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Inovação à paulistana: conheça oito invenções criadas em SP que podem mudar sua vida
RAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Um funcionário passa calor em sua mesa enquanto o colega do lado sente que está congelando. Uma mala se perde no aeroporto e ninguém sabe para que lugar do mundo ela foi. Uma camisa que fica perfeita nos ombros mas apertada na barriga. Soluções para problemas como estes são foco de pesquisas ou já foram inventadas em São Paulo, seja por jovens em start-ups ou por professores com anos de carreira. Embora o Brasil ainda engatinhe em inovação, a capital paulista se destaca entre as metrópoles da América Latina por abrigar, num só lugar, muitas empresas, potenciais clientes, investidores, incubadoras, programas de incentivo e universidades. Essa proximidade ajuda as ideias a saírem do papel e cumprirem o longo caminho até chegarem ao mercado. A sãopaulo selecionou algumas das ideias que podem mudar o seu cotidiano nos próximos anos e estão sendo gestadas por aqui. A professora da USP Brenda Leite trabalha há mais de dez anos em uma solução que poderá aumentar a paz nos escritórios: uma saída de ar individual para cada mesa. Não se trata apenas de redistribuir o ar. Sua pesquisa analisou a dispersão do frio nos ambientes e concluiu qual a vazão adequada para gerar frescor sem que o desconforto apareça após alguns minutos. "É como ligar o ar do carro. O jato frio no rosto refresca, mas logo começa a incomodar", diz. Ela criou um mecanismo que puxa o ar da rede principal apenas usando as diferenças na pressão do ar e o leva para bocais circulares. Botões controlam espirais que liberam o vento na direção e na quantidade adequadas. Outra vantagem do mecanismo é que ele é todo mecânico e não necessita de energia elétrica. "No modelo tradicional, o ar é solto de um duto no teto com temperatura dez graus menor do que chega nas mesas. Se quero uma sensação de 23ºC, ele precisa sair com 13ºC", explica. "Com a saída mais perto, não é preciso gelar tanto o ar, o que gera economia de energia", conta Leite, em sua sala na USP, refrigerada por um ar-condicionado antigo. Alguns protótipos estão prontos, e ela busca agora parcerias para produzir o equipamento em escala industrial. Embora estejam dentro da mesma unidade, os cursos de Moda e Sistemas da Informação da USP Leste parecem ter pouco a ver. No entanto, um projeto surgido de parceria entre alunos e professores das duas áreas oferece solução para um problema frequente: roupas que apertam em uma parte do corpo e sobram em outro. Nesta década, trajes mais colados ao corpo ganharam espaço. No entanto, cada pessoa tem um "formato" diferente, o que gera desconforto ao usar algumas peças. A ferramenta, Clothes for Me, funciona assim: o usuário insere as medidas de seu corpo, como busto, cintura e quadril, e esses dados são transformados em moldes, que ficam salvos junto com a sua conta em lojas on-line. Ao escolher uma camiseta, por exemplo, esses dados são enviados ao fabricante, que poderá fazer uma roupa sob medida. O programa é particularmente útil para costureiras de pequeno porte, que recebem os moldes de seus clientes já prontos. "O software transforma números em figuras que podem ser impressas", explica Luciano Araújo, professor de moda da USP Leste. O Clothes for Me venceu a Imagine Cup 2015, prêmio de inovação da Microsoft, e deu origem a Efitfashion, start-up tocada por alunos e professores dos dois cursos. A venda de roupas personalizadas deve começar em janeiro, pelo site da empresa. Outra ideia que planeja revolucionar os meios de produção é um projeto do Mackenzie para construir uma casa popular montável com peças de madeira impressas em 3D -reduzindo o custo na comparação com residências feitas de alvenaria.] "As partes podem ser encaixadas pelo próprio futuro morador, ou com a ajuda de amigos, após uma capacitação. Não precisa nem usar pregos", explica José Nardelli. coordenador do projeto. "E ela é modulável: dá para acrescentar mais cômodos depois." O desafio é desenhar as peças que serão encaixadas e fazer moldes precisos, de modo a não desperdiçar madeira na hora do corte. O protótipo de um cômodo foi montado e está exposto no meio do campus da universidade, para avaliação de sua resistência sob chuva e sol. Quando o projeto estiver finalizado, a ideia é disponibilizar os arquivos de impressão na internet de graça. Os únicos gastos seriam com a compra de placas de madeira e o corte das peças. A tendência de automação e, portanto, redução de mão de obra, é parte importante das inovações tecnológicas. Nessa linha, a start-up Nama.ai, uma das empresas iniciantes sediadas no Campus do Google em São Paulo, criou um software que permite substituir as centrais de atendimento telefônico. Em vez de ter suas queixas tratadas por uma pessoa, o cliente recebe respostas do computador, que simula uma conversa. "Conseguimos automatizar entre 70% e 90% dos atendimentos", diz Rodrigo Scotti, 30, criador da Nama.ai. Para que o atendimento seja mais próximo de uma conversa real, o sistema não utiliza apenas uma lista de perguntas e respostas prontas, mas conta com o chamado "machine learning": conforme a máquina interage com os clientes, "aprende" quais respostas são mais eficientes, aprimorando suas habilidades. A ferramenta consegue iniciar uma conversa em um canal, como o chat do Facebook, e continuar em outro, como o Telegram. Entre empresas que fizeram parcerias com a Nama.ai, estão Accenture, Bradesco e o PoupaTempo, que planeja usar a técnica para agilizar agendamentos. O próximo passo dos sistemas usados para dar respostas automáticas é tomar decisões, ou ajudar nelas. A start-up Nexoos, que intermedeia empréstimos para pequenas empresas, usa a tecnologia para criar novas formas de avaliar o perfil de quem pede crédito para expandir seus negócios. "Em vez de fazer uma visita à empresa, como os bancos, analisamos informações, como a reputação e a presença dela nas redes sociais", afirma Daniel Gomes, 28, um dos três sócio-fundadores da Nexoos, que se conheceram durante um curso em Londres, começaram a testar o serviço no Paraguai e, há alguns meses, escolheram São Paulo como sede. "Também levamos em conta informações como o horário em que o cadastro foi feito e se a pessoa costuma visitar sites de apostas", diz. Mas como saber isso? "Percebemos que alguns sites desse tipo instalam uma fonte específica no computador de seus usuários. Logo, há indícios de que quem tem essa fonte instalada frequenta esses sites." A Nexoos também inova na outra ponta: os empréstimos são feitos por pessoas físicas e jurídicas que querem investir valores considerados baixos, a partir de R$ 10 mil. Os interessados fazem o cadastro no site e podem escolher para quais empresas querem dar crédito. A rentabilidade anual prometida é de até 26%, contra cerca de 9% da poupança -os riscos, é claro, também são maiores. O mineiro Victor Moreira, 32, teve uma ideia ao ouvir que um auxiliar do Atlético-MG teve uma mala extraviada no voo para disputar o Mundial de Clubes, em 2013. Dentro delas, estavam dados sobre os adversários do time. Moreira passou a pesquisar formas de rastrear malas e criou o Trackage, um aparelho para ser colocado na bagagem e que informa, em tempo real, onde ela está. O acompanhamento é feito pelo smartphone. "O sinal é enviado por celular. Temos parcerias com operadoras ao redor do mundo", conta. "O aparelho detecta quando o avião vai decolar e permanece desligado durante o voo." O dispositivo tem bateria com duração de cem horas e um sensor que alerta o usuário caso a mala seja aberta. Cada unidade pode ser comprada por R$ 349, ou alugada em agências de viagem. "Temos 1.600 deles em funcionamento", diz Moreira, por telefone, da sede da empresa em Uberaba (MG). Embora a base fique em outro Estado, "tudo aconteceu em São Paulo", diz o empresário, que ficou sediado em uma aceleradora. "Chegamos à cidade com quatro pessoas. Hoje temos 11 funcionários espalhados entre Uberaba, Belo Horizonte e SP, mas 90% das reuniões presenciais são na capital paulista". O calor gerado atrás da geladeira não serve só para secar roupas. Um mecanismo criado na USP usa esse calor para criar um aquecedor de água, capaz de esquentá-la a até 55°C. "Inserimos um tanque de água [nos dutos] entre o compressor e o condensador da geladeira, permitindo que o calor do gás quente seja transferido para a água em vez de ser dissipado no ambiente", explica o professor José Simões, que criou o sistema junto com o aluno Lucas Zuzarte. De acordo com Simões, a técnica é mais indicada para estabelecimentos comerciais, nos quais as geladeiras são mais potentes e, portanto, geram mais calor, embora também possa ser usada em residências. Se fosse produzida em escala industrial, a instalação de cada unidade sairia por até R$ 400. Na comparação com aquecedores elétricos, a economia prevista é de R$ 35 por mês. Outra vantagem do sistema é que ele deixa a geladeira com maior eficiência energética: os refrigeradores que receberam o dispositivo extra passaram a gastar até 18% menos energia para funcionar. O professor Mário Kawano, 70, ficou tão bravo com a Eletropaulo que mandou a empresa tirar o medidor que marcava seu consumo de energia. Engenheiro elétrico, ele tornou sua casa e sua chácara autossuficientes. Com isso, a conta baixou muito e a empresa estranhou. "Acharam que tinha alguma fraude e quase me chamaram de ladrão", conta. Sua casa, em Santo André, tem painéis solares e baterias. Na chácara, ele usa a força da água de um rio local para operar um miniusina hidrelétrica, construída por ele nas horas vagas. Sua curiosidade o levou a criar um jeito de gerar energia na ilha dos Arvoredos, perto do Guarujá. As casas de lá eram alimentadas com energia de geradores, que além de caros, poluem o ambiente. A resposta o cercava por todos os lados: o mar. Kawano fez desse projeto sua pesquisa de doutorado, orientada pelo professor Roberto Onmori, da Poli-USP. A estratégia foi usar o movimento das ondas para movimentar um conjunto de boias. Conforme as boias, feitas com tonéis usados, sobem e descem, uma alavanca movimenta uma bomba que empurra a água para um reservatório no topo de uma colina ao lado do mar. Quando a água desce, movimenta pás que mexem um gerador, criando energia. "Ao movimentar um ímã em torno de uma bobina, gera-se energia", explica Onmori. "É só inverter o funcionamento do motor, onde a energia faz o imã girar e movimenta as peças. Então, adaptamos um motor de máquina de lavar", completa Kawano. Quase toda a engrenagem foi feita com itens reciclados. O equipamento consegue manter luzes, TV e geladeira funcionando, por exemplo. A miniusina operou por um ano, mas acabou quebrando devido à força das ondas. "Devíamos ter usado aço inox, mas não tinha como bancar", conta Kawano, que agora, com o título de doutor, busca parceiros para continuar a pesquisa.
saopaulo
Inovação à paulistana: conheça oito invenções criadas em SP que podem mudar sua vidaRAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Um funcionário passa calor em sua mesa enquanto o colega do lado sente que está congelando. Uma mala se perde no aeroporto e ninguém sabe para que lugar do mundo ela foi. Uma camisa que fica perfeita nos ombros mas apertada na barriga. Soluções para problemas como estes são foco de pesquisas ou já foram inventadas em São Paulo, seja por jovens em start-ups ou por professores com anos de carreira. Embora o Brasil ainda engatinhe em inovação, a capital paulista se destaca entre as metrópoles da América Latina por abrigar, num só lugar, muitas empresas, potenciais clientes, investidores, incubadoras, programas de incentivo e universidades. Essa proximidade ajuda as ideias a saírem do papel e cumprirem o longo caminho até chegarem ao mercado. A sãopaulo selecionou algumas das ideias que podem mudar o seu cotidiano nos próximos anos e estão sendo gestadas por aqui. A professora da USP Brenda Leite trabalha há mais de dez anos em uma solução que poderá aumentar a paz nos escritórios: uma saída de ar individual para cada mesa. Não se trata apenas de redistribuir o ar. Sua pesquisa analisou a dispersão do frio nos ambientes e concluiu qual a vazão adequada para gerar frescor sem que o desconforto apareça após alguns minutos. "É como ligar o ar do carro. O jato frio no rosto refresca, mas logo começa a incomodar", diz. Ela criou um mecanismo que puxa o ar da rede principal apenas usando as diferenças na pressão do ar e o leva para bocais circulares. Botões controlam espirais que liberam o vento na direção e na quantidade adequadas. Outra vantagem do mecanismo é que ele é todo mecânico e não necessita de energia elétrica. "No modelo tradicional, o ar é solto de um duto no teto com temperatura dez graus menor do que chega nas mesas. Se quero uma sensação de 23ºC, ele precisa sair com 13ºC", explica. "Com a saída mais perto, não é preciso gelar tanto o ar, o que gera economia de energia", conta Leite, em sua sala na USP, refrigerada por um ar-condicionado antigo. Alguns protótipos estão prontos, e ela busca agora parcerias para produzir o equipamento em escala industrial. Embora estejam dentro da mesma unidade, os cursos de Moda e Sistemas da Informação da USP Leste parecem ter pouco a ver. No entanto, um projeto surgido de parceria entre alunos e professores das duas áreas oferece solução para um problema frequente: roupas que apertam em uma parte do corpo e sobram em outro. Nesta década, trajes mais colados ao corpo ganharam espaço. No entanto, cada pessoa tem um "formato" diferente, o que gera desconforto ao usar algumas peças. A ferramenta, Clothes for Me, funciona assim: o usuário insere as medidas de seu corpo, como busto, cintura e quadril, e esses dados são transformados em moldes, que ficam salvos junto com a sua conta em lojas on-line. Ao escolher uma camiseta, por exemplo, esses dados são enviados ao fabricante, que poderá fazer uma roupa sob medida. O programa é particularmente útil para costureiras de pequeno porte, que recebem os moldes de seus clientes já prontos. "O software transforma números em figuras que podem ser impressas", explica Luciano Araújo, professor de moda da USP Leste. O Clothes for Me venceu a Imagine Cup 2015, prêmio de inovação da Microsoft, e deu origem a Efitfashion, start-up tocada por alunos e professores dos dois cursos. A venda de roupas personalizadas deve começar em janeiro, pelo site da empresa. Outra ideia que planeja revolucionar os meios de produção é um projeto do Mackenzie para construir uma casa popular montável com peças de madeira impressas em 3D -reduzindo o custo na comparação com residências feitas de alvenaria.] "As partes podem ser encaixadas pelo próprio futuro morador, ou com a ajuda de amigos, após uma capacitação. Não precisa nem usar pregos", explica José Nardelli. coordenador do projeto. "E ela é modulável: dá para acrescentar mais cômodos depois." O desafio é desenhar as peças que serão encaixadas e fazer moldes precisos, de modo a não desperdiçar madeira na hora do corte. O protótipo de um cômodo foi montado e está exposto no meio do campus da universidade, para avaliação de sua resistência sob chuva e sol. Quando o projeto estiver finalizado, a ideia é disponibilizar os arquivos de impressão na internet de graça. Os únicos gastos seriam com a compra de placas de madeira e o corte das peças. A tendência de automação e, portanto, redução de mão de obra, é parte importante das inovações tecnológicas. Nessa linha, a start-up Nama.ai, uma das empresas iniciantes sediadas no Campus do Google em São Paulo, criou um software que permite substituir as centrais de atendimento telefônico. Em vez de ter suas queixas tratadas por uma pessoa, o cliente recebe respostas do computador, que simula uma conversa. "Conseguimos automatizar entre 70% e 90% dos atendimentos", diz Rodrigo Scotti, 30, criador da Nama.ai. Para que o atendimento seja mais próximo de uma conversa real, o sistema não utiliza apenas uma lista de perguntas e respostas prontas, mas conta com o chamado "machine learning": conforme a máquina interage com os clientes, "aprende" quais respostas são mais eficientes, aprimorando suas habilidades. A ferramenta consegue iniciar uma conversa em um canal, como o chat do Facebook, e continuar em outro, como o Telegram. Entre empresas que fizeram parcerias com a Nama.ai, estão Accenture, Bradesco e o PoupaTempo, que planeja usar a técnica para agilizar agendamentos. O próximo passo dos sistemas usados para dar respostas automáticas é tomar decisões, ou ajudar nelas. A start-up Nexoos, que intermedeia empréstimos para pequenas empresas, usa a tecnologia para criar novas formas de avaliar o perfil de quem pede crédito para expandir seus negócios. "Em vez de fazer uma visita à empresa, como os bancos, analisamos informações, como a reputação e a presença dela nas redes sociais", afirma Daniel Gomes, 28, um dos três sócio-fundadores da Nexoos, que se conheceram durante um curso em Londres, começaram a testar o serviço no Paraguai e, há alguns meses, escolheram São Paulo como sede. "Também levamos em conta informações como o horário em que o cadastro foi feito e se a pessoa costuma visitar sites de apostas", diz. Mas como saber isso? "Percebemos que alguns sites desse tipo instalam uma fonte específica no computador de seus usuários. Logo, há indícios de que quem tem essa fonte instalada frequenta esses sites." A Nexoos também inova na outra ponta: os empréstimos são feitos por pessoas físicas e jurídicas que querem investir valores considerados baixos, a partir de R$ 10 mil. Os interessados fazem o cadastro no site e podem escolher para quais empresas querem dar crédito. A rentabilidade anual prometida é de até 26%, contra cerca de 9% da poupança -os riscos, é claro, também são maiores. O mineiro Victor Moreira, 32, teve uma ideia ao ouvir que um auxiliar do Atlético-MG teve uma mala extraviada no voo para disputar o Mundial de Clubes, em 2013. Dentro delas, estavam dados sobre os adversários do time. Moreira passou a pesquisar formas de rastrear malas e criou o Trackage, um aparelho para ser colocado na bagagem e que informa, em tempo real, onde ela está. O acompanhamento é feito pelo smartphone. "O sinal é enviado por celular. Temos parcerias com operadoras ao redor do mundo", conta. "O aparelho detecta quando o avião vai decolar e permanece desligado durante o voo." O dispositivo tem bateria com duração de cem horas e um sensor que alerta o usuário caso a mala seja aberta. Cada unidade pode ser comprada por R$ 349, ou alugada em agências de viagem. "Temos 1.600 deles em funcionamento", diz Moreira, por telefone, da sede da empresa em Uberaba (MG). Embora a base fique em outro Estado, "tudo aconteceu em São Paulo", diz o empresário, que ficou sediado em uma aceleradora. "Chegamos à cidade com quatro pessoas. Hoje temos 11 funcionários espalhados entre Uberaba, Belo Horizonte e SP, mas 90% das reuniões presenciais são na capital paulista". O calor gerado atrás da geladeira não serve só para secar roupas. Um mecanismo criado na USP usa esse calor para criar um aquecedor de água, capaz de esquentá-la a até 55°C. "Inserimos um tanque de água [nos dutos] entre o compressor e o condensador da geladeira, permitindo que o calor do gás quente seja transferido para a água em vez de ser dissipado no ambiente", explica o professor José Simões, que criou o sistema junto com o aluno Lucas Zuzarte. De acordo com Simões, a técnica é mais indicada para estabelecimentos comerciais, nos quais as geladeiras são mais potentes e, portanto, geram mais calor, embora também possa ser usada em residências. Se fosse produzida em escala industrial, a instalação de cada unidade sairia por até R$ 400. Na comparação com aquecedores elétricos, a economia prevista é de R$ 35 por mês. Outra vantagem do sistema é que ele deixa a geladeira com maior eficiência energética: os refrigeradores que receberam o dispositivo extra passaram a gastar até 18% menos energia para funcionar. O professor Mário Kawano, 70, ficou tão bravo com a Eletropaulo que mandou a empresa tirar o medidor que marcava seu consumo de energia. Engenheiro elétrico, ele tornou sua casa e sua chácara autossuficientes. Com isso, a conta baixou muito e a empresa estranhou. "Acharam que tinha alguma fraude e quase me chamaram de ladrão", conta. Sua casa, em Santo André, tem painéis solares e baterias. Na chácara, ele usa a força da água de um rio local para operar um miniusina hidrelétrica, construída por ele nas horas vagas. Sua curiosidade o levou a criar um jeito de gerar energia na ilha dos Arvoredos, perto do Guarujá. As casas de lá eram alimentadas com energia de geradores, que além de caros, poluem o ambiente. A resposta o cercava por todos os lados: o mar. Kawano fez desse projeto sua pesquisa de doutorado, orientada pelo professor Roberto Onmori, da Poli-USP. A estratégia foi usar o movimento das ondas para movimentar um conjunto de boias. Conforme as boias, feitas com tonéis usados, sobem e descem, uma alavanca movimenta uma bomba que empurra a água para um reservatório no topo de uma colina ao lado do mar. Quando a água desce, movimenta pás que mexem um gerador, criando energia. "Ao movimentar um ímã em torno de uma bobina, gera-se energia", explica Onmori. "É só inverter o funcionamento do motor, onde a energia faz o imã girar e movimenta as peças. Então, adaptamos um motor de máquina de lavar", completa Kawano. Quase toda a engrenagem foi feita com itens reciclados. O equipamento consegue manter luzes, TV e geladeira funcionando, por exemplo. A miniusina operou por um ano, mas acabou quebrando devido à força das ondas. "Devíamos ter usado aço inox, mas não tinha como bancar", conta Kawano, que agora, com o título de doutor, busca parceiros para continuar a pesquisa.
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Terremoto atinge região fronteiriça entre Peru e Brasil
Um terremoto atingiu na noite desta terça-feira (24) o centro-sul do Peru, com epicentro numa local pouco habitado, a 173 km da cidade de Iberia, que fica em Madre de Dios –região da Amazônia peruana que faz fronteira com o Acre. De acordo com a USGS (United States Geological Survey), o tremor atingiu 7,5 graus na escala Richter. O Instituto Geofísico del Peru fala em 7,2. Também segundo o USGS, menos de mil pessoas habitam a região onde o terremoto foi sentido de maneira mais forte. Segundo jornais peruanos, o sismo foi registrado às 17h54 locais (20h45 de Brasília) e pode ser sentido nas cidades de Cusco, Tacana, Pucallpa –cidade que teve seu aeroporto fechado– e Arequipa, além do norte do Chile e da Bolívia. Até o momento, não há informações sobre danos ou vítimas.
mundo
Terremoto atinge região fronteiriça entre Peru e BrasilUm terremoto atingiu na noite desta terça-feira (24) o centro-sul do Peru, com epicentro numa local pouco habitado, a 173 km da cidade de Iberia, que fica em Madre de Dios –região da Amazônia peruana que faz fronteira com o Acre. De acordo com a USGS (United States Geological Survey), o tremor atingiu 7,5 graus na escala Richter. O Instituto Geofísico del Peru fala em 7,2. Também segundo o USGS, menos de mil pessoas habitam a região onde o terremoto foi sentido de maneira mais forte. Segundo jornais peruanos, o sismo foi registrado às 17h54 locais (20h45 de Brasília) e pode ser sentido nas cidades de Cusco, Tacana, Pucallpa –cidade que teve seu aeroporto fechado– e Arequipa, além do norte do Chile e da Bolívia. Até o momento, não há informações sobre danos ou vítimas.
3
Geração Mimmaddium
Contratei duas estagiárias. Paguei a elas o triplo do que eu ganhava com a mesma idade. Deixei que entrassem às onze da manhã, saíssem às cinco da tarde, passassem metade do dia almoçando e dessem as caras apenas três vezes por semana. Permiti cochilos no meu sofá, "momentos meditação" sempre que a casa caia e peidos com cheiro de hambúrguer de soja no meu banheiro. Permiti que um feriado de dois dias virassem oito em Alto Paraíso, que candidíase fosse motivo para faltar, e que o pequeno detalhe "pais ricos pagando a porra toda" não borrasse o lindo discurso "só entro em projeto que tem a ver com a minha alma". Tive que comprar torrada integral de arroz orgânico para o lanche da tarde. Uma delas estava escrevendo um livro e precisava sair mais cedo. Mas mais cedo que cinco da tarde? Sim, ela queria sair às duas da tarde. Então você pode chegar às dez? Não, ela tinha yoga. E sobre o que é o livro? Ela precisava desse tempo a mais justamente para descobrir. A outra disse que não aceitaria mais nenhuma exploração: "Sempre me faziam ficar uns minutos depois do horário e às vezes diziam que meu trabalho estava uma merda". Dos dezessete anos até ontem eu ouvi, ininterruptamente, que teria que trabalhar mais e que meu trabalho estava uma merda. O trabalho estar uma merda é a única verdade, a única frase de amor possível, o motor mais potente da existência. Viveria eu em um mundo terrível ou viveriam esses jovens em um mundo irreal? Nasci em 1979 e, segundo a Wikipédia, fui salva (por apenas um ano) de ser uma "Millennium". Talvez eu estivesse agora, em vez de escrevendo essa coluna, chorando. Nua em posição fetal no chão do banheiro, encarando todos os braços da Shiva tatuada apontando para o meu umbigo. Triste por quê? Porque as pessoas andam muito agressivas. Porque não virei presidente da empresa aos vinte anos. Porque eu sou tão positiva em relação a tudo que de vez em quando cansa. Talvez eu estivesse super magoada querendo processar todo o universo por assédio moral. Talvez eu estivesse planejando uma viagem sabática (de dez anos) para a Europa com doze reais na minha conta bancária. Talvez eu passasse o dia no Facebook postando coisas muito do bem e muito politizadas e muito "mulheres contra tudo e todos" mas não aguentasse meia hora de responsabilidade. Talvez eu odiasse os antibióticos e os obstetras, os grandes inimigos da humanidade. Talvez eu me recusasse a receber qualquer centavo do mercado golpista e, portanto, não poderia trabalhar em nenhum lugar porque qualquer fim lucrativo é golpista. Talvez eu estivesse googlando "composta de casca de banana" em vez de estar, de novo, comendo um sanduíche enquanto trabalho. Minhas duas estagiárias passavam boa parte do tempo pedindo mais tempo livre pra pensar em planos mirabolantes para conseguir ainda mais tempo livre. Nos únicos vinte minutos por semana que elas trabalhavam, ficavam profundamente irritadas se eu dissesse algo como "putz, acho que não". Eu vivia com medo de ir pra cadeia apenas por não endeusá-las a cada segundo. A primeira a se demitir disse "não nasci pra ter chefe ou horário", a segunda, que eu acabei demitindo, falou "melhor mesmo, preciso saber quem eu sou". Claro que me refiro a uma pequena (ou média) porcentagem que não está a fim de nada (e não a você ou alguém da sua família, ok?), mas todos os dias eu agradeço demais: valeu década de 70! A gente sofreu mas foi lindo.
colunas
Geração MimmaddiumContratei duas estagiárias. Paguei a elas o triplo do que eu ganhava com a mesma idade. Deixei que entrassem às onze da manhã, saíssem às cinco da tarde, passassem metade do dia almoçando e dessem as caras apenas três vezes por semana. Permiti cochilos no meu sofá, "momentos meditação" sempre que a casa caia e peidos com cheiro de hambúrguer de soja no meu banheiro. Permiti que um feriado de dois dias virassem oito em Alto Paraíso, que candidíase fosse motivo para faltar, e que o pequeno detalhe "pais ricos pagando a porra toda" não borrasse o lindo discurso "só entro em projeto que tem a ver com a minha alma". Tive que comprar torrada integral de arroz orgânico para o lanche da tarde. Uma delas estava escrevendo um livro e precisava sair mais cedo. Mas mais cedo que cinco da tarde? Sim, ela queria sair às duas da tarde. Então você pode chegar às dez? Não, ela tinha yoga. E sobre o que é o livro? Ela precisava desse tempo a mais justamente para descobrir. A outra disse que não aceitaria mais nenhuma exploração: "Sempre me faziam ficar uns minutos depois do horário e às vezes diziam que meu trabalho estava uma merda". Dos dezessete anos até ontem eu ouvi, ininterruptamente, que teria que trabalhar mais e que meu trabalho estava uma merda. O trabalho estar uma merda é a única verdade, a única frase de amor possível, o motor mais potente da existência. Viveria eu em um mundo terrível ou viveriam esses jovens em um mundo irreal? Nasci em 1979 e, segundo a Wikipédia, fui salva (por apenas um ano) de ser uma "Millennium". Talvez eu estivesse agora, em vez de escrevendo essa coluna, chorando. Nua em posição fetal no chão do banheiro, encarando todos os braços da Shiva tatuada apontando para o meu umbigo. Triste por quê? Porque as pessoas andam muito agressivas. Porque não virei presidente da empresa aos vinte anos. Porque eu sou tão positiva em relação a tudo que de vez em quando cansa. Talvez eu estivesse super magoada querendo processar todo o universo por assédio moral. Talvez eu estivesse planejando uma viagem sabática (de dez anos) para a Europa com doze reais na minha conta bancária. Talvez eu passasse o dia no Facebook postando coisas muito do bem e muito politizadas e muito "mulheres contra tudo e todos" mas não aguentasse meia hora de responsabilidade. Talvez eu odiasse os antibióticos e os obstetras, os grandes inimigos da humanidade. Talvez eu me recusasse a receber qualquer centavo do mercado golpista e, portanto, não poderia trabalhar em nenhum lugar porque qualquer fim lucrativo é golpista. Talvez eu estivesse googlando "composta de casca de banana" em vez de estar, de novo, comendo um sanduíche enquanto trabalho. Minhas duas estagiárias passavam boa parte do tempo pedindo mais tempo livre pra pensar em planos mirabolantes para conseguir ainda mais tempo livre. Nos únicos vinte minutos por semana que elas trabalhavam, ficavam profundamente irritadas se eu dissesse algo como "putz, acho que não". Eu vivia com medo de ir pra cadeia apenas por não endeusá-las a cada segundo. A primeira a se demitir disse "não nasci pra ter chefe ou horário", a segunda, que eu acabei demitindo, falou "melhor mesmo, preciso saber quem eu sou". Claro que me refiro a uma pequena (ou média) porcentagem que não está a fim de nada (e não a você ou alguém da sua família, ok?), mas todos os dias eu agradeço demais: valeu década de 70! A gente sofreu mas foi lindo.
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Ainda sem vencer como visitante, São Paulo definirá futuro fora de casa
O São Paulo terá missões difíceis para se classificar no Campeonato Paulista e na Libertadores. Ainda sem vencer como visitante na temporada, a equipe vai definir seu futuro nas duas competições com partidas duras fora de casa. Em quinze jogos no ano, o São Paulo fez sete jogos como visitante e não ganhou nenhum. Foram cinco empates, contra Red Bull, César Vallejo (PER), River Plate (ARG), Trujillanos (VEN) e Ituano, e duas derrotas, contra Corinthians e Ponte Preta. No Paulista, o São Paulo está em segundo lugar no Grupo C com 14 pontos, dois atrás do líder Audax, um à frente da Ferroviária e dois do XV de Piracicaba. A cinco rodadas do fim da primeira fase, o time do Morumbi faz três jogos fora, contra Santos, Linense e São Bento. O Santos, vice-líder geral do Estadual com 22 pontos, não perde um jogo na Vila Belmiro pelo Campeonato Paulista desde 2011. O São Bento, que tem a melhor campanha entre os times do interior, com 17 pontos, segue invicto em Sorocaba. O São Paulo ainda recebe o Botafogo, nesta quarta (23), no Pacaembu, e o Oeste, no dia 2 de abril. Pela Libertadores, o time está em situação mais crítica, com apenas dois pontos, em terceiro lugar no Grupo 1, atrás de The Strongest (BOL), com sete pontos, e River Plate (ARG), com cinco. Restam três partidas para o fim da fase de grupos e o São Paulo tem dois jogos como mandante, contra Trujillanos e River. É possível que, dependendo da combinação de resultados, o time tricolor chegue a última partida precisando apenas de um empate. Ainda assim, a dificuldade vai ser grande já que enfrenta os bolivianos, para quem já perderam na primeira rodada, na altitude de La Paz (3.600 m). Tabela e resultados do Campeonato Paulista 2016
esporte
Ainda sem vencer como visitante, São Paulo definirá futuro fora de casaO São Paulo terá missões difíceis para se classificar no Campeonato Paulista e na Libertadores. Ainda sem vencer como visitante na temporada, a equipe vai definir seu futuro nas duas competições com partidas duras fora de casa. Em quinze jogos no ano, o São Paulo fez sete jogos como visitante e não ganhou nenhum. Foram cinco empates, contra Red Bull, César Vallejo (PER), River Plate (ARG), Trujillanos (VEN) e Ituano, e duas derrotas, contra Corinthians e Ponte Preta. No Paulista, o São Paulo está em segundo lugar no Grupo C com 14 pontos, dois atrás do líder Audax, um à frente da Ferroviária e dois do XV de Piracicaba. A cinco rodadas do fim da primeira fase, o time do Morumbi faz três jogos fora, contra Santos, Linense e São Bento. O Santos, vice-líder geral do Estadual com 22 pontos, não perde um jogo na Vila Belmiro pelo Campeonato Paulista desde 2011. O São Bento, que tem a melhor campanha entre os times do interior, com 17 pontos, segue invicto em Sorocaba. O São Paulo ainda recebe o Botafogo, nesta quarta (23), no Pacaembu, e o Oeste, no dia 2 de abril. Pela Libertadores, o time está em situação mais crítica, com apenas dois pontos, em terceiro lugar no Grupo 1, atrás de The Strongest (BOL), com sete pontos, e River Plate (ARG), com cinco. Restam três partidas para o fim da fase de grupos e o São Paulo tem dois jogos como mandante, contra Trujillanos e River. É possível que, dependendo da combinação de resultados, o time tricolor chegue a última partida precisando apenas de um empate. Ainda assim, a dificuldade vai ser grande já que enfrenta os bolivianos, para quem já perderam na primeira rodada, na altitude de La Paz (3.600 m). Tabela e resultados do Campeonato Paulista 2016
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Arrecadação da Receita Federal cai em março com atividade econômica fraca
Em mais um sinal de que a economia vai demorar para se recuperar, a arrecadação da Receita Federal caiu 2,8% em março em relação ao mesmo mês de 2016 em termos reais, retirado o efeito da inflação. É o que mostram dados coletados pela Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara junto ao Siafi, o sistema que acompanha as contas do governo em tempo real. No caso de impostos com forte correlação com a atividade industrial e o consumo, como IPI e Cofins, essa queda passou de 8%. Os números excluem a arrecadação com a Previdência, contabilizada à parte pelo Tesouro Nacional. Também levam em conta as restituições desses impostos, diferentemente dos dados informados mensalmente pela Receita, que devem ser divulgados na próxima semana. Em janeiro e fevereiro de 2017, os dados mostraram desempenho muito próximo ao verificado nos dois primeiros meses de 2016. Em fevereiro, a arrecadação da Receita subiu 1,2%, segundo números do Tesouro comparáveis com os da Consultoria da Câmara. A queda em março foi puxada pela menor arrecadação, em relação ao mesmo mês de 2016, de oito entre dez tributos avaliados. O IPI, um dos termômetros do setor industrial, recuou 8,7% em termos reais. PIS e Cofins, que exibem forte correlação com o consumo, caíram, respectivamente, 6,7% e 8,5%. Para André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, além de serem sintoma de queda na atividade, os números sugerem que as dificuldades de caixa do governo terão que ser resolvidas com alta de impostos no futuro. "Acredito que a equipe econômica está esperando passar a votação da reforma da Previdência para tomar uma decisão a esse respeito", disse Perfeito. A tendência é que a receita se recupere junto com a atividade econômica até o final deste ano, mas esse movimento será lento, afirma o economista José Roberto Afonso, da FGV (Fundação Getulio Vargas).
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Arrecadação da Receita Federal cai em março com atividade econômica fracaEm mais um sinal de que a economia vai demorar para se recuperar, a arrecadação da Receita Federal caiu 2,8% em março em relação ao mesmo mês de 2016 em termos reais, retirado o efeito da inflação. É o que mostram dados coletados pela Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara junto ao Siafi, o sistema que acompanha as contas do governo em tempo real. No caso de impostos com forte correlação com a atividade industrial e o consumo, como IPI e Cofins, essa queda passou de 8%. Os números excluem a arrecadação com a Previdência, contabilizada à parte pelo Tesouro Nacional. Também levam em conta as restituições desses impostos, diferentemente dos dados informados mensalmente pela Receita, que devem ser divulgados na próxima semana. Em janeiro e fevereiro de 2017, os dados mostraram desempenho muito próximo ao verificado nos dois primeiros meses de 2016. Em fevereiro, a arrecadação da Receita subiu 1,2%, segundo números do Tesouro comparáveis com os da Consultoria da Câmara. A queda em março foi puxada pela menor arrecadação, em relação ao mesmo mês de 2016, de oito entre dez tributos avaliados. O IPI, um dos termômetros do setor industrial, recuou 8,7% em termos reais. PIS e Cofins, que exibem forte correlação com o consumo, caíram, respectivamente, 6,7% e 8,5%. Para André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, além de serem sintoma de queda na atividade, os números sugerem que as dificuldades de caixa do governo terão que ser resolvidas com alta de impostos no futuro. "Acredito que a equipe econômica está esperando passar a votação da reforma da Previdência para tomar uma decisão a esse respeito", disse Perfeito. A tendência é que a receita se recupere junto com a atividade econômica até o final deste ano, mas esse movimento será lento, afirma o economista José Roberto Afonso, da FGV (Fundação Getulio Vargas).
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PM usa bombas contra grupos pró e anti-Lula em fórum de São Paulo
Grupos simpatizantes e críticos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegaram a atirar garrafas d'água e pedras uns nos outros nesta quarta-feira (17), em frente ao Fórum Criminal da Barra Funda, onde o petista daria depoimento. Houve confronto com a polícia, que lançou bombas de gás lacrimogêneo e golpeou alguns manifestantes com cassetetes.Leia mais aqui
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PM usa bombas contra grupos pró e anti-Lula em fórum de São PauloGrupos simpatizantes e críticos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegaram a atirar garrafas d'água e pedras uns nos outros nesta quarta-feira (17), em frente ao Fórum Criminal da Barra Funda, onde o petista daria depoimento. Houve confronto com a polícia, que lançou bombas de gás lacrimogêneo e golpeou alguns manifestantes com cassetetes.Leia mais aqui
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Brasil, confiar, desconfiando
A CONFIANÇA do consumidor voltou a subir em janeiro. Voltou na verdade para o nível de setembro do ano passado, quando surgiu uma onda de inverno econômico no que, se esperava, fosse o início da temporada primavera-verão. Deu quase tudo errado. A confiança voltou a baixar. Comércio, serviços e, mais inesperado, indústria levaram tombos feios. Esperava-se que o PIB deixasse de cair no trimestre final do ano. Depois da estagnação, a economia voltaria ao azul, mesmo que desmaiado, neste início do ano. Não deu nada certo. Não se sabe muito bem o que aconteceu, assim como ainda se desconhecem muitas das manhas desta recessão excepcional. Uma hipótese razoável é que a confiança pisava nos astros ou nas nuvens distraída, talvez embalada apenas nas esperanças da troca de governo. Não havia esteio concreto forte para sustentar esperanças. Ao contrário. O desemprego aumentava, a população empregada diminuía. As taxas de juros "básicas" reais estavam praticamente nas mesmas alturas recessivas do restante do ano. A inflação caía, mas ainda voava nas alturas em que costuma desanimar o povo. O estímulo já pequeno das exportações pareceu fraquejar. Houve acidentes pontuais em alguns setores produtivos. A política tinha surtos de baderna extra. A confiança do consumidor, porém, voltou a aumentar neste janeiro, segundo dados da FGV do Rio. Antes de especular se "agora, vai", o índice subiu para quanto? Para um nível próximo apenas ao de agosto de 2015, quando o Brasil mergulhava ainda para as profundas da recessão. Sim, estamos agora na direção inversa, mas conviria "confiar, desconfiando" nos índices de confiança, como diria o marechal-presidente Floriano Peixoto. O índice de confiança é composto. Um de seus componentes, o de esperança, de melhorias daqui a seis meses, voltou a subir bem. O índice que reflete a situação econômica atual reage de modo muito modesta, quase no mesmo nível da depressão do início do ano passado. Por fim, note-se que a última vez em que tais números estiveram na faixa de otimismo foi em outubro de 2014, eleição de Dilma Rousseff. Com o estelionato eleitoral e outros choques, começaram os colapsos. Esse sorriso amarelo de animação vai resultar desta vez em algo diferente? "Especulativo, protesto", dir-se-ia em tribunal de filme americano. Mas é o que temos. O que temos para dar esteio a essa piscada de ânimo? A inflação baixou bem no ano passado, da casa dos 11% para a dos 6%. Nesta faixa, ainda come muita renda e, a julgar por estatísticas, ainda desanima o povo. Neste ano, deve baixar até 4% ao ano, embora deva subir de novo, se as previsões de preços não estiverem outra vez muito erradas, como o foram no final do ano passado. As taxas "básicas" de juros começaram a baixar de modo notável, pelo menos no mercado de dinheiro grosso, e vão baixar bem mais antes da metade do ano. Corte equivalente não vai chegar tão cedo no crediário, por assim dizer. Mas vai fazer em breve diferença para empresas. Mas é alguma coisa. Embora desprezado pelo economista padrão, o dinheiro do saque das contas inativas do FGTS vai fazer alguma diferença. É cerca de 0,4% do PIB. Um Bolsa Família inteiro. Era um dinheiro inesperado que vai pingar. Uma dúvida maior é a velocidade da destruição de empregos (além, claro, do tamanho da baderna política). Por ora, os chutes parecem pouco informados.
colunas
Brasil, confiar, desconfiandoA CONFIANÇA do consumidor voltou a subir em janeiro. Voltou na verdade para o nível de setembro do ano passado, quando surgiu uma onda de inverno econômico no que, se esperava, fosse o início da temporada primavera-verão. Deu quase tudo errado. A confiança voltou a baixar. Comércio, serviços e, mais inesperado, indústria levaram tombos feios. Esperava-se que o PIB deixasse de cair no trimestre final do ano. Depois da estagnação, a economia voltaria ao azul, mesmo que desmaiado, neste início do ano. Não deu nada certo. Não se sabe muito bem o que aconteceu, assim como ainda se desconhecem muitas das manhas desta recessão excepcional. Uma hipótese razoável é que a confiança pisava nos astros ou nas nuvens distraída, talvez embalada apenas nas esperanças da troca de governo. Não havia esteio concreto forte para sustentar esperanças. Ao contrário. O desemprego aumentava, a população empregada diminuía. As taxas de juros "básicas" reais estavam praticamente nas mesmas alturas recessivas do restante do ano. A inflação caía, mas ainda voava nas alturas em que costuma desanimar o povo. O estímulo já pequeno das exportações pareceu fraquejar. Houve acidentes pontuais em alguns setores produtivos. A política tinha surtos de baderna extra. A confiança do consumidor, porém, voltou a aumentar neste janeiro, segundo dados da FGV do Rio. Antes de especular se "agora, vai", o índice subiu para quanto? Para um nível próximo apenas ao de agosto de 2015, quando o Brasil mergulhava ainda para as profundas da recessão. Sim, estamos agora na direção inversa, mas conviria "confiar, desconfiando" nos índices de confiança, como diria o marechal-presidente Floriano Peixoto. O índice de confiança é composto. Um de seus componentes, o de esperança, de melhorias daqui a seis meses, voltou a subir bem. O índice que reflete a situação econômica atual reage de modo muito modesta, quase no mesmo nível da depressão do início do ano passado. Por fim, note-se que a última vez em que tais números estiveram na faixa de otimismo foi em outubro de 2014, eleição de Dilma Rousseff. Com o estelionato eleitoral e outros choques, começaram os colapsos. Esse sorriso amarelo de animação vai resultar desta vez em algo diferente? "Especulativo, protesto", dir-se-ia em tribunal de filme americano. Mas é o que temos. O que temos para dar esteio a essa piscada de ânimo? A inflação baixou bem no ano passado, da casa dos 11% para a dos 6%. Nesta faixa, ainda come muita renda e, a julgar por estatísticas, ainda desanima o povo. Neste ano, deve baixar até 4% ao ano, embora deva subir de novo, se as previsões de preços não estiverem outra vez muito erradas, como o foram no final do ano passado. As taxas "básicas" de juros começaram a baixar de modo notável, pelo menos no mercado de dinheiro grosso, e vão baixar bem mais antes da metade do ano. Corte equivalente não vai chegar tão cedo no crediário, por assim dizer. Mas vai fazer em breve diferença para empresas. Mas é alguma coisa. Embora desprezado pelo economista padrão, o dinheiro do saque das contas inativas do FGTS vai fazer alguma diferença. É cerca de 0,4% do PIB. Um Bolsa Família inteiro. Era um dinheiro inesperado que vai pingar. Uma dúvida maior é a velocidade da destruição de empregos (além, claro, do tamanho da baderna política). Por ora, os chutes parecem pouco informados.
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PM recolhe 153 motos em operação nas marginais Tietê e Pinheiros
Uma operação da policiamento de trânsito recolheu 153 motos nas marginais Tietê e Pinheiros, em São Paulo, nesta terça-feira (14). Também foram aplicadas 329 multas por infrações diversas. A operação "Cavalo de Aço", realizada nesta terça, é uma continuidade de outra, realizada na última quinta (9), quando mais de 130 motos também foram apreendidas. Segundo a polícia, o objetivo é tirar de circulação motos roubadas e garantir o cumprimento de normas de segurança. Informações do CPTran (Comando de Policiamento de Trânsito) apontam que, embora as motocicletas representem apenas 13% da frota de veículos registrados em São Paulo, 69% dos acidentes com vítimas atendidos pelo batalhão nas marginais, no primeiro trimestre deste ano, envolveram motociclistas. Ao todo, a operação teve 1.791 motocicletas fiscalizadas, sendo 153 removidas ao pátio. Também foram lavrados 329 autos de infração de trânsito e 144 motocicletas tiveram os seus documentos recolhidos por irregularidades. Foram montados dois pontos de fiscalização na marginal Tietê e três na marginal Pinheiros.
cotidiano
PM recolhe 153 motos em operação nas marginais Tietê e PinheirosUma operação da policiamento de trânsito recolheu 153 motos nas marginais Tietê e Pinheiros, em São Paulo, nesta terça-feira (14). Também foram aplicadas 329 multas por infrações diversas. A operação "Cavalo de Aço", realizada nesta terça, é uma continuidade de outra, realizada na última quinta (9), quando mais de 130 motos também foram apreendidas. Segundo a polícia, o objetivo é tirar de circulação motos roubadas e garantir o cumprimento de normas de segurança. Informações do CPTran (Comando de Policiamento de Trânsito) apontam que, embora as motocicletas representem apenas 13% da frota de veículos registrados em São Paulo, 69% dos acidentes com vítimas atendidos pelo batalhão nas marginais, no primeiro trimestre deste ano, envolveram motociclistas. Ao todo, a operação teve 1.791 motocicletas fiscalizadas, sendo 153 removidas ao pátio. Também foram lavrados 329 autos de infração de trânsito e 144 motocicletas tiveram os seus documentos recolhidos por irregularidades. Foram montados dois pontos de fiscalização na marginal Tietê e três na marginal Pinheiros.
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Excursão
Eu já disse em algum lugar que o Kintarô, na Liberdade, é o melhor boteco do mundo. Logo, é o melhor boteco de São Paulo. Mas o melhor boteco do Brasil fica no Rio de Janeiro e se chama Adega Pérola. Estou organizando uma excursão pra lá. Ainda há vagas. Os(as) interessados(as) por favor me escrevam. O plano é alugar uma van pra dez pessoas, sair daqui às três da madrugada e chegar ao Rio às nove, dez da manhã. Também pretendemos (alguns amigos já confirmaram presença e a prima carioca da minha namorada gostou tanto da ideia que, em vez de nos encontrar por lá, vai vir do Rio pra São Paulo só pra cumprir todo o ritual) alugar uma quitinete num prédio vizinho ao bar, pra quem quiser tirar um cochilo, usar o banheiro, tomar uma ducha, praticar o amor livre e/ou proibido —antes, durante ou depois da esbórnia. Às 11h faremos, os mais atletas, uma corrida pelo calçadão de Copacabana (o Adega Pérola fica a cinco quadras do mar). Eliminadas as impurezas no suor da maratona, de banho tomado, com roupas limpas e chinelos confortáveis, ao meio-dia entraremos nesse templo do chope gelado e dos frutos do mar fresquíssimos com a fome e a sede dos arqueiros de Genghis Khan após muitos dias a cavalo pelas desconfortáveis estepes mongóis. Como as mesas do Adega são retangulares, pequenas e fixas, com um dos lados menores do retângulo chumbado na parede e três bancos diante de cada um dos lados maiores chumbados no chão, precisaremos de duas. À nossa volta, os garrafões de vinho tinto nas prateleiras que vão até o teto e, ao alcance de um passo, o balcão à portuguesa dos divinos petiscos: camarões, vieiras, sardinhas, morcilhas, berinjelas, polvos... A variedade é impressionante; como se paga por peso, é possível provar boa parte deles. — Cem gramas de rollmops (enrolados de sardinha crua), cem de alho (um alho de outro planeta, que não queima nem dá mau hálito), cem de salada pérola do mar, ó pá! Dizem que o botequim quase fechou em 2010, mas três clientes, talvez de porre no próprio Adega Pérola, fizeram uma vaquinha e o salvaram da extinção. No entanto, ao contrário do que acontece com 99,9% dos bebuns, no dia seguinte não devem ter sentido nenhuma ressaca moral, pois tinham feito um puta negócio. Pelo menos pra nós, hedonistas insatisfeitos sem muitas opções de bares sem TV, sem hostess nem segurança na entrada, sem grade anti-mendigo na calçada, sem catraca na porta nem comanda (no bolso? na bolsa de alguém? debaixo da mesa? na janela do banheiro? onde foi que enfiei essa porcaria de comanda?) —quando o prazer de quem frequenta bar é justamente perder o comando da vida e esquecer por algumas horas as grandes chatices e as pequenas tragédias que em geral a acompanham e tantas vezes a atrapalham. Às dez da noite, depois de muito papo furado, 40 chopes e não sei mais quantas cachaças, pegaremos a inútil van de volta pra São Paulo —radicalmente satisfeitos, merecidamente exaustos e inevitavelmente melancólicos. Sugiro um sábado de sol. Porque o domingo vai ser brabo.
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ExcursãoEu já disse em algum lugar que o Kintarô, na Liberdade, é o melhor boteco do mundo. Logo, é o melhor boteco de São Paulo. Mas o melhor boteco do Brasil fica no Rio de Janeiro e se chama Adega Pérola. Estou organizando uma excursão pra lá. Ainda há vagas. Os(as) interessados(as) por favor me escrevam. O plano é alugar uma van pra dez pessoas, sair daqui às três da madrugada e chegar ao Rio às nove, dez da manhã. Também pretendemos (alguns amigos já confirmaram presença e a prima carioca da minha namorada gostou tanto da ideia que, em vez de nos encontrar por lá, vai vir do Rio pra São Paulo só pra cumprir todo o ritual) alugar uma quitinete num prédio vizinho ao bar, pra quem quiser tirar um cochilo, usar o banheiro, tomar uma ducha, praticar o amor livre e/ou proibido —antes, durante ou depois da esbórnia. Às 11h faremos, os mais atletas, uma corrida pelo calçadão de Copacabana (o Adega Pérola fica a cinco quadras do mar). Eliminadas as impurezas no suor da maratona, de banho tomado, com roupas limpas e chinelos confortáveis, ao meio-dia entraremos nesse templo do chope gelado e dos frutos do mar fresquíssimos com a fome e a sede dos arqueiros de Genghis Khan após muitos dias a cavalo pelas desconfortáveis estepes mongóis. Como as mesas do Adega são retangulares, pequenas e fixas, com um dos lados menores do retângulo chumbado na parede e três bancos diante de cada um dos lados maiores chumbados no chão, precisaremos de duas. À nossa volta, os garrafões de vinho tinto nas prateleiras que vão até o teto e, ao alcance de um passo, o balcão à portuguesa dos divinos petiscos: camarões, vieiras, sardinhas, morcilhas, berinjelas, polvos... A variedade é impressionante; como se paga por peso, é possível provar boa parte deles. — Cem gramas de rollmops (enrolados de sardinha crua), cem de alho (um alho de outro planeta, que não queima nem dá mau hálito), cem de salada pérola do mar, ó pá! Dizem que o botequim quase fechou em 2010, mas três clientes, talvez de porre no próprio Adega Pérola, fizeram uma vaquinha e o salvaram da extinção. No entanto, ao contrário do que acontece com 99,9% dos bebuns, no dia seguinte não devem ter sentido nenhuma ressaca moral, pois tinham feito um puta negócio. Pelo menos pra nós, hedonistas insatisfeitos sem muitas opções de bares sem TV, sem hostess nem segurança na entrada, sem grade anti-mendigo na calçada, sem catraca na porta nem comanda (no bolso? na bolsa de alguém? debaixo da mesa? na janela do banheiro? onde foi que enfiei essa porcaria de comanda?) —quando o prazer de quem frequenta bar é justamente perder o comando da vida e esquecer por algumas horas as grandes chatices e as pequenas tragédias que em geral a acompanham e tantas vezes a atrapalham. Às dez da noite, depois de muito papo furado, 40 chopes e não sei mais quantas cachaças, pegaremos a inútil van de volta pra São Paulo —radicalmente satisfeitos, merecidamente exaustos e inevitavelmente melancólicos. Sugiro um sábado de sol. Porque o domingo vai ser brabo.
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Petrobras propõe reajuste abaixo da inflação pela primeira vez em 12 anos
Pela primeira vez em governos petistas, a Petrobras propôs a seus empregados um reajuste salarial abaixo da inflação. Em reunião nesta quinta-feira (17), a empresa apresentou proposta de aumento de 5,73%, bem inferior aos 9,53% do IPCA acumulado em doze meses encerrados no fim de agosto. Nos últimos 12 anos, a categoria teve ganho real acima da inflação. Neste ano, porém, a companhia enfrenta crise financeira provocada pela queda dos preços do petróleo e pelos efeitos do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. "Queremos a rejeição da proposta e o início de uma greve por tempo indeterminado", afirmou o presidente do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), Emanuel Cancella. O Sindipetro-RJ é filiado à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que pedia reajuste de 18%. Na semana passada, a Petrobras apresentou as cláusulas sociais do acordo coletivo de trabalho, com proposta de corte de 25% dos salários para empregados da área administrativa, em troca de redução equivalente na jornada de trabalho, além de corte no valor das horas extras e criação de banco de horas. Procurada pela Folha, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou que não participou da reunião com a Petrobras, por discordar do "fatiamento" das negociações por subsidiária. Até o ano passado, a direção da estatal negociava com todas as empresas do grupo de uma só vez. A FUP vem realizando assembleias para aprovar a greve por tempo indeterminado desde o início do mês. Chegou a agendar o início do movimento para o dia 4 de novembro, mas com o foco na resistência ao novo plano de negócios da companhia, que prevê corte de investimentos e venda de ativos. A Petrobras informou que, em caso de greve, "tomará todas as medidas para garantir o abastecimento do mercado, preservando a segurança das operações e dos trabalhadores".
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Petrobras propõe reajuste abaixo da inflação pela primeira vez em 12 anosPela primeira vez em governos petistas, a Petrobras propôs a seus empregados um reajuste salarial abaixo da inflação. Em reunião nesta quinta-feira (17), a empresa apresentou proposta de aumento de 5,73%, bem inferior aos 9,53% do IPCA acumulado em doze meses encerrados no fim de agosto. Nos últimos 12 anos, a categoria teve ganho real acima da inflação. Neste ano, porém, a companhia enfrenta crise financeira provocada pela queda dos preços do petróleo e pelos efeitos do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. "Queremos a rejeição da proposta e o início de uma greve por tempo indeterminado", afirmou o presidente do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), Emanuel Cancella. O Sindipetro-RJ é filiado à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que pedia reajuste de 18%. Na semana passada, a Petrobras apresentou as cláusulas sociais do acordo coletivo de trabalho, com proposta de corte de 25% dos salários para empregados da área administrativa, em troca de redução equivalente na jornada de trabalho, além de corte no valor das horas extras e criação de banco de horas. Procurada pela Folha, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou que não participou da reunião com a Petrobras, por discordar do "fatiamento" das negociações por subsidiária. Até o ano passado, a direção da estatal negociava com todas as empresas do grupo de uma só vez. A FUP vem realizando assembleias para aprovar a greve por tempo indeterminado desde o início do mês. Chegou a agendar o início do movimento para o dia 4 de novembro, mas com o foco na resistência ao novo plano de negócios da companhia, que prevê corte de investimentos e venda de ativos. A Petrobras informou que, em caso de greve, "tomará todas as medidas para garantir o abastecimento do mercado, preservando a segurança das operações e dos trabalhadores".
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Petrobras crê que mudança na lei é necessária para acordo sobre pré-sal
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, acredita que é necessária uma mudança na lei para viabilizar um acordo entre a estatal e a União sobre o contrato de exploração de áreas do pré-sal, a chamada cessão onerosa. Reservas de petróleo foram concedidas pelo governo durante a capitalização da Petrobras em 2010. Na ocasião, a União cedeu à estatal o direito de explorar 5 bilhões de barris do pré-sal em troca de ações da companhia. O contrato, porém, previa a renegociação dos valores acertados anos mais tarde para que ele fosse ajustado de acordo com as oscilações do preço do óleo. A Petrobras acredita que tem um crédito a receber —a cotação do petróleo caiu desde então. A conta de quanto a União teria de ressarcir a Petrobras ainda está sendo feita. Ocorre que, neste momento, o governo tenta fechar o rombo nas contas e não teria como desembolsar qualquer valor para pagar a Petrobras. A saída que vem sendo estudada é fazer esse pagamento com óleo. A Petrobras tem interesse nesse modelo. Mas, para que ele funcione bem, Parente sustenta que é preciso modificar a legislação. Isso porque a Petrobras também vive um processo de ajuste em suas contas com o objetivo de reduzir seu alto endividamento —é de longe a petroleira mais endividada do mundo. E, para transformar o óleo adicional pago pela União em dinheiro, a estatal precisaria investir mais do que o previsto em sua extração. Mas a lei que dita as regras da cessão onerosa não permite, por exemplo, que se faça uma parceria com outra empresa para viabilizar esse investimento. "A questão que se coloca é como o governo paga isso [o eventual crédito à Petrobras]. A solução mais evidente é, como há excedente de óleo, nos pagar em óleo. Qual o problema? A lei de hoje em relação a cessão onerosa diz que o valor econômico só pode ser obtido após o óleo extraído", afirmou, após participar de evento do Bradesco em São Paulo nesta terça (4). Segundo Parente, não se trata de uma modificação complexa na legislação, mas é preciso lembrar que Brasília tem seu tempo próprio. "O processo de alteração é que você já sabe como é... Sendo em benefício da sociedade, como é caso, deve ter uma tramitação simples, dentro de uma visão de racionalidade", disse. O presidente da Petrobras sustenta que a alteração traria benefícios para a estatal e para o país. "Nós temos o direito e fizemos todas as nossas contas de explorar nosso óleo primeiro. A União, para ter os benefícios daquele óleo teria que dar valor econômico e possivelmente colocar em leilão. Mas para isso é preciso concordância da Petrobras, porque nós temos concessão daqueles campos", afirmou. "É importante ter alternativas para dar valor econômico [a esse óleo]. Não faria sentido [para a Petrobras] fazer investimentos para explorar o óleo da União", completou.
mercado
Petrobras crê que mudança na lei é necessária para acordo sobre pré-salO presidente da Petrobras, Pedro Parente, acredita que é necessária uma mudança na lei para viabilizar um acordo entre a estatal e a União sobre o contrato de exploração de áreas do pré-sal, a chamada cessão onerosa. Reservas de petróleo foram concedidas pelo governo durante a capitalização da Petrobras em 2010. Na ocasião, a União cedeu à estatal o direito de explorar 5 bilhões de barris do pré-sal em troca de ações da companhia. O contrato, porém, previa a renegociação dos valores acertados anos mais tarde para que ele fosse ajustado de acordo com as oscilações do preço do óleo. A Petrobras acredita que tem um crédito a receber —a cotação do petróleo caiu desde então. A conta de quanto a União teria de ressarcir a Petrobras ainda está sendo feita. Ocorre que, neste momento, o governo tenta fechar o rombo nas contas e não teria como desembolsar qualquer valor para pagar a Petrobras. A saída que vem sendo estudada é fazer esse pagamento com óleo. A Petrobras tem interesse nesse modelo. Mas, para que ele funcione bem, Parente sustenta que é preciso modificar a legislação. Isso porque a Petrobras também vive um processo de ajuste em suas contas com o objetivo de reduzir seu alto endividamento —é de longe a petroleira mais endividada do mundo. E, para transformar o óleo adicional pago pela União em dinheiro, a estatal precisaria investir mais do que o previsto em sua extração. Mas a lei que dita as regras da cessão onerosa não permite, por exemplo, que se faça uma parceria com outra empresa para viabilizar esse investimento. "A questão que se coloca é como o governo paga isso [o eventual crédito à Petrobras]. A solução mais evidente é, como há excedente de óleo, nos pagar em óleo. Qual o problema? A lei de hoje em relação a cessão onerosa diz que o valor econômico só pode ser obtido após o óleo extraído", afirmou, após participar de evento do Bradesco em São Paulo nesta terça (4). Segundo Parente, não se trata de uma modificação complexa na legislação, mas é preciso lembrar que Brasília tem seu tempo próprio. "O processo de alteração é que você já sabe como é... Sendo em benefício da sociedade, como é caso, deve ter uma tramitação simples, dentro de uma visão de racionalidade", disse. O presidente da Petrobras sustenta que a alteração traria benefícios para a estatal e para o país. "Nós temos o direito e fizemos todas as nossas contas de explorar nosso óleo primeiro. A União, para ter os benefícios daquele óleo teria que dar valor econômico e possivelmente colocar em leilão. Mas para isso é preciso concordância da Petrobras, porque nós temos concessão daqueles campos", afirmou. "É importante ter alternativas para dar valor econômico [a esse óleo]. Não faria sentido [para a Petrobras] fazer investimentos para explorar o óleo da União", completou.
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Teatro de sombras
João Pedro Stédile, líder do MST e chefe do "exército de Lula", definiu Joaquim Levy como um "infiltrado" da elite malvada no governo de Dilma Rousseff. O deputado Rodrigo Maia, uma liderança do DEM, concorda com o diagnóstico e, em nome dele, votou pela aprovação do ajuste fiscal. "Eu quis garantir um voto de confiança ao ministro da Fazenda", que "tem muita convergência com um partido como o nosso, que tem uma linha mais liberal na economia", explicou à Folha. Maia e Stédile lêem a bíblia noite e dia –apenas com a diferença de que, onde um lê branco, o outro lê negro. Nessa convergência de fundo encontra-se a chave para decifrar o teatro de sombras da crise do lulopetismo. Sob pressão dilacerante do PMDB, a bancada do PT fechou questão em torno da aprovação do ajuste fiscal. Ainda assim, não votou unida: nove deputados ausentaram-se da sessão e um declarou-se contrário. Se a oposição não se dividisse, a soma das traições petistas às outras previsíveis defecções na base governista provocaria a derrota da MP 665. Levy agradeceu publicamente aos deputados pelo resultado. O certo seria dirigir o gesto especificamente aos 16 oposicionistas (do DEM, do PSB e do SD) que, votando com o governo, asseguraram o esquálido triunfo. Mas, para tudo ficar certo mesmo, o agradecimento deveria partir de Lula: Maia e os seus cumprem uma função de prestidigitação política que Stédile já não é capaz de cumprir. Nossos liberais experimentam uma atração irresistível pela malemolência do capitalismo de estado à moda petista. Guilherme Afif e Kátia Abreu, ministros da copa e cozinha, conectam o governo Dilma a setores cruciais do empresariado. O ministro-despachante Gilberto Kassab opera como terceirizado do Planalto no balcão de negócios da criação de partidos. No centro do palco, o primeiro-ministro informal Levy resgata um mínimo vital de credibilidade à economia, evitando o naufrágio da presidente. Contudo, a narrativa política do lulopetismo, bem mais precioso entre todos, pende de uma corda esgarçada que teria se rompido sem a intervenção de Maia et caterva. Dilma girou a política econômica, mas nunca renunciou à doutrina que produziu o fracasso de seu primeiro mandato. Os intelectuais do PT, que abdicaram da honestidade acadêmica, descrevem a reviravolta de Dilma 2 como um fruto da maldade infinita do "mercado", não como a consequência de um fiasco anunciado. No seu programa de propaganda política, o PT entoou a marcha marcial da defesa dos direitos trabalhistas. Comandada pelo partido, a CUT convocou um protesto tardio contra a MP aprovada pelos próprios petistas. O diretor do teatro de sombras chama-se Lula, que monta o palanque de sua candidatura com as tábuas do ilusionismo. O ex-presidente planeja emergir como restaurador de uma idade de ouro desperdiçada por sua sucessora. Mas não pode fazê-lo sem o auxílio providencial da oposição. Stédile, um boneco iluminado, só parece emitir sons: quem fala, de fato, é Lula. O mito da "infiltração" de Levy confere o último fiapo de verossimilhança à narrativa pela qual o lulopetismo representa o Povo, numa batalha épica contra a Elite. Nos tempos de FHC, o "arrocho" era obra dos tucanos. Nos tempos de Dilma, a "austeridade" deve ser exibida como obra de Levy. Às vésperas da votação da MP 665, o PMDB subiu metade da cortina que cobre os bastidores do palco, deixando entrever a maquinaria oculta. A outra metade, que dependia da oposição, permaneceu imóvel. Maia fez o serviço de Stédile. "O Brasil iria quebrar hoje", garantiu Maia, refugiando-se no patriotismo de araque para justificar seu ato de camuflagem. O Brasil, claro, não quebraria. A derrota do ajuste estilhaçaria, isso sim, um encanto que nos imobiliza. Sem as luzes, as sombras e os bonecos, teríamos que sair do teatro e encarar a realidade.
colunas
Teatro de sombrasJoão Pedro Stédile, líder do MST e chefe do "exército de Lula", definiu Joaquim Levy como um "infiltrado" da elite malvada no governo de Dilma Rousseff. O deputado Rodrigo Maia, uma liderança do DEM, concorda com o diagnóstico e, em nome dele, votou pela aprovação do ajuste fiscal. "Eu quis garantir um voto de confiança ao ministro da Fazenda", que "tem muita convergência com um partido como o nosso, que tem uma linha mais liberal na economia", explicou à Folha. Maia e Stédile lêem a bíblia noite e dia –apenas com a diferença de que, onde um lê branco, o outro lê negro. Nessa convergência de fundo encontra-se a chave para decifrar o teatro de sombras da crise do lulopetismo. Sob pressão dilacerante do PMDB, a bancada do PT fechou questão em torno da aprovação do ajuste fiscal. Ainda assim, não votou unida: nove deputados ausentaram-se da sessão e um declarou-se contrário. Se a oposição não se dividisse, a soma das traições petistas às outras previsíveis defecções na base governista provocaria a derrota da MP 665. Levy agradeceu publicamente aos deputados pelo resultado. O certo seria dirigir o gesto especificamente aos 16 oposicionistas (do DEM, do PSB e do SD) que, votando com o governo, asseguraram o esquálido triunfo. Mas, para tudo ficar certo mesmo, o agradecimento deveria partir de Lula: Maia e os seus cumprem uma função de prestidigitação política que Stédile já não é capaz de cumprir. Nossos liberais experimentam uma atração irresistível pela malemolência do capitalismo de estado à moda petista. Guilherme Afif e Kátia Abreu, ministros da copa e cozinha, conectam o governo Dilma a setores cruciais do empresariado. O ministro-despachante Gilberto Kassab opera como terceirizado do Planalto no balcão de negócios da criação de partidos. No centro do palco, o primeiro-ministro informal Levy resgata um mínimo vital de credibilidade à economia, evitando o naufrágio da presidente. Contudo, a narrativa política do lulopetismo, bem mais precioso entre todos, pende de uma corda esgarçada que teria se rompido sem a intervenção de Maia et caterva. Dilma girou a política econômica, mas nunca renunciou à doutrina que produziu o fracasso de seu primeiro mandato. Os intelectuais do PT, que abdicaram da honestidade acadêmica, descrevem a reviravolta de Dilma 2 como um fruto da maldade infinita do "mercado", não como a consequência de um fiasco anunciado. No seu programa de propaganda política, o PT entoou a marcha marcial da defesa dos direitos trabalhistas. Comandada pelo partido, a CUT convocou um protesto tardio contra a MP aprovada pelos próprios petistas. O diretor do teatro de sombras chama-se Lula, que monta o palanque de sua candidatura com as tábuas do ilusionismo. O ex-presidente planeja emergir como restaurador de uma idade de ouro desperdiçada por sua sucessora. Mas não pode fazê-lo sem o auxílio providencial da oposição. Stédile, um boneco iluminado, só parece emitir sons: quem fala, de fato, é Lula. O mito da "infiltração" de Levy confere o último fiapo de verossimilhança à narrativa pela qual o lulopetismo representa o Povo, numa batalha épica contra a Elite. Nos tempos de FHC, o "arrocho" era obra dos tucanos. Nos tempos de Dilma, a "austeridade" deve ser exibida como obra de Levy. Às vésperas da votação da MP 665, o PMDB subiu metade da cortina que cobre os bastidores do palco, deixando entrever a maquinaria oculta. A outra metade, que dependia da oposição, permaneceu imóvel. Maia fez o serviço de Stédile. "O Brasil iria quebrar hoje", garantiu Maia, refugiando-se no patriotismo de araque para justificar seu ato de camuflagem. O Brasil, claro, não quebraria. A derrota do ajuste estilhaçaria, isso sim, um encanto que nos imobiliza. Sem as luzes, as sombras e os bonecos, teríamos que sair do teatro e encarar a realidade.
