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Dióxido de carbono Efeito estufa Escurecimento global Esfriamento global Estado de emergência climática Extinção do Permiano-Triássico Hipótese de Gaia Mudança do clima Mudanças climáticas e agricultura Registro instrumental de temperaturas Lista de países por emissões de dióxido de carbono per capita Lista de países por emissões de gás do efeito estufa per capita Lista de países por produção de eletricidade renovável
Página do Intergovernmental Panel on Climate Change Página do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas Animação mostrando o aquecimento global dos últimos 62 anos condensado em 13 segundos Skeptical Science. Global Warming Climate Change Myths. 174 mitos sobre o aquecimento, com respostas dos cientistas. Em inglês. Um resumo dos principais mitos, em português, pode ser consultado aqui. Cook, John. O Guia Científico do Ceticismo quanto ao Aquecimento Global. Skeptical Science, 2010.Abel personagem bíblico Abel filme filme de 1986 Prémio Abel prémio dado a matemáticos em homenagem a Niels Henrik Abel
Karl Friedrich Abel compositor alemão Niels Henrik Abel matemático norueguês Thomas Abel padre e mártir inglês Abel Ferreira treinador treinador português Gottlieb Friedrich Abel botânico alemão Abel Verônico futebolista brasileiro contemporâneo de Pelé
Abel Ursinho Pooh personagem das histórias do Ursinho Pooh muitas vezes chamado apenas de Coelho Categoria Desambiguações de antropônimosPúblio lio Adriano 24 de janeiro de 76 10 de julho de 138 , também designado como Hadriano, foi imperador romano de 117 a 138. Pertence à dinastia dos Antoninos, sendo considerado um dos cinco bons imperadores. Nasceu provavelmente em Itálica, na Hispânia. Seu pai pertencia à Ordem Senatorial e era primo do imperador Trajano. Quando este faleceu, a imperatriz-viúva, Pompeia Plotina, alegou que em seu leito de morte seu marido havia adotado Adriano e o nomeado sucessor. incerto se isso realmente ocorreu, mas o Senado e o Exército aprovaram a escolha. Porém, pouco depois quatro importantes senadores que haviam se oposto foram acusados de conspiração pelo prefeito pretoriano Públio Acílio Aciano e condenados à morte ilegalmente. O Senado o responsabilizou pelo crime e nunca o perdoou. Fez outros opositores ao abandonar a política expansionista de seu antecessor e alguns territórios recentemente conquistados, como a Assíria, a Mesopotâmia, a Armênia e partes da Dácia, preferindo investir na consolidação das fronteiras e na unificação dos diversos povos que viviam no Império. Foi um imperador viajante, visitando quase todas as províncias e passando muito tempo longe de Roma. Encorajou a disciplina e a prontidão no Exército e promoveu, projetou ou financiou pessoalmente várias instituições e edifícios civis e religiosos. Em Roma reconstruiu o Panteão e construiu o grande Templo de Vênus e Roma. Era um amante da cultura grega e procurou fazer de Atenas a capital cultural do Império, ordenando a construção de vários templos suntuosos na cidade. Suprimiu a Revolta de Barcoquebas na Judeia, que entendeu como o sinal do fracasso de seus planos de estabelecer um ideal pan-helênico, mas fora este evento, seu reinado foi em geral pacífico. Em seus últimos anos foi aflito por doenças. Manteve um intenso relacionamento com o efebo grego Antínoo e após sua morte precoce estabeleceu um culto para ele que teve larga difusão. Seu casamento com Vibia Sabina, sobrinha-neta de Trajano, foi infeliz e não produziu filhos. Em 138 adotou Antonino Pio e o nomeou sucessor. Faleceu no mesmo ano em Baías. Foi divinizado por Antonino, a despeito da oposição do Senado, que sempre o considerou distante e autoritário. Adriano tem suscitado posições divididas entre a crítica, descrito como enigmático e contraditório, capaz tanto de atos de grande generosidade como de extrema crueldade, dominado por uma curiosidade insaciável, pelo orgulho e pela ambição. O renascimento do interesse contemporâneo pela sua figura deve muito ao romance Memórias de Adriano, de Marguerite Yourcenar, publicado em 1951.
Durante muito tempo se considerou para Adriano um nascimento em Roma, a partir de uma menção na História Augusta, que antigamente tinha muito prestígio, mas hoje se sabe que esta fonte é repleta de erros e se tornou pouco confiável. Mais de dez autores romanos e proto-medievais, e inclusive seu horóscopo, calculado pouco depois de sua morte, colocam-no como natural de Itálica, próximo à atual Santiponce, na Hispânia Espanha . Ao nascer foi-lhe dado o nome de Públio lio Trajano Adriano. Era filho de Públio lio Adriano Afer, um senador romano primo do futuro imperador Trajano. Sua família provinha de Piceno, e havia se estabelecido em Itálica pouco depois da sua fundação por Cipião Africano. Sua mãe foi Domícia Paulina, de uma ilustre família senatorial romana radicada em Gades Cádiz . Teve uma irmã, Domícia Paulina, a Jovem. Retrato de Víbia Sabina Seus pais faleceram quando tinha dez anos de idade, sendo confiado à guarda de Trajano e de Públio Acílio Aciano. incerto onde passou sua adolescência e como teve contato com a cultura grega, da qual seria um grande admirador. Foi cogitado que teria sido enviado a Roma quando tinha treze anos, quando Trajano teve de deixar a Hispânia e dirigir-se à Germânia, e em Roma teria sido educado por algum mestre helenista, e também se considerou que teria vivido alguns anos na Grécia, mas isso é difícil de conciliar com os registros de sua presença em Itálica no ano 90 e do seu primeiro discurso diante do Senado, no ano de 101, quando já tinha 25 anos, quando era candidato a questor. Na ocasião, seu forte sotaque provinciano provocou o riso dos senadores, indicando que teria passado a maior parte de sua vida anterior longe de Roma. Com efeito, em torno de 95 começara sua carreira pública como tribuno militar, servindo junto à Legião II Adjutrix na Mésia Superior, no ano seguinte foi transferido para a Mésia Inferior, e em fins de 97 foi enviado à Gália para apresentar congratulações a Trajano, que havia sido adotado pelo imperador Nerva e indicado seu sucessor, subindo ao trono em 98. Adriano ingressou no círculo de Trajano e ganhou o favor do influente Lúcio Licínio Sura, bem como de Plotina, esposa de Trajano. Provavelmente por intervenção de Plotina Adriano casou-se em 100 com Víbia Sabina, sobrinha-neta de Trajano. Em 101 obteve o questorado, sendo encarregado de servir como ligação entre o imperador e o Senado, e em 102 acompanhou o imperador na campanha da Dácia. Em 105 foi dispensado para assumir o posto de tribuno da plebe, e em 106 provavelmente era pretor. No ano seguinte, por alguns meses serviu como legado junto à Legião I Minervia e depois como governador da Panônia. Em 108 foi eleito cônsul sufecto substituto . Nos anos seguintes sua carreira romana estagnou, ao que parece pela ascensão de opositores do partido de Plotina e Sura. registrado em 112 como cidadão de Atenas, ocupando a função de arconte, quando foi homenageado com uma estátua, e possivelmente passou este período de obscuridade estudando a cultura grega. Na época das guerras contra os partas, foi nomeado legado de Trajano, e quando o governador da Síria teve de atender a um chamado na Dácia, Adriano foi apontado como substituto, passando a comandar o Exército do Oriente.
Adriano com a coroa cívica As relações de Adriano com Trajano não parecem ter sido simples, e podem ter sido algo tensas. Questiona-se, por exemplo, o motivo de Trajano não ter demonstrado um apoio mais efetivo à carreira de Adriano, e por quê não o elevou ao patriciado, o que lhe teria aberto muitas possibilidades de progresso. Sua ligação com Plotina e Sura, e suas tentativas de aproximação aos favoritos de Trajano, podem, num contexto de permanentes disputas por influência, colocado Adriano um pouco sob suspeita. A maneira como veio a herdar o trono é também controversa. Quando Trajano morreu, em 9 de agosto de 117, Plotina alegou que o marido havia adotado Adriano e nomeado seu sucessor. O documento de adoção que foi apresentado, contudo, era assinado por Plotina e datado um dia depois da morte de Trajano. Correram na época muitos rumores de que tudo não passava de uma trama armada pela imperatriz-viúva. Uma vez que sua ligação com o protegido era notória, Plotina e sua família seriam beneficiadas com Adriano no poder. Seja como for, Adriano, que estava na Síria, foi aclamado pelo Exército e aprovado pelo Senado. O novo imperador não rumou imediatamente para Roma. Passou algum tempo no Oriente assegurando sua posição, retirou suas forças da Assíria e da Mesopotâmia, recentemente conquistadas, reprimiu revoltosos na Judeia, e depois dirigiu-se à fronteira do Danúbio. Enquanto Adriano não chegava, os assuntos em Roma ficaram sob a responsabilidade do prefeito pretoriano Públio Acílio Aciano, que acusou de conspiração quatro importantes senadores Lúsio Quieto, Aulo Frontoniano, Lúcio Celso e Caio Nigrino , condenando-os à morte sem um julgamento público e sem a permissão do Senado. Esses senadores provavelmente foram vistos como ameaças à consolidação do seu poder, mas as verdadeiras razões para as execuções são desconhecidas. Adriano alegou que a iniciativa da condenação havia partido de Aciano e confirmou vários privilégios do Senado, tentando minimizar o escândalo e o ultraje dos outros senadores, mas com pouco efeito. Doravante suas relações com o Senado ficariam para sempre comprometidas. Quando Adriano chegou a Roma, no verão de 118, sua posição estava razoavelmente segura. Aciano recebeu honrarias, mas foi aposentado pouco depois. Adriano também atuou para garantir o apoio do povo, organizando jogos de gladiadores, dispensando benesses e perdoando dívidas.
Adriano passaria mais de metade do tempo de seu reinado em viagens pelas províncias. Salvo quando saíam em campanhas militares, os imperadores anteriores preferiam obter notícias das províncias a partir de relatórios dos seus delegados, permanecendo em Roma. A atitude de Adriano pode ter sido um movimento deliberado de romper com essa tradição, que produzia uma hegemonia cultural romana sobre todo o Império, e fazia parte de seu desejo de criar uma comunidade internacionalista, ecumênica, fundamentada sobre a cultura helenista. Tertuliano disse que ele tinha uma curiosidade insaciável sobre tudo o que pudesse ser interessante, impulsionado por um espírito inquieto e um intelecto aguçado. Ele apoiou a criação de municípios semi-independentes governados por costumes locais, em vez de impor o modelo romano de civilização e justiça. Essas inovações não foram muito bem vistas em Roma e desencadearam a resistência dos tradicionalistas. O Império Romano sob Adriano Talvez por entender que o império esgotara sua capacidade de expansão, Adriano abandonou a política de conquistas de Trajano, adotando outra nitidamente defensiva, optando pela via diplomática para resolver questões com povos vizinhos. Na prática, isso significou renunciar às conquistas recentes de Trajano na Mesopotâmia, que a esta altura pouco mais eram do que nominais. Adriano também retificou os limites de uma antiga conquista de Trajano, a Dácia atual Roménia , cedendo aos sármatas a planície do Baixo Danúbio e concentrando a ocupação romana na região da Transilvânia, protegida pela barreira natural dos Cárpatos. Segundo Dião Cássio, Adriano teria também ordenado a demolição da ponte sobre o Danúbio construída por Trajano, de forma a evitar uma invasão das províncias danubianas a partir da Dácia. Com o intuito de proteger as demais fronteiras romanas contra os bárbaros, construiu grande número de fortificações contínuas na Germânia e na Inglaterra. Adriano implementou uma profunda reforma na administração, transformando o conselho do príncipe num órgão de governo, e procurou unificar a legislação dito Perpétuo, 131 .
Trecho da Muralha de Adriano, no atual Reino Unido Sua primeira viagem iniciou em 121, visitando a Gália, a Germânia e a Britânia, uma província agitada por rebeliões, onde iniciou a construção da Muralha de Adriano, destinada a conter as invasões e migrações de bárbaros. Em 122 foi à Hispânia, passando o inverno em Tarraco, onde supervisionou a restauração do Templo de Augusto. Em 123 estava na Mauritânia, suprimindo uma pequena rebelião. Sua estada foi interrompida por notícias de uma revolta na Pártia, para onde rumou, conseguindo estabelecer acordos com os partas. Visitou Cirene e ali promoveu a educação militar de jovens de boas famílias. Providenciou a reconstrução de Nicomédia, destruída por um terremoto, sendo aclamado como um salvador. Em Cízico ordenou o término do Templo de Zeus, que foi adornado com uma estátua colossal do imperador. Cízico, Pérgamo, Esmirna, feso e Sardes se tornaram centros do culto imperial. No outono de 124 chegou à Grécia e foi iniciado nos Mistérios de Elêusis. Revisou a constituição de Atenas e criou uma nova tribo, que recebeu seu nome. Concedeu subsídios para a produção de grãos, criou fundações para o patrocínio dos jogos, festivais e competições públicos, e incentivou a criação de serviços públicos permanentes, como fontes e aquedutos. Em Epidauro construiu um templo, onde foi instalada uma estátua sua em nudez heroica, restaurou o Templo de Posídon Hípio em Mantineia, os santuários de Abas e Mégara e o de Argos. Persuadiu duas importantes lideranças gregas, Herodes tico de Atenas e Euricles Herculano de Esparta, a entrarem no Senado, sendo os primeiros senadores gregos de Roma. Em 125 presidiu o festival das Dionísias em Atenas, onde providenciou a finalização do grande Templo de Zeus Olímpico e a construção de um aqueduto. Antes de voltar a Roma passou pela Sicília, onde moedas o descrevem como o restaurador da ilha.
O Arco de Adriano em Atenas Em Roma supervisionou a reconstrução do Panteão e terminou sua villa de repouso em Tivoli. Em março de 127 iniciou um périplo pela Itália. Restaurou o santuário de Cupra Marítima, mandou drenar o Lago Fucino, e dividiu o território italiano em quatro províncias governadas por legados imperiais, mas a medida não foi muito bem aceita por ser considerada uma desprestigiosa equiparação dos italianos às outras províncias. Em 128 já estava na frica, inspecionando as tropas. Voltou à Itália apenas para partir em seguida em direção a Atenas, onde participou novamente das celebrações dos Mistérios. Iniciou os preparativos para a formação de uma liga grega, o Pan-Helênio, passou por feso e rumou para o Egito. Ali restaurou a tumba de Pompeu em Pelúsio, oferecendo-lhe sacrifícios como herói e compondo um epigrama comemorativo. Caçou leões no deserto da Líbia e em sua excursão pelo Nilo perdeu seu amante Antínoo, afogado nas águas do rio, evento que causou-lhe grande dor. Como parte do extenso processo de celebração da memória do jovem, que incluiria sua divinização, fundou uma cidade em sua honra, Antinoópolis, em 130. Pode ter voltado à Itália por um curto período, mas logo estava em Atenas para levar adiante a organização do Pan-Helênio. O projeto não parece ter atraído o interesse das principais cidades gregas da sia Menor, e tampouco parece ter tido um caráter definidamente político, devendo sendo antes uma congregação cultural. Ficou em Atenas até meados de 132, a tempo de inaugurar o Templo de Zeus Olímpico, e depois voltou a Roma.
Planta da cidade lia Capitolina em mosaico do Em 134 partiu para a Judeia, onde estourara a Revolta de Barcoquebas. As origens do confronto são obscuras. A região vivia em um estado de tensão há décadas, resultado da maciça presença romana e da sua interferência nos costumes, administração e religião locais. A maior resistência à aculturação helenizante proposta por Adriano vinha dos judeus. As causas imediatas parecem estar ligadas ao projeto de construção de uma cidade romana, lia Capitolina, sobre as ruínas de Jerusalém, que havia sido arrasada no assédio de 70, e de um templo para Júpiter no Monte do Templo. A revolta assumiu graves proporções e exigiu a convocação do general Sexto Júlio Severo, que estava na Britânia e reuniu diversas tropas dispersas para atender ao chamado. A revolta estava controlada em 135. Roma perdeu toda uma legião, cerca de 4 mil soldados, mas as baixas entre os judeus foram vastas. Segundo Dião Cássio, cerca de 580 mil pessoas morreram, 50 fortalezas foram abatidas e 985 vilas foram arrasadas. Muitos judeus foram escravizados, e outras medidas punitivas foram tomadas. Adriano apagou o nome da província do mapa romano, rebatizando-a de Síria Palestina, e implementou o plano de construção de lia Capitolina. No lugar do antigo templo judaico ergueu-se a estátua de Júpiter e junto ao Gólgota onde, segundo a tradição bíblica, teria sido crucificado Jesus ergueu-se um templo à deusa grega Afrodite. O conflito acarretou a perda total da independência regional. Por isso, no Talmude, essa revolta ficou sendo chamada a guerra do extermínio. De fato, por mais que a diáspora judaica tivesse-se iniciado séculos antes de Adriano, e que as narrativas sobre a guerra judaica tenham-se cedo revestido de características legendárias, é certo que a guerra eliminou definitivamente qualquer possibilidade de renascimento de um judaísmo centrado no Templo de Jerusalém e na sua casta sacerdotal, dando origem, assim, ao judaísmo como uma expressão puramente religiosa e cultural, e não mais política, situação esta que se perpetuaria até o surgimento do sionismo no .
D.C., no Museu Britânico Adriano casou-se com Víbia Sabina provavelmente mais por interesse político do que por vontade própria. Diz a História Augusta que ela manteve um relacionamento com Suetônio, secretário do imperador, que teria sido demitido por isso. Também é referido que ela tinha um temperamento difícil e mau humor, e após sua morte, ocorrida em torno de 136, teriam corrido rumores de que teria sido envenenada pelo marido, mas a História Augusta é uma fonte pouco confiável. De fato, pouco se sabe sobre ela. O que é certo é que recebeu o prestigioso título de augusta em 128, sua efígie apareceu em moedas, estátuas lhe foram dedicadas e, de acordo com o costume, foi deificada pouco depois de falecer. O casamento parece ter sido infeliz e não produziu descendência. Gravura homoerótica do século XIX de Adriano e Antínoo durante a estadia do imperador no Egito Parece certo que Adriano nunca teve qualquer interesse sexual por mulheres, mas há muitas evidências de sua atração por homens e jovens. Antínoo, natural da Bitínia, foi apresentado ao imperador provavelmente em 123, quando ainda era um menino de cerca de 13 anos. Foi enviado a Roma para ser educado, e em torno de 128 havia se tornado seu favorito. O relacionamento entre homens maduros e adolescentes foi comum e socialmente aceito na Grécia, tendo mesmo um caráter pedagógico e iniciador, e embora em Roma o costume fosse mais restrito, a bissexualidade era rotineira nos altos escalões. Antínoo parece ter sido um jovem inteligente, e não há evidências de que tenha aproveitado sua intimidade com o imperador para obter vantagens pessoais ou políticas. O relacionamento, pelo menos da parte de Adriano, sem dúvida era apaixonado, mas foi efêmero. Em outubro de 130, Antínoo morreu afogado durante uma excursão pelo rio Nilo. Não se sabe como isso ocorreu, e várias teorias foram propostas, inclusive um suposto sacrifício voluntário de caráter religioso. O que se sabe é que o evento repercutiu profundamente em Adriano, que chegou a ser censurado por expressar aberta e intensamente demais sua tristeza. Depois de sua morte o imperador deificou o amante, instituiu um culto para ele que teve grande difusão, associou-o com outras divindades, como Osíris, Baco e Mercúrio, fundou uma cidade, criou um festival em sua honra, e mandou fazer numerosas estátuas, calcula-se que até duas mil delas tenham sido produzidas em menos de dez anos, sobrevivendo mais de cem. Pelo menos 28 templos lhe foram dedicados e mais de 30 cidades cunharam moedas com sua efígie.
O antigo Mausoléu de Adriano, hoje Castelo de Santo ngelo Adriano morreu em 10 de julho de 138, em Roma, depois de uma longa doença. Seu corpo foi depositado num mausoléu, que veio a ser transformado no atual Castelo de Santo ngelo, em Roma. A sucessão de Adriano foi complicada a princípio ele havia pensado em adotar como filho e sucessor um dos seus muitos antigos favoritos tal como o adolescente grego Antínoo , Lúcio lio e efetivamente o fez, mas tendo lio falecido prematuramente, Adriano acabou por adotar o senador T. Aurélio Fúlvio Boiônio Antonino que tornou-se depois o imperador Antonino Pio sob a condição, no entanto, de que este adotasse como seu filho e sucessor o parente distante de Adriano, o jovem Marco nio Vero, o futuro imperador Marco Aurélio, assim como o filho do falecido Lúcio Ceiônio, Lúcio Vero, que viria a ser co-imperador junto com Marco Aurélio. Entrementes, Adriano acabou por ordenar o suicídio de outro dos seus parentes, o nonagenário senador Lúcio Júlio Urso Serviano, desconfiando que ele buscaria a sucessão imperial para seu neto, que também foi obrigado a suicidar-se. Tal decisão fez muito para confirmar a alienação mútua entre Adriano e o Senado, que levaria, após sua morte, a uma tentativa do Senado de invalidar seus atos, o que foi impedido por Antonino Pio. A hostilidade duradoura entre o Senado e Adriano seria reconhecida pelo seu contemporâneo mais jovem, o senador, orador e correspondente de Marco Aurélio, Frontão, que comparava Adriano ao deus da guerra Marte e ao deus dos mortos Dis Pater ambos deuses que se deve tentar apaziguar, mas sem poder realmente amá-los.
Estátua de Adriano com os atributos de Marte, deus da guerra As atividades militares de Adriano se conformaram à sua política antiexpansionista, procurando antes consolidar o que havia sido conquistado, eventualmente empregando a força para repelir ataques e reprimir revoltas, do que ampliar os territórios. Algumas províncias recentes foram mesmo abandonadas, e cedeu parte da Dácia aos sármatas. provável que mesmo se o desejasse, uma expansão não seria viável, em vista da carência de recrutas em sua época. Adriano sistematicamente incorporou ao Exército guerreiros bárbaros com suas armas tradicionais, que eram menos custosos de manter, preferia intervenções rápidas e ágeis, e enfatizava a disciplina e o bom treinamento dos legionários. Construiu uma extensa série de bastiões, fortalezas, muralhas, torres, paliçadas e postos de vigia ao longo das fronteiras, o que contribuía para manter as tropas ocupadas em tempo de paz e melhorava as possibilidades de defesa em caso de guerra. Credita-se a ele a criação de um corpo de polícia política, os frumentários, cujos agentes foram destacados do corpo de funcionários imperiais dedicados à supervisão do abastecimento de trigo frumentum da cidade de Roma, daí seu nome em latim. A ele, através do trabalho do jurista Sálvio Juliano, se deve a primeira tentativa de codificação sistemática do Direito Romano, concretizada no Edito Perpétuo. Reformou a burocracia estatal e, seguindo o exemplo de Domiciano, transformou o Conselho do Príncipe em um corpo consultivo permanente, composto de juristas assalariados, em sua maioria recrutados da Ordem Equestre. A formação de uma nova elite burocrática encontrou a resistência do Senado, que se sentiu desprestigiado. Também codificou os privilégios consuetudinários da elite, mantendo grandes diferenças de tratamento entre ricos e pobres diante da Lei, mas elevou o estatuto dos pequenos burocratas provincianos, dos soldados, dos veteranos e suas famílias para conceder-lhes benefícios da elite. Reduziu as penalidades que os escravos podiam sofrer. Ainda podiam ser torturados para extração de provas legais, mas já não podiam ser mortos senão sob acusação de crimes capitais, nem vendidos para mestres de gladiadores. Aboliu as ergastula, prisões privadas de escravos. Proibiu a castração, equiparando-a ao crime de assassinato. Impôs a separação dos sexos nos teatros e nas termas, e para desencorajar o ócio, proibiu a abertura das termas públicas antes das 14 horas.
