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Várzea de Tavares é uma antiga freguesia portuguesa do concelho de Mangualde, com 8,44 km² de área e 314 habitantes (2011). A sua densidade populacional era 37,2 hab/km². Foi extinta (agregada) pela reorganização administrativa de 2012/2013, sendo o seu território integrado na União de Freguesias de Tavares (Chãs, Várzea e Travanca). A Várzea de Tavares é composta por Torre de Tavares e Vila Cova de Tavares. As principais actividades económicas da antiga freguesia são a agricultura e a pastorícia. Na antiga freguesia são celebradas Romarias em honra de Santo António (13 de Junho), Nossa Senhora de Santa Eufémia (16 de Setembro), São José (19 de Março), Nossa Senhora de Fátima (13 de Maio) e Nossa Senhora da Conceição (8 de Dezembro). Nesta antiga freguesia nasceu uma pessoa muito importante para a história do Cristianismo: João Ferreira de Almeida (Torre de Tavares, Várzea de Tavares, Portugal, 1628 — Batávia, Indonésia, 1691), que foi um tradutor, escritor e pastor. Ele foi especialmente reconhecido por ser a primeira pessoa a traduzir a Bíblia Sagrada para a língua portuguesa. População Média do País no censo de 2001: 0/14 Anos-16,0%; 15/24 Anos-14,3%; 25/64 Anos-53,4%; 65 e mais Anos-16,4% Média do País no censo de 2011: 0/14 Anos-14,9%; 15/24 Anos-10,9%; 25/64 Anos-55,2%; 65 e mais Anos-19,0% Património Igreja Matriz Capela de Santa Eufémia Capela de Santo António Colectividades Sociedade Filarmónica de Vila Cova de Tavares Centro Social e Desportivo de Várzea de Tavares Grupo Recreativo Torre de Tavares Ligações externas Antigas freguesias de Mangualde
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Alpendurada e Matos foi uma freguesia portuguesa do concelho de Marco de Canaveses, com de área e habitantes. A sua densidade populacional é de . Foi elevada a vila em 16 de Agosto de 1991. Até à revolução liberal fez parte do couto de Alpendorada, sendo então integrada no entretanto extinto concelho de Benviver. A freguesia foi extinta pela reorganização administrativa de 2013, sendo o seu território integrado na freguesia de Alpendorada, Várzea e Torrão. População História Há notícia de Alpendorada referindo o ano do Senhor 870, século IX, conforme cópia na contra-capa do que será o documento Latino-Português mais antigo até hoje decifrado, que está escrito em pergaminho e arquivado na Torre do Tombo, em Lisboa. A Enciclopédia Beneditina Lusitana (Tomo II), dedica a Alpendorada trinta e cinco páginas e aponta a fundação do Mosteiro de S. João Baptista de Pendorada para 1024. O Dicionário Corográfico Américo Costa dedica a Alpendorada quase seis páginas e confirma a fundação em 1024. O Padre Manuel Vieira de Magalhães, o elucidário de Santa Rosa do Viterbo, Pinheiro Leal em “Portugal Antigo e Moderno“, José Matoso, etc., apontaram 1054, 1059, 1062 e 1064 como datas da fundação, mas todos confirmam a sua existência em 1834. Falam de Alpendorada Alberto Pimentel, século XIX, em corografia da Terra Portuguesa e Testamento de Sangue, Camilo Castelo Branco, século XIX, em “A Bruxa do Monte Córdoba”, Raul Rego, “Jornal de Notícias”, século XX, o Padre David Teixeira, “O Marcoense” de 1943, D. Rafael Abade de Singeverga, reitor do Instituto Pio XII em 1992, entre outros. Turismo Museu da Pedra (O primeiro núcleo do Museu da Pedra do Marco de Canaveses foi hoje inaugurado e pretende "reunir os testemunhos da importância do granito para o concelho e para a região". Este primeiro núcleo "corresponde à primeira fase de um projecto que visa estender o museu para muitos lugares". "Este museu [o único no país ligado ao granito] é diferente, pela sua concepção, pelo que está ligado à ancestralidade humana e que desce progressivamente até à actualidade", referiu. "O museu está pensado para se espalhar por vários espaços que marcam a relação do homem com a pedra, a pedra com a arte, com o património e com a sua história".) Hotelaria Hotel Convento Alpendorada e Casa de gondomil Economia Actividades económicas: extracção e preparação de granito, construção civil, indústria têxtil e agricultura. Artesanato: peças decorativas em granito e tecelagem. Feiras: todos os Sábados. Festas e romarias São João Baptista (Junho) Marchas de São João (Junho) São Miguel de Matos(Maio) Senhora da Silva (Agosto) São Sebastião (Janeiro) Bienal da pedra (Outubro) Colectividades Futebol Clube de Alpendorada Associação Recreativa Cultural de Alpendorada Rancho Folclórico S. João Baptista de Alpendorada Clube de Caça Clube de Pesca e Desportos Náuticos Clube de Atletismo CIAA Fanfarra Juvenil de Alpendorada Ginásio Clube de Alpendorada Ass. Amadores de Pesca de Alpendorada Grupo de Jovens - Pronúncia Jovem Piscinas Municipais de Alpendorada Academia de música (ARADUM) - inclui canto, dança, teatro, flauta transversal, piano, guitarra, formação musical, acordeão, etc.. Património Memorial de Alpendorada ou Memorial de D. Sousinho Álvares Penedo do Açougue - um grande penedo utilizado pelos Mouros para desfazer animais que caçavam ou criavam. Mais tarde, já no século XX esse mesmo penedo foi desfeito para a criação de postes em granito que seriam utilizados para sustentar vides. Castro dos Arados ou Alto de Santiago Campa medieval de granito Igreja do Mosteiro de Alpendurada (São João Baptista) Casa de Vilacetinho Convento de São João de Alpendurada Igreja matriz Capela de São Sebastião Vilas de Portugal Antigas freguesias de Marco de Canaveses
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Magrelos foi uma freguesia portuguesa do concelho de Marco de Canaveses, com de área e 800 habitantes (2011). A sua densidade populacional é de . Foi extinta pela reorganização administrativa de 2013, sendo o seu território integrado na freguesia de Bem Viver. A freguesia de Magrelos confinava com Ariz, São Lourenço do Douro, Alpendurada e com o Rio Douro. Distava 13 quilómetros da sede do concelho, e era uma das mais pequenas freguesias do Concelho do Marco de Canaveses. Magrelos possui uma paisagem singular, com o rio Douro a banhar uma das suas fronteiras. O território de Magrelos tem uma topografia íngreme, o que dificulta o cultivo das suas terras. Contudo, uma das actividades económicas predominantes é a agricultura, seguida da construção civil e a exploração de pedreiras . Faziam parte desta antiga freguesia cerca de dezoito lugares. No âmbito do desporto, Magrelos conta com um campo de futebol de onze e de um pavilhão gimnodesportivo. Possui também uma associação Cultural e Recreativa, com o nome Reticências Douradas - Associação Cultural e Recreativa, criada em Novembro de 2014. Desde Junho de 2020, Magrelos possui também um Baloiço Comunitário com o nome Baloiço Nossa Senhora da Luz em Magrelos no Parque do Divino Salvador de Magrelos. Em 2013, com a reforma administrativa, Magrelos foi agregada a nova freguesia de Bem Viver, juntando numa só freguesia Ariz, Favões e Magrelos. População Património Igreja do Divino Salvador (matriz) Capela da Senhora da Luz Casas da Seara e da Capela Vestígios arqueológicos Antigas freguesias de Marco de Canaveses
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Santo Isidoro foi uma freguesia portuguesa do concelho de Marco de Canaveses, com de área e habitantes (2011). Densidade: . Foi extinta pela reorganização administrativa de 2013, sendo o seu território integrado na freguesia de Santo Isidoro e Livração. População Património Igreja de Santo Isidoro Antigas freguesias de Marco de Canaveses
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Várzea do Douro foi uma freguesia portuguesa do concelho de Marco de Canaveses, com de área e habitantes (2011). A sua densidade populacional foi . Até ao liberalismo fez parte do couto de Alpendurada, sendo então integrada no extinto concelho de Benviver. A freguesia foi extinta pela reorganização administrativa de 2013, sendo o seu território integrado na freguesia de Alpendorada, Várzea e Torrão. População Património Igreja Nova de São Martinho (matriz) Capelas da Senhora da Guia, de Nossa Senhora de Água do Lupe e de Nossa Senhora de Lurdes Casas da soalheira, da Vila Angélica, da Quinta da Várzea, da Senhora da Guia, do Sebolido e do Bairro Vestígios arqueológicos Cais de Bitetos Dólmen do Castelo de Baixo Lagares abertos na rocha Castro de Penegotas Personalidades ilustres Barão da Várzea do Douro e Visconde de Garcês Antigas freguesias de Marco de Canaveses
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Santa Maria de Marvão é uma freguesia portuguesa do município de Marvão, com 23,40 km² de área{{citar web|url= http://www.dgterritorio.pt/ficheiros/cadastro/caop/caop_download/caop_2013_0/areasfregmundistcaop2013_2 |título= Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013 |publicado= IGP Instituto Geográfico Português|acessodata= 10 de dezembro de 2013|notas= descarrega ficheiro zip/Excel|arquivourl= https://web.archive.org/web/20131209063645/http://www.dgterritorio.pt/static/repository/2013-11/2013-11-07143457_b511271f-54fe-4d21-9657-24580e9b7023$$DB4AC44F-9104-4FB9-B0B8-BD39C56FD1F3$$43EEE1F5-5E5A-4946-B458-BADF684B3C55$$file$$pt$$1.zip|arquivodata= 2013-12-09|urlmorta= yes}} e 398 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . É a única freguesia urbana do município de Marvão, correspondendo à totalidade da povoação sede deste concelho, a vila de Marvão. O seu nome provém do governador mouro Marwan'' que aí tinha refúgio. Demografia A população registada nos censos foi: Património Castelo de Marvão Cruzeiro da Estrela Igreja de Santa Maria (Santa Maria de Marvão) Pelourinho de Marvão Palácio Bourbon e Valle ou Palácio dos Barros Castelo-Branco Barba Mouzinho e Mattos Solar dos Mattos Mouzinhos ou Solar dos Pinto Pereira de Faria Fraústo Todo o aglomerado urbano sito dentro do perímetro do Castelo de Marvão e das Muralhas de Marvão Convento de Nossa Senhora da Estrela Lugares A freguesia agrega os seguintes lugares: Galegos Marvão Pitaranha Ponte Velha Porto Roque - Fronteira de Marvão Registo Laginha Monte Baixo Freguesias fronteiriças de Portugal
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Matosinhos foi uma antiga freguesia portuguesa do concelho de Matosinhos, com 5,31 km² de área e 30 984 habitantes (2011). Densidade: 5 835 hab/km². A freguesia de Matosinhos, juntamente com Leça da Palmeira, integrava a cidade de Matosinhos. Foi extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo sido agregada à freguesia de Leça da Palmeira, para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira da qual é a sede. População Com lugares desta freguesia foi criada, pelo decreto lei nº 22.677, de 14/06/1933, a freguesia da Senhora da Hora Património Conjunto - fábricas Algarve Exportador e Rainha do Sado Padrão do Bom Jesus de Matosinhos Igreja do Salvador (Matosinhos) ou Igreja Paroquial de Matosinhos Edifício da Real Companhia Vinícola Política Eleições autárquicas Antigas freguesias de Matosinhos
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Luso é uma vila e freguesia portuguesa do município da Mealhada, com 16,87 km² de área e 2276 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . Foi criada em 1837 por desmembramento da freguesia de Vacariça. É formada pelos seguintes lugares: Barrô, Buçaco, Carvalheiras, Lameira de Santa Eufémia, Lameira de São Pedro, Louredo, Luso, Monte Novo, Salgueiral e Várzeas. A vila do Luso é um dos lugares mais conhecidos do município da Mealhada. Vila turística, arborizada na parte meridional (sul) do Baixo Vouga, distrito de Aveiro. Inclui no seu território grande parte da serra do Buçaco, conhecida pela sua exuberante paisagem. Foi perto daí que se travou, em 1810, a batalha do Buçaco entre as forças napoleónicas e anglo-lusas, no quadro da Guerra Peninsular. O Luso é também conhecido pela pureza das suas fontes de águas termais, utilizadas no tratamento de problemas renais e males da pele. Foi elevado a vila em 6 de novembro de 1937 pelo decreto-lei n.º 28142. Próximas ao Luso estão as cidades da Mealhada, Anadia, Coimbra, Santa Comba, Águeda, Oliveira do Bairro, Cantanhede e Aveiro. Demografia A população registada nos censos foi: Património Palácio Hotel de Buçaco, Palacete Hotel do Buçaco ou Palace Hotel do Buçaco e Mata Nacional do Bussaco, incluindo as capelas e ermidas, Cruz Alta em conjunto com o Convento de Santa Cruz do Buçaco Grande Hotel do Luso de Cassiano Branco Capelas de São João Evangelista, de Santo António e de São Pedro Casas do Marquês da Graciosa e de Emídio Navarro Busto de Emídio Navarro Fonte de São João Azenhas de Carpinteiros Vila Duparchy Ver também Termas do Luso Termalismo Ligações externas Sítio da Junta de Freguesia de Luso Portal não oficial sobre Luso Página Facebook do Clube LusoClássicos
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Barreira é uma freguesia portuguesa do município de Mêda, com 25,46 km² de área{{citar web|url= http://www.dgterritorio.pt/ficheiros/cadastro/caop/caop_download/caop_2013_0/areasfregmundistcaop2013_2 |título= Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013 |publicado= IGP Instituto Geográfico Português|acessodata= 10 de dezembro de 2013|notas= descarrega ficheiro zip/Excel|arquivourl= https://web.archive.org/web/20131209063645/http://wwwdgterritoriopt/static/repository/2013-11/2013-11-07143457_b511271f-54fe-4d21-9657-24580e9b7023$$DB4AC44F-9104-4FB9-B0B8-BD39C56FD1F3$$43EEE1F5-5E5A-4946-B458-BADF684B3C55$$file$$pt$$1zip|arquivodata= 2013-12-09|urlmorta= yes}} e 165 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . A aldeia da Barreira caracteriza-se pela sua grande festa tradicional que remonta à data de 1900, consagrada a Nossa Senhora dos Milagres'', sendo a festa mais frequentada da zona tanto a nível religioso, como a nível comercial e económico devido a grande densidade de emigrantes da zona. Demografia Nota: Nos censos de 1878 a 1930 figura Barreira e Gateira. No censo de 1864 figuram no concelho de Vila Nova de Foz Côa como freguesias distintas. Passaram para o atual concelho por decreto de 4 de dezembro de 1872. Pelo decreto-lei nº 27.424, de 31 de dezembro de 1936, foi extinta a freguesia de Gateira, ficando os seus lugares incluídos nesta freguesia. A população registada nos censos foi: Património Igreja Paroquial de Santa Catarina Capela de Nossa Senhora dos Milagres Capela de São Sebastião Capela da Santíssima Trindade Freguesias de Mêda
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Outeiro de Gatos é uma antiga freguesia portuguesa do município da Mêda, com 12,97 km² de área e 347 habitantes (2011). A sua densidade populacional era 28,8 hab/km². Foi extinta (agregada) pela reorganização administrativa de 2012/2013, sendo o seu território integrado na União de Freguesias de Mêda, Outeiro de Gatos e Fonte Longa. Fez parte do extinto concelho de Casteição até 1836. Esta aldeia engloba as anexas de Enxameia e Areola tendo as últimas umas termas com excepcional qualidade, mas infelizmente não aproveitadas. A anexa de Areola possui ainda uma ponte romana em excelente estado de conservação. Possui um solar recentemente restaurado que servirá para turismo rural. No seu conjunto existem cinco capelas e uma igreja. A fonte da Nogueira e a fraga dos Gatos de Ouro são dois dos símbolos mais importantes na freguesia. População {| ! colspan="16" | Totais e grupos etários |- | | align="center" | 1864 | align="center" | 1878 | align="center" | 1890 | align="center" | 1900 | align="center" | 1911 | align="center" | 1920 | align="center" | 1930 | align="center" | 1940 | align="center" | 1950 | align="center" | 1960 | align="center" | 1970 | align="center" | 1981 | align="center" | 1991 | align="center" | 2001 | align="center" | 2011 |- bgcolor="white" |Total | align="right" | 654 | align="right" | 696 | align="right" | 659 | align="right" | 704 | align="right" | 671 | align="right" | 695 | align="right" | 699 | align="right" | 843 | align="right" | 708 | align="right" | 639 | align="right" | 484 | align="right" | 476 | align="right" | 307 | align="right" | 406 | align="right" | 347 |- bgcolor="white" Por idades em 2001 e 2011 Localização A freguesia de Outeiro de Gatos integra o concelho da Meda e fica a 3 quilómetros da sede do concelho. É uma localidade de agradável aspecto, de campos verdejantes, cobertos de vinhas, olivais e amendoais. É atravessada pela Estrada Municipal 601, que, partindo da Meda e passando por esta freguesia, se encaminha para o Aveloso, um pouco ao longo da Ribeira Teja, e depois se encaminha para a Prova, daí fazendo ligação com terras dos concelhos de Trancoso e Sernancelhe. O lugar da Areola é uma anexa desta freguesia. A Ribeira Teja nasce a norte de Trancoso, atravessa todo o concelho da Mêda e, após um percurso de cerca de 45 quilómetros, desagua na margem esquerda do rio Douro, já em terras do concelho de Vila Nova de Foz Côa. Entre Outeiro de Gatos e Aveloso, sobre a Ribeira Teja, encontramos esta singela e linda ponte. Património Igreja Paroquial de Outeiro de Gatos; Capela de São Sebastião; Capela da Senhora do Desterro; Capela de Santo António. Clima Segundo a classificação climática de Köppen-Geiger, o Clima de Outeiro de Gatos é Temperado, do Tipo C, verificando-se o Subtipo Cs (Clima temperado com Verão seco) e a variante "a" na generalidade do concelho.Classificação Csa. Clima temperado com Verão quente e seco e inverno rigoroso com queda de neve. Gastronomia Grelos à pobre Azeitona doce Queijo de ovelha Chouriças Azedas cruas Omelete de espargos Bacalhau Assado com Batatas a Murro Papas laberças Migas ripadas Migas de alho Salada de batatas com azedas Sopa de beldroegas Sopa de fiolho Pão de centeio Torresmos da Beira Bacalhau Assado com Batatas a Murro Filhoses de Natal Doce de abóbora com amêndoa Tradições RANCHO FOLCLÓRICO O Rancho Folclórico de Outeiro de Gatos foi criado em 1955 com 30 pares. Como não havia apoios, cada elemento arranjava as suas próprias roupas. Abriam-se baús, pedia-se a avó e à vizinha e cada um apresentava o seu melhor fato. Faziam-se actuações na aldeia na altura da festa e algumas vezes havia deslocações até à Mêda. Numa dessas participações chegaram a ganhar o 2º Prémio da Lavadeira. Hoje o rancho só actua na festa da aldeia em Agosto. Juntam-se rapazes e raparigas que, divertidos, dançam e cantam, fazendo o seu melhor, para satisfação de quem ainda aprecia a tradição. Notas históricas Outeiro de Gatos fazia parte do termo do antigo concelho de Casteição e a sua história, tal como a do lugar dos Chãos, está intimamente relacionada com a sede daquele concelho extinto pela Reforma Setembrista, em 6 de Novembro de 1836. Em 1527, o censo régio da população registava 6 moradores na "quinta de Outeiro de Gatos". D. Joaquim de Azevedo, na História Eclesiástica da Cidade e Bispado de Lamego, fidalgo capelão da Casa Real e abade de Cedovim, nos finais do Século XVIII e princípios do Século XIX, assim descreve Outeiro de Gatos: "… no termo de Casteição, dista de Lamego 10 léguas, de Lisboa 59; curato de Nossa Senhora da Graça, que renderá 60$00 réis, apresentado pelo Abade de Casteição; tem capelas de S. Sebastião, Nossa Senhora do Desterro, na quinta de Enxameia; Nossa Senhora do Amparo, na quinta do Desembargador Caetano Saraiva; há nesta freguesia um grande campo do concelho, chamado Tecedeira, que os lavradores por devoção fabricam para o culto divino, e do que produziu um ano se fizeram os dois pequenos, mas bons sinos da igreja; produz a terra muitos gados, castanhas e pão; tem 168 fogos, almas 401." No final do Século XVII, Outeiro de Gatos estava integrado no concelho de Ranhados, juntamente com a Areola, e a sua população conjunta atingia então os números de 85 fogos e 340 almas, que se elevaram bastante à entrada de 1900, pois, nesse ano, registava o conjunto de Outeiro de Gatos e Areola 193 fogos e 705 almas. Em 1960 a localidade de Outeiro de Gatos contava 398 habitantes, e 318 habitantes vinte anos depois, tendo perdido 15% em duas décadas. A cultura de cereais, a produção de seda e o pastoreio do gado fizeram prosperar as gentes desta freguesia entre os séculos XVI e XVIII. Em breve a cultura vinícola foi ocupando terras que dantes produziam cereal, aumentando o rendimento dos habitantes. Algumas habitações existentes na localidade mostram o crescimento económico que então se verificou; a Casa dos Pessanhas é um belo exemplar, mas outras casas aqui se encontram, de abastados lavradores. É do final do Século XVIII a construção da Igreja Matriz, de notória traça barroca. Também nesse período teve vida florescente um convento, de que há ainda alguns vestígios. O vinho de Outeiro de Gatos tem características peculiares, sendo conhecido como um vinho perfumado. José Augusto Abrunhosa Tavares, um dos ilustres filhos desta localidade, referiu tal característica na sua obra "Um jogo da barra às portas de Almeida", um trabalho notável por quanto nele se consigna de interesse histórico e etnográfico acerca desta região. Referência especial para um outro seu natural, cultor das letras, o Dr. Alfredo Cabral, que dirigiu o jornal "O Educador", foi dirigente superior do Ministério da Educação em Lisboa e publicou alguns livros de poesia, utilizando admiravelmente a redondilha popular. De realçar ainda que o Hino à Armada Portuguesa foi escrito por um natural de Outeiro de Gatos de nome, António Maria Ramos. Fontes RODRIGUES, Adriano Vasco. Terras da Meda: Natureza e Cultura. 1983 SARAIVA, Jorge António Lima. MARQUES, Jorge Trabulo (fotografia). O Concelho de Meda: 1838-1999. Meda: Câmara Municipal de Meda, 1999. Antigas freguesias de Mêda
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Melgaço é uma vila raiana portuguesa localizada na sub-região do Alto Minho, pertencendo à região do Norte e ao distrito de Viana do Castelo. É sede do município de Melgaço, tendo uma área urbana de 11,51 km2, num total de 238,25 km2, e 7.773 habitantes em 2021, perfazendo a sua densidade populacional de 32 habitantes por km2, subdividido em 13 freguesias. O município é limitado a norte e leste pela região espanhola da Galiza, a sul pelo município de Arcos de Valdevez e a oeste por Monção. É o município mais setentrional do país. São também notáveis as inúmeras pontes romanas e medievais por todo o município, monumentos e alinhamentos megalíticos, antigas fortificações, como o Castelo de Melgaço e o Castelo de Castro Laboreiro, assim como vários solares, igrejas românicas, o parque termal, museus e trilhos pedestres, para além da fauna e flora natural do município, salvaguardada pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês em Lamas de Mouro. Geografia Composto por uma densa rede hidrográfica, sendo o seu concelho delimitado ou atravessado pelos rios Minho, Mouro e Trancoso e Laboreiro assim como pelos concelhos galegos de Entrimo, Verea, Quintela de Leirado, Padrenda, Crescente e Arbo e portugueses de Arcos de Valdevez e Monção, as suas 13 freguesias distribuem-se por zonas de planalto, montanha, serra, vale, planície e encostas. A sua geografia é composta por um anfiteatro de altitudes gradualmente crescentes a partir da orla ribeirinha até ao Cabeço do Pito e ao Planalto de Castro Laboreiro, na zona leste, e aos cumes de Chãs da Lama, Alto do Corisco, Alto do Fojo, Coto do Corno, Cão Pendurado e Chão da Roca, que pontificam na zona sul. O ponto mais elevado do município de Melgaço situa-se no Giestoso, também referido pelos locais como "O Talefre", sendo a 4ª montanha mais elevada do distrito de Viana do Castelo e a 29ª mais alta de Portugal Continental, com 1335 metros de altitude, na freguesia de Castro Laboreiro e Lamas de Mouro. Outro ponto de elevação nas proximidades do Planalto de Castro Laboreiro é a zona da Pena de Numão (ou Anamão), onde se situa a antiga Ermida da Senhora de Numão. História Pré-História e Idade dos Metais Com a existência de pinturas rupestres, no Fieiral, uma das maiores necrópoles pré-históricas da Península Ibérica, no planalto de Castro Laboreiro, e vários monumentos megalíticos, nomeadamente em Parada do Monte, Cousso e Gave, os primeiros povoamentos humanos na localidade de Melgaço remontam essencialmente ao período neolítico e em outras zonas do município à Idade do Cobre e à Idade do Bronze, onde ainda persistem vestígios de mais de oitenta edificações ancestrais, como mamoas, dólmens, antas e alinhamentos megalíticos. Durante a Idade do Ferro, a localidade era composta por diversos povoamentos gróvios e galaicos de origem celta, preservando-se até aos dias de hoje vários exemplares da cultura castreja para além dos traços linguísticos, folclore, música, costumes e tradições, como a prática da transumância, marcada pelas brandas e inverneiras na localidade. Atualmente em paradeiro desconhecido, o "Ídolo de Paderne", uma pequena escultura zoomorfa, oferecida ao arqueólogo e etnógrafo José Leite de Vasconcelos durante as suas expedições pela região melgacense, foi apenas um dos muitos artefatos de cultura pré-histórica que foi encontrado nas ruínas das antigas cividades do município. Domínio Romano Com a expansão do Império Romano e a conquista da Península Ibérica, após várias batalhas travadas e com o cessar da resistência pelas tribos nativas, durante os reinados dos imperadores Augusto (63 a.C.-14 d.C) e Júlio César (100 a.C.-44 a.C.), entre 26 a.C. e 19 a.C., a região de Melgaço, então denominada Melgaci, ficou sob o domínio dos romanos, integrando a região da Galécia e a província de Hispania Citerior Tarraconensis. Confundindo-se a história com as lendas locais, apesar de ainda controverso, segundo vários historiadores, como José Leite de Vasconcelos ou José Hermano Saraiva, era relatado que à época, na região, existia um clã, que se fixou no planalto onde se situa o centro histórico da Vila, liderado por um celta romanizado de nome Melgacus ou ainda Melgaecus, originando assim a razão toponímica deste município minhoto. Desse período, preservaram-se partes da via romana entre Valença e Melgaço, inúmeras pontes, como a Ponte da Cavada Velha, Peso, Dorna e Lamas de Mouro, sepulturas, fortificações militares, que originaram as fundações do Castelo de Melgaço e do Castelo de Castro Laboreiro, a cultura da vinha e a produção do vinho, a extração de minérios e, mais recentemente descobertos por um coletivo científico que investiga a presença militar romana no Noroeste da Península Ibérica, vestígios de um dos maiores acampamentos militares romanos de carácter temporário, com mais de 20 hectares e com capacidade para albergar um contingente com mais de 10 mil soldados, na Lomba do Mouro, em Castro Laboreiro. Invasões Bárbaras Após a queda do Império Romano do Ocidente, com as invasões bárbaras, os suevos migraram para a região minhota, estabelecendo um dos primeiros reinos a separar-se do Império Romano, o Reino Suevo, sendo posteriormente, em 585, o território anexado pelos visigodos na sexta província do Reino Visigótico. Apesar de muitos dos vestígios deste período terem sido destruídos, quer pelo tempo quer por outros conflitos posteriores, a construção das primeiras igrejas cristãs na região, nomeadamente da extinta ermida dedicada aos mártires São Facundo e São Primitivo, e a tradição dos fornos comunitários de Pontes, em Castro Laboreiro, remontam a esse período. Ocupação Muçulmana Com a invasão muçulmana na Península Ibérica, a partir de 711, o território ficou sob ocupação moura, voltando a estar sob o domínio cristão no início do século IX, após várias batalhas travadas durante a Reconquista Cristã, liderada por Pelágio (685-737) do Reino das Astúrias. Uma das batalhas mais conhecidas da região realizou-se no ano de 812, no lugar de Vale de Mouro, junto ao Rio Ornese, em Lamas de Mouro, onde, segundo a lenda, D. Bernardo del Carpio lutou contra as forças de Ali-Aton, rei de Córdova, que caiu derrotado. Apesar da presença mourisca nas terras minhotas ter sido curta, esta cultura também deixou a sua influência, perdurando na toponímia de algumas localidades melgacenses (ex. Lamas de Mouro, Vale de Mouro, Coto da Moura, Casa dos Mouros, Lomba do Mouro, Rio Mouro, etc.) e no folclore regional com as lendas de tesouros amaldiçoados e mouras encantadas. Quase nenhum exemplar da arquitectura islâmica perdurou no concelho, existindo apenas vestígios de uma antiga fortificada atalaia, onde atualmente se situa o Castelo de Melgaço. Incursões Vikings Ainda durante o século IX e X, a população raiana não viveu tempos de paz, sendo também vítima de ataques, saques e raptos realizados por várias embarcações vikings que incursaram por várias ocasiões pelo Rio Minho, deixando como prova disso vários exemplares de esculturas de dragões e outras figuras, pertencentes à mitologia nórdica, nos locais onde atracavam e construíam os seus portos ou acampamentos provisórios, nomeadamente nas margens do Rio Minho, em Monte Prado. Condado Portucalense Com a presúria de Vímara Peres (820-873), em 868, sucedeu-se um intenso trabalho de repovoação entre a região do Minho e do Douro, auxiliado por cavaleiros cristãos de diversas nacionalidades, que receberam vários títulos e o encargo de senhores de diversas terras em troca de as protegerem caso os muçulmanos voltassem a atacar, como o conde Hermenegildo Guterres (842-912), também referido como Mendo Guterres, avô de São Rosendo, que erigiu sob um castro antigo o Castelo de Castro Laboreiro, ou o cavaleiro Soeiro Aires (1140-1179), que recebeu o domínio de Alvaredo e Valadares. Sob um novo regime feudal, Melgaço tornou-se então parte integrante do Condado Portucalense, sendo um dos principais pontos de acesso do Reino da Galiza para o condado e um importante marco na rota de mercadorias e mantimentos para a linha da frente das forças militares cristãs. Posteriormente, entre 1144 e 1145, os mouros ocuparam o Castelo de Castro Laboreiro, sendo reconquistado um ano depois pelas tropas lideradas por D. Afonso Henriques (1109-1185). Reino de Portugal Durante a guerra da independência que gerou o Reino de Portugal, Melgaço e Castro Laboreiro tomaram partido de D. Afonso Henriques contra o Reino de Leão, tomando o Castelo de Castro Laboreiro com a ajuda dos populares e das freiras beneditas de Paderne, a quem lhes foi concedido couto próprio. Anos depois, o Castelo de Melgaço começou a ser construído em 1170, por ordem da coroa portuguesa e com o apoio dos mosteiros de Longos Vales e de Fiães. Recebendo o seu primeiro foral em 1183, o qual garantia aos seus habitantes privilégios semelhantes aos que gozava o feudo galego de Ribadavia, a localidade tornou-se então no ponto mais setentrional do país, passando a integrar a linha fronteiriça dos domínios de Portugal.Progredindo desde então, a alcaidaria de Melgaço e de Lapela, em Monção, recaiu sobre a alçada do cavaleiro e morgado Lourenço Gonçalves de Abreu (1100-1141), permanecendo na família Gomes de Abreu durante a primeira dinastia portuguesa, sendo ainda atribuído o cargo do primeiro juiz ordinário da localidade a Iohannes Bezerrus no reinado de D. Afonso Henriques. Com a forte influência das ordens religiosas na região, nomeadamente da Ordem de Cister, São Bento e de Santo Agostinho, nesse mesmo ínterim, fundaram-se inúmeras igrejas, conventos, mosteiros e ermidas de estilo românico. No século XIII, a localidade minhota fez novamente frente à invasão das forças do Reino de Leão no contexto da disputa entre D. Afonso II (1185- 1223) e suas irmãs, recebendo uma carta de confirmação do seu estatuto em 1211, como agradecimento. Após a batalha, estando a povoação a progredir e a crescer fora das primeiras linhas defensivas, durante o reinado de D. Sancho II (1209-1248) e com, novamente, o apoio financeiro do Mosteiro de Fiães, iniciou-se a construção da cerca da vila, como meio de defesa contra futuras incursões das forças leoneses. Em 1258, por ordem de D. Afonso III (1210-1279) foi atribuído um novo foral à vila, que previa a escolha do alcaide-mor por nomeação régia, contudo devido aos protestos da povoação, este foi revogado e promulgou-se outro, semelhante ao que fora atribuído por D. Afonso Henriques décadas antes, com algumas pequenas diferenças relativas aos valores monetários dos impostos reais.Durante o século XIV, vários eventos marcaram a história da vila minhota: a partir de 1361 o trânsito entre Portugal e a Galiza era realizado obrigatoriamente e mediante o pagamento de uma portagem por Melgaço, sendo ainda erigida uma leprosaria e gafaria perto do posto de vigia da fronteira, para conter o risco de contaminação de doenças, revelando a sua importância à época; durante o reinado de D. Fernando I (1345-1383) foi construído um fosso em redor das primeiras muralhas da vila, apenas descoberto no século XXI, durante as escavações arqueológicas realizadas na Praça da República; e no contexto da crise de 1383-1385, a povoação melgacense seguiu a tendência do norte de Portugal, optando por apoiar D. Beatriz de Portugal (1373-1419) e João I de Castela (1358-1390) na sucessão da coroa portuguesa. Este último evento, originou no início de 1387, um intenso cerco à vila, governada pelo alcaide de Melgaço e senhor de Fornelos Álvaro Pais Sotto-Maior (1335-?), pelas tropas portuguesas sob o comando de D. João de Avis (1357-1433), vindo a cessar quase dois meses depois com a vitória dos apoiantes do futuro rei D. João I. Fruto desse episódio, surgiu a lenda da heroína minhota Inês Negra. Após o conflito, a alcaidaria da vila foi entregue a João Rodrigues de Sá, "o das Galés” (1355-1425), passando posteriormente para o cavaleiro galego Diogo Gonçalves de Castro (1360-?), permanecendo o cargo na família Castro, familiares de D. Inês de Castro (1325-1355), durante várias gerações. No século XV, após uma carta ter sido redigida pelos procuradores de Melgaço ao rei D. Afonso V (1432-1481), foi atribuída uma isenção de portagem para os moradores e feirantes de Melgaço e Castro Laboreiro, entendendo que a comunidade minhota vivia não só do comércio com a Galiza, mas como terra raiana, também possuía um carácter único de proximidade, nomeadamente familiar, com o outro lado da fronteira, assim estimulando a economia local. Através de vários documentos e cartas de privilégios outorgadas pelo rei, constata-se que as mercadorias mais transacionadas na fronteira, à época, eram bens alimentares (pão, vinho, carnes, pescado, sal e gado) e minérios (ouro, prata, moeda, ferro e aço). Em 1492, durante os últimos anos do reinado de D. João II (1455-1495), Melgaço era um dos cinco lugares de passagem obrigatória facultada para o ingresso dos judeus sefarditas em fuga ou expulsos pela Inquisição Espanhola, mediante algumas condições, tais como o pagamento de um imposto, ficando algumas famílias de origem judaica aí a residir, nomeadamente em aldeias isoladas na zona montanhosa, onde deixaram descendência, conhecidos na gíria popular como "rabudos" (palavra de origem galega para descrever os seguidores de rabinos), se converteram ao cristianismo ou foram mais tarde expulsos ou julgados com a implementação da Inquisição Portuguesa em 1536.Revelando o alto estatuto e riqueza dos senhores da região minhota, durante o reinado de D. Manuel I (1469-1521), foram construídos imponentes solares, como os da Quinta da Calçada ou da Quinta do Reguengo, inseridos na região vinícola e agrícola de Melgaço, onde se produzia desde a época romana vinho verde e milho, e através da iniciativa benemérita da rainha D. Leonor (1498-1558) foi criada a Santa Casa da Misericórdia de Melgaço, sendo ainda providenciado um hospital para a povoação. Durante o mesmo período foram também realizadas, por ordem régia, novas ampliações nas barbacãs, retratadas pelo arquiteto Duarte de Armas na sua obra "Livro das Fortalezas".No século XVII, no contexto dos vinte e oito anos da Guerra da Restauração, várias operações militares decorreram no concelho, sobretudo ao longo da fronteira do Rio Trancoso, no Castelo de Castro Laboreiro, deixando a fortaleza bastante danificada, e na chamada raia seca, onde ocorreram vários saques, roubos de gado e confrontos, sobretudo na forma de escaramuças, entre populares melgacenses e das povoações vizinhas galegas que se vingavam durante a noite ao incendiar as aldeias ora de um lado da fronteira, ora do outro. Ainda durante o mesmo período, em 1641, 1657 e 1666, o Castelo de Melgaço sofreu vários ataques, resistindo sempre às investidas espanholas, graças às constantes inovações e intervenções arquitetónicas e militares realizadas ao longo dos séculos na fortificação medieval. No início do século XVIII, com o fenómeno da corrida ou febre do ouro no Brasil, ocorreu um enorme surto migratório, sobretudo para Minas Gerais, Santa Catarina e Mato Grosso, sendo a maior parte da imigração realizada por portugueses originários do Minho, muitos provenientes de Melgaço. Ainda à época, considerada como uma das principais defesas da fronteira do Alto Minho, por ocasião da Guerra Fantástica, a participação de Portugal na Guerra dos Sete Anos ocorrida entre 1756 e 1763, e mais tarde com o crescente receio de um ataque gerado pelos eventos da Revolução Francesa, o concelho minhoto tornou-se num crucial quartel militar, sendo edificadas várias construções, tais como um reduto de defesa perto do rio Minho, registado nos escritos do engenheiro Custódio José Villas-Boas. A 9 de junho de 1808, durante a primeira invasão francesa, após a fuga do príncipe regente e da corte portuguesa para o Brasil e com uma nova ameaça de uma segunda invasão francesa sob o comando do Marechal Soult pela região do Minho, liderados por António Maria Mosqueira de Lira, nobre galego que se opunha ao domínio de José Bonaparte em Espanha, Caetano José de Abreu Soares, nobre português e cavaleiro da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, Filipe António de Freitas Machado, corregedor e juiz de fora de Melgaço, e António de Castro Sousa Meneses Sarmento, nobre português descendente dos alcaides da família Castro, os melgacenses reuniram-se no campo da feira, onde acederam ao pedido de D. João VI (1767-1826), aclamando a independência de Portugal e o direito régio da coroa portuguesa contra as forças napoleónicas que tentavam ocupar o país. A 12 de junho, o clima de festa terminou abruptamente com a notícia de que as tropas inimigas encontravam-se na Caniça e Arbo, povoações fronteiriças com Melgaço, e que a resistência galega havia sofrido uma pesada derrota nas batalhas das pontes de Mouretán e As Achas, obrigando toda a povoação a deslocar-se para a praça de armas, onde se ergueu a bandeira vermelha. Confrontados com um rumor que dava conta de que era um falso alarme, alguns populares recusaram-se a baixar as armas, sendo mais tarde interpelados por Matias de Sousa e Castro, tenente do regimento de Valença, que partiu para a vila e ordenou que esta fosse retirada por poder provocar os franceses, levando-os a destruir tudo à sua passagem. Por ordem do juiz de fora, a bandeira permaneceu hasteada, gerando-se um motim contra o tenente de Valença que fugiu a cavalo. Fruto desses eventos, Filipe António de Freitas Machado recebeu uma carta de Pierre François Marie Lagarde, intendente geral da polícia francês, que o condenava por não apoiar a causa de Napoleão Bonaparte e a ocupação de Junot. Quase trinta anos depois, durante as Guerras Liberais ou Guerra Civil Portuguesa, entre 1832 e 1834, tal como quase toda a nobreza do Norte de Portugal, também em Melgaço se tomou partido da pretensão à coroa por D. Miguel I (1801-1866) contra o seu irmão D. Pedro IV (1798-1834). Como tal, durante a guerra e mesmo após, eram comuns as guerrilhas contra o liberalismo, espalhando o terror na região, sendo os ataques mais icónicos liderados pelos pistoleiros e salteadores miguelistas e carlistas melgacenses Tomás das Quingostas (1808-1839) e Domingos Bailão. Durante o mesmo período, prolongando-se até ao fim do século, foi registado o retorno de vários portugueses que haviam emigrado décadas antes para o Brasil. Aqueles que conseguiram fazer fortuna, construíram as primeiras casas com influência no estilo colonial brasileiro no concelho, possuindo elementos neoclássicos e barrocos, denominadas na região como casas dos "emigrantes brasileiros" ou ainda dos "brasileiros de torna-viagem", existindo nos dias de hoje exemplares bem conservados e restaurados como a Vila Solheiro, situada em Galvão, Vila e Roussas, ou a Casa Branca e a Casa Azul, em Cristóval.Ainda no final do século XIX foram descobertas propriedades terapêuticas das águas das nascentes do Peso, sendo consideradas milagrosas e curativas para o tratamento de várias doenças, começando a sua extracção em 1884. Até então, o concelho de Melgaço era apenas abrangido pela antigas freguesias de Santa Maria da Porta (Vila), Roussas, São Paio, Remoães, Paços, Chaviães e Cristóval, sendo Paderne e Fiães coutos com jurisdição própria, pertencentes aos mosteiros que aí existiam. Com a extinção das ordens religiosas e a reestruturação dos concelhos durante o reinado de D. Pedro IV, as freguesias de Paderne e Fiães passaram a pertencer ao concelho melgacense, tal como Castro Laboreiro, que deixou de ser concelho próprio, ou Alvaredo, Penso, Gave, Lamas de Mouro e Parada do Monte, que pertenciam ao extinto concelho de Valadares. República Portuguesa Com o virar do século e a criação do Parque Termal do Peso, Melgaço começou a atrair vários utentes de várias localidades do Norte de Portugal, da Galiza, e até de Lisboa, desenvolvendo simultaneamente a economia local com a criação de imponentes unidades hoteleiras e do primeiro animatógrafo na região. Pouco depois, com a queda da Monarquia Portuguesa e a Revolução Republicana de 5 de Outubro de 1910, durante a Primeira República Portuguesa vários edifícios de Melgaço foram elevados a Monumentos Nacionais, como a Capela de Nossa Senhora da Orada ou o Castelo de Melgaço, valorizando o património do município. Com a participação do Corpo Expedicionário Português e do Corpo de Artilharia Pesada Independente na Primeira Guerra Mundial, 73 homens naturais de Melgaço partiram para Brest e posteriormente para Flandres, com idades compreendidas entre os 21 e os 27 anos de idade, sendo integrados em várias baterias de metralhadoras e regimentos de infantaria, como a conhecida Brigada do Minho. Dos jovens melgacenses enviados para a guerra, dez pereceram devido a doença ou em combate, nomeadamente na batalha de La Lys, sendo sepultados no Cemitério Militar Português de Richebourg, e nove foram capturados e levados para campos de prisioneiros na Alemanha, onde permaneceram até ao fim da guerra. Durante as várias crises políticas que geraram o fim da Primeira República, a Primeira Guerra Mundial, a pandemia da gripe espanhola e os surtos de tuberculose, Portugal entrou numa profunda crise económica, agravada por uma elevada inflação e a consequente desvalorização da moeda nacional. Como resposta à falta de dinheiro, gerada também pela escassez de bronze para o cunho das moedas, em Melgaço foram criadas, por vários estabelecimentos privados, várias cédulas fiduciárias que ilustravam a região, servindo de propaganda turística para a localidade para além de moeda de troca e compra de bens, tentando auxiliar e estimular a economia local. Durante o mesmo período, fruto das extremas dificuldades em que as famílias da região viviam, para além de ter sido registada uma elevada mortalidade no município devido à pneumónica, uma nova vaga de emigração surgiu no município, levando muitos melgacenses a partir para países que se tentavam erguer no período pós-guerra e precisavam da mão de obra, como França, ou países de proximidade linguística, como o Brasil, fixando-se maioritariamente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Com a implementação do Estado Novo e o despoletar da Guerra Civil Espanhola, a localidade, que ainda vivia tempos difíceis, testemunhou a origem de um dos marcos mais intrínsecos do município: o contrabando de bens alimentares e materiais com a Galiza. Este fenómeno, que surgiu inicialmente como forma de subsistência e resistiu até aos anos 70, tornou-se na salvação e perdição de muitos melgacenses, implicando quase todas as famílias da região e até elementos da Guarda Fiscal, cuja sede se fixava no centro histórico da vila e possuía as delegações aduaneiras de Paranhão (Penso), São Martinho (Alvaredo), São Marcos (Alvaredo), Mourentão (Prado), Porto Vivo (Chaviães), Porto Paços (Paços), Cevide (Cristóval), Pousa Foles (Fiães), Porto Carreiro (Fiães), Alcobaça (Fiães), Castro Laboreiro, Portelinha (Castro Laboreiro), Ameijoeira (Castro Laboreiro) e São Gregório (Cristóval), onde ainda existe a antiga estação fronteiriça e as casas de fronteira. As trocas de bens ocorriam na fronteira, apelidada de raia solidária, e eram maioritariamente realizadas de noite, recorrendo a pequenas embarcações, conhecidas como batelas, quando era necessário atravessar o rio Minho, ou ainda ao uso de coletes e bolsos forrados com as mercadorias escondidas, para atravessar as montanhas, caso fossem interpelados pelos guardas fronteiriços, podendo vir a ser perseguidos a tiro ou cumprir pena de prisão. Os principais bens transaccionados eram café, açúcar, chocolate, sabão, tabaco, ouro, ferro, volfrâmio, marisco e até polvo da Galiza, importado sobretudo durante a quadra natalícia, mantendo assim a tradição local. Ainda durante os anos 30, fruto da próxima relação que existia entre Melgaço e as povoações vizinhas, nos lugares mais isolados, alguns populares acolheram refugiados e soldados galegos, que fugiam do conflito e das tropas do General Franco, conseguindo alguns escapar temporariamente, auxiliados pelas redes clandestinas criadas pelos militantes do Partido Comunista Português, enquanto outros foram capturados pela Guarda Fiscal e a PVDE para serem entregues às forças franquistas ou falangistas e posteriormente encarcerados ou até mesmo fuzilados. Em contrapartida, os carabineiros e a Guarda Civil espanhola tinham instruções para entregar às autoridades portuguesas os militantes socialistas, comunistas, anarquistas e sindicalistas portugueses que se encontravam foragidos ou radicados na Galiza. Com o despoletar da Segunda Guerra Mundial, a exploração de volfrâmio tornou-se numa das principais fontes de rendimento no município, ocorrendo com especial ênfase no lugar de Seara, em Castro Laboreiro, levando tanto homens como mulheres naturais de Melgaço e não só a procurar o precioso minério que era vendido essencialmente através do contrabando. Em 1955, as minas foram registadas pela Companhia Mineira de Castro Laboreiro, contudo, deixando de ter procura após a guerra, esta cessou a sua exploração pouco depois. Durante a década de 60, o município foi ainda o local de férias de Verão do pintor Jaime Murteira, que registou nas suas obras a paisagem natural, as comemorações religiosas, as tradições e a vida quotidiana da localidade. Com a Guerra Colonial Portuguesa e a procura de melhores condições de vida, originou-se a segunda grande vaga de emigração registada durante o século XX no município minhoto, sendo esta a mais intensa. Ora por meios legais, ora de forma clandestina, denominada "a salto", fazendo uso das rotas criadas para o contrabando e pagando a "passadores" que os levavam pela fronteira, os melgacenses que emigraram encontraram como principais países de acolhimento a França, Suíça, Alemanha, Luxemburgo, Brasil, Moçambique, Canadá, Estados Unidos da América e até a Austrália. Persistindo até aos dias de hoje, o fenómeno migratório marcou assim de forma intrínseca a identidade local, tendo afectado todas as famílias da região. Século XXI Com a entrada no século XXI, o município começou a criar oportunidades de negócio relacionadas com o turismo rural, desportivo, de lazer e de natureza, fazendo uso da sua vasta paisagem e património cultural. Recuperando ao mesmo tempo antigas tradições, como a produção de uma das indústrias ex-libris da região, o vinho alvarinho, e apostando em novas iniciativas, como no desenvolvimento de empreendimentos e infraestruturas para competições desportivas ou ainda na requalificação de vários monumentos históricos e de trilhos pedestres e cicláveis, tais como o Trilho Interpretativo de Lamas de Mouro, do Curro da Velha, do Megalitismo de Castro Laboreiro e muitos outros junto ao Rio Minho. Devido às suas actividades desportivas, a localidade ganhou o cognome de "capital ibérica do rafting", sendo também um ponto obrigatório de passagem para os adeptos do turismo de natureza. Com o objectivo de preservar a história do município foram ainda criados o Núcleo Museológico da Torre de Menagem, a Casa da Cultura, o Núcleo Museológico de Castro Laboreiro, localizado na antiga Fábrica de Chocolates de Caravelos, o Espaço Interpretativo das Ruínas Arqueológicas da Praça da República e o Espaço Memória e Fronteira, que para além de museu também funciona como Gabinete de Apoio ao Emigrante. Os eventos mais emblemáticos são a Festa do Alvarinho e do Fumeiro, realizada em abril, a Festa do Espumante de Melgaço, em novembro e dezembro, e mais recente, o Festival Internacional de Documentário de Melgaço, originalmente chamado Filmes do Homem, decorrido em agosto, durante a mais conhecida festa do município, a Festa da Cultura, dando-se ênfase às questões sociais, individuais e culturais relacionadas com identidade, memória e fronteira, organizado pela Câmara Municipal e a Associação AO NORTE, tendo ainda o apoio de várias universidades ou centros de estudos sobre migrações nacionais e internacionais para além do Museu do Cinema de Melgaço - Jean Loup Passek, inaugurado em 2005 no centro histórico da Vila. Freguesias O município de Melgaço está dividido em 13 freguesias: Alvaredo Castro Laboreiro e Lamas de Mouro Chaviães e Paços Cousso Cristóval Fiães Gave Paderne Parada do Monte e Cubalhão Penso Prado e Remoães São Paio Vila e Roussas Evolução da População do Município ★ Os Recenseamentos Gerais da população portuguesa, regendo-se pelas orientações do Congresso Internacional de Estatística de Bruxelas de 1853, tiveram lugar a partir de 1864, encontrando-se disponíveis para consulta no site do Instituto Nacional de Estatística (INE). ★★ Os resultados do censo de 2021 são, por enquanto, provisórios (Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste município à data em que os censos se realizaram.) (Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no município à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente) Cultura Regional e Folclore Localizada na fronteira entre Portugal e Espanha, Melgaço sempre beneficiou das relações culturais com as regiões vizinhas, nomeadamente com a Galiza. Por si, esta dinâmica estreita originou uma indústria redobrada nas excentricidades próprias dos meios rurais, transformando a localidade no epicentro português dos mitos brejeiros e numa verdadeira babilónia de vernacular castiço, contando com uma longa tradição de lendas de bruxas, mouras encantadas e princesas suevas, heroínas minhotas, como a lenda de Inês Negra, ou ainda contos e fábulas de criaturas fantásticas, como arganões, mafarricos e outros seres com poderes mágicos, semelhantes às esculturas de lagartos e dragões, encontrados em Monte de Prado, na encosta ribeirinha, pelo professor Paulo de Souza Pinto, cujas características são em tudo semelhantes às proas dos barcos viquingues, que incursaram várias vezes pela área, assim como pela restante costa marítima e ribeirinha do norte de Portugal e da Espanha. Esta cultura popular foi sendo transmitida oralmente ao longo de gerações, estando atualmente em declínio. Em algumas localidades, o linguajar de origem arcaica galaico-portuguesa, caracterizado pelas vogais mais acentuadas, a substituição do ditongo "ão" por "om" ou "an", ou ainda o acrescentar do "t" antes do "ch", entre outras particularidades, ainda persiste, sobretudo nas zonas montanhosas, onde não falta o folclore local, histórias de contrabando ou de emigração, quando se partia a salto para França em busca de uma vida melhor, e os cantares de pastoreio ancestrais. A zona montanhosa, nomeadamente de Castro Laboreiro, é possuidora também de um carácter único humano e cultural, de origem celta, com hábitos e costumes próprios, onde se destaca a cultura local de transumância, única no país pelas suas brandas e inverneiras, o linguajar e os hábitos de vestir locais como o traje castrejo. Existe ainda nesta freguesia, uma raça autóctone de cão, de tipo amastinado, guarda e guia de gado bovino, denominado de cão de Castro Laboreiro ou "boca negra", sendo uma das raças mais antigas da Península Ibérica. Atualmente, em todo o concelho, ainda se comemoram algumas tradições seculares, tanto de origem pagã como cristã, tais como a Queima do Entrudo, o Dia das Maias (onde se colocam giestas amarelas nas portas para afastar os espíritos e o mau olhado), os tapetes floridos para a procissão do Corpo de Deus, o Magusto (acompanhado pela queimada galega), a Queima do Boneco do Ano Velho e diversas procissões e festas religiosas dedicadas a Nossa Senhora e aos santos padroeiros.Entre as lendas e histórias do folclore regional associadas a Melgaço, existem as seguintes: Lenda da Inês Negra; Lenda das Feiticeiras Raianas; Lenda de Frei João da Cruz; Lenda da Jovem Princesa Encantada de Quinjo; Lenda da Moura Encantada do Coto da Moura; Lenda da Moura Encantada de Castro Laboreiro; Lenda do Tear de Ouro de Paderne; Lenda da Nossa Senhora da Orada; Lenda da Nossa Senhora da Natividade de Cubalhão; Lenda da Nossa Senhora de Numão; Lenda da Batalha da Empresa das Mulheres durante a Guerra da Restauração; Lenda de Tomás das Quingostas; E sobre criaturas fantásticas: Os Arganões; A Lampreia Dourada; O Lagarto de Lamas de Mouro e da Peneda; E a Fera de Fiães e de Castro Laboreiro, entre tantas outras que se perderam na memória do tempo. Desporto e Lazer Tornando-se nas últimas décadas num conhecido destino turístico de natureza, com características geográficas e geológicas que lhe concedem uma posição de destaque e renome no Norte de Portugal, após a criação da Escola Superior de Desporto e Lazer, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, e do moderno e bem equipado Centro de Estágios na localidade, Melgaço tem apostado fortemente na promoção do seu município através de novas infraestruturas e actividades desportivas e de lazer. Usufruindo da sua paisagem e riqueza histórica e cultural, denominando-se ainda como "o destino de natureza mais radical do país", a prática de desportos de rio e montanha ocorre durante todo o ano, sendo em matéria de desportos radicais, o rafting o mais emblemático. Para além dos desportos aquáticos mais comuns como a canoagem ou o canyoning, outra forte aposta têm sido os percursos que atravessam as diferentes paisagens da região, tendo já sido palco de competições nacionais e regionais de TT, BTT, drift, ciclocrosse, trail ou ainda de pedestrianismo. Desde os mais recentes trilhos marginais do rio Minho, às rotas na montanha, com um forte cariz para alertar a necessidade de preservação da vida animal, como a do lobo ibérico e de outras espécies autóctones em vias de extinção, inseridas no Parque Nacional da Peneda-Gerês, ou ainda no icónico planalto de Castro Laboreiro, onde se superam os 1.300 metros de altitude e é possível atravessar uma das maiores necrópoles megalíticas da Península Ibérica, em Melgaço não faltam opções para os entusiastas do ar livre ou da adrenalina. Na área do lazer, com uma tradição centenária, existe o Parque Termal do Peso, conhecido pelas suas águas medicinais e tratamentos terapêuticos, para além de outros focados numa vertente de bem-estar, estética, beleza e relaxamento, assim como o moderno Centro Hípico de Monte Prado, a Piscina Municipal de Melgaço, onde funciona a Escola de Natação com diferentes modalidades e exercícios de manutenção ou recuperação física, ou ainda o Clube de Saúde no Centro de Estágios de Melgaço - Complexo Desportivo e de Lazer Comendador Rui Solheiro, que dispõe de ginásio, spa, sauna e banhos, para além de outros complementos como piscina ao ar livre, parque infantil, campos de ténis, minigolfe, circuitos de manutenção, pavilhão gimnodesportivo ou ainda alguns pavilhões polidesportivos para a prática de várias modalidades, como o futsal, voleibol ou o basquetebol. Na história desportiva local, e apesar de ter caído em desuso nos últimos anos, era costume a prática da modalidade tradicional do jogo do pau, sendo o primeiro presidente da federação portuguesa desta arte marcial europeia, Pedro M. R. Ferreira, natural da freguesia de Alvaredo, no município de Melgaço. Actualmente, na povoação, com mais de sessenta anos de vida, existe o clube multidesportivo Sport Clube Melgacense, que apesar da sua principal modalidade ser o futebol, tem vindo a desenvolver também a prática competitiva de outras modalidades como o futsal, basquetebol e, mais recentemente, a patinagem sobre rodas, apostando fortemente na formação das camadas mais jovens. De modo a inspirar outras práticas desportivas no distrito de Viana do Castelo e nas sua população, foram também realizados vários protocolos com a Federação de Andebol de Portugal para lançar a modalidade no município, tal como ocorreu em Afife, Caminha e Viana do Castelo. Economia Na economia de Melgaço destaca-se a produção do fumeiro e, essencialmente, a produção vinícola, com destaque para o vinho espumante e o vinho alvarinho de Melgaço. Existem cerca de 30 produtores de vinhos no município que lançam no mercado uma média anual de 150 mil garrafas de espumantes. O espumante de Melgaço é um vinho de cordão fino, mousse cremosa, acidez no ponto e uma grande harmonização gastronómica, sendo que a maioria dos espumantes é elaborada a partir da casta alvarinho, mas também com algumas versões de vinho rosé e tinto. Devido ao seu microclima único, a casta branca da espécie da Vitis vinifera, é um dos ex libris do município e como principais eventos para promover a indústria local e os seus produtos, anualmente são realizadas a Festa do Alvarinho e do Fumeiro, organizada desde 1994, e a Festa do Espumante de Melgaço. Para além dos vinhos, desde 1884, é realizada a extracção e comercialização da água mineral de Melgaço, no lugar das Termas do Peso, sendo a sua produção inicialmente realizada pela Vidago, Melgaço & Pedras Salgadas, S.A, a partir de 1920, e actualmente pelo grupo UNICER. A Água de Melgaço é porventura a última água mineral gasocarbónica em Portugal que é engarrafada tal como é captada, sendo bastante rica em ferro. Apostando no desenvolvimento do município, na criação de emprego e na fixação da sua população jovem, também existe um pólo industrial na freguesia de Penso, constituindo um importante meio para a promoção das pequenas e médias empresas industriais, que fazem uso da proximidade do mercado espanhol e outros, através das novas acessibilidades para os portos internacionais de Viana do Castelo, Vigo e Leixões ou o aeroporto Francisco Sá Carneiro e o aeroporto de Vigo, para além das autoestradas internacionais. Atualmente, a maioria das empresas presentes enquadram-se nas categorias de indústria automóvel, produção vinícola e construção civil. Em 2020, foi anunciada a construção de um novo parque industrial, com 24,95 hectares, em Alvaredo, que se encontra em fase de construção. Educação Ensino Público Pré-Primária da Santa Casa da Misericórdia de Melgaço - Tipo de Ensino: Jardim de Infância Agrupamento de Escolas de Melgaço: Escola Básica da Vila - Tipo de Ensino: Jardim de Infância, Ensino Básico (1º Ciclo) Agrupamento de Escolas de Melgaço: Escola EB1/JI de Pomares - Tipo de Ensino: Jardim de Infância, Ensino Básico (1º Ciclo) Agrupamento de Escolas de Melgaço: Escola EB 2,3/S de Melgaço - Tipo de Ensino: Ensino Básico (2º e 3º Ciclo) e Ensino Secundário ESDL - IPVC: Escola Superior de Desporto e Lazer do Instituto Politécnico de Viana do Castelo - Tipo de Ensino: Ensino Superior Ensino Profissional EPRAMI: Escola Profissional do Alto Minho Interior - Tipo de Ensino: Ensino Profissional (Formação de nível II, III e IV) Outros Centro de Apoio e Educação da APPACDM (Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental) em Prado - Tipo de Ensino: Centro de Reabilitação e Ensino Especial Casa das Concertinas - Tipo de Ensino: Escola de Música Universidade Sénior de Melgaço - Tipo de Ensino: Ensino Vocacionado para a Terceira Idade Gastronomia De origens ancestrais e fortemente influenciada pelo ciclo das culturas, pesca e caça ou criação das raças autóctones da região minhota e raiana, da gastronomia típica de Melgaço destacam-se os enchidos de produção artesanal e qualidade reconhecida a nível nacional, o presunto de porco bísaro, a carne de vaca cachena, o cabrito do monte assado no forno, a cabidela, a truta à minhota e o arroz de lampreia, sendo a última uma das iguarias mais apreciadas e emblemáticas da região minhota. Fazendo ainda jus à tradição, em Castro Laboreiro, feito com farinha de centeio, trigo ou milho, o "pão preto" ou broa castreja é ainda habitualmente produzida à moda antiga, num dos muitos fornos e moinhos comunitários que revestem a localidade, sendo o primeiro pão a sair, a "tenda", para repartir com a família e amigos como manda a tradição local. Também a destacar, para além do conhecido vinho alvarinho e de vários licores produzidos na região, existe uma antiga tradição de doçaria, sendo o bucho doce, a rosca mulata, e as broas de mel as sobremesas mais apreciadas, para além das compotas e do mel de urze, entre outras variedades, que fazem uso do micro-clima local e da fruta e flora sazonal. Nos últimos anos, resultado da dedicação de jovens produtores locais e da contínua aposta em se criar novos empreendimentos na localidade, apostou-se também na produção de queijo de cabra, fazendo-se proveito do gado caprino criado na região. Política Administração municipal O município de Melgaço é administrado por uma câmara municipal, composta por um presidente, um vice-presidente e cinco vereadores. Existe ainda uma assembleia municipal, que é o órgão deliberativo do município, constituída por 21 deputados eleitos. O cargo de Presidente da Câmara Municipal é atualmente ocupado por Manoel Batista e o de Vice-Presidente por José Lima, ambos militantes do Partido Socialista (PS), eleitos nas eleições autárquicas de 2021, tendo sido também eleitos dois vereadores pelo PS e três pelo PSD. Eleições autárquicas Eleições legislativas Geminações Lavelanet (França) Património e Principais Pontos de Interesse Igrejas Igreja de Alvaredo Igreja de Chaviães Igreja da Misericórdia Igreja Matriz de Castro Laboreiro Igreja Matriz de Melgaço Igreja de Lamas de Mouro Capela de Nossa Senhora da Orada Capela de São Julião Convento das Carvalhiças Convento de Paderne Ermida da Senhora de Numão ou Anamão Mosteiro de Fiães Museus Museu do Cinema de Melgaço Espaço Memória e Fronteira Núcleo Museológico de Castro Laboreiro Núcleo Museológico da Torre de Menagem Ruínas Arqueológicas da Praça da República Fortificações Castelo de Melgaço Castelo de Castro Laboreiro Pontes Ponte de Assureira ou Ponte de São Brás Ponte das Cainheiras Ponte de Dorna Ponte Nova da Cava da Velha ou Cavada Velha Ponte Velha de Castro Laboreiro Ponte de Lamas de Mouro Ponte do Peso Ponte do Porto do Sineiro Ponte de Portos Ponte da Veiga Ponte de Varziela Outros Branda da Aveleira Branda dos Portos Casa da Cultura Cascata do Laboreiro Cascata de Pontes Centro de Estágios ou Complexo Desportivo e de Lazer do Monte de Prado Centro Histórico da Vila Cruzeiro de São Julião Cruzeiro de São Gregório Fonte da Madalena Fonte de São João Fonte da Vila Forno Comunitário de Pontes Gravuras Rupestres do Fieiral Marco N°1 de Portugal em Cevide Miradouro de Castro Laboreiro Miradouro do Salto do Gato Necrópole Megalítica do Planalto de Castro Laboreiro Parque Termal do Peso Parque Urbano do Rio do Porto Pesqueiras do Rio Minho Solar do Alvarinho Solar de Galvão Solar da Quinta da Calçada Solar da Quinta do Reguengo Trilho Castrejo (Castro Laboreiro) Trilho da Travessia da Ribeira Minho (Melgaço, Monção, Valença, Vila Nova de Cerveira) Trilho do Curro da Velha (Ribeiro de Cima, Ribeiro de Baixo, Castro Laboreiro) Trilho do Megalitismo de Castro Laboreiro (Lugar do Rodeiro, Castro Laboreiro) Trilho Interpretativo de Castro Laboreiro Trilho Interpretativo de Lamas de Mouro Trilho ou Percursos Marginais do Rio Minho (Vila, Prado, Remoães e Paderne) Melgacenses Ilustres Acácio Caetano Dias, escultor e artesão (1935-2013) Adelino Joaquim Pereira Soares de Castro, jornalista, autor e investigador em Moçambique (1913-19??) Adriano Marques de Magallanes, advogado, político, autor e cônsul do Equador na Galiza (1925- ) António Augusto Durães, advogado, político, administrador de concelho e governador provincial de Benguela (1891-1976) António Joaquim Durães, advogado, político, administrador de concelho e governador civil do Distrito da Horta e de Évora (1857-1907) António Lourenço de Sousa Lobato, major e piloto-aviador da Força Aérea Portuguesa (1938- ) António Rui Esteves Solheiro, bancário e presidente da Câmara Municipal de Melgaço (1954- ) Augusto César Esteves, advogado, notário, historiador, autor e administrador de concelho (1889-1964) Carlos Pereira de Lemos, topógrafo, professor e cônsul português em Melbourne, Austrália (1926- ) Eurico António Crispim da Silva, actor, encenador, argumentista e produtor de teatro, rádio e cinema no Brasil (1900-1973) Hermenegildo José Solheiro, bancário, director do Correio de Melgaço, redactor do Melgacense e administrador de concelho (1868-1931) Inácio Soares, missionário jesuíta, professor catedrático de Latim, Filosofia, Teologia Moral e impulsionador das matemáticas nos estudos filosóficos (1712-1783) Jerônimo José Nogueira de Andrade, militar, inventor e secretário do governo provincial de Moçambique (1749-1809) João Luíz de Sousa Palhares, médico e benemérito (18??-18??) João de Barros Durães, farmacêutico, político e administrador de concelho (18??-19??) José Marques, sacerdote católico, cónego da Arquidiocese de Braga, professor catedrático, historiador e director da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (1937-2021) José Luís Pires Laranjeira, autor e professor catedrático de Literatura Africana e Brasileira, Estudos Portugueses e Culturas Africanas na Universidade de Salamanca e na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (1950- ) Luís Filipe Gonzaga Pinto Rodrigues, pintor modernista, ilustrador, caricaturista e director de A Farça (1887-1949) Manoel José Rodrigues da Costa, reverendo pioneiro da Igreja Presbiteriana do Brasil em São Paulo (1846-1929) Manuel Alves de San Payo, fotógrafo (1890-1974) Pedro M. R. Ferreira, atleta e primeiro presidente da Federação Portuguesa do Jogo do Pau (1915-1996) Sidónio Silvestre da Silva Soares de Sousa, doutorado em Filosofia com distinção académica Cum Laude e presidente da Câmara Municipal de Melgaço (1927- ) Vasco da Gama da Graça Almeida, encenador de teatro amador e de teatro de revista, autor e opositor do Estado Novo (1903-1979) Ligações externas Rota do Alvarinho Castelo de Melgaço-defesa e morfologia urbana Câmara Municipal Portal das Freguesias Municípios fronteiriços de Portugal
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Lamas de Mouro é uma antiga freguesia portuguesa do concelho de Melgaço, com 17,31 km² de área e 117 habitantes (2011). A sua densidade populacional era de 6,8 h/km². Como freguesia foi extinta e agregada pela reorganização administrativa de 2012/2013, sendo o seu território integrado na União de Freguesias de Castro Laboreiro e Lamas de Mouro. População Geografia Situado em plena montanha, Lamas de Mouro dista cerca de dezoito quilómetros da sede do concelho de Melgaço. Confronta com São Paio, Roussas e Fiães, a norte, Gavieira (pertencente ao concelho de Arcos de Valdevez), a sul, Cubalhão e Parada do Monte, a poente, e Castro Laboreiro ainda a sudeste. Faz ainda fronteira com o rio Trancoso e o município raiano de Padrenda, pertencente à província galega de Ourense, a nascente. É composta pelos seguintes lugares prin­cipais: Lugar de Cima, Touça, Igreja, Alcobaça, Gavião e Porto Ribeiro. O Rio Mouro nasce nesta antiga freguesia. História Possuindo alguns vestígios de cultura dolménica e castreja (de origem céltica), crê-se que o seu topónimo provém da designação do tipo de solos encontrados na região (lamas) e da sua posição estratégica, funcionando como segunda linha de defesa e fronteira, defendida primariamente pelo Castelo de Castro Laboreiro, durante a reconquista contra os "mouros". No ano de 812, teve lugar no sítio de Vale de Mouro, junto ao rio Ornese, uma batalha em que lutou D. Bernardo del Carpio, parente e vassalo de D. Afonso Henriques, contra Ali-Aton, rei de Córdova, que caiu derrotado. Durante o século XII, as primeiras referências documentais encontradas sobre a povoação revelavam que a igreja de São João Baptista de Lamas de Mouro pertencia a um antigo mosteiro de templários. Suprimidos e encarcerados pelo papado, em 1344 o cenóbio reverteu o mosteiro e povoado à Coroa, que o atribuiu mais tarde aos religiosos da Ordem de Malta, em 1349. Anos mais tarde, passou a ser abadia do Papa e ordinário. A antiga freguesia de S. João Baptista de Lamas de Mouro pertencia até 1855 ao extinto concelho de Valadares, passando a pertencer desde então ao concelho de Melgaço. Património e Pontos de Interesse Igreja de Lamas de Mouro Forno Comunitário de Lamas de Mouro Ponte de Porto Ribeiro Porta de Lamas de Mouro (Acesso ao Parque Nacional da Peneda-Gerês) Parque de Campismo e Merendas Trilho Interpretativo de Lamas do Mouro Piscina Natural do Parque Nacional da Peneda-Gerês Margem e Praias Fluviais do rio Mouro e rio Trancoso Serra da Peneda Galeria Antigas freguesias de Melgaço Paróquias de Portugal com orago de São João Batista
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Vila é uma antiga freguesia portuguesa do concelho de Melgaço, com 1,76 km² de área e 1 560 habitantes (2011). A sua densidade populacional era 886,4 h/km². Foi extinta (agregada) pela reorganização administrativa de 2012/2013, sendo o seu território integrado na União de Freguesias de Vila e Roussas. População Património e Principais Pontos de Interesse Fortificações Castelo de Melgaço Muralha de Melgaço Torre de Menagem Edifícios Religiosos Capela de Nossa Senhora da Orada Capela de Santo Cristo de Carvalho Lobo e cruzeiro Capela de São Julião Cruzeiro de São Julião Igreja da Misericórdia Igreja Matriz Museus Museu do Cinema de Melgaço Espaço Memória e Fronteira Núcleo Museológico da Torre de Menagem Ruínas Arqueológicas da Praça da República Outros Casa da Quinta da Calçada Centro Histórico da Vila Fonte de São João Fonte da Vila Parque Urbano do Rio do Porto Solar do Alvarinho Solar de Galvão
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São João dos Caldeireiros é uma freguesia portuguesa do município de Mértola, com 103,44 km² de área e 442 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . Demografia A população registada nos censos foi: Ver também A-dos-Álvares Freguesias de Mértola
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São Nicolau é uma antiga freguesia portuguesa do concelho de Mesão Frio, com 0,45 km² de área e 484 habitantes (2011). A sua densidade populacional era 1 075,6 hab/km². Foi extinta (agregada) pela reorganização administrativa de 2012/2013, sendo o seu território integrado na freguesia de Mesão Frio (Santo André). População (Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.) Património Arcas tumulares românicas Hospital da Misericórdia de Mesão Frio Igreja de São Nicolau (Mesão Frio) Antigas freguesias de Mesão Frio
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Miranda do Corvo é uma vila portuguesa do distrito de Coimbra, tendo pertencido à antiga província da Beira Litoral, estando atualmente inserida na sub-região Região de Coimbra (NUT III) da Região Centro (NUT II), com cerca de  habitantes. É sede do Município de Miranda do Corvo que tem de área e habitantes (2011), subdividido em 4 freguesias. O município é limitado a nordeste pelo município de Vila Nova de Poiares, a leste pela Lousã, a sueste por Figueiró dos Vinhos, a sudoeste por Penela, a oeste por Condeixa-a-Nova e a noroeste por Coimbra. O território do município de Miranda do Corvo é atravessado pelo Rio Ceira, pelo Rio Dueça ou Corvo e pelo Rio Alheda. Recebeu foral de D. Afonso Henriques a 19 de Novembro de 1136. Freguesias O Municipio de Miranda do Corvo está dividido em 4 freguesias: Lamas Miranda do Corvo Semide e Rio Vide Vila Nova Património Santuário do Senhor da Serra Santuário de Nossa Senhora da Piedade de Tábuas Pelourinho de Miranda do Corvo Convento de Santa Maria de Semide Aldeia de Xisto do Gondramaz Igreja Matriz de Miranda do Corvo/Calvário Castelo/Sepulturas Medievais Capela da Nossa Senhora da Boa Morte Cultura Mosteiro de Santa Maria de Semide Santuário do Senhor da Serra - Semide Casa das Artes Biblioteca Municipal Miguel Torga Parque biológico da Serra da Lousã Museu Vivo de Artes e Ofícios Museu da Tanoaria Templo Ecuménico Gastronomia O município de Miranda do Corvo dispõe atualmente de um leque de produtos que já se afirmaram no mercado regional e nacional: Chanfana de Cabra Velha, Nabada, Vinho de Lamas, Jeropiga de Moinhos e Mel com Denominação de Origem Protegida (DOP) “Serra da Lousã”. Personalidades ilustres José Augusto Fernandes (1964 - 2020) - Bombeiro e árbitro Política Eleições autárquicas Eleições legislativas Evolução da População do Município (Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste município à data em que os censos se realizaram.) De acordo com os dados do INE o distrito de Coimbra registou em 2021 um decréscimo populacional na ordem dos 5.0% relativamente aos resultados do censo de 2011. No concelho de Miranda do Corvo esse decréscimo rondou os 8.3%. (Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no município à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente) Instituições e colectividades Fundação ADFP Casa do Gaiato Associação Abutrica Santa Casa da Misericórdia de Semide Liga dos amigos do Casal das Cortes Ver também Jornal Mirante Serra da Lousã Aldeia de xisto de Gondramaz Lista de percursos pedestres de pequena rota em Portugal
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Águas Vivas (em mirandês Augas Bibas) é uma antiga freguesia portuguesa do município de Miranda do Douro, com 14 km² de área e 163 habitantes (2011). Foi criada em 12 de Julho de 2001, por desmembramento da vizinha freguesia de Palaçoulo. Águas Vivas deve o seu nome às numerosas nascentes de água que surgem à superfície, que devido às emblemáticas qualidades terão suscitado o interesse de fixação nesta localidade. Na primeira metade de século XX Águas Vivas, graças à exploração mineira do volfrâmio, também chamado tungsténio, tornou-se um importante local desta actividade mineira no nordeste transmontano, onde acorreram muitas pessoas para aí trabalharem. Águas Vivas é um centro rural inserido no planalto mirandês, predominantemente ligado à agricultura e na aldeia existem algumas empresas, nomeadamente um aviário de grandes dimensões e uma unidade de transformação de carnes e produção de fumeiro. A construção civil tem um papel importante na economia local, pelo que os habitantes gostam de afirmar que na localidade "não há desemprego nem subemprego". A 2 de Novembro de 2012, graças à reorganização territorial imposta pelo governo, por decisão da UTRAT (Unidade Técnica para a Reorganização Administrativa do Território) a freguesia de Águas Vivas passa a designar-se União das freguesias de Silva e Águas Vivas vindo a confirmar-se com a aprovação da Lei nº 11-A/2013 de 28 de Janeiro. Águas Vivas de acordo com os censos 2011 é o maior aglomerado populacional dentre as que compõem esta União de Freguesias. No que diz respeito ao património edificado, termos a Igreja de Santa Catarina, a Capela de S. Sebastião, duas fontes de mergulho e um cruzeiro. A Igreja Matriz é um templo de agradável traça exterior. A fachada termina com uma sineira, colocada no centro daquela. Águas Vivas é, também, um Centro Rural, onde o homem coabita em perfeita harmonia com o meio ambiente. População Freguesia criada pela Lei 18-H/2001, de 03 de Julho, com lugares desanexados da freguesia de Palaçoulo. No censo de 2011 registava 163 habitantes. Antigas freguesias de Miranda do Douro
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Palaçoulo (em mirandês Palaçuolo) é uma freguesia portuguesa do município de Miranda do Douro, com 50,14 km² de área{{citar web|url= http://www.dgterritorio.pt/ficheiros/cadastro/caop/caop_download/caop_2013_0/areasfregmundistcaop2013_2 |título= Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013 |publicado= IGP Instituto Geográfico Português|acessodata= 10 de dezembro de 2013|notas= descarrega ficheiro zip/Excel|arquivourl= https://web.archive.org/web/20131209063645/http://www.dgterritorio.pt/static/repository/2013-11/2013-11-07143457_b511271f-54fe-4d21-9657-24580e9b7023$$DB4AC44F-9104-4FB9-B0B8-BD39C56FD1F3$$43EEE1F5-5E5A-4946-B458-BADF684B3C55$$file$$pt$$1.zip|arquivodata= 2013-12-09|urlmorta= yes}} e 566 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . A freguesia é composta por duas aldeias: Palaçoulo Prado Gatão Toponímia De acordo com o linguista, José Pedro Machado, o topónimo «palaçoulo» provém do baixo-latim, do étimo palatiolum,'' que significa «pequeno palácio». Com base no mesmo étimo latino, conta-se ainda com a variante abreviada Paçô, topónimo comum a várias localidades e lugares do Norte de Portugal. Economia Palaçoulo apresenta uma atividade industrial a partir de produtos artesanais como as facas e as pipas que exporta para destinos tão longínquos como a Nova Zelândia. Palaçoulo soube tirar partido do “saber de gerações” e da proximidade com Espanha para vencer o isolamento e lançar-se na globalização. Uma boa parte dos habitantes das aldeias vive da cutelaria e da tanoaria. Património Igreja Matriz de Prado Gatão (tardo-medieval) Capelas do Santo Cristo e de Santa Bárbara (Prado Gatão) Casa Grande de Prado Gatão Igreja Matriz de Palaçoulo Capela do Carrasco (Palaçoulo) Capela de S Sebastião (Palaçoulo) Tradições Danças dos pauliteiros Música de gaitas-de-foles, bombos e concertinas Festividades Durante o ano realizam-se as festividades: Palaçoulo Festa de São Sebastião (domingo mais próximo do dia 20 de janeiro) Festa de São Miguel, padroeiro de Palaçoulo (domingo mais próximo do dia 8 de maio) Festa de Nossa Senhora do Rosário (3.º ou 4.º domingo de maio) Festa de Nossa Senhora do Carrasco (15 de agosto) Festa de Nossa Senhora do Rosário (2 de setembro) Festa de Santa Bárbara (3.º domingo de setembro) Prado Gatão Festa de Santa Isabel, padroeira da aldeia de Prado Gatão (7 de julho) Festa de Santa Bárbara (8 de agosto) Festa de Nossa Senhora do Rosário (16 de agosto) População Mosteiro Trapista de Santa Maria Palaçoulo foi o local escolhido para a localização do futuro Mosteiro Trapista de Santa Maria, Mãe da Igreja. A obra orçada em seis milhões de euros constitui um marco, uma vez que há 128 anos que não se construía um mosteiro em Portugal. O Mosteiro Trapista de Santa Maria, Mãe da Igreja, a sua designação oficial, visa acolher as monjas da Ordem Cisterciense da Estrita Observância, também conhecidas por irmãs Trapistas. Espera-se que 40 religiosas fiquem a morar no local, dedicando-se à contemplação e atividades agrícolas. A obra ficou concluída em outubro de 2020. Em novembro de 2021, dez monjas trapistas deixarão Vitorchiano, próximo de Roma, para viverem em clausura, em Palaçoulo num terreno com 28 hectares. Política Eleições Autárquicas Ligações externas Em Miranda do Douro, há uma fábrica que produz canivetes há 150 anos, por Lusa, Público, 27 de Janeiro de 2020 Freguesias de Miranda do Douro
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Os Vírus se classificam de acordo com os princípios de classificação científica utilizados para plantas e animais, seguindo antes regras próprias. Classificação Na classificação dos vírus existe: Classificação antiga – Sintomatologia 1966, Comitê Internacional de Taxonomia Viral: tipo de ácido nucleico estratégia de replicação morfologia de Reino até Ordem - ausência de classificação Família - Viridae Gênero - Virus Espécie viral Cerca de 3.600 espécies(mas se estima que haja mais ou menos 500 mil espécies, e podem, no futuro ser mais, porque são mutagênicos, se transformam) As regras da nomenclatura binominal de Lineu não são aplicadas aos vírus. Eles não possuem, na verdade, um nome científico, porém nomes que são usados em todo mundo (há palavras em latim, português, inglês, grego, etc.), como se fosse um nome científico (também há uma sigla e um código numérico que é usado em todo o mundo). Existem outros grupos possíveis, como por exemplo Tipo, que neste artigo são substituídos pelos seus correspondentes (no caso, tipo corresponde a um gênero, mas há também correspondentes de famílias). É opinião de muitos especialistas que não existem classes de vírus, pois, pelas características dessas classes, alguns vírus ficam por contemplar. Assim, a classificação dos vírus em classes é inadequada. No entanto, porque são utilizadas por alguns autores, fazemos aqui uma breve referência a uma das classificações possíveis (com base nas características do genoma), sem cariz filogenético, já que os vírus podem não ter uma origem em comum... Segue-se um destes tipos possíveis Classe I - DNA de banda (ou fita) dupla. Classe II - DNA de banda simples. Classe III - RNA de banda dupla. Classe IV - banda simples de RNA positivo (isto é, o RNA é imediatamente traduzido pelos ribossomos, actuando como se fosse RNA mensageiro). Classe V - banda simples de RNA negativo (é necessário transcrever a banda em RNA mensageiro, para então este ser traduzido pelos ribossomos). Classe VI - banda simples, positiva, de RNA, com DNA como intermediário na formação das proteínas (retrovírus). Classe VII - banda dupla de DNA com um RNA intermediário na replicação (Hepadnavírus). Há outras classificações virais com classes, embora a verdadeira não use classes. Essas outras classificações, a classes por seu anfitrião (indivíduo que o vírus infecta), ou ácido nucleico, ou por tipo, como satellites e viroids. Também há uma classificação viral que usa dois filos: Desoxivirus e Ribovirus. Há também uma que diz que todos os grupos são chamados: Forma. Antigamente os vírus eram classificados como bactérias, no Reino das plantas, no tempo dos dois reinos. Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus (Inglês) - https://talk.ictvonline.org/taxonomy/w/ictv-taxonomy Hunt, M. Virologia Básica - Definições, Classificação, Morfologia e Química em Microbiologia e Imunologia On-line. Tradução; Hopkins, M. Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Sul, acessado em 2018/27/01. - http://www.microbiologybook.org/Portuguese/virol-port-chapter1.htm Sistemas de classificação Vírus Taxonomia de vírus
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(, na numeração romana) foi um ano comum do século XVI do Calendário Juliano, da Era de Cristo, a sua letra dominical foi C (52 semanas), teve início a uma sexta-feira e terminou também a uma sexta-feira. Eventos 18 de janeiro — Francisco Pizarro submeteu o império inca e fundou a cidade de Lima, capital do vice-reinado do Peru. 9 de março — Fundação, em Pernambuco, do povoado de Igarassu. O Primeiro Núcleo de Povoamento do Brasil. 10 de março — As Ilhas Galápagos foram descobertas pelo bispo do Panamá Tomás de Berlanga. 12 de março — Fundação, em Pernambuco, do povoado de Olinda que depois se tornou a sede da capitania. 23 de maio — O português Vasco Fernandes Coutinho, donatário da Capitania do Espírito Santo, funda a cidade de Vila Velha, cujo nome original era Vila do Espírito Santo. Nomeação de Manuel da Câmara como Capitão do donatário da ilha de São Miguel, Açores. 25 de outubro — Assinatura de um tratado de paz e comércio entre Portugal e Badur Xá, sultão de Guzarate, no qual este autorizava a construção de uma fortaleza em Diu e abdicava completa e permanentemente da posse das ilhas e de Baçaim e Bombaim, que tinham sido cedidas menos de um ano antes pelo Tratado de Baçaim. Nascimentos 11 de fevereiro — Papa Gregório XIV, Niccolò Sfondrati, eleito em 8 de novembro de 1590 (m. 1591). 15 de março — Nathan Chyträus, teólogo calvinista, poeta, humanista e filólogo alemão (m. 1598). 23 de março — Sofia de Brandemburgo-Ansbach, Duquesa de Liegnitz (m. 1587). 26 de abril — D. Dinis, Infante de Portugal, filho de João III de Aviz (1502-1557) (m. 1537). 3 de maio — Alessandro Allori, pintor italiano (m. 1607). 2 de junho — Papa Leão XI, Alessandro Ottaviano de' Médici, papa eleito em 1 de abril 1605 (m. 1605). 24 de junho — Joana da Áustria, mãe de D. Sebastião e filha de Carlos V da Espanha e de Isabel de Portugal (m. 1573). 4 de julho — Guilherme de Brunsvique-Luneburgo (m. 1592). 1 de novembro — Giambattista Della Porta, filósofo, alquimista, matemático, físico, comediógrafo e dramaturgo italiano (m. 1615). Aarão Abiob, rabino grego (m. 1605). Falecimentos 18 de fevereiro — Agrippa von Nettesheim, teólogo, médico, mago, astrólogo, escritor ocultista e alquimista alemão. (n.1486). 5 de março — Lorenzo Costa, O Velho, pintor italiano (n. 1460). 26 de março — Georg Tannstetter, também conhecido como Georgius Collimitius, médico, matemático, humanista e professor da Universidade de Viena (n. 1482). 4 de maio — John Houghton, mártir cartuxo (n. 1486). 9 de junho — Íñigo López de Mendoza y Zúñiga, cardeal e bispo espanhol (n. 1476). 6 de julho — Thomas More, humanista inglês e chanceler de Henrique VIII (n. 1478). 10 de julho — Jacob van Campen, bispo anabatista holandês e mártir (n. 1505). 10 de agosto — Ippolito de' Medici, cardeal italiano (n. 1511). 23 de setembro — Catarina de Saxe-Lauemburgo, rainha da Suécia e primeira esposa de Gustavo I da Suécia (n. 1513). 24 de outubro — Francesco II Sforza, nono e último Duque de Milão (n. 1495). 10 de novembro — Franz Kolb, teólogo reformador alemão nascido na Suíça (n. 1465). 24 de novembro — Ulrich Zasius, Ulrich Zäsy, jurista e humanista alemão (n. 1461). 24 de dezembro — Euricius Cordus, humanista, naturalista, médico e poeta alemão (n. 1485).