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Moradores de bairro multiétnico de Londres alvo de ataque pregam união
"O cara que morreu ontem [domingo] era meu vizinho. Gente está morrendo enquanto vocês conversam", gritava um rapaz negro tentando avançar em direção à porta de uma mesquita no norte de Londres, onde uma van atropelou muçulmanos na hora em que deixavam o culto na noite de domingo (18). "Eu parti para cima do motorista. Vocês não fazem nada." Um policial conteve o homem, que não quis se identificar. Minutos antes, a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, deixara o lugar sob vaias e gritos como "May tem que sair" e "você tem sangue nas mãos". O sangue, aliás, ferve numa Londres que tenta voltar ao normal após um incêndio matar 79 pessoas em um prédio popular numa área nobre e dois atentados terroristas deixarem 13 mortos em três meses, além das 22 vítimas de um homem-bomba em Manchester. O ataque de domingo, o primeiro do tipo a configurar crime de ódio contra muçulmanos, não ajuda. Embora autoridades tenham passado a chamar de terrorismo o ataque que deixou um morto e uma dezena de feridos em Finsbury Park, a demora em classificá-lo assim enfureceu os moradores de todas as origens e religiões desta parte de Londres. "Foi um ato deliberado de alguém que odeia muçulmanos", dizia a indiana Sweta Choudhury, 31, diante da mesquita. "Não era um homem barbado de pele escura, mas ninguém citou terrorismo até a manhã seguinte." Diante de policiais vigiando a cena do crime, muitos mostravam vídeos em seus celulares, que flagraram o motorista quase sendo linchado pela multidão e corpos inertes no asfalto. O autor do ataque está preso, e a polícia descarta outros suspeitos. "É chocante e assustador. Todos sentimos medo agora quando vemos uma van", disse Abdoulkadir Ahmed, 24, que imigrou para Londres da Somália ainda criança. "Isso é vingança por tudo que está acontecendo aqui", dizia Abdullah, outro somali, que não quis ter o sobrenome publicado. "Não tem a ver só com religião. As pessoas estão enlouquecendo." Nesse ponto, os atropelamentos perto de Westminster, em março, e na ponte de Londres, no início deste mês, e até o incêndio no Grenfell Tower, que detonou uma crise inédita no governo May, têm sido encarados pelos moradores de Finsbury como eventos orquestrados. "Não podemos deixar que políticos usem o racismo e a islamofobia a seu favor", disse Weyman Bennett, ativista antirracismo, perto da mesquita atacada. "Deixar que pessoas vivam num prédio inseguro e morram queimadas diz muito sobre o que o governo pensa sobre elas." Nas ruas de Finsbury, um bairro multicolorido onde crianças ruivas e negras brincam juntas enquanto mulheres de burca e judeus ortodoxos mantêm os olhos fixos no playground a duas quadras da cena do crime, a vida tentava seguir adiante. "O clima agora é sombrio e há esse silêncio, mas as pessoas querem se manter alegres", dizia a vendedora Stephanie Matthews, caribenha de Santa Lúcia, diante das araras solitárias da loja de roupas French Kiss. "A essa altura, as lojas estariam cheias, com o rádio no último volume. Mas hoje ninguém quis ouvir música aqui." A duas quadras, o turco Turgut Buyukbas caminhava entre mesas vazias em seu café. "É ruim para os negócios. As pessoas estão com medo", disse. "Mas é a primeira coisa assim que vejo no bairro." Enquanto contornava as barreiras policiais tentando chegar à estação de trem, o britânico de origem turca Ismail reafirmava a ideia de que esse bairro no norte londrino, onde a gentrificação elevou os preços dos imóveis em pelo menos um terço nos últimos anos, não pode sucumbir ao terror. "Se abrirem a mesquita hoje, eu vou estar lá. E ela vai estar mais cheia do que nunca, porque todos nós vamos estar lá."
mundo
Moradores de bairro multiétnico de Londres alvo de ataque pregam união"O cara que morreu ontem [domingo] era meu vizinho. Gente está morrendo enquanto vocês conversam", gritava um rapaz negro tentando avançar em direção à porta de uma mesquita no norte de Londres, onde uma van atropelou muçulmanos na hora em que deixavam o culto na noite de domingo (18). "Eu parti para cima do motorista. Vocês não fazem nada." Um policial conteve o homem, que não quis se identificar. Minutos antes, a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, deixara o lugar sob vaias e gritos como "May tem que sair" e "você tem sangue nas mãos". O sangue, aliás, ferve numa Londres que tenta voltar ao normal após um incêndio matar 79 pessoas em um prédio popular numa área nobre e dois atentados terroristas deixarem 13 mortos em três meses, além das 22 vítimas de um homem-bomba em Manchester. O ataque de domingo, o primeiro do tipo a configurar crime de ódio contra muçulmanos, não ajuda. Embora autoridades tenham passado a chamar de terrorismo o ataque que deixou um morto e uma dezena de feridos em Finsbury Park, a demora em classificá-lo assim enfureceu os moradores de todas as origens e religiões desta parte de Londres. "Foi um ato deliberado de alguém que odeia muçulmanos", dizia a indiana Sweta Choudhury, 31, diante da mesquita. "Não era um homem barbado de pele escura, mas ninguém citou terrorismo até a manhã seguinte." Diante de policiais vigiando a cena do crime, muitos mostravam vídeos em seus celulares, que flagraram o motorista quase sendo linchado pela multidão e corpos inertes no asfalto. O autor do ataque está preso, e a polícia descarta outros suspeitos. "É chocante e assustador. Todos sentimos medo agora quando vemos uma van", disse Abdoulkadir Ahmed, 24, que imigrou para Londres da Somália ainda criança. "Isso é vingança por tudo que está acontecendo aqui", dizia Abdullah, outro somali, que não quis ter o sobrenome publicado. "Não tem a ver só com religião. As pessoas estão enlouquecendo." Nesse ponto, os atropelamentos perto de Westminster, em março, e na ponte de Londres, no início deste mês, e até o incêndio no Grenfell Tower, que detonou uma crise inédita no governo May, têm sido encarados pelos moradores de Finsbury como eventos orquestrados. "Não podemos deixar que políticos usem o racismo e a islamofobia a seu favor", disse Weyman Bennett, ativista antirracismo, perto da mesquita atacada. "Deixar que pessoas vivam num prédio inseguro e morram queimadas diz muito sobre o que o governo pensa sobre elas." Nas ruas de Finsbury, um bairro multicolorido onde crianças ruivas e negras brincam juntas enquanto mulheres de burca e judeus ortodoxos mantêm os olhos fixos no playground a duas quadras da cena do crime, a vida tentava seguir adiante. "O clima agora é sombrio e há esse silêncio, mas as pessoas querem se manter alegres", dizia a vendedora Stephanie Matthews, caribenha de Santa Lúcia, diante das araras solitárias da loja de roupas French Kiss. "A essa altura, as lojas estariam cheias, com o rádio no último volume. Mas hoje ninguém quis ouvir música aqui." A duas quadras, o turco Turgut Buyukbas caminhava entre mesas vazias em seu café. "É ruim para os negócios. As pessoas estão com medo", disse. "Mas é a primeira coisa assim que vejo no bairro." Enquanto contornava as barreiras policiais tentando chegar à estação de trem, o britânico de origem turca Ismail reafirmava a ideia de que esse bairro no norte londrino, onde a gentrificação elevou os preços dos imóveis em pelo menos um terço nos últimos anos, não pode sucumbir ao terror. "Se abrirem a mesquita hoje, eu vou estar lá. E ela vai estar mais cheia do que nunca, porque todos nós vamos estar lá."
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Se virar réu, Cunha perde condições de presidir a Câmara, diz senador Aécio
Na opinião do senador e presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) perde as condições para continuar presidindo a Câmara caso vire réu da Operação Lava Jato, "Eu acho que aí [com a aceitação da denúncia] fica muito difícil a permanência dele", disse Aécio em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, do programa "SBT Brasil". "A aceitação da denúncia por parte do Supremo [Tribunal Federal] tira as condições, acredito eu, mínimas de condução da Câmara dos Deputados", acrescentou. Aécio Neves presidiu a casa no biênio 2001-2002. Presidente do maior partido de oposição ao governo federal, Aécio afirmou que as acusações contra Cunha, denunciado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, "são extremamente graves". Segundo a denúncia, Cunha recebeu US$ 5 milhões em propina no esquema de corrupção na Petrobras. No mesmo dia em que a denúncia foi apresentada, a oposição adotou publicamente um tom de cautela, embora mantivesse apoio ao deputado nos bastidores. Cunha vem se mostrando o principal aliado da oposição nas derrotas do governo Dilma Rousseff na Câmara. Setores da oposição tinham a intenção de pressionar o peemedebista a dar seguimento a um pedido de impeachment. A decisão cabe a Cunha. Para que o deputado não precisasse assumir sozinho o desgaste político com o governo federal, uma das estratégias esboçada por seus aliados previa que ele rejeitasse o pedido, abrindo caminho para que a decisão fosse contestada no plenário da Câmara. Com o voto de ao menos 257 dos 513 deputados federais, o despacho seria revertido e o pedido de impeachment teria seguimento. A ação teria, assim, um caráter coletivo. CPMF Durante a entrevista, Aécio disse também que não acredita na possibilidade de recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), como quer o governo. "Nenhuma medida que signifique o aumento de carga tributária terá o apoio da oposição", disse. "E acho muito difícil que [tenha] da base", concluiu.
poder
Se virar réu, Cunha perde condições de presidir a Câmara, diz senador AécioNa opinião do senador e presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) perde as condições para continuar presidindo a Câmara caso vire réu da Operação Lava Jato, "Eu acho que aí [com a aceitação da denúncia] fica muito difícil a permanência dele", disse Aécio em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, do programa "SBT Brasil". "A aceitação da denúncia por parte do Supremo [Tribunal Federal] tira as condições, acredito eu, mínimas de condução da Câmara dos Deputados", acrescentou. Aécio Neves presidiu a casa no biênio 2001-2002. Presidente do maior partido de oposição ao governo federal, Aécio afirmou que as acusações contra Cunha, denunciado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, "são extremamente graves". Segundo a denúncia, Cunha recebeu US$ 5 milhões em propina no esquema de corrupção na Petrobras. No mesmo dia em que a denúncia foi apresentada, a oposição adotou publicamente um tom de cautela, embora mantivesse apoio ao deputado nos bastidores. Cunha vem se mostrando o principal aliado da oposição nas derrotas do governo Dilma Rousseff na Câmara. Setores da oposição tinham a intenção de pressionar o peemedebista a dar seguimento a um pedido de impeachment. A decisão cabe a Cunha. Para que o deputado não precisasse assumir sozinho o desgaste político com o governo federal, uma das estratégias esboçada por seus aliados previa que ele rejeitasse o pedido, abrindo caminho para que a decisão fosse contestada no plenário da Câmara. Com o voto de ao menos 257 dos 513 deputados federais, o despacho seria revertido e o pedido de impeachment teria seguimento. A ação teria, assim, um caráter coletivo. CPMF Durante a entrevista, Aécio disse também que não acredita na possibilidade de recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), como quer o governo. "Nenhuma medida que signifique o aumento de carga tributária terá o apoio da oposição", disse. "E acho muito difícil que [tenha] da base", concluiu.
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Como nasce um elemento químico?
Fazia tempo que tanta gente não se interessava por química. Recentemente a Iupac (União Internacional de Química Pura e Aplicada, na sigla em inglês), maior representante global das ciências químicas, reconheceu a descoberta dos quatro elementos que faltavam para completar a sétima linha horizontal da tabela periódica. Na verdade, as descobertas aconteceram há uma década, mas estavam ainda em escrutínio para a validação dos resultados. Os elementos, que agora têm "pai", finalmente poderão ser batizados e os nomes do tipo Uut (unúntrio, ou "1", "1", "3" em latim) poderão ser substituídos por alternativas mais simpáticas. Esse número, 113, é o chamado "número atômico" e indica a quantidade de prótons –partículas de carga positiva– no núcleo de cada átomo. Lá também são encontrados nêutrons, partículas de carga neutra, em número que pode variar. Os elétrons, de carga negativa, não ficam no núcleo, e sim numa espécie de nuvem que orbita o átomo. No caso do unúntrio, os possíveis nomes, cogitados na época de sua descoberta, em 2004 no instituto Riken, no Japão, são os quase originais "japônio" e "rikênio". Outra alternativa seria homenagear o físico Yoshio Nishina ("nishinânio"). O cientista, morto em 1951, é bastante conhecido no país asiático. Novos elementos Os demais elementos (115, 117 e 118) foram descobertos predominantemente por cientistas russos e americanos (as equipes são numerosas) se valendo da colisão de partículas. O método permitiu a descoberta de outros elementos superpesados –com número atômico maior que 100. A comoção pela completude da tabela periódica atingiu também os fãs de heavy metal, estilo musical que perdeu Lemmy Kilmister, baixista e vocalista da banda inglesa Motörhead, morto em 28 de dezembro de 2015 por causa de um câncer agressivo. Um abaixo-assinado pede que algum dos quatro elementos seja chamado de "lemmium", em homenagem ao músico –a meta é obter 150 mil assinaturas. Mas os fãs de metal e os químicos eminentes terão de esperar um pouco. As propostas ainda passarão por consulta pública e, depois meses, o martelo será batido pela Iupac, explica o químico e professor da USP Henrique Toma, um entusiasta da tabela periódica e colecionador de seus elementos (os não radioativos). O QUE VEM DEPOIS Os possíveis elementos da oitava linha, com número atômico a partir do 119, podem ter propriedades químicas totalmente diferentes do padrão até então observado. A geometria atômica teria um papel importante, com a interferência do núcleo "ultramassudo" nas propriedades dos elétrons. Para explorar a ultrapesada oitava linha, os cientistas poderão contar com os elementos superpesados recém-descobertos. Por mais que sejam relativamente efêmeros (alguns decaem em frações de segundos), eles podem ser uma "ponte" para o futuro da tabela periódica. Os novos elementos são produzidos com muitas contas e um colisor de partículas. De um lado vem um átomo mais leve, como cálcio ou zinco, e de outro vem um mais pesado (eventualmente a "ponte"). Segundo Toma, estudar a formação desses elementos pode auxiliar a compreender e domar a produção de energia por fusão nuclear –talvez a mais rentável da natureza. No caso, poucos quilos de matéria prima (átomos massudos de hidrogênio) poderiam alimentar uma cidade de São Paulo por um dia inteiro.
ciencia
Como nasce um elemento químico?Fazia tempo que tanta gente não se interessava por química. Recentemente a Iupac (União Internacional de Química Pura e Aplicada, na sigla em inglês), maior representante global das ciências químicas, reconheceu a descoberta dos quatro elementos que faltavam para completar a sétima linha horizontal da tabela periódica. Na verdade, as descobertas aconteceram há uma década, mas estavam ainda em escrutínio para a validação dos resultados. Os elementos, que agora têm "pai", finalmente poderão ser batizados e os nomes do tipo Uut (unúntrio, ou "1", "1", "3" em latim) poderão ser substituídos por alternativas mais simpáticas. Esse número, 113, é o chamado "número atômico" e indica a quantidade de prótons –partículas de carga positiva– no núcleo de cada átomo. Lá também são encontrados nêutrons, partículas de carga neutra, em número que pode variar. Os elétrons, de carga negativa, não ficam no núcleo, e sim numa espécie de nuvem que orbita o átomo. No caso do unúntrio, os possíveis nomes, cogitados na época de sua descoberta, em 2004 no instituto Riken, no Japão, são os quase originais "japônio" e "rikênio". Outra alternativa seria homenagear o físico Yoshio Nishina ("nishinânio"). O cientista, morto em 1951, é bastante conhecido no país asiático. Novos elementos Os demais elementos (115, 117 e 118) foram descobertos predominantemente por cientistas russos e americanos (as equipes são numerosas) se valendo da colisão de partículas. O método permitiu a descoberta de outros elementos superpesados –com número atômico maior que 100. A comoção pela completude da tabela periódica atingiu também os fãs de heavy metal, estilo musical que perdeu Lemmy Kilmister, baixista e vocalista da banda inglesa Motörhead, morto em 28 de dezembro de 2015 por causa de um câncer agressivo. Um abaixo-assinado pede que algum dos quatro elementos seja chamado de "lemmium", em homenagem ao músico –a meta é obter 150 mil assinaturas. Mas os fãs de metal e os químicos eminentes terão de esperar um pouco. As propostas ainda passarão por consulta pública e, depois meses, o martelo será batido pela Iupac, explica o químico e professor da USP Henrique Toma, um entusiasta da tabela periódica e colecionador de seus elementos (os não radioativos). O QUE VEM DEPOIS Os possíveis elementos da oitava linha, com número atômico a partir do 119, podem ter propriedades químicas totalmente diferentes do padrão até então observado. A geometria atômica teria um papel importante, com a interferência do núcleo "ultramassudo" nas propriedades dos elétrons. Para explorar a ultrapesada oitava linha, os cientistas poderão contar com os elementos superpesados recém-descobertos. Por mais que sejam relativamente efêmeros (alguns decaem em frações de segundos), eles podem ser uma "ponte" para o futuro da tabela periódica. Os novos elementos são produzidos com muitas contas e um colisor de partículas. De um lado vem um átomo mais leve, como cálcio ou zinco, e de outro vem um mais pesado (eventualmente a "ponte"). Segundo Toma, estudar a formação desses elementos pode auxiliar a compreender e domar a produção de energia por fusão nuclear –talvez a mais rentável da natureza. No caso, poucos quilos de matéria prima (átomos massudos de hidrogênio) poderiam alimentar uma cidade de São Paulo por um dia inteiro.
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Trinca de colunistas de domingo esteve sensacional, afirma leitor
Assinante há 30 anos, não me recordo de uma edição do jornal que me encantou tanto com seus colunistas da página 2. A tríade Sérgio Dávila (Os imbecis estão ganhando?), Bernardo Mello Franco (Agosto, de novo) e Carlos Heitor Cony (A geleia) esteve sensacional, pelo poder de análise dos primeiros e a criatividade do terceiro. O mundo real das sínteses de que "o drama da internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade", do Dávila, de "já estamos assistindo ao velório, a dúvida é a data do enterro", do Bernardo, sobre a crise política, associadas ao folhetim do Cony, são de uma inteligência e equilíbrio ímpares. EDILSON VIRGÍLIO DA CRUZ (Bastos, SP) * Brilhante a coluna de Sérgio Dávila sobre os comentários do escritor Umberto Eco. É até um pouco preconceituosa sobre a opinião daqueles que agora, com a internet, podem e devem ser pronunciar. Não sei dizer se a palavra imbecil é a correta, afinal temos gente da estirpe de Jô Soares e Chico Buarque que defendem a Dilma. Não sou contra as críticas, exceto por alguns exageros. Mas em se tratando de PT, todo exagero sera perdoado. ZUREIA BARUCH JR., engenheiro (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
paineldoleitor
Trinca de colunistas de domingo esteve sensacional, afirma leitorAssinante há 30 anos, não me recordo de uma edição do jornal que me encantou tanto com seus colunistas da página 2. A tríade Sérgio Dávila (Os imbecis estão ganhando?), Bernardo Mello Franco (Agosto, de novo) e Carlos Heitor Cony (A geleia) esteve sensacional, pelo poder de análise dos primeiros e a criatividade do terceiro. O mundo real das sínteses de que "o drama da internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade", do Dávila, de "já estamos assistindo ao velório, a dúvida é a data do enterro", do Bernardo, sobre a crise política, associadas ao folhetim do Cony, são de uma inteligência e equilíbrio ímpares. EDILSON VIRGÍLIO DA CRUZ (Bastos, SP) * Brilhante a coluna de Sérgio Dávila sobre os comentários do escritor Umberto Eco. É até um pouco preconceituosa sobre a opinião daqueles que agora, com a internet, podem e devem ser pronunciar. Não sei dizer se a palavra imbecil é a correta, afinal temos gente da estirpe de Jô Soares e Chico Buarque que defendem a Dilma. Não sou contra as críticas, exceto por alguns exageros. Mas em se tratando de PT, todo exagero sera perdoado. ZUREIA BARUCH JR., engenheiro (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Relator fatia delação e Procuradoria decidirá se pede apuração sobre Temer
Relator da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Teori Zavascki decidiu fatiar a delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e de seus três filhos. Agora, a PGR (Procuradoria-geral da República) vai analisar o material e decidir se pedirá abertura de inquérito para investigar os políticos citados, entre eles o presidente Michel Temer. O ex-presidente da Transpetro relatou ter repassado propina a mais de 20 políticos de diferentes partidos, passando por PMDB, PT, DEM, PSDB, PC do B e PP. Sobre Temer, Machado afirmou que o presidente negociou propina para a campanha do então correligionário Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo, em 2012. O delator disse que Temer pediu ajuda porque a campanha de Chalita estava com dificuldades financeiras. A conversa ocorreu, afirmou ele, numa sala reservada da base aérea de Brasília. Em despacho, assinado nesta quinta (22), Teori Zavascki acolhe um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e determina o compartilhamento com a PGR dos depoimentos em que Machado levanta suspeitas contra o presidente, senadores e deputados, todos detentores de foro privilegiado. Nessa lista estão, além de Temer, os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR), Eduardo Braga (PMDB-AM), Edison Lobão (PMDB-MA), os deputados Heráclito Fortes (PSB-PI) e Jandira Feghali (PC do B). Em cada caso, após uma apuração prévia, a PGR pode requerer a instauração de novos inquéritos, a inclusão nomes em investigações já em curso ou sugerir o arquivamento, se concluir que não há indícios de crimes. No mesmo documento, Teori autorizou a remessa para a Justiça Federal no Paraná, dos trechos da delação que envolvem pessoas sem foro. Isso porque, assim como no Supremo, já há um inquérito aberto para apurar suspeitas de irregularidades na Transpetro. DEPOIMENTOS DE DELAÇÃO Sérgio Machado e seus três filhos – Daniel Firmeza Machado, Sérgio Firmeza Machado e Expedito Machado da Ponte Neto – firmaram acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal em maio deste ano. Segundo Machado, os políticos o procuravam pedindo doações e, em seguida, ele solicitava os repasses às empreiteiras que tinham contratos com a Transpetro. O PMDB, fiador de sua indicação ao posto de comando da subsidiária da Petrobras, foi o que mais arrecadou: cerca de R$ 100 milhões, de acordo com seus depoimentos. O delator disse que os políticos sabiam que o dinheiro obtido seria proveniente de propina. Além de prestar informações, o delator entregou aos investigadores gravações de diálogos que manteve com Romero Jucá, Renan Calheiros e o ex-presidente José Sarney, conforme a Folha revelou em maio. Machado também relatou quais empresas aceitavam fazer pagamentos de propina referentes aos contratos com a Transpetro. Segundo ele, foram a Camargo Corrêa, Galvão Engenharia, Queiroz Galvão, NM Engenharia, Estre Ambiental, Polidutos, Essencis Soluções Ambientais, Lumina Resíduos Industriais e Estaleiro Rio Tietê. "Quando chamava uma empresa para instruí-la a fazer doação oficial a político, ele sabia que isso não era lícito, que a empresa fazia doações em razão de seus contratos com a Transpetro", disse Sérgio Machado, em um de seus depoimentos. OUTRO LADO Em nota divulgada à imprensa, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou que repudia "a tentativa de criminalizar doações legais e públicas feitas às minhas campanhas na época e qualquer tentativa por parte de terceiros de vincular meu nome ao recebimento de qualquer coisa ilícita. Este é um assunto", ela continua, "altamente resolvido e as acusações não passam de ataques difamatórios que visam prejudicar meu desempenho eleitoral no Rio nesta reta final em que estamos crescendo nas pesquisas para a Prefeitura".
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Relator fatia delação e Procuradoria decidirá se pede apuração sobre TemerRelator da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Teori Zavascki decidiu fatiar a delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e de seus três filhos. Agora, a PGR (Procuradoria-geral da República) vai analisar o material e decidir se pedirá abertura de inquérito para investigar os políticos citados, entre eles o presidente Michel Temer. O ex-presidente da Transpetro relatou ter repassado propina a mais de 20 políticos de diferentes partidos, passando por PMDB, PT, DEM, PSDB, PC do B e PP. Sobre Temer, Machado afirmou que o presidente negociou propina para a campanha do então correligionário Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo, em 2012. O delator disse que Temer pediu ajuda porque a campanha de Chalita estava com dificuldades financeiras. A conversa ocorreu, afirmou ele, numa sala reservada da base aérea de Brasília. Em despacho, assinado nesta quinta (22), Teori Zavascki acolhe um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e determina o compartilhamento com a PGR dos depoimentos em que Machado levanta suspeitas contra o presidente, senadores e deputados, todos detentores de foro privilegiado. Nessa lista estão, além de Temer, os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR), Eduardo Braga (PMDB-AM), Edison Lobão (PMDB-MA), os deputados Heráclito Fortes (PSB-PI) e Jandira Feghali (PC do B). Em cada caso, após uma apuração prévia, a PGR pode requerer a instauração de novos inquéritos, a inclusão nomes em investigações já em curso ou sugerir o arquivamento, se concluir que não há indícios de crimes. No mesmo documento, Teori autorizou a remessa para a Justiça Federal no Paraná, dos trechos da delação que envolvem pessoas sem foro. Isso porque, assim como no Supremo, já há um inquérito aberto para apurar suspeitas de irregularidades na Transpetro. DEPOIMENTOS DE DELAÇÃO Sérgio Machado e seus três filhos – Daniel Firmeza Machado, Sérgio Firmeza Machado e Expedito Machado da Ponte Neto – firmaram acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal em maio deste ano. Segundo Machado, os políticos o procuravam pedindo doações e, em seguida, ele solicitava os repasses às empreiteiras que tinham contratos com a Transpetro. O PMDB, fiador de sua indicação ao posto de comando da subsidiária da Petrobras, foi o que mais arrecadou: cerca de R$ 100 milhões, de acordo com seus depoimentos. O delator disse que os políticos sabiam que o dinheiro obtido seria proveniente de propina. Além de prestar informações, o delator entregou aos investigadores gravações de diálogos que manteve com Romero Jucá, Renan Calheiros e o ex-presidente José Sarney, conforme a Folha revelou em maio. Machado também relatou quais empresas aceitavam fazer pagamentos de propina referentes aos contratos com a Transpetro. Segundo ele, foram a Camargo Corrêa, Galvão Engenharia, Queiroz Galvão, NM Engenharia, Estre Ambiental, Polidutos, Essencis Soluções Ambientais, Lumina Resíduos Industriais e Estaleiro Rio Tietê. "Quando chamava uma empresa para instruí-la a fazer doação oficial a político, ele sabia que isso não era lícito, que a empresa fazia doações em razão de seus contratos com a Transpetro", disse Sérgio Machado, em um de seus depoimentos. OUTRO LADO Em nota divulgada à imprensa, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou que repudia "a tentativa de criminalizar doações legais e públicas feitas às minhas campanhas na época e qualquer tentativa por parte de terceiros de vincular meu nome ao recebimento de qualquer coisa ilícita. Este é um assunto", ela continua, "altamente resolvido e as acusações não passam de ataques difamatórios que visam prejudicar meu desempenho eleitoral no Rio nesta reta final em que estamos crescendo nas pesquisas para a Prefeitura".
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Protesto contra tarifa em São Paulo afeta metrô e tem tumulto no fim
O quarto protesto do MPL (Movimento Passe Livre) contra a alta das tarifas do transporte causou nesta terça (19) o fechamento de comércios e estações de metrô e terminou com episódios pontuais de vandalismo no centro. No fim do ato, por volta das 22h, quando a maioria dos manifestantes havia ido embora, uma agência bancária foi depredada na rua Barão de Itapetininga e um grupo que participava do ato colocou fogo em lixeiras na rua Sete de Abril. Ativistas tentaram pular as catracas na estação República do metrô e bloquear a avenida Ipiranga e foram impedidos. A PM usou bombas no fim do protesto em ao menos duas ocasiões. Veja vídeo Durante o tumulto, trens não pararam na estação República, que ficou com portas fechadas, assim como a Anhangabaú. Ao todo, cinco pessoas foram detidas –dois rapazes no início do protesto, por portarem um martelo e um estilingue, segundo a polícia, e três no fim do ato, por atearem fogo em lixeiras no centro. Nesta terça-feira, o Passe Livre decidiu dividir a manifestação, que saiu da esquina das avenidas Faria Lima e Rebouças (zona oeste). Os alvos eram o prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB). A tarifa aumentou no dia 9 de R$ 3,50 para R$ 3,80 –valor inferior à inflação acumulada, de 10,7%. Por volta das 19h, a maior parte seguiu em direção à prefeitura, no centro. Outra foi para o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado, no Morumbi (zona oeste). De acordo com a Polícia Militar, ao todo 1.200 pessoas participaram dos dois atos. Já o Passe Livre estimou em 7.000 o número de participantes do maior grupo, que seguiu ao centro. Além disso, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) fez dois atos nos extremos sul e leste, também contra a alta da passagem. COMÉRCIO O grupo que seguiu rumo ao Morumbi passou em frente a vários estabelecimentos de luxo, sempre gritando "burguês, a culpa é de vocês". O shopping Iguatemi, na av. Brig. Faria Lima, fechou durante a passagem do ato. Seguranças cercaram todo o centro de compras. Pouco depois de chegar ao Palácio dos Bandeirantes, que estava cercado por grande número de policiais, os manifestantes se dispersaram. Já o protesto que terminou no centro teve desfecho diferente. Os manifestantes chegaram a empurrar a porta da prefeitura, sendo contidos por outros ativistas, e houve confusão no metrô. Além de depredar uma agência do Bradesco na rua Barão de Itapetininga, os manifestantes incendiaram lixeiras na rua Sete de Abril. A PM soltou bombas na região da República após um manifestante atirar uma pedra. Depois, os policiais voltaram a usar os artefatos contra os manifestantes que fizeram barricadas com latas de lixo em chamas. O Passe Livre divulgou o trajeto cinco horas antes do início do protesto –a Secretaria da Segurança Pública criticou a pouca antecedência. Outro ato contra o aumento da tarifa foi marcado para esta quinta-feira (21), às 17h, saindo do terminal Parque Dom Pedro (centro).
cotidiano
Protesto contra tarifa em São Paulo afeta metrô e tem tumulto no fimO quarto protesto do MPL (Movimento Passe Livre) contra a alta das tarifas do transporte causou nesta terça (19) o fechamento de comércios e estações de metrô e terminou com episódios pontuais de vandalismo no centro. No fim do ato, por volta das 22h, quando a maioria dos manifestantes havia ido embora, uma agência bancária foi depredada na rua Barão de Itapetininga e um grupo que participava do ato colocou fogo em lixeiras na rua Sete de Abril. Ativistas tentaram pular as catracas na estação República do metrô e bloquear a avenida Ipiranga e foram impedidos. A PM usou bombas no fim do protesto em ao menos duas ocasiões. Veja vídeo Durante o tumulto, trens não pararam na estação República, que ficou com portas fechadas, assim como a Anhangabaú. Ao todo, cinco pessoas foram detidas –dois rapazes no início do protesto, por portarem um martelo e um estilingue, segundo a polícia, e três no fim do ato, por atearem fogo em lixeiras no centro. Nesta terça-feira, o Passe Livre decidiu dividir a manifestação, que saiu da esquina das avenidas Faria Lima e Rebouças (zona oeste). Os alvos eram o prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB). A tarifa aumentou no dia 9 de R$ 3,50 para R$ 3,80 –valor inferior à inflação acumulada, de 10,7%. Por volta das 19h, a maior parte seguiu em direção à prefeitura, no centro. Outra foi para o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado, no Morumbi (zona oeste). De acordo com a Polícia Militar, ao todo 1.200 pessoas participaram dos dois atos. Já o Passe Livre estimou em 7.000 o número de participantes do maior grupo, que seguiu ao centro. Além disso, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) fez dois atos nos extremos sul e leste, também contra a alta da passagem. COMÉRCIO O grupo que seguiu rumo ao Morumbi passou em frente a vários estabelecimentos de luxo, sempre gritando "burguês, a culpa é de vocês". O shopping Iguatemi, na av. Brig. Faria Lima, fechou durante a passagem do ato. Seguranças cercaram todo o centro de compras. Pouco depois de chegar ao Palácio dos Bandeirantes, que estava cercado por grande número de policiais, os manifestantes se dispersaram. Já o protesto que terminou no centro teve desfecho diferente. Os manifestantes chegaram a empurrar a porta da prefeitura, sendo contidos por outros ativistas, e houve confusão no metrô. Além de depredar uma agência do Bradesco na rua Barão de Itapetininga, os manifestantes incendiaram lixeiras na rua Sete de Abril. A PM soltou bombas na região da República após um manifestante atirar uma pedra. Depois, os policiais voltaram a usar os artefatos contra os manifestantes que fizeram barricadas com latas de lixo em chamas. O Passe Livre divulgou o trajeto cinco horas antes do início do protesto –a Secretaria da Segurança Pública criticou a pouca antecedência. Outro ato contra o aumento da tarifa foi marcado para esta quinta-feira (21), às 17h, saindo do terminal Parque Dom Pedro (centro).
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Com elenco original, 'O Despertar da Força' é exercício de saudosismo
Quando, em meados dos anos 1990, George Lucas começou a retocar a trilogia original para criar as chamadas Edições Especiais (hoje as únicas disponíveis oficialmente), parte dos fãs se sentiu profundamente traída. O mundo sujo e gasto, criado inteiramente com efeitos especiais baseados em miniaturas e bonecos, foi gradativamente dando espaço a versões limpas e digitais dos mesmos efeitos, tirando parte do charme e modificando a própria história do cinema. Com o lançamento da nova trilogia, então, entre 1999 e 2005, muitos decretaram o fim da franquia. Além do uso excessivo de "telas verdes" e computação gráfica, os filmes eram mal dirigidos; os atores, péssimos; os roteiros, sofríveis. A coisa foi tão séria que Natalie Portman, que interpretou Padmé Amidala nos três novos filmes, chegou a temer por sua carreira. Foi com alegria, portanto, que os fãs receberam a notícia de que "O Despertar da Força" (que estreia na quinta, 17) não só traria "Star Wars" de volta para o analógico (ao utilizar efeitos práticos e locações reais), como também marcaria o retorno do elenco original e de um de seus melhores roteiristas. Carrie Fisher, Harrison Ford, Peter Mayhew e Mark Hammil estão de volta como Leia, Han Solo, Chewbacca e Luke Skywalker em roteiro escrito pelo diretor J.J. Abrams em parceria com Lawrence Kasdan, de "O Império Contra-Ataca", considerado até hoje o melhor filme da saga. Nada garante que o caminho saudosista escolhido por Abrams resulte em sucesso de crítica, mas a decisão de se afastar do universo de "A Ameaça Fantasma" é um claro sinal de que ele sabe como agradar o coração dos fãs. Dos fãs, não dos críticos.
ilustrada
Com elenco original, 'O Despertar da Força' é exercício de saudosismoQuando, em meados dos anos 1990, George Lucas começou a retocar a trilogia original para criar as chamadas Edições Especiais (hoje as únicas disponíveis oficialmente), parte dos fãs se sentiu profundamente traída. O mundo sujo e gasto, criado inteiramente com efeitos especiais baseados em miniaturas e bonecos, foi gradativamente dando espaço a versões limpas e digitais dos mesmos efeitos, tirando parte do charme e modificando a própria história do cinema. Com o lançamento da nova trilogia, então, entre 1999 e 2005, muitos decretaram o fim da franquia. Além do uso excessivo de "telas verdes" e computação gráfica, os filmes eram mal dirigidos; os atores, péssimos; os roteiros, sofríveis. A coisa foi tão séria que Natalie Portman, que interpretou Padmé Amidala nos três novos filmes, chegou a temer por sua carreira. Foi com alegria, portanto, que os fãs receberam a notícia de que "O Despertar da Força" (que estreia na quinta, 17) não só traria "Star Wars" de volta para o analógico (ao utilizar efeitos práticos e locações reais), como também marcaria o retorno do elenco original e de um de seus melhores roteiristas. Carrie Fisher, Harrison Ford, Peter Mayhew e Mark Hammil estão de volta como Leia, Han Solo, Chewbacca e Luke Skywalker em roteiro escrito pelo diretor J.J. Abrams em parceria com Lawrence Kasdan, de "O Império Contra-Ataca", considerado até hoje o melhor filme da saga. Nada garante que o caminho saudosista escolhido por Abrams resulte em sucesso de crítica, mas a decisão de se afastar do universo de "A Ameaça Fantasma" é um claro sinal de que ele sabe como agradar o coração dos fãs. Dos fãs, não dos críticos.
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Fábrica de foguetes do CEO da Tesla é uma das empresas mais valiosas
A SpaceX, fábrica de foguetes criada pelo bilionário Elon Musk (presidente-executivo da Tesla), arrecadou US$ 350 milhões em capital novo e agora tem avaliação de US$ 21 bilhões, o que a torna uma das mais valiosas empresas de capital fechado do planeta. A nova rodada de capitalização da SpaceX foi anunciada em documentos oficiais obtidos pelo Equidate, um mercado para ações de empresas de capital fechado. A SpaceX se recusou a comentar. Com a mais recente rodada de capitalização, a SpaceX se une a um clube de elite de sete empresas bancadas pelo setor de capital para empreendimentos e com avaliações superiores a US$ 20 bilhões, de acordo com o grupo de pesquisa CB Insights. Investidores continuam a despejar dinheiro nessas empresas, muitas das quais operam negócios que requerem muito capital, como a Uber e o Airbnb, em um período no qual startups de menor porte abriram seu capital e viram oscilação em sua capitalização de mercado. A Snap, companhia de mensagens e entretenimento que controla o app Snapchat, abriu seu capital em março e atingiu capitalização de mercado de cerca de US$ 24 bilhões, mas posteriormente seu valor de mercado caiu para em torno de US$ 16,5 bilhões. A Blue Apron, uma empresa que entrega refeições, abriu seu capital no mês passado, e atingiu capitalização de mercado de US$ 1,9 bilhão, mas de lá para cá esse valor caiu para US$ 1,3 bilhão. Ainda assim, os investidores acreditam há muito tempo que algumas poucas empresas têm o potencial de se tornar negócios dominantes no mercado mundial. Cinco empresas sediadas nos Estados Unidos e com avaliações superiores a US$ 20 bilhões —entre as quais Uber, Airbnb e WeWork— revolucionaram setores estabelecidos como os imóveis e o transporte. A Palantir, uma empresa de análise de dados que também faz parte do clube dos US$ 20 bilhões ou mais, está lutando para se tornar grande prestadora de serviços ao governo, como acontece com a SpaceX. As duas outras empresas de capital fechado com avaliação superior a US$ 20 bilhões são chinesas —a companhia de serviços de carros Didi Chuxing e a fabricante de eletrônicos Xiaomi. A mais recente rodada de capitalização da SpaceX dobrou a avaliação da empresa, que era de aproximadamente US$ 11 bilhões quando ela arrecadou US$ 1 bilhão junto ao Google e Fidelity em 2015. Investidores anteriores na SpaceX incluem as companhias de capital para empreendimentos Founders Fund e DFJ. A SpaceX é mais conhecida pelo objetivo de colonizar Marte, proposto por Musk, mas também é uma participante ativa no mercado de lançamento de satélites ao espaço. Em setembro, a empresa sofreu um grande revés quando, durante o processo de abastecimento de combustível para um teste de propulsores, um de seus foguetes Falcon 9 pegou fogo na plataforma de lançamento, destruindo um satélite de US$ 200 milhões. A SpaceX retomou seus lançamentos em janeiro e, depois de anos de problemas para cumprir suas promessas, enfim atingiu um ritmo firme de operações, com 10 lançamentos até agora em 2017. Pelo fim do ano, a SpaceX espera finalmente lançar o seu foguete de maior porte, o Falcon Heavy, com anos de atraso ante o cronograma original. Em março, a empresa realizou o lançamento de um foguete mais barato, parcialmente reaproveitado, para reduzir o custo de envio de suprimentos ao espaço. Reproduzir voos como esse com foguetes reutilizáveis é essencial para a visão de Musk quanto a enviar pessoas a Marte. "Isso significa que será possível lançar e relançar um booster de classe orbital, que é a parte mais cara do foguete", disse Musk. Ele enfrenta possível concorrência da parte de outro bilionário, no mercado de foguetes. A Blue Origin, uma produtora de foguetes criada por Jeff Bezos, o presidente-executivo da Amazon, também planeja enviar turistas e suprimentos ao espaço. Bezos declarou em abril que está vendendo cerca de US$ 1 bilhão em ações da Amazon ao ano, para bancar a companhia. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Fábrica de foguetes do CEO da Tesla é uma das empresas mais valiosasA SpaceX, fábrica de foguetes criada pelo bilionário Elon Musk (presidente-executivo da Tesla), arrecadou US$ 350 milhões em capital novo e agora tem avaliação de US$ 21 bilhões, o que a torna uma das mais valiosas empresas de capital fechado do planeta. A nova rodada de capitalização da SpaceX foi anunciada em documentos oficiais obtidos pelo Equidate, um mercado para ações de empresas de capital fechado. A SpaceX se recusou a comentar. Com a mais recente rodada de capitalização, a SpaceX se une a um clube de elite de sete empresas bancadas pelo setor de capital para empreendimentos e com avaliações superiores a US$ 20 bilhões, de acordo com o grupo de pesquisa CB Insights. Investidores continuam a despejar dinheiro nessas empresas, muitas das quais operam negócios que requerem muito capital, como a Uber e o Airbnb, em um período no qual startups de menor porte abriram seu capital e viram oscilação em sua capitalização de mercado. A Snap, companhia de mensagens e entretenimento que controla o app Snapchat, abriu seu capital em março e atingiu capitalização de mercado de cerca de US$ 24 bilhões, mas posteriormente seu valor de mercado caiu para em torno de US$ 16,5 bilhões. A Blue Apron, uma empresa que entrega refeições, abriu seu capital no mês passado, e atingiu capitalização de mercado de US$ 1,9 bilhão, mas de lá para cá esse valor caiu para US$ 1,3 bilhão. Ainda assim, os investidores acreditam há muito tempo que algumas poucas empresas têm o potencial de se tornar negócios dominantes no mercado mundial. Cinco empresas sediadas nos Estados Unidos e com avaliações superiores a US$ 20 bilhões —entre as quais Uber, Airbnb e WeWork— revolucionaram setores estabelecidos como os imóveis e o transporte. A Palantir, uma empresa de análise de dados que também faz parte do clube dos US$ 20 bilhões ou mais, está lutando para se tornar grande prestadora de serviços ao governo, como acontece com a SpaceX. As duas outras empresas de capital fechado com avaliação superior a US$ 20 bilhões são chinesas —a companhia de serviços de carros Didi Chuxing e a fabricante de eletrônicos Xiaomi. A mais recente rodada de capitalização da SpaceX dobrou a avaliação da empresa, que era de aproximadamente US$ 11 bilhões quando ela arrecadou US$ 1 bilhão junto ao Google e Fidelity em 2015. Investidores anteriores na SpaceX incluem as companhias de capital para empreendimentos Founders Fund e DFJ. A SpaceX é mais conhecida pelo objetivo de colonizar Marte, proposto por Musk, mas também é uma participante ativa no mercado de lançamento de satélites ao espaço. Em setembro, a empresa sofreu um grande revés quando, durante o processo de abastecimento de combustível para um teste de propulsores, um de seus foguetes Falcon 9 pegou fogo na plataforma de lançamento, destruindo um satélite de US$ 200 milhões. A SpaceX retomou seus lançamentos em janeiro e, depois de anos de problemas para cumprir suas promessas, enfim atingiu um ritmo firme de operações, com 10 lançamentos até agora em 2017. Pelo fim do ano, a SpaceX espera finalmente lançar o seu foguete de maior porte, o Falcon Heavy, com anos de atraso ante o cronograma original. Em março, a empresa realizou o lançamento de um foguete mais barato, parcialmente reaproveitado, para reduzir o custo de envio de suprimentos ao espaço. Reproduzir voos como esse com foguetes reutilizáveis é essencial para a visão de Musk quanto a enviar pessoas a Marte. "Isso significa que será possível lançar e relançar um booster de classe orbital, que é a parte mais cara do foguete", disse Musk. Ele enfrenta possível concorrência da parte de outro bilionário, no mercado de foguetes. A Blue Origin, uma produtora de foguetes criada por Jeff Bezos, o presidente-executivo da Amazon, também planeja enviar turistas e suprimentos ao espaço. Bezos declarou em abril que está vendendo cerca de US$ 1 bilhão em ações da Amazon ao ano, para bancar a companhia. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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'Não é problema meu', diz Lula sobre Moro adiar seu depoimento
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (24) que não é problema dele o fato de o juiz Sergio Moro ter decidido adiar a data de seu depoimento, previsto inicialmente para o dia 3 de maio. Antes de participar de um evento do PT em Brasília, Lula afirmou que não havia sido informado sobre o pedido da Polícia Federal a Moro para adiar seu depoimento à Justiça. Questionado pela Folha se preferia falar agora ou depois na ação sobre o tríplex em Guarujá (SP), Lula limitou-se a dizer: "Não é problema meu". Segundo a Folha apurou, Moro decidiu adiar o depoimento do petista e comunicou a decisão à cúpula da PF, em reunião em Curitiba, há algumas semanas. A polícia argumentou que precisaria de mais tempo para organizar a segurança no local e que o feriado do dia do Trabalho, 1º de maio, dificultaria ainda mais a operação. Aliados do ex-presidente afirmam que a decisão de Moro é política e que visa apenas a desmobilizar a militância petista, que se preparava para fazer um grande ato contra Moro e a Lava Jato em Curitiba. A defesa de Lula o havia orientado a responder objetivamente as perguntas do juiz, deixando a disputa política para "as ruas". O PT e movimentos alinhados ao partido preparavam forte mobilização para apoiar o ex-presidente. Caravanas estavam partindo de diversos pontos do país para Curitiba. O processo em que Lula será ouvido é relacionado ao episódio do tríplex em Guarujá, litoral de São Paulo, em que o ex-presidente é acusado de ter recebido vantagens indevidas da empreiteira OAS.
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'Não é problema meu', diz Lula sobre Moro adiar seu depoimentoO ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (24) que não é problema dele o fato de o juiz Sergio Moro ter decidido adiar a data de seu depoimento, previsto inicialmente para o dia 3 de maio. Antes de participar de um evento do PT em Brasília, Lula afirmou que não havia sido informado sobre o pedido da Polícia Federal a Moro para adiar seu depoimento à Justiça. Questionado pela Folha se preferia falar agora ou depois na ação sobre o tríplex em Guarujá (SP), Lula limitou-se a dizer: "Não é problema meu". Segundo a Folha apurou, Moro decidiu adiar o depoimento do petista e comunicou a decisão à cúpula da PF, em reunião em Curitiba, há algumas semanas. A polícia argumentou que precisaria de mais tempo para organizar a segurança no local e que o feriado do dia do Trabalho, 1º de maio, dificultaria ainda mais a operação. Aliados do ex-presidente afirmam que a decisão de Moro é política e que visa apenas a desmobilizar a militância petista, que se preparava para fazer um grande ato contra Moro e a Lava Jato em Curitiba. A defesa de Lula o havia orientado a responder objetivamente as perguntas do juiz, deixando a disputa política para "as ruas". O PT e movimentos alinhados ao partido preparavam forte mobilização para apoiar o ex-presidente. Caravanas estavam partindo de diversos pontos do país para Curitiba. O processo em que Lula será ouvido é relacionado ao episódio do tríplex em Guarujá, litoral de São Paulo, em que o ex-presidente é acusado de ter recebido vantagens indevidas da empreiteira OAS.
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Design Weekend invade SP com mais de 300 atividades pela cidade
CAROLINA MUNIZ DE SÃO PAULO De 9 a 13 de agosto, São Paulo será tomada pelo design. Serão mais de 300 atividades espalhadas pela cidade, entre feiras, exposições, palestras, lançamento de coleções e venda de objetos. Em sua sexta edição, o Design Weekend –que, apesar do nome, vai de quarta a domingo– se consolidou como um dos maiores festivais urbanos de design do mundo. O evento nasceu em 2012, inspirado nas grandes semanas internacionais de design, como as de Milão e de Londres. "O objetivo é juntar o mundo criativo com o produtivo para estimular o setor e mostrar que o design está em todos os lugares e não é algo inalcançável", diz Lauro Andrade Filho, idealizador do DW!, como o festival é chamado pelos mais íntimos. Para envolver o maior número de pessoas, desde profissionais da área até aqueles que não entendem nada sobre o assunto, os eventos acontecem em diferentes pontos da capital, mas há regiões que reúnem mais ações, como Vila Madalena, Jardins, Pinheiros e avenida Paulista. A novidade deste ano é a inclusão do Tatuapé no mapa do DW!, com cinco pontos de atividades como aulas, cursos e exposições. "O bairro ainda tem poucos representantes, mas é nossa aposta para os próximos anos", diz Andrade Filho. O lugar com a maior concentração de eventos, a alameda Gabriel Monteiro da Silva, também começou modesto. Em 2012, eram 12 lojistas participantes, hoje são 51. Um dos destaques da Gabriel é a exposição "Alquimia", da marca de tapetes By Kamy, com 60 obras têxteis. Quatro artistas a integram: os brasileiros Patrícia Kattan, Marcelo Borges e Walter Goldfarb e o chinês Lin Le Cheng. "É uma oportunidade de parar para propor conversas e filosofar. Nesse período, deixamos o dia a dia comercial e viramos galeria de arte", diz Francesca Alzati, arquiteta da By Kamy. O D&D Shopping, na zona sul, também tem participação importante neste ano, com uma exposição de 48 peças que integram a coleção do MoMA (Museu de Arte Moderna), de Nova York, cujo acervo pertente à Fiesp (Federação das Indústria do Estado de São Paulo). Entre elas está a poltrona Mole, criada em 1957 pelo brasileiro Sérgio Rodrigues, e a cadeira Barcelona, de 1929, dos alemães Lilly Reich e Ludwig Mies van der Rohe. "São peças originais, relíquias, que ficarão expostas nos corredores. O público, que vê essas cadeiras em todos os lugares, poderá saber sobre a sua história", diz Angelo Derenze, diretor do D&D. Outro shopping, o Cidade Jardim, abriga a feira Modernos Eternos, com 15 ambientes que misturam mobiliário e objetos atuais, vintage e de antiquários, todos à venda. "A ideia é combinar o design de todos os tempos. É o que há de mais atual na decoração, até pela questão da sustentabilidade", diz Sergio Zobaran, idealizador da mostra com Maria di Pace. Em 1º de agosto, a programação completa será divulgada no site designweekend.com.br. O design domina São Paulo SENAC Palestra dos arquitetos Marcio Kogan e Diana Radomysler r. Doutor Vila Nova, 228 Jardins Mostras, lançamentos de produtos e intervenções D&D Shopping Exposição de coleção do MoMA e bota-fora de produtos Pinheiros A feira na Rosenbaum é o destaque, com criações de 32 designers e artistas Tatuapé Novidade deste ano, terá palestras, exposições e instalações
sobretudo
Design Weekend invade SP com mais de 300 atividades pela cidade CAROLINA MUNIZ DE SÃO PAULO De 9 a 13 de agosto, São Paulo será tomada pelo design. Serão mais de 300 atividades espalhadas pela cidade, entre feiras, exposições, palestras, lançamento de coleções e venda de objetos. Em sua sexta edição, o Design Weekend –que, apesar do nome, vai de quarta a domingo– se consolidou como um dos maiores festivais urbanos de design do mundo. O evento nasceu em 2012, inspirado nas grandes semanas internacionais de design, como as de Milão e de Londres. "O objetivo é juntar o mundo criativo com o produtivo para estimular o setor e mostrar que o design está em todos os lugares e não é algo inalcançável", diz Lauro Andrade Filho, idealizador do DW!, como o festival é chamado pelos mais íntimos. Para envolver o maior número de pessoas, desde profissionais da área até aqueles que não entendem nada sobre o assunto, os eventos acontecem em diferentes pontos da capital, mas há regiões que reúnem mais ações, como Vila Madalena, Jardins, Pinheiros e avenida Paulista. A novidade deste ano é a inclusão do Tatuapé no mapa do DW!, com cinco pontos de atividades como aulas, cursos e exposições. "O bairro ainda tem poucos representantes, mas é nossa aposta para os próximos anos", diz Andrade Filho. O lugar com a maior concentração de eventos, a alameda Gabriel Monteiro da Silva, também começou modesto. Em 2012, eram 12 lojistas participantes, hoje são 51. Um dos destaques da Gabriel é a exposição "Alquimia", da marca de tapetes By Kamy, com 60 obras têxteis. Quatro artistas a integram: os brasileiros Patrícia Kattan, Marcelo Borges e Walter Goldfarb e o chinês Lin Le Cheng. "É uma oportunidade de parar para propor conversas e filosofar. Nesse período, deixamos o dia a dia comercial e viramos galeria de arte", diz Francesca Alzati, arquiteta da By Kamy. O D&D Shopping, na zona sul, também tem participação importante neste ano, com uma exposição de 48 peças que integram a coleção do MoMA (Museu de Arte Moderna), de Nova York, cujo acervo pertente à Fiesp (Federação das Indústria do Estado de São Paulo). Entre elas está a poltrona Mole, criada em 1957 pelo brasileiro Sérgio Rodrigues, e a cadeira Barcelona, de 1929, dos alemães Lilly Reich e Ludwig Mies van der Rohe. "São peças originais, relíquias, que ficarão expostas nos corredores. O público, que vê essas cadeiras em todos os lugares, poderá saber sobre a sua história", diz Angelo Derenze, diretor do D&D. Outro shopping, o Cidade Jardim, abriga a feira Modernos Eternos, com 15 ambientes que misturam mobiliário e objetos atuais, vintage e de antiquários, todos à venda. "A ideia é combinar o design de todos os tempos. É o que há de mais atual na decoração, até pela questão da sustentabilidade", diz Sergio Zobaran, idealizador da mostra com Maria di Pace. Em 1º de agosto, a programação completa será divulgada no site designweekend.com.br. O design domina São Paulo SENAC Palestra dos arquitetos Marcio Kogan e Diana Radomysler r. Doutor Vila Nova, 228 Jardins Mostras, lançamentos de produtos e intervenções D&D Shopping Exposição de coleção do MoMA e bota-fora de produtos Pinheiros A feira na Rosenbaum é o destaque, com criações de 32 designers e artistas Tatuapé Novidade deste ano, terá palestras, exposições e instalações
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Meta fiscal almejada pelo governo depende de volta da economia
O sucesso do governo em reduzir o deficit público para R$ 139 bilhões neste ano, como reafirmou o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) nesta semana, dependerá da retomada da economia. Para chegar à cifra, menor do que a registrada no ano passado (R$ 156 bilhões), o governo anunciou que vai restabelecer isenções de impostos que recaíam sobre a folha de pagamentos de empresas de 50 setores, entre eles o têxtil e o de máquinas e equipamentos. Além disso, vai congelar R$ 42 bilhões nos gastos públicos neste ano. O objetivo é fechar um rombo de R$ 58 bilhões, que distanciava o governo do deficit prometido. A contenção de despesas, considerada um "grande esforço" na visão de analistas, tende a ser revista ao longo do ano. Mas tudo depende da recuperação da economia —e, consequentemente, da arrecadação de impostos. O Tesouro Nacional informou que o governo teve o pior fevereiro desde 1997, com um deficit de R$ 26,2 bilhões. Um dos principais fatores que levaram o governo a se preocupar com o cumprimento da meta foi a revisão do crescimento para baixo, de 1,6% (previsto no fim do ano passado) para 0,5% agora. Para compensar a diferença, o governo chegou a estudar aumentar impostos, mas optou por cobrir o buraco com o fim das isenções, receitas extras e o congelamento. Para Maurício Oreng, economista-chefe do banco Rabobank, a economia ficará estagnada neste ano e, com isso, o governo terá uma maior dificuldade em reduzir seu deficit em 2017. Sua previsão é que as contas fiquem no vermelho em R$ 150 bilhões. "Não descarto a chance de se alcançar a meta [de R$ 139 bilhões], mas será difícil." Ele também vê risco de o governo elevar impostos adiante. "Se a inflação der folga, pode sobrar espaço para iniciativas como [o aumento] do PIS/Cofins de combustíveis." O governo poderia arrecadar R$ 3 bilhões com um aumento de R$ 0,10 no tributo que incide sobre a gasolina e, neste caso, poderia começar a vigorar imediatamente. Embora os setores afetados pelo fim da isenção fiscal tenham demonstrado insatisfação e preocupação com a manutenção de empregos, analistas do mercado financeiro afirmam que o ajuste fiscal é necessário para que a taxa de juros e a inflação sigam em trajetória de queda e o crescimento retorne. "O corte nos investimentos públicos tem algum impacto sobre a atividade, mas pior seria não fazer o esforço e não cumprir a meta [fiscal], pois isso teria efeito sobre os juros", diz o economista-chefe do banco Safra e ex-secretário do Tesouro, Carlos Kawall. Na ausência de uma expansão de gastos públicos, observa, o Banco Central tem mais espaço para cortar os juros. Pedro Schneider, analista do Itaú Unibanco, diz que o banco prevê um crescimento maior, de 1% neste ano, o que reduziria a necessidade de contenção de R$ 42 bilhões nas despesas públicas. De toda forma, segundo seus cálculos, o governo pode chegar à cifra sem cortar tanto o investimento, porém, teria que adiar o pagamento de despesas para o ano que vem. arte
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Meta fiscal almejada pelo governo depende de volta da economiaO sucesso do governo em reduzir o deficit público para R$ 139 bilhões neste ano, como reafirmou o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) nesta semana, dependerá da retomada da economia. Para chegar à cifra, menor do que a registrada no ano passado (R$ 156 bilhões), o governo anunciou que vai restabelecer isenções de impostos que recaíam sobre a folha de pagamentos de empresas de 50 setores, entre eles o têxtil e o de máquinas e equipamentos. Além disso, vai congelar R$ 42 bilhões nos gastos públicos neste ano. O objetivo é fechar um rombo de R$ 58 bilhões, que distanciava o governo do deficit prometido. A contenção de despesas, considerada um "grande esforço" na visão de analistas, tende a ser revista ao longo do ano. Mas tudo depende da recuperação da economia —e, consequentemente, da arrecadação de impostos. O Tesouro Nacional informou que o governo teve o pior fevereiro desde 1997, com um deficit de R$ 26,2 bilhões. Um dos principais fatores que levaram o governo a se preocupar com o cumprimento da meta foi a revisão do crescimento para baixo, de 1,6% (previsto no fim do ano passado) para 0,5% agora. Para compensar a diferença, o governo chegou a estudar aumentar impostos, mas optou por cobrir o buraco com o fim das isenções, receitas extras e o congelamento. Para Maurício Oreng, economista-chefe do banco Rabobank, a economia ficará estagnada neste ano e, com isso, o governo terá uma maior dificuldade em reduzir seu deficit em 2017. Sua previsão é que as contas fiquem no vermelho em R$ 150 bilhões. "Não descarto a chance de se alcançar a meta [de R$ 139 bilhões], mas será difícil." Ele também vê risco de o governo elevar impostos adiante. "Se a inflação der folga, pode sobrar espaço para iniciativas como [o aumento] do PIS/Cofins de combustíveis." O governo poderia arrecadar R$ 3 bilhões com um aumento de R$ 0,10 no tributo que incide sobre a gasolina e, neste caso, poderia começar a vigorar imediatamente. Embora os setores afetados pelo fim da isenção fiscal tenham demonstrado insatisfação e preocupação com a manutenção de empregos, analistas do mercado financeiro afirmam que o ajuste fiscal é necessário para que a taxa de juros e a inflação sigam em trajetória de queda e o crescimento retorne. "O corte nos investimentos públicos tem algum impacto sobre a atividade, mas pior seria não fazer o esforço e não cumprir a meta [fiscal], pois isso teria efeito sobre os juros", diz o economista-chefe do banco Safra e ex-secretário do Tesouro, Carlos Kawall. Na ausência de uma expansão de gastos públicos, observa, o Banco Central tem mais espaço para cortar os juros. Pedro Schneider, analista do Itaú Unibanco, diz que o banco prevê um crescimento maior, de 1% neste ano, o que reduziria a necessidade de contenção de R$ 42 bilhões nas despesas públicas. De toda forma, segundo seus cálculos, o governo pode chegar à cifra sem cortar tanto o investimento, porém, teria que adiar o pagamento de despesas para o ano que vem. arte
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Herdeira do Grupo Águia Branca morre em incêndio em SP
Uma das herdeiras do Grupo Águia Branca morreu nesta segunda-feira (30) após um incêndio em um prédio residencial no Jardim Paulista, na zona oeste de São Paulo. Liliane Chieppe, 54, estava em um dos quartos do apartamento, que pegou fogo por volta das 14h. Segundo os bombeiros, ela foi socorrida ainda com vida, mas com queimaduras graves e teve parada cardiorrespiratória devido à fumaça. Ela foi encaminhada para a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, no centro, e em seguida para o Hospital das Clínicas. A assessoria de imprensa do hospital informou que Chieppe morreu antes de chegar ao pronto-socorro. Liliane é filha de Vallecio Chieppe, fundador e ex-presidente do Grupo Águia Branca, empresa de transporte e logística com sede no Espírito Santo. O Grupo Águia Branca informou que ainda não tem informações sobre o velório, mas que familiares se deslocaram para São Paulo para tomar as providências necessárias.
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Herdeira do Grupo Águia Branca morre em incêndio em SPUma das herdeiras do Grupo Águia Branca morreu nesta segunda-feira (30) após um incêndio em um prédio residencial no Jardim Paulista, na zona oeste de São Paulo. Liliane Chieppe, 54, estava em um dos quartos do apartamento, que pegou fogo por volta das 14h. Segundo os bombeiros, ela foi socorrida ainda com vida, mas com queimaduras graves e teve parada cardiorrespiratória devido à fumaça. Ela foi encaminhada para a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, no centro, e em seguida para o Hospital das Clínicas. A assessoria de imprensa do hospital informou que Chieppe morreu antes de chegar ao pronto-socorro. Liliane é filha de Vallecio Chieppe, fundador e ex-presidente do Grupo Águia Branca, empresa de transporte e logística com sede no Espírito Santo. O Grupo Águia Branca informou que ainda não tem informações sobre o velório, mas que familiares se deslocaram para São Paulo para tomar as providências necessárias.