Estátua de Adriano como pontífice máximo Ruínas da Villa Adriana em Tivoli Ruínas do Templo de Zeus Olímpico em Atenas Adriano ocupava também a função de pontífice máximo, responsável pela organização da religião de todo o Império. Com uma origem hispânica e um interesse pelo pan-helenismo, transferiu para as províncias o foco do culto imperial oficial. Embora as moedas que cunhou em geral trouxessem sua efígie na qualidade de Gênio do Povo Romano, algumas emissões enfatizam sua qualidade de protetor da cultura grega ou o identificam com o Hércules Gaditano, padroeiro de Gades, cidade de sua mãe. Fundou vários centros novos para o culto imperial, especialmente na Grécia. Cidades que apoiavam o culto imperial recebiam patrocínio do imperador, e atraíam turismo, comércio e investimentos privados. Sacerdotes e patronos do culto eram incentivados a divulgar sua posição e a fomentar a reverência pela autoridade imperial. Também construiu ou restaurou muitos templos e santuários dos cultos tradicionais. Durante seus últimos anos o culto do imperador como um deus parece ser sofrido uma significativa intensificação e popularização, especialmente o Oriente, sendo venerado com estátuas e templos. Letrado, Adriano era um grande admirador da cultura grega, sendo um dos responsáveis pela propagação do helenismo no mundo antigo. Era versado em filosofia e poesia, e sobrevivem alguns dos poemas que compôs. Tinha um ativo interesse em arquitetura e projetou pessoalmente diversas edificações. Em seu reinado Roma testemunhou um intenso programa construtivo, uma atividade que foi imitada em várias cidades provincianas. Uma das realizações mais notáveis é a Villa Adriana que construiu em Tivoli, um extenso complexo de edifícios suntuosamente decorados, que recriavam ou incorporavam elementos de diferentes origens e épocas, formando uma paisagem que lembrava os diferentes locais que visitara. Hoje é um Patrimônio da Humanidade. O Panteão de Roma tornou-se um influente modelo arquitetônico ao longo dos séculos, e pouco antes de falecer inaugurou em Roma o Templo de Vênus e Roma, o maior da cidade, em estilo helenístico, dedicado a Vênus como protetora do povo romano e à deusa Roma, personificação da cidade. Em suas viagens pelo Império realizou obras e melhorou a infraestrutura e a economia das províncias. Como gesto simbólico, ordenou uma série de emissões monetárias honrando as províncias, que eram representadas nestas moedas por alegorias femininas que lhes davam uma personalidade moral distinta. Estas alegorias seriam mais tarde representadas como uma série de estátuas que, após a morte de Adriano, seriam colocadas no seu templo em Roma. Por onde passava ia levantando cidades, construindo estradas, erigindo monumentos. Estes monumentos tinham um significado político sua construção geralmente significava uma aliança em pé de igualdade abstrata entre Roma e a cidade onde eram erguidos. Assim, Adriano mandou completar em Atenas a construção de um gigantesco templo a Zeus, o Olimpeu, cuja construção já se arrastava desde a época do tirano Pisístrato, do Nas vizinhanças desta construção, organizou um bairro dentro do estilo romano de urbanismo, de maneira a poder igualar-se a um rei mítico de Atenas, Teseu. Esta Atenas romana era separada da antiga cidade por um pórtico na entrada do qual estava inscrito Esta é a cidade de Adriano, e não a de Teseu. Ao mesmo tempo, Adriano fez de Atenas a sede de um fórum regional de discussão de assuntos comuns das cidades helênicas, o Pan-Helênio. Esta reelaboração da legitimidade política do império em torno não mais da hegemonia da cidade de Roma e do seu Senado e da Itália, mas como um império ecumênico, dotado de uma cultura helênica comum, que prenunciava já de certa forma o Império Bizantino, permitiu ao historiador francês Paul Veyne chamar Adriano de um Nero bem sucedido, que soube transformar sua mania da cultura helênica num programa político.
Denário com a efígie de Adriano globo, uma imagem do governante universal A figura de Adriano tem fascinado o público por séculos, especialmente por uma personalidade que foi vista como enigmática, intrigante e contraditória. Escritores antigos como Dião Cássio, Frontão e Pausânias louvaram seus programas construtivos, os festivais que instituiu e seu papel como benfeitor de numerosas cidades, e de fato talvez somente Augusto possa lhe ser comparado na atenção que deu às cidades em programas de renovação urbanística, fomento econômico e preservação de sua história e tradições específicas, mas na sua descrição como político e governante são mais reticentes e evasivos. Na História Augusta ele aparece ao mesmo tempo como discreto e genial, dignificado e brincalhão, procrastinador e apressado, avarento e liberal, dissimulado e veraz, cruel e generoso, sendo indulgente para com seus amigos e sempre disposto a conhecer novas pessoas, mas seu alegado pedantismo e competitividade o teriam tornado solitário. As apreciações posteriores variaram na mesma medida. No passado sua carreira de imperador itinerante e seu amor pela cultura grega e pela preservação da paz no Império foi frequentemente contrastada com a de seu predecessor, Trajano, considerado um governante agressivo e militarista, mas essa comparação foi estereotipada e simplificada indevidamente, e a questão do helenismo foi excessivamente romantizada, sem dúvida em boa parte em função de sua ligação com Antínoo. Pesquisas recentes descobriram diversas afinidades entre os dois imperadores, mostrando um Adriano politicamente sagaz e um grande estrategista militar, e de muitas maneiras um continuador de Trajano. Também parece certo que ele foi muito hábil em combinar persuasão e força para atingir seus objetivos, e que tinha um interesse genuíno no bem-estar fiscal e econômico do Império, resultando num reinado que em geral foi caracterizado pela prosperidade. Cartas e discursos que deixou mostram um homem versado na Lei, nos costumes e nos assuntos de governo, meticuloso nos detalhes e na maneira de pensar, familiarizado com o povo tanto como com a elite e sensível às diferenças. Foi duro na repressão de dissidências, manteve muitos dos privilégios da elite e sua beneficência não se estendeu com igualdade a todas as regiões, mas tornou o Império mais coeso, incentivou o orgulho cívico e a participação voluntária na vida social e religiosa, encorajou os ricos a se tornarem benfeitores das cidades, facilitou o acesso à cultura, promoveu a liberdade pessoal desde que dentro da Lei, e contribuiu para a difusão e preservação da cultura grega e para a consolidação de uma forma de governo monárquico forte e centralizado. Segundo Mary Boatwright, através da sua constante atividade municipal, e particularmente através do seu incentivo à religião, Adriano assegurou que uma imagem beneficente dos imperadores romanos se entrelaçasse inextrincavelmente com os padrões da vida cotidiana nas cidades do mundo romano. A valorização da vida urbana e o reconhecimento da supremacia do imperador seriam as marcas mais universais do que significava ser romano durante o período imperial. Desde a publicação de Memórias de Adriano em 1951, romance de Marguerite Yourcenar, uma biografia ficcional, o interesse popular sobre ele ressurgiu. A obra se tornou um best-seller, e paulatinamente veio a influir de maneira importante no debate acadêmico, especialmente pelo acréscimo de um apêndice no livro onde a autora analisa as várias fontes históricas sobre o imperador, o que deu bases sólidas para sua elaboração ficcional do personagem e de sua vida interior, conferindo-lhe uma aura de autenticidade, e foi um bom pretexto para os historiadores incorporá-lo aos seus estudos.
Categoria Hispano-romanos Categoria Aelii Categoria Guerras romano-judaicas Categoria Guerras romano-germânicas Categoria Pessoas LGBT da Antiguidade Categoria Imperadores romanos Categoria Dinastia nerva-trajana Categoria Governadores romanos da Síria Categoria Governadores romanos da Panônia Inferior Categoria Mais Teoria da História na Wiki LGBTQIA Nobres
Alberto de Saxe-Coburgo-Gota marido da rainha Vitória do Reino Unido Alberto da Prússia 1837-1906 marechal-general de campo do exercito prussiano e regente do Ducado de Brunsvique Alberto Vitor, Duque de Clarence e Avondale filho mais velho de Eduardo VII do Reino Unido
Alberto de Aquisgrão cronista e historiador germânico Alberto de Mainz arcebispo alemão Categoria Desambiguações de prenomesAlexandre é um prenome popular da língua portuguesa. cognato ao nome Alexander, da língua inglesa. Em países lusófonos, pessoas chamadas Alexandre são normalmente apelidadas de Alex.
O primeiro registro conhecido do nome foi feito no grego micênico encontrou-se a versão feminina do nome, Alexandra, escrito em Linear B.
Albanês Aleksand r, Aleks, Leka i Madh, Lek no norte da Albânia , Sand r, Sk nd r, Skander ver Skanderbeg Amárico Eskender rabe Iskandar , Skandar, Skender Bielorrusso p Aliaksandr , e Ales , Alyel ka Catalão Alexandre, lex, Xandre Inglês Alexander, Alec, Alex, Sandy, Andy, Alexis, Alexa, Sandra, Xander Gaélico escocês Alasdair, Alastair, Alistair, Alisdair Galego Alexandre, lex Georgiano Alexandre , Aleko , Lekso , Sandro Hebraico Alexander Hindi Hindustani Sikandar Iídiche Sender, Senderl Irlandês Alasandar Italiano Alessandro, Leandro, Ale, Sandro, Alessio, Lissandro Malaio Iskandar Língua malaiala Chandy Maltês Lixandru Quirguiz skender Persa Eskandar Russo Alexandr Sânscrito Alekchendra Ucraniano Oleksandr Urdu skender, Sikandar, Sikander Sikander-e-Azam é Alexandre, o Grande Uzbeque Iskandar Turco - Iskander
Alexandre de Afrodísias, filósofo da Escola peripatética Alexandre da Macedônia. Alexandre de Gusmão Alexandre Balas Alexandre de Mindos Alexandre I da Iugoslávia Alexandre II Karadjordjevitch - chefe da Casa de Kara or evi da Sérvia Papa Alexandre - cognome de vários papas, como Santo Alexandre Alexandre da Rússia - cognome de vários imperadores da Rússia Alexandre I da Rússia, Alexandre II da Rússia, Alexandre III da Rússia Alexandre da Escócia - cognome de vários reis da Escócia Alexandre I da Escócia, Alexandre II da Escócia, Alexandre III da Escócia Alexis II patriarca de Moscou Santo Alexandre - cognome de vários santos e mártires
Alexandre, o Grande - co-produção hispano-estadunidense de 1956. Alexandre - produção estadunidense de 2004. Categoria PrenomesAllen faz referência a vários artigos
Allen Dacota do Sul Allen Kansas Allen Kentucky Allen Maryland Allen Michigan Allen Nebraska Allen Nova Iorque Allen Oklahoma Allen Texas Allen Park, cidade de Michigan
Allen é um apelido de origem escocês Christa B. Allen artista estadounidense John Allen Jr jornalista estadounidense Lily Allen apresentadora britânica Ray Allen jogador de basquete estadounidense Woody Allen artista estadounidense
B.M.Allen - Betty Eleanor Gosset Molesworth Allen 1913- B.H.Allen - Bruce H. Allen 1952- C.K.Allen - Caroline Kathryn Allen 1904-1975 estadounidense C.M.Allen - Craig M. Allen 1951- D.E.Allen - David Elliston Allen 1932- G.Allen - Gary Allen fl. 1999 G.A.Allen - Geraldine A. Allen 1950- G.O.Allen - Guy Oldfield Allen 1883-1963 J.G.Allen - J.G. Allen fl. 1991 J.M.Allen - J.M. Allen fl. 1995 J.W.Allen - J.W. Allen fl. 1993 J.Allen - James Allen c.1830-1906 J.A.Allen - John Alphaeus Allen 1863-1916 J.F.Allen - John Fisk Allen 1807-1876 M.B.Allen - Mary Belle Allen 1922-1973 M.F.Allen - Michael F. Allen fl. 1999 P.H.Allen - Paul Hamilton Allen 1911-1963 b. e explorador estadounidense P.S.Allen - Perry S. Allen fl. 1993 R.M.Allen - Ruth M. Allen fl. 1969 S.Allen - Suzy Allen fl. 1976 T.C.Allen - Thomas Cort Allen 1899- Allen - Timothy Field Allen 1837-1902 médico homeópata, ficólogo, e botânico estadounidense nos vegetais Allen - Joel Asaph Allen 1838-1921 zoólogo e ornitólogo estadounidense nos animais W.B.Allen - William B. Allen fl. 1909
Chave Allen, ferramenta Allen bola de futebol , usada na Copa do Mundo FIFA de 1938 realizada na França Afonso I de Aragão rei de Aragão e Navarra Afonso II de Aragão rei de Aragão e conde de Barcelona Afonso III de Aragão o Liberal, rei de Aragão Afonso IV de Aragão rei de Aragão e Valência Afonso V de Aragão rei de Aragão, Maiorca, Sicília, Valência e Nápoles Categoria Desambiguações de históriaAfonso de Portugal Lisboa, 18 de maio de 1475 Almeirim, 13 de Julho de 1491 era o único filho e herdeiro de e de D. Leonor, reis de Portugal. O rei tanto adorava este seu filho que, em sua homenagem, batizou de Príncipe a menor ilha do arquipélago de São Tomé e Príncipe.
Ainda em criança, D. Afonso casou com a princesa Isabel de Aragão, filha mais velha dos Reis Católicos. e tinham um herdeiro, João, que era um jovem frágil e que viria a falecer com dezanove anos de idade. A princesa Isabel seria, portanto, a herdeira mais provável das coroas de Castela e Aragão e, como estava casada com o príncipe herdeiro de Portugal, adivinhava-se uma união dos reinos ibéricos sob a alçada de Portugal. Afonso morreu de uma queda de cavalo durante um passeio, em Alfange, Santarém, à beira do Tejo. Segundo Bernardo Rodrigues, em os Anais de Arzila, o seu aio era João de Meneses, conde de Cantanhede, e esse acontecimento terá ocasionado nesta personagem um grande traumatismo Depois da morte de D. Afonso, nomeou como sucessor o Duque de Beja, seu primo, que viria a governar como e que casou depois com Isabel, a viúva do infante Afonso.
Categoria Infantes de Portugal Categoria Casa de Avis Categoria Mortes por acidente de cavalo Categoria Príncipes católicos romanos Categoria Príncipes de Portugal Categoria Herdeiros que nunca subiram ao trono Categoria Naturais de Lisboa Categoria Sepultados no Mosteiro da BatalhaA Ideia Perigosa de Darwin em Portugal ou A Perigosa Ideia de Darwin no Brasil , Darwin s Dangerous Idea no original em inglês, é um livro da autoria de Daniel C. Dennett 1995 que explora os efeitos que a teoria da evolução de Charles Darwin terá produzido no pensamento filosófico ocidental. Segundo o autor, a teoria de Darwin sugere que a vida no planeta Terra foi produzida por um processo algorítmico absolutamente cego, enquanto pensadores da época de Darwin defendiam que só Deus poderia criar todas as coisas concebidas. Através da seleção natural, a concepção e a própria noção de Deus seriam criadas a partir de coisas mais simples. Através da biologia, Darwin teria encontrado uma solução para um problema de filosofia antiga as origens da concepção.
Dennett introduz termos como gruas mecanismos que produzem concepção de baixo para cima sem a necessidade de uma entidade superior e Ganchos Celestes mecanismos que criam concepção por meios milagrosos , colocando-os com um papel preponderante de entre os possíveis mecanismos susceptíveis de criar concepção. Defende também a ideia de que Darwin conseguiu encontrar um processo de concepção que dispensa a existência de uma inteligência superior, baseado na ideia de seleção natural.
Um dos temas discutidos no livro é o adaptacionismo. O autor procura mostrar que os tímpanos de Stephen Jay Gould na realidade não existem e são de facto exaptações. Dennett concede que Stephen Jay Gould chamou a atenção para alguns problemas importantes como o pan-adaptacionismo, mas defende que os darwinistas clássicos nunca foram adaptacionistas e que sempre tomaram em consideração outros factores. Dennett mostra que Stephen Jay Gould não refutou o adaptacionismo. Pelo contrário, deu-lhe mais consistência.
Fundamentalismo darwiniano ou fundamentalismo darwinista é o título de um artigo de Stephen Jay Gould, no qual ele faz uma ávida crítica contra Daniel Dennett e Richard Dawkins, colocando-os como extremistas, ou ultra-darwinistas. Ele critica o livro de Dennett como o manifesto filosófico dos ultras do puro adaptacionismo. Ele afirma que este livro é lido como a caricatura da caricatura. se Richard Dawkins trivializou a riqueza de Darwin ao aderir para a mais estrita forma de argumento adaptacionista num modo maximamente reducionista, então Dennet, como divulgador de Dawkins, consegue converter um imperfeito e improvável relato em numa doutrina ainda mais simplista e inflexível. Se a história, como muitas vezes se nota, refaz grandiosidades em paródias, e se T. H. Huxley de fato agiu como o buldogue de Darwin, então é difícil resistir de pensar em Dennet, no seu livro, como cachorrinho de madame de Dawkins A descrição de fundamentalismo darwiniano é também utilizada por criacionistas para descrever qualquer cientista que defenda a evolução de modo a fazer passar a ideia de que esses cientistas manifestam as mesmas características dos fundamentalistas religiosos, como intolerância, obscurantismo e dogmatismo. Categoria Livros de biologia Categoria Criacionismo Categoria EvoluçãoAgricultura é a prática de cultivar plantas e criar gado. Foi o principal desenvolvimento na ascensão da civilização humana sedentária, por meio da qual o uso de espécies domesticadas criou excedentes de alimentos que permitiram às pessoas viver nas cidades. A história da agricultura começou há milhares de anos. Depois de coletar grãos silvestres por pelo menos 105 mil anos, os primeiros agricultores começaram a plantá-los há cerca de 11,5 mil anos. Animais como porcos, ovelhas e bois foram domesticados há mais de 10 mil anos. As plantas foram cultivadas independentemente em pelo menos onze regiões do mundo. Desde o século XX, no entanto, a agricultura industrial baseada na monocultura em grande escala passou a dominar a produção agrícola, embora cerca de 2 bilhões de pessoas ainda dependiam da agricultura de subsistência. Os principais produtos agrícolas podem ser agrupados em alimentos, fibras, combustíveis e matérias-primas como a borracha . As classes de alimentos incluem cereais grãos , vegetais, frutas, óleos, carnes, leite, ovos e fungos. Mais de um terço dos trabalhadores do mundo estão empregados na agricultura, perdendo apenas para o setor de serviços, embora nas últimas décadas a tendência global de diminuição do número de trabalhadores agrícolas continue, especialmente nos países em desenvolvimento onde a pequena propriedade está sendo superada pela agricultura industrial e pela mecanização, o que traz um enorme aumento no rendimento das culturas agrícolas. A agronomia moderna, o melhoramento de plantas, os agroquímicos, como pesticidas e fertilizantes, e os desenvolvimentos tecnológicos aumentaram drasticamente o rendimento das culturas, mas causaram vastos danos ecológicos e ambientais. A criação seletiva e as práticas modernas na pecuária também aumentaram a produção de carne, mas levantaram preocupações sobre o bem-estar animal e os danos ambientais, como contribuições para o aquecimento global, esgotamento de aquíferos, desmatamento, resistência a antibióticos e outros tipos de poluição agrícola. A agricultura é a causa e é sensível à degradação ambiental, como perda de biodiversidade, desertificação, degradação do solo e aquecimento global, que podem causar diminuições no rendimento das culturas. Organismos geneticamente modificados são amplamente utilizados, embora alguns sejam proibidos em alguns países.
A palavra agricultura é uma adaptação do latim , de campo e cultivo ou crescimento . Embora agricultura geralmente se refere às atividades humanas, certas espécies de formigas, cupins e besouros cultivam culturas há até 60 milhões de anos. A agricultura é definida com escopos variados, em seu sentido mais amplo, usando os recursos naturais para produzir mercadorias que mantêm a vida, incluindo alimentos, fibras, produtos florestais, hortaliças e seus serviços relacionados. Assim definida, inclui a agricultura arvense, a horticultura, a pecuária e a silvicultura, mas a horticultura e a silvicultura são, na prática, muitas vezes excluídas. Também pode ser amplamente decomposto em agricultura de plantas, que diz respeito ao cultivo de plantas úteis, e agricultura animal, a produção de animais agrícolas.
Ficheiro Vavilov-centers updated.jpg miniaturadaimagem upright 1.3 esquerda Centros de origem, numerados por Nikolai Vavilov na década de 1930. A área 3 cinza não é mais reconhecida como centro de origem, e a Nova Guiné área P, laranja foi identificada mais recentemente. O desenvolvimento da agricultura permitiu que a população humana crescesse muitas vezes mais do que poderia ser sustentado pela caça e coleta. A agricultura começou de forma independente em diferentes partes do mundo e incluiu uma gama diversificada de táxons, em pelo menos onze centros de origem independentes. Grãos selvagens foram coletados e comidos há pelo menos 105 mil anos. No Levante paleolítico, há 23 mil anos, o cultivo de cereais de farro, cevada e aveia foi observado perto do mar da Galileia. O arroz foi domesticado na China entre 11.500 e 6.200 a.C. com o cultivo mais antigo conhecido de 5.700 a.C., seguido por feijão mungo, soja e azuki. As ovelhas foram domesticadas na Mesopotâmia entre 13 mil e 11 mil anos atrás. O gado foi domesticado a partir dos auroques selvagens nas áreas da moderna Turquia e Paquistão há cerca de 10,5 mil anos. A domesticação de suínos surgiu na Eurásia, incluindo Europa, Leste Asiático e Sudoeste Asiático, onde o javali foi domesticado pela primeira vez há cerca de 10,5 mil anos. Nos Andes da América do Sul, a batata foi domesticada entre 10 mil e 7 mil anos atrás, junto com feijão, coca, lhamas, alpacas e porquinhos-da-índia. A cana-de-açúcar e alguns tubérculos foram domesticados na Nova Guiné há cerca de 9 mil anos. O sorgo foi domesticado na região do Sahel, na frica, há 7 mil anos. O algodão foi domesticado no Peru há 5,6 mol anos e também foi domesticado independentemente na Eurásia. Na Mesoamérica, o teosinto selvagem foi criado em milho há 6 mil anos. Estudiosos ofereceram várias hipóteses para explicar as origens históricas da agricultura. Estudos sobre a transição de sociedades caçadoras-coletoras para sociedades agrícolas indicam um período inicial de intensificação e aumento do sedentarismo exemplos são a cultura natufiana no Levante e o neolítico chinês primitivo na China. Então, plantas silvestres antes colhidas começaram a ser plantadas e, aos poucos, foram domesticadas.
Modelo em barro e madeira de um carro de bois transportando produtos agrícolas em grandes vasos, Mohenjo-daro. O local foi abandonado no século XIX a.C. Na Eurásia, os sumérios começaram a viver em aldeias por volta de 8000 a.C., contando com os rios Tigre e Eufrates e um sistema de canais para irrigação. Os arados aparecem em pictogramas por volta de 3000 a.C. arados de sementes por volta de 2300 a.C.. Os agricultores cultivavam trigo, cevada, vegetais como lentilhas e cebolas e frutas, incluindo tâmaras, uvas e figos. A agricultura egípcia antiga dependia do rio Nilo e de suas inundações sazonais. A agricultura começou no período pré-dinástico no final do Paleolítico, após 10.000 a.C. As culturas alimentares básicas eram grãos, como trigo e cevada, ao lado de culturas de manufaturas, como linho e papiro. Na ndia, trigo, cevada e jujuba foram domesticados por volta de 9000 a.C., logo seguidos por ovelhas e cabras. Gado, ovelhas e cabras foram domesticados na cultura mergar por 8000-6000 a.C. O algodão foi cultivado pelo V-IV milênio a.C. Evidências arqueológicas indicam um arado puxado por animais de 2500 a.C. na Civilização do Vale do Indo. Na China, a partir do século V a.C. havia um sistema de celeiros em todo o país e uma agricultura de seda generalizada. Moinhos de grãos movidos a água estavam em uso no século I a.C., seguidos pela irrigação. No final do século II, arados pesados foram desenvolvidos com arados de ferro e aivecas. Estes se espalharam para o oeste através da Eurásia. O arroz asiático foi domesticado entre 8,2 mil e 13,5 mil anos atrás dependendo da estimativa do relógio molecular que é usado no Rio das Pérolas no sul da China com uma única origem genética do arroz selvagem Oryza rufipogon. Na Grécia e em Roma, os principais cereais eram trigo, esmeril e cevada, juntamente com vegetais, incluindo ervilhas, feijões e azeitonas. Ovinos e caprinos eram criados principalmente para produtos lácteos. Ficheiro Tomb of Nakht 2 .jpg esquerda miniaturadaimagem upright Cenas agrícolas de debulha, comércio e colheita de grãos com foices, escavação, corte de árvores e aração do antigo Egito. Tumba de Nakht, século XV a.C. Nas Américas, as culturas domesticadas na Mesoamérica além do teosinto incluem abóbora, feijão e cacau. O cacau estava sendo domesticado pela cultura mayo-chinchipe do alto Amazonas por volta de 3000 a.C. O peru provavelmente foi domesticado no atual México ou no sudoeste dos Estados Unidos. Os astecas desenvolveram sistemas de irrigação, formaram encostas em terraços, fertilizaram seu solo e desenvolveram chinampas ou ilhas artificiais. Os maias usaram extensos canais e sistemas de campo elevados para cultivar pântanos de 400 a.C. A coca foi domesticada nos Andes, assim como o amendoim, o tomate, o tabaco e o abacaxi. O algodão foi domesticado no Peru por volta de 3.600 a.C. Animais como lhamas, alpacas e porquinhos-da-índia também foram domesticados lá. Na América do Norte, os povos indígenas orientais domesticaram culturas como girassol, tabaco, abóbora e Chenopodium. Alimentos selvagens, incluindo arroz selvagem e açúcar de bordo, eram colhidos. O morango domesticado é um híbrido de uma espécie chilena e norte-americana, desenvolvida por cruzamentos na Europa e na América do Norte. Os povos indígenas do Sudoeste e do Noroeste do Pacífico praticavam a jardinagem florestal e a agricultura com varas de fogo. Os nativos controlavam o fogo em escala regional para criar uma ecologia de fogo de baixa intensidade que sustentava uma agricultura de baixa densidade em rotação solta uma espécie de permacultura selvagem. Um sistema de plantio companheiro chamado Três Irmãs foi desenvolvido na América do Norte. As três culturas eram abobrinha, milho e feijão. Os indígenas australianos, há muito tempo considerados como caçadores-coletores nômades, praticavam queimadas sistemáticas possivelmente para aumentar a produtividade natural na agricultura com varas de fogo. Estudiosos apontaram que os caçadores-coletores precisam de um ambiente produtivo para apoiar a coleta sem cultivo. Como as florestas da Nova Guiné têm poucas plantas alimentícias, os primeiros humanos podem ter usado queimadas seletivas para aumentar a produtividade das árvores frutíferas selvagens de karuka para sustentar o modo de vida caçador-coletor. Os gunditjmara e outros grupos desenvolveram sistemas de criação de enguias e captura de peixes há cerca de 5 mil anos. Há evidências de intensificação em todo o continente durante esse período. Em duas regiões da Austrália, a costa centro-oeste e centro-leste, os primeiros agricultores cultivavam inhame, milheto nativo e cebolas do mato, possivelmente em assentamentos permanentes.
