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Províncias argentinas por população 2010 No censo de 2001 realizado pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos da Argentina INDEC , o país tinha uma população de 36 260 130 de habitantes naquele ano e os resultados preliminares do censo de 2010 indicam uma população total de 40 091 359 pessoas. A Argentina é o terceiro país mais populoso da América do Sul e 33 do mundo. A densidade populacional é de 15 pessoas por quilômetro quadrado de área de terra, bem abaixo da média mundial de 50 pessoas. A taxa de crescimento da população em 2010 foi estimada em 1,03 ao ano, com uma taxa de natalidade de 17,7 nascimentos por 1 000 habitantes e uma taxa de mortalidade de 7,4 mortes por mil habitantes. O saldo migratório argentino variou de zero a quatro imigrantes por mil habitantes. A proporção de pessoas com menos de 15 anos é de 25,6 da população, um pouco abaixo da média mundial de 28 , e a proporção de pessoas com 65 anos ou mais é relativamente alta, em 10,8 . Na América Latina, esta taxa só é menor que a do Uruguai e está bem acima da média mundial, que atualmente é de 7 . O país tem uma das taxas mais baixas de crescimento populacional da América Latina, cerca de 1 ao ano, bem como uma taxa de mortalidade infantil relativamente baixa. Sua taxa de natalidade de 2,3 filhos por mulher ainda é quase duas vezes maior do que a da Espanha ou Itália, países comparáveis por suas semelhantes práticas religiosas e proporções populacionais. A idade média dos argentinos é de aproximadamente 30 anos e a expectativa de vida ao nascer é 77,14 anos. A Argentina é um país altamente urbanizado. As dez maiores áreas metropolitanas abrigam metade da população e menos de uma em cada dez pessoas vivem em áreas rurais. Cerca de 3 milhões de pessoas vivem na cidade de Buenos Aires e a área metropolitana da Grande Buenos Aires compreende uma população de 13 milhões de habitantes, o que a torna uma das maiores áreas urbanas do mundo. As áreas metropolitanas de Córdoba e Rosário têm cerca de 1,3 milhões de habitantes cada, enquanto Mendoza, Tucumán, La Plata, Mar del Plata, Salta e Santa Fé têm pelo menos meio milhão de pessoas cada uma.
Francisco, o primeiro Papa do Novo Mundo, nascido e criado na Argentina A Constituição garante a liberdade de religião, mas também afirma em seu artigo 2 que o Governo Federal apoia a religião Católica Apostólica Romana. Não é estipulada uma religião oficial do Estado, nem uma separação entre igreja e Estado. Isso faz da Argentina um país ambíguo em relação à laicidade ou confessionalidade do Estado. Até 1994, o presidente deveria ser católico romano, embora não houvesse restrições em relação a outros funcionários do governo. Na verdade, desde 1945, inúmeros judeus ocuparam cargos de destaque. A política católica, no entanto, continua influente no governo e ainda ajuda a moldar a legislação. Em um estudo de avaliação dos níveis das nações de regulação e perseguição religiosa com pontuação de 0 10, onde 0 representava os baixos níveis de regulação ou perseguição, a Argentina recebeu uma pontuação de 1,4 no Regulamento do Governo da Religião, 6,0 em Regulação Social da Religião, e 6,9 em Governo Favoritismo de Religião e 6 de perseguição religiosa. Na Argentina, há uma ampla liberdade religiosa, garantida pelo 14 artigo da Constituição, embora o estado reconheça o caráter proeminente da Igreja Católica, que tem um estatuto jurídico diferente em relação ao resto das igrejas e denominações nos termos do segundo artigo da constituição, o governo nacional deve sustentá-la e, segundo o Código Civil, é juridicamente equivalente a uma entidade de direito público e não estatal. Trata-se de um sistema diferenciado que não realiza o seu estatuto de oficialidade como a religião da república. O Vaticano e a Argentina assinaram um acordo que rege as relações entre o estado e a Igreja Católica. Segundo o World Christian Database, em 2009 os argentinos eram 92,1 cristãos onde destes quase 75 eram católicos, embora esse percentual viesse caindo , 3,1 agnósticos, 1,9 muçulmanos, 1,3 judeus e ateus e budistas representavam 0,9 cada segmento. Cristãos argentinos são em sua maioria, católicos. As estimativas para o número que professam essa fé variavam de 70 da população, para 90 . Igrejas evangélicas têm vindo a conquistar uma posição de destaque desde a década de 1980 e contam de aproximadamente 9 da população total entre seus seguidores. Igrejas pentecostais e tradicionais estão presentes na maioria das comunidades. Os membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos ltimos Dias possuem mais de 373 mil seguidores no país, sendo a sétima maior congregação cristã no país. Há também crenças religiosas populares que são difundidas, como o culto à Defunta Correa, à Madre Maria, para Pancho Sierra, a Gauchito Gil, ou a Zeferino Namuncurá. O último foi beatificado pela Igreja Católica em 2007.
espanhol no país A língua oficial e de facto da Argentina é o espanhol, normalmente chamado castelhano pelos argentinos. O país é a maior sociedade de língua espanhola que emprega universalmente o voseo o uso do pronome vos em vez de tú você , o que também ocasiona o uso de formas verbais alternativas . O dialeto mais prevalente é o rioplatense, cujos falantes estão localizados principalmente na bacia do Rio da Prata. Italianos e outros imigrantes europeus influenciaram o lunfardo, uma gíria falada na região, permeando o vocabulário vernáculo de outras regiões também. Um estudo fonético realizado pelo Laboratório de Investigações sensoriais do CONICET e pela Universidade de Toronto mostrou que o sotaque dos habitantes de Buenos Aires conhecidos como porte os está mais próximo da língua napolitana, falada no sul da Itália, do que de qualquer outra língua falada. De acordo com o Ethnologue existem cerca de 1,5 milhões de falantes de italiano tornando-se a segunda língua mais falada no país e 1 milhão de falantes de árabe levantino falado na Síria, Líbano e Chipre no país. O alemão padrão é falado por 400 000 a 500 000 argentinos de ascendência alemã, o que a torna a quarta língua mais falada. Algumas comunidades indígenas mantiveram as suas línguas originais. O guarani é falado por alguns no nordeste, especialmente em Corrientes onde possui estatuto oficial e Misiones. O quíchua é falado por alguns no noroeste e tem uma variante local em Santiago del Estero. O aymara é falado por membros da comunidade de imigrantes bolivianos. Na Patagônia há comunidades de língua galesa, sendo que cerca de 25 000 habitantes a usam como segunda língua. Imigrantes recentes trouxeram idiomas como o chinês e o coreano principalmente a Buenos Aires . O inglês, o português brasileiro e o francês também são idiomas com alguma influência no país.
Argentinos descendentes de alemães na cidade de Crespo, província de Entre Ríos Tal como acontece com outras áreas de novos assentamentos, como o Canadá, Austrália, Brasil e Estados Unidos, a Argentina é considerada um país de imigrantes. A maioria dos argentinos são descendentes de colonos da era colonial e de imigrantes europeus do século XIX e XX. A Argentina perdia apenas para os Estados Unidos em número de imigrantes europeus recebidos e, nessa época, sua população dobrava a cada duas décadas. A maioria destes imigrantes europeus vieram da Itália e Espanha. Segundo uma pesquisa, 86,4 da população da Argentina se autoidentifica como sendo de ascendência europeia. Estima-se que 8 da população é mestiça e 4 são de ascendência árabe ou asiática. No último censo nacional, 600 000 argentinos 1,6 se autoidentificaram como indígenas. Segundo pesquisa de 2011 do Latinobarómetro, dos argentinos entrevistados, 61 identificaram-se como brancos, 26 como mestiços, 1 como índios, 1 como mulatos, 1 como negros e 3 outra raça. O recente fluxo de imigração ilegal tem sido proveniente de países como Bolívia e Paraguai, com números menores do Peru, Equador e Romênia. O governo argentino estima que 750 000 habitantes não têm documentos oficiais e lançou um programa chamado Patria Grande, para incentivar imigrantes ilegais a declarar seu estatuto, em troca de vistos de residência de dois anos até agora mais de 670 mil pedidos foram processados no âmbito do programa. Cerimônia de indígenas tehuelches em Punta Cuevas, na província de Chubut Na Argentina, a herança europeia é a predominante, mas com significativa herança indígena, e presença de contribuição africana também. Um estudo genético realizado em 2009, revelou que a composição da Argentina é 78,50 europeia, 17,30 indígena e 4,20 africana. De acordo com um estudo genético autossômico de 2012 a composição da Argentina é a seguinte 65 europeia, 31 indígena e 4 africana. O estudo em questão observou variações regionais, com algumas partes sendo mais indígenas e outras europeias, não obstante elas todas sejam mescladas, variando apenas o grau de mistura. Em Buenos Aires, um estudo genético encontrou contribuição indígena de 15,80 e africana de 4,30 . Na região de La Plata, as contribuições europeia, indígena e africana foram, respectivamente, 67,55 -2,7 , 25.9 -4,3 , e 6,5 -6,4 . Na linhagem materna DNA mitocondrial , de acordo com um estudo genético de 2004, 56 da população da Argentina possui DNA mitocondrial ameríndio.
A Argentina é uma república constitucional e uma democracia representativa. O governo é regulado por um sistema de três poderes independentes definido pela Constituição da Argentina, que serve como a legislação máxima do país. A sede do governo é a cidade de Buenos Aires. O sufrágio é universal, igualitário, secreto e obrigatório. O governo nacional é composto por três ramos O poder executivo reside no presidente e no Conselho de Ministros. O presidente e o vice-presidente são eleitos diretamente para mandatos de quatro anos e são limitados a dois mandatos seguidos. Ministros são nomeados pelo presidente e não estão sujeitos a ratificação legislativa. O atual presidente do país é Alberto Fernández, com Cristina Fernández de Kirchner como vice-presidente. O poder judiciário é independente dos poderes executivo e legislativo. A Suprema Corte tem sete membros nomeados pelo presidente, em consulta com o Senado. Os juízes de todos os outros tribunais são nomeados pelo Conselho da Magistratura da Nação Argentina, um secretariado composto por representantes dos juízes, advogados, o Congresso e o executivo. O poder legislativo é exercido pelo Congresso Nacional bicameral, composto por um Senado com 72 membros e uma Câmara de Deputados com 257 membros. Os senadores têm mandato de seis anos, com um terço tendo direito à reeleição a cada dois anos. Os membros da Câmara dos Deputados são eleitos para mandatos de quatro anos por um sistema de representação proporcional, com metade dos membros permanentes para reeleição a cada dois anos. Um terço dos candidatos apresentados pelos partidos devem ser mulheres. Apesar de declarada como capital em 1853, Buenos Aires não se tornou a capital oficial até 1880. Houve movimentos para mudar o centro administrativo para outro lugar. Durante a presidência de Raúl Alfonsín, foi aprovada uma lei para transferir a capital federal para Viedma, Río Negro. Os estudos estavam em curso quando problemas econômicos suspenderam o projeto em 1989. Embora a lei nunca tenha sido formalmente revogada, é agora tratada como uma relíquia. A Argentina é dividida em 23 províncias e uma Cidade Autônoma. A província de Buenos Aires é dividida em 134 partidos, enquanto as restantes províncias estão divididas em 376 departamentos. Departamentos e Partidos estão subdivididos em municípios ou distritos. Com exceção da província de Buenos Aires, as províncias do país optaram nos últimos anos a entrar em acordos com outras províncias, formando quatro regiões federadas destinadas a promover a integração econômica e desenvolvimento Região Central, Região Patagônica, Região do Novo Cuyo e a Região do Grande Norte Argentino.
Edificio Cancilleria em Buenos Aires, sede do Ministério das Relações Exteriores do país A política externa é tratada oficialmente pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, que responde ao Presidente. Uma potência média histórica e atual, a Argentina baseia suas políticas exteriores nos princípios orientadores da não intervenção, direitos humanos, autodeterminação, cooperação internacional, desarmamento e resolução pacífica de conflitos. O país é uma das principais economias G15 e G20 do mundo e um membro fundador da ONU, Banco Mundial, OMC e OEA. Em 2012, a Argentina foi eleita novamente para um cargo não permanente de dois anos no Conselho de Segurança das Nações Unidas e participa de grandes operações de manutenção da paz no Haiti, Chipre, Saara Ocidental e Oriente Médio. Uma proeminente potência regional da América Latina e do Cone Sul, a Argentina cofundou o OEI, CELAC e UNASUL, do qual o ex-presidente Néstor Kirchner foi primeiro Secretário-Geral. também membro fundador do bloco do Mercosul, tendo como parceiros o Brasil ver Relações entre Argentina e Brasil , o Paraguai, o Uruguai e a Venezuela. Desde 2002, o país enfatizou seu papel fundamental na integração latino-americana e o bloco que tem algumas funções legislativas supranacionais é sua prioridade internacional. A Argentina reivindica 965,597 km na Antártida, onde o país mantém a presença contínua mais antiga do mundo, desde 1904. No entanto, esta reivindicação se sobrepõe a reivindicações do Chile e do Reino Unido, embora todas essas reivindicações sejam abrangidas pelas disposições do Tratado Antártico de 1961, das quais a Argentina é um membro fundador e permanente de consultoria, com a Secretaria do Tratado Antártico com sede em Buenos Aires. A Argentina contesta a soberania sobre as Ilhas Falkland e das Ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul, que são administradas pelo Reino Unido como territórios britânicos ultramarinos.
O Presidente mantém o título de comandante em chefe das Forças Armadas Argentinas, como parte de um quadro legal que impõe uma separação rigorosa entre a defesa nacional e os sistemas de segurança interna. O Sistema de Defesa Nacional, uma responsabilidade exclusiva do governo federal, coordenado pelo Ministério da Defesa e que compreende o Exército, a Marinha e a Força Aérea. Governado e monitorado pelo Congresso através dos Comitês de Defesa das Casas, está organizado sobre o princípio essencial da legítima autodefesa a repulsa de qualquer agressão militar externa para garantir a liberdade do povo, a soberania nacional e a integridade territorial. Suas missões secundárias incluem comprometer-se com operações multinacionais no âmbito das Nações Unidas, participar de missões de apoio interno, ajudar países amigáveis e estabelecer um sistema de defesa sub-regional. O serviço militar é voluntário, com idade de alistamento entre 18 e 24 anos e sem constrição. A defesa da Argentina tem sido historicamente uma das mais bem equipadas da região, inclusive gerenciando suas próprias instalações de pesquisa de armas, estaleiros, aeronaves, fábricas de tanques e aviões. No entanto, as despesas militares reais diminuíram de forma constante após 1981 e o orçamento de defesa em 2011 foi de aproximadamente 0,74 do PIB, um mínimo histórico, abaixo da média latino-americana. O Sistema de Segurança Interior, administrado conjuntamente pelos governos provinciais federais e subscritores. A nível federal, é coordenado pelos ministérios do Interior, da Segurança e da Justiça e é monitorado pelo Congresso. executado pela Polícia Federal a Prefeitura Naval, que cumpre os deveres da guarda costeira a Gendarmeria, que serve tarefas de polícia de fronteira E a Polícia de Segurança do Aeroporto. A nível provincial, é coordenado pelos respectivos ministérios de segurança interna e executado pelas agências policiais locais. A Argentina foi o único país da América do Sul a enviar navios de guerra e aviões de carga em 1991 para a Guerra do Golfo sob o mandato da ONU e permaneceu envolvida em esforços de manutenção da paz em vários locais como a UNPROFOR na Croácia Bósnia e no Golfo de Fonseca, UNFICYP em Chipre onde entre o Exército, as tropas dos fuzileiros navais e a Força Aérea forneceram o contingente para a ONU desde 1994 e a MINUSTAH no Haiti. A Argentina é o único país latino-americano a manter tropas no Kosovo durante as operações da SFOR e mais tarde EUFOR , onde os engenheiros de combate das Forças Armadas argentinas estão embutidos em uma brigada italiana. Em 2007, um contingente argentino, incluindo helicópteros, barcos e plantas de purificação de água, foi enviado para ajudar a Bolívia contra suas piores inundações em décadas. Em 2010, as Forças Armadas também estiveram envolvidas nas respostas humanitárias do Haiti e do Chile após seus respectivos terremotos.
Bandeira argentina A Argentina tem vários símbolos nacionais, alguns dos quais são amplamente definidos por lei. A Bandeira Nacional é constituída por três listras horizontais de mesma largura, coloridas em azul, branco e azul claro, com o Sol de Maio no centro da lista branca. A bandeira foi desenhada por Manuel Belgrano em 1812 e foi adotada como símbolo nacional em 20 de julho de 1816. O brasão de armas da Argentina, que representa a união das províncias, entrou em uso em 1813 como um selo para documentos oficiais. O Hino Nacional Argentino, adotado em 1813, foi escrito por Vicente López y Planes com música de Blas Parera. Ele foi posteriormente reduzido para apenas três pontos, após ataques omitindo as letras contra o ex-metrópole Espanha. O Laço da Argentina foi usado pela primeira vez durante a Revolução de Maio de 1810 e foi oficializado dois anos depois. O Hornero, habitante de praticamente todo o território nacional, foi designado por unanimidade como o animal nacional do país em 1927. O Ceibo é designado como a flor árvore nacional do país, enquanto o Pato, uma prática a cavalo, é o esporte nacional. A Schinopsis balansae foi declarado árvore de floresta nacional em 1956. A rodocrosita é a pedra nacional. Os pratos nacionais são o asado e locro, e o vinho é a bebida nacional. A Virgem de Luján é a santa padroeira do país.
A Argentina é uma república representativa federal desde a Constituição argentina de 1853. O país é subdividido em 23 províncias e um Distrito Federal onde se localiza a capital argentina, Buenos Aires oficialmente Ciudad Autónoma de Buenos Aires .
Puente de la Mujer, na região de Puerto Madero, Buenos Aires, o principal centro financeiro do país Banco da Nação Argentina, o maior do país Principais produtos de exportação da Argentina em 2019 A economia da Argentina é a terceira maior da América Latina, com uma alta qualidade de vida e um PIB per capita elevado, além de ser considerada uma economia de renda média-alta. O país possui recursos naturais como o gás natural onde é o maior produtor da América Latina e a extração de lítio, prata e ouro, uma população altamente alfabetizada, um setor agrícola orientado para a exportação e uma base industrial diversificada. Historicamente, no entanto, o desempenho econômico da Argentina tem sido muito desigual, onde o crescimento econômico elevado alternou-se com períodos de graves recessões, especialmente durante o final do século XX, além de problemas como uma má distribuição de renda e o aumento da pobreza. Em 1896, a Argentina apresentou o maior valor de PIB per capta do planeta. Entre o final do século XIX e o início do século XX, a Argentina era um dos países mais ricos do mundo e um dos mais prósperos do hemisfério sul, embora atualmente seja uma nação de renda média-alta. A Argentina é considerada um mercado emergente pelo FTSE Global Equity Index e é uma das economias do G20. No entanto, os altos índices de inflação tem sido uma fraqueza constante da economia do país durante décadas. Oficialmente oscilando em torno de 9 desde 2006, a inflação do país é estimada em mais de 30 por fontes independentes, o que gera críticas de que o governo tem manipulado as estatísticas oficiais de inflação. A taxa de pobreza urbana caiu abaixo dos índices da crise econômica de 2001. A distribuição de renda melhorou desde 2002, mas ainda é consideravelmente desigual. A Argentina começou um período de austeridade fiscal em 2012, devido a um processo de desaceleração econômica. O país foi classificado na 102 posição entre as 178 nações avaliadas no ndice de Percepção de Corrupção de 2012, realizado pela Transparência Internacional. Entre os problemas apontados, estão a corrupção do governo, a falta de independência judicial, impostos e tarifas enormes e interferência regulatória, o que prejudica a eficiência e o aumento da produtividade do país. A administração Kirchner respondeu à crise financeira global de 2008 com um grande programa de obras públicas, novos cortes de impostos e subsídios, além da transferência de pensões privadas para o sistema de segurança social. Planos de previdência privada, que exigiam subsídios crescentes para serem cobertos, foram nacionalizados para financiar os altos gastos do governo e as obrigações de dívida argentina. A Argentina tem o segundo maior ndice de Desenvolvimento Humano IDH e PIB per capita em paridade do poder de compra PPC da América Latina, atrás somente do Chile. Além de ser uma das economias do G20, o país tem o 19 maior PIB do mundo em PPC.
Vinhedo na província de Salta A Argentina é um dos 5 maiores produtores mundiais de soja, milho, semente de girassol, limão, pêra e erva-mate, um dos 10 maiores produtores mundiais de cevada, uva, alcachofra, tabaco e algodão e um dos 15 maiores produtores mundiais de trigo, cana-de-açúcar, sorgo e toranja. Embora seja o maior produtor de trigo da América do Sul, e esta cultura ser mais antiga, é na soja que a economia do país vem mais se baseando, assim como Brasil e o Paraguai. O país também exporta milho, cevada, algodão, tabaco, limão, pêra, maçã, e produz vinho com as uvas. Na pecuária, a Argentina foi, em 2019, o 4. maior produtor de carne bovina do mundo, com uma produção de 3 milhões de toneladas atrás apenas dos Estados Unidos, Brasil e China , o 4 maior produtor mundial de mel, o décimo maior produtor mundial de lã, além de estar entre os vinte maiores produtores do mundo de carne de frango, leite de vaca e ovo de galinha. O país baseia sua economia na exportação de carne, mel e lã além de produtos agrícolas desde o século XIX. A exportação de gado é a que desempenha papel mais importante no comércio internacional.