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Abambres é uma freguesia portuguesa do município de Mirandela, com 18,68 km² de área{{citar web|url= http://www.dgterritorio.pt/ficheiros/cadastro/caop/caop_download/caop_2013_0/areasfregmundistcaop2013_2 |título= Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013 |publicado= IGP Instituto Geográfico Português|acessodata= 10 de dezembro de 2013|notas= descarrega ficheiro zip/Excel|arquivourl= https://web.archive.org/web/20131209063645/http://wwwdgterritoriopt/static/repository/2013-11/2013-11-07143457_b511271f-54fe-4d21-9657-24580e9b7023$$DB4AC44F-9104-4FB9-B0B8-BD39C56FD1F3$$43EEE1F5-5E5A-4946-B458-BADF684B3C55$$file$$pt$$1zip|arquivodata= 2013-12-09|urlmorta= yes}} e 338 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . Dista 10km da sede de concelho. Foi vigararia do bispado de Miranda. Demografia Nota: No ano de 1890 tinha anexada a freguesia de Cabanelas. A população registada nos censos foi: História Abambres era, em 1747, um lugar do termo da vila de Mirandela, da qual ficava distante uma légua para o Norte. No secular estava subordinada à Comarca da Torre de Moncorvo, e no eclesiástico ao Arciprestado de Mirandela, Bispado de Miranda do Douro, pertencendo à Província de Trás-os-Montes. Era esta terra dos Marqueses de Távora, e tinha 37 vizinhos, dos quais eram então, e constava por tradição serem sempre, quase a metade mulheres viúvas. Eram anexas à freguesia quatro aldeias, a que nesta província chamavam Quintas, a saber: Val de Juncal, Valongo, Val de Martinho e Cotas. E com os moradores destas Quintas, que todos vinham à missa a esta igreja e lugar de Abambres, compunha-se a freguesia de 111 vizinhos. Estava situado este lugar em sítio baixo, cercado pelo Sul, Ocidente e Norte de outeiros levantados, e pelo Oriente, pouco afastado, a lavava o rio Tua, a que outros dão o nome de Tuela. A igreja paroquial, dedicada a São Tomé Apóstolo, estava fundada fora do lugar contra o Norte em sítio levantado, entre o qual e o lugar se mete um ribeiro que, pelo tempo de Inverno, não dava passagem. Era esta igreja de uma só nave com sua capela-mor de forma quadrada, cujas paredes, como também as do corpo da igreja, eram todas de cantaria lavrada. Constava de quatro altares, o maior com sua tribuna, na qual se via colocada a imagem de São Tomé, orago da casa; e dois colaterais, um da parte de Evangelho, dedicado a Nossa Senhora do Rosário, e outro da parte da Epístola, de São Sebastião. No corpo da igreja desta mesma parte da Epístola, havia outro altar de Cristo Crucificado. Havia neste Povo duas ermidas, e ambas dentro dele; a do Santíssimo Sacramento onde se guardava o Senhor: além do maior tinha um altar colateral da parte do Evangelho, dedicado às Almas Santas, e andava-se com o cuidado de fazer outro a este correspondente da outra banda, dedicado a São Caetano, cuja perfeitíssima imagem se venerava já nesta ermida. A outra ermida era de São Miguel, moderna; mas já nela se dizia missa: estava contígua com as casas de Maria Pinheira viúva, e era por ela administrada. Foi seu instituidor o Padre José Pinheiro. Outras ermidas havia mais nesta freguesia, porém como estavam fundadas nas aldeias ou Quintas, aí se dará notícia delas. O pároco era vigário da apresentação dos Bispos de Miranda alternativamente com Sua Santidade: Tinha de renda 20.500 reis em dinheiro, 42 alqueires de trigo, 14 almudes de vinho em mosto, ou 12 de vinho já limpo, tudo pago à custa da Comenda. Tinha suas casas de residência e algumas terras de passal mui limitadas. Havia mais um coadjutor amovível ad nutum, cuja apresentação era in solidum'' do vigário com aprovação do provisor do bispado; tinha este de côngrua anual 6000 reis em dinheiro, e 25 alqueires de trigo. Os fritos que os moradores desta terra costumavam recolher em maior abundância eram trigo, centeio, azeite, algum milho e vinho. Governava-se por um juiz pedâneo, que usava de vara vermelha, eleito a votos do Povo, e metido pelo Senado da Câmara da vila de Mirandela, a cujo governo estava sujeito. No dia de São Tomé, 21 de dezembro, de tempo imemorial se costumava fazer neste lugar, pegado à igreja do mesmo santo, uma feira, que durava somente um dia; e há tradição que, enquanto foi franca, acudiam a ela muitos mercadores, e todo o género de mercancias; porém, como o meirinho do Arciprestado de Mirandela, com ordem e favor do meirinho geral da cidade de Miranda, entrou a cobrar 50 reis de cada pessoa que na mesma feira se achasse sentada vendendo alguma coisa, pelo discurso do tempo se foi minorando de forte, que então era uma pequena romagem. Povoações Abambres Vale de Juncal Vale de Martinho Património Igreja de São Tomé de Abambres: classificada como imóvel de interesse público. Freguesias de Mirandela Paróquias de Portugal com orago de São Tomé
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Cabanelas é uma freguesia portuguesa do município de Mirandela, com 18,60 km² de área e 344 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . A esta freguesia pertencem as aldeias Valongo das Meadas e Chelas. Demografia Nota: No ano de 1890 estava anexada à freguesia de Abambres. Pelo decreto lei nº 27.424, de 31/12/1936, a freguesia de Chelas, que estava anexada à de Carvalhais, passou a fazer parte da de Cabanelas. A população registada nos censos foi: Património Igreja Matriz de São Sebastião Cruzeiro Solar dos Doutel Solar da família Doutel - A história desta casa, inicia-se, quando o Capitão de Cavalaria, António Gomes da Costa, e seus irmãos, o Padre e Doutor João Gomes da Costa e Ana Gomes da Costa, decidiram instituir, em 1732 um vínculo de morgadio, com capela dedicada a S. João Baptista e às Almas do Purgatório. Posteriormente, André Borges e seus filhos - o Capitão Félix Borges, o Padre Sebastião Borges, e André Borges, e a sua nora, D. Maria Josefa, todos de Valbom dos Figos, freguesia de Mascarenhas, instituíram, em 1748, um morgadio com capela dedicada a S. Braz, que doaram a D. Maria Bernarda Borges da Silva, da aldeia de Sobreira, freguesia de Aguieiras, filha do Capitão Félix Borges e D. Maria Josefa, para casar com o Sargento-Mor António Xavier Gomes Doutel de Almeida, de Cabanelas, filho do Capitão António Gomes da Costa e de D. Joana Doutel de Figueiredo Sarmento. Esta capela, ainda hoje, existe na casa brasonada dos Doutel, a qual o Capitão António Gomes da Costa ordenou a construção e cuja frontaria evidencia o brasão de família com a seguinte descrição: «(...) É esquartelado: no 1º quartel as armas dos Doutéis, conforme aparecem no distrito de Bragança; no 2º as dos Gomes; no 3º as dos Costas e no 4º as dos Almeidas.» (Alves, 2000, tomo VI, p. 752); António Xavier Gomes Doutel de Almeida e de D. Maria Bernarda Borges da Silva, contraíram matrimónio em 06.01.1749, resultando, pelo menos 7 filhos, com vasta descendência, até aos dias de hoje. Freguesias de Mirandela
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Frechas é uma freguesia portuguesa do município de Mirandela, com 18,41 km² de área{{citar web|url= http://www.dgterritorio.pt/ficheiros/cadastro/caop/caop_download/caop_2013_0/areasfregmundistcaop2013_2 |título= Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013 |publicado= IGP Instituto Geográfico Português|acessodata= 10 de dezembro de 2013|notas= descarrega ficheiro zip/Excel|arquivourl= https://web.archive.org/web/20131209063645/http://www.dgterritorio.pt/static/repository/2013-11/2013-11-07143457_b511271f-54fe-4d21-9657-24580e9b7023$$DB4AC44F-9104-4FB9-B0B8-BD39C56FD1F3$$43EEE1F5-5E5A-4946-B458-BADF684B3C55$$file$$pt$$1.zip|arquivodata= 2013-12-09|urlmorta= yes}} e 732 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . Demografia Nota: Nos anos de 1890, 1911, 1920 e 1930 tinha anexada a freguesia de Vale de Sancha. Pelo decreto lei nº 27.424, de 31/12/1936, a freguesia de Vale de Sancha passou a fazer parte desta freguesia. A população registada nos censos foi: História Foi vila e sede de concelho até ao início do século XIX. O pequeno município tinha uma freguesia e, em 1801, contava com 533 habitantes. Frechas, freguesia do concelho de Mirandela, distrito de Bragança, localiza-se num outeiro, nas margens do Rio Tua. Devido às boas condições climatéricas e à exploração do solo, o povoamento de Frechas reporta-se à pré-história, facto comprovado pelos vestígios arqueológicos existentes. Assim, por esta freguesia passaram povos de origens diversas, nomeadamente os Celtas, os Romanos, os Suevos, os Visigodos e os Árabes. Esta freguesia está situada na margem esquerda do Tua, distando 11 quilómetros da sede do concelho. É constituída pelos lugares de Frechas, Cachão e Vale da Sancha. A nível demográfico é a terceira maior freguesia do concelho. Frechas, a sede da freguesia, é uma povoação muito antiga, relativamente pitoresca, assente num moderno outeiro, entre a via férrea e o rio. A via férrea referida é a Linha do Tua que é aqui servida por uma estação da C. P. Neste ponto a linha transpõe a curva de nível dos 200 metros. Cruza-se uma pequena ribeira pela ponte de Frechas e passa-se sob a estrada nacional n.º 213 por um curto túnel. Avista-se então o belo pico granítico da Senhora da Assunção, tendo ao lado direito o formoso cone do Monte do Faro. A paisagem amplia-se; torna-se mais bela e calmante. Segue-se demoradamente ao longo do rio, pacífico e amplo. Ao cabo de um bom estirão, a linha afasta-se da estrada, junto do apeadeiro das Latadas, ainda dentro da freguesia, e inflecte para a esquerda entre macios pendores revestidos de vinha e olival. Frechas foi vila e sede de concelho com foral dado por D. Manuel I em “a nossa muy Nobre e sempre Leal cidade de Lisboa aos X dias de março de quinhentos e treze”, conforme cópia textual feita pelo Padre Ernesto Sales do original existente no Arquivo Histórico de Bragança. Crê-se que terá havido um foral anterior, dado, em data desconhecida, a Lourenço Soares por D. Dinis. Os foros, rendas ou tributos que a esta extinta vila teriam sido impostos no primitivo foral de Lourenço Soares desconhecem-se, como por completo se desconhece o teor desse diploma cuja realidade nos é afirmada pelo foral de D. Manuel. Julga-se, porém, que os tributos constantes deste último serão a continuação e equivalência dos antigos, talvez mesmo beneficiados, como parece depreender-se do facto de nele ter substituído o foro de oitava pelo de novena. O concelho de Frechas perdurou até 1836, passando então para o de Mirandela. Conserva-se ainda, como memória dos seus antigos foros, o esbelto pelourinho. Características O pelourinho é todo de granito e formado por uma coluna octogonal assente numa base de cinco degraus. O fuste da coluna é ornamentado com florões. O capitel ostenta uma cruz de braços iguais donde parte um ferro curto com uma argola na extremidade. Sobre esta cruz ergue-se um corpo onde estão gravados o escudo nacional, uma figura feminina e as armas da Casa dos Sampaios. Os edifícios civis desta freguesia apresentam, de uma maneira geral, as características arquitectónicas tradicionais da região. Sobressaem no entanto algumas casas solarengas, das quais se destaca uma, brasonada, com capela lateral e a data de 1768. Uma das construções apalaçadas, a Casa dos Araújos, depois de reconstruída e aumentada, é hoje um polo de aproveitamento de Turismo rural. A sua situação na margem esquerda do rio Tua proporciona uma magnífica vista panorâmica sobre aquele rio, os olivais e os pomares que se estendem pelas suas margens. Encontra-se aqui um ambiente deveras acolhedor, onde a pureza do ar e as comodidades disponibilizadas fazem desta mansão um local de eleição para passar uns dias calmos e retemperantes em permanente contacto com a natureza. Em termos de arquitectura religiosa, vêem-se por aqui alguns exemplares de boa feitura e de bons pormenores arquitectónicos. É o caso das diversas capelas da freguesia e, naturalmente da sua Matriz. Um dos lugares da freguesia, o decantado Cachão, tornou-se muito conhecido depois que o Eng. Camilo de Mendonça aí fundou um importante núcleo industrial designado por União dos Grémios de Lavoura do Nordeste Transmontano. “Cachão, importante complexo agroindustrial, do Nordeste Transmontano, ainda na fase de crescimento”, como anotou no Guia de Portugal'' (anos 60) o celebrado Sant'Anna Dionísio, confessando que, “no meio da paisagem relativamente adusta e erma, causa uma certa impressão o aparecimento do bloco já bastante volumoso, de alpendres e departamentos transformadores, de carácter acentuadamente cooperativista, onde já hoje trabalham algumas centenas de operários sob a orientação de duas ou três boas dezenas de técnicos, recrutados pelo Eng. Camilo de Mendonça, fundamental promotor deste singular empreendimento. Os pavilhões dispõem-se, em planos sucessivos, na base do monte da Assunção e a dois passos do Tua. Neste local, em via de forte industrialização…”. E, realmente, o patamar da maturidade industrial foi alcançado; só que, após o 25 de Abril, as crises sucederam-se, os milhares de trabalhadores foram progressivamente sendo confrontados com o espectro do desemprego, o declínio latente transformou-se em projecto totalmente falido, e o importante complexo agroindustrial parou por completo. Hoje, após vicissitudes várias, encontra-se administrado pelas Câmaras de Mirandela e de Vila Flor que, num futuro possível, pretendem restituir-lhe o seu perdido fulgor e o seu estatuto de mola económica desta região. Património Pelourinho de Frechas Igreja de São Miguel Capela de São Sebastião Capela de Nossa Senhora de Lurdes Praia Fluvial de Frechas Equipamentos Escola 1º Ciclo Infantário Centro de Dia Parques infantis Posto público de acesso à internet Turismo rural Restaurante para festividades Povoações Cachão Frechas Vale de Sancha Ligações externas Freguesias de Mirandela Antigos municípios do distrito de Bragança
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Navalho é uma antiga freguesia portuguesa do município de Mirandela, com 8,56 km² de área e 96 habitantes (2011). A sua densidade populacional era 11,2 hab/km². Foi extinta (agregada) pela reorganização administrativa de 2012/2013, sendo o seu território integrado na União de Freguesias de Avidagos, Navalho e Pereira. População Antigas freguesias de Mirandela
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Vale de Asnes é uma freguesia portuguesa do município de Mirandela, com 21,50 km² de área e 210 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . Foi vila e sede de concelho até ao início do século XIX. Era constituído apenas pela freguesia da sede e tinha, em 1801, 354 habitantes. Na década de 30 do século XIX foi anexado ao concelho de Cortiços. A freguesia passou em 1853 para o concelho de Macedo de Cavaleiros e, em 1871, para o de Mirandela. Atualmente é composta por duas povoações: Vale de Asnes e Cedaínhos. Demografia Nota: No ano de 1864 fazia parte do concelho de Macedo de Cavaleiros. Passou para o actual concelho por decreto de 15/11/1871. Nos anos de 1900 a 1930 tinha anexada a freguesia de Cedaínhos. Pelo decreto lei nº 27.424, de 31/12/1936, Cedaínhos passou a fazer parte da freguesia de Vale de Asnes. A população registada nos censos foi: Freguesias de Mirandela Antigos municípios do distrito de Bragança
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Freguesias de Portugal Bemposta (Abrantes) Bemposta (Mogadouro) Bemposta (Penamacor) — extinta Pinheiro da Bemposta — extinta Outros Palácio da Bemposta — palácio em Lisboa, Portugal Bemposta (Três Rios) — distrito no estado do Rio de Janeiro, Brasil Desambiguações de topônimos
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Meirinhos é uma freguesia portuguesa do município de Mogadouro, com 53,80 km² de área e 250 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . Demografia A população registada nos censos foi: Aldeias A freguesia é composta por duas aldeias: Meirinhos - 276 habitantes em 2011 Quinta de São Pedro - 11 habitantes em 2011 Serviços Correios Posto de Correios, Meirinhos Freguesias de Mogadouro
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Soutelo foi uma freguesia portuguesa do município de Mogadouro, com 16,59 km² de área e 129 habitantes (2011). Densidade: 7,8 hab/km². Foi extinta (agregada) pela reorganização administrativa de 2012/2013, sendo o seu território integrado na freguesia de Remondes e Soutelo. População i) 0 aos 14 anos; ii) 15 aos 24 anos; iii) 25 aos 64 anos; iv) 65 e mais anos Aldeias A freguesia era composta por duas aldeias: Soutelo Quinta de Linhares Antigas freguesias de Mogadouro
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Vila de Ala é uma freguesia portuguesa do município de Mogadouro, com 26,52 km² de área{{citar web|url= http://www.dgterritorio.pt/ficheiros/cadastro/caop/caop_download/caop_2013_0/areasfregmundistcaop2013_2|titulo= Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013|publicado= IGP Instituto Geográfico Português|acessodata=5 de dezembro de 2013|notas= descarrega ficheiro zip/Excel|arquivourl= https://web.archive.org/web/20131209063645/http://www.dgterritorio.pt/static/repository/2013-11/2013-11-07143457_b511271f-54fe-4d21-9657-24580e9b7023$$DB4AC44F-9104-4FB9-B0B8-BD39C56FD1F3$$43EEE1F5-5E5A-4946-B458-BADF684B3C55$$file$$pt$$1.zip|arquivodata= 2013-12-09|urlmorta= yes}} e 231 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . Demografia A população registada nos censos foi: Geografia A freguesia de Vila de Ala faz fronteira a norte com Penas Róias, a este com Tó, a sueste com Peredo da Bemposta, a sul com Vilarinho dos Galegos e Ventozelo, a sudoeste com Vilar de Rei e a noroeste com Mogadouro. Uma das maiores serras do concelho de Mogadouro fica nesta freguesia a menos de 1 km de Santiago, com uma altitude de 970 metros. No alto da Serra existe um Miradouro, de onde se tem vista para todo o concelho e ainda para os concelhos limítrofes e Espanha. O Parque Natural do Douro Internacional é um parque natural que abrange a área em que o rio Douro constitui a fronteira entre Portugal e Espanha, bem como o rio Águeda, afluente do Douro. Apesar de nem o rio Douro nem o rio Águeda atravessarem a freguesia, esta está inserida parcialmente no Parque, e apenas as aldeias de Paçó e Vila de Ala estão inseridas. Aldeias A freguesia é composta por quatro aldeias: Mogadouro Gare Paçó - 24 habitantes em 2011 Santiago - 64 habitantes em 2011 Vila de Ala - 140 habitantes em 2011 Património Igreja Matriz de Vila de Ala Igreja Matriz de Santiago Castro da Serra de Santiago Antiga Estação Ferroviária de Mogadouro Acessos EN221 Guarda - Pinhel - Figueira Castelo Rodrigo - Freixo de Espada á Cinta - Mogadouro - Cruzamento Mogadouro Gare -Santiago - Miranda do Douro EM595 Peredo da Bemposta - Ventozelo - Vilarinho dos Galegos - Vila dos Sinos - Vila de Ala - Cruzamento Paçó - Santiago - N221Apesar de o IC5 passar na freguesia, estando sempre ao lado da N221, não possui saída nesta freguesia. As saídas mais próximas da freguesia são as de Tó/Sanhoane/Brunozinho e de Mogadouro/Vimioso.'' Freguesias de Mogadouro
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Moimenta da Beira é uma vila portuguesa localizada na sub-região do Douro, pertencendo à região do Norte e ao distrito de Viseu. Tem uma área urbana de 10,17 km2, 2.843 habitantes em 2021 e uma densidade populacional de 280 habitantes por km2. É sede do município de Moimenta da Beira, tendo uma área total de 219,97 km2, 9.410 habitantes em 2021 e uma densidade populacional de 43 habitantes por km2, subdividido em 16 freguesias. O município é limitado a nordeste pelo município de Tabuaço, a sueste por Sernancelhe, a sul por Sátão, a sudoeste por Vila Nova de Paiva, a oeste por Castro Daire, a noroeste por Tarouca e a norte por Armamar. Geografia A localização geográfica do município de Moimenta da Beira, entre o vale do Douro, de clima tipicamente mediterrânico e as terras altas da Beira Alta, de clima de montanha, propicia a existência de comunidades vegetais e animais variadas. Famosa pela produção de vinho, de maçã, principalmente da espécie "bravo de esmolfe", e, também, por ter sido o concelho onde Aquilino Ribeiro viveu em várias fases da sua vida, mais propriamente na pequena aldeia de Soutosa. Freguesias O município de Moimenta da Beira está dividido em 16 freguesias: Património Pelourinho de Castelo Pelourinho do Passô Pelourinho de Rua Solar do Sarzedo ou Solar de São Domingos do Sarzedo Cultura Fundação Aquilino Ribeiro - Casa Museu e Biblioteca - na Rua Juiz Conselheiro Aníbal Aquilino Ribeiro, em Soutosa Evolução da População do Município ★ Os Recenseamentos Gerais da população portuguesa tiveram lugar a partir de 1864, regendo-se pelas orientações do Congresso Internacional de Estatística de Bruxelas de 1853. Encontram-se disponíveis para consulta no site do Instituto Nacional de Estatística (INE). (Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste município à data em que os censos se realizaram.) (Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no município à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente) Política Eleições autárquicas Eleições legislativas Personalidades Barão de Moimenta da Beira e Visconde de Moimenta da Beira António José Rafael, Bispo de Bragança-Miranda Amadeu Ferreira Matias, militar no Corpo Expedicionário Português durante a 1.ª Guerra Mundial Luís Veiga Leitão, poeta e artista plástico António de Paiva Gomes, médico, politico, militar e jornalista Ligações externas Património Monumental - https://web.archive.org/web/20160408183147/http://mailto:cmmbeira@cm-moimenta.pt/pages/869 Observação de aves na barragem de Vilar https://web.archive.org/web/20160406113613/http://mailto:cmmbeira@cm-moimenta.pt/pages/984
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Paulo Salim Maluf (São Paulo, 3 de setembro de 1931) é um político, engenheiro e empresário brasileiro, filho de pais de origem libanesa. Foi governador do estado de São Paulo (1979-1982), além de duas vezes prefeito de São Paulo (1969-1971; 1993-1996), secretário dos transportes do Estado (1971-1975), presidente da Caixa Econômica Federal, presidente e vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo e líder de cinco partidos políticos. Foi candidato à Presidência da República no último pleito presidencial indireto (1985), como candidato do partido situacionista, e na primeira eleição da Sexta República (1989). Seu último cargo foi o de deputado federal, função que ocupou por quatro vezes. Na política, Maluf associou-se ao conservadorismo, e seu primeiro partido político foi a Aliança Renovadora Nacional (ARENA), agremiação situacionista durante a ditadura civil-militar, que posteriormente sofreu diversas alterações de nomenclatura, hoje se chamando Progressistas (PP). A ascensão e o sucesso como administrador público estiveram na origem do termo malufismo, em alusão à influência que Maluf deteve na política paulista. Em doze eleições para cargos do Poder Executivo, venceu duas e perdeu dez: uma vitória (para prefeito) e nove derrotas em pleito direto; uma vitória (para governador, como candidato único) e uma derrota em pleito indireto. Foi eleito nas quatros eleições que disputou para deputado federal. Além dos seis mandatos pela via eletiva (direta ou indireta), foi nomeado presidente da Caixa Econômica, Prefeito e secretário estadual. A indicação de Maluf como candidato da eleição presidencial de 1985, a primeira após a abertura política, dividiu o partido, numa disputa interna de poder. Os membros da Arena contrários à candidatura, liderados por José Sarney, terminaram por fundar o dissidente Partido da Frente Liberal. Maluf foi oficializado candidato, mas perdeu a eleição para Tancredo Neves. Maluf voltaria a vencer um pleito em 1992, para a prefeitura de São Paulo. Dentre as obras públicas inauguradas durante suas administrações como prefeito da capital paulista, estão as Marginais Pinheiros e Tietê, o Elevado Presidente João Goulart (à época denominado Elevado Presidente Costa e Silva) e o Túnel Ayrton Senna. Depois de deixar a prefeitura, não foi mais eleito para cargos executivos e passou a disputar, com êxito, eleições parlamentares. Foi eleito deputado federal nos anos de 2006, 2010, e 2014, nessa última com pouco mais de 250 mil votos. Em 2017, foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal pelo crime de lavagem de dinheiro. O tribunal considerou que Maluf usara contas no exterior para esconder parte dos R$ 3 bilhões desviados das obras da Avenida Roberto Marinho e do Túnel Ayrton Senna entre 1993 e 1996, quando ele fora prefeito de São Paulo. Em 2018, foi condenado pelo STF por falsidade ideológica eleitoral. Cumpriu as penas em prisão domiciliar até maio de 2023, quando por decisão do próprio STF teve suas condenações extintas com base nos critérios do indulto natalino assinado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. História Filho do imigrante libanês Salim Farah Maluf e de Maria Estéfano Maluf, uma família de industriais que no início do século passado resolveu investir na América do Sul. No início fabricavam compensados e outros laminados prensados, quando fundaram a Eucatex, a maior empresa do setor madeireiro da América Latina. Maluf é neto de Miguel Estéfano, detentor de uma das maiores fortunas do estado de São Paulo nas décadas de 1930 e 1940. Estudou no Colégio São Luís, estabelecimento de ensino de padres jesuítas. Em sua juventude estudou piano por hobby. Ingressou na política no movimento estudantil da Universidade de São Paulo, onde durante o curso de engenharia civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo fez parte do Grêmio dos Estudantes da Faculdade. Formou-se em 1954, passando a ser diretor-superintendente das empresas da família, que eram comandadas por seu irmão Roberto. Em 1955 casou-se com Sylvia Lutfalla, com quem tem quatro filhos e treze netos. De 1955 a 1967, Maluf trabalhou ininterruptamente como empresário. Cronologia Política Em 1964, tornou-se vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo, sendo empossado em 30 de março, um dia antes da queda do presidente João Goulart. Neste período, iniciou a amizade com Delfim Netto, o mesmo que lhe indicaria para a presidência da Caixa Econômica Federal em 1967. Ao término de seu mandato sobre a entidade, foi nomeado Prefeito de São Paulo em 1969 e Secretário dos Transportes em 1971. Em 1976, foi eleito presidente da Associação Comercial de São Paulo e alcançou o Governo do Estado de São Paulo em 1979. Eleito Deputado Federal quatro vezes: Em 1982 e 2006, com a maior votação do país; e em 2010 e 2014. Eleito prefeito de São Paulo em 1992. Colecionou 10 derrotas: 4 para o governo paulista: 1986, 1990, 1998, 2002; 4 para a prefeitura da capital paulista: 1988, 2000, 2004, 2008; e 2 para a presidência da República: 1985 (indireta) e 1989. Maluf comemorou, em 2012, 45 anos de vida pública, tendo ocupado nesta seis cargos de alta relevância política que culminaram na corrente denominada Malufismo. Presidente da Caixa Econômica Federal (1967-1969) Maluf tomou posse como presidente da entidade em 13 de maio de 1967, quando tinha 35 anos. Inovou o organismo que era considerado uma velharia, que apenas oferecia um instrumento de poupança. Necessitando de novos horizontes, Maluf introduziu novidades: a CEF passou a oferecer Talão de cheque, e a disponibilizar em suas agências o pagamento de ISS, IPTU, ICMS, Imposto de Renda, contas de água, luz, gás e telefone. Sendo assim, a Caixa Econômica Federal equilibrou-se em 1967, e apresentou grandes lucros em 1968. Maluf inovou também ao criar o processo de empréstimo para a casa própria. Assim, ao invés de lavrarem-se escrituras no tabelião, fazia-se a escritura particular impressa sem ônus para o tomador. Durante sua gestão abriram-se linhas de poupança com correção monetária que a Caixa Econômica Federal não havia. O órgão centenário, em sua administração, realizou em financiamentos o que não havia feito em um século. Desta maneira, foi nomeado Prefeito do Município de São Paulo. Prefeito de São Paulo (1969-1971) Maluf foi nomeado prefeito de São Paulo para o período de 1969 a 1971, por indicação do presidente da República Costa e Silva e com o apoio de Delfim Netto a contragosto do governador do estado Abreu Sodré, que preferia indicar o seu Secretário de Fazenda, Luís Arrobas Martins. Mas durante uma reunião na sede do governo paulista, Martins fez críticas ao poder central. O conteúdo da reunião chegou a Brasília e o governador precisou trocar de candidato e nomeou Maluf. Sendo engenheiro, Maluf sempre priorizou as obras de grande porte e visibilidade, sendo a principal o Minhocão, muito criticada pelo fato de ter causado desvalorização aos diversos prédios que margeavam o viaduto e por ter deteriorado o bairro de Santa Cecília, região central da capital paulista. No ano de 2006, foi feita uma enquete por parte do periódico Jornal da Tarde, que apontou que mais de 90% da população da região aprova o Minhocão, mas que ele deveria passar por revitalizações. Inaugurou diversas avenidas, pontes e viadutos, dentre eles: Beneficência Portuguesa, Plínio de Queiroz, 31 de Março, Antártica, Conselheiro Carrão, Bresser, Cidade de Osaka, Diário Popular, Gazeta do Ipiranga, Guadalajara, Guilherme de Almeida, Júlio de Mesquita Filho, Mie Ken, Miguel Mofarrej, e Presidente Wilson. Foi responsável, também, pela construção e inauguração de importantes trechos das Marginais Tietê e Pinheiros. Maluf se notabilizou, além disso, pela ampliação da rede de escolas primárias e de nível médio, pela extensão da iluminação pública a vapor de mercúrio, pela criação das ruas de lazer, pelas obras de combate às enchentes e saneamento básico, e pela inauguração do Hospital Municipal do Tatuapé, que estava sendo construído desde o governo de Adhemar de Barros, mas que foi equipado em sua gestão. É o maior da Zona Leste, e considerado o melhor centro de atendimento de queimados da América do Sul. Durante o seu mandato como prefeito de São Paulo, Maluf presenteou, mediante lei aprovada pela Câmara de Vereadores, os jogadores da Seleção Brasileira de Futebol que disputaram e ganharam a Copa do Mundo de Futebol de 1970 com um Fusca. Durante anos respondeu a um processo judicial sendo inocentado em 2006. Secretário dos Transportes (1971-1975) Tão logo concluiu seu mandato de prefeito, Maluf foi Secretário de Transportes do governo do estado de São Paulo na gestão Laudo Natel (1971-1975). Durante esse período, inaugurou a primeira etapa do metrô de São Paulo, a Linha Norte-Sul (chamada hoje de "Linha 1 - Azul"), que opera desde o dia 14 de setembro de 1974 e que estava sendo construído desde 1968. Além disto, deu início as operações da Fepasa, unificando as ferrovias do Estado de São Paulo. Como secretário, também acelerou a construção das Rodovias Imigrantes e Bandeirantes. Deu início a duplicação das Rodovias Anhanguera e Washington Luís. Em 1974, tentou ser indicado candidato ao Senado, mas o presidente Ernesto Geisel já havia escolhido Carvalho Pinto (que seria derrotado por Orestes Quércia), o que levou Maluf a desistir. Retomou suas atividades na Associação Comercial e, em 1976, foi eleito presidente da entidade. Em 1978 foi eleito Homem Visão 78 pela já extinta Revista Visão. Em janeiro de 1975 Maluf firmou um contrato de financiamento 200 milhões de dólares com empresas e bancos da França para a aquisição de 60 trens de passageiros (240 vagões) de aço inox importados para os subúrbios da Fepasa. Para conseguir a aprovação do contrato, Maluf submeteu o contrato diretamente ao presidente Geisel, ignorando o governador Laudo Natel (o que gerou uma pequena crise política). Em março, Paulo Egydio Martins assumiu o governo do estado e ordenou uma auditoria no contrato. A auditoria revelou que o contrato era lesivo ao estado, pois a Fepasa pagaria 900 mil dólares por vagão enquanto a Rede Ferroviária Federal adquiriu na mesma época vagões similares por 400 mil a 500 mil dólares cada. Com isso, o contrato assinado por Maluf foi anulado e um novo foi assinado com as mesmas empresas e resultou na manutenção do valor, porém com o aumento da encomenda de 60 trens (240 vagões) para 100 trens (300 vagões) e a inclusão da empresa nacional Cobrasma no contrato, com índices de nacionalização obrigatórios e garantia de transferência de tecnologia. Governador de São Paulo (1979-1982) Em 1977, começou a articular para chegar ao governo de São Paulo. Maluf apostou na candidatura à Presidência do Ministro do Exército, Sílvio Frota, que pertencia à linha dura do Regime Militar. O presidente Geisel, que apoiava o general João Batista Figueiredo, demitiu Frota em 12 de outubro de 1977. Sem esperanças de ser indicado pelo presidente, Maluf visitou todos os 1.261 delegados que votariam na convenção da ARENA. Em abril daquele ano, Geisel ficou neutro na disputa, confiante que Laudo Natel venceria a convenção. Na convenção da ARENA, em 4 de junho de 1978, porém, Maluf venceu por 617 votos, ante os 589 obtidos por Natel. Laudo Natel tentou impugnar a votação sob a acusação de fraude, mas o governo federal não lhe deu ouvidos. Maluf disputou então a vaga no Colégio Eleitoral como candidato oficial da Arena, e, sem concorrente, foi eleito indiretamente governador do Estado de São Paulo em 1 de setembro de 1978, mesma data em que Amaral Furlan preencheu a vaga de senador nos termos da legislação vigente. Como governador, cerca de 30 anos antes da descoberta de petróleo no litoral paulista, fez uma tentativa de encontrar petróleo no estado de São Paulo, com a criação de uma estatal chamada Paulipetro, através da assinatura de um contrato de risco com a Petrobras, que fracassou. Segundo o Departamento de Engenharia de Petróleo, "o tempo foi muito curto, de 1980 a 1982, para que os esforços do governo paulista aparecessem, pois o processo de prospecção é longo e depende quase sempre de várias tentativas de perfuração no mesmo lugar". De qualquer maneira, alguns poços escavados em que o petróleo não foi encontrado foram aproveitados pela Sabesp para captação e distribuição de água em alguns municípios do interior. Em termos de saneamento básico, inaugurou obras da Sabesp na capital e interior, sendo as mais importantes os primeiros interceptores de esgotos no Rio Pinheiros, o Sistema Cantareira, que foi responsável pelo abastecimento de água de 10 milhões de habitantes (atualmente, cerca de 6 milhões, após a crise hídrica que afetou o Estado), a primeira fase da Estação de Tratamento de Esgotos de Barueri e a terceira fase da Estação de Tratamento de Água do Guaraú. São também realizações do Governo Maluf a expansão da linha Leste-Oeste de Metrô (a atual Linha 3 - Vermelha), constituída pelas estações: Pedro II, Bresser-Mooca, Belém e Tatuapé (para leste) e Anhangabaú, República e Santa Cecília (para oeste). Esta última estação foi concluída no governo seguinte que finalizou os 10% que restava. Construiu a Rodovia dos Trabalhadores (renomeada em 1994 como "Rodovia Ayrton Senna"), a Rodovia Mogi-Bertioga, a Ponte do Mar Pequeno, o Terminal Rodoviário Governador Carvalho Pinto(conhecido como Terminal Rodoviário do Tietê) e, em parceria com o Ministério da Aeronáutica, o Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos (renomeado em 1999 como Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro, concluído após o fim de sua gestão, em 1985), e no qual o seu governo realizou um aporte financeiro menor do que o acordado inicialmente com a Aeronáutica. Iniciou as usinas hidrelétricas de Nova Avanhandava, Porto Primavera, Taquaruçu, Três Irmãos e de Rosana. Inaugurou e equipou o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas. Aumentou consideravelmente a presença das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar nas ruas com o objetivo de aumentar a segurança da Grande São Paulo. Houve um incidente, durante seu governo, fartamente explorado pela oposição: O episódio na Freguesia do Ó, houve choques entre apoiadores e opositores de Maluf durante uma manifestação pública de cunho antimalufista, fato este que foi objeto de uma CPI inconclusiva na Assembleia Legislativa paulista. Em 1981, Maluf cria a Eletropaulo, após seu governo comprar os ativos da porção paulista da Light. A empresa era considerada uma das cinco maiores fornecedoras de energia elétrica do mundo e foi privatizada na gestão de Mário Covas, na década de 1990. No governo de Paulo Maluf, a VASP foi pivô de um grande escândalo. Assim, em agosto de 1980, a Assembleia Legislativa do estado criou uma Comissão Especial de Investigação (CEI) para apurar denúncias de irregularidades na administração da VASP. Vários problemas foram encontrados, entre eles o desaparecimento de 2,7 milhões de litros de combustível, explicada por Calim Eid, chefe da Casa Civil, em razão da "evaporação natural", sumiço de peças de reposição, concorrências fraudulentas, falsificação contábil, distribuição de milhares de bilhetes aéreos e uso político da empresa. Maluf ampliou a rede de transmissão da TV Cultura de 8 para 51 estações e mais 83 repetidoras. Também marca o seu governo a tentativa frustrada de construir uma nova capital para o estado, que se chamaria Anchieta, sendo sua região o município de Brotas. A emenda à Constituição estadual necessária para tal fim foi rejeitada pela Assembleia Legislativa em meados de 1980. Maluf trasladou, em 1982, para o Monumento do Ipiranga, os restos mortais da 2ª imperatriz do Brasil, Dona Amélia de Leuchtenberg. Criou a Secretaria Estadual de Cultura. A pedido da ex-primeira dama Sara Kubitschek, doou 50 milhões de cruzeiros para a construção do Memorial JK, situado na cidade de Brasília. Durante seu mandato, o município de São Paulo foi administrado, em sua maior parte, por Reynaldo de Barros. Indicado candidato a governador por Maluf, em 1982, Barros abriu espaço para o clássico correligionário malufista Antônio Salim Curiati, o qual foi o penúltimo prefeito nomeado de São Paulo. Maluf jamais trocou de partido, embora a sigla tenha mudado ao longo dos anos: de ARENA para PDS (em 1980), que mudou para PPR (em 1993), que virou PPB (em 1995), e que desde 2003 é denominado Partido Progressista, PP. Deputado federal (1983-1987) Em 1982 renunciou ao governo do estado dando lugar ao vice-governador José Maria Marin, para disputar uma vaga de deputado federal sendo eleito com 672 927 votos, sagrando-se o mais votado da história do país até 2002 quando o médico Enéas Carneiro obteve 1 573 642 votos. Na Câmara dos Deputados (1983-1987) foi contra a emenda Dante de Oliveira, que propunha eleições diretas para Presidente da República. Mesmo tendo comparecido a apenas quatro votações, articulou sua primeira candidatura à Presidência da República via Colégio Eleitoral derrotando Mário Andreazza, então Ministro do Interior, por 493 votos a 350 votos na convenção nacional do PDS realizada em 11 de agosto de 1984. Conhecido o resultado, Maluf tornou-se candidato a Presidente da República tendo como vice-presidente o deputado federal piauiense Flávio Marcílio, há anos fazendo política no Ceará, estado o qual representava na Câmara dos Deputados. Tal resultado, porém, causou descontentamento entre os "andreazzistas" e gerou contrariedade para o presidente João Figueiredo. A vitória de Maluf foi o estopim para que os dissidentes governistas se alinhassem ao oposicionista Tancredo Neves, algo evidenciado pelo apoio de nomes como o do vice-presidente Aureliano Chaves, dos senadores José Sarney, Marco Maciel e Jorge Bornhausen, além de Antônio Carlos Magalhães. Destes, Sarney foi indicado vice-presidente na chapa oposicionista e se filiou ao PMDB em 13 de agosto de 1984 e os demais estruturaram a dissidência da Frente Liberal, embrião do Partido da Frente Liberal (fundado em 24 de janeiro de 1985, hoje União Brasil). Melhor articulados, os adversários de Paulo Maluf formaram a Aliança Democrática derrotando-o por 480 votos contra 180 e 26 abstenções. Tancredo Neves, entretanto, não chegou a tomar posse e em seu lugar assumiu o vice-presidente José Sarney, dando início à chamada Nova República e governou o país entre 1985 e 1990. Derrotas em eleições majoritárias (1986-1990) Meses após ser derrotado no Colégio Eleitoral, Paulo Maluf retornou à cena política como um dos artífices da vitória do ex-presidente Jânio Quadros (PTB) sobre o senador Fernando Henrique Cardoso (PMDB) na disputa pela prefeitura de São Paulo, num resultado que desmentiu os prognósticos dos institutos de pesquisa. Porém o esperado apoio do PTB à sua candidatura ao governo de São Paulo em 1986 não aconteceu, visto que a legenda lançou o nome do empresário Antônio Ermírio de Moraes, com quem Maluf polemizou durante toda a campanha. Devido a esses ataques, Orestes Quércia fortaleceu-se e foi eleito governador. Ficando em terceiro lugar, Maluf decide concorrer pela primeira vez à prefeitura de São Paulo pelo voto direto, em 1988. Outro revés em sua carreira aconteceu em 1988, quando perdeu a eleição para prefeito de São Paulo para a deputada estadual Luiza Erundina. Em 1988, não havia o dispositivo do segundo turno em eleições majoritárias, algo que só passaria a viger após publicada a Constituição Federal com aplicação a partir de 1989, ano das primeiras eleições diretas para presidente em quase trinta anos. Referendado candidato a presidente pelo PDS, após derrotar em convenção o prefeito de Florianópolis, Esperidião Amin, Maluf partiu para a campanha ficando em quinto lugar, atrás de nomes como os de Mário Covas e Leonel Brizola. No segundo turno das eleições presidenciais de 1989, Maluf oficializou seu apoio a Fernando Collor, que derrotaria Luiz Inácio Lula da Silva. Na sua campanha presidencial, defendeu em ato público penas mais rigorosas para estupro seguido de homicídio, por meio da frase "Tá bom, está com vontade sexual, estupra mas não mata!", que acabou veiculada nos meios de comunicação como uma apologia ao estupro e não como uma condenação ao crime. Em 1990, venceu o primeiro turno das eleições para o governo de São Paulo, sendo derrotado na rodada final por Luiz Antônio Fleury Filho do PMDB, apoiado ostensivamente pelo governador Orestes Quércia, e por membros do PSDB e do PT, como a então prefeita de São Paulo, Luiza Erundina. Foi a sua quinta derrota em cinco anos, a quarta em eleições diretas. Retorno à prefeitura de São Paulo (1993-1996) Após sete anos de reveses Maluf ganhou a eleição para a prefeitura de São Paulo em 1992, derrotando o senador Eduardo Suplicy (PT) em segundo turno. Contribuíram para a sua vitória a imagem de tocador de obras, de realizador e a sua facilidade de comunicação, ao passo que seu adversário não possuía a mesma empatia de comunicação (em especial na televisão) e estava concorrendo na condição de candidato situacionista, tendo que defender as realizações e os erros da administração Luiza Erundina, correligionária de Eduardo Suplicy. Em seu segundo mandato como prefeito, alcançou o maior índice de aprovação da história de São Paulo, com cerca de 93%, porcentagem assentada em especial nos projetos sociais implantados por ele como o Cingapura e o Leve Leite, além da reestruturação do sistema de saúde através do PAS (Plano de Atendimento à Saúde). Este plano de saúde ofereceu, a partir de 1995, operações de laqueadura e vasectomia gratuitamente. Para conseguir dinheiro para obras, Celso Pitta, secretário de finanças, emitiu títulos da dívida pública, conseguindo capitalizar a prefeitura. Criou leis polêmicas, porém com apoio popular - como a que proíbe o fumo nos restaurantes<ref name="Revista Fórum - Maluf e a lei que proíbe o fumo em restaurantes" e a lei do cinto de segurança, tornando-o obrigatório - que colocou São Paulo na vanguarda, sendo posteriormente ampliada para todo o país, inclusive no Código Nacional de Trânsito aprovado por Fernando Henrique Cardoso. Realizou o Programa Bairro a bairro, com a participação das sociedades amigos de bairros, no qual equipes da prefeitura se instalavam em determinadas regiões da cidade e dedicavam-se na solução dos problemas daquela localidade. Executou também o Programa Guarapiranga, visando solucionar problemas em lotes irregulares e despoluindo o rio que abastece o município. Em apoio à Campanha da Vida - Mutirão Salva São Paulo, organizada pelo Conselho de Sociedades Amigos de Bairros, Vilas e Cidades do Estado de São Paulo, criou a Secretaria do Verde e Meio-Ambiente, a qual plantou 1 milhão de árvores na cidade. Além disso, Maluf realizou novas obras viárias por toda a cidade, gerando vários empregos temporários na construção civil, mas contribuindo para o aumento da frota de automóveis em circulação. Em substituição à extinta CMTC, criou a SPTrans e reorganizou o sistema de ônibus municipais, fazendo com que a prefeitura deixasse de transferir 500 milhões de dólares por ano em auxilio à CMTC, mas passando a oferecer subsídios às empresas particulares que passaram a operar sobre a rede malha de transporte de ônibus da antiga, CMTC. Retomou as obras viárias da gestão de Jânio Quadros que foram interrompidas por Luiza Erundina. Uma delas é o Túnel Presidente Jânio Quadros (em homenagem ao ex-presidente). Além deste, foram construídos mais 7 túneis como o Sebastião Camargo, Tribunal de Justiça, Mackenzie, Ayrton Senna, e Maria Maluf. Também construiu a Passagem Tom Jobim, a Passagem Sena Madureira, e a Passagem Doutor Eurycledes de Jesus Zerbini (que faz parte do Complexo Viário Eusébio Matoso, juntamente com a Ponte Bernardo Goldfarb); a Avenida Jacu-Pêssego, a Avenida Águas Espraiadas, hoje Jornalista Roberto Marinho, que teve várias denúncias de superfaturamento. Fez também a Ponte Júlio de Mesquita Neto, a Avenida Escola Politécnica, a Avenida Nova Faria Lima, e o Complexo Viário Escola de Engenharia Mackenzie (também conhecido como Sacomã). Em quase todas as obras houve denuncias de superfaturamento e corrupção, com algumas condenações como nos casos Águas Espraiadas e Ayrton Senna. Também construiu os viadutos República da Armênia, da Moóca, José Colassuono, e Cassiano Gabus Mendes. Na questão de transporte coletivo, construiu os terminais de ônibus: João Dias, Vila Nova Cachoeirinha, Parque Dom Pedro II, Praça da Bandeira, Penha, e Cidade Tiradentes. Iniciou o de Princesa Isabel e o da Capelinha. Foi o primeiro prefeito no Brasil a instalar computadores nas escolas públicas, com quinze mil máquinas distribuídas em 400 laboratórios. Segundo pesquisas do Datafolha, Maluf foi o prefeito com maior índice de popularidade no último ano de mandato, no período entre 1984 e 2011. Declínio e eleição para deputado federal A indicação de Celso Pitta (1996) Próximo ao término de seu mandato como prefeito de São Paulo, Maluf procurou lançar um candidato à sua sucessão. Cogitaram-se vários nomes para a vaga, como Delfim Netto, Antônio Ermírio de Moraes, Olavo Setúbal e Adib Jatene. Porém, a tentativa do lançamento dessas candidaturas fracassou, levando Maluf a consultar o marqueteiro político Duda Mendonça. Foi feito um debate entre os possíveis nomes, entre eles secretários de seu governo. Decidiu-se então que Celso Pitta, secretário de finanças na época, era o mais indicado para a disputa devido a sua eloquência e presença marcante. Pitta venceu o segundo turno para a prefeitura em 1996, com uma esmagadora diferença de votos para Luiza Erundina que saíra do PT após a derrota migrando para o PSB. Durante a campanha, Maluf veiculou no horário eleitoral a seguinte frase: "Votem no Pitta e se ele não for um grande prefeito, nunca mais vote em mim". Pitta foi considerado o pior prefeito que São Paulo já teve, com índices de rejeição superiores a 80%. Pouco depois, em 1999, Maluf e Pitta romperiam seus laços políticos e a controversa atuação desse último à frente do cargo acabou por prejudicar gravemente a imagem de Maluf. Disputa de engenheiros (1998) Em 1998, Maluf começou com o pé direito a campanha para governador. Alcançou 32% do eleitorado no primeiro turno, e Mário Covas(PSDB) obteve 22,9% dos votos. O ponto vital para a campanha de Maluf declinar foi um importante debate realizado pela Rede Bandeirantes, onde Maluf entrou com sete pontos de vantagem sobre seu opositor e saiu com sete pontos de desvantagem. Covas se valeu do passado de Maluf, citando sua ligação com os militares na época da ditadura e sua omissão diante das Diretas Já. A disputa terminou em 55% dos votos para Covas e 45% para Maluf. Também foi acusado de ter uma filha fora do casamento e foi pedido um exame de DNA, o qual comprovou que era mentira a suposta paternidade. Outro fato que atrapalhou sua campanha foi o caso Frangogate, no qual Maluf também foi inocentado. Perdendo novamente para o PT (2000) No ano 2000, Maluf resolveu se candidatar a prefeitura de São Paulo, mesmo obtendo rejeição de 66% dos paulistanos enquanto em 1996 a marca era de 11%. Os principais candidatos que enfrentou foram: Marta Suplicy (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Luiza Erundina (PSB) e Romeu Tuma (PFL). Ao longo da campanha, Maluf travou um fervoroso combate com a candidata Marta Suplicy do PT. Seus principais projetos eram bandeiras usadas em 1996 na campanha de Pitta: Pas, Cingapura e Leve-Leite. Em um dos debates Maluf se irritou com Marta ao declarar que a candidata se valia de insultos para se sobressair, então chamou a candidata de desqualificada. Marta respondeu com a frase: "Cala a boca, Maluf!". O resultado final da disputa foi Marta 58,51% e Paulo Maluf 41,49%. Restrito ao primeiro turno (2002-2004) Nos anos vindouros o capital político de Maluf refluiu a ponto de o mesmo ter sido alijado do segundo turno nas eleições para o governo de São Paulo em 2002, mesmo tendo começado a campanha com 40% de intenções de voto. O grande ponto para o seu descenso foi a ausência em debates entre os candidatos realizados pela Rede Bandeirantes e pela Rede Record. Geraldo Alckmin do PSDB, surgiu como uma opção para frear a notável subida do PT, que tinha como candidato José Genoíno, o qual começou a campanha com 11%. Alckmin venceu Genoíno no segundo turno por 57% a 42%. Persistente, em 2004, Paulo Maluf, agora pelo PP, resolve se candidatar a prefeitura de São Paulo. Começa a disputa com 24% de intenções de voto no primeiro lugar, empatado com José Serra (PSDB) e Marta Suplicy (PT). Todavia, a intenção de votos a Maluf caía a medida que Serra disparava na campanha alcançando o segundo turno contra a candidata a reeleição, Marta Suplicy. Maluf termina com 12%. Desta vez, Serra vence a eleição, derrotando a petista por 55% contra 45%. Resultados eleitorais recentes (2006-2014) Diante da necessidade de recompor sua influência, abdicou de uma nova disputa pelo Palácio dos Bandeirantes em 2006 e candidatou-se a deputado federal. Mesmo tendo uma rejeição parecida à de 2000, na casa dos 65%, acabou sendo eleito com a maior votação do país, contabilizando 739 827 votos, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral. Em 24 de julho de 2007 foi eleito presidente do diretório paulista do PP, demonstrando sua influência no partido. Apesar das últimas derrotas em eleições majoritárias, Paulo Maluf concorreu mais uma vez, em 2008, à prefeitura de São Paulo, após ganhar a indicação do Partido Progressista com 90% dos votos, contra 6% do deputado Celso Russomanno e 4% de abstenções. Propôs a construção de uma Freeway na cidade, ou seja, autopistas sobre o Rio Tietê e sobre o Rio Pinheiros. A ideia não teve aceitação popular chegando a ser chamada de mirabolante pela Revista Veja São Paulo. Desta vez, recebeu apenas 5.91% dos votos válidos, ficando na quarta posição. Perdeu para Gilberto Kassab (DEM),Marta Suplicy (PT), e Geraldo Alckmin (PSDB) . Foi a sua última tentativa de eleição para um cargo do Poder Executivo. Após perder a eleição, Maluf declarou a Rede Bandeirantes que pretendia se lançar candidato ao governo de São Paulo em 2010. No entanto, declinou da tentativa, lançando-se à reeleição como deputado federal pelo PP, sendo eleito com 497 203 votos. Paulo Maluf surpreendeu eleitores quando declarou em agosto de 2009 que ele próprio atualizava sua página no site Twitter. No dia 22 de maio de 2011, Maluf foi reconduzido à presidência estadual do PP, em chapa única, deixando em aberto a questão sobre sua pré-candidatura à prefeitura de São Paulo, para as eleições de 2012. Em seguida, emitiu nota justificando por que desistiu de disputar a eleição. Ofereceu seu apoio ao candidato do PT, Fernando Haddad. Nas eleições estaduais de São Paulo em 2014, Maluf foi candidato pelo PP a deputado federal. Em 1 de setembro de 2014, o TRE-SP indeferiu, por 4 votos a 3, o registro de candidatura de Maluf alegando que a condenação por supefaturamento na obra do túnel Ayrton Senna enquadrava Maluf na Lei da Ficha Limpa, a despeito do parecer completamente distinto do TJ-SP, o qual não lhe condenava por ato doloso (com intenção de ferir o erário). Os advogados de Maluf recorreram ao TSE e o político obteve o registro de candidatura deferido, sendo considerado ficha limpa. Em 2014, era o quinto político mais rico do Brasil, segundo a revista Forbes. Votou em favor do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores. Seu voto foi um dos mais rápidos a serem defendidos durante a votação. Em 2018, impossibilitado de concorrer, apoiou para deputado federal o candidato Guilherme Ribeiro (PRB), que conquistou 24.380 votos, insuficientes para ser eleito. Em 2022, Maluf foi visto nas redes sociais como cabo eleitoral de seu sobrinho, o empresário Alberto Haddad, que concorreria a uma cadeira na ALESP, pelo PP, sob o nome Albertinho, o Sobrinho do Maluf, mas o mesmo renunciou a candidatura. Denúncias e prisão A carreira de Maluf é marcada por seguidas acusações por corrupção, entretanto contra ele não figurou nenhuma condenação por prática de crimes na modalidade dolosa - onde há intenção de praticar delito - ou enriquecimento ilícito até 2017 (quando foi condenado pelo STF por lavagem de dinheiro), o que até então lhe permitiu continuar disputando eleições, na visão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e do Tribunal Superior Eleitoral. No ano de 2005 foi preso preventivamente, acusado de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, sendo posteriormente inocentado pelo Supremo Tribunal Federal por não haver base legal ou jurídica no processo. Em 2010, foi inserido na lista de procurados pela Interpol em razão de mandado expedido pela promotoria de Nova Iorque, que o acusa de movimentar ilicitamente milhões de dólares no sistema financeiro internacional sem justificativa fundamentada. Em virtude dessa ação, Maluf decidiu processar o promotor norte-americano Robert Morgenthau, por considerar que o alerta vermelho do órgão foi emitido de maneira ilegal. Preso em 2005 pelo delegado de polícia Protógenes Queirós, acusado de intimidar uma testemunha, permaneceu no cárcere da sede da Polícia Federal de São Paulo de 10 de setembro a 20 de outubro de 2005 (totalizando 40 dias). Este episódio ocorreu após as graves denúncias de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção e crime contra o sistema financeiro (evasão fiscal). O STF julgou que a prisão de Paulo Maluf era juridicamente ilegal, pois sua saúde seria frágil para permanecer preso, autorizando assim a sua saída da prisão. Os jornais denunciaram à época que apesar da saúde "frágil", Maluf no dia seguinte foi encontrado comendo pastéis e tomando chope em Campos do Jordão. O Superior Tribunal de Justiça condenou em 2006 Paulo Maluf a pagar uma multa de R$ 1,2 milhão pela contratação irregular da TV Globo para cobrir a Maratona de São Paulo. A Justiça brasileira possui uma série de documentos que indicam uma movimentação de US$ 446 milhões em contas em nome de Paulo Maluf no exterior. Tendo, inclusive, seu genro admitido à Justiça que movimentou recursos ilegais nestas contas. No momento, uma única sentença condenatória transitada em julgado, de Direito Civil, pesa sobre Maluf: o político e cinco corréus foram condenados a restituir ao Estado de São Paulo o montante perdido pelo episódio Paulipetro, em ação popular movida pelo hoje desembargador Walter do Amaral. Em valores de 2008, a parte que cabia a Maluf era de 716 milhões de reais. Embora não caiba mais apelação ou recurso, a execução da dívida - nos termos do processo 00.0245122-0 junto à décima-sexta vara federal do Rio de Janeiro, impetrado por Amaral - se encontra sujeita a vários agravos e medidas cautelares, e a própria condenação ainda pode ser esvaziada de efeito em função de uma ação rescisória (AR 4206) junto à primeira turma do STJ, no momento sob a relatoria do ministro Arnaldo Esteves Lima. O valor envolvido é mais de dezoito vezes o patrimônio declarado de Paulo Maluf em 2010, segundo a Transparência Brasil. Jersey Paulo Maluf é acusado pela justiça brasileira de ter uma vultosa conta no paraíso fiscal das ilhas Jersey. Em 10 de junho de 2001, o jornalista Roberto Cosso, do jornal Folha de S.Paulo, com a reportagem "Paraíso fiscal bloqueia contas de Maluf", revelou que a polícia da ilha de Jersey, paraíso fiscal no canal da Mancha, bloqueou contas com cerca de US$ 200 milhões atribuídas a Paulo Maluf e seus familiares. Em 9 de julho de 2001, o ex-prefeito disse em entrevista coletiva: "Vou botar na cadeia os que me difamaram. Se você quiser ser processado, assina embaixo, junto com os que estou processando: os promotores e o jornalista Roberto Cosso, do jornal Folha de S.Paulo". O jornalista nunca foi processado por Maluf. Interpol Em março de 2010, seu nome foi incluído na difusão vermelha da Interpol, por solicitação dos Estados Unidos. Seu filho, Flávio Maluf, também estava na lista de procurados. Por isso, eles corriam risco de serem presos em 181 países. Em abril de 2016, foi divulgado na imprensa brasileira que os nomes de Flávio e Paulo Maluf foram retirados da lista. Entretanto, em 14 de abril a Procuradoria de Nova York informou que apenas as fotos foram retiradas do site da Interpol, mas que os pedidos de prisão de ambos não foram revogados. Lista de Corrupção Internacional do Banco Mundial No dia 15 de Junho de 2012, Paulo Maluf foi um dos quatro brasileiros incluídos pelo Banco Mundial, juntamente com os banqueiros Edemar Cid Ferreira e Daniel Dantas, em uma lista de 150 casos internacionais de corrupção. O Projeto do Banco Mundial em parceria com a ONU, chamado de "The Grand Corruption Cases Database Project", contém casos em que foram comprovadas movimentações bancárias ilegais de pelo menos 1 milhão de dólares. ONG Transparência Internacional Em 2014 foi escolhido pela ONG Transparência Internacional na Suíça como um exemplo de corrupção a ser combatido. Durante a campanha contra corrupção, Maluf recebeu o nome de Mr. Kickback, vulgo "Sr. Propina" em inglês. O traz a referência ao verbo “malufar”, como sinônimo de “roubar dinheiro público”. “Não há muitas pessoas que podem dizer que possuem um verbo em sua homenagem. Paulo Maluf pode”, dizia a campanha. França No dia 2 de março de 2016, foi condenado pela 11ª Câmara do Tribunal Criminal de Paris a 3 anos de prisão por lavagem de dinheiro. Os crimes teriam ocorrido entre 1995 e 2005 e, juntamente com a condenação de prisão, foram determinados o confisco de 1,8 milhões de euros, e multas que somam 500 mil euros. A Justiça da França manteve no dia 20 de junho de 2017 a condenação do deputado Paulo Maluf (PP-SP) a três anos de prisão e multa de 200 mil euros (R$ 725 mil) por crime de lavagem de dinheiro no país entre 1996 e 2003. De acordo com a sentença, o montante de cerca de 1,8 milhão de euros (R$ 6,6 milhões) depositados em duas contas bancárias na França no nome da mulher de Maluf, Sylvia, é fruto de desvio de dinheiro público e corrupção no Brasil. Além desse valor, outra quantia, de cerca de 27 mil euros (R$ 100 mil), apreendidos no quarto do hotel Plaza Athénée, em Paris, na ocasião da detenção de Maluf no país, em 2003, também permanecerão confiscados. Condenações Em 23 de maio de 2017, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por 4 votos a 1, pela condenação do deputado pelo crime de lavagem de dinheiro. Maluf foi condenado a 7 anos, 9 meses e 10 dias em regime fechado e pagamento de multa. Apenas o ministro Marco Aurélio Mello votou pela absolvição. Ao justificar seu voto, o ministro declarou que "o crime que deu origem à lavagem de dinheiro já estava prescrito". O ministro Alexandre de Moraes não estava presente. Maluf também foi condenado à perda do mandato de deputado federal, mas a decisão final caberá à Câmara dos Deputados. Em 10 de outubro de 2017, o STF confirmou a condenação. Segundo a denúncia do Ministério Público, Maluf recebeu propina de contratos públicos com as empreiteiras Mendes Júnior e OAS, no período em que foi prefeito da cidade de São Paulo. Os recursos teriam sido desviados da construção da Avenida Água Espraiada, hoje chamada Avenida Roberto Marinho. O custo total da obra foi de cerca de 800 milhões de reais. As investigações se arrastaram por mais de dez anos, desde a instauração do primeiro inquérito contra o ex-prefeito, ainda na primeira instância da Justiça. Os procurados estimaram em 170 milhões de dólares a movimentação total de recursos ilícitos. Em 22 de maio de 2018, a 1ª Turma do STF condenou Maluf a 2 anos e 9 meses em prisão domiciliar, além do pagamento de multa, por falsidade ideológica para fins eleitorais. Prisão e cassação do mandato Em 19 de dezembro de 2017, o ministro do STF Edson Fachin julgou monocraticamente inadmissíveis os embargos infringentes tentados pela defesa e ordenou que o deputado passasse a cumprir imediatamente a pena imposta em maio. A prisão de Maluf foi realizada no dia seguinte e o juiz de execuções penais do Distrito Federal determinou sua transferência para o presídio da Papuda, em Brasília. Em fevereiro de 2018, por decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, Maluf foi afastado do cargo. No dia 28 de março de 2018, o ministro do STF Dias Toffoli concedeu a Maluf prisão domiciliar em razão de problemas de saúde. Em 22 de agosto de 2018, Maluf teve seu mandato de deputado federal cassado por unanimidade pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, após diversos adiamentos por parte da Câmara. Com a cassação, perde efeito o processo em tramitação no Conselho de Ética, apresentado pela REDE, que argumentava que a condenação de Maluf pelo STF configurava quebra de decoro parlamentar por parte do deputado. Linha do Tempo Desempenho em eleições Ver também Caso Lutfalla Prêmio Eminente Engenheiro do Ano Outras fontes Almanaque Abril 1986. 12ª edição. São Paulo, Abril, 1986. Almanaque Abril 2003. Vol. I. 29ª edição. São Paulo, Abril, 2003. Ligações externas Alunos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Brasileiros de ascendência libanesa Candidatos à Presidência da República do Brasil Candidatos à Presidência da República do Brasil em 1989 Deputados federais do Brasil por São Paulo Engenheiros de São Paulo (estado) Engenheiros civis do Brasil Governadores de São Paulo Membros da Aliança Renovadora Nacional Membros do Partido Democrático Social Membros do Partido Progressista Reformador Membros do Progressistas Membros do Progressistas de São Paulo Naturais da cidade de São Paulo Políticos do Brasil condenados Prefeitos da cidade de São Paulo Presidentes da Associação Comercial de São Paulo Presidentes da Caixa Econômica Federal Secretários estaduais de São Paulo Alunos do Colégio São Luís
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Passô é uma freguesia portuguesa do município de Moimenta da Beira, com 3,17 km² de área e 287 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . A principal povoação da freguesia e sua sede é a aldeia homónima de Passô. Foi vila e sede de um pequeno concelho extinto em 1834. Era constituído por uma freguesia e tinha, em 1801, 410 habitantes. Aquando da extinção passou a pertencer ao município de Leomil. Demografia A população registada nos censos foi: Património Pelourinho do Passô Ligações externas Freguesias de Moimenta da Beira Antigos municípios do distrito de Viseu
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Moreira (apelido) Moreira (futebolista) Localidades em Portugal Moreira (Maia) Moreira (Monção) Moreira (Nelas) Moreira (Trancoso) Outras Moreira - género de plantas da família Fabaceae; Desambiguação Desambiguações de topônimos
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Anhões é uma antiga freguesia portuguesa do concelho de Monção, com 7,24 km² de área e 140 habitantes (2011). A sua densidade populacional era 19,3 h/km². Foi extinta (agregada) pela reorganização administrativa de 2012/2013, sendo o seu território integrado na União de Freguesias de Anhões e Luzio. População Antigas freguesias de Monção
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Lara é uma freguesia portuguesa do município de Monção, com 5,33 km² de área e 255 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . Demografia A população registada nos censos foi: Freguesias de Monção Paróquias de Portugal com orago de Santa Eulália
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Parada é uma antiga freguesia portuguesa do concelho de Monção, com 1,76 km² de área e 107 habitantes (2011). A sua densidade populacional era 60,8 h/km². Foi extinta (agregada) pela reorganização administrativa de 2012/2013, sendo o seu território integrado na União de Freguesias de Sago, Lordelo e Parada. População Antigas freguesias de Monção
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Segude é uma freguesia portuguesa do município de Monção, com 2,56 km² de área e 320 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . Pertenceu ao antigo concelho de Valadares até 1855. Demografia A população registada nos censos foi: Freguesias de Monção
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Monchique é uma freguesia portuguesa do município de Monchique, com 153,17 km² de área e 4373 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é , o que lhe permite ser classificada como uma Área de Baixa Densidade (portaria 1467-A/2001). Demografia A população registada nos censos foi: Património Convento de Nossa Senhora do Desterro Pelourinho de Monchique Igreja Matriz de Monchique ou Igreja de Nossa Senhora da Conceição Caldas de Monchique
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Pardelhas é uma antiga freguesia portuguesa do concelho de Mondim de Basto, com 18,39 km² de área e 77 habitantes (2011). A sua densidade populacional era 4,2 hab/km². Foi extinta (agregada) pela reorganização administrativa de 2012/2013, sendo o seu território integrado na União de Freguesias de Ermelo e Pardelhas. População Antigas freguesias de Mondim de Basto
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Meixedo pode ser: Meixedo - freguesia no concelho de Bragança, Portugal Meixedo - freguesia no concelho de Montalegre, Portugal Meixedo - freguesia no concelho de Viana do Castelo, Portugal Desambiguação
