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Lista de Estados soberanos Lista de Estados soberanos e territórios dependentes da América Guianas Guiana Britânica Império Britânico Império Colonial Neerlandês Missões diplomáticas da Guiana Crime na Guiana
Categoria Antigos territórios do Império BritânicoTrindade e Tobago , Trinidade e Tobago ou Trinidad e Tobago apenas em português brasileiro em inglês Trinidad and Tobago, , oficialmente República de Trindade e Tobago em inglês Republic of Trinidad and Tobago , é um Estado soberano insular das Caraíbas Caribe em português brasileiro situado ao largo da costa nordeste da Venezuela e a sul de Granada, nas Pequenas Antilhas. Faz fronteira marítima com os Barbados a nordeste, com Granada a noroeste, e com a Venezuela a sul e a oeste. Situa-se na confluência do mar das Caraíbas com o oceano Atlântico. O país tem uma área de e consiste nas ilhas de Trindade ou Trinidad , Tobago e numerosos ilhéus. A ilha da Trindade é a maior e mais povoada, representando 94 da área do total e 96 do total de habitantes. As duas ilhas são de clima tropical e terreno montanhoso. A sua localização permite-lhe evitar a chamada cintura de Furacões, região propensa à ocorrência do fenómeno nas Caraíbas. A principal cidade da ilha de Trindade é a capital do país, Porto da Espanha ou Port of Spain enquanto que a cidade principal da ilha de Tobago é Scarborough. Com mais de um milhão de habitantes, Trindade e Tobago é o país com a segunda maior população de língua inglesa na região, depois da Jamaica. A ilha de Trindad foi colônia espanhola desde a chegada de Cristóvão Colombo em 1498 até 1797. Ao longo do século XVI, a Espanha demonstrava pouco interesse por essa região uma vez que, sua prioridade nesse momento era a extração de minerais preciosos como ouro e a prata. Até o século XVIII a economia de Trindade foi marcada pelo cultivo de tabaco, cacau, e mão de obra indígena. A ilha experimentou algumas tentativas ineficazes de implementação de plantações de tabaco e cacau nos séculos XVII E XVIII, que embora abriram certa procura pelo tráfico de africanos escravizados não obteve sucesso no período de domínio espanhol. A configuração de Trindade começa a mudar com a Cedula de Poblacion decretada em 1780 pelo rei espanhol. Nesse momento é aberta a imigração para as nações amigas, que é marcada pela intensa chegada de fazendeiros franceses juntamente com escravizados de suas antigas fazendas. importante destacar, que essa imigração foi fomentada pela Revolução Francesa 1789 e pela revolução do Haiti 1791 . Isso explica a existência de uma poderosa classe de proprietários rurais francófonos numa ilha que nunca pertenceu à França. Por conta da sua localização, Trindade despertava o interesse Inglês, dada sua proximidade com as demais colônias espanholas com a qual o império mantinha comércio. Em fevereiro de 1797 o império inglês apodera-se de Trindade. No que se refere a composição demográfica da ilha no período sequente ao domínio britânico, pode-se dizer que a população da colônia é composta majoritariamente por pessoas escravizadas. O censo de 1803 Hollis Chalkdust aponta que em poucos anos a colônia recebeu um número acentuado de africanos escravizados e a predominância francesa se dava tanto entre brancos quanto entre pessoas livres de cor - essa configuração população terá implicações na Revolta do Canboulay. No início do século XIX o número de pessoas livres de cor é maior que o número de brancos e a predominância francesa se dava tanto entre brancos quanto entre pessoas livres de cor . Na primeira metade do século XIX, Trindade e Tobago esteve mergulhada nos debates que tinham como ponto central a abolição do trafico de africanos e do sistema escravista. A abolição definitiva da escravidão em Trindade foi em 1838. Nesse período que segue a pós-emancipação se fortalecem os debates sobre trabalho livre e cidadania. Dessa maneira, a chegada de milhares de imigrantes em busca de melhores condições de vida e oportunidade de trabalho vindos das demais ilhas caribenhas seguiam das diversas políticas de incentivo da administração colonial. No pós-abolição intensas transformações sociais eclodirão em Trindade e alcançaram principalmente a população negra no que concerne ao enfrentamento desses com as autoridades coloniais. Trindade, e também Tobago, foram cedidas ao Reino Unido em 1802 de acordo com o tratado de Amiens. O país obteve a sua independência em 1962, tornando-se posteriormente uma república em 1976. Ao contrário do que acontece com a maioria dos países anglófonos das Caraíbas, a economia trinitária é principalmente industrial, com ênfase nas indústrias petrolífera e petroquímica. Atualmente, o território atrai investimentos externos e apresenta uma economia florescente, almejando tornar-se um Tigre do Caribe, a exemplo dos chamados Tigres Asiáticos. A sua capital, Porto da Espanha ou Port of Spain em inglês , é a favorita para sediar o secretariado-geral da rea de Livre Comércio das Américas ALCA . Trindade e Tobago é conhecido pelo seu Carnaval e por ser o país de origem do tambor de aço, dos estilos musicais calipso, soca, chutney e da dança do limbo.
Em 1498, Cristóvão Colombo chega a Trindade e Tobago. Depois ocupada pelos holandeses, logo é tomada pelos espanhóis em 1632. Em 1802, os ingleses conquistam as ilhas, mas 12 anos depois, em 1814 é cedida ao Reino Unido. As ilhas de Tobago passam a constituir uma colônia apenas em 1888. O jornalista e escritor português Ferreira Fernandes afirma no seu livro Madeirenses Errantes que alguns madeirenses protestantes, radicados em Trindade e Tobago após a sua expulsão de Portugal por motivos religiosos, se encontram entre os principais responsáveis pela revolução que se deu neste país. Em 1962 o país tornou-se oficialmente independente.
Casa Vermelha, sede do Parlamento de Trindade e Tobago. O nome oficial é República de Trindade e Tobago, cuja capital é Porto da Espanha Port of Spain em inglês , localizada a noroeste de Trindade. Scarborough é a capital de Tobago. Trindade e Tobago tornou-se independente da Grã-Bretanha em 2 de agosto de 1962. Tornou-se uma república parlamentarista e multipartidarista em 1976. O território é dividido administrativamente em 7 condados, 5 municipalidades com governo próprio e um distrito semiautônomo Ilha de Tobago . O chefe de estado é o presidente da república, eleito por um colégio eleitoral. Paula-Mae Weeks é a sexta presidente de Trindade e Tobago e está no cargo desde 2018. O Poder Legislativo está institucionalizado por um congresso bicameral, composto pela Câmara dos Representantes, com 36 membros eleitos por voto direto, e o Senado, com 31 membros indicados pelo presidente. Ambos com mandato de 5 anos. O sistema judicial do país é estruturado à semelhança do britânico, com cortes distritais e uma Suprema Corte, que engloba a Corte Superior de Justiça e a Corte de Apelação. O presidente da Suprema Corte é indicado pelo presidente, por sugestão do primeiro-ministro e do líder da oposição, e outros juízes são indicados pelo presidente por sugestão da Comissão de Justiça. O tribunal de recursos de última instância é o Privy Council, em Londres.
Trindade e Tobago está dividido política e administrativamente em 14 corporações municipais municipalidades em Trindade, e uma Assembleia Legislativa regional em Tobago.
Trindade e Tobago é um país da América Central, embora as ilhas sejam uma extensão geológica da América do Sul. constituído de duas ilhas incluídas entre as chamadas Pequenas Antilhas. Localizadas no mar do Caribe, em frente à costa leste da Venezuela, Trindade, a maior das ilhas, possui 4828 km enquanto Tobago conta com 330 km . A capital do país situa-se em Trindade, e é Porto da Espanha Port of Spain . O relevo de Trindade é caracterizado por três cadeias de montanhas baixas que se estendem de leste a oeste ao redor do território em cujo centro existe uma planície onde se desenvolve a cultura da cana-de-açúcar. Partes da costa leste e oeste apresentam formação de terrenos pantanosos. O ponto culminante é o monte del Aripo, com 940 m de altitude integrando a cadeia de montanhas do noroeste. Ao norte do país, as montanhas são cobertas por florestas. Tobago, cuja capital é Scarborough, possui maravilhosas praias com brancas areias e barrancos de coral ao redor da ilha cujo centro é montanhoso enquanto no sul e na costa oeste localizam-se as planícies. O clima é tropical com temperaturas elevadas durante todo o ano variando entre 25 C e 38 C. Existem duas estações bem definidas uma seca, de janeiro a maio, e uma chuvosa, de junho a dezembro. Felizmente, as ilhas estão fora da rota dos furacões que, não raro, assolam vastas áreas da faixa equatorial do oceano Atlântico. Trindade Posição Latitude 10 1 2 N, longitude 61 1 2 W. rea física Retangular na forma, medidas 37 milhas 60 quilômetros por 50 milhas 80 quilômetros . rea total 1 864 milhas quadradas 4 828 km . Cidades principais Porto da Espanha importante , San Fernando, Arima, ponto Fortin, Chaguanas. Tobago Posição Latitude 11 N, longitude 60 W. rea física Peixe-dado forma, medidas 26 milhas 42 quilômetros por 7 milhas 10 quilômetros . rea total 116 milhas quadradas 300 km . Cidades principais Scarborough, Roxborough, Charlotteville.
Principais produtos de exportação de Trinidad e Tobago em 2019 . Trindade e Tobago conquistou a reputação de ser um local de excelente investimento para as empresas internacionais. Um setor de ponta tem sido, nos últimos quatro anos, o do gás natural. O turismo é um setor em franco crescimento, embora não seja tão importante, proporcionalmente, como em muitas outras ilhas caribenhas. A economia se beneficia de uma baixa taxa de inflação e de superávits comerciais. O ano de 2002 foi marcado por um crescimento sólido no sector do petróleo, parcialmente ofuscado por incertezas políticas domésticas. Há grandes reservas de petróleo e gás natural, e uma indústria pesada bem desenvolvida - ferro e aço, metanol e fertilizantes, além de do petróleo e seus derivados. As ligações de transporte pelo ar, do mar e da terra são excelentes, e as ligações das telecomunicações com as Américas e a Europa são modernas. Durante a década de 1970, os preços de óleo elevados do mundo criaram uma expansão rápida da economia local, com o produto interno bruto real crescendo 72,5 entre 1970 e 1977. Estes foram os anos do crescimento em Trindade e Tobago e muito da infraestrutura do país foi desenvolvida durante este período. Entretanto, a redução nos preços de óleo, juntamente com os índices elevados de gastos públicos levaram a um período prolongado de retração econômica, que começaram em 1988 e terminaram finalmente em 1993. Após um período do ajuste econômico radical sob o Fundo Monetário Internacional e a supervisão de Banco Mundial, a política econômica do governo é bem na linha dos princípios que prevalecem no mercado atual liberalização de comércio, economia aberta, racionalização do setor público, promoção da empresa confidencial e do investimento estrangeiro, e desenvolvimento das exportações e do turismo.
A população de Trindade e Tobago é constituída, principalmente, de etnias africanas e asiáticas, estas últimas consistindo principalmente de indianos e chineses. As tradições populares mais importantes são o crioulo local e a cultura hindu ocidental. O crioulo mistura elementos africanos com espanhóis, franceses e ingleses. A cultura indiana chegou às ilhas com trabalhadores daquele país que foram recrutados para substituir a mão de obra escrava depois que foi extinto o regime escravista, em 1833 processo semelhante ao que ocorreu em todo o Caribe . Ao longo das décadas, os orientais passaram a dominar o setor agrícola e muitos tornaram-se comerciantes e profissionais liberais. Os indianos, hinduístas, budistas e muçulmanos, preservaram muitos dos costumes de sua pátria-mãe incluindo práticas religiosas e festas. Na distribuição das nacionalidades, negros, mestiços e brancos perfazem cerca de 61 da população enquanto 31 são de origem asiática.
O inglês é a língua oficial do país, mas alguns indo-trinitários falam hindi, que é amplamente usado na música popular. O idioma mais falado, o inglês de Trindade, é classificado como um dialeto do inglês ou um crioulo inglês crioulo inglês de Trindade . A principal língua falada em Tobago é o crioulo inglês de Tobago. Ambas as línguas contêm elementos africanos o inglês de Trindade também é influenciado pelo francês e hindi. Estas línguas crioulas são normalmente faladas apenas em situações informais, e não têm um sistema padronizado de escrita. Embora o crioulo francês de Trindade e Tobago já tenha sido a língua falada mais difundida na ilha, hoje é raramente ouvida. Devido à localização de Trindade e Tobago na costa da América do Sul, o país vem lentamente a desenvolver uma relação com os povos hispanofalantes, e, portanto, o governo passou a exigir que o espanhol fosse ensinado em todas as escolas do ensino secundário, o que fez com que este idioma ganhasse terreno dia a dia. Os regulamentos do governo passaram a exigir que o espanhol fosse ensinado a todos os estudantes do ensino secundário, e que em um prazo de cinco anos para 2010 30 dos funcionários públicos fossem competentes nessa língua. O governo também anunciou que o espanhol, junto com o inglês, se tornaria a segunda língua oficial da nação em 2020, mas até o momento o idioma ainda não foi oficializado.
A cultura de Trindade e Tobago é caracterizada por variadas expressões de identidade popular que refletem o encontro dos povos que formam o quadro de etnias da ilha. Este sincretismo aparece sobretudo nas manifestações religiosas, nos festejos populares e no ritmo nacional, o som do calipso onde predominam as bandas os naipes de metais. Nesse contexto, o Carnaval, que acontece antes da Quaresma, é a festa mais importante e esperada, quando milhares de pessoas usam fantasias e ocupam as ruas democraticamente. Em Tobago, Julho é o mês do Tobago Heritage Festival Festival da Herança ou da Tradição , uma ampla mostra da memória histórica, do folclore, dos usos e costumes, incluindo as especialidades culinárias. No cenário musical de Trindade e Tobago, destaca-se a cantora e rapper Nicki Minaj que conseguiu se tornar numa das principais estrelas da música pop internacional. Alfred Hubert Mendes, descendente de portugueses presbiterianos expulsos da Ilha da Madeira no seguimento das perseguições a Robert Kalley, foi uma figura pioneira da literatura das Caraíbas. Destaque também para Eric Eustace Williams ou apenas Eric Wiliams , que foi primeiro-ministro do país, além de grande historiador que lecionou na Universidade de Howard, de Washington. Ganhou repercussão acadêmica mundial com seu livro Capitalismo e escravidão de 1964, e influenciou muito outros intelectuais pelo mundo, como o historiador brasileiro Fernando Novais.
As ilhas apresentam um exótico panorama religioso onde coexistem o cristianismo católico e o protestante, o hinduísmo e o islamismo além dos cultos de origem africana, como Xangô similar ao Tchamba africano, Xambá e ao Xangô do Nordeste do Brasil o Orixá, de origem iorubá. Esses cultos de origem africana assumem feições particulares ali, incorporando não somente símbolos cristãos, mas também elementos das crenças hindu e muçulmana. Mais recentemente, movimentos como o rastafári penetraram nas ilhas. Em Trindade, existe uma congregação Bobo-Ashanti. Nos censos de 2000 e de acordo com os dados disponíveis pelo site CIA - The World Factbook a população de Trindade e Tobago divide-se ao nível religioso da seguinte forma 57,6 da população é cristã católicos - 26 , anglicanos - 7,8 , batistas - 7,2 e várias outras denominações cristãs - 16,6 , 22,5 da população segue o hinduísmo, os muçulmanos são 5,8 , outras religiões são seguidas por 10,8 da população, 1,9 não é religiosa e a religião de 1,4 dos habitantes de Trindade e Tobago é desconhecida.
Estádio Hasely Crawford O críquete é o esporte mais popular do país, o país faz parte da Seleção de Críquete das ndias Ocidentais, o país foi uma das sedes da Copa do Mundo de críquete de 2007, o Queen s Park Oval é o maior e mais antigo estádio do país. O futebol também é um esporte popular no país, a seleção se classificou para a Copa do Mundo FIFA de 2006.
Aeroporto Internacional de Piarco, o principal do país. O Aeroporto de Tobago código IATA TAB , dista a 5 km de distância de Tobago, e recebe voos domésticos e de longo curso. Possui serviço de câmbio, táxi, estacionamento, locadoras de veículos e linha de ônibus para a cidade de Scarborough. Há ainda o Aeroporto Internacional de Piarco, na ilha de Trindade, situado a 27 quilômetros da capital Porto da Espanha e o Aeroporto internacional Crown Point, distante 10 quilômetros de Scarborough. Operam no país as empresas aéreas Copa Air, Panamá, Air Canada, American Airlines, LIAT, Surinam, entre outras.
O nome indígena de Trindade, usado pelos nativos desde o ano 1000 d.C., é ieri, ou Terra do Beija-Flor. Entretanto, oficialmente, o pássaro-símbolo da nação é o flamingo A rapper e cantora Nicki Minaj nasceu e foi criada em Trindade, sendo hoje a artista Trinidadiana mais famosa do mundo O país conta com três jornais The Guardian Trinidad, Trinidad News, NewsDay , cerca de dez estações de rádio, três canais de televisão e uma universidade A moeda corrente é o Dólar de Trindade e de Tobago TT Não há horário de verão em Trindade e Tobago O perfil étnico divide-se principalmente entre descendentes africanos 39,6 e de hindus 40,3 . Ainda há mestiços 18,4 , europeus 0,6 , chineses 0,4 e outras etnias 0,6 . O escritor V.S. Naipaul, ganhador do Nobel de literatura em 2001, nasceu em Trindade em 1932 em seu romance Uma casa para o Sr Biswas, baseado em sua infância na Ilha, podemos ter uma ideia do passado daquela região.
NEPOMUCENO, Eric Brasil. Carnaval como direito a Revolta Canboulay de 1881, em Port-of-Spain, Trinidad. Revista Eletrônica da ANPHLAC, ISSN 1679-1061, N . 20, p. 48-77, Jan Jun., 2016.
Categoria Antigos territórios do Império Britânico Categoria Democracias liberaisParaguai , , oficialmente República do Paraguai em castelhano República del Paraguay em guarani Paraguái Tavakuairetã , é um país do centro da América do Sul, limitado a norte e oeste pela Bolívia, a nordeste e leste pelo Brasil e a sul e oeste pela Argentina. Possui uma área de , um pouco maior que o estado brasileiro de Mato Grosso do Sul. A população paraguaia foi estimada em cerca de 7,1 milhões de habitantes em 2019, a maioria dos quais estão concentrados na região sudeste do país. Ao lado da Bolívia, o Paraguai é um dos dois países da América do Sul que não possuem uma saída para o mar. O Paraguai está localizado no centro-sul da América do Sul. A topografia da área do leste do país é extensamente plana. O principal produto de exportação cultivado nessa região é a soja. No oeste, a principal atividade econômica do cerrado do Grande Chaco é a pecuária. O rio Paraguai divide o país entre o norte e o sul. O próprio rio é a mais importante rota comercial de transporte num país que não tem saída para o mar. São parte integrante da população do Paraguai uma grande quantidade de brasileiros, os brasiguaios. Os brasiguaios abrangem uma área muito grande próximo à fronteira com o Brasil. Essa área ocupada pelos brasiguaios é uma fonte de preocupação para os demais habitantes da região. A capital e maior cidade é Assunção, cuja região metropolitana é o lar de cerca de um terço da população do país. Em contraste com a maioria das nações latino-americanas, a cultura e a língua nativa do país o guarani permaneceram altamente influentes na sociedade. Em cada censo, os residentes predominantemente identificam-se como mestiços, refletindo anos de miscigenação entre os diferentes grupos étnicos do país. O guarani é reconhecido como língua oficial, junto com o espanhol, e ambos os idiomas são falados pela população. Os nativos guaranis viviam no atual território paraguaio por pelo menos um milênio antes dos espanhóis conquistarem o território no século XVI. Os colonizadores espanhóis e missões jesuíticas introduziram o cristianismo e a cultura espanhola para a colônia. O Paraguai estava na periferia do Império Espanhol, com poucos centros urbanos e uma população escassa. Após a independência da Espanha em 1811, o país foi governado por uma série de ditadores que implementaram políticas isolacionistas e protecionistas. Este desenvolvimento foi truncado pela desastrosa Guerra do Paraguai 1864 1870 , no qual o país perdeu entre 60 e 70 por cento da sua população, por conta da guerra e de doenças, e perdeu cerca de quadrados do seu território para a Argentina e o Brasil. No século XX, o Paraguai sofreu uma sucessão de governos autoritários, culminando no regime de Alfredo Stroessner, que liderou a mais longa ditadura militar da América do Sul, de 1954 a 1989. Ele foi derrubado durante um golpe militar interno e eleições multipartidárias livres foram organizadas e realizadas pela primeira vez em 1993. Um ano depois, o Paraguai se juntou a Argentina, Brasil e Uruguai para fundar o Mercosul, uma colaboração econômica e política regional. O Paraguai era um dos países mais pobres e isolados da região, embora desde a virada do século XXI tenha experimentado um rápido crescimento econômico. Em 2010, sua economia cresceu 14,5 por cento, a maior expansão econômica da América Latina e a terceira mais rápido do mundo depois de Qatar e Singapura . Em 2011, o crescimento econômico desacelerou para 6,4 , mas manteve-se superior à média global. No entanto, a desigualdade de renda e o subdesenvolvimento permanecem, assim como a dependência econômica do setor primário.
O topônimo Paraguay tem origem relativamente incerta sabe-se que provém do guarani e que teria sido dado inicialmente ao rio, porém não há uma etimologia fidedigna de seu significado no idioma. As alternativas prováveis são águas do mar de pará, mar, guá, que denota origem, e , água, significando água que vem do mar, onde mar provavelmente se refere ao Pantanal ou uma modificação de payagua-í água ou rio dos paiaguás . Em guarani, costuma-se escrever o nome como Paraguái, e usa-se, ocasionalmente, a forma Paragua-y para se referir à cidade de Assunção. Em tupi, o vocábulo teria origem no termo Paragoáy de paragoá, papagaio e , rio , com o significado de rio do papagaio. Eduardo de Almeida Navarro defende que o nome do país e do rio provém da língua guarani antiga, significando rio dos paraguás pela junção de paragûá paraguá, uma variedade de psitacídeo e rio .
