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---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Ementa e Acórdão
15/12/2009
PRIMEIRA TURMA
AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595.507 MINAS GERAIS
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
: MARIA HELENA GOMES RABELO
ADV.(A/S)
: RUI BATISTA MENDES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
: MARLI SOARES SOUTO
AGDO.(A/S)
: ESTADO DE MINAS GERAIS
ADV.(A/S)
: ADVOCACIA-GERAL DO ESTADO - MG - VANESSA
SARAIVA DE ABREU
AGDO.(A/S)
: UNIÃO
ADV.(A/S)
: ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO.
RESSARCIMENTO DE DESPESAS MÉDICAS EFETUADAS NO EXTERIOR. IMPOSSIBILIDADE
DO REEXAME DE PROVAS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
A jurisprudência do Supremo Tribunal firmou-se no sentido de que as
alegações de afronta aos princípios da legalidade, do devido processo
legal, do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e
da prestação jurisdicional, quando dependentes de exame de legislação
infraconstitucional, configurariam ofensa constitucional indireta.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em Primeira Turma, sob a Presidência do Ministro
Carlos Ayres Britto, na conformidade da ata de julgamento e das notas
taquigráficas, à unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto da Relatora.
Brasília, 15 de dezembro de 2009.
Ministra CÁRMEN LÚCIA - Relatora
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 461791
Supremo Tribunal Federal
DJe 05/03/2010
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9
Relatório
15/12/2009
PRIMEIRA TURMA
AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595.507 MINAS GERAIS
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
: MARIA HELENA GOMES RABELO
ADV.(A/S)
: RUI BATISTA MENDES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
: MARLI SOARES SOUTO
AGDO.(A/S)
: ESTADO DE MINAS GERAIS
ADV.(A/S)
: ADVOCACIA-GERAL DO ESTADO - MG - VANESSA
SARAIVA DE ABREU
AGDO.(A/S)
: UNIÃO
ADV.(A/S)
: ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1.
Em
15
de
abril
de
2009,
neguei
seguimento
ao
recurso
extraordinário interposto por Maria Helena Gomes Rabelo contra julgado do
Tribunal Regional Federal da 1ª Região, o qual manteve sentença que
julgara improcedente pedido de ressarcimento de valores gastos com
tratamento médico realizado no exterior. A decisão agravada teve a
seguinte fundamentação:
“4. Cumpre anotar, inicialmente, que não prospera a alegação de
nulidade do acórdão por falta de fundamentação. O Tribunal a
quo apreciou as questões suscitadas, fundamentando-as de modo
suficiente a demonstrar as razões objetivas do convencimento do
julgador. A prestação jurisdicional foi concedida nos termos da
legislação vigente, apesar de ter sido a conclusão contrária
aos interesses da Recorrente.
5. Segundo afirma a própria Recorrente em seu recurso
extraordinário, o seu pedido de cirurgia no exterior foi
negado, pois, à época, já era possível realizá-la no Brasil, e,
ainda assim, a Recorrente optou por custear a cirurgia por
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
15/12/2009
PRIMEIRA TURMA
AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595.507 MINAS GERAIS
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
: MARIA HELENA GOMES RABELO
ADV.(A/S)
: RUI BATISTA MENDES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
: MARLI SOARES SOUTO
AGDO.(A/S)
: ESTADO DE MINAS GERAIS
ADV.(A/S)
: ADVOCACIA-GERAL DO ESTADO - MG - VANESSA
SARAIVA DE ABREU
AGDO.(A/S)
: UNIÃO
ADV.(A/S)
: ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1.
Em
15
de
abril
de
2009,
neguei
seguimento
ao
recurso
extraordinário interposto por Maria Helena Gomes Rabelo contra julgado do
Tribunal Regional Federal da 1ª Região, o qual manteve sentença que
julgara improcedente pedido de ressarcimento de valores gastos com
tratamento médico realizado no exterior. A decisão agravada teve a
seguinte fundamentação:
“4. Cumpre anotar, inicialmente, que não prospera a alegação de
nulidade do acórdão por falta de fundamentação. O Tribunal a
quo apreciou as questões suscitadas, fundamentando-as de modo
suficiente a demonstrar as razões objetivas do convencimento do
julgador. A prestação jurisdicional foi concedida nos termos da
legislação vigente, apesar de ter sido a conclusão contrária
aos interesses da Recorrente.
5. Segundo afirma a própria Recorrente em seu recurso
extraordinário, o seu pedido de cirurgia no exterior foi
negado, pois, à época, já era possível realizá-la no Brasil, e,
ainda assim, a Recorrente optou por custear a cirurgia por
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 9
Relatório
RE 595.507-AgR / MG
2
conta própria. Portanto, não lhe foi negado o direito ao
tratamento de saúde.
Decidir de modo contrário, ou seja, de que não havia
procedimento cirúrgico no Brasil e de que a informação prestada
pela Secretaria de Saúde estava errada, demandaria o reexame do
conjunto probatório constante dos autos, procedimento incabível
de ser adotado validamente no recurso extraordinário, a teor do
que dispõe a Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal.
Confira-se, a propósito, o seguinte julgado:
‘AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRATAMENTO MÉDICO.
DESPESA
MÉDICO-HOSPITALAR.
ANEURISMA
CEREBRAL.
REGIME
DE
URGÊNCIA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. SÚMULAS NS. 279 E 454 DO
STF.
1.
Controvérsia
decidida
à
luz
de
normas
infraconstitucionais. Ofensa indireta à Constituição do Brasil.
2 Reexame de fatos e provas e de cláusulas de contrato.
Inviabilidade do recurso extraordinário. Súmulas ns. 279 e 454
do STF. Agravo regimental a que se nega provimento’ (AI
693.249-AgR,
Rel.
Min.
Eros
Grau,
Segunda
Turma,
DJE
16.5.2008).
6. Ademais, a jurisprudência do Supremo Tribunal firmou-se no
sentido de que as alegações de afronta aos princípios do devido
processo legal, da ampla defesa e do contraditório, dos limites
da
coisa
julgada
e
da
prestação
jurisdicional,
quando
dependentes de exame de legislação infraconstitucional, como na
espécie vertente (Portarias ns. 763/94/MS e 1.236/93), podem
configurar apenas ofensa reflexa à Constituição da República.
Nesse sentido:
‘PROCESSUAL CIVIL. MATÉRIA CONSTITUCIONAL NÃO PREQUESTIONADA.
PRINCÍPIOS
DA
AMPLA
DEFESA
E
DO
CONTRADITÓRIO.
OFENSA
CONSTITUCIONAL
INDIRETA.
PRECEDENTES.
AGRAVO
REGIMENTAL
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 595.507-AgR / MG
2
conta própria. Portanto, não lhe foi negado o direito ao
tratamento de saúde.
Decidir de modo contrário, ou seja, de que não havia
procedimento cirúrgico no Brasil e de que a informação prestada
pela Secretaria de Saúde estava errada, demandaria o reexame do
conjunto probatório constante dos autos, procedimento incabível
de ser adotado validamente no recurso extraordinário, a teor do
que dispõe a Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal.
Confira-se, a propósito, o seguinte julgado:
‘AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRATAMENTO MÉDICO.
DESPESA
MÉDICO-HOSPITALAR.
ANEURISMA
CEREBRAL.
REGIME
DE
URGÊNCIA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. SÚMULAS NS. 279 E 454 DO
STF.
1.
Controvérsia
decidida
à
luz
de
normas
infraconstitucionais. Ofensa indireta à Constituição do Brasil.
2 Reexame de fatos e provas e de cláusulas de contrato.
Inviabilidade do recurso extraordinário. Súmulas ns. 279 e 454
do STF. Agravo regimental a que se nega provimento’ (AI
693.249-AgR,
Rel.
Min.
Eros
Grau,
Segunda
Turma,
DJE
16.5.2008).
6. Ademais, a jurisprudência do Supremo Tribunal firmou-se no
sentido de que as alegações de afronta aos princípios do devido
processo legal, da ampla defesa e do contraditório, dos limites
da
coisa
julgada
e
da
prestação
jurisdicional,
quando
dependentes de exame de legislação infraconstitucional, como na
espécie vertente (Portarias ns. 763/94/MS e 1.236/93), podem
configurar apenas ofensa reflexa à Constituição da República.
Nesse sentido:
‘PROCESSUAL CIVIL. MATÉRIA CONSTITUCIONAL NÃO PREQUESTIONADA.
PRINCÍPIOS
DA
AMPLA
DEFESA
E
DO
CONTRADITÓRIO.
OFENSA
CONSTITUCIONAL
INDIRETA.
PRECEDENTES.
AGRAVO
REGIMENTAL
Supremo Tribunal Federal
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Relatório
RE 595.507-AgR / MG
3
DESPROVIDO’ (AI 575.048-AgR, de minha relatoria, Primeira
Turma, DJ 20.4.2007).
E ainda:
‘RECURSO EXTRAORDINÁRIO - MATÉRIA FÁTICA E LEGAL. O recurso
extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova,
também não servindo à interpretação de normas estritamente
legais. RECURSO EXTRAORDINÁRIO - PRESTAÇÃO JURISDICIONAL -
DEVIDO PROCESSO LEGAL. Se, de um lado, é possível ter-se
situação concreta em que transgredido o devido processo legal a
ponto de se enquadrar o recurso extraordinário no permissivo
que lhe é próprio, de outro, descabe confundir a ausência de
aperfeiçoamento da prestação jurisdicional com a entrega de
forma contrária aos interesses do recorrente. AGRAVO - ARTIGO
557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - MULTA. Se o agravo é
manifestamente
infundado,
impõe-se
a
aplicação
da
multa
prevista no § 2º do artigo 557 do Código de Processo Civil,
arcando a parte com o ônus decorrente da litigância de má-fé’
(RE 437.966-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, DJE
6.3.2009).
7. Não há, pois, o que prover quanto às alegações da parte
recorrente.
8. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário
(art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º,
do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal)”
2. Publicada essa decisão no DJe de 30.4.2009, interpõe Maria Helena
Gomes Rabelo, ora Agravante, em 8.5.2009, tempestivamente, Agravo
Regimental.
3. Alega a Agravante que “a tese defendida pela Agravante, conforme
se depreende da leitura do RE, é a de que sua operação de transplante de
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Supremo Tribunal Federal
RE 595.507-AgR / MG
3
DESPROVIDO’ (AI 575.048-AgR, de minha relatoria, Primeira
Turma, DJ 20.4.2007).
E ainda:
‘RECURSO EXTRAORDINÁRIO - MATÉRIA FÁTICA E LEGAL. O recurso
extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova,
também não servindo à interpretação de normas estritamente
legais. RECURSO EXTRAORDINÁRIO - PRESTAÇÃO JURISDICIONAL -
DEVIDO PROCESSO LEGAL. Se, de um lado, é possível ter-se
situação concreta em que transgredido o devido processo legal a
ponto de se enquadrar o recurso extraordinário no permissivo
que lhe é próprio, de outro, descabe confundir a ausência de
aperfeiçoamento da prestação jurisdicional com a entrega de
forma contrária aos interesses do recorrente. AGRAVO - ARTIGO
557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - MULTA. Se o agravo é
manifestamente
infundado,
impõe-se
a
aplicação
da
multa
prevista no § 2º do artigo 557 do Código de Processo Civil,
arcando a parte com o ônus decorrente da litigância de má-fé’
(RE 437.966-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, DJE
6.3.2009).
7. Não há, pois, o que prover quanto às alegações da parte
recorrente.
8. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário
(art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º,
do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal)”
2. Publicada essa decisão no DJe de 30.4.2009, interpõe Maria Helena
Gomes Rabelo, ora Agravante, em 8.5.2009, tempestivamente, Agravo
Regimental.
3. Alega a Agravante que “a tese defendida pela Agravante, conforme
se depreende da leitura do RE, é a de que sua operação de transplante de
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Relatório
RE 595.507-AgR / MG
4
pâncreas efetuado nos EEUU deve ser custeado pelo INSS, nos termos da Lei
nº 8.080/90 e artigo 196 da CF/88, pois esse tratamento no Brasil ainda
era incipiente e, por isso, não confiável, tudo conforme demonstrado nos
autos.
Sustenta
que
“o
conjunto
probatório
constante
dos
autos
é
incontroverso, ninguém o contesta, só o desmerecem, e, se ele é
incontroverso e eficaz, deveria conduzir à procedência da ação, não à sua
improcedência”
Afirma que “todos os precedentes citados no RE abortado, favoráveis
para reconhecer o direito à saúde com base no artigo 196 da CF/88 e na Lei
nº 8.080/90, tiveram como pano de fundo negativa de tratamento com base em
normativos inferiores. No caso sob apreço, essa situação jurídica foi
utilizada como fator impeditivo ao conhecimento do RE. Situações jurídicas
idênticas, com soluções distintas”.
Requer a manifestação sobre a repercussão geral suscitada no recurso
extraordinário e o provimento do presente recurso.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 461792
Supremo Tribunal Federal
RE 595.507-AgR / MG
4
pâncreas efetuado nos EEUU deve ser custeado pelo INSS, nos termos da Lei
nº 8.080/90 e artigo 196 da CF/88, pois esse tratamento no Brasil ainda
era incipiente e, por isso, não confiável, tudo conforme demonstrado nos
autos.
Sustenta
que
“o
conjunto
probatório
constante
dos
autos
é
incontroverso, ninguém o contesta, só o desmerecem, e, se ele é
incontroverso e eficaz, deveria conduzir à procedência da ação, não à sua
improcedência”
Afirma que “todos os precedentes citados no RE abortado, favoráveis
para reconhecer o direito à saúde com base no artigo 196 da CF/88 e na Lei
nº 8.080/90, tiveram como pano de fundo negativa de tratamento com base em
normativos inferiores. No caso sob apreço, essa situação jurídica foi
utilizada como fator impeditivo ao conhecimento do RE. Situações jurídicas
idênticas, com soluções distintas”.
Requer a manifestação sobre a repercussão geral suscitada no recurso
extraordinário e o provimento do presente recurso.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 9
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RE 595.507-AgR / MG
5
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Razão de direito não assiste à Agravante.
2. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região decidiu a controvérsia
nos seguintes termos:
“Ora, à época do requerimento da autora (abril de 1996) para
realizar transplante duplo de rim e pâncreas nos Estados
Unidos, sob o argumento de que no Brasil tal procedimento se
encontrava em fase experimental, vigorava a Portaria 763/94 do
Ministério da Saúde que vedava o tratamento de saúde no
exterior.
(...) A Portaria 1.236/93 do referido Ministério, revogada pela
Portaria 763/94, permitia tal tratamento, desde que esgotadas
todas as possibilidades de tratamento pelo Sistema Único de
Saúde, nos diferentes níveis de governo.
Consoante se verifica no Parecer/SDO/Nº 443/96 do Sistema Único
de Saúde de Minas Gerais (fls. 164), ‘segundo informações
obtidas na Comissão Estadual de Nefrologia/SOS/SES/SUS/MG,
através do Sr. Coordenador do MG Transplantes, Dr. Herculano M.
Salazar, o transplante renal, terapia indicada à paciente
solicitante, como inclusive consta de documento anexo à sua
solicitação, está sendo feito aqui em Belo Horizonte – MG pelo
SUS e que este tipo de transplante tem surtido bons resultados
em pacientes diabéticos. Além disso, obtivemos informações de
que transplantes combinados de pâncreas e rim vêm sendo
realizados, há algum tempo, aqui, no Brasil, pela Santa Casa de
Misericórdia de Porto Alegre-RS’.
Assim, mesmo que a Portaria nº 1.236/93 estivesse em pleno
vigor, a autora não preencheria os requisitos nela elencados
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
RE 595.507-AgR / MG
5
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Razão de direito não assiste à Agravante.
2. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região decidiu a controvérsia
nos seguintes termos:
“Ora, à época do requerimento da autora (abril de 1996) para
realizar transplante duplo de rim e pâncreas nos Estados
Unidos, sob o argumento de que no Brasil tal procedimento se
encontrava em fase experimental, vigorava a Portaria 763/94 do
Ministério da Saúde que vedava o tratamento de saúde no
exterior.
(...) A Portaria 1.236/93 do referido Ministério, revogada pela
Portaria 763/94, permitia tal tratamento, desde que esgotadas
todas as possibilidades de tratamento pelo Sistema Único de
Saúde, nos diferentes níveis de governo.
Consoante se verifica no Parecer/SDO/Nº 443/96 do Sistema Único
de Saúde de Minas Gerais (fls. 164), ‘segundo informações
obtidas na Comissão Estadual de Nefrologia/SOS/SES/SUS/MG,
através do Sr. Coordenador do MG Transplantes, Dr. Herculano M.
Salazar, o transplante renal, terapia indicada à paciente
solicitante, como inclusive consta de documento anexo à sua
solicitação, está sendo feito aqui em Belo Horizonte – MG pelo
SUS e que este tipo de transplante tem surtido bons resultados
em pacientes diabéticos. Além disso, obtivemos informações de
que transplantes combinados de pâncreas e rim vêm sendo
realizados, há algum tempo, aqui, no Brasil, pela Santa Casa de
Misericórdia de Porto Alegre-RS’.
Assim, mesmo que a Portaria nº 1.236/93 estivesse em pleno
vigor, a autora não preencheria os requisitos nela elencados
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 9
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RE 595.507-AgR / MG
6
pois já existia, à época, tratamento aqui no Brasil para os
transplantes combinados de pâncreas e rim”.
3. Como ressaltado na decisão agravada, para o deslinde da matéria
posta à apreciação judicial, as instâncias originárias examinaram os
elementos probatórios dos autos, que não podem ser reexaminados na via
extraordinária, conforme a Súmula 279 do Supremo Tribunal.
Nesse sentido, confira-se o seguinte julgado:
‘AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRATAMENTO MÉDICO.
DESPESA
MÉDICO-HOSPITALAR.
ANEURISMA
CEREBRAL.
REGIME
DE
URGÊNCIA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. SÚMULAS NS. 279 E 454 DO
STF.
1.
Controvérsia
decidida
à
luz
de
normas
infraconstitucionais. Ofensa indireta à Constituição do Brasil.
2 Reexame de fatos e provas e de cláusulas de contrato.
Inviabilidade do recurso extraordinário. Súmulas ns. 279 e 454
do STF. Agravo regimental a que se nega provimento’ (AI
693.249-AgR,
Rel.
Min.
Eros
Grau,
Segunda
Turma,
DJE
16.5.2008).
4. Ademais, a jurisprudência do Supremo Tribunal firmou-se no sentido
de que as alegações de afronta aos princípios da legalidade, do devido
processo legal, do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa
julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de reexame de normas
infraconstitucionais, configurariam ofensa indireta à Constituição da
República. Nesse sentido:
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL
CIVIL. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, DO ATO
JURÍDICO PERFEITO E DA COISA JULGADA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL
SE NEGA PROVIMENTO. A jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal firmou-se no sentido de que a alegação de afronta ao
princípio da legalidade e a verificação, no caso concreto, da
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 461793
Supremo Tribunal Federal
RE 595.507-AgR / MG
6
pois já existia, à época, tratamento aqui no Brasil para os
transplantes combinados de pâncreas e rim”.
3. Como ressaltado na decisão agravada, para o deslinde da matéria
posta à apreciação judicial, as instâncias originárias examinaram os
elementos probatórios dos autos, que não podem ser reexaminados na via
extraordinária, conforme a Súmula 279 do Supremo Tribunal.
Nesse sentido, confira-se o seguinte julgado:
‘AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRATAMENTO MÉDICO.
DESPESA
MÉDICO-HOSPITALAR.
ANEURISMA
CEREBRAL.
REGIME
DE
URGÊNCIA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. SÚMULAS NS. 279 E 454 DO
STF.
1.
Controvérsia
decidida
à
luz
de
normas
infraconstitucionais. Ofensa indireta à Constituição do Brasil.
2 Reexame de fatos e provas e de cláusulas de contrato.
Inviabilidade do recurso extraordinário. Súmulas ns. 279 e 454
do STF. Agravo regimental a que se nega provimento’ (AI
693.249-AgR,
Rel.
Min.
Eros
Grau,
Segunda
Turma,
DJE
16.5.2008).
4. Ademais, a jurisprudência do Supremo Tribunal firmou-se no sentido
de que as alegações de afronta aos princípios da legalidade, do devido
processo legal, do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa
julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de reexame de normas
infraconstitucionais, configurariam ofensa indireta à Constituição da
República. Nesse sentido:
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL
CIVIL. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, DO ATO
JURÍDICO PERFEITO E DA COISA JULGADA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL
SE NEGA PROVIMENTO. A jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal firmou-se no sentido de que a alegação de afronta ao
princípio da legalidade e a verificação, no caso concreto, da
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 9
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RE 595.507-AgR / MG
7
ocorrência, ou não, de ofensa ao direito adquirido, ao ato
jurídico perfeito e à coisa julgada, se dependentes de análise
prévia da legislação infraconstitucional, configurariam apenas
ofensa constitucional indireta” (AI 684.188-AgR, de minha
relatoria, Primeira Turma, DJe 18.9.2009).
5. Ressalta-se, por fim, que a Agravante foi intimada do acórdão
recorrido antes de 3.5.2007, o que dispensa a demonstração da repercussão
geral
da
questão
constitucional
em
capítulo
especial
do
recurso
extraordinário, nos termos do que decidido pelo Plenário do Supremo
Tribunal Federal no Agravo de Instrumento 664.567-QO, Relator o Ministro
Sepúlveda Pertence.
6. Os fundamentos da Agravante, insuficientes para modificar a
decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr
termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação
jurisdicional.
7. Pelo exposto, nego provimento ao Agravo Regimental.
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 595.507-AgR / MG
7
ocorrência, ou não, de ofensa ao direito adquirido, ao ato
jurídico perfeito e à coisa julgada, se dependentes de análise
prévia da legislação infraconstitucional, configurariam apenas
ofensa constitucional indireta” (AI 684.188-AgR, de minha
relatoria, Primeira Turma, DJe 18.9.2009).
5. Ressalta-se, por fim, que a Agravante foi intimada do acórdão
recorrido antes de 3.5.2007, o que dispensa a demonstração da repercussão
geral
da
questão
constitucional
em
capítulo
especial
do
recurso
extraordinário, nos termos do que decidido pelo Plenário do Supremo
Tribunal Federal no Agravo de Instrumento 664.567-QO, Relator o Ministro
Sepúlveda Pertence.
6. Os fundamentos da Agravante, insuficientes para modificar a
decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr
termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação
jurisdicional.
7. Pelo exposto, nego provimento ao Agravo Regimental.
Supremo Tribunal Federal
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Extrato de Ata - 15/12/2009
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595.507
PROCED. : MINAS GERAIS
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) : MARIA HELENA GOMES RABELO
ADV.(A/S) : RUI BATISTA MENDES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : MARLI SOARES SOUTO
AGDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAIS
ADV.(A/S) : ADVOCACIA-GERAL DO ESTADO - MG - VANESSA SARAIVA DE
ABREU
AGDO.(A/S) : UNIÃO
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto da Relatora. Unânime.
Presidência do Ministro Carlos Ayres Britto. 1ª Turma, 15.12.2009.
Presidência do Ministro Carlos Ayres Britto. Presentes à
Sessão os Ministros Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski, a Ministra
Cármen Lúcia e o Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner de Castro Mathias
Netto.
Ricardo Dias Duarte
Coordenador
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 458490
Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595.507
PROCED. : MINAS GERAIS
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) : MARIA HELENA GOMES RABELO
ADV.(A/S) : RUI BATISTA MENDES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : MARLI SOARES SOUTO
AGDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAIS
ADV.(A/S) : ADVOCACIA-GERAL DO ESTADO - MG - VANESSA SARAIVA DE
ABREU
AGDO.(A/S) : UNIÃO
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto da Relatora. Unânime.
Presidência do Ministro Carlos Ayres Britto. 1ª Turma, 15.12.2009.
Presidência do Ministro Carlos Ayres Britto. Presentes à
Sessão os Ministros Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski, a Ministra
Cármen Lúcia e o Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner de Castro Mathias
Netto.
Ricardo Dias Duarte
Coordenador
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 458490
Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=485864 | 2009-12-15T00:00:00 | 2010-03-05T00:00:00 | A Turma negou provimento ao agravo regimental no recurso
extraordinário, nos termos do voto da Relatora. Unânime.
Presidência do Ministro Carlos Ayres Britto. 1ª Turma, 15.12.2009. | AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
ADMINISTRATIVO. RESSARCIMENTO DE DESPESAS MÉDICAS EFETUADAS NO
EXTERIOR. IMPOSSIBILIDADE DO REEXAME DE PROVAS. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL
SE NEGA PROVIMENTO.
A jurisprudência do Supremo Tribunal
firmou-se no sentido de que as alegações de afronta aos
princípios da legalidade, do devido processo legal, do
contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e da
prestação jurisdicional, quando dependentes de exame de
legislação infraconstitucional, configurariam ofensa
constitucional indireta. | sjur174291 | - Acórdãos citados: AI 664567 QO - Tribunal Pleno, AI 684188 AgR, AI 693249 AgR.
Número de páginas: 9.
Análise: 10/03/2010, ANA. | CÁRMEN LÚCIA | Primeira Turma | 595507 | [
"LEG-FED SUMSTF-000279 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | RE-AgR | acordaos | RE 595507 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : MARIA HELENA GOMES RABELO
ADV.(A/S) : RUI BATISTA MENDES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : MARLI SOARES SOUTO
AGDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAIS
ADV.(A/S) : ADVOCACIA-GERAL DO ESTADO - MG - VANESSA SARAIVA DE ABREU
AGDO.(A/S) : UNIÃO
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595 . 507",
"SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595 . 507",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595 . 507",
"RE 595 . 507 - AgR / MG",
"Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal",
"SÚMULAS NS . 279",
"Súmulas ns . 279",
"AI 693 . 249 - AgR",
"RE 595 . 507 - AgR / MG",
"Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal",
"SÚMULAS NS . 279",
"Súmulas ns . 279 e 454 do STF",
"AI 693 . 249 - AgR",
"RE 595 . 507 - AgR / MG",
"AI 575 . 048 - AgR",
"RE 437 . 966 - AgR",
"RE 595 . 507 - AgR / MG",
"AI 575 . 048 - AgR",
"RE 437 . 966 - AgR",
"RE 595 . 507 - AgR / MG",
"RE 595 . 507 - AgR / MG",
"RE 595 . 507 - AgR / MG",
"RE 595 . 507 - AgR / MG",
"RE 595 . 507 - AgR / MG",
"Súmula 279 do Supremo Tribunal",
"SÚMULAS NS . 279",
"Súmulas ns . 279 e 454 do STF",
"AI 693 . 249 - AgR",
"RE 595 . 507 - AgR / MG",
"Súmula 279 do Supremo Tribunal",
"SÚMULAS NS . 279",
"Súmulas ns . 279",
"AI 693 . 249 - AgR",
"RE 595 . 507 - AgR / MG",
"AI 684 . 188 - AgR",
"Agravo de Instrumento 664 . 567 - QO",
"RE 595 . 507 - AgR / MG",
"AI 684 . 188 - AgR",
"Agravo de Instrumento 664 . 567 - QO",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595 . 507",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595 . 507"
],
"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição do Brasil",
"Portarias ns . 763 / 94 / MS",
"1",
".",
"236",
"/",
"93",
"Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição do Brasil",
"Portarias ns . 763 / 94 / MS",
"1",
".",
"236",
"/",
"93",
"Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 -",
"ARTIGO 557 , § [UNK] , DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL",
"§ [UNK] do artigo 557 do Código de Processo Civil",
"art . 557 , caput , do Código de Processo Civil",
"art . 21 , § [UNK] , do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTIGO 557 , § [UNK] , DO CÓDIGO DE PROCESSO",
"§ [UNK] do artigo 557 do Código de Processo Civil",
"art . 557 , caput , do Código de Processo Civil",
"art . 21 , § [UNK] , do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 8 . 080 / 90",
"artigo 196 da CF / 88",
"artigo 196 da CF / 88",
"Lei [UNK] 8 . 080 / 90",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 8 . 080 / 90",
"artigo 196 da CF / 88",
"artigo 196 da CF / 88",
"Lei [UNK] 8 . 080 / 90",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Portaria 763 / 94 do Ministério da Saúde",
"Portaria 1 . 236 / 93",
"Portaria 763 / 94",
"Portaria [UNK] 1 . 236 / 93",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Portaria 763 / 94 do Ministério da Saúde",
"Portaria 1 . 236 / 93",
"Portaria 763 / 94",
"Portaria [UNK] 1 . 236 / 93",
"MP n° 2 .",
"Constituição do Brasil",
"Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição do Brasil",
"Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"Brasília",
"MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"Brasil",
"MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"ESTADO",
"MG",
"Brasil",
"Brasil",
"Brasil",
"Brasil",
"Belo Horizonte – MG",
"Brasil",
"Estados Unidos",
"Belo Horizonte – MG",
"Brasil",
"Brasil",
"Brasil",
"MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"ESTADO",
"MG",
"MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"ESTADO",
"MG"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"UNIÃO",
"UNIÃO",
"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"UNIÃO",
"UNIÃO",
"Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"UNIÃO",
"UNIÃO",
"Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Secretaria de Saúde",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Primeira Turma",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"INSS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"INSS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Sistema Único de Saúde",
"Sistema Único de Saúde",
"Comissão",
"SOS",
"/",
"SES",
"/",
"SUS",
"/",
"MG",
"MG",
"SUS",
"Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre - RS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Sistema Único de Saúde",
"Sistema Único de Saúde",
"Comissão",
"SOS",
"/",
"SES",
"/",
"SUS",
"/",
"MG",
"MG Transplantes",
"SUS",
"Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre",
"RS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"LÚCIA",
"Primeira Turma",
"Plenário do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Plenário do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"UNIÃO",
"UNIÃO",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"UNIÃO",
"UNIÃO",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"CÁRMEN LÚCIA",
"MARIA HELENA GOMES RABELO",
"RUI BATISTA MENDES",
"MARLI SOARES SOUTO",
"VANESSA SARAIVA DE ABREU",
"Carlos Ayres Britto",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"MARIA HELENA GOMES RABELO",
"RUI BATISTA MENDES",
"MARLI SOARES SOUTO",
"VANESSA SARAIVA DE ABREU",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Maria Helena Gomes Rabelo",
"CÁRMEN LÚCIA",
"MARIA HELENA GOMES RABELO",
"RUI BATISTA MENDES",
"MARLI SOARES SOUTO",
"VANESSA SARAIVA DE ABREU",
"LÚCIA",
"Maria Helena Gomes Rabelo",
"Eros Grau",
"Eros Grau",
"Marco Aurélio",
"Maria Helena Gomes Rabelo",
"Marco Aurélio",
"Maria Helena Gomes Rabelo",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Herculano M . Salazar",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Herculano M . Salazar",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Eros Grau",
"Eros Grau",
"CÁRMEN",
"Sepúlveda Pertence",
"Sepúlveda Pertence",
"RUI BATISTA MENDES",
"MARLI SOARES SOUTO",
"VANESSA SARAIVA DE ABREU",
"Carlos Ayres Britto",
"Carlos Ayres Britto",
"Marco Aurélio",
"Ricardo Lewandowski",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Wagner de Castro Mathias Netto",
"Ricardo Dias Duarte",
"CÁRMEN LÚCIA",
"MARIA HELENA GOMES RABELO",
"RUI BATISTA MENDES",
"MARLI SOARES SOUTO",
"VANESSA SARAIVA DE ABREU",
"Carlos Ayres Britto",
"Carlos Ayres Britto",
"Marco Aurélio",
"Ricardo Lewandowski",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Wagner de Castro Mathias Netto",
"Ricardo Dias Duarte"
],
"TEMPO": [
"15",
"/",
"12",
"/",
"2009",
"15 de dezembro de 2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"05",
"/",
"03",
"/",
"2010",
"15",
"/",
"12",
"/",
"2009",
"15 de abril de 2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
"/",
"12",
"/",
"2009",
"15 de abril de 2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
".",
"5",
".",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
".",
"5",
".",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
".",
"4",
".",
"2007",
"6",
".",
"3",
".",
"2009",
"30",
".",
"4",
".",
"2009",
"8",
".",
"5",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
".",
"4",
".",
"2007",
"6",
".",
"3",
".",
"2009",
"30",
".",
"4",
".",
"2009",
"8",
".",
"5",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"abril de 1996",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"abril de 1996",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
".",
"5",
".",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
".",
"5",
".",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
".",
"9",
".",
"2009",
"3",
".",
"5",
".",
"2007",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
".",
"9",
".",
"2009",
"3",
".",
"5",
".",
"2007",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
"/",
"12",
"/",
"2009",
"15",
".",
"12",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
".",
"12",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
09/03/2010
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574.413 BAHIA
RELATOR
: MIN. EROS GRAU
AGTE.(S)
: CARLOS ROBERTO CARDOSO RODRIGUES E
OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
: DANILO VALVERDE CALASANS
AGDO.(A/S)
: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
ADV.(A/S)
: MARTA BUFAIÇAL ROSA E OUTRO(A/S)
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
CORREÇÃO MONETÁRIA. NORMA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA INDIRETA.
Controvérsia
decidida
à
luz
de
normas
infraconstitucionais. Ofensa indireta à Constituição do Brasil.
Agravo regimental a que se nega provimento.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os
Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso, na conformidade da ata
de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos,
em negar provimento ao recurso.
Brasília, 9 de março de 2010.
EROS GRAU - RELATOR
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.O
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Supremo Tribunal Federal
DJe 16/04/2010
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6
Relatório
09/03/2010
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574.413 BAHIA
RELATOR
: MIN. EROS GRAU
AGTE.(S)
: CARLOS ROBERTO CARDOSO RODRIGUES E
OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
: DANILO VALVERDE CALASANS
AGDO.(A/S)
: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
ADV.(A/S)
: MARTA BUFAIÇAL ROSA E OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO Eros Grau: Tem este teor a ementa do
acórdão embargado:
“Discute-se
nestes
autos
a
constitucionalidade
da
incidência da Taxa Referencial – TR, como índice de
correção monetária de contrato de mútuo hipotecário
celebrado antes da edição da Lei n. 8.177/91.
2. O Tribunal a quo decidiu pela inexistência de vedação
legal à utilização da TR como indexador do saldo devedor
decorrente do contrato em debate, vez que é índice
utilizado para a remuneração da caderneta de poupança.
3. O recorrente sustenta a impossibilidade de aplicação
da TR ao presente caso. Isso porque o STF, no julgamento
da ADI n. 493, Relator o Ministro Moreira Alves, declarou
a inconstitucionalidade da Lei n. 8.177/91, que a
instituiu.
4. Em análise de caso análogo, este Tribunal afirmou o
seguinte entendimento:
‘EMENTA: CONSTITUCIONAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. UTILIZAÇÃO
DA TR COMO ÍNDICE DE INDEXAÇÃO.
I. – O Supremo Tribunal Federal, no julgamento das ADIns
493, Relator o Sr. Ministro Moreira Alves, 768, Relator o
Sr. Ministro Marco Aurélio e 959-DF, Relator o Sr.
Ministro Sydney Sanches, não excluiu do universo jurídico
a Taxa Referencial, TR, vale dizer, não decidiu no
sentido de que a TR não pode ser utilizada como índice de
indexação em substituição a índices estipulados em
contratos
firmados
anteriormente
a
Lei
8.177,
de
01.03.91.
Essa
imposição
violaria
os
princípios
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SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574.413 BAHIA
RELATOR
: MIN. EROS GRAU
AGTE.(S)
: CARLOS ROBERTO CARDOSO RODRIGUES E
OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
: DANILO VALVERDE CALASANS
AGDO.(A/S)
: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
ADV.(A/S)
: MARTA BUFAIÇAL ROSA E OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO Eros Grau: Tem este teor a ementa do
acórdão embargado:
“Discute-se
nestes
autos
a
constitucionalidade
da
incidência da Taxa Referencial – TR, como índice de
correção monetária de contrato de mútuo hipotecário
celebrado antes da edição da Lei n. 8.177/91.
2. O Tribunal a quo decidiu pela inexistência de vedação
legal à utilização da TR como indexador do saldo devedor
decorrente do contrato em debate, vez que é índice
utilizado para a remuneração da caderneta de poupança.
3. O recorrente sustenta a impossibilidade de aplicação
da TR ao presente caso. Isso porque o STF, no julgamento
da ADI n. 493, Relator o Ministro Moreira Alves, declarou
a inconstitucionalidade da Lei n. 8.177/91, que a
instituiu.
4. Em análise de caso análogo, este Tribunal afirmou o
seguinte entendimento:
‘EMENTA: CONSTITUCIONAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. UTILIZAÇÃO
DA TR COMO ÍNDICE DE INDEXAÇÃO.
I. – O Supremo Tribunal Federal, no julgamento das ADIns
493, Relator o Sr. Ministro Moreira Alves, 768, Relator o
Sr. Ministro Marco Aurélio e 959-DF, Relator o Sr.
Ministro Sydney Sanches, não excluiu do universo jurídico
a Taxa Referencial, TR, vale dizer, não decidiu no
sentido de que a TR não pode ser utilizada como índice de
indexação em substituição a índices estipulados em
contratos
firmados
anteriormente
a
Lei
8.177,
de
01.03.91.
Essa
imposição
violaria
os
princípios
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Relatório
RE 574.413-AgR / BA
2
constitucionais do ato jurídico perfeito e do direito
adquirido. C.F., art. 5º, XXXVI.
II. – No caso, não há falar em contrato em que ficara
ajustado um certo índice de indexação e que estivesse
esse índice sendo substituído pela TR. É dizer, no caso,
não há nenhum contrato a impedir a aplicação da TR.
III. – R.E. não conhecido’.
[RE n. 175.678, Relator o Ministro Carlos Velloso, 2ª
Turma, DJ de 29.1.94].
5. Decidiu-se então que a TR não poderia ser aplicada
como índice de indexação em substituição ao que fora
pactuado em contratos anteriores à Lei n. 8.177/91.
Entendeu-se, no entanto, nos termos do julgamento do AI
n. 153.516-AgR, Relator o Ministro Moreira Alves, 1ª
Turma, DJ de 2.9.94, que constando no título “‘cláusula
de que a correção monetária seria feita com a aplicação
do índice do BTN ou PELA APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE CORREÇÃO
DAS CADERNETAS DE POUPANÇA’, não há falar em ofensa ao
princípio
do
ato
jurídico
perfeito
e
do
direito
adquirido, no fato de ser mandada observar a TR, no caso
da extinção de um dos índices ajustados, dado que a TR é
o índice de correção das cadernetas de poupança”.
6. Tem-se nos presentes autos que o contrato celebrado
entre as partes prevê a incidência da taxa de remuneração
básica aplicável aos depósitos de poupança como índice de
correção monetária, qual atesta o próprio autor na
petição inicial [fl. 8]. É viável, portanto, a utilização
da TR, dado que constitui índice de correção das
cadernetas de poupança, instituído nos termos da Lei n.
8.177/91.
Nego seguimento ao recurso com esteio no artigo 21, § 1º,
do RISTF”.
2.
Os agravantes sustentam que pretendem com este recurso
“garantir que este MM. Juízo ad quem se digne de apreciar a matéria
atinente à inaplicabilidade da TR – Taxa Referencial nos contratos
de financiamento habitacional, mormente quando extirpado da Lei
8.177/91 os dispositivos que assim definiam, conforme julgamento da
ADIN 493-0/DF, ressaltando os Agravantes, ainda, que os arestos
transcritos no Recurso Extraordinário em questão são, inclusive,
mais recentes do que aqueles mencionados na r. decisão agravada, que
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constitucionais do ato jurídico perfeito e do direito
adquirido. C.F., art. 5º, XXXVI.
II. – No caso, não há falar em contrato em que ficara
ajustado um certo índice de indexação e que estivesse
esse índice sendo substituído pela TR. É dizer, no caso,
não há nenhum contrato a impedir a aplicação da TR.
III. – R.E. não conhecido’.
[RE n. 175.678, Relator o Ministro Carlos Velloso, 2ª
Turma, DJ de 29.1.94].
5. Decidiu-se então que a TR não poderia ser aplicada
como índice de indexação em substituição ao que fora
pactuado em contratos anteriores à Lei n. 8.177/91.
Entendeu-se, no entanto, nos termos do julgamento do AI
n. 153.516-AgR, Relator o Ministro Moreira Alves, 1ª
Turma, DJ de 2.9.94, que constando no título “‘cláusula
de que a correção monetária seria feita com a aplicação
do índice do BTN ou PELA APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE CORREÇÃO
DAS CADERNETAS DE POUPANÇA’, não há falar em ofensa ao
princípio
do
ato
jurídico
perfeito
e
do
direito
adquirido, no fato de ser mandada observar a TR, no caso
da extinção de um dos índices ajustados, dado que a TR é
o índice de correção das cadernetas de poupança”.
6. Tem-se nos presentes autos que o contrato celebrado
entre as partes prevê a incidência da taxa de remuneração
básica aplicável aos depósitos de poupança como índice de
correção monetária, qual atesta o próprio autor na
petição inicial [fl. 8]. É viável, portanto, a utilização
da TR, dado que constitui índice de correção das
cadernetas de poupança, instituído nos termos da Lei n.
8.177/91.
Nego seguimento ao recurso com esteio no artigo 21, § 1º,
do RISTF”.
2.
Os agravantes sustentam que pretendem com este recurso
“garantir que este MM. Juízo ad quem se digne de apreciar a matéria
atinente à inaplicabilidade da TR – Taxa Referencial nos contratos
de financiamento habitacional, mormente quando extirpado da Lei
8.177/91 os dispositivos que assim definiam, conforme julgamento da
ADIN 493-0/DF, ressaltando os Agravantes, ainda, que os arestos
transcritos no Recurso Extraordinário em questão são, inclusive,
mais recentes do que aqueles mencionados na r. decisão agravada, que
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Relatório
RE 574.413-AgR / BA
3
contraria, por sua vez, o julgamento deste E. STF e tantos outros
emanados do E.STJ e de outros Tribunais Regionais Federais, todos no
sentido da inaplicabilidade da TR, cujos arestos foram trazidos nas
razões do RE em trecho que deve ser considerado como se aqui
estivesse integralmente transcrito, para que se evite desnecessária
repetição”.
3.
Requerem
a
reconsideração
da
decisão
agravada
ou
provimento do presente agravo regimental.
É o relatório.
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RE 574.413-AgR / BA
3
contraria, por sua vez, o julgamento deste E. STF e tantos outros
emanados do E.STJ e de outros Tribunais Regionais Federais, todos no
sentido da inaplicabilidade da TR, cujos arestos foram trazidos nas
razões do RE em trecho que deve ser considerado como se aqui
estivesse integralmente transcrito, para que se evite desnecessária
repetição”.
3.
Requerem
a
reconsideração
da
decisão
agravada
ou
provimento do presente agravo regimental.
É o relatório.
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Voto - MIN. EROS GRAU
09/03/2010
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574.413 BAHIA
V O T O
O SENHOR MINISTRO Eros Grau (Relator): Os argumentos
apresentados não são suficientes para desconstituir a decisão
agravada.
2.
O entendimento mais recente deste Tribunal também não
socorre aos recorrentes. Analisando a questão no controle difuso,
este Tribunal assentou não haver questão constitucional a ser
examinada, com a conclusão de ausência de repercussão geral sobre o
tema [RE n. 579.073, Relator o Ministro Cezar Peluso]. Por outro
lado, no que respeita à exclusão da TR como índice de correção do
saldo devedor, o recurso também não prospera, eis que entendimento
diverso do adotado pelo Tribunal de origem exigiria o reexame da
legislação infraconstitucional e a análise de cláusulas contratuais
[Súmula
454/STF],
o
que
é
inviável
em
sede
de
recurso
extraordinário.
Nego provimento ao agravo regimental.
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09/03/2010
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574.413 BAHIA
V O T O
O SENHOR MINISTRO Eros Grau (Relator): Os argumentos
apresentados não são suficientes para desconstituir a decisão
agravada.
2.
O entendimento mais recente deste Tribunal também não
socorre aos recorrentes. Analisando a questão no controle difuso,
este Tribunal assentou não haver questão constitucional a ser
examinada, com a conclusão de ausência de repercussão geral sobre o
tema [RE n. 579.073, Relator o Ministro Cezar Peluso]. Por outro
lado, no que respeita à exclusão da TR como índice de correção do
saldo devedor, o recurso também não prospera, eis que entendimento
diverso do adotado pelo Tribunal de origem exigiria o reexame da
legislação infraconstitucional e a análise de cláusulas contratuais
[Súmula
454/STF],
o
que
é
inviável
em
sede
de
recurso
extraordinário.
Nego provimento ao agravo regimental.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 6
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574.413
PROCED. : BAHIA
RELATOR : MIN. EROS GRAU
AGTE.(S) : CARLOS ROBERTO CARDOSO RODRIGUES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : DANILO VALVERDE CALASANS
AGDO.(A/S) : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
ADV.(A/S) : MARTA BUFAIÇAL ROSA E OUTRO(A/S)
Decisão:
Negado provimento. Votação unânime. Ausentes,
justificadamente, neste julgamento, a Senhora Ministra Ellen
Gracie e o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 09.03.2010.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Ausentes,
justificadamente, a Senhora Ministra Ellen Gracie e o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Gonçalves.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
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SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574.413
PROCED. : BAHIA
RELATOR : MIN. EROS GRAU
AGTE.(S) : CARLOS ROBERTO CARDOSO RODRIGUES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : DANILO VALVERDE CALASANS
AGDO.(A/S) : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
ADV.(A/S) : MARTA BUFAIÇAL ROSA E OUTRO(A/S)
Decisão:
Negado provimento. Votação unânime. Ausentes,
justificadamente, neste julgamento, a Senhora Ministra Ellen
Gracie e o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 09.03.2010.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Ausentes,
justificadamente, a Senhora Ministra Ellen Gracie e o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Gonçalves.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
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| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=519672 | 2010-03-09T00:00:00 | 2010-04-16T00:00:00 | Negado provimento. Votação unânime. Ausentes,
justificadamente, neste julgamento, a Senhora Ministra Ellen
Gracie e o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 09.03.2010. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CORREÇÃO
MONETÁRIA. NORMA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA
INDIRETA.
Controvérsia decidida à luz de normas
infraconstitucionais. Ofensa indireta à Constituição do
Brasil.
Agravo regimental a que se nega provimento. | sjur175684 | - Acórdão citado: RE 579073 RG.
Número de páginas: 6.
Análise: 04/05/2010, CRE. | EROS GRAU | Segunda Turma | 574413 | [
"LEG-FED SUMSTF-000454 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | RE-AgR | acordaos | RE 574413 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : CARLOS ROBERTO CARDOSO RODRIGUES E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : DANILO VALVERDE CALASANS
AGDO.(A/S) : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
ADV.(A/S) : MARTA BUFAIÇAL ROSA E OUTRO(A/S) | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574 . 413",
"ADI n . 493",
"ADIns",
"959",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574 . 413",
"ADI n . 493",
"ADIns 493",
"768",
"959",
"-",
"DF",
"RE 574 . 413 - AgR / BA",
"RE n . 175 . 678",
"AI n . 153 . 516 - AgR",
"ADIN 493 - 0 / DF",
"RE 574 . 413 - AgR / BA",
"RE n . 175 . 678",
"AI n . 153 . 516 - AgR",
"ADIN 493 - 0 / DF",
"RE 574 . 413 - AgR / BA",
"RE 574 . 413 - AgR / BA",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574 . 413",
"RE n . 579 . 073",
"Súmula 454 / STF",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574 . 413",
"RE n . 579 . 073",
"Súmula 454 / STF",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574 . 413"
],
"LEGISLACAO": [
"Constituição do Brasil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n . 8 . 177 / 91",
"Lei n . 8 . 177 / 91",
"Lei 8 . 177",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n . 8 . 177 / 91",
"Lei n . 8 . 177 / 91",
"Lei 8 . 177",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n . 8 . 177 / 91",
"Lei n . 8 . 177 / 91",
"artigo 21 , § [UNK] , do RISTF",
"Lei 8 . 177 / 91",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n . 8 . 177 / 91",
"Lei n . 8 . 177 / 91",
"artigo 21 , § [UNK] , do RISTF ”",
"Lei 8 . 177 / 91",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"BAHIA",
"Brasília",
"BAHIA",
"BAHIA",
"BAHIA",
"BAHIA"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"CAIXA ECONÔMICA FEDERAL",
"CEF",
"Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"CAIXA ECONÔMICA FEDERAL",
"CEF",
"STF",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"CAIXA ECONÔMICA FEDERAL",
"CEF",
"STF",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
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"-",
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"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"BAHIA",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"BAHIA",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"EROS GRAU",
"CARLOS ROBERTO CARDOSO RODRIGUES",
"DANILO VALVERDE CALASANS",
"MARTA BUFAIÇAL ROSA",
"Cezar Peluso",
"EROS GRAU",
"EROS GRAU",
"CARLOS ROBERTO CARDOSO RODRIGUES",
"DANILO VALVERDE CALASANS",
"MARTA BUFAIÇAL ROSA",
"Eros Grau",
"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
"Marco Aurélio",
"Sydney Sanches",
"EROS GRAU",
"CARLOS ROBERTO CARDOSO RODRIGUES",
"DANILO VALVERDE CALASANS",
"MARTA BUFAIÇAL ROSA",
"Eros Grau",
"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
"Marco Aurélio",
"Sydney Sanches",
"Carlos Velloso",
"Moreira Alves",
"Carlos Velloso",
"Moreira Alves",
"EROS GRAU",
"Eros Grau",
"Cezar Peluso",
"Eros Grau",
"Cezar Peluso",
"EROS GRAU",
"CARLOS ROBERTO CARDOSO RODRIGUES",
"DANILO VALVERDE CALASANS",
"MARTA BUFAIÇAL ROSA",
"Ellen Gracie",
"Joaquim Barbosa",
"Cezar Peluso",
"Celso de Mello",
"Eros Grau",
"Ellen Gracie",
"Joaquim Barbosa",
"Wagner Gonçalves",
"Alberto Cantanhede",
"EROS GRAU",
"CARLOS ROBERTO CARDOSO RODRIGUES",
"DANILO VALVERDE CALASANS",
"MARTA BUFAIÇAL ROSA",
"Ellen Gracie",
"Joaquim Barbosa",
"Cezar Peluso",
"Celso de Mello",
"Eros Grau",
"Ellen Gracie",
"Joaquim Barbosa",
"Wagner Gonçalves",
"Carlos Alberto Cantanhede"
],
"TEMPO": [
"09",
"/",
"03",
"/",
"2010",
"9 de março de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
"/",
"04",
"/",
"2010",
"09",
"/",
"03",
"/",
"2010",
"01",
".",
"03",
".",
"91",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"09",
"/",
"03",
"/",
"2010",
"01",
".",
"03",
".",
"91",
"24",
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"08",
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"2001",
"29",
".",
"1",
".",
"94",
"2",
".",
"9",
".",
"94",
"24",
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"08",
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"2001",
"29",
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"1",
".",
"94",
"2",
".",
"9",
".",
"94",
"24",
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"08",
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"2001",
"24",
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"2001",
"24",
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"08",
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"2001",
"09",
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"03",
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"2001",
"09",
".",
"03",
".",
"2010",
"24",
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"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
08/09/2009
SEGUNDA TURMA
AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 569.049 MINAS GERAIS
RELATOR
: MIN. CEZAR PELUSO
AGTE.(S)
: SUN - SERVICO UBAENSE DE NEFROLOGIA
LTDA
ADV.(A/S)
: JOÃO CLAUDIO FRANZONI BARBOSA E
OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
: FLAVIO TEIXEIRA MACIEL LEITE
AGDO.(A/S)
: UNIÃO
ADV.(A/S)
: PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA
NACIONAL
EMENTAS: 1. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade.
Jurisprudência assentada. Ausência de razões consistentes. Decisão
mantida. Agravo regimental improvido. Nega-se provimento a agravo
regimental tendente a impugnar, sem razões consistentes, decisão fundada em
jurisprudência assente na Corte.
2.
RECURSO.
Agravo.
Regimental.
Jurisprudência
assentada sobre a matéria. Caráter meramente abusivo. Litigância de má-
fé. Imposição de multa. Aplicação do art. 557, § 2º, cc. arts. 14, II e III, e 17,
VII, do CPC. Quando abusiva a interposição de agravo, manifestamente
inadmissível ou infundado, deve o Tribunal condenar o agravante a pagar multa
ao agravado.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros
da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência da Senhora
Ministra ELLEN GRACIE, na conformidade da ata de julgamento e das notas
taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo
regimental, com imposição, à parte agravante, de multa de 5% sobre o valor da
causa, nos termos do voto do Relator. Ausentes, justificadamente, neste
julgamento, os Senhores Ministros CELSO DE MELLO e JOAQUIM BARBOSA.
Brasília, 08 de setembro de 2009.
CEZAR PELUSO - RELATOR
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Supremo Tribunal Federal
DJe 05/03/2010
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6
Relatório
08/09/2009
SEGUNDA TURMA
AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 569.049 MINAS GERAIS
RELATOR
: MIN. CEZAR PELUSO
AGTE.(S)
: SUN - SERVICO UBAENSE DE NEFROLOGIA
LTDA
ADV.(A/S)
: JOÃO CLAUDIO FRANZONI BARBOSA E
OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
: FLAVIO TEIXEIRA MACIEL LEITE
AGDO.(A/S)
: UNIÃO
ADV.(A/S)
: PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA
NACIONAL
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO: Trata-se de agravo
regimental contra decisão do teor seguinte:
“1. Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal
Regional Federal da 1ª Região que deu por ilegítima a revogação, pelo art.
56 da Lei ordinária nº 9.430/96, da isenção prevista na Lei Complementar
nº 70/91, relativamente ao pagamento da COFINS pelas sociedades civis
de profissão regulamentada.
2. Consistente o recurso.
Esta Corte, na sessão de 17.9.2008, ao julgar o RE nº 377.457 (Rel.
Min. GILMAR MENDES), entendeu constitucional e válida a revogação,
pelo art. 56 da Lei ordinária nº 9.430/96, do art. 6º, inc. II, da Lei
Complementar nº 70/91, que isentava do pagamento da COFINS as
sociedades civis de profissão regulamentada.
3. Diante do exposto, e com fundamento no art. 557, §1º-A, do
CPC, conheço do recurso e dou-lhe provimento, para julgar válida a
revogação, pelo art. 56 da Lei ordinária nº 9.430/96, do art. 6º, inc. II, da
Lei Complementar nº 70/91. Invertidos os ônus da sucumbência.”
A parte recorrente alega que faz jus à isenção, ao pagamento da
COFINS, instituída pela Lei Complementar nº 70/91. Alega, ainda, ser necessário
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08/09/2009
SEGUNDA TURMA
AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 569.049 MINAS GERAIS
RELATOR
: MIN. CEZAR PELUSO
AGTE.(S)
: SUN - SERVICO UBAENSE DE NEFROLOGIA
LTDA
ADV.(A/S)
: JOÃO CLAUDIO FRANZONI BARBOSA E
OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
: FLAVIO TEIXEIRA MACIEL LEITE
AGDO.(A/S)
: UNIÃO
ADV.(A/S)
: PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA
NACIONAL
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO: Trata-se de agravo
regimental contra decisão do teor seguinte:
“1. Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal
Regional Federal da 1ª Região que deu por ilegítima a revogação, pelo art.
56 da Lei ordinária nº 9.430/96, da isenção prevista na Lei Complementar
nº 70/91, relativamente ao pagamento da COFINS pelas sociedades civis
de profissão regulamentada.
2. Consistente o recurso.
Esta Corte, na sessão de 17.9.2008, ao julgar o RE nº 377.457 (Rel.
Min. GILMAR MENDES), entendeu constitucional e válida a revogação,
pelo art. 56 da Lei ordinária nº 9.430/96, do art. 6º, inc. II, da Lei
Complementar nº 70/91, que isentava do pagamento da COFINS as
sociedades civis de profissão regulamentada.
3. Diante do exposto, e com fundamento no art. 557, §1º-A, do
CPC, conheço do recurso e dou-lhe provimento, para julgar válida a
revogação, pelo art. 56 da Lei ordinária nº 9.430/96, do art. 6º, inc. II, da
Lei Complementar nº 70/91. Invertidos os ônus da sucumbência.”
A parte recorrente alega que faz jus à isenção, ao pagamento da
COFINS, instituída pela Lei Complementar nº 70/91. Alega, ainda, ser necessário
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Relatório
RE 569.049-AgR / MG
2
o sobrestamento do feito até a decisão final sobre a modulação dos efeitos da
decisão que declarou a constitucionalidade da revogação da isenção.
É o relatório.
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Supremo Tribunal Federal
RE 569.049-AgR / MG
2
o sobrestamento do feito até a decisão final sobre a modulação dos efeitos da
decisão que declarou a constitucionalidade da revogação da isenção.
É o relatório.
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Voto - MIN. CEZAR PELUSO
RE 569.049-AgR / MG
3
V O T O
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO - (Relator):
1.
Abusivo o recurso.
A parte agravante não logrou convelir os fundamentos da
decisão agravada, os quais, tendo resumido o entendimento assente da Corte,
subsistem invulneráveis aos argumentos do recurso, que nada acrescentaram à
compreensão e ao desate da quaestio iuris.
Ademais quanto à questão relativa à modulação dos efeitos da
decisão que declarou a constitucionalidade da revogação, pelo art. 56 da Lei
ordinária nº 9.430/96, do art. 6º, inc. II, da Lei Complementar nº 70/91, a Corte,
na sessão de 17.9.2008, ao julgar o RE nº 377.457 (Rel. Min. GILMAR
MENDES), afastou-se a possibilidade de aplicação da teoria da modulação dos
efeitos à questão.
É oportuno, aliás, advertir que o disposto no art. 544, §§ 3º e 4º,
e no art. 557, ambos do Código de Processo Civil, desvela o grau da autoridade
que o ordenamento jurídico atribui, em nome da segurança jurídica, às súmulas
e, posto que não sumulada, à jurisprudência dominante, sobretudo desta Corte,
as quais não podem desrespeitadas nem controvertidas sem graves razões
jurídicas capazes de lhes autorizar revisão ou reconsideração. De modo que o
inconformismo sistemático, manifestado em recurso carente de fundamentos
novos, não pode deixar de ser visto senão como abuso do poder recursal.
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Supremo Tribunal Federal
RE 569.049-AgR / MG
3
V O T O
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO - (Relator):
1.
Abusivo o recurso.
A parte agravante não logrou convelir os fundamentos da
decisão agravada, os quais, tendo resumido o entendimento assente da Corte,
subsistem invulneráveis aos argumentos do recurso, que nada acrescentaram à
compreensão e ao desate da quaestio iuris.
Ademais quanto à questão relativa à modulação dos efeitos da
decisão que declarou a constitucionalidade da revogação, pelo art. 56 da Lei
ordinária nº 9.430/96, do art. 6º, inc. II, da Lei Complementar nº 70/91, a Corte,
na sessão de 17.9.2008, ao julgar o RE nº 377.457 (Rel. Min. GILMAR
MENDES), afastou-se a possibilidade de aplicação da teoria da modulação dos
efeitos à questão.
É oportuno, aliás, advertir que o disposto no art. 544, §§ 3º e 4º,
e no art. 557, ambos do Código de Processo Civil, desvela o grau da autoridade
que o ordenamento jurídico atribui, em nome da segurança jurídica, às súmulas
e, posto que não sumulada, à jurisprudência dominante, sobretudo desta Corte,
as quais não podem desrespeitadas nem controvertidas sem graves razões
jurídicas capazes de lhes autorizar revisão ou reconsideração. De modo que o
inconformismo sistemático, manifestado em recurso carente de fundamentos
novos, não pode deixar de ser visto senão como abuso do poder recursal.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 6
Voto - MIN. CEZAR PELUSO
RE 569.049-AgR / MG
4
Ao presente recurso, que não traz argumentos consistentes para
ditar eventual releitura da orientação assentada pela Corte, não sobra, pois,
senão caráter só abusivo. Há, aqui, além de violação específica à norma
proibitiva inserta no art. 557, § 2º, do Código de Processo Civil, desatenção séria
e danosa ao dever de lealdade processual (arts. 14, II e III, e 17, VII), até porque
recursos como este roubam à Corte, já notoriamente sobrecarregada, tempo
precioso para cuidar de assuntos graves. A litigância de má-fé não é ofensiva
apenas à parte adversa, mas também à dignidade do Tribunal e à alta função
pública do processo.
2.
Do exposto, nego provimento ao recurso, mantenho a decisão
agravada por seus próprios fundamentos e condeno a parte agravante a pagar à
parte agravada multa de 5% (cinco por cento) do valor corrigido da causa,
ficando a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao depósito da
respectiva quantia, tudo nos termos do art. 557, § 2º, cc. arts. 14, II e III, e 17,
VII, do Código de Processo Civil.
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Supremo Tribunal Federal
RE 569.049-AgR / MG
4
Ao presente recurso, que não traz argumentos consistentes para
ditar eventual releitura da orientação assentada pela Corte, não sobra, pois,
senão caráter só abusivo. Há, aqui, além de violação específica à norma
proibitiva inserta no art. 557, § 2º, do Código de Processo Civil, desatenção séria
e danosa ao dever de lealdade processual (arts. 14, II e III, e 17, VII), até porque
recursos como este roubam à Corte, já notoriamente sobrecarregada, tempo
precioso para cuidar de assuntos graves. A litigância de má-fé não é ofensiva
apenas à parte adversa, mas também à dignidade do Tribunal e à alta função
pública do processo.
2.
Do exposto, nego provimento ao recurso, mantenho a decisão
agravada por seus próprios fundamentos e condeno a parte agravante a pagar à
parte agravada multa de 5% (cinco por cento) do valor corrigido da causa,
ficando a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao depósito da
respectiva quantia, tudo nos termos do art. 557, § 2º, cc. arts. 14, II e III, e 17,
VII, do Código de Processo Civil.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 6
Extrato de Ata - 08/09/2009
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 569.049-1
PROCED. : MINAS GERAIS
RELATOR : MIN. CEZAR PELUSO
AGTE.(S) : SUN - SERVICO UBAENSE DE NEFROLOGIA LTDA
ADV.(A/S) : JOÃO CLAUDIO FRANZONI BARBOSA E OUTRO (A/S)
ADV.(A/S) : FLAVIO TEIXEIRA MACIEL LEITE
AGDO.(A/S) : UNIÃO
ADV.(A/S) : PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL
Decisão: A Turma, à unanimidade, negou provimento ao agravo
regimental, com imposição, à parte agravante, de multa de 5% sobre
o valor da causa, nos termos do voto do Relator. Ausentes,
justificadamente, neste julgamento, os Senhores Ministros Celso de
Mello e Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 08.09.2009.
Presidência da Senhora Ministra Ellen Gracie. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Cezar Peluso, Joaquim Barbosa e Eros
Grau. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco Adalberto
Nóbrega.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 569.049-1
PROCED. : MINAS GERAIS
RELATOR : MIN. CEZAR PELUSO
AGTE.(S) : SUN - SERVICO UBAENSE DE NEFROLOGIA LTDA
ADV.(A/S) : JOÃO CLAUDIO FRANZONI BARBOSA E OUTRO (A/S)
ADV.(A/S) : FLAVIO TEIXEIRA MACIEL LEITE
AGDO.(A/S) : UNIÃO
ADV.(A/S) : PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL
Decisão: A Turma, à unanimidade, negou provimento ao agravo
regimental, com imposição, à parte agravante, de multa de 5% sobre
o valor da causa, nos termos do voto do Relator. Ausentes,
justificadamente, neste julgamento, os Senhores Ministros Celso de
Mello e Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 08.09.2009.
Presidência da Senhora Ministra Ellen Gracie. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Cezar Peluso, Joaquim Barbosa e Eros
Grau. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco Adalberto
Nóbrega.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 6
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=485861 | 2009-09-08T00:00:00 | 2010-03-05T00:00:00 | A Turma, à unanimidade, negou provimento ao agravo
regimental, com imposição, à parte agravante, de multa de 5%
sobre o valor da causa, nos termos do voto do Relator. Ausentes,
justificadamente, neste julgamento, os Senhores Ministros Celso
de Mello e Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 08.09.2009. | AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTAS: 1. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade.
Jurisprudência assentada. Ausência de razões consistentes.
Decisão mantida. Agravo regimental improvido. Nega-se provimento
a agravo regimental tendente a impugnar, sem razões consistentes,
decisão fundada em jurisprudência assente na
Corte.
2. RECURSO. Agravo. Regimental. Jurisprudência
assentada sobre a matéria. Caráter meramente abusivo. Litigância
de má-fé. Imposição de multa. Aplicação do art. 557, § 2º, cc.
arts. 14, II e III, e 17, VII, do CPC. Quando abusiva a
interposição de agravo, manifestamente inadmissível ou infundado,
deve o Tribunal condenar o agravante a pagar multa ao agravado. | sjur174283 | - Acórdãos citados: RE 377457 - Tribunal Pleno.
Número de páginas: 6.
Análise: 10/03/2010, SOF. | CEZAR PELUSO | Segunda Turma | 569049 | [
"LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\r\n ART-00014 INC-00002 INC-00003 ART-00017\r\n INC-00007 ART-00544 PAR-00003 PAR-00004\r\n ART-00557 PAR-00002 \r\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\r\n\r\n",
"LEG-FED LCP-000070 ANO-1991\r\n ART-00006 INC-00002 \r\n REVOGADO PELA LEI-9430/1996\r\n LEI COMPLEMENTAR\r\n\r\n",
"LEG-FED LEI-009430 ANO-1996\r\n ART-00056 \r\n LEI ORDINÁRIA"
] | RE-AgR | acordaos | RE 569049 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : SUN - SERVICO UBAENSE DE NEFROLOGIA LTDA
ADV.(A/S) : JOÃO CLAUDIO FRANZONI BARBOSA E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : FLAVIO TEIXEIRA MACIEL LEITE
AGDO.(A/S) : UNIÃO
ADV.(A/S) : PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 569 . 049",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 569 . 049",
"RE [UNK] 377 . 457",
"RE [UNK] 377 . 457",
"RE 569 . 049 - AgR / MG",
"RE 569 . 049 - AgR / MG",
"RE 569 . 049 - AgR / MG",
"RE [UNK] 377 . 457",
"RE 569 . 049 - AgR / MG",
"RE [UNK] 377 . 457",
"RE 569 . 049 - AgR / MG",
"RE 569 . 049 - AgR / MG",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 569 . 049 - 1"
],
"LEGISLACAO": [
"art . 557 , § [UNK] , cc . arts . 14 , II e III , e 17 , VII , do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 56 da Lei ordinária [UNK] 9 . 430 / 96",
"Lei Complementar [UNK] 70 / 91",
"art . 56 da Lei ordinária [UNK] 9 . 430 / 96",
"art . [UNK] , inc . II , da Lei Complementar [UNK] 70 / 91",
"art . 557 , § [UNK] - A , do CPC",
"art . 56 da Lei ordinária [UNK] 9 . 430 / 96",
"art . [UNK] , inc . II , da Lei Complementar [UNK] 70 / 91",
"Lei Complementar [UNK] 70 / 91",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 56 da Lei ordinária [UNK] 9 . 430 / 96",
"Lei Complementar [UNK] 70 / 91",
"art . 56 da Lei ordinária [UNK] 9 . 430 / 96",
"art . [UNK] , inc . II , da Lei Complementar [UNK] 70 / 91",
"art . 557 , § [UNK] - A , do CPC",
"art . 56 da Lei ordinária [UNK] 9 . 430 / 96",
"art . [UNK] , inc . II , da Lei Complementar [UNK] 70 / 91",
"Lei Complementar [UNK] 70 / 91",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 56 da Lei ordinária [UNK] 9 . 430 / 96",
"art . [UNK] , inc . II , da Lei Complementar [UNK] 70 / 91",
"art . 544 , § § [UNK] e [UNK] , e no art . 557 , ambos do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 56 da Lei ordinária [UNK] 9 . 430 / 96",
"art . [UNK] , inc . II , da Lei Complementar [UNK] 70 / 91",
"art . 544 , § § [UNK] e [UNK] , e no",
"art . 557 , ambos do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 557 , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"art . 557 , § [UNK] , cc . arts . 14 , II e III , e 17 , VII , do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200",
"art .",
"art . 557 , § [UNK] , cc . arts . 14 , II e III , e 17 , VII , do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"MINAS GERAIS",
"Brasília",
"MINAS GERAIS",
"MINAS GERAIS"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"SUN",
"-",
"SERVICO UBAENSE DE NEFROLOGIA LTDA",
"UNIÃO",
"PROCURADORIA",
"-",
"GERAL DA FAZENDA NACIONAL",
"Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"SUN",
"-",
"SERVICO UBAENSE DE NEFROLOGIA LTDA",
"UNIÃO",
"PROCURADORIA",
"-",
"GERAL DA FAZENDA NACIONAL",
"Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"SUN",
"-",
"SERVICO UBAENSE DE NEFROLOGIA LTDA",
"UNIÃO",
"PROCURADORIA",
"-",
"GERAL DA FAZENDA NACIONAL",
"Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"SUN",
"-",
"SERVICO UBAENSE DE NEFROLOGIA LTDA",
"UNIÃO",
"PROCURADORIA",
"-",
"GERAL DA FAZENDA NACIONAL",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"SUN",
"-",
"SERVICO UBAENSE DE NEFROLOGIA LTDA",
"UNIÃO",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"CEZAR PELUSO",
"JOÃO CLAUDIO FRANZONI BARBOSA",
"FLAVIO TEIXEIRA MACIEL LEITE",
"ELLEN GRACIE",
"CELSO DE MELLO",
"JOAQUIM BARBOSA",
"CEZAR PELUSO",
"CEZAR PELUSO",
"JOÃO CLAUDIO FRANZONI BARBOSA",
"FLAVIO TEIXEIRA MACIEL LEITE",
"CEZAR PELUSO",
"GILMAR MENDES",
"CEZAR PELUSO",
"JOÃO CLAUDIO FRANZONI BARBOSA",
"FLAVIO TEIXEIRA MACIEL LEITE",
"CEZAR PELUSO",
"GILMAR MENDES",
"CEZAR PELUSO",
"CEZAR PELUSO",
"GILMAR MENDES",
"CEZAR PELUSO",
"GILMAR MENDES",
"CEZAR PELUSO",
"CEZAR PELUSO",
"JOÃO CLAUDIO FRANZONI BARBOSA",
"FLAVIO TEIXEIRA MACIEL LEITE",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Ellen Gracie",
"Cezar Peluso",
"Joaquim Barbosa",
"Eros Grau",
"Celso de Mello",
"Francisco Adalberto Nóbrega",
"Carlos Alberto Cantanhede",
"CEZAR PELUSO",
"JOÃO CLAUDIO FRANZONI BARBOSA",
"FLAVIO TEIXEIRA MACIEL LEITE",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Ellen Gracie",
"Cezar Peluso",
"Joaquim",
"Barbosa",
"Eros Grau",
"Celso de Mello",
"Francisco Adalberto Nóbrega",
"Carlos Alberto Cantanhede"
],
"TEMPO": [
"08",
"/",
"09",
"/",
"2009",
"08 de setembro de 2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"05",
"/",
"03",
"/",
"2010",
"08",
"/",
"09",
"/",
"2009",
"17",
".",
"9",
".",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"09",
"/",
"2009",
"17",
".",
"9",
".",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"17",
".",
"9",
".",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"17",
".",
"9",
".",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"09",
"/",
"2009",
"08",
".",
"09",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
".",
"09",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
15/12/2009
PRIMEIRA TURMA
AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 584.831 MARANHÃO
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
: UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
ADV.(A/S)
: PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
AGDO.(A/S)
: BÁRBARA MENDONÇA SOARES
ADV.(A/S)
: MARCO ANTONIO GUSMAO MORAES E OUTRO(A/S)
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO.
ENSINO SUPERIOR. PROIBIÇÃO DE MATRÍCULA EM DOIS CURSOS SIMULTÂNEOS NA
MESMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO. CONTROVÉRSIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA
CONSTITUCIONAL INDIRETA. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA
PROVIMENTO.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em Primeira Turma, sob a Presidência do Ministro
Carlos Ayres Britto, na conformidade da ata de julgamento e das notas
taquigráficas, à unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto da Relatora.
Brasília, 15 de dezembro de 2009.
Ministra CÁRMEN LÚCIA - Relatora
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 461794
Supremo Tribunal Federal
DJe 05/03/2010
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7
Relatório
15/12/2009
PRIMEIRA TURMA
AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 584.831 MARANHÃO
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
: UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
ADV.(A/S)
: PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
AGDO.(A/S)
: BÁRBARA MENDONÇA SOARES
ADV.(A/S)
: MARCO ANTONIO GUSMAO MORAES E OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Em 9 de outubro 2008, neguei seguimento ao recurso extraordinário
interposto pela Universidade Federal do Maranhão contra julgado do
Tribunal Regional Federal da 1ª Região, o qual entendeu ser ilegítimo,
havendo compatibilidade de horário, o indeferimento de matrícula em dois
cursos superiores da mesma instituição de ensino. A decisão agravada teve
a seguinte fundamentação:
“4. O reexame do acórdão impugnado demandaria a análise prévia
de legislação infraconstitucional aplicável à espécie (ato
normativo
interno
da
Recorrente).
Assim,
a
alegada
contrariedade à Constituição da República, se tivesse ocorrido,
seria indireta, o que não viabiliza o processamento do recurso
extraordinário. Incide, na espécie, a Súmula 280 do Supremo
Tribunal Federal.
Confira-se, a propósito, o seguinte julgado:
‘Recurso
extraordinário:
descabimento,
quando
fundado
na
alegação de ofensa reflexa à Constituição. 1. Tem-se violação
reflexa à Constituição, quando o seu reconhecimento depende de
rever a interpretação dada à norma ordinária pela decisão
recorrida, caso em que é a hierarquia infraconstitucional dessa
última que define, para fins recursais, a natureza de questão
federal. 2. Admitir o recurso extraordinário por ofensa reflexa
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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15/12/2009
PRIMEIRA TURMA
AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 584.831 MARANHÃO
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
: UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
ADV.(A/S)
: PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
AGDO.(A/S)
: BÁRBARA MENDONÇA SOARES
ADV.(A/S)
: MARCO ANTONIO GUSMAO MORAES E OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Em 9 de outubro 2008, neguei seguimento ao recurso extraordinário
interposto pela Universidade Federal do Maranhão contra julgado do
Tribunal Regional Federal da 1ª Região, o qual entendeu ser ilegítimo,
havendo compatibilidade de horário, o indeferimento de matrícula em dois
cursos superiores da mesma instituição de ensino. A decisão agravada teve
a seguinte fundamentação:
“4. O reexame do acórdão impugnado demandaria a análise prévia
de legislação infraconstitucional aplicável à espécie (ato
normativo
interno
da
Recorrente).
Assim,
a
alegada
contrariedade à Constituição da República, se tivesse ocorrido,
seria indireta, o que não viabiliza o processamento do recurso
extraordinário. Incide, na espécie, a Súmula 280 do Supremo
Tribunal Federal.
Confira-se, a propósito, o seguinte julgado:
‘Recurso
extraordinário:
descabimento,
quando
fundado
na
alegação de ofensa reflexa à Constituição. 1. Tem-se violação
reflexa à Constituição, quando o seu reconhecimento depende de
rever a interpretação dada à norma ordinária pela decisão
recorrida, caso em que é a hierarquia infraconstitucional dessa
última que define, para fins recursais, a natureza de questão
federal. 2. Admitir o recurso extraordinário por ofensa reflexa
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Relatório
RE 584.831-AgR / MA
2
ao princípio constitucional da legalidade seria transformar em
questões
constitucionais
todas
as
controvérsias
sobre
a
interpretação da lei ordinária, baralhando as competências
repartidas entre o STF e os tribunais superiores e usurpando
até a autoridade definitiva da Justiça dos Estados para a
inteligência do direito local’ (AI 134.736-AgR, Rel. Min.
Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ 17.2.1995).
5. Nada há, pois, a prover quanto às alegações da parte
recorrente.
6. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário
(art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º,
do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal)”.
2. Intimada dessa decisão em 10.11.2008, interpõe a Universidade
Federal do Maranhão - UFMA, ora Agravante, em 14.11.2008, tempestivamente,
Agravo Regimental.
3. Alega a Agravante que, “ao contrário do afirmado na decisão ora
agravada, não se mostra necessário a prévia análise da legislação
infraconstitucional (o ato normativo interno da Universidade), porque no
acórdão recorrido já se afirma que o regimento da universidade proíbe a
matrícula de um mesmo aluno, em mais de um curso, ao mesmo tempo, e deixa
de aplicar referida norma por não reconhecer a autonomia administrativa
assegurada no artigo 207 da Constituição Federal”.
Assevera que “a discussão é constitucional e reside na possibilidade
de a Universidade, em virtude de sua autonomia universitária, proibir duas
matrículas, simultâneas, a um mesmo aluno”.
Afirma, ainda, que “a compatibilidade ou não de horários não é
requisito para que haja ou não a vedação em matrícula em dois cursos pelo
mesmo aluno, de forma que há de se afastar a alegação segundo a qual é
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 584.831-AgR / MA
2
ao princípio constitucional da legalidade seria transformar em
questões
constitucionais
todas
as
controvérsias
sobre
a
interpretação da lei ordinária, baralhando as competências
repartidas entre o STF e os tribunais superiores e usurpando
até a autoridade definitiva da Justiça dos Estados para a
inteligência do direito local’ (AI 134.736-AgR, Rel. Min.
Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ 17.2.1995).
5. Nada há, pois, a prover quanto às alegações da parte
recorrente.
6. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário
(art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º,
do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal)”.
2. Intimada dessa decisão em 10.11.2008, interpõe a Universidade
Federal do Maranhão - UFMA, ora Agravante, em 14.11.2008, tempestivamente,
Agravo Regimental.
3. Alega a Agravante que, “ao contrário do afirmado na decisão ora
agravada, não se mostra necessário a prévia análise da legislação
infraconstitucional (o ato normativo interno da Universidade), porque no
acórdão recorrido já se afirma que o regimento da universidade proíbe a
matrícula de um mesmo aluno, em mais de um curso, ao mesmo tempo, e deixa
de aplicar referida norma por não reconhecer a autonomia administrativa
assegurada no artigo 207 da Constituição Federal”.
Assevera que “a discussão é constitucional e reside na possibilidade
de a Universidade, em virtude de sua autonomia universitária, proibir duas
matrículas, simultâneas, a um mesmo aluno”.
Afirma, ainda, que “a compatibilidade ou não de horários não é
requisito para que haja ou não a vedação em matrícula em dois cursos pelo
mesmo aluno, de forma que há de se afastar a alegação segundo a qual é
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 7
Relatório
RE 584.831-AgR / MA
3
necessário averiguar-se, in casu, se haveria ou não compatibilidade de
horários”.
Requer a reconsideração da decisão agravada ou o provimento do
presente recurso.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 584.831-AgR / MA
3
necessário averiguar-se, in casu, se haveria ou não compatibilidade de
horários”.
Requer a reconsideração da decisão agravada ou o provimento do
presente recurso.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RE 584.831-AgR / MA
4
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Razão de direito não assiste à Agravante.
2. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região não afastou a autonomia
da Universidade prevista no art. 207 da Constituição da República, apenas
afirmou que:
“a sentença monocrática encontra-se em perfeita harmonia com o
entendimento jurisprudencial já pacificado no âmbito deste
egrégio
Tribunal,
no
sentido
de
que,
não
havendo
incompatibilidade de horário entre as disciplinas que compõem
os dois cursos, para os quais a estudante obteve aprovação em
regular processo seletivo, o que se verifica no caso concreto,
afigura-se ilegítimo o indeferimento de matrícula em qualquer
um deles, à míngua de amparo legal”.
3. Apesar dos fundamentos da Agravante, a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que a controvérsia
sobre a possibilidade de se efetuar matrícula em dois cursos simultâneos
da mesma instituição de ensino superior, havendo compatibilidade de
horário, tem natureza infraconstitucional. Assim, a alegada contrariedade
à Constituição da República, se tivesse ocorrido, seria indireta, o que
não viabiliza o processamento do recurso extraordinário.
Nesse sentido, os seguintes julgados:
“EMENTA:
AGRAVO
REGIMENTAL
NO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
ADMINISTRATIVO. ENSINO SUPERIOR. PROIBIÇÃO DE MATRÍCULA EM DOIS
CURSOS SIMULTÂNEOS NA MESMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO. RESOLUÇÃO N.
4/2003. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL
INDIRETA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 584.831-AgR / MA
4
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Razão de direito não assiste à Agravante.
2. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região não afastou a autonomia
da Universidade prevista no art. 207 da Constituição da República, apenas
afirmou que:
“a sentença monocrática encontra-se em perfeita harmonia com o
entendimento jurisprudencial já pacificado no âmbito deste
egrégio
Tribunal,
no
sentido
de
que,
não
havendo
incompatibilidade de horário entre as disciplinas que compõem
os dois cursos, para os quais a estudante obteve aprovação em
regular processo seletivo, o que se verifica no caso concreto,
afigura-se ilegítimo o indeferimento de matrícula em qualquer
um deles, à míngua de amparo legal”.
3. Apesar dos fundamentos da Agravante, a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que a controvérsia
sobre a possibilidade de se efetuar matrícula em dois cursos simultâneos
da mesma instituição de ensino superior, havendo compatibilidade de
horário, tem natureza infraconstitucional. Assim, a alegada contrariedade
à Constituição da República, se tivesse ocorrido, seria indireta, o que
não viabiliza o processamento do recurso extraordinário.
Nesse sentido, os seguintes julgados:
“EMENTA:
AGRAVO
REGIMENTAL
NO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
ADMINISTRATIVO. ENSINO SUPERIOR. PROIBIÇÃO DE MATRÍCULA EM DOIS
CURSOS SIMULTÂNEOS NA MESMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO. RESOLUÇÃO N.
4/2003. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL
INDIRETA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RE 584.831-AgR / MA
5
PRECEDENTES. Imposição de multa de 5% do valor corrigido da
causa. Aplicação do art. 557, § 2º, c/c arts. 14, inc. II e
III, e 17, inc. VII, do Código de Processo Civil” (RE 590.494-
AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 8.5.2009).
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL. INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR.
POSSIBILIDADE DE MATRÍCULA EM DOIS CURSOS SIMULTÂNEOS COM
COMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS. RESOLUÇÃO EDITADA PELA INSTITUIÇÃO
DE
ENSINO
NO
SENTIDO
DA
PROIBIÇÃO.
DISCUSSÃO
INFRACONSTITUCIONAL. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 207 DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Nos termos da jurisprudência deste
Tribunal, o princípio da autonomia universitária não significa
soberania das universidades, devendo estas se submeter às leis
e demais atos normativos. Controvérsia decidida à luz da
legislação
infraconstitucional.
A
alegada
ofensa
à
Constituição, se existente, seria indireta ou reflexa, o que
enseja
o
descabimento
do
recurso
extraordinário.
Agravo
regimental a que se nega provimento” (RE 553.065-AgR, Rel. Min.
Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJe 1º.7.2009).
4. Ademais, a alegada afronta ao art. 5º, inc. II, da Constituição da
República encontra óbice na Súmula 636 do Supremo Tribunal Federal, que
dispõe que “não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio
constitucional da legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a
interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida”.
5. Os fundamentos da Agravante, insuficientes para modificar a
decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr
termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação
jurisdicional.
6. Pelo exposto, nego provimento ao Agravo Regimental.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
RE 584.831-AgR / MA
5
PRECEDENTES. Imposição de multa de 5% do valor corrigido da
causa. Aplicação do art. 557, § 2º, c/c arts. 14, inc. II e
III, e 17, inc. VII, do Código de Processo Civil” (RE 590.494-
AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 8.5.2009).
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL. INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR.
POSSIBILIDADE DE MATRÍCULA EM DOIS CURSOS SIMULTÂNEOS COM
COMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS. RESOLUÇÃO EDITADA PELA INSTITUIÇÃO
DE
ENSINO
NO
SENTIDO
DA
PROIBIÇÃO.
DISCUSSÃO
INFRACONSTITUCIONAL. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 207 DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Nos termos da jurisprudência deste
Tribunal, o princípio da autonomia universitária não significa
soberania das universidades, devendo estas se submeter às leis
e demais atos normativos. Controvérsia decidida à luz da
legislação
infraconstitucional.
A
alegada
ofensa
à
Constituição, se existente, seria indireta ou reflexa, o que
enseja
o
descabimento
do
recurso
extraordinário.
Agravo
regimental a que se nega provimento” (RE 553.065-AgR, Rel. Min.
Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJe 1º.7.2009).
4. Ademais, a alegada afronta ao art. 5º, inc. II, da Constituição da
República encontra óbice na Súmula 636 do Supremo Tribunal Federal, que
dispõe que “não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio
constitucional da legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a
interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida”.
5. Os fundamentos da Agravante, insuficientes para modificar a
decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr
termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação
jurisdicional.
6. Pelo exposto, nego provimento ao Agravo Regimental.
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7
Extrato de Ata - 15/12/2009
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 584.831
PROCED. : MARANHÃO
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) : UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
ADV.(A/S) : PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
AGDO.(A/S) : BÁRBARA MENDONÇA SOARES
ADV.(A/S) : MARCO ANTONIO GUSMAO MORAES E OUTRO(A/S)
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto da Relatora. Unânime.
Presidência do Ministro Carlos Ayres Britto. 1ª Turma, 15.12.2009.
Presidência do Ministro Carlos Ayres Britto. Presentes à
Sessão os Ministros Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski, a Ministra
Cármen Lúcia e o Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner de Castro Mathias
Netto.
Ricardo Dias Duarte
Coordenador
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 584.831
PROCED. : MARANHÃO
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) : UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
ADV.(A/S) : PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
AGDO.(A/S) : BÁRBARA MENDONÇA SOARES
ADV.(A/S) : MARCO ANTONIO GUSMAO MORAES E OUTRO(A/S)
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto da Relatora. Unânime.
Presidência do Ministro Carlos Ayres Britto. 1ª Turma, 15.12.2009.
Presidência do Ministro Carlos Ayres Britto. Presentes à
Sessão os Ministros Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski, a Ministra
Cármen Lúcia e o Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner de Castro Mathias
Netto.
Ricardo Dias Duarte
Coordenador
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=485863 | 2009-12-15T00:00:00 | 2010-03-05T00:00:00 | A Turma negou provimento ao agravo regimental no recurso
extraordinário, nos termos do voto da Relatora. Unânime.
Presidência do Ministro Carlos Ayres Britto. 1ª Turma, 15.12.2009. | AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
ADMINISTRATIVO. ENSINO SUPERIOR. PROIBIÇÃO DE MATRÍCULA EM DOIS
CURSOS SIMULTÂNEOS NA MESMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO. CONTROVÉRSIA
INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. PRECEDENTES.
AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. | sjur174288 | - Acórdãos citados: RE 553065 AgR, RE 590494 AgR.
Número de páginas: 7.
Análise: 10/03/2010, ANA. | CÁRMEN LÚCIA | Primeira Turma | 584831 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00005 INC-00002 ART-00207 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000636 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | RE-AgR | acordaos | RE 584831 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
ADV.(A/S) : PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
AGDO.(A/S) : BÁRBARA MENDONÇA SOARES
ADV.(A/S) : MARCO ANTONIO GUSMAO MORAES E OUTRO(A/S) | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 584 . 831",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 584 . 831",
"Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 584 . 831",
"Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal",
"RE 584 . 831 - AgR / MA",
"AI 134 . 736 - AgR",
"RE 584 . 831 - AgR / MA",
"AI 134 . 736 - AgR",
"RE 584 . 831 - AgR / MA",
"RE 584 . 831 - AgR / MA",
"RE 584 . 831 - AgR / MA",
"SÚMULA 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL",
"RE 584 . 831 - AgR / MA",
"RESOLUÇÃO N . 4 / 2003",
"SÚMULA 280 DO SUPREMO TRIBUNAL",
"RE 584 . 831 - AgR / MA",
"RE 590 . 494 - AgR",
"RE 553 . 065 - AgR",
"Súmula 636 do Supremo Tribunal Federal",
"RE 584 . 831 - AgR / MA",
"RE 590 . 494 - AgR",
"RE 553 . 065 - AgR",
"Súmula 636 do Supremo Tribunal Federal",
"RECURSO",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 584 . 831"
],
"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição da República",
"Constituição",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição da República",
"Constituição",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 557 , caput , do Código de Processo Civil",
"art . 21 , § [UNK] , do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal",
"artigo 207 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 557 , caput , do Código de Processo Civil",
"art . 21 , § [UNK] , do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal",
"artigo 207 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 207 da Constituição da República",
"Constituição da República",
"RESOLUÇÃO",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 207 da Constituição da República",
"Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 557 , § [UNK] , c / c arts . 14 , inc . II e III , e 17 , inc . VII , do Código de Processo Civil",
"ART . 207 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL",
"Constituição",
"art . [UNK] , inc . II , da Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 557 , § [UNK] , c / c arts . 14 , inc . II e III , e 17 , inc . VII , do Código de Processo Civil",
"ART . 207 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL",
"Constituição",
"art . [UNK] , inc . II , da Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"MARANHÃO",
"Brasília",
"MARANHÃO",
"MARANHÃO",
"MARANHÃO",
"MARANHÃO"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO",
"PROCURADORIA",
"-",
"GERAL",
"Universidade Federal do Maranhão",
"Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO",
"PROCURADORIA",
"Universidade Federal do Maranhão",
"Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"STF",
"Primeira Turma",
"Universidade Federal do Maranhão",
"UFMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"STF",
"Primeira Turma",
"Universidade Federal do Maranhão",
"UFMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal",
"Regional Federal da [UNK] Região",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"CÁRMEN LÚCIA",
"BÁRBARA MENDONÇA SOARES",
"MARCO ANTONIO GUSMAO MORAES",
"Carlos Ayres Britto",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"BÁRBARA MENDONÇA SOARES",
"MARCO ANTONIO GUSMAO MORAES",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"BÁRBARA MENDONÇA SOARES",
"MARCO ANTONIO GUSMAO MORAES",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Sepúlveda Pertence",
"Sepúlveda Pertence",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Joaquim Barbosa",
"Joaquim Barbosa",
"CÁRMEN LÚCIA",
"BÁRBARA MENDONÇA SOARES",
"MARCO ANTONIO GUSMAO MORAES",
"Carlos Ayres Britto",
"Carlos Ayres Britto",
"Marco Aurélio",
"Ricardo Lewandowski",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Wagner de Castro Mathias Netto",
"Ricardo Dias Duarte",
"CÁRMEN LÚCIA",
"BÁRBARA MENDONÇA SOARES",
"MARCO ANTONIO GUSMAO MORAES",
"Carlos Ayres Britto",
"Carlos Ayres Britto",
"Marco Aurélio",
"Ricardo Lewandowski",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Wagner de Castro Mathias Netto",
"Ricardo Dias Duarte"
],
"TEMPO": [
"15",
"/",
"12",
"/",
"2009",
"15 de dezembro de 2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"05",
"/",
"03",
"/",
"2010",
"15",
"/",
"12",
"/",
"2009",
"9 de outubro 2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
"/",
"12",
"/",
"2009",
"9 de outubro 2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"17",
".",
"2",
".",
"1995",
"10",
".",
"11",
".",
"2008",
"14",
".",
"11",
".",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"17",
".",
"2",
".",
"1995",
"10",
".",
"11",
".",
"2008",
"14",
".",
"11",
".",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"8",
".",
"5",
".",
"2009",
"[UNK]",
".",
"7",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"8",
".",
"5",
".",
"2009",
"[UNK]",
".",
"7",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
"/",
"12",
"/",
"2009",
"15",
".",
"12",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
".",
"12",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
02/12/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.160 DISTRITO FEDERAL
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
:PEDRO PAULO DA SILVA
ADV.(A/S)
:TATIANA KARLA ALMEIDA MARTINS
AGDO.(A/S)
:ESTADO DO ACRE
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ACRE
EMENTA:
AGRAVO
REGIMENTAL
NO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO.
VENCIMENTOS. MODIFICAÇÃO DA FORMA DE CÁLCULO. 1.
ALEGAÇÃO DE CONTRARIEDADE AO ART. 5º, INC. XXXVI, DA
CONSTITUIÇÃO
DA
REPÚBLICA:
CONTROVÉRSIA
INFRACONSTITUCIONAL. 2. LEI ESTADUAL N. 1.394/2001:
INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 280 DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. 3. INEXISTÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO A REGIME
JURÍDICO E À FÓRMULA DE COMPOSIÇÃO DA REMUNERAÇÃO.
ALEGAÇÃO DE REDUÇÃO DOS VENCIMENTOS: IMPOSSIBILIDADE
DO REEXAME DE PROVAS (SÚMULA N. 279 DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL). AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA
PROVIMENTO.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em Primeira Turma, sob a Presidência do
Ministro Ricardo Lewandowski, na conformidade da ata de julgamento e
das notas taquigráficas, à unanimidade, em negar provimento ao agravo
regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto da Relatora.
Brasília, 2 de dezembro de 2010.
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
DJe 01/02/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 12
Ementa e Acórdão
RE 613.160 AGR / DF
Ministra CÁRMEN LÚCIA - Relatora
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 613.160 AGR / DF
Ministra CÁRMEN LÚCIA - Relatora
2
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 12
Relatório
02/12/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.160 DISTRITO FEDERAL
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
:PEDRO PAULO DA SILVA
ADV.(A/S)
:TATIANA KARLA ALMEIDA MARTINS
AGDO.(A/S)
:ESTADO DO ACRE
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ACRE
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Em 29 de setembro de 2010, neguei seguimento ao recurso
extraordinário interposto por Pedro Paulo da Silva contra julgado do
Tribunal de Justiça do Acre, o qual manteve sentença que julgara
improcedente pedido de revisão de vencimentos. A decisão agravada teve
a seguinte fundamentação:
“4. O Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que
a alegação de contrariedade ao art. 5º, inc. XXXVI, da Constituição da
República, se dependente do exame de legislação infraconstitucional –
na espécie vertente, de dispositivos do Código de Processo Civil –, não
viabiliza o recurso extraordinário, pois eventual ofensa constitucional
seria indireta. Nesse sentido:
'AGRAVO
REGIMENTAL
EM
AGRAVO
DE
INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. ALEGAÇÃO DE
AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, DO ATO
JURÍDICO PERFEITO E DA COISA JULGADA. AGRAVO
REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. A
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de
que a alegação de afronta ao princípio da legalidade e a verificação, no
caso concreto, da ocorrência, ou não, de ofensa ao direito adquirido, ao
ato jurídico perfeito e à coisa julgada, se dependentes de análise prévia
da legislação infraconstitucional, configurariam apenas ofensa
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
02/12/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.160 DISTRITO FEDERAL
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
:PEDRO PAULO DA SILVA
ADV.(A/S)
:TATIANA KARLA ALMEIDA MARTINS
AGDO.(A/S)
:ESTADO DO ACRE
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ACRE
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Em 29 de setembro de 2010, neguei seguimento ao recurso
extraordinário interposto por Pedro Paulo da Silva contra julgado do
Tribunal de Justiça do Acre, o qual manteve sentença que julgara
improcedente pedido de revisão de vencimentos. A decisão agravada teve
a seguinte fundamentação:
“4. O Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que
a alegação de contrariedade ao art. 5º, inc. XXXVI, da Constituição da
República, se dependente do exame de legislação infraconstitucional –
na espécie vertente, de dispositivos do Código de Processo Civil –, não
viabiliza o recurso extraordinário, pois eventual ofensa constitucional
seria indireta. Nesse sentido:
'AGRAVO
REGIMENTAL
EM
AGRAVO
DE
INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. ALEGAÇÃO DE
AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, DO ATO
JURÍDICO PERFEITO E DA COISA JULGADA. AGRAVO
REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. A
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de
que a alegação de afronta ao princípio da legalidade e a verificação, no
caso concreto, da ocorrência, ou não, de ofensa ao direito adquirido, ao
ato jurídico perfeito e à coisa julgada, se dependentes de análise prévia
da legislação infraconstitucional, configurariam apenas ofensa
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 12
Relatório
RE 613.160 AGR / DF
constitucional indireta' (AI 684.188-AgR, de minha relatoria,
Primeira Turma, DJe 17.9.2009).
'AGRAVO
REGIMENTAL
NO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
AUSÊNCIA
DE
PREQUESTIONAMENTO.
OFENSA
REFLEXA.
IMPOSSIBILIDADE EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
FUNDAMENTO INFRACONSTITUCIONAL. TRÂNSITO EM
JULGADO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 283 DO STF. 1. O
Tribunal a quo não se manifestou explicitamente sobre os temas
constitucionais tidos por violados. Incidência das Súmulas ns. 282 e
356 do Supremo Tribunal Federal. 2. A verificação, no caso concreto,
da ocorrência, ou não, de violação do direito adquirido, do ato jurídico
perfeito e da coisa julgada situa-se no campo infraconstitucional. 3. O
fundamento legal, suficiente para a manutenção do acórdão
impugnado, transitou em julgado. Incidência da Súmula n. 283 do
STF. Agravo regimental a que se nega provimento' (RE 600.774-AgR,
Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, DJe 25.2.2010).
Ademais, para o exame da controvérsia, seria necessária a
análise da Lei estadual n. 1.394/2001, o que atrai a incidência da
Súmula n. 280 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido:
'AGRAVO
REGIMENTAL
NO
AGRAVO
DE
INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO.
GRATIFICAÇÃO ESPECIAL. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE
DA LEGISLAÇÃO ESTADUAL. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 280
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES.
AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO'
(AI 788.605-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, Dje
23.9.2010).
'AGRAVO REGIMENTAL. SERVIDOR PÚBLICO
ESTADUAL. REAJUSTE DE VENCIMENTOS. DECRETOS
ESTADUAIS 36.033/1994 E 36.829/1995. INTERPRETAÇÃO DE
DIREITO LOCAL. ÓBICE DA SÚMULA 280 DO STF. O Tribunal
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 613.160 AGR / DF
constitucional indireta' (AI 684.188-AgR, de minha relatoria,
Primeira Turma, DJe 17.9.2009).
'AGRAVO
REGIMENTAL
NO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
AUSÊNCIA
DE
PREQUESTIONAMENTO.
OFENSA
REFLEXA.
IMPOSSIBILIDADE EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
FUNDAMENTO INFRACONSTITUCIONAL. TRÂNSITO EM
JULGADO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 283 DO STF. 1. O
Tribunal a quo não se manifestou explicitamente sobre os temas
constitucionais tidos por violados. Incidência das Súmulas ns. 282 e
356 do Supremo Tribunal Federal. 2. A verificação, no caso concreto,
da ocorrência, ou não, de violação do direito adquirido, do ato jurídico
perfeito e da coisa julgada situa-se no campo infraconstitucional. 3. O
fundamento legal, suficiente para a manutenção do acórdão
impugnado, transitou em julgado. Incidência da Súmula n. 283 do
STF. Agravo regimental a que se nega provimento' (RE 600.774-AgR,
Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, DJe 25.2.2010).
Ademais, para o exame da controvérsia, seria necessária a
análise da Lei estadual n. 1.394/2001, o que atrai a incidência da
Súmula n. 280 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido:
'AGRAVO
REGIMENTAL
NO
AGRAVO
DE
INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO.
GRATIFICAÇÃO ESPECIAL. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE
DA LEGISLAÇÃO ESTADUAL. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 280
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES.
AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO'
(AI 788.605-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, Dje
23.9.2010).
'AGRAVO REGIMENTAL. SERVIDOR PÚBLICO
ESTADUAL. REAJUSTE DE VENCIMENTOS. DECRETOS
ESTADUAIS 36.033/1994 E 36.829/1995. INTERPRETAÇÃO DE
DIREITO LOCAL. ÓBICE DA SÚMULA 280 DO STF. O Tribunal
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 12
Relatório
RE 613.160 AGR / DF
a quo decidiu a questão em debate com base na interpretação dada aos
Decretos estaduais 36.033/1994 e 36.585/1994. Assim, para se chegar
a conclusão diversa, seria necessária a análise de normas locais, o que
não é permitido em recurso extraordinário, à luz da Súmula 280 desta
Corte. Agravo regimental a que se nega provimento' (AI 645.457-
AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, Dje 5.3.2009).
5. Ainda que assim não fosse, a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal firmou-se no sentido de que não há direito adquirido
a regime jurídico e à formula de composição da remuneração dos
servidores públicos, desde que não acarrete redução nominal dos
vencimentos.
Nesse sentido:
'DIREITOS CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO.
ESTABILIDADE FINANCEIRA. MODIFICAÇÃO DE FORMA
DE CÁLCULO DA REMUNERAÇÃO. OFENSA À GARANTIA
CONSTITUCIONAL
DA
IRREDUTIBILIDADE
DA
REMUNERAÇÃO: AUSÊNCIA. JURISPRUDÊNCIA. LEI
COMPLEMENTAR N. 203/2001 DO ESTADO DO RIO GRANDE
DO NORTE: CONSTITUCIONALIDADE. 1. O Supremo Tribunal
Federal pacificou a sua jurisprudência sobre a constitucionalidade do
instituto da estabilidade financeira e sobre a ausência de direito
adquirido a regime jurídico. 2. Nesta linha, a Lei Complementar n.
203/2001, do Estado do Rio Grande do Norte, no ponto que alterou a
forma de cálculo de gratificações e, conseqüentemente, a composição
da remuneração de servidores públicos, não ofende a Constituição da
República de 1988, por dar cumprimento ao princípio da
irredutibilidade da remuneração. 3. Recurso extraordinário ao qual se
nega provimento' (RE 563.965, de minha relatoria, Tribunal Pleno,
DJ 20.3.2009).
'Embargos de declaração em agravo regimental em recurso
extraordinário. 2. Gratificação. Forma de cálculo. Alteração de leis
estaduais. Direito adquirido. Regime jurídico. Inexistência.
3
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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RE 613.160 AGR / DF
a quo decidiu a questão em debate com base na interpretação dada aos
Decretos estaduais 36.033/1994 e 36.585/1994. Assim, para se chegar
a conclusão diversa, seria necessária a análise de normas locais, o que
não é permitido em recurso extraordinário, à luz da Súmula 280 desta
Corte. Agravo regimental a que se nega provimento' (AI 645.457-
AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, Dje 5.3.2009).
5. Ainda que assim não fosse, a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal firmou-se no sentido de que não há direito adquirido
a regime jurídico e à formula de composição da remuneração dos
servidores públicos, desde que não acarrete redução nominal dos
vencimentos.
Nesse sentido:
'DIREITOS CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO.
ESTABILIDADE FINANCEIRA. MODIFICAÇÃO DE FORMA
DE CÁLCULO DA REMUNERAÇÃO. OFENSA À GARANTIA
CONSTITUCIONAL
DA
IRREDUTIBILIDADE
DA
REMUNERAÇÃO: AUSÊNCIA. JURISPRUDÊNCIA. LEI
COMPLEMENTAR N. 203/2001 DO ESTADO DO RIO GRANDE
DO NORTE: CONSTITUCIONALIDADE. 1. O Supremo Tribunal
Federal pacificou a sua jurisprudência sobre a constitucionalidade do
instituto da estabilidade financeira e sobre a ausência de direito
adquirido a regime jurídico. 2. Nesta linha, a Lei Complementar n.
203/2001, do Estado do Rio Grande do Norte, no ponto que alterou a
forma de cálculo de gratificações e, conseqüentemente, a composição
da remuneração de servidores públicos, não ofende a Constituição da
República de 1988, por dar cumprimento ao princípio da
irredutibilidade da remuneração. 3. Recurso extraordinário ao qual se
nega provimento' (RE 563.965, de minha relatoria, Tribunal Pleno,
DJ 20.3.2009).
'Embargos de declaração em agravo regimental em recurso
extraordinário. 2. Gratificação. Forma de cálculo. Alteração de leis
estaduais. Direito adquirido. Regime jurídico. Inexistência.
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 12
Relatório
RE 613.160 AGR / DF
Precedentes. 3. Embargos de declaração acolhidos para dar provimento
ao agravo regimental e, desde logo, conhecer do recurso extraordinário
e dar-lhe provimento' (RE 353.545-AgR-ED, Rel. Min. Gilmar
Mendes, Segunda Turma, DJ 7.3.2008).
6. Nada há, pois, a prover quanto às alegações do Recorrente.
7. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.
557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento
Interno do Supremo Tribunal Federal)”.
2. Publicada essa decisão no DJe de 11.10.2010, interpõe Pedro Paulo
da Silva, ora Agravante, em 18.10.2010, tempestivamente, agravo
regimental.
3. Alega o Agravante que teria sido contrariado o art. 5º, inc. XXXVI,
da Constituição da República e, ainda, que, “atendo-se ao caso presente,
percebe-se claramente a violação, por parte da decisão impugnada, de disposições
contidas em sentença anterior, devidamente apreciada por Magistrado
Trabalhista e confirmada pelo Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 14ª
Região em reexame necessário, que conferiu ao Recorrente o inequívoco direito
adquirido a um piso salarial na conformidade com o disposto na lei regente de sua
classe”.
Afirma que “a própria lei que instituiu o Plano de Cargos Carreiras e
Salários dos Servidores do Estado do Acre (Lei 1.394/2001), no claro intuito
legislativo de evitar inconstitucionalidades, foi expressa quando assegurou aos
servidores nela enquadrados a garantia de manutenção das remunerações obtidas
através de sentença judicial”.
Assevera, ainda, que “o STF tem o entendimento de que o servidor não
pode alegar direito adquirido a regime jurídico. Todavia esse entendimento não é
intangível, uma vez que não admite a redutibilidade de vencimentos. No caso em
tela, vislumbramos a redução gradativa dos vencimentos do servidor e, portanto,
4
Supremo Tribunal Federal
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RE 613.160 AGR / DF
Precedentes. 3. Embargos de declaração acolhidos para dar provimento
ao agravo regimental e, desde logo, conhecer do recurso extraordinário
e dar-lhe provimento' (RE 353.545-AgR-ED, Rel. Min. Gilmar
Mendes, Segunda Turma, DJ 7.3.2008).
6. Nada há, pois, a prover quanto às alegações do Recorrente.
7. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.
557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento
Interno do Supremo Tribunal Federal)”.
2. Publicada essa decisão no DJe de 11.10.2010, interpõe Pedro Paulo
da Silva, ora Agravante, em 18.10.2010, tempestivamente, agravo
regimental.
3. Alega o Agravante que teria sido contrariado o art. 5º, inc. XXXVI,
da Constituição da República e, ainda, que, “atendo-se ao caso presente,
percebe-se claramente a violação, por parte da decisão impugnada, de disposições
contidas em sentença anterior, devidamente apreciada por Magistrado
Trabalhista e confirmada pelo Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 14ª
Região em reexame necessário, que conferiu ao Recorrente o inequívoco direito
adquirido a um piso salarial na conformidade com o disposto na lei regente de sua
classe”.
Afirma que “a própria lei que instituiu o Plano de Cargos Carreiras e
Salários dos Servidores do Estado do Acre (Lei 1.394/2001), no claro intuito
legislativo de evitar inconstitucionalidades, foi expressa quando assegurou aos
servidores nela enquadrados a garantia de manutenção das remunerações obtidas
através de sentença judicial”.
Assevera, ainda, que “o STF tem o entendimento de que o servidor não
pode alegar direito adquirido a regime jurídico. Todavia esse entendimento não é
intangível, uma vez que não admite a redutibilidade de vencimentos. No caso em
tela, vislumbramos a redução gradativa dos vencimentos do servidor e, portanto,
4
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 12
Relatório
RE 613.160 AGR / DF
se enquadra no exceção aduzida, ou seja, a da redutibilidade de vencimentos”.
Requer o provimento do presente recurso.
É o relatório.
5
Supremo Tribunal Federal
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se enquadra no exceção aduzida, ou seja, a da redutibilidade de vencimentos”.
Requer o provimento do presente recurso.
É o relatório.
5
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
02/12/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.160 DISTRITO FEDERAL
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Razão jurídica não assiste ao Agravante.
2. O Tribunal de origem decidiu a controvérsia nos seguintes termos:
“MÉDICO-VETERINÁRIO; VENCIMENTO; REVISÃO;
MÍNIMO PROFISSIONAL. OITO E MEIO SALÁRIOS
MÍNIMOS. COBRANÇA DE DIFERENÇA A MENOR.
IMPROCEDÊNCIA. APELAÇÃO. PROVIDO.
1. Estando os vencimentos do ocupante do cargo de médico-
veterinário acima do valor previsto para o mínimo da categoria, não há
qualquer complementação a ser efetuada pela Administração Pública,
mesmo em face de ordem judicial no sentido de que os vencimentos
observem aquele piso.
2. A Administração pode modificar a forma de cálculo dos
vencimentos dos seus servidores, desde que obedeça ao princípio da
irredutibilidade de vencimentos”.
3. Como afirmado na decisão agravada, a jurisprudência do
Supremo Tribunal assentou que a alegação de contrariedade ao art. 5º,
inc. XXXVI, da Constituição da República, se dependente de análise
prévia da legislação infraconstitucional, configuraria apenas ofensa
constitucional indireta.
Ademais, para o deslinde da controvérsia, seria necessária a análise
prévia do Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos Servidores do Estado
do Acre (Lei estadual n. 1.394/2001), o que não viabiliza o processamento
do recurso extraordinário. Incide na espécie a Súmula n. 280 do Supremo
Tribunal Federal.
Supremo Tribunal Federal
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02/12/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.160 DISTRITO FEDERAL
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Razão jurídica não assiste ao Agravante.
2. O Tribunal de origem decidiu a controvérsia nos seguintes termos:
“MÉDICO-VETERINÁRIO; VENCIMENTO; REVISÃO;
MÍNIMO PROFISSIONAL. OITO E MEIO SALÁRIOS
MÍNIMOS. COBRANÇA DE DIFERENÇA A MENOR.
IMPROCEDÊNCIA. APELAÇÃO. PROVIDO.
1. Estando os vencimentos do ocupante do cargo de médico-
veterinário acima do valor previsto para o mínimo da categoria, não há
qualquer complementação a ser efetuada pela Administração Pública,
mesmo em face de ordem judicial no sentido de que os vencimentos
observem aquele piso.
2. A Administração pode modificar a forma de cálculo dos
vencimentos dos seus servidores, desde que obedeça ao princípio da
irredutibilidade de vencimentos”.
3. Como afirmado na decisão agravada, a jurisprudência do
Supremo Tribunal assentou que a alegação de contrariedade ao art. 5º,
inc. XXXVI, da Constituição da República, se dependente de análise
prévia da legislação infraconstitucional, configuraria apenas ofensa
constitucional indireta.
Ademais, para o deslinde da controvérsia, seria necessária a análise
prévia do Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos Servidores do Estado
do Acre (Lei estadual n. 1.394/2001), o que não viabiliza o processamento
do recurso extraordinário. Incide na espécie a Súmula n. 280 do Supremo
Tribunal Federal.
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RE 613.160 AGR / DF
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. ALEGAÇÃO DE
AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, DO ATO
JURÍDICO PERFEITO E DA COISA JULGADA. AGRAVO
REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. A
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de
que a alegação de afronta ao princípio da legalidade e a verificação, no
caso concreto, da ocorrência, ou não, de ofensa ao direito adquirido, ao
ato jurídico perfeito e à coisa julgada, se dependentes de análise prévia
da legislação infraconstitucional, configurariam apenas ofensa
constitucional indireta” (AI 684.188-AgR, de minha relatoria,
Primeira Turma, DJe 18.9.2009).
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
AUSÊNCIA
DE
PREQUESTIONAMENTO.
PRESCRIÇÃO.
MATÉRIA
INFRACONSTITUCIONAL.
OFENSA
REFLEXA.
IMPOSSIBILIDADE EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 1. O
Tribunal a quo não se manifestou explicitamente sobre os temas
constitucionais tidos por violados. Incidência das Súmulas ns. 282 e
356 do Supremo Tribunal Federal. 2. Controvérsia decidida à luz de
legislação infraconstitucional. Ofensa indireta à Constituição do
Brasil. 3. A verificação, no caso concreto, da ocorrência, ou não, de
violação do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada
situa-se no campo infraconstitucional. Agravo regimental a que se
nega provimento” (RE 600.532-AgR, Rel. Min. Eros Grau,
Segunda Turma, DJe 23.10.2009 – grifos nossos).
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO.
EQUIPARAÇÃO
DE
VENCIMENTOS.
LEIS
COMPLEMENTARES ESTADUAIS NS. 727/93 E 859/99.
IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO LOCAL.
OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO
2
Supremo Tribunal Federal
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RE 613.160 AGR / DF
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. ALEGAÇÃO DE
AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, DO ATO
JURÍDICO PERFEITO E DA COISA JULGADA. AGRAVO
REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. A
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de
que a alegação de afronta ao princípio da legalidade e a verificação, no
caso concreto, da ocorrência, ou não, de ofensa ao direito adquirido, ao
ato jurídico perfeito e à coisa julgada, se dependentes de análise prévia
da legislação infraconstitucional, configurariam apenas ofensa
constitucional indireta” (AI 684.188-AgR, de minha relatoria,
Primeira Turma, DJe 18.9.2009).
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
AUSÊNCIA
DE
PREQUESTIONAMENTO.
PRESCRIÇÃO.
MATÉRIA
INFRACONSTITUCIONAL.
OFENSA
REFLEXA.
IMPOSSIBILIDADE EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 1. O
Tribunal a quo não se manifestou explicitamente sobre os temas
constitucionais tidos por violados. Incidência das Súmulas ns. 282 e
356 do Supremo Tribunal Federal. 2. Controvérsia decidida à luz de
legislação infraconstitucional. Ofensa indireta à Constituição do
Brasil. 3. A verificação, no caso concreto, da ocorrência, ou não, de
violação do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada
situa-se no campo infraconstitucional. Agravo regimental a que se
nega provimento” (RE 600.532-AgR, Rel. Min. Eros Grau,
Segunda Turma, DJe 23.10.2009 – grifos nossos).
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO.
EQUIPARAÇÃO
DE
VENCIMENTOS.
LEIS
COMPLEMENTARES ESTADUAIS NS. 727/93 E 859/99.
IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO LOCAL.
OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 12
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RE 613.160 AGR / DF
REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (AI
741.844-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe
19.6.2009).
4. Ressalte-se, ao final, que o Supremo Tribunal Federal assentou que
inexiste direito adquirido a regime jurídico e à fórmula de composição da
remuneração dos servidores públicos, desde que não acarrete redução no
valor nominal dos vencimentos.
Nesse sentido:
“EMENTA: MILITAR. PROVENTOS. ADICIONAL DE
INATIVIDADE. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO. REGIME JURÍDICO. DIREITO ADQUIRIDO.
INEXISTENCIA. ALEGADA OFENSA AO ART. 5º, XXXV E LV,
DA CF. OFENSA REFLEXA. AGRAVO IMPROVIDO. I - Não há
direito adquirido do servidor público estatutário a regime jurídico
pertinente à composição dos vencimentos. Precedentes. II - A
jurisprudência da Corte é no sentido de que a alegada violação ao art.
5º, XXXV e LV, da Constituição, pode configurar, quando muito,
situação de ofensa reflexa ao texto constitucional, por demandar a
análise de legislação processual ordinária. Precedentes. III - Agravo
regimental improvido” (AI 685.866-AgR, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, Primeira Turma, DJe 22.5.2009, grifos nossos).
E:
“EMENTA: RECURSO. Extraordinário. Provimento. Servidor
público. (...) Não há direito adquirido do servidor público estatutário à
inalterabilidade do regime jurídico pertinente à composição dos
vencimentos, desde que a eventual modificação introduzida por ato
legislativo superveniente preserve o montante global da remuneração
e, em conseqüência, não provoque decesso de caráter pecuniário” (AI
609.997-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe
13.3.2009).
3
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RE 613.160 AGR / DF
REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (AI
741.844-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe
19.6.2009).
4. Ressalte-se, ao final, que o Supremo Tribunal Federal assentou que
inexiste direito adquirido a regime jurídico e à fórmula de composição da
remuneração dos servidores públicos, desde que não acarrete redução no
valor nominal dos vencimentos.
Nesse sentido:
“EMENTA: MILITAR. PROVENTOS. ADICIONAL DE
INATIVIDADE. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO. REGIME JURÍDICO. DIREITO ADQUIRIDO.
INEXISTENCIA. ALEGADA OFENSA AO ART. 5º, XXXV E LV,
DA CF. OFENSA REFLEXA. AGRAVO IMPROVIDO. I - Não há
direito adquirido do servidor público estatutário a regime jurídico
pertinente à composição dos vencimentos. Precedentes. II - A
jurisprudência da Corte é no sentido de que a alegada violação ao art.
5º, XXXV e LV, da Constituição, pode configurar, quando muito,
situação de ofensa reflexa ao texto constitucional, por demandar a
análise de legislação processual ordinária. Precedentes. III - Agravo
regimental improvido” (AI 685.866-AgR, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, Primeira Turma, DJe 22.5.2009, grifos nossos).
E:
“EMENTA: RECURSO. Extraordinário. Provimento. Servidor
público. (...) Não há direito adquirido do servidor público estatutário à
inalterabilidade do regime jurídico pertinente à composição dos
vencimentos, desde que a eventual modificação introduzida por ato
legislativo superveniente preserve o montante global da remuneração
e, em conseqüência, não provoque decesso de caráter pecuniário” (AI
609.997-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe
13.3.2009).
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 12
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RE 613.160 AGR / DF
5. No entanto, a análise da suposta redução de vencimentos não
viabiliza o processamento do recurso extraordinário, por demandar o
reexame de fatos e provas. Incide na espécie a Súmula n. 279 do Supremo
Tribunal Federal (RE 593.711-AgR, Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma,
DJe 17.4.2009).