Ficheiro Crescenzi calendar.jpg miniaturadaimagem Calendário agrícola, c. 1470, de um manuscrito de Pietro de Crescenzi Na Idade Média, em comparação com o período romano, a agricultura na Europa Ocidental tornou-se mais voltada para a autossuficiência. A população agrícola sob o sistema do feudalismo era tipicamente organizada em senhorias que consistiam em várias centenas de acres de terra presidida por um senhor feudal com uma igreja católica romana e um padre. Graças ao intercâmbio com o Al-Andalus, onde a revolução agrícola árabe estava em curso, a agricultura europeia se transformou com técnicas aprimoradas e a difusão de plantas agrícolas, como a introdução de açúcar, arroz, algodão e árvores frutíferas como a laranja . Depois de 1492, a troca colombiana trouxe para a Europa culturas do Novo Mundo, como milho, batata, tomate, batata-doce e mandioca, e culturas do Velho Mundo, como trigo, cevada, arroz e nabos, além do gado incluindo cavalos, gado, ovelhas e cabras para as Américas. A irrigação, a rotação de culturas e os fertilizantes avançaram a partir do século XVII com a Revolução Agrícola Britânica, permitindo que a população global aumentasse significativamente. Desde 1900, a agricultura nas nações desenvolvidas e, em menor grau, no mundo em desenvolvimento, tem passado por grandes aumentos na produtividade à medida que a mecanização substitui o trabalho humano e auxiliada por fertilizantes sintéticos, pesticidas e reprodução seletiva. O método Haber-Bosch permitiu a síntese de fertilizante de nitrato de amônio em escala industrial, aumentando consideravelmente o rendimento das colheitas e sustentando um aumento adicional da população global. A agricultura moderna levantou ou encontrou questões ecológicas, políticas e econômicas, incluindo poluição da água, biocombustíveis, organismos geneticamente modificados, tarifas e subsídios agrícolas, levando a abordagens alternativas. Na década de 1930, houve o Dust Bowl nos Estados Unidos com consequências trágicas para a economia local.
Ficheiro Unload wheat by the combine Claas Lexion 584.jpg miniaturadaimagem esquerda Colheita de trigo com ceifeira-debulhadora acompanhada de trator e reboque A pastorícia envolve o manejo de animais domesticados. No caso do pastoreio nômade, os rebanhos de gado são movidos de um lugar para outro em busca de pastagem, forragem e água. Este tipo de agricultura é praticado principalmente em regiões áridas e semi-áridas do Saara, sia Central e algumas partes da ndia. No cultivo itinerante, uma pequena área de floresta é desmatada cortando e queimando as árvores ali existentes. A terra desmatada é usada para o cultivo por alguns anos até que o solo se torne muito infértil e a área seja abandonada. Outro pedaço de terra então é selecionado e o processo é repetido. Este tipo de agricultura é praticado principalmente em áreas com chuvas abundantes onde a floresta se regenera rapidamente. Essa prática é usada no nordeste da ndia, no sudeste da sia e na Bacia Amazônica. Ficheiro Manuring a vegetable garden.jpg miniaturadaimagem Homem espalhando estrume à mão na Zâmbia A agricultura de subsistência é praticada apenas para satisfazer as necessidades familiares ou locais, com pouca sobra para ser transportada para outros lugares. intensamente praticada nas áreas de monções da sia e no Sudeste Asiático. Estima-se que 2,5 bilhões de agricultores de subsistência trabalharam em 2018 em todo o mundo, cultivando cerca de 60 das terras aráveis do planeta. A agricultura intensiva é o cultivo para maximizar a produtividade, com baixo índice de pousio e alto uso de insumos, como água, fertilizantes, pesticidas e automação. praticado principalmente em países desenvolvidos.
Ficheiro Farm in Hainan 01.jpg miniaturadaimagem esquerda A China tem a maior produção agrícola do mundo A partir do século XX, a agricultura intensiva aumentou a produtividade das lavouras. Substituiu a mão de obra por fertilizantes sintéticos e pesticidas, mas causou aumento da poluição da água e muitas vezes envolveu subsídios agrícolas. Nos últimos anos, houve uma reação contra os efeitos ambientais da agricultura convencional, resultando nos movimentos de agricultura orgânica, regenerativa e sustentável. Uma das principais forças por trás desse movimento foi a União Europeia, que primeiro certificou alimentos orgânicos em 1991 e iniciou a reforma de sua Política Agrícola Comum PAC em 2005 para eliminar gradualmente os subsídios agrícolas vinculados a commodities, também conhecido como dissociação. O crescimento da agricultura orgânica renovou a pesquisa em tecnologias alternativas, como manejo integrado de pragas, criação seletiva e agricultura em ambiente controlado. Recentes desenvolvimentos tecnológicos dominantes incluem alimentos geneticamente modificados. A demanda por cultivos de biocombustíveis não alimentares, o desenvolvimento de antigas terras agrícolas, o aumento dos custos de transporte, as mudanças climáticas, a crescente demanda do consumidor na China e na ndia e o crescimento populacional estão ameaçando a segurança alimentar em muitas partes do mundo. O Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola postula que um aumento da agricultura familiar pode ser parte da solução para as preocupações com os preços dos alimentos e a segurança alimentar em geral, dada a experiência favorável do Vietnã. A degradação do solo e doenças como a ferrugem do caule são as principais preocupações em todo o mundo aproximadamente 40 das terras agrícolas do mundo estão seriamente degradadas. Em 2015, a produção agrícola da China era a maior do mundo, seguida pela União Europeia, ndia e Estados Unidos. Os economistas medem a produtividade total dos fatores da agricultura e, por essa medida, a agricultura estadunidense é aproximadamente 1,7 vezes mais produtivo do que era em 1948.
Ficheiro Transition from agriculture to developed economy.svg miniaturadaimagem Na teoria dos três setores, a proporção de pessoas que trabalham na agricultura barra verde em cada grupo cai à medida que a economia se torna mais desenvolvida. Seguindo a teoria dos três setores, o número de pessoas empregadas na agricultura e outras atividades primárias como a pesca pode ser superior a 80 nos países menos desenvolvidos e inferior a 2 nos países mais desenvolvidos. Desde a Revolução Industrial, muitos países fizeram a transição para economias desenvolvidas e, como consequência, a proporção de pessoas que trabalham na agricultura tem caído constantemente. Por exemplo, durante o século XVI na Europa, entre 55 e 75 da população se dedicava à agricultura no século XIX, esse número caiu para entre 35 e 65 . Nos mesmos países hoje, o número é inferior a 10 . No início do século XXI, cerca de um bilhão de pessoas, ou mais de 1 3 da força de trabalho disponível no planeta, estavam empregadas na agricultura. O setor constitui aproximadamente 70 do trabalho infantil e, em muitos países, emprega a maior porcentagem de mulheres do que qualquer outro setor da economia. O setor de serviços ultrapassou o setor agrícola como o maior empregador global em 2007.
Ficheiro Ford Tractor with ROPS bar fitted.JPG esquerda miniaturadaimagem Barra de proteção contra capotamento adaptada a um trator Fordson de meados do século XX A agricultura continua sendo uma indústria perigosa e os agricultores em todo o mundo continuam em alto risco de lesões relacionadas ao trabalho, doenças pulmonares, perda auditiva induzida por ruído, doenças de pele, bem como certos tipos de câncer relacionados ao uso de produtos químicos e exposição prolongada ao sol. Em fazendas industrializadas, as lesões frequentemente envolvem o uso de máquinas agrícolas e uma causa comum de lesões agrícolas fatais em países desenvolvidos são capotamentos de tratores. Pesticidas e outros produtos químicos usados na agricultura podem ser perigosos para a saúde dos trabalhadores que podem adoecer ou ter filhos com defeitos congênitos. Como uma indústria em que as famílias geralmente compartilham o trabalho e vivem na própria fazenda, famílias inteiras podem estar em risco de lesões, doenças e morte. Crianças com idades entre 0 e 6 anos podem ser especialmente vulneráveis na agricultura causas comuns de lesões fatais entre jovens trabalhadores agrícolas incluem afogamento e acidentes com máquinas e veículos. A Organização Internacional do Trabalho considera a agricultura um dos setores econômicos mais perigosos da economia. Estima-se que o número anual de mortes relacionadas ao trabalho agrícola seja de pelo menos 170 mil, o dobro da taxa média de outros empregos. Além disso, as incidências de morte, lesões e doenças relacionadas às atividades agrícolas muitas vezes não são relatadas. A organização desenvolveu a Convenção de Segurança e Saúde na Agricultura de 2001, que cobre a gama de riscos na ocupação agrícola, a prevenção desses riscos e o papel que indivíduos e organizações envolvidas na agricultura devem desempenhar. Nos Estados Unidos, a agricultura foi identificada pelo Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional como um setor industrial prioritário na Agenda Nacional de Pesquisa Ocupacional para identificar e fornecer estratégias de intervenção para questões de saúde e segurança ocupacional. Na União Europeia, a Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho emitiu diretrizes de saúde e segurança na agricultura, pecuária, horticultura e silvicultura. O Conselho de Saúde e Segurança Agrícola da América ASHCA, sigla em inglês também realiza uma cúpula anual para discutir a segurança.
A produção geral varia de acordo com o país, conforme listado abaixo Valor da produção agrícola por país, 2016 Maiores produtores agrícolas 2016 País Produção em bilhões de dólares 1 229 358 349 327 165 137 87 70 66 Fonte
Ficheiro An example of slash and burn agriculture practice Thailand.jpg esquerda miniaturadaimagem Queimada de cultivo itinerante, Tailândia Os sistemas de cultivo variam entre as fazendas dependendo dos recursos e restrições disponíveis geografia e clima da fazenda política do governo pressões econômicas, sociais e políticas e a filosofia e cultura do agricultor. O cultivo itinerante ou queimada é um sistema no qual as florestas são queimadas, liberando nutrientes para apoiar o cultivo de culturas anuais e depois perenes por um período de vários anos. Em seguida, a parcela é deixada em pousio para replantar a floresta e o agricultor se muda para uma nova parcela de terra, retornando depois de muitos anos 10-20 anos . Este período de pousio é encurtado se a densidade populacional aumenta, exigindo a entrada de nutrientes fertilizante ou esterco e algum controle manual de pragas. O cultivo anual é a próxima fase de intensidade em que não há período de pousio. Isso requer ainda mais nutrientes e insumos de controle de pragas. Ficheiro Intercropping coconut n Tagetes erecta.jpg miniaturadaimagem Interplantação de coco e calêndula, México A industrialização posterior levou ao uso de monoculturas, quando uma cultivar é plantada em uma grande área. Devido à baixa biodiversidade, o uso de nutrientes é uniforme e as pragas tendem a se acumular, necessitando de maior uso de pesticidas e fertilizantes. O cultivo múltiplo, no qual várias culturas são cultivadas sequencialmente em um ano, e o interplantação, quando várias culturas são cultivadas ao mesmo tempo, são outros tipos de sistemas de cultivo anual conhecidos como policulturas. Em ambientes subtropicais e áridos, o tempo e a extensão da agricultura podem ser limitados pelas chuvas, não permitindo múltiplas colheitas anuais em um ano ou exigindo irrigação. Em todos esses ambientes são cultivadas culturas perenes café, chocolate e são praticados sistemas como o agroflorestal. Em ambientes temperados, onde os ecossistemas eram predominantemente pastagens ou pradarias, a agricultura anual altamente produtiva é o sistema agrícola dominante. Categorias importantes de culturas alimentares incluem cereais, leguminosas, forragens, frutas e legumes. As fibras naturais incluem algodão, lã, cânhamo, seda e linho. Culturas específicas são cultivadas em regiões de cultivo distintas em todo o mundo. A produção está listada em milhões de toneladas métricas, com base nas estimativas da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura FAO . Principais produtos agrícolas, por culturas individuais milhões de toneladas dados de 2011 Cana-de-açúcar 1794 Milho 883 Arroz 722 Trigo 704 Batata 374 Beterraba sacarina 271 Soja 260 Mandioca 252 Tomate 159 Cevada 134 Fonte Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
Ficheiro Hog confinement barn interior.jpg esquerda miniaturadaimagem Porcos de criação intensiva A pecuária é a criação e criação de animais para carne, leite, ovos ou lã, e para trabalho e transporte. Animais de trabalho, incluindo cavalos, mulas, bois, búfalos, camelos, lhamas, alpacas, burros e cães, são usados há séculos para ajudar a cultivar campos, colheitas, disputar outros animais e transportar produtos agrícolas até seus compradores. Os sistemas de produção pecuária podem ser definidos com base na fonte de alimentação, como pastagem, misto e sem terra. Em 2010, 30 da área livre de gelo e água da Terra era usada para a produção de gado, com o setor empregando aproximadamente 1,3 bilhão de pessoas. Entre as décadas de 1960 e 2000, houve um aumento significativo da produção pecuária, tanto em número quanto em peso de carcaça, principalmente entre bovinos, suínos e frangos, que tiveram a produção aumentada em quase um fator de 10. Animais não voltados para consumo de carne, como vacas leiteiras e galinhas produtoras de ovos, também apresentaram aumentos significativos na produção. Espera-se que as populações globais de bovinos, ovinos e caprinos continuem a aumentar acentuadamente até 2050. A aquacultura ou piscicultura, a produção de pescado para consumo humano em operações confinadas, é um dos setores de produção de alimentos que mais cresce, crescendo em média 9 ao ano entre 1975 e 2007. Durante a segunda metade do século XX, os produtores que utilizaram a criação seletiva concentraram-se na criação de raças de gado e mestiços que aumentassem a produção, ignorando principalmente a necessidade de preservar a diversidade genética. Esta tendência levou a uma diminuição significativa na diversidade genética e recursos entre as raças de gado, levando a uma diminuição correspondente na resistência a doenças e adaptações locais anteriormente encontradas entre as raças tradicionais. Criação intensiva de galinhas para carne em um aviário A produção pecuária baseada em pastagens depende de material vegetal, como matagal e pastagens para alimentar animais ruminantes. No entanto, insumos externos podem ser usados e o estrume é devolvido diretamente ao pasto como uma importante fonte de nutrientes. Este sistema é particularmente importante em áreas onde a produção agrícola não é viável devido ao clima ou solo, representando 30 a 40 milhões de pastores. Os sistemas de produção mistos utilizam pastagens, culturas forrageiras e culturas de cereais como ração para gado ruminante e monogástrico um estômago principalmente galinhas e porcos . O estrume é normalmente reciclado em sistemas mistos como fertilizante para as culturas. Os sistemas sem terra dependem da alimentação de fora da fazenda, representando a desvinculação da produção agrícola e pecuária encontrada mais predominantemente nos países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Os fertilizantes sintéticos são mais utilizados para a produção agrícola e o uso de estrume torna-se um desafio, bem como uma fonte de poluição. Os países industrializados usam essas operações para produzir grande parte do suprimento global de aves e suínos. Os cientistas estimam que 75 do crescimento da produção pecuária entre 2003 e 2030 será em operações de alimentação de animais confinados, às vezes chamadas de criação industrial. Grande parte desse crescimento está acontecendo em países em desenvolvimento na sia, com quantidades muito menores de crescimento na frica. Algumas das práticas utilizadas na produção pecuária comercial, incluindo o uso de hormônios de crescimento, são controversas.
Ficheiro Fendt Tractor Ripping up Kulin.jpg esquerda miniaturadaimagem Máquina agrícola lavrando um campo arável A lavoura é a prática de quebrar o solo com ferramentas como o arado ou a grade para preparar o plantio, a incorporação de nutrientes ou o controle de pragas. O preparo do solo varia em intensidade do convencional ao plantio direto. Pode melhorar a produtividade aquecendo o solo, incorporando fertilizantes e controlando ervas daninhas, mas também torna o solo mais propenso à erosão, desencadeia a decomposição de matéria orgânica liberando CO e reduz a abundância e diversidade de organismos do solo. O controle de pragas inclui o manejo de ervas daninhas, insetos, ácaros e doenças. São utilizadas práticas químicas pesticidas , biológicas biocontrole , mecânicas cultivo e culturais. As práticas culturais incluem rotação de culturas, abate, culturas de cobertura, cultivo intercalar, compostagem, prevenção e resistência. O manejo integrado de pragas tenta usar todos esses métodos para manter as populações de pragas abaixo do número que causaria perda econômica e recomenda pesticidas como último recurso. O manejo de nutrientes inclui tanto a fonte de insumos de nutrientes para a produção agrícola e pecuária, quanto o método de uso do esterco produzido pelo gado. As entradas de nutrientes podem ser fertilizantes químicos inorgânicos, esterco, adubo verde, composto e minerais. O uso de nutrientes das culturas também pode ser gerenciado usando técnicas culturais, como rotação de culturas ou período de pousio. O estrume é usado tanto para a criação de gado onde a cultura alimentar está crescendo, como por pastagens rotativas intensivas manejadas, quanto pela aplicação de formulações secas ou líquidas de estrume em terras agrícolas ou pastagens. Ficheiro PivotWithDrops.JPG miniaturadaimagem Um sistema de irrigação por pivô central A gestão da água é necessária onde a precipitação é insuficiente ou variável, o que ocorre em algum grau na maioria das regiões do mundo. Alguns agricultores usam irrigação para complementar a chuva. Em outras áreas, como as Grandes Planícies nos Estados Unidos e Canadá, os agricultores usam um ano de pousio para conservar a umidade do solo para usar no cultivo de uma plantação no ano seguinte. A agricultura representa 70 do uso de água doce em todo o mundo. De acordo com um relatório do International Food Policy Research Institute, as tecnologias agrícolas terão o maior impacto na produção de alimentos se adotadas em combinação umas com as outras usando um modelo que avaliou como onze tecnologias poderiam impactar a produtividade agrícola, a segurança alimentar e o comércio até 2050, o International Food Policy Research Institute descobriu que o número de pessoas em risco de fome poderia ser reduzido em até 40 e os preços dos alimentos poderiam ser reduzidos quase pela metade. O pagamento por serviços ecossistêmicos é um método de fornecer incentivos adicionais para incentivar os agricultores a conservar alguns aspectos do meio ambiente. As medidas podem incluir o pagamento de reflorestamento a montante de uma cidade, para melhorar o abastecimento de água doce.
Ficheiro Winnowing The Grain, Axum, Ethiopia Detail 3157508890 .jpg miniaturadaimagem Joeirando grãos o aquecimento global provavelmente prejudicará o rendimento das colheitas em países de baixa latitude como a Etiópia. As mudanças climáticas e a agricultura estão inter-relacionadas em escala global. O aquecimento global afeta a agricultura por meio de mudanças nas temperaturas médias, chuvas e extremos climáticos como tempestades e ondas de calor mudanças em pragas e doenças mudanças nas concentrações atmosféricas de dióxido de carbono e ozônio troposférico alterações na qualidade nutricional de alguns alimentos e mudanças no nível do mar. O aquecimento global já está afetando a agricultura, com efeitos distribuídos de forma desigual pelo mundo. As mudanças climáticas futuras provavelmente afetarão negativamente a produção agrícola em países de baixa latitude, enquanto os efeitos nas latitudes do norte podem ser positivos ou negativos. O aquecimento global provavelmente aumentará o risco de insegurança alimentar para alguns grupos vulneráveis, como os pobres.
Ficheiro Wheat selection k10183-1.jpg esquerda miniaturadaimagem Cultivar de trigo tolerante a alta salinidade esquerda em comparação com variedade não tolerante A alteração de culturas é praticada pela humanidade há milhares de anos, desde o início da civilização. A alteração de culturas por meio de práticas de reprodução altera a composição genética de uma planta para desenvolver culturas com características mais benéficas para os seres humanos, por exemplo, frutos ou sementes maiores, tolerância à seca ou resistência a pragas. Avanços significativos no melhoramento de plantas ocorreram após o trabalho do geneticista Gregor Mendel. Seu trabalho sobre alelos dominantes e recessivos, embora inicialmente amplamente ignorado por quase 50 anos, deu aos criadores de plantas uma melhor compreensão da genética e das técnicas de reprodução. O melhoramento de culturas inclui técnicas como seleção de plantas com características desejáveis, autopolinização e polinização cruzada, e técnicas moleculares que modificam geneticamente o organismo. A domesticação de plantas, ao longo dos séculos, aumentou o rendimento, melhorou a resistência a doenças e a tolerância à seca, facilitou a colheita e melhorou o sabor e o valor nutricional das plantas cultivadas, o que acarretou em enormes efeitos sobre as características das plantas cultivadas que, nas décadas de 1920 e 1930, melhoraram as pastagens gramas e trevos na Nova Zelândia. Extensos esforços de mutagênese induzida por raios X e ultravioleta ou seja, engenharia genética primitiva durante a década de 1950 produziram as variedades comerciais modernas de grãos, como trigo, milho milho e cevada. Mudas em uma casa verde. Isto é o que parece quando as mudas estão crescendo a partir do melhoramento de plantas A Revolução Verde popularizou o uso da hibridização convencional para aumentar drasticamente o rendimento, criando variedades de alto rendimento. Por exemplo, os rendimentos médios de milho nos Estados Unidos aumentaram de cerca de 2,5 toneladas por hectare t ha em 1900 para cerca de 9,4 t ha em 2001. Da mesma forma, a produtividade média mundial de trigo aumentou de menos de 1 t ha em 1900 para mais de 2,5 t ha em 1990. Os rendimentos médios de trigo na América do Sul estão em torno de 2 t ha, na frica abaixo de 1 t ha, e no Egito e Arábia até 3,5 a 4 t ha com irrigação. Em contraste, o rendimento médio de trigo em países como a França é superior a 8 t ha. As variações nos rendimentos devem-se principalmente à variação climática, genética e ao nível de técnicas agrícolas intensivas uso de fertilizantes, controle químico de pragas, controle de crescimento para evitar o acamamento .