Ficheiro Slaved.guarani.debret.jpg thumb esquerda Família guarani capturada por caçadores de índios, tela de Jean Baptiste Debret de 1830 Os vestígios mais antigos de presença humana no Paraguai são datados de oito mil anos atrás. Quando da chegada dos espanhóis ao atual território paraguaio, o Paraguai Oriental, ou seja, a área do seu território entre os rios Paraná e Paraguai, que é uma zona de floresta subtropical úmida, era habitada predominantemente por povos agricultores guaranis destacando-se os caiuás, mbiás e avá-guarani ou afiliados aos guaranis, enquanto que o Paraguai Ocidental, dominado pelo Chaco, uma planície com características de Pampas e Llanos, era habitado por grupos de caçadores-coletores.
Os primeiros europeus chegaram ao Paraguai no início da colonização espanhola da América. O náufrago da expedição de Juan Díaz de Solís, o português Aleixo Garcia, que partiu do litoral do atual estado brasileiro de Santa Catarina em 1524, e o veneziano Sebastião Caboto, que subiu o Rio Paraná em 1526, foram os primeiros europeus a chegarem ao interior da Bacia do Prata, o que inclui o atual Paraguai, mas coube ao espanhol Domingo Martínez de Irala a primazia dos primeiros núcleos coloniais 1536 1556 . Irala lançou os fundamentos do Paraguai e sua política de colonização consistiu na delimitação das fronteiras com a América Portuguesa através da construção de uma linha de fortes contra a expansão portuguesa, na fundação de vilas e na intensa miscigenação de espanhóis com guaranis, base da formação da população do país. Irala teve várias esposas indígenas e com elas vários filhos e, com isso, é antepassado de grande parte dos paraguaios. A cidade de Assunção, fundada em 15 de agosto de 1537 por Juan de Salazar y Espinosa, espanhol que veio para a América do Sul na mesma expedição de Irala, logo se tornou o centro de uma província nas colônias espanholas na América do Sul, conhecida como Província Gigante de Indias. De Assunção partiram exploradores que fundaram mais de 70 cidades no interior da América do Sul, como a boliviana Santa Cruz de la Sierra 1561 e as argentinas Córdoba 1573 , Santa Fé 1573 e Corrientes 1588 , além dos que fizeram a segunda e definitiva fundação da cidade Buenos Aires 1580 . Além disso, a atual capital paraguaia era ponto de parada dos navios que transportavam a prata vinda da Bolívia e do Peru até o porto de Sevilha, na Espanha. Cabildo colonial de Assunção 1537 1811 Em 1604, durante o governo de Hernandarias de Saavedra, os primeiros jesuítas chegaram ao Paraguai e muitos outros vieram em seguida. Esses padres criaram aldeias conhecidas como missões ou reduções, nas quais os indígenas eram catequisados e protegidos contra caçadores de escravos. Inicialmente instaladas na região do Guayrá atual estado brasileiro do Paraná e expandindo-se rapidamente para o sudoeste, estabelecendo-se nos arredores do Rio Tebicuary, as missões tinham certa autonomia em relação ao governo sediado em Assunção, o que incomodou muitos colonizadores. Até a expulsão dos jesuítas, em 1767, estima-se que entre 200 e 250 mil indígenas viveram nas 32 reduções na região, as quais sofriam constantes ataques de bandeirantes e caçadores de escravos espanhóis com o objetivo de escravizar os indígenas. Sobre a economia e organização colonial paraguaia, Mendes Júnior e Maranhão afirmam Em 1617, ainda no governo de Hernandarias de Saavedra, a Província Gigante de Indias foi dividida em duas governadorias a do Paraguai e a de Buenos Aires. Dessa forma, o Paraguai perdeu a zona marítima do estuário do Rio da Prata, ficando isolado no interior do continente. Posteriormente, o último acesso paraguaio ao mar foi perdido e pertencia às terras do território de Mbiazá ou Yviazá ou La Vera , que correspondia ao atual estado brasileiro de Santa Catarina, território no qual se encontrava o porto de San Francisco de Mbiazá, fundado em 1538. Após as revoluções comuneras no início do século XVIII, a Coroa Espanhola impõe sanções ao Paraguai, enfraquecendo a economia paraguaia. Em 1767, os jesuítas são expulsos do Império Espanhol, o que diminuiu a importância econômica do país. Em 1776, é criado o Vice-Reino do Rio da Prata, sediado em Buenos Aires, englobando o atual território paraguaio.
Litografia de Rodríguez de Francia Em 15 de maio de 1811, o Paraguai declarou a sua independência da Espanha, de modo totalmente pacífico. O Dr. José Gaspar Rodríguez de Francia, mais conhecido como o Dr. Francia, ou O Supremo, assume a liderança do país, governando-o até sua morte, em 1840. Durante seu governo, o Dr. Francia isolou o Paraguai do resto do mundo, não mantendo relações com nenhum país e proibindo a emigração e a imigração. Ele reprimiu a oposição ao regime e utilizou a política isolacionista como meio de deter as ambições expansionistas do Brasil e da Argentina e a penetração estrangeira. A fim de evitar a necessidade de comércio exterior, o ditador estimulou a autossuficiência agrícola, mediante a introdução de novas culturas e desenvolveu as manufaturas. Essa política isolacionista contribuiu para preservar o caráter homogêneo do povo paraguaio e seu espírito de independência. Sobre este caudilho, afirmam Antônio Mendes Junior e Ricardo Maranhão Com a morte de Francia, assume a presidência o seu sobrinho, Carlos Antonio López 1840 1862 , que acaba com o isolamento do país, expande o comércio externo e transforma o Paraguai em um dos países mais desenvolvidos da região, por meio da industrialização e do envio dos melhores estudantes para estudar em universidades europeias. Durante seu governo, o Brasil e a Argentina reconhecem a independência paraguaia.
O ditador paraguaio Francisco Solano López 1862 1870 , que iniciou a Guerra do Paraguai Francia foi sucedido por Carlos Antonio López , que abandonou o isolacionismo, expandiu o comércio externo e a educação e abriu as portas do país para técnicos estrangeiros. Aumentava, contudo, a fricção entre o Paraguai e seus dois poderosos vizinhos, Brasil e Argentina. O ditador argentino Juan Manuel Rosas ergueu obstáculos ao comércio exterior paraguaio, mediante bloqueio econômico, enquanto reavivavam-se disputas fronteiriças. Consciente do perigo, Antonio López, tratou de fortalecer o exército, que seu filho Francisco Solano López teria amplas oportunidades de usar. Treinado por oficiais alemães e equipado com armas europeias modernas, o exército paraguaio tornou-se uma força formidável empregada numa aventura expansionista. Em 12 de outubro de 1864, apesar dos ultimatos paraguaios, o Império do Brasil ao lado do governo argentino sob a liderança do general Bartolomé Mitre e dos rebeldes colorados uruguaios liderados pelo general Venancio Flores invadiu a República do Uruguai para derrubar o governo da época que estava sob o governo do Partido Blanco, um aliado de López , iniciando assim a Guerra do Paraguai. Os paraguaios, liderados por López, revidaram atacando a província brasileira do Mato Grosso em 15 de dezembro de 1864 e depois declararam guerra à Argentina em 23 de março de 1865. O Governo Blanco foi derrubado e substituído por um Governo Colorado sob o general Venâncio Flores em 22 de fevereiro de 1865 e posteriormente a República Argentina, o Império do Brasil e a República do Uruguai assinaram o Tratado da Tríplice Aliança contra o governo do Paraguai, em 1 de maio de 1865. Os paraguaios resistiram ferozmente, mas acabaram sendo derrotados em 1870 na Batalha de Cerro Corá, onde o marechal Solano López foi morto em combate, recusando-se a se render. As causas desta guerra, que continua sendo o conflito internacional mais sangrento da história das Américas, ainda são altamente debatidas. Ficheiro Bate Co 1866.png thumb esquerda Paraguaios mortos após a Batalha do Boqueirão, 1866 O Paraguai perdeu 25 33 de seu território para a Argentina e o Brasil, foi forçado a pagar uma enorme dívida de guerra e a vender grandes quantidades de propriedades nacionais para restaurar seu orçamento interno. Mas a pior consequência da guerra foi a perda catastrófica de população. Pelo menos 50 dos paraguaios morreram durante o conflito, números que demoraram muitas décadas para o país voltar. Sobre o desastre sofrido pelos paraguaios com o desfecho da guerra, William D. Rubinstein escreveu Durante a pilhagem de Assunção em 1869, o Exército Imperial Brasileiro empacotou e transportou o Arquivo Nacional do Paraguai para o Rio de Janeiro. Os registros da guerra do Brasil permaneceram confidenciais.
Em 1887, fundam-se os dois principais partidos políticos do Paraguai o Partido Liberal atual PLRA - Partido Liberal Radical Autêntico e o Partido Colorado Paraguai . Em 1904, estourou uma revolução liberal contra o domínio dos colorados. O governo liberal iniciou um período de grande instabilidade política entre 1904 e 1954, o Paraguai teve 31 presidentes, a maioria dos quais foi destituída à força. Os conflitos entre as facções do partido Liberal no poder levaram à Guerra Civil Paraguaia de 1922. Ficheiro Paraguayos en alihuatá.jpg thumb Tropas paraguaias em Alihuatá durante a Guerra do Chaco A disputa da região do Chaco com a Bolívia, por suspeitas de existência de petróleo na região, levou à Guerra do Chaco 1932 1935 . Após milhares de mortes, o Paraguai venceu, mesmo com um exército menor, e ficou com a maioria das terras da região disputada. Em fevereiro de 1936, ocorre a Revolução Febrerista e o coronel Rafael Franco assume a presidência, na qual permaneceu por 18 meses, e os febreristas como ficaram conhecidos os revolucionários lançaram o projeto de reforma agrária e implementaram direitos trabalhistas. No entanto, uma contrarrevolução liberal tira Franco do poder. Entre 1940 e 1948, o General Higinio Morínigo governa o país e a insatisfação com seu governo resultou na guerra civil paraguaia de 1947. Com a queda de Morínigo, inicia-se o domínio do Partido Colorado na política paraguaia, que duraria 60 anos. Em 1949, após uma sucessão de presidentes provisórios de curtos mandatos, toma posse Federico Chaves. Com uma economia deteriorada, aumento cada vez maior da inflação e a agropecuária estagnada, seu governo foi forçado a importar alimentos, para evitar uma crise famélica. Em meio à grave crise econômica e instabilidade política, ocorre um golpe de Estado em 3 de maio de 1954, apoiado pelos Estados Unidos e liderado pelo General Alfredo Stroessner. Tomás Romero Pereira assume interinamente a presidência, até a decisão de quem seria o presidente do Paraguai.
Ficheiro Alfredo Stroessner at desk.jpg thumb esquerda upright O ditador Alfredo Stroessner em seu gabinete presidencial. Ele governou o país de 1954 a 1989 e seu governo foi marcado por abusos aos direitos humanos Em 15 de agosto de 1954, Stroessner toma posse como presidente e governa o Paraguai até 1989. O período em que ele permaneceu no cargo ficou conhecido como El Stronato. Nos meses seguintes à posse, instaura uma ditadura e persegue partidos políticos adversários e alas do Partido Colorado contrárias ao ditador. Após a queda de dois ditadores aliados dos Estados Unidos, o cubano Fulgencio Batista e o venezuelano Marcos Pérez Jiménez, e a pressão estadunidense levaram a uma breve abertura política no Paraguai. Entretanto, com o aumento da oposição e o surgimento de grupos armados contrários a Stroessner, o estado de sítio foi retomado. No El Stronato, houve alguma modernização do Paraguai e crescimento econômico e o país estabelece fortes laços comerciais e diplomáticos com o Brasil, com o qual constrói a Ponte Internacional da Amizade e a Usina Hidrelétrica de Itaipu. Por outro lado, existiram diversas violações aos direitos humanos, como tortura e assassinatos políticos, e a oposição foi bastante perseguida e limitada. O estado era corrupto, onipresente e repressivo. Além disso, Stroessner concedeu asilo a criminosos de guerra nazistas. Durante a Guerra Fria, o país participou ativamente da Operação Condor. Nos anos 1980, a inflação, em alta desde a década anterior, atinge níveis altos. Nessa época, o líder do PLRA, Domingo Laíno, foi o ponto focal da oposição na década de 1980. O esforço do governo para isolá-lo, exilando-o em 1982, não teve o resultado esperado. O regime de Stroessner cedeu em abril de 1987 e permitiu que Laíno voltasse a Assunção. Laíno assumiu a liderança na organização de manifestações e na redução das lutas internas entre o partido da oposição, mas não houve acordo sobre uma estratégia comum em relação às eleições. Em resposta ao aumento das atividades da oposição, Stroessner condenou a oposição por defender a sabotagem das eleições gerais e o desrespeito à lei. Ele usou a polícia nacional e vigilantes civis do Partido Colorado para interromper as manifestações oposicionistas. Vários líderes da oposição foram presos ou assediados de outra forma. Hermes Rafael Saguier, outro líder importante do PLRA, foi preso por quatro meses em 1987 sob a acusação de sedição. No início de fevereiro de 1988, a polícia prendeu 200 pessoas que participavam de uma reunião do Comitê de Coordenação Nacional em Coronel Oviedo. Laíno e várias outras figuras da oposição foram presos antes do amanhecer do dia das eleições, 14 de fevereiro, e mantidos por doze horas. O governo declarou a reeleição de Stroessner com 89 dos votos.
Andrés Rodríguez foi o responsável por derrubar o governo de Alfredo Stroessner Em 3 de fevereiro de 1989, Stroessner foi derrubado por um golpe militar liderado pelo general Andrés Rodríguez, sogro do filho mais velho do ditador. Com isso, o ditador deposto exila-se no Brasil, ali falecendo em 2006. Eleito presidente em maio de 1989, Rodríguez instituiu reformas políticas, jurídicas e econômicas e iniciou uma reaproximação com a comunidade internacional. Houve a democratização do Paraguai. Em 1991, Rodríguez, junto com o Presidente do Brasil Fernando Collor, da Argentina Carlos Menem e do Uruguai Luis Alberto Lacalle, participa da assinatura do Tratado de Assunção, que cria o Mercosul. Refletindo a profunda fome dos pobres rurais por terra, centenas imediatamente ocuparam milhares de acres de territórios não utilizados pertencentes a Stroessner e seus associados em meados de 1990, 19 mil famílias ocupavam 138 mil hectares. Na época, 2,06 milhões de pessoas viviam em áreas rurais, mais da metade da população total de 4,1 milhões, e a maioria não tinha terra. Nas eleições presidenciais e legislativas de 9 de maio de 1993, ganhou Juan Carlos Wasmosy, do partido Colorado, que tomou posse na presidência em 15 de agosto do mesmo ano. Investigações sobre a ligação de paraguaios com o narcotráfico internacional e o veto aos protestos de militares, em 1994, geraram conflitos entre Wasmosy e o chefe do exército, Lino Oviedo, que tentou um golpe, frustrado por manifestações no país e dos demais membros do Mercosul e dos Estados Unidos. Oviedo foi indicado a concorrer à presidência, mas um tribunal militar o condenou a dez anos de prisão, em março de 1998, pela tentativa de golpe, tornando-o inelegível. Seu substituto, Raúl Cubas, venceu o pleito em maio e libertou Oviedo por decreto. A corte Suprema declarou ilegal o indulto, mas Cubas ignorou essa posição. Em março de 1999, o vice-presidente eleito, Luis María Arga a, rival do Oviedo no Partido Colorado, foi morto a tiros em Assunção. Manifestantes exigiram a destituição de Cubas, apontado pelo executor Pablo Vera Esteche juntamente com Oviedo como mandantes do crime. Cubas renuncia e se refugia no Brasil, sendo sucedido pelo presidente Congresso do Paraguai, Luis ngel González Macchi. Militares se rebelaram em maio de 2000, mas a nova tentativa de golpe fracassou, outra vez por causa da pressão externa. O governo declarou estado de sítio e atribuiu a tentativa a Oviedo, que foi preso por policiais em Foz do Iguaçu e levado para Brasília. Após cinco anos de exílio retorna ao Paraguai. Ao chegar ao país, foi preso e cumpriu pena até 2007. A ala oviedista do Partido Colorado se separou, criando a União Nacional de Cidadãos ticos Unace , para viabilizar a candidatura de Oviedo à presidência. O ex-presidente paraguaio Fernando Lugo foi destituido em 2012 O colorado Nicanor Duarte Frutos foi eleito presidente em abril de 2003. Os colorados mantiveram a maioria no congresso, mas com menos força o número de deputados do partido caiu de 45 para 37 e o de senadores de 24 para 16. O PLRA elegeu 21 deputados e doze senadores. Em agosto, Duarte tomou posse, em meio a grave crise econômica. Fora da presidência, Macchi foi proibido pela justiça de sair do país, onde deveria responder às acusações de corrupção. Em 20 de abril de 2008, o ex-bispo Fernando Lugo foi eleito presidente do Paraguai por uma frente ampla que englobava partidos políticos de extrema-esquerda a centro-direita, dando fim a quase seis décadas de domínio do partido Colorado. Em janeiro de 2009, o governo Lugo inicia um programa de reforma agrária, melhorias sociais e obras de infraestrutura no campo. No entanto, houve o aumento no número de conflitos entre agricultores sem terra e grandes latifundiários. Em 22 de junho de 2012, o Congresso Paraguaio votou e aprovou o impeachment de Fernando Lugo, sob a alegação de mau desempenho das funções e responsabilidade por 17 mortes em um conflito entre policiais e camponeses em Curuguaty. Diversos países da região reclamaram da ausência de prazo para a defesa do presidente e classificaram o impeachment como golpe. O vice-presidente, Federico Franco PLRA , assume a presidência. A Ministra da Defesa do Paraguai alegou que o então chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, teria instigado os militares paraguaios a usarem a força contra a decisão do congresso, o que foi confirmado por um comandante paraguaio. O Mercosul e a Unasul decidiram suspender o Paraguai até as próximas eleições, pois o impeachment de Lugo feriu as cláusulas democráticas de ambas as instituições. Em 2013, o empresário Horacio Cartes, um dos homens mais ricos do Paraguai e já acusado de ligações com o narcotráfico, lavagem de dinheiro e contrabando, é eleito presidente e toma posse. O Partido Colorado volta ao poder do Paraguai. Em 2017, a aprovação de uma emenda que permite a reeleição presidencial levou a onda de protestos. Em 2018, é eleito e toma posse o colorado Mario Abdo Benítez, conhecido como Marito. O seu governo foi bastante criticado por não ter uma boa resposta à pandemia de COVID-19. Em 2021, protestos motivados pela gestão da pandemia e a baixíssima taxa de vacinação no momento ocorreram no Paraguai.
O Paraguai faz fronteira com a Bolívia ao norte e a noroeste, com o Brasil a leste e a nordeste, e com a Argentina a sudeste, ao sul e a oeste. A localização da cidade Assunção fica na margem esquerda do rio Paraguai, na parte frontal da foz do rio Pilcomayo. O rio Paraguai desce da parte setentrional para a parte meridional. O próprio rio faz a divisão do Paraguai em duas regiões geográficas distinguidas a Región Oriental Região Oriental e a Región Ocidental Região Ocidental . Outro nome dado a essa última, é o Chaco Boreal.
No Paraguai existem três diferentes regiões geográficas. O Chaco é uma planície de grande extensão na parte ocidental do país. Em compartilhamento com a Bolívia e a Argentina, é caracterizado pela altitude que se declina gradualmente da parte norte-ocidental para a parte sul-oriental. revestida de áreas pantanosas e ocorrem muitas cheias durante a época em que chove. O campo é a vegetação predominante da região central. Seu relevo é de morros e a fertilidade dos vales serranos. O tipos de vegetação característicos são a savana, as matas de galeria e a vegetação de pântano. A área florestal está localizada em um acidente geográfico de terra baixa. Os morros de baixa altitude recortam essa região e alcançam aproximadamente 700 metros nas cordilheiras de Amambay e Mbaracayú, ambas na fronteira com o Brasil. A rede hidrográfica é caracterizada pela presença de numerosos rios que estão intimamente relacionados com a vida econômica e política do país. Os rios formam a maior parte das fronteiras do Paraguai e constituem seus mais importantes meios de transportes. As fronteiras oeste, sul e sudeste com a Argentina são demarcadas pelos rios Pilcomayo, Paraguai e Paraná, enquanto os rios Paraguai, Apa e Paraná separam o país do Brasil, ao nor. O Paraguai e o Paraná são os mais importantes cursos d água do país. O primeiro nasce em terras brasileiras e atravessa extensas planícies de aluvião, dividindo o país em duas partes oriental e ocidental .
Paraguai segundo a classificação climática de K ppen-Geiger O clima do Paraguai é, geralmente, subtropical, menos em alguns trechos da região do Chaco, com temperatura parecida à do Planalto Brasileiro, onde é quente e úmido. O país é cortado pelo trópico de Capricórnio ao centro, próximo a Concepción. A posição central e plana do Paraguai, praticamente sem barreiras naturais, favorece os rápidos efeitos dos ventos quentes originários do Equador, e dos ventos frios que vêm da Argentina, causando variações térmicas acentuadas. No verão, as temperaturas variam entre 26 C e 33 C, e no inverno entre 15 C e 26 C. A temperatura média é de 23 C, enquanto que a máxima absoluta é de 41 C e a mínima é de 1 C. A diferença entre a temperatura média do verão e a do inverno é de 6 C. Uma das características do clima paraguaio é a alta temperatura sentida no verão, especialmente na região dos campos e do Chaco, e o frio intenso que ocorre no período do inverno. São muito frequentes e quase sempre abundantes as chuvas no território paraguaio. O tamanho do país tem influência na quantidade de chuvas, acentuando a estação seca especialmente na fronteira com Bolívia e Argentina. Pode-se considerar bem elevado o índice de chuvas no Planalto do Paraná, com anuais. Na capital, Assunção cai para e no Chaco para . Os meses de concentração das chuvas são dezembro, janeiro e fevereiro, caindo durante o inverno.