A indústria é o maior setor único na economia do país 19 do PIB e está bem integrado à agricultura argentina, sendo que metade das exportações industriais do país são de natureza agrícola. Tendo como base o processamento de alimentos e de produtos têxteis durante o seu desenvolvimento inicial na primeira metade do século XX, a produção industrial argentina tornou-se consideravelmente diversificada, porém, sem um volume expressivo a nível mundial. Em 2019, a Argentina tinha a 31 indústria mais valiosa do mundo US 57,7 bilhões , de acordo com o Banco Mundial. Os principais setores em termos de valor de produção são processamento de alimentos e bebidas, veículos automóveis e autopeças, produtos de refinaria, biodiesel, produtos químicos e farmacêuticos, aço e alumínio, máquinas agrícolas e industriais, e aparelhos eletrônicos. Estes últimos incluem mais de três milhões de itens, bem como uma variedade de produtos eletrônicos, eletrodomésticos e de telefones celulares, entre outros. Em 2019, a Argentina era o 31 produtor mundial de aço 4,6 milhões de toneladas , o 28 produtor de veículos 314 mil unidades , o 22 produtor mundial de cerveja 1,91 bilhão de litros , o 4 produtor mundial de óleo de soja 7,24 milhões de toneladas e o 3 produtor mundial de óleo de girassol 1,3 milhões de toneladas , entre outros produtos industriais. As bebidas são outro setor importante e a Argentina é atualmente um dos cinco maiores produtores de vinho do mundo. A produção de cerveja ultrapassou a de vinho em 2000. Outros produtos industriais produzidos no país incluem vidro e cimento, plásticos e pneus, produtos de madeira, têxteis, produtos de tabaco, suportes de gravação e impressão, móveis, vestuário e couro. A maior produção está organizada em torno de 280 parques industriais, com outros 190 programados para abrir durante o ano de 2012. Quase metade das indústrias argentinas estão sediadas na área da Grande Buenos Aires, apesar de cidades como Córdoba, Rosário e Ushuaia também serem importantes centros industriais, sendo esta última o principal centro de produção de eletrônicos do país desde a década de 1980. A produção de computadores, notebooks e servidores cresceu 160 em 2011, para quase 3,4 milhões de unidades e cobriu dois terços da demanda local. Outro importante setor historicamente dominado pelas importações máquinas agrícolas também terá fabricação principalmente nacional até 2014. Licenças de construção cobriam quase 19 milhões de m pelo país em 2008. As contas do setor de construção civil respondem por mais de 5 do PIB e dois terços do setor foi voltado para edifícios residenciais. O país tornou-se um centro de investimento para empresas de alta tecnologia, tem um desenvolvimento significativo na indústria eletrônica, eletromecânica e ótico, 70 das empresas do setor são exportadoras. Em 2013 exportou US 700 milhões para mais de 60 países, incluindo a Alemanha, ustria, Estados Unidos, ndia, Itália e frica do Sul, entre outros. Na última década, dobrou a participação da indústria no PIB, registrando um aumento de 105 , com um forte aumento da produtividade do trabalho. Ele também obteve um crescimento diversificado, especialmente em sectores de alto valor acrescentado o setor automotivo cresceu neste período, de 409 , os minerais não metálicos 177 , 175 metalúrgicas, têxteis, de 158 , ou de 102 de borracha e plástico, 95 substâncias e produtos químicos.
Parque Nacional Iguazú, na fronteira Argentina-Brasil A Argentina é o país mais visitado da América do Sul e o quarto mais visitada da América. Segundo dados oficiais da Organização Mundial de Turismo, o país recebeu mais de 5,3 milhões de turistas estrangeiros em 2010, o que representou cerca de 4 930 milhões de dólares de renda. Os turistas estrangeiros vêm principalmente de Brasil, Chile, Peru, Colômbia, México, Bolívia, Equador, Uruguai, Venezuela, Paraguai e de países europeus, como Espanha, Itália, França, Alemanha, Reino Unido e Suíça. O vasto território da Argentina é dotado de grande interesse turístico. A valorização da moeda local, após a desvalorização ocorrida em 2002, favoreceu a chegada de um grande número de turistas estrangeiros, tornando o país mais acessível comercialmente no início de 1990. Com o aumento dos custos para viajar ao exterior, muitos argentinos também se voltaram para o turismo interno. Em 2006, o setor respondeu por 7,41 do PIB do país, embora note-se que a saída de residentes argentinos com fins turísticos supere as entradas e equivalha a 12 do PIB. Os estrangeiros veem a Argentina como uma área sem conflitos armados, terrorismo e crises sanitárias. Buenos Aires destaca-se como o principal centro para os turistas estrangeiros e domésticos 5,25 milhões em 2007 . Eles são atraídos por uma cidade populosa, cosmopolita e com ampla infraestrutura. Entre outras características, o tango é uma das principais razões para a visita à capital argentina.
Faculdade de Medicina da Universidade de Buenos Aires Saúde na Argentina é provida através da combinação de planos patrocinados por sindicatos de trabalhadores e empregados Obras Sociales , planos de seguro do governo, hospitais e clínicas públicas, e através de planos de saúde privados. Esforços governamentais para melhorar a saúde pública na Argentina podem ser traçados até o primeiro tribunal médico de 1780 do Vice-rei da Espanha Juan José de Vértiz. Logo após a independência, o estabelecimento da Escola de Medicina da Universidade de Buenos Aires em 1822 foi complementada pela da Universidade Nacional de Córdoba em 1877. O treinamento de médicos e enfermeiras nestas e noutras escolas permitiu um rápido desenvolvimento das cooperativas de tratamento de saúde, durante a Administração de Pres. A disponibilidade de tratamento de saúde ajudou a reduzir a mortalidade infantil na Argentina de 89 a cada nascimentos em 1948 para 12,9 em 2006 e aumentou a expectativa de vida ao nascer de 60 anos para 76.
Rosário-Córdoba da Autoestrada 9 Trem de passageiros próximo a Mar del Plata A infraestrutura de transportes da Argentina é relativamente avançada. Existem mais de 230 000 km de estradas não incluindo as estradas privadas rurais , dos quais 72 000 km são pavimentados. Em 2021, o país tinha cerca de km de rodovias duplicadas, a maioria saindo da capital Buenos Aires, ligando-a com cidades como Rosário e Córdoba, Santa Fé, Mar del Plata e Paso de los Libres na fronteira com o Brasil , também havendo rodovias duplicadas saindo de Mendoza em direção à capital, e entre Córdoba e Santa Fé, entre outras localidades. Muitas das rodovias duplicadas são privatizadas. Vias expressas são, no entanto, atualmente insuficientes para lidar com o tráfego local, com 9,5 milhões de veículos a motor registados no território nacional em 2009 240 para cada 1 000 habitantes . A rede ferroviária tem um comprimento total de 34 059 km. Depois de décadas em declínio e manutenção inadequada, a maioria dos serviços de passageiros interurbanos foram encerrados em 1992, quando a companhia ferroviária foi privatizada e milhares de quilômetros de pista excluindo o total acima entraram em desuso. Os serviços de transporte ferroviário metropolitano em torno de Buenos Aires permaneceram com grande demanda, devido em parte ao seu fácil acesso para o metrô de Buenos Aires. Os serviços ferroviários interurbanos estão sendo reativados em várias linhas. Inaugurado em 1913, o Metrô de Buenos Aires foi o primeiro sistema de metrô construído na América Latina e no hemisfério sul. Já não é a mais extensa rede de metrô da América do Sul, mas, com 52,3 km, transporta cerca de um milhão de passageiros por dia. A Argentina tem cerca de 11 000 km de vias navegáveis e estas transportam mais carga do que o sistema ferroviário do país. Isso inclui uma extensa rede de canais, embora a Argentina tenha várias vias navegáveis naturais, sendo as mais significativas os rios de la Plata, Paraná, Uruguai, Negro e Paraguai. A Aerolineas Argentinas é a principal companhia aérea do país, fornecendo serviços nacionais e internacionais. A Austral Líneas Aéreas é uma subsidiária da Aerolineas Argentinas, com um sistema de rotas que cobre quase todo o país. A Líneas Aéreas del Estado é uma companhia aérea de gerência militar que realiza voos domésticos.
Ficheiro UBA-Facultad-Derecho.jpg thumb esquerda Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires. Depois da independência, a Argentina construiu um sistema nacional de educação pública se espelhando nas outras nações, colocando o país em uma boa colocação no ranking global de alfabetização. Atualmente o país tem um índice de alfabetização de 97 e três em cada oito adultos acima de 20 anos completaram os estudos da escola secundária ou superior. Colégio Nacional Rafael Hernández, parte da Universidade Nacional de La Plata A ida para a escola é obrigatória dos 5 aos 17 anos. O sistema escolar da Argentina consiste em um nível primário que dura de seis a sete anos, e um secundário que dura de cinco a seis anos. Na década de 1990 o sistema foi dividido em diferentes tipos de instituições de ensino secundário, chamadas Educacion Secundaria e a Polimodal. Algumas províncias adotaram o Polimodal enquanto outras não. Um projeto no Executivo para acabar com essa medida e retornar ao sistema mais tradicional de educação de nível secundário foi aprovado em 2006. A educação pública na Argentina é gratuita do primário até a universidade. Apesar da alfabetização ser quase universal no início de 1947, a maioria dos jovens tinha pouco acesso a educação depois dos sete anos obrigatórios durante a primeira metade do século XX após isso, quando o sistema de educação gratuita foi estendido para o secundário e a universidade, a demanda por locais de ensino tem superado os planos feitos particularmente desde a década de 1970 . Consequentemente, a educação pública está largamente em falta e em declínio, e isso ajudou a educação privada a crescer, apesar disso ter causado uma clara diferença entre aqueles que podem pagar por ela normalmente a classe média e alta e o resto da sociedade, já que as escolas privadas normalmente não têm sistemas de bolsa. Aproximadamente um em cada quatro estudantes do primário e secundário, e um em cada seis estudantes universitários vão para instituições privadas. Quatro em cada cinco adultos argentinos completaram o ensino fundamental, mais de um terço ter concluíram o ensino médio e um em cada nove adultos do país têm diploma universitário. A Argentina também tem o maior índice de estudantes universitários da América Latina e do hemisfério sul, com professores e instituições que receberam prêmios de prestígio e bolsas de instituições filantrópicas como a John S. Guggenheim Foundation e o Howard Hughes Medical Institute. Fontes oficiais relataram cerca de 1,5 milhão de estudantes universitários no âmbito do Sistema Universitário Argentino, o que representa a maior taxa de estudantes universitários em relação à sua população total da América Latina e maior que a de muitos países desenvolvidos.
Dr. Luis Federico Leloir, um dos cinco argentinos vencedores do Prêmio Nobel A Argentina tem três ganhadores do Prêmio Nobel em ciências e dois ganhadores do Nobel da Paz . A pesquisa realizada no país conduziu ao tratamento de doenças cardíacas e várias formas de câncer. Domingo Liotta projetou e desenvolveu o primeiro coração artificial implantado com sucesso em um ser humano, em 1969. René Favaloro desenvolveu as técnicas e realizou a primeira cirurgia de ponte de safena do mundo. Bernardo Houssay, o primeiro latino-americano premiado com um Prêmio Nobel em Ciências, descobriu o papel dos hormônios da hipófise na regulação da glicose em animais César Milstein fez uma extensa pesquisa sobre anticorpos Luis Leloir descobriu como os organismos armazenam energia convertendo glicose em glicogênio e em compostos que são fundamentais no metabolismo de carboidratos. Uma equipe liderada por Alberto Taquini e Eduardo Braun-Menéndez descobriu a angiotensina em 1939 e foi o primeiro a descrever a natureza enzimática do sistema renina-angiotensina e seu papel na hipertensão. O Instituto Leloir de biotecnologia é um dos mais prestigiados em seu campo na América Latina. Dr. Luis Agote criou o primeiro método seguro de transfusão de sangue, Enrique Finochietto projetou ferramentas de mesa de operação, tais como as tesouras cirúrgicas que levam seu nome tesoura Finochietto . Satélite artificial argentino SAC-D O programa nuclear argentino é altamente avançado, tendo resultado na fabricação de um reator de pesquisas em 1957 e do primeiro reator comercial da América Latina, em 1974. O país desenvolveu seu programa nuclear sem ser excessivamente dependente de tecnologia estrangeira. Instalações nucleares com tecnologia argentina foram construídas em países como Peru, Argélia, Austrália e Egito. Em 1983, o país admitiu ter a capacidade de produzir urânio com potência bélica, um passo necessário para montar armas nucleares desde então, no entanto, a Argentina se comprometeu a usar a energia nuclear apenas para fins pacíficos. Como um membro do Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica, o país tem sido uma voz forte em apoio aos esforços de não proliferação nuclear e é altamente comprometido com a segurança nuclear global. Outros projetos estão se concentrando em áreas como TI, nanotecnologia, biotecnologia, helicópteros, máquinas agrícolas e sistemas defensivos militares. A pesquisa espacial também se tornou cada vez mais ativa na Argentina. Fundada em 1991, a Comissão Nacional de Atividades Espaciais CONAE lançou dois satélites com sucesso e, em junho de 2009, garantiu um acordo com a Agência Espacial Europeia ESA para a instalação de uma antena com 25 metros de diâmetro e de sua estrutura de apoio na missão do Observatório Pierre Auger. A instalação vai contribuir com várias sondas espaciais da ESA e da CONAE, além de projetos de pesquisa nacionais. Escolhido entre vinte potenciais locais e um dos três únicos com tais instalações da ESA em todo o mundo, a nova antena vai criar uma triangulação que permitirá à ESA garantir a cobertura de missões em tempo real.
Central Nuclear Atucha, a primeira usina nuclear construída na América Latina Usina termoelétrica Costanera, em Buenos Aires A Argentina produz, de acordo com dados de 2005, cerca de cerca de 101 176 GWh de eletricidade. As principais fontes de energia utilizadas pelo país para a geração de eletricidade são a hidrelétrica 34 041 GWh por ano e térmica 56 385 GWh por ano , juntamente com a produção de energia nuclear 6 873 GWh por ano . A energia é distribuída por dois sistemas principais o Sistema Interconectado Nacional e o Sistema Interconectado Patagônico, além de alguns pequenos sistemas isolados de ambos. O setor de energia elétrica argentino é o terceiro maior mercado latino-americano de energia. Depende principalmente na geração térmica 57 da capacidade instalada e hidrelétrica 39 . As novas tecnologias de energia renovável ainda são muito pouco utilizadas. O país ainda tem um grande potencial hidrelétrico inexplorado. No entanto, a geração térmica predominante por combustão de gás natural está em risco devido à incerteza sobre a oferta futura desse recurso natural. A produção de petróleo e de gás natural atingiu 38 323 000 metros cúbicos e 48 738 000 metros cúbicos anuais, respectivamente. As reservas de petróleo são estimadas em 346 634 000 metros cúbicos, enquanto as de gás natural totalizaram 455 625 000 metros cúbicos. Em 2021, a Argentina tinha, em energia elétrica renovável instalada, em energia hidroelétrica 21 maior do mundo , em energia eólica 26 maior do mundo , em energia solar 43 maior do mundo , e em biomassa. O potencial eólico da região da Patagônia é considerado gigantesco, havendo estimativas de que a área poderia fornecer eletricidade suficiente para sustentar sozinha o consumo de um país como o Brasil. Porém, a Argentina tem deficiências infraestruturais para realizar a transmissão da eletricidade das áreas desabitadas com muito vento para os grandes centros do país. Já os problemas financeiros e políticos atrapalham a exploração do gás natural, a maior base energética do país. Em 2017, a Argentina foi o 18 maior produtor do mundo e o maior produtor da América Latina de gás, e o país possui o campo de Vaca Muerta, que tem perto de 16 bilhões de barris de óleo de xisto tecnicamente recuperável, o segundo maior depósito de gás natural de xisto do mundo. Porém, falta ao país capacidade para explorar a jazida são necessários capital, tecnologia e conhecimentos que só podem vir de empresas de energia offshore, que veem a Argentina e suas políticas econômicas erráticas com considerável suspeita, não querendo investir no país.
A cultura argentina tem importantes influências europeias. Buenos Aires, sua capital cultural, é amplamente caracterizada pela prevalência de pessoas de ascendência europeia e da imitação consciente dos estilos europeus na arquitetura. Outra influência importante foram os gaúchos e seu estilo de vida tradicional auto-suficiente. Finalmente, tradições indígenas americanas como infusões de erva-mate foram absorvidas pelo ambiente cultural geral.
Quatro dos mais influentes escritores argentinos Julio Cortázar, Victoria Ocampo, Jorge Luis Borges e Adolfo Bioy Casares A Argentina tem uma rica história literária, bem como uma das indústrias de publicação mais ativas da região. Os escritores argentinos têm um lugar proeminente na literatura latino-americana desde que se tornaram uma entidade totalmente unida em 1850. A luta entre os Federalistas que defendiam uma confederação de províncias com base no conservadorismo rural e os Unitários pró-liberalismo e defensores de um governo central forte, que incentivaria a imigração europeia , deu o tom para a literatura argentina da época. O abismo ideológico entre o gaúcho épico Martín Fierro de José Hernández, e o Facundo de Domingo Faustino Sarmiento, é um grande exemplo. Hernández, um federalista, opunha-se às tendências centralizadoras, modernização e europeização. Sarmiento escrevia em apoio à imigração como o único caminho para salvar a Argentina de tornar-se sujeita à regra de um pequeno número de famílias de caudilhos ditatoriais, argumentando que esses imigrantes fariam a Argentina mais moderna e aberta a influências europeias ocidentais e portanto, uma sociedade mais próspera. A literatura argentina do período foi ferozmente nacionalista. Foi seguido pelo movimento modernista, que surgiu na França no final do século XIX e, neste período, por sua vez foi seguido pelo vanguardismo, com Ricardo G iraldes como uma importante referência. Jorge Luis Borges, o escritor mais aclamado, encontrou novas maneiras de olhar o mundo moderno de forma metafórica e filosófica e sua influência estendeu-se a escritores de todo o mundo. Borges é mais conhecido por seus trabalhos em contos como Ficciones e El Aleph. Outros escritores, poetas e intelectuais notáveis do país incluem Juan Bautista Alberdi, Roberto Arlt, Enrique Banchs, Adolfo Bioy Casares, Silvina Bullrich, Eugenio Cambaceres, Julio Cortázar, Esteban Echeverría, Leopoldo Lugones, Eduardo Mallea, Ezequiel Martínez Estrada, Tomás Eloy Martínez, Victoria Ocampo, Manuel Puig, Ernesto Sábato, Osvaldo Soriano, Alfonsina Storni e María Elena Walsh.
Ex-Presidente Cristina Fernández e o elenco de O Segredo dos Seus Olhos 2009 com o Oscar de melhor filme estrangeiro Teatro Colón, considerado uma das melhores salas de concerto do mundo A indústria cinematográfica argentina cria cerca de 80 filmes de longa-metragem anualmente. O número per capita de filmes é uma das maiores da América Latina. O primeiro longa de animação do mundo foi feito e lançado na Argentina, pelo cartunista Quirino Cristiani, em 1917 e 1918. Desde 1980, o cinema argentino alcançou reconhecimento mundial, como A História Oficial Oscar de melhor filme estrangeiro em 1986 , Hombre mirando al sudeste, Un lugar en el mundo, Nove Rainhas, El hijo de la novia, Diários de Motocicleta, Iluminados por el fuego e O Segredo dos Seus Olhos, que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2009. Uma nova geração de diretores argentinos chamou a atenção dos críticos em todo o mundo. Os compositores argentinos Luis Bacalov e Gustavo Santaolalla foram honrados com o Oscar de melhor trilha sonora. Lalo Schifrin recebeu vários Grammys e é mais conhecido pelo tema da Mission Impossible. Buenos Aires é uma das grandes capitais do teatro. O Teatro Colón é um marco nacional de espectáculos de ópera e clássicos sua acústica é considerada a melhor do mundo. Com a sua cena de teatro, de calibre nacional e internacional, a Avenida Corrientes é um sinônimo de arte. A avenida é referida como a rua que nunca dorme e por vezes considerada como a Broadway de Buenos Aires. O Teatro General San Martin é um dos mais prestigiados da Av. Corrientes e o Teatro Nacional Cervantes é um dos mais importantes da Argentina. Griselda Gambaro, Copi, Roberto Cossa, Marco Denevi, Carlos Gorostiza e Alberto Vaccarezza são alguns dos mais importantes dramaturgos da Argentina. Julio Bocca, Jorge Donn, José Neglia e Norma Fontenla são alguns dos grandes bailarinos da era moderna.
A indústria de mídia de impressão é altamente desenvolvida na Argentina, com mais de duzentos jornais. Os principais são o Clarín centrista, o mais vendido da América Latina e o segundo mais difundido no mundo de língua espanhola , o La Nación centro-direita, publicado desde 1870 , o Página 12 esquerdista, fundada em 1987 , o Buenos Aires Herald o jornal de língua inglesa mais prestigioso da América Latina, liberal, datando de 1876 , o La Voz del Interior centro, fundado em 1904 e o Argentinisches Tageblatt semanário alemão, liberal, publicado desde 1878 . Canal 7 A Argentina começou a primeira transmissão de rádio regular do mundo em 27 de agosto de 1920, quando Parsifal de Richard Wagner foi transmitida por uma equipe de estudantes de medicina liderada por Enrique Telémaco Susini no Teatro Coliseo de Buenos Aires. Em 2002, havia 260 estações de rádio AM e 1150 de rádio FM registradas no país. A indústria da televisão argentina é grande, diversificada e popular em toda a América Latina, com muitas produções e formatos de TV sendo exportados para o exterior. Desde 1999, os argentinos gozam da maior disponibilidade de televisão por cabo e por satélite na América Latina, sendo que em 2014 totalizava 87,4 dos domicílios do país, taxa semelhante à dos Estados Unidos, Canadá e Europa. Até 2011, a Argentina também tinha a maior cobertura de telecomunicações em rede entre as potências latino-americanas cerca de 67 da população tinha acesso à internet e 137,2 , assinaturas de telefones celulares.
