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1,930,812
Em Novembro de 2011 tinha sito tentada a citação postal, contudo a mesma saiu frustrada;
1,930,813
a. É exequente o Banco ;
1,930,814
b. O devedor foi citado para este processo em 11 de Setembro de 2012;
1,930,815
a. O exequente deste processo é o Banco , S.A.;
1,930,816
b. O devedor foi citado deste processo em 26 de Janeiro de 2012;
1,930,817
Foram penhoradas as quotas que o devedor detém na sociedade Granitos Y, Lda. no valor de Euros 000,00, de Euros 500,00 e de Euros 2500,00, em Maio de 2..;
1,930,818
b. O devedor foi citado para este processo em 25 de Fevereiro de 2014;
1,930,819
a. Em que é exequente a Credora S.A.;
1,930,820
b. O devedor foi citado para este processo em 28 de Novembro de 2013;
1,930,821
a. Em que é exequente a PV, S.A.;
1,930,822
b. O devedor foi citado para este processo em 14 de Janeiro de 2..;
1,930,823
a. Em que é exequente o Banco E, S.A.;
1,930,824
b. O devedor foi citado para este processo em 26 de Abril de 2017;
1,930,825
O devedor alienou todo o seu património, mobiliário e imobiliário, tendo obtido receitas no valor de mais de Euros 48000,00,nestes termos:
1,930,826
Os imóveis:
1,930,827
Sobre os imóveis referidos nas alíneas e o devedor conjuntamente com os restantes comproprietários, irmãos e B.) constituíram uma hipoteca a favor do Banco E, S.A. como garantia das responsabilidades assumidas ou a assumir pela sociedade Lda., provenientes de várias operações bancárias;
1,930,828
Do produto da venda apenas Euros 19000,00 deve ser imputado ao devedor;
1,930,829
Nesta data desconhece-se qual o destino dado ao produto da venda.
1,930,830
As quotas da empresa W - Granito Natural, Lda.:
1,930,831
Em 19 de Janeiro de 2013 o devedor vende, pelo preço de Euros 3000,00, as duas quotas que deteve nesta sociedade, uma no valor de Euros 2939,89, outra no valor de Euros 1469,95, a S. ;
1,930,832
Nesta data desconhece-se ainda qual o destino dado ao produto da venda.
1,930,833
Desde o ano de 2011, o devedor entrou numa espiral negativa, quer pelo início das acções executivas que contra o mesmo pendem e a consequente citação das mesmas, quer, em especial, pela alienação da quase totalidade do seu património, mobiliário e imobiliário.
1,930,834
Trata-se do chamado mecanismo da exoneração do passivo restante.
1,930,835
não exista qualquer dos motivos de indeferimento liminar previstos no art 238;
1,930,836
após o período legal de 5 anos, caso sejam cumpridas as condições, o juiz emita o despacho a que alude o art 24
1,930,837
Tal concessão passa por dois momentos fundamentais: o do chamado despacho inicial ou previsto nos artigos 237, alínea, e 239; e o da decisão final de exoneração, aludido no art 24
1,930,838
Isto sem embargo de aos credores e ao administrador dever ser dada a possibilidade de, quiçá contraditoriamente, se pronunciarem, conforme n 4, do mesmo artigo, e 238, n
1,930,839
O próprio artigo 237, alínea, refere que a concessão pressupõe que não exista motivo para indeferimento liminar.
1,930,840
Entre elas, a da alínea:
1,930,841
Tal inculca a ideia de que a regra é o deferimento liminar do pedido de exoneração, sendo o requerimento como que uma manifestação de um direito potestativo.
1,930,842
Excepção é o indeferimento, dependendo esta da verificação de alguma das situações referidas nas diversas alíneas.
1,930,843
Umas, como as das alíneas, e, pela sua natureza e forma de se revelarem, são certamente de mais fácil controlo imediato pelo juiz em função do que ao processo seja aportado pelos interessados ou ele oficiosamente indague.
1,930,844
Ainda que, porém, o pensamento legislativo nesse sentido condescendente se mostre norteado pela boa ideia de recuperar economicamente o agente e humanamente a pessoa, ele não deixa de se mostrar perpassado pela preocupação de que tal apenas se viabilize estando garantida a seriedade, confiança, lealdade e boa-fé ínsitos ao procedimento e aos fins específicos do processo.
1,930,845
O próprio mecanismo da exoneração não contempla um gracioso perdão generalizado de dívidas. Visa premiar um sério respeito e responsável esforço pela satisfação dos interesses dos credores.
1,930,847
Quanto a isto, contrapõe o apelante, apenas, que:
1,930,848
foi feita errada interpretação e aplicação da norma em apreço.