O Paraguai é um país com diversas biosferas. No leste, há muitos prados verdes e florestas, enquanto o oeste do país é coberto principalmente por grama seca e árvores esparsas. Como tal, a flora nativa do Paraguai é apresentada em uma infinidade de espécies. a Flora do Paraguai concentra-se principalmente no planalto do Paraná à medida que o planalto recebe forte chuva.
Densidade populacional do Paraguai pessoas por km A densidade populacional é considerada baixa 17,93 hab. km em 2019 . Existem grandes contrastes de ocupação entre as distintas partes do país o Chaco é a região mais despovoada. As planícies próximas ao rio Paraná têm densidade moderada. A porcentagem da população urbana é de 56,7 . Os habitantes concentram-se nas principais cidades do país, como Assunção, Ciudad del Este, San Lorenzo e Fernando de La Mora. A taxa de natalidade é elevada cada mulher tem em média 3,8 filhos. A taxa de mortalidade infantil é moderada e gira em torno de 26 por mil. A expectativa de vida é de 68,5 anos para homens e de 73 anos para mulheres.
Embora não existam dados oficiais sobre a composição étnica do Paraguai, a maioria da população paraguaia é fruto da miscigenação entre europeus e indígenas, iniciada no período colonial. Nas décadas seguintes ao fim da Guerra do Paraguai, para compensar as perdas demográficas no conflito, muitos imigrantes vindos da Europa, do Levante e de países hispano-americanos próximos, sobretudo da Argentina, se fixaram no Paraguai e, ao longo do tempo, eles e seus descendentes foram incorporados à população desse país. Desse modo, o povo paraguaio atual foi formado pela nova mestiçagem entre a população tradicional hispano-guarani que sobreviveu à Guerra do Paraguai e imigrantes que chegaram ao país para repovoá-lo. No final do século XX, a população cresceu a taxas bastantes altas, devido a um aumento na natalidade e queda na mortalidade. A partir dos anos 1960, milhares de migrantes da Região Sul do Brasil se fixam no Paraguai. Eles e seus descendentes ficaram conhecidos como brasiguaios e possuem uma população estimada entre 200 e 400 mil pessoas. Em algumas regiões paraguaias próximas à fronteira com o Brasil, os brasiguaios compõem mais de 90 da população. Segundo pesquisa de 2011 do Latinobarómetro, dos paraguaios entrevistados, 55 identificaram-se como mestiços entre indígenas e europeus, 29 como brancos, 3 como índios, 1 como mulatos, 1 como negros e 2 outra raça. O antropólogo e professor mexicano Francisco Lizcano Fernández afirmou, em um estudo, que a composição étnica do Paraguai é a seguinte 75 mestiços entre indígenas e europeus, 20 brancos e o restante composto por ameríndios e afro-paraguaios. De acordo com um estudo genético de 2021, realizado em paraguaios do leste do país, a população paraguaia é resultado da miscigenação entre homens europeus essencialmente espanhóis e mulheres indígenas essencialmente guaranis , com uma contribuição africana menor. A ancestralidade encontrada foi 55,4 europeia, 33,8 indígena e 10,8 africana. No início do século XVI, com a chegada dos conquistadores espanhóis, foram estabelecidas alianças políticas com os indígenas guaranis que viviam às margens do Rio Paraguai. O processo de miscigenação começou rapidamente entre mulheres ameríndias e homens europeus, e os mestiços entre indígenas e europeus tornaram-se o grupo mais numeroso. Comparado a outros impérios coloniais da época, o número de escravos africanos no Paraguai foi pequeno, principalmente devido à ausência de grandes plantações e de minas. Na época de sua independência, em 1811, o Paraguai já tinha uma população essencialmente miscigenada, resultante de casamentos entre espanhóis, indígenas guaranis e uns poucos escravos africanos. Embora o país tenha recebido imigrantes de outras regiões da Europa além da Espanha, bem como da sia e do Brasil, a estrutura genética dos paraguaios atuais é basicamente resultante do processo de povoamento colonial.
Extensão da língua guarani na América do Sul O guarani, língua falada pela maioria da população, e o espanhol são os idiomas oficiais, sendo que 95 da população é bilingue. O dialeto falado no país é o espanhol paraguaio. Há também dezenas de milhares de falantes puramente indígenas de dialetos guaranis no Paraguai. O Paraguai é único em muitos aspectos e diferente de outros países latino-americanos. O Paraguai tem uma população mestiça que é bastante homogênea hispânica na aparência e na cultura . As pessoas não aparentam, nem vestem ou se comportam como indígenas. Os termos ladino e mestizo não são usados no espanhol paraguaio e não existem conceitos sobre mistura cultural ou racial, como existem em outros países latino-americanos. No entanto, apesar da espanholização da maioria dos moradores, noventa por cento da população é falante da língua indígena guarani. Por esse motivo, o Paraguai é único no hemisfério e o país é, frequentemente, citado como uma das poucas nações bilíngues no mundo.
A Constituição da República do Paraguai estabelece a liberdade de culto e outras leis e políticas que contribuem para o livre exercício de qualquer religião. A maioria da população paraguaia se considerada católica, os dados da Cidade do Vaticano afirmam que o Paraguai é o país da América Latina com o maior percentual de católicos, sendo também o único país latino-americano no qual o catolicismo excede o 85 da população total. O Paraguai é o país com a menor diminuição no número total de católicos entre os seus habitantes quatro pontos percentuais perdidos entre 1996 e 2013 . Por outro lado, o crescimento da população de evangélicos é menor do que a diminuição dos católicos. As maiores denominações protestantes no Paraguai são os menonitas, seguidos pelos batistas, batistas reformados, presbiterianos e pentecostais. Seu crescimento no país é maior nas áreas urbanas do que em aldeias ou cidades seis em cada dez paraguaios evangélicos têm uma boa posição econômica . Outros cultos e religiões presentes em solo paraguaio são a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos ltimos Dias, os adventistas, as Testemunhas de Jeová, os muçulmanos, Baha i, dentre outros.
O Paraguai é uma república presidencialista, onde o presidente é, ao mesmo tempo, chefe de Estado e de governo. A constituição do Paraguai, promulgada em 20 de agosto de 1992, estabelece que o país é uma república baseada na democracia e na divisão dos poderes. O chefe de estado e chefe de governo é o atual presidente Mario Abdo Benítez e o vice-presidente, Hugo Velázquez.
Palacio de los López, sede do governo do Paraguai Sede do Congresso do Paraguai O poder executivo é exercido pelo presidente, eleito por sufrágio universal direto para um mandato de cinco anos, sem possibilidade de reeleição. Ao presidente, que é auxiliado pelo vice-presidente, compete nomear os ministros. O presidente e o vice-presidente são assessorados pelo Conselho de Ministros. O presidente participa da formulação da legislação e a promulga, podendo vetar leis emanadas do legislativo. O Conselho de Ministros é constituído pelos membros do gabinete, o reitor da Universidad Nacional de Asunción, o presidente do Banco Central do Paraguai e representantes dos seguintes ministérios agricultura e pecuária educação e cultura finanças relações exteriores indústria e comércio interior justiça defesa saúde e bem-estar social obras publicas e comunicações. O poder judiciário inclui a Corte Suprema de Justiça nove juízes , as Cortes de Apelação, o Tribunal de Primeira Instância, e os juízes de Arbitragem, de Instrução e de Paz. O Senado e o presidente selecionam seus nove membros sobre a base de recomendações de um conselho de magistrados Conselho da Magistratura segundo a atual constituição de 1992. A Corte Suprema resolve todos os casos que lhe são enviados pelas cortes inferiores. constituída por um juiz principal e oito juízes associados. O presidente do país indica os juízes, que cumprem um mandato de cinco anos. As cortes de apelação especiais tratam de casos criminais, civis e trabalhistas. As cortes civis lidam com casos comerciais. Os juízes de paz resolvem os casos menores. O poder legislativo é bicameral, compreendendo o senado, 45 membros , e a câmara dos deputados, 80 membros senadores e deputados têm cinco anos de mandato. As eleições para o Congresso se celebram em listas fechadas simultaneamente com a eleição presidencial não se aplica o voto por cada candidato a deputado ou senador senão por uma lista apresentada por cada partido político . Os deputados se elegem por departamento enquanto os senadores se elegem em nível nacional, ambos para mandatos de cinco anos. O número de representantes eleitos por cada departamento divisão administrativa relaciona-se com a população dos departamentos. Os senadores são eleitos por todos os eleitores em forma nacional. Os membros do poder legislativo são eleitos pelo método D Hondt. Os principais partidos políticos são o Partido Colorado ou Associação Nacional Republicana ANR , o Partido Liberal Radical Autêntico PLRA , o Movimento Pátria Querida MPQ , a União Nacional dos Cidadãos ticos UNACE , o Partido País Solidário PPS , o Partido Encontro Nacional PEN e o Partido Pátria Livre PPL .
Militares da Marinha do Paraguai As principais forças armadas do Paraguai são exército, Marinha Nacional que inclui Força Aérea, Corpo de Fuzileiros Navais e Prefeitura Naval Geral e Força Aérea. A constituição do Paraguai estabelece que o presidente do Paraguai é o comandante-em-chefe. O orçamento anual de defesa é de 6,3 milhões de dólares. As alterações nos gastos com defesa aumentaram 38 em 1989. Sob o governo do general Alfredo Stroessner, o exército, com efetivo total de 26 mil homens, tinha 42 generais e 245 coronéis. O Paraguai tem serviço militar obrigatório, e todos os homens de 18 anos de idade e 17 anos de idade no ano de seu aniversário de 18 anos são responsáveis por um ano de serviço ativo. Embora a constituição de 1992 permita a objeção de consciência, não há legislação outorgada que tenha sido aprovada.
Ficheiro XII Cumbre de Presidentes del Mercosur.jpg thumb O Paraguai é um dos membros fundadores do Mercosul A política diplomática do Paraguai tem se concentrado em manter boas relações com seus vizinhos e o governo paraguaio tem sido um defensor ativo da cooperação regional. O Paraguai é membro das Nações Unidas e teve um mandato como membro não permanente no Conselho de Segurança da ONU entre 1967 1969. Mantém participação em várias instituições financeiras internacionais, incluindo o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Fundo Monetário Internacional FMI . Também pertence à Organização dos Estados Americanos, à Associação Latino-Americana de Integração ALADI , ao Grupo do Rio, à Interpol, ao Mercosul e à UNASUL. No nível político, os assuntos diplomáticos e as relações internacionais do Paraguai são oficialmente administrados pelo Ministério das Relações Exteriores, que responde ao poder executivo do governo. O atual ministro das Relações Exteriores é Luis Alberto Castiglioni, no cargo desde 15 de agosto de 2018. Diferente dos outros países da América do Sul, o Paraguai reconhece a República da China Taiwan em vez da República Popular da China. Embora não seja um país particularmente grande em termos absolutos, o Paraguai atualmente é o maior país que mantém relações diplomáticas oficiais com Taiwan.
Centro financeiro de Assunção A economia paraguaia baseia-se em produto agropecuários e florestais, que representam 75 das exportações. Entre os recursos agrícolas destacam-se soja, milho, cana-de-açúcar, mandioca, arroz, trigo, laranja, erva-mate e sorgo. O país está entre os 10 maiores produtores do mundo de soja, e entre os 25 maiores de cana de açúcar e milho, além de ser o país mais setentrional da América do Sul a produzir trigo. A pecuária é bastante desenvolvida. um dos 30 maiores produtores do mundo de carne bovina, além de também produzir carne de frango, carne suína e ter uma considerável extração de leite. As principais espécies de madeiras florestais de exportação são o quebracho, o mogno, a nogueira e o cedro. A cultura da soja foi trazida pelos brasileiros ao país em 2019, quase 70 dos produtores de soja e arroz do Paraguai eram pessoas oriundas do Brasil, ou descendentes de brasileiros os chamados brasiguaios . Os primeiros produtores brasileiros começaram a chegar ao país nos anos 1980. Antes disto, haviam muitas terras no país sem uso. O Paraguai possui indústrias de erva-mate, cervejeira, alimentícia, de tabaco, de rum e álcool, de preparação de carnes e couros e ligada à exportação de tanino óleo de soja, de parket e lâminas de madeiras. Em 2018, o país foi o 7 maior produtor do mundo de óleo de soja, além de ter produzido 300 milhões de litros de cerveja. Seus complexos hidrelétricos, como a Usina Hidrelétrica de Itaipu co-financiada com o Brasil , fornecem um índice de cobertura energética de 175,2 bem acima do consumo interno, porém tem também a Usina del Acaray em Hernandarias e a Usina de Yacyreta que está sendo construída em parceria com a Argentina. Os cursos fluviais dos rios Paraná e Paraguai funcionam como vias de comunicação. Dos países vizinhos importa principalmente maquinaria, materiais de construção e produtos têxteis e químicos. No entanto, a indústria paraguaia é pouco desenvolvida. Os estabelecimentos existentes se destinam, em grande parte, a transformação de produto florestais, agrícolas ou de pecuária. Indústrias do tanino, de óleos vegetais, carnes e conservas. Há fábricas de tecidos de algodão e outros bens de consumo, sapatos, cigarros, bebidas, açúcar, fósforos e sabão. Existem fundições que trabalham com o ferro de Ibytymi Ibitimi , uma fábrica de cimento ao norte de Concepción e uma refinaria de petróleo em Assunção. O artesanato indígena merece destaque. Principais produtos de exportação do Paraguai em 2019 Silos e plantação de soja no Paraguai O país exporta eletricidade os rendimentos cobrem as importações de petróleo. O país é auto-suficiente em trigo e em outras matérias-primas alimentícias. Em 2010, era grande a dependência da agricultura a atividade respondia por 50 do PIB e 90 das exportações . Poucos minérios explorados comercialmente. As exportações paraguaias - que se destinam, sobretudo ao Brasil, Países Baixos, Argentina, Suíça, Alemanha, Estados Unidos e Itália - apoiam-se nos produtos agrários e extrativos. As fibras de algodão, soja, carnes enlatadas, essência para perfumaria, café e óleo vegetal perfazem 89,5 do total. Os principais importados - principalmente do Brasil, Japão, Argentina, Estados Unidos, Alemanha e Argélia - são as máquinas e os equipamentos de transporte, combustíveis e lubrificantes, fumo e bebidas, de produto químicos, farmacêuticos e de ferro. Em 2010, o Paraguai experimentou a maior expansão econômica da região e a mais alta da América Latina, com uma perspectiva histórica de crescimento do PIB de 9 , podendo chegar a 13 para o final do ano. Só no primeiro semestre de 2010, o país teve um crescimento econômico de 14 . O 49,9 do crescimento do PIB corresponde à agricultura o 9,7 à indústria incluindo a construção e as utilidades públicas o 34 corresponde a serviços e 6,1 às taxas. Uma estimativa da consultora internacional norte-americana PricewaterhouseCoopers indicava para 2010 um crescimento de 10,5 da economia paraguaia. O principal banco paraguaio é o Banco Central do Paraguai, que administra o sistema financeiro do país. Os maiores bancos são o Interbanco, o Citibank, o Banco Amambay S.A., o Banco Regional e o Banco Nacional de Fomento. Argentina, Brasil, Estados Unidos e Inglaterra têm investimentos consideráveis no Paraguai. O guarani é a moeda corrente no país. Está dividida em cem cêntimos.
Igreja da redução jesuita de Jesús de Tavarangue, um Patrimônio Mundial pela UNESCO O Paraguai recebe visitantes por ano. O número de visitantes aumentou um por cento em 1990. O turismo é fraco exceto quanto ao grande número de brasileiros e argentinos que cruzam a fronteira todos os dias para comprar, em Ciudad del Este, produtos eletrônicos originários do Extremo Oriente. Sendo um país de características nacionais bastante acentuadas de música e folclore típicos, possui valioso potencial turístico. Algumas de suas atrações o lago Ypacaraí, com os balneários de San Bernardino e Areguá o lago Ypoá os saltos de Monday, Acaray, Guairá as ruínas jesuíticas dos centros missionários de Trinidad, perto de Encarnación o monumento ao marechal Solano Lopez e o panteão Nacional dos Heróis. Ainda constituem atrativos o festival de aduti, em Itauguá, onde é exposto esse tipo de renda fina feita à mão, vestidos de aho poí e artigos de madeira e de couro.
Hospital Central Dr. Emilio Cubas, em Assunção A expectativa de vida ao nascer era de 75 anos em 2006, e a oitava melhor posição do ranking na América do Sul de acordo com a Organização Mundial da Saúde. o mesmo nível da Argentina. A despesa pública em saúde é de 2,6 do PIB e as despesas privadas em saúde 5,1 . A mortalidade infantil era de 20 por mil nascimentos em 2005. A mortalidade materna foi de 150 por 100 000 nascidos vivos em 2000. O Banco Mundial ajudou o governo paraguaio para reduzir a mortalidade materna e infantil do Paraguai. O Mother and Child Basic Health Insurance Project teve como objetivo contribuir para a redução da mortalidade, aumentando a utilização de serviços selecionados de salvação de vidas incluídos no Mother and Child Basic Health Insurance Program MCBI por mulheres em idade fértil e crianças menores de idade seis em áreas selecionadas. Para este fim, o projeto também teve como objetivo a melhoria da qualidade e eficiência da rede de serviços de saúde dentro de determinadas áreas, além da gestão do Ministério da Saúde Pública e Bem-Estar Social MSPBS .
Estradas nacionais do Paraguai Segundo dados oficiais do M.O.P.C Ministério das Obras Públicas e Comunicações do Paraguai , em 2019, existiam no total 78 850 km de estradas, sendo 10 372 km pavimentados. Um dos investimentos recentes mais importantes da história do país é a construção do Corredor bioceânico, que cortará o norte do Paraguai em linha horizontal, ligando o Brasil à Argentina, chegando tanto aos portos do norte do Chile, quanto aos portos brasileiros. A obra abrirá uma nova rota para exportações de produtos para a sia, e viabilizará o desenvolvimento de uma região isolada do Paraguai, o Chaco. Em janeiro de 2022, o país já havia concluído 247 km da estrada. O Paraguai também vem concretizando a implantação da primeira rodovia duplicada do país 149 km da Rota 2, que liga a capital Assunção à Ciudad del Este, na fronteira com o Brasil rodovia que também liga com o Porto de Paranaguá . Em janeiro de 2022, já haviam quase 100 km duplicados. O transporte fluvial é importante e o sistema Paraná-Paraguai, que abrange uma rede navegável de , concentra a maior parte do tráfego marítimo comercial para o porto de Buenos Aires. Assunção é o principal porto do Paraguai. A rede ferroviária tem 44 km de extensão. As principais linhas são a da estrada de ferro Presidente Carlos Antonio López, que liga Assunção a Encarnación, servindo a região mais povoada do país e a de Ferrocaril de Norte, que faz a conexão entre Concepción e Horqueta. O aeroporto de Assunção é importante escala de linhas aéreas internacionais e o Aeroporto Internacional Guaraní, de Ciudad del Este, é um importante centro aéreo internacional de cargas.
Usina Hidrelétrica de Itaipu O Paraguai não possui grandes jazidas de petróleo ou gás natural. Apesar das inúmeras tentativas de extração, as reservas encontradas mostraram-se insuficientes para a exploração comercial. Sem reservas, o Paraguai é totalmente dependente das importações para atender a demanda interna. O Estado subsidia a importação e venda de diesel, enquanto gasolina, álcool, GLP e outros combustíveis são importados livremente. Até 1970, toda a energia elétrica utilizada no país vinha de usinas termelétricas. O Paraguai tornou-se autossuficiente em energia quando entrou em funcionamento, em 1976, complexo hidrelétrico de Acaray, com o objetivo de transformar o país em exportador de energia elétrica para o Brasil e a Argentina. A usina hidrelétrica de Yguazú foi construída em 1977, sendo uma barragem de acumulação de água para ser utilizada em casos de necessidade de abastecimento à barragem de Acaray, liberando um volume médio de cem metros cúbicos diários, com um máximo de 200 metros cúbicos. Em 1984, entrou em operação a usina hidrelétrica de Itaipu, a segunda maior hidrelétrica do mundo. Essa usina foi fruto da cooperação entre Paraguai e Brasil e fez do país um dos maiores exportadores de energia. A barragem possui 20 turbinas e uma capacidade instalada de 14 000 MW, divididos igualmente entre o Paraguai e Brasil. Em 2004, o Paraguai consumiu 16 da energia que lhe corresponde e o restante foi exportado para o Brasil. Outra barragem importante é Yacyretá, equipada com 20 turbinas e com capacidade instalada de 3 100 MW. Paraguai e Argentina compartilham a energia gerada em Yacyretá, embora quase toda a energia que corresponde ao Paraguai seja exportada para a Argentina. Cerca de 100 da energia elétrica consumida no Paraguai é gerada por meio de hidrelétricas, sendo um dos países com energia mais limpa do mundo. O país possui uma capacidade elétrica instalada de 8 110 MW, que produz 63 bilhões de quilowatts-hora por ano segundo dados de 2016 , com consumo interno de apenas 15 bilhões de quilowatts-hora por ano, vendendo o restante do que não é consumido para Argentina, Brasil e Uruguai, tornando o Paraguai o maior exportador mundial de energia elétrica. A Administración Nacional de Electricidad ANDE controla todo o mercado de eletricidade, incluindo geração, distribuição e transporte de energia. Opera com 2 100 milhas de linhas de transporte e 670 milhas de linhas de distribuição. Mais de 92 do país tem cobertura de eletricidade.