6. Os argumentos do Agravante, insuficientes para modificar a
decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em
pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente
prestação jurisdicional.
7. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental.
4
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RE 613.160 AGR / DF
5. No entanto, a análise da suposta redução de vencimentos não
viabiliza o processamento do recurso extraordinário, por demandar o
reexame de fatos e provas. Incide na espécie a Súmula n. 279 do Supremo
Tribunal Federal (RE 593.711-AgR, Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma,
DJe 17.4.2009).
6. Os argumentos do Agravante, insuficientes para modificar a
decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em
pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente
prestação jurisdicional.
7. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental.
4
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Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.160
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) : PEDRO PAULO DA SILVA
ADV.(A/S) : TATIANA KARLA ALMEIDA MARTINS
AGDO.(A/S) : ESTADO DO ACRE
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ACRE
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto da Relatora. Unânime.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 02.12.2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes à
Sessão o Ministro Marco Aurélio, a Ministra Cármen Lúcia e o
Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Edson Oliveira de Almeida.
Fabiane Duarte
Coordenadora
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Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.160
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) : PEDRO PAULO DA SILVA
ADV.(A/S) : TATIANA KARLA ALMEIDA MARTINS
AGDO.(A/S) : ESTADO DO ACRE
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ACRE
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto da Relatora. Unânime.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 02.12.2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes à
Sessão o Ministro Marco Aurélio, a Ministra Cármen Lúcia e o
Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Edson Oliveira de Almeida.
Fabiane Duarte
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 900531
Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 12
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=935013 | 2010-12-02T00:00:00 | 2011-02-01T00:00:00 | A Turma negou provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto da Relatora. Unânime. Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 02.12.2010. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. VENCIMENTOS. MODIFICAÇÃO DA FORMA DE CÁLCULO. 1. ALEGAÇÃO DE CONTRARIEDADE AO ART. 5º, INC. XXXVI, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA: CONTROVÉRSIA INFRACONSTITUCIONAL. 2. LEI ESTADUAL N. 1.394/2001: INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 3. INEXISTÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO A REGIME JURÍDICO E À FÓRMULA DE COMPOSIÇÃO DA REMUNERAÇÃO. ALEGAÇÃO DE REDUÇÃO DOS VENCIMENTOS: IMPOSSIBILIDADE DO REEXAME DE PROVAS (SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL). AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. | sjur186735 | - Acórdãos citados: RE 593711 AgR, RE 600532 AgR, AI 609997 AgR, AI 684188 AgR, AI 685866 AgR, AI 741844 AgR.
Número de páginas: 12.
Análise: 07/02/2011, CRE. | CÁRMEN LÚCIA | Primeira Turma | 613160 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00005 INC-00036 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000279 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000280 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n\r\n",
"LEG-EST LEI-001394 ANO-2001\r\n LEI ORDINÁRIA, AC"
] | RE-AgR | acordaos | RE 613160 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : PEDRO PAULO DA SILVA
ADV.(A/S) : TATIANA KARLA ALMEIDA MARTINS
AGDO.(A/S) : ESTADO DO ACRE
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ACRE | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613 . 160",
"SÚMULA N . 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL",
"SÚMULA N . 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL",
"RE 613",
"RE 613 . 160 AGR / DF",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613 . 160",
"RE 613 . 160 AGR / DF",
"AI 684 . 188 - AgR",
"SÚMULA N . 283 DO STF",
"Súmulas ns . 282",
"Súmula n . 283 do STF",
"RE 600 . 774 - AgR",
"Súmula n . 280 do Supremo Tribunal Federal",
"SÚMULA 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL",
"AI 788 . 605 - AgR",
"SÚMULA 280 DO STF",
"RE 613 . 160 AGR",
"AI 684 . 188 - AgR",
"SÚMULA N . 283 DO STF",
"Súmulas ns . 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal",
"Súmula n . 283 do STF",
"RE 600 . 774 - AgR",
"Súmula n . 280 do Supremo Tribunal Federal",
"SÚMULA 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL",
"AI 788 . 605 - AgR",
"SÚMULA 280 DO STF",
"RE 613 . 160 AGR / DF",
"AI 645 . 457 - AgR",
"RE 563 . 965",
"RE 613 . 160 AGR / DF",
"AI 645 . 457 - AgR",
"RE 563 . 965",
"RE 613 . 160 AGR",
"RE 353 . 545 - AgR - ED",
"RE 613 . 160 AGR / DF",
"RE 353 . 545 - AgR",
"RE 613 . 160 AGR / DF",
"RE 613 . 160 AGR / DF",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613 . 160",
"Súmula n . 280 do Supremo Tribunal Federal",
"Súmula n . 280 do Supremo Tribunal Federal",
"RE 613 . 160 AGR / DF",
"AI 684 . 188 - AgR",
"Súmulas ns . 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal",
"RE 600 . 532 - AgR",
"SÚMULA 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL",
"RE 613 . 160 AGR / DF",
"AFRONTA",
"AI 684 . 188 - AgR",
"Súmulas ns . 282",
"RE 600 . 532 - AgR",
"SÚMULA 280 DO SUPREMO",
"RE 613 . 160",
"AI 741 . 844 - AgR",
"AI 685 . 866 - AgR",
"AI 609 . 997 - AgR",
"RE 613 . 160 AGR",
"AI 741 . 844 - AgR",
"AI 685 . 866 - AgR",
"AI 609 . 997 - AgR",
"RE 613 . 160 AGR / DF",
"Súmula n . 279 do Supremo Tribunal Federal",
"RE 593 . 711 - AgR",
"RE 613 . 160 AGR / DF",
"Súmula n . 279 do Supremo Tribunal Federal",
"RE 593 . 711 - AgR",
"RECURSO",
"RECURSO"
],
"LEGISLACAO": [
"ART . [UNK] , INC . XXXVI , DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA",
"LEI ESTADUAL N . 1 . 394 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , inc . XXXVI , da Constituição da República",
"Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , inc . XXXVI , da Constituição da República",
"Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"394",
"2001",
"DECRETOS ESTADUAIS 36 . 033 / 1994",
"36",
".",
"829",
"/",
"1995",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei estadual n . 1 . 394 / 2001",
"DECRETOS ESTADUAIS 36 . 033 / 1994",
"36",
".",
"829",
"/",
"1995",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Decretos",
"estaduais 36 . 033 / 1994",
"36",
".",
"585",
"/",
"1994",
"LEI COMPLEMENTAR N . 203 / 2001",
"Lei Complementar n . 203 / 2001",
"Constituição da República de 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Decretos estaduais 36 . 033 / 1994",
"36",
".",
"585",
"/",
"1994",
"LEI COMPLEMENTAR N . 203 / 2001",
"Lei Complementar n . 203 / 2001",
"Constituição da República de 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 557 , caput , do Código de Processo Civil",
"art . 21 , § [UNK] , do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal",
"art . [UNK] , inc . XXXVI , da Constituição da República",
"Lei 1 . 394 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 557 , caput , do Código de Processo Civil",
"art . 21 , § [UNK] , do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal",
"art . [UNK] , inc . XXXVI , da Constituição da República",
"Lei 1 . 394 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200",
"art . [UNK] , inc . XXXVI , da Constituição da República",
"Lei estadual n . 1 . 394 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , inc . XXXVI , da Constituição da República",
"Plano",
"Lei estadual n . 1 . 394 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição do Brasil",
"LEIS COMPLEMENTARES ESTADUAIS NS . 727 / 93",
"859",
"/",
"99",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição do Brasil",
"LEIS COMPLEMENTARES ESTADUAIS NS . 727 / 93",
"859",
"/",
"99",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . [UNK] , XXXV E LV , DA CF",
"art . [UNK] , XXXV e LV , da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . [UNK] , XXXV E LV , DA CF",
"art . [UNK] , XXXV e LV , da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"DISTRITO FEDERAL",
"ESTADO DO ACRE",
"ESTADO DO ACRE",
"Brasília",
"DISTRITO FEDERAL",
"ESTADO DO ACRE",
"ESTADO DO ACRE",
"DISTRITO FEDERAL",
"ESTADO DO ACRE",
"ESTADO DO ACRE",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE",
"Estado do Rio Grande do Norte",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE",
"Estado do Rio Grande do Norte",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"ESTADO DO ACRE",
"ESTADO DO ACRE",
"DISTRITO FEDERAL",
"ESTADO DO ACRE",
"ESTADO DO ACRE"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Tribunal de Justiça do Acre",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Tribunal de Justiça do",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal Pleno",
"Supremo Tribunal Federal",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal Pleno",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"/",
"DF",
"Segunda Turma",
"Tribunal Regional do Trabalho da [UNK] Região",
"STF",
"Supremo Tribunal Federal",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda",
"Tribunal Regional do Trabalho da [UNK] Região",
"STF",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"CÁRMEN LÚCIA",
"PEDRO PAULO DA SILVA",
"TATIANA KARLA ALMEIDA MARTINS",
"Ricardo Lewandowski",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"PEDRO PAULO DA SILVA",
"TATIANA KARLA ALMEIDA MARTINS",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Pedro Paulo da Silva",
"CÁRMEN LÚCIA",
"PEDRO PAULO DA SILVA",
"TATIANA KARLA ALMEIDA MARTINS",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Pedro Paulo da Silva",
"Eros Grau",
"Eros Grau",
"Joaquim Barbosa",
"Joaquim Barbosa",
"Gilmar Mendes",
"Pedro Paulo da Silva",
"Gilmar Mendes",
"Pedro Paulo da Silva",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Eros Grau",
"Eros Grau",
"Ricardo Lewandowski",
"Cezar Peluso",
"Ricardo Lewandowski",
"Cezar Peluso",
"Eros Grau",
"Eros Grau",
"CÁRMEN LÚCIA",
"PEDRO PAULO DA SILVA",
"TATIANA KARLA ALMEIDA MARTINS",
"Ricardo Lewandowski",
"Ricardo Lewandowski",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Edson Oliveira de Almeida",
"Fabiane Duarte",
"PEDRO PAULO DA SILVA",
"TATIANA KARLA ALMEIDA MARTINS",
"Ricardo Lewandowski",
"Ricardo Lewandowski",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Edson Oliveira de Almeida",
"Fabiane Duarte"
],
"TEMPO": [
"02",
"/",
"12",
"/",
"2010",
"2 de dezembro de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"01",
"/",
"02",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
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"/",
"12",
"/",
"2010",
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"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
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"2010",
"29 de setembro de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"17",
".",
"9",
".",
"2009",
"25",
".",
"2",
".",
"2010",
"23",
".",
"9",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"17",
".",
"9",
".",
"2009",
"25",
".",
"2",
".",
"2010",
"23",
".",
"9",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"5",
".",
"3",
".",
"2009",
"20",
".",
"3",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"5",
".",
"3",
".",
"2009",
"20",
".",
"3",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"7",
".",
"3",
".",
"2008",
"11",
".",
"10",
".",
"2010",
"18",
".",
"10",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"7",
".",
"3",
".",
"2008",
"11",
".",
"10",
".",
"2010",
"18",
".",
"10",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"02",
"/",
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"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"02",
"/",
"12",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
".",
"9",
".",
"2009",
"23",
".",
"10",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
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".",
"9",
".",
"2009",
"23",
".",
"10",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
".",
"6",
".",
"2009",
"22",
".",
"5",
".",
"2009",
"13",
".",
"3",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
".",
"6",
".",
"2009",
"22",
".",
"5",
".",
"2009",
"13",
".",
"3",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
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".",
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"4",
".",
"2009",
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"/",
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".",
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"/",
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"2010",
"24",
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"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
Supremo Tribunal Federal
DJe 14/05/2010
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10
Ementa e Acórdão
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10
Relatório
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 10
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 10
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 582.258
PROCED. : MINAS GERAIS
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S) : BANCO TRIÂNGULO S/A
ADV.(A/S) : ANGELA PAES DE BARROS DI FRANCO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto do
Relator. Unânime. Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª
Turma, 06.04.2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes à
Sessão os Ministros Marco Aurélio, Ayres Britto, a Ministra Cármen
Lúcia e o Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Edson Oliveira de
Almeida.
Fabiane Duarte
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 582.258
PROCED. : MINAS GERAIS
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S) : BANCO TRIÂNGULO S/A
ADV.(A/S) : ANGELA PAES DE BARROS DI FRANCO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto do
Relator. Unânime. Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª
Turma, 06.04.2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes à
Sessão os Ministros Marco Aurélio, Ayres Britto, a Ministra Cármen
Lúcia e o Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Edson Oliveira de
Almeida.
Fabiane Duarte
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=555953 | 2010-04-06T00:00:00 | 2010-05-14T00:00:00 | A Turma negou provimento ao agravo regimental no agravo
regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto do
Relator. Unânime. Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª
Turma, 06.04.2010. | AG.REG. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA: CONSTITUCIONAL. LEGISLAÇÃO APLICADA APÓS O RECONHECIMENTO
DE INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA DO SUPREMO. INCLUSÃO DAS
RECEITAS FINANCEIRAS AUFERIDAS POR INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NO
CONCEITO DE FATURAMENTO. MATÉRIA ESPECÍFICA NÃO PREQUESTIONADA.
DECISÃO DE RECONSIDERAÇÃO QUE ALTERA O CONTEÚDO DECISÓRIO E
CONTRARIA AS RAZÕES DE DECIDIR DA DECISÃO RECONSIDERADA.
REABERTURA DE PRAZO PARA RECORRER. AGRAVO IMPROVIDO.
I - O STF
não tem competência para determinar, de imediato, a aplicação de
eventual comando legal em substituição de lei ou ato normativo
considerado inconstitucional.
II - A discussão sobre a inclusão
das receitas financeiras auferidas por instituições financeiras
no conceito de faturamento para fins de incidência da COFINS não
se confunde com o debate envolvendo a constitucionalidade do § 1º
do art. 3º da Lei 9.718/989. Ausência de prequestionamento da
primeira matéria, que impossibilita a análise do recurso quanto
ao ponto.
III - Alteração da parte dispositiva de decisão, de
forma a contrair ou exceder os fundamentos mantidos na decisão
modificada, não configura mera correção de erro de fato, mas
caracteriza nova decisão, a justificar a reabertura do prazo para
recurso.
IV - Agravo regimental improvido. | sjur177571 | - Acórdãos citados: RE 400479 ED, RE 489881 AgR, AI 547891 AgR-ED, RE 583417 AgR.
Número de páginas: 10.
Análise: 21/06/2010, MMR. | RICARDO LEWANDOWSKI | Primeira Turma | 582258 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00195 INC-00001 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED LCP-000070 ANO-1991\r\n ART-00002 \r\n LEI COMPLEMENTAR\r\n",
"LEG-FED LEI-009718 ANO-1998\r\n ART-00003 PAR-00001 ART-00008 \"CAPUT\"\r\n LEI ORDINÁRIA"
] | RE-AgR-AgR | acordaos | RE 582258 AgR-AgR | [
""
] | AGTE.(S) : BANCO TRIÂNGULO S/A
ADV.(A/S) : ANGELA PAES DE BARROS DI FRANCO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 582 . 258"
],
"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"MINAS GERAIS",
"MINAS GERAIS"
],
"ORGANIZACAO": [
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"BANCO TRIÂNGULO S / A",
"UNIÃO",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"BANCO TRIÂNGULO S / A",
"UNIÃO",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"ANGELA PAES DE BARROS DI FRANCO",
"Ricardo Lewandowski",
"Ricardo Lewandowski",
"Marco Aurélio",
"Ayres Britto",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Edson Oliveira de Almeida",
"Fabiane Duarte",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"ANGELA PAES DE BARROS DI FRANCO",
"Ricardo Lewandowski",
"Ricardo Lewandowski",
"Marco Aurélio",
"Ayres Britto",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Edson Oliveira de Almeida",
"Fabiane Duarte"
],
"TEMPO": [
"14",
"/",
"05",
"/",
"2010",
"06",
".",
"04",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"06",
".",
"04",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
16/11/2010
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 105.277 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S)
:FRANCISCO ANDRADE DA SILVA
IMPTE.(S)
:THAÍS AROCA DATCHO LACAVA E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES)
:RELATORA DO HC Nº 179508 DO SUPERIOR TRIBUNAL
DE JUSTIÇA
Habeas Corpus. 2. Alegada falta de fundamentação da decisão que
indeferiu o pedido de liberdade provisória ao paciente. Ocorrência. 3.
Superação da restrição sumular 691/STF. 4. Ordem concedida para tornar
definitiva a liminar antes concedida.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros
do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a presidência do
Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de julgamento e
das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, deferir a ordem, nos
termos do voto do Relator.
Brasília, 16 de novembro de 2010.
Ministro GILMAR MENDES
Presidente e Relator
Documento assinado digitalmente.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
DJe 01/02/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9
Relatório
16/11/2010
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 105.277 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S)
:FRANCISCO ANDRADE DA SILVA
IMPTE.(S)
:THAÍS AROCA DATCHO LACAVA E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES)
:RELATORA DO HC Nº 179508 DO SUPERIOR TRIBUNAL
DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - (Relator): Trata-se
de habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado por Marcelo Leal de
Lima Oliveira e outra, em favor de Francisco Andrade da Silva.
Nestes autos, a defesa questiona decisão proferida pela Ministra
Laurita Vaz, relatora do HC n. 179.508/SP, que indeferiu in limine o pedido
(DJe 25.8.2010).
Consta dos documentos deste writ que a Polícia Federal de Marília
instaurou inquérito policial destinado a investigar “o fornecimento,
divulgação ou publicação de imagens de pornografia infantil ou cenas de sexo
envolvendo crianças ou adolescentes” –, tudo isso correspondendo a tipos
penais definidos na Lei 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente).
O referido IP teve início a partir de informações advindas do
Escritório da Polícia Criminal Estadual de BadenWürttemberg
(Alemanha), repassadas pelo Grupo Especial de Combate aos Crimes de
Ódio e à Pornografia Infantil na Internet da Divisão de Direitos Humanos
da Polícia Federal (GECOP).
A partir dos Inquéritos Policiais (protocolos de internet), foram
identificados inúmeros assinantes de serviços da rede mundial de
computadores, incluindo o paciente (Francisco Andrade da Silva).
Realizada busca e apreensão em sua residência, foram localizadas
duas espingardas, uma delas com numeração raspada. Assim, o paciente
foi preso em flagrante delito pela suposta prática do crime de posse ilegal
de arma de fogo (Lei n. 10.826/2003, art. 16, parágrafo único).
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
16/11/2010
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 105.277 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S)
:FRANCISCO ANDRADE DA SILVA
IMPTE.(S)
:THAÍS AROCA DATCHO LACAVA E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES)
:RELATORA DO HC Nº 179508 DO SUPERIOR TRIBUNAL
DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - (Relator): Trata-se
de habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado por Marcelo Leal de
Lima Oliveira e outra, em favor de Francisco Andrade da Silva.
Nestes autos, a defesa questiona decisão proferida pela Ministra
Laurita Vaz, relatora do HC n. 179.508/SP, que indeferiu in limine o pedido
(DJe 25.8.2010).
Consta dos documentos deste writ que a Polícia Federal de Marília
instaurou inquérito policial destinado a investigar “o fornecimento,
divulgação ou publicação de imagens de pornografia infantil ou cenas de sexo
envolvendo crianças ou adolescentes” –, tudo isso correspondendo a tipos
penais definidos na Lei 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente).
O referido IP teve início a partir de informações advindas do
Escritório da Polícia Criminal Estadual de BadenWürttemberg
(Alemanha), repassadas pelo Grupo Especial de Combate aos Crimes de
Ódio e à Pornografia Infantil na Internet da Divisão de Direitos Humanos
da Polícia Federal (GECOP).
A partir dos Inquéritos Policiais (protocolos de internet), foram
identificados inúmeros assinantes de serviços da rede mundial de
computadores, incluindo o paciente (Francisco Andrade da Silva).
Realizada busca e apreensão em sua residência, foram localizadas
duas espingardas, uma delas com numeração raspada. Assim, o paciente
foi preso em flagrante delito pela suposta prática do crime de posse ilegal
de arma de fogo (Lei n. 10.826/2003, art. 16, parágrafo único).
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Relatório
HC 105.277 / SP
A defesa formulou pedido de liberdade provisória, que restou
indeferido pelo Juízo da 3ª Vara Judicial da Comarca de Paraguaçu
Paulista/SP. Naquela oportunidade, o Juízo de origem fundamentou a
manutenção da prisão na necessidade de garantia da ordem pública e na
conveniência da instrução criminal.
Contra essa decisão a defesa impetrou habeas corpus perante o
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. A liminar foi indeferida pela
Corte Estadual.
Inconformada, impetrou, ainda, habeas corpus perante o STJ. A
relatora, Ministra Laurita Vaz, indeferiu liminarmente a petição inicial do
HC n. 179.508/SP.
No presente writ, a impetração afirma ter “ajuizado pedido de liberdade
provisória em que se demonstrou que as armas apreendidas efetivamente
pertenciam a seu sogro (...) que as havia adquirido há mais de 30 anos e as
mantinha em propriedade rural”.
Menciona, ademais, ser o paciente primário, com residência fixa e
possuir emprego regular.
Afirma, também, que a decisão que manteve o paciente preso é
destituída de fundamentação: “O Juízo de 1º grau, ao referir-se à ameaça a
ordem pública, não apontou elementos que indicassem que pudesse o réu, solto,
voltar a delinqüir”.
Por fim, menciona o entendimento desta Corte que exige concreta
motivação para o indeferimento de liberdade provisória e pede que seja
concedida liminar para desconstituir sua prisão, mediante imediata
expedição de alvará de soltura.
No mérito, pugna pela confirmação da liminar concedida.
Deferi a liminar em 26.8.2010.
A Procuradoria-Geral da República opinou pelo não conhecimento
do writ ou, no mérito, pela denegação da ordem, cassando-se a liminar
inicialmente concedida.
É o relatório.
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.277 / SP
A defesa formulou pedido de liberdade provisória, que restou
indeferido pelo Juízo da 3ª Vara Judicial da Comarca de Paraguaçu
Paulista/SP. Naquela oportunidade, o Juízo de origem fundamentou a
manutenção da prisão na necessidade de garantia da ordem pública e na
conveniência da instrução criminal.
Contra essa decisão a defesa impetrou habeas corpus perante o
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. A liminar foi indeferida pela
Corte Estadual.
Inconformada, impetrou, ainda, habeas corpus perante o STJ. A
relatora, Ministra Laurita Vaz, indeferiu liminarmente a petição inicial do
HC n. 179.508/SP.
No presente writ, a impetração afirma ter “ajuizado pedido de liberdade
provisória em que se demonstrou que as armas apreendidas efetivamente
pertenciam a seu sogro (...) que as havia adquirido há mais de 30 anos e as
mantinha em propriedade rural”.
Menciona, ademais, ser o paciente primário, com residência fixa e
possuir emprego regular.
Afirma, também, que a decisão que manteve o paciente preso é
destituída de fundamentação: “O Juízo de 1º grau, ao referir-se à ameaça a
ordem pública, não apontou elementos que indicassem que pudesse o réu, solto,
voltar a delinqüir”.
Por fim, menciona o entendimento desta Corte que exige concreta
motivação para o indeferimento de liberdade provisória e pede que seja
concedida liminar para desconstituir sua prisão, mediante imediata
expedição de alvará de soltura.
No mérito, pugna pela confirmação da liminar concedida.
Deferi a liminar em 26.8.2010.
A Procuradoria-Geral da República opinou pelo não conhecimento
do writ ou, no mérito, pela denegação da ordem, cassando-se a liminar
inicialmente concedida.
É o relatório.
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 847483.
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
16/11/2010
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 105.277 SÃO PAULO
V O T O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - (Relator): No
presente habeas corpus, a defesa requer a superação do óbice da Súmula
691/STF, ao argumento de falta de fundamentação da decisão que
indeferiu o pedido de liberdade provisória ao paciente.
Inicialmente, ressalto que a jurisprudência desta Corte é no sentido
da inadmissibilidade da impetração de habeas corpus, nas causas de sua
competência originária, contra decisão denegatória de liminar em ação de
idêntica natureza articulada perante tribunal superior, antes do
julgamento definitivo do writ (cf. HC-QO n. 76.347/MS, Min. Moreira
Alves, 1ª Turma, unânime, DJ 8.5.1998; HC n. 79.238/RS, Min. Moreira
Alves, 1a Turma, unânime, DJ 6.8.1999; HC n. 79.776/RS, Min. Moreira
Alves, 1ª Turma, unânime, DJ 3.3.2000; HC n. 79.775/AP, Min. Maurício
Corrêa, 2ª Turma, maioria, DJ 17.3.2000; HC n. 79.748/RJ, Min. Celso de
Mello, 2a Turma, maioria, DJ 23.6.2000; HC n. 101.275/SP, Min. Ricardo
Lewandowski, 1a Turma, maioria, DJe 5.3.2010; e HC n. 103.195, Min.
Cezar Peluso, 2ª Turma, unânime, DJe 23.4.2010).
Esse entendimento está representado na Súmula n. 691/STF; eis o
teor: “Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus
impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal
superior, indefere a liminar”.
É bem verdade que o rigor na aplicação da Súmula n. 691/STF tem
sido abrandado por julgados desta Corte em hipóteses excepcionais em
que: a) seja premente a necessidade de concessão do provimento cautelar
para evitar flagrante constrangimento ilegal; ou b) a negativa de decisão
concessiva de medida liminar pelo tribunal superior importe na
caracterização ou na manutenção de situação que seja manifestamente
contrária à jurisprudência do STF (cf. as decisões colegiadas: HC n.
84.014/MG, Min. Marco Aurélio, 1ª Turma, unânime, DJ 25.6.2004; HC n.
85.185/SP, Min. Cezar Peluso, Pleno, por maioria, DJ 1o.9.2006; e HC n.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 847484.
Supremo Tribunal Federal
16/11/2010
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 105.277 SÃO PAULO
V O T O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - (Relator): No
presente habeas corpus, a defesa requer a superação do óbice da Súmula
691/STF, ao argumento de falta de fundamentação da decisão que
indeferiu o pedido de liberdade provisória ao paciente.
Inicialmente, ressalto que a jurisprudência desta Corte é no sentido
da inadmissibilidade da impetração de habeas corpus, nas causas de sua
competência originária, contra decisão denegatória de liminar em ação de
idêntica natureza articulada perante tribunal superior, antes do
julgamento definitivo do writ (cf. HC-QO n. 76.347/MS, Min. Moreira
Alves, 1ª Turma, unânime, DJ 8.5.1998; HC n. 79.238/RS, Min. Moreira
Alves, 1a Turma, unânime, DJ 6.8.1999; HC n. 79.776/RS, Min. Moreira
Alves, 1ª Turma, unânime, DJ 3.3.2000; HC n. 79.775/AP, Min. Maurício
Corrêa, 2ª Turma, maioria, DJ 17.3.2000; HC n. 79.748/RJ, Min. Celso de
Mello, 2a Turma, maioria, DJ 23.6.2000; HC n. 101.275/SP, Min. Ricardo
Lewandowski, 1a Turma, maioria, DJe 5.3.2010; e HC n. 103.195, Min.
Cezar Peluso, 2ª Turma, unânime, DJe 23.4.2010).
Esse entendimento está representado na Súmula n. 691/STF; eis o
teor: “Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus
impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal
superior, indefere a liminar”.
É bem verdade que o rigor na aplicação da Súmula n. 691/STF tem
sido abrandado por julgados desta Corte em hipóteses excepcionais em
que: a) seja premente a necessidade de concessão do provimento cautelar
para evitar flagrante constrangimento ilegal; ou b) a negativa de decisão
concessiva de medida liminar pelo tribunal superior importe na
caracterização ou na manutenção de situação que seja manifestamente
contrária à jurisprudência do STF (cf. as decisões colegiadas: HC n.
84.014/MG, Min. Marco Aurélio, 1ª Turma, unânime, DJ 25.6.2004; HC n.
85.185/SP, Min. Cezar Peluso, Pleno, por maioria, DJ 1o.9.2006; e HC n.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 9
Voto - MIN. GILMAR MENDES
HC 105.277 / SP
90.387, da minha relatoria, 2ª Turma, unânime, DJ 28.9.2007).
Na hipótese dos autos, à primeira vista, entendo estarem
caracterizadas situações ensejadoras do afastamento da incidência da
Súmula n. 691/STF. Explico.
Consta dos documentos deste writ que a Polícia Federal de Marília
instaurou inquérito policial destinado a investigar “o fornecimento,
divulgação ou publicação de imagens de pornografia infantil ou cenas de sexo
envolvendo crianças ou adolescentes” – tudo isso correspondendo a tipos
penais definidos na Lei 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente).
O referido Inquérito Policial teve início a partir de informações
advindas do Escritório da Polícia Criminal Estadual de
BadenWürttemberg (Alemanha), repassadas pelo Grupo Especial de
Combate aos Crimes de Ódio e à Pornografia Infantil na Internet da
Divisão de Direitos Humanos da Polícia Federal (GECOP).
A partir dos IPs (protocolos de internet), foram identificados
inúmeros assinantes de serviços da rede mundial de computadores,
incluindo o ora paciente (Francisco Andrade da Silva).
Realizada busca e apreensão em sua residência, foram localizadas
duas espingardas, uma com numeração raspada. Assim, o paciente foi
preso em flagrante delito pela suposta prática do crime de posse ilegal de
arma de fogo (Lei n. 10.826/2003, art. 16, parágrafo único).
A defesa formulou, então, pedido de liberdade provisória, que
restou indeferido pelo Juízo da 3ª Vara Judicial da Comarca de Paraguaçu
Paulista/SP. Naquela oportunidade, o Juízo de origem fundamentou a
manutenção da prisão na necessidade de garantia da ordem pública e na
conveniência da instrução criminal. Eis os fundamentos da decisão:
“O fato de o acusado ter residência no distrito da culpa e
ocupação lícita, por si só, não autorizam a concessão do
benefício. Ao contrário, muitos outros elementos devem ser
analisados, notadamente os de ordem subjetiva.
Embora necessário salientar que não se trata de crime
praticado com violência ou grave ameaça à pessoa, em que pese
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.277 / SP
90.387, da minha relatoria, 2ª Turma, unânime, DJ 28.9.2007).
Na hipótese dos autos, à primeira vista, entendo estarem
caracterizadas situações ensejadoras do afastamento da incidência da
Súmula n. 691/STF. Explico.
Consta dos documentos deste writ que a Polícia Federal de Marília
instaurou inquérito policial destinado a investigar “o fornecimento,
divulgação ou publicação de imagens de pornografia infantil ou cenas de sexo
envolvendo crianças ou adolescentes” – tudo isso correspondendo a tipos
penais definidos na Lei 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente).
O referido Inquérito Policial teve início a partir de informações
advindas do Escritório da Polícia Criminal Estadual de
BadenWürttemberg (Alemanha), repassadas pelo Grupo Especial de
Combate aos Crimes de Ódio e à Pornografia Infantil na Internet da
Divisão de Direitos Humanos da Polícia Federal (GECOP).
A partir dos IPs (protocolos de internet), foram identificados
inúmeros assinantes de serviços da rede mundial de computadores,
incluindo o ora paciente (Francisco Andrade da Silva).
Realizada busca e apreensão em sua residência, foram localizadas
duas espingardas, uma com numeração raspada. Assim, o paciente foi
preso em flagrante delito pela suposta prática do crime de posse ilegal de
arma de fogo (Lei n. 10.826/2003, art. 16, parágrafo único).
A defesa formulou, então, pedido de liberdade provisória, que
restou indeferido pelo Juízo da 3ª Vara Judicial da Comarca de Paraguaçu
Paulista/SP. Naquela oportunidade, o Juízo de origem fundamentou a
manutenção da prisão na necessidade de garantia da ordem pública e na
conveniência da instrução criminal. Eis os fundamentos da decisão:
“O fato de o acusado ter residência no distrito da culpa e
ocupação lícita, por si só, não autorizam a concessão do
benefício. Ao contrário, muitos outros elementos devem ser
analisados, notadamente os de ordem subjetiva.
Embora necessário salientar que não se trata de crime
praticado com violência ou grave ameaça à pessoa, em que pese
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 9
Voto - MIN. GILMAR MENDES
HC 105.277 / SP
o entendimento exposto pela Douta Defesa, não há como ser
deferida a pretensão de liberdade provisória, porque o acusado
foi preso em flagrante, após minuciosa investigação da Polícia
Federal na ‘Operação Tapete Persa’ que averiguou o
envolvimento de pessoas com a pornografia infantil,
culminando com o cumprimento de mandado de busca e
apreensão na residência do indiciado, em que se constatou que
o indiciado ocultava duas espingardas, uma delas com
numeração raspada e ainda treze cartuchos de munição calibre
38.
Verifico que o crime a ele imputado, art. 16, parágrafo
único, IV da Lei n. 10.826/03, em tese, é daqueles que
estimulam a prática de outros mais graves, inclusive com
violência ou grave ameaça contra a pessoa, de modo que a
garantia da ordem pública deve ser preservada, ao menos por
ora, onde não se vê nos autos indicativos justificadores da
benesse pretendida ou mesmo faculdade processual de
proposta de suspensão condicional do processo, de modo que,
também, se recomenda o indeferimento do pleito facultando
nova análise após a instrução processual.
Por fim, vale ainda frisar que a soltura do indiciado no
atual momento processual é temerária, já que necessária se faz
uma análise profunda na dinâmica dos fatos e da
responsabilidade do agente, que poderão ser aferidos
somente durante a instrução criminal.”
Dessarte, atesto que, de um modo geral, a prisão preventiva deve
indicar, de forma expressa, os seguintes fundamentos para a decretação
da prisão cautelar, nos termos do art. 312 do CPP: i) garantia da ordem
pública; ii) garantia da aplicação da lei penal; e iii) conveniência da
instrução criminal.
Na linha da jurisprudência deste Tribunal, porém, não basta a mera
explicitação textual dos requisitos previstos, sendo necessário que a
alegação abstrata ceda à demonstração concreta e firme de que tais
condições realizam-se na espécie.
3
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.277 / SP
o entendimento exposto pela Douta Defesa, não há como ser
deferida a pretensão de liberdade provisória, porque o acusado
foi preso em flagrante, após minuciosa investigação da Polícia
Federal na ‘Operação Tapete Persa’ que averiguou o
envolvimento de pessoas com a pornografia infantil,
culminando com o cumprimento de mandado de busca e
apreensão na residência do indiciado, em que se constatou que
o indiciado ocultava duas espingardas, uma delas com
numeração raspada e ainda treze cartuchos de munição calibre
38.
Verifico que o crime a ele imputado, art. 16, parágrafo
único, IV da Lei n. 10.826/03, em tese, é daqueles que
estimulam a prática de outros mais graves, inclusive com
violência ou grave ameaça contra a pessoa, de modo que a
garantia da ordem pública deve ser preservada, ao menos por
ora, onde não se vê nos autos indicativos justificadores da
benesse pretendida ou mesmo faculdade processual de
proposta de suspensão condicional do processo, de modo que,
também, se recomenda o indeferimento do pleito facultando
nova análise após a instrução processual.
Por fim, vale ainda frisar que a soltura do indiciado no
atual momento processual é temerária, já que necessária se faz
uma análise profunda na dinâmica dos fatos e da
responsabilidade do agente, que poderão ser aferidos
somente durante a instrução criminal.”
Dessarte, atesto que, de um modo geral, a prisão preventiva deve
indicar, de forma expressa, os seguintes fundamentos para a decretação
da prisão cautelar, nos termos do art. 312 do CPP: i) garantia da ordem
pública; ii) garantia da aplicação da lei penal; e iii) conveniência da
instrução criminal.
Na linha da jurisprudência deste Tribunal, porém, não basta a mera
explicitação textual dos requisitos previstos, sendo necessário que a
alegação abstrata ceda à demonstração concreta e firme de que tais
condições realizam-se na espécie.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 9
Voto - MIN. GILMAR MENDES
HC 105.277 / SP
A tarefa de interpretação constitucional para a análise de uma
excepcional situação jurídica da constrição da liberdade dos cidadãos
exige que a alusão a esses aspectos esteja lastreada em elementos
concretos.
Da leitura dos argumentos expendidos pelo Juízo de origem,
constato que não há, em momento algum, a indicação de fatos concretos
que justifiquem o alegado risco para a ordem pública, ou para a
conveniência da instrução criminal.
Nesse sentido, a decisão de prisão diverge do firmado por esta Corte
[cf: HC n. 86.758/PR (DJ 1.9.2006), HC n. 84.997/SP (DJ 8.6.2007) e HC n.
83.806/SP (DJ 18.6.2004)]. É que a prisão provisória deve estar embasada
em elementos concretos, e não abstratamente, como vazio argumento de
retórica.
Feitas essas considerações, concluo que a prisão preventiva
decretada em desfavor do paciente não atendeu aos requisitos do art. 312
do CPP, especialmente no que diz respeito à indicação de elementos
concretos que, ao momento da decretação, fossem imediatamente
incidentes a ponto de ensejar o decreto cautelar.
Ante os fundamentos expostos, conheço do pedido e voto no sentido
de superar a restrição sumular 691/STF e conceder a ordem de habeas
corpus para tornar definitiva a liminar antes concedida, que suspendeu os
efeitos da prisão em flagrante formalizada em desfavor do paciente
(FRANCISCO ANDRADE DA SILVA).
4
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.277 / SP
A tarefa de interpretação constitucional para a análise de uma
excepcional situação jurídica da constrição da liberdade dos cidadãos
exige que a alusão a esses aspectos esteja lastreada em elementos
concretos.
Da leitura dos argumentos expendidos pelo Juízo de origem,
constato que não há, em momento algum, a indicação de fatos concretos
que justifiquem o alegado risco para a ordem pública, ou para a
conveniência da instrução criminal.
Nesse sentido, a decisão de prisão diverge do firmado por esta Corte
[cf: HC n. 86.758/PR (DJ 1.9.2006), HC n. 84.997/SP (DJ 8.6.2007) e HC n.
83.806/SP (DJ 18.6.2004)]. É que a prisão provisória deve estar embasada
em elementos concretos, e não abstratamente, como vazio argumento de
retórica.
Feitas essas considerações, concluo que a prisão preventiva
decretada em desfavor do paciente não atendeu aos requisitos do art. 312
do CPP, especialmente no que diz respeito à indicação de elementos
concretos que, ao momento da decretação, fossem imediatamente
incidentes a ponto de ensejar o decreto cautelar.
Ante os fundamentos expostos, conheço do pedido e voto no sentido
de superar a restrição sumular 691/STF e conceder a ordem de habeas
corpus para tornar definitiva a liminar antes concedida, que suspendeu os
efeitos da prisão em flagrante formalizada em desfavor do paciente
(FRANCISCO ANDRADE DA SILVA).
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 9
Voto - MIN. AYRES BRITTO
16/11/2010
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 105.277 SÃO PAULO
VOTO
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - O que me causou
impressão negativa contra o paciente é que com ele foram encontrados
treze cartuchos de munição calibre 38. Mas, diante da justificativa do voto
do Relator, eu vou acompanhar Sua Excelência.
* * * * *
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
16/11/2010
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 105.277 SÃO PAULO
VOTO
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - O que me causou
impressão negativa contra o paciente é que com ele foram encontrados
treze cartuchos de munição calibre 38. Mas, diante da justificativa do voto
do Relator, eu vou acompanhar Sua Excelência.
* * * * *
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 9
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 105.277
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S) : FRANCISCO ANDRADE DA SILVA
IMPTE.(S) : THAÍS AROCA DATCHO LACAVA E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HC Nº 179508 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA
Decisão: Deferida a ordem, nos termos do voto do Relator.
Decisão unânime. Falou pelo paciente o Dr. Marcelo Leal de Lima
Oliveira. Ausentes, justificadamente, neste julgamento, a Senhora
Ministra Ellen Gracie e o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª
Turma, 16.11.2010.
Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Ellen Gracie, Ayres
Britto e Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Mário José Gisi.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 105.277
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S) : FRANCISCO ANDRADE DA SILVA
IMPTE.(S) : THAÍS AROCA DATCHO LACAVA E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HC Nº 179508 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA
Decisão: Deferida a ordem, nos termos do voto do Relator.
Decisão unânime. Falou pelo paciente o Dr. Marcelo Leal de Lima
Oliveira. Ausentes, justificadamente, neste julgamento, a Senhora
Ministra Ellen Gracie e o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª
Turma, 16.11.2010.
Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Ellen Gracie, Ayres
Britto e Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Mário José Gisi.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 850068
Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=934818 | 2010-11-16T00:00:00 | 2011-02-01T00:00:00 | Deferida a ordem, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Falou pelo paciente o Dr. Marcelo Leal de Lima Oliveira. Ausentes, justificadamente, neste julgamento, a Senhora Ministra Ellen Gracie e o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 16.11.2010. | HABEAS CORPUS | Habeas Corpus. 2. Alegada falta de fundamentação da decisão que indeferiu o pedido de liberdade provisória ao paciente. Ocorrência. 3. Superação da restrição sumular 691/STF. 4. Ordem concedida para tornar definitiva a liminar antes concedida. | sjur186574 | - Acórdãos citados: HC 76347 QO, HC 79238, HC 79748, HC 79775,
HC 79776, HC 83806, HC 84014, HC 84997, HC 85185 - Tribunal Pleno,
HC 86758, HC 90387, HC 101275, HC 103195.
Número de páginas: 9.
Análise: 04/02/2011, ACG.
Revisão: 09/02/2011, SOF. | GILMAR MENDES | Segunda Turma | 105277 | [
"LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\r\n ART-00312 \r\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL\r\n",
"LEG-FED LEI-008069 ANO-1990\r\n ECA-1990 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE\r\n",
"LEG-FED LEI-010826 ANO-2003\r\n ART-00016 PAR-ÚNICO \r\n ED-2003 ESTATUTO DO DESARMAMENTO\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000691 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | HC | acordaos | HC 105277 | [
""
] | PACTE.(S) : FRANCISCO ANDRADE DA SILVA
IMPTE.(S) : THAÍS AROCA DATCHO LACAVA E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HC Nº 179508 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 105 . 277",
"HC [UNK] 179508",
"HABEAS CORPUS 105 . 277",
"HC [UNK] 179508 DO",
"HC n . 179 . 508 / SP",
"HC [UNK] 179508 DO SUPERIOR",
"HC n . 179 . 508 / SP",
"HC 105 . 277 / SP",
"HC n . 179 . 508 / SP",
"HC 105 . 277 / SP",
"HC n . 179 . 508 / SP",
"HABEAS CORPUS 105 . 277",
"Súmula 691 / STF",
"HC",
"-",
"QO n . 76 . 347 / MS",
"HC n . 79 . 238 / RS",
"HC n . 79 . 776 / RS",
"HC n . 79 . 775 / AP",
"HC n . 79 . 748 / RJ",
"HC n . 101 . 275 / SP",
"HC n . 103 . 195",
"Súmula n . 691 / STF",
"Súmula n . 691 / STF",
"HC n . 84 . 014 / MG",
"HC n . 85 . 185 / SP",
"HABEAS CORPUS 105 . 277",
"Súmula 691 / STF",
"HC",
"-",
"QO n . 76 . 347 / MS",
"HC n . 79 . 238 / RS",
"HC n . 79 . 776 / RS",
"HC n . 79 . 775 / AP",
"HC n . 79 . 748 / RJ",
"HC n . 101 . 275 / SP",
"HC n . 103 . 195",
"Súmula n . 691 / STF",
"Súmula n . 691 / STF",
"HC n . 84 . 014 / MG",
"HC n . 85 . 185 / SP",
"HC 105 . 277",
"Súmula n . 691 / STF",
"HC 105 . 277 / SP 90 . 387",
"Súmula n . 691 / STF",
"HC 105 . 277 / SP",
"HC 105 . 277 / SP",
"HC 105 . 277 / SP",
"HC n . 86 . 758 / PR",
"HC n . 84 . 997 / SP",
"HC n . 83 . 806 / SP",
"HC 105 . 277 / SP",
"HC n . 86 . 758 / PR",
"HC n . 84 . 997 / SP",
"HC n . 83 . 806 / SP",
"HABEAS CORPUS 105 . 277",
"HABEAS CORPUS 105 . 277",
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"HC [UNK] 179508",
"HABEAS CORPUS 105 . 277",
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],
"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei 8 . 069 / 1990",
"Estatuto da",
"Lei n . 10 . 826 / 2003 , art",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei 8 . 069 / 1990",
"Estatuto da Criança e do",
"Lei n . 10 . 826 / 2003 , art . 16 , parágrafo",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 -",
"2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei 8 . 069 / 1990",
"Estatuto da",
"Lei n . 10 . 826 / 2003 , art . 16 , parágrafo",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei 8 . 069 / 1990",
"Estatuto da Criança e do Adolescente",
"Lei n . 10 . 826 / 2003 , art . 16 , parágrafo único",
"MP n° 2 . 200",
"art . 16 , parágrafo único , IV da Lei n . 10 . 826 / 03",
"art . 312 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 16 , parágrafo único , IV da Lei n . 10 . 826 / 03",
"art . 312 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"2001",
"art . 312 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"SÃO PAULO",
"Brasília",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"BadenWürttemberg",
"Alemanha",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Polícia Federal de Marília",
"Escritório",
"Grupo Especial de Combate aos Crimes de Ódio e à Pornografia Infantil na Internet",
"Divisão de Direitos Humanos da Polícia Federal",
"GECOP",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Polícia Federal de Marília",
"Alemanha",
"Grupo Especial de Combate aos",
"Divisão",
"Polícia Federal",
"GECOP",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] Vara Judicial da Comarca de Paraguaçu Paulista / SP",
"Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo",
"STJ",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Vara Judicial da Comarca de Paraguaçu Paulista / SP",
"Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo",
"STJ",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Turma",
"1a Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"2a Turma",
"1a Turma",
"[UNK] Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"STF",
"[UNK] Turma",
"Pleno",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Turma",
"1a Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"2a Turma",
"1a Turma",
"[UNK] Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"STF",
"[UNK] Turma",
"Pleno",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] Turma",
"Polícia Federal de Marília",
"Grupo Especial de Combate aos Crimes de Ódio e à Pornografia Infantil na Internet",
"Divisão de Direitos Humanos da Polícia Federal",
"GECOP",
"[UNK] Vara Judicial da Comarca de Paraguaçu Paulista / SP",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Turma",
"Polícia Federal de Marília",
"Escritório da Polícia Criminal Estadual de BadenWürttemberg",
"Alemanha",
"Grupo Especial de Combate aos Crimes de Ódio e à Pornografia Infantil",
"Divisão de Direitos Humanos da Polícia Federal",
"GECOP",
"[UNK] Vara Judicial da Comarca de Paraguaçu Paulista / SP",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Polícia Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Polícia Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"GILMAR MENDES",
"FRANCISCO ANDRADE DA SILVA",
"THAÍS AROCA DATCHO LACAVA",
"Gilmar Mendes",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"FRANCISCO ANDRADE DA SILVA",
"THAÍS AROCA DATCHO LACAVA",
"GILMAR MENDES",
"Marcelo Leal de Lima Oliveira",
"Francisco Andrade da Silva",
"Laurita Vaz",
"Francisco Andrade da Silva",
"GILMAR MENDES",
"FRANCISCO ANDRADE DA SILVA",
"THAÍS AROCA DATCHO LACAVA",
"GILMAR MENDES",
"Marcelo Leal de Lima Oliveira",
"Francisco Andrade da Silva",
"Laurita Vaz",
"Francisco Andrade da Silva",
"Laurita Vaz",
"Laurita Vaz",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
"Maurício Corrêa",
"Celso de Mello",
"Ricardo Lewandowski",
"Cezar Peluso",
"Marco Aurélio",
"Cezar Peluso",
"GILMAR MENDES",
"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
"Maurício Corrêa",
"Celso de Mello",
"Ricardo Lewandowski",
"Cezar Peluso",
"Marco Aurélio",
"Cezar Peluso",
"GILMAR MENDES",
"Francisco Andrade da Silva",
"Francisco Andrade da Silva",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"FRANCISCO ANDRADE DA",
"FRANCISCO ANDRADE DA SILVA",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"GILMAR MENDES",
"FRANCISCO ANDRADE DA SILVA",
"THAÍS AROCA DATCHO LACAVA",
"Marcelo Leal de Lima Oliveira",
"Ellen Gracie",
"Joaquim Barbosa",
"Gilmar Mendes",
"Celso de Mello",
"Ellen Gracie",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Mário José Gisi",
"Carlos Alberto Cantanhede",
"GILMAR MENDES",
"FRANCISCO ANDRADE DA SILVA",
"THAÍS AROCA DATCHO LACAVA",
"Marcelo Leal de Lima Oliveira",
"Ellen Gracie",
"Joaquim Barbosa",
"Gilmar Mendes",
"Celso de Mello",
"Ellen Gracie",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Mário José Gisi",
"Carlos",
"Alberto Cantanhede"
],
"TEMPO": [
"16",
"/",
"11",
"/",
"2010",
"16 de novembro de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"01",
"/",
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"/",
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"/",
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".",
"8",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
"/",
"11",
"/",
"2010",
"25",
".",
"8",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"26",
".",
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".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"26",
".",
"8",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
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"/",
"11",
"/",
"2010",
"8",
".",
"5",
".",
"1998",
"6",
".",
"8",
".",
"1999",
"3",
".",
"3",
".",
"2000",
"17",
".",
"3",
".",
"2000",
"23",
".",
"6",
".",
"2000",
"5",
".",
"3",
".",
"2010",
"23",
".",
"4",
".",
"2010",
"25",
".",
"6",
".",
"2004",
"1o",
".",
"9",
".",
"2006",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
"/",
"11",
"/",
"2010",
"8",
".",
"5",
".",
"1998",
"6",
".",
"8",
".",
"1999",
"3",
".",
"3",
".",
"2000",
"17",
".",
"3",
".",
"2000",
"23",
".",
"6",
".",
"2000",
"5",
".",
"3",
".",
"2010",
"23",
".",
"4",
".",
"2010",
"25",
".",
"6",
".",
"2004",
"1o",
".",
"9",
".",
"2006",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"28",
".",
"9",
".",
"2007",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"28",
".",
"9",
".",
"2007",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"1",
".",
"9",
".",
"2006",
"8",
".",
"6",
".",
"2007",
"18",
".",
"6",
".",
"2004",
"24",
"/",
"08",
"1",
".",
"9",
".",
"2006",
"8",
".",
"6",
".",
"2007",
"18",
".",
"6",
".",
"2004",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
"/",
"11",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
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"11",
"/",
"2010",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"16",
".",
"11",
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"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
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"11",
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"2010",
"24",
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"2001"
]
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Ementa e Acórdão
15/02/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 104.407 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:DANIEL MANTOVANI DOS SANTOS
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:RELATOR DO HC Nº 171133 DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME DE DESCAMINHO (ART. 334
DO CP). TIPICIDADE. INSIGNIFICÂNCIA PENAL DA CONDUTA.
TRIBUTO DEVIDO QUE NÃO ULTRAPASSA A SOMA DE R$ 3.339,00
(TRÊS MIL, TREZENTOS E TRINTA E NOVE REAIS). ATIPICIDADE
MATERIAL DA CONDUTA. ÓBICE DA SÚMULA 691/STF. ORDEM
CONCEDIDA DE OFÍCIO.
1. O princípio da insignificância opera como vetor interpretativo do
tipo penal, que tem o objetivo de excluir da abrangência do Direito
Criminal condutas provocadoras de ínfima lesão ao bem jurídico por ele
tutelado. Tal forma de interpretação assume contornos de uma válida
medida de política criminal, visando, para além de uma desnecessária
carcerização, ao descongestionamento de uma Justiça Penal que deve
ocupar-se apenas das infrações tão lesivas a bens jurídicos dessa ou
daquela pessoa, quanto aos interesses societários em geral.
2. No caso, a relevância penal é de ser investigada a partir das
coordenadas traçadas pela Lei 10.522/2002 (objeto de conversão da
Medida Provisória 2.176-79). Lei que determina o arquivamento das
execuções fiscais cujo valor consolidado for igual ou inferior a R$
10.000,00 (dez mil reais). Sendo certo que os autos de execução serão
reativados somente quando os valores dos débitos inscritos como Dívida
Ativa da União pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
ultrapassarem esse valor.
3. Incidência do princípio da insignificância penal, segundo o qual,
para que haja a incidência da norma incriminadora, não basta a mera
adequação formal do fato empírico ao tipo. Necessário que esse fato
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DJe 05/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 16
Ementa e Acórdão
HC 104.407 / DF
empírico se contraponha, em substância, à conduta normativamente
tipificada. É preciso que o agente passivo experimente efetivo desfalque
em seu patrimônio, ora maior, ora menor, ora pequeno, mas sempre um
real prejuízo material. Não, como no caso, a supressão de um tributo cujo
reduzido valor pecuniário nem sequer justifica a obrigatória cobrança
judicial.
4. Entendimento diverso implicaria a desnecessária mobilização de
u’a máquina custosa, delicada e ao mesmo tempo complexa como é o
aparato de poder em que o Judiciário consiste. Poder que não é de ser
acionado para, afinal, não ter o que substancialmente tutelar.
5. Não há sentido lógico permitir que alguém seja processado,
criminalmente, pela falta de recolhimento de um tributo que nem sequer
se tem a certeza de que será cobrado no âmbito administrativo-tributário
do Estado. Estado julgador que só é de lançar mão do direito penal para a
tutela de bens jurídicos de cuja relevância não se tenha dúvida.
6. Jurisprudência pacífica de ambas as Turmas desta Casa de Justiça:
RE 550.761, da relatoria do ministro Menezes Direito (Primeira Turma);
RE 536.486, da relatoria da ministra Ellen Gracie (Segunda Turma); e HC
92.438, da relatoria do ministro Joaquim Barbosa (Segunda Turma).
7. Ordem concedida para restabelecer a sentença de Primeiro Grau.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em conceder, de ofício, a
ordem, superando a restrição fundada na Súmula 691/STF, o que fazem
nos termos do voto do Relator e por unanimidade de votos, em sessão
presidida pelo Ministro Celso de Mello, na conformidade da ata do
julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 15 de fevereiro de 2011.
AYRES BRITTO
-
RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
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HC 104.407 / DF
empírico se contraponha, em substância, à conduta normativamente
tipificada. É preciso que o agente passivo experimente efetivo desfalque
em seu patrimônio, ora maior, ora menor, ora pequeno, mas sempre um
real prejuízo material. Não, como no caso, a supressão de um tributo cujo
reduzido valor pecuniário nem sequer justifica a obrigatória cobrança
judicial.
4. Entendimento diverso implicaria a desnecessária mobilização de
u’a máquina custosa, delicada e ao mesmo tempo complexa como é o
aparato de poder em que o Judiciário consiste. Poder que não é de ser
acionado para, afinal, não ter o que substancialmente tutelar.
5. Não há sentido lógico permitir que alguém seja processado,
criminalmente, pela falta de recolhimento de um tributo que nem sequer
se tem a certeza de que será cobrado no âmbito administrativo-tributário
do Estado. Estado julgador que só é de lançar mão do direito penal para a
tutela de bens jurídicos de cuja relevância não se tenha dúvida.
6. Jurisprudência pacífica de ambas as Turmas desta Casa de Justiça:
RE 550.761, da relatoria do ministro Menezes Direito (Primeira Turma);
RE 536.486, da relatoria da ministra Ellen Gracie (Segunda Turma); e HC
92.438, da relatoria do ministro Joaquim Barbosa (Segunda Turma).
7. Ordem concedida para restabelecer a sentença de Primeiro Grau.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em conceder, de ofício, a
ordem, superando a restrição fundada na Súmula 691/STF, o que fazem
nos termos do voto do Relator e por unanimidade de votos, em sessão
presidida pelo Ministro Celso de Mello, na conformidade da ata do
julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 15 de fevereiro de 2011.
AYRES BRITTO
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RELATOR
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Relatório
15/02/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 104.407 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:DANIEL MANTOVANI DOS SANTOS
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:RELATOR DO HC Nº 171133 DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Cuida-se de habeas corpus, aparelhado com pedido de medida
liminar, impetrado contra decisão singular de Ministro do Superior
Tribunal de Justiça (relator do HC 171.133). Decisão singular que
indeferiu o provimento cautelar ali requestado, à falta dos seus
pressupostos.
2. Pois bem, a impetrante, antes mesmo de um pronunciamento de
mérito pelo Superior Tribunal de Justiça, sustenta a atipicidade material
da conduta increpada ao paciente. O que faz sob o fundamento de que o
valor das mercadorias apreendidas em poder do paciente sem o
recolhimento dos tributos devidos não ultrapassa a soma de R$ 3.339,00
(três mil, trezentos e trinta e nove reais). Conseqüentemente, o valor dos
tributos que se deixou de recolher está entre aqueles que não ensejam o
ajuizamento de execução fiscal. Daí invocar a adoção do princípio da
insignificância penal, não obstante o óbice da Súmula 691 do STF, com a
imediata suspensão do processo-crime instaurado contra o acionante. No
mérito, a Defensoria Pública da União pugna pela concessão da ordem
para que esta Casa de Justiça reconheça “a atipicidade material da conduta
do paciente”.
3. Prossigo neste relato da causa para anotar que Daniel Mantovani
dos Santos, paciente, foi denunciado pelo delito de descaminho (art. 334
do CP). Isso porque, no ano de 2003, foi flagrado na posse de diversas
mercadorias de origem estrangeira sem a devida documentação fiscal de
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15/02/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 104.407 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:DANIEL MANTOVANI DOS SANTOS
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:RELATOR DO HC Nº 171133 DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Cuida-se de habeas corpus, aparelhado com pedido de medida
liminar, impetrado contra decisão singular de Ministro do Superior
Tribunal de Justiça (relator do HC 171.133). Decisão singular que
indeferiu o provimento cautelar ali requestado, à falta dos seus
pressupostos.
2. Pois bem, a impetrante, antes mesmo de um pronunciamento de
mérito pelo Superior Tribunal de Justiça, sustenta a atipicidade material
da conduta increpada ao paciente. O que faz sob o fundamento de que o
valor das mercadorias apreendidas em poder do paciente sem o
recolhimento dos tributos devidos não ultrapassa a soma de R$ 3.339,00
(três mil, trezentos e trinta e nove reais). Conseqüentemente, o valor dos
tributos que se deixou de recolher está entre aqueles que não ensejam o
ajuizamento de execução fiscal. Daí invocar a adoção do princípio da
insignificância penal, não obstante o óbice da Súmula 691 do STF, com a
imediata suspensão do processo-crime instaurado contra o acionante. No
mérito, a Defensoria Pública da União pugna pela concessão da ordem
para que esta Casa de Justiça reconheça “a atipicidade material da conduta
do paciente”.
3. Prossigo neste relato da causa para anotar que Daniel Mantovani
dos Santos, paciente, foi denunciado pelo delito de descaminho (art. 334
do CP). Isso porque, no ano de 2003, foi flagrado na posse de diversas
mercadorias de origem estrangeira sem a devida documentação fiscal de
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Relatório
HC 104.407 / DF
importação. E o que diz a denúncia? Fala que o valor das mercadorias
que se tentou introduzir no país alcançou o valor de R$ 3.339,00 (três mil,
trezentos e trinta e nove reais).
4. Prossigo para anotar que o Juízo da 10ª Vara da Seção Judiciária
do Distrito Federal rejeitou a denúncia, assentando a atipicidade material
do fato imputado ao agente.
5. Sucede que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região acolheu
recurso em sentido estrito, manejado pelo órgão ministerial público, para
receber a inicial acusatória e determinar o regular processamento da
causa.
6. Já me encaminhando para o desfecho deste relato, anoto que
deferi a medida liminar requestada. Na seqüência, abri vista dos autos à
Procuradoria-Geral da República. Órgão que opinou pelo deferimento da
ordem.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
2
Supremo Tribunal Federal
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HC 104.407 / DF
importação. E o que diz a denúncia? Fala que o valor das mercadorias
que se tentou introduzir no país alcançou o valor de R$ 3.339,00 (três mil,
trezentos e trinta e nove reais).
4. Prossigo para anotar que o Juízo da 10ª Vara da Seção Judiciária
do Distrito Federal rejeitou a denúncia, assentando a atipicidade material
do fato imputado ao agente.
5. Sucede que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região acolheu
recurso em sentido estrito, manejado pelo órgão ministerial público, para
receber a inicial acusatória e determinar o regular processamento da
causa.
6. Já me encaminhando para o desfecho deste relato, anoto que
deferi a medida liminar requestada. Na seqüência, abri vista dos autos à
Procuradoria-Geral da República. Órgão que opinou pelo deferimento da
ordem.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
15/02/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 104.407 DISTRITO FEDERAL
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Feito o relatório, passo ao voto. Antes de tudo, consigno a firme a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido da
inadmissibilidade de impetração sucessiva de habeas corpus, sem o
julgamento definitivo da ação constitucional anteriormente ajuizada (cf.
HCs 79.776, da relatoria do ministro Moreira Alves; 76.347-QO, da
relatoria do ministro Moreira Alves; 79.238, da relatoria do ministro
Moreira Alves; 79.748, da relatoria do ministro Celso de Mello; e 79.775,
da relatoria do ministro Maurício Corrêa). Jurisprudência, essa, que deu
origem à Súmula 691, segundo a qual não compete “ao Supremo Tribunal
Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em
habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar”.
9. Sucede que esse entendimento jurisprudencial sumular comporta
abrandamento, quando de logo avulta ilegalidade ou abuso de poder
(inciso LXVIII do art. 5º da CF/88). O que me parece ser o caso dos autos.
Caso em que a tese desenvolvida na impetração afina com a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
10. Com efeito, colhe-se dos autos que o paciente foi denunciado
porque
“[...] em data incerta, mas certamente no ano de 2003, com
vontade livre e consciente, importou mercadoria estrangeira
que totalizava R$ 3.339,00 (três mil, trezentos e trinta e nove
reais), iludindo, no todo, o pagamento de impostos devidos
pela sua entrada no território nacional.
A procedência estrangeira da mercadoria apreendida no
dia 04 de setembro do ano de 2003 encontra-se comprovada
pelo Laudo Merceológico acostado às fls. 55.
A autoria também revela-se corroborada pelos
docuemntos apresentados pelo representante da empresa Pró-
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15/02/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 104.407 DISTRITO FEDERAL
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Feito o relatório, passo ao voto. Antes de tudo, consigno a firme a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido da
inadmissibilidade de impetração sucessiva de habeas corpus, sem o
julgamento definitivo da ação constitucional anteriormente ajuizada (cf.
HCs 79.776, da relatoria do ministro Moreira Alves; 76.347-QO, da
relatoria do ministro Moreira Alves; 79.238, da relatoria do ministro
Moreira Alves; 79.748, da relatoria do ministro Celso de Mello; e 79.775,
da relatoria do ministro Maurício Corrêa). Jurisprudência, essa, que deu
origem à Súmula 691, segundo a qual não compete “ao Supremo Tribunal
Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em
habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar”.
9. Sucede que esse entendimento jurisprudencial sumular comporta
abrandamento, quando de logo avulta ilegalidade ou abuso de poder
(inciso LXVIII do art. 5º da CF/88). O que me parece ser o caso dos autos.
Caso em que a tese desenvolvida na impetração afina com a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
10. Com efeito, colhe-se dos autos que o paciente foi denunciado
porque
“[...] em data incerta, mas certamente no ano de 2003, com
vontade livre e consciente, importou mercadoria estrangeira
que totalizava R$ 3.339,00 (três mil, trezentos e trinta e nove
reais), iludindo, no todo, o pagamento de impostos devidos
pela sua entrada no território nacional.
A procedência estrangeira da mercadoria apreendida no
dia 04 de setembro do ano de 2003 encontra-se comprovada
pelo Laudo Merceológico acostado às fls. 55.
A autoria também revela-se corroborada pelos
docuemntos apresentados pelo representante da empresa Pró-
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 104.407 / DF
computer, o Sr. Rodrigo da Silva, bem como pelo seu termo de
declarações prestado à autoridade policial, que denotam que a
referida empresa comprou a mercadoria estrangeira, no Brasil,
da empresa Central Hardware, que por sua vez, não logrou
comprovar o recolhimento do tributo devido na internação.
[...]
Assim procedendo, o denunciado DANIEL MANTOVANI
DOS SANTOS tornou-se incurso nas penas do artigo 334, do
Código Penal, razão pela qual contra ele é oferecida a presente
denúncia [...]”.
11. Presente essa moldura, averbo que o princípio da insignificância
é doutrinariamente versado como vetor interpretativo do tipo penal. É
dizer: vetor interpretativo que tem o objetivo de excluir da abrangência
do Direito Penal condutas provocadoras de ínfima lesão ao bem jurídico
por ele tutelado. Tal forma de interpretação assume contornos de uma
válida medida de política criminal, visando, para além de uma
desnecessária carcerização, ao descongestionamento de uma Justiça Penal
que deve ocupar-se apenas das infrações tão lesivas a bens jurídicos dessa
ou daquela pessoa, quanto aos interesses societários em geral. Estou a
falar: numa visão humanista do Direito Penal, o princípio da
insignificância não é de ser desprezado nem mesmo sob a aparente força
do argumento da expansão da impunidade. Donde a seguinte
contribuição intelectual de Fernando Célio de Brito Nogueira, in verbis:
“[...] o que fomenta a impunidade e o recrudescimento da
criminalidade são muito mais a ausência de resposta estatal
efetiva aos grandes desmandos e ilicitudes da Nação, condutas
que não raras vezes sangram os cofres públicos e o bolso dos
cidadãos que trabalham e pagam impostos, bem como no não
atendimento das necessidades básicas das pessoas.”
(NOGUEIRA, Fernando Célio de Brito. Os miseráveis e o princípio
da insignificância. Boletim IBCCRIM 116/7, ano 10, jul. 2002.)
12. Certo, não se nega o caráter dual da aplicabilidade do princípio
2
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HC 104.407 / DF
computer, o Sr. Rodrigo da Silva, bem como pelo seu termo de
declarações prestado à autoridade policial, que denotam que a
referida empresa comprou a mercadoria estrangeira, no Brasil,
da empresa Central Hardware, que por sua vez, não logrou
comprovar o recolhimento do tributo devido na internação.
[...]
Assim procedendo, o denunciado DANIEL MANTOVANI
DOS SANTOS tornou-se incurso nas penas do artigo 334, do
Código Penal, razão pela qual contra ele é oferecida a presente
denúncia [...]”.
11. Presente essa moldura, averbo que o princípio da insignificância
é doutrinariamente versado como vetor interpretativo do tipo penal. É
dizer: vetor interpretativo que tem o objetivo de excluir da abrangência
do Direito Penal condutas provocadoras de ínfima lesão ao bem jurídico
por ele tutelado. Tal forma de interpretação assume contornos de uma
válida medida de política criminal, visando, para além de uma
desnecessária carcerização, ao descongestionamento de uma Justiça Penal
que deve ocupar-se apenas das infrações tão lesivas a bens jurídicos dessa
ou daquela pessoa, quanto aos interesses societários em geral. Estou a
falar: numa visão humanista do Direito Penal, o princípio da
insignificância não é de ser desprezado nem mesmo sob a aparente força
do argumento da expansão da impunidade. Donde a seguinte
contribuição intelectual de Fernando Célio de Brito Nogueira, in verbis:
“[...] o que fomenta a impunidade e o recrudescimento da
criminalidade são muito mais a ausência de resposta estatal
efetiva aos grandes desmandos e ilicitudes da Nação, condutas
que não raras vezes sangram os cofres públicos e o bolso dos
cidadãos que trabalham e pagam impostos, bem como no não
atendimento das necessidades básicas das pessoas.”
(NOGUEIRA, Fernando Célio de Brito. Os miseráveis e o princípio
da insignificância. Boletim IBCCRIM 116/7, ano 10, jul. 2002.)
12. Certo, não se nega o caráter dual da aplicabilidade do princípio
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 16
Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 104.407 / DF
da insignificância penal. Se, de um lado, revelam-se patentes a
necessidade e utilidade da consideração da insignificância, por outro, é
imprescindível que sua aplicação se dê de maneira criteriosa. Isso para
evitar que a tolerância estatal vá além dos limites do razoável em função
dos bens jurídicos envolvidos. É dizer: todo cuidado é preciso para que a
insignificância, como verdadeiro “indiferente penal”, não seja aplicada
para estimular condutas atentatórias da legítima esfera de interesses tanto
dos supostos agentes passivos quanto da sociedade como um todo.
13. Muito bem. Atento às peculiaridades do caso, passo a avaliar a
possibilidade de aplicação da idéia-força da insignificância penal. Ao
fazê-lo, ressalto que o delito de descaminho (art. 334 do CP) — inserido
no Título XI (Dos Crimes contra a Administração Pública), Capítulo II
(Dos Crimes Praticados por Particular contra a Administração em geral)
— é modalidade de tipo penal incriminador que se destina à proteção dos
interesses da Fazenda Nacional; isto é, visa à incriminação da conduta de
todo aquele particular que deixa de recolher o tributo devido pela
entrada de mercadoria estrangeira no país.
14. No caso dos autos, o paciente se acha denunciado pelo delito do
do art. 334 do Código Penal, sem que o débito ultrapasse o valor de R$
3.339,00 (três mil, trezentos e trinta e nove reais). Pelo que o nosso desafio
é saber se esse valor é ou não relevante sob o ângulo penal. Relevância
que é de ser investigada, penso, a partir das coordenadas traçadas pela
Lei 10.522/2002 (lei objeto de conversão da Medida Provisória 2.176-79).
Lei que, ao dispor sobre o “Cadastro Informativo dos créditos não quitados de
órgãos e entidades federais”, estabeleceu os procedimentos a serem adotados
pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, em matéria de débitos
fiscais. Leio o que se contém no art. 20, in verbis:
“Art. 20. Serão arquivados, sem baixa na distribuição,
mediante requerimento do Procurador da Fazenda Nacional, os
autos das execuções fiscais de débitos inscritos como Dívida
Ativa da União pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
ou por ela cobrados, de valor consolidado igual ou inferior a
R$ 10.000,00 (dez mil reais).
3
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HC 104.407 / DF
da insignificância penal. Se, de um lado, revelam-se patentes a
necessidade e utilidade da consideração da insignificância, por outro, é
imprescindível que sua aplicação se dê de maneira criteriosa. Isso para
evitar que a tolerância estatal vá além dos limites do razoável em função
dos bens jurídicos envolvidos. É dizer: todo cuidado é preciso para que a
insignificância, como verdadeiro “indiferente penal”, não seja aplicada
para estimular condutas atentatórias da legítima esfera de interesses tanto
dos supostos agentes passivos quanto da sociedade como um todo.
13. Muito bem. Atento às peculiaridades do caso, passo a avaliar a
possibilidade de aplicação da idéia-força da insignificância penal. Ao
fazê-lo, ressalto que o delito de descaminho (art. 334 do CP) — inserido
no Título XI (Dos Crimes contra a Administração Pública), Capítulo II
(Dos Crimes Praticados por Particular contra a Administração em geral)
— é modalidade de tipo penal incriminador que se destina à proteção dos
interesses da Fazenda Nacional; isto é, visa à incriminação da conduta de
todo aquele particular que deixa de recolher o tributo devido pela
entrada de mercadoria estrangeira no país.
14. No caso dos autos, o paciente se acha denunciado pelo delito do
do art. 334 do Código Penal, sem que o débito ultrapasse o valor de R$
3.339,00 (três mil, trezentos e trinta e nove reais). Pelo que o nosso desafio
é saber se esse valor é ou não relevante sob o ângulo penal. Relevância
que é de ser investigada, penso, a partir das coordenadas traçadas pela
Lei 10.522/2002 (lei objeto de conversão da Medida Provisória 2.176-79).
Lei que, ao dispor sobre o “Cadastro Informativo dos créditos não quitados de
órgãos e entidades federais”, estabeleceu os procedimentos a serem adotados
pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, em matéria de débitos
fiscais. Leio o que se contém no art. 20, in verbis:
“Art. 20. Serão arquivados, sem baixa na distribuição,
mediante requerimento do Procurador da Fazenda Nacional, os
autos das execuções fiscais de débitos inscritos como Dívida
Ativa da União pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
ou por ela cobrados, de valor consolidado igual ou inferior a
R$ 10.000,00 (dez mil reais).
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 104.407 / DF
§ 1o Os autos de execução a que se refere este artigo serão
reativados quando os valores dos débitos ultrapassarem os
limites indicados.”
(Sem destaques no original.)
15. Daqui se conclui que, atualmente, se o tributo devido não
superar o limite de dez mil reais, é muito provável que o devedor nem
sequer seja citado em uma eventual ação de execução fiscal para o
pagamento do débito tributário. A não ser, é claro, que o somatório de
todos os seus débitos para com o Fisco supere o referido montante. O que
não é o caso dos autos. Caso em que o Juízo processante não enxergou
nenhuma lesão ao Fisco em grau que justifique a repressão penal, dado
que
“[...]
a própria Fazenda Nacional não se interessa pelos débitos
de valor inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais), determinando o
seu arquivamento provisório até que ultrapassem tal valor ou
sejam reunidos com outros.
[...]
Assim, na hipótese dos autos, em que o valor das próprias
mercadorias importadas sem o devido pagamento dos direitos
e impostos devidos não alcança o teto dos débitos submetidos à
execução pela Fazenda Nacional, há de ser aplicado o princípio
da insignificância, excluindo-se a tipicidade do fato.
[...]
Se não há interesse na execução, porque insignificante o
valor devido, também não há de haver interesse em punir
penalmente o infrator, que já foi apenado com a perda das
mercadorias apreendidas.
Outrossim, quando há a comprovação de perdimento de
bens – como ocorreu no presente caso – venho manifestando
argumentos mais relevantes e inibidores da deflagração de uma
ação penal pelo crime de descaminho.
[...]
4
Supremo Tribunal Federal
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§ 1o Os autos de execução a que se refere este artigo serão
reativados quando os valores dos débitos ultrapassarem os
limites indicados.”
(Sem destaques no original.)
15. Daqui se conclui que, atualmente, se o tributo devido não
superar o limite de dez mil reais, é muito provável que o devedor nem
sequer seja citado em uma eventual ação de execução fiscal para o
pagamento do débito tributário. A não ser, é claro, que o somatório de
todos os seus débitos para com o Fisco supere o referido montante. O que
não é o caso dos autos. Caso em que o Juízo processante não enxergou
nenhuma lesão ao Fisco em grau que justifique a repressão penal, dado
que
“[...]
a própria Fazenda Nacional não se interessa pelos débitos
de valor inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais), determinando o
seu arquivamento provisório até que ultrapassem tal valor ou
sejam reunidos com outros.
[...]
Assim, na hipótese dos autos, em que o valor das próprias
mercadorias importadas sem o devido pagamento dos direitos
e impostos devidos não alcança o teto dos débitos submetidos à
execução pela Fazenda Nacional, há de ser aplicado o princípio
da insignificância, excluindo-se a tipicidade do fato.
[...]
Se não há interesse na execução, porque insignificante o
valor devido, também não há de haver interesse em punir
penalmente o infrator, que já foi apenado com a perda das
mercadorias apreendidas.
Outrossim, quando há a comprovação de perdimento de
bens – como ocorreu no presente caso – venho manifestando
argumentos mais relevantes e inibidores da deflagração de uma
ação penal pelo crime de descaminho.
[...]
4
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HC 104.407 / DF
Entretanto, o indivíduo que não paga o imposto de
importação, realizando o crime previsto no artigo 334, segunda
parte do Código Penal, além de perder sua mercadoria – já que
estará sujeito à pena de perdimento do bem -, se sujeita, ainda,
em grande parte das vezes, a uma ação tributária para realizar o
pagamento do tributo devido, qual seja o imposto de
importação. Aliás, este débito tributário constitui-se em
gravame para o autor do descaminho, já que ele não pode obter
certidão perante a Receita Federal de quitação de tributos,
sendo, portanto, alijado de certames licitatórios, além de outras
conseqüências como sua inclusão no CADIN [...].
A apreensão da mercadoria pelo Estado já proporciona ao
Poder Público um retorno financeiro maior do que teria direito
pela cobrança do imposto de importação. Isto porque a venda
do bem apreendido, na maioria das vezes, e assim verificado no
presente caso, supera em muito o valor do tributo devido.
[...]
Esclareço, ainda, que não se trata de conferir licitude ao
comportamento do denunciado. Trata-se, sim, da falta de
incidência do direito penal no comportamento do autor do
descaminho, uma vez que a atuação administrativa já basta
para a reprovação e prevenção do crime em razão do alto
prejuízo econômico experimentado pelo autor. Só haverá a
imposição de pena criminal quando não houver apreensão das
mercadorias. No presente caso, comprovadamente, houve a
apreensão e o perdimento das mercadorias descaminhadas,
conforme se vê de fls. 39.
[...]”
16. Se é assim, penso que é de incidir mesmo o princípio da
insignificância penal. Isso porque, para que haja a aplicabilidade da
norma incriminadora, não basta a mera adequação formal do fato
empírico ao tipo penal. É preciso que esse fato empírico se contraponha,
em substância, à integridade do bem ou interesse juridicamente
protegido. Ainda noutro falar, é preciso que o agente passivo experimente
efetivo desfalque em seu patrimônio, ora maior, ora menor, ora pequeno,
5
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Entretanto, o indivíduo que não paga o imposto de
importação, realizando o crime previsto no artigo 334, segunda
parte do Código Penal, além de perder sua mercadoria – já que
estará sujeito à pena de perdimento do bem -, se sujeita, ainda,
em grande parte das vezes, a uma ação tributária para realizar o
pagamento do tributo devido, qual seja o imposto de
importação. Aliás, este débito tributário constitui-se em
gravame para o autor do descaminho, já que ele não pode obter
certidão perante a Receita Federal de quitação de tributos,
sendo, portanto, alijado de certames licitatórios, além de outras
conseqüências como sua inclusão no CADIN [...].
A apreensão da mercadoria pelo Estado já proporciona ao
Poder Público um retorno financeiro maior do que teria direito
pela cobrança do imposto de importação. Isto porque a venda
do bem apreendido, na maioria das vezes, e assim verificado no
presente caso, supera em muito o valor do tributo devido.
[...]
Esclareço, ainda, que não se trata de conferir licitude ao
comportamento do denunciado. Trata-se, sim, da falta de
incidência do direito penal no comportamento do autor do
descaminho, uma vez que a atuação administrativa já basta
para a reprovação e prevenção do crime em razão do alto
prejuízo econômico experimentado pelo autor. Só haverá a
imposição de pena criminal quando não houver apreensão das
mercadorias. No presente caso, comprovadamente, houve a
apreensão e o perdimento das mercadorias descaminhadas,
conforme se vê de fls. 39.
[...]”
16. Se é assim, penso que é de incidir mesmo o princípio da
insignificância penal. Isso porque, para que haja a aplicabilidade da
norma incriminadora, não basta a mera adequação formal do fato
empírico ao tipo penal. É preciso que esse fato empírico se contraponha,
em substância, à integridade do bem ou interesse juridicamente
protegido. Ainda noutro falar, é preciso que o agente passivo experimente
efetivo desfalque em seu patrimônio, ora maior, ora menor, ora pequeno,
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HC 104.407 / DF
mas sempre um real prejuízo material. Não, como no caso, a supressão de
um tributo cujo reduzido valor pecuniário nem sequer justifica a
obrigatória cobrança judicial. Pensar de modo diferente implicaria a
desnecessária mobilização de u’a máquina custosa, delicada e ao mesmo
tempo complexa como é o aparato de poder em que o Judiciário consiste.
Poder que não é de ser acionado para, afinal, não ter o que
substancialmente tutelar.
17. Deveras, não há sentido lógico em permitir que alguém seja
processado, criminalmente, pela falta de recolhimento de um tributo que
nem sequer se tem a certeza de que será cobrado no âmbito
administrativo-tributário. Pelo que tenho como acertados os diversos
precedentes que reproduzo da jurisprudência do nosso Supremo Tribunal
Federal, a saber:
“HABEAS CORPUS. CRIME DE DESCAMINHO (ART.
334 DO CP). TRIBUTO DEVIDO QUE NÃO ULTRAPASSA A
SOMA DE R$ 2.500,00 (DOIS MIL E QUINHENTOS REAIS).
DESNECESSÁRIO O REVOLVIMENTO DE MATÉRIA
FÁTICA. ALEGADA INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO DA
INSIGNIFICÂNCIA PENAL. ATIPICIDADE MATERIAL DA
CONDUTA. PROCEDÊNCIA DA ALEGAÇÃO. ORDEM
CONCEDIDA.
1. A simples leitura dos autos revela que o valor do tributo
suprimido pelo paciente não ultrapassa o montante de R$
2.500,00 (dois mil e quinhentos reais). Pelo que é desnecessário
o revolvimento de matéria fática.
2. A relevância penal da conduta imputada ao paciente, no
caso dos autos, é de ser investigada a partir das diretrizes do
artigo 20 da Lei nº 10.522/2002. Dispositivo que determina, na
sua redação atual, o arquivamento das execuções fiscais cujo
valor consolidado for igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil
reais). Autos que serão reativados somente quando os valores
dos débitos inscritos como Dívida Ativa da União pela
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional ultrapassarem esse
limite (§ 1º). O que não sobressai do exame desta causa.
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mas sempre um real prejuízo material. Não, como no caso, a supressão de
um tributo cujo reduzido valor pecuniário nem sequer justifica a
obrigatória cobrança judicial. Pensar de modo diferente implicaria a
desnecessária mobilização de u’a máquina custosa, delicada e ao mesmo
tempo complexa como é o aparato de poder em que o Judiciário consiste.
Poder que não é de ser acionado para, afinal, não ter o que
substancialmente tutelar.
17. Deveras, não há sentido lógico em permitir que alguém seja
processado, criminalmente, pela falta de recolhimento de um tributo que
nem sequer se tem a certeza de que será cobrado no âmbito
administrativo-tributário. Pelo que tenho como acertados os diversos
precedentes que reproduzo da jurisprudência do nosso Supremo Tribunal
Federal, a saber:
“HABEAS CORPUS. CRIME DE DESCAMINHO (ART.
334 DO CP). TRIBUTO DEVIDO QUE NÃO ULTRAPASSA A
SOMA DE R$ 2.500,00 (DOIS MIL E QUINHENTOS REAIS).
DESNECESSÁRIO O REVOLVIMENTO DE MATÉRIA
FÁTICA. ALEGADA INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO DA
INSIGNIFICÂNCIA PENAL. ATIPICIDADE MATERIAL DA
CONDUTA. PROCEDÊNCIA DA ALEGAÇÃO. ORDEM
CONCEDIDA.
1. A simples leitura dos autos revela que o valor do tributo
suprimido pelo paciente não ultrapassa o montante de R$
2.500,00 (dois mil e quinhentos reais). Pelo que é desnecessário
o revolvimento de matéria fática.
2. A relevância penal da conduta imputada ao paciente, no
caso dos autos, é de ser investigada a partir das diretrizes do
artigo 20 da Lei nº 10.522/2002. Dispositivo que determina, na
sua redação atual, o arquivamento das execuções fiscais cujo
valor consolidado for igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil
reais). Autos que serão reativados somente quando os valores
dos débitos inscritos como Dívida Ativa da União pela
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional ultrapassarem esse
limite (§ 1º). O que não sobressai do exame desta causa.
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3. Incidência do princípio da insignificância penal,
segundo o qual, para que haja a incidência da norma
incriminadora, não basta a mera adequação formal do fato
empírico ao tipo. Necessário que esse fato empírico se
contraponha, em substância, à conduta normativamente
tipificada. É preciso que o agente passivo experimente efetivo
desfalque em seu patrimônio, ora maior, ora menor, ora
pequeno, mas sempre um real prejuízo material. Não, como no
caso, a supressão de um tributo cujo reduzido valor pecuniário
nem sequer justifica a obrigatória cobrança judicial.
4. Entendimento diverso implicaria a desnecessária
mobilização de u'a máquina custosa, delicada e ao mesmo
tempo complexa como é o aparato de poder em que o Judiciário
consiste. Poder que não é de ser acionado para, afinal, não ter o
que substancialmente tutelar.
5. Não há sentido lógico permitir que alguém seja
processado, criminalmente, pela falta de recolhimento de um
tributo que nem sequer se tem a certeza de que será cobrado no
âmbito administrativo--tributário do Estado. Estado julgador
que só é de lançar mão do direito penal para a tutela de bens
jurídicos de cuja relevância não se tenha dúvida.
6. Jurisprudência pacífica de ambas as Turmas desta
Suprema Corte: RE 550.761, da relatoria do ministro Menezes
Direito (Primeira Turma); RE 536.486, da relatoria da ministra
Ellen Gracie (Segunda Turma); e HC 92.438, da relatoria do
ministro Joaquim Barbosa (Segunda Turma).
7. Ordem concedida para determinar o trancamento da
ação penal.”
(HC 93.072, da minha relatoria.)
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PENAL. AUSÊNCIA
DE
PREQUESTIONAMENTO.
PRINCÍPIO
DA
INSIGNIFICÂNCIA RECONHECIDO PELO TRIBUNAL DE
ORIGEM E NÃO APLICADO PELA CONTUMÁCIA DO RÉU.
ARTIGO 334, CAPUT, DO CÓDIGO PENAL. HABEAS
CORPUS CONCEDIDO DE OFÍCIO. PRECEDENTES.
7
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3. Incidência do princípio da insignificância penal,
segundo o qual, para que haja a incidência da norma
incriminadora, não basta a mera adequação formal do fato
empírico ao tipo. Necessário que esse fato empírico se
contraponha, em substância, à conduta normativamente
tipificada. É preciso que o agente passivo experimente efetivo
desfalque em seu patrimônio, ora maior, ora menor, ora
pequeno, mas sempre um real prejuízo material. Não, como no
caso, a supressão de um tributo cujo reduzido valor pecuniário
nem sequer justifica a obrigatória cobrança judicial.
4. Entendimento diverso implicaria a desnecessária
mobilização de u'a máquina custosa, delicada e ao mesmo
tempo complexa como é o aparato de poder em que o Judiciário
consiste. Poder que não é de ser acionado para, afinal, não ter o
que substancialmente tutelar.
5. Não há sentido lógico permitir que alguém seja
processado, criminalmente, pela falta de recolhimento de um
tributo que nem sequer se tem a certeza de que será cobrado no
âmbito administrativo--tributário do Estado. Estado julgador
que só é de lançar mão do direito penal para a tutela de bens
jurídicos de cuja relevância não se tenha dúvida.
6. Jurisprudência pacífica de ambas as Turmas desta
Suprema Corte: RE 550.761, da relatoria do ministro Menezes
Direito (Primeira Turma); RE 536.486, da relatoria da ministra
Ellen Gracie (Segunda Turma); e HC 92.438, da relatoria do
ministro Joaquim Barbosa (Segunda Turma).
7. Ordem concedida para determinar o trancamento da
ação penal.”
(HC 93.072, da minha relatoria.)
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PENAL. AUSÊNCIA
DE
PREQUESTIONAMENTO.
PRINCÍPIO
DA
INSIGNIFICÂNCIA RECONHECIDO PELO TRIBUNAL DE
ORIGEM E NÃO APLICADO PELA CONTUMÁCIA DO RÉU.
ARTIGO 334, CAPUT, DO CÓDIGO PENAL. HABEAS
CORPUS CONCEDIDO DE OFÍCIO. PRECEDENTES.
7
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HC 104.407 / DF
1. Não se admite Recurso Extraordinário em que a questão
constitucional cuja ofensa se alega não tenha sido debatida no
acórdão recorrido e nem tenha sido objeto de Embargos de
Declaração no momento oportuno.
2. Recorrente condenado pela infração do artigo 334,
caput, do Código Penal (descaminho). Princípio da
insignificância reconhecido pelo Tribunal de origem, em razão
da pouca expressão econômica do valor dos tributos iludidos,
mas não aplicado ao caso em exame porque o réu, ora apelante,
possuía registro de antecedentes criminais.
3. Habeas corpus de ofício. Para a incidência do princípio da
insignificância só devem ser considerados aspectos objetivos da
infração praticada. Reconhecer a existência de bagatela no fato
praticado significa dizer que o fato não tem relevância para o
Direito Penal. Circunstâncias de ordem subjetiva, como a
existência de registro de antecedentes criminais, não podem
obstar ao julgador a aplicação do instituto.
4. Concessão de habeas corpus, de ofício, para reconhecer a
atipicidade do fato narrado na denúncia, cassar o decreto
condenatório expedido pelo Tribunal Regional Federal e
determinar o trancamento da ação penal existente contra o
recorrente.”
(RE 514.531, da relatoria do ministro Joaquim Barbosa.)
“AÇÃO PENAL. Justa causa. Inexistência. Delito teórico
de descaminho. Tributo devido estimado em pouco mais de mil
reais. Valor inferior ao limite de dez mil reais estabelecido no
art. 20 da Lei nº 10.522/02, com a redação da Lei nº 11.033/04.
Crime de bagatela. Aplicação do princípio da insignificância.
Atipicidade reconhecida. Absolvição decretada. HC concedido
para esse fim. Precedentes. Reputa-se atípico o comportamento
de descaminho, quando o valor do tributo devido seja inferior
ao limite previsto no art. 20 da Lei nº 10.522/2002, com a
redação introduzida pela Lei nº 11.033/2004”.
(HC 96.976, da relatoria do ministro Cezar Peluso.)
8
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Supremo Tribunal Federal
HC 104.407 / DF
1. Não se admite Recurso Extraordinário em que a questão
constitucional cuja ofensa se alega não tenha sido debatida no
acórdão recorrido e nem tenha sido objeto de Embargos de
Declaração no momento oportuno.
2. Recorrente condenado pela infração do artigo 334,
caput, do Código Penal (descaminho). Princípio da
insignificância reconhecido pelo Tribunal de origem, em razão
da pouca expressão econômica do valor dos tributos iludidos,
mas não aplicado ao caso em exame porque o réu, ora apelante,
possuía registro de antecedentes criminais.
3. Habeas corpus de ofício. Para a incidência do princípio da
insignificância só devem ser considerados aspectos objetivos da
infração praticada. Reconhecer a existência de bagatela no fato
praticado significa dizer que o fato não tem relevância para o
Direito Penal. Circunstâncias de ordem subjetiva, como a
existência de registro de antecedentes criminais, não podem
obstar ao julgador a aplicação do instituto.
4. Concessão de habeas corpus, de ofício, para reconhecer a
atipicidade do fato narrado na denúncia, cassar o decreto
condenatório expedido pelo Tribunal Regional Federal e
determinar o trancamento da ação penal existente contra o
recorrente.”
(RE 514.531, da relatoria do ministro Joaquim Barbosa.)
“AÇÃO PENAL. Justa causa. Inexistência. Delito teórico
de descaminho. Tributo devido estimado em pouco mais de mil
reais. Valor inferior ao limite de dez mil reais estabelecido no
art. 20 da Lei nº 10.522/02, com a redação da Lei nº 11.033/04.
Crime de bagatela. Aplicação do princípio da insignificância.
Atipicidade reconhecida. Absolvição decretada. HC concedido
para esse fim. Precedentes. Reputa-se atípico o comportamento
de descaminho, quando o valor do tributo devido seja inferior
ao limite previsto no art. 20 da Lei nº 10.522/2002, com a
redação introduzida pela Lei nº 11.033/2004”.
(HC 96.976, da relatoria do ministro Cezar Peluso.)
8
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HC 104.407 / DF
“DIREITO PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME DE
DESCAMINHO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.
APLICABILIDADE. VALOR SONEGADO INFERIOR AO
FIXADO NO ART. 20 DA LEI Nº 10.522/02. ATIPICIDADE DA
CONDUTA. ORDEM CONCEDIDA.
1. A questão de direito tratada neste writ, consoante a tese
exposta pela impetrante na petição inicial, é a suposta
atipicidade da conduta realizada pela paciente com base no
princípio da insignificância.
2. No caso concreto, a paciente foi denunciada por
transportar mercadorias de procedência estrangeira sem pagar
quaisquer impostos, o que acarretou a sonegação de tributos no
valor de R$ 1.715,99 (mil setecentos e quinze reais e noventa e
nove centavos).
3. O art. 20 da Lei nº 10.522/02 determina o arquivamento
das execuções fiscais, sem baixa na distribuição, quando os
débitos inscritos como dívida ativa da União forem iguais ou
inferiores a R$ 10.000,00 (valor modificado pela Lei nº
11.033/04).
4. Esta colenda Segunda Turma tem precedentes no
sentido de que falta justa causa para a ação penal por crime de
descaminho quando a quantia sonegada não ultrapassar o valor
previsto no art. 20 da Lei nº 10.522/02.
5. Ante o exposto, concedo a ordem de habeas corpus”.
(HC 96.374, da relatoria da ministra Ellen Gracie.)
“HABEAS CORPUS. TIPICIDADE. INSIGNIFICÂNCIA
PENAL DA CONDUTA. DESCAMINHO. VALOR DAS
MERCADORIAS. VALOR DO TRIBUTO. LEI Nº 10.522/02.
IRRELEVÂNCIA PENAL. ORDEM CONCEDIDA.
1. O postulado da insignificância é tratado como vetor
interpretativo do tipo penal, que tem o objetivo de excluir da
abrangência do Direito Criminal condutas provocadoras de
ínfima lesão ao bem jurídico por ele tutelado. Tal forma de
interpretação assume contornos de uma válida medida de
política criminal, visando, para além de uma desnecessária
9
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HC 104.407 / DF
“DIREITO PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME DE
DESCAMINHO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.
APLICABILIDADE. VALOR SONEGADO INFERIOR AO
FIXADO NO ART. 20 DA LEI Nº 10.522/02. ATIPICIDADE DA
CONDUTA. ORDEM CONCEDIDA.
1. A questão de direito tratada neste writ, consoante a tese
exposta pela impetrante na petição inicial, é a suposta
atipicidade da conduta realizada pela paciente com base no
princípio da insignificância.
2. No caso concreto, a paciente foi denunciada por
transportar mercadorias de procedência estrangeira sem pagar
quaisquer impostos, o que acarretou a sonegação de tributos no
valor de R$ 1.715,99 (mil setecentos e quinze reais e noventa e
nove centavos).
3. O art. 20 da Lei nº 10.522/02 determina o arquivamento
das execuções fiscais, sem baixa na distribuição, quando os
débitos inscritos como dívida ativa da União forem iguais ou
inferiores a R$ 10.000,00 (valor modificado pela Lei nº
11.033/04).
4. Esta colenda Segunda Turma tem precedentes no
sentido de que falta justa causa para a ação penal por crime de
descaminho quando a quantia sonegada não ultrapassar o valor
previsto no art. 20 da Lei nº 10.522/02.
5. Ante o exposto, concedo a ordem de habeas corpus”.
(HC 96.374, da relatoria da ministra Ellen Gracie.)
“HABEAS CORPUS. TIPICIDADE. INSIGNIFICÂNCIA
PENAL DA CONDUTA. DESCAMINHO. VALOR DAS
MERCADORIAS. VALOR DO TRIBUTO. LEI Nº 10.522/02.
IRRELEVÂNCIA PENAL. ORDEM CONCEDIDA.
1. O postulado da insignificância é tratado como vetor
interpretativo do tipo penal, que tem o objetivo de excluir da
abrangência do Direito Criminal condutas provocadoras de
ínfima lesão ao bem jurídico por ele tutelado. Tal forma de
interpretação assume contornos de uma válida medida de
política criminal, visando, para além de uma desnecessária
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 104.407 / DF
carceirização, ao descongestionamento de uma Justiça Penal
que deve se ocupar apenas das infrações tão lesivas a bens
jurídicos dessa ou daquela pessoa quanto aos interesses
societários em geral.
2. No caso, a relevância penal é de ser investigada a partir
das coordenadas traçadas pela Lei nº 10.522/02 (lei objeto de
conversão da Medida Provisória nº 2.176-79). Lei que, ao dispor
sobre o ‘Cadastro Informativo dos créditos não quitados de
órgãos e entidades federais’, estabeleceu os procedimentos a
serem adotados pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional,
em matéria de débitos fiscais.
3. Não há sentido lógico permitir que alguém seja
processado, criminalmente, pela falta de recolhimento de um
tributo que nem sequer se tem a certeza de que será cobrado no
âmbito administrativo--tributário.
4. Ordem concedida para restabelecer a sentença
absolutória.”
(HC 94.058, da minha relatoria.)
18. Transcrevo, pela sua pertinência, trecho do voto do ministro
Joaquim Barbosa, proferido no julgamento do HC 92.438:
“no caso em análise, a única acusação que consta da
denúncia contra o paciente é a de ter deixado de recolher R$
5.118,60, não havendo qualquer alusão, no acórdão do Tribunal
Regional Federal da 4ª Região, a uma possível continuidade
delitiva ou acúmulo de débitos, que conduza à superação do
valor mínimo previsto na Lei nº 10.522/02 – dez mil reais.
Ora, por maior que seja a irresignação do Ministério
Público ou do Tribunal Regional Federal da 4ª Região contra a
norma antes transcrita, prevista na lei federal nº 10.522/01, c/c
Lei nº 11.033/04, não é possível reconhecer, na hipótese, a
existência de justa causa para a ação penal.
À luz de todos os princípios que regem o direito penal,
especialmente o princípio da
subsidiariedade, da
fragmentariedade, da necessidade e da intervenção mínima, é
10
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HC 104.407 / DF
carceirização, ao descongestionamento de uma Justiça Penal
que deve se ocupar apenas das infrações tão lesivas a bens
jurídicos dessa ou daquela pessoa quanto aos interesses
societários em geral.
2. No caso, a relevância penal é de ser investigada a partir
das coordenadas traçadas pela Lei nº 10.522/02 (lei objeto de
conversão da Medida Provisória nº 2.176-79). Lei que, ao dispor
sobre o ‘Cadastro Informativo dos créditos não quitados de
órgãos e entidades federais’, estabeleceu os procedimentos a
serem adotados pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional,
em matéria de débitos fiscais.
3. Não há sentido lógico permitir que alguém seja
processado, criminalmente, pela falta de recolhimento de um
tributo que nem sequer se tem a certeza de que será cobrado no
âmbito administrativo--tributário.
4. Ordem concedida para restabelecer a sentença
absolutória.”
(HC 94.058, da minha relatoria.)
18. Transcrevo, pela sua pertinência, trecho do voto do ministro
Joaquim Barbosa, proferido no julgamento do HC 92.438:
“no caso em análise, a única acusação que consta da
denúncia contra o paciente é a de ter deixado de recolher R$
5.118,60, não havendo qualquer alusão, no acórdão do Tribunal
Regional Federal da 4ª Região, a uma possível continuidade
delitiva ou acúmulo de débitos, que conduza à superação do
valor mínimo previsto na Lei nº 10.522/02 – dez mil reais.
Ora, por maior que seja a irresignação do Ministério
Público ou do Tribunal Regional Federal da 4ª Região contra a
norma antes transcrita, prevista na lei federal nº 10.522/01, c/c
Lei nº 11.033/04, não é possível reconhecer, na hipótese, a
existência de justa causa para a ação penal.
À luz de todos os princípios que regem o direito penal,
especialmente o princípio da
subsidiariedade, da
fragmentariedade, da necessidade e da intervenção mínima, é
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 104.407 / DF
inadmissível que uma conduta seja administrativamente
irrelevante e, ao contrário, seja considerada criminalmente
relevante e punível.
A única conclusão a que se pode chegar, na espécie, é a de
que não houve lesão ao bem jurídico tutelado.”
19. Nessa mesma linha de orientação, vejam-se os REs 550.761, da
relatoria do ministro Menezes Direito; e 536.486, da relatoria da ministra
Ellen Gracie.
20. Por tudo quanto posto, não conheço do habeas corpus, ante o óbice
da Súmula 691/STF. Todavia, concedo a ordem de ofício, na linha do
parecer ministerial público. O que faço para restabelecer a sentença
proferida pelo Juízo da 10ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal,
que rejeitou a denúncia.
21. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
11
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HC 104.407 / DF
inadmissível que uma conduta seja administrativamente
irrelevante e, ao contrário, seja considerada criminalmente
relevante e punível.
A única conclusão a que se pode chegar, na espécie, é a de
que não houve lesão ao bem jurídico tutelado.”
19. Nessa mesma linha de orientação, vejam-se os REs 550.761, da
relatoria do ministro Menezes Direito; e 536.486, da relatoria da ministra
Ellen Gracie.
20. Por tudo quanto posto, não conheço do habeas corpus, ante o óbice
da Súmula 691/STF. Todavia, concedo a ordem de ofício, na linha do
parecer ministerial público. O que faço para restabelecer a sentença
proferida pelo Juízo da 10ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal,
que rejeitou a denúncia.
21. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
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Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 104.407
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S) : DANIEL MANTOVANI DOS SANTOS
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 171133 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA
Decisão: A Turma, por votação unânime, superando a restrição
fundada na Sumula 691/STF, concedeu, de ofício, a ordem, nos
termos do voto do Relator. Ausentes, justificadamente, neste
julgamento, os Senhores Ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa.
Presidiu, este julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello. 2ª
Turma, 15.02.2011.
Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Ellen Gracie, Ayres
Britto e Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 104.407
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S) : DANIEL MANTOVANI DOS SANTOS
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 171133 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA
Decisão: A Turma, por votação unânime, superando a restrição
fundada na Sumula 691/STF, concedeu, de ofício, a ordem, nos
termos do voto do Relator. Ausentes, justificadamente, neste
julgamento, os Senhores Ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa.
Presidiu, este julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello. 2ª
Turma, 15.02.2011.
Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Ellen Gracie, Ayres
Britto e Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 993749
Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 16
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1604952 | 2011-02-15T00:00:00 | 2011-12-05T00:00:00 | A Turma, por votação unânime, superando a restrição fundada na Sumula 691/STF, concedeu, de ofício, a ordem, nos termos do voto do Relator. Ausentes, justificadamente, neste julgamento, os Senhores Ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa. Presidiu, este julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello. 2ª Turma, 15.02.2011. | HABEAS CORPUS | EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME DE DESCAMINHO (ART. 334 DO CP). TIPICIDADE. INSIGNIFICÂNCIA PENAL DA CONDUTA. TRIBUTO DEVIDO QUE NÃO ULTRAPASSA A SOMA DE R$ 3.339,00 (TRÊS MIL, TREZENTOS E TRINTA E NOVE REAIS). ATIPICIDADE MATERIAL DA CONDUTA. ÓBICE DA SÚMULA 691/STF. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO.
1. O princípio da insignificância opera como vetor interpretativo do tipo penal, que tem o objetivo de excluir da abrangência do Direito Criminal condutas provocadoras de ínfima lesão ao bem jurídico por ele tutelado. Tal forma de interpretação assume contornos de uma válida medida de política criminal, visando, para além de uma desnecessária carcerização, ao descongestionamento de uma Justiça Penal que deve ocupar-se apenas das infrações tão lesivas a bens jurídicos dessa ou daquela pessoa, quanto aos interesses societários em geral.
2. No caso, a relevância penal é de ser investigada a partir das coordenadas traçadas pela Lei 10.522/2002 (objeto de conversão da Medida Provisória 2.176-79). Lei que determina o arquivamento das execuções fiscais cujo valor consolidado for igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). Sendo certo que os autos de execução serão reativados somente quando os valores dos débitos inscritos como Dívida Ativa da União pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional ultrapassarem esse valor.
3. Incidência do princípio da insignificância penal, segundo o qual, para que haja a incidência da norma incriminadora, não basta a mera adequação formal do fato empírico ao tipo. Necessário que esse fato empírico se contraponha, em substância, à conduta normativamente tipificada. É preciso que o agente passivo experimente efetivo desfalque em seu patrimônio, ora maior, ora menor, ora pequeno, mas sempre um real prejuízo material. Não, como no caso, a supressão de um tributo cujo reduzido valor pecuniário nem sequer justifica a obrigatória cobrança judicial.
4. Entendimento diverso implicaria a desnecessária mobilização de u’a máquina custosa, delicada e ao mesmo tempo complexa como é o aparato de poder em que o Judiciário consiste. Poder que não é de ser acionado para, afinal, não ter o que substancialmente tutelar.
5. Não há sentido lógico permitir que alguém seja processado, criminalmente, pela falta de recolhimento de um tributo que nem sequer se tem a certeza de que será cobrado no âmbito administrativo-tributário do Estado. Estado julgador que só é de lançar mão do direito penal para a tutela de bens jurídicos de cuja relevância não se tenha dúvida.
6. Jurisprudência pacífica de ambas as Turmas desta Casa de Justiça: RE 550.761, da relatoria do ministro Menezes Direito (Primeira Turma); RE 536.486, da relatoria da ministra Ellen Gracie (Segunda Turma); e HC 92.438, da relatoria do ministro Joaquim Barbosa (Segunda Turma).
7. Ordem concedida para restabelecer a sentença de Primeiro Grau. | sjur202316 | - Acórdãos citados: HC 76347 QO, HC 79238, HC 79748, HC
79775, HC 79776, HC 92438, HC 93072, HC 94058, HC 96374,
HC 96976, RE 514531, RE 536486, RE 550761.
Número de páginas: 16.
Análise: 10/01/2012, KBP.
Revisão: 02/02/2012, ACG. | AYRES BRITTO | Segunda Turma | 104407 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00005 INC-00068 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED DEL-002848 ANO-1940\r\n ART-00334 \r\n CP-1940 CÓDIGO PENAL\r\n",
"LEG-FED LEI-010522 ANO-2002\r\n ART-00020 PAR-00001\r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-FED MPR-002176 ANO-1979\r\n MEDIDA PROVISÓRIA\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000691 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | HC | acordaos | HC 104407 | [
""
] | PACTE.(S) : DANIEL MANTOVANI DOS SANTOS
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 171133 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 104 . 407",
"HC [UNK] 171133",
"SÚMULA 691 / STF",
"HC 104 . 407 / DF",
"RE 550 . 761",
"RE 536 . 486",
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"Súmula 691 / STF",
"HC 104 . 407 / DF",
"RE 550 . 761",
"RE 536 . 486",
"HC 92 . 438",
"Súmula 691 / STF",
"HABEAS CORPUS 104 . 407",
"HC [UNK] 171133",
"HC 171 . 133",
"Súmula 691 do STF",
"HABEAS CORPUS 104 . 407",
"HC [UNK] 171133 DO",
"HC 171 . 133",
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"HABEAS CORPUS 104 . 407",
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"76",
".",
"347",
"-",
"QO",
".",
"HABEAS CORPUS 104 . 407",
"HCs 79 . 776",
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"HC 104 . 407 / DF",
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"RE 550 . 761",
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"HC 92 . 438",
"HC 93 . 072",
"HC 104 . 407 / DF",
"RE 514 . 531",
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"HC 104 . 407 / DF",
"RE 514 . 531",
"HC 96 . 976",
"HC 104 . 407 / DF",
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"HC 96 . 374",
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"HC 94 . 058",
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"REs 550 . 761",
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"486",
"Súmula 691 / STF",
"HC 104 . 407 / DF",
"REs 550 . 761",
"536",
".",
"486",
"Súmula 691 / STF",
"HABEAS CORPUS 104 . 407",
"HC [UNK] 171133",
"Sumula 691 / STF",
"HABEAS CORPUS 104 . 407",
"HC [UNK] 171133 DO SUPERIOR",
"Sumula 691 / STF"
],
"LEGISLACAO": [
"ART . 334 DO CP",
"Lei 10 . 522 / 2002",
"Medida Provisória 2 . 176 - 79",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 334 do CP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 334 do CP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso LXVIII do art . [UNK] da CF / 88",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso LXVIII do art . [UNK] da CF / 88",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 334 , do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 334 , do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 334 do CP",
"art . 334 do Código Penal",
"Lei 10 . 522 / 2002",
"Medida Provisória 2 . 176 - 79",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 334 do CP",
"art . 334 do Código Penal",
"Lei 10 . 522 / 2002",
"Medida Provisória 2 . 176 - 79",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 334 , segunda parte do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 334 , segunda parte do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 334 DO CP",
"artigo 20 da Lei [UNK] 10 . 522 / 2002",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 334 DO CP",
"artigo 20 da Lei [UNK] 10 . 522 / 2002",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTIGO 334 , CAPUT , DO CÓDIGO PENAL",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTIGO 334 , CAPUT , DO CÓDIGO PENAL",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 334 , caput , do Código Penal",
"art . 20 da Lei [UNK] 10 . 522 / 02",
"Lei [UNK] 11 . 033 / 04",
"art . 20 da Lei [UNK] 10 . 522 / 2002",
"Lei [UNK] 11 . 033 / 2004",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 334 , caput , do Código Penal",
"art . 20 da Lei [UNK] 10 . 522 / 02",
"Lei [UNK] 11 . 033 / 04",
"art . 20 da Lei [UNK] 10 . 522 / 2002",
"Lei [UNK] 11 . 033 / 2004",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 20 DA LEI [UNK] 10 . 522 / 02",
"art . 20 da Lei [UNK] 10 . 522 / 02",
"Lei [UNK] 11 . 033 / 04",
"art . 20 da Lei [UNK] 10 . 522 / 02",
"LEI [UNK] 10 . 522 / 02",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 20 DA LEI [UNK] 10 . 522 / 02",
"art . 20 da Lei [UNK] 10 . 522 / 02",
"Lei [UNK] 11 . 033 / 04",
"art . 20 da Lei [UNK] 10 . 522 / 02",
"LEI [UNK] 10 . 522 / 02",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 10 . 522 / 02",
"Medida Provisória [UNK] 2 . 176 - 79",
"Lei [UNK] 10 . 522 / 02",
"lei federal [UNK] 10 . 522 / 01",
"Lei [UNK] 11 . 033 / 04",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 10 . 522 / 02",
"Medida Provisória [UNK] 2 . 176 - 79",
"Lei [UNK] 10 . 522 / 02",
"lei federal [UNK] 10 . 522 / 01",
"Lei [UNK] 11 . 033 / 04",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"DISTRITO FEDERAL",
"Brasília",
"Brasília",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"Brasil",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"União",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da Fazenda Nacional",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma do",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma do",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Defensoria Pública da União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Defensoria Pública da União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal",
"Tribunal",
"Regional Federal da [UNK] Região",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal",
"Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Pró",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Pró",
"-",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Central Hardware",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Central Hardware",
"IBCCRIM",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Fazenda Nacional",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da Fazenda Nacional",
"Fazenda",
"União",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da Fazenda Nacional",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal",
"Federal",
"Fazenda Nacional",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da Fazenda Nacional",
"União",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da Fazenda Nacional",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Fazenda Nacional",
"Fazenda Nacional",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Fazenda Nacional",
"Fazenda Nacional",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Receita Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Receita Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"União",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da Fazenda Nacional",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"União",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da Fazenda Nacional",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal Regional Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"União",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"União",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da Fazenda Nacional",
"Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Ministério Público",
"Tribunal Regional Federal",
"da [UNK] Região",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Procuradoria",
"-",
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"Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Ministério Público",
"Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
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"-",
"Brasil",
"[UNK] Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Brasil",
"Supremo Tribunal",
"[UNK] Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
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"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"AYRES BRITTO",
"DANIEL MANTOVANI DOS SANTOS",
"Menezes Direito",
"Ellen Gracie",
"Joaquim Barbosa",
"Celso de Mello",
"AYRES BRITTO",
"Menezes Direito",
"Ellen Gracie",
"Joaquim Barbosa",
"Celso de Mello",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"DANIEL MANTOVANI DOS SANTOS",
"AYRES BRITTO",
"Daniel Mantovani dos Santos",
"AYRES BRITTO",
"DANIEL MANTOVANI DOS SANTOS",
"AYRES BRITTO",
"Daniel Mantovani dos Santos",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
"Celso de Mello",
"Maurício Corrêa",
"AYRES BRITTO",
"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
"Celso de Mello",
"Maurício Corrêa",
"AYRES BRITTO",
"Rodrigo da Silva",
"DANIEL MANTOVANI DOS SANTOS",
"Fernando Célio de Brito Nogueira",
"NOGUEIRA , Fernando Célio de Brito",
"Rodrigo da Silva",
"DANIEL MANTOVANI DOS SANTOS",
"Fernando Célio de Brito Nogueira",
"NOGUEIRA , Fernando Célio de Brito",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Menezes Direito",
"Ellen Gracie",
"Joaquim Barbosa",
"Menezes Direito",
"Ellen Gracie",
"Joaquim Barbosa",
"AYRES BRITTO",
"Joaquim Barbosa",
"Cezar Peluso",
"Joaquim Barbosa",
"Cezar Peluso",
"AYRES BRITTO",
"Ellen Gracie",
"Ellen Gracie",
"AYRES BRITTO",
"Joaquim Barbosa",
"Joaquim Barbosa",
"AYRES BRITTO",
"Menezes Direito",
"Ellen Gracie",
"Menezes Direito",
"Ellen Gracie",
"AYRES BRITTO",
"DANIEL MANTOVANI DOS SANTOS",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Celso de Mello",
"Ellen Gracie",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Paulo da Rocha Campos",
"Carlos Alberto Cantanhede",
"AYRES BRITTO",
"DANIEL MANTOVANI DOS SANTOS",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Celso de Mello",
"Ellen Gracie",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Paulo da Rocha Campos",
"Carlos Alberto Cantanhede"
],
"TEMPO": [
"15",
"/",
"02",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"05",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"15 de fevereiro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15 de fevereiro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
"/",
"02",
"/",
"2011",
"2003",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
"/",
"02",
"/",
"2011",
"2003",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
"/",
"02",
"/",
"2011",
"2003",
"04 de setembro do ano de 2003",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
"/",
"02",
"/",
"2011",
"2003",
"04 de setembro do ano de 2003",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2002",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2002",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
".",
"02",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
".",
"02",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
29/03/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 106.957 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:SIMONE LUZ DE AVILA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME DE TENTATIVA DE FURTO
(CAPUT DO ART. 155, COMBINADO COM O INCISO II DO ART. 14 DO
CÓDIGO PENAL). BIJUTERIAS QUE NÃO SUPERAM O VALOR DE R$
140,00 (CENTO E QUARENTA REAIS). ALEGADA INCIDÊNCIA DO
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA PENAL. ATIPICIDADE MATERIAL
DA CONDUTA, POR SE TRATAR DE UM INDIFERENTE PENAL.
PROCEDÊNCIA DA ALEGAÇÃO. ANÁLISE OBJETIVA. ORDEM
CONCEDIDA.
1. Para que se dê a incidência da norma penal, não basta a mera
adequação formal do fato empírico ao tipo legal. É preciso que a conduta
delituosa se contraponha, em substância, ao tipo em causa. Pena de se
provocar a desnecessária mobilização de u’a máquina custosa, delicada e
ao mesmo tempo complexa como é o aparato de poder em que o
Judiciário consiste. Poder que não é de ser acionado para, afinal, não ter o
que substancialmente tutelar.
2. No caso, a inexpressividade financeira do objeto que se tentou
furtar salta aos olhos. Risco de um desfalque praticamente nulo no
patrimônio da suposta vítima, que, por isso mesmo, nenhum sentimento
de impunidade experimentará com o reconhecimento da atipicidade da
conduta da acusada.
3. Habeas corpus deferido para determinar o trancamento da ação
penal, com a adoção do princípio da insignificância penal.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1465748.
Supremo Tribunal Federal
DJe 07/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9
Ementa e Acórdão
HC 106.957 / RS
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em deferir a ordem, o que
fazem nos termos do voto do Relator e por unanimidade de votos, em
sessão presidida pelo Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata
do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 29 de março de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO
-
RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1465748.
Supremo Tribunal Federal
HC 106.957 / RS
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em deferir a ordem, o que
fazem nos termos do voto do Relator e por unanimidade de votos, em
sessão presidida pelo Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata
do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 29 de março de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO
-
RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1465748.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 9
Relatório
29/03/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 106.957 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:SIMONE LUZ DE AVILA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Trata-se de habeas corpus, aparelhado com pedido de medida liminar,
impetrado contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça. Acórdão que
recusou a tese defensiva da atipicidade da conduta debitada à paciente.
2. Pois bem, a Defensoria Pública da União, impetrante, alega a
irrelevância penal do fato narrado na inicial acusatória. Fato, esse,
formalmente constituidor do delito de furto simples, na forma tentada. E
o que diz a acionante? Fala que:
“[...] o ato de que é acusada a paciente reveste-se de
insignificância. Efetivamente foi de pouca gravidade; não
atingiu o bem jurídico de maneira que tenha apresentado
ofensa ou perigo capaz de lesão ao objeto jurídico tutelado pela
norma penal incriminadora e que até já foi devolvido à vítima.
[...]”
3. Avanço neste relato para anotar que o ministro Cezar Peluso, no
período de férias forenses, indeferiu a medida liminar requestada. Isso
diante do caráter satisfativo do pleito cautelar. Na oportunidade, Sua
Excelência solicitou informações à autoridade impetrada.
4. À derradeira, consigno que a Procuradoria-Geral da República
opinou pela denegação da ordem.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1465749.
Supremo Tribunal Federal
29/03/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 106.957 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:SIMONE LUZ DE AVILA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Trata-se de habeas corpus, aparelhado com pedido de medida liminar,
impetrado contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça. Acórdão que
recusou a tese defensiva da atipicidade da conduta debitada à paciente.
2. Pois bem, a Defensoria Pública da União, impetrante, alega a
irrelevância penal do fato narrado na inicial acusatória. Fato, esse,
formalmente constituidor do delito de furto simples, na forma tentada. E
o que diz a acionante? Fala que:
“[...] o ato de que é acusada a paciente reveste-se de
insignificância. Efetivamente foi de pouca gravidade; não
atingiu o bem jurídico de maneira que tenha apresentado
ofensa ou perigo capaz de lesão ao objeto jurídico tutelado pela
norma penal incriminadora e que até já foi devolvido à vítima.
[...]”
3. Avanço neste relato para anotar que o ministro Cezar Peluso, no
período de férias forenses, indeferiu a medida liminar requestada. Isso
diante do caráter satisfativo do pleito cautelar. Na oportunidade, Sua
Excelência solicitou informações à autoridade impetrada.