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Contratos com escritórios de advocacia são nova frente da Lava Jato, diz PF
A nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quinta-feira (13), abre uma frente a ser explorada na investigação: contratos com escritórios de advocacia, que seriam usados para o pagamento de propina, segundo a Polícia Federal. "Podemos estar diante de um novo modelo: depois das consultorias, das empresas de fachada e das agências de publicidade, surgem os escritórios de advocacia", disse o delegado federal Igor Romário de Paula, que coordena as investigações. Quatro escritórios foram alvo de busca e apreensão nesta quinta: dois em Curitiba, um em São Paulo e outro em Porto Alegre. Segundo as investigações, eles receberam parte do dinheiro repassado pelo esquema. Os valores vinham da empresa Consist, que já foi alvo da fase anterior da Lava Jato. Ela fazia a gestão de empréstimos consignados concedidos a servidores federais, que foram acordados com a Associação Brasileira de Bancos pelo Ministério do Planejamento. Segundo as investigações, a Consist repassava 40% de seu faturamento a empresas indicadas pelos operadores Milton Pascowitch e Alexandre Romano –ex-vereador em Americana (SP) pelo PT–, que foi preso temporariamente nesta quinta acusado de ser um operador do esquema. Os dois são ligados ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, também preso na Lava Jato. As notas fiscais dos pagamentos feitos aos escritórios pela Consist eram "ideologicamente falsas", disseram os investigadores. Os contratos falam em "honorários advocatícios", mas os sócios da Consist admitiram, segundo os policiais, que nunca houve prestação de serviços à empresa. Foram R$ 21 milhões movimentados em pagamentos aos escritórios, entre 2010 e 2015. Um dos contratos soma R$ 7,2 milhões. Em pesquisa em fontes abertas, os investigadores não encontraram ações de empresas do Grupo Consist que foram defendidas pelos advogados beneficiados pelos repasses. GLEISI HOFFMANN Em Curitiba, os escritórios investigados prestavam serviços para o PT e candidatos do partido; pertencem aos advogados Guilherme Gonçalves e Sacha Reck, que eram sócios até o ano passado. Gonçalves é advogado do Diretório Estadual do PT no Paraná e atuou nas campanhas da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) em 2008, 2010 e 2014. Também coordenou a campanha de Ratinho Júnior (PSC-PR) à Prefeitura de Curitiba, em 2012. Seu escritório, segundo as investigações, recebeu R$ 7,2 milhões da Consist entre 2010 e 2015. O escritório de Gonçalves, segundo a Folha apurou, enviou documentos à PF para comprovar que houver prestação de serviços não só em relação ao caso em questão, mas em outros, inclusive com interposição de ações. Em São Paulo, o escritório Oliveira Romano Sociedade de Advogados, que pertence a Romano, também foi alvo de busca e apreensão. Em Porto Alegre, houve busca e apreensão no Portanova Advogados Associados, que recebeu R$ 270 mil entre janeiro e maio deste ano da Consist Business. "Eles podem ter recebido por serviços prestados a terceiros. É algo que ainda será alvo de investigação", disse o delegado Márcio Anselmo. Na decisão que autorizou as buscas e apreensões, o juiz federal Sergio Moro pondera que "não está claro se os dirigentes desses escritórios participaram conscientemente da fraude ou de crimes supostamente perpetrados pela Consist e por Alexandre Romano". OUTRO LADO O advogado Guilherme Gonçalves confirma que prestou serviços à Consist. "Eu tenho contrato, impetrei ação em Goiás, fiz parecer jurídico, fiz consultoria", disse à Folha. Segundo ele, o escritório deu assessoria jurídica à empresa, na área de Direito Administrativo, para o contrato das operações de crédito consignado. Gonçalves afirma ter trocado e-mails e participado de reuniões com o diretor jurídico da Consist, Valter Pereira, e disse que recebia valores periodicamente em troca do serviço. Quem o indicou para o trabalho foi Alexandre Romano. No entanto, Gonçalves nega qualquer irregularidade."O que eu recebi está absolutamente nos termos do contrato, por serviços prestados", afirmou. "Cumpri meu papel de advogado." O escritório informa ter fornecido à Polícia Federal os comprovantes de sua atuação, e disse estar em total cooperação com os investigadores. Em nota também destacou que não há ligações entre o antigo sócio de Gonçalves, o advogado Sasha Reck, e a Consist. Reck, cujo escritório também foi alvo da operação, afirmou que compareceu espontaneamente à Polícia Federal para prestar esclarecimentos e forneceu documentos provando que nunca atendeu a Consist nem recebeu honorários da empresa. "O escritório, na sua antiga composição, já mantinha clara divisão entre seus sócios, devido à notória especialização em áreas diferentes do direito, os quais possuíam carteiras próprias de clientes, sem comunicação, inclusive financeira, entre ambos", escreveu o advogado, em petição encaminhada à Justiça no final da manhã. Alvo de um mandado de busca e apreensão em Porto Alegre, o Portanova Advogados Associados, afirma que seu escritório tinha a Consist como cliente, prestando serviços como de consultoria previdenciária e propositura de ação para reaver parte do FGTS depositado pela empresa (tese jurídica que questiona parte do fundo de garantia depositado pelas empresas e que vão para o governo, e não para o trabalhador), entre outras. O advogado Daisson Portanova, do Portanova Advogados Associados, nega que tenha emitido notas frias em favor da empresa. "Temos contrato, notas fiscais e balancete que comprovam o serviço prestado, inclusive e-mails cobrando atrasos no pagamento", disse ele. O PT de Americana informou que Romano deixou os quadros do partido em 2005 e que, no tempo em que ele esteve no partido, "nenhum tipo de denúncia houve". "Portanto, as atividades particulares que estão sob investigação, período entre 2010 e 2015, não guardam qualquer relação com sua militância partidária no PT", informou a sigla. Colaboraram GRACILIANO ROCHA e BELA MEGALE, de São Paulo
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Contratos com escritórios de advocacia são nova frente da Lava Jato, diz PFA nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quinta-feira (13), abre uma frente a ser explorada na investigação: contratos com escritórios de advocacia, que seriam usados para o pagamento de propina, segundo a Polícia Federal. "Podemos estar diante de um novo modelo: depois das consultorias, das empresas de fachada e das agências de publicidade, surgem os escritórios de advocacia", disse o delegado federal Igor Romário de Paula, que coordena as investigações. Quatro escritórios foram alvo de busca e apreensão nesta quinta: dois em Curitiba, um em São Paulo e outro em Porto Alegre. Segundo as investigações, eles receberam parte do dinheiro repassado pelo esquema. Os valores vinham da empresa Consist, que já foi alvo da fase anterior da Lava Jato. Ela fazia a gestão de empréstimos consignados concedidos a servidores federais, que foram acordados com a Associação Brasileira de Bancos pelo Ministério do Planejamento. Segundo as investigações, a Consist repassava 40% de seu faturamento a empresas indicadas pelos operadores Milton Pascowitch e Alexandre Romano –ex-vereador em Americana (SP) pelo PT–, que foi preso temporariamente nesta quinta acusado de ser um operador do esquema. Os dois são ligados ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, também preso na Lava Jato. As notas fiscais dos pagamentos feitos aos escritórios pela Consist eram "ideologicamente falsas", disseram os investigadores. Os contratos falam em "honorários advocatícios", mas os sócios da Consist admitiram, segundo os policiais, que nunca houve prestação de serviços à empresa. Foram R$ 21 milhões movimentados em pagamentos aos escritórios, entre 2010 e 2015. Um dos contratos soma R$ 7,2 milhões. Em pesquisa em fontes abertas, os investigadores não encontraram ações de empresas do Grupo Consist que foram defendidas pelos advogados beneficiados pelos repasses. GLEISI HOFFMANN Em Curitiba, os escritórios investigados prestavam serviços para o PT e candidatos do partido; pertencem aos advogados Guilherme Gonçalves e Sacha Reck, que eram sócios até o ano passado. Gonçalves é advogado do Diretório Estadual do PT no Paraná e atuou nas campanhas da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) em 2008, 2010 e 2014. Também coordenou a campanha de Ratinho Júnior (PSC-PR) à Prefeitura de Curitiba, em 2012. Seu escritório, segundo as investigações, recebeu R$ 7,2 milhões da Consist entre 2010 e 2015. O escritório de Gonçalves, segundo a Folha apurou, enviou documentos à PF para comprovar que houver prestação de serviços não só em relação ao caso em questão, mas em outros, inclusive com interposição de ações. Em São Paulo, o escritório Oliveira Romano Sociedade de Advogados, que pertence a Romano, também foi alvo de busca e apreensão. Em Porto Alegre, houve busca e apreensão no Portanova Advogados Associados, que recebeu R$ 270 mil entre janeiro e maio deste ano da Consist Business. "Eles podem ter recebido por serviços prestados a terceiros. É algo que ainda será alvo de investigação", disse o delegado Márcio Anselmo. Na decisão que autorizou as buscas e apreensões, o juiz federal Sergio Moro pondera que "não está claro se os dirigentes desses escritórios participaram conscientemente da fraude ou de crimes supostamente perpetrados pela Consist e por Alexandre Romano". OUTRO LADO O advogado Guilherme Gonçalves confirma que prestou serviços à Consist. "Eu tenho contrato, impetrei ação em Goiás, fiz parecer jurídico, fiz consultoria", disse à Folha. Segundo ele, o escritório deu assessoria jurídica à empresa, na área de Direito Administrativo, para o contrato das operações de crédito consignado. Gonçalves afirma ter trocado e-mails e participado de reuniões com o diretor jurídico da Consist, Valter Pereira, e disse que recebia valores periodicamente em troca do serviço. Quem o indicou para o trabalho foi Alexandre Romano. No entanto, Gonçalves nega qualquer irregularidade."O que eu recebi está absolutamente nos termos do contrato, por serviços prestados", afirmou. "Cumpri meu papel de advogado." O escritório informa ter fornecido à Polícia Federal os comprovantes de sua atuação, e disse estar em total cooperação com os investigadores. Em nota também destacou que não há ligações entre o antigo sócio de Gonçalves, o advogado Sasha Reck, e a Consist. Reck, cujo escritório também foi alvo da operação, afirmou que compareceu espontaneamente à Polícia Federal para prestar esclarecimentos e forneceu documentos provando que nunca atendeu a Consist nem recebeu honorários da empresa. "O escritório, na sua antiga composição, já mantinha clara divisão entre seus sócios, devido à notória especialização em áreas diferentes do direito, os quais possuíam carteiras próprias de clientes, sem comunicação, inclusive financeira, entre ambos", escreveu o advogado, em petição encaminhada à Justiça no final da manhã. Alvo de um mandado de busca e apreensão em Porto Alegre, o Portanova Advogados Associados, afirma que seu escritório tinha a Consist como cliente, prestando serviços como de consultoria previdenciária e propositura de ação para reaver parte do FGTS depositado pela empresa (tese jurídica que questiona parte do fundo de garantia depositado pelas empresas e que vão para o governo, e não para o trabalhador), entre outras. O advogado Daisson Portanova, do Portanova Advogados Associados, nega que tenha emitido notas frias em favor da empresa. "Temos contrato, notas fiscais e balancete que comprovam o serviço prestado, inclusive e-mails cobrando atrasos no pagamento", disse ele. O PT de Americana informou que Romano deixou os quadros do partido em 2005 e que, no tempo em que ele esteve no partido, "nenhum tipo de denúncia houve". "Portanto, as atividades particulares que estão sob investigação, período entre 2010 e 2015, não guardam qualquer relação com sua militância partidária no PT", informou a sigla. Colaboraram GRACILIANO ROCHA e BELA MEGALE, de São Paulo
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Brasil dá um basta ao bolivarianismo
O governo brasileiro rompeu nesta terça-feira (5) com a tradicional passividade em relação aos abusos da Venezuela chavista, por meio de nota oficial em que afirma claramente: "Não há lugar, na América do Sul do século 21, para soluções políticas fora da institucionalidade e do mais absoluto respeito à democracia e ao Estado de Direito". É uma alusão nada indireta às manobras do governo venezuelano para driblar a supermaioria (112 deputados em 167) que a oposição obteve no pleito de 6 de dezembro para a Assembleia Nacional, instalada ontem. Ainda mais que a nota deixa claro, como a Folha havia antecipado na edição desta terça (5), que "o governo brasileiro confia que será plenamente respeitada a vontade soberana do povo venezuelano, expressada de forma livre e democrática nas urnas. Confia, igualmente, que serão preservadas e respeitadas as atribuições e prerrogativas constitucionais da nova Assembleia Nacional venezuelana e de seus membros, eleitos naquele pleito". É uma nota inusualmente dura, mas que reflete o distanciamento que o governo brasileiro resolveu adotar em relação ao bolivarianismo, depois de inúteis tentativas de ajudá-lo a enfrentar a crise econômica e social que devasta o país (a previsão é de queda de 10% do PIB no ano passado, índice que nem países em guerra conhecem). A nota do Itamaraty é, na prática, uma sequência à carta que a presidente Dilma Rousseff enviou a Nicolás Maduro, antes da eleição, recomendando respeito às regras do jogo, antes, durante e depois do processo eleitoral. O "durante" até que funcionou, reconhece a nota do Itamaraty. O problema veio depois, primeiro com a decisão do governo de recorrer a uma Justiça sabidamente controlada pelo Executivo para tentar cassar três dos 112 deputados oposicionistas, de forma a barrar a supermaioria que daria poderes extraordinários à Assembleia. Depois, na designação de uma assembleia paralela, a Comunal, prevista nos regulamentos bolivarianos, mas em hibernação absoluta até a vitória oposicionista. O rompimento do Brasil com os excessos do chavismo deixa Caracas isolada no Mercosul, já que o novo presidente argentino, Mauricio Macri, também se manifestou contra eles. Na cúpula de dezembro do Mercosul, o Brasil concordou com a criação de um organismo de monitoramento de direito humanos no âmbito do grupo. É fatal que a Venezuela caia nas malhas desse grupo, a julgar pelos seus antecedentes: entre 1995 e 2012, a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou a Venezuela 16 vezes por episódios de mortes extra-judiciais (na verdade, execuções pelos corpos policiais), e por violações da liberdade de manifestação, entre outros abusos aos direitos humanos. A Venezuela retirou-se da corte, sob a clássica alegação de que a Organização dos Estados Americanos, à qual está subordinada a instância, é instrumento dos Estados Unidos. O Brasil nunca se manifestou antes nesses episódios. Agora, dá um basta.
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Brasil dá um basta ao bolivarianismoO governo brasileiro rompeu nesta terça-feira (5) com a tradicional passividade em relação aos abusos da Venezuela chavista, por meio de nota oficial em que afirma claramente: "Não há lugar, na América do Sul do século 21, para soluções políticas fora da institucionalidade e do mais absoluto respeito à democracia e ao Estado de Direito". É uma alusão nada indireta às manobras do governo venezuelano para driblar a supermaioria (112 deputados em 167) que a oposição obteve no pleito de 6 de dezembro para a Assembleia Nacional, instalada ontem. Ainda mais que a nota deixa claro, como a Folha havia antecipado na edição desta terça (5), que "o governo brasileiro confia que será plenamente respeitada a vontade soberana do povo venezuelano, expressada de forma livre e democrática nas urnas. Confia, igualmente, que serão preservadas e respeitadas as atribuições e prerrogativas constitucionais da nova Assembleia Nacional venezuelana e de seus membros, eleitos naquele pleito". É uma nota inusualmente dura, mas que reflete o distanciamento que o governo brasileiro resolveu adotar em relação ao bolivarianismo, depois de inúteis tentativas de ajudá-lo a enfrentar a crise econômica e social que devasta o país (a previsão é de queda de 10% do PIB no ano passado, índice que nem países em guerra conhecem). A nota do Itamaraty é, na prática, uma sequência à carta que a presidente Dilma Rousseff enviou a Nicolás Maduro, antes da eleição, recomendando respeito às regras do jogo, antes, durante e depois do processo eleitoral. O "durante" até que funcionou, reconhece a nota do Itamaraty. O problema veio depois, primeiro com a decisão do governo de recorrer a uma Justiça sabidamente controlada pelo Executivo para tentar cassar três dos 112 deputados oposicionistas, de forma a barrar a supermaioria que daria poderes extraordinários à Assembleia. Depois, na designação de uma assembleia paralela, a Comunal, prevista nos regulamentos bolivarianos, mas em hibernação absoluta até a vitória oposicionista. O rompimento do Brasil com os excessos do chavismo deixa Caracas isolada no Mercosul, já que o novo presidente argentino, Mauricio Macri, também se manifestou contra eles. Na cúpula de dezembro do Mercosul, o Brasil concordou com a criação de um organismo de monitoramento de direito humanos no âmbito do grupo. É fatal que a Venezuela caia nas malhas desse grupo, a julgar pelos seus antecedentes: entre 1995 e 2012, a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou a Venezuela 16 vezes por episódios de mortes extra-judiciais (na verdade, execuções pelos corpos policiais), e por violações da liberdade de manifestação, entre outros abusos aos direitos humanos. A Venezuela retirou-se da corte, sob a clássica alegação de que a Organização dos Estados Americanos, à qual está subordinada a instância, é instrumento dos Estados Unidos. O Brasil nunca se manifestou antes nesses episódios. Agora, dá um basta.
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Dilma embarca para os EUA e reforçará fala contra impeachment
Em estratégia para obter apoio internacional contra o impeachment, a presidente Dilma Rousseff embarcou na manhã desta quinta-feira (21) para os Estados Unidos para participar da assinatura do Acordo de Paris, na sede da ONU (Organização das Nações Unidas). Em Nova York, a petista pretende reforçar a tese de que o pedido de afastamento dela do cargo é um "golpe de Estado". Segundo assessores, ela não deixará de "denunciar" que a abertura do processo de impeachment foi aprovado sem haver um crime de responsabilidade caracterizado. Ela pode inclusive incluir referências sobre o caso no discurso que fará na cerimônia de assinatura do Pacto de Paris, mas o assunto não será o tema central da fala da petista. Um assessor presidencial disse à Folha que ela não fará um "discurso panfletário" na ONU, focando sua fala no tema da mudança climática, mas deve fazer citações "elegantes" e "sutis" a respeito do processo de impedimento que tramita contra ela no Congresso Nacional. Segundo o auxiliar, ela "vai se posicionar" sobre a guerra do impeachment em falas à imprensa nacional e internacional, mas quer aproveitar o evento também para capitalizar o fato de o Brasil ter tido papel importante nas negociações sobre o acordo de Paris. O discurso da presidente na ONU foi preparado pela assessoria internacional do Palácio do Planalto sem referências ao impeachment. Nele, Dilma vai dizer que o acordo de Paris "é só o começo" e "há uma longa caminhada pela frente" para implantá-lo. A decisão de falar sobre o impeachment e em que tom será da própria Dilma, que terá cerca de cinco minutos para discursar na reunião. Na equipe da petista, há um grupo que defende que ela inclua no discurso a palavra "golpe", em uma tentativa de dar mais visibilidade para o tema. Há um outro grupo, porém, que avalia que, por se tratar de um evento internacional sobre mudanças climáticas, não caberia falar diretamente sobre o impeachment, mas fazer apenas referências e menções ao que estão acontecendo no Brasil. CRÍTICAS Ministro mais antigo do STF (Supremo Tribunal Federal), Celso de Mello rebateu nesta quarta (20) o discurso da presidente de que seu processo de impeachment em discussão no Congresso representa um golpe. Segundo o ministro, a afirmação de Dilma representa um "grande equívoco" e trata-se de uma perspectiva eminentemente pessoal e faz parte de sua linha de defesa. Celso de Mello disse ainda que é "no mínimo estranho" a possibilidade da petista usar o discurso na ONU para repetir as críticas que tem feito ao processo. Em entrevista a blogs de esquerda, na quarta, a petista afirmou que lutará "em todas as trincheiras" possíveis para impedir o impeachment de seu mandato no Senado. "Lutarei em todas as trincheiras que eu puder para derrotar esse golpe, onde for necessário eu vou", disse. Com Dilma nos Estados Unidos, o vice-presidente Michel Temer assumirá a Presidência da República até que a petista volte, na manhã de sábado (23). Ele decidiu viajar à Brasília nesta quinta. O vice estava em São Paulo, onde se reuniu nos últimos dias com aliados e possíveis nomes de seu governo. A ida a Brasília foi, segundo a assessoria de Temer, uma recomendação da segurança da Presidência. Mais cedo, houve um protesto de estudantes do Levante Popular da Juventude, que picharam a rua em frente à casa dele com as palavras "QG do golpe".
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Dilma embarca para os EUA e reforçará fala contra impeachmentEm estratégia para obter apoio internacional contra o impeachment, a presidente Dilma Rousseff embarcou na manhã desta quinta-feira (21) para os Estados Unidos para participar da assinatura do Acordo de Paris, na sede da ONU (Organização das Nações Unidas). Em Nova York, a petista pretende reforçar a tese de que o pedido de afastamento dela do cargo é um "golpe de Estado". Segundo assessores, ela não deixará de "denunciar" que a abertura do processo de impeachment foi aprovado sem haver um crime de responsabilidade caracterizado. Ela pode inclusive incluir referências sobre o caso no discurso que fará na cerimônia de assinatura do Pacto de Paris, mas o assunto não será o tema central da fala da petista. Um assessor presidencial disse à Folha que ela não fará um "discurso panfletário" na ONU, focando sua fala no tema da mudança climática, mas deve fazer citações "elegantes" e "sutis" a respeito do processo de impedimento que tramita contra ela no Congresso Nacional. Segundo o auxiliar, ela "vai se posicionar" sobre a guerra do impeachment em falas à imprensa nacional e internacional, mas quer aproveitar o evento também para capitalizar o fato de o Brasil ter tido papel importante nas negociações sobre o acordo de Paris. O discurso da presidente na ONU foi preparado pela assessoria internacional do Palácio do Planalto sem referências ao impeachment. Nele, Dilma vai dizer que o acordo de Paris "é só o começo" e "há uma longa caminhada pela frente" para implantá-lo. A decisão de falar sobre o impeachment e em que tom será da própria Dilma, que terá cerca de cinco minutos para discursar na reunião. Na equipe da petista, há um grupo que defende que ela inclua no discurso a palavra "golpe", em uma tentativa de dar mais visibilidade para o tema. Há um outro grupo, porém, que avalia que, por se tratar de um evento internacional sobre mudanças climáticas, não caberia falar diretamente sobre o impeachment, mas fazer apenas referências e menções ao que estão acontecendo no Brasil. CRÍTICAS Ministro mais antigo do STF (Supremo Tribunal Federal), Celso de Mello rebateu nesta quarta (20) o discurso da presidente de que seu processo de impeachment em discussão no Congresso representa um golpe. Segundo o ministro, a afirmação de Dilma representa um "grande equívoco" e trata-se de uma perspectiva eminentemente pessoal e faz parte de sua linha de defesa. Celso de Mello disse ainda que é "no mínimo estranho" a possibilidade da petista usar o discurso na ONU para repetir as críticas que tem feito ao processo. Em entrevista a blogs de esquerda, na quarta, a petista afirmou que lutará "em todas as trincheiras" possíveis para impedir o impeachment de seu mandato no Senado. "Lutarei em todas as trincheiras que eu puder para derrotar esse golpe, onde for necessário eu vou", disse. Com Dilma nos Estados Unidos, o vice-presidente Michel Temer assumirá a Presidência da República até que a petista volte, na manhã de sábado (23). Ele decidiu viajar à Brasília nesta quinta. O vice estava em São Paulo, onde se reuniu nos últimos dias com aliados e possíveis nomes de seu governo. A ida a Brasília foi, segundo a assessoria de Temer, uma recomendação da segurança da Presidência. Mais cedo, houve um protesto de estudantes do Levante Popular da Juventude, que picharam a rua em frente à casa dele com as palavras "QG do golpe".
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China aumenta compras, e soja tem forte alta em Chicago
Boas notícias para o produtor brasileiro. A soja voltou a subir forte na Bolsa de Chicago. Essa alta vem ocorrendo desde fevereiro, mas nesta quarta-feira (13) a evolução foi de 2,1% no primeiro contrato, uma das maiores do ano. Essa aceleração nos preços se deve a "uma lua de mel do mercado financeiro com as commodities", segundo Fernando Muraro, da Agência Rural de Curitiba. Mas o casamento pode não durar muito, segundo ele. Sem o atrativo de outros investimentos, os investidores voltaram para as commodities agrícolas, impulsionando os preços. O primeiro contrato da soja terminou o dia em US$ 9,56 por bushel (27,2 quilos) na Bolsa de Chicago, principal formadora de preço da commodity. A intensa elevação dos preços desta quarta em Chicago tem, porém, outros fundamentos. A China divulgou os dados preliminares de importação de soja de março. As compras somaram o volume recorde de 6,1 milhões para o mês, superando em 36% as importações de igual período do ano anterior. No primeiro trimestre, as importações, também recordes, atingiram 16,3 milhões, 4% mais do que as de janeiro a março de 2015. Os chineses ainda não divulgaram a origem da soja que compararam, mas esse aumento tem a ver com a retomada das exportações brasileiras, que somaram 8,4 milhões de toneladas no mês passado. Desse volume, 6,6 milhões de toneladas tiveram como destino a China, segundo a Secex. Nem todo esse produto, no entanto, já foi desembarcado nos portos chineses devido à demora no transporte. Mas o Brasil está de volta ao mercado da China com maior intensidade, segundo Daniele Siqueira, da AgRural. Nos meses de janeiro e fevereiro, quando as máquinas ainda não estavam no campo para a colheita da soja brasileira, os chineses fizeram as compras nos Estados Unidos. Outro fator de pressão nos preços foi a nova estimativa de importação de soja pela China neste ano. O Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) prevê, agora, que os chineses vão comprar 83 milhões de toneladas de soja na safra 2015/16, 1 milhão a mais do que se previa antes. Os norte-americanos elevaram a participação brasileira nesse volume para 59,5 milhões de toneladas. Um outro componente para a sustentação dos preços é a redução dos estoques de soja dos norte-americanos para 12,1 milhões de toneladas nesta safra.
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China aumenta compras, e soja tem forte alta em ChicagoBoas notícias para o produtor brasileiro. A soja voltou a subir forte na Bolsa de Chicago. Essa alta vem ocorrendo desde fevereiro, mas nesta quarta-feira (13) a evolução foi de 2,1% no primeiro contrato, uma das maiores do ano. Essa aceleração nos preços se deve a "uma lua de mel do mercado financeiro com as commodities", segundo Fernando Muraro, da Agência Rural de Curitiba. Mas o casamento pode não durar muito, segundo ele. Sem o atrativo de outros investimentos, os investidores voltaram para as commodities agrícolas, impulsionando os preços. O primeiro contrato da soja terminou o dia em US$ 9,56 por bushel (27,2 quilos) na Bolsa de Chicago, principal formadora de preço da commodity. A intensa elevação dos preços desta quarta em Chicago tem, porém, outros fundamentos. A China divulgou os dados preliminares de importação de soja de março. As compras somaram o volume recorde de 6,1 milhões para o mês, superando em 36% as importações de igual período do ano anterior. No primeiro trimestre, as importações, também recordes, atingiram 16,3 milhões, 4% mais do que as de janeiro a março de 2015. Os chineses ainda não divulgaram a origem da soja que compararam, mas esse aumento tem a ver com a retomada das exportações brasileiras, que somaram 8,4 milhões de toneladas no mês passado. Desse volume, 6,6 milhões de toneladas tiveram como destino a China, segundo a Secex. Nem todo esse produto, no entanto, já foi desembarcado nos portos chineses devido à demora no transporte. Mas o Brasil está de volta ao mercado da China com maior intensidade, segundo Daniele Siqueira, da AgRural. Nos meses de janeiro e fevereiro, quando as máquinas ainda não estavam no campo para a colheita da soja brasileira, os chineses fizeram as compras nos Estados Unidos. Outro fator de pressão nos preços foi a nova estimativa de importação de soja pela China neste ano. O Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) prevê, agora, que os chineses vão comprar 83 milhões de toneladas de soja na safra 2015/16, 1 milhão a mais do que se previa antes. Os norte-americanos elevaram a participação brasileira nesse volume para 59,5 milhões de toneladas. Um outro componente para a sustentação dos preços é a redução dos estoques de soja dos norte-americanos para 12,1 milhões de toneladas nesta safra.
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Derrotado, Sanders planeja demitir metade de sua equipe, diz 'NYT'
Em meio à aclamação de Hillary Clinton como virtual candidata democrata à Presidência dos EUA, seu rival, o senador Bernie Sanders, planeja demitir ao menos metade de sua equipe de campanha nesta quarta (8), segundo o jornal "The New York Times". De acordo com um membro da equipe e um ex-membro ouvidos pelo jornal sob condição de anonimato nesta terça (7), a maioria dos dispensados são membros que atuam na logística da campanha, assim como participantes que trabalham para angariar votos para o senador de Vermont. Alguns trabalhadores podem ser deslocados para vagas no escritório de Sanders no Senado, mas outros serão demitidos. Hillary venceu as prévias em 4 dos 6 Estados que realizaram votações nesta terça, incluindo a Califórnia, Estado com o maior número de delegados democratas em disputa. Após a vitória de Hillary, o presidente dos EUA, Barack Obama, a parabenizou por telefone, de acordo com a Casa Branca. Obama também ligou para Sanders, e os dois se encontrarão em Washington nesta quinta (9), quando está previsto um comício do senador —ele não havia anunciado intenção de desistir da disputa antes da última prévia, no Distrito de Colúmbia (onde fica Washington), na próxima terça (14). Ela já havia selado a candidatura democrata na noite de segunda (6), quando uma sondagem da Associated Press apontou que ela tinha atingido o número necessário para representar o partido nas eleições de novembro, incluindo os chamados "superdelegados", dirigentes do partido que não precisam seguir o resultado das urnas. A campanha de Sanders, que vinha com bom financiamento, sofreu um declínio significativo de doações depois que o senador perdeu primárias importantes em Estados do nordeste dos EUA, em abril.
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Derrotado, Sanders planeja demitir metade de sua equipe, diz 'NYT'Em meio à aclamação de Hillary Clinton como virtual candidata democrata à Presidência dos EUA, seu rival, o senador Bernie Sanders, planeja demitir ao menos metade de sua equipe de campanha nesta quarta (8), segundo o jornal "The New York Times". De acordo com um membro da equipe e um ex-membro ouvidos pelo jornal sob condição de anonimato nesta terça (7), a maioria dos dispensados são membros que atuam na logística da campanha, assim como participantes que trabalham para angariar votos para o senador de Vermont. Alguns trabalhadores podem ser deslocados para vagas no escritório de Sanders no Senado, mas outros serão demitidos. Hillary venceu as prévias em 4 dos 6 Estados que realizaram votações nesta terça, incluindo a Califórnia, Estado com o maior número de delegados democratas em disputa. Após a vitória de Hillary, o presidente dos EUA, Barack Obama, a parabenizou por telefone, de acordo com a Casa Branca. Obama também ligou para Sanders, e os dois se encontrarão em Washington nesta quinta (9), quando está previsto um comício do senador —ele não havia anunciado intenção de desistir da disputa antes da última prévia, no Distrito de Colúmbia (onde fica Washington), na próxima terça (14). Ela já havia selado a candidatura democrata na noite de segunda (6), quando uma sondagem da Associated Press apontou que ela tinha atingido o número necessário para representar o partido nas eleições de novembro, incluindo os chamados "superdelegados", dirigentes do partido que não precisam seguir o resultado das urnas. A campanha de Sanders, que vinha com bom financiamento, sofreu um declínio significativo de doações depois que o senador perdeu primárias importantes em Estados do nordeste dos EUA, em abril.
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A sangria continua
Voltam-se contra o ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB), as mais novas suspeitas originadas da Operação Lava Jato. Como noticiou a Folha no domingo (7), executivos da Odebrecht afirmam em pré-delação que a empreiteira teria destinado R$ 23 milhões ao caixa dois da campanha do tucano à Presidência em 2010. Corrigida pela inflação, a cifra hoje equivale a R$ 34,5 milhões. Os recursos se somariam às doações legais feitas pela empreiteira —correspondentes a 10%, apenas, do canalizado de modo não oficial. Trata-se, como vale sempre ressalvar em notícias desse tipo, de informação ainda a ser formalizada judicialmente. As declarações dos executivos foram feitas a investigadores da Lava Jato em processo de negociação com vistas a acordo de delação premiada. A homologação do acordo pressupõe que as autoridades contarão, a partir dele, com indícios suficientemente definidos para prosseguir com as investigações. Será necessário apurar se há provas capazes de conduzir o caso para denúncias mais graves de corrupção, ou se o episódio irá limitar-se a uma denúncia de crime eleitoral. Cumpre, evidentemente, dar celeridade ao processo, que se soma a uma extensa pauta de suspeitas, denúncias e declarações com potencial para atingir políticos de quase todos os partidos. A revista "Veja", por exemplo, noticiou que, ainda segundo diretores da Odebrecht, o então vice-presidente Michel Temer teria solicitado R$ 10 milhões ao presidente da empreiteira. O montante teria sido destinado a campanhas eleitorais e repassado ao atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS), e ao presidente da Fiesp, Paulo Skaf (PMDB), que disputava o governo estadual de São Paulo em 2014. Ainda se está distante, porém, da nitidez do caso das gravações que culminou no afastamento de outro ministro do governo interino de Michel Temer (PMDB), o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que ocupava a pasta do Planejamento. Em conversa com o empresário Sérgio Machado, antes de iniciar-se o impeachment, Jucá manifestava sua preocupação com o andamento da Lava Jato, cogitando de que modo a "sangria" poderia ser estancada. A delação de Machado já foi homologada, mas ainda está por produzir todas as consequências judiciais possíveis. Tais notícias incidem sobre o núcleo do arranjo de poder instituído após o afastamento de Dilma Rousseff (PT). É cedo para prever o desdobramento das denúncias, mas seria grande surpresa se a crise política aberta pela Lava Jato se esgotasse nas engrenagens do poder petista no governo federal. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
A sangria continuaVoltam-se contra o ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB), as mais novas suspeitas originadas da Operação Lava Jato. Como noticiou a Folha no domingo (7), executivos da Odebrecht afirmam em pré-delação que a empreiteira teria destinado R$ 23 milhões ao caixa dois da campanha do tucano à Presidência em 2010. Corrigida pela inflação, a cifra hoje equivale a R$ 34,5 milhões. Os recursos se somariam às doações legais feitas pela empreiteira —correspondentes a 10%, apenas, do canalizado de modo não oficial. Trata-se, como vale sempre ressalvar em notícias desse tipo, de informação ainda a ser formalizada judicialmente. As declarações dos executivos foram feitas a investigadores da Lava Jato em processo de negociação com vistas a acordo de delação premiada. A homologação do acordo pressupõe que as autoridades contarão, a partir dele, com indícios suficientemente definidos para prosseguir com as investigações. Será necessário apurar se há provas capazes de conduzir o caso para denúncias mais graves de corrupção, ou se o episódio irá limitar-se a uma denúncia de crime eleitoral. Cumpre, evidentemente, dar celeridade ao processo, que se soma a uma extensa pauta de suspeitas, denúncias e declarações com potencial para atingir políticos de quase todos os partidos. A revista "Veja", por exemplo, noticiou que, ainda segundo diretores da Odebrecht, o então vice-presidente Michel Temer teria solicitado R$ 10 milhões ao presidente da empreiteira. O montante teria sido destinado a campanhas eleitorais e repassado ao atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS), e ao presidente da Fiesp, Paulo Skaf (PMDB), que disputava o governo estadual de São Paulo em 2014. Ainda se está distante, porém, da nitidez do caso das gravações que culminou no afastamento de outro ministro do governo interino de Michel Temer (PMDB), o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que ocupava a pasta do Planejamento. Em conversa com o empresário Sérgio Machado, antes de iniciar-se o impeachment, Jucá manifestava sua preocupação com o andamento da Lava Jato, cogitando de que modo a "sangria" poderia ser estancada. A delação de Machado já foi homologada, mas ainda está por produzir todas as consequências judiciais possíveis. Tais notícias incidem sobre o núcleo do arranjo de poder instituído após o afastamento de Dilma Rousseff (PT). É cedo para prever o desdobramento das denúncias, mas seria grande surpresa se a crise política aberta pela Lava Jato se esgotasse nas engrenagens do poder petista no governo federal. editoriais@grupofolha.com.br
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Como o Facebook pretende lidar com notícias falsas
O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou planos para combater a circulação de notícias falsas na rede social. O Facebook foi alvo de polêmica após a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, quando usuários, pesquisadores e colunistas de jornais americanos afirmaram que notícias falsas sobre os candidatos podem ter influenciado a escolha dos eleitores. Os críticos afirmam ainda que a empresa não toma providências suficientes para impedir que grupos políticos espalhem boatos na rede. Na noite do último sábado, Zuckerberg disse, novamente em uma publicação em seu perfil na rede social, que a empresa "trabalha com esse problema há muito tempo e leva essa responsabilidade a sério". Mas ele afirmou também que o tema é "complexo, tecnicamente e filosoficamente", já que o Facebook não quer desestimular o compartilhamento de opiniões ou tornar-se "árbitro da verdade". PROPOSTAS O CEO disse ainda que a empresa desenvolve sete propostas para combater a desinformação de maneira mais eficiente: "Algumas dessas ideias irão funcionar e outras não, mas quero que vocês saibam que sempre levamos isso a sério, entendemos a importância deste assunto para nossa comunidade e estamos determinados a resolver isso", afirmou o empresário. A controvérsia mostra que, com mais poder, empresas como o Facebook terão suas práticas cada vez mais questionadas, diz o analista de tecnologia da BBC Dave Lee. E precisam saber responder a estes questionamentos. "Há um abismo de prestação de contas entre o que as empresas de tecnologia fazem e o que permitem que o público fique sabendo. Não dá mais para Zuckerberg negar um problema e esperar que as pessoas simplesmente acreditem na palavra dele", afirma. "As ambições globais de Zuckerberg dependerão da sua habilidade de ser um político astuto. A polêmica das notícias falsas foi um teste importante e ele não se saiu bem - arrastando o assunto por mais de uma semana." Zuckerberg chegou a responder às acusações dizendo que a ideia de que notícias falsas na rede social teriam influenciado as eleições era "bem maluca" em uma conferência de tecnologia na Califórnia. E afirmou, em seu perfil, que 99% do conteúdo noticioso que circula no site é "autêntico". Na mensagem deste sábado, ele voltou a afirmar que "o percentual de desinformação é relativamente pequeno". Mas após suas declarações iniciais, o site Buzzfeed noticiou que funcionários do Facebook, insatisfeitos com a resposta do fundador da empresa, criaram uma força-tarefa informal para abordar o problema. O site também publicou um levantamento mostrando que notícias falsas tiveram maior engajamento (participação) no site do que as verdadeiras nos três meses anteriores à eleição. O número de sites de notícias falsas têm aumentado por causa dos lucros que podem ser obtidos com a venda de anúncios publicitários nestas páginas. Alguns passam do conteúdo humorístico e satírico para invenções mais elaboradas porque acreditam que este conteúdo tende a ser mais compartilhado nas redes sociais - o que, por sua vez, gera mais acesso ao site. Uma das reportagens mais compartilhadas no Facebook durante o período eleitoral americano, por exemplo, dizia que o papa Francisco declarou publicamente seu apoio a Donald Trump, algo que não ocorreu. Na última segunda-feira (14), o Google anunciou que faria mais para impedir que sites de notícias falsas ganhem dinheiro através de anúncios em seu buscador. Em seguida, o Facebook fez uma restrição semelhante ao uso de seu sistema de anúncios.
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Como o Facebook pretende lidar com notícias falsasO fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou planos para combater a circulação de notícias falsas na rede social. O Facebook foi alvo de polêmica após a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, quando usuários, pesquisadores e colunistas de jornais americanos afirmaram que notícias falsas sobre os candidatos podem ter influenciado a escolha dos eleitores. Os críticos afirmam ainda que a empresa não toma providências suficientes para impedir que grupos políticos espalhem boatos na rede. Na noite do último sábado, Zuckerberg disse, novamente em uma publicação em seu perfil na rede social, que a empresa "trabalha com esse problema há muito tempo e leva essa responsabilidade a sério". Mas ele afirmou também que o tema é "complexo, tecnicamente e filosoficamente", já que o Facebook não quer desestimular o compartilhamento de opiniões ou tornar-se "árbitro da verdade". PROPOSTAS O CEO disse ainda que a empresa desenvolve sete propostas para combater a desinformação de maneira mais eficiente: "Algumas dessas ideias irão funcionar e outras não, mas quero que vocês saibam que sempre levamos isso a sério, entendemos a importância deste assunto para nossa comunidade e estamos determinados a resolver isso", afirmou o empresário. A controvérsia mostra que, com mais poder, empresas como o Facebook terão suas práticas cada vez mais questionadas, diz o analista de tecnologia da BBC Dave Lee. E precisam saber responder a estes questionamentos. "Há um abismo de prestação de contas entre o que as empresas de tecnologia fazem e o que permitem que o público fique sabendo. Não dá mais para Zuckerberg negar um problema e esperar que as pessoas simplesmente acreditem na palavra dele", afirma. "As ambições globais de Zuckerberg dependerão da sua habilidade de ser um político astuto. A polêmica das notícias falsas foi um teste importante e ele não se saiu bem - arrastando o assunto por mais de uma semana." Zuckerberg chegou a responder às acusações dizendo que a ideia de que notícias falsas na rede social teriam influenciado as eleições era "bem maluca" em uma conferência de tecnologia na Califórnia. E afirmou, em seu perfil, que 99% do conteúdo noticioso que circula no site é "autêntico". Na mensagem deste sábado, ele voltou a afirmar que "o percentual de desinformação é relativamente pequeno". Mas após suas declarações iniciais, o site Buzzfeed noticiou que funcionários do Facebook, insatisfeitos com a resposta do fundador da empresa, criaram uma força-tarefa informal para abordar o problema. O site também publicou um levantamento mostrando que notícias falsas tiveram maior engajamento (participação) no site do que as verdadeiras nos três meses anteriores à eleição. O número de sites de notícias falsas têm aumentado por causa dos lucros que podem ser obtidos com a venda de anúncios publicitários nestas páginas. Alguns passam do conteúdo humorístico e satírico para invenções mais elaboradas porque acreditam que este conteúdo tende a ser mais compartilhado nas redes sociais - o que, por sua vez, gera mais acesso ao site. Uma das reportagens mais compartilhadas no Facebook durante o período eleitoral americano, por exemplo, dizia que o papa Francisco declarou publicamente seu apoio a Donald Trump, algo que não ocorreu. Na última segunda-feira (14), o Google anunciou que faria mais para impedir que sites de notícias falsas ganhem dinheiro através de anúncios em seu buscador. Em seguida, o Facebook fez uma restrição semelhante ao uso de seu sistema de anúncios.
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Institutos de pesquisa são contestados às vésperas de primárias na Argentina
Uma chuva de pesquisas eleitorais chega a público na Argentina, faltando menos de uma semana para as primárias em que serão definidos os candidatos que vão concorrer à Presidência do país. Mas, neste momento, os institutos de pesquisa também estão sendo postos à prova no país. Na última quinta (30), a Justiça eleitoral alertou os institutos para a obrigação de informar os dados técnicos dos levantamentos, assim como seus contratantes. A norma é semelhante à exigida no Brasil, mas, segundo a Câmara Nacional Eleitoral da Argentina, não estava sendo cumprida. Apenas 8 dos 35 institutos registrados informaram à autoridade os levantamentos que fizeram nas eleições deste ano. Políticos que se sentiram prejudicados por pesquisas de intenção de voto recentes colocaram em xeque a honestidade de algumas sondagens eleitorais. A crítica apareceu após a eleição na cidade de Buenos Aires, há duas semanas. As pesquisas apontavam que o PRO de Mauricio Macri, atual chefe de governo da capital, venceria com folga a eleição, com uma vantagem de mais dez pontos percentuais. O resultado, porém, mostrou que a disputa foi acirrada, com o segundo colocado, Martin Lousteau, apenas três pontos atrás do vencedor. A deputada Elisa Carrió, apoiadora de Lousteau, chegou a afirmar que os pesquisadores deveriam ir presos. E o deputado Roy Cortina, que chefiou sua campanha, propôs um projeto de lei para proibir a divulgação de pesquisas nos 15 dias antes da eleição, com o objetivo de evitar a manipulação do eleitorado. "As pesquisas podem influir, mas não manipular a opinião das pessoas", afirma o sociólogo Jorge Giacobbe Filho, diretor do instituto Giacobbe y Asociados, que faz pesquisas eleitorais. "O problema não é perguntar, é mentir." Segundo ele, a questão a ser coibida é o "nível de corrupção de alguns pesquisadores", que apresentam trabalhos ao gosto do freguês. "Quando o kirchnerismo chegou ao poder, alguns institutos simpáticos ao governo chegaram a verificar uma popularidade de 92% do ex-presidente Néstor Kirchner. Nós medimos a popularidade do papa Francisco e ele tem 88%. Seria Kirchner mais popular que Francisco?", questiona. "Isso prejudica os institutos de pesquisa sérios, que são colocados no mesmo saco quando essa discussão começa", diz. Neste domingo (2), pesquisa de um outro instituto, a Poliarquía, divulgada no jornal "La Nación", indica que o candidato do governo de Cristina Kirchner leva vantagem entre o eleitorado. Daniel Scioli teria entre 38% e 41% das intenções de voto, seguido por Macri, com 26% a 29%, e Sergio Massa, com 14% a 17%. A pesquisa foi feita entre o dia 22 e a última quinta (30).
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Institutos de pesquisa são contestados às vésperas de primárias na ArgentinaUma chuva de pesquisas eleitorais chega a público na Argentina, faltando menos de uma semana para as primárias em que serão definidos os candidatos que vão concorrer à Presidência do país. Mas, neste momento, os institutos de pesquisa também estão sendo postos à prova no país. Na última quinta (30), a Justiça eleitoral alertou os institutos para a obrigação de informar os dados técnicos dos levantamentos, assim como seus contratantes. A norma é semelhante à exigida no Brasil, mas, segundo a Câmara Nacional Eleitoral da Argentina, não estava sendo cumprida. Apenas 8 dos 35 institutos registrados informaram à autoridade os levantamentos que fizeram nas eleições deste ano. Políticos que se sentiram prejudicados por pesquisas de intenção de voto recentes colocaram em xeque a honestidade de algumas sondagens eleitorais. A crítica apareceu após a eleição na cidade de Buenos Aires, há duas semanas. As pesquisas apontavam que o PRO de Mauricio Macri, atual chefe de governo da capital, venceria com folga a eleição, com uma vantagem de mais dez pontos percentuais. O resultado, porém, mostrou que a disputa foi acirrada, com o segundo colocado, Martin Lousteau, apenas três pontos atrás do vencedor. A deputada Elisa Carrió, apoiadora de Lousteau, chegou a afirmar que os pesquisadores deveriam ir presos. E o deputado Roy Cortina, que chefiou sua campanha, propôs um projeto de lei para proibir a divulgação de pesquisas nos 15 dias antes da eleição, com o objetivo de evitar a manipulação do eleitorado. "As pesquisas podem influir, mas não manipular a opinião das pessoas", afirma o sociólogo Jorge Giacobbe Filho, diretor do instituto Giacobbe y Asociados, que faz pesquisas eleitorais. "O problema não é perguntar, é mentir." Segundo ele, a questão a ser coibida é o "nível de corrupção de alguns pesquisadores", que apresentam trabalhos ao gosto do freguês. "Quando o kirchnerismo chegou ao poder, alguns institutos simpáticos ao governo chegaram a verificar uma popularidade de 92% do ex-presidente Néstor Kirchner. Nós medimos a popularidade do papa Francisco e ele tem 88%. Seria Kirchner mais popular que Francisco?", questiona. "Isso prejudica os institutos de pesquisa sérios, que são colocados no mesmo saco quando essa discussão começa", diz. Neste domingo (2), pesquisa de um outro instituto, a Poliarquía, divulgada no jornal "La Nación", indica que o candidato do governo de Cristina Kirchner leva vantagem entre o eleitorado. Daniel Scioli teria entre 38% e 41% das intenções de voto, seguido por Macri, com 26% a 29%, e Sergio Massa, com 14% a 17%. A pesquisa foi feita entre o dia 22 e a última quinta (30).
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'Seria vergonhoso se o capitalismo destruísse o graffiti', diz Banksy
Em rara entrevista, o artista Banksy falou ao jornal britânico "The Guardian" sobre sua nova instalação: Dismaland, um parque de diversões de 10 mil metros quadrados repleto de obras de artistas contemporâneos, instalado no litoral da Inglaterra. A publicação fez perguntas simples ao artista, reconhecido mundialmente por seus graffitis e intervenções provocadoras em espaços urbanos. Em uma das perguntas, o jornal o questionou se, ao criar Dismaland, estaria dando as costas para a arte de rua: "Para esse show, sim". Banksy disse "não pensar muito" sobre a venda de trabalhos seus, retirados das ruas, no mercado de arte. "Quando você pinta ilegalmente, tem que encarar muitas coisas —câmeras, policiais, a vigia da vizinhança, bêbados jogando garrafas na sua cabeça—, então colocar 'especuladores de arte predatórios' nessa mistura só torna as coisas mais difíceis. O graffiti é uma importante e válida forma de arte, seria vergonhoso que fosse destruído pelo capitalismo." Sobre Dismaland, explicou que, "na essência", é um "festival de artes, diversões e anarquismo para iniciantes". Disse, ainda, se tratar de um parque temático para aqueles que não têm franquias, com franquias disponíveis. "É um parque temático cujo maior tema é —parques temáticos deveriam abranger temas maiores." Dismaland Disse, também, que o questionamento que fica não é "qual o sentido da arte hoje?", mas "qual o sentido em perguntar qual o sentido da arte hoje?". Dismaland começa a receber o público no sábado (22) em Somerset, no litoral oeste da Inglaterra. O local, abandonado até ser encontrado por Banksy no início deste ano, reúne 58 instalações artísticas de nomes como Damien Hirst e Jenny Holzer. O nome do parque faz um trocadilho com a palavra "dismal" (sombrio, em inglês). Sobre a escolha do local, afastado do circuito de grandes galerias, Banksy diz enxergar uma vantagem, uma vez que só estará "competindo com burros". "Penso que um museu é um lugar ruim para se olhar para arte; o pior contexto para uma obra de arte é outra obra de arte", afirmou.
ilustrada
'Seria vergonhoso se o capitalismo destruísse o graffiti', diz BanksyEm rara entrevista, o artista Banksy falou ao jornal britânico "The Guardian" sobre sua nova instalação: Dismaland, um parque de diversões de 10 mil metros quadrados repleto de obras de artistas contemporâneos, instalado no litoral da Inglaterra. A publicação fez perguntas simples ao artista, reconhecido mundialmente por seus graffitis e intervenções provocadoras em espaços urbanos. Em uma das perguntas, o jornal o questionou se, ao criar Dismaland, estaria dando as costas para a arte de rua: "Para esse show, sim". Banksy disse "não pensar muito" sobre a venda de trabalhos seus, retirados das ruas, no mercado de arte. "Quando você pinta ilegalmente, tem que encarar muitas coisas —câmeras, policiais, a vigia da vizinhança, bêbados jogando garrafas na sua cabeça—, então colocar 'especuladores de arte predatórios' nessa mistura só torna as coisas mais difíceis. O graffiti é uma importante e válida forma de arte, seria vergonhoso que fosse destruído pelo capitalismo." Sobre Dismaland, explicou que, "na essência", é um "festival de artes, diversões e anarquismo para iniciantes". Disse, ainda, se tratar de um parque temático para aqueles que não têm franquias, com franquias disponíveis. "É um parque temático cujo maior tema é —parques temáticos deveriam abranger temas maiores." Dismaland Disse, também, que o questionamento que fica não é "qual o sentido da arte hoje?", mas "qual o sentido em perguntar qual o sentido da arte hoje?". Dismaland começa a receber o público no sábado (22) em Somerset, no litoral oeste da Inglaterra. O local, abandonado até ser encontrado por Banksy no início deste ano, reúne 58 instalações artísticas de nomes como Damien Hirst e Jenny Holzer. O nome do parque faz um trocadilho com a palavra "dismal" (sombrio, em inglês). Sobre a escolha do local, afastado do circuito de grandes galerias, Banksy diz enxergar uma vantagem, uma vez que só estará "competindo com burros". "Penso que um museu é um lugar ruim para se olhar para arte; o pior contexto para uma obra de arte é outra obra de arte", afirmou.
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Palco não dá mais, eu fico cansada, diz Rita Lee em lançamento de biografia
Com uma blusa psicodélica e um All Star personalizado, Rita Lee, 68, causa comoção ao chegar à Livraria Cultura do Conjunto Nacional para a tarde de autógrafos de sua autobiografia, nesta quarta (16). É sua primeira aparição para o público desde 2013, quando se apresentou no vale do Anhangabaú no aniversário de São Paulo. Aos gritos de "Rita, eu te amo!", ela se senta para receber os fãs em um evento de cheio de regras. Só 300 serão atendidos, não é permitido tirar selfies e ela não vai dar entrevista aos jornalistas. A artista se posiciona já ansiosa: masca um chiclete e balança as perninhas inquietas. Do lado de fora, a fila chega à calçada do Conjunto Nacional, na avenida Paulista. Um dos primeiros da espera é o produtor de teatro Rodrigo de Oliveira, que chegou às 5h30. O evento estava marcado para as 17h. "Cinco e meia???", se surpreende a cantora. "Você fez xixi? Foi no banheiro?", pergunta, enquanto carimba o livro com um marcador personalizado em formato de disco voador. Ela mandou fazer três só para o evento: o que tem forma de óvni, uma casinha e um animal parecido com um dinossauro. Os músicos Branco Mello e Sérgio Britto, dos Titãs, cortam a fila e abraçam a cantora. "É a melhor banda de todas!", diz Rita para a pequena multidão formada na livraria. BUMBUM Rita Cadillac chega depois do apresentador Ronnie Von com um poodle preto no colo. A outra Rita, que lança o livro, se levanta para fazer carinho no cachorro e pergunta no ouvido da dançarina se pode pegar no bumbum dela. "Seeempre", diz Cadillac. Lee apalpa e "encoxa" a xará para fotos. A atriz Mel Lisboa, que interpretou a cantora no teatro, aguarda sua vez enquanto a fila de anônimos, que já começa a ficar impaciente, segue. Há uma mistura de jovens e pessoas de cabelos brancos. A cantora reconhece uma das grisalhas: a mineira Daura Guimarães, que trouxe uma estátua de santo para o altarzinho da cantora, onde já há uma bola de cristal, uma pirâmide e uma Nossa Senhora. "Da outra vez você me trouxe um pão de queijo, não foi?", lembra a roqueira. "Hoje ela não fez, mas toda vez ela pega na minha mão e diz que pareço com a mãe dela", conta Daura. Uma pequena multidão de fãs que não conseguiram pegar uma senha observa do outro lado da livraria e grita toda vez que alguém atrapalha sua linha de visão. JUSTIN BIEBER "Eu achava que era só com o Justin Bieber que acontecia essa gritaria hoje em dia", diz o artista plástico Antonio Lee, filho de Rita, que acompanha a movimentação em um cantinho. "Me surpreendi com a forma como ela contou com tanta riqueza as histórias que a gente já conhecia", diz ele sobre a obra, publicada pela Globo Livros. "A família toda ficou muito feliz com ela conseguir publicar. Ela mesma me disse que ficou impressionada com a quantidade de coisas que ela conseguiu lembrar", conta o filho. O jornalista Jonatan Alkalay, 42, se emociona ao chegar sua vez. Ele veio do Texas (EUA), onde mora, só para o evento. Pede que Rita grave mais um disco. "Faço, faço, disco eu faço! Só palco é que não dá mais, eu fico cansada", responde a roqueira.
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Palco não dá mais, eu fico cansada, diz Rita Lee em lançamento de biografiaCom uma blusa psicodélica e um All Star personalizado, Rita Lee, 68, causa comoção ao chegar à Livraria Cultura do Conjunto Nacional para a tarde de autógrafos de sua autobiografia, nesta quarta (16). É sua primeira aparição para o público desde 2013, quando se apresentou no vale do Anhangabaú no aniversário de São Paulo. Aos gritos de "Rita, eu te amo!", ela se senta para receber os fãs em um evento de cheio de regras. Só 300 serão atendidos, não é permitido tirar selfies e ela não vai dar entrevista aos jornalistas. A artista se posiciona já ansiosa: masca um chiclete e balança as perninhas inquietas. Do lado de fora, a fila chega à calçada do Conjunto Nacional, na avenida Paulista. Um dos primeiros da espera é o produtor de teatro Rodrigo de Oliveira, que chegou às 5h30. O evento estava marcado para as 17h. "Cinco e meia???", se surpreende a cantora. "Você fez xixi? Foi no banheiro?", pergunta, enquanto carimba o livro com um marcador personalizado em formato de disco voador. Ela mandou fazer três só para o evento: o que tem forma de óvni, uma casinha e um animal parecido com um dinossauro. Os músicos Branco Mello e Sérgio Britto, dos Titãs, cortam a fila e abraçam a cantora. "É a melhor banda de todas!", diz Rita para a pequena multidão formada na livraria. BUMBUM Rita Cadillac chega depois do apresentador Ronnie Von com um poodle preto no colo. A outra Rita, que lança o livro, se levanta para fazer carinho no cachorro e pergunta no ouvido da dançarina se pode pegar no bumbum dela. "Seeempre", diz Cadillac. Lee apalpa e "encoxa" a xará para fotos. A atriz Mel Lisboa, que interpretou a cantora no teatro, aguarda sua vez enquanto a fila de anônimos, que já começa a ficar impaciente, segue. Há uma mistura de jovens e pessoas de cabelos brancos. A cantora reconhece uma das grisalhas: a mineira Daura Guimarães, que trouxe uma estátua de santo para o altarzinho da cantora, onde já há uma bola de cristal, uma pirâmide e uma Nossa Senhora. "Da outra vez você me trouxe um pão de queijo, não foi?", lembra a roqueira. "Hoje ela não fez, mas toda vez ela pega na minha mão e diz que pareço com a mãe dela", conta Daura. Uma pequena multidão de fãs que não conseguiram pegar uma senha observa do outro lado da livraria e grita toda vez que alguém atrapalha sua linha de visão. JUSTIN BIEBER "Eu achava que era só com o Justin Bieber que acontecia essa gritaria hoje em dia", diz o artista plástico Antonio Lee, filho de Rita, que acompanha a movimentação em um cantinho. "Me surpreendi com a forma como ela contou com tanta riqueza as histórias que a gente já conhecia", diz ele sobre a obra, publicada pela Globo Livros. "A família toda ficou muito feliz com ela conseguir publicar. Ela mesma me disse que ficou impressionada com a quantidade de coisas que ela conseguiu lembrar", conta o filho. O jornalista Jonatan Alkalay, 42, se emociona ao chegar sua vez. Ele veio do Texas (EUA), onde mora, só para o evento. Pede que Rita grave mais um disco. "Faço, faço, disco eu faço! Só palco é que não dá mais, eu fico cansada", responde a roqueira.
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Polícia do Rio conclui que nadadores americanos não foram assaltados
A Polícia do Rio concluiu a investigação sobre o suposto assalto a quatro nadadores americanos, entre eles, o campeão do revezamento 4x200 por equipes, Ryan Lochte. A Folha apurou que os policiais acreditam que os atletas se envolveram em uma briga quando retornavam à Vila Olímpica, na manhã de domingo (14), e que não houve um assalto.O grupo deixou a Casa da França, na Lagoa, zona sul do Rio, por volta das 5h45 da manhã. No caminho para o alojamento, o táxi em que eles estavam parou num posto de gasolina para que um dos atletas fosse ao banheiro.De acordo com a investigação da Polícia do Rio, um dos nadadores danificou uma porta da loja de conveniência do posto. Houve então uma discussão com os funcionários e seguranças do local. Policiais militares foram acionados para tentar solucionar confusão.
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Polícia do Rio conclui que nadadores americanos não foram assaltadosA Polícia do Rio concluiu a investigação sobre o suposto assalto a quatro nadadores americanos, entre eles, o campeão do revezamento 4x200 por equipes, Ryan Lochte. A Folha apurou que os policiais acreditam que os atletas se envolveram em uma briga quando retornavam à Vila Olímpica, na manhã de domingo (14), e que não houve um assalto.O grupo deixou a Casa da França, na Lagoa, zona sul do Rio, por volta das 5h45 da manhã. No caminho para o alojamento, o táxi em que eles estavam parou num posto de gasolina para que um dos atletas fosse ao banheiro.De acordo com a investigação da Polícia do Rio, um dos nadadores danificou uma porta da loja de conveniência do posto. Houve então uma discussão com os funcionários e seguranças do local. Policiais militares foram acionados para tentar solucionar confusão.
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Presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques pede demissão
A presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, pediu demissão nesta sexta (26). Ela foi indicada ao cargo pelo presidente Michel Temer. Em carta enviada aos funcionários, ela justifica que seu afastamento acontece por "razões pessoais". "Deixo a presidência do BNDES por razões pessoais, com orgulho de ter feito parte da história dessa instituição tão importante para o desenvolvimento do país." Segundo Maria Silvia, os diretores do banco vão permanecer no cargo, e o diretor Ricardo Ramos, funcionário de carreira, assumirá a presidência interina do banco. Em nota, Temer disse que a executiva despolitizou as relações entre o banco estatal e o setor empresarial. A interlocutores, ela já vinha expressando descontentamento há cerca de dois meses. Maria Silvia vinha sendo criticada por setores empresariais por reduzir os financiamentos do banco. Após a divulgação de seu pedido de demissão, contudo, algumas associações lamentaram sua saída. Já a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) não comentou. Além da pressão externa, ela passou a sofrer uma forte pressão interna após Operação Bullish da Polícia Federal, que investiga aportes feitos pelo pelo braço de participações do banco, o BNDESPar, na JBS, levar coercitivamente para depor mais de 30 funcionários do banco. No dia 16 de maio, o banco instaurou uma comissão interna para apurar as denúncias. Os funcionários criticaram Maria Silvia por não ter feito, na visão deles, uma "defesa contundente" da instituição no caso. Insatisfeitos com o que consideraram tímida reação da direção em defesa de técnicos e analistas, centenas de funcionários se reuniram no auditório do banco. Maria Silvia só lançou nota no fim daquele dia e a comunicação com os funcionários foi fria, segundo apurou a Folha. O clima interno piorou depois que o presidente Michel Temer afirmou, em pronunciamento no último sábado (20), que Maria Silvia estava "moralizando o BNDES". O discurso enfureceu funcionários, que consideraram que o silêncio da presidente chancelava as acusações. Nesta quinta (25), a associação de funcionários do BNDES distribuiu uma nota em que criticava as acusações da Policia Federal e do TCU (Tribunal de Contas da União). "Não há nenhuma 'moralização' ocorrendo no processo de nomeação de conselheiros em empresas investidas da BNDESPar. Os empregados do BNDES indicados para conselhos de administração ou fiscal das empresas investidas pelo Banco não recebem remuneração no exercício dessa atividade", afirmou a nota. Setores do governo também vinham pressionando pela saída de Maria Silvia, embora publicamente ela dissesse ter apoio de Temer e que continuaria no cargo. Maria Silvia tomou posse como presidente do banco em 1º de junho de 2016. O foco da sua gestão vinha sendo revisar as políticas de concessão de financiamentos do banco, o que vinha irritando empresários, que reclamavam da queda de financiamentos liberados pela instituição. A relação do BNDES com a JBS também vem sendo investigada pela Lava Jato, após Joesley Batista, dono da empresa, ter admitido em delação premiada ter pago propina a políticos em troca de financiamento do banco, entre outros favores. Esses aportes teriam ocorrido nas gestões anteriores à de Maria Silvia. Em sua delação, Joesley também acusou Temer de receber propina. O empresário também gravou conversa com o presidente. A divulgação do áudio e do depoimento do empresário deflagraram uma crise política que desestabilizou o governo. Maria Silvia foi a primeira mulher a ocupar o cargo. Veja abaixo a íntegra da carta: Prezados benedenses Nesta sexta-feira, 26 de maio, informei pessoalmente ao presidente Michel Temer a minha decisão de deixar a presidência do BNDES. Todos os diretores permanecem no cargo e o diretor Ricardo Ramos, pertencente ao quadro de carreira do BNDES, responderá interinamente pela presidência do Banco. Deixo a presidência do BNDES por razões pessoais, com orgulho de ter feito parte da história dessa instituição tão importante para o desenvolvimento do país. Nas duas passagens que tive pelo Banco, como diretora, nos anos 90, e agora, como presidente, vivi experiências desafiadoras e de grande importância para a minha vida profissional e pessoal. Neste ano à frente da diretoria do BNDES busquei olhar para o futuro, estabelecendo novos modelos de negócios e estratégias para o Banco, sem descuidar do passado e do presente, sempre tendo em mente preservar e fortalecer a instituição e seu corpo funcional. Desejo boa sorte a todos, esperando que sigam trabalhando para que o BNDES continue sendo o Banco que há 65 anos faz diferença na vida dos brasileiros. Um grande abraço Maria Silvia Com reportagem de São Paulo
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Presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques pede demissãoA presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, pediu demissão nesta sexta (26). Ela foi indicada ao cargo pelo presidente Michel Temer. Em carta enviada aos funcionários, ela justifica que seu afastamento acontece por "razões pessoais". "Deixo a presidência do BNDES por razões pessoais, com orgulho de ter feito parte da história dessa instituição tão importante para o desenvolvimento do país." Segundo Maria Silvia, os diretores do banco vão permanecer no cargo, e o diretor Ricardo Ramos, funcionário de carreira, assumirá a presidência interina do banco. Em nota, Temer disse que a executiva despolitizou as relações entre o banco estatal e o setor empresarial. A interlocutores, ela já vinha expressando descontentamento há cerca de dois meses. Maria Silvia vinha sendo criticada por setores empresariais por reduzir os financiamentos do banco. Após a divulgação de seu pedido de demissão, contudo, algumas associações lamentaram sua saída. Já a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) não comentou. Além da pressão externa, ela passou a sofrer uma forte pressão interna após Operação Bullish da Polícia Federal, que investiga aportes feitos pelo pelo braço de participações do banco, o BNDESPar, na JBS, levar coercitivamente para depor mais de 30 funcionários do banco. No dia 16 de maio, o banco instaurou uma comissão interna para apurar as denúncias. Os funcionários criticaram Maria Silvia por não ter feito, na visão deles, uma "defesa contundente" da instituição no caso. Insatisfeitos com o que consideraram tímida reação da direção em defesa de técnicos e analistas, centenas de funcionários se reuniram no auditório do banco. Maria Silvia só lançou nota no fim daquele dia e a comunicação com os funcionários foi fria, segundo apurou a Folha. O clima interno piorou depois que o presidente Michel Temer afirmou, em pronunciamento no último sábado (20), que Maria Silvia estava "moralizando o BNDES". O discurso enfureceu funcionários, que consideraram que o silêncio da presidente chancelava as acusações. Nesta quinta (25), a associação de funcionários do BNDES distribuiu uma nota em que criticava as acusações da Policia Federal e do TCU (Tribunal de Contas da União). "Não há nenhuma 'moralização' ocorrendo no processo de nomeação de conselheiros em empresas investidas da BNDESPar. Os empregados do BNDES indicados para conselhos de administração ou fiscal das empresas investidas pelo Banco não recebem remuneração no exercício dessa atividade", afirmou a nota. Setores do governo também vinham pressionando pela saída de Maria Silvia, embora publicamente ela dissesse ter apoio de Temer e que continuaria no cargo. Maria Silvia tomou posse como presidente do banco em 1º de junho de 2016. O foco da sua gestão vinha sendo revisar as políticas de concessão de financiamentos do banco, o que vinha irritando empresários, que reclamavam da queda de financiamentos liberados pela instituição. A relação do BNDES com a JBS também vem sendo investigada pela Lava Jato, após Joesley Batista, dono da empresa, ter admitido em delação premiada ter pago propina a políticos em troca de financiamento do banco, entre outros favores. Esses aportes teriam ocorrido nas gestões anteriores à de Maria Silvia. Em sua delação, Joesley também acusou Temer de receber propina. O empresário também gravou conversa com o presidente. A divulgação do áudio e do depoimento do empresário deflagraram uma crise política que desestabilizou o governo. Maria Silvia foi a primeira mulher a ocupar o cargo. Veja abaixo a íntegra da carta: Prezados benedenses Nesta sexta-feira, 26 de maio, informei pessoalmente ao presidente Michel Temer a minha decisão de deixar a presidência do BNDES. Todos os diretores permanecem no cargo e o diretor Ricardo Ramos, pertencente ao quadro de carreira do BNDES, responderá interinamente pela presidência do Banco. Deixo a presidência do BNDES por razões pessoais, com orgulho de ter feito parte da história dessa instituição tão importante para o desenvolvimento do país. Nas duas passagens que tive pelo Banco, como diretora, nos anos 90, e agora, como presidente, vivi experiências desafiadoras e de grande importância para a minha vida profissional e pessoal. Neste ano à frente da diretoria do BNDES busquei olhar para o futuro, estabelecendo novos modelos de negócios e estratégias para o Banco, sem descuidar do passado e do presente, sempre tendo em mente preservar e fortalecer a instituição e seu corpo funcional. Desejo boa sorte a todos, esperando que sigam trabalhando para que o BNDES continue sendo o Banco que há 65 anos faz diferença na vida dos brasileiros. Um grande abraço Maria Silvia Com reportagem de São Paulo
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'Michelin' francês dá terceira estrela ao chef e empresário Alain Ducasse
O guia "Michelin" premiou com sua cobiçada terceira estrela o restaurante Plaza Athenée, do chef e empresário Alain Ducasse e a retirou do Relais Bernard Loiseau, comandado pela viúva do famoso cozinheiro (que dá nome ao restaurante), morto em 2003. O manual francês do bem comer anunciou, nesta segunda (1o), em Paris, sua seleção de 2016 para a França, em meio à consternação causada pela morte, por aparente suicídio, de um dos chefs mais importantes do mundo, Benoît Violier. O corpo do cozinheiro franco-suíço foi encontrado neste domingo (31) em sua casa, na região de Lausanne, na Suíça. Segundo a polícia, ele teria usado uma arma de fogo em circunstâncias que ainda estão sendo investigadas. Durante a cerimônia do "Michelin", realizada em Paris, foi feito um minuto de silêncio em homenagem a Violier. A edição 2016 do guia concedeu também uma terceira estrela ao restaurante Le Cinq, comandado pelo chef Christian Le Squer, em Paris. Ducasse (que ganhou a terceira estrela) perdeu, no entanto, a máxima qualificação "Michelin" em outra de suas casas parisienses, a do famoso Hotel Meurice. O restaurante Le Relais Bernard Loiseau, de Saulieu na Borgonha, comandado pela viúva do chef –que se suicidou em 2003–, também perdeu a terceira estrela, que havia ganhado em 1991. "Estou consternada e muito decepcionada", disse Dominique Loiseau em um comunicado, antes de anunciar que colocará imediatamente suas mãos à obra para recuperá-la com sua equipe de cozinheiros, hoje chefiados por Patrick Bertron. Ainda que suicídios deixem sempre perguntas sem respostas, quando ocorreu a morte de Loiseau, muitos especularam que a possibilidade de a casa perder a terceira estrela poderia ser um dos motivos do suicídio. No caso de Benoît Violier, o Restaurant de l'Hotel de Ville, em Crissier (Suíça), manteve suas três estrelas na versão suíça do guia, publicada em novembro. O cozinheiro acabara de ser coroado, em dezembro, como o melhor chef do mundo na nova classificação gastronômica internacional La Liste, incentivada pelo governo francês e que reúne as 1.000 melhores casas do mundo.
