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Domingo quente tem apresentação de Nelson Freire, concerto no Masp e festival no Capão Redondo
DE SÃO PAULO São Paulo, 16 de outubro de 2016. Domingo. Bom dia para você que adora o horário de verão! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Números mágicos | O quarteto britânico de música indie The Magic Numbers faz show no Cine Joia para a apresentação de músicas de seu disco mais recente, "Alias", lançado em 2014. O repertório também inclui composições de trabalhos anteriores, como "Mornings Eleven", "Forever Lost" e "I See You See Me". Ingressos custam de R$ 110 a R$ 220. Veja mais aqui. Teclando e soando | O pianista mineiro Nelson Freire sobe ao palco da Sala São Paulo junto à Orquestra Tonhalle de Zurique. O concerto traz repertório com peças de compositores como Robert Schumann, Péter Eötvös e Dmitri Shostakovich. Haverá outra apresentação na terça (18), com repertório diferente. Ingressos custam de R$ 50 a R$ 150. Veja mais informações aqui. Rock | Sebastian Bach, vocalista original da banda Skid Row, faz show no Carioca Club. Na apresentação, o roqueiro apresenta repertório de seu disco mais recente, "Give' Em Hell". Ingressos custam de R$ 130 a R$ 260. Saiba mais aqui. Capão Redondo | Mais de 20 atrações musicais ocupam o parque Santo Dias, no Capão Redondo, como parte da Feira de Economia Solidária Cultura e Juventude. Além da cantora Yzalú, que mescla rap com vários outros estilos musicais, o grupo A's Trinca também figura entre os que se apresentam. O quarteto, que ganhou o Prêmio Sabotage 2016, homenageia artistas do hip-hop. Saiba mais aqui. Concerto | A Orquestra Juvenil Heliópolis se apresenta no auditório do Masp sob a batuta do maestro Edilson Ventureli. No repertório estão composições do britânico Edward Elgar e do tcheco Antonín Dvorák. Ingressos custam R$ 10. Veja mais aqui. Futebol | O Corinthians recebe o América no Itaquerão para disputar partida pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro. O jogo tem início previsto para as 18h30. * PARA TER ASSUNTO Clima | Uma nova versão do protocolo internacional que conseguiu controlar a ameaça do buraco de ozônio na atmosfera deve trazer a mais importante contribuição feita até agora para enfrentar as mudanças climáticas. Em reunião realizada em Kigali (capital de Ruanda, no leste da África), as nações do mundo concordaram em cortar cerca de 80% das emissões dos gases HFCs, o que minimizaria o aquecimento global em 0,5 grau Celsius neste século. Operação Hashtag | Valdir Pereira da Rocha, 36, preso em julho na Operação Hashtag, da Polícia Federal, sob suspeita de integrar um grupo que planejava um atentado terrorista na Olimpíada do Rio, teve morte cerebral decretada na tarde desta sexta-feira (14), após ser agredido por detentos da Cadeia Pública de Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá (MT). Não amam muito tudo isso | Um grupo de cardeais enviou uma carta ao papa Francisco protestando contra a ideia de abrir o primeiro McDonald's em frente ao Vaticano, a poucos metros da Praça de São Pedro, de acordo com informações divulgadas neste sábado (15) pela imprensa italiana. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A temperatura máxima prevista pelo Inmet para este domingo é de 29ºC. A mínima é de 19ºC. O céu deve ficar parcialmente nublado. CPTM | As estações Vila Prudente e Oratório do metrô, que normalmente funcionam a partir das 6h, abrem ao público a partir das 13h neste domingo em razão da realização de testes no sistema. Durante esse período, passageiros poderão utilizar ônibus que farão o trajeto bloqueado. Zona leste | Duas faixas da av. Professor Luiz Ignácio de Anhaia Melo seguem interditadas entre as ruas Ibitirama e Oliveira Gouveia na pista sentido bairro pelo mesmo motivo. O bloqueio tem duração prevista de 18 meses. Zona leste 2 | A rua Júlio Colaço, na Vila Matilde, interditada às 22h de sexta, segue bloqueada até as 4h de de segunda (17) entre a rua Comendador Gil Pinheiro e a praça Yves Yoshiaki Ota para a realização de obras do programa de redução de alagamentos.
saopaulo
Domingo quente tem apresentação de Nelson Freire, concerto no Masp e festival no Capão RedondoDE SÃO PAULO São Paulo, 16 de outubro de 2016. Domingo. Bom dia para você que adora o horário de verão! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Números mágicos | O quarteto britânico de música indie The Magic Numbers faz show no Cine Joia para a apresentação de músicas de seu disco mais recente, "Alias", lançado em 2014. O repertório também inclui composições de trabalhos anteriores, como "Mornings Eleven", "Forever Lost" e "I See You See Me". Ingressos custam de R$ 110 a R$ 220. Veja mais aqui. Teclando e soando | O pianista mineiro Nelson Freire sobe ao palco da Sala São Paulo junto à Orquestra Tonhalle de Zurique. O concerto traz repertório com peças de compositores como Robert Schumann, Péter Eötvös e Dmitri Shostakovich. Haverá outra apresentação na terça (18), com repertório diferente. Ingressos custam de R$ 50 a R$ 150. Veja mais informações aqui. Rock | Sebastian Bach, vocalista original da banda Skid Row, faz show no Carioca Club. Na apresentação, o roqueiro apresenta repertório de seu disco mais recente, "Give' Em Hell". Ingressos custam de R$ 130 a R$ 260. Saiba mais aqui. Capão Redondo | Mais de 20 atrações musicais ocupam o parque Santo Dias, no Capão Redondo, como parte da Feira de Economia Solidária Cultura e Juventude. Além da cantora Yzalú, que mescla rap com vários outros estilos musicais, o grupo A's Trinca também figura entre os que se apresentam. O quarteto, que ganhou o Prêmio Sabotage 2016, homenageia artistas do hip-hop. Saiba mais aqui. Concerto | A Orquestra Juvenil Heliópolis se apresenta no auditório do Masp sob a batuta do maestro Edilson Ventureli. No repertório estão composições do britânico Edward Elgar e do tcheco Antonín Dvorák. Ingressos custam R$ 10. Veja mais aqui. Futebol | O Corinthians recebe o América no Itaquerão para disputar partida pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro. O jogo tem início previsto para as 18h30. * PARA TER ASSUNTO Clima | Uma nova versão do protocolo internacional que conseguiu controlar a ameaça do buraco de ozônio na atmosfera deve trazer a mais importante contribuição feita até agora para enfrentar as mudanças climáticas. Em reunião realizada em Kigali (capital de Ruanda, no leste da África), as nações do mundo concordaram em cortar cerca de 80% das emissões dos gases HFCs, o que minimizaria o aquecimento global em 0,5 grau Celsius neste século. Operação Hashtag | Valdir Pereira da Rocha, 36, preso em julho na Operação Hashtag, da Polícia Federal, sob suspeita de integrar um grupo que planejava um atentado terrorista na Olimpíada do Rio, teve morte cerebral decretada na tarde desta sexta-feira (14), após ser agredido por detentos da Cadeia Pública de Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá (MT). Não amam muito tudo isso | Um grupo de cardeais enviou uma carta ao papa Francisco protestando contra a ideia de abrir o primeiro McDonald's em frente ao Vaticano, a poucos metros da Praça de São Pedro, de acordo com informações divulgadas neste sábado (15) pela imprensa italiana. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A temperatura máxima prevista pelo Inmet para este domingo é de 29ºC. A mínima é de 19ºC. O céu deve ficar parcialmente nublado. CPTM | As estações Vila Prudente e Oratório do metrô, que normalmente funcionam a partir das 6h, abrem ao público a partir das 13h neste domingo em razão da realização de testes no sistema. Durante esse período, passageiros poderão utilizar ônibus que farão o trajeto bloqueado. Zona leste | Duas faixas da av. Professor Luiz Ignácio de Anhaia Melo seguem interditadas entre as ruas Ibitirama e Oliveira Gouveia na pista sentido bairro pelo mesmo motivo. O bloqueio tem duração prevista de 18 meses. Zona leste 2 | A rua Júlio Colaço, na Vila Matilde, interditada às 22h de sexta, segue bloqueada até as 4h de de segunda (17) entre a rua Comendador Gil Pinheiro e a praça Yves Yoshiaki Ota para a realização de obras do programa de redução de alagamentos.
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'Me chocou' escolha por segredo em torno do novo 'Star Wars', diz diretor
"Teremos Ewoks no filme?", pergunta um jornalista ao diretor J.J. Abrams. "Vivos? Não, não há Ewoks no filme", brinca o cineasta para a gargalhada de cerca de 60 membros da imprensa mundial presentes nas primeiras entrevistas de "Star Wars: Episódio 7 - O Despertar da Força", novo capítulo da saga espacial criada por George Lucas que estreia no Brasil no próximo dia 17. Tanto a pergunta quanto a resposta são frívolas. E definem o clima da divulgação do que promete ser um dos maiores fenômenos de bilheteria da história do cinema. As entrevistas —mediadas pela comediante Mindy Kaling— foram conduzidas em uma locação que precisava ser mantida em segredo (o gigantesco Centro de Convenções de Los Angeles) e tomou forma no meio de sorvetes, robozinhos, camisas, estantes de brinquedos, games. Uma imensa boutique temática de "Star Wars". Além disso, a Disney decidiu não exibir o longa para imprensa, premiações de sindicatos e círculos da crítica —prejudicando alguma possível campanha para o Oscar 2016. "Descobri trabalhando no longa como a Lucasfilm possui uma relação forte com os fãs e havia discussões sobre como manter a surpresa para o público. A Disney, então, me chocou dizendo que não queria mostrar", comenta Abrams sobre a decisão. "Gostei disso, porque há trailers que basicamente resumem o filme inteiro em dois minutos. O estúdio quis manter segredo. E aprecio o fato de vocês terem vindo aqui, mas, quando falar com seus leitores após assistir ao longa, guardem o segredo." O QUE JÁ SE SABE Abrams nem precisava do apelo. Pouco se sabe sobre a trama de "O Despertar da Força", primeiro episódio de uma nova trilogia que será assumida por dois novos diretores, Rian Johnson ("Looper") e Colin Trevorrow ("Jurassic World"), em 2017 e 2019, respectivamente. Para começar, o longa se passa 30 anos depois da vitória da Rebelião contra o Império em "O Retorno de Jedi" (1983). Cavaleiros Jedi, a Força e sabres de luz não passam de lendas. Rey (Daisy Ridley) vive como uma catadora de sucata espacial no planeta desértico Jakku quando se envolve com Finn (John Boyega), um desertor das tropas da Primeira Ordem, novo nome do que restou do Império. Os dois encontram Han Solo (Harrison Ford) e Chewbacca (Peter Mayhew) e ganham um papel vital na Resistência, força rebelde liderada pela General Leia (Carrie Fisher). Um dos poucos detalhes revelados durante as entrevistas realizadas neste domingo (6) iluminou o vilão Kylo Ren (Adam Driver), visto nos trailers empunhando um sabre de luz vermelho e adorando o que restou do capacete de Darth Vader. "Nunca houve um personagem como Kylo na saga", diz Lawrence Kasdan, roteirista de "O Império Contra-Ataca" (1980) e chamado pessoalmente por Abrams para coescrever "O Despertar da Força". "Ele não tem nada sobre controle. Quando você o encontra, percebe que há um conflito nele que qualquer pessoa pode possuir." Driver concorda e diz que não colocou sobre os ombros a pressão de assumir tal iconografia em "Star Wars". "Tentei evitar pensar nele como sendo mau ou um vilão. Ele é algo mais tridimensional, mais perigoso e imprevisível. Ele acha que seus atos são moralmente justificáveis", conta o ator. Abrams confessa que o dia mais assustador desde que assumiu a missão de recriar "Star Wars" foi quando Harrison Ford quebrou o tornozelo nas filmagens, mas que a pressão era enorme. "Era uma presença constante. Toda decisão que tomava tinha repercussão", conta ele. "Mas não tivemos a sensação de medo", completa Kasdan. "Desde que começamos a escrever, decidimos que não seguiríamos regras, respeitando a mitologia e nos divertindo criando aquelas cenas." Ford, que não esconde de ninguém que Han Solo é um trabalho ("Com exceção de Harrison, todo mundo estava verdadeiramente apaixonado no set", brinca o diretor), estava mais à vontade na entrevista. "É o que gosto de fazer e o que me diverte. E era a chance de trabalhar com pessoas que admiro. Me pareceu uma boa ideia", revela o astro. "Ser chamado para fazer parte disso é gratificante. Principalmente porque há uma história interessante para o personagem. 'Star Wars' é um grande cassino e não artesanato. Foi divertido voltar a brincar com esses brinquedos novamente." Já Fisher se define como o "início do empoderamento feminino" na saga e diz que se divertiu na trilogia original em um set basicamente masculino. "Bebemos durante a trilogia inteira. O novo filme teve um set mais sóbrio", diverte-se a atriz, só perdendo em entusiasmo para John Boyega. "Me perguntei se Abrams tinha escrito esse personagem especificamente para mim, um fã antigo: eu visto um uniforme de stormtrooper e um casaco dos Rebeldes, uso um sabre de luz e uma pistola blaster e ando com Han Solo e Chewie", exclama o ator inglês, primeiro grande protagonista negro da saga. "Esse é um filme sobre seres humanos, sobre Wookies e naves espaciais. Tem uma mensagem de coragem, amizade e lealdade", diz ele. ""Não dou a mínima para esse lance de stormtrooper negro."
ilustrada
'Me chocou' escolha por segredo em torno do novo 'Star Wars', diz diretor"Teremos Ewoks no filme?", pergunta um jornalista ao diretor J.J. Abrams. "Vivos? Não, não há Ewoks no filme", brinca o cineasta para a gargalhada de cerca de 60 membros da imprensa mundial presentes nas primeiras entrevistas de "Star Wars: Episódio 7 - O Despertar da Força", novo capítulo da saga espacial criada por George Lucas que estreia no Brasil no próximo dia 17. Tanto a pergunta quanto a resposta são frívolas. E definem o clima da divulgação do que promete ser um dos maiores fenômenos de bilheteria da história do cinema. As entrevistas —mediadas pela comediante Mindy Kaling— foram conduzidas em uma locação que precisava ser mantida em segredo (o gigantesco Centro de Convenções de Los Angeles) e tomou forma no meio de sorvetes, robozinhos, camisas, estantes de brinquedos, games. Uma imensa boutique temática de "Star Wars". Além disso, a Disney decidiu não exibir o longa para imprensa, premiações de sindicatos e círculos da crítica —prejudicando alguma possível campanha para o Oscar 2016. "Descobri trabalhando no longa como a Lucasfilm possui uma relação forte com os fãs e havia discussões sobre como manter a surpresa para o público. A Disney, então, me chocou dizendo que não queria mostrar", comenta Abrams sobre a decisão. "Gostei disso, porque há trailers que basicamente resumem o filme inteiro em dois minutos. O estúdio quis manter segredo. E aprecio o fato de vocês terem vindo aqui, mas, quando falar com seus leitores após assistir ao longa, guardem o segredo." O QUE JÁ SE SABE Abrams nem precisava do apelo. Pouco se sabe sobre a trama de "O Despertar da Força", primeiro episódio de uma nova trilogia que será assumida por dois novos diretores, Rian Johnson ("Looper") e Colin Trevorrow ("Jurassic World"), em 2017 e 2019, respectivamente. Para começar, o longa se passa 30 anos depois da vitória da Rebelião contra o Império em "O Retorno de Jedi" (1983). Cavaleiros Jedi, a Força e sabres de luz não passam de lendas. Rey (Daisy Ridley) vive como uma catadora de sucata espacial no planeta desértico Jakku quando se envolve com Finn (John Boyega), um desertor das tropas da Primeira Ordem, novo nome do que restou do Império. Os dois encontram Han Solo (Harrison Ford) e Chewbacca (Peter Mayhew) e ganham um papel vital na Resistência, força rebelde liderada pela General Leia (Carrie Fisher). Um dos poucos detalhes revelados durante as entrevistas realizadas neste domingo (6) iluminou o vilão Kylo Ren (Adam Driver), visto nos trailers empunhando um sabre de luz vermelho e adorando o que restou do capacete de Darth Vader. "Nunca houve um personagem como Kylo na saga", diz Lawrence Kasdan, roteirista de "O Império Contra-Ataca" (1980) e chamado pessoalmente por Abrams para coescrever "O Despertar da Força". "Ele não tem nada sobre controle. Quando você o encontra, percebe que há um conflito nele que qualquer pessoa pode possuir." Driver concorda e diz que não colocou sobre os ombros a pressão de assumir tal iconografia em "Star Wars". "Tentei evitar pensar nele como sendo mau ou um vilão. Ele é algo mais tridimensional, mais perigoso e imprevisível. Ele acha que seus atos são moralmente justificáveis", conta o ator. Abrams confessa que o dia mais assustador desde que assumiu a missão de recriar "Star Wars" foi quando Harrison Ford quebrou o tornozelo nas filmagens, mas que a pressão era enorme. "Era uma presença constante. Toda decisão que tomava tinha repercussão", conta ele. "Mas não tivemos a sensação de medo", completa Kasdan. "Desde que começamos a escrever, decidimos que não seguiríamos regras, respeitando a mitologia e nos divertindo criando aquelas cenas." Ford, que não esconde de ninguém que Han Solo é um trabalho ("Com exceção de Harrison, todo mundo estava verdadeiramente apaixonado no set", brinca o diretor), estava mais à vontade na entrevista. "É o que gosto de fazer e o que me diverte. E era a chance de trabalhar com pessoas que admiro. Me pareceu uma boa ideia", revela o astro. "Ser chamado para fazer parte disso é gratificante. Principalmente porque há uma história interessante para o personagem. 'Star Wars' é um grande cassino e não artesanato. Foi divertido voltar a brincar com esses brinquedos novamente." Já Fisher se define como o "início do empoderamento feminino" na saga e diz que se divertiu na trilogia original em um set basicamente masculino. "Bebemos durante a trilogia inteira. O novo filme teve um set mais sóbrio", diverte-se a atriz, só perdendo em entusiasmo para John Boyega. "Me perguntei se Abrams tinha escrito esse personagem especificamente para mim, um fã antigo: eu visto um uniforme de stormtrooper e um casaco dos Rebeldes, uso um sabre de luz e uma pistola blaster e ando com Han Solo e Chewie", exclama o ator inglês, primeiro grande protagonista negro da saga. "Esse é um filme sobre seres humanos, sobre Wookies e naves espaciais. Tem uma mensagem de coragem, amizade e lealdade", diz ele. ""Não dou a mínima para esse lance de stormtrooper negro."
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Jogador do Everton nega ter sido mordido por Diego Costa
Após o atacante Diego Costa ter sido expulso em uma confusão com o volante Gareth Barry na derrota por 2 a 0 do Chelsea para o Everton, neste sábado (12), o adversário inglês amenizou a gravidade da agressão do jogador brasileiro naturalizado espanhol. Em uma rede social, o meio-campista do Everton saiu em defesa de Diego Costa e afirmou neste domingo (13) que o centroavante do time de Londres não chegou a mordê-lo na ocasião. "Estou vendo muita conversa sobre o incidente envolvendo eu e o Diego Costa no jogo de ontem [sábado] à noite. Só para constar, Diego não me mordeu", escreveu Barry em uma rede social, segundo o jornal "The Guardian" e outros veículos de imprensa da Inglaterra. No lance, o brasileiro naturalizado espanhol foi advertido com cartão amarelo pelo árbitro Michael Oliver, mas, irritado, xingou em inglês e reclamou até ser contido pelo colega de time, o zagueiro Ivanovic. Depois de solto, Costa se deslocou na direção do juiz, se virou de frente para ele e cuspiu no chão. Por causa do cartão vermelho, o atacante vai a julgamento e pode ser suspenso pela Federação Inglesa de Futebol (FA, na sigla em inglês). A atitude também repercutiu negativamente na internet, com acusações de que o jogador teria sido desrespeitoso com o árbitro. Após a partida, por meio do Twitter, o Chelsea tinha informado que Diego Costa estava arrependido, mas negou ter mordido Barry. "Diego [Costa] falou com funcionários do clube após o jogo e expressou arrependimento pela reação contra Gareth Barry, que o fez levar o cartão vermelho, mas Diego foi muito claro ao dizer que não mordeu o adversário em momento algum da discussão", diz parte do texto. Outro que saiu em defesa de Diego Costa foi o técnico Guus Hiddink. O treinador holandês disse que seu comandado foi provocado o jogo inteiro até ser expulso. "Eu não vi Diego Costa mordendo Barry, por isso acho que merece um julgamento digno antes de qualquer coisa. O que eu sei é que ele foi perseguido pelos adversários o jogo todo, até ser expulso. Estavam na cola dele. O árbitro não precisa proteger, mas eles sabem quando estão provocando um jogador", disse após o jogo. A partida terminou 2 a 0 para o Everton, que está classificado para a semifinal da Copa da Inglaterra. Com UOL
esporte
Jogador do Everton nega ter sido mordido por Diego CostaApós o atacante Diego Costa ter sido expulso em uma confusão com o volante Gareth Barry na derrota por 2 a 0 do Chelsea para o Everton, neste sábado (12), o adversário inglês amenizou a gravidade da agressão do jogador brasileiro naturalizado espanhol. Em uma rede social, o meio-campista do Everton saiu em defesa de Diego Costa e afirmou neste domingo (13) que o centroavante do time de Londres não chegou a mordê-lo na ocasião. "Estou vendo muita conversa sobre o incidente envolvendo eu e o Diego Costa no jogo de ontem [sábado] à noite. Só para constar, Diego não me mordeu", escreveu Barry em uma rede social, segundo o jornal "The Guardian" e outros veículos de imprensa da Inglaterra. No lance, o brasileiro naturalizado espanhol foi advertido com cartão amarelo pelo árbitro Michael Oliver, mas, irritado, xingou em inglês e reclamou até ser contido pelo colega de time, o zagueiro Ivanovic. Depois de solto, Costa se deslocou na direção do juiz, se virou de frente para ele e cuspiu no chão. Por causa do cartão vermelho, o atacante vai a julgamento e pode ser suspenso pela Federação Inglesa de Futebol (FA, na sigla em inglês). A atitude também repercutiu negativamente na internet, com acusações de que o jogador teria sido desrespeitoso com o árbitro. Após a partida, por meio do Twitter, o Chelsea tinha informado que Diego Costa estava arrependido, mas negou ter mordido Barry. "Diego [Costa] falou com funcionários do clube após o jogo e expressou arrependimento pela reação contra Gareth Barry, que o fez levar o cartão vermelho, mas Diego foi muito claro ao dizer que não mordeu o adversário em momento algum da discussão", diz parte do texto. Outro que saiu em defesa de Diego Costa foi o técnico Guus Hiddink. O treinador holandês disse que seu comandado foi provocado o jogo inteiro até ser expulso. "Eu não vi Diego Costa mordendo Barry, por isso acho que merece um julgamento digno antes de qualquer coisa. O que eu sei é que ele foi perseguido pelos adversários o jogo todo, até ser expulso. Estavam na cola dele. O árbitro não precisa proteger, mas eles sabem quando estão provocando um jogador", disse após o jogo. A partida terminou 2 a 0 para o Everton, que está classificado para a semifinal da Copa da Inglaterra. Com UOL
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Guarulhos recebe autorização para superjumbo, mas aéreas não têm interesse
Quase dois anos depois de ter negada a certificação para receber o superjumbo A380, da Airbus, o aeroporto de Guarulhos foi autorizado a acolher o avião. O problema é que, agora, nenhuma companhia quer voar no Brasil com a aeronave que tem capacidade para cerca de 500 passageiros —duas vezes maior que uma aeronave convencional. Antes da Copa do Mundo realizada no país em 2014, empresas aéreas como Air France, Lufthansa e Emirates planejavam operar com o A380 para ampliar a oferta de voos internacionais. Os planos foram frustrados pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que, em fevereiro de 2014, reprovou o aeroporto. A agência alegou que pedras encontradas no acostamento de sua pista principal poderiam ser sugadas pelas turbinas do superjumbo. Agora, com a economia do país em recessão e o dólar valorizado, as empresas aéreas não têm mais interesse em trazer ao Brasil o A380. VOO ÚNICO Apesar de não estar nos planos de nenhuma companhia para voos regulares no país, um exemplar do superjumbo fará uma rápida visita a São Paulo. No dia 14 de novembro, um A380 da Emirates virá de Dubai até Guarulhos em um voo comercial em homenagem ao oitavo aniversário das operações da companhia no Brasil. No dia seguinte, a aeronave voltará a Dubai com passageiros e não fará mais o trajeto. O A380 é o maior avião comercial de passageiros do mundo, com dois andares e 80 metros de envergadura. Além do aeroporto de Guarulhos, o do Galeão, no Rio, pode receber a aeronave. Também não há voos regulares para capital fluminense.
mercado
Guarulhos recebe autorização para superjumbo, mas aéreas não têm interesseQuase dois anos depois de ter negada a certificação para receber o superjumbo A380, da Airbus, o aeroporto de Guarulhos foi autorizado a acolher o avião. O problema é que, agora, nenhuma companhia quer voar no Brasil com a aeronave que tem capacidade para cerca de 500 passageiros —duas vezes maior que uma aeronave convencional. Antes da Copa do Mundo realizada no país em 2014, empresas aéreas como Air France, Lufthansa e Emirates planejavam operar com o A380 para ampliar a oferta de voos internacionais. Os planos foram frustrados pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que, em fevereiro de 2014, reprovou o aeroporto. A agência alegou que pedras encontradas no acostamento de sua pista principal poderiam ser sugadas pelas turbinas do superjumbo. Agora, com a economia do país em recessão e o dólar valorizado, as empresas aéreas não têm mais interesse em trazer ao Brasil o A380. VOO ÚNICO Apesar de não estar nos planos de nenhuma companhia para voos regulares no país, um exemplar do superjumbo fará uma rápida visita a São Paulo. No dia 14 de novembro, um A380 da Emirates virá de Dubai até Guarulhos em um voo comercial em homenagem ao oitavo aniversário das operações da companhia no Brasil. No dia seguinte, a aeronave voltará a Dubai com passageiros e não fará mais o trajeto. O A380 é o maior avião comercial de passageiros do mundo, com dois andares e 80 metros de envergadura. Além do aeroporto de Guarulhos, o do Galeão, no Rio, pode receber a aeronave. Também não há voos regulares para capital fluminense.
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Pássaros chapam esfregando formigas nas asas
Descobri recentemente que algumas espécies de pássaros são conhecidas por usar drogas. Antes que você viaje na maionese fumando um numa pracinha, me deixa explicar. Um tempo atrás, tropecei num artigo científico de 65 anos atrás produzido pelo entomologista e ornitólogo norte-americano Horace Groskin. Uma frase em particular no texto chamou minha atenção: "Pássaros se untam com as excreções de ácido fórmico das formigas para dar tônus aos músculos e também pelo efeito geral agradável". Efeito agradável, né? Esse comportamento é chamado "banho de formigas" e envolve pegar um punhado de formigas e esfregá-las embaixo das asas. Como meio de defesa, as formigas emitem ácido fórmico –um inseticida orgânico– que depois é absorvido pelo corpo do pássaro. Há relatos de pássaros dançando com as asas esticadas e o bico aberto, logo depois de terem se coberto com esse spray nojento de formiga. Um tipo de barato ornitológico se você preferir. Isso tem levado muitos estudiosos a acreditar que o banho de formigas é um vício e que os pássaros fazem isso para, bom, ficarem bem loucos. Decidi perguntar a um especialista da Sociedade Ornitológica Romena sobre o fenômeno. O ornitólogo Stefan Emanuel Baltag me disse que o banho de formigas é bem comum entre várias espécies de pássaros –como a poupa-eurasiática, o estorninho comum, o sabiá, o falcão, o corvo e o tentilhão. "Alguns pássaros voam para o topo de um formigueiro, se sentam nele e esperam pacientemente que as formigas subam em suas penas. Isso é chamado de 'banho de formigas passivo'. Outras espécies pegam as formigas com o bico e esfregam as secreções em si mesmas. Isso é conhecido como 'banho de formigas ativo'. Uma explicação para isso é que os pássaros usam o ácido fórmico das formigas como um estimulante, bem parecido com como as pessoas usam drogas", ele disse. As formigas acumulam esse ácido numa glândula para pulverizar predadores quando se sentem ameaçadas. No banho de formigas ativo, os pássaros batem repetidamente as asas para que a secreção seja distribuída até a base das penas. É bem fácil examinar o ácido fórmico –é só colocar a mão num formigueiro e você vai acabar com uma camada de secreção ardida cobrindo ela. Baltag acrescentou que já ouviu relatos de casos de pássaros se esfregando com a secreção de outras espécies, como centopeias, lesmas, lagartas e vespas. Só podemos imaginar qual é o barato diferente de cada uma. Mesmo que seja amplamente aceito que os pássaros tomam banho de formigas só por diversão, há outras teorias. "Não há uma resposta definitiva para por que os pássaros se envolvem nesse tipo de comportamento. Dependendo da espécie, os pássaros podem usar o banho de formigas para se livrar de parasitas, acalmar irritações ou como maneira de atingir um estado eufórico", concluiu Baltag. Sem surpresa, ainda não sabemos com certeza se esfregar formigas nos sovacos tem algum efeito em humanos. Mas nem tente fazer algo do tipo, seria algo absolutamente idiota, coçadinha. Tradução: Marina Schnoor Leia no site da Vice: Pássaros chapam esfregando formigas nas asas
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Pássaros chapam esfregando formigas nas asasDescobri recentemente que algumas espécies de pássaros são conhecidas por usar drogas. Antes que você viaje na maionese fumando um numa pracinha, me deixa explicar. Um tempo atrás, tropecei num artigo científico de 65 anos atrás produzido pelo entomologista e ornitólogo norte-americano Horace Groskin. Uma frase em particular no texto chamou minha atenção: "Pássaros se untam com as excreções de ácido fórmico das formigas para dar tônus aos músculos e também pelo efeito geral agradável". Efeito agradável, né? Esse comportamento é chamado "banho de formigas" e envolve pegar um punhado de formigas e esfregá-las embaixo das asas. Como meio de defesa, as formigas emitem ácido fórmico –um inseticida orgânico– que depois é absorvido pelo corpo do pássaro. Há relatos de pássaros dançando com as asas esticadas e o bico aberto, logo depois de terem se coberto com esse spray nojento de formiga. Um tipo de barato ornitológico se você preferir. Isso tem levado muitos estudiosos a acreditar que o banho de formigas é um vício e que os pássaros fazem isso para, bom, ficarem bem loucos. Decidi perguntar a um especialista da Sociedade Ornitológica Romena sobre o fenômeno. O ornitólogo Stefan Emanuel Baltag me disse que o banho de formigas é bem comum entre várias espécies de pássaros –como a poupa-eurasiática, o estorninho comum, o sabiá, o falcão, o corvo e o tentilhão. "Alguns pássaros voam para o topo de um formigueiro, se sentam nele e esperam pacientemente que as formigas subam em suas penas. Isso é chamado de 'banho de formigas passivo'. Outras espécies pegam as formigas com o bico e esfregam as secreções em si mesmas. Isso é conhecido como 'banho de formigas ativo'. Uma explicação para isso é que os pássaros usam o ácido fórmico das formigas como um estimulante, bem parecido com como as pessoas usam drogas", ele disse. As formigas acumulam esse ácido numa glândula para pulverizar predadores quando se sentem ameaçadas. No banho de formigas ativo, os pássaros batem repetidamente as asas para que a secreção seja distribuída até a base das penas. É bem fácil examinar o ácido fórmico –é só colocar a mão num formigueiro e você vai acabar com uma camada de secreção ardida cobrindo ela. Baltag acrescentou que já ouviu relatos de casos de pássaros se esfregando com a secreção de outras espécies, como centopeias, lesmas, lagartas e vespas. Só podemos imaginar qual é o barato diferente de cada uma. Mesmo que seja amplamente aceito que os pássaros tomam banho de formigas só por diversão, há outras teorias. "Não há uma resposta definitiva para por que os pássaros se envolvem nesse tipo de comportamento. Dependendo da espécie, os pássaros podem usar o banho de formigas para se livrar de parasitas, acalmar irritações ou como maneira de atingir um estado eufórico", concluiu Baltag. Sem surpresa, ainda não sabemos com certeza se esfregar formigas nos sovacos tem algum efeito em humanos. Mas nem tente fazer algo do tipo, seria algo absolutamente idiota, coçadinha. Tradução: Marina Schnoor Leia no site da Vice: Pássaros chapam esfregando formigas nas asas
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Sylvia Colombo: "Chegou algo que não estava no debate político, e que obscurece tudo: a violência", Jorge Lanata
Encontrei-me com Jorge Lanata em Buenos Aires dois dias antes da misteriosa morte do promotor Alberto Nisman, que havia acusado o governo Cristina Kirchner de encobrir evidências e de favorecer suspeitos do atentado à AMIA, em 18 de julho de ... Leia post completo no blog
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Sylvia Colombo: "Chegou algo que não estava no debate político, e que obscurece tudo: a violência", Jorge LanataEncontrei-me com Jorge Lanata em Buenos Aires dois dias antes da misteriosa morte do promotor Alberto Nisman, que havia acusado o governo Cristina Kirchner de encobrir evidências e de favorecer suspeitos do atentado à AMIA, em 18 de julho de ... Leia post completo no blog
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Banco Central pressiona Temer por reformas constitucionais
Apesar de reconhecer que houve redução das expectativas de inflação para 2017 e 2018 e que "a economia segue operando com nível elevado de ociosidade dos fatores de produção, refletido nos índices de utilização da capacidade da indústria, e principalmente, na taxa de desemprego", o Copom optou em sua última reunião por manter a taxa básica de juros em 14,25%. A primeira ata divulgada sob a gestão de Ilan Goldfajn no Banco Central foi recebida pelos analistas de mercado como um diktat: ou o governo dobra o Congresso e aprova as medidas de reforma fiscal de médio e longo prazo, ou estaremos condenados a continuar elevando a dívida pública pela via dos juros altos. O parágrafo dedicado aos efeitos do quadro fiscal sobre a atuação da política monetária, qualificado por esta Folha na última quarta-feira (27) como mais sucinto e mais claro, avisa aos navegantes que uma redução na taxa de juros só viria com a percepção dos agentes econômicos de que serão aprovadas propostas como a reforma da Previdência ou a PEC 241. Mesmo com o aumento substancial da previsão de deficit fiscal, o Copom descartou a observação de que "o balanço do setor público encontra-se em zona expansionista", presente nas duas últimas atas da gestão Tombini. Até as análises que explicam a taxa de inflação brasileira por um excesso de demanda agregada e de endividamento público teriam dificuldade em apresentar evidências empíricas para tamanho impacto de reformas cujos resultados previstos só viriam depois das próximas eleições presidenciais sobre expectativas inflacionárias para 2016 e 2017. Que dirá sobre a taxa de inflação efetiva. A clareza da última ata do Copom teria facilitado a vida dos comentaristas econômicos que em 2011 declararam-se chocados com o grau de politização das decisões do Banco Central. Em janeiro daquele ano, a ata já sugeria que "a geração de superávits primários compatíveis com as hipóteses de trabalho contempladas nas projeções" ajudaria no combate à inflação. Nas quatro atas seguintes, o Copom saudou o "processo de consolidação fiscal" implementado desde o início daquele ano. Ainda assim, só quando o governo anunciou em agosto uma contenção extra de gastos de R$ 10 bilhões - o que elevou a previsão de superávit primário de 2,9% para 3,15% do PIB - o Copom interrompeu as altas na taxa de juros que vinha praticando desde janeiro. Na ata que justificou o início da redução da taxa, comemorou: "A esse respeito, na avaliação do Comitê, a recente revisão do cenário para a política fiscal torna o balanço de riscos para a inflação mais favorável". O atrelamento da redução da taxa de juros ao ajuste fiscal, à época interpretado como um sinal de subserviência do Banco Central ao governo, agora entusiasma os analistas. Pior. A simples expectativa de redução do tamanho do Estado nos próximos 20 anos teria o poder mágico de tornar irrelevantes eventuais desajustes fiscais de curto prazo, autorizando afrouxamentos monetários. Aceita a ideia de que a política monetária pode perseguir objetivos que vão além da meta de inflação anual, o problema deixa de ser a autonomia ou subserviência do Banco Central ao governo, ou vice-versa. Como vimos, técnica e política nunca estiveram dissociadas. Temível seria uma absoluta independência da política econômica quanto aos interesses e escolhas da sociedade.
colunas
Banco Central pressiona Temer por reformas constitucionaisApesar de reconhecer que houve redução das expectativas de inflação para 2017 e 2018 e que "a economia segue operando com nível elevado de ociosidade dos fatores de produção, refletido nos índices de utilização da capacidade da indústria, e principalmente, na taxa de desemprego", o Copom optou em sua última reunião por manter a taxa básica de juros em 14,25%. A primeira ata divulgada sob a gestão de Ilan Goldfajn no Banco Central foi recebida pelos analistas de mercado como um diktat: ou o governo dobra o Congresso e aprova as medidas de reforma fiscal de médio e longo prazo, ou estaremos condenados a continuar elevando a dívida pública pela via dos juros altos. O parágrafo dedicado aos efeitos do quadro fiscal sobre a atuação da política monetária, qualificado por esta Folha na última quarta-feira (27) como mais sucinto e mais claro, avisa aos navegantes que uma redução na taxa de juros só viria com a percepção dos agentes econômicos de que serão aprovadas propostas como a reforma da Previdência ou a PEC 241. Mesmo com o aumento substancial da previsão de deficit fiscal, o Copom descartou a observação de que "o balanço do setor público encontra-se em zona expansionista", presente nas duas últimas atas da gestão Tombini. Até as análises que explicam a taxa de inflação brasileira por um excesso de demanda agregada e de endividamento público teriam dificuldade em apresentar evidências empíricas para tamanho impacto de reformas cujos resultados previstos só viriam depois das próximas eleições presidenciais sobre expectativas inflacionárias para 2016 e 2017. Que dirá sobre a taxa de inflação efetiva. A clareza da última ata do Copom teria facilitado a vida dos comentaristas econômicos que em 2011 declararam-se chocados com o grau de politização das decisões do Banco Central. Em janeiro daquele ano, a ata já sugeria que "a geração de superávits primários compatíveis com as hipóteses de trabalho contempladas nas projeções" ajudaria no combate à inflação. Nas quatro atas seguintes, o Copom saudou o "processo de consolidação fiscal" implementado desde o início daquele ano. Ainda assim, só quando o governo anunciou em agosto uma contenção extra de gastos de R$ 10 bilhões - o que elevou a previsão de superávit primário de 2,9% para 3,15% do PIB - o Copom interrompeu as altas na taxa de juros que vinha praticando desde janeiro. Na ata que justificou o início da redução da taxa, comemorou: "A esse respeito, na avaliação do Comitê, a recente revisão do cenário para a política fiscal torna o balanço de riscos para a inflação mais favorável". O atrelamento da redução da taxa de juros ao ajuste fiscal, à época interpretado como um sinal de subserviência do Banco Central ao governo, agora entusiasma os analistas. Pior. A simples expectativa de redução do tamanho do Estado nos próximos 20 anos teria o poder mágico de tornar irrelevantes eventuais desajustes fiscais de curto prazo, autorizando afrouxamentos monetários. Aceita a ideia de que a política monetária pode perseguir objetivos que vão além da meta de inflação anual, o problema deixa de ser a autonomia ou subserviência do Banco Central ao governo, ou vice-versa. Como vimos, técnica e política nunca estiveram dissociadas. Temível seria uma absoluta independência da política econômica quanto aos interesses e escolhas da sociedade.
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Filha de Michael Jackson diz que astro foi assassinado: 'foi uma armadilha'
Paris Jackson diz estar certa de que seu pai, Michael Jackson, foi assassinado. É o que a garota conta em sua primeira entrevista, concedida à "Rolling Stone" e publicada nesta terça-feira (24). A modelo de 18 anos afirma que o astro pop havia dito em várias ocasiões que forças anônimas o tinham jurado de morte. "É óbvio. Tudo aponta para isso. Isso soa como uma teoria conspiratória e como uma bobagem, mas todos os fãs verdadeiros e todos na família sabem disso. Foi uma emboscada", afirmou. Durante a necropsia do artista, as autoridades de Los Angeles encontraram no corpo uma potente dose de um medicamento para ansiedade. O laudo levou o médico Conrad Murray à prisão por homicídio culposo. À publicação, a garota ainda diz ter tentado se suicidar "múltiplas vezes" nos anos subsequentes à morte do cantor, em 2009. Em suas declarações polêmicas, Paris revela ter lutado contra depressão e vício em drogas e diz ter sido molestada por um "completo estranho" aos 14 anos. Ela também rebateu as alegações de que Michael Jackson não seria seu pai biológico. "Sempre será meu pai. Sempre foi e nunca deixará de ser", disse. Paris, de pele branca, cabelo pintado de loiro platinado e olhos verdes, disse que as pessoas sempre pensam que ela é branca. Mas, segundo ela, sua aparência é uma mistura de raças e seu pai a introduziu na cultura afro-americana. "Me considero negra", afirmou. Paris é filha do astro pop com a enfermeira Debbie Rowe, com quem ele foi casado por três anos durante a década de 90.
ilustrada
Filha de Michael Jackson diz que astro foi assassinado: 'foi uma armadilha'Paris Jackson diz estar certa de que seu pai, Michael Jackson, foi assassinado. É o que a garota conta em sua primeira entrevista, concedida à "Rolling Stone" e publicada nesta terça-feira (24). A modelo de 18 anos afirma que o astro pop havia dito em várias ocasiões que forças anônimas o tinham jurado de morte. "É óbvio. Tudo aponta para isso. Isso soa como uma teoria conspiratória e como uma bobagem, mas todos os fãs verdadeiros e todos na família sabem disso. Foi uma emboscada", afirmou. Durante a necropsia do artista, as autoridades de Los Angeles encontraram no corpo uma potente dose de um medicamento para ansiedade. O laudo levou o médico Conrad Murray à prisão por homicídio culposo. À publicação, a garota ainda diz ter tentado se suicidar "múltiplas vezes" nos anos subsequentes à morte do cantor, em 2009. Em suas declarações polêmicas, Paris revela ter lutado contra depressão e vício em drogas e diz ter sido molestada por um "completo estranho" aos 14 anos. Ela também rebateu as alegações de que Michael Jackson não seria seu pai biológico. "Sempre será meu pai. Sempre foi e nunca deixará de ser", disse. Paris, de pele branca, cabelo pintado de loiro platinado e olhos verdes, disse que as pessoas sempre pensam que ela é branca. Mas, segundo ela, sua aparência é uma mistura de raças e seu pai a introduziu na cultura afro-americana. "Me considero negra", afirmou. Paris é filha do astro pop com a enfermeira Debbie Rowe, com quem ele foi casado por três anos durante a década de 90.
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Desoneração não pode ser vista como política industrial, diz ministro
O ministro Armando Monteiro Neto (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) afirma que a nova política industrial em discussão no governo é voltada para o setor manufatureiro como um todo, sem priorizar setores, como ele entende ter ocorrido no passado. Em entrevista à Folha, Monteiro Neto defendeu a adoção de mecanismos de financiamento para renovação de máquinas e equipamentos e também disse considerar essencial reduzir as tarifas de importação de insumos básicos usados na produção. Reconheceu, no entanto, que medidas específicas só poderão sair depois que o cenário macroeconômico "serenar". * Folha - Há espaço para uma nova política industrial? Armando Monteiro Neto - A gente está desafiado a reconceituar a política industrial à luz das novas condições. Não apenas no quadro do país, mas também diante das transformações que aconteceram com a integração das cadeias globais de valor, do que vem acontecendo com a divisão internacional do trabalho na indústria. O realinhamento muito importante que ocorreu no câmbio vai nos dar no médio prazo uma possibilidade de recuperar a posição da indústria. Mas precisamos encaminhar algumas questões que estão aí. Que tipo de medidas podem ser adotadas no cenário de forte restrição fiscal? O primeiro foco da política industrial deve ser a produtividade setorial, olhando para dentro das empresas. Há estudos que mostram que a idade média do parque fabril no Brasil é superior a 20 anos. Então temos o desafio de tratar da renovação do parque fabril e o papel do governo é conseguir criar mecanismos e linhas [de crédito] que possibilitem isso. Mas isso já não foi feito por meio do PSI [programa de financiamento do BNDES]? Acho que o PSI ficou muito concentrado em alguns setores de maior porte e não teve uma posição mais transversal, não perpassa os setores de forma homogênea. Ele veio muito para algumas empresas, para alguns setores, quando na realidade a gente tem que olhar o conjunto da indústria brasileira. Temos problemas da empresa para dentro e temos que enfrentá-los, é a dimensão microeconômica da política industrial. Também havia uma certa confusão entre política anticíclica e política industrial. Você quer animar alguns setores, aí tinha todo um repertório de desonerações e tal. Mas isso é politica industrial? Ao meu ver, não. Mas, ainda que não haja espaço para isso no momento, não é importante desonerar? Na política anticíclica, as desonerações eram feitas pontualmente. Desoneração com um olhar sobre política industrial é algo diferente, o foco devem ser aqueles produtos básicos que formam o preço da indústria. Se houver espaço, você tem que desonerar energia, insumos básicos. Integrar-se às cadeias globais de valor é poder também utilizar insumos e bens intermediários que são produzidos fora do Brasil, para ter mais competitividade. É evidente que nós temos questões ligadas aos acordos existentes, o Mercosul, a tarifa externa comum. Uma nova política industrial tem que endereçar alguma coisa nessa direção. E o que pode ser feito para fomentar a inovação? O verdadeiro escrutínio da competitividade se dá quando se exporta. É preciso ter mecanismos que induzam as empresas na direção dos mercados externos. Tem que ser um canal permanente, não conjuntural. Nesse contexto, fez sentido a suspensão do Reintegra [benefício ao exportador] ou o programa perdeu relevância com a alta do dólar? O cambio é flutuante por definição, amanhã não sei o que vai acontecer. Eu acho que o Reintegra se justifica com câmbio ou sem câmbio porque é uma compensação por resíduos tributários ainda presentes na cadeia exportadora. Enquanto não resolver isso, tem que ter um mecanismo como o Reintegra. O senhor criticou a redução da contribuição das empresas ao Sistema S. Mas esse não é um custo para a indústria? A sociedade brasileira tem todo o direito de discutir amplamente isso. Acho apenas que o Sistema S permitiu que os programas de formação de mão de obra tivessem continuidade ao longo do tempo porque há um financiamento interessante, uma contribuição que se manteve ao longo do tempo. É custo, não há como deixar de reconhecer, mas há no setor empresarial muita gente que defende o sistema, mesmo sabendo que onera, porque reconhece uma certa contribuição do sistema.
mercado
Desoneração não pode ser vista como política industrial, diz ministroO ministro Armando Monteiro Neto (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) afirma que a nova política industrial em discussão no governo é voltada para o setor manufatureiro como um todo, sem priorizar setores, como ele entende ter ocorrido no passado. Em entrevista à Folha, Monteiro Neto defendeu a adoção de mecanismos de financiamento para renovação de máquinas e equipamentos e também disse considerar essencial reduzir as tarifas de importação de insumos básicos usados na produção. Reconheceu, no entanto, que medidas específicas só poderão sair depois que o cenário macroeconômico "serenar". * Folha - Há espaço para uma nova política industrial? Armando Monteiro Neto - A gente está desafiado a reconceituar a política industrial à luz das novas condições. Não apenas no quadro do país, mas também diante das transformações que aconteceram com a integração das cadeias globais de valor, do que vem acontecendo com a divisão internacional do trabalho na indústria. O realinhamento muito importante que ocorreu no câmbio vai nos dar no médio prazo uma possibilidade de recuperar a posição da indústria. Mas precisamos encaminhar algumas questões que estão aí. Que tipo de medidas podem ser adotadas no cenário de forte restrição fiscal? O primeiro foco da política industrial deve ser a produtividade setorial, olhando para dentro das empresas. Há estudos que mostram que a idade média do parque fabril no Brasil é superior a 20 anos. Então temos o desafio de tratar da renovação do parque fabril e o papel do governo é conseguir criar mecanismos e linhas [de crédito] que possibilitem isso. Mas isso já não foi feito por meio do PSI [programa de financiamento do BNDES]? Acho que o PSI ficou muito concentrado em alguns setores de maior porte e não teve uma posição mais transversal, não perpassa os setores de forma homogênea. Ele veio muito para algumas empresas, para alguns setores, quando na realidade a gente tem que olhar o conjunto da indústria brasileira. Temos problemas da empresa para dentro e temos que enfrentá-los, é a dimensão microeconômica da política industrial. Também havia uma certa confusão entre política anticíclica e política industrial. Você quer animar alguns setores, aí tinha todo um repertório de desonerações e tal. Mas isso é politica industrial? Ao meu ver, não. Mas, ainda que não haja espaço para isso no momento, não é importante desonerar? Na política anticíclica, as desonerações eram feitas pontualmente. Desoneração com um olhar sobre política industrial é algo diferente, o foco devem ser aqueles produtos básicos que formam o preço da indústria. Se houver espaço, você tem que desonerar energia, insumos básicos. Integrar-se às cadeias globais de valor é poder também utilizar insumos e bens intermediários que são produzidos fora do Brasil, para ter mais competitividade. É evidente que nós temos questões ligadas aos acordos existentes, o Mercosul, a tarifa externa comum. Uma nova política industrial tem que endereçar alguma coisa nessa direção. E o que pode ser feito para fomentar a inovação? O verdadeiro escrutínio da competitividade se dá quando se exporta. É preciso ter mecanismos que induzam as empresas na direção dos mercados externos. Tem que ser um canal permanente, não conjuntural. Nesse contexto, fez sentido a suspensão do Reintegra [benefício ao exportador] ou o programa perdeu relevância com a alta do dólar? O cambio é flutuante por definição, amanhã não sei o que vai acontecer. Eu acho que o Reintegra se justifica com câmbio ou sem câmbio porque é uma compensação por resíduos tributários ainda presentes na cadeia exportadora. Enquanto não resolver isso, tem que ter um mecanismo como o Reintegra. O senhor criticou a redução da contribuição das empresas ao Sistema S. Mas esse não é um custo para a indústria? A sociedade brasileira tem todo o direito de discutir amplamente isso. Acho apenas que o Sistema S permitiu que os programas de formação de mão de obra tivessem continuidade ao longo do tempo porque há um financiamento interessante, uma contribuição que se manteve ao longo do tempo. É custo, não há como deixar de reconhecer, mas há no setor empresarial muita gente que defende o sistema, mesmo sabendo que onera, porque reconhece uma certa contribuição do sistema.
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Prepare-se: quarta com promessa de chuva em SP e mulheres nos palcos
DE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "Tem que deixar a vida fluir. Não rola traçar milhões de metas e não cumprir nem duas. Foca no que é para ser e corre..." Cida Lira, 30, atendente, em Perdizes * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Reportagem: Elvis Pereira (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
saopaulo
Prepare-se: quarta com promessa de chuva em SP e mulheres nos palcosDE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "Tem que deixar a vida fluir. Não rola traçar milhões de metas e não cumprir nem duas. Foca no que é para ser e corre..." Cida Lira, 30, atendente, em Perdizes * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Reportagem: Elvis Pereira (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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Como era gostoso ser respeitado
VINTE E QUATRO anos depois aconteceu novamente: dois anos consecutivos sem times brasileiros na decisão do torneio continental. Ano passado, os argentinos do San Lorenzo disputaram a finalíssima com os paraguaios do Nacional. Neste ano será a vez dos argentinos do River Plate e mexicanos do Tigres. Em 1990, foram os paraguaios do Olimpia e os equatorianos do Barcelona. No ano seguinte, os chilenos do Colo-Colo e, novamente, os paraguaios do Olimpia. Não seria tão grave, e poderíamos argumentar que Inter, Santos, Corinthians e Galo levantaram a taça em 2010/11/12 e 13, não fosse por um detalhe que pode ser mais do que uma coincidência. Em 1990, tivemos a triste seleção brasileira de Sebastião Lazaroni e o fiasco na Copa do Mundo, disputada na Itália. Claro, a derrota para a Argentina por 1 a 0, embora ainda nas oitavas de final, foi muito menos traumática que a goleada alemã nas semifinais da Copa passada. Mas os dois anos seguidos de ausência na final da Libertadores lá atrás, como agora, têm a ver com a perda do respeito dos adversários pelo nosso futebol. Pior agora, muito pior que então, quando, não só não dávamos tanto valor à Libertadores, como houve o tetracampeonato mundial em 1994, nos Estados Unidos. Hoje, é impensável o hexa na Rússia, em 2018. Por mais otimistas que tentemos ser ao saudar o espasmo havido na última rodada do Brasileirão, com média de 25 mil pagantes por jogo, não adianta tapar o sol com a peneira. Sim, tinha a estreia de Guerrero e a apresentação de Ronaldinho Gaúcho no Maracanã, o belo time do Sport na Arena Pernambuco e os bem sucedidos planos de sócios torcedores nos estádios do Palmeiras e do Corinthians, todos com mais de 30 mil torcedores –alguns com mais de 40 mil, como os rubro-negros no Rio e no Recife. Além do motivante equilíbrio do campeonato. Só que equilíbrio só é pouco. Pode garantir emoção aqui e ali, estimular o espírito competitivo cá e acolá, mas o rival estrangeiro não está nem aí para isso, apenas constata a pobreza técnica e parte para cima como partiu o Tigres para fazer picadinho do impotente Inter. Temos hoje em dia um futebol combalido e desamparado. Desnecessário lembrar da recente eliminação, nas quartas de final, pelo Paraguai, na Copa América disputada no Chile e pelo Chile vencida. A CBF anunciou que a seleção jogará em setembro nos Estados Unidos, contra o time de Tio Sam. Encontro interessante entre os brasileiros eliminados pelos paraguaios e os americanos que, em casa, na Copa Ouro, foram dela alijados pelos surpreendentes jamaicanos. Ah, o equilíbrio! Como você, o cartola da CBF verá o amistoso pela TV. Pisar no Gillette Stadium, pertinho de Boston, nem pensar e não porque tema cortar os pés, mas por temer algemas nos pulsos. O desrespeito começa aí. O presidente da CBF virou chacota. "Problema dele", disse até o renunciante Joseph Blatter.
colunas
Como era gostoso ser respeitadoVINTE E QUATRO anos depois aconteceu novamente: dois anos consecutivos sem times brasileiros na decisão do torneio continental. Ano passado, os argentinos do San Lorenzo disputaram a finalíssima com os paraguaios do Nacional. Neste ano será a vez dos argentinos do River Plate e mexicanos do Tigres. Em 1990, foram os paraguaios do Olimpia e os equatorianos do Barcelona. No ano seguinte, os chilenos do Colo-Colo e, novamente, os paraguaios do Olimpia. Não seria tão grave, e poderíamos argumentar que Inter, Santos, Corinthians e Galo levantaram a taça em 2010/11/12 e 13, não fosse por um detalhe que pode ser mais do que uma coincidência. Em 1990, tivemos a triste seleção brasileira de Sebastião Lazaroni e o fiasco na Copa do Mundo, disputada na Itália. Claro, a derrota para a Argentina por 1 a 0, embora ainda nas oitavas de final, foi muito menos traumática que a goleada alemã nas semifinais da Copa passada. Mas os dois anos seguidos de ausência na final da Libertadores lá atrás, como agora, têm a ver com a perda do respeito dos adversários pelo nosso futebol. Pior agora, muito pior que então, quando, não só não dávamos tanto valor à Libertadores, como houve o tetracampeonato mundial em 1994, nos Estados Unidos. Hoje, é impensável o hexa na Rússia, em 2018. Por mais otimistas que tentemos ser ao saudar o espasmo havido na última rodada do Brasileirão, com média de 25 mil pagantes por jogo, não adianta tapar o sol com a peneira. Sim, tinha a estreia de Guerrero e a apresentação de Ronaldinho Gaúcho no Maracanã, o belo time do Sport na Arena Pernambuco e os bem sucedidos planos de sócios torcedores nos estádios do Palmeiras e do Corinthians, todos com mais de 30 mil torcedores –alguns com mais de 40 mil, como os rubro-negros no Rio e no Recife. Além do motivante equilíbrio do campeonato. Só que equilíbrio só é pouco. Pode garantir emoção aqui e ali, estimular o espírito competitivo cá e acolá, mas o rival estrangeiro não está nem aí para isso, apenas constata a pobreza técnica e parte para cima como partiu o Tigres para fazer picadinho do impotente Inter. Temos hoje em dia um futebol combalido e desamparado. Desnecessário lembrar da recente eliminação, nas quartas de final, pelo Paraguai, na Copa América disputada no Chile e pelo Chile vencida. A CBF anunciou que a seleção jogará em setembro nos Estados Unidos, contra o time de Tio Sam. Encontro interessante entre os brasileiros eliminados pelos paraguaios e os americanos que, em casa, na Copa Ouro, foram dela alijados pelos surpreendentes jamaicanos. Ah, o equilíbrio! Como você, o cartola da CBF verá o amistoso pela TV. Pisar no Gillette Stadium, pertinho de Boston, nem pensar e não porque tema cortar os pés, mas por temer algemas nos pulsos. O desrespeito começa aí. O presidente da CBF virou chacota. "Problema dele", disse até o renunciante Joseph Blatter.
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Kaká faz gol histórico em estreia, e Orlando City empata em casa
Apesar do empate com o New York City por 1 a 1, o meia Kaká estreou na MLS (Major League Soccer), principal liga profissional de futebol dos EUA, fazendo história. O brasileiro marcou o primeiro gol do seu clube, o Orlando City, na história da Competição Nacional. Os dois times disputam a Conferência Leste, liderada por Toronto FC e D.C United, ambos com três pontos. Orlando e New York estão com 1 ponto cada. A equipe de New York, que conta com o atacante David Villa, abriu o placar. O próprio Villa começou a jogada, limpou o marcador na esquerda e tocou para Third Rail, aos 32 min do segundo tempo, chutar e, também, marcar o primeiro gol da história do time na competição. O gol de empate não demorou a sair. Aos 45 min, Kaká bateu uma falta da intermediária, a bola desviou no zagueiro e enganou o goleiro, que nada pôde fazer para evitar o primeiro gol do brasileiro na liga americana. O Orlando City volta aos gramados no próximo domingo (15) para enfrentar o Huston Dynamo. No mesmo dia, o New York City encara o New England.
esporte
Kaká faz gol histórico em estreia, e Orlando City empata em casaApesar do empate com o New York City por 1 a 1, o meia Kaká estreou na MLS (Major League Soccer), principal liga profissional de futebol dos EUA, fazendo história. O brasileiro marcou o primeiro gol do seu clube, o Orlando City, na história da Competição Nacional. Os dois times disputam a Conferência Leste, liderada por Toronto FC e D.C United, ambos com três pontos. Orlando e New York estão com 1 ponto cada. A equipe de New York, que conta com o atacante David Villa, abriu o placar. O próprio Villa começou a jogada, limpou o marcador na esquerda e tocou para Third Rail, aos 32 min do segundo tempo, chutar e, também, marcar o primeiro gol da história do time na competição. O gol de empate não demorou a sair. Aos 45 min, Kaká bateu uma falta da intermediária, a bola desviou no zagueiro e enganou o goleiro, que nada pôde fazer para evitar o primeiro gol do brasileiro na liga americana. O Orlando City volta aos gramados no próximo domingo (15) para enfrentar o Huston Dynamo. No mesmo dia, o New York City encara o New England.
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Governo Trump prevê corte de 31% em diplomacia e agência ambiental
O projeto de orçamento que o presidente Donald Trump apresentará nesta quinta-feira (16) prevê cortes de 31% nas verbas da Agência de Proteção Ambiental e do Departamento de Estado para aumentar em US$ 54 bilhões os gastos de defesa, segundo o jornal "The New York Times". A intenção de elevar o orçamento militar já havia sido divulgada no fim de fevereiro, mas o jornal detalha alguns programas que deverão sofrer mais com os cortes, como o Food for Peace (alimento para a paz), do Departamento de Estado, que há 60 anos envia mantimentos a países pobres atingidos por desastres naturais ou por guerras. Um programa do Departamento de Transporte que subsidia voos para aeroportos em zonas rurais do país será eliminado, segundo o jornal. O projeto prevê ainda o reforço no combate à imigração ilegal, uma "redução significativa" no quadro de servidores federais —com exceção da área de defesa— e cortes no ensino público, não detalhados pelo "New York Times". A expectativa de cortes, especialmente no orçamento do Departamento de Estado, porém, deverá encontrar resistência no Congresso, inclusive entre republicanos. O secretário de Estado, Rex Tillerson, teria conseguido reduzir um pouco o estrago no Departamento nos últimos dias, já que a previsão inicial de corte era de 37% do orçamento da pasta. Na Agência de Proteção Ambiental, o cálculo é de uma redução de US$ 2,6 bilhões, fazendo com que seu orçamento seja o mais baixo em 40 anos: US$ 5,7 bilhões. O texto que será apresentado na manhã desta quinta é considerado um orçamento enxuto, que geralmente é divulgado pelos governos antes da versão final, mais completa, prevista para o próximo mês.
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Governo Trump prevê corte de 31% em diplomacia e agência ambientalO projeto de orçamento que o presidente Donald Trump apresentará nesta quinta-feira (16) prevê cortes de 31% nas verbas da Agência de Proteção Ambiental e do Departamento de Estado para aumentar em US$ 54 bilhões os gastos de defesa, segundo o jornal "The New York Times". A intenção de elevar o orçamento militar já havia sido divulgada no fim de fevereiro, mas o jornal detalha alguns programas que deverão sofrer mais com os cortes, como o Food for Peace (alimento para a paz), do Departamento de Estado, que há 60 anos envia mantimentos a países pobres atingidos por desastres naturais ou por guerras. Um programa do Departamento de Transporte que subsidia voos para aeroportos em zonas rurais do país será eliminado, segundo o jornal. O projeto prevê ainda o reforço no combate à imigração ilegal, uma "redução significativa" no quadro de servidores federais —com exceção da área de defesa— e cortes no ensino público, não detalhados pelo "New York Times". A expectativa de cortes, especialmente no orçamento do Departamento de Estado, porém, deverá encontrar resistência no Congresso, inclusive entre republicanos. O secretário de Estado, Rex Tillerson, teria conseguido reduzir um pouco o estrago no Departamento nos últimos dias, já que a previsão inicial de corte era de 37% do orçamento da pasta. Na Agência de Proteção Ambiental, o cálculo é de uma redução de US$ 2,6 bilhões, fazendo com que seu orçamento seja o mais baixo em 40 anos: US$ 5,7 bilhões. O texto que será apresentado na manhã desta quinta é considerado um orçamento enxuto, que geralmente é divulgado pelos governos antes da versão final, mais completa, prevista para o próximo mês.
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Site mostra se atração turística permite o uso de 'paus de selfie'
Os famigerados "paus de selfie" foram proibidos em vários pontos turísticos ao redor do mundo –do Palácio de Versalhes, na França, ao Coliseu, em Roma– fazendo com que um site compilasse os locais que a ferramenta ainda é permitida. O site Can I bring my selfie stick ("posso levar meu pau de selfie", em português) tem uma ferramenta que busca atrações por nome, cidade ou país. Como o site está em inglês, as buscas devem ser feitas nesse idioma. Estão listadas cerca de 130 atrações e é possível sugerir outras mandando um e-mail para marketing@attractiontix.co.uk –não há nenhuma brasileira.
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Site mostra se atração turística permite o uso de 'paus de selfie'Os famigerados "paus de selfie" foram proibidos em vários pontos turísticos ao redor do mundo –do Palácio de Versalhes, na França, ao Coliseu, em Roma– fazendo com que um site compilasse os locais que a ferramenta ainda é permitida. O site Can I bring my selfie stick ("posso levar meu pau de selfie", em português) tem uma ferramenta que busca atrações por nome, cidade ou país. Como o site está em inglês, as buscas devem ser feitas nesse idioma. Estão listadas cerca de 130 atrações e é possível sugerir outras mandando um e-mail para marketing@attractiontix.co.uk –não há nenhuma brasileira.
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A pedido de Lula, PT recua nas críticas a Levy e poupa Cunha
O PT aprovou nesta quinta-feira (29) documento em que, apesar das críticas à política econômica da presidente Dilma Rousseff e ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suavizou os ataques ao peemedebista e ao ministro Joaquim Levy (Fazenda) que têm sido feitos nos bastidores do partido. Embora siga a orientação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em poupar Cunha, a sigla manteve no texto final aprovado em reunião do diretório nacional do PT a avaliação de que o presidente da Câmara e "a ala conservadora" do PMDB "flertam com o impeachment presidencial". Segundo a Folha apurou, a avaliação de vários dirigentes do partido que estiveram no encontro desta quinta é de que houve recuo no tom adotado tanto por Lula, quanto pelo presidente do PT, Rui Falcão, que fizeram discursos "conciliadores". Em entrevista à Folha no último dia 18, Falcão foi taxativo ao afirmar que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deveria deixar o cargo caso não estivesse disposto a mudar os rumos da economia. Os dirigentes acreditavam que esse discurso, considerado "mais agressivo", ditaria o tom da resolução aprovada nesta tarde, mas isso não aconteceu. Os líderes petistas também notaram mudanças na manifestação de Lula, que sempre foi um dos maiores críticos a Levy e chegou a sugerir a substituição do ministro a Dilma, afirmando que ele tinha "prazo de validade". Lula, porém, recebeu da presidente a resposta de que não estava na hora de criar um novo "celeuma" em seu governo com a troca de Levy. Nesta quinta, o ex-presidente foi mais brando, pediu paciência do partido e afirmou que não adianta trocar o ministro da Fazenda para fazer a economia melhorar. A mesma avaliação dos dirigentes do PT ocorreu em relação ao presidente da Câmara. Para eles, citar que o peemedebista "flerta com o impeachment", sem mencionar que ele é suspeito de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras ou tomar posição sobre seu processo no Conselho de Ética da Casa, serviu para "acenar à base" mas não para marcar posição. No final da reunião, Rui Falcão destacou que chegou a haver uma proposta para que o PT apresentasse uma representação pela cassação de Cunha ao Conselho de Ética da Câmara. Contudo, a sugestão foi rejeitada pela maioria dos presentes. "Ninguém tem dúvidas no PT de que quem tem acordo com ele [Cunha] é a oposição. Ele terá que responder sobre as denúncias que lhe fazem na Justiça, no STF e no Conselho de Ética", reafirmou o petista que, mais cedo, em seu discurso na abertura do encontro, já havia destacado que a sigla vai fechar questão sobre o posicionamento que irá adotar sobre o caso quando ele for a julgamento no Conselho de Ética. Poupar Cunha é uma das prioridades de Lula. A estratégia faz parte de um acordo para proteger a presidente Dilma Rousseff, alvo de processos de impeachment na Câmara dos Deputados que dependem, num primeiro momento, de uma decisão monocrática do presidente da Câmara, a quem cabe deferir ou indeferir o pedido. Cunha é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e também suspeito de esconder contas na Suíça em seu nome e de sua esposa. Já existe um processo que sugere a perda do mandato do deputado em andamento na Câmara, protocolado pelo PSOL e pela Rede. Para Falcão, no momento certo, o partido vai se posicionar sobre o tema. DOCUMENTO A redação final da resolução aprovada nesta quinta ainda não foi divulgada oficialmente. Segundo o texto ao qual a Folha teve acesso, o PT afirma que a queda de popularidade do governo Dilma "acabou por dificultar a manutenção da base parlamentar", mas a situação se agravou com a eleição de Cunha à presidência da Câmara. Para os petistas, o deputado representa a "ala mais reacionária do PMDB", que precisa ser combatida. "A situação congressual agravou-se também pela preponderância, dentro da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados, de sua ala mais reacionária, capitaneada pelo deputado Eduardo Cunha. Depois de conquistada a presidência da Casa, o parlamentar rapidamente pactuou com o bloco PSDB-DEM e assumiu a liderança de uma agenda para contrarreformas, além de flertar com o impeachment presidencial". Os dirigentes do partido defendem ainda a ideia de que há uma "ofensiva conservadora" contra o PT que envolve, inclusive, "manobras de criminalização, operando setores do aparato policial e judiciário, com o objetivo de desestabilizar o governo, deslegitimar o PT e desgastar lideranças históricas como o ex-presidente Lula". Nesta segunda-feira (26), a o Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão nos escritórios de empresas de Luís Cláudio Lula da Silva, filho caçula do ex-presidente, no âmbito da Operação Zelotes, que investiga um esquema de pagamento de propina no Carf (Conselho de Administração de Recursos Fiscais), ligado ao Ministério da Fazenda. Lula reclamou a amigos da falta de controle do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) sobre a PF e pediu a substituição do ministro à presidente Dilma, que resiste. O PT pede que a militância petista saia em defesa do PT e de Lula, "transformado em alvo prioritário de armações que se multiplicam em núcleos da Polícia Federal, do Ministério Público e do Judiciário, vinculados a operações supostamente anticorrupção", diz o texto. "Vazamentos seletivos, prisões abusivas, investigações plenas de atropelo e denúncias baseadas em delações arrancadas a fórceps e sem provas comprobatórias entre outros eventos, revelam a apropriação de destacamentos repressivos e judiciais por grupos subordinados ao antipetismo que atuam com intuito de difamar o principal partido da classe trabalhadora, seus dirigentes e o maior líder popular da história brasileira", completa o documento. ECONOMIA Ainda segundo a resolução, o PT tem como "principal objetivo tático derrotar a escalada golpista, isolar a oposição de direita e recuperar condições plenas de governabilidade". Para isso, pede mudanças na política econômica do governo, com expansão do mercado interno, ampliações de investimentos estatais e defesa do emprego. O partido também apoia a proposta de recriação da CPMF como forma de salvar as contas públicas e "preservar os programas sociais".