4. À derradeira, consigno que a Procuradoria-Geral da República
opinou pela denegação da ordem.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1465749.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 9
Voto - MIN. AYRES BRITTO
29/03/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 106.957 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
De saída, colho os fatos narrados na denúncia:
“[...]
No dia 27 de março de 2008, por volta das 15h15min, na
Rua Zaliy, 143, Centro, nesta cidade, no interior da Loja Strap, a
denunciada tentou subtrair, para si, visando lucro fácil, uma
corrente banhada em prata, no valor de R$ 70,00; um par de
brincos banhados em prata, no valar de R$ 20,00; um par de
brincos banhados em prata, no valor de R$ 25,00, e um pingente
banhado em prata, no valor de R$ 25,00, conforme auto de
apreensão da fl. 06, os quais pertenciam ao referido
estabelecimento comercial.
Na oportunidade, a denunciada adentrou no
estabelecimento comercial e solicitou à atendente [...] para olhar
os bens acima. Enquanto dita funcionária exibia as bijouterias à
acusada esta, segurando os bens em suas mãos, retirou-se em
disparada da loja, na posse da res furtivae, somente não
alcançando consumar o delito, por circunstâncias alheias à sua
vontade, porquanto fora perseguida pelas atendentes da lona e
detida por um policial militar que se encontrava próximo ao
local do fato.
A res foi apreendida e restituída à vítima, conforme auto
de restituição da fl. 07.
[...]”
7. Nessa contextura, e considerando tanto a “baixa periculosidade e
lesividade” da conduta quanto a “inexistência de qualquer prejuízo à vítima”,
o Juízo de Direito da 1ª Vara Criminal da Comarca de Rio Grande/RS
rejeitou a denúncia, aduzindo a atipicidade do fato descrito pelo órgão de
acusação.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1465750.
Supremo Tribunal Federal
29/03/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 106.957 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
De saída, colho os fatos narrados na denúncia:
“[...]
No dia 27 de março de 2008, por volta das 15h15min, na
Rua Zaliy, 143, Centro, nesta cidade, no interior da Loja Strap, a
denunciada tentou subtrair, para si, visando lucro fácil, uma
corrente banhada em prata, no valor de R$ 70,00; um par de
brincos banhados em prata, no valar de R$ 20,00; um par de
brincos banhados em prata, no valor de R$ 25,00, e um pingente
banhado em prata, no valor de R$ 25,00, conforme auto de
apreensão da fl. 06, os quais pertenciam ao referido
estabelecimento comercial.
Na oportunidade, a denunciada adentrou no
estabelecimento comercial e solicitou à atendente [...] para olhar
os bens acima. Enquanto dita funcionária exibia as bijouterias à
acusada esta, segurando os bens em suas mãos, retirou-se em
disparada da loja, na posse da res furtivae, somente não
alcançando consumar o delito, por circunstâncias alheias à sua
vontade, porquanto fora perseguida pelas atendentes da lona e
detida por um policial militar que se encontrava próximo ao
local do fato.
A res foi apreendida e restituída à vítima, conforme auto
de restituição da fl. 07.
[...]”
7. Nessa contextura, e considerando tanto a “baixa periculosidade e
lesividade” da conduta quanto a “inexistência de qualquer prejuízo à vítima”,
o Juízo de Direito da 1ª Vara Criminal da Comarca de Rio Grande/RS
rejeitou a denúncia, aduzindo a atipicidade do fato descrito pelo órgão de
acusação.
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 106.957 / RS
8. Deu-se que o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
reformou a decisão do Juízo Processante e determinou o “normal
processamento do feito”.
9. Nessa mesma linha interpretativa, o Superior Tribunal de Justiça
deu pela tipicidade formal e material da conduta debitada à paciente. Isso
embasado na idéia-força de que “o valor dos bens furtados pela paciente (R$
140,00) não se insere na concepção doutrinária e jurisprudencial de crime de
bagatela, razão pela qual não incide na espécie o princípio da insignificância”.
10. Dito isso, passo a examinar, desde logo, a tese de que os fatos
alegadamente praticados pela acionante são atípicos. Fazendo-o, começo
por lembrar que o princípio da insignificância é doutrinariamente
versado como vetor interpretativo do tipo penal. É dizer: vetor
interpretativo que exclui da abrangência do Direito Penal condutas
provocadoras de ínfima lesão ao bem jurídico por ele tutelado.
11. Tal forma de interpretação conduz, para além de uma
desnecessária carcerização, ao descongestionamento de uma Justiça Penal
que se deve ocupar apenas de infrações tão lesivas a bens jurídicos dessa
ou daquela pessoa quanto aos interesses societários em geral. Estou a
dizer: há situações em que o delito não se configura senão quanto à sua
teórica adequação à respectiva descrição normativa, pois o certo é que, no
plano dos fatos, é praticamente nulo o desfalque patrimonial
experimentado pela vítima, como praticamente nula a sua expectativa
quanto a punição do acusado.
13. Certo, não se nega o caráter dual da aplicabilidade do princípio.
Se, de um lado, revelam-se patentes a necessidade e a utilidade da
consideração da insignificância, por outro, é imprescindível que sua
aplicação se dê de maneira criteriosa. Isso para evitar que a tolerância
estatal vá além dos limites do razoável em função dos bens jurídicos
envolvidos. É dizer: todo cuidado é preciso para que a insignificância
como verdadeiro “indiferente penal” não seja aplicada para estimular
condutas atentatórias da legítima esfera de interesses tanto dos supostos
agentes passivos quanto da sociedade como um todo.
14. Presente essa moldura teórica, pondero que, no caso sub judice, é
2
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8. Deu-se que o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
reformou a decisão do Juízo Processante e determinou o “normal
processamento do feito”.
9. Nessa mesma linha interpretativa, o Superior Tribunal de Justiça
deu pela tipicidade formal e material da conduta debitada à paciente. Isso
embasado na idéia-força de que “o valor dos bens furtados pela paciente (R$
140,00) não se insere na concepção doutrinária e jurisprudencial de crime de
bagatela, razão pela qual não incide na espécie o princípio da insignificância”.
10. Dito isso, passo a examinar, desde logo, a tese de que os fatos
alegadamente praticados pela acionante são atípicos. Fazendo-o, começo
por lembrar que o princípio da insignificância é doutrinariamente
versado como vetor interpretativo do tipo penal. É dizer: vetor
interpretativo que exclui da abrangência do Direito Penal condutas
provocadoras de ínfima lesão ao bem jurídico por ele tutelado.
11. Tal forma de interpretação conduz, para além de uma
desnecessária carcerização, ao descongestionamento de uma Justiça Penal
que se deve ocupar apenas de infrações tão lesivas a bens jurídicos dessa
ou daquela pessoa quanto aos interesses societários em geral. Estou a
dizer: há situações em que o delito não se configura senão quanto à sua
teórica adequação à respectiva descrição normativa, pois o certo é que, no
plano dos fatos, é praticamente nulo o desfalque patrimonial
experimentado pela vítima, como praticamente nula a sua expectativa
quanto a punição do acusado.
13. Certo, não se nega o caráter dual da aplicabilidade do princípio.
Se, de um lado, revelam-se patentes a necessidade e a utilidade da
consideração da insignificância, por outro, é imprescindível que sua
aplicação se dê de maneira criteriosa. Isso para evitar que a tolerância
estatal vá além dos limites do razoável em função dos bens jurídicos
envolvidos. É dizer: todo cuidado é preciso para que a insignificância
como verdadeiro “indiferente penal” não seja aplicada para estimular
condutas atentatórias da legítima esfera de interesses tanto dos supostos
agentes passivos quanto da sociedade como um todo.
14. Presente essa moldura teórica, pondero que, no caso sub judice, é
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HC 106.957 / RS
necessário saber se a alegada tentativa de furto de algumas bijuterias,
avaliadas em R$ 140,00 (cento e quarenta reais), pode ou não ser
considerado como infração de bagatela. Nonada, ou prejuízo tão irrisório
ao ponto de excluir a própria tipicidade material da conduta do agente e,
por conseqüência, o direito estatal de punir.
15. Muito bem. Aqui, atento às peculiaridades do feito, tenho por
imperiosa a aplicação do princípio da insignificância penal. É que os fatos
atribuídos à paciente não tiveram a força de agredir, materialmente, o
tipo penal incriminador (cabeça do art. 155, combinado com o inciso II do
art. 14, ambos do Código Penal); ou seja, para que se dê a incidência da
norma penal não basta a mera adequação formal do fato empírico ao tipo
legal. É preciso que a conduta delituosa se contraponha, em substância,
ao tipo em causa. Pena de se provocar a mobilização de u’a máquina
custosa, delicada e ao mesmo tempo complexa como é o aparato de poder
em que o Judiciário consiste para afinal não ter o que substancialmente
tutelar.
16. No caso, a patente inexpressividade financeira do objeto que o
acusado tentou subtrair (cento e quarenta reais) salta aos olhos. Isto sem
contar que a vítima não sofreu nenhum prejuízo material, sendo certo que
não houve nenhum ato de violência praticado pelo acusado. Mais: a
conduta imputada ao paciente consistiu no risco de um desfalque
praticamente nulo no patrimônio da suposta vítima, que, por isso mesmo,
nenhum sentimento de impunidade experimentará com o
reconhecimento da atipicidade penal. Nessa linha de orientação, leiam-se
os seguintes precedentes do Supremo Tribunal Federal:
“Habeas Corpus. 2. Furto de janela veneziana no valor de
R$ 120,00 (cento e vinte reais). 3. Mínimo grau de lesividade da
conduta. Aplicação do princípio da insignificância.
Possibilidade. 4. Ordem concedida.”
(HC 104.468, da relatoria do ministro Gilmar Mendes.)
“DIREITO PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME DE
FURTO.
PRINCÍPIO
DA
INSIGNIFICÂNCIA.
3
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necessário saber se a alegada tentativa de furto de algumas bijuterias,
avaliadas em R$ 140,00 (cento e quarenta reais), pode ou não ser
considerado como infração de bagatela. Nonada, ou prejuízo tão irrisório
ao ponto de excluir a própria tipicidade material da conduta do agente e,
por conseqüência, o direito estatal de punir.
15. Muito bem. Aqui, atento às peculiaridades do feito, tenho por
imperiosa a aplicação do princípio da insignificância penal. É que os fatos
atribuídos à paciente não tiveram a força de agredir, materialmente, o
tipo penal incriminador (cabeça do art. 155, combinado com o inciso II do
art. 14, ambos do Código Penal); ou seja, para que se dê a incidência da
norma penal não basta a mera adequação formal do fato empírico ao tipo
legal. É preciso que a conduta delituosa se contraponha, em substância,
ao tipo em causa. Pena de se provocar a mobilização de u’a máquina
custosa, delicada e ao mesmo tempo complexa como é o aparato de poder
em que o Judiciário consiste para afinal não ter o que substancialmente
tutelar.
16. No caso, a patente inexpressividade financeira do objeto que o
acusado tentou subtrair (cento e quarenta reais) salta aos olhos. Isto sem
contar que a vítima não sofreu nenhum prejuízo material, sendo certo que
não houve nenhum ato de violência praticado pelo acusado. Mais: a
conduta imputada ao paciente consistiu no risco de um desfalque
praticamente nulo no patrimônio da suposta vítima, que, por isso mesmo,
nenhum sentimento de impunidade experimentará com o
reconhecimento da atipicidade penal. Nessa linha de orientação, leiam-se
os seguintes precedentes do Supremo Tribunal Federal:
“Habeas Corpus. 2. Furto de janela veneziana no valor de
R$ 120,00 (cento e vinte reais). 3. Mínimo grau de lesividade da
conduta. Aplicação do princípio da insignificância.
Possibilidade. 4. Ordem concedida.”
(HC 104.468, da relatoria do ministro Gilmar Mendes.)
“DIREITO PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME DE
FURTO.
PRINCÍPIO
DA
INSIGNIFICÂNCIA.
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HC 106.957 / RS
ANTECEDENTES CRIMINAIS. ORDEM CONCEDIDA. 1. A
questão de direito tratada neste writ, consoante a tese exposta
pela impetrante na petição inicial, é a suposta atipicidade da
conduta realizada pelo paciente com base no princípio da
insignificância. 2. Considero, na linha do pensamento
jurisprudencial mais atualizado que, não ocorrendo ofensa ao
bem jurídico tutelado pela norma penal, por ser mínima (ou
nenhuma) a lesão, há de ser reconhecida a excludente de
atipicidade representada pela aplicação do princípio da
insignificância. O comportamento passa a ser considerado
irrelevante sob a perspectiva do Direito Penal diante da
ausência de ofensa ao bem jurídico protegido. 3. Como já
analisou o Min. Celso de Mello, o princípio da insignificância
tem como vetores a mínima ofensividade da conduta do agente,
a nenhuma periculosidade social da ação, o reduzido grau de
reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da
lesão jurídica provocada (HC 84.412/SP). 4. No presente caso,
considero que tais vetores se fazem simultaneamente presentes.
Consoante o critério da tipicidade material (e não apenas
formal), excluem-se os fatos e comportamentos reconhecidos
como de bagatela, nos quais têm perfeita aplicação o princípio
da insignificância. O critério da tipicidade material deverá levar
em consideração a importância do bem jurídico possivelmente
atingido no caso concreto. 5. Não há que se ponderar o aspecto
subjetivo para a configuração do princípio da insignificância.
Precedentes. 6. Habeas Corpus concedido.”
(HC 102.080, da relatoria da ministra Ellen Gracie.)
“1. AÇÃO PENAL. Justa causa. Inexistência. Delito de
furto. Subtração de garrafa de vinho estimada em vinte reais.
Res furtiva de valor insignificante. Crime de bagatela. Aplicação
do princípio da insignificância. Atipicidade reconhecida.
Extinção do processo. HC concedido para esse fim. Precedentes.
Verificada a objetiva insignificância jurídica do ato tido por
delituoso, é de ser extinto o processo da ação penal, por
atipicidade do comportamento e conseqüente inexistência de
4
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HC 106.957 / RS
ANTECEDENTES CRIMINAIS. ORDEM CONCEDIDA. 1. A
questão de direito tratada neste writ, consoante a tese exposta
pela impetrante na petição inicial, é a suposta atipicidade da
conduta realizada pelo paciente com base no princípio da
insignificância. 2. Considero, na linha do pensamento
jurisprudencial mais atualizado que, não ocorrendo ofensa ao
bem jurídico tutelado pela norma penal, por ser mínima (ou
nenhuma) a lesão, há de ser reconhecida a excludente de
atipicidade representada pela aplicação do princípio da
insignificância. O comportamento passa a ser considerado
irrelevante sob a perspectiva do Direito Penal diante da
ausência de ofensa ao bem jurídico protegido. 3. Como já
analisou o Min. Celso de Mello, o princípio da insignificância
tem como vetores a mínima ofensividade da conduta do agente,
a nenhuma periculosidade social da ação, o reduzido grau de
reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da
lesão jurídica provocada (HC 84.412/SP). 4. No presente caso,
considero que tais vetores se fazem simultaneamente presentes.
Consoante o critério da tipicidade material (e não apenas
formal), excluem-se os fatos e comportamentos reconhecidos
como de bagatela, nos quais têm perfeita aplicação o princípio
da insignificância. O critério da tipicidade material deverá levar
em consideração a importância do bem jurídico possivelmente
atingido no caso concreto. 5. Não há que se ponderar o aspecto
subjetivo para a configuração do princípio da insignificância.
Precedentes. 6. Habeas Corpus concedido.”
(HC 102.080, da relatoria da ministra Ellen Gracie.)
“1. AÇÃO PENAL. Justa causa. Inexistência. Delito de
furto. Subtração de garrafa de vinho estimada em vinte reais.
Res furtiva de valor insignificante. Crime de bagatela. Aplicação
do princípio da insignificância. Atipicidade reconhecida.
Extinção do processo. HC concedido para esse fim. Precedentes.
Verificada a objetiva insignificância jurídica do ato tido por
delituoso, é de ser extinto o processo da ação penal, por
atipicidade do comportamento e conseqüente inexistência de
4
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 106.957 / RS
justa causa.
[...]”
(HC 88.393, da relatoria do ministro Cezar Peluso –Segunda Turma.)
(Sem destaques no original.)
17. De se ver, ainda, que a peça inicial acusatória foi acompanhada
de proposta de suspensão condicional do processo, nos termos do art. 89
da Lei 9.099/1995. Proposta segundo a qual o denunciado não se ressente
de condenação anterior e atende, em linha de princípio, aos requisitos
descritos no art. 77 do Código Penal (“I – o condenado não seja reincidente
em crime doloso; II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a
concessão do benefício; [...]”).
18. Por tudo quanto posto, concedo o habeas corpus. O que faço para
determinar o trancamento da Ação Penal nº 023/2080003607-1 da 1ª Vara
Criminal da Comarca de Rio Grande/RS, com a adoção do princípio da
insignificância.
19. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
5
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HC 106.957 / RS
justa causa.
[...]”
(HC 88.393, da relatoria do ministro Cezar Peluso –Segunda Turma.)
(Sem destaques no original.)
17. De se ver, ainda, que a peça inicial acusatória foi acompanhada
de proposta de suspensão condicional do processo, nos termos do art. 89
da Lei 9.099/1995. Proposta segundo a qual o denunciado não se ressente
de condenação anterior e atende, em linha de princípio, aos requisitos
descritos no art. 77 do Código Penal (“I – o condenado não seja reincidente
em crime doloso; II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a
concessão do benefício; [...]”).
18. Por tudo quanto posto, concedo o habeas corpus. O que faço para
determinar o trancamento da Ação Penal nº 023/2080003607-1 da 1ª Vara
Criminal da Comarca de Rio Grande/RS, com a adoção do princípio da
insignificância.
19. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
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Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 106.957
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S) : SIMONE LUZ DE AVILA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Deferida a ordem, nos termos do voto do Relator.
Decisão unânime. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o
Senhor Ministro Celso de Mello. 2ª Turma, 29.03.2011.
Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à
sessão a Senhora Ministra Ellen Gracie e os Senhores Ministros
Ayres Britto e Joaquim Barbosa. Ausente, justificadamente, o
Senhor Ministro Celso de Mello.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Mário José Gisi.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
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EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 106.957
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S) : SIMONE LUZ DE AVILA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Deferida a ordem, nos termos do voto do Relator.
Decisão unânime. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o
Senhor Ministro Celso de Mello. 2ª Turma, 29.03.2011.
Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à
sessão a Senhora Ministra Ellen Gracie e os Senhores Ministros
Ayres Britto e Joaquim Barbosa. Ausente, justificadamente, o
Senhor Ministro Celso de Mello.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Mário José Gisi.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1609482 | 2011-03-29T00:00:00 | 2011-12-07T00:00:00 | Deferida a ordem, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello. 2ª Turma, 29.03.2011. | HABEAS CORPUS | EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME DE TENTATIVA DE FURTO (CAPUT DO ART. 155, COMBINADO COM O INCISO II DO ART. 14 DO CÓDIGO PENAL). BIJUTERIAS QUE NÃO SUPERAM O VALOR DE R$ 140,00 (CENTO E QUARENTA REAIS). ALEGADA INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA PENAL. ATIPICIDADE MATERIAL DA CONDUTA, POR SE TRATAR DE UM INDIFERENTE PENAL. PROCEDÊNCIA DA ALEGAÇÃO. ANÁLISE OBJETIVA. ORDEM CONCEDIDA.
1. Para que se dê a incidência da norma penal, não basta a mera adequação formal do fato empírico ao tipo legal. É preciso que a conduta delituosa se contraponha, em substância, ao tipo em causa. Pena de se provocar a desnecessária mobilização de u’a máquina custosa, delicada e ao mesmo tempo complexa como é o aparato de poder em que o Judiciário consiste. Poder que não é de ser acionado para, afinal, não ter o que substancialmente tutelar.
2. No caso, a inexpressividade financeira do objeto que se tentou furtar salta aos olhos. Risco de um desfalque praticamente nulo no patrimônio da suposta vítima, que, por isso mesmo, nenhum sentimento de impunidade experimentará com o reconhecimento da atipicidade da conduta da acusada.
3. Habeas corpus deferido para determinar o trancamento da ação penal, com a adoção do princípio da insignificância penal. | sjur202508 | - Acórdãos citados: HC 88393, HC 102080, HC 104468.
- Veja Ação Penal 023/2080003607-1 da 1ª Vara Criminal da Comarca de Rio Grande/RS.
Número de páginas: 9.
Análise: 13/01/2012, SEV.
Revisão: 01/02/2012, MMR. | AYRES BRITTO | Segunda Turma | 106957 | [
"LEG-FED DEL-002848 ANO-1940\r\n ART-00014 INC-00002 ART-00077 ART-00155\r\n \"CAPUT\"\r\n CP-1940 CÓDIGO PENAL\r\n",
"LEG-FED LEI-009099 ANO-1995\r\n ART-00089 \r\n LJE-1995 LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS"
] | HC | acordaos | HC 106957 | [
""
] | PACTE.(S) : SIMONE LUZ DE AVILA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 106 . 957",
"HC 106 . 957 / RS",
"HC 106 . 957 / RS",
"HABEAS CORPUS 106 . 957",
"HABEAS CORPUS 106 . 957",
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"HABEAS CORPUS 106 . 957",
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"HC 106 . 957 / RS",
"HC 104 . 468",
"HC 106 . 957 / RS",
"HC 104 . 468",
"HC 106 . 957 / RS",
"HC 84 . 412 / SP",
"HC 102 . 080",
"HC 106 . 957 / RS",
"HC 84 . 412 / SP",
"HC 102 . 080",
"HC 106 . 957 / RS",
"HC 88 . 393",
"Ação Penal [UNK] 023 / 2080003607 - 1",
"HC 106 . 957 / RS",
"HC 88 . 393",
"Ação Penal [UNK] 023 / 2080003607 - 1",
"HABEAS CORPUS 106 . 957",
"HABEAS CORPUS 106 . 957"
],
"LEGISLACAO": [
"INCISO II DO ART . 14 DO CÓDIGO PENAL",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 155 ,",
"inciso II do art . 14 , ambos do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 155 , combinado",
"inciso II do art . 14 , ambos do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 89 da Lei 9 . 099 / 1995",
"art . 77 do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 89 da Lei 9 . 099 / 1995",
"art . 77 do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"RIO GRANDE DO SUL",
"Brasília",
"Brasília",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"Rua Zaliy",
"RIO GRANDE DO SUL",
"Rua Zaliy",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Defensoria Pública da União",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Defensoria Pública da União",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Vara Criminal da Comarca de Rio Grande / RS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Loja Strap",
"[UNK] Vara Criminal da Comarca de Rio Grande / RS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Segunda Turma",
"[UNK] Vara Criminal da Comarca de Rio Grande / RS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"[UNK] Vara Criminal da Comarca de Rio Grande / RS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"AYRES BRITTO",
"SIMONE LUZ DE AVILA",
"Gilmar Mendes",
"AYRES BRITTO",
"Gilmar Mendes",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"SIMONE LUZ DE AVILA",
"AYRES BRITTO",
"Cezar Peluso",
"AYRES BRITTO",
"SIMONE LUZ DE AVILA",
"AYRES BRITTO",
"Cezar Peluso",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Gilmar Mendes",
"Gilmar Mendes",
"AYRES BRITTO",
"Celso de Mello",
"Ellen Gracie",
"Celso de Mello",
"Ellen Gracie",
"AYRES BRITTO",
"Cezar Peluso",
"Cezar Peluso",
"AYRES BRITTO",
"SIMONE LUZ DE AVILA",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ellen Gracie",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Celso de Mello",
"Mário José Gisi",
"Carlos Alberto Cantanhede",
"AYRES BRITTO",
"SIMONE LUZ DE AVILA",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ellen Gracie",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Celso de Mello",
"Mário José Gisi",
"Carlos Alberto Cantanhede"
],
"TEMPO": [
"29",
"/",
"03",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"07",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"29 de março de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29 de março de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
"/",
"03",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
"/",
"03",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
"/",
"03",
"/",
"2011",
"27 de março de 2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
"/",
"03",
"/",
"2011",
"27 de março de 2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
".",
"03",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
".",
"03",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Decisão sobre Repercussão Geral
21/04/2011
PLENÁRIO
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 636.562 SANTA
CATARINA
RELATOR
: MIN. JOAQUIM BARBOSA
RECTE.(S)
:UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL
RECDO.(A/S)
:JOSÉ LINO SCHAPPO
ADV.(A/S)
:EUGÊNIO SALOMÃO RICHARD CÂMARA
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO – ADMINISTRATIVO
- FINANCEIRO. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. MARCO INICIAL.
RESERVA DE LEI COMPLEMENTAR DE NORMAS GERAIS PARA
DISPOR SOBRE PRESCRIÇÃO. SUPREMACIA DAS DISPOSIÇÕES DO
CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL POR FORÇA DA CONSTITUIÇÃO.
ART. 173 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. ART. 40, § 4º DA
LEI 6.830/1980 (REDAÇÃO DA LEI 11.051/2004).
ART, 146, III, B DA CONSTITUIÇÃO.
Possui repercussão geral a discussão sobre o marco inicial da
contagem do prazo de que dispõe a Fazenda Pública para localizar bens
do executado, nos termos do art. 40, § 4º da Lei 6.830/1980.
Decisão: O Tribunal reconheceu a existência de repercussão geral da
questão constitucional suscitada. Não se manifestaram os Ministros Cezar
Peluso e Cármen Lúcia.
Ministro JOAQUIM BARBOSA
Relator
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1594779.
Supremo Tribunal Federal
DJe 01/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10
Manifestação sobre a Repercussão Geral
21/04/2011
PLENÁRIO
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 636.562 SANTA
CATARINA
M A N I F E S T A Ç Ã O
CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO – ADMINISTRATIVO -
FINANCEIRO. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. MARCO INICIAL.
RESERVA DE LEI COMPLEMENTAR DE NORMAS GERAIS PARA
DISPOR SOBRE PRESCRIÇÃO. SUPREMACIA DAS DISPOSIÇÕES DO
CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL POR FORÇA DA CONSTITUIÇÃO.
ART. 173 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. ART. 40, § 4º
DA LEI 6.830/1980 (REDAÇÃO DA LEI 11.051/2004).
ART, 146, III, B DA CONSTITUIÇÃO.
Possui repercussão geral a discussão sobre o marco
inicial da contagem do prazo de que dispõe a Fazenda
Pública para localizar bens do executado, nos termos
do art. 40, § 4º da Lei 6.830/1980.
O Senhor Ministro Joaquim Barbosa (Relator): Trata-se
de recurso extraordinário (art. 102, III, b da
Constituição) interposto de acórdão prolatado pelo
Tribunal Regional Federal da 4ª Região assim ementado:
“EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. OCORRÊNCIA.
1. O Código Tributário Nacional possui status de lei
complementar e as diretrizes nele estabelecidas
relativas à decadência e prescrição prevalecem à Lei
de Execuções Fiscais, norma hierarquicamente inferior.
2. Paralisado o processo por mais de cinco anos, se
ausente causa de suspensão ou interrupção, ocorre a
prescrição intercorrente.
3. Declarada pela Corte Especial deste TRF a
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Supremo Tribunal Federal
21/04/2011
PLENÁRIO
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 636.562 SANTA
CATARINA
M A N I F E S T A Ç Ã O
CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO – ADMINISTRATIVO -
FINANCEIRO. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. MARCO INICIAL.
RESERVA DE LEI COMPLEMENTAR DE NORMAS GERAIS PARA
DISPOR SOBRE PRESCRIÇÃO. SUPREMACIA DAS DISPOSIÇÕES DO
CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL POR FORÇA DA CONSTITUIÇÃO.
ART. 173 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. ART. 40, § 4º
DA LEI 6.830/1980 (REDAÇÃO DA LEI 11.051/2004).
ART, 146, III, B DA CONSTITUIÇÃO.
Possui repercussão geral a discussão sobre o marco
inicial da contagem do prazo de que dispõe a Fazenda
Pública para localizar bens do executado, nos termos
do art. 40, § 4º da Lei 6.830/1980.
O Senhor Ministro Joaquim Barbosa (Relator): Trata-se
de recurso extraordinário (art. 102, III, b da
Constituição) interposto de acórdão prolatado pelo
Tribunal Regional Federal da 4ª Região assim ementado:
“EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. OCORRÊNCIA.
1. O Código Tributário Nacional possui status de lei
complementar e as diretrizes nele estabelecidas
relativas à decadência e prescrição prevalecem à Lei
de Execuções Fiscais, norma hierarquicamente inferior.
2. Paralisado o processo por mais de cinco anos, se
ausente causa de suspensão ou interrupção, ocorre a
prescrição intercorrente.
3. Declarada pela Corte Especial deste TRF a
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10
Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 636.562 RG / SC
inconstitucionalidade do caput e § 4º do art. 40 da
Lei nº 6.830/80, por conflitar com a prescrição
quinquenal prevista no art. 174 do CTN, que não aponta
hipótese de suspensão do prazo (ArgInc nº 0004671-
46.2003.404.7200/SC, D.E. 15/09/10).
4. Não se justifica a manutenção de relação processual
inócua, com prescrição do direito de ação e prescrição
intercorrente evidenciadas.
5. Mantido o decreto de extinção da execução fiscal
pela ocorrência da prescrição intercorrente.” (Fls.
205).
Em síntese, sustenta-se a constitucionalidade da norma
que estabeleceu o prazo de prescrição intercorrente
para a cobrança do crédito tributário.
Há preliminar formal de repercussão geral (Fls. 208).
É o relatório.
Entendo que a matéria constitucional versada nestes
autos possui repercussão geral.
sta Corte tem examinado uma série de controvérsias
que envolvem a caracterização do papel que as normas
gerais em matéria tributária têm no sistema
constitucional. Dentre outros assuntos relevantes, o
Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de
reserva de lei complementar para dispor sobre
prescrição e decadência em matéria tributária (SV 8) e
sobre responsabilidade tributária (RE 562.276, rel.
min. Ellen Gracie, Pleno, DJe de 10.02.2011, sem
prejuízo das violações materiais).
No caso em exame, discute-se qual deve ser o marco
inicial para a contagem do prazo de que dispõe a
Fazenda Pública para encontrar e indicar bens do
executado: o despacho que determina a suspensão do
2
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Supremo Tribunal Federal
RE 636.562 RG / SC
inconstitucionalidade do caput e § 4º do art. 40 da
Lei nº 6.830/80, por conflitar com a prescrição
quinquenal prevista no art. 174 do CTN, que não aponta
hipótese de suspensão do prazo (ArgInc nº 0004671-
46.2003.404.7200/SC, D.E. 15/09/10).
4. Não se justifica a manutenção de relação processual
inócua, com prescrição do direito de ação e prescrição
intercorrente evidenciadas.
5. Mantido o decreto de extinção da execução fiscal
pela ocorrência da prescrição intercorrente.” (Fls.
205).
Em síntese, sustenta-se a constitucionalidade da norma
que estabeleceu o prazo de prescrição intercorrente
para a cobrança do crédito tributário.
Há preliminar formal de repercussão geral (Fls. 208).
É o relatório.
Entendo que a matéria constitucional versada nestes
autos possui repercussão geral.
sta Corte tem examinado uma série de controvérsias
que envolvem a caracterização do papel que as normas
gerais em matéria tributária têm no sistema
constitucional. Dentre outros assuntos relevantes, o
Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de
reserva de lei complementar para dispor sobre
prescrição e decadência em matéria tributária (SV 8) e
sobre responsabilidade tributária (RE 562.276, rel.
min. Ellen Gracie, Pleno, DJe de 10.02.2011, sem
prejuízo das violações materiais).
No caso em exame, discute-se qual deve ser o marco
inicial para a contagem do prazo de que dispõe a
Fazenda Pública para encontrar e indicar bens do
executado: o despacho que determina a suspensão do
2
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Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 636.562 RG / SC
processo ou a data calculada pela aplicação do prazo
de um ano após o arquivamento da ação de execução
fiscal.
A matéria tem alçada constitucional, na medida em que
a Constituição estabelece ser reservada lei
complementar para dispor sobre prescrição e decadência
em matéria tributária (art. 146, III, b da
Constituição). Neste caso, a incompatibilidade entre a
lei ordinária e a lei complementar se resolve
diretamente com base no texto constitucional, e não
com as regras de vigência e revogação aplicáveis
indistintamente a todas as normas jurídicas, com base
na Lei de Introdução ao Código Civil.
Ademais, os fundamentos que forem adotados para este
precedentes condicionarão o exame de outras questões
que envolvam estabelecimento da sistemática de
reconhecimento judicial de prescrição e de decadência.
Ante o exposto, manifesto-me pela existência da
repercussão
geral
da
questão
constitucional
controvertida.
É como me manifesto.
3
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Supremo Tribunal Federal
RE 636.562 RG / SC
processo ou a data calculada pela aplicação do prazo
de um ano após o arquivamento da ação de execução
fiscal.
A matéria tem alçada constitucional, na medida em que
a Constituição estabelece ser reservada lei
complementar para dispor sobre prescrição e decadência
em matéria tributária (art. 146, III, b da
Constituição). Neste caso, a incompatibilidade entre a
lei ordinária e a lei complementar se resolve
diretamente com base no texto constitucional, e não
com as regras de vigência e revogação aplicáveis
indistintamente a todas as normas jurídicas, com base
na Lei de Introdução ao Código Civil.
Ademais, os fundamentos que forem adotados para este
precedentes condicionarão o exame de outras questões
que envolvam estabelecimento da sistemática de
reconhecimento judicial de prescrição e de decadência.
Ante o exposto, manifesto-me pela existência da
repercussão
geral
da
questão
constitucional
controvertida.
É como me manifesto.
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10
Manifestação sobre a Repercussão Geral
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 636.562 SANTA CATARINA
PRONUNCIAMENTO
PRESCRIÇÃO – EXECUÇÃO FISCAL –
SUSPENSÃO DO PROCESSO – VÍCIO
FORMAL – CÓDIGO TRIBUTÁRIO –
ARTIGO 40, § 4º, DA LEI DE EXECUÇÃO
FISCAL – INCIDÊNCIA RECONHECIDA
NA
ORIGEM
–
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO
GERAL CONFIGURADA.
1. A Assessoria prestou as seguintes informações:
Eis a síntese do que discutido no Recurso Extraordinário
nº 636.562/SC, da relatoria do Ministro Joaquim Barbosa,
inserido no sistema eletrônico da repercussão geral às 13 horas
e 49 minutos do dia 1º de abril de 2011.
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região negou
provimento à Apelação Cível nº 0002522-19.1999.404.7200/SC,
mantendo sentença mediante a qual se declarou extinta a
execução fiscal ante a existência de prescrição intercorrente.
Consoante assentou, as diretrizes previstas no Código
Tributário Nacional – CTN, por possuírem status de lei
complementar, prevaleceriam sobre a Lei nº 6.830/1980 – Lei de
Execução Fiscal, norma hierarquicamente inferior. No caso
concreto, a União teria requerido a suspensão do processo em 8
de maio de 2003, deixando-o paralisado por prazo superior a
cinco anos, configurando-se a prescrição intercorrente. Sendo
tal matéria de ordem pública, haja vista a regra prevista no § 4º
do artigo 40 da Lei de Execução Fiscal, poderia ser conhecida de
ofício e a qualquer tempo pelo magistrado. Considerou o
referido artigo inconstitucional, por conflitar com o artigo 174
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1106208.
Supremo Tribunal Federal
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 636.562 SANTA CATARINA
PRONUNCIAMENTO
PRESCRIÇÃO – EXECUÇÃO FISCAL –
SUSPENSÃO DO PROCESSO – VÍCIO
FORMAL – CÓDIGO TRIBUTÁRIO –
ARTIGO 40, § 4º, DA LEI DE EXECUÇÃO
FISCAL – INCIDÊNCIA RECONHECIDA
NA
ORIGEM
–
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO
GERAL CONFIGURADA.
1. A Assessoria prestou as seguintes informações:
Eis a síntese do que discutido no Recurso Extraordinário
nº 636.562/SC, da relatoria do Ministro Joaquim Barbosa,
inserido no sistema eletrônico da repercussão geral às 13 horas
e 49 minutos do dia 1º de abril de 2011.
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região negou
provimento à Apelação Cível nº 0002522-19.1999.404.7200/SC,
mantendo sentença mediante a qual se declarou extinta a
execução fiscal ante a existência de prescrição intercorrente.
Consoante assentou, as diretrizes previstas no Código
Tributário Nacional – CTN, por possuírem status de lei
complementar, prevaleceriam sobre a Lei nº 6.830/1980 – Lei de
Execução Fiscal, norma hierarquicamente inferior. No caso
concreto, a União teria requerido a suspensão do processo em 8
de maio de 2003, deixando-o paralisado por prazo superior a
cinco anos, configurando-se a prescrição intercorrente. Sendo
tal matéria de ordem pública, haja vista a regra prevista no § 4º
do artigo 40 da Lei de Execução Fiscal, poderia ser conhecida de
ofício e a qualquer tempo pelo magistrado. Considerou o
referido artigo inconstitucional, por conflitar com o artigo 174
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10
Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 636.562 RG / SC
do Código Tributário Nacional, que, ao dispor acerca do prazo
prescricional intercorrente de cinco anos e das hipóteses de
interrupção, não teria versado a possibilidade de suspensão do
aludido prazo, conforme decisão da Corte Especial do Tribunal
prolatada na Arguição de Inconstitucionalidade nº
000.4671-46.2003.404.7200/SC, fixando como termo de início do
prazo de prescrição intercorrente o ato que implicar a
suspensão.
Não foram interpostos embargos declaratórios.
No extraordinário protocolado com alegada base na alínea
“b” do permissivo constitucional, a União sustenta a
constitucionalidade do artigo 40, cabeça e § 4º, da Lei de
Execução Fiscal. Diz da plena aplicabilidade da mencionada
norma, porquanto, durante o lapso da suspensão, a relação
processual permaneceria ativa, de modo que o reinício do prazo
prescricional ocorreria apenas após o decurso do ano de
suspensão, caso a Fazenda Pública não tivesse êxito em
localizar bens penhoráveis de propriedade do executado.
Portanto, não ficaria configurada a inércia da recorrente, porque
continuaria a diligenciar com o objetivo de encontrar tais bens.
Aduz que o artigo 40 da Lei de Execução Fiscal, na redação
original, não fixava o limite do lapso da suspensão processual e
a introdução do § 4º ao aludido artigo pela Lei nº 11.051/2004
teria garantido a segurança jurídica e compatibilizado a
sistemática contida no artigo 40 com as regras previstas no
artigo 174 do CTN. Salienta, citando o Verbete nº 314 da Súmula
do Superior Tribunal de Justiça, serem os dispositivos legais
citados causa legal de suspensão do processo executivo, pois
somente teriam aplicação em data posterior ao ajuizamento da
execução fiscal, diferindo, assim, da causa suspensiva de
prescrição antecedente à propositura da ação executória,
prevista no artigo 2º, § 3º, da Lei de Execução Fiscal.
Sob o ângulo da repercussão geral, afirma que o tema
ultrapassa o interesse subjetivo das partes, tendo em vista que a
2
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Supremo Tribunal Federal
RE 636.562 RG / SC
do Código Tributário Nacional, que, ao dispor acerca do prazo
prescricional intercorrente de cinco anos e das hipóteses de
interrupção, não teria versado a possibilidade de suspensão do
aludido prazo, conforme decisão da Corte Especial do Tribunal
prolatada na Arguição de Inconstitucionalidade nº
000.4671-46.2003.404.7200/SC, fixando como termo de início do
prazo de prescrição intercorrente o ato que implicar a
suspensão.
Não foram interpostos embargos declaratórios.
No extraordinário protocolado com alegada base na alínea
“b” do permissivo constitucional, a União sustenta a
constitucionalidade do artigo 40, cabeça e § 4º, da Lei de
Execução Fiscal. Diz da plena aplicabilidade da mencionada
norma, porquanto, durante o lapso da suspensão, a relação
processual permaneceria ativa, de modo que o reinício do prazo
prescricional ocorreria apenas após o decurso do ano de
suspensão, caso a Fazenda Pública não tivesse êxito em
localizar bens penhoráveis de propriedade do executado.
Portanto, não ficaria configurada a inércia da recorrente, porque
continuaria a diligenciar com o objetivo de encontrar tais bens.
Aduz que o artigo 40 da Lei de Execução Fiscal, na redação
original, não fixava o limite do lapso da suspensão processual e
a introdução do § 4º ao aludido artigo pela Lei nº 11.051/2004
teria garantido a segurança jurídica e compatibilizado a
sistemática contida no artigo 40 com as regras previstas no
artigo 174 do CTN. Salienta, citando o Verbete nº 314 da Súmula
do Superior Tribunal de Justiça, serem os dispositivos legais
citados causa legal de suspensão do processo executivo, pois
somente teriam aplicação em data posterior ao ajuizamento da
execução fiscal, diferindo, assim, da causa suspensiva de
prescrição antecedente à propositura da ação executória,
prevista no artigo 2º, § 3º, da Lei de Execução Fiscal.
Sob o ângulo da repercussão geral, afirma que o tema
ultrapassa o interesse subjetivo das partes, tendo em vista que a
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Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 636.562 RG / SC
declaração de inconstitucionalidade da cabeça e do § 4º do
artigo 40 da Lei de Execução Fiscal alcançaria milhares de
execuções de débitos fiscais em andamento na Justiça brasileira,
estando em jogo significativos valores a serem cobrados pela
recorrente.
O recorrido, intimado, deixou de apresentar as
contrarrazões.
O extraordinário foi admitido na origem.
Eis a manifestação do relator acerca da repercussão geral:
CONSTITUCIONAL.
TRIBUTÁRIO
–
ADMINISTRATIVO - FINANCEIRO. PRESCRIÇÃO
INTERCORRENTE. MARCO INICIAL. RESERVA DE LEI
COMPLEMENTAR DE NORMAS GERAIS PARA DISPOR
SOBRE
PRESCRIÇÃO.
SUPREMACIA
DAS
DISPOSIÇÕES DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL
POR FORÇA DA CONSTITUIÇÃO. ART. 173 DO
CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. ART. 40, § 4º DA
LEI 6.830/1980 (REDAÇÃO DA LEI 11.051/2004). ART, 146,
III, B DA CONSTITUIÇÃO.
Possui repercussão geral a discussão sobre o marco
inicial da contagem do prazo de que dispõe a Fazenda
Pública para localizar bens do executado, nos termos do
art. 40, § 4º da Lei 6.830/1980.
O Senhor Ministro Joaquim Barbosa (Relator): Trata-
se de recurso extraordinário (art. 102, III, b da
Constituição) interposto de acórdão prolatado pelo
Tribunal Regional Federal da 4ª Região assim ementado:
“
EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-
EXECUTIVIDADE. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.
3
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Supremo Tribunal Federal
RE 636.562 RG / SC
declaração de inconstitucionalidade da cabeça e do § 4º do
artigo 40 da Lei de Execução Fiscal alcançaria milhares de
execuções de débitos fiscais em andamento na Justiça brasileira,
estando em jogo significativos valores a serem cobrados pela
recorrente.
O recorrido, intimado, deixou de apresentar as
contrarrazões.
O extraordinário foi admitido na origem.
Eis a manifestação do relator acerca da repercussão geral:
CONSTITUCIONAL.
TRIBUTÁRIO
–
ADMINISTRATIVO - FINANCEIRO. PRESCRIÇÃO
INTERCORRENTE. MARCO INICIAL. RESERVA DE LEI
COMPLEMENTAR DE NORMAS GERAIS PARA DISPOR
SOBRE
PRESCRIÇÃO.
SUPREMACIA
DAS
DISPOSIÇÕES DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL
POR FORÇA DA CONSTITUIÇÃO. ART. 173 DO
CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. ART. 40, § 4º DA
LEI 6.830/1980 (REDAÇÃO DA LEI 11.051/2004). ART, 146,
III, B DA CONSTITUIÇÃO.
Possui repercussão geral a discussão sobre o marco
inicial da contagem do prazo de que dispõe a Fazenda
Pública para localizar bens do executado, nos termos do
art. 40, § 4º da Lei 6.830/1980.
O Senhor Ministro Joaquim Barbosa (Relator): Trata-
se de recurso extraordinário (art. 102, III, b da
Constituição) interposto de acórdão prolatado pelo
Tribunal Regional Federal da 4ª Região assim ementado:
“
EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-
EXECUTIVIDADE. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.
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Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 636.562 RG / SC
OCORRÊNCIA.
1. O Código Tributário Nacional possui status de lei
complementar e as diretrizes nele estabelecidas relativas à
decadência e prescrição prevalecem à Lei de Execuções
Fiscais, norma hierarquicamente inferior.
2. Paralisado o processo por mais de cinco anos, se
ausente causa de suspensão ou interrupção, ocorre a
prescrição intercorrente.
3. Declarada pela Corte Especial deste TRF a
inconstitucionalidade do caput e § 4º do art. 40 da Lei nº
6.830/80, por conflitar com a prescrição quinquenal
prevista no art. 174 do CTN, que não aponta hipótese de
suspensão
do
prazo
(ArgInc
nº
0004671-46.2003.404.7200/SC, D.E. 15/09/10).
4. Não se justifica a manutenção de relação
processual inócua, com prescrição do direito de ação e
prescrição intercorrente evidenciadas.
5. Mantido o decreto de extinção da execução fiscal
pela ocorrência da prescrição intercorrente.” (Fls. 205).
Em síntese, sustenta-se a constitucionalidade da
norma que estabeleceu o prazo de prescrição intercorrente
para a cobrança do crédito tributário.
Há preliminar formal de repercussão geral (Fls. 208).
É o relatório.
Entendo que a matéria constitucional versada nestes
autos possui repercussão geral.
Esta Corte tem examinado uma série de
controvérsias que envolvem a caracterização do papel que
as normas gerais em matéria tributária têm no sistema
constitucional. Dentre outros assuntos relevantes, o
Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de
4
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Supremo Tribunal Federal
RE 636.562 RG / SC
OCORRÊNCIA.
1. O Código Tributário Nacional possui status de lei
complementar e as diretrizes nele estabelecidas relativas à
decadência e prescrição prevalecem à Lei de Execuções
Fiscais, norma hierarquicamente inferior.
2. Paralisado o processo por mais de cinco anos, se
ausente causa de suspensão ou interrupção, ocorre a
prescrição intercorrente.
3. Declarada pela Corte Especial deste TRF a
inconstitucionalidade do caput e § 4º do art. 40 da Lei nº
6.830/80, por conflitar com a prescrição quinquenal
prevista no art. 174 do CTN, que não aponta hipótese de
suspensão
do
prazo
(ArgInc
nº
0004671-46.2003.404.7200/SC, D.E. 15/09/10).
4. Não se justifica a manutenção de relação
processual inócua, com prescrição do direito de ação e
prescrição intercorrente evidenciadas.
5. Mantido o decreto de extinção da execução fiscal
pela ocorrência da prescrição intercorrente.” (Fls. 205).
Em síntese, sustenta-se a constitucionalidade da
norma que estabeleceu o prazo de prescrição intercorrente
para a cobrança do crédito tributário.
Há preliminar formal de repercussão geral (Fls. 208).
É o relatório.
Entendo que a matéria constitucional versada nestes
autos possui repercussão geral.
Esta Corte tem examinado uma série de
controvérsias que envolvem a caracterização do papel que
as normas gerais em matéria tributária têm no sistema
constitucional. Dentre outros assuntos relevantes, o
Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de
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Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 636.562 RG / SC
reserva de lei complementar para dispor sobre prescrição
e decadência em matéria tributária (SV 8) e sobre
responsabilidade tributária (RE 562.276, rel. min. Ellen
Gracie, Pleno, DJe de 10.02.2011, sem prejuízo das
violações materiais).
No caso em exame, discute-se qual deve ser o marco
inicial para a contagem do prazo de que dispõe a Fazenda
Pública para encontrar e indicar bens do executado: o
despacho que determina a suspensão do processo ou a
data calculada pela aplicação do prazo de um ano após o
arquivamento da ação de execução fiscal.
A matéria tem alçada constitucional, na medida em
que a Constituição estabelece ser reservada lei
complementar para dispor sobre prescrição e decadência
em matéria tributária (art. 146, III, b da Constituição).
Neste caso, a incompatibilidade entre a lei ordinária e a lei
complementar se resolve diretamente com base no texto
constitucional, e não com as regras de vigência e
revogação aplicáveis indistintamente a todas as normas
jurídicas, com base na Lei de Introdução ao Código Civil.
Ademais, os fundamentos que forem adotados para
este precedentes condicionarão o exame de outras
questões que envolvam estabelecimento da sistemática de
reconhecimento judicial de prescrição e de decadência.
Ante o exposto, manifesto-me pela existência da
repercussão geral da questão constitucional controvertida.
É como me manifesto.
2. Está em debate a problemática alusiva ao próprio processo
legislativo no que se teria a derrogação, mediante lei ordinária, da
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Supremo Tribunal Federal
RE 636.562 RG / SC
reserva de lei complementar para dispor sobre prescrição
e decadência em matéria tributária (SV 8) e sobre
responsabilidade tributária (RE 562.276, rel. min. Ellen
Gracie, Pleno, DJe de 10.02.2011, sem prejuízo das
violações materiais).
No caso em exame, discute-se qual deve ser o marco
inicial para a contagem do prazo de que dispõe a Fazenda
Pública para encontrar e indicar bens do executado: o
despacho que determina a suspensão do processo ou a
data calculada pela aplicação do prazo de um ano após o
arquivamento da ação de execução fiscal.
A matéria tem alçada constitucional, na medida em
que a Constituição estabelece ser reservada lei
complementar para dispor sobre prescrição e decadência
em matéria tributária (art. 146, III, b da Constituição).
Neste caso, a incompatibilidade entre a lei ordinária e a lei
complementar se resolve diretamente com base no texto
constitucional, e não com as regras de vigência e
revogação aplicáveis indistintamente a todas as normas
jurídicas, com base na Lei de Introdução ao Código Civil.
Ademais, os fundamentos que forem adotados para
este precedentes condicionarão o exame de outras
questões que envolvam estabelecimento da sistemática de
reconhecimento judicial de prescrição e de decadência.
Ante o exposto, manifesto-me pela existência da
repercussão geral da questão constitucional controvertida.
É como me manifesto.
2. Está em debate a problemática alusiva ao próprio processo
legislativo no que se teria a derrogação, mediante lei ordinária, da
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10
Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 636.562 RG / SC
complementar consubstanciada no Código Tributário Nacional. A espécie
é passível de repetir-se em inúmeros casos. Além disso, a interposição do
extraordinário com base no disposto na alínea “b” do inciso III do artigo
102 da Carta Federal, ante a declaração, na origem, de
inconstitucionalidade de norma abstrata e autônoma, gera, por si só, a
repercussão geral. Ao Supremo cabe a guarda da Lei Maior, isso
considerada a derradeira instância.
3. Tal com fez o relator – Ministro Joaquim Barbosa –, admito a
existência de repercussão geral.
4. À Assessoria, para acompanhar o incidente.
5. Publiquem.
Brasília – residência –, 12 de abril de 2011, às 10h25.
Ministro MARCO AURÉLIO
6
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Supremo Tribunal Federal
RE 636.562 RG / SC
complementar consubstanciada no Código Tributário Nacional. A espécie
é passível de repetir-se em inúmeros casos. Além disso, a interposição do
extraordinário com base no disposto na alínea “b” do inciso III do artigo
102 da Carta Federal, ante a declaração, na origem, de
inconstitucionalidade de norma abstrata e autônoma, gera, por si só, a
repercussão geral. Ao Supremo cabe a guarda da Lei Maior, isso
considerada a derradeira instância.
3. Tal com fez o relator – Ministro Joaquim Barbosa –, admito a
existência de repercussão geral.
4. À Assessoria, para acompanhar o incidente.
5. Publiquem.
Brasília – residência –, 12 de abril de 2011, às 10h25.
Ministro MARCO AURÉLIO
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1597961 | 2011-04-21T00:00:00 | 2011-12-01T00:00:00 | Decisão: O Tribunal reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada. Não se manifestaram os Ministros Cezar Peluso e Cármen Lúcia.
Ministro JOAQUIM BARBOSA
Relator | REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | Ementa: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO – ADMINISTRATIVO - FINANCEIRO. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. MARCO INICIAL.
RESERVA DE LEI COMPLEMENTAR DE NORMAS GERAIS PARA DISPOR SOBRE PRESCRIÇÃO. SUPREMACIA DAS DISPOSIÇÕES DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL POR FORÇA DA CONSTITUIÇÃO.
ART. 173 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. ART. 40, § 4º DA LEI 6.830/1980 (REDAÇÃO DA LEI 11.051/2004).
ART, 146, III, B DA CONSTITUIÇÃO.
Possui repercussão geral a discussão sobre o marco inicial da contagem do prazo de que dispõe a Fazenda Pública para localizar bens do executado, nos termos do art. 40, § 4º da Lei 6.830/1980. | repercussao-geral3202 | - Acórdão citado: RE 562276 - Tribunal Pleno.
Número de páginas: 10.
Análise: 25/05/2012, SEV.
Revisão: 05/06/2012, IMC. | JOAQUIM BARBOSA | Tribunal Pleno | 636562 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00102 INC-00003 LET-B ART-00146\r\n INC-00003 LET-B \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED LEI-005172 ANO-1966\r\n ART-00173 ART-00174 \r\n CTN-1966 CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL\r\n",
"LEG-FED LEI-006830 ANO-1980\r\n ART-00040 PAR-00004 REDAÇÃO DADA PELA LEI-11051/2004 \r\n LEF-1980 LEI DE EXECUÇÃO FISCAL\r\n",
"LEG-FED LEI-011051 ANO-2004\r\n LEI ORDINÁRIA"
] | RE-RG | acordaos | RE 636562 RG | [
""
] | RECTE.(S) : UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL
RECDO.(A/S) : JOSÉ LINO SCHAPPO
ADV.(A/S) : EUGÊNIO SALOMÃO RICHARD CÂMARA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 636 . 562",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 636 . 562",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 636 . 562",
"RE 636 . 562 RG / SC",
"ArgInc [UNK] 0004671 - 46 . 2003 . 404 . 7200 / SC",
"RE 562 . 276",
"RE 636 . 562 RG / SC",
"ArgInc [UNK] 0004671 - 46 . 2003 . 404 . 7200 / SC",
"RE 562 . 276",
"RE 636 . 562 RG / SC",
"RE 636 . 562 RG / SC",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 636 . 562",
"Recurso Extraordinário [UNK] 636 . 562 / SC",
"Apelação Cível [UNK] 0002522 - 19 . 1999 . 404 . 7200 / SC",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 636 . 562",
"Recurso Extraordinário [UNK] 636 . 562 / SC",
"Apelação Cível [UNK] 0002522 - 19 . 1999 . 404 . 7200 / SC",
"RE 636 . 562 RG / SC do Código Tributário Nacional",
"Arguição de Inconstitucionalidade [UNK] 000 . 4671 - 46 . 2003 . 404 . 7200 / SC",
"Verbete [UNK] 314 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça",
"RE 636 . 562 RG / SC do",
"Arguição de Inconstitucionalidade [UNK] 000 . 4671 - 46 . 2003",
"Verbete [UNK] 314 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça",
"RE 636 . 562 RG / SC",
"RE 636 . 562 RG / SC",
"RE 636 . 562 RG / SC",
"ArgInc [UNK] 0004671 - 46 . 2003 . 404 . 7200 / SC",
"RE 636 . 562 RG / SC",
"RE 636 . 562 RG / SC",
"RE 562 . 276",
"RE 636 . 562 RG / SC",
"RE 562 . 276",
"RE 636 . 562 RG / SC",
"RE 636 . 562 RG / SC"
],
"LEGISLACAO": [
"ART . 173 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL",
"ART . 40 , § [UNK] DA LEI 6 . 830 / 1980",
"LEI 11 . 051 / 2004",
"ART , 146 , III , B DA",
"art . 40 , § [UNK] da Lei 6 . 830 / 1980",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL",
"ART . 173 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL",
"ART . 40 , § [UNK] DA LEI 6 . 830 / 1980",
"LEI 11 . 051 / 2004",
"ART , 146 , III , B DA CONSTITUIÇÃO",
"art . 40 , § [UNK] da Lei 6 . 830 / 1980",
"art . 102 , III , b da Constituição",
"Código Tributário Nacional",
"Lei de Execuções Fiscais",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 173 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL",
"ART . 40 , § [UNK] DA LEI 6 . 830 / 1980",
"LEI 11 . 051 / 2004",
"art . 40 , § [UNK] da Lei 6 . 830 / 1980",
"art .",
"Código Tributário Nacional",
"Lei de Execuções Fiscais",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"caput e § [UNK] do art . 40 da Lei [UNK] 6 . 830 / 80",
"art . 174 do CTN",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"caput e § [UNK] do art . 40 da Lei [UNK] 6 . 830 / 80",
"art . 174 do CTN",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"art . 146 , III , b da Constituição",
"Lei de Introdução ao Código Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"b da Constituição",
"Lei de Introdução ao Código Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CÓDIGO TRIBUTÁRIO",
"ARTIGO 40 , § [UNK] , DA LEI DE EXECUÇÃO FISCAL",
"Código Tributário Nacional",
"CTN",
"Lei [UNK] 6 . 830 / 1980",
"Lei de",
"§ [UNK] do artigo 40 da Lei de Execução Fiscal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTIGO 40 , § [UNK] , DA LEI DE EXECUÇÃO FISCAL",
"Código Tributário Nacional",
"CTN",
"Lei [UNK] 6 . 830 / 1980",
"Lei de",
"§ [UNK] do artigo 40 da Lei de Execução Fiscal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 40 , cabeça e § [UNK] , da Lei de Execução Fiscal",
"artigo 40 da Lei de Execução Fiscal",
"Lei [UNK] 11 . 051 / 2004",
"artigo 174 do CTN",
"artigo [UNK] , § [UNK] , da Lei de Execução Fiscal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código Tributário Nacional",
"artigo 40 , cabeça e § [UNK] , da Lei de Execução Fiscal",
"artigo 40 da Lei de Execução Fiscal",
"Lei [UNK] 11 . 051 / 2004",
"artigo 174 do CTN",
"artigo [UNK] , § [UNK] , da Lei de Execução Fiscal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 173 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL",
"ART . 40 , § [UNK] DA LEI 6 . 830 / 1980",
"LEI 11 . 051 / 2004",
"ART , 146 , III , B DA CONSTITUIÇÃO",
"art . 40 , § [UNK] da Lei 6 . 830 / 1980",
"art . 102 , III , b da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"cabeça",
"CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL",
"ART . 173 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL",
"ART . 40 , § [UNK] DA LEI 6 . 830 / 1980",
"LEI 11 . 051 / 2004",
"ART , 146 , III , B DA CONSTITUIÇÃO",
"art . 40 , § [UNK] da Lei 6 . 830 / 1980",
"art . 102 , III , b da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código Tributário Nacional",
"Lei de Execuções Fiscais",
"caput e § [UNK] do art . 40 da Lei [UNK] 6 . 830 / 80",
"art . 174 do CTN",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código Tributário Nacional",
"Lei de Execuções Fiscais",
"caput e § [UNK] do art . 40 da Lei [UNK] 6 . 830 / 80",
"art . 174 do CTN",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"art . 146 , III , b da Constituição",
"Lei de Introdução ao Código Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"art . 146 , III , b da Constituição",
"Lei de Introdução ao Código Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código Tributário Nacional",
"alínea “ b ” do inciso III do artigo 102 da Carta Federal",
"Lei Maior",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código Tributário Nacional",
"alínea “ b ” do inciso III do artigo 102 da Carta Federal",
"Lei Maior",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"SANTA CATARINA",
"SANTA CATARINA",
"SANTA CATARINA",
"SANTA CATARINA",
"SANTA CATARINA",
"Brasília",
"Brasília"
],
"ORGANIZACAO": [
"PLENÁRIO",
"UNIÃO",
"SUPREMACIA DAS DISPOSIÇÕES DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL",
"Fazenda Pública",
"Infraestrutura de",
"Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"SUPREMACIA DAS DISPOSIÇÕES",
"Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"SUPREMACIA",
"Fazenda Pública",
"Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Pleno",
"Fazenda Pública",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Pleno",
"Fazenda Pública",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"União",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"União",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Corte Especial do Tribunal",
"União",
"Fazenda Pública",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Corte Especial do Tribunal",
"União",
"Fazenda Pública",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SUPREMACIA DAS DISPOSIÇÕES DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL",
"Fazenda Pública",
"Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SUPREMACIA DAS DISPOSIÇÕES",
"Fazenda Pública",
"Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Pleno",
"Fazenda Pública",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Pleno",
"Fazenda Pública",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"JOAQUIM BARBOSA",
"JOSÉ LINO SCHAPPO",
"EUGÊNIO SALOMÃO RICHARD CÂMARA",
"Cezar Peluso",
"Cármen Lúcia",
"JOAQUIM BARBOSA",
"Joaquim Barbosa",
"Joaquim Barbosa",
"Ellen Gracie",
"Ellen Gracie",
"Joaquim Barbosa",
"Joaquim Barbosa",
"Joaquim Barbosa",
"Joaquim Barbosa",
"Ellen Gracie",
"Ellen Gracie",
"Joaquim Barbosa",
"MARCO AURÉLIO",
"Joaquim Barbosa",
"MARCO AURÉLIO"
],
"TEMPO": [
"21",
"/",
"04",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"01",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"21",
"/",
"04",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"21",
"/",
"04",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
"/",
"09",
"/",
"10",
"10",
".",
"02",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
"/",
"09",
"/",
"10",
"10",
".",
"02",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"[UNK] de abril de 2011",
"8 de maio de 2003",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"[UNK] de abril de 2011",
"8 de maio de 2003",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
"/",
"09",
"/",
"10",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
"/",
"09",
"/",
"10",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"10",
".",
"02",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"10",
".",
"02",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"12 de abril de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"12 de abril de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
19/04/2011
SEGUNDA TURMA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 107.264 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. CELSO DE MELLO
RECTE.(S)
: DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
: DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
RECTE.(S)
: ANA PAULA ESCOBAR PEDROSO
RECDO.(A/S)
: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES)
: PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
E M E N T A: RECURSO ORDINÁRIO EM “HABEAS CORPUS” -
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA - IDENTIFICAÇÃO DOS VETORES CUJA
PRESENÇA LEGITIMA O RECONHECIMENTO DESSE POSTULADO DE POLÍTICA
CRIMINAL - CONSEQÜENTE DESCARACTERIZAÇÃO DA TIPICIDADE PENAL EM SEU
ASPECTO MATERIAL - DELITO DE FURTO SIMPLES, EM SUA MODALIDADE
TENTADA (CP, ART. 155, “CAPUT”, C/C O ART. 14, II) – “RES FURTIVAE”
NO VALOR (ÍNFIMO) DE R$ 166,59 – DOUTRINA - CONSIDERAÇÕES EM TORNO
DA JURISPRUDÊNCIA DO STF – RECURSO ORDINÁRIO PROVIDO.
O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA QUALIFICA-SE COMO FATOR DE
DESCARACTERIZAÇÃO MATERIAL DA TIPICIDADE PENAL.
- O princípio da insignificância – que deve ser analisado
em conexão com os postulados da fragmentariedade e da intervenção
mínima do Estado em matéria penal - tem o sentido de excluir ou de
afastar a própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu
caráter material. Doutrina.
Tal postulado – que considera necessária, na aferição do
relevo material da tipicidade penal, a presença de certos vetores,
tais como (a) a mínima ofensividade da conduta do agente, (b) a
nenhuma periculosidade social da ação, (c) o reduzidíssimo grau de
reprovabilidade do comportamento e (d) a inexpressividade da lesão
jurídica provocada - apoiou-se, em seu processo de formulação
teórica, no reconhecimento de que o caráter subsidiário do sistema
penal reclama e impõe, em função dos próprios objetivos por ele
visados, a intervenção mínima do Poder Público.
O POSTULADO DA INSIGNIFICÂNCIA E A FUNÇÃO DO DIREITO PENAL:
“DE MINIMIS, NON CURAT PRAETOR”.
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Supremo Tribunal Federal
DJe 07/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 21
Ementa e Acórdão
RHC 107.264 / DF
2
- O sistema jurídico há de considerar a relevantíssima
circunstância de que a privação da liberdade e a restrição de
direitos do indivíduo somente se justificam quando estritamente
necessárias à própria proteção das pessoas, da sociedade e de outros
bens jurídicos que lhes sejam essenciais, notadamente naqueles casos
em que os valores penalmente tutelados se exponham a dano, efetivo
ou potencial, impregnado de significativa lesividade.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os
Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a
Presidência do Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de
julgamentos e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em
retificar a decisão proferida na 11ª Sessão Ordinária, de 19.04.2011,
nos termos seguintes: “A Turma, por votação unânime, deu provimento ao
recurso ordinário, para invalidar o acórdão proferido nos autos da
Apelação Criminal nº 70034286906, julgada na Oitava Câmara Criminal do
E. Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, determinando,
ainda, a extinção definitiva do procedimento penal instaurado contra a
ora paciente (Processo-crime nº 023/2.09.0003875-0, que tramitou
perante a 3ª Vara Criminal da comarca de Rio Grande/RS), nos termos
do voto do Relator.” Ausentes, justificadamente, neste julgamento, a
Senhora Ministra Ellen Gracie e o Senhor Ministro Joaquim Barbosa.
Brasília, 31 de maio de 2011.
CELSO DE MELLO - RELATOR
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Supremo Tribunal Federal
RHC 107.264 / DF
2
- O sistema jurídico há de considerar a relevantíssima
circunstância de que a privação da liberdade e a restrição de
direitos do indivíduo somente se justificam quando estritamente
necessárias à própria proteção das pessoas, da sociedade e de outros
bens jurídicos que lhes sejam essenciais, notadamente naqueles casos
em que os valores penalmente tutelados se exponham a dano, efetivo
ou potencial, impregnado de significativa lesividade.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os
Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a
Presidência do Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata de
julgamentos e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em
retificar a decisão proferida na 11ª Sessão Ordinária, de 19.04.2011,
nos termos seguintes: “A Turma, por votação unânime, deu provimento ao
recurso ordinário, para invalidar o acórdão proferido nos autos da
Apelação Criminal nº 70034286906, julgada na Oitava Câmara Criminal do
E. Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, determinando,
ainda, a extinção definitiva do procedimento penal instaurado contra a
ora paciente (Processo-crime nº 023/2.09.0003875-0, que tramitou
perante a 3ª Vara Criminal da comarca de Rio Grande/RS), nos termos
do voto do Relator.” Ausentes, justificadamente, neste julgamento, a
Senhora Ministra Ellen Gracie e o Senhor Ministro Joaquim Barbosa.
Brasília, 31 de maio de 2011.
CELSO DE MELLO - RELATOR
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Relatório
19/04/2011
SEGUNDA TURMA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 107.264 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. CELSO DE MELLO
RECTE.(S)
: DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
: DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
RECTE.(S)
: ANA PAULA ESCOBAR PEDROSO
RECDO.(A/S)
: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES)
: PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator): O
Ministério Público Federal, em douto parecer da lavra do ilustre
Subprocurador-Geral da República, Dr. EDSON OLIVEIRA DE ALMEIDA,
assim resumiu e apreciou a presente impetração:
“Senhor Ministro-Relator:
1. A paciente foi denunciada por infração ao
art. 155, ‘caput’, c/c art. 14, II, ambos do Código
Penal, mas o Juiz de Direito da 3ª Vara Criminal da
Comarca de Rio Grande/RS rejeitou a peça acusatória
(art. 395, II, do CPP). Entretanto, a 8ª Câmara
Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande
do Sul deu provimento ao apelo do Ministério Público,
recebeu a denúncia e determinou o prosseguimento do
feito.
2. Dessa decisão foi impetrado ‘habeas corpus’ no
Superior Tribunal de Justiça e a Quinta Turma, por
unanimidade, denegou a ordem no HC nº 171.142-RS,
conforme sintetizado na seguinte ementa:
‘HABEAS CORPUS’. PENAL. FURTO NA FORMA TENTADA
EM SUPERMERCADO. BENS AVALIADOS EM R$ 166,59 (CENTO
E SESSENTA E SEIS REAIS E CINQUENTA E NOVE
CENTAVOS).
INAPLICABILIDADE
DO
PRINCÍPIO
DA
INSIGNIFICÂNCIA. SEGURANÇA POR MEIO DE VIGILÂNCIA
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Supremo Tribunal Federal
19/04/2011
SEGUNDA TURMA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 107.264 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. CELSO DE MELLO
RECTE.(S)
: DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
: DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
RECTE.(S)
: ANA PAULA ESCOBAR PEDROSO
RECDO.(A/S)
: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES)
: PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator): O
Ministério Público Federal, em douto parecer da lavra do ilustre
Subprocurador-Geral da República, Dr. EDSON OLIVEIRA DE ALMEIDA,
assim resumiu e apreciou a presente impetração:
“Senhor Ministro-Relator:
1. A paciente foi denunciada por infração ao
art. 155, ‘caput’, c/c art. 14, II, ambos do Código
Penal, mas o Juiz de Direito da 3ª Vara Criminal da
Comarca de Rio Grande/RS rejeitou a peça acusatória
(art. 395, II, do CPP). Entretanto, a 8ª Câmara
Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande
do Sul deu provimento ao apelo do Ministério Público,
recebeu a denúncia e determinou o prosseguimento do
feito.
2. Dessa decisão foi impetrado ‘habeas corpus’ no
Superior Tribunal de Justiça e a Quinta Turma, por
unanimidade, denegou a ordem no HC nº 171.142-RS,
conforme sintetizado na seguinte ementa:
‘HABEAS CORPUS’. PENAL. FURTO NA FORMA TENTADA
EM SUPERMERCADO. BENS AVALIADOS EM R$ 166,59 (CENTO
E SESSENTA E SEIS REAIS E CINQUENTA E NOVE
CENTAVOS).
INAPLICABILIDADE
DO
PRINCÍPIO
DA
INSIGNIFICÂNCIA. SEGURANÇA POR MEIO DE VIGILÂNCIA
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 21
Relatório
RHC 107.264 / DF
2
ELETRÔNICA. CRIME IMPOSSÍVEL. ABSOLUTA INEFICÁCIA
DO
MEIO
EMPREGADO.
NÃO
CONFIGURAÇÃO.
ORDEM
DENEGADA.
1. A conduta perpetrada pelo agente – tentativa
de furto de 01 (uma) toalha de rosto, 09 (nove)
condicionadores, 05 (cinco) shampoos, 01 (um) creme
para
cabelos,
01
(uma)
escova
para
cabelos,
04 (quatro)
fronhas
e
03
(três)
pacotes
de
chocolates, objetos avaliados no total de R$ 166,59
(cento e sessenta e seis reais e cinquenta e nove
centavos) – não se insere na concepção doutrinária
e jurisprudencial de crime de bagatela.
2. ‘A tipicidade penal não pode ser percebida
como o trivial exercício de adequação do fato
concreto à norma abstrata. Além da correspondência
formal, para a configuração da tipicidade, é
necessária uma análise materialmente valorativa das
circunstâncias do caso concreto, no sentido de se
verificar a ocorrência de alguma lesão grave,
contundente e penalmente relevante do bem jurídico
tutelado’ (STF, HC n.º 97.772/RS, 1.ª Turma, Rel.
Min. CÁRMEN LÚCIA, DJE de 19/11/2009).
3. No caso do furto, não se pode confundir bem
de pequeno valor com o de valor insignificante.
Apenas o segundo, necessariamente, exclui o crime
em face da ausência de ofensa ao bem jurídico
tutelado,
aplicando-se-lhe
o
princípio
da
insignificância.
4.
A
presença
de
sistema
eletrônico
de
vigilância no estabelecimento comercial não torna o
agente completamente incapaz de consumar o furto,
logo, não há que se afastar a punição, a ponto de
reconhecer configurado o crime impossível, pela
absoluta
ineficácia
dos
meios
empregados.
Precedentes.
5. Ordem denegada.
3. Por isso o presente recurso ordinário em ‘habeas
corpus’, no qual insiste a recorrente na teoria do
crime impossível: ‘devido as circunstâncias existentes,
quais sejam, vigilância integral e constante, os
objetos permaneceram totalmente desprotegidos, não
sendo possível ao acusado deles se apossar, eis que o
meio empregado foi absolutamente ineficaz, tornando
impossível a consumação do fato, conforme ditame do
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Supremo Tribunal Federal
RHC 107.264 / DF
2
ELETRÔNICA. CRIME IMPOSSÍVEL. ABSOLUTA INEFICÁCIA
DO
MEIO
EMPREGADO.
NÃO
CONFIGURAÇÃO.
ORDEM
DENEGADA.
1. A conduta perpetrada pelo agente – tentativa
de furto de 01 (uma) toalha de rosto, 09 (nove)
condicionadores, 05 (cinco) shampoos, 01 (um) creme
para
cabelos,
01
(uma)
escova
para
cabelos,
04 (quatro)
fronhas
e
03
(três)
pacotes
de
chocolates, objetos avaliados no total de R$ 166,59
(cento e sessenta e seis reais e cinquenta e nove
centavos) – não se insere na concepção doutrinária
e jurisprudencial de crime de bagatela.
2. ‘A tipicidade penal não pode ser percebida
como o trivial exercício de adequação do fato
concreto à norma abstrata. Além da correspondência
formal, para a configuração da tipicidade, é
necessária uma análise materialmente valorativa das
circunstâncias do caso concreto, no sentido de se
verificar a ocorrência de alguma lesão grave,
contundente e penalmente relevante do bem jurídico
tutelado’ (STF, HC n.º 97.772/RS, 1.ª Turma, Rel.
Min. CÁRMEN LÚCIA, DJE de 19/11/2009).
3. No caso do furto, não se pode confundir bem
de pequeno valor com o de valor insignificante.
Apenas o segundo, necessariamente, exclui o crime
em face da ausência de ofensa ao bem jurídico
tutelado,
aplicando-se-lhe
o
princípio
da
insignificância.
4.
A
presença
de
sistema
eletrônico
de
vigilância no estabelecimento comercial não torna o
agente completamente incapaz de consumar o furto,
logo, não há que se afastar a punição, a ponto de
reconhecer configurado o crime impossível, pela
absoluta
ineficácia
dos
meios
empregados.
Precedentes.
5. Ordem denegada.
3. Por isso o presente recurso ordinário em ‘habeas
corpus’, no qual insiste a recorrente na teoria do
crime impossível: ‘devido as circunstâncias existentes,
quais sejam, vigilância integral e constante, os
objetos permaneceram totalmente desprotegidos, não
sendo possível ao acusado deles se apossar, eis que o
meio empregado foi absolutamente ineficaz, tornando
impossível a consumação do fato, conforme ditame do
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 21
Relatório
RHC 107.264 / DF
3
art. 17 do CP’. Além disso, alega que ‘quanto à
ofensividade da conduta do agente, é certo tratar-se de
valor
inexpressivo,
R$
166,59,
correspondente
a
aproximadamente 1/3 do valor do salário mínimo’.
4. Penso que não assiste razão à recorrente.
5. Conforme a decisão impugnada, a simples presença
de sistema eletrônico de vigilância no estabelecimento
comercial não serve para coibir a prática de crimes
contra
o
patrimônio,
pois
não
impede,
de
modo
absolutamente eficaz, que tais delitos ocorram, seja na
forma tentada ou consumada. Isso porque, há chance da
consumação do delito, o que afasta a teoria do crime
impossível: ‘A presença de sistema eletrônico de
vigilância no estabelecimento comercial não torna o
agente completamente incapaz de consumar o furto, logo,
não há que se afastar a punição, a ponto de reconhecer
configurado
o
crime
impossível,
pela
absoluta
ineficácia
dos
meios
empregados.
Precedentes.’
(HC nº 118.947/RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, DJe de
19.12.2008).
6. Em sintonia, destaca-se da jurisprudência do
Supremo
Tribunal
Federal:
‘Reafirmação
da
jurisprudência
deste
Tribunal,
que,
em
outras
oportunidades, afastou a tese de crime impossível
somente pela existência de sistema de vigilância
instalado no estabelecimento comercial, visto que esses
dispositivos apenas dificultam a ação dos agentes, sem
impedi-la.’ (HC nº 104.105/SP, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski,
DJe
de
04.11.2010);
‘O
pleito
de
absolvição fundado em que o sistema de vigilância do
estabelecimento comercial tornou impossível a subtração
da coisa não pode vingar. As pacientes poderiam, em
tese, lograr êxito no intento delituoso. Daí que o meio
para a consecução do crime não era absolutamente
ineficaz.’ (HC nº 97.129/SP, Rel. Min. Eros Grau, DJe
de 04.6.2010).
7. Por outro lado, não há lugar, no presente caso,
para aplicação do princípio da insignificância. Além de
ser imprescindível a distinção entre valor ínfimo e
pequeno
valor,
importante
distinguir,
também,
o
desvalor do resultado e o desvalor da ação: ‘O
princípio da insignificância, vetor interpretativo do
tipo penal, é de ser aplicado tendo em conta a
realidade brasileira, de modo a evitar que a proteção
penal se restrinja aos bens patrimoniais mais valiosos,
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Supremo Tribunal Federal
RHC 107.264 / DF
3
art. 17 do CP’. Além disso, alega que ‘quanto à
ofensividade da conduta do agente, é certo tratar-se de
valor
inexpressivo,
R$
166,59,
correspondente
a
aproximadamente 1/3 do valor do salário mínimo’.
4. Penso que não assiste razão à recorrente.
5. Conforme a decisão impugnada, a simples presença
de sistema eletrônico de vigilância no estabelecimento
comercial não serve para coibir a prática de crimes
contra
o
patrimônio,
pois
não
impede,
de
modo
absolutamente eficaz, que tais delitos ocorram, seja na
forma tentada ou consumada. Isso porque, há chance da
consumação do delito, o que afasta a teoria do crime
impossível: ‘A presença de sistema eletrônico de
vigilância no estabelecimento comercial não torna o
agente completamente incapaz de consumar o furto, logo,
não há que se afastar a punição, a ponto de reconhecer
configurado
o
crime
impossível,
pela
absoluta
ineficácia
dos
meios
empregados.
Precedentes.’
(HC nº 118.947/RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, DJe de
19.12.2008).
6. Em sintonia, destaca-se da jurisprudência do
Supremo
Tribunal
Federal:
‘Reafirmação
da
jurisprudência
deste
Tribunal,
que,
em
outras
oportunidades, afastou a tese de crime impossível
somente pela existência de sistema de vigilância
instalado no estabelecimento comercial, visto que esses
dispositivos apenas dificultam a ação dos agentes, sem
impedi-la.’ (HC nº 104.105/SP, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski,
DJe
de
04.11.2010);
‘O
pleito
de
absolvição fundado em que o sistema de vigilância do
estabelecimento comercial tornou impossível a subtração
da coisa não pode vingar. As pacientes poderiam, em
tese, lograr êxito no intento delituoso. Daí que o meio
para a consecução do crime não era absolutamente
ineficaz.’ (HC nº 97.129/SP, Rel. Min. Eros Grau, DJe
de 04.6.2010).
7. Por outro lado, não há lugar, no presente caso,
para aplicação do princípio da insignificância. Além de
ser imprescindível a distinção entre valor ínfimo e
pequeno
valor,
importante
distinguir,
também,
o
desvalor do resultado e o desvalor da ação: ‘O
princípio da insignificância, vetor interpretativo do
tipo penal, é de ser aplicado tendo em conta a
realidade brasileira, de modo a evitar que a proteção
penal se restrinja aos bens patrimoniais mais valiosos,
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Relatório
RHC 107.264 / DF
4
ordinariamente pertencentes a uma pequena camada da
população. A aplicação criteriosa do postulado da
insignificância contribui, por um lado, para impedir
que a atuação estatal vá além dos limites do razoável
no atendimento do interesse público. De outro lado,
evita que condutas atentatórias a bens juridicamente
protegidos, possivelmente toleradas pelo Estado, afetem
a viabilidade da vida em sociedade. O parâmetro para
aplicação do princípio da insignificância, de sorte a
excluir a incriminação em caso de objeto material de
baixo valor, não pode ser exclusivamente o patrimônio
da vítima ou o valor do salário mínimo, pena de ensejar
a ocorrência de situações absurdas e injustas. No crime
de furto, há que se distinguir entre infração de ínfimo
e de pequeno valor, para efeito de aplicação da
insignificância.
Não
se
discute
a
incidência
do
princípio no tocante às infrações ínfimas, devendo-se,
entretanto, aplicar-se a figura do furto privilegiado
em relação às de pequeno valor.’ ( HC nº 84.424/SP,
Rel. Ministro Carlos Britto, DJ de 07.10.2005).
8. Cabe considerar, no caso, que a paciente tentou
subtrair do supermercado, 1 (uma) toalha de rosto, 9
(nove) condicionadores, 5 (cinco) shampoos, 1 (um)
creme para os cabelos, 1 (uma) escova para cabelos, 4
(quatro) fronhas e 3 (três) pacotes de chocolate,
avaliados em R$ 166,59 (cento e sessenta e seis reais e
cinquenta e nove centavos), cerca de 1/3 do salário
mínimo vigente. Assim, diferentemente do que entende a
recorrente, o valor não é inexpressivo, não se podendo
cogitar,
portanto,
da
aplicação
do
princípio
da
insignificância: ‘O fato de o valor subtraído pelo
paciente ser inferior ao valor do salário mínimo, por
si só, não autoriza a aplicação do princípio da
insignificância, já que não se pode confundir o pequeno
valor do objeto material do delito com a irrelevância
da conduta do agente.’ (HC nº 101.144/RS, Rel. Min.
Ellen Gracie, DJe de 22.10.2010); ‘O reconhecimento da
insignificância
material
da
conduta
increpada
ao
paciente
serviria
muito
mais
como
um
temerário
incentivo ao cometimento de novos delitos do que
propriamente uma injustificada mobilização do Poder
Judiciário. É dizer: o quadro empírico desenhado pelas
instâncias
de
origem
impossibilita
a
adoção
do
princípio da insignificância penal e, ao mesmo tempo,
justifica a mobilização do aparato de poder em que o
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Supremo Tribunal Federal
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4
ordinariamente pertencentes a uma pequena camada da
população. A aplicação criteriosa do postulado da
insignificância contribui, por um lado, para impedir
que a atuação estatal vá além dos limites do razoável
no atendimento do interesse público. De outro lado,
evita que condutas atentatórias a bens juridicamente
protegidos, possivelmente toleradas pelo Estado, afetem
a viabilidade da vida em sociedade. O parâmetro para
aplicação do princípio da insignificância, de sorte a
excluir a incriminação em caso de objeto material de
baixo valor, não pode ser exclusivamente o patrimônio
da vítima ou o valor do salário mínimo, pena de ensejar
a ocorrência de situações absurdas e injustas. No crime
de furto, há que se distinguir entre infração de ínfimo
e de pequeno valor, para efeito de aplicação da
insignificância.
Não
se
discute
a
incidência
do
princípio no tocante às infrações ínfimas, devendo-se,
entretanto, aplicar-se a figura do furto privilegiado
em relação às de pequeno valor.’ ( HC nº 84.424/SP,
Rel. Ministro Carlos Britto, DJ de 07.10.2005).
8. Cabe considerar, no caso, que a paciente tentou
subtrair do supermercado, 1 (uma) toalha de rosto, 9
(nove) condicionadores, 5 (cinco) shampoos, 1 (um)
creme para os cabelos, 1 (uma) escova para cabelos, 4
(quatro) fronhas e 3 (três) pacotes de chocolate,
avaliados em R$ 166,59 (cento e sessenta e seis reais e
cinquenta e nove centavos), cerca de 1/3 do salário
mínimo vigente. Assim, diferentemente do que entende a
recorrente, o valor não é inexpressivo, não se podendo
cogitar,
portanto,
da
aplicação
do
princípio
da
insignificância: ‘O fato de o valor subtraído pelo
paciente ser inferior ao valor do salário mínimo, por
si só, não autoriza a aplicação do princípio da
insignificância, já que não se pode confundir o pequeno
valor do objeto material do delito com a irrelevância
da conduta do agente.’ (HC nº 101.144/RS, Rel. Min.
Ellen Gracie, DJe de 22.10.2010); ‘O reconhecimento da
insignificância
material
da
conduta
increpada
ao
paciente
serviria
muito
mais
como
um
temerário
incentivo ao cometimento de novos delitos do que
propriamente uma injustificada mobilização do Poder
Judiciário. É dizer: o quadro empírico desenhado pelas
instâncias
de
origem
impossibilita
a
adoção
do
princípio da insignificância penal e, ao mesmo tempo,
justifica a mobilização do aparato de poder em que o
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Relatório
RHC 107.264 / DF
5
Judiciário consiste. Poder que só é de ser acionado
para a apuração de condutas que afetem, em substância,
os
bens
jurídicos
tutelados
pelas
normas
incriminadoras.
Que
é
o
caso
dos
autos.’
(HC nº 104.586/RS, Rel. Min. Ayres Britto, DJe de
24.9.2010).
9.
Isso
posto,
opino
pelo
desprovimento
do
recurso.” (grifei)
É o relatório.
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Supremo Tribunal Federal
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5
Judiciário consiste. Poder que só é de ser acionado
para a apuração de condutas que afetem, em substância,
os
bens
jurídicos
tutelados
pelas
normas
incriminadoras.
Que
é
o
caso
dos
autos.’
(HC nº 104.586/RS, Rel. Min. Ayres Britto, DJe de
24.9.2010).
9.
Isso
posto,
opino
pelo
desprovimento
do
recurso.” (grifei)
É o relatório.
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Voto - MIN. CELSO DE MELLO
RHC 107.264 / DF
6
V O T O
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator): O
princípio da insignificância – como fator de descaracterização
material da própria tipicidade penal – tem sido acolhido pelo
magistério jurisprudencial desta Suprema Corte (HC 87.478/PA, Rel.
Min.
EROS
GRAU
–
HC
88.393/RJ,
Rel.
Min.
CEZAR
PELUSO
–
HC 92.463/RS, Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC 94.505/RS, Rel.
Min. CELSO DE MELLO – HC 94.772/RS, Rel. Min. CELSO DE MELLO –
HC 95.957/RS, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.), como resulta claro de
decisão que restou consubstanciada em acórdão assim ementado:
“PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA - IDENTIFICAÇÃO DOS
VETORES CUJA PRESENÇA LEGITIMA O RECONHECIMENTO DESSE
POSTULADO
DE
POLÍTICA
CRIMINAL
-
CONSEQÜENTE
DESCARACTERIZAÇÃO DA TIPICIDADE PENAL EM SEU ASPECTO
MATERIAL - DELITO DE FURTO - CONDENAÇÃO IMPOSTA A JOVEM
DESEMPREGADO, COM APENAS 19 ANOS DE IDADE – ‘RES
FURTIVA’ NO VALOR DE R$ 25,00 (EQUIVALENTE A 9,61% DO
SALÁRIO MÍNIMO ATUALMENTE EM VIGOR) – DOUTRINA -
CONSIDERAÇÕES EM TORNO DA JURISPRUDÊNCIA DO STF -
PEDIDO DEFERIDO.
- O princípio da insignificância – que deve ser
analisado
em
conexão
com
os
postulados
da
fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado em
matéria penal - tem o sentido de excluir ou de afastar
a própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de
seu caráter material. Doutrina.
- Tal postulado – que considera necessária, na
aferição do relevo material da tipicidade penal, a
presença de certos vetores, tais como (a) a mínima
ofensividade da conduta do agente, (b) a nenhuma
periculosidade social da ação, (c) o reduzidíssimo grau
de
reprovabilidade
do
comportamento
e
(d)
a
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6
V O T O
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator): O
princípio da insignificância – como fator de descaracterização
material da própria tipicidade penal – tem sido acolhido pelo
magistério jurisprudencial desta Suprema Corte (HC 87.478/PA, Rel.
Min.
EROS
GRAU
–
HC
88.393/RJ,
Rel.
Min.
CEZAR
PELUSO
–
HC 92.463/RS, Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC 94.505/RS, Rel.
Min. CELSO DE MELLO – HC 94.772/RS, Rel. Min. CELSO DE MELLO –
HC 95.957/RS, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.), como resulta claro de
decisão que restou consubstanciada em acórdão assim ementado:
“PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA - IDENTIFICAÇÃO DOS
VETORES CUJA PRESENÇA LEGITIMA O RECONHECIMENTO DESSE
POSTULADO
DE
POLÍTICA
CRIMINAL
-
CONSEQÜENTE
DESCARACTERIZAÇÃO DA TIPICIDADE PENAL EM SEU ASPECTO
MATERIAL - DELITO DE FURTO - CONDENAÇÃO IMPOSTA A JOVEM
DESEMPREGADO, COM APENAS 19 ANOS DE IDADE – ‘RES
FURTIVA’ NO VALOR DE R$ 25,00 (EQUIVALENTE A 9,61% DO
SALÁRIO MÍNIMO ATUALMENTE EM VIGOR) – DOUTRINA -
CONSIDERAÇÕES EM TORNO DA JURISPRUDÊNCIA DO STF -
PEDIDO DEFERIDO.
- O princípio da insignificância – que deve ser
analisado
em
conexão
com
os
postulados
da
fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado em
matéria penal - tem o sentido de excluir ou de afastar
a própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de
seu caráter material. Doutrina.
- Tal postulado – que considera necessária, na
aferição do relevo material da tipicidade penal, a
presença de certos vetores, tais como (a) a mínima
ofensividade da conduta do agente, (b) a nenhuma
periculosidade social da ação, (c) o reduzidíssimo grau
de
reprovabilidade
do
comportamento
e
(d)
a
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Voto - MIN. CELSO DE MELLO
RHC 107.264 / DF
7
inexpressividade da lesão jurídica provocada – apoiou-
-se, em seu processo de formulação teórica, no
reconhecimento de que o caráter subsidiário do sistema
penal reclama e impõe, em função dos próprios objetivos
por ele visados, a intervenção mínima do Poder Público
em matéria penal.
Isso significa, pois, que o sistema jurídico há de
considerar a relevantíssima circunstância de que a
privação da liberdade e a restrição de direitos do
indivíduo somente se justificarão quando estritamente
necessárias
à
própria
proteção
das
pessoas,
da
sociedade e de outros bens jurídicos que lhes sejam
essenciais, notadamente naqueles casos em que os
valores penalmente tutelados se exponham a dano,
efetivo ou potencial, impregnado de significativa
lesividade.
- O direito penal não se deve ocupar de condutas
que produzam resultado cujo desvalor - por não importar
em lesão significativa a bens jurídicos relevantes -
não represente, por isso mesmo, prejuízo importante,
seja ao titular do bem jurídico tutelado, seja à
integridade da própria ordem social.”
(RTJ 192/963-964, Rel. Min. CELSO DE MELLO)
É importante assinalar, neste ponto, por oportuno, que
o princípio da insignificância – que deve ser analisado em conexão
com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do
Estado em matéria penal - tem o sentido de excluir ou de afastar a
própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu caráter
material,
consoante
assinala
expressivo
magistério
doutrinário
expendido
na
análise
do
tema
em
referência
(FRANCISCO
DE
ASSIS TOLEDO, “Princípios Básicos de Direito Penal”, p. 133/134,
item n. 131, 5ª ed., 2002, Saraiva; CEZAR ROBERTO BITENCOURT,
“Código Penal Comentado”, p. 6, item n. 9, 2002, Saraiva; DAMÁSIO
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RHC 107.264 / DF
7
inexpressividade da lesão jurídica provocada – apoiou-
-se, em seu processo de formulação teórica, no
reconhecimento de que o caráter subsidiário do sistema
penal reclama e impõe, em função dos próprios objetivos
por ele visados, a intervenção mínima do Poder Público
em matéria penal.
Isso significa, pois, que o sistema jurídico há de
considerar a relevantíssima circunstância de que a
privação da liberdade e a restrição de direitos do
indivíduo somente se justificarão quando estritamente
necessárias
à
própria
proteção
das
pessoas,
da
sociedade e de outros bens jurídicos que lhes sejam
essenciais, notadamente naqueles casos em que os
valores penalmente tutelados se exponham a dano,
efetivo ou potencial, impregnado de significativa
lesividade.
- O direito penal não se deve ocupar de condutas
que produzam resultado cujo desvalor - por não importar
em lesão significativa a bens jurídicos relevantes -
não represente, por isso mesmo, prejuízo importante,
seja ao titular do bem jurídico tutelado, seja à
integridade da própria ordem social.”
(RTJ 192/963-964, Rel. Min. CELSO DE MELLO)
É importante assinalar, neste ponto, por oportuno, que
o princípio da insignificância – que deve ser analisado em conexão
com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do
Estado em matéria penal - tem o sentido de excluir ou de afastar a
própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu caráter
material,
consoante
assinala
expressivo
magistério
doutrinário
expendido
na
análise
do
tema
em
referência
(FRANCISCO
DE
ASSIS TOLEDO, “Princípios Básicos de Direito Penal”, p. 133/134,
item n. 131, 5ª ed., 2002, Saraiva; CEZAR ROBERTO BITENCOURT,
“Código Penal Comentado”, p. 6, item n. 9, 2002, Saraiva; DAMÁSIO
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Voto - MIN. CELSO DE MELLO
RHC 107.264 / DF
8
E. DE JESUS, “Direito Penal – Parte Geral”, vol. 1/10, item n. 11,
“h”, 26ª ed., 2003, Saraiva; MAURÍCIO ANTONIO RIBEIRO LOPES,
“Princípio da Insignificância no Direito Penal”, p. 113/118,
item n. 8.2, 2ª ed., 2000, RT, v.g.).
O
postulado
da
insignificância
-
que
considera
necessária, na aferição do relevo material da tipicidade penal, a
presença de certos vetores, tais como (a) a mínima ofensividade da
conduta do agente, (b) a nenhuma periculosidade social da ação,
(c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e (d) a
inexpressividade da lesão jurídica provocada - apoiou-se, em seu
processo de formulação teórica, no reconhecimento de que o caráter
subsidiário do sistema penal reclama e impõe, em função dos próprios
objetivos por ele visados, a intervenção mínima do Poder Público em
matéria penal.
Isso significa, pois, que o sistema jurídico há de
considerar a relevantíssima circunstância de que a privação da
liberdade e a restrição de direitos do indivíduo somente se
justificarão quando estritamente necessárias à própria proteção das
pessoas, da sociedade e de outros bens jurídicos que lhes sejam
essenciais, notadamente naqueles casos em que os valores penalmente
tutelados se exponham a dano - efetivo ou potencial – causado por
comportamento impregnado de significativa lesividade.
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RHC 107.264 / DF
8
E. DE JESUS, “Direito Penal – Parte Geral”, vol. 1/10, item n. 11,
“h”, 26ª ed., 2003, Saraiva; MAURÍCIO ANTONIO RIBEIRO LOPES,
“Princípio da Insignificância no Direito Penal”, p. 113/118,
item n. 8.2, 2ª ed., 2000, RT, v.g.).
O
postulado
da
insignificância
-
que
considera
necessária, na aferição do relevo material da tipicidade penal, a
presença de certos vetores, tais como (a) a mínima ofensividade da
conduta do agente, (b) a nenhuma periculosidade social da ação,
(c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e (d) a
inexpressividade da lesão jurídica provocada - apoiou-se, em seu
processo de formulação teórica, no reconhecimento de que o caráter
subsidiário do sistema penal reclama e impõe, em função dos próprios
objetivos por ele visados, a intervenção mínima do Poder Público em
matéria penal.
Isso significa, pois, que o sistema jurídico há de
considerar a relevantíssima circunstância de que a privação da
liberdade e a restrição de direitos do indivíduo somente se
justificarão quando estritamente necessárias à própria proteção das
pessoas, da sociedade e de outros bens jurídicos que lhes sejam
essenciais, notadamente naqueles casos em que os valores penalmente
tutelados se exponham a dano - efetivo ou potencial – causado por
comportamento impregnado de significativa lesividade.
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Voto - MIN. CELSO DE MELLO
RHC 107.264 / DF
9
Revela-se expressivo, a propósito do tema, o magistério
de EDILSON MOUGENOT BONFIM e de FERNANDO CAPEZ (“Direito Penal –
Parte Geral”, p. 121/122, item n. 2.1, 2004, Saraiva):
“Na verdade, o princípio da bagatela ou da
insignificância (...) não tem previsão legal no direito
brasileiro (...), sendo considerado, contudo, princípio
auxiliar de determinação da tipicidade, sob a ótica da
objetividade jurídica. Funda-se no brocardo civil
‘minimis non curat praetor’ e na conveniência da
política criminal. Se a finalidade do tipo penal é
tutelar um bem jurídico quando a lesão, de tão
insignificante,
torna-se
imperceptível,
não
será
possível proceder a seu enquadramento típico, por
absoluta falta de correspondência entre o fato narrado
na lei e o comportamento iníquo realizado. É que, no
tipo, somente estão descritos os comportamentos capazes
de ofender o interesse tutelado pela norma. Por essa
razão, os danos de nenhuma monta devem ser considerados
atípicos. A tipicidade penal está a reclamar ofensa de
certa gravidade exercida sobre os bens jurídicos, pois
nem sempre ofensa mínima a um bem ou interesse
juridicamente protegido é capaz de se incluir no
requerimento reclamado pela tipicidade penal, o qual
exige ofensa de alguma magnitude a esse mesmo bem
jurídico.” (grifei)
Na realidade, e considerados, de um lado, o princípio
da intervenção penal mínima do Estado (que tem por destinatário o
próprio legislador) e, de outro, o postulado da insignificância (que
se dirige ao magistrado, enquanto aplicador da lei penal ao caso
concreto), na precisa lição do eminente Professor RENÉ ARIEL DOTTI
(“Curso de Direito Penal – Parte Geral”, p. 68, item n. 51, 2ª ed.,
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Supremo Tribunal Federal
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9
Revela-se expressivo, a propósito do tema, o magistério
de EDILSON MOUGENOT BONFIM e de FERNANDO CAPEZ (“Direito Penal –
Parte Geral”, p. 121/122, item n. 2.1, 2004, Saraiva):
“Na verdade, o princípio da bagatela ou da
insignificância (...) não tem previsão legal no direito
brasileiro (...), sendo considerado, contudo, princípio
auxiliar de determinação da tipicidade, sob a ótica da
objetividade jurídica. Funda-se no brocardo civil
‘minimis non curat praetor’ e na conveniência da
política criminal. Se a finalidade do tipo penal é
tutelar um bem jurídico quando a lesão, de tão
insignificante,
torna-se
imperceptível,
não
será
possível proceder a seu enquadramento típico, por
absoluta falta de correspondência entre o fato narrado
na lei e o comportamento iníquo realizado. É que, no
tipo, somente estão descritos os comportamentos capazes
de ofender o interesse tutelado pela norma. Por essa
razão, os danos de nenhuma monta devem ser considerados
atípicos. A tipicidade penal está a reclamar ofensa de
certa gravidade exercida sobre os bens jurídicos, pois
nem sempre ofensa mínima a um bem ou interesse
juridicamente protegido é capaz de se incluir no
requerimento reclamado pela tipicidade penal, o qual
exige ofensa de alguma magnitude a esse mesmo bem
jurídico.” (grifei)
Na realidade, e considerados, de um lado, o princípio
da intervenção penal mínima do Estado (que tem por destinatário o
próprio legislador) e, de outro, o postulado da insignificância (que
se dirige ao magistrado, enquanto aplicador da lei penal ao caso
concreto), na precisa lição do eminente Professor RENÉ ARIEL DOTTI
(“Curso de Direito Penal – Parte Geral”, p. 68, item n. 51, 2ª ed.,
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 21
Voto - MIN. CELSO DE MELLO
RHC 107.264 / DF
10
2004, Forense), cumpre reconhecer que o direito penal não se deve
ocupar de condutas que produzam resultado, cujo desvalor - por não
importar em lesão significativa a bens jurídicos relevantes - não
represente, por isso mesmo, prejuízo importante, seja ao titular do
bem jurídico tutelado, seja à integridade da própria ordem social.
A questão pertinente à aplicabilidade do princípio da
insignificância - quando se evidencia que o bem jurídico tutelado
sofreu “ínfima afetação” (RENÉ ARIEL DOTTI, “Curso de Direito
Penal – Parte Geral”, p. 68, item n. 51, 2ª ed., 2004, Forense) –
assim tem sido apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, cuja
jurisprudência reconhece possível, nos delitos de bagatela, a
incidência do postulado em causa (RTJ 192/963-964, Rel. Min. CELSO
DE MELLO - (HC 84.687/MS, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.):
“ACIDENTE
DE
TRÂNSITO.
LESÃO
CORPORAL.
INEXPRESSIVIDADE
DA
LESÃO.
PRINCÍPIO
DA
INSIGNIFICÂNCIA. CRIME NÃO CONFIGURADO.
Se a lesão corporal (pequena equimose) decorrente
de acidente de trânsito é de absoluta insignificância,
como resulta dos elementos dos autos - e outra prova
não seria possível fazer-se tempos depois -, há de
impedir-se que se instaure ação penal (...).”
(RTJ 129/187, Rel. Min. ALDIR PASSARINHO - grifei)
“Uma vez verificada a insignificância jurídica do
ato apontado como delituoso, impõe-se o trancamento da
ação penal, por falta de justa causa.”
(RTJ 178/310, Rel. Min. MARCO AURÉLIO – grifei)
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Supremo Tribunal Federal
RHC 107.264 / DF
10
2004, Forense), cumpre reconhecer que o direito penal não se deve
ocupar de condutas que produzam resultado, cujo desvalor - por não
importar em lesão significativa a bens jurídicos relevantes - não
represente, por isso mesmo, prejuízo importante, seja ao titular do
bem jurídico tutelado, seja à integridade da própria ordem social.
A questão pertinente à aplicabilidade do princípio da
insignificância - quando se evidencia que o bem jurídico tutelado
sofreu “ínfima afetação” (RENÉ ARIEL DOTTI, “Curso de Direito
Penal – Parte Geral”, p. 68, item n. 51, 2ª ed., 2004, Forense) –
assim tem sido apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, cuja
jurisprudência reconhece possível, nos delitos de bagatela, a
incidência do postulado em causa (RTJ 192/963-964, Rel. Min. CELSO
DE MELLO - (HC 84.687/MS, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.):
“ACIDENTE
DE
TRÂNSITO.
LESÃO
CORPORAL.
INEXPRESSIVIDADE
DA
LESÃO.
PRINCÍPIO
DA
INSIGNIFICÂNCIA. CRIME NÃO CONFIGURADO.
Se a lesão corporal (pequena equimose) decorrente
de acidente de trânsito é de absoluta insignificância,
como resulta dos elementos dos autos - e outra prova
não seria possível fazer-se tempos depois -, há de
impedir-se que se instaure ação penal (...).”
(RTJ 129/187, Rel. Min. ALDIR PASSARINHO - grifei)
“Uma vez verificada a insignificância jurídica do
ato apontado como delituoso, impõe-se o trancamento da
ação penal, por falta de justa causa.”
(RTJ 178/310, Rel. Min. MARCO AURÉLIO – grifei)
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Voto - MIN. CELSO DE MELLO
RHC 107.264 / DF
11
“‘HABEAS CORPUS’. PENAL. MOEDA FALSA. FALSIFICAÇÃO
GROSSEIRA.
PRINCÍPIO
DA
INSIGNIFICÂNCIA.
CONDUTA
ATÍPICA. ORDEM CONCEDIDA.
...................................................
3. A apreensão de nota falsa com valor de cinco
reais, em meio a outras notas verdadeiras, nas
circunstâncias fáticas da presente impetração, não cria
lesão considerável ao bem jurídico tutelado, de maneira
que a conduta do paciente é atípica.
4. ‘Habeas corpus’ deferido, para trancar a ação
penal em que o paciente figura como réu.”
(HC 83.526/CE, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA - grifei)
Impende ressaltar, ainda, por oportuno, que esta
Suprema
Corte,
em
diversos
julgamentos,
tem
reafirmado
essa
orientação:
“1. AÇÃO PENAL. Justa causa. Inexistência. Delito
de furto. Subtração de garrafa de vinho estimada em
vinte reais. ‘Res furtiva’ de valor insignificante.
Crime
de
bagatela.
Aplicação
do
princípio
da
insignificância. Atipicidade reconhecida. Extinção do
processo. HC concedido para esse fim. Precedentes.
Verificada a objetiva insignificância jurídica do ato
tido por delituoso, é de ser extinto o processo da ação
penal, por atipicidade do comportamento e conseqüente
inexistência de justa causa.
2. AÇÃO PENAL. Suspensão condicional do processo.
Inadmissibilidade. Ação penal destituída de justa
causa. Conduta atípica. Aplicação do princípio da
insignificância.
Trancamento
da
ação
em
‘habeas
corpus’. Não se cogita de suspensão condicional do
processo, quando, à vista da atipicidade da conduta, a
denúncia já devia ter sido rejeitada.”
(HC 88.393/RJ, Rel. Min. CEZAR PELUSO – grifei)
“PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA - IDENTIFICAÇÃO DOS
VETORES CUJA PRESENÇA LEGITIMA O RECONHECIMENTO DESSE
POSTULADO
DE
POLÍTICA
CRIMINAL
-
CONSEQÜENTE
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Supremo Tribunal Federal
RHC 107.264 / DF
11
“‘HABEAS CORPUS’. PENAL. MOEDA FALSA. FALSIFICAÇÃO
GROSSEIRA.
PRINCÍPIO
DA
INSIGNIFICÂNCIA.
CONDUTA
ATÍPICA. ORDEM CONCEDIDA.
...................................................
3. A apreensão de nota falsa com valor de cinco
reais, em meio a outras notas verdadeiras, nas
circunstâncias fáticas da presente impetração, não cria
lesão considerável ao bem jurídico tutelado, de maneira
que a conduta do paciente é atípica.
4. ‘Habeas corpus’ deferido, para trancar a ação
penal em que o paciente figura como réu.”
(HC 83.526/CE, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA - grifei)
Impende ressaltar, ainda, por oportuno, que esta
Suprema
Corte,
em
diversos
julgamentos,
tem
reafirmado
essa
orientação:
“1. AÇÃO PENAL. Justa causa. Inexistência. Delito
de furto. Subtração de garrafa de vinho estimada em
vinte reais. ‘Res furtiva’ de valor insignificante.
Crime
de
bagatela.
Aplicação
do
princípio
da
insignificância. Atipicidade reconhecida. Extinção do
processo. HC concedido para esse fim. Precedentes.
Verificada a objetiva insignificância jurídica do ato
tido por delituoso, é de ser extinto o processo da ação
penal, por atipicidade do comportamento e conseqüente
inexistência de justa causa.
2. AÇÃO PENAL. Suspensão condicional do processo.
Inadmissibilidade. Ação penal destituída de justa
causa. Conduta atípica. Aplicação do princípio da
insignificância.
Trancamento
da
ação
em
‘habeas
corpus’. Não se cogita de suspensão condicional do
processo, quando, à vista da atipicidade da conduta, a
denúncia já devia ter sido rejeitada.”
(HC 88.393/RJ, Rel. Min. CEZAR PELUSO – grifei)
“PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA - IDENTIFICAÇÃO DOS
VETORES CUJA PRESENÇA LEGITIMA O RECONHECIMENTO DESSE
POSTULADO
DE
POLÍTICA
CRIMINAL
-
CONSEQÜENTE
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Voto - MIN. CELSO DE MELLO
RHC 107.264 / DF
12
DESCARACTERIZAÇÃO DA TIPICIDADE PENAL EM SEU ASPECTO
MATERIAL - DELITO DE FURTO SIMPLES, EM SUA MODALIDADE
TENTADA – ‘RES FURTIVA’ NO VALOR (ÍNFIMO) DE R$ 20,00
(EQUIVALENTE A 5,26% DO SALÁRIO MÍNIMO ATUALMENTE EM
VIGOR)
-
DOUTRINA
-
CONSIDERAÇÕES
EM
TORNO
DA
JURISPRUDÊNCIA DO STF - PEDIDO DEFERIDO.
O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA QUALIFICA-SE COMO
FATOR DE DESCARACTERIZAÇÃO MATERIAL DA TIPICIDADE
PENAL.
- O princípio da insignificância - que deve ser
analisado
em
conexão
com
os
postulados
da
fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado em
matéria penal - tem o sentido de excluir ou de afastar
a própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de
seu caráter material. Doutrina.
Tal postulado - que considera necessária, na
aferição do relevo material da tipicidade penal, a
presença de certos vetores, tais como (a) a mínima
ofensividade da conduta do agente, (b) a nenhuma
periculosidade social da ação, (c) o reduzidíssimo grau
de
reprovabilidade
do
comportamento
e
(d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada -
apoiou-se, em seu processo de formulação teórica, no
reconhecimento de que o caráter subsidiário do sistema
penal reclama e impõe, em função dos próprios objetivos
por ele visados, a intervenção mínima do Poder Público.
O POSTULADO DA INSIGNIFICÂNCIA E A FUNÇÃO DO
DIREITO PENAL: ‘DE MINIMIS, NON CURAT PRAETOR’.
-
O
sistema
jurídico
há
de
considerar
a
relevantíssima circunstância de que a privação da
liberdade e a restrição de direitos do indivíduo
somente se justificam quando estritamente necessárias à
própria proteção das pessoas, da sociedade e de outros
bens jurídicos que lhes sejam essenciais, notadamente
naqueles casos em que os valores penalmente tutelados
se exponham a dano, efetivo ou potencial, impregnado de
significativa lesividade.
O direito penal não se deve ocupar de condutas que
produzam resultado, cujo desvalor - por não importar em
lesão significativa a bens jurídicos relevantes - não
represente, por isso mesmo, prejuízo importante, seja
ao titular do bem jurídico tutelado, seja à integridade
da própria ordem social.”
(HC 92.463/RS, Rel. Min. CELSO DE MELLO)
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Supremo Tribunal Federal
RHC 107.264 / DF
12
DESCARACTERIZAÇÃO DA TIPICIDADE PENAL EM SEU ASPECTO
MATERIAL - DELITO DE FURTO SIMPLES, EM SUA MODALIDADE
TENTADA – ‘RES FURTIVA’ NO VALOR (ÍNFIMO) DE R$ 20,00
(EQUIVALENTE A 5,26% DO SALÁRIO MÍNIMO ATUALMENTE EM
VIGOR)
-
DOUTRINA
-
CONSIDERAÇÕES
EM
TORNO
DA
JURISPRUDÊNCIA DO STF - PEDIDO DEFERIDO.
O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA QUALIFICA-SE COMO
FATOR DE DESCARACTERIZAÇÃO MATERIAL DA TIPICIDADE
PENAL.
- O princípio da insignificância - que deve ser
analisado
em
conexão
com
os
postulados
da
fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado em
matéria penal - tem o sentido de excluir ou de afastar
a própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de
seu caráter material. Doutrina.
Tal postulado - que considera necessária, na
aferição do relevo material da tipicidade penal, a
presença de certos vetores, tais como (a) a mínima
ofensividade da conduta do agente, (b) a nenhuma
periculosidade social da ação, (c) o reduzidíssimo grau
de
reprovabilidade
do
comportamento
e
(d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada -
apoiou-se, em seu processo de formulação teórica, no
reconhecimento de que o caráter subsidiário do sistema
penal reclama e impõe, em função dos próprios objetivos
por ele visados, a intervenção mínima do Poder Público.
O POSTULADO DA INSIGNIFICÂNCIA E A FUNÇÃO DO
DIREITO PENAL: ‘DE MINIMIS, NON CURAT PRAETOR’.
-
O
sistema
jurídico
há
de
considerar
a
relevantíssima circunstância de que a privação da
liberdade e a restrição de direitos do indivíduo
somente se justificam quando estritamente necessárias à
própria proteção das pessoas, da sociedade e de outros
bens jurídicos que lhes sejam essenciais, notadamente
naqueles casos em que os valores penalmente tutelados
se exponham a dano, efetivo ou potencial, impregnado de
significativa lesividade.
O direito penal não se deve ocupar de condutas que
produzam resultado, cujo desvalor - por não importar em
lesão significativa a bens jurídicos relevantes - não
represente, por isso mesmo, prejuízo importante, seja
ao titular do bem jurídico tutelado, seja à integridade
da própria ordem social.”
(HC 92.463/RS, Rel. Min. CELSO DE MELLO)
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 21
Voto - MIN. CELSO DE MELLO
RHC 107.264 / DF
13
O
exame
da
presente
impetração
justifica
a
aplicabilidade, ao caso, como anteriormente acentuei, do princípio
da insignificância, pois os autos revelam que se trata de persecução
penal instaurada pela prática do delito de furto simples, em sua
modalidade tentada (CP, art. 155, “caput”, c/c o art. 14, II), que
teve por objeto 01 (uma) toalha de rosto, 09 (nove) condicionadores,
05 (cinco) “shampoos”, 01 (um) creme para cabelos, 01 (uma) escova
para cabelos, 04 (quatro) fronhas e 03 (três) pacotes de chocolates,
avaliados em R$ 166,59 (cento e sessenta e seis reais e cinqüenta e
nove centavos)!!!
Vale registrar, Senhores Ministros, em função da
própria “ratio” subjacente ao princípio da insignificância, que a
tentativa de subtração patrimonial foi praticada, no caso, sem
violência física ou moral à vítima e que a “res furtivae”, no valor
de R$ 166,59 (!!!), equivalia, à época do delito (abril/2009),
a 35,82% do valor do salário mínimo então vigente (R$ 465,00),
correspondendo, atualmente, a 30,56% do salário mínimo ora em vigor
em nosso País.
Sendo assim, considerando as razões expostas, e com
apoio no postulado da insignificância, dou provimento ao presente
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RHC 107.264 / DF
13
O
exame
da
presente
impetração
justifica
a
aplicabilidade, ao caso, como anteriormente acentuei, do princípio
da insignificância, pois os autos revelam que se trata de persecução
penal instaurada pela prática do delito de furto simples, em sua
modalidade tentada (CP, art. 155, “caput”, c/c o art. 14, II), que
teve por objeto 01 (uma) toalha de rosto, 09 (nove) condicionadores,
05 (cinco) “shampoos”, 01 (um) creme para cabelos, 01 (uma) escova
para cabelos, 04 (quatro) fronhas e 03 (três) pacotes de chocolates,
avaliados em R$ 166,59 (cento e sessenta e seis reais e cinqüenta e
nove centavos)!!!
Vale registrar, Senhores Ministros, em função da
própria “ratio” subjacente ao princípio da insignificância, que a
tentativa de subtração patrimonial foi praticada, no caso, sem
violência física ou moral à vítima e que a “res furtivae”, no valor
de R$ 166,59 (!!!), equivalia, à época do delito (abril/2009),
a 35,82% do valor do salário mínimo então vigente (R$ 465,00),
correspondendo, atualmente, a 30,56% do salário mínimo ora em vigor
em nosso País.
Sendo assim, considerando as razões expostas, e com
apoio no postulado da insignificância, dou provimento ao presente
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 21
Voto - MIN. CELSO DE MELLO
RHC 107.264 / DF
14
recurso ordinário em “habeas corpus”, para invalidar o acórdão
proferido nos autos da Apelação Criminal nº 70034286906, julgada
pela Oitava Câmara Criminal do E. Tribunal de Justiça do Estado do
Rio Grande do Sul (Processo-crime nº 023/2.09.0003875-0, que
tramitou perante a 3ª Vara Criminal da comarca de Rio Grande/RS).
É o meu voto.
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Supremo Tribunal Federal
RHC 107.264 / DF
14
recurso ordinário em “habeas corpus”, para invalidar o acórdão
proferido nos autos da Apelação Criminal nº 70034286906, julgada
pela Oitava Câmara Criminal do E. Tribunal de Justiça do Estado do
Rio Grande do Sul (Processo-crime nº 023/2.09.0003875-0, que
tramitou perante a 3ª Vara Criminal da comarca de Rio Grande/RS).
É o meu voto.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 21
Voto - MIN. AYRES BRITTO
19/04/2011
SEGUNDA TURMA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 107.264 DISTRITO FEDERAL
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Estou de acordo. Essa
questão de pequeno valor, de valor nulo, de valor ínfimo, para mim, tem
que haver algum valor.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Presidente e
Relator): CANCELADO.
A SENHORA MINISTRA ELLEN GRACIE - É relativa, mas
relativa a quem está perdendo.
Eu já tive ocasião, nesta Turma, de negar o reconhecimento do
pequeno valor, porque o valor efetivamente pequeno que tinha sido
furtado - parece que eram quarenta e cinco reais - provinha de um
pipoqueiro que tinha trabalhado o dia inteiro para amealhar aquela
quantia.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Muita pipoca teve que
vender para isso.
A SENHORA MINISTRA ELLEN GRACIE - Não é? É um conceito
relativo.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Sim, relativo.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Presidente e
Relator): CANCELADO.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Sim. No caso, parece-
me que o prejuízo foi praticamente nulo.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Presidente e
Relator): CANCELADO.
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
19/04/2011
SEGUNDA TURMA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 107.264 DISTRITO FEDERAL
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Estou de acordo. Essa
questão de pequeno valor, de valor nulo, de valor ínfimo, para mim, tem
que haver algum valor.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Presidente e
Relator): CANCELADO.
A SENHORA MINISTRA ELLEN GRACIE - É relativa, mas
relativa a quem está perdendo.
Eu já tive ocasião, nesta Turma, de negar o reconhecimento do
pequeno valor, porque o valor efetivamente pequeno que tinha sido
furtado - parece que eram quarenta e cinco reais - provinha de um
pipoqueiro que tinha trabalhado o dia inteiro para amealhar aquela
quantia.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Muita pipoca teve que
vender para isso.
A SENHORA MINISTRA ELLEN GRACIE - Não é? É um conceito
relativo.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Sim, relativo.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Presidente e
Relator): CANCELADO.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Sim. No caso, parece-
me que o prejuízo foi praticamente nulo.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Presidente e
Relator): CANCELADO.