Ficheiro CSIRO ScienceImage 382 Genetically Modified Potatoes.jpg miniaturadaimagem Plantas de batata geneticamente modificadas esquerda resistem a doenças virais que danificam plantas não modificadas direita . Organismos geneticamente modificados OGM são organismos cujo material genético foi alterado por técnicas de engenharia genética geralmente conhecidas como tecnologia de DNA recombinante. A engenharia genética expandiu os genes disponíveis para os criadores usarem na criação de linhas germinativas desejadas para novas culturas. Maior durabilidade, conteúdo nutricional, resistência a insetos e vírus e tolerância a herbicidas são alguns dos atributos criados em culturas por meio de engenharia genética. Para alguns, as culturas de OGM causam preocupações com a segurança alimentar e a rotulagem dos alimentos. Vários países impuseram restrições à produção, importação ou uso de alimentos e culturas OGM. Atualmente um tratado global, o Protocolo de Cartagena, regulamenta o comércio de OGMs. Há uma discussão em andamento sobre a rotulagem de alimentos feitos de OGMs e, embora a União Europeia atualmente exija que todos os alimentos OGMs sejam rotulados, os Estados Unidos não. Sementes resistentes a herbicidas têm um gene implantado em seu genoma que permite que as plantas tolerem a exposição a herbicidas, incluindo o glifosato. Essas sementes permitem que o agricultor cultive uma cultura que pode ser pulverizada com herbicidas para controlar ervas daninhas sem prejudicar as plantas. Culturas tolerantes a herbicidas são usadas por agricultores em todo o mundo. Com o aumento do uso de culturas tolerantes a herbicidas, vem um aumento no uso de pulverizações de herbicidas à base de glifosato. Em algumas áreas, ervas daninhas resistentes ao glifosato se desenvolveram, fazendo com que os agricultores mudassem para outros herbicidas. Alguns estudos também vinculam o uso generalizado de glifosato a deficiências de ferro em algumas culturas, o que é tanto uma preocupação de produção quanto de qualidade nutricional, com potenciais implicações econômicas e de saúde. Outros cultivos transgênicos usados pelos produtores incluem cultivos resistentes a insetos, que possuem um gene da bactéria do solo Bacillus thuringiensis Bt , que produz uma toxina específica para insetos. Essas culturas resistem a danos por insetos. Alguns acreditam que características semelhantes ou melhores de resistência a pragas podem ser adquiridas por meio de práticas tradicionais de reprodução e a resistência a várias pragas pode ser obtida por meio de hibridização ou polinização cruzada com espécies selvagens. Em alguns casos, as espécies selvagens são a principal fonte de características de resistência algumas cultivares de tomateiro que ganharam resistência a pelo menos 19 doenças o fizeram através do cruzamento com populações selvagens de tomateiro.
Ficheiro Water pollution in the Wairarapa.JPG esquerda upright miniaturadaimagem Poluição da água em um córrego rural devido ao escoamento da atividade agrícola na Nova Zelândia A agricultura é tanto causadora quanto sensível à degradação ambiental, como perda de biodiversidade, desertificação, degradação do solo e aquecimento global, que causam diminuição no rendimento das culturas. A agricultura é um dos mais importantes impulsionadores de pressões ambientais, particularmente mudanças de habitat, mudanças climáticas, uso da água e emissões tóxicas. A agricultura é a principal fonte de toxinas liberadas no meio ambiente, incluindo inseticidas, principalmente os utilizados no algodão. O relatório de Economia Verde do PNUMA de 2011 afirmou que as operações agrícolas produziram cerca de 13 das emissões antropogênicas globais de gases de efeito estufa. Isso inclui gases do uso de fertilizantes inorgânicos, pesticidas agroquímicos e herbicidas, bem como insumos de energia de combustível fóssil. A agricultura impõe múltiplos custos externos à sociedade por meio de efeitos como danos causados por pesticidas à natureza especialmente herbicidas e inseticidas , escoamento de nutrientes, uso excessivo de água e perda do ambiente natural. Uma avaliação da agricultura no Reino Unido em 2000 determinou os custos externos totais para 1996 de 2.343 milhões de libras esterlinas, ou 208 libras por hectare. Uma análise de 2005 desses custos nos Estados Unidos concluiu que as terras agrícolas impõem aproximadamente 5 bilhões a 16 bilhões de dólares 30 a 96 dólares por hectare , enquanto a produção pecuária impõe 714 milhões de dólares. Ambos os estudos, que se concentraram apenas nos impactos fiscais, concluíram que mais deve ser feito para internalizar os custos externos. Nenhum deles incluiu subsídios em sua análise, mas observaram que os subsídios também influenciam o custo da agricultura para a sociedade. A agricultura procura aumentar o rendimento e reduzir os custos. A produtividade aumenta com insumos como fertilizantes e remoção de patógenos, predadores e competidores como ervas daninhas . Os custos diminuem com o aumento da escala das unidades agrícolas, como aumentar os campos, o que significa remover sebes, valas e outras áreas de habitat. Os pesticidas matam insetos, plantas e fungos. Essas e outras medidas reduziram a biodiversidade a níveis muito baixos em terras cultivadas intensivamente. Os rendimentos efetivos caem com as perdas na fazenda, que podem ser causadas por más práticas de produção durante a colheita, manuseio e armazenamento.
Ficheiro Biogas.jpg miniaturadaimagem O digestor anaeróbico de curral converte resíduos vegetais e estrume do gado em combustível de biogás. Um alto funcionário da ONU, Henning Steinfeld, disse que o gado é um dos contribuintes mais significativos para os problemas ambientais mais sérios de hoje. A pecuária ocupa 70 de todas as terras utilizadas para a agricultura, ou 30 da superfície terrestre do planeta. uma das maiores fontes de gases de efeito estufa, responsável por 18 das emissões mundiais, medidos em equivalentes de CO2. Em comparação, todos os transportes emitem 13,5 do CO2. A pecuária produz 65 do óxido nitroso relacionado ao homem que tem 296 vezes o potencial de aquecimento global do CO2 e 37 de todo o metano induzido pelo homem que é 23 vezes mais aquecido que o CO2 . Também gera 64 da emissão de amônia. A expansão da pecuária é citada como um fator chave que impulsiona o desmatamento na bacia amazônica, 70 da área anteriormente florestada agora é ocupada por pastagens e o restante é usado para alimentação animal. Por meio do desmatamento e da degradação da terra, a pecuária também está promovendo reduções na biodiversidade. Além disso, o PNUMA afirma que as emissões de metano da pecuária global devem aumentar em 60 até 2030 sob as práticas e padrões de consumo atuais .
Ficheiro Crops Kansas AST 20010624.jpg esquerda miniaturadaimagem Campos de cultivo irrigados circulares no Kansas, Estados Unidos. As colheitas saudáveis e crescentes de milho e sorgo são verdes o sorgo pode ser um pouco mais pálido . O trigo é dourado. Campos marrons foram recentemente colhidos e arados ou ficaram em pousio durante o ano. A transformação da terra, o uso da terra para produzir bens e serviços, é a forma mais substancial pela qual os humanos alteram os ecossistemas da Terra e é a força motriz que causa a perda de biodiversidade. As estimativas da quantidade de terra transformada por humanos variam de 39 a 50 . Estima-se que a degradação da terra, o declínio de longo prazo na função e produtividade do ecossistema, esteja ocorrendo em 24 da terra em todo o mundo, com terras agrícolas super-representadas. A gestão da terra é o fator determinante da degradação 1,5 bilhão de pessoas dependem da terra em degradação. A degradação pode ser por desmatamento, desertificação, erosão do solo, esgotamento mineral, acidificação ou salinização. A eutrofização, o enriquecimento excessivo de nutrientes nos ecossistemas aquáticos, resultando em proliferação de algas e anoxia, leva à morte de peixes, perda de biodiversidade e torna a água imprópria para consumo e outros usos industriais. A fertilização excessiva e a aplicação de estrume nas terras agrícolas, bem como as altas densidades de criação de gado, provocam o escoamento e a lixiviação de nutrientes principalmente azoto e fósforo das terras agrícolas. Esses nutrientes são os principais poluentes difusos que contribuem para a eutrofização dos ecossistemas aquáticos e a poluição das águas subterrâneas, com efeitos nocivos para as populações humanas. Os fertilizantes também reduzem a biodiversidade terrestre ao aumentar a competição por luz, favorecendo as espécies que podem se beneficiar dos nutrientes adicionados. A agricultura é responsável por 70 das retiradas de recursos de água doce. A agricultura é uma grande fonte de água dos aquíferos e atualmente extrai dessas fontes de água subterrâneas a uma taxa insustentável. Há muito se sabe que os aquíferos em áreas tão diversas quanto o norte da China, o Alto Ganges e o oeste dos EUA estão sendo esgotados, e novas pesquisas estendem esses problemas aos aquíferos do Irã, México e Arábia Saudita. Uma crescente pressão está sendo colocada sobre os recursos hídricos pela indústria e áreas urbanas, o que significa que a escassez de água está aumentando e a agricultura enfrenta o desafio de produzir mais alimentos para a crescente população mundial com recursos hídricos reduzidos. O uso agrícola da água também pode causar grandes problemas ambientais, incluindo a destruição de zonas úmidas naturais, a disseminação de doenças transmitidas pela água e a degradação da terra por meio da salinização e alagamentos, quando a irrigação é realizada incorretamente.
Ficheiro Crop spraying near St Mary Bourne - geograph.org.uk - 392462.jpg miniaturadaimagem Pulverização de uma cultura agrícola com um pesticida O uso de pesticidas aumentou desde 1950 para 2,5 milhões de toneladas anualmente em todo o mundo, mas a perda de colheita por pragas permaneceu relativamente constante. A Organização Mundial da Saúde estimou em 1992 que três milhões de intoxicações por agrotóxicos ocorrem anualmente, causando 220 mil mortes. Os pesticidas selecionam a resistência a pesticidas na população de pragas, levando a uma condição denominada esteira de pesticidas, na qual a resistência a pragas garante o desenvolvimento de um novo pesticida. Um argumento alternativo é que a maneira de salvar o meio ambiente e prevenir a fome é usando pesticidas e agricultura intensiva de alto rendimento, uma visão exemplificada por uma citação do site do Center for Global Food Issues Crescer mais por acre deixa mais terra para natureza . No entanto, os críticos argumentam que um trade-off entre o meio ambiente e a necessidade de alimentos não é inevitável e que os pesticidas simplesmente substituem as boas práticas agronômicas, como a rotação de culturas.
A agricultura, e em particular a pecuária, é responsável pelas emissões de gases de efeito estufa, como CO2 e metano, e pela futura infertilidade da terra e pelo deslocamento da vida selvagem. A agricultura contribui para a mudança climática por meio de emissões antrópicas de gases de efeito estufa e pela conversão de terras não agrícolas, como florestas, para uso agrícola. A agricultura, a silvicultura e as mudanças no uso da terra contribuíram com cerca de 20 a 25 para as emissões globais anuais em 2010. Uma série de políticas pode reduzir o risco de impactos negativos das mudanças climáticas na agricultura, e as emissões de gases de efeito estufa do setor agrícola.
Ficheiro TerracesBuffers.JPG miniaturadaimagem upright esquerda Terraços, lavoura de conservação e tampões de conservação reduzem a erosão do solo e a poluição da água nesta fazenda em Iowa, Estados Unidos. Os métodos agrícolas atuais resultaram em recursos hídricos sobrecarregados, altos níveis de erosão e redução da fertilidade do solo. Não há água suficiente para continuar a agricultura usando as práticas atuais portanto, com recursos críticos de água, o uso de terra e ecossistemas para aumentar a produtividade das culturas deve ser algo a ser reconsiderado. Uma solução seria dar valor aos ecossistemas, reconhecendo as compensações ambientais e de subsistência e equilibrando os direitos de uma variedade de usuários e interesses. As iniquidades resultantes da adoção de tais medidas precisariam ser abordadas, como a realocação de água de pobres para ricos, a limpeza de terras para dar lugar a terras agrícolas mais produtivas ou a preservação de um sistema de zonas úmidas que limita os direitos de pesca. Os avanços tecnológicos ajudam a fornecer aos agricultores ferramentas e recursos para tornar a agricultura mais sustentável. A tecnologia permite inovações como a lavoura de conservação, um processo agrícola que ajuda a prevenir a perda de terra por erosão, reduz a poluição da água e aumenta o sequestro de carbono. Outras práticas potenciais incluem agricultura de conservação, agrossilvicultura, pastoreio melhorado, conversão evitada de pastagens e biocarvão. As práticas atuais de monoculturas nos Estados Unidos impedem a adoção generalizada de práticas sustentáveis, como rotações de 2-3 culturas que incorporam grama ou feno com culturas anuais, a menos que metas de emissões negativas, como o sequestro de carbono do solo, se tornem políticas públicas. O International Food Policy Research Institute afirma que as tecnologias agrícolas terão o maior impacto na produção de alimentos se adotadas em conjunto usando um modelo que avaliou como onze tecnologias poderiam impactar a produtividade agrícola, a segurança alimentar e o comércio até 2050, o instituto descobriu que o número de pessoas em risco de fome poderia ser reduzido em até 40 e os preços dos alimentos poderiam ser reduzidos quase pela metade. A demanda de alimentos da população projetada da Terra, com as atuais previsões de mudanças climáticas, poderia ser satisfeita com a melhoria dos métodos agrícolas, expansão das áreas agrícolas e uma mentalidade de consumo orientada para a sustentabilidade.
Ficheiro Baumwoll-Erntemaschine auf Feld.jpeg miniaturadaimagem Agricultura mecanizada desde os primeiros modelos na década de 1940, ferramentas como a colheitadeira de algodão podiam substituir 50 trabalhadores agrícolas, ao preço do aumento do uso de combustível fóssil. Desde a década de 1940, a produtividade agrícola aumentou dramaticamente, em grande parte devido ao aumento do uso de mecanização intensiva em energia, fertilizantes e pesticidas. A grande maioria dessa entrada de energia vem de fontes de combustíveis fósseis. Entre as décadas de 1960 e 1980, a Revolução Verde transformou a agricultura em todo o mundo, com a produção mundial de grãos aumentando significativamente entre 70 e 390 para trigo e 60 a 150 para arroz, dependendo da área geográfica conforme a população mundial dobrava de tamanho. A forte dependência de produtos petroquímicos levantou preocupações de que a escassez de petróleo poderia aumentar os custos e reduzir a produção agrícola. A agricultura industrial depende dos combustíveis fósseis de duas maneiras fundamentais consumo direto na fazenda e fabricação de insumos utilizados na fazenda. O consumo direto inclui o uso de lubrificantes e combustíveis para operar veículos e máquinas agrícolas. O consumo indireto inclui a fabricação de fertilizantes, pesticidas e máquinas agrícolas. Em particular, a produção de fertilizantes nitrogenados pode representar mais da metade do uso de energia agrícola. Juntos, o consumo direto e indireto das fazendas estadunidenses responde por cerca de 2 do uso de energia do país. O consumo de energia direta e indireta pelas fazendas dos Estados Unidos atingiu o pico em 1979 e, desde então, diminuiu gradualmente. Os sistemas alimentares abrangem não apenas a agricultura, mas também o processamento, embalagem, transporte, comercialização, consumo e descarte fora da fazenda de alimentos e itens relacionados a alimentos. A agricultura é responsável por menos de um quinto do uso de energia do sistema alimentar nos Estados Unidos.
Vista aérea de estufas com coberturas de plástico perto de El Ejido, na Espanha Os produtos plásticos são amplamente utilizados na agricultura, por exemplo, para aumentar o rendimento das culturas e melhorar a eficiência do uso de água e agroquímicos. Os produtos agroplásticos incluem películas para cobrir estufas e túneis, cobertura morta para cobrir o solo por exemplo, para suprimir ervas daninhas, conservar água, aumentar a temperatura do solo e ajudar na aplicação de fertilizantes , pano de sombra, recipientes de pesticidas, bandejas de mudas, malha de proteção e tubos de irrigação. Os polímeros mais utilizados nesses produtos são polietileno de baixa densidade LPDE , polietileno linear de baixa densidade LLDPE , polipropileno PP e policloreto de vinila PVC . A quantidade total de plásticos usados na agricultura é difícil de quantificar. Um estudo de 2012 relatou que quase 6,5 milhões de toneladas por ano foram consumidas globalmente, enquanto um estudo posterior estimou que a demanda global em 2015 estava entre 7,3 milhões e 9 milhões de toneladas. O uso generalizado de coberturas de plástico e a falta de coleta e gerenciamento sistemáticos levaram à geração de grandes quantidades de resíduos. O intemperismo e a degradação eventualmente fazem com que a cobertura morta se fragmente. Esses fragmentos e pedaços maiores de plástico se acumulam no solo. O resíduo das coberturas foi medido em níveis de 50 a 260 kg por hectare no solo superficial em áreas onde a cobertura foi usada por mais de 10 anos, o que confirma que a cobertura plástica é uma das principais fontes de contaminação microplástica e macroplástica do solo. Plásticos agrícolas, especialmente filmes plásticos, não são fáceis de reciclar devido aos altos níveis de contaminação até 40-50 em peso de contaminação por pesticidas, fertilizantes, solo e detritos, vegetação úmida, água de caldo de silagem e estabilizadores UV e dificuldades de coleta. Por isso, muitas vezes são enterrados ou abandonados em campos e cursos d água ou queimados. Essas práticas de descarte levam à degradação do solo e podem resultar em contaminação de solos e vazamento de microplásticos no ambiente marinho como resultado do escoamento da precipitação e da lavagem das marés. Além disso, aditivos no filme plástico residual como estabilizadores UV e térmicos podem ter efeitos deletérios no crescimento das culturas, estrutura do solo, transporte de nutrientes e níveis de sal. Existe o risco de que a cobertura de plástico deteriore a qualidade do solo, esgote os estoques de matéria orgânica do solo, aumente a repelência à água do solo e emita gases de efeito estufa. Os microplásticos liberados pela fragmentação de plásticos agrícolas podem absorver e concentrar contaminantes capazes de passar pela cadeia trófica.
Ficheiro 1846 - Anti-Corn Law League Meeting.jpg esquerda miniaturadaimagem No Reino Unido do século XIX, as protecionistas leis do milho levaram a preços altos e protestos generalizados, como esta reunião de 1846 da Liga Anti-Lei do Milho. A economia agrícola é a economia no que se refere à produção, distribuição e consumo de bens e serviços agrícolas. A combinação da produção agrícola com as teorias gerais de marketing e negócios como disciplina de estudo começou no final do século XIX e cresceu significativamente ao longo do século XX. Embora o estudo da economia agrícola seja relativamente recente, as principais tendências na agricultura afetaram significativamente as economias nacionais e internacionais ao longo da história, desde fazendeiros arrendatários e meeiros no sul dos Estados Unidos pós-Guerra Civil até o sistema feudal europeu de senhorialismo. Nos Estados Unidos e em outros lugares, os custos dos alimentos atribuídos ao processamento, distribuição e comercialização agrícola de alimentos, às vezes chamados de cadeia de valor, aumentaram enquanto os custos atribuídos à agricultura diminuíram, o que está relacionado à maior eficiência da agricultura, combinada com o aumento do nível de agregação de valor por exemplo, produtos mais processados proporcionado pela cadeia de suprimentos. A concentração de mercado também aumentou no setor e, embora o efeito total disso seja provavelmente o aumento da eficiência, as mudanças redistribuem o excedente econômico de produtores agricultores e consumidores, e podem ter implicações negativas para as comunidades rurais. As políticas governamentais nacionais podem alterar significativamente o mercado econômico dos produtos agrícolas, na forma de tributação, subsídios, tarifas e outras medidas. Desde pelo menos a década de 1960, uma combinação de restrições comerciais, políticas cambiais e subsídios afetaram os agricultores tanto no mundo em desenvolvimento quanto no desenvolvido. Na década de 1980, agricultores não subsidiados em países em desenvolvimento sofreram efeitos adversos de políticas nacionais que criaram preços globais artificialmente baixos para produtos agrícolas. Entre meados dos anos 1980 e início dos anos 2000, vários acordos internacionais limitaram tarifas agrícolas, subsídios e outras restrições comerciais. No entanto, desde 2009, ainda havia uma quantidade significativa de distorção causada por políticas nos preços globais de produtos agrícolas. Os três produtos agrícolas com maior distorção comercial foram açúcar, leite e arroz, principalmente devido à tributação. Entre as oleaginosas, o gergelim teve a maior tributação, mas, em geral, grãos para alimentação animal e oleaginosas tiveram níveis de tributação muito mais baixos do que os produtos pecuários. Desde a década de 1980, as distorções causadas por políticas têm visto uma diminuição maior entre os produtos pecuários do que as culturas durante as reformas mundiais na política agrícola. Apesar desse progresso, certas culturas, como o algodão, ainda recebem subsídios nos países desenvolvidos deflacionando artificialmente os preços globais, o que causa dificuldades nos países em desenvolvimento com agricultores não subsidiados. As commodities não processadas, como milho, soja e gado, geralmente são classificadas para indicar qualidade, afetando o preço que o produtor recebe. As commodities são geralmente relatadas por quantidades de produção, como volume, número ou peso.
Ficheiro Research-mapping plant genomes.jpg miniaturadaimagem Uma agrônoma mapeando o genoma de uma planta A ciência agrária é um amplo campo multidisciplinar da biologia que abrange as partes das ciências exatas, naturais, econômicas e sociais usadas na prática e compreensão da agricultura. Abrange tópicos como agronomia, melhoramento e genética de plantas, fitopatologia, modelagem de culturas, ciência do solo, entomologia, técnicas de produção e melhoramento, estudo de pragas e seu manejo e estudo de efeitos ambientais adversos, como degradação do solo, gerenciamento de resíduos e biorremediação. O estudo científico da agricultura começou no século XVIII, quando Johann Friedrich Mayer realizou experimentos sobre o uso de gesso sulfato de cálcio hidratado como fertilizante. A pesquisa tornou-se mais sistemática quando, em 1843, John Bennet Lawes e Henry Gilbert iniciaram um conjunto de experimentos de campo de agronomia de longo prazo na Estação de Pesquisa Rothamsted, na Inglaterra alguns deles, como o Park Grass Experiment, ainda estão em execução. Na América, o Hatch Act de 1887 forneceu financiamento para o que foi o primeiro a chamar de ciência agrícola, impulsionado pelo interesse dos agricultores em fertilizantes. Em entomologia agrícola, o USDA começou a pesquisar o controle biológico em 1881 instituiu seu primeiro grande programa em 1905, buscando na Europa e no Japão inimigos naturais da mariposa cigana e da mariposa, estabelecendo parasitóides como vespas solitárias e predadores de ambas as pragas nos EUA.
Subsídios diretos para produtos de origem animal e ração pelos países da OCDE em 2012, em bilhões de dólares produtos Subvenção Carne e vitela 18,0 Leite 15,3 Porcos 7.3 Aves 6,5 Soja 2.3 Ovos 1,5 Ovelha 1.1 A política agrícola é o conjunto de decisões e ações governamentais relativas à agricultura nacional e às importações de produtos agrícolas estrangeiros. Os governos geralmente implementam políticas agrícolas com o objetivo de alcançar um resultado específico em seus mercados domésticos. Alguns temas abrangentes incluem gerenciamento de risco e ajuste incluindo políticas relacionadas a mudanças climáticas, segurança alimentar e desastres naturais , estabilidade econômica incluindo políticas relacionadas a impostos , recursos naturais e sustentabilidade ambiental especialmente política de água , pesquisa e desenvolvimento e mercado acesso para commodities domésticas incluindo relações com organizações globais e acordos com outros países . A política agrícola também pode tocar na qualidade dos alimentos, garantindo que o abastecimento de alimentos seja de qualidade consistente e conhecida, segurança alimentar, garantindo que o abastecimento de alimentos atenda às necessidades da população e conservação. Os programas de políticas podem variar de programas financeiros, como subsídios, a incentivar os produtores a se inscreverem em programas voluntários de garantia de qualidade. Há muitas influências na criação de uma política agrícola, incluindo consumidores, agronegócios, lobbies comerciais e outros grupos. Os interesses do agronegócio têm grande influência na formulação de políticas, na forma de lobby e contribuições de campanha. Grupos de ação política, incluindo aqueles interessados em questões ambientais e sindicatos, também exercem influência, assim como organizações de lobby que representam commodities agrícolas individuais. A FAO lidera os esforços internacionais para derrotar a fome e fornece um fórum para a negociação de regulamentos e acordos agrícolas globais. Samuel Jutzi, diretor da divisão de produção e saúde animal da FAO, afirma que o lobby de grandes corporações interrompeu as reformas que melhorariam a saúde humana e o meio ambiente. Por exemplo, propostas em 2010 para um código de conduta voluntário para a indústria pecuária que teria fornecido incentivos para melhorar os padrões de saúde e regulamentos ambientais, como o número de animais que uma área de terra pode suportar sem danos a longo prazo, foram derrotado com sucesso devido à pressão da grande empresa de alimentos.