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A pedido de Lula, PT recua nas críticas a Levy e poupa CunhaO PT aprovou nesta quinta-feira (29) documento em que, apesar das críticas à política econômica da presidente Dilma Rousseff e ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suavizou os ataques ao peemedebista e ao ministro Joaquim Levy (Fazenda) que têm sido feitos nos bastidores do partido. Embora siga a orientação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em poupar Cunha, a sigla manteve no texto final aprovado em reunião do diretório nacional do PT a avaliação de que o presidente da Câmara e "a ala conservadora" do PMDB "flertam com o impeachment presidencial". Segundo a Folha apurou, a avaliação de vários dirigentes do partido que estiveram no encontro desta quinta é de que houve recuo no tom adotado tanto por Lula, quanto pelo presidente do PT, Rui Falcão, que fizeram discursos "conciliadores". Em entrevista à Folha no último dia 18, Falcão foi taxativo ao afirmar que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deveria deixar o cargo caso não estivesse disposto a mudar os rumos da economia. Os dirigentes acreditavam que esse discurso, considerado "mais agressivo", ditaria o tom da resolução aprovada nesta tarde, mas isso não aconteceu. Os líderes petistas também notaram mudanças na manifestação de Lula, que sempre foi um dos maiores críticos a Levy e chegou a sugerir a substituição do ministro a Dilma, afirmando que ele tinha "prazo de validade". Lula, porém, recebeu da presidente a resposta de que não estava na hora de criar um novo "celeuma" em seu governo com a troca de Levy. Nesta quinta, o ex-presidente foi mais brando, pediu paciência do partido e afirmou que não adianta trocar o ministro da Fazenda para fazer a economia melhorar. A mesma avaliação dos dirigentes do PT ocorreu em relação ao presidente da Câmara. Para eles, citar que o peemedebista "flerta com o impeachment", sem mencionar que ele é suspeito de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras ou tomar posição sobre seu processo no Conselho de Ética da Casa, serviu para "acenar à base" mas não para marcar posição. No final da reunião, Rui Falcão destacou que chegou a haver uma proposta para que o PT apresentasse uma representação pela cassação de Cunha ao Conselho de Ética da Câmara. Contudo, a sugestão foi rejeitada pela maioria dos presentes. "Ninguém tem dúvidas no PT de que quem tem acordo com ele [Cunha] é a oposição. Ele terá que responder sobre as denúncias que lhe fazem na Justiça, no STF e no Conselho de Ética", reafirmou o petista que, mais cedo, em seu discurso na abertura do encontro, já havia destacado que a sigla vai fechar questão sobre o posicionamento que irá adotar sobre o caso quando ele for a julgamento no Conselho de Ética. Poupar Cunha é uma das prioridades de Lula. A estratégia faz parte de um acordo para proteger a presidente Dilma Rousseff, alvo de processos de impeachment na Câmara dos Deputados que dependem, num primeiro momento, de uma decisão monocrática do presidente da Câmara, a quem cabe deferir ou indeferir o pedido. Cunha é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e também suspeito de esconder contas na Suíça em seu nome e de sua esposa. Já existe um processo que sugere a perda do mandato do deputado em andamento na Câmara, protocolado pelo PSOL e pela Rede. Para Falcão, no momento certo, o partido vai se posicionar sobre o tema. DOCUMENTO A redação final da resolução aprovada nesta quinta ainda não foi divulgada oficialmente. Segundo o texto ao qual a Folha teve acesso, o PT afirma que a queda de popularidade do governo Dilma "acabou por dificultar a manutenção da base parlamentar", mas a situação se agravou com a eleição de Cunha à presidência da Câmara. Para os petistas, o deputado representa a "ala mais reacionária do PMDB", que precisa ser combatida. "A situação congressual agravou-se também pela preponderância, dentro da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados, de sua ala mais reacionária, capitaneada pelo deputado Eduardo Cunha. Depois de conquistada a presidência da Casa, o parlamentar rapidamente pactuou com o bloco PSDB-DEM e assumiu a liderança de uma agenda para contrarreformas, além de flertar com o impeachment presidencial". Os dirigentes do partido defendem ainda a ideia de que há uma "ofensiva conservadora" contra o PT que envolve, inclusive, "manobras de criminalização, operando setores do aparato policial e judiciário, com o objetivo de desestabilizar o governo, deslegitimar o PT e desgastar lideranças históricas como o ex-presidente Lula". Nesta segunda-feira (26), a o Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão nos escritórios de empresas de Luís Cláudio Lula da Silva, filho caçula do ex-presidente, no âmbito da Operação Zelotes, que investiga um esquema de pagamento de propina no Carf (Conselho de Administração de Recursos Fiscais), ligado ao Ministério da Fazenda. Lula reclamou a amigos da falta de controle do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) sobre a PF e pediu a substituição do ministro à presidente Dilma, que resiste. O PT pede que a militância petista saia em defesa do PT e de Lula, "transformado em alvo prioritário de armações que se multiplicam em núcleos da Polícia Federal, do Ministério Público e do Judiciário, vinculados a operações supostamente anticorrupção", diz o texto. "Vazamentos seletivos, prisões abusivas, investigações plenas de atropelo e denúncias baseadas em delações arrancadas a fórceps e sem provas comprobatórias entre outros eventos, revelam a apropriação de destacamentos repressivos e judiciais por grupos subordinados ao antipetismo que atuam com intuito de difamar o principal partido da classe trabalhadora, seus dirigentes e o maior líder popular da história brasileira", completa o documento. ECONOMIA Ainda segundo a resolução, o PT tem como "principal objetivo tático derrotar a escalada golpista, isolar a oposição de direita e recuperar condições plenas de governabilidade". Para isso, pede mudanças na política econômica do governo, com expansão do mercado interno, ampliações de investimentos estatais e defesa do emprego. O partido também apoia a proposta de recriação da CPMF como forma de salvar as contas públicas e "preservar os programas sociais".
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Juiz da Lava Jato divulgou 'por erro' depoimento envolvendo deputado
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, divulgou por "erro" um depoimento do doleiro Alberto Youssef envolvendo um deputado federal do PP no esquema de propinas na Petrobras e retirou dos autos do inquérito o depoimento na noite de quinta-feira (12). O depoimento que tratava desse parlamentar estava sob sigilo em Brasília, no STF (Supremo Tribunal Federal). No fim do ano, por ordem do ministro Teori Zavascki, foi enviada à primeira instância da Justiça Federal de Curitiba a íntegra dos depoimentos que, segundo análise da PGR (Procuradoria-Geral da República) e do STF, não tratavam de autoridades com foro privilegiado no Supremo. Após uma análise do material, Moro divulgou ontem um pacote de 63 depoimentos de Youssef e do ex-diretor Paulo Roberto Costa, mas ressaltou que se tratava de documentos que não citavam autoridades com foro privilegiado. Posteriormente, porém, admitiu que por um "erro" foi disponibilizado depoimento envolvendo um deputado federal, cuja competência para investigação é do STF (Supremo Tribunal Federal). Os trechos das delações citando autoridades com foro privilegiado ainda não foram divulgados e estão sob análise do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Em seu despacho determinando a retirada do depoimento, Moro afirmou: "Observo que, por lapso, foi disponibilizado, entre os depoimentos enviados a este Juízo como sendo de sua competência, um no qual há referência a um parlamentar federal. Então, corrigindo o erro, anote a Secretaria sigilo sobre o referido documento, já que submetido à competência do STF." DIVULGADO O teor do depoimento foi publicado no site da Folha. Youssef disse que um deputado federal do PP chamado "Luis Fernando" influenciou a contratação de uma empresa e que ele recebia propina dessa empresa. O documento não cita o sobrenome do parlamentar. De acordo com a busca da Câmara dos Deputados, o único deputado com esse nome filiado ao PP é Luiz Fernando Faria (MG), reeleito no ano passado. A empresa Fidens, apontada como a beneficiada, também é de Minas Gerais. O depoimento de Youssef, porém, não dá certeza de que se trata dele. A Folha não obteve contato com Faria ou com a empresa para comentarem. Procurado para explicar por que enviou um depoimento envolvendo autoridade de foro privilegiado à primeira instância, o ministro Teori Zavascki não foi localizado. A assessoria do STF informou que ele não se pronuncia sobre processos.
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Juiz da Lava Jato divulgou 'por erro' depoimento envolvendo deputadoO juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, divulgou por "erro" um depoimento do doleiro Alberto Youssef envolvendo um deputado federal do PP no esquema de propinas na Petrobras e retirou dos autos do inquérito o depoimento na noite de quinta-feira (12). O depoimento que tratava desse parlamentar estava sob sigilo em Brasília, no STF (Supremo Tribunal Federal). No fim do ano, por ordem do ministro Teori Zavascki, foi enviada à primeira instância da Justiça Federal de Curitiba a íntegra dos depoimentos que, segundo análise da PGR (Procuradoria-Geral da República) e do STF, não tratavam de autoridades com foro privilegiado no Supremo. Após uma análise do material, Moro divulgou ontem um pacote de 63 depoimentos de Youssef e do ex-diretor Paulo Roberto Costa, mas ressaltou que se tratava de documentos que não citavam autoridades com foro privilegiado. Posteriormente, porém, admitiu que por um "erro" foi disponibilizado depoimento envolvendo um deputado federal, cuja competência para investigação é do STF (Supremo Tribunal Federal). Os trechos das delações citando autoridades com foro privilegiado ainda não foram divulgados e estão sob análise do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Em seu despacho determinando a retirada do depoimento, Moro afirmou: "Observo que, por lapso, foi disponibilizado, entre os depoimentos enviados a este Juízo como sendo de sua competência, um no qual há referência a um parlamentar federal. Então, corrigindo o erro, anote a Secretaria sigilo sobre o referido documento, já que submetido à competência do STF." DIVULGADO O teor do depoimento foi publicado no site da Folha. Youssef disse que um deputado federal do PP chamado "Luis Fernando" influenciou a contratação de uma empresa e que ele recebia propina dessa empresa. O documento não cita o sobrenome do parlamentar. De acordo com a busca da Câmara dos Deputados, o único deputado com esse nome filiado ao PP é Luiz Fernando Faria (MG), reeleito no ano passado. A empresa Fidens, apontada como a beneficiada, também é de Minas Gerais. O depoimento de Youssef, porém, não dá certeza de que se trata dele. A Folha não obteve contato com Faria ou com a empresa para comentarem. Procurado para explicar por que enviou um depoimento envolvendo autoridade de foro privilegiado à primeira instância, o ministro Teori Zavascki não foi localizado. A assessoria do STF informou que ele não se pronuncia sobre processos.
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Soa mal Temer organizar governo antes de Dilma sair, diz Pedro Simon
Nome histórico do PMDB, o ex-senador gaúcho Pedro Simon diz estar "chocado" com a movimentação do vice Michel Temer para formar um governo antes do impeachment de Dilma Rousseff. Ele é defensor da tese de novas eleições, assim como sua ex-colega de Senado Marina Silva, a quem apoiou em 2014. Naquele ano, Simon previu que a presidente não permaneceria quatro anos no cargo se vencesse a disputa. O ex-senador, que está no partido desde a sua fundação, há 50 anos, pede que entidades como OAB e CNBB atuem como mediadoras da crise porque "o Congresso não tem gente de muita tradição ou biografia". * Folha - Como fundador do PMDB, como o sr. vê o partido próximo de ocupar novamente a Presidência? Pedro Simon - Foi uma decisão da Câmara [a abertura do processo de impeachment], independente do sr. [Eduardo] Cunha. O Supremo Tribunal Federal acompanhou todas as decisões, inclusive mandando mudar o rito que o Cunha queria. O que aconteceu, aconteceu. E a expectativa de governo? A tese que eu defendi era de o Temer fazer um grande entendimento. Poderia ser até a renúncia dos dois, de Dilma e de Temer. Agora o PT passou a chamar de traidor. Está deixando o Temer em uma situação muito difícil porque o PT, já sentindo que não vai ganhar [a votação no Senado], vai fazer de tudo para destruir o governo que vem depois. Esquece da desgraça que pode acontecer com o país com essa hecatombe. Acho que entidades como a OAB e a CNBB poderiam fazer chamamento ao entendimento. Porque, no Congresso, a gente vê nas críticas que estão sendo feitas, não tem gente de muita tradição, história ou biografia. E a organização do governo? Isso que o Temer que está fazendo, de já querer organizar o governo, soa mal. Tinha que ser mais sigiloso, sem estar no jornal. Não é simpático. Ele está meio isolado. Está vendo que do outro lado vai ser uma guerra, vão fazer o que puder para desgastar. Fico chocado quando vejo o coitado do Temer falando com A, B ou com C, acho que não era por aí. Mas também não vejo outra saída. Como ele iria lidar com o Congresso Nacional? Eu fui líder do governo Itamar Franco [1992-94] no Senado. Era uma situação inteiramente diferente porque o Collor tinha zero de credibilidade. O Itamar não quis participar em nenhum momento da questão da cassação. Não deu palpite, não conversou com ninguém. Ele conseguiu fazer um entendimento, fez [a transição] com tranquilidade, sem ódio nem rancor. O Itamar não fez acordo com nenhum partido e chegou a uma situação de fazer um baita de um governo. O Temer tem que dar um sentido maior. Tem que ter um pouco de grandeza. E a votação a partir de agora no Senado? Na Câmara quase não foram discutidas as pedaladas fiscais. Não tenho nenhuma dúvida de que o Senado vai aceitar. A votação na Câmara foi uma piada, poderiam ter ficado quietos. Dizem que o melhor voto foi o do Maluf, que só disse "sim". No Senado, vão discutir não só as pedaladas, mas o problema todo que é a Lava Jato. O senador, quando vai votar, não é ministro do Supremo, é político. O sr. vê a Operação Lava Jato ameaçada em um futuro governo? Tenho muito medo. Porque, se passar um tempo, seja quem ficar no governo, vai ter pressões. Na Lava Jato, ainda tem muita coisa para aparecer. Tenho medo de que comecem a demitir. A coisa mais errada que a Dilma fez foi tirar o ministro da Justiça [José Eduardo Cardozo, hoje advogado-geral da União]. É uma pessoa que eu respeito. Ele resistiu. O Lula queria a demissão dele, que se metesse [na operação], demitisse o chefe da Polícia [Federal]. E ele disse não. O perigo existe. Como o sr. avalia o apoio do seu partido a Cunha? Ele vai ter que pagar o que deve. Não dá para misturar o futuro do Brasil com a pessoa do Cunha. Daqui para frente, até a definição do que nós estamos vivendo, ele não vai ter mais papel nenhum. Como ficará a imagem de Lula depois de toda a crise? Perante a história, ele vai pagar um preço muito caro. É uma figura que vai ser cobrada. Vão ser duas fases distintas: o Lula operário, líder sindical, que fez um baita de um partido, que perdeu as eleições, se elegeu. No palácio, desandou, se aproximou de empreiteiros, viajava com um, outro pagava palestras. Repare que, no início do processo de impeachment, o PSD, o PTB, o PP estavam com o governo. Aí o Lula entrou na coordenação do governo e esses partidos saem. Quando ele entrou, deu tudo errado. E quanto a Dilma, faltou experiência para lidar com as forças políticas do Congresso? Dilma foi secretária na Prefeitura de Porto Alegre, foi secretária no governo do Estado. Foi para o PT e chamou a atenção do Lula. Ela era meio ríspida e o Lula confundiu isso com capacidade. Como ficará a mobilização de rua a partir de agora? São dois tipos [de manifestantes]: jovens que foram para a rua espontaneamente, que convidavam amigos e isso deu certo. O outro grupo é o do PT, que é gente paga. Agora não dá para ter ideia o que o primeiro grupo pensa sobre o futuro. Acho que não tem muita gente favorável a um governo do Temer. Tem um grupo, que é menor, mas que a gente sabe que é de direita. É delicado, mas ir para rua e debater é melhor do que deixar só entre políticos.
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Soa mal Temer organizar governo antes de Dilma sair, diz Pedro SimonNome histórico do PMDB, o ex-senador gaúcho Pedro Simon diz estar "chocado" com a movimentação do vice Michel Temer para formar um governo antes do impeachment de Dilma Rousseff. Ele é defensor da tese de novas eleições, assim como sua ex-colega de Senado Marina Silva, a quem apoiou em 2014. Naquele ano, Simon previu que a presidente não permaneceria quatro anos no cargo se vencesse a disputa. O ex-senador, que está no partido desde a sua fundação, há 50 anos, pede que entidades como OAB e CNBB atuem como mediadoras da crise porque "o Congresso não tem gente de muita tradição ou biografia". * Folha - Como fundador do PMDB, como o sr. vê o partido próximo de ocupar novamente a Presidência? Pedro Simon - Foi uma decisão da Câmara [a abertura do processo de impeachment], independente do sr. [Eduardo] Cunha. O Supremo Tribunal Federal acompanhou todas as decisões, inclusive mandando mudar o rito que o Cunha queria. O que aconteceu, aconteceu. E a expectativa de governo? A tese que eu defendi era de o Temer fazer um grande entendimento. Poderia ser até a renúncia dos dois, de Dilma e de Temer. Agora o PT passou a chamar de traidor. Está deixando o Temer em uma situação muito difícil porque o PT, já sentindo que não vai ganhar [a votação no Senado], vai fazer de tudo para destruir o governo que vem depois. Esquece da desgraça que pode acontecer com o país com essa hecatombe. Acho que entidades como a OAB e a CNBB poderiam fazer chamamento ao entendimento. Porque, no Congresso, a gente vê nas críticas que estão sendo feitas, não tem gente de muita tradição, história ou biografia. E a organização do governo? Isso que o Temer que está fazendo, de já querer organizar o governo, soa mal. Tinha que ser mais sigiloso, sem estar no jornal. Não é simpático. Ele está meio isolado. Está vendo que do outro lado vai ser uma guerra, vão fazer o que puder para desgastar. Fico chocado quando vejo o coitado do Temer falando com A, B ou com C, acho que não era por aí. Mas também não vejo outra saída. Como ele iria lidar com o Congresso Nacional? Eu fui líder do governo Itamar Franco [1992-94] no Senado. Era uma situação inteiramente diferente porque o Collor tinha zero de credibilidade. O Itamar não quis participar em nenhum momento da questão da cassação. Não deu palpite, não conversou com ninguém. Ele conseguiu fazer um entendimento, fez [a transição] com tranquilidade, sem ódio nem rancor. O Itamar não fez acordo com nenhum partido e chegou a uma situação de fazer um baita de um governo. O Temer tem que dar um sentido maior. Tem que ter um pouco de grandeza. E a votação a partir de agora no Senado? Na Câmara quase não foram discutidas as pedaladas fiscais. Não tenho nenhuma dúvida de que o Senado vai aceitar. A votação na Câmara foi uma piada, poderiam ter ficado quietos. Dizem que o melhor voto foi o do Maluf, que só disse "sim". No Senado, vão discutir não só as pedaladas, mas o problema todo que é a Lava Jato. O senador, quando vai votar, não é ministro do Supremo, é político. O sr. vê a Operação Lava Jato ameaçada em um futuro governo? Tenho muito medo. Porque, se passar um tempo, seja quem ficar no governo, vai ter pressões. Na Lava Jato, ainda tem muita coisa para aparecer. Tenho medo de que comecem a demitir. A coisa mais errada que a Dilma fez foi tirar o ministro da Justiça [José Eduardo Cardozo, hoje advogado-geral da União]. É uma pessoa que eu respeito. Ele resistiu. O Lula queria a demissão dele, que se metesse [na operação], demitisse o chefe da Polícia [Federal]. E ele disse não. O perigo existe. Como o sr. avalia o apoio do seu partido a Cunha? Ele vai ter que pagar o que deve. Não dá para misturar o futuro do Brasil com a pessoa do Cunha. Daqui para frente, até a definição do que nós estamos vivendo, ele não vai ter mais papel nenhum. Como ficará a imagem de Lula depois de toda a crise? Perante a história, ele vai pagar um preço muito caro. É uma figura que vai ser cobrada. Vão ser duas fases distintas: o Lula operário, líder sindical, que fez um baita de um partido, que perdeu as eleições, se elegeu. No palácio, desandou, se aproximou de empreiteiros, viajava com um, outro pagava palestras. Repare que, no início do processo de impeachment, o PSD, o PTB, o PP estavam com o governo. Aí o Lula entrou na coordenação do governo e esses partidos saem. Quando ele entrou, deu tudo errado. E quanto a Dilma, faltou experiência para lidar com as forças políticas do Congresso? Dilma foi secretária na Prefeitura de Porto Alegre, foi secretária no governo do Estado. Foi para o PT e chamou a atenção do Lula. Ela era meio ríspida e o Lula confundiu isso com capacidade. Como ficará a mobilização de rua a partir de agora? São dois tipos [de manifestantes]: jovens que foram para a rua espontaneamente, que convidavam amigos e isso deu certo. O outro grupo é o do PT, que é gente paga. Agora não dá para ter ideia o que o primeiro grupo pensa sobre o futuro. Acho que não tem muita gente favorável a um governo do Temer. Tem um grupo, que é menor, mas que a gente sabe que é de direita. É delicado, mas ir para rua e debater é melhor do que deixar só entre políticos.
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Grécia paga ao FMI parcela de 750 milhões de euros que venceria na terça
A Grécia realizou um pagamento de cerca de 750 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) relativos a cobrança que venceria na terça-feira (12), disseram à Reuters nesta segunda-feira (11) duas autoridades do Ministério das Finanças do país. "A ordem para pagar o FMI foi executada", disse uma autoridade sênior do Ministério das Finanças da Grécia à Reuters. Atenas está perto de ficar sem dinheiro e havia dúvidas sobre se seria capaz de realizar o pagamento ao FMI. Nesta segunda-feira, o porta-voz do governo, Gabriel Sakellaridis, afirmou que deseja que os ministros das Finanças da zona do euro reconheçam que houve progresso nas negociações com seus credores internacionais e não está avaliando qualquer "plano B" A fala ocorreu antes da reunião do Eurogrupo em Bruxelas. "O governo não estão considerando qualquer plano B", afirmou ele a jornalistas. "O que o governo quer da reunião de hoje do Eurogrupo é ter em registro que houve progresso considerável nas negociações", disse.
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Grécia paga ao FMI parcela de 750 milhões de euros que venceria na terçaA Grécia realizou um pagamento de cerca de 750 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) relativos a cobrança que venceria na terça-feira (12), disseram à Reuters nesta segunda-feira (11) duas autoridades do Ministério das Finanças do país. "A ordem para pagar o FMI foi executada", disse uma autoridade sênior do Ministério das Finanças da Grécia à Reuters. Atenas está perto de ficar sem dinheiro e havia dúvidas sobre se seria capaz de realizar o pagamento ao FMI. Nesta segunda-feira, o porta-voz do governo, Gabriel Sakellaridis, afirmou que deseja que os ministros das Finanças da zona do euro reconheçam que houve progresso nas negociações com seus credores internacionais e não está avaliando qualquer "plano B" A fala ocorreu antes da reunião do Eurogrupo em Bruxelas. "O governo não estão considerando qualquer plano B", afirmou ele a jornalistas. "O que o governo quer da reunião de hoje do Eurogrupo é ter em registro que houve progresso considerável nas negociações", disse.
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Reforma da Previdência mira o passado, não o futuro
A aprovação da PEC do "teto de gastos" pode ter levado o governo a um erro de avaliação. A grande mobilização desta quarta (15) em todo o país revela que a população não está disposta a engolir a seco a reforma da Previdência proposta, desmentindo a afirmação de Temer de que "quem reclama é quem ganha mais". Segundo estudo de 2015 do Ministério do Trabalho e da Previdência Social, os benefícios previdenciários sozinhos são responsáveis por reduzir o percentual de pobres no Brasil de 37,8% para 24,2% da população. Defender que a diminuição drástica na cobertura e no valor das aposentadorias não ampliará nossas desigualdades é passar longe da realidade das famílias brasileiras. É verdade que ajustes no sistema previdenciário sempre serão necessários quando há melhora na expectativa de vida da população. E sempre serão impopulares. Talvez por isso, muitos países tenham criado mecanismos automáticos que vinculam as regras de aposentadoria à expectativa de vida projetada. Mas há formas e formas de fazê-lo. Além de não levar em conta nossas desigualdades profundas, a reforma de Temer concentra todas as mudanças no lado das despesas, sem nenhuma preocupação com a base de arrecadação do sistema. A PEC do "teto de gastos" plantou a armadilha: com o total de despesas federais congelado e a expectativa de vida crescente, as despesas previdenciárias ocuparão parcela cada vez maior no Orçamento. Como há piso para gastos com saúde e educação, as demais rubricas (e.g. Bolsa Família, Cultura, Infraestrutura) tenderão a zero se não houver uma redução dramática na cobertura previdenciária e no valor dos benefícios. Agora virem-se, brasileiras, para escolher o cenário menos pior. O problema é que, mesmo se reformado sucessivas vezes para incorporar mudanças demográficas, um regime público de Previdência só será sustentável se a razão entre ativos e inativos se mantiver elevada, o que depende também do baixo desemprego e do alto grau de formalização do mercado de trabalho. Dado o quadro permanente de estagnação em que jogamos o país, não surpreende que tais pressupostos não estejam no centro do modelo de projeção atuarial do governo —sobre o qual quase nada sabemos. Quanto aos efeitos da reforma proposta, seu impacto é mesmo maior sobre quem começou a trabalhar mais cedo e nas piores condições. Afinal, nos centros urbanos, a aposentadoria por idade já é de 63,1 anos em média, um patamar próximo ao dos países desenvolvidos. Entender a idade mínima exigida como uma simples convergência para o padrão de países da OCDE é ignorar que na França, por exemplo, onde a idade de aposentadoria já é de 65 anos, a expectativa de vida da população supera os 82. No Brasil, a expectativa média é de 75 anos, e, nas áreas rurais, muito menos. Além disso, a expectativa de vida saudável no país é de apenas 64 anos. Exigir 49 anos de contribuição para recebimento da aposentadoria integral nada mais é do que uma forma de reduzir dramaticamente valor real dos benefícios para a grande parcela da população que terá de aposentar-se mais cedo. Como se não bastasse, a reforma prevê também o aumento da idade de acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) de 65 para 70 anos e desvincula o seu valor do salário mínimo, golpeando idosos e portadores de deficiência cuja renda familiar per capita é inferior a um quarto de salário mínimo. Em vez de preparar-nos para o futuro, essa reforma parece mesmo mirar o velho Brasil, campeão das desigualdades.
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Reforma da Previdência mira o passado, não o futuroA aprovação da PEC do "teto de gastos" pode ter levado o governo a um erro de avaliação. A grande mobilização desta quarta (15) em todo o país revela que a população não está disposta a engolir a seco a reforma da Previdência proposta, desmentindo a afirmação de Temer de que "quem reclama é quem ganha mais". Segundo estudo de 2015 do Ministério do Trabalho e da Previdência Social, os benefícios previdenciários sozinhos são responsáveis por reduzir o percentual de pobres no Brasil de 37,8% para 24,2% da população. Defender que a diminuição drástica na cobertura e no valor das aposentadorias não ampliará nossas desigualdades é passar longe da realidade das famílias brasileiras. É verdade que ajustes no sistema previdenciário sempre serão necessários quando há melhora na expectativa de vida da população. E sempre serão impopulares. Talvez por isso, muitos países tenham criado mecanismos automáticos que vinculam as regras de aposentadoria à expectativa de vida projetada. Mas há formas e formas de fazê-lo. Além de não levar em conta nossas desigualdades profundas, a reforma de Temer concentra todas as mudanças no lado das despesas, sem nenhuma preocupação com a base de arrecadação do sistema. A PEC do "teto de gastos" plantou a armadilha: com o total de despesas federais congelado e a expectativa de vida crescente, as despesas previdenciárias ocuparão parcela cada vez maior no Orçamento. Como há piso para gastos com saúde e educação, as demais rubricas (e.g. Bolsa Família, Cultura, Infraestrutura) tenderão a zero se não houver uma redução dramática na cobertura previdenciária e no valor dos benefícios. Agora virem-se, brasileiras, para escolher o cenário menos pior. O problema é que, mesmo se reformado sucessivas vezes para incorporar mudanças demográficas, um regime público de Previdência só será sustentável se a razão entre ativos e inativos se mantiver elevada, o que depende também do baixo desemprego e do alto grau de formalização do mercado de trabalho. Dado o quadro permanente de estagnação em que jogamos o país, não surpreende que tais pressupostos não estejam no centro do modelo de projeção atuarial do governo —sobre o qual quase nada sabemos. Quanto aos efeitos da reforma proposta, seu impacto é mesmo maior sobre quem começou a trabalhar mais cedo e nas piores condições. Afinal, nos centros urbanos, a aposentadoria por idade já é de 63,1 anos em média, um patamar próximo ao dos países desenvolvidos. Entender a idade mínima exigida como uma simples convergência para o padrão de países da OCDE é ignorar que na França, por exemplo, onde a idade de aposentadoria já é de 65 anos, a expectativa de vida da população supera os 82. No Brasil, a expectativa média é de 75 anos, e, nas áreas rurais, muito menos. Além disso, a expectativa de vida saudável no país é de apenas 64 anos. Exigir 49 anos de contribuição para recebimento da aposentadoria integral nada mais é do que uma forma de reduzir dramaticamente valor real dos benefícios para a grande parcela da população que terá de aposentar-se mais cedo. Como se não bastasse, a reforma prevê também o aumento da idade de acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) de 65 para 70 anos e desvincula o seu valor do salário mínimo, golpeando idosos e portadores de deficiência cuja renda familiar per capita é inferior a um quarto de salário mínimo. Em vez de preparar-nos para o futuro, essa reforma parece mesmo mirar o velho Brasil, campeão das desigualdades.
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Dilma Rousseff está há 100 dias sem líder no Senado
Enfrentando uma crise política com o Congresso, a presidente Dilma Rousseff não conseguiu encontrar entre seus aliados, mais de cem dias depois de sua posse, um nome para ocupar a liderança do governo no Senado. O cargo é considerado estratégico porque cabe ao líder do governo defender os interesses do Planalto na Casa –hoje comandada por Renan Calheiros (PMDB-AL), que tem enviado recados e feito sucessivas ameaças de retaliação à petista. A intenção de Dilma é nomear um peemedebista para tentar conter a rebelião do partido contra o Planalto. O problema: ainda não surgiu nenhum nome alinhado à presidente e capaz de pacificar a relação com o seu principal aliado no Congresso. Recentemente, ganhou força o nome de Jader Barbalho (PMDB-PA), mas o Planalto teme reações. Ele renunciou ao mandato em 2001 e foi preso no ano seguinte acusado de desviar recursos. Também é considerado um parlamentar ausente, com atuação maior nos bastidores. Conhecido como "eterno líder do governo" no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) tem o perfil considerado "ideal" pelos colegas, mas rejeita a ideia de defender o Planalto e tampouco tem o seu apoio. O peemedebista, que foi líder do governo da petista em seu primeiro mandato, declarou voto em Aécio Neves (PSDB-MG) em 2014 e se tornou crítico ao Executivo. Em 2012, Dilma tirou Jucá do cargo para cedê-lo a Eduardo Braga (PMDB-AM), atual ministro de Minas e Energia. Desde que Braga deixou o Senado para ocupar a pasta, a liderança está vaga. O líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), também foi sondado, mas prefere não acumular as duas funções para não desagradar o partido. Com a transferência da coordenação política do governo para o vice Michel Temer, presidente do PMDB, aliados esperam que a situação seja solucionada. INSATISFAÇÃO A irritação de Renan com o Planalto começou depois que o nome do senador foi incluído entre os dos políticos investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na Operação Lava Jato. O presidente do Senado também não digeriu a troca de seu afilhado político, Vinícius Lages, pelo ex-presidente da Câmara Henrique Alves no Ministério do Turismo, e acusa o governo de fragilidade em sua articulação com o Legislativo.
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Dilma Rousseff está há 100 dias sem líder no SenadoEnfrentando uma crise política com o Congresso, a presidente Dilma Rousseff não conseguiu encontrar entre seus aliados, mais de cem dias depois de sua posse, um nome para ocupar a liderança do governo no Senado. O cargo é considerado estratégico porque cabe ao líder do governo defender os interesses do Planalto na Casa –hoje comandada por Renan Calheiros (PMDB-AL), que tem enviado recados e feito sucessivas ameaças de retaliação à petista. A intenção de Dilma é nomear um peemedebista para tentar conter a rebelião do partido contra o Planalto. O problema: ainda não surgiu nenhum nome alinhado à presidente e capaz de pacificar a relação com o seu principal aliado no Congresso. Recentemente, ganhou força o nome de Jader Barbalho (PMDB-PA), mas o Planalto teme reações. Ele renunciou ao mandato em 2001 e foi preso no ano seguinte acusado de desviar recursos. Também é considerado um parlamentar ausente, com atuação maior nos bastidores. Conhecido como "eterno líder do governo" no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) tem o perfil considerado "ideal" pelos colegas, mas rejeita a ideia de defender o Planalto e tampouco tem o seu apoio. O peemedebista, que foi líder do governo da petista em seu primeiro mandato, declarou voto em Aécio Neves (PSDB-MG) em 2014 e se tornou crítico ao Executivo. Em 2012, Dilma tirou Jucá do cargo para cedê-lo a Eduardo Braga (PMDB-AM), atual ministro de Minas e Energia. Desde que Braga deixou o Senado para ocupar a pasta, a liderança está vaga. O líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), também foi sondado, mas prefere não acumular as duas funções para não desagradar o partido. Com a transferência da coordenação política do governo para o vice Michel Temer, presidente do PMDB, aliados esperam que a situação seja solucionada. INSATISFAÇÃO A irritação de Renan com o Planalto começou depois que o nome do senador foi incluído entre os dos políticos investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na Operação Lava Jato. O presidente do Senado também não digeriu a troca de seu afilhado político, Vinícius Lages, pelo ex-presidente da Câmara Henrique Alves no Ministério do Turismo, e acusa o governo de fragilidade em sua articulação com o Legislativo.
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Pesquisas consideraram votos nulos e brancos como se fossem de Doria
Um escândalo sem precedentes vai estourar na campanha para a Prefeitura de São Paulo nos próximos dias. Pesquisadores dos institutos inflaram a candidatura de João Doria (PSDB) involuntariamente, por erro de interpretação na resposta dos entrevistados. "Descobrimos que quando um eleitor dizia que ia votar em branco, ou nulo, o pesquisador entendia que o voto era de Doria, que é branco e nulo. Por isso ele acabou disparando em todos os levantamentos", disse o diretor de um instituto, que pediu para não ser identificado. Os problemas também afetaram outras candidaturas. Os eleitores de Haddad, por exemplo, andaram tão devagar que não conseguiram chegar aos locais de pesquisa. Já os de Marta simplesmente se perderam pelo caminho porque não sabem a diferença entre esquerda e direita. Os de Levy Fidelix não existem mesmo.
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Pesquisas consideraram votos nulos e brancos como se fossem de DoriaUm escândalo sem precedentes vai estourar na campanha para a Prefeitura de São Paulo nos próximos dias. Pesquisadores dos institutos inflaram a candidatura de João Doria (PSDB) involuntariamente, por erro de interpretação na resposta dos entrevistados. "Descobrimos que quando um eleitor dizia que ia votar em branco, ou nulo, o pesquisador entendia que o voto era de Doria, que é branco e nulo. Por isso ele acabou disparando em todos os levantamentos", disse o diretor de um instituto, que pediu para não ser identificado. Os problemas também afetaram outras candidaturas. Os eleitores de Haddad, por exemplo, andaram tão devagar que não conseguiram chegar aos locais de pesquisa. Já os de Marta simplesmente se perderam pelo caminho porque não sabem a diferença entre esquerda e direita. Os de Levy Fidelix não existem mesmo.
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Itamaraty decide liberar documentos sobre Odebrecht e Lula
O Itamaraty vai autorizar o acesso a documentos sobre a Odebrecht classificados como "reservados" entre 2003 e 2010. A liberação ocorre após reportagem do jornal "O Globo" publicada nesta sexta-feira (12) mostrar que o diretor do Departamento de Comunicações e Documentação do Itamaraty, ministro João Pedro Corrêa Costa, sugeriu que o material fosse reclassificado como "secreto". Os arquivos haviam sido solicitados por um jornalista da revista "Época". A sugestão era uma tentativa de impedir a divulgação de documentos sobre as relações entre a Odebrecht e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, citado por Corrêa Costa. A empreiteira é investigada Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção na Petrobras. De acordo com documentos oficiais do próprio Itamaraty, a empresa patrocinou viagens de Lula ao exterior depois que ele deixou o Palácio do Planalto. "Nos termos da Lei de Acesso, estes documentos já seriam de livre acesso público. Não obstante, dado ao fato de o referido jornalista [da "Época"] já ter produzido matérias sobre a empresa Odebrecht e um suposto envolvimento do ex-presidente Lula em seus negócios internacionais, muito agradeceria a Vossa Excelência reavaliar a anexa coleção de documentos e determinar se há, ou não, necessidade de sua reclassificação para o grau de secreto", diz trecho do memorando do ministro. Documentos "reservados" devem tornar-se públicos após cinco anos, enquanto os "secretos" permanecem sigilosos por 15 anos. Em nota, o ministério defendeu a postura do diplomata. A pasta argumenta que a consulta feita por Costa é um "procedimento administrativo rotineiro, regular e previsto em lei". "O procedimento é regularmente efetuado mediante solicitações específicas do gênero e não implica, necessariamente, reclassificação de sigilo, como efetivamente se observou no caso em questão", disse sobre a revisão do sigilo para "secreto". Essa reavaliação, segundo o Itamaraty, deve ser feita quando há necessidade, por exemplo, de "preservar dados comerciais de empresas brasileiras cuja divulgação possa afetar sua competitividade". Em abril, a "Época" publicou reportagem em que afirma que a Procuradoria da República em Brasília abriu uma investigação contra o ex-presidente Lula por tráfico de influência internacional e no Brasil. Segundo a revista, Lula é suspeito de usar sua influência para facilitar negócios da empreiteira Odebrecht com governos estrangeiros onde faz obras financiadas pelo BNDES. No início de maio, o Instituto Lula negou que o ex-presidente atue como lobista ou consultor. De acordo com "O Globo", o assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, negou a existência de documentos sobre a política externa brasileira que possam constranger Lula. OPOSIÇÃO O episódio gerou reação de partidos da oposição. O PSDB quer que o Ministério Público Federal investigue o caso. "Essa tentativa de blindagem do ex-presidente Lula só aumenta a suspeita de que ele está envolvido em algo muito grave. O que estão tentando esconder?", questionou o líder da legenda na Câmara, Carlos Sampaio (SP). O tucano promete ainda apresentar um requerimento à CPI da Petrobras para que Costa seja convocado. "Com frequência o nome de Lula aparece ligado a empresas investigadas pela CPI. Assim, torna-se necessário que o ministro explique quais motivos e preocupações o levaram a essa tentativa de blindagem do ex-presidente", disse o deputado. O PPS apresentou requerimento na Comissão de Relações Exteriores da Casa para convocar o chanceler Mauro Vieira a prestar esclarecimentos. O requerimento ainda precisa ser votado e aprovado pelo colegiado.
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Itamaraty decide liberar documentos sobre Odebrecht e LulaO Itamaraty vai autorizar o acesso a documentos sobre a Odebrecht classificados como "reservados" entre 2003 e 2010. A liberação ocorre após reportagem do jornal "O Globo" publicada nesta sexta-feira (12) mostrar que o diretor do Departamento de Comunicações e Documentação do Itamaraty, ministro João Pedro Corrêa Costa, sugeriu que o material fosse reclassificado como "secreto". Os arquivos haviam sido solicitados por um jornalista da revista "Época". A sugestão era uma tentativa de impedir a divulgação de documentos sobre as relações entre a Odebrecht e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, citado por Corrêa Costa. A empreiteira é investigada Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção na Petrobras. De acordo com documentos oficiais do próprio Itamaraty, a empresa patrocinou viagens de Lula ao exterior depois que ele deixou o Palácio do Planalto. "Nos termos da Lei de Acesso, estes documentos já seriam de livre acesso público. Não obstante, dado ao fato de o referido jornalista [da "Época"] já ter produzido matérias sobre a empresa Odebrecht e um suposto envolvimento do ex-presidente Lula em seus negócios internacionais, muito agradeceria a Vossa Excelência reavaliar a anexa coleção de documentos e determinar se há, ou não, necessidade de sua reclassificação para o grau de secreto", diz trecho do memorando do ministro. Documentos "reservados" devem tornar-se públicos após cinco anos, enquanto os "secretos" permanecem sigilosos por 15 anos. Em nota, o ministério defendeu a postura do diplomata. A pasta argumenta que a consulta feita por Costa é um "procedimento administrativo rotineiro, regular e previsto em lei". "O procedimento é regularmente efetuado mediante solicitações específicas do gênero e não implica, necessariamente, reclassificação de sigilo, como efetivamente se observou no caso em questão", disse sobre a revisão do sigilo para "secreto". Essa reavaliação, segundo o Itamaraty, deve ser feita quando há necessidade, por exemplo, de "preservar dados comerciais de empresas brasileiras cuja divulgação possa afetar sua competitividade". Em abril, a "Época" publicou reportagem em que afirma que a Procuradoria da República em Brasília abriu uma investigação contra o ex-presidente Lula por tráfico de influência internacional e no Brasil. Segundo a revista, Lula é suspeito de usar sua influência para facilitar negócios da empreiteira Odebrecht com governos estrangeiros onde faz obras financiadas pelo BNDES. No início de maio, o Instituto Lula negou que o ex-presidente atue como lobista ou consultor. De acordo com "O Globo", o assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, negou a existência de documentos sobre a política externa brasileira que possam constranger Lula. OPOSIÇÃO O episódio gerou reação de partidos da oposição. O PSDB quer que o Ministério Público Federal investigue o caso. "Essa tentativa de blindagem do ex-presidente Lula só aumenta a suspeita de que ele está envolvido em algo muito grave. O que estão tentando esconder?", questionou o líder da legenda na Câmara, Carlos Sampaio (SP). O tucano promete ainda apresentar um requerimento à CPI da Petrobras para que Costa seja convocado. "Com frequência o nome de Lula aparece ligado a empresas investigadas pela CPI. Assim, torna-se necessário que o ministro explique quais motivos e preocupações o levaram a essa tentativa de blindagem do ex-presidente", disse o deputado. O PPS apresentou requerimento na Comissão de Relações Exteriores da Casa para convocar o chanceler Mauro Vieira a prestar esclarecimentos. O requerimento ainda precisa ser votado e aprovado pelo colegiado.
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'Ouvir um sabiá com certidão de idade'
Neste espaço, já citei mais de uma vez um ou outro verso do antológico poema "Canção do Exílio", do pouco conhecido poeta mineiro Murilo Mendes. Digo "pouco conhecido" porque a grandiosidade da sua obra é mais do que suficiente para que ele fosse estudado Brasil afora, mas... Antes que alguém pergunte, aviso que não me enganei. Não se trata da célebre "Canção do Exílio" do poeta maranhense Gonçalves Dias ("Minha terra tem palmeiras / Onde canta o sabiá"); trata-se de uma das tantas paródias desse poema. Muitos consideram exageradamente ufanista a obra de Gonçalves Dias, a qual, talvez justamente por isso, ganhou inúmeras paródias de grandes poetas brasileiros, quase todas de tom irônico, crítico etc. Uma dessas paródias é justamente a de Murilo Mendes (1901-1975), um autoexilado. O poeta saiu do Brasil em 1953 e ficou pela Europa até a morte, em Portugal. Murilo Mendes foi professor de literatura brasileira em Roma e em Lisboa. Escrita há quase cem anos, a "Canção do Exílio" de Murilo começa com estes versos: "Minha terra tem macieiras da Califórnia / onde cantam gaturamos de Veneza". A correta leitura desses versos exige algum conhecimento geográfico, vocabular e (ai-jesus!) a aceitação da existência da figura da ironia. Cá entre nós, a percepção da ironia nunca foi algo líquido e certo, ou seja, há muita, mas muita gente que leva tudo ao pé da letra, o que torna impossível a compreensão de figuras como a ironia, a hipérbole etc. A ironia consiste basicamente em dizer algo que, no contexto, assume sentido oposto ao convencional. Quando Murilo diz "Minha terra tem macieiras da Califórnia", quer dizer que sua terra (a nossa, o Brasil) NÃO tem macieiras da Califórnia. Obviamente, nessas inexistentes macieiras que "ficam" no Brasil não cantam gaturamos, muito menos os de Veneza. O gaturamo é um maravilhoso pássaro sul-americano... Então o que quererá dizer Murilo com esses versos? Qualquer semelhança com a nossa velha adoração gratuita e deslumbrada pelo estrangeiro não é mera coincidência... Outros versos do poema confirmam esse sentimento e a ironia que permeiam a obra. Vejamos este: "Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda". Note o contraste entre a brasileiríssima palavra "sururu" e "Gioconda". Imaginemos a cena: a família quebra o pau, e a estrangeira Gioconda, "pendurada" na sala para indicar bom gosto, "erudição", contempla a baixaria, com o seu sorriso escarninho, enigmático... Outra passagem memorável, intemporal, atual: "A gente não pode dormir com os oradores e os pernilongos". Oradores (qualquer semelhança com o blá-blá-blá que nos assola) e pernilongos são postos no mesmo nível: fazem barulho, mas... E lá vem o grande Murilo Mendes, que assim encerra o magistral poema: "Eu morro sufocado / em terra estrangeira. / Nossas flores são mais bonitas / nossas frutas mais gostosas / mas custam cem mil réis a dúzia. / Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade / e ouvir um sabiá com certidão de idade!". Como já afirmei diversas vezes neste espaço, a arte precede a realidade... Note a relação que o Poeta estabelece entre a carambola e a maçã. E o sabiá? Onde andarão os nossos "sabiás com certidão de idade"? Já sei: estão no Congresso, no Planalto, nos executivos e legislativos estaduais e municipais. É isso. inculta@uol.com.br
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'Ouvir um sabiá com certidão de idade'Neste espaço, já citei mais de uma vez um ou outro verso do antológico poema "Canção do Exílio", do pouco conhecido poeta mineiro Murilo Mendes. Digo "pouco conhecido" porque a grandiosidade da sua obra é mais do que suficiente para que ele fosse estudado Brasil afora, mas... Antes que alguém pergunte, aviso que não me enganei. Não se trata da célebre "Canção do Exílio" do poeta maranhense Gonçalves Dias ("Minha terra tem palmeiras / Onde canta o sabiá"); trata-se de uma das tantas paródias desse poema. Muitos consideram exageradamente ufanista a obra de Gonçalves Dias, a qual, talvez justamente por isso, ganhou inúmeras paródias de grandes poetas brasileiros, quase todas de tom irônico, crítico etc. Uma dessas paródias é justamente a de Murilo Mendes (1901-1975), um autoexilado. O poeta saiu do Brasil em 1953 e ficou pela Europa até a morte, em Portugal. Murilo Mendes foi professor de literatura brasileira em Roma e em Lisboa. Escrita há quase cem anos, a "Canção do Exílio" de Murilo começa com estes versos: "Minha terra tem macieiras da Califórnia / onde cantam gaturamos de Veneza". A correta leitura desses versos exige algum conhecimento geográfico, vocabular e (ai-jesus!) a aceitação da existência da figura da ironia. Cá entre nós, a percepção da ironia nunca foi algo líquido e certo, ou seja, há muita, mas muita gente que leva tudo ao pé da letra, o que torna impossível a compreensão de figuras como a ironia, a hipérbole etc. A ironia consiste basicamente em dizer algo que, no contexto, assume sentido oposto ao convencional. Quando Murilo diz "Minha terra tem macieiras da Califórnia", quer dizer que sua terra (a nossa, o Brasil) NÃO tem macieiras da Califórnia. Obviamente, nessas inexistentes macieiras que "ficam" no Brasil não cantam gaturamos, muito menos os de Veneza. O gaturamo é um maravilhoso pássaro sul-americano... Então o que quererá dizer Murilo com esses versos? Qualquer semelhança com a nossa velha adoração gratuita e deslumbrada pelo estrangeiro não é mera coincidência... Outros versos do poema confirmam esse sentimento e a ironia que permeiam a obra. Vejamos este: "Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda". Note o contraste entre a brasileiríssima palavra "sururu" e "Gioconda". Imaginemos a cena: a família quebra o pau, e a estrangeira Gioconda, "pendurada" na sala para indicar bom gosto, "erudição", contempla a baixaria, com o seu sorriso escarninho, enigmático... Outra passagem memorável, intemporal, atual: "A gente não pode dormir com os oradores e os pernilongos". Oradores (qualquer semelhança com o blá-blá-blá que nos assola) e pernilongos são postos no mesmo nível: fazem barulho, mas... E lá vem o grande Murilo Mendes, que assim encerra o magistral poema: "Eu morro sufocado / em terra estrangeira. / Nossas flores são mais bonitas / nossas frutas mais gostosas / mas custam cem mil réis a dúzia. / Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade / e ouvir um sabiá com certidão de idade!". Como já afirmei diversas vezes neste espaço, a arte precede a realidade... Note a relação que o Poeta estabelece entre a carambola e a maçã. E o sabiá? Onde andarão os nossos "sabiás com certidão de idade"? Já sei: estão no Congresso, no Planalto, nos executivos e legislativos estaduais e municipais. É isso. inculta@uol.com.br
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Pedestre enfrenta desnível e lixo em pistas de caminhada em SP
Quem deseja percorrer as pistas de caminhada da capital deve se preparar para ver mato alto, desníveis, sujeira e até obstáculos. É o que a reportagem encontrou em oito locais visitados. Na avenida Engenheiro Caetano Álvares, na Casa Verde (zona norte), a impressão é de abandono. A falta de cuidados e de manutenção resulta, principalmente, em rachaduras, ondulações e lixeira lotada em alguns trechos. "Precisei me acostumar a isso porque é o que tem por aqui, né?", disse a autônoma Regina Louzzana, 46. Na avenida Ataliba Leonel, na Vila Guilherme (zona norte), há um desnível gigante, camelôs e sensação de insegurança dos pedestres, já que falta sinalização e a pista está muito próxima à rua, sem proteção. "Acho mais seguro andar pela calçada", disse o operador de telemarketing Ricardo Ghentel, 25. A sinalização ruim está presente na avenida Atlântica, na Cidade Dutra (zona sul de São Paulo). O acúmulo de sujeira, terra e grama e os buracos fazem com que a estreita pista de caminhada seja confundida com a ciclovia. Na pista da avenida do Imperador, na Vila Jacuí (zona leste), há outros obstáculos: as árvores. As raízes causam desníveis no chão e muitos galhos estão à altura do rosto dos pedestres, que precisam desviar de sacos de lixo deixados na pista. Faltam ainda lixeiras e sinalização. DÚVIDA "Aqui não é só calçada?" A pergunta da desempregada Jéssica Novaes, 26, mostra como é estreita a pista de caminhada da avenida Vereador Abel Ferreira, na Água Rasa (zona leste). "Só vim para aproveitar as árvores e me esconder do sol, mesmo", afirmou Jéssica. A pista ainda apresenta um obstáculo bem peculiar: o poste de uma placa de velocidade bem no meio do trajeto, causando riscos de acidente. A gestão João Doria (PSDB) disse que a Prefeitura Regional de São Miguel fará, a partir de quinta-feira, um mutirão para limpeza geral na avenida Imperador, incluindo corte de mato, poda das árvores e tapa buracos, e que uma equipe irá verificar a ausência de sacos de lixo para reposição imediata e pontos para colocar lixeiras. Na avenida Vereador Abel Ferreira, a Prefeitura Regional de Aricanduva avaliará os problemas. Na avenida Ataliba Leonel, a regional de Santana afirmou que não viu ambulantes e sacos de lixo na pista, mas solicitou a instalação de lixeiras e que um engenheiro aponte reparo urgente. A Prefeitura Regional de Casa Verde/Cachoeirinha disse que fará limpeza e corte de mato na av. Engenheiro Caetano Álvares. A administração afirmou que faz zeladoria na Atlântica. Nestes dois casos, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) vai avaliar a sinalização.
cotidiano
Pedestre enfrenta desnível e lixo em pistas de caminhada em SPQuem deseja percorrer as pistas de caminhada da capital deve se preparar para ver mato alto, desníveis, sujeira e até obstáculos. É o que a reportagem encontrou em oito locais visitados. Na avenida Engenheiro Caetano Álvares, na Casa Verde (zona norte), a impressão é de abandono. A falta de cuidados e de manutenção resulta, principalmente, em rachaduras, ondulações e lixeira lotada em alguns trechos. "Precisei me acostumar a isso porque é o que tem por aqui, né?", disse a autônoma Regina Louzzana, 46. Na avenida Ataliba Leonel, na Vila Guilherme (zona norte), há um desnível gigante, camelôs e sensação de insegurança dos pedestres, já que falta sinalização e a pista está muito próxima à rua, sem proteção. "Acho mais seguro andar pela calçada", disse o operador de telemarketing Ricardo Ghentel, 25. A sinalização ruim está presente na avenida Atlântica, na Cidade Dutra (zona sul de São Paulo). O acúmulo de sujeira, terra e grama e os buracos fazem com que a estreita pista de caminhada seja confundida com a ciclovia. Na pista da avenida do Imperador, na Vila Jacuí (zona leste), há outros obstáculos: as árvores. As raízes causam desníveis no chão e muitos galhos estão à altura do rosto dos pedestres, que precisam desviar de sacos de lixo deixados na pista. Faltam ainda lixeiras e sinalização. DÚVIDA "Aqui não é só calçada?" A pergunta da desempregada Jéssica Novaes, 26, mostra como é estreita a pista de caminhada da avenida Vereador Abel Ferreira, na Água Rasa (zona leste). "Só vim para aproveitar as árvores e me esconder do sol, mesmo", afirmou Jéssica. A pista ainda apresenta um obstáculo bem peculiar: o poste de uma placa de velocidade bem no meio do trajeto, causando riscos de acidente. A gestão João Doria (PSDB) disse que a Prefeitura Regional de São Miguel fará, a partir de quinta-feira, um mutirão para limpeza geral na avenida Imperador, incluindo corte de mato, poda das árvores e tapa buracos, e que uma equipe irá verificar a ausência de sacos de lixo para reposição imediata e pontos para colocar lixeiras. Na avenida Vereador Abel Ferreira, a Prefeitura Regional de Aricanduva avaliará os problemas. Na avenida Ataliba Leonel, a regional de Santana afirmou que não viu ambulantes e sacos de lixo na pista, mas solicitou a instalação de lixeiras e que um engenheiro aponte reparo urgente. A Prefeitura Regional de Casa Verde/Cachoeirinha disse que fará limpeza e corte de mato na av. Engenheiro Caetano Álvares. A administração afirmou que faz zeladoria na Atlântica. Nestes dois casos, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) vai avaliar a sinalização.
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Equador convoca ministros da Unasul para ajudar Caracas
A chancelaria do Equador anunciou nesta quinta (5) que pretende reunir "nos próximos dias", em Quito, os ministros de Relações Exteriores dos países da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) para "analisar, a pedido do presidente Nicolás Maduro, a situação interna e a relação Venezuela e EUA". Consultado pela Folha, o Itamaraty disse que a reunião não está confirmada e que não há previsão, por enquanto, de que o chanceler Mauro Vieira participe de qualquer encontro. Na última quarta (4), Maduro havia anunciado a intenção de convocar os ministros após reunião com o secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper. Caracas tem recorrido ao apoio de blocos como a Unasul e a Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) contra as sanções aplicadas por Washington. Na última reunião da Celac, na Costa Rica, Maduro reuniu-se com a presidente Dilma para reforçar o pedido de apoio.
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Equador convoca ministros da Unasul para ajudar CaracasA chancelaria do Equador anunciou nesta quinta (5) que pretende reunir "nos próximos dias", em Quito, os ministros de Relações Exteriores dos países da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) para "analisar, a pedido do presidente Nicolás Maduro, a situação interna e a relação Venezuela e EUA". Consultado pela Folha, o Itamaraty disse que a reunião não está confirmada e que não há previsão, por enquanto, de que o chanceler Mauro Vieira participe de qualquer encontro. Na última quarta (4), Maduro havia anunciado a intenção de convocar os ministros após reunião com o secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper. Caracas tem recorrido ao apoio de blocos como a Unasul e a Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) contra as sanções aplicadas por Washington. Na última reunião da Celac, na Costa Rica, Maduro reuniu-se com a presidente Dilma para reforçar o pedido de apoio.