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 21
Voto - MIN. AYRES BRITTO
RHC 107.264 / DF
A SENHORA MINISTRA ELLEN GRACIE - E foi apreendida a
mercadoria.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - A própria ação foi
abortada, então.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Presidente e
Relator): CANCELADO.
**********
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RHC 107.264 / DF
A SENHORA MINISTRA ELLEN GRACIE - E foi apreendida a
mercadoria.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - A própria ação foi
abortada, então.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Presidente e
Relator): CANCELADO.
**********
2
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 21
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 107.264
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO
RECTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
PACTE.(S) : ANA PAULA ESCOBAR PEDROSO
RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
Decisão: A Turma, por votação unânime, deu provimento ao
recurso ordinário, para determinar a invalidação da condenação
penal imposta, à ora paciente, nos autos da Apelação Criminal nº
70034286906, julgada pela Oitava Câmara Criminal do E. Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (Processo-crime nº
023/2.09.0003875-0, que tramitou perante a 3ª Vara Criminal da
comarca de Rio Grande/RS), nos termos do voto do Relator.
Ausentes, justificadamente, neste julgamento, os Senhores
Ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa. Presidiu, este
julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello.
2ª Turma,
19.04.2011.
Presidência do Senhor Ministro Celso de Mello. Presentes à
sessão a Senhora Ministra Ellen Gracie e o Senhor Ministro Ayres
Britto. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Gilmar
Mendes e Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Mário José Gisi.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1126436
Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 107.264
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO
RECTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
PACTE.(S) : ANA PAULA ESCOBAR PEDROSO
RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
Decisão: A Turma, por votação unânime, deu provimento ao
recurso ordinário, para determinar a invalidação da condenação
penal imposta, à ora paciente, nos autos da Apelação Criminal nº
70034286906, julgada pela Oitava Câmara Criminal do E. Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (Processo-crime nº
023/2.09.0003875-0, que tramitou perante a 3ª Vara Criminal da
comarca de Rio Grande/RS), nos termos do voto do Relator.
Ausentes, justificadamente, neste julgamento, os Senhores
Ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa. Presidiu, este
julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello.
2ª Turma,
19.04.2011.
Presidência do Senhor Ministro Celso de Mello. Presentes à
sessão a Senhora Ministra Ellen Gracie e o Senhor Ministro Ayres
Britto. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Gilmar
Mendes e Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Mário José Gisi.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 21
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 107.264
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO
RECTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
RECTE.(S) : ANA PAULA ESCOBAR PEDROSO
RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
Decisão: A Turma, por votação unânime, deu provimento ao
recurso ordinário, para determinar a invalidação da condenação
penal imposta, à ora paciente, nos autos da Apelação Criminal nº
70034286906, julgada pela Oitava Câmara Criminal do E. Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (Processo-crime nº
023/2.09.0003875-0, que tramitou perante a 3ª Vara Criminal da
comarca de Rio Grande/RS), nos termos do voto do Relator.
Ausentes, justificadamente, neste julgamento, os Senhores
Ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa. Presidiu, este
julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello.
2ª Turma,
19.04.2011.
Decisão: A Turma, por votação unânime, deliberou retificar a
decisão proferida na 11ª Sessão Ordinária, de 19.04.2011, nos
termos seguintes: “A Turma, por votação unânime, deu provimento ao
recurso ordinário, para invalidar o acórdão proferido nos autos da
Apelação Criminal nº 70034286906, julgada na Oitava Câmara
Criminal do E. Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul,
determinando, ainda, a extinção definitiva do procedimento penal
instaurado contra a ora paciente (Processo-crime
nº
023/2.09.0003875-0, que tramitou perante a 3ª Vara Criminal da
comarca de Rio Grande/RS), nos termos do voto do Relator.”
Ausentes, justificadamente, neste julgamento, a Senhora Ministra
Ellen Gracie e o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma,
31.05.2011.
Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Ellen Gracie e Ayres
Britto. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim
Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis
Vieira Sanseverino.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1227261
Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 107.264
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO
RECTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
RECTE.(S) : ANA PAULA ESCOBAR PEDROSO
RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
Decisão: A Turma, por votação unânime, deu provimento ao
recurso ordinário, para determinar a invalidação da condenação
penal imposta, à ora paciente, nos autos da Apelação Criminal nº
70034286906, julgada pela Oitava Câmara Criminal do E. Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (Processo-crime nº
023/2.09.0003875-0, que tramitou perante a 3ª Vara Criminal da
comarca de Rio Grande/RS), nos termos do voto do Relator.
Ausentes, justificadamente, neste julgamento, os Senhores
Ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa. Presidiu, este
julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello.
2ª Turma,
19.04.2011.
Decisão: A Turma, por votação unânime, deliberou retificar a
decisão proferida na 11ª Sessão Ordinária, de 19.04.2011, nos
termos seguintes: “A Turma, por votação unânime, deu provimento ao
recurso ordinário, para invalidar o acórdão proferido nos autos da
Apelação Criminal nº 70034286906, julgada na Oitava Câmara
Criminal do E. Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul,
determinando, ainda, a extinção definitiva do procedimento penal
instaurado contra a ora paciente (Processo-crime
nº
023/2.09.0003875-0, que tramitou perante a 3ª Vara Criminal da
comarca de Rio Grande/RS), nos termos do voto do Relator.”
Ausentes, justificadamente, neste julgamento, a Senhora Ministra
Ellen Gracie e o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma,
31.05.2011.
Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Ellen Gracie e Ayres
Britto. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim
Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis
Vieira Sanseverino.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 21
Decisão de Julgamento
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Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 21
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1609492 | 2011-04-19T00:00:00 | 2011-12-07T00:00:00 | A Turma, por votação unânime, deu provimento ao recurso ordinário, para determinar a invalidação da condenação penal imposta, à ora paciente, nos autos da Apelação Criminal nº 70034286906, julgada pela Oitava Câmara Criminal do E. Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (Processo-crime nº 023/2.09.0003875-0, que tramitou perante a 3ª Vara Criminal da comarca de Rio Grande/RS), nos termos do voto do Relator. Ausentes, justificadamente, neste julgamento, os Senhores Ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa. Presidiu, este julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello. 2ª Turma, 19.04.2011.
A Turma, por votação unânime, deliberou retificar a decisão proferida na 11ª Sessão Ordinária, de 19.04.2011, nos termos seguintes: “A Turma, por votação unânime, deu provimento ao recurso ordinário, para invalidar o acórdão proferido nos autos da Apelação Criminal nº 70034286906, julgada na Oitava Câmara Criminal do E. Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, determinando, ainda, a extinção definitiva do procedimento penal instaurado contra a ora paciente (Processo-crime nº 023/2.09.0003875-0, que tramitou perante a 3ª Vara Criminal da comarca de Rio Grande/RS), nos termos do voto do Relator.” Ausentes, justificadamente, neste julgamento, a Senhora Ministra Ellen Gracie e o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 31.05.2011. | RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS | E M E N T A: RECURSO ORDINÁRIO EM “HABEAS CORPUS” - PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA - IDENTIFICAÇÃO DOS VETORES CUJA PRESENÇA LEGITIMA O RECONHECIMENTO DESSE POSTULADO DE POLÍTICA CRIMINAL - CONSEQÜENTE DESCARACTERIZAÇÃO DA TIPICIDADE PENAL EM SEU ASPECTO MATERIAL - DELITO DE FURTO SIMPLES, EM SUA MODALIDADE TENTADA (CP, ART. 155, “CAPUT”, C/C O ART. 14, II) - “RES FURTIVAE” NO VALOR (ÍNFIMO) DE R$ 166,59 - DOUTRINA - CONSIDERAÇÕES EM TORNO DA JURISPRUDÊNCIA DO STF - RECURSO ORDINÁRIO PROVIDO.
O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA QUALIFICA-SE COMO FATOR DE DESCARACTERIZAÇÃO MATERIAL DA TIPICIDADE PENAL.
- O princípio da insignificância - que deve ser analisado em conexão com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado em matéria penal - tem o sentido de excluir ou de afastar a própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu caráter material. Doutrina.
Tal postulado - que considera necessária, na aferição do relevo material da tipicidade penal, a presença de certos vetores, tais como (a) a mínima ofensividade da conduta do agente, (b) a nenhuma periculosidade social da ação, (c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e (d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada - apoiou-se, em seu processo de formulação teórica, no reconhecimento de que o caráter subsidiário do sistema penal reclama e impõe, em função dos próprios objetivos por ele visados, a intervenção mínima do Poder Público.
O POSTULADO DA INSIGNIFICÂNCIA E A FUNÇÃO DO DIREITO PENAL: “DE MINIMIS, NON CURAT PRAETOR”.
- O sistema jurídico há de considerar a relevantíssima circunstância de que a privação da liberdade e a restrição de direitos do indivíduo somente se justificam quando estritamente necessárias à própria proteção das pessoas, da sociedade e de outros bens jurídicos que lhes sejam essenciais, notadamente naqueles casos em que os valores penalmente tutelados se exponham a dano, efetivo ou potencial, impregnado de significativa lesividade. | sjur202510 | - Acórdãos citados: HC 83526, HC 84687, HC 87478, HC 88393,
HC 92463, HC 94505, HC 94772, HC 95957; RTJ 129/187, RTJ
178/310, RTJ 192/963.
- Veja Apelação Criminal 70034286906 da 8ª Câmara do E.
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul e Processo-
crime 023/2.09.0003875-0 da 3ª Vara Criminal da Comarca de
Rio Grande/RS.
Número de páginas: 21.
Análise: 11/01/2012, KBP.
Revisão: 25/01/2012, ACG. | CELSO DE MELLO | Segunda Turma | 107264 | [
"LEG-FED DEL-002848 ANO-1940\r\n ART-00014 INC-00002 ART-00155 \"CAPUT\" \r\n CP-1940 CÓDIGO PENAL"
] | RHC | acordaos | RHC 107264 | [
""
] | RECTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
RECTE.(S) : ANA PAULA ESCOBAR PEDROSO
RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 107 . 264",
"RHC 107 . 264 / DF",
"Apelação Criminal [UNK] 70034286906",
"Processo",
"RHC 107 . 264 / DF",
"Apelação Criminal [UNK] 70034286906",
"Processo",
"-",
"crime [UNK] 023 / 2 . 09 . 0003875 - 0",
"HABEAS CORPUS 107 . 264",
"HC [UNK] 171 . 142 - RS",
"HC [UNK] 171 . 142 - RS",
"RHC 107 . 264 / DF",
"HC n . [UNK] 97 . 772 / RS",
"RHC 107 . 264 / DF",
"HC n . [UNK] 97 . 772 / RS",
"RHC 107 . 264 / DF",
"HC [UNK] 118 . 947 / RJ",
"HC [UNK] 104 . 105 / SP",
"HC [UNK] 97 . 129 / SP",
"RHC 107 . 264 / DF",
"HC [UNK] 118 . 947 / RJ",
"HC [UNK] 104 . 105 / SP",
"HC [UNK] 97 . 129 / SP",
"RHC 107 . 264 / DF",
"HC [UNK] 84 . 424 / SP",
"HC [UNK] 101 . 144 / RS",
"RHC 107 . 264 / DF",
"HC [UNK] 84 . 424 / SP",
"HC [UNK] 101 . 144 / RS",
"RHC 107 . 264 / DF",
"HC [UNK] 104 . 586 / RS",
"RHC 107 . 264 / DF",
"HC [UNK] 104 . 586 / RS",
"RHC 107 . 264 / DF",
"HC 87 . 478 / PA",
"HC 88 . 393 / RJ",
"HC 92 . 463 / RS",
"HC 94 . 505 / RS",
"HC 94 . 772 / RS",
"HC 95 . 957 / RS",
"RHC 107 . 264 / DF",
"HC 87 . 478 / PA",
"HC 88 . 393 / RJ",
"HC 92 . 463 / RS",
"HC 94 . 505 / RS",
"HC 94 . 772 / RS",
"HC 95 . 957 / RS",
"RHC 107 . 264 / DF",
"RTJ 192 / 963 - 964",
"RHC 107 . 264 / DF",
"RTJ 192 / 963 - 964",
"RHC 107 . 264 / DF",
"RHC 107 . 264 / DF",
"RHC 107 . 264 / DF",
"RTJ 192 / 963 - 964",
"HC 84 . 687 / MS",
"RTJ 129 / 187",
"RTJ 178 / 310",
"RHC 107 . 264 / DF",
"RTJ 192 / 963 - 964",
"HC 84 . 687 / MS",
"RTJ 129 / 187",
"RHC 107 . 264 / DF",
"HC 83 . 526 / CE",
"HC 88 . 393 / RJ",
"HC 83 . 526 / CE",
"HC 88 . 393 / RJ",
"HC 92 . 463 / RS",
"RHC 107 . 264 / DF",
"HC 92 . 463 / RS",
"RHC 107 . 264 / DF",
"RHC 107 . 264 / DF",
"Apelação Criminal [UNK] 70034286906",
"RHC 107 . 264 / DF",
"Apelação Criminal [UNK] 70034286906",
"Processo",
"-",
"crime [UNK] 023 / 2 . 09 . 0003875 - 0",
"RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 107 . 264",
"HABEAS CORPUS 107 . 264",
"RHC 107 . 264 / DF",
"RHC 107 . 264 / DF",
"Apelação Criminal [UNK] 70034286906",
"Processo",
"crime [UNK] 023 / 2 . 09 . 0003875 - 0",
"HABEAS CORPUS 107 . 264",
"Apelação Criminal [UNK] 70034286906",
"Apelação Criminal [UNK] 70034286906",
"Processo",
"-",
"crime [UNK] 023 / 2 . 09 . 0003875 - 0",
"Apelação Criminal [UNK] 70034286906",
"Processo",
"-",
"crime [UNK] 023 / 2 . 09 . 0003875 - 0",
"Apelação Criminal [UNK] 70034286906",
"Apelação Criminal [UNK] 70034286906"
],
"LEGISLACAO": [
"CP , ART . 155 , “ CAPUT ” , C / C O ART . 14 , II",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 155 , ‘ caput ’ , c / c art . 14 , II , ambos do Código Penal",
"art . 395 , II , do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 155 , ‘ caput ’ , c / c art . 14 , II , ambos do Código Penal",
"art . 395 , II , do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 17 do CP ’",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 17 do CP ’",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CP , art . 155 , “ caput ” ,",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CP , art . 155 , “ caput ” ,",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 -",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"DISTRITO FEDERAL",
"Brasília",
"Brasília",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
"STF",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Oitava Câmara Criminal do E . Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"[UNK] Vara Criminal da comarca de Rio Grande / RS",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Oitava Câmara Criminal do E . Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"[UNK] Vara Criminal da comarca de Rio Grande / RS",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
"Ministério Público Federal",
"[UNK] Vara Criminal da Comarca de Rio Grande / RS",
"[UNK] Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Ministério Público",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Quinta Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
"Ministério Público Federal",
"[UNK] Vara Criminal da Comarca de Rio Grande / RS",
"[UNK] Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Ministério Público",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Quinta Turma",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"STF",
"1",
".",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"STF",
"1",
".",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"STF",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"STF",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Saraiva",
"Saraiva",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Saraiva",
"Saraiva",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Saraiva",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Saraiva",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Saraiva",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Saraiva",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Forense",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Forense",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Suprema Corte",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"RHC",
"Suprema Corte",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"STF",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"STF",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Oitava Câmara Criminal do E . Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"[UNK] Vara Criminal da comarca de Rio Grande / RS",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Oitava Câmara Criminal do E . Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"[UNK] Vara Criminal da comarca de Rio Grande / RS",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
"Oitava Câmara Criminal do E . Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"[UNK] Vara Criminal da comarca de Rio Grande / RS",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
"Oitava Câmara Criminal do E . Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"[UNK] Vara Criminal da comarca de Rio Grande / RS",
"[UNK] Turma",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
"Oitava Câmara Criminal do E . Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"[UNK] Vara Criminal da comarca de Rio Grande / RS",
"[UNK] Turma",
"Oitava Câmara Criminal do E . Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"[UNK] Vara Criminal da comarca de Rio Grande / RS",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
"Oitava Câmara Criminal do E . Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"[UNK] Vara Criminal da comarca de Rio Grande / RS",
"[UNK] Turma",
"Oitava Câmara Criminal do E . Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"[UNK] Vara Criminal da comarca de Rio Grande / RS",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"CELSO DE MELLO",
"ANA PAULA ESCOBAR PEDROSO",
"Gilmar Mendes",
"Ellen Gracie",
"Joaquim Barbosa",
"CELSO DE MELLO",
"Gilmar Mendes",
"Ellen Gracie",
"Joaquim Barbosa",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"ANA PAULA ESCOBAR PEDROSO",
"CELSO DE MELLO",
"EDSON OLIVEIRA DE ALMEIDA",
"CELSO DE MELLO",
"ANA PAULA ESCOBAR PEDROSO",
"CELSO DE MELLO",
"EDSON OLIVEIRA DE ALMEIDA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Laurita Vaz",
"Ricardo Lewandowski",
"Eros Grau",
"Laurita Vaz",
"Ricardo Lewandowski",
"Eros Grau",
"Carlos Britto",
"Ellen Gracie",
"Carlos Britto",
"Ellen Gracie",
"Ayres Britto",
"Ayres Britto",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"EROS GRAU",
"CEZAR PELUSO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"EROS GRAU",
"CEZAR PELUSO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"FRANCISCO DE ASSIS TOLEDO",
"CEZAR ROBERTO BITENCOURT",
"CELSO DE MELLO",
"FRANCISCO DE ASSIS TOLEDO",
"CEZAR ROBERTO BITENCOURT",
"CELSO DE MELLO RHC",
"E",
".",
"DE JESUS",
"MAURÍCIO ANTONIO RIBEIRO LOPES",
"E",
".",
"DE JESUS",
"MAURÍCIO ANTONIO RIBEIRO LOPES",
"CELSO DE MELLO",
"EDILSON MOUGENOT BONFIM",
"FERNANDO CAPEZ",
"RENÉ ARIEL DOTTI",
"EDILSON MOUGENOT BONFIM",
"FERNANDO CAPEZ",
"RENÉ ARIEL DOTTI",
"CELSO DE MELLO",
"RENÉ ARIEL DOTTI",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"ALDIR PASSARINHO",
"MARCO AURÉLIO",
"RENÉ ARIEL DOTTI",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"ALDIR PASSARINHO",
"MARCO AURÉLIO",
"CELSO DE MELLO",
"JOAQUIM BARBOSA",
"CEZAR PELUSO",
"JOAQUIM BARBOSA",
"CEZAR PELUSO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"CELSO DE MELLO",
"ELLEN GRACIE",
"AYRES BRITTO",
"ELLEN GRACIE",
"AYRES BRITTO",
"CELSO DE MELLO",
"AYRES BRITTO",
"CELSO DE MELLO",
"AYRES BRITTO",
"CELSO DE MELLO",
"ELLEN GRACIE",
"AYRES BRITTO",
"ELLEN GRACIE",
"AYRES BRITTO",
"CELSO DE MELLO",
"AYRES BRITTO",
"CELSO DE MELLO",
"AYRES BRITTO",
"ELLEN GRACIE",
"AYRES BRITTO",
"CELSO DE MELLO",
"ELLEN GRACIE",
"AYRES BRITTO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"ANA PAULA ESCOBAR PEDROSO",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
"Ellen Gracie",
"Ayres Britto",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Mário José Gisi",
"Carlos Alberto Cantanhede",
"CELSO DE MELLO",
"ANA PAULA ESCOBAR PEDROSO",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
"Ellen Gracie",
"Ayres Britto",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Mário José Gisi",
"Carlos Alberto Cantanhede",
"CELSO DE MELLO",
"ANA PAULA ESCOBAR PEDROSO",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Celso de Mello",
"Ellen Gracie",
"Joaquim Barbosa",
"Gilmar Mendes",
"Celso de Mello",
"Ellen Gracie",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Francisco de Assis Vieira Sanseverino",
"Carlos Alberto Cantanhede",
"CELSO DE MELLO",
"ANA PAULA ESCOBAR PEDROSO",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Celso de Mello",
"Ellen Gracie",
"Joaquim Barbosa",
"Gilmar Mendes",
"Celso de Mello",
"Ellen Gracie",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Francisco de Assis Vieira Sanseverino",
"Carlos Alberto Cantanhede"
],
"TEMPO": [
"19",
"/",
"04",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"07",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"19",
".",
"04",
".",
"2011",
"31 de maio de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
".",
"04",
".",
"2011",
"31 de maio de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
"/",
"04",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
"/",
"04",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
"/",
"11",
"/",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
"/",
"11",
"/",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
".",
"12",
".",
"2008",
"04",
".",
"11",
".",
"2010",
"04",
".",
"6",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
".",
"12",
".",
"2008",
"04",
".",
"11",
".",
"2010",
"04",
".",
"6",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"07",
".",
"10",
".",
"2005",
"22",
".",
"10",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"07",
".",
"10",
".",
"2005",
"22",
".",
"10",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
".",
"9",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
".",
"9",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2002",
"2002",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2002",
"2002",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2003",
"2000",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2003",
"2000",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2004",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2004",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2004",
"2004",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2004",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"abril",
"/",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"abril",
"/",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
"/",
"04",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
"/",
"04",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
".",
"04",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
".",
"04",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
".",
"04",
".",
"2011",
"19",
".",
"04",
".",
"2011",
"31",
".",
"05",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
".",
"04",
".",
"2011",
"19",
".",
"04",
".",
"2011",
"31",
".",
"05",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
02/12/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.792 RIO GRANDE DO NORTE
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S)
:DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO ESTADO
DO RIO GRANDE DO NORTE - DER /RN
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
NORTE
AGDO.(A/S)
:ROSIL SOARES DE OLIVEIRA
ADV.(A/S)
:LAVOISIER NUNES DE CASTRO E OUTRO(A/S)
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO.
TRANSPORTE PÚBLICO. FISCALIZAÇÃO PELO PODER PÚBLICO.
OMISSÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. INDENIZAÇÃO.
LEGISLAÇÃO LOCAL. SÚMULA 280 DO STF. INTERPRETAÇÃO DE
CLÁUSULAS CONTRATUAIS. SÚMULA 454 DO STF. REEXAME DO
CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 279 DO STF.
PRECEDENTES. AGRAVO IMPROVIDO.
I – A apreciação do recurso extraordinário demanda a análise de
normas locais e a interpretação de cláusulas contratuais, o que é vedado
pelas Súmulas 454 e 280 do STF.
II – O acórdão recorrido decidiu a questão com base no conjunto
fático probatório constante nos autos. Assim, a apreciação do RE
demandaria o reexame de provas, o que atrai a incidência da Súmula 279
do STF.
III - Agravo regimental improvido.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do
Senhor Ministro Ricardo Lewandowski, na conformidade da ata de
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 886191.
Supremo Tribunal Federal
DJe 01/02/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10
Ementa e Acórdão
RE 613.792 AGR / RN
julgamentos e das notas taquigráficas, por decisão unânime, negar
provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos
do voto do Relator.
Brasília, 2 de dezembro de 2010.
RICARDO LEWANDOWSKI – PRESIDENTE E RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 886191.
Supremo Tribunal Federal
RE 613.792 AGR / RN
julgamentos e das notas taquigráficas, por decisão unânime, negar
provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos
do voto do Relator.
Brasília, 2 de dezembro de 2010.
RICARDO LEWANDOWSKI – PRESIDENTE E RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10
Relatório
02/12/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.792 RIO GRANDE DO NORTE
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S)
:DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO ESTADO
DO RIO GRANDE DO NORTE - DER /RN
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
NORTE
AGDO.(A/S)
:ROSIL SOARES DE OLIVEIRA
ADV.(A/S)
:LAVOISIER NUNES DE CASTRO E OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
O Sr. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI: Trata-se de agravo
regimental eletrônico interposto contra decisão que negou seguimento ao
recurso extraordinário.
O agravante sustenta a inaplicabilidade das Súmulas 279, 280 e 454
do STF ao caso.
Argumenta, ainda, que há entendimento nesta Corte “no sentido de
que não encontra óbice na Súmula 279 a aferição da existência dos requisitos
necessários à caracterização da responsabilidade civil objetiva do Estado”,
inclusive a verificação do nexo de causalidade entre a falha no serviço
público e o dano.
Ressalta, por fim, que a análise da pretensão do recorrente não
demanda o exame de norma infraconstitucional nem de cláusulas
contratuais.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 895418.
Supremo Tribunal Federal
02/12/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.792 RIO GRANDE DO NORTE
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S)
:DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO ESTADO
DO RIO GRANDE DO NORTE - DER /RN
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
NORTE
AGDO.(A/S)
:ROSIL SOARES DE OLIVEIRA
ADV.(A/S)
:LAVOISIER NUNES DE CASTRO E OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
O Sr. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI: Trata-se de agravo
regimental eletrônico interposto contra decisão que negou seguimento ao
recurso extraordinário.
O agravante sustenta a inaplicabilidade das Súmulas 279, 280 e 454
do STF ao caso.
Argumenta, ainda, que há entendimento nesta Corte “no sentido de
que não encontra óbice na Súmula 279 a aferição da existência dos requisitos
necessários à caracterização da responsabilidade civil objetiva do Estado”,
inclusive a verificação do nexo de causalidade entre a falha no serviço
público e o dano.
Ressalta, por fim, que a análise da pretensão do recorrente não
demanda o exame de norma infraconstitucional nem de cláusulas
contratuais.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
02/12/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.792 RIO GRANDE DO NORTE
V O T O
O Sr. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI (Relator): Eis o teor da
decisão agravada:
“Trata-se de recurso extraordinário eletrônico contra acórdão
que entendeu configurada a responsabilidade do recorrente e o
condenou ao pagamento de lucros cessantes, seja porque deferiu
concessões provisórias a terceiros, seja porque permitiu que
transportes 'clandestinos' utilizassem a linha de transporte público de
passageiros destinada ao recorrido por regular procedimento
licitatório.
Neste RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se
ofensa ao art. 37, § 6º, da mesma Carta. Sustentou-se, em suma, a
ocorrência de responsabilidade civil subjetiva, 'quer por se tratar de
supostos danos decorrentes de relação contratual, quer por cuidar a
espécie dos autos de responsabilidade por ato omissivo (...)'.
Aduziu-se, ainda, que o aresto recorrido não indicou a prova do
'deferimento de concessões provisórias pelo recorrente, bem como a
falta da devida fiscalização pelo referido ente público'.
Ressaltou-se, por fim, que 'não foram conjugados os elementos
essenciais da responsabilização objetiva do Estado'.
A pretensão recursal não merece acolhida. É que para entender
de modo diverso do acórdão recorrido e afastar a aplicação do art. 37, §
6º, da Lei Maior em razão da alegada responsabilidade apenas
contratual ou mesmo responsabilidade subjetiva decorrente de ato
omissivo, necessária seria a análise de normas infraconstitucionais
locais aplicáveis ao caso (Decretos estaduais 13.508/1997 e
15.277/2001 e Lei complementar 163/1999) e a interpretação de
cláusulas contratuais, o que inviabiliza o extraordinário, a teor das
Súmulas 280 e 454 do STF.
Ademais, o acórdão recorrido, com base no conjunto fático-
probatório dos autos, concluiu pela existência do nexo de causalidade
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 895419.
Supremo Tribunal Federal
02/12/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.792 RIO GRANDE DO NORTE
V O T O
O Sr. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI (Relator): Eis o teor da
decisão agravada:
“Trata-se de recurso extraordinário eletrônico contra acórdão
que entendeu configurada a responsabilidade do recorrente e o
condenou ao pagamento de lucros cessantes, seja porque deferiu
concessões provisórias a terceiros, seja porque permitiu que
transportes 'clandestinos' utilizassem a linha de transporte público de
passageiros destinada ao recorrido por regular procedimento
licitatório.
Neste RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se
ofensa ao art. 37, § 6º, da mesma Carta. Sustentou-se, em suma, a
ocorrência de responsabilidade civil subjetiva, 'quer por se tratar de
supostos danos decorrentes de relação contratual, quer por cuidar a
espécie dos autos de responsabilidade por ato omissivo (...)'.
Aduziu-se, ainda, que o aresto recorrido não indicou a prova do
'deferimento de concessões provisórias pelo recorrente, bem como a
falta da devida fiscalização pelo referido ente público'.
Ressaltou-se, por fim, que 'não foram conjugados os elementos
essenciais da responsabilização objetiva do Estado'.
A pretensão recursal não merece acolhida. É que para entender
de modo diverso do acórdão recorrido e afastar a aplicação do art. 37, §
6º, da Lei Maior em razão da alegada responsabilidade apenas
contratual ou mesmo responsabilidade subjetiva decorrente de ato
omissivo, necessária seria a análise de normas infraconstitucionais
locais aplicáveis ao caso (Decretos estaduais 13.508/1997 e
15.277/2001 e Lei complementar 163/1999) e a interpretação de
cláusulas contratuais, o que inviabiliza o extraordinário, a teor das
Súmulas 280 e 454 do STF.
Ademais, o acórdão recorrido, com base no conjunto fático-
probatório dos autos, concluiu pela existência do nexo de causalidade
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
RE 613.792 AGR / RN
entre a conduta e o evento danoso, consoante se observa dos seguintes
trechos do voto do relator do aresto impugnado:
'(...)
De fato, dos autos depreende-se que o autor, ora apelante,
firmou com o réu contrato de permissão de serviço público
estatal para exploração de serviços de transporte coletivo
rodoviário intermunicipal de passageiros, do tipo opcional, após
a realização de concorrência pública.
Ocorre que, não obstante o demandante, ora apelante,
tenha se submetido ao procedimento licitatório exigido por lei,
para o posterior direito à permissão do serviço público em
questão, o DER permitiu que transportes alternativos
'clandestinos', bem como concessões provisórias, eis que não
submetidos à licitação pública, utilizassem a linha a si
destinada, causando-lhe sérios prejuízos financeiros.
Ora, considerando o dever do DER em efetuar os serviços
de fiscalização do sistema de transporte intermunicipal de
passageiros no âmbito estadual, conforme determinação legal
prevista no Decreto Estadual nº 13.508/97, com as alterações
dadas pelo Decreto Estadual nº 15.277/01 e na Lei
Complementar nº 163/99, a falta da prestação de tais serviços
importará em responsabilidade extra-contratual do ente público.
(...).
Na hipótese, restou estabelecido o nexo de causalidade
entre a conduta omissiva do ente público, qual seja o DER, ante
a falta de fiscalização dos transportes rodoviários opcionais
intermunicipais, permitindo o trânsito de 'clandestinos' na
linha atribuída ao apelante, conforme tempo de permissão, como
já visto; o fato danoso, caracterizado pela consequente
concorrência desleal por parte dos transportes 'clandestinos'; e o
dano material causado ao ora apelante, em face dos prejuízos
causados, decorrentes da redução da sua margem de lucro, cujo
quantum, inclusive, deverá ser estabelecido em liquidação de
sentença.
(...)'.
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
RE 613.792 AGR / RN
entre a conduta e o evento danoso, consoante se observa dos seguintes
trechos do voto do relator do aresto impugnado:
'(...)
De fato, dos autos depreende-se que o autor, ora apelante,
firmou com o réu contrato de permissão de serviço público
estatal para exploração de serviços de transporte coletivo
rodoviário intermunicipal de passageiros, do tipo opcional, após
a realização de concorrência pública.
Ocorre que, não obstante o demandante, ora apelante,
tenha se submetido ao procedimento licitatório exigido por lei,
para o posterior direito à permissão do serviço público em
questão, o DER permitiu que transportes alternativos
'clandestinos', bem como concessões provisórias, eis que não
submetidos à licitação pública, utilizassem a linha a si
destinada, causando-lhe sérios prejuízos financeiros.
Ora, considerando o dever do DER em efetuar os serviços
de fiscalização do sistema de transporte intermunicipal de
passageiros no âmbito estadual, conforme determinação legal
prevista no Decreto Estadual nº 13.508/97, com as alterações
dadas pelo Decreto Estadual nº 15.277/01 e na Lei
Complementar nº 163/99, a falta da prestação de tais serviços
importará em responsabilidade extra-contratual do ente público.
(...).
Na hipótese, restou estabelecido o nexo de causalidade
entre a conduta omissiva do ente público, qual seja o DER, ante
a falta de fiscalização dos transportes rodoviários opcionais
intermunicipais, permitindo o trânsito de 'clandestinos' na
linha atribuída ao apelante, conforme tempo de permissão, como
já visto; o fato danoso, caracterizado pela consequente
concorrência desleal por parte dos transportes 'clandestinos'; e o
dano material causado ao ora apelante, em face dos prejuízos
causados, decorrentes da redução da sua margem de lucro, cujo
quantum, inclusive, deverá ser estabelecido em liquidação de
sentença.
(...)'.
2
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Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
RE 613.792 AGR / RN
Assim, para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo
acórdão recorrido, necessário seria o reexame do conjunto fático-
probatório constante dos autos, o que atrai a incidência da Súmula
279 do STF. Nesse sentido, menciono o RE 481.110-AgR/PE, Rel.
Min. Celso de Mello e o RE 557.935-AgR/ES, Rel. Min. Ellen Gracie,
dos quais transcrevo as ementas:
'RESPONSABILIDADE CIVIL DO PODER PÚBLICO
- PRESSUPOSTOS PRIMÁRIOS QUE DETERMINAM A
RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO - O
NEXO DE CAUSALIDADE MATERIAL COMO
REQUISITO INDISPENSÁVEL À CONFIGURAÇÃO DO
DEVER ESTATAL DE REPARAR O DANO - NÃO-
COMPROVAÇÃO, PELA PARTE RECORRENTE, DO
VÍNCULO CAUSAL - RECONHECIMENTO DE SUA
INEXISTÊNCIA, NA ESPÉCIE, PELAS INSTÂNCIAS
ORDINÁRIAS
-
SOBERANIA
DESSE
PRONUNCIAMENTO JURISDICIONAL EM MATÉRIA
FÁTICO-PROBATÓRIA
-
INVIABILIDADE
DA
DISCUSSÃO, EM SEDE RECURSAL EXTRAORDINÁRIA,
DA
EXISTÊNCIA
DO
NEXO
CAUSAL
-
IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE MATÉRIA
FÁTICO-PROBATÓRIA (SÚMULA 279/STF) - RECURSO
DE AGRAVO IMPROVIDO.
- Os elementos que compõem a estrutura e delineiam o
perfil da responsabilidade civil objetiva do Poder Público
compreendem (a) a alteridade do dano, (b) a causalidade
material entre o 'eventus damni' e o comportamento positivo
(ação) ou negativo (omissão) do agente público, (c) a oficialidade
da atividade causal e lesiva imputável a agente do Poder Público
que tenha, nessa específica condição, incidido em conduta
comissiva ou omissiva, independentemente da licitude, ou não,
do comportamento funcional e (d) a ausência de causa
excludente da responsabilidade estatal. Precedentes.
- O dever de indenizar, mesmo nas hipóteses de
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Assim, para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo
acórdão recorrido, necessário seria o reexame do conjunto fático-
probatório constante dos autos, o que atrai a incidência da Súmula
279 do STF. Nesse sentido, menciono o RE 481.110-AgR/PE, Rel.
Min. Celso de Mello e o RE 557.935-AgR/ES, Rel. Min. Ellen Gracie,
dos quais transcrevo as ementas:
'RESPONSABILIDADE CIVIL DO PODER PÚBLICO
- PRESSUPOSTOS PRIMÁRIOS QUE DETERMINAM A
RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO - O
NEXO DE CAUSALIDADE MATERIAL COMO
REQUISITO INDISPENSÁVEL À CONFIGURAÇÃO DO
DEVER ESTATAL DE REPARAR O DANO - NÃO-
COMPROVAÇÃO, PELA PARTE RECORRENTE, DO
VÍNCULO CAUSAL - RECONHECIMENTO DE SUA
INEXISTÊNCIA, NA ESPÉCIE, PELAS INSTÂNCIAS
ORDINÁRIAS
-
SOBERANIA
DESSE
PRONUNCIAMENTO JURISDICIONAL EM MATÉRIA
FÁTICO-PROBATÓRIA
-
INVIABILIDADE
DA
DISCUSSÃO, EM SEDE RECURSAL EXTRAORDINÁRIA,
DA
EXISTÊNCIA
DO
NEXO
CAUSAL
-
IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE MATÉRIA
FÁTICO-PROBATÓRIA (SÚMULA 279/STF) - RECURSO
DE AGRAVO IMPROVIDO.
- Os elementos que compõem a estrutura e delineiam o
perfil da responsabilidade civil objetiva do Poder Público
compreendem (a) a alteridade do dano, (b) a causalidade
material entre o 'eventus damni' e o comportamento positivo
(ação) ou negativo (omissão) do agente público, (c) a oficialidade
da atividade causal e lesiva imputável a agente do Poder Público
que tenha, nessa específica condição, incidido em conduta
comissiva ou omissiva, independentemente da licitude, ou não,
do comportamento funcional e (d) a ausência de causa
excludente da responsabilidade estatal. Precedentes.
- O dever de indenizar, mesmo nas hipóteses de
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RE 613.792 AGR / RN
responsabilidade civil objetiva do Poder Público, supõe, dentre
outros elementos (RTJ 163/1107-1109, v.g.), a comprovada
existência do nexo de causalidade material entre o
comportamento do agente e o 'eventus damni', sem o que se
torna inviável, no plano jurídico, o reconhecimento da obrigação
de recompor o prejuízo sofrido pelo ofendido.
- A comprovação da relação de causalidade - qualquer que
seja a teoria que lhe dê suporte doutrinário (teoria da
equivalência das condições, teoria da causalidade necessária o u
teoria da causalidade adequada) - revela-se essencial ao
reconhecimento do dever de indenizar, pois, sem tal
demonstração, não há como imputar, ao causador do dano, a
responsabilidade civil pelos prejuízos sofridos pelo ofendido.
Doutrina. Precedentes.
- Não se revela processualmente lícito reexaminar matéria
fático-probatória em sede de recurso extraordinário (RTJ
161/992 - RTJ 186/703 - Súmula 279/STF), prevalecendo, nesse
domínio, o caráter soberano do pronunciamento jurisdicional
dos Tribunais ordinários sobre matéria de fato e de prova.
Precedentes.
- Ausência, na espécie, de demonstração inequívoca,
mediante prova idônea, da efetiva ocorrência dos prejuízos
alegadamente sofridos pela parte recorrente. Não-comprovação
do vínculo causal registrada pelas instâncias ordinárias'.
'CONSTITUCIONAL
E
ADMINISTRATIVO.
AGRAVO
REGIMENTAL
EM
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA
DE CONCESSIONÁRIA PRESTADORA DE SERVIÇO
PÚBLICO. FALHA DE SEGURANÇA EM RODOVIA.
REPARAÇÃO DE DANOS. ART. 37, § 6º, DA CF/88. FATOS
E PROVAS. SÚMULA STF 279. 1. O Tribunal a quo, diante
da análise do conjunto fático-probatório da causa, concluiu pela
responsabilidade objetiva, porquanto comprovadas a falha na
segurança da pista e a causação de prejuízos ao autor,
evidenciando, portanto, o nexo causal a ensejar o direito à
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responsabilidade civil objetiva do Poder Público, supõe, dentre
outros elementos (RTJ 163/1107-1109, v.g.), a comprovada
existência do nexo de causalidade material entre o
comportamento do agente e o 'eventus damni', sem o que se
torna inviável, no plano jurídico, o reconhecimento da obrigação
de recompor o prejuízo sofrido pelo ofendido.
- A comprovação da relação de causalidade - qualquer que
seja a teoria que lhe dê suporte doutrinário (teoria da
equivalência das condições, teoria da causalidade necessária o u
teoria da causalidade adequada) - revela-se essencial ao
reconhecimento do dever de indenizar, pois, sem tal
demonstração, não há como imputar, ao causador do dano, a
responsabilidade civil pelos prejuízos sofridos pelo ofendido.
Doutrina. Precedentes.
- Não se revela processualmente lícito reexaminar matéria
fático-probatória em sede de recurso extraordinário (RTJ
161/992 - RTJ 186/703 - Súmula 279/STF), prevalecendo, nesse
domínio, o caráter soberano do pronunciamento jurisdicional
dos Tribunais ordinários sobre matéria de fato e de prova.
Precedentes.
- Ausência, na espécie, de demonstração inequívoca,
mediante prova idônea, da efetiva ocorrência dos prejuízos
alegadamente sofridos pela parte recorrente. Não-comprovação
do vínculo causal registrada pelas instâncias ordinárias'.
'CONSTITUCIONAL
E
ADMINISTRATIVO.
AGRAVO
REGIMENTAL
EM
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA
DE CONCESSIONÁRIA PRESTADORA DE SERVIÇO
PÚBLICO. FALHA DE SEGURANÇA EM RODOVIA.
REPARAÇÃO DE DANOS. ART. 37, § 6º, DA CF/88. FATOS
E PROVAS. SÚMULA STF 279. 1. O Tribunal a quo, diante
da análise do conjunto fático-probatório da causa, concluiu pela
responsabilidade objetiva, porquanto comprovadas a falha na
segurança da pista e a causação de prejuízos ao autor,
evidenciando, portanto, o nexo causal a ensejar o direito à
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RE 613.792 AGR / RN
reparação. Precedentes. 2. Incidência da Súmula STF 279 para
aferir alegada ofensa ao artigo 37, § 6º, da Constituição Federal
- responsabilidade objetiva da concessionário de serviço público.
3. Pedido recursal contido no agravo regimental não pode, por si
só, alterar aquele originariamente deduzido no recurso
extraordinário. 4. Agravo regimental improvido'.
Com essa mesma orientação, menciono as seguintes decisões,
entre outras: AI 693.628-AgR/SP, AI 533.937-AgR/PE e RE
558.755-AgR/MG, Rel. Min. Ellen Gracie; RE 346.978/CE, Rel.
Min. Ilmar Galvão; AI 603.470-AgR/GO, Rel. Min. Sepúlveda
Pertence; AI 795.336/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia; RE 607.853/RS,
Rel. Min. Cezar Peluso.
Isso posto, nego seguimento ao recurso (CPC, art. 557, caput)”.
Bem reexaminada a questão, verifica-se que a decisão ora atacada
não merece reforma, visto que o recorrente não aduz novos argumentos
capazes de afastar as razões nela expendidas.
Ademais, conforme destaquei na decisão recorrida, para entender de
modo diverso do acórdão recorrido e afastar a aplicação do art. 37, § 6º,
da Lei Maior em razão da alegada responsabilidade apenas contratual ou
mesmo responsabilidade subjetiva decorrente de ato omissivo, necessária
seria a análise de normas infraconstitucionais locais aplicáveis ao caso
(Decretos estaduais 13.508/1997 e 15.277/2001 e Lei complementar
163/1999) e a interpretação de cláusulas contratuais, o que inviabiliza o
extraordinário, a teor das Súmulas 280 e 454 do STF.
Além disso, como ficou ressaltado na decisão impugnada, o acórdão
recorrido, com base na análise de fatos e provas constantes dos autos,
assentou a existência do nexo de causalidade entre a conduta e o evento
danoso. Assim, para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo aresto
impugnado, necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório
constante dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF. Nesse
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RE 613.792 AGR / RN
reparação. Precedentes. 2. Incidência da Súmula STF 279 para
aferir alegada ofensa ao artigo 37, § 6º, da Constituição Federal
- responsabilidade objetiva da concessionário de serviço público.
3. Pedido recursal contido no agravo regimental não pode, por si
só, alterar aquele originariamente deduzido no recurso
extraordinário. 4. Agravo regimental improvido'.
Com essa mesma orientação, menciono as seguintes decisões,
entre outras: AI 693.628-AgR/SP, AI 533.937-AgR/PE e RE
558.755-AgR/MG, Rel. Min. Ellen Gracie; RE 346.978/CE, Rel.
Min. Ilmar Galvão; AI 603.470-AgR/GO, Rel. Min. Sepúlveda
Pertence; AI 795.336/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia; RE 607.853/RS,
Rel. Min. Cezar Peluso.
Isso posto, nego seguimento ao recurso (CPC, art. 557, caput)”.
Bem reexaminada a questão, verifica-se que a decisão ora atacada
não merece reforma, visto que o recorrente não aduz novos argumentos
capazes de afastar as razões nela expendidas.
Ademais, conforme destaquei na decisão recorrida, para entender de
modo diverso do acórdão recorrido e afastar a aplicação do art. 37, § 6º,
da Lei Maior em razão da alegada responsabilidade apenas contratual ou
mesmo responsabilidade subjetiva decorrente de ato omissivo, necessária
seria a análise de normas infraconstitucionais locais aplicáveis ao caso
(Decretos estaduais 13.508/1997 e 15.277/2001 e Lei complementar
163/1999) e a interpretação de cláusulas contratuais, o que inviabiliza o
extraordinário, a teor das Súmulas 280 e 454 do STF.
Além disso, como ficou ressaltado na decisão impugnada, o acórdão
recorrido, com base na análise de fatos e provas constantes dos autos,
assentou a existência do nexo de causalidade entre a conduta e o evento
danoso. Assim, para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo aresto
impugnado, necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório
constante dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF. Nesse
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RE 613.792 AGR / RN
sentido, menciono o decidido no julgamento do AI 742.555-AgR/RJ, Rel.
Min. Ellen Gracie, cuja ementa segue transcrita:
“CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO
REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO. OMISSÃO.
DEVER DE FISCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO. ART. 37, § 6º, CF/
88. NEXO CAUSAL. FATOS E PROVAS. SÚMULA STF 279. 1.
Existência de nexo causal entre a omissão do Município e o dano
causado ao agravado. Precedente. 2. Incidência da Súmula STF 279
para afastar a alegada ofensa ao artigo 37, § 6º, da Constituição
Federal - responsabilidade objetiva do Estado. 3. Agravo regimental
improvido”.
No mesmo sentido, além dos precedentes mencionados na decisão
recorrida, cito, entre outros: AI 340.046-AgR/SP, Rel. Min. Ellen Gracie; AI
602.842-AgR/MG, Rel. Min. Eros Grau; RE 452.438-AgR/SP, Rel. Min.
Ayres Britto.
Isso posto, nego provimento ao agravo regimental.
6
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RE 613.792 AGR / RN
sentido, menciono o decidido no julgamento do AI 742.555-AgR/RJ, Rel.
Min. Ellen Gracie, cuja ementa segue transcrita:
“CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO
REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO. OMISSÃO.
DEVER DE FISCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO. ART. 37, § 6º, CF/
88. NEXO CAUSAL. FATOS E PROVAS. SÚMULA STF 279. 1.
Existência de nexo causal entre a omissão do Município e o dano
causado ao agravado. Precedente. 2. Incidência da Súmula STF 279
para afastar a alegada ofensa ao artigo 37, § 6º, da Constituição
Federal - responsabilidade objetiva do Estado. 3. Agravo regimental
improvido”.
No mesmo sentido, além dos precedentes mencionados na decisão
recorrida, cito, entre outros: AI 340.046-AgR/SP, Rel. Min. Ellen Gracie; AI
602.842-AgR/MG, Rel. Min. Eros Grau; RE 452.438-AgR/SP, Rel. Min.
Ayres Britto.
Isso posto, nego provimento ao agravo regimental.
6
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.792
PROCED. : RIO GRANDE DO NORTE
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S) : DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO NORTE - DER /RN
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
AGDO.(A/S) : ROSIL SOARES DE OLIVEIRA
ADV.(A/S) : LAVOISIER NUNES DE CASTRO E OUTRO(A/S)
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Unânime.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 02.12.2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes à
Sessão o Ministro Marco Aurélio, a Ministra Cármen Lúcia e o
Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Edson Oliveira de Almeida.
Fabiane Duarte
Coordenadora
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PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.792
PROCED. : RIO GRANDE DO NORTE
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S) : DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO NORTE - DER /RN
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
AGDO.(A/S) : ROSIL SOARES DE OLIVEIRA
ADV.(A/S) : LAVOISIER NUNES DE CASTRO E OUTRO(A/S)
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Unânime.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 02.12.2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes à
Sessão o Ministro Marco Aurélio, a Ministra Cármen Lúcia e o
Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Edson Oliveira de Almeida.
Fabiane Duarte
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=935018 | 2010-12-02T00:00:00 | 2011-02-01T00:00:00 | A Turma negou provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Unânime. Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 02.12.2010. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. TRANSPORTE PÚBLICO. FISCALIZAÇÃO PELO PODER PÚBLICO. OMISSÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. INDENIZAÇÃO. LEGISLAÇÃO LOCAL. SÚMULA 280 DO STF. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. SÚMULA 454 DO STF. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 279 DO STF. PRECEDENTES. AGRAVO IMPROVIDO.
I – A apreciação do recurso extraordinário demanda a análise de normas locais e a interpretação de cláusulas contratuais, o que é vedado pelas Súmulas 454 e 280 do STF.
II – O acórdão recorrido decidiu a questão com base no conjunto fático probatório constante nos autos. Assim, a apreciação do RE demandaria o reexame de provas, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF.
III - Agravo regimental improvido. | sjur186739 | - Acórdãos citados: AI 340046 AgR, RE 452438 AgR, AI 602842 AgR, AI 742555 AgR.
Número de páginas: 10.
Análise: 07/02/2011, CRE. | RICARDO LEWANDOWSKI | Primeira Turma | 613792 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00037 PAR-00006 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000279 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000280 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000454 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n\r\n",
"LEG-EST LCP-000163 ANO-1999\r\n LEI COMPLEMENTAR, RN\r\n\r\n",
"LEG-EST DEC-013508 ANO-1997\r\n DECRETO, RN\r\n\r\n",
"LEG-EST DEC-015277 ANO-2001\r\n DECRETO, RN"
] | RE-AgR | acordaos | RE 613792 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - DER /RN
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
AGDO.(A/S) : ROSIL SOARES DE OLIVEIRA
ADV.(A/S) : LAVOISIER NUNES DE CASTRO | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613 . 792",
"SÚMULA 280 DO STF",
"SÚMULA 454 DO STF",
"SÚMULA 279 DO STF",
"Súmulas 454",
"Súmula 279 do STF",
"RE 613 . 792 AGR",
"RE 613 . 792 AGR",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613 . 792",
"Súmulas 279 , 280",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613 . 792",
"Súmulas 279 , 280 e 454 do STF",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613 . 792",
"Súmulas 280",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613 . 792",
"Súmulas 280 e 454 do STF",
"RE 613 . 792 AGR / RN",
"RE 613 . 792 AGR / RN",
"RE 613 . 792 AGR / RN",
"Súmula 279 do STF",
"RE 481 . 110 - AgR / PE",
"RE 557 . 935 - AgR / ES",
"SÚMULA 279 / STF",
"RE 613 . 792",
"Súmula 279 do STF",
"RE 481 . 110 - AgR / PE",
"RE 557 . 935 - AgR / ES",
"SÚMULA 279 / STF",
"RE 613 . 792 AGR",
"RTJ 163 / 1107 - 1109",
"RTJ 161 / 992",
"RTJ 186 / 703",
"Súmula 279 / STF",
"RE 613 . 792 AGR / RN",
"RTJ 163 / 1107 - 1109",
"RTJ 161 / 992",
"RTJ 186 / 703",
"Súmula 279 / STF",
"RE 613 . 792",
"Súmula STF 279",
"AI 693 . 628 - AgR / SP",
"AI 533 . 937 - AgR / PE",
"RE 558 . 755 - AgR / MG",
"RE 346 . 978 / CE",
"AI 603 . 470 - AgR / GO",
"AI 795 . 336 / SP",
"RE 607 . 853 / RS",
"Súmulas 280 e 454 do STF",
"Súmula 279 do STF",
"RE 613 . 792 AGR / RN",
"Súmula STF 279",
"AI 693 . 628 - AgR / SP",
"AI 533 . 937 - AgR / PE",
"RE 558 . 755 - AgR / MG",
"RE 346 . 978 / CE",
"AI 603 . 470 - AgR / GO",
"AI 795 . 336 / SP",
"RE 607 . 853 / RS",
"Súmulas 280",
"Súmula 279 do STF",
"RE 613 . 792 AGR /",
"AI 742 . 555 - AgR / RJ",
"Súmula STF 279",
"AI 340 . 046 - AgR / SP",
"AI 602 . 842 - AgR / MG",
"RE 452 . 438 - AgR / SP",
"RE 613 . 792 AGR / RN",
"AI 742 . 555 - AgR / RJ",
"SÚMULA STF 279",
"Súmula STF 279",
"AI 340 . 046 - AgR / SP",
"AI 602 . 842 - AgR / MG",
"RE 452 . 438 - AgR / SP",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613 . 792"
],
"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 102 , III , a , da Constituição",
"art . 37 , § [UNK] , da Lei Maior",
"Decretos estaduais 13 . 508 / 1997",
"15",
".",
"277",
"/",
"2001",
"Lei complementar 163 / 1999",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 102 , III , a , da Constituição",
"art . 37 , § [UNK] ,",
"art . 37 , § [UNK] , da Lei Maior",
"Decretos estaduais 13 . 508 / 1997",
"15",
".",
"277",
"/",
"2001",
"Lei complementar 163 / 1999",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Decreto Estadual [UNK] 13 . 508 / 97",
"Decreto Estadual [UNK] 15 . 277 / 01",
"Lei Complementar [UNK] 163 / 99",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Decreto Estadual [UNK] 13 . 508 / 97",
"Decreto Estadual [UNK] 15 . 277 / 01",
"Lei Complementar [UNK] 163 / 99",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 37 , § [UNK] , DA CF / 88",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 37 , § [UNK] , DA CF / 88",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 37 , § [UNK] , da Constituição Federal",
"CPC , art . 557 , caput )",
"art . 37 , § [UNK] , da Lei Maior",
"Decretos estaduais 13 . 508 / 1997",
"15",
".",
"277",
"/",
"2001",
"Lei complementar 163 / 1999",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 37 , § [UNK] , da Constituição Federal",
"CPC , art . 557 , caput",
"art . 37 , § [UNK] , da Lei Maior",
"Decretos estaduais 13 . 508 / 1997",
"15",
".",
"277",
"/",
"2001",
"Lei complementar 163 / 1999",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 37 , § [UNK] , CF / 88",
"artigo 37 , § [UNK] , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 37 , § [UNK] , CF / 88",
"artigo 37 , § [UNK] , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"RIO GRANDE DO NORTE",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE",
"Brasília",
"Brasília",
"RIO GRANDE DO NORTE",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE",
"RIO GRANDE DO NORTE",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE",
"RIO GRANDE DO NORTE",
"RIO GRANDE DO NORTE",
"RIO GRANDE DO NORTE",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE",
"RIO GRANDE DO NORTE",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE",
"DER",
"/",
"RN",
"Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE",
"DER",
"/",
"RN",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE",
"DER",
"/",
"RN",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura",
"de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"DER",
"DER",
"DER",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"DER",
"DER",
"DER",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"AGR",
"/",
"RN",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"/",
"RN",
"STF",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE",
"DER",
"/",
"RN",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE",
"DER",
"/",
"RN",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"ROSIL SOARES DE OLIVEIRA",
"LAVOISIER NUNES DE CASTRO",
"Ricardo Lewandowski",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"ROSIL SOARES DE OLIVEIRA",
"LAVOISIER NUNES DE CASTRO",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"ROSIL SOARES DE OLIVEIRA",
"LAVOISIER NUNES DE CASTRO",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Celso de Mello",
"Ellen Gracie",
"Celso de Mello",
"Ellen Gracie",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Ellen Gracie",
"Ilmar Galvão",
"Sepúlveda Pertence",
"Cármen Lúcia",
"Cezar Peluso",
"Ellen Gracie",
"Ilmar Galvão",
"Sepúlveda Pertence",
"Cármen Lúcia",
"Cezar Peluso",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Ellen Gracie",
"Ellen Gracie",
"Eros Grau",
"Ayres Britto",
"Ellen Gracie",
"Ellen Gracie",
"Eros Grau",
"Ayres Britto",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"ROSIL SOARES DE OLIVEIRA",
"LAVOISIER NUNES DE CASTRO",
"Ricardo Lewandowski",
"Ricardo Lewandowski",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Edson Oliveira de Almeida",
"Fabiane Duarte",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"ROSIL SOARES DE OLIVEIRA",
"LAVOISIER NUNES DE CASTRO",
"Ricardo Lewandowski",
"Ricardo Lewandowski",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Edson Oliveira de Almeida",
"Fabiane Duarte"
],
"TEMPO": [
"02",
"/",
"12",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"01",
"/",
"02",
"/",
"2011",
"2 de dezembro de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2 de dezembro de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"02",
"/",
"12",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"02",
"/",
"12",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"02",
"/",
"12",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"02",
"/",
"12",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"02",
".",
"12",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"02",
".",
"12",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
02/12/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.787 RIO GRANDE DO NORTE
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
NORTE
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO NORTE
AGDO.(A/S)
:MUNICÍPIO DE NATAL
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE NATAL
AGDO.(A/S)
:PETROBRÁS DISTRIBUIDORA S/A
ADV.(A/S)
:KÁTIA CRISTINA DE SANTANA COMBAT DOS SANTOS E
OUTRO(A/S)
EMENTA:
AGRAVO
REGIMENTAL
NO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO E AMBIENTAL. CESSÃO DE
USO DE ÁREA PÚBLICA. 1. CONTROVÉRSIA SOBRE A
CARACTERIZAÇÃO DO DANO AMBIENTAL. IMPOSSIBILIDADE DE
ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO LOCAL E DE REEXAME DE PROVAS.
INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS N. 279 E 280 DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. 2. O TRIBUNAL A QUO NÃO JULGOU VÁLIDA LEI OU
ATO DE GOVERNO LOCAL CONTESTADO EM FACE DA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. INADMISSIBILIDADE DO
RECURSO PELA ALÍNEA
C
DO ART. 102, INC. III, DA
CONSTITUIÇÃO. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL
SE NEGA PROVIMENTO.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em Primeira Turma, sob a Presidência do
Ministro Ricardo Lewandowski, na conformidade da ata de julgamento e
das notas taquigráficas, à unanimidade, em negar provimento ao agravo
regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto da Relatora.
Supremo Tribunal Federal
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DJe 01/02/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8
Ementa e Acórdão
RE 613.787 AGR / RN
Brasília, 2 de dezembro de 2010.
Ministra CÁRMEN LÚCIA - Relatora
2
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RE 613.787 AGR / RN
Brasília, 2 de dezembro de 2010.
Ministra CÁRMEN LÚCIA - Relatora
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8
Relatório
02/12/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.787 RIO GRANDE DO NORTE
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
NORTE
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO NORTE
AGDO.(A/S)
:MUNICÍPIO DE NATAL
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE NATAL
AGDO.(A/S)
:PETROBRÁS DISTRIBUIDORA S/A
ADV.(A/S)
:KÁTIA CRISTINA DE SANTANA COMBAT DOS SANTOS E
OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Em 20 de setembro de 2010, neguei seguimento ao recurso
extraordinário interposto pelo Ministério Público do Estado do Rio
Grande do Norte contra julgado do Tribunal de Justiça daquele Estado, o
qual entendeu que não haveria nos autos provas de que a construção e
instalação do posto de combustível causaria danos ambientais. A decisão
agravada teve a seguinte fundamentação:
“4. O Tribunal de origem fundamentou-se no exame de provas e
na interpretação e aplicação da Lei n. 3.175/84 do Município de Natal
e concluiu pela legalidade da cessão de uso de área pública celebrada
entre o Município e a Petrobrás e pela inexistência de qualquer
indicativo de que a construção de posto de combustível naquela área
pudesse causar dano ao meio ambiente.
Para se concluir de modo diverso, seriam imprescindíveis o
reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos e a análise
das normas municipais que embasaram o julgado recorrido, o que não
se admite em recurso extraordinário.
5. Além disso, é inviável a interposição do recurso
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Supremo Tribunal Federal
02/12/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.787 RIO GRANDE DO NORTE
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
NORTE
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO NORTE
AGDO.(A/S)
:MUNICÍPIO DE NATAL
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE NATAL
AGDO.(A/S)
:PETROBRÁS DISTRIBUIDORA S/A
ADV.(A/S)
:KÁTIA CRISTINA DE SANTANA COMBAT DOS SANTOS E
OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Em 20 de setembro de 2010, neguei seguimento ao recurso
extraordinário interposto pelo Ministério Público do Estado do Rio
Grande do Norte contra julgado do Tribunal de Justiça daquele Estado, o
qual entendeu que não haveria nos autos provas de que a construção e
instalação do posto de combustível causaria danos ambientais. A decisão
agravada teve a seguinte fundamentação:
“4. O Tribunal de origem fundamentou-se no exame de provas e
na interpretação e aplicação da Lei n. 3.175/84 do Município de Natal
e concluiu pela legalidade da cessão de uso de área pública celebrada
entre o Município e a Petrobrás e pela inexistência de qualquer
indicativo de que a construção de posto de combustível naquela área
pudesse causar dano ao meio ambiente.
Para se concluir de modo diverso, seriam imprescindíveis o
reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos e a análise
das normas municipais que embasaram o julgado recorrido, o que não
se admite em recurso extraordinário.
5. Além disso, é inviável a interposição do recurso
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8
Relatório
RE 613.787 AGR / RN
extraordinário pela alínea 'c' do inc. III do art. 102 da Constituição,
pois em momento algum o Agravante impugnou a constitucionalidade
da lei local que fundamentou o julgado recorrido.
6. Nada há a prover quanto às alegações do Recorrente.
7. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.
557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento
Interno do Supremo Tribunal Federal)”.
2. Intimado dessa decisão em 4.11.2010, interpõe o Ministério
Público do Estado do Rio Grande do Norte, ora Agravante, em 4.11.2010,
tempestivamente, agravo regimental.
3. Alega o Agravante que, “se na análise de determinados fatos, o
Tribunal a quo aplica erroneamente normas da Constituição Federal, por adotar
uma interpretação incorreta, é evidente que será cabível o Recurso
Extraordinário, pois, em tal caso, o que se pretende não é rediscutir os fatos, mas
sim a incidência de certa norma constitucional sobre eles, havendo, assim,
inegavelmente, uma questão jurídica a ser dirimida no Excelso Pretório”.
Sustenta que “a cessão de uso realizada entre os recorridos não levou em
consideração o dever constitucional da municipalidade de proteger o meio
ambiente, bem como que o acórdão impugnado, ao julgar válida a referida cessão,
acabou por não observar o que preconiza os artigos 23, inciso V, e 225 da Carta
Magna”.
Requer o provimento do presente recurso.
É o relatório.
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 613.787 AGR / RN
extraordinário pela alínea 'c' do inc. III do art. 102 da Constituição,
pois em momento algum o Agravante impugnou a constitucionalidade
da lei local que fundamentou o julgado recorrido.
6. Nada há a prover quanto às alegações do Recorrente.
7. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.
557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento
Interno do Supremo Tribunal Federal)”.
2. Intimado dessa decisão em 4.11.2010, interpõe o Ministério
Público do Estado do Rio Grande do Norte, ora Agravante, em 4.11.2010,
tempestivamente, agravo regimental.
3. Alega o Agravante que, “se na análise de determinados fatos, o
Tribunal a quo aplica erroneamente normas da Constituição Federal, por adotar
uma interpretação incorreta, é evidente que será cabível o Recurso
Extraordinário, pois, em tal caso, o que se pretende não é rediscutir os fatos, mas
sim a incidência de certa norma constitucional sobre eles, havendo, assim,
inegavelmente, uma questão jurídica a ser dirimida no Excelso Pretório”.
Sustenta que “a cessão de uso realizada entre os recorridos não levou em
consideração o dever constitucional da municipalidade de proteger o meio
ambiente, bem como que o acórdão impugnado, ao julgar válida a referida cessão,
acabou por não observar o que preconiza os artigos 23, inciso V, e 225 da Carta
Magna”.
Requer o provimento do presente recurso.
É o relatório.
2
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
02/12/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.787 RIO GRANDE DO NORTE
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Razão jurídica não assiste ao Agravante.
2. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte decidiu a
controvérsia nos termos seguintes:
“De acordo com a Lei Municipal n° 3.175/84, que instituiu o
Plano Diretor de Organização Físico-Territorial do Município de
Natal, vigente à época do conflito, a cessão de uso da referida área não
afetou os percentuais mínimos de área verde e equipamentos
comunitários exigidos pela referida lei, previstos em seu art. 134.
Sem embargo de que, como bem pontuou o Juiz monocrático em
sua sentença, os arts. 168, 169, § 1° e 170 do referido Plano Diretor,
vigentes à época, repise-se, autorizavam ao Município de Natal o
remanejamento de áreas utilizadas e sub-utilizadas, em loteamentos,
como ocorreu na hipótese, sobretudo considerando-se que não fora
utilizada toda a área verde denominada V.2. Que abrange uma área
total de 7.500 m².
(...) Há de ressaltar inclusive, que também não enseja acolhida a
alegação do órgão ministerial de que não poderia ter sido cedido o uso
da referida área verde pelo Município, para construção de um posto de
abastecimento de combustíveis, pelo fato de que tal empreendimento
certamente importará em um dano ambiental.
E isso porque, não consta nos autos quaisquer provas de que a
utilização da referida área verde irá causar danos ambientais, seja pelo
fato de que a área cedida está dentro da utilização permitida pelo Plano
Diretor, nos termos vigentes à época, ou pelo fato de não ter o
Ministério Público Estadual demonstrado através de estudo técnico
especializado, ou qualquer outra prova, os danos ambientais
apontados”.
Supremo Tribunal Federal
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 897517.
Supremo Tribunal Federal
02/12/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.787 RIO GRANDE DO NORTE
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Razão jurídica não assiste ao Agravante.
2. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte decidiu a
controvérsia nos termos seguintes:
“De acordo com a Lei Municipal n° 3.175/84, que instituiu o
Plano Diretor de Organização Físico-Territorial do Município de
Natal, vigente à época do conflito, a cessão de uso da referida área não
afetou os percentuais mínimos de área verde e equipamentos
comunitários exigidos pela referida lei, previstos em seu art. 134.
Sem embargo de que, como bem pontuou o Juiz monocrático em
sua sentença, os arts. 168, 169, § 1° e 170 do referido Plano Diretor,
vigentes à época, repise-se, autorizavam ao Município de Natal o
remanejamento de áreas utilizadas e sub-utilizadas, em loteamentos,
como ocorreu na hipótese, sobretudo considerando-se que não fora
utilizada toda a área verde denominada V.2. Que abrange uma área
total de 7.500 m².
(...) Há de ressaltar inclusive, que também não enseja acolhida a
alegação do órgão ministerial de que não poderia ter sido cedido o uso
da referida área verde pelo Município, para construção de um posto de
abastecimento de combustíveis, pelo fato de que tal empreendimento
certamente importará em um dano ambiental.
E isso porque, não consta nos autos quaisquer provas de que a
utilização da referida área verde irá causar danos ambientais, seja pelo
fato de que a área cedida está dentro da utilização permitida pelo Plano
Diretor, nos termos vigentes à época, ou pelo fato de não ter o
Ministério Público Estadual demonstrado através de estudo técnico
especializado, ou qualquer outra prova, os danos ambientais
apontados”.
Supremo Tribunal Federal
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 897517.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RE 613.787 AGR / RN
3. Para o deslinde da matéria posta à apreciação judicial, as
instâncias originárias examinaram os elementos probatórios dos autos,
que não podem ser reexaminados na via extraordinária, conforme a
Súmula n. 279 do Supremo Tribunal Federal.
4. Ademais, a controvérsia sobre a legalidade da cessão de uso de
área pública demanda a análise da Lei municipal n. 3.175/84. A
contrariedade à Constituição da República, se tivesse ocorrido, seria
indireta. Incide na espécie a Súmula n. 280 do Supremo Tribunal Federal.
Nesse sentido:
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO. CONTROVÉRSIA DECIDIDA COM BASE NA
LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E NO CONJUNTO
FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 279/STF. 1. Caso em que ofensa à Magna Carta de 1988,
se existente, ocorreria de forma reflexa ou indireta. De mais a mais, é
de incidir a Súmula 279 desta nossa Corte. 2. Agravo regimental
desprovido” (AI 764.496-AgR, Rel. Min. Ayres Britto, Primeira
Turma, DJE 17.9.2010).
E:
“EMENTA: ACÓRDÃO QUE DECIDIU CONTROVÉRSIA
ACERCA DA CARACTERIZAÇÃO DE DANOS AO MEIO
AMBIENTE COM BASE NA PROVA DOS AUTOS. ALEGADA
OFENSA AO ART. 225, § 3.º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
Impossibilidade da abertura da via extraordinária, em razão da
incidência, na hipótese, do óbice da Súmula 279 desta Corte. Agravo
desprovido” (AI 402.347-AgR, Rel. Min. Ilmar Galvão, Primeira
Turma, DJ 16.5.2003).
5. Tampouco se viabiliza o extraordinário pela alínea c do inc. III do
art. 102 da Constituição da República, pois o Tribunal de origem não
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 613.787 AGR / RN
3. Para o deslinde da matéria posta à apreciação judicial, as
instâncias originárias examinaram os elementos probatórios dos autos,
que não podem ser reexaminados na via extraordinária, conforme a
Súmula n. 279 do Supremo Tribunal Federal.
4. Ademais, a controvérsia sobre a legalidade da cessão de uso de
área pública demanda a análise da Lei municipal n. 3.175/84. A
contrariedade à Constituição da República, se tivesse ocorrido, seria
indireta. Incide na espécie a Súmula n. 280 do Supremo Tribunal Federal.
Nesse sentido:
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO. CONTROVÉRSIA DECIDIDA COM BASE NA
LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E NO CONJUNTO
FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 279/STF. 1. Caso em que ofensa à Magna Carta de 1988,
se existente, ocorreria de forma reflexa ou indireta. De mais a mais, é
de incidir a Súmula 279 desta nossa Corte. 2. Agravo regimental
desprovido” (AI 764.496-AgR, Rel. Min. Ayres Britto, Primeira
Turma, DJE 17.9.2010).
E:
“EMENTA: ACÓRDÃO QUE DECIDIU CONTROVÉRSIA
ACERCA DA CARACTERIZAÇÃO DE DANOS AO MEIO
AMBIENTE COM BASE NA PROVA DOS AUTOS. ALEGADA
OFENSA AO ART. 225, § 3.º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
Impossibilidade da abertura da via extraordinária, em razão da
incidência, na hipótese, do óbice da Súmula 279 desta Corte. Agravo
desprovido” (AI 402.347-AgR, Rel. Min. Ilmar Galvão, Primeira
Turma, DJ 16.5.2003).
5. Tampouco se viabiliza o extraordinário pela alínea c do inc. III do
art. 102 da Constituição da República, pois o Tribunal de origem não
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RE 613.787 AGR / RN
julgou válida lei ou ato de governo local contestado em face da
Constituição (AI 763.681-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe
13.11.2009).
6. Os argumentos do Agravante, insuficientes para modificar a
decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em
pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente
prestação jurisdicional.
7. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental.
3
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 613.787 AGR / RN
julgou válida lei ou ato de governo local contestado em face da
Constituição (AI 763.681-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe
13.11.2009).
6. Os argumentos do Agravante, insuficientes para modificar a
decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em
pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente
prestação jurisdicional.
7. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental.
3
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.787
PROCED. : RIO GRANDE DO NORTE
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO NORTE
AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE NATAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE NATAL
AGDO.(A/S) : PETROBRÁS DISTRIBUIDORA S/A
ADV.(A/S) : KÁTIA CRISTINA DE SANTANA COMBAT DOS SANTOS E OUTRO(A/
S)
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto da Relatora. Unânime.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 02.12.2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes à
Sessão o Ministro Marco Aurélio, a Ministra Cármen Lúcia e o
Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Edson Oliveira de Almeida.
Fabiane Duarte
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 900534
Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.787
PROCED. : RIO GRANDE DO NORTE
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO NORTE
AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE NATAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE NATAL
AGDO.(A/S) : PETROBRÁS DISTRIBUIDORA S/A
ADV.(A/S) : KÁTIA CRISTINA DE SANTANA COMBAT DOS SANTOS E OUTRO(A/
S)
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto da Relatora. Unânime.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 02.12.2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes à
Sessão o Ministro Marco Aurélio, a Ministra Cármen Lúcia e o
Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Edson Oliveira de Almeida.
Fabiane Duarte
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=935020 | 2010-12-02T00:00:00 | 2011-02-01T00:00:00 | A Turma negou provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto da Relatora. Unânime. Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 02.12.2010. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO E AMBIENTAL. CESSÃO DE USO DE ÁREA PÚBLICA. 1. CONTROVÉRSIA SOBRE A CARACTERIZAÇÃO DO DANO AMBIENTAL. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO LOCAL E DE REEXAME DE PROVAS. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS N. 279 E 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 2. O TRIBUNAL A QUO NÃO JULGOU VÁLIDA LEI OU ATO DE GOVERNO LOCAL CONTESTADO EM FACE DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. INADMISSIBILIDADE DO RECURSO PELA ALÍNEA C DO ART. 102, INC. III, DA CONSTITUIÇÃO. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. | sjur186738 | - Acórdãos citados: AI 402347 AgR, AI 763681 AgR, AI 764496 AgR.
Número de páginas: 8.
Análise: 07/02/2011, CRE. | CÁRMEN LÚCIA | Primeira Turma | 613787 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00102 INC-00003 LET-C \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000279 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000280 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n\r\n",
"LEG-MUN LEI-003175 ANO-1984\r\n LEI ORDINÁRIA DO MUNICÍPIO DE NATAL, RN"
] | RE-AgR | acordaos | RE 613787 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE NATAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE NATAL
AGDO.(A/S) : PETROBRÁS DISTRIBUIDORA S/A
ADV.(A/S) : KÁTIA CRISTINA DE SANTANA COMBAT DOS SANTOS | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613 . 787",
"SÚMULAS N . 279",
"RE 613 . 787 AGR / RN",
"RE 613 . 787",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613 . 787",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613 . 787",
"RE 613 . 787 AGR / RN",
"RE 613 . 787 AGR / RN",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613 . 787",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613 . 787",
"RE 613 . 787 AGR",
"Súmula n . 279 do Supremo Tribunal Federal",
"Súmula n . 280 do Supremo Tribunal Federal",
"SÚMULA 279 / STF",
"Súmula 279",
"AI 764 . 496 - AgR",
"AI 402 . 347 - AgR",
"RE 613 . 787 AGR / RN",
"Súmula n . 279 do Supremo Tribunal Federal",
"Súmula n . 280 do Supremo Tribunal Federal",
"SÚMULA 279 / STF",
"AI 764 . 496 - AgR",
"AI 402 . 347 - AgR",
"RE 613 . 787 AGR",
"AI 763 . 681 - AgR",
"RE 613 . 787 AGR",
"AI 763 . 681 - AgR",
"RECURSO",
"RECURSO"
],
"LEGISLACAO": [
"ALÍNEA C DO ART . 102 , INC . III , DA CONSTITUIÇÃO",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n . 3 . 175 / 84",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"alínea ' c ' do inc . III do art . 102 da Constituição",
"art . 557 , caput , do Código de Processo Civil",
"art . 21 , § [UNK] , do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal",
"Constituição Federal",
"artigos 23 , inciso V , e 225 da Carta Magna",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"alínea ' c ' do inc . III do art . 102 da Constituição",
"art . 557 , caput , do Código de Processo Civil",
"art . 21 , § [UNK] , do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal",
"Constituição Federal",
"artigos 23 , inciso V , e 225 da Carta Magna",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Municipal n° 3 . 175 / 84",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Municipal n° 3 . 175 / 84",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei municipal n . 3 . 175 / 84",
"Constituição da República",
"LEGISLAÇÃO",
"Magna Carta de 1988",
"ART . 225 , § 3 . [UNK] , DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL",
"alínea c do inc . III do art . 102 da Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei municipal n . 3 . 175 / 84",
"Constituição da República",
"Magna Carta de 1988",
"ART . 225 , § 3 . [UNK] , DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL",
"alínea c do inc . III do art . 102 da Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"RIO GRANDE DO NORTE",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE",
"MUNICÍPIO DE NATAL",
"MUNICÍPIO DE NATAL",
"Brasília",
"Brasília",
"RIO GRANDE DO NORTE",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE",
"NATAL",
"MUNICÍPIO DE NATAL",
"Município de Natal",
"RIO GRANDE DO NORTE",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE",
"MUNICÍPIO DE NATAL",
"MUNICÍPIO DE NATAL",
"Município de Natal",
"RIO GRANDE DO NORTE",
"Município",
"RIO GRANDE DO NORTE",
"Município de Natal",
"RIO GRANDE DO NORTE",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE",
"MUNICÍPIO DE NATAL",
"RIO GRANDE DO NORTE",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE",
"MUNICÍPIO"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO",
"PETROBRÁS DISTRIBUIDORA S / A",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE",
"MUNICÍPIO",
"PETROBRÁS DISTRIBUIDORA S / A",
"Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte",
"Tribunal de Justiça",
"Petrobrás",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE",
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"Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte",
"Tribunal de Justiça",
"Petrobrás",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
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"Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte",
"Ministério Público Estadual",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte",
"Ministério Público Estadual",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"Primeira Turma",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"/",
"RN",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"/",
"RN",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE",
"PETROBRÁS DISTRIBUIDORA S / A",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO",
"MUNICÍPIO",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"CÁRMEN LÚCIA",
"KÁTIA CRISTINA DE SANTANA COMBAT DOS SANTOS",
"Ricardo Lewandowski",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"KÁTIA CRISTINA DE SANTANA COMBAT DOS SANTOS",
"CÁRMEN LÚCIA",
"LÚCIA",
"KÁTIA CRISTINA DE SANTANA COMBAT DOS SANTOS",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Ayres Britto",
"Ilmar Galvão",
"Ayres Britto",
"Ilmar Galvão",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"KÁTIA CRISTINA DE SANTANA COMBAT DOS SANTOS",
"Ricardo Lewandowski",
"Ricardo Lewandowski",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Edson Oliveira de Almeida",
"Fabiane Duarte",
"CÁRMEN LÚCIA",
"KÁTIA CRISTINA DE SANTANA COMBAT DOS SANTOS",
"Ricardo Lewandowski",
"Ricardo Lewandowski",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Edson Oliveira de Almeida",
"Fabiane Duarte"
],
"TEMPO": [
"02",
"/",
"12",
"/",
"2010",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
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"02",
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"2011",
"2 de dezembro de 2010",
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"08",
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"2001",
"2 de dezembro de 2010",
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"08",
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"2001",
"02",
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"12",
"/",
"2010",
"20 de setembro de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"02",
"/",
"12",
"/",
"2010",
"20 de setembro de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"4",
".",
"11",
".",
"2010",
"4",
".",
"11",
".",
"2010",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"4",
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"11",
".",
"2010",
"4",
".",
"11",
".",
"2010",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"02",
"/",
"12",
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"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"02",
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"12",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
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"17",
".",
"9",
".",
"2010",
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".",
"5",
".",
"2003",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"17",
".",
"9",
".",
"2010",
"16",
".",
"5",
".",
"2003",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
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".",
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".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
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"11",
".",
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".",
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".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
12/05/2011
PLENÁRIO
AG.REG. NO HABEAS CORPUS 104.843 BAHIA
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:GIOVANNI OSTIERO
ADV.(A/S)
:CLEBER LOPES E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:RELATOR DA PPE Nº 646 DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL
EMENTA: HABEAS CORPUS. ATO DE MINISTRO DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL. PEDIDO NÃO CONHECIDO. PRECEDENTES
DO PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. APLICAÇÃO
ANALÓGICA DA SÚMULA 606/STF. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE
FLAGRANTE OU ABUSO DE PODER QUE AUTORIZE A CONCESSÃO
DA ORDEM DE OFÍCIO. PRISÃO PREVENTIVA PARA A EXTRADIÇÃO
REGULARMENTE FUNDAMENTADA. AGRAVO DESPROVIDO.
1. É pacífica a jurisprudência desta Casa de Justiça, no sentido do
não cabimento de habeas corpus contra decisão de ministro do Supremo
Tribunal Federal. Aplicação analógica do óbice da Súmula 606/STF.
Precedente específico: HC 86.548, da relatoria do ministro Cezar Peluso.
Outros precedentes: HC 100.738, redatora para o acórdão a ministra
Cármen Lúcia; HC 101.432, redator para o acórdão o ministro Dias
Toffoli; HC 99.510-AgR, da relatoria do ministro Cezar Peluso.
2. Também não é caso de concessão da ordem de ofício. Isso porque
a simples leitura do ato impugnado evidencia que a prisão preventiva,
para fins de extradição, encontra-se regularmente fundamentada.
3. Agravo regimental a que se nega provimento.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal em negar provimento ao recurso de agravo, o
que fazem nos termos do voto do Relator e por maioria de votos, em
sessão presidida pelo Ministro Ayres Britto, na conformidade da ata do
julgamento e das notas taquigráficas. Vencido o Ministro Marco Aurélio.
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DJe 02/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10
Ementa e Acórdão
HC 104.843 AGR / BA
Impedido o Ministro Dias Toffoli.
Brasília, 12 de maio de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
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HC 104.843 AGR / BA
Impedido o Ministro Dias Toffoli.
Brasília, 12 de maio de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
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Relatório
12/05/2011
PLENÁRIO
AG.REG. NO HABEAS CORPUS 104.843 BAHIA
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:GIOVANNI OSTIERO
ADV.(A/S)
:CLEBER LOPES E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:RELATOR DA PPE Nº 646 DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Cuida-se de agravo regimental, interposto contra decisão singular
que negou seguimento ao presente habeas corpus. Decisão assentada na
idéia-força de que, em linha de princípio, não cabe habeas corpus
originário para o Tribunal Pleno contra ato de ministro do Supremo
Tribunal Federal.
2. Pois bem, o agravante renova a tese de ilegalidade da segregação
cautelar do ora paciente. Paciente acusado pela República da Itália de
abuso sexual supostamente cometido contra a sua própria filha de quatro
anos de idade. Alega a defesa, em síntese, que os precedentes
mencionados na decisão agravada não se aplicam ao caso dos autos. Daí o
pedido de conhecimento e provimento do presente regimental para
“desconstituir a decisão atacada, a fim de que seja o habeas corpus levado a
julgamento em mesa” (fls. 62).
3. Na seqüência, abri vista dos autos à Procuradoria-Geral da
República. Órgão que opinou pelo desprovimento do agravo.
É o breve relatório.
* * * * * * * * * * * *
Supremo Tribunal Federal
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12/05/2011
PLENÁRIO
AG.REG. NO HABEAS CORPUS 104.843 BAHIA
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:GIOVANNI OSTIERO
ADV.(A/S)
:CLEBER LOPES E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:RELATOR DA PPE Nº 646 DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Cuida-se de agravo regimental, interposto contra decisão singular
que negou seguimento ao presente habeas corpus. Decisão assentada na
idéia-força de que, em linha de princípio, não cabe habeas corpus
originário para o Tribunal Pleno contra ato de ministro do Supremo
Tribunal Federal.
2. Pois bem, o agravante renova a tese de ilegalidade da segregação
cautelar do ora paciente. Paciente acusado pela República da Itália de
abuso sexual supostamente cometido contra a sua própria filha de quatro
anos de idade. Alega a defesa, em síntese, que os precedentes
mencionados na decisão agravada não se aplicam ao caso dos autos. Daí o
pedido de conhecimento e provimento do presente regimental para
“desconstituir a decisão atacada, a fim de que seja o habeas corpus levado a
julgamento em mesa” (fls. 62).
3. Na seqüência, abri vista dos autos à Procuradoria-Geral da
República. Órgão que opinou pelo desprovimento do agravo.
É o breve relatório.
* * * * * * * * * * * *
Supremo Tribunal Federal
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
12/05/2011
PLENÁRIO
AG.REG. NO HABEAS CORPUS 104.843 BAHIA
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Feito o relatório, passo ao voto. Fazendo-o, consigno, de saída, que a
recente orientação jurisprudencial desta nossa Casa de Justiça é no
sentido do descabimento da impetração de habeas corpus contra ato de
ministro relator do próprio Tribunal, por aplicação analógica da Súmula
606/STF. Orientação jurisprudencial que se deu, notadamente, no
julgamento do HC 86.548/SP, Tribunal Pleno, da relatoria do ministro
Cezar Peluso, DJ 19/12/2008. Nesse mesmo sentido, confiram-se os
seguintes precedentes deste nosso Tribunal: HC 100.738/RJ, Tribunal
Pleno, redatora para o acórdão a ministra Cármen Lúcia, DJ 01/07/2010;
HC 101.432/MG, Tribunal Pleno, redator para o acórdão o ministro Dias
Toffoli, DJ 16/04/2010; HC 91.207/RJ, Tribunal Pleno, redator para o
acórdão o ministro Eros Grau, DJ 05/03/2010; HC 99.510-AgR/MG,
Tribunal Pleno, da relatoria do ministro Cezar Peluso, DJ 16/10/2009; e
HC 97.250-AgR/SP, Segunda Turma, da relatoria da ministra Ellen Gracie,
DJ 07/08/2009.
6. Por outra volta, a realidade é que o alentado exame das peças que
instruem este processo também não evidencia nenhuma ilegalidade ou
abuso de poder que autorize a concessão da ordem de ofício. Para
cimentar esse ponto de vista, reproduzo as seguintes passagens da
decisão singular que indeferiu o pedido de revogação da prisão
preventiva do ora paciente:
“[...]
O Senhor Ministro da Justiça encaminha pedido de
prisão preventiva, para fins de extradição, do nacional
italiano GIOVANNI OSTIERO. Pedido feito pela
República da Itália, via Interpol/Roma, com base no item 2
do art. 13 do Tratado de Extradição firmado entre o
Governo daquele País e o da República Federativa do
Supremo Tribunal Federal
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12/05/2011
PLENÁRIO
AG.REG. NO HABEAS CORPUS 104.843 BAHIA
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Feito o relatório, passo ao voto. Fazendo-o, consigno, de saída, que a
recente orientação jurisprudencial desta nossa Casa de Justiça é no
sentido do descabimento da impetração de habeas corpus contra ato de
ministro relator do próprio Tribunal, por aplicação analógica da Súmula
606/STF. Orientação jurisprudencial que se deu, notadamente, no
julgamento do HC 86.548/SP, Tribunal Pleno, da relatoria do ministro
Cezar Peluso, DJ 19/12/2008. Nesse mesmo sentido, confiram-se os
seguintes precedentes deste nosso Tribunal: HC 100.738/RJ, Tribunal
Pleno, redatora para o acórdão a ministra Cármen Lúcia, DJ 01/07/2010;
HC 101.432/MG, Tribunal Pleno, redator para o acórdão o ministro Dias
Toffoli, DJ 16/04/2010; HC 91.207/RJ, Tribunal Pleno, redator para o
acórdão o ministro Eros Grau, DJ 05/03/2010; HC 99.510-AgR/MG,
Tribunal Pleno, da relatoria do ministro Cezar Peluso, DJ 16/10/2009; e
HC 97.250-AgR/SP, Segunda Turma, da relatoria da ministra Ellen Gracie,
DJ 07/08/2009.
6. Por outra volta, a realidade é que o alentado exame das peças que
instruem este processo também não evidencia nenhuma ilegalidade ou
abuso de poder que autorize a concessão da ordem de ofício. Para
cimentar esse ponto de vista, reproduzo as seguintes passagens da
decisão singular que indeferiu o pedido de revogação da prisão
preventiva do ora paciente:
“[...]
O Senhor Ministro da Justiça encaminha pedido de
prisão preventiva, para fins de extradição, do nacional
italiano GIOVANNI OSTIERO. Pedido feito pela
República da Itália, via Interpol/Roma, com base no item 2
do art. 13 do Tratado de Extradição firmado entre o
Governo daquele País e o da República Federativa do
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10
Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 104.843 AGR / BA
Brasil.
Colhe-se dos autos que:
'(...)
De acordo com o artigo 720 V.º parágrafo do
código processual penal italiano e do artigo 13 do
Tratado de Extradição assinado em Roma em 17 de
outubro de 1989, em vigor desde 1° de agosto de
1993, encaminha-se ao Governo da República
Federativa do Brasil o pedido formal de prisão
preventiva e extradição para a Itália, em contra do
cidadão italiano Giovanni OSTIERO, nascido aos 07
de Agosto de 1957 em Torre dei Greco (Nápoles -
Itália), procurado na Itália com base na Ordem de
Prisão Preventiva em cárcere nr. 94022/2000 RGNR -
7477/2001 R.I.M. Caut. Pessoal, emitida aos
31.05.2002, que se tornou executiva em 30.10.2001,
por abuso sexual da própria filha, de quatro anos de
idade.
Por esse delito Giovanni OSTIERO foi
condenado em primeiro grau à pena de nove (9) anos
de reclusão.
Assegura-se à Autoridade brasileira que o
Pedido de Extradição, com a documentação prevista
pelo artigo 11 do Tratado de Extradição entre a Itália
e o Brasil, será apresentado através dos canais
diplomáticos no prazo de 40 dias a partir da data de
comunicação da atuação da prisão preventiva, assim
como previsto no art. 13 item 4 do Tratado
mencionado.
Breve exposição dos fatos criminosos
imputados:
Aos 31.05.2002 o Tribunal de reexaminação de
Nápoles, aceitando a apelação proposta pelo
Ministério Público, aplicava em contra de Giovanni
OSTIERO, nascido em Torre dei Greco (Nápoles -
Itália) aos 07.08.1957, a medida da custódia
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
HC 104.843 AGR / BA
Brasil.
Colhe-se dos autos que:
'(...)
De acordo com o artigo 720 V.º parágrafo do
código processual penal italiano e do artigo 13 do
Tratado de Extradição assinado em Roma em 17 de
outubro de 1989, em vigor desde 1° de agosto de
1993, encaminha-se ao Governo da República
Federativa do Brasil o pedido formal de prisão
preventiva e extradição para a Itália, em contra do
cidadão italiano Giovanni OSTIERO, nascido aos 07
de Agosto de 1957 em Torre dei Greco (Nápoles -
Itália), procurado na Itália com base na Ordem de
Prisão Preventiva em cárcere nr. 94022/2000 RGNR -
7477/2001 R.I.M. Caut. Pessoal, emitida aos
31.05.2002, que se tornou executiva em 30.10.2001,
por abuso sexual da própria filha, de quatro anos de
idade.
Por esse delito Giovanni OSTIERO foi
condenado em primeiro grau à pena de nove (9) anos
de reclusão.
Assegura-se à Autoridade brasileira que o
Pedido de Extradição, com a documentação prevista
pelo artigo 11 do Tratado de Extradição entre a Itália
e o Brasil, será apresentado através dos canais
diplomáticos no prazo de 40 dias a partir da data de
comunicação da atuação da prisão preventiva, assim
como previsto no art. 13 item 4 do Tratado
mencionado.
Breve exposição dos fatos criminosos
imputados:
Aos 31.05.2002 o Tribunal de reexaminação de
Nápoles, aceitando a apelação proposta pelo
Ministério Público, aplicava em contra de Giovanni
OSTIERO, nascido em Torre dei Greco (Nápoles -
Itália) aos 07.08.1957, a medida da custódia
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10
Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 104.843 AGR / BA
acautelatória em cárcere para os crimes previstos nos
artigos do Código Penal italiano 609 bis e ter,
segundo item (Violação sexual qualificada por ter
sido cometida em contra de menor de idade) e 609
quater itens um, dois e quatro (Atos sexuais
cometidos abusando de menor de idade, e quando
quem abusa são os pais). A ordem tornou-se
executória aos 30.10.2002 em seguida à recusação do
recurso apresentado em Cassação (Supremo
Tribunal) pelo recorrente.
Emergia, de fato, que em seguida à separação
entre Giovanni OSTIERO e Desidere CAVAGNOLI,
ao longo das visitas à filha menor LUDOVICA, de
quatro anos de idade (visitas que se realizavam sem
a presencia da mãe da menor o de outro familiar mas
com a não constante presencia na habitação de uma
doméstica estrangeira) o imputado teria abusado
sexualmente da menina (...), feito perpetrado no mês
de Fevereiro do ano 2000 em Ischia (Itália), e a outros
atos sexuais (...) fatos acontecidos em Nápoles (Itália)
até ao mês de Abril de 2001.
Os crimes para os quais procede-se, portanto,
não são de natureza política nem próximos à
prescrição, tendo em vista a pena máxima possível a
ser cominada (quatorze anos).
A medida da custódia preventiva em cárcere
nunca foi executada porque Giovanni OSTIERO não
foi encontrado, e portanto foi declarado ‘homiziado’
em 12.12.2002' (fls. 3/4).
Tenho que o pedido atende aos requisitos
estabelecidos no art. 13 do Tratado bilateral, firmado em
17 de outubro de 1989, e promulgado pelo Decreto nº 863,
de 9 de julho de 1993.
Ante o exposto, decreto a prisão preventiva nacional
italiano GIOVANNI OSTIERO.
3
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Supremo Tribunal Federal
HC 104.843 AGR / BA
acautelatória em cárcere para os crimes previstos nos
artigos do Código Penal italiano 609 bis e ter,
segundo item (Violação sexual qualificada por ter
sido cometida em contra de menor de idade) e 609
quater itens um, dois e quatro (Atos sexuais
cometidos abusando de menor de idade, e quando
quem abusa são os pais). A ordem tornou-se
executória aos 30.10.2002 em seguida à recusação do
recurso apresentado em Cassação (Supremo
Tribunal) pelo recorrente.
Emergia, de fato, que em seguida à separação
entre Giovanni OSTIERO e Desidere CAVAGNOLI,
ao longo das visitas à filha menor LUDOVICA, de
quatro anos de idade (visitas que se realizavam sem
a presencia da mãe da menor o de outro familiar mas
com a não constante presencia na habitação de uma
doméstica estrangeira) o imputado teria abusado
sexualmente da menina (...), feito perpetrado no mês
de Fevereiro do ano 2000 em Ischia (Itália), e a outros
atos sexuais (...) fatos acontecidos em Nápoles (Itália)
até ao mês de Abril de 2001.
Os crimes para os quais procede-se, portanto,
não são de natureza política nem próximos à
prescrição, tendo em vista a pena máxima possível a
ser cominada (quatorze anos).
A medida da custódia preventiva em cárcere
nunca foi executada porque Giovanni OSTIERO não
foi encontrado, e portanto foi declarado ‘homiziado’
em 12.12.2002' (fls. 3/4).
Tenho que o pedido atende aos requisitos
estabelecidos no art. 13 do Tratado bilateral, firmado em
17 de outubro de 1989, e promulgado pelo Decreto nº 863,
de 9 de julho de 1993.
Ante o exposto, decreto a prisão preventiva nacional
italiano GIOVANNI OSTIERO.
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10
Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 104.843 AGR / BA
Expeça-se mandado, cujo cumprimento deverá ser
comunicado a esta Suprema Corte e à representação
diplomática italiana, para que formalize o pedido de
extradição em 40 dias, nos termos artigo 13, item 4,
daquele Tratado.
Publique-se esta decisão somente após a efetivação
da prisão preventiva ora decretada' (fl. 9/10).
[...]
Às folhas 54 a 109, protocolou o Extraditando a
Petição/STF nº 0035795, pela qual requer a revogação da sua
prisão preventiva e que seja a ele concedido o direito de
aguardar o julgamento de sua extradição em liberdade.
[...]
Examinados os autos, decido.
De início, importante consignar que em recentes
decisões do Plenário desta Corte Suprema, considerou-se que
a prisão preventiva, para fins de extradição, deve pautar-se
nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, não
podendo resultar num fim em si mesma para impor ao
extraditando tratamento diferenciado e mais gravoso do que o
dispensado aos presos preventivamente em processos em
curso na jurisdição brasileira. É por isso que não se admite que
essa prisão se prolongue por tempo, de modo a caracterizar
constrangimento ilegal àquele que está preso à disposição desta
Suprema Corte para fins extradicionais. (Por exemplo: Ext nº
1.054-QO, Relator o Ministro Marco Aurélio, DJ de 22/2/08; HC
nº 91.657, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJ de 14/3/08)
Mas não é o que se tem na espécie.
A prisão preventiva é condição de procedibilidade para
o processo de extradição e, natureza cautelar, 'destina-se, em
sua precípua função instrumental, a assegurar a execução de
eventual ordem de extradição' (Ext nº 579-QO, Tribunal Pleno,
Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 10/9/93), nos termos
dos artigos 81 e 84 da Lei nº 6.815/90, o que impede a
concessão da liberdade provisória, quando não se está diante
4
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HC 104.843 AGR / BA
Expeça-se mandado, cujo cumprimento deverá ser
comunicado a esta Suprema Corte e à representação
diplomática italiana, para que formalize o pedido de
extradição em 40 dias, nos termos artigo 13, item 4,
daquele Tratado.
Publique-se esta decisão somente após a efetivação
da prisão preventiva ora decretada' (fl. 9/10).
[...]
Às folhas 54 a 109, protocolou o Extraditando a
Petição/STF nº 0035795, pela qual requer a revogação da sua
prisão preventiva e que seja a ele concedido o direito de
aguardar o julgamento de sua extradição em liberdade.
[...]
Examinados os autos, decido.
De início, importante consignar que em recentes
decisões do Plenário desta Corte Suprema, considerou-se que
a prisão preventiva, para fins de extradição, deve pautar-se
nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, não
podendo resultar num fim em si mesma para impor ao
extraditando tratamento diferenciado e mais gravoso do que o
dispensado aos presos preventivamente em processos em
curso na jurisdição brasileira. É por isso que não se admite que
essa prisão se prolongue por tempo, de modo a caracterizar
constrangimento ilegal àquele que está preso à disposição desta
Suprema Corte para fins extradicionais. (Por exemplo: Ext nº
1.054-QO, Relator o Ministro Marco Aurélio, DJ de 22/2/08; HC
nº 91.657, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJ de 14/3/08)
Mas não é o que se tem na espécie.
A prisão preventiva é condição de procedibilidade para
o processo de extradição e, natureza cautelar, 'destina-se, em
sua precípua função instrumental, a assegurar a execução de
eventual ordem de extradição' (Ext nº 579-QO, Tribunal Pleno,
Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 10/9/93), nos termos
dos artigos 81 e 84 da Lei nº 6.815/90, o que impede a
concessão da liberdade provisória, quando não se está diante
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 10
Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 104.843 AGR / BA
de situação excepcional.
[...]
Anoto, por último, que embora se afirme a ausência dos
requisitos do art. 312 do CPP a justificar a manutenção da
custódia cautelar do Extraditando, no caso vertente está
patenteada sua fuga do distrito da culpa, de modo que, ainda
que seu ingresso e permanência do território nacional tenham
se dado de forma regular, a sua custódia provisória se justifica
para assegurar-se a aplicação da lei penal.
Ante o exposto, indefiro o pedido de revogação da prisão
preventiva do Extraditando.”
(Sem destaques no original.)
7. Por tudo quanto posto, nego provimento ao agravo regimental.
8. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
5
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de situação excepcional.
[...]
Anoto, por último, que embora se afirme a ausência dos
requisitos do art. 312 do CPP a justificar a manutenção da
custódia cautelar do Extraditando, no caso vertente está
patenteada sua fuga do distrito da culpa, de modo que, ainda
que seu ingresso e permanência do território nacional tenham
se dado de forma regular, a sua custódia provisória se justifica
para assegurar-se a aplicação da lei penal.
Ante o exposto, indefiro o pedido de revogação da prisão
preventiva do Extraditando.”
(Sem destaques no original.)
7. Por tudo quanto posto, nego provimento ao agravo regimental.
8. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
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Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
12/05/2011
PLENÁRIO
AG.REG. NO HABEAS CORPUS 104.843 BAHIA
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, peço a
palavra apenas para firmar e reafirmar convencimento.
Entendo que, em primeiro lugar, o habeas corpus é da competência do
Colegiado. Não aplico, em relação a ele, quer o artigo 21 do Regimento
Interno, quer o artigo 557 do Código de Processo Civil, este
subsidiariamente.
E, mais do que isso. Penso – já disse nesta assentada – que, para o
habeas corpus ser adequado, basta que se articule, na inicial, ato praticado
à margem da ordem jurídica, a alcançar, na via direta ou indireta, a
liberdade de ir e vir do cidadão e exista órgão competente para julgá-lo.
No caso, em se tratando de integrante do Tribunal, atuando
monocraticamente, há o Colegiado maior.
Por isso, peço vênia para prover o agravo.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1192676.
Supremo Tribunal Federal
12/05/2011
PLENÁRIO
AG.REG. NO HABEAS CORPUS 104.843 BAHIA
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, peço a
palavra apenas para firmar e reafirmar convencimento.
Entendo que, em primeiro lugar, o habeas corpus é da competência do
Colegiado. Não aplico, em relação a ele, quer o artigo 21 do Regimento
Interno, quer o artigo 557 do Código de Processo Civil, este
subsidiariamente.
E, mais do que isso. Penso – já disse nesta assentada – que, para o
habeas corpus ser adequado, basta que se articule, na inicial, ato praticado
à margem da ordem jurídica, a alcançar, na via direta ou indireta, a
liberdade de ir e vir do cidadão e exista órgão competente para julgá-lo.
No caso, em se tratando de integrante do Tribunal, atuando
monocraticamente, há o Colegiado maior.
Por isso, peço vênia para prover o agravo.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1192676.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10
Decisão de Julgamento
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO HABEAS CORPUS 104.843
PROCED. : BAHIA
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : GIOVANNI OSTIERO
ADV.(A/S) : CLEBER LOPES E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : RELATOR DA PPE Nº 646 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Decisão: O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do
Relator, negou provimento ao recurso de agravo, vencido o Senhor
Ministro Marco Aurélio. Impedido o Senhor Ministro Dias Toffoli.
Ausentes, em participação no “2011 US-BRAZIL JUDICIAL DIALOGUE”,
em Washington, nos Estados Unidos da América, os Senhores
Ministros Cezar Peluso (Presidente), Ellen Gracie, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Ayres
Britto (Vice-Presidente). Plenário, 12.05.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto (Vice-Presidente).
Presentes à sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Marco
Aurélio, Joaquim Barbosa, Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Luiz Fux.
Procurador-Geral da República, Dr. Roberto Monteiro Gurgel
Santos.
p/ Luiz Tomimatsu
Secretário
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1601193
Supremo Tribunal Federal
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO HABEAS CORPUS 104.843
PROCED. : BAHIA
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : GIOVANNI OSTIERO
ADV.(A/S) : CLEBER LOPES E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : RELATOR DA PPE Nº 646 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Decisão: O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do
Relator, negou provimento ao recurso de agravo, vencido o Senhor
Ministro Marco Aurélio. Impedido o Senhor Ministro Dias Toffoli.
Ausentes, em participação no “2011 US-BRAZIL JUDICIAL DIALOGUE”,
em Washington, nos Estados Unidos da América, os Senhores
Ministros Cezar Peluso (Presidente), Ellen Gracie, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Ayres
Britto (Vice-Presidente). Plenário, 12.05.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto (Vice-Presidente).
Presentes à sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Marco
Aurélio, Joaquim Barbosa, Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Luiz Fux.
Procurador-Geral da República, Dr. Roberto Monteiro Gurgel
Santos.
p/ Luiz Tomimatsu
Secretário
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1601193
Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1601785 | 2011-05-12T00:00:00 | 2011-12-02T00:00:00 | O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Relator, negou provimento ao recurso de agravo, vencido o Senhor Ministro Marco Aurélio. Impedido o Senhor Ministro Dias Toffoli. Ausentes, em participação no “2011 US-BRAZIL JUDICIAL DIALOGUE”, em Washington, nos Estados Unidos da América, os Senhores Ministros Cezar Peluso (Presidente), Ellen Gracie, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Ayres Britto (Vice-Presidente). Plenário, 12.05.2011. | AG.REG. NO HABEAS CORPUS | EMENTA: HABEAS CORPUS. ATO DE MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PEDIDO NÃO CONHECIDO. PRECEDENTES DO PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. APLICAÇÃO ANALÓGICA DA SÚMULA 606/STF. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE FLAGRANTE OU ABUSO DE PODER QUE AUTORIZE A CONCESSÃO DA ORDEM DE OFÍCIO. PRISÃO PREVENTIVA PARA A EXTRADIÇÃO REGULARMENTE FUNDAMENTADA. AGRAVO DESPROVIDO.
1. É pacífica a jurisprudência desta Casa de Justiça, no sentido do não cabimento de habeas corpus contra decisão de ministro do Supremo Tribunal Federal. Aplicação analógica do óbice da Súmula 606/STF. Precedente específico: HC 86.548, da relatoria do ministro Cezar Peluso. Outros precedentes: HC 100.738, redatora para o acórdão a ministra Cármen Lúcia; HC 101.432, redator para o acórdão o ministro Dias Toffoli; HC 99.510-AgR, da relatoria do ministro Cezar Peluso.
2. Também não é caso de concessão da ordem de ofício. Isso porque a simples leitura do ato impugnado evidencia que a prisão preventiva, para fins de extradição, encontra-se regularmente fundamentada.
3. Agravo regimental a que se nega provimento. | sjur202209 | - Acórdãos citados: HC 86548 - Tribunal Pleno, HC 91207 -
Tribunal Pleno, HC 97250 AgR, HC 99510 AgR - Tribunal
Pleno, HC 100738 - Tribunal Pleno, HC 101432 - Tribunal
Pleno.
Número de páginas: 10.
Análise: 06/01/2012, KBP.
Revisão: 27/01/2012, ACG. | AYRES BRITTO | Tribunal Pleno | 104843 | [
"LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\r\n ART-00557 \r\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\r\n",
"LEG-FED RGI ANO-1980\r\n ART-00021 \r\n RISTF-1980 REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000606 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | HC-AgR | acordaos | HC 104843 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : GIOVANNI OSTIERO
ADV.(A/S) : CLEBER LOPES E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : RELATOR DA PPE Nº 646 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 104 . 843",
"PPE [UNK] 646 DO SUPREMO",
"SÚMULA 606 / STF",
"Súmula 606 / STF",
"HC 86 . 548",
"HC 100 . 738",
"HC 101 . 432",
"HC 99 . 510 - AgR",
"HC 104 . 843 AGR / BA",
"HC 104 . 843 AGR / BA",
"HABEAS CORPUS 104 . 843",
"PPE [UNK] 646 DO SUPREMO",
"PPE [UNK] 646 DO SUPREMO",
"Súmula 606 / STF",
"HC 86 . 548 / SP",
"HC 100 . 738 / RJ",
"HC 101 . 432 / MG",
"HC 91 . 207 / RJ",
"HC 99 . 510 - AgR / MG",
"HC 97 . 250 - AgR / SP",
"HABEAS CORPUS 104 . 843",
"Súmula 606 / STF",
"HC 86 . 548 / SP",
"HC 100 . 738 / RJ",
"HC 101 . 432 / MG",
"HC 91 . 207 / RJ",
"HC 99 . 510 - AgR / MG",
"HC 97 . 250 - AgR / SP",
"HC 104 . 843",
"HC 104 . 843 AGR / BA",
"HC 104 . 843 AGR / BA",
"HC 104 . 843 AGR",
"HC 104 . 843 AGR / BA",
"Ext [UNK] 1 . 054 - QO",
"HC [UNK] 91 . 657",
"Ext [UNK] 579 - QO",
"HC 104 . 843 AGR / BA",
"Ext [UNK] 1 . 054 - QO",
"HC [UNK] 91 . 657",
"Ext [UNK] 579 - QO",
"HC 104 . 843 AGR / BA",
"HC 104 . 843 AGR / BA",
"HABEAS CORPUS 104 . 843",
"HABEAS CORPUS 104 . 843",
"HABEAS CORPUS 104 . 843",
"PPE [UNK] 646 DO SUPREMO",
"HABEAS CORPUS 104 . 843",
"PPE [UNK] 646"
],
"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 720 V . [UNK] parágrafo do código processual penal italiano",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 720 V . [UNK] parágrafo do código processual penal italiano",
"artigo 13 do Tratado de Extradição",
"artigo 11 do Tratado de Extradição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código Penal italiano",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código Penal italiano",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos 81 e 84 da Lei [UNK] 6 . 815 / 90",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos 81 e 84 da Lei [UNK] 6 . 815 / 90",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 21 do Regimento Interno",
"artigo 557 do Código de Processo Civil",
"MP n°",
"artigo 21 do Regimento Interno",
"artigo 557 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"BAHIA",
"Brasília",
"Brasília",
"BAHIA",
"BAHIA",
"BAHIA",
"Roma",
"Torre dei Greco",
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"Itália",
"Torre dei Greco",
"Nápoles -",
"Itália",
"Roma",
"Torre dei Greco",
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"Torre dei Greco",
"Nápoles - Itália",
"Ischia",
"Itália",
"Nápoles",
"Ischia (",
"Itália",
"Nápoles",
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"BAHIA",
"BAHIA",
"Washington",
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"Washington"
],
"ORGANIZACAO": [
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"SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL",
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"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Geral da República",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
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"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
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"/",
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"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Segunda Turma",
"República da Itália",
"Interpol",
"/",
"Roma",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"Brasil",
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"-",
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"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"/",
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"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Plenário",
"Tribunal Pleno",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Suprema",
"Plenário",
"Tribunal Pleno",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Plenário",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL",
"US",
"-",
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"Plenário",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"AYRES BRITTO",
"GIOVANNI OSTIERO",
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"Cezar Peluso",
"Ayres Britto",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"AYRES BRITTO",
"Dias Toffoli",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"GIOVANNI OSTIERO",
"CLEBER LOPES",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"GIOVANNI OSTIERO",
"CLEBER LOPES",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Cezar Peluso",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Eros Grau",
"Cezar Peluso",
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"GIOVANNI OSTIERO",
"AYRES BRITTO",
"Cezar Peluso",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Eros Grau",
"Cezar Peluso",
"Ellen Gracie",
"GIOVANNI OSTIERO",
"AYRES BRITTO",
"Giovanni OSTIERO",
"Giovanni OSTIERO",
"Giovanni OSTIERO",
"Giovanni OSTIERO",
"Giovanni OSTIERO",
"Giovanni OSTIERO",
"AYRES BRITTO",
"Giovanni OSTIERO",
"Desidere CAVAGNOLI",
"LUDOVICA",
"Giovanni OSTIERO",
"GIOVANNI OSTIERO",
"Giovanni OSTIERO",
"Desidere CAVAGNOLI",
"LUDOVICA",
"Giovanni OSTIERO",
"GIOVANNI OSTIERO",
"AYRES BRITTO",
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"Celso de Mello",
"Marco Aurélio",
"Gilmar Mendes",
"Celso de Mello",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"GIOVANNI OSTIERO",
"CLEBER LOPES",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Cezar Peluso",
"Ellen Gracie",
"Gilmar Mendes",
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"Ayres Britto",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Marco Aurélio",
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"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Roberto Monteiro Gurgel Santos",
"AYRES BRITTO",
"GIOVANNI OSTIERO",
"CLEBER LOPES",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Cezar Peluso",
"Ellen Gracie",
"Gilmar Mendes",
"Ricardo Lewandowski",
"Ayres Britto",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Marco Aurélio",
"Joaquim Barbosa",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
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"Luiz",
"Tomimatsu"
],
"TEMPO": [
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"2001",
"12 de maio de 2011",
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"08",
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"/",
"2011",
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"/",
"2001",
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"05",
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"2011",
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"/",
"2001",
"12",
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"05",
"/",
"2011",
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"2010",
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"2010",
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"2009",
"07",
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"08",
"/",
"2009",
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"08",
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"2001",
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"05",
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"2011",
"19",
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"12",
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"2008",
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"2010",
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"04",
"/",
"2010",
"05",
"/",
"03",
"/",
"2010",
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"2009",
"07",
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"08",
"/",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"17 de outubro de 1989",
"1° de agosto de 1993",
"07 de Agosto de 1957",
"31",
".",
"05",
".",
"2002",
"30",
".",
"10",
".",
"2001",
"05",
".",
"2002",
"07",
".",
"08",
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"1957",
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"08",
"/",
"2001",
"17 de outubro de 1989",
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"07 de Agosto de 1957",
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".",
"05",
".",
"2002",
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".",
"2001",
"31",
".",
"05",
".",
"2002",
"07",
".",
"08",
".",
"1957",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
".",
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".",
"2002",
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"12",
".",
"12",
".",
"2002",
"17 de outubro de 1989",
"9 de julho de 1993",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
".",
"10",
".",
"2002",
"Fevereiro do ano 2000",
"Abril de 2001",
"12",
".",
"12",
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"2002",
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"9 de julho de 1993",
"24",
"/",
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"08",
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"/",
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"/",
"08",
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".",
"05",
".",
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"/",
"08",
"/",
"2001",
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".",
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".",
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"/",
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"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
22/03/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 89.698 SANTA CATARINA
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:ANTÔNIO BISSOLI
IMPTE.(S)
:ANTÔNIO BISSOLI
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA: HABEAS CORPUS. ESTELIONATO PREVIDENCIÁRIO
(§ 3º DO ART. 171 DO CÓDIGO PENAL). MATÉRIAS NÃO
SUBMETIDAS A EXAME DO STJ. DOSIMETRIA DA PENA. PENA-BASE
ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS
DESFAVORÁVEIS.
FUNDAMENTAÇÃO
IDÔNEA.
ORDEM
PARCIALMENTE CONHECIDA E, NESSA PARTE, DENEGADA.
1. A única matéria submetida a exame da Casa Superior de Justiça
diz respeito à alegação de que o paciente não é portador de “maus
antecedentes”, para os fins do art. 59 do Código Penal. Logo, a imediata
análise das demais alegações defensivas pelo Supremo Tribunal Federal
acarretaria indevida supressão de instância. Precedentes.
2. A necessidade de fundamentação dos pronunciamentos judiciais
(inciso IX do art. 93 da Constituição Republicana) tem na fixação da pena
um dos seus momentos culminantes. Trata-se de garantia constitucional
que junge o magistrado a coordenadas objetivas de imparcialidade e
propicia às partes conhecer os motivos que levaram o julgador a decidir
neste ou naquele sentido.
3. O dever de motivação no trajeto da dosimetria da pena não passou
despercebida à reforma penal de 1984. Tanto que a ela o legislador fez
expressa referência na Exposição de Motivos da Nova Parte Geral do
Código Penal, ao cuidar do sistema trifásico de aplicação da pena
privativa de liberdade.
4. O Supremo Tribunal Federal junge a legalidade da pena ao
motivado exame judicial das circunstâncias do delito. Exame, esse,
revelador de um exercício racional de fundamentação e ponderação dos
efeitos éticos e sociais da sanção, embasado nas peculiaridades do caso
concreto, e no senso de realidade do órgão sentenciante. De outro modo
Supremo Tribunal Federal
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DJe 19/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 11
Ementa e Acórdão
HC 89.698 / SC
não pode ser, devido a que o art. 59 do Código Penal confere ao Juízo
sentenciante o poder-dever de estabelecer uma reprimenda apta à
prevenção e simultaneamente à reprovação do delito, sempre atento o
magistrado à concretude da causa.
5. No caso, a pena então fixada pelas instâncias de origem está
assentada no exame das circunstâncias que moldam o quadro
fático-probatório da causa e em nada afrontam as garantias da
individualização da pena e da fundamentação das decisões judiciais
(inciso XLVI do art. 5º e inciso IX do art. 93 da Constituição Federal);
notadamente pelo fundamento de que existem diversas ações penais
contra o acusado, “sendo que em algumas já há trânsito em julgado”. O que
preenche a finalidade do art. 59 do Código Penal.
6. Ordem parcialmente conhecida e, nessa parte, denegada.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em conhecer em parte do
habeas corpus e, nesta parte, indeferir a ordem, o que fazem nos termos do
voto do Relator e por unanimidade de votos, em sessão presidida pelo
Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata do julgamento e das
notas taquigráficas.
Brasília, 22 de março de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
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HC 89.698 / SC
não pode ser, devido a que o art. 59 do Código Penal confere ao Juízo
sentenciante o poder-dever de estabelecer uma reprimenda apta à
prevenção e simultaneamente à reprovação do delito, sempre atento o
magistrado à concretude da causa.
5. No caso, a pena então fixada pelas instâncias de origem está
assentada no exame das circunstâncias que moldam o quadro
fático-probatório da causa e em nada afrontam as garantias da
individualização da pena e da fundamentação das decisões judiciais
(inciso XLVI do art. 5º e inciso IX do art. 93 da Constituição Federal);
notadamente pelo fundamento de que existem diversas ações penais
contra o acusado, “sendo que em algumas já há trânsito em julgado”. O que
preenche a finalidade do art. 59 do Código Penal.
6. Ordem parcialmente conhecida e, nessa parte, denegada.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em conhecer em parte do
habeas corpus e, nesta parte, indeferir a ordem, o que fazem nos termos do
voto do Relator e por unanimidade de votos, em sessão presidida pelo
Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata do julgamento e das
notas taquigráficas.
Brasília, 22 de março de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
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Relatório
22/03/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 89.698 SANTA CATARINA
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:ANTÔNIO BISSOLI
IMPTE.(S)
:ANTÔNIO BISSOLI
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Cuida-se de habeas corpus, aparelhado com pedido de liminar,
impetrado contra acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça.
Acórdão assim ementado (fls. 26):
“PENAL. HABEAS CORPUS. ART. 171, §3º, C⁄C ART. 14,
II, DO CP. SENTENÇA. DOSIMETRIA DA PENA.
FUNDAMENTAÇÃO.
Para efeito de apreciação em sede de writ, a decisão
condenatória reprochada está suficientemente fundamentada,
uma vez que, não obstante tenha estabelecido a pena acima do
mínimo legal, o fez com a devida fundamentação.
Writ denegado.”
