano 552, a região do Algarve foi reconquistada pelo Império Bizantino então governado pelo imperador aos visigodos, governo esse que durou até 571, quando o rei Leovigildo o conquistou novamente para o Reino Visigótico. Após a aniquilação em 585 do Reino Suevo, sediado em Braga, e se decidir, em 589, no Terceiro Concílio de Toledo, sobre o abandono do arianismo e a adopção do catolicismo, conversão essa que visava assegurar o poder e domínio dos visigodos na Península Ibérica, assim como à destruição de redutos bizantinos em Cádiz e o combate ao separatismo basco, Recaredo e os seus sucessores conseguiram forjar uma nova identidade hispânica. A importância da presença visigótica, não obstante a sua curta duração, tanto a nível de legado genético como literário e linguístico, foi tal que, segundo Ramón Menéndez Pidal na sua A Epopeia Castelhana através das Idades, Os louros aristocratas do reino de Toledo, os Godos, estarão na origem da literatura nacional . O Reino Visigótico dissolveu-se efectivamente em 713, como resultado da invasão muçulmana. Do período visigótico existem várias fontes e indícios quer de escritores cristãos quer árabes que referem uma magnifica catedral em Ossonoba actual Faro , mas cujos vestígios nunca foram encontrados . Da ocupação bizantina Império Bizantino destacam-se as torres bizantinas de Ossonoba . A Necrópole da Forneca, em São Bartolomeu de Messines, que consiste num conjunto de sepulcros visigóticos. Escavações arqueológicas em Silves desterraram vários utensílios de olaria, assim como fragmentos de panelas, taças e frigideiras com acabamentos visigóticos. Também na mesma cidade foi encontrado, estando agora exposto no Museu Municipal de Arqueologia de Silves, um capitel visigótico. Outro capitel visigótico foi descoberto na Ermida da Nossa Senhora da Rocha em Porches, perto de Lagoa . Pelo Algarve foram descobertas algumas necrópoles visigóticas, como a do Poço dos Mouros, em Silves e outras menos conhecidas na Vila do Bispo, Lagos, Albufeira, São Bartolomeu de Messines e Loulé. Diversos objectos, desde aqueles destinados a práticas de culto cristão e pagão a utensílios de higiene pessoal, decorativos brincos e jóias e armas foram encontrados pela região. Segundo o arqueólogo Mário Varela Gomes, acreditava-se que a escassez de descobertas arqueológicas se devesse à curta presença visigótica na região e às circunstâncias geográficas e geológicas que mantiveram o Algarve isolado por boa parte da sua história, mas recentes pesquisas demonstram que muito se desconhece por conta de insuficientes esforços arqueológicos que visem ampliar escavações, assim como devido a um desinteresse geral pelo estudo da presença de povos germânicos no território, desinteresse esse partilhado pelas autarquias. , não obstante o pouco material disponível para análise, na opinião de Gomes, inquestionável que estes povos tiveram um impacto considerável na região, deixando um legado que deveria ser melhor compreendido.
Silves foi a capital do Algarve durante o domínio árabe Nas décadas que antecederam a invasão muçulmana, diversos concílios, fruto da aliança entre a Igreja e o Estado, haviam dado início a uma série de perseguições que tinham a comunidade judaica como alvo. Em 654, o rei Recesvinto adoptou diversas disposições austeras contra os judeus. Em 681, Ervígio forçou-os a optar entre a conversão ao cristianismo ou o exílio. Em 693, gica impôs a proibição do comércio com cristãos, atitude essa que, segundo o historiador sírio Ali Nasrah, prejudicou enormemente a comunidade judaica que, então, era consideravelmente numerosa e bem estabelecida na Península Ibérica. Ainda segundo Nasrah, que se apoiava numa ampla variedade de documentos e provas que corroboravam o seu raciocínio, tais acontecimentos impeliram os judeus a urdir, em começos do século VIII, juntamente com os seus correligionários norte africanos, um plano que tinha como intuito a expulsão dos visigodos. Em efeito, os invasores árabes incumbiram aos judeus a tarefa de vigilância da guarda das cidades que caíam em poder muçulmano, enquanto que os seus exércitos avançavam. No ano 711, um