1,930,849
Mas não prescinde dele.
1,930,850
Sendo este o sentido literal, não diverge o sentido jusnormativo.
1,930,851
o requisito objectivo: qualquer actuação do devedor ou seus administradores;;
1,930,852
o requisito subjectivo: dolo ou culpa grave;
1,930,853
Neste sentido, e por exaustivo, o Acórdão da Relação de Coimbra, de 07-02-2012, de cujo sumário destacamos:
1,930,857
Também no Acórdão daquela mesma Relação do Porto, de 07-07-2016, sobre a matéria se entendeu:
1,930,858
Semelhantemente se refere no Acórdão também da Relação do Porto, de 07-12-2016:
1,930,859
Como a tal propósito se refere no Acórdão desta Relação de Guimarães, de ...-10-2..:
1,930,860
Em tal interpretação, embora não a justificando, alinham Luís Carvalho Fernandes e João Labareda ...):
1,930,862
Acórdão da Relação do Porto, de 25-01-2011
1,930,863
Acórdão da Relação de Guimarães, de 16-01-2014:
1,930,864
Acórdão da mesma Relação, de 25-02-2016:
1,930,865
Embora menos incisivamente mas inferindo-se ter perfilhado a mesma orientação, o Acórdão da Relação de Guimarães, de 18-01-2018:
1,930,866
Ora bem. Vejamos este caso.
1,930,867
Limitou-se, por um lado, nas suas alegações, a deste resultado discordar e a acrescentar que a situação não se configura.
1,930,868
E, por outro, a escolher e elencar alguns dos pontos de facto dados como provados e a, entre eles, inserir um que nem sequer o foi, procurando relevá-lo.
1,930,869
Ora, como se disse, do elenco fáctico constante da decisão recorrida, não resulta um tal cenário.
1,930,870
Não o é, além disso, porque despropositada e erradamente invocados e interpretados, pelo recorrente, os dois acórdãos do Tribunal da Relação de Coimbra que apontou em abono da sua tese.
1,930,871
É disto que tratam os dois arestos, não completamente identificados nem localizados, mas que, por certo, são os de 29-02-2012 e 24-04-2012, proferidos nos processos ns 170/12TMGR-C1 e 399/13TBSEI-E.C
1,930,872
Assinale-se também que não discute o recorrente e, por isso, não se nos coloca como questão concreta a reapreciar o problema da inserção temporal dos factos tidos por relevantes para preencher a citada alínea, problema este que acima delineámos.
1,930,873
Não sendo esta, como se viu e se justificou, a perspectiva que temos sobre isso, o certo é que, estando ou não os factos integrantes da culpa dentro de tal período, não é tema deste recurso pronunciarmo-nos e decidirmos sobre a correcção, quanto a tal segmento, daquele juízo feito pelo tribunal a quo, uma vez que o apelante não o tocou sequer.
1,930,874
Por aqui nos poderíamos, por isso e pelo que já antes se disse, quedar.
1,930,875
Ainda assim, sempre se acrescente, uma vez que o recorrente refere não se verificar a culpa e apesar de não dizer porque entende ser assim e, sobretudo, de não criticar, como é suposto que fizesse, o juízo emitido sobre ela na decisão recorrida, mais o seguinte.
1,930,876
Há, porém, uma diferença respeitante ao nível da prova ou da demonstração da realidade fáctica a considerar.
1,930,877
Indícios, portanto, da probabilidade. Não demonstração da realidade.
1,930,878
Indícios que no caso resultam patentes.
1,930,879
Com efeito, como aí se explica:
1,930,880
Não resulta dos autos tal possibilidade.
1,930,881
Como, a este respeito, também eloquentemente se considerou no Acórdão da Relação de Coimbra, já referido e que mais uma vez lembramos, citando-o:
1,930,882
"A questão que se coloca é a de saber se a conduta da insolvente deve ser qualificada como culposa e, na afirmativa, qual a modalidade de culpa que lhe corresponde.
1,930,883
E interrogando-se, na situação ali em análise, que para esta se pode transpor perfeitamente, se um bom pai de família, com os rendimentos e património que possuía, teria contraído tamanhas responsabilidades, umas sobre outras, ao longo de anos, ficando despido e em situação miserável, continuou:
1,930,884
E porque se trata de aferir da correcção da conduta da insolvente, salvo melhor opinião, não relevam as considerações afectivas subjacentes ao comportamento adoptado pela insolvente. A finalidade visada com a contracção sucessiva de obrigações não retira a essa conduta a patente e grosseira desconformidade com as regras que devem pautar a actuação de quem quer que seja na assunção de responsabilidades financeiras.