2. Pois bem, o paciente renova, aqui, a tese de ilegalidade da pena
afinal estabelecida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Pena
fixada em 2 (dois) anos, 2 (dois) meses e 20 (vinte) dias de reclusão pela
prática do crime de estelionato majorado (§ 3º do art. 171 do Código
Penal), na forma tentada. Estes, em síntese, os fundamentos da
impetração: a) extinção da punibilidade pela prescrição, tendo em conta
que os maus antecedentes foram utilizados em ofensa à presunção
constitucional de não-culpabilidade (inciso LVII do art. 5º da CF/88); b) a
majorante do § 3º do art. 171 do Código Penal não se aplica ao delito
tentado. Daí o pedido de imediata proclamação da nulidade do acórdão
proferido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
Supremo Tribunal Federal
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22/03/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 89.698 SANTA CATARINA
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:ANTÔNIO BISSOLI
IMPTE.(S)
:ANTÔNIO BISSOLI
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Cuida-se de habeas corpus, aparelhado com pedido de liminar,
impetrado contra acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça.
Acórdão assim ementado (fls. 26):
“PENAL. HABEAS CORPUS. ART. 171, §3º, C⁄C ART. 14,
II, DO CP. SENTENÇA. DOSIMETRIA DA PENA.
FUNDAMENTAÇÃO.
Para efeito de apreciação em sede de writ, a decisão
condenatória reprochada está suficientemente fundamentada,
uma vez que, não obstante tenha estabelecido a pena acima do
mínimo legal, o fez com a devida fundamentação.
Writ denegado.”
2. Pois bem, o paciente renova, aqui, a tese de ilegalidade da pena
afinal estabelecida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Pena
fixada em 2 (dois) anos, 2 (dois) meses e 20 (vinte) dias de reclusão pela
prática do crime de estelionato majorado (§ 3º do art. 171 do Código
Penal), na forma tentada. Estes, em síntese, os fundamentos da
impetração: a) extinção da punibilidade pela prescrição, tendo em conta
que os maus antecedentes foram utilizados em ofensa à presunção
constitucional de não-culpabilidade (inciso LVII do art. 5º da CF/88); b) a
majorante do § 3º do art. 171 do Código Penal não se aplica ao delito
tentado. Daí o pedido de imediata proclamação da nulidade do acórdão
proferido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 11
Relatório
HC 89.698 / SC
3. Indeferi a medida liminar requestada, à falta dos seus
pressupostos. Oportunidade em que requisitei informações ao Superior
Tribunal de Justiça, bem como ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
4. Na seqüência, abri vista dos autos ao Ministério Público Federal.
Órgão que opinou pelo conhecimento parcial do habeas corpus; na parte
conhecida, o parecer foi pela denegação da ordem.
5. À derradeira, anoto as Petições nºs 51.016 e 106.250. Petições em
que se postula, em síntese, o seguinte: a) absolvição sumária do réu, dada
a fragilidade das provas judicialmente colhidas; b) reconhecimento da
falta de motivação idônea para justificar a aplicação do percentual
mínimo de 1/3 pela tentativa.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
2
Supremo Tribunal Federal
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HC 89.698 / SC
3. Indeferi a medida liminar requestada, à falta dos seus
pressupostos. Oportunidade em que requisitei informações ao Superior
Tribunal de Justiça, bem como ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
4. Na seqüência, abri vista dos autos ao Ministério Público Federal.
Órgão que opinou pelo conhecimento parcial do habeas corpus; na parte
conhecida, o parecer foi pela denegação da ordem.
5. À derradeira, anoto as Petições nºs 51.016 e 106.250. Petições em
que se postula, em síntese, o seguinte: a) absolvição sumária do réu, dada
a fragilidade das provas judicialmente colhidas; b) reconhecimento da
falta de motivação idônea para justificar a aplicação do percentual
mínimo de 1/3 pela tentativa.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 11
Voto - MIN. AYRES BRITTO
22/03/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 89.698 SANTA CATARINA
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Feito o relatório, passo ao voto. Fazendo-o, tenho que o pedido é de
ser parcialmente conhecido. Digo isso porque o Superior Tribunal de
Justiça só foi chamado a se pronunciar sobre a tese de que o paciente não
é portador de “maus antecedentes”, nos termos do art. 59 do CP. O que
significa dizer que as demais alegações defensivas – aplicabilidade, ou
não, da majorante do § 3º do art. 171 do delito tentado; absolvição
sumária; e falta de fundamentação idônea quanto ao percentual de 1/3
pela tentativa – não merecem conhecimento pelo Supremo Tribunal
Federal, sob pena de indevida supressão de instância. Exame per saltum,
esse, que não é admitido pela jurisprudência do STF. Apenas a título de
amostragem, reproduzo a ementa do HC 102.127, da relatoria da ministra
Ellen Gracie:
“HABEAS CORPUS. DIREITO PROCESSUAL PENAL.
NULIDADES NÃO APRECIADAS. SUPRESSÃO DE
INSTÂNCIA. SEGREGAÇÃO CAUTELAR. DECISÃO
FUNDAMENTADA. DEMORA NO JULGAMENTO DE
RECURSO. COMPLEXIDADE DO FEITO. EXCESSO DE
PRAZO NÃO CONFIGURADO. WRIT PARCIALMENTE
CONHECIDO. ORDEM DENEGADA.
1. A questão de direito discutida nos autos da presente
impetração diz respeito à nulidade da ação penal, à falta de
fundamentação para a prisão cautelar e para a negativa do
direito de o paciente recorrer em liberdade, e à demora no
julgamento do recurso de apelação interposta pela defesa.
2. As questões levantadas neste writ pelo impetrante não
foram objeto de analise pelo Superior Tribunal de Justiça.
3. Com efeito, conhecer, neste momento, das nulidades
apontadas configuraria inaceitável supressão de instância.
Precedentes.
Supremo Tribunal Federal
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22/03/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 89.698 SANTA CATARINA
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Feito o relatório, passo ao voto. Fazendo-o, tenho que o pedido é de
ser parcialmente conhecido. Digo isso porque o Superior Tribunal de
Justiça só foi chamado a se pronunciar sobre a tese de que o paciente não
é portador de “maus antecedentes”, nos termos do art. 59 do CP. O que
significa dizer que as demais alegações defensivas – aplicabilidade, ou
não, da majorante do § 3º do art. 171 do delito tentado; absolvição
sumária; e falta de fundamentação idônea quanto ao percentual de 1/3
pela tentativa – não merecem conhecimento pelo Supremo Tribunal
Federal, sob pena de indevida supressão de instância. Exame per saltum,
esse, que não é admitido pela jurisprudência do STF. Apenas a título de
amostragem, reproduzo a ementa do HC 102.127, da relatoria da ministra
Ellen Gracie:
“HABEAS CORPUS. DIREITO PROCESSUAL PENAL.
NULIDADES NÃO APRECIADAS. SUPRESSÃO DE
INSTÂNCIA. SEGREGAÇÃO CAUTELAR. DECISÃO
FUNDAMENTADA. DEMORA NO JULGAMENTO DE
RECURSO. COMPLEXIDADE DO FEITO. EXCESSO DE
PRAZO NÃO CONFIGURADO. WRIT PARCIALMENTE
CONHECIDO. ORDEM DENEGADA.
1. A questão de direito discutida nos autos da presente
impetração diz respeito à nulidade da ação penal, à falta de
fundamentação para a prisão cautelar e para a negativa do
direito de o paciente recorrer em liberdade, e à demora no
julgamento do recurso de apelação interposta pela defesa.
2. As questões levantadas neste writ pelo impetrante não
foram objeto de analise pelo Superior Tribunal de Justiça.
3. Com efeito, conhecer, neste momento, das nulidades
apontadas configuraria inaceitável supressão de instância.
Precedentes.
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 89.698 / SC
4. A manutenção da prisão cautelar do paciente
amparou-se em fatos graves observados na instrução
processual, notadamente pelo modus operandi da empreitada
criminosa.
5. Deve-se considerar que a periculosidade do réu
constitui motivo apto à decretação de sua prisão cautelar, com a
finalidade de garantir a ordem pública. Precedentes.
6. Há elementos nos autos que apontam para a
complexidade do processo, o qual versa sobre a quadrilha
envolvida no tráfico internacional de drogas, com a existência
de vários réus, com defensores distintos.
7. A complexidade da causa deve ser considerada na
análise de eventual excesso de prazo da custódia do acusado.
Precedentes.”
(Sem destaques no original.)
8. Passo a examinar, agora, a suposta ilegalidade na dosimetria da
pena afinal aplicada ao paciente. Caso dos mais trabalhosos em matéria
penal, por demandar aturado exame quanto à adequação da pena ao caso
concreto. Exame, esse, que, nesta via de verdadeiro atalho que é o habeas
corpus, fica circunscrito à “motivação [formalmente idônea] de mérito e à
congruência lógico-jurídica entre os motivos declarados e a conclusão (v.g., HC
69.419, Pertence, RTJ 143/600)”.
9. E o que diz a impetração? Fala que a pena está fixada em patamar
acima do mínimo legal sem a devida fundamentação. Isso porque a
simples existência de processos em curso não justifica a exasperação da
reprimenda, sob o título de “maus antecedentes”, nos termos do art. 59
do Código Penal.
10. Muito bem. Como já afirmei em julgamentos anteriores, a
necessidade de fundamentação dos pronunciamentos judiciais (inciso IX
do art. 93 da Constituição Federal) tem na fixação da pena um dos seus
momentos culminantes. Trata-se de garantia constitucional que junge o
magistrado a coordenadas objetivas de imparcialidade e propicia às
partes conhecer os motivos que levaram o julgador a decidir neste ou
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HC 89.698 / SC
4. A manutenção da prisão cautelar do paciente
amparou-se em fatos graves observados na instrução
processual, notadamente pelo modus operandi da empreitada
criminosa.
5. Deve-se considerar que a periculosidade do réu
constitui motivo apto à decretação de sua prisão cautelar, com a
finalidade de garantir a ordem pública. Precedentes.
6. Há elementos nos autos que apontam para a
complexidade do processo, o qual versa sobre a quadrilha
envolvida no tráfico internacional de drogas, com a existência
de vários réus, com defensores distintos.
7. A complexidade da causa deve ser considerada na
análise de eventual excesso de prazo da custódia do acusado.
Precedentes.”
(Sem destaques no original.)
8. Passo a examinar, agora, a suposta ilegalidade na dosimetria da
pena afinal aplicada ao paciente. Caso dos mais trabalhosos em matéria
penal, por demandar aturado exame quanto à adequação da pena ao caso
concreto. Exame, esse, que, nesta via de verdadeiro atalho que é o habeas
corpus, fica circunscrito à “motivação [formalmente idônea] de mérito e à
congruência lógico-jurídica entre os motivos declarados e a conclusão (v.g., HC
69.419, Pertence, RTJ 143/600)”.
9. E o que diz a impetração? Fala que a pena está fixada em patamar
acima do mínimo legal sem a devida fundamentação. Isso porque a
simples existência de processos em curso não justifica a exasperação da
reprimenda, sob o título de “maus antecedentes”, nos termos do art. 59
do Código Penal.
10. Muito bem. Como já afirmei em julgamentos anteriores, a
necessidade de fundamentação dos pronunciamentos judiciais (inciso IX
do art. 93 da Constituição Federal) tem na fixação da pena um dos seus
momentos culminantes. Trata-se de garantia constitucional que junge o
magistrado a coordenadas objetivas de imparcialidade e propicia às
partes conhecer os motivos que levaram o julgador a decidir neste ou
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 89.698 / SC
naquele sentido. É que, segundo ressalta Aury Lopes Júnior1:
“[...] o poder judicial somente está legitimado enquanto
amparado por argumentos cognoscitivos seguros e válidos (não
basta apenas boa argumentação), submetidos ao contraditório e
refutáveis. A fundamentação das decisões é instrumento de
controle da racionalidade e do sentir do julgador, num
assumido anticartesianismo. Mas também serve para controlar
o poder, e nisso reside o núcleo da garantia”
11. A necessidade de motivação no trajeto da dosimetria da pena não
passou despercebida à reforma penal de 1984. Tanto que a ela o legislador
fez expressa referência na Exposição de Motivos da Nova Parte Geral do
Código Penal, ao cuidar do sistema trifásico de aplicação da pena
privativa de liberdade, in verbis:
“Decorridos quase quarenta anos da entrada em vigor do
Código Penal, remanescem as divergências suscitadas sobre as
etapas da aplicação da pena. O projeto opta claramente pelo
critério das três fases, predominante na jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal. Fixa-se, inicialmente, a pena-base,
obedecido o disposto no art. 59; consideram-se, em seguida, as
circunstâncias atenuantes e agravantes; incorporam-se ao
cálculo, finalmente, as causas de diminuição e aumento. Tal
critério permite o completo conhecimento da operação
realizada pelo juiz e a exata determinação dos elementos
incorporados à dosimetria. (...) Alcança-se, pelo critério, a
plenitude de garantia constitucional da ampla defesa.”
(Sem destaques no original.)
12. Na busca de uma consistente resposta, anoto que o Supremo
Tribunal Federal faz a legalidade da aplicação da pena depender do
motivado exame judicial das circunstâncias do delito. Exame, esse,
1 In: Introdução Crítica ao Processo Penal: fundamentos da instrumentalidade garantista. 2. ed. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2005, p. 256.
3
Supremo Tribunal Federal
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HC 89.698 / SC
naquele sentido. É que, segundo ressalta Aury Lopes Júnior1:
“[...] o poder judicial somente está legitimado enquanto
amparado por argumentos cognoscitivos seguros e válidos (não
basta apenas boa argumentação), submetidos ao contraditório e
refutáveis. A fundamentação das decisões é instrumento de
controle da racionalidade e do sentir do julgador, num
assumido anticartesianismo. Mas também serve para controlar
o poder, e nisso reside o núcleo da garantia”
11. A necessidade de motivação no trajeto da dosimetria da pena não
passou despercebida à reforma penal de 1984. Tanto que a ela o legislador
fez expressa referência na Exposição de Motivos da Nova Parte Geral do
Código Penal, ao cuidar do sistema trifásico de aplicação da pena
privativa de liberdade, in verbis:
“Decorridos quase quarenta anos da entrada em vigor do
Código Penal, remanescem as divergências suscitadas sobre as
etapas da aplicação da pena. O projeto opta claramente pelo
critério das três fases, predominante na jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal. Fixa-se, inicialmente, a pena-base,
obedecido o disposto no art. 59; consideram-se, em seguida, as
circunstâncias atenuantes e agravantes; incorporam-se ao
cálculo, finalmente, as causas de diminuição e aumento. Tal
critério permite o completo conhecimento da operação
realizada pelo juiz e a exata determinação dos elementos
incorporados à dosimetria. (...) Alcança-se, pelo critério, a
plenitude de garantia constitucional da ampla defesa.”
(Sem destaques no original.)
12. Na busca de uma consistente resposta, anoto que o Supremo
Tribunal Federal faz a legalidade da aplicação da pena depender do
motivado exame judicial das circunstâncias do delito. Exame, esse,
1 In: Introdução Crítica ao Processo Penal: fundamentos da instrumentalidade garantista. 2. ed. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2005, p. 256.
3
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 89.698 / SC
revelador de um exercício racional de fundamentação e ponderação dos
efeitos éticos e sociais da sanção, embasado nas peculiaridades do caso
concreto, e no senso de realidade do órgão sentenciante.
13. De outro modo não pode ser, devido a que o art. 59 do Código
Penal confere ao Juízo sentenciante o poder-dever de estabelecer uma
reprimenda apta à prevenção e simultaneamente à reprovação do delito,
sempre atento o magistrado à concretude da causa. Tanto é assim que os
vetores do art. 59 do CP não se prestam apenas para a fixação da
pena-base. Confira-se:
“Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos
antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos
motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como
ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites
previstos;
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de
liberdade;
IV - a substituição da pena privativa da liberdade
aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.”
14. Presente essa moldura, tenho que não procede a alegação
defensiva. De saída, leio os fundamentos adotados pelo magistrado da
causa para justificar a fixação da reprimenda em patamar acima do
mínimo legal (fls. 149/150 do apenso):
“[...]
Atendendo as diretrizes do art. 59 do Código Penal,
verifico que a culpabilidade (+) é intensa, porquanto o
denunciado com instrução suficiente para exercer com
dignidade a profissão de contador, preferiu agir contrariamente
à lei. Os antecedentes criminais (+) são desabonadores, embora
seja tecnicamente primário, existem diversas ações penais em
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efeitos éticos e sociais da sanção, embasado nas peculiaridades do caso
concreto, e no senso de realidade do órgão sentenciante.
13. De outro modo não pode ser, devido a que o art. 59 do Código
Penal confere ao Juízo sentenciante o poder-dever de estabelecer uma
reprimenda apta à prevenção e simultaneamente à reprovação do delito,
sempre atento o magistrado à concretude da causa. Tanto é assim que os
vetores do art. 59 do CP não se prestam apenas para a fixação da
pena-base. Confira-se:
“Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos
antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos
motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como
ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites
previstos;
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de
liberdade;
IV - a substituição da pena privativa da liberdade
aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.”
14. Presente essa moldura, tenho que não procede a alegação
defensiva. De saída, leio os fundamentos adotados pelo magistrado da
causa para justificar a fixação da reprimenda em patamar acima do
mínimo legal (fls. 149/150 do apenso):
“[...]
Atendendo as diretrizes do art. 59 do Código Penal,
verifico que a culpabilidade (+) é intensa, porquanto o
denunciado com instrução suficiente para exercer com
dignidade a profissão de contador, preferiu agir contrariamente
à lei. Os antecedentes criminais (+) são desabonadores, embora
seja tecnicamente primário, existem diversas ações penais em
4
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 11
Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 89.698 / SC
curso contra o acusado pelo mesmo fato, sendo que em
algumas há condenação com trânsito em julgado, conforme
certidões de fls. 253, 254, 255 e 256, A conduta social (=) e a
personalidade (=) são desconhecidas. A motivação (=) da prábca
delitiva foi normal ao tipo, ou seja, a obtenção da vantagem
indevida. Circunstâncias (+): utilizou-se de uma pessoa simples,
ludibriando-a, para empreender a prática criminosa. As
conseqüências (-) não foram graves, uma vez que, em face da
constatação da fraude, não houve prejuízo pecuniário para a
autarquia previdenciária. O comportamento da vítima (=) nada
influenciou na conduta criminosa.
Por tais razões, fixo a pena-base em 3 (três) anos de
reclusão.
Condeno o réu, ainda, no pagamento de multa, que fixo -
com fundamento nas condições traçadas pelo artigo 59, do
Código Penal, acima referidas em 10 (dez) dias-multa, que fica
estabelecida em definitivo. Considerando situação sócio-
econômica do condenado, fixo o valor do dia-multa em R$ 6,00,
corrigido monetariamente desta data até a data do seu
pagamento (art. 49 do Código Penal).
Não há circunstâncias agravantes e atenuantes.
Diante da causa especial de diminuição, em virtude do
delito ser tentado (artigo 14, II, CP), considerando as etapas
realizadas do “iter criminis", diminuo a pena de 1⁄3, perfazendo
2 (dois) anos de reclusão.
Em face do disposto no parágrafo 3° do art. 171 do Código
Penal, que constitui causa especial de aumento de pena,
aumento-a em um terço (1⁄3), ficando a pena definitiva em 2
(dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão.
Assim, fica o réu definitivamente apenado em dois anos
e oito meses de reclusão e dez dias-multa."
15. A seu turno, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região reduziu a
pena então fixada, a partir da seguinte fundamentação:
“[...] Assim, impõe-se a manutenção do decreto
5
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curso contra o acusado pelo mesmo fato, sendo que em
algumas há condenação com trânsito em julgado, conforme
certidões de fls. 253, 254, 255 e 256, A conduta social (=) e a
personalidade (=) são desconhecidas. A motivação (=) da prábca
delitiva foi normal ao tipo, ou seja, a obtenção da vantagem
indevida. Circunstâncias (+): utilizou-se de uma pessoa simples,
ludibriando-a, para empreender a prática criminosa. As
conseqüências (-) não foram graves, uma vez que, em face da
constatação da fraude, não houve prejuízo pecuniário para a
autarquia previdenciária. O comportamento da vítima (=) nada
influenciou na conduta criminosa.
Por tais razões, fixo a pena-base em 3 (três) anos de
reclusão.
Condeno o réu, ainda, no pagamento de multa, que fixo -
com fundamento nas condições traçadas pelo artigo 59, do
Código Penal, acima referidas em 10 (dez) dias-multa, que fica
estabelecida em definitivo. Considerando situação sócio-
econômica do condenado, fixo o valor do dia-multa em R$ 6,00,
corrigido monetariamente desta data até a data do seu
pagamento (art. 49 do Código Penal).
Não há circunstâncias agravantes e atenuantes.
Diante da causa especial de diminuição, em virtude do
delito ser tentado (artigo 14, II, CP), considerando as etapas
realizadas do “iter criminis", diminuo a pena de 1⁄3, perfazendo
2 (dois) anos de reclusão.
Em face do disposto no parágrafo 3° do art. 171 do Código
Penal, que constitui causa especial de aumento de pena,
aumento-a em um terço (1⁄3), ficando a pena definitiva em 2
(dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão.
Assim, fica o réu definitivamente apenado em dois anos
e oito meses de reclusão e dez dias-multa."
15. A seu turno, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região reduziu a
pena então fixada, a partir da seguinte fundamentação:
“[...] Assim, impõe-se a manutenção do decreto
5
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 89.698 / SC
condenatório, merecendo correção apenas a reprimenda
imposta, pois exacerbada.
Analisando as vetoriais do artigo 59 do Código Penal,
constato que o réu apresenta diversos antecedentes, revelando
habitualidade da sua conduta dolo intenso, pelo que fixo a
pena-base em 2 (dois) anos e 6 (seis) meses. Não há agravantes
ou atenuantes. Pela incidência da majorante descrita no art. 171,
§ 3º, do mesmo Diploma, aplico aumento em 1/3, perfazendo 3
(três) anos e 4 (quatro) meses. Face à causa de diminuição
determinada pela tentativa, reduzo na mesma proporção (um
terço), totalizando a sanção definitiva 2 (dois) anos, 2 (dois)
meses e 20 (vinte) dias de reclusão.
[...]”
16. Daqui se segue a improcedência da alegação de que o paciente
não seja portador de “maus antecedentes”. É que os autos dão facilitada
conta de que, bem ao contrário, “existem diversas ações penais em curso
contra o acusado pelo mesmo fato, sendo que em algumas há condenação
com trânsito em julgado” (fls. 149 do apenso). Mais: há nas peças
contidas neste processo a informação de que “os antecedentes do réu são
extremamente desfavoráveis. Além de constarem aqui no tribunal 149 processos
em nome do réu, este já tem condenações transitadas em julgado, conforme
referido” (fls. 28 do apenso). Tudo a dificultar o pleito de concessão do
habeas corpus.
17. Assim postas as coisas, não enxergo nenhuma ilegalidade no
entendimento do acórdão impugnado, segundo o qual “a decisão
condenatória reprochada está suficientemente fundamentada, uma vez que, não
obstante tenha estabelecido a pena acima do mínimo legal, o fez com a devida
fundamentação” (fls. 26).
18. Esse o quadro, acolho o parecer da Procuradoria-Geral da
República para conhecer, parcialmente, do habeas corpus; e, nessa parte,
denegar a ordem.
19. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
6
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HC 89.698 / SC
condenatório, merecendo correção apenas a reprimenda
imposta, pois exacerbada.
Analisando as vetoriais do artigo 59 do Código Penal,
constato que o réu apresenta diversos antecedentes, revelando
habitualidade da sua conduta dolo intenso, pelo que fixo a
pena-base em 2 (dois) anos e 6 (seis) meses. Não há agravantes
ou atenuantes. Pela incidência da majorante descrita no art. 171,
§ 3º, do mesmo Diploma, aplico aumento em 1/3, perfazendo 3
(três) anos e 4 (quatro) meses. Face à causa de diminuição
determinada pela tentativa, reduzo na mesma proporção (um
terço), totalizando a sanção definitiva 2 (dois) anos, 2 (dois)
meses e 20 (vinte) dias de reclusão.
[...]”
16. Daqui se segue a improcedência da alegação de que o paciente
não seja portador de “maus antecedentes”. É que os autos dão facilitada
conta de que, bem ao contrário, “existem diversas ações penais em curso
contra o acusado pelo mesmo fato, sendo que em algumas há condenação
com trânsito em julgado” (fls. 149 do apenso). Mais: há nas peças
contidas neste processo a informação de que “os antecedentes do réu são
extremamente desfavoráveis. Além de constarem aqui no tribunal 149 processos
em nome do réu, este já tem condenações transitadas em julgado, conforme
referido” (fls. 28 do apenso). Tudo a dificultar o pleito de concessão do
habeas corpus.
17. Assim postas as coisas, não enxergo nenhuma ilegalidade no
entendimento do acórdão impugnado, segundo o qual “a decisão
condenatória reprochada está suficientemente fundamentada, uma vez que, não
obstante tenha estabelecido a pena acima do mínimo legal, o fez com a devida
fundamentação” (fls. 26).
18. Esse o quadro, acolho o parecer da Procuradoria-Geral da
República para conhecer, parcialmente, do habeas corpus; e, nessa parte,
denegar a ordem.
19. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
6
Supremo Tribunal Federal
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Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 89.698
PROCED. : SANTA CATARINA
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S) : ANTÔNIO BISSOLI
IMPTE.(S) : ANTÔNIO BISSOLI
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Habeas corpus conhecido em parte e, nesta parte,
indeferida a ordem, nos termos do voto do Relator. Decisão
unânime. 2ª Turma, 22.03.2011.
Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Ellen Gracie, Ayres
Britto e Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Mário José Gisi.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 89.698
PROCED. : SANTA CATARINA
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S) : ANTÔNIO BISSOLI
IMPTE.(S) : ANTÔNIO BISSOLI
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Habeas corpus conhecido em parte e, nesta parte,
indeferida a ordem, nos termos do voto do Relator. Decisão
unânime. 2ª Turma, 22.03.2011.
Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Ellen Gracie, Ayres
Britto e Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Mário José Gisi.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1069386
Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 11
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1641572 | 2011-03-22T00:00:00 | 2011-12-19T00:00:00 | Habeas corpus conhecido em parte e, nesta parte, indeferida a ordem, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. 2ª Turma, 22.03.2011. | HABEAS CORPUS | Ementa: HABEAS CORPUS. ESTELIONATO PREVIDENCIÁRIO (§ 3º DO ART. 171 DO CÓDIGO PENAL). MATÉRIAS NÃO SUBMETIDAS A EXAME DO STJ. DOSIMETRIA DA PENA. PENA-BASE ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. ORDEM PARCIALMENTE CONHECIDA E, NESSA PARTE, DENEGADA.
1. A única matéria submetida a exame da Casa Superior de Justiça diz respeito à alegação de que o paciente não é portador de “maus antecedentes”, para os fins do art. 59 do Código Penal. Logo, a imediata análise das demais alegações defensivas pelo Supremo Tribunal Federal acarretaria indevida supressão de instância. Precedentes.
2. A necessidade de fundamentação dos pronunciamentos judiciais (inciso IX do art. 93 da Constituição Republicana) tem na fixação da pena um dos seus momentos culminantes. Trata-se de garantia constitucional que junge o magistrado a coordenadas objetivas de imparcialidade e propicia às partes conhecer os motivos que levaram o julgador a decidir neste ou naquele sentido.
3. O dever de motivação no trajeto da dosimetria da pena não passou despercebida à reforma penal de 1984. Tanto que a ela o legislador fez expressa referência na Exposição de Motivos da Nova Parte Geral do Código Penal, ao cuidar do sistema trifásico de aplicação da pena privativa de liberdade.
4. O Supremo Tribunal Federal junge a legalidade da pena ao motivado exame judicial das circunstâncias do delito. Exame, esse, revelador de um exercício racional de fundamentação e ponderação dos efeitos éticos e sociais da sanção, embasado nas peculiaridades do caso concreto, e no senso de realidade do órgão sentenciante. De outro modo não pode ser, devido a que o art. 59 do Código Penal confere ao Juízo sentenciante o poder-dever de estabelecer uma reprimenda apta à prevenção e simultaneamente à reprovação do delito, sempre atento o magistrado à concretude da causa.
5. No caso, a pena então fixada pelas instâncias de origem está assentada no exame das circunstâncias que moldam o quadro fático-probatório da causa e em nada afrontam as garantias da individualização da pena e da fundamentação das decisões judiciais (inciso XLVI do art. 5º e inciso IX do art. 93 da Constituição Federal); notadamente pelo fundamento de que existem diversas ações penais contra o acusado, “sendo que em algumas já há trânsito em julgado”. O que preenche a finalidade do art. 59 do Código Penal.
6. Ordem parcialmente conhecida e, nessa parte, denegada. | sjur203152 | - Acórdão citado: HC 102127.
Número de páginas: 11.
Análise: 12/01/2012, KBP.
Revisão: 26/01/2012, ACG. | AYRES BRITTO | Segunda Turma | 89698 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00005 INC-00046 ART-00093 INC-00009 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED DEL-002848 ANO-1940\r\n ART-00059 INC-00001 INC-00002 INC-00003\r\n INC-00004 ART-00171 PAR-00003 \r\n CP-1940 CÓDIGO PENAL"
] | HC | acordaos | HC 89698 | [
""
] | PACTE.(S) : ANTÔNIO BISSOLI
IMPTE.(S) : ANTÔNIO BISSOLI
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 89 . 698",
"HC 89 . 698 / SC",
"HC 89 . 698 / SC",
"HABEAS CORPUS 89 . 698",
"HABEAS CORPUS 89 . 698",
"HC 89 . 698 / SC",
"HC 89 . 698 / SC",
"Petições",
"HABEAS CORPUS 89 . 698",
"HC 102 . 127",
"HABEAS CORPUS 89 . 698",
"HC 102 . 127",
"HC 89 . 698 / SC",
"HC 69 . 419",
"RTJ 143 / 600",
"HC 89 . 698 / SC",
"HC 69 . 419",
"RTJ 143 /",
"HC 89 . 698 / SC",
"HC 89 . 698 / SC",
"HC 89 . 698 / SC",
"HC 89 . 698 / SC",
"HC 89 . 698 / SC",
"HC 89 . 698 / SC",
"HC 89 . 698 / SC",
"HABEAS CORPUS 89 . 698",
"HABEAS CORPUS 89 . 698"
],
"LEGISLACAO": [
"§ [UNK] DO ART . 171 DO CÓDIGO PENAL",
"art . 59 do Código Penal",
"inciso IX do art . 93 da Constituição Republicana",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 59 do Código Penal",
"inciso XLVI do art . [UNK] e inciso IX do art . 93 da Constituição Federal",
"art . 59 do Código Penal",
"MP n°",
"art . 59 do Código Penal",
"inciso XLVI do art . [UNK] e",
"inciso IX do art . 93 da Constituição Federal",
"art . 59 do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 171 , § [UNK] , C⁄C ART . 14 , II , DO CP",
"§ [UNK] do art . 171 do Código Penal",
"inciso LVII do art . [UNK] da CF / 88",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 171 , § [UNK] , C⁄C ART . 14 , II , DO CP",
"§ [UNK] do art . 171 do Código Penal",
"inciso LVII do art . [UNK] da CF / 88",
"§ [UNK] do art . 171 do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 59 do CP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 59 do CP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 59 do Código Penal",
"inciso IX do art . 93 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 59 do Código Penal",
"inciso IX do art . 93 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 59 do Código Penal",
"art . 59 do CP",
"art . 59 do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 59 do Código Penal",
"art . 59 do CP",
"art . 59 do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 59 , do Código Penal",
"art . 49 do Código Penal",
"artigo 14 , II , CP",
"parágrafo 3° do art . 171 do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 59 , do Código Penal",
"art . 49 do Código Penal",
"artigo 14 , II , CP",
"parágrafo 3° do art . 171 do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 59 do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 59 do Código Penal",
"MP n° 2",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"SANTA CATARINA",
"Brasília",
"Brasília",
"SANTA CATARINA",
"SANTA CATARINA",
"SANTA CATARINA",
"Rio de Janeiro",
"Rio de Janeiro",
"SANTA CATARINA",
"SANTA CATARINA"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"STJ",
"Casa Superior de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma do",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
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"Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"STF",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"STF",
"Superior Tribunal de Justiça",
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"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Pertence",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Pertence",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Lumen Juris",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Lumen Juris",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
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"-",
"Brasil",
"Procuradoria",
"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
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"-",
"Geral da República",
"Supremo Tribunal Federal",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
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"[UNK] Turma",
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"-",
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"-",
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],
"PESSOA": [
"AYRES BRITTO",
"ANTÔNIO BISSOLI",
"ANTÔNIO BISSOLI",
"Gilmar Mendes",
"AYRES BRITTO",
"Gilmar Mendes",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"ANTÔNIO BISSOLI",
"ANTÔNIO BISSOLI",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"ANTÔNIO BISSOLI",
"ANTÔNIO BISSOLI",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Ellen Gracie",
"AYRES BRITTO",
"Ellen Gracie",
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"AYRES BRITTO",
"Aury Lopes Júnior1",
"Aury Lopes Júnior1",
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"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"ANTÔNIO BISSOLI",
"ANTÔNIO BISSOLI",
"Gilmar Mendes",
"Celso de Mello",
"Ellen Gracie",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Mário José Gisi",
"Carlos Alberto Cantanhede",
"AYRES BRITTO",
"ANTÔNIO BISSOLI",
"ANTÔNIO BISSOLI",
"Gilmar Mendes",
"Celso de Mello",
"Ellen Gracie",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Mário José Gisi",
"Carlos Alberto Cantanhede"
],
"TEMPO": [
"22",
"/",
"03",
"/",
"2011",
"1984",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"22 de março de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"22 de março de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"22",
"/",
"03",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"22",
"/",
"03",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"22",
"/",
"03",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"22",
"/",
"03",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"1984",
"2005",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"1984",
"2005",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"22",
".",
"03",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"22",
".",
"03",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
28/06/2011
SEGUNDA TURMA
MED. CAUT. EM HABEAS CORPUS 107.200 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. CELSO DE MELLO
PACTE.(S)
: T M M
IMPTE.(S)
: DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
: DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
: RELATOR DO RESP Nº 1005143 DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
E M E N T A: “HABEAS CORPUS” – ADOLESCENTE SUBMETIDO A
PROCEDIMENTO DE APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL EQUIPARADO AO CRIME DE
AMEAÇA (CP, ART. 147) – INCIDÊNCIA, NA ESPÉCIE, DO ART. 115 DO
CÓDIGO PENAL, QUE REDUZ, PELA METADE, O PRAZO PRESCRICIONAL -
RECONHECIMENTO DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE – PRECEDENTES DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL – “HABEAS CORPUS” CONCEDIDO, DE OFÍCIO.
–
Aplica-se
ao
menor
infrator
o
instituto
da
prescrição penal, ainda que não disciplinado na legislação especial
a que se submetem os atos infracionais praticados por adolescente
(Lei nº 8.069/1990), regendo-se tais hipóteses pelo regime jurídico
previsto no Código Penal (art. 115), pois, por ser mais favorável,
nesse aspecto, deve ser estendido aos procedimentos de apuração dos
atos infracionais, reconhecendo-se a aplicabilidade do benefício que
reduz à metade o prazo prescricional em relação ao menor de vinte e
um (21) anos.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os
Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a
Presidência do Ministro Ayres Britto, na conformidade da ata de
julgamentos e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em
retificar
a
decisão
proferida
na
21ª
Sessão
Ordinária,
de 28.06.2011, para que tenha o seguinte teor: “‘habeas corpus’ não
conhecido,
mas
concedida,
de
ofício,
a
ordem,
para
reconhecer consumada a prescrição da pretensão punitiva do Estado
(CP, art. 109, VI, c/c o art. 115) e declarar extinta, em
consequência, a punibilidade do ora paciente, T M M, determinando,
por tal razão, a imediata extinção do procedimento que foi
instaurado, contra esse mesmo paciente, para apuração de ato
infracional (Procedimento nº 4.056-031/06 – Juizado da Infância e da
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Supremo Tribunal Federal
DJe 07/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 16
Ementa e Acórdão
HC 107.200 -MC / RS
2
Juventude da comarca de Palmeira das Missões/RS), nos termos do voto
do Relator. Decisão unânime.” Ausente, justificadamente, neste
julgamento, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa.
Brasília, 22 de novembro de 2011.
CELSO DE MELLO – RELATOR
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Supremo Tribunal Federal
HC 107.200 -MC / RS
2
Juventude da comarca de Palmeira das Missões/RS), nos termos do voto
do Relator. Decisão unânime.” Ausente, justificadamente, neste
julgamento, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa.
Brasília, 22 de novembro de 2011.
CELSO DE MELLO – RELATOR
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Relatório
28/06/2011
SEGUNDA TURMA
MED. CAUT. EM HABEAS CORPUS 107.200 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. CELSO DE MELLO
PACTE.(S)
: T M M
IMPTE.(S)
: DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
: DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
: RELATOR DO RESP Nº 1005143 DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator): Trata-se
de “habeas corpus”, com pedido de medida cautelar, impetrado contra
decisão emanada de eminente Ministro de Tribunal Superior da União,
que não conheceu do recurso especial, no qual se pretendia ver
reconhecida a extinção da punibilidade do ora paciente.
Verifica-se, nos autos, que o Ministério Público do Rio
Grande do Sul ofereceu representação contra o ora paciente pela
suposta prática de ato infracional equiparado ao crime de ameaça
(CP, art. 147).
Contra a sentença proferida pela ilustre Juíza de
Direito, que reconheceu a ocorrência, no caso, da extinção da
punibilidade do paciente, o Ministério Público estadual interpôs
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Supremo Tribunal Federal
28/06/2011
SEGUNDA TURMA
MED. CAUT. EM HABEAS CORPUS 107.200 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. CELSO DE MELLO
PACTE.(S)
: T M M
IMPTE.(S)
: DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
: DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
: RELATOR DO RESP Nº 1005143 DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator): Trata-se
de “habeas corpus”, com pedido de medida cautelar, impetrado contra
decisão emanada de eminente Ministro de Tribunal Superior da União,
que não conheceu do recurso especial, no qual se pretendia ver
reconhecida a extinção da punibilidade do ora paciente.
Verifica-se, nos autos, que o Ministério Público do Rio
Grande do Sul ofereceu representação contra o ora paciente pela
suposta prática de ato infracional equiparado ao crime de ameaça
(CP, art. 147).
Contra a sentença proferida pela ilustre Juíza de
Direito, que reconheceu a ocorrência, no caso, da extinção da
punibilidade do paciente, o Ministério Público estadual interpôs
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Relatório
HC 107.200 -MC / RS
2
apelação perante o E. Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do
Sul, de que resultou a posterior reforma desse ato sentencial:
“AGRAVO INTERNO. DECISÃO MONOCRÁTICA. APELAÇÃO.
ECA. ATO INFRACIONAL. AMEAÇA. PROJEÇÃO DA MEDIDA
SOCIOEDUCATIVA.
PRESCRIÇÃO.
INAPLICABILIDADE.
PROSSEGUIMENTO DO FEITO.
Verifica-se que, através da Súmula nº. 32 deste
Tribunal, não cabe a aplicação do redutor do art. 115
do CP à espécie. A incidência desse redutor, no caso,
configuraria verdadeira duplicidade, pois a referida
Súmula não se contrapõe à nova Súmula 338 do STJ.”
(grifei)
Postula-se, desse modo, no presente “writ”, seja
declarada extinta a punibilidade do suposto infrator em face da
prescrição da pretensão punitiva do Estado, pois, entre a data do
recebimento da representação e a prolação da sentença, já teria
decorrido lapso temporal superior a um ano, considerando-se, no
caso, para esse efeito, a menoridade do paciente à época do ato
infracional (CP, art. 109, VI, c/c o art. 115).
É o relatório.
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Supremo Tribunal Federal
HC 107.200 -MC / RS
2
apelação perante o E. Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do
Sul, de que resultou a posterior reforma desse ato sentencial:
“AGRAVO INTERNO. DECISÃO MONOCRÁTICA. APELAÇÃO.
ECA. ATO INFRACIONAL. AMEAÇA. PROJEÇÃO DA MEDIDA
SOCIOEDUCATIVA.
PRESCRIÇÃO.
INAPLICABILIDADE.
PROSSEGUIMENTO DO FEITO.
Verifica-se que, através da Súmula nº. 32 deste
Tribunal, não cabe a aplicação do redutor do art. 115
do CP à espécie. A incidência desse redutor, no caso,
configuraria verdadeira duplicidade, pois a referida
Súmula não se contrapõe à nova Súmula 338 do STJ.”
(grifei)
Postula-se, desse modo, no presente “writ”, seja
declarada extinta a punibilidade do suposto infrator em face da
prescrição da pretensão punitiva do Estado, pois, entre a data do
recebimento da representação e a prolação da sentença, já teria
decorrido lapso temporal superior a um ano, considerando-se, no
caso, para esse efeito, a menoridade do paciente à época do ato
infracional (CP, art. 109, VI, c/c o art. 115).
É o relatório.
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Voto - MIN. CELSO DE MELLO
HC 107.200 -MC / RS
3
V O T O
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator): Registro,
preliminarmente, que esta ação de “habeas corpus” é por mim
submetida, diretamente, ao exame desta colenda Turma, sem prévia
manifestação da douta Procuradoria-Geral da República, por efeito de
expressa autorização constante da Emenda Regimental nº 30/2009
(RISTF, art. 192, “caput”), que permite o julgamento liminar do
“writ” constitucional nos casos que versem matéria objeto de
jurisprudência prevalecente no âmbito desta Suprema Corte.
Passo, desse modo, ao exame do pleito ora formulado.
Tenderia a não conhecer da presente impetração, eis que
a questão relativa à ocorrência, no caso, de prescrição da pretensão
punitiva do Estado não foi examinada no Superior Tribunal de
Justiça.
Ocorre, no entanto, que os fundamentos nos quais se
apóia a presente impetração revestem-se de inquestionável relevo
jurídico, pois o cotejo das datas, que se apresentam como
juridicamente relevantes, revela que já se consumou, na espécie, a
extinção da punibilidade do ora paciente, em face da ocorrência, no
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Supremo Tribunal Federal
HC 107.200 -MC / RS
3
V O T O
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator): Registro,
preliminarmente, que esta ação de “habeas corpus” é por mim
submetida, diretamente, ao exame desta colenda Turma, sem prévia
manifestação da douta Procuradoria-Geral da República, por efeito de
expressa autorização constante da Emenda Regimental nº 30/2009
(RISTF, art. 192, “caput”), que permite o julgamento liminar do
“writ” constitucional nos casos que versem matéria objeto de
jurisprudência prevalecente no âmbito desta Suprema Corte.
Passo, desse modo, ao exame do pleito ora formulado.
Tenderia a não conhecer da presente impetração, eis que
a questão relativa à ocorrência, no caso, de prescrição da pretensão
punitiva do Estado não foi examinada no Superior Tribunal de
Justiça.
Ocorre, no entanto, que os fundamentos nos quais se
apóia a presente impetração revestem-se de inquestionável relevo
jurídico, pois o cotejo das datas, que se apresentam como
juridicamente relevantes, revela que já se consumou, na espécie, a
extinção da punibilidade do ora paciente, em face da ocorrência, no
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 16
Voto - MIN. CELSO DE MELLO
HC 107.200 -MC / RS
4
caso, da prescrição da pretensão punitiva do Estado, como restou
demonstrado na decisão proferida pela magistrada estadual do Juizado
da Infância e da Juventude da comarca de Palmeira das Missões/RS:
“Considerando
a
data
do
fato
atribuído
ao
adolescente, 25/12/2005, a data do recebimento da
representação 08/02/2006 e a pena prevista para o
delito atribuído a ele, de 01 a 06 meses de detenção,
nos termos do art. 147, do Código Penal, evidente que
ocorreu a prescrição da pretensão punitiva do Estado.
Seria forçoso reconhecê-la no caso de imputável, razão
pela qual, não se admitindo tratamento mais gravoso ao
adolescente, é de ser reconhecida a prescrição do ato
infracional, em razão da redução operada pelo art. 115,
do Código Penal, que trata da menoridade, reduzindo o
prazo prescricional pela metade.” (grifei)
Tal como precedentemente acentuado, o ora paciente
comprovou, mediante produção da pertinente certidão de nascimento,
ser menor de 21 anos de idade (tinha, então, 17 anos) à época do ato
infracional cuja prática lhe foi imputada.
Esse dado é relevante, pois, como se sabe, reduzem-se
de metade os prazos legais de prescrição penal, quando o autor do
comportamento delituoso (ou do ato infracional), ao tempo do fato,
era menor de 21 anos (CP, art. 115), não importando, para esse
efeito, que se trate de prescrição da pretensão punitiva ou de
prescrição da pretensão executória do Estado (HC 73.033/RS, Rel.
Min. CELSO DE MELLO – HC 77.519/SP, Rel. Min. CARLOS VELLOSO –
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Supremo Tribunal Federal
HC 107.200 -MC / RS
4
caso, da prescrição da pretensão punitiva do Estado, como restou
demonstrado na decisão proferida pela magistrada estadual do Juizado
da Infância e da Juventude da comarca de Palmeira das Missões/RS:
“Considerando
a
data
do
fato
atribuído
ao
adolescente, 25/12/2005, a data do recebimento da
representação 08/02/2006 e a pena prevista para o
delito atribuído a ele, de 01 a 06 meses de detenção,
nos termos do art. 147, do Código Penal, evidente que
ocorreu a prescrição da pretensão punitiva do Estado.
Seria forçoso reconhecê-la no caso de imputável, razão
pela qual, não se admitindo tratamento mais gravoso ao
adolescente, é de ser reconhecida a prescrição do ato
infracional, em razão da redução operada pelo art. 115,
do Código Penal, que trata da menoridade, reduzindo o
prazo prescricional pela metade.” (grifei)
Tal como precedentemente acentuado, o ora paciente
comprovou, mediante produção da pertinente certidão de nascimento,
ser menor de 21 anos de idade (tinha, então, 17 anos) à época do ato
infracional cuja prática lhe foi imputada.
Esse dado é relevante, pois, como se sabe, reduzem-se
de metade os prazos legais de prescrição penal, quando o autor do
comportamento delituoso (ou do ato infracional), ao tempo do fato,
era menor de 21 anos (CP, art. 115), não importando, para esse
efeito, que se trate de prescrição da pretensão punitiva ou de
prescrição da pretensão executória do Estado (HC 73.033/RS, Rel.
Min. CELSO DE MELLO – HC 77.519/SP, Rel. Min. CARLOS VELLOSO –
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 16
Voto - MIN. CELSO DE MELLO
HC 107.200 -MC / RS
5
HC 87.639/SP, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE – HC 88.788/SP, Rel. Min.
JOAQUIM BARBOSA – HC 92.316/RS, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA - HC 96.730-
-ED/MS, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, v.g.):
“‘HABEAS
CORPUS’.
PRESCRIÇÃO.
EXTINÇÃO
DA
PUNIBILIDADE DOS PACIENTES DECRETADA DE OFÍCIO.
1.
A
única
causa
interruptiva
do
lapso
prescricional,
na
hipótese,
foi
a
sentença
condenatória, proferida em outubro de 2002.
2. Os pacientes foram condenados ao cumprimento de
pena de dois anos de reclusão, por fatos praticados
quando ambos eram menores de vinte e um anos de idade. O
prazo prescricional aplicável, na hipótese, é de dois
anos.
4. Transcorridos mais de cinco anos desde a última
causa interruptiva, sem que a execução da pena tenha
sido iniciada, verifica-se a prescrição.
5. Ordem concedida de ofício, para decretar extinta
a punibilidade dos pacientes.”
(HC 93.271/RS, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA - grifei)
“‘HABEAS CORPUS’. PENAL. IMPETRAÇÃO CONTRA ACÓRDÃO
QUE DEU PROVIMENTO A RECURSO ESPECIAL INTERPOSTO PELO
MINISTÉRIO PÚBLICO. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA:
OCORRÊNCIA.
PRECEDENTES.
ORDEM
CONCEDIDA
PARA
RECONHECER A EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE DO CRIME IMPUTADO
AO PACIENTE.
1. É firme a jurisprudência deste Supremo Tribunal
no sentido de que o acórdão que confirma ou diminui a
pena imposta na sentença condenatória não interrompe a
prescrição, e o cálculo da prescrição segundo a pena
reduzida pressupõe que não haja recurso da acusação
para exasperá-la. Precedentes.
2. Na espécie vertente, a prescrição há que ser
analisada
utilizando-se
como
parâmetro
a
pena
concretizada em recurso especial, que, sendo inferior a
um ano, prescreve em dois anos (Código Penal, art. 109,
inc. IV).
3. Ao reduzir a pena para dez meses e dez dias de
reclusão, deveria o Superior Tribunal reconhecer, desde
logo, a prescrição da pretensão punitiva, já que
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Supremo Tribunal Federal
HC 107.200 -MC / RS
5
HC 87.639/SP, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE – HC 88.788/SP, Rel. Min.
JOAQUIM BARBOSA – HC 92.316/RS, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA - HC 96.730-
-ED/MS, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, v.g.):
“‘HABEAS
CORPUS’.
PRESCRIÇÃO.
EXTINÇÃO
DA
PUNIBILIDADE DOS PACIENTES DECRETADA DE OFÍCIO.
1.
A
única
causa
interruptiva
do
lapso
prescricional,
na
hipótese,
foi
a
sentença
condenatória, proferida em outubro de 2002.
2. Os pacientes foram condenados ao cumprimento de
pena de dois anos de reclusão, por fatos praticados
quando ambos eram menores de vinte e um anos de idade. O
prazo prescricional aplicável, na hipótese, é de dois
anos.
4. Transcorridos mais de cinco anos desde a última
causa interruptiva, sem que a execução da pena tenha
sido iniciada, verifica-se a prescrição.
5. Ordem concedida de ofício, para decretar extinta
a punibilidade dos pacientes.”
(HC 93.271/RS, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA - grifei)
“‘HABEAS CORPUS’. PENAL. IMPETRAÇÃO CONTRA ACÓRDÃO
QUE DEU PROVIMENTO A RECURSO ESPECIAL INTERPOSTO PELO
MINISTÉRIO PÚBLICO. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA:
OCORRÊNCIA.
PRECEDENTES.
ORDEM
CONCEDIDA
PARA
RECONHECER A EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE DO CRIME IMPUTADO
AO PACIENTE.
1. É firme a jurisprudência deste Supremo Tribunal
no sentido de que o acórdão que confirma ou diminui a
pena imposta na sentença condenatória não interrompe a
prescrição, e o cálculo da prescrição segundo a pena
reduzida pressupõe que não haja recurso da acusação
para exasperá-la. Precedentes.
2. Na espécie vertente, a prescrição há que ser
analisada
utilizando-se
como
parâmetro
a
pena
concretizada em recurso especial, que, sendo inferior a
um ano, prescreve em dois anos (Código Penal, art. 109,
inc. IV).
3. Ao reduzir a pena para dez meses e dez dias de
reclusão, deveria o Superior Tribunal reconhecer, desde
logo, a prescrição da pretensão punitiva, já que
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 16
Voto - MIN. CELSO DE MELLO
HC 107.200 -MC / RS
6
transcorreram mais de dois anos entre a publicação da
sentença
condenatória
e
a
publicação
da
decisão
singular do eminente Relator do Recurso Especial.
4. O aumento de um terço no prazo da prescrição em
razão da reincidência não incide na prescrição da
pretensão punitiva. Precedentes.
5. ‘Habeas corpus’ concedido.”
(HC 96.009/RS, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA - grifei)
Nem se diga, por outro lado, que os atos infracionais
submetidos à disciplina da Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do
Adolescente) seriam incompatíveis com a regra do art. 115 do Código
Penal.
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, ao
pronunciar-se
sobre
esse
específico
aspecto
do
tema,
firmou
entendimento que reconhece a possibilidade jurídica de redução, pela
metade, do lapso prescricional, considerada, para tanto, a norma
inscrita no art. 115 do Código Penal (Ext 1.140/República Italiana,
Rel. Min. GILMAR MENDES – HC 72.419/SP, Rel. Min. SYDNEY SANCHES):
“2. O instituto da prescrição não é incompatível com
a
natureza
não-penal
das
medidas
sócio-educativas.
Jurisprudência pacífica no sentido da prescritibilidade
das medidas de segurança, que também não têm natureza de
pena, na estrita acepção do termo.
3. Os casos de imprescritibilidade devem ser, apenas,
aqueles expressamente previstos em lei. Se o Estatuto da
Criança
e
do
Adolescente
não
estabelece
a
imprescritibilidade das medidas sócio-educativas, devem
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Supremo Tribunal Federal
HC 107.200 -MC / RS
6
transcorreram mais de dois anos entre a publicação da
sentença
condenatória
e
a
publicação
da
decisão
singular do eminente Relator do Recurso Especial.
4. O aumento de um terço no prazo da prescrição em
razão da reincidência não incide na prescrição da
pretensão punitiva. Precedentes.
5. ‘Habeas corpus’ concedido.”
(HC 96.009/RS, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA - grifei)
Nem se diga, por outro lado, que os atos infracionais
submetidos à disciplina da Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do
Adolescente) seriam incompatíveis com a regra do art. 115 do Código
Penal.
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, ao
pronunciar-se
sobre
esse
específico
aspecto
do
tema,
firmou
entendimento que reconhece a possibilidade jurídica de redução, pela
metade, do lapso prescricional, considerada, para tanto, a norma
inscrita no art. 115 do Código Penal (Ext 1.140/República Italiana,
Rel. Min. GILMAR MENDES – HC 72.419/SP, Rel. Min. SYDNEY SANCHES):
“2. O instituto da prescrição não é incompatível com
a
natureza
não-penal
das
medidas
sócio-educativas.
Jurisprudência pacífica no sentido da prescritibilidade
das medidas de segurança, que também não têm natureza de
pena, na estrita acepção do termo.
3. Os casos de imprescritibilidade devem ser, apenas,
aqueles expressamente previstos em lei. Se o Estatuto da
Criança
e
do
Adolescente
não
estabelece
a
imprescritibilidade das medidas sócio-educativas, devem
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 16
Voto - MIN. CELSO DE MELLO
HC 107.200 -MC / RS
7
elas se submeter à regra geral, como determina o art. 12
do Código Penal.
4. O transcurso do tempo, para um adolescente que
está formando sua personalidade, produz efeitos muito
mais profundos do que para pessoa já biologicamente
madura, o que milita em favor da aplicabilidade do
instituto da prescrição.
5. O parâmetro adotado pelo Superior Tribunal de
Justiça para o cálculo da prescrição foi o da pena máxima
cominada em abstrato ao tipo penal correspondente ao ato
infracional praticado pelo adolescente, combinado com a
regra do art. 115 do Código Penal, que reduz à metade o
prazo prescricional quando o agente é menor de vinte e um
anos à época dos fatos.
6. Referida solução é a que se mostra mais adequada,
por respeitar os princípios da separação de poderes e da
reserva legal.
7. A adoção de outros critérios, como a idade limite
de dezoito ou vinte e um anos e/ou os prazos não cabais
previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente para
duração inicial das medidas, além de criar um ‘tertium
genus’, conduz a diferenças de tratamento entre pessoas
em situações idênticas (no caso da idade máxima) e a
distorções incompatíveis com nosso ordenamento jurídico
(no caso dos prazos iniciais das medidas), deixando de
considerar a gravidade em si do fato praticado, tal como
considerada pelo legislador.”
(HC 88.788/SP, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA – grifei)
“2. É firme a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal no sentido de que a prescrição das medidas
socioeducativas segue as regras estabelecidas no Código
Penal aos agentes menores de 21 (vinte e um) anos ao
tempo do crime, ou seja, o prazo prescricional dos tipos
penais previstos no Código Penal é reduzido de metade
quando aplicado aos atos infracionais praticados pela
criança ou pelo adolescente.”
(HC 96.520/RS, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA – grifei)
Cumpre destacar, por relevante, que esse entendimento
tem o beneplácito do magistério doutrinário (PAULO QUEIROZ, “Direito
Penal”, p. 424, 4ª ed., 2008, Lumen Juris; ROGÉRIO GRECO, “Código
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elas se submeter à regra geral, como determina o art. 12
do Código Penal.
4. O transcurso do tempo, para um adolescente que
está formando sua personalidade, produz efeitos muito
mais profundos do que para pessoa já biologicamente
madura, o que milita em favor da aplicabilidade do
instituto da prescrição.
5. O parâmetro adotado pelo Superior Tribunal de
Justiça para o cálculo da prescrição foi o da pena máxima
cominada em abstrato ao tipo penal correspondente ao ato
infracional praticado pelo adolescente, combinado com a
regra do art. 115 do Código Penal, que reduz à metade o
prazo prescricional quando o agente é menor de vinte e um
anos à época dos fatos.
6. Referida solução é a que se mostra mais adequada,
por respeitar os princípios da separação de poderes e da
reserva legal.
7. A adoção de outros critérios, como a idade limite
de dezoito ou vinte e um anos e/ou os prazos não cabais
previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente para
duração inicial das medidas, além de criar um ‘tertium
genus’, conduz a diferenças de tratamento entre pessoas
em situações idênticas (no caso da idade máxima) e a
distorções incompatíveis com nosso ordenamento jurídico
(no caso dos prazos iniciais das medidas), deixando de
considerar a gravidade em si do fato praticado, tal como
considerada pelo legislador.”
(HC 88.788/SP, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA – grifei)
“2. É firme a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal no sentido de que a prescrição das medidas
socioeducativas segue as regras estabelecidas no Código
Penal aos agentes menores de 21 (vinte e um) anos ao
tempo do crime, ou seja, o prazo prescricional dos tipos
penais previstos no Código Penal é reduzido de metade
quando aplicado aos atos infracionais praticados pela
criança ou pelo adolescente.”
(HC 96.520/RS, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA – grifei)
Cumpre destacar, por relevante, que esse entendimento
tem o beneplácito do magistério doutrinário (PAULO QUEIROZ, “Direito
Penal”, p. 424, 4ª ed., 2008, Lumen Juris; ROGÉRIO GRECO, “Código
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Voto - MIN. CELSO DE MELLO
HC 107.200 -MC / RS
8
Penal Comentado”, p. 363/364, 2008, Impetus; MUNIR CURY (Coord.),
“Estatuto da Criança e do Adolescente Comentado”, p. 540, 10ª ed.,
2010, Malheiros).
O reconhecimento desse benefício legal, no entanto,
depende, para efetivar-se, da existência de prova idônea da
menoridade do agente (RTJ 135/1028 – RTJ 140/164), o que resultou
plenamente demonstrado na espécie ora em exame.
Sendo assim, e pelas razões expostas, concedo, de
ofício, a ordem de “habeas corpus”, para reconhecer consumada a
prescrição da pretensão punitiva do Estado (CP, art. 109, VI, c/c o
art. 115) e declarar extinta, em conseqüência, a punibilidade do ora
paciente, Tiago Moreira Muniz, determinando, por tal razão, a
imediata extinção do procedimento que foi instaurado, contra
esse mesmo
paciente,
para
apuração
de
ato
infracional
(Procedimento nº 4.056-031/06 – Juizado da Infância e da Juventude da
comarca de Palmeira das Missões/RS).
É o meu voto.
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HC 107.200 -MC / RS
8
Penal Comentado”, p. 363/364, 2008, Impetus; MUNIR CURY (Coord.),
“Estatuto da Criança e do Adolescente Comentado”, p. 540, 10ª ed.,
2010, Malheiros).
O reconhecimento desse benefício legal, no entanto,
depende, para efetivar-se, da existência de prova idônea da
menoridade do agente (RTJ 135/1028 – RTJ 140/164), o que resultou
plenamente demonstrado na espécie ora em exame.
Sendo assim, e pelas razões expostas, concedo, de
ofício, a ordem de “habeas corpus”, para reconhecer consumada a
prescrição da pretensão punitiva do Estado (CP, art. 109, VI, c/c o
art. 115) e declarar extinta, em conseqüência, a punibilidade do ora
paciente, Tiago Moreira Muniz, determinando, por tal razão, a
imediata extinção do procedimento que foi instaurado, contra
esse mesmo
paciente,
para
apuração
de
ato
infracional
(Procedimento nº 4.056-031/06 – Juizado da Infância e da Juventude da
comarca de Palmeira das Missões/RS).
É o meu voto.
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Debate
28/06/2011
SEGUNDA TURMA
MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 107.200 RIO GRANDE DO SUL
DEBATE
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Se Vossa Excelência me
permite?
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator):
Pois não.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Eu acho que podemos
agregar até um fundamento a todos esses bem lançados. É o inciso V do
artigo 227 da Constituição, que tem a seguinte redação:
"§ 3º - O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:
(...)
V - Obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de
qualquer medida privativa de liberdade;"
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator):
Como sucede no plano das medidas socioeducativas.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Perfeito.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator):
Trata-se de fundamento inegavelmente relevante e ilumina,
ainda mais, o presente julgamento.
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
28/06/2011
SEGUNDA TURMA
MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 107.200 RIO GRANDE DO SUL
DEBATE
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Se Vossa Excelência me
permite?
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator):
Pois não.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Eu acho que podemos
agregar até um fundamento a todos esses bem lançados. É o inciso V do
artigo 227 da Constituição, que tem a seguinte redação:
"§ 3º - O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:
(...)
V - Obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de
qualquer medida privativa de liberdade;"
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator):
Como sucede no plano das medidas socioeducativas.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Perfeito.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator):
Trata-se de fundamento inegavelmente relevante e ilumina,
ainda mais, o presente julgamento.
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Debate
HC 107.200 MC / RS
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - E parece-me apropriado
e aplicável ao caso.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator):
É verdade, notadamente se se considerar que a Constituição
adotou a teoria da proteção integral, que informa toda a
regulação constitucional em torno da pessoa da criança e do
adolescente.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - E a Constituição diz:
obediência ao princípio da brevidade.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator):
Claro, da brevidade.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Porque se trata de
pessoa ainda em desenvolvimento.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator):
Em processo de formação, aspecto que foi destacado pelo
eminente Ministro JOAQUIM BARBOSA, quando do julgamento do
HC 88.788/SP.
2
Supremo Tribunal Federal
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HC 107.200 MC / RS
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - E parece-me apropriado
e aplicável ao caso.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator):
É verdade, notadamente se se considerar que a Constituição
adotou a teoria da proteção integral, que informa toda a
regulação constitucional em torno da pessoa da criança e do
adolescente.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - E a Constituição diz:
obediência ao princípio da brevidade.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator):
Claro, da brevidade.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Porque se trata de
pessoa ainda em desenvolvimento.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator):
Em processo de formação, aspecto que foi destacado pelo
eminente Ministro JOAQUIM BARBOSA, quando do julgamento do
HC 88.788/SP.
2
Supremo Tribunal Federal
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
28/06/2011
SEGUNDA TURMA
MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 107.200 RIO GRANDE DO SUL
VOTO
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Eu também, com esse
fundamento de ordem constitucional que me parece reforçar bem isso. E
me parece que o Ministro Joaquim não fez a citação explícita desse § 3º do
inciso V; vamos fazê-la.
* * * * *
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
28/06/2011
SEGUNDA TURMA
MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 107.200 RIO GRANDE DO SUL
VOTO
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Eu também, com esse
fundamento de ordem constitucional que me parece reforçar bem isso. E
me parece que o Ministro Joaquim não fez a citação explícita desse § 3º do
inciso V; vamos fazê-la.
* * * * *
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 16
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 107.200
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO
PACTE.(S) : T M M
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO RESP Nº 1005143 DO SUPERIOR TRIBUNAL
DE JUSTIÇA
Decisão: Habeas corpus não conhecido, mas concedida, de
ofício, a ordem, para reconhecer consumada a prescrição da
pretensão punitiva do Estado (CP, art. 109, III, c/c o art. 115) e
declarar extinta, em consequência, a punibilidade do ora paciente,
T M M, determinando, por tal razão, a imediata extinção do
procedimento que foi instaurado, contra esse mesmo paciente, para
apuração de ato infracional (Procedimento nº 4.056-031/06 –
Juizado da Infância e da Juventude da comarca de Palmeira das
Missões/RS, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime.
Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 28.06.2011.
Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Ellen Gracie e Ayres
Britto. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim
Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis
Vieira Sanseverino.
p/ Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 107.200
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO
PACTE.(S) : T M M
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO RESP Nº 1005143 DO SUPERIOR TRIBUNAL
DE JUSTIÇA
Decisão: Habeas corpus não conhecido, mas concedida, de
ofício, a ordem, para reconhecer consumada a prescrição da
pretensão punitiva do Estado (CP, art. 109, III, c/c o art. 115) e
declarar extinta, em consequência, a punibilidade do ora paciente,
T M M, determinando, por tal razão, a imediata extinção do
procedimento que foi instaurado, contra esse mesmo paciente, para
apuração de ato infracional (Procedimento nº 4.056-031/06 –
Juizado da Infância e da Juventude da comarca de Palmeira das
Missões/RS, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime.
Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 28.06.2011.
Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Ellen Gracie e Ayres
Britto. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim
Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis
Vieira Sanseverino.
p/ Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 16
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 107.200
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO
PACTE.(S) : T M M
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO RESP Nº 1005143 DO SUPERIOR TRIBUNAL
DE JUSTIÇA
Decisão: Habeas corpus não conhecido, mas concedida, de
ofício, a ordem, para reconhecer consumada a prescrição da
pretensão punitiva do Estado (CP, art. 109, III, c/c o art. 115) e
declarar extinta, em consequência, a punibilidade do ora paciente,
T M M, determinando, por tal razão, a imediata extinção do
procedimento que foi instaurado, contra esse mesmo paciente, para
apuração de ato infracional (Procedimento nº 4.056-031/06 –
Juizado da Infância e da Juventude da comarca de Palmeira das
Missões/RS, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime.
Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 28.06.2011.
Decisão: A Turma, por votação unânime, deliberou retificar a
decisão proferida na 21ª Sessão Ordinária, de 28.06.2011, para que
tenha o seguinte teor:
“habeas corpus não conhecido, mas
concedida, de ofício, a ordem, para reconhecer consumada a
prescrição da pretensão punitiva do Estado (CP, art. 109, VI, c/c
o art. 115) e declarar extinta, em consequência, a punibilidade do
ora paciente, T M M, determinando, por tal razão, a imediata
extinção do procedimento que foi instaurado, contra esse mesmo
paciente, para apuração de ato infracional (Procedimento nº
4.056-031/06 – Juizado da Infância e da Juventude da comarca de
Palmeira das Missões/RS), nos termos do voto do Relator. Decisão
unânime.” Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 22.11.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes,
Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 107.200
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO
PACTE.(S) : T M M
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO RESP Nº 1005143 DO SUPERIOR TRIBUNAL
DE JUSTIÇA
Decisão: Habeas corpus não conhecido, mas concedida, de
ofício, a ordem, para reconhecer consumada a prescrição da
pretensão punitiva do Estado (CP, art. 109, III, c/c o art. 115) e
declarar extinta, em consequência, a punibilidade do ora paciente,
T M M, determinando, por tal razão, a imediata extinção do
procedimento que foi instaurado, contra esse mesmo paciente, para
apuração de ato infracional (Procedimento nº 4.056-031/06 –
Juizado da Infância e da Juventude da comarca de Palmeira das
Missões/RS, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime.
Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 28.06.2011.
Decisão: A Turma, por votação unânime, deliberou retificar a
decisão proferida na 21ª Sessão Ordinária, de 28.06.2011, para que
tenha o seguinte teor:
“habeas corpus não conhecido, mas
concedida, de ofício, a ordem, para reconhecer consumada a
prescrição da pretensão punitiva do Estado (CP, art. 109, VI, c/c
o art. 115) e declarar extinta, em consequência, a punibilidade do
ora paciente, T M M, determinando, por tal razão, a imediata
extinção do procedimento que foi instaurado, contra esse mesmo
paciente, para apuração de ato infracional (Procedimento nº
4.056-031/06 – Juizado da Infância e da Juventude da comarca de
Palmeira das Missões/RS), nos termos do voto do Relator. Decisão
unânime.” Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 22.11.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes,
Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 16
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Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 16
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1609557 | 2011-06-28T00:00:00 | 2011-12-07T00:00:00 | Habeas corpus não conhecido, mas concedida, de ofício, a ordem, para reconhecer consumada a prescrição da pretensão punitiva do Estado (CP, art. 109, III, c/c o art. 115) e declarar extinta, em consequência, a punibilidade do ora paciente, T M M, determinando, por tal razão, a imediata extinção do procedimento que foi instaurado, contra esse mesmo paciente, para apuração de ato infracional (Procedimento nº 4.056-031/06 - Juizado da Infância e da Juventude da comarca de Palmeira das Missões/RS, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 28.06.2011.
A Turma, por votação unânime, deliberou retificar a decisão proferida na 21ª Sessão Ordinária, de 28.06.2011, para que tenha o seguinte teor: “habeas corpus não conhecido, mas concedida, de ofício, a ordem, para reconhecer consumada a prescrição da pretensão punitiva do Estado (CP, art. 109, VI, c/c o art. 115) e declarar extinta, em consequência, a punibilidade do ora paciente, T M M, determinando, por tal razão, a imediata extinção do procedimento que foi instaurado, contra esse mesmo paciente, para apuração de ato infracional (Procedimento nº 4.056-031/06 - Juizado da Infância e da Juventude da comarca de Palmeira das Missões/RS), nos termos do voto do Relator. Decisão unânime.” Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 22.11.2011. | MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS | E M E N T A: “HABEAS CORPUS” - ADOLESCENTE SUBMETIDO A PROCEDIMENTO DE APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL EQUIPARADO AO CRIME DE AMEAÇA (CP, ART. 147) - INCIDÊNCIA, NA ESPÉCIE, DO ART. 115 DO CÓDIGO PENAL, QUE REDUZ, PELA METADE, O PRAZO PRESCRICIONAL - RECONHECIMENTO DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE - PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - “HABEAS CORPUS” CONCEDIDO, DE OFÍCIO.
- Aplica-se ao menor infrator o instituto da prescrição penal, ainda que não disciplinado na legislação especial a que se submetem os atos infracionais praticados por adolescente (Lei nº 8.069/1990), regendo-se tais hipóteses pelo regime jurídico previsto no Código Penal (art. 115), pois, por ser mais favorável, nesse aspecto, deve ser estendido aos procedimentos de apuração dos atos infracionais, reconhecendo-se a aplicabilidade do benefício que reduz à metade o prazo prescricional em relação ao menor de vinte e um (21) anos. | sjur202509 | - Acórdãos citados: Ext 1140, HC 72419, HC 73033, HC 77519,
HC 87639, HC 88788, HC 92316, HC 93271, HC 96009, HC 96520,
HC 96730 ED; RTJ 135/1028, RTJ 140/164.
- Veja Procedimento 4.056-031/06 do Juizado da Infância e da
Juventude da Comarca de Palmeira das Missões/RS.
Número de páginas: 16.
Análise: 10/01/2012, MMR.
Revisão: 19/01/2012, KBP. | CELSO DE MELLO | Segunda Turma | 107200 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00227 PAR-00003 INC-00005 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED DEL-002848 ANO-1940\r\n ART-00109 INC-00006 ART-00115 ART-00147 \r\n CP-1940 CÓDIGO PENAL\r\n",
"LEG-FED LEI-008069 ANO-1990\r\n ECA-1990 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE\r\n",
"LEG-FED RGI ANO-1980\r\n ART-00192 \"CAPUT\" \r\n RISTF-1980 REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL\r\n",
"LEG-FED EMR-000030 ANO-2009\r\n EMENDA REGIMENTAL DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | HC-MC | acordaos | HC 107200 MC | [
""
] | PACTE.(S) : T M M
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO RESP Nº 1005143 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 107 . 200",
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"HC 87 . 639 / SP",
"HC 88 . 788 / SP",
"HC 92 . 316 / RS",
"HC 96 . 730 - -",
"HC 93 . 271 / RS",
"HC 107 . 200 - MC / RS",
"HC 96 . 009 / RS",
"Ext 1 . 140 / República Italiana",
"HC 72 . 419 / SP",
"HC 107 . 200 - MC / RS",
"HC 96 . 009 / RS",
"Ext 1 . 140 / República Italiana",
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"HC 88 . 788 / SP",
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"HC 107 . 200 - MC / RS",
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"HC 107 . 200 MC / RS",
"HC 88 . 788 / SP .",
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"HABEAS CORPUS 107 . 200",
"HABEAS CORPUS 107 . 200",
"RESP [UNK] 1005143",
"Procedimento [UNK] 4 . 056 - 031 / 06",
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"RESP [UNK] 1005143",
"Procedimento [UNK] 4 . 056 - 031 / 06",
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"Procedimento [UNK] 4 . 056 - 031 / 06",
"HABEAS CORPUS 107 . 200",
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"Código Penal , art . 109 , inc . IV",
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"art . 115 do Código Penal",
"art . 115 do Código Penal",
"Estatuto da",
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"Lei 8 . 069 / 90",
"Estatuto da",
"art . 115 do Código Penal",
"art . 115 do Código Penal",
"Estatuto da",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 12 do Código Penal",
"art . 115 do Código Penal",
"Estatuto da Criança",
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"Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 12 do Código Penal",
"art . 115 do Código Penal",
"Estatuto da Criança",
"Código",
"Penal",
"Código",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"CP , art . 109 , VI , c / c o art . 115",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"CP , art . 109 , VI , c / c o art . 115",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso V do artigo 227 da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"CP , art . 109 , III , c / c o art . 115",
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"CP , art . 109 , VI , c / c o art . 115",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CP , art . 109 , III , c / c o art . 115",
"CP , art . 109 , VI , c / c o art . 115",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
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"/",
"08",
"/",
"2001",
"2008",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"28",
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"06",
"/",
"2011",
"24",
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"2001",
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"06",
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"2011",
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"11",
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"24",
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"2001",
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"2001"
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Ementa e Acórdão
31/05/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 96.787 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:PAULO RICARDO DA SILVA RIBEIRO
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME DE ROUBO. VÍTIMAS
DIVERSAS. CONCURSO FORMAL (ART. 70 DO CP). ALEGAÇÃO DE
CRIME ÚNICO. VIA PROCESSUALMENTE CONTIDA DO HABEAS
CORPUS. ORDEM DENEGADA.
1. É pacífica a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no
sentido da caracterização do concurso formal (art. 70 do Código Penal),
quando o delito de roubo acarreta lesão ao patrimônio de vítimas
diversas. Precedentes específicos: HC 103.887, da relatoria do ministro
Gilmar Mendes; HC 91.615, da relatoria da ministra Cármen Lúcia; HC
68.728, da relatoria do ministro Sepúlveda Pertence.
2. O habeas corpus é garantia constitucional que pressupõe, para o seu
adequado manejo, uma ilegalidade ou um abuso de poder tão flagrante
que se revele de plano (inciso LXVIII do art. 5º da Magna Carta de 1988).
Tal qual o mandado de segurança, a ação constitucional de habeas corpus é
via processual de verdadeiro atalho. Isso no pressuposto do seu
adequado ajuizamento, a se dar quando a petição inicial já vem
aparelhada com material probatório que se revele, ao menos num
primeiro exame, induvidoso quanto à sua faticidade mesma e como
fundamento jurídico da pretensão.
3. No caso, o acatamento da tese defensiva também demandaria a
renovação de atos próprios da instrução processual penal para
desqualificar as conclusões adotadas pelas instâncias precedentes; isto é,
no âmbito deste habeas corpus, não seria possível invalidar toda a
fundamentação lançada pela autoridade apontada como coatora, no
sentido de que o paciente atingiu, sim, o patrimônio de vítimas distintas.
4. Ordem denegada.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1574570.
Supremo Tribunal Federal
DJe 21/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8
Ementa e Acórdão
HC 96.787 / RS
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em indeferir a ordem, o
que fazem nos termos do voto do Relator e por unanimidade de votos,
em sessão presidida pelo Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da
ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 31 de maio de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
HC 96.787 / RS
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em indeferir a ordem, o
que fazem nos termos do voto do Relator e por unanimidade de votos,
em sessão presidida pelo Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da
ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 31 de maio de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
2
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Relatório
31/05/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 96.787 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:PAULO RICARDO DA SILVA RIBEIRO
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Cuida-se de habeas corpus, aparelhado com pedido de medida
liminar, impetrado contra acórdão proferido pelo Superior Tribunal de
Justiça. Acórdão assim ementado (fls. 38):
“AGRAVO
REGIMENTAL.
PENAL.
ROUBO.
AGRAVANTE
DA
REINCIDÊNCIA.
APLICAÇÃO
OBRIGATÓRIA. NÃO CONFIGURAÇÃO DE BIS IN IDEM.
DOSIMETRIA
DA
PENA.
VÍTIMAS
DIVERSAS.
PATRIMÔNIOS DISTINTOS. AÇÃO ÚNICA. CONCURSO
FORMAL.
1. É pacífico o entendimento desta Corte de que, sendo o
réu reincidente, a agravante prevista no art. 61, I, do Código
Penal, é de aplicação obrigatória.
2. Não há falar-se em bis in idem se, em obediência ao art.
61, inciso I, do Código Penal, aumentou-se a pena sob o
fundamento de ser o réu reincidente.
3. A reincidência, fruto da maior periculosidade do
condenado, faz com que haja um agravamento da sanção, não
se punindo o mesmo comportamento duas vezes,
reconhecendo, isto sim, que a reiteração delituosa é reveladora
da necessidade de um apenamento mais rigoroso.
4. Pacífico o entendimento desta Corte de que há
concurso formal quando o roubo é praticado contra mais de
uma vítima, com lesão a patrimônios distintos e mediante
ação única.
Supremo Tribunal Federal
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31/05/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 96.787 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:PAULO RICARDO DA SILVA RIBEIRO
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Cuida-se de habeas corpus, aparelhado com pedido de medida
liminar, impetrado contra acórdão proferido pelo Superior Tribunal de
Justiça. Acórdão assim ementado (fls. 38):
“AGRAVO
REGIMENTAL.
PENAL.
ROUBO.
AGRAVANTE
DA
REINCIDÊNCIA.
APLICAÇÃO
OBRIGATÓRIA. NÃO CONFIGURAÇÃO DE BIS IN IDEM.
DOSIMETRIA
DA
PENA.
VÍTIMAS
DIVERSAS.
PATRIMÔNIOS DISTINTOS. AÇÃO ÚNICA. CONCURSO
FORMAL.
1. É pacífico o entendimento desta Corte de que, sendo o
réu reincidente, a agravante prevista no art. 61, I, do Código
Penal, é de aplicação obrigatória.
2. Não há falar-se em bis in idem se, em obediência ao art.
61, inciso I, do Código Penal, aumentou-se a pena sob o
fundamento de ser o réu reincidente.
3. A reincidência, fruto da maior periculosidade do
condenado, faz com que haja um agravamento da sanção, não
se punindo o mesmo comportamento duas vezes,
reconhecendo, isto sim, que a reiteração delituosa é reveladora
da necessidade de um apenamento mais rigoroso.
4. Pacífico o entendimento desta Corte de que há
concurso formal quando o roubo é praticado contra mais de
uma vítima, com lesão a patrimônios distintos e mediante
ação única.
Supremo Tribunal Federal
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Relatório
HC 96.787 / RS
5. Agravo regimental desprovido.”
(Sem destaques no original.)
2. Pois bem, a Defensoria Pública da União renova a tese de que o
paciente cometeu crime único. Argumenta que ele (o acusado) não teve
“a intenção de atingir diversos bens jurídicos, roubou o que estava em posse da
vítima” (fls. 04). O que significa dizer que a tese adotada pela autoridade
impetrada acarreta situações absurdas. Donde o pedido de concessão da
ordem para que seja “excluído o acréscimo de 1/6 sobre a pena”, ante a
aursência de caracterização do concurso formal (art. 70 do Código Penal).
3. À falta de pedido de liminar, abri vista dos autos à
Procuradoria-Geral da República. Procuradoria que opinou pela
denegação da ordem. Isto é, para que seja “mantida a causa de aumento de
1/6 sobre a pena aplicada, em razão do denotado concurso formal” (fls. 48).
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
HC 96.787 / RS
5. Agravo regimental desprovido.”
(Sem destaques no original.)
2. Pois bem, a Defensoria Pública da União renova a tese de que o
paciente cometeu crime único. Argumenta que ele (o acusado) não teve
“a intenção de atingir diversos bens jurídicos, roubou o que estava em posse da
vítima” (fls. 04). O que significa dizer que a tese adotada pela autoridade
impetrada acarreta situações absurdas. Donde o pedido de concessão da
ordem para que seja “excluído o acréscimo de 1/6 sobre a pena”, ante a
aursência de caracterização do concurso formal (art. 70 do Código Penal).
3. À falta de pedido de liminar, abri vista dos autos à
Procuradoria-Geral da República. Procuradoria que opinou pela
denegação da ordem. Isto é, para que seja “mantida a causa de aumento de
1/6 sobre a pena aplicada, em razão do denotado concurso formal” (fls. 48).
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
2
Supremo Tribunal Federal
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
31/05/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 96.787 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Consoante relatado, o desafio desta nossa Segunda Turma consiste
em saber se os fatos protagonizados pelo paciente configuram, ou não,
crime único.
6. Sem maiores delongas, tenho que a ordem é de ser denegada. E a
primeira dificuldade que encontro está na consideração de que a tese
defensiva esbarra na pacífica jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal. Jurisprudência que entende caracterizado o concurso formal de
que trata o art. 70 do Código Penal1, sempre que atingidos patrimônios
pertencentes a vítimas distintas. Para cimentar esse ponto de vista,
reproduzo as seguintes ementas:
“Habeas Corpus. 2. Roubo. Lesão ao patrimônio de vítimas
diversas. Concurso formal. 3. Constrangimento ilegal não
caracterizado. 4. Ordem denegada.”
(HC 103.887, da relatoria do ministro Gilmar Mendes.)
“HABEAS CORPUS. PENAL. AÇÃO ÚNICA QUE TEM
COMO RESULTADO LESÃO A VÍTIMAS DIVERSAS:
CONCURSO FORMAL (ART. 70, PARTE FINAL, DO CÓDIGO
PENAL). ORDEM DENEGADA.
1.
Roubo qualificado consistente na subtração de
dois aparelhos celulares, pertencentes a duas pessoas distintas,
no mesmo instante.
1
“Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas
aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto,
cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios
autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste
Código.”
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31/05/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 96.787 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Consoante relatado, o desafio desta nossa Segunda Turma consiste
em saber se os fatos protagonizados pelo paciente configuram, ou não,
crime único.
6. Sem maiores delongas, tenho que a ordem é de ser denegada. E a
primeira dificuldade que encontro está na consideração de que a tese
defensiva esbarra na pacífica jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal. Jurisprudência que entende caracterizado o concurso formal de
que trata o art. 70 do Código Penal1, sempre que atingidos patrimônios
pertencentes a vítimas distintas. Para cimentar esse ponto de vista,
reproduzo as seguintes ementas:
“Habeas Corpus. 2. Roubo. Lesão ao patrimônio de vítimas
diversas. Concurso formal. 3. Constrangimento ilegal não
caracterizado. 4. Ordem denegada.”
(HC 103.887, da relatoria do ministro Gilmar Mendes.)
“HABEAS CORPUS. PENAL. AÇÃO ÚNICA QUE TEM
COMO RESULTADO LESÃO A VÍTIMAS DIVERSAS:
CONCURSO FORMAL (ART. 70, PARTE FINAL, DO CÓDIGO
PENAL). ORDEM DENEGADA.
1.
Roubo qualificado consistente na subtração de
dois aparelhos celulares, pertencentes a duas pessoas distintas,
no mesmo instante.
1
“Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas
aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto,
cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios
autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste
Código.”
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8
Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 96.787 / RS
2.
A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal
é firme no sentido de configurar-se concurso formal a ação
única que tenha como resultado a lesão ao patrimônio de
vítimas diversas, e não crime único: Precedentes.
3. Habeas corpus denegado.”
(HC 91.615, da relatoria da ministra Cármen Lúcia.)
“Concurso formal: ação única, ainda que desdobrada em
atos diversos, da qual resultou a lesão patrimonial de vítimas
diferentes: jurisprudência do S.T.F., firmada para elidir a tese do
crime único, mas que afasta também a existência em tais
hipóteses do crime continuado, que reclama pluralidade de
ações: conseqüente descabimento da duplicação da pena-base,
fundada no art. 71, parág. único, da qual, em se tratando de
concurso formal, só poderia resultar da autonomia de
desígnios, (CP, art. 70, "in fine"), da qual não se cogitou na
espécie.”
(HC 68.728, da relatoria do ministro Sepúlveda Pertence.)
7. Por outra volta, lembro que o remédio heróico do HC é garantia
constitucional que pressupõe, para o seu adequado manejo, uma
ilegalidade ou um abuso de poder tão flagrante que se revele de plano
(inciso LXVIII do art. 5º da Magna Carta de 1988).
8. Externando por outra forma a idéia: tal qual o mandado de
segurança, a ação constitucional de habeas corpus é via processual de
verdadeiro atalho. Isso no pressuposto do seu adequado ajuizamento, a
se dar quando a petição inicial já vem aparelhada com material
probatório que se revele, ao menos num primeiro exame, induvidoso
quanto à sua faticidade mesma e como fundamento jurídico da pretensão.
9. Na concreta situação dos autos, o acatamento da tese defensiva
também demandaria a renovação de atos próprios da instrução
processual penal para desqualificar as conclusões adotadas pelas
instâncias precedentes; isto é, no âmbito deste habeas corpus, não seria
possível invalidar toda fundamentação lançada pela autoridade
impetrada. Autoridade que encontrou base empírica idônea o suficiente
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
HC 96.787 / RS
2.
A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal
é firme no sentido de configurar-se concurso formal a ação
única que tenha como resultado a lesão ao patrimônio de
vítimas diversas, e não crime único: Precedentes.
3. Habeas corpus denegado.”
(HC 91.615, da relatoria da ministra Cármen Lúcia.)
“Concurso formal: ação única, ainda que desdobrada em
atos diversos, da qual resultou a lesão patrimonial de vítimas
diferentes: jurisprudência do S.T.F., firmada para elidir a tese do
crime único, mas que afasta também a existência em tais
hipóteses do crime continuado, que reclama pluralidade de
ações: conseqüente descabimento da duplicação da pena-base,
fundada no art. 71, parág. único, da qual, em se tratando de
concurso formal, só poderia resultar da autonomia de
desígnios, (CP, art. 70, "in fine"), da qual não se cogitou na
espécie.”
(HC 68.728, da relatoria do ministro Sepúlveda Pertence.)
7. Por outra volta, lembro que o remédio heróico do HC é garantia
constitucional que pressupõe, para o seu adequado manejo, uma
ilegalidade ou um abuso de poder tão flagrante que se revele de plano
(inciso LXVIII do art. 5º da Magna Carta de 1988).
8. Externando por outra forma a idéia: tal qual o mandado de
segurança, a ação constitucional de habeas corpus é via processual de
verdadeiro atalho. Isso no pressuposto do seu adequado ajuizamento, a
se dar quando a petição inicial já vem aparelhada com material
probatório que se revele, ao menos num primeiro exame, induvidoso
quanto à sua faticidade mesma e como fundamento jurídico da pretensão.
9. Na concreta situação dos autos, o acatamento da tese defensiva
também demandaria a renovação de atos próprios da instrução
processual penal para desqualificar as conclusões adotadas pelas
instâncias precedentes; isto é, no âmbito deste habeas corpus, não seria
possível invalidar toda fundamentação lançada pela autoridade
impetrada. Autoridade que encontrou base empírica idônea o suficiente
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8
Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 96.787 / RS
para assentar a ocorrência de lesão ao patrimônio de vítimas distintas. A
dificultar, então, o pronto acatamento da tese de que o acusado intentou
lesar patrimônio único.
10. Por tudo quanto posto, denego o habeas corpus.
11. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
3
Supremo Tribunal Federal
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HC 96.787 / RS
para assentar a ocorrência de lesão ao patrimônio de vítimas distintas. A
dificultar, então, o pronto acatamento da tese de que o acusado intentou
lesar patrimônio único.
10. Por tudo quanto posto, denego o habeas corpus.
11. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
3
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 96.787
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S) : PAULO RICARDO DA SILVA RIBEIRO
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Indeferida a ordem, nos termos do voto do Relator.
Decisão unânime. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o
Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 31.05.2011.
Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Ellen Gracie e Ayres
Britto. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim
Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis
Vieira Sanseverino.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1227248
Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 96.787
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S) : PAULO RICARDO DA SILVA RIBEIRO
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Indeferida a ordem, nos termos do voto do Relator.
Decisão unânime. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o
Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 31.05.2011.
Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Ellen Gracie e Ayres
Britto. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim
Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis
Vieira Sanseverino.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1227248
Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1581279 | 2011-05-31T00:00:00 | 2011-11-21T00:00:00 | Indeferida a ordem, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 31.05.2011. | HABEAS CORPUS | EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME DE ROUBO. VÍTIMAS DIVERSAS. CONCURSO FORMAL (ART. 70 DO CP). ALEGAÇÃO DE CRIME ÚNICO. VIA PROCESSUALMENTE CONTIDA DO HABEAS CORPUS. ORDEM DENEGADA.
1. É pacífica a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido da caracterização do concurso formal (art. 70 do Código Penal), quando o delito de roubo acarreta lesão ao patrimônio de vítimas diversas. Precedentes específicos: HC 103.887, da relatoria do ministro Gilmar Mendes; HC 91.615, da relatoria da ministra Cármen Lúcia; HC 68.728, da relatoria do ministro Sepúlveda Pertence.
2. O habeas corpus é garantia constitucional que pressupõe, para o seu adequado manejo, uma ilegalidade ou um abuso de poder tão flagrante que se revele de plano (inciso LXVIII do art. 5º da Magna Carta de 1988). Tal qual o mandado de segurança, a ação constitucional de habeas corpus é via processual de verdadeiro atalho. Isso no pressuposto do seu adequado ajuizamento, a se dar quando a petição inicial já vem aparelhada com material probatório que se revele, ao menos num primeiro exame, induvidoso quanto à sua faticidade mesma e como fundamento jurídico da pretensão.
3. No caso, o acatamento da tese defensiva também demandaria a renovação de atos próprios da instrução processual penal para desqualificar as conclusões adotadas pelas instâncias precedentes; isto é, no âmbito deste habeas corpus, não seria possível invalidar toda a fundamentação lançada pela autoridade apontada como coatora, no sentido de que o paciente atingiu, sim, o patrimônio de vítimas distintas.
4. Ordem denegada. | sjur201819 | - Acórdãos citados: HC 68728, HC 91615, HC 103887.
Número de páginas: 8.
Análise: 12/12/2011, KBP.
Revisão: 15/12/2011, SEV. | AYRES BRITTO | Segunda Turma | 96787 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00005 INC-00068 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED DEL-002848 ANO-1940\r\n ART-00070 PAR-ÚNICO\r\n CP-1940 CÓDIGO PENAL"
] | HC | acordaos | HC 96787 | [
""
] | PACTE.(S) : PAULO RICARDO DA SILVA RIBEIRO
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 96 . 787",
"HC 103 . 887",
"HC 91 . 615",
"HC 68 . 728",
"HC 96 . 787 / RS",
"HC 96 . 787 / RS",
"HABEAS CORPUS 96 . 787",
"HABEAS CORPUS 96 . 787",
"HC 96 . 787 / RS",
"HC 96 . 787 / RS",
"HABEAS CORPUS 96 . 787",
"HC 103 . 887",
"HABEAS CORPUS 96 . 787",
"HC 103 . 887",
"HC 96 . 787 / RS",
"HC 91 . 615",
"HC 68 . 728",
"HC 96 . 787 / RS",
"HC 91 . 615",
"HC 68 . 728",
"HC 96 . 787 / RS",
"HC 96 . 787 / RS",
"HABEAS CORPUS 96 . 787",
"HABEAS CORPUS 96 . 787"
],
"LEGISLACAO": [
"ART . 70 DO CP",
"art . 70 do Código Penal",
"inciso LXVIII do art . [UNK] da Magna Carta de 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 61 , I , do Código Penal",
"art . 61 , inciso I , do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 61 , I , do Código Penal",
"art . 61 , inciso I , do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 70 do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 70 do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 70 do Código Penal1",
"ART . 70 , PARTE FINAL , DO CÓDIGO PENAL",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 70 do Código Penal1",
"ART . 70 , PARTE FINAL , DO CÓDIGO PENAL",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CP , art . 70 , \" in fine \"",
"inciso LXVIII do art . [UNK] da Magna Carta de 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CP , art . 70 , \" in fine \"",
"inciso LXVIII do art . [UNK] da Magna Carta de 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"RIO GRANDE DO SUL",
"Brasília",
"Brasília",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma do",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Defensoria Pública da União",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Defensoria Pública da União",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"S",
".",
"T",
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"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"S",
".",
"T",
".",
"F .",
"Supremo Tribunal Federal",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
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"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"AYRES BRITTO",
"PAULO RICARDO DA SILVA RIBEIRO",
"Gilmar Mendes",
"Cármen Lúcia",
"Sepúlveda Pertence",
"Gilmar Mendes",
"AYRES BRITTO",
"Gilmar Mendes",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"PAULO RICARDO DA SILVA RIBEIRO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"PAULO RICARDO DA SILVA RIBEIRO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Gilmar Mendes",
"AYRES BRITTO",
"Gilmar Mendes",
"AYRES BRITTO",
"Cármen Lúcia",
"Sepúlveda Pertence",
"Cármen Lúcia",
"Sepúlveda Pertence",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"PAULO RICARDO DA SILVA RIBEIRO",
"Joaquim Barbosa",
"Gilmar Mendes",
"Celso de Mello",
"Ellen Gracie",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Francisco de Assis Vieira Sanseverino",
"Carlos Alberto Cantanhede",
"AYRES BRITTO",
"PAULO RICARDO DA SILVA RIBEIRO",
"Joaquim Barbosa",
"Gilmar Mendes",
"Celso de Mello",
"Ellen Gracie",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Francisco de Assis Vieira Sanseverino",
"Carlos Alberto Cantanhede"
],
"TEMPO": [
"31",
"/",
"05",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"21",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"31 de maio de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"31 de maio de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"31",
"/",
"05",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"31",
"/",
"05",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"31",
"/",
"05",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"31",
"/",
"05",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"31",
".",
"05",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"31",
".",
"05",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
24/05/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 102.293 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:JOSE CARLOS ERTHAL
IMPTE.(S)
:MIGUEL ARCANJO DA CRUZ SILVA
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA: HABEAS CORPUS. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA.
COMPETÊNCIA
DO
JUÍZO.
DESDOBRAMENTO
DAS
INVESTIGAÇÕES. IDENTIFICAÇÃO, NO CURSO DAS DILIGÊNCIAS,
DE POLICIAL MILITAR COMO SUPOSTO AUTOR DO DELITO
APURADO. DESLOCAMENTO DA PERSECUÇÃO PARA A JUSTIÇA
MILITAR. VALIDADE DA INTERCEPTAÇÃO DEFERIDA PELO JUÍZO
ESTADUAL COMUM. ORDEM DENEGADA.
1. Não é ilícita a prova obtida mediante interceptação telefônica
autorizada por Juízo competente. O posterior reconhecimento da
incompetência do Juízo que deferiu a diligência não implica,
necessariamente, a invalidação da prova legalmente produzida. A não ser
que “o motivo da incompetência declarada [fosse] contemporâneo da decisão
judicial de que se cuida” (HC 81.260, da relatoria do ministro Sepúlveda
Pertence).
2. Não há por que impedir que o resultado das diligências encetadas
por autoridade judiciária até então competente seja utilizado para auxiliar
nas apurações que se destinam a cumprir um poder-dever que decola
diretamente da Constituição Federal (incisos XXXIX, LIII e LIV do art. 5º,
inciso I do art. 129 e art. 144 da CF). Isso, é claro, com as ressalvas da
jurisprudência do STF quanto aos limites da chamada prova emprestada
3. Os elementos informativos de uma investigação criminal, ou as
provas colhidas no bojo de instrução processual penal, desde que obtidos
mediante interceptação telefônica devidamente autorizada por Juízo
competente, admitem compartilhamento para fins de instruir
procedimento criminal ou mesmo procedimento administrativo
disciplinar contra os investigados. Possibilidade jurisprudencial que foi
ampliada, na Segunda Questão de Ordem no Inquérito 2.424 (da relatoria
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1629564.
Supremo Tribunal Federal
DJe 19/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 13
Ementa e Acórdão
HC 102.293 / RS
do ministro Cezar Peluso), para também autorizar o uso dessas mesmas
informações contra outros agentes.
4. Habeas corpus denegado.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em indeferir a ordem, o
que fazem nos termos do voto do Relator e por unanimidade de votos,
em sessão presidida pelo Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da
ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 24 de maio de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1629564.
Supremo Tribunal Federal
HC 102.293 / RS
do ministro Cezar Peluso), para também autorizar o uso dessas mesmas
informações contra outros agentes.
4. Habeas corpus denegado.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em indeferir a ordem, o
que fazem nos termos do voto do Relator e por unanimidade de votos,
em sessão presidida pelo Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da
ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 24 de maio de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 13
Relatório
24/05/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 102.293 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:JOSE CARLOS ERTHAL
IMPTE.(S)
:MIGUEL ARCANJO DA CRUZ SILVA
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Cuida-se de habeas corpus, aparelhado com pedido de medida
liminar, impetrado contra acórdão proferido pelo Superior Tribunal de
Justiça. Acórdão assim ementado:
“HABEAS CORPUS. NULIDADE DO PROCESSO POR
INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO. UTILIZAÇÃO DAS PROVAS
ALI PRODUZIDAS. IMPOSSIBILIDADE. INTERCEPTAÇÕES
TELEFÔNICAS DETERMINADAS POR OUTRO JUIZ
EVENTUALMENTE
COMPETENTE.
ELEMENTOS
COLHIDOS QUE NÃO SE ENQUADRAM NA
CONSIDERAÇÃO DE PROVA DERIVADA.
A prova produzida a partir de medida cautelar de
interceptação telefônica deferida no bojo de investigação
policial tida ocasionalmente como legal, porquanto competente,
àquela altura, o Juízo da Comarca que a compreendia, não deve
ser desconsiderada pela vertente da teoria dos frutos da árvore
envenenada, porquanto se apresenta para o processo como
diligência independente e autônoma.
A prova que se colheu no âmbito da ação penal eivada de
nulidade, por incompetência absoluta do Juízo processante, não
pode ser aceita por qualquer fundamento, não se mostrando
necessário o seu desentranhamento dos autos do processo no
Juízo considerado competente.
Ordem denegada.”
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
24/05/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 102.293 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:JOSE CARLOS ERTHAL
IMPTE.(S)
:MIGUEL ARCANJO DA CRUZ SILVA
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Cuida-se de habeas corpus, aparelhado com pedido de medida
liminar, impetrado contra acórdão proferido pelo Superior Tribunal de
Justiça. Acórdão assim ementado:
“HABEAS CORPUS. NULIDADE DO PROCESSO POR
INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO. UTILIZAÇÃO DAS PROVAS
ALI PRODUZIDAS. IMPOSSIBILIDADE. INTERCEPTAÇÕES
TELEFÔNICAS DETERMINADAS POR OUTRO JUIZ
EVENTUALMENTE
COMPETENTE.
ELEMENTOS
COLHIDOS QUE NÃO SE ENQUADRAM NA
CONSIDERAÇÃO DE PROVA DERIVADA.
A prova produzida a partir de medida cautelar de
interceptação telefônica deferida no bojo de investigação
policial tida ocasionalmente como legal, porquanto competente,
àquela altura, o Juízo da Comarca que a compreendia, não deve
ser desconsiderada pela vertente da teoria dos frutos da árvore
envenenada, porquanto se apresenta para o processo como
diligência independente e autônoma.
A prova que se colheu no âmbito da ação penal eivada de
nulidade, por incompetência absoluta do Juízo processante, não
pode ser aceita por qualquer fundamento, não se mostrando
necessário o seu desentranhamento dos autos do processo no
Juízo considerado competente.
Ordem denegada.”
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 13
Relatório
HC 102.293 / RS
2. Pois bem, o impetrante sustenta a nulidade da prova contida no
processo-crime a que o paciente responde. Argumenta que o magistrado
processante se valeu de escuta telefônica deferida em processo distinto.
Processo, esse, anulado por vício de incompetência. Isso em evidente
afronta às garantias constitucionais da ampla defesa e do contraditório.
Donde o pedido de concessão da ordem para o “desentranhamento dos
autos da prova nula (interceptação de comunicações telefônicas)” (fls. 28).
3. Prossigo neste relato da causa para anotar que indeferi a medida
liminar requestada e solicitei informações ao Juízo processante.
Informações que dão conta do seguinte (fls. 77-81):
“No que concerne à primeira interceptação telefônica
realizada (e que consta dos autos do Processo-Crime nº
343.06.02-02/2 – 2ª Auditoria da Justiça Militar Estadual),
necessário informar que tal medida investigativa se originou
em decisão judicial proferida no seio do inquérito policial n.
2942/05, da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Cachoeirinha.
Consta que esse expediente investigativo teve início para
investigar um roubo cometido a estabelecimento comercial,
naquele Município. [...]
Esclareça-se que o ofício lavrado pelo Delegado de
Cachoeirinha, de número 1443/05, fora dirigido ao colega da
Delegacia de Esteio, eis que lhe remetia parte das transcrições
das conversas telefônicas legalmente interceptadas, nas quais
extraídas úteis revelações sobre envolvimento daqueles
mesmos investigados, porém em roubo praticado em Esteio, a
um Bingo. E, referentemente a esse roubo ao Bingo, já estava em
curso o inquérito policial 1464/05-100522-A, na DP de Esteio.
O Ofício 1443/05, é importante informar, já naquela
ocasião fez expressa referência ao nome de um dos investigados
como sendo o policial militar Dinarte Roger Silveira Pereira,
lotado no 15º BPM, e supostamente envolvido nos roubos.
Esclareça-se que o inquérito policial n, 1464/05-1005522-A,
da Delegacia de Esteio, foi instaurado para apuração de crime
de roubo [...] com a participação de vários indivíduos armados,
2
Supremo Tribunal Federal
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HC 102.293 / RS
2. Pois bem, o impetrante sustenta a nulidade da prova contida no
processo-crime a que o paciente responde. Argumenta que o magistrado
processante se valeu de escuta telefônica deferida em processo distinto.
Processo, esse, anulado por vício de incompetência. Isso em evidente
afronta às garantias constitucionais da ampla defesa e do contraditório.
Donde o pedido de concessão da ordem para o “desentranhamento dos
autos da prova nula (interceptação de comunicações telefônicas)” (fls. 28).
3. Prossigo neste relato da causa para anotar que indeferi a medida
liminar requestada e solicitei informações ao Juízo processante.
Informações que dão conta do seguinte (fls. 77-81):
“No que concerne à primeira interceptação telefônica
realizada (e que consta dos autos do Processo-Crime nº
343.06.02-02/2 – 2ª Auditoria da Justiça Militar Estadual),
necessário informar que tal medida investigativa se originou
em decisão judicial proferida no seio do inquérito policial n.
2942/05, da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Cachoeirinha.
Consta que esse expediente investigativo teve início para
investigar um roubo cometido a estabelecimento comercial,
naquele Município. [...]
Esclareça-se que o ofício lavrado pelo Delegado de
Cachoeirinha, de número 1443/05, fora dirigido ao colega da
Delegacia de Esteio, eis que lhe remetia parte das transcrições
das conversas telefônicas legalmente interceptadas, nas quais
extraídas úteis revelações sobre envolvimento daqueles
mesmos investigados, porém em roubo praticado em Esteio, a
um Bingo. E, referentemente a esse roubo ao Bingo, já estava em
curso o inquérito policial 1464/05-100522-A, na DP de Esteio.
O Ofício 1443/05, é importante informar, já naquela
ocasião fez expressa referência ao nome de um dos investigados
como sendo o policial militar Dinarte Roger Silveira Pereira,
lotado no 15º BPM, e supostamente envolvido nos roubos.
Esclareça-se que o inquérito policial n, 1464/05-1005522-A,
da Delegacia de Esteio, foi instaurado para apuração de crime
de roubo [...] com a participação de vários indivíduos armados,
2
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Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1629565.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 13
Relatório
HC 102.293 / RS
dentre os quais, o auxílio de policiais militares. Dito inquérito,
aliás, foi instaurado, é bom frisar, antes de o Sr. Delegado ter
acesso ao conteúdo das interceptações telefônicas realizadas
naquele Município de Cachoeirinha.
[...]
Em razão das apurações feitas durante o IP 1464/05-
100522-A, houve comunicação do envolvimento dos militares à
Brigada Militar, nesta Capital, em virtude da qual, em 22 de
novembro de 2005, mediante a Portaria 3338/05, o Comando de
Policiamento Metropolitano, na pessoa do Comandante Cel
Paulo Roberto Mendes Rodrigues, determinou a instauração de
inquérito policial militar para continuação das investigações,
dadas as peças já existentes, inclusive cópias de mandados de
prisão expedidos contra os mesmos militares, por decisão
proferida na Comarca de Esteio.
Informe-se que o inquérito policial n. 1464/05 -Esteio,
culminou com o oferecimento de denúncia perante a 2ª Vara da
Comarca de Esteio, em 19.12.2005 [...] ao encerramento do
processo, a sentença prolatada pela Juíza, julgou parcialmente
procedente a denúncia apenas contra o Sd Dinarte Roger
Pereira e Sd José Carlos Esthal, condenando-os pelo crime do
art. 157, parágrafo 2, inciso I e II e art. 61, inciso 2, g do CPB.
Posteriormente, em sede recursal, [...] foi declarada a
competência da Justiça Militar apenas para apreciação da
acusação relacionada ao roubo, no que concerne ao ora
impetrante e seus colegas policiais militares.
Desse modo, não houve declaração de incompetência da
Justiça Comum Estadual para apreciação do delito de formação
de quadrilha, no qual o ora impetrante também fora
denunciado [...]
Consigne-se que, quando este Juízo foi cientificado da
referida decisão, já estava em curso a ação penal instaurada
nesta 2ª Auditoria da Justiça Militar Estadual - Processo
Criminal n. 343.06.02.02/2 [...].
Informo, por fim, que durante o Inquérito Policial Militar
– que originou o presente processo criminal – igualmente foram
3
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HC 102.293 / RS
dentre os quais, o auxílio de policiais militares. Dito inquérito,
aliás, foi instaurado, é bom frisar, antes de o Sr. Delegado ter
acesso ao conteúdo das interceptações telefônicas realizadas
naquele Município de Cachoeirinha.
[...]
Em razão das apurações feitas durante o IP 1464/05-
100522-A, houve comunicação do envolvimento dos militares à
Brigada Militar, nesta Capital, em virtude da qual, em 22 de
novembro de 2005, mediante a Portaria 3338/05, o Comando de
Policiamento Metropolitano, na pessoa do Comandante Cel
Paulo Roberto Mendes Rodrigues, determinou a instauração de
inquérito policial militar para continuação das investigações,
dadas as peças já existentes, inclusive cópias de mandados de
prisão expedidos contra os mesmos militares, por decisão
proferida na Comarca de Esteio.
Informe-se que o inquérito policial n. 1464/05 -Esteio,
culminou com o oferecimento de denúncia perante a 2ª Vara da
Comarca de Esteio, em 19.12.2005 [...] ao encerramento do
processo, a sentença prolatada pela Juíza, julgou parcialmente
procedente a denúncia apenas contra o Sd Dinarte Roger
Pereira e Sd José Carlos Esthal, condenando-os pelo crime do
art. 157, parágrafo 2, inciso I e II e art. 61, inciso 2, g do CPB.
Posteriormente, em sede recursal, [...] foi declarada a
competência da Justiça Militar apenas para apreciação da
acusação relacionada ao roubo, no que concerne ao ora
impetrante e seus colegas policiais militares.
Desse modo, não houve declaração de incompetência da
Justiça Comum Estadual para apreciação do delito de formação
de quadrilha, no qual o ora impetrante também fora
denunciado [...]
Consigne-se que, quando este Juízo foi cientificado da
referida decisão, já estava em curso a ação penal instaurada
nesta 2ª Auditoria da Justiça Militar Estadual - Processo
Criminal n. 343.06.02.02/2 [...].
Informo, por fim, que durante o Inquérito Policial Militar
– que originou o presente processo criminal – igualmente foram
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Relatório
HC 102.293 / RS
deferidas, por este Juízo Militar, novas interceptações
telefônicas, realizadas com a mesma finalidade de apurar o
envolvimento dos policiais militares supracitados no delito
praticado ao Bingo Gold Games, no Município de Esteio.
[...]”
4. À derradeira, averbo que a Procuradoria-Geral da República
opinou pela denegação da ordem.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
4
Supremo Tribunal Federal
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HC 102.293 / RS
deferidas, por este Juízo Militar, novas interceptações
telefônicas, realizadas com a mesma finalidade de apurar o
envolvimento dos policiais militares supracitados no delito
praticado ao Bingo Gold Games, no Município de Esteio.
[...]”
4. À derradeira, averbo que a Procuradoria-Geral da República
opinou pela denegação da ordem.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
4
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
24/05/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 102.293 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Feito o relatório, consigno, de saída, que a criminalidade dos dias
correntes não impressiona tanto pelo seu aumento quantitativo,
admitamos, mas pela sofisticação no respectivo planejamento e execução;
especialmente quando perpetrada pela via do enquadrilhamento, não
raro a envolver agentes estatais de segurança pública. E é nessa
contextura que se inscreve o tema da interceptação telefônica
judicialmente autorizada. Tema, esse, focadamente versado no inciso XII
do art. 5º da Constituição Federal:
“XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal”.
(Sem destaques no original.)
7. Dito isso, leio a representação policial pela quebra do sigilo
telefônico, formulada no bojo do Inquérito nº 2.942/05, da 1ª Delegacia de
Polícia Civil de Cachoeirinha/RS, in verbis:
“Em data de 22/SET/05, conforme registro de ocorrência
100430/4686/2005, Lázaro Gonçalves Martins, sócio-gerente da
Empresa Greenplast [...] comunica que por volta das 00h20min,
aproximadamente, 15 pessoas, encapuzadas, invadiram a firma,
de onde roubaram a quantia, aproximada, de 40 toneladas de
polietileno, equipamentos de informática, 03 caminhões e uma
camioneta marca Volkswagen, modelo Kombi.
Na manhã dos fatos, enquanto estava sendo registrada a
ocorrência, Lázaro recebeu ligação telefônica, oriunda de um
celular com identificação bloqueada, tendo o interlocutor dito
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24/05/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 102.293 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Feito o relatório, consigno, de saída, que a criminalidade dos dias
correntes não impressiona tanto pelo seu aumento quantitativo,
admitamos, mas pela sofisticação no respectivo planejamento e execução;
especialmente quando perpetrada pela via do enquadrilhamento, não
raro a envolver agentes estatais de segurança pública. E é nessa
contextura que se inscreve o tema da interceptação telefônica
judicialmente autorizada. Tema, esse, focadamente versado no inciso XII
do art. 5º da Constituição Federal:
“XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal”.
(Sem destaques no original.)
7. Dito isso, leio a representação policial pela quebra do sigilo
telefônico, formulada no bojo do Inquérito nº 2.942/05, da 1ª Delegacia de
Polícia Civil de Cachoeirinha/RS, in verbis:
“Em data de 22/SET/05, conforme registro de ocorrência
100430/4686/2005, Lázaro Gonçalves Martins, sócio-gerente da
Empresa Greenplast [...] comunica que por volta das 00h20min,
aproximadamente, 15 pessoas, encapuzadas, invadiram a firma,
de onde roubaram a quantia, aproximada, de 40 toneladas de
polietileno, equipamentos de informática, 03 caminhões e uma
camioneta marca Volkswagen, modelo Kombi.
Na manhã dos fatos, enquanto estava sendo registrada a
ocorrência, Lázaro recebeu ligação telefônica, oriunda de um
celular com identificação bloqueada, tendo o interlocutor dito
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 102.293 / RS
atender por Júnior e ofertado a informação de onde os
caminhões e a camioneta, bem como a carga poderiam ser
localizadas e, ainda, daria a identificação de dois funcionários
da empresa que facilitaram a ação dos meliantes, isto mediante
o pagamento de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
Diante de tal proposta, o chefe da Seção de Investigações
desta Delegacia, passou a atender o telefone, identificando-se
como sendo a pessoa de Lázaro e tentar marcar um encontro
para entregarem o valor solicitado.
Imaginando que a empresa havia concordado em pagar a
quantia exigida, o sedizente Junior forneceu o numero de um
aparelho celular, sendo este 75-91916450, bem como o numero
de uma conta corrente do Banco Bradesco [...], dizendo que ao
confirmar estar o dinheiro depositado, iria providenciar na
entrega dos veículos.
[...]
Em Sapucaia do Sul/RS, conseguimos localizar e inquirir
Carlos Alexandre de Mello, pessoa esta que foi contratada por
um dos meliantes e este propôs, ofertando o pagamento de R$
5.000,00 (cinco mil reais), para que Carlos cedesse o pátio da
residência e descarregassem uma carga no local, sendo que o
pagamento não foi realizado, apenas um caminhão foi
descarregado no local e transferido para outro veículo, parte da
tarde.
O contratante forneceu para Carlos o número de um
celular, este é 51-84024971, caso de um futuro contato; quando
da demora na retirada da carga, o contratante forneceu os
números 51-84392159 e 51-84394137, para que Carlos
confirmasse que o caminhão que iria apanhar a carga, estava
próximo ou distante.
[...]”
8. Nessa contextura, o Juízo de Direito responsável pela supervisão
do Inquérito Policial nº 2.942/05 deu pela imprescindibilidade da medida
requestada e autorizou a interceptação das chamadas dos telefones
referidos na representação policial. Do que se seguiu a descoberta de
2
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HC 102.293 / RS
atender por Júnior e ofertado a informação de onde os
caminhões e a camioneta, bem como a carga poderiam ser
localizadas e, ainda, daria a identificação de dois funcionários
da empresa que facilitaram a ação dos meliantes, isto mediante
o pagamento de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
Diante de tal proposta, o chefe da Seção de Investigações
desta Delegacia, passou a atender o telefone, identificando-se
como sendo a pessoa de Lázaro e tentar marcar um encontro
para entregarem o valor solicitado.
Imaginando que a empresa havia concordado em pagar a
quantia exigida, o sedizente Junior forneceu o numero de um
aparelho celular, sendo este 75-91916450, bem como o numero
de uma conta corrente do Banco Bradesco [...], dizendo que ao
confirmar estar o dinheiro depositado, iria providenciar na
entrega dos veículos.
[...]
Em Sapucaia do Sul/RS, conseguimos localizar e inquirir
Carlos Alexandre de Mello, pessoa esta que foi contratada por
um dos meliantes e este propôs, ofertando o pagamento de R$
5.000,00 (cinco mil reais), para que Carlos cedesse o pátio da
residência e descarregassem uma carga no local, sendo que o
pagamento não foi realizado, apenas um caminhão foi
descarregado no local e transferido para outro veículo, parte da
tarde.
O contratante forneceu para Carlos o número de um
celular, este é 51-84024971, caso de um futuro contato; quando
da demora na retirada da carga, o contratante forneceu os
números 51-84392159 e 51-84394137, para que Carlos
confirmasse que o caminhão que iria apanhar a carga, estava
próximo ou distante.
[...]”
8. Nessa contextura, o Juízo de Direito responsável pela supervisão
do Inquérito Policial nº 2.942/05 deu pela imprescindibilidade da medida
requestada e autorizou a interceptação das chamadas dos telefones
referidos na representação policial. Do que se seguiu a descoberta de
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 13
Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 102.293 / RS
indícios de outro delito (roubo do Bingo Gold Games). Delito, esse,
supostamente ocorrido na Comarca de Esteio/RS. Pelo que a 1ª Delegacia
de Cachoerinha/RS encaminhou à Delegacia de Esteio/RS a degravação de
conversas entre os supostos agentes envolvidos no roubo ao Bingo.
9. Nessa contextura, a defesa alega que o conteúdo desses contatos
telefônicos é imprestável para o exame da materialidade e da autoria do
roubo ao Bingo Gold Games. Isso porque “a prova emprestada é qualificada
como prova ilícita, porque realizada com inobservância dos princípios
constitucionais do contraditório e do devido processo legal” (fls. 04).
10. Muito bem. Antes de focadamente examinar o tema da prova
emprestada, ressalto que o Supremo Tribunal Federal já enfrentou a
questão da competência para autorizar a interceptação telefônica.
Refiro-me ao HC 81.260, da relatoria do ministro Sepúlveda Pertence,
julgado na Sessão Plenária de 14/11/2001. Na oportunidade, quanto às
interceptações deferidas no curso de procedimentos investigatórios,
assentou-se o seguinte:
“[...] é óbvio que o problema da identificação do juízo
competente se põe de imediato, também com relação a tais
medidas cautelares pré-processuais – sejam eles de caráter
propriamente jurisdicional ou administrativo, ditas de
jurisdição voluntária – mas em momento no qual ainda não se
pode partir – no que tange à competência material -, do
elemento decisivo de sua determinação para o processo, que é o
conteúdo da denúncia.
Aí, parece claro, o ponto de partida para a fixação da
competência – não podendo ser o fato imputado, que só a
denúncia, eventual e futura, precisará – haverá de ser o fato
suspeitado, vale dizer, o objeto do inquérito policial em curso.
[...]”
(Sem destaques no original.)
11. Na linha da decisão Plenária do Supremo Tribunal Federal,
eventual e posterior reconhecimento da incompetência do Juízo que
autorizou a interceptação telefônica não implica, necessariamente, a
3
Supremo Tribunal Federal
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indícios de outro delito (roubo do Bingo Gold Games). Delito, esse,
supostamente ocorrido na Comarca de Esteio/RS. Pelo que a 1ª Delegacia
de Cachoerinha/RS encaminhou à Delegacia de Esteio/RS a degravação de
conversas entre os supostos agentes envolvidos no roubo ao Bingo.