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'Michelin' francês dá terceira estrela ao chef e empresário Alain DucasseO guia "Michelin" premiou com sua cobiçada terceira estrela o restaurante Plaza Athenée, do chef e empresário Alain Ducasse e a retirou do Relais Bernard Loiseau, comandado pela viúva do famoso cozinheiro (que dá nome ao restaurante), morto em 2003. O manual francês do bem comer anunciou, nesta segunda (1o), em Paris, sua seleção de 2016 para a França, em meio à consternação causada pela morte, por aparente suicídio, de um dos chefs mais importantes do mundo, Benoît Violier. O corpo do cozinheiro franco-suíço foi encontrado neste domingo (31) em sua casa, na região de Lausanne, na Suíça. Segundo a polícia, ele teria usado uma arma de fogo em circunstâncias que ainda estão sendo investigadas. Durante a cerimônia do "Michelin", realizada em Paris, foi feito um minuto de silêncio em homenagem a Violier. A edição 2016 do guia concedeu também uma terceira estrela ao restaurante Le Cinq, comandado pelo chef Christian Le Squer, em Paris. Ducasse (que ganhou a terceira estrela) perdeu, no entanto, a máxima qualificação "Michelin" em outra de suas casas parisienses, a do famoso Hotel Meurice. O restaurante Le Relais Bernard Loiseau, de Saulieu na Borgonha, comandado pela viúva do chef –que se suicidou em 2003–, também perdeu a terceira estrela, que havia ganhado em 1991. "Estou consternada e muito decepcionada", disse Dominique Loiseau em um comunicado, antes de anunciar que colocará imediatamente suas mãos à obra para recuperá-la com sua equipe de cozinheiros, hoje chefiados por Patrick Bertron. Ainda que suicídios deixem sempre perguntas sem respostas, quando ocorreu a morte de Loiseau, muitos especularam que a possibilidade de a casa perder a terceira estrela poderia ser um dos motivos do suicídio. No caso de Benoît Violier, o Restaurant de l'Hotel de Ville, em Crissier (Suíça), manteve suas três estrelas na versão suíça do guia, publicada em novembro. O cozinheiro acabara de ser coroado, em dezembro, como o melhor chef do mundo na nova classificação gastronômica internacional La Liste, incentivada pelo governo francês e que reúne as 1.000 melhores casas do mundo.
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Como é o programa de treinamento?
O 1º Programa de Treinamento em Jornalismo de Agroindústria e Sustentabilidade da Folha é voltado a formados em qualquer área do conhecimento, não apenas jornalismo. No programa, que tem duração de cinco semanas, em tempo integral, os participantes terão aulas teóricas e exercícios práticos, como acompanhar o dia a dia da Redação e produzir reportagens. O Programa de Treinamento não é estágio e não é remunerado. As aulas acontecem entre os meses de novembro a dezembro, de segunda a sexta-feira. Para estudantes, há flexibilidade de horário. Para se inscrever, é preciso preencher um formulário com suas informações. Clique aqui para acessá-lo. As inscrições terminaram no dia 22 de outubro. Em caso de dúvidas, escreva para treina@grupofolha.com.br. O Programa de Treinamento em Jornalismo de Agroindústria e Sustentabilidade da Folha é patrocinado pela Klabin. * PERGUNTAS E RESPOSTAS Quando o programa começa? Em novembro de 2017 Quanto tempo dura? Cerca de cinco semanas. Em que dias da semana o curso vai acontecer? De segunda a sexta-feira, em período integral. Onde vai acontecer? O curso é presencial e ocorre na Redação da Folha, em São Paulo (al. Barão de Limeira, 425, Campos Elíseos). Precisa pagar para fazer o treinamento? Não, o programa é gratuito. Há alguma ajuda de custo? O programa não é remunerado, mas haverá ajuda de custo na hospedagem dos que não morarem em São Paulo. Há garantia de emprego ao final? Não, mas é costume da Redação incorporar profissionais egressos dos programas de treinamento quando há vagas no jornal. Como é o processo seletivo? Primeiro, inscreva-se preenchendo este formulário até o final. Depois, haverá fases com prova de conhecimentos gerais, entrevistas presenciais e dinâmicas de grupo.
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Como é o programa de treinamento?O 1º Programa de Treinamento em Jornalismo de Agroindústria e Sustentabilidade da Folha é voltado a formados em qualquer área do conhecimento, não apenas jornalismo. No programa, que tem duração de cinco semanas, em tempo integral, os participantes terão aulas teóricas e exercícios práticos, como acompanhar o dia a dia da Redação e produzir reportagens. O Programa de Treinamento não é estágio e não é remunerado. As aulas acontecem entre os meses de novembro a dezembro, de segunda a sexta-feira. Para estudantes, há flexibilidade de horário. Para se inscrever, é preciso preencher um formulário com suas informações. Clique aqui para acessá-lo. As inscrições terminaram no dia 22 de outubro. Em caso de dúvidas, escreva para treina@grupofolha.com.br. O Programa de Treinamento em Jornalismo de Agroindústria e Sustentabilidade da Folha é patrocinado pela Klabin. * PERGUNTAS E RESPOSTAS Quando o programa começa? Em novembro de 2017 Quanto tempo dura? Cerca de cinco semanas. Em que dias da semana o curso vai acontecer? De segunda a sexta-feira, em período integral. Onde vai acontecer? O curso é presencial e ocorre na Redação da Folha, em São Paulo (al. Barão de Limeira, 425, Campos Elíseos). Precisa pagar para fazer o treinamento? Não, o programa é gratuito. Há alguma ajuda de custo? O programa não é remunerado, mas haverá ajuda de custo na hospedagem dos que não morarem em São Paulo. Há garantia de emprego ao final? Não, mas é costume da Redação incorporar profissionais egressos dos programas de treinamento quando há vagas no jornal. Como é o processo seletivo? Primeiro, inscreva-se preenchendo este formulário até o final. Depois, haverá fases com prova de conhecimentos gerais, entrevistas presenciais e dinâmicas de grupo.
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Mercado encolhe, mas Caixa cresce e vira segundo maior banco do país
Os ativos totais do sistema financeiro nacional encolheram cerca de 3% em termos reais, descontada a inflação, no primeiro trimestre de 2016 em relação ao mesmo período de 2015. A exceção entre os grandes bancos foi a Caixa, que ampliou seus ativos em 5% acima da inflação no período, para R$ 1,24 trilhão. O desempenho fez com que a instituição ultrapassasse o Itaú-Unibanco (R$ 1,20 trilhão) e assumisse a posição de segundo maior banco do país, atrás apenas do Banco do Brasil, com R$ 1,44 trilhão. Os cálculos têm como base o levantamento do Banco Central que reúne dados de cerca de 1.500 instituições financeiras, como bancos, cooperativas de crédito, corretoras, distribuidoras de valores e empresas de leasing. O Bradesco, com R$ 924 bilhões em ativos, também subiu uma posição no ranking do BC e ultrapassou o BNDES, com R$ 922 bilhões. Um dos motivos para a queda nos ativos em termos reais foi o encolhimento de 6% no estoque de crédito do sistema financeiro, também considerando a inflação do período. A carteira de empréstimos representa 40% dos ativos. Já as provisões contra calotes, que impactam negativamente o ativo dos bancos, cresceu 13%, por causa do aumento da inadimplência. LUCRO MENOR O lucro do sistema financeiro caiu 21% no primeiro trimestre do ano passado, segundo o levantamento do BC, para R$ 18,6 bilhões. Os números não consideram a inflação superior a 9% no período. Se os valores de 2015 fossem corrigidos, a retração seria ainda maior, de quase 30%. No setor público, a queda foi de 45%, com os resultados do BB e da Caixa caindo mais de 50%. Nas instituições privadas, de 6,5%. Com isso, a participação dos bancos estatais nos ganhos do sistema financeiro caiu de 38% para 27% no período. Assim como ocorreu no primeiro trimestre de 2015, praticamente uma a cada quatro instituições registrou prejuízo nos três primeiros meses de 2016. O percentual daquelas que tiveram perdas passou de 23% para 24,5% do total. O levantamento mostra ainda que o número de instituições financeiras no país caiu de 1.533 para 1.501 nesses 12 meses.
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Mercado encolhe, mas Caixa cresce e vira segundo maior banco do paísOs ativos totais do sistema financeiro nacional encolheram cerca de 3% em termos reais, descontada a inflação, no primeiro trimestre de 2016 em relação ao mesmo período de 2015. A exceção entre os grandes bancos foi a Caixa, que ampliou seus ativos em 5% acima da inflação no período, para R$ 1,24 trilhão. O desempenho fez com que a instituição ultrapassasse o Itaú-Unibanco (R$ 1,20 trilhão) e assumisse a posição de segundo maior banco do país, atrás apenas do Banco do Brasil, com R$ 1,44 trilhão. Os cálculos têm como base o levantamento do Banco Central que reúne dados de cerca de 1.500 instituições financeiras, como bancos, cooperativas de crédito, corretoras, distribuidoras de valores e empresas de leasing. O Bradesco, com R$ 924 bilhões em ativos, também subiu uma posição no ranking do BC e ultrapassou o BNDES, com R$ 922 bilhões. Um dos motivos para a queda nos ativos em termos reais foi o encolhimento de 6% no estoque de crédito do sistema financeiro, também considerando a inflação do período. A carteira de empréstimos representa 40% dos ativos. Já as provisões contra calotes, que impactam negativamente o ativo dos bancos, cresceu 13%, por causa do aumento da inadimplência. LUCRO MENOR O lucro do sistema financeiro caiu 21% no primeiro trimestre do ano passado, segundo o levantamento do BC, para R$ 18,6 bilhões. Os números não consideram a inflação superior a 9% no período. Se os valores de 2015 fossem corrigidos, a retração seria ainda maior, de quase 30%. No setor público, a queda foi de 45%, com os resultados do BB e da Caixa caindo mais de 50%. Nas instituições privadas, de 6,5%. Com isso, a participação dos bancos estatais nos ganhos do sistema financeiro caiu de 38% para 27% no período. Assim como ocorreu no primeiro trimestre de 2015, praticamente uma a cada quatro instituições registrou prejuízo nos três primeiros meses de 2016. O percentual daquelas que tiveram perdas passou de 23% para 24,5% do total. O levantamento mostra ainda que o número de instituições financeiras no país caiu de 1.533 para 1.501 nesses 12 meses.
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Para Michel Houellebecq, França muçulmana é "bem provável"
RESUMO Escritor de língua francesa mais lido em seu país (e traduzido para dezenas de idiomas), Michel Houellebecq, autor do recente "Submissão", fala em entrevista sobre alguns dos temas prediletos de seus romances. Ele comenta a descrença dos franceses em relação aos partidos e diz temer mais a velhice do que a morte. O número do "Charlie Hebdo" que chegava às bancas no dia 7 de janeiro do ano passado tinha estampada na capa uma caricatura do escritor Michel Houellebecq, 60, como um mago, ironizando as previsões que ele fazia em seu novo romance, cujo lançamento acontecia no mesmo dia. O ataque terrorista à sede do jornal satírico naquela quarta-feira em Paris, que deixou 12 mortos, levou Houellebecq a cancelar os eventos de divulgação do livro e a se isolar, e se proteger, longe da Cidade Luz. O francês nascido na ilha de Reunião é o escritor de sua língua mais lido na França e já foi traduzido para mais de 30 idiomas –entre os quais o chinês. O romance "Partículas Elementares", de 1998, que o alçou a celebridade mundial, foi publicado em mais de 40 países. Houellebecq já foi comparado a Balzac (1799-1850), por sua afiada crítica aos costumes e à sociedade de seu tempo, a Céline (1894-1961), por seus personagens um tanto patéticos, um tanto decadentes e cínicos, e é considerado por grande parte da crítica, sobretudo a de língua inglesa, como o mais importante escritor francês contemporâneo. De certo é o mais polêmico. Seu sexto romance, "Submissão", lançado no Brasil pela Alfaguara, chegou em 2015 ao topo da lista dos mais vendidos não apenas na França como na Alemanha e na Itália. Ali, Houellebecq imagina o país elegendo, em 2022, um presidente de um partido islâmico, o fictício Fraternidade Muçulmana. Com a aproximação do fim do segundo mandato de um François Hollande hipoteticamente reeleito no pleito de 2017 (vencendo em segundo turno a Frente Nacional, de extrema-direita), a França vive –na narrativa do livro– dias de pré-guerra civil, com grupos de defesa da supremacia branca e católica enfrentando violentamente árabes, negros e muçulmanos. Por medo de uma vitória da Frente Nacional e de sua radicalização, muitos deixam o país –islâmicos e judeus. Os dois grandes partidos franceses, o Socialista de Hollande e o direitista UMP (hoje Republicanos) de Nicolas Sarkozy, unem-se em apoio ao candidato muçulmano, Mohammed Ben Abbes, que é então eleito. François Bayrou, político centrista que já foi candidato à Presidência três vezes –na vida real–, torna-se o primeiro-ministro. O que se segue são regras islâmicas impostas aos franceses, como a saída das mulheres do mercado de trabalho para se dedicarem exclusivamente à família –o que melhora o desemprego– e a transformação das universidades, antes laicas, em muçulmanas, com a exigência de que professores se convertam (em troca do que recebem significativo aumento salarial). A saída para quem declina da imposição é a aposentadoria prematura, como o faz o personagem-narrador do livro, professor de literatura. Houellebecq esteve em Porto Alegre no início de novembro para uma conferência sobre os intelectuais franceses no começo do século 21, no âmbito do ciclo Fronteiras do Pensamento. Foi ali que conversou com a Folha. Descrito certa vez pelo jornal francês "Libération" como tão alegre quanto um violoncelo, ele é um tipo franzino que aparenta timidez. Fala pouco, com longas pausas enquanto olha para cima. Sua fala é quase inaudível, ainda mais numa conversa ao ar livre como a nossa –ele queria aproveitar a "temperatura quase perfeita" daquela tarde (à beira dos 30ºC). Ao longo dos cerca de 40 minutos de entrevista, o escritor fumou diversos cigarros –amassados, tirados do bolso da calça em unidades–, que apertava com força entre os dentes e segurava entre os dedos anelar e médio. Por vezes também acionou um cigarro eletrônico. Ele falou sobre a política na França e as chances de o cenário de seu livro se concretizar, refutou as acusações de machismo e comentou seu gosto por Leonard Cohen –que dias depois morreria. * Folha - Após os atentados de 11/9, "Plataforma" foi considerado como premonitório. O senhor acredita que as eleições francesas de 2017 e 2022 podem se desenrolar como descritas em "Submissão"? Michel Houellebecq - Não, porque François Hollande caiu muito para poder se reeleger. É chocante que ele tenha caído tanto. Além disso, os muçulmanos estão extremamente longe de serem capazes de se unir, o que os deixa sem grande peso político. Vai ser preciso muito mais tempo para que possam se tornar uma força política. "Submissão" é uma crítica aos franceses, aos europeus, que cedem às imposições de um hipotético governo muçulmano em troca de dinheiro e de mulheres. Quais são suas críticas aos franceses? Eu diria que eles não aceitam buscar uma solução autônoma, o Islã é uma solução vinda de fora, que não faz parte da nossa história. Podíamos tentar achar um outro modo de vida, mais pessoal. Não sei se é exatamente uma crítica, é mais a constatação de uma incapacidade. Mas o sr. acredita que a França possa um dia se tornar um país majoritariamente muçulmano [sem números oficiais, estima-se que 7% da população seja muçulmana]? Sim, isso sim é bem provável. E isso com certeza mudará nossa ideia do que é o francês. Os atentados do Bataclan completam um ano neste mês (13/11). Por que a França se tornou alvo preferencial de terroristas? Os turistas estão com medo de atentados, mas o perigo na verdade é muito pequeno. A França virou um alvo prioritário porque intervém em muitos conflitos, mais do que os outros países europeus. É simplesmente por isso. A mistura de religião com política tem se tornado mais comum no Ocidente? No resto da Europa provavelmente mais do que na França. Nesse país, isso é tão contrário à tradição que precisaria de muito tempo para que acontecesse. A separação entre política e religião ocorreu de maneira muito brutal no início, há poucas chances de que essa mistura venha a acontecer rapidamente. Nem mesmo na Frente Nacional política e religião se misturam –os católicos não votam na Frente Nacional. Paris recebe cerca de 50 imigrantes por dia. Como isso muda o cotidiano da cidade? Eles serão evacuados. Acha mesmo? Sim, eu sei. Paris é muito protegida, vão colocar as pessoas em outro lugar para não indispor os turistas. Isso preocupa muito as autoridades, a diminuição do número de turistas, que representam muito dinheiro. E como o senhor vê a polêmica do burquíni [a tentativa de proibir o uso de um traje feminino que cobre todo o corpo nas praias]? É completamente impensável proibir uma mulher de estar vestida na praia, não há nenhuma razão válida para isso. Então não há nada que se possa fazer para proibir o burquíni. Mas se tentou mesmo assim. Mas é impossível, a lei não permite, não há base legal para isso, eles não podem fazer o que querem. Por que a crítica estrangeira lhe tece mais elogios do que a francesa? Eu reconheço que o ódio entre mim e a quase totalidade da mídia francesa é tão forte que se tornou inexplicável para mim. É um mistério. Bem, não que seja mesmo um mistério, mas quando discutimos há, por vezes, um tal nível de violência que nada se entende. Eu não sei como chegamos a isso, mas nos detestamos, eu e a mídia francesa. De verdade. Sinceramente, isso é muito forte. Talvez haja erros dos dois lados. Mas do seu lado, por que esse ódio? Eu já insultei muitos jornalistas e jornais –e fui muito insultado por eles também. Isso foi crescendo e já dura cerca de 20 anos. E no entanto o senhor continua muito lido na França. Essa é uma das vantagens de ser insultado pela imprensa, porque a população odeia a imprensa, então as pessoas estão do meu lado. Há uma relação muito ruim entre a mídia e a população. E por que os franceses odeiam tanto a mídia? Porque a mídia fala sempre a mesma coisa, é irritante, é tudo formatado, é pura propaganda centrista. Mas os franceses detestam também os políticos, detestam os juízes, detestam, na verdade, o poder. Fala-se muito da Frente Nacional, mas a progressão da Frente Nacional ainda é menor que a das abstenções nas eleições. A primeira escolha é a de se abster. Os franceses participam cada vez menos da vida política... Sim, eu não sei desde quando, mas nos últimos tempos se tornou uma coisa impressionante. Os franceses não se sentem representados, não sentem que algum partido os represente. O problema não é a corrupção –claro, quando há um escândalo isso não ajuda–, mas no geral os políticos franceses são menos corruptos do que em muitos outros países. A causa são mesmo os atores políticos e o que eles propõem. Voltando a seus livros, como o senhor vê as acusações de misoginia contra seus personagens? Eu não acho que seja correto. Minhas personagens femininas são especialmente antipáticas e arrogantes, mas não acho que essas críticas sejam acertadas. Mas o senhor não acha que seus personagens masculinos são machistas, na forma como tratam e falam de mulheres? Não, não acho. Um tema de seus livros é o envelhecimento e a decadência do corpo. O senhor tem medo de morrer? Não. Eu tenho muito mais medo de envelhecer do que de morrer. Nunca senti medo da morte, não acho que isso seja um problema. Mas envelhecer é um inconveniente objetivo. Muitos de seus livros, segundo a crítica, são autobiográficos. É possível separar vida e obra? Sim. É mais o livro precedente que engendra o livro seguinte do que os acontecimentos da vida. A vida é entediante. É preciso separar a vida e a escrita. Eu gostaria de escrever sobre minha vida, mas não sou capaz, sobretudo porque esqueço a minha vida. Eu me lembro mais dos meus livros do que da minha vida. Para mim, é mais fácil inventar do que lembrar. O senhor é fã do Leonard Cohen, não? Do que gosta nele? Conforme estou envelhecendo, tenho preferido o Lou Reed. Mas há em Cohen uma espécie de aliança entre a palavra e a voz que a pronuncia. Não basta ter boas letras, tem o "tom" que as acompanha também –e nisso ele acerta. Meus gostos não mudaram muito, sou bem limitado nesse campo. Também acho a música francesa respeitável. Quando a gente para para pensar, até que não é um país nulo culturalmente... ÚRSULA PASSOS, 29, é repórter da "Ilustríssima".
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Para Michel Houellebecq, França muçulmana é "bem provável"RESUMO Escritor de língua francesa mais lido em seu país (e traduzido para dezenas de idiomas), Michel Houellebecq, autor do recente "Submissão", fala em entrevista sobre alguns dos temas prediletos de seus romances. Ele comenta a descrença dos franceses em relação aos partidos e diz temer mais a velhice do que a morte. O número do "Charlie Hebdo" que chegava às bancas no dia 7 de janeiro do ano passado tinha estampada na capa uma caricatura do escritor Michel Houellebecq, 60, como um mago, ironizando as previsões que ele fazia em seu novo romance, cujo lançamento acontecia no mesmo dia. O ataque terrorista à sede do jornal satírico naquela quarta-feira em Paris, que deixou 12 mortos, levou Houellebecq a cancelar os eventos de divulgação do livro e a se isolar, e se proteger, longe da Cidade Luz. O francês nascido na ilha de Reunião é o escritor de sua língua mais lido na França e já foi traduzido para mais de 30 idiomas –entre os quais o chinês. O romance "Partículas Elementares", de 1998, que o alçou a celebridade mundial, foi publicado em mais de 40 países. Houellebecq já foi comparado a Balzac (1799-1850), por sua afiada crítica aos costumes e à sociedade de seu tempo, a Céline (1894-1961), por seus personagens um tanto patéticos, um tanto decadentes e cínicos, e é considerado por grande parte da crítica, sobretudo a de língua inglesa, como o mais importante escritor francês contemporâneo. De certo é o mais polêmico. Seu sexto romance, "Submissão", lançado no Brasil pela Alfaguara, chegou em 2015 ao topo da lista dos mais vendidos não apenas na França como na Alemanha e na Itália. Ali, Houellebecq imagina o país elegendo, em 2022, um presidente de um partido islâmico, o fictício Fraternidade Muçulmana. Com a aproximação do fim do segundo mandato de um François Hollande hipoteticamente reeleito no pleito de 2017 (vencendo em segundo turno a Frente Nacional, de extrema-direita), a França vive –na narrativa do livro– dias de pré-guerra civil, com grupos de defesa da supremacia branca e católica enfrentando violentamente árabes, negros e muçulmanos. Por medo de uma vitória da Frente Nacional e de sua radicalização, muitos deixam o país –islâmicos e judeus. Os dois grandes partidos franceses, o Socialista de Hollande e o direitista UMP (hoje Republicanos) de Nicolas Sarkozy, unem-se em apoio ao candidato muçulmano, Mohammed Ben Abbes, que é então eleito. François Bayrou, político centrista que já foi candidato à Presidência três vezes –na vida real–, torna-se o primeiro-ministro. O que se segue são regras islâmicas impostas aos franceses, como a saída das mulheres do mercado de trabalho para se dedicarem exclusivamente à família –o que melhora o desemprego– e a transformação das universidades, antes laicas, em muçulmanas, com a exigência de que professores se convertam (em troca do que recebem significativo aumento salarial). A saída para quem declina da imposição é a aposentadoria prematura, como o faz o personagem-narrador do livro, professor de literatura. Houellebecq esteve em Porto Alegre no início de novembro para uma conferência sobre os intelectuais franceses no começo do século 21, no âmbito do ciclo Fronteiras do Pensamento. Foi ali que conversou com a Folha. Descrito certa vez pelo jornal francês "Libération" como tão alegre quanto um violoncelo, ele é um tipo franzino que aparenta timidez. Fala pouco, com longas pausas enquanto olha para cima. Sua fala é quase inaudível, ainda mais numa conversa ao ar livre como a nossa –ele queria aproveitar a "temperatura quase perfeita" daquela tarde (à beira dos 30ºC). Ao longo dos cerca de 40 minutos de entrevista, o escritor fumou diversos cigarros –amassados, tirados do bolso da calça em unidades–, que apertava com força entre os dentes e segurava entre os dedos anelar e médio. Por vezes também acionou um cigarro eletrônico. Ele falou sobre a política na França e as chances de o cenário de seu livro se concretizar, refutou as acusações de machismo e comentou seu gosto por Leonard Cohen –que dias depois morreria. * Folha - Após os atentados de 11/9, "Plataforma" foi considerado como premonitório. O senhor acredita que as eleições francesas de 2017 e 2022 podem se desenrolar como descritas em "Submissão"? Michel Houellebecq - Não, porque François Hollande caiu muito para poder se reeleger. É chocante que ele tenha caído tanto. Além disso, os muçulmanos estão extremamente longe de serem capazes de se unir, o que os deixa sem grande peso político. Vai ser preciso muito mais tempo para que possam se tornar uma força política. "Submissão" é uma crítica aos franceses, aos europeus, que cedem às imposições de um hipotético governo muçulmano em troca de dinheiro e de mulheres. Quais são suas críticas aos franceses? Eu diria que eles não aceitam buscar uma solução autônoma, o Islã é uma solução vinda de fora, que não faz parte da nossa história. Podíamos tentar achar um outro modo de vida, mais pessoal. Não sei se é exatamente uma crítica, é mais a constatação de uma incapacidade. Mas o sr. acredita que a França possa um dia se tornar um país majoritariamente muçulmano [sem números oficiais, estima-se que 7% da população seja muçulmana]? Sim, isso sim é bem provável. E isso com certeza mudará nossa ideia do que é o francês. Os atentados do Bataclan completam um ano neste mês (13/11). Por que a França se tornou alvo preferencial de terroristas? Os turistas estão com medo de atentados, mas o perigo na verdade é muito pequeno. A França virou um alvo prioritário porque intervém em muitos conflitos, mais do que os outros países europeus. É simplesmente por isso. A mistura de religião com política tem se tornado mais comum no Ocidente? No resto da Europa provavelmente mais do que na França. Nesse país, isso é tão contrário à tradição que precisaria de muito tempo para que acontecesse. A separação entre política e religião ocorreu de maneira muito brutal no início, há poucas chances de que essa mistura venha a acontecer rapidamente. Nem mesmo na Frente Nacional política e religião se misturam –os católicos não votam na Frente Nacional. Paris recebe cerca de 50 imigrantes por dia. Como isso muda o cotidiano da cidade? Eles serão evacuados. Acha mesmo? Sim, eu sei. Paris é muito protegida, vão colocar as pessoas em outro lugar para não indispor os turistas. Isso preocupa muito as autoridades, a diminuição do número de turistas, que representam muito dinheiro. E como o senhor vê a polêmica do burquíni [a tentativa de proibir o uso de um traje feminino que cobre todo o corpo nas praias]? É completamente impensável proibir uma mulher de estar vestida na praia, não há nenhuma razão válida para isso. Então não há nada que se possa fazer para proibir o burquíni. Mas se tentou mesmo assim. Mas é impossível, a lei não permite, não há base legal para isso, eles não podem fazer o que querem. Por que a crítica estrangeira lhe tece mais elogios do que a francesa? Eu reconheço que o ódio entre mim e a quase totalidade da mídia francesa é tão forte que se tornou inexplicável para mim. É um mistério. Bem, não que seja mesmo um mistério, mas quando discutimos há, por vezes, um tal nível de violência que nada se entende. Eu não sei como chegamos a isso, mas nos detestamos, eu e a mídia francesa. De verdade. Sinceramente, isso é muito forte. Talvez haja erros dos dois lados. Mas do seu lado, por que esse ódio? Eu já insultei muitos jornalistas e jornais –e fui muito insultado por eles também. Isso foi crescendo e já dura cerca de 20 anos. E no entanto o senhor continua muito lido na França. Essa é uma das vantagens de ser insultado pela imprensa, porque a população odeia a imprensa, então as pessoas estão do meu lado. Há uma relação muito ruim entre a mídia e a população. E por que os franceses odeiam tanto a mídia? Porque a mídia fala sempre a mesma coisa, é irritante, é tudo formatado, é pura propaganda centrista. Mas os franceses detestam também os políticos, detestam os juízes, detestam, na verdade, o poder. Fala-se muito da Frente Nacional, mas a progressão da Frente Nacional ainda é menor que a das abstenções nas eleições. A primeira escolha é a de se abster. Os franceses participam cada vez menos da vida política... Sim, eu não sei desde quando, mas nos últimos tempos se tornou uma coisa impressionante. Os franceses não se sentem representados, não sentem que algum partido os represente. O problema não é a corrupção –claro, quando há um escândalo isso não ajuda–, mas no geral os políticos franceses são menos corruptos do que em muitos outros países. A causa são mesmo os atores políticos e o que eles propõem. Voltando a seus livros, como o senhor vê as acusações de misoginia contra seus personagens? Eu não acho que seja correto. Minhas personagens femininas são especialmente antipáticas e arrogantes, mas não acho que essas críticas sejam acertadas. Mas o senhor não acha que seus personagens masculinos são machistas, na forma como tratam e falam de mulheres? Não, não acho. Um tema de seus livros é o envelhecimento e a decadência do corpo. O senhor tem medo de morrer? Não. Eu tenho muito mais medo de envelhecer do que de morrer. Nunca senti medo da morte, não acho que isso seja um problema. Mas envelhecer é um inconveniente objetivo. Muitos de seus livros, segundo a crítica, são autobiográficos. É possível separar vida e obra? Sim. É mais o livro precedente que engendra o livro seguinte do que os acontecimentos da vida. A vida é entediante. É preciso separar a vida e a escrita. Eu gostaria de escrever sobre minha vida, mas não sou capaz, sobretudo porque esqueço a minha vida. Eu me lembro mais dos meus livros do que da minha vida. Para mim, é mais fácil inventar do que lembrar. O senhor é fã do Leonard Cohen, não? Do que gosta nele? Conforme estou envelhecendo, tenho preferido o Lou Reed. Mas há em Cohen uma espécie de aliança entre a palavra e a voz que a pronuncia. Não basta ter boas letras, tem o "tom" que as acompanha também –e nisso ele acerta. Meus gostos não mudaram muito, sou bem limitado nesse campo. Também acho a música francesa respeitável. Quando a gente para para pensar, até que não é um país nulo culturalmente... ÚRSULA PASSOS, 29, é repórter da "Ilustríssima".
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Em debate de BH, candidato tucano é questionado se tem Aécio como 'referência moral'
JOSÉ MARQUES DE BELO HORIZONTE No último debate entre os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte, na noite desta sexta-feira (28) na TV Globo, Alexandre Kalil (PHS) usou o apadrinhamento do prefeito eleito de São Paulo João Doria pelo governador Geraldo Alckmin, ambos do PSDB, para alfinetar o adversário João Leite, também tucano. Ele questionou se Leite tem o senador Aécio Neves (PSDB) como "referência moral". Kalil, que diz não ser político, tem afirmado que o tucano é parte de um projeto do partido para vencer as eleições de 2018. João Leite respondeu que seu pai e sua mãe são suas referências. Questionado depois do debate, afirmou que "admira" e foi secretário de Aécio, mas repetiu a fala sobre seus pais. Em outro momento, Kalil listou pessoas do PSDB ou ligadas ao partido lotadas na Urbel (Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte), órgão da prefeitura. Já o tucano apostou em repetir que Kalil tem dívidas e que pagou à própria campanha R$ 2,2 milhões, embora seu patrimônio total seja de R$ 2,7 milhões. O ex-cartola diz que vendeu um apartamento para bancar a campanha. "Vou fazer um cerco em cima de sonegador rico que deve IPTU à Prefeitura de Belo Horizonte", disse Leite, citando o adversário em seguida. O tucano também disse que o governador Fernando Pimentel (PT) apoia Kalil, o que não é confirmado por nenhum dos dois. O petista está desgastado por causa das investigações da Operação Acrônimo da Polícia Federal, mas nega ter cometido irregularidades. Alexandre Kalil é empresário, ex-presidente do Atlético-MG e tem vantagem numérica sobre o tucano nas pesquisas, com 52% das intenções de votos válidos, segundo o Datafolha da terça (25). Já Leite, que tem 48% dos votos válidos, é deputado estadual e também tem relação com o clube –foi o goleiro que mais vestiu a camisa do time, nos anos 1970 e 80.
poder
Em debate de BH, candidato tucano é questionado se tem Aécio como 'referência moral'JOSÉ MARQUES DE BELO HORIZONTE No último debate entre os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte, na noite desta sexta-feira (28) na TV Globo, Alexandre Kalil (PHS) usou o apadrinhamento do prefeito eleito de São Paulo João Doria pelo governador Geraldo Alckmin, ambos do PSDB, para alfinetar o adversário João Leite, também tucano. Ele questionou se Leite tem o senador Aécio Neves (PSDB) como "referência moral". Kalil, que diz não ser político, tem afirmado que o tucano é parte de um projeto do partido para vencer as eleições de 2018. João Leite respondeu que seu pai e sua mãe são suas referências. Questionado depois do debate, afirmou que "admira" e foi secretário de Aécio, mas repetiu a fala sobre seus pais. Em outro momento, Kalil listou pessoas do PSDB ou ligadas ao partido lotadas na Urbel (Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte), órgão da prefeitura. Já o tucano apostou em repetir que Kalil tem dívidas e que pagou à própria campanha R$ 2,2 milhões, embora seu patrimônio total seja de R$ 2,7 milhões. O ex-cartola diz que vendeu um apartamento para bancar a campanha. "Vou fazer um cerco em cima de sonegador rico que deve IPTU à Prefeitura de Belo Horizonte", disse Leite, citando o adversário em seguida. O tucano também disse que o governador Fernando Pimentel (PT) apoia Kalil, o que não é confirmado por nenhum dos dois. O petista está desgastado por causa das investigações da Operação Acrônimo da Polícia Federal, mas nega ter cometido irregularidades. Alexandre Kalil é empresário, ex-presidente do Atlético-MG e tem vantagem numérica sobre o tucano nas pesquisas, com 52% das intenções de votos válidos, segundo o Datafolha da terça (25). Já Leite, que tem 48% dos votos válidos, é deputado estadual e também tem relação com o clube –foi o goleiro que mais vestiu a camisa do time, nos anos 1970 e 80.
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Campeão, goleiro do Fla diz se inspirar em Bruno 'só dentro de campo'
Personagem central na conquista do terceiro título da Copinha pelo Flamengo, o goleiro Thiago, 19, diz que tem duas principais inspirações na profissão. Uma é Bruno, ex-jogador que está preso, condenado a 22 anos de prisão pela morte de sua ex-amante, Eliza Samudio. A outra, Paulo Victor, goleiro da equipe principal da Gávea. "Gosto muito do Paulo Victor, até por ter trabalhado com ele no ano passado. E gostava muito do Bruno dentro de campo. Deixando bem claro que só dentro de campo. Eu jamais me espelharia nele fora de campo", comentou Thiago, depois de deixar o campo do Pacaembu. Há dez anos no clube, o arqueiro fez duas defesas nos pênaltis e ainda ouviu provocações de corintianos, por ter perdido a sua cobrança, que poderia ter encerrado a final. Assim que perdeu seu pênalti, foi provocado por Filipe, goleiro corintiano com quem jogou junto anos atrás, em passagem pelo Fluminense. "Na hora em que eu errei, ele falou que goleiro não perde pênalti. E depois eu retruquei. Ele tinha me mandado uma mensagem no sábado, falando para eu não pegar tanto quanto eu vinha fazendo. É um amigo, mas dentro de campo acaba isso, é guerra", contou. Logo após a conquista, os jogadores do Flamengo foram comemorar o título da Copinha em uma churrascaria. Depois seguiriam viagem para o Rio, de ônibus.
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Campeão, goleiro do Fla diz se inspirar em Bruno 'só dentro de campo'Personagem central na conquista do terceiro título da Copinha pelo Flamengo, o goleiro Thiago, 19, diz que tem duas principais inspirações na profissão. Uma é Bruno, ex-jogador que está preso, condenado a 22 anos de prisão pela morte de sua ex-amante, Eliza Samudio. A outra, Paulo Victor, goleiro da equipe principal da Gávea. "Gosto muito do Paulo Victor, até por ter trabalhado com ele no ano passado. E gostava muito do Bruno dentro de campo. Deixando bem claro que só dentro de campo. Eu jamais me espelharia nele fora de campo", comentou Thiago, depois de deixar o campo do Pacaembu. Há dez anos no clube, o arqueiro fez duas defesas nos pênaltis e ainda ouviu provocações de corintianos, por ter perdido a sua cobrança, que poderia ter encerrado a final. Assim que perdeu seu pênalti, foi provocado por Filipe, goleiro corintiano com quem jogou junto anos atrás, em passagem pelo Fluminense. "Na hora em que eu errei, ele falou que goleiro não perde pênalti. E depois eu retruquei. Ele tinha me mandado uma mensagem no sábado, falando para eu não pegar tanto quanto eu vinha fazendo. É um amigo, mas dentro de campo acaba isso, é guerra", contou. Logo após a conquista, os jogadores do Flamengo foram comemorar o título da Copinha em uma churrascaria. Depois seguiriam viagem para o Rio, de ônibus.
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Veja roupas femininas e masculinas com até 60% de desconto
DE SÃO PAULO Depois de o comércio enfrentar o pior Natal em dez anos, de acordo com as entidades do setor, lojas físicas e on-line da capital paulista oferecem descontos em janeiro para esvaziarem seus estoques. Como em todo bota-fora, corra antes que as melhores ofertas e produtos acabem. Veja abaixo roupas femininas e masculinas comercializadas com descontos de a partir de 30%. *Os preços e a disponibilidade dos produtos foram conferidos entre os dias 11 e 14 de janeiro de 2016. As ofertas são válidas enquanto durarem os estoques e estão sujeitas a alterações.
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Veja roupas femininas e masculinas com até 60% de descontoDE SÃO PAULO Depois de o comércio enfrentar o pior Natal em dez anos, de acordo com as entidades do setor, lojas físicas e on-line da capital paulista oferecem descontos em janeiro para esvaziarem seus estoques. Como em todo bota-fora, corra antes que as melhores ofertas e produtos acabem. Veja abaixo roupas femininas e masculinas comercializadas com descontos de a partir de 30%. *Os preços e a disponibilidade dos produtos foram conferidos entre os dias 11 e 14 de janeiro de 2016. As ofertas são válidas enquanto durarem os estoques e estão sujeitas a alterações.
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Governo permite que aéreas cancelem e atrasem mais voos em Congonhas
O governo revogou nesta terça-feira (5) medida que limitava a 10% no máximo o índice de cancelamento de voos de empresas aéreas que operam em Congonhas (SP) sem possibilidade de punição de perda do espaço para operar na unidade. O limite agora passou para 20%. As empresas também vão poder atrasar mais voos nesse aeroporto. O limite agora é de 25% contra 20% da medida anterior. Outra mudança é que empresas que têm aeronaves menores de 90 lugares poderão ter direito a operar na unidade nas mesmas condições das companhias com aviões maiores. Congonhas é o aeroporto mais importante do país para voos internos. Durante dois anos, o governo da presidente afastada Dilma Rousseff tentou mudar as regras de acesso ao espaço para as aeronaves nessa unidade (Slot) para evitar uma concentração de 95% por duas companhias, Latam e Gol. Somente em 2014, o governo tomou uma medida que limitava os cancelamentos a 10% e os atrasos a 20%. Quem não cumprisse, perderia a vaga e ela seria redistribuída preferencialmente para empresas sem espaço na unidade. Essa regra, que na época beneficiou a empresa Azul, foi revogada nesta terça-feira. De acordo com dados disponíveis no site da Anac, hoje a Latam e a Gol operam 84% da frequência de voos em Congonhas. A Latam possui 48% e a Gol é responsável por 36%. A Avianca e Azul têm 8% e 7%, respectivamente. O que passou a valer foi uma regra geral, que serve para todos os aeroportos do país onde não há espaço disponível em determinado horário. Pelas regras da aviação, os espaços são distribuídos conforme o pedido das empresas. Se não há espaço, o aeroporto passa a seguir as regras de distribuição nacional (só Congonhas tinha uma regras específica). Pela regra nacional, os índices permitidos de cancelamento e atraso antes da empresa ser punida são maiores, mas não há restrição ao tipo de aeronave. Por nota, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou que "os limites de infraestrutura disponíveis no aeroporto (como pista, pátio e terminal) e os limites de segurança operacional ou de voo continuam considerados. Importante esclarecer que a restrição do número de movimentos/hora e a restrição de movimentos noturnos continua vigente e inalterada", diz a agência referindo-se a uma limitação de número de movimentos por hora no aeroporto, vigente desde o acidente da Tam (hoje Latam) em 2007. Na ocasião, 199 pessoas morreram depois de a aeronave Airbus não conseguir parar a tempo na pista, atravessar a avenida Washington Luís e bater contra um posto de combustível e em um prédio da própria Latam.
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Governo permite que aéreas cancelem e atrasem mais voos em CongonhasO governo revogou nesta terça-feira (5) medida que limitava a 10% no máximo o índice de cancelamento de voos de empresas aéreas que operam em Congonhas (SP) sem possibilidade de punição de perda do espaço para operar na unidade. O limite agora passou para 20%. As empresas também vão poder atrasar mais voos nesse aeroporto. O limite agora é de 25% contra 20% da medida anterior. Outra mudança é que empresas que têm aeronaves menores de 90 lugares poderão ter direito a operar na unidade nas mesmas condições das companhias com aviões maiores. Congonhas é o aeroporto mais importante do país para voos internos. Durante dois anos, o governo da presidente afastada Dilma Rousseff tentou mudar as regras de acesso ao espaço para as aeronaves nessa unidade (Slot) para evitar uma concentração de 95% por duas companhias, Latam e Gol. Somente em 2014, o governo tomou uma medida que limitava os cancelamentos a 10% e os atrasos a 20%. Quem não cumprisse, perderia a vaga e ela seria redistribuída preferencialmente para empresas sem espaço na unidade. Essa regra, que na época beneficiou a empresa Azul, foi revogada nesta terça-feira. De acordo com dados disponíveis no site da Anac, hoje a Latam e a Gol operam 84% da frequência de voos em Congonhas. A Latam possui 48% e a Gol é responsável por 36%. A Avianca e Azul têm 8% e 7%, respectivamente. O que passou a valer foi uma regra geral, que serve para todos os aeroportos do país onde não há espaço disponível em determinado horário. Pelas regras da aviação, os espaços são distribuídos conforme o pedido das empresas. Se não há espaço, o aeroporto passa a seguir as regras de distribuição nacional (só Congonhas tinha uma regras específica). Pela regra nacional, os índices permitidos de cancelamento e atraso antes da empresa ser punida são maiores, mas não há restrição ao tipo de aeronave. Por nota, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou que "os limites de infraestrutura disponíveis no aeroporto (como pista, pátio e terminal) e os limites de segurança operacional ou de voo continuam considerados. Importante esclarecer que a restrição do número de movimentos/hora e a restrição de movimentos noturnos continua vigente e inalterada", diz a agência referindo-se a uma limitação de número de movimentos por hora no aeroporto, vigente desde o acidente da Tam (hoje Latam) em 2007. Na ocasião, 199 pessoas morreram depois de a aeronave Airbus não conseguir parar a tempo na pista, atravessar a avenida Washington Luís e bater contra um posto de combustível e em um prédio da própria Latam.
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Vamos jogar limpo com a Lei Cidade Limpa
O programa Banca SP, apresentado pelo prefeito Fernando Haddad e em debate na Câmara Municipal de São Paulo, estabelece uma política pública para reformar e padronizar as bancas de jornal da cidade, cujo financiamento virá da autorização de se explorar anúncios publicitários na parte externa desses comércios. As bancas de jornal com novo visual poderão receber um impulso como ponto de venda de bens culturais, assegurando a sobrevivência no momento em que o avanço da internet reduz os produtos editoriais confeccionados em papel. A proposta do prefeito prevê o pagamento de uma contrapartida dos permissionários que aderirem ao projeto, viabilizando a criação do Fundo Municipal do Mobiliário Urbano e da Paisagem Urbana. A regulamentação da publicidade em bancas de jornal está prevista de modo inequívoco no artigo 22 da Lei Cidade Limpa, da mesma forma que os anúncios já licitados em abrigos de ônibus e em relógios. O projeto Banca SP foi objeto de duas audiências públicas na Câmara Municipal e ensejou um amplo debate nos meios de comunicação durante as últimas semanas. Apesar da qualidade da discussão, é preciso corrigir algumas informações errôneas divulgadas pelo consórcio que detém o monopólio da publicidade em pontos de ônibus, e que agora luta contra a aprovação do projeto Banca SP. O primeiro erro: o mencionado consórcio já teria investido mais de R$ 600 milhões em seu negócio, portanto a concorrência representada pela publicidade nas bancas de jornal causaria um desequilíbrio. Nada mais enganoso, pois os investimentos estão muito longe de tal cifra. O total previsto é de R$ 573 milhões ao longo de 25 anos de contrato, e não somente de um ano, como dão a entender. Também enganosas são as afirmações de que a cidade recebe uma vultosa contrapartida financeira do consórcio para a exploração de publicidade em pontos de ônibus. O montante repassado à prefeitura, no ano passado, foi de cerca de R$ 13 milhões. Uma quantia irrisória, se considerarmos que a previsão de arrecadação do Banca SP, que representa não mais do que 20% do mercado de mobiliário urbano, será de cerca de R$ 8 milhões já em seu primeiro ano, com a adesão de apenas 2.000 bancas. A situação desvantajosa do município fica ainda mais evidente quando consideramos que o faturamento anual do consórcio está entre R$ 280 milhões e R$ 300 milhões. Essa distorção já foi apontada pelo conselheiro do Tribunal de Contas do Município João Antonio, relator do processo, que considerou o contrato irregular. Caso sua decisão seja mantida pelos demais conselheiros, a prefeitura deve cancelar o contrato e abrir nova licitação. Os questionamentos do conselheiro não param por aí. Ele apontou, ainda, duas irregularidades gravíssimas: o direcionamento no edital de licitação para favorecer o consórcio liderado pela Odebrecht e a falta de justificativa para o período de 25 anos de duração do contrato. Por conta desses apontamentos, os vereadores protocolaram um pedido de CPI na Câmara Municipal. A Lei Cidade Limpa não corre o menor risco na gestão Haddad. Ao contrário, com a sua visão de futuro, o prefeito pensa estrategicamente a paisagem urbana, priorizando o que pensam os homens e mulheres que trabalham, circulam e moram na cidade. Os interesses econômicos não podem ser negados, mas sua posição será sempre secundária, se quisermos de fato combater a poluição visual e melhorar a paisagem urbana. JOSÉ AMÉRICO DIAS é jornalista, deputado estadual licenciado (PT) e secretário de Relações Governamentais da Prefeitura de São Paulo PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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Vamos jogar limpo com a Lei Cidade LimpaO programa Banca SP, apresentado pelo prefeito Fernando Haddad e em debate na Câmara Municipal de São Paulo, estabelece uma política pública para reformar e padronizar as bancas de jornal da cidade, cujo financiamento virá da autorização de se explorar anúncios publicitários na parte externa desses comércios. As bancas de jornal com novo visual poderão receber um impulso como ponto de venda de bens culturais, assegurando a sobrevivência no momento em que o avanço da internet reduz os produtos editoriais confeccionados em papel. A proposta do prefeito prevê o pagamento de uma contrapartida dos permissionários que aderirem ao projeto, viabilizando a criação do Fundo Municipal do Mobiliário Urbano e da Paisagem Urbana. A regulamentação da publicidade em bancas de jornal está prevista de modo inequívoco no artigo 22 da Lei Cidade Limpa, da mesma forma que os anúncios já licitados em abrigos de ônibus e em relógios. O projeto Banca SP foi objeto de duas audiências públicas na Câmara Municipal e ensejou um amplo debate nos meios de comunicação durante as últimas semanas. Apesar da qualidade da discussão, é preciso corrigir algumas informações errôneas divulgadas pelo consórcio que detém o monopólio da publicidade em pontos de ônibus, e que agora luta contra a aprovação do projeto Banca SP. O primeiro erro: o mencionado consórcio já teria investido mais de R$ 600 milhões em seu negócio, portanto a concorrência representada pela publicidade nas bancas de jornal causaria um desequilíbrio. Nada mais enganoso, pois os investimentos estão muito longe de tal cifra. O total previsto é de R$ 573 milhões ao longo de 25 anos de contrato, e não somente de um ano, como dão a entender. Também enganosas são as afirmações de que a cidade recebe uma vultosa contrapartida financeira do consórcio para a exploração de publicidade em pontos de ônibus. O montante repassado à prefeitura, no ano passado, foi de cerca de R$ 13 milhões. Uma quantia irrisória, se considerarmos que a previsão de arrecadação do Banca SP, que representa não mais do que 20% do mercado de mobiliário urbano, será de cerca de R$ 8 milhões já em seu primeiro ano, com a adesão de apenas 2.000 bancas. A situação desvantajosa do município fica ainda mais evidente quando consideramos que o faturamento anual do consórcio está entre R$ 280 milhões e R$ 300 milhões. Essa distorção já foi apontada pelo conselheiro do Tribunal de Contas do Município João Antonio, relator do processo, que considerou o contrato irregular. Caso sua decisão seja mantida pelos demais conselheiros, a prefeitura deve cancelar o contrato e abrir nova licitação. Os questionamentos do conselheiro não param por aí. Ele apontou, ainda, duas irregularidades gravíssimas: o direcionamento no edital de licitação para favorecer o consórcio liderado pela Odebrecht e a falta de justificativa para o período de 25 anos de duração do contrato. Por conta desses apontamentos, os vereadores protocolaram um pedido de CPI na Câmara Municipal. A Lei Cidade Limpa não corre o menor risco na gestão Haddad. Ao contrário, com a sua visão de futuro, o prefeito pensa estrategicamente a paisagem urbana, priorizando o que pensam os homens e mulheres que trabalham, circulam e moram na cidade. Os interesses econômicos não podem ser negados, mas sua posição será sempre secundária, se quisermos de fato combater a poluição visual e melhorar a paisagem urbana. JOSÉ AMÉRICO DIAS é jornalista, deputado estadual licenciado (PT) e secretário de Relações Governamentais da Prefeitura de São Paulo PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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Governo discute emendas durante votação de denúncia contra Temer
Em busca de votos favoráveis ao governo, representantes do Planalto passaram a discutir emendas nesta quarta-feira (2) durante a sessão da Câmara que aprecia a denúncia contra o presidente Michel Temer. O ministro tucano Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e o deputado Beto Mansur (PRB-SP) foram vistos pela Folha com uma lista de emendas que, segundo a reportagem apurou, já foram liberadas aos parlamentares. Deputados que pretendiam votar a favor do presidente Michel Temer também têm procurado o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), para cobrar promessas feitas pelo Planalto em troca do apoio. No plenário, a Folha presenciou o momento em que o líder do DEM, Efraim Filho (PB), abordou Ribeiro e o questionou sobre os "assuntos" da Paraíba, Estado dos dois parlamentares. Ribeiro respondeu que "está encaminhado". Os dois se abraçaram e sorriram. O deputado Carlos Gaguim (Podemos-TO) foi à tribuna conclamar os ministros de Temer –vários deles no plenário– a continuar a liberar verbas para as emendas. O governo exonerou dez ministros que são deputados federais para que eles pudessem voltar à Câmara e apoiar o Planalto na votação da denúncia. LICENÇA MÉDICA Durante a manhã desta quarta, quando aliados de Temer buscavam quorum para abrir a votação da denúncia contra o presidente, o deputado Beto Mansur (PRB-SP) ligou até para o colega Roberto Balestra (PP-GO), que disse estar de licença médica. Mesmo assim, pediu para para que ele fosse à Câmara. "Que licença médica? Você está aqui perto? Consegue chegar em quanto tempo?", perguntava Mansur, ao telefone. Michel Temer também abriu o gabinete presidencial durante a manhã para deputados governistas e oposicionistas. Em três horas, o peemedebista recebeu 19 parlamentares, de partidos como PSB, PSD e PR, cujas bancadas estão divididas na votação da acusação.
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Governo discute emendas durante votação de denúncia contra TemerEm busca de votos favoráveis ao governo, representantes do Planalto passaram a discutir emendas nesta quarta-feira (2) durante a sessão da Câmara que aprecia a denúncia contra o presidente Michel Temer. O ministro tucano Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e o deputado Beto Mansur (PRB-SP) foram vistos pela Folha com uma lista de emendas que, segundo a reportagem apurou, já foram liberadas aos parlamentares. Deputados que pretendiam votar a favor do presidente Michel Temer também têm procurado o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), para cobrar promessas feitas pelo Planalto em troca do apoio. No plenário, a Folha presenciou o momento em que o líder do DEM, Efraim Filho (PB), abordou Ribeiro e o questionou sobre os "assuntos" da Paraíba, Estado dos dois parlamentares. Ribeiro respondeu que "está encaminhado". Os dois se abraçaram e sorriram. O deputado Carlos Gaguim (Podemos-TO) foi à tribuna conclamar os ministros de Temer –vários deles no plenário– a continuar a liberar verbas para as emendas. O governo exonerou dez ministros que são deputados federais para que eles pudessem voltar à Câmara e apoiar o Planalto na votação da denúncia. LICENÇA MÉDICA Durante a manhã desta quarta, quando aliados de Temer buscavam quorum para abrir a votação da denúncia contra o presidente, o deputado Beto Mansur (PRB-SP) ligou até para o colega Roberto Balestra (PP-GO), que disse estar de licença médica. Mesmo assim, pediu para para que ele fosse à Câmara. "Que licença médica? Você está aqui perto? Consegue chegar em quanto tempo?", perguntava Mansur, ao telefone. Michel Temer também abriu o gabinete presidencial durante a manhã para deputados governistas e oposicionistas. Em três horas, o peemedebista recebeu 19 parlamentares, de partidos como PSB, PSD e PR, cujas bancadas estão divididas na votação da acusação.
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Pianista Muhal Richard Abrams é destaque do festival Jazz na Fábrica
Jazz acústico, eletrificado, experimental, étnico, instrumental ou vocal. Diversas vertentes desse gênero musical, que usa a improvisação como método de criação, estão representadas na 5ª edição do festival Jazz na Fábrica, que acontece no Sesc Pompeia, em São Paulo, até o dia 30. Um dos maiores festivais do estilo musical no país, o evento não restringe seu elenco a norte-americanos, como o baixista Gary Peacock, o pianista Laurent de Wilde ou a cantora Marlena Shaw. Também revela a globalização dessa música ao programar jazzistas de vários países: da banda inglesa Soft Machine ao trio do pianista israelense Shai Maestro; da cantora cubana Daymé Arocena à brasileira Tania Maria, que vive na Europa. Depois de trazer cultuados músicos do jazz de vanguarda, como Anthony Braxton, Roscoe Mitchell e Wadada Leo Smith, neste ano o Jazz na Fábrica introduz outros expoentes dessa vertente: o quarteto do baixista nova-iorquino William Parker e o veterano pianista e compositor Muhal Richard Abrams, que toca pela primeira vez no país, nesta quinta-feira (13). "Vai ser um concerto de piano solo", diz Abrams, 84, à Folha, por telefone, ressaltando que o repertório de suas apresentações será escolhido de maneira aleatória. "Vou tocar o que tiver vontade, no momento em que me sentar ao piano", afirma o compositor norte-americano, que criou com colegas de Chicago, em 1965, a lendária AACM (Associação pelo Avanço dos Músicos Criativos). EXPERIMENTAL NÃO Abrams batizou de Experimental Band um coletivo de músicos jovens que serviu de prelúdio ao projeto da AACM, ainda no início dos anos 1960. Hoje, curiosamente, ele rejeita o termo "experimental" para se referir à música que produziu ao lado de parceiros como Leroy Jenkins, Malachi Favors e os já citados Braxton, Mitchell e Smith. "Nós fazíamos música original, com a qual nos expressávamos. Fazíamos música autoral", afirma o americano. Para Abrams, as experiências daquele coletivo buscavam, essencialmente, explorar novas técnicas de composição musical. Talvez por isso, quando se pede a ele que avalie o legado da AACM, fundada 50 anos atrás, Abrams sugere que não há tanto a comemorar. "Não tenho nada especial a dizer sobre esse legado. Cada dia conduz ao próximo dia. O trabalho que você faz num dia vai se manifestar no dia seguinte. É isso", diz. Pintor eventual, Abrams vê uma relação entre a música e as artes plásticas. "Algumas pessoas sentem que precisam se expressar por mais de um meio artístico. Como músico e pintor, eu sinto que é tudo a mesma coisa, é tudo expressão pessoal. Uma arte inspira a outra", conclui o compositor. MUHAL RICHARD ABRAMS QUANDO: QUI. (13) E SEX. (14), ÀS 21H ONDE: SESC POMPEIA, R. CLÉLIA, 93, TEL. (11) 3871-7700 QUANTO: DE R$ 15 A R$ 50 CLASSIFICAÇÃO: 12 ANOS
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Pianista Muhal Richard Abrams é destaque do festival Jazz na FábricaJazz acústico, eletrificado, experimental, étnico, instrumental ou vocal. Diversas vertentes desse gênero musical, que usa a improvisação como método de criação, estão representadas na 5ª edição do festival Jazz na Fábrica, que acontece no Sesc Pompeia, em São Paulo, até o dia 30. Um dos maiores festivais do estilo musical no país, o evento não restringe seu elenco a norte-americanos, como o baixista Gary Peacock, o pianista Laurent de Wilde ou a cantora Marlena Shaw. Também revela a globalização dessa música ao programar jazzistas de vários países: da banda inglesa Soft Machine ao trio do pianista israelense Shai Maestro; da cantora cubana Daymé Arocena à brasileira Tania Maria, que vive na Europa. Depois de trazer cultuados músicos do jazz de vanguarda, como Anthony Braxton, Roscoe Mitchell e Wadada Leo Smith, neste ano o Jazz na Fábrica introduz outros expoentes dessa vertente: o quarteto do baixista nova-iorquino William Parker e o veterano pianista e compositor Muhal Richard Abrams, que toca pela primeira vez no país, nesta quinta-feira (13). "Vai ser um concerto de piano solo", diz Abrams, 84, à Folha, por telefone, ressaltando que o repertório de suas apresentações será escolhido de maneira aleatória. "Vou tocar o que tiver vontade, no momento em que me sentar ao piano", afirma o compositor norte-americano, que criou com colegas de Chicago, em 1965, a lendária AACM (Associação pelo Avanço dos Músicos Criativos). EXPERIMENTAL NÃO Abrams batizou de Experimental Band um coletivo de músicos jovens que serviu de prelúdio ao projeto da AACM, ainda no início dos anos 1960. Hoje, curiosamente, ele rejeita o termo "experimental" para se referir à música que produziu ao lado de parceiros como Leroy Jenkins, Malachi Favors e os já citados Braxton, Mitchell e Smith. "Nós fazíamos música original, com a qual nos expressávamos. Fazíamos música autoral", afirma o americano. Para Abrams, as experiências daquele coletivo buscavam, essencialmente, explorar novas técnicas de composição musical. Talvez por isso, quando se pede a ele que avalie o legado da AACM, fundada 50 anos atrás, Abrams sugere que não há tanto a comemorar. "Não tenho nada especial a dizer sobre esse legado. Cada dia conduz ao próximo dia. O trabalho que você faz num dia vai se manifestar no dia seguinte. É isso", diz. Pintor eventual, Abrams vê uma relação entre a música e as artes plásticas. "Algumas pessoas sentem que precisam se expressar por mais de um meio artístico. Como músico e pintor, eu sinto que é tudo a mesma coisa, é tudo expressão pessoal. Uma arte inspira a outra", conclui o compositor. MUHAL RICHARD ABRAMS QUANDO: QUI. (13) E SEX. (14), ÀS 21H ONDE: SESC POMPEIA, R. CLÉLIA, 93, TEL. (11) 3871-7700 QUANTO: DE R$ 15 A R$ 50 CLASSIFICAÇÃO: 12 ANOS
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Importadora de carro de Neymar tem histórico de fraudes, diz Receita
Em relatório elaborado pela Receita Federal para pedir a apreensão do Porsche adquirido por Neymar em 2011, a auditora responsável pela fiscalização, Larissa Bongosto, afirma que a empresa que vendeu o carro ao jogador não é idônea. De acordo com o documento, o atacante do Barcelona encomendou o veículo, mas fingiu ter feito a aquisição no mercado nacional. O caso foi revelado pela Folha nesta terça-feira (29). "Foi feita uma análise histórica das operações da empresa e detectou-se que a First já foi autuada diversas vezes por interposição fraudulenta. De 2003 até 2009, a First possui seis ocorrências. Essa história recorrente de fraudes praticadas quase que anualmente demonstra que a First já tem histórico inidôneo", consta no auto de infração, ao qual a Folha teve acesso. Ainda de acordo com a auditora que assina o relatório, uma série de documentos foi solicitada para a First, para que ela pudesse se provar idônea. A entrega das exigências demorou cerca de três meses para ser feita, com pedidos de prorrogação de prazos para que houvesse tempo para levantar as informações questionadas. Entre outras coisas, a empresa afirmou à Receita que opera predominantemente realizando importações por encomenda e por conta e ordem de terceiros, modalidades em que a relação comercial do exportador é com os clientes da First e não com ela própria. No caso de Neymar, tanto o atleta quanto a First negam contradizer essa regra, já que não declararam que houve um pedido de encomenda e trataram a negociação como se fosse uma venda interna. "No entanto, ainda assim há um montante de R$ 96 milhões em importações nos anos de 2010 e 2011 para as quais a First se declara como adquirente das mercadorias", questiona o relatório da Receita. Entre as mercadorias trazidas pela First ao Brasil estão vinhos, eletrônicos, peças de barcos, veículos, barcos, lanchas, iates e helicópteros. OUTRO LADO Em reposta à Folha, a assessoria de imprensa de Neymar, por meio de uma nota, explicou que a Neymar Sport, que cuida da carreira do jogador e foi quem comprou o Porsche no Brasil, foi prejudicada e é vítima no caso. Segundo o texto, a empresa foi ao mercado de veículos importados e adquiriu a mercadoria da empresa First S/A, por intermédio da Select Import, LTDA. "O Porsche, segundo as empresas, já havia sido importado", afirma. De acordo com a assessoria do jogador, todos os valores foram pagos regularmente à empresa compradora do veículo no exterior, que foi entregue na data combinada. A nota explica que, dois anos depois de Neymar ganhar o carro de seu pai, já em 2013, a empresa foi surpreendida com uma fiscalização sofrida pela First, quando foi decretada a pena de perdimento do automóvel, "assim como ocorreu com outros produtos da First". Diante do prejuízo, a empresa ligada ao jogador notificou a First que, por sua vez, afirmou ter feito a importação de maneira legal, decidindo custear a contratação de advogados e entrando com uma ação para cancelar o auto de infração e conseguir a restituição do carro. Caso não consiga ter o Porsche de volta, situação considerada remota, segundo a nota, a empresa explica que a First devolverá o valor pago ou entregará outro veículo semelhante. "Até o momento a First cumpriu integralmente sua promessa e adotou todas as providências para liberação do veículo". A assessoria explicou que o produto foi adquirido "em razão de todo desenvolvimento do planejamento da carreira e imagem de Neymar, que passa pela associação a boas marcas, como é o caso do Porsche Panamera". Procurada, a First disse que não se pronunciará.
esporte
Importadora de carro de Neymar tem histórico de fraudes, diz ReceitaEm relatório elaborado pela Receita Federal para pedir a apreensão do Porsche adquirido por Neymar em 2011, a auditora responsável pela fiscalização, Larissa Bongosto, afirma que a empresa que vendeu o carro ao jogador não é idônea. De acordo com o documento, o atacante do Barcelona encomendou o veículo, mas fingiu ter feito a aquisição no mercado nacional. O caso foi revelado pela Folha nesta terça-feira (29). "Foi feita uma análise histórica das operações da empresa e detectou-se que a First já foi autuada diversas vezes por interposição fraudulenta. De 2003 até 2009, a First possui seis ocorrências. Essa história recorrente de fraudes praticadas quase que anualmente demonstra que a First já tem histórico inidôneo", consta no auto de infração, ao qual a Folha teve acesso. Ainda de acordo com a auditora que assina o relatório, uma série de documentos foi solicitada para a First, para que ela pudesse se provar idônea. A entrega das exigências demorou cerca de três meses para ser feita, com pedidos de prorrogação de prazos para que houvesse tempo para levantar as informações questionadas. Entre outras coisas, a empresa afirmou à Receita que opera predominantemente realizando importações por encomenda e por conta e ordem de terceiros, modalidades em que a relação comercial do exportador é com os clientes da First e não com ela própria. No caso de Neymar, tanto o atleta quanto a First negam contradizer essa regra, já que não declararam que houve um pedido de encomenda e trataram a negociação como se fosse uma venda interna. "No entanto, ainda assim há um montante de R$ 96 milhões em importações nos anos de 2010 e 2011 para as quais a First se declara como adquirente das mercadorias", questiona o relatório da Receita. Entre as mercadorias trazidas pela First ao Brasil estão vinhos, eletrônicos, peças de barcos, veículos, barcos, lanchas, iates e helicópteros. OUTRO LADO Em reposta à Folha, a assessoria de imprensa de Neymar, por meio de uma nota, explicou que a Neymar Sport, que cuida da carreira do jogador e foi quem comprou o Porsche no Brasil, foi prejudicada e é vítima no caso. Segundo o texto, a empresa foi ao mercado de veículos importados e adquiriu a mercadoria da empresa First S/A, por intermédio da Select Import, LTDA. "O Porsche, segundo as empresas, já havia sido importado", afirma. De acordo com a assessoria do jogador, todos os valores foram pagos regularmente à empresa compradora do veículo no exterior, que foi entregue na data combinada. A nota explica que, dois anos depois de Neymar ganhar o carro de seu pai, já em 2013, a empresa foi surpreendida com uma fiscalização sofrida pela First, quando foi decretada a pena de perdimento do automóvel, "assim como ocorreu com outros produtos da First". Diante do prejuízo, a empresa ligada ao jogador notificou a First que, por sua vez, afirmou ter feito a importação de maneira legal, decidindo custear a contratação de advogados e entrando com uma ação para cancelar o auto de infração e conseguir a restituição do carro. Caso não consiga ter o Porsche de volta, situação considerada remota, segundo a nota, a empresa explica que a First devolverá o valor pago ou entregará outro veículo semelhante. "Até o momento a First cumpriu integralmente sua promessa e adotou todas as providências para liberação do veículo". A assessoria explicou que o produto foi adquirido "em razão de todo desenvolvimento do planejamento da carreira e imagem de Neymar, que passa pela associação a boas marcas, como é o caso do Porsche Panamera". Procurada, a First disse que não se pronunciará.