exército muçulmano, chefiado por Tárique, parte à conquista da Península Ibérica. Rodrigo, o último soberano visigodo, de uma dinastia que remontava a , levanta uma resistência mas as suas forças provam-se incapazes de suster o avanço das tropas árabes. No ano seguinte, em 712, o governador de Ifríquia, Mussa ibn Nossair, com o objectivo de finalizar a conquista, reforça o exército de Tárique que fora, a princípio, pouco numeroso. Segundo Ignácio Olag e, professor da Universidade de Madrid, a ocupação de boa parte da Península Ibérica pelos muçulmanos não demorou mais que três anos a se concretizar. Após o sucesso da invasão, facilitada também pelas constantes disputas que ocorriam no seio da nobreza e realeza visigodas, os muçulmanos mantiveram a estrutura territorial de províncias-ducados e províncias-condados sob uma denominação diferente, as Coras, do árabe k rah. No Algarve situava-se a Cora de Ocsonoba, circunscrita a norte pela de Beja. Ulteriormente à ocupação, os muçulmanos adoptaram diversas tradições e costumes ibéricos, romanos e romano-helénicos, assimilando também múltiplos aspectos da arte visigoda, arte já orientalizada por conta de influências bizantinas. Após o ano de 715 e até 1249, a região esteve sob o domínio de povos islâmicos, desde árabes e berberes a populações nativas convertidas ao islão, embora o cristianismo continuasse a ser praticado pelos moçárabes cristãos que, a troco de um imposto, tinham o direito de praticar a sua religião sob o governo muçulmano. Os berberes, que habitavam nas mesetas de cada lado dos rios Guadiana e Tejo, constituíam, entre os muçulmanos, a população mais numerosa. Composta principalmente por cultivadores, alguns exerciam nas cidades ofícios mais humildes, enquanto que outros ocupavam posições sociais elevadas. A torre sineira, originalmente um minarete, da igreja Matriz de São Clemente, em Loulé O Algarve, assim como a restante Península Ibérica ocupada pelos mouros, atravessou por períodos de conflito, mas passou igualmente por fases de elevado desenvolvimento cultural, artístico e económico, em continuidade com as características herdadas da época romana. Silves tornou-se na capital de um reino taifa muçulmano após a fragmentação do Califado de Córdova. As regiões espanholas e portuguesas outrora conhecidas por Algarbe Alandalus eram o mais importante centro muçulmano da época da Hispânia Islâmica, sendo assim o núcleo islâmico da cultura, ciência e tecnologia. Nessa altura, a cidade mais proeminente da região era Silves. O historiador Alexandre Herculano comentou que comparada com Lisboa, Silves era muito mais forte, e em opulência e sumptuosidade de edifícios dez vezes mais notável. . O Algarve foi a última porção de território de Portugal a ser definitivamente conquistada aos mouros, no reinado de D. Afonso III, no ano de 1249. A ocupação de Portugal por parte de povos muçulmanos deixou um legado arquitectónico, linguístico em diversas palavras árabes que foram introduzidas na língua portuguesa e no vocabulário regional algarvio , gastronómico e cultural notável, sendo tal influência mais visível no Algarve e Alentejo, onde a presença foi mais ampla e duradoura, presença essa compartilhada com a região espanhola de Andaluzia, com a qual, devido a uma herança quase idêntica, em comparação com outras regiões portuguesas mais distantes e culturalmente díspares, o Algarve partilha maiores similaridades. Existem, como remanescentes desta ocupação, diversas fortificações, como o Castelo de Silves, o Castelo de Aljezur, o Castelo Belinho, o Castelo de Paderne, o Castelo de Loulé, entre outros. Não obstante significativa, a longa presença de povos muçulmanos no Algarve não foi suficiente para mudar o tipo dominante da população ou alterar a sua etnia. A influência linguística, apesar de considerável, não deixou vestígios na sintaxe. Linguistas estimam entre trezentas a seiscentas o número de palavras que os povos berberes, árabes e congéneres deixaram no idioma, nomeadamente para designar vegetais, produtos hortícolas, sistemas de aproveitamento de água e rega, assim como alguns termos associados ao comércio.