9. Nessa contextura, a defesa alega que o conteúdo desses contatos
telefônicos é imprestável para o exame da materialidade e da autoria do
roubo ao Bingo Gold Games. Isso porque “a prova emprestada é qualificada
como prova ilícita, porque realizada com inobservância dos princípios
constitucionais do contraditório e do devido processo legal” (fls. 04).
10. Muito bem. Antes de focadamente examinar o tema da prova
emprestada, ressalto que o Supremo Tribunal Federal já enfrentou a
questão da competência para autorizar a interceptação telefônica.
Refiro-me ao HC 81.260, da relatoria do ministro Sepúlveda Pertence,
julgado na Sessão Plenária de 14/11/2001. Na oportunidade, quanto às
interceptações deferidas no curso de procedimentos investigatórios,
assentou-se o seguinte:
“[...] é óbvio que o problema da identificação do juízo
competente se põe de imediato, também com relação a tais
medidas cautelares pré-processuais – sejam eles de caráter
propriamente jurisdicional ou administrativo, ditas de
jurisdição voluntária – mas em momento no qual ainda não se
pode partir – no que tange à competência material -, do
elemento decisivo de sua determinação para o processo, que é o
conteúdo da denúncia.
Aí, parece claro, o ponto de partida para a fixação da
competência – não podendo ser o fato imputado, que só a
denúncia, eventual e futura, precisará – haverá de ser o fato
suspeitado, vale dizer, o objeto do inquérito policial em curso.
[...]”
(Sem destaques no original.)
11. Na linha da decisão Plenária do Supremo Tribunal Federal,
eventual e posterior reconhecimento da incompetência do Juízo que
autorizou a interceptação telefônica não implica, necessariamente, a
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 13
Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 102.293 / RS
invalidação da prova legalmente produzida. A não ser, é claro, que “o
motivo da incompetência declarada [fosse] contemporâneo da decisão judicial de
que se cuida” (trecho do voto do ministro Sepúlveda Pertence, no HC
81.260).
12. E o que se deu na concreta situação dos autos? O Juízo de Direito
de Cachoeirinha/RS, no bojo de inquérito instaurado para apurar delitos
ocorridos naquela Comarca, autorizou interceptações telefônicas.
Interceptações que revelaram a ocorrência de suposto delito de roubo na
Comarca de Esteio/RS. Comarca em que já se investigava o referido crime
patrimonial, nos autos do IP nº 1.464/05-1005522-A. Autos aos quais,
repito, foram juntadas algumas das degravações constantes do Inquérito
nº 2.942/05 (da 1ª Delegacia de Cachoeirinha/RS). Donde a pergunta: há
alguma nulidade na remessa dos indícios surgidos no curso da diligência
deferida pelo Juízo de Cachoeirinha para o procedimento investigativo já
em curso na Comarca de Esteio?
13. Penso que não. E assim afirmo porque não vejo como impedir
que o resultado das diligências encetadas por autoridade judiciária até
então competente seja utilizado para auxiliar nas apurações que se
destinam a cumprir um poder-dever que decola diretamente da
Constituição Federal (incisos XXXIX, LIII e LIV do art. 5º, inciso I do art.
129 e art. 144 da CF). Isso, é claro, com as ressalvas que encontro em
nossa jurisprudência sobre os limites da chamada prova emprestada1.
Jurisprudência da qual extraio, por amostragem, o seguinte julgado:
“PROCESSUAL
PENAL.
HABEAS
CORPUS.
LATROCÍNIO. SENTENÇA CONDENATÓRIA. NULIDADE.
AUSÊNCIA. PROVA EMPRESTADA. VIOLAÇÃO AO
CONTRADITÓRIO E À AMPLA DEFESA. INOCORRÊNCIA.
EXISTÊNCIA DE VASTO CONJUNTO PROBATÓRIO A
FUNDAMENTAR A SENTENÇA. REEXAME DE FATOS E
PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. ORDEM DENEGADA.
1
Prova, essa, que não pode ser a única a embasar o decreto condenatório e é de ser
submetida ao contraditório. Confira-se, a propósito, o HC 67.064, da relatoria do ministro
Aldir Passarinho.
4
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HC 102.293 / RS
invalidação da prova legalmente produzida. A não ser, é claro, que “o
motivo da incompetência declarada [fosse] contemporâneo da decisão judicial de
que se cuida” (trecho do voto do ministro Sepúlveda Pertence, no HC
81.260).
12. E o que se deu na concreta situação dos autos? O Juízo de Direito
de Cachoeirinha/RS, no bojo de inquérito instaurado para apurar delitos
ocorridos naquela Comarca, autorizou interceptações telefônicas.
Interceptações que revelaram a ocorrência de suposto delito de roubo na
Comarca de Esteio/RS. Comarca em que já se investigava o referido crime
patrimonial, nos autos do IP nº 1.464/05-1005522-A. Autos aos quais,
repito, foram juntadas algumas das degravações constantes do Inquérito
nº 2.942/05 (da 1ª Delegacia de Cachoeirinha/RS). Donde a pergunta: há
alguma nulidade na remessa dos indícios surgidos no curso da diligência
deferida pelo Juízo de Cachoeirinha para o procedimento investigativo já
em curso na Comarca de Esteio?
13. Penso que não. E assim afirmo porque não vejo como impedir
que o resultado das diligências encetadas por autoridade judiciária até
então competente seja utilizado para auxiliar nas apurações que se
destinam a cumprir um poder-dever que decola diretamente da
Constituição Federal (incisos XXXIX, LIII e LIV do art. 5º, inciso I do art.
129 e art. 144 da CF). Isso, é claro, com as ressalvas que encontro em
nossa jurisprudência sobre os limites da chamada prova emprestada1.
Jurisprudência da qual extraio, por amostragem, o seguinte julgado:
“PROCESSUAL
PENAL.
HABEAS
CORPUS.
LATROCÍNIO. SENTENÇA CONDENATÓRIA. NULIDADE.
AUSÊNCIA. PROVA EMPRESTADA. VIOLAÇÃO AO
CONTRADITÓRIO E À AMPLA DEFESA. INOCORRÊNCIA.
EXISTÊNCIA DE VASTO CONJUNTO PROBATÓRIO A
FUNDAMENTAR A SENTENÇA. REEXAME DE FATOS E
PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. ORDEM DENEGADA.
1
Prova, essa, que não pode ser a única a embasar o decreto condenatório e é de ser
submetida ao contraditório. Confira-se, a propósito, o HC 67.064, da relatoria do ministro
Aldir Passarinho.
4
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 13
Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 102.293 / RS
I - O exame da alegação de nulidade da sentença
condenatória, por estar baseada somente em prova emprestada,
é inviável na estreita via do habeas corpus, que não admite
revolvimento do contexto fático-probatório.
II - Ainda que assim não fosse, o acórdão atacado assentou
estar o édito condenatório fundado em vasto conjunto de
evidências e não apenas na prova emprestada, o que afasta a
alegação de sua nulidade. III - Ordem denegada.”
(HC 95.186, da relatoria do ministro Ricardo Lewandowski.)
14. Com efeito, os elementos informativos de uma investigação
criminal, ou as provas colhidas no bojo de instrução processual penal,
desde que obtidos mediante interceptação telefônica devidamente
autorizada por Juízo competente, admitem compartilhamento para fins
de instruir processo criminal ou mesmo administrativo disciplinar contra
os investigados. Possibilidade que foi ampliada, na Segunda Questão de
Ordem no Inquérito 2.424 (da relatoria do ministro Cezar Peluso), para
também autorizar o uso dessas mesmas informações contra outros
agentes. Reproduzo a ementa respectiva:
“prova emprestada. Penal. Interceptação telefônica. Escuta
ambiental. Autorização judicial e produção para fim de investigação
criminal. Suspeita de delitos cometidos por autoridades e agentes
públicos. Dados obtidos em inquérito policial. Uso em procedimento
administrativo disciplinar, contra outros servidores, cujos
eventuais ilícitos administrativos teriam despontado à
colheita dessa prova. Admissibilidade. Resposta afirmativa a
questão de ordem. Inteligência do art. 5º, inc. XII, da CF, e do art. 1º
da Lei federal nº 9.296/96. Precedente. Voto vencido. Dados obtidos
em interceptação de comunicações telefônicas e em escutas ambientais,
judicialmente autorizadas para produção de prova em investigação
criminal ou em instrução processual penal, podem ser usados em
procedimento administrativo disciplinar, contra a mesma ou as
mesmas pessoas em relação às quais foram colhidos, ou contra outros
servidores cujos supostos ilícitos teriam despontado à colheita
5
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HC 102.293 / RS
I - O exame da alegação de nulidade da sentença
condenatória, por estar baseada somente em prova emprestada,
é inviável na estreita via do habeas corpus, que não admite
revolvimento do contexto fático-probatório.
II - Ainda que assim não fosse, o acórdão atacado assentou
estar o édito condenatório fundado em vasto conjunto de
evidências e não apenas na prova emprestada, o que afasta a
alegação de sua nulidade. III - Ordem denegada.”
(HC 95.186, da relatoria do ministro Ricardo Lewandowski.)
14. Com efeito, os elementos informativos de uma investigação
criminal, ou as provas colhidas no bojo de instrução processual penal,
desde que obtidos mediante interceptação telefônica devidamente
autorizada por Juízo competente, admitem compartilhamento para fins
de instruir processo criminal ou mesmo administrativo disciplinar contra
os investigados. Possibilidade que foi ampliada, na Segunda Questão de
Ordem no Inquérito 2.424 (da relatoria do ministro Cezar Peluso), para
também autorizar o uso dessas mesmas informações contra outros
agentes. Reproduzo a ementa respectiva:
“prova emprestada. Penal. Interceptação telefônica. Escuta
ambiental. Autorização judicial e produção para fim de investigação
criminal. Suspeita de delitos cometidos por autoridades e agentes
públicos. Dados obtidos em inquérito policial. Uso em procedimento
administrativo disciplinar, contra outros servidores, cujos
eventuais ilícitos administrativos teriam despontado à
colheita dessa prova. Admissibilidade. Resposta afirmativa a
questão de ordem. Inteligência do art. 5º, inc. XII, da CF, e do art. 1º
da Lei federal nº 9.296/96. Precedente. Voto vencido. Dados obtidos
em interceptação de comunicações telefônicas e em escutas ambientais,
judicialmente autorizadas para produção de prova em investigação
criminal ou em instrução processual penal, podem ser usados em
procedimento administrativo disciplinar, contra a mesma ou as
mesmas pessoas em relação às quais foram colhidos, ou contra outros
servidores cujos supostos ilícitos teriam despontado à colheita
5
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1629566.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 13
Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 102.293 / RS
dessa prova.”
(Sem destaques no original.)
15. Já me encaminhando para o desfecho deste voto, consigno que o
posterior reconhecimento da competência da Justiça castrense para o
processamento do paciente não invalida a medida pré-processual
legalmente realizada no bojo do Inquérito 2.942/05 da 1ª Delegacia de
Cachoeirinha/RS. E assim afirmo porque, na data da autorização da
quebra do sigilo telefônico, não havia, ao menos à luz desta ação
constitucional, nenhum elemento que excluísse, a princípio, a
competência do Juízo comum daquela Comarca. Sendo certo que foi o
próprio desdobramento da persecução criminal a causa da ulterior
declaração da incompetência da Justiça comum estadual para o
julgamento do delito de roubo, supostamente protagonizado pelo
paciente. Reconhecimento, esse, que nem sequer se estendeu ao delito de
quadrilha, também narrado na inicial acusatória.
16. Esse o quadro, denego a ordem.
17. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
6
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
HC 102.293 / RS
dessa prova.”
(Sem destaques no original.)
15. Já me encaminhando para o desfecho deste voto, consigno que o
posterior reconhecimento da competência da Justiça castrense para o
processamento do paciente não invalida a medida pré-processual
legalmente realizada no bojo do Inquérito 2.942/05 da 1ª Delegacia de
Cachoeirinha/RS. E assim afirmo porque, na data da autorização da
quebra do sigilo telefônico, não havia, ao menos à luz desta ação
constitucional, nenhum elemento que excluísse, a princípio, a
competência do Juízo comum daquela Comarca. Sendo certo que foi o
próprio desdobramento da persecução criminal a causa da ulterior
declaração da incompetência da Justiça comum estadual para o
julgamento do delito de roubo, supostamente protagonizado pelo
paciente. Reconhecimento, esse, que nem sequer se estendeu ao delito de
quadrilha, também narrado na inicial acusatória.
16. Esse o quadro, denego a ordem.
17. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
6
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 13
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 102.293
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S) : JOSE CARLOS ERTHAL
IMPTE.(S) : MIGUEL ARCANJO DA CRUZ SILVA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Indeferida a ordem, nos termos do voto do Relator.
Decisão unânime. 2ª Turma, 24.05.2011.
Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Ellen Gracie, Ayres
Britto e Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Mário José Gisi.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1211653
Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 102.293
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S) : JOSE CARLOS ERTHAL
IMPTE.(S) : MIGUEL ARCANJO DA CRUZ SILVA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Indeferida a ordem, nos termos do voto do Relator.
Decisão unânime. 2ª Turma, 24.05.2011.
Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Ellen Gracie, Ayres
Britto e Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Mário José Gisi.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 13
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1642240 | 2011-05-24T00:00:00 | 2011-12-19T00:00:00 | Indeferida a ordem, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. 2ª Turma, 24.05.2011. | HABEAS CORPUS | Ementa: HABEAS CORPUS. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. COMPETÊNCIA DO JUÍZO. DESDOBRAMENTO DAS INVESTIGAÇÕES. IDENTIFICAÇÃO, NO CURSO DAS DILIGÊNCIAS, DE POLICIAL MILITAR COMO SUPOSTO AUTOR DO DELITO APURADO. DESLOCAMENTO DA PERSECUÇÃO PARA A JUSTIÇA MILITAR. VALIDADE DA INTERCEPTAÇÃO DEFERIDA PELO JUÍZO ESTADUAL COMUM. ORDEM DENEGADA.
1. Não é ilícita a prova obtida mediante interceptação telefônica autorizada por Juízo competente. O posterior reconhecimento da incompetência do Juízo que deferiu a diligência não implica, necessariamente, a invalidação da prova legalmente produzida. A não ser que “o motivo da incompetência declarada [fosse] contemporâneo da decisão judicial de que se cuida” (HC 81.260, da relatoria do ministro Sepúlveda Pertence).
2. Não há por que impedir que o resultado das diligências encetadas por autoridade judiciária até então competente seja utilizado para auxiliar nas apurações que se destinam a cumprir um poder-dever que decola diretamente da Constituição Federal (incisos XXXIX, LIII e LIV do art. 5º, inciso I do art. 129 e art. 144 da CF). Isso, é claro, com as ressalvas da jurisprudência do STF quanto aos limites da chamada prova emprestada
3. Os elementos informativos de uma investigação criminal, ou as provas colhidas no bojo de instrução processual penal, desde que obtidos mediante interceptação telefônica devidamente autorizada por Juízo competente, admitem compartilhamento para fins de instruir procedimento criminal ou mesmo procedimento administrativo disciplinar contra os investigados. Possibilidade jurisprudencial que foi ampliada, na Segunda Questão de Ordem no Inquérito 2.424 (da relatoria do ministro Cezar Peluso), para também autorizar o uso dessas mesmas informações contra outros agentes.
4. Habeas corpus denegado. | sjur203156 | - Acórdãos citados: Inq 2424 QO-QO, HC 67064, HC 81260, HC 95186.
- Veja Inquérito Policial 1464/05-1005522-A da Delegacia de Polícia Civil de Esteio/RS e 2942 da 1ª Delegacia
de Polícia Civil de Cachoeirinha/RS.
Número de páginas: 13.
Análise: 09/01/2012, MMR.
Revisão: 18/01/2012, KBP. | AYRES BRITTO | Segunda Turma | 102293 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00005 INC-00012 INC-00039 INC-00053\r\n INC-00054 ART-00129 INC-00001 ART-00144 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL"
] | HC | acordaos | HC 102293 | [
""
] | PACTE.(S) : JOSE CARLOS ERTHAL
IMPTE.(S) : MIGUEL ARCANJO DA CRUZ SILVA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 102 . 293",
"HC 81 . 260",
"HC 102 . 293 / RS",
"HC 102 . 293 / RS",
"HABEAS CORPUS 102 . 293",
"HABEAS CORPUS 102 . 293",
"HC 102 . 293 / RS",
"Processo",
"-",
"Crime [UNK] 343 . 06 . 02 - 02 / 2",
"HC 102 . 293 / RS",
"Processo",
"Crime [UNK] 343 . 06 . 02 - 02 / 2",
"inquérito",
"HC 102 . 293 / RS",
"HC 102 . 293 / RS",
"Processo Criminal n . 343 . 06 . 02 . 02 / 2",
"HC 102 . 293 / RS",
"HC 102 . 293 / RS",
"HABEAS CORPUS 102 . 293",
"Inquérito [UNK] 2 . 942 / 05",
"HABEAS CORPUS 102 . 293",
"Inquérito [UNK] 2 . 942 / 05",
"HC 102 . 293 / RS",
"Inquérito Policial [UNK] 2 . 942 / 05",
"HC 102 . 293 / RS",
"Inquérito Policial [UNK] 2 . 942 / 05",
"HC 102 . 293 / RS",
"HC 81 . 260",
"HC 102 . 293 / RS",
"HC 81 . 260",
"HC 102 . 293 / RS",
"HC 81 . 260",
"Inquérito [UNK] 2 . 942 / 05",
"HC 67 . 064",
"HC 102 . 293 / RS",
"HC 81 . 260",
"IP [UNK] 1 . 464 / 05 - 1005522 -",
"Inquérito [UNK] 2 . 942 / 05",
"HC 67 . 064",
"HC 102 . 293 / RS",
"HC 95 . 186",
"HC 102 . 293 / RS",
"HC 95 . 186",
"HC 102 . 293 / RS",
"Inquérito 2 . 942 / 05",
"HC 102 . 293 / RS",
"Inquérito 2 . 942 / 05",
"HABEAS CORPUS 102 . 293",
"HABEAS CORPUS 102 . 293"
],
"LEGISLACAO": [
"Constituição Federal",
"incisos XXXIX , LIII e LIV do art . [UNK] , inciso I do art . 129 e",
"art . 144 da CF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 157 , parágrafo 2 , inciso I e II e art . 61 , inciso 2 , g do CPB",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 157 , parágrafo 2 , inciso I e II e art . 61 , inciso 2 , g do CPB",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso XII do art . [UNK] da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso XII do art . [UNK] da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"/",
"2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"incisos XXXIX , LIII e LIV do art . [UNK] , inciso I do art . 129 e",
"art . 144 da CF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"incisos XXXIX , LIII e LIV do art . [UNK] , inciso I do art . 129 e",
"art . 144 da CF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , inc . XII , da CF",
"art . [UNK] da Lei federal [UNK] 9 . 296 / 96",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , inc . XII , da CF",
"art . [UNK] da Lei federal [UNK] 9 . 296 / 96",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"RIO GRANDE DO SUL",
"Brasília",
"Brasília",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"Cachoeirinha",
"Esteio",
"Esteio",
"Cachoeirinha",
"Esteio",
"Esteio",
"Município",
"Cachoeirinha",
"Comarca de Esteio",
"Município",
"Comarca de Esteio",
"Município de Esteio",
"Município de",
"Esteio",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"Sapucaia do Sul / RS",
"Sapucaia do Sul / RS",
"Comarca de Esteio / RS",
"Comarca de Esteio / RS",
"Cachoeirinha",
"/",
"RS",
"Comarca de Esteio / RS",
"Cachoeirinha",
"Comarca de Esteio",
"Cachoeirinha",
"/",
"RS",
"Comarca de Esteio / RS",
"Cachoeirinha",
"Comarca de Esteio",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"STF",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] Auditoria da Justiça Militar Estadual",
"[UNK] Delegacia de Polícia Civil de Cachoeirinha",
"DP",
"[UNK] BPM",
"Delegacia de Esteio",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Auditoria da Justiça Militar Estadual",
"[UNK] Delegacia de Polícia Civil de Cachoeirinha",
"Delegacia",
"[UNK] BPM",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Brigada Militar",
"Comando de Policiamento Metropolitano",
"[UNK] Vara da Comarca de Esteio",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Brigada Militar",
"Comando de Policiamento Metropolitano",
"[UNK] Vara da Comarca de Esteio",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Bingo Gold Games",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Bingo Gold Games",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Delegacia de Polícia Civil de Cachoeirinha / RS",
"Greenplast",
"Volkswagen",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Delegacia de Polícia Civil de Cachoeirinha / RS",
"Greenplast",
"Volkswagen",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Banco Bradesco",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Banco Bradesco",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Bingo Gold Games",
"[UNK] Delegacia de Cachoerinha / RS",
"Delegacia de Esteio / RS",
"Bingo Gold Games",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Bingo Gold Games",
"[UNK] Delegacia de Cachoerinha / RS",
"Delegacia de Esteio / RS",
"Bingo Gold Games",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] Delegacia de Cachoeirinha / RS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Delegacia de Cachoeirinha / RS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] Delegacia de Cachoeirinha / RS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Delegacia de Cachoeirinha / RS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"AYRES BRITTO",
"JOSE CARLOS ERTHAL",
"MIGUEL ARCANJO DA CRUZ SILVA",
"Sepúlveda Pertence",
"Cezar Peluso",
"Gilmar Mendes",
"AYRES BRITTO",
"Cezar Peluso",
"Gilmar Mendes",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"JOSE CARLOS ERTHAL",
"MIGUEL ARCANJO DA CRUZ SILVA",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"JOSE CARLOS ERTHAL",
"MIGUEL ARCANJO DA CRUZ SILVA",
"AYRES BRITTO",
"Dinarte Roger Silveira Pereira",
"Dinarte Roger Silveira Pereira",
"Paulo Roberto Mendes Rodrigues",
"Dinarte Roger Pereira",
"José Carlos Esthal",
"Paulo Roberto Mendes Rodrigues",
"Dinarte Roger Pereira",
"José Carlos Esthal",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Lázaro Gonçalves Martins",
"Lázaro",
"AYRES BRITTO",
"Lázaro Gonçalves Martins",
"Lázaro",
"AYRES BRITTO",
"Júnior",
"Lázaro",
"Junior",
"Carlos Alexandre de Mello",
"Carlos",
"Carlos",
"Carlos",
"Júnior",
"Lázaro",
"Junior",
"Carlos Alexandre de Mello",
"Carlos",
"Carlos",
"Carlos",
"AYRES BRITTO",
"Sepúlveda Pertence",
"Sepúlveda Pertence",
"AYRES BRITTO",
"Sepúlveda Pertence",
"Aldir Passarinho",
"Sepúlveda Pertence",
"Aldir Passarinho",
"AYRES BRITTO",
"Ricardo Lewandowski",
"Cezar Peluso",
"Ricardo Lewandowski",
"Cezar Peluso",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"JOSE CARLOS ERTHAL",
"MIGUEL ARCANJO DA CRUZ SILVA",
"Gilmar Mendes",
"Celso de Mello",
"Ellen Gracie",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Mário José Gisi",
"Carlos Alberto Cantanhede",
"AYRES BRITTO",
"JOSE CARLOS ERTHAL",
"MIGUEL ARCANJO DA CRUZ SILVA",
"Gilmar Mendes",
"Celso de Mello",
"Ellen Gracie",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Mário José Gisi",
"Carlos Alberto Cantanhede"
],
"TEMPO": [
"24",
"/",
"05",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"24 de maio de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24 de maio de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"05",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"05",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"22 de novembro de 2005",
"19",
".",
"12",
".",
"2005",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"22 de novembro de 2005",
"19",
".",
"12",
".",
"2005",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"05",
"/",
"2011",
"22",
"/",
"SET",
"/",
"05",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"05",
"/",
"2011",
"22",
"/",
"SET",
"/",
"05",
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"/",
"08",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
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"2001",
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"08",
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"2001",
"14",
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"11",
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"2001",
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"/",
"08",
"/",
"2001",
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"/",
"08",
"/",
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"/",
"08",
"/",
"2001",
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"/",
"08",
"/",
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"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
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"24",
".",
"05",
".",
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"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
".",
"05",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
07/06/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 107.688 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:JOSE EDUARDO FERREIRA DA SILVA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME MILITAR. POSSE DE
REDUZIDA QUANTIDADE DE SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE EM
RECINTO SOB ADMINISTRAÇÃO CASTRENSE. INAPLICABILIDADE
DO POSTULADO DA INSIGNIFICÂNCIA PENAL. INCIDÊNCIA DA
LEI CIVIL 11.343/2006. IMPOSSIBILIDADE. RESOLUÇÃO DO CASO
PELO CRITÉRIO DA ESPECIALIDADE DA LEGISLAÇÃO PENAL
CASTRENSE. ORDEM DENEGADA.
1. A questão da posse de entorpecente por militar em recinto
castrense não se define pela quantidade, nem mesmo pelo tipo de droga
que se conseguiu apreender. O problema é de qualidade da relação
jurídica entre o particularizado portador da substância entorpecente e a
instituição castrense de que ele fazia parte, no instante em que flagrado
com a posse da droga em pleno recinto sob administração militar.
2. A tipologia da relação jurídica em ambiente militar é incompatível
com a figura própria da insignificância penal, pois, independentemente
da quantidade ou mesmo da espécie de entorpecente sob a posse do
agente, o certo é que não cabe distinguir entre adequação apenas formal e
adequação real da conduta ao tipo penal incriminador. É de se
pré-excluir, portanto, a conduta do paciente das coordenadas mentais que
subjazem à própria tese da insignificância penal. Pré-exclusão que se
impõe pela elementar consideração de que uso de drogas e o dever
militar são como água e óleo: não se misturam. Por discreto que seja o
concreto efeito psicofísico da droga nessa ou naquela relação tipicamente
militar, a disposição pessoal em si para manter o vício implica inafastável
pecha de reprovabilidade cívico-profissional. Senão por afetar
temerariamente a saúde do próprio usuário, mas pelo seu efeito danoso
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DJe 19/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 16
Ementa e Acórdão
HC 107.688 / DF
no moral da corporação, na eficiência dos seus misteres e no próprio
conceito social das Forças Armadas, que são instituições voltadas, entre
outros explícitos fins, para a garantia da nossa ordem constitucional, nela
embutida a ordem democrática. Saltando à evidência que as Forças
Armadas brasileiras jamais poderão garantir a nossa ordem
constitucional, inclusive a democrática (sempre por iniciativa de qualquer
dos Poderes da República), se elas próprias não velarem pela sua peculiar
ordem hierárquico-disciplinar interna.
3. A hierarquia e a disciplina militares não operam como simples ou
meros predicados funcionais das Forças Armadas brasileiras, mas, isto
sim, como elementos conceituais e vigas basilares de todas elas. Dados da
própria compostura jurídica de cada uma e de todas em seu conjunto, de
modo a legitimar o juízo técnico de que, se a hierarquia implica
superposição de autoridades (as mais graduadas a comandar, e as menos
graduadas a obedecer), a disciplina importa a permanente disposição de
espírito para a prevalência das leis e regulamentos que presidem por
modo peculiar a estruturação e o funcionamento das instituições
castrenses. Tudo a encadeadamente desaguar na concepção e prática de
uma vida corporativa de pinacular compromisso com a ordem e suas
naturais projeções factuais: a regularidade, a normalidade, a estabilidade,
a fixidez, a colocação das coisas em seus devidos lugares, enfim, segundo
pautas legais e constitucionais antecipadamente lançadas. Como não
pode deixar de ser, no âmbito de instituições que se definem pelo
permanente uso de armamentos.
4. Esse maior apego a fórmulas ortodoxas de conduta não significa
perda do senso crítico quanto aos reclamos elementarmente humanos de
se incorporarem ao dia-a-dia das Forças Armadas incessantes ganhos de
modernidade tecnológica e arejamento mental-democrático. Sabido que
vida castrense não é lavagem cerebral ou mecanicismo comportamental,
até porque – diz a Constituição – “às Forças Armadas compete, na forma da
lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados,
alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de
crença religiosa e de convicção filosófica ou política para se eximirem de
2
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no moral da corporação, na eficiência dos seus misteres e no próprio
conceito social das Forças Armadas, que são instituições voltadas, entre
outros explícitos fins, para a garantia da nossa ordem constitucional, nela
embutida a ordem democrática. Saltando à evidência que as Forças
Armadas brasileiras jamais poderão garantir a nossa ordem
constitucional, inclusive a democrática (sempre por iniciativa de qualquer
dos Poderes da República), se elas próprias não velarem pela sua peculiar
ordem hierárquico-disciplinar interna.
3. A hierarquia e a disciplina militares não operam como simples ou
meros predicados funcionais das Forças Armadas brasileiras, mas, isto
sim, como elementos conceituais e vigas basilares de todas elas. Dados da
própria compostura jurídica de cada uma e de todas em seu conjunto, de
modo a legitimar o juízo técnico de que, se a hierarquia implica
superposição de autoridades (as mais graduadas a comandar, e as menos
graduadas a obedecer), a disciplina importa a permanente disposição de
espírito para a prevalência das leis e regulamentos que presidem por
modo peculiar a estruturação e o funcionamento das instituições
castrenses. Tudo a encadeadamente desaguar na concepção e prática de
uma vida corporativa de pinacular compromisso com a ordem e suas
naturais projeções factuais: a regularidade, a normalidade, a estabilidade,
a fixidez, a colocação das coisas em seus devidos lugares, enfim, segundo
pautas legais e constitucionais antecipadamente lançadas. Como não
pode deixar de ser, no âmbito de instituições que se definem pelo
permanente uso de armamentos.
4. Esse maior apego a fórmulas ortodoxas de conduta não significa
perda do senso crítico quanto aos reclamos elementarmente humanos de
se incorporarem ao dia-a-dia das Forças Armadas incessantes ganhos de
modernidade tecnológica e arejamento mental-democrático. Sabido que
vida castrense não é lavagem cerebral ou mecanicismo comportamental,
até porque – diz a Constituição – “às Forças Armadas compete, na forma da
lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados,
alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de
crença religiosa e de convicção filosófica ou política para se eximirem de
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Ementa e Acórdão
HC 107.688 / DF
atividades de caráter essencialmente militar” (§ 1º do art. 143).
5. O modelo constitucional das Forças Armadas brasileiras abona a
idéia-força de que entrar e permanecer nos misteres da caserna pressupõe
uma clara consciência profissional e cívica: a consciência de que a
disciplina mais rígida e os precisos escalões hierárquicos hão de ser
observados como carta de princípios e atestado de vocação para melhor
servir ao País pela via das suas Forças Armadas. Donde a
compatibilidade do maior rigor penal castrense com o modo peculiar pelo
qual a Constituição Federal dispõe sobre as Forças Armadas brasileiras.
Modo especialmente constitutivo de um regime jurídico timbrado pelos
encarecidos princípios da hierarquia e da disciplina, sem os quais não se
pode falar das instituições militares como a própria fisionomia ou a face
mais visível da idéia de ordem. O modelo acabado do que se poderia
chamar de “relações de intrínseca subordinação”.
6. No caso, o art. 290 do Código Penal Militar é o regramento
específico do tema para os militares. Pelo que o princípio da
especialidade normativo-penal impede a incidência do art. 28 da Lei de
Drogas (artigo que, de logo, comina ao delito de uso de entorpecentes
penas restritivas de direitos). Princípio segundo o qual somente a
inexistência de um regramento específico em sentido contrário ao
normatizado na Lei 11.343/2006 é que possibilitaria a aplicação da
legislação comum. Donde a impossibilidade de se mesclar o regime penal
comum e o regime penal especificamente castrense, mediante a seleção
das partes mais benéficas de cada um deles, pena de incidência em
postura hermenêutica tipificadora de hibridismo ou promiscuidade
regratória incompatível com o princípio da especialidade das leis.
Precedentes: HCs 94.685, da relatoria da ministra Ellen Gracie (Plenário);
e 103.684, da minha relatoria (Plenário).
7. Ordem denegada.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
3
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HC 107.688 / DF
atividades de caráter essencialmente militar” (§ 1º do art. 143).
5. O modelo constitucional das Forças Armadas brasileiras abona a
idéia-força de que entrar e permanecer nos misteres da caserna pressupõe
uma clara consciência profissional e cívica: a consciência de que a
disciplina mais rígida e os precisos escalões hierárquicos hão de ser
observados como carta de princípios e atestado de vocação para melhor
servir ao País pela via das suas Forças Armadas. Donde a
compatibilidade do maior rigor penal castrense com o modo peculiar pelo
qual a Constituição Federal dispõe sobre as Forças Armadas brasileiras.
Modo especialmente constitutivo de um regime jurídico timbrado pelos
encarecidos princípios da hierarquia e da disciplina, sem os quais não se
pode falar das instituições militares como a própria fisionomia ou a face
mais visível da idéia de ordem. O modelo acabado do que se poderia
chamar de “relações de intrínseca subordinação”.
6. No caso, o art. 290 do Código Penal Militar é o regramento
específico do tema para os militares. Pelo que o princípio da
especialidade normativo-penal impede a incidência do art. 28 da Lei de
Drogas (artigo que, de logo, comina ao delito de uso de entorpecentes
penas restritivas de direitos). Princípio segundo o qual somente a
inexistência de um regramento específico em sentido contrário ao
normatizado na Lei 11.343/2006 é que possibilitaria a aplicação da
legislação comum. Donde a impossibilidade de se mesclar o regime penal
comum e o regime penal especificamente castrense, mediante a seleção
das partes mais benéficas de cada um deles, pena de incidência em
postura hermenêutica tipificadora de hibridismo ou promiscuidade
regratória incompatível com o princípio da especialidade das leis.
Precedentes: HCs 94.685, da relatoria da ministra Ellen Gracie (Plenário);
e 103.684, da minha relatoria (Plenário).
7. Ordem denegada.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
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Ementa e Acórdão
HC 107.688 / DF
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em indeferir a ordem, o
que fazem nos termos do voto do Relator e por unanimidade de votos,
em sessão presidida pelo Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da
ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 07 de junho de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
4
Supremo Tribunal Federal
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HC 107.688 / DF
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em indeferir a ordem, o
que fazem nos termos do voto do Relator e por unanimidade de votos,
em sessão presidida pelo Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da
ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 07 de junho de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
4
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Relatório
07/06/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 107.688 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:JOSE EDUARDO FERREIRA DA SILVA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Cuida-se de habeas corpus, impetrado contra acórdão proferido pelo
Superior Tribunal Militar. Acórdão assim ementado:
EMBARGOS
INFRIGENTES.
ENTORPECENTES.
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. PRINCÍPIO DA
PROPORCIONALIDADE. INAPLICABILIDADE.
O embargante mantinha em armário substância
comprovada pela perícia como sendo maconha, com presença
de THC.
Dano concreto aos princípios da hierarquia e disciplina
devido à repercussão danosa à incolumidade pública dentro da
caserna.
Em reiteradas e pacíficas decisões o STM tem repelido a
aplicação dos princípios da insignificância e da
proporcionalidade com o fim de preservar os valores vetores
das Forças Armadas para efetiva defesa da Pátria.
Embargos rejeitados. Decisão Unânime.
2. Pois bem, a Defensoria Pública da União renova, aqui, a tese de
atipicidade material da conduta alegadamente protagonizada pelo
paciente (introdução, e posse, de uma reduzida quantidade – apenas
1,78g – de maconha em uma unidade militar). Argumenta que o advento
da Lei 11.343/2006 incorporou ao ordenamento jurídico brasileiro a
necessidade de um tratamento penal diferenciado aos usuários de drogas.
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Supremo Tribunal Federal
07/06/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 107.688 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:JOSE EDUARDO FERREIRA DA SILVA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Cuida-se de habeas corpus, impetrado contra acórdão proferido pelo
Superior Tribunal Militar. Acórdão assim ementado:
EMBARGOS
INFRIGENTES.
ENTORPECENTES.
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. PRINCÍPIO DA
PROPORCIONALIDADE. INAPLICABILIDADE.
O embargante mantinha em armário substância
comprovada pela perícia como sendo maconha, com presença
de THC.
Dano concreto aos princípios da hierarquia e disciplina
devido à repercussão danosa à incolumidade pública dentro da
caserna.
Em reiteradas e pacíficas decisões o STM tem repelido a
aplicação dos princípios da insignificância e da
proporcionalidade com o fim de preservar os valores vetores
das Forças Armadas para efetiva defesa da Pátria.
Embargos rejeitados. Decisão Unânime.
2. Pois bem, a Defensoria Pública da União renova, aqui, a tese de
atipicidade material da conduta alegadamente protagonizada pelo
paciente (introdução, e posse, de uma reduzida quantidade – apenas
1,78g – de maconha em uma unidade militar). Argumenta que o advento
da Lei 11.343/2006 incorporou ao ordenamento jurídico brasileiro a
necessidade de um tratamento penal diferenciado aos usuários de drogas.
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Relatório
HC 107.688 / DF
Além disso, lembra que o
“[...] principio da insignificância tem o sentido de excluir,
afastar a tipicidade penal, assim é examinada na perspectiva de
seu caráter material. Sua aplicação dever-se-á ser levada em
consideração a presença de alguns vetores como os que existem
no caso em questão, deve conter: (1) ausência de periculosidade
social da ação; (2) reduzido grau de reprovabilidade do
comportamento; (3) inexpressiva lesão jurídica provocada; (4)
mínima ofensividade da conduta do agente.”
3. Presente essa moldura, a defesa pugna pela concessão da ordem
em favor do paciente, “anulando-se todos os atos processuais pela ausência da
tipicidade material da conduta a qual foi imposta, sendo considerada para esse
efeito, a aplicação do Princípio da Insignificância”.
4. À falta de pedido de medida liminar, abri vista dos autos ao
Ministério Público Federal. Órgão que opinou pela denegação da ordem.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
2
Supremo Tribunal Federal
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HC 107.688 / DF
Além disso, lembra que o
“[...] principio da insignificância tem o sentido de excluir,
afastar a tipicidade penal, assim é examinada na perspectiva de
seu caráter material. Sua aplicação dever-se-á ser levada em
consideração a presença de alguns vetores como os que existem
no caso em questão, deve conter: (1) ausência de periculosidade
social da ação; (2) reduzido grau de reprovabilidade do
comportamento; (3) inexpressiva lesão jurídica provocada; (4)
mínima ofensividade da conduta do agente.”
3. Presente essa moldura, a defesa pugna pela concessão da ordem
em favor do paciente, “anulando-se todos os atos processuais pela ausência da
tipicidade material da conduta a qual foi imposta, sendo considerada para esse
efeito, a aplicação do Princípio da Insignificância”.
4. À falta de pedido de medida liminar, abri vista dos autos ao
Ministério Público Federal. Órgão que opinou pela denegação da ordem.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 16
Voto - MIN. AYRES BRITTO
07/06/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 107.688 DISTRITO FEDERAL
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Consoante relatado, o caso é saber se a conduta alegadamente
protagonizada pelo paciente – posse de reduzida quantidade de
substância entorpecente, 1,78g de maconha, no interior de uma unidade
militar – autoriza, ou não, a adoção do princípio da insignificância penal.
7. Sem maiores delongas, tenho que a ordem é de ser denegada. É
que a tese desenvolvida nesta impetração já foi rechaçada pelo Plenário
do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do HC 103.684 (da minha
relatoria). Tribunal que, ao fazê-lo, consignou o entendimento de que o
militar flagrado na posse de uma quantidade – ainda que reduzida – de
substância entorpecente, no interior de uma organização castrense, não
faz jus ao reconhecimento do princípio da insignificância penal. Dessa
forma, passo ao imediato exame do quadro empírico retratado na
impetração:
“[...]
No dia 07 de agosto de 2007, por volta das 18:00 horas, o
Aspirante-a-Oficial Danilo Fernandes Mendonça, quando
realizava uma revista no armário do Soldado José Eduardo
Ferreira da Silva, encontrou dentro da carteira do Denunciado
uma substância enrolada em um plástico, que supostamente
seria maconha (fls. 08).
Ao ser questionado a esse respeito, o Soldado José
Eduardo Ferreira da Silva asseverou que a substância
encontrada lhe pertencia e que se tratava de maconha. Disse
também que era usuário daquela droga há bastante tempo, mas
que não tinha o costume de trazer ou de utilizar maconha no
Quartel (fls. 11).
O material recolhido foi encaminhado para o Pelotão de
Investigações Criminais, para ser submetido a um exame
preliminar pericial. Em seu laudo (fls. 31), o perito concluiu que
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Supremo Tribunal Federal
07/06/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 107.688 DISTRITO FEDERAL
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Consoante relatado, o caso é saber se a conduta alegadamente
protagonizada pelo paciente – posse de reduzida quantidade de
substância entorpecente, 1,78g de maconha, no interior de uma unidade
militar – autoriza, ou não, a adoção do princípio da insignificância penal.
7. Sem maiores delongas, tenho que a ordem é de ser denegada. É
que a tese desenvolvida nesta impetração já foi rechaçada pelo Plenário
do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do HC 103.684 (da minha
relatoria). Tribunal que, ao fazê-lo, consignou o entendimento de que o
militar flagrado na posse de uma quantidade – ainda que reduzida – de
substância entorpecente, no interior de uma organização castrense, não
faz jus ao reconhecimento do princípio da insignificância penal. Dessa
forma, passo ao imediato exame do quadro empírico retratado na
impetração:
“[...]
No dia 07 de agosto de 2007, por volta das 18:00 horas, o
Aspirante-a-Oficial Danilo Fernandes Mendonça, quando
realizava uma revista no armário do Soldado José Eduardo
Ferreira da Silva, encontrou dentro da carteira do Denunciado
uma substância enrolada em um plástico, que supostamente
seria maconha (fls. 08).
Ao ser questionado a esse respeito, o Soldado José
Eduardo Ferreira da Silva asseverou que a substância
encontrada lhe pertencia e que se tratava de maconha. Disse
também que era usuário daquela droga há bastante tempo, mas
que não tinha o costume de trazer ou de utilizar maconha no
Quartel (fls. 11).
O material recolhido foi encaminhado para o Pelotão de
Investigações Criminais, para ser submetido a um exame
preliminar pericial. Em seu laudo (fls. 31), o perito concluiu que
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 16
Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 107.688 / DF
‘o vegetal em questão possui características da planta conhecida
popularmente por maconha e cientificamente denominada
cannabis sativa lineu’ (sic). Posteriormente, foi solicitado o
laudo de exame de corpo de delito ao Instituto de Medicina
Legal (fls. 29), não tendo sido respondido até o presente
momento.
A conduta descrita subsume-se, exatamente, à previsão
legal contida no artigo 290 (tráfico, posse ou uso de
entorpecente ou substância de efeito similar), do Código Penal
Militar, considerando que o Denunciado trazia consigo
substância entorpecente (maconha), em lugar sujeito à
Administração Militar.
Por todo o exposto, este Representante do Parquet Militar
propugna pelo recebimento da presente Denúncia, com a
citação do Soldado José Eduardo Ferreira da Silva, para se ver
processar e julgar até final condenação, perante esse Juízo,
como incurso nas sanções do artigo 290, do Código Substantivo
Castrense. Requer, ainda, a notificação das testemunhas abaixo
listadas, todas servindo no Batalhão da Guarda Presidencial:
[...]”
8. Daqui se segue que o problema, aqui, não é de quantidade, nem
mesmo do tipo de entorpecente que se conseguiu apreender com o
militar. O problema é de qualidade da relação jurídica entre o
particularizado portador da substância entorpecente e a instituição
castrense de que ele faz (ou fazia) parte, no instante mesmo em que
flagrado com a posse, e o uso, da droga em pleno recinto sob
administração militar. Isso porque essa tipologia de relação jurídica é que
me parece incompatível com a figura própria da insignificância penal,
pois, independentemente da quantidade ou da espécie de entorpecente
sob a posse do paciente, o certo é que não cabe distinguir entre adequação
apenas formal e adequação real da conduta ao tipo penal incriminador. E
se, diante de tal relação jurídica, não cabe fazer essa distinção
hermenêutica, é porque o instituto da irrelevância ou da insignificância
penal não tem como operar. Simplesmente não tem como incidir.
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 107.688 / DF
‘o vegetal em questão possui características da planta conhecida
popularmente por maconha e cientificamente denominada
cannabis sativa lineu’ (sic). Posteriormente, foi solicitado o
laudo de exame de corpo de delito ao Instituto de Medicina
Legal (fls. 29), não tendo sido respondido até o presente
momento.
A conduta descrita subsume-se, exatamente, à previsão
legal contida no artigo 290 (tráfico, posse ou uso de
entorpecente ou substância de efeito similar), do Código Penal
Militar, considerando que o Denunciado trazia consigo
substância entorpecente (maconha), em lugar sujeito à
Administração Militar.
Por todo o exposto, este Representante do Parquet Militar
propugna pelo recebimento da presente Denúncia, com a
citação do Soldado José Eduardo Ferreira da Silva, para se ver
processar e julgar até final condenação, perante esse Juízo,
como incurso nas sanções do artigo 290, do Código Substantivo
Castrense. Requer, ainda, a notificação das testemunhas abaixo
listadas, todas servindo no Batalhão da Guarda Presidencial:
[...]”
8. Daqui se segue que o problema, aqui, não é de quantidade, nem
mesmo do tipo de entorpecente que se conseguiu apreender com o
militar. O problema é de qualidade da relação jurídica entre o
particularizado portador da substância entorpecente e a instituição
castrense de que ele faz (ou fazia) parte, no instante mesmo em que
flagrado com a posse, e o uso, da droga em pleno recinto sob
administração militar. Isso porque essa tipologia de relação jurídica é que
me parece incompatível com a figura própria da insignificância penal,
pois, independentemente da quantidade ou da espécie de entorpecente
sob a posse do paciente, o certo é que não cabe distinguir entre adequação
apenas formal e adequação real da conduta ao tipo penal incriminador. E
se, diante de tal relação jurídica, não cabe fazer essa distinção
hermenêutica, é porque o instituto da irrelevância ou da insignificância
penal não tem como operar. Simplesmente não tem como incidir.
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 16
Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 107.688 / DF
9. Como sabido, o princípio da insignificância penal tem a força de
excluir da abrangência do Direito Penal condutas provocadoras de ínfima
lesão ao bem jurídico tutelado por esse tipo de Direito. Isto é, tal princípio
da irrelevância material visa, para além de uma desnecessária
carcerização, ao arejamento de uma Justiça Penal que se deve ocupar
apenas das infrações tão lesivas a bens jurídicos dessa ou daquela pessoa
individual quanto aos interesses societários em geral. As duas coisas ao
mesmo tempo. Mas que não é o caso dos autos, versante sobre bens e
valores jurídicos insuscetíveis de relativização em sua carga de proteção
individual e concomitantemente societária.
10. Conforme assentado pela ministra Ellen Gracie, nos autos do HC
94.685 (Plenário):
“[...]
O tema foi objeto de debates e discussões no Encontro de
Magistrados da Justiça Militar da União, realizado no mês de
julho de 2007, tendo sido expressamente consignado o seguinte
a título de conclusão por grupo de trabalho (texto cedido pelo
Juiz-Auditor José Barroso Filho):
Imagine-se a hipótese de um soldado do Exército que é
apanhado 'trazendo consigo', dentro de determinada Unidade
Militar, substância entorpecentes (ainda que ínfima a sua
quantidade), sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar. Neste caso, a conduta do
referido soldado não deve ser enxergado apenas dentro da
esfera de sua individualidade ou, em outro dizer, no âmbito da
sua intimidade. Muito pelo contrário, entendemos que tal
conduta atingiu o corpo social, abrangendo-se aqui tanto a
coletividade quanto as Instituições Militares.
[...]
Não podemos deixar de considerar que o fato
exemplificado narra uma situação ocorrida dentro de uma
Unidade Militar, tornando, pois, a conduta do acusado de
muito maior potencialidade lesiva, independente da
quantidade de substância entorpecente que tenha sido
3
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HC 107.688 / DF
9. Como sabido, o princípio da insignificância penal tem a força de
excluir da abrangência do Direito Penal condutas provocadoras de ínfima
lesão ao bem jurídico tutelado por esse tipo de Direito. Isto é, tal princípio
da irrelevância material visa, para além de uma desnecessária
carcerização, ao arejamento de uma Justiça Penal que se deve ocupar
apenas das infrações tão lesivas a bens jurídicos dessa ou daquela pessoa
individual quanto aos interesses societários em geral. As duas coisas ao
mesmo tempo. Mas que não é o caso dos autos, versante sobre bens e
valores jurídicos insuscetíveis de relativização em sua carga de proteção
individual e concomitantemente societária.
10. Conforme assentado pela ministra Ellen Gracie, nos autos do HC
94.685 (Plenário):
“[...]
O tema foi objeto de debates e discussões no Encontro de
Magistrados da Justiça Militar da União, realizado no mês de
julho de 2007, tendo sido expressamente consignado o seguinte
a título de conclusão por grupo de trabalho (texto cedido pelo
Juiz-Auditor José Barroso Filho):
Imagine-se a hipótese de um soldado do Exército que é
apanhado 'trazendo consigo', dentro de determinada Unidade
Militar, substância entorpecentes (ainda que ínfima a sua
quantidade), sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar. Neste caso, a conduta do
referido soldado não deve ser enxergado apenas dentro da
esfera de sua individualidade ou, em outro dizer, no âmbito da
sua intimidade. Muito pelo contrário, entendemos que tal
conduta atingiu o corpo social, abrangendo-se aqui tanto a
coletividade quanto as Instituições Militares.
[...]
Não podemos deixar de considerar que o fato
exemplificado narra uma situação ocorrida dentro de uma
Unidade Militar, tornando, pois, a conduta do acusado de
muito maior potencialidade lesiva, independente da
quantidade de substância entorpecente que tenha sido
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HC 107.688 / DF
encontrada em seu poder.
[...]
Será que dormiríamos tranqüilos sabendo que os nossos
soldados das Forças armadas, dentro estariam portando fuzis
automáticos com munição real 7,62mm em seus carregadores e
também, concomitantemente, estariam levando no bolso de
suas fardas 'fininhos' de maconha ou seja lá qual for a
substância entorpecente?
[...]
Será que um graduado, por exemplo, teria confiança em
seu superior se soubesse que o mesmo esteve envolvido com
drogas? Será que ao menos tal subordinação não teria sequer
um receio de cumprir as ordens recebidas deste superior, por
desconfiar que o mesmo pudesse estar sob os efeitos de
determinada substância entorpecente? Ou, então, será que um
capitão não teria receio em advertir verbalmente o sargento – de
– dia, durante um serviço, sabendo que este último tem no
coldre uma pistola 9 mm, e também em uma de suas mãos, em
plena luz do dia, um 'fininho' aceso de maconha, com outros
poucos no bolso de sua gandola para uso posteriormente? Em
um outro exemplo, imagine-se uma Bateria de soldados
artilheiros, que pouco antes da prática de determinado exercício
militar de tiro com morteiro 12 mm, reunissem para fumar
cigarros de maconha. Será que os demais colegas de caserna
que também iriam participar de tal exercício, e que não
fumaram coisa nenhuma, se soubessem que tais colegas
minutos antes fumaram cigarros de maconha, se sentiriam
seguros na realização e pratica de exercício?
[...]”
11. Deveras, na concreta situação dos autos, reveladora de clara
relação jurídico-militar entre o paciente e a instituição em que os fatos
ocorreram, o habeas corpus é de ser indeferido. Como consignei ao votar
no HC 103.684 (Plenário), “a presença de militares sob efeito de drogas afeta a
eficiência das Forças Armadas e os valores e princípios da vida na caserna. É
inaceitável um militar de serviço portar substância no interior do
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encontrada em seu poder.
[...]
Será que dormiríamos tranqüilos sabendo que os nossos
soldados das Forças armadas, dentro estariam portando fuzis
automáticos com munição real 7,62mm em seus carregadores e
também, concomitantemente, estariam levando no bolso de
suas fardas 'fininhos' de maconha ou seja lá qual for a
substância entorpecente?
[...]
Será que um graduado, por exemplo, teria confiança em
seu superior se soubesse que o mesmo esteve envolvido com
drogas? Será que ao menos tal subordinação não teria sequer
um receio de cumprir as ordens recebidas deste superior, por
desconfiar que o mesmo pudesse estar sob os efeitos de
determinada substância entorpecente? Ou, então, será que um
capitão não teria receio em advertir verbalmente o sargento – de
– dia, durante um serviço, sabendo que este último tem no
coldre uma pistola 9 mm, e também em uma de suas mãos, em
plena luz do dia, um 'fininho' aceso de maconha, com outros
poucos no bolso de sua gandola para uso posteriormente? Em
um outro exemplo, imagine-se uma Bateria de soldados
artilheiros, que pouco antes da prática de determinado exercício
militar de tiro com morteiro 12 mm, reunissem para fumar
cigarros de maconha. Será que os demais colegas de caserna
que também iriam participar de tal exercício, e que não
fumaram coisa nenhuma, se soubessem que tais colegas
minutos antes fumaram cigarros de maconha, se sentiriam
seguros na realização e pratica de exercício?
[...]”
11. Deveras, na concreta situação dos autos, reveladora de clara
relação jurídico-militar entre o paciente e a instituição em que os fatos
ocorreram, o habeas corpus é de ser indeferido. Como consignei ao votar
no HC 103.684 (Plenário), “a presença de militares sob efeito de drogas afeta a
eficiência das Forças Armadas e os valores e princípios da vida na caserna. É
inaceitável um militar de serviço portar substância no interior do
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HC 107.688 / DF
aquartelamento. Tal conduta fere de morte os princípios de hierarquia e
disciplina, essenciais à própria existência das Forças Armadas. Muitos são os
casos em que militares têm a percepção e os sentidos alterados quando em serviço,
ou sentem um imenso mal estar pelo uso da droga, situação que, no mínimo,
prejudica e compromete a segurança do pessoal, e a continuidade do trabalho,
ainda quando em pequena quantidade”.
12. Em palavras diferentes, mas com o mesmo significado técnico, é
de se pré-excluir a conduta do paciente das coordenadas mentais que
subjazem à própria tese da insignificância penal. Pré-exclusão que se
impõe pela elementar consideração de que o uso de drogas e o dever
militar são como água e óleo: não se misturam. Por discreto que seja o
concreto efeito psicofísico da droga nessa ou naquela relação tipicamente
militar, a disposição pessoal em si para manter o vício implica inafastável
pecha de reprovabilidade cívico-profissional. Senão por afetar
temerariamente a saúde do próprio usuário, mas pelo seu efeito no moral
da corporação, na eficiência dos seus misteres e no próprio conceito social
das Forças Armadas, que são instituições voltadas, entre outros explícitos
fins, para a garantia da nossa ordem constitucional, nela embutida a
ordem democrática. Saltando à evidência que as Forças Armadas
brasileiras jamais poderão garantir a nossa ordem constitucional,
inclusive democrática (sempre por iniciativa de qualquer dos Poderes da
República), se elas próprias não velarem pela mais rigorosa ordem
hierárquico-disciplinar interna. Donde a seguinte passagem normativa da
nossa Lei Fundamental, que faz repousar tal ordem interna, justamente,
nos emblemáticos princípios da hierarquia e da disciplina:
“Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha,
pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais
permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e
na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da
República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos
poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da
lei e da ordem.”
(Sem destaque no original.)
5
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aquartelamento. Tal conduta fere de morte os princípios de hierarquia e
disciplina, essenciais à própria existência das Forças Armadas. Muitos são os
casos em que militares têm a percepção e os sentidos alterados quando em serviço,
ou sentem um imenso mal estar pelo uso da droga, situação que, no mínimo,
prejudica e compromete a segurança do pessoal, e a continuidade do trabalho,
ainda quando em pequena quantidade”.
12. Em palavras diferentes, mas com o mesmo significado técnico, é
de se pré-excluir a conduta do paciente das coordenadas mentais que
subjazem à própria tese da insignificância penal. Pré-exclusão que se
impõe pela elementar consideração de que o uso de drogas e o dever
militar são como água e óleo: não se misturam. Por discreto que seja o
concreto efeito psicofísico da droga nessa ou naquela relação tipicamente
militar, a disposição pessoal em si para manter o vício implica inafastável
pecha de reprovabilidade cívico-profissional. Senão por afetar
temerariamente a saúde do próprio usuário, mas pelo seu efeito no moral
da corporação, na eficiência dos seus misteres e no próprio conceito social
das Forças Armadas, que são instituições voltadas, entre outros explícitos
fins, para a garantia da nossa ordem constitucional, nela embutida a
ordem democrática. Saltando à evidência que as Forças Armadas
brasileiras jamais poderão garantir a nossa ordem constitucional,
inclusive democrática (sempre por iniciativa de qualquer dos Poderes da
República), se elas próprias não velarem pela mais rigorosa ordem
hierárquico-disciplinar interna. Donde a seguinte passagem normativa da
nossa Lei Fundamental, que faz repousar tal ordem interna, justamente,
nos emblemáticos princípios da hierarquia e da disciplina:
“Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha,
pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais
permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e
na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da
República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos
poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da
lei e da ordem.”
(Sem destaque no original.)
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 16
Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 107.688 / DF
13. Vê-se, portanto, que a hierarquia e a disciplina militares não
operam como simples ou meros predicados funcionais das Forças
Armadas brasileiras, mas, isto sim, como elementos conceituais e vigas
basilares de todas elas. Dados da própria compostura jurídica de cada
uma e de todas em seu conjunto, de modo a legitimar o juízo técnico de
que, se a hierarquia implica superposição de autoridades (as mais
graduadas a comandar, e as menos graduadas a obedecer), a disciplina
importa a permanente disposição de espírito para a prevalência das leis e
regramentos que presidem por modo peculiar a estruturação e o
funcionamento das instituições castrenses. Tudo a encadeadamente
desaguar na concepção e prática de uma vida corporativa de pinacular
compromisso com a ordem e suas naturais projeções factuais: a
regularidade, a normalidade, a estabilidade, a fixidez, a colocação das
coisas em seus devidos lugares, enfim, nos termos destas especialíssimas
disposições normativo-constitucionais:
“Art. 142. [...]
[...]
X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os
limites de idade, a estabilidade e outras condições de
transferência do militar para a inatividade, os direitos, os
deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações
especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas
atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de
compromissos internacionais e de guerra.”
14. Tal regime jurídico de especialíssima compleição também se
revela no fato em si da abertura de todo um capítulo constitucional para a
realidade das Forças Armadas, que é, precisamente, o capítulo de nº II;
encartado no Título de nº V, alusivo à defesa do Estado e das instituições
democráticas. Capítulo de que fazem parte as sintomáticas regras do
serviço militar obrigatório (caput do art. 143) e da proibição aos militares
dos institutos da sindicalização e de greve, além da filiação a partido
6
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13. Vê-se, portanto, que a hierarquia e a disciplina militares não
operam como simples ou meros predicados funcionais das Forças
Armadas brasileiras, mas, isto sim, como elementos conceituais e vigas
basilares de todas elas. Dados da própria compostura jurídica de cada
uma e de todas em seu conjunto, de modo a legitimar o juízo técnico de
que, se a hierarquia implica superposição de autoridades (as mais
graduadas a comandar, e as menos graduadas a obedecer), a disciplina
importa a permanente disposição de espírito para a prevalência das leis e
regramentos que presidem por modo peculiar a estruturação e o
funcionamento das instituições castrenses. Tudo a encadeadamente
desaguar na concepção e prática de uma vida corporativa de pinacular
compromisso com a ordem e suas naturais projeções factuais: a
regularidade, a normalidade, a estabilidade, a fixidez, a colocação das
coisas em seus devidos lugares, enfim, nos termos destas especialíssimas
disposições normativo-constitucionais:
“Art. 142. [...]
[...]
X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os
limites de idade, a estabilidade e outras condições de
transferência do militar para a inatividade, os direitos, os
deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações
especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas
atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de
compromissos internacionais e de guerra.”
14. Tal regime jurídico de especialíssima compleição também se
revela no fato em si da abertura de todo um capítulo constitucional para a
realidade das Forças Armadas, que é, precisamente, o capítulo de nº II;
encartado no Título de nº V, alusivo à defesa do Estado e das instituições
democráticas. Capítulo de que fazem parte as sintomáticas regras do
serviço militar obrigatório (caput do art. 143) e da proibição aos militares
dos institutos da sindicalização e de greve, além da filiação a partido
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 16
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HC 107.688 / DF
político (incisos IV e V do art. 142). Sem que esse maior apego a fórmulas
ortodoxas de conduta venha a significar perda do senso crítico quanto aos
reclamos elementarmente humanos de se incorporarem ao dia-a-dia das
Forças Armadas incessantes ganhos de modernidade tecnológica e
arejamento mental-democrático. Sabido que vida castrense não é lavagem
cerebral ou mecanicismo comportamental, até porque – diz a
Constituição – “às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço
alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de
consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de
convicção filosófica ou política para se eximirem de atividades de caráter
essencialmente militar” (§ 1º do art. 143).
15. Em síntese, esse é o modelo constitucional das Forças Armadas
brasileiras, ainda que, no mundo do ser (que é o mundo dos fatos), não
concordemos com ele. Modelo que parece abonar a idéia-força de que
entrar e permanecer nos misteres da caserna pressupõe uma clara
consciência profissional e cívica: a consciência de que a disciplina mais
rígida e os precisos escalões hierárquicos hão de ser observados como
carta de princípios e atestado de vocação para melhor servir ao País pela
via das suas Forças Armadas.
16. Daqui se segue, ainda mais focadamente, a seguinte pergunta: se
a Constituição Federal erigiu a hierarquia e a disciplina como inerentes às
instituições militares, não é do próprio regime da lei ordinária fazer
desses dois elementos conceituais um centrado tema de proteção penal?
Penso que sim. Por isso que partilho do entendimento de que o tipo penal
em causa, “além de estar capitulado como crime contra a incolumidade pública e
a saúde [...] tutela ainda a disciplina militar, sempre ofendida nesses casos”
(ASSIS, Jorge Cesar de. Comentários ao Código Penal Militar. 6. ed. Curitiba:
Juruá, 2007, p. 633).
17. Com esse modo de ver as coisas, não estou a desconhecer que
parte da doutrina defende que ofensas ao “dever” militar hão de ser
tratadas apenas no âmbito disciplinar-administrativo ou administrativo-
-disciplinar. Tal modo de equacionar o tema, todavia, desborda da
própria teoria dos bens jurídicos penalmente relevantes. Teoria que,
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político (incisos IV e V do art. 142). Sem que esse maior apego a fórmulas
ortodoxas de conduta venha a significar perda do senso crítico quanto aos
reclamos elementarmente humanos de se incorporarem ao dia-a-dia das
Forças Armadas incessantes ganhos de modernidade tecnológica e
arejamento mental-democrático. Sabido que vida castrense não é lavagem
cerebral ou mecanicismo comportamental, até porque – diz a
Constituição – “às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço
alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de
consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de
convicção filosófica ou política para se eximirem de atividades de caráter
essencialmente militar” (§ 1º do art. 143).
15. Em síntese, esse é o modelo constitucional das Forças Armadas
brasileiras, ainda que, no mundo do ser (que é o mundo dos fatos), não
concordemos com ele. Modelo que parece abonar a idéia-força de que
entrar e permanecer nos misteres da caserna pressupõe uma clara
consciência profissional e cívica: a consciência de que a disciplina mais
rígida e os precisos escalões hierárquicos hão de ser observados como
carta de princípios e atestado de vocação para melhor servir ao País pela
via das suas Forças Armadas.
16. Daqui se segue, ainda mais focadamente, a seguinte pergunta: se
a Constituição Federal erigiu a hierarquia e a disciplina como inerentes às
instituições militares, não é do próprio regime da lei ordinária fazer
desses dois elementos conceituais um centrado tema de proteção penal?
Penso que sim. Por isso que partilho do entendimento de que o tipo penal
em causa, “além de estar capitulado como crime contra a incolumidade pública e
a saúde [...] tutela ainda a disciplina militar, sempre ofendida nesses casos”
(ASSIS, Jorge Cesar de. Comentários ao Código Penal Militar. 6. ed. Curitiba:
Juruá, 2007, p. 633).
17. Com esse modo de ver as coisas, não estou a desconhecer que
parte da doutrina defende que ofensas ao “dever” militar hão de ser
tratadas apenas no âmbito disciplinar-administrativo ou administrativo-
-disciplinar. Tal modo de equacionar o tema, todavia, desborda da
própria teoria dos bens jurídicos penalmente relevantes. Teoria que,
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aplicada à ambiência castrense, importa o reconhecimento de que “se
trata de obter as características especiais do crime militar em confronto com o
crime comum, tendo-se em conta que, ainda que derivando o ilícito penal militar
das idênticas premissas previstas pelo sistema de direito penal comum, tem a
particular característica de não aderir, exclusivamente, ao princípio da moral –
ainda que harmonizados às exigências sociais – mas de basear-se na exclusiva
necessidade de garantir vínculos da disciplina e dos princípios da ordem a um
instituto autônomo que, pela sua estrutura e seus fins, se afasta, e
consideravelmente, de cada outra organização social e política do Estado”
(Manlio Lo Cascio, apud Campos Junior, José Luiz Dias. Direito Penal e
Justiça Militares. Inabaláveis princípios e fins. Curitiba: Juruá, 2001, p. 73).
18. É ainda falar: o maior rigor penal da lei castrense, no caso, é
compatível com o modo peculiar pelo qual a Constituição Federal dispõe
sobre as Forças Armadas brasileiras. Modo especialmente constitutivo de
um regime jurídico timbrado pelos encarecidos princípios da hierarquia e
da disciplina, sem os quais não se pode falar das instituições militares
como a própria fisionomia ou a face mais visível da idéia de ordem.
19. Por isso mesmo é que entendo inaplicável a Lei 11.343/2006 aos
casos afetos à Justiça castrense. Digo isso porque existe um regramento
específico do tema para os militares, que não é outro senão o art. 290 do
Código Penal Militar, in verbis:
“Art. 290. Receber, preparar, produzir, vender, fornecer,
ainda que gratuitamente, ter em depósito, transportar, trazer
consigo, ainda que para uso próprio, guardar, ministrar ou
entregar de qualquer forma a consumo substância entorpecente,
ou que determine dependência física ou psíquica, em lugar
sujeito à administração militar, sem autorização ou em
desacôrdo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão, até cinco anos.”
20. É o caso, portanto, de se aplicar o princípio da especialidade
normativo-penal, impeditivo da incidência do art. 28 da Lei de Drogas
(artigo que, de logo, comina ao delito de uso de entorpecentes penas
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aplicada à ambiência castrense, importa o reconhecimento de que “se
trata de obter as características especiais do crime militar em confronto com o
crime comum, tendo-se em conta que, ainda que derivando o ilícito penal militar
das idênticas premissas previstas pelo sistema de direito penal comum, tem a
particular característica de não aderir, exclusivamente, ao princípio da moral –
ainda que harmonizados às exigências sociais – mas de basear-se na exclusiva
necessidade de garantir vínculos da disciplina e dos princípios da ordem a um
instituto autônomo que, pela sua estrutura e seus fins, se afasta, e
consideravelmente, de cada outra organização social e política do Estado”
(Manlio Lo Cascio, apud Campos Junior, José Luiz Dias. Direito Penal e
Justiça Militares. Inabaláveis princípios e fins. Curitiba: Juruá, 2001, p. 73).
18. É ainda falar: o maior rigor penal da lei castrense, no caso, é
compatível com o modo peculiar pelo qual a Constituição Federal dispõe
sobre as Forças Armadas brasileiras. Modo especialmente constitutivo de
um regime jurídico timbrado pelos encarecidos princípios da hierarquia e
da disciplina, sem os quais não se pode falar das instituições militares
como a própria fisionomia ou a face mais visível da idéia de ordem.
19. Por isso mesmo é que entendo inaplicável a Lei 11.343/2006 aos
casos afetos à Justiça castrense. Digo isso porque existe um regramento
específico do tema para os militares, que não é outro senão o art. 290 do
Código Penal Militar, in verbis:
“Art. 290. Receber, preparar, produzir, vender, fornecer,
ainda que gratuitamente, ter em depósito, transportar, trazer
consigo, ainda que para uso próprio, guardar, ministrar ou
entregar de qualquer forma a consumo substância entorpecente,
ou que determine dependência física ou psíquica, em lugar
sujeito à administração militar, sem autorização ou em
desacôrdo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão, até cinco anos.”
20. É o caso, portanto, de se aplicar o princípio da especialidade
normativo-penal, impeditivo da incidência do art. 28 da Lei de Drogas
(artigo que, de logo, comina ao delito de uso de entorpecentes penas
8
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1627970.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 16
Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 107.688 / DF
restritivas de direitos). Noutros termos: somente a inexistência de um
regramento específico em sentido contrário ao normatizado na Lei
11.343/2006 é que possibilitaria a aplicação da legislação comum.
Premissa que, no entanto, não se faz presente no caso concreto, pois o
Código Penal Militar cuidou de incriminar com maior severidade, ele
mesmo, a posse de substância entorpecente. Donde a impossibilidade de
se mesclar o regime penal comum e o regime penal castrense, mediante a
seleção das partes mais benéficas de cada um deles, pois tal postura
hermenêutica caracterizaria um hibridismo regratório incompatível com
o princípio da especialidade das leis (tal como assentei, ao votar no HC
86.854 – Primeira Turma, Sessão de 14/03/2006). Pelo que “não há como
prosperar o argumento de atipicidade da conduta do paciente, apoiado na alegada
pequena quantidade da droga apreendida, tampouco a tese de
inconstitucionalidade do art. 290 do Código Penal Militar” (HC 104.748, da
relatoria do ministro Joaquim Barbosa).
21. Por tudo quanto posto, meu voto é pela denegação do habeas
corpus.
* * * * * * * * * * * *
9
Supremo Tribunal Federal
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HC 107.688 / DF
restritivas de direitos). Noutros termos: somente a inexistência de um
regramento específico em sentido contrário ao normatizado na Lei
11.343/2006 é que possibilitaria a aplicação da legislação comum.
Premissa que, no entanto, não se faz presente no caso concreto, pois o
Código Penal Militar cuidou de incriminar com maior severidade, ele
mesmo, a posse de substância entorpecente. Donde a impossibilidade de
se mesclar o regime penal comum e o regime penal castrense, mediante a
seleção das partes mais benéficas de cada um deles, pois tal postura
hermenêutica caracterizaria um hibridismo regratório incompatível com
o princípio da especialidade das leis (tal como assentei, ao votar no HC
86.854 – Primeira Turma, Sessão de 14/03/2006). Pelo que “não há como
prosperar o argumento de atipicidade da conduta do paciente, apoiado na alegada
pequena quantidade da droga apreendida, tampouco a tese de
inconstitucionalidade do art. 290 do Código Penal Militar” (HC 104.748, da
relatoria do ministro Joaquim Barbosa).
21. Por tudo quanto posto, meu voto é pela denegação do habeas
corpus.
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Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 107.688
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S) : JOSE EDUARDO FERREIRA DA SILVA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
Decisão: Indeferida a ordem, nos termos do voto do Relator.
Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, neste julgamento, os
Senhores Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa. 2ª Turma,
07.06.2011.
Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Ellen Gracie, Ayres
Britto e Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1244105
Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 107.688
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S) : JOSE EDUARDO FERREIRA DA SILVA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
Decisão: Indeferida a ordem, nos termos do voto do Relator.
Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, neste julgamento, os
Senhores Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa. 2ª Turma,
07.06.2011.
Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Ellen Gracie, Ayres
Britto e Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1244105
Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 16
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1641493 | 2011-06-07T00:00:00 | 2011-12-19T00:00:00 | Indeferida a ordem, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, neste julgamento, os Senhores Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 07.06.2011. | HABEAS CORPUS | EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME MILITAR. POSSE DE REDUZIDA QUANTIDADE DE SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE EM RECINTO SOB ADMINISTRAÇÃO CASTRENSE. INAPLICABILIDADE DO POSTULADO DA INSIGNIFICÂNCIA PENAL. INCIDÊNCIA DA LEI CIVIL 11.343/2006. IMPOSSIBILIDADE. RESOLUÇÃO DO CASO PELO CRITÉRIO DA ESPECIALIDADE DA LEGISLAÇÃO PENAL CASTRENSE. ORDEM DENEGADA.
1. A questão da posse de entorpecente por militar em recinto castrense não se define pela quantidade, nem mesmo pelo tipo de droga que se conseguiu apreender. O problema é de qualidade da relação jurídica entre o particularizado portador da substância entorpecente e a instituição castrense de que ele fazia parte, no instante em que flagrado com a posse da droga em pleno recinto sob administração militar.
2. A tipologia da relação jurídica em ambiente militar é incompatível com a figura própria da insignificância penal, pois, independentemente da quantidade ou mesmo da espécie de entorpecente sob a posse do agente, o certo é que não cabe distinguir entre adequação apenas formal e adequação real da conduta ao tipo penal incriminador. É de se pré-excluir, portanto, a conduta do paciente das coordenadas mentais que subjazem à própria tese da insignificância penal. Pré-exclusão que se impõe pela elementar consideração de que uso de drogas e o dever militar são como água e óleo: não se misturam. Por discreto que seja o concreto efeito psicofísico da droga nessa ou naquela relação tipicamente militar, a disposição pessoal em si para manter o vício implica inafastável pecha de reprovabilidade cívico-profissional. Senão por afetar temerariamente a saúde do próprio usuário, mas pelo seu efeito danoso no moral da corporação, na eficiência dos seus misteres e no próprio conceito social das Forças Armadas, que são instituições voltadas, entre outros explícitos fins, para a garantia da nossa ordem constitucional, nela embutida a ordem democrática. Saltando à evidência que as Forças Armadas brasileiras jamais poderão garantir a nossa ordem constitucional, inclusive a democrática (sempre por iniciativa de qualquer dos Poderes da República), se elas próprias não velarem pela sua peculiar ordem hierárquico-disciplinar interna.
3. A hierarquia e a disciplina militares não operam como simples ou meros predicados funcionais das Forças Armadas brasileiras, mas, isto sim, como elementos conceituais e vigas basilares de todas elas. Dados da própria compostura jurídica de cada uma e de todas em seu conjunto, de modo a legitimar o juízo técnico de que, se a hierarquia implica superposição de autoridades (as mais graduadas a comandar, e as menos graduadas a obedecer), a disciplina importa a permanente disposição de espírito para a prevalência das leis e regulamentos que presidem por modo peculiar a estruturação e o funcionamento das instituições castrenses. Tudo a encadeadamente desaguar na concepção e prática de uma vida corporativa de pinacular compromisso com a ordem e suas naturais projeções factuais: a regularidade, a normalidade, a estabilidade, a fixidez, a colocação das coisas em seus devidos lugares, enfim, segundo pautas legais e constitucionais antecipadamente lançadas. Como não pode deixar de ser, no âmbito de instituições que se definem pelo permanente uso de armamentos.
4. Esse maior apego a fórmulas ortodoxas de conduta não significa perda do senso crítico quanto aos reclamos elementarmente humanos de se incorporarem ao dia-a-dia das Forças Armadas incessantes ganhos de modernidade tecnológica e arejamento mental-democrático. Sabido que vida castrense não é lavagem cerebral ou mecanicismo comportamental, até porque – diz a Constituição – “às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar” (§ 1º do art. 143).
5. O modelo constitucional das Forças Armadas brasileiras abona a idéia-força de que entrar e permanecer nos misteres da caserna pressupõe uma clara consciência profissional e cívica: a consciência de que a disciplina mais rígida e os precisos escalões hierárquicos hão de ser observados como carta de princípios e atestado de vocação para melhor servir ao País pela via das suas Forças Armadas. Donde a compatibilidade do maior rigor penal castrense com o modo peculiar pelo qual a Constituição Federal dispõe sobre as Forças Armadas brasileiras. Modo especialmente constitutivo de um regime jurídico timbrado pelos encarecidos princípios da hierarquia e da disciplina, sem os quais não se pode falar das instituições militares como a própria fisionomia ou a face mais visível da idéia de ordem. O modelo acabado do que se poderia chamar de “relações de intrínseca subordinação”.
6. No caso, o art. 290 do Código Penal Militar é o regramento específico do tema para os militares. Pelo que o princípio da especialidade normativo-penal impede a incidência do art. 28 da Lei de Drogas (artigo que, de logo, comina ao delito de uso de entorpecentes penas restritivas de direitos). Princípio segundo o qual somente a inexistência de um regramento específico em sentido contrário ao normatizado na Lei 11.343/2006 é que possibilitaria a aplicação da legislação comum. Donde a impossibilidade de se mesclar o regime penal comum e o regime penal especificamente castrense, mediante a seleção das partes mais benéficas de cada um deles, pena de incidência em postura hermenêutica tipificadora de hibridismo ou promiscuidade regratória incompatível com o princípio da especialidade das leis. Precedentes: HCs 94.685, da relatoria da ministra Ellen Gracie (Plenário); e 103.684, da minha relatoria (Plenário).
7. Ordem denegada. | sjur203168 | - Acórdãos citados: HC 86854, HC 94685 - Tribunal Pleno, HC 103684 - Tribunal Pleno, HC 104748.
Número de páginas: 16.
Análise: 09/01/2012, MMR.
Revisão: 18/01/2012, KBP. | AYRES BRITTO | Segunda Turma | 107688 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00142 INC-00004 INC-00005 INC-00010\r\n ART-00143 \"CAPUT\" PAR-00001 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED DEL-001001 ANO-1969\r\n ART-00290 \r\n CPM-1969 CÓDIGO PENAL MILITAR\r\n",
"LEG-FED LEI-011343 ANO-2006\r\n ART-00028\r\n LTX-2006 LEI DE TÓXICOS"
] | HC | acordaos | HC 107688 | [
""
] | PACTE.(S) : JOSE EDUARDO FERREIRA DA SILVA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 107 . 688",
"HC 107 . 688 / DF",
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"HCs 94 . 685",
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".",
"684",
"HC 107 . 688 / DF",
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"HABEAS CORPUS 107 . 688",
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"HC 107 . 688 / DF",
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"HC 107 . 688 / DF",
"HC 86 . 854",
"HC 104 . 748",
"HC 107 . 688 / DF",
"HC 86 . 854",
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"HABEAS CORPUS 107 . 688",
"HABEAS CORPUS 107 . 688"
],
"LEGISLACAO": [
"LEI CIVIL 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"Lei 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"art . 290 do Código Penal Militar",
"art . 28 da Lei de Drogas",
"Lei 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 290 (",
"artigo 290 , do Código Substantivo",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 290",
"artigo 290 ,",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"Código Penal Militar",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"art . 290 do Código Penal Militar",
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"LOCAL": [
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"ORGANIZACAO": [
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"AYRES BRITTO",
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"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"JOSE EDUARDO FERREIRA DA SILVA",
"AYRES BRITTO",
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"AYRES BRITTO",
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"Danilo Fernandes Mendonça",
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"José Eduardo Ferreira da Silva",
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"Manlio Lo Cascio",
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"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"07 de junho de 2011",
"24",
"/",
"08",
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"2001",
"07 de junho de 2011",
"24",
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"08",
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"2001",
"07",
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"06",
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"2011",
"24",
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"08",
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"2001",
"07",
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"06",
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"2001",
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"08",
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"08",
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"2001",
"07",
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"06",
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"2011",
"07 de agosto de 2007",
"24",
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"2001",
"07",
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"06",
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"2011",
"07 de agosto de 2007",
"24",
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"08",
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"2001",
"24",
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"08",
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"2001",
"24",
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"2001",
"julho de 2007",
"24",
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"08",
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"2001",
"julho de 2007",
"24",
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"24",
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"2007",
"24",
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"2007",
"24",
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"2001",
"2001",
"24",
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"08",
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"2001",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"14",
"/",
"03",
"/",
"2006",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"14",
"/",
"03",
"/",
"2006",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"07",
".",
"06",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"07",
".",
"06",
".",
"2011",
"24",
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"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
14/06/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 556.582 RIO DE JANEIRO
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S)
:LUIZ OCTÁVIO ALVES
ADV.(A/S)
:JOÃO PEDRO FERRAZ DOS PASSOS E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:COMPANHIA ESTADUAL DE ÁGUAS E ESGOTOS -
CEDAE
ADV.(A/S)
:RAFAEL FERRARESI HOLANDA CAVALCANTE E
OUTRO(A/S)
EMENTA
Agravo regimental no agravo de instrumento. Empregado de
sociedade de economia mista. Teto salarial. Artigo 37, XI, da
Constituição Federal. Agravo regimental provido para determinar a
subida do recurso extraordinário.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência da Sra.
Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das
notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em dar provimento ao
agravo regimental no agravo de instrumento para os fins de subida do
recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 14 de junho de 2011.
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1565752.
Supremo Tribunal Federal
DJe 19/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 22
Relatório
14/06/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 556.582 RIO DE JANEIRO
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S)
:LUIZ OCTÁVIO ALVES
ADV.(A/S)
:JOÃO PEDRO FERRAZ DOS PASSOS E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:COMPANHIA ESTADUAL DE ÁGUAS E ESGOTOS -
CEDAE
ADV.(A/S)
:RAFAEL FERRARESI HOLANDA CAVALCANTE E
OUTRO(A/S)
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Luiz Octávio Alves interpõe tempestivo agravo regimental contra
decisão em que o Ministro Sepúlveda Pertence (fls. 244/245) negou
provimento ao agravo de instrumento, com a seguinte fundamentação:
“Agravo de instrumento de decisão que inadmitiu RE, a,
contra acórdão do Tribunal Superior do Trabalho, assim
ementado - f. 182-183:
'EMPREGADO DE SOCIEDADE DE ECONOMIA
MISTA. TETO CONSTITUCIONAL. ÉPOCA ANTERIOR
AO ADVENTO DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº
19/98.
1 - O art. 37, inciso XI, da CF/88, mesmo antes de sua
alteração pela Emenda Constituição nº 19/98, já fixava
limite remuneratório também para os empregados de
sociedade de economia mista, na medida em que tratava
genericamente de todos os servidores públicos.
2 - O Poder Constituinte Originário, ao se referir, no
caput do art. 37, à Administração Pública Indireta,
pretendeu atrair para o âmbito de incidência da norma as
empresas públicas e as sociedades de economia mista,
inclusive para efeito de aplicação do limite de
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14/06/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 556.582 RIO DE JANEIRO
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S)
:LUIZ OCTÁVIO ALVES
ADV.(A/S)
:JOÃO PEDRO FERRAZ DOS PASSOS E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:COMPANHIA ESTADUAL DE ÁGUAS E ESGOTOS -
CEDAE
ADV.(A/S)
:RAFAEL FERRARESI HOLANDA CAVALCANTE E
OUTRO(A/S)
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Luiz Octávio Alves interpõe tempestivo agravo regimental contra
decisão em que o Ministro Sepúlveda Pertence (fls. 244/245) negou
provimento ao agravo de instrumento, com a seguinte fundamentação:
“Agravo de instrumento de decisão que inadmitiu RE, a,
contra acórdão do Tribunal Superior do Trabalho, assim
ementado - f. 182-183:
'EMPREGADO DE SOCIEDADE DE ECONOMIA
MISTA. TETO CONSTITUCIONAL. ÉPOCA ANTERIOR
AO ADVENTO DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº
19/98.
1 - O art. 37, inciso XI, da CF/88, mesmo antes de sua
alteração pela Emenda Constituição nº 19/98, já fixava
limite remuneratório também para os empregados de
sociedade de economia mista, na medida em que tratava
genericamente de todos os servidores públicos.
2 - O Poder Constituinte Originário, ao se referir, no
caput do art. 37, à Administração Pública Indireta,
pretendeu atrair para o âmbito de incidência da norma as
empresas públicas e as sociedades de economia mista,
inclusive para efeito de aplicação do limite de
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Relatório
AI 556.582 AGR / RJ
remuneração estabelecido no inciso XI do art. 37 da CF/88.
3 - É certo que o art. 173, § 1º, da CF/88 estabelece
que as sociedades de economia mista sujeitam-se ao
regime jurídico próprio das empresas privadas. Porém, tal
diretriz não deve ser interpretada isoladamente, mas no
contexto constitucional em que foi inserida, levando-se em
consideração, sobretudo, a supremacia do interesse
público.
4 - O § 9º do art. 37, acrescido a partir da
promulgação da Emenda Constitucional nº 19/98, veio
apenas confirmar o intuito do legislador em aplicar o
limite remuneratório previsto no inciso XI do art. 37/CF às
sociedades de economia mista.
5 - O Supremo Tribunal Federal já se pronunciou a
respeito da matéria, no julgamento da ADIMC-1033/DF,
em que foi Relator o Min. Ilmar Galvão, publicado no DJ.
16/09/94; antes, portanto, da promulgação da Emenda
Constitucional nº 19/98, verbis: 'CONSTITUCIONAL.
AÇÃO DIRETA. LIMINAR. REMUNERAÇÃO. TETO.
PESSOAL DE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA E
EMPRESAS PÚBLICAS. ART. 37, XI, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. A equiparação de salário básico a vencimento
básico, na Lei nº 8.852/94, compatibiliza-se com a limitação
remuneratória estabelecida pelo art. 37, XI, da
Constituição Federal, que, segundo precedente desta
Corte, estende-se ao pessoal de sociedade de economia
mista e empresas públicas (ADI nº 787). Medida liminar
indeferida' (ADIMC- 1033/DF, Min. Ilmar Galvão, DJ.
16/09/94).
6 - Efetivamente, o caput do artigo 37 da
Constituição da República, em época anterior ao advento
da EC nº 19/98, já dispunha que, dentre outros princípios,
o da legalidade e da moralidade também eram
direcionados à Administração Pública Indireta. Assim, não
pairam dúvidas de que, sendo o teto uma medida
moralizadora e fazendo parte as empresas públicas e
2
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AI 556.582 AGR / RJ
remuneração estabelecido no inciso XI do art. 37 da CF/88.
3 - É certo que o art. 173, § 1º, da CF/88 estabelece
que as sociedades de economia mista sujeitam-se ao
regime jurídico próprio das empresas privadas. Porém, tal
diretriz não deve ser interpretada isoladamente, mas no
contexto constitucional em que foi inserida, levando-se em
consideração, sobretudo, a supremacia do interesse
público.
4 - O § 9º do art. 37, acrescido a partir da
promulgação da Emenda Constitucional nº 19/98, veio
apenas confirmar o intuito do legislador em aplicar o
limite remuneratório previsto no inciso XI do art. 37/CF às
sociedades de economia mista.
5 - O Supremo Tribunal Federal já se pronunciou a
respeito da matéria, no julgamento da ADIMC-1033/DF,
em que foi Relator o Min. Ilmar Galvão, publicado no DJ.
16/09/94; antes, portanto, da promulgação da Emenda
Constitucional nº 19/98, verbis: 'CONSTITUCIONAL.
AÇÃO DIRETA. LIMINAR. REMUNERAÇÃO. TETO.
PESSOAL DE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA E
EMPRESAS PÚBLICAS. ART. 37, XI, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. A equiparação de salário básico a vencimento
básico, na Lei nº 8.852/94, compatibiliza-se com a limitação
remuneratória estabelecida pelo art. 37, XI, da
Constituição Federal, que, segundo precedente desta
Corte, estende-se ao pessoal de sociedade de economia
mista e empresas públicas (ADI nº 787). Medida liminar
indeferida' (ADIMC- 1033/DF, Min. Ilmar Galvão, DJ.
16/09/94).
6 - Efetivamente, o caput do artigo 37 da
Constituição da República, em época anterior ao advento
da EC nº 19/98, já dispunha que, dentre outros princípios,
o da legalidade e da moralidade também eram
direcionados à Administração Pública Indireta. Assim, não
pairam dúvidas de que, sendo o teto uma medida
moralizadora e fazendo parte as empresas públicas e
2
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Relatório
AI 556.582 AGR / RJ
sociedades de economia mista daquele ramo da
administração pública, mesmo antes da intervenção do
Poder Constituinte Derivado (EC nº 19/98) estavam esses
entes submissos ao teto.
7 - Embargos não conhecidos.'
Alega o RE violação dos artigos 7o, VI, e 37, XI, da
Constituição Federal.
É inviável o RE. A jurisprudência do STF entende que o
artigo 37, XI, da Constituição, também é destinado aos
empregados de sociedade de economia mista e empresas
públicas, v.g., ADIn 1033-MC, 08.06.94, Ilmar Galvão, que
restou assim ementado:
'CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA. LIMINAR.
REMUNERAÇAO. TETO. PESSOAL DE SOCIEDADES
DE ECONOMIA MISTA E EMPRESAS PÚBLICAS. ART.
37, XI, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
A equiparação de salário básico a vencimento básico,
na Lei nº 8.852/94, compatibiliza-se com a limitação
remuneratória estabelecida pelo art. 37, XI, da
Constituição Federal, que, segundo precedente desta
Corte, estende-se ao pessoal de sociedades de economia
mista e empresas públicas (ADI nº 787).
Medida liminar indeferida.'
Com ressalva do meu voto vencido no julgamento dos
precedentes (ADIns 787-MC e 1.033-MC), nego provimento ao
agravo.”
Insiste o agravante que teriam sido violados os arts. 7º, inciso VI, e
37, inciso XI, da Constituição Federal. Aduz, in verbis, que:
“(...)
Não desejou o art. 37, XI, da CF criar, desde já os subtetos
3
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Supremo Tribunal Federal
AI 556.582 AGR / RJ
sociedades de economia mista daquele ramo da
administração pública, mesmo antes da intervenção do
Poder Constituinte Derivado (EC nº 19/98) estavam esses
entes submissos ao teto.
7 - Embargos não conhecidos.'
Alega o RE violação dos artigos 7o, VI, e 37, XI, da
Constituição Federal.
É inviável o RE. A jurisprudência do STF entende que o
artigo 37, XI, da Constituição, também é destinado aos
empregados de sociedade de economia mista e empresas
públicas, v.g., ADIn 1033-MC, 08.06.94, Ilmar Galvão, que
restou assim ementado:
'CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA. LIMINAR.
REMUNERAÇAO. TETO. PESSOAL DE SOCIEDADES
DE ECONOMIA MISTA E EMPRESAS PÚBLICAS. ART.
37, XI, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
A equiparação de salário básico a vencimento básico,
na Lei nº 8.852/94, compatibiliza-se com a limitação
remuneratória estabelecida pelo art. 37, XI, da
Constituição Federal, que, segundo precedente desta
Corte, estende-se ao pessoal de sociedades de economia
mista e empresas públicas (ADI nº 787).
Medida liminar indeferida.'
Com ressalva do meu voto vencido no julgamento dos
precedentes (ADIns 787-MC e 1.033-MC), nego provimento ao
agravo.”
Insiste o agravante que teriam sido violados os arts. 7º, inciso VI, e
37, inciso XI, da Constituição Federal. Aduz, in verbis, que:
“(...)
Não desejou o art. 37, XI, da CF criar, desde já os subtetos
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Relatório
AI 556.582 AGR / RJ
nos Estados, mas sim de impor um limite máximo de
remuneração para os servidores públicos e de deixar a cargo de
cada unidade federativa, o estabelecimento, em lei, de subtetos
para as carreiras próprias de servidores de cada Estado.
(...)
Nesse sentido, não há como fugir da violação literal a
dispositivo da Constituição, por flagrante interpretação
incoerente com a dicção do art. 37, XI, da Carta Maior, uma vez
que o obreiro pretendia, em sua reclamação trabalhista, o
pagamento de parcelas que foram subtraídas de seu contra-
cheque a partir de 1991, sem que houvesse lei determinando tal
abatimento” (fl. 253).
É o relatório.
4
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AI 556.582 AGR / RJ
nos Estados, mas sim de impor um limite máximo de
remuneração para os servidores públicos e de deixar a cargo de
cada unidade federativa, o estabelecimento, em lei, de subtetos
para as carreiras próprias de servidores de cada Estado.
(...)
Nesse sentido, não há como fugir da violação literal a
dispositivo da Constituição, por flagrante interpretação
incoerente com a dicção do art. 37, XI, da Carta Maior, uma vez
que o obreiro pretendia, em sua reclamação trabalhista, o
pagamento de parcelas que foram subtraídas de seu contra-
cheque a partir de 1991, sem que houvesse lei determinando tal
abatimento” (fl. 253).
É o relatório.
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
14/06/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 556.582 RIO DE JANEIRO
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
O inconformismo não merece prosperar.
Conforme expresso na decisão agravada, a jurisprudência deste
Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que a limitação
remuneratória estabelecida pelo art. 37, XI, da Constituição Federal,
aplica-se também aos empregados das sociedades de economia mista,
mesmo antes da entrada em vigor da EC nº 19/98. Sobre o tema, anote-se:
“AGRAVO
REGIMENTAL
EM
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
ADMINISTRATIVO.
CONSTITUCIONAL. TETO REMUNERATÓRIO. ART. 37, XI,
DA CONSTITUIÇÃO (REDAÇÃO ANTERIOR À EC 19/98) E
ART. 37, § 9º, DA CONSTITUIÇÃO. LIMITAÇÃO.
RECEBIMENTO DE RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS POR
EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA
MISTA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO STF. AGRAVO
IMPROVIDO. I – É firme o entendimento desta Corte de que o
art. 37, XI, da Constituição Federal, com a redação anterior à EC
19/98, já fixava limite remuneratório também para os
empregados das empresas públicas e sociedades de economia
mista. II – O art. 37, § 9º, da CF submeteu os empregados das
empresas públicas e sociedades de economia mista ao teto
remuneratório da Administração Pública, limitando
expressamente esta aplicação aos casos em que tais empresas
recebam recursos da Fazenda Pública para custeio em geral ou
gasto com pessoal. III - A análise do não recebimento, por parte
de sociedade de economia mista, de verbas públicas para
custeio e despesas com pessoal encontra óbice no enunciado da
Súmula 279 desta Corte. II - Agravo regimental improvido” (RE
nº 572.143/RJ- AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro Ricardo
Lewandowski, DJe de 25/2/11).
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Supremo Tribunal Federal
14/06/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 556.582 RIO DE JANEIRO
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
O inconformismo não merece prosperar.
Conforme expresso na decisão agravada, a jurisprudência deste
Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que a limitação
remuneratória estabelecida pelo art. 37, XI, da Constituição Federal,
aplica-se também aos empregados das sociedades de economia mista,
mesmo antes da entrada em vigor da EC nº 19/98. Sobre o tema, anote-se:
“AGRAVO
REGIMENTAL
EM
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
ADMINISTRATIVO.
CONSTITUCIONAL. TETO REMUNERATÓRIO. ART. 37, XI,
DA CONSTITUIÇÃO (REDAÇÃO ANTERIOR À EC 19/98) E
ART. 37, § 9º, DA CONSTITUIÇÃO. LIMITAÇÃO.
RECEBIMENTO DE RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS POR
EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA
MISTA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO STF. AGRAVO
IMPROVIDO. I – É firme o entendimento desta Corte de que o
art. 37, XI, da Constituição Federal, com a redação anterior à EC
19/98, já fixava limite remuneratório também para os
empregados das empresas públicas e sociedades de economia
mista. II – O art. 37, § 9º, da CF submeteu os empregados das
empresas públicas e sociedades de economia mista ao teto
remuneratório da Administração Pública, limitando
expressamente esta aplicação aos casos em que tais empresas
recebam recursos da Fazenda Pública para custeio em geral ou
gasto com pessoal. III - A análise do não recebimento, por parte
de sociedade de economia mista, de verbas públicas para
custeio e despesas com pessoal encontra óbice no enunciado da
Súmula 279 desta Corte. II - Agravo regimental improvido” (RE
nº 572.143/RJ- AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro Ricardo
Lewandowski, DJe de 25/2/11).
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 22
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
AI 556.582 AGR / RJ
“AGRAVO
REGIMENTAL
NO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. EMPREGADO DE SOCIEDADE DE
ECONOMIA MISTA. TETO REMUNERATÓRIO. ARTIGO 37,
XI, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. O Supremo Tribunal
Federal fixou entendimento no sentido de que os empregados
das sociedades de economia mista estão submetidos ao teto
salarial previsto no artigo 37, XI, da Constituição mesmo antes
da entrada em vigor da Emenda Constitucional n. 19/98.
Precedentes. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE
nº 590.252/RJ-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Eros
Grau, DJe de 17/4/09).
“1. TETO SALARIAL. Empregado de sociedade de
economia mista. Submissão aos limites estabelecidos pelo art.
37, XI, da Constituição da República. Precedentes do Plenário.
Os empregados das sociedades de economia mista estão
submetidos ao teto salarial determinado pelo art. 37, XI, da
Constituição, ainda antes da entrada em vigor da Emenda
Constitucional nº 19/98. 2. RECURSO. Extraordinário.
Inadmissibilidade. Ausência de razões consistentes. Decisão
mantida. Agravo regimental não provido. Nega-se provimento
a agravo regimental tendente a impugnar, sem razões
consistentes, decisão fundada em jurisprudência assente na
Corte” (AI nº 581.311/RJ-AgR, Segunda Turma, Relator o
Ministro Cezar Peluso, DJe de 21/11/08).
Tem-se, portanto, que a jurisprudência desta Suprema Corte tem
entendido que o dispositivo constitucional utilizado na fundamentação
da decisão agravada já era de imediata aplicabilidade, desde antes da
entrada em vigor da EC nº 19/98.
Já a questão referente à discussão acerca do recebimento, dentro da
realidade de cada uma dessas empresas, de verbas públicas para custeio,
ou mesmo gasto com pessoal, refoge ao âmbito de análise, em um apelo
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1565750.
Supremo Tribunal Federal
AI 556.582 AGR / RJ
“AGRAVO
REGIMENTAL
NO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. EMPREGADO DE SOCIEDADE DE
ECONOMIA MISTA. TETO REMUNERATÓRIO. ARTIGO 37,
XI, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. O Supremo Tribunal
Federal fixou entendimento no sentido de que os empregados
das sociedades de economia mista estão submetidos ao teto
salarial previsto no artigo 37, XI, da Constituição mesmo antes
da entrada em vigor da Emenda Constitucional n. 19/98.
Precedentes. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE
nº 590.252/RJ-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Eros
Grau, DJe de 17/4/09).
“1. TETO SALARIAL. Empregado de sociedade de
economia mista. Submissão aos limites estabelecidos pelo art.
37, XI, da Constituição da República. Precedentes do Plenário.
Os empregados das sociedades de economia mista estão
submetidos ao teto salarial determinado pelo art. 37, XI, da
Constituição, ainda antes da entrada em vigor da Emenda
Constitucional nº 19/98. 2. RECURSO. Extraordinário.
Inadmissibilidade. Ausência de razões consistentes. Decisão
mantida. Agravo regimental não provido. Nega-se provimento
a agravo regimental tendente a impugnar, sem razões
consistentes, decisão fundada em jurisprudência assente na
Corte” (AI nº 581.311/RJ-AgR, Segunda Turma, Relator o
Ministro Cezar Peluso, DJe de 21/11/08).
Tem-se, portanto, que a jurisprudência desta Suprema Corte tem
entendido que o dispositivo constitucional utilizado na fundamentação
da decisão agravada já era de imediata aplicabilidade, desde antes da
entrada em vigor da EC nº 19/98.
Já a questão referente à discussão acerca do recebimento, dentro da
realidade de cada uma dessas empresas, de verbas públicas para custeio,
ou mesmo gasto com pessoal, refoge ao âmbito de análise, em um apelo
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
AI 556.582 AGR / RJ
extremo como o presente, pois tal fato não prescinde da apreciação de
fatos e provas do processo, de inviável ocorrência na via extraordinária.
Na linha dos precedentes, voto pelo não provimento do presente
agravo regimental.
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extremo como o presente, pois tal fato não prescinde da apreciação de
fatos e provas do processo, de inviável ocorrência na via extraordinária.
Na linha dos precedentes, voto pelo não provimento do presente
agravo regimental.
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Debate
14/06/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 556.582 RIO DE JANEIRO
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente,
sensibiliza-me o fato de que, ao contrário do que está na cabeça do artigo
37, no inciso XI, tem-se a observância do teto quanto à administração
direta, autárquica – que é indireta, mas de forma específica –, não
alcançando empresa pública e sociedade de economia mista e
fundacional.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) –
Que nem existe mais, porque, depois da Emenda, tiraram o “fundacional”
do artigo 37, o que continuou em outros dispositivos.
Neste caso, o que é o CEDAE?
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Sociedade de
economia mista.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
E não há elementos nos autos para saber se ele é dependente ou não.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Mas não importa,
porque, de início, não é.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) – De
todo jeito, a sociedade de economia mista – aí há outro problema - tem
regime diferenciado.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Mas, aí, deveríamos levar isso ao Plenário, porque há precedentes.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Vamos levar, porque a
repercussão é grande. Torno a frisar: o preceito refere-se hoje – como
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PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 556.582 RIO DE JANEIRO
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente,
sensibiliza-me o fato de que, ao contrário do que está na cabeça do artigo
37, no inciso XI, tem-se a observância do teto quanto à administração
direta, autárquica – que é indireta, mas de forma específica –, não
alcançando empresa pública e sociedade de economia mista e
fundacional.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) –
Que nem existe mais, porque, depois da Emenda, tiraram o “fundacional”
do artigo 37, o que continuou em outros dispositivos.
Neste caso, o que é o CEDAE?
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Sociedade de
economia mista.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
E não há elementos nos autos para saber se ele é dependente ou não.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Mas não importa,
porque, de início, não é.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) – De
todo jeito, a sociedade de economia mista – aí há outro problema - tem
regime diferenciado.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Mas, aí, deveríamos levar isso ao Plenário, porque há precedentes.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Vamos levar, porque a
repercussão é grande. Torno a frisar: o preceito refere-se hoje – como
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AI 556.582 AGR / RJ
aludido pela Presidente – à administração direta. Sociedade de economia
mista e empresa pública estão incluídas? Não. E quanto à indireta? Tem-
se compreendida a autárquica. Não engloba a empresa pública, nem a
sociedade de economia mista.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Mas só para justificar a minha posição. Eu estou aberto ao debate,
não tenha dúvida.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) – Eu
queria que Vossa Excelência, se fosse possível, o que me interessava mais
era o quadro, quer dizer, o que se coloca em questão, fundamentalmente
aí, é se ela teria de se submeter a esse teto?
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Exatamente.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – E, no caso, o
empregado se insurge.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) –
Exatamente, porque ela afirma que não poderia pagar mais do que o
fixado.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
E, na verdade, a decisão agravada nem é da minha lavra, eu estou
muito à vontade.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Quem recorre é o
prestador dos serviços.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Quem recorre aqui é o agravante, não é a companhia estadual, é o
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aludido pela Presidente – à administração direta. Sociedade de economia
mista e empresa pública estão incluídas? Não. E quanto à indireta? Tem-
se compreendida a autárquica. Não engloba a empresa pública, nem a
sociedade de economia mista.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Mas só para justificar a minha posição. Eu estou aberto ao debate,
não tenha dúvida.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) – Eu
queria que Vossa Excelência, se fosse possível, o que me interessava mais
era o quadro, quer dizer, o que se coloca em questão, fundamentalmente
aí, é se ela teria de se submeter a esse teto?
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Exatamente.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – E, no caso, o
empregado se insurge.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) –
Exatamente, porque ela afirma que não poderia pagar mais do que o
fixado.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
E, na verdade, a decisão agravada nem é da minha lavra, eu estou
muito à vontade.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Quem recorre é o
prestador dos serviços.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Quem recorre aqui é o agravante, não é a companhia estadual, é o
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servidor, o que fica submetido ao teto.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Penso que recorre
bem.
Tendo a prover este recurso. Como posso dizer que, onde se jungiu o
teto à administração direta e autárquica, leia-se a indireta, também
apanhadas as sociedades de economia mista e as empresas públicas? Vou
interpretar o preceito constitucional de forma elástica para pegar outras
situações não contempladas? É um caso que merece ir ao Plenário.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Há, até, um precedente aqui da Primeira Turma, publicado agora em
25/2/2011, Relator Ministro Ricardo Lewandowski, no qual, exatamente,
Sua Excelência fez essa distinção:
“AGRAVO
REGIMENTAL
EM
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
ADMINISTRATIVO.
CONSTITUCIONAL. TETO REMUNERATÓRIO. ART. 37, XI,
DA CONSTITUIÇÃO (REDAÇÃO ANTERIOR À EC 19/98) E
ART.
37,
§ 9º, DA
CONSTITUIÇÃO
LIMITAÇÃO.
RECEBIMENTO DE RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS POR
EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA
MISTA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO STF. AGRAVO
IMPROVIDO. I -É firme o entendimento desta Corte de que o
art. 37, XI, da Constituição Federal, com a redação anterior à EC
19/98, já fixava limite remuneratório também para os
empregados das empresas públicas e sociedades de economia
mista.“
E o agravo regimental no recurso extraordinário, Relator Ministro
Eros Grau, na mesma linha...
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - É
porque, na verdade, a CEDAE é prestadora de serviço público.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Eu faço
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servidor, o que fica submetido ao teto.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Penso que recorre
bem.
Tendo a prover este recurso. Como posso dizer que, onde se jungiu o
teto à administração direta e autárquica, leia-se a indireta, também
apanhadas as sociedades de economia mista e as empresas públicas? Vou
interpretar o preceito constitucional de forma elástica para pegar outras
situações não contempladas? É um caso que merece ir ao Plenário.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Há, até, um precedente aqui da Primeira Turma, publicado agora em
25/2/2011, Relator Ministro Ricardo Lewandowski, no qual, exatamente,
Sua Excelência fez essa distinção:
“AGRAVO
REGIMENTAL
EM
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
ADMINISTRATIVO.
CONSTITUCIONAL. TETO REMUNERATÓRIO. ART. 37, XI,
DA CONSTITUIÇÃO (REDAÇÃO ANTERIOR À EC 19/98) E
ART.
37,
§ 9º, DA
CONSTITUIÇÃO
LIMITAÇÃO.
RECEBIMENTO DE RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS POR
EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA
MISTA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO STF. AGRAVO
IMPROVIDO. I -É firme o entendimento desta Corte de que o
art. 37, XI, da Constituição Federal, com a redação anterior à EC
19/98, já fixava limite remuneratório também para os
empregados das empresas públicas e sociedades de economia
mista.“
E o agravo regimental no recurso extraordinário, Relator Ministro
Eros Grau, na mesma linha...
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - É
porque, na verdade, a CEDAE é prestadora de serviço público.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Eu faço
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uma distinção, mas, talvez, a matéria até mereça ir a Plenário, se houver
repasse de verbas públicas para empresas de economia mista, se ela é
uma prestadora de serviços, é um tema interessante. Ele comporta até que
sejam feitas distinções.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) -
Porque, na verdade, Ministro, eu acho até que, quando o constituinte
estabelecia a administração pública direta e autárquica, imagina-se que a
autarquia seja só prestadora de serviço, mas no Brasil nós temos
autarquia bancária, que busca lucro. Em contraprestação, essas entidades,
que deveriam ser autarquias - porque são prestadoras de serviço público
exclusivamente -, adquirem a forma de sociedade de economia mista e de
empresa pública para se furtar de licitações, contratos e outras normas.
Então, chega no final, nós estamos tentando encaixar uma formatação
constitucional num modelo que a administração pública desvirtuou. Este
é o problema que nós temos no Brasil, nós temos autarquias bancárias.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Na ratio essendi, teria que se
aplicar o mesmo princípio.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Se é
para o serviço público - e, como diz o Ministro Lewandowski, tem
dinheiro público -, como é que nós ficamos com duas entidades que, no
papel, tem empresa pública, mesmo ela formada só de entidade?
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - E para
pagar pessoal, muitas vezes, inclusive.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - O Plenário inclusive chegou a
enfrentar a questão de sociedade de economia mista e precatórios
recentemente.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Na
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uma distinção, mas, talvez, a matéria até mereça ir a Plenário, se houver
repasse de verbas públicas para empresas de economia mista, se ela é
uma prestadora de serviços, é um tema interessante. Ele comporta até que
sejam feitas distinções.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) -
Porque, na verdade, Ministro, eu acho até que, quando o constituinte
estabelecia a administração pública direta e autárquica, imagina-se que a
autarquia seja só prestadora de serviço, mas no Brasil nós temos
autarquia bancária, que busca lucro. Em contraprestação, essas entidades,
que deveriam ser autarquias - porque são prestadoras de serviço público
exclusivamente -, adquirem a forma de sociedade de economia mista e de
empresa pública para se furtar de licitações, contratos e outras normas.
Então, chega no final, nós estamos tentando encaixar uma formatação
constitucional num modelo que a administração pública desvirtuou. Este
é o problema que nós temos no Brasil, nós temos autarquias bancárias.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Na ratio essendi, teria que se
aplicar o mesmo princípio.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Se é
para o serviço público - e, como diz o Ministro Lewandowski, tem
dinheiro público -, como é que nós ficamos com duas entidades que, no
papel, tem empresa pública, mesmo ela formada só de entidade?
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - E para
pagar pessoal, muitas vezes, inclusive.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - O Plenário inclusive chegou a
enfrentar a questão de sociedade de economia mista e precatórios
recentemente.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Na
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Debate
AI 556.582 AGR / RJ
Eletronorte, não é?
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - No
caso da Eletronorte.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Eu acho que valeria a pena
isso sim.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
O § 9º do 37, com a redação da Emenda nº 19, diz:
"O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e
às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que
receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal
ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou
de custeio em geral."
O que eles estão dizendo aqui? Mantendo a decisão de Pertence. É
que não há elementos nos autos para saber se ela é mantida ou não com
recursos públicos, daí eu manter a decisão desfavorável aqui ao
pretendente, de receber acima do teto.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Vossa
Excelência leu qual artigo?
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
O § 9º do 37.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - É o
§ 9º do 37, que estende a essas entidades quando elas receberem recursos.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Essa questão de ordem do
Ministro Ricardo Lewandowski vai ser apreciada no sentido de levar para
Plenário? Como é que preferem?
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Eletronorte, não é?
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - No
caso da Eletronorte.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Eu acho que valeria a pena
isso sim.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
O § 9º do 37, com a redação da Emenda nº 19, diz:
"O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e
às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que
receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal
ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou
de custeio em geral."
O que eles estão dizendo aqui? Mantendo a decisão de Pertence. É
que não há elementos nos autos para saber se ela é mantida ou não com
recursos públicos, daí eu manter a decisão desfavorável aqui ao
pretendente, de receber acima do teto.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Vossa
Excelência leu qual artigo?
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
O § 9º do 37.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - É o
§ 9º do 37, que estende a essas entidades quando elas receberem recursos.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Essa questão de ordem do
Ministro Ricardo Lewandowski vai ser apreciada no sentido de levar para
Plenário? Como é que preferem?
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AI 556.582 AGR / RJ
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O recurso
extraordinário já subiu?
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Não, só se provêssemos o agravo para subir o recurso.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Prover o agravo de
instrumento para vir o recurso.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - É, então vamos prover para
discutir isso melhor.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Então, afeta-se ao
Plenário, quando vier.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Direto ao
Pleno?
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Daríamos provimento,
com a concordância do relator, apenas para subir o extraordinário.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
-
Interessante a matéria. Impressiona o que o Ministro Toffoli acabou de ler,
o art. 37, § 9º:
"Art. 37.
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às
sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
geral".
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - É
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O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O recurso
extraordinário já subiu?
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Não, só se provêssemos o agravo para subir o recurso.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Prover o agravo de
instrumento para vir o recurso.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - É, então vamos prover para
discutir isso melhor.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Então, afeta-se ao
Plenário, quando vier.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Direto ao
Pleno?
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Daríamos provimento,
com a concordância do relator, apenas para subir o extraordinário.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
-
Interessante a matéria. Impressiona o que o Ministro Toffoli acabou de ler,
o art. 37, § 9º:
"Art. 37.
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às
sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
geral".
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AI 556.582 AGR / RJ
porque aí, até mesmo para efeito da lei de responsabilidade fiscal, isso
tem repercussão, porque o Estado ultrapassou o limite, porque repassou
o dinheiro, e a empresa ultrapassou...
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - É, tem todo fundamento isso.
A razão é a mesma, não é?
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Mas é uma
matéria interessante, tem que fazer o discrímen caso a caso, talvez. Não
sei se é possível estabelecer uma regra genérica.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Mas
nesse caso, o Ministro Toffoli está chamando a atenção que não há nos
autos elementos para se fazer isso.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Não tenho elementos para... Por isso que eu digo aqui a conclusão
do meu voto no sentido de manter a decisão de Pertence.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) -
Porque a base dele foi essa.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
No sentido de que a jurisprudência do Plenário se firmou no sentido
de que o 37, XI, se aplica à sociedade de economia mista mesmo antes da
Emenda nº 19.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Sim, já
fazia esse discrímen.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Tendo, então, em conta esse precedente, em relação "à discussão
acerca do recebimento, dentro da realidade de cada uma dessas
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porque aí, até mesmo para efeito da lei de responsabilidade fiscal, isso
tem repercussão, porque o Estado ultrapassou o limite, porque repassou
o dinheiro, e a empresa ultrapassou...
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - É, tem todo fundamento isso.
A razão é a mesma, não é?
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Mas é uma
matéria interessante, tem que fazer o discrímen caso a caso, talvez. Não
sei se é possível estabelecer uma regra genérica.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Mas
nesse caso, o Ministro Toffoli está chamando a atenção que não há nos
autos elementos para se fazer isso.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Não tenho elementos para... Por isso que eu digo aqui a conclusão
do meu voto no sentido de manter a decisão de Pertence.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) -
Porque a base dele foi essa.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
No sentido de que a jurisprudência do Plenário se firmou no sentido
de que o 37, XI, se aplica à sociedade de economia mista mesmo antes da
Emenda nº 19.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Sim, já
fazia esse discrímen.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Tendo, então, em conta esse precedente, em relação "à discussão
acerca do recebimento, dentro da realidade de cada uma dessas
7
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empresas, de verbas públicas para custeio, ou mesmo gasto com pessoal,
refoge ao âmbito de análise, em um apelo extremo como o presente (...)"
analisar se ela é ou não dependente de verbas públicas, pois tal questão
necessita da análise fática, e aí teríamos que entrar na questão fática
quanto ao fato de ela ser dependente ou não.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Sem dúvida.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - E Vossa
Excelência diz que talvez esse caso não seria apropriado?
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Para mim, se
prevalecer a óptica de que o preceito deve ser aplicado tal como se
contém, ou seja, apenas quanto à administração direta e à administração
autárquica, pouco importa se recebe ou não recursos do setor público,
porque conta com personalidade jurídica própria.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Mas
e o § 9º do 37, Ministro?
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Como é
que Vossa Excelência superaria? É interessante.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Mas aqui a questão se põe antes da Emenda nº 19, e o Plenário já
dizia que, mesmo antes da Emenda nº 19...
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Vamos ao § 9º do
artigo 37 da Constituição Federal, já que não tenho presente do que trata.
Pode ser que evolua.
Art. 37 – [...]
[...]
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empresas, de verbas públicas para custeio, ou mesmo gasto com pessoal,
refoge ao âmbito de análise, em um apelo extremo como o presente (...)"
analisar se ela é ou não dependente de verbas públicas, pois tal questão
necessita da análise fática, e aí teríamos que entrar na questão fática
quanto ao fato de ela ser dependente ou não.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Sem dúvida.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - E Vossa
Excelência diz que talvez esse caso não seria apropriado?
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Para mim, se
prevalecer a óptica de que o preceito deve ser aplicado tal como se
contém, ou seja, apenas quanto à administração direta e à administração
autárquica, pouco importa se recebe ou não recursos do setor público,
porque conta com personalidade jurídica própria.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Mas
e o § 9º do 37, Ministro?
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Como é
que Vossa Excelência superaria? É interessante.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Mas aqui a questão se põe antes da Emenda nº 19, e o Plenário já
dizia que, mesmo antes da Emenda nº 19...
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Vamos ao § 9º do
artigo 37 da Constituição Federal, já que não tenho presente do que trata.
Pode ser que evolua.
Art. 37 – [...]
[...]
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§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas
e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que
receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal
ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou
de custeio em geral.
Está previsto, considerava antes apenas o inciso XI. Está previsto
que, recebendo, enquadram-se no preceito.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Aí o § 11
ainda faz mais uma discriminação adicional interessante.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Por dever de esclarecimento, o caso aqui é anterior à Emenda nº 19.
Eu aplico um precedente do Plenário que diz que, mesmo anterior à
Emenda 19, o entendimento da Corte era no sentido de se aplicar o inciso
XI do art. 37 às empresas de economia mista.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - É como se esse parágrafo fosse
uma interpretação autêntica, não é?
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Eu estou aqui votando no sentido de manter a decisão de Pertence,
negando provimento ao agravo.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Não se apontou, no
acórdão impugnado, que a empresa receberia valores dos cofres públicos?
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Não, não se apontou. Eu digo que isso revolveria análise fática.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Evidentemente, seria
matéria de defesa a ser veiculada pela parte interessada, que é a contrária
9
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§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas
e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que
receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal
ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou
de custeio em geral.
Está previsto, considerava antes apenas o inciso XI. Está previsto
que, recebendo, enquadram-se no preceito.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Aí o § 11
ainda faz mais uma discriminação adicional interessante.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Por dever de esclarecimento, o caso aqui é anterior à Emenda nº 19.
Eu aplico um precedente do Plenário que diz que, mesmo anterior à
Emenda 19, o entendimento da Corte era no sentido de se aplicar o inciso
XI do art. 37 às empresas de economia mista.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - É como se esse parágrafo fosse
uma interpretação autêntica, não é?
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Eu estou aqui votando no sentido de manter a decisão de Pertence,
negando provimento ao agravo.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Não se apontou, no
acórdão impugnado, que a empresa receberia valores dos cofres públicos?
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Não, não se apontou. Eu digo que isso revolveria análise fática.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Evidentemente, seria
matéria de defesa a ser veiculada pela parte interessada, que é a contrária
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AI 556.582 AGR / RJ
ao recorrente. Este não pode ser apenado se não protocolados embargos
declaratórios, deixando de haver debate e decisão prévios sobre o tema.