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Com desoneração da folha, fabricantes de máquinas ameaçam demitir 150 mil
Se o fim da desoneração da folha de pagamentos for aprovada no Congresso, o setor de máquinas ameaça demitir 150 mil pessoas no segundo semestre do ano. A previsão é de Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq, que reúne os fabricantes de máquinas e equipamentos. O número representa 43% da força de trabalho do setor, estimada hoje em 350 mil pessoas. Também é muito elevado em comparação com as 35 mil pessoas vagas fechadas pelo setor no último um ano e meio. "É um descalabro que não tem tamanho. Estão matando e enterrando a indústria nacional", disse Pastoriza à Folha. Ele afirmou que o grande volume de demissões se justifica porque muitas empresas devem fechar as portas. No fim de 2012, a indústria de máquinas fez parte do primeiro grupo de 12 setores beneficiados pelo governo com a desoneração da folha de pagamentos. O setor, que recolhia 20% da folha de pagamento para o INSS, passou a pagar 1% do seu faturamento. Em média, a medida significa um incremento de 2,5% na margem de lucro das empresas. Na época, a lógica era dar mais competitividade à indústria e reduzir a carga tributária paga pelos exportadores. Ao longo do tempo, outros ramos de atividade foram agregados, chegando a 35 setores. Com a ampliação, a renúncia fiscal da desoneração da folha de pagamento se tornou muito onerosa para o Tesouro. Agora o governo está propondo elevar a alíquota paga por vários setores, incluindo o de máquinas, para 2,5% do faturamento. "Vai triplicar o imposto e retirar toda a vantagem que o setor recebeu", diz Pastoriza. Um entendimento selado entre os partidos da base aliada no Congresso prevê um aumento menor, de 0,5 ponto porcentual, para quatro setores: comunicação, transportes, call center e cesta básica. O ministro Joaquim Levy (Fazenda) disse que é contra e que nenhum setor deve ser poupado. "É um verdadeiro absurdo poupar esses setores, porque eles não sofrem com concorrência externa. Foram agregados à desoneração da folha por conveniência política", diz o representante do setor de máquinas.
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Com desoneração da folha, fabricantes de máquinas ameaçam demitir 150 milSe o fim da desoneração da folha de pagamentos for aprovada no Congresso, o setor de máquinas ameaça demitir 150 mil pessoas no segundo semestre do ano. A previsão é de Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq, que reúne os fabricantes de máquinas e equipamentos. O número representa 43% da força de trabalho do setor, estimada hoje em 350 mil pessoas. Também é muito elevado em comparação com as 35 mil pessoas vagas fechadas pelo setor no último um ano e meio. "É um descalabro que não tem tamanho. Estão matando e enterrando a indústria nacional", disse Pastoriza à Folha. Ele afirmou que o grande volume de demissões se justifica porque muitas empresas devem fechar as portas. No fim de 2012, a indústria de máquinas fez parte do primeiro grupo de 12 setores beneficiados pelo governo com a desoneração da folha de pagamentos. O setor, que recolhia 20% da folha de pagamento para o INSS, passou a pagar 1% do seu faturamento. Em média, a medida significa um incremento de 2,5% na margem de lucro das empresas. Na época, a lógica era dar mais competitividade à indústria e reduzir a carga tributária paga pelos exportadores. Ao longo do tempo, outros ramos de atividade foram agregados, chegando a 35 setores. Com a ampliação, a renúncia fiscal da desoneração da folha de pagamento se tornou muito onerosa para o Tesouro. Agora o governo está propondo elevar a alíquota paga por vários setores, incluindo o de máquinas, para 2,5% do faturamento. "Vai triplicar o imposto e retirar toda a vantagem que o setor recebeu", diz Pastoriza. Um entendimento selado entre os partidos da base aliada no Congresso prevê um aumento menor, de 0,5 ponto porcentual, para quatro setores: comunicação, transportes, call center e cesta básica. O ministro Joaquim Levy (Fazenda) disse que é contra e que nenhum setor deve ser poupado. "É um verdadeiro absurdo poupar esses setores, porque eles não sofrem com concorrência externa. Foram agregados à desoneração da folha por conveniência política", diz o representante do setor de máquinas.
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Antes agitada e populosa, rua da Carioca hoje lembra um cemitério
Você se lembra do clipe: Chico Buarque está sentado numa mesa de bar antigo —o fictício Polytheama— e a cidade se descortina diante de seus olhos cor de ardósia. Trajando vistosa camisa de gola rulê, Chico suspira, fuma um cigarro, bebe uma taça de vinho, come uma pera, ri às escâncaras, enquanto escreve a letra da canção "Carioca". Canta: "Gostosa, quentinha, tapioca/ O pregão abre o dia". O cenário exterior, filmado através de um espelho falso, é a região entre a rua da Carioca e a praça Tiradentes, trecho da rua Ramalho Ortigão, imediações da igreja de São Francisco de Paula. Ao contrário do que narra a música, o povaréu não é nada sonâmbulo: está em movimento, esperto, agitado. Uma moça sai do carro falando no celular e exibindo belas pernas, um homem carrega um burro-sem-rabo, outro prega a Bíblia para os transeuntes, um tiozinho confere a elegância no reflexo da vitrine. Em preto e branco, o filme tem direção de José Henrique Fonseca, Arthur Fontes e Fábio Soares. Foi rodado em 1998, para o lançamento do disco "As Cidades". O mesmo espaço urbano, hoje, não serviria como locação, a não ser que fosse povoado com hordas de figurantes. O Centro do Rio está cada vez mais vazio. A rua da Carioca exibe as maiores baixas. Nela, 18 casarões do lado ímpar, que pertenciam à Venerável Ordem Terceira da Penitência, mudaram de mãos e, desde 2012, têm os aluguéis administrados pelo banco Opportunity. Na prática, isso representou uma condenação. Vinte e cinco lojas já fecharam. A última, o restaurante Cataroca, ficava ao lado do Bar Luiz e não aguentou pagar R$ 15 mil mensais. Em entrevista à coluna "Gente Boa", do "Globo", Roberto Cury, presidente da Sociedade dos Amigos da Rua da Carioca e Adjacências, comentou: "A rua está parecendo um cemitério". Mal-assombrado.
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Antes agitada e populosa, rua da Carioca hoje lembra um cemitérioVocê se lembra do clipe: Chico Buarque está sentado numa mesa de bar antigo —o fictício Polytheama— e a cidade se descortina diante de seus olhos cor de ardósia. Trajando vistosa camisa de gola rulê, Chico suspira, fuma um cigarro, bebe uma taça de vinho, come uma pera, ri às escâncaras, enquanto escreve a letra da canção "Carioca". Canta: "Gostosa, quentinha, tapioca/ O pregão abre o dia". O cenário exterior, filmado através de um espelho falso, é a região entre a rua da Carioca e a praça Tiradentes, trecho da rua Ramalho Ortigão, imediações da igreja de São Francisco de Paula. Ao contrário do que narra a música, o povaréu não é nada sonâmbulo: está em movimento, esperto, agitado. Uma moça sai do carro falando no celular e exibindo belas pernas, um homem carrega um burro-sem-rabo, outro prega a Bíblia para os transeuntes, um tiozinho confere a elegância no reflexo da vitrine. Em preto e branco, o filme tem direção de José Henrique Fonseca, Arthur Fontes e Fábio Soares. Foi rodado em 1998, para o lançamento do disco "As Cidades". O mesmo espaço urbano, hoje, não serviria como locação, a não ser que fosse povoado com hordas de figurantes. O Centro do Rio está cada vez mais vazio. A rua da Carioca exibe as maiores baixas. Nela, 18 casarões do lado ímpar, que pertenciam à Venerável Ordem Terceira da Penitência, mudaram de mãos e, desde 2012, têm os aluguéis administrados pelo banco Opportunity. Na prática, isso representou uma condenação. Vinte e cinco lojas já fecharam. A última, o restaurante Cataroca, ficava ao lado do Bar Luiz e não aguentou pagar R$ 15 mil mensais. Em entrevista à coluna "Gente Boa", do "Globo", Roberto Cury, presidente da Sociedade dos Amigos da Rua da Carioca e Adjacências, comentou: "A rua está parecendo um cemitério". Mal-assombrado.
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Conselho de SP proíbe médico de receber gratificações da indústria
Em razão do escândalo da máfia das próteses, o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) publicou nesta quinta (05) resolução que proíbe médicos paulistas a prescrever medicamentos, órteses, próteses e outros materiais como contrapartida de gratificações da indústria. Também determina que o médico referência em sua área de atuação, contratado na condição de consultor ou divulgador das empresas farmacêuticas ou de órteses e próteses deverá informar por escrito ao Cremesp o tempo em que atuará nessa condição e o nome da empresa em que prestará serviço. Os médicos estão vetados de permitir a entrada na sala cirúrgica de representantes das empresas –exceto quando em função exclusivamente técnica e sem acesso ao campo cirúrgico. O documento também responsabiliza os diretores técnicos e clínicos de hospitais caso haja má utilização das órteses e próteses. Para o Cremesp, a relação de médicos e hospitais com a indústria de medicamentos, órteses, próteses e materiais "ultrapassou os limites éticos, bioéticos e sociais da boa prática da medicina". Entre as justificativas da nova resolução estão evidências científicas de que a relação entre médicos e indústria pode influenciar, de forma negativa, as prescrições de medicamentos e as decisões sobre tratamento. O Cremesp lembra ainda que os gastos dos laboratórios e das indústrias de órteses e próteses com promoção dirigida aos médicos são repassados ao preço final dos produtos e, consequentemente, têm impacto nos gastos dos cidadãos e nos custos do sistema de saúde. A nova resolução entra em vigor em 60 dias.
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Conselho de SP proíbe médico de receber gratificações da indústriaEm razão do escândalo da máfia das próteses, o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) publicou nesta quinta (05) resolução que proíbe médicos paulistas a prescrever medicamentos, órteses, próteses e outros materiais como contrapartida de gratificações da indústria. Também determina que o médico referência em sua área de atuação, contratado na condição de consultor ou divulgador das empresas farmacêuticas ou de órteses e próteses deverá informar por escrito ao Cremesp o tempo em que atuará nessa condição e o nome da empresa em que prestará serviço. Os médicos estão vetados de permitir a entrada na sala cirúrgica de representantes das empresas –exceto quando em função exclusivamente técnica e sem acesso ao campo cirúrgico. O documento também responsabiliza os diretores técnicos e clínicos de hospitais caso haja má utilização das órteses e próteses. Para o Cremesp, a relação de médicos e hospitais com a indústria de medicamentos, órteses, próteses e materiais "ultrapassou os limites éticos, bioéticos e sociais da boa prática da medicina". Entre as justificativas da nova resolução estão evidências científicas de que a relação entre médicos e indústria pode influenciar, de forma negativa, as prescrições de medicamentos e as decisões sobre tratamento. O Cremesp lembra ainda que os gastos dos laboratórios e das indústrias de órteses e próteses com promoção dirigida aos médicos são repassados ao preço final dos produtos e, consequentemente, têm impacto nos gastos dos cidadãos e nos custos do sistema de saúde. A nova resolução entra em vigor em 60 dias.
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Bingo deixa discrição de lado e tem inauguração com Carnaval no RS
Acostumados com a ilegalidade, a maioria dos bingos tenta não chamar a atenção. Porém, o bingo Coliseu e Roma, no bairro Azenha, em Porto Alegre, escolheu um caminho nada discreto. Uma festa com direito a show de bateria de escola de samba marcou a reinauguração do local no dia 13, após anos de "abre e fecha". "O salão estava lotado!", relembra Alzemiro Jacintho da Silva, presidente da Império do Sol, agremiação que se apresentou no local. "Façam suas apostas, o jogo começou" é o tema do samba-enredo da escola para o Carnaval deste ano. "É bingo! A sorte que lampeja e o sonho que deseja na 'cabeça' acertar!", diz um trecho da letra da música. O tema foi escolhido ainda em março de 2016, de acordo com Silva, assim que o Carnaval anterior foi encerrado. "Foi lindo demais, bebê", disse uma funcionária do Roma sobre a festa, enquanto auxiliava uma idosa a usar uma máquina de apostas. Quase uma centena de máquinas são dispostas lado a lado em fileiras. As luzes das telas dos jogos temáticos (piratas, cassino e até ursinho) brilham em contraste com a penumbra. Enquanto o bingo não começava, a repórter apostou R$ 10 em uma máquina "para iniciantes" que fazia combinação de sequência de símbolos (diamante, trevo, cofre) e faturou R$ 15. Cerca de dez idosos faziam o mesmo. No salão reservado ao bingo, a fumaça dos cigarros embaça a luz indireta. "Olha ao redor: 99,9% das pessoas aqui são velhas", disse um senhor apontando para o mar de "cabeças brancas" que tomou conta dos cerca de duzentos lugares. "São sempre os mesmos que estão aqui, são viciados", disse, confessando que ele mesmo é viciado em apostas.
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Bingo deixa discrição de lado e tem inauguração com Carnaval no RSAcostumados com a ilegalidade, a maioria dos bingos tenta não chamar a atenção. Porém, o bingo Coliseu e Roma, no bairro Azenha, em Porto Alegre, escolheu um caminho nada discreto. Uma festa com direito a show de bateria de escola de samba marcou a reinauguração do local no dia 13, após anos de "abre e fecha". "O salão estava lotado!", relembra Alzemiro Jacintho da Silva, presidente da Império do Sol, agremiação que se apresentou no local. "Façam suas apostas, o jogo começou" é o tema do samba-enredo da escola para o Carnaval deste ano. "É bingo! A sorte que lampeja e o sonho que deseja na 'cabeça' acertar!", diz um trecho da letra da música. O tema foi escolhido ainda em março de 2016, de acordo com Silva, assim que o Carnaval anterior foi encerrado. "Foi lindo demais, bebê", disse uma funcionária do Roma sobre a festa, enquanto auxiliava uma idosa a usar uma máquina de apostas. Quase uma centena de máquinas são dispostas lado a lado em fileiras. As luzes das telas dos jogos temáticos (piratas, cassino e até ursinho) brilham em contraste com a penumbra. Enquanto o bingo não começava, a repórter apostou R$ 10 em uma máquina "para iniciantes" que fazia combinação de sequência de símbolos (diamante, trevo, cofre) e faturou R$ 15. Cerca de dez idosos faziam o mesmo. No salão reservado ao bingo, a fumaça dos cigarros embaça a luz indireta. "Olha ao redor: 99,9% das pessoas aqui são velhas", disse um senhor apontando para o mar de "cabeças brancas" que tomou conta dos cerca de duzentos lugares. "São sempre os mesmos que estão aqui, são viciados", disse, confessando que ele mesmo é viciado em apostas.
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Rosberg é o mais veloz no último treino livre para o GP da Espanha
Nico Rosberg fechou na frente a preparação para o treino que definirá o grid de largada do GP da Espanha, quinta etapa do Mundial de F-1. Depois de fazer o melhor tempo da sexta-feira (8) em Barcelona, o piloto da Mercedes voltou a ser o mais veloz na sessão de treinos livres disputada na manhã deste sábado (9). Rosberg anotou sua melhor volta em 1min26s021, o suficiente para ficar 0s156 à frente de Sebastian Vettel, da Ferrari, o segundo mais rápido no circuito da Catalunha. Companheiro de Rosberg na Mercedes, Lewis Hamilton completou o treino na terceira colocação ao cravar 1min26s222. Valtteri Bottas, da Williams, fez o quarto tempo, seguido pela Ferrari de Kimi Raikkonen. A Red Bull ficou com a sexta colocação com Daniel Ricciardo. O australiano completou o treino logo à frente de Felipe Massa, o sétimo mais veloz na manhã de sol em Montmeló. O brasileiro da Williams completou 19 voltas durante o treino, a melhor delas em 1min27s109. Max Verstappen, da Toro Rosso, ficou com o oitavo tempo, seguido por Daniil Kvyat, da Red Bull. Carlos Sainz, companheiro do holandês na Toro Rosso, fechou o top 10 ao anotar 1min27s809. Felipe Nasr, que na sexta-feira terminou o dia na 15ª colocação, foi o 13º colocado neste sábado. O brasileiro da Sauber anotou sua melhor tentativa em 1min28s096 e ficou imediatamente à frente de Fernando Alonso, da McLaren, o 14º mais veloz da sessão com 1min28s304. A definição do grid da primeira corrida em solo europeu em 2015 acontece neste sábado, a partir das 9h (de Brasília), mesmo horário da prova, no domingo.
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Rosberg é o mais veloz no último treino livre para o GP da EspanhaNico Rosberg fechou na frente a preparação para o treino que definirá o grid de largada do GP da Espanha, quinta etapa do Mundial de F-1. Depois de fazer o melhor tempo da sexta-feira (8) em Barcelona, o piloto da Mercedes voltou a ser o mais veloz na sessão de treinos livres disputada na manhã deste sábado (9). Rosberg anotou sua melhor volta em 1min26s021, o suficiente para ficar 0s156 à frente de Sebastian Vettel, da Ferrari, o segundo mais rápido no circuito da Catalunha. Companheiro de Rosberg na Mercedes, Lewis Hamilton completou o treino na terceira colocação ao cravar 1min26s222. Valtteri Bottas, da Williams, fez o quarto tempo, seguido pela Ferrari de Kimi Raikkonen. A Red Bull ficou com a sexta colocação com Daniel Ricciardo. O australiano completou o treino logo à frente de Felipe Massa, o sétimo mais veloz na manhã de sol em Montmeló. O brasileiro da Williams completou 19 voltas durante o treino, a melhor delas em 1min27s109. Max Verstappen, da Toro Rosso, ficou com o oitavo tempo, seguido por Daniil Kvyat, da Red Bull. Carlos Sainz, companheiro do holandês na Toro Rosso, fechou o top 10 ao anotar 1min27s809. Felipe Nasr, que na sexta-feira terminou o dia na 15ª colocação, foi o 13º colocado neste sábado. O brasileiro da Sauber anotou sua melhor tentativa em 1min28s096 e ficou imediatamente à frente de Fernando Alonso, da McLaren, o 14º mais veloz da sessão com 1min28s304. A definição do grid da primeira corrida em solo europeu em 2015 acontece neste sábado, a partir das 9h (de Brasília), mesmo horário da prova, no domingo.
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Premiê da Austrália anuncia lei para vetar asilo a refugiados em barcos
O premiê da Austrália, Malcolm Turnbull, anunciou neste domingo (30) um projeto de lei para vetar a concessão de asilo a refugiados que cheguem ao país de barco. Em uma entrevista a jornalistas, Turnbull disse enviar uma "mensagem inequívoca e absolutamente inflexível" aos imigrantes ilegais. O premiê, que já atraíra duras críticas de grupos de direitos humanos ao anunciar seus planos para o veto, afirmou ainda que a legislação é mais justa com os refugiados que seguem o processo legal de pedido de asilo. "Um programa humanitário generoso e uma sociedade multicultural harmoniosa dependem do governo australiano estar no controle de suas fronteiras", disse Turnbull. "E isso depende de nós enviarmos uma resposta unida aos traficantes de pessoas de que se eles tentarem trazer pessoas à Austrália, esses passageiros nunca vão ser abrigadas nesse país." Em 19 de julho de 2013, um governo anterior ao de Turnbull aprovou uma legislação que bane os refugiados que chegam de barco dos portos da Indonésia de receberem asilo na Austrália. Desde então, o país paga a nações vizinhas, como Nauru e Papua Nova Guiné, para receber os refugiados que chegam em seu território. Mais de 20 mil pessoas tentaram entrar ilegalmente no país de barco em 2013. A nova legislação proposta por Turnbull, que deve ser levada ao Parlamento na próxima semana, determina que milhares de imigrantes ilegais que tentaram buscar asilo na Austrália e voltaram aos seus países natais sejam banidos por toda a vida de visitar o território australiano como turistas, para fazer negócios ou mesmo como cônjuges de australianos. "Você precisa da mais clara das mensagens claras. Esta é uma batalha entre o povo australiano, representado por seu governo, e essas gangues criminais de traficantes de pessoas. Você não deve subestimar a escala da ameaça", disse. A nova política, se aprovada, será aplicada a todos os imigrantes ilegais que tentaram chegar ao país desde 19 de julho de 2013. Segundo o ministro de Imigração, Peter Dutton, a lei não será aplicada a crianças e haverá exceções em casos de "interesse público". A chefe de política da Unicef na Austrália, Amy Lamoin, citada pela rede americana CNN, criticou o projeto de lei dizendo que "não é razoável, necessário ou proporcional" e que pune os refugiados muito mais do que cria um alerta aos traficantes de pessoas.
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Premiê da Austrália anuncia lei para vetar asilo a refugiados em barcosO premiê da Austrália, Malcolm Turnbull, anunciou neste domingo (30) um projeto de lei para vetar a concessão de asilo a refugiados que cheguem ao país de barco. Em uma entrevista a jornalistas, Turnbull disse enviar uma "mensagem inequívoca e absolutamente inflexível" aos imigrantes ilegais. O premiê, que já atraíra duras críticas de grupos de direitos humanos ao anunciar seus planos para o veto, afirmou ainda que a legislação é mais justa com os refugiados que seguem o processo legal de pedido de asilo. "Um programa humanitário generoso e uma sociedade multicultural harmoniosa dependem do governo australiano estar no controle de suas fronteiras", disse Turnbull. "E isso depende de nós enviarmos uma resposta unida aos traficantes de pessoas de que se eles tentarem trazer pessoas à Austrália, esses passageiros nunca vão ser abrigadas nesse país." Em 19 de julho de 2013, um governo anterior ao de Turnbull aprovou uma legislação que bane os refugiados que chegam de barco dos portos da Indonésia de receberem asilo na Austrália. Desde então, o país paga a nações vizinhas, como Nauru e Papua Nova Guiné, para receber os refugiados que chegam em seu território. Mais de 20 mil pessoas tentaram entrar ilegalmente no país de barco em 2013. A nova legislação proposta por Turnbull, que deve ser levada ao Parlamento na próxima semana, determina que milhares de imigrantes ilegais que tentaram buscar asilo na Austrália e voltaram aos seus países natais sejam banidos por toda a vida de visitar o território australiano como turistas, para fazer negócios ou mesmo como cônjuges de australianos. "Você precisa da mais clara das mensagens claras. Esta é uma batalha entre o povo australiano, representado por seu governo, e essas gangues criminais de traficantes de pessoas. Você não deve subestimar a escala da ameaça", disse. A nova política, se aprovada, será aplicada a todos os imigrantes ilegais que tentaram chegar ao país desde 19 de julho de 2013. Segundo o ministro de Imigração, Peter Dutton, a lei não será aplicada a crianças e haverá exceções em casos de "interesse público". A chefe de política da Unicef na Austrália, Amy Lamoin, citada pela rede americana CNN, criticou o projeto de lei dizendo que "não é razoável, necessário ou proporcional" e que pune os refugiados muito mais do que cria um alerta aos traficantes de pessoas.
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'Me arruinaram', diz Dirceu diante da ameaça de ser preso na Lava Jato
Em meio às notícias de que poderia ser preso na semana passada, José Dirceu desabafava com interlocutores: "Me arruinaram". Afirmava que, depois da Operação Lava Jato, as empresas que ainda mantinham contratos com sua consultoria decidiram interrompê-los. NERVOS DE AÇO Dirceu disse a amigos também que, embora poucos acreditem, sua empresa tem hoje cerca de R$ 3 milhões de dívidas de impostos e bancárias, entre outras. E que está se desfazendo de patrimônio para quitá-las. NERVOS 2 Nos tempos áureos, o petista chegou a ter, entre seus clientes, a Ambev, a Hypermarcas, o grupo ABC, do publicitário Nizan Guanaes, os bilionários Carlos Slim e Ricardo Salinas, do México, e Gustavo Cisneros, da Venezuela. E também praticamente todas as grandes empreiteiras do país, hoje envolvidas na Lava Jato. NERVOS 3 Em prisão domiciliar, ele afirmava que agora se dedica a cuidar de Maria Antonia, a filha de cinco anos. Acabou também de gravar entrevistas para um livro em que relatará seus tempos de prisão na Papuda. NERVOS 4 Dirceu admitia a interlocutores também que a tensão que já estava vivendo havia quatro meses, com os boatos de que poderia ser preso a qualquer momento, o deixava "mal". Amigos afirmam que a depressão seria tal que o petista poderia, caso preso, no limite, aderir a um acordo de colaboração com a Justiça. No fim da semana passada, no entanto, o ex-ministro afirmava: "Eu enfrento qualquer situação". ATRÁS DA CORTINA Gilberto Gil esteve em Londres na semana passada com sua mulher e empresária, Flora. Eles viajaram para a turnê de Gil com Caetano Veloso; os cantores se apresentam até sábado (11) na França, na Dinamarca e na Itália. EU FICO O ministro Luís Inácio Adams, da AGU (Advocacia-Geral da União), diz que não deixará o cargo depois do julgamento das contas do governo pelo TCU (Tribunal de Contas da União). As informações de que ele estaria insatisfeito circularam junto com as de que Michel Temer, na articulação política, e José Eduardo Cardozo, da Justiça, também estariam pensando em sair. Os três, no entanto, vão ficar onde estão. URBANO Renato Russo será homenageado em setembro no Festival Brasileiro de Cinema de Los Angeles. Filmes baseados na obra dele e documentários serão apresentados no evento. A banda-tributo Urbana Legion se apresentará na festa de encerramento, no hotel Mr.C, em Beverly Hills. IRMÃOS DE FÉ O pastor e comunicador Valdemiro Santiago, 51, recebeu um convite para gravar louvores com o cantor Agnaldo Timóteo, 78. "Ele já aceitou e agora vai escolher o repertório", diz Timóteo, que é católico. "Não me incomoda cantar músicas de outra fé. É para mostrar que somos irmãos." Santiago não comentou. TROPA LETRADA O ator Wagner Moura circulou pelas ruas de Paraty na sexta (3), durante a Flip. O escritor Reinaldo Moraes participou de mesa sobre literatura erótica. Também estiveram na festa literária o comediante Claudio Manoel e as atrizes Martha Nowill e Betty Gofman. O arquiteto e ilustrador Claudius Ceccon foi com a educadora Jo Ceccon. AUSÊNCIA AQUI Hector Babenco será um dos homenageados do Festival de Cinema Latino-Americano de SP, mas não estará presente. "Já tinha uma viagem programada para Los Angeles [nos EUA], por causa de um roteiro que estou escrevendo lá", diz o cineasta. "Mas o importante é que os filmes sejam vistos." A mostra, de 30 julho a 5 de agosto, também vai reverenciar o diretor Lírio Ferreira. Longas dos dois serão exibidos. PRESENÇA LÁ E Babenco deve lançar em outubro seu longa "Meu Amigo Hindu". Ele foi a Roma mostrar a obra ao protagonista, o ator Willem Dafoe, e ao amigo e colega de profissão Bernardo Bertolucci. "Acho que é meu melhor filme", diz. AREIA QUENTE O estilista Sergio K, que fará sua festa de aniversário em Guarujá em agosto, diz que prepara "shows com mistura de estilos musicais, dançarinas nuas e fogos de artifício" para o evento, com duração de 12 horas e 2.000 convidados. SESSÃO ESPECIAL O diretor Marcelo Galvão recebeu convidados para exibição de seu filme "Quarta B", em um dos estúdios da produtora Gatacine, no centro de SP. Os atores Ariel Goldenberg, Rita Pokk, Roger Hal e Christiano Cochrane e o humorista Rafinha Bastos foram ao evento, na quinta (2). * CURTO-CIRCUITO O líder humanitário Sri Prem Baba lança "Amar e Ser Livre", no próximo dia 20, às 19h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Ucha Meirelles faz coquetel para lançar o blog Upost, nesta segunda (6) à noite, na galeria Bergamin & Gomide. A M.A.C Cosmetics inaugura sua maior loja no Brasil, nesta segunda (6), no Top Center Shopping, a partir das 21h. O artista Peter Gasper desenhou a iluminação da ponte estaiada da linha 4 do metrô do Rio, na Barra. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES (de Paraty) e LETÍCIA MORI; colaborou CHICO FELITTI
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'Me arruinaram', diz Dirceu diante da ameaça de ser preso na Lava JatoEm meio às notícias de que poderia ser preso na semana passada, José Dirceu desabafava com interlocutores: "Me arruinaram". Afirmava que, depois da Operação Lava Jato, as empresas que ainda mantinham contratos com sua consultoria decidiram interrompê-los. NERVOS DE AÇO Dirceu disse a amigos também que, embora poucos acreditem, sua empresa tem hoje cerca de R$ 3 milhões de dívidas de impostos e bancárias, entre outras. E que está se desfazendo de patrimônio para quitá-las. NERVOS 2 Nos tempos áureos, o petista chegou a ter, entre seus clientes, a Ambev, a Hypermarcas, o grupo ABC, do publicitário Nizan Guanaes, os bilionários Carlos Slim e Ricardo Salinas, do México, e Gustavo Cisneros, da Venezuela. E também praticamente todas as grandes empreiteiras do país, hoje envolvidas na Lava Jato. NERVOS 3 Em prisão domiciliar, ele afirmava que agora se dedica a cuidar de Maria Antonia, a filha de cinco anos. Acabou também de gravar entrevistas para um livro em que relatará seus tempos de prisão na Papuda. NERVOS 4 Dirceu admitia a interlocutores também que a tensão que já estava vivendo havia quatro meses, com os boatos de que poderia ser preso a qualquer momento, o deixava "mal". Amigos afirmam que a depressão seria tal que o petista poderia, caso preso, no limite, aderir a um acordo de colaboração com a Justiça. No fim da semana passada, no entanto, o ex-ministro afirmava: "Eu enfrento qualquer situação". ATRÁS DA CORTINA Gilberto Gil esteve em Londres na semana passada com sua mulher e empresária, Flora. Eles viajaram para a turnê de Gil com Caetano Veloso; os cantores se apresentam até sábado (11) na França, na Dinamarca e na Itália. EU FICO O ministro Luís Inácio Adams, da AGU (Advocacia-Geral da União), diz que não deixará o cargo depois do julgamento das contas do governo pelo TCU (Tribunal de Contas da União). As informações de que ele estaria insatisfeito circularam junto com as de que Michel Temer, na articulação política, e José Eduardo Cardozo, da Justiça, também estariam pensando em sair. Os três, no entanto, vão ficar onde estão. URBANO Renato Russo será homenageado em setembro no Festival Brasileiro de Cinema de Los Angeles. Filmes baseados na obra dele e documentários serão apresentados no evento. A banda-tributo Urbana Legion se apresentará na festa de encerramento, no hotel Mr.C, em Beverly Hills. IRMÃOS DE FÉ O pastor e comunicador Valdemiro Santiago, 51, recebeu um convite para gravar louvores com o cantor Agnaldo Timóteo, 78. "Ele já aceitou e agora vai escolher o repertório", diz Timóteo, que é católico. "Não me incomoda cantar músicas de outra fé. É para mostrar que somos irmãos." Santiago não comentou. TROPA LETRADA O ator Wagner Moura circulou pelas ruas de Paraty na sexta (3), durante a Flip. O escritor Reinaldo Moraes participou de mesa sobre literatura erótica. Também estiveram na festa literária o comediante Claudio Manoel e as atrizes Martha Nowill e Betty Gofman. O arquiteto e ilustrador Claudius Ceccon foi com a educadora Jo Ceccon. AUSÊNCIA AQUI Hector Babenco será um dos homenageados do Festival de Cinema Latino-Americano de SP, mas não estará presente. "Já tinha uma viagem programada para Los Angeles [nos EUA], por causa de um roteiro que estou escrevendo lá", diz o cineasta. "Mas o importante é que os filmes sejam vistos." A mostra, de 30 julho a 5 de agosto, também vai reverenciar o diretor Lírio Ferreira. Longas dos dois serão exibidos. PRESENÇA LÁ E Babenco deve lançar em outubro seu longa "Meu Amigo Hindu". Ele foi a Roma mostrar a obra ao protagonista, o ator Willem Dafoe, e ao amigo e colega de profissão Bernardo Bertolucci. "Acho que é meu melhor filme", diz. AREIA QUENTE O estilista Sergio K, que fará sua festa de aniversário em Guarujá em agosto, diz que prepara "shows com mistura de estilos musicais, dançarinas nuas e fogos de artifício" para o evento, com duração de 12 horas e 2.000 convidados. SESSÃO ESPECIAL O diretor Marcelo Galvão recebeu convidados para exibição de seu filme "Quarta B", em um dos estúdios da produtora Gatacine, no centro de SP. Os atores Ariel Goldenberg, Rita Pokk, Roger Hal e Christiano Cochrane e o humorista Rafinha Bastos foram ao evento, na quinta (2). * CURTO-CIRCUITO O líder humanitário Sri Prem Baba lança "Amar e Ser Livre", no próximo dia 20, às 19h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Ucha Meirelles faz coquetel para lançar o blog Upost, nesta segunda (6) à noite, na galeria Bergamin & Gomide. A M.A.C Cosmetics inaugura sua maior loja no Brasil, nesta segunda (6), no Top Center Shopping, a partir das 21h. O artista Peter Gasper desenhou a iluminação da ponte estaiada da linha 4 do metrô do Rio, na Barra. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES (de Paraty) e LETÍCIA MORI; colaborou CHICO FELITTI
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Patrocinador promete até R$ 140 mi e fica perto de acordo com Palmeiras
Um dia após a festa de apresentação de sua candidatura ao conselho deliberativo do Palmeiras, Leila Pereira, presidente da Crefisa, se reuniu nesta quinta-feira (2) com o presidente do clube, Maurício Galliote, para acertar o acordo de renovação do contrato com o clube. Além dos dois, o ex-presidente Mustafá Contursi também esteve presente no encontro em um restaurante da capital paulista. A patrocinadora oferece um contrato de duas temporadas pagando R$ 80 milhões por ano para expor a marca da Crefisa e da FAM (Faculdade das Américas) na camisa do clube. Até 2016, a empresa pagou R$ 66 milhões. Além do valor fixo, a Crefisa já deu R$ 31 milhões ao clube para reforços em 2017. Com premiações em caso de títulos, o valor total destinado ao Palmeiras poderá chegar a até R$ 140 milhões. "O contrato será renovado independentemente do resultado da eleição [para o conselho]. Te garanto que o valor não vai ser inferior ao que é hoje. Mas vocês têm que contar que a Crefisa deu seis jogadores ao Palmeiras", afirmou Leila,na noite de quarta-feira (1º). "Esses jogadores não pertencem à Crefisa, pertencem ao Palmeiras. Nós compramos e demos para o Palmeiras", completou.
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Patrocinador promete até R$ 140 mi e fica perto de acordo com PalmeirasUm dia após a festa de apresentação de sua candidatura ao conselho deliberativo do Palmeiras, Leila Pereira, presidente da Crefisa, se reuniu nesta quinta-feira (2) com o presidente do clube, Maurício Galliote, para acertar o acordo de renovação do contrato com o clube. Além dos dois, o ex-presidente Mustafá Contursi também esteve presente no encontro em um restaurante da capital paulista. A patrocinadora oferece um contrato de duas temporadas pagando R$ 80 milhões por ano para expor a marca da Crefisa e da FAM (Faculdade das Américas) na camisa do clube. Até 2016, a empresa pagou R$ 66 milhões. Além do valor fixo, a Crefisa já deu R$ 31 milhões ao clube para reforços em 2017. Com premiações em caso de títulos, o valor total destinado ao Palmeiras poderá chegar a até R$ 140 milhões. "O contrato será renovado independentemente do resultado da eleição [para o conselho]. Te garanto que o valor não vai ser inferior ao que é hoje. Mas vocês têm que contar que a Crefisa deu seis jogadores ao Palmeiras", afirmou Leila,na noite de quarta-feira (1º). "Esses jogadores não pertencem à Crefisa, pertencem ao Palmeiras. Nós compramos e demos para o Palmeiras", completou.
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A guerra dos Roses
SÃO PAULO - Ceticismo. Se, em doses cavalares, ele nos empurra para posições solipsistas que levam ao imobilismo, em quantidades apropriadas, converte-se no motor da filosofia e da ciência. Ao instilar um pouco de dúvida em tudo, o ceticismo nos faz examinar criticamente as ideias recebidas, permitindo que nos livremos das piores e tenhamos chance de substituí-las por hipóteses mais adequadas. Ninguém nunca perde por aplicar um pouco de ceticismo às coisas, nem que seja para em seguida descartá-lo. Faço essas reflexões a propósito de "Can Neuroscience Change Our Minds?" (a neurociência pode mudar nossas mentes?), do casal Hilary e Steven Rose. Ela é socióloga da ciência, e ele, professor emérito de neurobiologia na Open University de Londres. O livro tem uma agenda política muito clara. Os Roses frequentemente falam como militantes do PSOL, denunciando complôs neoliberais entre indústria e políticos conservadores para espoliar os pobres. Se esses complôs são reais, eu não sei, mas sei que a obra é útil para analisarmos criticamente o oba-oba que se faz em torno do cérebro e do prefixo "neuro-" que hoje se acopla a quase tudo: neuromarketing, neuroeconomia, neuropsicanálise etc. Os Roses não negam que houve importantes avanços na neurociência -Steven contribuiu para alguns deles- que aumentaram muito nossos conhecimentos sobre o cérebro, mas levantam uma série de problemas nos métodos e nos pressupostos daqueles que já querem extrair aplicações práticas desse saber. Eles mostram, por exemplo, que a teoria do apego, segundo a qual recém-nascidos precisam conectar-se com ao menos um cuidador primário para crescer de forma saudável, que está na base de várias políticas públicas do Reino Unido, tem mais buracos que um queijo suíço. Mesmo que não compremos todas as ideias dos Roses pelo valor de face, seu livro nos aguça um saudável neuroceticismo.
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A guerra dos RosesSÃO PAULO - Ceticismo. Se, em doses cavalares, ele nos empurra para posições solipsistas que levam ao imobilismo, em quantidades apropriadas, converte-se no motor da filosofia e da ciência. Ao instilar um pouco de dúvida em tudo, o ceticismo nos faz examinar criticamente as ideias recebidas, permitindo que nos livremos das piores e tenhamos chance de substituí-las por hipóteses mais adequadas. Ninguém nunca perde por aplicar um pouco de ceticismo às coisas, nem que seja para em seguida descartá-lo. Faço essas reflexões a propósito de "Can Neuroscience Change Our Minds?" (a neurociência pode mudar nossas mentes?), do casal Hilary e Steven Rose. Ela é socióloga da ciência, e ele, professor emérito de neurobiologia na Open University de Londres. O livro tem uma agenda política muito clara. Os Roses frequentemente falam como militantes do PSOL, denunciando complôs neoliberais entre indústria e políticos conservadores para espoliar os pobres. Se esses complôs são reais, eu não sei, mas sei que a obra é útil para analisarmos criticamente o oba-oba que se faz em torno do cérebro e do prefixo "neuro-" que hoje se acopla a quase tudo: neuromarketing, neuroeconomia, neuropsicanálise etc. Os Roses não negam que houve importantes avanços na neurociência -Steven contribuiu para alguns deles- que aumentaram muito nossos conhecimentos sobre o cérebro, mas levantam uma série de problemas nos métodos e nos pressupostos daqueles que já querem extrair aplicações práticas desse saber. Eles mostram, por exemplo, que a teoria do apego, segundo a qual recém-nascidos precisam conectar-se com ao menos um cuidador primário para crescer de forma saudável, que está na base de várias políticas públicas do Reino Unido, tem mais buracos que um queijo suíço. Mesmo que não compremos todas as ideias dos Roses pelo valor de face, seu livro nos aguça um saudável neuroceticismo.
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TCU cobra governo para rever política da indústria do petróleo
O TCU (Tribunal de Contas da União) determinou ao governo que reveja a política de conteúdo nacional para compras do setor de petróleo. Na avaliação do órgão, as regras atuais são "frágeis" e apresentam "distorções". A posição agrada às petroleiras, que vivem um embate com a indústria e com fabricantes de bens e serviços para o setor sobre os compromissos de compras no país. Nesta quinta (8), representantes de sete federações de indústrias e sete associações empresariais se reuniram no Rio para lançar um movimento em defesa da política de conteúdo local, batizado de Produz mais Brasil. Em acórdão assinado pelos ministros Raimundo Carreiro e José Múcio Monteiro, o TCU avalia que a política atual "impõe custos à própria União, por meio da Petrobras, encarece e retarda a produção de petróleo", postergando receitas com royalties. O processo foi motivado pelo elevado número de pedidos de perdão pelo não cumprimento das obrigações feitos pelas petroleiras em operação no país –segundo dados do setor, já são 110. Relatório do órgão estima que o valor das multas por não cumprimento pode chegar a US$ 25 bilhões até 2025, caso a política atual seja mantida. Por isso, determina que a ANP defina "critérios claros e objetivos" para o perdão às empresas e que o Ministério de Minas e Energia adote objetivos de política de conteúdo local, com instrumentos que mensurem os resultados. No lançamento do Produz mais Brasil, a diretora do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços, Margarete Gandini, afirmou que o governo iniciará em 2017 uma grande revisão do tema. A ideia, explicou ela, é ter uma política que privilegie o incentivo às empresas que comprarem mais no Brasil, em vez de multas por não cumprirem compromissos. Para a próxima rodada da ANP, em 2017, haverá uma regra de transição. A indústria teme que o processo prejudique os fabricantes instalados no Brasil. "Precisamos ter igualdade de condições para competir", disse, a gerente de petróleo e gás da Firjan (que reúne as indústrias do Rio), Karine Fragoso.
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TCU cobra governo para rever política da indústria do petróleoO TCU (Tribunal de Contas da União) determinou ao governo que reveja a política de conteúdo nacional para compras do setor de petróleo. Na avaliação do órgão, as regras atuais são "frágeis" e apresentam "distorções". A posição agrada às petroleiras, que vivem um embate com a indústria e com fabricantes de bens e serviços para o setor sobre os compromissos de compras no país. Nesta quinta (8), representantes de sete federações de indústrias e sete associações empresariais se reuniram no Rio para lançar um movimento em defesa da política de conteúdo local, batizado de Produz mais Brasil. Em acórdão assinado pelos ministros Raimundo Carreiro e José Múcio Monteiro, o TCU avalia que a política atual "impõe custos à própria União, por meio da Petrobras, encarece e retarda a produção de petróleo", postergando receitas com royalties. O processo foi motivado pelo elevado número de pedidos de perdão pelo não cumprimento das obrigações feitos pelas petroleiras em operação no país –segundo dados do setor, já são 110. Relatório do órgão estima que o valor das multas por não cumprimento pode chegar a US$ 25 bilhões até 2025, caso a política atual seja mantida. Por isso, determina que a ANP defina "critérios claros e objetivos" para o perdão às empresas e que o Ministério de Minas e Energia adote objetivos de política de conteúdo local, com instrumentos que mensurem os resultados. No lançamento do Produz mais Brasil, a diretora do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços, Margarete Gandini, afirmou que o governo iniciará em 2017 uma grande revisão do tema. A ideia, explicou ela, é ter uma política que privilegie o incentivo às empresas que comprarem mais no Brasil, em vez de multas por não cumprirem compromissos. Para a próxima rodada da ANP, em 2017, haverá uma regra de transição. A indústria teme que o processo prejudique os fabricantes instalados no Brasil. "Precisamos ter igualdade de condições para competir", disse, a gerente de petróleo e gás da Firjan (que reúne as indústrias do Rio), Karine Fragoso.
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Dilma promete zerar desmatamento ilegal até 2030
Em entrevista ao lado do presidente Barack Obama na Casa Branca, a presidente Dilma Rousseff anunciou nesta terça-feira (30) que o Brasil tem como meta zerar o desmatamento ilegal até 2030. "Temos o compromisso de chegar ao desmatamento zero ou a uma taxa de desmatamento ilegal zero entre agora e 2030, e também desejamos virar a página e nos engajar em uma clara política orientada de reflorestamento", disse. Além disso, os dois líderes se comprometeram a atingir individualmente 20% de participação de fontes renováveis, além da geração hidráulica, em suas respectivas matrizes energéticas até 2030. Nos EUA, em 2013, as fontes renováveis respondiam por 12,9% da matriz energética. Segundo Obama, essas são metas muito ambiciosas, que quase triplicariam a participação das renováveis na matriz energética americana e dobrariam na brasileira. A declaração de Dilma sobre desmatamento zero representou um avanço em relação à "Declaração Conjunta Brasil-Estados Unidos sobre Mudança do Clima", comunicado divulgado pelas duas Presidências previamente. No documento conjunto, o Brasil se compromete a restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030 e faz uma declaração mais genérica sobre a eliminação do desmatamento ilegal. "[O Brasil se compromete a] implementar políticas com vistas à eliminação do desmatamento ilegal, em conjunto com o aumento ambicioso de estoques de carbono por meio de reflorestamento e da restauração florestal", diz genericamente o documento conjunto. O país também estabelece como meta atingir em 2030 uma participação de 28% a 33% de fontes renováveis (eletricidade e biocombustíveis), sem incluir geração hidráulica. Na noite de segunda-feira (29), membros do governo indicaram que Dilma faria um anúncio específico sobre o desmatamento ilegal. Segundo essas autoridades, a presidente anunciaria a intenção de zerar o desmatamento ilegal até 2025. Enunciada na última hora por Dilma, sem estar presente na declaração final dos presidentes, a promessa relativa a 2030 parece uma tentativa de apresentar uma "agenda positiva" num momento em que o governo brasileiro sofre pressão política doméstica. CLIMA DESCONTRAÍDO Após uma reunião de trabalho de uma hora, Dilma e Obama foram ao Salão Leste onde fizeram uma declaração à imprensa, seguida de duas perguntas da imprensa de cada país. Na entrevista, enquanto Obama era indagado sobre "a melhor semana de sua vida", por causa de duas vitórias na Suprema Corte (casamento gay e reforma da saúde) e aprovação do Trade Promotion Authority, que permite aprovação de acordos comerciais sem emendas do Congresso, Dilma foi constrangida por perguntas para Obama sobre a possibilidade de a crise política no Brasil prejudicar a confiança no relacionamento entre os dois países. Indagado sobre investigações nos EUA sobre corrupção na Petrobras, Obama desconversou, dizendo não comentar sobre processos em andamento. No pronunciamento, os dois fizeram piadas. Obama disse que gostaria de voltar ao Brasil, afinal seu vice-presidente, Joe Biden, é que foi convidado a assistir a um jogo de futebol durante a Copa. Ele agradeceu o moletom verde amarelo, com o Brasil estampado nas costas, que ganhou da presidente. "O moletom é muito bonito, mas não vou poder usar em público, só se for em casa." Ao que Dilma rebateu: "Se você for assistir às Olimpíadas no Brasil com esse moletom, garanto que será muito aplaudido". Obama elogiou "sacrifícios que a presidente Dilma fez na vida dela, pessoalmente", referindo-se ao fato de Dilma ter estado presa e torturada durante a ditadura militar. E Dilma, que na segunda (29) visitou o monumento ao líder negro de direitos civis americano Martin Luther King, lembrou que as duas nações compartilharam a herança pesada da escravidão. Em comunicado conjunto divulgado de manhã, o Brasil se compromete a "implementar políticas com vistas à eliminação do desmatamento ilegal, em conjunto com o aumento ambicioso de estoques de carbono por meio do reflorestamento e da restauração florestal. Para tanto, o Brasil pretende restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030." Dilma estava acompanhada dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Joaquim Levy (Fazenda), Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia) e Kátia Abreu (Agricultura), e do embaixador em Washington, Luiz Alberto Figueiredo. Obama estava com sua conselheira de Segurança Nacional, Susan Rice, e diplomatas americanos.
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Dilma promete zerar desmatamento ilegal até 2030Em entrevista ao lado do presidente Barack Obama na Casa Branca, a presidente Dilma Rousseff anunciou nesta terça-feira (30) que o Brasil tem como meta zerar o desmatamento ilegal até 2030. "Temos o compromisso de chegar ao desmatamento zero ou a uma taxa de desmatamento ilegal zero entre agora e 2030, e também desejamos virar a página e nos engajar em uma clara política orientada de reflorestamento", disse. Além disso, os dois líderes se comprometeram a atingir individualmente 20% de participação de fontes renováveis, além da geração hidráulica, em suas respectivas matrizes energéticas até 2030. Nos EUA, em 2013, as fontes renováveis respondiam por 12,9% da matriz energética. Segundo Obama, essas são metas muito ambiciosas, que quase triplicariam a participação das renováveis na matriz energética americana e dobrariam na brasileira. A declaração de Dilma sobre desmatamento zero representou um avanço em relação à "Declaração Conjunta Brasil-Estados Unidos sobre Mudança do Clima", comunicado divulgado pelas duas Presidências previamente. No documento conjunto, o Brasil se compromete a restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030 e faz uma declaração mais genérica sobre a eliminação do desmatamento ilegal. "[O Brasil se compromete a] implementar políticas com vistas à eliminação do desmatamento ilegal, em conjunto com o aumento ambicioso de estoques de carbono por meio de reflorestamento e da restauração florestal", diz genericamente o documento conjunto. O país também estabelece como meta atingir em 2030 uma participação de 28% a 33% de fontes renováveis (eletricidade e biocombustíveis), sem incluir geração hidráulica. Na noite de segunda-feira (29), membros do governo indicaram que Dilma faria um anúncio específico sobre o desmatamento ilegal. Segundo essas autoridades, a presidente anunciaria a intenção de zerar o desmatamento ilegal até 2025. Enunciada na última hora por Dilma, sem estar presente na declaração final dos presidentes, a promessa relativa a 2030 parece uma tentativa de apresentar uma "agenda positiva" num momento em que o governo brasileiro sofre pressão política doméstica. CLIMA DESCONTRAÍDO Após uma reunião de trabalho de uma hora, Dilma e Obama foram ao Salão Leste onde fizeram uma declaração à imprensa, seguida de duas perguntas da imprensa de cada país. Na entrevista, enquanto Obama era indagado sobre "a melhor semana de sua vida", por causa de duas vitórias na Suprema Corte (casamento gay e reforma da saúde) e aprovação do Trade Promotion Authority, que permite aprovação de acordos comerciais sem emendas do Congresso, Dilma foi constrangida por perguntas para Obama sobre a possibilidade de a crise política no Brasil prejudicar a confiança no relacionamento entre os dois países. Indagado sobre investigações nos EUA sobre corrupção na Petrobras, Obama desconversou, dizendo não comentar sobre processos em andamento. No pronunciamento, os dois fizeram piadas. Obama disse que gostaria de voltar ao Brasil, afinal seu vice-presidente, Joe Biden, é que foi convidado a assistir a um jogo de futebol durante a Copa. Ele agradeceu o moletom verde amarelo, com o Brasil estampado nas costas, que ganhou da presidente. "O moletom é muito bonito, mas não vou poder usar em público, só se for em casa." Ao que Dilma rebateu: "Se você for assistir às Olimpíadas no Brasil com esse moletom, garanto que será muito aplaudido". Obama elogiou "sacrifícios que a presidente Dilma fez na vida dela, pessoalmente", referindo-se ao fato de Dilma ter estado presa e torturada durante a ditadura militar. E Dilma, que na segunda (29) visitou o monumento ao líder negro de direitos civis americano Martin Luther King, lembrou que as duas nações compartilharam a herança pesada da escravidão. Em comunicado conjunto divulgado de manhã, o Brasil se compromete a "implementar políticas com vistas à eliminação do desmatamento ilegal, em conjunto com o aumento ambicioso de estoques de carbono por meio do reflorestamento e da restauração florestal. Para tanto, o Brasil pretende restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030." Dilma estava acompanhada dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Joaquim Levy (Fazenda), Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia) e Kátia Abreu (Agricultura), e do embaixador em Washington, Luiz Alberto Figueiredo. Obama estava com sua conselheira de Segurança Nacional, Susan Rice, e diplomatas americanos.
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Eucalipto transgênico
Quem aí sabe que o Brasil é o primeiro país do mundo a aprovar uma variedade transgênica de eucalipto, H421? Ou que a autorização favorável à empresa FuturaGene, controlada pela Suzano Papel e Celulose, foi dada na quinta-feira passada (9)? Só um leitor atento da Folha teria encontrado a notícia, em uma nota de seis linhas. Isso depois de o jornal publicar na véspera dois artigos na seção Tendências/Debates apoiando a H421 e a decisão da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) –a qual, todos sabiam, seria favorável. Num deles, assinado por Walter Colli, ex-presidente da CTNBio, Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), e Jacob Palis Junior, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), lê-se: "Até o momento, a CTNBio aprovou 21 variedades de milho, 5 de soja, 12 de algodão, 1 de feijão, 5 de microrganismos, 19 vacinas para animais e 1 para mosquito Aedes aegypti. O sucesso da tecnologia transgênica pode ser exemplificado com o fato de que 92% de toda a soja plantada, assim como 72% do milho, são transgênicos." A Suzano ganhou de lavada, quase um 7 a 1. Foram 18 votos a favor e 3 contra. Curiosamente, dois dos pronunciamentos contrários partiram de membros do governo federal, tido e havido como adepto dos transgênicos em geral. Foram os votos dos representantes dos ministérios do Desenvolvimento Agrário e das Relações Exteriores. O terceiro voto contra foi de Suzi Cavalli, especialista em Agricultura Familiar. Faz tempo que ninguém presta muita atenção na CTNBio. Não só a comissão se tornou uma expedita homologadora das biotecnologias como também estas são cada vez mais aceitas socialmente. A desconfiança inicial dos anos 1990 com a transferência de genes de uma espécie para outra, na ausência dos alardeados danos à saúde e ao ambiente, definhou. A estreia do eucalipto nessa seara parece ter reavivado algo daquele mal-estar. A má fama da árvore, decerto, contribuiu para isso. Todo mundo sabe que essa monocultura suga o solo e detona os recursos hídricos. Sabe, mesmo? Há décadas ouço essa conversa e também o seu contrário. Nunca cheguei a uma conclusão. Agora, numa pesquisa rápida, dei com revisão sobre o assunto de Marcos H.F. Vital publicada em 2007 pelo BNDES. Tem algumas informações bem interessantes sobre o impacto ambiental dessas florestas plantadas. O economista recolheu na literatura que uma plantação de eucaliptos consome de 800 mm a 1.200 mm de precipitação por ano. Como em geral chove mais que isso nas regiões do Brasil em que se cultiva a planta, não haveria estresse hídrico causado por ela, conclui o artigo. Esse nível de exigência hídrica, relata Vital, é similar ao da mata atlântica. Mas o próprio autor informa que, em épocas secas, a coisa muda de figura. Aí o eucalipto resseca mais a camada próxima da superfície, porque suas raízes vão menos fundo (2,5 m) do que as de várias árvores da floresta (5 m). Deduz-se daí que a mata atlântica regulariza melhor o fluxo de água para os lençóis freáticos (esta conclusão é minha, não de Vital). Além disso, supõe-se que a mata atlântica remanescente esteja no clímax, ou seja, só realiza a fotossíntese e produz a biomassa necessárias para repor as folhas e árvores que morrem. Um eucaliptal, por outra parte, é cortado a cada sete anos. Até que complete um novo ciclo, vai consumir muita água para crescer. Depois é cortado de novo, e assim por diante. Pode-se argumentar ainda que, enquanto as árvores não atingem um certo porte, o solo fica descoberto, portanto mais sujeito a mais escorrimento superficial e erosão. Isso implicaria danos para os recursos hídricos (menos percolação para o lençol freático e mais assoreamento de corpos d'água). Agora imagine que uma variedade geneticamente modificada para ter crescimento rápido possa ser colhida em cinco e não em sete anos. Noves fora, ela vai consumir mais água, pois não? Eis aí algo que seria preciso responder com clareza, mas não acho que seja atribuição da CTNBio. Da maneira como foi concebida –para ser técnica antes de ser nacional, como tenho o hábito de dizer–, a comissão não pode e não deve ir além das questões de biossegurança propriamente dita. Dito isso, quem teria a incumbência de conduzir um debate racional sobre os impactos sistêmicos (ambientais e sociais) dessa e de outras formas de intensificação tecnológica da agropecuária? Não ao BNDES, decerto. Muito menos ao MST, que protagonizou ações depredatórias como a invasão, em 5 de março, de uma área experimental da FuturaGene/Suzano em Itapetininga (SP). Uma reunião da CTNBio em Brasília, no mesmo mês, foi impedida por adversários da transgenia –"grupos ideológicos que vilipendiam a comissão como se ela agisse em benefício de interesses empresariais", segundo a qualificação dada por Colli, Nader e Pallis. Teriam feito ameaças aos comissários, além disso. Quando esses protestos envolvem violência e destruição de instalações de pesquisa, merecem plena condenação. Disso não pode haver dúvida. Por mais que se considerem desprovidos de foros adequados para levantar suas objeções, não há como justificar a tendência a querer impor suas convicções na marra. Outra coisa são os valores por trás dessas convicções. Mesmo quem discordar delas, por ver aí uma recusa irracional a aceitar evidências (ou, no caso, falta de evidências), estará também dando um passo injustificado ao desqualificá-las como "ludditas", retrógradas ou atrasadas. Há, sim, quem se importe com a saúde das abelhas, cujo mel poderia ser contaminado com o pólen transgênico do eucalipto modificado. Isso prejudicaria, alega-se, partidas do produto vendidas com o rótulo de orgânico. Tampouco foi resolvida, ainda, a pendência com o Forest Stewardship Council (FSC), entidade certificadora de produtos florestais sustentáveis. O conselho ameaça retirar o selo verde da Suzano, que tem sua utilidade sobretudo na exportação, caso a empresa comece a plantar comercialmente a variedade H421. MST, FSC e até o Ministério Público têm objeções de princípio à transgenia, baseados em conceitos (ou preconceitos) éticos, ambientais, socioeconômicos, anticapitalistas, religiosos, culturais– o que for. E daí? A superioridade dos valores científicos –objetividade, universalidade, fundamentação em evidências– está justamente no seu potencial de convencimento. Não pode e não deve ser tomada como superioridade a priori, que daria direito a seus arautos de pisotear as crenças dos outros, por atrasadas que sejam. Um bom começo seria fazer um trabalho mais competente para convencer o comum das pessoas de que os eucaliptais, em especial os transgênicos, não vão prejudicar ainda mais os mananciais estressados, paulistas à frente. Afinal, essas plantações já ocupam 11% da região do sistema Cantareira.
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Eucalipto transgênicoQuem aí sabe que o Brasil é o primeiro país do mundo a aprovar uma variedade transgênica de eucalipto, H421? Ou que a autorização favorável à empresa FuturaGene, controlada pela Suzano Papel e Celulose, foi dada na quinta-feira passada (9)? Só um leitor atento da Folha teria encontrado a notícia, em uma nota de seis linhas. Isso depois de o jornal publicar na véspera dois artigos na seção Tendências/Debates apoiando a H421 e a decisão da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) –a qual, todos sabiam, seria favorável. Num deles, assinado por Walter Colli, ex-presidente da CTNBio, Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), e Jacob Palis Junior, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), lê-se: "Até o momento, a CTNBio aprovou 21 variedades de milho, 5 de soja, 12 de algodão, 1 de feijão, 5 de microrganismos, 19 vacinas para animais e 1 para mosquito Aedes aegypti. O sucesso da tecnologia transgênica pode ser exemplificado com o fato de que 92% de toda a soja plantada, assim como 72% do milho, são transgênicos." A Suzano ganhou de lavada, quase um 7 a 1. Foram 18 votos a favor e 3 contra. Curiosamente, dois dos pronunciamentos contrários partiram de membros do governo federal, tido e havido como adepto dos transgênicos em geral. Foram os votos dos representantes dos ministérios do Desenvolvimento Agrário e das Relações Exteriores. O terceiro voto contra foi de Suzi Cavalli, especialista em Agricultura Familiar. Faz tempo que ninguém presta muita atenção na CTNBio. Não só a comissão se tornou uma expedita homologadora das biotecnologias como também estas são cada vez mais aceitas socialmente. A desconfiança inicial dos anos 1990 com a transferência de genes de uma espécie para outra, na ausência dos alardeados danos à saúde e ao ambiente, definhou. A estreia do eucalipto nessa seara parece ter reavivado algo daquele mal-estar. A má fama da árvore, decerto, contribuiu para isso. Todo mundo sabe que essa monocultura suga o solo e detona os recursos hídricos. Sabe, mesmo? Há décadas ouço essa conversa e também o seu contrário. Nunca cheguei a uma conclusão. Agora, numa pesquisa rápida, dei com revisão sobre o assunto de Marcos H.F. Vital publicada em 2007 pelo BNDES. Tem algumas informações bem interessantes sobre o impacto ambiental dessas florestas plantadas. O economista recolheu na literatura que uma plantação de eucaliptos consome de 800 mm a 1.200 mm de precipitação por ano. Como em geral chove mais que isso nas regiões do Brasil em que se cultiva a planta, não haveria estresse hídrico causado por ela, conclui o artigo. Esse nível de exigência hídrica, relata Vital, é similar ao da mata atlântica. Mas o próprio autor informa que, em épocas secas, a coisa muda de figura. Aí o eucalipto resseca mais a camada próxima da superfície, porque suas raízes vão menos fundo (2,5 m) do que as de várias árvores da floresta (5 m). Deduz-se daí que a mata atlântica regulariza melhor o fluxo de água para os lençóis freáticos (esta conclusão é minha, não de Vital). Além disso, supõe-se que a mata atlântica remanescente esteja no clímax, ou seja, só realiza a fotossíntese e produz a biomassa necessárias para repor as folhas e árvores que morrem. Um eucaliptal, por outra parte, é cortado a cada sete anos. Até que complete um novo ciclo, vai consumir muita água para crescer. Depois é cortado de novo, e assim por diante. Pode-se argumentar ainda que, enquanto as árvores não atingem um certo porte, o solo fica descoberto, portanto mais sujeito a mais escorrimento superficial e erosão. Isso implicaria danos para os recursos hídricos (menos percolação para o lençol freático e mais assoreamento de corpos d'água). Agora imagine que uma variedade geneticamente modificada para ter crescimento rápido possa ser colhida em cinco e não em sete anos. Noves fora, ela vai consumir mais água, pois não? Eis aí algo que seria preciso responder com clareza, mas não acho que seja atribuição da CTNBio. Da maneira como foi concebida –para ser técnica antes de ser nacional, como tenho o hábito de dizer–, a comissão não pode e não deve ir além das questões de biossegurança propriamente dita. Dito isso, quem teria a incumbência de conduzir um debate racional sobre os impactos sistêmicos (ambientais e sociais) dessa e de outras formas de intensificação tecnológica da agropecuária? Não ao BNDES, decerto. Muito menos ao MST, que protagonizou ações depredatórias como a invasão, em 5 de março, de uma área experimental da FuturaGene/Suzano em Itapetininga (SP). Uma reunião da CTNBio em Brasília, no mesmo mês, foi impedida por adversários da transgenia –"grupos ideológicos que vilipendiam a comissão como se ela agisse em benefício de interesses empresariais", segundo a qualificação dada por Colli, Nader e Pallis. Teriam feito ameaças aos comissários, além disso. Quando esses protestos envolvem violência e destruição de instalações de pesquisa, merecem plena condenação. Disso não pode haver dúvida. Por mais que se considerem desprovidos de foros adequados para levantar suas objeções, não há como justificar a tendência a querer impor suas convicções na marra. Outra coisa são os valores por trás dessas convicções. Mesmo quem discordar delas, por ver aí uma recusa irracional a aceitar evidências (ou, no caso, falta de evidências), estará também dando um passo injustificado ao desqualificá-las como "ludditas", retrógradas ou atrasadas. Há, sim, quem se importe com a saúde das abelhas, cujo mel poderia ser contaminado com o pólen transgênico do eucalipto modificado. Isso prejudicaria, alega-se, partidas do produto vendidas com o rótulo de orgânico. Tampouco foi resolvida, ainda, a pendência com o Forest Stewardship Council (FSC), entidade certificadora de produtos florestais sustentáveis. O conselho ameaça retirar o selo verde da Suzano, que tem sua utilidade sobretudo na exportação, caso a empresa comece a plantar comercialmente a variedade H421. MST, FSC e até o Ministério Público têm objeções de princípio à transgenia, baseados em conceitos (ou preconceitos) éticos, ambientais, socioeconômicos, anticapitalistas, religiosos, culturais– o que for. E daí? A superioridade dos valores científicos –objetividade, universalidade, fundamentação em evidências– está justamente no seu potencial de convencimento. Não pode e não deve ser tomada como superioridade a priori, que daria direito a seus arautos de pisotear as crenças dos outros, por atrasadas que sejam. Um bom começo seria fazer um trabalho mais competente para convencer o comum das pessoas de que os eucaliptais, em especial os transgênicos, não vão prejudicar ainda mais os mananciais estressados, paulistas à frente. Afinal, essas plantações já ocupam 11% da região do sistema Cantareira.
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Defensoria pública pede que INSS suspenda pente-fino em benefícios
A DPU (Defensoria Pública da União) enviou uma recomendação formal ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) nesta sexta-feira (14) pedindo a suspensão do programa de revisão dos benefícios previdenciários, lançado pelo governo em agosto e iniciado em setembro. Em julho, o governo publicou a medida provisória 739, que determinou a revisão de 530 mil auxílios-doença e 1,2 milhão de aposentadorias por invalidez que são pagas há mais de dois anos. As convocações para perícia, por carta, tiveram início no dia 5 de setembro. A recomendação da DPU estabelece um prazo de dez dias para que a decisão seja acatada pelo INSS. Em caso de recusa, segundo a defensoria, pode ser iniciada uma ação civil pública. Os defensores argumentam que o programa de revisão só pode ser implementado quando as perícias para concessão de novos benefícios forem realizadas no prazo máximo de 45 dias, estabelecido pelo lei. De acordo com a DPU, atualmente os atrasos chegam a 197 dias. "Caso o INSS não cumpra a recomendação, o entendimento dos defensores regionais de direitos humanos é o de que se deve judicializar a questão, porque todos os argumentos já foram adiantados", explica, em nota da DPU, a defensora pública federal Diana Freitas de Andrade, que atua como defensora regional de direitos humanos na Paraíba. Um mês após o início das revisões, o trabalho realizado pela perícia do INSS já tinha levado ao cancelamento de 82% dos cerca de 5.000 benefícios analisados desde o início da checagem, segundo dados obtidos pelo jornal Agora. A previsão inicial do órgão era cortar de 15% a 20% do total de auxílios reavaliados. Os demais auxílios revisados foram transformados em aposentadorias por invalidez. Os defensores alertam que a mobilização dos peritos médicos previdenciários para a execução do pente-fino "causará prejuízo à realização de perícias agendadas com vistas à concessão de benefícios por incapacidade, o que representa a priorização de medidas restritivas de direito, em prejuízo dos que precisam ter acesso a benefícios de prestação previdenciária ou assistencial." Procurado, o INSS disse que, oficialmente, ainda não foi informado de qualquer recomendação nesse sentido e, por isso, ainda não tem posicionamento sobre o tema.
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Defensoria pública pede que INSS suspenda pente-fino em benefíciosA DPU (Defensoria Pública da União) enviou uma recomendação formal ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) nesta sexta-feira (14) pedindo a suspensão do programa de revisão dos benefícios previdenciários, lançado pelo governo em agosto e iniciado em setembro. Em julho, o governo publicou a medida provisória 739, que determinou a revisão de 530 mil auxílios-doença e 1,2 milhão de aposentadorias por invalidez que são pagas há mais de dois anos. As convocações para perícia, por carta, tiveram início no dia 5 de setembro. A recomendação da DPU estabelece um prazo de dez dias para que a decisão seja acatada pelo INSS. Em caso de recusa, segundo a defensoria, pode ser iniciada uma ação civil pública. Os defensores argumentam que o programa de revisão só pode ser implementado quando as perícias para concessão de novos benefícios forem realizadas no prazo máximo de 45 dias, estabelecido pelo lei. De acordo com a DPU, atualmente os atrasos chegam a 197 dias. "Caso o INSS não cumpra a recomendação, o entendimento dos defensores regionais de direitos humanos é o de que se deve judicializar a questão, porque todos os argumentos já foram adiantados", explica, em nota da DPU, a defensora pública federal Diana Freitas de Andrade, que atua como defensora regional de direitos humanos na Paraíba. Um mês após o início das revisões, o trabalho realizado pela perícia do INSS já tinha levado ao cancelamento de 82% dos cerca de 5.000 benefícios analisados desde o início da checagem, segundo dados obtidos pelo jornal Agora. A previsão inicial do órgão era cortar de 15% a 20% do total de auxílios reavaliados. Os demais auxílios revisados foram transformados em aposentadorias por invalidez. Os defensores alertam que a mobilização dos peritos médicos previdenciários para a execução do pente-fino "causará prejuízo à realização de perícias agendadas com vistas à concessão de benefícios por incapacidade, o que representa a priorização de medidas restritivas de direito, em prejuízo dos que precisam ter acesso a benefícios de prestação previdenciária ou assistencial." Procurado, o INSS disse que, oficialmente, ainda não foi informado de qualquer recomendação nesse sentido e, por isso, ainda não tem posicionamento sobre o tema.