Sede da reitoria da Universidade Nacional de Assunção, fundada em 1889 A taxa de alfabetização foi de cerca de 93,6 e 87,7 dos paraguaios terminaram a quinta série de acordo com o último ndice de Desenvolvimento da Educação de 2008 pela UNESCO. A alfabetização não difere muito em função do sexo. A educação primária é gratuita, obrigatória e tem nove anos. O ensino secundário dura três anos. O Paraguai tem diversas universidades. A Universidade Nacional de Assunção foi fundada em 1890 e a Universidade Americana é uma das melhores instituições que oferecem MBA na América do Sul e no Paraguai. A taxa de escolaridade primária líquida foi de 88 em 2005. Despesa pública em educação era cerca de 4,3 do PIB no início da década de 2000. A educação básica é gratuita e, se possível, obrigatória para crianças com idades entre sete e 13. Embora os números oficiais de registro sejam elevados, a taxa de evasão escolar também é alta. Mais de noventa por cento da população é alfabetizada, embora a alfabetização funcional seja provavelmente menor. As duas universidades mais antigas, a pública Universidade Nacional de Assunção 1890 e a privada Universidade Católica de Nossa Senhora de Assunção 1960 , situam-se em Assunção, com filiais em outras cidades. Essas universidades também têm escolas especiais para engenharia, medicina, agricultura, comércio e ciência veterinária. Desde o início da década de 1990, o número de universidades privadas tem aumentado. Pelo menos metade de todos os licenciados são do sexo feminino. Os gastos do governo com a educação aumentaram após a exigência constitucional de 1992, que exigiu porções de um quinto do orçamento do governo para esse fim. No entanto, o número de escolas ainda é insuficiente, especialmente nas zonas rurais e recursos de ensino são insuficientes em todo o país.
Carreta tradicional A característica marcante da cultura paraguaia é a persistência da tradição guarani, entrelaçada com a hispânica. Embora as publicações em guarani sejam numerosas, a maioria da população conhece os dois idiomas. O guarani é empregado como linguagem doméstica e o espanhol na vida oficial e comercial. As duas maiores e mais tradicionais universidades são a Nacional de Assunção, fundada em 1890e a Católica, em 1960. A maioria dos paraguaios professa o catolicismo, mas outros cultos são tolerados. As principais instituições culturais do país estão na capital a Academia Nacional de Belas-Artes, o Conservatório Nacional de Música, a Orquestra Sinfônica de Assunção, a Biblioteca Nacional e o Museu de História Nacional e Etnografia. São famosas as qualidades melódicas da música popular paraguaia, que, em vez da influência africana de outras nações americanas, manteve traços da cultura guarani, particularmente as guarânias, acompanhadas por violão e de ritmo dolente. O isolamento do país durante boa parte do século XIX não foi propício ao desenvolvimento literário. Guerras cruentas motivaram uma literatura de exacerbado nacionalismo e os autores que divergiam essa linha eram ignorados ou tachados de derrotistas, o que levou muitos deles a abandonarem o país. Só na década de 1940 surgiu o primeiro grupo poético coerente, com obra reconhecida, scar Ferreyro e Augusto Roa Bastos, entre outros autores. Em 1952, Gabriel Casaccia publicou em Buenos Aires La babosa A lesma , primeiro grande romance de um autor paraguaio. Outros romancistas surgidos mais tarde foram Jorge Rodolfo Ritter e Juan Bautista Matto. As missões jesuíticas instaladas no Paraguai do início do século XVII até 1767 cobriram o país de notáveis obras arquitetônicas, a maioria das quais, no entanto, foram reduzidas a ruínas. Outras sobrevivem e permitem apreciar o esplendoroso desenvolvimento, na região, do barroco colonial.
Augusto Roa Bastos, escritor paraguaio ganhador do Prêmio Miguel de Cervantes Paraguai foi terra de numerosos poetas, em especial em língua guarani. Ainda que o Paraguai das últimas décadas não tenha sido solo propício para a criação artística em geral, a poesia sempre foi o gênero literário mais prolífico das letras paraguaias. Se por poesia atual entendemos a produzida a partir da década de 1960, então o meio temporário do aqui incluso como poesia paraguaia atual abarca quase trinta anos de governo dictatorial ditadura de Stroessner, 1955 1989 e mais dezessete anos de transição democrática 1989 presente . A situação política, econômica e cultural resultante, bem como também as censuras e autocensuras vigentes durante a dita ditadura afetaram significativamente, tanto em quantidade como em qualidade, a produção poética interna. As detenções arbitrárias, a perseguição ideológica e a repressão política imperantes levaram ao exílio a quase um milhão de paraguaios um terço da população e, entre eles, a muitos escritores e artistas. A literatura do Paraguai se construiu mais com as contribuições dos exilados que com as dos escritores que viveram na pátria. Efetivamente, os dois poetas paraguaios de maior renome internacional, Hérib Campos Cervera 1905 1953 e Elvio Romero 1926 2004 , escreveram praticamente toda sua obra no exílio, ambos em Buenos Aires. Considerado o poeta mais importante da promoção de 1940, Campos Cervera é também um dos três escritores de dito grupo com Josefina Plá e Augusto Roa Bastos que maior influência tiveram na literatura paraguaia contemporânea.
Músico paraguaio Luis Alberto del Paraná o único país da América do Sul onde a maioria dos habitantes fala o idioma nativo, sua música, no entanto, é fortemente influenciada pela música europeia. Entre os séculos XVII e XVIII, os jesuítas notaram que os guaranis possuíam grande vocação para a música e, em sua missões, ensinaram aos nativos os fundamentos da música europeia. Os instrumentos mais populares são a harpa e a viola. A harpa paraguaia teve muita difusão e é conhecida em muitos países do mundo. Seus gêneros são a canção paraguaia, ou purajhei e a guarânia, caracterizada por ser uma canção lenta desenvolvida por José Asunción Flores. Um dos mais conhecidos expoentes da música paraguaia foi Luis Alberto del Paraná, que realizou várias excursões pela Europa e pelo resto do mundo por mais de trinta anos. Para a dança, existem polcas e galopas. A polca é uma dança de casais, enquanto que as galopas são dançadas por um grupo de mulheres chamadas galoperas que giram formando um círculo, balançando-se de um lado a outro com um cântaro ou um vaso em suas mãos. Desse gênero, a música mais famosa é a galopera. Outra variante é a dança da garrafa, onde a principal bailarina dança até com dez garrafas na cabeça, uma sobre outra. Também existem os valseados, uma versão local das valsas, como, por exemplo, El Chopí, Santa Fe, Taguató, Golondrina etc.
Estádio Defensores del Chaco em Assunção O esporte mais praticado e mais popular no país é o futebol. A seleção do Paraguai é uma das mais fortes do continente, tendo sido, por duas vezes 1953 e 1979 , campeã da Copa América. Também conquistou a medalha de prata nas Olimpíadas de Atenas de 2004, sendo a única no país até então. Também participou oito vezes da Copa do Mundo de Futebol, sendo sua melhor participação em 2010, quando chegou às quartas de final pela primeira vez. No momento da criação da Liga Paraguaia de Futebol, criada em 1906, o país já possuía cinco clubes de fuebol, todos sediados em sua capital e em Ypacaraí. Os torneios atléticos passaram a se desenvolver nos primeiros anos da década de 1920, época em que foi criada a Federação Paraguaia de Voleibol, em 1928. Anos mais tarde, o país fundou a Associação Desportiva Paraguaia, em 1936, tendo como seu primeiro presidente Tomás Bartrina. Os clubes mais populares são o Olimpia, apelidado localmente de El Decano, por ter o maior número de títulos nacionais e internacionais, sendo também o primeiro a ser fundado. Outra equipe popular é o Cerro Porte o apelidado de El Ciclón, é a segunda equipe com maior número de títulos a nível nacional. O Libertad, apelidado de El Gumarello, é outro dos clubes mais importantes do país, por ser o terceiro time com mais campeonatos oficiais. Outros clubes relevantes são Guaraní, Nacional, Sportivo Luque o, Sol de América, entre outros. Por outro lado, o Paraguai é a sede da Confederação Sul-Americana de Futebol Conmebol , na cidade de Luque. Entre os jogadores paraguaios mais conhecidos estão Arsenio Erico - considerado pela FIFA como o melhor futebolista do país de todos os tempos - José Luis Chilavert, Catalino Rivarola Méndez, Fabián Balbuena, Roque Santa Cruz, Salvador Caba as, Carlos Gamarra, José Saturnino Cardozo, Gustavo Gómez, Romerito, Roberto Caba as, Francisco Javier Arce Rolón, entre outros. Depois do futebol, o esporte mais popular é o rally, cujo evento mais tradicional é o Rally Trans-Chaco, realizado desde 1971. O esporte amador que mais cresceu no país nos últimos anos é o rugby. Outros esportes praticados são basquetebol, hóquei, vôlei, handebol, remo, golfe, patinação artística sobre rodas e natação, cujo principal representante é Benjamin Hockin. No tênis, Víctor Pecci venceu o Torneio de Roland Garros na categoria júnior em 1973 e foi vice-campeão na categoria profissional em 1979. Rossana de los Ríos repetiu Pecci em 1992 com o título júnior de Roland Garros. Na Copa Davis, o Paraguai competiu pela primeira vez na edição de 1931, e só voltou a competir em 1982. Seu melhor resultado foi chegar às quartas de final do Grupo Mundial por quatro vezes, em 1983, 1984, 1985 e 1987.
Feriados Data Nome em português Nome local Observações 1 de janeiro Ano Novo A o Nuevo 6 de janeiro Dia dos Reis Día de los Reyes 3 de fevereiro Dia do Patrono do Paraguai Dia del Patrono del Paraguay 1 de março Dia dos Heróis Día de los Héroes varia Quinta e Sexta-feira Santa Jueves y Viernes Santo 1 de maio Dia dos Trabalhadores Dia de los Trabajadores 15 de maio Dia da Independência Dia de la Independencia 12 de junho Dia da Paz no Chaco Dia de la Paz del Chaco 14 de agosto Dia da bandeira Día de la Bandera 15 de agosto Fundação de Assunção Dia de la Fundación de Asunción Aniversário da capital nacional 16 de agosto Dia das crianças Día de los Ni os Crianças ficam em casa 29 de setembro Dia da Batalha de Boquerón Dia de la Batalla de Boquerón 8 de dezembro Dia da Virgem de Caacupé Dia de la Virgen de Caacupé 25 de dezembro Natal Navidad Celebração do nascimento de Jesus Cristo na religião cristã.
Lista de Estados soberanos Lista de Estados soberanos e territórios dependentes da América América Platina Wikipédia em Língua Guarani
Bolívia em castelhano Bolivia, em quíchua Buliwya em aimará Wuliwya em guarani Volívia , oficialmente Estado Plurinacional da Bolívia em castelhano Estado Plurinacional de Bolivia em quíchua Buliwya Mamallaqta em aimará Wuliwya Suyu em guarani Tetã Volívia , é um país encravado no centro-oeste da América do Sul. Faz fronteira com o Brasil ao norte e leste, Paraguai e Argentina ao sul, Chile e Peru ao oeste. Antes da colonização europeia, a região andina boliviana fazia parte do império Inca o maior império da era pré-colombiana. O Império Espanhol invadiu e conquistou essa região no século XVI. Durante a maior parte do período colonial espanhol, este território era chamado Alto Peru ou Charcas e encontrava-se sob a administração do Vice-Reino do Peru, que abrangia a maioria das colônias espanholas sul-americanas. Após declarar independência em 1809, dezesseis anos de guerras se seguiram antes do estabelecimento da república, instituída por Simón Bolívar, em 6 de agosto de 1825. Desde então, o país tem passado por períodos de instabilidade política, ditaduras e problemas econômicos. A Bolívia é uma república democrática, dividida em nove departamentos. Geograficamente, possui duas regiões distintas, o altiplano a oeste e as planícies do leste, cuja parte norte pertence à bacia Amazônica e a parte sul à Bacia do Rio da Prata, da qual faz parte o Chaco boliviano. um país em desenvolvimento, com um ndice de Desenvolvimento Humano IDH médio e uma taxa de pobreza que atinge cerca de 60 da população. Dentre suas principais atividades econômicas, destacam-se a agricultura, silvicultura, pesca, mineração, e bens de produção como tecidos, vestimentas, metais refinados e petróleo refinado. A Bolívia é muito rica em minerais, especialmente em estanho. A população boliviana, estimada em 10 milhões de habitantes, é multiétnica, possuindo ameríndios, mestiços, europeus, asiáticos e africanos. A principal língua falada é o espanhol, embora o aimará e o quíchua também sejam comuns. Além delas, outras 34 línguas indígenas são oficiais. O grande número de diferentes culturas na Bolívia contribuiu para uma grande diversidade em áreas como a arte, culinária, literatura e música.
O estado boliviano foi fundado sob o nome de República Bolívar em homenagem a seu libertador, Simón Bolívar. Posteriormente, foi modificada a proposta do deputado de Potosí, presbítero Manuel Martín Cruz, que argumentou com a seguinte frase Se de Rômulo, Roma de Bolívar, Bolívia. A nova república adotou oficialmente o nome de Bolívia em 3 de outubro de 1825. Do mesmo modo, a Assembleia Deliberante nomeou o libertador Bolívar como primeiro presidente da república, o qual a chamou de filha predileta.
Porta do Sol, nas ruínas de um antigo povoamento da cultura Tiauanaco O território boliviano é habitado há mais de 12 mil anos. No local, foram formadas várias culturas, principalmente nos Andes, destacando-se, especialmente, a cultura Tiwanaku e os reinos aymaras posteriores à expansão Wari. Estes reinos foram, por sua vez, anexados ao império Inca no século XIII. A cultura Tiwanaku se desenvolveu em torno do centro cerimonial homônimo próximo ao lago Titicaca. A sua fundação ocorreu provavelmente antes do ano 300. Posteriormente, a cultura inca estabeleceu um vasto império no século XV, pouco antes da chegada dos espanhóis. Durante esse século, a Bolívia esteve ocupada por vários grupos de língua aimará collas, pacajes, lupacas, omasuyos , destacando-se os collas, que dominaram um vasto território e que lutaram com os falantes de língua quíchuas de Cusco pelo controle da região. Os collas foram derrotados pelo inca Pachacuti, que se apoderou de quase todo o planalto boliviano. A Bolívia constituiu, durante quase um século, uma das quatro grandes divisões do Tahuantinsuyo império inca sob o nome de Collasuyo. Estas antigas civilizações deixaram grandes monumentos arquitetônicos e, atualmente, as línguas aimará e quíchua são muito difundidas no país.
A conquista espanhola do império inca iniciou-se a partir de 1524 e foi concluída em 1533. O território da atual Bolívia era conhecido como Charcas e estava submetido à autoridade do vice-rei de Lima. Com a instalação da Audiência e Chancelaria Real da Prata dos Charcas, em Chuquisaca atual Sucre , foi estabelecido um governo local, o que proveu uma maior autonomia à região. Potosí, fundada em 1545 como uma cidade mineira, logo tornou-se uma fonte de riqueza extraordinária, tornando-se a maior cidade do Novo Mundo com uma população de mais de pessoas. No final do século XVI, a prata boliviana era uma importante fonte de receita econômica para o Império Espanhol. Um fluxo constante de nativos serviu como força de trabalho, sob condições brutais e vinculados a um sistema análogo à escravidão, no qual consistia em um recrutamento pré-colombiano chamado mita. Charcas foi transferida para o Vice-Reino do Rio da Prata em 1776 e o povo de Buenos Aires, a capital do Vice-Reino, cunhou o termo Alto Peru como uma referência popular ao atual território boliviano. Posteriormente, em março de 1781, Túpac Katari liderou uma rebelião indígena que sitiou La Paz, durante o qual cerca de pessoas morreram. A medida que a autoridade real espanhola enfraquecia durante as guerras napoleônicas, especialmente após a prisão do rei espanhol pelos franceses, o sentimento contra o domínio colonial cresceu. Missão jesuítica de Chiquitos, no departamento de Santa Cruz O primeiro europeu a chegar ao atual território da Bolívia foi Diego de Almagro em 1535, depois de partir de Cusco a fim de conquistar o Chile. Com a morte de Almagro, Francisco Pizarro enviou seu irmão Gonzalo Pizarro para colonizar a província de Collao Collasuyo . Pedro de Anzúriz fundou Chuquisaca atual Sucre em 1538, Potosí surgiu em 1546, La Paz em 1548 e Cochabamba em 1574. A fundação espanhola se caracterizou por apresentar uma base mineiro-agrícola. A cidade de Potosí, a mais populosa da América em 1574 120 mil habitantes , se converteu em um grande centro mineiro pela exploração das minas de prata do cerro Rico e, em 1611, era a maior produtora de prata do mundo. O rei Carlos I havia outorgado a esta cidade o título de vila imperial depois de sua fundação. Durante mais de duzentos anos, o território da atual Bolívia constituiu a Real Audiência de Charcas, um dos centros mais prósperos e densamente povoados dos vice-reinados espanhóis. Potosí começou o seu declínio nas últimas décadas do século XVIII, ao levar a mineração da prata a um estado de estagnação, como consequência do esgotamento das veias mais ricas, das antiquadas técnicas de extração e do desvio do comércio para outros países. Em 1776, a Real Audiência de Charcas, que até então fazia parte do Vice-Reino do Peru, foi incorporada ao Vice-Reino do Rio da Prata.
Declaração da independência da Bolívia em Sucre, 1825 As sublevações de Chuquisaca e La Paz foram o ponto de partida das guerras de independência. O país se declarou independente em 6 de agosto de 1825 com o nome de República de Bolívar, que foi alterado para República de Bolivia. Em 1826, o libertador Simón Bolívar outorgou ao país a primeira constituição, que foi aprovada pelo congresso de Chuquisaca. Antonio José de Sucre, grande marechal de Ayacucho, foi eleito presidente da república da Bolívia. No início do século XIX, os movimentos de independência começaram a surgir em toda a América hispânica, espalhando a guerra e o caos. Diante dessa sensação de insegurança e temendo o caos, em junho de 1822, os três governadores dos departamentos espanhóis do Alto Peru que já haviam sido ameaçados pelas tropas do General Antonio José de Sucre e Simón Bolívar , se reuniram em Cuiabá capital da Capitania de Mato Grosso, Brasil e solicitou ao governador que intercedesse junto ao Príncipe Regente Dom Pedro que em breve seria coroado como Dom Pedro I, Imperador do Brasil , a fim de que o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves anexasse esses territórios, buscando poupar sua população do massacre e do caos. De imediato, o governador de Mato Grosso enviou tropas que estavam por sua capitania ao Alto Peru, bloqueando o avanço de Bolívar e Sucre, e enviou uma carta a Dom Pedro, comunicando-lhe o envio de tropas e a solicitação das autoridades de Alto Peru que mais tarde viria a ser a Bolívia . Carta que só foi recebida por Dom Pedro I em novembro de 1822, quando o Brasil já era uma nação independente. Além disso, Bolívar e Sucre foram mais rápidos e enviaram representantes à Prefeitura do Rio de Janeiro, o que veio antes da carta do governador. Assim, ao receber a carta, o Príncipe Regente já havia decidido não anexar o Alto Peru, rejeitando a solicitação dos governadores da região e ordenando que as tropas fossem retiradas de lá. Com isso, Dom Pedro I deixou a região do Alto Peru atual Bolívia por conta própria, o que culminou com a invasão das tropas Bolívar e Sucre e a independência boliviana da Espanha. Claramente, naquele momento, Dom Pedro I estava mais preocupado em derrotar a resistência da tropas liberais portuguesas em solo brasileiro, garantindo a unidade da nação recém-independente. Porém, sem essa decisão ser tomada, o território boliviano poderia ter sido integrado ao Brasil. Desde o início de sua existência como nação independente, a Bolívia viveu quase em um estado crônico de revoluções e guerras civis e, durante os cinquenta anos seguintes, os intervalos de estabilidade política foram breves e infrequentes. Em 1837, a Bolívia se uniu ao Estado Norte-Peruano e ao Sul-Peruano para formar um novo estado, a Confederação Peru-Boliviana, que desapareceu dois anos depois, em 1839, pela oposição e declaração de guerra da confederação Argentina, do Chile e de um exército de restauradores peruanos. Em 1839, a batalha de Yungay definiu a dissolução da confederação.