10
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ao recorrente. Este não pode ser apenado se não protocolados embargos
declaratórios, deixando de haver debate e decisão prévios sobre o tema.
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Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
14/06/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 556.582 RIO DE JANEIRO
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Senhora Presidente,
continuo firme no provimento do agravo.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR) – Mantenho o
meu voto, mas, se a maioria entender por prover ou afetar ao Plenário, eu
não me oponho.
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Supremo Tribunal Federal
14/06/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 556.582 RIO DE JANEIRO
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Senhora Presidente,
continuo firme no provimento do agravo.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR) – Mantenho o
meu voto, mas, se a maioria entender por prover ou afetar ao Plenário, eu
não me oponho.
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Retificação de Voto
14/06/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 556.582 RIO DE JANEIRO
RETIFICAÇÃO DE VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Senhora Presidente, eu reajusto o meu voto e provejo o agravo
regimental, para determinar a subida do recurso extraordinário.
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14/06/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 556.582 RIO DE JANEIRO
RETIFICAÇÃO DE VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Senhora Presidente, eu reajusto o meu voto e provejo o agravo
regimental, para determinar a subida do recurso extraordinário.
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Voto - MIN. LUIZ FUX
14/06/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 556.582 RIO DE JANEIRO
VOTO
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, eu vou
acompanhar o Ministro Marco Aurélio, porque ela é anterior à Emenda.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Eu
acho que talvez fosse o caso de provimento, para vir o extraordinário.
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
14/06/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 556.582 RIO DE JANEIRO
VOTO
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, eu vou
acompanhar o Ministro Marco Aurélio, porque ela é anterior à Emenda.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Eu
acho que talvez fosse o caso de provimento, para vir o extraordinário.
Supremo Tribunal Federal
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Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 556.582
PROCED. : RIO DE JANEIRO
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) : LUIZ OCTÁVIO ALVES
ADV.(A/S) : JOÃO PEDRO FERRAZ DOS PASSOS E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : COMPANHIA ESTADUAL DE ÁGUAS E ESGOTOS - CEDAE
ADV.(A/S) : RAFAEL FERRARESI HOLANDA CAVALCANTE E OUTRO(A/S)
Decisão: A Turma deu provimento ao agravo regimental no agravo
de instrumento para os fins de subida do recurso extraordinário,
nos termos do voto do Relator. Unânime. Presidência da Senhora
Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 14.6.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski,
Dias Toffoli e Luiz Fux.
Subprocuradora-Geral da República, Dra. Cláudia Sampaio
Marques.
Carmen Lilian
Coordenadora
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Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 556.582
PROCED. : RIO DE JANEIRO
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) : LUIZ OCTÁVIO ALVES
ADV.(A/S) : JOÃO PEDRO FERRAZ DOS PASSOS E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : COMPANHIA ESTADUAL DE ÁGUAS E ESGOTOS - CEDAE
ADV.(A/S) : RAFAEL FERRARESI HOLANDA CAVALCANTE E OUTRO(A/S)
Decisão: A Turma deu provimento ao agravo regimental no agravo
de instrumento para os fins de subida do recurso extraordinário,
nos termos do voto do Relator. Unânime. Presidência da Senhora
Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 14.6.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski,
Dias Toffoli e Luiz Fux.
Subprocuradora-Geral da República, Dra. Cláudia Sampaio
Marques.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1267957
Inteiro Teor do Acórdão - Página 22 de 22
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1641959 | 2011-06-14T00:00:00 | 2011-12-19T00:00:00 | A Turma deu provimento ao agravo regimental no agravo de instrumento para os fins de subida do recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Unânime. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 14.6.2011. | AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO | EMENTA
Agravo regimental no agravo de instrumento. Empregado de sociedade de economia mista. Teto salarial. Artigo 37, XI, da Constituição Federal. Agravo regimental provido para determinar a subida do recurso extraordinário. | sjur203242 | - Acórdãos citados: RE 572143 AgR, RE 590252 AgR, AI 581311 AgR.
Número de páginas: 22.
Análise: 23/01/2012, GVS. | DIAS TOFFOLI | Primeira Turma | 556582 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00037 INC-00011 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL"
] | AI-AgR | acordaos | AI 556582 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : LUIZ OCTÁVIO ALVES
ADV.(A/S) : JOÃO PEDRO FERRAZ DOS PASSOS E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : COMPANHIA ESTADUAL DE ÁGUAS E ESGOTOS - CEDAE
ADV.(A/S) : RAFAEL FERRARESI HOLANDA CAVALCANTE E OUTRO(A/S) | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 556 . 582",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 556 . 582",
"AI 556 . 582 AGR",
"ADIMC",
"-",
"1033",
"/",
"DF",
"ADI [UNK] 787",
"ADIMC",
"-",
"1033",
"/",
"DF",
"AI 556 . 582 AGR / RJ",
"ADIMC",
"-",
"1033",
"/",
"DF",
"ADI [UNK] 787",
"ADIMC - 1033 / DF",
"AI 556 . 582 AGR / RJ",
"ADIn 1033 - MC ,",
"ADI [UNK] 787",
"ADIns 787 - MC",
"1",
".",
"033",
"-",
"MC",
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".",
"033",
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"MC",
"AI 556 . 582 AGR / RJ",
"AI 556 . 582 AGR / RJ",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 556 . 582",
"SÚMULA 279 DO STF",
"RE [UNK] 572 . 143 / RJ - AgR",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 556 . 582",
"SÚMULA 279 DO STF",
"RE [UNK] 572 . 143 / RJ - AgR",
"AI 556 . 582 AGR / RJ",
"RE [UNK] 590 . 252 / RJ - AgR",
"AI [UNK] 581 . 311 / RJ - AgR",
"AI 556 . 582 AGR / RJ",
"RE [UNK] 590 . 252 / RJ - AgR",
"AI [UNK] 581 . 311 / RJ - AgR",
"AI 556 . 582 AGR / RJ",
"AI 556 . 582 AGR",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 556 . 582",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 556 . 582",
"AI 556 . 582 AGR / RJ",
"AI 556 . 582 AGR / RJ",
"AI 556 . 582",
"SÚMULA 279 DO STF",
"AI 556 . 582 AGR / RJ",
"SÚMULA 279 DO STF",
"AI 556 . 582 AGR / RJ",
"AI 556 . 582 AGR / RJ",
"AI 556 . 582 AGR /",
"AI 556 . 582 AGR /",
"AI 556 . 582 AGR / RJ",
"AI 556 . 582 AGR / RJ",
"AI 556 . 582 AGR / RJ",
"AI 556 . 582 AGR / RJ",
"AI 556 . 582 AGR / RJ",
"AI 556 . 582 AGR / RJ",
"AI 556 . 582 AGR / RJ",
"AI 556 . 582 AGR / RJ",
"AI 556 . 582 AGR / RJ",
"AI 556 . 582 AGR / RJ",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 556 . 582",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 556 . 582",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 556 . 582",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 556 . 582",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 556 . 582",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 556 . 582",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 556 . 582"
],
"LEGISLACAO": [
"Artigo 37 , XI , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"EMENDA CONSTITUCIONAL [UNK] 19 / 98",
"art . 37 , inciso XI , da CF / 88",
"Emenda Constituição [UNK] 19 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"EMENDA CONSTITUCIONAL [UNK] 19 / 98",
"art . 37 , inciso XI , da CF / 88",
"Emenda Constituição [UNK] 19 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso XI do art . 37 da CF / 88",
"art . 173 , § [UNK] , da CF / 88",
"Emenda Constitucional [UNK] 19 / 98",
"inciso XI do art . 37 / CF",
"Emenda Constitucional [UNK] 19 / 98",
"ART . 37 , XI , DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL",
"Lei [UNK] 8 . 852 / 94",
"art . 37 , XI , da Constituição Federal",
"artigo 37 da Constituição da República",
"EC [UNK] 19 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso XI do art . 37 da CF / 88",
"art . 173 , § [UNK] , da CF / 88",
"Emenda Constitucional [UNK] 19 / 98",
"inciso XI do art . 37 / CF",
"Emenda Constitucional [UNK] 19 / 98",
"ART . 37 , XI , DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL",
"Lei [UNK] 8",
"art . 37 , XI , da Constituição Federal",
"artigo 37 da Constituição da República",
"EC [UNK] 19 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Poder Constituinte Derivado",
"EC [UNK] 19 / 98",
"artigos 7o , VI , e 37 , XI , da Constituição Federal",
"artigo 37 , XI , da Constituição",
"ART . 37 , XI , DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL",
"Lei [UNK] 8 . 852 / 94",
"art . 37 , XI , da Constituição Federal",
"arts . [UNK] , inciso VI , e 37 , inciso XI , da Constituição Federal",
"art . 37 , XI , da CF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"EC [UNK] 19 / 98",
"artigos 7o , VI , e 37 , XI , da Constituição Federal",
"artigo 37 , XI , da Constituição",
"ART . 37 , XI , DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL",
"Lei [UNK] 8 . 852 / 94",
"art . 37 , XI , da Constituição Federal",
"arts . [UNK] , inciso VI , e 37 , inciso XI , da Constituição Federal",
"art . 37 , XI , da CF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"art . 37 , XI , da Carta Maior",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"art . 37 , XI , da Carta Maior",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 37 , XI , da Constituição Federal",
"EC [UNK] 19 / 98",
"ART . 37 , XI , DA CONSTITUIÇÃO",
"EC 19 / 98",
"ART . 37 , § [UNK] , DA CONSTITUIÇÃO",
"art . 37 , XI , da Constituição Federal",
"EC 19 / 98",
"art . 37 , § [UNK] , da CF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 37 , XI , da Constituição Federal",
"EC [UNK] 19 / 98",
"ART . 37 , XI , DA CONSTITUIÇÃO",
"EC 19 / 98",
"ART . 37 , § [UNK] , DA CONSTITUIÇÃO",
"art . 37 , XI , da Constituição Federal",
"EC 19 / 98",
"art . 37 , § [UNK] , da CF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTIGO 37 , XI , DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL",
"artigo 37 , XI , da Constituição",
"Emenda Constitucional n . 19 / 98",
"art . 37 , XI , da Constituição da República",
"art . 37 , XI , da Constituição",
"Emenda Constitucional [UNK] 19 / 98",
"EC [UNK] 19 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTIGO 37 , XI , DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL",
"artigo 37 , XI , da Constituição",
"Emenda Constitucional n . 19 / 98",
"art . 37 , XI , da Constituição da República",
"art . 37 , XI , da Constituição",
"Emenda Constitucional [UNK] 19 / 98",
"EC [UNK] 19 / 98",
"MP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 37 , XI , DA CONSTITUIÇÃO",
"EC 19 / 98",
"ART . 37 , § [UNK] , DA CONSTITUIÇÃO",
"art . 37 , XI , da Constituição Federal",
"EC 19 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 37 , XI , DA CONSTITUIÇÃO",
"EC 19 / 98",
"ART",
"XI , da Constituição Federal",
"EC 19 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"MP",
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"DIAS TOFFOLI",
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"Luiz Octávio Alves",
"Sepúlveda Pertence",
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"/",
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".",
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".",
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"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
14/06/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 103.776 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:DANIEL MARLLON RODRIGUES REAL
IMPTE.(S)
:SÉRGIO DE CARVALHO SAMEK
COATOR(A/S)(ES)
:RELATOR DO HC Nº 167278 DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA: HABEAS CORPUS. SÚMULA 691/STF. PRISÃO EM
FLAGRANTE. TRÁFICO DE ENTORPECENTES (ART. 33 DA LEI
11.343/2006). RÉU CONDENADO EM PRIMEIRO GRAU.
IMPOSSIBILIDADE DE APELAR EM LIBERDADE. AUSÊNCIA DE
DEMONSTRAÇÃO DA NECESSIDADE DO APRISIONAMENTO
CAUTELAR (PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 387, COMBINADO COM
O ART. 312, AMBOS DO CPP). AÇÃO CONSTITUCIONAL NÃO
CONHECIDA. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO.
1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é pela
inadmissibilidade de impetração sucessiva de habeas corpus, sem o
julgamento definitivo da ação constitucional anteriormente ajuizada (cf.
HCs 79.776, da relatoria do ministro Moreira Alves; 76.347-QO, da
relatoria do ministro Moreira Alves; 79.238, da relatoria do ministro
Moreira Alves; 79.748, da relatoria do ministro Celso de Mello; e 79.775,
da relatoria do ministro Maurício Corrêa). Jurisprudência que deu origem
à Súmula 691: “Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas
corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a
tribunal superior, indefere a liminar”.
2. Esse entendimento jurisprudencial sumular comporta
abrandamento, quando de logo avulta que o cerceio à liberdade de
locomoção do paciente decorre de ilegalidade ou de abuso de poder
(inciso LXVIII do art. 5º da CF/88).
3. Ao proferir a sentença condenatória, o julgador deve lançar
fundamentação idônea quanto à necessidade de manutenção da prisão
processual, nos termos do art. 312 do CPP, combinado com o parágrafo
único do art. 387 do CPP (redação dada pela Lei 11.719/2008).
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1598681.
Supremo Tribunal Federal
DJe 05/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 11
Ementa e Acórdão
HC 103.776 / SP
Precedentes: HCs 101.673 e 103.399, do Ministro Ayres Britto.
4. A decisão impugnada neste processo não demonstrou,
minimamente, a real necessidade do aprisionamento cautelar. Sem o que
se dá a inversão da lógica elementar da Constituição, segundo a qual a
presunção de não-culpabilidade é de prevalecer até o momento da
definitividade da sentença penal condenatória. O cumprimento
antecipado da sanção penal ofende o direito constitucional à presunção
de não-culpabilidade. Direito subjetivo do indivíduo, que tem a sua força
quebrantada numa única passagem da Constituição Federal. Leia-se:
“Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei” (inciso LXI
do art. 5º). Precedente: HC 84.078, Plenário.
5. A lei ordinária não tem a força de subtrair do juiz sentenciante o
poder-dever de impor ao delinqüente a sanção criminal. E esse momento
sentencial da dosimetria da pena não significa senão a imperiosa tarefa
individualizadora de transportar para as singularidades objetivas e
subjetivas do caso concreto — a cena empírico-penal, orteguiana por
definição — os comandos genéricos, impessoais e abstratos da lei. Nessa
primeira etapa da concretude individualizadora da reprimenda (a
segunda etapa concreta já se dá intramuros penitenciários), o julgador se
movimenta com ineliminável discricionariedade entre aplicar a pena de
privação ou de restrição da liberdade de condenado e uma outra que já
não tenha por objeto esse bem jurídico maior da liberdade física do
sentenciado. Sem prejuízo da proposição de que a lei, se não pode fechar
para o julgador a porta da alternatividade sancionatório-penal, pode
prever a cumulação da pena que tenha por conteúdo a liberdade com
outra desprovida de tal natureza.
6. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício.
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
HC 103.776 / SP
Precedentes: HCs 101.673 e 103.399, do Ministro Ayres Britto.
4. A decisão impugnada neste processo não demonstrou,
minimamente, a real necessidade do aprisionamento cautelar. Sem o que
se dá a inversão da lógica elementar da Constituição, segundo a qual a
presunção de não-culpabilidade é de prevalecer até o momento da
definitividade da sentença penal condenatória. O cumprimento
antecipado da sanção penal ofende o direito constitucional à presunção
de não-culpabilidade. Direito subjetivo do indivíduo, que tem a sua força
quebrantada numa única passagem da Constituição Federal. Leia-se:
“Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei” (inciso LXI
do art. 5º). Precedente: HC 84.078, Plenário.
5. A lei ordinária não tem a força de subtrair do juiz sentenciante o
poder-dever de impor ao delinqüente a sanção criminal. E esse momento
sentencial da dosimetria da pena não significa senão a imperiosa tarefa
individualizadora de transportar para as singularidades objetivas e
subjetivas do caso concreto — a cena empírico-penal, orteguiana por
definição — os comandos genéricos, impessoais e abstratos da lei. Nessa
primeira etapa da concretude individualizadora da reprimenda (a
segunda etapa concreta já se dá intramuros penitenciários), o julgador se
movimenta com ineliminável discricionariedade entre aplicar a pena de
privação ou de restrição da liberdade de condenado e uma outra que já
não tenha por objeto esse bem jurídico maior da liberdade física do
sentenciado. Sem prejuízo da proposição de que a lei, se não pode fechar
para o julgador a porta da alternatividade sancionatório-penal, pode
prever a cumulação da pena que tenha por conteúdo a liberdade com
outra desprovida de tal natureza.
6. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício.
2
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Ementa e Acórdão
HC 103.776 / SP
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em conceder, de ofício, a
ordem para, confirmando a liminar deferida, cassar a infundamentada
ordem de prisão cautelar do paciente (ressalvado o surgimento de
fundamentos novos e válidos para a prisão cautelar), bem como para
afastar o óbice inscrito no § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006 e determinar
ao Juízo da 11ª Vara 21 Criminal da Comarca de São Paulo/SP que
examine se estão presentes os requisitos (objetivos e subjetivos) da
conversão da pena privativa de liberdade em pena restritiva de direitos.
Considerando o tempo de prisão cautelar já cumprido pelo paciente
(metade da pena), tenho por prejudicado o pedido defensivo de alteração
do regime inicial de cumprimento de pena. Tudo nos termos do voto do
Relator e por unanimidade de votos, em sessão presidida pelo Ministro
Gilmar Mendes, na conformidade da ata do julgamento e das notas
taquigráficas.
Brasília, 14 de junho de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
3
Supremo Tribunal Federal
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HC 103.776 / SP
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em conceder, de ofício, a
ordem para, confirmando a liminar deferida, cassar a infundamentada
ordem de prisão cautelar do paciente (ressalvado o surgimento de
fundamentos novos e válidos para a prisão cautelar), bem como para
afastar o óbice inscrito no § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006 e determinar
ao Juízo da 11ª Vara 21 Criminal da Comarca de São Paulo/SP que
examine se estão presentes os requisitos (objetivos e subjetivos) da
conversão da pena privativa de liberdade em pena restritiva de direitos.
Considerando o tempo de prisão cautelar já cumprido pelo paciente
(metade da pena), tenho por prejudicado o pedido defensivo de alteração
do regime inicial de cumprimento de pena. Tudo nos termos do voto do
Relator e por unanimidade de votos, em sessão presidida pelo Ministro
Gilmar Mendes, na conformidade da ata do julgamento e das notas
taquigráficas.
Brasília, 14 de junho de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
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Relatório
14/06/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 103.776 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:DANIEL MARLLON RODRIGUES REAL
IMPTE.(S)
:SÉRGIO DE CARVALHO SAMEK
COATOR(A/S)(ES)
:RELATOR DO HC Nº 167278 DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Cuida-se de habeas corpus, aparelhado com pedido de medida
liminar, impetrado contra decisão singular de ministro do Superior
Tribunal de Justiça (relator do HC 167.278). Decisão que indeferiu
liminarmente a ação constitucional ali ajuizada, por entender ausente
excepcionalidade com a força de justificar o abrandamento da Súmula
691/STF.
2. Pois bem, o impetrante alega que é flagrante a ilegalidade da
custódia processual do paciente. Paciente que foi preso em flagrante
delito, acusado de tráfico de substância entorpecente (art. 33 da Lei
11.343/2006). Estes os dois principais fundamentos da impetração: a)
ausência de válida fundamentação na sentença condenatória, no ponto
em que não permitiu ao acusado recorrer em liberdade; b) possibilidade
de imediata fixação do regime prisional aberto, dado que o réu foi
condenado a uma pena de um ano e oito meses de reclusão. Aduz o
impetrante que a infundamentada prisão cautelar do acusado “já perdura
por mais de 9 (nove) meses”; sendo certa a demora do Tribunal de Justiça
paulista para o julgamento da apelação defensiva. Daí o pleito de
concessão de liminar, não obstante o conteúdo da Súmula 691. No mérito,
a defesa pugna pelo deferimento do HC com a confirmação da liminar
deferida.
3. Preenchidos os seus pressupostos, deferi a liminar requestada. Na
seqüência, abri vista dos autos ao Ministério Público Federal. Órgão que
opinou pela
Supremo Tribunal Federal
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SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 103.776 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:DANIEL MARLLON RODRIGUES REAL
IMPTE.(S)
:SÉRGIO DE CARVALHO SAMEK
COATOR(A/S)(ES)
:RELATOR DO HC Nº 167278 DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Cuida-se de habeas corpus, aparelhado com pedido de medida
liminar, impetrado contra decisão singular de ministro do Superior
Tribunal de Justiça (relator do HC 167.278). Decisão que indeferiu
liminarmente a ação constitucional ali ajuizada, por entender ausente
excepcionalidade com a força de justificar o abrandamento da Súmula
691/STF.
2. Pois bem, o impetrante alega que é flagrante a ilegalidade da
custódia processual do paciente. Paciente que foi preso em flagrante
delito, acusado de tráfico de substância entorpecente (art. 33 da Lei
11.343/2006). Estes os dois principais fundamentos da impetração: a)
ausência de válida fundamentação na sentença condenatória, no ponto
em que não permitiu ao acusado recorrer em liberdade; b) possibilidade
de imediata fixação do regime prisional aberto, dado que o réu foi
condenado a uma pena de um ano e oito meses de reclusão. Aduz o
impetrante que a infundamentada prisão cautelar do acusado “já perdura
por mais de 9 (nove) meses”; sendo certa a demora do Tribunal de Justiça
paulista para o julgamento da apelação defensiva. Daí o pleito de
concessão de liminar, não obstante o conteúdo da Súmula 691. No mérito,
a defesa pugna pelo deferimento do HC com a confirmação da liminar
deferida.
3. Preenchidos os seus pressupostos, deferi a liminar requestada. Na
seqüência, abri vista dos autos ao Ministério Público Federal. Órgão que
opinou pela
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 11
Relatório
HC 103.776 / SP
“[...] confirmação do provimento liminar, a fim de relaxar
a prisão preventiva pelo excesso de prazo no julgamento do
apelo defensivo e pela denegação da ordem quanto ao pedido
de reforma do regime inicial para cumprimento da pena.
- Outrossim, pela concessão da ordem, ex officio, para
conceder o benefício do art. 44 do CP, nos moldes a serem
estabelecidos pelo juiz da execução, bem como para determinar
ao TJ/SP a prioridade no julgamento do apelo defensivo.”
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
HC 103.776 / SP
“[...] confirmação do provimento liminar, a fim de relaxar
a prisão preventiva pelo excesso de prazo no julgamento do
apelo defensivo e pela denegação da ordem quanto ao pedido
de reforma do regime inicial para cumprimento da pena.
- Outrossim, pela concessão da ordem, ex officio, para
conceder o benefício do art. 44 do CP, nos moldes a serem
estabelecidos pelo juiz da execução, bem como para determinar
ao TJ/SP a prioridade no julgamento do apelo defensivo.”
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
2
Supremo Tribunal Federal
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
14/06/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 103.776 SÃO PAULO
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Feito o relatório, passo ao voto. De saída, remarco a firme a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido da
inadmissibilidade de impetração sucessiva de habeas corpus, sem o
julgamento de mérito da ação constitucional anteriormente ajuizada (cf.
HCs 79.776, da relatoria do ministro Moreira Alves; 76.347-QO, da
relatoria do ministro Moreira Alves; 79.238, da relatoria do ministro
Moreira Alves; 79.748, da relatoria do ministro Celso de Mello; e 79.775,
da relatoria do ministro Maurício Corrêa). Jurisprudência, essa, que deu
origem à Súmula 691, segundo a qual “não compete ao Supremo Tribunal
Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em
habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar”.
6. Sucede que esse entendimento jurisprudencial sumular comporta
relativização, quando de logo avulta que o cerceio à liberdade de
locomoção do paciente decorre de ilegalidade, ou de abuso de poder
(inciso LXVIII do art. 5º da CF/88). O que me parece ser o caso dos autos.
Caso em que identifico, ao menos em parte, a plausibilidade jurídica do
pedido veiculado na impetração. A começar pela leitura dos fundamentos
lançados pelo Juízo processante para a manutenção da prisão em
flagrante do paciente, no bojo da sentença condenatória recorrível (fls. 134
do apenso):
“[...]
Não poderá o réu apelar em liberdade, eis que ainda se faz
presente o requisito ensejador de sua custódia cautelar, qual
seja, a garantia da ordem pública. O réu praticou gravíssimo
delito elencado entre aqueles que colocam em desassossego a
sociedade, já que destroem famílias, desagregam lares e
contribuem de forma eficiente para a criminalidade violenta.
Esta mesma sociedade deve ser preservada. Garantindo-se a
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14/06/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 103.776 SÃO PAULO
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Feito o relatório, passo ao voto. De saída, remarco a firme a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido da
inadmissibilidade de impetração sucessiva de habeas corpus, sem o
julgamento de mérito da ação constitucional anteriormente ajuizada (cf.
HCs 79.776, da relatoria do ministro Moreira Alves; 76.347-QO, da
relatoria do ministro Moreira Alves; 79.238, da relatoria do ministro
Moreira Alves; 79.748, da relatoria do ministro Celso de Mello; e 79.775,
da relatoria do ministro Maurício Corrêa). Jurisprudência, essa, que deu
origem à Súmula 691, segundo a qual “não compete ao Supremo Tribunal
Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em
habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar”.
6. Sucede que esse entendimento jurisprudencial sumular comporta
relativização, quando de logo avulta que o cerceio à liberdade de
locomoção do paciente decorre de ilegalidade, ou de abuso de poder
(inciso LXVIII do art. 5º da CF/88). O que me parece ser o caso dos autos.
Caso em que identifico, ao menos em parte, a plausibilidade jurídica do
pedido veiculado na impetração. A começar pela leitura dos fundamentos
lançados pelo Juízo processante para a manutenção da prisão em
flagrante do paciente, no bojo da sentença condenatória recorrível (fls. 134
do apenso):
“[...]
Não poderá o réu apelar em liberdade, eis que ainda se faz
presente o requisito ensejador de sua custódia cautelar, qual
seja, a garantia da ordem pública. O réu praticou gravíssimo
delito elencado entre aqueles que colocam em desassossego a
sociedade, já que destroem famílias, desagregam lares e
contribuem de forma eficiente para a criminalidade violenta.
Esta mesma sociedade deve ser preservada. Garantindo-se a
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 11
Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 103.776 / SP
ordem pública, mantenho a prisão.
[...]”
7. Presente essa moldura, não encontro na decisão constritiva o
conteúdo mínimo da garantia da fundamentação real das decisões
judiciais. Garantia constitucional que se lê na segunda parte do inciso LXI
do art. 5º e na parte inicial do inciso IX do art. 93 da Constituição, e sem a
qual não se viabiliza a ampla defesa, nem se afere o dever do juiz de se
manter eqüidistante das partes processuais em litígio. Noutro falar:
garantia processual que junge o magistrado a coordenadas objetivas de
imparcialidade e propicia às partes conhecer os motivos que levaram o
julgador a decidir neste ou naquele sentido. Entendimento, esse, de que
não discrepa Aury Lopes Júnior (In: Introdução Crítica ao Processo Penal:
fundamentos da instrumentalidade garantista. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2005, p. 256), in verbis:
“[...] o poder judicial somente está legitimado enquanto
amparado por argumentos cognoscitivos seguros e válidos (não
basta apenas boa argumentação), submetidos ao contraditório e
refutáveis. A fundamentação das decisões é instrumento de
controle da racionalidade e do sentir do julgador, num
assumido anticartesianismo. Mas também serve para controlar
o poder, e nisso reside o núcleo da garantia.”
8. Nesse contexto, a garantia da fundamentação importa o dever
judicante da real ou efetiva demonstração de que a segregação atende a
pelo menos um dos requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal.
Sem o que se dá a inversão da lógica elementar da Constituição, segundo
a qual a presunção de não-culpabilidade é de prevalecer até o momento
da definitividade da sentença penal condenatória. Tanto que o Supremo
Tribunal Federal, no julgamento do HC 84.078, por maioria, entendeu
inconstitucional a execução provisória da pena. Na oportunidade,
assentou-se que o cumprimento antecipado da sanção penal ofende o
direito constitucional à presunção de não-culpabilidade. Direito subjetivo
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
HC 103.776 / SP
ordem pública, mantenho a prisão.
[...]”
7. Presente essa moldura, não encontro na decisão constritiva o
conteúdo mínimo da garantia da fundamentação real das decisões
judiciais. Garantia constitucional que se lê na segunda parte do inciso LXI
do art. 5º e na parte inicial do inciso IX do art. 93 da Constituição, e sem a
qual não se viabiliza a ampla defesa, nem se afere o dever do juiz de se
manter eqüidistante das partes processuais em litígio. Noutro falar:
garantia processual que junge o magistrado a coordenadas objetivas de
imparcialidade e propicia às partes conhecer os motivos que levaram o
julgador a decidir neste ou naquele sentido. Entendimento, esse, de que
não discrepa Aury Lopes Júnior (In: Introdução Crítica ao Processo Penal:
fundamentos da instrumentalidade garantista. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2005, p. 256), in verbis:
“[...] o poder judicial somente está legitimado enquanto
amparado por argumentos cognoscitivos seguros e válidos (não
basta apenas boa argumentação), submetidos ao contraditório e
refutáveis. A fundamentação das decisões é instrumento de
controle da racionalidade e do sentir do julgador, num
assumido anticartesianismo. Mas também serve para controlar
o poder, e nisso reside o núcleo da garantia.”
8. Nesse contexto, a garantia da fundamentação importa o dever
judicante da real ou efetiva demonstração de que a segregação atende a
pelo menos um dos requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal.
Sem o que se dá a inversão da lógica elementar da Constituição, segundo
a qual a presunção de não-culpabilidade é de prevalecer até o momento
da definitividade da sentença penal condenatória. Tanto que o Supremo
Tribunal Federal, no julgamento do HC 84.078, por maioria, entendeu
inconstitucional a execução provisória da pena. Na oportunidade,
assentou-se que o cumprimento antecipado da sanção penal ofende o
direito constitucional à presunção de não-culpabilidade. Direito subjetivo
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 11
Voto - MIN. AYRES BRITTO
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do indivíduo, que tem a sua força quebrantada numa única passagem da
Constituição Federal. Leia-se: “Ninguém será preso senão em flagrante delito
ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo
nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei”
(inciso LXI do art. 5º).
9. Por isso mesmo é que esta nossa Casa de Justiça entende que a
alusão à gravidade do delito ou o uso de expressões de mero apelo
retórico (como no caso dos autos) não valida a ordem de prisão cautelar.
Isso porque a eventual ameaça que o agente representaria à ordem
pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal só é de ser aferida
com a própria tessitura dos fatos. É dizer: o juízo de que a liberdade de
determinada pessoa se revela como sério risco à coletividade só é de ser
feito com base no quadro fático da causa e, nele, fundamentado o
respectivo decreto prisional. Sem o que não se demonstra o necessário
vínculo operacional entre a necessidade da segregação processual do
acusado e os pressupostos do art. 312 do Código de Processo Penal.
10. Por outra volta, a simples leitura da sentença condenatória revela
que o magistrado da causa não se manifestou sobre eventual substituição
da pena privativa de liberdade por uma pena restritiva de direitos, muito
embora “sendo o réu primário, não se dedicando a atividades delituosas e não
integrando organização criminosa” (fls. 133). E o fato é que o Plenário do
STF, no julgamento do HC 97.256, da minha relatoria, assentou, por
maioria de votos, a possibilidade de substituição da pena privativa de
liberdade por pena restritiva de direitos, em tema de tráfico ilícito de
entorpecentes.
11. Com efeito, nada obstante o Magno Texto habilite a lei para
completar a lista dos crimes hediondos, a ela impôs um limite material: a
não-concessão dos benefícios da fiança, da graça e da anistia para os que
incidirem em tais delitos. É como dizer, a própria norma constitucional
cuidou de enunciar as restrições a ser impostas àqueles que venham a
cometer as infrações penais adjetivadas de hediondas. Não incluindo
nesse catálogo de restrições a vedação à conversão da pena privativa de
liberdade em restritiva de direitos. Ponto pacífico. Percepção acima de
3
Supremo Tribunal Federal
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HC 103.776 / SP
do indivíduo, que tem a sua força quebrantada numa única passagem da
Constituição Federal. Leia-se: “Ninguém será preso senão em flagrante delito
ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo
nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei”
(inciso LXI do art. 5º).
9. Por isso mesmo é que esta nossa Casa de Justiça entende que a
alusão à gravidade do delito ou o uso de expressões de mero apelo
retórico (como no caso dos autos) não valida a ordem de prisão cautelar.
Isso porque a eventual ameaça que o agente representaria à ordem
pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal só é de ser aferida
com a própria tessitura dos fatos. É dizer: o juízo de que a liberdade de
determinada pessoa se revela como sério risco à coletividade só é de ser
feito com base no quadro fático da causa e, nele, fundamentado o
respectivo decreto prisional. Sem o que não se demonstra o necessário
vínculo operacional entre a necessidade da segregação processual do
acusado e os pressupostos do art. 312 do Código de Processo Penal.
10. Por outra volta, a simples leitura da sentença condenatória revela
que o magistrado da causa não se manifestou sobre eventual substituição
da pena privativa de liberdade por uma pena restritiva de direitos, muito
embora “sendo o réu primário, não se dedicando a atividades delituosas e não
integrando organização criminosa” (fls. 133). E o fato é que o Plenário do
STF, no julgamento do HC 97.256, da minha relatoria, assentou, por
maioria de votos, a possibilidade de substituição da pena privativa de
liberdade por pena restritiva de direitos, em tema de tráfico ilícito de
entorpecentes.
11. Com efeito, nada obstante o Magno Texto habilite a lei para
completar a lista dos crimes hediondos, a ela impôs um limite material: a
não-concessão dos benefícios da fiança, da graça e da anistia para os que
incidirem em tais delitos. É como dizer, a própria norma constitucional
cuidou de enunciar as restrições a ser impostas àqueles que venham a
cometer as infrações penais adjetivadas de hediondas. Não incluindo
nesse catálogo de restrições a vedação à conversão da pena privativa de
liberdade em restritiva de direitos. Ponto pacífico. Percepção acima de
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 11
Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 103.776 / SP
qualquer discussão ou contradita.
12. Não é só: nesse mesmo julgamento, perfilhei, em síntese, o
entendimento de que a lei ordinária não tem a força de subtrair do juiz
sentenciante o poder-dever de impor ao delinqüente a sanção criminal
que a ele, juiz, afigurar-se como expressão de um concreto balanceamento
ou de uma empírica ponderação (mandado de otimização, diria Robert
Alexy) de circunstâncias objetivas com protagonizações subjetivas do
fato-tipo. Noutro modo de falar sobre a mesma coisa, o momento
sentencial da dosimetria da pena não significa senão a imperiosa tarefa
individualizadora de transportar para as singularidades objetivas e
subjetivas do caso concreto — a cena empírico-penal, orteguiana por
definição — os comandos genéricos, impessoais e abstratos da lei. Vale
dizer, nessa primeira etapa da concretude individualizadora da
reprimenda (a segunda etapa concreta já se dá intramuros penitenciários),
o juiz sentenciante se movimenta com ineliminável discricionariedade
entre aplicar a pena de privação ou de restrição da liberdade de
condenado e uma outra que já não tenha por objeto esse bem jurídico
maior da liberdade física do sentenciado. Sem prejuízo, claro, da
proposição de que a lei, se não pode fechar para o julgador a porta da
alternatividade sancionatório-penal, pode prever a cumulação da pena
que tenha por conteúdo a liberdade com outra desprovida de tal
natureza. Como, por hipótese, a pena de perda de bens e a multa, ambas
perfeitamente compatíveis com o seu adicionamento à perda ou então à
constrição da liberdade da pessoa natural.
13. Por tudo quanto posto, não conheço do habeas corpus, ante o óbice
da Súmula 691/STF. Todavia, concedo a ordem de ofício para,
confirmando a liminar deferida, cassar o que me parece uma
desfundamentada ordem de prisão cautelar do paciente (ressalvado o
surgimento de fundamentos novos e válidos para a prisão cautelar), bem
como para afastar o óbice inscrito no § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006 e
determinar ao Juízo da 11ª Vara Criminal da Comarca de São Paulo/SP
que examine se estão presentes os requisitos (objetivos e subjetivos) da
conversão da pena privativa de liberdade em pena restritiva de direitos.
4
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
HC 103.776 / SP
qualquer discussão ou contradita.
12. Não é só: nesse mesmo julgamento, perfilhei, em síntese, o
entendimento de que a lei ordinária não tem a força de subtrair do juiz
sentenciante o poder-dever de impor ao delinqüente a sanção criminal
que a ele, juiz, afigurar-se como expressão de um concreto balanceamento
ou de uma empírica ponderação (mandado de otimização, diria Robert
Alexy) de circunstâncias objetivas com protagonizações subjetivas do
fato-tipo. Noutro modo de falar sobre a mesma coisa, o momento
sentencial da dosimetria da pena não significa senão a imperiosa tarefa
individualizadora de transportar para as singularidades objetivas e
subjetivas do caso concreto — a cena empírico-penal, orteguiana por
definição — os comandos genéricos, impessoais e abstratos da lei. Vale
dizer, nessa primeira etapa da concretude individualizadora da
reprimenda (a segunda etapa concreta já se dá intramuros penitenciários),
o juiz sentenciante se movimenta com ineliminável discricionariedade
entre aplicar a pena de privação ou de restrição da liberdade de
condenado e uma outra que já não tenha por objeto esse bem jurídico
maior da liberdade física do sentenciado. Sem prejuízo, claro, da
proposição de que a lei, se não pode fechar para o julgador a porta da
alternatividade sancionatório-penal, pode prever a cumulação da pena
que tenha por conteúdo a liberdade com outra desprovida de tal
natureza. Como, por hipótese, a pena de perda de bens e a multa, ambas
perfeitamente compatíveis com o seu adicionamento à perda ou então à
constrição da liberdade da pessoa natural.
13. Por tudo quanto posto, não conheço do habeas corpus, ante o óbice
da Súmula 691/STF. Todavia, concedo a ordem de ofício para,
confirmando a liminar deferida, cassar o que me parece uma
desfundamentada ordem de prisão cautelar do paciente (ressalvado o
surgimento de fundamentos novos e válidos para a prisão cautelar), bem
como para afastar o óbice inscrito no § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006 e
determinar ao Juízo da 11ª Vara Criminal da Comarca de São Paulo/SP
que examine se estão presentes os requisitos (objetivos e subjetivos) da
conversão da pena privativa de liberdade em pena restritiva de direitos.
4
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 11
Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 103.776 / SP
14. À derradeira, considerando o tempo de prisão cautelar já
cumprido pelo paciente (metade da pena), tenho por prejudicado o
pedido defensivo de alteração do regime inicial de cumprimento de pena.
15. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
5
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HC 103.776 / SP
14. À derradeira, considerando o tempo de prisão cautelar já
cumprido pelo paciente (metade da pena), tenho por prejudicado o
pedido defensivo de alteração do regime inicial de cumprimento de pena.
15. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
5
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 11
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 103.776
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S) : DANIEL MARLLON RODRIGUES REAL
IMPTE.(S) : SÉRGIO DE CARVALHO SAMEK
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 167278 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA
Decisão: Concedida, de ofício, a ordem para, confirmando a
liminar deferida, cassar a desfundamentada ordem de prisão
cautelar do paciente (ressalvado o surgimento de fundamentos novos
e válidos para a prisão cautelar), bem como para afastar o óbice
inscrito no § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006 e determinar ao
Juízo da 11ª Vara Criminal da Comarca de São Paulo/SP que examine
se estão presentes os requisitos (objetivos e subjetivos) da
conversão da pena privativa de liberdade em pena restritiva de
direitos. Considerando o tempo de prisão cautelar já cumprido pelo
paciente (metade da pena), tenho por prejudicado o pedido
defensivo de alteração do regime inicial de cumprimento de pena,
nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausente,
justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro Celso de
Mello. 2ª Turma, 14.06.2011.
Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à
sessão a Senhora Ministra Ellen Gracie e os Senhores Ministros
Ayres Britto e Joaquim Barbosa. Ausente, justificadamente, o
Senhor Ministro Celso de Mello.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis
Vieira Sanseverino.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 103.776
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S) : DANIEL MARLLON RODRIGUES REAL
IMPTE.(S) : SÉRGIO DE CARVALHO SAMEK
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 167278 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA
Decisão: Concedida, de ofício, a ordem para, confirmando a
liminar deferida, cassar a desfundamentada ordem de prisão
cautelar do paciente (ressalvado o surgimento de fundamentos novos
e válidos para a prisão cautelar), bem como para afastar o óbice
inscrito no § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006 e determinar ao
Juízo da 11ª Vara Criminal da Comarca de São Paulo/SP que examine
se estão presentes os requisitos (objetivos e subjetivos) da
conversão da pena privativa de liberdade em pena restritiva de
direitos. Considerando o tempo de prisão cautelar já cumprido pelo
paciente (metade da pena), tenho por prejudicado o pedido
defensivo de alteração do regime inicial de cumprimento de pena,
nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausente,
justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro Celso de
Mello. 2ª Turma, 14.06.2011.
Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à
sessão a Senhora Ministra Ellen Gracie e os Senhores Ministros
Ayres Britto e Joaquim Barbosa. Ausente, justificadamente, o
Senhor Ministro Celso de Mello.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis
Vieira Sanseverino.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 11
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1605496 | 2011-06-14T00:00:00 | 2011-12-05T00:00:00 | Concedida, de ofício, a ordem para, confirmando a liminar deferida, cassar a desfundamentada ordem de prisão cautelar do paciente (ressalvado o surgimento de fundamentos novos e válidos para a prisão cautelar), bem como para afastar o óbice inscrito no § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006 e determinar ao Juízo da 11ª Vara Criminal da Comarca de São Paulo/SP que examine se estão presentes os requisitos (objetivos e subjetivos) da conversão da pena privativa de liberdade em pena restritiva de direitos. Considerando o tempo de prisão cautelar já cumprido pelo paciente (metade da pena), tenho por prejudicado o pedido defensivo de alteração do regime inicial de cumprimento de pena, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello. 2ª Turma, 14.06.2011. | HABEAS CORPUS | EMENTA: HABEAS CORPUS. SÚMULA 691/STF. PRISÃO EM FLAGRANTE. TRÁFICO DE ENTORPECENTES (ART. 33 DA LEI 11.343/2006). RÉU CONDENADO EM PRIMEIRO GRAU. IMPOSSIBILIDADE DE APELAR EM LIBERDADE. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DA NECESSIDADE DO APRISIONAMENTO CAUTELAR (PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 387, COMBINADO COM O ART. 312, AMBOS DO CPP). AÇÃO CONSTITUCIONAL NÃO CONHECIDA. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO.
1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é pela inadmissibilidade de impetração sucessiva de habeas corpus, sem o julgamento definitivo da ação constitucional anteriormente ajuizada (cf. HCs 79.776, da relatoria do ministro Moreira Alves; 76.347-QO, da relatoria do ministro Moreira Alves; 79.238, da relatoria do ministro Moreira Alves; 79.748, da relatoria do ministro Celso de Mello; e 79.775, da relatoria do ministro Maurício Corrêa). Jurisprudência que deu origem à Súmula 691: “Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar”.
2. Esse entendimento jurisprudencial sumular comporta abrandamento, quando de logo avulta que o cerceio à liberdade de locomoção do paciente decorre de ilegalidade ou de abuso de poder (inciso LXVIII do art. 5º da CF/88).
3. Ao proferir a sentença condenatória, o julgador deve lançar fundamentação idônea quanto à necessidade de manutenção da prisão processual, nos termos do art. 312 do CPP, combinado com o parágrafo único do art. 387 do CPP (redação dada pela Lei 11.719/2008). Precedentes: HCs 101.673 e 103.399, do Ministro Ayres Britto.
4. A decisão impugnada neste processo não demonstrou, minimamente, a real necessidade do aprisionamento cautelar. Sem o que se dá a inversão da lógica elementar da Constituição, segundo a qual a presunção de não-culpabilidade é de prevalecer até o momento da definitividade da sentença penal condenatória. O cumprimento antecipado da sanção penal ofende o direito constitucional à presunção de não-culpabilidade. Direito subjetivo do indivíduo, que tem a sua força quebrantada numa única passagem da Constituição Federal. Leia-se: “Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei” (inciso LXI do art. 5º). Precedente: HC 84.078, Plenário.
5. A lei ordinária não tem a força de subtrair do juiz sentenciante o poder-dever de impor ao delinqüente a sanção criminal. E esse momento sentencial da dosimetria da pena não significa senão a imperiosa tarefa individualizadora de transportar para as singularidades objetivas e subjetivas do caso concreto — a cena empírico-penal, orteguiana por definição — os comandos genéricos, impessoais e abstratos da lei. Nessa primeira etapa da concretude individualizadora da reprimenda (a segunda etapa concreta já se dá intramuros penitenciários), o julgador se movimenta com ineliminável discricionariedade entre aplicar a pena de privação ou de restrição da liberdade de condenado e uma outra que já não tenha por objeto esse bem jurídico maior da liberdade física do sentenciado. Sem prejuízo da proposição de que a lei, se não pode fechar para o julgador a porta da alternatividade sancionatório-penal, pode prever a cumulação da pena que tenha por conteúdo a liberdade com outra desprovida de tal natureza.
6. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício. | sjur202314 | - Acórdãos citados: HC 76347 QO, HC 79238, HC 79748, HC 79775, HC 79776, HC 84078 - Tribunal Pleno, HC 97256 -
Tribunal Pleno, HC 101673, HC 103399.
Número de páginas: 11.
Análise: 16/01/2012, SEV.
Revisão: 02/02/2012, MMR. | AYRES BRITTO | Segunda Turma | 103776 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00005 INC-00061 INC-00068 ART-00093\r\n INC-00009\r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\r\n ART-00312 \r\n ART-00387 PAR-ÚNICO REDAÇÃO DADA PELA LEI-11719/2008\r\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL\r\n",
"LEG-FED LEI-011343 ANO-2006\r\n ART-00033 PAR-00004 \r\n LTX-2006 LEI DE TÓXICOS\r\n",
"LEG-FED LEI-011719 ANO-2008\r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000691 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | HC | acordaos | HC 103776 | [
""
] | PACTE.(S) : DANIEL MARLLON RODRIGUES REAL
IMPTE.(S) : SÉRGIO DE CARVALHO SAMEK
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 167278 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 103 . 776",
"HC [UNK] 167278 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"SÚMULA 691 / STF",
"HCs 79 . 776",
"HC 103 . 776 / SP",
"HCs 101 . 673",
"HC 84 . 078",
"HC 103 . 776 / SP",
"HCs 101 . 673",
"103 . 399",
"HC 84 . 078",
"HC 103 . 776 / SP",
"HC 103 . 776 / SP",
"HABEAS CORPUS 103 . 776 SÃO PAULO",
"HC [UNK] 167278 DO SUPERIOR",
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"Súmula 691 / STF",
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"HC 103 . 776 / SP",
"HABEAS CORPUS 103 . 776",
"HCs 79 . 776",
".",
"-",
"HABEAS CORPUS 103 . 776",
"HCs 79 . 776",
".",
"-",
"Súmula 691",
"HC 103 . 776 / SP",
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"HC 103 . 776 / SP",
"HC 84 . 078",
"HC 103 . 776 / SP",
"HC 97 . 256",
"HC 103 . 776 / SP",
"HC 97 . 256",
"HC 103 . 776 / SP",
"Súmula 691 / STF",
"HC 103 . 776 / SP",
"Súmula 691 / STF",
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"HC [UNK] 167278 DO",
"HABEAS CORPUS 103 . 776",
"HC [UNK] 167278 DO SUPERIOR"
],
"LEGISLACAO": [
"ART . 33 DA LEI 11 . 343 / 2006",
"PARÁGRAFO ÚNICO DO",
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"inciso LXVIII do art . [UNK] da CF / 88",
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"parágrafo único do art . 387 do CPP",
"Lei 11 . 719 / 2008",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 33 da Lei 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 33 da Lei 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 44 do CP",
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"art . 44 do CP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso LXVIII do art . [UNK] da CF / 88",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso LXVIII do art . [UNK] da CF / 88",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"Constituição",
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"art . 312 do Código de Processo Penal",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"inciso",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"Constituição Federal",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n°",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"SÃO PAULO",
"Brasília",
"Brasília",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"Rio de Janeiro",
"Rio de Janeiro",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
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"Plenário",
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"Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Vara 21 Criminal da Comarca de São Paulo / SP",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Brasil",
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"Tribunal de Justiça paulista",
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"Brasil",
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"/",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil"
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"PESSOA": [
"AYRES BRITTO",
"DANIEL MARLLON RODRIGUES",
"SÉRGIO DE CARVALHO SAMEK",
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"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
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"Maurício Corrêa",
"Ayres Britto",
"Ayres Britto",
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"AYRES BRITTO",
"Gilmar Mendes",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"DANIEL MARLLON RODRIGUES",
"SÉRGIO DE CARVALHO SAMEK",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"DANIEL MARLLON RODRIGUES",
"SÉRGIO DE CARVALHO SAMEK",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
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"AYRES BRITTO",
"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
"Celso de Mello",
"Maurício Corrêa",
"AYRES BRITTO",
"Aury Lopes Júnior",
"Aury Lopes Júnior",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Robert Alexy",
"Robert Alexy",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"DANIEL MARLLON RODRIGUES REAL",
"SÉRGIO DE CARVALHO SAMEK",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ellen Gracie",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Celso de Mello",
"Francisco de Assis Vieira Sanseverino",
"Carlos Alberto Cantanhede",
"AYRES BRITTO",
"DANIEL MARLLON RODRIGUES REAL",
"SÉRGIO DE CARVALHO SAMEK",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ellen Gracie",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Celso de Mello",
"Francisco de Assis Vieira Sanseverino",
"Carlos Alberto Cantanhede"
],
"TEMPO": [
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"/",
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"2001",
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"08",
"/",
"2001",
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"2001",
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"06",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"14",
"/",
"06",
"/",
"2011",
"24",
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"08",
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"2001",
"24",
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"08",
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"2005",
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"2001"
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} |
Ementa e Acórdão
06/09/2011
SEGUNDA TURMA
QUEST. ORD. EM RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 104.270 DISTRITO
FEDERAL
RELATOR
: MIN. CELSO DE MELLO
RECTE.(S)
: CARLOS ANTÔNIO DE FREITAS
ADV.(A/S)
: CARLOS ANTÔNIO DE FREITAS
RECDO.(A/S)
: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES)
: PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
E M E N T A: “RECURSO ESPECIAL” INTERPOSTO CONTRA
JULGAMENTO DE TURMA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – MODALIDADE
RECURSAL INEXISTENTE NO ÂMBITO DO STF - ERRO GROSSEIRO – CONSEQÜENTE
INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL – IMPUGNAÇÃO
RECURSAL PREMATURA, PORQUE DEDUZIDA EM DATA ANTERIOR À DA PUBLICAÇÃO
DO ACÓRDÃO CONSUBSTANCIADOR DO JULGAMENTO - EXTEMPORANEIDADE -
RECURSO SUBSCRITO POR ADVOGADO CUJA INSCRIÇÃO, NA OAB, ESTAVA
SUSPENSA - AUSÊNCIA DE CAPACIDADE POSTULATÓRIA DO RECORRENTE –
QUESTÃO DE ORDEM QUE SE RESOLVE NO SENTIDO DO NÃO CONHECIMENTO DO
RECURSO INTERPOSTO.
- Não se revela admissível, porque inexistente, “recurso
especial” contra julgamentos emanados do Supremo Tribunal Federal.
Incidência, na espécie, do princípio da legalidade ou da tipicidade
dos recursos. Inaplicabilidade, ao caso, por tratar-se de erro
grosseiro, do postulado da fungibilidade recursal. Precedentes.
Doutrina.
- São nulos de pleno direito os atos processuais, que,
privativos de Advogado, venham a ser praticados por quem não dispõe
de capacidade postulatória, assim considerado aquele cuja inscrição
na OAB se acha suspensa (Lei nº 8.906/94, art. 4º, parágrafo único).
Precedentes.
- O direito de petição qualifica-se como prerrogativa de
extração constitucional assegurada à generalidade das pessoas pela
Constituição da República (art. 5º, XXXIV, “a”). Trata-se de direito
público subjetivo de índole essencialmente democrática. O direito de
petição, contudo, não assegura, por si só, a possibilidade de o
interessado - que não dispõe de capacidade postulatória - ingressar em
juízo, para, independentemente de Advogado, litigar em nome próprio
ou
como
representante
de
terceiros,
ressalvadas
as
exceções
previstas em lei. Precedentes.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1608746
Supremo Tribunal Federal
DJe 07/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 14
Ementa e Acórdão
RHC 104.270 -QO / DF
2
- A intempestividade dos recursos tanto pode derivar de
impugnações prematuras (que se antecipam à publicação dos acórdãos)
quanto resultar de oposições tardias (que se registram após o
decurso dos prazos recursais).
Em qualquer das duas situações (impugnação prematura ou
oposição tardia), a conseqüência de ordem processual é uma só: o não
conhecimento
do
recurso,
por
efeito
de
sua
extemporânea
interposição.
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem advertido
que a simples notícia do julgamento, além de não dar início à
fluência do prazo recursal, também não legitima a prematura
interposição de recurso, por absoluta falta de objeto, ainda que se
cuide de matéria criminal. Precedentes.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os
Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a
Presidência do Ministro Ayres Britto, na conformidade da ata de
julgamentos e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos,
resolvendo questão de ordem, em não conhecer do “recurso especial” e
determinar a imediata devolução dos autos ao Tribunal de origem,
independentemente de publicação do acórdão consubstanciador deste
julgamento, restando prejudicado, em conseqüência, o exame das
petições de fls. 196/199, 201 e 214, nos termos do voto do Relator.
Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Joaquim Barbosa e
Ricardo Lewandowski.
Brasília, 06 de setembro de 2011.
CELSO DE MELLO - RELATOR
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Supremo Tribunal Federal
RHC 104.270 -QO / DF
2
- A intempestividade dos recursos tanto pode derivar de
impugnações prematuras (que se antecipam à publicação dos acórdãos)
quanto resultar de oposições tardias (que se registram após o
decurso dos prazos recursais).
Em qualquer das duas situações (impugnação prematura ou
oposição tardia), a conseqüência de ordem processual é uma só: o não
conhecimento
do
recurso,
por
efeito
de
sua
extemporânea
interposição.
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem advertido
que a simples notícia do julgamento, além de não dar início à
fluência do prazo recursal, também não legitima a prematura
interposição de recurso, por absoluta falta de objeto, ainda que se
cuide de matéria criminal. Precedentes.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os
Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a
Presidência do Ministro Ayres Britto, na conformidade da ata de
julgamentos e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos,
resolvendo questão de ordem, em não conhecer do “recurso especial” e
determinar a imediata devolução dos autos ao Tribunal de origem,
independentemente de publicação do acórdão consubstanciador deste
julgamento, restando prejudicado, em conseqüência, o exame das
petições de fls. 196/199, 201 e 214, nos termos do voto do Relator.
Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Joaquim Barbosa e
Ricardo Lewandowski.
Brasília, 06 de setembro de 2011.
CELSO DE MELLO - RELATOR
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 14
Relatório
06/09/2011
SEGUNDA TURMA
QUEST. ORD. EM RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 104.270 DISTRITO
FEDERAL
RELATOR
: MIN. CELSO DE MELLO
RECTE.(S)
: CARLOS ANTÔNIO DE FREITAS
ADV.(A/S)
: CARLOS ANTÔNIO DE FREITAS
RECDO.(A/S)
: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES)
: PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator): Trata-se
de “recurso especial” (fls. 156/157 e 179/180) que se insurge contra
julgamento emanado da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal,
realizado em 05/04/2011, e que, embora noticiado mediante divulgação
da súmula respectiva (fls. 154), ainda não se acha consubstanciado em
acórdão regularmente publicado no Diário de Justiça Eletrônico.
Registro, por necessário, que se apresenta iminente a
publicação do acórdão em questão, cuja ementa está assim redigida:
“RECURSO ORDINÁRIO EM ‘HABEAS CORPUS’ – ABSOLUTA
ININTELIGIBILIDADE DAS PETIÇÕES COM QUE IMPETRADO O
‘HABEAS CORPUS’ PERANTE O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA E
INTERPOSTO RECURSO ORDINÁRIO PARA O SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL
–
CONTEÚDO
CONFUSO
–
HIPÓTESE
DE
INCOGNOSCIBILIDADE – JURISPRUDÊNCIA - RECURSO ORDINÁRIO
NÃO CONHECIDO.”
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Supremo Tribunal Federal
06/09/2011
SEGUNDA TURMA
QUEST. ORD. EM RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 104.270 DISTRITO
FEDERAL
RELATOR
: MIN. CELSO DE MELLO
RECTE.(S)
: CARLOS ANTÔNIO DE FREITAS
ADV.(A/S)
: CARLOS ANTÔNIO DE FREITAS
RECDO.(A/S)
: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES)
: PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator): Trata-se
de “recurso especial” (fls. 156/157 e 179/180) que se insurge contra
julgamento emanado da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal,
realizado em 05/04/2011, e que, embora noticiado mediante divulgação
da súmula respectiva (fls. 154), ainda não se acha consubstanciado em
acórdão regularmente publicado no Diário de Justiça Eletrônico.
Registro, por necessário, que se apresenta iminente a
publicação do acórdão em questão, cuja ementa está assim redigida:
“RECURSO ORDINÁRIO EM ‘HABEAS CORPUS’ – ABSOLUTA
ININTELIGIBILIDADE DAS PETIÇÕES COM QUE IMPETRADO O
‘HABEAS CORPUS’ PERANTE O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA E
INTERPOSTO RECURSO ORDINÁRIO PARA O SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL
–
CONTEÚDO
CONFUSO
–
HIPÓTESE
DE
INCOGNOSCIBILIDADE – JURISPRUDÊNCIA - RECURSO ORDINÁRIO
NÃO CONHECIDO.”
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 14
Relatório
RHC 104.270 -QO / DF
2
A presente questão de ordem é suscitada em face de
tríplice impropriedade em que incidiu a parte ora recorrente, que
atua em causa própria: (a) ausência de capacidade postulatória do
subscritor da petição recursal (em virtude de suspensão, ainda
vigente, de sua inscrição profissional na OAB/MG); (b) caráter
prematuro da nova impugnação recursal que deduziu e (c) ocorrência
de erro grosseiro motivada pela utilização de recurso inadmissível
(recurso especial) contra julgamento proferido pelo Supremo Tribunal
Federal.
É o relatório.
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Supremo Tribunal Federal
RHC 104.270 -QO / DF
2
A presente questão de ordem é suscitada em face de
tríplice impropriedade em que incidiu a parte ora recorrente, que
atua em causa própria: (a) ausência de capacidade postulatória do
subscritor da petição recursal (em virtude de suspensão, ainda
vigente, de sua inscrição profissional na OAB/MG); (b) caráter
prematuro da nova impugnação recursal que deduziu e (c) ocorrência
de erro grosseiro motivada pela utilização de recurso inadmissível
(recurso especial) contra julgamento proferido pelo Supremo Tribunal
Federal.
É o relatório.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 14
Voto - MIN. CELSO DE MELLO
RHC 104.270 -QO / DF
3
V O T O
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator): Não vejo
como conhecer do pleito recursal em questão, eis que, em consulta
aos registros que a OAB/MG mantém em sua página oficial na
“Internet”, constatei que o recorrente, que atua em causa própria
nesta causa, sofreu suspensão de sua inscrição profissional como
Advogado.
Tal
circunstância
–
ausência
de
capacidade
postulatória, ainda que resultante de suspensão – inviabiliza a
válida
constituição
da
relação
processual,
por
tratar-se
de
inderrogável pressuposto processual, de índole subjetiva, referente
às partes (CPC, art. 267, IV).
Vale registrar, ainda, que o Estatuto da Advocacia
qualifica como nulos “os atos praticados por advogado (...) suspenso
(...)” (Lei nº 8.906/94, art. 4º, parágrafo único - grifei).
Cumpre assinalar, por necessário, que o Plenário desta
Corte, apreciando embargos de declaração opostos, precisamente, por
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Supremo Tribunal Federal
RHC 104.270 -QO / DF
3
V O T O
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator): Não vejo
como conhecer do pleito recursal em questão, eis que, em consulta
aos registros que a OAB/MG mantém em sua página oficial na
“Internet”, constatei que o recorrente, que atua em causa própria
nesta causa, sofreu suspensão de sua inscrição profissional como
Advogado.
Tal
circunstância
–
ausência
de
capacidade
postulatória, ainda que resultante de suspensão – inviabiliza a
válida
constituição
da
relação
processual,
por
tratar-se
de
inderrogável pressuposto processual, de índole subjetiva, referente
às partes (CPC, art. 267, IV).
Vale registrar, ainda, que o Estatuto da Advocacia
qualifica como nulos “os atos praticados por advogado (...) suspenso
(...)” (Lei nº 8.906/94, art. 4º, parágrafo único - grifei).
Cumpre assinalar, por necessário, que o Plenário desta
Corte, apreciando embargos de declaração opostos, precisamente, por
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 14
Voto - MIN. CELSO DE MELLO
RHC 104.270 -QO / DF
4
advogado que se encontrava suspenso do exercício profissional,
proferiu decisão consubstanciada em acórdão assim ementado:
“Advogado suspenso, por motivo disciplinar, do
exercício profissional, pela O.A.B.- RS.
Falta de capacidade postulatória.
Embargos
declaratórios
não
conhecidos,
porque
subscritos por advogado temporariamente impedido de
advogar.
Comunicação do fato à O.A.B. - RS e à parte
interessada.”
(MS 21.876-ED/DF, Rel. Min. SYDNEY SANCHES – grifei)
Cabe
ter
presente
que
a
posse
da
capacidade
postulatória constitui pressuposto processual subjetivo referente à
parte. Sem que esta titularize o “jus postulandi”, torna-se inviável
a válida constituição da própria relação processual, o que faz
incidir a norma inscrita no art. 267, IV, do CPC, gerando, em
conseqüência, como necessário efeito de ordem jurídica, a extinção
do processo, sem resolução de mérito.
Impende
reiterar,
por
oportuno,
o
entendimento
jurisprudencial que o Supremo Tribunal Federal firmou a propósito da
extensão e abrangência do direito de petição, tal como previsto no
art. 5º, XXXIV, “a”, da Carta Política:
“Ninguém, ordinariamente, pode postular em juízo
sem a assistência de Advogado, a quem compete, nos
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Supremo Tribunal Federal
RHC 104.270 -QO / DF
4
advogado que se encontrava suspenso do exercício profissional,
proferiu decisão consubstanciada em acórdão assim ementado:
“Advogado suspenso, por motivo disciplinar, do
exercício profissional, pela O.A.B.- RS.
Falta de capacidade postulatória.
Embargos
declaratórios
não
conhecidos,
porque
subscritos por advogado temporariamente impedido de
advogar.
Comunicação do fato à O.A.B. - RS e à parte
interessada.”
(MS 21.876-ED/DF, Rel. Min. SYDNEY SANCHES – grifei)
Cabe
ter
presente
que
a
posse
da
capacidade
postulatória constitui pressuposto processual subjetivo referente à
parte. Sem que esta titularize o “jus postulandi”, torna-se inviável
a válida constituição da própria relação processual, o que faz
incidir a norma inscrita no art. 267, IV, do CPC, gerando, em
conseqüência, como necessário efeito de ordem jurídica, a extinção
do processo, sem resolução de mérito.
Impende
reiterar,
por
oportuno,
o
entendimento
jurisprudencial que o Supremo Tribunal Federal firmou a propósito da
extensão e abrangência do direito de petição, tal como previsto no
art. 5º, XXXIV, “a”, da Carta Política:
“Ninguém, ordinariamente, pode postular em juízo
sem a assistência de Advogado, a quem compete, nos
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 14
Voto - MIN. CELSO DE MELLO
RHC 104.270 -QO / DF
5
termos da lei, o exercício do ‘jus postulandi’. A
exigência
de
capacidade
postulatória
constitui
indeclinável
pressuposto
processual
de
natureza
subjetiva, essencial à válida formação da relação
jurídico-processual.
São nulos de pleno direito os atos processuais,
que, privativos de Advogado, venham a ser praticados
por quem não dispõe de capacidade postulatória.”
(RTJ 176/99, Rel. Min. CELSO DE MELLO)
O Supremo Tribunal Federal, interpretando o sentido e o
alcance do direito de petição conferido à generalidade das pessoas
pela Constituição da República, já deixou assentado, no entanto, que
essa prerrogativa não importa em outorga, ao cidadão, de capacidade
postulatória:
“O direito de petição não implica, por si só, a
garantia de estar em Juízo, litigando em nome próprio
ou como representante de terceiro, se, para isso, não
estiver devidamente habilitado, na forma da lei. (...).
Distintos o direito de petição e o direito de postular
em Juízo. Não é possível, com base no direito de
petição, garantir a bacharel em Direito, não inscrito
na OAB, postular em Juízo, sem qualquer restrição.”
(RTJ 146/44, Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA – grifei)
“1. Não sendo advogado o peticionário, não tem
capacidade postulatória.
2. O exercício do direito de petição, junto aos
Poderes Públicos, de que trata o art. 5º, inciso XXXIV,
a, da Constituição, não se confunde com o de obter
decisão judicial, a respeito de qualquer pretensão,
pois, para esse fim, é imprescindível a representação
do peticionário por advogado (art. 133 da Constituição
e art. 36 do Código de Processo Civil).”
(RTJ 153/497-498, Rel. Min. SYDNEY SANCHES - grifei)
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Supremo Tribunal Federal
RHC 104.270 -QO / DF
5
termos da lei, o exercício do ‘jus postulandi’. A
exigência
de
capacidade
postulatória
constitui
indeclinável
pressuposto
processual
de
natureza
subjetiva, essencial à válida formação da relação
jurídico-processual.
São nulos de pleno direito os atos processuais,
que, privativos de Advogado, venham a ser praticados
por quem não dispõe de capacidade postulatória.”
(RTJ 176/99, Rel. Min. CELSO DE MELLO)
O Supremo Tribunal Federal, interpretando o sentido e o
alcance do direito de petição conferido à generalidade das pessoas
pela Constituição da República, já deixou assentado, no entanto, que
essa prerrogativa não importa em outorga, ao cidadão, de capacidade
postulatória:
“O direito de petição não implica, por si só, a
garantia de estar em Juízo, litigando em nome próprio
ou como representante de terceiro, se, para isso, não
estiver devidamente habilitado, na forma da lei. (...).
Distintos o direito de petição e o direito de postular
em Juízo. Não é possível, com base no direito de
petição, garantir a bacharel em Direito, não inscrito
na OAB, postular em Juízo, sem qualquer restrição.”
(RTJ 146/44, Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA – grifei)
“1. Não sendo advogado o peticionário, não tem
capacidade postulatória.
2. O exercício do direito de petição, junto aos
Poderes Públicos, de que trata o art. 5º, inciso XXXIV,
a, da Constituição, não se confunde com o de obter
decisão judicial, a respeito de qualquer pretensão,
pois, para esse fim, é imprescindível a representação
do peticionário por advogado (art. 133 da Constituição
e art. 36 do Código de Processo Civil).”
(RTJ 153/497-498, Rel. Min. SYDNEY SANCHES - grifei)
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 14
Voto - MIN. CELSO DE MELLO
RHC 104.270 -QO / DF
6
“Mandado de segurança. Representação em juízo. A
parte será representada em juízo por advogado legalmente
habilitado. Código de Processo Civil, art. 36. Ser-lhe-á
lícito, entretanto, postular em causa própria, quando
tiver habilitação legal (...).
Não é invocável o art. 5º, XXXIV, letra ‘a’, da
Constituição, quanto ao direito de petição, quando se
cuida de postulação, de natureza jurisdicional (...).
Sem deter a condição de advogado, regularmente
inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, não é
possível requerer mandado de segurança, em nome próprio
ou de terceiros. Mandado de segurança a que se nega
seguimento. Agravo regimental não conhecido.”
(MS 21.651-AgR/BA, Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA –
grifei)
“-
O
direito
de
petição
qualifica-se
como
prerrogativa de extração constitucional assegurada à
generalidade das pessoas pela Carta Política (art. 5º,
XXXIV, ‘a’). Traduz direito público subjetivo de índole
essencialmente
democrática.
O
direito
de
petição,
contudo, não assegura, por si só, a possibilidade de o
interessado - que não dispõe de capacidade postulatória -
ingressar
em
juízo,
para,
independentemente
de
Advogado, litigar em nome próprio ou como representante
de terceiros. Precedentes.”
(RTJ 176/100, Rel. Min. CELSO DE MELLO)
Ninguém pode postular em juízo sem a assistência de
Advogado. A este compete, ordinariamente, nos termos da lei, o
exercício do “jus postulandi”. Impõe-se ter presente, na análise
dessa matéria, a advertência de VICENTE GRECO FILHO (“Direito
Processual Civil Brasileiro”, vol. 1º/112-113, item n. 19, 6ª ed.,
1989, Saraiva):
“Além da capacidade de ser parte e da capacidade de
estar em juízo, alguém, para propor ação ou contestar,
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1608749
Supremo Tribunal Federal
RHC 104.270 -QO / DF
6
“Mandado de segurança. Representação em juízo. A
parte será representada em juízo por advogado legalmente
habilitado. Código de Processo Civil, art. 36. Ser-lhe-á
lícito, entretanto, postular em causa própria, quando
tiver habilitação legal (...).
Não é invocável o art. 5º, XXXIV, letra ‘a’, da
Constituição, quanto ao direito de petição, quando se
cuida de postulação, de natureza jurisdicional (...).
Sem deter a condição de advogado, regularmente
inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, não é
possível requerer mandado de segurança, em nome próprio
ou de terceiros. Mandado de segurança a que se nega
seguimento. Agravo regimental não conhecido.”
(MS 21.651-AgR/BA, Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA –
grifei)
“-
O
direito
de
petição
qualifica-se
como
prerrogativa de extração constitucional assegurada à
generalidade das pessoas pela Carta Política (art. 5º,
XXXIV, ‘a’). Traduz direito público subjetivo de índole
essencialmente
democrática.
O
direito
de
petição,
contudo, não assegura, por si só, a possibilidade de o
interessado - que não dispõe de capacidade postulatória -
ingressar
em
juízo,
para,
independentemente
de
Advogado, litigar em nome próprio ou como representante
de terceiros. Precedentes.”
(RTJ 176/100, Rel. Min. CELSO DE MELLO)
Ninguém pode postular em juízo sem a assistência de
Advogado. A este compete, ordinariamente, nos termos da lei, o
exercício do “jus postulandi”. Impõe-se ter presente, na análise
dessa matéria, a advertência de VICENTE GRECO FILHO (“Direito
Processual Civil Brasileiro”, vol. 1º/112-113, item n. 19, 6ª ed.,
1989, Saraiva):
“Além da capacidade de ser parte e da capacidade de
estar em juízo, alguém, para propor ação ou contestar,
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Voto - MIN. CELSO DE MELLO
RHC 104.270 -QO / DF
7
precisa estar representado em juízo por advogado
legalmente habilitado. (...).
...................................................
É lícito à parte postular em causa própria, isto é,
ela
mesma
subscrevendo
as
petições
(...)
desacompanhada de advogado, quando ela própria for
advogado (...).” (grifei)
Atos processuais privativos de Advogado - tais como os
de elaborar e subscrever petições iniciais ou pleitos de natureza
recursal -, quando praticados por quem não dispõe de capacidade
postulatória,
são nulos de pleno direito, consoante previa o
antigo Estatuto da OAB (art. 76) e, hoje, dispõe o art. 4º, “caput”,
da Lei nº 8.906/94. Essa tem sido, no tema, a orientação do Supremo
Tribunal Federal (RTJ 117/1018).
A inobservância desse requisito gera, em face do que
prescreve o art. 267, IV, do Código de Processo Civil, a própria
extinção do processo, sem resolução de mérito.
Impende ressaltar, por relevante, que a eminente
Ministra ELLEN GRACIE, quando na Presidência desta Corte, apreciando
vários processos instaurados, neste Tribunal, precisamente, pelo
mesmo advogado que atua nestes autos, determinou o arquivamento de
referidos feitos, por ausência de capacidade postulatória decorrente de
suspensão, na OAB, do registro profissional do subscritor das peças
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Supremo Tribunal Federal
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precisa estar representado em juízo por advogado
legalmente habilitado. (...).
...................................................
É lícito à parte postular em causa própria, isto é,
ela
mesma
subscrevendo
as
petições
(...)
desacompanhada de advogado, quando ela própria for
advogado (...).” (grifei)
Atos processuais privativos de Advogado - tais como os
de elaborar e subscrever petições iniciais ou pleitos de natureza
recursal -, quando praticados por quem não dispõe de capacidade
postulatória,
são nulos de pleno direito, consoante previa o
antigo Estatuto da OAB (art. 76) e, hoje, dispõe o art. 4º, “caput”,
da Lei nº 8.906/94. Essa tem sido, no tema, a orientação do Supremo
Tribunal Federal (RTJ 117/1018).
A inobservância desse requisito gera, em face do que
prescreve o art. 267, IV, do Código de Processo Civil, a própria
extinção do processo, sem resolução de mérito.
Impende ressaltar, por relevante, que a eminente
Ministra ELLEN GRACIE, quando na Presidência desta Corte, apreciando
vários processos instaurados, neste Tribunal, precisamente, pelo
mesmo advogado que atua nestes autos, determinou o arquivamento de
referidos feitos, por ausência de capacidade postulatória decorrente de
suspensão, na OAB, do registro profissional do subscritor das peças
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RHC 104.270 -QO / DF
8
processuais (AC 1.671/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – AC 1.672/DF,
Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA – AC 1.673/DF, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, v.g.).
Cabe observar que, embora qualquer pessoa disponha
de capacidade postulatória para impetrar ordem de “habeas corpus”
(Lei nº 8.906/94, art. 1º, § 1º), não possui qualidade para proceder
à sustentação oral de suas razões (HC 63.338-QO/SP, Rel. Min. SYDNEY
SANCHES) nem para interpor recurso contra decisões desfavoráveis
proferidas em sede de “habeas corpus” (RHC 83.765/PR, Rel. Min.
JOAQUIM
BARBOSA),
pelo
fato
de
tais
atos
processuais
serem
privativos de quem esteja no exercício regular da advocacia.
De qualquer maneira, no entanto, mesmo que se mostrasse
superável essa questão prévia, ainda assim não haveria como conhecer
do presente “recurso especial”, seja porque prematuro (eis que
sequer publicado o acórdão consubstanciador do julgamento que se
busca impugnar), seja porque inexistente, em nosso ordenamento
positivo, previsão legal de utilização de “recurso especial” contra
julgamentos emanados do Supremo Tribunal Federal.
Impende relembrar, no ponto, jurisprudência desta Corte
no sentido de que são intempestivos (insuscetíveis, portanto, de
conhecimento) os recursos prematuros (que se antecipam, como na
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Supremo Tribunal Federal
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processuais (AC 1.671/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – AC 1.672/DF,
Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA – AC 1.673/DF, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, v.g.).
Cabe observar que, embora qualquer pessoa disponha
de capacidade postulatória para impetrar ordem de “habeas corpus”
(Lei nº 8.906/94, art. 1º, § 1º), não possui qualidade para proceder
à sustentação oral de suas razões (HC 63.338-QO/SP, Rel. Min. SYDNEY
SANCHES) nem para interpor recurso contra decisões desfavoráveis
proferidas em sede de “habeas corpus” (RHC 83.765/PR, Rel. Min.
JOAQUIM
BARBOSA),
pelo
fato
de
tais
atos
processuais
serem
privativos de quem esteja no exercício regular da advocacia.
De qualquer maneira, no entanto, mesmo que se mostrasse
superável essa questão prévia, ainda assim não haveria como conhecer
do presente “recurso especial”, seja porque prematuro (eis que
sequer publicado o acórdão consubstanciador do julgamento que se
busca impugnar), seja porque inexistente, em nosso ordenamento
positivo, previsão legal de utilização de “recurso especial” contra
julgamentos emanados do Supremo Tribunal Federal.
Impende relembrar, no ponto, jurisprudência desta Corte
no sentido de que são intempestivos (insuscetíveis, portanto, de
conhecimento) os recursos prematuros (que se antecipam, como na
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espécie, à publicação do acórdão) e os recursos tardios (que se
manifestam quando já esgotado o prazo recursal).
Orienta-se,
nesse
sentido,
como
enfatizado,
o
magistério jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal (RTJ 88/1012 –
RTJ 143/718-719, v.g.):
“EMBARGOS
DE
DECLARAÇÃO
-
EXTEMPORANEIDADE
-
IMPUGNAÇÃO RECURSAL PREMATURA, DEDUZIDA EM DATA ANTERIOR
À DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO - NÃO-CONHECIMENTO
DO RECURSO.
- A intempestividade dos recursos tanto pode derivar
de impugnações prematuras (que se antecipam à publicação
dos acórdãos) quanto decorrer de oposições tardias (que
se registram após o decurso dos prazos recursais).
Em
qualquer
das
duas
situações
-
impugnação
prematura ou oposição tardia -, a conseqüência de ordem
processual é uma só: o não-conhecimento do recurso, por
efeito de sua extemporânea interposição.
- A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem
advertido que a simples notícia do julgamento, além de
não dar início à fluência do prazo recursal, também não
legitima a prematura interposição de recurso, por
absoluta falta de objeto. Precedentes.”
(RTJ 182/1161-1162, Rel. Min. CELSO DE MELLO)
No que se refere ao erro grosseiro, que se verificou no
caso ora em exame, cabe assinalar que se trata de impropriedade
processual relevante apta a obstar a invocação do postulado da
fungibilidade recursal.
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espécie, à publicação do acórdão) e os recursos tardios (que se
manifestam quando já esgotado o prazo recursal).
Orienta-se,
nesse
sentido,
como
enfatizado,
o
magistério jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal (RTJ 88/1012 –
RTJ 143/718-719, v.g.):
“EMBARGOS
DE
DECLARAÇÃO
-
EXTEMPORANEIDADE
-
IMPUGNAÇÃO RECURSAL PREMATURA, DEDUZIDA EM DATA ANTERIOR
À DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO - NÃO-CONHECIMENTO
DO RECURSO.
- A intempestividade dos recursos tanto pode derivar
de impugnações prematuras (que se antecipam à publicação
dos acórdãos) quanto decorrer de oposições tardias (que
se registram após o decurso dos prazos recursais).
Em
qualquer
das
duas
situações
-
impugnação
prematura ou oposição tardia -, a conseqüência de ordem
processual é uma só: o não-conhecimento do recurso, por
efeito de sua extemporânea interposição.
- A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem
advertido que a simples notícia do julgamento, além de
não dar início à fluência do prazo recursal, também não
legitima a prematura interposição de recurso, por
absoluta falta de objeto. Precedentes.”
(RTJ 182/1161-1162, Rel. Min. CELSO DE MELLO)
No que se refere ao erro grosseiro, que se verificou no
caso ora em exame, cabe assinalar que se trata de impropriedade
processual relevante apta a obstar a invocação do postulado da
fungibilidade recursal.
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Voto - MIN. CELSO DE MELLO
RHC 104.270 -QO / DF
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A ocorrência, na espécie, de erro grosseiro evidente
torna inaplicável o princípio da fungibilidade recursal, consoante
iterativa jurisprudência firmada por esta Suprema Corte (RTJ 105/792 –
RTJ 105/1275 - RTJ 120/458 – RTJ 132/1374).
Impende registrar, por oportuno, que os Tribunais
sempre recusaram aplicabilidade ao postulado da fungibilidade
recursal nos casos em que a errônea interposição de um recurso
revelasse desconhecimento inescusável, por parte do recorrente, da
existência de norma legal expressa indicativa das hipóteses de
cabimento da modalidade recursal adequada (RF 148/176 - RF 148/179 -
RF 163/215 – RT 489/105 - Revista de Processo, vols. 1/196 - 1/210 -
4/393).
Essa mesma orientação é perfilhada pela doutrina, que,
ao admitir o recurso indiferente, consagra a fungibilidade recursal
como
uma
das
mais
expressivas
projeções
do
princípio
da
instrumentalidade das formas no âmbito da teoria do processo, desde
que não se registre a hipótese de má-fé ou de erro grosseiro (MILTON
SANSEVERINO, “Fungibilidade dos Recursos”, “in” Revista de Processo,
vol. 25/181; JOSÉ FREDERICO MARQUES, “Manual de Direito Processual
Civil”, vol. III/128, item n. 606, 1975, Saraiva; JOSÉ CARLOS
BARBOSA
MOREIRA,
“Comentários
ao
Código
de
Processo
Civil”,
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.O
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Supremo Tribunal Federal
RHC 104.270 -QO / DF
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A ocorrência, na espécie, de erro grosseiro evidente
torna inaplicável o princípio da fungibilidade recursal, consoante
iterativa jurisprudência firmada por esta Suprema Corte (RTJ 105/792 –
RTJ 105/1275 - RTJ 120/458 – RTJ 132/1374).
Impende registrar, por oportuno, que os Tribunais
sempre recusaram aplicabilidade ao postulado da fungibilidade
recursal nos casos em que a errônea interposição de um recurso
revelasse desconhecimento inescusável, por parte do recorrente, da
existência de norma legal expressa indicativa das hipóteses de
cabimento da modalidade recursal adequada (RF 148/176 - RF 148/179 -
RF 163/215 – RT 489/105 - Revista de Processo, vols. 1/196 - 1/210 -
4/393).
Essa mesma orientação é perfilhada pela doutrina, que,
ao admitir o recurso indiferente, consagra a fungibilidade recursal
como
uma
das
mais
expressivas
projeções
do
princípio
da
instrumentalidade das formas no âmbito da teoria do processo, desde
que não se registre a hipótese de má-fé ou de erro grosseiro (MILTON
SANSEVERINO, “Fungibilidade dos Recursos”, “in” Revista de Processo,
vol. 25/181; JOSÉ FREDERICO MARQUES, “Manual de Direito Processual
Civil”, vol. III/128, item n. 606, 1975, Saraiva; JOSÉ CARLOS
BARBOSA
MOREIRA,
“Comentários
ao
Código
de
Processo
Civil”,
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Voto - MIN. CELSO DE MELLO
RHC 104.270 -QO / DF
11
vol. V/247-249, item n. 141, 7ª ed., 1998, Forense; MOACYR AMARAL
SANTOS, “Primeiras Linhas de Direito Processual Civil”, vol. 3/82,
1979, Saraiva; SÉRGIO BERMUDES, “Comentários ao Código de Processo
Civil”, vol. VII/44, item n. 26-A, 2ª ed., 1977, RT, “inter
plures”).
Sendo assim, em face das razões expostas, e resolvendo a
questão de ordem ora suscitada, não conheço do presente “recurso especial”
e proponho, na linha de reiterados precedentes desta Suprema Corte
(RTJ 186/715-716, Rel. Min. CELSO DE MELLO – AI 177.313-AgR-ED-ED/MG,
Rel. Min. CELSO DE MELLO – AI 260.266-AgR-ED-ED/PB, Rel. Min.
SEPÚLVEDA PERTENCE – AI 421.932-AgR-ED-ED-ED/SP, Rel. Min. GILMAR
MENDES, v.g.), a imediata devolução dos autos ao Tribunal de origem,
independentemente de publicação do acórdão consubstanciador deste
julgamento, restando prejudicado, em consequência, o exame das
petições de fls. 196/199, 201 e 214.
É o meu voto.
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vol. V/247-249, item n. 141, 7ª ed., 1998, Forense; MOACYR AMARAL
SANTOS, “Primeiras Linhas de Direito Processual Civil”, vol. 3/82,
1979, Saraiva; SÉRGIO BERMUDES, “Comentários ao Código de Processo
Civil”, vol. VII/44, item n. 26-A, 2ª ed., 1977, RT, “inter
plures”).
Sendo assim, em face das razões expostas, e resolvendo a
questão de ordem ora suscitada, não conheço do presente “recurso especial”
e proponho, na linha de reiterados precedentes desta Suprema Corte
(RTJ 186/715-716, Rel. Min. CELSO DE MELLO – AI 177.313-AgR-ED-ED/MG,
Rel. Min. CELSO DE MELLO – AI 260.266-AgR-ED-ED/PB, Rel. Min.
SEPÚLVEDA PERTENCE – AI 421.932-AgR-ED-ED-ED/SP, Rel. Min. GILMAR
MENDES, v.g.), a imediata devolução dos autos ao Tribunal de origem,
independentemente de publicação do acórdão consubstanciador deste
julgamento, restando prejudicado, em consequência, o exame das
petições de fls. 196/199, 201 e 214.
É o meu voto.
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Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
QUESTÃO DE ORDEM NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 104.270
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO
RECTE.(S) : CARLOS ANTÔNIO DE FREITAS
ADV.(A/S) : CARLOS ANTÔNIO DE FREITAS
RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
Decisão: Resolvendo questão de ordem, a Turma não conheceu do
“recurso especial” e determinou a imediata devolução dos autos ao
Tribunal de origem, independentemente de publicação do acórdão
consubstanciador deste julgamento, restando prejudicado, em
consequência, o exame das petições de fls. 196/199, 201 e 214, nos
termos do voto do Relator. Decisão unânime.
Ausentes,
justificadamente, os Senhores Ministros Joaquim Barbosa e Ricardo
Lewandowski. 2ª Turma, 06.09.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Mário José Gisi.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1452523
Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
QUESTÃO DE ORDEM NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 104.270
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO
RECTE.(S) : CARLOS ANTÔNIO DE FREITAS
ADV.(A/S) : CARLOS ANTÔNIO DE FREITAS
RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
Decisão: Resolvendo questão de ordem, a Turma não conheceu do
“recurso especial” e determinou a imediata devolução dos autos ao
Tribunal de origem, independentemente de publicação do acórdão
consubstanciador deste julgamento, restando prejudicado, em
consequência, o exame das petições de fls. 196/199, 201 e 214, nos
termos do voto do Relator. Decisão unânime.
Ausentes,
justificadamente, os Senhores Ministros Joaquim Barbosa e Ricardo
Lewandowski. 2ª Turma, 06.09.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Mário José Gisi.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1452523
Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 14
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1610333 | 2011-09-06T00:00:00 | 2011-12-07T00:00:00 | Resolvendo questão de ordem, a Turma não conheceu do “recurso especial” e determinou a imediata devolução dos autos ao Tribunal de origem, independentemente de publicação do acórdão consubstanciador deste julgamento, restando prejudicado, em consequência, o exame das petições de fls. 196/199, 201 e 214, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski. 2ª Turma, 06.09.2011. | QUESTÃO DE ORDEM NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS | E M E N T A: “RECURSO ESPECIAL” INTERPOSTO CONTRA JULGAMENTO DE TURMA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - MODALIDADE RECURSAL INEXISTENTE NO ÂMBITO DO STF - ERRO GROSSEIRO - CONSEQÜENTE INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL - IMPUGNAÇÃO RECURSAL PREMATURA, PORQUE DEDUZIDA EM DATA ANTERIOR À DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO CONSUBSTANCIADOR DO JULGAMENTO - EXTEMPORANEIDADE - RECURSO SUBSCRITO POR ADVOGADO CUJA INSCRIÇÃO, NA OAB, ESTAVA SUSPENSA - AUSÊNCIA DE CAPACIDADE POSTULATÓRIA DO RECORRENTE -QUESTÃO DE ORDEM QUE SE RESOLVE NO SENTIDO DO NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO INTERPOSTO.
- Não se revela admissível, porque inexistente, “recurso especial” contra julgamentos emanados do Supremo Tribunal Federal. Incidência, na espécie, do princípio da legalidade ou da tipicidade dos recursos. Inaplicabilidade, ao caso, por tratar-se de erro grosseiro, do postulado da fungibilidade recursal. Precedentes. Doutrina.
- São nulos de pleno direito os atos processuais, que, privativos de Advogado, venham a ser praticados por quem não dispõe de capacidade postulatória, assim considerado aquele cuja inscrição na OAB se acha suspensa (Lei nº 8.906/94, art. 4º, parágrafo único). Precedentes.
- O direito de petição qualifica-se como prerrogativa de extração constitucional assegurada à generalidade das pessoas pela Constituição da República (art. 5º, XXXIV, “a”). Trata-se de direito público subjetivo de índole essencialmente democrática. O direito de petição, contudo, não assegura, por si só, a possibilidade de o interessado - que não dispõe de capacidade postulatória - ingressar em juízo, para, independentemente de Advogado, litigar em nome próprio ou como representante de terceiros, ressalvadas as exceções previstas em lei. Precedentes.
- A intempestividade dos recursos tanto pode derivar de impugnações prematuras (que se antecipam à publicação dos acórdãos) quanto resultar de oposições tardias (que se registram após o decurso dos prazos recursais).
Em qualquer das duas situações (impugnação prematura ou oposição tardia), a conseqüência de ordem processual é uma só: o não conhecimento do recurso, por efeito de sua extemporânea interposição.
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem advertido que a simples notícia do julgamento, além de não dar início à fluência do prazo recursal, também não legitima a prematura interposição de recurso, por absoluta falta de objeto, ainda que se cuide de matéria criminal. Precedentes. | sjur202505 | - Acórdãos citados: MS 21876 ED - Tribunal Pleno, MS 21651
AgR - Tribunal Pleno, HC 63338 QO, RHC 83765, AI 177313
AgR-ED-ED, AI 260266 AgR-ED-ED, AI 421932 AgR-ED-ED-ED;
RTJ 88/1012, RTJ 105/792, RTJ 105/1275, RTJ 117/1018,
RTJ 120/458, RTJ 132/1374, RTJ 143/718, RTJ 146/44, RTJ
153/497, RTJ 176/99, RTJ 176/100, RTJ 182/1161, RTJ
186/715; RT 489/105; RF 148/176, RF 148/179, RF 163/215.
- Decisões monocráticas citadas: AC 1671, AC 1672, AC 1673.
Número de páginas: 14.
Análise: 04/01/2012, MMR.
Revisão: 02/02/2012, KBP. | CELSO DE MELLO | Segunda Turma | 104270 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00005 INC-00034 LET-A \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\r\n ART-00267 INC-00004 \r\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\r\n",
"LEG-FED LEI-004215 ANO-1963\r\n ART-00076 \r\n EOAB-1963 ESTATUTO DA ADVOCACIA E ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL\r\n",
"LEG-FED LEI-008906 ANO-1994\r\n ART-00001 PAR-00001 ART-00004 \"CAPUT\" PAR-ÚNICO \r\n EOAB-1994 ESTATUTO DA ADVOCACIA E ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL"
] | RHC-QO | acordaos | RHC 104270 QO | [
""
] | RECTE.(S) : CARLOS ANTÔNIO DE FREITAS
ADV.(A/S) : CARLOS ANTÔNIO DE FREITAS
RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RHC 104 . 270 - QO / DF",
"RHC 104 . 270 - QO / DF",
"RHC 104",
"RHC 104 . 270 - QO /",
"RHC 104 . 270 - QO / DF",
"MS 21 . 876 - ED / DF",
"RHC 104 . 270 - QO /",
"MS 21 . 876 - ED / DF",
"RHC 104 . 270 - QO / DF",
"RTJ 176 / 99",
"RTJ 146 / 44",
"RTJ 153 / 497 - 498",
"RHC 104 . 270 - QO / DF",
"RTJ 176 / 99",
"RTJ 146 / 44",
"RTJ 153 / 497 - 498",
"MS 21 . 651 - AgR / BA",
"RTJ 176 / 100",
"MS 21 . 651 - AgR / BA",
"RTJ 176 / 100",
"RTJ 117 / 1018",
"RTJ 117 / 1018",
"AC 1 . 671 / DF",
"AC 1 . 672 / DF",
"AC 1 . 673 / DF",
"HC 63 . 338 - QO / SP",
"RHC 83 . 765 / PR",
"RHC 104 . 270 - QO / DF",
"AC 1 . 671 / DF",
"AC 1 . 672 / DF",
"AC 1 . 673 / DF",
"HC 63 . 338 - QO / SP",
"RHC 83 . 765 / PR",
"RHC 104 . 270 - QO / DF",
"RTJ 88 / 1012",
"RTJ 143 /",
"RTJ 182 / 1161 - 1162",
"RHC 104 . 270 - QO / DF",
"RTJ 88 / 1012",
"RTJ 143 / 718 - 719",
"RTJ 182 / 1161 - 1162",
"RTJ 105 / 792",
"RF 148 / 176",
"RF 148 / 179",
"RF 163 / 215",
"RT 489 / 105",
"RHC 104 . 270",
"RTJ",
"RF 148 / 176",
"RF 163 / 215",
"RT 489 / 105",
"RTJ 186 / 715 - 716",
"AI 177 . 313 - AgR - ED - ED / MG",
"AI 260 . 266 - AgR - ED - ED / PB",
"AI 421 . 932 - AgR - ED - ED - ED / SP",
"RTJ 186 / 715 - 716",
"AI 177 . 313 - AgR - ED - ED /",
"AI 421 . 932 - AgR - ED -",
"ED",
"-",
"ED",
"/ SP",
"HABEAS CORPUS 104 . 270"
],
"LEGISLACAO": [
"Lei [UNK] 8 . 906 / 94 , art . [UNK] , parágrafo único",
"Constituição da República ( art . [UNK] , XXXIV , “ a ” )",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CPC , art . 267 , IV",
"Estatuto da Advocacia",
"Lei [UNK] 8 . 906 / 94",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CPC , art",
"Estatuto",
"Lei [UNK] 8 . 906 / 94 , art .",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 267 , IV , do CPC",
"art . [UNK] , XXXIV , “ a ” , da Carta Política",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 267 , IV , do CPC",
"art . [UNK] , XXXIV , “ a ” , da Carta Política",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição da República",
"art . [UNK] , inciso XXXIV , a , da Constituição",
"art . 133 da Constituição",
"art . 36 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição da República",
"art . [UNK] , inciso XXXIV , a , da Constituição",
"art . 133 da Constituição",
"art . 36 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código de Processo Civil , art . 36",
"art . [UNK] , XXXIV , letra ‘ a ’ , da Constituição",
"Carta Política ( art . [UNK] , XXXIV , ‘ a ’",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código de Processo Civil , art . 36",
"art . [UNK] , XXXIV , letra ‘ a ’ , da Constituição",
"Carta Política ( art . [UNK] , XXXIV , ‘ a ’ )",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Estatuto da OAB",
"art . [UNK] , “ caput ” , da Lei [UNK] 8 . 906 / 94",
"art . 267 , IV , do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Estatuto da OAB",
"art . [UNK] , “ caput ” , da Lei [UNK] 8 . 906 / 94",
"art . 267 , IV , do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 8 . 906 / 94 , art",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 8 . 906 / 94 , art . [UNK] , § [UNK]",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código de",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"DISTRITO FEDERAL",
"Brasília",
"Brasília",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
"SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL",
"STF",
"OAB",
"Supremo Tribunal Federal",
"OAB",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
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"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
"Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
"Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"OAB",
"/",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"OAB",
"/",
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"Plenário",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"OAB",
"/",
"MG",
"Plenário",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"O",
".",
"A",
".",
"RS",
"O",
".",
"A",
".",
"RS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"OAB",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Ordem dos Advogados do Brasil",
"Saraiva",
"Infra",
"-",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"RHC",
"Ordem dos Advogados do Brasil",
"Saraiva",
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"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"OAB",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
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"-",
"Brasil",
"Suprema Corte",
"Saraiva",
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"-",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Forense",
"Saraiva",
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"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Forense",
"Saraiva",
"Suprema Corte",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"CELSO DE MELLO",
"CARLOS ANTÔNIO DE FREITAS",
"CARLOS ANTÔNIO DE FREITAS",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"CELSO DE MELLO",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"CARLOS ANTÔNIO DE FREITAS",
"CARLOS ANTÔNIO DE FREITAS",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"CARLOS ANTÔNIO DE FREITAS",
"CARLOS ANTÔNIO DE FREITAS",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"SYDNEY SANCHES",
"SYDNEY SANCHES",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"NÉRI DA SILVEIRA",
"SYDNEY SANCHES",
"CELSO DE MELLO",
"NÉRI DA SILVEIRA",
"SYDNEY SANCHES",
"CELSO DE MELLO",
"NÉRI DA SILVEIRA",
"CELSO DE MELLO",
"VICENTE GRECO FILHO",
"NÉRI DA SILVEIRA",
"CELSO DE MELLO",
"VICENTE GRECO FILHO",
"CELSO DE MELLO",
"ELLEN GRACIE",
"ELLEN GRACIE",
"CELSO DE MELLO",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"CÁRMEN LÚCIA",
"MARCO AURÉLIO",
"SYDNEY SANCHES",
"JOAQUIM BARBOSA",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"CÁRMEN LÚCIA",
"MARCO AURÉLIO",
"SYDNEY SANCHES",
"JOAQUIM BARBOSA",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"MILTON SANSEVERINO",
"JOSÉ FREDERICO MARQUES",
"JOSÉ CARLOS BARBOSA MOREIRA",
"MILTON SANSEVERINO",
"JOSÉ FREDERICO MARQUES",
"JOSÉ CARLOS BARBOSA MOREIRA",
"CELSO DE MELLO",
"MOACYR AMARAL SANTOS",
"SÉRGIO BERMUDES",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"SEPÚLVEDA PERTENCE",
"GILMAR MENDES",
"MOACYR AMARAL SANTOS",
"SÉRGIO BERMUDES",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"SEPÚLVEDA PERTENCE",
"GILMAR MENDES",
"CELSO DE MELLO",
"CARLOS ANTÔNIO DE FREITAS",
"CARLOS ANTÔNIO DE FREITAS",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Mário José Gisi",
"Karima Batista Kassab",
"CELSO DE MELLO",
"CARLOS ANTÔNIO DE FREITAS",
"CARLOS ANTÔNIO DE FREITAS",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Mário José Gisi",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"06",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"07",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"06 de setembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"06 de setembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"06",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"05",
"/",
"04",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"06",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"05",
"/",
"04",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"24",
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"2001",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
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"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"1989",
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"/",
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"/",
"2001",
"1989",
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"/",
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"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"1975",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"1975",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"1998",
"1979",
"1977",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"1998",
"1979",
"1977",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"06",
".",
"09",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"06",
".",
"09",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
06/09/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 105.270 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. CELSO DE MELLO
PACTE.(S)
: MILLER DOS SANTOS MACHADO OU MIILLER DOS
SANTOS MACHADO
IMPTE.(S)
: LUIZ FLÁVIO BORGES D'URSO
COATOR(A/S)(ES)
: PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA
E M E N T A: “HABEAS CORPUS” – DENEGAÇÃO DE MEDIDA
LIMINAR – SÚMULA 691/STF – SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS QUE AFASTAM A
RESTRIÇÃO SUMULAR - PRISÃO EM FLAGRANTE MANTIDA POR DECISÃO QUE
INDEFERE
PEDIDO
DE
LIBERDADE
PROVISÓRIA
–
FALTA
DE
ADEQUADA
FUNDAMENTAÇÃO - CARÁTER EXTRAORDINÁRIO DA PRIVAÇÃO CAUTELAR DA
LIBERDADE INDIVIDUAL – UTILIZAÇÃO, PELO MAGISTRADO, NO INDEFERIMENTO
DO PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA, DE CRITÉRIOS INCOMPATÍVEIS COM A
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – LEI DE DROGAS (ART. 44) –
PRISÃO CAUTELAR “EX LEGE” – INADMISSIBILIDADE (HC 100.742/SC, REL.
MIN.
CELSO
DE
MELLO)
-
SITUAÇÃO
DE
INJUSTO
CONSTRANGIMENTO
CONFIGURADA - PRECEDENTES – “HABEAS CORPUS” CONCEDIDO DE OFÍCIO.
DENEGAÇÃO DE MEDIDA LIMINAR – SÚMULA 691/STF – SITUAÇÕES
EXCEPCIONAIS QUE AFASTAM A RESTRIÇÃO SUMULAR.
- A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, sempre em
caráter extraordinário, tem admitido o afastamento, “hic et nunc”,
da Súmula 691/STF, em hipóteses nas quais a decisão questionada
divirja da jurisprudência predominante nesta Corte ou, então,
veicule situações configuradoras de abuso de poder ou de manifesta
ilegalidade. Precedentes. Hipótese ocorrente na espécie.
A PRISÃO CAUTELAR CONSTITUI MEDIDA DE NATUREZA EXCEPCIONAL.
- A privação cautelar da liberdade individual reveste-se de
caráter excepcional, somente devendo ser decretada ou mantida em
situações de absoluta necessidade.
A prisão cautelar, para legitimar-se em face do sistema
jurídico, impõe - além da satisfação dos pressupostos a que se
refere o art. 312 do CPP (prova da existência material do crime e
presença de indícios suficientes de autoria) - que se evidenciem,
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1453496
Supremo Tribunal Federal
DJe 28/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 23
Ementa e Acórdão
HC 105.270 / SP
2
com fundamento em base empírica idônea, razões justificadoras da
imprescindibilidade dessa extraordinária medida cautelar de privação
da liberdade do indiciado ou do réu.
- A questão da decretabilidade ou manutenção da prisão
cautelar. Possibilidade excepcional, desde que satisfeitos os
requisitos
mencionados
no
art.
312
do
CPP.
Necessidade
da
verificação concreta, em cada caso, da imprescindibilidade da adoção
dessa medida extraordinária. Precedentes.
A MANUTENÇÃO DA PRISÃO EM FLAGRANTE – ENQUANTO MEDIDA DE
NATUREZA CAUTELAR - NÃO PODE SER UTILIZADA COMO INSTRUMENTO DE
PUNIÇÃO ANTECIPADA DO INDICIADO OU DO RÉU.
- A prisão cautelar não pode - nem deve - ser utilizada,
pelo Poder Público, como instrumento de punição antecipada daquele a
quem se imputou a prática do delito, pois, no sistema jurídico
brasileiro, fundado em bases democráticas, prevalece o princípio da
liberdade, incompatível com punições sem processo e inconciliável
com condenações sem defesa prévia.
A prisão cautelar - que não deve ser confundida com a
prisão penal - não objetiva infligir punição àquele que sofre a sua
decretação, mas destina-se, considerada a função cautelar que lhe é
inerente, a atuar em benefício da atividade estatal desenvolvida no
processo penal.
A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO CONSTITUI FATOR DE
LEGITIMAÇÃO DA PRIVAÇÃO CAUTELAR DA LIBERDADE.
- A natureza da infração penal não constitui, só por si,
fundamento justificador da decretação da prisão cautelar daquele que
sofre a persecução criminal instaurada pelo Estado. Precedentes.
AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO, NO CASO, DA NECESSIDADE CONCRETA
DE MANTER-SE A PRISÃO EM FLAGRANTE DO PACIENTE.
- Sem que se caracterize situação de real necessidade, não
se legitima a privação cautelar da liberdade individual do indiciado
ou do réu. Ausentes razões de necessidade, revela-se incabível, ante
a sua excepcionalidade, a decretação ou a subsistência da prisão
cautelar.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1453496
Supremo Tribunal Federal
HC 105.270 / SP
2
com fundamento em base empírica idônea, razões justificadoras da
imprescindibilidade dessa extraordinária medida cautelar de privação
da liberdade do indiciado ou do réu.
- A questão da decretabilidade ou manutenção da prisão
cautelar. Possibilidade excepcional, desde que satisfeitos os
requisitos
mencionados
no
art.
312
do
CPP.
Necessidade
da
verificação concreta, em cada caso, da imprescindibilidade da adoção
dessa medida extraordinária. Precedentes.
A MANUTENÇÃO DA PRISÃO EM FLAGRANTE – ENQUANTO MEDIDA DE
NATUREZA CAUTELAR - NÃO PODE SER UTILIZADA COMO INSTRUMENTO DE
PUNIÇÃO ANTECIPADA DO INDICIADO OU DO RÉU.
- A prisão cautelar não pode - nem deve - ser utilizada,
pelo Poder Público, como instrumento de punição antecipada daquele a
quem se imputou a prática do delito, pois, no sistema jurídico
brasileiro, fundado em bases democráticas, prevalece o princípio da
liberdade, incompatível com punições sem processo e inconciliável
com condenações sem defesa prévia.
A prisão cautelar - que não deve ser confundida com a
prisão penal - não objetiva infligir punição àquele que sofre a sua
decretação, mas destina-se, considerada a função cautelar que lhe é
inerente, a atuar em benefício da atividade estatal desenvolvida no
processo penal.
A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO CONSTITUI FATOR DE
LEGITIMAÇÃO DA PRIVAÇÃO CAUTELAR DA LIBERDADE.
- A natureza da infração penal não constitui, só por si,
fundamento justificador da decretação da prisão cautelar daquele que
sofre a persecução criminal instaurada pelo Estado. Precedentes.
AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO, NO CASO, DA NECESSIDADE CONCRETA
DE MANTER-SE A PRISÃO EM FLAGRANTE DO PACIENTE.
- Sem que se caracterize situação de real necessidade, não
se legitima a privação cautelar da liberdade individual do indiciado
ou do réu. Ausentes razões de necessidade, revela-se incabível, ante
a sua excepcionalidade, a decretação ou a subsistência da prisão
cautelar.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 23
Ementa e Acórdão
HC 105.270 / SP
3
- Presunções arbitrárias, construídas a partir de juízos
meramente conjecturais, porque formuladas à margem do sistema
jurídico, não podem prevalecer sobre o princípio da liberdade, cuja
precedência constitucional lhe confere posição eminente no domínio
do processo penal.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os
Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a
Presidência do Ministro Ayres Britto, na conformidade da ata de
julgamentos e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos,
superada a restrição fundada na Súmula 691/STF, em conceder a ordem,
de ofício, ao ora paciente, tornando definitiva a medida liminar
anteriormente concedida, para assegurar, a esse mesmo paciente, o
direito de permanecer em liberdade, salvo nova decisão judicial em
contrário do magistrado competente, fundada em razões supervenientes
vinculadas ao Processo-crime nº 617/2010 (Juízo de Direito da
5ª Vara Criminal da comarca de Ribeirão Preto/SP), nos termos do
voto do Relator. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Brasília, 06 de setembro de 2011.
CELSO DE MELLO - RELATOR
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.270 / SP
3
- Presunções arbitrárias, construídas a partir de juízos
meramente conjecturais, porque formuladas à margem do sistema
jurídico, não podem prevalecer sobre o princípio da liberdade, cuja
precedência constitucional lhe confere posição eminente no domínio
do processo penal.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os
Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a
Presidência do Ministro Ayres Britto, na conformidade da ata de
julgamentos e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos,
superada a restrição fundada na Súmula 691/STF, em conceder a ordem,
de ofício, ao ora paciente, tornando definitiva a medida liminar
anteriormente concedida, para assegurar, a esse mesmo paciente, o
direito de permanecer em liberdade, salvo nova decisão judicial em
contrário do magistrado competente, fundada em razões supervenientes
vinculadas ao Processo-crime nº 617/2010 (Juízo de Direito da
5ª Vara Criminal da comarca de Ribeirão Preto/SP), nos termos do
voto do Relator. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Brasília, 06 de setembro de 2011.
CELSO DE MELLO - RELATOR
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Relatório
06/09/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 105.270 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. CELSO DE MELLO
PACTE.(S)
: MILLER DOS SANTOS MACHADO OU MIILLER DOS
SANTOS MACHADO
IMPTE.(S)
: LUIZ FLÁVIO BORGES D'URSO
COATOR(A/S)(ES)
: PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator): Trata-se
de “habeas corpus” impetrado contra decisão emanada de eminente
Ministro de Tribunal Superior da União, que, em sede de outra ação
de “habeas corpus” ajuizada no Superior Tribunal de Justiça
(HC 175.308/SP), denegou medida liminar que lhe havia sido requerida
em favor do ora paciente.
Sustenta-se, nesta sede processual, a invalidade, por
falta de fundamentação idônea, da decisão que indeferiu o pedido de
liberdade provisória formulado em favor do ora paciente.
Deferi o pedido de medida liminar formulado na presente
sede processual, por entender presentes os requisitos autorizadores
de sua concessão.
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Supremo Tribunal Federal
06/09/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 105.270 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. CELSO DE MELLO
PACTE.(S)
: MILLER DOS SANTOS MACHADO OU MIILLER DOS
SANTOS MACHADO
IMPTE.(S)
: LUIZ FLÁVIO BORGES D'URSO
COATOR(A/S)(ES)
: PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator): Trata-se
de “habeas corpus” impetrado contra decisão emanada de eminente
Ministro de Tribunal Superior da União, que, em sede de outra ação
de “habeas corpus” ajuizada no Superior Tribunal de Justiça
(HC 175.308/SP), denegou medida liminar que lhe havia sido requerida
em favor do ora paciente.
Sustenta-se, nesta sede processual, a invalidade, por
falta de fundamentação idônea, da decisão que indeferiu o pedido de
liberdade provisória formulado em favor do ora paciente.
Deferi o pedido de medida liminar formulado na presente
sede processual, por entender presentes os requisitos autorizadores
de sua concessão.
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Relatório
HC 105.270 / SP
2
O Ministério Público Federal, em parecer da lavra da
ilustre Subprocuradora-Geral da República, Dr. CLÁUDIA SAMPAIO
MARQUES, assim resumiu e apreciou a presente impetração:
“TRÁFICO DE ENTORPECENTES. LIBERDADE
PROVISÓRIA. VEDAÇÃO LEGAL. PRECEDENTE
DO STF.
PARECER PELA DENEGAÇÃO DA ORDEM.
1. Trata-se de ‘habeas corpus’ impetrado em favor
de MILLER DOS SANTOS MACHADO, contra acórdão do
Superior Tribunal de Justiça, proferido nos autos do
HC nº 175.308/SP, que indeferiu a liminar mantendo,
assim, a prisão cautelar do paciente.
2. O paciente foi denunciado por suposta infração
ao art. 33, ‘caput’, da Lei 11.343/06.
3. Pede a defesa, em suma, a concessão da liberdade
provisória ao paciente, ao argumento de que não há
motivos para a prisão cautelar.
4. A liminar foi deferida.
5. O parecer é pela denegação da ordem.
6. O paciente foi preso, juntamente com um menor de
15 anos de idade, na porta de sua casa, em situação
característica de tráfico de drogas. Foi apreendida em
seu poder a droga que estava sendo vendida ao menor no
instante da prisão.
7. O Juízo de primeira instância indeferiu o pedido
de liberdade provisória, invocando, para tanto, a
vedação constitucional e legal.
8. De fato, o art. 44 da Lei 11.343/06 (lei
especial) veda expressamente a concessão de liberdade
provisória para os agentes de tráfico ilícito de
entorpecentes, delito equiparado a crime hediondo
(Lei nº 8.072/90), insuscetível de fiança e liberdade
provisória (inteligência dos arts. 5º, XLIII, CF/88 e
2º, II, da Lei nº 8.072/90).
8. Nesse sentido é a jurisprudência dessa Suprema
Corte:
‘‘HABEAS CORPUS’. PACIENTE PRESO EM FLAGRANTE POR
TRÁFICO DE ENTORPECENTE E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.270 / SP
2
O Ministério Público Federal, em parecer da lavra da
ilustre Subprocuradora-Geral da República, Dr. CLÁUDIA SAMPAIO
MARQUES, assim resumiu e apreciou a presente impetração:
“TRÁFICO DE ENTORPECENTES. LIBERDADE
PROVISÓRIA. VEDAÇÃO LEGAL. PRECEDENTE
DO STF.
PARECER PELA DENEGAÇÃO DA ORDEM.
1. Trata-se de ‘habeas corpus’ impetrado em favor
de MILLER DOS SANTOS MACHADO, contra acórdão do
Superior Tribunal de Justiça, proferido nos autos do
HC nº 175.308/SP, que indeferiu a liminar mantendo,
assim, a prisão cautelar do paciente.
2. O paciente foi denunciado por suposta infração
ao art. 33, ‘caput’, da Lei 11.343/06.
3. Pede a defesa, em suma, a concessão da liberdade
provisória ao paciente, ao argumento de que não há
motivos para a prisão cautelar.
4. A liminar foi deferida.
5. O parecer é pela denegação da ordem.
6. O paciente foi preso, juntamente com um menor de
15 anos de idade, na porta de sua casa, em situação
característica de tráfico de drogas. Foi apreendida em
seu poder a droga que estava sendo vendida ao menor no
instante da prisão.
7. O Juízo de primeira instância indeferiu o pedido
de liberdade provisória, invocando, para tanto, a
vedação constitucional e legal.
8. De fato, o art. 44 da Lei 11.343/06 (lei
especial) veda expressamente a concessão de liberdade
provisória para os agentes de tráfico ilícito de
entorpecentes, delito equiparado a crime hediondo
(Lei nº 8.072/90), insuscetível de fiança e liberdade
provisória (inteligência dos arts. 5º, XLIII, CF/88 e
2º, II, da Lei nº 8.072/90).
8. Nesse sentido é a jurisprudência dessa Suprema
Corte:
‘‘HABEAS CORPUS’. PACIENTE PRESO EM FLAGRANTE POR
TRÁFICO DE ENTORPECENTE E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 23
Relatório
HC 105.270 / SP
3
(ARTIGOS 33 E 35 DA LEI Nº 11.343/2006). CRIME
HEDIONDO.
CUSTÓDIA
CAUTELAR
MANTIDA.
OBSTÁCULO
DIRETAMENTE CONSTITUCIONAL: INCISO XLIII DO ART. 5º
(INAFIANÇABILIDADE DOS CRIMES HEDIONDOS). OBSTÁCULO
LEGAL: ARTIGO 44 DA LEI 11.343/2006. JURISPRUDÊNCIA
DO STF. ORDEM DENEGADA. 1. Se o crime é inafiançável
e preso o acusado em flagrante, o instituto da
liberdade provisória não tem como operar. O inciso II
do art. 2º da Lei nº 8.072/90, quando impedia a
‘fiança e a liberdade provisória’, de certa forma
incidia em redundância, dado que, sob o prisma
constitucional’ (inciso XLIII do art. 5º da CF/88),
tal ressalva era desnecessária. Redundância que foi
reparada pelo artigo 1º da Lei nº 11.464/2007, ao
retirar o excesso verbal e manter, tão-somente, a
vedação do instituto da fiança. 2. Manutenção da
jurisprudência desta Primeira Turma, no sentido de
que ‘a proibição da liberdade provisória, nessa
hipótese,
deriva
logicamente
do
preceito
constitucional que impõe a inafiançabilidade das
referidas infrações penais: ...seria ilógico que,
vedada pelo art. 5º, XLIII, da Constituição, a
liberdade provisória mediante fiança nos crimes
hediondos, fosse ela admissível nos casos legais de
liberdade provisória sem fiança...’ (HC 83.468, da
relatoria do ministro Sepúlveda Pertence). 3. Acresce
que
a
impossibilidade
de
concessão
da
liberdade provisória do paciente, no caso dos autos,
decorre de óbice legal específico (artigo 44 da
Lei Nº
11.343/2006).
Óbice
que
dispensa
a
fundamentação da custódia cautelar do paciente,
conforme pacífica jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal. A título de amostragem, o HC 93.302, da
relatoria da ministra Cármem Lúcia. 4. Ordem
denegada.’ (HC nº 97.059/ES, Rel. Min. Carlos
Britto, DJ de 19/06/2009)
9. O mesmo entendimento ficou sedimentado quando do
julgamento do HC 103.715/RJ, a saber, a irrelevância da
existência, ou não, de fundamentação cautelar para a
prisão em flagrante por crimes hediondos ou equiparados:
‘‘HABEAS
CORPUS’.
CONSTITUCIONAL.
PROCESSO
PENAL. PRISÃO EM FLAGRANTE POR TRÁFICO DE DROGAS.
LIBERDADE
PROVISÓRIA:
INADMISSIBILIDADE.
ORDEM
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.270 / SP
3
(ARTIGOS 33 E 35 DA LEI Nº 11.343/2006). CRIME
HEDIONDO.
CUSTÓDIA
CAUTELAR
MANTIDA.
OBSTÁCULO
DIRETAMENTE CONSTITUCIONAL: INCISO XLIII DO ART. 5º
(INAFIANÇABILIDADE DOS CRIMES HEDIONDOS). OBSTÁCULO
LEGAL: ARTIGO 44 DA LEI 11.343/2006. JURISPRUDÊNCIA
DO STF. ORDEM DENEGADA. 1. Se o crime é inafiançável
e preso o acusado em flagrante, o instituto da
liberdade provisória não tem como operar. O inciso II
do art. 2º da Lei nº 8.072/90, quando impedia a
‘fiança e a liberdade provisória’, de certa forma
incidia em redundância, dado que, sob o prisma
constitucional’ (inciso XLIII do art. 5º da CF/88),
tal ressalva era desnecessária. Redundância que foi
reparada pelo artigo 1º da Lei nº 11.464/2007, ao
retirar o excesso verbal e manter, tão-somente, a
vedação do instituto da fiança. 2. Manutenção da
jurisprudência desta Primeira Turma, no sentido de
que ‘a proibição da liberdade provisória, nessa
hipótese,
deriva
logicamente
do
preceito
constitucional que impõe a inafiançabilidade das
referidas infrações penais: ...seria ilógico que,
vedada pelo art. 5º, XLIII, da Constituição, a
liberdade provisória mediante fiança nos crimes
hediondos, fosse ela admissível nos casos legais de
liberdade provisória sem fiança...’ (HC 83.468, da
relatoria do ministro Sepúlveda Pertence). 3. Acresce
que
a
impossibilidade
de
concessão
da
liberdade provisória do paciente, no caso dos autos,
decorre de óbice legal específico (artigo 44 da
Lei Nº
11.343/2006).