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Desgastes do Supremo independem de ação externa
A vez é do Supremo. Não é sua estreia no processo de degradação dos Poderes a partir das respectivas cúpulas. Também não é menos nem mais grave do que os episódios corrosivos que se sucederam no Supremo dos últimos anos. Em se tratando do Supremo, uma vírgula vadia já é grave. Peculiar nos desgastes do Supremo é que sejam autoinfligidos, sem depender de ação externa, como se passa entre Legislativo e Executivo. E nas investidas da imprensa contra os dois, pelas transgressões em que ambos se completam. Ressalve-se que, desta vez, Gilmar Mendes não está só, como o vimos de uns dois anos para cá. Substituto de Teori Zavascki como relator dos casos da Lava Jato, Edson Fachin adotou atitude menos por inspiração no antecessor do que à maneira do juiz Sérgio Moro. Derrotado nos habeas corpus que deram liberdade parcial a três presos de Curitiba, Fachin retirou dos ministros que o venceram o julgamento do habeas pedido por Antonio Palocci, passando-o ao plenário do tribunal. Nisso, o propósito maior talvez seja o de buscar os que tendem a apoiar seus argumentos, negando liberações por excesso de prisão preventiva ou insuficiência de motivos. Mas na transferência sobressai também a sugestão de vindita, com o agravo aos companheiros da segunda turma sujeitados a uma acusação implícita, de parcialidade ou de incompetência. Tal como a vindita de Moro, que, irritado com o número de testemunhas de defesa de Lula, "exigiu" a presença do acusado nos 87 depoimentos. "Exigência" derrotada, aliás, em decisão rara do Tribunal Regional Federal-4 (do Sul), que tem por norma negar os recursos contra atos de Moro tidos como impróprios ou ilegais. A transferência feita por Fachin, porém, não foi irregular. Nem excepcional. A reação ostensiva e rombuda à sua derrota, pelos votos de Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski, e apoio só de Celso de Mello, foi que deixou no Supremo um rastro deplorável. Tanto mais que, de uma parte, Lewandowski já acompanhara Fachin e Celso de Mello já votara contra ele, em habeas precedentes, assim negando prejulgamentos articulados. E, de outra parte, Gilmar Mendes não faltou com sua colaboração, em reiterados ataques a procuradores e juízes, com alcance ao relator. O problema se armou, e está armado. O primeiro efeito da decisão de Fachin recaiu sobre o próprio Supremo. Mais do que pela encrenca em si, pela anomalia que está na sua origem encoberta. A persistência de Fachin contra as liberações parciais de presos da Lava Jato vem de entendimentos da primeira turma de julgamento, da qual fez parte até passar à segunda para substituir Teori. A possibilidade, por exemplo, de habeas corpus para réu já condenado em primeira instância é admitida na segunda turma, a dos ministros citados. Não pela maioria da primeira, de Marco Aurélio Mello, Luiz Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux e Alexandre de Moraes. E assim em outras divergências das duas turmas. Diz a Constituição que o Supremo é integrado por 11 ministros. Não por duas turmas de cinco, com um integrante na presidência do tribunal. Mesmo quando a decisão é unânime, portanto, os cinco votos de uma turma não representam a maioria do Supremo. É uma sentença por minoria, até por apenas 3 (a 2) dos 11 juízes que na Constituição configuram o Supremo. O contrassenso, no entanto, continua. Para pior: a sorte e sua falta podem ser mais decisivas para muitos réus do que as altas razões jurídicas. Se o pedido de habeas corpus de um condenado em primeira instância, ou um preso de Sérgio Moro, cair na primeira turma, sua margem de êxito é mínima, se existir. Caso a sorte o entregue à segunda turma, é improvável que não vá a uma pizzaria logo mais. Nos dois casos, diz-se que o Supremo decidiu. Igual injustiça com a sorte e o azar como autores do destino. E vem muito, muito mais por aí.
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Desgastes do Supremo independem de ação externaA vez é do Supremo. Não é sua estreia no processo de degradação dos Poderes a partir das respectivas cúpulas. Também não é menos nem mais grave do que os episódios corrosivos que se sucederam no Supremo dos últimos anos. Em se tratando do Supremo, uma vírgula vadia já é grave. Peculiar nos desgastes do Supremo é que sejam autoinfligidos, sem depender de ação externa, como se passa entre Legislativo e Executivo. E nas investidas da imprensa contra os dois, pelas transgressões em que ambos se completam. Ressalve-se que, desta vez, Gilmar Mendes não está só, como o vimos de uns dois anos para cá. Substituto de Teori Zavascki como relator dos casos da Lava Jato, Edson Fachin adotou atitude menos por inspiração no antecessor do que à maneira do juiz Sérgio Moro. Derrotado nos habeas corpus que deram liberdade parcial a três presos de Curitiba, Fachin retirou dos ministros que o venceram o julgamento do habeas pedido por Antonio Palocci, passando-o ao plenário do tribunal. Nisso, o propósito maior talvez seja o de buscar os que tendem a apoiar seus argumentos, negando liberações por excesso de prisão preventiva ou insuficiência de motivos. Mas na transferência sobressai também a sugestão de vindita, com o agravo aos companheiros da segunda turma sujeitados a uma acusação implícita, de parcialidade ou de incompetência. Tal como a vindita de Moro, que, irritado com o número de testemunhas de defesa de Lula, "exigiu" a presença do acusado nos 87 depoimentos. "Exigência" derrotada, aliás, em decisão rara do Tribunal Regional Federal-4 (do Sul), que tem por norma negar os recursos contra atos de Moro tidos como impróprios ou ilegais. A transferência feita por Fachin, porém, não foi irregular. Nem excepcional. A reação ostensiva e rombuda à sua derrota, pelos votos de Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski, e apoio só de Celso de Mello, foi que deixou no Supremo um rastro deplorável. Tanto mais que, de uma parte, Lewandowski já acompanhara Fachin e Celso de Mello já votara contra ele, em habeas precedentes, assim negando prejulgamentos articulados. E, de outra parte, Gilmar Mendes não faltou com sua colaboração, em reiterados ataques a procuradores e juízes, com alcance ao relator. O problema se armou, e está armado. O primeiro efeito da decisão de Fachin recaiu sobre o próprio Supremo. Mais do que pela encrenca em si, pela anomalia que está na sua origem encoberta. A persistência de Fachin contra as liberações parciais de presos da Lava Jato vem de entendimentos da primeira turma de julgamento, da qual fez parte até passar à segunda para substituir Teori. A possibilidade, por exemplo, de habeas corpus para réu já condenado em primeira instância é admitida na segunda turma, a dos ministros citados. Não pela maioria da primeira, de Marco Aurélio Mello, Luiz Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux e Alexandre de Moraes. E assim em outras divergências das duas turmas. Diz a Constituição que o Supremo é integrado por 11 ministros. Não por duas turmas de cinco, com um integrante na presidência do tribunal. Mesmo quando a decisão é unânime, portanto, os cinco votos de uma turma não representam a maioria do Supremo. É uma sentença por minoria, até por apenas 3 (a 2) dos 11 juízes que na Constituição configuram o Supremo. O contrassenso, no entanto, continua. Para pior: a sorte e sua falta podem ser mais decisivas para muitos réus do que as altas razões jurídicas. Se o pedido de habeas corpus de um condenado em primeira instância, ou um preso de Sérgio Moro, cair na primeira turma, sua margem de êxito é mínima, se existir. Caso a sorte o entregue à segunda turma, é improvável que não vá a uma pizzaria logo mais. Nos dois casos, diz-se que o Supremo decidiu. Igual injustiça com a sorte e o azar como autores do destino. E vem muito, muito mais por aí.
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Presente político de Natal
Como 2017 será quente, livros com política são bons presentes. Que bom que Papai Noel está com o saco cheio de ótimos lançamentos: "O Tribunal da Quinta-feira", de Michel Laub. Companhia das Letras, 183 págs. Feminismo e machismo pontuam o romance. O vazamento de e-mails íntimos do narrador faz com que a política de gêneros se espalhe pela teia digital. A Aids injeta suspense na trama. É com elementos da atualidade, pois, que Laub flagra a atomização de publicitários paulistanos, que continuam descolados e ególatras como os seus antecessores. "How Will Capitalism End?", de Wolfgang Streeck. Verso, 262 págs. Não é de hoje que as pessoas trabalham para os donos das ferramentas que lhes garantem a subsistência. Os proprietários precisam convencer os sem-posses a batalhar pela riqueza alheia -o que requer artifícios políticos e ideológicos que volta e meia entram em pane, precisando ser substituídos. Com a precarização do trabalho, necessária à acumulação, chegou-se ao colapso: trabalhadores à beira do desemprego, ou já sem função, devem ser também consumidores confiantes. Streeck, sociólogo alemão, rastreia as crises do capital desde 1600, detendo-se na atual configuração. Com erudição assombrosa, escarafuncha uma paisagem explosiva. Armínio Fraga e Delfim Netto estão com seu livro na mesa de trabalho. "A Forma Bruta dos Protestos", de Eugênio Bucci. Companhia das Letras, 175 págs. A barafunda começou nos tumultos de junho de 2013 e prosseguiu nos passeios dominicais do ano que finda. Professor de comunicação, Bucci analisa a semiótica das ruas. Mostra que, para além da crise da representação política, a política tornou-se espetáculo, representação imediata. O mundo da política oficial não entendeu nada. Mas a moda e a propaganda captaram os novos sentidos nacionais: Gisele Bündchen posou para a Chanel de megafone em punho, mimetizando os protestos. "De Tudo um Pouco", de Ana Luisa Escorel. Ouro sobre Azul, 217 págs. Como diz o título, o livro reúne anotações esparsas da autora de "Anel de Vidro", algumas delas políticas lato senso. A uni-las está a dissolução do passado no presente -dissolução que deixa um rastro nostálgico e com grande poder de evocação. Como quando a autora observa um baile popular para velhos: "No peito de quem estiver assistindo, começará a surgir um apego insistente por esse ou aquele casal, ficando cada vez mais difícil sair dali para retomar a caminhada, na tarde morna de certa primavera". "Sept Ans auprès de Leon Trotsky", de Jean van Heijnoort. Maurice Nadeau, 366 págs. A partir de 1932, o trotskista francês foi secretário, tradutor e segurança do revolucionário russo. Tinha 20 anos quando passou a acompanhá-lo pelo exílio, indo da Turquia à França e da Noruega ao México. Faz um retrato próximo de Trotsky -de sua solidão, tragédias e impasses- e mostra como a política pode ser altiva e heroica. Heijnoort, que veio a se tornar um grande matemático, conta o affair de Trotsky com Frida Kahlo, mas oculta que ele também teve um caso com a pintora mexicana. "Poemas Avulsos", de Francisco Alvim. Vento Norte Cartonero, 50 págs. Herdeiro maior da poesia sintética de Oswald de Andrade, Alvim depura o seu minimalismo de longo alcance. Cacos de papos, captados na rua, viram poesia incisiva. Como em "Obrigação": Não é questão de gostar É de ter de ser.
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Presente político de NatalComo 2017 será quente, livros com política são bons presentes. Que bom que Papai Noel está com o saco cheio de ótimos lançamentos: "O Tribunal da Quinta-feira", de Michel Laub. Companhia das Letras, 183 págs. Feminismo e machismo pontuam o romance. O vazamento de e-mails íntimos do narrador faz com que a política de gêneros se espalhe pela teia digital. A Aids injeta suspense na trama. É com elementos da atualidade, pois, que Laub flagra a atomização de publicitários paulistanos, que continuam descolados e ególatras como os seus antecessores. "How Will Capitalism End?", de Wolfgang Streeck. Verso, 262 págs. Não é de hoje que as pessoas trabalham para os donos das ferramentas que lhes garantem a subsistência. Os proprietários precisam convencer os sem-posses a batalhar pela riqueza alheia -o que requer artifícios políticos e ideológicos que volta e meia entram em pane, precisando ser substituídos. Com a precarização do trabalho, necessária à acumulação, chegou-se ao colapso: trabalhadores à beira do desemprego, ou já sem função, devem ser também consumidores confiantes. Streeck, sociólogo alemão, rastreia as crises do capital desde 1600, detendo-se na atual configuração. Com erudição assombrosa, escarafuncha uma paisagem explosiva. Armínio Fraga e Delfim Netto estão com seu livro na mesa de trabalho. "A Forma Bruta dos Protestos", de Eugênio Bucci. Companhia das Letras, 175 págs. A barafunda começou nos tumultos de junho de 2013 e prosseguiu nos passeios dominicais do ano que finda. Professor de comunicação, Bucci analisa a semiótica das ruas. Mostra que, para além da crise da representação política, a política tornou-se espetáculo, representação imediata. O mundo da política oficial não entendeu nada. Mas a moda e a propaganda captaram os novos sentidos nacionais: Gisele Bündchen posou para a Chanel de megafone em punho, mimetizando os protestos. "De Tudo um Pouco", de Ana Luisa Escorel. Ouro sobre Azul, 217 págs. Como diz o título, o livro reúne anotações esparsas da autora de "Anel de Vidro", algumas delas políticas lato senso. A uni-las está a dissolução do passado no presente -dissolução que deixa um rastro nostálgico e com grande poder de evocação. Como quando a autora observa um baile popular para velhos: "No peito de quem estiver assistindo, começará a surgir um apego insistente por esse ou aquele casal, ficando cada vez mais difícil sair dali para retomar a caminhada, na tarde morna de certa primavera". "Sept Ans auprès de Leon Trotsky", de Jean van Heijnoort. Maurice Nadeau, 366 págs. A partir de 1932, o trotskista francês foi secretário, tradutor e segurança do revolucionário russo. Tinha 20 anos quando passou a acompanhá-lo pelo exílio, indo da Turquia à França e da Noruega ao México. Faz um retrato próximo de Trotsky -de sua solidão, tragédias e impasses- e mostra como a política pode ser altiva e heroica. Heijnoort, que veio a se tornar um grande matemático, conta o affair de Trotsky com Frida Kahlo, mas oculta que ele também teve um caso com a pintora mexicana. "Poemas Avulsos", de Francisco Alvim. Vento Norte Cartonero, 50 págs. Herdeiro maior da poesia sintética de Oswald de Andrade, Alvim depura o seu minimalismo de longo alcance. Cacos de papos, captados na rua, viram poesia incisiva. Como em "Obrigação": Não é questão de gostar É de ter de ser.
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Empréstimo de scooter e bike elétrica é testado em passeios em SP
TATIANA BABADOBULOS DE SÃO PAULO O projeto Bike Sampa, com 200 pontos de empréstimo de magrelas na cidade, pode ganhar concorrência motorizada. Vinte bicicletas e scooters elétricas —dez de cada modelo— estão sendo testadas pela empresa espanhola que quer implantar o sistema em São Paulo, a Cooltra. Por enquanto, ela promove tours pela capital em três rotas diferentes: parques, centro histórico e Paulista. Feito sempre aos domingos na ciclofaixa de lazer, o passeio de bicicleta dura de duas a cinco horas e custa R$ 100 por pessoa. Com a scooter, sai a partir de R$ 150, com três horas. O primeiro percorre do Villa- Lobos até o Ibirapuera, passando pelos parques do Povo e Trianon, em um total de 28 km. A segunda opção é no centro e inclui o Pateo do Collegio e o Theatro Municipal (ponto de encontro), com 8 km. Já o terceiro tour, pela avenida Paulista, vai da Vila Mariana até a praça do Ciclista, na Consolação, somando 10 km. A bike elétrica funciona com pedal assistido, ou seja, é preciso pedalar para o motor funcionar, ainda que a força usada seja menor do que aquela necessária para fazer uma bicicleta comum andar. Com a scooter elétrica, os percursos não são permitidos na ciclofaixa e é preciso ter carteira de habilitação para moto para conduzi-la. São duas opções: o tour dos parques e o "histórico", que parte da estação do metrô Santos-Imigrantes e passa pelo parque da Independência, Mosteiro de São Bento e Theatro Municipal. Os passeios devem ser agendados com 48 horas de antecedência, com mínimo de quatro participantes e o máximo de dez. "Não é um projeto só de bike, mas de tecnologia. Pode ser uma solução de mobilidade urbana e ambiente", diz Island Costa, diretor da Cooltra e vice-presidente da Abve (Associação Brasileira do Veículo Elétrico). Segundo ele, o esquema de empréstimo deve ser implantado na cidade no segundo semestre deste ano. A circulação de bikes elétricas nos mais de 230 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas foi liberada em dezembro do ano passado, quando o prefeito Fernando Haddad (PT) baixou o decreto 55.790. Cooltra Brasil Tel.: 2579-0369, saopaulo@cooltra.com. Seg. a sex.: 10h às 17h
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Empréstimo de scooter e bike elétrica é testado em passeios em SPTATIANA BABADOBULOS DE SÃO PAULO O projeto Bike Sampa, com 200 pontos de empréstimo de magrelas na cidade, pode ganhar concorrência motorizada. Vinte bicicletas e scooters elétricas —dez de cada modelo— estão sendo testadas pela empresa espanhola que quer implantar o sistema em São Paulo, a Cooltra. Por enquanto, ela promove tours pela capital em três rotas diferentes: parques, centro histórico e Paulista. Feito sempre aos domingos na ciclofaixa de lazer, o passeio de bicicleta dura de duas a cinco horas e custa R$ 100 por pessoa. Com a scooter, sai a partir de R$ 150, com três horas. O primeiro percorre do Villa- Lobos até o Ibirapuera, passando pelos parques do Povo e Trianon, em um total de 28 km. A segunda opção é no centro e inclui o Pateo do Collegio e o Theatro Municipal (ponto de encontro), com 8 km. Já o terceiro tour, pela avenida Paulista, vai da Vila Mariana até a praça do Ciclista, na Consolação, somando 10 km. A bike elétrica funciona com pedal assistido, ou seja, é preciso pedalar para o motor funcionar, ainda que a força usada seja menor do que aquela necessária para fazer uma bicicleta comum andar. Com a scooter elétrica, os percursos não são permitidos na ciclofaixa e é preciso ter carteira de habilitação para moto para conduzi-la. São duas opções: o tour dos parques e o "histórico", que parte da estação do metrô Santos-Imigrantes e passa pelo parque da Independência, Mosteiro de São Bento e Theatro Municipal. Os passeios devem ser agendados com 48 horas de antecedência, com mínimo de quatro participantes e o máximo de dez. "Não é um projeto só de bike, mas de tecnologia. Pode ser uma solução de mobilidade urbana e ambiente", diz Island Costa, diretor da Cooltra e vice-presidente da Abve (Associação Brasileira do Veículo Elétrico). Segundo ele, o esquema de empréstimo deve ser implantado na cidade no segundo semestre deste ano. A circulação de bikes elétricas nos mais de 230 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas foi liberada em dezembro do ano passado, quando o prefeito Fernando Haddad (PT) baixou o decreto 55.790. Cooltra Brasil Tel.: 2579-0369, saopaulo@cooltra.com. Seg. a sex.: 10h às 17h
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Empresários não precisam de muleta, mas de condições para fazer negócios
A política industrial é a estratégia de intervenção para fomentar setores que, na ausência da política, não existiriam ou ficariam atrofiados quando à sociedade interessa que existam. Política industrial corrige alguma falha de mercado. Acemoglu e Robinson dizem: "No mundo real, as economias são crivadas por falhas de mercado, de modo que um governo benevolente e onipotente pode intervir bastante de forma sensata". Fontes de energia limpa –solar, por exemplo– seriam viáveis se os consumidores pagassem todos os custos da energia suja (térmica, por exemplo). Deixado à própria sorte, o mercado entrega menos energia limpa do que a sociedade gostaria. A poluição é mais cara do que a diferença de custos entre as energias solar e térmica. Subsidiar a energia solar é bom negócio para a sociedade, ainda que não o seja para o produtor sem subsídio. Nesse nível de generalidade, a ideia é sólida. Daí a justificar a escalada dirigista são outros quinhentos. Metade do crédito passou a ser direcionada pelo governo para setores que julga meritórios. As justificativas eram vagas ou erradas. Entre as vagas: "Adensar a cadeia produtiva". Entre as erradas: "Obras no exterior empregam engenheiros brasileiros". Faltava engenheiro no Brasil. A outra metade, que toma emprestado no guichê sem ajuda, paga a conta na forma de juro mais alto. Há mais de 40 regimes tributários especiais para setores "estratégicos". Não faltou isenção tributária para estimular o investimento. Qual a falha de mercado em cada caso? Os sem-isenção, na fila do ponto de ônibus e do SUS, pagam a conta. A escalada dirigista não corrigiu falhas de mercado. Comprometeram-se as contas do governo sem aumentar a capacidade de produção. A produtividade patinou, e a conta veio na forma de uma recessão brutal. Acemoglu e Robinson também dizem: "Quem já encontrou um governo benevolente e onipotente?". O empresariado reclama com razão. Oferecemos capital caro (para os que estão no guichê errado), legislação trabalhista engessada, sistema tributário kafkiano, burocracia e infraestrutura precária. Aí reparamos com isenções tributárias, empréstimos subsidiados (no guichê correto) e políticas de proteção (como conteúdo local). Para compensar a calçada esburacada, criamos uma muleta disfarçada de política industrial. O certo é consertar a calçada e retirar a muleta: simplificar a estrutura tributária, avançar na reforma trabalhista, reduzir o custo de fazer negócios e diminuir, para todos e de maneira sustentável, a taxa de juro (e com isso o custo de capital para o investimento). Essa é a agenda do crescimento sustentável. Boa notícia: já começamos. O controle da inflação permitirá a queda do juro. A alocação do crédito subsidiado melhorou. A nova política operacional do BNDES tem critérios claros para a concessão de empréstimos subsidiados. A fração de financiamento com juro subsidiado é mais alta para projetos de energia limpa e saneamento, cujo benefício social é claramente maior do que o privado (há falha de mercado). A fração dos projetos com empréstimo subsidiado diminuiu, e o subsídio está mais horizontal. A política do BNDES se aproximou das práticas de bancos de desenvolvimento como o KFW alemão. O KFW tem políticas horizontais, taxas de juros de mercado e subsídio para casos em que há falhas claras de mercado (energia renovável e mobilidade, por exemplo). Não há estímulo para o conteúdo local. A agenda que permite retira a muleta está em curso. Avancemos com cautela pois a calçada segue esburacada, mas avancemos. O país tem grandes empresários que não precisam de muleta, mas sim de condições adequadas para fazer negócio.
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Empresários não precisam de muleta, mas de condições para fazer negóciosA política industrial é a estratégia de intervenção para fomentar setores que, na ausência da política, não existiriam ou ficariam atrofiados quando à sociedade interessa que existam. Política industrial corrige alguma falha de mercado. Acemoglu e Robinson dizem: "No mundo real, as economias são crivadas por falhas de mercado, de modo que um governo benevolente e onipotente pode intervir bastante de forma sensata". Fontes de energia limpa –solar, por exemplo– seriam viáveis se os consumidores pagassem todos os custos da energia suja (térmica, por exemplo). Deixado à própria sorte, o mercado entrega menos energia limpa do que a sociedade gostaria. A poluição é mais cara do que a diferença de custos entre as energias solar e térmica. Subsidiar a energia solar é bom negócio para a sociedade, ainda que não o seja para o produtor sem subsídio. Nesse nível de generalidade, a ideia é sólida. Daí a justificar a escalada dirigista são outros quinhentos. Metade do crédito passou a ser direcionada pelo governo para setores que julga meritórios. As justificativas eram vagas ou erradas. Entre as vagas: "Adensar a cadeia produtiva". Entre as erradas: "Obras no exterior empregam engenheiros brasileiros". Faltava engenheiro no Brasil. A outra metade, que toma emprestado no guichê sem ajuda, paga a conta na forma de juro mais alto. Há mais de 40 regimes tributários especiais para setores "estratégicos". Não faltou isenção tributária para estimular o investimento. Qual a falha de mercado em cada caso? Os sem-isenção, na fila do ponto de ônibus e do SUS, pagam a conta. A escalada dirigista não corrigiu falhas de mercado. Comprometeram-se as contas do governo sem aumentar a capacidade de produção. A produtividade patinou, e a conta veio na forma de uma recessão brutal. Acemoglu e Robinson também dizem: "Quem já encontrou um governo benevolente e onipotente?". O empresariado reclama com razão. Oferecemos capital caro (para os que estão no guichê errado), legislação trabalhista engessada, sistema tributário kafkiano, burocracia e infraestrutura precária. Aí reparamos com isenções tributárias, empréstimos subsidiados (no guichê correto) e políticas de proteção (como conteúdo local). Para compensar a calçada esburacada, criamos uma muleta disfarçada de política industrial. O certo é consertar a calçada e retirar a muleta: simplificar a estrutura tributária, avançar na reforma trabalhista, reduzir o custo de fazer negócios e diminuir, para todos e de maneira sustentável, a taxa de juro (e com isso o custo de capital para o investimento). Essa é a agenda do crescimento sustentável. Boa notícia: já começamos. O controle da inflação permitirá a queda do juro. A alocação do crédito subsidiado melhorou. A nova política operacional do BNDES tem critérios claros para a concessão de empréstimos subsidiados. A fração de financiamento com juro subsidiado é mais alta para projetos de energia limpa e saneamento, cujo benefício social é claramente maior do que o privado (há falha de mercado). A fração dos projetos com empréstimo subsidiado diminuiu, e o subsídio está mais horizontal. A política do BNDES se aproximou das práticas de bancos de desenvolvimento como o KFW alemão. O KFW tem políticas horizontais, taxas de juros de mercado e subsídio para casos em que há falhas claras de mercado (energia renovável e mobilidade, por exemplo). Não há estímulo para o conteúdo local. A agenda que permite retira a muleta está em curso. Avancemos com cautela pois a calçada segue esburacada, mas avancemos. O país tem grandes empresários que não precisam de muleta, mas sim de condições adequadas para fazer negócio.
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Vettel diz que teve medo de errar e estragar 1ª vitória com a Ferrari
Foi gritando em italiano pelo rádio de seu carro que Sebastian Vettel agradeceu ao membros da Ferrari após vencer o GP da Malásia de F-1 neste domingo (29) e conquistar sua primeira vitória pela equipe de Maranello. Depois de colocar fim à sequência de oito vitórias consecutivas da Mercedes, que vinha desde o GP da Itália do ano passado, Vettel admitiu, porém, que temeu estragar tudo no fim da prova em Sepang –Lewis Hamilton foi o segundo colocado e Nico Rosberg completou o pódio no terceiro posto. "Nossa estratégia hoje foi perfeita. Eu sabia que tinha uma chance fazendo uma parada a menos, mas tinha que fazer os pneus durarem muito e ainda assim ser rápido", explicou o ferrarista, que fez duas paradas para trocar os compostos contra três dos rivais da Mercedes. "Mas para ser sincero no fim da prova eu estava... não sei se deveria dizer isso, mas eu estava me cagando. Comecei a pensar que estava guiando um carro vermelho e pensando que ia ganhar a corrida. Então falei para mim mesmo: 'pare de pensar nisso senão você vai errar e estragar tudo'", afirmou Vettel, às gargalhadas após chegar à marca de 40 triunfos em sua carreira na F-1, por três equipes diferentes –Toro Rosso, Red Bull e agora Ferrari. Aos 27 anos, o alemão só fica atrás de Michael Schumacher, Alain Prost e Ayrton Senna em número de vitórias. Foi ainda seu primeiro triunfo desde o GP Brasil de 2013. "Este é um dia fenomenal. Ver os caras de vermelho ali embaixo do pódio foi sensacional. A atmosfera na equipe é incrível e ser parte da Ferrari sem dúvida é especial. O ano passado foi duro para mim, não me adaptei ao carro que tinha e estava com saudade não só do champanhe como do lugar mais alto do pódio", completou Vettel, que agora é o vice-líder do Mundial de Pilotos com 40 pontos –Hamilton lidera com 43.
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Vettel diz que teve medo de errar e estragar 1ª vitória com a FerrariFoi gritando em italiano pelo rádio de seu carro que Sebastian Vettel agradeceu ao membros da Ferrari após vencer o GP da Malásia de F-1 neste domingo (29) e conquistar sua primeira vitória pela equipe de Maranello. Depois de colocar fim à sequência de oito vitórias consecutivas da Mercedes, que vinha desde o GP da Itália do ano passado, Vettel admitiu, porém, que temeu estragar tudo no fim da prova em Sepang –Lewis Hamilton foi o segundo colocado e Nico Rosberg completou o pódio no terceiro posto. "Nossa estratégia hoje foi perfeita. Eu sabia que tinha uma chance fazendo uma parada a menos, mas tinha que fazer os pneus durarem muito e ainda assim ser rápido", explicou o ferrarista, que fez duas paradas para trocar os compostos contra três dos rivais da Mercedes. "Mas para ser sincero no fim da prova eu estava... não sei se deveria dizer isso, mas eu estava me cagando. Comecei a pensar que estava guiando um carro vermelho e pensando que ia ganhar a corrida. Então falei para mim mesmo: 'pare de pensar nisso senão você vai errar e estragar tudo'", afirmou Vettel, às gargalhadas após chegar à marca de 40 triunfos em sua carreira na F-1, por três equipes diferentes –Toro Rosso, Red Bull e agora Ferrari. Aos 27 anos, o alemão só fica atrás de Michael Schumacher, Alain Prost e Ayrton Senna em número de vitórias. Foi ainda seu primeiro triunfo desde o GP Brasil de 2013. "Este é um dia fenomenal. Ver os caras de vermelho ali embaixo do pódio foi sensacional. A atmosfera na equipe é incrível e ser parte da Ferrari sem dúvida é especial. O ano passado foi duro para mim, não me adaptei ao carro que tinha e estava com saudade não só do champanhe como do lugar mais alto do pódio", completou Vettel, que agora é o vice-líder do Mundial de Pilotos com 40 pontos –Hamilton lidera com 43.
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Minha Terra Tem Marcos Palmeira
João curtia Teresa que stalkeava Raimundo que cutucava Maria que compartilhava Joaquim que marcava Lili que não tinha Facebook. De repente do riso fez-se o pranto silencioso e branco como a bruma mas logo tudo voltou ao normal –bastaram duas doses de Frontal Vês –ninguém assistiu à formidável estreia do seu curta-metragem de baixíssimo orçamento Minha terra tem Marcos Palmeira vendendo queijo, mel e cajá as linhaças que ele aqui semeia não semeiam nem em Bagdá De tudo ao meu avô serei atento a sempre garantir que ele não faça aqueles comentários mais reaças e eu possa esclarecer seu pensamento Minha terra tem Palmeiras onde o Wesley foi jogar os alas que aqui voleiam não voleiam como lá Vou-me embora pra Brasília Lá sou amigo de um gay Lá tenho o apê que quero na asa que escolherei Quando eu nasci um banjo torto desses que vivem na sombra disse: blém, blém, blém João pegava Teresa que dava pra Raimundo que comia Maria enquanto ela beijava Joaquim que pensava em Lili que não pegava ninguém. João pegou candidíase, Teresa HPV, Raimundo herpes, Maria teve cinco filhos, Joaquim implantou uma prótese de borracha e Lili virou psicanalista Quando nasci um anjo torto desses que vivem na sombra disse: "Vai, Carlos, ser gauche na vida". Você tá falando o quê você é um anjo torto e você vive na sombra não tem moral nenhuma pra falar de mim e além do que meu nome não é Carlos João amava Raimundo que amava Teresa que amava Maria que amava ao mesmo tempo Joaquim e Lili que era enrustida João casou com Joaquim, Raimundo se chama Regina, Teresa casou com Regina, Maria canta MPB, Lili nunca saiu do armário
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Minha Terra Tem Marcos PalmeiraJoão curtia Teresa que stalkeava Raimundo que cutucava Maria que compartilhava Joaquim que marcava Lili que não tinha Facebook. De repente do riso fez-se o pranto silencioso e branco como a bruma mas logo tudo voltou ao normal –bastaram duas doses de Frontal Vês –ninguém assistiu à formidável estreia do seu curta-metragem de baixíssimo orçamento Minha terra tem Marcos Palmeira vendendo queijo, mel e cajá as linhaças que ele aqui semeia não semeiam nem em Bagdá De tudo ao meu avô serei atento a sempre garantir que ele não faça aqueles comentários mais reaças e eu possa esclarecer seu pensamento Minha terra tem Palmeiras onde o Wesley foi jogar os alas que aqui voleiam não voleiam como lá Vou-me embora pra Brasília Lá sou amigo de um gay Lá tenho o apê que quero na asa que escolherei Quando eu nasci um banjo torto desses que vivem na sombra disse: blém, blém, blém João pegava Teresa que dava pra Raimundo que comia Maria enquanto ela beijava Joaquim que pensava em Lili que não pegava ninguém. João pegou candidíase, Teresa HPV, Raimundo herpes, Maria teve cinco filhos, Joaquim implantou uma prótese de borracha e Lili virou psicanalista Quando nasci um anjo torto desses que vivem na sombra disse: "Vai, Carlos, ser gauche na vida". Você tá falando o quê você é um anjo torto e você vive na sombra não tem moral nenhuma pra falar de mim e além do que meu nome não é Carlos João amava Raimundo que amava Teresa que amava Maria que amava ao mesmo tempo Joaquim e Lili que era enrustida João casou com Joaquim, Raimundo se chama Regina, Teresa casou com Regina, Maria canta MPB, Lili nunca saiu do armário
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Minuto da Política: veja os destaques desta segunda-feira
Em um primeiro sinal de divergência com sua equipe de governo, o presidente interino, Michel Temer, refutou declaração do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, sobre a chefia do Ministério Público Federal. Em entrevista à Folha nesta segunda (16), Moraes disse que o governo não precisa aceitar o nome mais votado em uma eleição interna dos procuradores. Mais tarde, Temer afirmou que pretende seguir a tradição e acatar o candidato definido pelo órgão. E Dilma Rousseff voltou a Brasília após passar o fim de semana com a família em Porto Alegre. Levou com ela presentes de apoiadores. Veja estes e outros destaques no vídeo acima, com a redatora de política Daniela Mercier.
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Minuto da Política: veja os destaques desta segunda-feiraEm um primeiro sinal de divergência com sua equipe de governo, o presidente interino, Michel Temer, refutou declaração do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, sobre a chefia do Ministério Público Federal. Em entrevista à Folha nesta segunda (16), Moraes disse que o governo não precisa aceitar o nome mais votado em uma eleição interna dos procuradores. Mais tarde, Temer afirmou que pretende seguir a tradição e acatar o candidato definido pelo órgão. E Dilma Rousseff voltou a Brasília após passar o fim de semana com a família em Porto Alegre. Levou com ela presentes de apoiadores. Veja estes e outros destaques no vídeo acima, com a redatora de política Daniela Mercier.
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Artistas prestam tributo a Geraldo Filme em show no Sesc Pompeia
AMANDA NOGUEIRA DE SÃO PAULO "Eu vou mostrar, eu vou mostrar, que o povo paulista também sabe sambar", entoa Geraldo Filme em uma de suas canções, determinado a fazer florescer o gênero —por vezes subestimado em sua versão paulistana. Em memória ao sambista, morto há 20 anos, dois shows reunirão o rapper Max B.O., os sambistas Icéi Mirian, T. Kaçula e Graça Cunha e artistas da velha guarda da Vai-Vai, com a qual o homenageado manteve forte ligação.​ Ao final, sobe ao palco o Samba de Roda de Pirapora. O repertório inclui inéditas que remetem a Filme, assim como destaques de sua discografia. Sesc Pompeia. R. Clélia, 93, tel. 3871-7700. Sex. (18) e sáb. (19): 21h30. 18 anos. Ingr.: R$ 9 a R$ 30 p/ sescsp.org.br. CC: AE, Au, D, E, H, M e V.
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Artistas prestam tributo a Geraldo Filme em show no Sesc PompeiaAMANDA NOGUEIRA DE SÃO PAULO "Eu vou mostrar, eu vou mostrar, que o povo paulista também sabe sambar", entoa Geraldo Filme em uma de suas canções, determinado a fazer florescer o gênero —por vezes subestimado em sua versão paulistana. Em memória ao sambista, morto há 20 anos, dois shows reunirão o rapper Max B.O., os sambistas Icéi Mirian, T. Kaçula e Graça Cunha e artistas da velha guarda da Vai-Vai, com a qual o homenageado manteve forte ligação.​ Ao final, sobe ao palco o Samba de Roda de Pirapora. O repertório inclui inéditas que remetem a Filme, assim como destaques de sua discografia. Sesc Pompeia. R. Clélia, 93, tel. 3871-7700. Sex. (18) e sáb. (19): 21h30. 18 anos. Ingr.: R$ 9 a R$ 30 p/ sescsp.org.br. CC: AE, Au, D, E, H, M e V.
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Para colegas, Felicity Jones, de 'Rogue One', é estrela sem estrelismos
Um tempo atrás, Felicity Jones andava pelas ruas de Londres quando foi abordada por uma mulher que descreveu como "muito alta e com aparência de modelo", que pediu para fazer uma foto com ela. Atriz indicada ao Oscar, Jones concordou. Depois de andar mais uma distância curta, foi abordada por outra transeunte. "Quem era aquela mulher?", a pessoa lhe perguntou. Relatando o fato, Jones, que se sentiu minimizada, comenta: "Eu só disse 'não sei, mas ela parece bacana'". E acrescenta: "Tenho os pés bem firmes no chão". Isso é o que significa ser Felicity Jones, 33, a atriz e fashionista britânica cuja carreira, pelo menos segundo alguns cálculos, acelerou-se exponencialmente com o sucesso crítico e comercial de "A Teoria de Tudo", filme biográfico sobre Stephen Hawking, lançado em 2014. Segundo outras avaliações, incluindo a dela mesma, Jones praticamente não merece ser reconhecida, sendo apenas uma atriz que se esforça muito e cujo currículo inclui alguns favoritos cult modestos ("Loucamente Apaixonados") e alguns trabalhos comerciais feitos com grande orçamento ("Inferno"). Mas quaisquer reivindicações de obscuridade que ela ainda possa fazer não resistirão por muito tempo após o lançamento de "Rogue One: Uma História Star Wars". Nesse que é o capítulo mais recente da épica aventura espacial, Jones é Jyn Erso, a corajosa e improvável líder de um time de combatentes rebeldes encarregados de roubar a planta da Estrela da Morte, a máquina de guerra do Império Galáctico, capaz de aniquilar planetas (como sabem os fãs da série, esses são os acontecimentos que antecederam o filme original, "Guerra nas Estrelas"). "Rogue One" pode representar uma oportunidade de divulgação maior para Felicity Jones, que não costuma ser vista dando socos ou pilotando naves interestelares em grandes filmes de ação, ou para os criadores da série "Star Wars", que nos filmes recentes da franquia vêm dando mais destaque a mulheres. Fiel a seu espírito modesto, Jones minimiza essas possibilidades em um bate-papo por videoconferência a partir do pátio do hotel Bel-Air em Los Angeles. Prefere destacar sua paixão por personagens fortes e com as quais as pessoas possam se identificar. "É difícil encontrar um filme independente que tenha uma grande protagonista feminina", diz a atriz. "É difícil encontrar qualquer coisa." "Queríamos que o público se identificasse com Jyn como pessoa", explica. "Como todas nós, ela está tentando entender que diabos fazer." INCRIVELMENTE NORMAL Os cineastas e atores que já trabalharam com Jones ao longo dos anos dizem que isso é típico da atriz, que prefere ficar longe dos holofotes e trabalhar a olhar para o alto e ver para onde suas realizações a estão levando. "Quando você conhece Felicity pessoalmente, geralmente é uma surpresa", diz Gareth Edwards, diretor de "Rogue One". "Ela é incrivelmente normal, incrivelmente –digo isso no bom sentido. Nada disso a afetou de modo algum até hoje. É surpreendente." O filme que ajudou a chamar a atenção para ela nos EUA foi "Loucamente Apaixonados", de 2011, em que ela e Anton Yelchin eram namorados tentando manter um relacionamento transatlântico. Dirigido por Drake Doremus a partir de um esboço longo, e não um roteiro tradicional, "Loucamente Apaixonados" exigiu que Jones inventasse boa parte de seus próprios diálogos, incluindo um poema romântico que sua personagem lê a Yelchin em um momento de ternura que eles compartilham na cama. "Houve pessoas que me mandaram fotos daquele poema tatuado em seu corpo", conta Doremus. "É um tributo a Felicity." "Loucamente Apaixonados" criou um vínculo ao mesmo tempo feliz e triste entre Jones e Doremus, que se reencontraram após a morte acidental de Yelchin em junho. "Ainda não parece muito real e não faz sentido", diz Doremus. "Ele [Yelchin] está em tudo que fazemos e influencia tudo que fazemos." Doremus diz que a impressão duradoura que a atuação de Felicity Jones deixou nele tem a ver com ela ter posto de lado sua reserva e sua discrição pessoais para representar uma personagem tão aberta e vulnerável. "O que é bacana na Felicity é que ela não é uma atriz, é uma pessoa", ele diz. "Existe muita gente aí fora que é ator ou atriz em primeiro lugar e pessoa em segundo." Manter a separação entre essas esferas de sua vida tornou-se um desafio maior depois de "A Teoria de Tudo", em que Jones fez o papel de Jane Hawking, a (hoje ex) esposa de Stephen Hawking (Eddie Redmayne), que cuidou do cientista quando a doença do neurônio motor o deixou enfraquecido. O sucesso do filme, pelo qual Redmayne recebeu um Oscar, e Jones, uma indicação à estatueta, ainda a espanta. A atriz diz que eles abordaram o filme como abordariam um longa independente intimista. "Um de meus filmes favoritos é 'Clamor do Sexo'", ela diz, "e procuramos emular aquelas atuações naturalistas, imbuídas de paixão." "Quando você ouve as palavras mágicas, ou seja, 'isso funciona!'– você sabe que alguma coisa deu certo." LUKE À AVESSAS Gareth Edwards, cujos créditos incluem "Monstros" (2010) e o remake de "Godzilla" (2014), diz que "Rogue One" reverte intencionalmente algumas das convenções da trilogia "Star Wars" original e a história de Luke Skywalker. "'Guerra nas Estrelas' é a história de um garoto que cresce em um lar tranquilo e sonha em ir para uma guerra", ele comenta. "E se tivermos a história de uma garota que cresce numa guerra e sonha em voltar para a tranquilidade do lar?" Com isso em vista, Edwards diz que não procurou "uma atriz de ação no sentido clássico –aquela expectativa convencional de uma soldada ou rebelde". "É possível ensinar qualquer pessoa a lutar, desde que os dublês treinem o suficiente", ele diz. "Mas não dá para ensinar alguém a mostrar tanta alma em seu olhar. Sempre que você aponta a câmera para Felicity, há muitas coisas acontecendo dentro dela." A escolha de mulheres para os papéis principais de filmes de fantasia como "Rogue One", "O Despertar da Força" e "Caça-Fantasmas" mostrou-se altamente provocativa, atraindo a ira dos poucos fãs frustrados que veem isso como uma concessão à correção política. Felicity Jones desvia do assunto, dizendo: "Queríamos que o espectador se identificasse com Jyn como pessoa, seja menino ou menina, homem ou mulher". Kathleen Kennedy, presidente do estúdio Lucasfilm, que faz os filmes da franquia, é mais direta ao comentar se sentia a necessidade de aplacar esses críticos. "Não sinto que eu tenha a responsabilidade de agradar a esse ou aquele setor do público. Eu jamais diria 'esta é uma franquia que há anos atrai principalmente o público masculino, logo, devo alguma coisa aos homens'."
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Para colegas, Felicity Jones, de 'Rogue One', é estrela sem estrelismosUm tempo atrás, Felicity Jones andava pelas ruas de Londres quando foi abordada por uma mulher que descreveu como "muito alta e com aparência de modelo", que pediu para fazer uma foto com ela. Atriz indicada ao Oscar, Jones concordou. Depois de andar mais uma distância curta, foi abordada por outra transeunte. "Quem era aquela mulher?", a pessoa lhe perguntou. Relatando o fato, Jones, que se sentiu minimizada, comenta: "Eu só disse 'não sei, mas ela parece bacana'". E acrescenta: "Tenho os pés bem firmes no chão". Isso é o que significa ser Felicity Jones, 33, a atriz e fashionista britânica cuja carreira, pelo menos segundo alguns cálculos, acelerou-se exponencialmente com o sucesso crítico e comercial de "A Teoria de Tudo", filme biográfico sobre Stephen Hawking, lançado em 2014. Segundo outras avaliações, incluindo a dela mesma, Jones praticamente não merece ser reconhecida, sendo apenas uma atriz que se esforça muito e cujo currículo inclui alguns favoritos cult modestos ("Loucamente Apaixonados") e alguns trabalhos comerciais feitos com grande orçamento ("Inferno"). Mas quaisquer reivindicações de obscuridade que ela ainda possa fazer não resistirão por muito tempo após o lançamento de "Rogue One: Uma História Star Wars". Nesse que é o capítulo mais recente da épica aventura espacial, Jones é Jyn Erso, a corajosa e improvável líder de um time de combatentes rebeldes encarregados de roubar a planta da Estrela da Morte, a máquina de guerra do Império Galáctico, capaz de aniquilar planetas (como sabem os fãs da série, esses são os acontecimentos que antecederam o filme original, "Guerra nas Estrelas"). "Rogue One" pode representar uma oportunidade de divulgação maior para Felicity Jones, que não costuma ser vista dando socos ou pilotando naves interestelares em grandes filmes de ação, ou para os criadores da série "Star Wars", que nos filmes recentes da franquia vêm dando mais destaque a mulheres. Fiel a seu espírito modesto, Jones minimiza essas possibilidades em um bate-papo por videoconferência a partir do pátio do hotel Bel-Air em Los Angeles. Prefere destacar sua paixão por personagens fortes e com as quais as pessoas possam se identificar. "É difícil encontrar um filme independente que tenha uma grande protagonista feminina", diz a atriz. "É difícil encontrar qualquer coisa." "Queríamos que o público se identificasse com Jyn como pessoa", explica. "Como todas nós, ela está tentando entender que diabos fazer." INCRIVELMENTE NORMAL Os cineastas e atores que já trabalharam com Jones ao longo dos anos dizem que isso é típico da atriz, que prefere ficar longe dos holofotes e trabalhar a olhar para o alto e ver para onde suas realizações a estão levando. "Quando você conhece Felicity pessoalmente, geralmente é uma surpresa", diz Gareth Edwards, diretor de "Rogue One". "Ela é incrivelmente normal, incrivelmente –digo isso no bom sentido. Nada disso a afetou de modo algum até hoje. É surpreendente." O filme que ajudou a chamar a atenção para ela nos EUA foi "Loucamente Apaixonados", de 2011, em que ela e Anton Yelchin eram namorados tentando manter um relacionamento transatlântico. Dirigido por Drake Doremus a partir de um esboço longo, e não um roteiro tradicional, "Loucamente Apaixonados" exigiu que Jones inventasse boa parte de seus próprios diálogos, incluindo um poema romântico que sua personagem lê a Yelchin em um momento de ternura que eles compartilham na cama. "Houve pessoas que me mandaram fotos daquele poema tatuado em seu corpo", conta Doremus. "É um tributo a Felicity." "Loucamente Apaixonados" criou um vínculo ao mesmo tempo feliz e triste entre Jones e Doremus, que se reencontraram após a morte acidental de Yelchin em junho. "Ainda não parece muito real e não faz sentido", diz Doremus. "Ele [Yelchin] está em tudo que fazemos e influencia tudo que fazemos." Doremus diz que a impressão duradoura que a atuação de Felicity Jones deixou nele tem a ver com ela ter posto de lado sua reserva e sua discrição pessoais para representar uma personagem tão aberta e vulnerável. "O que é bacana na Felicity é que ela não é uma atriz, é uma pessoa", ele diz. "Existe muita gente aí fora que é ator ou atriz em primeiro lugar e pessoa em segundo." Manter a separação entre essas esferas de sua vida tornou-se um desafio maior depois de "A Teoria de Tudo", em que Jones fez o papel de Jane Hawking, a (hoje ex) esposa de Stephen Hawking (Eddie Redmayne), que cuidou do cientista quando a doença do neurônio motor o deixou enfraquecido. O sucesso do filme, pelo qual Redmayne recebeu um Oscar, e Jones, uma indicação à estatueta, ainda a espanta. A atriz diz que eles abordaram o filme como abordariam um longa independente intimista. "Um de meus filmes favoritos é 'Clamor do Sexo'", ela diz, "e procuramos emular aquelas atuações naturalistas, imbuídas de paixão." "Quando você ouve as palavras mágicas, ou seja, 'isso funciona!'– você sabe que alguma coisa deu certo." LUKE À AVESSAS Gareth Edwards, cujos créditos incluem "Monstros" (2010) e o remake de "Godzilla" (2014), diz que "Rogue One" reverte intencionalmente algumas das convenções da trilogia "Star Wars" original e a história de Luke Skywalker. "'Guerra nas Estrelas' é a história de um garoto que cresce em um lar tranquilo e sonha em ir para uma guerra", ele comenta. "E se tivermos a história de uma garota que cresce numa guerra e sonha em voltar para a tranquilidade do lar?" Com isso em vista, Edwards diz que não procurou "uma atriz de ação no sentido clássico –aquela expectativa convencional de uma soldada ou rebelde". "É possível ensinar qualquer pessoa a lutar, desde que os dublês treinem o suficiente", ele diz. "Mas não dá para ensinar alguém a mostrar tanta alma em seu olhar. Sempre que você aponta a câmera para Felicity, há muitas coisas acontecendo dentro dela." A escolha de mulheres para os papéis principais de filmes de fantasia como "Rogue One", "O Despertar da Força" e "Caça-Fantasmas" mostrou-se altamente provocativa, atraindo a ira dos poucos fãs frustrados que veem isso como uma concessão à correção política. Felicity Jones desvia do assunto, dizendo: "Queríamos que o espectador se identificasse com Jyn como pessoa, seja menino ou menina, homem ou mulher". Kathleen Kennedy, presidente do estúdio Lucasfilm, que faz os filmes da franquia, é mais direta ao comentar se sentia a necessidade de aplacar esses críticos. "Não sinto que eu tenha a responsabilidade de agradar a esse ou aquele setor do público. Eu jamais diria 'esta é uma franquia que há anos atrai principalmente o público masculino, logo, devo alguma coisa aos homens'."
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Mortes: O anão dos espetáculos na praça das pombas
A praça Coronel Salles sediava um espetáculo diário nos anos 60. Era as crianças saírem da escola em frente, no centro de uma São Carlos (SP) que não volta mais, e a festa começar. Com seu 1,28 m de altura, Benvindo assoviava, jogava o milho –e logo centenas de pombas o cercavam, subindo em seus ombros, arrulhando carinhosas. Até que o anão corresse e desse início à famosa revoada, para delírio dos moleques. Do "último grande personagem de São Carlos", alcunha do memorialista local, pouco se sabia. Que nascera num sítio ali e crescera quebrando pedra, ninguém desconfiava, nem que seu pai tinha mais de dois metros de altura. Só sabiam que fora engraxate no passado, amigo de Golias e Jair Rodrigues, coautor da canção "Clube das Pombas" –e que aprendera o dom de atrai-las com um frade de quem engraxava os sapatos. A repetição fez o sucesso. Contratado pela prefeitura, que erguera ali um pombal, virou celebridade: foi parar no jornal, na TV e no livro "Aspectos do folclore são-carlense". Fora dali, teve dois filhos, casou, separou. Viveu –até que a coluna passou a afligi-lo e ele se aposentou. Mas, fora do metiê, ninguém se importava. Quando, de bengalas, voltou à praça a pedido de uma jornalista, desabafou. "Gosto de ser lembrado". Não o era. "Minha tristeza é que não há mais pombas". Sentia-se abandonado. "Morreu triste por ter sido esquecido", diz o sobrinho, Edson. Antes figura pública, agora acamado, pedia, em vão, ajuda na doença. Morreu no dia 23, de infarto, aos 74. O velório foi vazio. Assim como, vazio e triste, segue o pombal. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
cotidiano
Mortes: O anão dos espetáculos na praça das pombasA praça Coronel Salles sediava um espetáculo diário nos anos 60. Era as crianças saírem da escola em frente, no centro de uma São Carlos (SP) que não volta mais, e a festa começar. Com seu 1,28 m de altura, Benvindo assoviava, jogava o milho –e logo centenas de pombas o cercavam, subindo em seus ombros, arrulhando carinhosas. Até que o anão corresse e desse início à famosa revoada, para delírio dos moleques. Do "último grande personagem de São Carlos", alcunha do memorialista local, pouco se sabia. Que nascera num sítio ali e crescera quebrando pedra, ninguém desconfiava, nem que seu pai tinha mais de dois metros de altura. Só sabiam que fora engraxate no passado, amigo de Golias e Jair Rodrigues, coautor da canção "Clube das Pombas" –e que aprendera o dom de atrai-las com um frade de quem engraxava os sapatos. A repetição fez o sucesso. Contratado pela prefeitura, que erguera ali um pombal, virou celebridade: foi parar no jornal, na TV e no livro "Aspectos do folclore são-carlense". Fora dali, teve dois filhos, casou, separou. Viveu –até que a coluna passou a afligi-lo e ele se aposentou. Mas, fora do metiê, ninguém se importava. Quando, de bengalas, voltou à praça a pedido de uma jornalista, desabafou. "Gosto de ser lembrado". Não o era. "Minha tristeza é que não há mais pombas". Sentia-se abandonado. "Morreu triste por ter sido esquecido", diz o sobrinho, Edson. Antes figura pública, agora acamado, pedia, em vão, ajuda na doença. Morreu no dia 23, de infarto, aos 74. O velório foi vazio. Assim como, vazio e triste, segue o pombal. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
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Queda de avião militar americano deixa 11 mortos no Afeganistão
Um avião de transporte militar americano caiu nesta sexta-feira (2) no Afeganistão e matou 11 pessoas, em um momento de combates violentos entre o Exército afegão e os talebans pelo controle da cidade de Kunduz. O C-130 caiu por volta da meia-noite no aeroporto de Jalalabad, importante cidade do leste do país, perto da fronteira com o Paquistão. Seis militares americanos e cinco funcionários terceirizados de empresas privadas morreram no acidente, segundo fontes americanas. "A tripulação e os passageiros morreram", disse o coronel americano Brian Tribus. A missão da Otan, que confirmou o balanço de 11 mortos, não divulgou qualquer explicação para o acidente. Os talebans, que reivindicam com frequência e sem provas a autoria dos acidentes aéreos no Afeganistão, anunciaram que derrubaram a aeronave. "Nossos mujahedines derrubaram um quadrimotor americano em Jalalabad", informou no Twitter o porta-voz dos talebans, Zabihullah Mujahid, que anunciou um balanço de 15 mortos. No entanto, o major americano Tony Wickman disse à agência AFP que "com um alto grau de confiança um ataque inimigo não contribuiu para o acidente", que está sendo investigado. O C-130 é um avião de transporte militar para várias missões, com múltiplas versões, capaz de decolar e pousar em pistas curtas ou superficiais. Está equipado com quatro motores de hélice. Os funcionários terceirizados trabalham para a nova missão da Otan no Afeganistão "Apoio Resoluto", responsável por treinar assessorar as tropas afegãs, que passaram a enfrentar sozinhas a rebelião taleban desde o fim da missão de combate das forças da coalizão em dezembro do ano passado. A Aliança Atlântica mantém apenas 13.000 soldados no Afeganistão, incluindo 10.000 americanos. Jalalabad está no caminho entre Cabul e o Paquistão. O aeroporto local, onde fica uma importante base militar, já foi atacado diversas vezes. O acidente desta sexta-feira aconteceu horas depois da retomada pelas forças afegãs do controle da cidade estratégica de Kunduz (norte), que estava sob poder dos talebans desde segunda-feira. Moradores afirmaram que o exército assumiu o controle de bairros centrais da cidade. O ministro interino da Defesa, Masum Stanekzaï, advertiu que as operações de expulsão dos talebans prosseguem nesta sexta-feira. Os talebans negaram um recuo e prosseguiam com os combates em alguns bairros. Mesmo em caso de confirmação, a recuperação de Kunduz não representaria uma vitória a longo prazo de Cabul contra os talebans, que demonstraram nos últimos dias seu poder nesta região do norte do país, onde lutam contra as forças do governo em várias frentes. A tomada de Kunduz, uma cidade estratégica no caminho para o Tadjiquistão, foi um revés para o presidente Ashraf Ghani, no poder há 12 meses. Na quinta-feira, o chefe de Estado prometeu "punir todos os que faltaram com seu dever" na derrota.
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Queda de avião militar americano deixa 11 mortos no AfeganistãoUm avião de transporte militar americano caiu nesta sexta-feira (2) no Afeganistão e matou 11 pessoas, em um momento de combates violentos entre o Exército afegão e os talebans pelo controle da cidade de Kunduz. O C-130 caiu por volta da meia-noite no aeroporto de Jalalabad, importante cidade do leste do país, perto da fronteira com o Paquistão. Seis militares americanos e cinco funcionários terceirizados de empresas privadas morreram no acidente, segundo fontes americanas. "A tripulação e os passageiros morreram", disse o coronel americano Brian Tribus. A missão da Otan, que confirmou o balanço de 11 mortos, não divulgou qualquer explicação para o acidente. Os talebans, que reivindicam com frequência e sem provas a autoria dos acidentes aéreos no Afeganistão, anunciaram que derrubaram a aeronave. "Nossos mujahedines derrubaram um quadrimotor americano em Jalalabad", informou no Twitter o porta-voz dos talebans, Zabihullah Mujahid, que anunciou um balanço de 15 mortos. No entanto, o major americano Tony Wickman disse à agência AFP que "com um alto grau de confiança um ataque inimigo não contribuiu para o acidente", que está sendo investigado. O C-130 é um avião de transporte militar para várias missões, com múltiplas versões, capaz de decolar e pousar em pistas curtas ou superficiais. Está equipado com quatro motores de hélice. Os funcionários terceirizados trabalham para a nova missão da Otan no Afeganistão "Apoio Resoluto", responsável por treinar assessorar as tropas afegãs, que passaram a enfrentar sozinhas a rebelião taleban desde o fim da missão de combate das forças da coalizão em dezembro do ano passado. A Aliança Atlântica mantém apenas 13.000 soldados no Afeganistão, incluindo 10.000 americanos. Jalalabad está no caminho entre Cabul e o Paquistão. O aeroporto local, onde fica uma importante base militar, já foi atacado diversas vezes. O acidente desta sexta-feira aconteceu horas depois da retomada pelas forças afegãs do controle da cidade estratégica de Kunduz (norte), que estava sob poder dos talebans desde segunda-feira. Moradores afirmaram que o exército assumiu o controle de bairros centrais da cidade. O ministro interino da Defesa, Masum Stanekzaï, advertiu que as operações de expulsão dos talebans prosseguem nesta sexta-feira. Os talebans negaram um recuo e prosseguiam com os combates em alguns bairros. Mesmo em caso de confirmação, a recuperação de Kunduz não representaria uma vitória a longo prazo de Cabul contra os talebans, que demonstraram nos últimos dias seu poder nesta região do norte do país, onde lutam contra as forças do governo em várias frentes. A tomada de Kunduz, uma cidade estratégica no caminho para o Tadjiquistão, foi um revés para o presidente Ashraf Ghani, no poder há 12 meses. Na quinta-feira, o chefe de Estado prometeu "punir todos os que faltaram com seu dever" na derrota.
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Lista do STF sai em mau momento da economia brasileira, diz 'NYT'
A divulgação da lista com os nomes dos políticos investigados sob suspeita de envolvimento com o escândalo na Petrobras foi tema de reportagem no site do jornal norte-americano "The New York Times" neste sábado (7). O jornal destaca que vários dos nomes que serão investigados sob aval do STF (Supremo Tribunal Federal) são de partidos que fazem parte da base de apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff, que atualmente enfrenta uma crise econômica. Além dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a reportagem menciona também o senador Fernando Collor (PTB-AL), ex-presidente da República. O "NYT" diz ainda que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitou ao STF que Dilma não fosse investigada. O texto afirma que o processo deverá ser lento, já que as investigações poderão ou não encontrar provas suficientes capazes de levar os políticos envolvidos a julgamento. Além disso, o jornal americano destaca que as autoridades políticas no Brasil possuem foro privilegiado, o que permite serem julgadas apenas pelo STF. Segundo o "NYT", a publicação dos nomes pelo STF acontece em um momento delicado para a economia brasileira. Com a Petrobras no centro dos escândalos da Operação Lava Jato, houve uma fuga de investimentos estrangeiros do Brasil, fazendo com que o real desvalorizasse 7% em relação ao dólar na última semana. A reportagem conclui lembrando que a turbulência entre o Planalto e o Congresso está aumentando, havendo a preocupação de que os parlamentares possam bloquear medidas defendidas pelo governo para retomar o crescimento econômico.
poder
Lista do STF sai em mau momento da economia brasileira, diz 'NYT'A divulgação da lista com os nomes dos políticos investigados sob suspeita de envolvimento com o escândalo na Petrobras foi tema de reportagem no site do jornal norte-americano "The New York Times" neste sábado (7). O jornal destaca que vários dos nomes que serão investigados sob aval do STF (Supremo Tribunal Federal) são de partidos que fazem parte da base de apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff, que atualmente enfrenta uma crise econômica. Além dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a reportagem menciona também o senador Fernando Collor (PTB-AL), ex-presidente da República. O "NYT" diz ainda que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitou ao STF que Dilma não fosse investigada. O texto afirma que o processo deverá ser lento, já que as investigações poderão ou não encontrar provas suficientes capazes de levar os políticos envolvidos a julgamento. Além disso, o jornal americano destaca que as autoridades políticas no Brasil possuem foro privilegiado, o que permite serem julgadas apenas pelo STF. Segundo o "NYT", a publicação dos nomes pelo STF acontece em um momento delicado para a economia brasileira. Com a Petrobras no centro dos escândalos da Operação Lava Jato, houve uma fuga de investimentos estrangeiros do Brasil, fazendo com que o real desvalorizasse 7% em relação ao dólar na última semana. A reportagem conclui lembrando que a turbulência entre o Planalto e o Congresso está aumentando, havendo a preocupação de que os parlamentares possam bloquear medidas defendidas pelo governo para retomar o crescimento econômico.