Mapa da Confederação Peru-Boliviana Os conflitos limítrofes da Bolívia começaram desde muito cedo. O primeiro de grande importância que inclusive chegou a ser uma ameaça para a independência foi a invasão pelo Peru realizada em 1828, com Agustín Gamarra à frente. Houve batalhas e o exército peruano ocupou a maior parte do oeste boliviano. A guerra terminou com a assinatura do tratado de Piquiza e a retirada peruana do solo boliviano. Depois desse conflito, chegou ao poder na Bolívia o marechal de Zepita, Andrés de Santa Cruz, que foi capaz de organizar, modernizar e instruir em táticas napoleônicas o exército boliviano. A eficácia da reforma no exército foi vista na invasão feita no Peru ante o pedido de ajuda de Luis José de Orbegoso y Moncada. A Bolívia saiu vitoriosa na invasão e fuzilou Felipe Santiago Salaverry, criando de fato a Confederação Peru-Boliviana. Em 1836, iniciou-se a confederação dos Estados Norte-Peruano, Sul-Peruano e Bolívia, mas, por interesses econômicos do Chile, de parte de peruanos contrários e por interesses territoriais da Confederação Argentina questão de Tarija , foi produzida uma guerra em duas partes de 1837 a 1839. Na primeira, a confederação saiu vitoriosa, produzindo o tratado de Paucarpata, mas, na segunda, se produziu a batalha de Yungay e a confederação foi dissolvida. Pela parte argentina, a Bolívia, com o general alemão Otto Philipp Braun, comandante da frente boliviana, concentrou suas tropas em Tupiza e, em fins de agosto de 1837, ingressou na província de Jujuy. Os soldados confederados tiveram várias vitórias, chegando a ocupar setores fronteiriços das províncias de Jujuy e Salta. Ante a uma série de contra-ataques argentinos, estes invadiram o território boliviano. Os argentinos foram derrotados na batalha de Montenegro, mais conhecida na Argentina por batalha da Costa de Coyambuyo. Em 22 de agosto de 1838, Heredia ordenou a retirada e, depois de Yungay, as forças bolivianas evacuaram os setores fronteiriços que mantinham ocupados. Depois da confederação Peru-boliviana, na Bolívia e no Peru se produziu um período de anarquia entre partidários e críticos da união dos dois países e por interesses políticos. No Peru, Gamarra foi o presidente, mas teve que controlar os possíveis usurpadores do poder. Na Bolívia, sucederam-se golpes de líderes. Gamarra tentou aproveitar-se disto para invadir a Bolívia e anexá-la, mas os bolivianos decidiram unir-se a um inimigo comum e deram os poderes do estado a José Ballivián. Gamarra invadiu a Bolívia, ocupou várias zonas do departamento de La Paz mas foi derrotado ao morrer na batalha de Ingavi. Depois da batalha, os bolivianos invadiram o Peru, mas firmaram o tratado de Puno e se retiraram. Territórios perdidos pela Bolívia por guerras ou diplomacia, segundo a historiografia boliviana Em 1866 e 1874, foram firmados tratados para resolver o litígio com o Chile sobre o deserto de Atacama, rico em depósitos de nitratos de sódio e de cobre. Nesses tratados, adotou-se como linha limítrofe entre Chile e Bolívia o paralelo 24 de latitude sul. Foram outorgados ao Chile diversos direitos alfandegários e concessões de exploração mineral a empresários chilenos no Atacama boliviano. Estas últimas disposições originaram o litígio entre os dois países, já que o estado boliviano não respeitou os acordos alfandegários, incrementando o imposto à extração de salitre às companhias salitreiras de capital chileno-britânico. Em 1879, o Chile ocupou o porto boliviano de Antofagasta, iniciando a chamada Guerra do Pacífico, na qual a Bolívia e seu aliado Peru foram derrotados pelo Chile. Ao ser despojada de sua única possessão litoral, a Bolívia deixou de ter saída para o mar. O litoral boliviano abarcava, aproximadamente, 158 mil km e, além de Antofagasta, contava com os portos maiores de Mejillones, Cobija e Tocopilla. Em 1904, foi ratificado um tratado de paz e amizade que reconheceu o domínio perpétuo do território em litígio por parte do Chile, enquanto garantiu à Bolívia o livre acesso ao mar. Desde a fundação da Organização das Nações Unidas ONU em 1945, a Bolívia solicitou à Assembleia Geral para que considerasse sua petição de recuperar uma saída livre e soberana para o oceano Pacífico. Também apresentou o assunto na Organização dos Estados Americanos OEA . Em 1953, o Chile concedeu à Bolívia um porto livre em Arica, garantindo a esta direitos alfandegários especiais e instalações de armazenamento. Ficheiro Vickers E.jpg thumb esquerda Tanque boliviano Vickers E durante a Guerra do Chaco A Bolívia manteve, também, uma guerra com o Brasil pelo território do Acre que concluiu com a cessão de 191 mil km a este país em troca de uma indenização econômica e uma pequena compensação territorial. Além desses, teve conflitos territoriais por questão de limites com a Argentina, o Peru e o Paraguai. A solução pacífica do litígio com a Argentina foi atingida em 1925. Em 1930, Peru e Bolívia nomearam uma comissão conjunta para delimitar a fronteira e solucionar o litígio sobre a península de Copacabana. O problema fronteiriço boliviano-paraguaio se centrou sobre o Gran Chaco, uma zona de terras baixas situada ao norte do rio Pilcomayo e a oeste do rio Paraguai, que se estende pela disputada fronteira de Bolívia. Os dois países reclamavam o território em sua totalidade. Em julho de 1932, eclodiu a Guerra do Chaco, conflito não declarado que durou três anos e no qual morreram 50 000 bolivianos e 35 000 paraguaios. Em julho de 1938, foi firmado o tratado de paz, segundo o qual o Paraguai ficava com 75 da região do Grande Chaco. Foi o maior conflito bélico da história boliviana em três anos de contínuas lutas e perdas, a Bolívia sofreu um contínuo retrocesso que, finalmente, concluiu-se em Villamontes, onde os fortes cordilheiranos ajudaram o exército da Bolívia a deter o avanço paraguaio.
Víctor Paz Estenssoro em 1955 Durante as eleições presidenciais de maio de 1951, o líder exilado do Movimento Nacionalista Revolucionário MNR , Víctor Paz Estenssoro, alcançou quase a metade dos votos expressos. No entanto, na ausência de um vencedor claro, o congresso devia eleger o presidente entre o três candidatos mais votados. Com a finalidade de impedir a eleição de Paz Estenssoro, o presidente Mamerto Urriolagoitia renunciou e entregou o governo a uma junta militar que nomeou como seu chefe o general Hugo Ballivián em abril de 1952, foi derrubado pelo MNR. Paz Estenssoro regressou do exílio para assumir a presidência. Sob sua orientação, o governo lançou um amplo programa de reformas econômicas, decretou a nacionalização das minas e o monopólio da exportação de estanho. No decurso de 1954, foi realizada a reforma agrária parcelamento de terras para distribuir entre os indígenas , incentivou a prospecção de poços petrolíferos por empresas estrangeiras, instituiu o voto universal e realizou uma reforma educacional. No final da década de 1950 e início da década de 1960, a economia boliviana sofreu com a queda dos preços do estanho no mercado mundial e com altos índices de inflação. As minas de estanho não eram rentáveis e os esforços do governo para reduzir o número de trabalhadores empregados e restringir os salários encontrou forte resistência dos sindicatos. A constituição boliviana, que não contemplava a reeleição, impediu que Paz Estenssoro se candidatasse às eleições de 1956, mas seu vice-presidente Hernán Siles Zuazo, filho de Hernando Siles, as venceu como candidato do MNR. Siles continuou com a política iniciada pelo governo de Paz Estenssoro, que voltou a ser eleito em 1960. Paz solicitou a redação de uma nova Constituição, que aumentaria a autoridade econômica do governo e permitiria a reeleição. Em 1964, foi reeleito, nomeando como vice-presidente o general René Barrientos, chefe da Força Aérea e candidato de direita. Muitos dos antigos colaboradores de Paz o abandonaram, denunciando que o MNR havia esquecido sua política revolucionária. O governo de Paz Estenssoro foi derrubado um mês depois de sua reeleição em consequência do levante protagonizado pelos mineiros e estudantes. Tomou o poder uma junta militar encabeçada por René Barrientos.
O ditador Hugo Banzer em 1971 O governo militar realizou uma política de reformas econômicas conservadoras, como a reabertura da indústria de minas de estanho ao investimento privado estrangeiro. Em julho de 1966, René Barrientos foi eleito presidente já como civil. No entanto, se viu forçado a depender dos militares para lidar com os movimentos guerrilheiros que haviam começado a atuar nas regiões montanhosas. Em outubro de 1967, o exército boliviano anunciou ter derrotado os rebeldes num local próximo à aldeia de Vallegrande. Havia sido capturado no campo de batalha Ernesto Che Guevara, sendo pouco depois executado. Barrientos morreu em um estranho acidente de helicóptero em abril de 1969. Sucederam-se no poder uma série de governos de curta duração, a maioria militares, e em agosto de 1971 o governo do general Juan José Torres foi derrubado por um golpe de Estado encabeçado pelo coronel Hugo Banzer. O regime de Banzer passou rapidamente de uma posição relativamente moderada a uma de maior repressão aboliu o movimento trabalhista, suspendeu todos os direitos civis e enviou tropas aos centros de mineração. Em 1978, Banzer renunciou e uma junta militar tomou o poder. Grupos de direitos humanos afirmam que durante o mandato de Banzer de 1971-78 conhecido como Banzerato vários milhares de bolivianos buscaram asilo em países estrangeiros, 3 mil oponentes políticos foram presos, 200 foram mortos e muitos outros foram torturados. No porão do Ministério do Interior ou as câmaras do horror, cerca de 2 mil prisioneiros políticos foram detidos e torturados durante o regime militar de 1971 a 1978. No início da década de 1980, o forte crescimento econômico da década anterior que havia sido sustentado pelos altos preços do estanho no mercado mundial levou o país à crise. A queda do preço do mineral e a má administração dos regimes militares haviam deixado a Bolívia com uma imensa dívida, uma situação hiperinflacionária e um declínio das receitas por exportações. A exportação ilegal de cocaína foi o principal recurso de divisas, até que os Estados Unidos pressionaram o governo da Bolívia para que tomasse medidas eficazes contra o tráfico desta droga. Em 1980, o general Luis García Meza e seu vice Luis Arce Gómez com apoio ativo da ditadura militar argentina e a ação de um comando terrorista denominado Novios de la Muerte e organizados pelo criminoso nazista Klaus Barbie, deram um golpe de estado para evitar a eleição de Hernán Siles Suazo como presidente democrático. Em 1982, ele foi afastado da última junta militar que governava o país para reinstaurar a democracia.
Hernán Siles Zuazo chegou ao governo em 10 de outubro de 1982 apoiado na Unidade Democrática e Popular UDP , aliança que havia formado no fim da década de 1970 entre seu Movimento de Esquerda Revolucionária MIR , o Movimento Nacionalista Revolucionário de Esquerda MNR e o Partido Comunista da Bolívia PCB . Seu governo durou até 1985. Foi seguido pelo governo de Víctor Paz Estenssoro 1985-1989 do MNR. Em 1989, assumiu Jaime Paz Zamora, do MIR, com apoio da Ação Democrática Nacionalista ADN . Gonzalo Sánchez de Lozada, do MNR, assumiu de 1993-1997 e posteriormente Hugo Banzer Suárez 1997-2001 , recebendo o apoio do ex-presidente Jaime Paz Zamora, que desta maneira devolvia o favor por respaldar com seus deputados da ADN a governabilidade do país durante seu mandato. Banzer morreu antes de terminar seu mandato, sendo substituído por seu vice-presidente Jorge Quiroga Ramírez 2001-2002 . Gonzalo Sánchez de Lozada 2002-2003 iniciou um segundo mandato, abreviado por uma revolta popular, e foi sucedido por seu vice-presidente Carlos Mesa 2003-2005 . Este também foi derrubado pelos motins, assumindo Eduardo Rodríguez Veltzé 2005-2006 , como interino. Evo Morales, presidente cessante da Bolívia Na eleição presidencial realizada em 18 de dezembro de 2005, Evo Morales do partido Movimento para o Socialismo, com o acrônimo em espanhol MAS, significando mais foi eleito com 53,7 dos votos, com mandato até 2010. Antes de sua posse oficial em La Paz, Morales tomou posse em um ritual aimará simbólico no sítio arqueológico de Tiwanaku perante uma multidão de milhares de pessoas e representantes de movimentos de esquerda de toda a América Latina. Desde a conquista espanhola no início do século XVI, esta região da América do Sul, com uma maioria da população nativa, tem sido governado principalmente por descendentes de europeus, com esparsos períodos de governantes mestiços. Morales, um aimará, afirmou que os 500 anos de colonialismo terminaram e que a era da autonomia já começou. Em 1 de maio de 2006, Morales anunciou a sua intenção de renacionalização dos hidrocarbonetos bolivianos ativos. Embora afirmando que a iniciativa não seria uma expropriação, Morales enviou tropas para ocupar 56 instalações de gás simultaneamente. Tropas também foram enviadas para duas refinarias de propriedade da Petrobras na Bolívia, que fornecem mais de 90 de capacidade de refino da Bolívia. Um prazo de 180 dias foi anunciado para que todas as empresas estrangeiras de energia fossem obrigadas a assinar novos contratos que dão a Bolívia participação majoritária e até 82 das receitas o último para os maiores campos de gás natural . Todas essas empresas assinaram contratos. Relatórios do governo boliviano e das empresas envolvidas são contraditórios quanto aos planos de investimentos futuros. De longe, o maior cliente de hidrocarbonetos boliviano foi o Brasil, que importa dois terços do gás natural da Bolívia através de gasodutos operados pela Petrobras. Uma vez que o gás só pode ser exportado da Bolívia através de grandes e caros gasodutos da Petrobras, o governo boliviano e a empresa estão fortemente ligados. A Petrobras anunciou planos de produzir gás natural para substituir o agora fornecido pela Bolívia até 2011.
Ficheiro Jeanine ez assuming presidency.jpg miniaturadaimagem Jeanine ez com a faixa presidencial depois de prestar juramento em 12 de novembro de 2019 Manifestações que eclodiram em 20 de outubro, após a divulgação dos primeiros resultados das eleições gerais de outubro, que deram a vitória ao então presidente Evo Morales, reeleito no primeiro turno. Em 10 de novembro de 2019, a dezenove dias de protestos civis ocorridos após os controversos resultados eleitorais, reivindicações de novas eleições pelos manifestantes e líderes opositores de Morales e a divulgação de um relatório da Organização dos Estados Americanos OEA que alegava irregularidades no processo eleitoral, os sindicatos, as Forças Armadas e a polícia boliviana exigiram que o presidente Evo Morales se demitisse. Depois que o general Williams Kaliman Romero tornou público o requerimento de demissão presidencial, Morales cumpriu, acompanhado de outras renúncias de vários políticos de alto escalão ao longo do dia, alguns citando temores pela segurança de suas famílias. O governo do México ofereceu asilo político a Morales no dia seguinte, o qual Morales aceitou um dia depois. A segunda vice-presidente do Senado, a senadora da oposição Jeanine ez, assumiu o cargo de presidente em 12 de novembro, sendo a próxima na linha para a presidência depois que um vazio de poder foi deixado após uma série de renúncias. Isso não foi isento de controvérsias, pois sua nomeação inicial foi feita durante uma breve sessão legislativa que carecia de quórum, devido a um boicote do partido de Morales, o Movimento para o Socialismo MAS . O Tribunal Constitucional Plurinacional da Bolívia confirmou o empossamento de ez a presidência como legítimo e o partido no poder retornou a maioria dos membros para ambas as câmaras, com alguns assumindo postos importantes como Líder do Senado. Eles também se comprometeram a trabalhar com o governo interino para novas eleições. Apesar do retorno de seu partido ao papel de governo, Morales pediu que o povo boliviano rejeitasse a liderança de ez. Ele e seus apoiadores argumentam que o evento foi um golpe de Estado. Políticos, acadêmicos e jornalistas internacionais ficaram divididos entre descrever o evento como um golpe de Estado ou uma revolta popular.
Mapa topográfico do território boliviano Juntamente com o vizinho Paraguai, a Bolívia é um dos dois únicos países das Américas que não possuem saída para o mar. O ocidente da Bolívia está situado na cordilheira dos Andes, com o pico mais elevado, o Nevado Sajama, a chegar aos metros. O centro do país é formado por um planalto, o Altiplano, onde vive a maioria dos bolivianos. O leste do país é constituído por terras baixas e coberto pela floresta úmida da Amazônia. O lago Titicaca situa-se na fronteira entre a Bolívia e o Peru, o maior lago sul-americano por volume de água. No sudoeste do país, no departamento de Potosi, encontra-se o Salar de Uyuni, o maior deserto de sal do mundo. A região Oriente, a norte e leste, compreende três quintos do território boliviano, é formada por baixas planícies de muitos rios e grandes pântanos. No extremo sul, localiza-se o Chaco boliviano, pantanoso na estação chuvosa e semidesértico nos meses de seca. A nordeste da bacia do Titicaca, visualizam-se montanhas extremamente altas de 3 000 a 6 500 metros. As montanhas de mais altitude caem em ângulos praticamente retos até se transformarem em planícies. Os Andes atingem a Bolívia e se dividem em duas grandes cadeias, a Oriental e a Ocidental. Nota-se que a cordilheira Ocidental é formada por vulcões inativos ou extintos, e suas rochas são formadas de lava vulcânica petrificada. A altitude máxima é de m, com 800 km de comprimento e 130 km de largura. A cordilheira Oriental é composta de diversos tipos de rochas e areia.
O sudoeste do país, onde a região Andina é predominante, apresenta alguns dos picos mais altos das Américas, como o Nevado Sajama - ponto mais alto no território boliviano - com metros acima do nível do mar, e o Illimani, com metros. nesta parte do país que se localiza o lago Titicaca, o mais alto navegável do mundo, com uma área de km e compartilhado com o Peru. o Salar de Uyuni, que é o maior depósito de sais e reservatório de lítio no mundo, também é encontrado no altiplano. Entre o sudoeste e o leste, está a região intermediária entre o altiplano e as planícies orientais. Nesta parte do país os vales e montanhas são menos predominantes, apesar de alguns locais chegarem ao nível de metros acima do nível do mar. Caracteriza-se por sua atividade agrícola e seu clima temperado a quente. Esta região inclui os vales bolivianos, Los Yungas e a região dos Chacos. Por outro lado, o norte e o nordeste boliviano possuem um relevo preponderantemente formado por planícies e planaltos baixos, cobertos por extensas selvas ricas em flora e fauna, estando a uma altitude inferior a 400 metros. Rios extensivos e a maior biodiversidade do país são encontradas nestas duas regiões, que estende-se dos limites com os Andes ao rio Paraguai.
Ficheiro Amazonia boliviana desde el aire.jpg esquerda thumb Fotografia aérea da Amazônia boliviana A Bolívia tem uma enorme variedade de organismos e ecossistemas e é considerado um país megadiverso. O país possui mais de espécies de animais, incluindo 398 mamíferos, mais de aves 70 das aves conhecidas no mundo estão na Bolívia, sendo o sexto país mais diversificado em termos de espécies de aves , 204 anfíbios, 277 répteis e 635 tipos de peixes de água doce. Além disso, existem mais de três mil tipos de borboletas e mais do que 60 de animais domésticos. A Bolívia ganhou atenção mundial com sua Lei dos Direitos da Mãe Terra, uma lei única que atribui à natureza os mesmos direitos dados aos seres humanos. Há mais de 20 mil espécies de plantas com sementes, das quais são espécies de samambaias, são espécies de hepáticas ou musgo e pelo menos 800 são espécies de fungos. Além disso, são conhecidas mais de 3 mil espécies de plantas medicinais, de modo que a Bolívia seja considerada como um dos locais de origem de espécies de pimenta como locoto, malagueta ou tabasco , além do amendoim, feijão, mandioca e várias variedades de palmeiras. Por outro lado, mais de 4 mil variedades de batatas são produzidas em suas terras em uma ampla gama de cores, formas e tamanhos.
Bolívia pela classificação climática de K ppen-Geiger O clima boliviano varia drasticamente de uma ecorregião para outra, desde um clima tropical nos llanos orientais até um clima polar nos Andes ocidentais. Os verões são quentes, úmidos no leste e secos no oeste, com chuvas que frequentemente modificam as temperaturas, umidade, ventos, pressão atmosférica e evaporação, resultando em climas muito diferentes nas regiões do país. Quando o fenômeno climatológico El Ni o ocorre, provoca grandes alterações climáticas. Os invernos são muito frios no oeste e neva nas montanhas, enquanto que nas regiões ocidentais o vento é mais comum. O outono é seco nas regiões não tropicais do país.
iMAGEM Río Piraí - Santa Cruz - Bolivia.jpg thumb upright esquerda Rio Piraí próximo de Santa Cruz de La Sierra São três as bacias hidrográficas encontradas no território boliviano Amazônica, da Prata e a endorreica boliviano-peruana. A bacia Amazônica, também conhecida como bacia do Norte, é a que abrange a maior parte do território do país, com 724 mil km , estendendo-se por 66 de sua área. Os rios desta bacia geralmente têm fluxos abundantes e sinuosos, razão pela qual há muitas lagoas e lagos, como a lagoa Murillo. O principal afluente nesta é o rio Mamoré com um comprimento de 2 mil km, que corre em direção ao norte até a confluência com o rio Beni, de km de extensão, o segundo em importância fluvial do país. De leste a oeste, a bacia Amazônica é constituída por outros rios importantes como o Madre de Deus, Orthon, Abunã, Yata e o Iténez no Brasil, o rio Iténez recebe o nome de Guaporé , com este último sendo utilizado na demarcação de parte da fronteira com o Brasil. Por outro lado, os lagos e lagoas mais importantes são Rogaguado e o Rogagua. A precipitação média anual nesta parte do território é de milímetros ao ano. A bacia do rio da Prata tem uma extensão de km , cobrindo 21 do território. Os afluentes geralmente são menos abundantes do que os da Amazônica, composto principalmente pelos rios Paraguai, Pilcomayo e Bermejo. As lagoas mais importantes são a Uberaba e Mandioré, localizadas na região do Pantanal boliviano. A precipitação média anual na bacia do rio da Prata é de 854 milímetros ao ano. Pouco menor que esta última, a bacia endorreica boliviana-peruana - também chamada de bacia lacustre ou central - é encontrada no centro-norte do país, especialmente na fronteira com o Peru. Com km , alcançando 13 do território. Conta com um grande número de rios, lagos, lagoas e nascentes que não correm em direção ao oceano, porque são cercados pela cordilheira dos Andes que delimita a região. O rio mais importante é o Desaguadero, que nasce no Lago Titicaca, o mais alto do mundo, a metros acima do nível do mar. Nesta bacia há grandes lagos salgados como o Salar de Uyuni, que é o deserto de sal e o maior depósito de lítio do mundo e o Salar de Coipasa. A precipitação média anual nesta parte do território é de 421 milímetros por ano. Na fronteira com o Chile, no Altiplano andino, encontra-se o rio Silala, que é motivo de disputa territorial entre os dois governos.