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Rhythm and blues ou R&B é um termo comercial introduzido nos Estados Unidos no final da década de 1940 pela revista Billboard. O termo foi usado originalmente para descrever gravações comercializadas predominantemente por artistas Afro-americanos, num momento em que um estilo baseado no jazz com uma batida pesada e insistente estava se tornando mais popular. O termo teve uma série de mudanças no seu significado. Começando na década de 1960, após este estilo de música contribuir para o desenvolvimento do rock and roll, a expressão R&B passou a ser utilizada - especialmente por grupos brancos - para se referir a estilos musicais que se desenvolveram a partir do blues e do associado eletric blues, bem como o gospel e a soul music. Desde a década de 1990, o termo R&B contemporâneo é utilizado principalmente para se referir a um subgênero com influencias de soul, funk e hip-hop na música pop. Em suas primeiras manifestações, o chamado rhythm and blues era uma versão negra de um predecessor do rock. Foi fortemente influenciado pelo jazz, particularmente pelo chamado jump blues (Blues em andamento acelerado, mais precisamente o boogie woogie, influenciado por big bands, especificamente o swing) assim como pelo gospel. Por sua vez, também influenciou o jazz, dando origem ao chamado hard bop (produto da influência do rhythm and blues, do blues e do gospel sobre o bebop) e posteriormente ao Jazz Fusion e Smooth Jazz. Os músicos davam pouca atenção às distinções feitas entre o jazz e o rhythm and blues, e geralmente gravavam nos dois gêneros. Várias bandas (como as que acompanhavam os músicos Jay McShann, Tiny Bradshaw, e Johnny Otis) também gravavam rhythm and blues. Mesmo um ícone de arranjos bebop como Tadd Dameron também produziu arranjos R&B para Bull Moose Jackson, e trabalhou dois anos como pianista de Bull Moose após se estabelecer como músico de bebop. Um dos nomes que se destacou neste gênero foi Muddy Waters. Não foi só no cabaré pop dos Estados Unidos, mas também no do Reino Unido durante os anos 1960, que o R&B atingiu seu auge de popularidade. Sem sofrer o mesmo tipo de distinção racial que limitava sua aceitação nos EUA, os grupos musicais britânicos rapidamente adotaram este estilo de música, e grupos como os Rolling Stones e The Animals levaram o rhythm'n'blues a grandes plateias. O termo caiu em desuso nos anos 1960, e foi substituído por soul e Motown, porém ressurgiu nos últimos anos para designar a música negra norte-americana abrangendo o pop, fortemente influenciado pelo hip hop, pelo funk, e pelo soul. Neste contexto, só a abreviatura R&B é usada, e não a expressão toda. História Durante a Segunda Guerra Mundial, devido à dificuldade de manter agenda de shows lucrativos, os líderes de algumas ‘’big bands’’ foram forçados a reduzir o tamanho dos grupos, no fim dos anos de 1930. Estas grandes bandas reduzidas especializaram-se em hard-swing, boogie-woogie, mais simples e temperados com letras bem humoradas e performances aguerridas. Elas foram chamadas de jump blues. Um detalhe importante é que esses grupos também chamados de combo blues surgiram também devido às dificuldades que os negros sentiam para manter o nível de vida nas grandes cidades. Foi na época da migração dos negros pra as grandes cidades, e foi também no pós guerra que o consumismo aumentou. A guitarra elétrica ou guitarra acústica amplificada, passa a ser mais presente no blues, principalmente o de Chicago. O R&B, além de suas raízes country blues (delta blues e piedmont blues) e antigas formas de música americana, foi influenciado também pela música cubana. Foi na década de 1920 que a indústria fonográfica separou a música negra como race records para música afro-americana e hillbilly para música de branco. O termo hillbilly, considerada degradante, foi rotulada de old-time music como eufemismo pela Okeh Records para descrever a forma de música de Fiddlin' John Carson, já que a Okeh havia criado a race records 3 anos antes com o sucesso do blues de Mamie Smith. O termo country music foi adotado nos anos de 1940 para evitar o termo hillbilly ainda usado na época. Substituiu também o termo old-time music. Não havia uma divisão muito clara das duas músicas, exceto a etnia. Negros e brancos dividiam o mesmo repertório como músicos livres, e foi separado na imigração dos negros para áreas urbanas na década de 1920 em simultâneo com o desenvolvimento da indústria fonográfica. Blues serviu como código por uma gravação designada a vendas para negros, além do racismo. A Okeh foi a primeira gravadora de race records e a gravar música country. Música negra e música branca A troca de influencia de raças já havia começado, segundo o historiador Bill Edwards, antes da Feira Mundial de Chicago de 1893 (data formal do surgimento do ragtime) em botecos americanos e dos bairros de bordéis, concorrendo, negociando e trocando tradições musicais, no caso estilos europeus e ritmos africanos. Assim se desenvolve o ragtime, e, depois surge a primeira variante do rag, o jazz, brotando através do ragtime e do blues. Os brancos por sua vez passam a ser cada vez mais presentes, e nos anos de 1930 com a influência da instrumentação do clássico passam a desenvolver as big bands, como exemplo Paul Whiteman e sua orquestra. Com as big bands surge o swing, com uns dos pioneiros Benny Goodman, Glenn Miller, Count Basie, entre outros. E um dos maiores nomes do rhythm & blues é um branco, o multi-instrumentista Johnny Otis, também líder de bandas de swing nos anos de 1940. Outros exemplos desta troca de influências são a música cajun, creole e zydeco, este último sendo uma influencia do rhythm 'n' blues. Crescimento do boogie woogie No ano de 1938 ocorreu o primeiro maior evento de música de origem “inicial negra” do país, no Carnegie Hall, chamado de ‘’From Spirituals To Swing’’ onde tocaram várias "feras" do swing, blues, boogie woogie como, Benny Goodman, Count Basie, Meade Lux Lewis, entre outros . Lá se destacou o boogie woogie com Big Joe Turner e Pete Johnson com Roll Em’ Pete, considerada das mais antigas gravações de rock, embora seja ainda um boogie bem rápido cantado, lembrando o seu primo stride em instrumental e andamento. A partir deste evento, surgiu a loucura boogie (boogie crazy), onde todos os estilos passaram a implementar o boogie woogie nas canções, e o gênero passa a ser sucesso no país. O boogie se desenvolveu no início do século XX principalmente nas honky tonks, bares que tinham de tudo, dança e música de várias etnias, além dos pianos verticais e malcuidados, onde negros e brancos frequentavam. Os negros eram da influencia tonal do blues na música honky tonk, música esta baseada nos ragtimes, e enfatizava mais o lado percussivo ou rítmico. A música honky tonk foi responsável pelo desenvolvimento do country moderno e do western swing. Diferente do boogie woogie, o stride, que vinha de Harlem, era mais rápido e virtuoso. Assim como o boogie woogie, seu irmão stride surgiu do ragtime na mesma época, ou seja, de uma diversidade etnocultural, ou uma homogeneidade identitária. O ragtime foi importante para o surgimento do jazz, sendo o stride uma das manifestações mais antigas do antigo jazz. Músicos de country desenvolvem o bluegrass (estilo acústico), western swing, e, o swing desenvolve o jump blues, com uma volta às origens simples do blues e boogie woogie, porém mais harmônico que o blues e mais simples que o swing. Sucesso e etimologia Um dos pioneiros a fazer sucessos no gênero foi Louis Jordan and His Tympany Five, com músicas jazz-blues, passa a fazer sons mais dançantes e simples atingindo um público maior, quebrando a separação dos públicos branco e negro. O exemplo mais concreto de reconhecimento deste gênero foi Caldonia em 1945. Um outro exemplo jump dele é a ‘’G.I Jive’’ de 1944. O jump blues foi a primeira manifestação reconhecida do estilo musical rhythm & blues, sendo Louis Jordan conhecido como o pai do rhythm & blues. Caledonia é considerado como o nascimento do rock & roll. Por outro lado, com o impulso do jazz dos anos de 1930, o avanço do boogie woogie e pelo avanço tecnológico, os músicos influenciados fortemente pelo blues clássico passam a desenvolver o bar blues, onde eram tocados em guetos de Chicago, Detroit, que, era caracterizado pela presença da gaita. Pouco depois seria popularizado por Muddy Waters, Howlin' Wolf, Elmore James, entre outros. O termo por sua vez foi criado por Jerry Wexler em 1948 para tentar quebrar o termo race music popularizado pela Race Records, lembrando que, mesmo sendo uma música com certa influência de ambas as raças, era predominada por músicos negros. O ‘’R&B’’ em sua abreviação se refere também a tudo que envolvia e envolve até hoje a música negra, chamado de R&B Charts (paradas de R&B). Nas paradas de R&B também incluíam blues genuínos, melódicos, jazz, swing, boogie woogie e gospel, gravados por músicos negros. Tecnologia e eletricidade Foi na época do swing que a guitarra elétrica passa a ser construída pela companhia Rickenbacker, vindo de guitarra havaiana, e depois construindo a guitarra elétrica. Os primeiros guitarristas a usarem a guitarra elétrica foram do swing e western swing. Consta que a primeira gravação de guitarra elétrica foi em 1935 por Jim Boyd para o western swing. Passou a ser usada mais constantemente, e Les Paul (músico de country e jazz) cria no início dos anos de 1940 a guitarra de corpo sólido, a ‘’log guitar’’. Agora o rhythm & blues de Chicago com Muddy Waters e contemporâneos, de Memphis com B.B. King, começam a usar definitivamente a guitarra elétrica, além da fender telecaster. Exemplo é o jump blues de 1945 de T-Bone Walker com uma guitarra forte e suja na T-Bone Boogie entre outros jumps com bastante guitarra em 1946 e 1947 dele, e em 1946 de Joe Turner com guitarra mais presente, a My Gal’s A Jockey, além da Salt Pork, West Virginia de 1946 de Louis Jordan com solo de guitarra presente, e por fim, o blues de chicago passa a desenvolver um blues mais pesado. Segundo Fats Domino, o rhythm and blues não tem diferença do rock and roll, e Joe Turner disse uma certa vez; Rock 'n' roll não é nada mais do que um nome diferente para o mesmo tipo de música que ando cantando por toda a minha vida. Com a explosão do rock and roll, o rhythm and blues se fortalece ritmicamente evoluindo em mais estilos como o soul, no exemplo de I Got Woman de Ray Charles, um dos maiores clássicos do rock ’n’ roll, com influencia mais explícita do spirituals, e também Little Richard que foi o ídolo de James Brown e Otis Redding. Cantores e grupos Lista de músicos de rhythm and blues Ver também Soul Hip hop Charme Rhythm and Blues Foundation Ligações externas Música afro-americana Música dos Estados Unidos
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A Bishops' House (Casa dos Bispos) construída em torno de 1500, é uma construção do tipo "timber-framed", localizada em Sheffield, Inglaterra. A casa se encontra em condicões excepcionalmente boas de conservação e é um exemplo típico do desenvolvimento de casa doméstica pequena dos séculos XVI e XVII. No seu interior, a casa ainda possui muitas das suas estruturas e decorações originais, mantendo a aparência que apresentava no século XVII e oferecendo uma real apreciação da vida cotidiana da época Stuart. A "Great Parlour" (sala principal) foi restaurada como uma sala de jantar típica da época e o cômodo no primeiro andar apresenta os móveis originais do quarto, conforme listados num inventário preparado no século XVII. Ligações externas Residências da Inglaterra Museus de Sheffield
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Covelo do Gerês é uma freguesia portuguesa do município de Montalegre, com 10,4 km² de área e 166 habitantes (censo de 2021) A sua densidade populacional é Demografia A população registada nos censos foi: Localidades A freguesia é composta por quatro aldeias: Covêlo do Gerês, Peneda, São Bento de Sexta-Freita e Cruz da Estrada. Freguesias de Montalegre
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Meixide é uma antiga freguesia portuguesa do concelho de Montalegre, com 12,17 km² de área e 88 habitantes (2011). A sua densidade populacional era 7,2 hab/km². Foi extinta (agregada) pela reorganização administrativa de 2012/2013, sendo o seu território integrado na União de Freguesias de Vilar de Perdizes e Meixide. População (Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.) Antigas freguesias de Montalegre
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Padroso é uma antiga freguesia portuguesa do concelho de Montalegre, com 9,03 km² de área e 107 habitantes (2011). A sua densidade populacional era 11,8 hab/km². Foi extinta (agregada) pela reorganização administrativa de 2012/2013, sendo o seu território integrado na União de Freguesias de Montalegre e Padroso. Constituiu até ao início do século XIX a honra de Padroso. Tinha, em 1801, 240 habitantes. População (Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.) Património Igreja de São Martinho
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Santo André é uma freguesia portuguesa do município de Montalegre, com 19,82 km² de área e 149 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . História Até ao liberalismo fazia parte da Honra de Vilar de Perdizes, juntamente com as freguesias de Vilar de Perdizes e Solveira. Demografia A população registada nos censos foi: Freguesias de Montalegre Freguesias fronteiriças de Portugal
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Vilar de Perdizes é uma antiga freguesia portuguesa do concelho de Montalegre, com 25,56 km² de área e 460 habitantes (2011). A sua densidade populacional era 18 hab/km². Foi extinta (agregada) pela reorganização administrativa de 2012/2013, sendo o seu território integrado na União de Freguesias de Vilar de Perdizes e Meixide. Tem a designação alternativa de São Miguel. É conhecido pelas reuniões anuais que aí têm lugar, subordinadas à temática da medicina popular. Até ao liberalismo fazia parte da Honra de Vilar de Perdizes, juntamente com as freguesias de Santo André e Solveira. Esta circunscrição tinha, segundo o censo de 1801, 1040 habitantes e 58 km². População (Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.) Património Paço de Vilar de Perdizes (conjunto arquitectónico) Património religioso Igreja Matriz de Vilar de Perdizes Santuário do Senhor dos Aflitos Capela de Nossa Senhora das Neves Capela de Nossa Senhora da Saúde Capela de Santa Cruz Capela do Bom Jesus Capela de Santa Marinha Estátua de S. Miguel Calvários Património Arqueológico Praça de Crastelos Castro da Mina Menir e Corte do Bispo Vila Romana o Circo-Via-Romana as Rameseiras Pardelhas e Porto de Arcos Património Cultural Rancho Folclórico e Etnográfico de Vilar de Perdizes Museu Etnográfico Auto da Paixão Fornos Comunitarios Moinhos Fontes de Mergulho Lagares Lavadouros Publicos Casa Paroquial Festas e romarias Festa de São Miguel Festa de Nossa Senhora de Fátima  Festa de Nossa Senhora da Saúde Festa de Nossa Senhora das Neves Festa de Santa Marinha Festa de Santo António Festa de S. Pedro  Feira Mensal Antigas freguesias de Montalegre
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Foros de Vale de Figueira é uma freguesia portuguesa do município de Montemor-o-Novo, com 67,40 km² de área e 1011 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . A freguesia foi criada em 1988 com lugares desanexados das freguesias de Cabrela e Nossa Senhora do Bispo, pela Lei nº 65/88, de 23 de maio. Demografia A população registada nos censos foi: Localidades Courela da Freixeirinha Courelas da Caneira Courelas da Carvalhice Courelas de Portaleiro Espinheira Foros de Vale Figueira Freixo do Meio Freguesias de Montemor-o-Novo
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Ereira pode ser: Ereira - freguesia no concelho do Cartaxo, Portugal Ereira - freguesia no concelho de Montemor-o-Velho, Portugal Desambiguação
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O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE; espanhol: Partido Socialista Obrero Español) é um partido político da Espanha, fundado em 1879. Na atual legislatura, o PSOE preside o governo da Espanha desde 2 de junho de 2018. Faz parte do Partido Socialista Europeu. Ideologia O PSOE foi fundado com o propósito de representar os interesses das novas classes trabalhadoras, nascidas da Revolução Industrial. Mudou sua base teórica desde sua fundação, adaptando-se às circunstâncias históricas do contexto europeu. Em 1979, sob direção do então secretário-geral Felipe González, abandonou as teses marxistas. Atualmente, o partido enquadra-se ideologicamente entre os partidos progressistas e social-democratas europeus de centro-esquerda. Origens O PSOE foi fundado clandestinamente em Madrid, no dia 2 de maio de 1879, a partir de um núcleo de intelectuais e operários (fundamentalmente tipógrafos), encabeçados por Pablo Iglesias Posse. É portanto o segundo partido espanhol mais antigo, sendo superado apenas pelo Partido Carlista, fundado em 1833. O primeiro programa do novo partido político foi aprovado em uma assembleia de 40 pessoas, no dia 20 de julho de 1879. O PSOE foi assim um dos primeiros partidos socialistas fundados na Europa, ainda que nunca tenha conseguido representação parlamentar até 8 de maio de 1910, quando a Conjunção Republicano-Socialista permitiu a Pablo Iglesias obter 40 899 votos, obtendo assim o título de deputado às Cortes. Iglesias foi reeleito em 1914, com 21 956 votos, às vésperas do assassinato de Jean Jaurès; dessa vez representava Oviedo. Em 9 de abril de 1916 novamente reelegeu-se com 18 054 votos; nas eleições de 24 de Fevereiro de 1918 obteve 27 694 votos, e pela primeira vez esteve acompanhado de outros socialistas: Julián Besteiro, Andrés Saborit, Francisco Largo Caballero, Daniel Anguiano e Indalecio Prieto – perseguido em 1917 por sua participação em uma greve geral revolucionária. Tem estado presente na vida pública espanhola desde sua fundação, com uma participação direta na luta revolucionária contra o regime da Restauração, ou com a greve revolucionária de 1917, reprimida em Biscaia, Astúrias e Madrid. Assim mesmo, o PSOE foi o único partido autorizado a permanecer na legalidade durante a ditadura de Primo de Rivera. Pois ainda que Pablo Iglesias tinha assinado o manifesto contra a ditadura de 13 de setembro de 1923, como presidente do partido e da UGT, houve uma divergência interna no partido quanto a postura frente ao regime militar. De um lado, Largo Caballero e Andrés Saborit eram partidários de uma certa colaboração com o fito de garantir o funcionamento do sindicato; Indalecio Prieto e Fernando de los Ríos eram contrários a essa colaboração. A crise terminou com a demissão de Prieto da Comissão Executiva, após nomeação de Largo Caballero como conselheiro de Estado de Primo de Rivera. Com o advento da Segunda República o PSOE compôs governo no primeiro biênio. Durante o segundo biénio (ou "biénio negro") alguns dirigentes do partido se envolveram nos eventos revolucionários em Astúrias, conhecidos como Revolução de 1934; e depois de começada a Guerra Civil o PSOE não voltaria a compor governo. Nesse período Largo Caballero foi nomeado presidente do partido. O PSOE foi colocado na ilegalidade pela fação franquista durante a Guerra Civil, como o foram todos os demais partidos e organizações políticas, com exceção das pertencentes ao chamado Movimiento Nacional (o partido único Falange Espanhola) e ao sindicato vertical da Central Nacional Sindicalista. O PSOE foi oficialmente banido por Franco em 1939. Só seria legalizado novamente em 1977. Muitos socialistas permaneceram exilados durante a ditadura franquista. Na Espanha, o PSOE teve uma atividade clandestina inferior ao Partido Comunista da Espanha (PCE). Após a transição democrática A renovação ideológica e política iniciada no começo da década de 1970 e culminada no Congresso de Suresnes (1974), encabeçada por Felipe González e uma nova geração de socialistas e com o apoio e a solidariedade da Internacional Socialista, pois o PSOE em condições de ser protagonista ativo da transição. E permitiu-lhe converter-se em uma força determinante nas primeiras eleições democráticas, em 1977. O apoio obtido por socialistas e por outros que propunham um processo de reconstrução e não apenas de reformas das instituições ditatoriais. O PSOE, com suas próprias contribuições e algumas renúncias a alguns de seus antigos postulados (como sua tradição republicana), em honra de acordo coletivo, contribuiu decisivamente para para alcançar o consenso do qual surgiria a atual constituição espanhola (de 1978). Estando na oposição, colaborou com o desenvolvimento inicial da mesma e articulou uma alternativa política da qual se nutririam muitos de seus futuros projetos. Este apoio ao desenvolvimento constitucional não impediu o exercício de uma política de oposição sumamente dura contra o governo da Unión de Centro Democrático (UCD) de Adolfo Suárez, que governava com maioria simples. Como oposição a UCD, o partido adota uma posição marcadamente contrária à entrada da Espanha na OTAN, sendo frequente encontrar dirigentes socialistas em manifestações e marchas contrárias a OTAN. No vigésimo sétimo congresso federal, celebrado em maio de 1979, se propôs através de Felipe González o abandono do marxismo. A proposta foi derrotada, o que levou González a não apresentar sua candidatura à reeleição para secretário-geral, e a consequente formação de uma comissão encarregada de organizar um congresso extraordinário. Este congresso realizou-se em 28 de setembro do mesmo ano, e nele Felipe González foi reeleito com ampla maioria, aprovando-se definitivamente o abandono das teses marxistas. Depois da tentativa de golpe de 1981 e o processo de decomposição interna da UCD, o PSOE afiançou ainda mais sua posição como alternativa de governo. Assim, nas eleições gerais antecipadas celebradas em 28 de outubro de 1982, após um intervalo de meio século, o PSOE voltou ao governo com uma histórica vitória eleitoral (mais de 10 milhões de votos, ou 48,7%). Durante esta época, o partido foi financiado pelo governo venezuelano. Os governos de Felipe González (1982–1996) Com Felipe González à frente do partido, o PSOE obteve a vitória em quatro eleições consecutivas (eleições gerais de 1982, 1986, 1989, 1993 – as três primeiras com maioria absoluta), chegando a governar consecutivamente quase catorze anos. Acumulou ao longo desse período um imenso caudal político que lhe permitiu transformar o país nos mais diversos campos, por meio de sua gestão feita em municípios, comunidades autônomas, governo da Espanha, Parlamento Europeu e Comissão Europeia. A maioria dos ministros designados por Felipe González foram homens, todos civis. Estes governos avançaram na estabilidade democrática, que ficou em risco após a tentativa de golpe em 1981. Consagrou-se definitivamente a hegemonia do poder civil; a Espanha foi integrada à União Europeia; o país cresceu em respeito internacional; estreitou os laços políticos, culturais e econômicos com a América Latina e com o Magrebe; ampliaram-se os compromissos da Espanha com a OTAN; deu-se impulso ao modelo político das autonomias; deu-se maior efetividade ao reconhecimento dos direitos civis. Também assentaram-se os pilares básicos e desenvolveu-se o estado do bem-estar social (que chegava à Espanha com décadas de atraso em relação a vizinhos mais avançados); modernizou-se a economia; prosseguiu-se o desenvolvimento de infraestrutura; generalizaram-se as pensões, instituindo-se as não vinculadas a contribuições; universalizou-se a saúde; regulou-se a produção agrícola e procedeu-se ao desmantelamento de indústrias cuja competência gerava problemas na Comunidade Europeia; ampliou-se a proteção ao desempregado; surgiu uma certa consciência meio-ambiental; estendeu-se a educação, prolongando sua obrigatoriedade em dois anos, e garantindo-a até os 16 anos; colocou-se em marcha políticas de igualdade. O modelo desenvolvido pelo PSOE a partir de 1982 por quase uma década e meia não seguia o projeto socialista tradicional, uma vez que atendia as necessidades do modelo econômico capitalista. Isto gerou forte distanciamento entre o partido e o sindicato UGT, que participou de greves gerais. Ao longo de seus quatro governos consecutivos, o PSOE foi também criticado em numerosas ocasiões, como por exemplo pela permanência espanhola na OTAN. Embora o partido houvesse se oposto à adesão, depois de chegar ao governo a maioria dos líderes socialistas passaram a apoiá-la. Em 1986 o governo convocou e ganhou um referendo sobre o assunto, no qual apoiava o voto favorável à Organização. Criticou-se este governo também por evitar os nomes oficiais de Organização do Tratado do Atlântico Norte e OTAN e utilizar, em seu lugar, os termos "Aliança Atlântica". Um símbolo desta mudança da política do PSOE é Javier Solana, que fizera campanha contra a OTAN quando o partido era oposição mas acabou nomeado Secretário-Geral da aliança militar. Durante esses anos, os cargos, as sedes e inclusive alguns militantes de base do PSOE foram objeto das organizações terroristas bascas ETA, Comandos Autónomos Anticapitalistas e grupos afins. Da sua parte, vários cargos do PSOE financiaram e dirigiram o terrorismo dos GAL na Espanha e França. A crise econômica de 1993, os escândalos de terrorismo de Estado, como o caso GAL e numerosos escândalos de corrupção político-econômica, como o caso do tráfico de influências exercido por Juan Guerra, irmão do vice-presidente do governo Alfonso Guerra, no caso Ibercorp onde estava implicado o presidente do Banco Central espanhol, Mariano Rubio ou o do Diretor Geral da Guarda Civil Luís Roldán, entre os de maior repercussão, corroeram a popularidade de Felipe González, e em 1996 o PSOE perdeu as eleições, com o que o conservador Partido Popular chegou ao poder e o PSOE foi relegado à oposição. Passagem para a Oposição No 34º Congresso do partido, realizado em Madrid nos dias 20 e 22 de Junho de 1997, Felipe González abdicou da direção do partido e foi substituído, como Secretário Geral, por Joaquín Almunia. Também superado pelo PP no parlamento espanhol, o PSOE seguiu sendo um partido de grade relevância, mantendo o poder nas várias comunidades autônomas e numerosas prefeituras. Além disso, uma vez que a oposição voltou a se aproximar da UGT, e colaborou com outros sindicatos, organizações não governamentais e associações pacifistas e de esquerda em várias campanhas. O acontecimento de ficar fora dos governos central, basco e navarro não fez com que o PSOE deixasse de ser alvo do ETA. Em relação à sua organização interna, o PSOE adotou como norma apresentar listas paritárias, com igual número de mulheres que de homens e começou a organizar eleições primárias para eleger os que encabeçariam as listas diretamente entre todos os afiliados. Isso o ajudava a conseguir repercussão na mídia durante as pré-campanhas. Nas primárias de 24 de abril de 1998 para as eleições gerais de 2000, se apresentaram o próprio Joaquín Almunia e Josep Borrell. O eleito, com 55% dos votos, foi Josep Borrell, que finalmente acabou renunciando em favor de Almunia devido à pressão da mídia e a falta de apoio da direção. Por causa das eleições gerais, onde o PP ganhou com maioria absoluta, Almunia se viu forçado a se demitir. Os governos de José Luis Zapatero (2004-2011) No congresso do partido celebrado no verão de 2000, foi eleito secretário geral o então desconhecido José Luis Rodríguez Zapatero, em detrimento de outros candidatos do partido mais conhecidos. Sob o liderado de Zapatero, o PSOE recuperou terreno eleitoral frente ao PP, superou o seu rival nas eleições autonômicas e municipais de 2003 e ganhou as eleições gerais de 2004 (com maioria simples) e europeias do mesmo ano. Sua política de governo centrou-se na ampliação e a melhora dos direitos civis, a igualdade, a reforma da educação e o desenvolvimento do modelo territorial espanhol através da conceção de amplas reformas dos Estatutos das Comunidades Autônomas. A orientação destas reformas, tendentes a aumentar o teto de autogoverno das autonomias até o máximo contemplado pela Constituição, gerou um aceso debate no seio da sociedade espanhola entre os seus partidários (nacionalistas e regionalistas dos diferentes territórios) e os seus detratores (essencialmente, o Partido Popular). Nas eleições gerais de 2008, o Partido Socialista Obrero Espanhol voltou a ganhar os comícios, obtendo 169 deputados, cinco mais que em 2004 e 43,87 % dos votos. Em 2011, decidiu que não se recandidatava a um terceiro mandato a Presidente do Governo de Espanha, tendo o PSOE designado o Vice-Presidente do Governo Alfred Pérez Rubalcaba que seria o candidato escolhido mas vinha a perder as Eleições Gerais de 2011 para o Partido Popular liderado por Mariano Rajoy. Em 2012, no 38º Congresso Nacional do PSOE, José Luis Zapatero deixou o cargo de Secretário Geral e foi substituído por Alfred Pérez Rubalcaba, que foi eleito líder do partido por uma diferença de 487 votos contra os 465 votos de Carme Chacón, registaram-se ainda dois votos em branco e um nulo. Ambos os candidatos foram Vice-Presidente e Ministra da Defesa nos governos de Zapatero. Passagem para a Oposição Foi superado pelo PP no parlamento espanhol nas eleições de 2011, 2015 e 2016, o PSOE seguiu sendo um partido de grade relevância, mantendo o poder em várias comunidades autônomas e prefeituras. Os governos de Pedro Sánchez (2018-atual) Em 1º de junho de 2018, Pedro Sánchez Pérez-Castejón foi eleito presidente de governo da Espanha, após obter o apoio de outras formações parlamentárias para aprovar uma moção de censura contra o governo de Mariano Rajoy. Foi empossado como presidente do país no dia 2 de junho, no Palácio da Zarzuela, pelo rei Filipe VI. Nas eleições gerais de 28 de abril de 2019, o PSOE ganhou as eleições com 28,7% dos votos e 123 cadeiras no Congresso dos Deputados (somando 38 deputados a mais que na legislatura anterior) e ganhou também a maioria do Senado, com 137 senadores, voltando a ser o partido político mais votado na Espanha. No entanto, sem conseguir formar governo, o Parlamento espanhol foi dissolvido pelo rei no dia 24 de setembro de 2019, com novas eleições convocadas para o dia 10 de novembro do mesmo ano. Um dos destaques do governo de Sánchez foi o seu objetivo prioritário de aplicar a Lei de Memória Histórica, inclusive, sugerindo sua reforma. Dentre as medidas, destaca-se a de exumação e transladação dos restos mortais do ditador Francisco Franco, que se encontram no Valle dos Caídos, a um cemitério civil. Com tal medida, levada a cabo no dia 24 de outubro de 2019, o seu governo defende que um estado democrático, como a Espanha, não pode conceder um mausoléu de estado ao ditador fascista. Nas eleições gerais de 10 de novembro de 2019, o Partido Socialista, mais uma vez, venceu as eleições com 28% dos votos e 120 cadeiras no Congresso dos Deputados (3 a menos que nas eleições falidas de abril de 2019) e 110 senadores. Após estabelecer um acordo de governo de coalizão com o Unidas Podemos, algo inédito na história recente espanhola, Pedro Sánchez foi reinvestido como presidente do governo da Espanha em 7 de janeiro de 2020. Resultados Eleitorais Eleições legislativas Câmara dos Deputados Senado Eleições europeias Eleições regionais Andaluzia Aragão Principado das Astúrias Ilhas Baleares País Basco Ilhas Canárias Cantábria Catalunha Castela-Mancha Castela e Leão Estremadura Galiza La Rioja Madrid Região de Múrcia Navarra Comunidade Valenciana Cidade autônoma de Ceuta Cidade autônoma de Melilha Eleições locais Membros históricos de destaque Pablo Iglesias Posse Francisco Largo Caballero Indalecio Prieto Julián Besteiro Manuel Marín Glossário de termos utilizados pelo PSOE Barão (barón). Se refere aos líderes regionais. Podem ser muito poderosos, especialmente se governam uma comunidade autônoma. Tem ocorrido numerosos conflitos entre os barões e o governo central. Entre os barões se encontram Pasqual Maragall (Catalunha), Juan Carlos Rodríguez Ibarra (Estremadura), Manuel Chaves (Andaluzia). Enrique Barón foi ministro da indústria do PSOE, mas seu sobrenome é apenas uma coincidência. O termo barão é mais coloquial do que oficial, e representa o grande poder que têm estas pessoas no partido. Companheiro (compañero). É um termo similar ao camarada utilizado pelos comunistas. Correntes (corrientes). Como em todos os partidos políticos, há vários grupos internos dentro do PSOE basados em afinidades pessoais ou ideológicas. Entre as correntes históricas se encontram os "Guerristas" (seguidores de Alfonso Guerra), os "Renovadores" e a "Esquerda Socialista". Ver também Partidos políticos da Espanha União Geral dos Trabalhadores (Espanha) Ligações externas Partido Socialista de Galiza-PSOE Galeria fotográfica do 36º Congresso Federal
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Uma arma de destruição em massa ou arma de destruição maciça (ADM) é uma arma capaz de causar um número elevado de mortos numa única utilização. Esta designação é atribuída a armas nucleares, a armas químicas, a armas biológicas, e a armas radiológicas. Na maioria dos casos, o uso de tais armas constitui crimes de guerra, tanto pela crueldade e sofrimento proporcionado pelas tais armas (especialmente as químicas e biológicas) e pela grande quantidade inevitável de mortes civis, quanto por limitar a capacidade do inimigo se defender ou contra-atacar. Armas nucleares São exemplos de armas nucleares de destruição em massa a bomba atómica/nuclear, baseada na fissão descontrolada de isótopos radioativos de metais superpesados, e a bomba de hidrogénio/termonuclear, baseada na fusão nuclear descontrolada de deutério e trítio, e portanto centenas de vezes mais poderosa que uma bomba nuclear comum. Em termos bélicos, apenas duas bombas atômicas foram detonadas com objetivos militares até hoje: a primeira, em Hiroshima, e, a segunda, em Nagasaki, ambas no Japão, em finais da Segunda Guerra Mundial. Visão religiosa Catolicismo A Igreja Católica condena o uso de armas de destruição em massa, conforme consta no parágrafo 509 do Compêndio da Doutrina Social da Igreja. Ver também Arma espacial Armas químicas Bomba atómica Bomba de hidrogénio Brasil e as armas de destruição em massa Guerra do Vietname Projecto Manhattan Ligações externas
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A base da literatura chinesa é constituída de um cânon de quatro livros e cinco clássicos. Época Clássica A época clássica da literatura chinesa é correspondente à época clássica da literatura grega e romana. As etapas de formação tiveram lugar do século VI ao IV a.C. no período da dinastia Chou (c. 1027-256 a.C.). Desta época, são as obras de Confúcio, Mêncio, Laozi (Lao-tsé), Zhuangzi e outros grandes filósofos chineses. Culminou com a recompilação dos chamados cinco clássicos, ou clássicos confucianos, além de outros tratados filosóficos. A obra poética mais importante do período clássico foi o Shijing (Livro das odes ou Clássico da Poesia), antologia de poemas compostos em sua maioria entre séculos X e VII a.C. A lenda diz que foi o próprio Confúcio quem seleccionou e editou os 305 poemas que formam a obra. Trata-se de poemas simples e realistas da vida camponesa e cortesã. O estilo aristocrático ou cortesão alcança sua máxima expressão com os poemas de Chu, estado feudal ao sul da China central que foi a terra de Qu Yuan, primeiro grande poeta chinês. Durante a dinastia Han (206 a.C.-220 d.C.), as tendências realista e romântica deram lugar a escolas poéticas. Os versos de Chu foram o começo de um novo gênero literário, o fu, o poema em prosa. Mais tarde, a poesia se enriqueceu com canções populares reunidas por Yüeh-fu, no século II a.C. Os primeiros trabalhos em prosa formam, junto com o Shijing, os cinco clássicos. São o I Ching (Livro das Mutações), livro de adivinhações; o Shujing (Livro dos documentos), um conjunto de antigos documentos de Estado; o Liji (Memória sobre os ritos), coleção de códigos governamentais e rituais, e o Chunqiu (Os Anais de Primavera e Outono), a história do estado de Lu desde 722 até 481 a.C. Do século VI até o III a.C., foram escritas as primeiras grandes obras da filosofia chinesa, como os Analectos de Confúcio, aforismos recompilados por seus discípulos; os eloquentes debates de Mêncio, discípulo de Confúcio; o Tao Te Ching (Clássico da forma e sua virtude), atribuído a Lao Tse, fundador do taoismo, e os ensaios de Zhuangzi, o outro grande filósofo taoista. Também são importantes os ensaios de Mozi, Xunzi e Han Fei Zi. Sima Qian escreveu o Shiji (Memórias históricas), história da China até a dinastia Han. Os discípulos de Confúcio criaram as bases da tradição literária da prosa chinesa, adotando uma linguagem literária própria, diferente da linguagem falada. Época Medieval Do século III ao século VII d.C., a China estava dividida em estados rivais, porém, com a difusão do budismo vindo da Índia e a invenção de um tipo de impressão, viveu um dos períodos mais brilhantes da história de sua literatura. Durante os períodos de agitação política, poetas encontraram refúgio e consolo no campo. Alguns eram ermitões e criaram uma escola de poesia a que chamaram "Campo e jardim". Outros escreveram os melhores poemas populares chineses, como os de amor atribuídos à poetisa Tzu-yeh. O melhor poeta destes séculos turbulentos foi Tao Qian, também conhecido por Tao Yuanming, que cantava as alegrias da natureza e da vida solitária. A melhor poesia chinesa foi escrita durante a dinastia Tang (617-907), da qual se conservam mais de 49 000 poemas escritos por 2 200 poetas. Os três poetas mais famosos foram Wang Wei, filósofo e pintor; Li Po, líder taoista da escola romântica e mestre da imaginação visual, e seu amigo e rival Tu Fu, meticuloso em seus esforços para conseguir um realismo preciosista, cuja obra influenciou o poeta Po Chu-i, que utilizava a poesia como um meio para a crítica e a sátira. Durante a dinastia Song (960-1279), Su Tung-po foi o melhor poeta chinês de tsu (estilo poético que fixa o número de versos e seu comprimento segundo o tom e o ritmo). A poetisa chinesa Li Qingzhao alcançou grande popularidade por seus versos tsu sobre sua viuvidade. Han Yu, mestre da prosa Tang, exigia a volta da escrita direta e simples do estilo clássico. A tradição literária prolongou-se na dinastia Song com Ouyang Xiu, mais conhecido por suas maravilhosas descrições de paisagem. Os engenhosos ensaios de Su Xun são os melhores do estilo clássico. O teatro propriamente dito não se desenvolveu até o final do período medieval. Na época Tang, os atores já ocupavam um lugar importante entre os artistas populares e se agrupavam em companhias profissionais, que atuavam em teatros construídos para receber milhares de pessoas. Época Moderna A época moderna começa no século XIII e chega até nossos dias. No século XIV, a narrativa popular chinesa foi cada vez mais importante. Dois dos primeiros romances desta época, Sanguozhi Yanyi (Romance dos Três Reinos) e Shuihuzhuan (Margem da Água), podem ser considerados a épica em prosa do povo chinês. No século XVI, foi publicada a novela Jornada ao Oeste. Em meados do século XVIII, Cao Xueqin escreveu o romance realista Hongloumeng (O Sonho da Câmara Vermelha). Estas quatro obras compõe os chamados Quatro Grandes Romances Clássicos. No século XVII, apareceram numerosas coleções de breves histórias. A mais popular é Jinguqiguan (Contos maravilhosos do passado e do presente), composta de 40 histórias. No século XX, influenciados pela literatura ocidental, os escritores chineses, guiados por Hu Shi, começaram uma revolução literária conhecida como o renascimento chinês. Intencionavam utilizar a linguagem coloquial com fins literários. Com ensaios e histórias mordazes, atacavam a sociedade tradicional, e escritores como Lu Xun (pseudônimo de Zhou Shuren) ajudaram no avanço da revolução socialista. Durante os anos da Revolução Cultural (1966-1978), os artistas e escritores se adaptaram às necessidades do povo e a influência burguesa ocidental foi atacada duramente. Desde então, tem se permitido uma maior liberdade de expressão, tolerando-se o renovado interesse pelas ideias e as formas ocidentais. Ver também Arte da China Escrita chinesa Cultura da China Textos clássicos chineses Civilização chinesa Ligações externas «Conexão China» - site em português sobre a cultura chinesa e assuntos gerais da China. Literatura da China Poesia da China
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Mortágua é uma vila portuguesa do distrito de Viseu, situada na província da Beira Alta, região do Centro (Região das Beiras) e sub-região Região de Coimbra, com habitantes. É sede do município de Mortágua com de área e habitantes (2011), subdividido em 7 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Águeda, a nordeste por Tondela, a leste por Santa Comba Dão, a sul por Penacova e a oeste pela Mealhada e por Anadia. Está integrado na Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra. História Considera-se que, as primeiras comunidades de humanos, se instalaram no actual território de Portugal, há cerca de 1 500 000 anos, assim como no actual território do concelho de Mortágua. A comprová-lo, está o facto de se terem encontrado, em alguns concelhos vizinhos ao de Mortágua, vestígios arqueológicos datados do Paleolítico, principalmente nos concelhos de Anadia e da Mealhada. Para além disso, mesmo no próprio concelho de Mortágua, crê-se que existam vestígios de arte rupestre, na zona norte do concelho, perto da aldeia de Mortazel, na freguesia do Sobral. Por volta do ano 218 a.C., os Romanos invadem a Península Ibérica, travando na região do concelho de Mortágua, numerosas lutas com o povo Lusitano, que aqui habitava anteriormente. Após a conquista da Península Ibérica pelos Romanos, e a posterior "romanização", acredita-se que tenha atravessado o território do actual município, uma estrada romana que fazia a ligação entre o litoral e o interior da região ibérica. Na localidade da Quinta do Vau existe um brasão romano. Alguns séculos mais tarde, durante a Reconquista Cristã, após a invasão dos árabes à Península Ibérica, pressupõe-se que Mortágua tenha sido reconquistada algures entre 1058 e 1064 que são respectivamente, os anos da reconquista de Viseu e de Coimbra. Após a fundação do reino de Portugal (em 1143), inicia-se uma reorganização administrativa, da qual nascem os concelhos. Mortágua recebe o seu primeiro foral em 1192, concedido pela rainha Dulce de Aragão, esposa do rei D. Sancho I. O foral que viria a ser confirmado em 1514, por D. Manuel I, estabelecia todo o modelo administrativo do concelho, como os impostos que os moradores deviam pagar, a forma de aplicação da justiça, etc… O território do então concelho de Mortágua, não tinha todo o actual município, mas apenas a sede do concelho e algumas localidades adjacentes. O restante território, continuou dividido entre terras pertencentes ao rei (os reguengos), aos clérigos (os coutos) e aos nobres (as honras), uma situação que só seria resolvida nas reformas da administração pública no século XIX. Em 1810, liderada pelo General Massena, a 3ª Invasão Francesa a Portugal atravessa o actual território do concelho de Mortágua, marcando-o muito negativamente, devido aos saques, pilhagens e incêndios provocados pelos soldados franceses, que aqui pernoitaram e preparam a batalha do Buçaco, na qual seriam derrotados, pelas tropas anglo-lusas. Até ao século XIX, quem trabalhava a terra não era o seu dono, mas os moradores, que eram apenas arrendários vitalícios, e que podiam ser expulsos das suas terras e casas se não cumprissem os contratos estipulados com os donatários das terras. No entanto, os donatários sempre foram pessoas de outros locais, e eram muitas vezes desconhecidos pelos próprios trabalhadores, a quem estes sempre foram obrigados, desde a Idade Média, a entregar as suas rendas pela exploração das terras. Com as reformas da administração, feitas pelos governos liberais, no século XIX, este regime é extinto, assim como as ordens religiosas, cujos bens se tornam património nacional. Também nesta altura, com a extinção de vários concelhos, o município de Mortágua passa a ter o seu actual território, com a inclusão da freguesia de Almaça, após a sua desagregação do concelho de Óvoa tendo as freguesias restantes deste concelho, sido repartidas pelos municípios de Santa Comba Dão e Penacova. Na segunda metade do século XIX, o concelho de Mortágua conhece um grande desenvolvimento, com a instalação de numerosas indústrias no concelho, e a abertura de novas vias de comunicação como a estrada entre Mealhada e Viseu (em 1854), e a Linha da Beira Alta entre Figueira da Foz e a fronteira de Vilar Formoso (em 1882). No século XX, é inaugurada, na década de 1980, a Barragem da Aguieira, que permite o início do desenvolvimento turístico da albufeira e de parte do concelho. Na mesma década, assim como na década de 1990, a economia industrial do concelho de Mortágua, sofre uma grave crise, com o encerramento e deslocalização de algumas das suas fábricas. No início da década de 1990, é inaugurado o IP3, uma via rápida que ligava Coimbra a Viseu, atravessando o concelho no seu extremo sudoeste. Em meados desta década, é renovada e electrificada a Linha da Beira Alta, passando o concelho a estar servido por uma linha ferroviária moderna e segura. Já no século XXI, durante o Inverno de 2003, o concelho de Mortágua é alvo da atenção nacional pelos piores motivos. Neste ano, uma barragem do concelho, a Barragem do Lapão, construída poucos anos antes, para permitir a irrigação da várzea de Mortágua, ameaça rebentar durante o seu primeiro enchimento, e se tal viesse a acontecer, algumas das localidades do município, e até a própria vila de Mortágua, poderiam sofrer graves inudações. Conseguiu-se esvaziar a tempo e com segurança, toda a água da barragem, apesar de ter sido necessário demolir algumas das suas estruturas, para que a albufeira esvaziasse mais depressa. Nunca foram apuradas as responsabilidades deste caso, estando a Barragem do Lapão actualmente desactivada e degradada, e o projecto da irrigação da várzea de Mortágua foi suspenso. Em 2008, o concelho de Mortágua é visitado pelo primeiro-ministro português, José Sócrates, que aqui vem para lançar a adjudicação da concessão rodoviária Auto-estradas do Centro. Esta concessão, incluía, entre outros troços, a construção da A24, uma auto-estrada entre Coimbra e Viseu para substituir o IP3 (uma das mais perigosas vias rodoviárias de Portugal), e a A35, uma auto-estrada entre Mira e Mangualde, mas que para já, seria apenas construída entre a Mealhada e Mangualde, para ligar duas das mais importantes vias rodoviárias de Portugal, a A1 (entre Lisboa e Porto) e a A25 (entre Aveiro e Vilar Formoso), mas que, em qualquer caso, atravessaria o concelho de Mortágua. Apesar do início das obras estar previsto para 2009, até agora, ainda não foi iniciada a sua construção, devido a problemas no concurso público. Em 2008, a Câmara Municipal de Mortágua, anunciou a construção de uma nova zona industrial no concelho, que se localizará junto à futura ligação de Mortágua à nova auto-estrada. Portanto, actualmente, Mortágua é um concelho que procura um desenvolvimento próspero e equilibrado. Evolução da População do Município ★ Os Recenseamentos Gerais da população portuguesa tiveram lugar a partir de 1864, regendo-se pelas orientações do Congresso Internacional de Estatística de Bruxelas de 1853. Encontram-se disponíveis para consulta no site do Instituto Nacional de Estatística (INE). {| |- ! colspan="16" | Número de habitantes |- bgcolor="white" | align="center" | 1864 | align="center" | 1878 | align="center" | 1890 | align="center" | 1900 | align="center" | 1911 | align="center" | 1920 | align="center" | 1930 | align="center" | 1940 | align="center" | 1950 | align="center" | 1960 | align="center" | 1970 | align="center" | 1981 | align="center" | 1991 | align="center" | 2001 | align="center" | 2011 | align="center" | 2021 |- bgcolor="white" | align="center" | 8 313 | align="center" | 9 109 | align="center" | 9 004 | align="center" | 8 834 | align="center" | 9 210 | align="center" | 9 498 | align="center" | 10 268 | align="center" | 11 202 | align="center" | 12 616 | align="center" | 13 024 | align="center" | 11 625 | align="center" | 11 291 | align="center" | 10 662 | align="center" | 10 379 | align="center" | 9 607 | align="center" | 8 963 |- bgcolor="white" | | align="center" | +9,6% | align="center" | +5,5% | align="center" | +2,7% | align="center" | -1,3% | align="center" | -0,1% | align="center" | +3,7% | align="center" | +8,1% | align="center" | +2,7% | align="center" | +2,8% | align="center" | -15,2% | align="center" | +7,7% | align="center" | -3,0% | align="center" | -2,3% | align="center" | -1,7% | align="center" | ''' -6,5% |} (Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.) (Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente) Freguesias Património Pelourinho de Mortágua Personalidades ilustres Senhor de Mortágua Geminações Mortágua está geminada com: Figueira da Foz, Coimbra, Portugal (desde 1995) Wormeldange, Grevenmacher, Luxemburgo (desde 5 de Junho de 2004). Figuras Ilustres Tomás da Fonseca (Escritor) Branquinho da Fonseca (Escritor e fundador do Serviço de Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian) Luís Garcia (Ator) Lista de Presidentes da Câmara Municipal (desde 1937) ?–1937: Manuel dos Santos Condeixa 1937–1944: António Lopes Fernandes de Abreu 1944–1958: José de Abreu 1958–1965: Artur de Gouveia Leitão 1965–1973: António Monteiro Freire Beirão 1973–1974: Políbio Carvalho 1974–1974: Victor Hugo Miragaia 1974–1975: Albano Morais Lobo 1975–1976: José Augusto de Paiva Tomás 1977–1990: Bráulio Afonso Sousa (PPD-PSD) 1990–2013: Afonso Sequeira Abrantes (PS) 2013–2021: José Júlio Norte (Independente, eleito pelas listas do PPD-PSD) 2021–(atualidade): Ricardo Pardal (PS) Política Eleições autárquicas (a) O PSD apoiou a lista independente "Renovar Mortágua" nas eleições de 2021.'' Eleições legislativas Ligações externas www.cm-mortagua.pt Câmara Municipal de Mortágua Fotos e videos de Portugal
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Trezoi, oficialmente Trezói, é uma freguesia portuguesa do município de Mortágua, com 17,51 km² de área{{citar web|url= http://www.dgterritorio.pt/ficheiros/cadastro/caop/caop_download/caop_2013_0/areasfregmundistcaop2013_2 |título= Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013 |publicado= IGP Instituto Geográfico Português|acessodata= 10 de dezembro de 2013|notas= descarrega ficheiro zip/Excel|arquivourl= https://web.archive.org/web/20131209063645/http://wwwdgterritoriopt/static/repository/2013-11/2013-11-07143457_b511271f-54fe-4d21-9657-24580e9b7023$$DB4AC44F-9104-4FB9-B0B8-BD39C56FD1F3$$43EEE1F5-5E5A-4946-B458-BADF684B3C55$$file$$pt$$1zip|arquivodata= 2013-12-09|urlmorta= yes}} e 343 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . Esta freguesia é constituída pelas seguintes localidades : Trezoi Meligioso Cerdeira Cerdeirinha Sula Moura Vale de Ovelha Demografia A população registada nos censos foi: Património Igreja de São Tomé Trecho da Mata do Buçaco Portas de Sula Moinho de Sula Ponte Ferroviária de Trezoi Moinho de Moura Toponímia O topónimo Trezoi terá origem na presença moura neste território, resultando de "trezô", cujo significado seria "três mouros". Aliás, esta presença ficou ainda lembrada pela toponímia de uma outra localidade da freguesia: Moura. Conta a tradição oral que “nas proximidades da Ribeira da Moura, existe um penedo que, segundo a lenda, servia a uma Moura para, em dias de nevoeiro, estender o seu ouro, procedendo de seguida à sua lavagem. Após esta operação regressava às entranhas da terra.”'' Ligações externas Freguesias de Mortágua
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Santo Aleixo da Restauração é uma aldeia raiana portuguesa situada no município de Moura, sub-região do Baixo Alentejo. Antiga sede da freguesia homónima com 179,53 km² de área e uma população de 793 habitantes (2011), pertence desde 2013 à União de Freguesias de Safara e Santo Aleixo da Restauração. A relevante posição geográfica no contexto histórico de defesa do território português a leste do rio Guadiana, e a ausência de um acordo de fronteira definitivo entre Portugal e Espanha nos terrenos da Contenda até 1893, fizeram de Santo Aleixo palco de múltiplos conflitos bélicos ao longo da sua história. Quase despovoada por razias na Crise de 1383–1385, foi homenageada como aldeia heróica no Monumento aos Restauradores, em Lisboa, e agraciada com o denominação "da Restauração" pela República em 1957, pelo valoroso sacrifício da gente desta aldeia na Guerra da Restauração. A aldeia foi arruinada em 1704, no decorrer da Guerra da Sucessão de Espanha. Em Santo Aleixo da Restauração são celebradas três festas religiosas, sendo a Festa da Tomina uma das maiores da margem este do Rio Guadiana. Etimologia A aldeia surge documentada pela primeira vez no século X, numa descrição referente ao Al-Andalus (Península Ibérica) realizada pelo geógrafo Ar-Razi. Nesse documento a aldeia era denominada de Totalica ou Tutaliqa (do latim corrompido totum: toda; ligatio: liga de metais; "toda a liga de metais"). O nome Totalica designou o povoado da ocupação romana, no século II a.C., à reconquista cristã no reinado de D.Sancho II. Após a conquista pela Ordem dos Hospitalários a povoação passou a designar-se de Santo Aleixo. A 3 de Maio de 1957 após uma solicitação da Junta de Freguesia de Santo Aleixo ao Governo da República, que evocava os feitos históricos da Guerra da Restauração e a partilha da denominação com outras localidades, o nome da aldeia e freguesia foram alterados para Santo Aleixo da Restauração. Em baixo um excerto do decreto n.º 41 093, DG n.º 102, de 3 de Maio de 1957 publicado em Diário da República que altera oficialmente a denominação da aldeia e freguesia: A Junta de Freguesia de Santo Aleixo, do concelho de Moura, solicitou ao Governo que a mesma freguesia passe a denominar-se Santo Aleixo da Restauração, não só porque outras freguesias existem com a sua actual denominação, o que tem sido causa de perturbações no serviço de distribuição de correspondência, mas, principalmente, atendendo aos actos heróicos praticados pelos seus habitantes, sob o comando do capitão Martim Carrasco Pimenta, durante o período de lutas que se seguiram à Restauração da independência. [...] Paços do Governo da República, 3 de Maio de 1957. – Francisco Higino Craveiro Lopes – António de Oliveira Salazar – Joaquim Trigo de Negreiros. História Guerra da Restauração da Independência Durante a Guerra da Restauração Santo Aleixo foi palco de dois grandes combates, o primeiro a 6 de Outubro de 1641 e segundo a 12 de Agosto de 1644, sendo este último de maior dimensão, o que causou mais baixas em ambos os lados e também o que provocou maiores danos na aldeia. Este último ataque também valeu a Santo Aleixo a designação de aldeia heróica e a alteração da sua toponímia em Diário da República para Santo Aleixo da Restauração no ano de 1957. Incursão castelhana de 1641 Na manhã de 6 de Outubro de 1641, uma força de 1500 soldados de infantaria e 200 cavaleiros castelhanos cercaram a aldeia de Santo Aleixo de modo a concretizar parte da operação que visava o saque e destruição das aldeias de Safara e Santo Aleixo, as mais ricas da comarca de Moura. Devido a inexistência de um contingente militar regular na aldeia, formou-se aquando da noticia da invasão, uma milícia de cerca de cem homens, fracamente armadas e sem qualquer experiência militar, liderada pelo Capitão Martim Carrasco Pimenta. O assalto castelhano ao complexo fortificado da aldeia resumiu-se a uma série de oito ou dez assaltos que acabaram todos por ser repelidos nas trincheiras de taipa que rodeavam a aldeia. O combate acabou ao fim de três horas com cinquenta e cinco baixas do lado castelhano e duas do lado português. Esta acção militar foi descrita por Jorge Rodrigues, no ano de 1641, descrição essa que se transcreve parcialmente em baixo: Descuidados estavam os da Aldeia de S.to Aleixo do termo da vila de Moura na madrugada de 6 do presente mês [Outubro], quando se acharam cercados de 1500 castelhanos de pé e de cavalo, que se tinham ajuntado dos lugares de Cheles, Alconchel, Vila Nova, Valença, Oliva e Encinasola, e outros que confinam com aquelas fronteiras, em que havia mais de duzentos de cavalo que tinham vindo de Badajoz a esta facção. Sabiam eles que a Aldeia de S.to Aleixo e a de Safara sua vizinha são as mais ricas daquela comarca e em que podiam fazer uma importante presa, porque não tinham gente paga que as defendesse. Havia em S.to Aleixo uma companhia de pouco mais de cem homens que pudessem tomar arma, mas o valor do Capitão supre muitas vezes a falta de soldados. Martim Carrasco Pimenta o era destes, e ao prudente modo com que soube opor-se aos desígnios do inimigo, se deveu a vitória deste dia, porque cometendo o lugar às oito da manhã, em toda a sua circunferência se ouviram a um tempo os mosquetaços, tiros de pistolas, e carivinas com que os castelhanos investiram as taipas que lhe serviam de trincheira, saqueando duas casas, uma do prior, e outra vizinha, nas quais entraram pelos quintais sem serem vistos. Acudiram os moradores a defendê-las com tal ânimo e valor, que detiveram o ímpeto dos que já as tinham entrado, que passados do ferro e balas dos nossos, caíram mortos aos pés dos seus, que investiam mais frouxos com o exemplo dos companheiros. Por oito ou dez vezes tornaram a cometer as trincheiras, nas quais com pura fé e confiança no céu haviam posto os nossos [...] na primeira hora, durando três o combate em que os nossos pelejaram com mais valor de homens, porque de cento mal armados, e mais costumados ao exercício do campo, que ao militar, se não podia esperar tão glorioso sucesso; o qual teve fim com a vergonhosa retirada dos castelhanos, ficando cinquenta e cinco mortos e alguns cavalos, e de nossa parte mais que dois homens, um dos quais por tomar um cavalo vivo se lançou da trincheira, e o mataram-no campo. Guerra da Sucessão de Espanha A 31 de Maio de 1704, Santo Aleixo foi alvo de um cerco por parte de forças espanholas, que arruinaram a aldeia, no âmbito do envolvimento português na Guerra da Sucessão de Espanha. Demografia De acordo como o XV recenseamento geral da população de Portugal, a aldeia de Santo Aleixo da Restauração apresentava na altura do censo uma população residente de 814 pessoas. Tal como a maioria das povoações do interior português, Santo Aleixo também sofre uma diminuição considerável da população causada pelo fenómeno do êxodo rural. Este está intimamente ligado a razões económicas, e tem como consequências, não só a diminuição da população residente como também o envelhecimento da mesma. Economia A freguesia têm como base económica a actividade agropecuária. O sector de actividade secundário têm um peso muito singelo na economia local, a par do sector terciário, apesar deste ter uma expressão muito superior. O principal dinamizador da economia da freguesia é a Herdade da Contenda, empresa municipal responsável pela gestão do Perímetro Florestal da Contenda, que apesar dos benefícios socioeconómicos que tem para a freguesia gera um prejuízo avultado à Câmara Municipal de Moura, detentora da empresa municipal que gere a herdade. Agropecuária Desde o início do recenseamento agrícola em Portugal, em 1989, foi possível traçar o cariz da produção agrícola e pecuária na freguesia de Santo Aleixo da Restauração. Este sector de actividade, de 1989 a 2009, sofreu alterações consideráveis, sendo as mais flagrantes o aumento da produção pecuária em detrimento da produção agrícola, a forma de utilização da superfície agrícola, e o aumento considerável da mecanização agrícola e da superfície irrigável. O número de máquinas agrícolas cresceu substancialmente, passando de 39 em 1989, para 54 em 1999 e para 80 em 2009.. Desta analise estatística é possível observar que a proporção do tipo de máquinas agrícolas manteve-se constante - em 1989 e 1999 de todas as maquinas agrícolas apenas cinco não eram tractores. Estas cinco máquinas eram ceifeiras-debulhadoras. Em 2009 o número de ceifeiras-debulhadoras desceu para duas, mas no entanto houve o emprego de duas motoenxadas Outra grande evolução de cariz agrícola foi a superfície agrícola irrigável. Em 1989 apenas 8 hectares eram irrigáveis, passando esta superfície para 78 ha em 1999, e 116 ha em 2009. Explorações agrícolas Culturas de cariz permanente Culturas de cariz temporário Explorações animais A produção pecuária foi o único ramo económico da freguesia a sofrer uma clara expansão, tendo sido registado um aumento exponencial do número de animais criados com fins comerciais ou de consumo. De 4048 animais em 1989, passou-se para 12 300 em 2009, ou seja, registou-se um aumento de 304%. Da variação do número de cabeças de gado, pode destacar-se o aumento do gado bovino e suíno, e também da produção melífera. Geografia Localização geográfica A aldeia de Santo Aleixo da Restauração está localizada no distrito de Beja, Baixo Alentejo (NUTS III), estando inserida no concelho de Moura. A freguesia está limitada a sul e a este pela fronteira com Espanha, sendo separada em parte da fronteira sul pela riberira da Safareja. A norte está limitada pelo concelho de Barrancos, que é separado pela ribeira do Murtigão, e já a noreste pela ribeira do Arroro. A noroeste está limitada pela freguesia de Safara e a oeste pela freguesia de Sobral da Adiça, que é separada pela ribeira de Safareja. A aldeia têm como coordenadas geográficas 38° 04' 08" N e 07° 09' 04" O. Principais distâncias Santo Aleixo da Restauração está distanciada das seguintes localidades/cidades, em linha recta e rodovia respectivamente: Safara - 7,3 km; 8,5 km Moura - 27 km; 30 km Barrancos - 17 km; 21,5 km Beja - 62 km; 80 km Évora - 86 km; 103 km Sines - 150 km; 178 km Faro - 135 km; 224 km Lisboa - 187 km; 235 km Porto - 364 km; 513 km Aroche - 22 km; 57,5 km Rosal de la Frontera - 12,5 km; 31,3 km Badajoz - 91 km; 123 km Huelva - 91 km; 136 km Sevilha - 126 km; 177 km Madrid - 395 km; 500 km Gibraltar - 270 km; 376 km Paris - 1420 km; 1700 km Geomorfologia Altimetria O território administrado pela freguesia de Santo Aleixo da Restauração tem uma altitude que varia entre os 164m e 584m. O ponto com cota mais baixa (164m) localiza-se na extremidade norte da freguesia, junto a tripla fronteira administrativa de Santo Aleixo - Safara - Barrancos, devendo-se essa depressão a passagem da ribeira do Murtigão. Por sua vez, o ponto de cota mais elevada (584m) localiza-se 0,4 km da fronteira com Espanha, junto à Casa do Mel, e está assinalado por um marco geodésico. Esta elevação tem o nome de Pico das Escovas. A aldeia de Santo Aleixo encontra-se a um altitude média de 279m. Marcos geodésicos As área de dependência da freguesia têm os seguintes marcos geodésicos: Marco geodésico da Sobrosa Marco geodésico do Cabeço Pereiro Marco geodésico do Vale Corvo Marco geodésico do Pico das Escovas Relevo Os relevos dominantes na freguesia são, a oeste da ribeira de Santo Aleixo inferiores a 8%, e a este desta entre os 8% e 15%, sendo que na parte sudeste da Herdade da Contenda predominam os declives superiores a 25%. Constituição lítica O território correspondente a freguesia, apresenta uma constituição litica essencialmente metamorfico-sedimentar, constituída por Xistos - Grauvaques, e também dois filões de metavulcânitos (ambos cortam às formações de Xistos - Grauvaques do Pré-Câmbrico). Existem três formações geológicas de Xistos - Grauvaques de idades diferentes, formação mais a norte correpondem ao Devónico, a formação mais central correpondem ao Silúrico, e mais a sul correspondentes ao Pré-Câmbrico. A separar estas três formações geológicas de idades diferentes estão duas falhas geológicas, sendo que existe uma terceira cercada por formações do pré-câmbrico. Os dois filões de metavulcânitos datam também do Pré-Câmbrico. Clima Santo Aleixo da Restauração apresenta um clima Mediterrânico Temperado sub-húmido (Csa segundo a classificação climática de Köppen). Tem uma precipitação média anual de 60,79mm. De Verão o clima é tipicamente quente e seco, sendo que a temperatura média em Agosto ronda os 24,3 °C, e máxima chega aos 40 °C. A precipitação é praticamente inexistente, sendo que em Julho e Agosto pode mesmo não ocorrer nenhum fenómeno de precipitação. Visto apresentar um carácter quase continental, a afluência de humidade vinda do oceano nesses meses é muito escassa, o que faz os niveis de humidade atmosférica situarem-se entre os 20 e 30%. Apesar do clima sub-húmido existe um grande deficit de água nesta estação. Durante o Inverno o clima apresenta-se normalmente temperado e húmido com temperaturas médias a rondar os 9 °C a 10 °C e valores consideráveis de precipitação que se prolongam até Maio. De Janeiro a Abril os solos encontram-se saturados. *A capacidade de campo máxima é de 100 mm Hidrografia As linhas hidrográficas da freguesia pertencem à bacia do Guadiana. Estas linhas de água são de regime temporário podendo ser apenas deste regime, ou de regime torrencial temporário. As linhas de água desenvolveram-se em vales apertados, onde abundam afloramentos rochosos de xisto e de xisto com quartzitos, orientadas no sentido Este – Oeste ou Sudeste – Noroeste. Estas ribeiras apresentam-se normalmente secas no Verão e têm leitos arenosos e cascalhentos. As seis principais linhas de água, todas de regime torrencial, são alimentadas pela normal escorrências dos solos mas também por alguns barrancos. As sete principais linhas de regime torrencial temporário são: Ribeira de Toutalga Ribeira da Safareja Ribeira de Santo Aleixo Ribeira do Murtigão Ribeira de Paes Joanes Ribeira do Arroio Fauna e flora Devido às característica naturais e antropogénicas, Santo Aleixo da Restauração e o restante território da freguesia permite que tanto espécies animais como vegetais tenham possibilidades de prosperar. A existência do Perímetro Florestal da Herdade da Contenda torna a freguesia de Santo Aleixo, uma das freguesias do pais com habitat tipicamente mediterrânico (floresta mediterrânica), mais propenso a uma grande diversidade natural. É também de não descurar os efeitos que a baixa densidade populacional, climáticos e geológicos têm nessa diversidade biológica. Fauna O território compreendido à freguesia apresenta uma grande variabilidade de espécies animais sendo de focar a classe taxonómica das aves e dos mamíferos. A comunidade de mamíferos é variada e inclui espécies como o veado, o coelho-bravo, o gato-bravo, o javali, a lebre, a lontra e algumas espécies de morcegos.. As aves são no entanto o conjunto animal com maior expressão estando registadas mais de 70 espécies de aves na freguesia como o grifo, o aberalhuco, a águia-imperial-ibérica, várias espécies de andorinhas, o bufo-real, a cegonha-branca, a cegonha-preta, a codorniz, o guarda-rios, o franceiro, a rola, três espécies de rouxinol e cinco espécies de toutinegras Em ambientes húmidos e fluviais podemos encontrar algumas espécies de peixes, anfíbios e répteis como a boga-comum, o saramugo, a rã-verde, a rela-meridional e o cágado-mediterrânico. Flora A existência do Perímetro Florestal da Contenda é o principal habitat da freguesia, sendo que este abriga as seguintes espécies arborícolas e vegetais: Plantas arbóreas Azinheira (Quercus rotundifolia) Carvalho cerquinho (Quercus faginea) Casuarina (Casuarina equisetifolia) Cipreste Comum (Cupressus sempervirens) Cipreste de Monterey (Cupressus macrocarpa) Eucalipto (Cupressus macrocarpa) Medronheiro (Arbutus unedo) Pinheiro do Alepo (Pinus halepensis) Sobreiro (Quercus suber) Vegetação rasteira e arbustos Política A junta de freguesia de Santo Aleixo da Restauração é constituída por um total de de sete membros, representando à data das eleições de Assembleia de Freguesia de 2009, 830 eleitores. No acto eleitoral de 2009 somente dois facções se fizeram representar, nomeadamente a CDU e o PS. O acto eleitoral de 2009 foi ganho pela CDU, sendo por isso o presidente de junta de freguesia membro deste partido político. Administração Pública A freguesia de Santo Aleixo da Restauração está incorporada ao Município de Moura. A Junta de Freguesia de Santo Aleixo da Restauração têm como presidente de Junta de Freguesia José Manuel Godinho, e como presidente da Assembleia de Freguesia Joaquim Chamorro. Tendo esta freguesia menos de 1000 eleitores, a Assembleia de Freguesia terá que ter um número fixo de sete representantes. Constituição da Junta de Freguesia A Junta de Freguesia de Santo Aleixo da Restauração têm como membros executivos e de assembleia os seguintes indivíduos: Constituição do Executivo Presidente - José Manuel da Silva Godinho Secretário - Secretário Ana Maria Godinho Mendes do Espírito Santo Tesoureiro - Jorge Ramos Gonçalves Machado Constituição da Assembleia de Freguesia Presidente - Joaquim José dos Santos Chamorro 1ºSecretário - António Jordão Calhanas 2ºSecretário - Antónia de Jesus Vilar Baião António Neves Estevens José Gonçalves Caldeira Manuel Gualdino Estevens Francisco Candeias Nunes Infraestruturas Educação A nível de educação, Santo Aleixo da Restauração devido à sua reduzida taxa de natalidade e exponencial envelhecimento da população, é servida apenas por estabelecimentos de ensino que abragem o ensino pré-escolar e o primeiro ciclo do ensino básico (até ao 4º Ano). Educandos que transitem para níveis de escolaridade superiores ao 5º Ano têm que se deslocar ou para a Amareleja ou para Moura. Santo Aleixo da Restauração é servida pelos seguintes estabelecimentos de ensino: Jardim de Infância de Santo Aleixo da Restauração EB1 de Santo Aleixo da Restauração Saúde Os serviços de saúde de Santo Aleixo da Restauração são bastante precários. Os habitantes da freguesia estão inseridos no lote de portugueses que se encontram a mais de 1 hora do hospital mais próximo. No entanto está disponível à população da freguesia a Centro de Saúde de Moura, e a Extensão de Saúde de Santo Aleixo da Restauração, organismo que tem um funcionamento semelhante a um centro de saúde, mas com horário condicionado. Transportes Vias de comunicação A infraestrutura rodoviária da freguesia de Santo Aleixo da Restauração é de boa qualidade, sendo constituída principalmente por estradas asfaltadas, com algumas ruas mais emblemáticas em calçada de granito e acessos à zona florestal em terra batida. As rodovias que servem a freguesia são : Transportes públicos A freguesia de Santo Aleixo da Restauração é servida por autocarros da empresa de viação Barranquense, que fazem a ligação local em regime de carreira regular.. Património Devido à sua riqueza mineral, fertilidade dos solos, e grande povoamento em termos históricos, Santo Aleixo da Restauração destaca-se em termos de património erguido em relação a aldeias portuguesas de similares proporções. Apesar dos três assédios espanhóis muito do património destruído foi reerigido, havendo como excepções o Fortim de Santo Aleixo que tem como últimos vestígios a elevação onde se situa a Igreja Matriz e alguns muros em casas junto à Igreja. Outro risco ao património santoaleixense é a grande dispersão geográfica que faz com que património fique sem qualquer tipo de conservação ou protecção como o Convento da Tomina ou o castro de nome Castelo das Guerras. Cultura Festividades A aldeia de Santo Aleixo da Restauração pelo ao facto de contar com quase oito séculos de existência tem enraizada na população tradições de longa história e devoção. A aldeia conta três festas anuais, sendo que apenas é efeméride. As três festividades realizadas anualmente na aldeia são: Festa de Santo António, em honra do santo homónimo. Realiza-se anualmente durante o primeiro domingo de Maio. Festa de Santo Aleixo, em honra do santo homónimo, é uma efeméride que se realiza-se anualmente no segundo domingo de Julho. Festa da Tomina, em honra do orago maior da aldeia, Nossa Senhora das Necessidades. A festa da Tomina realiza-se anualmente no último fim-de-semana de Agosto., tendo uma duração habitual de cinco dias. A festa da Tomina é uma das maiores festividades do Baixo Alentejo, atraindo alguns milhares de visitantes, principalmente portugueses e espanhóis Os visitantes portugueses são principalmente emigrantes oriundos da região, tendo muitos deles inclusive habitação na aldeia. Esta festa representa um dos principais motores económicos da freguesia. Música A aldeia de Santo Aleixo da Restauração devido ao facto de ser a aldeia "mais profunda" do Alentejo conservou muito bem todos os aspectos culturais que caracterizam a cultura Alentejana. Prova disso é a existência de três destacados grupos de cantares alentejanos, para além de um grupo musical numa aldeia que conta com menos de 900 pessoas. Os grupos de cantares alentejanos da aldeia são: Grupo Coral da Casa do Povo de Santo Aleixo da Restauração Grupo Coral Feminino "As Papoilas em Flor" Grupo Coral "Os Restauradores" Grupo Musical “Os Restauradores” Gastronomia A gastronomia de Santo Aleixo tal como a grande parte da gastronomia portuguesa, têm como base a dieta mediterrânica. A culinária desta aldeia consiste principalmente em pratos simples, sempre acompanhados com pão e azeitonas. Os pratos marcantes da aldeia são a sopa de beldroegas, o gaspacho, a açorda, a feijoada, a carne de porco (antigamente apenas utilizada no acompanhamento dos pratos), a sopa de tomate, e a caldeirada (antigamente constituída principalmente por peixe de rio). A gastronomia marcante da aldeia também é constituída por pratos confinados a alturas especificas do ano, devido a inexistência dos ingredientes, visto serem estes de origem silvestre ou cinegética. Os principais exemplos são os espargos com ovos, as caldeiradas de cogumelos (sendo estes utilizados no enriquecimento de outros pratos, como a feijoada), e também os pratos de veado e javali (espécies com grande expressão populacional na Herdade da Contenda). Outro grande grupo a destacar na dieta desta aldeia são os enchidos, que de resto são responsáveis por um decréscimo da saúde da população, devido ao seu teor de gordura. Os principais enchidos consumidos e produzidos pela população da aldeia são, o presunto, a linguiça, o salpicão, e o chouriço. É também de destacar a recente produção vinícola, constituida quase exclusivamente pelo vinho Convento Da Tomina. Santoaleixenses ilustres Faraj Ibn Khayr Al-Tutaliqi, guerreiro muladi que desafiou a autoridade de Abderramão II'', Emir de Córdoba, em 848 - 849. Bakr ibn Maslama, neto de Faraj Al-Tutaliqi, chefiou campanhas contra o Emir de Córdoba. D. Afonso Mendes, Patriarca da Etiópia entre 1623 e 1636 e governador da Índia Portuguesa. Cap. Martinho Carrasco Pimenta, capitão-mor de Santo Aleixo na altura da incursão castelhana de 6 de Outubro de 1641 e de 12 de Agosto de 1644. Alf. João Mendes Sancas. Cap. Lopo Mendes Sancas, capitão-mor de Santo Aleixo na altura da incursão castelhana de 12 de Agosto de 1644. Cap. Lopo Caeiro Mendes Sancas, capitão-mor de Santo Aleixo na altura da incursão espanhola de 31 de Maio de 1704. Dr. Bento Caldeira. Da abundância de cortiça, também denominada CORCHA, veio também o cognome de CORCHEIROS, dado nas aldeias vizinhas aos naturais de Santo Aleixo ( Aldeia heróica, escrito pelo Doutor Bento Caldeira, editado pelas ediçoes Colibri). Desporto A freguesia de Santo Aleixo da Restauração apresenta grandes lacunas na área desportiva. Apesar de tudo, têm dois clubes que fomentam a actividade desportiva. Clube Desportivo de Caça e Pesca de Santo Aleixo da Restauração Clube de Futebol de Santo Aleixo d Restauração Ligações externas