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Startups lançam plataforma para auxiliar contrato de blogueira e modelo
Para além das lojas virtuais de vestuário que saltam na internet todos os anos, há um novo campo com potencial de crescimento nesse setor: o das ferramentas digitais que facilitam parcerias financeiras entre pessoas e o mercado de moda. Duas startups saíram recentemente da fase de testes e colocaram na rede plataformas para auxiliar modelos e blogueiras a fecharem contratos com empresas. Os amigos Ícaro Carreira, 27, Fábio Galvão, 28, e Danilo Iannone, 29, desembolsaram R$ 200 mil na criação da It Model, que atende aspirantes a modelos —a empresa recebeu ainda R$ 300 mil da aceleradora Planet Startup. Qualquer pessoa pode se cadastrar no site. Depois, é preciso colocar fotos. As imagens passam por uma triagem, na qual são apontados erros de postura e ângulo em frente à câmera. Selfies não são permitidas. Com base na cidade e no tipo de pessoa procurada, a ferramenta combina perfis e ofertas de trabalho. Conferida a disponibilidade dos modelos, as opções são passadas à empresa interessada, que faz a seleção e o contrato. "Não fazemos o trabalho da agência, servimos mais como um 'LinkedIn' do que como um 'Uber' de modelos", diz Galvão. Os anúncios mais recorrentes são para seleções de agências de eventos, ofertas de ensaios para fotógrafos profissionais e convites para ilustrar catálogos de pequenas marcas. Segundo os sócios, são quase 50 mil modelos inscritos. Foi esse número que despertou o interesse da aceleradora Planet Startup. O lucro do It Model vem de um clube de assinaturas. O modelo paga a partir de R$ 29,90 por mês e recebe descontos em serviços como academia, procedimentos estéticos e ensaios fotográficos. A empresa diz que, em breve, haverá uma ferramenta de cursos virtuais. Galvão, um dos sócios da startup, diz que a plataforma pode ajudar todo o setor. "Para as agências é uma forma de divulgar o trabalho de modelos já consolidados e abrir outros mercados". Para dar certo, porém, a It Model ainda precisa convencer os donos das agências mais importantes do país a abraçar a ideia. Responsável pela carreira de tops como Laís Ribeiro e Raica Oliveira, Liliana Gomes —sócia da Joy Model—, não vê com bons olhos a iniciativa. "Parece um retorno ao século passado, quando as modelos trabalhavam informalmente, eram exploradas, mal pagas. Uma capa de revista qualquer garota vai querer fazer, mas é a agência que vai saber se aquele trabalho vale a pena", diz ela. Para ela, a startup tem pouco a acrescentar. "Seria como ir a um supermercado, com várias opções num só lugar, enquanto as agências estão mais para butique." A escolha por um rosto, diz ela, está baseada na personalidade da modelo. "As marcas hoje procuram pessoas que tenham identidade nas redes sociais, sejam uma extensão do produto que eles querem vender. Isso é um trabalho de imagem que só a agência pode construir". INFLUÊNCIA SOCIAL Essa relação entre imagem e venda é o ponto central da rewardStyle, empresa dos EUA que criou uma tecnologia para direcionar imagens publicadas em redes sociais por blogueiras para os sites das grifes fotografadas. A ferramenta, que só pode ser acessada mediante convite, mensura o poder de influência com base na quantidade de vendas a partir da postagem. Quase dez meses após o início da versão beta em território nacional, já há 50 perfis conectados à ferramenta -que no exterior é usada por celebridades como Kim Kardashian e Kylie Jenner. No Brasil, 35 varejistas fizeram acordo com a empresa, entre elas estão Sephora, Farfetch, e Dafiti. As empresas pagam comissão sobre as vendas efetuadas a partir da plataforma, e as blogueiras ganham um percentual de cada negócio. A taxa nos EUA fica em torno de 20%. Segundo o diretor da operação brasileira, Philip Kauders, a expectativa é que, no futuro, o país represente 10% do total das vendas globais, que neste ano devem chegar a R$ 3 bilhões. Para ele, a plataforma traz estatística para um mercado atualmente baseado em "achismos". "Ao mesmo tempo que as marcas não sabem exatamente qual o retorno do investimento em uma blogueira, ela não sabe como cada marca atinge seus seguidores", afirma Kauders. NA MODA A movimentação do mercado de vestuário no país R$ 176,6 bi é o total movimentado pelo setor de vestuário no Brasil 16,3 mil novas vagas de trabalho foram criadas no setor têxtil entre janeiro e abril 240 mil produtos são lançados por ano no país que precisam de imagens de modelos
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Startups lançam plataforma para auxiliar contrato de blogueira e modeloPara além das lojas virtuais de vestuário que saltam na internet todos os anos, há um novo campo com potencial de crescimento nesse setor: o das ferramentas digitais que facilitam parcerias financeiras entre pessoas e o mercado de moda. Duas startups saíram recentemente da fase de testes e colocaram na rede plataformas para auxiliar modelos e blogueiras a fecharem contratos com empresas. Os amigos Ícaro Carreira, 27, Fábio Galvão, 28, e Danilo Iannone, 29, desembolsaram R$ 200 mil na criação da It Model, que atende aspirantes a modelos —a empresa recebeu ainda R$ 300 mil da aceleradora Planet Startup. Qualquer pessoa pode se cadastrar no site. Depois, é preciso colocar fotos. As imagens passam por uma triagem, na qual são apontados erros de postura e ângulo em frente à câmera. Selfies não são permitidas. Com base na cidade e no tipo de pessoa procurada, a ferramenta combina perfis e ofertas de trabalho. Conferida a disponibilidade dos modelos, as opções são passadas à empresa interessada, que faz a seleção e o contrato. "Não fazemos o trabalho da agência, servimos mais como um 'LinkedIn' do que como um 'Uber' de modelos", diz Galvão. Os anúncios mais recorrentes são para seleções de agências de eventos, ofertas de ensaios para fotógrafos profissionais e convites para ilustrar catálogos de pequenas marcas. Segundo os sócios, são quase 50 mil modelos inscritos. Foi esse número que despertou o interesse da aceleradora Planet Startup. O lucro do It Model vem de um clube de assinaturas. O modelo paga a partir de R$ 29,90 por mês e recebe descontos em serviços como academia, procedimentos estéticos e ensaios fotográficos. A empresa diz que, em breve, haverá uma ferramenta de cursos virtuais. Galvão, um dos sócios da startup, diz que a plataforma pode ajudar todo o setor. "Para as agências é uma forma de divulgar o trabalho de modelos já consolidados e abrir outros mercados". Para dar certo, porém, a It Model ainda precisa convencer os donos das agências mais importantes do país a abraçar a ideia. Responsável pela carreira de tops como Laís Ribeiro e Raica Oliveira, Liliana Gomes —sócia da Joy Model—, não vê com bons olhos a iniciativa. "Parece um retorno ao século passado, quando as modelos trabalhavam informalmente, eram exploradas, mal pagas. Uma capa de revista qualquer garota vai querer fazer, mas é a agência que vai saber se aquele trabalho vale a pena", diz ela. Para ela, a startup tem pouco a acrescentar. "Seria como ir a um supermercado, com várias opções num só lugar, enquanto as agências estão mais para butique." A escolha por um rosto, diz ela, está baseada na personalidade da modelo. "As marcas hoje procuram pessoas que tenham identidade nas redes sociais, sejam uma extensão do produto que eles querem vender. Isso é um trabalho de imagem que só a agência pode construir". INFLUÊNCIA SOCIAL Essa relação entre imagem e venda é o ponto central da rewardStyle, empresa dos EUA que criou uma tecnologia para direcionar imagens publicadas em redes sociais por blogueiras para os sites das grifes fotografadas. A ferramenta, que só pode ser acessada mediante convite, mensura o poder de influência com base na quantidade de vendas a partir da postagem. Quase dez meses após o início da versão beta em território nacional, já há 50 perfis conectados à ferramenta -que no exterior é usada por celebridades como Kim Kardashian e Kylie Jenner. No Brasil, 35 varejistas fizeram acordo com a empresa, entre elas estão Sephora, Farfetch, e Dafiti. As empresas pagam comissão sobre as vendas efetuadas a partir da plataforma, e as blogueiras ganham um percentual de cada negócio. A taxa nos EUA fica em torno de 20%. Segundo o diretor da operação brasileira, Philip Kauders, a expectativa é que, no futuro, o país represente 10% do total das vendas globais, que neste ano devem chegar a R$ 3 bilhões. Para ele, a plataforma traz estatística para um mercado atualmente baseado em "achismos". "Ao mesmo tempo que as marcas não sabem exatamente qual o retorno do investimento em uma blogueira, ela não sabe como cada marca atinge seus seguidores", afirma Kauders. NA MODA A movimentação do mercado de vestuário no país R$ 176,6 bi é o total movimentado pelo setor de vestuário no Brasil 16,3 mil novas vagas de trabalho foram criadas no setor têxtil entre janeiro e abril 240 mil produtos são lançados por ano no país que precisam de imagens de modelos
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Os problemas que criamos com as nossas "verdades"
Da próxima vez que você se dispuser a debater política com uma pessoa que tenha um posicionamento totalmente contrário ao seu, tente fazer o exercício de deixar de lado as suas próprias convicções para tentar entender melhor o ponto de vista do outro. O desafio pode parecer muito difícil e apostaríamos que seu impulso inicial seria dizer "não" mentalmente à proposta. Ainda mais no contexto em que estamos vivendo, em que divergências políticas acabam virando pano de fundo para brigas feias. Apesar da dificuldade da proposta, você verá logo mais que o exercício vale a pena para diversas situações do nosso cotidiano. Você sabe de onde surgem os preconceitos? Já parou para pensar de onde vem os seus bloqueios em relação a pontos de vista que não condizem com sua visão de mundo? A verdade é que ter a cabeça aberta não é tarefa simples. Para isso, é preciso confrontar constantemente uma tendência natural de nossas mentes: estamos sempre em busca de dados e pontos de vista que confirmem nossas impressões, nossa visão de mundo. Aquelas informações que não condizem com as convicções que criamos são logo descartadas. Em suma, fazemos justamente o oposto do que pregam os cientistas quando vão testar suas teorias. Eles recomendam testar hipóteses contrárias àquilo que acreditam, como forma de descartá-las e validar suas teorias com maior propriedade. No ramo da psicologia cognitiva, o que fazemos é chamado de viés de confirmação. Nós praticamos esse conceito o tempo todo, muitas vezes inconscientemente. Quer ver um exemplo banal? Quando seu time de futebol surge na conversa de bar, você logo vai se lembrar de alguma vitória épica que garantiu a conquista de um título. Nem vai passar pela sua cabeça o dia em que o time perdeu de goleada para uma equipe da terceira divisão. É sua memória associativa trabalhando para validar suas convicções de que não há time no Brasil melhor que o seu. E assim como fazemos o que exemplificamos na política e no esporte, a tendência pode se replicar quando o assunto é dinheiro. Se você estiver convencido do velho senso comum de aplicar suas reservas financeiras na caderneta de poupança, por considerá-la o instrumento mais seguro, é bem possível que apresente certa relutância se uma outra opção for apresentada. Se um especialista apresentar uma outra opção de renda fixa, igualmente conservadora, porém com retornos financeiros muito mais interessantes, você precisará fazer um certo esforço para abrir a sua mente para essa ideia e deixar de lado aquilo em que você acredita. No mesmo sentido, você pode se tornar uma pessoa menos criteriosa para tomar decisões profissionais se suas convicções estiverem direcionadas para um único foco. Por exemplo, o fato de você se impressionar com a pontualidade e cordialidade de um novo funcionário de sua empresa pode fazer com que você não perceba (ou demore a perceber) a falta de eficiência dele para o cargo que assumiu. Criar o hábito de questionar os nossos pontos de vista, escutar e perceber aquilo que é diferente do que nós acreditamos só contribui para que tenhamos uma visão de mundo mais ampla. Em vez de quebrar a cabeça discutindo política, futebol ou dinheiro, procure antes repensar se suas verdades são mesmo tão absolutas. Post escrito em parceria com Karina Alves, editora do site Finanças Femininas
colunas
Os problemas que criamos com as nossas "verdades"Da próxima vez que você se dispuser a debater política com uma pessoa que tenha um posicionamento totalmente contrário ao seu, tente fazer o exercício de deixar de lado as suas próprias convicções para tentar entender melhor o ponto de vista do outro. O desafio pode parecer muito difícil e apostaríamos que seu impulso inicial seria dizer "não" mentalmente à proposta. Ainda mais no contexto em que estamos vivendo, em que divergências políticas acabam virando pano de fundo para brigas feias. Apesar da dificuldade da proposta, você verá logo mais que o exercício vale a pena para diversas situações do nosso cotidiano. Você sabe de onde surgem os preconceitos? Já parou para pensar de onde vem os seus bloqueios em relação a pontos de vista que não condizem com sua visão de mundo? A verdade é que ter a cabeça aberta não é tarefa simples. Para isso, é preciso confrontar constantemente uma tendência natural de nossas mentes: estamos sempre em busca de dados e pontos de vista que confirmem nossas impressões, nossa visão de mundo. Aquelas informações que não condizem com as convicções que criamos são logo descartadas. Em suma, fazemos justamente o oposto do que pregam os cientistas quando vão testar suas teorias. Eles recomendam testar hipóteses contrárias àquilo que acreditam, como forma de descartá-las e validar suas teorias com maior propriedade. No ramo da psicologia cognitiva, o que fazemos é chamado de viés de confirmação. Nós praticamos esse conceito o tempo todo, muitas vezes inconscientemente. Quer ver um exemplo banal? Quando seu time de futebol surge na conversa de bar, você logo vai se lembrar de alguma vitória épica que garantiu a conquista de um título. Nem vai passar pela sua cabeça o dia em que o time perdeu de goleada para uma equipe da terceira divisão. É sua memória associativa trabalhando para validar suas convicções de que não há time no Brasil melhor que o seu. E assim como fazemos o que exemplificamos na política e no esporte, a tendência pode se replicar quando o assunto é dinheiro. Se você estiver convencido do velho senso comum de aplicar suas reservas financeiras na caderneta de poupança, por considerá-la o instrumento mais seguro, é bem possível que apresente certa relutância se uma outra opção for apresentada. Se um especialista apresentar uma outra opção de renda fixa, igualmente conservadora, porém com retornos financeiros muito mais interessantes, você precisará fazer um certo esforço para abrir a sua mente para essa ideia e deixar de lado aquilo em que você acredita. No mesmo sentido, você pode se tornar uma pessoa menos criteriosa para tomar decisões profissionais se suas convicções estiverem direcionadas para um único foco. Por exemplo, o fato de você se impressionar com a pontualidade e cordialidade de um novo funcionário de sua empresa pode fazer com que você não perceba (ou demore a perceber) a falta de eficiência dele para o cargo que assumiu. Criar o hábito de questionar os nossos pontos de vista, escutar e perceber aquilo que é diferente do que nós acreditamos só contribui para que tenhamos uma visão de mundo mais ampla. Em vez de quebrar a cabeça discutindo política, futebol ou dinheiro, procure antes repensar se suas verdades são mesmo tão absolutas. Post escrito em parceria com Karina Alves, editora do site Finanças Femininas
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Hoje na TV: Futebol americano e NBA
6h Finais da WTA Tênis, Cingapura, Bandsports 14h Krasnodar x Anzhi Makhachk. Copa da Rússia, Fox Sports 2 15h50 Goiás x São Paulo Copa do Brasil sub-20, ESPN Brasil 16h50 Ginástica Artística Mundial, SporTV 2 17h Zenit Kazan (RUS) x Arecibo Capitanes (PRC) Mundial de clubes de vôlei, ESPN+ 19h30 Joinville x Flamengo Copa do Brasil sub-20, SporTV 20h UPCN (ARG) x Paykan Tehran (IRA) Mundial de clubes de vôlei, ESPN 21h França x Costa Rica Copa do Mundo sub-17, SporTV 2 21h Pittsburgh Penguins x Buffalo Sabres Hóquei no gelo, ESPN+ 22h Ind. Santa Fé (COL) x Independiente (ARG) Sul-americana, SporTV 22h15 New England Patriots x Miami Dolphins Futebol americano, Esporte Interativo, ESPN 0h10 (sexta) Portland Timbers x S. Kansas City MLS, SporTV 2 0h30 (sexta) L.A. Clippers x Dallas Mavericks Basquete, NBA, SporTV 4h (sexta) Finais da WTA Tênis, Cingapura, Bandsports
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Hoje na TV: Futebol americano e NBA6h Finais da WTA Tênis, Cingapura, Bandsports 14h Krasnodar x Anzhi Makhachk. Copa da Rússia, Fox Sports 2 15h50 Goiás x São Paulo Copa do Brasil sub-20, ESPN Brasil 16h50 Ginástica Artística Mundial, SporTV 2 17h Zenit Kazan (RUS) x Arecibo Capitanes (PRC) Mundial de clubes de vôlei, ESPN+ 19h30 Joinville x Flamengo Copa do Brasil sub-20, SporTV 20h UPCN (ARG) x Paykan Tehran (IRA) Mundial de clubes de vôlei, ESPN 21h França x Costa Rica Copa do Mundo sub-17, SporTV 2 21h Pittsburgh Penguins x Buffalo Sabres Hóquei no gelo, ESPN+ 22h Ind. Santa Fé (COL) x Independiente (ARG) Sul-americana, SporTV 22h15 New England Patriots x Miami Dolphins Futebol americano, Esporte Interativo, ESPN 0h10 (sexta) Portland Timbers x S. Kansas City MLS, SporTV 2 0h30 (sexta) L.A. Clippers x Dallas Mavericks Basquete, NBA, SporTV 4h (sexta) Finais da WTA Tênis, Cingapura, Bandsports
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Em seu auge como jogador, Cruyff chegou a fumar 20 cigarros por dia
"Eu tive dois vícios na vida: fumar e jogar futebol. O futebol me deu tudo, e o cigarro quase jogou tudo fora". Cruyff, o gênio holandês dos gramados que agora joga contra um câncer de pulmão, acostumou-se a repetir as palavras acima desde que virou garoto-propaganda da luta contra o tabagismo em 1991. Precisou passar por uma cirurgia cardíaca e ouvir os apelos da mulher, Danny Coster, para largar o cigarro. Aos 12 anos, Cruyff viu o pai morrer por conta de um problema cardíaco, mas isso não o impediu de começar a fumar ainda muito jovem. E a fumar durante toda a sua gloriosa carreira. No Ajax, berço esportivo de Cruyff e embrião do lendário Carrossel Holandês, são várias as histórias envolvendo o célebre camisa 14 e o cigarro. Há até foto dele segurando o troféu da Copa dos Campeões ao mesmo tempo em que segurava um cigarro. Revolucionário dentro e fora de campo, Cruyff tentou esconder seu vício mais nocivo no Ajax, mas isso era impossível, tanto que ele criou o hábito de fumar nos intervalos das partidas e logo depois do banho após os jogos. Certa vez, Rinus Michels, o mítico treinador que colocou o futebol total em evidência, viu Cruyff fumando no ônibus. O técnico se aproximou de seu craque, ficou na frente dele, e Cruyff tentou esconder o cigarro no bolso. Dois minutos se passaram, e a mão do craque acabou queimada. Quando virou de vez uma estrela global, especialmente após chegar ao Barcelona, Cruyff já pouco se importava com a imagem de esportista fumante. Em seu auge como "atleta", chegou a fumar 20 cigarros por dia. Logo após realizar seu primeiro jogo pelo Barça, acendeu um cigarro no túnel que levava aos vestiários. Voltou a aparecer com um cigarro depois do banho. Era uma forma de mostrar de cara na Espanha que aquele hábito não seria abortado, muito ao contrário. Com o parceiro Rinus Michels no comando do Barcelona, ele se sentiu em casa e ainda mais livre para fazer o que queria. O único técnico que ousou confrontar a liberdade de Cruyff e seu tabagismo foi o alemão Hennes Weisweiler. Por isso ele perdeu o emprego após só uma temporada no Barça. "Weisweiler não é o técnico da minha escolha", definiu Cruyff. O melhor jogador da Copa de 1974 já tinha dado boas demonstrações naquele Mundial de sua visão mais liberal e despojada. Mesmo numa atmosfera pesada em que várias equipes se enclausuravam em concentrações com extrema segurança, a Holanda, liderada por Cruyff, abria as suas portas, em especial para as famílias dos jogadores, e vivia em clima descontraído. Um tabloide alemão até destacou a presença de garotas de programa e festas animadas na "concentração" da Holanda, o que quase colocou em risco o casamento de Cruyff. Ele negou sempre qualquer participação em orgias e até decidiu não ficar muito mais tempo longe de sua família (não jogou a Copa de 1978 na Argentina, decisão polêmica cheia de versões, como a de boicote por razões políticas e a de desacordos financeiros). Quando virou treinador, Cruyff passou a fumar ainda mais. Não por ser chefe ou por dirigir seu amado Barcelona, mas porque o estresse da profissão contribuía para seu vício. Indagado na época sobre o que ele, como treinador, pensava de jogadores fumantes, Cruyff defendeu a si mesmo: "Se eles forem bons como eu era, eles podem fazer o que eles quiserem". Pouco tempo depois, o ateu Cruyff precisou escolher entre a vida e o cigarro. "Eu não fumei nunca mais porque me falaram que eu morreria se eu continuasse fazendo isso", falou ele em 1991, já servindo a campanhas contra o tabagismo e já trocando cigarro por pirulito na boca. O Barcelona ganhou nova vida com o novo Cruyff, arquiteto do Dream Team campeão europeu de 1992 (e mentor de Guardiola), e também abraçou a causa de seu mais simbólico ídolo. Desde os anos 70 o Barça sente a influência forte de Cruyff. Ele ajudou a moldar o estilo e as posições mais libertárias do clube. Romário, treinado pelo holandês, usufruiu muito dessa visão mais aberta de futebol e vida. Emérito frasista, Cruyff sempre entendeu bem os craques e seus vícios.
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Em seu auge como jogador, Cruyff chegou a fumar 20 cigarros por dia"Eu tive dois vícios na vida: fumar e jogar futebol. O futebol me deu tudo, e o cigarro quase jogou tudo fora". Cruyff, o gênio holandês dos gramados que agora joga contra um câncer de pulmão, acostumou-se a repetir as palavras acima desde que virou garoto-propaganda da luta contra o tabagismo em 1991. Precisou passar por uma cirurgia cardíaca e ouvir os apelos da mulher, Danny Coster, para largar o cigarro. Aos 12 anos, Cruyff viu o pai morrer por conta de um problema cardíaco, mas isso não o impediu de começar a fumar ainda muito jovem. E a fumar durante toda a sua gloriosa carreira. No Ajax, berço esportivo de Cruyff e embrião do lendário Carrossel Holandês, são várias as histórias envolvendo o célebre camisa 14 e o cigarro. Há até foto dele segurando o troféu da Copa dos Campeões ao mesmo tempo em que segurava um cigarro. Revolucionário dentro e fora de campo, Cruyff tentou esconder seu vício mais nocivo no Ajax, mas isso era impossível, tanto que ele criou o hábito de fumar nos intervalos das partidas e logo depois do banho após os jogos. Certa vez, Rinus Michels, o mítico treinador que colocou o futebol total em evidência, viu Cruyff fumando no ônibus. O técnico se aproximou de seu craque, ficou na frente dele, e Cruyff tentou esconder o cigarro no bolso. Dois minutos se passaram, e a mão do craque acabou queimada. Quando virou de vez uma estrela global, especialmente após chegar ao Barcelona, Cruyff já pouco se importava com a imagem de esportista fumante. Em seu auge como "atleta", chegou a fumar 20 cigarros por dia. Logo após realizar seu primeiro jogo pelo Barça, acendeu um cigarro no túnel que levava aos vestiários. Voltou a aparecer com um cigarro depois do banho. Era uma forma de mostrar de cara na Espanha que aquele hábito não seria abortado, muito ao contrário. Com o parceiro Rinus Michels no comando do Barcelona, ele se sentiu em casa e ainda mais livre para fazer o que queria. O único técnico que ousou confrontar a liberdade de Cruyff e seu tabagismo foi o alemão Hennes Weisweiler. Por isso ele perdeu o emprego após só uma temporada no Barça. "Weisweiler não é o técnico da minha escolha", definiu Cruyff. O melhor jogador da Copa de 1974 já tinha dado boas demonstrações naquele Mundial de sua visão mais liberal e despojada. Mesmo numa atmosfera pesada em que várias equipes se enclausuravam em concentrações com extrema segurança, a Holanda, liderada por Cruyff, abria as suas portas, em especial para as famílias dos jogadores, e vivia em clima descontraído. Um tabloide alemão até destacou a presença de garotas de programa e festas animadas na "concentração" da Holanda, o que quase colocou em risco o casamento de Cruyff. Ele negou sempre qualquer participação em orgias e até decidiu não ficar muito mais tempo longe de sua família (não jogou a Copa de 1978 na Argentina, decisão polêmica cheia de versões, como a de boicote por razões políticas e a de desacordos financeiros). Quando virou treinador, Cruyff passou a fumar ainda mais. Não por ser chefe ou por dirigir seu amado Barcelona, mas porque o estresse da profissão contribuía para seu vício. Indagado na época sobre o que ele, como treinador, pensava de jogadores fumantes, Cruyff defendeu a si mesmo: "Se eles forem bons como eu era, eles podem fazer o que eles quiserem". Pouco tempo depois, o ateu Cruyff precisou escolher entre a vida e o cigarro. "Eu não fumei nunca mais porque me falaram que eu morreria se eu continuasse fazendo isso", falou ele em 1991, já servindo a campanhas contra o tabagismo e já trocando cigarro por pirulito na boca. O Barcelona ganhou nova vida com o novo Cruyff, arquiteto do Dream Team campeão europeu de 1992 (e mentor de Guardiola), e também abraçou a causa de seu mais simbólico ídolo. Desde os anos 70 o Barça sente a influência forte de Cruyff. Ele ajudou a moldar o estilo e as posições mais libertárias do clube. Romário, treinado pelo holandês, usufruiu muito dessa visão mais aberta de futebol e vida. Emérito frasista, Cruyff sempre entendeu bem os craques e seus vícios.
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Sobre medalhas e bundas
Ingrid Oliveira teve um Pan inesquecível. Mas não apenas pelas razões que gostaria. Esportivamente, seu desempenho foi notável. Nos saltos sincronizados, ao lado de Giovana Pedroso, derrotou as mexicanas vice-campeãs da Olimpíada de Londres-2012. Foi uma daquelas disputas dos Jogos Pan-Americanos em que uma medalha vale, sim, muito. Mas o público se lembrará de Ingrid por algo que aconteceu antes mesmo de ela fazer suas acrobacias. Por causa de uma foto que a atleta postou em uma rede social. Ingrid estava sentada na plataforma, apontando para o placar eletrônico que mostrava o logo do Pan. De costas, usava um maiô cavado, aquele mesmo que ela (e todas as saltadoras mundo afora) usa para competir. Foi o suficiente para ser alvo de comentários impublicáveis. Ofendida, apagou os textos um a um e disse que não queria aquele tipo de atenção. Tarde demais. Ela já havia sido eleita a musa do Pan. Basta começar um grande evento esportivo para ter início uma caça às musas. Na era dos cliques, rostos bonitos e corpos sarados fazem a festa da mídia e dos torcedores. Um sinal claríssimo de que ainda não sabemos lidar direito com o papel da mulher no esporte. A beleza, muitas vezes, é mais valorizada do que a performance. Existem, claro, mulheres atletas que gostam de chamar atenção por seus atributos físicos, e não há nada de errado nisso. Mas a maioria prefere ser reconhecida por muito mais do que apenas sua aparência. Será que isso é um jeitinho unicamente brasileiro de tratar o esporte feminino? No sábado (11), tivemos mais um exemplo que não. Serena Williams conquistou seu sexto título de Wimbledon. Mais três vitórias e será a maior vencedora de Grand Slams da história. Está a poucas semanas de se tornar a atleta que mais tempo ficou no topo do ranking mundial. Podemos estar diante da maior tenista de todos os tempos. Mas toda vez que essa norte americana atinge um feito que deveria desencadear essa discussão, outra, bem menos nobre, rouba a cena. E o foco é sempre seu corpo. Serena é grande, forte e bonita. Mas não leva jeito para ser musa estilo princesinha como Maria Sharapova, a beldade russa loirinha e magrinha que é uma de suas principais rivais. Serena tem pernão, coxão, bundão, bração e bate na bola com mais força do que muitos homens. Uma máquina de jogar tênis. Só que ainda ouve críticos dizerem que é masculina demais, forte demais. Pior do que os ataques machistas só mesmo os racistas, que frequentemente a comparam a um macaco. Ingrid e Serena estão muito distantes esportivamente. Mas são dois exemplos de como ainda não se consegue avaliar e admirar a mulher esportista apenas por sua eficiência. Ainda precisamos aprender que a beleza do esporte está na medalha, não na bunda.
colunas
Sobre medalhas e bundasIngrid Oliveira teve um Pan inesquecível. Mas não apenas pelas razões que gostaria. Esportivamente, seu desempenho foi notável. Nos saltos sincronizados, ao lado de Giovana Pedroso, derrotou as mexicanas vice-campeãs da Olimpíada de Londres-2012. Foi uma daquelas disputas dos Jogos Pan-Americanos em que uma medalha vale, sim, muito. Mas o público se lembrará de Ingrid por algo que aconteceu antes mesmo de ela fazer suas acrobacias. Por causa de uma foto que a atleta postou em uma rede social. Ingrid estava sentada na plataforma, apontando para o placar eletrônico que mostrava o logo do Pan. De costas, usava um maiô cavado, aquele mesmo que ela (e todas as saltadoras mundo afora) usa para competir. Foi o suficiente para ser alvo de comentários impublicáveis. Ofendida, apagou os textos um a um e disse que não queria aquele tipo de atenção. Tarde demais. Ela já havia sido eleita a musa do Pan. Basta começar um grande evento esportivo para ter início uma caça às musas. Na era dos cliques, rostos bonitos e corpos sarados fazem a festa da mídia e dos torcedores. Um sinal claríssimo de que ainda não sabemos lidar direito com o papel da mulher no esporte. A beleza, muitas vezes, é mais valorizada do que a performance. Existem, claro, mulheres atletas que gostam de chamar atenção por seus atributos físicos, e não há nada de errado nisso. Mas a maioria prefere ser reconhecida por muito mais do que apenas sua aparência. Será que isso é um jeitinho unicamente brasileiro de tratar o esporte feminino? No sábado (11), tivemos mais um exemplo que não. Serena Williams conquistou seu sexto título de Wimbledon. Mais três vitórias e será a maior vencedora de Grand Slams da história. Está a poucas semanas de se tornar a atleta que mais tempo ficou no topo do ranking mundial. Podemos estar diante da maior tenista de todos os tempos. Mas toda vez que essa norte americana atinge um feito que deveria desencadear essa discussão, outra, bem menos nobre, rouba a cena. E o foco é sempre seu corpo. Serena é grande, forte e bonita. Mas não leva jeito para ser musa estilo princesinha como Maria Sharapova, a beldade russa loirinha e magrinha que é uma de suas principais rivais. Serena tem pernão, coxão, bundão, bração e bate na bola com mais força do que muitos homens. Uma máquina de jogar tênis. Só que ainda ouve críticos dizerem que é masculina demais, forte demais. Pior do que os ataques machistas só mesmo os racistas, que frequentemente a comparam a um macaco. Ingrid e Serena estão muito distantes esportivamente. Mas são dois exemplos de como ainda não se consegue avaliar e admirar a mulher esportista apenas por sua eficiência. Ainda precisamos aprender que a beleza do esporte está na medalha, não na bunda.
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Dilma mexe em R$ 1 bi do orçamento e tira dinheiro da Farmácia Popular
O Ministério do Planejamento publicou nesta segunda-feira (2) uma série de portarias que modificaram em R$ 1 bilhão o orçamento federal. Os principais programas que perderam orçamento foram o Farmácia Popular, o pagamento a Estados pela Atenção Básica à Saúde, o Censo Agropecuário do IBGE e os recursos para investimento nas Eletrobras. Com isso, os gastos nessas áreas terão que ser menores que o autorizado pelo Congresso. Os programas que mais tiveram o orçamento aumentado foram a compra de remédios e vacinas e o pagamento a procedimentos de média e alta complexidade de hospitais (Saúde), além de segurança para grandes eventos (Defesa). As portarias criaram os chamados créditos suplementares no orçamento. Isso significa que a previsão de gastos para esses programas foi aumentada ou diminuída. Mas, como o governo contingenciou o orçamento porque as receitas estão abaixo do previsto, na prática o novo orçamento permite que os órgãos programem novos gastos, mas ainda não pode se transformar em pagamento. A lei permite essas mudanças desde que o total aumentado seja igual ao que foi cortado. O programa Farmácia Popular perdeu R$ 315 milhões dos R$ 2,7 bilhões previstos no início do ano, segundo dados oficiais do orçamento. Como o programa já pagou efetivamente R$ 926 milhões até abril, para os oito meses finais do ano ele terá R$ 1,5 bilhão para gastar, o que em média é menos do que já foi pago nesses quatro primeiros meses. Esse orçamento foi colocado para a compra de remédios e vacinas. Já o Piso de Atenção Básica para Estados, que é o quanto o governo repassa aos Estados para atendimento da população em postos de saúde, perdeu cerca de R$ 210 milhões. Esse dinheiro agora vai pagar grandes hospitais públicos e privados que fazem procedimentos de alta e média complexidade. A Eletrobras perdeu mais R$ 166 milhões de uma verba prevista para aumento de seu capital social. Conforme a Folha mostrou na sexta (29), R$ 100 milhões desse dinheiro já haviam sido retirados para pagarem publicidade. Os recursos foram remanejados para o pagamento de despesas de Segurança para Grandes Eventos, ou seja, os Jogos Olímpicos. Em relação ao Censo Agropecuário do IBGE, que foi cancelado por falta de recursos, parte do orçamento previsto para ele, de R$ 125 milhões, foi realocado em vários programas administrativos do Ministério do Planejamento e do próprio IBGE. OUTRO LADO O Ministério da Saúde através de sua assessoria informou que o remanejamento o orçamento às necessidades do SUS para garantir "a oferta gratuita de medicamentos e imunobiológicos/vacinas" neste ano. Segundo ele, o Farmácia Popular não vai sofrer porque houve uma negociação com drogarias para reduzir custos. "Essa negociação resultou em economia e possibilitou a aquisição de vacinas, inclusive da vacina contra Influenza, cujo preço sofreu grande impacto da variação cambial, especialmente nos dois primeiros meses do ano –época em que se faz a maioria dos contratos de produção e distribuição de vacinas para o cumprimento do calendário nacional", diz a nota que informa que ainda que os recursos para a Atenção Básica resguardam "os repasses per capita realizados mensalmente aos estados e municípios brasileiros até o final do ano". O 'PACOTE DE BONDADES' DE DILMA - As propostas da presidente para engajar as bases sociais e tentar conter o impeachment
poder
Dilma mexe em R$ 1 bi do orçamento e tira dinheiro da Farmácia PopularO Ministério do Planejamento publicou nesta segunda-feira (2) uma série de portarias que modificaram em R$ 1 bilhão o orçamento federal. Os principais programas que perderam orçamento foram o Farmácia Popular, o pagamento a Estados pela Atenção Básica à Saúde, o Censo Agropecuário do IBGE e os recursos para investimento nas Eletrobras. Com isso, os gastos nessas áreas terão que ser menores que o autorizado pelo Congresso. Os programas que mais tiveram o orçamento aumentado foram a compra de remédios e vacinas e o pagamento a procedimentos de média e alta complexidade de hospitais (Saúde), além de segurança para grandes eventos (Defesa). As portarias criaram os chamados créditos suplementares no orçamento. Isso significa que a previsão de gastos para esses programas foi aumentada ou diminuída. Mas, como o governo contingenciou o orçamento porque as receitas estão abaixo do previsto, na prática o novo orçamento permite que os órgãos programem novos gastos, mas ainda não pode se transformar em pagamento. A lei permite essas mudanças desde que o total aumentado seja igual ao que foi cortado. O programa Farmácia Popular perdeu R$ 315 milhões dos R$ 2,7 bilhões previstos no início do ano, segundo dados oficiais do orçamento. Como o programa já pagou efetivamente R$ 926 milhões até abril, para os oito meses finais do ano ele terá R$ 1,5 bilhão para gastar, o que em média é menos do que já foi pago nesses quatro primeiros meses. Esse orçamento foi colocado para a compra de remédios e vacinas. Já o Piso de Atenção Básica para Estados, que é o quanto o governo repassa aos Estados para atendimento da população em postos de saúde, perdeu cerca de R$ 210 milhões. Esse dinheiro agora vai pagar grandes hospitais públicos e privados que fazem procedimentos de alta e média complexidade. A Eletrobras perdeu mais R$ 166 milhões de uma verba prevista para aumento de seu capital social. Conforme a Folha mostrou na sexta (29), R$ 100 milhões desse dinheiro já haviam sido retirados para pagarem publicidade. Os recursos foram remanejados para o pagamento de despesas de Segurança para Grandes Eventos, ou seja, os Jogos Olímpicos. Em relação ao Censo Agropecuário do IBGE, que foi cancelado por falta de recursos, parte do orçamento previsto para ele, de R$ 125 milhões, foi realocado em vários programas administrativos do Ministério do Planejamento e do próprio IBGE. OUTRO LADO O Ministério da Saúde através de sua assessoria informou que o remanejamento o orçamento às necessidades do SUS para garantir "a oferta gratuita de medicamentos e imunobiológicos/vacinas" neste ano. Segundo ele, o Farmácia Popular não vai sofrer porque houve uma negociação com drogarias para reduzir custos. "Essa negociação resultou em economia e possibilitou a aquisição de vacinas, inclusive da vacina contra Influenza, cujo preço sofreu grande impacto da variação cambial, especialmente nos dois primeiros meses do ano –época em que se faz a maioria dos contratos de produção e distribuição de vacinas para o cumprimento do calendário nacional", diz a nota que informa que ainda que os recursos para a Atenção Básica resguardam "os repasses per capita realizados mensalmente aos estados e municípios brasileiros até o final do ano". O 'PACOTE DE BONDADES' DE DILMA - As propostas da presidente para engajar as bases sociais e tentar conter o impeachment
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Série de Fernando e Quico Meirelles recupera a força da velhice
A série "Os Experientes", sobre a velhice, foi ideia de um diretor de apenas 25 anos, Quico Meirelles. "Sempre foi um tema de que gostei muito. É o lugar para onde todos iremos, então me instiga", diz ele. A atração estreia nesta sexta (10) à noite na Globo. Quico levou a ideia ao pai, o cineasta Fernando Meirelles, 59, que embarcou com ele no projeto de quatro episódios. Cada capítulo, de aproximadamente 40 minutos de duração, traz uma história independente, com elenco diferente e apenas o tema da terceira idade em comum. "A ideia sempre foi essa, para aproveitar esses atores clássicos de televisão que quase não fazem protagonistas", diz. Entre os nomes da produção estão Juca de Oliveira, 80, Lima Duarte, 85, Selma Egrei, 66, e Othon Bastos, 81. Sobre o trabalho com o elenco da velha guarda da Globo, Quico diz que foi "uma experiência incrível". "Meu pai falou uma coisa que é bem verdade: se você pegar qualquer um desses atores e somar o número de horas que ele passou em sets de filmagem, é cinco vezes mais que eu e ele juntos", brinca. O primeiro episódio, escrito por Antonio Prata, colunista da Folha, é protagonizado por Beatriz Segall, 88, que se torna refém de um assalto a banco. Ao longo da trama, a mulher que parecia frágil e indefesa vai revelando outras facetas e sua força. "Queria falar sobre como o fato de ser velho toma, aos olhos dos mais jovens, completamente a identidade do indivíduo", diz Prata. "As pessoas falam: 'Eu estava com um engenheiro, um ator e um velho'. Fui a uma festa em que estava a avó de uma amiga e as pessoas não a viam. Entravam, cumprimentavam os jovens e passavam reto pela velha." estereótipos Na história de Prata, a personagem de Beatriz começa como uma "velha estereotipada", que sai da inexistência completa para ganhar força e trocar de posição com o assaltante, papel de João Cortês -o ruivo da propaganda da operadora Vivo. "A modernidade trocou a chave da velhice pela juventude. E é uma troca muito imbecil", reflete Prata. "O foco está entre os 20 e os 30. Pensando assim você teria 20 anos de tranquilidade e 60 de tristeza na vida." O segundo capítulo tem uma pegada mais musical, focado em quatro amigos músicos na terceira idade, que tentam recomeçar a carreira após a morte de um deles. Em outro episódio, Selma Egrei é Francisca, uma mulher amarga que, depois de cuidar por cinco anos do marido doente, fica viúva e passa por uma reviravolta. Para a atriz, existe uma busca cada vez mais desesperada pela poção mágica da eterna juventude. "É uma questão de maturidade emocional, viver o seu momento seja ele qual for, da infância à velhice", afirma ela. O tema amplo permitiria novas temporadas da série, mas Quico desconversa. "Aí já não sei! Não cabe a mim decidir. Mas a esperança é a última que morre", diz, rindo. "Eu adoraria fazer mais episódios, com atores diferentes. Mesmo que você não esteja na terceira idade, tem um pai, ou um avô. São dramas muito humanos, o que aproxima o espectador -quero acreditar", afirma. NA TV Os Experientes Estreia da série QUANDO sexta-feira (10), às 23h15, na Globo
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Série de Fernando e Quico Meirelles recupera a força da velhiceA série "Os Experientes", sobre a velhice, foi ideia de um diretor de apenas 25 anos, Quico Meirelles. "Sempre foi um tema de que gostei muito. É o lugar para onde todos iremos, então me instiga", diz ele. A atração estreia nesta sexta (10) à noite na Globo. Quico levou a ideia ao pai, o cineasta Fernando Meirelles, 59, que embarcou com ele no projeto de quatro episódios. Cada capítulo, de aproximadamente 40 minutos de duração, traz uma história independente, com elenco diferente e apenas o tema da terceira idade em comum. "A ideia sempre foi essa, para aproveitar esses atores clássicos de televisão que quase não fazem protagonistas", diz. Entre os nomes da produção estão Juca de Oliveira, 80, Lima Duarte, 85, Selma Egrei, 66, e Othon Bastos, 81. Sobre o trabalho com o elenco da velha guarda da Globo, Quico diz que foi "uma experiência incrível". "Meu pai falou uma coisa que é bem verdade: se você pegar qualquer um desses atores e somar o número de horas que ele passou em sets de filmagem, é cinco vezes mais que eu e ele juntos", brinca. O primeiro episódio, escrito por Antonio Prata, colunista da Folha, é protagonizado por Beatriz Segall, 88, que se torna refém de um assalto a banco. Ao longo da trama, a mulher que parecia frágil e indefesa vai revelando outras facetas e sua força. "Queria falar sobre como o fato de ser velho toma, aos olhos dos mais jovens, completamente a identidade do indivíduo", diz Prata. "As pessoas falam: 'Eu estava com um engenheiro, um ator e um velho'. Fui a uma festa em que estava a avó de uma amiga e as pessoas não a viam. Entravam, cumprimentavam os jovens e passavam reto pela velha." estereótipos Na história de Prata, a personagem de Beatriz começa como uma "velha estereotipada", que sai da inexistência completa para ganhar força e trocar de posição com o assaltante, papel de João Cortês -o ruivo da propaganda da operadora Vivo. "A modernidade trocou a chave da velhice pela juventude. E é uma troca muito imbecil", reflete Prata. "O foco está entre os 20 e os 30. Pensando assim você teria 20 anos de tranquilidade e 60 de tristeza na vida." O segundo capítulo tem uma pegada mais musical, focado em quatro amigos músicos na terceira idade, que tentam recomeçar a carreira após a morte de um deles. Em outro episódio, Selma Egrei é Francisca, uma mulher amarga que, depois de cuidar por cinco anos do marido doente, fica viúva e passa por uma reviravolta. Para a atriz, existe uma busca cada vez mais desesperada pela poção mágica da eterna juventude. "É uma questão de maturidade emocional, viver o seu momento seja ele qual for, da infância à velhice", afirma ela. O tema amplo permitiria novas temporadas da série, mas Quico desconversa. "Aí já não sei! Não cabe a mim decidir. Mas a esperança é a última que morre", diz, rindo. "Eu adoraria fazer mais episódios, com atores diferentes. Mesmo que você não esteja na terceira idade, tem um pai, ou um avô. São dramas muito humanos, o que aproxima o espectador -quero acreditar", afirma. NA TV Os Experientes Estreia da série QUANDO sexta-feira (10), às 23h15, na Globo
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Fiscal preso faz acordo de delação sobre fraude de ICMS em SP
O Ministério Público fechou um acordo de delação premiada com um fiscal do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que faz parte de um esquema de corrupção na Secretaria de Estado da Fazenda, informou o jornal "O Estado de S. Paulo". O homem foi preso com outros agentes em julho. A Operação Zinabre já expediu ao menos dez mandados de prisão contra fiscais da Fazenda em São Paulo acusados de corrupção passiva e formação de quadrilha. De acordo com o Ministério Público, os agentes fiscais têm um padrão de vida aparentemente incompatível com suas remunerações mensais. A suspeita é que eles cobravam propina de empresários do ramo do cobre em São Paulo em troca da redução do ICMS ou de isenção de multa. Segundo a investigação, o esquema envolvia a empresa Prysmian, que atua na área de fabricação de cabos elétricos. Ao todo, 15 pessoas são investigadas por envolvimento no esquema, entre servidores e familiares. A apuração, que teve início em março, é feita pelo Ministério Público e também pela Corregedoria-Geral da Administração.
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Fiscal preso faz acordo de delação sobre fraude de ICMS em SPO Ministério Público fechou um acordo de delação premiada com um fiscal do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que faz parte de um esquema de corrupção na Secretaria de Estado da Fazenda, informou o jornal "O Estado de S. Paulo". O homem foi preso com outros agentes em julho. A Operação Zinabre já expediu ao menos dez mandados de prisão contra fiscais da Fazenda em São Paulo acusados de corrupção passiva e formação de quadrilha. De acordo com o Ministério Público, os agentes fiscais têm um padrão de vida aparentemente incompatível com suas remunerações mensais. A suspeita é que eles cobravam propina de empresários do ramo do cobre em São Paulo em troca da redução do ICMS ou de isenção de multa. Segundo a investigação, o esquema envolvia a empresa Prysmian, que atua na área de fabricação de cabos elétricos. Ao todo, 15 pessoas são investigadas por envolvimento no esquema, entre servidores e familiares. A apuração, que teve início em março, é feita pelo Ministério Público e também pela Corregedoria-Geral da Administração.
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'Se fizermos as reformas, não passamos em branco', diz Temer
Com a pior avaliação de um governo em 30 anos, o presidente Michel Temer afirmou nesta quinta-feira (27) que a sua administração não passará "em branco" se ele conseguir aprovar as reformas previdenciária, tributária e política. Em cerimônia de assinatura de contratos de concessão, o peemedebista disse que a melhora da atividade econômica não se trata de "mágica", mas da "coragem" e "ousadia" da gestão peemedebista. "Se nós conseguirmos realizar mais essas três novas reforma, ninguém poderá dizer que passamos em branco nesses dois anos e pouco", disse. Segundo pesquisa Ibope, divulgada nesta quinta-feira (27), o percentual de brasileiros que consideram o governo ruim ou péssimo é de 70%, mesmo percentual atingido por Dilma Rousseff e o maior da série histórica do levantamento, realizado desde 1986. Apesar do otimismo de Temer em aprovar a reforma previdenciária, partidos da base aliada já defendem que ele abandone a ideia de votá-la e que a deixe para o próximo presidente. Em discurso, o peemedebista disse ter se sentido "surpreso" pelo crescimento do país nos últimos 60 dias, período que coincide com o agravamento da crise política após o vazamento do áudio entre o peemedebista e o empresário Joesley Batista. "Não é por acaso que o Brasil está virando a página da crise e estamos fazendo um dever de casa atrasado há muito tempo", disse. Ele disse ainda que, diferentemente de outros governos, o seu não tem disputas entre ministros. "No nosso governo, vejo uma integração absoluta entre todos os setores", afirmou. O presidente assinou nesta quinta-feira (27) os contratos de concessão dos aeroportos de Fortaleza (CE), Salvador (BA), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS). Ele foram leiloados em março a empresas estrangeiras, que pagarão ao poder público 25% do valor mínimo de outorga mais o ágio ofertado, que totaliza R$ 1,46 bilhão. Os prazos dos contratos são de 30 anos, exceto Porto Alegre que é de 25 anos, e todos são prorrogáveis por mais cinco anos. 'PUXADOR DE PALMAS' No evento, o presidente confessou que sentiu falta de aplausos da plateia e disse que, na próxima cerimônia, trará uma espécie de "puxador de palmas". "Se tem alguém que bate palmas, todos batem. Mas aqui as palmas vieram do coração, do reconhecimento", disse após pedir aos presentes que aplaudissem os ministros presentes. Em discurso, o ministro da Secretaria-Geral, Moreira Franco, reconheceu que o atual governo tem enfrentado dificuldades em reorganizar a máquina administrativa e afirmou que não há no país uma "cultura da celebração", que precisa ser estimulada. Segundo ele, diferentemente de seus antecessores, Temer "não tem ambições eleitorais". "O presidente fez uma opção de ser maior que o cidadão Michel Temer", disse. "O legado será basicamente de um homem que pensa na obra coletiva, que entende o ser humano, disse.
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'Se fizermos as reformas, não passamos em branco', diz TemerCom a pior avaliação de um governo em 30 anos, o presidente Michel Temer afirmou nesta quinta-feira (27) que a sua administração não passará "em branco" se ele conseguir aprovar as reformas previdenciária, tributária e política. Em cerimônia de assinatura de contratos de concessão, o peemedebista disse que a melhora da atividade econômica não se trata de "mágica", mas da "coragem" e "ousadia" da gestão peemedebista. "Se nós conseguirmos realizar mais essas três novas reforma, ninguém poderá dizer que passamos em branco nesses dois anos e pouco", disse. Segundo pesquisa Ibope, divulgada nesta quinta-feira (27), o percentual de brasileiros que consideram o governo ruim ou péssimo é de 70%, mesmo percentual atingido por Dilma Rousseff e o maior da série histórica do levantamento, realizado desde 1986. Apesar do otimismo de Temer em aprovar a reforma previdenciária, partidos da base aliada já defendem que ele abandone a ideia de votá-la e que a deixe para o próximo presidente. Em discurso, o peemedebista disse ter se sentido "surpreso" pelo crescimento do país nos últimos 60 dias, período que coincide com o agravamento da crise política após o vazamento do áudio entre o peemedebista e o empresário Joesley Batista. "Não é por acaso que o Brasil está virando a página da crise e estamos fazendo um dever de casa atrasado há muito tempo", disse. Ele disse ainda que, diferentemente de outros governos, o seu não tem disputas entre ministros. "No nosso governo, vejo uma integração absoluta entre todos os setores", afirmou. O presidente assinou nesta quinta-feira (27) os contratos de concessão dos aeroportos de Fortaleza (CE), Salvador (BA), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS). Ele foram leiloados em março a empresas estrangeiras, que pagarão ao poder público 25% do valor mínimo de outorga mais o ágio ofertado, que totaliza R$ 1,46 bilhão. Os prazos dos contratos são de 30 anos, exceto Porto Alegre que é de 25 anos, e todos são prorrogáveis por mais cinco anos. 'PUXADOR DE PALMAS' No evento, o presidente confessou que sentiu falta de aplausos da plateia e disse que, na próxima cerimônia, trará uma espécie de "puxador de palmas". "Se tem alguém que bate palmas, todos batem. Mas aqui as palmas vieram do coração, do reconhecimento", disse após pedir aos presentes que aplaudissem os ministros presentes. Em discurso, o ministro da Secretaria-Geral, Moreira Franco, reconheceu que o atual governo tem enfrentado dificuldades em reorganizar a máquina administrativa e afirmou que não há no país uma "cultura da celebração", que precisa ser estimulada. Segundo ele, diferentemente de seus antecessores, Temer "não tem ambições eleitorais". "O presidente fez uma opção de ser maior que o cidadão Michel Temer", disse. "O legado será basicamente de um homem que pensa na obra coletiva, que entende o ser humano, disse.
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Oposicionista diz que promotor argentino foi traído por agente secreto
A deputada Patrícia Bullrich, integrante da ala oposicionista ao governo da Argentina, afirmou nesta segunda-feira que um agente dos serviços secretos do país traiu o promotor Alberto Nisman para beneficiar um dos acusados pelo ataque contra um centro judaico de Buenos Aires, em 1994. A revelação teria sido feita pelo próprio Nisman, segundo Bullrich, que pertence ao bloco conversador União PRO. A parlamentar disse à imprensa local que o promotor, encontrado morto há uma semana, tinha encontrado uma escuta usada pelo agente para repassar informações aos acusados. "Nesse dia ele também nos contou que já tinha sido ameaçado", disse Bullrich sobre uma conversa que teve com Nisman com a presença da também deputada da oposição Laura Alonso. "Isso foi uma flecha no coração, porque ele não podia crer que um promotor argentino tinha sido traído assim", afirmou antes de reunião com a promotora Viviana Fein, que investiga a morte de Nisman. Bullrich disse que não conhece a identidade do suposto espião, já que o promotor prometeu revelar o nome do agente apenas depois da reunião do Congresso, marcada para acontecer poucas horas depois de Nisman ter sido encontrado morto em seu apartamento. Na audiência da Comissão de Legislação Penal de Deputados, presidida por Bullrich, Nisman iria detalhar a denúncia contra a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e alguns de seus funcionários por tentar encobrir a participação de terroristas iranianos no ataque de 1994, que deixou 85 mortos. "Há uma relação direta da causa e sua morte, mas não vou falar dessa hipótese", indicou, acrescentando que Nisman acreditava estar condenado à morte no Irã. A deputada da oposição se encontrou com Fein mesmo não tendo sido convocada para fornecer detalhes sobre as últimas conversas com o promotor.
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Oposicionista diz que promotor argentino foi traído por agente secretoA deputada Patrícia Bullrich, integrante da ala oposicionista ao governo da Argentina, afirmou nesta segunda-feira que um agente dos serviços secretos do país traiu o promotor Alberto Nisman para beneficiar um dos acusados pelo ataque contra um centro judaico de Buenos Aires, em 1994. A revelação teria sido feita pelo próprio Nisman, segundo Bullrich, que pertence ao bloco conversador União PRO. A parlamentar disse à imprensa local que o promotor, encontrado morto há uma semana, tinha encontrado uma escuta usada pelo agente para repassar informações aos acusados. "Nesse dia ele também nos contou que já tinha sido ameaçado", disse Bullrich sobre uma conversa que teve com Nisman com a presença da também deputada da oposição Laura Alonso. "Isso foi uma flecha no coração, porque ele não podia crer que um promotor argentino tinha sido traído assim", afirmou antes de reunião com a promotora Viviana Fein, que investiga a morte de Nisman. Bullrich disse que não conhece a identidade do suposto espião, já que o promotor prometeu revelar o nome do agente apenas depois da reunião do Congresso, marcada para acontecer poucas horas depois de Nisman ter sido encontrado morto em seu apartamento. Na audiência da Comissão de Legislação Penal de Deputados, presidida por Bullrich, Nisman iria detalhar a denúncia contra a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e alguns de seus funcionários por tentar encobrir a participação de terroristas iranianos no ataque de 1994, que deixou 85 mortos. "Há uma relação direta da causa e sua morte, mas não vou falar dessa hipótese", indicou, acrescentando que Nisman acreditava estar condenado à morte no Irã. A deputada da oposição se encontrou com Fein mesmo não tendo sido convocada para fornecer detalhes sobre as últimas conversas com o promotor.
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Universidade nos EUA utiliza LinkedIn para seguir carreira de ex-alunos
Há alguns anos, funcionários da Universidade da California, em San Diego (EUA) criaram uma página oficial no LinkedIn para organizar informações sobre o sucesso profissional atingido pelos estudantes formados na instituição. "Antes disso, possuíamos registros de de 125 mil ex-alunos, mas boas informações sobre empregos de apenas 10 mil deles", recorda Armin Afsahi, vice-reitor associado para avanço e responsável pelas relações da universidade com seus ex-alunos. "Tirando a Qualcomm, que fica no nosso 'quintal', não sabíamos quais empresas estavam empregando nossos ex-estudantes". Segundo ele, três meses após a criação da página, já eram reveladas informações sobre 92 mil ex-alunos da instituição de ensino. Os nomes das companhias que mais empregam os estudantes graduados na Universidade da California estão disponíveis no perfil do LinkedIn para qualquer um que acessar a página ver. Funcionários da Universidade utilizam os dados para ajudar estudantes atuais na procura por estágios e mentores nas companhias onde ex-alunos da instituição trabalham. "Os modelos antigos de relacionamento com ex-alunos não funcionam, diz Afsahi. "É preciso uma organização orientada por dados e serviços inteligentes para criar o engajamento e valorização esperado pelos estudantes e alunos formados", completa. Desde 2013, o LinkedIn oferece o seu próprio serviço do tipo, o University Pages, que tem como objetivo criar uma rede de contato para estudantes formados. Cerca de 25 mil instituição de ensino superior por todo o mundo possuem agora suas páginas oficiais no site. A Universidade da Califórnia foi uma das primeiras. Por meio da ferramenta, a escola reinventou a maneira com que oferece oportunidades de carreira para seus estudantes. A instituição transferiu, por exemplo, os serviços de desenvolvimento de carreira do departamento de assuntos estudantis para o escritório de relacionamento com ex-alunos. Os administradores responsáveis pela área utilizam a página da instituição no LinkedIn para ajudar no estabelecimento de parcerias duradouras com companhias que tem contratado seus alunos. Afsahi e seus colegas visitam essas empresas e fazem apresentações para executivos que são ex-alunos para mostrar como a universidade está treinando a nova geração de profissionais. Em um momento em que a administração de Barack Obama, presidente dos EUA, está desenvolvendo um novo programa de avaliação das faculdades norte-americanas, a iniciativa da Universidade da Califórnia pode ser um exemplo para que mais instituições comecem a seguir de perto a trajetória de seus estudantes formados. Para Afsahi, a página da Universidade no LinkedIn é uma importante ilustração sobre o potencial de retorno dado pela instituição após o investimento financeiro feito por alunos, ex-alunos ou seus pais. "Nós viramos curadores da mais importante informação ao demonstrar o sucesso e o verdadeiro valor da graduação", afirma Afsahi.
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Universidade nos EUA utiliza LinkedIn para seguir carreira de ex-alunosHá alguns anos, funcionários da Universidade da California, em San Diego (EUA) criaram uma página oficial no LinkedIn para organizar informações sobre o sucesso profissional atingido pelos estudantes formados na instituição. "Antes disso, possuíamos registros de de 125 mil ex-alunos, mas boas informações sobre empregos de apenas 10 mil deles", recorda Armin Afsahi, vice-reitor associado para avanço e responsável pelas relações da universidade com seus ex-alunos. "Tirando a Qualcomm, que fica no nosso 'quintal', não sabíamos quais empresas estavam empregando nossos ex-estudantes". Segundo ele, três meses após a criação da página, já eram reveladas informações sobre 92 mil ex-alunos da instituição de ensino. Os nomes das companhias que mais empregam os estudantes graduados na Universidade da California estão disponíveis no perfil do LinkedIn para qualquer um que acessar a página ver. Funcionários da Universidade utilizam os dados para ajudar estudantes atuais na procura por estágios e mentores nas companhias onde ex-alunos da instituição trabalham. "Os modelos antigos de relacionamento com ex-alunos não funcionam, diz Afsahi. "É preciso uma organização orientada por dados e serviços inteligentes para criar o engajamento e valorização esperado pelos estudantes e alunos formados", completa. Desde 2013, o LinkedIn oferece o seu próprio serviço do tipo, o University Pages, que tem como objetivo criar uma rede de contato para estudantes formados. Cerca de 25 mil instituição de ensino superior por todo o mundo possuem agora suas páginas oficiais no site. A Universidade da Califórnia foi uma das primeiras. Por meio da ferramenta, a escola reinventou a maneira com que oferece oportunidades de carreira para seus estudantes. A instituição transferiu, por exemplo, os serviços de desenvolvimento de carreira do departamento de assuntos estudantis para o escritório de relacionamento com ex-alunos. Os administradores responsáveis pela área utilizam a página da instituição no LinkedIn para ajudar no estabelecimento de parcerias duradouras com companhias que tem contratado seus alunos. Afsahi e seus colegas visitam essas empresas e fazem apresentações para executivos que são ex-alunos para mostrar como a universidade está treinando a nova geração de profissionais. Em um momento em que a administração de Barack Obama, presidente dos EUA, está desenvolvendo um novo programa de avaliação das faculdades norte-americanas, a iniciativa da Universidade da Califórnia pode ser um exemplo para que mais instituições comecem a seguir de perto a trajetória de seus estudantes formados. Para Afsahi, a página da Universidade no LinkedIn é uma importante ilustração sobre o potencial de retorno dado pela instituição após o investimento financeiro feito por alunos, ex-alunos ou seus pais. "Nós viramos curadores da mais importante informação ao demonstrar o sucesso e o verdadeiro valor da graduação", afirma Afsahi.
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Maradona dança no vestiário após vitória argentina no Mundial de rúgbi
Em duelo da Copa do Mundo de rúgbi onde a Argentina era a grande favorita, quem roubou a cena estava nas arquibancadas. O ex-jogador Diego Maradona compareceu ao duelo contra Tonga, neste domingo (4), na Inglaterra. Os argentinos, maior força do esporte na América do Sul, venceram por 45 a 16 e ficaram muito perto da classificação no Grupo C, que também conta com a favorita Nova Zelândia. Os dois melhores avançam para as quartas de final. Maradona vibrou muito com as marcações de pontos da Argentina, atraindo as atenções da transmissão de TV. Depois da partida, o ex-jogador de futebol entrou no vestiário, dançou com os jogadores ao som de "La Mano de Dios" e ainda discursou. A Copa do Mundo vai até o dia 31 de outubro. O jogo entre Argentina e Tonga aconteceu na cidade de Leicester.
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Maradona dança no vestiário após vitória argentina no Mundial de rúgbiEm duelo da Copa do Mundo de rúgbi onde a Argentina era a grande favorita, quem roubou a cena estava nas arquibancadas. O ex-jogador Diego Maradona compareceu ao duelo contra Tonga, neste domingo (4), na Inglaterra. Os argentinos, maior força do esporte na América do Sul, venceram por 45 a 16 e ficaram muito perto da classificação no Grupo C, que também conta com a favorita Nova Zelândia. Os dois melhores avançam para as quartas de final. Maradona vibrou muito com as marcações de pontos da Argentina, atraindo as atenções da transmissão de TV. Depois da partida, o ex-jogador de futebol entrou no vestiário, dançou com os jogadores ao som de "La Mano de Dios" e ainda discursou. A Copa do Mundo vai até o dia 31 de outubro. O jogo entre Argentina e Tonga aconteceu na cidade de Leicester.
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Placebos, médicos e charlatães
O conceito de que placebos são preparações inertes deve ser abandonado. O efeito causado por eles é definido como "a melhora dos sintomas resultante da participação da pessoa doente num encontro terapêutico, com seus rituais, simbologias e interações". É um efeito precipitado pelo contexto e o ambiente em que acontece a intervenção, seja realizada por médicos e outros profissionais da saúde, curandeiros ou charlatães. A diversidade de sinais e comportamentos associados ao placebo inclui o avental branco, o estetoscópio, o ambiente hospitalar, o contato com as mãos que examinam e a empatia. A neurobiologia do efeito é mais complexa do que imaginávamos. Envolve neurotransmissores (endorfinas, canabinoides e dopamina) e a ativação de regiões cerebrais de alta relevância funcional (córtex pré-frontal, ínsula e amígdala), os mesmos circuitos ativados por diversos medicamentos. Pesquisas recentes conseguiram identificar alguns genes presentes nas pessoas mais suscetíveis à ação dos placebos. A elucidação desses mecanismos básicos trouxe credibilidade científica aos placebos. Sua atividade é mediada por fenômenos biopsicossociais que vão além das remissões espontâneas das doenças e das flutuações dos sintomas que as caracterizam. O que aprendemos sobre eles, nos últimos anos? Primeiro: Embora sejam capazes de aliviar sintomas, eles não curam nem alteram a fisiopatologia das enfermidades. Por exemplo, não há evidência de que consigam reduzir as dimensões de massas tumorais, mas podem aliviar sintomas do câncer e os efeitos indesejáveis do tratamento: fadiga, náuseas, vômitos, dores ou ondas de calor da menopausa induzida. Nos casos de asma, não melhoram os índices das provas de função pulmonar, mas podem diminuir a intensidade das crises de falta de ar. Respostas semelhantes foram encontradas em afecções neuromusculares, gastrointestinais e urogenitais. Segundo: O impacto da simbologia e das interações com o médico podem potencializar a eficácia dos medicamentos tradicionais. Há um estudo em que pessoas com enxaqueca foram divididas em dois grupos: um deles recebeu um comprimido que continha 10 mg de rizatriptano, rotulado erroneamente como placebo; ao outro, foi administrado um comprimido de placebo com o rótulo de rizatriptano. Com a troca de rótulos, o alívio da cefaleia foi idêntico em ambos os grupos. Quando os mesmos pacientes receberam os 10 mg de rizatriptano rotulados como tal, o efeito analgésico foi 50% superior ao do placebo. Resultados semelhantes foram descritos com morfina, diazepan e fentanila. Terceiro: Os mesmos fatores psicossociais que promovem os benefícios dos placebos, podem dar origem a efeitos indesejáveis (efeito nocebo). É o caso das náuseas antecipatórias dos pacientes que vomitam ao chegar no hospital, antes de entrar na sala de quimioterapia. Num estudo, portadores de aumento benigno da próstata medicados com finasterida, previamente informados de que a droga poderia interferir com a potência sexual, queixaram-se três vezes mais desse inconveniente, do que aqueles tratados com a mesma droga, sem ter recebido essa informação. Num estudo com um anticonvulsivante no tratamento da enxaqueca, pacientes que receberam comprimidos de talco (placebo), aparentemente idênticos aos do medicamento, queixaram-se de perda de memória e do apetite. Um levantamento de vários ensaios clínicos mostrou que em 4% a 26% dos casos, os participantes interrompem o placebo por causa de reações colaterais. Uma variedade infinita de placebos é receitada por vizinhos, curiosos, avós, religiosos e navegadores da internet. Os benefícios obtidos fazem a fama de curandeiros e de alguns médicos que trabalham na área da assim chamada medicina alternativa. A elucidação dos mecanismos neurobiológicos envolvidos na ação dos placebos começa a dar sentido ao bem-estar que certos pacientes referem sentir com eles. Por outro lado, precisamos aprender como a atenção, a empatia, o exame físico cuidadoso e as palavras de conforto podem tirar partido da neurobiologia do efeito placebo, na prescrição dos medicamentos de alta eficácia à disposição da medicina moderna.
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Placebos, médicos e charlatãesO conceito de que placebos são preparações inertes deve ser abandonado. O efeito causado por eles é definido como "a melhora dos sintomas resultante da participação da pessoa doente num encontro terapêutico, com seus rituais, simbologias e interações". É um efeito precipitado pelo contexto e o ambiente em que acontece a intervenção, seja realizada por médicos e outros profissionais da saúde, curandeiros ou charlatães. A diversidade de sinais e comportamentos associados ao placebo inclui o avental branco, o estetoscópio, o ambiente hospitalar, o contato com as mãos que examinam e a empatia. A neurobiologia do efeito é mais complexa do que imaginávamos. Envolve neurotransmissores (endorfinas, canabinoides e dopamina) e a ativação de regiões cerebrais de alta relevância funcional (córtex pré-frontal, ínsula e amígdala), os mesmos circuitos ativados por diversos medicamentos. Pesquisas recentes conseguiram identificar alguns genes presentes nas pessoas mais suscetíveis à ação dos placebos. A elucidação desses mecanismos básicos trouxe credibilidade científica aos placebos. Sua atividade é mediada por fenômenos biopsicossociais que vão além das remissões espontâneas das doenças e das flutuações dos sintomas que as caracterizam. O que aprendemos sobre eles, nos últimos anos? Primeiro: Embora sejam capazes de aliviar sintomas, eles não curam nem alteram a fisiopatologia das enfermidades. Por exemplo, não há evidência de que consigam reduzir as dimensões de massas tumorais, mas podem aliviar sintomas do câncer e os efeitos indesejáveis do tratamento: fadiga, náuseas, vômitos, dores ou ondas de calor da menopausa induzida. Nos casos de asma, não melhoram os índices das provas de função pulmonar, mas podem diminuir a intensidade das crises de falta de ar. Respostas semelhantes foram encontradas em afecções neuromusculares, gastrointestinais e urogenitais. Segundo: O impacto da simbologia e das interações com o médico podem potencializar a eficácia dos medicamentos tradicionais. Há um estudo em que pessoas com enxaqueca foram divididas em dois grupos: um deles recebeu um comprimido que continha 10 mg de rizatriptano, rotulado erroneamente como placebo; ao outro, foi administrado um comprimido de placebo com o rótulo de rizatriptano. Com a troca de rótulos, o alívio da cefaleia foi idêntico em ambos os grupos. Quando os mesmos pacientes receberam os 10 mg de rizatriptano rotulados como tal, o efeito analgésico foi 50% superior ao do placebo. Resultados semelhantes foram descritos com morfina, diazepan e fentanila. Terceiro: Os mesmos fatores psicossociais que promovem os benefícios dos placebos, podem dar origem a efeitos indesejáveis (efeito nocebo). É o caso das náuseas antecipatórias dos pacientes que vomitam ao chegar no hospital, antes de entrar na sala de quimioterapia. Num estudo, portadores de aumento benigno da próstata medicados com finasterida, previamente informados de que a droga poderia interferir com a potência sexual, queixaram-se três vezes mais desse inconveniente, do que aqueles tratados com a mesma droga, sem ter recebido essa informação. Num estudo com um anticonvulsivante no tratamento da enxaqueca, pacientes que receberam comprimidos de talco (placebo), aparentemente idênticos aos do medicamento, queixaram-se de perda de memória e do apetite. Um levantamento de vários ensaios clínicos mostrou que em 4% a 26% dos casos, os participantes interrompem o placebo por causa de reações colaterais. Uma variedade infinita de placebos é receitada por vizinhos, curiosos, avós, religiosos e navegadores da internet. Os benefícios obtidos fazem a fama de curandeiros e de alguns médicos que trabalham na área da assim chamada medicina alternativa. A elucidação dos mecanismos neurobiológicos envolvidos na ação dos placebos começa a dar sentido ao bem-estar que certos pacientes referem sentir com eles. Por outro lado, precisamos aprender como a atenção, a empatia, o exame físico cuidadoso e as palavras de conforto podem tirar partido da neurobiologia do efeito placebo, na prescrição dos medicamentos de alta eficácia à disposição da medicina moderna.
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Economia argentina piora com Macri, e país vive sob expectativa de 2017
Aclamada pelo mercado no começo deste ano, após a chegada do presidente Mauricio Macri, a Argentina viu sua situação econômica se deteriorar nos últimos meses e vive sob a expectativa de o cenário melhorar em 2017. O FMI estima agora que o PIB vai recuar 1% neste ano (0,3 ponto mais que na projeção anterior), e a Moody's prevê cenário pior: recuo de 1,5%. Em outubro, a agência falava em uma recuperação modesta para este ano, após baixa de 1% em 2015. A avaliação dos economistas é que a crise decorre dos reajustes feitos por Macri, que incluem a redução de subsídios e a desvalorização do peso. A expectativa, porém, é que essas mudanças na política econômica revertam o panorama a partir de 2017. Por enquanto, o cenário é desanimador. A inflação acelerada vem acentuando a crise e provocando descontentamento na população. Nos últimos dias, professores, funcionários do Judiciário e médicos fizeram paralisações por reajustes salariais. Para o analista político Jorge Giacobbe, a inflação é a principal responsável pela retração da popularidade de Macri, que ainda é elevada (na casa dos 60%), mas caiu dez pontos percentuais desde que ele foi eleito, em novembro do ano passado. De janeiro a abril, a inflação (sob efeito da desvalorização do peso e de reajustes de serviços básicos, como transporte e energia) foi de 19%. Com o avanço dos preços, o poder de compra dos argentinos diminuiu, e o consumo caiu 3,6% em abril e 2,3% no primeiro quadrimestre, segundo a consultoria CCR. O cenário já era ruim em anos anteriores, mas não de forma tão aguda como agora. Nos períodos de janeiro a abril de 2015 e 2014, a redução no consumo foi de 1,1% e 1,5%, respectivamente. "Nesse período, é natural haver uma retração [nas compras], porque as datas-base são entre março e maio. No começo do ano, o salário real dos trabalhadores está em seu nível mais baixo", diz Sandra Dalinger, gerente da CCR. O que mudou em 2016 é que a desvalorização do peso de mais de 40% –promovida por Macri em dezembro– foi muito acentuada e os acordos entre patrões e empregados estão demorando mais para sair. Dalinger diz que os reajustes salariais não ativarão a economia de forma imediata. "Deveremos sentir uma melhora leve no segundo semestre, mas não vai compensar o resultado do começo do ano." Na tentativa de amenizar a situação, o programa Preços Cuidados, criado por Cristina Kirchner para impedir as empresas de reajustarem constantemente os valores de seus produtos, foi ampliado. No início deste mês, Macri acrescentou 176 itens, incluindo carnes, frutas e verduras, na lista de mercadorias cujos preços são controlados. Em janeiro, havia reduzido a lista de 520 para 317. REFLEXO NO BRASIL Como a Argentina é o terceiro principal parceiro comercial do Brasil (atrás de China e EUA), uma freada em sua economia tem impacto no outro lado da fronteira. Esse reflexo, porém, deverá ser modesto, segundo economistas, porque a Argentina vinha apresentando um desempenho fraco nos últimos anos. "O cenário já era bastante negativo. Este ano não será muito diferente, e a queda no PIB é consequência da arrumação que se está fazendo na casa", diz Silvio Campos Neto, da Tendência Consultoria. Para o economista, os reajustes adotados por Macri "trazem alguma esperança de crescimento nos próximos anos. A expectativa é que 2017 seja melhor". O argentino Dante Sica, diretor da consultoria Abeceb, destaca que, apesar do estancamento econômico, a Argentina manteve as importações do Brasil nos quatro primeiros meses de 2016, com uma leve alta de 0,78%.