Segundo alguns documentos históricos, a conquista definitiva do Algarve e a expulsão dos mouros no reinado de D. Afonso III, nomeadamente a tomada da cidade de Faro, foi feita de forma relativamente pacífica. D. Sancho I, já tinha anteriormente conquistado partes da região algarvia, quando cercou a cidade de Silves em 1189 e com o auxílio de uma frota de outros cruzados europeus, conquistou a mesma, inclusive o seu pai D. Afonso Henriques, tinha derrotado os mouros ali perto na Batalha de Ourique. Dom Paio Peres Correia mestre da ordem de Santiago, foi responsável pela reconquista final do Algarve, sobretudo dos castelos de Silves, Paderne e Faro. No entanto, apenas em 1267 no Tratado de Badajoz foi reconhecida a posse do Algarve como sendo território português, devido a pretensões do Reino de Castela. Curiosamente, o nome oficial do reino resultante seria frequentemente designado de Reino de Portugal e do Algarve, mas nunca foram constituídos dois reinos separados. Forte da Ponta da Bandeira em Lagos, construído no Terminada a reconquista da região durante o reinado de D. Afonso III, o Algarve foi incluído no reino cristão de Portugal, foram concedidos forais importantes, assim como incentivos ao povoamento região vindos sobretudo do norte do país, mas também de além Pirenéus. A região foi bastante relevante, nos séculos seguintes, sobretudo a partir do pela odisseia da exploração marítima portuguesa, da exploração da costa africana e da conquista das praças marroquinas, sob o comando do Infante D. Henrique. Este assentou na região e parte da organização das descobertas foi efectuada no Algarve. O território, devido às condições favoráveis à navegação, foi uma das primeiras bases da expansão marítima portuguesa nos séculos XV e XVI, do qual partiram algumas expedições, sendo o porto de Lagos um dos mais importantes dessa época. Igreja do Carmo em Faro Com o fim da presença portuguesa nas praças africanas, a região entrou novamente numa certa decadência, acentuada pela destruição imposta pelo terremoto de 1 de Novembro de 1755. O primeiro-ministro do rei D. José I, o Marquês de Pombal tentou efectuar uma divisão, nunca reconhecida pelo Papado Romano, da diocese de Faro em dois bispados Faro e Vila Nova de Portimão. O limite entre eles era a ribeira de Quarteira e o seu prolongamento em linha reta até ao Alentejo. No período das invasões franceses, o Algarve foi foco de revoltas em defesa da soberania nacional portuguesa, como a revolta de Olhão em 1808 . O Algarve foi palco de várias reações contra as forças ocupantes, sendo célebre o episódio a reação dos populares da Luz de Tavira contra os saqueadores franceses quando estes tentaram levar o ouro da Igreja da localidade. Durante as Guerras Liberais que começaram com a tomada do poder por D. Miguel I e a reação das forças liberais lideradas pelo duque da Terceira, elegeram a região da Manta Rota como lugar de desembarque das forças militares que depois se moveram a caminho de Lisboa. O Reino do Algarve foi dissolvido em 1834, com a extinção do posto de Governador Militar do Reino do Algarve e o distrito de Faro instituído no ano seguinte, apesar do título de Rei dos Algarves se conservar na titulatura régia pelo menos até 1910. Posteriormente, o Algarve iniciou o como uma região rural, periférica, com uma economia baseada na cultura de frutos secos, na pesca e na indústria conserveira. Contudo, a partir da década de 1960, dá-se a explosão da indústria do turismo, mudando assim por completo a sua estrutura social e económica. Desde os alvores do reino, constituiu uma região bem delimitada e individualizada, não só em termos geográficos mas também do ponto de vista identitário, com características históricas, climáticas, etnográficas, arquitetónicas, gastronómicas e económicas muito próprias. Actualmente, o turismo constitui o motor económico do Algarve. A antiga província tradicional possui algumas das melhores praias do Sul da Europa, e condições excepcionais para a prática de actividades e desportos ao ar livre. O Algarve é a terceira região mais rica do país, com um PIB per capita de 87 média Europeia . Ocupa uma área de km2 e nela residem habitantes 2021 .
O Algarve confina a norte com a região do Alentejo sub-regiões do Alentejo Litoral e Baixo Alentejo , a sul e oeste com o oceano Atlântico, e a leste o Rio Guadiana marca a fronteira com Espanha. O ponto mais alto situa-se na serra de Monchique, com uma altitude máxima de 902 m Pico da Foia . Além de Faro, têm também categoria de cidade os aglomerados populacionais de Albufeira, Lagoa, Lagos, Loulé, Olhão, Portimão, Quarteira, Silves, Tavira e Vila Real de Santo António. Destas, todas são sede de concelho à excepção de Quarteira. A zona ocidental do Algarve é designada por Barlavento e a oriental por Sotavento. A designação deve-se com certeza ao vento predominante na costa sul do Algarve, sendo a origem histórica desta divisão incerta e bastante remota. Na Antiguidade, os Romanos consideravam no sudoeste da Península Ibérica a região do cabo Cúneo que ia desde Mértola por Vila Real de Santo António até à enseada de Armação de Pêra e a região do Promontório Sacro que abrangia o restante do Algarve. Internamente, a região é subdividida em duas zonas, uma a Ocidente o Barlavento e outra a Leste o Sotavento . Com esta divisão podemos registar um claro efeito de espelho entre as duas zonas. Cada uma destas zonas tem 8 municípios e uma cidade dita principal Faro está para o Sotavento como Portimão está para o Barlavento. De igual modo possui cada uma delas uma serra importante a Foia, no Barlavento, e o Caldeirão, no Sotavento . Rios com semelhante importância o Arade no Barlavento e o Guadiana no Sotavento . Um hospital principal em cada uma das zonas garante os cuidados de saúde em todo o Algarve. Em termos de infraestruturas, o Aeroporto Internacional está numa zona e o Autódromo Internacional noutra. Finalmente, a nível desportivo, os históricos do futebol algarvio Sporting Clube Olhanense representante do Sotavento e o Portimonense Sporting Clube representante do Barlavento encontram-se regularmente na Primeira Liga do futebol português. A equipa do Olhanense ascendeu à 1. Liga em 2009, enquanto que por sua vez a equipa de Portimão ascendeu um ano depois, em 2010.