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Hernán Cortés de Monroy y Pizarro Altamirano, 1.° Marquês do Vale de Oaxaca (Medellín, na Estremadura, na Coroa de Castela, 1485 – Castilleja de la Cuesta, em Sevilha, Castela 2 de dezembro de 1547) foi um conquistador espanhol, conhecido por ter destruído o Império Asteca de Moctezuma II e conquistado o centro do atual território do México para a Espanha. Primeiros anos Hernán Cortés nasceu numa família humilde, apesar de nobre. Aos catorze anos, foi estudar direito e latim na Universidade de Salamanca, porém não concluiu seus estudos e, após dois anos, retornou a Medellín. Após abandonar os estudos, Hernán Cortés escolheu ingressar na armada. Viagem ao Novo Mundo Aos dezenove anos, em 1504, Cortés partiu para a sua primeira viagem ao oeste, após trabalhar como escrivão da Corte em Valladolid. Sob o comando de Diego Velázquez de Cuéllar, Cortés foi bem-sucedido em sua primeira missão em busca de ouro. Como recompensa, o governador Nicolás de Ovando o contemplou com terras e indígenas para, nelas, trabalharem (repartimiento). Ali, Cortés se fixou como colono. Cuba Em 1511, novamente sob o comando de Diego Velázquez de Cuéllar, Hernán Cortés partiu para mais uma missão conquista, em Cuba. Ao princípio de sua permanência em Cuba, Cortés foi nomeado um dos secretários de Velásquez e pouco tempo depois, prefeito de Santiago de Baracoa. Ao término da missão, recebeu indígenas e terras e foi morar ao sul da ilha, em Santiago. Entre 1514 e 1515, Cortés se casou com Catalina Martins, nativa de Granada. Em 1517 e 1518, partiram, de Cuba, duas expedições que confirmaram a existência de um vasto e rico país a oeste da ilha. A primeira, capitaneada por Francisco Hernández de Córdoba, explorou a península de Yucatán. No ano seguinte desta expedição, outra expedição foi organizada por Juan de Grijalva com o propósito de continuar a exploração na costa de Yucatán. A partir desta empreitada, as relações entre Cortés e Velázquez entraram em conflito. Conquista do México Em 23 de outubro de 1523, Cortés foi nomeado capitão de uma nova expedição para reconhecer terras mexicanas. A expedição saiu de ilha de Cuba em 18 de fevereiro de 1519 e chegou à ilha de Cozumel — importante porto marítimo e religioso maia — em 27 de fevereiro de 1519. No local, tiveram um dos primeiros contatos com os povos indígenas, e Cortés encontrou Gerónimo de Aguilar, padre franciscano sobrevivente de um naufrágio espanhol, que se tornou intérprete maia-espanhol de Cortés. A expedição continuou até chegar ao rio Tabasco, batizado como rio Grijalva, próximo à cidade de Potonchán. Lá, encontraram resistência indígena, a qual suscitou a Batalha de Centla. Após a batalha e a vitória dos espanhóis, as autoridades de Tabasco ofereceram presentes a Cortés como tecidos, iguarias e mulheres indígenas. Entre estas mulheres, estava La Malinche, batizada como Marina ou doña Marina, que viria a ser uma figura importante e controversa na Conquista do México pelo seu conhecimento dos costumes e riquezas do Império Asteca, da língua Maia e do Náuatle, servindo como intérprete e conselheira, além de amante de Hernán Cortés, com quem teve um filho, Martín Cortés. Em abril de 1519, a expedição chegou a Vera Cruz, onde pouco depois Hernán Cortés fundou a Villa Rica de la Vera Cruz, em Chalchicuecan, junto ao atual porto. Em julho do mesmo ano, tomou Vera Cruz, desvinculando-se do governador de Cuba e colocando-se diretamente sob as ordens do rei Carlos V. Em Vera Cruz, Cortés começou a receber os mensageiros de Montezuma. Logo, Cortés percebeu que o Império Asteca possuía atritos com outros povos mesoamericanos. Começou então a elaborar estratégias e fazer alianças com os povos rivais como os totonacas, povo com capital em Cempoala, cidade a qual partiram para selar a aliança militar e dar início a conquista de Tenochtitlán. Cortés também fez aliança com os indígenas da região de Tlaxcala. Em outubro de 1519, Cortés chegou a Cholula, a maior cidade do México Central depois de Tenotchtitlán, e aliada do Império Asteca. Segundo as crônicas de Bernal Díaz, uma anciã e alguns sacerdotes do templo de Cholula alertaram Hernán Cortés sobre uma cilada, e imediatamente ele reagiu contra os indígenas da emboscada, causando o que ficou conhecido como o massacre de Cholula. Em 8 de novembro de 1519, o contingente de Cortés chegou a Tenochtitlán, e logo o encontro entre Cortés e Montezuma foi realizado. Montezuma acreditava que Cortés seria o enviado de Quetzalcóatl, deus asteca que teria, finalmente, voltado para vingar-se: por isso, Montezuma tratou bem Cortés e aceitou seu domínio. Dias depois da chegada dos espanhóis, Cortés entrou de novo em ação e fez de Montezuma prisioneiro. Para isso, utilizou, como pretexto, a morte de espanhóis em Vera Cruz em uma batalha entre os mexicas dirigidos por Cuauhpopoca supostamente a mando de Montezuma. Como prisioneiro, Montezuma declarou fidelidade ao rei Carlos V. Em maio de 1520, Velázquez foi informado por mensageiros de Montezuma sobre a chegada das tropas de Pánfilo de Narváez, que havia sido enviado ao México pelo governador de Cuba, Diego Velázquez de Cuéllar, com o objetivo de interromper a invasão de Cortés. Cortés então partiu com seus aliados para combater os inimigos recém-chegados, atacou o acampamento inimigo e conseguiu convencer os homens de Narvaéz a se juntarem a ele, com promessas de riquezas e cargos. Narvaéz voltou para Veracruz com o restante de sua tropa. Enquanto isso, em Tenochtitlán, durante a ausência de Cortés, Pedro Alvorado comandou a massacre do templo maior como consequência de uma rebelião indígena durante a celebração da festa de tóxcatl. Cortés retornou a Tenochtitlán em 24 de junho de 1520, e convenceu Montezuma a tentar apaziguar a revolta dos indígenas. Entretanto, enquanto falava com seu povo, Montezuma foi atingido por uma pedra e, dias depois, morreu em decorrência do ferimento. Forçados pela situação desesperadora e pelo crescente número de espanhóis mortos e feridos, Hernán Cortés decidiu deixar a cidade do México na noite de 30 de junho de 1520, que ficou conhecida como a noite triste. Em 8 de julho de 1520, os espanhóis finalmente chegaram a Tlaxcala para se refugiarem e se organizaram para atacar Tenochtitlán, e também onde Cortés recebeu reforços consideráveis de navios, soldados, artilharia e cavalos, para compensar as perdas ocorridas durante a noite triste. No final de maio de 1521, a cidade de Tenochtitlán foi sitiada durante 75 dias pelas tropas de Cortés. Após a captura e morte do último rei asteca, Cuauhtémoc, a conquista foi consumada. Cartas de la Relación Foram cinco as cartas escritas por Cortés que chegaram ao rei Carlos V. Elas informavam e justificavam o empreendimento. Foram escritas entre 1519 e 1526 de diversas cidades da Nova Espanha, cada uma a respeito de uma etapa de seu empreendimento. Essas cartas são, hoje, importante fonte para o estudo da conquista do México e da figura controversa que é a de Hernán Cortés, visto ao mesmo tempo como herói e conquistador cruel. Análise histórica Particularmente, Cortés foi diferente de seus antecessores espanhóis, que não procuravam saber nada sobre os índios. Ele tinha uma percepção política e histórica de seus atos. O historiador Tzvetan Todorov atribui a Cortés a invenção de uma tática de guerra de conquista e, por outro lado, a invenção de uma política de colonização em tempos de paz. Bibliografia Cortés, Hernán. Letters – disponível como Letters from Mexico traduzido para o inglês por Anthony Pagden. Yale University Press, 1986. ISBN 0-300-09094-3. Disponível online em espanhol na edição de 1866. Díaz del Castillo, Bernal. The Conquest of New Spain – disponível como The Discovery and Conquest of Mexico: 1517-1521 ISBN 0-306-81319-X López de Gómara, Francisco. Hispania Victrix; First and Second Parts of the General History of the Indies, with the whole discovery and notable things that have happened since they were acquired until the year 1551, with the conquest of Mexico and New Spain University of California Press, 1966 MARTÍNEZ, José Luis. Hernán Cortés - Universidad Nacional Autónoma de México, 1990 MORRIS, J. B in CORTÉS, Hernando. Five Letters - The Broadway, 1928 Prescott, William H. History of the Conquest of Mexico, with a Preliminary View of Ancient Mexican Civilization, and the Life of the Conqueror, Hernando Cortes Last Will and Testament of Hernán Cortés Cortés, Hernán. Letters – available as Letters from Mexico translated by Anthony Pagden. Yale University Press, 1986. ISBN 0-300-09094-3. Available online in Spanish from a 1866 edition. Díaz del Castillo, Bernal. The Conquest of New Spain – available as The Discovery and Conquest of Mexico: 1517-1521 ISBN 0-306-81319-X López de Gómara, Francisco. Hispania Victrix; First and Second Parts of the General History of the Indies, with the whole discovery and notable things that have happened since they were acquired until the year 1551, with the conquest of Mexico and New Spain University of California Press, 1966 Prescott, William H. History of the Conquest of Mexico, with a Preliminary View of Ancient Mexican Civilization, and the Life of the Conqueror, Hernando Cortes Last Will and Testament of Hernán Cortés Letter From Hernan Cortes to Charles the V Ligações externas As cartas de Cortés, com a narrativa dos eventos relativos à conquista do México, conforme descrição feita pelo próprio Cortés Hernán Cortés: Página de relação. Genealogia de Hernán Cortés Origem do Sobrenome Cortés Biografia de Hernán Cortés Hernando Cortes on the Web – página com galeria de fotos Conquistadors, with Michael Wood – página do documentário feito em 2001 Ibero-American Electronic Text Series apresentação online pela University of Wisconsin Digital Collections Center. Latin American studies center, material sobre Cortés Fernand Cortez ópera por Gaspare Spontini, Jean-Paul Penin Naturais da Estremadura (Espanha) Conquistadores Católicos da Espanha Católicos do México Exploradores da Espanha Cavaleiros da Ordem de Santiago História do Golfo da Califórnia
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Henry Ford (Greenfield Township, atual Condado de Wayne, — Dearborn, ) foi um empreendedor e engenheiro mecânico estadunidense, fundador da Ford Motor Company, autor dos livros Minha filosofia de indústria e Minha vida e minha obra, e o primeiro empresário a aplicar a montagem em série de forma a produzir em massa automóveis em menos tempo e a um menor custo.{{Citar web |url=http://www.ideafinder.com/history/inventors/ford.htm |título=Fascinating facts about Henry Ford, inventor of mass production in 1913(...) he stuck to his goal and finally in 1908, began production of the Model T. The company began selling his famous Model T for $850 each. The Model T was inexpensive for its day(…) |data= |acessodata=}} A introdução de seu modelo Ford T revolucionou os transportes e a indústria dos Estados Unidos. Ford foi um inventor prolífico e registrou 161 patentes nos Estados Unidos. Como único dono da Ford Company, ele se tornou um dos homens mais ricos e conhecidos do mundo. No dia 16 de junho de 1903, dia da fundação da Ford Motor Company, foi investido um capital de US$ 150 000 (em valores da época), de 12 sócios, sendo que US$ 28 000 foram investidos pelo próprio Ford, com então 40 anos na época. A ele é atribuído o "fordismo", isto é, a produção em grande quantidade de automóveis a baixo custo por meio da utilização do artifício conhecido como "linha de montagem", o qual tinha condições de fabricar um carro a cada 98 minutos, além dos altos salários oferecidos a seus operários — notavelmente o valor de 5 dólares por dia, adotado em 1914. O intenso empenho de Henry Ford para baixar os custos resultou em muitas inovações técnicas e de negócios, incluindo um sistema de franquias que instalou uma concessionária em cada cidade da América do Norte, e nas maiores cidades em seis continentes. Ford deixou a maior parte de sua grande riqueza para a Fundação Ford, mas providenciou para que sua família pudesse controlar a companhia permanentemente. Ford foi resguardado como um pacifista durante boa parte da Primeira Guerra Mundial e na década seguinte ficou conhecido como notório antissemita, publicando uma série de quatro livros chamados O Judeu Internacional (The International Jew). Primeiros anos Ford nasceu em 30 de julho de 1863, em uma fazenda próxima a um município rural a oeste de Detroit, no estado do Michigan (este espaço hoje faz parte de Dearborn). Seu pai, William Ford (1826-1905), nasceu em County Cork, Irlanda. Sua mãe, Mary Litogot Ford (1839-1876), nasceu em Michigan, e era a mais nova dos filhos de imigrantes belgas; seus pais morreram quando Mary era uma criança e ela foi adotada pelos vizinhos, os O'Herns. Os irmãos de Henry Ford são: Margaret Ford (1867-1868); Jane Ford (c 1868-1945), William Ford (1871-1917) e Robert Ford (1873-1934). Ford iniciou sua trajetória com motores, digamos assim, na fazenda de seu pai. Ele era responsável pelos reparos nas máquinas da fazenda, mostrava muita habilidade para inovar e sua principal intenção era observar o funcionamento mecânico das máquinas e equipamentos. A vida na fazenda era difícil, exigia serviços pesados feitos à mão. Por causa disso, desde menino Ford já demonstrava o interesse em diminuir o trabalho manual com o uso de máquinas. No ano de 1875, com doze anos, o contato com um motor a vapor o levou a estudar os carros automotores. Sua mãe morreu em 1876. Seu pai desejava que Henry no futuro assumisse a fazenda, mas Henry não tinha gosto pelos trabalhos agrícolas. Com o falecimento de sua mãe, muito pouco permaneceu para o manter na fazenda. Mais tarde ele disse a seu pai: Aos quinze, ele tinha a reputação de reparador de relógios, tendo desmantelado e remontado as peças de relógios de amigos e vizinhos dezenas de vezes. Em 1879, com 16 anos , ele deixou sua casa e foi para a cidade vizinha Detroit, para trabalhar como aprendiz de operador de máquinas, primeiro na empresa James F. Flower & Bros., e mais tarde na Detroit Dry Dock Co. Em 1882 retornou a Dearborn para trabalhar na fazenda da família e se tornar experiente na operação dos motores a vapor portáteis da Westinghouse (Westinghouse Farm Engine). Aos 19, Ford entrou para a Companhia Westinghouse, no conserto e na montagem de locomoveis a vapor. Em 1885, trabalhando como mecânico das oficinas da Eagle Motor Works, em Detroit, seu interesse se concentra nos motores a explosão. Dois anos depois, Ford construiu seu primeiro motor desse tipo, movido a gasolina. Ford se casou com Clara Jane Bryant (1865-1950) em abril de 1888, e se sustentava com a exploração da fazenda e mantendo uma serraria. Eles tiveram um único filho, Edsel Bryant Ford (1893-1943). Por volta do ano de 1890, Ford assumiu o lugar de engenheiro maquinista na cidade de Detroit na Edison Illuminating Company. Em 1893, após sua promoção ao cargo de Engenheiro Chefe, Ford passou a ter bastante tempo e dinheiro para dedicar-se às suas experiências pessoais com motores a gasolina. Estes experimentos culminaram em 1896 com a conclusão de seu próprio veículo automotor denominado Quadriciclo, que ele dirigiu em teste em 4 de junho. Depois de vários testes, Henry Ford planejou formas de melhorar o Quadriciclo. Sua primeira empresa foi a Detroit Automobile Company (DAC), de 1899, sob a responsabilidade de ser engenheiro-chefe, entretanto, a fábrica fechou devido à discordância com os investidores que queriam um retorno mais imediato; a fábrica produziu apenas doze veículos que eram de qualidade inferior e alto custo e faliu no começo de 1901. Dois anos mais tarde, montou outra empresa, a Henry Ford Company, de onde foi demitido por ter voltado seu interesse para carros de corrida, ao contrário de seus investidores que, para seu lugar, contrataram Henry Leland e este remodelou a fábrica que então se tornou a Cadillac Motor Company. Ford persistiu com a ideia dos carros esportivos e, juntamente com o projetista Childe Wills, montou o chamado carro 999, com o qual Barney Oldfield se tornou campeão, divulgando o carro em todo país. Esse passo foi importante, pois o rendimento financeiro proveniente do sucesso de seu carro deu suporte financeiro a suas ideias e assim a Ford Motor Company foi fundada. Ford Motor Company Com 40 anos de idade, Ford, com outros 11 investidores e 28 000 dólares de capital, formaram a Ford Motor Company em 1903. Em um carro recém-planejado, Ford fez uma exposição sobre o gelo do Lago Saint Clair, dirigindo uma milha (1 609 metros) em 39,4 segundos, estabelecendo um novo recorde de velocidade em terra em 91,3 milhas por hora (147,0 km/h). Persuadido por esse êxito, o piloto de corrida Barney Oldfield, que nomeou o novo modelo Ford de "999" em honra de uma locomotiva de corrida da época, levou o carro por todo o país, tornando a marca Ford mais conhecida pelos Estados Unidos. Ford também foi um dos primeiros patrocinadores do Indianápolis 500. Ford maravilhou o mundo em 1914, oferecendo o pagamento de 5,00 dólares por dia, o que mais do que duplicou o salário da maioria dos seus trabalhadores. O movimento foi extremamente rentável; no lugar da constante rotatividade de empregados, os melhores mecânicos de Detroit afluíram para a Ford, trazendo seu capital humano e sua habilidade, aumentando a produtividade e reduzindo os custos de treinamento. Ford chamou isso de "salário de motivação" ("wage motive"). O uso da integração vertical pela empresa também provou ser bem sucedido quando Ford construiu uma fábrica gigantesca, onde entravam matérias primas e de onde saiam automóveis acabados. Modelo T O Ford Model T foi apresentado em 1 de outubro de 1908. Ele tinha muitas inovações importantes, como o volante no lado esquerdo, o que foi logo copiado por todas as outras companhias. O motor e o câmbio eram totalmente fechados. Os 4 cilindros eram fundidos em um bloco sólido, e a suspensão usava duas molas semielípticas. O carro era muito simples de se dirigir e, o mais importante, sua manutenção era barata. O veículo era tão barato em 1908, custando 825,00 dólares (o preço caía todo ano) que na década de 1920 a maioria dos motoristas norte-americanos aprenderam a dirigir o Modelo T, o que deixou boas memórias para milhões de pessoas. Ford criou um sólido sistema de publicidade em Detroit para garantir que cada jornal transmitisse notícias e anúncios sobre o novo produto. A rede de concessionários locais de Ford tornou o carro onipresente em praticamente todas as cidades da América do Norte. Como revendedores independentes, as franquias enriqueceram e fizeram a propaganda não apenas de Ford, mas também do próprio conceito de automobilismo; clubes locais de automóveis surgiram para ajudar novos motoristas e para explorar o campo. Ford foi sempre ávido para vender aos fazendeiros, que viram no veículo um dispositivo comercial para ajudar em seus negócios. As vendas subiram rapidamente - vários anos tiveram 100% de lucros em relação ao ano anterior. Sempre na busca de maior eficiência e menores custos, em 1913 Ford introduziu a montagem em esteiras em movimento nas suas instalações, o que permitiu um enorme aumento da produção. As vendas ultrapassaram 250 000 unidades em 1914. Por volta de 1916, tendo o preço baixado para US$ 360,00 para os carros de passeio básicos, as vendas atingiram 472 000 unidades. Por volta de 1918, metade dos carros na América do Norte eram Modelos T. A alta produção conseguida por Ford tem como característica marcante a escolha de uma única cor de veículo, que era preta. Desta forma, ele conseguia montar os veículos sem ter que diferenciar o processo de pintura. Existe uma frase famosa que Ford escreveu em sua autobiografia sobre a escolha da cor do veículo: Antes do desenvolvimento da linha de montagem, que exigia a cor preta por sua secagem mais rápida, o Modelo T era disponível em outras cores, incluindo o vermelho. Esse esquema era veementemente defendido por Henry Ford, e a produção continuou até 1927; a produção final total foi de 15 007 034 unidades. Esse foi um recorde que permaneceu por 45 anos. Em 1918, o presidente Woodrow Wilson pediu pessoalmente a Ford para que se candidatasse ao Senado dos Estados Unidos, de Michigan, como um democrata. Embora a nação estivesse na guerra, Ford concorreu como um candidato pacífico e um forte apoiador da proposta Liga das Nações. Em dezembro de 1918, Henry Ford transferiu a presidência da Ford Motor Company para seu filho Edsel Ford. Henry, entretanto, retinha a autoridade de decisão final e algumas vezes revogou as decisões de seu filho. Henry e Edsel compraram todas as ações restantes de outros investidores, dando deste modo à família exclusivo domínio sobre a companhia. Por volta da metade da década de 1920, as vendas do Modelo T começaram a declinar devido à concorrência crescente. Outros fabricantes de automóveis ofereciam planos de pagamentos pelos quais os clientes podiam comprar seus carros, que comumente incluíam características mecânicas mais modernas e estilos não disponíveis no Modelo T. Apesar dos estímulos de Edsel, Henry recusava-se firmemente a incorporar novas características no Modelo T ou a criar um plano de crédito para os compradores. Modelo A e carreira posterior de Ford Por volta de 1926, o enfraquecimento das vendas do Modelo T finalmente convenceu Henry a fazer um novo modelo de automóvel. Ele desempenhou o projeto com um grande número de técnicos especializados no projeto de motor, chassi, mecânica e outras necessidades, deixando o desenho da carroceria para seu filho. Edsel conseguiu por vezes prevalecer sobre seu pai na oposição inicial deste à inclusão de um sistema de mudança de transmissão deslizante. O resultado foi o sucesso do Ford Model A, introduzido em dezembro de 1927 e produzido até 1931, com uma produção total de mais de quatro milhões de automóveis. Posteriormente, a empresa adotou um sistema de mudança anual de modelo, semelhante ao que é utilizado pelos fabricantes de automóveis de hoje. Não antes de 1930 Henry superou sua oposição contra companhias de financiamento. No entanto, após isso, a Universal Credit Corporation, de Ford, tornou-se a principal financiadora de veículos. Filosofia de trabalho Henry Ford foi um pioneiro do "capitalismo do bem-estar social" concebido para melhorar a situação dos seus trabalhadores e especialmente para reduzir a grande rotação de empregados de muitos departamentos, que contratavam 300 homens por ano para preencher 100 vagas. Eficiência significava contratar e manter os melhores trabalhadores. Em 5 de janeiro de 1914, Ford anunciou seu programa "cinco dólares por dia". O programa revolucionário e sistemático incluía uma redução da duração do dia de trabalho de 9 para 8 horas, 5 dias de trabalho por semana, e um aumento no salário-mínimo diário de US$ 2,34 para US$ 5 para trabalhadores qualificados. Outra inovação para o período foi a repartição com seus empregados de uma parte do controle acionário. Pacifismo Henry Ford foi um cristão episcopal que dizia ser contra a guerra, argumentando que ela era um desperdício de tempo. Ford tornou-se altamente crítico com aqueles que financiavam a guerra e parecia fazer tudo o que podia para detê-los. Em 1915 a pacifista Rosika Schwimmer obteve a ajuda de Henry Ford para financiar uma viagem de navio para a Europa, com o objetivo de ser uma espécie de "missão de paz", para si e aproximadamente 170 outros proeminentes líderes pacifistas. O pastor episcopal de Ford, Reverendo Samuel S. Masquir, acompanhou-a na viagem. Marquis também liderou o departamento de sociologia de Ford entre 1913 e 1921. Ford conversou com o presidente Wilson sobre a missão, mas não obteve qualquer apoio governamental. Seu grupo partiu rumo à neutra Suécia e à Holanda para encontrar-se com ativistas da paz naquele país. Ridicularizado, teve que deixar o navio logo que este chegou à Suécia. Em sua vida, Ford tinha empatia com o movimento nazista e o financiava,Museu idealizado por Henry Ford - inventor da linha de montagem exibe carros e memorias dos EUA Folha de S.Paulo, chegando inclusive a ser condecorado por Hitler com a Ordem de Mérito da Águia Alemã em 30 de julho de 1938. O Henry Ford também ganhou dinheiro com a Segunda Guerra Mundial vendendo insumos para a indústria de guerra nazista e recebendo lucros de filiais através de países neutros.Reinhold Billstein, Karola Fings, Anita Kugler e Nicholas Levis, Working for the Enemy: Ford, General Motors, and Forced Labor during the Second World War ( New York: Berghahn, 2000) págs. 37-44Michael Dobbs, “US Automakers Fight Claims of Aiding Nazis,” The International Herald Tribune, 3 December 1998.Research Findings About Ford-Werke Under the Nazi Regime (Dearborn, MI: Ford Motor Company, 2001), págs. 24 e 28David Lanier Lewis, The Public Image of Henry Ford: an American Folk Hero and His Company (Detroit 1976), p. 222 e 270.Kugler, “Das Opel-Management,” p. 57; Kugler, “Flugzeuge,” 72–76, nota na p. 76; and Billstein et al., p. 53–55Karola Fings, “Zwangsarbeit bei den Kölner Ford-Werken,” in Felinska, Zwangsarbeit bei Ford, (Cologne 1996), 108. See also Silverstein, “Ford and the Führer,” 14; and Billstein et al., págs. 53–55, 135–156. O historiador Max Wallace comenta que Ford de bom grado forneceu equipamentos militares à Alemanha nazi, mas se recusou a fabricar motores para a RAF (Força Aérea Britânica). Companhia de Aviões Ford (Ford Airplane Company) Henry Ford teve participações na mecanização do campo, na fabricação de motores aeronáuticos, chegando a construir um motor Liberty durante o período da primeira guerra mundial, e anos mais tarde um trimotor para aviões. A Ford, assim como outras empresas automotivas, entrou no negócio da aviação durante a Primeira Guerra Mundial. Após a guerra, ele retornou à indústria automobilística até 1925, quando Henry Ford adquiriu a companhia de aviação Stout Metal Airplane Company. A mais bem sucedida aeronave de Ford foi o Ford 4AT Trimotor - chamado de "Ganso de Lata" ("Tin Goose"), em virtude da sua construção metálica ondulada. O avião utilizava uma nova liga metálica chamada Alclad, que combinava resistência à corrosão do alumínio com a força do duralumínio. O avião era semelhante ao F.VII-3m da Fokker, e alguns dizem que os engenheiros da Ford secretamente mediram o avião Fokker e, em seguida, o copiaram. O Trimotor voou pela primeira vez em 11 de junho de 1926, e foi o primeiro bem sucedido avião de passageiros dos Estados Unidos, acomodando cerca de 12 passageiros de modo um tanto desconfortável. Diversas variantes foram também usadas pelo Exército dos Estados Unidos. Aproximadamente 200 Trimotores foram construídos antes de ter sido interrompido sua produção em 1933, quando a Ford Airplane Division encerrou suas atividades devido às poucas vendas durante a Grande Depressão. Corrida Ford iniciou sua carreira como um piloto de carros de corrida e manteve seu interesse por este esporte durante o período de 1901 até 1913. Henry colocou o desprovido Modelo Ts em corridas, terminando em primeiro lugar (embora posteriormente desqualificado), em uma corrida "mar-a-mar" (atravessando os Estados Unidos) ocorrida em 1909, e estabelecendo o recorde de velocidade em circuito oval de uma milha (1,6 km) em Detroit Fairgrounds em 1911 com o motorista Frank Kulick. Em 1913, Ford tentou colocar um Modelo T reformulado no Indianapolis 500, mas foi informado que as regras exigiam a adição de mais libras (450 kg) no carro antes que ele pudesse ser aprovado. Ford saiu da corrida e logo depois deixou o automobilismo permanentemente, usando como argumento a insatisfação com as regras do esporte e as exigências de seu tempo pelo grande aumento na produção do Modelo T. Negócios internacionais A filosofia de Ford defendia a independência econômica para os Estados Unidos. Sua fábrica em River Rouge tornou-se o maior complexo industrial do mundo, sendo até mesmo capaz de produzir o seu próprio aço. Ford tinha por objetivo produzir um veículo a partir do zero, sem dependência de comércio externo. Ele acreditava na expansão global de sua companhia. Acreditava que o comércio internacional e a cooperação internacional levariam à paz, e usou o processo de linha de montagem e produção do Modelo T para demonstrar isso. Ele abriu as fábricas de montagem Ford no Reino Unido e no Canadá em 1911, e logo se tornou o maior produtor de automóveis nesses países. Em 1912, Ford cooperou com Agnelli da Fiat para lançar as primeiras montadoras de automóveis italianas. As primeiras instalações na Alemanha foram construídas na década de 1920, com o encorajamento de Herbert Hoover e do Departamento de Comércio, que concordava com a teoria de Ford, que afirmava que o comércio era essencial para a paz mundial. Na década de 1920 Ford também construiu instalações na Austrália, na Índia e na França, e, por volta de 1929, ele teve concessionários de sucesso em seis continentes. Ford tentou uma plantação comercial de seringueiras para a produção de borracha na Amazônia brasileira chamada de Fordlândia; este foi uma de seus muito fracassos pois se Ford era genial e intuitivo, também era um administrador ruim. Em 1929, Ford aceitou o convite de Stalin para construir um modelo de fábrica (NNAZ, hoje GAZ), em Gorky, uma cidade mais tarde renomeada para Nizhny Novgorod, e enviou engenheiros americanos e técnicos para ajudar a instalá-la, incluindo Victor Herman (posteriormente aprisionado no Gulag durante o Grande Expurgo stalinista) e, o futuro dirigente de sindicato Walter Reuther. O acordo de transferência de tecnologia entre a Ford Motor Company, a VSNH (conselho nacional de economia) e a Amtorg Trading Corporation, controlada pelos soviéticos (como agente de compra) foi firmado por nove anos e assinado em 31 de maio de 1929 por Ford, pelo vice-presidente da FMC Peter E. Martin, por Valery Mezhlauk, e pelo presidente da Amtorg, Saul Bron. A Ford Motor Company trabalhou para conduzir os negócios em todas as nações com as quais os Estados Unidos mantinham relações diplomáticas pacíficas. Por volta de 1932, a Ford fabricava um terço de todos os automóveis do mundo. A imagem da Ford pasmou os europeus, em especial os alemães, despertando o "medo de alguns, a obsessão de outros, e o fascínio entre todos". Os alemães que discutiam o "Fordismo" frequentemente acreditavam que ele representava algo fundamentalmente norte americano. Eles viram o tamanho, o ritmo, a padronização, e a filosofia da produção demonstrada nos trabalhos de Ford como um serviço nacional — uma "coisa americana" que representava a cultura dos Estados Unidos. Tanto os apoiadores quanto os críticos insistiam que o Fordismo compendiava o desenvolvimento capitalista norte americano, e que a indústria automobilística era a chave para a compreensão das relações econômicas e sociais nos Estados Unidos. Como explicou um alemão, "os automóveis alteraram tão profundamente o modo de vida americano, que hoje dificilmente se pode imaginar alguém sem um carro. É difícil lembrar como era a vida antes de o sr. Ford começar a pregar sua doutrina da salvação". Para muitos alemães, Henry Ford encarnava a essência do americanismo de sucesso. O legado de Ford As ideias de Henry Ford modificaram todo o pensamento da época, foi através delas que se desenvolveu a mecanização do trabalho, produção em massa, padronização do maquinário e do equipamento, e por consequência dos produtos, forte segregação do trabalho manual em relação ao trabalho braçal - o operário não precisava pensar apenas como fazer seu trabalho, mas efetuá-lo com o mínimo de movimentação possível. Ele também implementou a política de metas, mesmo não possuindo esse nome, afirmando que X carros deveriam ser produzidos em Y dias. Além disso, ele revolucionou o tratamento dispensando aos trabalhadores, pois melhorou o salário deles; segundo Ford, ao mesmo tempo em que, pelo pagamento de um salário substancial para aqueles que trabalhavam com a produção e a distribuição, ocorria o aumento de poder de compra proporcionalmente, criando um movimento econômico cíclico. Por esses motivos pode-se dizer que Henry Ford tornou-se um grande marco, sendo hoje muito estudado nas áreas de administração. Falecimento Henry Ford faleceu em Dearborn em 7 de abril de 1947. Encontra-se sepultado no Ford Cemetery (Saint Marthas Episcopal Church Cemetery) Detroit, Condado de Wayne, Michigan nos Estados Unidos. Ver também Administração; Barão ladrão; Emerson Harrington, criou os 12 Princípios da Eficiência; Ford Hemp Body Car; Fordilândia; Frederick Taylor, o Pai da Administração Científica; Henri Fayol, fundador da Teoria Clássica da Administração; História do automóvel; Maiores fortunas da história; Max Weber, desenvolveu a Teoria da Burocracia; Peter Drucker, o Pai da administração moderna; Taylorismo; The Henry Ford Museum''. Bibliografia THE AMERICAN AXIS: Henry Ford, Charles Lindbergh, and the Rise of the Third Reich. Max Wallace, Author . St. Martin's (465p) (review) Robert G. Ferguson From: Technology and Culture Volume 46, Number 2, April 2005 pp. 451–453 10.1353/tech.2005.0073 ISBN 978-0-312-29022-1 Reinhold Billstein, Karola Fings, Anita Kugler, and Nicholas Levis, Working for the Enemy: Ford, General Motors, and Forced Labor during the Second World War (New York: Berghahn, 2000) Research Findings About Ford-Werke Under the Nazi Regime (Dearborn, MI: Ford Motor Company, 2001) Ligações externas Uma entrevista com o Henry Ford dado em 1926 em que o fabricante de automóvel explica seu impacto econômico provável Best Cars Web Site. Henry Ford, um homem que mudou o mundo AutoEntusiastas. Museu Henry Ford Administradores dos Estados Unidos Bilionários dos Estados Unidos Empresários dos Estados Unidos Ford Fundadores de fábrica de automóveis dos Estados Unidos Gestores dos Estados Unidos Liberais clássicos Maçons dos Estados Unidos Medalha Elliott Cresson Pioneiros dos automóveis Norte-americanos de ascendência belga
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O laranja, alaranjado, cor laranja, cor de laranja, ou ainda abóbora, cor abóbora, ou cor de abóbora, é uma cor terciária nos sistemas RGB e CMYK (e secundária no obsoleto sistema RYB), formada pelo vermelho e o amarelo que, no espectro visível, tem um comprimento de onda aproximado de 590 a 620 nanómetros. Tem a mesma cor da fruta que lhe dá o nome. Impacto cultural e outros Na Europa e na América, pesquisas mostram que o alaranjado é a cor mais associada a diversões, ao não convencional, ao extrovertido, ao calor, ao fogo, a energia, a atividade, ao perigo, ao sabor e aroma, ao protestantismo, ao outono e a estação de Allhallowtide, o tempo do ano litúrgico dedicado a lembrar os mortos (Halloween, Dia de Todos os Santos e Dia de Finados). É a cor nacional dos Países Baixos e da Casa de Orange. Na Ásia, é uma importante cor simbólica do budismo e do hinduísmo. Algumas coisas que têm cor laranja: laranja (fruta); chama, fogo, ou brasa em madeira; mel silvestre olhado contra a luz, abóbora, etc. Cores
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Aguieira é uma antiga freguesia portuguesa do concelho de Nelas com cerca de 558 habitantes, distribuídos por uma área de 549 hectares (cerca de 5,49 km²). É o único aglomerado da freguesia com o mesmo nome, e fica situada a oeste da sede do concelho. Tem como freguesias limítrofes Moreira, a norte, Canas de Senhorim, a sul, Carvalhal Redondo, a nascente, e Beijós pertencente ao concelho de Carregal do Sal, a poente. Ocupa o oitavo lugar em termos de dimensão demográfica e está classificado como de 2ª ordem em termos de hierarquia dos aglomerados urbanos do município. Foi extinta (agregada) pela reorganização administrativa de 2012/2013, sendo o seu território integrado na União de Freguesias de Carvalhal Redondo e Aguieira. História Denominada outrora por Vila Nova das Amoreira (Villa Nuova no termo das Moreiras de Senhorim), Aguieira foi sede de Freguesia desde 4 de Outubro de 1985 e foi, até 1834, sede de um pequeno Concelho, constituído pelos lugares de Aguieira e Moreira de Baixo, cujos limites iam da Ribeira de Travassos, a sul, até ao Rio Dão, a norte, passando pelo Brejo e Lampaça, a oeste, e pela Capela da Sra. do Viso e Igreja de Carvalhal Redondo, a este. Os aglomerados dispersavam-se por Aguieira, Braçal, Lampaça, Pisão, Travassos e Vale Chã, estando todos eles situados no extremo oeste do território de Zurare. Com a divisão deste território, Moreira passa para o território de Senhorim e por sua vez ocorre em data incerta, talvez em 1258, a desanexação da Vila Nova das Amoreira de Senhorim, tendo surgido no final do século XIV o nome de Agyeyra, que deu origem ao actual. A confirmação do nome Vila Nova das Amoreiras é feita no foral que lhe foi concedido pelo Rei D. Manuel I, a 6 de Maio de 1514, foral que estabeleceu a agregação de Moreira de Baixo ou de Jusã, a Aguieira. Com a reforma liberal de Mouzinho da Silveira, é extinto o Concelho de Aguieira em 1834 e integrado no Concelho de Canas de Senhorim e, mais tarde, em 1854, no actual Concelho de Nelas. Cronologia 1514 - concessão do foral manuelino 1852 - extinção do concelho de Aguieira, então integrado no de Nelas População Freguesia criada pela Lei n.º 80/85, de 4 de Outubro, com lugares desanexados da freguesia de Carvalhal Redondo Média do País no censo de 2001: 0/14 Anos-16,0%; 15/24 Anos-14,3%; 25/64 Anos-53,4%; 65 e mais Anos-16,4% Média do País no censo de 2011: 0/14 Anos-14,9%; 15/24 Anos-10,9%; 25/64 Anos-55,2%; 65 e mais Anos-19,0% Património Arquitectura Civil Casa Henriquina - Casa da Câmara da Aguieira Casa devoluta de planta longitudinal rectangular, regular. Massa simples, horizonalista de cobertura inexistente. Fachada principal voltada para Oeste, sem embasamento, de dois pisos. No primeiro, ampla porta de moldura rectangular lisa, ascendendo-se do segundo piso por escada lateral saliente, de cinco degraus e um patamar provido da varadim liso, que dá acesso a uma porta rectangular, ladeada por outra mais pequena, em cuja ombreira existe uma pequena inscrição epigráfica ilegível. A parte superior da caixa muraria está truncada, em ruínas. Fachada sul adossada a construção de dois pisos. Fachada Este adossada, a casa de dois pisos e ao respectivo quintal, sendo visíveis, contudo, três janelas rectangulares ao nível do andar nobre, estando as duas da esquerda entaipadas pelo edifício, assim como uma porta no piso térreo. Fachada Norte muito destruída notando-se apenas a parte inferior dos pés-direitos de uma porta rectangular ao centro da fachada, no piso térreo. Interior de dois andares, com base de muro divisório a meio completamente arruinado a invadido pelo mato. Localidade | Largo do Município Pelourinho da Aguieira Monumento que foi recuperado, vindo a ser reconstruído pelo povo no ano de 1937. Actualmente assenta em três degraus quadrados em esquadria, no último dos quais se ergue a antiga coluna cilíndrica de uma só peça de talhe liso. A coluna é sobrepujada por remate cónico muito alongado e delimitado por moldura toral na parte inferior. No vértice do cone assenta esfera de onde se ergue a grimpa de ferro, com bandoleira e cruz. Localidade | Largo do Município, junto às ruínas do Paço da Câmara Casa Sacadura Botte Corresponde a uma reedificação de uma construção anterior, dos inícios do século XVI, como prova disso mesmo é a data inscrita no lintel do portal que dá acesso ao pátio interior: MDXXII. Compões por vários corpos que foram construídos em épocas diferenciadas. O alçado principal, virado para a via pública, foi erguido no século XVII. Tem cinco janelas, simétricas, com moldura de granito simples, apenas em pequeno ressalto, que se eleva ao centro, para dar espaço ao brasão. Por baixo da janela central, foi colocada uma placa com uma inscrição alusiva aos antepassados deste solar, sublinhando a presença de figuras de grande prestígio e poder a nível nacional. Na parte interior da casa pode observar-se indícios de inúmeras reformas ao longo dos tempos, pelo que muitos elementos surgem descontextualizados e fraccionados, como por exemplo azulejos de figura avulsa, misturados com outros tipos de padrão, que se encontram na parede da varanda principal, cuja cobertura é sustentada por pilastras toscanas. Nesta, está presente outro fragmento da sua história, os lintéis de duas janelas compõem-se de dois arcos de meio ponto característicos do formulário manuelino, devendo ter pertencido à construção primitiva que seria deste período. No cruzamento de dois corpos do edifício eleva-se um torreão quadrangular, rematado por uma cruz, que corresponde ao oratório privado. No interior apresenta um espaço jardinado, com buxos e árvores, no seio do qual se enquadra uma extraordinária fonte setecentista. Tem um pequeno nicho, no qual se encontrava a imagem de Santo Onofre. A água cai num pequeno tanque e é conduzida a outro de maiores dimensões através de um pequeno canal. Lateralmente, tem bancos de pedra corridos. Localidade | Estrada do Vale Côvo / Rua da Corredora / Rua Sacadura Botte. Pinheiro do Sacadura IPPAR? Arquitectura Religiosa Igreja de São Simão A actual Igreja de São Simão data da sua construção na década de 60 do século XX, vindo substituir um templo anterior, erguido provavelmente no século XVIII. A capela anterior, da qual só resta a torre, era constituída por um único corpo rectangular, com os cunhais demarcados por pilastras de granito, sobrepujados por pináculos. Ostentava um portal simples apenas relevado pela larga cinta de granito que o delineava. Na ilharga esquerda, num plano recuado em relação à fachada, erguia-se a torre de três andares delimitados por cornijas de granito, o último dos quais com típicas ventanas em forma de arco. A torre foi o único componente reutilizado na nova Igreja, tendo sido reconstruída junto ao alçado direito. Localização | Largo do Rossio Capela de Nossa Senhora dos Aflitos Construção privada do último quartel de setecentos, com invocação ao Senhor dos Aflitos. Devido à incompatibilidade de se deslocarem a freguesias próximas para assistir à missa e como não se queriam privar dessa obrigação, os proprietários desta capela, mandaram-na edificar. É de enaltecer as semelhanças desta Capela com a Capela de São Silvestre localizada nas Carvalhas, paróquia de Senhorim, devendo ter sido executadas pelo mesmo pedreiro. Localização | Largo do Rossio Capela de Santo Onofre Capela particular, de estilo neogótico, tem como invocação a Santo Onofre e localiza-se na extremidade do Solar Sacadura Botte. Deverá ter sido construída no século XIX, recuperando a sintaxe estilística medieval, o gótico, ao nível do portal. Este é composto por ombreiras escalonadas, encimadas por impostas muito salientes, sobre pujadas por um arco quebrado com sulcos em forma de arquivoltas. O remate da fachada apresenta uma cornija de ressaltos que segue o perfil triangular do telhado de duas águas, em cujas extremidades tem pináculos piramidais e ao centro a típica cruz. No seu interior, encontra-se desprovida de qualquer ornamento ou imagem. Localização | Estrada do Vale Covo / Rua da Corredora / Rua Sacadura Botte Ruínas da Capela de São Simão (Lampaça) Turismo, Festas e Efemérides - Festa de São Simão - 28 Outubro
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Antropônimos Matias (apóstolo) (m. séc. I) — discípulo escolhido para substituir Judas Iscariotes como apóstolo de Jesus Matias de Jerusalém (m. 120 d.C.) — bispo de Jerusalém Freguesias de Portugal São Matias (Beja) São Matias (Nisa) São Matias (Évora) — freguesia extinta Desambiguações de santos Desambiguações de topônimos
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São Matias é uma freguesia portuguesa do município de Nisa, na região do Alentejo, com 54,48 km² de área e 289 habitantes (2011). A sua densidade populacional é de 5,3 hab/km². População No censo de 1864 figura como Caixeiro. Pelo decreto-lei nº 27.424, de 31/12/1936, foi-lhe dada a actual designação Freguesias de Nisa
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Nordeste é uma vila portuguesa do município de Nordeste, com 21,03 km² de área, 1 341 habitantes (2011) e uma densidade populacional de 63,8 hab/km². A nível de administração (Junta de Freguesia) a Vila de Nordeste também engloba a pequena freguesia da Lomba da Pedreira. História O povoamento da Vila de Nordeste, antigamente denominada de Salvador de Afonso, deu-se durante a época dos descobrimentos, no século XV e ano de 1514, de acordo com uma carta de D. Manuel I foram mandados mais povoadores para a região. Foi elevada à categoria de vila a 18 de Julho de 1514, quando era apenas um simples lugar do concelho de Vila Franca do Campo. Edifícios A Ermida de Nossa Senhora do Rosário foi fundada em 1529 e reconstruída em 1848. A Ermida de São Sebastião onde esteve a igreja e o convento franciscanos, está em ruínas, assim como a Ermida de Nossa Senhora da Mãe de Deus. Ainda há a Ermida de Nossa Senhora da Nazaré. Actualmente destaca-se a Igreja Matriz de São Jorge, a Ponte dos Sete Arcos e o edifício da Câmara Municipal do Nordeste. Actividades económicas As actividades económicas mais abundantes são a agro-pecuária, o comércio, os serviços e a indústria. A criação de gado bovino traz consigo a produção de manteiga. O artesanato tem muita importância nesta vila e é representado pela Casa do Trabalho de Nordeste onde se tecem colchas e mantas a linho, em teares manuais. População ★ Com lugares desta freguesia foi criada pela Lei nº 1.743, de 13/02/1925, a freguesia de Lomba da Fazenda {| ! colspan="17" | Nº de habitantes / Variação entre censos |- | align="center" | 1864 | align="center" | 1878 | align="center" | 1890 | align="center" | 1900 | align="center" | 1911 | align="center" | 1920 | align="center" | 1930 | align="center" | 1940 | align="center" | 1950 | align="center" | 1960 | align="center" | 1970 | align="center" | 1981 | align="center" | 1991 | align="center" | 2001 | align="center" | 2011 | align="center" | 2021 |- bgcolor="white" | align="right" | 3054 | align="right" | 3418 | align="right" | 4165 | align="right" | 3898 | align="right" | 4081 | align="right" | 3687 | align="right" | 2220 | align="right" | 2268 | align="right" | 2348 | align="right" | 2311 | align="right" | 1847 | align="right" | 1527 | align="right" | 1318 | align="right" | 1383 | align="right" | 1341 | align="right" | 1160 |- bgcolor="white" ! colspan="1"| | align="right" | +12% | align="right" | +22% | align="right" | -6% | align="right" | +5% | align="right" | -10% | align="right" | -40% | align="right" | +2% | align="right" | +4% | align="right" | -2% | align="right" | -20% | align="right" | -17% | align="right" | -14% | align="right" | +5% | align="right" | -3% | align="right" | -13% |- bgcolor="white" Grupos etários em 2001, 2011 e 2021 Ver também Igreja Matriz de São Jorge (Lomba da Pedreira) http://lombogordoazores.blogspot.pt/ Freguesias Adjacentes Lomba da Pedreira a sul Lomba da Fazenda a norte Bibliografia MOTA BORGES, Mário J. (2017). "Atlântico Nordeste. Migrações." Ponta Delgada. Edição do Autor. Freguesias de Nordeste
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Óbidos é uma vila portuguesa, do distrito de Leiria, situada na província da Estremadura integrando a Comunidade Intermunicipal do Oeste na região do Centro, com cerca de habitantes. A vila é sede do município de Óbidos com de área e habitantes (2021), subdividido em 7 freguesias. O município é limitado a nordeste e leste pelo município das Caldas da Rainha, a sul pelo Bombarral, a sudoeste pela Lourinhã, a oeste por Peniche e a noroeste tem costa no oceano Atlântico. Em 2007 o Castelo de Óbidos foi declarado pelo concurso as Sete Maravilhas de Portugal o segundo dos sete monumentos mais relevantes do património arquitetónico português. A 11 de Dezembro de 2015 a UNESCO considerou Óbidos como cidade literária, como parte do programa Rede de Cidades Criativas. A vila está localizada a norte de Lisboa (88 km via A8) e a sudoeste de Coimbra (138 km via A1 / A8). Etimologia "Óbidos" deriva do termo latino ópido, significando «cidadela», «cidade fortificada». Nas suas proximidades ergue-se a povoação romana de Eburobrício. História Terá sido tomada aos Mouros em 1148, e recebido a primeira carta de foral em 1195, sob o reinado de D. Sancho I. Óbidos fez parte do dote de inúmeras rainhas de Portugal, designadamente D. Urraca de Castela (esposa de D. Afonso II), a Rainha Santa Isabel (esposa de D. Dinis), d. Filipa de Lencastre (esposa de D. João I), D. Leonor de Aragão (esposa de D. Duarte), D. Leonor de Avis (esposa de D. João II), entre outras. Em 1527, viviam 161 habitantes na vila, o que corresponderia a cerca de 1/10 da população do município. Foi de Óbidos que nasceu o concelho das Caldas da Rainha, anteriormente chamado de Caldas de Óbidos (a mudança do determinativo ficou a dever-se às temporadas que aí passou a rainha D. Leonor). A 16 de Fevereiro de 2007, o castelo de Óbidos recebeu o diploma de candidata como uma das sete maravilhas de Portugal. Em 2015, as Muralhas da Vila de Óbidos integraram o projeto "Maravilhas de Portugal", uma iniciativa da Direção-Geral do Património Cultural e da multinacional Google que permite ver ao detalhe, numa visita a 360 graus, 57 monumentos disponíveis 'online' a partir das páginas da Google ou da Google Maps. Óbidos já tem habituado os visitantes à sua transformação pela altura de Natal. Nos últimos anos, a conhecida vila transforma-se na "Vila Natal", um local místico que encanta miúdos e graúdos pela beleza e diversão que proporciona a todos. Adicionalmente à "Vila Natal", Óbidos tem outros eventos tais como a Feira Medieval, onde o castelo regressa às suas origens medievais e onde se pode experienciar o que era viver nessa época. O Festival do Chocolate é também um evento que desperta muito interesse nos turistas, neste festival podem ver-se esculturas de chocolate de tamanho real, as crianças podem participar em workshops e fazer os seus próprios chocolates. Desde 1996 a Associação de Cursos Internacionais de Música (ACIM) organiza a Semana Internacional de Piano de Óbidos (SIPO) que inclui Master class com intérpretes e professores de piano nacionais e estrangeiros como Josep Colom, para além de um programa de concertos diversificados. Mais recentemente Óbidos promove anualmente o evento FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos, um evento focado na cultura literária e musical. Património Castelo de Óbidos Porta da Vila Praça de Santa Maria Igreja de Santa Maria Igreja da Misericórdia Igreja de São Pedro Igreja de Nossa Senhora de Monserrate Santuário do Senhor Jesus da Pedra Capela de São Martinho Igreja de São Tiago Aqueduto Ermida de Nossa Senhora do Carmo Porta do Vale Casa do Arco da Cadeia – Abílio Mattos e Silva e Maria José Salavisa Geografia Freguesias O município de Óbidos está dividido em 7 freguesias: A-dos-Negros Amoreira Gaeiras Olho Marinho Santa Maria, São Pedro e Sobral da Lagoa (Óbidos) Usseira Vau População (Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste município à data em que os censos se realizaram.) (Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no município à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente) Política Eleições autárquicas Eleições legislativas Cultura Museu Municipal de Óbidos, na Rua Direita n.º 97 Óbidos, Vila Literária O projeto Óbidos, Vila Literária iniciou-se com a reabilitação de espaços degradados que foram transformados em livrarias. Com o objetivo de criar dinâmicas ligadas ao livro, foi criado o Folio - Festival Literário e realizou-se uma candidatura a cidade criativa da literatura da Unesco. A integração ocorreu em dezembro de 2014. O festival literário Folio integra dezenas de atividades que passam por mesas redondas, entrevistas, tertúlias, concertos, exposições, peças de teatro, sessões de cinema, atividades com escolas, com dezenas de escritores e criadores portugueses e estrangeiros. Fotografias Ligações externas O concelho de Óbidos na Idade Média, por Manuela Santos Silva, Centro de História da Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2008 Região Oeste Rede de Cidades Criativas da UNESCO
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Vau é uma freguesia portuguesa do município de Óbidos, com 32,90 km² de área e 936 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . Demografia A população registada nos censos foi: Freguesias de Óbidos
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Santa Maria é uma antiga freguesia portuguesa do município de Odemira, com 84,66 km² de área e 1 301 habitantes (2011). A sua densidade populacional era 15,4 hab/km². Foi extinta (agregada) pela reorganização administrativa de 2012/2013, sendo o seu território integrado na freguesia de São Salvador e Santa Maria. População Com lugares desta freguesia foram criadas, pela Lei n.º 84/85, de 4 de Outubro, a freguesia de Pereiras-Gare; pela Lei n.º 82/89, de 30 de Agosto, a freguesia de Luzianes-Gare; e pela Lei 18-F/2001, de 3 de Julho, a freguesia de Boavista dos Pinheiros Património Muralhas do antigo Castelo de Odemira Moinho de vento do Carvalhal Moinho de vento do Ferragial ou do Galvão Moinho de vento do Gavião (I) ou do Poço da Morte Moinho de vento do Gavião (II) ou do Carrocel Moinho de Vento de Odemira, dos Moinhos Juntos, ou do Alto de São Sebastião