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Economia argentina piora com Macri, e país vive sob expectativa de 2017Aclamada pelo mercado no começo deste ano, após a chegada do presidente Mauricio Macri, a Argentina viu sua situação econômica se deteriorar nos últimos meses e vive sob a expectativa de o cenário melhorar em 2017. O FMI estima agora que o PIB vai recuar 1% neste ano (0,3 ponto mais que na projeção anterior), e a Moody's prevê cenário pior: recuo de 1,5%. Em outubro, a agência falava em uma recuperação modesta para este ano, após baixa de 1% em 2015. A avaliação dos economistas é que a crise decorre dos reajustes feitos por Macri, que incluem a redução de subsídios e a desvalorização do peso. A expectativa, porém, é que essas mudanças na política econômica revertam o panorama a partir de 2017. Por enquanto, o cenário é desanimador. A inflação acelerada vem acentuando a crise e provocando descontentamento na população. Nos últimos dias, professores, funcionários do Judiciário e médicos fizeram paralisações por reajustes salariais. Para o analista político Jorge Giacobbe, a inflação é a principal responsável pela retração da popularidade de Macri, que ainda é elevada (na casa dos 60%), mas caiu dez pontos percentuais desde que ele foi eleito, em novembro do ano passado. De janeiro a abril, a inflação (sob efeito da desvalorização do peso e de reajustes de serviços básicos, como transporte e energia) foi de 19%. Com o avanço dos preços, o poder de compra dos argentinos diminuiu, e o consumo caiu 3,6% em abril e 2,3% no primeiro quadrimestre, segundo a consultoria CCR. O cenário já era ruim em anos anteriores, mas não de forma tão aguda como agora. Nos períodos de janeiro a abril de 2015 e 2014, a redução no consumo foi de 1,1% e 1,5%, respectivamente. "Nesse período, é natural haver uma retração [nas compras], porque as datas-base são entre março e maio. No começo do ano, o salário real dos trabalhadores está em seu nível mais baixo", diz Sandra Dalinger, gerente da CCR. O que mudou em 2016 é que a desvalorização do peso de mais de 40% –promovida por Macri em dezembro– foi muito acentuada e os acordos entre patrões e empregados estão demorando mais para sair. Dalinger diz que os reajustes salariais não ativarão a economia de forma imediata. "Deveremos sentir uma melhora leve no segundo semestre, mas não vai compensar o resultado do começo do ano." Na tentativa de amenizar a situação, o programa Preços Cuidados, criado por Cristina Kirchner para impedir as empresas de reajustarem constantemente os valores de seus produtos, foi ampliado. No início deste mês, Macri acrescentou 176 itens, incluindo carnes, frutas e verduras, na lista de mercadorias cujos preços são controlados. Em janeiro, havia reduzido a lista de 520 para 317. REFLEXO NO BRASIL Como a Argentina é o terceiro principal parceiro comercial do Brasil (atrás de China e EUA), uma freada em sua economia tem impacto no outro lado da fronteira. Esse reflexo, porém, deverá ser modesto, segundo economistas, porque a Argentina vinha apresentando um desempenho fraco nos últimos anos. "O cenário já era bastante negativo. Este ano não será muito diferente, e a queda no PIB é consequência da arrumação que se está fazendo na casa", diz Silvio Campos Neto, da Tendência Consultoria. Para o economista, os reajustes adotados por Macri "trazem alguma esperança de crescimento nos próximos anos. A expectativa é que 2017 seja melhor". O argentino Dante Sica, diretor da consultoria Abeceb, destaca que, apesar do estancamento econômico, a Argentina manteve as importações do Brasil nos quatro primeiros meses de 2016, com uma leve alta de 0,78%.
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Walita é considerada a melhor marca em SP de batedeira, liquidificador e processador
EDUARDO MOURA EDITORIA DA TREINAMENTO DA FOLHA Segundo o censo demográfico de 2010, existem no Brasil 76 mulheres chamadas Walita. Elas têm como xará uma famosa marca de equipamentos para cozinha. Assim como muitos brasileiros, a empresa —que nasceu em uma loja no largo do Arouche em 1939— foi batizada a partir da junção do nome de seus pais: Waldemar e Lita. Inicialmente, seus produtos eram anunciados, sobretudo, para donas de casa. "Um presente útil a fará ainda mais feliz", sugeria uma propaganda de 1954 criada para o Dia das Mães. Junto à frase, uma ilustração mostrava uma bela mulher encantada com o liquidificador Walita que ganhara de presente. Nada mais natural para uma marca que se consolidou como líder de mercado numa época em que o perfil das famílias brasileiras era outro e as tarefas domésticas ainda eram tidas como exclusividades femininas. Os tempos mudaram e, hoje, as propagandas da marca já reconhecem os homens como parte do mercado consumidor, afinal, lugar de mulher não é só na cozinha e "Walita" também é nome de homem —existem três no Brasil, de acordo com o IBGE. A empresa foi adquirida pela Philips em 1971, sem que se abdicasse do nome original. Em meados de 2010, discutiu-se uma possível "aposentadoria" do nome Walita, questão que se arrefeceu rapidamente. De fato, não se trata de um nome qualquer.
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Walita é considerada a melhor marca em SP de batedeira, liquidificador e processadorEDUARDO MOURA EDITORIA DA TREINAMENTO DA FOLHA Segundo o censo demográfico de 2010, existem no Brasil 76 mulheres chamadas Walita. Elas têm como xará uma famosa marca de equipamentos para cozinha. Assim como muitos brasileiros, a empresa —que nasceu em uma loja no largo do Arouche em 1939— foi batizada a partir da junção do nome de seus pais: Waldemar e Lita. Inicialmente, seus produtos eram anunciados, sobretudo, para donas de casa. "Um presente útil a fará ainda mais feliz", sugeria uma propaganda de 1954 criada para o Dia das Mães. Junto à frase, uma ilustração mostrava uma bela mulher encantada com o liquidificador Walita que ganhara de presente. Nada mais natural para uma marca que se consolidou como líder de mercado numa época em que o perfil das famílias brasileiras era outro e as tarefas domésticas ainda eram tidas como exclusividades femininas. Os tempos mudaram e, hoje, as propagandas da marca já reconhecem os homens como parte do mercado consumidor, afinal, lugar de mulher não é só na cozinha e "Walita" também é nome de homem —existem três no Brasil, de acordo com o IBGE. A empresa foi adquirida pela Philips em 1971, sem que se abdicasse do nome original. Em meados de 2010, discutiu-se uma possível "aposentadoria" do nome Walita, questão que se arrefeceu rapidamente. De fato, não se trata de um nome qualquer.
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Musical sobre Cartola estreia neste domingo em São Paulo
FABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO A vida e a obra de Cartola (1908-1980) vão ganhar os palcos a partir deste domingo (11) com o musical "Cartola - O Mundo É um Moinho", em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso. O texto de Artur Xexéo retrata o dia a dia da quadra da Estação Primeira de Mangueira enquanto a agremiação se prepara para um Carnaval —cujo samba-enredo tem como tema a carreira do sambista. Quem interpreta Cartola é o ator Flávio Bauraqui, que divide o palco com outros 17 artistas sob a direção de Roberto Lage. No elenco também estão nomes como Vírginia Rosa, Hugo Germano, Adriana Lessa, Silvetty Montilla, Augusto Pompeo, Edu Silva e Renata Vilella. Os oito músicos em cena têm direção de Rildo Hora. Sérgio Cardoso. R. Rui Barbosa, 153, Bela Vista, tel. 3288-0136. Seg. e sex.: 20h. Sáb.: 21h. Dom.: 18h. Estreia: 11/9. Até 31/10. 150 min. 12 anos. Ingr.: R$ 30 a R$ 120. Ingr. p/ ingressorapido.com.br. Saiba mais
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Musical sobre Cartola estreia neste domingo em São PauloFABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO A vida e a obra de Cartola (1908-1980) vão ganhar os palcos a partir deste domingo (11) com o musical "Cartola - O Mundo É um Moinho", em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso. O texto de Artur Xexéo retrata o dia a dia da quadra da Estação Primeira de Mangueira enquanto a agremiação se prepara para um Carnaval —cujo samba-enredo tem como tema a carreira do sambista. Quem interpreta Cartola é o ator Flávio Bauraqui, que divide o palco com outros 17 artistas sob a direção de Roberto Lage. No elenco também estão nomes como Vírginia Rosa, Hugo Germano, Adriana Lessa, Silvetty Montilla, Augusto Pompeo, Edu Silva e Renata Vilella. Os oito músicos em cena têm direção de Rildo Hora. Sérgio Cardoso. R. Rui Barbosa, 153, Bela Vista, tel. 3288-0136. Seg. e sex.: 20h. Sáb.: 21h. Dom.: 18h. Estreia: 11/9. Até 31/10. 150 min. 12 anos. Ingr.: R$ 30 a R$ 120. Ingr. p/ ingressorapido.com.br. Saiba mais
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Com 'atletas' profissionais, videogame lota estádios, invade TV e gira bilhões
RESUMO O mercado de videogames está em franca expansão. O que antes era lazer ou simples (e até perigosa) distração hoje rende bolsas de estudo, emprego, salários milionários e prêmios em dinheiro. Jogadores profissionais são considerados atletas e já se discute se os e-esportes poderiam integrar o programa olímpico. A fila dava a volta no quarteirão daquele galpão na rua da Mooca, zona leste de São Paulo. Numa rara manhã de calor do inverno paulistano, centenas de crianças, adolescentes e jovens esperavam por horas debaixo de sol. Alguns haviam chegado ainda de madrugada. Vinham de diversas partes da capital, do interior e de outros Estados. Os primeiros da fila não se cansavam de se exibir para as câmeras que registravam a aglomeração. Quando os portões foram abertos, por volta do meio-dia, os garotos já não controlavam a ansiedade. Muitos mostravam as mãos, tremendo, diante da iminência de conseguir um autógrafo ou uma foto de seus ídolos. Os mais sortudos poderiam até trocar umas palavras com eles. Todos, porém, queriam sobretudo uma coisa: ver de perto seus heróis jogando videogame. O evento, realizado no fim de julho, tinha nome pomposo: Encontro das Lendas. Reunia fãs e pessoas que ganham a vida com algo que seus pais sempre viram como brincadeira. A brincadeira, porém, virou trabalho. Hoje, há legiões de profissionais de games –jogados muito mais em computadores do que nos consoles mais tradicionais–, com rotina semelhante à de qualquer esportista de alto nível. Como aqueles que sobem ao pódio olímpico ou desfilam pelos campos de futebol, os ciberatletas podem receber salários de seis dígitos e encantam multidões. Uma das lendas do encontro na Mooca tem 26 anos e atende pelo nome de Gabriel "Fallen" Toledo (gamers costumam usar um apelido entre o nome e o sobrenome, como os boxeadores). Capitão do SK Gaming, um dos melhores times de "Counter Strike Global Offensive" do mundo, foi eleito em 2016 pela revista "Forbes" uma das 30 personalidades com menos de 30 anos mais influentes de sua área. Em tempo: "Counter Strike" integra o chamado e-esporte, ou esporte eletrônico. Nesse jogo específico, os participantes assumem o papel de terroristas ou contraterroristas e atuam em grupo com o objetivo de plantar ou desarmar bombas, sequestrar ou salvar pessoas e atirar nos adversários até que uma das equipes vença. Naquela manhã de julho, Fallen não parecia um ídolo inatingível. Posava para fotos, conversava com todos e se emocionava ao saber que alguns vinham de longe para vê-lo. NEGÓCIOS O sucesso do Encontro das Lendas, que reuniu 4.000 pessoas em três dias, mostra o potencial desse setor. Não por acaso, a federação internacional de e-esporte foi fundada por um grupo de investidores –como a SK Telecom e a Alibaba Sports Group– e organiza competições em mais de 40 países. Gigantes como Coca-Cola e American Express patrocinam eventos. A Amazon comprou o Twitch, plataforma on-line especializada em vídeos sobre games, por US$ 970 milhões (R$ 3 bilhões). Segundo projeção da Newzoo, uma das principais condutoras de pesquisas sobre a indústria de games, o mercado global de jogos deve fechar 2017 com faturamento de US$ 108 bilhões (R$ 342 bilhões). Os e-esportes ainda representam fatia pequena: US$ 696 milhões (R$ 2,2 bilhões), menos de 1% do total. A cifra, contudo, é 41% maior do que a de 2016 e foi atingida dois anos antes do esperado. Calcula-se que chegue a US$ 1,5 bilhão (R$ 4,7 bilhões) em 2020. Apesar do crescimento acelerado, o e-esporte ainda vive realidade distante daquela dos maiores campeonatos esportivos . O faturamento da NFL (futebol americano dos EUA), a liga mais rentável do planeta, deve alcançar US$ 14 bilhões (R$ 44 bilhões) na próxima temporada, e a Premier League (campeonato inglês de futebol), US$ 5 bilhões (R$ 16 bilhões). Pelas contas de Manny Anekal, fundador do "The Next Level", publicação especializada nessa área, em dez anos os e-esportes poderão ser maiores do que a NHL, liga de hóquei dos EUA, que faturou US$ 4 bilhões na última temporada. A NBA (basquete dos EUA), que espera faturar US$ 8 bilhões (R$ 25 bilhões) na próxima temporada, anunciou a criação de sua e-liga. Equipes como Philadelphia 76ers e Miami Heat, de basquete, e o Schalke 04, do futebol alemão, contrataram seus próprios ciberatletas para disputar campeonatos. "O que faz com que esses gigantes dos esportes convencionais se interessem por e-esportes são três palavras: marketing, monetização e merchandising", afirma Anekal. "O Schalke viu seus seguidores nas mídias sociais aumentarem com o anúncio da equipe. É marketing. Eles terão várias formas de monetizar isso, com venda de ingressos para os jogos e organização de eventos no estádio. O Miami Heat tem um bom exemplo de merchandising: fechou acordo com uma empresa que faz bonés, e você pode apostar que verá as peças da equipe de e-esporte sendo vendidas na arena de basquete", completa. PÚBLICO Para quem se dedica à prática de forma profissional, os valores começam a ficar atraentes. O campeonato de "Dota 2" (jogo em que cada atleta controla um personagem, chamado herói, e tem de percorrer caminhos e enfrentar adversários com o objetivo de destruir o ancião, que fica no quartel-general do time rival), o maior do mundo, distribuiu mais de US$ 20 milhões (R$ 63 milhões) em prêmios em 2016. A audiência de vídeos e transmissões relacionadas aos games em 2016 chegou a 517 milhões de espectadores no YouTube e a 185 milhões no Twitch. No mesmo período, a HBO atingiu 134 milhões de pessoas, o Spotify, 100 milhões, e a Netflix, 93 milhões. O sucesso chamou a atenção das mídias convencionais. No Brasil, os canais por assinatura ESPN, Esporte Interativo e SporTV têm programas voltados para e-esportes, e a TV Globo também tem o seu. "Existe público. Consequentemente, os e-esportes se tornam plataforma de mídia para anunciantes. Mostra-se o potencial do público gamer não só como consumidor de jogos, mas como alguém que vai ao supermercado, compra tênis, assiste a filmes, viaja, fugindo do estereótipo criança/adolescente antissocial", diz Guilherme Camargo, professor de game marketing da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). O público dos e-esportes não fica só na TV ou na internet. Na Coreia do Sul, encher os estádios utilizados na Copa do Mundo de futebol de 2002 tem sido um desafio nos últimos 15 anos. Mas, se a atração é um torneio de videogame, com um telão no gramado ladeado por uma dezena de computadores, a arquibancada lota. Em 2014, na final do Campeonato Mundial de "League of Legends" (LOL), o jogo mais popular do mundo, 40 mil torcedores foram ao estádio (a lógica de "League of Legends" é semelhante à de "Dota": jogadores controlam "campeões" com habilidades únicas, que são aprimoradas no decorrer do jogo; o objetivo de cada time é destruir o "nexus" da equipe adversária, uma construção protegida por outras estruturas). Cenas como essa têm se repetido com mais frequência a cada ano, principalmente na Ásia. A Coreia do Sul está para os e-esportes como o Brasil para o futebol. RUMO OLÍMPICO Faturamento em alta, audiência crescente, apelo entre jovens e investidores. Esses fatores suscitaram especulações sobre a relação entre os jogos eletrônicos e outro universo esportivo: o olímpico. Pôr os games ao lado de modalidades convencionais poderia resultar em mais público e mais dinheiro para a Olimpíada. Os Jogos Asiáticos de 2018, na Indonésia, serão a primeira experiência. A disputa de e-esportes acontecerá apenas a título de exibição. Em 2022, em Hangzhou, na China, poderá valer medalha. Tony Estanguet, presidente do comitê da candidatura de Paris, afirmou que irá estudar a possibilidade de incluir os games no programa da Olimpíada de 2024. Ao longo das últimas décadas, o cardápio de esportes oferecido nos Jogos Olímpicos tem sido ampliado para incluir modalidades de maior apelo para jovens. Skate, escalada e surfe, por exemplo, estarão em Tóquio-2020. Mas, enquanto essas modalidades veem no evento a chance de ganhar visibilidade e crescer, os e-esportes parecem não se interessar tanto pela força olímpica. Desenvolvedora do "League of Legends", a Riot Games organiza campeonatos em diversos países e promove um Mundial anualmente. Em 2016, a final desse torneio teve 43 milhões de espectadores. A decisão da NBA naquele ano atraiu cerca de 31 milhões de pessoas. São números ainda pequenos se comparados à audiência de 2,5 bilhões da cerimônia de abertura dos Jogos do Rio, mas, para Whalen Rozelle, diretor de e-esportes da Riot, o desempenho de seu game ao redor do mundo torna desnecessária eventual validação pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Segundo o executivo, a possibilidade de os e-esportes se tornarem olímpicos não reverberou entre os quase 70 milhões de usuários mensais de "League of Legends". O objetivo da Riot, afirmou Rozelle em entrevista ao jornal "Los Angeles Times", é criar experiências novas e interessantes, não necessariamente fundar um esporte. Os entraves no rumo do panteão olímpico ainda são grandes, e especialistas sugerem que talvez levem décadas para serem superados. Um deles é o licenciamento. O COI não paga a ninguém para ter partidas de vôlei ou torneios de natação em seu evento. Essas modalidades não são patenteadas. No universo dos games, a situação muda. Vale a pena para um desenvolvedor como a Riot ceder seus direitos para o comitê olímpico? Ou o COI deve pagar por isso? Além disso, o comitê teria de escolher um entre vários jogos ("League of Legends", "Dota" e "Counter Strike" são alguns dos mais conhecidos). Que critério usar? Há ainda a questão do controle de doping. O COI exige que as federações das modalidades que compõem o programa olímpico conduzam testes periodicamente. No caso dos e-esportes, as ligas são organizadas por uma série de empresas, e a federação internacional ainda não é reconhecida pelo comitê nem tem sob sua jurisdição alguns dos principais torneios. Os esportes eletrônicos também estão longe de ter representatividade competitiva num grande número de países e não apresentam equilíbrio de gêneros, uma das principais bandeiras do COI hoje em dia. "As mulheres são jogadoras casuais. Por isso, quando se fala em e-esportes, em que a experiência com o jogo é mais intensa, os homens ainda são maioria", diz Guilherme Camargo, da ESPM. É ESPORTE? Em entrevista recente à revista "Sports Illustrated", o presidente do COI, Thomas Bach, enunciou o que pode ser um fator decisivo para manter os games afastados das Olimpíadas. "Não temos 100% de certeza de que e-esportes sejam de fato esportes, com atividade física e outros requisitos necessários para serem assim considerados", disse o ex-esgrimista alemão. O dicionário "Houaiss" define esporte "como prática metódica, individual ou coletiva, de jogo ou qualquer atividade que demande exercício físico e destreza, com fins de recreação, manutenção do condicionamento corporal e da saúde e/ou competição". A Gaisf (antiga SportAccord), união de federações olímpicas e não olímpicas, é mais específica: "Esporte pode ser essencialmente físico, mental, motorizado ou com suporte de animais, deve ter um elemento de competição e não deve prever um elemento 'sorte', nem representar risco indevido à saúde e à segurança dos participantes". O leque de entidades ligadas à Gaisf inclui até a Associação Internacional de Esportes da Mente, que engloba xadrez, damas e bridge (jogo de cartas), entre outros. O COI não trabalha com uma definição, mas mantém uma lista de entidades reconhecidas por ele. Os e-esportes não estão contemplados; tampouco são reconhecidos pela associação de esportes da mente ou pela Gaisf. A assessoria de imprensa do COI afirmou à Folha que a entidade "monitora de perto o desenvolvimento dos e-esportes" e está ciente do apelo dos games entre os jovens, mas que qualquer modalidade com pretensões olímpicas precisa antes ter uma federação internacional reconhecida. No Brasil, o e-esporte responde às regras das loterias da Caixa. Na Câmara dos Deputados, tramita um projeto de lei (5.840/2016) que visa a incluir os esportes da mente no artigo da Lei Pelé que define modalidades esportivas. Pretende-se incluir nesse guarda-chuva pôquer, xadrez, damas, go (jogo de tabuleiro chinês) e bridge. Embora a proposta não contemple os jogos eletrônicos, ela poderia facilitar novos pleitos. Outro projeto, o PL 3.450/2015, tenta alterar a Lei Pelé para o desporto virtual ser reconhecido como prática esportiva. Em outras nações, isso já aconteceu. Nos EUA, por exemplo, jogadores de games são reconhecidos como atletas. Em 2014, a Robert Morris Universidade de Chicago se tornou a primeira do país a oferecer bolsa de estudos para ciberatletas, uma prática corriqueira nos esportes convencionais. Estrangeiros que vão competir em solo americano recebem o mesmo tipo de visto de corredores e nadadores. Afinal, e-esporte é esporte? TEORIA E PRÁTICA Para quem conhece o mundo dos games, não há dúvida de que sim, trata-se de esporte, sem diferenças que justifiquem a separação dos conceitos. O primeiro argumento busca sustentação na rotina do jogador. Gamers treinam, e muito: mais de sete horas por dia, carga semelhante à de atletas profissionais. Apesar de passarem o tempo todo sentados e usando basicamente as mãos, preocupam-se com preparo físico e nutricional. Muitos têm acompanhamento psicológico. O trabalho da psicóloga Ariane Melo mostra quão complexa tem sido a preparação dos ciberatletas de alto nível. Ela é uma das pioneiras brasileiras no uso da psicologia do esporte aplicada aos e-esportes e é sócia da Fábrica de Lendas. A empresa cria dinâmicas para melhorar a comunicação e a sinergia da equipe, desenvolve exercícios de relaxamento para diminuir a tensão e conduz treinamento para conseguir um controle rápido das emoções no meio do jogo. "Os e-esportes não diferem de nenhuma atividade desportiva de alto rendimento. O que varia é a necessidade de cada modalidade, que irá intensificar um ou outro tipo de treino. Dizer que não há atividade física no esporte eletrônico é total desconhecimento", diz Melo. "Podemos comparar o e-esporte ao xadrez, por causa de atributos como atenção, concentração e inteligência lógica, ou ao tênis, por convocar habilidades como destreza e rapidez", afirma. PRIMÓRDIOS A influência dos jogos eletrônicos em nossa cultura começou nos anos 1970, com "Pong", em que duas raquetes (ou pauzinhos) disputavam um pingue-pongue virtual com uma bolinha (quadrada). O sucesso foi tão grande que levou à fundação da Atari. Naquela época, quando também teve início o hábito juvenil de sentar-se à frente da TV com consoles na mão, afirmava-se que crianças e adolescentes perdiam tempo ] ao jogar videogame. Hoje, há motivos para afirmar algo parecido em relação a adultos. De acordo com estudo da Agência Nacional de Pesquisas Econômicas dos EUA, os games são responsáveis pela redução do tempo dedicado ao trabalho. O levantamento mostrou que, em 2015, homens de 31 a 55 anos trabalharam 163 horas a menos do que antes dos anos 2000. Na faixa de 21 a 30 anos, a queda foi de 203 horas. De 2004 a 2015, o tempo reservado pelos mais jovens ao lazer aumentou 2,3 horas. O videogame respondeu por 60% desse incremento. A pesquisa, porém, aponta ainda outro fenômeno: o uso recreativo dos computadores passou de 3,3 horas diárias para 5,2 horas. Esse dado lança dúvidas sobre quanto da ociosidade é culpa dos games. "Celulares são distração bem maior. Por outro lado, há mais de 40 instituições nos EUA dando mais de US$ 4,4 milhões [cerca de R$ 13,8 milhões] em bolsas de estudo e é possível ter uma carreira. Você pode não ser o melhor jogador de futebol em São Paulo, mas pode ser o melhor atleta de Fifa [jogo de futebol de videogame]", diz Manny Anekal, do "The Next Level". Desde o Atari, sete gerações de videogames já foram desenvolvidas. "Mario Bros", lançado em 1981 pela Nintendo, é famoso até hoje. Na década seguinte, "Pokémon" (desenvolvido pela japonesa Game Freak e licenciado pela Nintendo) tornou-se um dos brinquedos mais populares do mundo. As novas versões dos jogos permitem interações on-line e comportam realidade virtual. A evolução desse segmento e seus ecos na cultura são temas da exposição "A Era dos Games", em cartaz no Pavilhão da Bienal, em São Paulo, até 12 de novembro. A mostra já passou por 25 países, acumulando público de 4 milhões de pessoas. Mas, quando foi concebida pelo Barbican, renomado centro de artes de Londres, há 15 anos, despertou desconfiança. "Foi um risco. Naquela época, apresentar os videogames como produtos culturais não era usual", lembra Neil McConnon, diretor da instituição. "Mas sentimos que deveríamos abordar as possibilidades criativas e a popularidade sem precedentes desse gênero." "Como games incorporam aspectos de arte, design, cinema, música e têm uma narrativa, eles certamente podem ser considerados parte da cultura contemporânea", afirma McConnon. RAIO-X NACIONAL O Brasil é o 12º mercado de games do mundo em termos de faturamento e o quarto em número de usuários, com 3,4 milhões de pessoas, atrás dos EUA, do Japão e da China. Segundo a pesquisa Game Brasil de 2017 (com 2.947 entrevistados), só 2% desses jogadores já participaram de algum tipo de competição com organização oficial e prêmio. Nessa fatia, 20% são profissionais. Por outro lado, o número de pessoas que assistiram a algum evento de videogames no último ano saltou de 26% para 36,4%. Essa audiência é composta majoritariamente por jovens de 16 a 24 anos. Trata-se de um dos principais públicos-alvos de eventos como o Encontro das Lendas. Mas os organizadores miram também uma faixa etária que ainda tem pouco peso nas estatísticas: apenas 0,8% das pessoas com menos de 15 anos jogam games. Na fila do evento na Mooca, a maioria desses adolescentes chegou acompanhada de adultos. Pais, mães e avós que pareciam meio deslocados e ainda alheios à dimensão que um jogo pode ter na vida dos mais novos. Mara Pereira, 45, deixou o trabalho de lado para acompanhar o filho Diogo, 12. Em casa, a empresária controla o tempo que o garoto passa no computador e o obriga a sair para jogar bola ou brincar de outras coisas. "Na minha época, a gente brincava na rua. Videogame era só de vez em quando e para quem tinha dinheiro. Agora, eles querem jogar sem parar, acompanhar youtubers, vir a eventos como este", diz. Nada deixa Diogo mais feliz do que a interação (mesmo que on-line) com profissionais famosos. Os e-esportes possibilitam uma ligação entre ídolos e fãs que nenhum esporte convencional permite. Os atletas transmitem ao vivo suas sessões de treino na internet. Também falam diretamente com o público e podem aparecer na rede para jogar com um anônimo a qualquer momento. É como se Neymar surgisse na pelada de fim de semana do condomínio. "Hoje, meu filho fala que quer ser um jogador profissional. Mas é como no futebol: a chance é de uma em um milhão", afirma Pereira, que já viu Diogo gastar R$ 700 em um mouse e R$ 380 em um fone de ouvido. EFEITOS NOCIVOS A exposição cada vez maior de crianças e adolescentes a jogos e aparelhos eletrônicos levou a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) a definir parâmetros para o uso desses meios pelos pequenos. "Para a indústria de entretenimento e de consumo de mídias e jogos on-line, quanto mais vender, melhor. Mas ela não leva em consideração os efeitos imediatos e a longo prazo nos comportamentos de crianças e adolescentes", diz Evelyn Eisenstein, secretária do Departamento Científico de Adolescência da SBP. De acordo com ela, "existem evidências científicas de danos causados por horas prolongadas de uso, principalmente de jogos violentos". Por isso, a entidade recomenda que crianças de seis a dez anos não usem aparelhos eletrônicos por mais de uma hora diária. A cota para adolescentes dobra. Ainda assim, alerta a SBP, é preciso intercalar os videogames com atividades ao ar livre. Esse limite parece impensável para Pedro Henrique Facundes, 11, que pode passar até sete horas por dia –só nas férias– em frente ao computador. É fanático por jogos e saiu de São Luís (MA) para encontrar os ídolos em São Paulo. Seu pai, Enésio da Silva, 49, não vê problema em tamanha dedicação aos jogos eletrônicos, "desde que as notas continuem boas". De acordo com a SBP, o excesso de exposição aos meios eletrônicos pode gerar transtornos de sono e causar aumento de ansiedade, depressão, problemas comportamentais e angústia. "Pode haver uma dissociação entre as realidades real e virtual dos jogos", diz Eisenstein. "Crianças precisam desenvolver atividades psicomotoras e habilidades cognitivas ativas, de preferência ao ar livre e em contato com a natureza. Precisam se socializar, conversar e se relacionar com os colegas." Para Ariane Melo, psicóloga que trabalha com gamers, o uso dos jogos não afeta a capacidade de relações pessoais, mas elas acontecem de outra forma. "As habilidades sociais não são prejudicadas. Pelo contrário, os jogadores demonstram maior capacidade de iniciar conversas e mais criatividade para mantê-las. A maioria dos jogos on-line estimula a interação entre equipes e outros jogadores. O que muda é o meio pelo qual essa interação ocorre", diz. Talvez tenha ficado no passado a associação de videogames com comportamentos antissociais, falta de habilidades atléticas e perda de tempo. Os games já não são mais apenas brincadeira. Jogos e personagens se tornaram influenciadores culturais, seu universo invade museus, e os praticantes começam a derrubar estereótipos, enquanto a indústria do setor movimenta cifras crescentes. É esporte? Tanto faz. O e-esporte não parece precisar de nenhuma chancela para continuar sua expansão. MARIANA LAJOLO, 39, é jornalista e cobriu três edições de Jogos Olímpicos. LEANDRO N LIMA, 40, artista plástico, expõe na coletiva "O Estado da Arte", no Instituto Figueiredo Ferraz, em Ribeirão Preto.
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Com 'atletas' profissionais, videogame lota estádios, invade TV e gira bilhõesRESUMO O mercado de videogames está em franca expansão. O que antes era lazer ou simples (e até perigosa) distração hoje rende bolsas de estudo, emprego, salários milionários e prêmios em dinheiro. Jogadores profissionais são considerados atletas e já se discute se os e-esportes poderiam integrar o programa olímpico. A fila dava a volta no quarteirão daquele galpão na rua da Mooca, zona leste de São Paulo. Numa rara manhã de calor do inverno paulistano, centenas de crianças, adolescentes e jovens esperavam por horas debaixo de sol. Alguns haviam chegado ainda de madrugada. Vinham de diversas partes da capital, do interior e de outros Estados. Os primeiros da fila não se cansavam de se exibir para as câmeras que registravam a aglomeração. Quando os portões foram abertos, por volta do meio-dia, os garotos já não controlavam a ansiedade. Muitos mostravam as mãos, tremendo, diante da iminência de conseguir um autógrafo ou uma foto de seus ídolos. Os mais sortudos poderiam até trocar umas palavras com eles. Todos, porém, queriam sobretudo uma coisa: ver de perto seus heróis jogando videogame. O evento, realizado no fim de julho, tinha nome pomposo: Encontro das Lendas. Reunia fãs e pessoas que ganham a vida com algo que seus pais sempre viram como brincadeira. A brincadeira, porém, virou trabalho. Hoje, há legiões de profissionais de games –jogados muito mais em computadores do que nos consoles mais tradicionais–, com rotina semelhante à de qualquer esportista de alto nível. Como aqueles que sobem ao pódio olímpico ou desfilam pelos campos de futebol, os ciberatletas podem receber salários de seis dígitos e encantam multidões. Uma das lendas do encontro na Mooca tem 26 anos e atende pelo nome de Gabriel "Fallen" Toledo (gamers costumam usar um apelido entre o nome e o sobrenome, como os boxeadores). Capitão do SK Gaming, um dos melhores times de "Counter Strike Global Offensive" do mundo, foi eleito em 2016 pela revista "Forbes" uma das 30 personalidades com menos de 30 anos mais influentes de sua área. Em tempo: "Counter Strike" integra o chamado e-esporte, ou esporte eletrônico. Nesse jogo específico, os participantes assumem o papel de terroristas ou contraterroristas e atuam em grupo com o objetivo de plantar ou desarmar bombas, sequestrar ou salvar pessoas e atirar nos adversários até que uma das equipes vença. Naquela manhã de julho, Fallen não parecia um ídolo inatingível. Posava para fotos, conversava com todos e se emocionava ao saber que alguns vinham de longe para vê-lo. NEGÓCIOS O sucesso do Encontro das Lendas, que reuniu 4.000 pessoas em três dias, mostra o potencial desse setor. Não por acaso, a federação internacional de e-esporte foi fundada por um grupo de investidores –como a SK Telecom e a Alibaba Sports Group– e organiza competições em mais de 40 países. Gigantes como Coca-Cola e American Express patrocinam eventos. A Amazon comprou o Twitch, plataforma on-line especializada em vídeos sobre games, por US$ 970 milhões (R$ 3 bilhões). Segundo projeção da Newzoo, uma das principais condutoras de pesquisas sobre a indústria de games, o mercado global de jogos deve fechar 2017 com faturamento de US$ 108 bilhões (R$ 342 bilhões). Os e-esportes ainda representam fatia pequena: US$ 696 milhões (R$ 2,2 bilhões), menos de 1% do total. A cifra, contudo, é 41% maior do que a de 2016 e foi atingida dois anos antes do esperado. Calcula-se que chegue a US$ 1,5 bilhão (R$ 4,7 bilhões) em 2020. Apesar do crescimento acelerado, o e-esporte ainda vive realidade distante daquela dos maiores campeonatos esportivos . O faturamento da NFL (futebol americano dos EUA), a liga mais rentável do planeta, deve alcançar US$ 14 bilhões (R$ 44 bilhões) na próxima temporada, e a Premier League (campeonato inglês de futebol), US$ 5 bilhões (R$ 16 bilhões). Pelas contas de Manny Anekal, fundador do "The Next Level", publicação especializada nessa área, em dez anos os e-esportes poderão ser maiores do que a NHL, liga de hóquei dos EUA, que faturou US$ 4 bilhões na última temporada. A NBA (basquete dos EUA), que espera faturar US$ 8 bilhões (R$ 25 bilhões) na próxima temporada, anunciou a criação de sua e-liga. Equipes como Philadelphia 76ers e Miami Heat, de basquete, e o Schalke 04, do futebol alemão, contrataram seus próprios ciberatletas para disputar campeonatos. "O que faz com que esses gigantes dos esportes convencionais se interessem por e-esportes são três palavras: marketing, monetização e merchandising", afirma Anekal. "O Schalke viu seus seguidores nas mídias sociais aumentarem com o anúncio da equipe. É marketing. Eles terão várias formas de monetizar isso, com venda de ingressos para os jogos e organização de eventos no estádio. O Miami Heat tem um bom exemplo de merchandising: fechou acordo com uma empresa que faz bonés, e você pode apostar que verá as peças da equipe de e-esporte sendo vendidas na arena de basquete", completa. PÚBLICO Para quem se dedica à prática de forma profissional, os valores começam a ficar atraentes. O campeonato de "Dota 2" (jogo em que cada atleta controla um personagem, chamado herói, e tem de percorrer caminhos e enfrentar adversários com o objetivo de destruir o ancião, que fica no quartel-general do time rival), o maior do mundo, distribuiu mais de US$ 20 milhões (R$ 63 milhões) em prêmios em 2016. A audiência de vídeos e transmissões relacionadas aos games em 2016 chegou a 517 milhões de espectadores no YouTube e a 185 milhões no Twitch. No mesmo período, a HBO atingiu 134 milhões de pessoas, o Spotify, 100 milhões, e a Netflix, 93 milhões. O sucesso chamou a atenção das mídias convencionais. No Brasil, os canais por assinatura ESPN, Esporte Interativo e SporTV têm programas voltados para e-esportes, e a TV Globo também tem o seu. "Existe público. Consequentemente, os e-esportes se tornam plataforma de mídia para anunciantes. Mostra-se o potencial do público gamer não só como consumidor de jogos, mas como alguém que vai ao supermercado, compra tênis, assiste a filmes, viaja, fugindo do estereótipo criança/adolescente antissocial", diz Guilherme Camargo, professor de game marketing da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). O público dos e-esportes não fica só na TV ou na internet. Na Coreia do Sul, encher os estádios utilizados na Copa do Mundo de futebol de 2002 tem sido um desafio nos últimos 15 anos. Mas, se a atração é um torneio de videogame, com um telão no gramado ladeado por uma dezena de computadores, a arquibancada lota. Em 2014, na final do Campeonato Mundial de "League of Legends" (LOL), o jogo mais popular do mundo, 40 mil torcedores foram ao estádio (a lógica de "League of Legends" é semelhante à de "Dota": jogadores controlam "campeões" com habilidades únicas, que são aprimoradas no decorrer do jogo; o objetivo de cada time é destruir o "nexus" da equipe adversária, uma construção protegida por outras estruturas). Cenas como essa têm se repetido com mais frequência a cada ano, principalmente na Ásia. A Coreia do Sul está para os e-esportes como o Brasil para o futebol. RUMO OLÍMPICO Faturamento em alta, audiência crescente, apelo entre jovens e investidores. Esses fatores suscitaram especulações sobre a relação entre os jogos eletrônicos e outro universo esportivo: o olímpico. Pôr os games ao lado de modalidades convencionais poderia resultar em mais público e mais dinheiro para a Olimpíada. Os Jogos Asiáticos de 2018, na Indonésia, serão a primeira experiência. A disputa de e-esportes acontecerá apenas a título de exibição. Em 2022, em Hangzhou, na China, poderá valer medalha. Tony Estanguet, presidente do comitê da candidatura de Paris, afirmou que irá estudar a possibilidade de incluir os games no programa da Olimpíada de 2024. Ao longo das últimas décadas, o cardápio de esportes oferecido nos Jogos Olímpicos tem sido ampliado para incluir modalidades de maior apelo para jovens. Skate, escalada e surfe, por exemplo, estarão em Tóquio-2020. Mas, enquanto essas modalidades veem no evento a chance de ganhar visibilidade e crescer, os e-esportes parecem não se interessar tanto pela força olímpica. Desenvolvedora do "League of Legends", a Riot Games organiza campeonatos em diversos países e promove um Mundial anualmente. Em 2016, a final desse torneio teve 43 milhões de espectadores. A decisão da NBA naquele ano atraiu cerca de 31 milhões de pessoas. São números ainda pequenos se comparados à audiência de 2,5 bilhões da cerimônia de abertura dos Jogos do Rio, mas, para Whalen Rozelle, diretor de e-esportes da Riot, o desempenho de seu game ao redor do mundo torna desnecessária eventual validação pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Segundo o executivo, a possibilidade de os e-esportes se tornarem olímpicos não reverberou entre os quase 70 milhões de usuários mensais de "League of Legends". O objetivo da Riot, afirmou Rozelle em entrevista ao jornal "Los Angeles Times", é criar experiências novas e interessantes, não necessariamente fundar um esporte. Os entraves no rumo do panteão olímpico ainda são grandes, e especialistas sugerem que talvez levem décadas para serem superados. Um deles é o licenciamento. O COI não paga a ninguém para ter partidas de vôlei ou torneios de natação em seu evento. Essas modalidades não são patenteadas. No universo dos games, a situação muda. Vale a pena para um desenvolvedor como a Riot ceder seus direitos para o comitê olímpico? Ou o COI deve pagar por isso? Além disso, o comitê teria de escolher um entre vários jogos ("League of Legends", "Dota" e "Counter Strike" são alguns dos mais conhecidos). Que critério usar? Há ainda a questão do controle de doping. O COI exige que as federações das modalidades que compõem o programa olímpico conduzam testes periodicamente. No caso dos e-esportes, as ligas são organizadas por uma série de empresas, e a federação internacional ainda não é reconhecida pelo comitê nem tem sob sua jurisdição alguns dos principais torneios. Os esportes eletrônicos também estão longe de ter representatividade competitiva num grande número de países e não apresentam equilíbrio de gêneros, uma das principais bandeiras do COI hoje em dia. "As mulheres são jogadoras casuais. Por isso, quando se fala em e-esportes, em que a experiência com o jogo é mais intensa, os homens ainda são maioria", diz Guilherme Camargo, da ESPM. É ESPORTE? Em entrevista recente à revista "Sports Illustrated", o presidente do COI, Thomas Bach, enunciou o que pode ser um fator decisivo para manter os games afastados das Olimpíadas. "Não temos 100% de certeza de que e-esportes sejam de fato esportes, com atividade física e outros requisitos necessários para serem assim considerados", disse o ex-esgrimista alemão. O dicionário "Houaiss" define esporte "como prática metódica, individual ou coletiva, de jogo ou qualquer atividade que demande exercício físico e destreza, com fins de recreação, manutenção do condicionamento corporal e da saúde e/ou competição". A Gaisf (antiga SportAccord), união de federações olímpicas e não olímpicas, é mais específica: "Esporte pode ser essencialmente físico, mental, motorizado ou com suporte de animais, deve ter um elemento de competição e não deve prever um elemento 'sorte', nem representar risco indevido à saúde e à segurança dos participantes". O leque de entidades ligadas à Gaisf inclui até a Associação Internacional de Esportes da Mente, que engloba xadrez, damas e bridge (jogo de cartas), entre outros. O COI não trabalha com uma definição, mas mantém uma lista de entidades reconhecidas por ele. Os e-esportes não estão contemplados; tampouco são reconhecidos pela associação de esportes da mente ou pela Gaisf. A assessoria de imprensa do COI afirmou à Folha que a entidade "monitora de perto o desenvolvimento dos e-esportes" e está ciente do apelo dos games entre os jovens, mas que qualquer modalidade com pretensões olímpicas precisa antes ter uma federação internacional reconhecida. No Brasil, o e-esporte responde às regras das loterias da Caixa. Na Câmara dos Deputados, tramita um projeto de lei (5.840/2016) que visa a incluir os esportes da mente no artigo da Lei Pelé que define modalidades esportivas. Pretende-se incluir nesse guarda-chuva pôquer, xadrez, damas, go (jogo de tabuleiro chinês) e bridge. Embora a proposta não contemple os jogos eletrônicos, ela poderia facilitar novos pleitos. Outro projeto, o PL 3.450/2015, tenta alterar a Lei Pelé para o desporto virtual ser reconhecido como prática esportiva. Em outras nações, isso já aconteceu. Nos EUA, por exemplo, jogadores de games são reconhecidos como atletas. Em 2014, a Robert Morris Universidade de Chicago se tornou a primeira do país a oferecer bolsa de estudos para ciberatletas, uma prática corriqueira nos esportes convencionais. Estrangeiros que vão competir em solo americano recebem o mesmo tipo de visto de corredores e nadadores. Afinal, e-esporte é esporte? TEORIA E PRÁTICA Para quem conhece o mundo dos games, não há dúvida de que sim, trata-se de esporte, sem diferenças que justifiquem a separação dos conceitos. O primeiro argumento busca sustentação na rotina do jogador. Gamers treinam, e muito: mais de sete horas por dia, carga semelhante à de atletas profissionais. Apesar de passarem o tempo todo sentados e usando basicamente as mãos, preocupam-se com preparo físico e nutricional. Muitos têm acompanhamento psicológico. O trabalho da psicóloga Ariane Melo mostra quão complexa tem sido a preparação dos ciberatletas de alto nível. Ela é uma das pioneiras brasileiras no uso da psicologia do esporte aplicada aos e-esportes e é sócia da Fábrica de Lendas. A empresa cria dinâmicas para melhorar a comunicação e a sinergia da equipe, desenvolve exercícios de relaxamento para diminuir a tensão e conduz treinamento para conseguir um controle rápido das emoções no meio do jogo. "Os e-esportes não diferem de nenhuma atividade desportiva de alto rendimento. O que varia é a necessidade de cada modalidade, que irá intensificar um ou outro tipo de treino. Dizer que não há atividade física no esporte eletrônico é total desconhecimento", diz Melo. "Podemos comparar o e-esporte ao xadrez, por causa de atributos como atenção, concentração e inteligência lógica, ou ao tênis, por convocar habilidades como destreza e rapidez", afirma. PRIMÓRDIOS A influência dos jogos eletrônicos em nossa cultura começou nos anos 1970, com "Pong", em que duas raquetes (ou pauzinhos) disputavam um pingue-pongue virtual com uma bolinha (quadrada). O sucesso foi tão grande que levou à fundação da Atari. Naquela época, quando também teve início o hábito juvenil de sentar-se à frente da TV com consoles na mão, afirmava-se que crianças e adolescentes perdiam tempo ] ao jogar videogame. Hoje, há motivos para afirmar algo parecido em relação a adultos. De acordo com estudo da Agência Nacional de Pesquisas Econômicas dos EUA, os games são responsáveis pela redução do tempo dedicado ao trabalho. O levantamento mostrou que, em 2015, homens de 31 a 55 anos trabalharam 163 horas a menos do que antes dos anos 2000. Na faixa de 21 a 30 anos, a queda foi de 203 horas. De 2004 a 2015, o tempo reservado pelos mais jovens ao lazer aumentou 2,3 horas. O videogame respondeu por 60% desse incremento. A pesquisa, porém, aponta ainda outro fenômeno: o uso recreativo dos computadores passou de 3,3 horas diárias para 5,2 horas. Esse dado lança dúvidas sobre quanto da ociosidade é culpa dos games. "Celulares são distração bem maior. Por outro lado, há mais de 40 instituições nos EUA dando mais de US$ 4,4 milhões [cerca de R$ 13,8 milhões] em bolsas de estudo e é possível ter uma carreira. Você pode não ser o melhor jogador de futebol em São Paulo, mas pode ser o melhor atleta de Fifa [jogo de futebol de videogame]", diz Manny Anekal, do "The Next Level". Desde o Atari, sete gerações de videogames já foram desenvolvidas. "Mario Bros", lançado em 1981 pela Nintendo, é famoso até hoje. Na década seguinte, "Pokémon" (desenvolvido pela japonesa Game Freak e licenciado pela Nintendo) tornou-se um dos brinquedos mais populares do mundo. As novas versões dos jogos permitem interações on-line e comportam realidade virtual. A evolução desse segmento e seus ecos na cultura são temas da exposição "A Era dos Games", em cartaz no Pavilhão da Bienal, em São Paulo, até 12 de novembro. A mostra já passou por 25 países, acumulando público de 4 milhões de pessoas. Mas, quando foi concebida pelo Barbican, renomado centro de artes de Londres, há 15 anos, despertou desconfiança. "Foi um risco. Naquela época, apresentar os videogames como produtos culturais não era usual", lembra Neil McConnon, diretor da instituição. "Mas sentimos que deveríamos abordar as possibilidades criativas e a popularidade sem precedentes desse gênero." "Como games incorporam aspectos de arte, design, cinema, música e têm uma narrativa, eles certamente podem ser considerados parte da cultura contemporânea", afirma McConnon. RAIO-X NACIONAL O Brasil é o 12º mercado de games do mundo em termos de faturamento e o quarto em número de usuários, com 3,4 milhões de pessoas, atrás dos EUA, do Japão e da China. Segundo a pesquisa Game Brasil de 2017 (com 2.947 entrevistados), só 2% desses jogadores já participaram de algum tipo de competição com organização oficial e prêmio. Nessa fatia, 20% são profissionais. Por outro lado, o número de pessoas que assistiram a algum evento de videogames no último ano saltou de 26% para 36,4%. Essa audiência é composta majoritariamente por jovens de 16 a 24 anos. Trata-se de um dos principais públicos-alvos de eventos como o Encontro das Lendas. Mas os organizadores miram também uma faixa etária que ainda tem pouco peso nas estatísticas: apenas 0,8% das pessoas com menos de 15 anos jogam games. Na fila do evento na Mooca, a maioria desses adolescentes chegou acompanhada de adultos. Pais, mães e avós que pareciam meio deslocados e ainda alheios à dimensão que um jogo pode ter na vida dos mais novos. Mara Pereira, 45, deixou o trabalho de lado para acompanhar o filho Diogo, 12. Em casa, a empresária controla o tempo que o garoto passa no computador e o obriga a sair para jogar bola ou brincar de outras coisas. "Na minha época, a gente brincava na rua. Videogame era só de vez em quando e para quem tinha dinheiro. Agora, eles querem jogar sem parar, acompanhar youtubers, vir a eventos como este", diz. Nada deixa Diogo mais feliz do que a interação (mesmo que on-line) com profissionais famosos. Os e-esportes possibilitam uma ligação entre ídolos e fãs que nenhum esporte convencional permite. Os atletas transmitem ao vivo suas sessões de treino na internet. Também falam diretamente com o público e podem aparecer na rede para jogar com um anônimo a qualquer momento. É como se Neymar surgisse na pelada de fim de semana do condomínio. "Hoje, meu filho fala que quer ser um jogador profissional. Mas é como no futebol: a chance é de uma em um milhão", afirma Pereira, que já viu Diogo gastar R$ 700 em um mouse e R$ 380 em um fone de ouvido. EFEITOS NOCIVOS A exposição cada vez maior de crianças e adolescentes a jogos e aparelhos eletrônicos levou a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) a definir parâmetros para o uso desses meios pelos pequenos. "Para a indústria de entretenimento e de consumo de mídias e jogos on-line, quanto mais vender, melhor. Mas ela não leva em consideração os efeitos imediatos e a longo prazo nos comportamentos de crianças e adolescentes", diz Evelyn Eisenstein, secretária do Departamento Científico de Adolescência da SBP. De acordo com ela, "existem evidências científicas de danos causados por horas prolongadas de uso, principalmente de jogos violentos". Por isso, a entidade recomenda que crianças de seis a dez anos não usem aparelhos eletrônicos por mais de uma hora diária. A cota para adolescentes dobra. Ainda assim, alerta a SBP, é preciso intercalar os videogames com atividades ao ar livre. Esse limite parece impensável para Pedro Henrique Facundes, 11, que pode passar até sete horas por dia –só nas férias– em frente ao computador. É fanático por jogos e saiu de São Luís (MA) para encontrar os ídolos em São Paulo. Seu pai, Enésio da Silva, 49, não vê problema em tamanha dedicação aos jogos eletrônicos, "desde que as notas continuem boas". De acordo com a SBP, o excesso de exposição aos meios eletrônicos pode gerar transtornos de sono e causar aumento de ansiedade, depressão, problemas comportamentais e angústia. "Pode haver uma dissociação entre as realidades real e virtual dos jogos", diz Eisenstein. "Crianças precisam desenvolver atividades psicomotoras e habilidades cognitivas ativas, de preferência ao ar livre e em contato com a natureza. Precisam se socializar, conversar e se relacionar com os colegas." Para Ariane Melo, psicóloga que trabalha com gamers, o uso dos jogos não afeta a capacidade de relações pessoais, mas elas acontecem de outra forma. "As habilidades sociais não são prejudicadas. Pelo contrário, os jogadores demonstram maior capacidade de iniciar conversas e mais criatividade para mantê-las. A maioria dos jogos on-line estimula a interação entre equipes e outros jogadores. O que muda é o meio pelo qual essa interação ocorre", diz. Talvez tenha ficado no passado a associação de videogames com comportamentos antissociais, falta de habilidades atléticas e perda de tempo. Os games já não são mais apenas brincadeira. Jogos e personagens se tornaram influenciadores culturais, seu universo invade museus, e os praticantes começam a derrubar estereótipos, enquanto a indústria do setor movimenta cifras crescentes. É esporte? Tanto faz. O e-esporte não parece precisar de nenhuma chancela para continuar sua expansão. MARIANA LAJOLO, 39, é jornalista e cobriu três edições de Jogos Olímpicos. LEANDRO N LIMA, 40, artista plástico, expõe na coletiva "O Estado da Arte", no Instituto Figueiredo Ferraz, em Ribeirão Preto.
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Força centrípeta
A despeito do relativo declínio de sua supremacia na última década, os Estados Unidos seguem sendo o país mais influente do planeta –e a escolha de seu presidente, uma disputa de ideologias e interesses acompanhada em escala global. Natural que as atenções se concentrem sobre o Estado de Iowa na próxima segunda (1º), quando ocorrem as primeiras prévias –e começa a corrida para a Casa Branca. Nos próximos meses, os dois principais partidos do país, o Democrata e o Republicano, irão definir, por meio de convenções e eleições primárias estaduais, os candidatos que deverão se enfrentar nas urnas no dia 8 de novembro. O Partido Democrata tentará se manter no comando da Casa Branca por mais quatro anos, após os oito de Barack Obama –algo que não ocorre desde os quatro triunfos de Franklin Roosevelt, nos anos 1930 e 1940, quando não havia limite às possibilidades de reeleição. São apenas três concorrentes e um claro favorito, a ex-primeira dama, ex-senadora e ex-secretária de Estado Hillary Clinton. Líder com folga nas pesquisas nacionais, Hillary assistiu, nas últimas semanas, a ascensão de seu adversário interno, o senador Bernie Sanders (do Vermont) –ambos os candidatos estão tecnicamente empatados em Iowa. Apesar do acirramento, as posições esquerdistas de Sanders, autodenominado socialista, e o apoio integral a Hillary na máquina do partido tornam a escolha dela muito provável ao final das prévias. No caso dos republicanos, a situação é mais complexa –e não somente pelo fato de serem 12 os pré-candidatos do partido. Os líderes da disputa interna, o empresário Donald Trump e o senador pelo Texas Ted Cruz, vêm se notabilizando pela defesa de posições ultraconservadoras, como expulsão de imigrantes e a construção de um muro na fronteira com o México, além de críticas abertas ao islamismo. São posições que agradam aos setores mais radicais do Partido Republicano –Tea Party à frente–, os quais, embora minoritários, tornaram-se bastante influentes na última década. Elas, entretanto, tendem a desagradar à maioria do eleitorado norte-americano. Ambos os partidos sabem que, passadas as prévias, precisam de um candidato capaz de atrair eleitores que não se alinham a nenhuma sigla, situação que favorece concorrentes mais ao centro. Ainda que um radical de qualquer dos lados venha a conquistar a indicação do partido, a mesma força centrípeta deverá imprimir mais moderação a sua campanha. editoriais@grupofolha.com.br
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Força centrípetaA despeito do relativo declínio de sua supremacia na última década, os Estados Unidos seguem sendo o país mais influente do planeta –e a escolha de seu presidente, uma disputa de ideologias e interesses acompanhada em escala global. Natural que as atenções se concentrem sobre o Estado de Iowa na próxima segunda (1º), quando ocorrem as primeiras prévias –e começa a corrida para a Casa Branca. Nos próximos meses, os dois principais partidos do país, o Democrata e o Republicano, irão definir, por meio de convenções e eleições primárias estaduais, os candidatos que deverão se enfrentar nas urnas no dia 8 de novembro. O Partido Democrata tentará se manter no comando da Casa Branca por mais quatro anos, após os oito de Barack Obama –algo que não ocorre desde os quatro triunfos de Franklin Roosevelt, nos anos 1930 e 1940, quando não havia limite às possibilidades de reeleição. São apenas três concorrentes e um claro favorito, a ex-primeira dama, ex-senadora e ex-secretária de Estado Hillary Clinton. Líder com folga nas pesquisas nacionais, Hillary assistiu, nas últimas semanas, a ascensão de seu adversário interno, o senador Bernie Sanders (do Vermont) –ambos os candidatos estão tecnicamente empatados em Iowa. Apesar do acirramento, as posições esquerdistas de Sanders, autodenominado socialista, e o apoio integral a Hillary na máquina do partido tornam a escolha dela muito provável ao final das prévias. No caso dos republicanos, a situação é mais complexa –e não somente pelo fato de serem 12 os pré-candidatos do partido. Os líderes da disputa interna, o empresário Donald Trump e o senador pelo Texas Ted Cruz, vêm se notabilizando pela defesa de posições ultraconservadoras, como expulsão de imigrantes e a construção de um muro na fronteira com o México, além de críticas abertas ao islamismo. São posições que agradam aos setores mais radicais do Partido Republicano –Tea Party à frente–, os quais, embora minoritários, tornaram-se bastante influentes na última década. Elas, entretanto, tendem a desagradar à maioria do eleitorado norte-americano. Ambos os partidos sabem que, passadas as prévias, precisam de um candidato capaz de atrair eleitores que não se alinham a nenhuma sigla, situação que favorece concorrentes mais ao centro. Ainda que um radical de qualquer dos lados venha a conquistar a indicação do partido, a mesma força centrípeta deverá imprimir mais moderação a sua campanha. editoriais@grupofolha.com.br
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Assediada aos 16, Catharina Doria criou app com dinheiro da formatura para ajudar mulheres
RAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Catharina Doria andava por uma travessa da avenida Paulista quando um senhor, de mais de 60 anos, começou a segui-la. "Ele dizia coisas como 'gostosa, quero te levar pra casa", lembra ela. Catharina tinha 16 anos na época. "Não respondi por medo. E se ele estivesse com uma arma? Mas cheguei em casa e fiquei pensando o que poderia fazer", conta. Ela então teve a ideia de lançar um aplicativo para mapear os lugares e situações onde houve casos de assédio ou ao menos abrir um espaço para que as mulheres pudessem relatar o que sofreram. Naquele momento, ela estava perto do fim do ensino médio e fez uma escolha: em vez de fazer uma viagem de formatura a Cancún, pediu que seus pais usassem o dinheiro para pagar um programador e construir o aplicativo. Eles toparam. "Ficou pronto em cerca de uma semana", conta ela. Era o início do Sai Pra Lá, aplicativo no qual mulheres podem registrar os locais onde sofreram assédio e como foi o ataque. Pode ser uma cantada ou algo mais sério, como uma tentativa de estupro. O aplicativo criou uma base de dados com mais de 100 mil casos registrados. "Os assédios verbais são mais comuns, especialmente em áreas de multidão, como perto de shoppings e universidades", detalha. Além dos dados, ela recebeu muitas mensagens com dúvidas. "São questões como 'Um professor ou um familiar tentou me assediar. O que faço?'", explica ela. Agora, cursando publicidade, Catharina quer trabalhar com empoderamento feminino e busca parcerias com empresas para bancar a manutenção do Sai Pra Lá. Para evitar ser assediada na rua, procura andar sempre acompanhada. * Sai pra lá Aplicativo que permite registrar casos de assédio. Mais de 100 mil ocorrências já foram registradas no aplicativo. facebook.com/appsaiprala Leia aqui outras histórias de mulheres empreendedoras paulistanas.
saopaulo
Assediada aos 16, Catharina Doria criou app com dinheiro da formatura para ajudar mulheresRAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Catharina Doria andava por uma travessa da avenida Paulista quando um senhor, de mais de 60 anos, começou a segui-la. "Ele dizia coisas como 'gostosa, quero te levar pra casa", lembra ela. Catharina tinha 16 anos na época. "Não respondi por medo. E se ele estivesse com uma arma? Mas cheguei em casa e fiquei pensando o que poderia fazer", conta. Ela então teve a ideia de lançar um aplicativo para mapear os lugares e situações onde houve casos de assédio ou ao menos abrir um espaço para que as mulheres pudessem relatar o que sofreram. Naquele momento, ela estava perto do fim do ensino médio e fez uma escolha: em vez de fazer uma viagem de formatura a Cancún, pediu que seus pais usassem o dinheiro para pagar um programador e construir o aplicativo. Eles toparam. "Ficou pronto em cerca de uma semana", conta ela. Era o início do Sai Pra Lá, aplicativo no qual mulheres podem registrar os locais onde sofreram assédio e como foi o ataque. Pode ser uma cantada ou algo mais sério, como uma tentativa de estupro. O aplicativo criou uma base de dados com mais de 100 mil casos registrados. "Os assédios verbais são mais comuns, especialmente em áreas de multidão, como perto de shoppings e universidades", detalha. Além dos dados, ela recebeu muitas mensagens com dúvidas. "São questões como 'Um professor ou um familiar tentou me assediar. O que faço?'", explica ela. Agora, cursando publicidade, Catharina quer trabalhar com empoderamento feminino e busca parcerias com empresas para bancar a manutenção do Sai Pra Lá. Para evitar ser assediada na rua, procura andar sempre acompanhada. * Sai pra lá Aplicativo que permite registrar casos de assédio. Mais de 100 mil ocorrências já foram registradas no aplicativo. facebook.com/appsaiprala Leia aqui outras histórias de mulheres empreendedoras paulistanas.
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Gilmar, Reale Jr. e Bicudo atuaram na ação de Collor
Gilmar Mendes defende o presidente contra o impeachment –com Miguel Reale Jr. cotado para auxiliá-lo. Ainda por cima, usa um parecer de Ives Gandra Martins para sustentar um ponto de vista. Luís Roberto Barroso diz que impeachment "não é golpe, é um preceito constitucional". A despeito das reviravoltas políticas em 2015, as situações descritas acima soam como ficção. Mas, em 1992 –durante o trâmite que levou ao impedimento do então presidente Fernando Collor–, não somente eram possíveis como, de fato, aconteceram. "Se a história vai fazer justiça ao STF, é uma pergunta que cabe fazer", afirmou à Folha o então assessor jurídico do Planalto, Gilmar Mendes, em 25 de setembro de 1992. Ele questionava decisão do Supremo Tribunal Federal, corte à qual foi indicado dez anos mais tarde, que diminuiu o prazo da defesa. O ministro teve atuação destacada na defesa de Collor, dando declarações polêmicas. Ele chegou a discutir publicamente com o advogado Miguel Reale Jr., um dos autores do atual pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. "O Miguelzinho foi convidado para ser advogado do presidente e aceitou. Não foi contratado porque o Planalto descobriu que ele é apenas homônimo de advogado", disse Gilmar, referindo-se ao pai de Miguel Reale Jr. –que retrucou: "O Gilmar é um Cláudio Humberto de beca". O jornalista Cláudio Humberto Rosa e Silva foi assessor de imprensa de Collor e atuou como porta-voz da Presidência da República durante o mandato interrompido. Reale Jr., por sua vez, nega que tenha cogitado atuar na defesa de Collor, já que foi um dos autores da petição que resultou no impeachment. Para o advogado, o convite para defender o então presidente tinha um único objetivo. "Era a forma de me atacar", afirma atualmente. HÉLIO BICUDO Outro dos autores do pedido de impeachment de Dilma, o advogado Hélio Bicudo também combateu Collor. Na época, entretanto, ele era deputado federal pelo PT-SP. "O povo quer, pelos seus representantes no Congresso Nacional, que se faça justiça, levando o presidente da República a julgamento pelo Senado Federal, pelos crimes que vem cometendo, pois somente assim teremos restaurada a paz em nosso país", escreveu na Folha, em 1992. Bicudo também moveu uma ação contra Collor no STF por abuso de poder econômico durante as eleições. No processo, o advogado valeu-se de um parecer escrito por Ives Gandra Martins. Ives Gandra, por sua vez, também deu parecer usado pela defesa de Collor na ação do impeachment. No documento, defendia a posição de que são necessários dois terços dos votos na Câmara para que Collor fosse afastado. "Eu concordei de dar o parecer sem cobrar nada do Collor com três condições", afirma o advogado. "Primeiro, que eu estava dando também um parecer ao Hélio Bicudo sobre o impeachment", diz. "Segundo lugar, eu mantinha todas as críticas que tinha feito ao presidente Collor." Por fim, afirma, exigiu que não recebesse honorário. Gilmar não foi o único dos atuais ministros do STF que comentaram o impedimento de Collor –apenas o decano, Celso de Mello, e Marco Aurélio Mello, primo de Collor, já eram ministros em 1992. Advogado, Luís Roberto Barroso opinou que impeachment "não é golpe, é um preceito constitucional". "Na verdade, [impeachment] é uma proteção ao presidente da República, uma garantia que se dá ao presidente, não uma torpe perseguição que se faz a um pobre homem." A reportagem buscou o STF na quinta (10), a fim de saber se os ministros gostariam de comentar suas falas de 1992, mas não obteve resposta.
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Gilmar, Reale Jr. e Bicudo atuaram na ação de CollorGilmar Mendes defende o presidente contra o impeachment –com Miguel Reale Jr. cotado para auxiliá-lo. Ainda por cima, usa um parecer de Ives Gandra Martins para sustentar um ponto de vista. Luís Roberto Barroso diz que impeachment "não é golpe, é um preceito constitucional". A despeito das reviravoltas políticas em 2015, as situações descritas acima soam como ficção. Mas, em 1992 –durante o trâmite que levou ao impedimento do então presidente Fernando Collor–, não somente eram possíveis como, de fato, aconteceram. "Se a história vai fazer justiça ao STF, é uma pergunta que cabe fazer", afirmou à Folha o então assessor jurídico do Planalto, Gilmar Mendes, em 25 de setembro de 1992. Ele questionava decisão do Supremo Tribunal Federal, corte à qual foi indicado dez anos mais tarde, que diminuiu o prazo da defesa. O ministro teve atuação destacada na defesa de Collor, dando declarações polêmicas. Ele chegou a discutir publicamente com o advogado Miguel Reale Jr., um dos autores do atual pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. "O Miguelzinho foi convidado para ser advogado do presidente e aceitou. Não foi contratado porque o Planalto descobriu que ele é apenas homônimo de advogado", disse Gilmar, referindo-se ao pai de Miguel Reale Jr. –que retrucou: "O Gilmar é um Cláudio Humberto de beca". O jornalista Cláudio Humberto Rosa e Silva foi assessor de imprensa de Collor e atuou como porta-voz da Presidência da República durante o mandato interrompido. Reale Jr., por sua vez, nega que tenha cogitado atuar na defesa de Collor, já que foi um dos autores da petição que resultou no impeachment. Para o advogado, o convite para defender o então presidente tinha um único objetivo. "Era a forma de me atacar", afirma atualmente. HÉLIO BICUDO Outro dos autores do pedido de impeachment de Dilma, o advogado Hélio Bicudo também combateu Collor. Na época, entretanto, ele era deputado federal pelo PT-SP. "O povo quer, pelos seus representantes no Congresso Nacional, que se faça justiça, levando o presidente da República a julgamento pelo Senado Federal, pelos crimes que vem cometendo, pois somente assim teremos restaurada a paz em nosso país", escreveu na Folha, em 1992. Bicudo também moveu uma ação contra Collor no STF por abuso de poder econômico durante as eleições. No processo, o advogado valeu-se de um parecer escrito por Ives Gandra Martins. Ives Gandra, por sua vez, também deu parecer usado pela defesa de Collor na ação do impeachment. No documento, defendia a posição de que são necessários dois terços dos votos na Câmara para que Collor fosse afastado. "Eu concordei de dar o parecer sem cobrar nada do Collor com três condições", afirma o advogado. "Primeiro, que eu estava dando também um parecer ao Hélio Bicudo sobre o impeachment", diz. "Segundo lugar, eu mantinha todas as críticas que tinha feito ao presidente Collor." Por fim, afirma, exigiu que não recebesse honorário. Gilmar não foi o único dos atuais ministros do STF que comentaram o impedimento de Collor –apenas o decano, Celso de Mello, e Marco Aurélio Mello, primo de Collor, já eram ministros em 1992. Advogado, Luís Roberto Barroso opinou que impeachment "não é golpe, é um preceito constitucional". "Na verdade, [impeachment] é uma proteção ao presidente da República, uma garantia que se dá ao presidente, não uma torpe perseguição que se faz a um pobre homem." A reportagem buscou o STF na quinta (10), a fim de saber se os ministros gostariam de comentar suas falas de 1992, mas não obteve resposta.