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O Afeganistão em e , Af nist n , oficialmente Emirado Islâmico do Afeganistão em , Da Af nist n Isl m Im r t e em , Imârat-i Islâm -yi Af ânistân , é um país sem litoral, montanhoso, localizado no centro da sia, estando na encruzilhada entre o Sul da sia, a sia Central e a sia Ocidental. Faz fronteira com o Paquistão ao sul e ao leste, com o Irã ao oeste, com o Turcomenistão, Uzbequistão e Tajiquistão ao norte e com China no nordeste. Ocupando , sendo o 41. maior do mundo em área, o Afeganistão é predominantemente montanhoso, com planícies no norte e sudoeste. Cabul é a capital e a maior cidade, com uma população estimada em 4,6 milhões, sendo o 37. país mais populoso do mundo, composta principalmente de etnias pastós, tajiques, hazaras e usbeques. O território do Afeganistão foi um ponto essencial para a rota da seda e para a migração humana. Arqueólogos encontraram evidências de presença humana remontantes ao Paleolítico Médio . A civilização urbana pode ter começado entre e O país fica em uma localização geoestratégica importante que liga o Oriente Médio à sia Central e ao subcontinente indiano, tendo sido a casa de vários povos através dos tempos. A terra tem testemunhado muitas campanhas militares, desde a Antiguidade as mais notáveis feitas por Alexandre o Grande, Chandragupta Máuria, Gêngis Cã, pela União Soviética e, mais recentemente, pelos Estados Unidos e OTAN. Também foi local de origem de várias dinastias locais como os Greco-bactrianos, Cuchanas, Safáridas, Gasnévidas, Gúridas, Timúridas, Mogóis e muitos outros que criaram seus próprios impérios. A história política moderna do Afeganistão começa em 1709, com a ascensão dos pastós, quando a dinastia Hotaki foi criada em Candaar, seguida por Ahmad Shah Durrani, subindo ao poder em 1747. A capital do Afeganistão foi transferida em 1776 de Candaar para Cabul e parte do Império Afegão foi cedida aos impérios vizinhos em 1893. No final do , o Afeganistão tornou-se um Estado-tampão, no Grande Jogo entre os impérios britânico e russo. Essa circunstância histórica, combinada com o terreno montanhoso do país, impediu o domínio de potências imperialistas sobre o país, mas também resultou em baixo desenvolvimento econômico. Depois da Terceira Guerra Anglo-Afegã e a assinatura do Tratado de Rawalpindi em 1919, o país recuperou o controle de sua política externa com os britânicos. Após a revolução marxista de 1978 e a invasão soviética em 1979, teve início uma guerra entre as forças governamentais apoiadas por tropas soviéticas e os rebeldes mujahidin, apoiados pelos Estados Unidos, Paquistão, Arábia Saudita e outros países muçulmanos. Nesse conflito, mais de um milhão de afegãos perderam a vida, muitos deles vítimas de minas terrestres. Após a vitória dos rebeldes, em 1992, teve início uma guerra civil, entre diversos grupos rebeldes, que foi vencida pelos talibãs. Depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, teve início um novo conflito, decorrente da intervenção de forças norte-americanas no país. Em dezembro de 2001 o Conselho de Segurança das Nações Unidas autorizou a criação da Força Internacional de Assistência para Segurança para ajudar a manter a segurança no Afeganistão e ajudar a administração do presidente Hamid Karzai. Enquanto a comunidade internacional está reconstruindo o Afeganistão dilacerado pela guerra, grupos terroristas como a rede Haqqani e Hezbi Islami estão ativamente envolvidos na insurgência talibã por todo o país, que inclui centenas de assassinatos e ataques suicidas. De acordo com a Organização das Nações Unidas, os insurgentes foram responsáveis por 75 das mortes de civis em 2010 e 80 em 2011. A guerra de vinte anos entre o governo e o talebã atingiu o clímax com a ofensiva talebã em 2021, a consequente queda de Cabul, e o restabelecimento do Emirado Islâmico do Afeganistão. As décadas de guerra fizeram do Afeganistão o país mais perigoso do mundo, incluindo o título de maior produtor de refugiados e requerentes de asilo.
O nome Afeganistão , Alfabeto fonético internacional av nest n significa Terra dos Afegãos, que se origina a partir do etnônimo afegão. Historicamente, o nome afegão designa as pessoas pastós, o maior grupo étnico do Afeganistão. Este nome é mencionado na forma de Abgan, no , pelo Império Sassânida, como Avagana afghana , no , pelo astrônomo indiano Varahimira. Um povo chamado afegão é mencionado várias vezes no , no livro de geografia Hudud al- alam, principalmente quando se faz referência a uma vila Saul, uma agradável vila nas montanhas. Onde vivem os afegãos. Albiruni faz referência no a várias tribos nas montanhas da fronteira ocidental do rio Indo, conhecidas como . ibne Batuta, um famoso estudioso marroquino que visitou a região em 1333, escreve Nós viajamos para Cabul, antigamente uma grande cidade, o lugar agora é habitado por uma tribo de persas chamados afegãos. Eles vivem nas montanhas e desfiladeiros e possuem considerável força, e são muitas vezes salteadores. Sua principal montanha é chamada de Kuh Sulaiman. Um importante estudioso persa do explica extensamente sobre os afegãos. Por exemplo, ele escreve amplamente aceito que os termos pastó e afegão são sinônimos. Nos escritos do o poeta pastó Khushal Khan Khattak é mencionado A última parte do nome, -istão é um sufixo persa para lugar, proeminente em muitas línguas da região. O nome Afeganistão é descrito no pelo imperador mogol Babur em suas memórias e também pelo estudioso persa Firishta e os descendentes de Babur, referindo-se a tradicional étnica afegã pastó territórios entre as montanhas de Indocuche e o Rio Indo. No início do , Políticos afegãos decidiram por adotar o nome Afeganistão para todo o Império Afegão após sua tradução para o inglês já havia aparecido em diversos tratados com o Império Qajar e a ndia Britânica. Em 1857, na análise de John William Kaye The Afghan Warm Friedrich Engels descreve o Afeganistão como O Reino do Afeganistão foi, por vezes referido como Reino de Cabul, como mencionado pelo estadista e historiador britânico Mountstuart Elphinstone. O Afeganistão foi oficialmente reconhecido como um estado soberano pela comunidade internacional após a assinatura do Tratado de Rawalpindi em 1919.
Expansão do califado Os vestígios de povoamento humano no que hoje é o Afeganistão remontam a pelo menos anos. Assentos permanentes emergiram na região há cerca de 9 000 anos atrás, evoluindo gradualmente à Civilização do Vale do Indo Xortugai , a Dasliji e a Civilização de Helmande no terceiro milênio antes de Cristo. Os povos indo-arianos migraram pela região da Báctria-Margiana para Gandara, seguidos pelo surgimento da da Idade do Ferro , que tem sido intimamente associada à cultura retratada no Avestá, os antigos textos religiosos do Zoroastrismo. A região, então conhecida como Ariana, caiu perante os Persas Aquemênidas no , que conquistou as áreas a leste até além do Rio Indo. O macedônio Alexandre o Grande invadiu a região no e se casou com Roxana em Báctria antes de invadir o vale do Rio Cabul, de onde ele enfrentou resistência das tribos aspásios. O Reino Greco-Báctrio se tornou o canto mais a leste do Mundo Helênico. Após a conquista pelos indianos do Império Máuria, o budismo e o hinduísmo floresceram na região por séculos. O imperador Canisca I, do Império Cuchana, que governou de suas capitais gêmeas de Capisa e Purusapura, desempenhou um papel importante na disseminação do budismo Maaiana à China e a sia Central. Várias outras dinastias budistas se originaram nesta região também, incluindo os quidaritas, heftalitas, alconitas, nezaques, e xaís turcos. 2003 2008 Os muçulmanos levaram o Islã para Herate e Zaranje, controlados pelos Sassânidas, em meados do século VII, enquanto a islamização mais completa foi alcançada entre os séculos IX e XII sob as dinastias Safárida, Samânida, Gasnévida e Gúrida. Partes da região foram posteriormente governadas pelos impérios Corásmio, Calji, Timúrida, Lodi, Sur, Mogal e Safávida. A história política do moderno estado afegão começou com o Império Hotaqui, cujo fundador Miruais Cã declarou o sul do Afeganistão independente em 1709. Em 1747, Amade Xá Durrani estabeleceu o Império Durrani com sua capital em Candaar. Em 1776, a capital Durrani foi transferida para Cabul, enquanto Pexauar se tornou a capital de inverno até que esta caiu em batalha para os Siques em 1823. No final do século XIX, o Afeganistão tornou-se um Estado tampão no Grande Jogo entre os impérios Britânico e Russo. Na Primeira Guerra Anglo-Afegã, de 1839 a 1842, tropas britânicas, vindas da ndia, tomaram o controle do Afeganistão, mas acabaram sendo derrotados decisivamente. Após a Terceira Guerra Anglo-Afegã de 1919, o país conseguiu se tornar independente da influência estrangeira. Em 1926, o Afeganistão se tornou uma monarquia sob comando de Amanulá Cã. Contudo, em 1973, o rei Zair foi derrubado e uma república de partido único foi estabelecida. Em 1978, após um segundo golpe de estado, o Afeganistão se tornou um Estado socialista, que levou a nação a passar boa parte da década de 1980 envolvido na Guerra Afegã-Soviética contra os rebeldes mujahidins. Em 1996, a maior parte do país havia sido tomado por fundamentalistas do grupo Talibã, que estabeleceram um regime totalitarista radical eles foram derrubados do poder na invasão dos Estados Unidos em 2001, mas mantiveram controle e influência sob boa parte do país, especialmente nas zonas rurais e montanhosas. A guerra civil no país continuou entre o novo governo afegão e os insurgentes talibãs, que resultou em mais de 150 mil mortos, atrocidades, atentados terroristas, torturas, sequestros e assassinatos. Como a nova república afegã dependia imensamente da ajuda econômica e militar dos americanos, quando os Estados Unidos começou a se retirar em 2020, o exército afegão entrou em colapso e o governo central começou a ruir. Em maio de 2021, o Talibã iniciou uma grande ofensiva generalizada e em poucos meses dominou a maioria dos distritos do país. Em agosto daquele ano, eles entraram na capital Cabul, completando o colapso da república afegã.
Mapa topográfico do Afeganistão O Afeganistão é um país ao meio de um enclave montanhoso, com planícies a norte e sudoeste, localizado no sul da sia ou na sia Central. Faz parte do Grande Oriente Médio no mundo islâmico e fica entre as latitudes 29 N e 39 N e longitudes 60 E e 75 E. O ponto mais alto do país é Noshaq com m acima do nível do mar. Apesar de ter numerosos rios e reservatórios, grande parte do país está seco. A bacia endorreica de Sistan é uma das regiões mais secas do mundo. Além da chuva habitual que cai no Afeganistão, o país recebe neve durante o inverno no Indocuche e nas Montanhas Pamir, posteriormente, o derretimento dessa neve na primavera entra nos rios, lagos e riachos. No entanto dois terços da água do país flui para os países vizinhos do Irã, Paquistão e Turcomenistão. Em 2010, o Estado necessitava de mais de dois bilhões de dólares para reabilitar os sistemas de irrigação, de modo que o abastecimento de água pudesse ser gerido corretamente. Paisagens do Afeganistão Ao nordeste da cordilheira de Indocuche e em torno da Província de Badakhshan, existe uma área geologicamente ativa em que ocorrem fortes sismos, quase todos os anos. Eles podem ser mortais e destrutivos, por vezes, causando deslizamento de terra e no inverno avalanches. Os últimos fortes terremotos ocorreram em 1998, em Badakhshan perto do Tajiquistão, matando 6 mil pessoas. Isto foi seguido pelos terremotos de 2002 em Indocuche, no qual mais de 150 pessoas morreram em vários países da região, e mais de mil ficaram feridos. O terremoto de 2010 deixou 11 afegãos mortos, mais de 70 feridos, e 2 mil casas destruídas. Os principais recursos naturais do país são carvão mineral, cobre, minério de ferro, lítio, urânio, terra-rara, cromita, ouro, zinco, talco, barita, enxofre, chumbo, mármore, pedras preciosas e semipreciosas, gás natural, petróleo, entre outras coisas. Em 2010, funcionários do Estados Unidos e Afeganistão estimaram que os depósitos minerais inexplorados localizados, em 2007, pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos valem entre US 900 bilhões e US 3 trilhões. Tem , sendo então o 41 maior país do mundo, pouco maior que a França e menor que Myanmar. Faz fronteira com o Paquistão no sul e no leste, o Irã a oeste, Turcomenistão, Uzbequistão e Tajiquistão no norte, e a China no extremo oriente.
Pirâmide etária do país em 2015 Com a capital em Cabul e uma área de e 32 milhões de habitantes 46 hab. km , o Afeganistão é um dos países mais pobres e inóspitos do mundo. A instabilidade política e os conflitos internos arruinaram a sua já débil economia e infraestruturas a tal ponto que um terço da população afegã abandonou o país. Segundo uma estimativa de 2006, a população cresce 2,67 ao ano. O índice de natalidade é de 46,6 por mil habitantes, enquanto o índice de mortalidade é 20,34 por mil habitantes. A taxa de mortalidade infantil é de 160,23 mortes por mil nascimentos. A expectativa de vida é de 43,34 anos. Em 2001, o país tinha diferentes grupos étnicos. Os pastós, que tradicionalmente dominaram o país, eram 52 por cento da população os hazaras eram 19 por cento os tajiques, que habitavam a porção mais ao norte, eram 21 por cento os uzbeques, que também habitavam no norte, eram 5 por cento.
Mais de 99 da população afegã é muçulmana. Cerca de 80 a 85 destes são seguidores do ramo sunita, e entre 15 a 20 são seguidores do ramo xiita, ramo do islamismo predominante entre os hazaras. Há, ainda, outros 3 de muçulmanos não confessionais. Até a década de 1890, a região em torno de Nuristão era conhecida como Cafiristão terra dos cafires ou cafir incrédulos , por causa de seus habitantes não muçulmanos, o nuristanis, um povo etnicamente distinto cujas práticas religiosas incluíam o animismo, politeísmo e xamanismo. Há pequenas minorias de cristãos, budistas, parsis, sikhs e hindus. O Afeganistão é um dos vários países islâmicos que prevê a pena de morte por apostasia ou blasfémia.
O crime está presente em várias formas. As formas de criminalidade incluem o narcotráfico, o branqueamento de capitais, fraude, corrupção, etc. O Afeganistão é o maior produtor mundial de ópio. De 80 a 90 da heroína consumida na Europa provêm de ópio produzido no Afeganistão. O tráfico de ópio tornou-se um importante negócio ilegal no Afeganistão desde a queda do regime talibã, em 2001. De acordo com um inquérito realizado em 2007 pelo Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime UNODC , 93 dos opiáceos no mercado mundial tiveram origem no Afeganistão. Outras formas de criminalidade incluem roubo, bem como sequestros e assaltos.
A antiga Assembleia Nacional do Afeganistão Após o colapso da República Islâmica do Afeganistão como consequência da ofensiva talibã de 2021, as autoridades talibãs declararam o Emirado Islâmico como o novo governo nacional, o estabelecendo em setembro de 2021. Nenhum outro país reconheceria formalmente o Emirado Islâmico como o governo de jure do Afeganistão. Um instrumento tradicional de governança no Afeganistão é a loya jirga grande assembleia , um grupo consultivo pastó que é organizado principalmente para escolher um novo chefe de Estado, que serve para adotar uma nova constituição ou para resolver questões nacionais ou regionais, como a guerra. Loya jirgas são realizadas desde 1747, com o mais recentemente acontecendo em agosto de 2020. Em setembro de 2021, o Talibã estabeleceu formalmente um novo governo mais permanente, composto inteiramente por homens, revertendo várias liberdades que as mulheres tinham, como participar da vida política nacional. Jornalistas e ativistas de direitos humanos, principalmente mulheres, protestaram em Herate e Cabul, pedindo que as mulheres fossem incluídas no gabinete de governo. Entre algumas das medidas tomadas estava a extinção do Ministério de Assuntos da Mulher. Em 23 de março de 2022, houve relatos de que uma mudança no gabinete estava em andamento quando outra reunião do Conselho de Liderança foi realizada em Kandahar pela segunda vez desde que o Movimento Islâmico Talibã chegou ao poder, como forma de obter reconhecimento internacional. A última reunião do Conselho de Liderança foi realizada de 28 de agosto a 30 de agosto de 2021. Hibatullah Akhundzada, líder do Talibã, é o atual emir, na função de Chefe de Estado supremo. Mohammad Hassan Akhund foi nomeado como chefe de governo na função de primeiro-ministro, com Sirajuddin Haqqani e Mullah Yaqoob assumindo posições de destaque dentro do governo.
A Amnistia Internacional tem documentado tortura e maus tratos em numerosas instalações de detenção no Afeganistão. Jornalistas foram presos, espancados ou mortos. A pena de morte é muitas vezes aplicada. Muitas crianças sofrem casamentos forçados e a violência doméstica é generalizada. Há também abuso infantil e abuso sexual de crianças através da prática dos bacha bazi. Até à data, os hazaras no Afeganistão são discriminados e perseguidos. De acordo com a ONG Global Rights, cerca de 90 das mulheres afegãs sofrem abusos físicos e sexuais abuso psicológico e casamentos forçados, habitualmente ás mãos da própria família. Em 2012, o Afeganistão registou 240 casos de crimes de honra, muito embora se acredite que o número real de casos é muito maior. Destes crimes reportados, 21 foram cometidos pelos maridos das vítimas, 7 pelos seus irmãos, 4 pelos pais e os restantes por outros familiares. A Comissão Independente dos Direitos Humanos do Afeganistão AIHRC chegou também á conclusão de que 15 dos crimes de honra e violações foram cometidos por policiais afegãos. A AIHRC também afirmou que as instituições judiciárias culpam as vítimas de violação pelo crime e as condenam como castigo. Apesar dos testes de virgindade terem sido proibidos em 2016, continuam a ser efectuados, e caso o resultado não seja o que se espera, as mulheres afegãs podem ser presas ou executadas.
Uma bandeira nacional foi adaptada pelo governo de transição em 2002. A bandeira é um rectângulo com proporções de 1 2, dividida em três barras verticais de igual largura e de cores preta à tralha, vermelha ao centro e verde ao batente. No centro da barra vermelha, o símbolo tradicional do Afeganistão, com uma mesquita no centro. O emblema tem aparecido de alguma forma sobre a bandeira do Afeganistão desde o início da nação. A mais notável ausência foi durante a década de 1980 quando um regime comunista dominou o país, e nos finais dos anos 1990, durante o Estado do Talibã. A mais recente alteração do emblema foi a inserção da inscrição das shahada em árabe no topo do mesmo. Abaixo, está uma imagem de uma mesquita com um mehrab que se confronta com um local de oração em Meca. Anexa à mesquita estão duas bandeiras, tomadas de posição das bandeiras do Afeganistão. Abaixo da mesquita encontra-se uma inscrição que indica o nome da nação. Em torno da mesquita está uma grinalda vegetal. Sorud-e Melli , hino nacional é o hino nacional, adoptado em 2006. De acordo com o artigo 20 da constituição do Afeganistão O hino nacional deverá ser em pastó e terá a menção Alá é o maior, assim como os nomes das etnias do Afeganistão.
O Afeganistão está dividido em 34 vilaietes ou províncias, as quais são divididas em distritos . Província 1 AF-BDS Badaquexão 2 AF-BDG Badghis 3 AF-BGL Baghlan 4 AF-BAL Bactro 5 AF-BAM Bamiã 6 AF-DAY Daikondi 7 AF-FRA Far h 8 AF-FYB Fariabe 9 AF-GHA Gásni 10 AF-GHO Ghowr 11 AF-HEL Helmande 12 AF-HER Herate Província 13 AF-JOW Josjã 14 AF-KAB Cabul 15 AF-KAN Candaar 16 AF-KAP Kapisa 17 AF-KHO Khost 18 AF-KNR Kunar 19 AF-KDZ Konduz 20 AF-LAG Laguemã 21 AF-LOW Logar 22 AF-NAN Nangarhar 23 AF-NIM Nimruz Província 24 AF-NUR Nuristão 25 AF-ORU Oruzgan 26 AF-PIA Paktia 27 AF-PKA Paktika 28 AF-PAN Panjshir 29 AF-PAR Parwan 30 AF-SAM Samangan 31 AF-SAR Sar-e Pol 32 AF-TAK Takhar 33 AF-WAR Maydan-Wardak 34 AF-ZAB Zabol As províncias do Afeganistão numeradas
Principais produtos de exportação do Afeganistão em 2019 O Afeganistão é um país extremamente pobre, com índice de desenvolvimento baixo e altos níveis de violência e desnutrição infantil. Muito dependente da agricultura principalmente da papoula, matéria-prima do ópio e da criação de gado. A economia sofreu fortemente com a recente agitação política e militar, e uma severa seca veio se juntar às dificuldades da nação entre 1998 e 2001. A maior parte da população continua a ter alimentação, vestuário, alojamento e cuidados de saúde insuficientes, e estes problemas são agravados pelas operações militares e pela incerteza política. A inflação continua a ser um problema sério. Depois do ataque da coligação liderada pelos Estados Unidos que levou à derrota dos Talibã em Novembro de 2001 e à formação da Autoridade Afegã Interina AAI resultante do acordo de Bona de Dezembro de 2001, os esforços internacionais para reconstruir o Afeganistão foram o tema da Conferência de Doadores de Tóquio para a Reconstrução do Afeganistão em Janeiro de 2002, onde foram atribuídos 4,5 bilhões de dólares a um fundo a ser administrado pelo Banco Mundial. As áreas prioritárias de reconstrução são a construção de instalações de educação, saúde e saneamento, o aumento das capacidades de administração, o desenvolvimento de setores agrícolas e o de reconstrução das ligações rodoviárias, energéticas e de telecomunicações. Dois terços da população vivem com menos de dois dólares por dia. A taxa de mortalidade infantil é de 160,23 por mil nascimentos.
Estudantes de uma escola feminina no Afeganistão 2005 A partir de 2006 mais de quatro milhões de estudantes de ambos os sexos estavam matriculados em escolas por todo o país. No entanto, ainda existem obstáculos significativos à educação no Afeganistão, decorrentes da falta de financiamento, edifícios escolares inseguros e normas culturais. A falta de professoras é uma questão que diz respeito a alguns pais afegãos, especialmente em áreas mais conservadoras. Alguns pais ainda não permitem que as suas filhas sejam ensinadas por homens. Alfabetização de toda a população está estimada em 1999 em 36 , a taxa de alfabetização do sexo masculino é de 51 e do feminino 21 . Até agora, existem 9,5 mil escolas no país. Outro aspecto da educação que está mudando rapidamente no Afeganistão é a cara do ensino superior. Após a queda do regime talibã, a Universidade de Cabul foi reaberta para estudantes de ambos os sexos. Em 2006, a Universidade Americana do Afeganistão também abriu suas portas, com o objectivo de proporcionar um mundo de classe, Inglês como língua, a coaprendizagem ambiente educacional no Afeganistão. A universidade aceita alunos provenientes do Afeganistão e os países vizinhos. Na Universidade de Balkh, localizada em Mazar-i-Sharif, um novo edifício foi projetado para a faculdade de engenharia em 2015. A obra, financiada pelo governo da Alemanha através do , foi orçada em 3,4 milhões de euros, com capacidade para 720 alunos dos departamentos de construção ferroviária, canalização, eletricidade, construção de estradas e engenharia civil. Noruz em Mazar-i-Sharif
A rede rodoviária está atualmente sendo reconstruída e também está sendo ampliada. A chamada estrada do anel, a principal artéria do país, que interliga cerca de 60 da população, foi restaurada. Em 2007, 715 km de estrada já haviam sido renovadas. No entanto, a conclusão do último trecho de 400 km de extensão, que acabaria com a última lacuna no noroeste do país, está atrasada devido à precária situação de segurança local. Além disso, mais de 800 km de estradas secundárias foram renovados ou recém-criados em meados de 2007. A rede rodoviária toda é composta de km, dos quais são pavimentados. O rio Amu Dária, situado na fronteira, bem como o rio Panj são obstáculos naturais ao transporte terrestre para o Uzbequistão e o Tajiquistão, pois existem apenas algumas pontes sobre esses dois rios. Além disso, em alguns locais há um alto risco de minas e muitas estradas são frequentemente inundadas, dependendo da estação. Aplicam-se, no Afeganistão, os regulamentos de tráfego rodoviário da RDA. Existem mais de 60 aeroportos no Afeganistão, a maioria dos quais são simples pistas de cascalho. Os aeroportos maiores existem apenas em algumas cidades e são predominantemente usados pela Força Aérea dos Estados Unidos para fins militares. A maior aeroporto do país é o Aeroporto Internacional de Cabul. Mais de uma dúzia de companhias aéreas voam para destinos no Afeganistão, sendo que as principais companhias aéreas afegãs são a Ariana Afghan Airlines, a Kam Air e a Pamir Airways.