Um dos principais traços distintivos da região algarvia constitui o seu clima. As condições climáticas que o senso-comum atribui geralmente ao clima algarvio podem ser encontradas em todo o seu esplendor no barrocal e no litoral sul, especialmente na região central e no sotavento algarvio. Um conjunto de características base resumem o clima da região, em especial do barrocal e do litoral sul verões longos e quentes, invernos amenos e curtos, precipitação concentrada no Outono e no Inverno, reduzido número anual de dias com precipitação e elevado número de horas de sol por ano. A temperatura média anual do litoral do sotavento e da região central do Algarve é mais elevada de Portugal Continental e uma das mais elevadas da Península Ibérica, rondando os 18 C, atendendo às normais climatológicas 1961 90. A precipitação encontra-se essencialmente concentrada entre Outubro e Fevereiro, e assume com frequência um carácter torrencial. As médias anuais são inferiores a 600 mm em grande parte do litoral e no vale do Guadiana, e superam os 800 mm na serra do Caldeirão e os na serra de Monchique. Na região litoral existem 5 meses secos, e entre Junho e Setembro a queda de precipitação é muito pouco frequente. O clima do Algarve, segundo a classificação de K ppen, divide-se em duas regiões uma de clima temperado com inverno chuvoso e verão seco e quente Csa e outra de clima temperado com inverno chuvoso e verão seco e pouco quente Csb . Com excepção da Costa Vicentina e das serras de Monchique e de Espinhaço de Cão, toda a região algarvia possui um clima temperado mediterrânico do tipo Csa. No litoral do sotavento algarvio as noites tropicais noites com temperatura mínima igual ou superior a 20 C são frequentes durante o período estival. De facto, a temperatura mínima mais alta de sempre registada em Portugal pertence à estação meteorológica de Faro 32,2 C, a 26 de Julho de 2004. A queda de neve na região algarvia é muito rara e é mais susceptível de ocorrer na Foia. A última vez que ocorreu queda de neve no litoral algarvio foi em fevereiro de 1954. Na madrugada de 1 de Fevereiro de 2006 nevou na serra do Caldeirão, e na manhã de 10 de Janeiro de 2009 nevou na serra de Monchique. A primavera algarvia é uma estação inconstante alguns anos é fugaz, curta, noutros mais longa, roubando espaço ao Estio ou ao Inverno por vezes chuvosa e fresca, ou então quente e seca, ou ainda soalheira, mas ventosa. Em Março e Abril as temperaturas sobem lentamente, transitando para os valores estivais durante o dia estas oscilam entre os 9 12 C e os 19 22 C. Em ambas os meses a precipitação média ronda os 40 mm, num total para ambos os meses de cerca de 20 dias com precipitação igual ou superior a 0,1 mm. Praia da Rocha em Portimão. Devido ao seu bom clima, o Algarve transformou-se no maior destino turístico do país Uma das características climáticas de referência da região algarvia é a existência de verões longos, quentes e secos. A partir de meados de Maio, a queda de precipitação no litoral e barrocal sul começa a ser um evento raro, e as temperaturas máximas e mínimas abandonam a amenidade primaveril para atingirem valores estivais. Junho é um mês seco, com precipitações médias inferiores a 10 mm e temperaturas médias que oscilam entre os 16 C e os 26 C. Julho e Agosto são os dois meses mais quentes e secos do ano. A queda de precipitação é um evento pouco frequente, podendo suceder-se vários anos sem que ocorra queda de precipitação durante estes dois meses. As temperaturas médias oscilam entre os 17 19 C e os 28 30 C. A temperatura mais alta registada no Verão é de 44,3 C na estação Faro Aeroporto no dia 26 de Julho de 2004. Setembro ainda apresenta características estivais bem marcadas. As temperaturas oscilam entre os 16 18 C e os 26 29 C. Por vezes, as primeiras chuvas de Outono podem ocorrer no final