1,930,885
A generalidade das pessoas adoptaria a conduta que a insolvente adoptou ou só alguém particularmente descuidado, imprevidente, quiçá mesmo indiferente a adoptaria?
1,930,886
Não se encontra razão justificativa para tal postura e procedimento, naturalmente reprovável.
1,930,887
Deve, assim, improceder a apelação e confirmar-se a decisão recorrida.
1,930,894
Acórdão da Relação de Guimarães, de 10-07-2014, processo 2503/18TBGMR-A.G1 Manuela.
1,930,895
Na expressão das citadas autoras.
1,930,896
Como diz Assunção Cristas, inA Exoneração do Devedor pelo Passivo Restante, Thémis, 2005, páginas 165 a 180, o devedor sujeita-se a uma espécie de purgatório para obter o perdão e uma nova oportunidade. Só que, a uma tal redenção assim concedida pelo legislador, segue-se, comentamos nós, o inferno dos credores, em cujo fogo os seus créditos ficam reduzidos a cinzas.
1,930,897
Acórdão da Relação do Porto, de 20-12-2011 Pinto dos.
1,930,898
Assim, Acórdão da Relação do Porto, de 12-10-2009 Cecília.
1,930,899
Process0 353/05TYVNG-E.P1 Carlos.
1,930,900
Processo n 262/19T8AMT-P1 Aristides Rodrigues de.
1,930,901
Proferido no processo n 938/18TBGMR-G1 Maria da Purificação.
1,930,902
CIRE Anotado, Quid Juris, 2008, páginas 610 e 61
1,930,903
Processo n 767/18T2AVR-B.C1 José Eusébio.
1,930,904
Processo n 1409/12TBVVD-B.G1 Manuela.
1,930,905
Processo n 1857/13TBGMR-G1 Cristina.
1,930,906
Processo n ...18/19T8BGC-E.G1 João Peres.
1,930,907
Relatados pelos Desembargadores Carlos Gil e Fonte Ramos acessíveis na Base de Dados da.
1,930,909
A., depois de deduzir pedido de apoio judiciário na modalidade de dispensa total de pagamento de taxa de justiça e demais encargos e nomeação e pagamento da compensação de patrono, veio deduzir embargos de executado, por apenso aos autos de execução para pagamento de quantia certa que o Banco B., S.A. lhe movia.
1,930,910
É deste despacho que o embargante vem agora recorrer, apresentando no final das suas alegações as seguintes conclusões:
1,930,911
enquanto revelia operante, em conformidade com o preceituado no artigo 56, n. 1, ambos do P..
1,930,912
Pede assim que seja dado provimento ao recurso de apelação e que a sentença recorrida seja revogada, determinando-se que os autos prossigam os seus termos posteriores.
1,930,913
O exequente foi notificado para os termos dos embargos e do recurso, não tendo apresentado contra-alegações.
1,930,915
A decisão recorrida assentou resumidamente na seguinte factualidade:
1,930,917
Logo na petição de embargos veio defender que o prazo do Art. 72 n. 1 do P.foi interrompido pela apresentação do pedido de proteção jurídica junto da Segurança Social, tendo em atenção o disposto no Art. 2 n. 4 da Lei n. 34/2004 de 29/ Pelo que, tendo a nomeação da defensora oficiosa ocorrido apenas em 21/12/2017, ainda estaria em tempo para deduzir embargos.
1,930,918
Com estes fundamentos, os embargos foram rejeitados por intempestivos, embora o termo correto deveria antes ser a extemporaneidade.
1,930,919
Dissemos então o seguinte:
1,930,920
Lisboa, 24 de setembro de 2019
1,930,925
PROC 3327/10TBSTS-J.PS2
1,930,928
Custas pelo Recorrente, aqui Reclamante, com taxa de Justiça em 3 Ucs, sendo o pagamento das custas sempre sem prejuízo do benefício de apoio judiciário concedido.
1,930,935
Recorrente / Autor: Banco, SA
1,930,937
Trata-se de uma ação declarativa de condenação através da qual o A pretende fazer operar a impugnação pauliana, decretando-se a ineficácia, em relação a si, da doação efetuada pelos e RR aos e RR dos imóveis descritos na p., podendo o A executar os referidos bens no património dos e R na medida em que tal seja necessário para obter o pagamento integral do seu crédito e praticar atos de conservação de garantia patrimonial.
1,930,938
Salvo o devido respeito, o Banco Apelante não se pode conformar com esta douta Sentença, pois considera que a mesma não fez uma correcta interpretação e aplicação do direito ao caso concreto, conforme a seguir se demonstrará;