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Leitor defende reformas no sistema prisional brasileiro
Louváveis as opiniões dos senhores José Roberto Penteado e Pedro Abramovay, elogiando o editorial "Pena Medieval" e defendendo a abolição completa da pena capital em todo o mundo, bem como sugerindo que o assunto fosse debatido já nos bancos escolares. Ditas opiniões se coadunam com o princípio da humanização das penas. Só que, infelizmente, de nada vale a defesa de tais teses sem que se perscrutem também o agonizante estado do sistema prisional brasileiro. A sociedade não se importa com isso, pois acredita que aqueles que se encontram recolhidos em deploráveis situações merecem esse sofrimento. Esquece-se, no entanto, que aqueles criminosos, tratados como animais, retornarão um dia ao nosso convívio. Estufar o peito para defender a abolição da "odiosa" pena de morte, e calar-se com relação à hediondez das condições em que são cumpridas as penas no Brasil — que muitas vezes são piores que a própria morte — reflete um caráter pseudo humanitário. Se a discussão sobre pena de morte deve pairar já nos bancos escolares, a incapacidade do Estado de impedir os horrores a que são submetidos os criminosos encarcerados também deveria. AMELETO MASINI, professor de direito penal (São Paulo, SP) * O sociólogo Fabio Martinez Serrano Pucci entendeu nada e comete o erro de igualar as esquerdas dos partidos do ocidente com as ditaduras marxistas da China, da URSS e de Cuba, nas quais a pena de morte era muito utilizada para a eliminação de adversários. Em minha carta, eu me referi às esquerdas dos partidos políticos de democracias, como Brasil, França e outros, apoiadores dos direitos humanos. RAFAEL ALBERTI CESA (Caxias do Sul, RS) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor defende reformas no sistema prisional brasileiroLouváveis as opiniões dos senhores José Roberto Penteado e Pedro Abramovay, elogiando o editorial "Pena Medieval" e defendendo a abolição completa da pena capital em todo o mundo, bem como sugerindo que o assunto fosse debatido já nos bancos escolares. Ditas opiniões se coadunam com o princípio da humanização das penas. Só que, infelizmente, de nada vale a defesa de tais teses sem que se perscrutem também o agonizante estado do sistema prisional brasileiro. A sociedade não se importa com isso, pois acredita que aqueles que se encontram recolhidos em deploráveis situações merecem esse sofrimento. Esquece-se, no entanto, que aqueles criminosos, tratados como animais, retornarão um dia ao nosso convívio. Estufar o peito para defender a abolição da "odiosa" pena de morte, e calar-se com relação à hediondez das condições em que são cumpridas as penas no Brasil — que muitas vezes são piores que a própria morte — reflete um caráter pseudo humanitário. Se a discussão sobre pena de morte deve pairar já nos bancos escolares, a incapacidade do Estado de impedir os horrores a que são submetidos os criminosos encarcerados também deveria. AMELETO MASINI, professor de direito penal (São Paulo, SP) * O sociólogo Fabio Martinez Serrano Pucci entendeu nada e comete o erro de igualar as esquerdas dos partidos do ocidente com as ditaduras marxistas da China, da URSS e de Cuba, nas quais a pena de morte era muito utilizada para a eliminação de adversários. Em minha carta, eu me referi às esquerdas dos partidos políticos de democracias, como Brasil, França e outros, apoiadores dos direitos humanos. RAFAEL ALBERTI CESA (Caxias do Sul, RS) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Governo deve usar reservas internacionais para combater a crise? Sim
POR UMA POLÍTICA CAMBIAL SENSATA A moeda americana causou uma triste notícia neste mês, alcançou sua maior cotação desde a criação do real e está sem uma tendência definida. Enquanto diferentes patamares do câmbio estremecem a economia, a incerteza a paralisa. O vai e vem do preço do dólar está prejudicando o país. Aumenta a pressão inflacionária e, consequentemente, a taxa de juro. Considerando que o dólar é um indicador da estabilidade econômica do país, a inconstância de suas cotações afeta a confiança, fazendo com que investimentos sejam postergados. Para o setor produtivo, as flutuações do câmbio atrapalham o comércio exterior, o turismo e as operações financeiras com o resto do mundo. A fragilidade cambial não interessa a ninguém, um dólar incerto é ruim para todos. Urge readequar o mercado de divisas, que resumidamente está segmentado em dois. Um é o à vista, anacrônico. A lei cambial é de 1933, de uma época de economia mais fechada, em que a falta de divisas era crônica. Apesar de avanços, a caduquice da norma ainda onera o setor produtivo. O outro é o futuro, a quase totalidade opera na BMF (Bolsa Mercantil e de Futuros), que é uma das mais modernas do mundo. É sofisticado e opera volumes muito superiores aos do mercado à vista. Os dois segmentos interagem, mas, considerando seu tamanho maior e sua eficiência, o mercado futuro é determinante na trajetória da cotação do dólar. O Banco Central tem uma política mercantilista, atua mantendo estáveis o estoque de reservas, próximo a US$ 360 bilhões, e uma posição em operações futuras na BMF em US$ 110 bilhões. Utiliza as reservas como sinalização de solvência e facilita, com mais liquidez, as operações de arbitragens de taxas nos mercados futuros. É óbvio que a estratégia é inoperante em turbulências como a atual. Além disso, induz uma hipertrofia ainda maior do segmento financeiro do mercado de câmbio em detrimento do setor produtivo. Cada vez mais, é o rabo que abana o cachorro. Em outras palavras, a produção nacional fica à mercê dos humores dos investidores. Isso pode ser corrigido mudando a atuação na política cambial e modernizando a normatização do mercado à vista. O Banco Central atuaria apenas no mercado à vista, fixando limites de oscilação diários da divisa norte-americana para arrefecer sua volatilidade. Em um mesmo dia, a autoridade monetária compraria dólares a um preço e venderia a outro num intervalo de, digamos, três centavos, usando reservas. O câmbio continuaria flutuante, mas a volatilidade diminuiria consideravelmente. Usando o mercado à vista, em vez do futuro, operaria com custos consideravelmente mais baixos, reduziria as incertezas associadas à trajetória do câmbio e induziria um estreitamento de margens nas operações com divisas. Como atuaria comprando e vendendo, não alteraria de maneira significativa o estoque de reservas e haveria mais benefícios para o país. Um dos objetivos do Banco Central do Brasil é zelar pela estabilidade da moeda, e o uso das reservas internacionais seria uma melhor forma de atingi-lo. A outra correção, importante e urgente, seria modernizar a quase centenária lei cambial, dando ao mercado à vista a mesma sofisticação e eficiência do futuro. Precisamos acabar com a parafernália do dólar que atormenta cada dia mais a vida dos brasileiros. ROBERTO LUIS TROSTER, doutor em economia, foi economista chefe da Febraban e professor da USP e da PUC-SP * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Governo deve usar reservas internacionais para combater a crise? SimPOR UMA POLÍTICA CAMBIAL SENSATA A moeda americana causou uma triste notícia neste mês, alcançou sua maior cotação desde a criação do real e está sem uma tendência definida. Enquanto diferentes patamares do câmbio estremecem a economia, a incerteza a paralisa. O vai e vem do preço do dólar está prejudicando o país. Aumenta a pressão inflacionária e, consequentemente, a taxa de juro. Considerando que o dólar é um indicador da estabilidade econômica do país, a inconstância de suas cotações afeta a confiança, fazendo com que investimentos sejam postergados. Para o setor produtivo, as flutuações do câmbio atrapalham o comércio exterior, o turismo e as operações financeiras com o resto do mundo. A fragilidade cambial não interessa a ninguém, um dólar incerto é ruim para todos. Urge readequar o mercado de divisas, que resumidamente está segmentado em dois. Um é o à vista, anacrônico. A lei cambial é de 1933, de uma época de economia mais fechada, em que a falta de divisas era crônica. Apesar de avanços, a caduquice da norma ainda onera o setor produtivo. O outro é o futuro, a quase totalidade opera na BMF (Bolsa Mercantil e de Futuros), que é uma das mais modernas do mundo. É sofisticado e opera volumes muito superiores aos do mercado à vista. Os dois segmentos interagem, mas, considerando seu tamanho maior e sua eficiência, o mercado futuro é determinante na trajetória da cotação do dólar. O Banco Central tem uma política mercantilista, atua mantendo estáveis o estoque de reservas, próximo a US$ 360 bilhões, e uma posição em operações futuras na BMF em US$ 110 bilhões. Utiliza as reservas como sinalização de solvência e facilita, com mais liquidez, as operações de arbitragens de taxas nos mercados futuros. É óbvio que a estratégia é inoperante em turbulências como a atual. Além disso, induz uma hipertrofia ainda maior do segmento financeiro do mercado de câmbio em detrimento do setor produtivo. Cada vez mais, é o rabo que abana o cachorro. Em outras palavras, a produção nacional fica à mercê dos humores dos investidores. Isso pode ser corrigido mudando a atuação na política cambial e modernizando a normatização do mercado à vista. O Banco Central atuaria apenas no mercado à vista, fixando limites de oscilação diários da divisa norte-americana para arrefecer sua volatilidade. Em um mesmo dia, a autoridade monetária compraria dólares a um preço e venderia a outro num intervalo de, digamos, três centavos, usando reservas. O câmbio continuaria flutuante, mas a volatilidade diminuiria consideravelmente. Usando o mercado à vista, em vez do futuro, operaria com custos consideravelmente mais baixos, reduziria as incertezas associadas à trajetória do câmbio e induziria um estreitamento de margens nas operações com divisas. Como atuaria comprando e vendendo, não alteraria de maneira significativa o estoque de reservas e haveria mais benefícios para o país. Um dos objetivos do Banco Central do Brasil é zelar pela estabilidade da moeda, e o uso das reservas internacionais seria uma melhor forma de atingi-lo. A outra correção, importante e urgente, seria modernizar a quase centenária lei cambial, dando ao mercado à vista a mesma sofisticação e eficiência do futuro. Precisamos acabar com a parafernália do dólar que atormenta cada dia mais a vida dos brasileiros. ROBERTO LUIS TROSTER, doutor em economia, foi economista chefe da Febraban e professor da USP e da PUC-SP * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Dólar quebra série de seis altas e fecha em baixa, cotado a R$ 3,51; Bolsa cai
O dólar quebrou sequências de seis altas e fechou em baixa nesta sexta-feira (7), cotado a R$ 3,51, um dia após o Banco Central anunciar que aumentará a intervenção no mercado cambial para tentar conter uma valorização maior da moeda americana. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve queda de 0,61%, para R$ 3,512. Na semana, porém, o dólar acumulou valorização de 2,69%, enquanto no ano sobe 32,6%. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, fechou em baixa de 0,70%, para R$ 3,510, mas registrou ganho de 2,48% na semana e de 31,9% no ano. sem limites O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, caiu pelo segundo dia em meio a turbulências políticas. O índice sofreu desvalorização de 2,87%, para 48.577 pontos. Com a queda, a Bolsa registrou o menor patamar desde 10 de março deste ano. Foi a maior queda diária do índice desde 2 de janeiro deste ano. Em 2015, o Ibovespa registra queda de 2,86%. O aumento das intervenções do Banco Central no câmbio contiveram a valorização da moeda americana, na avaliação de Felipe Miranda, analista e sócio da Empiricus Research. "Com o aumento da atuação, o BC tirou uma dinâmica óbvia de valorização do dólar, mas não inverteu a tendência de apreciação da moeda americana, que é causada por fatores políticos e externos", diz. A autoridade monetária ampliou a oferta de contratos conhecidos como swap cambial. Antes do anúncio, o BC mantinha a disposição de diminuir, gradualmente, a oferta desses contratos. A expectativa, até então, era de rolar apenas 60% dos contratos existentes. Para o leilão desta sexta, o BC elevou de 6.000 para 11 mil o volume de contratos oferecidos. Se mantiver o novo ritmo até o fim do mês, o BC vai renovar praticamente 100% do lote desses contratos que vence em setembro. "A decisão foi uma maneira de o Banco Central reconhecer que o real está enfraquecido. Mas, ao fazer esse reconhecimento, ele pode piorar o cenário e iniciar um cabo de guerra com o mercado que não deveríamos ver nesse momento", avalia Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora. CRISE As tensões políticas também deram o tom no mercado nesta sexta-feira. O vice-presidente Michel Temer colocou o cargo de coordenação política à disposição de Dilma Rousseff após declarações nas quais afirmou que o país precisava de "alguém [que] tenha a capacidade de reunificar a todos". "As questões políticas ganharam um peso muito forte no mercado financeiro. Deslocou-se de uma questão econômica para uma análise da capacidade da presidente de organizar o governo", avalia André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos. "A tendência é que as tensões políticas piorem ao longo do mês, causando mais desvalorização do real. Pode-se considerar que R$ 3,50 é o novo patamar da moeda", afirma. Na avaliação do economista, a apreciação do dólar deve forçar o Banco Central a dar continuidade ao aumento da taxa básica de juros. Na ata divulgada após a última reunião de política monetária, o BC sinalizou o fim do ciclo de aperto monetário. EUA O desemprego nos Estados Unidos se manteve estável em 5,3% em julho, mês em que foram criados 215 mil postos de trabalho no país. O índice repetiu o padrão de mais de 200 mil vagas registrado em 16 dos últimos 17 meses -março de 2015 registrou a criação de 85 mil vagas. Mas ficou abaixo da média de 246 mil vagas criadas nos últimos 12 meses. "Os níveis são suficientemente tranquilos para que a normalização da política monetária comece nos Estados Unidos. Mas ainda acho que o Fed (Federal Reserve, banco central americano) deve começar a aumentar as taxas de juros em janeiro, pois o preço do petróleo está atrasando a recuperação da economia americana", afirma Figueredo, da Clear. Parte da alta dos juros nos EUA já está precificada no dólar atualmente, avalia André Perfeito, da Gradual. "O mercado antecipa e já colocou no preço essa possibilidade, embora eu acredite que isso só vai ocorrer mais para o fim do ano", diz. O aumento dos juros nos EUA deixaria os títulos do Tesouro americano -cuja remuneração acompanha essa taxa e que são considerados de baixíssimo risco- mais atraentes do que aplicações em emergentes, como o Brasil, provocando uma saída de recursos dessas economias. Com a menor oferta de dólares, a cotação do dólar seria pressionada para cima. BOLSA As incertezas políticas e rumores de que a presidente Dilma Rousseff teria preparado uma carta de renúncia aumentaram o mau humor no mercado nesta sexta-feira. Durante a tarde, Dilma afirmou que vai trabalhar para garantir a estabilidade do país. As ações da Petrobras desabaram mais de 6% após a divulgação do resultado da companhia no segundo trimestre. A empresa registrou lucro de R$ 531 milhões, queda de 89,3% em relação aos R$ 4,96 bilhões de igual período do ano passado. O balanço mostrou que a estatal continua sofrendo o impacto do menor preço do barril de petróleo, que desvaloriza seu principal produto, e também da venda menor de combustíveis, em função da piora da economia. "Embora o balanço não tenha sido uma tragédia, veio com muitos eventos não recorrentes", afirma Felipe Miranda, da Empiricus. As ações mais negociadas da petrolífera fecharam em baixa de 6,10%%, para R$ 9,69. Os papéis ordinários caíram 7,42%, para R$ 10,61. As ações da mineradora Vale tiveram forte queda após três dias seguidos de alta, acompanhando a desvalorização do minério de ferro no exterior. Os papéis preferenciais registraram queda de 4,85%, para R$ 14,91. As ações ordinárias caíram 5,92%, para R$ 18,42. Apenas três ações conseguiram fechar o dia em terreno positivo: Marfrig (+1,35%), BB Seguridade (+1,03%) e Localiza (+0,38%). No sentido contrário, as ações preferenciais da Oi tiveram a maior queda do dia, ao despencarem 9,30%, para R$ 3,90.
mercado
Dólar quebra série de seis altas e fecha em baixa, cotado a R$ 3,51; Bolsa caiO dólar quebrou sequências de seis altas e fechou em baixa nesta sexta-feira (7), cotado a R$ 3,51, um dia após o Banco Central anunciar que aumentará a intervenção no mercado cambial para tentar conter uma valorização maior da moeda americana. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve queda de 0,61%, para R$ 3,512. Na semana, porém, o dólar acumulou valorização de 2,69%, enquanto no ano sobe 32,6%. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, fechou em baixa de 0,70%, para R$ 3,510, mas registrou ganho de 2,48% na semana e de 31,9% no ano. sem limites O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, caiu pelo segundo dia em meio a turbulências políticas. O índice sofreu desvalorização de 2,87%, para 48.577 pontos. Com a queda, a Bolsa registrou o menor patamar desde 10 de março deste ano. Foi a maior queda diária do índice desde 2 de janeiro deste ano. Em 2015, o Ibovespa registra queda de 2,86%. O aumento das intervenções do Banco Central no câmbio contiveram a valorização da moeda americana, na avaliação de Felipe Miranda, analista e sócio da Empiricus Research. "Com o aumento da atuação, o BC tirou uma dinâmica óbvia de valorização do dólar, mas não inverteu a tendência de apreciação da moeda americana, que é causada por fatores políticos e externos", diz. A autoridade monetária ampliou a oferta de contratos conhecidos como swap cambial. Antes do anúncio, o BC mantinha a disposição de diminuir, gradualmente, a oferta desses contratos. A expectativa, até então, era de rolar apenas 60% dos contratos existentes. Para o leilão desta sexta, o BC elevou de 6.000 para 11 mil o volume de contratos oferecidos. Se mantiver o novo ritmo até o fim do mês, o BC vai renovar praticamente 100% do lote desses contratos que vence em setembro. "A decisão foi uma maneira de o Banco Central reconhecer que o real está enfraquecido. Mas, ao fazer esse reconhecimento, ele pode piorar o cenário e iniciar um cabo de guerra com o mercado que não deveríamos ver nesse momento", avalia Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora. CRISE As tensões políticas também deram o tom no mercado nesta sexta-feira. O vice-presidente Michel Temer colocou o cargo de coordenação política à disposição de Dilma Rousseff após declarações nas quais afirmou que o país precisava de "alguém [que] tenha a capacidade de reunificar a todos". "As questões políticas ganharam um peso muito forte no mercado financeiro. Deslocou-se de uma questão econômica para uma análise da capacidade da presidente de organizar o governo", avalia André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos. "A tendência é que as tensões políticas piorem ao longo do mês, causando mais desvalorização do real. Pode-se considerar que R$ 3,50 é o novo patamar da moeda", afirma. Na avaliação do economista, a apreciação do dólar deve forçar o Banco Central a dar continuidade ao aumento da taxa básica de juros. Na ata divulgada após a última reunião de política monetária, o BC sinalizou o fim do ciclo de aperto monetário. EUA O desemprego nos Estados Unidos se manteve estável em 5,3% em julho, mês em que foram criados 215 mil postos de trabalho no país. O índice repetiu o padrão de mais de 200 mil vagas registrado em 16 dos últimos 17 meses -março de 2015 registrou a criação de 85 mil vagas. Mas ficou abaixo da média de 246 mil vagas criadas nos últimos 12 meses. "Os níveis são suficientemente tranquilos para que a normalização da política monetária comece nos Estados Unidos. Mas ainda acho que o Fed (Federal Reserve, banco central americano) deve começar a aumentar as taxas de juros em janeiro, pois o preço do petróleo está atrasando a recuperação da economia americana", afirma Figueredo, da Clear. Parte da alta dos juros nos EUA já está precificada no dólar atualmente, avalia André Perfeito, da Gradual. "O mercado antecipa e já colocou no preço essa possibilidade, embora eu acredite que isso só vai ocorrer mais para o fim do ano", diz. O aumento dos juros nos EUA deixaria os títulos do Tesouro americano -cuja remuneração acompanha essa taxa e que são considerados de baixíssimo risco- mais atraentes do que aplicações em emergentes, como o Brasil, provocando uma saída de recursos dessas economias. Com a menor oferta de dólares, a cotação do dólar seria pressionada para cima. BOLSA As incertezas políticas e rumores de que a presidente Dilma Rousseff teria preparado uma carta de renúncia aumentaram o mau humor no mercado nesta sexta-feira. Durante a tarde, Dilma afirmou que vai trabalhar para garantir a estabilidade do país. As ações da Petrobras desabaram mais de 6% após a divulgação do resultado da companhia no segundo trimestre. A empresa registrou lucro de R$ 531 milhões, queda de 89,3% em relação aos R$ 4,96 bilhões de igual período do ano passado. O balanço mostrou que a estatal continua sofrendo o impacto do menor preço do barril de petróleo, que desvaloriza seu principal produto, e também da venda menor de combustíveis, em função da piora da economia. "Embora o balanço não tenha sido uma tragédia, veio com muitos eventos não recorrentes", afirma Felipe Miranda, da Empiricus. As ações mais negociadas da petrolífera fecharam em baixa de 6,10%%, para R$ 9,69. Os papéis ordinários caíram 7,42%, para R$ 10,61. As ações da mineradora Vale tiveram forte queda após três dias seguidos de alta, acompanhando a desvalorização do minério de ferro no exterior. Os papéis preferenciais registraram queda de 4,85%, para R$ 14,91. As ações ordinárias caíram 5,92%, para R$ 18,42. Apenas três ações conseguiram fechar o dia em terreno positivo: Marfrig (+1,35%), BB Seguridade (+1,03%) e Localiza (+0,38%). No sentido contrário, as ações preferenciais da Oi tiveram a maior queda do dia, ao despencarem 9,30%, para R$ 3,90.
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Série brasileira 'Vigilante Rodoviário' deveria inspirar novos projetos de TV
Já que estão na moda as séries e que vários cineastas brasileiros se empenham em criar projetos para a TV, valerá a pena para eles ver "Vigilante Rodoviário" (1978, Canal Brasil, 16h55). Originalmente de 1962, a produção de Alfredo Palacios dirigida por Ary Fernandes teve 38 episódios e fazia um sucesso louco com a garotada. Após esse período, porém, cessou o patrocínio da Nestlé e a série acabou. Em 1978 houve uma tentativa de revival patrocinado pela Embrafilme e novamente com Ary Fernandes no comando. O projeto não foi por diante, mas restou este piloto, com Antonio Fonzar no lugar de Carlos Miranda como o vigilante. Talvez o tempo da euforia rodoviária já houvesse passado. Talvez os abusos da ditadura não favorecessem a admiração por um policial. Ainda assim haverá ensinamentos e diversão a buscar nesse piloto.
ilustrada
Série brasileira 'Vigilante Rodoviário' deveria inspirar novos projetos de TVJá que estão na moda as séries e que vários cineastas brasileiros se empenham em criar projetos para a TV, valerá a pena para eles ver "Vigilante Rodoviário" (1978, Canal Brasil, 16h55). Originalmente de 1962, a produção de Alfredo Palacios dirigida por Ary Fernandes teve 38 episódios e fazia um sucesso louco com a garotada. Após esse período, porém, cessou o patrocínio da Nestlé e a série acabou. Em 1978 houve uma tentativa de revival patrocinado pela Embrafilme e novamente com Ary Fernandes no comando. O projeto não foi por diante, mas restou este piloto, com Antonio Fonzar no lugar de Carlos Miranda como o vigilante. Talvez o tempo da euforia rodoviária já houvesse passado. Talvez os abusos da ditadura não favorecessem a admiração por um policial. Ainda assim haverá ensinamentos e diversão a buscar nesse piloto.
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Com gol em 'frango' de goleiro, Portugal vence Argentina na estreia da Rio-2016
DO UOL Atual campeão da Euro sub-21, Portugal veio muito desfalcado para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Apesar disso, mostrou nesta quinta-feira (4) que ainda pode ser um dos favoritos ao ouro no futebol masculino. Diante da Argentina, e com a torcida brasileira a seu lado no Engenhão, os portugueses venceram na estreia por 2 a 0, com gols de Paciência e Pité, que contou com um "frango" de Rulli. Para o evento no Rio de Janeiro, o técnico Rui Fonte teve dificuldades para montar a seleção portuguesa. Ao todo, 24 jogadores não foram liberados por seus clubes para participar dos Jogos Olímpicos, incluindo seis campeões europeus. GOL DE PACIÊNCIA Centroavante de Portugal, Paciência passou o primeiro tempo inteiro sem conseguir finalizar no gol de Rulli. A primeira grande chance só foi vir aos 21 minutos da segunda etapa, e com a calma característica de seu nome. Após jogada pela esquerda, Bruno Fernandes rolou para a entrada da área. O camisa 9 dominou com tranquilidade, ajeitou e soltou a bomba no canto de Rulli, que se esticou, mas não conseguiu evitar o gol português. Os nervos argentinos ficaram à flor da pele depois do gol. Três minutos depois do tento português, uma pequena confusão teve início na saída de Sérgio Oliveira. O meia demorou para deixar o campo, o que irritou os argentinos. Após um empurra-empurra, o jogador português acabou levando o cartão amarelo e os ânimos foram controlados. DOMÍNIO PORTUGUÊS O primeiro tempo começou com o domínio de Portugal, conduzido por um nome: Bruno Fernandes. O camisa 10 foi o principal jogador da equipe europeia na etapa inicial. Logo aos 3 minutos, ele recebeu passe na grande área e estufou as redes de Rulli. A arbitragem, no entanto, marcou impedimento e anulou o que seria o primeiro gol de Portugal. Durante o primeiro tempo, Fernandes teve mais duas boas chances, mas não conseguiu balançar as redes. Aos 18 minutos, o camisa 10 recebeu na grande área e tentou tocar na saída de Rulli, mas o goleiro argentino fez a defesa. Aos 30, Esgaio fez grande jogada pela esquerda e rolou para Fernandes no meio da área, que chegou batendo e mandou ao lado do gol argentino. CALLERI Ex-jogador e xodó da torcida do São Paulo, Calleri foi convocado de última hora para os Jogos Olímpicos, graças ao corte de Vietto. Na primeira partida com a camisa argentina, no entanto, o atacante quase balançou as redes. Aos 3 minutos da segunda etapa, ele recebeu passe, entrou livre para direita e tocou com categoria por cima do goleiro Varela. A bola, porém, carimbou caprichosamente o travessão e saiu em linha de fundo. NÚMEROS CAEM O time de Portugal passou por um incômodo inesperado durante a partida. Ainda no primeiro tempo, o nome e o número das camisas começaram a cair no gramado. O atacante Paciência, por exemplo, virou "Paiencia". Já Edgar Ié ficou apenas "E".
esporte
Com gol em 'frango' de goleiro, Portugal vence Argentina na estreia da Rio-2016 DO UOL Atual campeão da Euro sub-21, Portugal veio muito desfalcado para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Apesar disso, mostrou nesta quinta-feira (4) que ainda pode ser um dos favoritos ao ouro no futebol masculino. Diante da Argentina, e com a torcida brasileira a seu lado no Engenhão, os portugueses venceram na estreia por 2 a 0, com gols de Paciência e Pité, que contou com um "frango" de Rulli. Para o evento no Rio de Janeiro, o técnico Rui Fonte teve dificuldades para montar a seleção portuguesa. Ao todo, 24 jogadores não foram liberados por seus clubes para participar dos Jogos Olímpicos, incluindo seis campeões europeus. GOL DE PACIÊNCIA Centroavante de Portugal, Paciência passou o primeiro tempo inteiro sem conseguir finalizar no gol de Rulli. A primeira grande chance só foi vir aos 21 minutos da segunda etapa, e com a calma característica de seu nome. Após jogada pela esquerda, Bruno Fernandes rolou para a entrada da área. O camisa 9 dominou com tranquilidade, ajeitou e soltou a bomba no canto de Rulli, que se esticou, mas não conseguiu evitar o gol português. Os nervos argentinos ficaram à flor da pele depois do gol. Três minutos depois do tento português, uma pequena confusão teve início na saída de Sérgio Oliveira. O meia demorou para deixar o campo, o que irritou os argentinos. Após um empurra-empurra, o jogador português acabou levando o cartão amarelo e os ânimos foram controlados. DOMÍNIO PORTUGUÊS O primeiro tempo começou com o domínio de Portugal, conduzido por um nome: Bruno Fernandes. O camisa 10 foi o principal jogador da equipe europeia na etapa inicial. Logo aos 3 minutos, ele recebeu passe na grande área e estufou as redes de Rulli. A arbitragem, no entanto, marcou impedimento e anulou o que seria o primeiro gol de Portugal. Durante o primeiro tempo, Fernandes teve mais duas boas chances, mas não conseguiu balançar as redes. Aos 18 minutos, o camisa 10 recebeu na grande área e tentou tocar na saída de Rulli, mas o goleiro argentino fez a defesa. Aos 30, Esgaio fez grande jogada pela esquerda e rolou para Fernandes no meio da área, que chegou batendo e mandou ao lado do gol argentino. CALLERI Ex-jogador e xodó da torcida do São Paulo, Calleri foi convocado de última hora para os Jogos Olímpicos, graças ao corte de Vietto. Na primeira partida com a camisa argentina, no entanto, o atacante quase balançou as redes. Aos 3 minutos da segunda etapa, ele recebeu passe, entrou livre para direita e tocou com categoria por cima do goleiro Varela. A bola, porém, carimbou caprichosamente o travessão e saiu em linha de fundo. NÚMEROS CAEM O time de Portugal passou por um incômodo inesperado durante a partida. Ainda no primeiro tempo, o nome e o número das camisas começaram a cair no gramado. O atacante Paciência, por exemplo, virou "Paiencia". Já Edgar Ié ficou apenas "E".
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Desemprego maior é acompanhado por aumento da informalidade
O aumento da taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país para 7,5% em julho veio acompanhado pelo aumento da informalidade e de atividades autônomas, sem a proteção da legislação trabalhista. Uma das conquistas sociais do mercado de trabalho nos últimos anos, o número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada encolheu 3,1% em julho deste ano, na comparação ao mesmo mês do ano passado, queda de 359 mil vagas. Dois setores são considerados os principais responsáveis pelo movimento de redução do número de empregados com carteira de trabalho assinada, por serem considerados mais formalizados: a indústria e serviços. O setor industrial cortou 139 mil vagas em julho, frente ao mesmo mês do ano passado, para 3,37 milhões de vagas, uma queda de 4%. O setor de serviços à empresas cortou 88 mil vagas, para 3,7 milhões, queda de 2,3%. Desemprego - Taxa de desocupação, em % Esses trabalhadores estão buscando ocupação em atividades informais, como o trabalho por conta própria. O total de ocupados nessa atividade cresceu em 59 mil pessoas em julho deste ano, na comparação ao mesmo período do ano passado, aumento de 1,4% Segundo Adriana Beringuy, técnica do IBGE, apesar da redução do número de trabalhadores com carteira assinada, o "colchão" criado nos últimos anos não foi completamente revertido. "Existe um processo de piora no emprego com carteira, mas ele ainda não está como em 2009. Se vai chegar lá, não sabemos", disse Adriana. Os trabalhadores com carteira respondem por 49,9% dos empregos em julho. Esse número ainda é melhor do que em julho de 2009, quando respondia por 45,2% da população empregada, por exemplo. Por outro lado, o número chegou a ser maior, de 50,5% no pico.
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Desemprego maior é acompanhado por aumento da informalidadeO aumento da taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país para 7,5% em julho veio acompanhado pelo aumento da informalidade e de atividades autônomas, sem a proteção da legislação trabalhista. Uma das conquistas sociais do mercado de trabalho nos últimos anos, o número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada encolheu 3,1% em julho deste ano, na comparação ao mesmo mês do ano passado, queda de 359 mil vagas. Dois setores são considerados os principais responsáveis pelo movimento de redução do número de empregados com carteira de trabalho assinada, por serem considerados mais formalizados: a indústria e serviços. O setor industrial cortou 139 mil vagas em julho, frente ao mesmo mês do ano passado, para 3,37 milhões de vagas, uma queda de 4%. O setor de serviços à empresas cortou 88 mil vagas, para 3,7 milhões, queda de 2,3%. Desemprego - Taxa de desocupação, em % Esses trabalhadores estão buscando ocupação em atividades informais, como o trabalho por conta própria. O total de ocupados nessa atividade cresceu em 59 mil pessoas em julho deste ano, na comparação ao mesmo período do ano passado, aumento de 1,4% Segundo Adriana Beringuy, técnica do IBGE, apesar da redução do número de trabalhadores com carteira assinada, o "colchão" criado nos últimos anos não foi completamente revertido. "Existe um processo de piora no emprego com carteira, mas ele ainda não está como em 2009. Se vai chegar lá, não sabemos", disse Adriana. Os trabalhadores com carteira respondem por 49,9% dos empregos em julho. Esse número ainda é melhor do que em julho de 2009, quando respondia por 45,2% da população empregada, por exemplo. Por outro lado, o número chegou a ser maior, de 50,5% no pico.
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Tenso, São Paulo joga Campeonato Paulista de olho na Libertadores
Apesar de todas as alas no Morumbi rechaçarem que o São Paulo esteja em crise, é fato que o time inicia esta semana sob tensão. É essa a razão que faz o duelo deste domingo (15) contra a Ponte Preta, em Campinas, pelo Paulista, cair para um segundo plano. O técnico Muricy Ramalho vai escalar um time formado por reservas, como o volante Hudson. Uma das exceções é o goleiro Rogério Ceni. O foco do São Paulo está no duelo contra o San Lorenzo, na quarta-feira (18), pela fase de grupos da Libertadores. Para ter chance de classificação às oitavas, o time mira pelo menos quatro pontos contra os argentinos. Espera ganhar no Morumbi nesta semana e empatar em Buenos Aires, no dia 1º de abril. Neste sábado (14), a Independente, maior torcida organizada do clubes, desistiu de protestar durante o treino da manhã, mas emitiu uma nota na qual pede que os "jogadores honrem a camisa do São Paulo" na Libertadores. Diretores do clube dizem que uma queda nessa fase do torneio seria um golpe muito duro. A presidência avalia que atendeu os pedidos do técnico e quer retorno logo. O time vice-campeão do Brasileiro não teve atuação convincente diante dos grandes rivais neste ano e Muricy não acertou a equipe titular. No último jogo, só 4.507 torcedores pagaram para ver 1 a 0 sobre o São Bento, no Morumbi. Após a partida, Muricy afirmou que há racha no clube, movimento vindo da diretoria. O presidente Carlos Miguel Aidar negou em nota a intenção de demiti-lo.
esporte
Tenso, São Paulo joga Campeonato Paulista de olho na LibertadoresApesar de todas as alas no Morumbi rechaçarem que o São Paulo esteja em crise, é fato que o time inicia esta semana sob tensão. É essa a razão que faz o duelo deste domingo (15) contra a Ponte Preta, em Campinas, pelo Paulista, cair para um segundo plano. O técnico Muricy Ramalho vai escalar um time formado por reservas, como o volante Hudson. Uma das exceções é o goleiro Rogério Ceni. O foco do São Paulo está no duelo contra o San Lorenzo, na quarta-feira (18), pela fase de grupos da Libertadores. Para ter chance de classificação às oitavas, o time mira pelo menos quatro pontos contra os argentinos. Espera ganhar no Morumbi nesta semana e empatar em Buenos Aires, no dia 1º de abril. Neste sábado (14), a Independente, maior torcida organizada do clubes, desistiu de protestar durante o treino da manhã, mas emitiu uma nota na qual pede que os "jogadores honrem a camisa do São Paulo" na Libertadores. Diretores do clube dizem que uma queda nessa fase do torneio seria um golpe muito duro. A presidência avalia que atendeu os pedidos do técnico e quer retorno logo. O time vice-campeão do Brasileiro não teve atuação convincente diante dos grandes rivais neste ano e Muricy não acertou a equipe titular. No último jogo, só 4.507 torcedores pagaram para ver 1 a 0 sobre o São Bento, no Morumbi. Após a partida, Muricy afirmou que há racha no clube, movimento vindo da diretoria. O presidente Carlos Miguel Aidar negou em nota a intenção de demiti-lo.
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Após afastamento de Dilma, Maduro chama embaixador de volta a Caracas
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na noite desta sexta-feira (13) que convocou o embaixador venezuelano no Brasil de volta à Venezuela em represália ao que Caracas considera um "golpe de Estado" contra Dilma Rousseff. "Pedi ao nosso embaixador no Brasil, Alberto Castelar, que voltasse. Me reuni com ele, estivemos avaliando esta dolorosa página da história do Brasil. [Foi] uma jogada totalmente injusta contra uma mulher que foi a primeira presidente que o Brasil teve", disse Maduro em cadeia nacional de rádio e TV a partir do palácio de Miraflores, em Caracas. Não está claro se a retirada é definitiva, o que representaria um congelamento das relações, nem se o embaixador venezuelano voltou a Caracas nesta sexta (13) ou no dia anterior, quando o Senado Federal brasileiro aprovou o afastamento de Dilma. O processo de impeachment da presidente é visto como uma catástrofe para o chavismo, que manteve intensas relações comerciais e políticas com o governo petista, apesar do esfriamento desde o fim da Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). Nesta sexta (13), pouco mais de 24 horas após a troca na chefia dos ministérios pelo presidente interino, Michel Temer, o Itamaraty divulgou duas notas criticando países e órgãos internacionais que questionaram a legalidade do afastamento da presidente Dilma. "O Ministério das Relações Exteriores rejeita enfaticamente as manifestações dos governos da Venezuela, Cuba, Bolívia, Equador e Nicarágua, assim como da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), que se permitem opinar e propagar falsidades sobre o processo político interno no Brasil", afirma uma das notas. "Esse processo se desenvolve em quadro de absoluto respeito às instituições democráticas e à Constituição federal." A chefia do Itamaraty foi assumida pelo senador José Serra, em substituição ao diplomata Mauro Vieira.
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Após afastamento de Dilma, Maduro chama embaixador de volta a CaracasO presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na noite desta sexta-feira (13) que convocou o embaixador venezuelano no Brasil de volta à Venezuela em represália ao que Caracas considera um "golpe de Estado" contra Dilma Rousseff. "Pedi ao nosso embaixador no Brasil, Alberto Castelar, que voltasse. Me reuni com ele, estivemos avaliando esta dolorosa página da história do Brasil. [Foi] uma jogada totalmente injusta contra uma mulher que foi a primeira presidente que o Brasil teve", disse Maduro em cadeia nacional de rádio e TV a partir do palácio de Miraflores, em Caracas. Não está claro se a retirada é definitiva, o que representaria um congelamento das relações, nem se o embaixador venezuelano voltou a Caracas nesta sexta (13) ou no dia anterior, quando o Senado Federal brasileiro aprovou o afastamento de Dilma. O processo de impeachment da presidente é visto como uma catástrofe para o chavismo, que manteve intensas relações comerciais e políticas com o governo petista, apesar do esfriamento desde o fim da Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). Nesta sexta (13), pouco mais de 24 horas após a troca na chefia dos ministérios pelo presidente interino, Michel Temer, o Itamaraty divulgou duas notas criticando países e órgãos internacionais que questionaram a legalidade do afastamento da presidente Dilma. "O Ministério das Relações Exteriores rejeita enfaticamente as manifestações dos governos da Venezuela, Cuba, Bolívia, Equador e Nicarágua, assim como da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), que se permitem opinar e propagar falsidades sobre o processo político interno no Brasil", afirma uma das notas. "Esse processo se desenvolve em quadro de absoluto respeito às instituições democráticas e à Constituição federal." A chefia do Itamaraty foi assumida pelo senador José Serra, em substituição ao diplomata Mauro Vieira.
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Obras do Metrô alteram trajeto de linha de ônibus na zona sul
DE SÃO PAULO O QUE AFETA SUA VIDA * TEMPO * CULTURA E LAZER PERSONAGEM DO DIA Robson da Cunha Martins, 41, advogado, estação de metrô República A vida, a gente leva pra onde quiser. Tem que pensar assim. * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
saopaulo
Obras do Metrô alteram trajeto de linha de ônibus na zona sulDE SÃO PAULO O QUE AFETA SUA VIDA * TEMPO * CULTURA E LAZER PERSONAGEM DO DIA Robson da Cunha Martins, 41, advogado, estação de metrô República A vida, a gente leva pra onde quiser. Tem que pensar assim. * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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Senador Álvaro Dias oficializa saída do PSDB e deve se filiar ao PV
O senador Álvaro Dias (PR) oficializou a sua desfiliação do PSDB e deve migrar para o PV nos próximos dias. Ele assinou o termo de sua saída nesta quinta (7). Dias é líder da oposição no Senado. O desconforto do senador com o partido começou quando ele se afastou do grupo do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), por ter sido deixado de lado na disputa pela indicação à candidatura tucana ao governo do Estado em 2010. Apesar de terem integrado a mesma chapa em 2014, os dois não retomaram a convivência. Segundo a assessoria de imprensa de Dias, ele estava afastado da atividade partidária há mais de cinco anos. O senador também ficou insatisfeito com algumas decisões da bancada no Senado, como a que deu apoio ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em meados de 2015, quando o peemedebista anunciou oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff e ainda não havia sido denunciado pela operação Lava Jato. No início de dezembro, o senador acionou o TCU (Tribunal de Contas da União) para pedir a investigação sobre as assinaturas do vice-presidente Michel Temer a, ao menos, sete decretos não numerados que autorizaram a abertura de crédito ao Orçamento, totalizando R$ 10,8 bilhões. A legalidade de decretos como esses é um dos motivos do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, aceito por Cunha. Na ocasião, o PSDB não endossou o pedido feito por Dias. Apesar de ter dito a interlocutores que não tinha a intenção de se candidatar à Presidência pelo futuro partido, o PV pode abrir espaço para que o senador seja o escolhido para concorrer ao Planalto em 2018. Durante as negociações, Dias chegou a ser sondado também pelo PSB. Com a mudança, o PSDB passa a ficar com 10 senadores e o PV passa a ter representação no Senado. Segundo a assessoria do senador, a escolha do PV levou em consideração três aspectos: continuar na oposição ao governo federal, fazer oposição ao governo do Paraná e não ser uma sigla com integrantes envolvidos na Operação Lava Jato. Álvaro Dias teve duas passagens pelo PSDB. A primeira entre 1994 e 2001 e a segunda, desde 2003. Antes de ingressar no PSDB, o senador foi filiado ao PMDB, entre 1968 e 1989. Neste período, ele foi eleito deputado estadual, federal, senador e governador do Paraná. Ele também teve passagens pelo PST, PP, e PDT. Em 2001, Dias saiu do PSDB porque o partido abriu um processo de expulsão contra ele na Comissão de Ética da Casa por ter dado apoio à CPI da Corrupção no Senado.
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Senador Álvaro Dias oficializa saída do PSDB e deve se filiar ao PVO senador Álvaro Dias (PR) oficializou a sua desfiliação do PSDB e deve migrar para o PV nos próximos dias. Ele assinou o termo de sua saída nesta quinta (7). Dias é líder da oposição no Senado. O desconforto do senador com o partido começou quando ele se afastou do grupo do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), por ter sido deixado de lado na disputa pela indicação à candidatura tucana ao governo do Estado em 2010. Apesar de terem integrado a mesma chapa em 2014, os dois não retomaram a convivência. Segundo a assessoria de imprensa de Dias, ele estava afastado da atividade partidária há mais de cinco anos. O senador também ficou insatisfeito com algumas decisões da bancada no Senado, como a que deu apoio ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em meados de 2015, quando o peemedebista anunciou oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff e ainda não havia sido denunciado pela operação Lava Jato. No início de dezembro, o senador acionou o TCU (Tribunal de Contas da União) para pedir a investigação sobre as assinaturas do vice-presidente Michel Temer a, ao menos, sete decretos não numerados que autorizaram a abertura de crédito ao Orçamento, totalizando R$ 10,8 bilhões. A legalidade de decretos como esses é um dos motivos do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, aceito por Cunha. Na ocasião, o PSDB não endossou o pedido feito por Dias. Apesar de ter dito a interlocutores que não tinha a intenção de se candidatar à Presidência pelo futuro partido, o PV pode abrir espaço para que o senador seja o escolhido para concorrer ao Planalto em 2018. Durante as negociações, Dias chegou a ser sondado também pelo PSB. Com a mudança, o PSDB passa a ficar com 10 senadores e o PV passa a ter representação no Senado. Segundo a assessoria do senador, a escolha do PV levou em consideração três aspectos: continuar na oposição ao governo federal, fazer oposição ao governo do Paraná e não ser uma sigla com integrantes envolvidos na Operação Lava Jato. Álvaro Dias teve duas passagens pelo PSDB. A primeira entre 1994 e 2001 e a segunda, desde 2003. Antes de ingressar no PSDB, o senador foi filiado ao PMDB, entre 1968 e 1989. Neste período, ele foi eleito deputado estadual, federal, senador e governador do Paraná. Ele também teve passagens pelo PST, PP, e PDT. Em 2001, Dias saiu do PSDB porque o partido abriu um processo de expulsão contra ele na Comissão de Ética da Casa por ter dado apoio à CPI da Corrupção no Senado.
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Nuzman está em 'conflito de interesse' com COB e comitê da Rio-16, diz TCU
O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, está em "conflito de interesses" ao também presidir o COB (Comitê Olímpico Brasileiro), com riscos dessa situação gerar prejuízo aos cofres públicos. É o que aponta relatório técnico aprovado nesta quarta-feira (29) pelo TCU (Tribunal de Contas da União) sobre a fiscalização dos gastos e andamento dos projetos do evento. A maior preocupação do órgão de controle é que o Comitê Organizador não dá transparência aos seus gastos e está empurrando despesas previstas inicialmente para ele para os órgãos públicos. Ainda assim, o Comitê chegou a ter um rombo de R$ 1,3 bilhão, segundo o relatório, que estaria sendo reduzido nos últimos meses. Como uma lei prevê que o governo vai ter que cobrir rombos deixados por essa entidade ao fim dos Jogos, o TCU quer que o governo, ao menos, estabeleça limites para esses déficits. Os técnicos apontam que entre os gastos descobertos do Comitê Organizador está uma despesa de R$ 42 milhões com o COB. Como Nuzman preside os dois órgãos, ele teria que entrar com uma ação contra ele mesmo, por exemplo. Mas, no fim das contas, quem pagaria seria o governo. "Existe um conflito estabelecido entre os interesses do Comitê Organizador e do Comitê Olímpico (...) situação que levaria o representante de ambas entidades, Carlos Arthur Nuzman, a representá-las nos polos ativo e passivo da demanda", afirma o relatório. O relator do processo, ministro Augusto Nardes, decidiu não interferir nesse conflito de interesses neste momento alegando que o governo informou que está tentando modificar a lei para não ter mais que assumir déficits deixados pelo Comitê Organizador dos Jogos. Por isso, o ministro deu novo prazo para que o governo federal apresente plano para monitorar ou não permitir os déficits. Nardes cobrou mais transparência do Comitê Organizador, recomendando que os contratos da entidade sejam divulgados na internet, e determinou que os técnicos do TCU apresentem relatórios trimestrais sobre o andamento das obras até o início da Olimpíada, que começa em agosto de 2016. Nas fiscalizações dos últimos dois grandes eventos esportivos no país, Pan-2007 e Copa do Mundo-2014, o TCU emitiu antes da realização deles várias determinações, o que não evitou desperdício de recursos públicos e atrasos na entrega das obras previstas. Nardes afirmou que as fiscalizações dos eventos anteriores ajudaram a fazer com que os Jogos Olímpicos tenham uma evolução de obras melhor, destacando que não foram identificados até agora sobrepreços (orçamentos acima do valor de mercado) relevantes, por exemplo. "O que estamos mais preocupados é com a falta de transparência nesses gastos que já passam de R$ 38 bilhões", afirmou Nardes. O ministério do Esporte informou que "considera fundamental o trabalho desenvolvido pelo TCU, que tem auxiliado os gestores públicos envolvidos na missão de preparar o país para receber os Jogos Olímpicos Rio 2016 (...) e vem buscando atender e implementar todas as recomendações [do TCU]". O Comitê Organizador informou que analisará todas as suas recomendações do tribunal. "Os Jogos Olímpicos monopolizam a atenção mundial e portanto são objeto de escrutínio por parte de várias instituições de controle. Estamos sempre confortáveis com este tipo de relação pois faz parte de nossos compromissos prestar contas à sociedade sobre tudo o que fazemos", informou o Comitê através de sua assessoria. O Comitê informou ainda que não recebeu recursos públicos, sequer os que tem direito, e que trabalha "sempre obcecado pela transparência, inclusão, diversidade e sustentabilidade".
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Nuzman está em 'conflito de interesse' com COB e comitê da Rio-16, diz TCUO presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, está em "conflito de interesses" ao também presidir o COB (Comitê Olímpico Brasileiro), com riscos dessa situação gerar prejuízo aos cofres públicos. É o que aponta relatório técnico aprovado nesta quarta-feira (29) pelo TCU (Tribunal de Contas da União) sobre a fiscalização dos gastos e andamento dos projetos do evento. A maior preocupação do órgão de controle é que o Comitê Organizador não dá transparência aos seus gastos e está empurrando despesas previstas inicialmente para ele para os órgãos públicos. Ainda assim, o Comitê chegou a ter um rombo de R$ 1,3 bilhão, segundo o relatório, que estaria sendo reduzido nos últimos meses. Como uma lei prevê que o governo vai ter que cobrir rombos deixados por essa entidade ao fim dos Jogos, o TCU quer que o governo, ao menos, estabeleça limites para esses déficits. Os técnicos apontam que entre os gastos descobertos do Comitê Organizador está uma despesa de R$ 42 milhões com o COB. Como Nuzman preside os dois órgãos, ele teria que entrar com uma ação contra ele mesmo, por exemplo. Mas, no fim das contas, quem pagaria seria o governo. "Existe um conflito estabelecido entre os interesses do Comitê Organizador e do Comitê Olímpico (...) situação que levaria o representante de ambas entidades, Carlos Arthur Nuzman, a representá-las nos polos ativo e passivo da demanda", afirma o relatório. O relator do processo, ministro Augusto Nardes, decidiu não interferir nesse conflito de interesses neste momento alegando que o governo informou que está tentando modificar a lei para não ter mais que assumir déficits deixados pelo Comitê Organizador dos Jogos. Por isso, o ministro deu novo prazo para que o governo federal apresente plano para monitorar ou não permitir os déficits. Nardes cobrou mais transparência do Comitê Organizador, recomendando que os contratos da entidade sejam divulgados na internet, e determinou que os técnicos do TCU apresentem relatórios trimestrais sobre o andamento das obras até o início da Olimpíada, que começa em agosto de 2016. Nas fiscalizações dos últimos dois grandes eventos esportivos no país, Pan-2007 e Copa do Mundo-2014, o TCU emitiu antes da realização deles várias determinações, o que não evitou desperdício de recursos públicos e atrasos na entrega das obras previstas. Nardes afirmou que as fiscalizações dos eventos anteriores ajudaram a fazer com que os Jogos Olímpicos tenham uma evolução de obras melhor, destacando que não foram identificados até agora sobrepreços (orçamentos acima do valor de mercado) relevantes, por exemplo. "O que estamos mais preocupados é com a falta de transparência nesses gastos que já passam de R$ 38 bilhões", afirmou Nardes. O ministério do Esporte informou que "considera fundamental o trabalho desenvolvido pelo TCU, que tem auxiliado os gestores públicos envolvidos na missão de preparar o país para receber os Jogos Olímpicos Rio 2016 (...) e vem buscando atender e implementar todas as recomendações [do TCU]". O Comitê Organizador informou que analisará todas as suas recomendações do tribunal. "Os Jogos Olímpicos monopolizam a atenção mundial e portanto são objeto de escrutínio por parte de várias instituições de controle. Estamos sempre confortáveis com este tipo de relação pois faz parte de nossos compromissos prestar contas à sociedade sobre tudo o que fazemos", informou o Comitê através de sua assessoria. O Comitê informou ainda que não recebeu recursos públicos, sequer os que tem direito, e que trabalha "sempre obcecado pela transparência, inclusão, diversidade e sustentabilidade".
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Mestre-sorveteira premiada abre primeira loja em shopping de SP
A mestre-sorveteira paulistana Marcia Garbin inaugurou sua primeira loja física nesta quinta-feira (30) no novo shopping Cidade São Paulo, aberto na av. Paulista. A loja da Gelato Boutique tem dez lugares e serve apenas sorvetes e café –diferentemente da casa na r. Pamplona, cuja abertura está prevista para daqui a um mês e que terá sobremesas italianas, além dos sorvetes. O cardápio traz sabores como doce de leite com cumaru, maracujá e manga, menta com stracciatella e café lime –este último rendeu prêmios à sorveteira em um festival de sorvetes na Itália, em 2013. Os preços variam entre R$ 8 e R$ 14. A loja ficará em frente ao cinema, no quarto andar do shopping. GELATO BOUTIQUE ONDE Shopping Cidade São Paulo, av. Paulista, 1.230, Bela Vista; facebook.com/GelatoBoutique
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Mestre-sorveteira premiada abre primeira loja em shopping de SPA mestre-sorveteira paulistana Marcia Garbin inaugurou sua primeira loja física nesta quinta-feira (30) no novo shopping Cidade São Paulo, aberto na av. Paulista. A loja da Gelato Boutique tem dez lugares e serve apenas sorvetes e café –diferentemente da casa na r. Pamplona, cuja abertura está prevista para daqui a um mês e que terá sobremesas italianas, além dos sorvetes. O cardápio traz sabores como doce de leite com cumaru, maracujá e manga, menta com stracciatella e café lime –este último rendeu prêmios à sorveteira em um festival de sorvetes na Itália, em 2013. Os preços variam entre R$ 8 e R$ 14. A loja ficará em frente ao cinema, no quarto andar do shopping. GELATO BOUTIQUE ONDE Shopping Cidade São Paulo, av. Paulista, 1.230, Bela Vista; facebook.com/GelatoBoutique
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Fotógrafo de guerra expõe em São Paulo a tragédia humanitária da Síria
Do último front de batalha da milícia curda YPG, a leste da cidade síria Ayn-Issa, a 50 km de Al Raqqah, Gabriel Chaim responde a mensagens de Whatsapp com a ajuda de um modem via satélite. "Hoje foi a pior tentativa de invasão que já cobri", escreve. Um dos poucos fotógrafos de guerra a acompanhar atualmente o conflito que se alarga na Síria, ele não conseguiu embarcar para sua primeira exposição no Brasil, devido ao fechamento dos aeroportos após os recentes ataques russos à região. Seguiu então com seu trabalho. "Filhos da Guerra: O Custo Humanitário de um Conflito Ignorado" inaugura nesta quarta-feira (3) na Zipper Galeria, em São Paulo, e é a primeira ação cultural da ONG Human Rights Watch no Brasil (HRW). A mostra traz nove imagens em grande dimensão feitas pelo fotógrafo paulistano nos últimos meses em meio a guerra que já matou mais de 200 mil pessoas e provocou uma crise de refugiados. Entre as imagens de cores saturadas, há militantes empunhando armas, mulheres chorando a perda de familiares e amigos, e crianças brincando em meio a escombros de uma cidade inteiramente destruída. "Queremos promover um sentido humano de uma situação muito complicada", diz Iain Levine, vice-presidente da HRW, que veio ao Brasil para a abertura da mostra. "[No conflito] você tem o governo, o Estado Islâmico, vários países que estão bombeando o EI, as negociações para a paz são muito difíceis. A imagem humaniza e se você quiser motivar as pessoas a sentirem uma certa solidariedade, ela é muito importante." A proposta é reforçada com as proporções quase humanas com que as fotografias estão expostas. Se faz arte ou jornalismo, Chaim é enfático: "Meu trabalho é documental". "É a realidade de pessoas que vivem por de trás da guerra. Não tenho interesse somente em mostrar a bala, o fogo...e sim, a esperança de quem sobrevive. As histórias vem primeiro, depois as fotos." Na segunda-feira (1º), quando o fotógrafo trocou mensagens com a Folha, o front havia sido atacado pelo Estado Islâmico às 4h do horário local, com RPG e morteiros, diz. "Foram ataques simultâneos com artilharia pesada". Fotojornalista independente —ele colabora para veículos como "The Guardian", CNN e Globonews—, se protege apenas com um colete e um capacete em campo. "Não surge muito efeito no caso de tiros. São mais para estilhaços de bombas." Até hoje não se feriu, a não ser por tiros de borracha, uma vez no Egito. REFUGIADOS Para o curador Marcello Dantas, a crise humanitária adquiriu outra dimensão após os ataques terroristas em Paris, no dia 13 de novembro. "Pensamos essa mostra em agosto, antes dos atentados, mas é interessante perceber como muda o contexto quando você passa a entender essa violência que é cotidiana lá, e tem sido assim nos últimos anos todos. Quando ela chega perto de você, as pessoas redimensionam isso.", diz o curador. Da mesma forma, o conflito respinga no Brasil cada vez mais, explica Maria Laura Canineu, diretora do escritório local da Human Rights Watch. Hoje são mais de 2.000 sírios entre os 8.000 refugiados que chegaram ao país. "Essa questão tem desafiado o brasileiro no exercício da tolerância, solidariedade e direitos humanos [...] O governo brasileiro pode atuar melhor", defende a diretora. Chaim também chama atenção para a diferença de conscientização desde que começou a mostrar a situação dos refugiados, em 2013. "Ninguém se importava... hoje, por conta das mortes, as pessoas se sensibilizam mais. Porém, ainda falta muito. O preconceito fala mais alto", diz. "Quanto mais se falar nesse tema, melhor. Não é um problema restrito ao Oriente Médio, e sim, da humanidade." FILHOS DA GUERRA QUANDO de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 11h às 17h; até 16/1 ONDE Zipper Galeria, r. Estados Unidos, 1.494, tel. (11) 4306-4306 QUANTO grátis
ilustrada
Fotógrafo de guerra expõe em São Paulo a tragédia humanitária da SíriaDo último front de batalha da milícia curda YPG, a leste da cidade síria Ayn-Issa, a 50 km de Al Raqqah, Gabriel Chaim responde a mensagens de Whatsapp com a ajuda de um modem via satélite. "Hoje foi a pior tentativa de invasão que já cobri", escreve. Um dos poucos fotógrafos de guerra a acompanhar atualmente o conflito que se alarga na Síria, ele não conseguiu embarcar para sua primeira exposição no Brasil, devido ao fechamento dos aeroportos após os recentes ataques russos à região. Seguiu então com seu trabalho. "Filhos da Guerra: O Custo Humanitário de um Conflito Ignorado" inaugura nesta quarta-feira (3) na Zipper Galeria, em São Paulo, e é a primeira ação cultural da ONG Human Rights Watch no Brasil (HRW). A mostra traz nove imagens em grande dimensão feitas pelo fotógrafo paulistano nos últimos meses em meio a guerra que já matou mais de 200 mil pessoas e provocou uma crise de refugiados. Entre as imagens de cores saturadas, há militantes empunhando armas, mulheres chorando a perda de familiares e amigos, e crianças brincando em meio a escombros de uma cidade inteiramente destruída. "Queremos promover um sentido humano de uma situação muito complicada", diz Iain Levine, vice-presidente da HRW, que veio ao Brasil para a abertura da mostra. "[No conflito] você tem o governo, o Estado Islâmico, vários países que estão bombeando o EI, as negociações para a paz são muito difíceis. A imagem humaniza e se você quiser motivar as pessoas a sentirem uma certa solidariedade, ela é muito importante." A proposta é reforçada com as proporções quase humanas com que as fotografias estão expostas. Se faz arte ou jornalismo, Chaim é enfático: "Meu trabalho é documental". "É a realidade de pessoas que vivem por de trás da guerra. Não tenho interesse somente em mostrar a bala, o fogo...e sim, a esperança de quem sobrevive. As histórias vem primeiro, depois as fotos." Na segunda-feira (1º), quando o fotógrafo trocou mensagens com a Folha, o front havia sido atacado pelo Estado Islâmico às 4h do horário local, com RPG e morteiros, diz. "Foram ataques simultâneos com artilharia pesada". Fotojornalista independente —ele colabora para veículos como "The Guardian", CNN e Globonews—, se protege apenas com um colete e um capacete em campo. "Não surge muito efeito no caso de tiros. São mais para estilhaços de bombas." Até hoje não se feriu, a não ser por tiros de borracha, uma vez no Egito. REFUGIADOS Para o curador Marcello Dantas, a crise humanitária adquiriu outra dimensão após os ataques terroristas em Paris, no dia 13 de novembro. "Pensamos essa mostra em agosto, antes dos atentados, mas é interessante perceber como muda o contexto quando você passa a entender essa violência que é cotidiana lá, e tem sido assim nos últimos anos todos. Quando ela chega perto de você, as pessoas redimensionam isso.", diz o curador. Da mesma forma, o conflito respinga no Brasil cada vez mais, explica Maria Laura Canineu, diretora do escritório local da Human Rights Watch. Hoje são mais de 2.000 sírios entre os 8.000 refugiados que chegaram ao país. "Essa questão tem desafiado o brasileiro no exercício da tolerância, solidariedade e direitos humanos [...] O governo brasileiro pode atuar melhor", defende a diretora. Chaim também chama atenção para a diferença de conscientização desde que começou a mostrar a situação dos refugiados, em 2013. "Ninguém se importava... hoje, por conta das mortes, as pessoas se sensibilizam mais. Porém, ainda falta muito. O preconceito fala mais alto", diz. "Quanto mais se falar nesse tema, melhor. Não é um problema restrito ao Oriente Médio, e sim, da humanidade." FILHOS DA GUERRA QUANDO de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 11h às 17h; até 16/1 ONDE Zipper Galeria, r. Estados Unidos, 1.494, tel. (11) 4306-4306 QUANTO grátis
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Robert Redford anuncia que vai parar de atuar após próximos dois filmes
Robert Redford, 80, anunciou que vai se aposentar da carreira de ator após concluir os dois projetos em que está trabalhando atualmente para focar em dirigir os próprios filmes. Em uma entrevista a seu neto, Dylan Redford, o ator afirmou que "assim que eles [os filmes] estiverem prontos", vai dizer "adeus a tudo isso e então apenas focar em dirigir". Se seguir o plano à risca, suas últimas atuações serão nos filmes "Our Souls at Night", romance em que contracena com Jane Fonda, e "Old Man With a Gun", com Casey Affleck, em que fará um velho ladrão de bancos. Ambas as produções têm previsão de lançamento para 2017. O ator também demonstrou interesse em voltar a pintar, hobby que abandonou ainda jovem. "Ainda mais ultimamente, porque estou cansado de atuar", disse. "A este ponto da minha vida, aos 80 anos, isso [a pintura] me deu mais satisfação porque não dependo de ninguém. Sou só eu, do jeito que costumava ser, então voltar a rabiscar é mais ou menos onde minha cabeça está agora. Então estou pensando em mover nesta direção e não atuar tanto".
ilustrada
Robert Redford anuncia que vai parar de atuar após próximos dois filmesRobert Redford, 80, anunciou que vai se aposentar da carreira de ator após concluir os dois projetos em que está trabalhando atualmente para focar em dirigir os próprios filmes. Em uma entrevista a seu neto, Dylan Redford, o ator afirmou que "assim que eles [os filmes] estiverem prontos", vai dizer "adeus a tudo isso e então apenas focar em dirigir". Se seguir o plano à risca, suas últimas atuações serão nos filmes "Our Souls at Night", romance em que contracena com Jane Fonda, e "Old Man With a Gun", com Casey Affleck, em que fará um velho ladrão de bancos. Ambas as produções têm previsão de lançamento para 2017. O ator também demonstrou interesse em voltar a pintar, hobby que abandonou ainda jovem. "Ainda mais ultimamente, porque estou cansado de atuar", disse. "A este ponto da minha vida, aos 80 anos, isso [a pintura] me deu mais satisfação porque não dependo de ninguém. Sou só eu, do jeito que costumava ser, então voltar a rabiscar é mais ou menos onde minha cabeça está agora. Então estou pensando em mover nesta direção e não atuar tanto".
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Criado para americanas, biquíni 'levanta bumbum' ganha as brasileiras
Começou com famosas estampadas em sites de celebridades. Causou algum estranhamento no começo, mas se espalhou e caiu no gosto –quase– geral. Agora, se cumprir o que promete ao se popularizar, um pequenino pedaço de pano fará deste o "verão do bumbum empinado". Lojistas e até vendedores de praia no litoral norte –espécie de termômetros da popularização da peça– são unânimes: o biquíni "levanta bumbum" é, de longe, o mais procurado neste ano. Ao que parece, as peças maiores que chegaram com força nos últimos verões ficaram mesmo para trás. A hora agora é do também conhecido por "empina bumbum", "coração", "borboleta" ou "ripple", o nome original –ondulação, em inglês. "Ai, mas isso é tão 2012", dirá a leitora/banhista mais antenada nas oscilações da moda verão. E é mesmo. Mas também será "tão 2016", logo, logo. "Algumas tendências demoram um pouco para ser tornarem populares", diz Paula Hermanny, designer e criadora do "ripple". O efeito que lhe confere tamanha aceitação é conseguido com uma costura na parte de trás, bem no meio da calcinha, que deixa o tecido franzido, e também pelas laterais onduladas, responsáveis por criar a impressão "up and away" ("para o alto e avante") do modelo. "Por ser uma peça que veste muito bem e valoriza o corpo da mulher, se popularizou", diz Paula, cuja marca de biquínis, a Vix, bombou tanto a ponto de conquistar famosas como Jennifer Aniston, Kate Moss, a duquesa de Cambridge Kate Middleton e sua irmã Pippa. Desnecessário dizer qual a importância da promessa. "Claro que o bumbum [empinado] é muito mais importante que ter peito grande para a brasileira", diz a estudante Telma Teixeira, 21, referindo-se à inversão de prioridades em relação a países como os Estados Unidos –e que aderiu ao modelo neste ano. AMERICANAS Engraçado, porém, que criado por uma brasileira, esse modelo de biquíni tenha primeiro conquistado justamente elas, as americanas. "Criei em 2009 para o mercado dos EUA. Foi inspirado nas modelagens de lingerie que não marcam o bumbum, afirma Paula. "Não faz milagre, mas que ajuda, isso ajuda", diz Marina Lopes, 35, vendedora de biquínis nas areias de Maresias, em São Sebastião (SP). Nas lojas, o modelo disponível em diversas marcas pode chegar a até cerca de R$ 300. Ali, com Marina, sai mais em conta, R$ 70. Do extenso mostruário exposto em uma arara, que ela carrega pela praia, nada chama mais atenção. Os que mais têm se aproximado são de crochê e os de tricô, diz Marina. Telma usa os três. E para quem não precisa ou não quer levantar nada? Paula, a criadora, garante que a modelagem favorece a todos os tipos de silhueta. Já Marina responde rápido como toda boa vendedora: "Não tem problema, de qualquer jeito vai cair bem", afirma, tentando convencer uma cliente.
cotidiano
Criado para americanas, biquíni 'levanta bumbum' ganha as brasileirasComeçou com famosas estampadas em sites de celebridades. Causou algum estranhamento no começo, mas se espalhou e caiu no gosto –quase– geral. Agora, se cumprir o que promete ao se popularizar, um pequenino pedaço de pano fará deste o "verão do bumbum empinado". Lojistas e até vendedores de praia no litoral norte –espécie de termômetros da popularização da peça– são unânimes: o biquíni "levanta bumbum" é, de longe, o mais procurado neste ano. Ao que parece, as peças maiores que chegaram com força nos últimos verões ficaram mesmo para trás. A hora agora é do também conhecido por "empina bumbum", "coração", "borboleta" ou "ripple", o nome original –ondulação, em inglês. "Ai, mas isso é tão 2012", dirá a leitora/banhista mais antenada nas oscilações da moda verão. E é mesmo. Mas também será "tão 2016", logo, logo. "Algumas tendências demoram um pouco para ser tornarem populares", diz Paula Hermanny, designer e criadora do "ripple". O efeito que lhe confere tamanha aceitação é conseguido com uma costura na parte de trás, bem no meio da calcinha, que deixa o tecido franzido, e também pelas laterais onduladas, responsáveis por criar a impressão "up and away" ("para o alto e avante") do modelo. "Por ser uma peça que veste muito bem e valoriza o corpo da mulher, se popularizou", diz Paula, cuja marca de biquínis, a Vix, bombou tanto a ponto de conquistar famosas como Jennifer Aniston, Kate Moss, a duquesa de Cambridge Kate Middleton e sua irmã Pippa. Desnecessário dizer qual a importância da promessa. "Claro que o bumbum [empinado] é muito mais importante que ter peito grande para a brasileira", diz a estudante Telma Teixeira, 21, referindo-se à inversão de prioridades em relação a países como os Estados Unidos –e que aderiu ao modelo neste ano. AMERICANAS Engraçado, porém, que criado por uma brasileira, esse modelo de biquíni tenha primeiro conquistado justamente elas, as americanas. "Criei em 2009 para o mercado dos EUA. Foi inspirado nas modelagens de lingerie que não marcam o bumbum, afirma Paula. "Não faz milagre, mas que ajuda, isso ajuda", diz Marina Lopes, 35, vendedora de biquínis nas areias de Maresias, em São Sebastião (SP). Nas lojas, o modelo disponível em diversas marcas pode chegar a até cerca de R$ 300. Ali, com Marina, sai mais em conta, R$ 70. Do extenso mostruário exposto em uma arara, que ela carrega pela praia, nada chama mais atenção. Os que mais têm se aproximado são de crochê e os de tricô, diz Marina. Telma usa os três. E para quem não precisa ou não quer levantar nada? Paula, a criadora, garante que a modelagem favorece a todos os tipos de silhueta. Já Marina responde rápido como toda boa vendedora: "Não tem problema, de qualquer jeito vai cair bem", afirma, tentando convencer uma cliente.
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Samsung leva Tops Performance e Tecnologia
BRUNO SCATENA DE SÃO PAULO Mesmo em um cenário de crise global e retração, a Samsung, graças a seus smartphones e tablets, atingiu o topo em duas das principais categorias do Top of Mind. A sul-coreana é líder pela quarta vez seguida no segmento de tecnologia e venceu também o Top Performance, que premia a marca que mais cresceu em relação à pesquisa anterior. Samsung saltou de 37% entre Smartphones & Tablets em 2015 para 43% neste ano. No Top Tecnologia, atingiu seu melhor resultado, passando de 27% nos dois últimos anos para 31%. O caminho rumo ao topo foi mais complicado neste ano. As crises econômica e política do país tiveram significante impacto no varejo -retração de 7% de janeiro a julho de 2016, segundo o IBGE. Além disso, a fabricante se viu às voltas também com o desaquecimento global da venda de smartphones. No Brasil, a consultoria IDC projeta queda acumulada de 13% até o final deste ano. Nada disso, no entanto, impediu que a empresa atingisse o topo na pesquisa Datafolha. Na categoria Tecnologia, deixou novamente a Apple, com 8%, em segundo. Parte da explicação para o bom desempenho da marca é um trunfo sazonal. Como em 2014, quando a Samsung patrocinou um dos maiores eventos esportivos do planeta -a Copa do Mundo-, neste ano a aposta foram os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio. "Em termos de investimento, isso já nos colocou em outro patamar", afirma Loredana Sarcinella, diretora de marketing de dispositivos móveis da Samsung. "Além disso, tivemos grandes lançamentos, como os smartphones A5 e os modelos S7 e S7 Edge." A empresa anunciou o encerramento da produção e da venda do Galaxy Note 7, lançado em agosto -a comercialização começou após a pesquisa Datafolha. O smartphone foi alvo de recall pela empresa após relatos de explosão e fogo na bateria. Na semana passada, a Samsung afirmou que vai compensar fornecedores e clientes pelo cancelamento do produto -o aparelho não havia sido lançado ainda no Brasil. Além dos aparelhos premium, a sul-coreana também apresenta em seu portfólio dispositivos para espectro amplo de consumidores, que inclui aqueles com poder aquisitivo mais baixo. Em um mercado que investe em refinamento -câmeras mais potentes, processadores mais rápidos, telas mais nítidas-, outra aposta da empresa são os dispositivos conectados aos aparelhos celulares. "É um ecossistema em que um produto potencializa o outro", afirma Sarcinella. Outro fenômeno importante que ajuda a explicar o desempenho é a transferência da identidade do consumidor de smartphones para outros tipos de produto, como explica Rodrigo Tafner, coordenador do curso de sistemas de informação em comunicação e gestão da ESPM. "As gerações nascidas nos anos 1980 e 1990, que viram o surgimento da internet e das redes sociais, têm uma relação com marcas muito maior", analisa Tafner. "Esse consumidor não tem a mínima ideia de como funciona uma máquina de lavar, mas a Samsung tem tecnologia, então ele transfere aquela relação com o smartphone para outros aparelhos", completa o professor. A empresa sul-coreana atinge 37% das menções entre os mais jovens e 39% entre os que possuem nível médio de escolaridade. Segundo Tafner, a Samsung também leva vantagem por atingir diferentes camadas da população. Na pesquisa Top of Mind, a marca foi a mais lembrada por 32% nas classes A/B, 34% na C e 24% nas D/E. Já a Apple obteve 16% nas mais elevadas e 6% e 2% nas classes C e D/E, respectivamente. "A Apple não tem máquina de lavar roupa, geladeira. Além disso, a Samsung tem mais da metade do mercado de celulares com o sistema operacional Android, mercado que corresponde a mais de 80% dos aparelhos vendidos no Brasil. É natural que ela apareça liderando várias categorias", afirma Tafner.