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São Luís (frequentemente chamado de São Luís do Maranhão) é um município brasileiro e a capital do estado do Maranhão. É a única capital brasileira fundada por franceses, no dia 8 de setembro de 1612, posteriormente invadida por holandeses e por fim, colonizada pelos portugueses. Localiza-se na ilha de Upaon-Açu no Atlântico Sul, entre as baías de São Marcos e São José de Ribamar, no Golfão Maranhense. Em 1621, quando o Brasil foi dividido em duas unidades administrativas — Estado do Maranhão e Estado do Brasil — São Luís foi a capital da primeira unidade administrativa. No ano de 1997, o centro histórico da cidade foi declarado patrimônio cultural da humanidade pela UNESCO. Com uma população estimada em habitantes, São Luís é o município mais populoso do Maranhão e o quarto da Região Nordeste. Sua área é de 583 km², dos quais 166 km² estão em perímetro urbano (15ª maior área urbana do país). O município é sede da Região de Planejamento da Ilha do Maranhão (composta pelos quatro municípios localizados na ilha de Upaon-Açu) e da Região Metropolitana de São Luís composta por 13 municípios que totalizam 1.633.117 habitantes. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de São Luís, segundo dados das Nações Unidas datados do ano 2010, é de 0,768, acima da média brasileira, o 3° melhor IDH entre as capitais da região Nordeste do Brasil e o 4° entre todos os 1.794 municípios da região. A capital maranhense tem um forte setor industrial por conta de grandes corporações e empresas de diversas áreas que se instalaram na cidade pela sua privilegiada posição geográfica entre as regiões Norte e Nordeste do país. Seu litoral estrategicamente localizado bem mais próximo de grandes centros importadores de produtos brasileiros como Europa e Estados Unidos, permite economia de combustíveis e redução no prazo de entrega de mercadorias provenientes do Brasil pelo Porto de Itaqui, que é o segundo mais profundo do mundo e um dos mais movimentados e bem estruturados para o comércio exterior no país A cidade está ligada ao interior do estado e ao estado do Piauí pela ferrovia São Luís-Teresina, bem como aos estados vizinhos Pará e Tocantins por meio das ferrovias Estrada de Ferro Carajás e Ferrovia Norte-Sul, sendo que esta última conecta a cidade a Região Centro-Oeste o que facilita e barateia a escoação agrícola do interior do país para o porto de Itaqui. Por rodovia, a capital maranhense é servida pela BR-135 (duplicada) que a liga a ilha ao continente, e pelo transporte aéreo conta com o Aeroporto Internacional Marechal Cunha Machado, com capacidade de atender 5.900.000 passageiros por ano. Também há um serviço de ferry-boats, realizando a Travessia São Luís-Alcântara. Etimologia O nome da cidade é uma homenagem dada pelos franceses ao rei da França, Luís XIII, conforme registrou o cronista da França Equinocial, o Capuchinho Claude D'Abbeville. Posteriormente, o nome passou a referenciar Luís IX, chamado de "São Luís Rei de França". O rei Luís IX ficou popular, pois morreu numa Cruzada na Idade Média, sendo posteriormente canonizado pela Igreja. História A capital maranhense, lembrada hoje pelo enorme casario de arquitetura portuguesa, no início abrigava apenas ocas de madeira e palha e uma paisagem quase intocada. Aqui, ficava a aldeia de Upaon-Açu, onde os índios tupinambás - entre 200 e 600, segundo cronistas franceses - viviam da agricultura de subsistência (pequenas plantações de mandioca e batata-doce) e das ofertas da natureza, caçando, pescando e coletando frutas. Nos arredores da atual cidade de São Luís, habitava a etnia indígena dos potiguaras. Pré-história Antes mesmo da chegada dos franceses, o lugar onde hoje está localizada a cidade de São Luís já era densamente habitado por povos indígenas. Atualmente, pesquisadores estão a procura de objetos arqueológicos provavelmente enterrados no Sambaqui do Bacanga, localizado no Parque Estadual do Bacanga. Os pesquisadores criaram trincheiras à procura de vestígios de novos artefatos que poderiam pertencer a populações pré-históricas. Querem também saber o perfil sociocultural dos humanos que habitaram essa região. Esses objetos provavelmente pertenciam a populações pescadoras–coletoras-caçadoras-ceramistas pré-históricas que viviam no sambaqui do Bacanga. A descoberta poderá ser muito importante, pois acredita-se que as populações que viviam na Amazônia migraram para a Região Nordeste do Brasil. O Sambaqui do Bacanga localiza-se no Norte do Maranhão, na região centro-oeste da ilha de São Luís. Suas coordenadas geográficas:. Colonização portuguesa Em 1535, a divisão do Brasil pelos portugueses em capitanias hereditárias deu, ao tesoureiro João de Barros, a primeira oportunidade de colonização europeia da região. Na década de 1550, foi fundada a cidade de Nazaré, provavelmente onde hoje é São Luís, que acabou, no entanto, sendo abandonada devido à resistência dos índios e à dificuldade de acesso à ilha. Se, desde o final do século XVII, novos elementos da civilização europeia já chegavam a São Luís por vias marítimas (com destaque para os religiosos carmelitas, jesuítas e franciscanos, que também passaram a educar a população), este processo de modernização aumentou no novo ciclo econômico, trazendo benefícios urbanos para a cidade. Durante o período pombalino (1755-1777), aconteceu a canalização da rede de água e esgotos e a construção de fontes pela cidade. Os filhos dos senhores eram enviados para estudar no exterior, enquanto, na periferia da cidade, longe da repressão da polícia e das elites, os escravos fermentavam uma das culturas negras mais ricas do país. Entre as abastadas famílias de comerciantes, estava a senhora Ana Jansen, conhecida por maltratar, torturar e até matar seus escravos. Além de dar nome a uma lagoa que fica na parte nova da cidade, Ana Jansen é também lembrada através de uma lenda: sua carruagem, puxada por cavalos brancos sem cabeça, estaria circulando ainda hoje pelas ruas escuras de São Luís. Ocupação francesa Daniel de La Touche, conhecido como Senhor de La Ravardière, acompanhado de cerca de 500 homens vindos das cidades francesas de Cancale, Granville e Saint-Malo, chegou à região em 1612 para fundar a França Equinocial e realizar o sonho francês de se instalar na região dos trópicos. Uma missa rezada por capuchinhos e a construção de um forte nomeado de Saint-Louis ("São Luís"), em homenagem prestada a Luís IX patrono da França, e ao rei francês da época Luís XIII, marcaram a data de fundação da nova cidade: 8 de Setembro. Logo se aliaram aos índios, que foram fiéis companheiros na batalha contra portugueses vindos de Pernambuco decididos a reconquistar o território, o que acabou por acontecer alguns anos depois. Em novembro de 1614, os portugueses venceram os franceses na Batalha de Guaxenduba, na Baía de São José. Em 1615, a tropa da Capitania de Pernambuco comandada por Alexandre de Moura expulsou os franceses do Maranhão, e o militar olindense Jerônimo de Albuquerque foi destacado para comandar a cidade. Açorianos chegaram a São Luís em 1620 e a plantação da cana-de-açúcar para a produção de açúcar e aguardente tornou-se, então, a principal atividade econômica na região. Os índios foram usados como mão de obra na lavoura. A produção foi pequena durante todo o século XVII e como, praticamente, não circulava dinheiro na região, os excedentes eram trocados por produtos vindos do Pará, Amazônia e Portugal. Rolos de pano eram um dos objetos valorizados na época, constando inclusive nos testamentos dos senhores mais abastados. Ocupação holandesa Por volta de 1641, aportou, em São Luís, uma esquadra holandesa formada por 18 embarcações, com mais de mil militares, sob o comando do almirante Jan Cornelisz Lichthart e pelo coronel Koin Handerson. O principal objetivo dos holandeses seria a expansão da indústria açucareira na região. Antes da invasão em São Luís, os holandeses já haviam invadido grande parte do nordeste brasileiro e tomado outras cidades como Salvador, Natal, Recife e Olinda. Os holandeses investiram contra São Luís, amedrotaram os moradores o que fez a cidade ficar deserta. Foi feito prisioneiro o governador da cidade o fidalgo português Bento Maciel Parente e também foi hasteada a bandeira holandesa. A cidade toda foi saqueada, igrejas de templos foram roubados, cerca de cinco mil arrobas de açúcar foram roubados. Isso tudo resultou numa paralisação da economia maranhense. A produção da capitania era baseada na comercialização de tabaco, cravo, algodão, aguardente, açúcar, sal, azeite, couro, farinha de mandioca, baunilha entre outros produtos. Após a expansão dos holandeses para o interior além da ilha de São Luís, foram em busca do controle sobre outros engenhos maranhenses. Os portugueses estavam insatisfeitos, então iniciaram em 1642 os movimentos de revolta e de mobilização para tentar expulsar os holandeses das terras maranhenses. Começou, então, uma guerrilha que durou cerca de três anos e que, em consequência, causou a destruição da cidade de São Luís. Finalmente, após uma violenta batalha que levou à morte de muitas pessoas, em 1644 os holandeses desocuparam a cidade de São Luís. Expansão econômica A criação da Companhia do Comércio do Maranhão, em 1682, integrou a região ao grande sistema comercial mantido por Portugal. As plantações de cana-de-açúcar, cacau e tabaco eram, agora, voltadas para a exportação, tornando viável a compra de escravos africanos, grande parte deles oriunda da região da atual Guiné-Bissau. A Companhia, de gestão privada, passou a administrar os negócios na região em substituição à Câmara Municipal. O alto preço fixado para produtos importados e discordâncias quanto ao modelo de produção geraram conflitos internos na elite que culminaram na Revolta de Beckman, considerada a primeira insurreição da colônia contra Portugal. O movimento foi prontamente reprimido pelas forças governistas. Na segunda metade do século XVIII, devido à Guerra de Independência, os Estados Unidos interrompem sua produção de algodão e abrem espaço para que o Maranhão passe a fornecer a matéria-prima demandada pela Inglaterra. Em 1755, é fundada a Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão e o porto de São Luís ganha enorme movimento de chegada e saída de produtos. Com a proibição do uso de escravos indígenas e o aumento das plantações, sobe muito o número de escravos negros. Em 1780, foi construída a Praça do Comércio, na Praia Grande, que se tornou centro da ebulição econômica e cultural de São Luís. Tecidos, móveis, livros e produtos alimentícios, como o azeite português e a cerveja da Inglaterra, eram algumas das novidades vindas do velho continente. O fluxo comercial de algodão entrou em decadência no fim do século XIX, devido à recuperação da produção norte-americana e à abolição da escravatura. A produção agrícola foi, aos poucos, sendo suplantada pela indústria têxtil que, além de matéria-prima, encontrou mão de obra e mercado consumidor na região. A nova atividade colaborou para a expansão geográfica da cidade e surgimento de novos bairros na periferia. Com a decadência da indústria têxtil, São Luís ficou isolada do resto do país, só voltando a se recuperar após a primeira metade do século XX, com a aplicação de grandes investimentos, como a construção da Estrada de Ferro Carajás e dos portos do Itaqui e Ponta da Madeira. Este último, de propriedade da Vale, é o segundo terminal portuário mais profundo do mundo e pode lidar com navios que possuem calado de mais de 20 metros. Geografia De acordo com a divisão regional vigente desde 2017, instituída pelo IBGE, o município pertence às Regiões Geográficas Intermediária e Imediata de São Luís. Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, fazia parte da microrregião da Aglomeração Urbana de São Luís, que por sua vez estava incluída na mesorregião do Norte Maranhense. O município de São Luís ocupa uma área de (0,1769% do território maranhense), dos quais formam a área urbana. Localiza-se na ilha de Upaon-Açu (palavra indígena que significa "Ilha Grande"), separada do continente pelo Estreito dos Mosquitos. Por terra, limita-se apenas com São José de Ribamar. Embora também se localizem na ilha e façam parte da região metropolitana, os municípios de Paço do Lumiar e Raposa não fazem divisa com São Luís. Há outras ilhas localizadas no município de São Luís. São elas: Tauá-Mirim, localizada entre os estreito dos Coqueiros e a Baía de São Marcos; Tauá-Redondo, localizada ao sul da ilha de Tauá-Mirim; Ilha do Medo, localizada a noroeste de São Luís, próxima a Praia do Amor; Duas irmãs, duas ilhas localizadas ao sul da ilha do Medo; Ilha das Pombinhas, localizada à leste da ilha do Medo; e Guarapirá, localizada em frente ao Porto do Itaqui, servindo de referência de acesso ao porto. A capital maranhense encontra-se a altitude de quatro metros acima do nível do mar. Existem baixadas alagadas, praias extensas, manguezais e dunas que formam a planície litorânea. A bacia de São Luís é composta por rochas sedimentares com formação na era cenozoica e apresenta vários tipos de minerais, o calcário é um encontrado em abundância. Os principais rios que cortam São Luís são o Bacanga e o Anil, que fluem para a Baía de São Marcos, tendo em seus estuários áreas cobertas de mangues. O rio Bacanga, com 233,84 km de extensão, atravessa o Parque Estadual do Bacanga, enquanto o rio Anil divide a cidade moderna e o centro histórico, possuindo 12.63 km de extensão. O rio Itapecuru abastece a cidade, embora não passe pela ilha. Também formam a hidrografia local os rios Tibiri, Paciência, Maracanã, Calhau, Pimenta, Coqueiro e Cachorros, todos de pequena extensão e que deságuam em diversas direções abrangendo dunas e praias. A laguna da Jansen (laguna, por existir saídas para o mar) é a principal e maior laguna da ilha, com seis mil metros quadrados de área. Clima O clima de São Luís é tropical, quente e úmido. A temperatura mínima na maior parte do ano fica entre 22 e 24 graus e a máxima geralmente entre 30 e 34 graus. Apresenta dois períodos distintos: um chuvoso, de dezembro a julho, e outro seco, de agosto a novembro. A média pluviométrica é de 2200 mm/ano, concentrados entre fevereiro e maio. Os meses com maior média de pluviosidade são março e abril, enquanto os menores são setembro e outubro. As primeiras chuvas normalmente começam a cair entre o final de dezembro e o início de janeiro. Durante estes dois meses é comum alguns dias serem nublados, outros chuvosos e outros ensolarados caracterizando assim o período de transição entre o período de estiagem e o chuvoso. Nos meses de fevereiro a maio, a zona de convergência intertropical fica mais ativa no município e por isso os dias desses meses são marcados por poucos ou nenhum período de sol, fortes temporais, temperaturas amenas e algumas vezes ocorrência de neblina pela manhã, caracterizando o período chuvoso. Os meses de junho e julho também são meses de transição, mas da estação chuvosa para a estiagem. Este período é caracterizado por dias com chuvas, outros com sol forte, calor e umidade baixa e outros com tempo abafado, sem ventos e com muita nebulosidade, conhecido popularmente como calmaria. Em raras ocasiões, é também neste período de transição que se formam as trombas ď água pela orla marítima. Uma peculiar caraterística das chuvas de junho e julho em São Luís é por serem muito intensas, repentinas e rápidas (normalmente não ultrapassando os 30 minutos) e geralmente acompanhadas de muito vento. Após este período de transição chega o período de estiagem que corresponde os meses de agosto a novembro. Neste período os dias são ensolarados e com temperaturas elevadas, as chuvas diminuem drasticamente, a umidade durante a tarde cai e os ventos vão se tornando mais fortes chegando a 50 km/h, principalmente entre os meses de setembro e outubro, contribuindo para o surgimento de focos de incêndio. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1931 a 1960 e a partir de 1971, a menor temperatura registrada em São Luís foi de em 26 de março de 1987. Temperaturas mínimas abaixo dos também ocorreram em 5 de julho de 1974 (), 4 de julho de 1974 (), 13 de março de 1987 (), 12 de março de 1987 () e 3 de julho de 1974 (). A máxima absoluta atingiu em 4 de outubro de 1997. O maior acumulado de precipitação em 24 horas atingiu milímetros (mm) em 25 de abril de 1933, seguido por em 24 de março de 2019 e em 6 de fevereiro de 1980. Desde 1971 o recorde mensal de precipitação chegou a em abril de 1985. Fauna e flora A cidade de São Luís está localizada numa área de encontro de duas floras: a flora da amazônia e a flora nordestina. Isso faz com que a ilha de São Luís tenha uma flora muito diversa e rica em espécies. Na região litorânea da cidade (compreendendo quase toda ela) foram catalogadas 260 espécies de plantas adentradas em 76 famílias sendo que a família das fabaceae (leguminosas) possui o maior número de espécies, são mais de 26 catalogadas. Dentre todas as regiões pesquisadas do Brasil, 125 espécies são exclusivas de São Luís. A vegetação da cidade é diversificada e, em sua maior parte, litorânea. Com grande número de coqueiros, São Luís conta também com uma quantidade considerável de manguezais. A cobertura vegetal original do município é um misto de floresta latifoliada, babaçual, vegetação de dunas, restinga e manguezal. Encontram-se parques ambientais por toda a capital maranhense, entre os quais o Parque Estadual do Bacanga, Área de Proteção Ambiental da Região do Maracanã, a Área de Proteção Ambiental do Itapiracó e o Parque Estadual Sítio do Rangedor, dentre outros, que guardam resquícios de vegetação da Floresta Amazônica. Uma recente pesquisa (2007) comprovou a existência de mais de 28 espécies de Flebotomíneos, que são mosquitos transmissores da Leishmaniose na região metropolitana de São Luís principalmente nas áreas de preservação ambiental. Com a ocupação desordenada da população na região podem ocorrer surtos de leishmaniose na população. No Parque Botânico de São Luís encontram-se muitas espécies de vegetais e alguns animais como o bicho-preguiça, Macaco-prego, o Macaco-capijuba, o Gato-maracajá, a Cutia, o Tatupeba, a Paca e o Tamanduá-mirim. As áreas protegidas da região de São Luís foram mapeadas por satélites de geoprocessamento (Imagem do Satélite Ikonos – 0,5 cm) e são ao total sete divididas em: Parque do Bom Menino, Parque do Diamante, Parque do Rio das Bicas, Parque Ambiental e Recreativo do Itaqui/Bacanga e a Zona de Reserva Florestal do Sacavém. O Parque Estadual da Lagoa da Jansen destaca-se pela infraestrutura adaptada à prática de esportes, contendo uma grande quantidade de bares e restaurantes para todos os tipos e gostos. Praias As praias são uns dos pontos turísticos mais procuradas pelos turistas que visitam a cidade. Destacam-se: Praia da Guia: final de semana de muito sol e lazer na área Itaqui Bacanga. Centenas de pessoas aproveitam o domingo de sol para se bronzear e se refrescar nas praias da orla marítima do eixo Itaqui Bacanga. Na Praia da Guia, uma das mais conhecidas e visitadas praias da região, o movimento e intenso logo pela manhã. Banhistas e vendedores ambulantes atravessavam o canal em canoas para enfim chegar a uma das mais belas praias da capital. Prainha: Outro local muito visitado é a Prainha, que fica do lado direito da Praia da Guia, seguindo depois da comunidade do Bonfim. A Prainha é bem aconchegante e dispõe de bares e restaurantes. Um dos atrativos singular da Prainha é a vista de São Luís. Localizada do outro lado da Rampa Campos Melo, o visitante tem a vista de toda a cidade, do Palácio dos Leões, Convento das Mercês e de todo Centro Histórico. Muitos ficam encantados com a visão panorâmica do centro de São Luis. A vista da cidade é maravilhosa por este ângulo. É perto do centro, dá para ver o São Francisco e toda a cidade nova. Praia do Cajueiro: A praia do cajueiro,fica no bairro de mesmo nome na zona rural da cidade, próximo a Vila Maranhão,na área Itaqui-Bacanga. A praia é deserta e cercada de natureza e é de lá que os moradores da comunidade retiram o sustento da família diariamente. O acesso é feito pela BR-135,seguindo pela estrada que dá acesso ao bairro e a praia. Praia do caolho: Outra opção para você explorar a praia é a Praia do Caolho. Esta praia tem um longo trecho de areia que permite uma caminhada ao longo da orla marítima. A razão do nome desta praia é criar mistério entre as pessoas. Sua localização é entre Calhau e Olho d’Água, por isso se chama Praia do Caolho, de acordo com estas praias. Praia do Amor: A Praia do Amor, que fica em área de Marinha, o acesso já é mais difícil. Distante, aproximadamente, seis quilômetros do bairro Anjo da Guarda, o caminho também é pela BR-135, seguindo pela estrada que dá acesso à Ponta da Espera. Praia Ponta d’Areia: é a mais visitada pela população e pelos turistas, devido ao fácil acesso. Encontra-se a apenas três quilômetros do centro da cidade. Nessa praia, foi construído o Espigão Costeiro da Ponta D'Areia, construído para proteger a costa da ação das ondas do mar, mas que se tornou importante ponto turístico e de lazer da capital. Praia de São Marcos: destaca-se por suas fortes ondas, e é bastante procurada por surfistas. Praia do Calhau: é uma das praias mais conhecidas da capital maranhense. Apresenta ondas fracas e dunas cobertas por vegetação. Praia Olho d’Água: localiza-se a 13 quilômetros do centro da cidade. É cercada por dunas e vegetação rasteira. Praia do Meio: localizada entre as praias de Olho d'Água e Araçagi, possui águas límpidas e próprias para prática de kitesurf. Com exceção de alguns trechos da praia do Araçagi, nenhuma outra - Ponta d’Areia, Calhau, São Marcos e Olho d’Água - está em condições para banho. Em junho de 2009 as praias que estavam impróprias para o banho foram marcadas com placas de alerta, avisando os banhistas sobre a condição da qualidade da água em cada trecho. Demografia Religião No Censo 2010 declarou que 65,90% da população é católica; 23,61% é evangélica e 0,61% é espírita. A Catedral de São Luís do Maranhão foi erguida por ordem do terceiro capitão-mor Diogo Machado da Costa em 1629, quando a cidade passava por um surto de varíola. É uma homenagem à protetora dos portugueses na Batalha de Guaxenduba (vitória sobre os franceses). Foi reconstruída várias vezes até 1922, quando assumiu o aspecto neoclássico. No interior destaca-se o altar-mor talhado em ouro. Composição étnica Como o resto do Brasil, São Luís possui, em sua composição, ancestralidades europeia como portugueses, holandeses e franceses, indígena, africana, asiática, árabe e judaica. De acordo com um estudo genético recente, de 2005, a contribuição europeia atinge 42 por cento; a indígena, 39 por cento; e a africana, 19 por cento, que aproxima a população ludovicense ao perfil étnico do Norte. No entanto, social e tradicionalmente através de autodeclaração no Censo do IBGE, o último em 2010, a população em sua maioria se autodeclarava negra, junção de pretos e pardos. Sendo a segunda capital com maior percentual de negros do país, depois apenas de Salvador. Segundo o Censo brasileiro de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de São Luís é composta por 57% de pardos, 28,8% de brancos, 13% de negros, 1% de asiáticos e 0,17% de indígenas. Após a indepedência imigrações da Europa e do Oriente Médio sedimentaram a composição étnica no Brasil e no Maranhão. Política O poder político em São Luís é representado pela Prefeitura de São Luís, chefiada pelo prefeito, auxiliado pelo vice-prefeito e secretários municipais. Para o prefeito criar alguma lei, é preciso a aprovação do Poder Legislativo, sendo este composto pela Câmara dos Vereadores de São Luís. São símbolos oficiais da cidade o brasão, a bandeira e o hino. O Palácio La Ravardière, sede do governo municipal (prefeitura), foi construído originalmente por volta de 1689, tendo sido Casa da Câmara e Cadeia. De fachada simétrica, em dois pavimentos, centrada por uma caitela, decorada com concha e folhas de acanto estilizado, dando ideia de pequeno frontão, todo em estuque. À frente, calçada de cantaria exibe busto de bronze de Daniel de La Touche, Senhor de La Ravardière, esculpido por Bibiano Silva. A cidade também é a sede política e institucional do Governo do Estado do Maranhão, sendo o Palácio dos Leões o edifício-sede do governo. O Palácio, com origens no forte que deu origem à cidade no século XVII, é um dos símbolos culturais mais importantes da cidade. Já a Assembleia Legislativa do Maranhão é o órgão de poder legislativo do estado de Maranhão, exercido através dos deputados estaduais. São Luís conta com o maior colégio eleitoral do estado do Maranhão, seguida por Imperatriz, Caxias, Timon e Codó. Seu eleitorado total é de 668 817 eleitores em 2010. Pertence á Comarca de São Luís. São Luís é sede do Tribunal de Justiça do Maranhão, fundado em 1813. Também é sede do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT), com jurisdição sobre o Estado do Maranhão. A Capital sedia também o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e Tribunal de Contas do Estado, que apesar de não pertencer ao Poder Judiciário, pois constitucionalmente é um órgão vinculado ao Poder Legislativo, possui autonomia administrativa e financeira. Sua função é auxiliar o Legislativo e fiscalizar a aplicação do dinheiro público. São Luís também é sede da Procuradoria Geral de Justiça, da Procuradoria Geral do Estado e da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Maranhão (OAB-MA). Subdivisões Oficialmente, São Luís é constituído pelo distrito sede. Estava dividido em dois distritos até 1997: São Luís e Anil. Por vezes São Luís é dividida em Cidade Nova, que compreende os bairros da área nobre como Renascença, Ponta d'Areia, Calhau, entre outros, e Cidade Antiga com o Centro, Monte Castelo, Anil e outros bairros, em sua maioria de classe média. A cidade esta dividida em 38 bairros, mas se contar com as subdivisões dos bairros, palafitas, favelas, chegam a 96 e em alguns casos, ultrapassam mais de 100 bairros. Economia A economia maranhense foi uma das mais prósperas do país até a metade do século XIX. Todavia, após o fim da Guerra Civil dos Estados Unidos da América, quando perdeu espaço na exportação de algodão, o estado entrou em colapso; somente após o final da década de 1960 no século XX o estado passou a receber incentivos e saiu do isolamento, com ligações férreas e rodoviárias com outras regiões. No fim do século XVIII, o aumento da demanda internacional por algodão para atender as industrial têxtil inglesa aliado à redução da produção estadunidense por causa da Guerra da Independência dos Estados Unidos forneceram o cenário ideal para o estímulo da produção algodoeira no Maranhão. As companhias de navegação Southampton & Maranham Company e Maranham Shipping Company, de transporte marítimo a vapor, que realizavam o transporte do algodão dos estados da Geórgia e do Alabama, passaram a operar no eixo São Luís – Londres, levando a produção de Caxias e da Baixada Maranhense. Até o início do século XX, São Luís ainda exportava algodão para a Inglaterra por via marítima, através das linhas Red Cross Line e Booth Line (cuja rota se estendia até Iquitos) e da companhia Liverpool-Maranham Shipping Company. Nesse período, a fase de ouro da economia maranhense, São Luís passou a viver uma efervescência cultural. A cidade, que se relacionava mais com as capitais europeias que as outras cidades brasileiras, foi a primeira a receber uma companhia italiana de ópera. Possuía calçamento e iluminação como poucas do país. Recebia semanalmente as últimas novidades da literatura francesa. As grandes fortunas algodoeiras e os comerciais locais enviavam seus filhos para estudar em Recife, Salvador, Rio de Janeiro e, principalmente, Europa. A inauguração do Porto de Ponta da Madeira, em São Luís, atualmente o segundo em profundidade no mundo, ficando atrás apenas do de Roterdã, na Holanda, e um dos mais movimentados do país, serviu para escoar a produção industrial e de minério de ferro vinda de trem da Estrada de Ferro Carajás, atividade explorada pela Companhia Vale do Rio Doce. A estratégica proximidade com os mercados europeus e norte americanos fez do Porto uma atraente opção de exportação, mas padece de maior navegação de cabotagem. O Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, porto privado pertencente à Vale, adjacente ao Porto do Itaqui, é destinado principalmente à exportação de minério de ferro e movimenta anualmente mais de 110 milhões de toneladas em minérios, o mais movimentado do país.Pode-se perceber a dimensão da Vale em São Luís analisando-se as exportações do município em 2012, que foi principalmente de óxido de alumínio (47,84%), minério de ferro (34,98%) e alumínio bruto (10,67%). Com a construção do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) no porto de Itaqui, ampliou-se a capacidade de exportação de grãos como soja, milho e arroz, utilizando-se da infraestrutura da Estrada de Ferro Carajás para escoamento da produção do sul do estado, bem como dos estados de Tocantins, Goiás e Mato Grosso, com a Ferrovia Norte Sul. No ano de 2020, o porto movimentou em torno de 12 milhões de toneladas de grãos, sendo o principal porto exportador de grãos do Arco Norte. No total, o porto movimentou em torno de 25 milhões de toneladas, entre grãos, combustíveis, celulose, fertilizantes e outras cargas. A Usina Termelétrica Porto do Itaqui (360 MW), movida a carvão mineral, foi construída junto ao complexo portuário. A economia ludovicense baseia-se na indústria de transformação de alumínio, alimentícia, turismo e nos serviços. São Luís possui o maior PIB do estado (34,23%), sediando duas universidades públicas (UFMA e UEMA) e vários centros de ensino e faculdades particulares. Segundo o último levantamento de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2018), a cidade de São Luís possui o produto interno bruto de 33,7 bilhões reais, sendo, assim, a 24º economia nacional entre os mais de 5 560 municípios brasileiros e ocupando a 12º posição entre as capitais. Seu PIB per capita (2018) é de 30.699 reais, ocupando a segunda posição entre as capitais do Nordeste. A distribuição setorial é assim estabelecida (2018): agropecuária (0,1%), indústria (27,4%) e serviços (72,5%). Infraestrutura São Luís é destaque em iluminação pública: 100 por cento da cidade é coberta por redes de iluminação, a cidade tem 50 por cento das ruas pavimentadas com disponibilidade de serviços de energia elétrica e 30 por cento das ruas têm drenagem urbana. 79 por cento dos domicílios ludovicenses são atendidos pela rede de abastecimento de esgoto, 43 por cento da população tem escoadouro sanitário, 69 por cento dos domicílios tem o lixo coletado por serviços de limpeza e há 261 589 telefones residenciais instalados na cidade. Dados de 2000 indicam que São Luís possuía 202 231 domicílios conferido entre casas, apartamentos e cômodos. Desse total, 168 284 eram imóveis próprios distribuídos entre 746 607 moradores. São Luís também possui muitos problemas, como engarrafamentos de trânsito, filas enormes em terminais, entre outros problemas. Com o grande crescimento da população o transporte público não esta sendo eficaz o que traz grandes transtornos à população. Transportes O município conta com cinco terminais de integração (Praia Grande, São Cristovão, Cohab-Cohatrac, Cohama-Vinhais e Distrito Industrial) que permitem ao passageiro percorrer de ônibus toda a cidade e parte da região metropolitana pagando apenas uma passagem. A rede de linhas do SIT São Luís (Sistema Integrado de Transporte de São Luís) é baseada em dois tipos: as que fazem a integração bairro-terminal e as que integram o terminal ao centro da cidade ou ainda a outro terminal. Atuam na cidade, dividida em quatro lotes operacionais, três consórcios e uma empresa, que detêm, conjuntamente, uma frota de cerca de 1 000 veículos que utilizam sistema de bilhetagem eletrônica. Com a conclusão do projeto de terminais de integração na administração de Tadeu Palácio, iniciou-se a última fase da reformulação do transporte coletivo de São Luís, a ampliação das linhas e da frota de veículos. A frota de veículos na capital maranhense (dados do ano de 2008) é composta por 130.277 automóveis, 6.384 caminhões, 416 caminhões-trator, 19.388 caminhonetes, 1.056 micro-ônibus, 42.806 motocicletas, 3.625 motonetas, 2.827 ônibus e 14 tratores. O acesso rodoviário à cidade se dá por meio da BR-135, pela ponte Marcelino Machado (uma ponte de entrada e outra de saída), que a liga a ilha ao continente, sobre o Estreito dos Mosquitos. Em 2018, ocorreu a duplicação da BR-135, no trecho do Campo de Perizes, entre São Luís e Bacabeira. Há ainda para os passageiros o Terminal Rodoviário de São Luís. O Aeroporto Internacional de São Luís possui terminal com capacidade para atender 3,4 milhões de passageiros por ano. Localizado a apenas 14 quilômetros do centro da cidade, oferece aos passageiros um restaurante, duas lanchonetes e lojinhas de souvenir. É servido por três companhias aéreas brasileiras, Azul, Latam, e Gol, com voos diários, partindo das principais capitais brasileiras. Além de transportar minério de ferro, soja, combustíveis, dentre outros produtos, a Estrada de Ferro Carajás também realiza o transporte de passageiros entre São Luís e as cidades de Marabá e Parauapebas, no Pará. O embarque de passageiros é realizado na atual Estação Ferroviária de São Luís, localizada no bairro Anjo da Guarda. Há um entroncamento da EFC com a Ferrovia Norte-Sul, no município de Açailândia (MA). A Ferrovia São Luís-Teresina transporta combustíveis, cimento, gusa e contêineres, havendo entroncamento com a Ferrovia Teresina-Fortaleza, possibilitando a interligação entre os portos de Itaqui (MA), Pecém (CE) e Mucuripe (CE). Um sistema de ferry-boats realiza a Travessia São Luís-Alcântara, cruzando a Baía de São Marcos, e encurtando a distância entre a capital e a Baixada Maranhense, transportando mais de 1,8 milhão de passageiros por ano. Os principais portos de São Luís são o Porto do Itaqui, Terminal da Ponta da Madeira e o Porto da Alumar, considerados estratégicos pela localização próxima dos mercados da Europa, América do Norte e do Canal do Panamá (por onde é possível alcançar mais rapidamente os países da Ásia), profundidade (até 23 metros), acesso ferroviário e infraestrutura. Saúde O município de São Luís conta com três estabelecimentos de saúde federais, 23 estaduais, 70 municipais e 212 privados (2011). Dentre os hospitais da cidade, merecem destaque (além das UPAs, UBS, e outros tipos de unidades de saúde): Hospitais públicos: Municipais: Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão I); Hospital Municipal Dr. Clementino Moura (Socorrão II); Hospital da Criança Dr. Odorico Amaral de Matos; Hospital da Mulher. Estaduais: Hospital de Câncer do Maranhão–Dr.Tarquínio Lopes Filho; Hospital de Traumatologia e Ortopedia do Maranhão (HTO); Hospital Nina Rodrigues; Hospital Presidente Vargas; Hospital Carlos Macieira; Hospital Aquiles Lisboa; Hospital Dr. Adelson de Sousa Lopes Vila Luizão; Hospital dos Servidores Públicos do Maranhão; Hospital Infantil Juvêncio Matos (Casa de Apoio Ninar). Federais (HU-UFMA): Hospital Universitário-Unidade Materno Infantil; Hospital Universitário-Unidade Presidente Dutra. Educação e ciência A capital maranhense possui uma grande quantidade de escolas públicas e particulares, universidades e faculdades, além de institutos federais. Dados de 2008 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostram que a cidade de São Luís possui 474 escolas de ensino fundamental, 400 escolas pré-escolas e 133 instituições de ensino médio. As principais instituições de ensino sediadas em São Luís são a Universidade Federal do Maranhão, a Universidade Estadual do Maranhão, o Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão e o Instituto Federal do Maranhão, além de importantes instituições particulares de ensino superior, como o Centro Universitário do Maranhão, a Faculdade São Luís a Faculdade Atenas Maranhense (FAMA), a Faculdade Santa Terezinha (CEST), a Faculdade do Maranhão (FACAM), o Instituto de Estudos Superiores do Maranhão (IESEMA), a Universidade Vale do Acaraú (UVA-IDEM), o Centro Universitário UNISEB COC e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) O Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão, localizado em um sobrado histórico, tem atuação nas áreas de Paleontologia, Arqueologia e Etnologia, com ações voltadas ao conhecimento, valorização e preservação patrimonial. Mídia e comunicação São Luís abriga as sedes dos dois maiores grupos de comunicação do estado do Maranhão, o Grupo Mirante (responsável na cidade pela TV Mirante São Luís, Rádio Mirante, Mirante FM e pelo jornal O Estado do Maranhão) e o Sistema Difusora de Comunicação (responsável pela TV Difusora São Luís, Rádio Difusora e Difusora FM). Grupos nacionais também possuem empresas no município, como a estatal EBC (controla a TV Brasil Maranhão) e os Diários Associados (controla os jornais O Imparcial e Aqui Maranhão). Cultura A cultura ludovicense tem como matriz e base a cultura ibérica como a maior parte do Brasil, inclusive nas manifestações sincretistas. São Luís tem manifestações muito fortes como o bumba-meu-boi, festa de tradição afro-indígena que aflora na cidade nas festas do mês de junho. Além disso, possui o Tambor de Crioula e o Cacuriá. Estas manifestações acontecem no período das festas juninas. No carnaval, a tradição de São Luís é um forte carnaval de rua, onde os blocos populares se misturam aos brincantes e às bandinhas tradicionais. O Tambor de Mina, religião afro-brasileira, tem na Casa Grande das Minas Jeje (Querebentã de Tói Zomadônu) e na Casa de Nagô (Nagon Abioton), fundadas do século XIX, os seu mais importantes terreiros.Características de origem lusitana também estão presentes, dando à capital maranhense o título de capital mais Portuguesa do Brasil Manisfestações portuguesas populares têm, como exemplo, a Festa do Divino Espírito Santo, trazida pelos Açorianos, cuja imigração começou a povoação do Maranhão e foi pioneira na imigração portuguesa organizada no Brasil, e a dança Portuguesa. A influência portuguesa nota-se na Arquitetura, com casarões, palácios, igrejas e famosos azulejos portugueses, na religião católica e na literatura. Há várias instituições de manutenção da cultura dos imigrantes portugueses em São Luís Em 1 de setembro de 2010, São Luís foi eleita a décima terceira Capital Americana da Cultura para o ano de 2012, sucedendo Quito, por Xavier Tudela. Isto é uma iniciativa cultural, de cooperação e de promoção nos países da América, respeitando a sua diversidade nacional e regional e destacando o seu patrimônio cultural. A cidade foi tombada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura como Patrimônio cultural da Humanidade, em 1997. Possui um acervo arquitetônico colonial avaliado em cerca de 3 500 prédios, distribuídos por mais de 220 hectares de Centro Histórico, sendo grande parte deles sobradões com mirantes, muitos revestidos com preciosos azulejos portugueses. Vários prédios foram restaurados; a Prefeitura, por exemplo, funciona no Palácio la Ravardière, construção de 1689. O Ceprama funciona como uma instituição de divulgação da cultura maranhense, com uma feira permanente de artesanato típico. Patrimônio urbanístico A Fonte do Ribeirão foi construída em 1796 para abastecer a cidade, tem o pátio revestido com pedras de cantaria. Suas janelas gradeadas dão acesso às galerias subterrâneas (antigas redes de esgoto) que passam pelo centro histórico. A Fonte das Pedras serviu de base para a tropa de Jerônimo de Albuquerque durante a expulsão dos fundadores franceses em 1615. É cercada de árvores e bancos. Até o início da construção do Porto do Itaqui na década de 1960, foi o principal porto da cidade de São Luís. O Cais da Sagração foi construído no início da década de 1840 em alvenaria e no projeto original, iria até o Convento das Mercês, mas por falta de recursos, foi limitado a onde hoje fica o cais da Praia Grande. O cais se estende até próximo à Praça Maria Aragão. O Espigão Costeiro da Ponta d'Areia, construído para proteger a costa da ação das ondas do mar, tornou-se um importante ponto turístico e de lazer, em especial para ver o pôr do sol. Literatura No fim do século XVIII, o aumento da demanda internacional por algodão para atender as industrial têxtil inglesa aliado à redução da produção norte americana por causa da Guerra de Independência dos Estados Unidos forneceram o cenário ideal para o estímulo da produção algodoeira no Maranhão. Nesse período, a fase de ouro da economia maranhense, São Luís passou a viver uma efervescência cultural. A cidade, que se relacionava mais com as capitais europeias que as outras cidades brasileiras, foi a primeira a receber uma companhia italiana de ópera. Recebia semanalmente as últimas novidades da literatura francesa. Desde então, São Luís passou a ser conhecida por "Atenas Brasileira". A denominação decorre do número de escritores locais que exerceram papel importante nos movimentos literários brasileiros a partir do romantismo. Surgiu, assim, a imagem do Maranhão como o estado que fala o melhor português do país. A primeira gramática do Brasil foi escrita e editada na cidade por Sotero dos Reis. Mesmo nos dias atuais a cidade ainda tem uma grande vocação natural para a literatura e poesia. Faz parte do seu patrimônio cultural a riqueza de poemas e romances dos seus grandes escritores, tais como Aluísio de Azevedo, Gonçalves Dias, Graça Aranha, dentre outros, o que tornou a cidade conhecida como a Atenas Maranhense. Além da literatura, os ritmos cadenciados transbordam alegria e sensualidade, através do tambor-de-crioula, do reggae e do bumba-meu-boi. Teatro O Teatro Artur Azevedo, o segundo mais antigo do Brasil, foi fundado com o nome de Teatro da União por dois comerciantes portugueses em 1817. No projeto original, o teatro se estenderia até o Largo do Carmo, mas acabou reduzido por um veto da Igreja. Baseado no chamado teatro de plateia italiano, em formato ferradura, apenas em 1922 ganhou o nome atual. Funcionou como cinema entre 1940 e 1966 e, abandonado, acabou em ruínas. Em 1989, quando apenas a fachada original ainda resistia, foi demolido e reconstruído de acordo como o projeto original. Atualmente tem capacidade para 750 espectadores, distribuídos por quatro andares. Os espetáculos são gravados por um circuito profissional de vídeo instalado no teatro e retransmitidos pela TV Senado. Museus O Museu de Artes Visuais possui um acervo composto por azulejos coloniais, murais, fotografias e obras de artistas maranhenses. Um de seus destaques é a coleção de gravuras do escritor Arthur Azevedo. Funcionando no Solar Gomes de Sousa, o Museu Histórico e Artístico do Maranhão foi inaugurado em 1973 e se destaca pela reconstituição da decoração típica dos sobrados do século XIX com móveis, objetos e obras de arte. O Convento das Mercês foi construído em 1654 e inaugurado pelo padre Antônio Vieira, onde funcionava a sede do antigo Convento da Ordem dos Mercedários. Hoje abriga a Fundação da Memória Republicana Brasileira, que reúne obras únicas da história do país, documentos do tempo de presidência do maranhense José Sarney, presentes oferecidos por outros presidentes, além de um museu que contem obras de arte sacra, pinturas, esculturas, e uma biblioteca. O Museu de Arte Sacra funciona no Palácio Episcopal. Seu acervo, que pertence em parte à Arquidiocese de São Luís, é composto por peças dos século XVIII e século XIX nos estilos mareirista, rococó, barroco e neoclássico. A Cafuá das Mercês ou Museu do Negro é um pequeno sobrado onde funcionava o mercado de escravos que chegavam a São Luís, hoje abriga um museu de referência da cultura negra, com peças de arte de origem africana e instrumentos musicais. O Museu do Reggae do Maranhão é o primeiro museu temático de reggae fora da Jamaica e o segundo do mundo, e tem como objetivo materializar as memórias do ritmo jamaicano que conquistou o Maranhão. Centros culturais O Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho é sediado num sobrado colonial de 3 pavimentos, mantém um grande acervo com peças das diversas manifestações culturais (bumba-meu-boi, tambor de crioula, carnaval, dança do coco etc) e religiosas (tambor de mina, Festa do Divino etc) do estado. Além disto, possui objetos da cultura indígena e artesanatos. Considerado o maior prédio em azulejos da país (tem três pavimentos), o Solar São Luís foi construído na segunda metade do século XIX. Teve seu interior destruído por um incêndio e ficou abandonado até ser adquirido e restaurado pela Caixa Econômica Federal, que nele instalou uma agência. A Casa do Tambor de Crioula é um espaço destinado a preservar e divulgar essa manifestação da cultura popular. O Centro de Criatividade Odylo Costa Filho é um antigo armazém reformado, abriga um espaço cultural com cinema, teatro, galeria de arte, cursos e outras atividades. Esportes Como em todo o Brasil, o futebol é o esporte mais praticado em toda a cidade de São Luís. Em 1981, foi construído o Estádio Governador João Castelo que é um dos maiores estádios de toda a Região Nordeste. Na época, o governador do Maranhão era João Castelo e em sua homenagem pôs seu nome no Estádio, que também é conhecido como complexo Canhoteiro. em 2012 o estádio passou por ampla reforma e modernização que custaram 28 milhões de reais com a colocação de cadeiras AntiVandalismo, telões de LED, 22 câmeras CFTV, adaptação ao portadores de necessidades especiais, climatização de cabines de Rádio e TV, 75 novos holofotes, entre outras melhorias para adequar o estádio para as exigências de segurança e estrutura da FIFA. Como 32 km de praia, esportes como surfe, futebol de areia, Stand Up Paddle, futevôlei, vôlei de praia, frescobol e kitesurf são populares em São Luís. em 2016 o Sampaio Correa Basquete ganhou destaque nacional ao se consagrar campeão da Liga de Basquete Feminino. A cidade conta com 3 principais clubes de futebol, o Sampaio Corrêa fundado em 1923 que disputa a segunda divisão do futebol brasileiro, o Moto Club fundado em 1937 que disputa a quarta divisão nacional, e o Maranhão Atlético Clube fundado em 1932 que também disputa a quarta divisão nacional. Respectivamente ocupam as posições 39ª, 66ª e 95ª no Ranking Nacional de Clubes 2017. Ver também A lenda da carruagem de Ana Jansen Região Metropolitana de São Luís Cacuriá Tambor de Crioula Bumba-meu-boi do Maranhão Maranhenses de São Luís Bibliografia BARROS, Antonio Evaldo Almeida. 2007. O Pantheon Encantado: Culturas e Heranças Étnicas na Formação de Identidade Maranhense (1937-65). Dissertação de Mestrado em Estudos Étnicos e Africanos. Salvador: PÓS-AFRO/CEAO/UFBA. Ligações externas Fundações no Brasil em 1612 Municípios históricos do Brasil Capitais do Brasil
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Séculos: (Século II a.C. - Século I a.C. - Século I) Décadas: 130 a.C. 120 a.C. 110 a.C. 100 a.C. 90 a.C. - 80 a.C. - 70 a.C. 60 a.C. 50 a.C. 40 a.C. 30 a.C. Anos: 89 a.C. - 88 a.C. - 87 a.C. - 86 a.C. - 85 a.C. - 84 a.C. - 83 a.C. - 82 a.C. - 81 a.C. - 80 a.C. Século I a.C.
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sed (abreviação de stream editor: 'editor de fluxo') é um utilitário Unix que analisa e transforma textos, usando uma linguagem de programação simples e compacta. Tal como o awk, é um programa que permite aplicar diferentes transformações predefinidas a um fluxo sequencial de dados textuais, sendo muito utilizado nos sistemas tipo Unix. O sed, desenvolvido entre 1973 e 1974 por Lee E. McMahon, do Bell Labs, foi baseado nos recursos de scripting do editor interativo ed (editor, de 1971) e do anterior qed (quick editor, de 1965-66). O sed foi uma das primeiras ferramentas a suportar expressões regulares e continua em uso para processamento de texto, principalmente com o comando de substituição. Entre as ferramentas alternativas populares para manipulação de strings de texto, em texto claro e edição de fluxo contínuo, estão AWK e Perl. Ao contrário dos editores convencionais, o sed atua em linha de comandos ou em shell script. Pode, por exemplo, editar a terceira linha de vários arquivos com um só comando. Geralmente, o sed recebe como entrada, por meio de uma canalização, os dados sobre os quais irá atuar. Aceita expressões regulares, o que lhe confere maior poder e o torna um excelente insrumento para administradores de sistemas. Há uma versão do sed GNU/sed com alguns recursos extras. Alguns exemplos apagar a última linha de vários arquivos txt: sed -i '$d' *.txt Extrair a 4ª linha do ficheiro: cat ficheiro.txt | sed '4q;d' ou sed '4q;d' ficheiro.txt Substituições de texto (substituir as vírgulas [,] por hífens[-]): cat ficheiro.txt | sed 's/,/-/g' ou sed 's/,/-/g' ficheiro.txt Pegar somente o endereço de retorno nslookup a.root-servers.net | tail -n 2 | head -n 1| sed s/Address:\ \// Conceito sobre Editores de Streams Imagine streams como um arquivo sendo lido linha a linha. Os editores de streams atuam em cada linha a procura de um padrão definido. Ligações externas sed-HOWTO E-book Dominando o SED Linguagens de programação Linguagens interpretadas Programas padrões do Unix Programas Unix Compiladores Compiladores e interpretadores livres
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Virgo, a Virgem, é uma constelação do zodíaco. O genitivo, usado para formar nomes de estrelas, é Virginis. As constelações vizinhas, segundo as fronteiras modernas, são o Boieiro, a Cabeleira de Berenice, o Leão, a Taça, o Corvo, a Hidra, a Balança e a Serpente. Tabela de estrelas N.B. : Os valores numéricos provêm de dados obtidos pelo satélite Hipparcos História e mitologia Uma das identidades mitológicas da Virgem é Têmis, deusa da justiça, que, desgostosa com o comportamento humano, ascendeu aos céus. Em outras versões é identificada com Astreia, filha de Zeus e Têmis, que viveu entre os homens durante a Idade de Ouro. Com a decadência da humanidade, retirou-se para os céus onde foi transformada na constelação da Virgem. Um de seus atributos era a balança, daí a proximidade de sua constelação com a constelação zodiacal da Libra.. Ver também Bright Star Catalogue Hipparcos Catalogue Virgem (astrologia)
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Em tecnologia, download e upload, em português descarregamento/transferência e carregamento (substantivos) ou, descarregar/transferir e carregar (verbos), são termos, no âmbito da comunicação em redes de computadores, utilizados para referenciar a transmissão de dados de um dispositivo para outro através de um canal de comunicação previamente estabelecido. O uso mais comum do termo download está relacionado com a obtenção de conteúdo da Internet, onde um servidor remoto hospeda dados que são acessados pelos clientes através de aplicativos específicos que se comunicam com o servidor através de protocolos preestabelecidos, como é o caso dos navegadores que acessam os dados de um servidor normalmente utilizando o protocolo HTTP. De forma análoga, o termo upload faz referência à operação inversa a do download, isto é, ao envio de conteúdo à Internet. Apesar de serem termos com sentidos opostos, do ponto de vista técnico, a distinção de um processo de transmissão entre download ou upload pode ser associada a uma questão de perspectiva, pois sempre que um dispositivo faz download o dispositivo que interage com ele, faz upload e vice-versa. No entanto, essa distinção é normalmente feita considerando a participação do dispositivo que iniciou a transmissão de dados, seja obtendo ou disponibilizando. Termo Os verbos em inglês "to download" e "to upload" são comummente utilizados como substantivos no português com o auxílio do verbo "fazer" quando indica ação, como ocorre nas frases: "Você precisa fazer o download do arquivo." "Vou fazer o upload das fotos." "Fiz o download do programa." "Deu erro no upload do arquivo." Nesses casos, download por vezes é substituído por verbos que, no contexto de tecnologia, carregam o mesmo significado como baixar, descarregar, transferir, obter, pegar, puxar e sacar; da mesma forma que upload por vezes também é substituído pelos verbos carregar, enviar, mandar e subir, dando origem a frases como: "Você precisa baixar o arquivo." "Descarrega já a nossa nova aplicação." "Vou enviar as fotos." "Baixei o programa." "Deu erro ao subir o arquivo." "Transfira o ficheiro." Uso popular Embora o acesso de qualquer informação remota (como páginas web, texto e imagens) seja sempre feito através do download prévio do conteúdo, com a posterior exibição do conteúdo armazenado localmente, o uso popular do termo download se limita a referenciar o conteúdo que é obtido de um dispositivo remoto para visualização posterior (offline), como um documento ou aplicativo. Nesses casos, os aplicativos que fazem o download normalmente oferecem recursos que permitem que o usuário selecione o local onde os dados devem ser salvos. Já o uso popular de upload se limita a referenciar as transmissões de arquivos previamente selecionados do dispositivo, como fotos e documentos, para um servidor remoto (como ocorre ao enviar de fotos para uma rede social ou ao anexo arquivos a uma mensagem em um webmail). Muito embora, as operações de requisição de páginas web e envio de formulários web também consistam no envio de informações para servidores remotos e não sejam usualmente chamadas de upload. A transmissão de videoconferência também configura um processo de download (para quem assiste) e upload (para quem produz), muito embora esses termos raramente sejam associados a essa forma de transmissão, onde é preferido o termo "transmissão contínua" (streaming, em inglês). Ver também Gerenciador de downloads / Gestor de transferências Compartilhamento de arquivos / Partilha de ficheiros Lista de singles com mais downloads pagos Terminologia informática Internet Transmissão de dados Servidores Verbos do inglês
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Eridanus (Eri), o Rio Erídano, é uma constelação do hemisfério celestial sul. O genitivo, usado para formar nomes de estrelas, é Eridani. Dessas, a mais brilhante é Achernar. ε Eri, uma estrela similar ao sol, também é destacável, por ter pelo menos um planeta confirmado. As constelações vizinhas, segundo as fronteiras modernas, são o Órion, o Touro, a Baleia, a Fornalha, a Fênix, a Hidra Macho, o Relógio, o Cinzel e a Lebre. Constelação de Eridanus
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Caxias (Oeiras) — freguesia portuguesa Brasil M41 Walker Bulldog — carro de combate chamado M41C Caxias pelo Exército Brasileiro Municípios Caxias (Maranhão) Caxias do Sul — no Rio Grande do Sul Duque de Caxias (Rio de Janeiro) Clubes de futebol Sociedade Esportiva e Recreativa Caxias do Sul Caxias Futebol Clube — de Joinville, Santa Catarina Caxias Esporte Clube — de Vitória, Espírito Santo Desambiguações de topônimos Desambiguações de esportes
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Porto Salvo é uma freguesia portuguesa do município de Oeiras, com 15,83 km² de área e 15098 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . Geografia Limita com as freguesias Rio de Mouro, a norte; Barcarena, a leste, Oeiras e São Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias, a sul, e São Domingos de Rana, a oeste. Inclui os lugares de Talaíde, Leião, Vila Fria, Casal da Choca, Casal do Deserto e Laje. História Originalmente consistia num pequeno núcleo na confluência das estradas de Oeiras e Paço de Arcos que não se alargava para além do lugar onde hoje se situa a sua igreja. Regista-se a sua existência na Idade Média (1362), dominada pela atividade agrícola, pecuária e extrativa, e sendo então a segunda localidade mais importante do reguengo de Oeiras. Deve o seu crescimento à implantação de uma ermida no alto ou outeiro de Caspolima (1530) em invocação a Nossa Senhora do Porto Salvo, cujo culto fervoroso acabou por levar à sua atual designação em detrimento do topónimo patrimonial, Caspolima, em desuso a partir do século XVIII. A freguesia foi oficialmente criada em 11 de junho de 1993, por desmembramento das freguesias de Barcarena e Oeiras e São Julião da Barra. Foi elevada a vila em 12 de Julho de 2001. É um importante pólo económico do concelho e da região, contando com dois grandes parques tecnológicos e empresariais — o Lagoas Park e o Taguspark (onde se encontra um campus do Instituto Superior Técnico). Demografia A população registada nos censos foi: Coletividades Atlético Clube de Porto Salvo, fundado em 20 de Junho de 1948. Modalidades: Futebol, Atletismo. Complexo Desportivo: Adriano Canas. Clube Recreativo Leões de Porto Salvo, fundado em 23 de Maio de 1970; GASTagus - Associação Juvenil; Grupo Recreativo e Desportivo Ribeira da Lage; ProAtlântico - Associação Juvenil; Sociedade de Instrução Musical de Porto Salvo. Património Capela de Nossa Senhora de Porto Salvo Quinta de Santa Bárbara de Talaíde - Morgadio com Capela de S. Domingos - 1735 Ver também Polima Outeiro de Polima Barcarena Oeiras Ligações Externas
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Quelfes é uma freguesia portuguesa do município de Olhão, com 21,53 km² de área e habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . História Segundo Ataíde de Oliveira, a Freguesia de Quelfes poderá ter-se desanexado da Freguesia de S. Pedro de Faro por volta de 1614 ou mesmo antes de 1575. Embora a Aldeia que lhe dá o nome ser muito pequena, a Freguesia actualmente abarca uma área que inclui uma parte da própria cidade de Olhão e a ilha da Armona. Nos arredores de Quelfes (a caminho da pequena povoação de Brancanes), a ponte de origem romana, por diversas vezes reconstruída, é testemunho da sua antiguidade e símbolo histórico: em 1808, as tropas de Napoleão Bonaparte foram aqui derrotadas num combate, servindo de exemplo para todo o Algarve. Demografia A população registada nos censos foi: Património Ponte romana de Quelfes ou Ponte Velha de Quelfes Igreja Matriz de Quelfes Freguesias de Olhão
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Madail foi uma freguesia portuguesa do concelho de Oliveira de Azeméis, com 2,11 km² de área e 809 habitantes (2011). A sua densidade populacional foi 383,4 hab/km². Foi extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo sido agregada às freguesias de Oliveira de Azeméis, Santiago de Riba-Ul, Ul e Macinhata da Seixa, para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Oliveira de Azeméis, Santiago de Riba-Ul, Ul, Macinhata da Seixa e Madail. População Património A arruinada Ponte do Manica, sobre o rio Ul Casa das Cambeiras Quinta das Camélias Moinho do Ruivo, Moinho da Eira e Moinho do Ginete Igreja de São Mamede (matriz) Largo de São Mateus Cruzeiros no sítio do Souto e abaixo da igreja de Madail Casa da Manica Moinhos Trecho do rio Antigas freguesias de Oliveira de Azeméis
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Travanca foi uma freguesia semi-urbana portuguesa do concelho de Oliveira de Azeméis, com 5,8 km² de área e 1 804 habitantes (2011). A sua densidade populacional foi 311 hab/km². A empresa Lacticínios de Azeméis está sediada na localidade e produz o Queijo Universal. Foi extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo sido agregada às freguesias de Pinheiro da Bemposta e Palmaz, para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Pinheiro da Bemposta, Travanca e Palmaz. População Património Capela do Espírito Santo (Travanca) Capela de Nossa Senhora das Flores Casas da mala-posta e solarenga de Besteiros Igreja Paroquial de Travanca Casa da Póvoa Ponte do Senhor Antigas freguesias de Oliveira de Azeméis
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Circinus (Cir), o Compasso, é uma pequena e pouco brilhante constelação no hemisfério celestial sul, localizada entre Centaurus e Triangulum Australe. O genitivo, usado para formar nomes de estrelas, é Cirini. Foi criada em 1756 pelo astrônomo francês Nicolas Louis de Lacaille e representa um compasso, a ferramenta de desenho usada para fazer círculos. Sua estrela mais brilhante é Alpha Circini, com uma magnitude aparente de 3,19. Levemente variável, é a estrela Ap de oscilação rápida mais brilhante do céu e possui uma companheira, de magnitude 8,5. A segunda estrela mais brilhante é Beta Circini, de magnitude 4,07, e a terceira Gamma Circini, de magnitude 4,51, uma estrela binária cujos componentes estão separados por 0,8 segundos de arco. Delta Circini (magnitude 5,09) é um sistema estelar triplo com duas estrelas da rara classe espectral O e AX Circini é uma variável cefeida visível a olho nu. Duas estrelas parecidas com o Sol têm sistemas planetários: HD 134060 tem dois planetas relativamente pequenos e HD 129445 tem um planeta parecido com Júpiter. A supernova SN 185 ocorreu em Circinus em 185 d.C. e foi registrada por observadores chineses. Duas novas foram observadas mais recentemente, no século XX. A Via Láctea atravessa a constelação, que apresenta objetos proeminentes como o aglomerado aberto NGC 5823 e a nebulosa planetária NGC 5315. Circinus abriga uma galáxia espiral notável, a Galáxia Circinus, que foi descoberta em 1977 e é a galáxia Seyfert mais próxima da Via Láctea. Alfa Circinídeos (ACI), uma chuva de meteoros também descoberta em 1977, irradia desta constelação. História Em 1756 o astrônomo francês Nicolas Louis de Lacaille criou a constelação de Circinus com o nome francês le Compas, representando um compasso. Já havia sido representada pela primeira vez em um dos mapas de Lacaille em 1754, mas sem nome. Lacaille representou as constelações de Norma, Circinus e Triangulum Australe, respectivamente, como um esquadro, um compasso e um nível num conjunto de instrumentos de um desenhista técnico em seu mapa de estrelas do sul em 1756. Circinus recebeu seu nome atual em 1763, quando Lacaille publicou um mapa celeste com nomes em latim para as constelações que ele criou. Características Fazendo fronteira com as constelações de Centaurus, Musca, Apus, Triangulum Australe, Norma e Lupus, Circinus está adjacente às proeminentes estrelas Alpha e Beta Centauri. A uma declinação de -50° a -70°, a constelação inteira só é visível a sul da latitude 30° N. Os limites oficiais da constelação, estabelecidos por Eugène Delporte em 1930, são definidos por um polígono de 14 segmentos. No sistema equatorial de coordenadas, as coordenadas de ascensão reta situam-se entre e e a declinação entre -55,43° e -70,62°. Circinus culmina cada ano, às 21h, em 14 de junho. A abreviação de três letras recomendada para a constelação, adotada pela União Astronômica Internacional em 1922, é 'Cir'. Objetos notáveis Estrelas Circinus é uma constelação pouco brilhante, com apenas uma estrela mais brilhante que magnitude 4. Alpha Circini é uma estrela de classe A da sequência principal com uma magnitude aparente de 3,19, estando a 54 anos-luz da Terra e a 4° sul de Alpha Centauri. Além de ser a estrela mais brilhante da constelação, é também a estrela Ap de oscilação rápida (estrela roAp) mais brilhante do céu. Possui um tipo espectral anormal de A7 Vp SrCrE, o que indica grandes emissões de estrôncio, crômio e európio. Estrelas assim possuem campos magnéticos anormais e são levemente variáveis. Alpha Circini forma um sistema estelar binário com uma anã laranja de tipo espectral K5 e magnitude 8,5 a uma separação de 16 segundos de arco. A segunda estrela mais brilhante da constelação é Beta Circini, uma estrela de classe A da sequência principal com tipo espectral de A3Va e magnitude de 4,07, a cerca de 100 anos-luz de distância. Tem cerca de 1,8 vezes o diâmetro do Sol. Gamma Circini é uma estrela binária a 450 anos-luz da Terra, cujos componentes podem ser separados com telescópio de 150 mm, e estão a 0,8 segundos de arco um do outro. O componente mais brilhante é uma estrela Be de tipo espectral B5IV e magnitude 4,94, enquanto o outro componente é uma estrela de classe F da sequência principal de magnitude 5,73. Eles completam uma órbita a cada 258 anos. Delta Circini também é uma estrela múltipla cujos componentes, separados por 50 segundos de arco, têm magnitudes de 5,1 e 13,4 e orbitam ao redor de seu centro de gravidade a cada 3,9 dias. O componente mais brilhante é, por sua vez, uma binária eclipsante (pode ser também uma variável elipsoidal rotacional), com uma pequena variação de magnitude (0,1). É composto por duas estrelas azuis de tipo espectral O7III-V e O9,5V, respectivamente, com massa estimada de 22 e 12 vezes a massa solar. A mais de 3 600 anos-luz de distância, esse sistema superaria o brilho de Vênus a uma magnitude de -4,8 se estivesse a 32 anos-luz (10 parsecs) da Terra. Eta Circini é uma gigante amarela de tipo espectral G8III e magnitude 5,17, a 276 anos-luz de distância, e Zeta Circini é uma estrela azul-branca da sequência principal de tipo espectral B3V e magnitude 6,09, localizada a cerca de 1 300 anos-luz da Terra. 493 estrelas variáveis já foram registradas em Circinus, mas a maioria é pouco brilhante e apresenta pequena variação. Três proeminentes exemplos são Theta Circini, T Circini, e AX Circini. Theta Circini é uma variável irregular (sem período reconhecível) de classe B, variando entre magnitude 5,0 e 5,4. T Circini é um sistema binário eclipsante de classe B que varia entre magnitudes 10,6 e 9,3 em um período de 3,298 dias. AX é uma variável cefeida que varia entre magnitudes 5,6 e 6,19 ao longo de 5,3 dias. É uma supergigante branco-amarela de tipo espectral F8II+, distante 1 600 anos-luz da Terra. BP Circini é outra variável cefeida, variando sua magnitude de 7,37 a 7,71 com período de 24 horas. Ambas as cefeidas são binárias espectroscópicas com estrelas companheiras de classe B6 e 5 e 4,7 massas solares respectivamente. BX Circini é uma estrela variável que oscila entre magnitudes 12,57 e 12,62 com um período de 2 horas e 33 minutos. Mais de 99% de sua composição é hélio. Sua origem não é clara; acredita-se que seja o resultado da fusão de uma anã branca de hélio com uma de carbono e oxigênio. Em Circinus estão situadas muitas estrelas com sistemas planetários, apesar de nenhuma ser particularmente proeminente. HD 134060 é uma anã amarela parecida com o Sol de tipo espectral G0VFe+0.4 e magnitude 6,29, a cerca de 79 anos-luz de distância. Possui dois planetas descobertos em 2011 pelo método da velocidade radial: o menor, HD 134060 b, tem uma massa de 0,0351 MJ (massas de Júpiter) e orbita a estrela a cada 3,27 dias, a 0,0444 UA; e o maior, HD 134060 c (0,15 MJ), orbita mais longe a 2,226 UA, com um período de 1 161 dias. Com magnitude de 8,8, a estrela HD 129445 está a 220 anos-luz de distância e tem 99% da massa solar e tipo espectral de G8V. HD 129445 b, um planeta parecido com Júpiter (1,6 MJ) descoberto em 2010 pelo método da velocidade radial, orbita essa estrela a uma distância de 2,9 UA, em aproximadamente 1 840 dias. Objetos de céu profundo Há três aglomerados abertos e uma nebulosa planetária dentro da constelação de Circinus, todos visíveis através de telescópios amadores de diferentes tamanhos. NGC 5823, também chamado de Caldwell 88, é um aglomerado aberto com idade de 800 milhões de anos, localizado na fronteira norte da constelação a 3 500 anos-luz de distância e cobrindo uma área de 12 anos-luz. Apesar de ter uma magnitude total de 7,9, o aglomerado pode ser achado pela técnica de star hopping a partir de Beta Circini ou Alpha Centauri. Ele contém 80 a 100 estrelas de magnitude 10 e menos brilhante, espalhadas ao longo de um diâmetro de 10 segundos de arco. As estrelas mais brilhantes, no entanto, não são realmente membros do aglomerado, pois estão mais próximas da Terra que as outras. NGC 5823 possui um formato diferente que já foi descrito como um "S" invertido, por John Herschel, uma tulipa e uma caixa. Esse aglomerado pode ser facilmente confundido como um outro similar, NGC 5822, bem próximo na constelação de Lupus. O aglomerado aberto NGC 5715 é menos brilhante (magnitude total de 9,8)—sua estrela mais brilhante é apenas de 11ª magnitude—e menor (7,0 minutos de arco), composto por 30 estrelas. O terceiro aglomerado da constelação, Pismis 20, contém 12 estrelas em um diâmetro de 4,5 segundos de arco e exibe magnitude semelhante à de NGC 5823 (7,8). A 8 270 anos-luz da Terra, ele requer um telescópio amador com abertura de mais de 300 mm para ser facilmente reconhecido. A nebulosa planetária NGC 5315 tem uma magnitude aparente de 9,8 e está em torno de uma estrela central de magnitude 14,2, 5,2 graus a oeste-sudoeste de Alpha Circini. Só pode ser vista como um disco com uma ampliação de mais de 200 vezes. Bernes 145 é uma nebulosa escura e de reflexão listada primeiramente em 1971 no Catálogo Bernes. A parte que é nebulosa escura pode ser vista facilmente com um grande telescópio amador, medindo 12 por 5 minutos de arco. Circinus também contém ESO 97-G13, chamada frequentemente de Galáxia Circinus. Descoberta em 1977, é uma galáxia relativamente brilhante (magnitude 10,6), o que é incomum para galáxias muito próximas do plano da Via Láctea no céu, já que sua luz é obscurecida por gás e poeira. Essa galáxia espiral alongada, medindo 6,9 por 3,0 minutos de arco e 26 000 anos-luz de diâmetro, está localizada a 13 milhões de anos-luz da Terra e está a apenas 4 graus do plano galáctico. É a galáxia Seyfert mais próxima da Via Láctea, e possui um núcleo galáctico ativo. Circinus X-1 é um sistema estelar binário de raio X que inclui uma estrela de nêutrons. Observações de Circinus X-1 em 2007 revelaram a presença de jatos de raio X encontrados normalmente em sistemas com buraco negro. Localizado a 19 000 anos-luz, o pulsar PSR B1509-58, também chamado de Pulsar Circinus, emite de seu polo sul um jato de material com 20 anos-luz de extensão, visível na faixa de raios X do espectro. SN 185 foi uma supernova cujo remanescente se encontra em Circinus. Registrado por observadores chineses em 185 d.C., SN 185 foi visível no céu noturno por cerca de oito meses; seu remanescente, conhecido como RCW 86, cobre uma área maior que a da lua cheia. Uma estrela anã branca em um sistema binário próximo pode acumular material da estrela companheira até sofrer uma explosão termonuclear muito brilhante, conhecida como nova. Essas estrelas geralmente aumentam seu brilho em 7 a 16 magnitudes. A nova Circini 1926, também conhecida como X Circini, foi observada com magnitude de 6,5 em 3 de setembro de 1926, e então diminuiu a uma magnitude entre 11,7 e 12,5, durante 1928, e magnitude 13, em 1929. A nova Circini 1995 (BY Circini) atingiu magnitude aparente máxima de 7,2 em janeiro de 1995. BW Circini é um sistema binário de raios X de baixa massa, composto de um buraco negro de cerca de 8 massas solares e uma estrela gigante amarela de tipo espectral G0III-G5III. Erupções de raios X foram registradas em 1987, 1997, e possivelmente entre 1971 e 1972. Chuva de meteoros Circinus é o radiante de uma chuva de meteoros anual, Alfa Circinídeos (ACI). Observada pela primeira vez em Queensland, Austrália, em 1977, seus meteoros têm velocidade média de 27,1 km/s e acredita-se que estão associados a um cometa de longo período. Em 2011, Peter Jenniskens propôs que detritos do cometa C/1969 T1 poderiam cruzar a órbita da Terra e gerar um radiante de meteoros perto de Beta Circini. Alfa Circinídeos tem seu pico em 4 de junho, o dia em que foi primeiramente observada. Ver também Lista de estrelas da constelação de Circinus
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Caelum (Cae), o cinzel, é uma constelação do hemisfério celestial sul. O genitivo, usado para formar nomes de estrelas, é Caeli. É uma das constelações menores definidas por Nicolas Louis de Lacaille. As constelações vizinhas são Lepus, Eridanus, Horologium, Dorado, Pictor e Columba.