Daniel Barenboim, diretor musical da pera Estatal de Berlim Martha Argerich, uma das melhores pianistas da segunda metade do século XX O tango, a música e a letra geralmente cantadas em uma forma de gíria chamada lunfardo , é o símbolo musical da Argentina. A idade de ouro do tango 1930 a meados dos anos 1950 inspirou-se no jazz e no swing nos Estados Unidos, com grandes grupos orquestrais também, como as bandas de Osvaldo Pugliese, Aníbal Troilo, Francisco Canaro, Julio de Caro e Juan D Arienzo. Incorporando a música acústica e depois os sintetizadores no gênero em 1955, o virtuoso bandoneonista Astor Piazzolla popularizou o novo tango criando uma tendência mais sutil e intelectual. Hoje, o tango goza de popularidade em todo o mundo em constante evolução, o neo-tango é um fenômeno global com grupos de renome como Tanghetto, Bajofondo e Gotan Project. O rock argentino desenvolveu um estilo musical distinto em meados da década de 1960, quando Buenos Aires e Rosário tornaram-se berço de grupos de garagem e vários músicos aspirantes. Hoje ele é considerado a forma mais prolífica e bem sucedida do rock em espanhol. Bandas como Soda Stereo, Sumo, Virus, Abuelos de la nada, Enanitos verdes , Patricio Rey y sus Redonditos de Ricota, GIT e compositores como Charly García, Luis Alberto Spinetta, Andrés Calamaro e Fito Páez são referências da cultura nacional. A banda Serú Girán fez a entrada nos anos 1980, quando as bandas argentinas tornaram-se populares em toda a América Latina e em outros lugares. A música clássica europeia está bem representada na Argentina. Buenos Aires é o lar do mundialmente famoso Teatro Colón. Músicos e intérpretes como Martha Argerich, Eduardo Alonso-Crespo, Daniel Barenboim, Eduardo Delgado e Alberto Lysy, e compositores clássicos, como Juan José Castro e Alberto Ginastera, são internacionalmente aclamados. Algumas cidades têm eventos anuais e importantes festivais de música clássica, como a Semana Musical Llao Llao, em San Carlos de Bariloche e o Amadeus em Buenos Aires. Além das dezenas de danças regionais, estilo folclórico nacional argentino surgiu na década de 1930. A Argentina de Perón daria origem a Nueva canción, como os artistas começaram a expressar em sua música objeções a temas políticos. O estilo passou a influenciar a totalidade da música latino-americana.
Chouriço argentino Além de muitos pratos de massas, salsichas e sobremesas comuns à Europa continental, os argentinos desfrutam de uma grande variedade de criações indígenas e crioulas, incluindo empanadas, uma mistura de milho, feijão, carne, bacon, cebola e cabaça , humita e mate. O país tem o maior consumo de carne vermelha do mundo, tradicionalmente preparado como asado, o churrasco argentino. Ele é feito com vários tipos de carnes, muitas vezes incluindo chouriço, pão doce, chitterlings e linguiça. As sobremesas comuns incluem facturas, bolos e panquecas cheias de doce de leite, alfajores e sopaipillas. O vinho argentino, um dos melhores do mundo, é parte integrante do menu local. Malbec, Torrontés, Cabernet Sauvignon, Syrah e Chardonnay são algumas das variedades mais procuradas.
O esporte nacional oficial da Argentina é o pato, jogado a cavalo, mas o esporte mais popular é o futebol. Dentre os grandes títulos internacionais da seleção nacional de futebol, estão três Copas do Mundo da FIFA 1978, 1986 e 2022 , duas medalhas olímpicas de ouro 2004 e 2008 e quinze Copas América, sendo ao lado do Uruguai, a seleção que mais conquistou títulos no torneio, a última em 2021. Mais de mil jogadores argentinos jogam no exterior, a maioria deles em campeonatos do futebol europeu. Seus maiores rivais são o Brasil, a maior rivalidade do mundo entre seleções nacionais a Alemanha, com quem disputou três finais de Copas do Mundo 1986, 1990 e 2014 e o Uruguai, todas entre os dez maiores clássicos do mundo. A Associação de Futebol Argentino AFA foi formada em 1893 e é a oitava mais antiga associação de futebol nacional do mundo. Com mais de 3 500 clubes de futebol, incluindo 28 na primeira divisão, organiza desde 1891 o Campeonato Argentino de Futebol. Desde sua primeira edição, 28 equipes conquistaram títulos do torneio nacional River Plate 37, Boca Juniors 35, Racing 18, Independiente 16, San Lorenzo 15, Vélez Sarsfield 10, Alumni 10, Estudiantes de La Plata 6, Newell s Old Boys 6, Huracán 5, Lomas Athletic 5, Rosario Central 4, Belgrano Athletic 3, Argentinos Juniors 3, Lanús 2, Ferro Carril Oeste 2, Porte o 2, Quilmes 2, Estudiantil Porte o 2, Gimnasia y Esgrima La Plata 1, Banfield 1, Lomas Academy 1, Arsenal 1, Chacarita Juniors 1, Sportivo Barracas 1, Sportivo Dock Sud 1, Old Caledonians 1 e Saint Andrew s 1. Nos últimos 20 anos, o futsal e o futebol de praia estão cada vez mais populares. A seleção argentina de futebol de praia foi uma das quatro concorrentes no primeiro campeonato internacional para o esporte, em Miami, em 1993. O basquetebol é um esporte muito popular. A Seleção Argentina de Basquetebol Masculino é a única na zona FIBA Américas que conquistou a coroa quíntupla Campeonato Mundial, Medalha de Ouro Olímpica, Bola de Diamante, Campeonato das Américas e Medalha de Ouro Pan-Americana. Também conquistou 13 campeonatos sul-americanos e muitos outros torneios. Emanuel Ginóbili, Luis Scola, Andrés Nocioni, Fabricio Oberto, Pablo Prigioni, Carlos Delfino e Juan Ignacio Sánchez são alguns dos jogadores mais aclamados do país, todos eles parte da NBA. A Argentina foi sede do Campeonato Mundial de Basquetebol Masculino em 1950 e 1990. A Argentina tem produzido alguns dos campeões mais formidáveis para o boxe, como Carlos Monzón, o melhor peso médio da história Pascual Pérez, um dos boxeadores peso leve mais decorados de todos os tempos Víctor Galíndez, detentor do recorde de 2009 para as defesas consecutivas do título mundial de peso-pesado e Nicolino Locche, apelidado de O Intocável por sua defesa magistral eles são todos incluídos no International Boxing Hall of Fame. Argentina contra Nova Zelândia durante a Copa do Mundo de Rugby Union de 2015 O país tem uma importante seleção de rugby, conhecida como Los Pumas, com muitos dos seus jogadores jogando na Europa. O país bateu a nação anfitriã França duas vezes durante a Copa do Mundo de Rugby de 2007, ficando em terceiro lugar na competição. Os Pumas estão atualmente em oitavo lugar no ranking mundial oficial. O tênis tem sido bastante popular entre as pessoas de todas as idades. Guillermo Vilas é o maior jogador latino-americano da história do esporte, enquanto Gabriela Sabatini é a mais talentosa jogadora argentina de todos os tempos tendo alcançado o terceiro lugar no Ranking WTA, são ambos inscrito no International Tennis Hall of Fame. A Argentina reina absoluta no polo, tendo conquistado mais campeonatos internacionais do que qualquer outro país, sendo raramente vencida desde os anos 1930. O Campeonato Argentino de Polo é o troféu internacional mais importante do esporte. O país é o lar da maioria dos melhores jogadores do mundo, entre eles Adolfo Cambiaso, o melhor da história. Historicamente, a Argentina teve uma forte exibição dentro de corridas de automóveis. Juan Manuel Fangio foi cinco vezes campeão mundial de Fórmula 1 em quatro equipes diferentes, vencendo 102 de suas 184 corridas internacionais e é amplamente classificado como o maior piloto de todos os tempos. Outros corredores distinguidos foram Oscar Alfredo Gálvez, Juan Gálvez, José Froilán González e Carlos Reutemann.
Feriados Data Nome em português Nome local 1 de janeiro Ano Novo A o Nuevo 6 de janeiro Dia de Reis ou Epifania Epifanía, Reyes Magos ou somente Reyes março ou abril Sexta-feira Santa Viernes Santo 24 de março Dia Nacional da Memória pela Verdade e a Justiça Día Nacional de la Memoria por la Verdad y la Justicia 2 de abril Dia do veterano de guerra e mortos em combate na Guerra das Malvinas Día del Veterano de Guerra y de los Caídos en la Guerra de las Malvinas 1 de maio Dia Internacional do Trabalho Día Internacional del Trabajo 25 de maio Revolução de Maio Revolución de Mayo 20 de junho Dia da Bandeira Argentina Día de la Bandera 9 de julho Dia da Independência Día de la Independencia 17 de agosto Morte do general José de San Martín Muerte del general José de San Martín 11 de setembro Morte de Domingo Faustino Sarmiento Muerte de Domingo Faustino Sarmiento 12 de outubro Dia de Respeito à Diversidade Cultural Día del Respeto a la Diversidad Cultural 20 de novembro Dia da Soberania Día de la Soberanía 8 de dezembro Imaculada Conceição de Maria Inmaculada Concepción de María 25 de dezembro Natal Navidad Se o dia é terça ou quarta-feira, o feriado muda para a segunda-feira anterior. Se o dia é quinta ou sexta-feira, o feriado muda para a segunda-feira seguinte. O feriado ocorre na terceira segunda-feira do mês.
Guerra das Malvinas América do Sul Lista de países Missões diplomáticas da Argentina Vinhos de Buenos Aires Urbanização na Argentina Lista de Estados soberanos e territórios dependentes da América
Uma animação do algoritmo de ordenação quicksort de uma matriz de valores ao acaso. As barras vermelhas marcam o elemento pivô. No início da animação, estando o elemento para o lado direito, é escolhido como o pivô Em matemática e ciência da computação, um algoritmo é uma sequência finita de ações executáveis que visam obter uma solução para um determinado tipo de problema. Segundo Dasgupta, Papadimitriou e Vazirani Algoritmos são procedimentos precisos, não ambíguos, padronizados, eficientes e corretos.. As suas características são finitas, o algoritmo deve eventualmente resolver o problema bem definidas os passos devem ser definidos de modo a serem entendidos efetivas, deve sempre resolver o que tem para solucionar, antecipando falhas. O conceito de algoritmo existe há séculos e o uso do conceito pode ser atribuído a matemáticos russos, por exemplo a Peneira de Eratóstenes e o algoritmo de Euclides. O conceito de algoritmo é frequentemente ilustrado pelo exemplo de uma receita culinária, embora muitos algoritmos sejam mais complexos. Eles podem repetir passos fazer iterações ou necessitar de decisões tais como comparações ou lógica até que a tarefa seja completada. Um algoritmo corretamente executado não irá resolver um problema se estiver implementado incorretamente ou se não for apropriado ao problema. Um algoritmo não representa, necessariamente, um programa de computador, e sim os passos necessários para realizar uma tarefa. Sua implementação pode ser feita por um computador, por outro tipo de autômato ou mesmo por um ser humano. Diferentes algoritmos podem realizar a mesma tarefa usando um conjunto diferenciado de instruções em mais ou menos tempo, espaço ou esforço do que outros. Tal diferença pode ser reflexo da complexidade computacional aplicada, que depende de estruturas de dados adequadas ao algoritmo. Por exemplo, um algoritmo para se vestir pode especificar que você vista primeiro as meias e os sapatos antes de vestir a calça enquanto outro algoritmo especifica que você deve primeiro vestir a calça e depois as meias e os sapatos. Fica claro que o primeiro algoritmo é mais difícil de executar que o segundo apesar de ambos levarem ao mesmo resultado. O conceito de um algoritmo foi formalizado em 1936 pela Máquina de Turing de Alan Turing e pelo cálculo lambda de Alonzo Church, que formaram as primeiras fundações da Ciência da computação.
Os historiadores da palavra algoritmo encontraram a origem no sobrenome, Al-Khwarizmi, do matemático persa do século IX Mohamed ben Musa, cujas obras foram traduzidas no ocidente cristão no século XII, tendo uma delas recebido o nome Algorithmi de numero indorum, sobre os algoritmos usando o sistema de numeração decimal indiano . Outros autores, entretanto, defendem a origem da palavra em Al-goreten raiz - conceito que se pode aplicar aos cálculos . lgebra e algorismo também formam formas corrompidas da palavra, pois as pessoas esqueciam as derivações originais. O dicionário Vollst ndiges Mathematisches Lexicon Leipzig, 1747 refere a palavra Algorithmus nesta designação estão combinadas as noções de quatro cálculos aritméticos, nomeadamente a adição, multiplicação, subtração e divisão. A frase algorithmus infinitesimalis foi na altura utilizada para significar maneiras de calcular com quantidades infinitésimas pequenas , uma invenção de Leibnitz. Também é conhecido no meio financeiro, como algos.
Fluxograma, um exemplo de algoritmo imperativo. O estado em vermelho indica a entrada do algoritmo enquanto os estados em verde indicam as possíveis saídas. Um programa de computador é essencialmente um algoritmo que diz ao computador os passos específicos e em que ordem eles devem ser executados, como por exemplo, os passos a serem tomados para calcular as notas que serão impressas nos boletins dos alunos de uma escola. Logo, o algoritmo pode ser considerado uma sequência de operações que podem ser simuladas por uma máquina de Turing completa. Quando os procedimentos de um algoritmo envolvem o processamento de dados, a informação é lida de uma fonte de entrada, processada e retornada sob novo valor após processamento, o que geralmente é realizado com o auxílio de uma ou mais estrutura de dados. Para qualquer processo computacional, o algoritmo precisa estar rigorosamente definido, especificando a maneira que ele se comportará em todas as circunstâncias. A corretividade do algoritmo pode ser provada matematicamente, bem como a quantidade assintótica de tempo e espaço complexidade necessários para a sua execução. Estes aspectos dos algoritmos são alvo da análise de algoritmos. A maneira mais simples de se pensar um algoritmo é por uma lista de procedimentos bem definida, na qual as instruções são executadas passo a passo a partir do começo da lista, uma ideia que pode ser facilmente visualizada através de um fluxograma. Tal formalização adota as premissas da programação imperativa, que é uma forma mecânica para visualizar e desenvolver um algoritmo. Concepções alternativas para algoritmos variam em programação funcional e programação lógica.
Alguns autores restringem a definição de algoritmo para procedimentos que eventualmente terminam. Marvin Minsky constatou que se o tamanho de um procedimento não é conhecido de antemão, tentar descobri-lo é um problema indecidível, já que o procedimento pode ser executado infinitamente, de forma que nunca se terá a resposta. Alan Turing provou em 1936 que não existe máquina de Turing para realizar tal análise para todos os casos, logo não há algoritmo para realizar tal tarefa para todos os casos. Tal condição é conhecida atualmente como problema da parada. Para algoritmos intermináveis o sucesso não pode ser determinado pela interpretação da resposta e sim por condições impostas pelo próprio desenvolvedor do algoritmo durante sua execução.
Imagem da torre de Hanói com três discos , mostrando como estariam as peças no início e no fim da solução Alguns exemplos genéricos de algoritmos são uma coreografia, um manual de instruções, uma receita culinária, Técnicas para resolver problemas matemáticos, uma pesquisa na internet, dentre outros.
Um clássico problema que trabalha o desenvolvimento da lógica e do raciocínio matemático é a torre de Hanói, inventado pelo matemático francês douard Lucas em 1883. O quebra-cabeça é composto por três hastes e vários discos de tamanhos diferentes, que podem deslizar para qualquer haste. O quebra-cabeça começa com os discos em uma pilha organizada em ordem crescente de tamanho em uma haste, a menor no topo, fazendo assim uma forma cônica. Neste exemplo, toma-se o seguinte problema tem-se três hastes. Umas das hastes serve de suporte para três discos. Deseja-se mover todos os discos para outra haste, porém deve-se movimentar um disco de cada vez e um disco maior nunca pode ser colocado sobre um disco de menor tamanho.
Ficheiro Resolução da torre de Hanói de três discos.png miniaturadaimagem 278x278px Resolução da torre de Hanói com três discos Nomeiam-se as hastes como A, B e C e os discos como Vermelho, Verde e Azul. Considera-se que inicialmente os discos estão na haste A. Segue uma sequência de passos para a resolução do quebra-cabeça move-se o disco Vermelho para a haste C move-se o disco Verde para a haste B move-se o disco Vermelho para a haste B move-se o disco Azul para a haste C move-se o disco Vermelho para a haste A move-se o disco Verde para a haste C move-se o disco Vermelho para a haste C.
Podemos também representar a solução em forma gráfica, desenhando as hastes e a posição dos discos a cada movimento ou passo . Com 3 discos, o quebra-cabeça pode ser resolvido em 7 movimentos. O número mínimo de movimentos necessários para resolver um quebra-cabeça da Torre de Hanói é , onde n é o número de discos. Essa sequência, ou descrição, finita de passos ou tarefas é a quem chamamos de algoritmos.
A análise de algoritmos é um ramo da ciência da computação que estuda as técnicas de projeto de algoritmos e os algoritmos de forma abstrata, sem estarem implementados em uma linguagem de programação em particular ou implementadas de algum outro modo. Ela preocupa-se com os recursos necessários para a execução do algoritmo tais como o tempo de execução e o espaço de armazenamento de dados. Deve-se perceber que para um dado algoritmo pode-se ter diferentes quantidades de recursos alocados de acordo com os parâmetros passados na entrada. Por exemplo, se definirmos que o fatorial de um número natural é igual ao fatorial de seu antecessor multiplicado pelo próprio número, fica claro que a execução de fatorial 10 consome mais tempo que a execução de fatorial 5 . Um meio de exibir um algoritmo a fim de analisá-lo é através da implementação por pseudocódigo em português estruturado, também conhecido no Brasil como Portugol. Este código pode ser digitado dentro de algum editor de textos como o Bloco de Notas, anotado num caderno ou ainda poder digitado diretamente dentro de um programa interpretador de algoritmos, como é caso do Visualg, que é um editor, interpretador e executor dos algoritmos.
Pode-se classificar algoritmos pela maneira pelo qual foram implementados Recursivo ou iterativo - um algoritmo recursivo possui a característica de invocar a si mesmo repetidamente até que certa condição seja satisfeita e ele é terminado, que é um método comum em programação funcional. Algoritmos iterativos usam estruturas de repetição tais como laços, ou ainda estruturas de dados adicionais tais como pilhas, para resolver problemas. Cada algoritmo recursivo possui um algoritmo iterativo equivalente e vice-versa, mas que pode ter mais ou menos complexidade em sua construção Lógico - um algoritmo pode ser visto como uma dedução lógica controlada. O componente lógico expressa os axiomas usados na computação e o componente de controle determina a maneira como a dedução é aplicada aos axiomas. Tal conceito é base para a programação lógica Serial ou paralelo - algoritmos são geralmente assumidos por serem executados instrução a instrução individualmente, como uma lista de execução, o que constitui um algoritmo serial. Tal conceito é base para a programação imperativa. Por outro lado existem algoritmos executados paralelamente, que levam em conta as arquiteturas de computadores com mais de um processador para executar mais de uma instrução ao mesmo tempo. Tais algoritmos dividem os problemas em subproblemas e o delegam a quantos processadores estiverem disponíveis, agrupando no final o resultado dos subproblemas em um resultado final ao algoritmo. Tal conceito é base para a programação paralela. De forma geral, algoritmos iterativos são paralelizáveis por outro lado existem algoritmos que não são paralelizáveis, chamados então problemas inerentemente seriais Determinístico ou não-determinístico - algoritmos determinísticos resolvem o problema com uma decisão exata a cada passo enquanto algoritmos não-determinísticos resolvem o problema ao deduzir os melhores passos através de estimativas sob forma de heurísticas Exato ou aproximado - enquanto alguns algoritmos encontram uma resposta exata, algoritmos de aproximação procuram uma resposta próxima a verdadeira solução, seja através de estratégia determinística ou aleatória. Possuem aplicações práticas sobretudo para problemas muito complexos, do qual uma resposta correta é inviável devido à sua complexidade computacional.
Pode-se classificar algoritmos pela metodologia ou paradigma de seu desenvolvimento, tais como Divisão e conquista - algoritmos de divisão e conquista reduzem repetidamente o problema em sub-problemas, geralmente de forma recursiva, até que o sub-problema é pequeno o suficiente para ser resolvido. Um exemplo prático é o algoritmo de ordenação merge sort. Uma variante dessa metodologia é o decremento e conquista, que resolve um sub-problema e utiliza a solução para resolver um problema maior. Um exemplo prático é o algoritmo para pesquisa binária Programação dinâmica - pode-se utilizar a programação dinâmica para evitar o re-cálculo de soluções já resolvidas anteriormente Algoritmo ganancioso - um algoritmo ganancioso é similar à programação dinâmica, mas difere na medida em que as soluções dos sub-problemas não precisam ser conhecidas a cada passo, uma escolha gananciosa pode ser feita a cada momento com o que até então parece ser mais adequado Programação linear - A resolução de um problema através de programação linear envolve a maximização minimização das entradas de um conjunto de desigualdades lineares Redução - a redução resolve o problema ao transformá-lo em outro problema. chamado também transformação e conquista Busca e enumeração - vários problemas podem ser modelados através de grafos. Um algoritmo de exploração de grafo pode ser usado para caminhar pela estrutura e retornam informações úteis para a resolução do problema. Esta categoria inclui algoritmos de busca e backtracking Paradigma heurístico e probabilístico - algoritmos probabilísticos realizam escolhas aleatoriamente. Algoritmos genéticos tentam encontrar a solução através de ciclos de mutações evolucionárias entre gerações de passos, tendendo para a solução exata do problema. Algoritmos heurísticos encontram uma solução aproximada para o problema.