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Samsung leva Tops Performance e TecnologiaBRUNO SCATENA DE SÃO PAULO Mesmo em um cenário de crise global e retração, a Samsung, graças a seus smartphones e tablets, atingiu o topo em duas das principais categorias do Top of Mind. A sul-coreana é líder pela quarta vez seguida no segmento de tecnologia e venceu também o Top Performance, que premia a marca que mais cresceu em relação à pesquisa anterior. Samsung saltou de 37% entre Smartphones & Tablets em 2015 para 43% neste ano. No Top Tecnologia, atingiu seu melhor resultado, passando de 27% nos dois últimos anos para 31%. O caminho rumo ao topo foi mais complicado neste ano. As crises econômica e política do país tiveram significante impacto no varejo -retração de 7% de janeiro a julho de 2016, segundo o IBGE. Além disso, a fabricante se viu às voltas também com o desaquecimento global da venda de smartphones. No Brasil, a consultoria IDC projeta queda acumulada de 13% até o final deste ano. Nada disso, no entanto, impediu que a empresa atingisse o topo na pesquisa Datafolha. Na categoria Tecnologia, deixou novamente a Apple, com 8%, em segundo. Parte da explicação para o bom desempenho da marca é um trunfo sazonal. Como em 2014, quando a Samsung patrocinou um dos maiores eventos esportivos do planeta -a Copa do Mundo-, neste ano a aposta foram os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio. "Em termos de investimento, isso já nos colocou em outro patamar", afirma Loredana Sarcinella, diretora de marketing de dispositivos móveis da Samsung. "Além disso, tivemos grandes lançamentos, como os smartphones A5 e os modelos S7 e S7 Edge." A empresa anunciou o encerramento da produção e da venda do Galaxy Note 7, lançado em agosto -a comercialização começou após a pesquisa Datafolha. O smartphone foi alvo de recall pela empresa após relatos de explosão e fogo na bateria. Na semana passada, a Samsung afirmou que vai compensar fornecedores e clientes pelo cancelamento do produto -o aparelho não havia sido lançado ainda no Brasil. Além dos aparelhos premium, a sul-coreana também apresenta em seu portfólio dispositivos para espectro amplo de consumidores, que inclui aqueles com poder aquisitivo mais baixo. Em um mercado que investe em refinamento -câmeras mais potentes, processadores mais rápidos, telas mais nítidas-, outra aposta da empresa são os dispositivos conectados aos aparelhos celulares. "É um ecossistema em que um produto potencializa o outro", afirma Sarcinella. Outro fenômeno importante que ajuda a explicar o desempenho é a transferência da identidade do consumidor de smartphones para outros tipos de produto, como explica Rodrigo Tafner, coordenador do curso de sistemas de informação em comunicação e gestão da ESPM. "As gerações nascidas nos anos 1980 e 1990, que viram o surgimento da internet e das redes sociais, têm uma relação com marcas muito maior", analisa Tafner. "Esse consumidor não tem a mínima ideia de como funciona uma máquina de lavar, mas a Samsung tem tecnologia, então ele transfere aquela relação com o smartphone para outros aparelhos", completa o professor. A empresa sul-coreana atinge 37% das menções entre os mais jovens e 39% entre os que possuem nível médio de escolaridade. Segundo Tafner, a Samsung também leva vantagem por atingir diferentes camadas da população. Na pesquisa Top of Mind, a marca foi a mais lembrada por 32% nas classes A/B, 34% na C e 24% nas D/E. Já a Apple obteve 16% nas mais elevadas e 6% e 2% nas classes C e D/E, respectivamente. "A Apple não tem máquina de lavar roupa, geladeira. Além disso, a Samsung tem mais da metade do mercado de celulares com o sistema operacional Android, mercado que corresponde a mais de 80% dos aparelhos vendidos no Brasil. É natural que ela apareça liderando várias categorias", afirma Tafner.
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Brasileiro Isay Weinfeld projetará novo Four Seasons em Nova York
O arquiteto brasileiro Isay Weinfeld, 63, venceu o concurso para projetar o novo restaurante Four Seasons, de Nova York. É um ícone arquitetônico-gastronômico da cidade. Aberto em 1959, foi desenhado pelo arquiteto alemão Mies van der Rohe, último diretor da mítica Escola Bauhaus, de arquitetura e design, e pelo seu colega americano Philip Johnson, e decorado pela tapeçaria que Pablo Picasso fez para os Balés Russos. Fica no térreo do edifício Seagram, considerado a obra-prima de Mies. Desde a inauguração, foi centro de elegantes e poderosos da cidade, e ímã para amantes da arquitetura e do design. As mais de cem peças de mobiliário, talheres e uniformes exclusivamente desenhadas para o restaurante fazem parte do acervo de design do MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York). John F. Kennedy comemorava ali seu aniversário, horas antes de Marilyn Monroe lhe cantar um inesquecível "parabéns a você". "Ainda estou arrepiado", diz Weinfeld à Folha. O concurso foi comandado pelo crítico de arquitetura Paul Goldberger. Nos últimos quatro meses, os donos do restaurante e Goldberger entrevistaram os selecionados, perguntando como viam o futuro do restaurante, o que deveria permanecer e, em uma segunda rodada, pediam um estudo para o novo local. Assim como a família Bronfman, quando construiu o Seagram e abriu o Four Seasons, seus descendentes e novos sócios decidiram fazer um restaurante contemporâneo, "do zero", como descreve o brasileiro, e não utilizar as relíquias do antigo endereço. Weinfeld será responsável por todo o mobiliário, incluindo louças, uniformes dos garçons e comunicação visual. Em julho, depois do último jantar a ser servido no atual Four Seasons, haverá um leilão de tudo o que está no restaurante, do mobiliário à prataria desenhada por Johnson. Apenas a tapeçaria "Le Tricorne", de Picasso, já saiu dali em 2014. A peça de 5 metros de largura por 6 metros de altura foi doada para a Sociedade Histórica de Nova York, depois de uma briga que selou a saída do tradicional restaurante do edifício Seagram. O novo dono do prédio queria a retirada da tapeçaria do lobby do edifício –na entrada do Four Seasons– e entrou numa batalha jurídica com os proprietários do restaurante. O contrato de locação do espaço não foi renovado, e o Four Seasons teve que se mudar. O novo endereço deve ficar pronto no final de 2017 e ficará a quatro quadras do antigo, na mesma Park Avenue Além do restaurante, Weinfeld também projetou um edifício residencial vizinho ao parque suspenso High Line, no Chelsea. É o primeiro brasileiro a construir na cidade desde que Oscar Niemeyer participou da construção da sede das Nações Unidas, entre 1947 e 1948. Um dos sócios do restaurante, Julian Niccolini, disse ao jornal "The New York Times" que Weinfeld será "como um outro Philip Johnson, mas para este século". A história de Weinfeld com o restaurante é antiga. Nos anos 70, ainda estudante de arquitetura, teve que acompanhar o pai, que não falava inglês, para uma série de exames do coração em Cleveland. Voltando por Nova York, liberado de fazer uma cirurgia cardíaca, perguntou ao filho onde poderiam comemorar. O jovem quis que pai e filho jantassem no Four Seasons. "Passei décadas sem voltar lá, mas ainda me emociono sempre que vou."
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Brasileiro Isay Weinfeld projetará novo Four Seasons em Nova YorkO arquiteto brasileiro Isay Weinfeld, 63, venceu o concurso para projetar o novo restaurante Four Seasons, de Nova York. É um ícone arquitetônico-gastronômico da cidade. Aberto em 1959, foi desenhado pelo arquiteto alemão Mies van der Rohe, último diretor da mítica Escola Bauhaus, de arquitetura e design, e pelo seu colega americano Philip Johnson, e decorado pela tapeçaria que Pablo Picasso fez para os Balés Russos. Fica no térreo do edifício Seagram, considerado a obra-prima de Mies. Desde a inauguração, foi centro de elegantes e poderosos da cidade, e ímã para amantes da arquitetura e do design. As mais de cem peças de mobiliário, talheres e uniformes exclusivamente desenhadas para o restaurante fazem parte do acervo de design do MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York). John F. Kennedy comemorava ali seu aniversário, horas antes de Marilyn Monroe lhe cantar um inesquecível "parabéns a você". "Ainda estou arrepiado", diz Weinfeld à Folha. O concurso foi comandado pelo crítico de arquitetura Paul Goldberger. Nos últimos quatro meses, os donos do restaurante e Goldberger entrevistaram os selecionados, perguntando como viam o futuro do restaurante, o que deveria permanecer e, em uma segunda rodada, pediam um estudo para o novo local. Assim como a família Bronfman, quando construiu o Seagram e abriu o Four Seasons, seus descendentes e novos sócios decidiram fazer um restaurante contemporâneo, "do zero", como descreve o brasileiro, e não utilizar as relíquias do antigo endereço. Weinfeld será responsável por todo o mobiliário, incluindo louças, uniformes dos garçons e comunicação visual. Em julho, depois do último jantar a ser servido no atual Four Seasons, haverá um leilão de tudo o que está no restaurante, do mobiliário à prataria desenhada por Johnson. Apenas a tapeçaria "Le Tricorne", de Picasso, já saiu dali em 2014. A peça de 5 metros de largura por 6 metros de altura foi doada para a Sociedade Histórica de Nova York, depois de uma briga que selou a saída do tradicional restaurante do edifício Seagram. O novo dono do prédio queria a retirada da tapeçaria do lobby do edifício –na entrada do Four Seasons– e entrou numa batalha jurídica com os proprietários do restaurante. O contrato de locação do espaço não foi renovado, e o Four Seasons teve que se mudar. O novo endereço deve ficar pronto no final de 2017 e ficará a quatro quadras do antigo, na mesma Park Avenue Além do restaurante, Weinfeld também projetou um edifício residencial vizinho ao parque suspenso High Line, no Chelsea. É o primeiro brasileiro a construir na cidade desde que Oscar Niemeyer participou da construção da sede das Nações Unidas, entre 1947 e 1948. Um dos sócios do restaurante, Julian Niccolini, disse ao jornal "The New York Times" que Weinfeld será "como um outro Philip Johnson, mas para este século". A história de Weinfeld com o restaurante é antiga. Nos anos 70, ainda estudante de arquitetura, teve que acompanhar o pai, que não falava inglês, para uma série de exames do coração em Cleveland. Voltando por Nova York, liberado de fazer uma cirurgia cardíaca, perguntou ao filho onde poderiam comemorar. O jovem quis que pai e filho jantassem no Four Seasons. "Passei décadas sem voltar lá, mas ainda me emociono sempre que vou."
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Em Davos, Argentina vira exemplo ao Brasil
Um dos mais conhecidos analistas econômicos do Brasil, frequentador assíduo do Fórum de Davos, pede o anonimato para produzir a mais perfeita e irônica visão de como é vista, pela elite mundial, a ascensão de Mauricio Macri à Presidência argentina: "A melhor notícia para o Brasil nos últimos tempos é Mauricio Macri", ironiza. E explica: seu exemplo servirá de estímulo para que o Brasil faça as reformas há tanto prometidas e sempre adiadas. Pelo menos em um ponto, Macri quer mesmo servir de modelo: na defesa dos os presos políticos na Venezuela e na pregação por democracia e direitos humanos. "Em todas as instâncias a que irei nos próximos dias ou meses, vou falar disso", disse o presidente em encontro com os jornalistas do International Media Council, criado pelo Fórum Econômico Mundial. Sua chanceler, Susana Malcorra, explicitou as instâncias e são realmente todas as regionais: Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe, Unasul, Organização dos Estados Americanos. A julgar pelo entusiasmo de Macri, ele não é modelo só para o Brasil: o presidente acha que, "de repente, está todo o mundo indo na mesma direção" em relação à Venezuela. Menos o Brasil, ressalvou, "pelo problema que é a fronteira", sem detalhes. O modelo que Macri vendeu na campanha eleitoral e nos seus primeiros 40 dias de governo atraiu de fato a atenção de Davos, a ponto de ter mobilizado até Martin Wolf, principal colunista do "Financial Times" e um dos mais respeitados do mundo, para a entrevista desta quinta (21). "A Argentina está interessante", explicou Wolf. Qual é o roteiro que Macri vendeu nos seus dois dias no encontro anual-2016 do Fórum Econômico Mundial? Responde o próprio presidente: "Um país aberto, confiável, com regras estáveis para todos". Música para os ouvidos dos executivos que formam a clientela básica de Davos, dos quais a antecessora de Macri, Cristina Kirchner, fugiu durante os 12 anos de reinado dos Kirchner. Já Macri veio com um time completo de auxiliares, que trouxe ao seu encontro com os jornalistas, algo inusitado nesse modelo de conversa. Deixou até que respondessem, junto com ele, além da chanceler Susana Malcorra, o ministro da Economia, Alfonso Prat-Gay, e o peronista Sergio Massa, derrotado no pleito que, em segundo turno, entronizou Macri. Permitiu-se até uma brincadeira com o impecável inglês de Prat-Gay, que serviu de tradutor ao espanhol de Massa: "Se você não der certo na economia, já tem lugar como tradutor". ABUTRES Novidades na entrevista não surgiram, mas serviram para confirmar a moderação do novo presidente, um contraste até forçado com o estilo belicoso de Cristina. Anunciou, por exemplo, a intenção de acertar as contas com os chamados "fundos abutre, que estão impedindo a Argentina de entrar no mercado de crédito. Se houver o acerto ("tão rápido e justo quanto possamos obter", ressalvou Prat-Gay) e o crédito voltar, a Argentina poderá dobrar a produção de alimentos, diz Macri. Com o premiê britânico, David Cameron, com quem se reuniu no mesmo dia, Macri repetiu a histórica reivindicação argentina pela soberania sobre as ilhas Malvinas, mas sem deixar de "sentar-se para discutir sobre tudo". Macri manteve 19 reuniões com líderes políticos e empresariais em Davos, sempre com a mensagem: "A Argentina está madura para voltar ao mundo".
mundo
Em Davos, Argentina vira exemplo ao BrasilUm dos mais conhecidos analistas econômicos do Brasil, frequentador assíduo do Fórum de Davos, pede o anonimato para produzir a mais perfeita e irônica visão de como é vista, pela elite mundial, a ascensão de Mauricio Macri à Presidência argentina: "A melhor notícia para o Brasil nos últimos tempos é Mauricio Macri", ironiza. E explica: seu exemplo servirá de estímulo para que o Brasil faça as reformas há tanto prometidas e sempre adiadas. Pelo menos em um ponto, Macri quer mesmo servir de modelo: na defesa dos os presos políticos na Venezuela e na pregação por democracia e direitos humanos. "Em todas as instâncias a que irei nos próximos dias ou meses, vou falar disso", disse o presidente em encontro com os jornalistas do International Media Council, criado pelo Fórum Econômico Mundial. Sua chanceler, Susana Malcorra, explicitou as instâncias e são realmente todas as regionais: Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe, Unasul, Organização dos Estados Americanos. A julgar pelo entusiasmo de Macri, ele não é modelo só para o Brasil: o presidente acha que, "de repente, está todo o mundo indo na mesma direção" em relação à Venezuela. Menos o Brasil, ressalvou, "pelo problema que é a fronteira", sem detalhes. O modelo que Macri vendeu na campanha eleitoral e nos seus primeiros 40 dias de governo atraiu de fato a atenção de Davos, a ponto de ter mobilizado até Martin Wolf, principal colunista do "Financial Times" e um dos mais respeitados do mundo, para a entrevista desta quinta (21). "A Argentina está interessante", explicou Wolf. Qual é o roteiro que Macri vendeu nos seus dois dias no encontro anual-2016 do Fórum Econômico Mundial? Responde o próprio presidente: "Um país aberto, confiável, com regras estáveis para todos". Música para os ouvidos dos executivos que formam a clientela básica de Davos, dos quais a antecessora de Macri, Cristina Kirchner, fugiu durante os 12 anos de reinado dos Kirchner. Já Macri veio com um time completo de auxiliares, que trouxe ao seu encontro com os jornalistas, algo inusitado nesse modelo de conversa. Deixou até que respondessem, junto com ele, além da chanceler Susana Malcorra, o ministro da Economia, Alfonso Prat-Gay, e o peronista Sergio Massa, derrotado no pleito que, em segundo turno, entronizou Macri. Permitiu-se até uma brincadeira com o impecável inglês de Prat-Gay, que serviu de tradutor ao espanhol de Massa: "Se você não der certo na economia, já tem lugar como tradutor". ABUTRES Novidades na entrevista não surgiram, mas serviram para confirmar a moderação do novo presidente, um contraste até forçado com o estilo belicoso de Cristina. Anunciou, por exemplo, a intenção de acertar as contas com os chamados "fundos abutre, que estão impedindo a Argentina de entrar no mercado de crédito. Se houver o acerto ("tão rápido e justo quanto possamos obter", ressalvou Prat-Gay) e o crédito voltar, a Argentina poderá dobrar a produção de alimentos, diz Macri. Com o premiê britânico, David Cameron, com quem se reuniu no mesmo dia, Macri repetiu a histórica reivindicação argentina pela soberania sobre as ilhas Malvinas, mas sem deixar de "sentar-se para discutir sobre tudo". Macri manteve 19 reuniões com líderes políticos e empresariais em Davos, sempre com a mensagem: "A Argentina está madura para voltar ao mundo".
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Homem 'dá autógrafo' e danifica Linhas de Nazca, patrimônio do Peru
Um homem danificou os milenares geoglifos conhecidos como Linhas de Nazca, no sul do Peru, ao escrever seu nome em cima, confirmaram as autoridades na última sexta-feira (18), em um novo fato que atenta contra este patrimônio da humanidade. O dano foi constatado quando um canal de televisão divulgou imagens do geoglifo do pelicano, sobre o deserto no sul do país, que levava na parte superior a frase "Dibujador Luis Tadeo" (desenhista Luis Tadeo), escrita na terra. A foto foi feita por um turista a partir de um avião e compartilhada com o canal de televisão a cabo peruano Canal N. "Não é um dano recente (...) Estimamos que deva ser de um ano e meio atrás. Esse homem já foi denunciado e gravou seu nome em outros locais da zona", disse à televisão Johny Isla, representante do projeto Gestión Nasca, do Ministério da Cultura peruano. O funcionário explicou que o responsável pelos danos é um homem identificado como Luis Tadeo Cruz, que supostamente sofre de uma doença terminal e "grava seu nome para que as pessoas se lembrem dele". Isla detalhou que a primeira denúncia contra ele ocorreu há seis anos. O novo dano lembrou o caso recente contra o Greenpeace, que protagonizou um dos maiores atentados contra o patrimônio cultural peruano: a entrada ilegal de 12 ativistas em uma área de 40 m2 onde está o geoglifo do colibri, na qual colocaram 45 telas amarelas com a mensagem: "Time for Change! The future is renewable, Greenpeace" (Tempo de mudança! O futuro é renovável, Greenpeace). Ocorreu durante a Conferência da ONU sobre o clima, que foi realizada em Lima em dezembro de 2014. As linhas de Nazca são geoglifos de mais de 2.000 anos com figuras geométricas e de animais, que só podem ser vistas de cima. Seu real significado é um enigma: alguns pesquisadores as consideram um observatório astronômico, outros um calendário.
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Homem 'dá autógrafo' e danifica Linhas de Nazca, patrimônio do PeruUm homem danificou os milenares geoglifos conhecidos como Linhas de Nazca, no sul do Peru, ao escrever seu nome em cima, confirmaram as autoridades na última sexta-feira (18), em um novo fato que atenta contra este patrimônio da humanidade. O dano foi constatado quando um canal de televisão divulgou imagens do geoglifo do pelicano, sobre o deserto no sul do país, que levava na parte superior a frase "Dibujador Luis Tadeo" (desenhista Luis Tadeo), escrita na terra. A foto foi feita por um turista a partir de um avião e compartilhada com o canal de televisão a cabo peruano Canal N. "Não é um dano recente (...) Estimamos que deva ser de um ano e meio atrás. Esse homem já foi denunciado e gravou seu nome em outros locais da zona", disse à televisão Johny Isla, representante do projeto Gestión Nasca, do Ministério da Cultura peruano. O funcionário explicou que o responsável pelos danos é um homem identificado como Luis Tadeo Cruz, que supostamente sofre de uma doença terminal e "grava seu nome para que as pessoas se lembrem dele". Isla detalhou que a primeira denúncia contra ele ocorreu há seis anos. O novo dano lembrou o caso recente contra o Greenpeace, que protagonizou um dos maiores atentados contra o patrimônio cultural peruano: a entrada ilegal de 12 ativistas em uma área de 40 m2 onde está o geoglifo do colibri, na qual colocaram 45 telas amarelas com a mensagem: "Time for Change! The future is renewable, Greenpeace" (Tempo de mudança! O futuro é renovável, Greenpeace). Ocorreu durante a Conferência da ONU sobre o clima, que foi realizada em Lima em dezembro de 2014. As linhas de Nazca são geoglifos de mais de 2.000 anos com figuras geométricas e de animais, que só podem ser vistas de cima. Seu real significado é um enigma: alguns pesquisadores as consideram um observatório astronômico, outros um calendário.
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Custos em corretoras de valores variam até 1.400%
A diferença entre as taxas cobradas pelas corretoras de valores mobiliários pode chegar a 1.400%, de acordo com levantamento feito pela associação de direitos do consumidor Proteste para a Folha. O estudo mostra, porém, que o custo não deve ser o único fator avaliado pelo investidor ao escolher a casa na hora de aplicar o dinheiro. A facilidade no uso das ferramentas de aplicação oferecidas pela corretora e a agilidade da instituição em executar os pedidos do investidor também devem ser avaliadas. A Proteste analisou custos de corretagem (taxa cobrada a cada operação) e de custódia (cobrada mensalmente) praticados por 15 corretoras do país entre os dias 6 e 26 de novembro. O cálculo não incluiu o Imposto de Renda que incide sobre as aplicações e a taxa de emolumentos, que é imposta pela BM&FBovespa em cada operação. Custos de corretoras - Levantamento da Proteste compara taxas em 15 casas diferentes. Custos, em R$ Foram considerados três perfis de investidor (veja acima). No primeiro, as taxas foram de R$ 3 (Mirae) a R$ 45 (Citi Corretora), uma variação de 1.400%. No segundo, os valores foram de R$ 9 (Mirae) a R$ 120 (Banco do Brasil e Mycap) -diferença de 1.233%. Já no terceiro, os preços oscilaram 1.260% (de R$ 15 na Mirae a R$ 204 no Itautrade). No levantamento, os valores atribuídos à Caixa vão de R$ 17 a R$ 157. Em nota, o banco informou que as taxas vão de R$ 5 a R$ 60, mas não incluiu nos cálculos a taxa de custódia ou informou se cobra essa taxa. SERVIÇOS A Proteste analisou também itens como facilidade de cadastro do investidor, navegabilidade da plataforma on-line de investimento (home broker) e rapidez na execução das ordens de compra e venda de ativos. Apesar de ter o custo mais baixo, a Mirae foi a que apresentou mais problemas na avaliação. A corretora teve resultado final inferior a Bom/Muito Bom. O principal problema encontrado foi o home broker da empresa. Em tentativas realizadas de mais de um computador, com navegadores diferentes e dias distintos, a Proteste disse não ter conseguido carregar a página da plataforma. Procurada, a corretora afirmou que os erros ocorreram num período de mudanças na página. Já a Caixa, que também teve avaliação final inferior a Bom/Muito Bom, diz Verônica Dutt-Ross, economista da Proteste, foi reprovada no cadastro do investidor. O prazo máximo para resposta ao pedido é de três dias, mas, passados 17 dias, a Caixa ainda não havia atendido à solicitação de registro. "A dificuldade de fazer o cadastro desestimula os investidores", diz a economista. A associação também identificou problemas em outras corretoras. No Banco do Brasil, por exemplo, os investidores não tinham acesso a relatórios de análises específicos para ajudar na tomada de decisão sobre investimentos. O mesmo ocorreu com a Easynvest. A corretora facilita o acesso a análises de terceiros, mas, para isso, são cobrados valores adicionais. Na Citi Corretora e na Speedtrade, a dificuldade apontada pela associação foi a exigência do envio pelos Correios da ficha cadastral. A crítica à Clear é que a plataforma de investimento é difícil de ser operada e, em duas ocasiões, estava fora do ar. ORIENTAÇÕES Segundo Dutt-Ross, o investidor tem levar em conta seu perfil na hora de escolher a corretora. "Se precisar de análises, por exemplo, pode valer a pena pagar mais e receber material detalhado. Para alguém com mais conhecimento, pode ser mais importante um home broker mais rápido", afirma. Para o planejador financeiro Renato Roizenblit, ao escolher uma corretora, devem ser analisadas a qualidade da plataforma e as opções de atendimento. "O custo tem que ser justo. Mas ser mais barato e não ter um serviço agregado não é vantajoso." Um elemento a analisar é se a corretora registra ativos na Cetip, a maior câmara de títulos privados do país. O selo Cetip Certifica indica que o papel está em nome do investidor, o que dá mais segurança à aplicação. O investidor deve pesar ainda a conveniência de usar a corretora de seu banco. "O sistema da corretora se comunica com o do banco. Se o dinheiro da aplicação cai na conta da corretora, praticamente já cai na conta-corrente do banco. Em uma corretora independente, o cliente tem que transferir os recursos", afirma o planejador. Ele ressalta, contudo, que as casas independentes costumam oferecer mais produtos que as corretoras de bancos para o público de varejo -aqueles que não fazem parte de segmento de alta renda. "O preço também é um diferencial, e as taxas de corretoras independentes costumam ser mais competitivas", afirma Roizenblit. OUTRO LADO Reprovada no critério de cadastro do investidor da Proteste, a Caixa informou que não possui corretora própria e que, por isso, os clientes precisam ser cadastrados em casas contratadas pelo banco para o roteamento das ordens para a Bolsa de Valores. "Assim, o acesso ao home broker [plataforma de negociação on-line] é liberado tão logo recebemos a confirmação da Bolsa e das corretoras sobre o cadastramento dos clientes em seus respectivos sistemas", informou a instituição em nota. Criticada por seu home broker, a Mirae Asset afirmou que, desde julho, desenvolve e implementa uma nova plataforma eletrônica para investimento com um fornecedor diferente. "Desde o dia 18 de novembro de 2015, iniciamos a transição gradativa dos clientes da Mirae Asset Corretora da antiga plataforma para a nova", diz a instituição. O levantamento da Proteste foi realizado entre os dias 6 e 26 do último mês. A Easynvest confirmou que não disponibiliza análises gratuitamente, mas que dá acesso facilitado a informações e relatórios de terceiros a custos adicionais. "A Easynvest ainda envia essas informações por SMS e e-mail automaticamente. Acreditamos que o cliente necessita das informações em qualquer lugar que esteja, por isso facilitamos o modo como ele as recebe", diz em nota. A principal crítica envolvendo a Citi Corretora e a Speedtrade foi a exigência de envio de ficha cadastral pelos Correios. Na primeira, o cadastro demorou cinco dias para ser confirmado. Em nota, a Citi afirma que "a abertura de contas é realizada em até um dia após o recebimento dos documentos necessários se não houver pendências de preenchimento ou no envio da documentação". A Speedtrade diz que a exigência de cadastro por Correios busca "dar garantia não só para a corretora como também para o cliente". "O cadastro físico nos permite resguardar a integridade das informações prestadas pelos clientes e validá-las perante as diversas auditorias existentes dos órgãos reguladores", diz a corretora. Sobre o Banco do Brasil, a Proteste afirmou que a instituição não envia análises técnicas específicas aos clientes. Em nota, o BB diz que a observação está "equivocada". "A ferramenta home broker do BB apresenta relatórios que são elaborados e publicados diariamente pela equipe de analistas do BB Investimentos, reconhecida pelo mercado e pela própria imprensa", ressalta o banco. Já a Clear Corretora não comentou as críticas à navegabilidade no home broker feitas pela Proteste.
mercado
Custos em corretoras de valores variam até 1.400%A diferença entre as taxas cobradas pelas corretoras de valores mobiliários pode chegar a 1.400%, de acordo com levantamento feito pela associação de direitos do consumidor Proteste para a Folha. O estudo mostra, porém, que o custo não deve ser o único fator avaliado pelo investidor ao escolher a casa na hora de aplicar o dinheiro. A facilidade no uso das ferramentas de aplicação oferecidas pela corretora e a agilidade da instituição em executar os pedidos do investidor também devem ser avaliadas. A Proteste analisou custos de corretagem (taxa cobrada a cada operação) e de custódia (cobrada mensalmente) praticados por 15 corretoras do país entre os dias 6 e 26 de novembro. O cálculo não incluiu o Imposto de Renda que incide sobre as aplicações e a taxa de emolumentos, que é imposta pela BM&FBovespa em cada operação. Custos de corretoras - Levantamento da Proteste compara taxas em 15 casas diferentes. Custos, em R$ Foram considerados três perfis de investidor (veja acima). No primeiro, as taxas foram de R$ 3 (Mirae) a R$ 45 (Citi Corretora), uma variação de 1.400%. No segundo, os valores foram de R$ 9 (Mirae) a R$ 120 (Banco do Brasil e Mycap) -diferença de 1.233%. Já no terceiro, os preços oscilaram 1.260% (de R$ 15 na Mirae a R$ 204 no Itautrade). No levantamento, os valores atribuídos à Caixa vão de R$ 17 a R$ 157. Em nota, o banco informou que as taxas vão de R$ 5 a R$ 60, mas não incluiu nos cálculos a taxa de custódia ou informou se cobra essa taxa. SERVIÇOS A Proteste analisou também itens como facilidade de cadastro do investidor, navegabilidade da plataforma on-line de investimento (home broker) e rapidez na execução das ordens de compra e venda de ativos. Apesar de ter o custo mais baixo, a Mirae foi a que apresentou mais problemas na avaliação. A corretora teve resultado final inferior a Bom/Muito Bom. O principal problema encontrado foi o home broker da empresa. Em tentativas realizadas de mais de um computador, com navegadores diferentes e dias distintos, a Proteste disse não ter conseguido carregar a página da plataforma. Procurada, a corretora afirmou que os erros ocorreram num período de mudanças na página. Já a Caixa, que também teve avaliação final inferior a Bom/Muito Bom, diz Verônica Dutt-Ross, economista da Proteste, foi reprovada no cadastro do investidor. O prazo máximo para resposta ao pedido é de três dias, mas, passados 17 dias, a Caixa ainda não havia atendido à solicitação de registro. "A dificuldade de fazer o cadastro desestimula os investidores", diz a economista. A associação também identificou problemas em outras corretoras. No Banco do Brasil, por exemplo, os investidores não tinham acesso a relatórios de análises específicos para ajudar na tomada de decisão sobre investimentos. O mesmo ocorreu com a Easynvest. A corretora facilita o acesso a análises de terceiros, mas, para isso, são cobrados valores adicionais. Na Citi Corretora e na Speedtrade, a dificuldade apontada pela associação foi a exigência do envio pelos Correios da ficha cadastral. A crítica à Clear é que a plataforma de investimento é difícil de ser operada e, em duas ocasiões, estava fora do ar. ORIENTAÇÕES Segundo Dutt-Ross, o investidor tem levar em conta seu perfil na hora de escolher a corretora. "Se precisar de análises, por exemplo, pode valer a pena pagar mais e receber material detalhado. Para alguém com mais conhecimento, pode ser mais importante um home broker mais rápido", afirma. Para o planejador financeiro Renato Roizenblit, ao escolher uma corretora, devem ser analisadas a qualidade da plataforma e as opções de atendimento. "O custo tem que ser justo. Mas ser mais barato e não ter um serviço agregado não é vantajoso." Um elemento a analisar é se a corretora registra ativos na Cetip, a maior câmara de títulos privados do país. O selo Cetip Certifica indica que o papel está em nome do investidor, o que dá mais segurança à aplicação. O investidor deve pesar ainda a conveniência de usar a corretora de seu banco. "O sistema da corretora se comunica com o do banco. Se o dinheiro da aplicação cai na conta da corretora, praticamente já cai na conta-corrente do banco. Em uma corretora independente, o cliente tem que transferir os recursos", afirma o planejador. Ele ressalta, contudo, que as casas independentes costumam oferecer mais produtos que as corretoras de bancos para o público de varejo -aqueles que não fazem parte de segmento de alta renda. "O preço também é um diferencial, e as taxas de corretoras independentes costumam ser mais competitivas", afirma Roizenblit. OUTRO LADO Reprovada no critério de cadastro do investidor da Proteste, a Caixa informou que não possui corretora própria e que, por isso, os clientes precisam ser cadastrados em casas contratadas pelo banco para o roteamento das ordens para a Bolsa de Valores. "Assim, o acesso ao home broker [plataforma de negociação on-line] é liberado tão logo recebemos a confirmação da Bolsa e das corretoras sobre o cadastramento dos clientes em seus respectivos sistemas", informou a instituição em nota. Criticada por seu home broker, a Mirae Asset afirmou que, desde julho, desenvolve e implementa uma nova plataforma eletrônica para investimento com um fornecedor diferente. "Desde o dia 18 de novembro de 2015, iniciamos a transição gradativa dos clientes da Mirae Asset Corretora da antiga plataforma para a nova", diz a instituição. O levantamento da Proteste foi realizado entre os dias 6 e 26 do último mês. A Easynvest confirmou que não disponibiliza análises gratuitamente, mas que dá acesso facilitado a informações e relatórios de terceiros a custos adicionais. "A Easynvest ainda envia essas informações por SMS e e-mail automaticamente. Acreditamos que o cliente necessita das informações em qualquer lugar que esteja, por isso facilitamos o modo como ele as recebe", diz em nota. A principal crítica envolvendo a Citi Corretora e a Speedtrade foi a exigência de envio de ficha cadastral pelos Correios. Na primeira, o cadastro demorou cinco dias para ser confirmado. Em nota, a Citi afirma que "a abertura de contas é realizada em até um dia após o recebimento dos documentos necessários se não houver pendências de preenchimento ou no envio da documentação". A Speedtrade diz que a exigência de cadastro por Correios busca "dar garantia não só para a corretora como também para o cliente". "O cadastro físico nos permite resguardar a integridade das informações prestadas pelos clientes e validá-las perante as diversas auditorias existentes dos órgãos reguladores", diz a corretora. Sobre o Banco do Brasil, a Proteste afirmou que a instituição não envia análises técnicas específicas aos clientes. Em nota, o BB diz que a observação está "equivocada". "A ferramenta home broker do BB apresenta relatórios que são elaborados e publicados diariamente pela equipe de analistas do BB Investimentos, reconhecida pelo mercado e pela própria imprensa", ressalta o banco. Já a Clear Corretora não comentou as críticas à navegabilidade no home broker feitas pela Proteste.
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Hoje na TV: Bellucci encara Djokovic pelo Masters 1.000 de Roma
7h Masters 1.000 de Roma Tênis, SporTV 3 19h15 Juazeirense x Botafogo-RJ Copa do Brasil, SporTV e Fox Sports 2 19h30 Nacional-URU x Boca Jrs Libertadores, Fox Sports 21h30 O. C. Thunder x S. A. Spurs NBA, SporTV 2 21h30 Fluminense x Ferroviária Copa do Brasil, Fox Sports 21h45 R. Central x N. de Medellín Libertadores, SporTV 21h50 Santos x Pachuca Mexicano, ESPN+ 5h (sex) Treino livre GP Espanha F-1, SporTV
esporte
Hoje na TV: Bellucci encara Djokovic pelo Masters 1.000 de Roma7h Masters 1.000 de Roma Tênis, SporTV 3 19h15 Juazeirense x Botafogo-RJ Copa do Brasil, SporTV e Fox Sports 2 19h30 Nacional-URU x Boca Jrs Libertadores, Fox Sports 21h30 O. C. Thunder x S. A. Spurs NBA, SporTV 2 21h30 Fluminense x Ferroviária Copa do Brasil, Fox Sports 21h45 R. Central x N. de Medellín Libertadores, SporTV 21h50 Santos x Pachuca Mexicano, ESPN+ 5h (sex) Treino livre GP Espanha F-1, SporTV
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Astrologia
Sol e Netuno em sintonia destacam arte, idealismo e disseminam utopias. LUA NOVA EM CÂNCER: 4/7 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Um clima astral mais intimista predispõe a reflexões, é o presente dos astros para você neste sábado. Ótimo será retomar atividades mais calmas e cuidadosas. Arejar a mente com assuntos triviais também será excelente. Nada de assunto sério demais hoje! TOURO (21 abr. a 20 mai.) Drible a dispersão, tendência em alta hoje, trocando a programação. Hábil com as mãos e com os assuntos práticos, conte com uma onda criativa poderosa. Que tal reservar um tempinho para fazer algo em que use esses talentos? No amor, perguntinhas marotas não têm vez... GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Hoje e amanhã a Lua transita seu signo: aproveite o tempo para se cuidar e tocar seus assuntos privados. Certo nervosismo e dispersão são esperados. Evite sobrecargas mentais e físicas, desligue-se das tensões coletivas até segunda-feira. Respeite sua necessidade de descanso! CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Lua e Júpiter em dissonância astral advertem contra todo tipo de excesso e exagero. E já que a tendência é essa, contorne a onda desconfiando de quem faz promessas demais ou faz estardalhaços. Cuidado com papéis e documentos, pois há risco de extravio. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Sábado bom para pegar a estrada com amigos e descobrir caminhos novos –ótima desculpa para ter aquelas conversas difíceis, mas necessárias, com um deles. Como o cenário astral converge para a Lua nova depois de amanhã, todos se mostram mais intimistas e sensíveis. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Os detalhes têm importância sim; isso você sabe muito bem! Tanto é que, quando alguém tenta passar por cima deles, você logo reclama. Neste fim de semana, cuidado para não se desgastar, porque há muita gente passando por cima dos tais detalhes. Alguns fatos nem são detalhes. LIBRA (23 set. a 22 out.) Librianos em tempo de nervosismo, com a atenção atraída para variados assuntos. Esta tendência do sábado pode acabar com seus nervos! Pessoa conhecida teima em se achegar, mas você não quer, nem pode. Melhor ser explícito! Não gaste recursos. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Finanças e relações com parceiros se destacam como assuntos delicados hoje. Cuidado com dívidas –veja lá o que vai passar no seu cartão de crédito! Livros e literatura interessam, atraem e inspiram. Gente bacana está envolvida nisso, vá espiar e descobrir quem. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Receitinha básica para garantir um sábado ao menos agradável: não jogue baldes de água fria no entusiasmo alheio. Cada um tem seu momento da verdade, assim como você tem tido o seu, tenha paciência. Limites físicos existem: respeite os seus também. Não fuja do amor... CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Pequenas descobertas engenhosas, novidades menores, informações e dicas de gente especialista em assuntos cotidianos –anote tudo, porque serão valiosos instrumentos mais adiante. Ajudarão você a se aperfeiçoar. E seu dia a dia será mais leve, divertido, interessante. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Diversão pura entre pessoas e reuniões que falam de assuntos que apelam ao seu coração. Brilhe à vontade; espalhe sua mensagem, participe mais da vida coletiva. Literatura, poesia, estudos, viagens, olhares novos: o cenário astral traz movimento para você ficar mais feliz. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Tensões no ambiente doméstico e familiar neste sábado. É um belo dia para arrumações, conversas e arejamento do ambiente interno. Mas há quem e o que o chame para o mundo externo. É só organizar bem o tempo que tudo vai certo. Não desperdice o seu com distrações.
ilustrada
AstrologiaSol e Netuno em sintonia destacam arte, idealismo e disseminam utopias. LUA NOVA EM CÂNCER: 4/7 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Um clima astral mais intimista predispõe a reflexões, é o presente dos astros para você neste sábado. Ótimo será retomar atividades mais calmas e cuidadosas. Arejar a mente com assuntos triviais também será excelente. Nada de assunto sério demais hoje! TOURO (21 abr. a 20 mai.) Drible a dispersão, tendência em alta hoje, trocando a programação. Hábil com as mãos e com os assuntos práticos, conte com uma onda criativa poderosa. Que tal reservar um tempinho para fazer algo em que use esses talentos? No amor, perguntinhas marotas não têm vez... GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Hoje e amanhã a Lua transita seu signo: aproveite o tempo para se cuidar e tocar seus assuntos privados. Certo nervosismo e dispersão são esperados. Evite sobrecargas mentais e físicas, desligue-se das tensões coletivas até segunda-feira. Respeite sua necessidade de descanso! CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Lua e Júpiter em dissonância astral advertem contra todo tipo de excesso e exagero. E já que a tendência é essa, contorne a onda desconfiando de quem faz promessas demais ou faz estardalhaços. Cuidado com papéis e documentos, pois há risco de extravio. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Sábado bom para pegar a estrada com amigos e descobrir caminhos novos –ótima desculpa para ter aquelas conversas difíceis, mas necessárias, com um deles. Como o cenário astral converge para a Lua nova depois de amanhã, todos se mostram mais intimistas e sensíveis. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Os detalhes têm importância sim; isso você sabe muito bem! Tanto é que, quando alguém tenta passar por cima deles, você logo reclama. Neste fim de semana, cuidado para não se desgastar, porque há muita gente passando por cima dos tais detalhes. Alguns fatos nem são detalhes. LIBRA (23 set. a 22 out.) Librianos em tempo de nervosismo, com a atenção atraída para variados assuntos. Esta tendência do sábado pode acabar com seus nervos! Pessoa conhecida teima em se achegar, mas você não quer, nem pode. Melhor ser explícito! Não gaste recursos. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Finanças e relações com parceiros se destacam como assuntos delicados hoje. Cuidado com dívidas –veja lá o que vai passar no seu cartão de crédito! Livros e literatura interessam, atraem e inspiram. Gente bacana está envolvida nisso, vá espiar e descobrir quem. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Receitinha básica para garantir um sábado ao menos agradável: não jogue baldes de água fria no entusiasmo alheio. Cada um tem seu momento da verdade, assim como você tem tido o seu, tenha paciência. Limites físicos existem: respeite os seus também. Não fuja do amor... CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Pequenas descobertas engenhosas, novidades menores, informações e dicas de gente especialista em assuntos cotidianos –anote tudo, porque serão valiosos instrumentos mais adiante. Ajudarão você a se aperfeiçoar. E seu dia a dia será mais leve, divertido, interessante. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Diversão pura entre pessoas e reuniões que falam de assuntos que apelam ao seu coração. Brilhe à vontade; espalhe sua mensagem, participe mais da vida coletiva. Literatura, poesia, estudos, viagens, olhares novos: o cenário astral traz movimento para você ficar mais feliz. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Tensões no ambiente doméstico e familiar neste sábado. É um belo dia para arrumações, conversas e arejamento do ambiente interno. Mas há quem e o que o chame para o mundo externo. É só organizar bem o tempo que tudo vai certo. Não desperdice o seu com distrações.
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Crise hídrica coloca Brasil na mira de empresas israelenses
A crise hídrica paulista entrou no radar da indústria da água de Israel. Com incentivos do governo tanto na área de pesquisa como na incubação de start-ups, Israel tenta se consolidar como uma espécie de Vale do Silício das soluções hídricas. "Cada vez mais crianças querem aprender sobre a indústria da água. Também há novas matérias surgindo nas universidades e mais gente estudando engenharia hidráulica", diz Adi Yefet, diretora do Israel NewTech, programa criado pelo Ministério da Economia para fortalecer o setor dentro e fora do país. Em um país com 8 milhões de habitantes, falta mercado para as cerca de 250 empresas de tecnologia da água, que veem grandes oportunidades de negócio nos problemas hídricos enfrentados por gigantes como China, Índia e Brasil. Hoje, as exportações do setor chegam a U$ 2 bilhões por ano. O cônsul para assuntos econômicos de Israel em São Paulo, Boaz Albaranes, acredita que a crise hídrica paulista deve engordar a delegação de brasileiros na feira do setor promovida pelo país em outubro, a Watec. Entre os convidados estão o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, e membros do consórcio da bacia dos rios PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí), que alimentam o sistema Cantareira. Entre as companhias que estarão no evento, um dos principais focos é a redução de perdas, problema bastante comum devido à idade dos encanamentos das grandes cidades do mundo. Na cidade de São Paulo, cerca de 20% dos canos têm mais de 40 anos, e a rede tem, em média, 33 anos. Os vazamentos causam desperdício de 19,5% da água, quase o dobro do índice israelense, de 10%. A empresa Curapipe, por exemplo, criou uma cola não tóxica para tapar vazamentos em encanamentos. Assim que passa por um buraco, a substância entra em contato com o ar e se solidifica. O produto substitui a troca de encanamento, cujo custo pode chegar a US$ 1 milhão (R$ 3,1 milhões) por quilômetro. Mesmo assim, a estimativa da empresa é que o Estado de São Paulo teria de gastar US$ 1,2 bilhão (R$ 3,7 bilhões) no produto para acabar com os vazamentos. Já a Aquarius-Spectrum desenvolveu um sensor acústico que, acoplado aos hidrantes, capta vazamentos em um raio de 300 metros. A irrigação por gotejamento, desenvolvida pelos israelenses, já chegou ao Brasil. Ao contrário da irrigação por sprinklers e inundação, comuns por aqui, o método direciona a água para a planta. Surgida em um kibutz, a Netafim virou uma gigante do ramo, com presença em vários países, inclusive o Brasil. O diretor de sustentabilidade da empresa, Nat Baraky, 71, está na Netafim desde o início, na década de 1960. "Naquela época, tentando plantar no deserto, sofríamos uma falha após a outra", conta. Segundo Baraky, a técnica de gotejamento mudou tudo isso.
cotidiano
Crise hídrica coloca Brasil na mira de empresas israelensesA crise hídrica paulista entrou no radar da indústria da água de Israel. Com incentivos do governo tanto na área de pesquisa como na incubação de start-ups, Israel tenta se consolidar como uma espécie de Vale do Silício das soluções hídricas. "Cada vez mais crianças querem aprender sobre a indústria da água. Também há novas matérias surgindo nas universidades e mais gente estudando engenharia hidráulica", diz Adi Yefet, diretora do Israel NewTech, programa criado pelo Ministério da Economia para fortalecer o setor dentro e fora do país. Em um país com 8 milhões de habitantes, falta mercado para as cerca de 250 empresas de tecnologia da água, que veem grandes oportunidades de negócio nos problemas hídricos enfrentados por gigantes como China, Índia e Brasil. Hoje, as exportações do setor chegam a U$ 2 bilhões por ano. O cônsul para assuntos econômicos de Israel em São Paulo, Boaz Albaranes, acredita que a crise hídrica paulista deve engordar a delegação de brasileiros na feira do setor promovida pelo país em outubro, a Watec. Entre os convidados estão o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, e membros do consórcio da bacia dos rios PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí), que alimentam o sistema Cantareira. Entre as companhias que estarão no evento, um dos principais focos é a redução de perdas, problema bastante comum devido à idade dos encanamentos das grandes cidades do mundo. Na cidade de São Paulo, cerca de 20% dos canos têm mais de 40 anos, e a rede tem, em média, 33 anos. Os vazamentos causam desperdício de 19,5% da água, quase o dobro do índice israelense, de 10%. A empresa Curapipe, por exemplo, criou uma cola não tóxica para tapar vazamentos em encanamentos. Assim que passa por um buraco, a substância entra em contato com o ar e se solidifica. O produto substitui a troca de encanamento, cujo custo pode chegar a US$ 1 milhão (R$ 3,1 milhões) por quilômetro. Mesmo assim, a estimativa da empresa é que o Estado de São Paulo teria de gastar US$ 1,2 bilhão (R$ 3,7 bilhões) no produto para acabar com os vazamentos. Já a Aquarius-Spectrum desenvolveu um sensor acústico que, acoplado aos hidrantes, capta vazamentos em um raio de 300 metros. A irrigação por gotejamento, desenvolvida pelos israelenses, já chegou ao Brasil. Ao contrário da irrigação por sprinklers e inundação, comuns por aqui, o método direciona a água para a planta. Surgida em um kibutz, a Netafim virou uma gigante do ramo, com presença em vários países, inclusive o Brasil. O diretor de sustentabilidade da empresa, Nat Baraky, 71, está na Netafim desde o início, na década de 1960. "Naquela época, tentando plantar no deserto, sofríamos uma falha após a outra", conta. Segundo Baraky, a técnica de gotejamento mudou tudo isso.
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Polícia identifica homem que atropelou três em Florianópolis
O delegado Otávio César Lima, da Delegacia de Polícia Civil de Canasvieiras, em Florianópolis, informou nesta terça-feira (8) que Sérgio Orlandini Sirotsky, 21 anos, é o motorista que atropelou três pessoas na saída de uma festa na praia de Jurerê no último domingo (6). Ele é filho de Sérgio Sirotsky, um dos donos do grupo RBS, que possui veículos de comunicação no Rio Grande do Sul, entre eles a RBS TV, afiliada da Rede Globo. De acordo com o delegado, o motorista fugiu sem prestar socorro. "Ele queimou o chão [fugiu]. As investigações estão em andamento. Mas podemos adiantar que ele deverá responder por omissão de socorro e lesão corporal", disse o policial. O inquérito também tentará responder se o motorista estava embriagado. "Estamos apurando onde ele estava antes do acidente, com quem estava, o que estava fazendo", acrescentou o delegado. Segundo o policial, o carro foi abandonado três quilômetros após o acidente, às margens da SC-401, rodovia que liga as praias badaladas do norte de Florianópolis ao centro da cidade. Até o início da noite desta terça-feira (8), um dos atropelados estava internado em estado grave, segundo a Polícia Civil. Os outros dois estavam fora de perigo. O hospital para onde eles foram levados não informou o estado de saúde das vítimas. Sérgio Orlandini Sirotsky não foi preso. De acordo com o delegado César Lima, o advogado do homem procurou a polícia na segunda-feira (7) e prometeu apresentá-lo nesta terça (8), o que não ocorreu. "O advogado dele [Sérgio Orlandini] viria para a delegacia. Mas achou que não seria seguro. Tinha muito jornalista aqui. Ficamos de marcar nova data para a apresentação", disse o policial. ESTUPRO Esta não é a primeira vez que Sérgio Orlandini Sirotsky se envolve em caso de polícia em Florianópolis. Em 2010, aos 14 anos de idade, ele e dois amigos adolescentes foram denunciados pelo estupro de uma adolescente. O caso teve repercussão em todo o país pelo crime em si, pelo fato de um dos envolvidos ser filho de uma policial da cidade e porque o assunto não foi destacado nos veículos de comunicação da família. O estupro foi denunciado por um blogueiro da capital catarinense, que morreu em 2011. À época, a perícia constatou suicídio. Nesta terça, o IGP (Instituto Geral de Perícias) de Santa Catarina informou que precisaria de tempo para pesquisar o caso e confirmar as circunstâncias da morte. Em jornais, rádios e na emissora de TV que a RBS tinha em Santa Catarina naquele ano, o assunto foi noticiado sem nomes. Segundo a empresa justificou à época, isso ocorreu em respeito ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). SOCORRO No último domingo, o atropelamento atribuído pela Polícia Civil a Sérgio Orlandini Sirotsky foi seguido de um segundo atropelamento, no mesmo local. O atropelado foi um jovem que prestava socorro às três vítimas do primeiro acidente. O rapaz passa bem, segundo os investigadores responsáveis pelo caso. O motorista que o atropelou, Eduardo Rios, 25, também fugiu sem prestar socorro às vítimas, segundo o comando da Polícia Civil. Mas foi detido pela Polícia Militar na Beira Mar Norte, uma avenida sofisticada da cidade, a cerca de 30 km do local do acidente. De acordo com o comando da Polícia Civil, Rios foi autuado por omissão de socorro, pagou fiança e foi liberado após audiência de custódia. Ele vai responder ao processo em liberdade. A reportagem não conseguiu contato com o rapaz. OUTRO LADO O empresário Sérgio Sirotsky, pai do motorista, divulgou nota nesta terça-feira lamentando o acidente de domingo. "Lamento profundamente o acidente ocorrido no domingo, em Jurerê, envolvendo veículo conduzido por meu filho Sérgio Orlandini Sirotsky. Como pai, estou muito triste e peço desculpas aos jovens atingidos e a seus familiares, a quem vamos oferecer todo o apoio e solidariedade para que possam se restabelecer com saúde e retomar suas vidas." "Está sendo muito difícil para nossa família enfrentar este momento, que nenhum pai gostaria de viver. Confiamos que o caso será tratado com serenidade e responsabilidade pelas autoridades competentes. Meu filho tem 21 anos, e é responsável por seus atos. Estamos tomando providências para tratar de nosso filho, que também precisa de ajuda", diz o texto. A empresa de assessoria de imprensa responsável pelo caso informou que nem a família nem a defesa do rapaz comentariam o caso de estupro.
cotidiano
Polícia identifica homem que atropelou três em FlorianópolisO delegado Otávio César Lima, da Delegacia de Polícia Civil de Canasvieiras, em Florianópolis, informou nesta terça-feira (8) que Sérgio Orlandini Sirotsky, 21 anos, é o motorista que atropelou três pessoas na saída de uma festa na praia de Jurerê no último domingo (6). Ele é filho de Sérgio Sirotsky, um dos donos do grupo RBS, que possui veículos de comunicação no Rio Grande do Sul, entre eles a RBS TV, afiliada da Rede Globo. De acordo com o delegado, o motorista fugiu sem prestar socorro. "Ele queimou o chão [fugiu]. As investigações estão em andamento. Mas podemos adiantar que ele deverá responder por omissão de socorro e lesão corporal", disse o policial. O inquérito também tentará responder se o motorista estava embriagado. "Estamos apurando onde ele estava antes do acidente, com quem estava, o que estava fazendo", acrescentou o delegado. Segundo o policial, o carro foi abandonado três quilômetros após o acidente, às margens da SC-401, rodovia que liga as praias badaladas do norte de Florianópolis ao centro da cidade. Até o início da noite desta terça-feira (8), um dos atropelados estava internado em estado grave, segundo a Polícia Civil. Os outros dois estavam fora de perigo. O hospital para onde eles foram levados não informou o estado de saúde das vítimas. Sérgio Orlandini Sirotsky não foi preso. De acordo com o delegado César Lima, o advogado do homem procurou a polícia na segunda-feira (7) e prometeu apresentá-lo nesta terça (8), o que não ocorreu. "O advogado dele [Sérgio Orlandini] viria para a delegacia. Mas achou que não seria seguro. Tinha muito jornalista aqui. Ficamos de marcar nova data para a apresentação", disse o policial. ESTUPRO Esta não é a primeira vez que Sérgio Orlandini Sirotsky se envolve em caso de polícia em Florianópolis. Em 2010, aos 14 anos de idade, ele e dois amigos adolescentes foram denunciados pelo estupro de uma adolescente. O caso teve repercussão em todo o país pelo crime em si, pelo fato de um dos envolvidos ser filho de uma policial da cidade e porque o assunto não foi destacado nos veículos de comunicação da família. O estupro foi denunciado por um blogueiro da capital catarinense, que morreu em 2011. À época, a perícia constatou suicídio. Nesta terça, o IGP (Instituto Geral de Perícias) de Santa Catarina informou que precisaria de tempo para pesquisar o caso e confirmar as circunstâncias da morte. Em jornais, rádios e na emissora de TV que a RBS tinha em Santa Catarina naquele ano, o assunto foi noticiado sem nomes. Segundo a empresa justificou à época, isso ocorreu em respeito ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). SOCORRO No último domingo, o atropelamento atribuído pela Polícia Civil a Sérgio Orlandini Sirotsky foi seguido de um segundo atropelamento, no mesmo local. O atropelado foi um jovem que prestava socorro às três vítimas do primeiro acidente. O rapaz passa bem, segundo os investigadores responsáveis pelo caso. O motorista que o atropelou, Eduardo Rios, 25, também fugiu sem prestar socorro às vítimas, segundo o comando da Polícia Civil. Mas foi detido pela Polícia Militar na Beira Mar Norte, uma avenida sofisticada da cidade, a cerca de 30 km do local do acidente. De acordo com o comando da Polícia Civil, Rios foi autuado por omissão de socorro, pagou fiança e foi liberado após audiência de custódia. Ele vai responder ao processo em liberdade. A reportagem não conseguiu contato com o rapaz. OUTRO LADO O empresário Sérgio Sirotsky, pai do motorista, divulgou nota nesta terça-feira lamentando o acidente de domingo. "Lamento profundamente o acidente ocorrido no domingo, em Jurerê, envolvendo veículo conduzido por meu filho Sérgio Orlandini Sirotsky. Como pai, estou muito triste e peço desculpas aos jovens atingidos e a seus familiares, a quem vamos oferecer todo o apoio e solidariedade para que possam se restabelecer com saúde e retomar suas vidas." "Está sendo muito difícil para nossa família enfrentar este momento, que nenhum pai gostaria de viver. Confiamos que o caso será tratado com serenidade e responsabilidade pelas autoridades competentes. Meu filho tem 21 anos, e é responsável por seus atos. Estamos tomando providências para tratar de nosso filho, que também precisa de ajuda", diz o texto. A empresa de assessoria de imprensa responsável pelo caso informou que nem a família nem a defesa do rapaz comentariam o caso de estupro.
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Um importante rótulo para alérgicos
Pessoas que podem consumir inadvertidamente alimentos com substâncias alergênicas e sofrer graves reações terão esse problema amenizado a partir do dia 3 de julho. Uma resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tornou obrigatória a rotulagem, nos alimentos processados e bebidas com seus aditivos, de ingredientes que provocam alergias. Segundo o movimento "Põe no rótulo", formado por familiares de alérgicos, as indústrias alimentícias haviam solicitado adiamento da resolução, determinada no ano passado com prazo de 12 meses, para adequação da medida. Na quarta-feira, dia 1º, a Anvisa não concedeu a prorrogação solicitada. É frequente a confusão entre intolerância alimentar –que é ocorre pela deficiência de enzimas, como é o caso da intolerância à lactose– com a alergia alimentar. A alergia alimentar é uma resposta imunológica a um alérgeno do alimento, que pode provocar urticária em adultos, dermatite atópica em crianças ou até um fatal edema de glote. Pela RDC 26/15 (Resolução da Diretoria Colegiada da Anvisa), os principais alimentos que causam alergias alimentares e que devem constar nos rótulos dos produtos embalados a partir do dia 3 de julho são os seguintes: trigo, centeio, cevada, aveia, crustáceos, ovos, peixes, amendoim, soja, leites de todas as espécies de mamíferos, amêndoa, avelã, castanha-de-caju, castanha-do-pará, macadâmia, nozes, pecã, pistache, pinoli, castanhas e látex natural.
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Um importante rótulo para alérgicosPessoas que podem consumir inadvertidamente alimentos com substâncias alergênicas e sofrer graves reações terão esse problema amenizado a partir do dia 3 de julho. Uma resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tornou obrigatória a rotulagem, nos alimentos processados e bebidas com seus aditivos, de ingredientes que provocam alergias. Segundo o movimento "Põe no rótulo", formado por familiares de alérgicos, as indústrias alimentícias haviam solicitado adiamento da resolução, determinada no ano passado com prazo de 12 meses, para adequação da medida. Na quarta-feira, dia 1º, a Anvisa não concedeu a prorrogação solicitada. É frequente a confusão entre intolerância alimentar –que é ocorre pela deficiência de enzimas, como é o caso da intolerância à lactose– com a alergia alimentar. A alergia alimentar é uma resposta imunológica a um alérgeno do alimento, que pode provocar urticária em adultos, dermatite atópica em crianças ou até um fatal edema de glote. Pela RDC 26/15 (Resolução da Diretoria Colegiada da Anvisa), os principais alimentos que causam alergias alimentares e que devem constar nos rótulos dos produtos embalados a partir do dia 3 de julho são os seguintes: trigo, centeio, cevada, aveia, crustáceos, ovos, peixes, amendoim, soja, leites de todas as espécies de mamíferos, amêndoa, avelã, castanha-de-caju, castanha-do-pará, macadâmia, nozes, pecã, pistache, pinoli, castanhas e látex natural.
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Drama 'Tudo Vai Ficar Bem' leva o diretor Wim Wenders de volta à ficção
LUIZA WOLF DE SÃO PAULO O diretor alemão Wim Wenders volta a comandar uma ficção com "Tudo Vai Ficar Bem", que estreou nesta semana. O último longa-metragem de drama de Wenders foi "Palermo Shooting", lançado em 2008. De lá para cá ele se dedicou a alguns curtas (como o que integra o filme "Mundo Invisível", de 2012) e documentários, a exemplo de "O Sal da Terra" (2014), sobre o fotógrafo Sebastião Salgado, e do elogiado "Pina" (2011), sobre a bailarina alemã Pina Bausch. O retorno é protagonizado pelo ator James Franco, que interpreta Tomas, um escritor assolado por crises na profissão e no relacionamento com a personagem vivida por Rachel McAdams. Ele se isola em uma pequena casa na neve para conseguir terminar seu livro. Um dia, contudo, envolve-se em um acidente de automóvel, em que atropela e mata uma criança. Filmada em 3D, a obra mostra como os personagens lidam com a tragédia: além do próprio Tomas, que tenta superar o trauma, a história acompanha Christopher (interpretado por três atores) e Kate (Charlotte Gainsbourg), irmão e mãe da vítima. Sem grandes reviravoltas no roteiro (o maior acontecimento é o acidente, que dá início à trama), o filme mantém um ritmo constante -e um tanto lento- para seguir essas pessoas que, ao longo de 11 anos, se encontram recorrentemente. Veja salas e horários ASSISTA AO TRAILER DE "TUDO VAI FICAR BEM" Trailer de "Tudo Vai Ficar Bem"
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Drama 'Tudo Vai Ficar Bem' leva o diretor Wim Wenders de volta à ficçãoLUIZA WOLF DE SÃO PAULO O diretor alemão Wim Wenders volta a comandar uma ficção com "Tudo Vai Ficar Bem", que estreou nesta semana. O último longa-metragem de drama de Wenders foi "Palermo Shooting", lançado em 2008. De lá para cá ele se dedicou a alguns curtas (como o que integra o filme "Mundo Invisível", de 2012) e documentários, a exemplo de "O Sal da Terra" (2014), sobre o fotógrafo Sebastião Salgado, e do elogiado "Pina" (2011), sobre a bailarina alemã Pina Bausch. O retorno é protagonizado pelo ator James Franco, que interpreta Tomas, um escritor assolado por crises na profissão e no relacionamento com a personagem vivida por Rachel McAdams. Ele se isola em uma pequena casa na neve para conseguir terminar seu livro. Um dia, contudo, envolve-se em um acidente de automóvel, em que atropela e mata uma criança. Filmada em 3D, a obra mostra como os personagens lidam com a tragédia: além do próprio Tomas, que tenta superar o trauma, a história acompanha Christopher (interpretado por três atores) e Kate (Charlotte Gainsbourg), irmão e mãe da vítima. Sem grandes reviravoltas no roteiro (o maior acontecimento é o acidente, que dá início à trama), o filme mantém um ritmo constante -e um tanto lento- para seguir essas pessoas que, ao longo de 11 anos, se encontram recorrentemente. Veja salas e horários ASSISTA AO TRAILER DE "TUDO VAI FICAR BEM" Trailer de "Tudo Vai Ficar Bem"
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Único alemão na Rio-2016 que estava no elenco do 7 a 1 diz que Brasil é favorito
GUILHERME SETO DE SÃO PAULO Único jogador da atual seleção olímpica alemã a ter feito parte do grupo que venceu o Brasil por 7 a 1 no Mineirão e que venceria a Copa de 2014, o zagueiro Matthias Ginter, 22, tem ótimas lembranças de sua passagem pelo Brasil. No sábado (20), ele voltará a enfrentar a seleção brasileira na final do torneio de futebol masculino da Rio-2016 e espera que sua equipe tenha performance semelhante. "Tenho lembranças positivas, assim como qualquer alemão. A Copa do Mundo foi uma experiência única de vida. Espero que tenhamos tanto sucesso quanto há dois anos", disse Ginter após a vitória por 1 a 0 sobre a Nigéria no Itaquerão nesta quarta-feira (17). Na decisão, ele reencontrará Neymar, que fez parte da seleção que sofreu o 7 a 1 e também não participou do jogo –em seu caso, por conta de uma lesão sofrida contra a Colômbia. Ginter ficou no banco de reservas na ocasião. Com um sorriso tímido, o zagueiro descarta a repetição do resultado humilhante para o Brasil. "Será uma partida totalmente diferente, com duas equipes totalmente diferentes. O jogo de sábado não tem nada a ver com o que aconteceu há dois anos. Claro, penso muito nela, mas já acabou. Os Jogos estão acontecendo agora, não importa o que aconteceu no passado", diz."O Brasil tem um time muito forte, eles são favoritos à medalha de ouro, mas acho que não temos motivos para nos esconder", acrescenta. Sobre o atacante do Barcelona, Ginter prevê dificuldades para marcá-lo. "É um jogador de primeira categoria. Será difícil. Mas temos espírito de equipe e estaremos preparados." Ginter voltará a pisar no Maracanã, palco da vitória por 1 a 0 sobre a Argentina que deu o título aos alemães. O zagueiro mostra empolgação ao falar do retorno. "Temos sentimentos muito positivos de voltar. Ganhamos a final da Copa lá, é algo que só acontece uma vez na vida, creio. Tenho ótimas memórias da Copa e também das pessoas daqui. Estou muito feliz por voltar ao Rio de Janeiro e ao Maracanã", conclui. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
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Único alemão na Rio-2016 que estava no elenco do 7 a 1 diz que Brasil é favorito GUILHERME SETO DE SÃO PAULO Único jogador da atual seleção olímpica alemã a ter feito parte do grupo que venceu o Brasil por 7 a 1 no Mineirão e que venceria a Copa de 2014, o zagueiro Matthias Ginter, 22, tem ótimas lembranças de sua passagem pelo Brasil. No sábado (20), ele voltará a enfrentar a seleção brasileira na final do torneio de futebol masculino da Rio-2016 e espera que sua equipe tenha performance semelhante. "Tenho lembranças positivas, assim como qualquer alemão. A Copa do Mundo foi uma experiência única de vida. Espero que tenhamos tanto sucesso quanto há dois anos", disse Ginter após a vitória por 1 a 0 sobre a Nigéria no Itaquerão nesta quarta-feira (17). Na decisão, ele reencontrará Neymar, que fez parte da seleção que sofreu o 7 a 1 e também não participou do jogo –em seu caso, por conta de uma lesão sofrida contra a Colômbia. Ginter ficou no banco de reservas na ocasião. Com um sorriso tímido, o zagueiro descarta a repetição do resultado humilhante para o Brasil. "Será uma partida totalmente diferente, com duas equipes totalmente diferentes. O jogo de sábado não tem nada a ver com o que aconteceu há dois anos. Claro, penso muito nela, mas já acabou. Os Jogos estão acontecendo agora, não importa o que aconteceu no passado", diz."O Brasil tem um time muito forte, eles são favoritos à medalha de ouro, mas acho que não temos motivos para nos esconder", acrescenta. Sobre o atacante do Barcelona, Ginter prevê dificuldades para marcá-lo. "É um jogador de primeira categoria. Será difícil. Mas temos espírito de equipe e estaremos preparados." Ginter voltará a pisar no Maracanã, palco da vitória por 1 a 0 sobre a Argentina que deu o título aos alemães. O zagueiro mostra empolgação ao falar do retorno. "Temos sentimentos muito positivos de voltar. Ganhamos a final da Copa lá, é algo que só acontece uma vez na vida, creio. Tenho ótimas memórias da Copa e também das pessoas daqui. Estou muito feliz por voltar ao Rio de Janeiro e ao Maracanã", conclui. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
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