O Afeganistão participou das Olimpíadas treze vezes desde 1936. Suas únicas medalhas foram dois bronzes, por intermédio do atleta Rohullah Nikpai, no taekwondo. O esporte nacional do Afeganistão é o buzkashi, onde os atletas a cavalo tentam levar a carcaça de uma cabra ou bezerro à linha de chegada. Outros esportes populares incluem o futebol e críquete. A seleção masculina afegã de futebol não teve destaque em torneios internacionais. Ela foi classificada na 153 posição no ranking da FIFA em agosto de 2021. Por outro lado, a seleção feminina afegã, de futebol, foi classificada na 152. posição no ranking da FIFA nesta mesma data. O críquete, por outro lado, foi trazido por refugiados afegãos depois de voltarem do Paquistão para seu país.
Lista de Estados soberanos e territórios dependentes da sia Missões diplomáticas do Afeganistão Forças Armadas do Afeganistão Invasões do Afeganistão
Biblioteca do Congresso. A Country Study Afghanistan Categoria Países subdesenvolvidosA história do Afeganistão é marcada pela miscigenação e pelo confluir da influência de diversos povos e civilizações asiáticas, devido à sua posição geográfica estratégica, numa zona de transição, de altos conflitos geopolíticos e de movimentos migratórios. Por estar entre a ndia, a China, o Oriente Médio e a Europa Oriental, o Afeganistão tem uma grande importância como rota comercial, tendo servido historicamente como zona central da Rota de Seda. O Afeganistão como Estado surge em 1823 como Emirado do Afeganistão, sendo controlado pelo Império Durrani. A criação desse Emirado ocorreu com a unificação de diversas tribos, como os pastós, tajiques, hazaras, usbeques e turcomenos, unificando-os como afegãos. Os primeiros registros escritos da terra do atual Afeganistão datam de aproximadamente 500 A.P, quando a área era controlada pelo Império Aquemênida. Outras evidências apontam para a existência de culturas urbanas avançadas entre 3000 e 2000 A.P. Alexandre o Grande e o Império Macedônico chegaram no que hoje é o Afeganistão por volta de 330 A.P, após a queda do Império Aquemênida durante a Batalha de Gaugamela. Após isso, inúmeros impérios e Estados se estabeleceram na região, incluindo o reino Greco-Báctrio, o Império Cuchana, o Império Sassânida, o Império Gúrida, a Dinastia Timúrida, o Império Hotaqui, o Império Durrani e muitas outras sociedades persianizadas.
Podemos considerar que o primeiro gérmen nacionalista afegão nasceu durante este período, com a reforma religiosa de Zoroastro , que originou um reino monárquico organizado de tribos arianas. Em , a região é conquistada por Alexandre da Macedónia que aí estabeleceu várias cidades designadas por Alexandria. Essas cidades terão dado origem, provavelmente, a Candaar e a Cabul. A primeira Alexandria aí fundada, a Alexandria dos Arianos terá dado origem à actual Herate. Depois da morte de Alexandre, a Bactriana foi governada pelos Selêucidas até , ainda que as satrapias de Candaar, Cabul, Herate e Baluchistão tenham sido cedidas por Seleuco Nicátor, em cerca de , a Chandragupta, fundador do Império Máuria e avô de Asoca. Este último, que adotou o budismo como religião, é o autor do mais antigo documento escrito da história do Afeganistão, em grego e aramaico. Em forma-se, durante o seu reinado, o reino independente de Bactriana que se estenderá até cerca de . Este será um período particularmente florescente em termos culturais, com a afirmação de uma civilização greco-búdica nascida da troca de influências helênicas e indianas. A região terá tido, durante esta época, uma escrita própria. A partir do final do ou início do que invasões de tribos nômades indo-europeias vindas da Alta sia primeiro, os Citas, depois, os Partos darão fim a esta civilização. Nos dois primeiros séculos da era Cristã, a região foi integrada no Império Cuchana, nômades tornados sedentários vindos da China, que se estabeleceram a sul do Amu Dária. Os cuchanas alargaram o seu domínio ao noroeste da ndia, difundindo o budismo como religião de estado, e mantiveram-se na região até ao . O império, que teve o seu auge no reinado de , tornou-se num local de passagem de grande importância no intercâmbio entre o império Romano, a ndia e a China. As rotas das caravanas da sia Central, como a Rota da seda , ajudaram, por seu lado, à difusão do budismo na China.
Império Safávida contra Império Mogol em Candaar 1638 A zona ocidental da região foi, desde o , acometida pelos Sassânidas, havendo a realçar a invasão de ao Império Cuchana. No final do , início do V, a Báctria é assolada por uma horda de hunos brancos que segue em direcção à ndia, onde os Sassânidas, aliados aos turcos, os derrotam em 568. A região é então partilhada por várias potências, de forma algo complexa. O bramanismo hindu terá nessa altura uma importância decisiva, sendo reafirmada com a dinastia dos Xás de Cabul, substituindo o budismo. Quando os árabes conquistam a região, no a conquista de Herat dá-se a 651 , encontrarão, assim, alguma resistência à implantação do islamismo que, contudo, impor-se-á definitivamente na primeira metade do . A região passará a ser designada pelos árabes como Coração País de Leste . Formaram-se, então, duas dinastias autónomas os Safávidas e os Samânidas. Os últimos terminam o seu poderio no , passando a região a ser controlada por diversas dinastias turcas. No , os mongóis invadem o território, liderados por Gengis Cã, causando uma devastação que será depois continuada por Tamerlão, à frente dos turco-mongóis. Estes últimos, contudo, serão absorvidos pela cultura islâmica, promovendo mais tarde um certo renascer civilizacional. Com a descoberta do caminho marítimo para a ndia, a rota da seda deixa de ter a importância que tinha e leva ao abandono do Coração. O grupo étnico dos pachtuns começa então a ganhar alguma importância em relação às outras etnias, principalmente depois de Mir Wa ss e do seu filho, Mir Mahmud, que conquistou a capital do Irão, Isfahan. O seu sucessor será considerado um tirano, de modo que é deposto por Nadir Xá, que prosseguirá a política de conquistas Candaar e Cabul, em direcção a Deli, na ndia .
Máxima extensão do Império Durrani, também conhecido como Império Afegão Shah Shuja, o último rei Durrani, sentado em sua corte no interior do Bala Hissar antes de ter sido destruído pelo Exército britânico 1839 Em 1747, Ahmed Shah Durrani, o fundador do moderno Afeganistão, estabeleceu seu domínio. Durrani, um pachtun, foi eleito pela primeira Loya Jirga após o assassinato do monarca persa, Nadir Shah, que teve lugar no mesmo ano em Khabushan. Durante seu reinado, os Durrani consolidaram em uma só nação tribos, pequenos principados e províncias fragmentadas. Seu poder prorrogou a partir de Mashhad, no oeste da Caxemira, para o leste de Delhi, do rio Amu Dária ao norte, com o Mar Arábico ao sul. Com exceção de um período de nove meses em 1929 até o golpe marxista de 1978 todos os governantes do Afeganistão vieram da confederação tribal de pachtuns Durrani, e a partir de 1818 foram todos membros do clã Mohammadzai daquela tribo.
Os britânicos transformaram-se na potência principal no subcontinente indiano depois do Tratado de Paris de 1763, mas a coleção de pequenos príncipes e de tribos guerreiras que compunham o Afeganistão não lhes interessou até ao . Em 1809, sem saber em que direção iam as ambições de Napoleão Bonaparte, ainda fizeram um pacto com o líder de uma das facções em que se tinha estilhaçado a Dinastia Durrani, na região. Foi então que o Império Russo começou a ganhar vantagem na região afegã para pressionar a ndia britânica. O confronto entre os impérios britânico e russo expandiram significativamente influenciando o Afeganistão durante o no que foi denominado Grande Jogo. A preocupação britânica com os avanços russos na sia Central e a influência crescente na Pérsia culminaram em duas guerras anglo-afegãs e o Cerco de Herat entre 1837-1838, em que os persas, tentando retomar o Afeganistão e expulsar os britânicos e os russos, enviou exércitos no país e lutou contra os exércitos britânicos na maior parte ao redor e na cidade de Herat. Doste Maomé Cã com seu filho mais novo 1839 O rei Maomé Iacube Cã com Sir Pierre Louis Napoleon Cavagnari da Grã-Bretanha em 26 de maio de 1879, quando o Tratado de Gandamak foi assinado A potência principal no Afeganistão era Doste Maomé Cã. Entre 1818 e 1835 tinha unido a maioria dos povos afegãos sob o seu domínio. Em 1837, os britânicos tinham-lhe proposto uma aliança por temerem uma invasão Russo-Persa do Afeganistão. Entretanto os britânicos e Doste Maomé desentenderam-se e os britânicos decidiram invadir o país na chamada Primeira Guerra Anglo-Afegã 1839-1842 , que resultou na destruição do exército britânico, é lembrado como um exemplo da ferocidade da resistência afegã ao domínio estrangeiro. Em 1839, entre abril e agosto, os britânicos conquistaram as planícies e as cidades de Candaar no sul, Gásni e Cabul, a capital. Doste Maomé rendeu-se e foi exilado na ndia, e os britânicos colocaram Xá Xujá no poder. Mas grande parte do país continuava a opor-se ativamente aos britânicos, sendo o filho de Doste Maomé, Aquebar Cã, o mais ativo. Em novembro de 1841, um antigo oficial britânico, Sir Alexander Sekundar Burnes, e os seus ajudantes foram mortos por uma multidão em Cabul. As forças britânicas acantonadas no exterior de Cabul não agiram de imediato. Nas semanas seguintes os generais britânicos Elphinstone e McNaghten tentaram negociar com o Akbar Khan, mas McNaghten foi morto numa das reuniões. Em janeiro de 1842, Elphinstone seguiu uma estratégia incomum os britânicos e os seus seguidores saíram de Cabul e tentaram voltar a Peshwar. A caravana era composta por 15 a 30 000 pessoas. Apesar de Akbar Khan ter dado garantias de segurança, os britânicos foram atacados durante toda a viagem. Oito dias após ter deixado Cabul um sobrevivente conseguiu chegar a Jalalabad. Shah Sujah foi assassinado e Doste Maomé reconquistou o trono, governando até 1863. Doste Maomé foi sucedido pelo filho Sher Ali Akbar Khan morreu em 1845 . Depois de uma algumas lutas internas em 1860, Sher Ali aproximou-se da Rússia czarista, que tinha estendido sua influência ao Turquemenistão. Em consequência desta amizade política, em novembro de 1878 os britânicos invadiram outra vez o Afeganistão e voltaram a tomar Cabul iniciando a Segunda Guerra Anglo-Afegã 1878-1880 . Sher Ali fugiu para o norte do Afeganistão mas morreu em Mazar-i-Sharif antes que pudesse organizar todas as forças. Os britânicos apoiaram o filho de Shir Ali, Yaqub Khan, como o sucessor e o forçaram a assinar o Tratado de Gandumak. Era um tratado extremamente desfavorável e colocou os povos afegãos contra aos britânicos. Por volta de 1881 os britânicos tinham bastado a si mesmos e a despeito da vitoriosa carnificina na batalha de Maiwand, em julho de 1880, saíram. Os britânicos dominaram algum território e mantiveram sua influência, mas em um golpe a seu favor, colocaram Abdur Rahman no trono. Um homem leal aceitável para britânicos, russos e para o povo afegão. Durante o seu reinado 1880-1901 , os britânicos e os russos criaram oficialmente os limites do que se tornaria o Afeganistão moderno. Os britânicos mantiveram o controle efetivo sobre assuntos estrangeiros de Cabul. Governou o Afeganistão de forma firme até 1901 e foi sucedido por seu filho Habibullah Khan. Na Convenção de São Petersburgo em 1907 a Rússia concordou que o Afeganistão ficasse fora de sua esfera de influência. Habibullah, que conseguiu manter a neutralidade do Afeganistão durante a Primeira Guerra Mundial e assistiu ao primeiro movimento pela adopção de uma constituição no país, foi assassinado por nacionalistas em 1919 e substituído por seu filho Amanullah Khan. Amanullah declarou a independência total e provocou a Terceira Guerra Anglo-Afegã. Após muita discordância, os britânicos concordaram com autonomia plena. Em agosto de 1919, o Tratado de Rawalpindi foi assinado. Amanullah fez também reformas profundas na política interna do país, ao abolir a servidão. Chegou, inclusive, a tocar no estatuto da mulher, o que provocou descontentamentos e o obrigou a exilar-se.
Rei Amanullah Khan O rei Amanullah Khan moveu-se para acabar com o isolamento tradicional do seu país nos anos seguintes a terceira guerra anglo-afegã. Ele estabeleceu relações diplomáticas com a maioria dos grandes países e, após 1927 com a Europa Ocidental e a Turquia durante o qual ele observou a modernização e a secularização avançada por Atat rk , introduziu várias reformas destinadas a modernizar o Afeganistão. Uma força-chave por trás dessas reformas foi Mahmud Tarzi, ministro da relações exteriores de Amanullah Khan, e pai-de-lei - e um fervoroso adepto da educação das mulheres. Ele lutou para que o artigo 68 da primeira Constituição do Afeganistão declarado através de uma Loya Jirga , que tornou obrigatório o ensino fundamental. Algumas das reformas que foram realmente postas em prática, como a abolição do véu muçulmano tradicional para as mulheres e a abertura de um número de escolas coeducativas, rapidamente afastou muitos líderes tribais e religiosos. Confrontado com a esmagadora oposição armada, Amanullah foi forçado a abdicar em janeiro de 1929 depois que Cabul caiu por forças lideradas por Habibullah Kalakani.
Mohammad Zahir Shah em 1963 O Príncipe Mohammed Nadir Khan, primo de Amanullah Khan, por sua vez derrota e executa Habibullah Kalakani no início de novembro de 1929. Ele logo foi proclamado como rei Nadir Khan. Começou por consolidar o poder e regenerar o país. Abandonou as reformas de Amanullah Khan, em favor de uma abordagem mais gradual para a modernização. Em 1933, porém, foi assassinado em uma vingança por um estudante de Cabul. Mohammad Zahir Shah, filho de Nadir Khan de 19 anos, assumiu o trono e reinou de 1933 a 1973. Até 1946, Zahir Shah reinou com a ajuda de seu tio Sardar Mohammad Hashim Khan, que ocupou o posto de Primeiro-Ministro e continuou as políticas de Nadir Shah. Em 1946, outro dos tios de Zahir Shah, Sardar Shah Mahmud Khan, tornou-se primeiro-ministro e iniciou uma experiência que permitiu uma maior liberdade política, mas reverteu a política quando ela foi mais longe do que esperava. Em 1953, ele foi substituído como primeiro-ministro por Mohammed Daoud Khan, primo e cunhado do rei. Daoud buscou uma relação mais estreita com a União Soviética e mais distante do Paquistão. No entanto, as disputas com o Paquistão levaram a uma crise econômica e ele foi convidado a se demitir em 1963. De 1963 até 1973, Zahir Shah assumiu um papel mais ativo. Em 1964, o rei Zahir Shah promulgou uma constituição liberal, que prevê uma legislatura bicameral em que o rei nomeou um terço dos deputados. O povo elegeu um terço, e o restante foram selecionados indiretamente pelas assembleias provinciais. Apesar do experimento da democracia Zahir produziu poucas reformas duradouras, que permitiu o crescimento de partidos extremistas não oficiais tanto de esquerda quanto de direita. Estes incluíram o comunista Partido Democrático do Povo do Afeganistão PDPA , que tinha laços ideológicos estreitos com a União Soviética. Em 1967, o PDPA se dividiu em duas grandes facções rivais o Khalq massas foi dirigido por Nur Mohammad Taraki e Hafizullah Amin, que foram apoiados por elementos dentro das forças armadas, e os Parcham insígnia , liderado por Babrak Karmal.
Kabul 1970s Em meio a acusações de corrupção e prevaricação contra a família real e as más condições econômicas criadas pela grave seca de 1971-1972, o ex-primeiro-ministro Mohammad Sardar Daoud Khan, que era primo do Rei Zahir tomou o poder em um golpe de Estado sem violência em 17 de julho de 1973, enquanto Zahir Shah estava recebendo tratamento para problemas oculares e terapia para a lombalgia na Itália. Daoud aboliu a monarquia, revogou a Constituição de 1964, e declarou que o Afeganistão uma república com ele como seu primeiro presidente e primeiro-ministro. Suas tentativas de realizar as reformas econômicas e sociais necessárias reuniram-se com pouco sucesso, e a nova Constituição promulgada em fevereiro de 1977 não conseguiu acabar com a instabilidade política crônica. As modificações manifestadas na sociedade afegã também ajudaram ao golpe de Estado a família real tinha, insolitamente, estabelecido relações de colaboração com a esquerda contrária à monarquia tradicional, apoiada nos chefes das tribos mais influentes principalmente, os pachtuns . Daud prosseguirá uma política de aproximação aos países muçulmanos, principalmente com a Arábia Saudita e com o Xá do Irã, o que não será visto com agrado pela União Soviética e levará ao fim do seu governo. Como a desilusão, em conjunto, em 1978, um proeminente membro do Partido Democrático Popular do Afeganistão PDPA , Mir Akbar Khyber ou Kaibar , foi morto pelo governo. Os dirigentes do PDPA aparentemente temiam que Daoud estava planejando exterminá-los, especialmente porque a maioria deles foram presos pelo governo logo depois. No entanto, Hafizullah Amin e um número de oficiais militares da ala da facção do Khalq do PDPA conseguiu manter-se em geral e organizar um golpe militar,- no que ficaria conhecido como a Revolução de Saur período que vai de 22 de Abril a 22 de Maio .
28 de Abril de 1978, ume dia depois da Revolução de Saur em Kabul Em 27 de Abril de 1978, o PDPA, liderado por Nur Mohammad Taraki, Babrak Karmal e Amin Taha, derrubou o governo de Mohammad Daoud, que foi assassinado, juntamente com todos os membros da sua família em um sangrento golpe militar. O golpe ficou conhecido como Revolução de Saur. Em 1 de maio, Taraki se tornou Presidente, Primeiro-Ministro e Secretário-Geral do PDPA. O país foi então rebatizado de República Democrática do Afeganistão RDA , e o regime PDPA durou, de alguma forma ou de outra, até abril de 1992. Em março de 1979, Hafizullah Amin assumiu o cargo de primeiro-ministro, mantendo a posição de marechal de campo e tornando-se vice-presidente do Conselho Supremo de Defesa. Taraki permaneceu Presidente e no controle do Exército. Em 14 de Setembro, Amin derrubou Taraki, que foi morto. Uma vez no poder, o PDPA implementou uma agenda liberal e marxista-leninista passou a substituir as leis religiosas e tradicionais para as seculares e marxistas-leninistas. Os homens eram obrigados a cortar suas barbas, as mulheres não podiam usar um chador e mesquitas foram colocadas fora dos limites. O PDPA fez uma série de reformas nos direitos das mulheres, a proibição de casamentos forçados, dando reconhecimento do estado de direito das mulheres ao voto, e introduzindo as mulheres à vida política. Mas o PDPA também realizou a reforma agrária socialista promoveu o ateísmo de Estado, e realizou uma reforma agrária mal concebida, que foram mal interpretadas por praticamente todos os afegãos. Também se proibiu a usura. O PDPA convidou a União Soviética para ajudar na modernização da infra-estrutura econômica do país principalmente a sua exploração e lavra de minerais raros e gás natural . A URSS enviou também contratados para construir estradas, hospitais e escolas e para perfurar poços de água, também treinaram e equiparam o exército afegão. Após a ascensão do PDPA ao poder, e o estabelecimento da RDA, a União Soviética prometeu ajuda monetária no valor de pelo menos 1,262 bilhões dólares. Ao mesmo tempo, os comunistas impuseram uma tirania sobre o povo afegão prenderam, torturaram ou assassinaram milhares de membros da elite tradicional, das instituições religiosas, e os intelectuais. A Human Rights Watch estima que cerca de 100 000 pessoas possam ter sido mortas no campo somente por tropas do governo. Os membros da academia e das minorias étnicas foram mortos, torturados ou presos. Em dezembro de 1978, a liderança do PDPA assinou um acordo com a União Soviética que permita o apoio militar para o PDPA no Afeganistão se fosse necessário. A maioria da população nas cidades, incluindo Cabul deu boas-vindas ou eram ambivalentes a essas políticas. Contudo, a natureza marxista-leninista e secular do governo, bem como sua forte dependência da União Soviética tornou impopular para a maioria da população afegã. Repressões mergulharam grande parte do país, especialmente nas áreas rurais, em revolta aberta contra o novo governo marxista-leninista. Na Primavera de 1979, revoltas atingiram 24 das 28 províncias afegãs, incluindo grandes áreas urbanas. Mais da metade do exército afegão ou desertaram ou aderiram à insurreição. Os Estados Unidos viram a situação como uma excelente oportunidade para enfraquecer a União Soviética. Como parte de uma estratégia da Guerra Fria, em 1979, o governo dos Estados Unidos sob a presidência de Jimmy Carter e do Assessor de Segurança Nacional, Zbigniew Brzezinski começaram a financiar e treinar secretamente os mujahidins contra forças do governo através do serviço secreto paquistanês conhecido como Inter Services Intelligence ISI . Para reforçar a facção Parcham, a União Soviética decidiu intervir em 24 de dezembro de 1979, quando o Exército Vermelho invadiu o seu vizinho do sul. Mais de 100 000 tropas soviéticas participaram da invasão, que foi apoiada por outros cem mil militares afegãos e apoiantes da facção Parcham. Entretanto, Hafizullah Amin foi morto e substituído por Babrak Karmal. Em resposta à ocupação soviética do Afeganistão, durante a administração de Ronald Reagan, os Estados Unidos aumentaram o armamento e financiamento dos mujahidins, que iniciaram uma guerra de guerrilha, graças em grande parte aos esforços de Charlie Wilson e do diretor da CIA Gust Avrakotos. Os primeiros relatos estimam que US 6-20 bilhões foram gastos pelos Estados Unidos e a Arábia Saudita, mas os mais recentes relatórios afirmam que a Arábia Saudita e os Estados Unidos forneceram até US 40 bilhões em dinheiro e armas, para a criação de grupos islâmicos contra a União Soviética. Os Estados Unidos passaram mais do seu apoio através do ISI paquistanês. A Arábia Saudita também prestou apoio financeiro. Líderes como Ahmad Shah Massoud receberam apenas um auxílio menor em comparação com Gulbuddin Hekmatyar e alguns dos outros partidos, embora Massoud foi nomeado o afegão que venceu a Guerra Fria pelo Wall Street Journal. A ocupação soviética de 10 anos resultou na morte de entre 600 000 e dois milhões de afegãos, a maioria civis. Cerca de 6 milhões de refugiados afegãos fugiram para o Paquistão e o Irã, e de lá fez mais de 38 000 para os Estados Unidos e muitos mais para a União Europeia. Confrontados com a crescente pressão internacional e grande número de baixas em ambos os lados, os soviéticos se retiraram em 1989. Sua retirada do Afeganistão foi vista como uma vitória ideológica nos Estados Unidos, que havia apoiado algumas facções mujahidins através de três administrações presidenciais dos Estados Unidos para combater a influência soviética na proximidade da região rica em petróleo do Golfo Pérsico. A URSS continuou a apoiar o presidente Mohammad Najibullah ex-chefe do serviço secreto afegão, KHAD até 1992.