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Reigoso é uma antiga freguesia portuguesa do concelho de Oliveira de Frades, com 12,72 km² de área e 341 habitantes (2011). A sua densidade populacional era 26,8 hab/km². Foi extinta (agregada) pela reorganização administrativa de 2012/2013, sendo o seu território integrado na União das Freguesias de Destriz e Reigoso. População Média do País no censo de 2001: 0/14 Anos-16,0%; 15/24 Anos-14,3%; 25/64 Anos-53,4%; 65 e mais Anos-16,4% Média do País no censo de 2011: 0/14 Anos-14,9%; 15/24 Anos-10,9%; 25/64 Anos-55,2%; 65 e mais Anos-19,0% Património Albergaria (ou hospital) Casa de Garcia Ponte Troço de via romana de Sobreira Dois marcos miliários romanos Castro do Murado Murado de Várzea Mamoas da Seixa, de Campelos, da Várzea, das Arcas e da Portela de Carrazedo Megálito do vale do Poço Redondo Núcleo de moinhos de água Ver também União das Freguesias de Destriz e Reigoso Ligações externas Antigas freguesias de Oliveira de Frades
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São João da Serra (Piauí), município brasileiro São João da Serra (Oliveira de Frades), freguesia portuguesa Desambiguações de topônimos
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Atletismo é um conjunto de esportes constituído por varias modalidades: corrida, marcha, lançamentos e saltos. De modo geral, o atletismo é praticado em estádios, com exceção de algumas corridas de longa distância, praticadas em vias públicas ou no campo, como a maratona. O romano Juvenal sintetizou na expressão “mens sana in corpore sano” a própria filosofia do esporte. História O atletismo é a forma organizada mais antiga de competição. As primeiras reuniões organizadas da história foram os Jogos Olímpicos, que os gregos iniciaram no ano 776 a.C. Durante anos, o principal evento olímpico foi o pentatlo, que compreendia lançamentos de disco, salto em comprimento e corrida de obstáculos. Os romanos continuaram celebrando as provas olímpicas depois de conquistar a Grécia no ano 146 a.C. No ano 394 d.C. o imperador romano Teodósio aboliu os jogos. Durante oito séculos não se celebraram competições organizadas de atletismo. Restauram-se na Inglaterra em meados do século XIX, e então as provas atléticas converteram-se gradualmente no esporte favorito dos ingleses. Segundo Homero, no ano de 1496 a.C. foi realizada a primeira prova de corrida considerada atlética. Ela foi organizada por Hércules. Segundo a lenda, Hércules, depois de peregrinar pelo mundo, realizando proezas incríveis, radicou-se na ilha de Creta e construiu um estádio neste local. Nele, eram realizadas competições de corridas com outros simpatizantes. O estádio de Hércules possuía apenas uma pista de corrida, que era percorrida em um só sentido. Mais tarde, foi instituída a prova do Diaulo, com percurso de ida e volta. Então, o percurso das provas de corridas foi aumentando gradativamente para quatro, oito, doze e vinte e quatro vezes duzentas jardas. Em 1834 um grupo de entusiastas desta nacionalidade alcançou os mínimos exigíveis para competir em determinadas provas. Também no século XIX se realizaram as primeiras reuniões atléticas universitárias entre as universidades de Oxford e Cambridge (1864), o primeiro encontro nacional em Londres (1866) e o primeiro encontro amador celebrado nos Estados Unidos em pista coberta (1868). O atletismo posteriormente adquiriu um grande seguimento na Europa e América. Em 1896 iniciaram-se em Atenas os Jogos Olímpicos, uma modificação restaurada dos antigos jogos que os gregos celebravam em Olímpia. Mais tarde os jogos celebraram-se em vários países com intervalos de quatro anos, exceto em tempo de guerra. Em 1912 fundou-se a Associação Internacional de Federações de Atletismo. Com sede central de Londres, a associação é o organismo reitor das competições de atletismo a escala internacional, estabelecendo as regras e dando oficialidade às melhores marcas mundiais obtidas pelos atletas. O atletismo surgiu nos Jogos Antigos da Grécia. Desde então, o homem vem tentando superar seus movimentos essenciais como caminhar, correr, saltar e arremessar. Na definição moderna, o atletismo é um esporte com provas de pista (corridas rasas, corridas com barreiras ou com obstáculos, saltos, arremesso, lançamentos e provas combinadas, como o decatlo e heptatlo); corridas de rua (nas mais variadas distâncias, como a maratona e corridas de montanha); provas de cross country (corridas com obstáculos naturais ou artificiais); e marcha atlética. Considerado o esporte-base, por testar todas as característica básicas do homem, o atletismo não se limita somente à resistência física, mas integra essa resistência à habilidade física. Comporta três tipos de provas, disputadas individualmente que são as corridas, os saltos e os lançamentos. Conforme as regras de cada jogo, as competições realizadas em equipes somam pontos que seus membros obtêm em cada uma das modalidades. As corridas rasas de velocidade e revezamento são antigas. As corridas com obstáculos, que podem ser naturais ou artificiais, juntamente com as corridas de “sabe”, que os ingleses chamam de “steeple chass”, foram idealizadas tendo como modelo as corridas de cavalos. A maratona, a mais famosa das corridas de resistência, baseia-se na legendária façanha de um soldado grego que em 490 a.C. correu o campo de batalha das planícies de Maratona até Atenas, numa distância superior a 35 km, para anunciar a vitória dos gregos sobre os persas. Uma vez cumprida a missão, caiu morto. As maratonas modernas exigem um percurso ainda maior: 42 195 m. Nos primórdios de nossa civilização, começa a história do atletismo. O homem das cavernas, de forma natural, praticava uma série de movimentos, nas atividades de caça, em sua defesa própria etc. Ele saltava, corria, lançava, enfim desenvolvia uma série de habilidades relacionadas com as diversas provas de uma competição de atletismo. Podemos verificar que as provas de atletismo são atividades naturais e fundamentais do homem: o andar, o correr, o saltar e o arremessar. Por esta razão, é considerado o atletismo o “esporte base” e suas provas competitivas compõem-se de marchas, corridas, saltos e arremessos. Além disso, o desenvolvimento dessas habilidades são necessárias à prática de outras modalidades esportivas. Por exemplo, podemos observar uma jogadora em atividade numa partida de futebol, basquete ou voleibol. Durante o jogo, ele anda, outras vezes, corre, salta e pratica arremessos. Por isso, um jogador de futebol, basquete ou voleibol procura sempre desenvolver essas habilidades que são “base” dos conjuntos de atividade física do praticante dessas modalidades. A história do atletismo é muito bonita, pois que se inicia com a própria história da humanidade, quando o homem primitivo praticava suas atividades naturais para sobrevivência. Chega mesmo a se confundir com a mitologia, quando observamos o período da Antiguidade Clássica, com os Jogos Olímpicos que deram origem aos atuais Jogos Olímpicos da Era Moderna, que trazem como reminiscência cultural mais marcante a figura de Discóbulo de Miron. O atletismo, sob forma de competição, teve sua origem na Grécia. A palavra atletismo foi derivada da raiz grega, “ATHI, competição”, o princípio do heroísmo sagrado grego, o espírito de disputa, o ideal do belo etc. – o que se chamou de espírito agonístico. Surgiram então as competições que foram perdendo o caráter de religiosidade e assumindo exclusivamente o caráter esportivo. Corridas As corridas são, em certo sentido, as formas de expressão atlética mais pura que o homem já desenvolveu. Embora exista algo de estratégia e uma técnica implícita, a corrida é uma prática que envolve basicamente o bom condicionamento físico do atleta.As corridas dividem-se em curta distância ou velocidade (tiro rápido), que nas competições oficiais vão de 100, 200 e os 400 metros inclusive; médio fundo (800 metros e 1 500 metros); e longa distância ou de fundo (3 000 metros ou mais, chegando até às ultramaratonas). Podem ser divididas também de acordo com a existência ou não de obstáculos (barreiras) colocados no percurso. Organizam-se ainda corridas de cross country ou um "corta-mato" de campo e de montanha. Em pista podemos ainda assistir a corridas de barreiras e de obstáculos. Nas corridas de curta distância, a explosão muscular na largada é determinante no resultado obtido pelo atleta. Por isso, existe um posicionamento especial para a largada, que consiste em apoiar os pés sobre um bloco de partida (fixado na pista) e apoiar o tronco sobre as mãos encostadas no chão (posição de quatro apoios). São frequentes as falsas partidas, quando o atleta sai antes do tiro de partida, que é o sinal dado para começar a prova. Qualquer atleta que dê uma falsa partida será desclassificado. Contudo, nas provas combinadas (ex. decatlo) cada atleta tem direito a uma falsa partida. Nas provas mais longas a partida não tem um papel tão decisivo, e os atletas saem para a corrida em uma posição mais natural, em pé, sem poder colocar as mãos no chão. Maratona A maratona é uma corrida de longa distância ou de fundo, realizada parcialmente ou totalmente fora do estádio, ou seja em estrada. A distância que, segundo a lenda, teria percorrido um soldado grego, Filípides, para anunciar que os helenos haviam vencido uma batalha contra os persas, era superior a 35 km. Conta também a lenda, que após Filípides ter dado a sua notícia morreu de exaustão. O trecho percorrido por Filípides teria sido entre a planície de Maratona (o local da batalha) até a cidade de Atenas. A maratona é uma prova que envolve grande resistência física, sendo seu percurso estabelecido em 42 quilômetros e 195 metros (aceite tolerância por excesso de + 42 metros). Lançamentos As disciplinas oficiais de lançamento envolvem o arremesso de peso, o lançamento de martelo, o lançamento de disco e lançamento do dardo. O arremesso no Brasil, lançamento em Portugal, de peso consiste no arremesso de uma esfera metálica que pesa 7,26 kg para os homens adultos e 4 kg para as mulheres. O martelo é similar a essa esfera, mas possui um cabo, o que permite imprimir movimento linear à esfera e assim atingir uma distância maior. Já o disco é um pouco mais leve, pesando 1 quilograma para as mulheres e 2 quilogramas para os homens. E o dardo pesa 600 gramas para as mulheres e 800 gramas para os homens. Os lançamentos são executados dentro de áreas limitadas, são círculos demarcado no solo para o arremesso ou lançamento de peso, de martelo e disco, e antes de uma linha demarcada no solo para o lançamento do dardo. A partir dessas marcas é que é contada a distância dos lançamentos. Normalmente as competições envolvem várias tentativas por parte dos atletas, que aproveitam as melhores marcas obtidas nessas tentativas. As provas de lançamento são normalmente praticadas no espaço interior à pista das corridas. A origem desta atividade é também irlandesa, pois nos jogos Tailteanos, no início da Era de Cristo, os celtas disputavam uma prova de arremesso de pedra que pelas descrições se assemelhavam à prova atual. Aliás, é interessante notar que na Península Ibérica, nas províncias onde ainda se encontram concentrações humanas etnicamente celtas, Galiza na Espanha e Trás-os-Montes em Portugal, ainda se disputa uma competição chamada de “arremesso do calhau”, que se assemelha ao nosso moderno arremesso do peso. De qualquer forma, a codificação da prova, tal como ela é hoje, é totalmente britânica, inclusive o peso do implemento, 7,256 kg, correspondente a 16 libras inglesas, que era precisamente o que pesavam os projéteis dos famosos canhões britânicos do início do século XIX. As primeiras marcas registradas pertencem ao inglês Herbert Williams, que em Londres, em 28 de maio de 1860, lançou o peso a 10,91 m, e o da Era IAAF ao americano Ralph Rose, que em 21 de agosto de 1909 arremessou 15,54 m em São Francisco. William Parry O’ Brien revolucionou esta prova, criando um novo estilo, no qual o atleta começa o movimento de costas para o local do arremesso. Parry O’ Brien venceu os Jogos Olímpicos de Helsinque e Melbourne, ganhou a prata em Roma e ainda se classificou em 4º lugar em Tóquio 12 anos depois de iniciar a sua carreira olímpica. Foi também o primeiro atleta a vencer mais de 100 competições consecutivas. No Brasil, o primeiro recorde reconhecido foi do atleta E. Engelke, vencedor do primeiro Campeonato Brasileiro de 1925, com a marca de 11,81 metros. Saltos As provas de salto podem ser divididas em provas de salto vertical e de salto horizontal. Dentre as provas de salto vertical, temos o salto em altura e o salto com vara. As provas de salto horizontal envolvem o salto em distância chamado também de salto em comprimento e o salto triplo ou triplo salto. Os atletas tomam impulso numa pequena pista de balanço, objetivando maior distância no salto. O salto em altura, que tem por objetivo ultrapassar uma barra horizontal (fasquia), é realizado mediante tentativas. A fasquia é colocada em determinada altura à qual os atletas devem tentar saltar. Se conseguirem, os atletas progridem para a próxima altura a que os Juízes colocarem a fasquia. Qualquer atleta que realize três derrubes da fasquia (3 ensaios nulos), será impedido de continuar, sendo creditado com a marca correspondente à maior altura em que conseguiu realizar um ensaio válido. O salto com vara funciona do mesmo modo, mas neste salto, o atleta tem o apoio de uma vara. Em ambos os saltos, há um colchão para amortecer a queda do atleta após o salto. Atleta na prova de salto em distância ou salto em comprimento. No salto em distância e no salto triplo / triplo salto, o atleta faz sua aterrissagem numa caixa de areia. Há uma tábua de chamada na pista que indica o limite máximo de corrida de balanço antes do salto; caso o atleta ultrapasse ou toque nessa marca, realizará um ensaio nulo. Caso tenha saltado antes da tábua de chamada, a distância do ensaio será considerada apenas entre o limite na tábua de chamada até o local onde aterrissou. É importante destacar que vale o ponto de aterrissagem mais próximo à tábua de chamada. Provas combinadas Algumas competições esportivas envolvem uma combinação de várias modalidades, no intuito de consagrar um atleta mais completo. As provas oficiais do decatlo (para os homens) e do heptatlo (para as mulheres) combinam corridas, saltos e lançamentos. Os atletas pontuam de acordo com as suas marcas nas provas individuais (tendo por base uma tabela de conversão de marcas por pontos), e esses pontos são somados para definir o vencedor. A pista A pista de corrida normalmente contém 8 raias, cada uma com 1 metro e 22 centímetros que são os caminhos pelos quais os atletas devem correr. Deste modo, a largura da pista é de no mínimo 10 metros, com algum espaço além das raias interna e externa. Uma pista oficial de atletismo é constituída de duas retas e duas curvas, possuindo raias concêntricas; tem o comprimento de 400 metros na raia interna (mais próxima ao centro). A raia mais externa é mais longa, possuindo 449 metros. Nas corridas de curta distância, os atletas devem permanecer nas raias a partir das quais largaram. Nas corridas de média e longa distância, os atletas não precisam correr nas raias, e geralmente se encaminham para a raia mais interior, evitando percorrer distâncias maiores. A pista coberta Terá de se situar num recinto completamente fechado, coberto e provido de iluminação, aquecimento e ventilação, que lhe dê condições satisfatórias para a competição. O local deverá incluir uma pista oval com 200 metros; uma pista reta para as corridas de velocidade (60 metros) e de barreiras; pistas de balanço e áreas de queda para saltos. Deverá dispor-se, para além disso, de um círculo e sector de queda para o lançamento do peso, sejam eles permanentes ou temporários. Todas as pistas, pistas de balanço ou áreas de chamada, terão de estar cobertas com um material sintético ou ter uma superfície de madeira. As de material sintético deverão, preferencialmente, permitir a utilização de bicos de 6 mm nos sapatos dos atletas. Os responsáveis pelo local poderão autorizar dimensões alternativas, notificando os atletas acerca dessa permissão quanto à dimensão dos bicos (ver Regra 143.4). Problemas com o vento Em provas de saltos em distância e corridas curtas, os recordes só são válidos se o vento que estiver a favor não ultrapassar a marca de 2 metros por segundo. Nas corridas longas, o vento não influi decisivamente, pois o atleta pega também lufadas de frente quando faz uma curva e muda de direção. Ver também Campeonato Mundial de Atletismo Campeonato Mundial de Atletismo em Pista Coberta Liga de Diamante Pista de atletismo World Athletics Lista de recordes mundiais do atletismo Lista de recordes olímpicos do atletismo Ligações externas Federação Mundial de Atletismo Federação Paulista de Atletismo Confederação Brasileira de Atletismo Federação Portuguesa de Atletismo Desportos olímpicos Educação física
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Lepus (Lep), a Lebre, é uma constelação do hemisfério celestial sul logo ao sul do equador celeste, abaixo da constelação de Orion, e possivelmente representando uma lebre sendo caçada por Orion, o caçador. Lepus uma das 48 constelações de Ptolomeu, e figura também entre as 88 constelações modernas. O genitivo, usado para formar nomes de estrelas, é Leporis. Localização Lebre se situa imediatamente ao sul da constelação de Órion e a oeste da constelação Cão Maior. Localizar Lebre é portanto fácil. Ela deve sua sobrevivência em tal entorno a sua relativa discrição, sendo suas estrelas relativamente menores (mag 3) que as de seus vizinhos. Estrelas Principais Alfa – Arneb - estrela de magnitude visual 2.58, absoluta -5.40; dista 1284 anos-luz e tem 73 raios solares; temperatura superficial 7200 K e classe espectral F0I-b. Beta - Nihal - é uma binária aproximada com companheira tênue; magnitudes 2.8 e 11; separação 2.5". estrela de magnitude visual 2.81, absoluta -0.63; dista 159 anos-luz e tem 12 raios solares; temperatura superficial 5080 K e classe espectral G5II. Gama Leporis - é uma larga binária com coloração em leve contraste, amarelo e laranja e magnitudes 3.7 e 6.3; separação 96.3". estrela de magnitude visual 3.59, absoluta 3.82; dista 29 anos-luz e tem 1.38 raios solares. Classe espectral F7V; temperatura superficial 6280 K. Delta Leporis - estrela de magnitude visual 3.76, absoluta 1.07; dista 112 anos-luz e tem 6.2 raios solares. Classe espectral G8III; temperatura superficial 5570 K. Épsilom Leporis - estrela de magnitude visual 3.19, absoluta -1.02; dista 226 anos-luz e tem 24 raios solares; temperatura superficial 4590 K e classe espectral K4III. Zeta Leporis - estrela de magnitude visual 3.55, absoluta 1.88; dista 70 anos-luz e tem 1.6 raios solares; temperatura superficial 8970 K e classe espectral A2V. Eta Leporis - estrela de magnitude visual 3.71, absoluta 2.82; dista 49 anos-luz e tem 1.7 raios solares. Classe espectral F1V; temperatura superficial 7050 K. Kappa Leporis - é um sistema fixo de magnitudes 4.5 e 7.4; separação 2.6". Mu Leporis - é uma variável tipo alfa CV que oscila de 2.97 a 3.41 cada dois dias. estrela de magnitude visual 3.29, absoluta -0.47; dista 184 anos-luz e tem 3.5 raios solares; temperatura superficial 10500 K e classe espectral B9IV. Rho Leporis - é uma variável tipo alfa Cygni e flutua de 3.83 a 3.90. h3750 – é uma binária fixa com magnitudes 4.7 e 8.5; separação 4.2". h3752 – sistema múltiplo com par AB possuindo magnitudes 5.5 e 6.5 e separação aparente 3.1". C tem magnitude 9 e está separado 59". R Leporis - é uma variável de longo-período tipo Mira e oscila de 6 a 11.5 com período de 427.07 dias, podendo oscilar de 427 a 440 dias. A estrela arde com um intenso vermelho; John Russell Hind (em 1845) a descreveu como "uma gota de sangue no fundo do céu". Infelizmente, quando a estrela atinge o máximo, perde muito da sua cor. Objetos do céu profundo A área da abóboda celeste ocupada pela constelação de Lebre conta com o Messier 79 - (NGC 1904), um aglomerado globular pequeno distante a 41.000 anos-luz.
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Órion, Oríon ou Orion é uma das oitenta e oito constelações modernas. O genitivo, usado para formar nomes de estrelas, é Orionis. Está localizada no equador celeste e, por este motivo, é visível em praticamente todas as regiões habitadas da Terra. A época mais favorável para sua observação se dá principalmente nas noites de verão no hemisfério sul, em dezembro e janeiro. A constelação de Órion é notável pela presença de muitas estrelas brilhantes, que formam figuras de fácil reconhecimento. A gigante azul Rígel e a gigante vermelha Betelgeuse apresentam maior brilho e, juntamente com Bellatrix e Saiph compõem o quadrilátero principal. Em seu centro figuram Alnitak, Alnilam e Mintaka, três estrelas de brilho similar alinhadas que constituem o Cinturão de Órion, asterismo conhecido popularmente como Três Marias. Órion também possui numerosos objetos do céu profundo, sobretudo nebulosas. A mais notável é a Nebulosa de Órion, única visível a olho nu que, a cerca de anos-luz, é uma das regiões de formação estelar mais próximas. A constelação também abriga outras nebulosas emblemáticas, incluindo a Nebulosa escura Cabeça de Cavalo e a Nebulosa da Chama, além de muitas outras nuvens que compõem o Complexo de Nuvens Moleculares de Órion. De fato, muitas das estrelas gigantes azuis originaram-se dessas nuvens moleculares e hoje iluminam o material remanescente. A constelação abriga o radiante de uma chuva de meteoros denominada Oriônidas, cujo pico acontece no final de outubro quando a Terra cruza com os fragmentos deixados pelo cometa Halley. Por ser um conjunto proeminente de estrelas, foram atribuídos vários significados à constelação por diversas culturas em todo o mundo. Sua denominação moderna provém do personagem da mitologia grega Órion, o caçador, que, segundo algumas versões, se apaixonou pela deusa Ártemis, mas foi morto por um escorpião e eternizado nos céus sob a forma de constelação. Órion figura na esfera celeste segurando um porrete na mão direita e uma pele de leão (ou escudo) no braço esquerdo. Características Órion é uma das oitenta e oito constelações modernas. É uma das constelações mais facilmente reconhecíveis pela quantidade de estrelas brilhantes presentes e a presença de asterismos facilmente distinguíveis. Estende-se por uma área de 594 graus quadrados na esfera celeste, correspondendo a somente 1,4% de todo o céu, sendo a vigésima sexta constelação em ordem de área. Em sentido horário limita-se com Gemini (Gêmeos), Taurus (Touro), Eridanus (Rio Erídano), Lepus (Lebre) e Monoceros (Unicórnio). O equador celeste corta o centro da constelação, o que a torna visível em praticamente todas as regiões habitadas da Terra, desde a latitude 74°N até 67°S. A melhor época para observação da constelação é durante o mês de janeiro (inverno no hemisfério norte e verão no hemisfério sul). Uma das formas mais fáceis de se localizar Órion é encontrar o asterismo do Cinturão de Órion, popularmente conhecido como Três Marias, uma série de três estrelas alinhadas e igualmente espaçadas (Alnitak, Alnilam e Mintaka). Este asterismo situa-se no centro de um quadrilátero de estrelas brilhantes. Uma das estrelas mais brilhantes deste quadrilátero, chamada Betelgeuse, apresenta um brilho vermelho característico. No canto oposto, destaca-se Rígel com um brilho azulado. As outras duas estrelas são Bellatrix (próxima a Betelgeuse, sendo que estas duas formam os ombros do caçador) e Saiph (que, junto com Rígel, são seus pés ou joelhos). Um conjunto de estrelas de menor brilho enfileiradas pouco ao sul do cinturão constituem a espada de Órion. Próximo a Bellatrix uma série de estrelas forma o escudo do caçador, enquanto que, a partir de Betelgeuse, outras estrelas de menor brilho formam seu braço levantado. Ainda, pouco acima da linha entre Betelgeuse e Bellatrix, a estrela Meissa representa a cabeça do caçador. Navegação A constelação de Órion, por estar repleta de estrelas brilhantes, pode servir como guia para se encontrar outras estrelas importantes no céu. Formando-se uma linha imaginária partindo de Rígel e passando por Betelgeuse encontra-se Pólux e Castor, as estrelas mais brilhantes de Gêmeos. As três estrelas do cinturão apontam para Sirius, a estrela mais brilhante do céu em Cão Maior e, na direção oposta, guiam até Aldebaran, uma estrela avermelhada em Touro. Outra linha, partido de Bellatrix e passando por Betelgeuse leva a Procyon, a principal estrela da constelação de Cão Menor. Betelgeuse, Sirius e Procyon formam o asterismo do Triângulo de Inverno (no hemisfério norte, verão no hemisfério sul), facilmente reconhecível. Objetos celestes A constelação de Órion é notável pela diversidade de objetos celestes presentes. São muitas nebulosas presentes na constelação, incluindo a Nebulosa de Órion, a mais brilhante de todo o céu, visível a olho nu. Esta abundância deve-se à presença do Complexo de Nuvens Moleculares de Órion relativamente próximos ao nosso planeta. Estas nuvens também foram o material de origem de muitas das estrelas mais brilhantes da constelação. De fato, a constelação é abundante na quantidade de estrelas gigantes azuis, algumas das mais brilhantes visíveis, como Rígel e Bellatrix. Betelgeuse, uma gigante vermelha, também inclui-se nesta lista. Estrelas A constelação de Órion é notável pela quantidade de estrelas facilmente distinguíveis concentradas em uma região do céu. Uma das principais é Betelgeuse (Alfa orionis), uma estrela de primeira magnitude caracterizada por seu brilho avermelhado. De fato trata-se uma estrela supergigante vermelha que, se colocada no lugar do Sol, se estenderia para além da órbita de Marte. Sua extensão é tamanha que é possível distinguir seu disco estelar mesmo estando a 430 anos-luz de distância. São percebidas no disco estelar regiões com maior brilho e, ao seu redor, nuvens de gases e poeira, que são responsáveis pela variação errática do seu brilho. Sua coloração avermelhada e características indicam que Betelgeuse está num estado evolutivo avançado, quando o hidrogênio praticamente se exauriu de seu interior. Rígel, embora na designação de Bayer seja denominada Beta Orionis, é a estrela mais brilhante da constelação. Apesar de estar a quase o dobro de distância em comparação com Betelgeuse, a supergigante azul possui um notável brilho, vezes mais intenso que o brilho do Sol, apresentando uma magnitude visual de +0,13. Rígel possui ainda duas estrelas companheiras menores, ofuscadas pelo brilho da estrela principal. Ao lado de Rígel, a estrela Saiph (Kappa Orionis), de segunda magnitude, é de fácil reconhecimento. Também uma estrela supergigante, emite um brilho branco azulado. No entanto, apesar da distância e tamanho comparável, seu brilho é menor que de Rígel pelo fato de que boa parte da energia emitida pela estrela se encontra na faixa do ultravioleta. Bellatrix (Gama Orionis), de segunda magnitude é a terceira estrela mais brilhante da constelação, com aspecto branco azulado, classificada de acordo com suas características espectrais como uma estrela gigante com temperatura da ordem de K, embora seu tamanho seja substancialmente menor que as demais componentes do grupo, com apenas nove massas solares. Eta Orionis, localizada a sudeste do cinturão principal, é na verdade um sistema quádruplo composto por duas estrelas massivas azuis, além de uma estrela menor que, ao eclipsar a estrela principal, causa uma queda de 0,15 na magnitude visual da estrela, bem como outra estrela mais afastada das demais. Sigma Orionis ao sul de Alnitak, é um sistema estelar múltiplo com brilho de quarta magnitude. O par principal (Sigma Ori A e B) é composto de duas estrelas gigantes azuis. Outro par (Sigma Ori D e E) são estrelas anãs menores, sendo que a última apresenta teor de hélio anormalmente alto. Sigma Ori C é uma anã com brilho fraco em comparação com as demais, de nona magnitude. No catálogo de Bayer, Pi Orionis é composto de um conjunto de sete estrelas de brilho menor enfileiradas em sequência que formam o escudo de Órion. O grupo, no entanto, apresenta componentes bem distintos. Pi1 Orionis e Pi2 Orionis são estrelas anãs com magnitudes de 4,60 e 4,35, respectivamente. Pi3 Orionis, também é uma anã branca, situada a apenas 26 anos-luz da Terra. Pi4 Orionis, por sua vez, é um sistema binário composto por uma gigante e uma subgigante azul, a mais de 1 250 anos-luz de distância. Pi5 Orionis situa-se ainda mais longe, a 1 342 anos-luz. Por fim, Pi6 Orionis é uma estrela gigante laranja a quase mil anos-luz. No entanto, uma das características mais distintas da constelação de Órion é o seu cinturão, formado por três estrelas similares alinhadas com aproximadamente a mesma distância visual. Mintaka (Delta Orionis) Alnilam (Epsilon Orionis) e Alnitak (Zeta Orionis) possuem um brilho similar branco azulado. No entanto, Mintaka e Alnitak são sistemas binários com distância de aproximadamente 800 anos-luz. Alnilam, por sua vez, situa-se a mais de anos-luz da Terra e, mesmo assim, é a mais brilhante do trio por ser uma supergigante azul, que supera em vezes a luminosidade do Sol. Ao sul do cinturão de Órion situa-se outro asterismo, a espada de Órion, com algumas estrelas de menor brilho visualmente enfileiradas. A mais proeminente é Hatysa (Iota Orionis), com uma magnitude aparente de +2,77, mesmo estando a mais de anos-luz de distância. Na verdade trata-se de um sistema quádruplo do qual o principal componente é uma supergigante azul, orbitada por uma estrela menor, mas também gigante e azul, além de outras duas estrelas de menor porte. Iota Orionis é o componente mais brilhante do aglomerado aberto NGC 1980, que contém cerca de duas mil estrelas e está localizado próximo à Nebulosa de Órion, situando-se pouco a frente da mesma, a cerca de mil anos-luz de distância. As duas principais estrelas do sistema Iota Orionis são binárias espectroscópicas, cuja órbita excêntrica seria resultado de encontro de outros dois sistemas binários, sendo que outros dois componentes dos antigos sistemas, AE Aurigae e Mu Columbae foram gravitacionalmente arremessadas em direções opostas para fora do conjunto, passando a ser estrelas em fuga. Nas proximidades estão Theta1 Orionis e Theta2 Orionis sendo que a primeira, quando observada por um instrumento óptico, revela-se como sendo na verdade quatro estrelas que constituem o Alglomerado do Trapézio, um conjunto de estrelas azuis e massivas recém-formadas a partir do material da nuvem molecular circundante, a Nebulosa de Órion. Pouco acima da linha entre Betelgeuse e Bellatrix encontra-se uma estrela de terceira magnitude, Meissa (Lambda orionis), também uma estrela jovem e massiva, de coloração branco azulada. Através de um telescópio, é possível identificar a estrela companheira do sistema binário do qual faz parte, sendo sua companheira menor de sexta magnitude também azul. Meissa faz parte de um aglomerado aberto, Collinder 69, composto de cerca de vinte estrelas jovens. De fato a multiplicidade de estrelas gigantes, jovens e extremamente brilhantes deve-se ao fato da existência de uma associações estelares denominada Associação OB1 de Órion, de acordo com a classe espectral dominante O e B, com coloração azul e branca. Embora as estrelas não estejam ligadas gravitacionalmente, são consideradas um conjunto por terem se formado na mesma época a partir da mesma nuvem de material interestelar. Esta associação é dividida em quatro subgrupos, um deles incluindo as estrelas principais do cinturão de Órion. GJ 3379 é a estrela da constelação que atualmente se encontra mais próxima do Sistema Solar, estando a cerca de 17,5 anos-luz de distância. Esta anã vermelha, no entanto, passou a somente 4,30 anos-luz do Sol há cerca de anos. Orbitando as estrelas em Órion já foram detectados sete planetas extrassolares. Dentre os mais notáveis inclui-se o sistema da estrela HD 38529, uma estrela de sexta magnitude que na verdade é um sistema binário, além de possuir dois exoplanetas e um disco de poeira ao redor do sistema. Nebulosas Na direção da constelação de Órion há uma concentração de nuvens moleculares que formam o Complexo de Nuvens Moleculares de Órion. Constitui-se de nebulosas, nebulosas escuras e estrelas recém-formadas que interagem entre si. Estruturas deste tipo são compostas sobretudo de hidrogênio e são o material a partir do qual ocorre a formação de novas estrelas. Embora existam muitos complexos de nuvens moleculares por toda a Via Láctea, este é o mais próximo do Sistema Solar, estando a cerca de anos-luz de distância, no mesmo braço espiral da galáxia em que estamos, o Braço de Órion. Visualmente estende-se por quase toda a constelação. Uma região menor, mas de especial interesse, localiza-se no asterismo da espada de Órion, ao sul de seu cinturão. a Nebulosa de Órion (Messier 42). Esta é a nebulosa com maior brilho aparente, sendo possível sua observação a olho nu como uma mancha difusa ao redor de Theta1 Orionis, em condições de céu sem poluição luminosa. O seu brilho deve-se ao fato de ser uma zona de formação estelar com cerca de vinte anos-luz de extensão, sendo que o vigor das estrelas massivas e jovens recém-formadas ioniza e ilumina os gases ao seu redor. A Nebulosa de Órion situa-se a cerca de anos-luz do nosso planeta. As estrelas do Aglomerado do Trapézio situam-se nas proximidades da nebulosa. Outro objeto do catálogo Messier, M43, constitui outra porção da nebulosa de Órion pouco a norte de seu centro. A constelação de Órion abriga ainda a nebulosa de reflexão M78, uma região de formação de novas estrelas a cerca de anos-luz. Sua observação é possível graças à reflexão da luz do sistema estelar triplo HD 38563. Ocupando a porção oeste da constelação encontra-se o Loop de Barnard, uma complexa nebulosa de emissão que visualmente assume a forma de um semicírculo. Seu brilho provém da do gás hidrogênio ionizado pela radiação emanada das estrelas nas proximidades. O formato aparente da estrutura em forma de bolha possivelmente é o resultando da expulsão dos gases por estrelas energéticas. Ao redor de Meissa, outra nuvem molecular, denominada Anel de Lambda Orionis (Sharpless 264), com diâmetro de mais de 150 anos luz, é iluminada pela imensa energia irradiada pela gigante azul. A origem desta nuvem é incerta, podendo ser tanto o material remanescente da formação de Meissa e suas companheiras quanto o remanescente de uma supernova que explodiu nas proximidades. No entanto, próximo a Alnitak no cinturão de Órion, há uma concentração notável de nebulosas brilhantes e escuras. Uma das mais emblemáticas é a Nebulosa Cabeça de Cavalo (Barnard 33), uma nuvem escura que se projeta e cria uma silhueta em frente à nebulosa de emissão IC 434 que, por sua vez, é iluminada pela estrela Sigma Orionis. Esta nebulosa tem um comprimento total de 18 anos-luz, sendo que a nebulosa Cabeça de Cavalo possui cerca de um ano-luz de extensão. Ao se expandir, a nebulosa escura interage com o meio interestelar, favorecendo o surgimento de estrelas de pequena massa. A leste de Alnitak está a Nebulosa da Chama, outra nebulosa de emissão com faixas visualmente escuras e opacas ao longo de sua extensão. No entanto, observações em infravermelho mostram intensa atividade de formação estelar. Embora visualmente próxima a Alnitak, a Nebulosa da Chama está a cerca de anos-luz, muito atrás da estrela. Próximo ao conjunto está também NGC 2023, uma nebulosa de reflexão que apresenta uma coloração azulada. isto porque uma estrela azul está envolvida em uma espessa camada de gás e poeira mas, mesmo assim, sua luminosidade é suficientemente forte para atravessar a nebulosidade e ser refletida pelas partículas que a compõem Outra nebulosa notável em Órion é a NGC 1999, que é iluminada pela estrela azul V380 Orionis, no centro da nebulosa. A característica mais notável, entretanto, é uma cavidade em sua região central, possivelmente criada por jatos emanando da estrela. No meio da nebulosa estão presentes também ojetos Herbig-Haro, que estão associados à formação de novas estrelas, quando a protoestrela passa a absorver os gases ao seu redor. No entanto, parte dos gases é arremessada em jatos perpendiculares ao disco de acreção, criando ondas de choque no interior da nebulosa. Outra nebulosa de Órion é a NGC 2022, uma nebulosa planetária resultante da morte de uma estrela comparável ao Sol, com um formato esferoide alongado, com extensão de cerca de um ano-luz e localizada a cerca de cinco mil anos-luz da Terra. Galáxias Apesar da quantidade de nebulosas presentes em Órion, outras galáxias distantes são visíveis na constelação. Dentre elas inclui-se a galáxia elíptica NGC 2110, uma galáxia Seyfert, que possui um núcleo muito mais ativo do que galáxias comuns, localizada a 107 milhões de anos-luz. Outro exemplo inclui a galáxia espiral barrada NGC 1924, a cerca de 117 milhões de anos-luz. Oriônidas Oriônidas é uma chuva de meteoros cujo radiante (ponto de onde parecem surgir os meteoros) localiza-se na porção noroeste da constelação de Órion, próximo ao limite da constelação de Gêmeos. Meteoros provenientes desta chuva de meteoros aparecem em outubro, sendo que o pico ocorre entre os dias 20 e 21 do mesmo mês. Eventualmente um segundo pico de atividade ocorre por volta do dia 24. Pelo fato de Órion estar situada próximo ao equador celeste, os meteoros de Oriônidas são visíveis tanto no hemisfério norte quanto no hemisfério sul. A observação ao longo da história indica uma taxa horária zenital de cerca de 25 meteoros, ou seja, são visíveis em média 25 meteoros a cada hora em boas condições. Os meteoros de Oriônidas são resultado da passagem da Terra pelos detritos deixados pelo cometa Halley, assim como a chuva de meteoros Eta Aquáridas. Atingindo a atmosfera a cerca de 66 km/s, os meteoros produzem riscos longos, rápidos e brilhantes no céu. Mitologia A constelação de Órion é uma das mais proeminentes da esfera celeste, sendo suas estrelas normalmente associadas à figura de um caçador ou guerreiro por muitas civilizações antigas, sobretudo pelo por lembrar uma figura humana. No entanto, a descrição moderna da constelação provém da mitologia grega, em que Órion é um caçador que, após sua morte, foi eternizado pelos deuses como uma constelação. Mitologia grega Existem diversas versões diferentes para a história do caçador. Uma das versões afirma que seria filho de Hirieu, rei de Beócia. Quando jovem, Órion teria cortejado Mérope, uma das Plêiades, companheiras da deusa Ártemis, mas ela não teria correspondido. Em outra versão, Mérope teria sido prometida a Órion, embora seu pai, Enopião, rei de Quios (uma ilha no Mar Egeu) adiava a data do casamento. Órion, então, perdeu a paciência com o rei e raptou sua filha. O rei então, por vingança, cegou o caçador. Ele passou, então, a vagar sem nenhum auxílio até que o deus Hefesto sentiu pena e mandou seu auxiliar Cedálion para ajuda-lo. Eles chegaram, então, até os deuses Hélio e Eos que ficaram comovidos e restauraram sua visão. Uma das versões afirma que Órion teria se apaixonado por Eos, o que irritou os deuses que exigiram que Ártemis, a deusa da caça, acertasse o homem com suas flechas. Outra versão conta que Órion teria se apaixonado por Ártemis e planejavam se casar, mas sua relação teria sido sabotada por seu irmão Apolo, que não concordava com a união entre uma deusa e um humano. Apolo desafiara Artemis a acertar um alvo flutuante distante no mar, e a deusa o fez, mas só ao se aproximar viu que sua flecha acertara, na verdade, Órion, conforme Apolo havia planejado. Em muitas outras versões, no entanto, a vida de Órion termina com uma trágica picada de escorpião, que teria sido colocada em seu caminho por Ártemis, por ter raptado uma de suas seguidoras. Outros contos relatam que Órion dizia conseguir abater qualquer animal, o que não agradou Gaia, que enviou um escorpião para mata-lo. Após sua morte, conforme relatado na maioria das versões, Zeus permitiu que Órion fosse eternizado nos céus a pedido de Ártemis. No entanto, Zeus fez com que o matador (escorpião) e sua vítima ficassem sempre afastados e, por este motivo, as duas constelações nunca aparecem ao mesmo tempo no céu. O caçador figura na esfera celeste segurando um escudo em sua mão esquerda (ou pele de leão) e uma clava em sua mão direita. Acompanhando-o estão seus dois cães de caça (Cão maior e Cão menor), bem como a lebre, sua caça. Outras concepções Pelo fato de ser uma constelação proeminente, as estrelas de Órion representam mitos em muitas outras culturas. Os sumérios conheciam a constelação como Sibzianna, um deus pastor, com as estrelas ao redor constituindo seu rebanho. os hititas conheciam a constelação como Aqhat, também o caçador mas que, morto por um homem que queria roubar seu arco a pedido de Anat, deusa apaixonada pelo caçador, caiu no mar. Para os mesopotâmicos era conhecida como Uru-anna (luz dos céus) que lutavam com Gut-anna (touro dos céus, atual constelação de Touro). Os egípcios também atribuíam significado mítico à constelação como sendo uma manifestação de Osíris em sua barcaça no céu. O cinturão de Órion, por ser um asterismo proeminente, também possui vários significados para diversas culturas. Para os peruanos, por exemplo, a estrela central do cinturão seria um criminoso que estaria sendo perseguido pelas duas estrelas das extremidades, Pata, para captura-lo. De acordo com um mito sul africano, as três estrelas seriam zebras que estariam sendo observadas por um leão feroz (Betelgeuse). Povos da Sibéria e da Mongólia associavam as três estrelas como veados, enquanto nativos norte-americanos associavam as estrelas a ovelhas, antílopes e cervos. Aborígenes no norte da Austrália viam três pescadores numa canoa. Para os índios tupi-guarani, as estrelas das constelações de Órion e Touro constituem, na verdade, o Homem Velho. Sua cabeça é formada pelo aglomerado das Híades em Touro e as Plêiades representam o penacho amarrado a sua cabeça. Bellatrix constitui a virilha do homem e Betelgeuse, vermelha, representa o local onde a perna do homem foi cortada, enquanto que as estrelas do cinturão e Saiph representam o joelho e o pé da outra perna, respectivamente. Seu braço esquerdo são as estrelas do seu escudo e, na mão oposta estaria um bastão utilizado para se equilibrar. De acordo com o mito dos indígenas, o homem seria casado com uma moça bem mais jovem, mas ela se apaixonou pelo irmão mais novo do marido. Para se relacionar com o cunhado, matou seu marido cortando sua perna direita. Os deuses, com pena, decidiram eternizá-lo em uma constelação. Ver também Astronomia Navegação astronômica Bibliografia Ligações externas
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A Ursa Maior (UMa) é uma grande e famosa constelação do hemisfério celestial norte. O genitivo em latim, usado para formar nomes de estrelas, é Ursae Majoris. As constelações vizinhas, segundo a padronização atual, são o Dragão, a Girafa, o Lince, o Leão Menor, o Leão, a Cabeleira de Berenice, os Pegureiros e o Boeiro. História A Ursa Maior foi vista de formas diversas por diferentes povos. Carl Sagan, em Cosmos, mostra em seis desenhos artísticos os nomes dados a este grupo de estrelas por diversas culturas. Seu nome era Ursa Maior para os antigos gregos e os nativos da América do Norte. A mitologia grega explica a formação da Ursa Maior como um castigo de Zeus sobre Calisto. Ursa Maior é uma das grandes constelações do Almagesto de Ptolomeu, sendo mais conhecida no norte atualmente pela parte de seu pontilhado que lembra um arado. Mitologia Na França, é A Caçarola, e na Inglaterra é O Arado. Na China, foi vista como O Burocrata Celestial, e na Índia como Os Sete Sábios. Na Europa, medieval era chamada A Carruagem, ou A Carroça de Charles. Na Mitologia nórdica, é tida como O Carro de Odin, que o deus usava quando se disfarçava de andarilho. Os egípcios enxergavam esta constelação dentro de outra maior e a desenharam como uma procissão de um touro aparentemente puxando um homem na horizontal. Está situada próximo do polo norte celeste. Ligações externas As Ursas que Zeus pôs nos Céus, Nuno Crato
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Delphinus (Del), o Golfinho ou Delfim, é uma constelação do hemisfério celestial norte. O genitivo, usado para formar nomes de estrelas, é Delphini. As constelações vizinhas, segundo a delineação contemporânea, são a Raposa, a Flecha, a Águia, o Aguadeiro, o Cavalo Menor, o Pégaso e o Cisne. Estrelas Principais Alfa – Sualocin - Estrela de magnitude 3.77, absoluta –0.57; distante 240 anos-luz e com 3.7 raios solares; tipo espectral B9V; Beta Delphini - é uma binária visual com órbita de 26.7 anos. Magnitudes 4.0 e 4.9; separação 0.5". Gama1 e gama2 - forma uma bela binária com cores amarelas. Alguns descrevem sua companheira como esverdeada ou azulada; magnitude 4.5 e 5.5; separação 9.6"; Delta – Rotanev – é a estrela mais brilhante da constelação. Estrela de magnitude 3.64, absoluta 1.26; distante 97 anos-luz e com 4.2 raios solares; tipo espectral F5IV; Struve 2725 - é uma dupla maravilhosa com magnitudes 7.3 e 8.0; separação aparente 5.7". R Delphini - é uma estrela variável de tipo Mira com um período de 285.07 dias e varia sua magnitude de 7.6 a 13.8. Objetos do céu profundo NGC 7006 - é um aglomerado globular muito distante, cerca de 200.000 anos-luz. Por isso é muito difícil de se observar. Ligações externas
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AutoCAD é um software do tipo CAD — computer aided design ou desenho auxiliado por computador - criado e comercializado pela Autodesk, Inc. desde 1982. É utilizado principalmente para a elaboração de peças de desenho técnico em duas dimensões (2D) e para criação de modelos tridimensionais (3D). Além dos desenhos técnicos, o software vem disponibilizando, em suas versões mais recentes, vários recursos para visualização em diversos formatos. É amplamente utilizado em arquitetura, design de interiores, engenharia civil, engenharia química , engenharia mecânica, engenharia geográfica , engenharia elétrica e em vários outros ramos da indústria. O AutoMAP é atualmente disponibilizado em versões para o sistema operacional Microsoft Windows e Mac OS, embora já tenham sido comercializadas versões para UNIX. A partir da versão R14 (publicada em 1997) potencializa a expansão de sua funcionalidade por meio da adição de módulos específicos para desenho arquitetônico, SIG, controle de materiais, etc. Outra característica marcante do AutoCAD é o uso de uma programação consolidada em linguagem interpretada, conhecida como AutoLISP (derivado da linguagem LISP) ou uma variação do Visual Basic que permitem personalizações de rotinas e comandos. Interpreta também sequências de comandos comuns gravados em arquivos de texto geralmente com a extensão .scr carregados através do comando script, estes sem relação com a linguagem lisp, embora possam também conter este código.// Os seus comandos peristáficos são Osnap e Ortho, embora centralizações no osnap sejam adicionados a cada atualização, notou-se que ao desenharmos um círculo ou arco com o comando ortho ligado, poderão haver desníveis na linha circunferência, fazendo com que a circunferência não esteja lisa. Este erro é notável desde a versão K29 lançada em 2010. Versões AutoCAD AutoCAD Versão 1.0 (Release 1.0) - Dezembro 1982 Dezembro de 82 a Autodesk Lança o AutoCAD v.1.0 (R1). A especificação R1 não existia, serve apenas como referência. AutoCAD Versão 1.2 (Release 2.0) - Abril 1983 AutoCAD Versão 1.3 (Release 3.0) - Agosto 1983 AutoCAD Versão 1.4 (Release 4.0) - Outubro 1983 AutoCAD Versão 2.0 (Release 5.0) - Outubro 1984 AutoCAD Versão 2.1 (Release 6.0) - Maio 1985 Maio de 85 a Autodesk Lança o AutoCAD v.2.1 (R6) as mudanças no AutoCAD começam a ser marcantes, pois nesta versão surgia os comandos E-LEV, VPOINT, HIDE Permitindo extrusões e visualização da plotagem. É nesta versão que o AutoCAD começa a trabalhar em 3D. AutoCAD Versão 2.5 (Release 7.0) - Junho 1986 Junho de 86 a Autodesk Lança o AutoCAD v.2.5 (R7) o espaçamento entre os lançamentos das atualizações são compensadas pelas evoluções no programa. AutoCAD Versão 2.6 (Release 8.0) - Abril 1987 Abril de 87 a Autodesk Lança o AutoCAD v.2.6 (R8) chegam os comandos 3DLINE (linha 3D), 3DFACE (plano em 3D). AutoCAD Release 9.0 - Setembro 1987 Setembro de 87 surge o AutoCAD Release 9, muito semelhante à versão 2.6, porém com o pull-down menu, o AutoCAD começa ser mais interativo. AutoCAD Release 10.0 - Outubro 1988 Outubro de 88 surge o AutoCAD Release 10, O AutoCAD se torna mais profissional, um novo sistema de coordenadas UCS (User Coordinates System) novos recursos em 3D comandos como: 3DPOLY, 3DMESH, RULE-SURF, VIEWPORTS, etc. AutoCAD Release 11.0 - Outubro 1990 Outubro de 90 surge o AutoCAD Release 11 para MS-DOS ou UNIX, oferecia suporte a redes, maior controle das variáveis de dimensionamento. O AutoCAD começava a se impor como plataforma. AutoCAD Release 12.0 - Junho 1992 Junho de 92 surge o AutoCAD Release 12 para MS-DOS ou UNIX, Com mais recursos em 2D, se estabelece como plataforma bastante popular no mundo todo. Os recursos em 3D passam a ser um módulo vendido separado como 3D AME, a adoção de caixas de diálogo para funções acessíveis antes somente pela linha de comando o tornam mais fácil de trabalhar AutoCAD Release 12.1 - Março 1993 Março de 93 surge o AutoCAD Release 12 For Windows, mais fácil de ser personalizado, com uma caixa flutuante de ícones para acesso aos comandos mais usados. AutoCAD Release 12.2 - Novembro 1993 Novembro de 93 surge o AutoCAD LT For Windows que é basicamente o mesmo AutoCAD R12, porém com menos recursos, dirigido para pequenos usuários que procuram um Programa CAD de baixo custo. AutoCAD Release 13.0 - Dezembro 1994 Dezembro de 94 surge o AutoCAD Release 13. Inicialmente era tanto para MS-DOS, Windows e UNIX, mas o que deveria ser um programa polivalente causou uma grande dor de cabeça aos usuários, pois foi o AutoCAD mais instável de todos, mas com grandes avanços como a toolbar com funções de acesso rápido, funções de layers (como por exemplo, ligar/desligar), que antes era somente pela caixa de diálogo ou linha de comando, o bastante esperado recurso de importar figuras nos formatos GIF, TIFF, BMP e JPG e poder trabalhar com imagem vetorial e raster ao mesmo tempo, o uso de textos completos e não apenas linhas individuais (MTEXT), e fontes TrueType incrementaram as opções e corretor ortográfico foram algumas das inovações. A Autodesk resolve unificar o lançamento de sua versão principal com a do seu programa mais simples o AutoCAD LT R13. AutoCAD Release 13.1 - Outubro 1995 Outubro de 95 surge o AutoCAD Release 13 for Windows, com uma versão específica para o Windows 95 tornou-se mais estável. Mas muitos usuários ainda preferiam o R12. AutoCAD Release 14.0 - Março 1997 Março de 97 surge o AutoCAD Release 14 for Windows. Acaba a versão para DOS e UNIX. Poderoso, oferecendo a estabilidade do R12 e as facilidades do R13, fixa como a plataforma mais usada no mundo dominando perto dos 70% do mercado mundial de CAD. Apesar dos recursos 3D evoluírem bastante, a Autodesk, começa a direcionar os usuários em 3D para ferramentas mais específicas como o Autodesk Mechanical Desktop já na sua versão 3, mas a evolução das ferramentas de trabalho em 2D não param de evoluir, modos de seleção são simplificados, novos comandos como por exemplo: o Autotrack (o Osnap fica mais interativo) o uso da tecla F3 para ligar/desligar o OSNAP, o sistema de plotagem também melhora. Sendo possível armazenar as configurações de plotagem num arquivo externo facilitando a padronização. Surge uma única caixa de diálogo para configurar o sistema e preferências entre outras benfeitorias. AutoCAD Release 14.1 - Junho 1998 Em junho de 98 surge o AutoCAD Release 14 em língua portuguesa. Mas os usuários experientes de AutoCAD não se interessaram pela versão, pois já estavam acostumados com os comandos em inglês, juntando a isso uma tradução duvidosa, como por exemplo: o comando OFFSET, que faz cópias paralelas, tinha o nome: COPPAR; o comando ARRAY que faz cópias múltiplas, tinha o nome de MATRIZ. Para os iniciantes seria uma boa opção, mas muito poucas empresas se dispuseram a comprá-lo. AutoCAD 2000 (Release 15.0) - Março 1999 Março de 1999 a Autodesk lança o AutoCAD 2000 (Release 15) como uma evolução natural do R14 mais poderoso de todas as versões, porém a versão anterior do AutoCAD é tão eficiente, que grande parte das empresas não fizeram a atualização, os grandes destaques ficam por conta, da plotagem onde os parâmetros ficam gravados no próprio desenho, a opção de criar quantos layouts, forem necessários com parâmetros distintos, o comando DDMODIFY desaparece e surge o comando PROPERTIES, muito mais completo, podendo alterar, todos os parâmetros no mesmo local, surge também o DESIGN CENTER, que permite pesquisar e importar STYLE’s, BLOCK’s e LAYER’s dos desenhos sem abri-los. E a possibilidade de abrir vários desenhos ao mesmo tempo. AutoCAD 2000i (Release 15.1) - Julho 2000 Em Julho de 2000 foi lançado o AutoCAD 2000i (Release 15.1). Esta foi uma versão baseada na internet, para conseguir o máximo destas ferramentas de negócios essenciais. Como a plataforma de desenho na internet, o AutoCAD 2000i ofereceu a base para as soluções Autodesk, servindo para as indústrias de arquitetura, engenharia, construção, comunicações, governos, utilidade pública, topografia e manufatura. Combinando o poder do design e a internet em um software eficiente. AutoCAD 2002 (Release 15.2) - Junho 2001 Em Junho de 2001 foi lançado o AutoCAD 2002 (Release 15.2). Como destaques podemos citar a cota associativa, o novo gerenciamento dos blocos com atributos, o comando ARRAY ganhou uma caixa de diálogo, capacidade de manipular a geometria do desenho e visualizar a mudança correspondente imediata na dimensão ou anotação. Novas ferramentas de layer, de texto e de atributos, entre outros. AutoCAD 2004 (Release 16.0) - Março 2003 Em Março de 2003 foi lançado o AutoCAD 2004 (Release 16.0). Ele é uma remodelagem do AutoCAD 2002, oferecendo novas e melhoradas funcionalidades que permitem criar com rapidez, compartilhar com facilidade e administrar com eficiência. AutoCAD 2004 oferece novas características como ferramentas de produtividade, uma interface modernizada, e gráficos da apresentação para a criação dos dados mais rápidos e produtivos. Oferece proteção por senhas, ferramenta padrão CAD e um formato DWF multifolha, facilitando o compartilhamento de informação. AutoCAD 2005 (Release 16.1) - Março 2004 Em março de 2004 foi lançado o AutoCAD 2005 (Release 16.1). Dentre as novidades ressaltamos o comando para criar tabelas. Outra inovação é o suporte a um número ilimitado de Camadas. O novo comando Campo sim-plifica as tarefas de criar posicionar e editar os textos. Um campo pode ser usado como um marcador de posição para conteúdos que possam sofrer alterações durante o projeto. AutoCAD 2006 (Release 16.2) - Março 2005 Em março de 2005 foi lançado o AutoCAD 2006 (Release 16.2). A interface foi melhorada. Inclusão de funcionalidade que permite uma migração das personalizações, entre versões anteriores do AutoCAD e a nova. Modo de seleção colorido. Entrada Dinâmica foi projetada para substituir a janela Comando. Calculadora com inúmeras funções. Melhoras no comando Texto. Tabela com possibilidade de cálculo. Comando "Hatch" melhorado. Blocos Dinâmicos. Paletas de Ferramentas melhoradas. AutoCAD 2007 (Release 17.0) - Março 2006 Em Março de 2006, foi lançado o AutoCAD 2007. O novo AutoCAD 2007 disponibiliza novas formas de trabalhar: uma nova forma de conjugar o desenho 2D com o modelo 3D, uma nova forma de projetar, visualizar, apresentar e documentar. Sucintamente, trata-se do projeto conceitual, que nos permitirá antever possíveis falhas e, de uma forma ou de outra, tornar-nos mais céleres e produtivos. Agora com possibilidade de publicar os arquivos de desenho em formato PDF. Esta versão está orientado a melhorar a capacidade dos projetistas de criar, navegar e editar um projeto conceitual, apresentar claramente o projeto a um público não-técnico e posteriormente documentar o projeto com facilidade utilizando todas as poderosas ferramentas de desenho do AutoCAD. Algumas das novas funcionalidades do AutoCAD 2007: Ferramentas avançadas de desenho conceitual que ajudam o usuário a projetar mais facilmente; Comandos avançados para visualização de projetos; Comandos para criar cortes e fachadas, blocos dinâmicos e tabelas avançadas; Exporta arquivos DWG de versões anteriores; Importa arquivos DWF e Gera arquivos PDF entre outras funcionalidades. Introdução do formato de ficheiro DWG 2007. AutoCAD 2008 (Release 17.1) - Março 2007 Em Março de 2007, a Autodesk lançou o AutoCAD 2008. Traz novidades na produtividade de desenhos com novas ferramentas para gerenciar escalas de cotas, textos e objetos, como elementos de anotação do projeto. AutoCAD 2009 (Release 17.2) - Março 2008 Em Março de 2008, a Autodesk lançou o AutoCAD 2009. Novidades no visual e melhorias na navegação 3D são os destaques desta versão. Há também uma melhora na compatibilidade com o Windows Vista, depois de alguns problemas gerados na versão 2008 AutoCAD 2010 (Release 18.0) - Março 2009 Esta nova versão do AutoCad traz grandes novidades, a interface em relação a versão anterior não mudou. Houve o acréscimo de ferramentas de desenho paramétrico, definição de sistema de trabalho, localização de comandos, melhoria nas hachuras, tabela de propriedade dos blocos dinâmicos, Autodesk Seek, Free-form, Anexar arquivos PDF e impressão em 3D. Outra novidade importante é que o AutoCad 2010 tem desempenho melhor que suas versões de 2007 - 2009. Introdução do formato de ficheiro DWG 2010. AutoCAD 2011 (Release 18.1) - Março 2010 AutoCAD 2012 (Release 18.2) - Março 2011 AutoCAD 2013 (Release 19.0) - Março 2012 Introdução do formato de ficheiro DWG 2013. Esta nova versão do AutoCad traz novidades, a interface em relação a versão anterior não mudou. Houve o acréscimo de ferramentas de desenho paramétrico, definição de sistema de trabalho, localização de comandos, melhoria nas hachuras, tabela de propriedade dos blocos dinâmicos, Autodesk Seek, Free-form, Anexar arquivos PDF e impressão em 3D AutoCAD 2014 (Release 19.1) - Abril 2013 AutoCAD 2015 (Release 19.2) - Julho 2014 AutoCAD 2016 (Release 20.0) - Março 2015 AutoCAD 2017 (Release 21.0) - Março 2016 AutoCAD 2018 (Release 22.0) - Março 2017 AutoCAD 2019 (Release 23.0) - Março 2018 AutoCAD 2020 (Release 23.1) - Março 2019 AutoCAD 2021 (Release 24.0) - Março 2020 Versões AutoCAD LT Existe também versões do AutoCAD LT, LT vem de "LimiTed", que são mais simplificadas. Para se avaliar o custo de uma destas versões é aproximadamente, entre 700 a 800 dólares americanos em comparação ao valor de 3.000 dólares americanos da versão completa do AutoCAD. Programação O AutoCAD permite adicionar novas funcionalidades através de várias linguagens, das quais destacam-se: AutoLISP - Uma adaptação do LISP para AutoCad. Visual LISP - Nova versão do AutoLISP para as últimas versões do AutoCAD, com mais funções e uma IDE integrada. VBA - Programação com Visual Basic. .NET - Acesso a diversas funcionalidades através de bibliotecas. Permite qualquer linguagem compatível. ObjectARX - Permite criar novos comandos e entidades gráficas com C++. Resumo dos Tipos de Arquivos Exportados Opções do Comando Export: Metafile (.wmf) ACIS (*.sat) Lithography (*.stl) Encapsulated PS (*.eps) DXX Extract (*.dxx) Bitmap (*.bmp) 3D Studio (*.3ds) Block (*.dwg) Ver também LISP Desenho arquitetônico Computação Gráfica CAD CAAD Desenho NormaCAD Ligações externas Site oficial do produto Dicionário de comandos AutoCAD EN-PT Curso de Autocad em São Paulo Software de 1982 Editores de imagem tridimensional Programas para Mac OS Classic