Cada campo da ciência possui seus próprios problemas e respectivos algoritmos adequados para resolvê-los. Exemplos clássicos são algoritmos de busca, de ordenação, de análise numérica, de teoria de grafos, de manipulação de cadeias de texto, de geometria computacional, de análise combinatória, de aprendizagem de máquina, de criptografia, de compressão de dados e de interpretação de texto.
Alguns algoritmos são executados em tempo linear, de acordo com a entrada, enquanto outros são executados em tempo exponencial ou até mesmo nunca terminam de serem executados. Alguns ditos problemas tem múltiplos algoritmos enquanto outros não possuem algoritmos para resolução.
Algoritmos podem ser implementados em circuitos elétricos ou até mesmo em dispositivos mecânicos autômatos .Mania dos inventores do século XIX, os autômatos eram máquinas totalmente mecânicas, construídas com a capacidade de serem programadas para realizar um conjunto de atividades autônomas. Em 2011, o filme A Invenção de Hugo Cabret tradução brasileira do cineasta Martin Scorsese traz a história do ilusionista Georges Méliès precursor do cinema e um colecionador de autômatos, sendo uma de suas máquinas o fio condutor desta história. O autômato específico era capaz de desenhar a cena emblemática do seu filme Viagem à Lua. Entretanto, a maioria dos algoritmos são desenvolvidos para programas de computador, para isto, existe uma grande variedade de linguagens de programação, cada uma com características específicas que podem facilitar a implementação de determinados algoritmos ou atender a propósitos mais gerais.
Ada Lovelace escreveu o primeiro algoritmo para ser processado por uma máquina, a máquina analítica de Charles Babbage. Um programa de computador é essencialmente um algoritmo que diz ao computador os passos específicos e em que ordem eles devem ser executados. Usando o Pseudocódigo uma linguagem simples, nativa a quem o escreve, de forma a ser entendida por qualquer pessoa que é uma forma genérica de escrever o algoritmo, sem necessidade de conhecer a sintaxe de nenhuma linguagem de programação. Um exemplo de pseudocódigo é o Portugol, que utiliza o compilador VisuALG. O VisuAlg é um programa que edita, interpreta e executa algoritmos com uma linguagem próxima do português estruturado como um programa normal de computador. um programa de livre uso e distribuição, empregado no ensino de programação em várias escolas e universidades no Brasil e no exterior. Quando os procedimentos de um algoritmo envolvem o processamento de dados, a informação é lida de uma fonte de entrada, processada e retornada sob novo valor após processamento, o que geralmente é realizado com o auxílio de um conjunto de instruções e estrutura de dados. Um exemplo, para ser feito nas escolas é fazer os passos a serem tomados para calcular as notas que serão impressas nos boletins dos alunos de uma escola, informando se o aluno foi aprovado ou reprovado. Exemplo algoritmo exemplo de cálculo de média de notas Seção de Declarações var NOTA1, NOTA2, NOTA3, NOTA4, MEDIA inicio Seção de Comandos ESCREVA DIGITE A PRIMEIRA NOTA LEIA NOTA1 ESCREVA DIGITE A SEGUNDA NOTA LEIA NOTA2 ESCREVA DIGITE A TERCEIRA NOTA LEIA NOTA3 ESCREVA DIGITE A QUARTA NOTA LEIA NOTA4 MEDIA NOTA1 NOTA2 NOTA3 NOTA4 4 SE MEDIA 7 ENTAO ESCREVA A MEDIA DO ALUNO FOI , MEDIA ESCREVA - ALUNO APROVADO FIMSE fimalgoritmo
Ao receber uma bicicleta no natal Carlinhos precisa ler o manual de instruções e seguir passo a passo as tarefas descritas no documento para poder se divertir com seu presente. Podemos dizer que Carlinhos é um interpretador dos comandos fornecidos pelo manual de instruções. Entretanto seu pai encontrou uma promoção na internet e comprou um produto fabricado na França e o menino ao se deparar com o manual percebeu que o mesmo não poderia ser interpretado já que não sabia ler em francês. Para resolver o problema seu pai contratou um tradutor de francês para português, assim, este novo manual pôde ser interpretado por Carlinhos e enfim sua bicicleta seria montada. No computador, o problema de Carlinhos se repete diariamente, havendo a necessidade de softwares básicos para traduzir e interpretar os diversos programas dos usuários escritos em diversas linguagens existentes. Os softwares que convertem um programa de usuário escrito em uma linguagem para outra linguagem são chamados de tradutores. A linguagem na qual o programa original está expresso é chamada de linguagem fonte e a linguagem para a qual ela será convertida é conhecida como linguagem alvo. Tanto a linguagem fonte quanto a linguagem alvo definem níveis de abstração específicos. Se existir um processador que possa executar diretamente programas escritos na linguagem fonte, não há necessidade de se traduzir o programa fonte para uma linguagem alvo. O método de tradução é empregado quando há um processador seja ele implementado em hardware ou por interpretação disponível para executar programas expressos na linguagem alvo mas não na linguagem fonte. Se a tradução tiver sido feita corretamente, a execução do programa traduzido vai obter exatamente os mesmos resultados que a execução do programa fonte obteria se houvesse um processador que o executasse diretamente. importante observar a diferença entre tradução e interpretação. Na tradução, o programa original, expresso na linguagem fonte, não é executado diretamente. Em vez da execução direta, esse programa precisa ser convertido para um programa equivalente, conhecido como programa objeto ou programa binário executável, que será executado após o término do processo de tradução. Logo, a tradução envolve dois passos distintos Geração de um programa equivalente na linguagem alvo Execução do programa obtido. No processo de interpretação existe apenas um único passo a execução do programa original na linguagem fonte.
Os tradutores podem ser divididos em dois grupos, dependendo da relação existente entre a linguagem fonte e a linguagem alvo. Quando a linguagem fonte for essencialmente uma representação simbólica para uma linguagem de máquina numérica, o tradutor é chamado de montador e a linguagem fonte é chamada de linguagem de montagem. Quando a linguagem fonte for uma linguagem de alto nível, como é o caso do Pascal ou do C, e a linguagem alvo for uma linguagem de máquina numérica ou uma representação simbólica desta linguagem linguagem de montagem , o tradutor é chamado de compilador.
Diferente do processo de montagem de um programa em linguagem de montagem para um programa em linguagem de máquina, que é bastante simples, pois existe um mapeamento direto de um para um entre os comandos em linguagem de montagem e os equivalentes em código binário, o processo de compilação de linguagens é muito mais complexo.
Considere o comando simples abaixo A B 4 O compilador tem que resolver um número grande de tarefas na conversão deste comando em um ou mais comandos em linguagem de montagem 1.Reduzir o texto do programa para símbolos básicos da linguagem, como identificadores tais como A e B, demarcações como o valor constante 4 e delimitadores do programa tais como e . Esta parte da compilação é chamada de análise léxica. 2. Decodificar os símbolos para reconhecer a estrutura do programa. No comando usado acima, por exemplo, um programa chamado parser deve reconhecer o comando como sendo uma atribuição de valores da forma onde é decodificado na forma Essa tarefa é chamada de análise sintática. 3. Análise de nomes associar os nomes A e B com variáveis do programa, e associá-los também a posições de memória específicas onde essas variáveis serão armazenadas durante a execução. 4. Análise de tipos determinar os tipos de todos os dados. No caso anterior, as variáveis A e B e a constante 4 seriam reconhecidas como sendo do tipo int em algumas linguagens. As análises de nome e tipo são também conhecidas como análise semântica determina o significado dos componentes do programa. 5. Mapeamento de ações e geração de código associar comandos do programa com uma sequência em linguagem de montagem apropriada. No caso anterior, a sequência em linguagem de montagem poderia ser Comando de atribuição. ldB, r0, r1 Carregue variável B em um registrador. add r1, 4, r2 Calcule o valor da expressão. st r2, r0, A Faça a atribuição na variável A. 6.Existem passos adicionais que o compilador deve tomar, tais como, alocar variáveis a registradores, usar registradores e, quando o programador desejar, otimizar o programa. O otimizador de código independente de máquina é um módulo opcional presente na grande maioria dos compiladores que objetiva melhorar o código intermediário de modo que o programa objeto produzido ao fim da compilação seja menor ocupe menos espaço de memória e ou mais rápido tenha tempo de execução menor . A saída do otimizador de código é um novo código intermediário.
O processo de traduzir um programa em linguagem de montagem para programa em linguagem de máquina é chamado de processo de montagem. Este processo é muito simples, uma vez que existe um mapeamento um para um de comandos em linguagem de montagem para seus correspondentes em linguagem de máquina. Isto é o contrário da compilação, onde um comando em linguagem de alto nível pode ser traduzido em vários comandos em linguagem de máquina.
Programar em uma linguagem de montagem não é fácil. Além da dificuldade, o desenvolvimento de um programa na linguagem de montagem consome mais tempo do que seu desenvolvimento em uma linguagem de alto nível. A depuração e manutenção dos programas em linguagem de montagem são mais complicados. Nessas condições, por que alguém escolheria programar em uma linguagem de montagem Existem duas razões que justificam esta opção performance e acesso aos recursos da máquina. Um expert na linguagem de montagem pode produzir um código menor e muito mais eficiente do que o gerado por um programador usando linguagem de alto nível. Em segundo lugar, certos procedimentos precisam ter acesso total ao hardware. Por exemplo, se a máquina alvo tiver um bit para expressar o overflow de operações aritméticas, um programa em linguagem de montagem pode testar diretamente este bit, coisa que um programa em Java não pode fazer. Além disso, um programa em linguagem de montagem pode executar qualquer uma das instruções do conjunto de instruções da máquina alvo.
Embora a montagem seja um processo simples, é tedioso e passível de erros quando feito manualmente. Montadores comerciais têm ao menos as seguintes características Permitem ao programador especificar posição de valores de dados e programas durante a execução Permitem que o programador de início realize valores de dados na memória antes da execução do programa Implementam mnemônicos em linguagem de montagem para todas as instruções da máquina e modos de endereçamento, e traduzem comandos em linguagem de montagem válidos, nos seus equivalentes em linguagem de máquina Permitem o uso de rótulos simbólicos para representar endereços e constantes Incluem um mecanismo que permite que variáveis sejam definidas em um programa em linguagem de montagem e usadas em outros programas separadamente Possibilitam a expansão de macros, ou seja, rotinas semelhantes às funções em linguagem de alto nível que podem ser definidas uma vez e então instanciadas quantas vezes necessário.
A maioria dos montadores leem textos do programa em linguagem de montagem duas vezes, e são chamados de montadores de dois passos . O primeiro passo serve para determinar o endereço de todos os itens de dados e instruções de máquina, e selecionar quais instruções devem ser geradas para cada instrução em linguagem de montagem mais ainda não gerá-las . Os endereços dos itens de dados e instruções são determinados por meio do uso de um contador de programa para a montagem, chamado contador de localização. O contador de localização gerencia o endereço da instrução executada e dos itens de dados durante a montagem, que geralmente é inicializada com 0 zero . No início do primeiro passo, é incrementado de acordo com o tamanho de cada instrução. Durante este passo, o montador também efetua quaisquer operações aritméticas em tempo de montagem, e insere as definições de todos os rótulos de funções e variáveis e as constantes, em uma tabela chamada Tabela de Símbolos. A razão principal para exigir uma segunda passagem é permitir que símbolos sejam usados no programa antes de serem definidos. Após a primeira passagem, o montador terá identificado todos os símbolos e os colocado na Tabela de Símbolos, já durante a segunda passagem, gerará código de máquina, inserindo os identificadores dos símbolos que agora são conhecidos.
A maioria dos programas é composto de mais de um procedimento. Os compiladores e os montadores geralmente traduzem um procedimento de cada vez, colocando a saída da tradução em disco. Antes que o programa possa rodar, todos os seus procedimentos precisam ser localizados e ligados uns aos outros de maneira a formarem um único código.
A função do ligador é coletar procedimentos traduzidos separadamente e ligá-los uns aos outros para que eles possam executar como uma unidade chamada programa binário executável. Se o compilador ou o montador lesse um conjunto de procedimentos fonte e produzisse diretamente um programa em linguagem de máquina pronto para ser executado, bastaria que um único comando fonte fosse alterado para que todos os procedimentos fonte tivessem que ser novamente traduzidos. Usando a técnica do módulo objeto separado, o único procedimento a ser novamente traduzido seria aquele modificado. Havendo a necessidade de realizar apenas a etapa de ligação dos módulos separados novamente, sendo esta tarefa mais rápida que a tradução.
O carregador é um programa que coloca um módulo de carregamento na memória principal. Conceitualmente, a tarefa do carregador não é difícil. Ele deve carregar os vários segmentos de memória com seus valores corretos e inicializar certos registradores, tais como o apontador para pilha do sistema, responsável pelo escopo das rotinas que estarão em execução e o contador de instruções contido no processador, com seus valores iniciais, indicando assim onde o programa deve ser iniciado. Em Sistemas Operacionais modernos, vários programas estão residentes na memória a todo instante, e não há como o montador ou o ligador saber em quais endereços os módulos de um programa irão residir. O carregador deve relocar estes módulos durante o carregamento adicionando um deslocamento a todos os endereços, permitindo desta forma acessar cada módulo individualmente na memória. Esse tipo de carregamento é chamado de carregamento com relocação. O carregador simplesmente modifica endereços relocáveis dentro de um único módulo de carregamento para que vários programas passem a residir na memória simultaneamente.
O software interpretador é um programa de computador que executa instruções escritas em uma linguagem de programação. Por exemplo, as linguagens Basic, Prolog, Python e Java, são frequentemente interpretados. Um interpretador geralmente usa uma das seguintes estratégias para a execução do programa executar o código fonte diretamente ou traduzir o código fonte em alguma eficiente representação intermediária e depois executar este código. Para isso, certos tipos de tradutores transformam uma linguagem fonte em uma linguagem simplificada, chamada de código intermediário, que pode ser diretamente executado por um programa chamado interpretador. Nós podemos imaginar o código intermediário como uma linguagem de máquina de um computador abstrato projetado para executar o código fonte. Interpretadores são, em geral, menores que compiladores e facilitam a implementação de construções complexas em linguagens de programação. Entretanto, o tempo de execução de um programa interpretado é geralmente maior que o tempo de execução deste mesmo programa compilado, pois o interpretador deve analisar cada declaração no programa a cada vez que é executado e depois executar a ação desejada, enquanto que o código compilado apenas executa a ação dentro de um contexto fixo, anteriormente determinado pela compilação. Este tempo no processo de análise é conhecido como overhead interpretativa.
Estrutura de dados Autômato Complexidade computacional Teoria da computabilidade Teoria da computação Garbage in, garbage out Máquina abstrata Negociações de alta frequência Algoritmo probabilístico Algoritmo de Euclides
. Algoritmos. Porto Alegre AMGH, 2010. Algoritmos e Programação - Teoria e Prática para universitários e profissionais de informática Novatec Editora. ISBN 85-7522-073-X Donald E. Knuth 1973 The Art of Computer Programming, Volume 1 Fundamental Algorithms 2 edição . Addison-Wesley, ISBN 0-201-03809-9 CHARLES E. LEISERSON, Thomas H. Cormen, RONALD L. RIVEST, CLIFFORD STEIN , Algoritmos teoria e prática , CAMPUS - RJ, 2002 ISBN 8-535-20926-3 Donald E. Knuth, Selected Papers on Analysis of Algorithms ISBN 1-57586-212-3 Livro Jean Luc Chabert, A History of Algorithms From the Pebble to the Microchip. Springer Verlag, 1999. ISBN 978-3-540-63369-3. Algorithmics The Spirit of Computing. Addison-Wesley. 2004. ISBN 978-0-321-11784-7. T.H. Cormen, C.E. Leiserson, R.L. Rivest, C. Stein, Introduction to Algorithms, 3rd edition, MIT Press, 2009 ISBN 978-026-203-384-8 Donald E. Knuth, The Art of Computer Programming Jon Kleinberg, va Tardos, Algorithm Design, Addison-Wesley, 2005 ISBN 0-321-29535-8 Livro Sanjoy Dasgupta, Christos Papadimitriou, Umesh Vazirani, Algorithms Richard E. Neapolitan, Kumarss Naimipour , Foundations of Algorithms Using Java Pseudocode , Jones Bartlett Learning, 2004 ISBN 0-763-72129-8 Laira Vieira Toscani, Paulo A. S. Veloso, Complexidade de Algoritmos Série Livros Didáticos Informática UFRGS - Vol. 13 , Bookman ISBN 8-540-70139-1 RICARDO LINDEN , Algoritmos Genéticos 2a edição , Brasport ISBN 8-574-52373-9 Jesús Bisbal Riera, Manual de Algorítmica Recursividad, complejidad y dise o de algoritmos, Editorial UOC, 2009 ISBN 8-497-88027-7 Gilberto Farias de Sousa Filho, Eduardo de Santana Medeiros Alexandre, Introdução a Computação - 2 edição. João Pessoa Editora da UFPB, 2014. ISBN 978-85-237-0892-4 . Projeto de algoritmos com implementações em Java e C . São Paulo Cengage Learning, 2011.
Dictionary of Algorithms and Data Structures Aprenda a Programar Série de artigos didáticos ensinando Português Estruturado Aplicativo .jar para testes de Algoritmo www.ucb.br Exercícios resolvidos de algoritmos para estudo Site para aprendizado e treinamento de algoritmos e estrutura de dados Data Structures and AlgorithmsGodfried Toussaint na Universidade McGill, Montréal The Algorithm Design Manual, 2nd Edition Projeto de Algoritmos em C Análise de Algoritmos Minicurso de Análise de Algoritmos Dicionário A. Broder, J. Stolfi, Pessimal algorithms and simplexity analysis Categoria Terminologia informática Categoria Computação Categoria Ciência da computação Categoria Programas de computador Categoria Tecnologia da informaçãoAbacaxi fatiado O Ananas comosus é uma infrutescência tropical produzida pela planta de mesmo nome, caracterizada como uma planta monocotiledônea da família das bromeliáceas da subfamília Bromelioideae. um símbolo das regiões tropicais e subtropicais. Os abacaxizeiros cultivados pertencem à espécie Ananas comosus, que compreende muitas variedades frutíferas. Há também várias espécies selvagens, pertencentes ao mesmo gênero. O fruto, quando maduro, suas folhas se soltam facilmente ao puxar, tem o sabor bastante ácido e, muitas vezes, adocicado. Apesar do que dita o senso comum, o abacaxi não é uma fruta cítrica.
O termo abacaxi em português brasileiro é oriundo da junção dos termos tupis i bá fruto e ká ti recendente, que exala cheiro agradável e intenso , documentado já no início do séc. XIX. O termo ananás em português europeu e espanhol é do guarani e tupi antigo naná, e documentado em português na primeira metade do séc. XVI e em espanhol na segunda 1578 , sendo empréstimo do português do Brasil ou da sua língua geral. O abacaxi é um fruto-símbolo de regiões tropicais e subtropicais, de grande aceitação em todo o mundo, quer ao natural, quer industrializado agrada aos olhos, ao paladar e ao olfato. Por essas razões e por ter uma coroa, cabe-lhe, por vezes, o cognome de rei dos frutos, que lhe foi dado, logo após seu descobrimento, pelos portugueses. Na linguagem corrente do Brasil, tal como em Angola, costuma-se designar por ananás os frutos de plantas não cultivadas, de variedades menos conhecidas ou de qualidade inferior. Por sua vez, a palavra abacaxi costuma ser empregada não apenas para designar o fruto de melhor qualidade, mas a própria planta que o produz. Na gíria brasileira, abacaxi significa algo que não dá bom resultado, coisa embrulhada ou que não presta. Este fato provavelmente se deve a seu visual espinhoso e ressequido, bem como à dificuldade para descascá-lo sem se ferir com suas farpas, presentes tanto na coroa quanto na própria casca. Descascar o abacaxi, uma extensão da mesma gíria, significa resolver um problema difícil.
Abacaxizeiro com fruto quase maduro O abacaxi já era cultivado pelos indígenas em extensas regiões do Novo Mundo antes da sua descoberta pelos europeus. Origina-se da América tropical e subtropical da região centro-sul do Brasil, nordeste da Argentina e Paraguai . Acredita-se que os nativos do sul do Brasil e Paraguai disseminaram o abacaxi na América do Sul e eventualmente, acabou por alcançar o Caribe, a América Central e o México. Sendo que em 4 de novembro de 1493, Colombo e seus marinheiros descobriram o abacaxizeiro em Guadalupe, nas Pequenas Antilhas, promovendo, a partir deste momento, sua disseminação pelo mundo e tornando-o uma das infrutescências mais apreciadas no globo. Os espanhóis introduziram a planta nas Filipinas, Havaí, Zimbabwe e Guam. Os portugueses introduziram a fruta na India em 1550. A planta foi levada para Europa pelos Holandeses, sendo que o primeiro europeu a conseguir plantá-la no continente utilizando estufas foi Pieter de la Court em Meerburg em 1658. Dado as dificuldades de importação na época, e os proibitivos custos de equipamento e mão de obra necessários para plantar o abacaxi em climas temperados, a fruta virou um simbolo de ostentação. Eles chegaram a ser usados em jantares apenas como enfeites, e reutilizados continuamente, até apodrecer.