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Cervejarias artesanais usam tática do 'boca a boca' para se divulgar
O mercado de cervejas especiais no Brasil é tão pequeno –apenas 1% dos cerca de 13,5 bilhões de litros da bebida produzidos no país– que a divulgação dos produtos é um trabalho mais próximo de "relações públicas" com o consumidor do que de publicidade propriamente dita. A análise de Tatiana Spogis, 38, sommelière de cervejas e gerente de marketing da importadora Bier & Wein, resume estratégia comum entre as cervejarias artesanais nacionais. Limitadas por um público pequeno, apesar de em expansão, e um orçamento baixo, a comunicação é feita com base no "corpo a corpo". Quando Marcel Longo, 36, fundou a Cervejaria Dortmund, em Serra Negra (SP), ele levou o produto a feiras e eventos da área para disparar o "boca a boca" sobre a novidade no circuito cervejeiro. Atualmente, ele investe cerca de R$ 3.000 por mês, ou 5% do orçamento, em ações de marketing que incluem, além dos eventos, anúncios em revistas especializadas. "Nós só vamos atrás do público de nicho. Não podemos dar tiro no escuro. Vamos atrás dos formadores de opinião", afirma. Assim como acontece no mundo da moda, há também entre os cervejeiros o ramo dos blogueiros: pessoas que se dedicam a avaliar novidades e escrever sobre o tema na internet. Eles são um canal importante de divulgação para os pequenos, afirma o publicitário Rodrigo Leão, sócio da agência Casa Darwin, que já fez trabalhos para Colorado e Bohemia Oito e Um. Já Rafael Moschetta, 32, sócio da Weird Barrel, de Ribeirão Preto (SP), acha que, pelo mercado brasileiro ser muito pequeno, é preciso diversificar os alvos. "Não dá pra ter uma única mensagem." No comando de um "brew pub" (bar onde a cerveja também é fabricada), ele organiza degustações para aficionados e eventos com shows de bandas de rock e food trucks para atrair o público leigo. Oferecer uma experiência diferente ao consumidor, como um tour pela fábrica da cerveja, é um bom artifício para gerar mídia espontânea, diz Spogis. "A pessoa vai, tira foto com a cerveja, compartilha nas redes sociais e vai espalhando." Para deixar a experiência mais exclusiva, a Weird Barrel é vendida apenas em Ribeirão Preto. Segundo Moschetta, é uma forma de criar um vínculo com a população local ao mesmo tempo em que atrai interessados que passam pela região, "porque você só consegue tomar essa cerveja se vir aqui". DESCONTRAÇÃO Influenciadas pelo estilo americano, mais despojado, cervejarias brasileiras estão trocando símbolos tradicionais na linha europeia, como brasões, por referências pop. "O consumidor quer algo mais descontraído e você precisa acompanhar isso para se destacar na prateleira, senão você some", diz Longo, da Dortmund. Com essa ideia em mente, a Cervejaria Urbana, de São Paulo, aposta nos rótulos para chamar a atenção. Chuchupa, Prima Pode e Gordelícia são algumas linhas da marca. "O leigo olha uma 'pale ale' [tipo de cerveja] no rótulo e não entende o que é, mas lê Gordelícia e fica interessado", afirma Fernando Pieratti, sócio do negócio. As referências sexuais a mulheres, porém, fizeram com que a cervejaria fosse criticada por grupos feministas no Facebook, conta Pieratti. Para evitar futuras polêmicas, eles não pretendem mais usar imagens de mulheres nos rótulos –à exceção da Gordelícia, que deve continuar nas gôndolas. O empresário também aposta na tática de fazer parcerias com outras cervejarias para aumentar a visibilidade da marca. O rótulo Bergamosh, por exemplo, foi lançado em parceria com a Cervejaria Artesanal Paulista e o Mercado, projeto de feiras gastronômicas. Na mesma linha, a Dortmund lançou em janeiro a cerveja Fogaça, em parceria com o chef Henrique Fogaça, do restaurante Sal Gastronomia e ex-jurado do programa MasterChef. MAIORIDADE O boom das especiais têm atraído as grandes empresas de bebida para o mercado. A mineira Wäls e a paulista Colorado, por exemplo, foram adquiridas neste ano pela Ambev. A união com a gigante não mudou a estratégia de publicidade das pequenas, ainda focada no público de nicho, segundo Daniel Wakeswaser, diretor de cervejas especiais da Ambev. "Elas são mais caras, então não conseguem falar com a massa da população. Não é todo mundo que tem paladar para isso", diz. Ainda assim, Estácio Rodrigues, cofundador do Instituto da Cerveja, vê com bons olhos a movimentação no setor. Embora a estratégia não mude, as grandes têm verba para fazer mais anúncios e em tipos diferentes de mídia. Isso pode fazer o resto do mercado das pequenas acordar para a necessidade de tratar publicidade como investimento sério, e não um gasto supérfluo, afirma Rodrigues. "Como o mercado é muito pequeno, as artesanais têm a mentalidade errônea de que não precisam de diferenciação. Mas se quiserem um mercado maior, elas precisam fazer o consumidor se afeiçoar pela marca", avalia.
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Cervejarias artesanais usam tática do 'boca a boca' para se divulgarO mercado de cervejas especiais no Brasil é tão pequeno –apenas 1% dos cerca de 13,5 bilhões de litros da bebida produzidos no país– que a divulgação dos produtos é um trabalho mais próximo de "relações públicas" com o consumidor do que de publicidade propriamente dita. A análise de Tatiana Spogis, 38, sommelière de cervejas e gerente de marketing da importadora Bier & Wein, resume estratégia comum entre as cervejarias artesanais nacionais. Limitadas por um público pequeno, apesar de em expansão, e um orçamento baixo, a comunicação é feita com base no "corpo a corpo". Quando Marcel Longo, 36, fundou a Cervejaria Dortmund, em Serra Negra (SP), ele levou o produto a feiras e eventos da área para disparar o "boca a boca" sobre a novidade no circuito cervejeiro. Atualmente, ele investe cerca de R$ 3.000 por mês, ou 5% do orçamento, em ações de marketing que incluem, além dos eventos, anúncios em revistas especializadas. "Nós só vamos atrás do público de nicho. Não podemos dar tiro no escuro. Vamos atrás dos formadores de opinião", afirma. Assim como acontece no mundo da moda, há também entre os cervejeiros o ramo dos blogueiros: pessoas que se dedicam a avaliar novidades e escrever sobre o tema na internet. Eles são um canal importante de divulgação para os pequenos, afirma o publicitário Rodrigo Leão, sócio da agência Casa Darwin, que já fez trabalhos para Colorado e Bohemia Oito e Um. Já Rafael Moschetta, 32, sócio da Weird Barrel, de Ribeirão Preto (SP), acha que, pelo mercado brasileiro ser muito pequeno, é preciso diversificar os alvos. "Não dá pra ter uma única mensagem." No comando de um "brew pub" (bar onde a cerveja também é fabricada), ele organiza degustações para aficionados e eventos com shows de bandas de rock e food trucks para atrair o público leigo. Oferecer uma experiência diferente ao consumidor, como um tour pela fábrica da cerveja, é um bom artifício para gerar mídia espontânea, diz Spogis. "A pessoa vai, tira foto com a cerveja, compartilha nas redes sociais e vai espalhando." Para deixar a experiência mais exclusiva, a Weird Barrel é vendida apenas em Ribeirão Preto. Segundo Moschetta, é uma forma de criar um vínculo com a população local ao mesmo tempo em que atrai interessados que passam pela região, "porque você só consegue tomar essa cerveja se vir aqui". DESCONTRAÇÃO Influenciadas pelo estilo americano, mais despojado, cervejarias brasileiras estão trocando símbolos tradicionais na linha europeia, como brasões, por referências pop. "O consumidor quer algo mais descontraído e você precisa acompanhar isso para se destacar na prateleira, senão você some", diz Longo, da Dortmund. Com essa ideia em mente, a Cervejaria Urbana, de São Paulo, aposta nos rótulos para chamar a atenção. Chuchupa, Prima Pode e Gordelícia são algumas linhas da marca. "O leigo olha uma 'pale ale' [tipo de cerveja] no rótulo e não entende o que é, mas lê Gordelícia e fica interessado", afirma Fernando Pieratti, sócio do negócio. As referências sexuais a mulheres, porém, fizeram com que a cervejaria fosse criticada por grupos feministas no Facebook, conta Pieratti. Para evitar futuras polêmicas, eles não pretendem mais usar imagens de mulheres nos rótulos –à exceção da Gordelícia, que deve continuar nas gôndolas. O empresário também aposta na tática de fazer parcerias com outras cervejarias para aumentar a visibilidade da marca. O rótulo Bergamosh, por exemplo, foi lançado em parceria com a Cervejaria Artesanal Paulista e o Mercado, projeto de feiras gastronômicas. Na mesma linha, a Dortmund lançou em janeiro a cerveja Fogaça, em parceria com o chef Henrique Fogaça, do restaurante Sal Gastronomia e ex-jurado do programa MasterChef. MAIORIDADE O boom das especiais têm atraído as grandes empresas de bebida para o mercado. A mineira Wäls e a paulista Colorado, por exemplo, foram adquiridas neste ano pela Ambev. A união com a gigante não mudou a estratégia de publicidade das pequenas, ainda focada no público de nicho, segundo Daniel Wakeswaser, diretor de cervejas especiais da Ambev. "Elas são mais caras, então não conseguem falar com a massa da população. Não é todo mundo que tem paladar para isso", diz. Ainda assim, Estácio Rodrigues, cofundador do Instituto da Cerveja, vê com bons olhos a movimentação no setor. Embora a estratégia não mude, as grandes têm verba para fazer mais anúncios e em tipos diferentes de mídia. Isso pode fazer o resto do mercado das pequenas acordar para a necessidade de tratar publicidade como investimento sério, e não um gasto supérfluo, afirma Rodrigues. "Como o mercado é muito pequeno, as artesanais têm a mentalidade errônea de que não precisam de diferenciação. Mas se quiserem um mercado maior, elas precisam fazer o consumidor se afeiçoar pela marca", avalia.
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Mexicana superdotada é psicóloga mais jovem do mundo
Ela terminou o ensino primário aos seis anos e o ensino secundário um ano depois. Começou a universidade aos 10 anos e no próximo mês, aos 13, será a psicóloga mais jovem do mundo. A mexicana Dafne Almazán é superdotada, assim como seu irmão Andrew, 20, e sua irmã Delanie, 17. Recentemente, ela foi incluída na lista das 50 mulheres mais poderosas do México, o que considera "impressionante". "Disseram que foi porque meu caso era inspirador", contou à BBC Mundo. Em agosto, quando ela terminar seus estudos à distância no Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de Monterrey, no entanto, ela não começará imediatamente a atender pacientes. Dafne pretende fazer um mestrado e já pensa em um doutorado. "Todos estes conhecimentos vão me servir para ajudar crianças superdotadas, que é a área à qual eu quero me dedicar. Quero que minha história abra novas portas às crianças e destrua o mito de que nós não temos infância." ATIVIDADES NORMAIS Apesar de estudar 12 horas por dia, Almazán afirma conseguir levar a vida como uma garota normal de 13 anos. Ou quase. "Não é porque estou na universidade que não posso continuar me divertindo, então quando minhas amigas vêm, vemos filmes, conversamos, brincamos, [fazemos] atividades normais", explica. Mas isso acontece quando ela não está estudando, fazendo taekwondo —já é faixa amarela— pintando, tocando piano ou dando aulas de mandarim a outros superdotados. A garota também já praticou balé clássico, natação e patinagem artística no gelo. Mas seus próximos passos não serão no mundo dos esportes e das artes. "Tenho que me desenvolver profissionalmente para depois ter as ferramentas necessárias para ajudar as crianças, para que elas não sofram e vejam que é possível fazer tudo isso", afirma. Dafne dá aulas para alguns dos 250 alunos do Centro de Atenção ao Talento (Cedat), uma instituição fundada por seus pais com o objetivo de acolher crianças e jovens com capacidade intelectual acima da média no México. "Alguns deles tem dificuldades para escrever os caracteres ou pronunciar as palavras [em chinês], então decidi ajudá-los", diz a jovem psicóloga, que também fala inglês, francês e latim. "Quando eu terminar o doutorado, gostaria de dar aulas a crianças. Eu gosto muito de ensinar." O MODELO O pai da garota, Asdrúbal Almazán, diz que o Cedat se baseia em um modelo educacional desenvolvido pelo irmão mais velho de Dafne, Andrew, que é, até o momento, o psicólogo mais jovem do mundo, segundo a organização World Record Academy. O modelo psicopedagógico é chamado de teoria nomênica e se baseia na segregação total das crianças superdotadas. A chave do sucesso, segundo ele, é deixá-las principalmente longe dos adultos. "As crianças se desajustam", afirma Almazán. Em seus estudos no centro, Dafne também seguiu o modelo de "aceleração radical", que seu pai explica como "deixar que a criança aprenda sem nenhum freio". "Às vezes pode parecer que estamos tirando a infância deles. Uma menina de 13 anos que estuda chinês, francês, inglês, piano, robótica, e artes plásticas. As pessoas pensam que não dá tempo." "Mas não é assim. É simplesmente organização, porque eles também jogam, brincam." Dafne vai falar sobre sua experiência com a "aceleração radical" em agosto, na Dinamarca, durante um congresso do Conselho Mundial de Crianças Superdotadas e Talentosas (WCGTC, na sigla em inglês). EM FAMÍLIA Almazán também diz que a estabilidade emocional e a unidade do núcleo familiar são importantes para que os superdotados se desenvolvam. No entanto, ele reconhece que, na sua família, o caminho não foi fácil. "O primeiro, Andrew, nos deu mais trabalho. Foi porque nos vimos sem respostas, pensávamos que tinhamos um filho diferente que não se ajustava em nenhum lugar", relembra. "Essa foi a razão para abrirmos o centro. Para poder atender crianças que, como ele, aprendem muito rápido e não têm as pessoas adequadas para guiá-los e ver como sofrem por serem diferentes." No princípio, ele afirma que "tiveram muitos diagnósticos errados" sobre o que havia de diferente com seu filho. "Nos rebelamos, assumimos que ele era uma criança superdotada e começamos a nos preparar para entender o fenômeno." Aos 20 anos, Andrew não só é psicólogo como também se formou em medicina, tem um mestrado em educação, está terminando um doutorado e é pesquisador. Segundo dados do Cedat, 93% das crianças superdotadas são diagnosticadas erroneamente com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), o que pode gerar tratamentos inadequados e provocar a perda de suas capacidades. Mesmo preparados, os pais de Dafne não queriam que, porque seus irmãos eram superdotados, ela se sentisse pressionada. No entanto, a garota mostrou ser precoce ainda antes de um ano, quando aprendeu a caminhar. Seus pais davam giz de cera para que ela pintasse, mas ela insistia em pedir lápis. Observando sua irmã e usando os lápis para escrever em um guardanapo que escondia, aprendeu a ler e a escrever aos dois anos e meio. "Ela queria os lápis porque, com os giz de cera, não podia escrever. Quando vimos que ela aprendeu a ler, pensamos: 'Não podemos lutar contra isso'", diz o pai. Segundo ele, entre os irmãos havia competição e ciúme, algo comum entre crianças com capacidade intelectual acima da média. "Todos são muito competitivos, querem ser os melhores. Então na dinâmica familiar, os pais devem focar sobretudo em ensiná-los respeito." Mesmo assim, as brincadeiras dos irmãos também eram oportunidades de aprendizado. "Os três brincavam de Revolução Francesa, imprimindo os retratos dos personagens e jogando em um mapa. Para nós, era muito bom ver que estavam aprendendo."
bbc
Mexicana superdotada é psicóloga mais jovem do mundoEla terminou o ensino primário aos seis anos e o ensino secundário um ano depois. Começou a universidade aos 10 anos e no próximo mês, aos 13, será a psicóloga mais jovem do mundo. A mexicana Dafne Almazán é superdotada, assim como seu irmão Andrew, 20, e sua irmã Delanie, 17. Recentemente, ela foi incluída na lista das 50 mulheres mais poderosas do México, o que considera "impressionante". "Disseram que foi porque meu caso era inspirador", contou à BBC Mundo. Em agosto, quando ela terminar seus estudos à distância no Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de Monterrey, no entanto, ela não começará imediatamente a atender pacientes. Dafne pretende fazer um mestrado e já pensa em um doutorado. "Todos estes conhecimentos vão me servir para ajudar crianças superdotadas, que é a área à qual eu quero me dedicar. Quero que minha história abra novas portas às crianças e destrua o mito de que nós não temos infância." ATIVIDADES NORMAIS Apesar de estudar 12 horas por dia, Almazán afirma conseguir levar a vida como uma garota normal de 13 anos. Ou quase. "Não é porque estou na universidade que não posso continuar me divertindo, então quando minhas amigas vêm, vemos filmes, conversamos, brincamos, [fazemos] atividades normais", explica. Mas isso acontece quando ela não está estudando, fazendo taekwondo —já é faixa amarela— pintando, tocando piano ou dando aulas de mandarim a outros superdotados. A garota também já praticou balé clássico, natação e patinagem artística no gelo. Mas seus próximos passos não serão no mundo dos esportes e das artes. "Tenho que me desenvolver profissionalmente para depois ter as ferramentas necessárias para ajudar as crianças, para que elas não sofram e vejam que é possível fazer tudo isso", afirma. Dafne dá aulas para alguns dos 250 alunos do Centro de Atenção ao Talento (Cedat), uma instituição fundada por seus pais com o objetivo de acolher crianças e jovens com capacidade intelectual acima da média no México. "Alguns deles tem dificuldades para escrever os caracteres ou pronunciar as palavras [em chinês], então decidi ajudá-los", diz a jovem psicóloga, que também fala inglês, francês e latim. "Quando eu terminar o doutorado, gostaria de dar aulas a crianças. Eu gosto muito de ensinar." O MODELO O pai da garota, Asdrúbal Almazán, diz que o Cedat se baseia em um modelo educacional desenvolvido pelo irmão mais velho de Dafne, Andrew, que é, até o momento, o psicólogo mais jovem do mundo, segundo a organização World Record Academy. O modelo psicopedagógico é chamado de teoria nomênica e se baseia na segregação total das crianças superdotadas. A chave do sucesso, segundo ele, é deixá-las principalmente longe dos adultos. "As crianças se desajustam", afirma Almazán. Em seus estudos no centro, Dafne também seguiu o modelo de "aceleração radical", que seu pai explica como "deixar que a criança aprenda sem nenhum freio". "Às vezes pode parecer que estamos tirando a infância deles. Uma menina de 13 anos que estuda chinês, francês, inglês, piano, robótica, e artes plásticas. As pessoas pensam que não dá tempo." "Mas não é assim. É simplesmente organização, porque eles também jogam, brincam." Dafne vai falar sobre sua experiência com a "aceleração radical" em agosto, na Dinamarca, durante um congresso do Conselho Mundial de Crianças Superdotadas e Talentosas (WCGTC, na sigla em inglês). EM FAMÍLIA Almazán também diz que a estabilidade emocional e a unidade do núcleo familiar são importantes para que os superdotados se desenvolvam. No entanto, ele reconhece que, na sua família, o caminho não foi fácil. "O primeiro, Andrew, nos deu mais trabalho. Foi porque nos vimos sem respostas, pensávamos que tinhamos um filho diferente que não se ajustava em nenhum lugar", relembra. "Essa foi a razão para abrirmos o centro. Para poder atender crianças que, como ele, aprendem muito rápido e não têm as pessoas adequadas para guiá-los e ver como sofrem por serem diferentes." No princípio, ele afirma que "tiveram muitos diagnósticos errados" sobre o que havia de diferente com seu filho. "Nos rebelamos, assumimos que ele era uma criança superdotada e começamos a nos preparar para entender o fenômeno." Aos 20 anos, Andrew não só é psicólogo como também se formou em medicina, tem um mestrado em educação, está terminando um doutorado e é pesquisador. Segundo dados do Cedat, 93% das crianças superdotadas são diagnosticadas erroneamente com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), o que pode gerar tratamentos inadequados e provocar a perda de suas capacidades. Mesmo preparados, os pais de Dafne não queriam que, porque seus irmãos eram superdotados, ela se sentisse pressionada. No entanto, a garota mostrou ser precoce ainda antes de um ano, quando aprendeu a caminhar. Seus pais davam giz de cera para que ela pintasse, mas ela insistia em pedir lápis. Observando sua irmã e usando os lápis para escrever em um guardanapo que escondia, aprendeu a ler e a escrever aos dois anos e meio. "Ela queria os lápis porque, com os giz de cera, não podia escrever. Quando vimos que ela aprendeu a ler, pensamos: 'Não podemos lutar contra isso'", diz o pai. Segundo ele, entre os irmãos havia competição e ciúme, algo comum entre crianças com capacidade intelectual acima da média. "Todos são muito competitivos, querem ser os melhores. Então na dinâmica familiar, os pais devem focar sobretudo em ensiná-los respeito." Mesmo assim, as brincadeiras dos irmãos também eram oportunidades de aprendizado. "Os três brincavam de Revolução Francesa, imprimindo os retratos dos personagens e jogando em um mapa. Para nós, era muito bom ver que estavam aprendendo."
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Estão nos tratando como volume morto
Não são apenas os reservatórios de regiões, Estados e grandes cidades brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro, que descem ao volume morto e comprometem o abastecimento de água e de energia. É o país, em sua crise de inteligência, em sua perda de ambições, em sua miséria política, que vai secando. É o Brasil que atinge o volume morto. Apesar das conhecidas melhorias das últimas décadas (num ciclo que consolidou instituições, deu ao país uma moeda, reduziu a miséria e promoveu considerável ascensão social), a "restrição energética" de nossa atual vida pública é preocupante. Esgarçou-se ainda mais, nas últimas eleições, o tecido das relações entre o mundo político e a sociedade –se não em seu conjunto, ao menos em sua massa mais educada ou menos ignorante, que vive nas cidades, precisa de serviços melhores e percebe o crescente descompasso entre seus esforços pessoais e os que lhe são retribuídos pelos governantes e pelas empresas privadas. As exceções, sempre louváveis, não interessam. O que interessa é a regra. E a regra que nos está sendo proposta é a do nós aqui e vocês aí: a consolidação de uma casta política medíocre e desonesta, que se compõe entre si e com setores do poder econômico ao sabor de suas conveniências, enquanto o resto assiste –e participa como vítima– do espetáculo da incúria, da incompetência, dos desvios de recursos e das coisas que não funcionam. Não apenas as grandes coisas, como a saúde, a educação ou a segurança. É a burocracia do dia a dia, são os espaços públicos mal organizados, as perdas de tempo desnecessárias, as extorsões contratadas que vão dos impostos e juros bancários aos preços da sofrível telefonia e do acesso veloz à internet. Bem mais do que exageros e inverdades inerentes à disputa eleitoral, o que se viu nas últimas eleições foi a mentira deslavada, a ficção mal intencionada, a tapeação mais cínica. Vitoriosos os farsantes, segue o show, que nem a claque já se anima a aplaudir. Não há nenhuma prestação de conta, nenhum tipo de esclarecimento adulto e minimamente franco aos cidadãos. A mensagem é: "fazemos o que nos interessa e vocês por favor não atrapalhem". Somos tratados como crianças que não entendem nada, fáceis de enganar –basta contar uma lorota que está bom. Ou seja, a regra, ao que parece, é nos converter em volume morto.
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Estão nos tratando como volume mortoNão são apenas os reservatórios de regiões, Estados e grandes cidades brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro, que descem ao volume morto e comprometem o abastecimento de água e de energia. É o país, em sua crise de inteligência, em sua perda de ambições, em sua miséria política, que vai secando. É o Brasil que atinge o volume morto. Apesar das conhecidas melhorias das últimas décadas (num ciclo que consolidou instituições, deu ao país uma moeda, reduziu a miséria e promoveu considerável ascensão social), a "restrição energética" de nossa atual vida pública é preocupante. Esgarçou-se ainda mais, nas últimas eleições, o tecido das relações entre o mundo político e a sociedade –se não em seu conjunto, ao menos em sua massa mais educada ou menos ignorante, que vive nas cidades, precisa de serviços melhores e percebe o crescente descompasso entre seus esforços pessoais e os que lhe são retribuídos pelos governantes e pelas empresas privadas. As exceções, sempre louváveis, não interessam. O que interessa é a regra. E a regra que nos está sendo proposta é a do nós aqui e vocês aí: a consolidação de uma casta política medíocre e desonesta, que se compõe entre si e com setores do poder econômico ao sabor de suas conveniências, enquanto o resto assiste –e participa como vítima– do espetáculo da incúria, da incompetência, dos desvios de recursos e das coisas que não funcionam. Não apenas as grandes coisas, como a saúde, a educação ou a segurança. É a burocracia do dia a dia, são os espaços públicos mal organizados, as perdas de tempo desnecessárias, as extorsões contratadas que vão dos impostos e juros bancários aos preços da sofrível telefonia e do acesso veloz à internet. Bem mais do que exageros e inverdades inerentes à disputa eleitoral, o que se viu nas últimas eleições foi a mentira deslavada, a ficção mal intencionada, a tapeação mais cínica. Vitoriosos os farsantes, segue o show, que nem a claque já se anima a aplaudir. Não há nenhuma prestação de conta, nenhum tipo de esclarecimento adulto e minimamente franco aos cidadãos. A mensagem é: "fazemos o que nos interessa e vocês por favor não atrapalhem". Somos tratados como crianças que não entendem nada, fáceis de enganar –basta contar uma lorota que está bom. Ou seja, a regra, ao que parece, é nos converter em volume morto.
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Painel: Próximas diligências e colheita de provas contra políticos serão sigilosas
Fecham-se as cortinas Depois da decisão de quebrar os sigilos de todas as petições e decisões contra políticos acusados de envolvimento nos desvios da Petrobras, Rodrigo Janot e Teori Zavascki acertaram que a nova fase das investigações será sigilosa. O procurador-geral ... Leia post completo no blog
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Painel: Próximas diligências e colheita de provas contra políticos serão sigilosasFecham-se as cortinas Depois da decisão de quebrar os sigilos de todas as petições e decisões contra políticos acusados de envolvimento nos desvios da Petrobras, Rodrigo Janot e Teori Zavascki acertaram que a nova fase das investigações será sigilosa. O procurador-geral ... Leia post completo no blog
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Imigrantes cruzam fronteira espanhola e enfrentam a polícia
Quase 500 imigrantes forçaram sua entrada em território espanhol nesta sexta-feira (17) ao atravessarem a cerca de fronteira instalada no enclave de Ceuta, no Marrocos. Segundo o governo regional de Ceuta, a invasão foi a maior registrada nos últimos anos na região. Um funcionário do governo de Ceuta, que não quis se identificar, afirmou que cerca de 700 pessoas iniciaram um esforço simultâneo para arrombar os portões ao longo da cerca, por volta das 6h locais (3h de Brasília). De acordo com ele, 498 migrantes conseguiram entrar em território espanhol –dois deles tiveram de ser hospitalizados em decorrência de ferimentos resultantes de confrontos no local. Onze policiais espanhóis também se feriram, além de dez membros das forças armadas marroquinas. Mais de 30 imigrantes sofreram fraturas e outros ferimentos –alguns se cortaram ao tentar escalar a cerca, de seis metros, que é protegida por arame farpado, de acordo com o diretor da equipe de emergência da Cruz Vermelha em Ceuta, Clemen Nunez. Vídeo de câmera de segurança mostra centenas de pessoas se aproximando da cerca no início da manhã. Eles utilizaram ferramentas e porretes para abrir os portões. Em um vídeo feito pela emissora Faro TV, é possível ver alguns dos migrantes com o rosto ensanguentado celebrando a chegada em território espanhol. Alguns se enrolaram em bandeiras da Espanha e da União Europeia, enquanto gritavam: "Liberdade, liberdade!". Os dois enclaves espanhóis no Marrocos, Ceuta e Melilha, são frequentemente utilizados como pontos de entrada na Europa para os migrantes africanos, que escalam as suas fronteiras ou tentam nadar ao longo da costa. A maioria deles tenta escapar da pobreza, da violência ou de ambos. Nesta sexta, 55 deles foram rejeitados em território espanhol, de acordo com a guarda civil, já que aqueles interceptados no local podem ser enviados de volta ao Marrocos. Quem consegue passar pela cerca, no entanto, é levado para os centros de migrantes e, eventualmente, é repatriado ou liberado –muitos optam por pedir asilo ou trabalhar informalmente na Espanha ou em outros países da Europa. Ceuta é separada do resto da Espanha pelo estreito de Gibraltar.
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Imigrantes cruzam fronteira espanhola e enfrentam a políciaQuase 500 imigrantes forçaram sua entrada em território espanhol nesta sexta-feira (17) ao atravessarem a cerca de fronteira instalada no enclave de Ceuta, no Marrocos. Segundo o governo regional de Ceuta, a invasão foi a maior registrada nos últimos anos na região. Um funcionário do governo de Ceuta, que não quis se identificar, afirmou que cerca de 700 pessoas iniciaram um esforço simultâneo para arrombar os portões ao longo da cerca, por volta das 6h locais (3h de Brasília). De acordo com ele, 498 migrantes conseguiram entrar em território espanhol –dois deles tiveram de ser hospitalizados em decorrência de ferimentos resultantes de confrontos no local. Onze policiais espanhóis também se feriram, além de dez membros das forças armadas marroquinas. Mais de 30 imigrantes sofreram fraturas e outros ferimentos –alguns se cortaram ao tentar escalar a cerca, de seis metros, que é protegida por arame farpado, de acordo com o diretor da equipe de emergência da Cruz Vermelha em Ceuta, Clemen Nunez. Vídeo de câmera de segurança mostra centenas de pessoas se aproximando da cerca no início da manhã. Eles utilizaram ferramentas e porretes para abrir os portões. Em um vídeo feito pela emissora Faro TV, é possível ver alguns dos migrantes com o rosto ensanguentado celebrando a chegada em território espanhol. Alguns se enrolaram em bandeiras da Espanha e da União Europeia, enquanto gritavam: "Liberdade, liberdade!". Os dois enclaves espanhóis no Marrocos, Ceuta e Melilha, são frequentemente utilizados como pontos de entrada na Europa para os migrantes africanos, que escalam as suas fronteiras ou tentam nadar ao longo da costa. A maioria deles tenta escapar da pobreza, da violência ou de ambos. Nesta sexta, 55 deles foram rejeitados em território espanhol, de acordo com a guarda civil, já que aqueles interceptados no local podem ser enviados de volta ao Marrocos. Quem consegue passar pela cerca, no entanto, é levado para os centros de migrantes e, eventualmente, é repatriado ou liberado –muitos optam por pedir asilo ou trabalhar informalmente na Espanha ou em outros países da Europa. Ceuta é separada do resto da Espanha pelo estreito de Gibraltar.
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Delator afirma que diretor de empresa levou R$ 300 mil a Aécio
Em delação premiada homologada pelo STF, Carlos Alexandre de Souza Rocha, entregador de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, afirmou que levou R$ 300 mil no segundo semestre de 2013 a um diretor da UTC Engenharia no Rio de Janeiro, que lhe disse que a soma iria ao senador Aécio Neves (PSDB-MG). Rocha, conhecido como Ceará, diz que conheceu Youssef em 2000 e, a partir de 2008, passou a fazer entregas de R$ 150 mil ou R$ 300 mil a vários políticos. Ele disse que fez em 2013 "umas quatro entregas de dinheiro" a um diretor da UTC chamado Miranda, no Rio. Também em depoimento, o diretor financeiro da UTC, Walmir Pinheiro Santana, confirmou que o diretor comercial da empreiteira no Rio chamava-se Antonio Carlos D'Agosto Miranda e que "guardava e entregava valores em dinheiro a pedido" dele ou de Ricardo Pessoa, dono da UTC. Nem Pessoa, também delator na Lava Jato, nem Santana mencionaram repasses a Aécio em seus depoimentos. A assessoria do senador chamou a citação de Rocha de "absurda" (leia abaixo). Em uma das entregas, que teria ocorrido entre setembro e outubro daquele ano, Rocha disse que Miranda "estava bastante ansioso" pelos R$ 300 mil. Rocha afirmou ter estranhado a ansiedade de Miranda e indagou o motivo. O diretor teria reclamado que "não aguentava mais a pessoa" lhe "cobrando tanto". Rocha disse que perguntou quem seria, e Miranda teria respondido "Aécio Neves", sempre segundo o depoimento do delator. "E o Aécio Neves não é da oposição?", teria dito Rocha. O diretor da UTC teria respondido, na versão do delator: "Aqui a gente dá dinheiro pra todo mundo: situação, oposição, [...] todo mundo". O comitê da campanha presidencial do tucano em 2014 recebeu R$ 4,5 milhões da UTC em doações declaradas à Justiça. A campanha de Dilma recebeu R$ 7,5 milhões. Rocha disse ter manifestado estranheza sobre o local da entrega ser o Rio de Janeiro, já que Aécio "mora em Minas". Miranda teria respondido que o político "tem um apartamento" e "vive muito no Rio de Janeiro". O delator disse que não presenciou a entrega do dinheiro ao senador e que ficou "surpreso" com a citação. Rocha prestou o depoimento em 1º de julho. Em 4 de agosto, foi a vez de Santana também dar declarações. Embora tenha dito que Miranda não tinha "nenhuma participação no levantamento do dinheiro para formar o caixa dois" da construtora UTC, Santana observou que "pode ter acontecido algum episódio em que o declarante ou Pessoa informaram a Miranda quem seriam os destinatários finais da entrega". OUTRO LADO A assessoria de Aécio Neves disse que considera "absurda e irresponsável" a citação a seu nome, "sem nenhum tipo de comprovação". "Trata-se de mais uma falsa denúncia com o claro objetivo de tentar constranger o PSDB, confundir a opinião pública e desviar o foco das investigações". A assessoria cita o fato de que Ricardo Pessoa, dono da UTC, não incluiu Aécio na lista de quem recebeu recursos da empresa no esquema da Petrobras. "A falsidade da acusação pode ser constatada também pela total ausência de lógica: o senador não exerce influência nas empresas do governo federal com as quais a empresa atuava e não era sequer candidato à época mencionada. O senador não conhece a pessoa mencionada e de todas as eleições de que participou, a única campanha que recebeu doação eleitoral da UTC foi a de 2014, através do Comitê Financeiro do PSDB", diz a nota. Procurada, a UTC disse que "a acusação não tem fundamento".
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Delator afirma que diretor de empresa levou R$ 300 mil a AécioEm delação premiada homologada pelo STF, Carlos Alexandre de Souza Rocha, entregador de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, afirmou que levou R$ 300 mil no segundo semestre de 2013 a um diretor da UTC Engenharia no Rio de Janeiro, que lhe disse que a soma iria ao senador Aécio Neves (PSDB-MG). Rocha, conhecido como Ceará, diz que conheceu Youssef em 2000 e, a partir de 2008, passou a fazer entregas de R$ 150 mil ou R$ 300 mil a vários políticos. Ele disse que fez em 2013 "umas quatro entregas de dinheiro" a um diretor da UTC chamado Miranda, no Rio. Também em depoimento, o diretor financeiro da UTC, Walmir Pinheiro Santana, confirmou que o diretor comercial da empreiteira no Rio chamava-se Antonio Carlos D'Agosto Miranda e que "guardava e entregava valores em dinheiro a pedido" dele ou de Ricardo Pessoa, dono da UTC. Nem Pessoa, também delator na Lava Jato, nem Santana mencionaram repasses a Aécio em seus depoimentos. A assessoria do senador chamou a citação de Rocha de "absurda" (leia abaixo). Em uma das entregas, que teria ocorrido entre setembro e outubro daquele ano, Rocha disse que Miranda "estava bastante ansioso" pelos R$ 300 mil. Rocha afirmou ter estranhado a ansiedade de Miranda e indagou o motivo. O diretor teria reclamado que "não aguentava mais a pessoa" lhe "cobrando tanto". Rocha disse que perguntou quem seria, e Miranda teria respondido "Aécio Neves", sempre segundo o depoimento do delator. "E o Aécio Neves não é da oposição?", teria dito Rocha. O diretor da UTC teria respondido, na versão do delator: "Aqui a gente dá dinheiro pra todo mundo: situação, oposição, [...] todo mundo". O comitê da campanha presidencial do tucano em 2014 recebeu R$ 4,5 milhões da UTC em doações declaradas à Justiça. A campanha de Dilma recebeu R$ 7,5 milhões. Rocha disse ter manifestado estranheza sobre o local da entrega ser o Rio de Janeiro, já que Aécio "mora em Minas". Miranda teria respondido que o político "tem um apartamento" e "vive muito no Rio de Janeiro". O delator disse que não presenciou a entrega do dinheiro ao senador e que ficou "surpreso" com a citação. Rocha prestou o depoimento em 1º de julho. Em 4 de agosto, foi a vez de Santana também dar declarações. Embora tenha dito que Miranda não tinha "nenhuma participação no levantamento do dinheiro para formar o caixa dois" da construtora UTC, Santana observou que "pode ter acontecido algum episódio em que o declarante ou Pessoa informaram a Miranda quem seriam os destinatários finais da entrega". OUTRO LADO A assessoria de Aécio Neves disse que considera "absurda e irresponsável" a citação a seu nome, "sem nenhum tipo de comprovação". "Trata-se de mais uma falsa denúncia com o claro objetivo de tentar constranger o PSDB, confundir a opinião pública e desviar o foco das investigações". A assessoria cita o fato de que Ricardo Pessoa, dono da UTC, não incluiu Aécio na lista de quem recebeu recursos da empresa no esquema da Petrobras. "A falsidade da acusação pode ser constatada também pela total ausência de lógica: o senador não exerce influência nas empresas do governo federal com as quais a empresa atuava e não era sequer candidato à época mencionada. O senador não conhece a pessoa mencionada e de todas as eleições de que participou, a única campanha que recebeu doação eleitoral da UTC foi a de 2014, através do Comitê Financeiro do PSDB", diz a nota. Procurada, a UTC disse que "a acusação não tem fundamento".
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Eurogrupo admite que acordo sobre Grécia neste domingo é pouco provável
Os ministros de Finanças da zona do euro (Eurogrupo) iniciaram neste domingo (12) seu segundo dia de reuniões sobre a crise na Grécia, em meio a um sentimento de desconfiança em relação ao governo grego e com a intenção de chegar a algum consenso que possa ser apresentado mais tarde aos chefes de Estado e de Governo europeus. "Acho que é relativamente pouco provável que a Comissão Europeia obtenha hoje uma aprovação para começar as negociações formais sobre um terceiro programa ou um programa do MEE (Mecanismo Europeu de Estabilidade), mas acho que o Eurogrupo pode preparar e dar sua contribuição às discussões dos líderes", disse o vice-presidente da Comissão Europeia para o Euro, Valdis Dombrovskis. O ministro de Finanças da Itália, Pietro Carlo Padoan, afirmou que espera-se que o governo grego "adote, a partir de amanhã, medidas importantes que sirvam em primeiro lugar aos gregos e depois para reconquistar a confiança". "Falemos francamente, o maior obstáculo para o acordo é a ausência de confiança", ressaltou. A agência de notícias Reuters teve acesso ao esboço da declaração que o Eurogrupo divulgará ainda hoje sobre Grécia. O texto indica que o país não será capaz de começar as negociações para receber um terceiro pacote de ajuda financeira até que faça mudanças no seu imposto sobre o comércio e no seu sistema de aposentadorias. Os ministros também indicam que, para iniciar as negociações, gostariam que a Grécia aumentasse a base de cobrança de impostos para elevar receitas e fortalecesse a independência da Elstat, a agência grega de estatísticas. As condições apontadas no esboço, na prática, descartam a possibilidade de os ministros do Eurogrupo tomarem uma decisão sobre a próxima ajuda à Grécia durante a reunião deste domingo, uma vez que todas as mudanças solicitadas precisam ser aprovadas pelo parlamento grego. O documento deverá ser apresentado ainda neste domingo a líderes da zona do euro que estão reunidos em Bruxelas. REUNIÃO CANCELADA Mais cedo, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, anunciou o cancelamento da cúpula de chefes de Estado e de Governo da União Europeia prevista para hoje, embora tenha sido mantido o encontro dos líderes dos 19 países que fazem parte do euro. "A cúpula do euro vai a durar até que concluamos as discussões sobre a Grécia", afirmou Tusk, que tomou a decisão após conversar com o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, sobre o resultado da reunião de ontem do Eurogrupo. O encontro acabou por volta da meia-noite (de Bruxelas) sem um acordo que permitisse dar o sinal verde às instituições credoras para começar a negociar um terceiro pacote de ajuda financeira à Grécia, depois que o país solicitou na semana passada um novo empréstimo de três anos por meio do Mecanismo Europeu de Estabilidade. "O Eurogrupo vai continuar as discussões hoje, como viram são bastante complicadas, portanto esperamos mais progressos", disse Dombrovskis, enquanto o ministro de Finanças austríaco, Hans-Jörg Schelling, destacou que as negociações estão sendo "muito difíceis" porque há muitos desacordos. Schelling, um dos dirigentes da zona do euro mais reticentes em relação ao governo grego, disse que está relativamente "otimista" quanto à possibilidade de que se chegue a um acordo que permita iniciar a negociação desse terceiro resgate, que a Grécia precisa para evitar sua asfixia econômica. O austríaco reconheceu que há "muitos pontos" nos quais não há consenso "nem dentro da zona do euro, nem com a Grécia". No sábado (11), o Eurogrupo decidiu encerrar sua reunião (11) sobre o futuro da Grécia, com a ideia de retomar suas conversas neste domingo. A informação sobre o resultado da reunião em Bruxelas foi anunciada pelo ministro da Finlândia, Alexander Stubb, em mensagem. As Mais: 9 pontos para entender a crise grega após calote ao FMI De acordo com fontes, os ministros de Finanças da zona do euro disseram ao representante grego que Atenas deve ir além de um conjunto inicial de propostas por reformas se quiser reabrir negociações sobre um resgate. A informação é de que havia um consenso entre os outros 18 ministros em torno da mesa que o governo grego deve tomar mais medidas para convencê-los de que iria honrar quaisquer novas dívidas. As exigências vão de encontro ao documento usado como base para a discussão: uma análise das instituições credoras —a Comissão Europeia, o BCE (Banco Central Europeu) e o FMI (Fundo Monetário Internacional). O jornal espanhol "El País" teve acesso ao documento e informou que nele são pedidas "medidas adicionais" para que seja liberado um terceiro resgate bilionário à Grécia. A publicação destacou a seguinte frase do texto: "com a significativa deterioração das condições macroeconômicas e financeiras, [a proposta grega] é insuficiente para alcançar os objetivos fiscais". A Comissão Europeia e o BCE calculam a necessidade de ajuda em € 74 bilhões, e o FMI, em € 78 bilhões —valores mais altos do que o pedido grego, de € 53,4 bilhões. Segundo o documento, "na ausência de ajuda por parte do Mecanismo Europeu de Resgate, o sistema bancário entrará inevitavelmente em colapso e levará a uma contração muito maior da economia grega". PROPOSTA GREGA A Grécia apresentou na quinta (9) uma proposta que inclui cortes de gastos e reforma da aposentadoria em linha com o que os credores pediam anteriormente. O ajuste havia sido rejeitado pelo governo e posteriormente por um plebiscito ocorrido no último dia 5. As exigências dos credores estavam atreladas, no entanto, à liberação de € 7,2 bilhões, última parcela de um empréstimo de € 240 bilhões. Agora, a Grécia concorda com as reformas, mas pede mais € 53,4 bilhões. Na reunião, as partes tentam também recuperar a confiança perdida pelos vaivéns e surpresas dos cinco últimos meses de negociações. Um dos críticos à postura grega de maior peso, o ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, disse antes da reunião do Eurogrupo que esperava negociações muito difíceis. Ele não escondeu que o que os gregos colocaram na mesa de negociações não lhe parece suficiente. Segundo o jornal alemão "Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung", a Alemanha estuda propor que a Grécia saia temporariamente da zona do euro. Grécia Apesar da perspectiva de encolhimento de 3% em 2015, o governo grego propõe aumento progressivo do superavit primário a partir deste ano, para 1%. Em 2016, ele iria para 2%; subiria a 3% em 2017 e a 3,5% em 2018. Cedendo aos credores, a Grécia subiria a idade efetiva de aposentadoria para 67 anos até 2022. Originalmente, o país propunha 2036 como prazo. A ajuda especial para os mais pobres seria eliminada até 2019. A proposta grega atende a exigências dos credores ao cobrar um IVA (Imposto sobre Valor Agregado) único de 23%, com uma quantidade limitada de exceções: a taxa seria de 13% para alimentos básicos, energia, hotéis e água; e de 6% para medicamentos, livros e teatro. A Grécia concorda em eliminar os descontos do IVA sobre ilhas mais turísticas e com as maiores rendas. Mantém, no entanto, exceções para as ilhas "mais remotas". Esse é um dos pontos de discordância com os credores, que querem minimizar as exceções sobre o imposto. A Grécia oferece um corte de € 100 milhões em 2015 e de € 200 milhões em 2016, abaixo da exigência dos credores, de € 400 milhões por ano. O plano grego enviado aos europeus ainda prevê a concessão para a iniciativa privada de ativos do setor elétrico, aeroportos regionais e portos. Salários teriam diminuições a partir de 2019. Benefícios como licenças pagas e verba para viagens seriam reduzidos até se encaixarem às regras da União Europeia. A mobilidade de funcionários de uma vaga para outra aumentaria. O imposto corporativo subiria de 26% para 29%, levantando € 130 milhões por ano -os credores propunham 28% temendo sufocar a economia. Embarcações maiores do que 5 metros pagariam um 'imposto do luxo' de 13%.
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Eurogrupo admite que acordo sobre Grécia neste domingo é pouco provávelOs ministros de Finanças da zona do euro (Eurogrupo) iniciaram neste domingo (12) seu segundo dia de reuniões sobre a crise na Grécia, em meio a um sentimento de desconfiança em relação ao governo grego e com a intenção de chegar a algum consenso que possa ser apresentado mais tarde aos chefes de Estado e de Governo europeus. "Acho que é relativamente pouco provável que a Comissão Europeia obtenha hoje uma aprovação para começar as negociações formais sobre um terceiro programa ou um programa do MEE (Mecanismo Europeu de Estabilidade), mas acho que o Eurogrupo pode preparar e dar sua contribuição às discussões dos líderes", disse o vice-presidente da Comissão Europeia para o Euro, Valdis Dombrovskis. O ministro de Finanças da Itália, Pietro Carlo Padoan, afirmou que espera-se que o governo grego "adote, a partir de amanhã, medidas importantes que sirvam em primeiro lugar aos gregos e depois para reconquistar a confiança". "Falemos francamente, o maior obstáculo para o acordo é a ausência de confiança", ressaltou. A agência de notícias Reuters teve acesso ao esboço da declaração que o Eurogrupo divulgará ainda hoje sobre Grécia. O texto indica que o país não será capaz de começar as negociações para receber um terceiro pacote de ajuda financeira até que faça mudanças no seu imposto sobre o comércio e no seu sistema de aposentadorias. Os ministros também indicam que, para iniciar as negociações, gostariam que a Grécia aumentasse a base de cobrança de impostos para elevar receitas e fortalecesse a independência da Elstat, a agência grega de estatísticas. As condições apontadas no esboço, na prática, descartam a possibilidade de os ministros do Eurogrupo tomarem uma decisão sobre a próxima ajuda à Grécia durante a reunião deste domingo, uma vez que todas as mudanças solicitadas precisam ser aprovadas pelo parlamento grego. O documento deverá ser apresentado ainda neste domingo a líderes da zona do euro que estão reunidos em Bruxelas. REUNIÃO CANCELADA Mais cedo, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, anunciou o cancelamento da cúpula de chefes de Estado e de Governo da União Europeia prevista para hoje, embora tenha sido mantido o encontro dos líderes dos 19 países que fazem parte do euro. "A cúpula do euro vai a durar até que concluamos as discussões sobre a Grécia", afirmou Tusk, que tomou a decisão após conversar com o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, sobre o resultado da reunião de ontem do Eurogrupo. O encontro acabou por volta da meia-noite (de Bruxelas) sem um acordo que permitisse dar o sinal verde às instituições credoras para começar a negociar um terceiro pacote de ajuda financeira à Grécia, depois que o país solicitou na semana passada um novo empréstimo de três anos por meio do Mecanismo Europeu de Estabilidade. "O Eurogrupo vai continuar as discussões hoje, como viram são bastante complicadas, portanto esperamos mais progressos", disse Dombrovskis, enquanto o ministro de Finanças austríaco, Hans-Jörg Schelling, destacou que as negociações estão sendo "muito difíceis" porque há muitos desacordos. Schelling, um dos dirigentes da zona do euro mais reticentes em relação ao governo grego, disse que está relativamente "otimista" quanto à possibilidade de que se chegue a um acordo que permita iniciar a negociação desse terceiro resgate, que a Grécia precisa para evitar sua asfixia econômica. O austríaco reconheceu que há "muitos pontos" nos quais não há consenso "nem dentro da zona do euro, nem com a Grécia". No sábado (11), o Eurogrupo decidiu encerrar sua reunião (11) sobre o futuro da Grécia, com a ideia de retomar suas conversas neste domingo. A informação sobre o resultado da reunião em Bruxelas foi anunciada pelo ministro da Finlândia, Alexander Stubb, em mensagem. As Mais: 9 pontos para entender a crise grega após calote ao FMI De acordo com fontes, os ministros de Finanças da zona do euro disseram ao representante grego que Atenas deve ir além de um conjunto inicial de propostas por reformas se quiser reabrir negociações sobre um resgate. A informação é de que havia um consenso entre os outros 18 ministros em torno da mesa que o governo grego deve tomar mais medidas para convencê-los de que iria honrar quaisquer novas dívidas. As exigências vão de encontro ao documento usado como base para a discussão: uma análise das instituições credoras —a Comissão Europeia, o BCE (Banco Central Europeu) e o FMI (Fundo Monetário Internacional). O jornal espanhol "El País" teve acesso ao documento e informou que nele são pedidas "medidas adicionais" para que seja liberado um terceiro resgate bilionário à Grécia. A publicação destacou a seguinte frase do texto: "com a significativa deterioração das condições macroeconômicas e financeiras, [a proposta grega] é insuficiente para alcançar os objetivos fiscais". A Comissão Europeia e o BCE calculam a necessidade de ajuda em € 74 bilhões, e o FMI, em € 78 bilhões —valores mais altos do que o pedido grego, de € 53,4 bilhões. Segundo o documento, "na ausência de ajuda por parte do Mecanismo Europeu de Resgate, o sistema bancário entrará inevitavelmente em colapso e levará a uma contração muito maior da economia grega". PROPOSTA GREGA A Grécia apresentou na quinta (9) uma proposta que inclui cortes de gastos e reforma da aposentadoria em linha com o que os credores pediam anteriormente. O ajuste havia sido rejeitado pelo governo e posteriormente por um plebiscito ocorrido no último dia 5. As exigências dos credores estavam atreladas, no entanto, à liberação de € 7,2 bilhões, última parcela de um empréstimo de € 240 bilhões. Agora, a Grécia concorda com as reformas, mas pede mais € 53,4 bilhões. Na reunião, as partes tentam também recuperar a confiança perdida pelos vaivéns e surpresas dos cinco últimos meses de negociações. Um dos críticos à postura grega de maior peso, o ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, disse antes da reunião do Eurogrupo que esperava negociações muito difíceis. Ele não escondeu que o que os gregos colocaram na mesa de negociações não lhe parece suficiente. Segundo o jornal alemão "Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung", a Alemanha estuda propor que a Grécia saia temporariamente da zona do euro. Grécia Apesar da perspectiva de encolhimento de 3% em 2015, o governo grego propõe aumento progressivo do superavit primário a partir deste ano, para 1%. Em 2016, ele iria para 2%; subiria a 3% em 2017 e a 3,5% em 2018. Cedendo aos credores, a Grécia subiria a idade efetiva de aposentadoria para 67 anos até 2022. Originalmente, o país propunha 2036 como prazo. A ajuda especial para os mais pobres seria eliminada até 2019. A proposta grega atende a exigências dos credores ao cobrar um IVA (Imposto sobre Valor Agregado) único de 23%, com uma quantidade limitada de exceções: a taxa seria de 13% para alimentos básicos, energia, hotéis e água; e de 6% para medicamentos, livros e teatro. A Grécia concorda em eliminar os descontos do IVA sobre ilhas mais turísticas e com as maiores rendas. Mantém, no entanto, exceções para as ilhas "mais remotas". Esse é um dos pontos de discordância com os credores, que querem minimizar as exceções sobre o imposto. A Grécia oferece um corte de € 100 milhões em 2015 e de € 200 milhões em 2016, abaixo da exigência dos credores, de € 400 milhões por ano. O plano grego enviado aos europeus ainda prevê a concessão para a iniciativa privada de ativos do setor elétrico, aeroportos regionais e portos. Salários teriam diminuições a partir de 2019. Benefícios como licenças pagas e verba para viagens seriam reduzidos até se encaixarem às regras da União Europeia. A mobilidade de funcionários de uma vaga para outra aumentaria. O imposto corporativo subiria de 26% para 29%, levantando € 130 milhões por ano -os credores propunham 28% temendo sufocar a economia. Embarcações maiores do que 5 metros pagariam um 'imposto do luxo' de 13%.
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Recibos de Lula foram assinados num único dia, dizem jornais
O empresário Glaucos da Costamarques teria assinado, em um único dia, todos os recibos de aluguel de 2015 referentes ao apartamento vizinho ao do ex-presidente Lula em São Bernardo do Campo, usado pelo petista e sua família. A informação é dos jornais "O Globo" e "Valor Econômico". Segundo as publicações, o empresário assinou os documentos quando estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, em novembro de 2015. Os papéis teriam sido levados ao hospital pelo contador João Muniz Leite, a pedido de Roberto Teixeira, advogado e amigo do petista. De acordo com os jornais, a defesa de Costamarques avalia ajuizar nesta quinta (28) uma petição na 13ª Vara Federal de Curitiba, relatando a maneira como os comprovantes foram assinados. Deve ainda solicitar imagens do circuito interno do hospital para comprovar as visitas feitas a Costamarques. A defesa de Lula informa que juntou aos autos o contrato de locação e os recibos de quitação em relação aos aluguéis até dezembro de 2015. "Não há qualquer questionamento em relação às assinaturas que constam no documento. A quitação é a prova mais completa de pagamento, de acordo com a lei", afirma. "Se houver qualquer dúvida em relação aos recibos, poderão eles ser submetidos a uma prova pericial. A defesa do ex-presidente Lula tem absoluta tranquilidade de que os documentos guardados por dona Marisa revelam a expressão da verdade dos fatos." Os documentos em relação ao imóvel em São Bernardo foram entregues nesta segunda (25) à Justiça, a fim de comprovar que o aluguel do imóvel, segundo a defesa de Lula, foi "uma relação privada de locação". Entre os 26 recibos apresentados pela defesa de Lula, dois informam datas inexistentes: 31 de junho de 2014 e 31 de novembro de 2015. Segundo a defesa, foi um "erro material" que não tem relevância no conjunto probatório. Eles são assinados pelo proprietário do imóvel, Costamarques, e atribuem o pagamento à ex-primeira-dama Marisa Letícia. O primeiro pagamento, segundo os documentos, teria sido feito em 2011, no valor de R$ 3.500. O último, em 2015, chegou a R$ 4.300 IMÓVEL O imóvel é um dos pontos da acusação na ação que o ex-presidente responde sob suspeita de receber propina da Odebrecht por meio da compra de um terreno onde seria construída a sede do Instituto Lula. O caso deve ser sentenciado pelo juiz Sergio Moro nos próximos meses. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, o aluguel do apartamento, que pertence ao empresário Glaucos da Costamarques (primo do pecuarista José Carlos Bumlai), foi pago com propina da Odebrecht, obtida por meio de contratos da Petrobras. Lula nega irregularidades e diz que quem cuidava do pagamento do aluguel era sua mulher, Marisa Letícia, morta em fevereiro. Segundo o ex-presidente, os pagamentos foram registrados em declarações do Imposto de Renda, tanto dele quanto de Costamarques. "Vou repetir para o senhor. Nunca houve qualquer denúncia que o apartamento não estava sendo pago. Seu Glauco nunca levantou, seu Glauco nunca cobrou, seu Glauco nunca me telefonou. Nem ele, nem ninguém", disse Lula, em depoimento a Moro. Delatores da Odebrecht também negaram vínculo com o apartamento. Em depoimento no início do mês, porém, Costamarques afirma que só recebeu os aluguéis a partir de 2015, após a prisão de Bumlai, tendo recebido "calote" durante quase cinco anos. Apesar disso, afirmou ter declarado à Receita Federal todos os valores.
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Recibos de Lula foram assinados num único dia, dizem jornaisO empresário Glaucos da Costamarques teria assinado, em um único dia, todos os recibos de aluguel de 2015 referentes ao apartamento vizinho ao do ex-presidente Lula em São Bernardo do Campo, usado pelo petista e sua família. A informação é dos jornais "O Globo" e "Valor Econômico". Segundo as publicações, o empresário assinou os documentos quando estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, em novembro de 2015. Os papéis teriam sido levados ao hospital pelo contador João Muniz Leite, a pedido de Roberto Teixeira, advogado e amigo do petista. De acordo com os jornais, a defesa de Costamarques avalia ajuizar nesta quinta (28) uma petição na 13ª Vara Federal de Curitiba, relatando a maneira como os comprovantes foram assinados. Deve ainda solicitar imagens do circuito interno do hospital para comprovar as visitas feitas a Costamarques. A defesa de Lula informa que juntou aos autos o contrato de locação e os recibos de quitação em relação aos aluguéis até dezembro de 2015. "Não há qualquer questionamento em relação às assinaturas que constam no documento. A quitação é a prova mais completa de pagamento, de acordo com a lei", afirma. "Se houver qualquer dúvida em relação aos recibos, poderão eles ser submetidos a uma prova pericial. A defesa do ex-presidente Lula tem absoluta tranquilidade de que os documentos guardados por dona Marisa revelam a expressão da verdade dos fatos." Os documentos em relação ao imóvel em São Bernardo foram entregues nesta segunda (25) à Justiça, a fim de comprovar que o aluguel do imóvel, segundo a defesa de Lula, foi "uma relação privada de locação". Entre os 26 recibos apresentados pela defesa de Lula, dois informam datas inexistentes: 31 de junho de 2014 e 31 de novembro de 2015. Segundo a defesa, foi um "erro material" que não tem relevância no conjunto probatório. Eles são assinados pelo proprietário do imóvel, Costamarques, e atribuem o pagamento à ex-primeira-dama Marisa Letícia. O primeiro pagamento, segundo os documentos, teria sido feito em 2011, no valor de R$ 3.500. O último, em 2015, chegou a R$ 4.300 IMÓVEL O imóvel é um dos pontos da acusação na ação que o ex-presidente responde sob suspeita de receber propina da Odebrecht por meio da compra de um terreno onde seria construída a sede do Instituto Lula. O caso deve ser sentenciado pelo juiz Sergio Moro nos próximos meses. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, o aluguel do apartamento, que pertence ao empresário Glaucos da Costamarques (primo do pecuarista José Carlos Bumlai), foi pago com propina da Odebrecht, obtida por meio de contratos da Petrobras. Lula nega irregularidades e diz que quem cuidava do pagamento do aluguel era sua mulher, Marisa Letícia, morta em fevereiro. Segundo o ex-presidente, os pagamentos foram registrados em declarações do Imposto de Renda, tanto dele quanto de Costamarques. "Vou repetir para o senhor. Nunca houve qualquer denúncia que o apartamento não estava sendo pago. Seu Glauco nunca levantou, seu Glauco nunca cobrou, seu Glauco nunca me telefonou. Nem ele, nem ninguém", disse Lula, em depoimento a Moro. Delatores da Odebrecht também negaram vínculo com o apartamento. Em depoimento no início do mês, porém, Costamarques afirma que só recebeu os aluguéis a partir de 2015, após a prisão de Bumlai, tendo recebido "calote" durante quase cinco anos. Apesar disso, afirmou ter declarado à Receita Federal todos os valores.
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Site que faz segurança do Uber vazou dados sensíveis de empresas por meses
Uma falha de software no código de infraestrutura de internet da empresa Cloudflare expôs milhões de dados on-line. É possível que senhas, mensagens privadas e outros dados sensíveis tenham sido vazados. Uma lista de mais de 4 milhões de sites que podem ter sido afetados inclui o Uber, Medium, Feedly, FitBit, TransferWise, Zendesk, OK Cupid. A própria empresa admitiu o erro em seu blog: "A falha foi séria porque a memória que vazou pode conter informações privadas e porque foi colocada em cache por ferramentas de busca", disse John Graham-Cumming, chefe de cibersegurança da Cloudflare no post. No entanto, ele afirma que os usuários não precisam se preocupar em mudar as senhas, alegando que a chance de que sua informação de login tenha sido encontrada é muito baixa. Senhas de sites, cookies e tokens de autenticação foram postados online na forma de texto simples. A Cloudflare é uma rede que fornece segurança a sites, inclusive contra ataques DDos, segundo o site da "Wired". Cogita-se que o bug, chamado de Cloudbleed, também tenha atingido aplicativos do iOS. O vazamento foi descoberto pelo caçador de bugs do Google Tavis Ormandy.
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Site que faz segurança do Uber vazou dados sensíveis de empresas por mesesUma falha de software no código de infraestrutura de internet da empresa Cloudflare expôs milhões de dados on-line. É possível que senhas, mensagens privadas e outros dados sensíveis tenham sido vazados. Uma lista de mais de 4 milhões de sites que podem ter sido afetados inclui o Uber, Medium, Feedly, FitBit, TransferWise, Zendesk, OK Cupid. A própria empresa admitiu o erro em seu blog: "A falha foi séria porque a memória que vazou pode conter informações privadas e porque foi colocada em cache por ferramentas de busca", disse John Graham-Cumming, chefe de cibersegurança da Cloudflare no post. No entanto, ele afirma que os usuários não precisam se preocupar em mudar as senhas, alegando que a chance de que sua informação de login tenha sido encontrada é muito baixa. Senhas de sites, cookies e tokens de autenticação foram postados online na forma de texto simples. A Cloudflare é uma rede que fornece segurança a sites, inclusive contra ataques DDos, segundo o site da "Wired". Cogita-se que o bug, chamado de Cloudbleed, também tenha atingido aplicativos do iOS. O vazamento foi descoberto pelo caçador de bugs do Google Tavis Ormandy.
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Indígenas liberam trabalhadores de Belo Monte retidos em aldeia
Quatro pessoas contratadas pela Norte Energia, empresa responsável pela construção da Usina de Belo Monte (PA), foram liberadas de uma aldeia indígena na Região de Curuaia, próximo ao Rio Curuá. Segundo a Funai, dois fiscais de obra, um agente de segurança de trabalho e o piloto de uma aeronave, todos contratados pela companhia, que estavam impedidos de sair da Aldeia Curuatxé desde o dia 10 de março, foram liberados na manhã de hoje. Eles estavam na aldeia para inspecionar obras realizadas pela Norte Energia como compensação ambiental pela construção da usina. Os nomes não foram informados. Eles serão levados para Altamira (PA) onde devem chegar nesta quinta-feira (17). De acordo com a Funai, a liberação ocorreu "após a Norte Energia negociar a reconstrução de um novo poço artesiano e a reforma das casas dos indígenas. Um caminhão com madeira e outros materiais de construção já seguiu para área assim como uma balsa com equipamentos para a perfuração de um novo poço". Para obter a licença ambiental, a Norte Energia foi obrigada a implantar um conjunto de melhorias nas áreas indígenas que seriam afetadas pela construção da hidrelétrica. Entre melhorias nas cidades e nas áreas indígenas, os gastos estimados seriam de R$ 4 bilhões. Mas o programa indígena sofreu muitas críticas por pagar mesada aos chefes indígenas, causando desagregação nas aldeias. Chamado de Plano Emergencial, ele vigorou até 2012, e algumas aldeias chegaram a receber R$ 30 mil mensais em produtos, entre eles picapes, televisões, entre outros.
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Indígenas liberam trabalhadores de Belo Monte retidos em aldeiaQuatro pessoas contratadas pela Norte Energia, empresa responsável pela construção da Usina de Belo Monte (PA), foram liberadas de uma aldeia indígena na Região de Curuaia, próximo ao Rio Curuá. Segundo a Funai, dois fiscais de obra, um agente de segurança de trabalho e o piloto de uma aeronave, todos contratados pela companhia, que estavam impedidos de sair da Aldeia Curuatxé desde o dia 10 de março, foram liberados na manhã de hoje. Eles estavam na aldeia para inspecionar obras realizadas pela Norte Energia como compensação ambiental pela construção da usina. Os nomes não foram informados. Eles serão levados para Altamira (PA) onde devem chegar nesta quinta-feira (17). De acordo com a Funai, a liberação ocorreu "após a Norte Energia negociar a reconstrução de um novo poço artesiano e a reforma das casas dos indígenas. Um caminhão com madeira e outros materiais de construção já seguiu para área assim como uma balsa com equipamentos para a perfuração de um novo poço". Para obter a licença ambiental, a Norte Energia foi obrigada a implantar um conjunto de melhorias nas áreas indígenas que seriam afetadas pela construção da hidrelétrica. Entre melhorias nas cidades e nas áreas indígenas, os gastos estimados seriam de R$ 4 bilhões. Mas o programa indígena sofreu muitas críticas por pagar mesada aos chefes indígenas, causando desagregação nas aldeias. Chamado de Plano Emergencial, ele vigorou até 2012, e algumas aldeias chegaram a receber R$ 30 mil mensais em produtos, entre eles picapes, televisões, entre outros.
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Dólar bate R$ 2,91, mas perde força; Bolsa sobe ajudada por Petrobras
O dólar segue sua trajetória de alta no mercado cambial e, após operar no patamar de R$ 2,91, perdeu força nesta terça-feira (03), com investidores analisando o cenário econômico negativo no Brasil e as incertezas em torno da aprovação do pacote de ajustes fiscais necessário para resgatar a credibilidade do país. Já a Bolsa avança, impulsionada pela alta das ações da Petrobras, que chegou a subir mais de 3% e, por volta de 13h15, tinha valorização de mais de 1% nesta sessão após a empresa anunciar que pretende vender US$ 13,7 bilhões em ativos neste ano e no próximo (leia mais abaixo). Às 13h16, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha alta de 0,27%, a R$ 2,90, maior patamar desde 15 de setembro de 2004. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, tinha avanço de 0,17%, a R$ 2,90, maior valor desde 15 de setembro de 2004. Para Marco Aurélio Barbosa, analista da CM Capital Markets, o dólar é pressionado pelas dúvidas sobre a aprovação dos ajustes fiscais pretendidos pelo governo. "A 'rebeldia' noticiada do presidente do Senado deve trazer mais complicações para o governo no âmbito da aprovação das medidas fiscais propostas pela equipe econômica", afirma, em relatório. "Não custa lembrar que na Câmara dos Deputados o atual presidente conta com um histórico complicado na relação com o governo. A tudo isso adicionam-se os efeitos nada desprezíveis da 'lista Janot', que será entregue ao STF [Supremo Tribunal Federal]. Há muita especulação em torno dos nomes dos possíveis políticos que constarão da lista", complementa. Segundo ele, dependendo dos nomes envolvidos o Congresso ficará paralisado. "Esse caldeirão politico, somando-se à perspectiva de alta nas taxas de juros nos EUA, vêm alimentando a subida da cotação do dólar. Há apostas no mercado de que a cotação da divisa norte americana bata em breve os R$ 3,00. É a precificação pelo risco", avalia. Outro fator de pressão é a dúvida em torno do programa de atuações diárias do Banco Central no câmbio. Alguns analistas acreditam que a autoridade monetária pode encerrar essas intervenções no fim do mês. Mas nesta terça-feira o BC deu continuidade às suas atuações e vendeu 2.000 contratos de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Foram vendidos 1.400 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 600 para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 98,3 milhões. A autoridade monetária sinalizou que deve rolar perto de 80% do lote de swaps cambiais que vencem em 1º de abril, equivalente a uma posição vendida de US$ 9,964 bilhões. Nos últimos meses, o BC vinha fazendo rolagens integrais. Contando com o leilão de swaps para rolagem desta sessão, em que a autoridade monetária vendeu a oferta integral, cerca de 7% do lote de abril já foram rolados. BOLSA As ações da Petrobras sobem nesta sessão, enquanto a Bolsa apresenta instabilidade. Às 13h17, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, tinha leve alta de 0,35%, a 51.198 pontos. Das 68 ações negociadas no índice, 42 subiam, 25 caíam e uma se mantinha inalterada no horário. As ações preferenciais da Petrobras –mais negociadas e sem direito a voto– subiam 1,70%, a R$ 9,56, às 13h18. Os papéis ordinários, com direito a voto, tinham alta de 1,29%, a R$ 9,40. no mesmo horário. A petrolífera anunciou que espera obter US$ 13,7 bilhões (R$ 39 bilhões) com a venda de ativos no Brasil e no exterior. A cifra representa um aumento de 25% em relação ao teto da meta originalmente traçada -de US$ 11 bilhões (R$ 32 bilhões), valor estabelecido em fevereiro do ano passado no Plano de Negócios e Gestão para os anos de 2014 a 2018. O piso, na época, foi fixado em US$ 5 bilhões (R$ 14,5 bilhões). Segundo a Petrobras, 30% dos recursos devem vir da venda de projetos de exploração e produção, como a venda de parcial ou integral de campos de petróleo e gás. A expectativa é que outros 30% terão origem na área de abastecimento, que inclui refinarias, dutos, terminais e a rede de distribuição de postos de combustíveis. A maior fatia, prevê a estatal, deve ser obtida em empreendimentos de gás e energia, como termelétricas, gasodutos e unidades de produção de fertilizantes.