Buranuddin Rabbani O período de 1989 a 1992, da assim chamada Guerra Civil Afegã, começou depois que os soviéticos se retiraram do Afeganistão, deixando os comunistas afegãos a defender-se contra os mujahidins. Surpreendentemente, o regime sobreviveu à retirada dos soviéticos e à progressiva redução da ajuda econômica e militar. As ofensivas guerrilheiras, fortalecidas pela continuidade da ajuda externa, não conseguiram derrubar o governo, nem chegar a um acordo para formar uma nova administração. A capital Cabul se transformara numa cidade-Estado, onde refugiados do campo e segmentos urbanos apoiavam o governo. Com a dissolução da União Soviética a ajuda foi completamente cortada, levando ao colapso do governo. A fase de 1992 a 1996 da Guerra Civil Afegã começou com a renúncia do presidente Najibullah do Governo do Afeganistão e a entrada dos grupos mujahidins em Cabul. O combate envolveu múltiplas facções até os talibãs entraram na cidade em 1996, foi amplamente combatido em três frentes. O Oeste da cidade era controlado em grande parte por Hezbe Wahdat e o Jamiat-e Islami aliado de Ittehad-I-Islami. O norte da cidade estava sob controle das forças de Ahmad Shah Massoud e Jamiat-e Islami, enquanto o Sul estava em grande parte sob o controle de Gulbuddin Hekmatyar do Hezbi Islami. Uma Loya Jirga conselho de notáveis formado por líderes tribais, autoridades religiosas e anciãos instala um governo islâmico moderado, liderado por Burhanuddin Rabbani entretanto o poder de fato fica com os chefes militares regionais corruptos e bandos armados. Assim, os partidos políticos no Afeganistão chegaram a acordo sobre um acordo de paz e partilha do poder os Acordos de Peshawar . Os Acordos de Peshawar criaram o Estado Islâmico do Afeganistão, e nomeou um governo interino para um período de transição. Os remanescentes do regime derrubado juntaram-se a diferentes grupos, que tenderam a se agrupar por etnias. Estes, por sua vez, recebiam apoio externo de potências regionais, desejosas de ocupar o vazio de poder provocado pela desintegração da URSS. Muitos dos partidos vinculavam-se aos novos países da sia Central, em que sua etnia era majoritária. Mas havia uma divisão dominante os moderados como Massud , desejosos de um governo de coalizão e independência externa, e os fundamentalistas como Hekmatyar , ligados ao Paquistão e ao Ocidente. O governo do presidente Rabbani, foi reconhecido internacionalmente, mas combatido por Hekmatyar. Os países recém-independentes da sia central, abastados em petróleo e situados entre a Rússia e a China, constituíam uma nova realidade geopolítica, ambicionada pelo Ocidente. O Afeganistão, localizado entre o Irã e a China, ocupava uma posição importante, representando o único acesso à região. Assim, as companhias sauditas e estadunidenses desejavam construir um oleoduto ligando o petróleo do Mar Cáspio ao Oceano ndico, evitando desse modo, a Rússia e o Irã. Assim, necessitavam de um governo servil em Cabul. Em 1995, o Hezb-i-Islami de Gulbuddin Hekmatyar, o Hezb-i Wahdat apoiado pelo Irã, assim como as forças Junbish de Abdul Rashid Dostum foram derrotados militarmente na capital Cabul por forças do governo interino de Massoud que posteriormente tentou iniciar um processo de política nacional com o objetivo de consolidação nacional e eleições democráticas. O Paquistão buscou, então, uma alternativa, com ajuda estadunidense e saudita, seus serviços de inteligência recrutaram entre os campos de refugiados os estudantes das madrassas, uma poderosa milícia, oferecendo treinamento, armas, dinheiro e apoio aéreo. Num país economicamente devastado, socialmente esgotado e politicamente decepcionado com a continuação da guerra civil pelos partidos tradicionais, o surgimento deste grupo em 1994, que pregava a unidade, a ordem, o fim da guerra e a criação de um Estado islâmico puro , passou a ser visto para amplos segmentos da população como a única organização capaz de proteger os afegãos dos desmandos praticados pelas diversas facções guerrilheiras. Após a conquista de Candaar e Herat, no oeste, eles avançaram gradativamente rumo à capital.
O ex-presidente paquistanês, Pervez Musharraf envia mais tropas contra a Frente Unida de Ahmad Shah Massoud que o Talibã afegão Massoud vermelho , Dostum verde e do Talibã amarelo Mapa da situação no Afeganistão em agosto de 2001 até outubro de 2001 A fase mais recente da guerra civil afegã - que já dura duas décadas - tem início em 1992, quando uma aliança de movimentos guerrilheiros derruba o regime pró-comunista de Mohammad Najibullah. As negociações para a formação de um governo de coalizão degeneram em confrontos, e, em 1996, o Talibã milícia sunita de etnia patane, a mais numerosa do país assume o poder e implanta um regime fundamentalista islâmico. Cerca de 1 milhão de pessoas morrem na guerra. Outros 2,5 milhões estão refugiados em países vizinhos. Lutas subsequentes entre as várias facções mujahidin, permitiram que os fundamentalistas do Talibã pudessem se apropriar da maioria do país. Além da rivalidade civil continuada, o país sofre de enorme pobreza, de uma infraestrutura devastada, e da exaustão de recursos naturais. Nos últimos dois anos, o país sofre com a seca. Estas circunstâncias conduziram três a quatro milhões de afegãos a sofrerem de inanição. O Talibã começou a bombardear Cabul, no início de 1995, mas foram derrotados pelas forças do governo do Estado Islâmico sob Ahmad Shah Massoud. Em 26 de setembro de 1996, o Talibã com apoio militar por parte do Paquistão e o apoio financeiro da Arábia Saudita preparou para uma outra grande ofensiva contra Massoud que ordenou uma retirada completa de Cabul. Os talibãs tomaram Cabul em 27 de setembro de 1996, derrubaram e colocaram em fuga o presidente Burhanuddin Rabbani, e estabeleceram o Emirado Islâmico do Afeganistão. Na verdade, torna-se presidente Mulá Mohammed Omar, com o Talibã controlando 75 do território afegão. Os adversários foram executados e Najibullah foi capturado, quando se encontrava refugiado na representação da ONU. Ele e seu irmão foram castrados, enforcados e, após, trucidados em praça pública. Desde então, o Talibã estabelece um regime teocrático com base em uma interpretação fundamentalista da sharia, revogando todo conselho eleito começando pelo Parlamento ordenou-se a destruição de bibliotecas, de televisores e vídeos, além de obrigar os homens a usar barbas e padronizar o corte de cabelo e o vestuário masculino e feminino, o novo regime instituiu também regras que restringiram severamente a liberdade das mulheres como a exigência de usar a burca . Estas medidas de controle chegaram a tal ponto que as janelas das casas deveriam estar preparadas para que ninguém possa ver as mulheres da casa de fora. Eram obrigadas a usar sapatos silenciosos e não podiam falar livremente. Durante os anos do regime talibã, as mulheres eram proibidas de trabalhar ou sair sem estarem acompanhadas por um membro da família do sexo masculino. As mulheres com carreiras como médicas ou advogadas, perderam seus empregos e permaneceram confinadas em suas casas. O resultado direto é que as famílias em que não havia ninguém para fornecer renda eram obrigados a mendigar ou a morrer de fome. Além disso, os hospitais e os cuidados de saúde para as mulheres eram escassos, pois os médicos do sexo masculino não poderiam atendê-las. Casos de depressão aumentaram a um ritmo alarmante entre as mulheres, bem como o número de suicídios. Muitas mulheres escolheram o suicídio em vez de viver sob a opressão e a injustiça. Após a queda de Cabul, Ahmad Shah Massoud e Abdul Rashid Dostum, anteriormente arquiinimigos, criaram a Frente Unida Aliança do Norte contra os talibãs que estavam preparando ofensivas contra as demais áreas no âmbito do controle de Massoud e aquelas sob o controle de Dostum. A Frente Unida, incluído ao lado das forças de Massoud dominantemente tadjiques e as forças uzbeques de Dostum, facções hazaras e forças pashtuns sob a liderança dos comandantes, como Abdul Haq, Haji Abdul Qadir, Qari Baba ou o diplomata Abdul Rahim Ghafoorzai. Desde a conquista do Talibã em 1996 até novembro de 2001, a Frente Unida controlou cerca de 30 da população do Afeganistão, em províncias como Badaquistão, Capisa, Takhar e partes de Parwan, Kunar, Nuristão, Laghman, Samangan, Kunduz, Ghor e Bamiã. De acordo com um relatório de 55 páginas pelas Nações Unidas, o Talibã, enquanto tenta consolidar o controle sobre o Afeganistão do norte e oeste, cometeram massacres sistemáticos contra civis. O Talibã tinha como alvo especialmente as populações de de religião xiita ou etnia hazara. Ao tomar Mazar-i-Sharif, em 1998, cerca de 4 000 civis foram executados pelos talibãs e muitos mais relatos de torturados. Entre mortos em Mazar-i-Sharif foram vários diplomatas iranianos. Outros foram seq estrados pelo Talibã, desencadeando uma crise de reféns que praticamente escalou para uma guerra em grande escala, com 150 mil soldados iranianos se concentrando na fronteira com o Afeganistão ao mesmo tempo. Foi mais tarde admitido que os diplomatas foram mortos pelo Talibã, e seus corpos foram levados para o Irã. Os documentos também revelam o papel das tropas de apoio árabes e paquistanesas nestas mortes. A chamada Brigada 055 de Osama bin Laden foi responsável pelos assassinatos em massa de civis afegãos. O presidente paquistanês, Pervez Musharraf - então como chefe do Exército - foi responsável pelo envio de milhares de paquistaneses para lutar ao lado do Talibã e Bin Laden contra as forças de Massoud. No total, foram creditados a 28 mil paquistaneses combatendo no Afeganistão. Osama bin Laden com o jornalista paquistanês Hamid Mir em novembro de 2001 O novo regime do Mulá Omar reconhecido apenas pelo Paquistão, Arábia Saudita e Emirados rabes Unidos cria todas as condições para o Afeganistão se tornar o refugio de Osama bin Laden instalar ali a base para a sua rede terrorista, Al-Qaeda. O Afeganistão realmente treina e incentiva o fundamentalismo islâmico e o terrorismo cujos resultados deste prejudicam as relações com os Estados Unidos. De 1996 a 2001, a Al Qaeda de Osama Bin Laden e Ayman al-Zawahiri se tornou um Estado dentro do Estado do Talibã. Bin Laden enviou recrutas árabes para se unir à luta contra a Aliança do Norte. Dos cerca dos 45 mil soldados paquistaneses do Talibã e da Al-Qaeda lutando contra o forças de Massoud apenas 14 000 eram afegãs. Em agosto de 1998, Mazar-I-Sharif, bastião usbeque de Douston, foi conquistado, bem como o reduto dos xiitas hazaras. O comandante Massud, último apoio do governo que continua a ser reconhecido internacionalmente , controla ainda 10 do nordeste afegão, predominantemente habitado por tadjiques e o Vale do Panjshir, que os talibãs não conseguiram controlar. Ele é apoiado pela Rússia, ndia e Irã. Fracassam, em meados de 1999, as negociações de paz - patrocinadas pela Arábia Saudita - entre o governo fundamentalista islâmico do Talibã e a Frente Islâmica Unida de Salvação do Afeganistão Fiusa , agrupamento de facções étnicas e tribais de oposição sob a liderança do ex-ministro da Defesa Ahmed Shah Massud. Sob o governo do Talibã, o país corre o risco de transformar-se no epicentro de conflitos regionais. O Irã ameaçou deslocar tropas em defesa da minoria xiita afegane. O governo indiano acusa o Talibã de apoiar os separatistas muçulmanos na Caxemira. E a Federação Russa denuncia o envolvimento do Afeganistão com os separatistas muçulmanos da Chechênia e do Daguestão. Os Estados Unidos, que armaram os guerrilheiros islâmicos durante a invasão soviética do Afeganistão 1979-1989 , agora pressionam o Talibã para que extradite o milionário saudita Osama Bin Laden, responsabilizado pelos ataques terroristas a suas embaixadas na frica no Quênia e na Tanzânia . Como resultado deste atentado, em agosto de 1998, os Estados Unidos bombardearam campos afegãos da Al-Qaeda, em retaliação. A ONU impõe sanções econômicas ao país em novembro de 1999 até que Bin Laden seja entregue a um tribunal internacional. Em janeiro de 2000, a ONU ampliou as sanções, decretando um embargo de armas, o fechamento dos escritórios internacionais da Ariana, a linha aérea afegã, e o congelamento dos bens do regime no exterior. A 10 de setembro, a oposição armada Frente Unida anuncia que o líder Ahmed Shah Massud sofreu o atentado no dia anterior por 2 falsos jornalistas árabes da Argélia suspeita-se que o atentado foi ordenado pelo Bin Laden.
Dois dias depois do assassinato de Massoud, 3 000 pessoas morreram em solo dos Estados Unidos nos ataques de 11 de setembro de 2001. O atentado às Torres Gêmeas, cometido em Nova Iorque quando eram 17h e 15m no Afeganistão, não é noticiado nesse país, tornando-se o único a não falar do assunto. Na madrugada do dia 12 de setembro, um bombardeio atribuído por forças da Frente Unida às 1h e 45m, ataca o Aeroporto de Cabul, sendo transmitido pela CNN, que chegou ser atribuído por Estados unidos, que negaram o ataque. Os atentados de 11 de setembro são atribuídos a Osama bin Laden, líder da Al Qaeda, protegido pelo Talibã. Os Estados Unidos pedem ao Talibã sua extradição para as autoridades dos Estados Unidos e a dissolução das bases da Al-Qaeda no Afeganistão, o que são recusados. Assim, as forças aéreas britânicas e estadunidenses começam a bombardear os alvos do Talibã e da Al-Qaeda no Afeganistão durante a Operação Liberdade Duradoura. No terreno, os Estados Unidos, forças aliadas e o grupo resistente afegão da Aliança do Norte lançaram uma campanha militar a 7 de outubro de 2001, às 20h e 57m do Afeganistão. Estes ataques levaram à queda de Mazar-i-Sharif e Cabul em novembro de 2001, com os talibãs e a Al-Qaida se retirando para a fronteira montanhosa com o Paquistão, a Linha Durand. Sob o bombardeio americano no Afeganistão foram mortos cerca de 14 000 pessoas 3 800 civis e mais de 10 mil combatentes do Talibã mais de 20 000 morrerão da doença e pela fome causadas pela guerra. Sob os auspícios da ONU, em 5 de dezembro de 2001, reuniu-se as facções afegãs em Bonn e são eleitos 30 membros do governo provisório, liderado por Hamid Karzai, antigo ministro da Defesa e ex-assessor da companhia petrolífera americana Unocal, e em estreitos contatos com a CIA. Após seis meses de governo, o antigo rei Zahir Shah convocou uma Loya Jirga, que elegeu Karzai como presidente e deu-lhe a autoridade para governar por mais dois anos. Em dezembro de 2001, depois que o governo talibã foi deposto e o novo governo afegão de Hamid Karzai se formou, a Força Internacional de Assistência para Segurança ISAF foi criado pelo Conselho de Segurança da ONU para ajudar a ajudar o governo de Karzai e oferecer a segurança básica ao povo afegão.
Expansão da insurgência talibã De 2002 em diante, os talibãs começaram a reagrupar enquanto mais tropas da coalizão entraram na guerra escalada norte-americana com os insurgentes. Enquanto isso, a OTAN assumiu o controle da ISAF em 2003 e a reconstrução do Afeganistão começou, sendo financiada pela comunidade internacional, especialmente pela USAID e outras agências dos Estados Unidos. A União Europeia, Canadá e ndia também desempenham um papel importante na reconstrução. 2003-2008 2008-2011 Em 9 de outubro de 2004, Karzai é confirmado chefe de Estado na primeira eleição presidencial direta na história do Afeganistão. Entretanto, o poder de Karzai não vai além dos limites da capital, isso porque o resto do país continua nas mãos dos senhores da guerra sólidamentes ligados a movimentos mujahidin e ao comércio de ópio. Os poderosos líderes derrubados como o Mulá Omar pelos Estados Unidos se refugiam no Paquistão, entre 2002 e 2004, e passam a fazer incursões no sul do país, causando a morte de quase 5 000 pessoas, incluindo 200 soldados americanos. Em 2005, os talibãs avançam em sua força e agora se estendem a todas as províncias do sul e do centro do país. Isso foi possível graças ao comércio de ópio que nunca se cessou e ao financiamento secreto paquistanês. Assim que os Estados Unidos começaram a bombardear posições militares do país, passaram a caçar e prender terroristas no Afeganistão e envia-los para a base militar na Baía de Guantánamo em Cuba. O governo Bush afirmou que se tratava de combatentes ilegais, e que portanto eles não teriam direito ao tratamento de prisioneiros de guerra, que é regido pelas Convenções de Genebra e reconhece certos direitos básicos, que estariam sendo negados aos presos. Como Guantánamo, apesar de ser uma base norte-americana instalada em território de Cuba contra a vontade desse país, tecnicamente não é território dos Estados Unidos, arrasta-se na Corte Suprema dos Estados Unidos a discussão se os presos têm direito a advogado, a ver familiares e a serem submetidos a um julgamento justo, ou se podem ser sentenciados à morte por uma corte militar sem que a evidência utilizada seja submetida a um debate contraditório. Inicialmente, a operação norte-americana no Afeganistão teve mais sucesso que no Iraque, desmantelando boa parte do grupo terrorista Al Qaeda que estava sediado no país. Contudo, não devolveu a paz que a nação perdeu desde a invasão soviética. As províncias continuam dominadas pelos senhores da guerra, o Talibã reagrupa-se nas escolas islâmicas do outro lado da fronteira com o Paquistão e a administração local está longe de ser eficiente e honesta. Assim, o Afeganistão continua sendo um dos países mais pobres do mundo, devido aos resultados de 30 anos de guerra, a corrupção entre os políticos de alto nível e a crescente insurgência do Talibã apoiados pelo Paquistão. Os oficiais dos Estados Unidos também acusam o Irã de fornecer suporte limitado para os talibãs, mas afirmaram que é a um nível pequeno, pois não é do seu interesse ver o Talibã, um elemento extremista sunita ultraconservador, voltar a assumir o controle do Afeganistão. O Irã tem sido historicamente um inimigo do regime talibã. Cerimônia de retirada das tropas da OTAN, no final de 2014 A OTAN e as tropas afegãs nos últimos anos realizaram muitas ofensivas contra o Talibã, mas estas provaram serem incapazes de desalojar completamente a sua presença. Em 2010, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama implantou um adicional de 30 000 soldados ao longo de um período de seis meses e propôs que começará a retirada de tropas até 2012. Em 12 de Agosto de 2010, documentos vazados no site Wikileaks revelam diversas falsificações de informações oficiais que indicam que a oposição no Afeganistão está muito mais forte que o esperado. Em 7 de Outubro de 2010, membros do Talibã soltam nota afirmando controlar 75 do país, bem como todas as principais estradas no País. Em dezembro de 2014, após treze anos, os Estados Unidos e a OTAN oficialmente encerraram suas operações militares no Afeganistão. O novo governo local, liderado pelo presidente Ashraf Ghani ainda enfrenta divisões internas e uma insurgência cada vez mais ativa.
Desde 2016, o Talibã lentamente começou a se reconstruir, ao ponto que em 2020, eles já estavam mais fortes do que qualquer período na década anterior. Em 2020, os Estados Unidos começou sua retirada do Afeganistão, que aumentou consideravelmente em 2021. Aproveitando-se da situação incerta, o Talibã iniciou uma grande ofensiva contra o governo central afegão, tomando grandes porções do país. Em 15 de agosto de 2021, a capital Cabul foi tomada pelos talibãs, o Presidente Ashraf Ghani fugiu do país e o governo afegão entrou em colapso, com o Talibã assumindo como o novo governo.
Invasões do Afeganistão Grande JogoArgentina, oficialmente República Argentina , é o segundo maior país da América do Sul em território e o terceiro em termos de população, constituída como uma federação de 23 províncias e uma cidade autônoma, Buenos Aires, capital do país. o oitavo maior país do mundo em área territorial e o maior entre as nações de língua espanhola, embora México, Colômbia e Espanha, que possuem menor território, sejam mais populosos. A área continental da Argentina está entre a cordilheira dos Andes a oeste e o oceano Atlântico, a leste. Faz fronteira com o Paraguai e Bolívia ao norte, com o Brasil e Uruguai a nordeste e com o Chile a oeste e sul. A Argentina reivindica uma parte da Antártida, sobrepondo as reivindicações do Chile e do Reino Unido no continente antártico, mesmo após todas as reivindicações terem sido suspensas pelo Tratado da Antártida de 1961. O país reivindica ainda as Ilhas Malvinas e Geórgia do Sul e Sandwich do Sul, que são administradas pelo Reino Unido como territórios britânicos ultramarinos. O mais antigo registro de presença humana na área atualmente conhecida como Argentina é datado do período paleolítico. A colonização espanhola iniciou-se em 1512. A Argentina emergiu como o Estado sucessor do Vice-Reino do Rio da Prata, uma colônia espanhola fundada em 1776. A declaração e a luta pela independência 1810 1818 foi seguida por uma longa guerra civil, que durou até 1861 e terminou com a reorganização do país em uma federação de províncias, com a cidade de Buenos Aires como capital. Durante a segunda metade do século XX, a Argentina enfrentou vários golpes militares e períodos de instabilidade política, juntamente com crises econômicas periódicas que contiveram seu pleno desenvolvimento econômico e social. Uma potência média reconhecida, a Argentina é uma das maiores economias da América do Sul, com uma classificação muito alta no ndice de Desenvolvimento Humano. Na América Latina, a Argentina possui o quinto maior PIB per capita nominal e o maior PIB per capita em paridade do poder de compra. Analistas argumentam que o país tem uma forte base para o crescimento futuro devido ao tamanho do seu mercado, aos níveis de investimento direto estrangeiro e ao percentual de exportações de alta tecnologia como parte do total de bens manufaturados e é classificado pelos investidores como uma economia emergente. A Argentina é um membro fundador da Organização das Nações Unidas, do Mercosul, da União de Nações Sul-Americanas e da Organização Mundial do Comércio e continua sendo um dos G20.
O primeiro gentílico aplicado pelos europeus ao povo habitante da atual Argentina foi o termo castelhano rioplatense. O nome foi dado por um equívoco feito por Sebastião Caboto em 1526, quando passou pelo estuário do Rio Uruguai e o chamou de Rio de La Plata Rio da Prata , enganado pelo metal precioso que encontrou nas mãos de alguns indígenas, sem saber que eles o haviam tomado dos marinheiros da expedição portuguesa dirigida por Aleixo Garcia. Embora o equívoco tenha se esclarecido pouco depois, o nome manteve-se e logo o gentílico rioplatense aplicou-se em espanhol para designar os habitantes de ambas as margens do Rio da Prata, o qual os índios chamavam de Paraná-Guazú termo que, traduzido da língua guarani, significa mar gigante . A prata, em latim, recebe o nome de argentum, nome substantivo ao qual corresponde o adjetivo argentinus. O nome Argentina foi usado pela primeira vez pelo poeta Miguel Del Barco Centenera 1535 1605 em seu poema histórico Argentina y la Conquista del Río de la Plata Argentina e a Conquista do Rio da Prata , publicado em 1602, 66 anos depois da fundação do Puerto de Nuestra Se ora Santa Maria del Buen Aire Porto de Nossa Senhora Santa Maria do Bom Ar , a atual cidade de Buenos Aires. O substantivo Argentina foi utilizado amplamente a partir do século XVIII para designar toda a região do Rio da Prata, abarcando os atuais territórios do Uruguai, Paraguai e parte do estado brasileiro do Rio Grande do Sul.
Cueva de las Manos, uma das mais antigas expressões humanas da América do Sul A área conhecida atualmente como a Argentina era relativamente pouco povoada até o período da colonização europeia. Os primeiros vestígios de vida humana são datados do período Paleolítico e há indícios adicionais dos períodos Mesolítico e Neolítico. No entanto, grandes áreas do interior eram aparentemente despovoadas durante um extenso período de secas entre 4000 e 2000 a.C.. Até o período da colonização europeia, a Argentina era relativamente pouco povoada por um grande número de culturas diversas com organizações sociais diferentes, que podem ser divididas em três grupos principais. O primeiro grupo são caçadores e coletores de alimentos sem desenvolvimento de cerâmica, como os povos selknam e yaghan. O segundo grupo são os caçadores avançados e os coletores de alimento que incluem os puelche, querandí e serranos no centro-leste e os tehuelche no sul todos eles conquistados pelos mapuches que se espalham do Chile e o kom e wichi no norte. O último grupo são os agricultores com cerâmica, como os charruas, minuanos e guaranis no nordeste, com práticas de queimadas e existência semissedentária a avançada cultura diaguita comercializava no noroeste, que foi conquistado pelo Império Inca em torno de 1480 os toconotés e comechingones vivam no centro do país e os huarpes, uma cultura que criava lhamas e foi fortemente influenciada pelos incas, no centro-oeste.