Inflorescência de um Ananas comosus O abacaxizeiro é planta semiperene que alcança um metro de altura. Primeiramente, produz um único fruto, situado no ápice depois, com a ramificação lateral do talo, aparecem outros frutos, de modo que a fase produtiva pode prolongar-se por vários anos. Quando adulto, é constituído de raízes, talo caule , folhas, frutos e mudas. O sistema radicular, do tipo fasciculado, é superficial, pois a maior parte das raízes fica nos primeiros 15 cm de solo. O talo apresenta o formato de uma clava, relativamente curta e grossa. As folhas têm forma de calha, com espinhos e estão inseridas no talo, formando uma densa espiral dextrogira e levogira. A inflorescência é uma espiga, formada de flores completas, cada uma localizada na axila de uma bráctea. O fruto é composto, do tipo sorose, e resulta da coalescência de um grande número de frutos simples 100 a 200 , do tipo baga, denominados frutilhos, os quais estão inseridos num eixo central, coração ou miolo, em disposição espiralada e intimamente soldados uns aos outros. No ápice do fruto existe um tufo de folhas a coroa resultante do tecido meristemático apical que a planta possui desde a sua origem. A conexão do fruto com o talo da planta é feita através de um pedúnculo. A casca do abacaxi é formada pela reunião das brácteas e sépalas das flores. Logo abaixo da casca, inseridos na periferia de depressões em forma de taça, podem ser encontrados restos de pétalas e de estames, enquanto de cada uma dessas depressões aparece um vestígio de estilete. Na superfície de um fruto descascado de um modo pouco profundo, os restos de estiletes dão ideia de espinhos. Por outro lado, quando o descascamento é feito de modo mais profundo, a superfície mostra-se toda perfurada, por ficarem expostas as lojas ou lóculos dos ovários dos frutilhos. Dentro de tais lojas, em se tratando de fruto de variedade cultivada, geralmente são encontrados apenas óvulos abortados, pois a formação de sementes é rara, por serem as flores autoincompatíveis. Todavia, por meio de polinização manual com pólen de outra variedade, não é rara a produção de duas mil a três mil sementes por fruto. A parte comestível do abacaxi é a polpa, suculenta, formada pelas paredes das lojas dos frutilhos e pelo tecido parenquimatoso que os une, bem como pela porção externa ou casca do coração. De acordo com a parte da planta em que são produzidas, as mudas do abacaxizeiro são classificadas em quatro tipos Coroa muda do ápice do fruto Filhote muda do pedúnculo Filhote-rebentão muda da região de inserção do pedúnculo com o talo da planta Rebentão muda do talo da planta. O abacaxizeiro é uma planta muito sensível ao frio, mas resiste bem às secas. Embora seja planta tropical, nos dias de sol muito intenso, os frutos podem sofrer queimaduras, quando não são protegidos. Pode ser cultivado em qualquer tipo de solo, desde que seja permeável, isto é, não sujeito ao encharcamento prefere, porém, solos leves, ricos em elementos nutritivos e com pH entre 4,5 e 5,5, ainda que tolere aqueles de pH mais baixo. bastante exigente em nutrientes. Geralmente, o florescimento natural do abacaxizeiro ocorre no inverno, por ser planta de dias curtos, ou seja, com a diminuição do fotoperíodo e ou redução da temperatura, a gema apical é induzida a produzir uma inflorescência ao invés de emitir folhas. O comprimento do ciclo natural pode variar de 10 a 36 meses, pois, além de condições climáticas, depende da época de plantio, do tipo e do peso das mudas utilizadas, e também das práticas culturais adotadas.
A principal variedade cultivada no mundo até a década de 1990 é a Cayenne ou Smooth Cayenne . Dá fruto de polpa amarelo-pálida ou amarela, rica em ácidos e açúcares, e a planta tem folhas com poucos espinhos, que se localizam apenas na base e no ápice. No Brasil, a variedade mais plantada é a Pérola conhecida no exterior como do grupo Pernambuco , que produz fruto de polpa amarelo-pálida, quase branca, de sabor bastante doce e de baixa acidez as folhas têm as margens armadas de espinhos. O abacaxi é considerado o símbolo da hospitalidade. Para os povos antigos, colocar um abacaxi do lado de fora das casas é sinal de que visitantes são bem vindos. Cultura do abacaxi A cultura racional do abacaxizeiro, apesar de muito rentável, exige bastante técnica e trato. Sua propagação é feita por mudas e são exploradas uma ou duas safras. Muito útil é o fato de que a época de produção dos frutos pode ser controlada artificialmente, mediante emprego de substâncias químicas, tais como o carbureto de cálcio e o etephon. Culturas altamente tecnificadas podem dar, em cada safra, de sessenta a oitenta toneladas de fruto por hectare. Na verdade, porém, a produção de um abacaxizeiro depende de diversos fatores clima e solo época de plantio e de colheita idade da plantação variedade tipo e tamanho da muda plantada espaçamento de plantio tratos culturais adubação estado fitossanitário. Modernamente, o plantio é feito pelo sistema de linhas duplas e na base de 45 a 60 mil plantas por hectare. Nos países de abacaxicultura avançada, usam-se máquinas que, simultaneamente, são capazes de incorporar pesticidas e fertilizantes ao solo e, sobre ele, distribuir faixas de tecido negro de polietileno, em cima das quais é feito o plantio das mudas além disso, são empregados pulverizadores capacitados para distribuir, ao mesmo tempo, pesticidas e fertilizantes sobre diversas linhas de plantação, assim como máquinas que possibilitam a colheita de até 12 toneladas de abacaxi por hora.
No Brasil, as principais pragas do abacaxi são a broca-do-fruto Thecla basilides , a cochonilha Dysmicoccus brevipes e a broca-do-talo Strymon megarus , esta de ocorrência no Norte-Nordeste. Quanto a doenças, a mais grave e de de ocorrência generalizada é a fusariose ou gomose, causada pelo fungo Fusarium subglutinans f. sp. ananas e que pode provocar grandes prejuízos. Entre outras doenças importantes citam-se a murcha, causado pelo vírus PMWaV Pineapple Mealybug Wilt-associated Virus e a podridão-do-olho, causado pelo fungo Phytophthora nicotianae var. parasitica. No cenário mundial, algumas espécies de nematoides figuram como pragas de importância.
Fruto do abacaxi exterior e corte O abacaxi pode ser consumido in natura ou industrializado, sob a forma de fatias ou pedaços em calda, pedaços cristalizados, passa, picles, suco, xarope, geleia, licor, bebida fermentada, vinagre e aguardente. Todavia, os principais produtos são as fatias ou pedaços em calda e o suco. Com o suco do abacaxi, podem ser preparados refrescos, sorvetes, cremes, balas e bolos. Como subprodutos da industrialização do abacaxi, obtêm-se álcool, ácido cítrico citrato , ácido málico, ácido ascórbico vitamina C , bromelina enzima proteolítica que entra na composição de diversos medicamentos e rações para animais do restante da planta, são aproveitados, industrialmente, as fibras e o amido. O suco do abacaxi contém cerca de 12 por cento de açúcar e 1 por cento de ácidos orgânicos principalmente ácido cítrico é considerado boa fonte de vitaminas A e B1, bem como razoável fonte de vitamina C.
País Produção em 2018 toneladas anuais 3.418.155 2.730.985 2.650.479 2.113.380 1.805.506 1.706.000 1.664.510 1.573.471 999.593 900.395 713.942 654.801 597.662 548.465 518.664 Fonte Food and Agriculture Organization Principais estados produtores de abacaxi no Brasil em 2019, em amarelo escuro Os principais países produtores de abacaxi, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura 2018 , são a Costa Rica, as Filipinas, o Brasil, a Tailândia, a Indonésia, a ndia e a Nigéria. Por sua vez, a sua industrialização é feita, principalmente, no Havaí mas Formosa, Malásia, frica do Sul, Austrália e Costa do Marfim também se sobressaem. Os Estados Unidos, a Alemanha, o Japão, o Reino Unido, o Canadá e a França são grandes consumidores do fruto industrializado. Em 2018, o Brasil produziu 2,6 milhões de toneladas de abacaxi, sendo o 3 maior produtor do mundo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2019 , os principais Estados brasileiros produtores de abacaxi são o Pará, com 311 947 mil frutos a Paraíba, com 307 116 mil frutos Minas Gerais, com 179 287 mil frutos o Rio de Janeiro, com 116 109 mil frutos Tocantins, com 85 634 mil frutos e São Paulo, com 82 536 mil frutos. O Brasil exporta tanto o fruto onde os principais compradores são Argentina e Uruguai , quanto o suco concentrado de abacaxi onde os maiores compradores são Chile, Argentina e Holanda, e o maior estado exportador é o Pará, onde a cidade de Floresta do Araguaia é sede da maior indústria de suco concentrado da fruta do Brasil . Em 2019, foram comercializadas 104.462,17 toneladas de abacaxi na CEAGESP, sendo 90,79 de abacaxi pérola e 9,21 de abacaxi havaí. No entreposto da capital paulista, o abacate é o 9 produto mais comercializado, tendo como principais cidades produtoras São Francisco de Sales MG 50,47 e Itapagipe MG 12,97 . O nível tecnológico empregado nos plantios brasileiros de abacaxi é bastante heterogêneo, com áreas que empregam toda a tecnologia disponível análise de solo, correção da acidez, adubação no plantio e de cobertura, tratamento de indução floral, pulverizações contra pragas e doenças , enquanto em outras regiões as práticas ainda são bastante rudimentares, com baixa produtividade. Outro fato típico de abacaxicultura brasileira é o deslocamento constante das áreas de produção, devido ao aparecimento de problemas fitossanitários. A grande maioria dos abacaxis produzidos no Brasil é destinada ao consumo interno, como fruta fresca. São Paulo e os estados do Sul absorvem grande parte das produções de abacaxi da Paraíba, Minas Gerais e Tocantins.
Ananas nanus ananaí-da-amazônia Próximo do gênero Ananas, há Pseudananas, que contém uma única espécie, P. sagenarius, vulgarmente designado por gravatá-de-rede ou pseudo-ananás, cujos frutos não possuem coroa. São peculiares do gênero Pseudananas a presença de estolhos ligados à base da planta e a ausência de mudas ligadas diretamente ao talo da planta ou ao pedúnculo do fruto. Outras características, não exclusivas desse gênero, são os espinhos bastante agressivos da porção inferior da folha, voltados para baixo, e os dois apêndices na face superior das pétalas, com forma de prega, os quais, no gênero Ananas, têm forma de funil. As espécies selvagens de abacaxis e suas variedades principais são Ananas ananassoides, var. nanus ananaí-da-amazônia e var. typicus ananás-do-campo A. bracteatus, var. albus ananás-branco-do-mato , var. rudis ananás-vermelho-do-mato , e var. tricolor A. fritzmuelleri e A. lucidus curauá-da-amazônia . Todos têm as margens das folhas armadas de espinhos, exceto a última, nas quais, praticamente, só existe um acúleo terminal. O ananás-do-campo constitui padrão de terra seca e pobre suas folhas produzem fibras tão boas como as do caroá o fruto apresenta uns 10 centímetros de comprimento e considerável número de sementes. As fibras das folhas do curauá também são de excelente qualidade o fruto tem apenas uns 6 centímetros de comprimento é planta que se adapta muito bem ao clima úmido. O fruto do ananaí-da-amazônia atinge apenas 3 a 4 centímetros. A. fritzmuelleri tem por ambiente natural o litoral sul do Brasil e produz fruto de uns 20 centímetros de comprimento, enquanto a do ananás-do-mato é ligeiramente maior. O ananás-de-agulha, ananás-de-cerca e ananás-de-raposa são outras variedades também encontradas no Brasil. Outros tipos de abacaxis Havaí Jupí Pérola
Página da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical Página do Núcleo de Estudo em Fruticultura no Cerrado - UFU Toda Fruta Brazilian Fruit IAC-SP Categoria Ananas Categoria Pseudofrutos Categoria AbacaxisAngola, oficialmente República de Angola, é um país da costa ocidental de frica, cujo território principal é limitado a norte e a nordeste pela República Democrática do Congo, a leste pela Zâmbia, a sul pela Namíbia e a oeste pelo Oceano Atlântico. Inclui também o exclave de Cabinda, através do qual faz fronteira com a República do Congo, a norte. Para além dos vizinhos já mencionados, Angola é o país mais próximo da colónia britânica de Santa Helena. Os portugueses estiveram presentes desde o em alguns pontos do que é hoje o território de Angola, interagindo de diversas maneiras com os povos nativos, principalmente com os habitantes do litoral. A delimitação do território apenas aconteceu no início do . O primeiro europeu a chegar a Angola foi o explorador português Diogo Cão. Angola foi uma colónia portuguesa que apenas abrangeu o actual território do país no e a ocupação efectiva, como determinado pela Conferência de Berlim em 1884, aconteceu apenas na década de 1920. A independência do domínio português foi alcançada em 1975, depois de uma guerra de independência. O Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência do país, ainda em 1975. Após a independência, Angola foi palco de uma longa e devastadora guerra civil, de 1975 a 2002, sobretudo entre o MPLA e a UNITA. Apesar do conflito interno, áreas como a Baixa de Cassanje mantiveram activos seus sistemas monárquicos regionais. No ano de 2000 foi assinado um acordo de paz com a Frente para a Libertação do Enclave de Cabinda, organização de guerrilha que luta pela secessão de Cabinda e que ainda se encontra activa. da região de Cabinda que sai aproximadamente 65 do petróleo de Angola. O país tem vastos recursos naturais, como grande reservas de minerais e de petróleo e, desde 1990, sua economia tem apresentado taxas de crescimento que estão entre as maiores do mundo, especialmente depois do fim da guerra civil. No entanto, os padrões de vida angolanos continuam baixos e cerca de 70 da população vive com menos de dois dólares por dia, enquanto as taxas de expectativa de vida e mortalidade infantil no país continuam entre as piores do mundo, além da presença proeminente da desigualdade económica, visto que a maioria da riqueza do país está concentrada numa parte desproporcionalmente pequena da população. Angola também é considerada um dos países menos desenvolvidos do planeta conforme a Organização das Nações Unidas ONU e um dos mais corruptos do mundo pela Transparência Internacional.
O nome Angola é uma derivação portuguesa do termo banto n gola, título dos reis do Reino do Dongo existente na altura em que os portugueses se estabeleceram em Luanda, no . O termo tem raízes no termo ngolo que significa força em quimbundo e em quicongo, línguas dos povos ambundos e congos respectivamente. Quando os portugueses chegaram à região da província de Luanda, observaram que o monarca local, Angola Quiluanje era assim denominado, passando a chamar o Reino Angola-Dongo com este título.
Mapa do antigo Reino do Dongo Encontro de portugueses com a família real do Reino do Congo Os habitantes originais de Angola foram caçadores-colectores coissã, dispersos e pouco numerosos. A expansão dos povos bantos, chegando do norte a partir do segundo milénio, forçou os coissã quando não eram absorvidos a recuar para o sul onde grupos residuais existem até hoje, em Angola ver mapa étnico , na Namíbia e no Botsuana. Os bantos eram agricultores e caçadores. A sua expansão, a partir da frica Centro-Ocidental, se deu em grupos menores, que se relocalizaram de acordo com as circunstâncias político-económicas e ecológicas. Entre os séculos XIV e XVII, uma série de reinos foi estabelecida, sendo o principal o Reino do Congo que abrangeu o Noroeste da Angola de hoje e uma faixa adjacente da hoje República Democrática do Congo, da República do Congo e do Gabão a sua capital situava-se em Mabanza Congo e o seu apogeu se deu durante os séculos XIII e XIV. Outro reino importante foi o Reino do Dongo, constituído naquela altura a Sul Sudeste do Reino do Congo. No Nordeste da Angola actual, mas com o seu centro no Sul da actual República Democrática do Congo, constituiu-se, sem contacto com os reinos atrás referidos, o Reino de Lunda. Em 1482 chegou na foz do rio Congo uma frota portuguesa, comandada pelo navegador Diogo Cão que de imediato estabeleceu relações com o Reino do Congo. Este foi o primeiro contacto de europeus com habitantes do território hoje abrangido por Angola, contacto este que viria a ser determinante para o futuro deste território e das suas populações.
Jinga em negociações de paz com o governador português em Luanda em 1657 Vista da cidade de Luanda em 1883 A partir do fim do , Portugal seguiu na região uma dupla estratégia. Por um lado, marcou continuamente presença no Reino do Congo, por intermédio de sempre poucos, mas influentes padres cultos portugueses e italianos que promoveram uma lenta cristianização e introduziram elementos da cultura europeia. Por outro, estabeleceu em 1575 uma feitoria em Luanda, num ponto de fácil acesso ao mar e à proximidade dos reinos do Congo e de Dongo. Gradualmente tomaram o controle, através de uma série de tratados e guerras, de uma faixa que se estendeu de Luanda em direcção ao Reino do Dongo. Este território, de uma dimensão ainda bastante limitada, passou mais tarde a ser designado como Angola. Por intermédio dos Reinos do Congo, do Dongo e da Matamba, Luanda desenvolveu um tráfico de escravos com destino a Portugal, ao Brasil e à América Central que passou a constituir a sua base económica. Esse processo tem que ser visto contra o pano de fundo de um sistemático tráfego de escravos a partir de Luanda. Os holandeses ocuparam Angola entre 1641 e 1648, procurando estabelecer alianças com os estados africanos da região. Em 1648, Portugal retomou Luanda e iniciou um processo de conquista militar dos estados do Congo e Dongo que terminou com a vitória dos portugueses em 1671, redundando num controle sobre aqueles reinos. No entanto, Portugal tinha começado a estender a sua presença no litoral em direcção ao Sul. Em 1657 estabeleceu uma povoação perto da actual cidade de Porto Amboim, transferida em 1617 para a actual Benguela que se tornou numa segunda feitoria, independente da de Luanda. Benguela assumiu aos poucos o controle sobre um pequeno território a norte e leste, e iniciou por sua vez um tráfego de escravos, com a ajuda de intermediários africanos radicados no Planalto Central da Angola de hoje. Embora tenha, desde o início da sua presença em Luanda e Benguela, havido ocasionais incursões dos portugueses para lá dos pequenos territórios sob o seu controle, esforços sérios de penetração no interior apenas começaram nas primeiras décadas do , abrandado em meados daquele século, mas recomeçando com mais vigor nas suas últimas décadas. Estes avanços eram em parte militares, visando o estabelecimento de um domínio duradouro sobre determinadas regiões, e tiveram geralmente que vencer, pelas armas, uma resistência maior ou menor das respectivas populações. Em outros casos tratou-se, no entanto, apenas de criar postos avançados destinados a facilitar a extensão de redes comerciais. Formas particulares de penetração económica foram desenvolvidas no Sul, a partir de Moçâmedes hoje Namibe . Finalmente, houve naquele século a implantação das primeiras missões católicas para lá dos perímetros controlados por Luanda e Benguela. Soldados portugueses embarcando para Angola durante a Primeira Guerra Mundial No momento em que se realizou em 1884 85 a Conferência de Berlim, destinada a acertar a distribuição de frica entre as potências coloniais, Portugal pôde fazer valer uma presença secular em dois pontos do litoral, e uma presença mais recente administrativa militar, comercial, missionária numa série de pontos do interior, mas estava muito longe de uma ocupação efectiva do território hoje abrangido por Angola. Perante a ameaça das outras potências coloniais, de se apropriarem de partes do território reclamada por Portugal, este país iniciou finalmente, na sequência da Conferência de Berlim, um esforço que visava a ocupação de todo o território da Angola actual. Dados os seus recursos limitados, os progressos neste sentido foram, no entanto, lentos ainda em 1906, apenas 5 a 6 dos territórios podiam, com alguma razão, ser considerados efectivamente ocupados. Só depois do advento da República em Portugal, em 1910, a expansão do Estado colonial avançou de forma mais consequente. Em meados dos anos 1920 estava alcançado um domínio integral do território, muito embora houvesse ainda em 1941 um breve surto de resistência primária, da parte da etnia vacuval. Embora lento, este esforço de ocupação não deixou, porém, de provocar novas dinâmicas sociais, económicas e políticas.