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Dólar bate R$ 2,91, mas perde força; Bolsa sobe ajudada por PetrobrasO dólar segue sua trajetória de alta no mercado cambial e, após operar no patamar de R$ 2,91, perdeu força nesta terça-feira (03), com investidores analisando o cenário econômico negativo no Brasil e as incertezas em torno da aprovação do pacote de ajustes fiscais necessário para resgatar a credibilidade do país. Já a Bolsa avança, impulsionada pela alta das ações da Petrobras, que chegou a subir mais de 3% e, por volta de 13h15, tinha valorização de mais de 1% nesta sessão após a empresa anunciar que pretende vender US$ 13,7 bilhões em ativos neste ano e no próximo (leia mais abaixo). Às 13h16, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha alta de 0,27%, a R$ 2,90, maior patamar desde 15 de setembro de 2004. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, tinha avanço de 0,17%, a R$ 2,90, maior valor desde 15 de setembro de 2004. Para Marco Aurélio Barbosa, analista da CM Capital Markets, o dólar é pressionado pelas dúvidas sobre a aprovação dos ajustes fiscais pretendidos pelo governo. "A 'rebeldia' noticiada do presidente do Senado deve trazer mais complicações para o governo no âmbito da aprovação das medidas fiscais propostas pela equipe econômica", afirma, em relatório. "Não custa lembrar que na Câmara dos Deputados o atual presidente conta com um histórico complicado na relação com o governo. A tudo isso adicionam-se os efeitos nada desprezíveis da 'lista Janot', que será entregue ao STF [Supremo Tribunal Federal]. Há muita especulação em torno dos nomes dos possíveis políticos que constarão da lista", complementa. Segundo ele, dependendo dos nomes envolvidos o Congresso ficará paralisado. "Esse caldeirão politico, somando-se à perspectiva de alta nas taxas de juros nos EUA, vêm alimentando a subida da cotação do dólar. Há apostas no mercado de que a cotação da divisa norte americana bata em breve os R$ 3,00. É a precificação pelo risco", avalia. Outro fator de pressão é a dúvida em torno do programa de atuações diárias do Banco Central no câmbio. Alguns analistas acreditam que a autoridade monetária pode encerrar essas intervenções no fim do mês. Mas nesta terça-feira o BC deu continuidade às suas atuações e vendeu 2.000 contratos de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Foram vendidos 1.400 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 600 para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 98,3 milhões. A autoridade monetária sinalizou que deve rolar perto de 80% do lote de swaps cambiais que vencem em 1º de abril, equivalente a uma posição vendida de US$ 9,964 bilhões. Nos últimos meses, o BC vinha fazendo rolagens integrais. Contando com o leilão de swaps para rolagem desta sessão, em que a autoridade monetária vendeu a oferta integral, cerca de 7% do lote de abril já foram rolados. BOLSA As ações da Petrobras sobem nesta sessão, enquanto a Bolsa apresenta instabilidade. Às 13h17, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, tinha leve alta de 0,35%, a 51.198 pontos. Das 68 ações negociadas no índice, 42 subiam, 25 caíam e uma se mantinha inalterada no horário. As ações preferenciais da Petrobras –mais negociadas e sem direito a voto– subiam 1,70%, a R$ 9,56, às 13h18. Os papéis ordinários, com direito a voto, tinham alta de 1,29%, a R$ 9,40. no mesmo horário. A petrolífera anunciou que espera obter US$ 13,7 bilhões (R$ 39 bilhões) com a venda de ativos no Brasil e no exterior. A cifra representa um aumento de 25% em relação ao teto da meta originalmente traçada -de US$ 11 bilhões (R$ 32 bilhões), valor estabelecido em fevereiro do ano passado no Plano de Negócios e Gestão para os anos de 2014 a 2018. O piso, na época, foi fixado em US$ 5 bilhões (R$ 14,5 bilhões). Segundo a Petrobras, 30% dos recursos devem vir da venda de projetos de exploração e produção, como a venda de parcial ou integral de campos de petróleo e gás. A expectativa é que outros 30% terão origem na área de abastecimento, que inclui refinarias, dutos, terminais e a rede de distribuição de postos de combustíveis. A maior fatia, prevê a estatal, deve ser obtida em empreendimentos de gás e energia, como termelétricas, gasodutos e unidades de produção de fertilizantes.
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Fiscais da prefeitura são afastados por cobrança de propina para propaganda
A suspeita de cobrança de propina para liberar a utilização de propaganda irregular na capital paulista resultou na queda do chefe de gabinete de uma prefeitura regional da gestão João Doria (PSDB) e na promessa do prefeito de afastar os servidores envolvidos. O caso foi revelado nesta segunda (31) pela rádio CBN. Na prática, os agentes da prefeitura faziam vistas grossas para propagandas proibidas pela lei Cidade Limpa, em vigor desde 2007. O valor da propina variava conforme os materiais de divulgação. Ao todo, foram citados 25 suspeitos, entre empresários, atravessadores e servidores públicos. Eles atuavam nas regiões da Penha (zona leste), Lapa (zona oeste), Sé (centro), Vila Prudente, Mooca, Cidade Tiradentes e São Mateus (zona leste). Os valores seriam pagos por empresas contratadas por anunciantes para divulgar lançamentos imobiliários ou feirões de carro, por exemplo, e evitar multa de R$ 10 mil. "Determinei o imediato afastamento de todos os envolvidos para que possa ser feita a investigação. Não tem a menor possibilidade de conviver com nenhum tipo de corrupção em nenhuma prefeitura regional", disse Doria. Seis dos envolvidos são funcionários da prefeitura. O único que teve seu nome divulgado, Leandro Benko, também é irmão do secretário de Turismo do governo Alckmin (PSDB), Laércio Benko. Leandro trabalhava na Prefeitura Regional da Lapa e foi gravado negociando um suposto acerto de propina. Ele pediu exoneração nesta segunda, mas nega a ilegalidade. "Confio na verdade e na justiça dos meus atos." Em nota, disse que sua intenção, ao receber o repórter da CBN, que se passava por empresário, era colher informações sobre possíveis atos ilegais praticados na esfera pública. A Secretaria das Prefeituras Regionais disse que as gravações foram entregues para a Controladoria Geral do Município, que abrirá sindicância. Segundo a pasta, os servidores envolvidos serão suspensos por até 120 dias e, após a conclusão da apuração, podem ser demitidos. Uma outra sindicância vai apurar as irregularidades cometidas pelas empresas. Doria disse ainda que não descarta a hipótese de afastar prefeitos regionais. A propina seguia tabela de preços, segundo a CBN. As setas que indicam um apartamento decorado, um plantão de vendas ou feirão de carros custavam de R$ 60 a R$ 100 no fim de semana. A mesma faixa de preço era cobrada para panfletos distribuídos em semáforos. Para liberar o uso de faixas, geralmente usada por dois promotores de vendas, os fiscais cobravam para não aplicar multa até R$ 200. A gestão Doria disse que "já averiguava possíveis problemas na fiscalização e mantinha contato permanente com as prefeituras regionais" para acompanhar o cumprimento da lei Cidade Limpa. Na Lapa, afirmou, foram 227 multas de janeiro até 15 de julho de 2017, sendo 199 referentes a casos de panfletagem, faixas e cavaletes usados em desacordo com a lei. Na mesma regional, em 2016 inteiro foram 33 multas aplicadas –uma por panfletagem. Das empresas citadas na reportagem, a Lift Publicidade negou participação no esquema. Mário Santos, dono da MSantos, disse que não trabalha com promoção na rua e que o funcionário citado é um con­tato autônomo. A CPP Promoções não respondeu. Representantes da Bellos e da Ampla não foram localizados. Colaborou o "AGORA" * O que diz a lei, implantada pela gestão Kassab na capital em 2007 Propagandas em áreas externas - É proibido anunciar em ruas, parques, praças, postes, prédios, outdoors etc. - É permitido anunciar em pontos de ônibus e de táxis, lixeiras, caixas de correio, relógios de rua e bancas de jornais e revistas - É proibido distribuir folhetos ou anunciar em veículos, exceto em transportes de carga Anúncios nas fachadas de imóveis - A maioria dos estabelecimentos só pode ter um anúncio, com todas as informações necessárias ao público - O tamanho do anúncio é definido pela dimensão da testada (soma das fachadas), descrita no IPTU Limites em cada tipo de imóvel 1. Imóveis pequenos Fachadas: até 10 m Permitido: um anúncio de 1,5 m² 2. Imóveis médios Fachadas: entre 10 m e 100 m Permitido: um anúncio de 4 m² 3. Imóveis grandes Fachadas: 100 m ou mais Permitido: dois anúncios de até 10 m² cada um, com 40 m de distância entre eles R$ 10 mil é a multa para anúncios irregulares, com mais R$ 1.000 para cada m² que exceder 4 m²
cotidiano
Fiscais da prefeitura são afastados por cobrança de propina para propagandaA suspeita de cobrança de propina para liberar a utilização de propaganda irregular na capital paulista resultou na queda do chefe de gabinete de uma prefeitura regional da gestão João Doria (PSDB) e na promessa do prefeito de afastar os servidores envolvidos. O caso foi revelado nesta segunda (31) pela rádio CBN. Na prática, os agentes da prefeitura faziam vistas grossas para propagandas proibidas pela lei Cidade Limpa, em vigor desde 2007. O valor da propina variava conforme os materiais de divulgação. Ao todo, foram citados 25 suspeitos, entre empresários, atravessadores e servidores públicos. Eles atuavam nas regiões da Penha (zona leste), Lapa (zona oeste), Sé (centro), Vila Prudente, Mooca, Cidade Tiradentes e São Mateus (zona leste). Os valores seriam pagos por empresas contratadas por anunciantes para divulgar lançamentos imobiliários ou feirões de carro, por exemplo, e evitar multa de R$ 10 mil. "Determinei o imediato afastamento de todos os envolvidos para que possa ser feita a investigação. Não tem a menor possibilidade de conviver com nenhum tipo de corrupção em nenhuma prefeitura regional", disse Doria. Seis dos envolvidos são funcionários da prefeitura. O único que teve seu nome divulgado, Leandro Benko, também é irmão do secretário de Turismo do governo Alckmin (PSDB), Laércio Benko. Leandro trabalhava na Prefeitura Regional da Lapa e foi gravado negociando um suposto acerto de propina. Ele pediu exoneração nesta segunda, mas nega a ilegalidade. "Confio na verdade e na justiça dos meus atos." Em nota, disse que sua intenção, ao receber o repórter da CBN, que se passava por empresário, era colher informações sobre possíveis atos ilegais praticados na esfera pública. A Secretaria das Prefeituras Regionais disse que as gravações foram entregues para a Controladoria Geral do Município, que abrirá sindicância. Segundo a pasta, os servidores envolvidos serão suspensos por até 120 dias e, após a conclusão da apuração, podem ser demitidos. Uma outra sindicância vai apurar as irregularidades cometidas pelas empresas. Doria disse ainda que não descarta a hipótese de afastar prefeitos regionais. A propina seguia tabela de preços, segundo a CBN. As setas que indicam um apartamento decorado, um plantão de vendas ou feirão de carros custavam de R$ 60 a R$ 100 no fim de semana. A mesma faixa de preço era cobrada para panfletos distribuídos em semáforos. Para liberar o uso de faixas, geralmente usada por dois promotores de vendas, os fiscais cobravam para não aplicar multa até R$ 200. A gestão Doria disse que "já averiguava possíveis problemas na fiscalização e mantinha contato permanente com as prefeituras regionais" para acompanhar o cumprimento da lei Cidade Limpa. Na Lapa, afirmou, foram 227 multas de janeiro até 15 de julho de 2017, sendo 199 referentes a casos de panfletagem, faixas e cavaletes usados em desacordo com a lei. Na mesma regional, em 2016 inteiro foram 33 multas aplicadas –uma por panfletagem. Das empresas citadas na reportagem, a Lift Publicidade negou participação no esquema. Mário Santos, dono da MSantos, disse que não trabalha com promoção na rua e que o funcionário citado é um con­tato autônomo. A CPP Promoções não respondeu. Representantes da Bellos e da Ampla não foram localizados. Colaborou o "AGORA" * O que diz a lei, implantada pela gestão Kassab na capital em 2007 Propagandas em áreas externas - É proibido anunciar em ruas, parques, praças, postes, prédios, outdoors etc. - É permitido anunciar em pontos de ônibus e de táxis, lixeiras, caixas de correio, relógios de rua e bancas de jornais e revistas - É proibido distribuir folhetos ou anunciar em veículos, exceto em transportes de carga Anúncios nas fachadas de imóveis - A maioria dos estabelecimentos só pode ter um anúncio, com todas as informações necessárias ao público - O tamanho do anúncio é definido pela dimensão da testada (soma das fachadas), descrita no IPTU Limites em cada tipo de imóvel 1. Imóveis pequenos Fachadas: até 10 m Permitido: um anúncio de 1,5 m² 2. Imóveis médios Fachadas: entre 10 m e 100 m Permitido: um anúncio de 4 m² 3. Imóveis grandes Fachadas: 100 m ou mais Permitido: dois anúncios de até 10 m² cada um, com 40 m de distância entre eles R$ 10 mil é a multa para anúncios irregulares, com mais R$ 1.000 para cada m² que exceder 4 m²
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Após admitir erro, Inep divulga dados do Enem de mais 961 escolas
Após admitir equívoco que deixou de fora as médias de institutos federais nos resultados do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2015, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) divulgou os dados das escolas que haviam ficado de fora da publicação original. De acordo com o Inep, foram divulgados os resultados de 961 novas escolas que oferecem ensino médio integrado à educação profissional. Duas delas estão entre as 100 maiores médias do Enem, ambas privadas –o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (37º) e o Colégio Visconde de Porto Seguro, em Valinhos (SP, 70º). O campus Vitória do Instituto Federal do Espírito Santo, que havia obtido o 1º lugar entre todas as escolas públicas do país nas provas objetivas, ficou na 124ª posição do ranking atualizado. Segundo o Inep, entre as escolas com notas divulgadas no dia 4 de outubro, 355 tiveram os resultados modificados com o novo cálculo, que passa a incluir os alunos do ensino médio integrado à educação profissional dessas instituições. Veja aqui a planilha com os resultados. As ferramentas de busca no site do Ministério da Educação ainda não contam com os dados atualizados. De acordo com o a pasta, as plataformas serão atualizadas nesta sexta-feira (4).
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Após admitir erro, Inep divulga dados do Enem de mais 961 escolasApós admitir equívoco que deixou de fora as médias de institutos federais nos resultados do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2015, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) divulgou os dados das escolas que haviam ficado de fora da publicação original. De acordo com o Inep, foram divulgados os resultados de 961 novas escolas que oferecem ensino médio integrado à educação profissional. Duas delas estão entre as 100 maiores médias do Enem, ambas privadas –o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (37º) e o Colégio Visconde de Porto Seguro, em Valinhos (SP, 70º). O campus Vitória do Instituto Federal do Espírito Santo, que havia obtido o 1º lugar entre todas as escolas públicas do país nas provas objetivas, ficou na 124ª posição do ranking atualizado. Segundo o Inep, entre as escolas com notas divulgadas no dia 4 de outubro, 355 tiveram os resultados modificados com o novo cálculo, que passa a incluir os alunos do ensino médio integrado à educação profissional dessas instituições. Veja aqui a planilha com os resultados. As ferramentas de busca no site do Ministério da Educação ainda não contam com os dados atualizados. De acordo com o a pasta, as plataformas serão atualizadas nesta sexta-feira (4).
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O dia em que Ronaldo derrubou Argentina e Mineirão vibrou com rival
Na entrevista coletiva dos jogadores Buffarini e Enzo Pérez, da Argentina, a pergunta que encerra o evento destoa. "Queria saber o que sentem, o que significa para vocês disputar um clássico? Já perguntaram muito sobre a tabela, sobre voltar a Minas Gerais O significa para vocês enfrentar o Brasil? O que significa para a sua família e o seu bairro?". O autor é Juan Pablo Sorín, 40, ex-lateral da seleção argentina e tratado carinhosamente como "capitán" (por ter usado a braçadeira) por jogadores e jornalistas que cruzam seu caminho no centro de treinamento do Atlético-MG. Para ele, esses enfrentamentos têm o poder de romper o aspecto pasteurizado que envolve parte do futebol de hoje. "Eu adorava jogar clássicos e partidas grandes. É legal, porque os jogadores geralmente lembram das pessoas queridas, de sua família, de seu bairro. A pergunta que fiz tem a ver com o que eu sentia e sinto hoje como torcedor, que é o desejo de recuperar esse espírito amador. Acho que o esporte tem muito a ver com isso. Jogar um clássico –tirando todo o folclore e todas as provocações– tem a ver com os sonhos de criança dos jogadores de participar de grandes partidas", diz "Juanpi", que atualmente é comentarista da ESPN. Tendo enfrentado o Brasil diferentes vezes ao longo da carreira, ele protagonizou momento singular na história do clássico. No Mineirão, em 2004, durante partida válida pelas eliminatórias da Copa de 2006, ele teve seu gol comemorado pela torcida adversária. Com o placar parcial em 2 a 0 para o Brasil, aos 34 minutos do segundo tempo, o meia Aimar cabeceou na trave um cruzamento da direita e Sorín, de carrinho, fez o gol da Argentina. Ídolo do Cruzeiro, clube no qual foi campeão da Copa do Brasil (2000) e de duas Copas Sul-Minas (2001,2002), Sorín, à época no PSG, teve o gol comemorado pelas arquibancadas e o seu nome cantado. "Parecia cena de filme. No momento, talvez tenha pensado que era criação da minha imaginação. Havia feito um gol no Brasil, quase não tinha argentinos presentes no Mineirão e ouvi aquele grito 'gooool'. É eterno, como gosto de falar. Foi um privilégio. Gostaria de ter ganhado o jogo, mas ter feito gols em clássicos e ter sido capitão da Argentina são orgulhos que levo para sempre". Do lado brasileiro, a estrela da noite foi o atacante Ronaldo, revelado no Cruzeiro e à época no Real Madrid, que anotou três gols na vitória por 3 a 1. Os tentos foram marcados de pênalti, todos sofridos por ele mesmo. "Jogar contra a Argentina é sempre uma dose extra de emoção para os brasileiros. A gente entra em campo sentindo uma responsabilidade ainda maior. Aquela partida em 2004, quando assumimos a liderança nas eliminatórias da Copa, foi inesquecível. Significou muito pra mim. As lesões quase encerraram minha carreira precocemente. Teremos agora um reencontro importante da seleção com o Mineirão", diz o ex-jogador de 40 anos à Folha. Sobre a atuação marcante de Ronaldo no 3 a 1, Sorín se rende, mas, naturalmente, com comedimento. "Ele fez os três de pênalti, né? A Argentina fez uma boa partida, não fizemos os gols quando éramos superiores, com aquela ideia do [técnico Marcelo] Bielsa de pressionar alto e sempre sermos protagonistas onde quer que jogássemos. Foi um pênalti atrás de outro. Talvez não tenha sido a melhor partida do Ronaldo, apesar dos três gols, mas foi um craque sensacional. Desejo o maior sucesso a ele com as suas academias pelo mundo, porque tem muitos meninos que o admiram, assim como se espelham no melhor do mundo, que hoje é nosso, por sorte, Lionel Messi", diz, sorrindo. Sobre a distância entre Brasil, líder, e Argentina, sexta colocada, na tabela de classificação, Sorín analisa alguns pontos que acredita precisarem de melhorias. "Nas últimas três partidas, a Argentina deixou muitas dúvidas porque não teve constância. Tem que ter maior intensidade, maior mobilidade, e uma coordenação de ataque, ou seja, não ser um time previsível, como aconteceu recentemente. São muitas coisas para resolver em pouco tempo. Imagino a cabeça de Bauza. Ouvi ele dizer que 'não dorme mais'. E é normal, pois tem muito para resolver em pouco tempo, e o futebol resolve tudo em um lance de sorte". "É um momento ideal para a Argentina dar um golpe de autoridade, ganhar do Brasil e na sequência da Colômbia. São duas finais. Se pudesse, gostaria de estar em campo", conclui.
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O dia em que Ronaldo derrubou Argentina e Mineirão vibrou com rivalNa entrevista coletiva dos jogadores Buffarini e Enzo Pérez, da Argentina, a pergunta que encerra o evento destoa. "Queria saber o que sentem, o que significa para vocês disputar um clássico? Já perguntaram muito sobre a tabela, sobre voltar a Minas Gerais O significa para vocês enfrentar o Brasil? O que significa para a sua família e o seu bairro?". O autor é Juan Pablo Sorín, 40, ex-lateral da seleção argentina e tratado carinhosamente como "capitán" (por ter usado a braçadeira) por jogadores e jornalistas que cruzam seu caminho no centro de treinamento do Atlético-MG. Para ele, esses enfrentamentos têm o poder de romper o aspecto pasteurizado que envolve parte do futebol de hoje. "Eu adorava jogar clássicos e partidas grandes. É legal, porque os jogadores geralmente lembram das pessoas queridas, de sua família, de seu bairro. A pergunta que fiz tem a ver com o que eu sentia e sinto hoje como torcedor, que é o desejo de recuperar esse espírito amador. Acho que o esporte tem muito a ver com isso. Jogar um clássico –tirando todo o folclore e todas as provocações– tem a ver com os sonhos de criança dos jogadores de participar de grandes partidas", diz "Juanpi", que atualmente é comentarista da ESPN. Tendo enfrentado o Brasil diferentes vezes ao longo da carreira, ele protagonizou momento singular na história do clássico. No Mineirão, em 2004, durante partida válida pelas eliminatórias da Copa de 2006, ele teve seu gol comemorado pela torcida adversária. Com o placar parcial em 2 a 0 para o Brasil, aos 34 minutos do segundo tempo, o meia Aimar cabeceou na trave um cruzamento da direita e Sorín, de carrinho, fez o gol da Argentina. Ídolo do Cruzeiro, clube no qual foi campeão da Copa do Brasil (2000) e de duas Copas Sul-Minas (2001,2002), Sorín, à época no PSG, teve o gol comemorado pelas arquibancadas e o seu nome cantado. "Parecia cena de filme. No momento, talvez tenha pensado que era criação da minha imaginação. Havia feito um gol no Brasil, quase não tinha argentinos presentes no Mineirão e ouvi aquele grito 'gooool'. É eterno, como gosto de falar. Foi um privilégio. Gostaria de ter ganhado o jogo, mas ter feito gols em clássicos e ter sido capitão da Argentina são orgulhos que levo para sempre". Do lado brasileiro, a estrela da noite foi o atacante Ronaldo, revelado no Cruzeiro e à época no Real Madrid, que anotou três gols na vitória por 3 a 1. Os tentos foram marcados de pênalti, todos sofridos por ele mesmo. "Jogar contra a Argentina é sempre uma dose extra de emoção para os brasileiros. A gente entra em campo sentindo uma responsabilidade ainda maior. Aquela partida em 2004, quando assumimos a liderança nas eliminatórias da Copa, foi inesquecível. Significou muito pra mim. As lesões quase encerraram minha carreira precocemente. Teremos agora um reencontro importante da seleção com o Mineirão", diz o ex-jogador de 40 anos à Folha. Sobre a atuação marcante de Ronaldo no 3 a 1, Sorín se rende, mas, naturalmente, com comedimento. "Ele fez os três de pênalti, né? A Argentina fez uma boa partida, não fizemos os gols quando éramos superiores, com aquela ideia do [técnico Marcelo] Bielsa de pressionar alto e sempre sermos protagonistas onde quer que jogássemos. Foi um pênalti atrás de outro. Talvez não tenha sido a melhor partida do Ronaldo, apesar dos três gols, mas foi um craque sensacional. Desejo o maior sucesso a ele com as suas academias pelo mundo, porque tem muitos meninos que o admiram, assim como se espelham no melhor do mundo, que hoje é nosso, por sorte, Lionel Messi", diz, sorrindo. Sobre a distância entre Brasil, líder, e Argentina, sexta colocada, na tabela de classificação, Sorín analisa alguns pontos que acredita precisarem de melhorias. "Nas últimas três partidas, a Argentina deixou muitas dúvidas porque não teve constância. Tem que ter maior intensidade, maior mobilidade, e uma coordenação de ataque, ou seja, não ser um time previsível, como aconteceu recentemente. São muitas coisas para resolver em pouco tempo. Imagino a cabeça de Bauza. Ouvi ele dizer que 'não dorme mais'. E é normal, pois tem muito para resolver em pouco tempo, e o futebol resolve tudo em um lance de sorte". "É um momento ideal para a Argentina dar um golpe de autoridade, ganhar do Brasil e na sequência da Colômbia. São duas finais. Se pudesse, gostaria de estar em campo", conclui.
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Imóvel perto de torre da PM acumula dezenas de marcas de tiro no Alemão
Moradores do Complexo do Alemão, conjunto de favelas na zona norte do Rio, voltaram a protestar na noite desta quarta-feira (26), após o enterro de um adolescente, atingido durante um tiroteio entre policiais e traficantes na terça (25). Por volta das 20h30, havia interdições na estrada do Itararé, que dá acesso ao conjunto de favelas, segundo o Centro de Operações da Prefeitura do Rio. A Polícia Militar está no local e, segundo testemunhas, chegou a usar gás lacrimogêneo contra os manifestantes. Essa é a segunda noite de manifestações no complexo. Na terça-feira (25), moradores protestaram contra a violência na região, que vem sofrendo com constantes tiroteios entre policiais e criminosos. Desde sexta (21), o Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar do Rio vinha realizando operações para instalar uma torre blindada no alto da favela Nova Brasília, dentro do complexo. A torre foi finalmente instalada na última terça (25). A ação deixou quatro mortos, entre eles o adolescente Paulo Henrique Oliveira de Moraes, 13, enterrado nesta quarta. A violência deixou marcas também nos imóveis. Um dele, próximo ao local de instalação da torre acumulava dezenas de marcas de tiros. Apesar de não ter havido operação policial nesta quarta, moradores dizem que o clima segue tenso no complexo. Principal ícone da política de pacificação dos morros do Rio, o Alemão, que foi ocupado de modo cinematográfico em 2010, tem sido cenário de confrontos diários entre polícia e traficantes desde o início de fevereiro. Especialistas veem na instalação da torre um símbolo do fracasso da política de segurança –a ideia, após a ocupação da favela, era que polícia e população passassem a ter relação mais próxima. Mesmo quem a defende, como o antropólogo e ex-capitão do Bope Paulo Storani, reconhece que ela não representará solução para o conflito a longo prazo. "A polícia não pode simplesmente sair do Alemão. A torre pelo menos dará segurança para o efetivo policial que está lá. Mas sabemos que não vai solucionar o problema. Ela será atingida por tiros constantemente."
cotidiano
Imóvel perto de torre da PM acumula dezenas de marcas de tiro no AlemãoMoradores do Complexo do Alemão, conjunto de favelas na zona norte do Rio, voltaram a protestar na noite desta quarta-feira (26), após o enterro de um adolescente, atingido durante um tiroteio entre policiais e traficantes na terça (25). Por volta das 20h30, havia interdições na estrada do Itararé, que dá acesso ao conjunto de favelas, segundo o Centro de Operações da Prefeitura do Rio. A Polícia Militar está no local e, segundo testemunhas, chegou a usar gás lacrimogêneo contra os manifestantes. Essa é a segunda noite de manifestações no complexo. Na terça-feira (25), moradores protestaram contra a violência na região, que vem sofrendo com constantes tiroteios entre policiais e criminosos. Desde sexta (21), o Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar do Rio vinha realizando operações para instalar uma torre blindada no alto da favela Nova Brasília, dentro do complexo. A torre foi finalmente instalada na última terça (25). A ação deixou quatro mortos, entre eles o adolescente Paulo Henrique Oliveira de Moraes, 13, enterrado nesta quarta. A violência deixou marcas também nos imóveis. Um dele, próximo ao local de instalação da torre acumulava dezenas de marcas de tiros. Apesar de não ter havido operação policial nesta quarta, moradores dizem que o clima segue tenso no complexo. Principal ícone da política de pacificação dos morros do Rio, o Alemão, que foi ocupado de modo cinematográfico em 2010, tem sido cenário de confrontos diários entre polícia e traficantes desde o início de fevereiro. Especialistas veem na instalação da torre um símbolo do fracasso da política de segurança –a ideia, após a ocupação da favela, era que polícia e população passassem a ter relação mais próxima. Mesmo quem a defende, como o antropólogo e ex-capitão do Bope Paulo Storani, reconhece que ela não representará solução para o conflito a longo prazo. "A polícia não pode simplesmente sair do Alemão. A torre pelo menos dará segurança para o efetivo policial que está lá. Mas sabemos que não vai solucionar o problema. Ela será atingida por tiros constantemente."
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Morte de Teori Zavascki alimenta teorias da conspiração
Acidente? Há controvérsias. A morte do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki num acidente de avião em Paraty (RJ), nesta quinta-feira (19), movimentou as redes sociais com teorias da conspiração. A linha de pensamento que prepondera: Zavascki é relator da Lava Jato, operação que transferiu dos círculos do poder para a cadeia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a Marcelo Odebrecht. Seria, portanto, natural que quisessem tirá-lo do caminho. Como sintetiza o músico Lobão no Twitter: "APAGARAM O TEORI!". As causas que levaram à queda do bimotor ainda não foram apuradas. Personalidades de todos os espectros políticos, contudo, sugerem que pode haver algo de criminoso por trás do acidente. "Tem que investigar a queda do avião, sim! Queremos investigação transparente, feita por equipe formada por membros de vários órgãos", tuitou Janaina Paschoal, coautora do pedido de impeachment de Dilma Rousseff. Na mesma publicação, ela replica antigo post atribuído a Francisco Prehn Zavascki, filho do ministro. A mensagem –publicada nas redes sociais e depois deletada– sugere que Francisco temia pelos Zavasckis. Às 23h06 de 26 de maio de 2016 ele escreveu, segundo publicou na época o "Estado de S. Paulo": "É óbvio que há movimentos dos mais variados tipos para frear a Lava Jato. Penso que é até infantil imaginar que não há, isto é, que criminosos do pior tipo (conforme o Ministério Público Federal afirma) simplesmente resolveram se submeter à lei! Acredito que a Lei a as instituições vão vencer. Porém, alerto: se algo acontecer com alguém da minha família, vocês já sabem onde procurar...! Fica o recado!". Um dos principais investigadores da operação da Polícia Federal, o delegado Marcio Adriano Anselmo foi outro a pedir investigação "a fundo" sobre a fatalidade "na véspera da homologação da colaboração premiada da Odebrecht". Ele destacou a palavra "acidente" entre aspas. Em conversas privadas, o ex-presidente petista Lula reforçou a necessidade de investigar o caso, segundo a Folha apurou. O vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) seguiu a mesma toada: "É importante que as causas do acidente sejam apuradas". 'É UM CARA FECHADO' Um diálogo divulgado em maio entre o então ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR), e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, também deu combustível aos conspiradores virtuais. Dizia Machado, em trecho que à época foi interpretado como uma tentativa de estancar a sangria política desatada pela Lava Jato: "Um caminho é buscar alguém que tem ligação com o Teori, mas parece que não tem". "Não tem", rebate Jucá. "É um cara fechado, foi ela [Dilma] que botou, um cara... Burocrata da... Ex-ministro do STJ [Supremo Tribunal de Justiça]." O perfil da Dilma Bolada, paródia da ex-presidente administrada pelo publicitário Jeferson Monteiro, foi um dos que republicaram uma matéria da Folha que terminava com este trecho. Outro ponto que atiçou o batalhão virtual: se Teori desagradava, quem assumirá a relatoria da Lava Jato? A vaga do ministro no Supremo, assim como o cargo de relator, poderão ficar com um ministro a ser indicado pelo presidente Michel Temer. Seu partido, o PMDB, tem vários integrantes implicados na Lava Jato. O próprio Temer foi envolvido em esquemas de corrupção por delatores, embora nenhum inquérito tenha sido aberto contra ele até hoje. As redes sociais evocaram outras mortes envolvendo políticos e desastres aéreos, sempre em momentos cruciais da história. Os nomes do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e do ex-presidente da Câmara Ulysses Guimarães passaram horas entre os tópicos mais populares do Twitter. Campos (PSB) morreu após seu jato cair em Santos (SP), em 2014. Ele disputava a Presidência da República e estava em terceiro lugar nas pesquisas, atrás de Dilma (PT) e Aécio Neves (PSDB). Já Ulysses (PMDB), um dos ícones da redemocratização do Brasil, estava num helicóptero que tombou no litoral fluminense, em 1992. Ele presidiu a Assembleia Nacional Constituinte, que pariu a Constituição de 1988. Como deputado, brigou para que a votação do impeachment de Fernando Collor não fosse secreta. Morreu dez dias após o presidente cair. Entre os termos mais em voga no Twitter (trending topics) apareceu também "House of Cards", série americana sobre um político sem escrúpulos que chega à Casa Branca após sucessivos golpes nos bastidores de Washington. Disse uma internauta: "Se isto fosse um episódio de 'House of Cards', todos achariam que os roteiristas foram longe demais nesta temporada". Uma campanha virtual pede que o juiz Sérgio Moro vá para a vaga de Teori no Supremo. Mas ele precisaria se cuidar, pois pode ser o próximo alvo, especulam tuiteiros como Victor Berriel: "Se eu sou o Moro não ia nem comprar pão mais".
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Morte de Teori Zavascki alimenta teorias da conspiraçãoAcidente? Há controvérsias. A morte do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki num acidente de avião em Paraty (RJ), nesta quinta-feira (19), movimentou as redes sociais com teorias da conspiração. A linha de pensamento que prepondera: Zavascki é relator da Lava Jato, operação que transferiu dos círculos do poder para a cadeia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a Marcelo Odebrecht. Seria, portanto, natural que quisessem tirá-lo do caminho. Como sintetiza o músico Lobão no Twitter: "APAGARAM O TEORI!". As causas que levaram à queda do bimotor ainda não foram apuradas. Personalidades de todos os espectros políticos, contudo, sugerem que pode haver algo de criminoso por trás do acidente. "Tem que investigar a queda do avião, sim! Queremos investigação transparente, feita por equipe formada por membros de vários órgãos", tuitou Janaina Paschoal, coautora do pedido de impeachment de Dilma Rousseff. Na mesma publicação, ela replica antigo post atribuído a Francisco Prehn Zavascki, filho do ministro. A mensagem –publicada nas redes sociais e depois deletada– sugere que Francisco temia pelos Zavasckis. Às 23h06 de 26 de maio de 2016 ele escreveu, segundo publicou na época o "Estado de S. Paulo": "É óbvio que há movimentos dos mais variados tipos para frear a Lava Jato. Penso que é até infantil imaginar que não há, isto é, que criminosos do pior tipo (conforme o Ministério Público Federal afirma) simplesmente resolveram se submeter à lei! Acredito que a Lei a as instituições vão vencer. Porém, alerto: se algo acontecer com alguém da minha família, vocês já sabem onde procurar...! Fica o recado!". Um dos principais investigadores da operação da Polícia Federal, o delegado Marcio Adriano Anselmo foi outro a pedir investigação "a fundo" sobre a fatalidade "na véspera da homologação da colaboração premiada da Odebrecht". Ele destacou a palavra "acidente" entre aspas. Em conversas privadas, o ex-presidente petista Lula reforçou a necessidade de investigar o caso, segundo a Folha apurou. O vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) seguiu a mesma toada: "É importante que as causas do acidente sejam apuradas". 'É UM CARA FECHADO' Um diálogo divulgado em maio entre o então ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR), e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, também deu combustível aos conspiradores virtuais. Dizia Machado, em trecho que à época foi interpretado como uma tentativa de estancar a sangria política desatada pela Lava Jato: "Um caminho é buscar alguém que tem ligação com o Teori, mas parece que não tem". "Não tem", rebate Jucá. "É um cara fechado, foi ela [Dilma] que botou, um cara... Burocrata da... Ex-ministro do STJ [Supremo Tribunal de Justiça]." O perfil da Dilma Bolada, paródia da ex-presidente administrada pelo publicitário Jeferson Monteiro, foi um dos que republicaram uma matéria da Folha que terminava com este trecho. Outro ponto que atiçou o batalhão virtual: se Teori desagradava, quem assumirá a relatoria da Lava Jato? A vaga do ministro no Supremo, assim como o cargo de relator, poderão ficar com um ministro a ser indicado pelo presidente Michel Temer. Seu partido, o PMDB, tem vários integrantes implicados na Lava Jato. O próprio Temer foi envolvido em esquemas de corrupção por delatores, embora nenhum inquérito tenha sido aberto contra ele até hoje. As redes sociais evocaram outras mortes envolvendo políticos e desastres aéreos, sempre em momentos cruciais da história. Os nomes do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e do ex-presidente da Câmara Ulysses Guimarães passaram horas entre os tópicos mais populares do Twitter. Campos (PSB) morreu após seu jato cair em Santos (SP), em 2014. Ele disputava a Presidência da República e estava em terceiro lugar nas pesquisas, atrás de Dilma (PT) e Aécio Neves (PSDB). Já Ulysses (PMDB), um dos ícones da redemocratização do Brasil, estava num helicóptero que tombou no litoral fluminense, em 1992. Ele presidiu a Assembleia Nacional Constituinte, que pariu a Constituição de 1988. Como deputado, brigou para que a votação do impeachment de Fernando Collor não fosse secreta. Morreu dez dias após o presidente cair. Entre os termos mais em voga no Twitter (trending topics) apareceu também "House of Cards", série americana sobre um político sem escrúpulos que chega à Casa Branca após sucessivos golpes nos bastidores de Washington. Disse uma internauta: "Se isto fosse um episódio de 'House of Cards', todos achariam que os roteiristas foram longe demais nesta temporada". Uma campanha virtual pede que o juiz Sérgio Moro vá para a vaga de Teori no Supremo. Mas ele precisaria se cuidar, pois pode ser o próximo alvo, especulam tuiteiros como Victor Berriel: "Se eu sou o Moro não ia nem comprar pão mais".
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Governo acelera cortes e alta de tributos para poupar R$ 66,3 bilhões
Com o ministro Joaquim Levy disposto a cumprir a meta de poupar R$ 66,3 bilhões neste ano para o abatimento da dívida pública, visando recuperar a credibilidade da equipe econômica da administração Dilma, o governo anunciou nos últimos dias uma série de medidas para cortar gastos e elevar a arrecadação. Na sexta (27), o governo publicou medida provisória reduzindo o benefício fiscal da desoneração da folha de pagamento, programa que havia sido lançado em 2011 para ajudar produtores com dificuldades na competição com estrangeiros. Pelas novas regras, setores que pagavam 2% passarão a pagar 4,5% (um aumento de 125%) sobre o faturamento. Já os que pagavam 1% passarão a pagar 2,5% (alta de 150%). Segundo os cálculos do governo, o pacote vai reduzir o custo da desoneração de R$ 25,2 bilhões para R$ 12,4 bilhões ao ano. Em 2015, a vantagem para os cofres federais será menor, de cerca de R$ 5,4 bilhões, porque a alta só começa a vigorar em junho. Na quinta (26), o governo Dilma já havia intensificado o aperto nas contas do Tesouro. Por meio de decreto, ele fixou limites para os gastos dos ministérios com custeio e investimentos no primeiro quadrimestre, incluindo os do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), programa normalmente poupado dos cortes. De acordo com o decreto publicado no "Diário Oficial", os gastos não obrigatórios de todas as pastas e do PAC estão limitados a R$ 75,2 bilhões, um patamar semelhante ao do ano de 2013. Além disso, na semana anterior, a Caixa suspendeu as contratações do Minha Casa Melhor, uma linha de crédito para beneficiários do Minha Casa, Minha Vida comprarem móveis e eletrodomésticos. O Tesouro Nacional havia colocado à disposição da Caixa R$ 3 bilhões para serem emprestados pelo programa.
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Governo acelera cortes e alta de tributos para poupar R$ 66,3 bilhõesCom o ministro Joaquim Levy disposto a cumprir a meta de poupar R$ 66,3 bilhões neste ano para o abatimento da dívida pública, visando recuperar a credibilidade da equipe econômica da administração Dilma, o governo anunciou nos últimos dias uma série de medidas para cortar gastos e elevar a arrecadação. Na sexta (27), o governo publicou medida provisória reduzindo o benefício fiscal da desoneração da folha de pagamento, programa que havia sido lançado em 2011 para ajudar produtores com dificuldades na competição com estrangeiros. Pelas novas regras, setores que pagavam 2% passarão a pagar 4,5% (um aumento de 125%) sobre o faturamento. Já os que pagavam 1% passarão a pagar 2,5% (alta de 150%). Segundo os cálculos do governo, o pacote vai reduzir o custo da desoneração de R$ 25,2 bilhões para R$ 12,4 bilhões ao ano. Em 2015, a vantagem para os cofres federais será menor, de cerca de R$ 5,4 bilhões, porque a alta só começa a vigorar em junho. Na quinta (26), o governo Dilma já havia intensificado o aperto nas contas do Tesouro. Por meio de decreto, ele fixou limites para os gastos dos ministérios com custeio e investimentos no primeiro quadrimestre, incluindo os do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), programa normalmente poupado dos cortes. De acordo com o decreto publicado no "Diário Oficial", os gastos não obrigatórios de todas as pastas e do PAC estão limitados a R$ 75,2 bilhões, um patamar semelhante ao do ano de 2013. Além disso, na semana anterior, a Caixa suspendeu as contratações do Minha Casa Melhor, uma linha de crédito para beneficiários do Minha Casa, Minha Vida comprarem móveis e eletrodomésticos. O Tesouro Nacional havia colocado à disposição da Caixa R$ 3 bilhões para serem emprestados pelo programa.
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Contratos da Petrobras vão para Ásia e plataformas gaúchas são abandonadas
No Brasil, equipamentos com montagem incompleta abandonados sob lonas. Na Ásia, o início dos trabalhos em novas encomendas para a Petrobras. Enquanto módulos de plataformas de petróleo permanecem com a construção parada há oito meses em um complexo naval gaúcho, empresas asiáticas iniciaram a montagem de componentes que deveriam ser produzidos no Rio Grande do Sul. A Petrobras rompeu no fim de 2014 o contrato que tinha firmado com a Iesa Óleo e Gás para a construção de 24 módulos para seis plataformas em Charqueadas (a 55 km de Porto Alegre) e desde então o local está sem atividades. A estatal refez neste ano a concorrência para a construção dos módulos e escolheu companhias da China e da Tailândia para tocar o negócio, o que praticamente inviabiliza o complexo no Rio Grande do Sul. Milhões de reais da estatal investidos no empreendimento da Iesa podem ser perdidos, já que dificilmente a estrutura incompleta montada no Rio Grande do Sul será reaproveitada. A Petrobras cancelou o acordo com a Iesa com a justificativa de que a contratada estava desrespeitando exigências. A empresa contratada, que foi um dos alvos da Operação Lava Jato, vivia crise financeira e enfrentava dificuldades para manter os pagamentos em dia. Hoje, o grupo proprietário da Iesa, o Inepar, está em recuperação judicial. No canteiro de obras de Charqueadas, quase mil funcionários foram demitidos. Atualmente, atuam no complexo industrial apenas seguranças patrimoniais e poucos funcionários administrativos. Estruturas incompletas, tubulações, guindastes e maquinário foram deixados da maneira que estavam na época do rompimento do contrato. Parte dos materiais está até mesmo exposta ao tempo, à espera de uma definição sobre o destino. Quando o complexo foi lançado, em 2012, a Petrobras divulgou que o valor total dos contratos com a empreiteira era de US$ 720 milhões. A Folha questionou por meio da Lei de Acesso à Informação quanto foi pago pela estatal à Iesa desde então, mas a Petrobras negou a resposta sob a justificativa de que o negócio foi firmado por meio de um consórcio internacional do qual faz parte. A portuguesa Petrogal também integra a parceria. A Iesa estimava investimento de R$ 80 milhões apenas para se estabelecer no local. Só o terreno, cedido em parte pela prefeitura de Charqueadas, custou aos cofres municipais mais de R$ 1 milhão. No município, de 38 mil habitantes, a debandada da indústria do petróleo pôs fim à perspectiva de crescimento acelerado e de geração de milhares de empregos indiretos. "Pessoas largaram tudo e vieram para cá acreditando que seria um projeto de dez anos. Foi uma enorme frustração e criou um problema social para a cidade. Ninguém mais acredita em um polo naval aqui", diz o presidente do sindicato local dos metalúrgicos, Jorge Luiz Carvalho. OUTRO LADO A Agência Nacional do Petróleo questionou a Petrobras formalmente sobre a transferência das encomendas para fora do Brasil, já que isso poderia contrariar a política de conteúdo local obrigatório. A agência diz que a estatal "ainda" está esclarecendo a questão. Procurada, a Petrobras informou apenas que as empresas contratadas fora do país preencheram requisitos de "pré-qualificação" definidos no convite. Também disse que está impossibilitada de retirar as estruturas e materiais que estão em Charqueadas devido a uma decisão judicial e informou que está tomando "medidas cabíveis" em defesa de seus interesses. A estatal não esclareceu de que maneira pretende reaproveitar a estrutura já montada no Rio Grande do Sul. Apesar do desfecho de Charqueadas, na quinta-feira (2) a Petrobras encaminhou a permanência de um outro projeto no Estado que envolve a Iesa. A estatal definiu que manterá na cidade de Rio Grande, no sul gaúcho, a construção das plataformas P-75 e P-77, que serão montadas por um consórcio formado pela Queiroz Galvão e pela Iesa. O início da construção era previsto para 2014, mas esteve ameaçado devido à crise no setor de petróleo no país. A reportagem procurou o grupo Inepar, que não respondeu às perguntas encaminhadas.
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Contratos da Petrobras vão para Ásia e plataformas gaúchas são abandonadasNo Brasil, equipamentos com montagem incompleta abandonados sob lonas. Na Ásia, o início dos trabalhos em novas encomendas para a Petrobras. Enquanto módulos de plataformas de petróleo permanecem com a construção parada há oito meses em um complexo naval gaúcho, empresas asiáticas iniciaram a montagem de componentes que deveriam ser produzidos no Rio Grande do Sul. A Petrobras rompeu no fim de 2014 o contrato que tinha firmado com a Iesa Óleo e Gás para a construção de 24 módulos para seis plataformas em Charqueadas (a 55 km de Porto Alegre) e desde então o local está sem atividades. A estatal refez neste ano a concorrência para a construção dos módulos e escolheu companhias da China e da Tailândia para tocar o negócio, o que praticamente inviabiliza o complexo no Rio Grande do Sul. Milhões de reais da estatal investidos no empreendimento da Iesa podem ser perdidos, já que dificilmente a estrutura incompleta montada no Rio Grande do Sul será reaproveitada. A Petrobras cancelou o acordo com a Iesa com a justificativa de que a contratada estava desrespeitando exigências. A empresa contratada, que foi um dos alvos da Operação Lava Jato, vivia crise financeira e enfrentava dificuldades para manter os pagamentos em dia. Hoje, o grupo proprietário da Iesa, o Inepar, está em recuperação judicial. No canteiro de obras de Charqueadas, quase mil funcionários foram demitidos. Atualmente, atuam no complexo industrial apenas seguranças patrimoniais e poucos funcionários administrativos. Estruturas incompletas, tubulações, guindastes e maquinário foram deixados da maneira que estavam na época do rompimento do contrato. Parte dos materiais está até mesmo exposta ao tempo, à espera de uma definição sobre o destino. Quando o complexo foi lançado, em 2012, a Petrobras divulgou que o valor total dos contratos com a empreiteira era de US$ 720 milhões. A Folha questionou por meio da Lei de Acesso à Informação quanto foi pago pela estatal à Iesa desde então, mas a Petrobras negou a resposta sob a justificativa de que o negócio foi firmado por meio de um consórcio internacional do qual faz parte. A portuguesa Petrogal também integra a parceria. A Iesa estimava investimento de R$ 80 milhões apenas para se estabelecer no local. Só o terreno, cedido em parte pela prefeitura de Charqueadas, custou aos cofres municipais mais de R$ 1 milhão. No município, de 38 mil habitantes, a debandada da indústria do petróleo pôs fim à perspectiva de crescimento acelerado e de geração de milhares de empregos indiretos. "Pessoas largaram tudo e vieram para cá acreditando que seria um projeto de dez anos. Foi uma enorme frustração e criou um problema social para a cidade. Ninguém mais acredita em um polo naval aqui", diz o presidente do sindicato local dos metalúrgicos, Jorge Luiz Carvalho. OUTRO LADO A Agência Nacional do Petróleo questionou a Petrobras formalmente sobre a transferência das encomendas para fora do Brasil, já que isso poderia contrariar a política de conteúdo local obrigatório. A agência diz que a estatal "ainda" está esclarecendo a questão. Procurada, a Petrobras informou apenas que as empresas contratadas fora do país preencheram requisitos de "pré-qualificação" definidos no convite. Também disse que está impossibilitada de retirar as estruturas e materiais que estão em Charqueadas devido a uma decisão judicial e informou que está tomando "medidas cabíveis" em defesa de seus interesses. A estatal não esclareceu de que maneira pretende reaproveitar a estrutura já montada no Rio Grande do Sul. Apesar do desfecho de Charqueadas, na quinta-feira (2) a Petrobras encaminhou a permanência de um outro projeto no Estado que envolve a Iesa. A estatal definiu que manterá na cidade de Rio Grande, no sul gaúcho, a construção das plataformas P-75 e P-77, que serão montadas por um consórcio formado pela Queiroz Galvão e pela Iesa. O início da construção era previsto para 2014, mas esteve ameaçado devido à crise no setor de petróleo no país. A reportagem procurou o grupo Inepar, que não respondeu às perguntas encaminhadas.
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Editorial: As contas do Congresso
Depende do Congresso o destino de um terço do plano de ajuste de receitas e despesas do governo para 2015. A decisão dos parlamentares será um momento crucial do programa de contenção da crise econômica que o país atravessa. Dadas as necessidades urgentes, quanto menor for o corte de despesas autorizado pelos congressistas, mais nocivas serão as medidas complementares às quais o governo terá de recorrer a fim de minorar o rombo nas contas públicas. Talvez mais relevante, uma recusa do Congresso terá o caráter de um voto de desconfiança no governo, o que aumentará o descrédito das finanças nacionais e agravará as turbulências econômicas. O governo planeja poupar cerca de R$ 55 bilhões em 2015, o equivalente a 1% do PIB. Ou melhor, afora desembolsos com os juros da dívida pública, esse é o valor que se pretende deixar de gastar no ano, o chamado superavit primário. As autoridades econômicas pretendem atingir tal meta com o auxílio de um programa de redução de benefícios previdenciários e sociais que renderia R$ 18 bilhões neste ano, embora existam dúvidas sobre a precisão de tal estimativa. O governo espera ainda arrecadar cerca de R$ 20 bilhões com aumentos já anunciados de impostos. O outro terço do superavit primário ainda parece de origem incerta, a depender de cortes de despesas, tais como subsídios à energia elétrica, e da reversão de desonerações, por exemplo. Ressalte-se, porém, que a necessidade de economia de recursos deve ser maior, dado o saldo de 2014, ainda mais negativo do que o previsto nas estimativas pessimistas. Foi o pior resultado primário em 17 anos, contribuindo para um deficit federal de 5,3% do PIB (mais de R$ 271 bilhões). No pacote enviado ao Congresso, trata-se de reduzir a despesa com seguro-desemprego, pensões por morte, auxílio para acidentados no trabalho e com o abono para trabalhadores de baixa renda. Apesar de corrigirem distorções e excessos, as medidas têm inegável impacto social. Contudo, as alternativas podem ter efeitos sociais e econômicos piores: seria o caso da redução ainda maior dos investimentos públicos, o que agravaria a recessão que se avizinha. O Congresso tem não apenas o mandato para definir a despesa pública mas também a responsabilidade de decidir o modo social e politicamente mais justo e conveniente de fazê-lo. É do mesmo modo responsável pelas consequências de seus atos para a estabilidade do país, não só a econômica. Caso decida refutar o plano do governo, terá de apresentar uma alternativa viável de ajuste de despesas. Do contrário, mais do que lavar as mãos em relação à crise, a terá levado a outro patamar.
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Editorial: As contas do CongressoDepende do Congresso o destino de um terço do plano de ajuste de receitas e despesas do governo para 2015. A decisão dos parlamentares será um momento crucial do programa de contenção da crise econômica que o país atravessa. Dadas as necessidades urgentes, quanto menor for o corte de despesas autorizado pelos congressistas, mais nocivas serão as medidas complementares às quais o governo terá de recorrer a fim de minorar o rombo nas contas públicas. Talvez mais relevante, uma recusa do Congresso terá o caráter de um voto de desconfiança no governo, o que aumentará o descrédito das finanças nacionais e agravará as turbulências econômicas. O governo planeja poupar cerca de R$ 55 bilhões em 2015, o equivalente a 1% do PIB. Ou melhor, afora desembolsos com os juros da dívida pública, esse é o valor que se pretende deixar de gastar no ano, o chamado superavit primário. As autoridades econômicas pretendem atingir tal meta com o auxílio de um programa de redução de benefícios previdenciários e sociais que renderia R$ 18 bilhões neste ano, embora existam dúvidas sobre a precisão de tal estimativa. O governo espera ainda arrecadar cerca de R$ 20 bilhões com aumentos já anunciados de impostos. O outro terço do superavit primário ainda parece de origem incerta, a depender de cortes de despesas, tais como subsídios à energia elétrica, e da reversão de desonerações, por exemplo. Ressalte-se, porém, que a necessidade de economia de recursos deve ser maior, dado o saldo de 2014, ainda mais negativo do que o previsto nas estimativas pessimistas. Foi o pior resultado primário em 17 anos, contribuindo para um deficit federal de 5,3% do PIB (mais de R$ 271 bilhões). No pacote enviado ao Congresso, trata-se de reduzir a despesa com seguro-desemprego, pensões por morte, auxílio para acidentados no trabalho e com o abono para trabalhadores de baixa renda. Apesar de corrigirem distorções e excessos, as medidas têm inegável impacto social. Contudo, as alternativas podem ter efeitos sociais e econômicos piores: seria o caso da redução ainda maior dos investimentos públicos, o que agravaria a recessão que se avizinha. O Congresso tem não apenas o mandato para definir a despesa pública mas também a responsabilidade de decidir o modo social e politicamente mais justo e conveniente de fazê-lo. É do mesmo modo responsável pelas consequências de seus atos para a estabilidade do país, não só a econômica. Caso decida refutar o plano do governo, terá de apresentar uma alternativa viável de ajuste de despesas. Do contrário, mais do que lavar as mãos em relação à crise, a terá levado a outro patamar.
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Viúva diz que Janene tinha 'cultura de sonegação' e reclamava de contas
A viúva do ex-deputado José Janene (PP-PR), morto em 2010, Stael Fernanda Janene, afirmou nesta terça-feira (14) à CPI da Petrobras que ele "tinha uma cultura" de sonegar impostos e que, apesar de ser rico, reclamava até da conta "da verduraria". Janene é apontado na Operação Lava Jato como mentor do esquema de corrupção na diretoria de Abastecimento da Petrobras, que foi comandada por Paulo Roberto Costa. Stael disse que o ex-deputado não compartilhava com ela detalhes de seus recursos ou de seus negócios com o doleiro Alberto Youssef, que operava o esquema de corrupção naquela diretoria. Por isso, ela não deu informações novas sobre o caso. Ela foi convocada depois que o presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), levantou suspeitas de que Janene poderia estar vivo e vivendo no exterior com recursos desviados da Petrobras, o que foi rechaçado pela viúva e causou desgaste a Motta. Criticado por ela quando havia feito a proposta, Motta não compareceu ao depoimento. Stael afirmou acreditar que Janene teve envolvimento, mas "não inventou a corrupção na Petrobras". Disse que seus filhos, ainda adolescentes, "vêm sofrendo" com as informações veiculadas a respeito do pai e que fazem acompanhamento psicológico. "Ele [Janene] não falava em dinheiro comigo, a não ser pra falar que a coisa estava difícil. Os negócios dele com o Alberto [Youssef] pra mim era amizade, era compadre, que ia jogar baralho em casa", declarou. Ela detalhou relações muito próximas do ex-deputado com o doleiro, que frequentava sua casa e é padrinho de um de seus filhos. Segundo Stael, Janene já era empresário e um homem "de posses" antes de entrar para a política, mas nunca ostentou riqueza. "Eu era casada com uma pessoa que reclamava da conta da verduraria", disse. Mais tarde, voltou ao assunto: "Para a família ele sempre dizia' tá tudo difícil'. 'Vamos fazer uma viagem nas férias?' 'Tô apertado, não dá'". "Por isso, me causa muito estranheza quando falam essa fortuna toda ligada ao Janene. Eu não tive acesso a isso." LAVAGEM DE DINHEIRO Ao comentar uma ação penal que responde por lavagem de dinheiro na Justiça Federal no Paraná, Stael explicou que o ex-deputado repassava recursos para suas contas e comentou: "Janene era uma pessoa de posses, mas ele tinha uma cultura, que muitos brasileiros tinham na época, que sonegava os impostos". A viúva afirma que atualmente trabalha como corretora de imóveis e produção de eventos, além de receber pensão pela morte dele. O deputado Altineu Côrtes (PR-RJ) afirmou existirem indícios de uma conta conjunta de Youssef com Janene no exterior, com saldo de mais de 100 milhões de euros, que continuou a ser movimentada pelo doleiro após a morte do ex-deputado, e questionou Stael se ela tinha conhecimento ou assinou algum documento com ele de abertura de conta no exterior. Ela negou. "Em relação a contas, valores, mesmo se eu estivesse com ele, ele jamais iria me falar. Janene não era o tipo de pessoa de confiar assim." MITSUI E SAMSUNG Os presidentes da Mitsui no Brasil, Shinji Tsuchiya, e da Samsung no Brasil, J. W. Kim, não compareceram à CPI para prestar depoimentos previstos para esta terça (14). A Mitsui informou que pediu à CPI uma nova data para o depoimento e que está à disposição para cooperar. Eles haviam sido convocados a pedido do deputado Celso Pansera (PMDB-RJ) e falariam sobre as suspeitas de pagamento de propina direcionados ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cunha nega relação com o esquema de corrupção na Petrobras.
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Viúva diz que Janene tinha 'cultura de sonegação' e reclamava de contasA viúva do ex-deputado José Janene (PP-PR), morto em 2010, Stael Fernanda Janene, afirmou nesta terça-feira (14) à CPI da Petrobras que ele "tinha uma cultura" de sonegar impostos e que, apesar de ser rico, reclamava até da conta "da verduraria". Janene é apontado na Operação Lava Jato como mentor do esquema de corrupção na diretoria de Abastecimento da Petrobras, que foi comandada por Paulo Roberto Costa. Stael disse que o ex-deputado não compartilhava com ela detalhes de seus recursos ou de seus negócios com o doleiro Alberto Youssef, que operava o esquema de corrupção naquela diretoria. Por isso, ela não deu informações novas sobre o caso. Ela foi convocada depois que o presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), levantou suspeitas de que Janene poderia estar vivo e vivendo no exterior com recursos desviados da Petrobras, o que foi rechaçado pela viúva e causou desgaste a Motta. Criticado por ela quando havia feito a proposta, Motta não compareceu ao depoimento. Stael afirmou acreditar que Janene teve envolvimento, mas "não inventou a corrupção na Petrobras". Disse que seus filhos, ainda adolescentes, "vêm sofrendo" com as informações veiculadas a respeito do pai e que fazem acompanhamento psicológico. "Ele [Janene] não falava em dinheiro comigo, a não ser pra falar que a coisa estava difícil. Os negócios dele com o Alberto [Youssef] pra mim era amizade, era compadre, que ia jogar baralho em casa", declarou. Ela detalhou relações muito próximas do ex-deputado com o doleiro, que frequentava sua casa e é padrinho de um de seus filhos. Segundo Stael, Janene já era empresário e um homem "de posses" antes de entrar para a política, mas nunca ostentou riqueza. "Eu era casada com uma pessoa que reclamava da conta da verduraria", disse. Mais tarde, voltou ao assunto: "Para a família ele sempre dizia' tá tudo difícil'. 'Vamos fazer uma viagem nas férias?' 'Tô apertado, não dá'". "Por isso, me causa muito estranheza quando falam essa fortuna toda ligada ao Janene. Eu não tive acesso a isso." LAVAGEM DE DINHEIRO Ao comentar uma ação penal que responde por lavagem de dinheiro na Justiça Federal no Paraná, Stael explicou que o ex-deputado repassava recursos para suas contas e comentou: "Janene era uma pessoa de posses, mas ele tinha uma cultura, que muitos brasileiros tinham na época, que sonegava os impostos". A viúva afirma que atualmente trabalha como corretora de imóveis e produção de eventos, além de receber pensão pela morte dele. O deputado Altineu Côrtes (PR-RJ) afirmou existirem indícios de uma conta conjunta de Youssef com Janene no exterior, com saldo de mais de 100 milhões de euros, que continuou a ser movimentada pelo doleiro após a morte do ex-deputado, e questionou Stael se ela tinha conhecimento ou assinou algum documento com ele de abertura de conta no exterior. Ela negou. "Em relação a contas, valores, mesmo se eu estivesse com ele, ele jamais iria me falar. Janene não era o tipo de pessoa de confiar assim." MITSUI E SAMSUNG Os presidentes da Mitsui no Brasil, Shinji Tsuchiya, e da Samsung no Brasil, J. W. Kim, não compareceram à CPI para prestar depoimentos previstos para esta terça (14). A Mitsui informou que pediu à CPI uma nova data para o depoimento e que está à disposição para cooperar. Eles haviam sido convocados a pedido do deputado Celso Pansera (PMDB-RJ) e falariam sobre as suspeitas de pagamento de propina direcionados ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cunha nega relação com o esquema de corrupção na Petrobras.
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LetterOne diz que não pode seguir com proposta para fusão entre Oi e TIM
A LetterOne, empresa de investimento do bilionário russo Mikhail Fridman, desistiu da oferta para ajudar a mediar a fusão da Oi e da TIM Participações, ao dizer nesta quinta-feira (25) que a TIM não está mais interessada. "A L1 Technology foi informada pela TIM que... ela não deseja mais aprofundar as negociações em torno da facilitação de uma fusão entre a Oi e a TIM no Brasil", disse a LetterOne, proprietária majoritária do grupo de telecomunicações Vimpelcom. A unidade de negócio L1 Technology da LetterOne se propôs em outubro do ano passado a investir até US$ 4 bilhões na endividada Oi, se ela se fundisse à TIM, que é controlada pela Telecom Italia. Uma fusão entre a Oi e a TIM teria criado a maior operadora móvel do Brasil, à frente da Vivo da Telefônica Brasil, e juntado a operadora da segunda maior rede móvel do país com a Oi, dona da maior rede de linha fixa, em um momento em que os mercados de telecomunicações estão convergindo. Ao perderem para a Telefônica a oferta pela operadora de televisão e Internet GVT em 2014, a TIM e a Telecom Italia começaram a buscar a possibilidade de comprar a Oi. Mas o presidente-executivo da Telecom Italia, Marco Patuano, disse há um ano, antes da aproximação da LetterOne, que achava difícil encontrar qualquer atrativo convincente na aquisição da Oi. E, reciprocamente, a Telecom Italia se mostrou relutante em vender a TIM, rejeitando aproximações anteriores da Oi. Em resposta, a Oi informou que avaliará as possibilidades de consolidação no mercado brasileiro.
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LetterOne diz que não pode seguir com proposta para fusão entre Oi e TIMA LetterOne, empresa de investimento do bilionário russo Mikhail Fridman, desistiu da oferta para ajudar a mediar a fusão da Oi e da TIM Participações, ao dizer nesta quinta-feira (25) que a TIM não está mais interessada. "A L1 Technology foi informada pela TIM que... ela não deseja mais aprofundar as negociações em torno da facilitação de uma fusão entre a Oi e a TIM no Brasil", disse a LetterOne, proprietária majoritária do grupo de telecomunicações Vimpelcom. A unidade de negócio L1 Technology da LetterOne se propôs em outubro do ano passado a investir até US$ 4 bilhões na endividada Oi, se ela se fundisse à TIM, que é controlada pela Telecom Italia. Uma fusão entre a Oi e a TIM teria criado a maior operadora móvel do Brasil, à frente da Vivo da Telefônica Brasil, e juntado a operadora da segunda maior rede móvel do país com a Oi, dona da maior rede de linha fixa, em um momento em que os mercados de telecomunicações estão convergindo. Ao perderem para a Telefônica a oferta pela operadora de televisão e Internet GVT em 2014, a TIM e a Telecom Italia começaram a buscar a possibilidade de comprar a Oi. Mas o presidente-executivo da Telecom Italia, Marco Patuano, disse há um ano, antes da aproximação da LetterOne, que achava difícil encontrar qualquer atrativo convincente na aquisição da Oi. E, reciprocamente, a Telecom Italia se mostrou relutante em vender a TIM, rejeitando aproximações anteriores da Oi. Em resposta, a Oi informou que avaliará as possibilidades de consolidação no mercado brasileiro.