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O pós-modernismo é um amplo movimento que se desenvolveu em meados do século XX através da filosofia, das artes, da arquitetura e da crítica, marcando um afastamento do modernismo. O termo tem sido aplicado de maneira mais geral para descrever uma era histórica que se segue à modernidade e às tendências dessa era. O pós-modernismo é geralmente definido por uma atitude de ceticismo, ironia ou rejeição em relação ao que descreve como as grandes narrativas e ideologias associadas ao modernismo, muitas vezes criticando a racionalidade do Iluminismo e concentrando-se no papel da ideologia na manutenção do poder político ou econômico, principalmente na filosofia pós-moderna do pós-estruturalismo. Pensadores pós-modernos frequentemente descrevem reivindicações de conhecimento e sistemas de valores como contingentes ou socialmente condicionados, descrevendo-os como produtos de discursos e hierarquias políticas, históricas ou culturais. Alvos comuns da crítica pós-moderna incluem ideias universalistas de realidade objetiva, moralidade, verdade, natureza humana, razão, ciência, linguagem e progresso social. Assim, o pensamento pós-moderno é amplamente caracterizado por tendências à autoconsciência, autorreferencialidade, relativismo epistemológico e moral, pluralismo e irreverência. As abordagens críticas pós-modernas foram adquiridas nas décadas de 1980 e 1990 e foram adotadas em várias disciplinas acadêmicas e teóricas, incluindo estudos culturais, filosofia da ciência, economia, linguística, arquitetura, teoria feminista e crítica literária, além de movimentos artísticos em áreas como literatura, arte contemporânea e música. O pós-modernismo é frequentemente associado a pensamentos pós-estruturalistas como desconstrução e crítica institucional, além de filósofos como Jean-François Lyotard, Jacques Derrida e Fredric Jameson. As críticas ao pós-modernismo são intelectualmente diversas e incluem argumentos de que o pós-modernismo promove obscurantismo, não tem sentido e que nada acrescenta ao conhecimento analítico ou empírico. Visão geral O pós-modernismo, referindo-se em geral à vertente filosófica do pós-estruturalismo, é uma postura intelectual ou modo de discurso definido por uma atitude de ceticismo em relação ao que descreve como as grandes narrativas e ideologias do modernismo, bem como a oposição à certeza epistêmica e à estabilidade do significado. Ele questiona ou critica pontos de vista associados à racionalidade do Iluminismo que remontam ao século XVII, e é caracterizada por ironia, ecletismo e sua rejeição à "validade universal" de oposições binárias, identidade estável, hierarquia e categorização. O pós-modernismo está associado ao relativismo e a um enfoque sobre a ideologia na manutenção do poder econômico e político. Os pós-modernistas geralmente são "céticos em relação a explicações que afirmam ser válidas para todos os grupos, culturas, tradições ou raças" e descrevem a verdade como relativa. Pode ser descrito como uma reação contra tentativas de explicar a realidade de maneira objetiva, alegando que a realidade é um constructo mental. O acesso a uma realidade não mediada ou ao conhecimento objetivamente racional é rejeitado com o argumento de que todas as interpretações dependem de quando são feitas; como tal, afirmações de fato objetivo são descartadas como "realismo ingênuo". O pensamento pós-moderno baseia-se na teoria crítica, que considera os efeitos da ideologia, da sociedade e da história na cultura. O pós-modernismo e a teoria crítica geralmente criticam as ideias universalistas de realidade objetiva, moralidade, verdade, natureza humana, razão, linguagem e progresso social. Inicialmente, o pós-modernismo era um modo de discurso sobre literatura e crítica literária, comentando a natureza do texto literário, significado, autor e leitor, escrita e leitura. O pós-modernismo se desenvolveu em meados do século XX, através da filosofia, das artes, da arquitetura e da crítica como partida ou rejeição do modernismo. As abordagens pós-modernistas foram adotadas em uma variedade de disciplinas acadêmicas e teóricas, incluindo ciência política, teoria da organização, estudos culturais, filosofia da ciência, economia, linguística, arquitetura, teoria feminista e crítica literária, bem como movimentos artísticos em áreas como literatura e música. Como prática crítica, o pós-modernismo emprega conceitos como hiperrealidade, simulacro, traço e diferença, e rejeita princípios abstratos em favor da experiência direta. As críticas ao pós-modernismo são intelectualmente diversas e incluem argumentos de que o pós-modernismo promove o obscurantismo, não tem sentido e nada acrescenta ao conhecimento analítico ou empírico. Alguns filósofos, começando com o filósofo pragmatista Jürgen Habermas, dizem que o pós-modernismo se contradiz através da auto-referência (autocontradição performativa), pois sua crítica seria impossível sem os conceitos e métodos que a razão moderna fornece. Vários autores criticaram o pós-modernismo, ou tendências sob o guarda-chuva pós-moderno, como abandonando o racionalismo do Iluminismo ou o rigor científico. Origens do termo O termo pós-moderno foi usado pela primeira vez em 1870. John Watkins Chapman sugeriu "um estilo pós-moderno de pintura" como uma maneira de se afastar do impressionismo francês. J. M. Thompson, em seu artigo de 1914 no The Hibbert Journal (uma revista filosófica trimestral), usou-o para descrever mudanças de atitudes e crenças na crítica da religião, escrevendo: "A razão de ser do pós-modernismo é escapar da mentalidade dúbia do Modernismo, sendo minuciosa em suas críticas, estendendo-a à religião e à teologia, aos sentimentos católicos e à tradição católica". Em 1942, H. R. Hays descreveu o pós-modernismo como uma nova forma literária. Em 1926, Bernard Iddings Bell, presidente do St. Stephen's College (hoje Bard College), publicou o Postmodernism and Other Essays, marcando o primeiro uso do termo para descrever o período histórico após a modernidade. O ensaio critica as normas, atitudes e práticas socioculturais remanescentes da Era do Iluminismo. Também prevê as principais mudanças culturais em direção à pós-modernidade e (sendo um padre anglo-católico) sugere a religião ortodoxa como uma solução. No entanto, o termo pós-modernidade foi usado pela primeira vez como teoria geral de um movimento histórico em 1939 por Arnold J. Toynbee: "Nossa própria era pós-moderna foi inaugurada pela guerra geral de 1914 a 1918". Em 1949, o termo foi usado para descrever uma insatisfação com a arquitetura moderna e levou ao movimento da arquitetura pós-moderna em resposta ao movimento arquitetônico modernista conhecido como Estilo Internacional. O pós-modernismo na arquitetura foi inicialmente marcado por um ressurgimento do ornamento de superfície, referência a prédios vizinhos em ambientes urbanos, referência histórica em formas decorativas (ecletismo) e ângulos não ortogonais. Em 1966, Mário Pedrosa descreveu a pop art como pós-modernismo. O autor Peter Drucker sugeriu que a transformação em um mundo pós-moderno ocorreu entre 1937 e 1957 e a descreveu como uma "era sem nome", caracterizada como uma mudança para um mundo conceitual baseado em padrão, propósito e processo, e não em uma causa mecânica. Essa mudança foi delineada por quatro novas realidades: o surgimento de uma Sociedade Educada, a importância do desenvolvimento internacional, o declínio do Estado-nação e o colapso da viabilidade de culturas não ocidentais. Em 1971, em uma palestra proferida no Instituto de Arte Contemporânea de Londres, Mel Bochner descreveu o "pós-modernismo" na arte como tendo começado com Jasper Johns, "que primeiro rejeitou os dados dos sentidos e o ponto de vista singular como a base para sua arte e tratou a arte como uma investigação crítica". Em 1996, Walter Truett Anderson descreveu o pós-modernismo como pertencendo a uma das quatro visões de mundo tipológicas que ele identifica como: (a) Pós-moderno-ironista, que vê a verdade como socialmente construída. (b) Racional científica, em que a verdade é definida por meio de investigação metódica e disciplinada. (c) Social-tradicional, em que a verdade é encontrada na herança da civilização americana e ocidental. (d) Neo-Romântica, em que a verdade é encontrada através da obtenção de harmonia com a natureza ou da exploração espiritual do eu interior. História As características básicas do que hoje é chamado de pós-modernismo podem ser encontradas desde a década de 1940, principalmente nas obras de artistas como Jorge Luis Borges. No entanto, a maioria dos estudiosos hoje concorda que o pós-modernismo começou a competir com o modernismo no final da década de 1950 e ganhou ascendência sobre ele na década de 1960. Desde então, o pós-modernismo tem sido uma força poderosa, embora não incontestável, na arte, literatura, cinema, música, teatro, arquitetura, história e filosofia continental. As principais características do pós-modernismo incluem tipicamente o jogo irônico com estilos, citações e níveis narrativos, um ceticismo metafísico ou niilismo em relação a uma "grande narrativa" da cultura ocidental e uma preferência pelo virtual no mundo em detrimento do real (ou mais precisamente, um questionamento fundamental sobre o que 'o real' constitui). Desde o final dos anos 90, tem havido um sentimento crescente na cultura popular e na academia de que o pós-modernismo "saiu de moda". Outros argumentam que o pós-modernismo está morto no contexto da produção cultural atual. Teorias e derivados Estruturalismo e pós-estruturalismo O estruturalismo foi um movimento filosófico desenvolvido pelos acadêmicos franceses na década de 1950, em parte em resposta ao existencialismo francês, e muitas vezes interpretado em relação ao modernismo e ao alto modernismo. Entre os pensadores que foram chamados estruturalistas estão o antropólogo Claude Lévi-Strauss, o linguista Ferdinand de Saussure, o filósofo marxista Louis Althusser e o semiótico Algirdas Greimas. Os primeiros escritos do psicanalista Jacques Lacan e do teórico literário Roland Barthes também foram chamados estruturalistas. Aqueles que começaram como estruturalistas, mas se tornaram pós-estruturalistas incluem Michel Foucault, Roland Barthes, Jean Baudrillard e Gilles Deleuze. Outros pós-estruturalistas incluem Jacques Derrida, Pierre Bourdieu, Jean-François Lyotard, Julia Kristeva, Hélène Cixous e Luce Irigaray. Os teóricos, críticos e intelectuais culturais americanos que eles influenciaram incluem Judith Butler, John Fiske, Rosalind Krauss, Avital Ronell e Hayden White. Como os estruturalistas, os pós-estruturalistas partem do pressuposto de que a identidade, os valores e as condições econômicas das pessoas se determinam, em vez de possuir propriedades intrínsecas que possam ser entendidas isoladamente. Assim, os estruturalistas franceses se consideravam defensores do relativismo e do construcionismo. Mas eles, no entanto, tendiam a explorar como os sujeitos de seu estudo poderiam ser descritos, redutivamente, como um conjunto de relacionamentos essenciais, esquemas ou símbolos matemáticos. (Um exemplo é a formulação algébrica de transformação mitológica de Claude Lévi-Strauss em "The Structural Study of Myth"). As ideias pós-modernas na filosofia e na análise da cultura e da sociedade expandiram a importância da teoria crítica. Elas têm sido o ponto de partida para obras de literatura, arquitetura e design, além de serem visíveis em marketing/negócios e na interpretação de história, direito e cultura, a partir do final do século XX. Esses desenvolvimentos—reavaliação de todo o sistema de valores ocidental (amor, casamento, cultura popular, mudança da economia industrial para a economia de serviços) que ocorreu desde as décadas de 1950 e 1960, com um pico nos eventos de maio de 1968—são descritos com o termo "pós-modernidade", em oposição ao pós-modernismo, um termo que se refere a uma opinião ou movimento. O pós-estruturalismo é caracterizado por novas formas de pensar através do estruturalismo, ao contrário da forma original. Desconstrução Uma das preocupações pós-modernistas pós-estruturalistas mais conhecidas é a "desconstrução", uma teoria para filosofia, crítica literária e análise textual desenvolvida por Jacques Derrida. Os críticos insistiram que o trabalho de Derrida está enraizado em uma declaração encontrada em Da Gramatologia: "Il n'y a pas de hors-texte" (não há fora-do-texto). Tais críticos interpretam mal a afirmação como negando qualquer realidade fora dos livros. A afirmação é na verdade parte de uma crítica das metáforas "dentro" e "fora" quando se refere ao texto, e é corolário da observação de que também não existe um "interior" no texto. Essa atenção à dependência não reconhecida de um texto de metáforas e figuras embutidas em seu discurso é característica da abordagem de Derrida. O método de Derrida algumas vezes envolve demonstrar que um determinado discurso filosófico depende de oposições binárias ou excluir termos que o próprio discurso declarou ser irrelevante ou inaplicável. A filosofia de Derrida inspirou um movimento pós-moderno chamado desconstrutivismo entre arquitetos, caracterizado pelo design que rejeita os "centros" estruturais e incentiva o jogo descentralizado entre seus elementos. Derrida interrompeu seu envolvimento com o movimento após a publicação de seu projeto colaborativo com o arquiteto Peter Eisenman em Chora L Works: Jacques Derrida and Peter Eisenman. Pós-pós-modernismo Algumas produções que evidenciaram superação e diferenciação do pós-modernismo foram desenvolvidas por volta das décadas de 80 e 90 e alguns tentaram divisar uma demarcação de era com o termo "pós-pós-modernismo", por exemplo a caracterização de "pós-pós-moderno" usada por George Ritzer em 1997 para a produção O Império do Efêmero (1984) de Lipovetsky, ou o que se encontra no intuito das obras de David Foster Wallace; no entanto, alguns vêem esse termo não somente como ruptura mas também na continuidade do movimento pós-modernista a partir da primeira década do novo milênio. Mais recentemente, o metamodernismo, o pós-pós-modernismo e a "morte do pós-modernismo" foram amplamente debatidos: em 2007, Andrew Hoberek observou em sua introdução a uma edição especial da revista Twentieth Century Literature intitulada "After Postmodernism" que "declarações da morte do pós-modernismo se tornaram um lugar comum crítico". Um pequeno grupo de críticos apresentou uma série de teorias que visam descrever a cultura ou a sociedade nas supostas consequências do pós-modernismo, principalmente Raoul Eshelman (performatismo), Gilles Lipovetsky (hipermodernidade), Nicolas Bourriaud (altermoderno) e Alan Kirby (digimodernismo, anteriormente chamado de pseudo-modernismo). Até o momento, nenhuma dessas novas teorias ou rótulos ganhou aceitação muito difundida. Filósofos Pós-estruturalistas Na década de 1970, um grupo de pensadores na França desenvolveu uma crítica radical da filosofia moderna, com raízes discerníveis em Nietzsche, Kierkegaard e Heidegger, e ficaram conhecidos como teóricos pós-modernos chamados pós-estruturalistas, incluindo Jacques Derrida, Michel Foucault, Jean-François Lyotard, Jean Baudrillard, e outros. Novos e desafiadores modos de pensar e escrever impulsionaram o desenvolvimento de novas áreas e tópicos em filosofia. Na década de 1980, isso se espalhou pela América (Richard Rorty) e pelo mundo. Jacques Derrida Jacques Derrida foi um filósofo francês mais conhecido por desenvolver uma forma de análise semiótica conhecida como desconstrução, que ele discutiu em numerosos textos e desenvolveu no contexto da fenomenologia. Ele é uma das principais figuras associadas ao pós-estruturalismo e à filosofia pós-moderna. Derrida reexaminou os fundamentos da escrita e suas consequências para a filosofia em geral; procurou minar a linguagem da "presença" ou da metafísica em uma técnica analítica que, começando como um ponto de partida da noção de Destruktion de Heidegger, passou a ser conhecida como desconstrução. Michel Foucault Michel Foucault foi um filósofo francês, historiador de ideias, teórico social e crítico literário. Primeiro associado ao estruturalismo, Foucault criou uma obra que hoje é vista como pertencente ao pós-estruturalismo e à filosofia pós-moderna. Considerado uma das principais figuras da chamada "French Theory", seu trabalho continua frutífero no mundo acadêmico de língua inglesa e em países influenciados, por exemplo os de línguas neolatinas, em um grande número de sub-disciplinas. O Times Higher Education Guide o descreveu em 2009 como o autor mais citado em ciências humanas. Michel Foucault introduziu conceitos como 'regime discursivo', ou re-invocou os de filósofos mais antigos, como 'episteme' e 'genealogia', a fim de explicar a relação entre significado, poder e comportamento social dentro das ordens sociais (ver As Palavras e as Coisas, A Arqueologia do Saber, Vigiar e Punir, e História da Sexualidade). Jean-François Lyotard Jean-François Lyotard é creditado como o primeiro a usar o termo em um contexto filosófico, em seu trabalho de 1979, A condição pós-moderna. Nele, ele segue o modelo de jogos de linguagem de Wittgenstein e a teoria dos atos de fala, contrastando dois jogos de linguagem diferentes, o do especialista e o do filósofo. Ele fala sobre a transformação do conhecimento em informação na era do computador e compara a transmissão ou recepção de mensagens codificadas (informação) a uma posição dentro de um jogo de linguagem. Richard Rorty Richard Rorty argumenta em A Filosofia e o Espelho da Natureza que a filosofia analítica contemporânea imita erroneamente métodos científicos. Além disso, ele denuncia as perspectivas epistemológicas tradicionais do representacionalismo e da teoria da correspondência que se baseiam na independência dos conhecedores e observadores dos fenômenos e na passividade dos fenômenos naturais em relação à consciência. Jean Baudrillard Jean Baudrillard, em Simulacros e Simulação, introduziu o conceito de que a realidade ou o princípio de "O Real" está em curto-circuito pela permutabilidade de signos em uma época em que os atos comunicativos e semânticos são dominados pela mídia eletrônica e pelas tecnologias digitais. Baudrillard propõe a noção de que, nesse estado, em que os sujeitos são desapegados dos resultados de eventos (políticos, literários, artísticos, pessoais ou outros), os eventos não têm mais influência sobre o assunto nem contexto identificável; eles, portanto, têm o efeito de produzir ampla indiferença, desapego e passividade em populações industrializadas. Ele alegou que um fluxo constante de aparências e referências sem consequências diretas para os espectadores ou leitores poderia eventualmente tornar indiscernível a divisão entre aparência e objeto, resultando, ironicamente, no "desaparecimento" da humanidade no que é, de fato, um estado virtual ou holográfico, composto apenas de aparências. Para Baudrillard, "a simulação não é mais a de um território, um ser referencial ou uma substância. É a geração por modelos de um real sem origem ou realidade: um hiper-real." Outros teóricos Fredric Jameson Fredric Jameson estabeleceu um dos primeiros tratamentos teóricos expansivos do pós-modernismo como período histórico, tendência intelectual e fenômeno social em uma série de palestras no Whitney Museum, posteriormente expandido como Postmodernism, or The Cultural Logic of Late Capitalism (1991). Manifestações Arquitetura A ideia do pós-modernismo na arquitetura começou como uma resposta à suavidade percebida e ao fracassado utopismo do movimento moderno. A arquitetura moderna, estabelecida e desenvolvida por Walter Gropius e Le Corbusier, teve como foco: a busca de uma perfeição ideal percebida; a tentativa de harmonia de forma e função; e a dispensa de "ornamento frívolo".   Eles defendiam uma arquitetura que representasse o espírito da época, representado na tecnologia de ponta, seja em aviões, carros, transatlânticos ou até silos de grãos supostamente sem arte. O modernista Ludwig Mies van der Rohe está associado à frase "menos é mais". Os críticos do modernismo têm: argumentado que os atributos de perfeição e minimalismo são eles próprios subjetivos; apontou anacronismos no pensamento moderno; e, questionou os benefícios de sua filosofia.   Os estudos intelectuais sobre pós-modernismo e arquitetura estão intimamente ligados aos escritos do crítico e arquiteto Charles Jencks, começando com palestras no início dos anos 1970 e seu ensaio "The Rise of Post Modern Architecture", de 1975. Sua magnum opus, no entanto, é o livro The Language of Post-Modern Architecture, publicado pela primeira vez em 1977 e desde então tendo se estendido a sete edições. Jencks argumenta que o pós-modernismo (como o modernismo) varia para cada campo da arte, e que para a arquitetura não é apenas uma reação ao modernismo, mas o que ele chama de dupla codificação: "Dupla codificação: a combinação de técnicas modernas com outra coisa (geralmente edifício tradicional) para que a arquitetura se comunique com o público e uma minoria preocupada, geralmente outros arquitetos". Em seu livro "Revisiting Postmodernism", Terry Farrell e Adam Furman argumentam que o pós-modernismo trouxe uma experiência mais alegre e sensual à cultura, particularmente na arquitetura. Arte A arte pós-moderna é um conjunto de movimentos de arte que buscavam contradizer alguns aspectos do modernismo ou alguns que surgiram ou se desenvolveram após. A produção cultural que se manifesta como intermídia, arte de instalação, arte conceitual, exibição desconstrucionista e multimídia, particularmente envolvendo vídeo, é descrita como pós-moderna. Design gráfico A menção inicial do pós-modernismo como elemento do design gráfico apareceu na revista britânica "Design". Uma característica do design gráfico pós-moderno é que "retro, techno, punk, grunge, praia, beach e pastiche eram todos tendências conspícuas. Cada um tinha seus próprios locais, instalações, detratores e advogados". Literatura O conto de Jorge Luis Borges (1939) Pierre Menard, Autor do Quixote, é frequentemente considerado como preditor do pós-modernismo e é um modelo da paródia última. Samuel Beckett também é considerado um precursor e influência importante. Os romancistas comumente conectados à literatura pós-moderna incluem Vladimir Nabokov, William Gaddis, Umberto Eco, Pier Vittorio Tondelli, John Hawkes, William S. Burroughs, Giannina Braschi, Kurt Vonnegut, Dimitris Lyacos, John Barth, Jean Rhys, Donald Barthelme, E. L. Doctorow, Richard Kalich, Jerzy Kosiński, Don DeLillo, Thomas Pynchon (o trabalho de Pynchon também foi descrito como "alto moderno"), Ishmael Reed, Kathy Acker, Ana Lydia Vega, Jáchym Topol e Paul Auster. Em 1971, o estudioso árabe-americano Ihab Hassan publicou The Dismemberment of Orpheus: Toward a Postmodern Literature, uma obra inicial de crítica literária de uma perspectiva pós-moderna que rastreia o desenvolvimento do que ele chama de "literatura do silêncio" através do Marquês de Sade, Franz Kafka, Ernest Hemingway, Samuel Beckett e muitos outros, incluindo desenvolvimentos como o teatro do absurdo e o nouveau roman. Em Postmodernist Fiction (1987), Brian McHale detalha a mudança do modernismo para o pós-modernismo, argumentando que o primeiro se caracteriza por um dominante epistemológico e que as obras pós-modernas se desenvolveram a partir do modernismo e se preocupam principalmente com questões de ontologia. O segundo livro de McHale, Constructing Postmodernism (1992), fornece leituras de ficção pós-moderna e alguns escritores contemporâneos que seguem o rótulo de cyberpunk . Sua obra "What Was Postmodernism?" (2007) segue a liderança de Raymond Federman agora no uso do pretérito ao discutir o pós-modernismo. No Brasil, alguns chegaram a alcunhar de "pós-modernismo" a terceira geração modernista, que incluiria Guimarães Rosa, Clarice Lispector e João Cabral de Melo Neto, mas há opinião de que ainda resta historicamente indefinida essa classificação. Música Jonathan Kramer escreveu que as composições musicais de vanguarda (que alguns considerariam modernistas ao invés de pós-modernistas) "desafiam mais do que seduzem o ouvinte, e elas se estendem por meios potencialmente perturbadores a própria ideia de o que é a música". O impulso pós-moderno na música clássica surgiu na década de 1960 com o advento do minimalismo musical. Compositores como Terry Riley, Henryk Górecki, Bradley Joseph, John Adams, Steve Reich, Philip Glass, Michael Nyman e Lou Harrison reagiram ao elitismo percebido e ao som dissonante do modernismo acadêmico atonal, produzindo música com texturas simples e harmonias relativamente consoantes, enquanto outros, principalmente John Cage, desafiaram as narrativas predominantes de beleza e objetividade comuns ao modernismo. O autor do pós-modernismo, Dominic Strinati, observou que também é importante "incluir nesta categoria as chamadas inovações musicais do 'art rock' e a mistura de estilos associados a grupos como Talking Heads e artistas como Laurie Anderson, junto com o "reinvenção da música disco" autoconsciente pelos Pet Shop Boys". Planejamento urbano O modernismo procurou projetar e planejar cidades que seguiam a lógica do novo modelo de produção em massa industrial; revertendo a soluções de grande escala, padronização estética e soluções de design pré-fabricadas. Simonsen considera que o modernismo teria corroído a vida urbana por não reconhecer as diferenças e ter como objetivo paisagens homogêneas. O livro de Jane Jacobs, de 1961, The Death and Life of Great American Cities foi uma crítica contínua ao planejamento urbano conforme havia se desenvolvido dentro do Modernismo, e marcou uma transição da modernidade para a pós-modernidade no pensamento sobre o planejamento urbano (Irving 1993, 479). Dizem que a transição do modernismo para o pós-modernismo aconteceu às 15h32 de 15 de julho de 1972, quando Pruitt–Igoe; um conjunto habitacional para pessoas de baixa renda em St. Louis, projetado pelo arquiteto Minoru Yamasaki, que havia sido uma versão premiada da 'máquina para a vida moderna' de Le Corbusier, foi considerado inabitável e foi demolido (Irving 1993, 480). Desde então, o pós-modernismo envolve teorias que abraçam e visam criar diversidade. Exalta a incerteza, a flexibilidade e a mudança e rejeita o utopismo, enquanto adota uma maneira utópica de pensar e agir. A pós-modernidade da "resistência" procura desconstruir o modernismo e é uma crítica das origens sem necessariamente retornar a elas (Irving 1993, 60). Como resultado do pós-modernismo, os planejadores são muito menos inclinados a reivindicar firme ou firmemente a existência de uma única 'maneira correta' de se envolver no planejamento urbano e são mais abertos a diferentes estilos e ideias de 'como planejar' (Irving 474) O estudo do urbanismo pós-moderno em si, ou seja, a maneira pós-moderna de criar e perpetuar a forma urbana, e a abordagem pós-moderna para entender a cidade foi pioneira na década de 1980 pelo que poderia ser chamado de "Escola de Geografia de Los Angeles" centrada no Departamento de Planejamento Urbano da UCLA da década de 1980, em que Los Angeles contemporânea era considerada a cidade pós-moderna por excelência, em contraposição às ideias dominantes da Escola de Chicago formada na década de 1920 na Universidade de Chicago, com sua estrutura de "ecologia urbana" e sua ênfase nas áreas funcionais de uso dentro de uma cidade e nos "círculos concêntricos" para entender a classificação de diferentes grupos populacionais. Edward Soja, da Escola de Los Angeles, combinou perspectivas marxistas e pós-modernas e se concentrou nas mudanças econômicas e sociais (globalização, especialização, industrialização/desindustrialização, neoliberalismo, migração em massa) que levam à criação de grandes cidades-regiões com suas colchas de retalhos de grupos populacionais e usos econômicos. Críticas As críticas ao pós-modernismo são intelectualmente diversas, incluindo o argumento de que o pós-modernismo não tem sentido e promove o obscurantismo. Em parte em referência ao pós-modernismo, o filósofo inglês conservador Roger Scruton escreveu: "Um escritor que diz que não há verdades, ou que toda a verdade é 'meramente relativa', está pedindo para você não acreditar nele. Então não acredite." Da mesma forma, Dick Hebdige criticou a imprecisão do termo, enumerando uma longa lista de conceitos não relacionados que as pessoas designaram como "pós-modernismo", desde "a decoração de uma sala" ou "um vídeo 'scratch'", ao medo do armagedom nuclear e a "implosão de significado", e afirmou que qualquer coisa que pudesse significar todas essas coisas era "um chavão". O linguista e filósofo Noam Chomsky disse que o pós-modernismo não tem sentido porque não acrescenta nada ao conhecimento analítico ou empírico. Ele pergunta por que os intelectuais pós-modernistas não respondem como as pessoas de outros campos quando perguntados "quais são os princípios de suas teorias, em que evidências eles se baseiam, o que eles explicam que já não era óbvio etc." ? . . . Se [esses pedidos] não puderem ser atendidos, sugiro recorrer ao conselho de Hume em circunstâncias semelhantes: 'às chamas'." O filósofo cristão William Lane Craig disse: "A ideia de que vivemos em uma cultura pós-moderna é um mito. De fato, uma cultura pós-moderna é uma impossibilidade; seria totalmente inabitável. As pessoas não são relativistas quando se trata de assuntos de ciência, engenharia e tecnologia; ao contrário, são relativistas e pluralistas em questões de religião e ética. Mas, claro, isso não é pós-modernismo; isso é modernismo!" A acadêmica e esteta americana Camille Paglia disse: "O resultado final de quatro décadas de pós-modernismo permeando o mundo da arte é que há muito pouco trabalho interessante ou importante sendo realizado agora nas artes plásticas. A ironia era uma postura ousada e criativa quando Duchamp fez isso, mas agora é uma estratégia totalmente banal, exausta e tediosa. Os jovens artistas foram ensinados a serem "legais" e "descolados" e, portanto, dolorosamente autoconscientes. Eles não são incentivados a serem entusiasmados, emocionais e visionários. Eles foram afastados da tradição artística pelo ceticismo aleijado sobre a história que foram ensinados por pós-modernistas ignorantes e solipsistas. Em suma, o mundo da arte nunca irá reviver até que o pós-modernismo desapareça. O pós-modernismo é uma praga na mente e no coração." O filósofo alemão Albrecht Wellmer disse que "o pós-modernismo, na melhor das hipóteses, pode ser visto como uma forma autocrítica - cética, irônica, mas não obstante implacável - de um modernismo além do utopismo, cientificismo e fundacionalismo; em suma, um modernismo pós-metafísico". Uma crítica acadêmica formal do pós-modernismo pode ser encontrada em Beyond the Hoax, do professor de física Alan Sokal, e em Fashionable Nonsense, de Sokal e do físico belga Jean Bricmont, ambos livros que discutem o chamado caso Sokal. Em 1996, Sokal escreveu um artigo deliberadamente sem sentido em um estilo semelhante aos artigos pós-modernistas, que foi aceito para publicação pela revista de estudos culturais pós-moderna Social Text No mesmo dia do lançamento, ele publicou outro artigo em uma revista diferente, explicando a farsa do artigo no Social Text. O filósofo Thomas Nagel apoiou Sokal e Bricmont, descrevendo seu livro Fashionable Nonsense como consistindo basicamente de "extensas citações de lero-lero científico de intelectuais franceses de marca, juntamente com explicações assustadoramente pacientes de por que são lero-lero" e concordando que "parece haver algo sobre a cena parisiense que é particularmente hospitaleiro com a verbosidade imprudente". Um exemplo mais recente da dificuldade de distinguir artefatos sem sentido de uma verdadeira pesquisa acadêmica pós-modernista é o escândalo dos "Grievance Studies". O psicoterapeuta e filósofo francês Félix Guattari, muitas vezes considerado um "pós-modernista", rejeitou suas suposições teóricas, argumentando que as visões estruturalista e pós-modernista do mundo não eram suficientemente flexíveis para buscar explicações nos domínios psicológico, social e ambiental ao mesmo tempo. O marxista britânico Alex Callinicos, nascido no Zimbábue, diz que o pós-modernismo "reflete a decepcionada geração revolucionária de 68 e a incorporação de muitos de seus membros à nova classe média 'profissional e gerencial'. É melhor ler como um sintoma de frustração política e mobilidade social do que como um fenômeno intelectual ou cultural significativo por direito próprio". Christopher Hitchens, em seu livro Why Orwell Matters, escreve, ao defender uma expressão simples, clara e direta de ideias: "A tirania dos pós-modernistas derruba as pessoas pelo tédio e pela prosa semi-alfabetizada". O filósofo analítico Daniel Dennett disse: "O pós-modernismo, a escola de 'pensamento' que proclamava 'Não há verdades, apenas interpretações', se desenrolou em grande parte no absurdo, mas deixou para trás uma geração de acadêmicos nas humanidades incapacitada por sua desconfiança da própria ideia da verdade e de seu desrespeito pelas evidências, contentando-se com 'conversas' nas quais ninguém está errado e nada pode ser confirmado, apenas afirmado com qualquer estilo que você possa juntar". O historiador americano Richard Wolin traça as origens do pós-modernismo às raízes intelectuais do fascismo, escrevendo "o pós-modernismo foi nutrido pelas doutrinas de Friedrich Nietzsche, Martin Heidegger, Maurice Blanchot e Paul de Man - todos os quais ou prefiguraram ou sucumbiram à fascinação intelectual proverbial pelo fascismo ". Richard Caputo, William Epstein, David Stoesz e Bruce Thyer consideram o pós-modernismo um "beco sem saída na epistemologia do trabalho social". Eles escrevem: O pós-modernismo continua a ter uma influência prejudicial no trabalho social, questionando o Iluminismo, criticando os métodos de pesquisa estabelecidos e desafiando a autoridade científica. A promoção do pós-modernismo pelos editores da Social Work e do Journal of Social Work Education elevou o pós-modernismo, colocando-o em pé de igualdade com pesquisas orientadas teoricamente e empiricamente. A inclusão do pós-modernismo nas Normas de Política Educacional e Acreditação de 2008 do Conselho de Educação em Serviço Social e sua sequência de 2015 corroem ainda mais a capacidade de construção de conhecimento dos educadores em serviço social. Em relação a outras disciplinas que exploraram métodos empíricos, a estatura do serviço social continuará a diminuir até que o pós-modernismo seja rejeitado em favor de métodos científicos para gerar conhecimento.H. Sidky apontou o que ele vê como várias "falhas inerentes" de uma perspectiva anti-ciência pós-moderna, incluindo a confusão da autoridade da ciência (evidência) com o cientista que transmite o conhecimento; sua afirmação auto-contraditória de que todas as verdades são relativas; e sua ambiguidade estratégica. Ele vê as abordagens anticientíficas e pseudo-científicas do século XXI, principalmente nos Estados Unidos, enraizadas em um "ataque acadêmico [pós-moderno] de décadas à ciência": Muitos dos doutrinados na anticiência pós-moderna tornaram-se líderes políticos e religiosos conservadores, formuladores de políticas, jornalistas, editores de periódicos, juízes, advogados e membros de conselhos municipais e conselhos escolares. Infelizmente, eles esqueceram os ideais elevados de seus professores, exceto o de que a ciência é falsa. Leitura adicional   Alexie, Sherman (2000). "The Toughest Indian in the World" () Anderson, Walter Truett. 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Manuel Deodoro da Fonseca (Alagoas da Lagoa do Sul, 5 de agosto de 1827 – Rio de Janeiro, 23 de agosto de 1892) foi um militar e político brasileiro, primeiro presidente do Brasil e uma das figuras centrais da Proclamação da República no país. Após cursar artilharia na Escola Militar do Rio de Janeiro entre 1843 e 1847, participou de algumas campanhas militares durante o Império, dentre as quais se destacam a Revolução Praieira, o cerco de Montevidéu e a Guerra do Paraguai. Em 1885, tornou-se vice-presidente da província de São Pedro do Rio Grande do Sul; no ano seguinte, com a renúncia do então presidente Barão de Lucena, Deodoro torna-se presidente do Rio Grande. Devido ao seu envolvimento no que ficou conhecido como a Questão Militar — embates entre as forças armadas e o governo civil imperial, — retornou ao Rio de Janeiro. Nomeado para o comando militar da província de Mato Grosso em 1888, exonerou-se do cargo no ano seguinte, face à nomeação do último gabinete ministerial do Império, encabeçado pelo Presidente do Conselho de Ministros Visconde de Ouro Preto. Em meio a diversas crises que assolavam a monarquia brasileira, Deodoro liderou o golpe de Estado que depôs o Império e proclamou a república no país. Com a mudança de sistema de governo, Deodoro assumiu o comando do país na qualidade de chefe do Governo Provisório da República. As primeiras mudanças de seu governo envolviam a criação do Código Penal Brasileiro, a reforma do Código Comercial do Brasil e medidas que oficializavam a separação da Igreja e o Estado, tais como a instituição do casamento civil e a laicização de cemitérios. No plano econômico, ocorreu a chamada crise do Encilhamento, caracterizada por uma grande bolha especulativa e inflação alta, devido às políticas econômicas de seu Ministro da Fazenda Ruy Barbosa. Em 1891, foi promulgada a primeira constituição republicana do país e Deodoro foi eleito presidente em sufrágio indireto. Seu governo constitucional foi marcado por forte tensão política entre suas tendências centralizadoras e as inclinações federalistas da sociedade civil e de parte dos militares, que levou à dissolução do Congresso Nacional. Sob a ameaça da Primeira Revolta da Armada, Deodoro renunciou à presidência em 23 de novembro de 1891. No ano seguinte, morreu no dia 23 de agosto, vítima de uma forte crise de dispneia. Origem e formação Família Manuel Deodoro da Fonseca nasceu em Alagoas da Lagoa do Sul no dia 5 de agosto de 1827. Vinha de uma família essencialmente militar. Seu pai, Manuel Mendes da Fonseca Galvão, nascido em Anadia (atual Alagoas), ingressou no Exército Português em 1806, no Recife, como praça de infantaria (a partir de 1822 tornou-se membro do nascente Exército Brasileiro), e subiu aos poucos todos os postos subalternos da carreira, reformando-se em 1842 no posto de tenente-coronel. Deodoro tinha duas irmãs e sete irmãos. Todos os homens eram militares e seis deles lutaram na Guerra do Paraguai. O mais velho, Hermes Ernesto da Fonseca, pai do também presidente da República e marechal Hermes da Fonseca, chegou ao posto de marechal-do-exército e foi presidente das províncias de Mato Grosso e da Bahia. Afonso Aurino da Fonseca, o mais jovem, alferes do 34.º batalhão dos Voluntários da Pátria e o major Eduardo Emiliano da Fonseca morreram na Batalha de Curupaiti. O capitão Hipólito Mendes da Fonseca morreu na passagem da ponte de Itororó. O marechal de campo Severino Martino da Fonseca e o general Severiano Martins da Fonseca também serviram na guerra. Severiano recebeu o título nobiliárquico de barão de Alagoas e foi diretor da Escola Militar de Porto Alegre. Coronel honorário do exército brasileiro, Pedro Paulino da Fonseca foi governador de Alagoas, logo quando proclamaram a república, e também senador pelo mesmo estado. Além disso, foi pai de Orsina da Fonseca, esposa do filho de um outro irmão seu, também seu sobrinho, o presidente da República marechal Hermes da Fonseca, compondo, portanto, um casamento entre primos. Pedro Paulino, que já estava reformado à época, foi impedido por seus irmãos de servir como voluntário, sendo assim o único dos oito irmãos a não combater na Guerra do Paraguai. Juventude Deodoro da Fonseca nasceu em 5 de agosto de 1827, na Vila de Alagoas da Lagoa do Sul, na antiga província homônima, hoje cidade que leva o nome de Marechal Deodoro. Ele era filho de Manuel Mendes da Fonseca (1785-1859) e Rosa Maria Paulina da Fonseca (1802-1873). Seu pai também foi militar, chegando à patente de tenente-coronel, e pertencia ao Partido Conservador. Em 1845, já era cadete de primeira classe. Em 1848, participou de sua primeira ação militar, ajudando na repressão da Revolta Praieira, insurreição promovida pelos liberais de Pernambuco. Casou-se aos 33 anos, no dia 16 de abril de 1860, com Mariana Cecília de Sousa Meireles, considerada, pelos biógrafos, mulher educada, religiosa, modesta e prendada. O casal não teve filhos. Boatos da época diziam que Deodoro era estéril. Seu sobrinho, Hermes da Fonseca, que também chegou à presidência da república, era tratado por Deodoro como um filho. Carreira militar Em 1852, foi promovido a primeiro tenente. Em 24 de dezembro de 1856, recebeu a patente de capitão. Em dezembro de 1864, participou do cerco a Montevidéu, durante a intervenção militar brasileira contra o governo de Atanasio Aguirre no Uruguai. Pouco depois, o Uruguai, sob novo governo, juntamente com o Brasil e a Argentina, formariam a Tríplice Aliança, contra a ofensiva do ditador paraguaio Francisco Solano López. Em junho de 1865, foi com o Exército brasileiro para o Paraguai, que havia invadido a província de Mato Grosso. Deodoro comandava o segundo Batalhão de Voluntários da Pátria. Seu desempenho no combate lhe garantiu menção especial na ordem do dia 25 de agosto de 1865. No ano seguinte, recebeu comenda no grau de cavaleiro da Imperial Ordem do Cruzeiro e, em 22 de agosto, a patente de major. Destacou-se por atos de bravura na Guerra do Paraguai. Em 18 de janeiro de 1868 foi promovido a tenente-coronel e, em 11 de dezembro do mesmo ano, recebeu a patente de coronel. Todas essas promoções se deveram à guerra. Conforme o próprio Deodoro, "só tive um protetor: Solano López. Devo a ele, que provocou a guerra do Paraguai, a minha carreira." Deodoro foi ferido na Batalha de Itororó e retornou ao Brasil. Mais tarde, pelo decreto de 14 de outubro de 1874, foi promovido a brigadeiro, patente equivalente ao atual general-de-brigada. Em 1885, tornou-se, pela segunda vez, comandante de armas da província do Rio Grande do Sul, cargo exercido juntamente com o de vice-presidente da província. Tornar-se-ia, depois, presidente interino dessa mesma província. Quando ainda era presidente provisório, inaugurou a primeira linha telefônica de Porto Alegre, sendo o responsável pelo primeiro "alô" transmitido pela nova tecnologia que chegava à cidade dez anos após ter sido apresentada por Alexander Graham Bell a Pedro II nos Estados Unidos. Em 30 de agosto de 1887 recebeu a patente de marechal-de-campo. Foi chamado de volta ao Rio de Janeiro, por seu envolvimento no confronto das classes armadas com o governo civil do Império, episódio que ficaria conhecido como a "Questão Militar", e por ter permitido que os oficiais da guarnição de Porto Alegre se manifestassem politicamente, o que era proibido pelo governo imperial. Chegando ao Rio, Deodoro foi festivamente recebido por seus colegas e pelos alunos da Escola Militar. Foi, então, eleito primeiro presidente do Clube Militar, entidade que ajudara a constituir, e passou a liderar o setor antiescravista do Exército. Em 1888, Deodoro foi nomeado para o comando militar do Mato Grosso. Permaneceu no posto somente até meados de 1889, quando voltou para o Rio de Janeiro, pois não aceitava, como presidente da província, o coronel Cunha Matos, o mesmo que, quando capitão, tinha sido o pivô da detonação da Questão Militar, e com quem tinha desavenças. Em 1889, foi criado, pelo Decreto nº 10.222, de 5 de abril de 1889, o Estado-Maior Geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, que teve, como primeiro chefe, o marechal Hermes da Fonseca. A Proclamação da República A despeito da intensa propaganda republicana, a ideia da mudança de regime político não ecoava no país. Em 1884, foram eleitos, para a Câmara dos Deputados, apenas três republicanos, entre eles os futuros presidentes da República Prudente de Morais e Campos Sales. Na legislatura seguinte, apenas um conseguiu ser eleito. Na última eleição parlamentar realizada no Império do Brasil, a 31 de agosto de 1889, o Partido Republicano só elegeu dois deputados. Percebendo que não conseguiriam realizar seu projeto político pelo voto, os republicanos optaram por concretizar suas ideias através de um golpe militar. Para tanto, procuraram capitalizar o descontentamento crescente das classes armadas com o governo civil do Império, desde a Questão Militar. Precisavam, todavia, de um líder de suficiente prestígio na tropa, para levarem a efeito seus planos. Foi assim que os republicanos passaram a aproximar-se de Deodoro (amigo do imperador), procurando seu apoio (sem sua participação direta, segundo diversas fontes Históricas), para um golpe de força contra o governo imperial de dom Pedro II, o que foi difícil por ser Deodoro homem de convicções monarquistas, que declarava ser amigo do imperador Dom Pedro II e lhe dever favores. Dizia, ainda, Deodoro, querer acompanhar o caixão do velho imperador. Em 14 de novembro de 1889, os republicanos fizeram correr o boato, sem fundamento, de que o governo do primeiro-ministro liberal visconde de Ouro Preto havia expedido ordem de prisão contra o marechal Deodoro e o líder dos oficiais republicanos, o tenente-coronel Benjamin Constant. Tratava-se de proclamar a República antes que se instalasse o novo parlamento, recém-eleito, cuja abertura estava marcada para o dia 20 de novembro. A falsa notícia de que sua prisão havia sido decretada foi o argumento decisivo que convenceu Deodoro finalmente a levantar-se contra o governo imperial. Pela manhã do dia 15 de novembro de 1889, o marechal reuniu algumas tropas e as pôs em marcha para o Centro da cidade, dirigindo-se ao Campo da Aclamação, hoje chamado Praça da República. Penetrando no Quartel-General do Exército, Deodoro decretou a demissão do Ministério Ouro Preto – providência de pouca valia, visto que os próprios ministros, cientes dos últimos acontecimentos, já haviam telegrafado ao imperador, que estava em Petrópolis, pedindo demissão. Ninguém falava em proclamar a República, tratava-se apenas de trocar o Ministério, e o próprio Deodoro, para a tropa formada diante do Quartel-General, ainda teria gritado "Viva Sua Majestade, o Imperador!". Enquanto isso, dom Pedro II, tendo descido para o Rio de Janeiro, em vista da situação, reuniu o Conselho de Estado no Paço Imperial e, depois de ouvi-lo, decidiu aceitar a demissão pedida pelo visconde de Ouro Preto e organizar novo Ministério. Os republicanos precisavam agir rápido, para aproveitar os acontecimentos e convencer Deodoro a romper de vez os laços com a monarquia. Valeram-se de outra notícia, essa verdadeira, pois chegou-se a enviar telegrama oficial nesse sentido. Quintino Bocaiuva e o barão de Jaceguai mandaram um mensageiro a Deodoro, para informar-lhe que o novo primeiro-ministro, escolhido pelo imperador, seria Gaspar Silveira Martins, correligionário liberal do visconde deposto e político gaúcho com quem o marechal não se dava, por terem disputado o amor da mesma mulher na juventude. Assim, Deodoro foi convencido a derrubar o regime. Pelas três horas da tarde, reunidos alguns republicanos e vereadores na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, foi lavrada uma ata, sob os auspícios de José do Patrocínio, líder abolicionista e homem de imprensa, que fora um dos mentores da Guarda Negra, jurara defender a pessoa da subscritora da Lei Áurea e garantir-lhe o trono. Em um de seus atos típicos de súbita mudança de posição, Patrocínio declarou solenemente proclamada a República no Brasil e levou essa ata ao marechal Deodoro. À noite do dia 15, o imperador encarregou o conselheiro José Antônio Saraiva de presidir o novo ministério. O novo Presidente do Conselho de Ministros (do Partido Conservador - o mesmo de Deodoro) dirigiu-se por escrito ao marechal, comunicando-lhe a decisão do imperador, ao que respondeu Deodoro que já havia concordado em assinar os primeiros atos que estabeleciam o regime republicano e federativo. Diante da recusa do imperador em reagir militarmente para sufocar o golpe, como instavam a princesa Isabel e o seu consorte, o Conde D'Eu, fez-se a República no Brasil, diante da surpresa generalizada do êxito da quartelada. O governo provisório Ministério Primeiras medidas Na noite de 15 de novembro de 1889, foi constituído o Governo Provisório da República recém-proclamada, tendo como chefe o marechal Deodoro, com poderes ditatoriais. O ministério foi composto de republicanos históricos, como Campos Sales, Benjamin Constant e Quintino Bocaiuva, e de liberais da Monarquia que aderiram de primeira hora ao novo regime, como Ruy Barbosa e Floriano Peixoto. Todo o ministério era membro da maçonaria brasileira. Deodoro foi o 13º Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, eleito em 19 de dezembro de 1889 e empossado em 24 de março de 1890. O primeiro ato do novo governo foi dirigir uma proclamação ao país, anunciando a mudança de regime e procurando justificá-la. Pelo Decreto nº 1, foi adotada, a título provisório, a república federativa como forma de governo da nação brasileira, até que a Assembleia Nacional Constituinte que seria convocada, decidisse a respeito do tema. As províncias do extinto Império brasileiro foram transformadas em Estados federados. De todas as províncias, chegaram, logo, manifestações de adesão ao novo regime, quase sempre da parte dos velhos partidos monárquicos. Destarte, a República foi estabelecida em todo o país praticamente sem lutas, salvo no Estado do Maranhão, em que antigos escravos tentaram esboçar uma reação, correndo às ruas da capital com a bandeira do Império e dando vivas à Princesa Isabel. Foram dispersos pelo alferes Antônio Belo, com o saldo de três mortos e alguns feridos. Os três negros, de que a História não guardou os nomes, foram os únicos mortos da Proclamação da República no Brasil. Em 16 de novembro, Deodoro mandou uma mensagem ao imperador destronado, intimando-o a deixar o país juntamente com a família imperial brasileira, dentro de 24 horas, e oferecendo-lhe a quantia de 5 mil contos de réis para seu estabelecimento no exterior. Dom Pedro II de Bragança recusou a oferta, e partiu na madrugada de 17 de novembro para Portugal, pedindo somente um travesseiro com terras do Brasil, para repousar a cabeça quando morresse. A nova bandeira Na manhã do dia 19 de novembro, o marechal recebia em sua casa alguns republicanos, liderados por Lopes Trovão, os quais iam submeter, já como fato consumado, à sua apreciação, o projeto da nova bandeira do Brasil. Deodoro, porém, desejava manter a antiga Bandeira Imperial, dela retirando apenas a coroa, e considerou a bandeira que lhe fora apresentada por Lopes Trovão como um arremedo grosseiro da bandeira dos Estados Unidos. Os republicanos insistiram que só restava a Deodoro oficializar a bandeira por eles apresentada, pois a mesma já tremulava em alto-mar, no mastro do Alagoas, navio que conduzia o imperador deportado ao exílio. Irritado, o marechal deu um soco na mesa, exclamando: Senhores, mudamos o regime, não a Pátria! Nossa bandeira é reconhecidamente bela e não vamos mudá-la de maneira nenhuma! Os republicanos ficaram sem resposta e a sua bandeira foi, posteriormente, para o Museu da Marinha, ficando conhecida como a "bandeira provisória da República", embora nunca tenha sido oficializada. Diante da decisão inflexível de Deodoro, foram mantidos, na bandeira nacional, o losango amarelo no retângulo verde, da antiga bandeira do Império, substituindo-se as armas da monarquia por uma esfera celeste, tendo, ao centro, o Cruzeiro do Sul, e cortada por uma faixa branca, com o mote Ordem e Progresso. A bandeira foi desenhada por Teixeira Mendes, presidente do Apostolado Positivista do Brasil, com o auxílio de Miguel Lemos e do professor de astronomia Manuel Pereira Reis. Na tarde daquele 19 de novembro, o Chefe do Governo Provisório baixou o Decreto nº 4, oficializando a bandeira nacional. A exposição de motivos do Decreto considerava que as cores verde e amarelo, "independentemente da forma de governo, simbolizam a perpetuidade e integridade da Pátria entre as outras nações". O reconhecimento internacional A primeira nação a reconhecer o novo governo foi a Argentina, em 20 de novembro de 1889. Indispostos com o império por suas intervenções militares na região platina, os argentinos promoveram, em Buenos Aires, homenagens especiais à Proclamação da República no Brasil. Seguiram-se, à Argentina, os demais países hispanófonos da América: Venezuela (em 5 de dezembro), Bolívia (em 2 de dezembro), o Chile (em 13 de dezembro), o Paraguai (em 19 de dezembro), o Peru (em 27 de dezembro), o México (em 27 de janeiro de 1890) e o Equador (em 29 de janeiro). Os Estados Unidos, nação que os republicanos brasileiros preconizavam como padrão a ser imitado pelo Brasil, retardaram o reconhecimento oficial da república brasileira até 29 de janeiro de 1890. De acordo com seu então presidente Benjamin Harrison, o reconhecimento foi adiado até que fosse comprovado que o novo governo teria apoio popular. O governo da França quis aproveitar-se do ensejo para conseguir, do Brasil, o reconhecimento de seus supostos direitos sobre o norte do Amapá. Assim sendo, só reconheceu a república brasileira em 20 de junho de 1890. O Império Alemão reconheceu o governo republicano brasileiro em 29 de novembro de 1890. A Grã-Bretanha aguardou que se promulgasse a nova Constituição, e só em 4 de maio de 1891 o representante diplomático do Brasil foi recebido pela rainha Vitória do Reino Unido. Até o fim de 1891, a república brasileira estava reconhecida por todas as nações civilizadas. Só a Rússia é que não quis reconhecer o novo regime, senão depois do falecimento de dom Pedro II, por ato de 26 de maio de 1892. Os atos do governo provisório Como não havia ninguém para anistiar, o governo republicano resolveu decretar a grande naturalização, em 14 de dezembro de 1889, pela qual passariam a ser brasileiros todos os estrangeiros residentes no país que não manifestassem, no prazo de seis meses, o propósito de conservar a respectiva nacionalidade. Em 18 de dezembro de 1889, houve um motim no 2º Regimento de Artilharia Montada. Era um sintoma da indisciplina militar que se seguiu ao golpe que proclamou a república. Embora não se tenha demonstrado qualquer relação do motim com elementos monarquistas, o Governo acusou-os de maquinarem o levante, decretando o banimento do Visconde de Ouro Preto, de seu irmão Carlos Afonso de Assis Figueiredo e de Gaspar da Silveira Martins. Também a imprensa foi acusada de insuflar perturbações contra o regime. Assim, por um decreto de 23 de dezembro, resolveu-se instituir a censura e suprimir a liberdade de imprensa, criando uma junta, composta só de militares, incumbida de julgar sumariamente os que fossem acusados de abusos no exercício do jornalismo. Historiadores afirmam que o Governo Provisório republicano foi a primeira ditadura militar do Brasil. Em 7 de janeiro de 1890, foi decretada a separação entre a Igreja e o Estado. Por um decreto de Deodoro, o Brasil deixou de ser um país oficialmente católico, apesar de o catolicismo ser professado pela quase totalidade do povo brasileiro, na época. Foi, também, extinto, o padroado, ou seja, a intervenção do Estado nos assuntos da Igreja. Em 15 de janeiro de 1890, Deodoro foi aclamado, pelas tropas, Generalíssimo de Terra e Mar, tornando-se, assim, o único oficial-general de seis estrelas no Brasil. Por decreto de 25 de maio, todos os ministros civis receberam a patente de general-de-brigada. Em 23 de janeiro do mesmo ano, foi institucionalizado o casamento civil, ficando, sem efeitos jurídicos, o matrimônio religioso. Também foi instituído o registro civil, proibido o ensino de religião nas escolas públicas e secularizados os cemitérios. Por iniciativa do Ministro da Guerra, Benjamin Constant, foi reformado o ensino militar, de modo a receber nítida influência da doutrina positivista. Entrando Benjamin em grave divergência com Deodoro, foi transferido para a recém-criada pasta da Instrução Pública, Correios e Telégrafos, o que significou, de fato, a sua morte política. Para substituí-lo no Ministério da Guerra, foi nomeado o marechal Floriano Peixoto. Em 11 de outubro de 1890, foi promulgado o Código Penal dos Estados Unidos do Brasil, que extinguia a pena de morte, em tempo de paz, no Brasil. Duas correntes republicanas se chocavam dentro do próprio Governo Provisório: a corrente liberal-democrática, que visava a uma República federativa e presidencial, com separação de poderes, nos moldes estadunidenses; e a corrente positivista, que defendia uma ditadura republicana, segundo os princípios do filósofo Auguste Comte. Venceu a corrente liberal-democrática, sustentada por Campos Sales, Ruy Barbosa e Prudente de Morais. Em 17 de janeiro de 1891, houve a última reunião ministerial do Governo Provisório. Nela, tratou-se de uma concessão de garantia de juros para as obras do porto de Torres, no Rio Grande do Sul – concessão que Deodoro prometera a uma amigo pessoal. Ruy Barbosa, o Ministro da Fazenda, que não pôde comparecer à reunião, mandou seu voto por escrito, absolutamente contrário, tanto a esta como a outras garantias de juros. Os ministros presentes foram todos do mesmo parecer. Deodoro permaneceu irredutível e, quatro dias depois, a 21 de janeiro, aceitava a demissão coletiva do ministério, nomeando, para substituir os ministros demissionários, antigos políticos do regime monárquico, chefiados pelo Barão de Lucena, amigo íntimo de Deodoro. A crise do Encilhamento Em 17 de janeiro de 1890, o ministro da Fazenda, Ruy Barbosa, intentando deslocar o eixo da economia brasileira da agricultura para a indústria, deu início a uma reforma monetária e bancária. A reforma consistia em autorizar os bancos a emitir papel-moeda sem lastro em ouro e prata. O sistema de bancos emissores e as facilidades concedidas para a organização de empresas provocaram inflação e uma desastrosa especulação financeira, com a crise da bolsa e a ruína de numerosos investidores. A crise ficou conhecida como o "encilhamento". Nomeações para o Supremo Tribunal Federal O marechal Deodoro da Fonseca nomeou quinze ministros para o Supremo Tribunal Federal, durante o Governo Provisório: João Evangelista de Negreiros Saião Lobato, visconde de Sabará - 1890 João José de Andrade Pinto - 1890 Tristão de Alencar Araripe - 1890 Olegário Herculano d'Aquino e Castro - 1890 João Antônio de Araújo Freitas Henriques - 1890 Joaquim Francisco de Faria - 1890 Inácio José de Mendonça Uchoa - 1890 Luís Correia de Queirós Barros - 1890 Ovídio Fernandes Trigo de Loureiro - 1890 Joaquim da Costa Barradas - 1890 José Júlio de Albuquerque Barros, barão de Sobral - 1890 Henrique Pereira de Lucena, barão de Lucena - 1890 Joaquim de Toledo Piza e Almeida - 1890 Luís Antônio Pereira Franco, barão de Pereira Franco - 1890 O Congresso Nacional Constituinte de 1890 Em 3 de dezembro de 1889, o Governo Provisório nomeou uma Comissão especial para elaborar o projeto de Constituição que seria apresentado ao Congresso Constituinte da República. Compunham-na Joaquim Saldanha Marinho, signatário do Manifesto Republicano de 1870, que foi escolhido presidente da Comissão; os republicanos históricos Américo Brasiliense, Francisco Rangel Pestana e os juristas Antônio Luís dos Santos Werneck e José Antônio Pedreira de Magalhães Castro. Iniciados os trabalhos, três foram os anteprojetos que seus membros elaboraram, os quais foram reduzidos a um só, inspirado nas constituições dos Estados Unidos e da Argentina. Foi entregue, em 30 de maio de 1890, ao Governo, que, de 10 a 18 de junho, realizou minuciosa revisão, efetuada em especial por Ruy Barbosa, melhorando sua redação e modificando sua estrutura. Em 22 de junho de 1890, era aprovado o projeto dito "do Governo Provisório". O Congresso Constituinte foi convocado por decreto de 21 de dezembro de 1889, para reunir-se no dia 15 de novembro de 1890. No dia 15 de setembro, realizaram-se as eleições em todos os estados brasileiros. O Congresso Nacional Constituinte instalou-se, com toda a solenidade, no dia 15 de novembro de 1890, no Paço da Boa Vista, no Rio de Janeiro. O Congresso compunha-se principalmente de pessoal novo na política brasileira: republicanos históricos ou de última hora, muitos militares e alguns remanescentes dos partidos da monarquia, quase sempre discretos ou adesistas entusiastas. Depois de eleger a sua Mesa (sendo eleito presidente do Senado e do Congresso o republicano histórico Prudente de Morais), o primeiro ato do Congresso foi reconhecer os poderes do Governo Provisório, e prorrogá-los até que se promulgasse a nova Constituição. Houve um acordo geral para que fosse imediatamente votado e aprovado o projeto do Governo. Não se fizeram, pois, alterações significativas, e depois de pouco mais de três meses, em 24 de fevereiro de 1891, foi solenemente promulgada a Constituição republicana. O governo constitucional Eleição de 1891 Em 20 de janeiro de 1891, todo o ministério de Deodoro havia se demitido, incluindo Floriano Peixoto, que substituía Benjamin Constant no Ministério da Guerra. De acordo com uma disposição transitória da Constituição de 1891, o presidente e o vice-presidente do primeiro período republicano deveriam ser excepcionalmente eleitos pelo Congresso Constituinte. Deodoro da Fonseca apresentou-se como candidato a Presidente, tendo, como candidato a vice, na mesma chapa, o almirante Eduardo Wandenkolk. Presidente e vice seriam eleitos separadamente. Como já havia forte oposição a Deodoro, esta articulou a candidatura de Prudente de Morais, o presidente do Congresso, tendo o marechal Floriano Peixoto como candidato a vice. Floriano, além de candidatar-se a vice-presidente, na chapa de Prudente de Morais, apresentou, também, candidatura própria à Presidência. Apurada a votação, em 25 de fevereiro de 1891, foi obtido o seguinte resultado na eleição para presidente: Deodoro da Fonseca - eleito com 129 votos; Prudente de Morais - 97 votos; Floriano Peixoto - 3 votos; Joaquim Saldanha Marinho - 2 votos; José Higino Duarte Pereira - 1 voto; cédulas em branco - 2. Para vice-presidente foi eleito o candidato da oposição, Marechal Floriano Peixoto, com 153 votos, contra 57 recebidos pelo Almirante Wandenkolk. A vitória de Deodoro explica-se pelo temor de que o velho marechal desse um novo golpe militar, fechando o Congresso e restaurando a monarquia. Mesmo os líderes da oposição haviam resolvido que, numa eventual vitória de Prudente de Morais, o Congresso lhe daria imediatamente posse do cargo, instalando-se sem demora o governo no próprio edifício do Parlamento, onde esperariam os acontecimentos, convocando para as imediações do prédio as forças militares com cuja lealdade podiam contar. Terminava, assim, o Governo Provisório e iniciava-se o primeiro governo constitucional republicano. A fase constitucional do governo de Deodoro da Fonseca foi de fevereiro a 3 de novembro de 1891, quando Deodoro deu um golpe de estado. Havia, naquele momento histórico, um conflito entre os militares e os políticos civis. Os militares queriam se manter na política e eram favoráveis a uma centralização absoluta e a concentração do poder político, enquanto os civis desejavam a volta dos militares aos quartéis e lutavam por um governo descentralizado e federalista. Durante sua estadia na presidência, Deodoro foi nomeado Grão-Mestre do Grande Oriente da maçonaria do Brasil. Os republicanos de São Paulo apoiavam Floriano Peixoto, apesar das tendências centralizadoras deste. Devido ao apoio de São Paulo, os militares ficaram divididos, e isso veio mais tarde a provocar a queda de Deodoro. O fechamento do Congresso e estado de sítio Eleito pelo Congresso Nacional (indiretamente), Deodoro iniciou seu mandato sob forte tensão política. Tinha a oposição do Congresso e da população devido à crise econômica. Tal ato gerou violenta reação, fazendo com que, entre agosto e novembro de 1891, o Congresso tentasse aprovar a "Lei de Responsabilidades", que reduzia os poderes do presidente. Deodoro contra-atacou a decisão do Congresso e, em 3 de novembro de 1891, decretou a dissolução do Congresso, lançando um "Manifesto à Nação" para explicar as razões do seu ato. Enquanto isso, tropas militares cercaram os prédios do legislativo e prenderam líderes oposicionistas e a imprensa do Distrito Federal foi posta sob censura total, decretando, assim, o estado de sítio no país. Este fato entrou para a história como o Golpe de Três de Novembro e foi o último feito de Deodoro em sua carreira política, pois, alguns dias depois, renunciaria ao mandato de presidente. A primeira Revolta da Armada A primeira Revolta da Armada ocorreu no dia 23 de novembro de 1891, quando o almirante Custódio de Melo, acionado por Floriano Peixoto, a bordo do Encouraçado Riachuelo, ameaçou bombardear o Rio de Janeiro caso Deodoro não renunciasse. O marechal Deodoro, então, cedeu às pressões e renunciou ao cargo de presidente da República, entregando o poder ao vice-presidente, Floriano Peixoto. O restabelecimento do Congresso Ao assumir, em 23 de novembro de 1891, Floriano Peixoto anulou o decreto de dissolução do Congresso e suspendeu o estado de sítio. Entre novembro de 1891 de março de 1892, afastou os governadores que haviam apoiado o golpe de Deodoro, substituindo-os por aliados. Depois da presidência Manuel Deodoro da Fonseca faleceu no Rio de Janeiro, em agosto de 1892. Pediu para ser enterrado em trajes civis, no que não foi atendido. Seu enterro teve toda a pompa e honras militares. O marechal que proclamou a república no Brasil, fato histórico este que é, atualmente, feriado nacional, era acometido de fortes crises de dispneia, popularmente conhecida como "dificuldade de respiração" ou "falta de ar", o que impedia o primeiro presidente do Brasil de dormir. Foi enterrado num jazigo familiar no Cemitério do Caju, mas teve seus restos exumados e transferidos para um monumento na Praça Paris, no Rio de Janeiro, em 1937. Representações na cultura Deodoro já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, tendo sido interpretado por Castro Gonzaga nas minisséries Abolição (1988) e República (1989). Também teve sua efígie impressa nas notas de 20 cruzeiros de 1950, nas de 50 cruzeiros de 1970 e nas de 500 cruzeiros de 1981, e cunhada no verso das moedas de 25 centavos em circulação atualmente no Brasil. Memoriais sobre Deodoro Na Praça da República, no Rio de Janeiro, há o memorial denominado Casa Histórica de Deodoro, um sobrado onde o Marechal morou. A instituição é aberta ao público com uma exposição permanente sobre Deodoro da Fonseca. No bairro da Glória, também no Rio de Janeiro, foi construído um vasto monumento em homenagem a Deodoro. Em 16 de fevereiro de 2020, um detalhe do monumento, representando sua mãe, foi furtado. Na sua terra natal, Marechal Deodoro (Alagoas), na casa onde nasceu, existe o Museu Marechal Deodoro da Fonseca. Ver também Ministros do Governo Deodoro da Fonseca Panteão da Pátria Linha do Tempo do Governo Deodoro da Fonseca Bibliografia Ligações externas Mensagem ao Congresso Nacional 1890 Mensagem ao Congresso Nacional 1891 Naturais de Marechal Deodoro (Alagoas) Católicos do Brasil Presidentes do Brasil Marechais do Brasil Militares de Alagoas República da Espada Maçons do Brasil Heróis nacionais do Brasil Governadores do Rio Grande do Sul (Império) Sepultados no cemitério do Caju Positivistas do Brasil Políticos do Brasil que renunciaram Generalíssimos
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Troviscal foi uma freguesia portuguesa do concelho da Oliveira do Bairro, com de área e habitantes (2011). A sua densidade populacional era . Foi elevado a vila em 1 de Julho de 2003. A freguesia foi extinta (agregada) pela reorganização administrativa de 2013, sendo o seu território integrado na freguesia de Bustos, Troviscal e Mamarrosa. População Património Igreja de São Bartolomeu (matriz) Casa setecentista perto da igreja Capela de São Tomé Vilas de Portugal Antigas freguesias de Oliveira do Bairro
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Lagares, é uma freguesia portuguesa do município de Oliveira do Hospital, com 13,19 km² de área{{citar web|url= http://www.dgterritorio.pt/ficheiros/cadastro/caop/caop_download/caop_2013_0/areasfregmundistcaop2013_2 |título= Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013 |publicado= IGP Instituto Geográfico Português|acessodata= 10 de dezembro de 2013|notas= descarrega ficheiro zip/Excel|arquivourl= https://web.archive.org/web/20131209063645/http://wwwdgterritoriopt/static/repository/2013-11/2013-11-07143457_b511271f-54fe-4d21-9657-24580e9b7023$$DB4AC44F-9104-4FB9-B0B8-BD39C56FD1F3$$43EEE1F5-5E5A-4946-B458-BADF684B3C55$$file$$pt$$1zip|arquivodata= 2013-12-09|urlmorta= yes}} e 1382 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . Foi vila e sede de concelho entre 1514 e 1836. O pequeno município era constituído apenas pela freguesia da sede e tinha, em 1801, 635 habitantes. Voltou a obter a categoria de vila em 30 de agosto de 1995, tendo a designação da vila sido alterada de Lagares para Lagares da Beira''. Demografia A população registada nos censos foi: Património Igreja Paroquial de Lagares da Beira Capela da Senhora das Dores Equipamentos Biblioteca Ludoteca Freguesias de Oliveira do Hospital Vilas de Portugal Antigos municípios do distrito de Coimbra
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Hipócrates (, transl. Ippokráti̱s; *  em Cós; †  em Tessália) é considerado por muitos uma das figuras mais importantes da história da Medicina, frequentemente considerado "pai da medicina", apesar de ter desenvolvido tal ciência muito depois de Imhotep, do Egito antigo. É referido como uma das grandes figuras do florescimento intelectual grego, como Demócrito, Sócrates e Aristóteles. Hipócrates era um asclepíade, isto é, membro de uma família que durante várias gerações praticara os cuidados em saúde. Nascido numa ilha grega, os dados sobre sua vida são incertos ou pouco confiáveis. Parece certo, contudo, que viajou pela Grécia e que esteve no Oriente Próximo. Nas obras hipocráticas há uma série de descrições clínicas pelas quais se pode diagnosticar doenças como a malária, papeira, pneumonia e tuberculose. Para o estudioso grego, muitas epidemias relacionavam-se com fatores climáticos, raciais, dietéticos e do meio onde as pessoas viviam. Muitos de seus comentários nos Aforismos são ainda hoje válidos. Seus escritos sobre anatomia contêm descrições claras tanto sobre instrumentos de dissecação quanto sobre procedimentos práticos. Foi o líder incontestável da chamada "Escola de Cós". O que resta das suas obras testemunha a rejeição da superstição e das práticas mágicas da "saúde" primitiva, direcionando os conhecimentos em saúde no caminho científico. Hipócrates fundamentou a sua prática (e a sua forma de compreender o organismo humano, incluindo a personalidade) na teoria dos quatro humores corporais (sangue, fleugma ou pituíta, bílis amarela e bílis negra) que, consoante às quantidades relativas presentes no corpo, levariam a estados de equilíbrio (eucrasia) ou de doença e dor (discrasia). Esta teoria influenciou, por exemplo, Galeno, que desenvolveu a teoria dos humores e que dominou o conhecimento até o século XVIII. Sua ética resume-se no famoso Juramento de Hipócrates. Porém, certos autores afirmam que o juramento teria sido elaborado numa época bastante posterior. Na filosofia prática da medicina atribuída à Hipócrates, e reunida no Corpus Hippocraticum, as doenças, durante um certo tempo, evoluem de forma silenciosa até alcançarem o momento crucial, chamado krisis (crise), momento em que a doença se define, rumo à cura ou não. O bom médico deve identificar o kairós (momento oportuno) de agir. Esse tempo (kairós) não dura muito tempo (khronos) e, portanto, o médico não tem tempo a perder. Biografia Os historiadores concordam que Hipócrates nasceu por volta do ano 460 AC na ilha grega de Kos. Outras informações biográficas, no entanto, provavelmente não são verdadeiras. Sorano de Éfeso, um médico grego do século II, foi o primeiro biógrafo de Hipócrates e é a fonte da maioria das informações pessoais sobre ele. Biografias posteriores estão na Suda do século X DC e nas obras de John Tzetzes, que datam do século XII DC. Hipócrates é mencionado de passagem nos escritos de dois contemporâneos: Platão, em Protágoras e Fedro, e a Política de Aristóteles, que data do século IV AC. Sorano escreveu que o pai de Hipócrates era Heraclides, um médico, e sua mãe era Praxitela, filha de Tizane. Os dois filhos de Hipócrates, Thessalus e Draco, e seu genro, Polybus, foram seus alunos. De acordo com Galeno, um médico posterior, Políbo, foi o verdadeiro sucessor de Hipócrates, enquanto Tessália e Draco tiveram um filho chamado Hipócrates (Hipócrates III e IV). Sorano disse que Hipócrates aprendeu medicina com seu pai e avô (Hipócrates I), e estudou outras disciplinas com Demócrito e Górgias. Hipócrates provavelmente foi treinado no Asklepieion de Kos e teve aulas com o médico trácio Herodicus de Selymbria. Platão menciona Hipócrates em dois de seus diálogos: em Protágoras, Platão descreve Hipócrates como "Hipócrates de Kos, o Asclepíade". Em Fedro, Platão sugere que "Hipócrates, o Asclepíade", pensava que um conhecimento completo da natureza do corpo era necessário para a medicina. Hipócrates ensinou e praticou a medicina ao longo de sua vida, viajando pelo menos até a Tessália, Trácia e o Mar de Mármara. Existem vários relatos diferentes de sua morte. Ele morreu, provavelmente em Larissa, aos 83, 85 ou 90 anos, embora alguns digam que ele viveu bem mais de 100 anos. Obras O conjunto das obras atribuídas a Hipócrates constitui o Corpus hippocraticum (em português, Coleção Hipocrática). Setenta escritos são reconhecidos como constituintes do corpus, entre os quais os seguintes são considerados os mais importantes: Aforismos Da Medicina Antiga Da Doença Sagrada Epidemias Da Cirurgia Das Fraturas Das Articulações Dos Instrumentos de Redução Dos Ferimentos na Cabeça Prognósticos Dos Ares, Águas e Lugares Do Regime nas Doenças Agudas Das Úlceras Das Fístulas Das Hemorróidas Juramento Lei Em julho de 2017, o ministro das antiguidades do Egito anunciou a descoberta, por monges do Mosteiro Ortodoxo de Santa Catarina durante um trabalho de restauração, de um manuscrito do século V com textos médicos escrito por Hipócrates. Juramento de Hipócrates Bibliografias . Ligações externas - Textos de Hipócrates (em grego e em inglês) Obras de Hipócrates: textos com concordâncias e lista de frequência Médicos da Grécia Antiga Gregos do século V a.C. Gregos do século IV a.C.