Ficheiro Luanda,desfilemilitar cropped .jpg thumb Forças Armadas Portuguesas marchando em Luanda durante Guerra Colonial Portuguesa 1961-74 . Soldados portugueses nas matas angolanas durante a Guerra de Independência de Angola 1961-1974 Alcançada a desejada ocupação efectiva, Portugal - melhor dito o regime ditatorial, entretanto instaurado naquele país por António de Oliveira Salazar - concentrou-se em Angola na consolidação do Estado colonial. Esta meta foi atingida com alguma eficácia. Num lapso de tempo relativamente curto foi edificada uma máquina administrativa dotada de uma capacidade não sem falhas, mas sem dúvida significativa de controle e de gestão. Esta garantiu o funcionamento de uma economia assente em dois pilares o de uma imigração portuguesa que, em poucas décadas, fez subir a população europeia para mais de , com uma forte componente empresarial, e o de uma população africana sem direito à cidadania, na sua maioria - ou seja, com a excepção dos povos agro- pastores do Sul - remetida para uma pequena agricultura orientada para os produtos exigidos pelo colonizador café, milho, sisal , pagando impostos e taxas de vária ordem, e muitas vezes obrigada, por circunstâncias económicas e ou pressão administrativa, a aceitar trabalhos assalariados geralmente mal pagos. Entre 1939 e 1943, o exército português realizou operações contra os nómadas Mucubal, acusados de rebelião, que levaram à morte de metade de sua população. Os sobreviventes foram encarcerados em campos de trabalho forçado, onde a grande maioria deles pereceu devido à brutalidade do sistema de trabalho, subnutrição e execuções. Nos anos 1950 começou a articular-se uma resistência multifacetada contra a dominação colonial, impulsionada pela descolonização que se havia iniciado no continente africano, depois do fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Esta resistência, que visava a transformação da colónia de Angola em país independente, desembocou a partir de 1961 num combate armado contra Portugal que teve três principais protagonistas o Movimento Popular de Libertação de Angola MPLA , cuja principal base social eram os ambundos e a população mestiça, bem como partes da inteligência branca, e que tinha laços com partidos comunistas em Portugal e países pertencentes ao então Pacto de Varsóvia a Frente Nacional de Libertação de Angola FNLA , com fortes raízes sociais entre os congos e vínculos com o governo dos Estados Unidos e ao regime de Mobutu Sese Seko no Zaire, entre outros a União Nacional para a Independência Total de Angola UNITA , socialmente enraizada entre os ovimbundos e beneficiária de algum apoio por parte da China. Logo depois do início do conflito armado, uma ala liberal no seio da política portuguesa impôs uma reorientação incisiva da política colonial. Revogando já em 1962 o Estatuto do Indigenato e outras disposições discriminatórias, Portugal concedeu direitos de cidadão a todos os habitantes de Angola que de colónia passou a província e mais tarde a Estado de Angola. Ao mesmo tempo, expandiu enormemente o sistema de ensino, dando assim à população negra possibilidades inteiramente novas de mobilidade social - pela escolarização e a seguir por empregos na função pública e na economia privada. Membros do FNLA durante treinamentos em 1973 Recrutas da FNLA em um campo de refugiados angolano no Zaire em 1973 A finalidade desta reorientação foi a de ganhar mentes e corações das populações angolanas para o modelo de uma Angola multi-racial que continuasse a fazer parte de Portugal, ou ficar estreitamente ligado à Metrópole. Essa opção foi, no entanto, rejeitada pelos três movimentos de libertação que continuaram a sua luta. Nesta começaram, porém, a registar-se mais retrocessos do que progressos, e nos primeiros anos 1970 as hipóteses de conseguir a independência pelas armas tornaram-se muito fracas. Na maior parte do território a vida continuou com a normalidade colonial. certo que houve uma série de medidas de segurança, das quais algumas - como controles de circulação, ou o estabelecimento de aldeias concentradas em zonas como o Planalto Central, no Cuanza Norte e no Cuanza Sul. - afectaram a população em grau maior ou menor. A situação alterou-se completamente quando em Abril de 1974 aconteceu em Portugal a Revolução dos Cravos, um golpe militar que pôs fim à ditadura em Portugal. Os novos detentores do poder proclamaram de imediato a sua intenção de permitir sem demora o acesso das colónias portuguesas à independência. A perspectiva da independência provocada pela Revolução dos Cravos em Portugal, em Abril de 1974, e a cessação imediata dos combates por parte das forças militares portuguesas em Angola, levou a uma acirrada luta armada pelo poder entre os três movimentos e os seus aliados. A FNLA entrou em Angola com um exército regular, treinado e equipado pelas Forças Armadas Zairenses, com o apoio dos EUA o MPLA conseguiu mobilizar rapidamente a intervenção de milhares de soldados cubanos, com o apoio logístico da União Soviética e a UNITA obteve o apoio das forças armadas do regime de apartheid então vigente na frica do Sul. Esforços do novo regime português para que se constituísse um governo de unidade nacional não tiveram êxito. Entretanto, a luta da liderança do MPLA pelo poder, antes e depois da declaração da independência, causou inúmeras vítimas. O conflito armado levou à saída - com destino a Portugal, mas também à frica do Sul e ao Brasil - da maior parte dos cerca de 350 000 portugueses que na altura estavam radicados em Angola. Em consequência da política colonial, estes constituíam a maior parte dos quadros do território, o que levou a que a administração pública, a indústria, a agricultura e o comércio caíssem em colapso. Por outro lado, os ovimbundos que tinham sido recrutados pela administração colonial para trabalhar nas plantações de café e tabaco e nas minas de diamantes do Norte, também decidiram voltar às suas terras de origem no planalto central. A outrora próspera economia angolana caiu assim em decadência. No dia 11 de Novembro de 1975 foi proclamada a independência de Angola, pelo MPLA em Luanda, e pela FNLA e UNITA, em conjunto no Huambo. As forças armadas Portuguesas que ainda permaneciam no território regressaram a Portugal.
Carro das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola FAPLA , o braço armado do MPLA, em chamas após um confronto em Novo Redondo, em 1975, durante a Guerra Civil Angolana Ficheiro Cuban PT-76 Angola.JPG miniaturadaimagem Tanque PT-76 nas ruas de Luanda durante a intervenção cubana em Angola Com a independência de Angola começaram dois processos que se condicionaram mutuamente. Por um lado, o MPLA - que em 1977 adoptou o marxismo-leninismo como doutrina - estabeleceu um regime político e económico inspirado pelo modelo então em vigor nos países do bloco socialista, portanto monopartidário e baseado numa economia estatal, de planificação central. Enquanto a componente política deste regime chegou a funcionar dentro dos moldes postulados, embora com um rigor algo menor do que em certos países socialistas da Europa. A componente económica foi fortemente prejudicada pela luta armada e, no fundo, só se sustentou graças ao petróleo cuja exploração o regime confiou a companhias petrolíferas americanas. Por outro lado, iniciou-se logo depois da declaração da independência a Guerra Civil Angolana entre os três movimentos, uma vez que a FNLA e, sobretudo, a UNITA não se conformaram nem com a sua derrota militar, nem com a sua exclusão do sistema político. Esta guerra durou até 2002 e terminou com a morte, em combate, do líder histórico da UNITA, Jonas Savimbi. Assumindo raramente o carácter de uma guerra regular, ela consistiu no essencial numa guerra de guerrilha que nos anos 1990 envolveu praticamente o país inteiro. Ela custou milhares de mortos e feridos e destruições de vulto em aldeias, cidades e infraestruturas estradas, caminhos de ferro, pontes . Uma parte considerável da população rural, especialmente a do Planalto Central e de algumas regiões do Leste, fugiu para as cidades ou para outras regiões, inclusive países vizinhos. No fim dos anos 1990, o MPLA decidiu abandonar a doutrina marxista-leninista e mudar o regime para um sistema de democracia multipartidária e uma economia de mercado. UNITA e FNLA aceitaram participar no regime novo e concorreram às primeiras eleições realizadas em Angola, em 1992, das quais o MPLA saiu como vencedor. Não aceitando os resultados destas eleições, a UNITA retomou de imediato a guerra, mas participou ao mesmo tempo no sistema político. Logo a seguir a morte do seu líder histórico, a UNITA abandonou as armas e seu braço armado as Forças Armadas de Libertação de Angola FALA foi desmobilizado ou integrado nas Forças Armadas Angolanas. Tal como a FNLA, passou a concentrar-se na participação, como partido, no parlamento e outras instâncias políticas. Na situação de paz, depois de quatro décadas de conflito armado, começou a reconstrução do país e, graças a um notável crescimento da economia, um desenvolvimento globalmente bastante acentuado, mas por enquanto com fortes disparidades regionais e desigualdades sociais. A paz está também a favorecer a consolidação de uma identidade social abrangente, nacional, que começou a formar-se paulatinamente a partir dos anos 1950. Politicamente, continua a ter um forte predomínio do MPLA, que obteve claras maiorias parlamentares nas eleições realizadas em 1992, 2008 e 2012, garantindo a permanência nas funções de Presidente do Estado, entre 1979 e 2017, de José Eduardo dos Santos. Enquanto a FNLA desapareceu praticamente da cena, a UNITA consolidou, nas eleições de 2012, a sua posição como principal partido de oposição. A nível económico, Angola registou por um lado um forte crescimento, enfrentando, por outro lado, dificuldades que a obrigaram a solicitar o apoio do Fundo Monetário Internacional FMI , não conseguindo travar o surgimento de desigualdades económicas e sociais muito acentuadas.
Imagem de satélite de Angola The Map Library Angola situa-se na costa atlântica Sul da frica Ocidental, entre a Namíbia e a República do Congo. Também faz fronteira com a República Democrática do Congo e a Zâmbia, a oriente. O país está dividido entre uma faixa costeira árida, que se estende desde a Namíbia, chegando praticamente até Luanda, um planalto interior húmido, uma savana seca no interior sul e sudeste, e floresta tropical no norte e em Cabinda. O rio Zambeze e vários afluentes do rio Congo têm as suas nascentes em Angola. A faixa costeira é temperada pela corrente fria de Benguela, originando um clima semelhante ao da costa do Peru ou da Baixa Califórnia. Existe uma estação das chuvas curta, que vai de Fevereiro a Abril. Os Verões são quentes e secos, os Invernos são temperados. As terras altas do interior têm um clima suave com uma estação das chuvas de Novembro a Abril, seguida por uma estação seca, mais fria, de Maio a Outubro. As altitudes variam bastante, encontrando-se as zonas mais interiores entre os mil e os dois mil metros. As regiões do norte e Cabinda têm chuvas ao longo de quase todo o ano. A maioria dos rios de Angola nasce no planalto do Bié, os principais são o Cuanza, o Cuango, o Cuando, o Cubango e o Cunene.
Angola pela classificação climática de K ppen-Geiger Angola, apesar de se localizar numa zona tropical, tem um clima que não é caracterizado para essa região, devido à confluência de três factores a Corrente de Benguela, fria, ao longo da parte sul da costa o relevo no interior e a influência do Deserto do Namibe, a sudoeste. Em consequência, o clima de Angola é caracterizado por duas estações a das chuvas, de Outubro a Abril e a seca, conhecida por Cacimbo, de Maio a Agosto, mais seca, como o nome indica e com temperaturas mais baixas. Por outro lado, enquanto a orla costeira apresenta elevados índices de pluviosidade, que vão decrescendo de Norte para Sul e dos 800 mm para os 50 mm, com temperaturas médias anuais acima dos 23 C, a zona do interior pode ser dividida em três áreas Norte, com grande pluviosidade e temperaturas altas Planalto Central, com uma estação seca e temperaturas médias da ordem dos 19 C e Sul com amplitudes térmicas bastante acentuadas devido à proximidade do Deserto do Calaari e à influência de massas de ar tropical.
A população de Angola em 2014, depois do primeiro censo pós-independência e dos resultados definitivos do Recenseamento Geral da População e Habitação 2014, é de 25 789 024 habitantes, sendo 52 por cento do sexo feminino. A população do país deverá crescer para mais de 47 milhões de pessoas em 2060, quase duplicando o censo de 24,3 milhões em 2014. O último censo oficial foi realizado em 1970 e mostrou que a população total era de 5,6 milhões habitantes.
Mulher angolana com seus filhos A população é composta por 37 de ovimbundos língua umbundu , 25 de ambundos língua quimbundo , 13 de congos e 32 de outros grupos étnicos como os chócues, os ovambos, os vambunda e os xindongas , bem como por cerca de 2 de mestiços mistura de europeus e africanos e 1 de europeus. As etnias dos ambundos e ovimbundos formam, combinadas, a maioria da população 62 . Estima-se que Angola recebeu pouco mais de doze mil refugiados e de cerca de três mil requerentes de asilo até o final de 2007. Cerca de 11 mil desses refugiados eram originários da República Democrática do Congo RDC , que chegaram em 1970. Em 2008, estimou-se que tinha aproximadamente 400 mil trabalhadores migrantes da RDC, ao menos 30 mil portugueses e cerca de 259 mil chineses vivendo em Angola. Desde 2003, mais de 400 mil imigrantes congoleses foram expulsos de Angola. Antes da independência, em 1975, Angola tinha uma comunidade lusitana de cerca de 350 mil pessoas em 2013 existiam cerca de 200 mil portugueses registados com os consulados. A população chinesa é de pessoas, em sua maioria composta por migrantes temporários. A taxa de fecundidade total do país é de 5,54 filhos por mulher estimativas de 2012 , a 11 maior do mundo.
Mapa etno-linguístico de Angola em 1970 O português é a língua oficial de Angola. Dentre as línguas africanas faladas no país, algumas têm o estatuto de língua nacional. Essas, assim como as outras línguas africanas, são faladas pelas respectivas etnias e têm dialectos correspondentes aos subgrupos étnicos. A língua étnica com mais falantes em Angola é o umbundo, falado pelos ovimbundos na região centro-sul de Angola e em muitos meios urbanos. língua materna de cerca de um terço dos angolanos. O quimbundo ou kimbundo é a segunda língua étnica mais falada por cerca da quarta parte da população, os ambundos que vivem na zona centro-norte, no eixo Luanda-Malanje e no Cuanza Sul. uma língua com grande relevância, por ser a língua da capital e do antigo Reino do Dongo. Foi esta língua que deu muitos vocábulos à língua portuguesa e vice-versa. O quicongo ou kikongo falado no norte, Uíge e Zaire tem diversos dialectos. Era a língua do antigo Reino do Congo, e com a migração pós-colonial dos congos para o Sul esta tem hoje uma presença significativa também em Luanda. Ainda nesta região, na província de Cabinda, fala-se o fiote ou ibinda. O chócue ou tchokwe é a língua do leste, por excelência. Tem-se sobreposto a outras da zona leste e é, sem dúvida, a que teve maior expansão pelo território da actual Angola, desde a Lunda Norte ao Cuando-Cubango. Cuanhama kwanyama ou oxikwanyama , nhaneca ou nyaneca e sobre tudo o umbundo são outras línguas de origem banta faladas em Angola. No sul de Angola são ainda faladas outras línguas, algumas pertencentes ao grupo coissã, faladas por pequenos grupos de san, também chamados bosquímanos, outras faladas por pequenas etnias bantas. Embora as línguas étnicas sejam as habitualmente faladas pela maioria da população, o português é a primeira língua de 40 da população angolana proporção que se apresenta muito superior na capital do país , enquanto cerca de 71 dos angolanos afirmam usá-la como primeira ou segunda língua. Seis línguas étnicas têm o estatuto oficial de língua nacional por ordem de importância numérica são o umbundo, o quimbundo, o quicongo, o chócue, o ganguela e o cuanhama. Essas línguas ocupam um certo limitado espaço na comunicação social, em documentos p.ex. avisos exarados por entidades oficiais e na educação.
Em Angola existem actualmente cerca de 1000 religiões organizadas em igrejas ou formas análogas. Dados fiáveis quanto aos números dos fiéis não existem, mas a grande maioria dos angolanos adere a uma religião cristã ou inspirada pelo cristianismo. Cerca da metade da população está ligada à Igreja Católica, cerca da quarta parte a uma das igrejas protestantes introduzidas durante o período colonial as baptistas, enraizadas principalmente entre os congos, as metodistas, concentradas na área dos ambundos, e as congregacionais, implantadas entre os ovimbundos, para além de comunidades mais reduzidas de protestantes reformados e luteranos. A estes há de acrescentar os adventistas, os neo-apostólicos e um grande número de igrejas pentecostais, algumas das quais com forte influência brasileira. Há, finalmente, duas igrejas do tipo sincrético, os quimbanguistas com origem no Congo-Quinxassa, e os tocoistas que se constituíram em Angola, ambas com comunidades de dimensão bastante limitada. significativa, mas não passível de quantificação, a proporção de pessoas sem religião. Ficheiro Igreja Benguela, Angola.jpg thumb left Igreja católica em Benguela Os praticantes de religiões tradicionais africanas constituem uma pequena minoria, de carácter residual, mas entre os cristãos encontram-se, com alguma frequência, crenças e costumes herdados daquelas religiões. Há apenas 1 a 2 de muçulmanos, quase todos imigrados de outros países p.ex. da frica Ocidental , cuja diversidade não permite que constituam uma comunidade, apesar de serem todos sunitas Uma parte crescente da população urbana não tem ou não pratica qualquer religião, o que se deve menos à influência do Marxismo-Leninismo oficialmente professado na primeira fase pós-colonial, e mais à tendência internacional no sentido de uma secularização. Em contrapartida, a experiência com a Guerra Civil Angolana e com a pobreza acentuada levaram muitas pessoas a uma maior intensidade da sua fé e prática religiosa, ou então a uma adesão a igrejas novas onde o fervor religioso é maior. A Igreja Católica, as igrejas protestantes tradicionais e uma ou outra das igrejas pentecostais têm obras sociais de alguma importância, destinadas a colmatar deficiências quer da sociedade, quer do Estado. Tanto a Igreja Católica como as igrejas protestantes tradicionais pronunciam-se ocasionalmente sobre problemas de ordem política. O seu papel nas guerras anticolonial e civil tem dado margem a controvérsias.
João Lourenço, o atual presidente do país Capitólio de Angola, em Luanda, sede da Assembleia Nacional O regime político vigente em Angola é o presidencialismo, em que o Presidente da República é igualmente chefe do Governo, que tem ainda poderes legislativos. O ramo executivo do governo é composto pelo presidente João Lourenço, pela vice-presidente Esperança da Costa e pelo Conselho de Ministros. Os governadores das 18 províncias são nomeados pelo presidente e executam as suas directivas. A Lei Constitucional de 1992 estabelecia as linhas gerais da estrutura do governo e enquadra os direitos e deveres dos cidadãos. O sistema legal baseia-se no português e direito consuetudinário, mas é fraco e fragmentado. Existem tribunais só em 12 dos mais de 140 municípios do país. Entre os aspectos que merecem uma atenção especial estão os decorrentes das políticas chamadas de descentralização e desconcentração, adoptadas nos últimos anos, e que remetem para a necessidade de analisar a realidade política a nível regional sobe tudo provincial e local. Por outro lado, começa a fazer sentir-se um certo peso internacional de Angola, particularmente a nível regional, devido à sua força económica e ao seu poderia militar. O que estes mecanismos significam na prática só pode ser compreendido contra o pano de fundo do peso esmagador, em termos de resultados eleitorais e de detenção e exercício do poder, do partido que se impôs no processo de descolonização e na guerra civil que se lhe seguiu, o MPLA. Com efeito, o regime acima descrito situa-se na categoria de sistema de partido dominante que tudo faz para perpetuar-se. Em 2014, Angola subiu dois lugares no ranking mundial de governo eletrônico, de acordo com o relatório do ndice de Desenvolvimento de e-Government publicado pela ONU, que analisa o uso da tecnologia de informação e comunicação por parte dos governos na divulgação de informações e serviços públicos na Internet. A média no ndice de Desenvolvimento de E-Government em frica é de 0,27. Angola encontra-se acima da média africana com um índice de desenvolvimento de 0,3. Um Supremo Tribunal serve como tribunal de apelação. O Tribunal Constitucional é o órgão supremo da jurisdição constitucional, teve a sua Lei Orgânica aprovada pela Lei n. 2 08, de 17 de Junho, e a sua primeira tarefa foi a validação das candidaturas dos partidos políticos às eleições legislativas de 5 de Setembro de 2008. Está previsto entrar em vigor um novo Código Penal angolano ainda em 2014, resultado da revisão, já concluída, da legislação em vigor. Segundo o juiz conselheiro do Tribunal Constitucional angolano, Tomás Miguel, que coordena a Comissão de Reforma da Justiça e do Direito CRJD , a tipificação do crime de branqueamento de capitais é uma das novidades previstas na nova legislação.
Em 5 e 6 de Setembro de 2008 foram realizadas eleições legislativas, as primeiras eleições desde 1992. As eleições decorreram sem sobressaltos e foram consideradas válidas pela comunidade internacional, não sem antes diversas ONG e observadores internacionais terem denunciado algumas irregularidades. O MPLA obteve mais de 80 dos votos, a UNITA cerca de 10 , sendo os restantes votos distribuídos por uma série de pequenos partidos, dos quais apenas um PRS, regional da Lunda conseguiu eleger um deputado. O MPLA pôde, portanto, neste momento governar com uma esmagadora maioria Bandeira do MPLA, o partido dominante na política do país De acordo com a nova Constituição, aprovada em Janeiro de 2010, passam a não se realizar eleições presidenciais, sendo o Presidente e o Vice-presidente os cabeças-de-lista do partido que tiver a maioria nas eleições legislativas. A nova constituição tem sido criticada por não consolidar a democracia e usar os símbolos do MPLA como símbolos nacionais. O regime angolano realizou as primeiras Eleições Gerais a , um modelo constitucional novo, que surge na sequência da junção das eleições legislativas com as presidenciais, respeitando pela primeira vez o prazo constitucional de 4 anos entre eleições. Para além dos 5 partidos com assento na Assembleia Nacional - MPLA, UNITA, PRS Partido da Renovação Social , FNLA, ND Nova Democracia - existiam mais 67 partidos em princípio habilitados para concorrer. José Eduardo dos Santos anunciou em dado momento a sua intenção de não ser novamente candidato, mas acabou por encabeçar a lista do seu partido. Como o MPLA ganhou novamente as eleições, com cerca de 71 175 deputados , ele foi automaticamente eleito Presidente, em conformidade com as regras constitucionais em vigor. A UNITA aumentou a sua cota para cerca de 18 32 deputados , e a Convergência Ampla para a Salvação de Angola CASA , recentemente fundada por Abel Epalanga Chivukuvuku, obteve 6 8 deputados . Para além destes três partidos, conseguiram ainda entrar no parlamento, com votações ligeiramente inferiores a 2 , o Partido da Renovação Social PRS, 3 deputados e a FNLA 2 deputados . São muito significativas as disparidades entre regiões, especialmente quanto aos resultados dos partidos da oposição nas províncias de Cabinda e de Luanda, a oposição obteve p.ex. cerca de 40 dos votos, e a parte da UNITA foi de cerca de 30 no Huambo e em Luanda, e de 36 no Bié. A taxa de abstenção foi a mais alta verificada desde o início das eleições multipartidárias 37,2 , contra 12,5 em 2008.
Ficheiro Vladimir Putin with Jose Eduardo dos Santos-1.jpg thumb José Eduardo dos Santos durante encontro com Vladimir Putin em 2006 A 16 de Outubro de 2014, Angola foi eleita pela segunda vez membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, com 190 votos favoráveis de um total de 193. O mandato teve início a 1 de Janeiro de 2015 e uma duração de dois anos. Desde Janeiro de 2014, a República de Angola ocupa a presidência da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos CIRGL . Em 2015, o secretário executivo da CIRGL, Ntumba Luaba, afirmou que Angola é o exemplo a ser seguido pelos membros da organização, devido aos avanços significativos registados ao longo dos 12 anos de paz, nomeadamente ao nível da estabilidade sócio-económica e político-militar.