A Bolívia tem cerca de 20 dos glaciares tropicais do mundo, juntamente com a Cordilheira dos Andes. Contudo, são vulneráveis ao aquecimento global e perderam 43 da sua área de superfície entre 1986 e 2014. Alguns glaciares bolivianos perderam mais de dois terços da sua massa desde a década de 1980, disse a Unesco em 2018. Enquanto se espera que a temperatura nos Andes tropicais aumente dois a cinco graus até ao final do século XXI, os glaciares ainda perderiam entre 78 e 97 da sua massa. Dependendo do ano, os glaciares representam entre 60 e 85 do abastecimento de água de La Paz.
Um Ministério do Ambiente e da gua foi criado em 2006 após a eleição de Evo Morales, que inverteu nomeadamente a privatização do sector da distribuição de água levada a cabo nos anos 90 pelo Presidente Gonzalo Sánchez de Lozada. A nova Constituição, aprovada por referendo em 2009, faz do acesso à água um direito fundamental. Em Julho de 2010, por iniciativa da Bolívia, as Nações Unidas aprovaram uma resolução que reconhece o direito à água potável segura e limpa como fundamental. Os cientistas começaram a alertar o governo boliviano para o problema do derretimento dos glaciares nos anos 90, mas só em 2012 é que as autoridades responderam com verdadeiras políticas de protecção. Foi então criado um Projecto de Adaptação ao Impacto da Recessão Acelerada dos Glaciares nos Andes Tropicais PRAA , com a missão de reforçar a rede de monitorização e gerar informação útil para a tomada de decisões. Desde então, os glaciares têm sido monitorizados por câmaras, sondas, drones e satélite. As autoridades também desenvolveram programas de sensibilização do público para as consequências do aquecimento global a fim de refrear certas práticas agrícolas nocivas. Em 2017, o governo mobilizou 200 milhões de dólares para combater a seca e o aquecimento global.
Pirâmide etária da Bolívia em 2016 De acordo com os dois últimos censos realizados pelo Instituto Nacional de Estatística INE da Bolívia, a população aumentou de dos quais homens e mulheres em 2001 para em 2012. Segundo a Organização Internacional para as Migrações, aproximadamente 1,6 milhão de bolivianos emigraram para o exterior em busca de melhores condições de vida. Os países de migração tradicional têm sido a Argentina, Brasil, Chile e os Estados Unidos. No entanto, na década de 1990, boa parte da migração boliviana se direcionou para a Espanha, onde estima-se que residam 230 mil emigrantes bolivianos.
aimara e uma lhama próximos ao Lago Titicaca A composição étnica da Bolívia é muito variada. Os nativos podem ser andinos, como os aimarás e os quíchuas que formaram o antigo Império Inca , que se concentram principalmente nos departamentos ocidentais de La Paz, Potosí, Oruro, Cochabamba e Chuquisaca. Há também uma importante população de etnia oriental, composto pelos guaranis e moxos, entre outros, e que habitam os departamentos de Santa Cruz, Beni, Tarija e Pando. Os povos indígenas compõe cerca de 60 da população do país. Os mestiços são distribuídos em todo o país e compunham a 26 da população boliviana. A maioria das pessoas assume sua identidade mestiça e, ao mesmo tempo, identificam-se com uma ou mais culturas nativas. O maior dos grupos nativos são quíchuas 2,5 milhões , aimarás 2 milhões , chiquitanos 180 mil e guaranis 125 mil . A população ameríndia compõe 55 da população os restantes 30 são mestiços entre ameríndios e brancos e cerca de 15 são brancos. Os brancos estão geralmente concentrados nas maiores cidades, como La Paz, Santa Cruz de la Sierra e Cochabamba, mas também em algumas cidades menores, como Tarija. Os brancos representam 15 da população boliviana total. No Departamento de Santa Cruz existe uma importante colônia com 70 mil habitantes de menonitas de língua alemã. Bolivianos negros, descendentes de escravos africanos que chegaram nos tempos do Império Espanhol, habitam o departamento de La Paz, e localizados principalmente nas províncias de Nor Yungas e Sud Yungas. A escravidão foi abolida na Bolívia em 1831.
Distribuição geográfica dos idiomas nativos do país A Bolívia tem grande diversidade linguística, como resultado de seu multiculturalismo. A Constituição da Bolívia reconhece 37 línguas oficiais, além do espanhol. Assim, é o segundo Estado com o maior número de idiomas oficiais no mundo, só perdendo para a ndia,que tem 46. Estas incluem as línguas das nações indígenas nativas, como quíchua, aimará e guarani. O espanhol é a língua oficial mais falada no país, de acordo com o censo de 2001, uma vez que é falado por 88,4 da população como primeira língua ou segunda língua, em algumas populações indígenas. Todos os documentos legais e oficiais emitidos pelo Estado, incluindo a constituição, as principais instituições públicas e privadas, a mídia e as atividades comerciais são feitas em espanhol.
A Bolívia é um Estado secular e garante a liberdade de religião. A Constituição estabelece que O Estado respeita e garante a liberdade de religião e de crenças espirituais, em concordância com sua visão de mundo. O Estado é independente da religião. De acordo com o censo de 2001 realizado pelo Instituto Nacional de Estatística da Bolívia, 78 da população boliviana seguia o catolicismo romano, enquanto 19 o protestantismo e outros 3 têm diferentes crenças cristãs. O protestantismo, juntamente com as crenças tradicionais indígenas estão se expandindo rapidamente. A maior parte da população indígena segue religiões diferentes marcados pelo sincretismo com o catolicismo romano ou complementa-as com a sua própria visão de mundo e tradições antigas. O culto à Pachamama ou Mãe Terra é a mais antiga das manifestações religiosas da região andina da América do Sul. Há também comunidades aimarás que têm uma forte devoção a Santiago Maior, que é o patrono das Forças Armadas bolivianas. De 1 a 2 da população do país se identificava como ateísta em 2004.
Palacio Quemado, em La Paz, sede do Poder Executivo do país. Vista da Assembleia Legislativa Plurinacional da Bolívia, em La Paz, sede do Poder Legislativo nacional. A Bolívia é oficialmente um Estado unitário democrático organizado segundo a separação de poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e Eleitoral e de maneira descentralizada e presidencialista. O Estado se rege segundo a Constituição Política da Bolívia aprovada em 7 de fevereiro do ano de 2009, que entrou em vigor neste mesmo ano. O poder executivo é encabeçado pelo presidente da república. O executivo é, tradicionalmente, o poder mais forte na política boliviana, tendendo a deixar em segundo plano a participação do congresso, cuja atividade se limita a debater e a aprovar as iniciativas legislativas do presidente. O presidente da Bolívia, eleito a cada cinco anos, é chefe de estado e de governo e nomeia o gabinete de ministros. O Poder Legislativo constituído por duas câmaras, é presidido pelo vice-presidente do governo. A Câmara de Senadores tem 27 membros, três representantes de cada departamento, dois deles do partido que recebe a maioria de votos e o terceiro do partido que ficou em segundo lugar. Os senadores são eleitos de listas partidárias para um período de cinco anos. A idade mínima para candidatar-se a tais cargos é de 35 anos. A Câmara de Deputados tem 130 membros 68 deputados são eleitos por votação direta para representar um distrito eleitoral e os outros 62 são eleitos por representação proporcional por meio de listas de cada partido em distrito único de todo o país. Os deputados também tem um mandato de cinco anos e devem ter no mínimo 25 anos completos no dia da eleição. Os membros da Corte Suprema da Bolívia são eleitos para um mandato de dez anos pelo Congresso Nacional.
A história da política exterior boliviana é marcada por conflitos com países vizinhos, como o Chile, Peru e Paraguai. A Bolívia chegou a perder territórios para estes três países através de guerras, como a Guerra do Pacífico século XIX e a Guerra do Chaco. A Bolívia também perdeu territórios para o Brasil, que incluiu enfrentamentos militares sem que ocorresse uma guerra formal. Atualmente a Bolívia ainda mantém disputas fronteiriças e reivindicações territoriais com Peru e Chile. Evo Morales durante a cúpula da UNASUL em 2006 A Bolívia pertence à Comunidade Andina de Nações CAN , uma organização regional econômica e política com entidade jurídica internacional criada pelo Acordo de Cartagena em 26 de maio de 1969. Tem sede em Lima, Peru. A debilitação da CAN, principalmente pela saída da maior economia do bloco, a Venezuela em 2006 e ao fortalecimento do processo de aproximação comercial com o Mercosul, especialmente com o Brasil, somado ao aumento da influência política venezuelana e brasileira sobre o atual governo da Bolívia, existe uma forte intenção do governo em integrar-se definitivamente ao Mercosul. O país também é membro das Nações Unidas e de alguns de seus organismos especializados e programas afins, como a OEA, o Movimento de Países Não Alinhados, a União Interparlamentar Internacional, a Associação Latino-Americana de Integração ALADI , a Organização Mundial do Comércio, o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, o Grupo do Rio, o Pacto Amazônico e da UNASUL.
SK-105 K rassier do Exército Boliviano As Forças Armadas da Bolívia são compostas por três ramos Exército, Marinha e Força Aérea. A idade legal para admissões voluntárias é 18 anos no entanto, quando os números são pequenos, o governo no passado recrutou pessoas com apenas 14 anos de idade. O exército boliviano conta com cerca de 31,5 mil homens. Existem seis regiões militares regiones militares RMs no exército. O exército está organizado em dez divisões. Já a Força Aérea Boliviana ou FAB possui nove bases aéreas. Embora não tenha litoral, a Bolívia mantém uma marinha. A Força Naval Boliviana era uma composta por cerca de 5 mil homens em 2008. Em 2018, a Bolívia assinou o Tratado sobre a Proibição das Armas Nucleares. O governo boliviano gasta anualmente 130 milhões de dólares em defesa.
A Bolívia se subdivide em nove departamentos, 112 províncias, 327 municípios e cantões, os quais obtiveram maior autonomia com a Lei da Descentralização Administrativa de 1995.
La Paz, o centro financeiro do país Em 2012 estimou-se um produto interno bruto PIB da Bolívia de 27,4 bilhões de dólares e de 56,14 bilhões de dólares em paridade do poder de compra PPC . O crescimento econômico do país foi estimada em cerca de 5,2 e a inflação em cerca de 6,9 . A Bolívia foi classificada como reprimida pelo ndice de Liberdade Econômica de 2010. Apesar de uma série de contratempos, em sua maioria políticos, entre 2006 e 2009 o governo de Evo Morales estimulou o crescimento mais elevado dos últimos 30 anos, que foi acompanhado por uma diminuição moderada na desigualdade de renda. Com um orçamento excedente de 1,7 do PIB em 2012, o governo mantém excedentes desde o início da administração Morales, refletindo uma gestão econômica prudente. O país é muito dependente da mineração. Em 2019, era o 8 maior produtor mundial de prata 4 maior produtor mundial de boro 5 maior produtor mundial de antimônio 5 maior produtor mundial de estanho 6 maior produtor mundial de tungstênio 7 maior produtor mundial de zinco, e o 8 maior produtor mundial de chumbo, além de ter uma produção considerável de ouro. Um duro golpe para a economia boliviana veio com uma queda drástica no preço do estanho durante o início dos anos 1980, o que impactou uma das principais fontes de renda do país e uma das suas principais indústrias de mineração. Desde 1985, o governo boliviano tem implementado um programa de longo alcance de estabilização macroeconômica e de reformas estruturais destinadas a manter a estabilidade dos preços, criando condições para um crescimento sustentado e um alívio na escassez. A grande reforma dos serviços aduaneiros tem melhorado significativamente a transparência nesta área. Reformas legislativas paralelas têm feito políticas liberais para o mercado local, especialmente nos setores de hidrocarbonetos e telecomunicações, o que tem incentivado o investimento privado. Principais exportações da Bolívia em 2019 Minas em Potosí Plantação de quinoa em Uyuni Outra base econômica do país é a extração e exportação de gás natural. Em 2015, a Bolívia era o 31 maior produtor mundial de gás, com 20,5 bilhões de m ao ano. Na América do Sul, só produz menos do que a Argentina e a Venezuela. Em 2017, o país era o 15 maior exportador de gás do mundo 15,1 bilhões de m ao ano. A Bolívia tem a segunda maior reserva de gás na América do Sul. O governo tem um contrato de venda de longo prazo para vender gás natural para o Brasil até 2019 e realizou um referendo obrigatório em 2005 sobre a Lei de Hidrocarbonetos. A agricultura é menos relevante no PIB do país em comparação com o resto da América Latina. Em 2018, a Bolívia produziu 9,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, 2,9 milhão de toneladas de soja 10 maior produtor do mundo , 1,2 milhão de toneladas de milho, 1,1 milhão de toneladas de batata, 1 milhão de toneladas de sorgo, 700 mil toneladas de banana, 541 mil toneladas de arroz, 301 mil toneladas de trigo, além de produções menores de outros produtos agrícolas, como tangerina, mandioca, laranja, feijão, girassol e algodão. As maiores exportações do país estão baseadas na soja farelo de soja e óleo de soja . A cultura da soja foi trazida pelos brasileiros ao país em 2006, quase 50 dos produtores de soja da Bolívia eram pessoas oriundas do Brasil, ou descendentes de brasileiros. Os primeiros produtores brasileiros começaram a chegar ao país nos anos 1990. Antes disto, haviam muitas terras no país sem uso, ou onde só se praticava agricultura de subsistência. O Serviço Geológico dos Estados Unidos estima que a Bolívia tenha 21 milhões de toneladas cúbicas de lítio, o que representaria a maior reserva mundial de um país. No entanto, a mineração desse recurso implicaria em perturbar os desertos de sal do país como o Salar de Uyuni , uma importante característica natural que impulsiona o turismo na região. O governo não quer destruir essa paisagem natural única para atender a crescente demanda mundial de lítio.
Aeroporto Internacional de Cochabamba O território da Bolívia está comunicado por vários meios de transporte. O país possui quatro aeroportos internacionais Aeroporto Internacional Viru Viru, em Santa Cruz de la Sierra, Aeroporto Internacional Jorge Wilstermann, em Cochabamba, Aeroporto Internacional de El Alto, em La Paz e o Aeroporto Internacional Juan Mendoza, em Oruro. Existem ainda, outros 855 terminais aéreos pequenos e aeródromos com pistas pavimentadas ou de terra, situados em distintas localidades do país. O sistema terrestre com mais de 49 900 km de rodovias e arredor de 4 600 km pavimentados formada por várias rotas nacionais, o resto de rodovias é de cascalho ou terra. O país só inaugurou a sua primeira rodovia duplicada em 2015 um trecho entre a capital La Paz e Oruro, de 203 km. A Bolívia também conta com um ramal da Rodovia Pan-americana que cruza todo o altiplano conectando-se assim com os países limítrofes. A estrada Camino a Los Yungas foi considerada a estrada mais perigosa do mundo pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, sendo chamada de El Camino de la Muerte em espanhol.
Universidade de São Francisco Xavier de Chuquisaca em Sucre, fundada em 1624. O Ministério da Educação e Cultura da Bolívia é o órgão responsável pela coordenação do sistema nacional de educação. A educação na Bolívia, assim como outros aspectos na vida dos bolivianos, tem uma divisão entre a área rural e a urbana. O analfabetismo rural se mantém alto, mesmo que o resto do país tenha aumentando o índice de alfabetização. Essa diferença é causada parcialmente pelo fato de que muitas crianças vivendo em áreas rurais são forçadas a contribuir economicamente para a renda familiar e, assim, torna-se muito mais improvável que frequentem a escola. Na média, as crianças da área rural frequentam a escola por 4,2 anos, enquanto as crianças da área urbana recebem educação por uma média de 9,4 anos. Uma diferença de gêneros também existe. O índice de alfabetização do país é de 92,5 , comparavelmente menor que os outros países da América do Sul. Em 2008, seguindo os padrões da UNESCO, a Bolívia foi declarada livre do analfabetismo, tornando-se o quarto país da América do Sul a atingir esse status. O país destina cerca de 7,3 de seu orçamento anual para gastos e investimentos em educação, sendo o maior investimento entre os países da América do Sul e o 11 maior entre as nações do mundo. Uma reforma fez algumas mudanças significativas. Iniciada em 1994, a reforma descentralizou os fundos para educação para se adequar às diversas necessidades locais, melhorar o treinamento de professores e o currículo, formalizar e expandir a educação bilíngue e modificar o sistema de séries escolares. A resistência da união de professores, entretanto, tem atrasado a implementação de algumas partes da reforma. O ensino superior consiste na Universidade da Bolívia e em vários institutos públicos e privados. A Universidade da Bolívia trata-se de um consórcio de oito universidades públicas e uma universidade privada, a Universidade Católica Boliviana. Outras escolas oferecem treinamento técnico em belas-artes, artes comerciais e campos técnicos, bem como treinamento de professores.
Clínica Ni o Jesus em Santa Cruz de la Sierra De acordo com a UNICEF, a taxa de mortalidade de menores de cinco anos em 2006 era de 52,7 por 1000 e foi reduzida para 26 por 1000 em 2019. A taxa de mortalidade infantil foi de 40,7 por 1000 em 2006 e foi reduzida para 21,2 por 1000 em 2019. Antes de Morales assumir o cargo, quase metade de todas as crianças não eram vacinadas agora quase todas estão vacinados. Morales também implementou vários programas suplementares de nutrição, incluindo um esforço para fornecer comida gratuita em escritórios de saúde pública e seguridade social, e seu programa de desnutrición cero desnutrição zero oferece merenda escolar gratuita. Entre 2006 e 2016, a pobreza extrema na Bolívia caiu de 38,2 para 16,8 . A desnutrição crônica em crianças menores de cinco anos também diminuiu 14 e a taxa de mortalidade infantil foi reduzida em mais de 50 , de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Em 2019, o governo boliviano criou um sistema de saúde universal que foi citado como modelo para todos pela Organização Mundial de Saúde.
Reservatório da hidrelétrica de Misicuni, na região de Cochabamba A eletricidade gerada na Bolívia é proveniente de usinas hidrelétricas 42 e termoelétricas 58 . O balanço energético de 2008 foi positivo, com uma geração do Sistema Interligado Nacional SIN de GWh e um consumo nacional de GWh. O potencial hidrelétrico é de MW, que pode ser exportados para países vizinhos. Em 2015, a Bolívia possuía a terceira maior bacia de gás natural da América do Sul, superada apenas pela Argentina e Venezuela, e a 31 maior bacia de gás natural do mundo, com um total de 750,400 milhões de metros cúbicos em 2015. Em 2017, o país produziu 20,510 bilhões de metros cúbicos, ficando atrás de Argentina, México e Venezuela em comparação com os países da América Latina. A economia boliviana é fortemente dependente da produção do gás natural. Boa parte desta produção é destinada à exportação, com o Brasil sendo o principal mercado consumidor do gás natural boliviano, desde 1999. Cerca de 50 do gás natural produzido pela Bolívia é importado para o Brasil, mas essa relação de importação para o mercado brasileiro vem diminuindo nos últimos anos, em parte pelo início das exportações de gás natural à outras localidades, como o Paraguai e a Europa. Em 2013, o país atingiu seu recorde ao faturar US 6,059 bilhões em exportações de gás natural.
O sistema de telecomunicações boliviano cobre a maior parte do território do país. Conforme dados de julho de 2015, há mais de 881 mil linhas de telefonia fixa e cerca de 10,163 milhões de assinantes de telefonia móvel. O número de usuários de internet excede 4,1 milhões, mas a taxa de penetração de serviços de informática é uma das menores da América Latina, uma vez que apenas 45,1 dos bolivianos possuem acesso à internet. Em dezembro de 2013, o primeiro satélite espacial da Bolívia, chamado TKSAT-1 Túpac Katari, com órbita geoestacionária na posição 87,2 oeste, foi colocado em órbita. Até à data, transmite sinais nacionais e internacionais de televisão e rádio, utilizando o sistema DTH e a Internet para todo o país, servindo também a outras formas de telecomunicações. A expectativa de vida útil do satélite é de 15 anos, tendo sido adquirido da China. O Túpac Katari 1 está equipado com 26 transponders em banda Ku, 2 em banda C e 2 em banda Ka para fornecer telefonia, televisão, internet e telemedicina. Sua cobertura é extensa, cobrindo, além da Bolívia, o Peru, Equador, Colômbia, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
A Diablada, uma dança tradicional do Carnaval de Oruro e um Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade desde 2001 A cultura boliviana tem sido fortemente influenciada pelos quíchuas, aimarás, bem como pelas culturas populares da América Latina como um todo. O desenvolvimento cultural é dividido em três períodos distintos pré-colombiano, colonial e republicano. Ruínas arqueológicas importantes, ornamentos de ouro e prata, monumentos de pedra, cerâmica e tecelagem permanecem de diversas culturas pré-colombianas importantes. Grandes ruínas incluem Tiwanaku, Forte de Samaipata, Inkallaqta e Iskanawaya. O país é rico em outros sítios que são difíceis de alcançar e tem tido pouca exploração arqueológica. O Patrimônio Cultural da Bolívia é formado por todos os bens culturais, tangíveis e intangíveis. O Estado boliviano reconhece a formação pluricultural, multiétnico e pluri-linguística da nação boliviana e tem como uma de suas funções mais importantes preservar e proteger igualmente a herança cultural de todas as culturas e nações que se desenvolveram e ainda se desenvolvem na Bolívia.
Os espanhóis trouxeram sua própria tradição da arte religiosa que, nas mãos de construtores e artesãos indígenas e mestiços locais, desenvolveram em um estilo rico e distintivo da arquitetura, pintura e escultura conhecida como Barroco Mestiço. O período colonial produziu não apenas as pinturas de Pérez de Holguín, Flores, Bitti e outros, mas também as obras de artesãos qualificados, mas desconhecidos. Um importante corpo de música religiosa barroca nativa do período colonial foi recuperada e foi realizado internacionalmente, com grande êxito desde 1994. Entre os artistas bolivianos de estatura no século XX estão Guzmán de Rojas, Arturo Borda, María Luisa Pacheco, Roberto Mamani Mamani, Alejandro Mario Yllanes, Alfredo da Silva e Marina Nú ez del Prado. A Bolívia tem um folclore rico. Sua música folclórica regional é distintiva e variada. As danças diabladas no carnaval de Oruro, que acontece anualmente, é um dos grandes eventos folclóricos da América do Sul e um Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade, como proclamado pela UNESCO em maio de 2001.