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Onda de xenofobia já deixou seis mortos na África do Sul
A polícia de Joanesburgo anunciou por meio do Twitter nesta segunda-feira (26) que duas pessoas foram mortas no domingo em guetos de Joanesburgo –os chamados townships–, na África do Sul, durante saques a comércios cujos donos são estrangeiros. Com isso, o número de mortos numa onda xenofóbica que o país presencia chega a seis. Ataques a negócios de imigrantes de outros países africanos deixaram quatro mortos e mais de 170 presos na semana passada em Soweto e outros guetos da capital econômica sul-africana. Os distúrbios tiveram início na última segunda (19) depois que um comerciante somali matou com um tiro um adolescente sul-africano que tentava roubar sua loja junto com vizinhos. Segundo as primeiras informações, as duas novas vítimas morreram na noite de domingo depois de serem atingidas quando tentavam saquear a loja de outro somali no bairro de Langlaagte, no sul de Joanesburto. A polícia acredita que os disparos vieram do próprio grupo de saqueadores. "Durante a confusão, disparos foram efetuados e encontraram dois homens mortos", disse o porta-voz da corporação, Solomon Makgale, citado pela agência de notícias Sapa. Também em Langlaagte, uma mercearia foi incendiada por supostos saqueadores. No norte da cidade, no bairro de Alexandra, grupos de vizinhos tentaram atacar outra loja e colocaram fogo em mais um comércio. Apesar dos últimos incidentes, a situação em Soweto e em outros townships se acalmou no fim de semana, após cinco dias de tensões e forte policiamento. Enquanto isso, os comerciantes estrangeiros de Soweto -sobretudo somalis– abandonaram o local para buscar refúgio em outras zonas de Joanesburgo. Muitos perderam todas as suas posses nos saques. O governador da província de Gauteng -onde se localiza Joanesburgo–, David Makhura, se reuniu com centenas de comerciantes para oferecer-lhes proteção e assegurar-lhes que são bem-vindos na África do Sul. Imigrantes da Somália, da Etiópia e do Paquistão estão à frente de boa parte dos negócios nos townships, onde as taxas de desemprego entre os jovens passam de 50%. Acusados frequentemente de "roubar o trabalho" dos locais e por serem ilegais, os estrangeiros são vítimas frequentes de saques e ataques xenofóbicos na África do Sul. O pior episódio do gênero ocorreu em 2008, quando mais de 50 pessoas –a maioria imigrantes– foram assassinadas no país.
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Onda de xenofobia já deixou seis mortos na África do SulA polícia de Joanesburgo anunciou por meio do Twitter nesta segunda-feira (26) que duas pessoas foram mortas no domingo em guetos de Joanesburgo –os chamados townships–, na África do Sul, durante saques a comércios cujos donos são estrangeiros. Com isso, o número de mortos numa onda xenofóbica que o país presencia chega a seis. Ataques a negócios de imigrantes de outros países africanos deixaram quatro mortos e mais de 170 presos na semana passada em Soweto e outros guetos da capital econômica sul-africana. Os distúrbios tiveram início na última segunda (19) depois que um comerciante somali matou com um tiro um adolescente sul-africano que tentava roubar sua loja junto com vizinhos. Segundo as primeiras informações, as duas novas vítimas morreram na noite de domingo depois de serem atingidas quando tentavam saquear a loja de outro somali no bairro de Langlaagte, no sul de Joanesburto. A polícia acredita que os disparos vieram do próprio grupo de saqueadores. "Durante a confusão, disparos foram efetuados e encontraram dois homens mortos", disse o porta-voz da corporação, Solomon Makgale, citado pela agência de notícias Sapa. Também em Langlaagte, uma mercearia foi incendiada por supostos saqueadores. No norte da cidade, no bairro de Alexandra, grupos de vizinhos tentaram atacar outra loja e colocaram fogo em mais um comércio. Apesar dos últimos incidentes, a situação em Soweto e em outros townships se acalmou no fim de semana, após cinco dias de tensões e forte policiamento. Enquanto isso, os comerciantes estrangeiros de Soweto -sobretudo somalis– abandonaram o local para buscar refúgio em outras zonas de Joanesburgo. Muitos perderam todas as suas posses nos saques. O governador da província de Gauteng -onde se localiza Joanesburgo–, David Makhura, se reuniu com centenas de comerciantes para oferecer-lhes proteção e assegurar-lhes que são bem-vindos na África do Sul. Imigrantes da Somália, da Etiópia e do Paquistão estão à frente de boa parte dos negócios nos townships, onde as taxas de desemprego entre os jovens passam de 50%. Acusados frequentemente de "roubar o trabalho" dos locais e por serem ilegais, os estrangeiros são vítimas frequentes de saques e ataques xenofóbicos na África do Sul. O pior episódio do gênero ocorreu em 2008, quando mais de 50 pessoas –a maioria imigrantes– foram assassinadas no país.
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Assessor de Haddad rebate coluna de Elio Gaspari
Sobre a coluna "A boa notícia da tranca do cofre", de Elio Gaspari, esclarecemos que o então ministro da Educação Fernando Haddad dobrou o número de universitários com o Reuni, Prouni e UAB. Ele também reformulou o Fies ao reduzir os juros e criar regras, como as das portarias normativas 1 (22/1/2010) e 10 (30/4/2010). Essas normas limitaram o Fies a estudantes matriculados em cursos de graduação com nota igual ou maior a 3 no Sinaes e os obrigou a participar do Enem. Lembro que o número de contratos celebrados é definido pela área econômica na peça orçamentária, não pelo ministro da Educação. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Assessor de Haddad rebate coluna de Elio GaspariSobre a coluna "A boa notícia da tranca do cofre", de Elio Gaspari, esclarecemos que o então ministro da Educação Fernando Haddad dobrou o número de universitários com o Reuni, Prouni e UAB. Ele também reformulou o Fies ao reduzir os juros e criar regras, como as das portarias normativas 1 (22/1/2010) e 10 (30/4/2010). Essas normas limitaram o Fies a estudantes matriculados em cursos de graduação com nota igual ou maior a 3 no Sinaes e os obrigou a participar do Enem. Lembro que o número de contratos celebrados é definido pela área econômica na peça orçamentária, não pelo ministro da Educação. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Países da região se dizem preocupados com decisão de conselho da Venezuela
Os chanceleres de seis países do continente, entre eles o Brasil, divulgaram um comunicado nesta quinta (29) manifestando "preocupação" com uma decisão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela que empurrará o referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro para 2017. O texto é assinado pelos ministros de três países do Mercosul —Brasil, Argentina e Paraguai—, além dos chanceleres de México, Chile e Peru, e foi costurado nesta semana sob a liderança dos mexicanos, segundo a Folha apurou. O Uruguai, membro fundador do Mercosul que tem sido reticente em adotar um tom mais duro contra Caracas, não assina a nota. Segundo o texto, os chanceleres "manifestam preocupação" pela decisão do CNE, "que tem o efeito de postergar a realização do referendo revogatório até 2017, afetando, assim, o sentido da consulta". A oposição corria contra o tempo para que o mandato de Maduro fosse revogado antes de 10 de janeiro, e, assim, houvesse uma nova eleição presidencial. Se a consulta para a saída de Maduro ocorrer depois disso, quem assume, até 2019, é o vice-presidente, Aristóbulo Istúriz —e não haverá pleito. No comunicado, os seis países se dizem dispostos a "contribuir para a realização de um diálogo entre o governo e os diferentes atores políticos e sociais venezuelanos". O governo venezuelano não havia se manifestado sobre o texto. A decisão do CNE prevê uma nova coleta, de 4 milhões de assinaturas (20% do total de eleitores), de 26 a 28 de outubro. O órgão eleitoral teria então um mês para validar as assinaturas e a "convocatória" seria no início de dezembro. Só que, a partir dessa data, transcorrerão ainda os 90 dias regulamentares que o CNE diz ter para realizar o referendo —o que fará com que a consulta fique para o primeiro trimestre de 2017. Em maio, a opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática) apresentou 1,9 milhão de assinaturas, número muito superior às 200 mil exigidas por lei na fase inicial processo. O CNE, porém, invalidou 600 mil assinaturas sob justificativas como erros de grafia e números de identidade inválidos, entre outras. Em junho, milhares de venezuelanos foram a centros de votação confirmar suas assinaturas e o CNE validou 399 mil. Em outubro, porém, será preciso recolher quase 4 milhões de firmas. Maduro chegou a pedir que a MUD fosse banida como partido político pelas supostas fraudes no processo.
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Países da região se dizem preocupados com decisão de conselho da VenezuelaOs chanceleres de seis países do continente, entre eles o Brasil, divulgaram um comunicado nesta quinta (29) manifestando "preocupação" com uma decisão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela que empurrará o referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro para 2017. O texto é assinado pelos ministros de três países do Mercosul —Brasil, Argentina e Paraguai—, além dos chanceleres de México, Chile e Peru, e foi costurado nesta semana sob a liderança dos mexicanos, segundo a Folha apurou. O Uruguai, membro fundador do Mercosul que tem sido reticente em adotar um tom mais duro contra Caracas, não assina a nota. Segundo o texto, os chanceleres "manifestam preocupação" pela decisão do CNE, "que tem o efeito de postergar a realização do referendo revogatório até 2017, afetando, assim, o sentido da consulta". A oposição corria contra o tempo para que o mandato de Maduro fosse revogado antes de 10 de janeiro, e, assim, houvesse uma nova eleição presidencial. Se a consulta para a saída de Maduro ocorrer depois disso, quem assume, até 2019, é o vice-presidente, Aristóbulo Istúriz —e não haverá pleito. No comunicado, os seis países se dizem dispostos a "contribuir para a realização de um diálogo entre o governo e os diferentes atores políticos e sociais venezuelanos". O governo venezuelano não havia se manifestado sobre o texto. A decisão do CNE prevê uma nova coleta, de 4 milhões de assinaturas (20% do total de eleitores), de 26 a 28 de outubro. O órgão eleitoral teria então um mês para validar as assinaturas e a "convocatória" seria no início de dezembro. Só que, a partir dessa data, transcorrerão ainda os 90 dias regulamentares que o CNE diz ter para realizar o referendo —o que fará com que a consulta fique para o primeiro trimestre de 2017. Em maio, a opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática) apresentou 1,9 milhão de assinaturas, número muito superior às 200 mil exigidas por lei na fase inicial processo. O CNE, porém, invalidou 600 mil assinaturas sob justificativas como erros de grafia e números de identidade inválidos, entre outras. Em junho, milhares de venezuelanos foram a centros de votação confirmar suas assinaturas e o CNE validou 399 mil. Em outubro, porém, será preciso recolher quase 4 milhões de firmas. Maduro chegou a pedir que a MUD fosse banida como partido político pelas supostas fraudes no processo.
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Atraso da Grécia em pagar FMI não acelera controles de capital
A decisão da Grécia de atrasar um pagamento de empréstimo do FMI (Fundo Monetário Internacional) assustou o mercado de ações de Atenas nesta sexta-feira (5), mas fontes do mercado financeiro disseram ser improvável que isso precipite uma corrida aos bancos e leve a controles de capital. Atenas empacotou o pagamento de uma dívida de € 300 milhões que vence nesta sexta-feira com outras a serem pagas no final deste mês, com o primeiro-ministro Alexis Tsipras, pressionado por apoiadores de esquerda, urgindo por mudanças nos duros termos que os credores do FMI e da União Europeia estão exigindo para liberar ajuda para Atenas e evitar o calote. Banqueiros minimizaram a possibilidade de que o atraso possa levar a controles de capital do tipo que o Chipre impôs durante a crise de 2013, fechando bancos por quase uma quinzena e restringindo os pagamentos em euros no exterior por muito mais tempo. "Se isso é lido como um pedido da Grécia por mais algum tempo para fazer os pagamentos enquanto tenta fechar um acordo com os credores, é improvável que se transforme em um problema e traga controles de capital", disse um banqueiro à Reuters. "Isso mostra (que o governo está) apertado em recursos e esgotando o tempo teórico que tem. Mas também depende da percepção dos depositantes", acrescentou. Diante do recuo em depósitos desde outubro, bem antes do governo liderado pela esquerda ter assumido o poder em janeiro, os bancos tornaram-se dependentes de financiamento de emergência do Banco da Grécia, com autorização do Banco Central Europeu, em Frankfurt. Atenas vem rejeitando cortes de benefícios e aumentos de impostos que a UE e o FMI demandam antes de liberar novos empréstimos para o país evitar o calote. Outro banqueiro grego criticou as táticas do governo. "Eu vejo isso como uma tática de pressão que prolonga o drama. A investida de agrupar pagamentos ao FMI repousa sobre a visão tola de que isso poderia assustar a Europa, mas por si só não irá trazer (a possibilidade de) controles de capital para mais perto", disse.
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Atraso da Grécia em pagar FMI não acelera controles de capitalA decisão da Grécia de atrasar um pagamento de empréstimo do FMI (Fundo Monetário Internacional) assustou o mercado de ações de Atenas nesta sexta-feira (5), mas fontes do mercado financeiro disseram ser improvável que isso precipite uma corrida aos bancos e leve a controles de capital. Atenas empacotou o pagamento de uma dívida de € 300 milhões que vence nesta sexta-feira com outras a serem pagas no final deste mês, com o primeiro-ministro Alexis Tsipras, pressionado por apoiadores de esquerda, urgindo por mudanças nos duros termos que os credores do FMI e da União Europeia estão exigindo para liberar ajuda para Atenas e evitar o calote. Banqueiros minimizaram a possibilidade de que o atraso possa levar a controles de capital do tipo que o Chipre impôs durante a crise de 2013, fechando bancos por quase uma quinzena e restringindo os pagamentos em euros no exterior por muito mais tempo. "Se isso é lido como um pedido da Grécia por mais algum tempo para fazer os pagamentos enquanto tenta fechar um acordo com os credores, é improvável que se transforme em um problema e traga controles de capital", disse um banqueiro à Reuters. "Isso mostra (que o governo está) apertado em recursos e esgotando o tempo teórico que tem. Mas também depende da percepção dos depositantes", acrescentou. Diante do recuo em depósitos desde outubro, bem antes do governo liderado pela esquerda ter assumido o poder em janeiro, os bancos tornaram-se dependentes de financiamento de emergência do Banco da Grécia, com autorização do Banco Central Europeu, em Frankfurt. Atenas vem rejeitando cortes de benefícios e aumentos de impostos que a UE e o FMI demandam antes de liberar novos empréstimos para o país evitar o calote. Outro banqueiro grego criticou as táticas do governo. "Eu vejo isso como uma tática de pressão que prolonga o drama. A investida de agrupar pagamentos ao FMI repousa sobre a visão tola de que isso poderia assustar a Europa, mas por si só não irá trazer (a possibilidade de) controles de capital para mais perto", disse.
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Decisão sobre processo de cassação contra Cunha fica para esta quarta
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conseguiu protelar mais uma vez o trâmite de seu processo de cassação. Após quase seis horas de discussão, a sessão do Conselho de Ética foi suspensa e será retomada nesta quarta (2). Nesta terça (1), Cunha contou com a ajuda do Planalto e de petistas no conselho, que discutem abertamente salvar o mandato do peemedebista em troca do congelamento dos pedidos de impeachment contra Dilma Rousseff. Zé Geraldo (PA), um dos três petistas no Conselho de Ética da Câmara, afirmou que o governo está sob "chantagem" e cobrou uma ação do Supremo Tribunal Federal no sentido de afastar Cunha do cargo. "Estamos votando não com a faca, mas com a metralhadora no pescoço, todo mundo sabe que o Cunha trabalha com essa arma. A metralhadora está na mão do Cunha", disse o petista. Para ele, o voto não é pela salvação de Cunha, mas pela "salvação do país, da economia e do emprego". Devido a manobras de aliados do peemedebista, que gastaram boa parte do tempo com questionamentos protelatórios, a sessão do Conselho durou além do previsto e foi encerrada quando começou a votação no plenário do Congresso, quase às 21h, como manda o regimento. Com isso, os deputados acabaram não votando o parecer preliminar de Fausto Pinato (PRB-SP), que é favorável à continuidade do processo contra Cunha. Dos 21 integrantes titulares do Conselho, seis se manifestaram contra Cunha e apenas um a seu favor -o deputado Wellington Roberto (PR-PB), que apresentou um voto em separado propondo uma pena branda, apenas uma censura. "Não precisa expressar tanto rancor para se condenar um colega. [...] O que falta aqui é mais humanidade e irmandade", disse, o que lembrou frase de 2009 do então deputado Edmar Moreira (MG), que disse ser difícil cassar colegas devido ao "vício insanável da amizade". Nas últimas semanas, o Planalto vem trabalhando para enterrar o processo contra Cunha por dois motivos: barrar qualquer ação pró-impeachment e possibilitar a aprovação do pacote de ajuste fiscal no Congresso. Apesar dessa articulação, a direção do PT e metade da bancada de deputados federais deu sinais públicos a favor do prosseguimento do processo contra o presidente da Câmara. Rui Falcão, presidente do partido, defendeu em rede social a continuidade do processo contra Cunha. Mais de 30 deputados petistas, de uma bancada de 60, assinaram e distribuíram manifesto pregando o voto anti-Cunha e dizendo que o peemedebista ataca instituições e pratica "toda a sorte de chantagens". Com o apoio dos integrantes do PT no conselho, a tendência é que o relatório de Pinato seja derrotado e o caso de Cunha, arquivado sob o argumento de falta de indícios mínimos de participação em irregularidades. Na sessão desta terça, a oposição –até recentemente aliada a Cunha em prol do impeachment– acusou o PT e o presidente da Câmara de patrocinarem uma negociata. Na ocasião, o advogado de defesa de Cunha, Marcelo Nobre, disse que a denúncia contra seu cliente "não prova nada" e é fruto de "delação torturada". O presidente da Câmara é investigado por esconder contas milionárias no exterior, o que ele negou em depoimento à CPI da Petrobras, e foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República sob a acusação de envolvimento no escândalo da Petrobras. A denúncia é baseada em várias delações. - PLACAR NO CONSELHO DE ÉTICA - Deputados votam se abrem ou não processo de cassação de Cunha
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Decisão sobre processo de cassação contra Cunha fica para esta quartaO presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conseguiu protelar mais uma vez o trâmite de seu processo de cassação. Após quase seis horas de discussão, a sessão do Conselho de Ética foi suspensa e será retomada nesta quarta (2). Nesta terça (1), Cunha contou com a ajuda do Planalto e de petistas no conselho, que discutem abertamente salvar o mandato do peemedebista em troca do congelamento dos pedidos de impeachment contra Dilma Rousseff. Zé Geraldo (PA), um dos três petistas no Conselho de Ética da Câmara, afirmou que o governo está sob "chantagem" e cobrou uma ação do Supremo Tribunal Federal no sentido de afastar Cunha do cargo. "Estamos votando não com a faca, mas com a metralhadora no pescoço, todo mundo sabe que o Cunha trabalha com essa arma. A metralhadora está na mão do Cunha", disse o petista. Para ele, o voto não é pela salvação de Cunha, mas pela "salvação do país, da economia e do emprego". Devido a manobras de aliados do peemedebista, que gastaram boa parte do tempo com questionamentos protelatórios, a sessão do Conselho durou além do previsto e foi encerrada quando começou a votação no plenário do Congresso, quase às 21h, como manda o regimento. Com isso, os deputados acabaram não votando o parecer preliminar de Fausto Pinato (PRB-SP), que é favorável à continuidade do processo contra Cunha. Dos 21 integrantes titulares do Conselho, seis se manifestaram contra Cunha e apenas um a seu favor -o deputado Wellington Roberto (PR-PB), que apresentou um voto em separado propondo uma pena branda, apenas uma censura. "Não precisa expressar tanto rancor para se condenar um colega. [...] O que falta aqui é mais humanidade e irmandade", disse, o que lembrou frase de 2009 do então deputado Edmar Moreira (MG), que disse ser difícil cassar colegas devido ao "vício insanável da amizade". Nas últimas semanas, o Planalto vem trabalhando para enterrar o processo contra Cunha por dois motivos: barrar qualquer ação pró-impeachment e possibilitar a aprovação do pacote de ajuste fiscal no Congresso. Apesar dessa articulação, a direção do PT e metade da bancada de deputados federais deu sinais públicos a favor do prosseguimento do processo contra o presidente da Câmara. Rui Falcão, presidente do partido, defendeu em rede social a continuidade do processo contra Cunha. Mais de 30 deputados petistas, de uma bancada de 60, assinaram e distribuíram manifesto pregando o voto anti-Cunha e dizendo que o peemedebista ataca instituições e pratica "toda a sorte de chantagens". Com o apoio dos integrantes do PT no conselho, a tendência é que o relatório de Pinato seja derrotado e o caso de Cunha, arquivado sob o argumento de falta de indícios mínimos de participação em irregularidades. Na sessão desta terça, a oposição –até recentemente aliada a Cunha em prol do impeachment– acusou o PT e o presidente da Câmara de patrocinarem uma negociata. Na ocasião, o advogado de defesa de Cunha, Marcelo Nobre, disse que a denúncia contra seu cliente "não prova nada" e é fruto de "delação torturada". O presidente da Câmara é investigado por esconder contas milionárias no exterior, o que ele negou em depoimento à CPI da Petrobras, e foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República sob a acusação de envolvimento no escândalo da Petrobras. A denúncia é baseada em várias delações. - PLACAR NO CONSELHO DE ÉTICA - Deputados votam se abrem ou não processo de cassação de Cunha
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Por que acho o professor Pasquale o máximo? Por quê?, questiona leitora
Por que acho Pasquale o máximo? Por quê? Sei o porquê disto. Será que foram empregadas as formas corretas? Por quê? ('Porquê não mataram todos em 1964). * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Por que acho o professor Pasquale o máximo? Por quê?, questiona leitoraPor que acho Pasquale o máximo? Por quê? Sei o porquê disto. Será que foram empregadas as formas corretas? Por quê? ('Porquê não mataram todos em 1964). * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Terra arrasada
Se o governo petista desafiou as leis que zelam pela saúde das finanças públicas, o TCU impôs um freio indelével à incúria administrativa ao reprovar as contas federais do ano passado. Por tentadora que pareça tal narrativa, a alvissareira decisão tomada na quarta (8) pelo Tribunal de Contas não deve encobrir uma constatação incômoda –a medida saneadora aguardou que a irresponsabilidade orçamentária chegasse ao ponto de derrubar a economia do país e a sustentação política do Palácio do Planalto. Contabilidade criativa, receitas fictícias, pedaladas e outras invenciones não surgiram em 2014. Desde o final da década passada, imposturas do gênero vinham sendo empregadas em doses crescentes para embelezar os balanços e dar continuidade à gastança. Não se tratava, recorde-se, de controvérsia restrita a estudiosos. Há farto noticiário acumulado sobre, por exemplo, as trocas heterodoxas de dinheiro entre o Tesouro e seu banco de fomento, o BNDES. De tão contumazes, tornaram-se folclóricas as projeções oficiais fantasiosas de crescimento econômico –e arrecadação tributária– do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (PT). Descumpriram-se assim, desde 2012, as metas fixadas para o superavit primário (o saldo entre receitas e despesas, excluindo juros). O desfecho foi desastroso: o gigantesco deficit orçamentário hoje alimenta a inflação e a dívida pública, eleva o dólar e os juros, aprofunda a maior recessão em 25 anos. Cabe, portanto, examinar aperfeiçoamentos legais capazes de coibir desmandos antes da necessidade de uma medida extrema como a agora aplicada pelo TCU. Entre as alternativa disponíveis está a criação de um conselho técnico independente, nos moldes já adotados em diversos países, dedicado a análises públicas e regulares das contas federais. Não haverá panaceia, entretanto, que substitua a altivez das instituições diante do voluntarismo de um Executivo poderoso e influente. editoriais@uol.com.br
opiniao
Terra arrasadaSe o governo petista desafiou as leis que zelam pela saúde das finanças públicas, o TCU impôs um freio indelével à incúria administrativa ao reprovar as contas federais do ano passado. Por tentadora que pareça tal narrativa, a alvissareira decisão tomada na quarta (8) pelo Tribunal de Contas não deve encobrir uma constatação incômoda –a medida saneadora aguardou que a irresponsabilidade orçamentária chegasse ao ponto de derrubar a economia do país e a sustentação política do Palácio do Planalto. Contabilidade criativa, receitas fictícias, pedaladas e outras invenciones não surgiram em 2014. Desde o final da década passada, imposturas do gênero vinham sendo empregadas em doses crescentes para embelezar os balanços e dar continuidade à gastança. Não se tratava, recorde-se, de controvérsia restrita a estudiosos. Há farto noticiário acumulado sobre, por exemplo, as trocas heterodoxas de dinheiro entre o Tesouro e seu banco de fomento, o BNDES. De tão contumazes, tornaram-se folclóricas as projeções oficiais fantasiosas de crescimento econômico –e arrecadação tributária– do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (PT). Descumpriram-se assim, desde 2012, as metas fixadas para o superavit primário (o saldo entre receitas e despesas, excluindo juros). O desfecho foi desastroso: o gigantesco deficit orçamentário hoje alimenta a inflação e a dívida pública, eleva o dólar e os juros, aprofunda a maior recessão em 25 anos. Cabe, portanto, examinar aperfeiçoamentos legais capazes de coibir desmandos antes da necessidade de uma medida extrema como a agora aplicada pelo TCU. Entre as alternativa disponíveis está a criação de um conselho técnico independente, nos moldes já adotados em diversos países, dedicado a análises públicas e regulares das contas federais. Não haverá panaceia, entretanto, que substitua a altivez das instituições diante do voluntarismo de um Executivo poderoso e influente. editoriais@uol.com.br
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Ataques com drones mataram até 116 civis desde 2009, diz governo Obama
Entre 64 e 116 civis foram mortos por drones (aeronaves não tripuladas) dos EUA de 2009 até o fim de 2015, segundo informe divulgado nesta sexta (1º) pelo governo de Barack Obama. Os números são de ataques desse tipo no Iêmen, no Paquistão e na África e não incluem "áreas de hostilidade ativa" —Afeganistão, Iraque e Síria. O amplo uso de drones pelo governo Obama em sua campanha contra o terrorismo e a imprecisão nos dados sobre mortes civis têm sido alvo de críticas frequentes de organizações de direitos humanos, que tem números bem mais altos de baixas que os oficiais. O relatório, o primeiro do governo com uma estimativa de civis mortos por drones, informa que fora das zonas de guerra foram efetuados 473 ataques com esse tipo de aeronave em seis anos, que mataram entre 2.372 e 2.581 combatentes inimigos. Junto com a divulgação dos dados, a Casa Branca anunciou uma ordem executiva do presidente Obama com diretrizes para aumentar a proteção de civis em áreas de conflito. "Essas medidas incluem treinamento e implementação de melhores práticas que ajudem a reduzir o risco de baixas civis", disse o governo num comunicado. Também incluem "reconhecer a responsabilidade do governo dos EUA em baixas civis e oferecer condolências e indenização" a civis feridos e a famílias de civis mortos. O informe divulgado pelo escritório do diretor de Inteligência Nacional ressalta as dificuldades em verificar os números com precisão, devido aos "ambientes em que esses ataques frequentemente ocorrem", onde os EUA e o governo local não têm controle total da operação em campo. O aumento da transparência nas operações militares é uma promessa antiga do governo, mas os dados revelados nesta sexta não aplacaram as críticas. Grupos de direitos humanos consideraram insuficiente a divulgação de números apenas parciais e sem detalhamento sobre quem foi morto e por quê. "O público tem o direito de saber quem o governo está matando, e se o governo não sabe, o público tem o direito de saber isso", cobrou Jameel Jaffer, da União Americana de Liberdades Civis. De acordo com o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, as áreas de conflito foram excluídas do informe porque nelas os ataques com drones são efetuados pelo Pentágono, que tem seu próprio processo para revelar baixas civis. Ele reconheceu que há "óbvias limitações" à transparência por se tratar de assuntos sensíveis, mas afirmou que a divulgação dos números é um progresso, já que muitas dessas operações nem sequer seriam conhecidas há alguns anos. "O presidente acredita que nossa estratégia contra o terrorismo é mais eficiente e tem mais credibilidade quando somos os mais transparentes possíveis", disse. Estimativas do grupo de direitos humanos Reprieve, que monitora os ataques com drones, indicam que eles matam muito mais gente que seus alvos, e com frequência precisam ser repetidos várias vezes. Até o fim de 2014, tentativas de matar 41 pessoas haviam resultado nas mortes de 1.147 pessoas, segundo o grupo. A divulgação dos dados na véspera do feriado do Dia da Independência, na segunda (4), foi vista pela imprensa americana como uma tática do governo para diluir a visibilidade de um tema dos mais controvertidos. Os números estão bem abaixo das estimativas do Escritório de Jornalismo Investigativo, baseado em Londres, que também monitora o assunto. Seu cálculo é que os drones americanos mataram entre 200 e mil civis desde 2009.
mundo
Ataques com drones mataram até 116 civis desde 2009, diz governo ObamaEntre 64 e 116 civis foram mortos por drones (aeronaves não tripuladas) dos EUA de 2009 até o fim de 2015, segundo informe divulgado nesta sexta (1º) pelo governo de Barack Obama. Os números são de ataques desse tipo no Iêmen, no Paquistão e na África e não incluem "áreas de hostilidade ativa" —Afeganistão, Iraque e Síria. O amplo uso de drones pelo governo Obama em sua campanha contra o terrorismo e a imprecisão nos dados sobre mortes civis têm sido alvo de críticas frequentes de organizações de direitos humanos, que tem números bem mais altos de baixas que os oficiais. O relatório, o primeiro do governo com uma estimativa de civis mortos por drones, informa que fora das zonas de guerra foram efetuados 473 ataques com esse tipo de aeronave em seis anos, que mataram entre 2.372 e 2.581 combatentes inimigos. Junto com a divulgação dos dados, a Casa Branca anunciou uma ordem executiva do presidente Obama com diretrizes para aumentar a proteção de civis em áreas de conflito. "Essas medidas incluem treinamento e implementação de melhores práticas que ajudem a reduzir o risco de baixas civis", disse o governo num comunicado. Também incluem "reconhecer a responsabilidade do governo dos EUA em baixas civis e oferecer condolências e indenização" a civis feridos e a famílias de civis mortos. O informe divulgado pelo escritório do diretor de Inteligência Nacional ressalta as dificuldades em verificar os números com precisão, devido aos "ambientes em que esses ataques frequentemente ocorrem", onde os EUA e o governo local não têm controle total da operação em campo. O aumento da transparência nas operações militares é uma promessa antiga do governo, mas os dados revelados nesta sexta não aplacaram as críticas. Grupos de direitos humanos consideraram insuficiente a divulgação de números apenas parciais e sem detalhamento sobre quem foi morto e por quê. "O público tem o direito de saber quem o governo está matando, e se o governo não sabe, o público tem o direito de saber isso", cobrou Jameel Jaffer, da União Americana de Liberdades Civis. De acordo com o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, as áreas de conflito foram excluídas do informe porque nelas os ataques com drones são efetuados pelo Pentágono, que tem seu próprio processo para revelar baixas civis. Ele reconheceu que há "óbvias limitações" à transparência por se tratar de assuntos sensíveis, mas afirmou que a divulgação dos números é um progresso, já que muitas dessas operações nem sequer seriam conhecidas há alguns anos. "O presidente acredita que nossa estratégia contra o terrorismo é mais eficiente e tem mais credibilidade quando somos os mais transparentes possíveis", disse. Estimativas do grupo de direitos humanos Reprieve, que monitora os ataques com drones, indicam que eles matam muito mais gente que seus alvos, e com frequência precisam ser repetidos várias vezes. Até o fim de 2014, tentativas de matar 41 pessoas haviam resultado nas mortes de 1.147 pessoas, segundo o grupo. A divulgação dos dados na véspera do feriado do Dia da Independência, na segunda (4), foi vista pela imprensa americana como uma tática do governo para diluir a visibilidade de um tema dos mais controvertidos. Os números estão bem abaixo das estimativas do Escritório de Jornalismo Investigativo, baseado em Londres, que também monitora o assunto. Seu cálculo é que os drones americanos mataram entre 200 e mil civis desde 2009.
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Amamentação exclusiva no Brasil não alcança meta da OMS
Segundo relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde), divulgado nesta terça-feira (1º), somente 40% das crianças do mundo com menos de seis meses são exclusivamente amamentadas com leite materno. No Brasil, o estudo afirma que a taxa, considerando os primeiros cinco meses de vida, fica na casa dos 39%. Dentre os 194 países analisados, somente 23 apresentam taxas de amamentação exclusiva acima dos 60% –entre eles Bolívia e Peru. Nenhum país do mundo alcançou todos os padrões estabelecidos pela OMS. A entidade recomenda amamentação exclusiva até os seis meses.
equilibrioesaude
Amamentação exclusiva no Brasil não alcança meta da OMSSegundo relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde), divulgado nesta terça-feira (1º), somente 40% das crianças do mundo com menos de seis meses são exclusivamente amamentadas com leite materno. No Brasil, o estudo afirma que a taxa, considerando os primeiros cinco meses de vida, fica na casa dos 39%. Dentre os 194 países analisados, somente 23 apresentam taxas de amamentação exclusiva acima dos 60% –entre eles Bolívia e Peru. Nenhum país do mundo alcançou todos os padrões estabelecidos pela OMS. A entidade recomenda amamentação exclusiva até os seis meses.
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Microsoft lança o Windows 10, que volta com o botão Iniciar; veja teste
A Microsoft parece ter se acostumado a intercalar versões boas do Windows com outras bem ruins (os altos e baixos da sequência XP - Vista - 7 - 8 mostram isso claramente). Teoricamente, agora é a vez de uma edição "boa", e testes da Folha com o Windows 10 indicam mesmo uma correção de rota. Veja aqui as dez principais novidades. O sistema operacional será lançado globalmente na quarta-feira (29). Por um ano, usuários dos Windows 7, 8 e 8.1 poderão fazer o download gratuito do novo programa. Quem tem os mais antigos, como o XP, pagará US$ 199. "Betas" estavam disponíveis para desenvolvedores desde outubro. Na semana passada, a reportagem usou a versão 10.240 do programa, a última de testes –o sistema não deve ter mudanças significativas até o lançamento. Antes da avaliação, uma recordação: em 2012, com o Windows 8, a Microsoft propôs um sistema operacional voltado para o que foi batizado por Steve Jobs, da Apple, como "era pós-PC". Nesse novo mundo, as telas respondem ao toque, tudo roda em dispositivos móveis como smartphones e os astros são os apps. Então, a Área de Trabalho tradicional foi escondida, como se fosse um aplicativo qualquer. E recursos clássicos, como o menu Iniciar, presentes desde 1995, foram removidos por supostamente estarem caindo em desuso. Foi um fracasso. O Windows 8 não levou a Microsoft para o "mundo pós-PC" e contribuiu para a queda nas vendas de PCs. O sistema está em 90% dos computadores no mundo. Segundo dados da consultoria Gartner, a comercialização dessas máquinas está em declínio desde 2012 e vai cair mais 4% neste ano, para 303 milhões de unidades. Linha do tempo do Windows PASSO ATRÁS Para tentar arrumar o programa, a Microsoft promoveu o retorno do menu Iniciar. Ele virou ponto central da experiência com o Windows 10. É um passo atrás que funciona. Primeiro, ficou mais fácil encontrar qualquer coisa dentro do sistema. Apps e programas mais usados, ferramentas (organizadas em ordem alfabética), configurações e o Explorador de Arquivos ficaram mais à mão. No Windows 8, até abrir o Bloco de Notas era tarefa trabalhosa, exigindo um passeio pela tela inicial até encontrá-lo escondido num bolo que exibia todos os apps. No novo programa, se não encontrar o que procura, há uma ferramenta de buscas ao lado do botão Iniciar. Ela procura tanto dentro da máquina quanto na web e funcionou quase sempre com precisão. Aliás, "ela" tem nome: chama-se Cortana. A assistente pessoal por voz, rival da Siri, do iPhone, ainda não está disponível em português, mas sua versão em inglês foi bem nos testes. Ela abre programas, marca horários na agenda e faz buscas também dentro da máquina e na internet. É integrada ao Bing e ao novo navegador, Microsoft Edge. Voltando ao menu Iniciar, é nele também que ficam abrigados os apps em estilo de caixinha lançados com o Windows 8. Eles exibem informação em tempo real, o que pode ser relevante antes de o usuário começar a fazer alguma coisa no computador. Dependendo dos aplicativos que você acrescentar ao menu, é possível ler manchetes de notícias, ter acesso ao placar de jogos ou ver quem mandou e-mails. Em vez de ser o ponto de partida de quem iniciar a máquina, como era com o Windows 8, eles agora são só uma opção. Há, porém, alguns problemas. Cortana não se dá bem em ambientes com barulho, com música ao fundo, por exemplo. E o novo navegador Edge deixou o PC lento com apenas 20 abas abertas. VEREDICTO Vale a pena baixar, mas é bom aguardar alguns dias até a resolução dos primeiros "bugs". No PC testado pela Folha, os drivers de áudio foram para o espaço e precisaram ser reinstalados. Se você não gostar, terá um mês para voltar para o 7 ou o 8. O caminho está lá no menu Configurações. Editoria de Arte/Folhapress
tec
Microsoft lança o Windows 10, que volta com o botão Iniciar; veja testeA Microsoft parece ter se acostumado a intercalar versões boas do Windows com outras bem ruins (os altos e baixos da sequência XP - Vista - 7 - 8 mostram isso claramente). Teoricamente, agora é a vez de uma edição "boa", e testes da Folha com o Windows 10 indicam mesmo uma correção de rota. Veja aqui as dez principais novidades. O sistema operacional será lançado globalmente na quarta-feira (29). Por um ano, usuários dos Windows 7, 8 e 8.1 poderão fazer o download gratuito do novo programa. Quem tem os mais antigos, como o XP, pagará US$ 199. "Betas" estavam disponíveis para desenvolvedores desde outubro. Na semana passada, a reportagem usou a versão 10.240 do programa, a última de testes –o sistema não deve ter mudanças significativas até o lançamento. Antes da avaliação, uma recordação: em 2012, com o Windows 8, a Microsoft propôs um sistema operacional voltado para o que foi batizado por Steve Jobs, da Apple, como "era pós-PC". Nesse novo mundo, as telas respondem ao toque, tudo roda em dispositivos móveis como smartphones e os astros são os apps. Então, a Área de Trabalho tradicional foi escondida, como se fosse um aplicativo qualquer. E recursos clássicos, como o menu Iniciar, presentes desde 1995, foram removidos por supostamente estarem caindo em desuso. Foi um fracasso. O Windows 8 não levou a Microsoft para o "mundo pós-PC" e contribuiu para a queda nas vendas de PCs. O sistema está em 90% dos computadores no mundo. Segundo dados da consultoria Gartner, a comercialização dessas máquinas está em declínio desde 2012 e vai cair mais 4% neste ano, para 303 milhões de unidades. Linha do tempo do Windows PASSO ATRÁS Para tentar arrumar o programa, a Microsoft promoveu o retorno do menu Iniciar. Ele virou ponto central da experiência com o Windows 10. É um passo atrás que funciona. Primeiro, ficou mais fácil encontrar qualquer coisa dentro do sistema. Apps e programas mais usados, ferramentas (organizadas em ordem alfabética), configurações e o Explorador de Arquivos ficaram mais à mão. No Windows 8, até abrir o Bloco de Notas era tarefa trabalhosa, exigindo um passeio pela tela inicial até encontrá-lo escondido num bolo que exibia todos os apps. No novo programa, se não encontrar o que procura, há uma ferramenta de buscas ao lado do botão Iniciar. Ela procura tanto dentro da máquina quanto na web e funcionou quase sempre com precisão. Aliás, "ela" tem nome: chama-se Cortana. A assistente pessoal por voz, rival da Siri, do iPhone, ainda não está disponível em português, mas sua versão em inglês foi bem nos testes. Ela abre programas, marca horários na agenda e faz buscas também dentro da máquina e na internet. É integrada ao Bing e ao novo navegador, Microsoft Edge. Voltando ao menu Iniciar, é nele também que ficam abrigados os apps em estilo de caixinha lançados com o Windows 8. Eles exibem informação em tempo real, o que pode ser relevante antes de o usuário começar a fazer alguma coisa no computador. Dependendo dos aplicativos que você acrescentar ao menu, é possível ler manchetes de notícias, ter acesso ao placar de jogos ou ver quem mandou e-mails. Em vez de ser o ponto de partida de quem iniciar a máquina, como era com o Windows 8, eles agora são só uma opção. Há, porém, alguns problemas. Cortana não se dá bem em ambientes com barulho, com música ao fundo, por exemplo. E o novo navegador Edge deixou o PC lento com apenas 20 abas abertas. VEREDICTO Vale a pena baixar, mas é bom aguardar alguns dias até a resolução dos primeiros "bugs". No PC testado pela Folha, os drivers de áudio foram para o espaço e precisaram ser reinstalados. Se você não gostar, terá um mês para voltar para o 7 ou o 8. O caminho está lá no menu Configurações. Editoria de Arte/Folhapress
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Política de drogas é tema de debate da Folha e do Cebrap
A Folha e o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) realizam o quinto evento da série Diálogos nesta segunda-feira (28), das 11h30 às 13h. Na edição deste mês, o deputado federal Osmar Terra (PMDB-RS) e Mauricio Fiore, coordenador científico da Plataforma Brasileira de Política de Drogas e pesquisador do Cebrap, debatem a política brasileira de drogas. A mediação será de Fernanda Mena, repórter especial da Folha. O evento é gratuito e ocorre no auditório do Cebrap (r. Morgado de Mateus, 615, Vila Mariana, São Paulo). Para participar, é preciso se inscrever pelo e-mail cebrap.comunicacao@gmail.com. Lotação máxima de 30 lugares.
cotidiano
Política de drogas é tema de debate da Folha e do CebrapA Folha e o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) realizam o quinto evento da série Diálogos nesta segunda-feira (28), das 11h30 às 13h. Na edição deste mês, o deputado federal Osmar Terra (PMDB-RS) e Mauricio Fiore, coordenador científico da Plataforma Brasileira de Política de Drogas e pesquisador do Cebrap, debatem a política brasileira de drogas. A mediação será de Fernanda Mena, repórter especial da Folha. O evento é gratuito e ocorre no auditório do Cebrap (r. Morgado de Mateus, 615, Vila Mariana, São Paulo). Para participar, é preciso se inscrever pelo e-mail cebrap.comunicacao@gmail.com. Lotação máxima de 30 lugares.
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ONU desiste de tirar doentes e feridos de Aleppo após frustração em trégua
A ONU (Organização das Nações Unidas) abandonou os planos de retirar pessoas feridas e doentes de Aleppo, cidade parcialmente controlada por rebeldes no norte da Síria atualmente cercada por forças leais ao regime do ditador Bashar al-Assad. A organização pretendia resgatar civis em situação de emergência humanitária durante os períodos de trégua unilateral em bombardeios sobre Aleppo no final da semana passada. A chamada "pausa humanitária" foi promovida pelo regime sírio com apoio da Rússia, sua aliada, com o objetivo de evacuar civis e rebeldes antes de uma ofensiva final sobre a cidade. No entanto, nenhum doente ou ferido pôde ser resgatado durante o cessar-fogo temporário, afirmou em comunicado na segunda-feira (25) o subsecretário-geral para assuntos humanitários e coordenador de ajuda de emergência da ONU, Stephen O'Brien. "As retiradas foram obstruídas por vários fatores, incluindo atrasos no recebimento das aprovações necessárias das autoridades locais do leste de Aleppo, condições impostas por grupos armados não-estatais e a objeção do governo da Síria à entrada de suprimentos médicos e de outras formas de ajuda na parte leste da cidade", afirmou O'Brien. "Estou revoltado que o destino de civis vulneráveis –pessoas doentes e feridas, crianças e idosos, todos necessitados de cuidado crítico e de sobrevivência— fique implacavelmente nas mãos de partes que vêm fracassando persistente e desavergonhadamente em colocá-las acima de interesses políticos e militares estreitos." Desde o fim da "pausa humanitária", no domingo (23), os confrontos e bombardeios foram retomados em Aleppo. A ONU não consegue ter acesso ao leste de Aleppo desde julho, quando o regime sírio e forças aliadas colocaram o setor oriental da cidade sob cerco, promovendo intensos ataques que mataram centenas de civis e deixaram o cenário urbano em ruínas. Estima-se que aproximadamente 270 mil pessoas vivam nas áreas sitiadas. O Ocidente, que apoia alguns dos grupos rebeldes envolvidos no conflito sírio, vem tentando pressionar instituições internacionais para iniciar uma investigação de possíveis crimes de guerra cometidos em Aleppo pela Rússia e pelo regime sírio. Iniciada em março de 2011, no contexto da série de levantes populares conhecida como Primavera Árabe, a guerra civil na Síria já deixou mais de 400 mil mortos.
mundo
ONU desiste de tirar doentes e feridos de Aleppo após frustração em tréguaA ONU (Organização das Nações Unidas) abandonou os planos de retirar pessoas feridas e doentes de Aleppo, cidade parcialmente controlada por rebeldes no norte da Síria atualmente cercada por forças leais ao regime do ditador Bashar al-Assad. A organização pretendia resgatar civis em situação de emergência humanitária durante os períodos de trégua unilateral em bombardeios sobre Aleppo no final da semana passada. A chamada "pausa humanitária" foi promovida pelo regime sírio com apoio da Rússia, sua aliada, com o objetivo de evacuar civis e rebeldes antes de uma ofensiva final sobre a cidade. No entanto, nenhum doente ou ferido pôde ser resgatado durante o cessar-fogo temporário, afirmou em comunicado na segunda-feira (25) o subsecretário-geral para assuntos humanitários e coordenador de ajuda de emergência da ONU, Stephen O'Brien. "As retiradas foram obstruídas por vários fatores, incluindo atrasos no recebimento das aprovações necessárias das autoridades locais do leste de Aleppo, condições impostas por grupos armados não-estatais e a objeção do governo da Síria à entrada de suprimentos médicos e de outras formas de ajuda na parte leste da cidade", afirmou O'Brien. "Estou revoltado que o destino de civis vulneráveis –pessoas doentes e feridas, crianças e idosos, todos necessitados de cuidado crítico e de sobrevivência— fique implacavelmente nas mãos de partes que vêm fracassando persistente e desavergonhadamente em colocá-las acima de interesses políticos e militares estreitos." Desde o fim da "pausa humanitária", no domingo (23), os confrontos e bombardeios foram retomados em Aleppo. A ONU não consegue ter acesso ao leste de Aleppo desde julho, quando o regime sírio e forças aliadas colocaram o setor oriental da cidade sob cerco, promovendo intensos ataques que mataram centenas de civis e deixaram o cenário urbano em ruínas. Estima-se que aproximadamente 270 mil pessoas vivam nas áreas sitiadas. O Ocidente, que apoia alguns dos grupos rebeldes envolvidos no conflito sírio, vem tentando pressionar instituições internacionais para iniciar uma investigação de possíveis crimes de guerra cometidos em Aleppo pela Rússia e pelo regime sírio. Iniciada em março de 2011, no contexto da série de levantes populares conhecida como Primavera Árabe, a guerra civil na Síria já deixou mais de 400 mil mortos.
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A tecnologia do século 19 que ainda é essencial para smartphones modernos
Após rumores que a Apple ia se livrar do plugue do fone do ouvido no futuro iPhone 7, mais de 200 mil pessoas assinaram uma petição pedindo que eles reconsiderassem a decisão. O modesto plug é um raro exemplo de tecnologia que sobreviveu à passagem do tempo, segundo Chris Stokel-Walker. O boato é que a Apple ia descartar o plugue de 3,5mm, fazendo com que os headphones fossem ligados ao "Lightning", o conector projetado pela própria empresa e usado para carregar iPhones, iPads e outros dispositivos da Apple. Críticos afirmam que, apesar de isso permitir que os iPhones sejam levemente mais finos, muitos fones de ouvido se tornarão inúteis e fabricantes serão forçados a pagar à Apple para usar o "Lightning" em seus produtos. A petição diz que a medida criaria "montanhas de lixo eletrônico". Também seria um grande impacto em uma tecnologia que se provou notoriamente resiliente. O plugue de 3,5mm é praticamente um item do século 19 – é uma versão miniatura do clássico plugue de meia polegada (6,35mm), que teria sido criado em 1878. "Precisava ser algo que pudesse ser inserido e removido muito facilmente, mas ainda fizesse uma conexão segura", diz Charlie Slee, membro da Audio Engineering Society. A princípio, os plugues de meia polegada eram usados por operadores em antigas mesas de controle de telefone. Estúdios e guitarras também usavam este tipo de plugue. Mas, à medida que equipamentos de áudio se tornaram menores, foi preciso criar uma alternativa menor para os plugues. A versão de 3,5mm rapidamente se tornou popular, principalmente pelo uso em fones de ouvido em rádios portáteis. O plugue é conhecido como um conector TRS (do inglês Tip, Ring, Sleeve, ou ponta-anel-capa): a ponta transfere o áudio para o fone da esquerda de um dispositivo estéreo, e o anel transfere para a direita. A capa serve para aterramento do circuito. ABOLIÇÃO A Apple tem um histórico de acabar precocemente com tecnologias, abolindo coisas que, a partir daí, deixam de ser usadas por rivais também. Ela "matou" o disquete e foi uma das primeiras a abandonar os drives óticos. Algumas pessoas que assinaram a petição sugeriram que a Apple estaria sendo gananciosa. Charlie Slee acredita que os consumidores estão preocupados em ceder controle para a Apple. "As pessoas acham que controlam a tecnologia. Mas é o inverso: as empresas sempre estiveram no controle de como você ouve música e vê vídeos." Para Simon Hall, o que está acontecendo é uma "tempestade em copo d'água". Ele diz que ter um fone de ouvido padrão em celulares é um luxo relativamente recente. "Na geração anterior de celulares, itens como os telefones Nokia, por exemplo, precisavam de adaptador", explica. "Se você quer conectar fones de ouvido a equipamento profissional, você também precisa de adaptador." Até 2010, celulares da Samsung vinham equipados com um plugue de headphone não muito diferente do conector que a Apple aparentemente quer adotar. Essa não é a primeira vez que a Apple desperta queixas. Em 2007, com o primeiro iPhone, ela foi criticada porque o plugue do headphone ficava enterrado dentro da estrutura. Especialistas, à época, disseram que isso seria "um grande plano de negócios - criam um problema e vendem a solução por diversão e lucro". O problema foi consertado na segunda geração, em 2008. Mas a Apple também é conhecida pode desenvolver tecnologia: "Eles se livraram dos DVDs, do disquete, das portas paralelas, e uma hora eles irão se livrar do USB. É assim que eles funcionam", diz Horace Dediu, especialista em tecnologia Apple. Ele afirma que a alteração para a conexão própria da Apple é um sinal de mudança para fones compatíveis com Apple Watch. Para ele, a mudança será rápida. "O que a Apple faz é catalisar mudanças", afirma. "Aconteceria de qualquer forma, mas se não fosse a Apple levaria 10 a 15 anos, e agora vai levar entre 5 e 7."
tec
A tecnologia do século 19 que ainda é essencial para smartphones modernosApós rumores que a Apple ia se livrar do plugue do fone do ouvido no futuro iPhone 7, mais de 200 mil pessoas assinaram uma petição pedindo que eles reconsiderassem a decisão. O modesto plug é um raro exemplo de tecnologia que sobreviveu à passagem do tempo, segundo Chris Stokel-Walker. O boato é que a Apple ia descartar o plugue de 3,5mm, fazendo com que os headphones fossem ligados ao "Lightning", o conector projetado pela própria empresa e usado para carregar iPhones, iPads e outros dispositivos da Apple. Críticos afirmam que, apesar de isso permitir que os iPhones sejam levemente mais finos, muitos fones de ouvido se tornarão inúteis e fabricantes serão forçados a pagar à Apple para usar o "Lightning" em seus produtos. A petição diz que a medida criaria "montanhas de lixo eletrônico". Também seria um grande impacto em uma tecnologia que se provou notoriamente resiliente. O plugue de 3,5mm é praticamente um item do século 19 – é uma versão miniatura do clássico plugue de meia polegada (6,35mm), que teria sido criado em 1878. "Precisava ser algo que pudesse ser inserido e removido muito facilmente, mas ainda fizesse uma conexão segura", diz Charlie Slee, membro da Audio Engineering Society. A princípio, os plugues de meia polegada eram usados por operadores em antigas mesas de controle de telefone. Estúdios e guitarras também usavam este tipo de plugue. Mas, à medida que equipamentos de áudio se tornaram menores, foi preciso criar uma alternativa menor para os plugues. A versão de 3,5mm rapidamente se tornou popular, principalmente pelo uso em fones de ouvido em rádios portáteis. O plugue é conhecido como um conector TRS (do inglês Tip, Ring, Sleeve, ou ponta-anel-capa): a ponta transfere o áudio para o fone da esquerda de um dispositivo estéreo, e o anel transfere para a direita. A capa serve para aterramento do circuito. ABOLIÇÃO A Apple tem um histórico de acabar precocemente com tecnologias, abolindo coisas que, a partir daí, deixam de ser usadas por rivais também. Ela "matou" o disquete e foi uma das primeiras a abandonar os drives óticos. Algumas pessoas que assinaram a petição sugeriram que a Apple estaria sendo gananciosa. Charlie Slee acredita que os consumidores estão preocupados em ceder controle para a Apple. "As pessoas acham que controlam a tecnologia. Mas é o inverso: as empresas sempre estiveram no controle de como você ouve música e vê vídeos." Para Simon Hall, o que está acontecendo é uma "tempestade em copo d'água". Ele diz que ter um fone de ouvido padrão em celulares é um luxo relativamente recente. "Na geração anterior de celulares, itens como os telefones Nokia, por exemplo, precisavam de adaptador", explica. "Se você quer conectar fones de ouvido a equipamento profissional, você também precisa de adaptador." Até 2010, celulares da Samsung vinham equipados com um plugue de headphone não muito diferente do conector que a Apple aparentemente quer adotar. Essa não é a primeira vez que a Apple desperta queixas. Em 2007, com o primeiro iPhone, ela foi criticada porque o plugue do headphone ficava enterrado dentro da estrutura. Especialistas, à época, disseram que isso seria "um grande plano de negócios - criam um problema e vendem a solução por diversão e lucro". O problema foi consertado na segunda geração, em 2008. Mas a Apple também é conhecida pode desenvolver tecnologia: "Eles se livraram dos DVDs, do disquete, das portas paralelas, e uma hora eles irão se livrar do USB. É assim que eles funcionam", diz Horace Dediu, especialista em tecnologia Apple. Ele afirma que a alteração para a conexão própria da Apple é um sinal de mudança para fones compatíveis com Apple Watch. Para ele, a mudança será rápida. "O que a Apple faz é catalisar mudanças", afirma. "Aconteceria de qualquer forma, mas se não fosse a Apple levaria 10 a 15 anos, e agora vai levar entre 5 e 7."
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Trump e a ilha
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (16) mudanças nas medidas de reaproximação com Cuba que haviam sido implementadas pelo seu antecessor, Barack Obama. As novas diretrizes criam mais complicações para viagens de cidadãos americanos à ilha e vetam operações de comércio com empresas cubanas que tenham relações com o setor militar. Um amplo leque de negócios em Cuba envolve controle ou participação do grupo estatal Gaesa, que pertence às Forças Armadas Revolucionárias. Estima-se que essas atividades representem cerca de 60% da economia do país. As novas medidas fazem parte do esforço de Trump para prestar conta de promessas eleitorais. Durante a campanha, o republicano criticou as decisões de Obama em relação a Cuba, que considerou um "mau acordo". Há forte lobby nos EUA –com a participação de políticos importantes, como o senador Marco Rubio, da Flórida, que representa a influente comunidade cubano-americana de perfil anticastrista– contra a abertura proposta em 2014 pelo governo democrata. Trump, com as novas medidas, faz um aceno a um setor significativo da direita, mas não chega a comprometer o escopo maior do processo de reaproximação. Continuam em vigor as relações diplomáticas entre os dois países, e as embaixadas em Washington e Havana seguem em funcionamento. O presidente americano aproveitou o anúncio para reforçar a retórica em prol dos direitos humanos e das liberdades democráticas em Cuba. As relações dos EUA com a ilha são um capítulo à parte, inacabado, da Guerra Fria. Ao longo de anos, o fracasso econômico e os desmandos da ditadura deixaram o país caribenho em situação deplorável. Depois de viver sob o abrigo da antiga União Soviética, Cuba mergulhou num período de graves restrições. Mais recentemente, obteve algum oxigênio do regime venezuelano –que, por sua vez, também naufragou. Não resta dúvida de que o caminho a seguir é o da abertura. No plano interno, cabe ao regime pôr fim às perseguições políticas e estabelecer um cronograma de adesão à democracia. Na economia, é preciso remover o entulho burocrático socialista e permitir que prospere a livre iniciativa. Quanto aos EUA, tardam em suspender um boicote econômico que tem servido apenas para punir a população cubana, restringir as atividades de empresas e oferecer justificativas persecutórias para a permanência da ditadura local. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Trump e a ilhaO presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (16) mudanças nas medidas de reaproximação com Cuba que haviam sido implementadas pelo seu antecessor, Barack Obama. As novas diretrizes criam mais complicações para viagens de cidadãos americanos à ilha e vetam operações de comércio com empresas cubanas que tenham relações com o setor militar. Um amplo leque de negócios em Cuba envolve controle ou participação do grupo estatal Gaesa, que pertence às Forças Armadas Revolucionárias. Estima-se que essas atividades representem cerca de 60% da economia do país. As novas medidas fazem parte do esforço de Trump para prestar conta de promessas eleitorais. Durante a campanha, o republicano criticou as decisões de Obama em relação a Cuba, que considerou um "mau acordo". Há forte lobby nos EUA –com a participação de políticos importantes, como o senador Marco Rubio, da Flórida, que representa a influente comunidade cubano-americana de perfil anticastrista– contra a abertura proposta em 2014 pelo governo democrata. Trump, com as novas medidas, faz um aceno a um setor significativo da direita, mas não chega a comprometer o escopo maior do processo de reaproximação. Continuam em vigor as relações diplomáticas entre os dois países, e as embaixadas em Washington e Havana seguem em funcionamento. O presidente americano aproveitou o anúncio para reforçar a retórica em prol dos direitos humanos e das liberdades democráticas em Cuba. As relações dos EUA com a ilha são um capítulo à parte, inacabado, da Guerra Fria. Ao longo de anos, o fracasso econômico e os desmandos da ditadura deixaram o país caribenho em situação deplorável. Depois de viver sob o abrigo da antiga União Soviética, Cuba mergulhou num período de graves restrições. Mais recentemente, obteve algum oxigênio do regime venezuelano –que, por sua vez, também naufragou. Não resta dúvida de que o caminho a seguir é o da abertura. No plano interno, cabe ao regime pôr fim às perseguições políticas e estabelecer um cronograma de adesão à democracia. Na economia, é preciso remover o entulho burocrático socialista e permitir que prospere a livre iniciativa. Quanto aos EUA, tardam em suspender um boicote econômico que tem servido apenas para punir a população cubana, restringir as atividades de empresas e oferecer justificativas persecutórias para a permanência da ditadura local. editoriais@grupofolha.com.br
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EUA suspendem militares envolvidos em ataque a hospital afegão da MSF
O Exército americano anunciou nesta quarta-feira (25) a suspensão dos militares envolvidos diretamente no bombardeio a um hospital da ONG Médicos sem Fronteiras (MSF) na cidade de Kunduz, no Afeganistão. Além disso, admitiu que a ação foi causada por um erro humano "trágico", afirmou o comandante das forças americanas no Afeganistão, John Campbell. O ataque, ocorrido em 3 de outubro, deixou 30 mortos, entre membros da ONG e pacientes. Apresentando as conclusões de uma investigação interna realizada pelo Pentágono sobre o incidente, Campbell indicou que o Exército ainda analisa as medidas disciplinares e administrativas às quais os envolvidos, agora suspensos, serão submetidos. O comandante garantiu que o bombardeio foi causado por um erro humano "trágico", devido a erros nos sistemas e nos procedimentos de atuação e que a equipe não tomou as medidas necessárias para verificar se atacavam um alvo militar legítimo. Segundo Campbell, os EUA adotarão medidas para que algo similar não ocorra no futuro. "Nenhuma nação faz mais para preveinir as baixas civis que os Estados Unidos", acrescentou. O relatório do Pentágono concluiu que os militares envolvidos no incidente não sabiam que o edifício atacado era um hospital operado pela MSF e que pensavam estar atacando um alvo diferente, situado a algumas centenas de metros, onde havia sido reportada a presença de combatentes do talebã. A cidade de Kunduz, no norte do Afeganistão, foi tomada por militantes no dia 28 de setembro, na maior vitória do grupo extremista islâmico desde 2001, quando foi deposto do poder pelos americanos, que invadiram o país. Com isso, os EUA realizavam bombardeios na área para ajudar as tropas leais a Cabul a retomar a cidade. MSF Christopher Stokes, diretor-geral da Médicos sem Froteiras afirmou que as informações apresentadas nesta quarta-feira pelos EUA sobre o bombardeio deixam a organização "com mais perguntas do que respostas". Strokes afirma ainda que é "chocante" que um ataque possa ser conduzido sem que as forças armadas americanas tivessem visão do alvo nem acesso a uma lista de locais que não deveriam ser atacados, e que disponham de um sistema de comunicação que funciona mal. "A destruição de uma instalação protegida sem que houvesse verificação do alvo –nesse caso, um hospital cheio de pessoal médico e pacientes em pleno funcionamento– não pode ser apenas categorizada como um erro humano individual ou como infrações das regras de engajamento norte-americanas", completou, antes de frisar que a MSF reitera seu pedido por uma investigação independente e imparcial do ataque ao hospital em Kunduz. Assista
mundo
EUA suspendem militares envolvidos em ataque a hospital afegão da MSFO Exército americano anunciou nesta quarta-feira (25) a suspensão dos militares envolvidos diretamente no bombardeio a um hospital da ONG Médicos sem Fronteiras (MSF) na cidade de Kunduz, no Afeganistão. Além disso, admitiu que a ação foi causada por um erro humano "trágico", afirmou o comandante das forças americanas no Afeganistão, John Campbell. O ataque, ocorrido em 3 de outubro, deixou 30 mortos, entre membros da ONG e pacientes. Apresentando as conclusões de uma investigação interna realizada pelo Pentágono sobre o incidente, Campbell indicou que o Exército ainda analisa as medidas disciplinares e administrativas às quais os envolvidos, agora suspensos, serão submetidos. O comandante garantiu que o bombardeio foi causado por um erro humano "trágico", devido a erros nos sistemas e nos procedimentos de atuação e que a equipe não tomou as medidas necessárias para verificar se atacavam um alvo militar legítimo. Segundo Campbell, os EUA adotarão medidas para que algo similar não ocorra no futuro. "Nenhuma nação faz mais para preveinir as baixas civis que os Estados Unidos", acrescentou. O relatório do Pentágono concluiu que os militares envolvidos no incidente não sabiam que o edifício atacado era um hospital operado pela MSF e que pensavam estar atacando um alvo diferente, situado a algumas centenas de metros, onde havia sido reportada a presença de combatentes do talebã. A cidade de Kunduz, no norte do Afeganistão, foi tomada por militantes no dia 28 de setembro, na maior vitória do grupo extremista islâmico desde 2001, quando foi deposto do poder pelos americanos, que invadiram o país. Com isso, os EUA realizavam bombardeios na área para ajudar as tropas leais a Cabul a retomar a cidade. MSF Christopher Stokes, diretor-geral da Médicos sem Froteiras afirmou que as informações apresentadas nesta quarta-feira pelos EUA sobre o bombardeio deixam a organização "com mais perguntas do que respostas". Strokes afirma ainda que é "chocante" que um ataque possa ser conduzido sem que as forças armadas americanas tivessem visão do alvo nem acesso a uma lista de locais que não deveriam ser atacados, e que disponham de um sistema de comunicação que funciona mal. "A destruição de uma instalação protegida sem que houvesse verificação do alvo –nesse caso, um hospital cheio de pessoal médico e pacientes em pleno funcionamento– não pode ser apenas categorizada como um erro humano individual ou como infrações das regras de engajamento norte-americanas", completou, antes de frisar que a MSF reitera seu pedido por uma investigação independente e imparcial do ataque ao hospital em Kunduz. Assista
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Aos 90 anos, ilustrações provocativas renovam revista 'New Yorker"
Em seus 90 anos, a "New Yorker sempre chegou às bancas com uma ilustração ou pintura na capa. Na maior parte desse período, foram "casas de praia abandonadas, tigelas de frutas e mudanças de estações", segundo o editor, David Remnick. Nos últimos 20 anos, a revista passou a trazer na capa temas atuais e frequentemente polêmicos, como uma de 2008 em que Barack Obama vestia roupas tradicionais islâmicas e a mulher, Michelle, uma metralhadora nas costas –sátira à oposição do então candidato à Presidência. Veja fotos A mudança começou em 1992, com a contratação da editora de arte Françoise Mouly pela então editora Tina Brown, para quem as capas haviam se tornado "palidamente decorativas". Mas a virada definitiva viria na edição pós-atentados de 11 de setembro de 2001, com a sombra das Torres Gêmeas desenhada pelo premiado Art Spiegelman, marido de Mouly. Desde então, as capas são notícia. Em 2013, o protagonista da série "Breaking Bad" aparecia com o ditador sírio, Bashar al Assad, em seu laboratório de metanfetamina. Alusão ao suposto uso de armas químicas pelo regime sírio contra a população local. Em dezembro, a cidade de St. Louis foi retratada em branco e preto, refletindo as tensões que explodiram ali e sacudiram o país após policiais brancos serem inocentados, na Justiça, da morte de negros. "Queremos artigos e arte com valor duradouro", disse Remnick ao "New York Times". Ilustrações noticiosas, completou Mouly, "fazem sentido em duas semanas, dois meses ou em 200 anos".
mercado
Aos 90 anos, ilustrações provocativas renovam revista 'New Yorker"Em seus 90 anos, a "New Yorker sempre chegou às bancas com uma ilustração ou pintura na capa. Na maior parte desse período, foram "casas de praia abandonadas, tigelas de frutas e mudanças de estações", segundo o editor, David Remnick. Nos últimos 20 anos, a revista passou a trazer na capa temas atuais e frequentemente polêmicos, como uma de 2008 em que Barack Obama vestia roupas tradicionais islâmicas e a mulher, Michelle, uma metralhadora nas costas –sátira à oposição do então candidato à Presidência. Veja fotos A mudança começou em 1992, com a contratação da editora de arte Françoise Mouly pela então editora Tina Brown, para quem as capas haviam se tornado "palidamente decorativas". Mas a virada definitiva viria na edição pós-atentados de 11 de setembro de 2001, com a sombra das Torres Gêmeas desenhada pelo premiado Art Spiegelman, marido de Mouly. Desde então, as capas são notícia. Em 2013, o protagonista da série "Breaking Bad" aparecia com o ditador sírio, Bashar al Assad, em seu laboratório de metanfetamina. Alusão ao suposto uso de armas químicas pelo regime sírio contra a população local. Em dezembro, a cidade de St. Louis foi retratada em branco e preto, refletindo as tensões que explodiram ali e sacudiram o país após policiais brancos serem inocentados, na Justiça, da morte de negros. "Queremos artigos e arte com valor duradouro", disse Remnick ao "New York Times". Ilustrações noticiosas, completou Mouly, "fazem sentido em duas semanas, dois meses ou em 200 anos".