José Eduardo dos Santos, foi presidente de Angola de 1979 a 2017 Entretanto, a guerra civil de 27 anos causou grandes danos às instituições políticas e sociais do país. As Nações Unidas estimam em 1,8 milhão o número de pessoas internamente deslocadas, enquanto que o número mais aceite entre as pessoas afectadas pela guerra atinge os 4 milhões. As condições de vida quotidiana em todo o país e especialmente em Luanda que tem uma população de cerca de 4 milhões, embora algumas estimativas não oficiais apontem para um número muito superior espelham o colapso das infraestruturas administrativas, bem como de muitas instituições sociais. A grave situação económica do país inviabiliza um apoio governamental efectivo a muitas instituições sociais. Existem hospitais sem medicamentos ou equipamentos básicos, há escolas que não têm livros e é frequente que os funcionários públicos não tenham à disposição aquilo de que necessitam para o seu trabalho. Além disso, o país foi classificado como não livre pela Freedom House no seu relatório Freedom in the World de 2013, onde a organização também observa que as eleições parlamentares de agosto 2012, em que o Movimento Popular de Libertação de Angola ganhou mais de 70 dos votos, teve graves falhas, como listas de eleitores desatualizadas e imprecisas. O país também é classificado como um regime autoritário e como uma das nações menos democráticas do mundo, ao ficar na 133. posição entre os 167 países analisados pelo ndice de Democracia de 2011, calculado pela Economist Intelligence Unit. Angola também ficou numa má posição no ndice Ibrahim de Governança Africana de 2013, quando foi classificada na 39. posição entre os 52 países da frica Subsaariana, com uma avaliação particularmente má em áreas como Participação e Direitos Humanos, Oportunidade Económica Sustentável e Desenvolvimento Humano. O ndice Ibrahim utiliza uma série de variáveis diferentes para compilar a sua classificação, que reflete o estado dos governos na frica. Angola também é considerada um dos mais corruptos do mundo pela Transparência Internacional. No entanto, também teve alguns avanços. Aparentemente inspirada pelas revoltas populares em diferentes países árabes, correram entre Fevereiro e Março de 2011 iniciativas para organizar pela Internet, em Luanda, demonstrações de protesto contra o regime. Uma nova manifestação, visando em particular a pessoa do Presidente, teve lugar em inícios de Setembro de 2011. Em 2019, a homossexualidade foi descriminalizada e o governo também proibiu a discriminação com base na orientação sexual. A votação foi esmagadora 155 a favor, 1 contra, 7 abstenções.
Mapa das subdivisões de Angola Angola tem a sua divisão administrativa composta por 18 províncias listadas abaixo . A divisão administrativa do território mais pequena é o bairro na cidade, enquanto que nos meios rurais é a povoação. Cabinda Zaire Uíge Luanda Bengo Cuanza Norte Malanje Lunda Norte Cuanza Sul Lunda Sul Benguela Huambo Bié Moxico Namibe Huíla Cunene Cuando Cubango As províncias estão divididas em municípios, que por sua vez se subdividem em comunas. Municípios de Angola por província Municípios de Angola por ordem alfabética
Sede da Sonangol, a empresa estatal angolana do ramo petrolífero. Angola é o segundo maior produtor de petróleo da frica subsaariana, atrás apenas da Nigéria. A economia de Angola caracterizava-se, até à década de 1970, por ser predominantemente agrícola, sendo o café a sua principal cultura. Seguiam-se-lhe cana-de-açúcar, sisal, milho, óleo de coco e amendoim. Entre as culturas comerciais, destacavam-se o algodão, o tabaco e a borracha. A produção de batata, arroz, cacau e banana era relativamente importante. Os maiores rebanhos eram de gado bovino, caprino e suíno. Angola é rica em minerais, especialmente diamantes, petróleo e minério de ferro possui também jazidas de cobre, manganês, fosfatos, sal, mica, chumbo, estanho, ouro, prata e platina. As minas de diamante estão localizadas perto de Dundo, no distrito de Luanda. Importantes jazidas de petróleo foram descobertas em 1966, ao largo de Cabinda, e mais tarde ao largo da costa até Luanda, tornando Angola num dos importantes países produtores de petróleo, com um desenvolvimento económico possibilitado e dominado por esta actividade. Em 1975 foram localizados depósitos de urânio perto da fronteira com a Namíbia. As principais indústrias do território são as de beneficiamento de oleaginosas, cereais, carnes, algodão e tabaco. Merece destaque, também, a produção de açúcar, cerveja, cimento e madeira, além do refino de petróleo. Entre as indústrias destacam-se as de pneus, fertilizantes, celulose, vidro e aço. O parque fabril é alimentado por cinco usinas hidroeléctricas, que dispõem de um potencial energético superior ao consumo. O sistema ferroviário de Angola compõe-se de cinco linhas que ligam o litoral ao interior. A mais importante delas é a estrada de ferro de Benguela, que faz a conexão com as linhas de Catanga, na fronteira com o Zaire. A rede rodoviária, na sua maioria constituída de estradas de segunda classe, liga as principais cidades. Os portos mais movimentados são os de Luanda, Lobito, Soyo, Namibe e Cabinda. O aeroporto de Luanda é o centro de linhas aéreas que põem o país em contacto com outras cidades africanas, europeias e americanas. Banco Nacional de Angola Principais produtos de exportação de Angola em 2019 Vista aérea dos condomínios residenciais de Quilamba Contentores no porto de Luanda Um problema estrutural sério da economia angolana é a desigualdade muito marcada entre as diferentes regiões, em parte causadas pela guerra civil prolongada. O dado mais eloquente é a concentração de cerca de um terço da actividade económica em Luanda e na província contígua do Bengo, enquanto em várias áreas do interior se verificam até processos de regressão. Uma característica cada vez mais saliente da economia angolana é a de uma parte substancial dos investimentos privados, tornados possíveis graças a uma acumulação exorbitante na mão de uma pequena franja da sociedade ver em baixo , é canalizada para fora do país. Por agora, Portugal é o alvo preferencial destes investimentos, que se verifica na banca, energia, telecomunicações e comunicação social, mas também na vinicultura e fruticultura, em imóveis, bem como em empreendimentos turísticos. Angola tem feito diversos investimentos e apostas na formação de novos empreendedores e na criação de novos negócios e subsequentes empregos, bem como na formulação de parcerias com outros países, liderando a Conferência Empresarial dos PALOPs, mantendo sempre uma relação mutuamente benéfica com Portugal cujas exportações de Angola para este totalizaram 1,127 mil milhões de euros, nos primeiros quatro meses de 2013. Os investimentos em Angola estão também em ascensão por parte de países fora da área da lusofonia segundo a ANIP Associação Nacional de Investimento Privado o investimento em Angola tem sido crescente e muito acentuado. Os benefícios do crescimento económico de Angola chegam de maneira bastante desigual à população. visível o rápido enriquecimento de um segmento social ligado aos detentores do poder político, administrativo e militar. Um leque de classes médias encontra-se em formação nas cidades onde se concentram mais de 50 da população. No país, grande parte da população vive em condições de pobreza relativa, com grandes diferenças entre as cidades e o campo um inquérito realizado em 2008 pelo Instituto Nacional de Estatística indica que 37 da população angolana vive abaixo da linha de pobreza, especialmente no meio rural o índice de pobreza é de 58,3 , enquanto o do meio urbano é de 19 . Nas cidades grande parte das famílias, além dos classificados como pobres, está remetida para estratégias de sobrevivência. Nas áreas urbanas, também as desigualdades sociais são mais evidentes, especialmente em Luanda. O advento da paz militar, em 2002, permitiu um balanço diferenciado dos problemas económicos e sociais extremamente complexos que se colocavam ao país, mas também do leque de possibilidades que se abriam. Os indicadores disponíveis até à data indicam que a lógica da economia política, seguida desde os anos 1980 e de maneira mais manifesta na década dos anos 2000, levou a um crescimento económico notável, em termos globais, mas, ao mesmo tempo, manteve e acentuou distorções graves, em termos sociais e também económicos. Convém referir que, nas listas do ndice de Desenvolvimento Humano elaboradas pela ONU, Angola ocupa sempre um lugar entre os países mais mal colocados. Em Junho de 2014, o Brasil anunciou que apoia a candidatura de Angola a membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU. De acordo com a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, Angola poderá oferecer um olhar atento e alternativas equilibradas aos actuais desafios da paz e segurança internacionais. Boeing 737-700 operado pela empresa TAAG Linhas Aéreas de Angola Central Hidroelétrica de Capanda, na bacia do rio Cuanza, no município de Cacuso Com um stock de activos correspondentes a 70 mil milhões US , 6,8 biliões Kz , Angola é hoje o terceiro maior mercado financeiro da frica subsaariana, superada apenas pela Nigéria e frica do Sul. De acordo com o Ministro da Economia angolano, Abraão Gourgel, o mercado financeiro do país cresceu modestamente a partir de 2002 e hoje situa-se em terceiro lugar a nível da frica Subsaariana. Em 2013 Angola foi o país africano que mais investimentos realizou no estrangeiro, especialmente em Portugal, revelou um relatório da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento. O facto de Angola se ter assumido como emissor de investimento directo estrangeiro é particularmente surpreendente, tendo em conta o grande volume de investimentos que o país recebeu nos últimos anos, principalmente ao nível da exploração petrolífera e do gás natural, bem como de infra-estruturas rodoviárias e ferroviárias. Globalmente os países da frica Subsaariana têm vindo a conseguir melhorias significativas ao nível do bem-estar das populações, de acordo com um relatório da Tony Blair Africa Governance Initiative em conjunto com o The Boston Consulting Group. Angola tem investido em melhorar infra-estruturas em estado crítico, num investimento possível graças aos fundos de desenvolvimento provenientes do petróleo. Segundo o mesmo relatório, apenas 10 anos depois da Guerra Civil, os padrões de vida em Angola melhoraram surpreendentemente. A esperança média de vida aumentou de 46 anos em 2002 para 51 em 2011. As taxas de mortalidade infantis diminuíram de 25 por cento em 2001 para 19 por cento em 2010 e o número de alunos em escolas primárias triplicou desde 2001. No entanto, as desigualdades económicas e sociais que têm vindo a ser uma característica do país não diminuíram, mas em muitos aspectos até acentuarem-se. O FMI prevê que o crescimento do Produto Interno Bruto PIB real venha a atingir em 2014 os 3,9 por cento. O Fundo afasta assim a possibilidade de a curto prazo conceder novos empréstimos à economia angolana, pelo facto de essa reflectir melhorias significativas no ambiente macroeconómico e na gestão e transparência das contas nacionais. Em Agosto de 2014, a agência de notação financeira Moody s divulgou uma nota aos mercados na qual previa um crescimento da economia de Angola de 7,8 em 2014. No dia 19 de dezembro de 2014 foi lançada a operadora de mercado de capitais angolanos, a Bolsa de Dívida e Valores de Angola BODIVA . A operadora recebeu inicialmente o mercado secundário de dívida pública, com o arranque do mercado de dívida corporativa em 2018 e o mercado acionista em 2022.
Hospital Josina Machel, em Luanda Uma pesquisa em 2007 concluiu que ter uma quantidade pequena ou deficiente de Niacina era comum em Angola. Angola está localizada na zona endémicas de febre-amarela. A partir de 2004, a relação dos médicos por população foi estimada em 7,7 por 100 mil pessoas. Em 2005, a expectativa de vida foi estimada em apenas 38,43 anos, uma das mais baixas do mundo. Hospital Nossa Senhora da Paz, no Cubal A mortalidade infantil em 2005 foi estimada em 187,49 por nascidos vivos, as mais altas do mundo. A incidência de tuberculose em 1999 foi 271 por 100 mil pessoas. Taxas de imunização de crianças de um ano de idade em 1999 foram estimadas em 22 de tétano, difteria e tosse convulsa e 46 para sarampo. A desnutrição tem afetado cerca de 53 das crianças abaixo de cinco anos de idade a partir de 1999. Desde 1975 e 1992, houve 300 mil mortes relacionadas com a guerra civil. A taxa global de morte foi estimada em 24 por em 2002. Embora se mantenha entre os países com as taxas de expectativa de vida mais baixas e de mortalidade infantil mais altas do mundo, desde 2002 a esperança de vida em Angola passou de 47 para 51 anos e a mortalidade infantil baixou de 250 para 195 em mil. A prevalência de HIV SIDA foi 3,90 por 100 adultos em 2003. Em 2004, havia aproximadamente 240 mil pessoas que vivem com HIV SIDA no país. Estima-se que houve mortes de SIDA em 2003. Em 2000, 38 da população tiveram acesso à água potável e 44 tinham saneamento adequado. Em Setembro de 2014 foi criado por decreto presidencial o Instituto Angolano de Controlo de Câncer IACC , que vai integrar o Serviço Nacional Saúde de Angola. Um instituto oncológico que vai assumir-se como instituição de referência nas regiões central e austral de frica. O objectivo deste novo centro é assegurar a assistência médica e medicamentosa em oncologia, a implementação de políticas, programas e planos nacionais de prevenção, bem como o tratamento especializado. Em 2014, Angola lançou uma campanha nacional de vacinação contra o sarampo, alargada a todas as crianças com menos de 10 anos e que pretende percorrer todas as 18 províncias do País. A medida faz parte do Plano Estratégico de Eliminação do Sarampo 2014-2020 elaborado pelo Ministério da Saúde angolano e que prevê o reforço da vacinação de rotina e manuseamento correto dos casos de sarampo, campanhas nacionais, a introdução da segunda dose de vacinação contra a doença no calendário nacional de vacinação de rotina e vigilância epidemiológica activa do sarampo. Essa campanha decorreu em paralelo com uma acção de vacinação contra a poliomielite e a administração de vitamina A.
Logo depois da independência do país, uma das prioridades foi a de expandir o ensino e de incutir-lhe um novo espírito. Neste sentido, mobilizaram-se não apenas os recursos humanos e materiais existentes em Angola, mas concluiu-se um acordo com Cuba que previu uma intensa colaboração deste país no sector da educação como, por sinal, também no da saúde . Essa colaboração, de uma notável eficácia, durou 15 anos, e possibilitou avanços significativos em termos não apenas de uma cobertura do território como também de um aperfeiçoamento da qualidade dos professores e do seu ensino. Campus da Universidade Agostinho Neto Magistério Mutu-ya-Kevela em Luanda antigo Liceu Nacional Salvador Correia Apesar desses avanços, a situação continua até hoje pouco satisfatória. Enquanto na lei, o ensino em Angola é compulsório e gratuito até aos oito anos de idade, o governo reporta que uma percentagem significativa de crianças não está matriculada em escolas por causa da falta de estabelecimentos escolares e de professores. Os estudantes são normalmente responsáveis por pagar despesas adicionais relacionadas com a escola, incluindo livros e alimentação. Ainda continua a ser significante as disparidades na matrícula de jovens entre as áreas rural e urbana. Em 1995, 71,2 das crianças com idade entre 7 e 14 anos estavam matriculadas na escola. reportado que uma percentagem maior de rapazes está matriculada na escola em relação às raparigas. Durante a Guerra Civil Angolana 1975-2002 , aproximadamente metade de todas as escolas foi saqueada e destruída, levando o país aos actuais problemas com falta de escolas. O Ministro da Educação contratou 20 mil novos professores em 2005 e continua a implementar a formação de professores. Os professores tendem a receber um salário baixo, sendo inadequadamente formados e sobrecarregados de trabalho às vezes ensinando durante dois ou três turnos por dia . Professores também reportaram suborno directamente dos seus estudantes. Outros factores, como a presença de minas terrestres, falta de recursos e documentos de identidade e a pobre saúde também afastam as crianças de frequentar regularmente a escola. Apesar dos recursos alocados para a educação terem crescido em 2004, o sistema educacional da Angola continua a receber recursos muito abaixo do necessário. A taxa de alfabetização é muito baixa, com 67,4 da população acima dos 15 anos que sabem ler e escrever português. Em 2001, 82,9 dos homens e 54,2 das mulheres estavam alfabetizados. Desde a independência de Portugal, em 1975, uma quantidade consideráveis de estudantes angolanos continuaram a ir todos os anos para escolas, instituições politécnicas e universidades portuguesas, brasileiras, russas e cubanas através de acordos bilaterais. Por outro lado, verificou-se no ensino superior um crescimento notável. A Universidade Agostinho Neto, pública, herdeira da embrionária Universidade de Luanda dos tempos coloniais, chegou a ter cerca de 40 faculdades espalhadas por todo o país em 2009 foi desmembrada, continuando a existir como tal apenas em Luanda e na Província do Bengo, enquanto se constituíram, a partir das faculdades existentes, seis universidades autónomas, cada uma vocacionada para cobrir determinadas províncias, inclusive pelo sistema dos pólos noutras cidades em Benguela a Universidade Katyavala Bwila, em Cabinda a Universidade 11 de Novembro, no Huambo a Universidade José Eduardo dos Santos, no Lubango a Universidade Mandume ya Ndemufayo, em Malanje com Saurimo e Luena a Universidade Lueji A Nkonde. Além disto existe desde a independência a Universidade Católica de Angola, em Luanda. A partir dos anos 1990, fundaram-se toda uma série de universidades privadas, algumas ligadas a universidades portuguesas como a Universidade Jean Piaget de Angola, a Universidade Lusófona de Angola, a Universidade Lusíada de Angola, e a Angola Business School todas em Luanda , outras resultantes de iniciativas angolanas a Universidade Privada de Angola com campus em Luanda e no Lubango, e em Luanda ainda a Universidade Metodista de Angola e a Universidade Técnica de Angola, a Universidade Independente de Angola, a Universidade Metropolitana de Angola, a Universidade Oscar Ribas, a Universidade Gregório Semedo a Universidade de Belas bem como o Instituto Superior de Ciências Sociais e Relações Internacionais. Todos estes estabelecimentos lutam, em grau maior e menor, com problemas de qualidade, e em Luanda alguns começam a ter problemas de procura. Em Setembro de 2014, o Ministério da Educação angolano anunciou que iria fazer um investimento de 16 milhões de euros na informatização de mais de 300 salas de aula em todo o país. O projecto inclui ainda a formação de professores a nível nacional, visando a introdução e utilização das novas tecnologias de informação nas escolas primárias, reflectindo a melhoria da qualidade do ensino. A taxa de analfabetismo em Angola é de 30 .
Ponte sobre o rio Catumbela em Benguela As estradas deterioram-se devido ao conflito armado. A rede ferroviária em Angola é constituída por três linhas no sentido leste-oeste. A principal rede é a do centro do país que faz ligação entre o porto do Lobito e a fronteira do Congo, onde se liga com a rede deste país. As outras linhas são as de Moçâmedes e de Luanda. O país tem uma rede ferroviária de km. Luanda dispõe de um aeroporto internacional, que é a principal porta de entrado do tráfego internacional. Angola mantém várias ligações áreas com países de frica, América e Europa. A rede de voos domésticos mantém várias ligações entre si e existem mais de 176 aeroportos em Angola, sendo 31 com pistas pavimentadas. Dez companhias aéreas operam no país e transportam cerca de 1,2 milhão de pessoas todos os anos. Angola dispõe de três portos principais, que estão localizados na costa ocidental e são a testa das três principais redes ferroviárias do país o Porto de Luanda, o Porto do Lobito e o Porto de Moçâmedes. Além destes ainda existem os portos do Soyo, Cabinda em obras de expansão e Amboim-Cuanza Sul.
Torre de transmissão no Forte de São Miguel, em Luanda O sector das telecomunicações é considerado uma das áreas estratégicas em Angola. Em Outubro de 2014 foi anunciada a construção do primeiro cabo submarino de fibra óptica do Hemisfério Sul. O projecto visa conectar as cidades de Luanda Angola e Fortaleza Brasil , permitindo uma ligação mais directa entre os 2 continentes. Essa iniciativa tem como objectivo tornar Angola num hub do continente, melhorando a qualidade das ligações de Internet a nível nacional e internacional. O primeiro satélite artificial angolano denominado AngoSat-1, foi lançado a 26 de Dezembro de 2017 por volta das 20h WAT, com a previsão de entrar em órbita oito horas depois, isto é, por volta das 4h00 WAT do dia 27 de Dezembro de 2017, e permitirá assegurar telecomunicações em todo o território nacional e mais além. De acordo com Aristides Safeca, secretário de Estado das Telecomunicações, o satélite vai disponibilizar serviços de telecomunicações, televisão, internet e governo eletrónico, devendo permanecer em órbita na melhor das hipóteses durante 18 anos. A gestão do domínio .ao , relativo a páginas de Internet, passou de Portugal para Angola em 2015, na sequência da aprovação de uma nova legislação pelo Governo angolano. O despacho conjunto do ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, José Carvalho da Rocha, e da ministra da Ciência e Tecnologia, Maria Cândida Pereira Teixeira, refere que no âmbito da massificação daquele domínio angolano estão criadas as condições para a transferência da raiz do domínio .ao de Portugal para Angola .
iombe do A cultura angolana é por um lado tributária das etnias que se constituíram no país há séculos, principalmente os ovimbundos, ambundos, congos, chócues e ovambo. Por outro lado, Portugal esteve presente na região de Luanda e mais tarde também em Benguela a partir do século XVI, ocupando o território correspondente à Angola de hoje durante o e mantendo o controlo da região até 1975. Essa presença redundou em fortes influências culturais, a começar pela introdução da língua língua portuguesa e do cristianismo. Essa influência nota-se particularmente nas cidades onde hoje vive mais de metade da população. No lento processo de formação uma sociedade abrangente e coesa em Angola, que continua até hoje, registam-se por tudo isto ingredientes culturais muito diversos, em constelações que variam de região para região.
A literatura de Angola nasceu antes da Independência de Angola em 1975, mas o projecto de uma ficção que conferisse ao homem africano o estatuto de soberania surge por volta de 1950 gerando o movimento Novos Intelectuais de Angola.