de Setembro por esse motivo, a precipitação média deste mês ronda os 15 mm. As primeiras chuvas após o verão, que ocorrem regularmente durante o mês de Outubro, caracterizam o início do outono. Após a queda das primeiras chuvas, os dias ainda poderão permanecer quentes, mas as noites começam gradualmente a ficar mais frescas. Por vezes, sucedem-se semanas de dias soalheiros, banhados por uma luz doce e inconfundível é o chamado Verão de São Martinho. Ocasionalmente, as condições estivais prolongam-se durante parte do mês de Outubro. Em Outubro, as temperaturas oscilam entre os 13 16 C e os 23 25 C. As chuvas que caem durante este mês assumem com frequência um carácter torrencial durante apenas um dia pode ser acumulada uma parte substancial da precipitação total do mês, seguindo-se vários dias de sol e céu limpo. A precipitação média de Outubro ronda os 45 70 mm. Novembro é o segundo mês mais chuvoso do ano, com uma precipitação média que ronda os 75 90 mm, concentrada geralmente num reduzido número de dias. As temperaturas baixam ligeiramente durante este mês, variando entre os 10 12 C e os 18 21 C. O inconfundível inverno algarvio pode ser resumidamente caracterizado por três adjetivos curto, chuvoso e suave. Dezembro é o mês mais chuvoso do ano. Dias tempestuosos, marcados pela chuva intensa e trovoada alternam com dias amenos, soalheiros e de céu limpo, óptimos para a prática de atividades ao ar livre. A precipitação média ronda os 90 a 120 mm, e as temperaturas médias oscilam entre os 8 10 C e os 16 18 C. Janeiro é o mês com temperaturas menos altas do ano regra geral, estas variam entre os 6 8 C e os 15 17 C. A precipitação média ronda os 70 80 mm. Já em Fevereiro, as temperaturas começam paulatinamente a subir, e no final deste mês as condições primaveris começam a fazer-se sentir. As temperaturas oscilam os 7 9 C e os 16 18 C, e a precipitação média ronda os 45 a 70 mm. Ocasionalmente, durante o inverno a região algarvia é assolada por curtos períodos mais frios, nos quais as temperaturas mínimas atingem valores próximos dos 0 C e as máximas não ultrapassam os 10 C. Contudo, estes eventos meteorológicos são raros.
Medronhos, fruto do medronheiro, encontrados abundantemente pelo Algarve, constituem uma importante base alimentar para muitas espécies de aves O cabo de São Vicente está situado numa rota de migração de aves, permitindo a observação sazonal de variedade de avifauna. A vegetação predominante no barrocal Algarvio é o matagal mediterrânico, caracterizado pela abundância de plantas resistentes à falta de água. O subsolo do Algarve é habitado por várias espécies endémicas, únicas do Algarve, algumas delas descobertas recentemente. As espécies mais emblemáticas da fauna subterrânea do Algarve são o pseudoescorpião gigante das grutas do Algarve Titanobochica magna e o maior inseto cavernícola terrestre da Europa, a Squamatinia algharbica. Outras espécies de plantas, endémicas rigorosas ou não, levam o nome do Algarve Pinheiros-bravos perto da Barragem de Odeáxere. Embora não tão comum quanto o Pinheiro-manso, esta espécie de pinheiro ocorre naturalmente em algumas partes do Algarve - Cistus algarvensis Sims, Bot. Mag. 17 t. 627 1803 . - Helianthemum algarvense Dunal, Prodr. A. P. de Candolle 1 268 1824 . - Herniaria algarvica Chaudhri, Rev. Paronychiinae 346 1968 . - Limonium algarvense Erben, Mitt. Bot. Staatssamml. M nchen 14 503 1978 . - Linaria algarviana Chav., Monogr. Antirrh. 142 1833 . - Ophrys algarvensis D.Tyteca, Benito M.Walravens, J. Eur. Orch. 35 1 65 2003 . Syn. O. omegaifera subsp. algarvensis D.Tyteca, Benito M.Walravens Kreutz, Kompend. Eur. Orchid. 110 2004 . - Rhododendron algarvense Page, Prod. Southhampt. Gard. 38. - Sideritis algarviensis D.Rivera Obón, Anales Jard. Bot. Madrid 47 2 500 1990 . - Stegitris algarviensis Raf., Sylva Tellur. 132 1838 .