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Ourique é uma vila portuguesa pertencente ao Distrito de Beja e inserida na região do Alentejo (NUT II) e na sub-região do Baixo Alentejo (NUT III), com menos de habitantes. É sede do Município de Ourique que tem de área e habitantes (2021), subdividido em 4 freguesias. O município é limitado a norte pelos municípios de Santiago do Cacém e Aljustrel, a leste por Castro Verde e Almodôvar, a sul por Silves e a oeste por Odemira. Freguesias Caracterização Geografia O território de Ourique, em termos geomorfológicos, faz a transição entre a peneplanície - dominante a norte e em grande parte do espaço geográfico do município - e a serra de Monchique, na parte sul, numa passagem das planuras secas para uma orografia mais vigorosa, de maior altitude média e com um aumento óbvio do regime pluvial. A rede hidrográfica é marcada pelas bacias dos rios Sado e Mira, este último que cruza longitudinalmente o município na sua parte mais estreita, nas proximidades de Fernão Vaz/Castro da Cola. A barragem do Monte da Rocha e parte significativa do regolfo da barragem de Santa Clara são duas fontes hídricas importantes que marcam e caracterizam a paisagem e as atividades humanas na região. Em termos de vegetação predomina a estepe cerealífera, montado e, na parte sul do município, a de relevo mais movimentado, dada a aproximação e integração na serra, afirma-se o coberto de características mediterrânicas e o pinhal. A planície estepária é desarborizada, mas concentra uma diversidade avifaunística muito importante e única. Clima Em termos climáticos, a região apresenta duas estações anuais bem definidas: o inverno é frio e pouco chuvoso e o é verão muito quente e seco, este último com temperaturas que ultrapassam frequentemente os 40 °C. Devido a isto, o clima pode ser designado como de regime mediterrânico; na escala climática de Köppen-Geiger é classificado como Csa. A pluviosidade é baixa (média anual de 558 mm), com regimes de precipitação irregulares e com grandes variações de ano para ano. O mês mais seco é Julho e tem 2 mm de precipitação. Com uma média de 86 mm, o mês de Janeiro é o mês de maior precipitação. A temperatura média anual é de 16.4 °C. O mês mais quente do ano é Agosto, com uma temperatura média de 23.4 °C. A temperatura média em Janeiro é de 10.6 °C, sendo esta a temperatura média mais baixa do ano. História Origem de Ourique A fundação de Ourique data de 711, ano da entrada dos muçulmanos na Península Ibérica. Contudo, vários fatores apontam para uma existência mais recuada. São conhecidos diversos assentamentos populacionais desde os tempos pré-históricos, locais documentados por diversas campanhas arqueológicas. Desde o Paleolítico, Calcolítico, Idade do Ferro e do Bronze, um grande número de povos se cruzaram nestas terras, devido às presenças proto-históricas, romanas, celtas e árabes. Quanto à origem do topónimo Ourique, este pode ter origem nas palavras Ouro (pela proximidade com explorações auríferas) e Orik (palavra árabe que significa desgraça ou infortúnio, no seguimento da derrota mourisca na Batalha de Ourique). Dever-se-á também, aos muçulmanos, a edificação do castelo de Ourique, estrutura militar lendária que ainda hoje preenche memórias. Este castelo terá, muito provavelmente, alternado várias vezes entre o Crescente e a Cruz, consoante a sorte de armas. Nos tempos da reconquista teria um papel essencialmente de atalaia defensiva, tendo como guarda avançada o Castro da Cola. A importância geográfica e estratégica de Ourique e do seu território é reconhecida ao longo dos séculos, pelo que sempre desempenhou a sul um importante papel militar e comercial ao estabelecer ligação com o vale do Sado e com a serra algarvia. Desta forma, Ourique constituiu-se como uma das componentes centrais na conquista do território aos muçulmanos, tendo sido testemunha da célebre Batalha de Ourique.  A Batalha de Ourique, ocorrida nos campos de Ourique a 25 de julho de 1139, foi decisiva para a Independência de Portugal. Lideradas por D. Afonso Henriques, as tropas cristãs venceram, com grandes dificuldades, os muçulmanos comandados pelo governador de Santarém. Segundo a lenda, antes da refrega, Cristo terá aparecido a Afonso Henriques, garantindo-lhe a vitória, confiando nas motivações religiosas que o moviam. Desta forma, a batalha que se seguiria estava, de certa forma, protegida pelo poder divino. A vitória em toda a linha contra os “cinco reis mouros” permitiu que, em seguida e em pleno campo da peleja, Afonso Henriques fosse aclamado pelo seu exército como rei de Portugal. Afirmação da vila Em 8 de janeiro de 1290, e estando o rei D. Dinis em Beja, foi concedida carta de foral a Ourique que permitiu a sua elevação a vila, algo que significou a emancipação da localidade. Mais tarde torna-se também cabeça de comarca, passando a ter a jurisdição de muitos municípios limítrofes.  D. Manuel I atribui novo foral a Ourique em 20 de setembro de 1510, confirmando os privilégios dados por D. Dinis.  No primeiro recenseamento da população portuguesa, em 1527, Ourique e o seu termo tinham 582 habitantes, o que fazia desta vila uma das mais povoadas de Além-Tejo. Evolução da População do Município Por decreto de 26/06/1875, a freguesia de Santa Luzia, que fazia parte do concelho de Odemira, passou para o concelho de Ourique. Por decreto de 17/08/1889, a freguesia de S. Martinho das Amoreiras, do concelho de Ourique, passou a fazer parte do concelho de Odemira. (Fonte: INE) ★ Número de habitantes que tinham a residência oficial neste município à data em que os censos se realizaram. ★★ De 1900 a 1950 os dados referem-se à população presente no município na data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente Património Cerro do Castelo ou Forte de Garvão Castro de Cola ou Cidade de Marrachique Feiras, festas e romarias Feiras anuais 2 de Fevereiro 2º Domingo após o Carnaval 16 de Maio 28 de Setembro Festas e Romarias Feira de Garvão (exposição agro-pecuária) - Maio Nossa Senhora da Cola - 8 de Setembro (Feriado Municipal) Batalha de Ourique - 25 de Julho Festas em honra de Nª Srª da Boa Viagem (Aldeia de Palheiros) - último fim-de-semana de Julho Festas de Santa Maria - 15 de Agosto Festa da Castanha e do Vinho (Aldeia de Palheiros) - em Novembro Heráldica Política Eleições autárquicas Eleições legislativas Ver também Lista de percursos pedestres de pequena rota em Portugal Ligações externas Município de Ourique Santa Casa da Misericórdia de Ourique
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Claude-Henri de Rouvroy, Conde de Saint-Simon, (Paris, 17 de outubro de 1760 – Paris, 19 de maio de 1825), foi um filósofo e economista francês, um dos fundadores do socialismo moderno e teórico do socialismo utópico. Ele criou uma ideologia política e econômica conhecida como sansimonismo, que alegava que as necessidades de uma classe industrial, que ele também chamava de classe trabalhadora, precisavam ser reconhecidas e satisfeitas para se ter uma sociedade eficaz e uma economia eficiente. Diferentemente das concepções nas sociedades industrializadas de uma classe trabalhadora ser apenas constituída de trabalhadores manuais, a concepção dessa classe de Saint-Simon, no final do século XVIII, incluía todas as pessoas envolvidas no trabalho produtivo que contribuíam para a sociedade, incluindo empresários, gerentes, cientistas, banqueiros, além de trabalhadores manuais dentre outros. Ele dizia que a principal ameaça às necessidades da classe industrial era outra classe a que ele se referia como classe ociosa, que incluía pessoas capazes que preferiam ser parasitas e se beneficiar do trabalho de outras pessoas, enquanto procuravam evitar trabalhar. Saint-Simon enfatizou a necessidade de reconhecimento do mérito do indivíduo e a necessidade de hierarquia de mérito na sociedade e na economia, como a sociedade que possui organizações hierárquicas de gerentes e cientistas com base no mérito para serem os tomadores de decisão no governo. Ele criticou fortemente qualquer expansão da intervenção do governo na economia que fosse além de garantir que não houvesse nenhum obstáculo ao trabalho produtivo e reduzir a ociosidade na sociedade, considerando a intervenção além dessas muito intrusiva. Possui algumas obras de inspiração religiosa. Nesse final de sua vida obteve uma vida tranquila economicamente, graças às pessoas que participavam no seu grupo. Influência Saint-Simon é considerado um dos fundadores do socialismo, que estaria sendo sustentado por duas forças opostas: orgânicas (estáveis) e críticas (mudam a história). Só a sociedade industrial poderia acabar com a crise que a França passava. Este autor ainda marca a ruptura com o Antigo Regime. Para Saint-Simon, a política era agora a ciência da produção, porém a política vê seu fim com a justiça social. A obra principal de Saint-Simon é o livro Nouveau Christianisme (Novo Cristianismo) (1825). Nele declara que a religião tendia a melhorar a condição de vida dos mais necessitados. Ele morreu no ano da publicação desse livro, no dia 19 de maio. Em três anos seus seguidores tinham desenvolvido o que podemos chamar de um culto quase religioso baseado na interpretação das suas ideias, e difundiram as suas ideias através da Europa e América do Norte, influenciando socialistas e outros românticos do início do século XIX, como Sainte-Beuve, Victor Hugo e George Sand. Ideias Industrialismo Em 1817, Saint-Simon publicou um manifesto chamado "Declaração dos Princípios" no seu trabalho intitulado "A Indústria". A declaração foi sobre os princípios de uma ideologia chamada industrialismo, que clamava pela criação de uma sociedade liderada por pessoas que ele definiu como classe industrial. A classe industrial, também referida como a classe trabalhadora, era definida como a classe formada pelas pessoas envolvidas no processo produtivo, como homens de negócio, gerentes, cientistas, banqueiros, trabalhadores manuais, etc. Ele alegava que o primeiro entrave para as necessidades da classe industrial eram as pessoas que viviam como "parasitárias", que se beneficiavam de outros, enquanto evitavam trabalhar. Ele considerou as origens dessa "classe parasitária" relacionadas ao que ele chamou de "preguiça natural da humanidade". Ele guardou o papel do governo nessa questão como de assegurador dessa produtividade e de diminuidor do ócio na sociedade. Ele era veementemente contra qualquer intervenção do governo na economia fora esses dois papéis citados, dizendo que qualquer intervenção fora dessas duas áreas faz o governo se tornar um "inimigo tirânico da indústria" e que a economia industrial iria decair, caso isso acontecesse. Saint-Simon enfatizou a necessidade do reconhecimento do mérito individual e da hierarquia do mérito na sociedade e na economia, como a sociedade tendo chefes e cientistas, para decidirem sobre o mercado e sobre o governo. Bastante influenciado pelas ideias contra o privilégio social, Saint-Simon renunciou ao seu título de aristocrata e se tornou a favor de uma forma de meritocracia, tornando-se convencido que a ciência era a chave do progresso e que seria possível criar uma sociedade baseada em princípios científicos objetivos. Ele alegava que a sociedade feudal da França deveria ser abolida e transformada numa sociedade industrial. As visões econômicas de Saint-Simon foram bastante influenciadas pelas visões de Adam Smith, a quem Saint-Simon admirava muito e se referia como "O imortal Adam-Smith". Ele compartilhava com Adam Smith a ideia de que os impostos deveriam ser bastante reduzidos para se ter um sistema industrial mais justo. Saint-Simon pregava uma mínima intervenção do governo na economia, para que não haveria desmembramento da produtividade. Ele pregava, de maneira mais enfática que Smith, que a administração estatal da economia era parasítica e hostil para as necessidades da produção. Como o modelo de Adam Smith, o de Saint-Simon copiava os métodos científicos da astronomia: ele disse: "Os astrônomos só aceitam aqueles fatos que são verificáveis pela observação; eles escolheram o sistema que encaixou perfeitamente e, desde aqueles tempos, a ciência astronômica anda nos trilhos." Saint-Simon revisou a Revolução Francesa e a considerou uma mudança econômica sangrenta, com conflitos de classe. Na sua análise, a solução dos problemas que levaram à Revolução Francesa seria a criação de uma sociedade industrial onde a hierarquia do mérito e o respeito pelo trabalho produtivo deveria ser a ênfase da sociedade, e que hierarquias de hereditariedade e de militarismo decresceriam em importância na sociedade, porque elas não seriam capazes de levar a uma "sociedade produtiva". Karl Marx identificou Saint-Simon como um socialista utópico, embora o historiador Alan Ryan considere que certos seguidores de Saint-Simon, mais do que ele mesmo, foram responsáveis pelo crescimento do socialismo utópico baseado nas ideias de Saint-Simon. Feudalismo e aristocracia Em oposição ao sistema feudal e militar — uns dos principais aspectos que têm sido fortalecidos pela Restauração — ele advogou uma forma de socialismo tecnocrático, um arranjo no qual chefes industriais deveriam controlar a sociedade. No lugar da igreja medieval, a direção espiritual da sociedade se deslocaria para o homem da ciência. O homem que é capaz de organizar a sociedade produtiva estaria encarregado de fazer isso. O conflito entre trabalho e capital, tão presente nas ideias dos socialistas tradicionais, não está presente no trabalho de Saint-Simon, mas ele assume que os chefes que controlam a produção deveriam controlar pelo interesse da sociedade. Saint-Simon se preocupava mais com as causas da pobreza, até que ele resolveu publicar "Novo Cristianismo", que lidava com a religião, o que foi a causa da sua última desavença com Augusto Comte. Visões sobre a religião Até a publicação de "Novo Cristianismo", Saint-Simon não se preocupava com a teologia. No seu trabalho, ele parte do ponto da crença em Deus, e o seu objetivo no tratado foi a ideia de reduzir o cristianismo até os seus elementos essenciais. Ele o fez clareando os dogmas e outros exageros ou defeitos que, segundo ele, existiam na Igreja Católica e na Protestante. Ele propõe uma fórmula para se compreender o cristianismo nesse preceito: "O papel da sociedade deveria ser lutar pelo aprimoramento da moral e da vida material das pessoas pobres; a sociedade deveria se organizar da melhor forma para atingir seus fins." Esse princípio se tornou a palavra de ordem de todo o pensamento de Saint-Simon. Publicações 1802 - Lettres d'un habitant de Genève à ses contemporains; 1803 - Un rêve; 1807 - Introduction aux travaux scientifiques du XIXème; 1810 - Esquisse d'une nouvelle encyclopédie; 1813 - Travail sur la gravitation universalle; 1814 - De la réorganisation de la sociéte européene (em colaboração com A. Thierry); 1813-1816 - Mémoires sur la science de l'homme; 1817 - L'industrie ou discussions politiques, morales et philosophiques, dans l'intérêt de tous les hommes livrés à des travaux utiles et indépendants; 1819-1820 - L'organisateur; 1821 - Le système industriel; 1823 - Le catéchisme des industriels; 1825 - Opinions littèraires, philosophiques et industrielles; 1825 - Nouveau christianisme - Dialogues entre un conservateur et un novateur. Ver também A cada um segundo sua contribuição Bibliografia IONESCU, Ghita. El pensamiento politico de Saint-Simon. Tradução de: Carlos Melchor e Leopoldo Rodríguez Regueira. Título Original: The political thought of Saint-Simon. 1976. Oxford University Press. Primeira edição em espanhol, 1983. Fondo de Cultura Economica: México, D.F., 1983. ISBN 968-16-1595-6. NEWMAN, Michael. Socialism: A Very Short Introduction - Oxford University Press, ISBN 0-19-280431-6 TAYLOR, Keith. Henri Saint-Simon (1760-1825): selected writings on science, industry, and social organization. Croom Helm Ltd: London, 1975. ISBN 0-85664-206-1. Disponível em: http://books.google.com.br/books?id=X8MOAAAAQAAJ&printsec=front cover&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false. Último acesso: 10 de janeiro de 2011. WILSON, Edmund - Rumo à Estação Finlândia - Cia das Letras. Ligações externas Catholic Enciclopédya Filósofos da França Utopistas Naturais de Paris Escritores da França Socialistas da França !Mais Teoria da História na Wiki (Wikiconcurso de edição)
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Válega é uma freguesia portuguesa do município de Ovar, com 26,64 km² de área e 6474 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . Localização Limita a norte com as freguesias de Ovar e de São João de Ovar, a sul com as freguesias de Avanca e de Pardilhó (concelho de Estarreja), a leste com as freguesias de São Vicente de Pereira Jusã (município de Ovar) e São Martinho da Gândara (município de Oliveira de Azeméis) e a oeste com a ria de Aveiro, sendo a segunda maior freguesia do concelho de Ovar em área. Demografia A população registada nos censos foi: Economia A sua estrutura produtiva assenta principalmente na agricultura e pecuária. Turismo As atracções da vila incluem os seus esteiros da Ria de Aveiro, azulejos, fontes e monumentos religiosos, como a Igreja Matriz e o Santuário de Nossa Senhora de Entráguas. A tradição popular conta que, em tempo de fome e crise de valores humanos, no adro da matriz surgiu uma misteriosa aparição de uma bonita senhora, mostrando na mão uma broa doce, doce tradicional local, talvez lembrando o valor do pão material e o da Eucaristia espiritual. Válega possui restaurantes ao longo da Estrada Nacional 109 (Porto - Aveiro), que a atravessa na direção norte-sul. Património edificado Igreja Paroquial de Válega Capela da Senhora do Bom Sucesso Cruzeiro da Virgem Capela e Cruzeiro de São Bento Capelas de São Gonçalo, de São João Baptista, de Nossa Senhora das Dores, de Nossa Senhora das Febres, de Nossa Senhora de Lurdes e de Nossa Senhora da Maternidade Cruzeiros nos lugares de Espartidouras e de São João Casa da Boa Vista Capela e cruzeiro do Adro Velho Casa e Capela de Nossa Senhora da Conceição Antiga Casa da Câmara Antigos Paços do Concelho Monumento a Nossa Senhora do Amparo Busto do comendador António Augusto da Silva Marco das Terras da Feira Museu escolar de Válega Colectividades Grupo de Acção Cultural de Válega Prémio literário Glória de Sant'Anna por Grupo de Acção Cultural de Válega (GAC) e a família de Glória de Sant'Anna Grupo Coral Laudamus Associação Cultural e Recreativa de Valdágua Associação dos Antigos Alunos da Escola de Oliveira Lopes Casa do Povo de Válega Centro Cultural e Recreativo de Válega Associação dos Emigrantes de Santa Maria de Válega Sociedade Columbófila de Válega Juventude Valeguense Associação dos Amigos do Seixo-Branco Associação dos Amigos de S. Bento Ligações externas Freguesias de Ovar Vilas de Portugal
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Arreigada é uma antiga freguesia portuguesa do concelho de Paços de Ferreira, com 2,16 km² de área e 1 999 habitantes (2011). A sua densidade populacional era 925,5 hab/km². Foi unida em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional para formar uma nova freguesia denominada Frazão Arreigada., com sede em Frazão. História Topónimo de origem incerta, presume-se que derive das suas gentes terem as suas raízes "arreigadas" à terra. Tem como orago São Pedro. A sua ocupação milenar é testemunhada pelas as lagaretas romanas de Cimo de Vila e pela Ponte Medieval de Vila Boa. Foi curato de apresentação do Convento da Serra do Pilar. Freguesia ribeirinha, é atravessada pelo Rio Ferreira, tendo fortes tradições ligadas à moagem do milho, testemunhadas pela existência de vários moinhos ao longo do rio, hoje abandonados. População Antigas freguesias de Paços de Ferreira
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Meixomil é uma freguesia portuguesa do município de Paços de Ferreira, com 4,5 km² de área e 3749 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . Demografia A população registada nos censos foi: Freguesias de Paços de Ferreira
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Marateca é uma antiga freguesia portuguesa do município de Palmela, distrito de Setúbal com 103,37 km² de área. A freguesia da Marateca foi extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Poceirão e Marateca.. População Nos censos de 1864 a 1920 esta freguesia pertencia ao concelho de Setúbal, inserida na freguesia de Palmela. Pelo decreto lei nº 12.615, de 01/11/1926, que criou o concelho de Palmela, passou a fazer parte deste concelho, como freguesia autónoma. Com lugares desta feguesia foi criada em 1957 a freguesia de Santo Isidro de Pegões, do concelho do Montijo e em 1988 a freguesia de Poceirão Média do País no censo de 2001: 0/14 Anos-16,0%; 15/24 Anos-14,3%; 25/64 Anos-53,4%; 65 e mais Anos-16,4% Média do País no censo de 2011: 0/14 Anos-14,9%; 15/24 Anos-10,9%; 25/64 Anos-55,2%; 65 e mais Anos-19,0% História O povoamento da freguesia remonta à época da colonização romana, tendo começado por ser ponto de apoio aos viajantes, dada a sua proximidade com a estrada que ligava Lisboa a Mérida, sendo este facto comprovado com os achados arqueológicos do Zambujalinho. Em contexto romano, existia nas imediações um povoado de nome Malateca. O seu nome data do século XII, existindo uma lenda popular que conta que um cavaleiro português se apaixonou por uma bela mourisca. Este cavaleiro residia no local onde hoje em dia é a Marateca. Para ficar com a sua amada, raptou-a e entregou-a aos de sua confiança, para que estes a entregassem, sem que fosse encontrada, a sua família. A bela muçulmana fez a viagem por mar e depois pelo Rio Sado, até chegar ao destino. Como não dominava a língua portuguesa, quando lhe perguntavam como tinha ali chegado, ela respondia “ Mar até cá”. Actualmente esta designação dá o nome à freguesia, contudo o local da Marateca é de todos o menos povoado e onde se encontram as ruínas da igreja, que testemunhou a existência de um antiga comunidade habitacional humana, o cemitério anexo à igreja e a ponte de ferro sobre o rio que tem o mesmo nome da povoação, formando um troço de estrada em direcção ao Alentejo e Algarve. Localidades A freguesia da Marateca, com mais de quinhentos anos de história, localiza-se na zona nascente do concelho de Palmela e faz extrema com os concelhos de Setúbal, Montijo, Alcácer do Sal e Vendas Novas. Tem cerca de 5.000 habitantes numa área de 134 km², abrangendo as localidades de Águas de Moura, Margaça, Cajados, Fernando Pó, Fonte da Barreira e Agualva de Cima. Economia Nesta freguesia predominam as grandes herdades, ricas em montado de sobro, pinhal e olival. O montado constitui-se como importante fonte de riqueza, pois favorece a criação de gado, a exploração de cortiça, a orizicultura, a apicultura e ainda o desenvolvimento das actividades cinegéticas. No entanto, a mais importante da região é a viticultura, pois produzem-se vinhos encorpados, de óptima qualidade, características da casta Periquita. Ainda existem outras actividades económicas exploradas nesta freguesia, como a cultura do tomate e indústrias de lacticínios (fábrica da Parmalat). Eventos A primeira Mostra de Vinhos, em Fernando Pó, foi realizada por iniciativa dos produtores de vinho da Marateca e do Poceirão em 1996, tendo alcançado um grande êxito, já fazendo parte das festas da freguesia. As festas de S. Pedro da Marateca são também muito apreciadas pelas gentes da terra e têm como objectivo a divulgação da cultura tradicional, bem como o reforço das raízes populares. Estas festas são de cariz religioso e profano, sendo um dos pontos de referência das localidades. A procissão e as marchas populares são consideradas a alma destas festas, que atraem anualmente um grande número de visitantes. Património Igreja de Águas de Moura - Com traça dos anos 50, é um edifício de destaque na povoação, pela sua volumetria e pela torre coroada pelo tradicional ninho de cegonha. A antiga Igreja, actualmente em ruína, situa-se junto ao cemitério local. Tanque público de Águas de Moura - Datado de 1899, constitui um bem preservado local de convívio e trabalho feminino ao longo de décadas, marcando as relações de sociabilidade locais. Antigas freguesias de Palmela
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Calculadora é um dispositivo para a realização de cálculos numéricos. Embora muitas calculadoras modernas incorporem com frequência um computador genérico, o dispositivo como um todo foi projectado para facilitar a realização de operações específicas, não visando flexibilidade de tarefas e por isso não pode ser classicada como uma máquina de Turing. Além disso as calculadoras modernas são muito mais portáteis do que a maioria dos outros dispositivos chamados computadores, embora muitos telefones celulares sejam compatíveis em tamanho com calculadoras portáteis. No passado, com a ajuda de dispositivos como o ábaco, régua de cálculo e outros, pessoas, normalmente mulheres, denominadas "calculadores" faziam o sério trabalho de cálculo numérico com a ajuda de caneta e papel. Não é necessário dizer que este trabalho semimanual era tedioso, extremamente lento e sujeito a erros. Calculadoras mecânicas As antecessoras das calculadoras atuais, que usam eletrônica pra funcionarem, eram usadas calculadoras mecânicas, por vezes chamadas máquinas calculadoras (uma designação também aplicada às calculadoras eletrônicas). A calculadora mecânica mais antiga conhecida, sobre a qual há dúvidas se terá sido construída, foi a do polímata alemão Wilhelm Schickard , que em 1623 revelou os planos para a sua máquina. Em 1645, o francês Blaise Pascal apresentou ao público a sua "máquina aritmética", que ficou conhecida como pascalina também é conhecida como calculadora de Pascal. Em 1672, o alemão Leibniz apresentou a sua calculadora, baseada na de Pascal, mas capaz de multiplicar e dividir. A primeira calculadora científica, a máquina diferencial foi inventada pelo inglês Charles Babbage, que apresentou um pequeno protótipo dela em 1822. O objetivo de Babbage era que a sua máquina calculasse não só operações aritméticas como também tabelas de funções polinomias. Apesar do financiamento do governo britânico, que durou até 1842, e de terem sido produzidos mais dois protótipos, um em 1832 e outro em 1849, a máquina nunca passou da fase de protótipo. Antes da difusão das calculadores eletrônicas, houve um tipo de calculadoras mecânicas muito usado, especializadas em cálculos contabilidade, as chamadas máquinas de somar. Calculadoras eletrônicas Características As calculadoras de hoje são eletrônicas e são construídas por vários fabricantes, em diversas formas e tamanhos variando em preço de acordo com a sofisticação e os recursos oferecidos. Há poucas companhias que desenvolvem calculadoras profissionais para a área financeira e engenharia. As mais conhecidas são Sharp, Casio, Hewlett-Packard (HP) e Texas Instruments (TI). A capacidade de uma calculadora varia conforme o modelo, desde possibilidades de cálculo limitados à aritmética básica, passando por outras que oferecem funções trigonométricas, até outras funções matemáticas mais avançadas. As mais modernas e avançadas são programáveis e podem apresentar gráficos. Tipos Calculadora simples — só suporta operações aritméticas simples e, frequentemente, também raízes quadradas. Calculadora científica — calculam funções como seno, cosseno, etc. Calculadora gráfica — tipo de calculadora científica capaz plotar gráficos bidimensionais e algumas também 3D tridimensionais. Calculadora financeira — voltadas para o meio financeiro, com muitas funções diretamente disponíveis. Calculadoras e programas do cálculo no computador Computadores pessoais, smartphones e muitos telefones celulares podem executar cálculos gerais em uma variedade de modos. A maioria dos sistemas operacionais de computador, incluem um programa "Calculadora". A maioria deles imitam a interface de uma calculadora física. Alguns programas de linha de comando e linguagens de programação interpretadas proveem funções de cálculo interativas. Para cálculos mais complexos que requerem quantias grandes de dados organizados, os programas de planilha eletrônica como Excel ou OpenOffice.org proveem cálculo e funções. Programas de álgebra computacional, como o Mathematica e outros, podem suportam cálculos mais avançados. Há ainda calculadoras que funcionam em navegadores web. Ligações externas Museum of Pocket Calculating Devices Museum of HP Calculators
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Pessegueiro é uma freguesia portuguesa do município de Pampilhosa da Serra, com 31,91 km² de área e 187 habitantes (2021). A sua densidade populacional é de 5,9 hab./km². Braçal, Carvoeiro, Coelhal, Catraia do Farropo, Malhadas da Serra, Pessegueiro de Baixo, Pessegueiro de Cima, Ramalheira, Sobral Bendito e Casal da Silva são lugares ou aldeias desta freguesia. População Património Capela mortuária Quinta de Casal Bendito Moinhos de água da Ribeira Antigas minas Parte do parque eólico de Pampilhosa da Serra Praia fluvial Museu Etnográfico (Carvoeiro) Ligações externas Freguesias de Pampilhosa da Serra
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Robert Falcon Scott, CVO (Plymouth, — ) foi um oficial da Marinha Real Britânica e um explorador que liderou duas expedições à Antártida: a Expedição Discovery (1901–04) e a Expedição Terra Nova (1910–13). Durante este segundo empreendimento, Scott esteve à frente de um grupo de cinco homens que chegaram ao Polo Sul em 17 de Janeiro de 1912, apenas para verificar que tinham sido ultrapassados pelo norueguês Roald Amundsen na sua própria expedição. Na sua viagem de regresso, Scott e os seus quatro companheiros, pereceram devido a uma combinação de exaustão, fome e frio extremo. Antes de ser escolhido para liderar a Expedição Discovery, Scott tinha seguido a carreira habitual de um oficial de marinha britânico, em tempo de paz, na Era vitoriana, onde as oportunidades de progresso profissional eram limitadas e intensamente procuradas por oficiais ambiciosos. Foi uma oportunidade de distinção pessoal que levou Scott a candidatar-se ao comando do Discovery, e não um especial desejo de exploração polar. No entanto, o seu nome iria ficar para sempre ligado à Antártida, o campo de trabalho onde iria atuar nos últimos doze anos da sua vida. No seguimento das notícias da sua morte, Scott tornou-se um herói britânico, um estatuto mantido por mais de 50 anos, e refletido pelos muitos memoriais erigidos por toda a sua nação. Nas décadas finais do século XX, o seu nome voltou a ser alvo de atenção devido às causas da tragédia da sua morte, e da dos seus companheiros, e do nível de culpabilidade pessoal de Scott. Depois de se ter mantido intocável durante vários anos, Scott passou a ser uma figura controversa, alvo de várias questões acerca do seu carácter e competências. Historiadores e críticos do início do século XXI têm, contudo, olhado para Scott de um modo mais positivo, dando especial destaque à sua coragem pessoal e estoicismo, enquanto reconheciam os seus erros, mas apontando o destino dramático da sua expedição final ao fator falta de sorte. Primeiros anos Família Scott nasceu no dia 6 de Junho de 1868, terceiro de seis filhos, de John Edward Scott e Hannah Cuming em Stoke Damerel, perto de Devonport, Devon. Embora o seu pai fosse cervejeiro e magistrado, havia tradições navais e militares na família: o avô de Scott, e quatro tios, tinham servido na marinha ou no exército. Os rendimentos de John Scott provinham de uma pequena cervejaria própria em Plymouth, que ele tinha herdado do seu pai, e que depois vendeu. Anos mais tarde, quando Scott estava a prosseguir a sua carreira naval, a família passou por sérios reveses financeiros, mas a sua juventude foi passada em conforto. De acordo com a tradição da família, Robert e o seu irmão mais novo, Archibald, estavam predestinados a carreiras nas forças armadas. Robert passou quatro anos num colégio local antes de ser enviado para Stubbington House School, em Stubbington, Hampshire, uma escola preparatória para entrada no ensino superior, que preparava os candidatos para os exames de entrada para o navio-escola HMS Britannia, em Dartmouth. Depois de ter passado nos exames, Scott, de treze anos de idade, deu início à sua carreira naval em 1881, como cadete. Início da carreira naval Em julho de 1883, Scott passou ao posto de Guarda-marinha, o sétimo. Em outubro rumou para a África do Sul para se juntar ao HMS Boadicea, o navio-almirante da esquadra do Cabo, o primeiro de vários navios onde ele serviu durante os anos como aspirante-de-marinha. Enquanto se encontrava estacionado em St Kitts, Índias Ocidentais, no HMS Rover, teve o seu primeiro encontro com Clements Markham, então Secretário da Real Sociedade Geográfica (RSG), que teria um papel fulcral nos últimos anos da carreira de Scott. Neste encontro, a 1 de março de 1887, Markham assistiu à vitória do cúter de Scott, na corrida dessa manhã pela baía. Markham tinha o hábito de agir como “observador” junto de jovens oficiais de marinha para avaliar da sua capacidade para a exploração polar futura. Ficou impressionado pela inteligência de Scott, assim como pelo seu entusiasmo e charme. Em Março de 1888, Scott passou nos exames para sub-tenente, com quatro certificados de primeira classe, num total de cinco. A sua carreira progrediu, de forma regular, prestando serviços em vários navios, e sendo promovido a tenente em 1889. Em 1891, depois de uma longa estada em águas estrangeiras, candidatou-se ao curso de torpedo, de dois anos, no [[HMS Vernon|HMS Vernon]], um passo muito importante para a sua carreira. Acabou o curso com certificados de primeira classe, tanto em exames teóricos como práticos. No Verão de 1893, Scott, ao comando de um barco-torpedo, encalhou, o que lhe valeu uma pequena repreensão. Durante o trabalho de pesquisa para a sua biografia dupla de Scott e Roald Amundsen, o historiador polar Roland Huntford investigou um possível escândalo na fase inicial da carreira naval de Scott, ocorrido no período 1889–90, quando este era tenente no HMS Amphion. De acordo com Huntford, Scott "desaparece dos registros navais " num período de oito meses, de meados de Agosto de 1889 até 26 de Março de 1890. Huntford pensa que se terá tratado de um envolvimento com uma mulher casada norte-americana, encobrimento, e proteção dos oficiais superiores. O biógrafo David Crane acha que o período terá sido inferior, onze semanas, mas não consegue encontrar um porquê. Crane discorda da ideia de proteção dos oficiais superiores argumentando que Scott não era assim tão importante, ou com boas ligações, para merecer o encobrimento. A documentação que poderia fazer alguma luz sobre este assunto desapareceu dos registros do Almirantado. Em 1894, enquanto prestava serviço como oficial especialista em torpedos no navio depósito HMS Vulcan, Scott soube do drama financeiro que tinha atingido a sua família. John Scott, depois de ter vendido à sua cervejaria e de ter investido de forma desorganizada o dinheiro obtido, tinha perdido todo o seu capital e estava, virtualmente, falido. Aos 63 anos de idade, e com pouca saúde, teve de aceitar o lugar de gerente de uma cervejaria, e mudou-se com a família para Shepton Mallet, Somerset. Três anos mais tarde, enquanto Robert prestava serviço no navio-almirante da esquadra do Canal da Mancha, HMS Majestic, John Scott morreu vítima de doença coronária, dando origem a mais problemas familiares. Hannah Scott e as suas duas filhas solteiras, ficaram dependentes do salário de Scott e do irmão mais novo Archie, que tinha deixado o exército e ingressado no serviço colonial, mais bem pago. A morte de Archie no outono de 1898, depois de ter contraído febre tifoide, significava que toda a responsabilidade financeira para a família, dependia de Scott. Ser promovido, e ganhar mais, tinha-se tornado uma preocupação para Scott. No início de Junho de 1899, de licença, encontrou, por acaso, em Buckingham Palace Road, em Londres, Clements Markham (cavaleiro e presidente da RSG), e ficou a saber de um projeto de expedição antártica patrocinada pela Real Sociedade Geográfica. Era uma oportunidade para um lugar de comando e uma hipótese de se distinguir. O que se passou entre eles naquele dia, não se sabe, mas alguns dias mais tarde, a 11 de Junho, Scott apareceu na casa de Markham e candidatou-se ao lugar de líder da expedição. Expedição Discovery, 1901–1904 A Expedição Antártica Nacional Britânica, mais tarde conhecida por Expedição Discovery, foi um projeto conjunto entre a RSG e a Royal Society. Um sonho de longa data de Markham, exigia que fossem aplicadas todas as suas capacidades e vontade de levar a expedição a bom porto, sob comando naval e com uma tripulação maioritariamente da marinha. Scott poderá não ter sido a primeira escolha de Markahm para o seu líder mas, depois de o escolher, Markham continuaria sempre seu apoiante. Em relação à abrangência de responsabilidades de Scott, verificaram-se algumas discussões com a Royal Society a pressionar para que fosse um cientista o responsável pelo programa da expedição, enquanto Scott ficava apenas com o comando do navio. No final, contudo, foi a opinião de Markham que prevaleceu; Scott recebeu o comando total, e foi promovido a capitão-de-fragata antes de o Discovery rumar para a Antártida a 6 de Agosto de 1901. O rei Eduardo VII, que mostrou um interesse especial na expedição, visitou o "Discovery" um dia antes de este deixar a costa britânica em Agosto de 1901, e, durante a visita, atribuiu-lhe o título de Membro da Real Ordem Vitoriana, um presente pessoal. Apesar de não terem experiência no Ártico ou na Antártida, os 50 membros do grupo tiveram alguma formação em equipamentos e técnicas antes de o navio partir. Foram levados cães e esquis, mas praticamente ninguém sabia com os utilizar. Segundo Markham, o profissionalismo foi considerado menos louvável do que a "aptidão não forçada", e, possivelmente, Scott foi influenciado pela crença de Markham. No primeiro dos dois anos em que o Discovery passou no gelo, aquela indiferença foi severamente testada, à medida que a expedição lutava por enfrentar os desafios de um território desconhecido. Durante uma das primeiras tentativas de andar no gelo, uma tempestade de neve apanhou os membros da expedição desprevenidos nas suas tendas, e a decisão de as deixar resultou na morte de George Vince, que caiu de um precipício a 11 de Março de 1902. A expedição tinha objetivos científicos e de exploração; este último incluía uma viagem ao sul, em direção ao Polo Sul. Esta marcha, realizada por Scott, Ernest Shackleton e Edward Wilson, levou-os até uma latitude de 82° 17′ S, cerca de do polo. A difícil marcha de regresso causaria um colapso físico a Shackleton e a sua saída antecipada da expedição. O segundo ano mostrou progressos na área técnica, culminando na viagem que Scott efetuou a oeste, e onde descobriu o Planalto Antártico. Este facto foi descrito como "uma das maiores viagens polares". Os resultados científicos da expedição incluem importantes resultados nas área da biologia, zoologia e geologia. Algumas das leituras meteorológicas e magnéticas, contudo, foram posteriormente criticadas como amadoras e incorretas. No final da expedição, foi preciso a ajuda de dois navios de resgate e a utilização de explosivos para libertar o Discovery do gelo. No rescaldo da expedição, Scott não ficou convencido da vantagem de utilizar cães e esquis nas viagens pelo gelo. Nos anos seguintes, continuou a expressar a sua preferência britânica por trenós puxados pelo homem, uma opinião que ele manteria até tarde, na sua carreira como explorador da Antártida. A sua insistência em aplicar as formalidades da Marinha Real, provocou algumas relações mais difíceis com os membros do contingente mercante do navio, muitos das quais partiriam para casa no primeiro navio de apoio, em Março de 1903. Ao segundo-no-comando, Albert Armitage, um oficial mercante, foi-lhe proposto regressar a casa, mas decidiu ficar por considerar a proposta um desrespeito. Armitage também considerou que a decisão de enviar Shackleton para casa, no navio de apoio, tinha por base a animosidade entre este e Scott, e não o colapso de Shackleton, propriamente dito. Embora mais tarde a relação entre Scott e Shackleton fosse difícil, principalmente no campo da exploração polar, em público o seu relacionamento era cordial; Scott juntar-se-ia em recepções oficiais, em homenagem a Shackleton, quando este regressou, em 1909, da Expedição Nimrod, e os dois homens acabaram por trocar cartas, educadamente, sobre as suas ambições, em 1909–10. Entre expedições Herói popular O Discovery regressou a Inglaterra em Setembro de 1904. A expedição tinha influenciado a imaginação popular, e Scott tornou-se o seu herói. Recebeu diversas homenagens e medalhas, incluindo muitas dos territórios ultramarinos, e foi promovido à patente de capitão. Foi convidado para ir ao Castelo de Balmoral, onde o rei Eduardo VII lhe atribuiu o título de Comandante da Real Ordem Victoriana (CVO). Os seguintes de Scott foram bastante atarefados. Durante mais de um ano foi alvo de homenagens públicas, palestras e da elaboração do relato da expedição, The Voyage of the Discovery. Em Janeiro de 1906, voltou à sua carreira na marinha a tempo inteiro, primeiro como Diretor-Assistente da Naval Intelligence no Almirantado Britânico, e, em Agosto, como capitão do navio-almirante do contra-almirante Sir George Egerton, no HMS Victorious. Scott frequentava, agora, os mais altos círculos sociais — um telegrama enviado a Markham, em Fevereiro de 1907, refere encontros com a rainha e com o príncipe de Portugal, e uma carta enviada para sua casa cita um almoço com o Comandante-em-Chefe da Frota príncipe Henrique da Prússia. Disputa com Shackleton Em 1906, Scott sondou a RSG sobre a possibilidade de efetuar uma nova expedição à Antártida. Entretanto, Scott soube que Ernest Shackleton tinha anunciado os seus próprios planos para viajar até à base do Discovery, estreito de McMurdo e, a partir daí, seguir para o Polo Sul. Scott afirmou, numa primeira de muitas cartas a Shackleton, que a área à volta de McMurdo era o seu "campo de trabalho" e que tinha direitos, até quando o desejasse, e que Shackleton deveria trabalhar a partir de outro local. Nesta carta, tinha o apoio do zoólogo do Discovery, Edward Wilson, que acrescentou que os direitos de Scott se estendiam por todo o setor do mar de Ross. Shackleton recusou-se a aceitar esta ideia. Por fim, para terminar o impasse, Shackleton concordou, por uma carta a Scott de 17 de Maio de 1907, em trabalhar a leste do meridiano 170° W e, assim, evitar trabalhar em toda a zona do Discovery. Foi uma promessa que, contudo, não pode cumprir dado não ter conseguido encontrar um local para ancorar o navio e desembarcar em segurança; a alternativa seria regressar a casa; estabeleceu a sua base em Cabo Royds, perto da do Discovery. Por este facto, Shackleton foi fortemente criticado pelo lobby britânico ligado à exploração polar, naquela época. Entre os modernos escritores polares, Ranulph Fiennes vê as ações de Shackleton como um ponto de honra técnico, mas acrescenta: "Pessoalmente creio que Shackleton era honesto, mas as circunstâncias forçaram o seu desembarque em McMurdo, para seu desagrado". O historiador polar Beau Riffenburgh afirma que a promessa feita a Scott "nunca deveria ter sido feita, eticamente", e compara a intransigência de Scott, sobre este assunto, com a atitude generosa do explorador norueguês Fridtjof Nansen, que aconselhou, de forma livre, todos os seus potenciais rivais, e não só. Casamento Scott, devido à sua fama ganha com o Discovery, entrou para a sociedade eduardiana, e acabou por conhecer Kathleen Bruce no início de 1907, num almoço privado. Ela era uma escultora, socialite e cosmopolita que tinha estudado com Auguste Rodin e o seu circulo social incluía Isadora Duncan, Pablo Picasso e Aleister Crowley. O seu primeiro encontro com Scott foi breve, mas quando se encontraram mais tarde nesse ano, a atração entre ambos era evidente. Seguiu-se um cortejamento, mas Scott não era o único pretendente — o seu principal rival era o futuro escritor Gilbert Cannan — e as suas longas estadias no mar, não o ajudavam. No entanto, a persistência de Scott foi recompensada, e, a 2 de setembro de 1908, na Chapel Royal, do Palácio de Hampton Court, casaram-se. O seu único filho, Peter Markham Scott, nasceu no dia 14 de setembro de 1909. Entretanto, Scott tinha anunciado o seu plano para uma segunda expedição à Antártida. Shackleton tinha regressado, e por pouco que não atingia o Polo, o que deu um novo ânimo a Scott. A 24 de Março de 1909, aceitou a nomeação, feita pelo Almirantado, para assistente naval do Second Sea Lord, que o colocou, convenientemente, em Londres. Em Dezembro, obteve uma dispensa, a receber meio salário, para assumir o comando da Expedição Antártica Britânica de 1910, conhecida como Expedição Terra Nova (designação com origem no nome do seu navio, Terra Nova). Expedição Terra Nova, 1910-1912 Preparativos A RSG desejava que esta expedição fosse "em primeiro lugar, científica, com a exploração e o Polo como objetivos secundários", mas, contrariamente à Expedição Discovery, nem eles [RSG] nem a Royal Society eram os responsáveis por este projeto. No seu plano para esta expedição, Scott dizia que o seu "principal objetivo é alcançar o Polo Sul, e garantir para o Império Britânico a honra desta conquista". Scott tinha sido, tal como Markham afirmara, "mordido pela mania do Polo". Scott não sabia que iria estar numa corrida até receber um telegrama de Amundsen em Melbourne, em outubro de 1910. Antes deste facto, ele organizou a expedição de acordo com as suas próprias preferências, sem as limitações da comissão conjunta. Em relação ao tipo de transporte, decidiu que a utilização de cães seriam mais um elemento numa complexa estratégia que também envolvia cavalos e trenós motorizados, e muita tração humana. Scott não tinha experiência em cavalos, mas já que eles tinham sido bastante úteis a Shackleton, também os iria utilizar. O especialista em cães, Cecil Meares, ia para a Sibéria para escolher os cães, e Scott deu-lhe ordens para que, enquanto lá estivesse, adquirisse também, póneis da Manchúria. Meares não era experiente em cavalos, e os póneis que escolheria eram de fraca qualidade, e pouco adequados a longos períodos de trabalho na Antártida. Entretanto, Scott passou algum tempo em França e na Noruega a testar trenós motorizados, e recrutou Bernard Day, da expedição de Shackleton, para técnico de motores. Primeiro ano Logo desde início, a expedição passou por alguns problemas que prejudicaram o trabalho da primeira estação, e comprometeram os preparativos para a marcha principal ao polo. Na viagem desde a Nova Zelândia para a Antártida, o Terra Nova ficou preso no gelo durante vinte dias, muito mais tempo do que outros navios já tinham passado, o que significou um atraso na chegada no início da estação, e menos tempo de trabalho preparatório, antes da chegada do inverno antártico. Um dos trenós motorizados caiu no gelo do mar quando estava a ser descarregado do navio. As más condições atmosféricas e os fracos, e pouco protegidos, póneis, influenciaram a primeira fase de instalação dos depósitos; assim, o Depósito One Ton foi instalado a 56 km a norte do local planeado, 80° S. Lawrence Oates, responsável pelos póneis, aconselhou Scott a matar os póneis para arranjar comida e a avançar o depósito para a latitude 80° S, mas Scott recusou a ideia. Oates terá dito a Scott, "Sr., receio que se irá arrepender de não seguir o meu conselho". Seis póneis morreram durante esta viagem, tanto devido ao frio, ou porque atrasavam a progressão do grupo e tiveram que ser abatidos. No seu regresso à base, a expedição soube da presença de Amundsen, acampado com a sua equipa, e um largo contingente de cães, na baía das Baleias, a 320 km a leste. Scott recusou-se a alterar os seus planos e calendário da expedição para fazer face à presença de Amundsen: "A atitude mais correta, e mais adequada, é procedermos como se isto não tivesse acontecido". Embora reconhecendo que a base norueguesa estava mais próxima do polo, e que a sua experiência com a tração animal (cães) era formidável, Scott tinha a vantagem de viajar por uma rota conhecida, já experimentada por Shackleton. Durante o inverno de 1911, a sua confiança aumentou; a 2 de Agosto, depois do regresso de um grupo de três homens da sua jornada de inverno ao cabo Crozier, Scott escreveu, "Sinto que estamos próximo da perfeição de acordo com a nossa experiência". Viagem até ao Polo Scott transmitiu os seus planos para a viagem até ao sul a toda a equipa terrestre, mas deixou em aberto a composição do grupo que faria a marcha até ao fim. Onze dias antes das equipas de Scott partirem para o Polo, Scott instruiu Meares com as seguintes ordens escritas, em Cabo Evans, no dia 20 de outubro de 1911, para garantir o rápido regresso de Scott do polo com os cães: A marcha para sul começou a 1 de Novembro de 1911, constituída por um conjunto misto de meios de transporte (motores, cães, cavalos), com trenós carregados, viajando afastados uns dos outros a distâncias diferentes, preparados para dar apoio a um grupo de quatro homens que faria a marcha final para o Polo. À medida que as diferentes equipas de apoio iam ficando para trás, o grupo do sul ia ficando reduzindo no seu tamanho. Scott lembrou a Atkinson, que regressava, a ordem "de levar duas equipas de cães para sul no caso de Meares ter de regressar a casa, como seria provável". No dia 4 de Janeiro de 1912, os dois últimos grupos de quatro homens chegaram à latitude 87° 34′ S. Scott anunciou a sua decisão: cinco homens (Scott, Edward Wilson, Henry Bowers, Lawrence Oates e Edgar Evans) seguiriam em frente, enquanto os outros três (Teddy Evans, William Lashly e Tom Crean) regressariam. O grupo principal continuou, chegando ao Polo Sul no dia 17 de janeiro de 1912, apenas para constatar que Amundsen os tinha precedido cinco semanas antes. A dor de Scott ficou registada no seu diário: "O pior aconteceu"; "Todos os sonhos se foram"; "Meu Deus! Que lugar horrível! É demasiado desanimador ter sofrido tanto para chegar e não ser recompensado com a glória que dá a primazia". Última marcha O grupo começou o seu trajeto de regresso –  km – a 19 de janeiro. "Receio que a viagem de regresso vá ser extremamente cansativa e monótona", escreveu Scott no dia seguinte. No entanto, o grupo conseguiu progredir de forma rápida, apesar do mau tempo, e terminaram de atravessar o Planalto Polar, numa extensão de 500 km, a 7 de Fevereiro. Nos dias seguintes, durante a descida dos 160 km do Glaciar Beardmore, o estado físico de Edgar Evans começou a deteriorar-se, o qual Scott já tinha começado a notar ainda antes em 23 de Janeiro. Uma queda a 4 de fevereiro, deixou Evans "lento e incapaz", e, a 17 de Fevereiro, depois de mais uma queda, acabou por morrer perto do sopé do glaciar. Entretanto, em Cabo Evans, o Terra Nova chegou no início de Fevereiro, e Atkinson decidiu descarregar as provisões do navio e os seus homens, em vez de ir para sul, com os cães, para se encontrar com Scott, tal como ordenado. Quando, por fim, Atkinson partiu para sul, conforme planeado com Scott, Edward ("Teddy") Evans ficou doente com escorbuto, a precisar de atenção médica urgente. Assim, Atkinson tentou enviar o navegador Wright ao sul para se encontrar com Scott, mas o responsável pela meteorologia, Simpson, disse que precisava dele para o trabalho científico. Atkinson decidiu, então, enviar Cherry-Garrard a 25 de Fevereiro, que não tinha experiência em navegação, até ao depósito One Ton (próximo do Monte Erebus), cancelando, desta forma, as ordens de Scott para se encontrar com ele a uma latitude de 82 ou 82,30 no dia 1 de Março. Com 670 km ainda por percorrer através da Plataforma de gelo Ross, o grupo de Scott viu o seu estado físico e psicológico a deteriorar-se, devido ao mau tempo, queimaduras pelo frio,cegueira da neve, fome e cansaço extremo, e sem sinal da equipa de cães. A 16 de Março, Oates, cuja saúde se tinha agravado devido a um antigo ferimento de guerra, mal conseguia andar, saiu por vontade própria da tenda. Scott escreveu que as últimas palavras de Oates: "Vou sair e talvez esteja algum tempo fora". Depois de mais 32 km, os três homens restantes acamparam pela última vez a 19 de Março, a 18 km do depósito One Ton, mas 38 km para além do local planeado para este depósito. No dia seguinte, uma forte tempestade impediu-os de prosseguir. Nos nove dias seguintes, à medida que iam ficando sem provisões, com os dedos gelados, pouca luz e tempestades fora da tenda, Scott escreveu as suas últimas palavras, embora tenha desistido de escrever depois do dia 23 de Março. No dia 29 de Março, a última entrada no seu diário diz: "Última entrada. Pelo amor de Deus, cuidem pelos nossos". Escreveu cartas para as mães de Wilson e Bowers, para várias individualidades, incluindo o seu antigo comandante Sir George Egerton, à sua própria mãe e à sua mulher. Também escreveu a sua "Mensagem ao Público ", uma defesa da organização e conduta da expedição, em que a falha do grupo era atribuída às condições atmosféricas e à falta de sorte, mas que terminava com palavras inspiradoras: Presume-se que Scott tenha morrido no dia 29 de Março de 1912, ou um dia mais tarde. A posição dos corpos na tenda, quando foi descoberta oito meses depois, sugere que Scott terá sido o último a morrer. Reputação Glorificação Os corpos de Scott e dos seus companheiros foram descobertos por uma equipa de resgate no dia 12 de Novembro de 1912, juntamente com os seus diários. O seu último acampamento serviu de sepultura; por cima da tenda foi colocado um monte de neve e uma cruz. Em Janeiro do ano seguinte, antes de o Terra Nova regressar a casa, os carpinteiros do navio construíram uma cruz onde inscreveram os nomes da equipa desaparecida, e uma passagem do poema de Alfred Tennyson, Ulysses - "Lutar, buscar, achar e não se render" -, e foi erigida como memorial permanente em Observation Hill, virada para Hut Point. O mundo foi informado da tragédia quando o Terra Nova chegou a Oamaru, Nova Zelândia, a 10 de Fevereiro de 1913. Em poucos dias, Scott tornou-se um ícone nacional. Um espírito nacionalista floresceu; o London Evening News pediu que a história da expedição fosse contada nas escolas, por todo o país, para coincidir com o serviço fúnebre na Catedral de São Paulo, a 14 de fevereiro. Robert Baden-Powell, fundador da Associação de Escuteiros, perguntou: "Estarão os Britânicos a decair? Não! ... Ainda há coragem e vontade nos britânicos, apesar de tudo. O capitão Scott e o capitão Oates mostraram-nos isso". A pequena Mary Steel, de onze anos de idade, escreveu um poema que terminava com: Os sobreviventes da expedição foram homenageados no seu regresso, com medalhas polares e promoções para o pessoal da Marinha. Em lugar do título de cavaleiro que o seu marido teria recebido caso fosse vivo, Kathleen Scott recebeu o título e precedência de uma viúva de um Cavaleiro-Comandante da Ordem do Banho. Em 1922, casou-se com Edward Hilton Young, mais tarde Lorde Kennet (ela passou a ser Lady Kennet), e permaneceu uma acérrima defensora da reputação de Scott até à sua morte, aos 69 anos, em 1947. Um artigo no The Times, relatando os enormes tributos dados a Scott na imprensa de Nova Iorque, referia que, tanto Amundsen como Shackleton, estavam "[impressionados] por saber que um desastre destes podia deitar por terra uma organização bem organizada". Quando soube dos detalhes da morte de Scott, Amundsen terá dito: "Renunciaria de bom grado a qualquer honra ou dinheiro se assim pudesse ter salvo Scott da sua terrível morte". Scott era um homem com jeito para escrever, melhor que Amundsen, e a história que foi contada para o mundo inteiro era a sua, fazendo com que a vitória deste último passasse para segundo plano aos olhos de muitos. Mesmo antes da morte de Scott ser conhecida, Amundsen tinha sido alvo de ofensas, entre as quais uma que ele considerava ter sido um "brinde jocoso"' por parte do presidente da RSG, Lord Curzon: num encontro que, supostamente, seria para homenagear o vitorioso, Curzon pediu "um brinde aos três cães". De acordo com Huntford, este incidente fez com que Amundsen recusasse ser membro honorário da RSG. A resposta aos apelos feitos por Scott em nome de todos os dependentes daqueles que morreram foi enorme, em relação aos valores daquela época. O The Mansion House Scott Memorial Fund conseguiu reunir cerca de libras (valor de 2009: cerca de 5,5 milhões de libras). Este montante foi distribuído de maneira diferente; a mulher de Scott, o seu filho e irmãs, receberam libras (1,3 milhões de libras em 2009). A viúva de Wilson recebeu libras (2009: ) libras) e a mãe de Bowers libras (em 2009: libras). A mulher de Edgar Evans, filhos e mãe, receberam libras (em 2009: libras) entre todos.Valores em 2009 calculados com base no Índice de preços no consumidor . Nos 12 anos seguintes à expedição, foram construídos mais de 30 monumentos e memoriais no Reino Unido. Aqueles iam de simples lembranças (a bandeira do trenós de Scott, na Catedral de Exeter) à fundação da Instituto de Pesquisa Polar Scott, em Cambridge. Muitos outros foram erigidos em várias partes do mundo, incluindo uma estátua de Scott, esculpida pela sua mulher, na Nova Zelândia, em Christchurch. Passados mais de cem anos de tempestades e neve, taparam a cruz e a tenda onde Scott e os seus companheiros morreram, na Plataforma de gelo Ross. Em 2001, o glaciólogo Charles R. Bentley estimou que o local estaria a 23 m de profundidade, e a cerca de 48 km do ponto onde pereceram; ele especulou que dentro de 275 anos, os corpos chegarão ao mar de Ross e, talvez, flutuem pelo mar num icebergue. Reação atual A reputação de Scott durou até depois da Segunda Guerra Mundial, para além do 50.º aniversário da sua morte. Em 1966, Reginald Pound, o primeiro biógrafo a ter acesso aos diários de Scott, revelou falhas pessoais que vieram dar uma nova luz sobre si, embora Pound tenha continuado a valorizar o seu heroísmo, escrevendo sobre "a [sua] extraordinária sanidade que não seria vencida". Na década seguinte, surgiram outros livros, cada um deles dando uma nova perspectiva sobre Scott. O mais crítico foi Scott's Men (1977) de David Thomson; na opinião de Thomson, Scott não era um grande homem, "pelo menos até perto do fim"; o seu planeamento é descrito como "casual" e "com falhas", a sua liderança é caracterizada pela falta de antecipação. Deste modo, no final da década de 1970, segundo Jones, "a complexa personalidade de Scott foi revelada e os seus métodos questionados". Em 1979, surgiu o ataque mais forte a Scott, na biografia Scott and Amundsen de Roland Huntford, na qual Scott é retratado como "um herói trapalhão". A tese de Huntford teve um impacto imediato, tornando-se o novo paradigma. Mesmo o heroísmo de Scott face à morte, é posto em causa; Huntford vê a Mensagem ao Público de Scott como enganadora e auto-justificativa, vinda de um homem, que liderou os seus homens para a morte. Depois do livro de Huntford, fazer desacreditar Scott tornou-se algo habitual; Francis Spufford, numa história de 1996, não totalmente contra Scott, refere-se a "evidências claras de erros grosseiros", concluindo que "Scott condenou os seus companheiros [a um destino trágico], e depois escondeu os seus atos com retórica". O escritor de viagens Paul Theroux, descreveu Scott como "confuso e desmoralizado ... um enigma para os seus homens, pouco preparado e trapalhão". Este declínio na reputação de Scott, foi acompanhado por um ascendente do seu anterior rival, Shackleton, de início nos Estados Unidos, e depois no Reino Unido. Um inquérito nacional realizado em 2002, no Reino Unido, para descobrir os "100 Greatest Britons", mostrou Shackleton em 11.º lugar e Scott em 54.º. Os primeiros anos do século XXI, no entanto, viram uma mudança, favorável, da imagem de Scott, mudança esta caracterizada pela historiadora Stephanie Barczewski como "uma revisão da visão revisionista". O livro de 2001 da meteoróloga Susan Solomon, The Coldest March, liga o destino de Scott, e do seu grupo, às condições atmosféricas, extraordinariamente adversas, sentidas na Barreira em Fevereiro e Março de 1912, em vez de falhas pessoais ou da organização, embora Solomon aceite algumas das críticas feitas a Scott. Em 2004, o explorador polar Sir Ranulph Fiennes publicou uma biografia a qual defendia, de forma muito significativa, Scott, e refutava a visão de Huntford; o livro é dedicado "Às famílias dos Mortos Difamados". Mais tarde, Fiennes seria criticado pelo revisor de outro livro pela natureza pessoal dos seus ataques a Huntford, e pela sua aparente presunção de que a sua experiência pessoal como explorador polar lhe dava uma autoridade única. Em 2005, David Crane publicou uma nova biografia de Scott a qual, de acordo com Barczewski, apresenta uma análise de Scott "livre do peso de anteriores interpretações". O que aconteceu à reputação de Scott, argumenta Crane, tem origem nas mudanças sofridas pelo mundo desde que o mito foi criado: "Não é que o vejamos de forma diferente deles [os seus contemporâneos], apenas o vemos sempre igual, e não gostamos". A maior conquista de Crane, segundo Barczewski, é a reposição do lado humano de Scott, "de maneira muito mais eficaz do que a frieza de Fiennes ou os dados científicos de Solomon". O colunista do Daily Telegraph, Jasper Rees, comparando as mudanças de opinião dos diferentes exploradores "nas atuais condições atmosféricas da Antártida, Scott está a disfrutar de um maravilhoso sol em 25 anos". O New York Times Book Review foi mais crítico, sublinhando o apoio de Crane às pretensões desacreditadas de Scott sobre as circunstâncias da libertação do Discovery'' do gelo, e conclui: "Apesar dos muitos atrativos do seu livro, David Crane não dá respostas que, de forma convincente, ilibem Scott de uma significativa quota-parte de responsabilidade da sua morte". Em 2012, Karen May publicou a sua descoberta de que Scott deu ordens por escrito antes da sua marcha para o polo, a Meares, para se encontrar com o grupo de regresso, com equipas de cães, contradizendo o argumento de Huntford o qual afirmava que Scott tinha dado aquelas importantes instruções apenas de forma oral, a Evans, durante a marcha para o Polo. Esta contradição manteve toda uma nova geração de académicos, desde 1979, com a impressão de que Scott tinha deixado os seus subordinados na base sem saberem das suas intenções, e que, consequentemente, não foram capazes de utilizar os cães numa tentativa consertada de apoiar o grupo polar de regresso, quando foi necessário. Bibliografia Livros Online Militares do Reino Unido Exploradores do Reino Unido Exploradores da Antártica Expedição Terra Nova Expedição Discovery Medalha Geográfica Cullum Naturais de Plymouth (Devon) Mortes por hipotermia
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