Jovem a dançar kuduro No país, a dança distingue diversos géneros, significados, formas e contextos, equilibrando a vertente recreativa com a sua condição de veículo de comunicação religiosa, curativa, ritual e mesmo de intervenção social. Não se restringindo ao âmbito tradicional e popular, manifesta-se igualmente através de linguagens académicas e contemporâneas. A presença constante da dança no quotidiano, é produto de um contexto cultural apelativo para a interiorização de estruturas rítmicas desde cedo. Iniciando-se pelo estreito contacto da criança com os movimentos da mãe às costas da qual é transportada , esta ligação é fortalecida através da participação dos jovens nas diferentes celebrações sociais os jovens são os que mais se envolvem , onde a dança se revela determinante enquanto factor de integração e preservação da identidade e do sentimento comunitário. Depois de vários séculos de colonização portuguesa, Angola acabou por também sofrer misturas com outras culturas actualmente presentes no Brasil, Moçambique e Cabo Verde. Com isto, Angola hoje se destaca pelos mais diversos estilos musicais, tendo como principais o Semba, o Kuduro, a Kizomba e a Rebita. Em 2014 foi inaugurada na província de Luanda, a Casa da Música de Talatona, um espaço de promoção e divulgação da música angolana, privilegiando o semba como forma de contribuir para a sua preservação, divulgação e perpetuação.
Interior do Estádio Nacional 11 de Novembro O basquete é o desporto mais popular em Angola. A sua seleção nacional venceu o Afrobasket 11 vezes e detém o recorde de maior número de títulos. Como uma equipa de ponta na frica, é um concorrente regular nos Jogos Olímpicos de Verão e na Copa do Mundo da FIBA. No futebol, Angola sediou o Campeonato Africano das Nações de 2010. A seleção nacional qualificou-se para o Campeonato do Mundo FIFA de 2006, na sua primeira aparição na fase final de um Mundial de Futebol. Eles foram eliminados após uma derrota e dois empates na fase de grupos. Ganharam três Taças COSAFA e foram para a final da Campeonato das Nações Africanas de 2011. O país também apareceu nos Jogos Olímpicos de Verão durante sete anos e ambos competem regularmente e uma vez já sediou a Copa do Mundo de Hóquei em Patins FIRS, onde o melhor resultado é o sexto. Acredita-se também que Angola tenha raízes históricas na arte marcial Capoeira Angola e Batuque, praticada por angolanos africanos escravizados transportados como parte do comércio atlântico de escravos.
Algumas das festas típicas de Angola são Festas do Mar Estas festas tradicionais designadas por Festas do Mar , têm lugar na cidade do Namibe. Estas festas provêm de antiga tradição com carácter cultural, recreativo e desportivo. Habitualmente realizam-se na época de verão e é habitual terem exposições de produtos relacionados com a agricultura, pescas, construção civil, petróleos e agro-pecuária Carnaval O desfile principal realiza-se na avenida da marginal de Luanda. Vários corsos carnavalescos, corsos alegóricos desfilam numa das principais avenidas de Luanda e de Benguela Festas das frutas realizadas entre o verão e início do outono, simbolizam a alegria de uma lavoura farta na época da colheita. O enfoque da festa muda de acordo com a região, ex. Festa da Uva ao noroeste, Festa. Da Manjuba Roxa ao sul Festas da Nossa Senhora de Muxima O santuário da Muxima está localizado no Município da Quissama, Província do Bengo e durante todo o ano recebe milhares de fiéis. uma festa muito popular que se realiza todos os anos e que inevitavelmente atrai inúmeros turistas, pelas suas características religiosas. Em 2014, Angola retomou a realização do Festival Nacional de Cultura FENACULT , após 25 anos de interregno. O festival decorreu em todas as capitais provinciais do país entre 30 de Agosto e 20 de Setembro e teve como tema A Cultura como Factor de Paz e Desenvolvimento.
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Categoria Países subdesenvolvidosAves são uma classe de seres vivos vertebrados endotérmicos caracterizada pela presença de penas, um bico sem dentes, oviparidade de casca rígida, elevado metabolismo, um coração com quatro câmaras e um esqueleto pneumático resistente e leve. As aves estão presentes em todas as regiões do mundo e variam significativamente de tamanho, desde os 5 cm do colibri até aos 2,75 m da avestruz. São a classe de tetrápodes com o maior número de espécies vivas, aproximadamente dez mil, das quais mais de metade são passeriformes. As aves apresentam asas, que são mais ou menos desenvolvidas dependendo da espécie. Os únicos grupos conhecidos sem asas são as moas e as aves-elefante, ambos extintos. As asas, que evoluíram a partir dos membros anteriores, oferecem às aves a capacidade de voar, embora a especiação tenha produzido aves não voadoras, como as avestruzes, pinguins e diversas aves endémicas insulares. Os sistemas digestivo e respiratório das aves estão adaptados ao voo. Algumas espécies de aves que habitam em ecossistemas aquáticos, como os pinguins e a família dos patos, desenvolveram a capacidade de nadar. Algumas aves, especialmente os corvos e os papagaios, estão entre os animais mais inteligentes do planeta. Algumas espécies constroem e usam ferramentas e passam o conhecimento entre gerações. Muitas espécies realizam migrações ao longo de grandes distâncias. A maioria das aves são animais sociais que comunicam entre si com sinais visuais, chamamentos e cantos, e realizam atividades comunitárias como procriação e caça cooperativa, voo em bando e grupos de defesa contra predadores. A grande maioria das espécies de aves são monogâmicas, geralmente durante uma época de acasalamento e por vezes durante vários anos, mas raramente durante toda a vida. Outras espécies são polígamas ou, mais raramente, poliândricas. As aves reproduzem-se através de ovos, que são fertilizados por reprodução sexual e geralmente colocados num ninho onde são incubados pelos progenitores. A maior parte das aves apresenta um período prolongado de cuidados parentais após a incubação. Algumas aves, como as galinhas, põem ovos mesmo que não sejam fertilizados, embora esses ovos não produzam descendência. As aves, e em particular os fringilídeos de Darwin, tiveram um papel importante no desenvolvimento da teoria da evolução por seleção natural de Darwin. O registo fóssil indica que as aves são os últimos sobreviventes dos dinossauros, tendo evoluído a partir de dinossauros emplumados dentro do grupo terópode dos saurísquios. As primeiras aves apareceram durante o período cretácico, há cerca de 100 milhões de anos, e estima-se que o último ancestral comum tenha vivido há 95 milhões de anos. As evidências de ADN indicam que as aves se desenvolveram extensivamente durante a extinção do Cretáceo-Paleogeno que matou os dinossauros não avianos. As aves na América do Sul sobreviveram a este evento, tendo depois migrado para as várias partes do mundo através de várias passagens terrestres, ao mesmo tempo que se diversificavam em espécies durante os períodos de arrefecimento global. Algumas aves primitivas dentro do grupo Avialae datam do período Jurássico. Muitos destes ancestrais das aves, como o Archaeopteryx, não tinham plena capacidade de voo e muitos apresentavam ainda características primitivas como mandíbula em vez de bico e cauda vertebrada. Muitas espécies de aves têm importância económica. As aves domesticadas de capoeira e não domesticadas de caça são fontes importantes de ovos, carne e penas. As aves canoras e os papagaios são animais de estimação populares. O guano é usado como fertilizante. As aves são um elemento de destaque na cultura. No entanto, desde o que cerca de 120 a 130 espécies foram extintas devido à ação humana e várias centenas foram extintas nos séculos anteriores. Atualmente existem espécies de aves ameaçadas de extinção, embora haja esforços no sentido de as conservar. A observação de aves é uma atividade importante no setor do ecoturismo.
O pisco-de-peito-ruivo vive em todo o continente europeu, desde a fria Escandinávia até aos desertos do norte de frica. A capacidade de voar proporcionou às aves uma diversificação extraordinária, pelo que hoje em dia vivem e reproduzem-se em praticamente todos os habitats terrestres e em todos os sete continentes. O petrel-das-neves nidifica em colónias que já foram observadas a distâncias de 440 km do litoral da Antártida. A maior biodiversidade de aves tem lugar nas regiões tropicais. Anteriormente, pensava-se que esta maior diversidade era o resultado de uma maior velocidade de especiação nos trópicos. No entanto, estudos mais recentes verificaram que a especiação é superior nas latitudes mais elevadas, embora a velocidade de extinção seja também superior à dos trópicos. Várias famílias de aves evoluíram para se adaptar à vida nos oceanos. Algumas espécies de aves marinhas regressam à costa apenas para nidificar e alguns pinguins são capazes de mergulhar até 300 metros de profundidade. Regra geral, o número de espécies que se reproduz em determinada área é diretamente proporcional ao tamanho dessa área e à diversidade de habitats disponíveis. O número total de espécies está também relacionado com factores como a posição dessa área em relação às rotas de migração e ao número de espécies que aí passam o inverno. Na Europa a oeste dos montes Urais, incluindo grande parte da Turquia, vivem cerca de 540 espécies de aves. Na sia vivem espécies, o que corresponde a 25 da avifauna mundial, e só na Rússia vivem cerca de 700. Em frica vivem cerca de espécies. Em todo o continente americano vivem cerca de espécies, embora em alguns países da América Central e do Sul haja mais de mil espécies. A Costa Rica é a região com maior número de espécies em relação ao tamanho, com cerca de 800 conhecidas numa área de apenas km2. Muitas espécies de aves estabeleceram o seu território nas regiões em que foram introduzidas pelo ser humano. A introdução de algumas espécies foi deliberada, como por exemplo o faisão-comum, que foi introduzido em todo o mundo como ave de caça. Outras introduções foram acidentais, como o periquito-monge, que atualmente está presente em várias cidades norte-americanas como consequência de fugas de cativeiro. Algumas espécies, como a garça-boieira, o gavião-carrapateiro e a cacatua-galah, expandiram-se muito para além do seu território inicial de forma natural, à medida que a agricultura foi criando novos habitats.
Topografia de uma ave 1 Bico, 2 Coroa, 3 ris, 4 Pupila, 5 Manto, 6 Pequenas coberturas, 7 Escapulares, 8 Grandes coberturas, 9 Terciárias, 10 Uropígio, 11 Primárias, 12 Cloaca, 13 Coxa, 14 Articulação tíbiotársica, 15 Tarso, 16 Pata, 17 Tíbia, 18 Ventre, 19 Flancos, 20 Peito, 21 Garganta, 22 Papada, 23 Lista supraciliar Em comparação com outros vertebrados, as aves apresentam um corpo com diversas adaptações invulgares e únicas que lhes permitem voar, mesmo que sejam apenas estruturas vestigiais ou que sejam usadas para deslocação terrestre ou aquática. Embora haja várias particularidades ósseas e anatómicas exclusivas das aves, a presença de penas é a mais proeminente e distintiva característica das aves. As aves possuem também um órgão único entre os animais, a siringe, que lhes permite produzir os cantos e chamamentos. A pele das aves é praticamente ausente de quaisquer glândulas, à exceção da glândula uropigial que produz um óleo que protege e impermeabiliza as penas. As aves são animais endotérmicos que mantêm uma temperatura de aproximadamente 41 C, podendo ser ligeiramente inferior durante as horas de sono e ligeiramente superior durante os períodos de atividade intensa. As penas e, em algumas espécies, a gordura subcutânea, oferecem isolamento térmico. Como não possuem glândulas sudoríparas, o excesso de calor é dissipado pela respiração rápida que, em algumas espécies, pode chegar às 300 respirações por minuto. Algumas espécies são capazes de hibernar temporariamente. Nas aves voadoras de maior dimensão, os ossos são permeados por cavidades de ar e o sistema respiratório é constituído por sacos de ar, o que contribui para diminuir o seu peso. O albatroz é a ave voadora com maior envergadura de asas, que pode atingir os 3,5 metros, enquanto o cisne-trombeteiro pode atingir os 17 kg de peso. A ave mais pequena é o colibri-cubano, que pode medir 5 6 cm de comprimento e pesar apenas 3 gramas. Quando as aves perdem a capacidade de voar deixam de estar limitadas pelo peso, como é o caso da avestruz, que pode atingir os 2,75 metros de altura e pesar 150 kg.
Movimento descendente das asas de uma Myiagra inquieta A maior parte das aves tem a capacidade de voar, o que as distingue de praticamente todas as outras classes de vertebrados. O voo é a principal forma de deslocação para a maioria das espécies de aves e é usado para a reprodução, alimentação e fuga de predadores. No entanto, cerca de 60 espécies vivas de aves são incapazes de voar, assim como muitas das aves extintas. A incapacidade de voo ocorre muitas vezes em ilhas isoladas, provavelmente devido aos recursos limitados e à ausência de predadores terrestres. Embora incapazes de voar ou de percorrer grandes distâncias, algumas aves usam a mesma musculatura e movimentos para nadar na água, como é o caso dos pinguins, tordas ou os melros-d água. As aves possuem diversas adaptações evolutivas destinadas ao voo, entre as quais ossos pneumáticos e leves, dois grandes músculos de voo os peitorais que correspondem a 15 do peso da ave e o supracoracoide e um membro anterior modificado a asa que atua simultaneamente como aerofólio que sustenta a ave no ar e como elemento de impulso. Muitas aves alternam entre o voo impulsionado pelo bater de asas e o voo planado e usam a cauda para direcionar o voo. A asa é bastante flexível, podendo ser alongada ou recolhida por flexão, as penas das bordas podem ser abertas ou fechadas e o ângulo das asas pode ser ajustado, quer em conjunto, quer individualmente. O tamanho e a forma das asas estão relacionados com o tipo de voo dessa espécie O tamanho e forma da asa geralmente está relacionado com o tipo de voo dessa espécie. Por exemplo, os albatrozes, as gaivotas e outras aves marinhas apresentam asas compridas e estreitas que tiram partido do vento sobre o oceano para planar, enquanto que as aves de rapina têm asas amplas para tirar partido das correntes de ar ascendentes e descendentes de montanha. As aves de asa curta, como os galináceos, fazem apenas voos curtos. As asas pontiagudas dos patos permitem-lhes percorrer rapidamente grandes distâncias. As andorinhas e os estorninhos têm asas compridas e pontiagudas que lhes permitem fazer acrobacias aéreas durante horas seguidas. Enquanto algumas aves de grande dimensão, como os abutres, planam ao longo de horas e só ocasionalmente batem as asas, outras aves, como os colibris, batem as asas várias vezes por segundo. A velocidade de voo varia imenso entre as espécies. As aves mais pequenas, como os pardais ou as carriças, voam entre 15-30 km h. As aves de pequena a média dimensão, como os tordos, rabos-de-quilha, estorninhos ou andorinhões, e as aves de grande envergadura de asa, como os pelicanos e as gaivotas, voam entre 30 e 60 km h. As aves mais rápidas, como os falcões, patos, gansos e pombos voam entre 60 a 100 km h. A ave que atinge maior velocidade é o falcão-peregrino, que é capaz de realizar voos a pique que atingem os 320 km h. Muitas aves com pés pequenos, como os andorinhões, colibris ou calaus, raramente caminham e usam as patas apenas para se empoleirarem, enquanto outras apresentam patas mais robustas e realizam grande parte dos movimentos a pé, como as galinhas de água. Os papagaios caminham frequentemente ao longo dos ramos, enquanto espécies como os melros saltitam no terreno. Muitas espécies usam as asas para se deslocar debaixo de água, como é o caso dos pinguins, embora algumas só nadem à superfície. Algumas aves, como as mobêlhas, estão tão adaptadas à vida no mar que só vão a terra nidificar. Muitas aves, como o pato-real, são capazes de levantar voo diretamente a partir da superfície da água, embora outras necessitem de fazer uma pequena corrida para ganhar impulso, como os mergulhões.
Estorninho-de-hildebrandt adulto com penas iridescentes. A plumagem das aves muda regularmente e pode apresentar cores significativamente diferentes conforme a idade, sexo e altura do ano. As penas são uma característica proeminente e única das aves. As penas permitem às aves voar, fornecem isolamento que facilita a regulação térmica e são usadas como forma de exibicionismo, camuflagem e comunicação. Existem vários tipos de penas, cada um com finalidades específicas. As penas são desenvolvimentos epidérmicos ligados à pele e crescem apenas em regiões específicas da pele denominadas pterilas. O padrão de distribuição da implantação das penas em tratos denomina-se pterilose. Aptérios são zonas desprovidas de penas. A distribuição e aparência do conjunto das penas no corpo é denominada plumagem e é uma das principais características que permitem identificar a espécie de ave. A plumagem pode variar significativamente dentro da própria espécie de acordo com a idade, estatuto social e sexo. A cor das penas tem origem em pigmentos ou na estrutura. Os castanhos e os pretos são causados por melaninas sintetizadas pela ave e depositados em grânulos, enquanto os amarelos, laranjas e vermelhos são causados por carotenoides com origem na dieta e difundidos pela pele e penas. As cores azuis são estruturais e têm origem numa camada fina e porosa de queratina. Os verdes resultam do acréscimo de pigmento amarelo ao azul estrutural. As cores iridescentes têm origem na estrutura laminada das bárbulas e são realçadas pelos depósitos de melanina. A plumagem das aves muda regularmente. Geralmente a muda é anual, embora em algumas espécies se observem duas mudas, uma antes da época de reprodução e outra depois, podendo ocorrer variações entre espécies e entre indivíduos da mesma espécie. As maiores aves de rapina podem mudar de plumagem apenas uma vez em vários anos. As características da muda variam entre espécies. Em passeriformes, as penas de voo são substituídas uma de cada vez, sendo as primárias da face inferior substituídas primeiro. Após a substituição da quinta ou sexta primária, começam a cair as terciárias exteriores, seguidas pelas secundárias e pelas outras penas. As grandes coberturas primárias são substituídas ao mesmo tempo das primárias que cobrem. Este processo denomina-se muda centrífuga. Por outro lado, um pequeno número de espécies, entre as quais os patos e os gansos, perdem todas as penas de voo de uma única vez, ficando temporariamente incapazes de voar. Regra geral, a muda das penas da cauda segue o mesmo padrão da das asas, do interior para o exterior. No entanto, nos Phasianidae verifica-se muda centrípeta de fora para o centro , enquanto que na cauda dos pica-paus e das trepadeiras a muda começa no segundo par mais interior e acaba no par central de penas, de modo a que a ave possa continuar a trepar. As escamas das aves encontram-se principalmente nos dedos e no metatarso, embora em algumas aves estejam presentes acima do tornozelo. semelhança dos bicos, garras e espigões, são constituídas por queratina. A maior parte das escamas não se sobrepõe de forma significativa, exceto nos casos do guarda-rios e do pica-pau. Pensa-se que as escamas das aves sejam homólogas às dos répteis e dos mamíferos.
Adaptação do bico a diversas formas de alimentação Embora o tamanho e a forma do bico das aves varie significativamente de espécie para espécie, a sua estrutura é idêntica. Todos os bicos são constituídos por duas mandíbulas, superior e inferior. A mandíbula superior está apoiada num osso denominado intermaxilar, cujas ligações permitem que a mandíbula seja flexível e se mova para cima e para baixo. A mandíbula inferior está apoiada num osso denominado osso maxilar inferior. A superfície exterior do bico é constituída por uma camada fina de queratina, denominada ranfoteca. Entre a ranfoteca e as camadas mais profundas da derme existe uma camada vascularizada ligada diretamente aos ossos do bico. A ranfoteca forma-se nas células na base de cada mandíbula e cresce continuamente na maior parte das aves, enquanto em algumas espécies muda de cor conforme a estação. As bordas cortantes do bico são denominadas tomia. Na maior parte das espécies, as bordas variam entre arredondadas e ligeiramente afiadas, embora algumas espécies tenham desenvolvido modificações estruturais que lhes permitem manusear melhor a sua fonte de alimentação. Por exemplo, as aves granívoras têm bordas serrilhadas que lhes permitem quebrar a casca de sementes. A maior parte dos falcões e alguns papagaios omnívoros apresentam uma projeção na mandíbula superior, de modo a atingir mortalmente as vértebras das presas ou a dilacerar insetos. Algumas espécies que se alimentam de peixe, como os mergansos, têm bicos serrilhados que mantêm preso o peixe escorregadio. Cerca de 30 famílias de aves insetívoras apresentam cerdas muito curtas em toda a mandíbula que aumentam a fricção e lhes permitem segurar insetos de carapaça dura.
abibe a ser coberto pela membrana nictitante. A visão das aves é geralmente bastante desenvolvida. As aves marinhas apresentam lentes flexíveis, o que lhes permite ver claramente tanto no ar como dentro de água. Algumas espécies têm dupla fóvea. As aves são tetracromáticas, possuindo cones não só sensíveis à luz verde, vermelha e azul como também à luz ultravioleta. Muitas aves exibem padrões de plumagem refletora ultravioleta que são invisíveis ao olho humano. Algumas aves cujos sexos aparentam ser iguais apresentam, na realidade, padrões diferenciados. Os machos do chapim-azul, por exemplo, têm uma coroa refletora ultravioleta que é exposta durante a corte ao levantar as penas da nuca. A luz ultravioleta é também usada na procura de comida. Alguns falcões procuram presas através da deteção dos rastos de urina dos roedores, que refletem a luz ultravioleta. As pálpebras das aves não são usadas para pestanejar. Em vez disso, o olho é lubrificado por uma terceira pálpebra que se desloca horizontalmente, denominada membrana nictitante. Esta membrana também cobre o olho e funciona como uma lente de contacto em muitas aves marinhas. A retina das aves tem um sistema irrigatório próprio denominado pécten ocular. A maior parte das aves não consegue mover os olhos, embora haja exceções, como o corvo-marinho-de-faces-brancas. As aves com olhos nas partes laterais da cabeça têm um grande campo visual, enquanto que as aves com olhos na parte da frente da cabeça têm visão binocular e são capazes de estimar a profundidade. O alcance auditivo das aves é limitado. O ouvido não apresenta pavilhão auditivo externo, embora o orifício seja revestido por penas. Em algumas aves de rapina, como as corujas, mochos ou bufos, estas penas formam tufos que se assemelham a orelhas. O ouvido interno apresenta uma cóclea, mas não em espiral como nos mamíferos.