Ruínas da missão jesuítica de San Ignacio Miní, um Patrimônio Mundial pela UNESCO Os europeus chegaram pela primeira vez à região com a viagem de 1502 de Américo Vespúcio. Os navegadores espanhóis Juan Díaz de Solís e Sebastian Cabot visitaram o território que hoje é a Argentina em 1516 e 1526, respectivamente. Em 1536 Pedro de Mendoza fundou o pequeno povoado de Buenos Aires, que foi abandonado em 1541. Outros esforços de colonização vieram do Paraguai estabelecendo o Governo do Rio da Prata Peru e Chile. Francisco de Aguirre fundou Santiago del Estero em 1553. Londres foi fundada em 1558 Mendoza, em 1561 San Juan, em 1562 San Miguel de Tucumán, em 1565. Juan de Garay fundou Santa Fé em 1573 e no mesmo ano Jerónimo Luis de Cabrera criou Córdoba. Garay foi mais para o sul para refundar Buenos Aires em 1580. San Luis foi estabelecida em 1596. No séculos XVI e XVII, a economia argentina foi baseada na exploração de prata, com o uso da mão-de-obra dos indígenas. Ocorre a miscigenação entre colonos espanhóis e os ameríndios. No século XVII, jesuítas espanhóis criam missões na Bacia do Prata, com o objetivo de catequizar os indígenas e proteger os nativos de caçadores de escravos. Além disso, nesse período intensifica-se o contrabando e a pirataria, sobretudo na região do Rio da Prata. As primeiras cabeças de gado chegaram à Argentina logo no início da colonização, em 1556, e ao longo do tempo foram se multiplicando, graças aos amplos pastos da região dos Pampas. No século XVIII, a pecuária já era uma das bases da economia argentina. Em 1776, foi criado o Vice-Reino do Rio da Prata, desmembrado do Vice-Reino do Peru. Buenos Aires é escolhida capital do novo vice-reino e começa a concentrar poder, desestabilizando a política local. Buenos Aires repeliu duas invasões britânicas malfadadas em 1806 e 1807. As ideias do Iluminismo e o exemplo das primeiras Revoluções Atlânticas geraram críticas à monarquia absolutista que governava o país. Como no resto da América espanhola, a queda de Fernando VII durante a Guerra Peninsular criou grande preocupação.
José de San Martín, libertador de Argentina, Chile e Peru, na Catedral de Buenos Aires Ao iniciar o processo de emersão da Argentina como o Estado sucessor ao Vice-Reino do Rio da Prata, a Revolução de Maio de 1810 substituiu o vice-rei Baltasar Hidalgo de Cisneros pela Primeira Junta, um novo governo em Buenos Aires composto por habitantes locais. Nos primeiros confrontos da Guerra da Independência, a Junta esmagou uma contrarrevolução em Córdoba, mas não conseguiu superar as da Banda Oriental, do Alto Peru e do Paraguai, que mais tarde se tornaram Estados independentes. Os revolucionários se dividiram em dois grupos antagonistas os centralistas e os federalistas uma medida que definiria as primeiras décadas de independência da Argentina. A Assembleia do ano XIII nomeou Gervasio Antonio de Posadas como primeiro Diretor Supremo das Províncias Unidas do Rio da Prata. Em 1816 o Congresso de Tucumán formalizou a Declaração de Independência. Um ano depois, o general Martín Miguel de G emes parou os defensores da coroa espanhola no norte e o general José de San Martín tomou um exército através dos Andes e garantiu a independência do Chile então conduziu a luta à fortaleza espanhola de Lima e proclamou a independência do Peru. Em 1819, Buenos Aires decretou uma constituição centralista que fosse substituída pela federalista. A Batalha de Cepeda de 1820, travada entre os centralistas e os federalistas, resultou no fim do governo do Diretor Supremo. Em 1826, Buenos Aires promulgou outra constituição centralista, com Bernardino Rivadavia sendo nomeado como o primeiro presidente do país. Entretanto, as províncias do interior se opuseram a ele, forçaram sua renúncia e rejeitaram a constituição. Centralistas e Federalistas retomaram a guerra civil este último grupo prevaleceu e formou a Confederação Argentina em 1831, liderada por Juan Manuel de Rosas. Durante seu regime ele enfrentou um bloqueio naval francês 1838 1840 , a Guerra da Confederação 1836 1839 e um bloqueio anglo-francês 1845 1850 , mas manteve-se invicto e impediu a perda de território nacional. Suas políticas de restrição ao comércio, porém, irritaram as províncias do interior e, em 1852, Justo José de Urquiza, outro caudilho poderoso, o tirou do poder. Como novo presidente da Confederação, Urquiza promulgou a Constituição liberal e federal de 1853. Buenos Aires se separou, mas foi forçada a voltar para a Confederação depois de ser derrotada na Batalha de Cepeda de 1859.
Pessoas reunidas em frente ao Cabildo de Buenos Aires durante a Revolução de Maio, que forçou a renúncia do vice-rei e substituiu seu governo pela Primera Junta, o primeiro governo argentino independente. Ao superar Urquiza na Batalha de Pavón em 1861, Bartolomé Mitre garantiu a predominância de Buenos Aires e foi eleito como o primeiro presidente do país reunificado. Foi seguido por Domingo Faustino Sarmiento e Nicolás Avellaneda estas três presidências estabeleceram as bases do moderno Estado argentino. Entre 1878 e 1885, sob a liderança do General Julio Argentino Roca, Ministro de Guerra de Avellaneda e posteriormente Presidente da República, a Argentina expande seu território para o sul, conquistando a Patagônia, na chamada Campanha do Deserto. Esse processo resultou no extermínio de grande parte dos indígenas patagônios e fueguinos. Começando com Julio Argentino Roca em 1880, dez governos federais consecutivos enfatizaram políticas econômicas liberais. A onda maciça de imigração europeia que se seguiu menor apenas que a dos Estados Unidos levou a uma quase reinvenção da sociedade e da economia argentinas que, em 1908, haviam colocado o país como a sétima nação mais próspera do mundo. Impulsionada por esta onda de imigração e mortalidade decrescente, a população argentina cresceu cinco vezes e a economia 15 vezes de 1870 a 1910 as exportações argentinas de trigo passaram de 100 000 para 2 500 000 toneladas por ano, enquanto as exportações de carne congelada aumentaram de 25 000 para 365 000 t por ano, colocando a Argentina como um dos cinco maiores exportadores mundiais. Sua rede ferroviária aumentou de 503 km para 31 104 km. Aprimorada por um novo sistema de ensino público, obrigatório, livre e secular, a alfabetização disparou de 22 para 65 , um nível mais alto do que a maioria das nações latino-americanas atingiria até 50 anos mais tarde. Além disso, o PIB nominal do país cresceu tão rápido que, apesar do enorme influxo de imigração, a renda per capita entre 1862 e 1920 passou de 67 da dos países desenvolvidos para 100 . Centenário da Argentina, celebrado em 25 de maio de 1910 Em 1865, a Argentina já era uma das 25 nações mais ricas e, em 1908, ultrapassou a Dinamarca, o Canadá e os Países Baixos para chegar ao 7 lugar, atrás da Suíça, Nova Zelândia, Austrália, Estados Unidos, Reino Unido e Bélgica. O rendimento per capita da Argentina era 70 superior ao da Itália, 90 superior ao da Espanha, 180 superior ao do Japão e 400 superior ao do Brasil. Apesar dessas realizações singulares, o país demorou a cumprir seus objetivos originais de industrialização depois do forte desenvolvimento de indústrias locais na década de 1920, uma parte significativa do setor manufatureiro continuou a ser intensiva em mão de obra na década de 1930. Em 1912, o presidente Roque Sáenz Pe a promulgou o sufrágio universal masculino e secreto, o que permitiu que Hipólito Yrigoyen, líder da União Cívica Radical ou UCR , ganhasse a eleição de 1916. Ele promulgou reformas sociais e econômicas e ampliou a assistência aos agricultores familiares e às pequenas empresas. A Argentina permaneceu neutra durante a Primeira Guerra Mundial. A segunda administração de Yrigoyen enfrentou uma crise econômica, influenciada pela Grande Depressão.
Golpe de Estado na Argentina em 1930 Em 1930, Yrigoyen foi expulso do poder pelos militares liderados por José Félix Uriburu. Embora a Argentina tenha permanecido entre os 15 países mais ricos até meados do século, este golpe de Estado marca o início de um declínio econômico e social constante que empurrou o país de volta ao subdesenvolvimento. Uriburu governou por dois anos então Agustín Pedro Justo foi eleito em uma eleição fraudulenta e assinou um tratado controverso com o Reino Unido. A Argentina permaneceu neutra durante a Segunda Guerra Mundial, uma decisão que teve pleno apoio britânico, mas foi rejeitada pelos Estados Unidos após o ataque a Pearl Harbor. Um novo golpe militar derrubou o governo e a Argentina declarou guerra às Potências do Eixo um mês antes do final da Segunda Guerra Mundial na Europa. O ministro do bem-estar, Juan Domingo Perón, foi despedido e preso por causa de sua alta popularidade entre os trabalhadores. Sua libertação foi forçada por uma demonstração popular maciça, o que o levou a ganhar a eleição de 1946.
Juan Domingo Perón, presidente da Argentina por três mandatos, e sua esposa Eva ou Evita , fundadores de um movimento político conhecido como peronismo Perón criou um movimento político conhecido como peronismo. Ele nacionalizou indústrias e serviços estratégicos, melhorou os salários e as condições de trabalho, pagou toda a dívida externa e conseguiu quase o pleno emprego. A economia, no entanto, começou a declinar em 1950, por causa do excesso de despesas. Sua esposa altamente popular, Eva Perón, tinha um papel político central. Ela incentivou o congresso a decretar o sufrágio universal das mulheres em 1947 e desenvolveu uma assistência social sem precedentes aos setores mais vulneráveis da sociedade. No entanto, devido ao seu estado de saúde, não pôde concorrer à vice-presidência em 1951, ocasião em que Perón foi reeleito com uma votação maior do que em 1946, e ela morreu de câncer no ano seguinte, enfraquecendo o governo. Em 1955, a Marinha Argentina bombardeou a Praça de Maio numa tentativa de matar o Presidente. Poucos meses depois, durante o autochamado golpe da Revolução Libertadora, ele renunciou e entrou em exílio na Espanha. O novo chefe de Estado, Pedro Eugenio Aramburu, proscreveu o peronismo e proibiu todas as suas manifestações no entanto, os peronistas se mantiveram subterrâneos. Arturo Frondizi, da UCR, ganhou as eleições seguintes, em 1958. Ele incentivou o investimento para alcançar a autossuficiência energética e industrial, reverteu um déficit comercial crônico e acabou com a proibição ao peronismo contudo, seus esforços em manter boas relações com peronistas e militares lhe trouxe rejeição de ambos os grupos e um novo golpe de Estado o tirou do poder em 1962, mas o chefe do Senado, José María Guido, reagiu rapidamente e aplicou a legislação contra o vácuo contra o poder, tornando-se presidente as eleições foram revogadas e o peronismo proscrito novamente. Arturo Illia UCR foi eleito em 1963 e levou a um aumento geral da prosperidade no entanto suas tentativas de legalizar o peronismo resultaram em sua deposição em 1966, por meio de um golpe de Estado liderado por Juan Carlos Onganía, conhecido como Revolução Argentina, que estabeleceu um novo governo militar que procurou governar indefinidamente. Onganía foi afastado da presidência em 1970. Em 1971, o General Alejandro Lanusse negocia a volta de Perón para a Argentina. Perón é eleito presidente em 1973, mas falece no ano seguinte, sendo sucedido pela sua viúva e vice-presidenta, Isabelita Perón.
O país se encontrou num caos político durante o governo de Isabelita. Grupos extremistas realizavam sequestros e assassinatos, levando a sociedade a um terror poucas vezes visto no país. Nesta situação, em março de 1976 um golpe de estado derruba a presidenta e o líder da junta militar, o General Jorge Rafael Videla, assume a Presidência, assim iniciando a ditadura militar argentina, autodenominada pelos militares de Processo de Reorganização Nacional, que se caracterizou por acentuada repressão. Assim como os outros países do Cone Sul, o governo argentino integrou a Operação Condor. A administração de Videla foi marcada por violações sistemáticas aos direitos humanos, com constantes perseguições, torturas e execuções de presos políticos, além de conflitos fronteiriços com o Chile, que estiveram próximas de um conflito armado matéria diplomaticamente mediada por João Paulo II. Bebês filhos de opositores da ditadura eram sequestrados e dados a famílias apoiadoras do regime, o que ocasionou o surgimento de grupos que lutam pela descoberta das crianças sequestradas, como as Mães da Praça de Maio e as Avós da Praça de Maio. Houve também desmantelamento dos sindicatos e polarização na divisão de classes sociais. A economia do país, porém, cresceu, tornando-se mais competitiva e moderna, adaptando-se às correntes mundiais. Houve também um grande incremento nas obras públicas. Videla é substituído em 1981 por Roberto Viola, que promete diálogo com a oposição, mas é deposto no mesmo ano pelo General Leopoldo Galtieri. Buscando apoio popular, em 1982 a Argentina invade as Ilhas Malvinas ou Falklands , território ultramarino britânico reivindicado pelo país sul-americano, assim iniciando a Guerra das Malvinas. O absoluto fracasso das tropas argentinas e a morte de aproximadamente 600 jovens soldados levaram à renúncia de Galtieiri, que é substituído por Reynaldo Bignone, que negocia a volta dos civis ao poder. Desse modo, a guerra foi o golpe significativo à ditadura militar argentina.
Intervenção policial nas ruas de Buenos Aires durante a crise de 2001 Em 10 de dezembro de 1983, Raúl Alfonsín UCR , eleito naquele mesmo ano, toma posse como presidente, assinalando o retorno da democracia à Argentina. Logo após, uma comissão descobriu que cerca de 10 mil argentinos foram mortos durante a ditadura militar. Alfonsín ordenou a prisão de altos comandantes militares, mas revoltas militares forçaram o presidente a anistiar comandantes subalternos. Além disso, nessa época a hiperinflação se torna um grande problema, provocando saques e quebra-quebras. Em 1989, Carlos Menem é eleito presidente e toma posse, com uma inflação de 5.000 . Seu governo foi marcado por medidas de combate à inflação e uma orientação econômica neoliberal. Em 1991, o Ministro da Economia, Domingo Cavallo, torna o peso argentino paritário ao dólar estadunidense, congelando a inflação, e a Argentina funda o Mercosul junto com o Brasil, Uruguai e Paraguai. No ano seguinte, a estatal petrolífera e o sistema energético são privatizados. Em 1994, Menem é reeleito. As medidas econômicas adotadas mostraram-se insustentáveis, pois ao longo dessa gestão houve uma escalada do desemprego e uma prolongada recessão. Em 1999, Fernando de la Rúa, de uma aliança oposicionista que inclui a UCR, é eleito e assume o poder, em meio a um país em recessão, com exportações afetadas devido à desvalorização do real, moeda do Brasil, um dos principais parceiros comerciais da Argentina. A coalizão governista desenvolveu fendas, e o retorno de Cavallo ao Ministério da Economia foi interpretado como um movimento de crise dos especuladores. A decisão de Cavallo falhou e acabou por ser forçado a tomar medidas para pôr fim a uma onda de fuga de capitais e para conter a crise da dívida iminente. Em 2000, o governo congela gastos públicos e reduz benefícios previdenciários e também solicita e recebe auxílio do Fundo Monetário Internacional.A situação se agrava e a Argentina enfrentou uma muito grave crise econômica e política. Em julho de 2001, boatos de desvalorização do peso provocam uma corrida aos bancos. O governo reage e, em dezembro, limita a retirada mensal por pessoa a mil dólares, no que ficou conhecido como corralito. Com isso, protestos cada vez maiores tomam conta das ruas do país e se transformam em tumultos, com conflitos com a polícia que resultaram em váris mortes. No final do mês de dezembro, de la Rúa renuncia e foge. Três presidentes seguiram em rápida sucessão, durante duas semanas, até o peronista de centro-esquerda Eduardo Duhalde ser escolhido presidente interino pelo Congresso Argentino em 2 de janeiro de 2002. A Argentina decreta moratória de sua dívida externa e a paridade peso-dólar é abandonada, causando uma maior desvalorização do peso e um aumento da inflação. Duhalde também teve que lidar com uma crise financeira e socioeconômica, com uma taxa de desemprego de 25 no fim de 2002 e com o menor salário real em sessenta anos. A crise acentuou a desconfiança do povo nos políticos e nas instituições. Depois de um ano abalado por protestos, a economia começou a se estabilizar no final de 2002, e o corralito foi suspenso em dezembro. Néstor Kirchner e a sua esposa e sucessora política, Cristina Kirchner Beneficiando-se de uma taxa de câmbio desvalorizada, o governo implementou novas políticas com base em reindustrialização e substituição de importações, e as exportações aumentaram e começaram a ter consistentes superávits comerciais e fiscais. O governador da província de Santa Cruz, Néstor Kirchner, um peronista social democrata, foi eleito Presidente em maio de 2003. Durante a gestão de Kirchner 2003 2007 , a Argentina reestruturou sua dívida em falta com um grande desconto 66 na maioria dos títulos, pagou a dívida com o FMI, renegociou contratos com concessionárias e nacionalizou algumas empresas anteriormente privatizadas. Kirchner e seus economistas, nomeadamente Roberto Lavagna, também prosseguiram com uma política de rendimentos e vigoroso investimento em obras públicas. A economia volta a crescer. Em 2007, a esposa de Néstor, Cristina Kirchner, é eleita e toma posse, se tornando a primeira mulher escolhida democraticamente para a Presidência e, em resultado polêmico, Fabiana Ríos, uma candidata de centro-esquerda na Província de Tierra del Fuego, tornou-se a primeira mulher na história argentina a ser eleita governadora. A presidenta Kirchner, apesar de ter grande maioria no Congresso, viu um controverso plano para o aumento dos impostos às exportações agrícolas derrotado pelo surpreendente voto do vice-presidente Julio Cobos, após grandes protestos e bloqueios agrários de março a julho de 2008. A crise financeira global iniciada em 2008 fez com que Cristina intensificasse a política de seu marido de intervenção estatal em setores conturbados da economia. A pausa no crescimento econômico e erros políticos fizeram com que o kirchnerismo filosofia política de esquerda do casal Kirchner e seus aliados perdessem a maioria absoluta no Congresso nas eleições de 2009. Cristina Kirchner foi reeleita em 2011, com mais de 53 dos votos, o melhor desempenho de um candidato desde a redemocratização argentina, sendo a primeira mulher reeleita presidente na América Latina. Em novembro de 2015, Maurício Macri foi eleito o 56 presidente do país, pondo fim a doze anos de kirchnerismo. O governo Macri 2015 2019 seguiu uma orientação econômica neoliberal e foi marcado pela disparada da inflação, corte de subsídios e concessão de ajuda ao FMI. Em 2019,é eleito e empossado o kirchnerista Alberto Fernández, ex-chefe de gabinete da Presidência, tendo como vice a ex-presidente Cristina Kirchner. A inflação continua em alta e a Argentina passa pela pior crise desde 2001 2002. O governo teve como grandes desafios econômicos a renegociação e adiamento da dívida externa e a pandemia de COVID-19.
Imagem de satélite do Cone Sul mês a mês A Argentina está situada no sul da América do Sul, com a Cordilheira dos Andes a oeste e o Oceano Atlântico ao sul e a leste. O país tem uma área total excluindo a alegação da Antártida e as áreas controladas pelo Reino Unido de , sendo que , ou 1,57 , é composto por água. O território argentino é dividido em seis principais regiões. Os Pampas são as planícies férteis localizadas no centro e no leste. A Mesopotâmia é uma planície delimitada pelos rios Paraná e Uruguai e o Gran Chaco localiza-se entre a Mesopotâmia e os Andes. O Cuyo está no lado leste dos Andes, e o noroeste argentino fica no norte. A Patagônia é um grande planalto localizado ao sul do país. O ponto mais alto acima do nível do mar é o Monte Aconcágua, na província de Mendoza, com metros de altitude, sendo considerado também o ponto mais alto do hemisfério sul e do mundo ocidental. O ponto mais baixo é a Laguna del Carbón, na província de Santa Cruz, com 105 metros abaixo do nível do mar. Este é também o ponto mais baixo da América do Sul. O ponto continental mais oriental fica a nordeste de Bernardo de Irigoyen, em Misiones, e o mais ocidental é o Parque Nacional Perito Moreno, província de Santa Cruz. O ponto mais setentrional está na confluência dos rios San Juan e Mojinete na província de Jujuy, e o mais ao sul é o Cabo San Pío, Terra do Fogo. Os principais rios são Paraná o maior , Pilcomayo, Paraguai, Bermejo, Colorado, Negro, Salado e Uruguai. O Paraná e o Uruguai se juntam para formar o Estuário do Rio da Prata, antes de chegar ao Atlântico. Os rios regionalmente importantes são o Atuel e Mendoza, na província de mesmo nome, o Chubut, na Patagônia, Rio Grand, em Jujuy e San Francisco, em Salta. Vista aérea do Monte Aconcágua, o ponto mais alto do continente americano Os quilômetros de comprimento de sua costa atlântica variam entre áreas de dunas e falésias. A plataforma continental argentina Plataforma Patagônica é excepcionalmente ampla e é conhecida como Mar Argentino. As duas correntes oceânicas principais que afetam a costa são a quente Corrente do Brasil e a fria Corrente das Malvinas. Por causa da irregularidade da massa de terra costeira, as duas correntes alternam a sua influência sobre o clima e não permitem que as temperaturas caiam uniformemente com a maior latitude. O litoral sul de Terra do Fogo forma a margem norte do Canal de Beagle. Plantas subtropicais dominam o Gran Chaco, no norte, com o gênero de árvores Dalbergia também é predominantes árvores algarrobo prosopis alba e prosopis nigra . reas de savana existem nas regiões mais secas próximas aos Andes. No centro do país, pampas úmidos são um verdadeiro ecossistema de pradarias de grama alta. A área original dos pampas praticamente não tinha árvores, sendo que a única planta de grande porte nativa da região é o ombu. O pampa é uma das regiões mais produtivas e férteis para a agricultura na Terra, no entanto, este fator também é responsável por dizimar grande parte do ecossistema original, para abrir caminho para a agricultura comercial. Os pampas ocidentais receber menos chuvas, o que forma uma planície de gramíneas curtas ou de estepes. O governo nacional mantém quatro monumentos naturais e 33 parques nacionais. Ficheiro Salta Los Colorados.jpg Quebrada das Conchas, em Salta Ficheiro Camino a las Sierras de Córdoba 2009-11.jpg Pampas, próximo a Córdoba Ficheiro Pncardones.jpg Parque Nacional Los Cardones, Salta Ficheiro Ushuaia - panoramio 2 .jpg Ushuaia, a cidade mais austral do mundo Ficheiro View from the Golf course at Llao Llao.jpg Lago Nahuel Huapi
Mapa da Argentina de acordo com a classificação climática de K ppen O clima temperado, geralmente varia de subtropical no norte, até subpolar no extremo sul. O norte é caracterizado por verões quentes e úmidos, com invernos secos leves, e está sujeito a secas periódicas. O centro da Argentina tem verões quentes com trovoadas oeste da Argentina produz alguns dos maiores granizos do mundo e invernos frios. Nas regiões do sul, os verões são mornos e invernos frios com fortes nevoadas, especialmente nas zonas montanhosas. As altitudes mais elevadas em todas as latitudes tornam as condições climáticas mais frias. Entre as principais correntes de vento incluem o frio vento pampero, que sopra sobre as planícies da Patagônia e dos Pampas, seguindo a frente fria, sopra correntes quentes do norte no inverno médio e tardio, criando condições brandas. O Zonda, um vento quente e seco, afeta o centro-oeste da Argentina. Espremido de umidade durante os 6 000 m de descida dos Andes, o vento Zonda pode soprar por horas, com rajadas até 120 km h, alimentando incêndios, causando danos, quando sopra o Zonda junho-novembro , tempestades de neve e nevascas viento blanco . As condições geralmente afetam altitudes mais elevadas. O Sudestada poderia ser considerado semelhante ao Nor easter, apesar de a queda de neve ser rara, mas não sem precedentes. Ambos estão associados a um profundo sistema de baixa pressão baixa no inverno. O sudestada geralmente tem moderadas temperaturas baixas, mas traz chuvas muito fortes, mar agitado e inundações costeiras. mais comum no final do outono e inverno ao longo da costa central e no estuário do Río de la Plata.