Igreja e Convento de São Francisco, em La Paz. A arquitetura boliviana reflete edifícios de Tiauanaco construídos com grandes blocos de pedra esculpidos com excelentes junção e construções incas como os palácios da Isla del Sol e o forte militar de Samaipata e Incallajta, com o primeiro destes declarado Patrimônio Mundial da pela UNESCO, e o segundo abrigando um dos sítios arqueológicos mais importantes do país. Do período colonial, destacam-se edifícios religiosos sob a influência do barroco andino do século XVIII, que combinam a arquitetura europeia e elementos mitológicos nativos. A Igreja e Convento de São Francisco, a Igreja de San Lorenzo de Carangas e as igrejas das Missões Jesuíticas de Chiquitos são obras representativas desse período da história arquitetônica boliviana. Após a independência, novos estilos passaram a exercer maior influência nas edificações do país, como o neoclássico, visto na construção da Catedral de Potosí e o Beaux-Arts francês, no Palácio Quemado e na Catedral de Santa Cruz de la Sierra. No final do século XIX, sobrepõe-se o ecletismo em obras como o Principado de La Glorieta, de Antonio Camponovo, que combina 14 estilos arquitetônicos diferentes. No século XX, estilos como o Neotiahuanaco surgiram no Museu Nacional de Arqueologia, de Arturo Posnasky e os acadêmicos oficiais do Palácio Legislativo de Camponovo. No uso de ambos os estilos, destaca-se Emilio Villanueva, considerado o arquiteto boliviano mais importante deste século em obras como a Prefeitura de La Paz 1925 , o Banco Central da Bolívia 1926 e o complexo da Universidade Maior de San Andrés 1941-1948 .
Miguel Alandia Pantoja A pintura boliviana tem o seu início na arte rupestre de povos nativos. Atualmente, existem mais de mil locais com arte rupestre que correspondem a diferentes períodos como paleoamericano, pré-inca, inca, colonial e republicano. Os principais parques arqueológicos da arte rupestre boliviana são Calacala em Oruro, Samaipata local declarado Patrimônio Cultural da Humanidade em Santa Cruz, Copacabana em La Paz e Incamachay local declarado Monumento Nacional em Chuquisaca. Durante o período colonial, os pintores do atual território boliviano foram influenciados pelo maneirismo e arte estilizada de Bernardo Bitti, desprovidos de realismo das tradições inca e tiahuanacota, destacando-se pintores como Diego Cusihuamán. No século XVII, o barroco resulta na fundação da escola Potosí e da escola Collao. Em Potosí, há uma forte influência do maneirismo espanhol, com Melchor Pérez de Holguín, o pintor barroco mais importante do vice-reinado do Peru. Por sua vez, no Collao, a influência hispânica-flamenga consegue inspirar artistas indígenas e mestiços, destacando-se o mestre anônimo de Calamarca 96 com suas obras conhecidas como Anjos e arcanjos de Calamarca. A independência incorporou a pintura influenciada pelos neo-classicismo e academicismo com pintores como Melchor María Mercado e Zenon Iturralde. No século XX, aparece uma arte marcada pelo nacionalismo revolucionário e pelo indigenismo. O realismo mágico de Arturo Borda, os retratos indígenas de Cecilio Guzmán de Rojas e a arte revolucionária de Miguel Alandia Pantoja, Walter Solón Romero e Alfredo La Placa são as principais referências. Por seu lado, a arte contemporânea do final do século introduz temas como o homem urbano e a crítica social. Os pintores contemporâneos mais proeminentes são Gil Imana, Lorgio Vaca, Edgar Arandia, Gastón Ugalde, Tito Kuramoto, Carmen Villazón, Sol Mateo, Luis Zilveti e Roberto Mamani.
Ficheiro Copacabana Bolivia05.jpg thumb esquerda Porta da Basílica de Nossa Senhora de Copacabana, escultura de Tito Yupanqui, Copacabana. Na Bolívia, a escultura remonta ao período tiauanaco com estelas antropomórficas como o Monólito Bennett ou figuras esculpidas na Porta do Sol. Mais tarde, no período colonial, destaca-se Francisco Tito Yupanqui, autor da Virgem de Copacabana, que possuía uma técnica que ligava a tradição indígena à escultura espanhola da época. Posteriormente, esculturas esculpidas nas igrejas de Sucre e Potosí, que foram influenciadas pela Escola de Sevilha e pela Escola de Cuzco, também foram compiladas. No período republicano, a escultura recebe um impulso com a criação da Escola de Belas Artes de La Paz que, no início do século XX, Emiliano Luján, Hugo Almaráz, Victor Zapana e principalmente Marina Nú ez del Prado se destacam, considerados um dos maiores escultores da América Latina. A obra de Marina Nú ez del Prado se distingue pelo uso de curvas estilizadas trabalhadas em ônix, granito preto, alabastro, etc. , que simbolizam as mulheres, um tema que ocupa um lugar central em sua arte. Mais tarde, após a década de 1960, surgem novos escultores, como Ted Carrasco, Carlos Rodríguez e Marcelo Callaú, inspirados principalmente pela sociedade boliviana e pelos mitos andinos.
O entretenimento inclui o futebol, que é o esporte mais popular do país, a Seleção Boliviana de Futebol esteve presente em três edições da Copa do Mundo FIFA 1930, 1950 e 1994 , e foi campeã da Copa América de 1963. Assim como o futebol, o futebol de mesa, que é jogado nas esquinas por crianças e adultos.
Data Nome 1 de janeiro Ano novo Data móvel Religiosa Semana anterior a Quaresma Carnaval 2 dias 19 de março Dia dos pais 23 de março Dia do mar 12 de abril Dia das crianças Data móvel Religiosa Semana Santa Sexta-feira santa 1 de maio Dia do trabalho 27 de maio Dia das mães 15 de junho Corpus Christi 6 de agosto Aniversário do país 2 de novembro Dia de Todos-os-Santos 25 de dezembro Natal
Aliança Bolivariana para as Américas Lista de Estados soberanos e territórios dependentes da América Missões diplomáticas da Bolívia
Chile , oficialmente República do Chile em castelhano , é um país da América do Sul que ocupa uma longa e estreita faixa costeira encravada entre a cordilheira dos Andes e o Oceano Pacífico. Faz fronteira ao norte com o Peru, a nordeste com a Bolívia, a leste com a Argentina e a Passagem de Drake, a ponta mais meridional do país. O Pacífico forma toda a fronteira oeste do país, com um litoral que se estende por . Com quase 20 milhões de habitantes, o Chile compreende alguns territórios ultramarinos, como o Arquipélago Juan Fernández, as Ilhas Desventuradas, a ilha Sala y Gómez e a ilha de Páscoa, sendo que as duas últimas estão localizadas na Polinésia. O Chile reclama a soberania de quadrados de território na Antártida. um dos dois únicos países da América do Sul que não têm uma fronteira comum com o Brasil, junto com o Equador. O Chile possui um território incomum, com de comprimento e, em média, 175 quilômetros de largura, o que dá ao país um clima muito variado, indo do deserto mais seco do mundo o Atacama no norte do país, a um clima mediterrâneo no centro, até um clima alpino propenso à neve ao sul, com geleiras, fiordes e lagos. O deserto do norte chileno contém uma grande riqueza mineral, principalmente de cobre. Uma área relativamente pequena no centro chileno domina o país em termos de população e de recursos agrícolas. Esta área é o centro cultural, político e financeiro a partir do qual o Chile se expandiu no final do século XIX, quando integrou as regiões norte e sul em uma só nação. O sul do país é rico em florestas e pastagens e possui uma cadeia de montanhas, vulcões e lagos. A costa sul é um gigantesco labirinto de penínsulas compostas por fiordes, enseadas, canais e ilhas. A cordilheira dos Andes está localizada por toda a fronteira oriental chilena. Os primeiros humanos provavelmente chegaram ao Chile por volta de anos atrás. Antes da chegada dos europeus no século XVI, o norte do Chile estava sob o domínio inca, enquanto os índios Mapuches também conhecidos como Araucanos pelos colonizadores espanhóis habitavam o centro e o sul do território. Embora o Chile tenha declarado sua independência em 1817, a vitória decisiva contra o controle espanhol não foi alcançada até 1818. Na Guerra do Pacífico 1879 83 , o país venceu a Bolívia e o Peru e conquistou as regiões do norte. O Chile, que até então parecia estar relativamente livre da instabilidade política e do surgimento de governos autoritários que atingiam o resto do continente sul-americano, suportou 17 anos de uma rígida ditadura militar 1973 1990 , uma das mais sangrentas do século XX na América Latina, responsável pela morte de mais de três mil pessoas. Atualmente, o Chile é um dos países mais estáveis e prósperos da América do Sul detendo, ainda, o melhor ndice de desenvolvimento humano dentro do contexto da América Latina. O país também possui bons níveis de qualidade de vida, estabilidade política, globalização, liberdade econômica e percepção de corrupção, além de índices comparativamente baixos de pobreza. Também é elevado no país o nível de liberdade de imprensa e de desenvolvimento democrático. Em maio de 2010, o Chile se tornou o primeiro país sul-americano a aderir à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico OCDE , além de também ser um dos membros de várias outras organizações internacionais, como as Nações Unidas ONU , a Organização dos Estados Americanos OEA , a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos CELAC , a União de Nações Sul-Americanas UNASUL , a Cooperação Econômica da sia e do Pacífico APEC , a Aliança do Pacífico AP , o Parlamento Latino-americano e a Associação Latino-Americana de Integração ALADI .
Há várias hipóteses sobre a origem da palavra Chile. De acordo com uma teoria do século XVII, do cronista espanhol Diego de Rosales, os incas chamavam o Vale do Aconcágua de Chili, por decomposição do nome de um chefe tribal picunche chamado Tili, que governou a área no momento da conquista inca durante o século XVI. Outra teoria aponta para a semelhança do vale do Aconcágua com o do Vale de Casma no Peru, onde havia uma cidade e um vale chamados Chili. Há teorias acerca da derivação do termo Chile de uma palavra indígena que significa confins da terra ou gaivotas a partir da palavra mapuche chilli, cujo significado pode vir a ser onde a terra acaba ou da palavra quéchua chiri, que significa frio, ou tchili, que significa tanto neve como o ponto mais profundo da Terra. Uma outra origem atribuída ao termo chilli é a onomatopeia cheele-cheele - a imitação mapuche do gorjeio de um pássaro conhecido localmente como trile. Os conquistadores espanhóis ouviram falar deste nome dos Incas e os poucos sobreviventes da primeira expedição espanhola de Diego de Almagro, ao sul do Peru em 1535-1536, se chamavam os homens da Chilli. Finalmente, Almagro é creditado pela universalização do nome do Chile, depois de nomear o vale do Mapocho como tal.
Evidências sobre ferramentas compostas por pedras indicam que seres humanos frequentavam esporadicamente a área do vale de Monte Verde há cerca de 18,5 mil anos. Cerca de 10 mil anos atrás, nativos americanos se estabeleceram em vales férteis e áreas costeiras do que é o Chile atual. Os locais de assentamento de habitação humana primitiva incluem Monte Verde, Cueva del Milodon e o tubo de lava de Pali Aike. Os incas prolongaram brevemente seu império ao que é o atual norte do Chile, porém, os mapuches ou araucanos como eram conhecidos pelos espanhóis resistiram com sucesso a muitas tentativas do Império Inca de subjugá-los, apesar de sua falta de organização estatal. Eles lutaram contra o inca Tupac Yupanqui e seu exército. O resultado do sangrento confronto de três dias, conhecido como Batalha do Maule, foi delimitar a conquista dos territórios do Chile pelos incas no rio Maule.
Lautaro, habitualmente considerado como o maior estrategista mapuche, segundo retrato idealizado por Pedro Subercaseaux. Os primeiros europeus a chegarem na terra que é hoje o Chile pertenceram ao grupo liderado por Fernão de Magalhães, no ano de 1520, onde fica atualmente a cidade de Punta Arenas, na Patagônia. O grupo procurava o caminho para o Oceano Pacífico, batizado por ele próprio. Posteriormente, Diego de Almagro realizou uma expedição até o vale de Coquimbo, onde hoje está a região central do país. Os habitantes originários dos vales centrais do Chile impediram o avanço da expedição até o sul, forçando-os a voltar à região que atualmente corresponde ao Peru. No ano de 1540, Pedro de Valdivia liderou a expedição em direção aos territórios mais ao sul, atravessando os Andes, os vales do Atacama e Copiapó e fundando em 1541 a cidade de Santiago de Nueva Extremadura, atual capital chilena. Os indígenas da região, que já haviam tido contato com Diego de Almagro, reagiram de forma hostil às investidas de Valdivia, mantendo a cidade de Santiago sitiada por quase três anos. Valdivia respondeu aos ataques indígenas enviando um grupo de espanhóis ao Peru, liderados por Alonso de Monroy, em busca de auxílio. O grupo foi atacado e morto por indígenas, mas Monroy e outro sobrevivente espanhol escaparam e chegaram à Cuzco. Entre 1543 e 1545 dois navios com suprimentos e armas ancoraram no porto de Valparaíso, visando auxiliar na defesa de Santiago, fazendo com que Valdivia conseguisse estabelecer o domínio sob a região. Em paralelo, iniciou-se uma revolta no Peru, de modo que Valdivia se ofereceu a Pedro de La Gasca, então governador do Peru, para sustar a agitação coletiva. Sendo bem sucedido na supressão da revolta, Valdivia foi nomeado governador e capitão geral do Chile, mas acabou sendo capturado e morto em uma emboscada feita pelo líder mapuche Lautaro. Os generais José de San Martín esquerda e Bernardo O Higgins direita cruzam os Andes em 1817. Esta conjuntura deu início à Guerra de Arauco, que opôs as forças militares do Império Espanhol aos mapuches e seus aliados, como os huilliches, picunches, pehuenches e cuncos. Apesar do significativo poderio militar, os espanhóis não conseguiram estabelecer controle sobre todos os territórios conquistados, ante a resistência indígena, que chegou a destruir sete cidades. Em 1641, os mapuches tiveram sua autonomia sob as terras ao sul do rio Biobío reconhecida no Parlamento de Quilín, numa área conhecida como La Frontera, o que perdurou até a Guerra do Pacífico 1879-1883 , quando o Chile - já independente - conquistou o território mapuche. Ao todo, a Guerra de Arauco estendeu-se por mais de três séculos. Isto foi motivado pelas diferenças culturais existentes na região. Enquanto os mapuches, que viviam especialmente entre o rio Biobío e o rio Toltén, tinham relações hostis com os espanhóis, outros povos indígenas estabelecidos ao sul do rio Toltén detinham vínculos amistosos e de cooperação para com os colonizadores. Enquanto isto, a instabilidade era frequente na área fronteiriça do Biobío, de modo que a Espanha mantinha um grupo militar na região em caráter permanente. A Capitania Geral do Chile, inicialmente chamada de Nueva Extremadura e, em seguida, Reino de Chile foi uma das posses mais meridionais do Império Espanhol. A capitania foi emancipada do Vice-Reino do Peru, devido à sua localização longe dos grandes centros de poder e rotas comerciais do império, além do conflito com os Mapuches. Sua economia era bem primária, voltada principalmente para a produção de couro, sebo e trigo.
No âmbito da operação conjunta hispano-americana, o processo de emancipação do Chile começou com o estabelecimento da Primeira Junta de Governo Nacional em 18 de setembro de 1810, após a prisão do rei Fernando VII na Espanha por Napoleão Bonaparte durante a Guerra Peninsular. Assim, começou o período da Patria Vieja, que perdurou até a Batalha de Rancagua quando as tropas do Exército Real do Chile reconquistaram o território, que havia sido acossado na Guerra de Zapa liderada por Manuel Rodriguez Erdoíza. As tropas da independência chilena, refugiadas na cidade de Mendoza, formaram junto com o Rio da Prata atual Argentina o Exército dos Andes, que libertou o Chile após a batalha de Chacabuco em 1817, dando lugar à Patria Nueva. A independência do Chile foi declarada por meio de um documento assinado em Concepción, sob o governo do Diretor Supremo Bernardo O Higgins, o qual foi ratificado após a batalha de Maipú em 5 de abril de 1818, pelo Exército Unido de Libertação do Chile. Em seguida, o Chile enviou uma expedição auxiliar à Argentina e integrou-se à Expedição Libertadora do Peru. Ficheiro JuraIndependencia.jpg thumb Proclamação e juramento da Independência do Chile, de Pedro Subercaseaux 1945 Ficheiro Sinking of the Esmeralda during the battle of Iquique.jpg thumb A Batalha Naval de Iquique em 21 de maio de 1879. A vitória do Chile na Guerra do Pacífico permitiu sua expansão para novos territórios. O Higgins iniciou um período de reformas que provocou o descontentamento de grande parte da oligarquia, culminando na sua abdicação em 1823. Nesse mesmo ano, por meio de sua primeira Constituição, a escravidão foi abolida no país. Nos anos seguintes, uma série de processos buscou organizar a nova nação. Após vários julgamentos constitucionais e o triunfo conservador na Revolução de 1829, iniciou-se um período de estabilidade, com a chamada República Conservadora, cuja referência máxima era o ministro Diego Portales, que lançou as bases para a organização do país com a Constituição de 1833. O Chile começou a expandir seu território e estabelecer suas fronteiras. Com a conquista de Chiloé e o Tratado de Tantauco, o arquipélago de Chiloé foi incorporado ao país em 1826. A economia teve um crescimento significativo devido à descoberta do minério de prata em Cha arcillo e ao comércio crescente no porto de Valparaíso, o que deu origem a um conflito com o Peru pela supremacia marítima no Pacífico Sul. A formação da Confederação Peruana-Boliviana foi encarada como uma ameaça à estabilidade do país, resultando na Guerra da Confederação, que terminou com a vitória do Exército Unido restaurador em 1839 e a dissolução da Confederação. Ao mesmo tempo, tentou-se consolidar a soberania no sul do Chile, intensificando a ocupação em La Araucanía e a colonização de Llanquihue com imigrantes alemães. Com a fundação do Forte Bulnes, a região de Magalhães foi incorporada em 1843, enquanto as áreas de Antofagasta então território boliviano e Aysén começaram a ser povoadas. Entre 1865 e 1866, o Chile travou uma guerra contra a Espanha, junto a outras ex-colônias. Em 1871, um armistício foi alcançado e em 1883 o Tratado de Paz e Amizade foi assinado entre as duas nações. Após trinta anos de governo conservador e com a chamada questão sacristã, iniciou-se em 1861 um período de dominação do Partido Liberal, caracterizado pela riqueza econômica obtida com a mineração de nitrato na área de Antofagasta, o que gerou divergências fronteiriças com a Bolívia, país que reivindicava aquele território como seu. Embora eles tenham assinado tratados de limites fronteiriços em 1866 e 1874, as disputas não foram resolvidas. Em 1873, a Bolívia assinou um tratado de aliança defensiva com o Peru, fazendo com que o Chile declarasse guerra a ambos em 5 de abril de 1879, dando início formalmente à Guerra do Pacífico, a maior da história do país. Em 14 de fevereiro de 1879, foi realizada a ocupação chilena de Antofagasta, seguida de ações militares contra a Bolívia. A guerra findou apenas em 1884, com a vitória chilena, a assinatura do tratado de Ancón com o Peru e um pacto de trégua com a Bolívia. Após o conflito, o Chile sedimentou o domínio sobre o departamento do Litoral e sob as províncias de Tarapacá, Arica e Tacna, até então pertencentes ao território peruano. Ao mesmo tempo, o país promoveu a Ocupação de Araucanía entre 1861 e 1883, anexou a ilha de Rapa Nui em 1888 e sanou os entraves na delimitação de fronteira com a Argentina na Patagônia e na Puna atacamenha, em 1881 e em 1898, respectivamente.