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'Grande Sertão' ganhará novas traduções em alemão e em inglês
Como recriar poeticamente, em outra língua, o idioma concebido por Guimarães Rosa? Dois grandes tradutores dedicam-se, agora, a responder essa pergunta. "Grande Sertão: Veredas" ganhará traduções em duas línguas influentes no mercado livreiro internacional: o inglês e o alemão. Quem se dedica a verter o catatau rosiano para a língua de Shakespeare é a australiana Alison Entrekin, uma das principais tradutoras de literatura brasileira no exterior. Depois de uma seleção rigorosa, ela foi a escolhida pela Wylie Agency, agência literária mais poderosa do mundo, que representa o escritor, e por Eduardo Tess, detentor dos direitos, para a tarefa. No caso do idioma germânico, o responsável por domar o sertão rosiano em outra língua é o professor Berthold Zilly, que já verteu para o idioma Raduan Nassar, Euclydes da Cunha e Machado de Assis, entre outros. Entrekin, que recebeu um patrocínio do Itaú Cultural para poder dedicar-se, espera terminar a empreitada em três anos. O romance já tem até editoras no mundo anglófono: no Reino Unido, a Jonathan Cape, do grupo Penguin Random House; nos Estados Unidos, a prestigiosa Alfred A. Knopf Já a tradução de Zilly, que ele planeja publicar em 2019, sai pela Hanser, uma das principais editoras alemãs de humanidades e literatura. O romance já tinha traduções nas duas línguas. Em inglês, por James Taylor e Harriot de Onís, importante tradutora do boom latino-americano; em alemão, por Curt Meyer-Clason, amigo de Guimarães Rosa (1908-67). Mas tanto Zilly quanto Entrekin defendem que, passado tanto tempo, é hora de corrigir distorções realizadas por esses trabalhos. "[A tradução] não tenta reproduzir a linguagem do Guimarães Rosa. Ela só conta a história, numa prosa muito mais convencional do que a em português", diz Entrekin. Para Zilly, as versões estrangeiras –feitas com o autor ainda vivo– tentaram levar em conta a recomendação dada por Rosa de causar estranhamento no leitor, mas não foram muito longe. "Esses tradutores produziram algo mais ou menos dentro da expectativa do leitor. Talvez o público estrangeiro não estivesse tão maduro. Mas estou considerando que tenho carta branca do próprio autor para espantar um pouco o leitor!", ri Zilly. É claro, os dois agora têm a chance de aprender com os erros e os acertos do tradutores que os antecederam.
ilustrada
'Grande Sertão' ganhará novas traduções em alemão e em inglêsComo recriar poeticamente, em outra língua, o idioma concebido por Guimarães Rosa? Dois grandes tradutores dedicam-se, agora, a responder essa pergunta. "Grande Sertão: Veredas" ganhará traduções em duas línguas influentes no mercado livreiro internacional: o inglês e o alemão. Quem se dedica a verter o catatau rosiano para a língua de Shakespeare é a australiana Alison Entrekin, uma das principais tradutoras de literatura brasileira no exterior. Depois de uma seleção rigorosa, ela foi a escolhida pela Wylie Agency, agência literária mais poderosa do mundo, que representa o escritor, e por Eduardo Tess, detentor dos direitos, para a tarefa. No caso do idioma germânico, o responsável por domar o sertão rosiano em outra língua é o professor Berthold Zilly, que já verteu para o idioma Raduan Nassar, Euclydes da Cunha e Machado de Assis, entre outros. Entrekin, que recebeu um patrocínio do Itaú Cultural para poder dedicar-se, espera terminar a empreitada em três anos. O romance já tem até editoras no mundo anglófono: no Reino Unido, a Jonathan Cape, do grupo Penguin Random House; nos Estados Unidos, a prestigiosa Alfred A. Knopf Já a tradução de Zilly, que ele planeja publicar em 2019, sai pela Hanser, uma das principais editoras alemãs de humanidades e literatura. O romance já tinha traduções nas duas línguas. Em inglês, por James Taylor e Harriot de Onís, importante tradutora do boom latino-americano; em alemão, por Curt Meyer-Clason, amigo de Guimarães Rosa (1908-67). Mas tanto Zilly quanto Entrekin defendem que, passado tanto tempo, é hora de corrigir distorções realizadas por esses trabalhos. "[A tradução] não tenta reproduzir a linguagem do Guimarães Rosa. Ela só conta a história, numa prosa muito mais convencional do que a em português", diz Entrekin. Para Zilly, as versões estrangeiras –feitas com o autor ainda vivo– tentaram levar em conta a recomendação dada por Rosa de causar estranhamento no leitor, mas não foram muito longe. "Esses tradutores produziram algo mais ou menos dentro da expectativa do leitor. Talvez o público estrangeiro não estivesse tão maduro. Mas estou considerando que tenho carta branca do próprio autor para espantar um pouco o leitor!", ri Zilly. É claro, os dois agora têm a chance de aprender com os erros e os acertos do tradutores que os antecederam.
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Bilheterias estagnadas na China e Trump põem Hollywood em apreensão
A década de crescimento em disparada nas bilheterias de cinema chinesas estacou repentinamente em 2016, despertando em Hollywood o medo de que o mais importante mercado novo do setor tenha perdido o gás. As vendas de ingressos no mercado interno chinês cresceram apenas 2,4% em 2016, ante os 49% de crescimento registrados em 2015, de acordo com o Entgroup, que acompanha o desempenho das bilheterias de cinema. Em valor (em dólar), o mercado chinês registrou resultados iguais ou ligeiramente inferiores aos de 2015, de acordo com a comScore, empresa de mensuração de audiência em diversas mídias. As indústrias cinematográficas dos Estados Unidos e da China se aproximaram nos últimos anos, e Hollywood tirou vantagem de uma elevação na cota chinesa para filmes importados, em 2012, e do investimento de empresas do país asiático em estúdios norte-americanos. Mas há medo em Hollywood de que os futuros retornos na China caiam caso o governo do republicano Donald Trump venha a cumprir sua promessa de adotar linha dura no comércio com a China. As medidas retaliatórias da China poderiam incluir restrições ao número de filmes norte-americanos aprovados para exibição; no momento, 34 filmes estrangeiros são aprovados a cada ano de acordo com a cota vigente. Hollywood tem muita coisa em jogo na China, disse Paul Dergarabedian, analista sênior da comScore. "É o segundo maior mercado mundial de cinema e um dia superará a América do Norte nas bilheterias." Ele apontou para filmes como "O Exterminador do Futuro: Gênesis" e "Warcraft - O Primeiro Encontro de Dois Mundos", que fracassaram nos Estados Unidos, mas faturaram bem nos cinemas chinesas. "Alguns filmes não teriam apresentado bons resultados de bilheteria sem lançamento na China." Tradução de PAULO MIGLIACCI
mercado
Bilheterias estagnadas na China e Trump põem Hollywood em apreensãoA década de crescimento em disparada nas bilheterias de cinema chinesas estacou repentinamente em 2016, despertando em Hollywood o medo de que o mais importante mercado novo do setor tenha perdido o gás. As vendas de ingressos no mercado interno chinês cresceram apenas 2,4% em 2016, ante os 49% de crescimento registrados em 2015, de acordo com o Entgroup, que acompanha o desempenho das bilheterias de cinema. Em valor (em dólar), o mercado chinês registrou resultados iguais ou ligeiramente inferiores aos de 2015, de acordo com a comScore, empresa de mensuração de audiência em diversas mídias. As indústrias cinematográficas dos Estados Unidos e da China se aproximaram nos últimos anos, e Hollywood tirou vantagem de uma elevação na cota chinesa para filmes importados, em 2012, e do investimento de empresas do país asiático em estúdios norte-americanos. Mas há medo em Hollywood de que os futuros retornos na China caiam caso o governo do republicano Donald Trump venha a cumprir sua promessa de adotar linha dura no comércio com a China. As medidas retaliatórias da China poderiam incluir restrições ao número de filmes norte-americanos aprovados para exibição; no momento, 34 filmes estrangeiros são aprovados a cada ano de acordo com a cota vigente. Hollywood tem muita coisa em jogo na China, disse Paul Dergarabedian, analista sênior da comScore. "É o segundo maior mercado mundial de cinema e um dia superará a América do Norte nas bilheterias." Ele apontou para filmes como "O Exterminador do Futuro: Gênesis" e "Warcraft - O Primeiro Encontro de Dois Mundos", que fracassaram nos Estados Unidos, mas faturaram bem nos cinemas chinesas. "Alguns filmes não teriam apresentado bons resultados de bilheteria sem lançamento na China." Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Maria Flor posa nua em cenários da Lapa para lentes de Jorge Bispo
A atriz Maria Flor, 31, é a protagonista da nova edição da "Revista 3", do fotógrafo Jorge Bispo. O ensaio noturno pelas ruelas da Lapa, no Rio, está nas 70 páginas da publicação, que será lançada dia 19. * "Queria eternizar os meus 30 anos, a minha juventude. Ficar nua na rua era um fetiche. A ideia do Bispo de criar uma revista para o fotografado fazer o que bem entender, transgredir e inventar é uma libertação", diz ela. Leia a coluna completa aqui
colunas
Maria Flor posa nua em cenários da Lapa para lentes de Jorge BispoA atriz Maria Flor, 31, é a protagonista da nova edição da "Revista 3", do fotógrafo Jorge Bispo. O ensaio noturno pelas ruelas da Lapa, no Rio, está nas 70 páginas da publicação, que será lançada dia 19. * "Queria eternizar os meus 30 anos, a minha juventude. Ficar nua na rua era um fetiche. A ideia do Bispo de criar uma revista para o fotografado fazer o que bem entender, transgredir e inventar é uma libertação", diz ela. Leia a coluna completa aqui
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ANP quer fim de diferença entre preços do gás de botijão
O diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), Décio Oddone, afirmou nesta quinta (17) que pretende retirar da regulamentação a diferenciação de preços entre diferentes consumos de GLP (gás liquefeito de petróleo, o gás de botijão), vigente desde 2005. Segundo ele, a mudança esta sendo estudada em um processo de revisão das regras do setor, que deve eliminar também restrições ao uso do combustível, que hoje não pode ser usado para aquecimento de saunas, piscinas, em caldeiras ou em motores a combustão. "O mercado tem que ser competitivo e permitir que o consumidor escolha o combustível mais eficiente", defendeu, em entrevista após evento do setor no Rio. Desde 2005, a Petrobras é obrigada a vender GLP com dois preços diferentes: um para o produto envasado em botijões de 13 quilos, mais usado em residências, e outro para vasilhames maiores ou a granel, mais usado por comércio e indústrias. Em sua nova política de preços para o combustível, a estatal inclui, no preço do GLP industrial os custos de importação do produto, o que não ocorre no preço praticado para venda em botijões de 13 quilos. Ambos consideram ainda cotações internacionais mais margem de ludro da companhia. A política de preços diferentes foi estabelecido no governo Lula em um momento de alta nas cotações internacionais do petróleo com o objetivo de conter a inflação. O preço do GLP para botijões de 13 quilos chegou a ficar congelado por 12 anos. Atualmente, segundo estimativa das empresas do setor, o gás industrial está cerca de 40% mais caro do que o produto vendido em botijões de 13 quilos. Oddone diz que a ideia é não incluir a diferenciação na nova portaria em elaboração sobre o comércio de GLP. Ainda assim, há uma resolução do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) que recomenda a adoção de preços diferentes, mas a avaliação do mercado é que uma mudança na ANP já liberaria a Petrobras. A nova portaria deve ser publicada em outubro. Antes, será discutida em audiência pública com representantes do mercado e da sociedade. Nela, a ANP quer eliminar também as restrições de uso, implantadas no início da década de 1990 como resposta à crise do petróleo provocada pela invasão do Iraque em 1991. O diretor-geral da agência, porém, disse que a abertura deve ser gradual e condicionada a investimentos em infraestrutura logística para o combustível. "A ideia é encontrar espaço para que o GLP possa competir de forma igual com outros combustíveis no conjunto da matriz energética brasileira", disse. O anúncio agrada às empresas do setor, disse o presidente do Sindigás (Sindicato das Empresas Distribuidoras de GLP), Sérgio Bandeira de Mello, que chamou as restrições ao uso de "esquizofrênicas". "O fim da diferença de preços é fundamental para atrair investimentos", afirmou o executivo. Atualmente cerca de 1/4 do mercado brasileiro é atendido por importações. Ao contrário do que ocorre em combustíveis automotivos, porém, as compras são todas feitas pela Petrobras.
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ANP quer fim de diferença entre preços do gás de botijãoO diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), Décio Oddone, afirmou nesta quinta (17) que pretende retirar da regulamentação a diferenciação de preços entre diferentes consumos de GLP (gás liquefeito de petróleo, o gás de botijão), vigente desde 2005. Segundo ele, a mudança esta sendo estudada em um processo de revisão das regras do setor, que deve eliminar também restrições ao uso do combustível, que hoje não pode ser usado para aquecimento de saunas, piscinas, em caldeiras ou em motores a combustão. "O mercado tem que ser competitivo e permitir que o consumidor escolha o combustível mais eficiente", defendeu, em entrevista após evento do setor no Rio. Desde 2005, a Petrobras é obrigada a vender GLP com dois preços diferentes: um para o produto envasado em botijões de 13 quilos, mais usado em residências, e outro para vasilhames maiores ou a granel, mais usado por comércio e indústrias. Em sua nova política de preços para o combustível, a estatal inclui, no preço do GLP industrial os custos de importação do produto, o que não ocorre no preço praticado para venda em botijões de 13 quilos. Ambos consideram ainda cotações internacionais mais margem de ludro da companhia. A política de preços diferentes foi estabelecido no governo Lula em um momento de alta nas cotações internacionais do petróleo com o objetivo de conter a inflação. O preço do GLP para botijões de 13 quilos chegou a ficar congelado por 12 anos. Atualmente, segundo estimativa das empresas do setor, o gás industrial está cerca de 40% mais caro do que o produto vendido em botijões de 13 quilos. Oddone diz que a ideia é não incluir a diferenciação na nova portaria em elaboração sobre o comércio de GLP. Ainda assim, há uma resolução do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) que recomenda a adoção de preços diferentes, mas a avaliação do mercado é que uma mudança na ANP já liberaria a Petrobras. A nova portaria deve ser publicada em outubro. Antes, será discutida em audiência pública com representantes do mercado e da sociedade. Nela, a ANP quer eliminar também as restrições de uso, implantadas no início da década de 1990 como resposta à crise do petróleo provocada pela invasão do Iraque em 1991. O diretor-geral da agência, porém, disse que a abertura deve ser gradual e condicionada a investimentos em infraestrutura logística para o combustível. "A ideia é encontrar espaço para que o GLP possa competir de forma igual com outros combustíveis no conjunto da matriz energética brasileira", disse. O anúncio agrada às empresas do setor, disse o presidente do Sindigás (Sindicato das Empresas Distribuidoras de GLP), Sérgio Bandeira de Mello, que chamou as restrições ao uso de "esquizofrênicas". "O fim da diferença de preços é fundamental para atrair investimentos", afirmou o executivo. Atualmente cerca de 1/4 do mercado brasileiro é atendido por importações. Ao contrário do que ocorre em combustíveis automotivos, porém, as compras são todas feitas pela Petrobras.
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Arquitetura da nova sede do IMS se firma pela ideia de leveza
Numa ponta da avenida Paulista, o novo Instituto Moreira Salles terá no desenho um eco do Conjunto Nacional não muito longe dali –a ideia de total abertura ao espaço público numa quase continuação da calçada para dentro do prédio. Escadas rolantes levam visitantes direto a um andar intermediário onde será o saguão, uma espécie de praça suspensa e envidraçada com a função de tornar mais ágil a circulação por dentro da torre de nove andares. "É muito difícil fazer um museu vertical", diz Vinicius Andrade, da firma Andrade Morettin Arquitetos, responsável pelo projeto. "Um museu depende de um fluxo contínuo. Se você parte de uma das extremidades, a outra fica muito distante, então a gente decidiu começar pelo meio e quem chega ali anda um pouco para cima e um pouco para baixo." Quem sobe encontra as três galerias dedicadas às mostras temporárias, grande parte delas de fotografia, carro-chefe do acervo da instituição com direção artística de Lorenzo Mammì. Quem desce chega ao auditório e à biblioteca. Do lado de fora, esses conjuntos de salas parecem flutuar como caixas fechadas numa embalagem translúcida, já que a fachada do IMS será toda de vidro. Nesse sentido, o desenho dos arquitetos se esforça para dar a sensação de leveza, suavidade e transparência ao que poderia despontar como mais um monolito na paisagem saturada da Paulista. Também reforça a sensação de espaço público, permeável ao entorno do prédio. Tal qual um respiro, ou intervalo entre um e outro evento, o Balaio, novo café dos donos do restaurante Mocotó, vai funcionar no saguão entre as galerias e o auditório, ou seja, acessível direto da calçada pela escada rolante, sem obstáculos. "Tem pouca matéria, traços menos definitivos", diz Andrade. "É uma arquitetura leve. A gente trabalha para desmistificar a síndrome dos três porquinhos, a ideia de que se não for de tijolo não é legal. A preocupação é com a fluidez do espaço público. Isso é muito valioso." Num terreno com um dos metros quadrados mais caros da cidade, essa também não é uma construção modesta –sem uso de recursos incentivados, a obra custou até agora R$ 80 milhões. Mais vistoso dos projetos do Andrade e Morettin, o novo museu entra na reta final da obra na esteira do lançamento de um livro que destrincha toda a produção da dupla de arquitetos, que estão entre os mais criativos e relevantes da nova geração da arquitetura paulista. O volume, aliás, tenta explicar por que o escritório que rejeita o uso de concreto aparente, material-fetiche na tradição do modernismo local, se enquadra nessa mesma linha de raciocínio, em especial pelo uso de estruturas desnudadas, sempre à vista. "Nossa vontade era mostrar mais do que a beleza do objeto", diz Andrade. "É a beleza do raciocínio." ANDRADE MORETTIN - CADERNOS DE ARQUITETURA AUTOR Marcelo Morettin, Vinicius Andrade EDITORA Bei QUANTO R$ 120 (208 págs.)
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Arquitetura da nova sede do IMS se firma pela ideia de levezaNuma ponta da avenida Paulista, o novo Instituto Moreira Salles terá no desenho um eco do Conjunto Nacional não muito longe dali –a ideia de total abertura ao espaço público numa quase continuação da calçada para dentro do prédio. Escadas rolantes levam visitantes direto a um andar intermediário onde será o saguão, uma espécie de praça suspensa e envidraçada com a função de tornar mais ágil a circulação por dentro da torre de nove andares. "É muito difícil fazer um museu vertical", diz Vinicius Andrade, da firma Andrade Morettin Arquitetos, responsável pelo projeto. "Um museu depende de um fluxo contínuo. Se você parte de uma das extremidades, a outra fica muito distante, então a gente decidiu começar pelo meio e quem chega ali anda um pouco para cima e um pouco para baixo." Quem sobe encontra as três galerias dedicadas às mostras temporárias, grande parte delas de fotografia, carro-chefe do acervo da instituição com direção artística de Lorenzo Mammì. Quem desce chega ao auditório e à biblioteca. Do lado de fora, esses conjuntos de salas parecem flutuar como caixas fechadas numa embalagem translúcida, já que a fachada do IMS será toda de vidro. Nesse sentido, o desenho dos arquitetos se esforça para dar a sensação de leveza, suavidade e transparência ao que poderia despontar como mais um monolito na paisagem saturada da Paulista. Também reforça a sensação de espaço público, permeável ao entorno do prédio. Tal qual um respiro, ou intervalo entre um e outro evento, o Balaio, novo café dos donos do restaurante Mocotó, vai funcionar no saguão entre as galerias e o auditório, ou seja, acessível direto da calçada pela escada rolante, sem obstáculos. "Tem pouca matéria, traços menos definitivos", diz Andrade. "É uma arquitetura leve. A gente trabalha para desmistificar a síndrome dos três porquinhos, a ideia de que se não for de tijolo não é legal. A preocupação é com a fluidez do espaço público. Isso é muito valioso." Num terreno com um dos metros quadrados mais caros da cidade, essa também não é uma construção modesta –sem uso de recursos incentivados, a obra custou até agora R$ 80 milhões. Mais vistoso dos projetos do Andrade e Morettin, o novo museu entra na reta final da obra na esteira do lançamento de um livro que destrincha toda a produção da dupla de arquitetos, que estão entre os mais criativos e relevantes da nova geração da arquitetura paulista. O volume, aliás, tenta explicar por que o escritório que rejeita o uso de concreto aparente, material-fetiche na tradição do modernismo local, se enquadra nessa mesma linha de raciocínio, em especial pelo uso de estruturas desnudadas, sempre à vista. "Nossa vontade era mostrar mais do que a beleza do objeto", diz Andrade. "É a beleza do raciocínio." ANDRADE MORETTIN - CADERNOS DE ARQUITETURA AUTOR Marcelo Morettin, Vinicius Andrade EDITORA Bei QUANTO R$ 120 (208 págs.)
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Comediante Louis C.K. manda e-mail a fãs comparando Trump a Hitler
O comediante Louis C.K., um dos mais bem pagos dos EUA, segundo a revista "Forbes", surpreendeu seus fãs neste fim de semana com um e-mail exortando-os a votar em qualquer pessoa "menos Donald Trump". C.K, autor da série "Louie" e conhecido dos palcos de stand-up americanos, usou seu extenso mailing para anunciar um novo episódio de sua série atual, "Horace and Pete", e enxovalhar o milionário que lidera a disputa pela candidatura republicana à Casa Branca. "Por favor, parem de votar em Trump", escreve C.K. na mala-direta, que se estende por mais de 20 parágrafos a respeito do egocentrismo e das tendências autocráticas do empresário, exemplificadas com frases do próprio. "Foi engraçado por um instante. Mas esse cara é Hitler. Com isso, quero dizer que nós estamos sendo a Alemanha nos anos 30. Você acha que eles perceberam a merda que aconteceria? Hitler era só um cara engraçado e novo com um penteado engraçado capaz de dizer qualquer coisa." O humorista afirma então que simpatiza com ambos os pré-candidatos democratas —Hillary Clinton e Bernie Sanders—, mas que acha que Barack Obama deveria ser sucedido por um conservador. "Não sou um grande apreciador da agenda conservadora, mas tivemos Obama por oito anos e há necessidade de equilíbrio", escreve, sugerindo o governador conservador John Kasich como "uma escolha mais saudável". Celebridades têm sido eloquentes em sua defesa de outros candidatos que não Trump —o milionário tem provocado reações agressivas da cúpula de seu partido e amealhou até agora apenas o apoio da ex-candidata a vice republicana Sarah Palin e do governador de Nova Jersey, Chris Christie. No fim de semana, o ator e ex-governador (republicano) da Califórnia Arnold Schwarzzenegger declarou apoio a Kasich, o mais moderado dos quatro republicanos que restam na disputa (os outros dois são os senadores Ted Cruz e Marco Rubio). Até agora, Trump lidera as prévias estaduais para conquistar a candidatura republicana, mas obteve, nas 20 rodadas até aqui, apenas 384 dos 1.237 votos de delegados partidários para se consagrar candidato, contra 300 de Cruz, 151 de Rubio e 37 de Kasich (os rivais somam 488). É uma margem pequena se comparada com a de Hillary Clinton, que já cobriu quase metade da meta para se eleger e tem mais do que o dobro dos votos do rival, Sanders. Prévia da Eleição nos EUA
mundo
Comediante Louis C.K. manda e-mail a fãs comparando Trump a HitlerO comediante Louis C.K., um dos mais bem pagos dos EUA, segundo a revista "Forbes", surpreendeu seus fãs neste fim de semana com um e-mail exortando-os a votar em qualquer pessoa "menos Donald Trump". C.K, autor da série "Louie" e conhecido dos palcos de stand-up americanos, usou seu extenso mailing para anunciar um novo episódio de sua série atual, "Horace and Pete", e enxovalhar o milionário que lidera a disputa pela candidatura republicana à Casa Branca. "Por favor, parem de votar em Trump", escreve C.K. na mala-direta, que se estende por mais de 20 parágrafos a respeito do egocentrismo e das tendências autocráticas do empresário, exemplificadas com frases do próprio. "Foi engraçado por um instante. Mas esse cara é Hitler. Com isso, quero dizer que nós estamos sendo a Alemanha nos anos 30. Você acha que eles perceberam a merda que aconteceria? Hitler era só um cara engraçado e novo com um penteado engraçado capaz de dizer qualquer coisa." O humorista afirma então que simpatiza com ambos os pré-candidatos democratas —Hillary Clinton e Bernie Sanders—, mas que acha que Barack Obama deveria ser sucedido por um conservador. "Não sou um grande apreciador da agenda conservadora, mas tivemos Obama por oito anos e há necessidade de equilíbrio", escreve, sugerindo o governador conservador John Kasich como "uma escolha mais saudável". Celebridades têm sido eloquentes em sua defesa de outros candidatos que não Trump —o milionário tem provocado reações agressivas da cúpula de seu partido e amealhou até agora apenas o apoio da ex-candidata a vice republicana Sarah Palin e do governador de Nova Jersey, Chris Christie. No fim de semana, o ator e ex-governador (republicano) da Califórnia Arnold Schwarzzenegger declarou apoio a Kasich, o mais moderado dos quatro republicanos que restam na disputa (os outros dois são os senadores Ted Cruz e Marco Rubio). Até agora, Trump lidera as prévias estaduais para conquistar a candidatura republicana, mas obteve, nas 20 rodadas até aqui, apenas 384 dos 1.237 votos de delegados partidários para se consagrar candidato, contra 300 de Cruz, 151 de Rubio e 37 de Kasich (os rivais somam 488). É uma margem pequena se comparada com a de Hillary Clinton, que já cobriu quase metade da meta para se eleger e tem mais do que o dobro dos votos do rival, Sanders. Prévia da Eleição nos EUA
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Pivô de polêmica no Rio, francês vence prova de salto com vara em Paris
DE SÃO PAULO O francês Renaud Lavillenie venceu etapa da competição de salto com vara da Liga Diamante de Atletismo disputada em Paris na tarde deste sábado (27). Lavillenie saltou 5,93 m e ficou com o primeiro lugar. Cinco centímetros a menos da marca atingida nos Jogos Olímpicos do Rio. O segundo colocado foi o americano Sam Kendricks, bronze na Rio-2016. Ele saltou 5,81 m na prova deste sábado. Medalhista de ouro na Olimpíada, o brasileiro Thiago Braz não participou da competição. Braz atingiu a marca de 6,03 m nos Jogos, recorde olímpico. Lavillenie se envolveu em polêmica no Rio ao deixar o Engenhão reclamando das vaias dos torcedores durante seu último salto. Ele chegou a se comparar a Jesse Owens, atleta norte-americano que conquistou ouro na Olimpíada de 1936, sediada na Alemanha de Hitler. Na entrega das medalhas, no dia seguinte à disputa, Lavillenie voltou a ser vaiado e chegou a chorar no pódio. Ele foi consolado pelo brasileiro campeão. As vaias provocaram reações de diversos dirigentes, incluindo o presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), o alemão Thomas Bach, que criticou a torcida que esteve no Engenhão. Na quinta-feira (25), o francês ficou em segundo na disputa pela Liga Diamante realizada na Suíça. Antes da competição, ele lembrou o episódio no Rio e afirmou que "Bolt não seria tão amado se competisse com brasileiro".
esporte
Pivô de polêmica no Rio, francês vence prova de salto com vara em Paris DE SÃO PAULO O francês Renaud Lavillenie venceu etapa da competição de salto com vara da Liga Diamante de Atletismo disputada em Paris na tarde deste sábado (27). Lavillenie saltou 5,93 m e ficou com o primeiro lugar. Cinco centímetros a menos da marca atingida nos Jogos Olímpicos do Rio. O segundo colocado foi o americano Sam Kendricks, bronze na Rio-2016. Ele saltou 5,81 m na prova deste sábado. Medalhista de ouro na Olimpíada, o brasileiro Thiago Braz não participou da competição. Braz atingiu a marca de 6,03 m nos Jogos, recorde olímpico. Lavillenie se envolveu em polêmica no Rio ao deixar o Engenhão reclamando das vaias dos torcedores durante seu último salto. Ele chegou a se comparar a Jesse Owens, atleta norte-americano que conquistou ouro na Olimpíada de 1936, sediada na Alemanha de Hitler. Na entrega das medalhas, no dia seguinte à disputa, Lavillenie voltou a ser vaiado e chegou a chorar no pódio. Ele foi consolado pelo brasileiro campeão. As vaias provocaram reações de diversos dirigentes, incluindo o presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), o alemão Thomas Bach, que criticou a torcida que esteve no Engenhão. Na quinta-feira (25), o francês ficou em segundo na disputa pela Liga Diamante realizada na Suíça. Antes da competição, ele lembrou o episódio no Rio e afirmou que "Bolt não seria tão amado se competisse com brasileiro".
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Casos de Lula e Temer são faces do 'mesmo problema', diz força-tarefa
Ao apresentar nova denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta segunda (22), a força-tarefa da Operação Lava Jato disse que as suspeitas contra o atual presidente Michel Temer (PMDB) e contra o petista "são manifestações de um mesmo problema, o apodrecimento do sistema político-partidário". Os procuradores afirmaram, em nota, estarem "estarrecidos" com a gravidade das denúncias contra Temer e o senador afastado Aécio Neves (PSDB). "É mais um efeito da corrupção espraiada em todo o espectro do sistema político", dizem. Segundo eles, a mais recente operação da Lava Jato em Brasília, que prendeu pessoas ligadas a Aécio e fez buscas em endereços de um emissário de Temer, mostra que os líderes políticos "continuam a tramar no escuro a sua anistia, a colocação de amarras nas investigações e a cooptação de agentes públicos". Lula foi denunciado sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro ao ser beneficiado com reformas em um sítio em Atibaia (SP), do qual era frequentador. A denúncia ainda precisa ser aceita pelo juiz Sergio Moro, da Justiça Federal do Paraná, para que ele se torne réu.
poder
Casos de Lula e Temer são faces do 'mesmo problema', diz força-tarefaAo apresentar nova denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta segunda (22), a força-tarefa da Operação Lava Jato disse que as suspeitas contra o atual presidente Michel Temer (PMDB) e contra o petista "são manifestações de um mesmo problema, o apodrecimento do sistema político-partidário". Os procuradores afirmaram, em nota, estarem "estarrecidos" com a gravidade das denúncias contra Temer e o senador afastado Aécio Neves (PSDB). "É mais um efeito da corrupção espraiada em todo o espectro do sistema político", dizem. Segundo eles, a mais recente operação da Lava Jato em Brasília, que prendeu pessoas ligadas a Aécio e fez buscas em endereços de um emissário de Temer, mostra que os líderes políticos "continuam a tramar no escuro a sua anistia, a colocação de amarras nas investigações e a cooptação de agentes públicos". Lula foi denunciado sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro ao ser beneficiado com reformas em um sítio em Atibaia (SP), do qual era frequentador. A denúncia ainda precisa ser aceita pelo juiz Sergio Moro, da Justiça Federal do Paraná, para que ele se torne réu.
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Judas Priest empolga fãs; banda se apresenta novamente no domingo
Oito horas e meia depois do primeiro show do dia, o Monsters of Rock 2015 virou coisa de gente grande quando o Judas Priest subiu ao palco da Arena Anhembi. Eram 20h30 do sábado (25). Com mais de quatro décadas de estrada, o grupo inglês mostrou exatamente o que seus fãs desejavam. O vocalista Rob Halford berrou como sempre, com a voz cada vez mais rouca. Os guitarristas desfilaram riffs entre os mais famosos do metal, fazendo poses como se estivessem metralhando a plateia. Logo na segunda musica, capturaram o publico com "Metal Gods", clássico do álbum "British Steel", lançado há 35 anos. O show do Judas Priest foi o primeiro do evento a empolgar tanto a molecada presente como os cinquentões, em grande quantidade, que esperavam por Ozzy Osbourne, a grande atração do sábado. Depois de encerrar com um de seus maiores hits, o hino "Livin' After Midnight", Halford desejou boa recuperação a Lemmy, líder do Motörhead, que não pode se apresentar no festival devido a uma desidratação. O festival prossegue e termina neste domingo (26), com o show final nas maos do Kiss. Sao oito atracoes por dia, e o Judas Priest é o único grupo que toca nos dois dias.
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Judas Priest empolga fãs; banda se apresenta novamente no domingoOito horas e meia depois do primeiro show do dia, o Monsters of Rock 2015 virou coisa de gente grande quando o Judas Priest subiu ao palco da Arena Anhembi. Eram 20h30 do sábado (25). Com mais de quatro décadas de estrada, o grupo inglês mostrou exatamente o que seus fãs desejavam. O vocalista Rob Halford berrou como sempre, com a voz cada vez mais rouca. Os guitarristas desfilaram riffs entre os mais famosos do metal, fazendo poses como se estivessem metralhando a plateia. Logo na segunda musica, capturaram o publico com "Metal Gods", clássico do álbum "British Steel", lançado há 35 anos. O show do Judas Priest foi o primeiro do evento a empolgar tanto a molecada presente como os cinquentões, em grande quantidade, que esperavam por Ozzy Osbourne, a grande atração do sábado. Depois de encerrar com um de seus maiores hits, o hino "Livin' After Midnight", Halford desejou boa recuperação a Lemmy, líder do Motörhead, que não pode se apresentar no festival devido a uma desidratação. O festival prossegue e termina neste domingo (26), com o show final nas maos do Kiss. Sao oito atracoes por dia, e o Judas Priest é o único grupo que toca nos dois dias.
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Morre ex-presidente de El Salvador que estava preso por corrupção
O ex-presidente de El Salvador, Francisco Flores, 56, processado por corrupção, morreu neste sábado (30) no Hospital da Mulher de San Salvador, onde foi internado em coma clínico há seis dias. Flores, que governou El Salvador, na América Central, entre 1999 e 2004, era acusado de se apropriar de US$ 5 milhões (cerca de R$ 20 milhões) e desviar outros US$ 10 milhões (R$ 40 milhões) de doações de Taiwan destinadas a obras de reconstrução e de atendimento a vítimas de dois terremotos que afetaram o país em 2001. O ex-presidente estava em prisão domiciliar em sua casa e esperava um julgamento que foi adiado pelo Juizado de San Salvador, no dia 7 de janeiro e estava pendente até que se decidisse como participariam testemunhas que vivem no exterior. A morte do ex-presidente aconteceu por volta das 22h de sábado no horário local (2h do domingo em Brasília), menos de uma semana depois de sofrer uma obstrução arterial em sua casa, onde estava em prisão domiciliar, pelos delitos de peculato, enriquecimento ilícito e desobediência a terceiros. "Ele sofreu uma terrível crise em sua saúde, provocada por um injusto ataque político que atropelou seus direitos fundamentais", lamentou sua mulher e ex-primeira-dama Lourdes de Flores, em entrevista coletiva do lado de fora do hospital. A esposa informou que o funeral do ex-presidente será realizado de "forma humilde" por decisão da família, sem as honras de Estado a que tem direito. O corpo do ex-presidente foi transportado neste domingo, sob forte esquema de segurança, a uma casa funerária em uma área residencial na periferia sudoeste da capital. Na segunda-feira será realizada uma missa de corpo presente na Basílica La Ceiba de Guadalupe em San Salvador. Especialistas do hospital Rosales fizeram na quarta-feira (27) um check-up no ex-chefe de Estado, e determinaram que ele sofreu um infarto com edema cerebral severo da artéria média esquerda e que isso provocou uma deterioração neurológica irreversível. DOLARIZAÇÃO Flores, quase dois anos depois de tomar posse como presidente, impulsionou várias reformas para a economia salvadorenha, mas a mais ousada e pela qual recebeu o apoio do setor empresarial, mas também críticas da oposição, foi a dolarização da economia em janeiro de 2001. Desde então, o dólar passou a substituir o Colon salvadorenho, que gradualmente desapareceu, tornando-se um mero artigo de colecionador. Logo após a entrada em vigor do dólar como moeda legal na economia, o país sofreu dois terremotos, o primeiro em 13 de janeiro de 2001 e o segundo em 13 de fevereiro, o que representou um enorme desafio para o governo Flores, que recebeu enorme apoio da comunidade internacional para responder às necessidades da população. PROCESSO O advogado de Flores afirmou que, com a morte, o processo penal ficaria "definitivamente suspenso", para dar lugar a um "processo civil que teria que ser determinado" pelo juizado correspondente, em caso de existir. Ramón Villalta, diretor-executivo de uma das organizações com representação na denúncia, explicou que "a responsabilidade e o processo penal contra ele terminam", mas não sua "obrigação civil" pelas acusações de corrupção. "A responsabilidade civil terá que ser determinada" e "caso venha a existir, terá que se seguir um procedimento para a recuperação, por parte do Estado, desses bens", acrescentou Villalta.
mundo
Morre ex-presidente de El Salvador que estava preso por corrupçãoO ex-presidente de El Salvador, Francisco Flores, 56, processado por corrupção, morreu neste sábado (30) no Hospital da Mulher de San Salvador, onde foi internado em coma clínico há seis dias. Flores, que governou El Salvador, na América Central, entre 1999 e 2004, era acusado de se apropriar de US$ 5 milhões (cerca de R$ 20 milhões) e desviar outros US$ 10 milhões (R$ 40 milhões) de doações de Taiwan destinadas a obras de reconstrução e de atendimento a vítimas de dois terremotos que afetaram o país em 2001. O ex-presidente estava em prisão domiciliar em sua casa e esperava um julgamento que foi adiado pelo Juizado de San Salvador, no dia 7 de janeiro e estava pendente até que se decidisse como participariam testemunhas que vivem no exterior. A morte do ex-presidente aconteceu por volta das 22h de sábado no horário local (2h do domingo em Brasília), menos de uma semana depois de sofrer uma obstrução arterial em sua casa, onde estava em prisão domiciliar, pelos delitos de peculato, enriquecimento ilícito e desobediência a terceiros. "Ele sofreu uma terrível crise em sua saúde, provocada por um injusto ataque político que atropelou seus direitos fundamentais", lamentou sua mulher e ex-primeira-dama Lourdes de Flores, em entrevista coletiva do lado de fora do hospital. A esposa informou que o funeral do ex-presidente será realizado de "forma humilde" por decisão da família, sem as honras de Estado a que tem direito. O corpo do ex-presidente foi transportado neste domingo, sob forte esquema de segurança, a uma casa funerária em uma área residencial na periferia sudoeste da capital. Na segunda-feira será realizada uma missa de corpo presente na Basílica La Ceiba de Guadalupe em San Salvador. Especialistas do hospital Rosales fizeram na quarta-feira (27) um check-up no ex-chefe de Estado, e determinaram que ele sofreu um infarto com edema cerebral severo da artéria média esquerda e que isso provocou uma deterioração neurológica irreversível. DOLARIZAÇÃO Flores, quase dois anos depois de tomar posse como presidente, impulsionou várias reformas para a economia salvadorenha, mas a mais ousada e pela qual recebeu o apoio do setor empresarial, mas também críticas da oposição, foi a dolarização da economia em janeiro de 2001. Desde então, o dólar passou a substituir o Colon salvadorenho, que gradualmente desapareceu, tornando-se um mero artigo de colecionador. Logo após a entrada em vigor do dólar como moeda legal na economia, o país sofreu dois terremotos, o primeiro em 13 de janeiro de 2001 e o segundo em 13 de fevereiro, o que representou um enorme desafio para o governo Flores, que recebeu enorme apoio da comunidade internacional para responder às necessidades da população. PROCESSO O advogado de Flores afirmou que, com a morte, o processo penal ficaria "definitivamente suspenso", para dar lugar a um "processo civil que teria que ser determinado" pelo juizado correspondente, em caso de existir. Ramón Villalta, diretor-executivo de uma das organizações com representação na denúncia, explicou que "a responsabilidade e o processo penal contra ele terminam", mas não sua "obrigação civil" pelas acusações de corrupção. "A responsabilidade civil terá que ser determinada" e "caso venha a existir, terá que se seguir um procedimento para a recuperação, por parte do Estado, desses bens", acrescentou Villalta.
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Com Karol Conka, Bomba Estéreo toca ritmos latinos no Rock in Rio
A banda colombiana Bomba Estéreo fez uma apresentação eletrizante neste sábado (23) como parte de uma seleção vespertina que privilegiou a música black e ritmos latinos no Rock in Rio. Mesclando cumbia, champeta e outros regionalismos colombianos com elementos da música eletrônica e uma guitarra por vezes saliente, o grupo mostrou repertório pouco conhecido no Brasil. Além de "Soy Yo", com letra sobre autoaceitação que tornou-se um hino feminista, a banda também mostrou "Flower Power", sobre empoderamento feminino. Não haveria deixa melhor para a entrada de Karol Conka, convidada para participar do encontro no palco Sunset. Assim como a vocalista colombiana Li Saumet, a cantora florescia com um figurino ultracolorido e brilhante adereçado com uma capa. "Estamos nesse palco para representar a diversidade. O amor é a única verdadeira cura para uma das doenças mais graves da humanidade que é a homofobia", militou Conka, que é considerada uma voz do feminismo e da causa LGBTs. Além de cantar em espanhol, a brasileira também mostrou um pouco de seu repertório, como "É o Poder", "Lalá" —essa introduzida com um apelo da cantora para que a sexualidade feminina não seja diminuída por quem só sabe "usar a boca para falar merda"— e "Tombei", que fez o público pular e cantar. Foi um feliz casamento, mas, quando a brasileira deixou o palco, levou junto mais metade do público, que preferiu caminhar em direção ao palco principal —que receberia Titãs em sua abertura— mesmo com o som rolando. Não ficou claro se aquele seria mesmo o final planejado, mas pode-se dizer que o show foi um pouco mais curto do que os outros do mesmo palco.
ilustrada
Com Karol Conka, Bomba Estéreo toca ritmos latinos no Rock in RioA banda colombiana Bomba Estéreo fez uma apresentação eletrizante neste sábado (23) como parte de uma seleção vespertina que privilegiou a música black e ritmos latinos no Rock in Rio. Mesclando cumbia, champeta e outros regionalismos colombianos com elementos da música eletrônica e uma guitarra por vezes saliente, o grupo mostrou repertório pouco conhecido no Brasil. Além de "Soy Yo", com letra sobre autoaceitação que tornou-se um hino feminista, a banda também mostrou "Flower Power", sobre empoderamento feminino. Não haveria deixa melhor para a entrada de Karol Conka, convidada para participar do encontro no palco Sunset. Assim como a vocalista colombiana Li Saumet, a cantora florescia com um figurino ultracolorido e brilhante adereçado com uma capa. "Estamos nesse palco para representar a diversidade. O amor é a única verdadeira cura para uma das doenças mais graves da humanidade que é a homofobia", militou Conka, que é considerada uma voz do feminismo e da causa LGBTs. Além de cantar em espanhol, a brasileira também mostrou um pouco de seu repertório, como "É o Poder", "Lalá" —essa introduzida com um apelo da cantora para que a sexualidade feminina não seja diminuída por quem só sabe "usar a boca para falar merda"— e "Tombei", que fez o público pular e cantar. Foi um feliz casamento, mas, quando a brasileira deixou o palco, levou junto mais metade do público, que preferiu caminhar em direção ao palco principal —que receberia Titãs em sua abertura— mesmo com o som rolando. Não ficou claro se aquele seria mesmo o final planejado, mas pode-se dizer que o show foi um pouco mais curto do que os outros do mesmo palco.
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Dilma e Lula devem se encontrar nesta 5ª para falar sobre economia e Levy
Após se reunir com sua equipe econômica, a presidente Dilma Rousseff deve se encontrar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira (3) em Brasília para discutir o cenário econômico do país e a permanência do ministro Joaquim Levy (Fazenda) no governo. Segundo a Folha apurou, a previsão é que o encontro ocorra no início da noite. O ministro da Fazenda tem reclamado de falta de respaldo interno do governo e disse à presidente que se sente isolado. Desde então, tanto no governo como no mercado cresceram os rumores de que ele poderia deixar o cargo. Nesta quinta, Levy adiou uma viagem à Turquia para se reunir com a presidente e com os ministros Nelson Barbosa (Planejamento), com quem tem tido seguidos embates, e Aloizio Mercadante (Casa Civil). O objetivo da reunião é dar unidade interna em torno do chefe da equipe econômica para evitar que ele deixe o cargo por falta de apoio. Dilma orientou sua equipe mais próxima a deixar claro que seu governo vai perseguir a meta de superavit de 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto) no próximo ano, como tem ecoado Levy. Nesta segunda (31), porém, o Planalto enviou ao Congresso uma proposta de Orçamento para 2016 com previsão de deficit primário de 0,5% do PIB. DEMISSÃO O ministro da Fazenda afirmou, em em entrevista ao "El País", que não tem intenção de deixar o cargo, informou a Reuters. A íntegra da entrevista será publicada no jornal espanhol no próximo domingo. Duas autoridades do governo disseram à agência Reuters mais cedo que Levy não tem planos de renunciar e que o encontro com a presidente foi convocado para discutir o Orçamento. Segundo a Folha apurou, nesta quarta (2), ao conversar por telefone com Dilma e com o vice-presidente Michel Temer, Levy não falou em pedir demissão, mas deixou claro que, sem apoio do Planalto, sua permanência à frente da Fazenda corria risco. Um aliado do ministro afirmou que as conversas foram um "desabafo" de alguém que tinha uma estratégia para reequilibrar as contas públicas e sente que está perdendo as batalhas internas -uma após a outra. Para o auxiliar, o ministro estava em busca de "carinho", porque seria alvo de "intrigas" que não contam, segundo essa versão, com respaldo da presidente.
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Dilma e Lula devem se encontrar nesta 5ª para falar sobre economia e LevyApós se reunir com sua equipe econômica, a presidente Dilma Rousseff deve se encontrar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira (3) em Brasília para discutir o cenário econômico do país e a permanência do ministro Joaquim Levy (Fazenda) no governo. Segundo a Folha apurou, a previsão é que o encontro ocorra no início da noite. O ministro da Fazenda tem reclamado de falta de respaldo interno do governo e disse à presidente que se sente isolado. Desde então, tanto no governo como no mercado cresceram os rumores de que ele poderia deixar o cargo. Nesta quinta, Levy adiou uma viagem à Turquia para se reunir com a presidente e com os ministros Nelson Barbosa (Planejamento), com quem tem tido seguidos embates, e Aloizio Mercadante (Casa Civil). O objetivo da reunião é dar unidade interna em torno do chefe da equipe econômica para evitar que ele deixe o cargo por falta de apoio. Dilma orientou sua equipe mais próxima a deixar claro que seu governo vai perseguir a meta de superavit de 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto) no próximo ano, como tem ecoado Levy. Nesta segunda (31), porém, o Planalto enviou ao Congresso uma proposta de Orçamento para 2016 com previsão de deficit primário de 0,5% do PIB. DEMISSÃO O ministro da Fazenda afirmou, em em entrevista ao "El País", que não tem intenção de deixar o cargo, informou a Reuters. A íntegra da entrevista será publicada no jornal espanhol no próximo domingo. Duas autoridades do governo disseram à agência Reuters mais cedo que Levy não tem planos de renunciar e que o encontro com a presidente foi convocado para discutir o Orçamento. Segundo a Folha apurou, nesta quarta (2), ao conversar por telefone com Dilma e com o vice-presidente Michel Temer, Levy não falou em pedir demissão, mas deixou claro que, sem apoio do Planalto, sua permanência à frente da Fazenda corria risco. Um aliado do ministro afirmou que as conversas foram um "desabafo" de alguém que tinha uma estratégia para reequilibrar as contas públicas e sente que está perdendo as batalhas internas -uma após a outra. Para o auxiliar, o ministro estava em busca de "carinho", porque seria alvo de "intrigas" que não contam, segundo essa versão, com respaldo da presidente.
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Vitórias do passado
SÃO PAULO - O Reino Unido deu início ao processo de divórcio da União Europeia. Terá agora dois anos para negociar com a ex os ajustes necessários para que cada lado possa seguir com a própria vida. O que o Brexit, Trump e a resistência à reforma da Previdência têm em comum? Eles todos podem ser classificados como apostas no passado em detrimento do futuro. Com efeito, os 52% de britânicos que aprovaram a saída da UE podem ter imaginado que votavam pela retomada de tempos gloriosos, nos quais o povo decidia seu próprio futuro sem a interferência de estrangeiros e em que os bons empregos não eram roubados por imigrantes. Isso, porém, não passa de uma ilusão. Na realidade, ao abandonar a UE, os britânicos põem travas às suas perspectivas econômicas. Não será fácil para as empresas locais perder acesso ao mercado da UE, composto por 500 milhões de consumidores de médio e alto poder aquisitivo. O fechamento do país à imigração cria mais dúvidas. O que os britânicos farão para lidar com o problema do envelhecimento populacional? Também Trump promete "fazer a América grande de novo". Só que vai ser difícil cumprir esse objetivo erguendo barreiras protecionistas. Vale lembrar que as empresas americanas estão entre as que mais se beneficiam com a globalização. No mais, os empregos dos quais os eleitores de Trump têm saudades não foram perdidos só para a concorrência estrangeira e para imigrantes, mas principalmente para a tecnologia. Trump vai banir robôs e computadores? Por aqui, os que resistem a uma reforma da Previdência seguem na mesma toada, já que, se nada for feito, em 2060 as aposentadorias estarão drenando 20% do PIB do país. É compreensível que, nestes tempos de mudanças rápidas, as pessoas tenham medo do que está por vir e se aferrem a um passado idealizado. Só que apostar contra o futuro é algo que simplesmente não funciona.
colunas
Vitórias do passadoSÃO PAULO - O Reino Unido deu início ao processo de divórcio da União Europeia. Terá agora dois anos para negociar com a ex os ajustes necessários para que cada lado possa seguir com a própria vida. O que o Brexit, Trump e a resistência à reforma da Previdência têm em comum? Eles todos podem ser classificados como apostas no passado em detrimento do futuro. Com efeito, os 52% de britânicos que aprovaram a saída da UE podem ter imaginado que votavam pela retomada de tempos gloriosos, nos quais o povo decidia seu próprio futuro sem a interferência de estrangeiros e em que os bons empregos não eram roubados por imigrantes. Isso, porém, não passa de uma ilusão. Na realidade, ao abandonar a UE, os britânicos põem travas às suas perspectivas econômicas. Não será fácil para as empresas locais perder acesso ao mercado da UE, composto por 500 milhões de consumidores de médio e alto poder aquisitivo. O fechamento do país à imigração cria mais dúvidas. O que os britânicos farão para lidar com o problema do envelhecimento populacional? Também Trump promete "fazer a América grande de novo". Só que vai ser difícil cumprir esse objetivo erguendo barreiras protecionistas. Vale lembrar que as empresas americanas estão entre as que mais se beneficiam com a globalização. No mais, os empregos dos quais os eleitores de Trump têm saudades não foram perdidos só para a concorrência estrangeira e para imigrantes, mas principalmente para a tecnologia. Trump vai banir robôs e computadores? Por aqui, os que resistem a uma reforma da Previdência seguem na mesma toada, já que, se nada for feito, em 2060 as aposentadorias estarão drenando 20% do PIB do país. É compreensível que, nestes tempos de mudanças rápidas, as pessoas tenham medo do que está por vir e se aferrem a um passado idealizado. Só que apostar contra o futuro é algo que simplesmente não funciona.
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Representante do Santos diz que clube foi enganado por Neymar e seu pai
A representante do Santos, Fátima Cristina Bonassa, afirmou a um juiz espanhol que o clube se sentiu enganado pelo atacante Neymar e seu pai depois de tomar conhecimento dos detalhes da contratação do brasileiro pelo Barcelona, uma transferência pela qual a equipe brasileira recebeu 17 milhões de euros (R$ 74 milhões, na cotação atual). Fátima afirmou ao juiz da Audiência Nacional (principal instância penal espanhola) José de la Mata que o jogador é uma pessoa capaz, maior de idade e que sabia o que estava assinando, informaram fontes judiciais. Ela prestou depoimento por cinco horas na segunda-feira (1º) como parte da investigação de De la Mata sobre as supostas irregularidades na transferência de Neymar ao Barça, após a ação apresentada pelo fundo de investimentos brasileiro DIS, que possuía 40% dos direitos esportivos do jogador. A representante do Santos recordou que, no Brasil, por lei, os jogadores definem suas transferências e Neymar insistiu que queria jogar no Barcelona. Por este motivo, o Santos aceitou os 17 milhões de euros, afirmou Fátima. Ela indicou que depois de saber o valor realmente pago pelo clube espanhol, os dirigentes do time paulista entenderam a insistência do atacante. Em um primeiro momento, o Barcelona divulgou oficialmente a contratação de Neymar com o valor de cerca de 57 milhões de euros (40 milhões ficaram para a família de Neymar), mas a Justiça espanhola calcula que a negociação foi de pelo menos 83,3 milhões de euros (R$ 363 milhões, na cotação atual). O Santos figura como pessoa jurídica investigada na ação apresentada pelo DIS, que recebeu 6,8 milhões de euros dos 17 milhões pagos ao Santos, e se considera duplamente prejudicado na operação. Primeiro por um acordo entre Neymar e o Barça de 40 milhões de euros para assegurar a contratação do jogador, o que segundo o DIS impediu outros clubes de entrar na disputa, prejudicando o livre mercado e que pode constituir um "delito de corrupção entre particulares". Além disso, considera que alguns contratos anexos serviram para ocultar o valor real pago ao Santos e, portanto, a parte que lhe correspondia, o que representaria um delito de "fraude por simulação contratual". Neymar deve prestar depoimento na tarde desta terça-feira (2) ao juiz, depois que o presidente do Barcelona, Josep María Bartomeu, e seu antecessor, Sandro Rosell, compareceram ao tribunal na segunda e se negaram a falar.
esporte
Representante do Santos diz que clube foi enganado por Neymar e seu paiA representante do Santos, Fátima Cristina Bonassa, afirmou a um juiz espanhol que o clube se sentiu enganado pelo atacante Neymar e seu pai depois de tomar conhecimento dos detalhes da contratação do brasileiro pelo Barcelona, uma transferência pela qual a equipe brasileira recebeu 17 milhões de euros (R$ 74 milhões, na cotação atual). Fátima afirmou ao juiz da Audiência Nacional (principal instância penal espanhola) José de la Mata que o jogador é uma pessoa capaz, maior de idade e que sabia o que estava assinando, informaram fontes judiciais. Ela prestou depoimento por cinco horas na segunda-feira (1º) como parte da investigação de De la Mata sobre as supostas irregularidades na transferência de Neymar ao Barça, após a ação apresentada pelo fundo de investimentos brasileiro DIS, que possuía 40% dos direitos esportivos do jogador. A representante do Santos recordou que, no Brasil, por lei, os jogadores definem suas transferências e Neymar insistiu que queria jogar no Barcelona. Por este motivo, o Santos aceitou os 17 milhões de euros, afirmou Fátima. Ela indicou que depois de saber o valor realmente pago pelo clube espanhol, os dirigentes do time paulista entenderam a insistência do atacante. Em um primeiro momento, o Barcelona divulgou oficialmente a contratação de Neymar com o valor de cerca de 57 milhões de euros (40 milhões ficaram para a família de Neymar), mas a Justiça espanhola calcula que a negociação foi de pelo menos 83,3 milhões de euros (R$ 363 milhões, na cotação atual). O Santos figura como pessoa jurídica investigada na ação apresentada pelo DIS, que recebeu 6,8 milhões de euros dos 17 milhões pagos ao Santos, e se considera duplamente prejudicado na operação. Primeiro por um acordo entre Neymar e o Barça de 40 milhões de euros para assegurar a contratação do jogador, o que segundo o DIS impediu outros clubes de entrar na disputa, prejudicando o livre mercado e que pode constituir um "delito de corrupção entre particulares". Além disso, considera que alguns contratos anexos serviram para ocultar o valor real pago ao Santos e, portanto, a parte que lhe correspondia, o que representaria um delito de "fraude por simulação contratual". Neymar deve prestar depoimento na tarde desta terça-feira (2) ao juiz, depois que o presidente do Barcelona, Josep María Bartomeu, e seu antecessor, Sandro Rosell, compareceram ao tribunal na segunda e se negaram a falar.
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Comissão do Congresso aprova alíquota sobre lucro de bancos em 20%
A comissão mista no Congresso Nacional responsável pela análise prévia da medida provisória 675, que eleva a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) de instituições financeiras, concluiu nesta quarta-feira (26) a votação da MP, estabelecendo a alíquota da CSLL em 20% até 1º de janeiro de 2019, quando volta a vigorar o percentual de 15%. A medida provisória segue ao plenário da Câmara dos Deputados e depois, ao do Senado. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), relatora da medida provisória, havia desistido na terça (25), após pressão de parlamentares da oposição e do PMDB, da proposta de elevar a taxação para 23%. Na semana passada, a petista já tinha retirado a proposta de fim gradual do benefício fiscal para empresas por meio da distribuição de juros sobre capital próprio (JCP). O benefício fiscal foi criado no governo FHC (1995-2002) para a distribuição de lucros das empresas, que reduz as despesas com pagamento de Imposto de Renda e CSLL. Com o fim da isenção, o governo poderia arrecadar R$ 10 bilhões anuais. EMENDA RETIRADA Hoffmann também retirou do texto, na última hora, emenda que autorizava a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) a repactuar dívidas setoriais em moeda estrangeira das empresas incluídas no Sistema Nacional de Desestatização. De acordo com o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que na terça (25) levantou uma questão de ordem sobre o assunto, a medida afetaria a Celg (Companhia Energética de Goiás), que poderia ser privatizada de maneira mais fácil se a emenda fosse aprovada. Foi feito acordo para que o assunto seja tratado em outra medida provisória, a 677, que já trata do setor elétrico.
mercado
Comissão do Congresso aprova alíquota sobre lucro de bancos em 20%A comissão mista no Congresso Nacional responsável pela análise prévia da medida provisória 675, que eleva a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) de instituições financeiras, concluiu nesta quarta-feira (26) a votação da MP, estabelecendo a alíquota da CSLL em 20% até 1º de janeiro de 2019, quando volta a vigorar o percentual de 15%. A medida provisória segue ao plenário da Câmara dos Deputados e depois, ao do Senado. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), relatora da medida provisória, havia desistido na terça (25), após pressão de parlamentares da oposição e do PMDB, da proposta de elevar a taxação para 23%. Na semana passada, a petista já tinha retirado a proposta de fim gradual do benefício fiscal para empresas por meio da distribuição de juros sobre capital próprio (JCP). O benefício fiscal foi criado no governo FHC (1995-2002) para a distribuição de lucros das empresas, que reduz as despesas com pagamento de Imposto de Renda e CSLL. Com o fim da isenção, o governo poderia arrecadar R$ 10 bilhões anuais. EMENDA RETIRADA Hoffmann também retirou do texto, na última hora, emenda que autorizava a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) a repactuar dívidas setoriais em moeda estrangeira das empresas incluídas no Sistema Nacional de Desestatização. De acordo com o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que na terça (25) levantou uma questão de ordem sobre o assunto, a medida afetaria a Celg (Companhia Energética de Goiás), que poderia ser privatizada de maneira mais fácil se a emenda fosse aprovada. Foi feito acordo para que o assunto seja tratado em outra medida provisória, a 677, que já trata do setor elétrico.
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Réveillon de Salvador terá Ivete Sangalo e outras 22 atrações
A Prefeitura de Salvador divulgou nesta quinta-feira (24) a grade de atrações do Réveillon da capital baiana. Pelo terceiro ano, a festa será realizada na praça Cairu, em frente ao Elevador Lacerda –um dos principais cartões postais da cidade. Pelo segundo ano consecutivo, a virada do ano será comandada pela cantora Ivete Sangalo, a principal atração no dia 31 de dezembro. Ao todo, serão cinco dias de festa, entre 28 de dezembro de 2015 e 1º de janeiro de 2016, com um total de 22 atrações. Artistas de gêneros como axé, sertanejo e pop-rock nacional compõem a grade de programação. Segundo a prefeitura, a festa custará R$ 7 milhões aos cofres municipais, sendo que pelo menos R$ 4 milhões virão de patrocinadores privados, que serão responsáveis por custear o cachê dos artistas. A expectativa da prefeitura é que um milhão de pessoas participem dos cinco dias de festa. * Confira a programação completa do Réveillon: > 28/12: Ilê Aiyê, Jota Quest, Saulo, É O Tchan, Pablo > 29/12: Duas Medidas, Capital Inicial, Luan Santana, Timbalada, Psirico > 30/12: Sorriso Maroto, Durval Lelys, Wesley Safadão, Harmonia do Samba, Alinne Rosa > 31/12: Filhos de Gandhy, Lucas e Orelha, Jorge e Mateus, Ivete Sangalo, O Rappa, Tayrone Cigano > 1/1: Olodum, Daniela Mercury e convidados
cotidiano
Réveillon de Salvador terá Ivete Sangalo e outras 22 atraçõesA Prefeitura de Salvador divulgou nesta quinta-feira (24) a grade de atrações do Réveillon da capital baiana. Pelo terceiro ano, a festa será realizada na praça Cairu, em frente ao Elevador Lacerda –um dos principais cartões postais da cidade. Pelo segundo ano consecutivo, a virada do ano será comandada pela cantora Ivete Sangalo, a principal atração no dia 31 de dezembro. Ao todo, serão cinco dias de festa, entre 28 de dezembro de 2015 e 1º de janeiro de 2016, com um total de 22 atrações. Artistas de gêneros como axé, sertanejo e pop-rock nacional compõem a grade de programação. Segundo a prefeitura, a festa custará R$ 7 milhões aos cofres municipais, sendo que pelo menos R$ 4 milhões virão de patrocinadores privados, que serão responsáveis por custear o cachê dos artistas. A expectativa da prefeitura é que um milhão de pessoas participem dos cinco dias de festa. * Confira a programação completa do Réveillon: > 28/12: Ilê Aiyê, Jota Quest, Saulo, É O Tchan, Pablo > 29/12: Duas Medidas, Capital Inicial, Luan Santana, Timbalada, Psirico > 30/12: Sorriso Maroto, Durval Lelys, Wesley Safadão, Harmonia do Samba, Alinne Rosa > 31/12: Filhos de Gandhy, Lucas e Orelha, Jorge e Mateus, Ivete Sangalo, O Rappa, Tayrone Cigano > 1/1: Olodum, Daniela Mercury e convidados
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Zagueiro Felipe deve ser titular do Corinthians, diz gerente de futebol
O gerente de futebol, Edu Gaspar, bancou o zagueiro Felipe como titular do Corinthians em 2015. O Al-Jaish, do Qatar, pediu o retorno de Anderson Martins, que havia sido parceiro de Gil na defesa da equipe no ano passado. Felipe, 25, foi contratado em 2012, mas não conseguiu se firmar na equipe até agora. Em três anos, ele tem 36 partidas pelo Corinthians. Gaspar considera inviável a contratação de um reforço para a posição, pelo menos no início da campanha no Campeonato Paulista e Libertadores. "Aceitamos a devolução [de Anderson Martins] e acreditamos que temos uma ótima reposição aqui. Acreditamos muito na evolução do Felipe. Tite sempre o elogiou muito. Acreditamos que pode vir a suprir a ausência do Anderson Martins. A curto prazo, vejo difícil contratar", afirmou o dirigente. Martins tinha contrato até julho de 2015, mas havia a brecha para que o Al-Jaish o chamasse de volta neste mês. Foi o que aconteceu. O time brasileiro não tentou negociar porque, se o zagueiro ficasse até o final do acordo, o Corinthians teria de pagar US$ 3 milhões. "Não era um jogador barato", confessou Gaspar.
esporte
Zagueiro Felipe deve ser titular do Corinthians, diz gerente de futebolO gerente de futebol, Edu Gaspar, bancou o zagueiro Felipe como titular do Corinthians em 2015. O Al-Jaish, do Qatar, pediu o retorno de Anderson Martins, que havia sido parceiro de Gil na defesa da equipe no ano passado. Felipe, 25, foi contratado em 2012, mas não conseguiu se firmar na equipe até agora. Em três anos, ele tem 36 partidas pelo Corinthians. Gaspar considera inviável a contratação de um reforço para a posição, pelo menos no início da campanha no Campeonato Paulista e Libertadores. "Aceitamos a devolução [de Anderson Martins] e acreditamos que temos uma ótima reposição aqui. Acreditamos muito na evolução do Felipe. Tite sempre o elogiou muito. Acreditamos que pode vir a suprir a ausência do Anderson Martins. A curto prazo, vejo difícil contratar", afirmou o dirigente. Martins tinha contrato até julho de 2015, mas havia a brecha para que o Al-Jaish o chamasse de volta neste mês. Foi o que aconteceu. O time brasileiro não tentou negociar porque, se o zagueiro ficasse até o final do acordo, o Corinthians teria de pagar US$ 3 milhões. "Não era um jogador barato", confessou Gaspar.
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Capa protetora imita Android e coloca botão 'voltar' no iPhone
Um projeto no site de financiamento coletivo Kickstarter tenta colocar uma funcionalidade comum ao Android no iPhone:o botão "voltar". Aparentemente, o Halo Back é só mais um protetor de tela, que evita arranhões e acúmulo de sujeira. Porém, ele também acrescenta na parte esquerda baixa do aparelho o botão para retornar –mesma posição em que ele aparece em muitos telefones que rodam o sistema do Google. Disponível apenas para iPhone 6 e iPhone 6 Plus, o acessório deve ser útil agora que a tela do smartphone da Apple cresceu. Em alguns dos menus do iOS, o botão retornar fica no canto superior esquerdo da tela, o que dificulta o manuseio com apenas uma das mãos. Veja vídeo O Halo Back sai por US$ 17 (cotas de US$ 14 já foram esgotadas). E o projeto já superou por larga margem a meta de US$ 20 mil –até a conclusão deste texto US$ 147 mil foram levantados. A previsão de entrega é no próximo mês de agosto. HALO BACK META US$ 20 mil CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA US$ 17 CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA PARA TER O PRODUTO US$ 17 CONTRIBUIÇÃO MÁXIMA US$ 280 FIM DA CAMPANHA 12 de junho ENTREGA agosto de 2015
tec
Capa protetora imita Android e coloca botão 'voltar' no iPhoneUm projeto no site de financiamento coletivo Kickstarter tenta colocar uma funcionalidade comum ao Android no iPhone:o botão "voltar". Aparentemente, o Halo Back é só mais um protetor de tela, que evita arranhões e acúmulo de sujeira. Porém, ele também acrescenta na parte esquerda baixa do aparelho o botão para retornar –mesma posição em que ele aparece em muitos telefones que rodam o sistema do Google. Disponível apenas para iPhone 6 e iPhone 6 Plus, o acessório deve ser útil agora que a tela do smartphone da Apple cresceu. Em alguns dos menus do iOS, o botão retornar fica no canto superior esquerdo da tela, o que dificulta o manuseio com apenas uma das mãos. Veja vídeo O Halo Back sai por US$ 17 (cotas de US$ 14 já foram esgotadas). E o projeto já superou por larga margem a meta de US$ 20 mil –até a conclusão deste texto US$ 147 mil foram levantados. A previsão de entrega é no próximo mês de agosto. HALO BACK META US$ 20 mil CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA US$ 17 CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA PARA TER O PRODUTO US$ 17 CONTRIBUIÇÃO MÁXIMA US$ 280 FIM DA CAMPANHA 12 de junho ENTREGA agosto de 2015
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