Vista do centro de Santiago, no final da década de 1920 Em 1891, o conflito entre o Presidente José Manuel Balmaceda e o Congresso Nacional desencadeou uma guerra civil, onde os parlamentares triunfaram e estabeleceram a República Parlamentar. Apesar do bom momento econômico, o período foi caracterizado pela instabilidade política e pelo início do movimento proletário e da chamada questão social , causada por uma distribuição desigual da riqueza e por vários problemas que afetaram as classes populares. Após anos de domínio da oligarquia, em 1920 foi eleito Arturo Alessandri, de perfil reformista e pouco mais favorável à classe trabalhadora, vindo a se tornar uma ponte temporária entre o canalha de ouro e a ralé querida, como eram chamadas a elite e as massas populares, respectivamente. Alessandri entrou em crise com o Congresso, controlado pela oposição conservadora, de modo que o agravamento desta crise levou à renúncia de Alessandri em duas ocasiões. Apesar disso, ele conseguiu promulgar a Constituição de 1925, que deu origem à República Presidencialista. Carlos Ibá ez del Campo foi eleito em 1927 com grande apoio popular, mas os impactos da Primeira Guerra Mundial, em que o país se declarou neutro, a má política econômica no uso dos recursos e a Grande Depressão acabaram com a riqueza gerada pela extração de nitrato, produzindo uma forte crise econômica. Em menos de três anos, o PIB diminuiu e o país foi considerado o mais afetado pela crise global. Ibá ez renunciou em 1931 e a instabilidade política aumentou após um golpe que levou à breve República Socialista do Chile, antes de Alessandri reassumir o poder e recuperar a economia, o que, porém, não amenizou a tensão entre os partidos políticos. A crise política também foi social, sendo que novos atores sociais exigiram modificações na forma de pensar o país. Nesse cenário, Pedro Aguirre Cerda foi eleito presidente em 1938 em uma aliança contrária aos governos tradicionais da elite chilena, dando início ao período de governo do partido Radical. Seu mandato realizou diversas mudanças, principalmente na área econômica, promovendo a industrialização chilena mediante a Corporación de Fomento de la Producción CORFO . No período, também surgiu a Corporación de Reconstrucción, por conta do Terremoto de Chillán, o mais mortífero na história do país. Além disso, o governo deu mais atenção aos problemas sociais e estabeleceu a reinvindicação do Território Antártico Chileno. Juan Antonio Ríos, que o sucedeu, enfrentou oposição e pressão dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial para declarar guerra ao Eixo e rompeu as relações diplomáticas com os estadunidenses em 1943. Em 1945, o Chile declarou guerra ao Japão e foi um dos 51 estados fundadores da ONU. Depois de ser apoiado pelo Partido Comunista, o radical Gabriel González Videla foi eleito presidente em 1946. No entanto, no início da Guerra Fria, o alinhamento do país com as potências ocidentais levou à proibição do comunismo através da chamada Lei Maldita em 1948. Salvador Allende Em 1952, Carlos Ibá ez del Campo foi novamente eleito presidente, precedido por um profundo descontentamento público com os partidos políticos e a participação, pela primeira vez, do voto feminino nas eleições presidenciais. O apoio popular se dispersou ao longo de seu mandato após dificuldades na implementação de um programa de governo de caráter nacional populista. Em 1958, o independente de direita Jorge Alessandri foi eleito. Seu governo enfrentou o caos do terremoto de Valdivia em 1960 que, contudo, não impediu a realização da Copa do Mundo FIFA de 1962, além de ter sido marcado pelo início da reforma agrária, pela criação do Instituto de Desenvolvimento Agrícola chileno INDAP e pela aderência do Chile à ALALC atual ALADI e ao sistema político dos três terços Composto pela direita, os democratas-cristãos e a Frente de Ação Popular de esquerda. Temendo uma vitória da Frente de Ação Popular, a direita apoiou o democrata cristão Eduardo Frei Montalva, eleito em 1964. Embora ele tenha tentado realizar seu programa de governo denominado Revolução em liberdade, por meio da ampliação da reforma agrária e estatização do cobre, a crescente tensão política produziu uma série de confrontos no final de seu mandato. Com o apoio da Unidade Popular, Salvador Allende foi eleito em 1970. Seu governo teve uma política econômica errática e forte oposição do restante do espectro político e do governo norte-americano de Richard Nixon, sendo o cobre nacionalizado em 1971. O governo enfrentou problemas econômicos externos, como a crise mundial de 1972-1973, o que fez o país entrar em uma crise financeira e a hiperinflação atingir cifras da ordem de 600 a 800 . Bombardeio ao Palácio de La Moneda, durante o Golpe de Estado no Chile, em 11 de setembro de 1973. Os confrontos de rua entre opositores e adeptos da Unidade Popular tornaram-se frequentes e atingiram níveis elevados de violência. Allende, que acreditava em uma revolução democrática, perdeu o apoio do Partido Socialista, que acreditava na legitimidade de um levante popular armado para manter o poder. Salvador Allende sofreu um golpe de estado e se suicidou após o atentado ao Palácio de La Moneda. Com o golpe, foi instituído o período da ditadura militar chilena, chefiada por Augusto Pinochet, comandante-chefe do Exército. Neste período, estabeleceu-se a repressão política contra a oposição e houve graves violações dos direitos humanos. Na esfera econômica, Pinochet liderou uma reestruturação do Estado idealizada pelos chamados Chicago Boys, iniciando uma série de reformas neoliberais em 1975 que, após uma das piores quedas no PIB desde 1929, levou a um crescimento econômico com uma taxa média anual de 7,3 entre 1976 e 1981, produzindo o chamado milagre do Chile. Também no período ditatorial comandado por Pinochet, Chile e Argentina acabaram por se enfrentar pelo domínio das ilhas Picton, Nueva e Lennox em 1978, no Conflito de Beagle. A tensão entre as duas nações culminou na elaboração de um plano de invasão ao Chile pela Argentina, no que ficou conhecido como Operação Soberania, tendo sido necessária a mediação do então papa João Paulo II para que a Argentina viesse a desistir de suas pretensões. Em 1980, o país realizou um referendo visando aprovar ou rejeitar uma nova constituição compilada pelo regime militar de Pinochet. A nova constituição foi aprovada por 67,04 dos chilenos, mas o referendo foi contestado por várias organizações internacionais. A crise econômica em 1982 gerou um crescimento negativo e aumentou o desemprego e a pobreza, resultando em uma série de protestos em 1983 contra o governo e seu modelo econômico. Em 1985, após a redução dos gastos sociais e a privatização da maioria das empresas estatais, o país conseguiu recuperar seu crescimento econômico, mas também ampliou a distribuição desigual de renda com níveis de pobreza em torno de 40 .
No final da década de 1980, o processo de retorno à democracia foi marcado pelo plebiscito de 1988. Este plebiscito indagava se os chilenos consentiam com a permanência de Pinochet no poder até 11 de março de 1997, com a opção Sim referindo-se à concordância, enquanto a opção Não rejeitava as pretensões do então governante. A vitória da opção Não, com 54,71 dos votos apurados, implicou na convocação de eleições democráticas conjuntas para o Executivo e Legislativo em 1989, com Augusto Pinochet deixando o cargo em 11 de março de 1990. Patricio Aylwin assumiu como o primeiro presidente do período conhecido como Transição. Aylwin se tornou o primeiro de quatro presidentes da Concertación, a coalizão de centro-esquerda que se opôs a Pinochet no plebiscito e era composta por democratas-cristãos, radicais e socialistas. Depois de Aylwin, os próximos presidentes foram Eduardo Frei Ruiz-Tagle 1994-2000 , Ricardo Lagos 2000-2006 e Michelle Bachelet que, em 2006, se tornou a primeira mulher a presidir o país em toda a sua história. Manifestantes no centro de Santiago celebram a vitória do Não no plebiscito de 5 de outubro de 1988 presidentes chilenos desde 1990. Os governos da Concertación caracterizaram-se por restaurar o regime democrático, estabelecendo uma nova política nacional baseada na unidade e procurando restabelecer as relações com as Forças Armadas. Em 1990, o país criou a Comissão Valech, por intermédio do Decreto Supremo n 355, para fins de apurar as violações de direitos humanos cometidas durante a ditadura. Estas violações foram oficialmente reconhecidas por meio do Relatório Rettig e da Comissão Valech. Economicamente, a Transição foi caracterizada por um crescimento significativo e um fortalecimento da posição fiscal e financeira do país, com o Chile tornando-se o país mais desenvolvido da América Latina. O modelo neoliberal foi mantido, embora as políticas econômicas voltadas para o gasto público social tenham sido promovidas e aprofundadas, salvaguardando a estabilidade macroeconômica e reduzindo significativamente a pobreza. Cerca de 23,5 da população deixou a linha da pobreza entre 1990 e 2009. O país também promoveu sua reintegração nos mercados internacionais, assinando acordos de livre comércio com os principais parceiros comerciais, em especial com a União Europeia, o Brasil, os Estados Unidos e a China. Em 2010, Sebastián Pi era se tornou o primeiro político de centro-direita a ser eleito presidente do país em um interstício de 52 anos. Seu mandato caracterizou-se pela recuperação econômica após a crise financeira de 2008 e pela reconstrução das áreas afetadas pelo terremoto de 2010 na área central do país. No entanto, enfrentou movimentos sociais significativos, especialmente de mobilizações de estudantes dos ensinos médio e superior e protestos regionais em Magalhães e Aysén, além das denúncias de manipulação de dados, principalmente no campo da caracterização da pobreza, da inflação e no censo de 2012, somados a casos de suposta corrupção de alguns de seus apoiadores após o fim de seu governo. Michelle Bachelet foi eleita para um segundo mandato presidencial em 2013. Seu governo caracterizou-se pelo impulso de uma série de reformas, muitas voltadas para as demandas dos movimentos sociais surgidas nos anos anteriores. Entre as mais proeminentes estão as mudanças no sistema tributário, a descriminalização parcial do aborto, as reformas no sistema educacional e eleitoral e a implementação gradual da gratuidade em todo o sistema escolar, incluindo o ensino superior. Durante o segundo governo de Bachelet também ocorreu a aprovação do Acordo de União Civil em 2015 - concedendo reconhecimento expresso aos casais do mesmo sexo na legislação chilena - e a criação de novas áreas de proteção marinha, passando de 4,3 para 42,4 de salvaguarda na área oceânica nacional. Caracterizou-se, ainda, pela implementação do programa Chile Reconoce, com viés humanitário, no qual a nacionalidade chilena foi estendida aos filhos de estrangeiros residentes no país, ainda que de forma irregular. Isto foi motivado pelo fato de que o país recebeu, nos últimos anos, uma onda migratória significativa, especialmente de venezuelanos e haitianos, sendo que o número de imigrantes ao Chile passou de 2014 para em 2017. Casos de corrupção também foram registrados. Em 2018, Pi era assumiu seu segundo mandato presidencial, após vencer as eleições realizadas no ano anterior. Sua segunda gestão foi responsável por promulgar a Lei de identidade de gênero, permitindo a alteração legal do nome e gênero das pessoas transgênero, além de uma notável aproximação com a Argentina e críticas ao regime político em vigor na Venezuela. Ao longo deste período, o Chile obteve uma vitória relevante sobre a Bolívia junto ao Tribunal Internacional de Justiça, onde os bolivianos postulavam a restauração do acesso do país ao Oceano Pacífico, o qual fora perdido pela Bolívia em 1883 em consequência da Guerra do Pacífico. Com a sentença professada pelo Tribunal Internacional, não se impôs ao Chile a obrigação de negociar com a Bolívia uma saída para o mar. Santiago, durante as manifestações de 2019-2020 A partir de 2019, o Chile tem sido marcado por manifestações massivas de cidadãos, inicialmente desencadeadas pelo aumento da tarifa do sistema de transporte público de Santiago, ganhando corpo mediante protestos, agitações e reivindicações civis. Os fatos fizeram com que o então ministro Andrés Chadwick invocasse a Lei de Segurança Interna do Estado contra os manifestantes, acompanhada da declaração de estado de emergência por Sebastián Pi era. A motivação das manifestações acabou por incorporar outras pautas sociais reivindicadas pelos chilenos, fazendo dos protestos os maiores que o país já viu desde a era Pinochet. Ao longo deste processo, o Chile viu serem registradas ocorrências de abusos e inobservâncias dos direitos humanos, além do cerceamento à liberdade de imprensa. A consequência mais notável das manifestações ocorridas foi a realização de um plebiscito nacional em outubro de 2020, no qual os chilenos aprovaram a elaboração de uma nova constituição por uma Assembleia constituinte, objetivando afastar a eficácia da norma constitucional ascendida na ditadura Pinochet. A compilação do novo texto constitucional do Chile segue em curso.
Mapa topográfico do território chileno O território chileno é cortado ao norte pelo Trópico de Capricórnio. O país ocupa uma área longa e estreita no Cone Sul, ao longo da costa oeste da América do Sul, compartilhando fronteiras terrestres com a Argentina ao leste Bolívia a nordeste Peru a norte e com o Oceano Pacífico ao oeste. Ele também engloba uma série de arquipélagos e ilhas oceânicas, como a Ilha de Páscoa, Arquipélago Juan Fernández e Ilhas Desventuradas. O seu tamanho, relevo, clima e recursos naturais fazem do Chile um país geograficamente diverso. Trata-se do 37 maior país do mundo em área territorial e o décimo maior da América, com uma área total de 756 950 quilômetros quadrados km , incluindo 12 290 km de água. Seu território abrange três fusos horários, sendo UTC 3 em Magalhães e Antártica Chilena UTC 4 no restante do país continental - sendo que este é tido como seu fuso horário padrão - e UTC-5 na província da Ilha de Páscoa e na ilha de Sala y Gómez, ambas no Oceano Pacífico. Vários rios de curta extensão e de baixo fluxo cortam seu território, que comumente fluem da cordilheira dos Andes até o Oceano Pacífico, no sentido leste-oeste. Os rios mais importantes são o Loa o maior do país, com 440 km , Biobío - que alimenta importantes hidrelétricas chilenas - o Maipo, o Maule, na região central, o Cautín, além dos rios Toltén e Futaleufú, dentre outros. Há ainda demasiados lagos, lagoas e riachos, com destaque para o grupo dos Sete Lagos. O Chile também registra grandes massas de gelo nos Andes Patagônicos.
O lado leste do território chileno é dominado pela Cordilheira dos Andes, com o país se estendendo por 4.630 km de norte a sul. Possui apenas 430 km em seu ponto mais largo de leste a oeste. Isto abrange uma notável variedade de paisagens. O país contém km . Sua curta extensão leste-oeste, em relação a sua longa extensão norte-sul, faz com que ele se torne o país mais estreito do mundo. O norte do Deserto do Atacama contém uma grande riqueza mineral, principalmente de cobre e nitratos. O relativamente pequeno Vale Central, que inclui Santiago, domina o país em termos de população e de recursos agrícolas. Esta área também é o centro histórico do qual o Chile se expandiu no final do século XIX, quando integrou as regiões do norte e do sul. O sul é rico em florestas, pastagens e apresenta uma série de vulcões e lagos, com sua costa litorânea consistindo num labirinto de penínsulas de fiordes, enseadas, canais e ilhas. A Cordilheira dos Andes está localizada na fronteira oriental. O Chile reivindica km da Antártida como parte de seu território, com esta reivindicação estando suspensa por conta do Tratado da Antártida, do qual a nação é signatária. A nação está localizada no Círculo de fogo do Pacífico, região no entorno da placa de Nazca, que concentra 90 da sismicidade e vulcanismo do planeta. As ilhas de Páscoa e Sala y Gómez são controladas pelo país, que também incorporou ao seu território as ilhas do leste da Polinésia e a Ilha Robinson Crusoe, a mais de 600 km do continente, no Arquipélago Juan Fernández. Também controladas pelo país, mas apenas temporariamente habitadas, as ilhas de Santo Ambrósio e São Felix são notáveis por estenderem as águas territoriais do Chile.
O condor-dos-andes é o pássaro nacional do Chile O clima e o relevo chileno condicionam o desenvolvimento de diferentes ecossistemas no país. O país é dividido em cinco regiões naturais, sendo estas Zona central, Norte Grande, Zona sul, Zona austral e Zona norte. Devido sua grande biodiversidade, há mais de quarenta parques nacionais em todo o território, destacando-se o Parque Nacional Rapa Nui, na Ilha de Páscoa, o Parque Nacional da Patagônia, em Aisén e o Parque nacional Corcovado, em Los Lagos, demonstrando a megadiversidade chilena. Várias espécies vegetais e animais podem ser encontradas no Chile, que detém a maior variedade de fauna marinha do mundo. Uma variedade de pássaros, pinguins e cetáceos foram registrados ao longo da costa ocêanica, os quais incluem albatrozes, o leão-marinho-da-patagônia e o pinguim macaroni. Ao longo da Cordilheira dos Andes, a espécie notável é o condor-dos-andes que, inclusive, foi declarado monumento natural em 2006. No oceano existem várias espécies de frutos do mar, que vão desde a amêijoas, choros, vieiras e ostras a peixes como anchovas e pescada. O salmão e a truta são as principais espécies de peixes dos rios chilenos.
Chile pela classificação climática de K ppen-Geiger O clima do Chile compreende uma ampla gama de condições climáticas através de uma larga escala geográfica, estendendo-se através de 38 graus de latitude. Segundo o sistema de K ppen-Geiger, o Chile, dentro de suas fronteiras, hospeda pelo menos sete dos principais subtipos climáticos, variando de deserto no norte a tundra alpina e geleiras no leste e sudeste, subtropical úmido na Ilha de Páscoa, oceânico no sul e mediterrânico no centro. Há quatro estações na maior parte do país verão dezembro a fevereiro , outono março a maio , inverno junho a agosto e primavera setembro a novembro . Em uma escala sinóptica dos fatores mais importantes que controlam o clima chileno são o Anticiclone do Pacífico, a área de baixa pressão circumpolar sul, a fria Corrente de Humboldt, a escala do litoral chileno e a Cordilheira dos Andes. Apesar da largura do território do Chile, algumas regiões do interior podem experimentar grandes oscilações de temperatura e cidades, como San Pedro de Atacama, podendo até mesmo experimentar um clima continental. No extremo nordeste e sudeste do Chile se vê, além dos Andes, o altiplano e as planícies da Patagônia, dando a essas regiões os padrões climáticos semelhantes aos vistos na Bolívia e na Argentina, respectivamente.
Pirâmide etária do Chile em 2014 A população do Chile, conforme censo realizado pelo Instituto Nacional de Estatísticas INE em 2017, foi de habitantes 25,74 hab km . A população está fortemente concentrada nos centros urbanos 87,8 , com apenas 12,2 de seus habitantes vivendo em zonas rurais. A taxa de crescimento demográfico do país tem diminuído desde 1990, junto com a taxa de natalidade. Esses números permitem estabelecer um processo de envelhecimento da sociedade chilena, que está em estágios avançados de transição. A expectativa de vida dos chilenos é a mais alta da América Latina 79,5 anos. Os homens vivem em média 76,5 anos, com a média das mulheres sendo 82,7 anos. A taxa de mortalidade infantil foi de 6,6 a cada 1.000 nascidos vivos em 2021. Em torno de 90 dos chilenos habitam a região do terço médio do país, ao redor da capital, Santiago. O extremo norte e o extremo sul são pouco povoados. Historicamente, o Chile tem sido um país de emigração, mas acabou por se tornar mais atraente para os imigrantes desde a transição para a democracia em 1990 e a melhoria de sua estabilidade econômica. Os maiores aglomerados urbanos do Chile são as conurbações de Santiago 6,2 milhões de habitantes , Grande Concepción 1,037 milhão , Grande Valparaíso 951 mil , Grande La Serena 517 mil e Grande Temuco 311 mil . Existem também outras concentrações urbanas notáveis no interior do país. Todas as capitais são as maiores cidades de suas regiões.
Santiago em 2013 A sociedade é multiétnica e a maior parte da população detém alguma ascendência europeia, principalmente espanhola castelhana, andaluz e basco e também alemã, italiana, irlandesa, francesa e britânica. Um pequeno, mas influente grupo de imigrantes anglosaxões, entre os quais galeses, irlandeses e ingleses, chegou ao Chile durante o período colonial. A imigração alemã começou em meados de 1800 indo até o século XX, com as províncias de Valdivia, Llanquihue e Osorno mostrando uma forte influência alemã. Além disso, há um número significativo de descendentes de povos do Oriente Médio, especialmente palestinos. Cerca de 800 mil ameríndios, principalmente mapuches, residem na região centro-sul. Os aimarás, atacamenhos e diaguitas podem ser encontrados principalmente no norte do Chile, em vales e oásis no deserto. A Ilha de Páscoa é a casa dos Rapa Nui, uma população indígena. Membros do povo rapanui, da Ilha de Páscoa O Chile não conduz censos raciais e a distribuição das diferentes origens da população tem estimativas conflitantes. Segundo uma pesquisa de opinião realizada em 2011 pela organização chilena Latinobarómetro, 59 dos chilenos se declararam brancos, 25 mestiços, 8 indígenas, 1 mulatos e 2 pertencentes a outra etnia. Um outro estudo, realizado em 2002 pelo Centro de Estudios Públicos CEP , questionou os chilenos se eles tinham sangue indígena. 43,4 dos entrevistados disseram que tinham algum sangue indígena, enquanto 8,3 disseram que tinham muito 40,3 disseram que não tinham nada, enquanto que 7,8 disseram não saber e 0,2 não responderam. Essa pesquisa mostra que a maioria dos chilenos identificam uma origem indígena na sua família. Ficheiro Ministro Osorio entrega terreno a Comunidad Mapuche Lorenzo Quintrileo de Tirúa.jpg thumb Mulheres da etnia mapuche em Tirúa Estudos conduzidos pela Universidade do Chile demonstram que a população chilena é principalmente de origem europeia e indígena, compondo 88,92 da população. O país é relativamente homogêneo, tem uma identidade nacional, popularmente conhecida como chilenidade. Outro estudo concluiu que 30 da população seria classificada como branca e 65 mestiça. Os estudos de genética de população chilena de uso de DNA mitocondrial e os resultados do teste do cromossomo Y mostram o seguinte o componente europeu é predominante na classe chilena, entre 72,3 a 76,8 da população e 23,2 a 27,7 de povos indígenas. Um estudo genético autossômico promovido pela Universidade de Brasília UnB apontou que a ancestralidade do povo chileno é 51,6 europeia, 42,1 indígena e 6,3 africana. Um outro estudo genético, oriundo da Universidade do Chile, confirma que o povo chileno é mestiço, com a notabilidade de que as camadas sociais mais baixas apresentam maior grau de ancestralidade indígena, enquanto as camadas mais altas da sociedade têm mais ancestralidade europeia. Um outro estudo genético realizado em pessoas de Santiago encontrou uma mistura de ancestralidade, sendo 57 europeia e 43 indígena. Os habitantes de Concepción têm 65 de ancestralidade europeia e 36 indígena. Já os habitantes de Puerto Montt têm 53 de origem indígena e 47 europeia. Na localidade de Laitec a ascendência é 80 ameríndia e 20 europeia, enquanto que em Poposo é 60 ameríndia e 40 europeia. Mais de 80 do DNA mitocondrial chileno é de origem indígena o DNA mitocondrial é transmitido de mãe para mãe . Na linhagem paterna DNA revelado pelo cromossomo y , a contribuição indígena chega a 30 . Do ponto de vista autossômico, isto é, a soma dos antepassados de um dado indivíduo, o chileno médio tende a revelar um alto grau de contribuição europeia com uma larga contribuição indígena, como exposto acima.