Óbice
que
dispensa
a
fundamentação da custódia cautelar do paciente,
conforme pacífica jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal. A título de amostragem, o HC 93.302, da
relatoria da ministra Cármem Lúcia. 4. Ordem
denegada.’ (HC nº 97.059/ES, Rel. Min. Carlos
Britto, DJ de 19/06/2009)
9. O mesmo entendimento ficou sedimentado quando do
julgamento do HC 103.715/RJ, a saber, a irrelevância da
existência, ou não, de fundamentação cautelar para a
prisão em flagrante por crimes hediondos ou equiparados:
‘‘HABEAS
CORPUS’.
CONSTITUCIONAL.
PROCESSO
PENAL. PRISÃO EM FLAGRANTE POR TRÁFICO DE DROGAS.
LIBERDADE
PROVISÓRIA:
INADMISSIBILIDADE.
ORDEM
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 23
Relatório
HC 105.270 / SP
4
DENEGADA. 1. A proibição de liberdade provisória,
nos casos de crimes hediondos e equiparados,
decorre da própria inafiançabilidade imposta pela
Constituição da República à legislação ordinária
(Constituição da República, art. 5º, inc. XLIII):
Precedentes. O art. 2º, inc. II, da Lei n. 8.072/90
atendeu ao comando constitucional, ao considerar
inafiançáveis os crimes de tortura, tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos. Inconstitucional
seria
a
legislação
ordinária
que
dispusesse
diversamente, tendo como afiançáveis delitos que a
Constituição
da
República
determina
sejam
inafiançáveis. Desnecessidade de se reconhecer a
inconstitucionalidade da Lei n. 11.464/07, que, ao
retirar a expressão ‘e liberdade provisória’ do
art. 2º, inc. II, da Lei n. 8.072/90, limitou-se a
uma alteração textual. A proibição da liberdade
provisória decorre da vedação da fiança, não da
expressão suprimida, a qual, segundo a jurisprudência
do Supremo Tribunal Federal, constituía redundância.
Mera alteração textual, sem modificação da norma
proibitiva de concessão da liberdade provisória aos
crimes hediondos e equiparados, que continua vedada
aos presos em flagrante por quaisquer daqueles
delitos. 2. A Lei n. 11.464/07 não poderia alcançar o
delito de tráfico de drogas, cuja disciplina já
constava de lei especial (Lei n. 11.343/06, art. 44,
‘caput’),
aplicável
à
espécie
vertente.
3. Irrelevância
da
existência,
ou
não,
de
fundamentação cautelar para a prisão em flagrante
por crimes hediondos ou equiparados: Precedentes.
4. É firme a jurisprudência deste Supremo Tribunal
Federal no sentido de que as condições subjetivas
favoráveis do Paciente, tais como emprego lícito,
residência fixa e família constituída, não obstam a
segregação
cautelar.
Precedentes.
5.
Ordem
denegada’ (HC 103.715/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgado em 23/11/2010)
10. Nesse sentido, a prisão em flagrante constitui
título suficiente para a custódia cautelar, não cabendo
a liberdade provisória dada a vedação constitucional da
concessão de fiança aos crimes hediondos e equiparados.
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.270 / SP
4
DENEGADA. 1. A proibição de liberdade provisória,
nos casos de crimes hediondos e equiparados,
decorre da própria inafiançabilidade imposta pela
Constituição da República à legislação ordinária
(Constituição da República, art. 5º, inc. XLIII):
Precedentes. O art. 2º, inc. II, da Lei n. 8.072/90
atendeu ao comando constitucional, ao considerar
inafiançáveis os crimes de tortura, tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos. Inconstitucional
seria
a
legislação
ordinária
que
dispusesse
diversamente, tendo como afiançáveis delitos que a
Constituição
da
República
determina
sejam
inafiançáveis. Desnecessidade de se reconhecer a
inconstitucionalidade da Lei n. 11.464/07, que, ao
retirar a expressão ‘e liberdade provisória’ do
art. 2º, inc. II, da Lei n. 8.072/90, limitou-se a
uma alteração textual. A proibição da liberdade
provisória decorre da vedação da fiança, não da
expressão suprimida, a qual, segundo a jurisprudência
do Supremo Tribunal Federal, constituía redundância.
Mera alteração textual, sem modificação da norma
proibitiva de concessão da liberdade provisória aos
crimes hediondos e equiparados, que continua vedada
aos presos em flagrante por quaisquer daqueles
delitos. 2. A Lei n. 11.464/07 não poderia alcançar o
delito de tráfico de drogas, cuja disciplina já
constava de lei especial (Lei n. 11.343/06, art. 44,
‘caput’),
aplicável
à
espécie
vertente.
3. Irrelevância
da
existência,
ou
não,
de
fundamentação cautelar para a prisão em flagrante
por crimes hediondos ou equiparados: Precedentes.
4. É firme a jurisprudência deste Supremo Tribunal
Federal no sentido de que as condições subjetivas
favoráveis do Paciente, tais como emprego lícito,
residência fixa e família constituída, não obstam a
segregação
cautelar.
Precedentes.
5.
Ordem
denegada’ (HC 103.715/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgado em 23/11/2010)
10. Nesse sentido, a prisão em flagrante constitui
título suficiente para a custódia cautelar, não cabendo
a liberdade provisória dada a vedação constitucional da
concessão de fiança aos crimes hediondos e equiparados.
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Relatório
HC 105.270 / SP
5
11. No caso, o paciente foi preso em flagrante,
devendo permanecer custodiado, tal como decidido pelo
Juízo de primeira instância, confirmado pelo Tribunal
de Justiça e pelo Superior Tribunal de Justiça.
12. As decisões impugnadas estão em conformidade
com a Lei e a jurisprudência dessa Corte, não existindo
situação de constrangimento ilegal que justifique a
concessão do ‘habeas corpus’.
13. Pelo exposto, manifesta-se o Ministério Público
Federal pela denegação da ordem.” (grifei)
É o relatório.
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.270 / SP
5
11. No caso, o paciente foi preso em flagrante,
devendo permanecer custodiado, tal como decidido pelo
Juízo de primeira instância, confirmado pelo Tribunal
de Justiça e pelo Superior Tribunal de Justiça.
12. As decisões impugnadas estão em conformidade
com a Lei e a jurisprudência dessa Corte, não existindo
situação de constrangimento ilegal que justifique a
concessão do ‘habeas corpus’.
13. Pelo exposto, manifesta-se o Ministério Público
Federal pela denegação da ordem.” (grifei)
É o relatório.
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Voto - MIN. CELSO DE MELLO
HC 105.270 / SP
6
V O T O
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator): Trata-se,
como já referido, de “habeas corpus” impetrado contra decisão
emanada de eminente Ministro de Tribunal Superior da União, que, em
sede de outra ação de “habeas corpus” ajuizada no Superior Tribunal
de Justiça (HC 175.308/SP), denegou medida liminar que lhe havia
sido requerida em favor do ora paciente.
Como se sabe, esta Suprema Corte tem, excepcionalmente,
afastado a incidência da Súmula 691/STF, sempre que a matéria em
exame revelar-se impregnada de alta significação jurídica, ou, então,
nos casos em que o ato impugnado caracterizar-se por sua evidente
ilegalidade ou abusividade, ou, ainda, quando a decisão questionada
em sede de “habeas corpus” divergir, frontalmente, da jurisprudência
prevalecente no Supremo Tribunal Federal.
A não aplicação da Súmula 691/STF tem ocorrido na
prática processual desta Corte, como o evidenciam diversas decisões
proferidas
quer
em
sede
monocrática
(HC
90.112-MC/PR,
Rel.
Min. CEZAR PELUSO - HC 89.113-MC/RJ, Rel. Min. CELSO DE MELLO –
HC 87.353-MC/ES, Rel. Min. GILMAR MENDES – HC 88.050-MC/SP, Rel.
Min. GILMAR MENDES - HC 88.569-MC/PE, Rel. Min. MARCO AURÉLIO –
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.270 / SP
6
V O T O
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator): Trata-se,
como já referido, de “habeas corpus” impetrado contra decisão
emanada de eminente Ministro de Tribunal Superior da União, que, em
sede de outra ação de “habeas corpus” ajuizada no Superior Tribunal
de Justiça (HC 175.308/SP), denegou medida liminar que lhe havia
sido requerida em favor do ora paciente.
Como se sabe, esta Suprema Corte tem, excepcionalmente,
afastado a incidência da Súmula 691/STF, sempre que a matéria em
exame revelar-se impregnada de alta significação jurídica, ou, então,
nos casos em que o ato impugnado caracterizar-se por sua evidente
ilegalidade ou abusividade, ou, ainda, quando a decisão questionada
em sede de “habeas corpus” divergir, frontalmente, da jurisprudência
prevalecente no Supremo Tribunal Federal.
A não aplicação da Súmula 691/STF tem ocorrido na
prática processual desta Corte, como o evidenciam diversas decisões
proferidas
quer
em
sede
monocrática
(HC
90.112-MC/PR,
Rel.
Min. CEZAR PELUSO - HC 89.113-MC/RJ, Rel. Min. CELSO DE MELLO –
HC 87.353-MC/ES, Rel. Min. GILMAR MENDES – HC 88.050-MC/SP, Rel.
Min. GILMAR MENDES - HC 88.569-MC/PE, Rel. Min. MARCO AURÉLIO –
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Voto - MIN. CELSO DE MELLO
HC 105.270 / SP
7
HC 88.129-AgR/SP, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA – HC 89.132-MC/RS, Rel.
Min. MARCO AURÉLIO - HC 89.414-MC/RS, Rel. Min. CEZAR PELUSO,
HC 86.634-MC/RJ, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.) quer em sede
colegiada (HC 84.014-AgR/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO - HC 85.185/SP,
Rel. Min. CEZAR PELUSO – HC 86.864-MC/SP, Rel. Min. CARLOS VELLOSO):
“1.
COMPETÊNCIA
CRIMINAL.
‘Habeas
corpus’.
Impetração contra decisão de ministro relator do
Superior Tribunal de Justiça. Indeferimento de liminar
em ‘habeas corpus’, sem fundamentação. Súmula 691 do
Supremo Tribunal Federal. Conhecimento admitido no
caso, com atenuação do alcance do enunciado da súmula.
Precedentes. O enunciado da súmula 691 do Supremo não o
impede de, tal seja a hipótese, conhecer de ‘habeas
corpus’ contra decisão do relator que, em ‘habeas
corpus’ requerido ao Superior Tribunal de Justiça,
indefere pedido de liminar.”
(HC 87.468/SP, Rel. Min. CEZAR PELUSO)
Cumpre registrar, neste ponto, que esta colenda Segunda
Turma
-
considerada
a
excepcionalidade
da
questão
jurídico-
-constitucional suscitada no processo de “habeas corpus” - tem
afastado a incidência da Súmula 691/STF, sempre que a decisão
questionada perante o Supremo Tribunal Federal refletir hipótese de
manifesta contrariedade à Constituição, à lei ou a diretriz
jurisprudencial predominante neste Tribunal (HC 89.025-AgR/SP, Rel.
p/ o acórdão Min. EROS GRAU – HC 90.957/RJ, Rel. Min. CELSO DE MELLO –
HC 94.016/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.).
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Supremo Tribunal Federal
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7
HC 88.129-AgR/SP, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA – HC 89.132-MC/RS, Rel.
Min. MARCO AURÉLIO - HC 89.414-MC/RS, Rel. Min. CEZAR PELUSO,
HC 86.634-MC/RJ, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.) quer em sede
colegiada (HC 84.014-AgR/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO - HC 85.185/SP,
Rel. Min. CEZAR PELUSO – HC 86.864-MC/SP, Rel. Min. CARLOS VELLOSO):
“1.
COMPETÊNCIA
CRIMINAL.
‘Habeas
corpus’.
Impetração contra decisão de ministro relator do
Superior Tribunal de Justiça. Indeferimento de liminar
em ‘habeas corpus’, sem fundamentação. Súmula 691 do
Supremo Tribunal Federal. Conhecimento admitido no
caso, com atenuação do alcance do enunciado da súmula.
Precedentes. O enunciado da súmula 691 do Supremo não o
impede de, tal seja a hipótese, conhecer de ‘habeas
corpus’ contra decisão do relator que, em ‘habeas
corpus’ requerido ao Superior Tribunal de Justiça,
indefere pedido de liminar.”
(HC 87.468/SP, Rel. Min. CEZAR PELUSO)
Cumpre registrar, neste ponto, que esta colenda Segunda
Turma
-
considerada
a
excepcionalidade
da
questão
jurídico-
-constitucional suscitada no processo de “habeas corpus” - tem
afastado a incidência da Súmula 691/STF, sempre que a decisão
questionada perante o Supremo Tribunal Federal refletir hipótese de
manifesta contrariedade à Constituição, à lei ou a diretriz
jurisprudencial predominante neste Tribunal (HC 89.025-AgR/SP, Rel.
p/ o acórdão Min. EROS GRAU – HC 90.957/RJ, Rel. Min. CELSO DE MELLO –
HC 94.016/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.).
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HC 105.270 / SP
8
Sendo
assim,
considerado
o
relevo
jurídico
dos
fundamentos em que se apóia a presente impetração, afasto a
incidência, no caso, da Súmula 691/STF.
Passo ao exame do pedido.
E, ao fazê-lo, observo que os elementos produzidos
nesta sede processual revelam-se suficientes para justificar, na
espécie, o acolhimento da pretensão deduzida pelo ora impetrante.
Mostra-se importante ter presente, no caso, quanto à
Lei nº 11.343/2006, que o seu art. 44 proíbe, de modo abstrato e “a
priori”, a concessão da liberdade provisória nos “crimes previstos
nos art. 33, ‘caput’ e § 1º, e 34 a 37 desta Lei”.
Cabe assinalar que eminentes penalistas, examinando o
art. 44 da Lei nº 11.343/2006, sustentam a inconstitucionalidade da
vedação legal à concessão de liberdade provisória prevista em
mencionado dispositivo legal (ROGÉRIO SANCHES CUNHA, “Da Repressão à
Produção Não Autorizada e ao Tráfico Ilícito de Drogas”, “in” LUIZ
FLÁVIO GOMES (Coord.), “Lei de Drogas Comentada”, p. 232/233,
item n. 5, 2ª ed., 2007, RT”; FLÁVIO OLIVEIRA LUCAS, “Crimes de Uso
Indevido, Produção Não Autorizada e Tráfico Ilícito de Drogas –
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Supremo Tribunal Federal
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8
Sendo
assim,
considerado
o
relevo
jurídico
dos
fundamentos em que se apóia a presente impetração, afasto a
incidência, no caso, da Súmula 691/STF.
Passo ao exame do pedido.
E, ao fazê-lo, observo que os elementos produzidos
nesta sede processual revelam-se suficientes para justificar, na
espécie, o acolhimento da pretensão deduzida pelo ora impetrante.
Mostra-se importante ter presente, no caso, quanto à
Lei nº 11.343/2006, que o seu art. 44 proíbe, de modo abstrato e “a
priori”, a concessão da liberdade provisória nos “crimes previstos
nos art. 33, ‘caput’ e § 1º, e 34 a 37 desta Lei”.
Cabe assinalar que eminentes penalistas, examinando o
art. 44 da Lei nº 11.343/2006, sustentam a inconstitucionalidade da
vedação legal à concessão de liberdade provisória prevista em
mencionado dispositivo legal (ROGÉRIO SANCHES CUNHA, “Da Repressão à
Produção Não Autorizada e ao Tráfico Ilícito de Drogas”, “in” LUIZ
FLÁVIO GOMES (Coord.), “Lei de Drogas Comentada”, p. 232/233,
item n. 5, 2ª ed., 2007, RT”; FLÁVIO OLIVEIRA LUCAS, “Crimes de Uso
Indevido, Produção Não Autorizada e Tráfico Ilícito de Drogas –
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HC 105.270 / SP
9
Comentários à Parte Penal da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de
2006”, “in” MARCELLO GRANADO (Coord.), “A Nova Lei Antidrogas:
Teoria, Crítica e Comentários à Lei nº 11.343/06”, p. 113/114, 2006,
Editora Impetus”; FRANCIS RAFAEL BECK, “A Lei de Drogas e o
Surgimento de Crimes ‘Supra-hediondos’: uma necessária análise
acerca da aplicabilidade do artigo 44 da Lei nº 11.343/06”,
“in” ANDRÉ LUÍS CALLEGARI e MIGUEL TEDESCO WEDY (Org.), “Lei de
Drogas: aspectos polêmicos à luz da dogmática penal e da política
criminal”, p. 161/168, item n. 3, 2008, Livraria do Advogado
Editora”, v.g.).
Cumpre observar, ainda, por necessário, que regra
legal, de conteúdo material virtualmente idêntico ao do preceito em
exame, consubstanciada no art. 21 da Lei nº 10.826/2003, foi
declarada inconstitucional por esta Suprema Corte.
A regra legal ora mencionada, cuja inconstitucionalidade
foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, inscrita no Estatuto do
Desarmamento (Lei nº 10.826/2003), tinha a seguinte redação:
“Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18
são insuscetíveis de liberdade provisória.” (grifei)
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Supremo Tribunal Federal
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9
Comentários à Parte Penal da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de
2006”, “in” MARCELLO GRANADO (Coord.), “A Nova Lei Antidrogas:
Teoria, Crítica e Comentários à Lei nº 11.343/06”, p. 113/114, 2006,
Editora Impetus”; FRANCIS RAFAEL BECK, “A Lei de Drogas e o
Surgimento de Crimes ‘Supra-hediondos’: uma necessária análise
acerca da aplicabilidade do artigo 44 da Lei nº 11.343/06”,
“in” ANDRÉ LUÍS CALLEGARI e MIGUEL TEDESCO WEDY (Org.), “Lei de
Drogas: aspectos polêmicos à luz da dogmática penal e da política
criminal”, p. 161/168, item n. 3, 2008, Livraria do Advogado
Editora”, v.g.).
Cumpre observar, ainda, por necessário, que regra
legal, de conteúdo material virtualmente idêntico ao do preceito em
exame, consubstanciada no art. 21 da Lei nº 10.826/2003, foi
declarada inconstitucional por esta Suprema Corte.
A regra legal ora mencionada, cuja inconstitucionalidade
foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, inscrita no Estatuto do
Desarmamento (Lei nº 10.826/2003), tinha a seguinte redação:
“Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18
são insuscetíveis de liberdade provisória.” (grifei)
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Voto - MIN. CELSO DE MELLO
HC 105.270 / SP
10
Essa vedação apriorística de concessão de liberdade
provisória, reiterada no art. 44 da Lei 11.343/2006 (Lei de Drogas),
não pode ser admitida, eis que se revela manifestamente incompatível
com a presunção de inocência e a garantia do “due process”, dentre
outros princípios consagrados pela Constituição da República,
independentemente da gravidade objetiva do delito.
Foi por tal razão, como precedentemente referido, que o
Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao julgar a ADI 3.112/DF, Rel.
Min. RICARDO LEWANDOWSKI, declarou a inconstitucionalidade do
art. 21 da Lei nº 10.826/2003, (Estatuto do Desarmamento), em
decisão que, no ponto, está assim ementada:
“(...)
V
-
Insusceptibilidade
de
liberdade
provisória quanto aos delitos elencados nos arts. 16,
17 e 18. Inconstitucionalidade reconhecida, visto que o
texto magno não autoriza a prisão ‘ex lege’, em face
dos
princípios
da
presunção
de
inocência
e
da
obrigatoriedade de fundamentação dos mandados de prisão
pela autoridade judiciária competente.” (grifei)
Devo assinalar, no ponto, que a aplicabilidade do art. 44
da Lei de Drogas tem sido recusada por alguns Juízes do Supremo
Tribunal Federal, que vislumbram, em referida cláusula legal, a eiva da
inconstitucionalidade (HC 97.976-MC/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO –
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.270 / SP
10
Essa vedação apriorística de concessão de liberdade
provisória, reiterada no art. 44 da Lei 11.343/2006 (Lei de Drogas),
não pode ser admitida, eis que se revela manifestamente incompatível
com a presunção de inocência e a garantia do “due process”, dentre
outros princípios consagrados pela Constituição da República,
independentemente da gravidade objetiva do delito.
Foi por tal razão, como precedentemente referido, que o
Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao julgar a ADI 3.112/DF, Rel.
Min. RICARDO LEWANDOWSKI, declarou a inconstitucionalidade do
art. 21 da Lei nº 10.826/2003, (Estatuto do Desarmamento), em
decisão que, no ponto, está assim ementada:
“(...)
V
-
Insusceptibilidade
de
liberdade
provisória quanto aos delitos elencados nos arts. 16,
17 e 18. Inconstitucionalidade reconhecida, visto que o
texto magno não autoriza a prisão ‘ex lege’, em face
dos
princípios
da
presunção
de
inocência
e
da
obrigatoriedade de fundamentação dos mandados de prisão
pela autoridade judiciária competente.” (grifei)
Devo assinalar, no ponto, que a aplicabilidade do art. 44
da Lei de Drogas tem sido recusada por alguns Juízes do Supremo
Tribunal Federal, que vislumbram, em referida cláusula legal, a eiva da
inconstitucionalidade (HC 97.976-MC/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO –
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.O
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11
HC 100.330-MC/MS, Rel. Min. CEZAR PELUSO – HC 100.949-MC/SP, Rel. Min.
EROS GRAU, v.g.):
“‘HABEAS CORPUS’. VEDAÇÃO LEGAL ABSOLUTA, IMPOSTA EM
CARÁTER
APRIORÍSTICO,
INIBITÓRIA
DA
CONCESSÃO
DE
LIBERDADE PROVISÓRIA NOS CRIMES TIPIFICADOS NO ART. 33,
‘CAPUT’ E § 1º, E NOS ARTS. 34 A 37, TODOS DA LEI DE
DROGAS. POSSÍVEL INCONSTITUCIONALIDADE DA REGRA LEGAL
VEDATÓRIA
(ART.
44).
OFENSA
AOS
POSTULADOS
CONSTITUCIONAIS DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA, DO ‘DUE
PROCESS OF LAW’, DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E DA
PROPORCIONALIDADE.
O
SIGNIFICADO
DO
PRINCÍPIO
DA
PROPORCIONALIDADE, VISTO SOB A PERSPECTIVA DA ‘PROIBIÇÃO
DO EXCESSO’: FATOR DE CONTENÇÃO E CONFORMAÇÃO DA PRÓPRIA
ATIVIDADE NORMATIVA DO ESTADO. PRECEDENTE DO SUPREMO
TRIBUNAL
FEDERAL:
ADI
3.112/DF
(ESTATUTO
DO
DESARMAMENTO, ART. 21). CARÁTER EXTRAORDINÁRIO DA
PRIVAÇÃO CAUTELAR DA LIBERDADE INDIVIDUAL. NÃO SE
DECRETA NEM SE MANTÉM PRISÃO CAUTELAR, SEM QUE HAJA
REAL NECESSIDADE DE SUA EFETIVAÇÃO, SOB PENA DE OFENSA
AO
‘STATUS
LIBERTATIS’
DAQUELE
QUE
A
SOFRE.
PRECEDENTES. MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA.”
(HC 100.742-MC/SC, Rel. Min. CELSO DE MELLO)
Vale mencionar, quanto à possível inconstitucionalidade
do art. 44 da Lei de Drogas, recentíssimo precedente desta colenda
Segunda Turma, no HC 108.990/MS, Rel. Min. GILMAR MENDES, bem assim
transcrever decisão proferida pelo eminente Ministro EROS GRAU,
Relator do HC 100.872-MC/MG:
“A vedação da liberdade provisória ao preso em
flagrante por tráfico de entorpecentes, veiculada pelo
art. 44 da Lei n. 11.343/06, é expressiva de afronta aos
princípios da presunção de inocência, do devido processo
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HC 100.330-MC/MS, Rel. Min. CEZAR PELUSO – HC 100.949-MC/SP, Rel. Min.
EROS GRAU, v.g.):
“‘HABEAS CORPUS’. VEDAÇÃO LEGAL ABSOLUTA, IMPOSTA EM
CARÁTER
APRIORÍSTICO,
INIBITÓRIA
DA
CONCESSÃO
DE
LIBERDADE PROVISÓRIA NOS CRIMES TIPIFICADOS NO ART. 33,
‘CAPUT’ E § 1º, E NOS ARTS. 34 A 37, TODOS DA LEI DE
DROGAS. POSSÍVEL INCONSTITUCIONALIDADE DA REGRA LEGAL
VEDATÓRIA
(ART.
44).
OFENSA
AOS
POSTULADOS
CONSTITUCIONAIS DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA, DO ‘DUE
PROCESS OF LAW’, DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E DA
PROPORCIONALIDADE.
O
SIGNIFICADO
DO
PRINCÍPIO
DA
PROPORCIONALIDADE, VISTO SOB A PERSPECTIVA DA ‘PROIBIÇÃO
DO EXCESSO’: FATOR DE CONTENÇÃO E CONFORMAÇÃO DA PRÓPRIA
ATIVIDADE NORMATIVA DO ESTADO. PRECEDENTE DO SUPREMO
TRIBUNAL
FEDERAL:
ADI
3.112/DF
(ESTATUTO
DO
DESARMAMENTO, ART. 21). CARÁTER EXTRAORDINÁRIO DA
PRIVAÇÃO CAUTELAR DA LIBERDADE INDIVIDUAL. NÃO SE
DECRETA NEM SE MANTÉM PRISÃO CAUTELAR, SEM QUE HAJA
REAL NECESSIDADE DE SUA EFETIVAÇÃO, SOB PENA DE OFENSA
AO
‘STATUS
LIBERTATIS’
DAQUELE
QUE
A
SOFRE.
PRECEDENTES. MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA.”
(HC 100.742-MC/SC, Rel. Min. CELSO DE MELLO)
Vale mencionar, quanto à possível inconstitucionalidade
do art. 44 da Lei de Drogas, recentíssimo precedente desta colenda
Segunda Turma, no HC 108.990/MS, Rel. Min. GILMAR MENDES, bem assim
transcrever decisão proferida pelo eminente Ministro EROS GRAU,
Relator do HC 100.872-MC/MG:
“A vedação da liberdade provisória ao preso em
flagrante por tráfico de entorpecentes, veiculada pelo
art. 44 da Lei n. 11.343/06, é expressiva de afronta aos
princípios da presunção de inocência, do devido processo
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Voto - MIN. CELSO DE MELLO
HC 105.270 / SP
12
legal e da dignidade da pessoa humana (arts. 1º, III, e
5º, LIV e LVII da Constituição do Brasil). (...). A
inconstitucionalidade
do
preceito
legal
me
parece
inquestionável.” (grifei)
Essa repulsa a preceitos legais, como esses que venho
de
referir,
também
encontra
apoio
em
autorizado
magistério
doutrinário (LUIZ FLÁVIO GOMES, em obra escrita com Raúl Cervini,
“Crime Organizado”, p. 171/178, item n. 4, 2ª ed., 1997, RT; GERALDO
PRADO e WILLIAM DOUGLAS, “Comentários à Lei contra o Crime
Organizado”, p. 87/91, 1995, Del Rey; ROBERTO DELMANTO JUNIOR, “As
modalidades
de
prisão
provisória
e
seu
prazo
de
duração”,
p. 142/150, item n. 2, “c”, 2ª ed., 2001, Renovar e ALBERTO SILVA
FRANCO, “Crimes Hediondos”, p. 489/500, item n. 3.00, 5ª ed., 2005,
RT, v.g.).
Vê-se, portanto, que o Poder Público, especialmente em
sede processual penal, não pode agir imoderadamente, pois a atividade
estatal, ainda mais em tema de liberdade individual, acha-se
essencialmente condicionada pelo princípio da razoabilidade, que
traduz limitação material à ação normativa do Poder Legislativo.
A jurisprudência constitucional do Supremo Tribunal
Federal, bem por isso, tem censurado a validade jurídica de atos
estatais, que, desconsiderando as limitações que incidem sobre o
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.270 / SP
12
legal e da dignidade da pessoa humana (arts. 1º, III, e
5º, LIV e LVII da Constituição do Brasil). (...). A
inconstitucionalidade
do
preceito
legal
me
parece
inquestionável.” (grifei)
Essa repulsa a preceitos legais, como esses que venho
de
referir,
também
encontra
apoio
em
autorizado
magistério
doutrinário (LUIZ FLÁVIO GOMES, em obra escrita com Raúl Cervini,
“Crime Organizado”, p. 171/178, item n. 4, 2ª ed., 1997, RT; GERALDO
PRADO e WILLIAM DOUGLAS, “Comentários à Lei contra o Crime
Organizado”, p. 87/91, 1995, Del Rey; ROBERTO DELMANTO JUNIOR, “As
modalidades
de
prisão
provisória
e
seu
prazo
de
duração”,
p. 142/150, item n. 2, “c”, 2ª ed., 2001, Renovar e ALBERTO SILVA
FRANCO, “Crimes Hediondos”, p. 489/500, item n. 3.00, 5ª ed., 2005,
RT, v.g.).
Vê-se, portanto, que o Poder Público, especialmente em
sede processual penal, não pode agir imoderadamente, pois a atividade
estatal, ainda mais em tema de liberdade individual, acha-se
essencialmente condicionada pelo princípio da razoabilidade, que
traduz limitação material à ação normativa do Poder Legislativo.
A jurisprudência constitucional do Supremo Tribunal
Federal, bem por isso, tem censurado a validade jurídica de atos
estatais, que, desconsiderando as limitações que incidem sobre o
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Voto - MIN. CELSO DE MELLO
HC 105.270 / SP
13
poder normativo do Estado, veiculam prescrições que ofendem os
padrões de razoabilidade e que se revelam destituídas de causa
legítima, exteriorizando abusos inaceitáveis e institucionalizando
agravos inúteis e nocivos aos direitos das pessoas (RTJ 160/140-141,
Rel. Min. CELSO DE MELLO – RTJ 176/578-579, Rel. Min. CELSO DE MELLO -
ADI 1.063/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.).
As observações que venho de expor a propósito do art. 44
da Lei de Drogas são feitas em caráter meramente ilustrativo,
constituindo, por isso mesmo, verdadeiro “obiter dictum”, pois a
concessão da ordem de “habeas corpus”, no caso ora em exame, apóia-se,
na
realidade,
na
constatação
da
deficiente
fundamentação
que
compromete o ato judicial objeto de questionamento nesta sede
processual.
O Supremo Tribunal Federal, de outro lado, tem
advertido
que
a
natureza
da
infração
penal
não
se
revela
circunstância apta a justificar, só por si, a privação cautelar do
“status
libertatis”
daquele
que
sofre
a
persecução
criminal
instaurada pelo Estado.
Essa orientação vem sendo observada em sucessivos
julgamentos proferidos no âmbito desta Corte, mesmo que se trate de
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.O
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.270 / SP
13
poder normativo do Estado, veiculam prescrições que ofendem os
padrões de razoabilidade e que se revelam destituídas de causa
legítima, exteriorizando abusos inaceitáveis e institucionalizando
agravos inúteis e nocivos aos direitos das pessoas (RTJ 160/140-141,
Rel. Min. CELSO DE MELLO – RTJ 176/578-579, Rel. Min. CELSO DE MELLO -
ADI 1.063/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.).
As observações que venho de expor a propósito do art. 44
da Lei de Drogas são feitas em caráter meramente ilustrativo,
constituindo, por isso mesmo, verdadeiro “obiter dictum”, pois a
concessão da ordem de “habeas corpus”, no caso ora em exame, apóia-se,
na
realidade,
na
constatação
da
deficiente
fundamentação
que
compromete o ato judicial objeto de questionamento nesta sede
processual.
O Supremo Tribunal Federal, de outro lado, tem
advertido
que
a
natureza
da
infração
penal
não
se
revela
circunstância apta a justificar, só por si, a privação cautelar do
“status
libertatis”
daquele
que
sofre
a
persecução
criminal
instaurada pelo Estado.
Essa orientação vem sendo observada em sucessivos
julgamentos proferidos no âmbito desta Corte, mesmo que se trate de
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Voto - MIN. CELSO DE MELLO
HC 105.270 / SP
14
réu processado por suposta prática de crimes hediondos ou de delitos
a estes equiparados (HC 80.064/SP, Rel. p/ o acórdão Min. SEPÚLVEDA
PERTENCE – HC 92.299/SP, Rel. Min. MARCO AURÉLIO - HC 93.427/PB,
Rel. Min. EROS GRAU – RHC 71.954/PA, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE -
RHC 79.200/BA, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, v.g.):
“A gravidade do crime imputado, um dos malsinados
‘crimes
hediondos’
(Lei
8.072/90),
não
basta
à
justificação da prisão preventiva, que tem natureza
cautelar,
no
interesse
do
desenvolvimento
e
do
resultado do processo, e só se legitima quando a tanto
se mostrar necessária: não serve a prisão preventiva,
nem a Constituição permitiria que para isso fosse
utilizada, a punir sem processo, em atenção à gravidade
do crime imputado, do qual, entretanto, ‘ninguém será
considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória’ (CF, art. 5º, LVII).”
(RTJ 137/287, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE - grifei)
“A ACUSAÇÃO PENAL POR CRIME HEDIONDO NÃO JUSTIFICA
A PRIVAÇÃO ARBITRÁRIA DA LIBERDADE DO RÉU.
- A prerrogativa jurídica da liberdade - que possui
extração constitucional (CF, art. 5º, LXI e LXV) - não
pode ser ofendida por atos arbitrários do Poder
Público, mesmo que se trate de pessoa acusada da
suposta prática de crime hediondo, eis que, até que
sobrevenha sentença condenatória irrecorrível (CF,
art. 5º, LVII), não se revela possível presumir a
culpabilidade do réu, qualquer que seja a natureza da
infração penal que lhe tenha sido imputada.”
(RTJ 187/933, Rel. Min. CELSO DE MELLO)
Tenho por inadequada, desse modo, por tratar-se de
fundamento insuficiente à manutenção da prisão cautelar do ora
paciente, a mera invocação do art. 44 da Lei nº 11.343/2006 ou do
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réu processado por suposta prática de crimes hediondos ou de delitos
a estes equiparados (HC 80.064/SP, Rel. p/ o acórdão Min. SEPÚLVEDA
PERTENCE – HC 92.299/SP, Rel. Min. MARCO AURÉLIO - HC 93.427/PB,
Rel. Min. EROS GRAU – RHC 71.954/PA, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE -
RHC 79.200/BA, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, v.g.):
“A gravidade do crime imputado, um dos malsinados
‘crimes
hediondos’
(Lei
8.072/90),
não
basta
à
justificação da prisão preventiva, que tem natureza
cautelar,
no
interesse
do
desenvolvimento
e
do
resultado do processo, e só se legitima quando a tanto
se mostrar necessária: não serve a prisão preventiva,
nem a Constituição permitiria que para isso fosse
utilizada, a punir sem processo, em atenção à gravidade
do crime imputado, do qual, entretanto, ‘ninguém será
considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória’ (CF, art. 5º, LVII).”
(RTJ 137/287, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE - grifei)
“A ACUSAÇÃO PENAL POR CRIME HEDIONDO NÃO JUSTIFICA
A PRIVAÇÃO ARBITRÁRIA DA LIBERDADE DO RÉU.
- A prerrogativa jurídica da liberdade - que possui
extração constitucional (CF, art. 5º, LXI e LXV) - não
pode ser ofendida por atos arbitrários do Poder
Público, mesmo que se trate de pessoa acusada da
suposta prática de crime hediondo, eis que, até que
sobrevenha sentença condenatória irrecorrível (CF,
art. 5º, LVII), não se revela possível presumir a
culpabilidade do réu, qualquer que seja a natureza da
infração penal que lhe tenha sido imputada.”
(RTJ 187/933, Rel. Min. CELSO DE MELLO)
Tenho por inadequada, desse modo, por tratar-se de
fundamento insuficiente à manutenção da prisão cautelar do ora
paciente, a mera invocação do art. 44 da Lei nº 11.343/2006 ou do
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Voto - MIN. CELSO DE MELLO
HC 105.270 / SP
15
art. 2º, inciso II, da Lei nº 8.072/90, especialmente depois de
editada a Lei nº 11.464/2007, que excluiu, da vedação legal de
concessão de liberdade provisória, todos os crimes hediondos e os
delitos a eles equiparados, como o tráfico ilícito de entorpecentes
e drogas afins.
Em suma: a análise dos fundamentos invocados pela parte
ora impetrante leva-me a entender que a decisão judicial de primeira
instância não observou os critérios que a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal firmou em tema de prisão cautelar.
Sendo assim, em face das razões expostas, e superando a
restrição fundada na Súmula 691/STF, concedo, de ofício, a ordem de
“habeas corpus” ao ora paciente, tornando definitiva a medida liminar
anteriormente concedida, para assegurar, a esse mesmo paciente, o
direito de permanecer em liberdade, salvo nova decisão judicial em
contrário do magistrado competente, fundada em razões supervenientes
vinculadas ao Processo-crime nº 617/2010 (Juízo de Direito da 5ª Vara
Criminal da comarca de Ribeirão Preto/SP).
É o meu voto.
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art. 2º, inciso II, da Lei nº 8.072/90, especialmente depois de
editada a Lei nº 11.464/2007, que excluiu, da vedação legal de
concessão de liberdade provisória, todos os crimes hediondos e os
delitos a eles equiparados, como o tráfico ilícito de entorpecentes
e drogas afins.
Em suma: a análise dos fundamentos invocados pela parte
ora impetrante leva-me a entender que a decisão judicial de primeira
instância não observou os critérios que a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal firmou em tema de prisão cautelar.
Sendo assim, em face das razões expostas, e superando a
restrição fundada na Súmula 691/STF, concedo, de ofício, a ordem de
“habeas corpus” ao ora paciente, tornando definitiva a medida liminar
anteriormente concedida, para assegurar, a esse mesmo paciente, o
direito de permanecer em liberdade, salvo nova decisão judicial em
contrário do magistrado competente, fundada em razões supervenientes
vinculadas ao Processo-crime nº 617/2010 (Juízo de Direito da 5ª Vara
Criminal da comarca de Ribeirão Preto/SP).
É o meu voto.
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Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
06/09/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 105.270 SÃO PAULO
V O T O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Senhor
Presidente, sem me opor ao raciocínio e às fundadas razões do eminente
Ministro Celso de Mello, com as quais até Sua Excelência cita um
precedente meu, naquela ADI do desarmamento - e estou até refletindo
sobre essa questão e não quero entrar, aprofundar-me nesse tema, neste
momento agora, neste HC -, estou, com a devida vênia, aplicando a
Súmula 691, por entender que não há, no caso, por parte da juíza que
determinou o juízo, o magistrado de primeiro grau, que determinou a
custódia cautelar, nenhuma teratologia evidente, abuso de poder,
ilegalidade flagrante, porque, na verdade, ela se apoia - e aqui o parecer
do Ministério Público demonstra isso - em jurisprudência do próprio
Supremo Tribunal Federal. Eu, então, só superaria a Súmula 961, e aqui se
trata de liminar de liminar... E lembro-me de que a própria Primeira
Turma tem um posicionamento muito firme no sentido até contrário a
essa Segunda Turma, mantendo ainda o entendimento de que basta
aquele apoio no dispositivo constitucional que veda a liberdade.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator):
Se Vossa Excelência me permitir, gostaria de fazer uma
observação.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Pois não.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator):
No caso ora em exame, o processo de “habeas corpus”,
Supremo Tribunal Federal
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06/09/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 105.270 SÃO PAULO
V O T O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Senhor
Presidente, sem me opor ao raciocínio e às fundadas razões do eminente
Ministro Celso de Mello, com as quais até Sua Excelência cita um
precedente meu, naquela ADI do desarmamento - e estou até refletindo
sobre essa questão e não quero entrar, aprofundar-me nesse tema, neste
momento agora, neste HC -, estou, com a devida vênia, aplicando a
Súmula 691, por entender que não há, no caso, por parte da juíza que
determinou o juízo, o magistrado de primeiro grau, que determinou a
custódia cautelar, nenhuma teratologia evidente, abuso de poder,
ilegalidade flagrante, porque, na verdade, ela se apoia - e aqui o parecer
do Ministério Público demonstra isso - em jurisprudência do próprio
Supremo Tribunal Federal. Eu, então, só superaria a Súmula 961, e aqui se
trata de liminar de liminar... E lembro-me de que a própria Primeira
Turma tem um posicionamento muito firme no sentido até contrário a
essa Segunda Turma, mantendo ainda o entendimento de que basta
aquele apoio no dispositivo constitucional que veda a liberdade.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator):
Se Vossa Excelência me permitir, gostaria de fazer uma
observação.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Pois não.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator):
No caso ora em exame, o processo de “habeas corpus”,
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 23
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
HC 105.270 / SP
instaurado no Superior Tribunal de Justiça,
sofreu
extinção anômala, provocada pela concessão de liminar em
outro “habeas corpus” impetrado, perante esta Suprema
Corte, em favor do ora paciente.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Claro, não
cassa. Então, tendo em vista esta argumentação, Senhor Presidente,
reformulo meu posicionamento e acompanho o eminente relator.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Atendo à
peculiaridade do caso.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Porque o
que acontece é que o STJ estaria cassando a nossa jurisdição, o que é
absolutamente inaceitável.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator):
É verdade.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
-
Acompanho o Relator integralmente.
2
Supremo Tribunal Federal
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HC 105.270 / SP
instaurado no Superior Tribunal de Justiça,
sofreu
extinção anômala, provocada pela concessão de liminar em
outro “habeas corpus” impetrado, perante esta Suprema
Corte, em favor do ora paciente.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Claro, não
cassa. Então, tendo em vista esta argumentação, Senhor Presidente,
reformulo meu posicionamento e acompanho o eminente relator.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Atendo à
peculiaridade do caso.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Porque o
que acontece é que o STJ estaria cassando a nossa jurisdição, o que é
absolutamente inaceitável.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator):
É verdade.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
-
Acompanho o Relator integralmente.
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Esclarecimento
06/09/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 105.270 SÃO PAULO
ESCLARECIMENTO
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Senhor
Presidente, apenas uma observação.
Estou sendo informado pela minha assessoria que tenho alguns HC's
na Primeira Turma que foram sobrestados aguardando a definição do
plenário. Mas concordo também com o que disse o eminente Ministro
Celso de Mello. É que se fôssemos sobrestar todos os HC's em se tratando
de matéria urgente realmente estaríamos denegando a jurisdição.
Mas acompanho. É apenas uma observação.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Neste caso, na
verdade, a norma que foi declarada inconstitucional é absolutamente
idêntica àquela.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Sim. Uma
prisão ex legis, na verdade.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator): A regra
em questão culmina por viabilizar, como Vossa Excelência bem salientou,
verdadeira prisão “ex lege”!
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - CANCELADO
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator):
Prescrições normativas, como aquela que se encerra no art. 44 da Lei de
Drogas,
assemelham-se,
perigosamente,
a verdadeiras
“sentenças
legislativas”, reproduzindo, com grave comprometimento e ofensa ao “status
libertatis” das pessoas, práticas que os povos civilizados baniram dos
domínios de sua própria História. Refiro-me, sem qualquer intenção de
exagero, aos “bills of attainder” e às “lettres de cachet”, comuns ao longo do
“Ancien Régime”...
Supremo Tribunal Federal
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06/09/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 105.270 SÃO PAULO
ESCLARECIMENTO
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Senhor
Presidente, apenas uma observação.
Estou sendo informado pela minha assessoria que tenho alguns HC's
na Primeira Turma que foram sobrestados aguardando a definição do
plenário. Mas concordo também com o que disse o eminente Ministro
Celso de Mello. É que se fôssemos sobrestar todos os HC's em se tratando
de matéria urgente realmente estaríamos denegando a jurisdição.
Mas acompanho. É apenas uma observação.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Neste caso, na
verdade, a norma que foi declarada inconstitucional é absolutamente
idêntica àquela.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Sim. Uma
prisão ex legis, na verdade.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator): A regra
em questão culmina por viabilizar, como Vossa Excelência bem salientou,
verdadeira prisão “ex lege”!
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - CANCELADO
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO - (Relator):
Prescrições normativas, como aquela que se encerra no art. 44 da Lei de
Drogas,
assemelham-se,
perigosamente,
a verdadeiras
“sentenças
legislativas”, reproduzindo, com grave comprometimento e ofensa ao “status
libertatis” das pessoas, práticas que os povos civilizados baniram dos
domínios de sua própria História. Refiro-me, sem qualquer intenção de
exagero, aos “bills of attainder” e às “lettres de cachet”, comuns ao longo do
“Ancien Régime”...
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 23
Esclarecimento
HC 105.270 / SP
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - É. Isso.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - É fato
que no precedente não era crime hediondo, mas acho que a
fundamentação é essa mesma.
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HC 105.270 / SP
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - É. Isso.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - É fato
que no precedente não era crime hediondo, mas acho que a
fundamentação é essa mesma.
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Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 105.270
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO
PACTE.(S) : MILLER DOS SANTOS MACHADO OU MIILLER DOS SANTOS
MACHADO
IMPTE.(S) : LUIZ FLÁVIO BORGES D'URSO
COATOR(A/S)(ES) : PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Superada a restrição fundada na Súmula 691/STF, foi
concedida a ordem, de ofício, ao ora paciente, tornando definitiva
a medida liminar anteriormente concedida, para assegurar, a esse
mesmo paciente, o direito de permanecer em liberdade, salvo nova
decisão judicial em contrário do magistrado competente, fundada em
razões supervenientes vinculadas ao Processo-crime nº 617/2010
(Juízo de Direito da 5ª Vara Criminal da comarca de Ribeirão
Preto/SP), nos termos do voto do Relator. Decisão unânime.
Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª
Turma, 06.09.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Mário José Gisi.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 105.270
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO
PACTE.(S) : MILLER DOS SANTOS MACHADO OU MIILLER DOS SANTOS
MACHADO
IMPTE.(S) : LUIZ FLÁVIO BORGES D'URSO
COATOR(A/S)(ES) : PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Superada a restrição fundada na Súmula 691/STF, foi
concedida a ordem, de ofício, ao ora paciente, tornando definitiva
a medida liminar anteriormente concedida, para assegurar, a esse
mesmo paciente, o direito de permanecer em liberdade, salvo nova
decisão judicial em contrário do magistrado competente, fundada em
razões supervenientes vinculadas ao Processo-crime nº 617/2010
(Juízo de Direito da 5ª Vara Criminal da comarca de Ribeirão
Preto/SP), nos termos do voto do Relator. Decisão unânime.
Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª
Turma, 06.09.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Mário José Gisi.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 23 de 23
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1590946 | 2011-09-06T00:00:00 | 2011-11-28T00:00:00 | Superada a restrição fundada na Súmula 691/STF, foi concedida a ordem, de ofício, ao ora paciente, tornando definitiva a medida liminar anteriormente concedida, para assegurar, a esse mesmo paciente, o direito de permanecer em liberdade, salvo nova decisão judicial em contrário do magistrado competente, fundada em razões supervenientes vinculadas ao Processo-crime nº 617/2010 (Juízo de Direito da 5ª Vara Criminal da comarca de Ribeirão Preto/SP), nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 06.09.2011. | HABEAS CORPUS | E M E N T A: “HABEAS CORPUS” - DENEGAÇÃO DE MEDIDA LIMINAR - SÚMULA 691/STF - SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS QUE AFASTAM A RESTRIÇÃO SUMULAR - PRISÃO EM FLAGRANTE MANTIDA POR DECISÃO QUE INDEFERE PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA - FALTA DE ADEQUADA FUNDAMENTAÇÃO - CARÁTER EXTRAORDINÁRIO DA PRIVAÇÃO CAUTELAR DA LIBERDADE INDIVIDUAL - UTILIZAÇÃO, PELO MAGISTRADO, NO INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA, DE CRITÉRIOS INCOMPATÍVEIS COM A JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - LEI DE DROGAS (ART. 44) - PRISÃO CAUTELAR “EX LEGE” - INADMISSIBILIDADE (HC 100.742/SC, REL. MIN. CELSO DE MELLO) - SITUAÇÃO DE INJUSTO CONSTRANGIMENTO CONFIGURADA - PRECEDENTES - “HABEAS CORPUS” CONCEDIDO DE OFÍCIO.
DENEGAÇÃO DE MEDIDA LIMINAR - SÚMULA 691/STF - SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS QUE AFASTAM A RESTRIÇÃO SUMULAR.
- A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, sempre em caráter extraordinário, tem admitido o afastamento, “hic et nunc”, da Súmula 691/STF, em hipóteses nas quais a decisão questionada divirja da jurisprudência predominante nesta Corte ou, então, veicule situações configuradoras de abuso de poder ou de manifesta ilegalidade. Precedentes. Hipótese ocorrente na espécie.
A PRISÃO CAUTELAR CONSTITUI MEDIDA DE NATUREZA EXCEPCIONAL.
- A privação cautelar da liberdade individual reveste-se de caráter excepcional, somente devendo ser decretada ou mantida em situações de absoluta necessidade.
A prisão cautelar, para legitimar-se em face do sistema jurídico, impõe - além da satisfação dos pressupostos a que se refere o art. 312 do CPP (prova da existência material do crime e presença de indícios suficientes de autoria) - que se evidenciem, com fundamento em base empírica idônea, razões justificadoras da imprescindibilidade dessa extraordinária medida cautelar de privação da liberdade do indiciado ou do réu.
- A questão da decretabilidade ou manutenção da prisão cautelar. Possibilidade excepcional, desde que satisfeitos os requisitos mencionados no art. 312 do CPP. Necessidade da verificação concreta, em cada caso, da imprescindibilidade da adoção dessa medida extraordinária. Precedentes.
A MANUTENÇÃO DA PRISÃO EM FLAGRANTE - ENQUANTO MEDIDA DE NATUREZA CAUTELAR - NÃO PODE SER UTILIZADA COMO INSTRUMENTO DE PUNIÇÃO ANTECIPADA DO INDICIADO OU DO RÉU.
- A prisão cautelar não pode - nem deve - ser utilizada, pelo Poder Público, como instrumento de punição antecipada daquele a quem se imputou a prática do delito, pois, no sistema jurídico brasileiro, fundado em bases democráticas, prevalece o princípio da liberdade, incompatível com punições sem processo e inconciliável com condenações sem defesa prévia.
A prisão cautelar - que não deve ser confundida com a prisão penal - não objetiva infligir punição àquele que sofre a sua decretação, mas destina-se, considerada a função cautelar que lhe é inerente, a atuar em benefício da atividade estatal desenvolvida no processo penal.
A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO CONSTITUI FATOR DE LEGITIMAÇÃO DA PRIVAÇÃO CAUTELAR DA LIBERDADE.
- A natureza da infração penal não constitui, só por si, fundamento justificador da decretação da prisão cautelar daquele que sofre a persecução criminal instaurada pelo Estado. Precedentes.
AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO, NO CASO, DA NECESSIDADE CONCRETA DE MANTER-SE A PRISÃO EM FLAGRANTE DO PACIENTE.
- Sem que se caracterize situação de real necessidade, não se legitima a privação cautelar da liberdade individual do indiciado ou do réu. Ausentes razões de necessidade, revela-se incabível, ante a sua excepcionalidade, a decretação ou a subsistência da prisão cautelar.
- Presunções arbitrárias, construídas a partir de juízos meramente conjecturais, porque formuladas à margem do sistema jurídico, não podem prevalecer sobre o princípio da liberdade, cuja precedência constitucional lhe confere posição eminente no domínio do processo penal. | sjur201905 | - Acórdãos citados: ADI 1063 MC, ADI 3112, RHC 71954, RHC 79200, HC 80064, HC 87468, HC 89025 AgR, HC 90957, HC 94016, HC 92299, HC 93427, HC 100742, HC 108990; RTJ 137/287, RTJ 160/140, RTJ 176/578, RTJ 187/933.
- Decisões monocráticas citadas: HC 84014 AgR, HC 85185, HC 86634 MC, HC 86864 MC, HC 87353 MC, HC 88050 MC, HC 88129 AgR, HC 88569 MC, HC 89113 MC, HC 89132 MC, HC 89414 MC, HC 90112 MC, HC 97976 MC, HC 100330 MC, HC 100742 MC, HC 100872 MC, HC 100949 MC.
- Veja HC 175308 do STJ e Processo Crime 617 do Juízo de Direito da 5ª Vara Criminal da Comarca de Ribeirão Preto.
Número de páginas: 23.
Análise: 05/12/2011, MMR. | CELSO DE MELLO | Segunda Turma | 105270 | [
"LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\r\n ART-00312 \r\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL\r\n",
"LEG-FED LEI-008072 ANO-1990\r\n ART-00002 INC-00002 REDAÇÃO DADA PELA LEI-11464/2007 \r\n LCH-1990 LEI DE CRIMES HEDIONDOS\r\n",
"LEG-FED LEI-010826 ANO-2003\r\n ART-00021 \r\n ED-2003 ESTATUTO DO DESARMAMENTO\r\n",
"LEG-FED LEI-011343 ANO-2006\r\n ART-00044 \r\n LTX-2006 LEI DE TÓXICOS\r\n",
"LEG-FED LEI-011464 ANO-2007\r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000691 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | HC | acordaos | HC 105270 | [
""
] | PACTE.(S) : MILLER DOS SANTOS MACHADO OU MIILLER DOS SANTOS MACHADO
IMPTE.(S) : LUIZ FLÁVIO BORGES D'URSO
COATOR(A/S)(ES) : PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 105 . 270",
"SÚMULA 691 / STF",
"HC 100 . 742 / SC",
"SÚMULA 691 / STF",
"Súmula 691 / STF",
"HC 105 . 270 / SP",
"HC 105 . 270 / SP",
"HC 105 . 270 / SP",
"Súmula 691 / STF",
"HC 105 . 270",
"Súmula 691 / STF",
"Processo",
"-",
"crime [UNK] 617 / 2010",
"HABEAS CORPUS 105 . 270",
"HC 175 . 308 / SP",
"HABEAS CORPUS 105 . 270 SÃO",
"HC 175 . 308 / SP",
"HC 105 . 270 / SP",
"HC [UNK] 175 . 308 / SP",
"HC 105 . 270 / SP",
"HC [UNK] 175 . 308 / SP",
"HC 105 . 270 / SP",
"HC 83 . 468",
"HC 93 . 302",
"HC [UNK] 97 . 059 / ES",
"HC 103 . 715 / RJ",
"HC 105 . 270 / SP",
"HC 83 . 468",
"HC 93 . 302",
"HC [UNK] 97 . 059 / ES",
"HC 103 . 715 / RJ",
"HC 105 . 270 / SP",
"HC 103 . 715 / RJ",
"HC 105 . 270 / SP",
"HC 103 . 715 / RJ",
"HC 105 . 270 / SP",
"HC 105 . 270 / SP",
"HC 105 . 270 / SP",
"HC 175 . 308 / SP",
"Súmula 691 / STF",
"Súmula 691 / STF",
"HC 90 . 112 - MC / PR",
"HC 89 . 113 - MC / RJ",
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"Súmula 691 / STF",
"Súmula 691 / STF",
"HC 90 . 112 - MC / PR",
"HC 89 . 113 - MC / RJ",
"HC 87 . 353 - MC / ES",
"HC 88 . 050 - MC / SP",
"HC 88 . 569 - MC / PE",
"HC 105 . 270 / SP",
"HC 88 . 129 - AgR / SP",
"HC 89 . 132 - MC / RS",
"HC 89 . 414 - MC / RS",
"HC 86 . 634 - MC / RJ",
"HC 84 . 014 - AgR / MG",
"HC 85 . 185 / SP",
"HC 86 . 864 - MC / SP",
"Súmula 691 do Supremo Tribunal Federal",
"HC 87 . 468 / SP",
"Súmula 691 / STF",
"HC 89 . 025 - AgR / SP",
"HC 90 . 957 / RJ",
"HC 94 . 016 / SP",
"HC 105 . 270 / SP",
"HC 88 . 129 - AgR / SP",
"HC 89 . 132 - MC / RS",
"HC 89 . 414 - MC / RS",
"HC 86 . 634 - MC / RJ",
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"HC 85 . 185 / SP",
"HC 86 . 864 - MC / SP",
"Súmula 691 do Supremo Tribunal Federal",
"súmula 691 do Supremo",
"HC 87 . 468 / SP",
"Súmula 691 / STF",
"HC 89 . 025 - AgR / SP",
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"HC 94 . 016 / SP",
"HC 105 . 270 / SP",
"Súmula 691 / STF",
"HC 105 . 270 / SP",
"Súmula 691 / STF",
"HC 105 . 270 / SP",
"HC 105 . 270 / SP",
"HC 105 . 270 / SP",
"ADI 3 . 112 / DF",
"HC 97 . 976 - MC / MG",
"HC 105 . 270 / SP",
"ADI 3 . 112 / DF",
"HC 97 . 976 - MC / MG",
"HC 105 . 270 / SP",
"HC 100 . 330 - MC / MS",
"HC 100 . 949 - MC / SP",
"ADI 3 . 112 / DF",
"HC 100 . 742 - MC / SC",
"HC 108 . 990 / MS",
"HC 100 . 872 - MC /",
"HC 105 . 270 / SP",
"HC 100 . 330 - MC / MS",
"HC 100 . 949 - MC / SP",
"ADI 3 . 112 / DF",
"HC 100 . 742 - MC / SC",
"HC 108 . 990 / MS",
"HC 100 . 872 - MC / MG",
"HC 105 . 270 / SP",
"HC 105 . 270 / SP",
"HC 105 . 270 / SP",
"RTJ 160 / 140 - 141",
"RTJ 176 / 578 - 579",
"ADI 1 . 063 / DF",
"HC 105 . 270 / SP",
"RTJ 160 / 140 - 141",
"RTJ 176 / 578 - 579",
"ADI 1 . 063 / DF",
"HC 105 . 270 / SP",
"HC 80 . 064 / SP",
"HC 92 . 299 / SP",
"HC 93 . 427 / PB",
"RHC 71 . 954 / PA",
"RTJ 137 / 287",
"RTJ 187 / 933",
"HC 105 . 270 / SP",
"HC 80 . 064 / SP",
"HC 92 . 299 / SP",
"HC 93 . 427 / PB",
"RHC 71 . 954 / PA",
"RHC 79 . 200 / BA",
"RTJ 137 / 287",
"RTJ 187 / 933",
"HC 105 . 270 / SP",
"Súmula 691 / STF",
"HC 105 . 270 / SP",
"Súmula 691 / STF",
"HABEAS CORPUS 105 . 270",
"HABEAS CORPUS 105 . 270",
"ADI",
"HC 105 . 270 / SP",
"HC 105 . 270 / SP",
"HABEAS CORPUS 105 . 270 SÃO PAULO",
"HABEAS CORPUS 105 . 270",
"HC 105 . 270 / SP",
"HC 105 . 270 / SP",
"HABEAS CORPUS 105 . 270",
"Súmula 691 / STF",
"HABEAS CORPUS 105 . 270",
"Súmula 691 / STF",
"Processo"
],
"LEGISLACAO": [
"LEI DE DROGAS",
"art . 312 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Processo",
"-",
"crime [UNK] 617 / 2010",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 33 , ‘ caput ’ , da Lei 11 . 343 / 06",
"art . 44 da Lei 11 . 343 / 06",
"Lei [UNK] 8 . 072 / 90",
"arts . [UNK] , XLIII , CF / 88",
"[UNK] , II , da Lei [UNK] 8 . 072 / 90",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 33 , ‘ caput ’ , da Lei 11 . 343 / 06",
"art . 44 da Lei 11 . 343 / 06",
"Lei [UNK] 8 . 072 / 90",
"arts . [UNK] , XLIII , CF / 88",
"[UNK] , II , da Lei [UNK] 8 . 072 / 90",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTIGOS 33 E 35 DA LEI [UNK] 11 . 343 / 2006",
"INCISO XLIII DO ART . [UNK]",
"ARTIGO 44 DA LEI 11 . 343 / 2006",
"inciso II do art . [UNK] da Lei [UNK] 8 . 072 / 90",
"inciso XLIII do art . [UNK] da CF / 88",
"artigo [UNK] da Lei [UNK] 11 . 464 / 2007",
"art . [UNK] , XLIII , da Constituição",
"artigo 44 da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTIGOS 33 E 35 DA LEI [UNK] 11 . 343 / 2006",
"ARTIGO 44 DA LEI 11 . 343 / 2006",
"inciso II do art . [UNK] da Lei [UNK] 8 . 072 / 90",
"inciso XLIII do art . [UNK] da CF / 88",
"artigo [UNK] da Lei [UNK] 11 . 464 / 2007",
"art . [UNK] , XLIII , da Constituição",
"artigo 44 da Lei [UNK] 11",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição da República",
"Constituição da República , art . [UNK] , inc . XLIII",
"art . [UNK] , inc . II , da Lei n . 8 . 072 / 90",
"Constituição da República",
"Lei n . 11 . 464 / 07",
"art . [UNK] , inc . II , da Lei n . 8 . 072 / 90",
"Lei n . 11 . 464 / 07",
"Lei n . 11 . 343 / 06 , art . 44 , ‘ caput ’",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição da República",
"Constituição da República , art . [UNK] , inc . XLIII",
"art . [UNK] , inc . II , da Lei n . 8 . 072 / 90",
"Constituição da República",
"Lei n . 11 . 464 / 07",
"art . [UNK] , inc . II , da Lei n . 8 . 072 / 90",
"Lei n . 11 . 464 / 07",
"Lei n . 11 . 343 / 06 , art . 44 , ‘ caput ’",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 11 . 343 / 2006",
"art . 44 da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006",
"Lei de Drogas Comentada",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 11 . 343 / 2006",
"art . 44 da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006",
"Lei de",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Parte",
"Lei [UNK] 11 . 343",
"Lei Antidrogas",
"Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"Lei",
"artigo 44 da Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"Lei de",
"art . 21 da Lei [UNK] 10 . 826 / 2003",
"Estatuto do Desarmamento",
"Lei [UNK] 10 . 826 / 2003",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Parte",
"Lei [UNK] 11 . 343",
"Lei Antidrogas",
"Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"Lei de",
"artigo 44 da Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"Lei de Drogas",
"art . 21 da Lei [UNK] 10 . 826 / 2003",
"Estatuto do Desarmamento",
"Lei [UNK] 10 . 826 / 2003",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 44 da Lei 11 . 343 / 2006",
"Lei de",
"Constituição da República",
"art . 21 da Lei [UNK] 10 . 826 / 2003",
"Estatuto",
"art . 44 da Lei de Drogas",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 44 da Lei 11 . 343 / 2006",
"Lei de",
"Constituição da República",
"art . 21 da Lei [UNK] 10 . 826 / 2003",
"Estatuto do",
"art . 44 da Lei de Drogas",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 33 , ‘ CAPUT ’ E § [UNK] , E",
"ARTS . 34 A 37 , TODOS DA LEI DE DROGAS",
"art . 44 da Lei de Drogas",
"art . 44 da Lei n . 11 . 343 / 06",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 33 , ‘ CAPUT ’ E § [UNK] ,",
"ARTS . 34 A 37 , TODOS DA",
"LEI DE DROGAS",
"art . 44 da Lei de Drogas",
"art . 44 da Lei n . 11 .",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . [UNK] , III , e [UNK] , LIV e LVII da Constituição do Brasil",
"Lei contra o Crime Organizado",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . [UNK] , III , e [UNK] , LIV e LVII da Constituição do Brasil",
"Lei",
"MP n° 2 . 200 - 2 /",
"art . 44 da Lei de Drogas",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 44 da Lei de Drogas",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei 8 . 072 / 90",
"Constituição",
"CF , art . [UNK] , LVII",
"CF , art . [UNK] , LXI e LXV",
"CF , art . [UNK] , LVII",
"art . 44 da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei 8 . 072 / 90",
"Constituição",
"CF , art . [UNK] , LVII",
"CF , art . [UNK] , LXI e LXV",
"CF , art . [UNK] , LVII",
"art . 44 da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , inciso II , da Lei [UNK] 8 . 072 / 90",
"Lei [UNK] 11 . 464 / 2007",
"Processo",
"crime",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , inciso II , da Lei [UNK] 8 . 072 / 90",
"Lei [UNK] 11 . 464 / 2007",
"Processo",
"-",
"crime [UNK]",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 44 da Lei de Drogas",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 44 da Lei de Drogas",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Processo",
"-",
"crime [UNK] 617 / 2010",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"SÃO PAULO",
"Brasília",
"Brasília",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL",
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"Infra",
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"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"Brasil",
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"ICP",
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"Brasil",
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"Infra",
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"CELSO DE MELLO",
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"Joaquim Barbosa",
"CELSO DE MELLO",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"MILLER DOS SANTOS MACHADO",
"MIILLER DOS SANTOS MACHADO",
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"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"MILLER DOS SANTOS MACHADO",
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"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
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"CELSO DE MELLO",
"MARCO AURÉLIO",
"CEZAR PELUSO",
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"CEZAR PELUSO",
"EROS GRAU",
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"CELSO DE MELLO",
"JOAQUIM BARBOSA",
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"CELSO DE MELLO",
"MARCO AURÉLIO",
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"CEZAR PELUSO",
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"CELSO DE MELLO",
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"ROGÉRIO SANCHES CUNHA",
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"ROGÉRIO SANCHES CUNHA",
"LUIZ FLÁVIO GOMES",
"FLÁVIO OLIVEIRA LUCAS",
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"MARCELLO GRANADO",
"FRANCIS RAFAEL BECK",
"ANDRÉ LUÍS CALLEGARI",
"MIGUEL TEDESCO WEDY",
"MARCELLO GRANADO",
"FRANCIS RAFAEL BECK",
"ANDRÉ LUÍS CALLEGARI",
"MIGUEL TEDESCO WEDY",
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"RICARDO LEWANDOWSKI",
"CELSO DE MELLO",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
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"EROS GRAU",
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"EROS GRAU",
"CEZAR PELUSO",
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"LUIZ FLÁVIO GOMES",
"Raúl Cervini",
"GERALDO PRADO",
"WILLIAM DOUGLAS",
"ROBERTO DELMANTO JUNIOR",
"ALBERTO SILVA FRANCO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"CELSO DE MELLO",
"SEPÚLVEDA PERTENCE",
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"SEPÚLVEDA PERTENCE",
"CELSO DE MELLO",
"SEPÚLVEDA PERTENCE",
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"EROS GRAU",
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"CELSO DE MELLO",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
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"Celso de Mello",
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"RICARDO LEWANDOWSKI",
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"RICARDO LEWANDOWSKI",
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"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
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"CELSO DE MELLO",
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]
} |
Ementa e Acórdão
20/09/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 104.934 MATO GROSSO
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
REDATOR
DO
ACÓRDÃO
: MIN. LUIZ FUX
PACTE.(S)
:EDÉSIO RIBEIRO NETO
IMPTE.(S)
:ANA LÍVIA PEREIRA SANTOS E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO
DE ENTORPECENTES E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO.
LAVAGEM DE CAPITAIS. ARTS. 33, CAPUT, 35, CAPUT E
PARÁGRAFO ÚNICO, 36 E 40, I E IV, DA LEI Nº 11.343/06. ART. 1º, I E
§ 1º, II E § 4º, DA LEI Nº 9.613/98. ACAUTELAMENTO DO MEIO
SOCIAL. GRAVIDADE CONCRETA DA CONDUTA. APREENSÃO
DE GRANDE QUANTIDADE DE DROGAS (QUASE 400 Kg DE
COCAÍNA). GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA, COMO FORMA DE
IMPEDIR A REITERAÇÃO DELITIVA. FUGA DO RÉU.
PROVIDÊNCIA IMPOSTA VISANDO ASSEGURAR EVENTUAL
APLICAÇÃO DA LEI PENAL. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA.
PRORROGAÇÃO. POSSIBILIDADE.
1. A fuga do distrito da culpa é dado conducente à decretação da
prisão preventiva para assegurar a aplicação da lei penal. Precedentes:
HC 101356/RJ, rel. Min. Ayres Britto, 2ª Turma, DJ 2-3-2011; HC
101934/RS, rel. Min. Joaquim Barbosa, DJ de 14/9/2010; HC 95.159/SP, rel.
Min. Ricardo Lewandowski, DJ 12.06.2009; HC 102021/PA, rel. Min. Ellen
Gracie, 2ª Turma, DJ de 24/9/2010; HC 98145/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia,
Pleno, DJ de 25/6/2010; HC 101309/PE, Rel. Min. Ayres Britto, 1ª Turma,
DJ de 7/5/2010.
2. A gravidade concreta do delito ante o modus operandi empregado e
a possibilidade de reiteração criminosa são motivos idôneos para a
decretação da custódia cautelar, a fim de garantir a ordem pública.
Precedentes: HC n. 104.699/SP, 1ª Turma, Relatora a Ministra CÁRMEN
LÚCIA, DJ de 23.11.10 e HC n. 103.107/MT, 1ª Turma, Relator o Ministro
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1499594.
Supremo Tribunal Federal
DJe 06/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 23
Ementa e Acórdão
HC 104.934 / MT
Dias Toffoli, DJ de 29.11.10.
3. In casu, o decreto de prisão preventiva foi fundamentado no fato
de o paciente, principal articulador da suposta organização criminosa
voltada ao tráfico de drogas, suspeita de vinculação ao Primeiro
Comando da Capital (PCC), ter-se evadido para país vizinho tão logo
tomou conhecimento da apreensão da droga, quase 400 Kg de cocaína,
sendo certo que, mesmo suspeitando das investigações, paciente e
corréus não abandonaram as atividades de compra e venda de
entorpecentes, fato constatado por meio de interceptações telefônicas.
4. É cediço na Corte que as interceptações telefônicas podem ser
prorrogadas por mais de uma vez, desde que comprovada sua
necessidade mediante decisão motivada do Juízo competente, como
ocorrido no caso sub judice. Precedentes: RHC 85575/SP, rel. Min. Joaquim
Barbosa, 2ªTurma, DJ de 16/3/2007; RHC 88371/SP, rel. Min. Gilmar
Mendes, 2ªTurma, DJ de 2/2/2007; HC 83515, rel. Min. Nelson Jobim,
Pleno, DJ de 4/3/2005; Inq 2424, rel. Min. Cezar Peluso, Pleno, DJ de
26/3/2010.
5. Parecer do MPF pela denegação da ordem.
6. Ordem denegada.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência da
Senhora Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata de julgamento e
das notas taquigráficas, por maioria de votos, em denegar a ordem de
habeas corpus e cassar a liminar anteriormente deferida.
Brasília, 20 de setembro de 2011.
LUIZ FUX – Redator para o acórdão
Documento assinado digitalmente
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1499594.
Supremo Tribunal Federal
HC 104.934 / MT
Dias Toffoli, DJ de 29.11.10.
3. In casu, o decreto de prisão preventiva foi fundamentado no fato
de o paciente, principal articulador da suposta organização criminosa
voltada ao tráfico de drogas, suspeita de vinculação ao Primeiro
Comando da Capital (PCC), ter-se evadido para país vizinho tão logo
tomou conhecimento da apreensão da droga, quase 400 Kg de cocaína,
sendo certo que, mesmo suspeitando das investigações, paciente e
corréus não abandonaram as atividades de compra e venda de
entorpecentes, fato constatado por meio de interceptações telefônicas.
4. É cediço na Corte que as interceptações telefônicas podem ser
prorrogadas por mais de uma vez, desde que comprovada sua
necessidade mediante decisão motivada do Juízo competente, como
ocorrido no caso sub judice. Precedentes: RHC 85575/SP, rel. Min. Joaquim
Barbosa, 2ªTurma, DJ de 16/3/2007; RHC 88371/SP, rel. Min. Gilmar
Mendes, 2ªTurma, DJ de 2/2/2007; HC 83515, rel. Min. Nelson Jobim,
Pleno, DJ de 4/3/2005; Inq 2424, rel. Min. Cezar Peluso, Pleno, DJ de
26/3/2010.
5. Parecer do MPF pela denegação da ordem.
6. Ordem denegada.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência da
Senhora Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata de julgamento e
das notas taquigráficas, por maioria de votos, em denegar a ordem de
habeas corpus e cassar a liminar anteriormente deferida.
Brasília, 20 de setembro de 2011.
LUIZ FUX – Redator para o acórdão
Documento assinado digitalmente
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1499594.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 23
Relatório
20/09/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 104.934 MATO GROSSO
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
REDATOR
DO
ACÓRDÃO
: MIN. LUIZ FUX
PACTE.(S)
:EDÉSIO RIBEIRO NETO
IMPTE.(S)
:ANA LÍVIA PEREIRA SANTOS E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto a título de
relatório as informações prestadas pela Assessoria:
Na decisão que implicou o deferimento da liminar, a
espécie ficou assim resumida (folha 408 a 413):
PRISÃO PREVENTIVA – IMPUTAÇÃO –
POSSIBILIDADE DE VIAGEM AO
EXTERIOR – PRESUNÇÃO DA PRÁTICA
DELITUOSA – INSUBSISTÊNCIA DE
FUNDAMENTOS – HABEAS CORPUS –
LIMINAR DEFERIDA.
1. A Assessoria prestou as seguintes informações:
Ao paciente e aos corréus Wagner Rodrigo de
Amorin, Adonai Novaes de Oliveira, Alexandre
Zangarini, Ricardo da Costa Silva, Jackson Luiz
Costa Conceição, Alaor Gomes Correa Junior,
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1587473.
Supremo Tribunal Federal
20/09/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 104.934 MATO GROSSO
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
REDATOR
DO
ACÓRDÃO
: MIN. LUIZ FUX
PACTE.(S)
:EDÉSIO RIBEIRO NETO
IMPTE.(S)
:ANA LÍVIA PEREIRA SANTOS E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto a título de
relatório as informações prestadas pela Assessoria:
Na decisão que implicou o deferimento da liminar, a
espécie ficou assim resumida (folha 408 a 413):
PRISÃO PREVENTIVA – IMPUTAÇÃO –
POSSIBILIDADE DE VIAGEM AO
EXTERIOR – PRESUNÇÃO DA PRÁTICA
DELITUOSA – INSUBSISTÊNCIA DE
FUNDAMENTOS – HABEAS CORPUS –
LIMINAR DEFERIDA.
1. A Assessoria prestou as seguintes informações:
Ao paciente e aos corréus Wagner Rodrigo de
Amorin, Adonai Novaes de Oliveira, Alexandre
Zangarini, Ricardo da Costa Silva, Jackson Luiz
Costa Conceição, Alaor Gomes Correa Junior,
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1587473.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 23
Relatório
HC 104.934 / MT
Marcelo José Hardman Medina, Mário Márcio
Nascimento dos Santos, Munir Hammoud, Neuri
Alves da Silva, Jocenil Paulo de França, Daniel da
Silva Guia, Francisco Fernandes de Souza, Enivaldo
Fernandes de Souza, Manoel Osmário Batista Correa,
Roberto Carlos Pereira, Marcelo da Silva Pereira,
Rubens Antero da Costa Ribeiro, Helder Pereira
Diniz, Adauto Ramalho da Silva, Edilson Amorim do
Nascimento, Aroldo Fernandes da Luz é imputada a
prática de tráfico internacional de drogas - o paciente
seria fornecedor de cocaína para diversos indivíduos
e grupos criminosos no Brasil -, havendo suspeita
também de cometimento do crime de lavagem de
dinheiro.
Em razão desses fatos, a autoridade policial
requereu ao Juízo da 2ª Vara Federal Criminal da
Circunscrição Judiciária do Estado de Mato Grosso a
prisão preventiva dos envolvidos. A representação
foi acolhida porque estariam presentes os requisitos
previstos no artigo 312 do Código de Processo Penal:
a prova da existência do crime e os indícios
suficientes de autoria, a necessidade de acautelar a
ordem púbica e econômica, a conveniência da
instrução criminal e a garantia da aplicação da lei
penal. Segundo ficou ressaltado, as provas colhidas
mediante interceptação telefônica e os elementos
apreendidos em virtude de ordem judicial expedida
no processo de exibição e apreensão de documentos
revelariam que os representados teriam cometido os
crimes de tráfico internacional de drogas e de
associação para o tráfico bem como o de lavagem de
dinheiro (folha 330 a 361).
Em relação ao paciente, há no processo notícia
no sentido de estar pendente o cumprimento do
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
HC 104.934 / MT
Marcelo José Hardman Medina, Mário Márcio
Nascimento dos Santos, Munir Hammoud, Neuri
Alves da Silva, Jocenil Paulo de França, Daniel da
Silva Guia, Francisco Fernandes de Souza, Enivaldo
Fernandes de Souza, Manoel Osmário Batista Correa,
Roberto Carlos Pereira, Marcelo da Silva Pereira,
Rubens Antero da Costa Ribeiro, Helder Pereira
Diniz, Adauto Ramalho da Silva, Edilson Amorim do
Nascimento, Aroldo Fernandes da Luz é imputada a
prática de tráfico internacional de drogas - o paciente
seria fornecedor de cocaína para diversos indivíduos
e grupos criminosos no Brasil -, havendo suspeita
também de cometimento do crime de lavagem de
dinheiro.
Em razão desses fatos, a autoridade policial
requereu ao Juízo da 2ª Vara Federal Criminal da
Circunscrição Judiciária do Estado de Mato Grosso a
prisão preventiva dos envolvidos. A representação
foi acolhida porque estariam presentes os requisitos
previstos no artigo 312 do Código de Processo Penal:
a prova da existência do crime e os indícios
suficientes de autoria, a necessidade de acautelar a
ordem púbica e econômica, a conveniência da
instrução criminal e a garantia da aplicação da lei
penal. Segundo ficou ressaltado, as provas colhidas
mediante interceptação telefônica e os elementos
apreendidos em virtude de ordem judicial expedida
no processo de exibição e apreensão de documentos
revelariam que os representados teriam cometido os
crimes de tráfico internacional de drogas e de
associação para o tráfico bem como o de lavagem de
dinheiro (folha 330 a 361).
Em relação ao paciente, há no processo notícia
no sentido de estar pendente o cumprimento do
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Relatório
HC 104.934 / MT
mandado de prisão.
No curso da investigação, o Juiz Federal
revogou a ordem de prisão processual expedida
contra Alexandre Zangarini - apontado como o
principal pagador da droga a fornecedores
bolivianos. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região,
ao implementar medida acauteladora nos Habeas
Corpus nº 2009.01.00.062125-2 e 2009.01.00.066812-5,
determinou a expedição de alvará de soltura em
favor de Aroldo Fernandes da Luz, Munir
Hammoud, Maurício Ali de Paula e Jocenil Paulo de
Franca (folhas 68 e 69).
A defesa do paciente buscou a extensão dos
efeitos da liminar concedida aos coinvestigados. O
Tribunal Regional Federal indeferiu a ordem.
Assentou que, “havendo diversidade de situações
pessoais, não há como se deferir o pedido de
extensão dos benefícios concedidos em outro writ”.
Consoante ressaltou, a custódia estaria baseada em
circunstâncias concretas, as quais demonstrariam ser
o paciente líder de organização criminosa complexa
a atuar na prática de tráfico internacional de drogas.
Entendeu haver ficado evidenciada a necessidade de
garantia da ordem pública e de aplicação da lei penal
ante o fato de o paciente, tido como o principal
articulador da organização, ter-se evadido para país
vizinho após tomar conhecimento da apreensão da
droga (folha 252 a 265).
No habeas corpus formalizado no Superior
Tribunal de Justiça – de nº 162.498 –, o Ministro Félix
Fischer, relator, indeferiu o pedido de liminar, por
não vislumbrar, de plano, ilegalidade no
pronunciamento do Tribunal Regional. Concluída a
3
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Supremo Tribunal Federal
HC 104.934 / MT
mandado de prisão.
No curso da investigação, o Juiz Federal
revogou a ordem de prisão processual expedida
contra Alexandre Zangarini - apontado como o
principal pagador da droga a fornecedores
bolivianos. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região,
ao implementar medida acauteladora nos Habeas
Corpus nº 2009.01.00.062125-2 e 2009.01.00.066812-5,
determinou a expedição de alvará de soltura em
favor de Aroldo Fernandes da Luz, Munir
Hammoud, Maurício Ali de Paula e Jocenil Paulo de
Franca (folhas 68 e 69).
A defesa do paciente buscou a extensão dos
efeitos da liminar concedida aos coinvestigados. O
Tribunal Regional Federal indeferiu a ordem.
Assentou que, “havendo diversidade de situações
pessoais, não há como se deferir o pedido de
extensão dos benefícios concedidos em outro writ”.
Consoante ressaltou, a custódia estaria baseada em
circunstâncias concretas, as quais demonstrariam ser
o paciente líder de organização criminosa complexa
a atuar na prática de tráfico internacional de drogas.
Entendeu haver ficado evidenciada a necessidade de
garantia da ordem pública e de aplicação da lei penal
ante o fato de o paciente, tido como o principal
articulador da organização, ter-se evadido para país
vizinho após tomar conhecimento da apreensão da
droga (folha 252 a 265).
No habeas corpus formalizado no Superior
Tribunal de Justiça – de nº 162.498 –, o Ministro Félix
Fischer, relator, indeferiu o pedido de liminar, por
não vislumbrar, de plano, ilegalidade no
pronunciamento do Tribunal Regional. Concluída a
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 23
Relatório
HC 104.934 / MT
instrução, o processo foi submetido a julgamento
pela Quinta Turma, que indeferiu a ordem. Ao fazê-
lo, anotou encontrarem-se presentes os requisitos
exigidos para a imposição da prisão cautelar, estando
o ato judicial devidamente fundamentado em dados
concretos extraídos dos autos da investigação, os
quais conduziriam à compreensão de que, em
liberdade, o paciente causaria lesão à ordem pública,
por ser integrante de organização criminosa de
grande dimensão, voltada à prática do tráfico
internacional de drogas ilícitas e lavagem de
dinheiro, com ligações com membros da facção
criminosa denominada PCC. Conforme observou, as
interceptações telefônicas realizadas revelaram a
contínua e reiterada prática do tráfico de drogas em
alta escala. Somente o encarceramento cautelar
poderia obstar a continuidade da atividade delitiva,
que teria sido desenvolvida mesmo no período da
quebra do sigilo das comunicações. Ademais,
consignou, o paciente estaria a responder a outros
processos criminais.
Quanto à alegada nulidade das prorrogações de
interceptações telefônicas – pois, segundo a defesa,
além de não serem permitidas sucessivas medidas,
apresentavam-se essas destituídas de fundamentação
–, o Colegiado ressaltou o fato de o Tribunal de
origem ter anotado que o processo não estava
instruído com elementos indispensáveis ao exame do
referido ato judicial e a pretensão, por carecer de
produção probatória, não poderia ser dirimida na via
eleita. Desse modo, também no Superior Tribunal, a
questão não poderia ser apreciada, sob pena de
supressão de instância (folha 296 a 314).
Esta impetração foi formalizada antes do
4
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Supremo Tribunal Federal
HC 104.934 / MT
instrução, o processo foi submetido a julgamento
pela Quinta Turma, que indeferiu a ordem. Ao fazê-
lo, anotou encontrarem-se presentes os requisitos
exigidos para a imposição da prisão cautelar, estando
o ato judicial devidamente fundamentado em dados
concretos extraídos dos autos da investigação, os
quais conduziriam à compreensão de que, em
liberdade, o paciente causaria lesão à ordem pública,
por ser integrante de organização criminosa de
grande dimensão, voltada à prática do tráfico
internacional de drogas ilícitas e lavagem de
dinheiro, com ligações com membros da facção
criminosa denominada PCC. Conforme observou, as
interceptações telefônicas realizadas revelaram a
contínua e reiterada prática do tráfico de drogas em
alta escala. Somente o encarceramento cautelar
poderia obstar a continuidade da atividade delitiva,
que teria sido desenvolvida mesmo no período da
quebra do sigilo das comunicações. Ademais,
consignou, o paciente estaria a responder a outros
processos criminais.
Quanto à alegada nulidade das prorrogações de
interceptações telefônicas – pois, segundo a defesa,
além de não serem permitidas sucessivas medidas,
apresentavam-se essas destituídas de fundamentação
–, o Colegiado ressaltou o fato de o Tribunal de
origem ter anotado que o processo não estava
instruído com elementos indispensáveis ao exame do
referido ato judicial e a pretensão, por carecer de
produção probatória, não poderia ser dirimida na via
eleita. Desse modo, também no Superior Tribunal, a
questão não poderia ser apreciada, sob pena de
supressão de instância (folha 296 a 314).
Esta impetração foi formalizada antes do
4
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 23
Relatório
HC 104.934 / MT
julgamento do mérito da ordem requerida perante o
Superior Tribunal de Justiça. Daí o fato de constar da
inicial a tese relacionada à necessidade de
relativização do óbice previsto no Verbete nº 691 da
Súmula do Supremo, ante a suposta ilegalidade da
decisão mediante a qual determinada a prisão
preventiva, a inobservância do princípio da duração
razoável do processo e a insubsistência dos atos de
prorrogação da quebra de sigilo das comunicações
telefônicas.
Relativamente ao mérito, os impetrantes
sustentam ser deficiente de fundamentação a decisão
por meio da qual determinada a prisão preventiva,
pois não estaria calcada em elementos concretos, mas
em suposta prática de atos ilícitos e na gravidade do
delito inerente ao tipo. Reafirmam a identidade de
situação processual do paciente com os demais
acusados, em relação aos quais o Tribunal Regional
Federal da 1ª Região, ao revogar a medida constritiva
da liberdade, salientou que a circunstância de cuidar-
se de investigado foragido não seria justificativa
plausível para a mantença do ato, por carecer de
amparo legal – pedido de extensão que não foi
apreciado pelo Superior Tribunal de Justiça.
Reiteram a tese da ilicitude das prorrogações da
quebra de sigilo telefônico, por ausência de fatos
justificadores da medida e de fundamentação,
arguindo, em decorrência dessa premissa, a nulidade
das provas, considerado o entendimento acerca do
“fruto da árvore envenenada”. Por fim, quanto ao
argumento de estar o paciente respondendo a outras
ações penais, apontam a inexistência de sentenças
penais condenatórias.
5
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Supremo Tribunal Federal
HC 104.934 / MT
julgamento do mérito da ordem requerida perante o
Superior Tribunal de Justiça. Daí o fato de constar da
inicial a tese relacionada à necessidade de
relativização do óbice previsto no Verbete nº 691 da
Súmula do Supremo, ante a suposta ilegalidade da
decisão mediante a qual determinada a prisão
preventiva, a inobservância do princípio da duração
razoável do processo e a insubsistência dos atos de
prorrogação da quebra de sigilo das comunicações
telefônicas.
Relativamente ao mérito, os impetrantes
sustentam ser deficiente de fundamentação a decisão
por meio da qual determinada a prisão preventiva,
pois não estaria calcada em elementos concretos, mas
em suposta prática de atos ilícitos e na gravidade do
delito inerente ao tipo. Reafirmam a identidade de
situação processual do paciente com os demais
acusados, em relação aos quais o Tribunal Regional
Federal da 1ª Região, ao revogar a medida constritiva
da liberdade, salientou que a circunstância de cuidar-
se de investigado foragido não seria justificativa
plausível para a mantença do ato, por carecer de
amparo legal – pedido de extensão que não foi
apreciado pelo Superior Tribunal de Justiça.
Reiteram a tese da ilicitude das prorrogações da
quebra de sigilo telefônico, por ausência de fatos
justificadores da medida e de fundamentação,
arguindo, em decorrência dessa premissa, a nulidade
das provas, considerado o entendimento acerca do
“fruto da árvore envenenada”. Por fim, quanto ao
argumento de estar o paciente respondendo a outras
ações penais, apontam a inexistência de sentenças
penais condenatórias.
5
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 23
Relatório
HC 104.934 / MT
Conquanto a inicial da impetração contenha
várias causas de pedir, o pedido de liminar está
circunscrito ao direito de apresentar-se em Juízo e ser
interrogado, sem a prisão. No mérito, pretendem ver
cassada a ordem de custódia preventiva (folha 21).
Não há notícia, no processo, quanto à data de
recebimento da denúncia contra o paciente (folha
346) e o estágio de eventual ação penal (folha 367),
apesar de terem sido solicitadas informações ao
Tribunal Regional Federal da 1ª Região e ao Juízo da
2ª Vara Federal Criminal (folhas 169 e 294).
[...]
Brasília – residência –, 27 de fevereiro de 2011, às
20h.
A Procuradoria Geral da República, no parecer de folha
419 a 437, afirma que a impetração se encontra prejudicada,
presente o julgamento do Habeas Corpus nº 162.498/MT, no qual
o Superior Tribunal de Justiça indeferiu o pedido formulado.
No mérito, sustenta a existência dos requisitos necessários à
manutenção da custódia cautelar, versados no artigo 312 do
Código de Processo Penal, consideradas a necessidade de
preservação da ordem pública, diante da identificação do
paciente como líder de quadrilha dedicada ao tráfico de drogas,
e a garantia de aplicação da lei penal, ante a fuga empreendida.
Consoante alega, o alto risco de continuidade da prática delitiva
está revelado no grau de organização dos envolvidos, os quais
disporiam de logística especializada e manteriam contatos com
membros da facção criminosa denominada “PCC”. Quanto à
alegação de nulidade das interceptações telefônicas, aduz não
ser razoável a adoção do prazo peremptório de quinze dias
6
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Supremo Tribunal Federal
HC 104.934 / MT
Conquanto a inicial da impetração contenha
várias causas de pedir, o pedido de liminar está
circunscrito ao direito de apresentar-se em Juízo e ser
interrogado, sem a prisão. No mérito, pretendem ver
cassada a ordem de custódia preventiva (folha 21).
Não há notícia, no processo, quanto à data de
recebimento da denúncia contra o paciente (folha
346) e o estágio de eventual ação penal (folha 367),
apesar de terem sido solicitadas informações ao
Tribunal Regional Federal da 1ª Região e ao Juízo da
2ª Vara Federal Criminal (folhas 169 e 294).
[...]
Brasília – residência –, 27 de fevereiro de 2011, às
20h.
A Procuradoria Geral da República, no parecer de folha
419 a 437, afirma que a impetração se encontra prejudicada,
presente o julgamento do Habeas Corpus nº 162.498/MT, no qual
o Superior Tribunal de Justiça indeferiu o pedido formulado.
No mérito, sustenta a existência dos requisitos necessários à
manutenção da custódia cautelar, versados no artigo 312 do
Código de Processo Penal, consideradas a necessidade de
preservação da ordem pública, diante da identificação do
paciente como líder de quadrilha dedicada ao tráfico de drogas,
e a garantia de aplicação da lei penal, ante a fuga empreendida.
Consoante alega, o alto risco de continuidade da prática delitiva
está revelado no grau de organização dos envolvidos, os quais
disporiam de logística especializada e manteriam contatos com
membros da facção criminosa denominada “PCC”. Quanto à
alegação de nulidade das interceptações telefônicas, aduz não
ser razoável a adoção do prazo peremptório de quinze dias
6
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 23
Relatório
HC 104.934 / MT
prorrogáveis pelo mesmo período para que investigações
complexas sejam finalizadas, devendo a escuta durar o tempo
necessário à investigação, atendidos os requisitos da Lei nº
9.296/96 e observada a autorização judicial. Citando
precedentes do Supremo, opina pela prejudicialidade do habeas
e, no mérito, pelo indeferimento da ordem.
Lancei visto no processo em 11 de novembro de 2011, liberando-o
para ser julgado na Turma a partir de 20 seguinte, isso objetivando a
ciência dos impetrantes.
É o relatório.
7
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1587473.
Supremo Tribunal Federal
HC 104.934 / MT
prorrogáveis pelo mesmo período para que investigações
complexas sejam finalizadas, devendo a escuta durar o tempo
necessário à investigação, atendidos os requisitos da Lei nº
9.296/96 e observada a autorização judicial. Citando
precedentes do Supremo, opina pela prejudicialidade do habeas
e, no mérito, pelo indeferimento da ordem.
Lancei visto no processo em 11 de novembro de 2011, liberando-o
para ser julgado na Turma a partir de 20 seguinte, isso objetivando a
ciência dos impetrantes.
É o relatório.
7
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 23
Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
20/09/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 104.934 MATO GROSSO
V O T O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) –
Inicialmente, consigno que o pedido final formulado neste habeas corpus
está restrito à insubsistência da ordem de prisão. Quanto ao prejuízo
aventado pela Procuradoria Geral da República, o Colegiado veio a
indeferir a ordem, endossando, assim, a óptica inicial do relator, que
deixara de implementar a medida acauteladora.
No mais, valho-me do que tive a oportunidade de assentar quando,
fevereiro deste ano, deferi a liminar, instando, de qualquer forma, o
paciente a atender aos chamamentos judiciais e a colaborar com a Justiça
na busca da elucidação dos fatos, deixando, com isso, a situação jurídica
de foragido. Eis que fiz ver:
[...]
2. Observem a organicidade do Direito. O Tribunal
Regional Federal da 1ª Região e o Superior Tribunal de Justiça
não enfrentaram a problemática atinente à nulidade das
prorrogações de interceptações telefônicas. Além disso, o
Superior Tribunal de Justiça não emitiu entendimento sobre a
causa de pedir voltada à extensão de medida acauteladora
implementada quanto a corréu. Então, presente não só a liminar
pleiteada como também a questão de mérito, há de examinar-se
apenas o fundamento da prisão preventiva, valendo notar que o
paciente tem, neste habeas, assistência técnica.
O Juízo, para impor a custódia, levou em conta fatos que
ainda estão sendo investigados. Em síntese, após aludir à
materialidade dos crimes e a indícios de autoria, quanto ao
tráfico internacional de drogas e à associação para tal fim –
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1602633.
Supremo Tribunal Federal
20/09/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 104.934 MATO GROSSO
V O T O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) –
Inicialmente, consigno que o pedido final formulado neste habeas corpus
está restrito à insubsistência da ordem de prisão. Quanto ao prejuízo
aventado pela Procuradoria Geral da República, o Colegiado veio a
indeferir a ordem, endossando, assim, a óptica inicial do relator, que
deixara de implementar a medida acauteladora.
No mais, valho-me do que tive a oportunidade de assentar quando,
fevereiro deste ano, deferi a liminar, instando, de qualquer forma, o
paciente a atender aos chamamentos judiciais e a colaborar com a Justiça
na busca da elucidação dos fatos, deixando, com isso, a situação jurídica
de foragido. Eis que fiz ver:
[...]
2. Observem a organicidade do Direito. O Tribunal
Regional Federal da 1ª Região e o Superior Tribunal de Justiça
não enfrentaram a problemática atinente à nulidade das
prorrogações de interceptações telefônicas. Além disso, o
Superior Tribunal de Justiça não emitiu entendimento sobre a
causa de pedir voltada à extensão de medida acauteladora
implementada quanto a corréu. Então, presente não só a liminar
pleiteada como também a questão de mérito, há de examinar-se
apenas o fundamento da prisão preventiva, valendo notar que o
paciente tem, neste habeas, assistência técnica.
O Juízo, para impor a custódia, levou em conta fatos que
ainda estão sendo investigados. Em síntese, após aludir à
materialidade dos crimes e a indícios de autoria, quanto ao
tráfico internacional de drogas e à associação para tal fim –
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1602633.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 23
Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
HC 104.934 / MT
artigos 33, 34 e 35 da Lei nº 11.343/06 – e à lavagem de dinheiro,
passou a discorrer sobre o papel dos envolvidos, como que
assentando a culpabilidade. É certo que fez referência às saídas
do ora paciente e de outros acusados do território nacional.
Todavia, essa possibilidade é latente considerado todo cidadão
que possua recursos. Por si só, não lastreia a imposição da
preventiva. Da mesma forma não há como potencializar a
sequência na prática delituosa uma vez que ainda é objeto de
investigação. Em síntese, o que desenvolvido pelo Juízo ao
implementar a ordem de prisão do paciente ficou baseado na
imputação, nos dados levantados mediante o inquérito policial,
presentes escutas telefônicas.
[...]
Concedo a ordem para tornar definitiva a medida acauteladora,
afastando a prisão preventiva determinada.
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
HC 104.934 / MT
artigos 33, 34 e 35 da Lei nº 11.343/06 – e à lavagem de dinheiro,
passou a discorrer sobre o papel dos envolvidos, como que
assentando a culpabilidade. É certo que fez referência às saídas
do ora paciente e de outros acusados do território nacional.
Todavia, essa possibilidade é latente considerado todo cidadão
que possua recursos. Por si só, não lastreia a imposição da
preventiva. Da mesma forma não há como potencializar a
sequência na prática delituosa uma vez que ainda é objeto de
investigação. Em síntese, o que desenvolvido pelo Juízo ao
implementar a ordem de prisão do paciente ficou baseado na
imputação, nos dados levantados mediante o inquérito policial,
presentes escutas telefônicas.
[...]
Concedo a ordem para tornar definitiva a medida acauteladora,
afastando a prisão preventiva determinada.
2
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Voto - MIN. LUIZ FUX
20/09/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 104.934 MATO GROSSO
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Senhora Presidente,
adoto como relatório aquele constante do parecer do Ministério Público
Federal, in verbis:
Trata-se de habeas corpus, com pedido de liminar,
impetrado por Ana Lívia Pereira Santos e outros, em benefício
de EDÉSIO RIBEIRO NETO, contra ato atribuído ao Ministro
Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça, que indeferiu a
medida liminar nos autos do HC nº 162.498/MT, mantendo o
decreto de prisão preventiva exarado em desfavor do paciente,
denunciado pela suposta prática dos delitos tipificados nos arts.
33, caput, 35, caput e parágrafo único, 36 e 40, I e IV, todos da Lei
nº 11.343/06, e no art. 1º, I e § 1º, II e § 4º, da Lei nº 9.613/96.
Estes, os termos da decisão singular impugnada (fl. 24):
“A prisão cautelar deve ser considerada exceção, já
que, por meio desta medida, priva-se o réu de seu jus
libertatis
antes do pronunciamento condenatório
definitivo, consubstanciado na sentença transitada em
julgado. É por isso que tal medida constritiva só justifica
caso demonstrada sua real indispensabilidade para
assegurar a ordem pública, a instrução criminal ou a
aplicação da lei penal, ex vi do artigo 312 do Código de
Processo Penal. Nesse sentido: HC 41.601/MG, 5ª Turma,
Rel. Min. Gilson Dipp, DJU de 18/04/2005; HC 35.026/MG,
6ª Turma, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJU de
14/02/2005; etc.
Todavia, tenho que no caso em tela, ao menos em
sede de apreciação sumária, restou suficientemente
comprovado nos autos as circunstâncias ensejadoras da
custódia cautelar, não havendo que se falar, em princípio,
em ilegalidade da prisão do paciente, nos termos do
Supremo Tribunal Federal
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20/09/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 104.934 MATO GROSSO
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Senhora Presidente,
adoto como relatório aquele constante do parecer do Ministério Público
Federal, in verbis:
Trata-se de habeas corpus, com pedido de liminar,
impetrado por Ana Lívia Pereira Santos e outros, em benefício
de EDÉSIO RIBEIRO NETO, contra ato atribuído ao Ministro
Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça, que indeferiu a
medida liminar nos autos do HC nº 162.498/MT, mantendo o
decreto de prisão preventiva exarado em desfavor do paciente,
denunciado pela suposta prática dos delitos tipificados nos arts.
33, caput, 35, caput e parágrafo único, 36 e 40, I e IV, todos da Lei
nº 11.343/06, e no art. 1º, I e § 1º, II e § 4º, da Lei nº 9.613/96.
Estes, os termos da decisão singular impugnada (fl. 24):
“A prisão cautelar deve ser considerada exceção, já
que, por meio desta medida, priva-se o réu de seu jus
libertatis
antes do pronunciamento condenatório
definitivo, consubstanciado na sentença transitada em
julgado. É por isso que tal medida constritiva só justifica
caso demonstrada sua real indispensabilidade para
assegurar a ordem pública, a instrução criminal ou a
aplicação da lei penal, ex vi do artigo 312 do Código de
Processo Penal. Nesse sentido: HC 41.601/MG, 5ª Turma,
Rel. Min. Gilson Dipp, DJU de 18/04/2005; HC 35.026/MG,
6ª Turma, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJU de
14/02/2005; etc.
Todavia, tenho que no caso em tela, ao menos em
sede de apreciação sumária, restou suficientemente
comprovado nos autos as circunstâncias ensejadoras da
custódia cautelar, não havendo que se falar, em princípio,
em ilegalidade da prisão do paciente, nos termos do
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Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 104.934 / MT
disposto no art. 312 do Código de Processo Penal.
Destaque-se, a priori, o fato do paciente ser apontado
como um possível líder de organização criminosa
voltada para a prática do tráfico de entorpecentes. Além
disso, possui anotações em sua folha penal. Ambas
circunstâncias evidenciam, ao menos até aqui, o perigo à
ordem pública invocado na decisão combatida.
Dessa forma, tenho que a análise dos autos, nos
limites da cognição in limine, não permite a constatação
de indícios suficientes para a configuração do fumus boni
iuris, não restando configurado, de plano, a flagrante
ilegalidade, devendo a quaestio, portanto, ser apreciada
pelo Colegiado.
Denego, pois a liminar.”
No presente writ, alegam os impetrantes haver patente
ilegalidade a justificar a superação do óbice contido na Súmula
nº 691 do STF, enfatizando a ausência dos requisitos
autorizadores da prisão cautelar previstos no art. 312 do Código
de Processo Penal, a inobservância do princípio da duração
razoável do processo e a ilicitude das interceptações telefônicas
que amparam a medida constritiva.
Sustentam, no mérito, que “a simples fuga do paciente do
distrito da culpa não reforça em absoluto a justificativa da
preventiva”, não sendo, por si só, fundamento idôneo para
manter-se o decreto de prisão cautelar, “levando-se em conta,
ainda, que deseja se apresentar para ser interrogado”.
Apontam a carência de fundamentação do decreto de
prisão preventiva, visto que não estaria calcado em elementos
concretos, mas apenas no conteúdo de interceptações
telefônicas que não observaram o lapso estabelecido pela Lei nº
9.296/96, pois foram realizadas “sem solução de continuidade, em
flagrante desrespeito ao limite temporal de 15 dias”.
Aduzem que “a falta de motivação judicial denotada em
2
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HC 104.934 / MT
disposto no art. 312 do Código de Processo Penal.
Destaque-se, a priori, o fato do paciente ser apontado
como um possível líder de organização criminosa
voltada para a prática do tráfico de entorpecentes. Além
disso, possui anotações em sua folha penal. Ambas
circunstâncias evidenciam, ao menos até aqui, o perigo à
ordem pública invocado na decisão combatida.
Dessa forma, tenho que a análise dos autos, nos
limites da cognição in limine, não permite a constatação
de indícios suficientes para a configuração do fumus boni
iuris, não restando configurado, de plano, a flagrante
ilegalidade, devendo a quaestio, portanto, ser apreciada
pelo Colegiado.
Denego, pois a liminar.”
No presente writ, alegam os impetrantes haver patente
ilegalidade a justificar a superação do óbice contido na Súmula
nº 691 do STF, enfatizando a ausência dos requisitos
autorizadores da prisão cautelar previstos no art. 312 do Código
de Processo Penal, a inobservância do princípio da duração
razoável do processo e a ilicitude das interceptações telefônicas
que amparam a medida constritiva.
Sustentam, no mérito, que “a simples fuga do paciente do
distrito da culpa não reforça em absoluto a justificativa da
preventiva”, não sendo, por si só, fundamento idôneo para
manter-se o decreto de prisão cautelar, “levando-se em conta,
ainda, que deseja se apresentar para ser interrogado”.
Apontam a carência de fundamentação do decreto de
prisão preventiva, visto que não estaria calcado em elementos
concretos, mas apenas no conteúdo de interceptações
telefônicas que não observaram o lapso estabelecido pela Lei nº
9.296/96, pois foram realizadas “sem solução de continuidade, em
flagrante desrespeito ao limite temporal de 15 dias”.
Aduzem que “a falta de motivação judicial denotada em
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Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 104.934 / MT
despachos abstratos, sem indicação precisa de fatos justificadores de
prorrogação de quebra do sigilo, transforma a interceptação telefônica
em verdadeira escuta ilegal, não se prestando à prova judicial”.
Asseveram que o decreto de prisão preventiva ora
questionado valeu-se predominantemente do emprego de
prova obtida por escuta telefônica ilegal e por essa razão não
deve subsistir.
Dizem que, a par da existência do crime e de indícios de
autoria atados às provas ilícitas, o decreto constritivo tem lastro
no risco à ordem pública face à possível reiteração delitiva,
deixando, contudo, de indicar elementos concretos e
individualizados aptos a demonstrar a real necessidade da
segregação antecipada.
Afirmam que, “apesar de ser apontado como chefe ou principal
articular da quadrilha, o decreto prisional é carente de exposição
detalhada de suas condutas no seio da organização criminosa. Isso
porque, em verdade, o paciente nada mais era do que advogado dos
envolvidos na investigação”, não se vislumbrando nenhum dos
requisitos previstos no art. 312 do Código de Processo Penal.
Salientam que, a despeito de informações no sentido “de
que o paciente possa ter praticado outros delitos, não há registros de
condenações criminais, militando a seu favor a primariedade, o fato de
possuir residência fixa e escritório de advocacia”.
Medida liminar deferida, 6 (seis) meses após a data da
impetração, “para determinar o recolhimento do mandado de prisão”
(fls. 408/413).
É o relatório.
Passo a votar.
A jurisprudência do Supremo é pacífica no sentido de que a fuga do
distrito da culpa é dado conducente à decretação da prisão preventiva
3
Supremo Tribunal Federal
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HC 104.934 / MT
despachos abstratos, sem indicação precisa de fatos justificadores de
prorrogação de quebra do sigilo, transforma a interceptação telefônica
em verdadeira escuta ilegal, não se prestando à prova judicial”.
Asseveram que o decreto de prisão preventiva ora
questionado valeu-se predominantemente do emprego de
prova obtida por escuta telefônica ilegal e por essa razão não
deve subsistir.
Dizem que, a par da existência do crime e de indícios de
autoria atados às provas ilícitas, o decreto constritivo tem lastro
no risco à ordem pública face à possível reiteração delitiva,
deixando, contudo, de indicar elementos concretos e
individualizados aptos a demonstrar a real necessidade da
segregação antecipada.
Afirmam que, “apesar de ser apontado como chefe ou principal
articular da quadrilha, o decreto prisional é carente de exposição
detalhada de suas condutas no seio da organização criminosa. Isso
porque, em verdade, o paciente nada mais era do que advogado dos
envolvidos na investigação”, não se vislumbrando nenhum dos
requisitos previstos no art. 312 do Código de Processo Penal.
Salientam que, a despeito de informações no sentido “de
que o paciente possa ter praticado outros delitos, não há registros de
condenações criminais, militando a seu favor a primariedade, o fato de
possuir residência fixa e escritório de advocacia”.
Medida liminar deferida, 6 (seis) meses após a data da
impetração, “para determinar o recolhimento do mandado de prisão”
(fls. 408/413).
É o relatório.
Passo a votar.
A jurisprudência do Supremo é pacífica no sentido de que a fuga do
distrito da culpa é dado conducente à decretação da prisão preventiva
3
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Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 104.934 / MT
para assegurar a aplicação da lei penal. Nesse sentido, confiram-se os
seguintes precedentes:
EMENTA: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL.
PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. Prisão
preventiva. Preservação da ordem pública e garantia da
aplicação da lei penal. Possibilidade de reiteração criminosa.
Fundamentação idônea. Habeas corpus indeferido. (HC
99497/PE, rel. min. Eros Grau, Julgamento: 11/05/2010, Segunda
Turma)
HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PROCESSO
PENAL. IMPUTAÇÃO DOS CRIMES DE TRÁFICO E
ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE ENTORPECENTES. 1.
ALEGAÇÃO DE EXCESSO DE PRAZO PARA A FORMAÇÃO
DA CULPA. SUPERVENIÊNCIA DA SENTENÇA
CONDENATÓRIA. IMPETRAÇÃO PREJUDICADA NESTA
PARTE.
2.
ALEGAÇÃO
DE
AUSÊNCIA
DE
FUNDAMENTAÇÃO PARA DECRETAÇÃO DA PRISÃO
PREVENTIVA. POSSIBILIDADE DE REITERAÇÃO DELITIVA.
FUNDAMENTO IDÔNEO. 1. A superveniência de sentença
condenatória torna superada a questão relativa ao excesso de
prazo para a formação da culpa. Prejuízo da presente
impetração nesta parte. 2. Conforme reiterada jurisprudência
do Supremo Tribunal Federal, o habeas corpus fica prejudicado
apenas quando a sentença condenatória que mantém o réu
preso utiliza fundamentos diversos do decreto de prisão
preventiva, o que não ocorreu na espécie vertente. 3. A
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no
sentido de que a possibilidade de reiteração criminosa e a
participação em organização criminosa são motivos idôneos
para a manutenção da custódia cautelar, a fim de garantir a
ordem pública. 4. Ordem parcialmente prejudicada e, na parte
conhecida, denegada. (HC 104699/SP, relª. Min. Cármen Lúcia,
Julgamento: 26/10/2010, Primeira Turma)
4
Supremo Tribunal Federal
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para assegurar a aplicação da lei penal. Nesse sentido, confiram-se os
seguintes precedentes:
EMENTA: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL.
PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. Prisão
preventiva. Preservação da ordem pública e garantia da
aplicação da lei penal. Possibilidade de reiteração criminosa.
Fundamentação idônea. Habeas corpus indeferido. (HC
99497/PE, rel. min. Eros Grau, Julgamento: 11/05/2010, Segunda
Turma)
HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PROCESSO
PENAL. IMPUTAÇÃO DOS CRIMES DE TRÁFICO E
ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE ENTORPECENTES. 1.
ALEGAÇÃO DE EXCESSO DE PRAZO PARA A FORMAÇÃO
DA CULPA. SUPERVENIÊNCIA DA SENTENÇA
CONDENATÓRIA. IMPETRAÇÃO PREJUDICADA NESTA
PARTE.
2.
ALEGAÇÃO
DE
AUSÊNCIA
DE
FUNDAMENTAÇÃO PARA DECRETAÇÃO DA PRISÃO
PREVENTIVA. POSSIBILIDADE DE REITERAÇÃO DELITIVA.
FUNDAMENTO IDÔNEO. 1. A superveniência de sentença
condenatória torna superada a questão relativa ao excesso de
prazo para a formação da culpa. Prejuízo da presente
impetração nesta parte. 2. Conforme reiterada jurisprudência
do Supremo Tribunal Federal, o habeas corpus fica prejudicado
apenas quando a sentença condenatória que mantém o réu
preso utiliza fundamentos diversos do decreto de prisão
preventiva, o que não ocorreu na espécie vertente. 3. A
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no
sentido de que a possibilidade de reiteração criminosa e a
participação em organização criminosa são motivos idôneos
para a manutenção da custódia cautelar, a fim de garantir a
ordem pública. 4. Ordem parcialmente prejudicada e, na parte
conhecida, denegada. (HC 104699/SP, relª. Min. Cármen Lúcia,
Julgamento: 26/10/2010, Primeira Turma)
4
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HC 104.934 / MT
EMENTA: HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA.
TENTATIVA DE HOMICÍDIO. ALEGADA FALTA DE REAL
FUNDAMENTAÇÃO DA PRISÃO CAUTELAR. IDONEIDADE
DO DECRETO PARA A CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO
CRIMINAL E APLICAÇÃO DA LEI PENAL. FUGA DO
DISTRITO DA CULPA. ORDEM DENEGADA. 1. Idoneidade
do decreto prisional para a conveniência da instrução criminal e
garantia da aplicação da lei penal. As peças que instruem o
processo revelam que o paciente se evadiu do distrito da culpa.
Fundamento que tem a força de preencher a finalidade do art.
312 do CPP, no ponto em que autoriza a prisão preventiva para
a garantia da aplicação da lei penal e conveniência da instrução
criminal. Evasão que, na concreta situação dos autos, se deu
antes mesmo do decreto prisional. 2. O paciente não foi
localizado em nenhum dos endereços indicados nos autos.
Mais: há a informação de que, possivelmente, se encontre no
exterior. Tudo a representar uma clara intenção de frustrar a
aplicação da lei penal. Quadro que preenche a finalidade do art.
312 do Código de Processo Penal. 3. Ordem denegada. (HC
101356/RJ, rel. Min. Ayres Britto, 2ª Turma, DJ 2-3-2011).
EMENTA: HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA.
REQUISITOS
CAUTELARES
DEVIDAMENTE
DEMONSTRADOS.
AUSENTE
CONSTRANGIMENTO
ILEGAL. LIMINAR CASSADA. ORDEM DENEGADA. 1. O
decreto de prisão preventiva está devidamente fundamentado:
i) na garantia da aplicação da lei penal, considerando a fuga do
paciente após o fato criminoso, não sendo encontrado mesmo
depois das diligências policiais para tanto; ii) na garantia da
ordem pública, considerando a personalidade violenta do
paciente, que teria assassinado a vítima simplesmente por ser
sua adversária política no Município; e iii) na garantia da
instrução criminal, considerado que o paciente, por exercer
forte influência sobre a comunidade, poderia prejudicar a busca
de provas. 2. Ausente constrangimento ilegal, revoga-se a
liminar concedida. 3. Ordem denegada. (HC 101934/RS, rel.
5
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EMENTA: HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA.
TENTATIVA DE HOMICÍDIO. ALEGADA FALTA DE REAL
FUNDAMENTAÇÃO DA PRISÃO CAUTELAR. IDONEIDADE
DO DECRETO PARA A CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO
CRIMINAL E APLICAÇÃO DA LEI PENAL. FUGA DO
DISTRITO DA CULPA. ORDEM DENEGADA. 1. Idoneidade
do decreto prisional para a conveniência da instrução criminal e
garantia da aplicação da lei penal. As peças que instruem o
processo revelam que o paciente se evadiu do distrito da culpa.
Fundamento que tem a força de preencher a finalidade do art.
312 do CPP, no ponto em que autoriza a prisão preventiva para
a garantia da aplicação da lei penal e conveniência da instrução
criminal. Evasão que, na concreta situação dos autos, se deu
antes mesmo do decreto prisional. 2. O paciente não foi
localizado em nenhum dos endereços indicados nos autos.
Mais: há a informação de que, possivelmente, se encontre no
exterior. Tudo a representar uma clara intenção de frustrar a
aplicação da lei penal. Quadro que preenche a finalidade do art.
312 do Código de Processo Penal. 3. Ordem denegada. (HC
101356/RJ, rel. Min. Ayres Britto, 2ª Turma, DJ 2-3-2011).
EMENTA: HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA.
REQUISITOS
CAUTELARES
DEVIDAMENTE
DEMONSTRADOS.
AUSENTE
CONSTRANGIMENTO
ILEGAL. LIMINAR CASSADA. ORDEM DENEGADA. 1. O
decreto de prisão preventiva está devidamente fundamentado:
i) na garantia da aplicação da lei penal, considerando a fuga do
paciente após o fato criminoso, não sendo encontrado mesmo
depois das diligências policiais para tanto; ii) na garantia da
ordem pública, considerando a personalidade violenta do
paciente, que teria assassinado a vítima simplesmente por ser
sua adversária política no Município; e iii) na garantia da
instrução criminal, considerado que o paciente, por exercer
forte influência sobre a comunidade, poderia prejudicar a busca
de provas. 2. Ausente constrangimento ilegal, revoga-se a
liminar concedida. 3. Ordem denegada. (HC 101934/RS, rel.
5
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HC 104.934 / MT
Min. Joaquim Barbosa, DJ de 14/9/2010).
Outrossim, a gravidade concreta do delito ante o modus operandi
empregado e a possibilidade de reiteração criminosa são motivos idôneos
para a decretação da custódia cautelar, a fim de garantir a ordem pública.
Confiram-se, nessa esteira, os seguintes julgados: HC n. 104.699/SP, 1ª
Turma, Relatora a Ministra CÁRMEN LÚCIA, DJ de 23.11.10 e HC n.
103.107/MT, 1ª Turma, Relator o Ministro Dias Toffoli, DJ de 29.11.10.
In casu, o decreto de prisão preventiva foi fundamentado no fato de
o paciente, principal articulador da suposta organização criminosa
voltada ao tráfico de drogas, suspeita de vinculação ao Primeiro
Comando da Capital (PCC), ter-se evadido para país vizinho tão logo
tomou conhecimento da apreensão da droga, quase 400 Kg de cocaína,
sendo certo que, mesmo suspeitando das investigações, paciente e
corréus não abandonaram as atividades de compra e venda de
entorpecentes, fato constatado por meio de interceptações telefônicas.
Outrossim, é cediço na Corte que as interceptações telefônicas
podem ser prorrogadas por mais de uma vez, desde que comprovada sua
necessidade mediante decisão motivada do Juízo competente, como
ocorrido no caso sub judice. Confiram-se, exemplificativamente, os
seguintes arestos:
RECURSO EM HABEAS CORPUS. INTERCEPTAÇÃO
TELEFÔNICA. PRAZO DE VALIDADE. PRORROGAÇÃO.
POSSIBILIDADE.
Persistindo os pressupostos que conduziram à decretação
da interceptação telefônica, não há obstáculos para sucessivas
prorrogações, desde que devidamente fundamentadas, nem
ficam maculadas como ilícitas as provas derivadas da
interceptação. Precedente.
Recurso a que se nega provimento. (RHC 85575/SP, rel.
Min. Joaquim Barbosa, 2ªTurma, DJ de 16/3/2007)
Recurso Ordinário em Habeas Corpus. 1. Crimes previstos
nos arts. 12, caput, c/c o 18, II, da Lei nº 6.368/1976. 2. Alegações:
6
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HC 104.934 / MT
Min. Joaquim Barbosa, DJ de 14/9/2010).
Outrossim, a gravidade concreta do delito ante o modus operandi
empregado e a possibilidade de reiteração criminosa são motivos idôneos
para a decretação da custódia cautelar, a fim de garantir a ordem pública.
Confiram-se, nessa esteira, os seguintes julgados: HC n. 104.699/SP, 1ª
Turma, Relatora a Ministra CÁRMEN LÚCIA, DJ de 23.11.10 e HC n.
103.107/MT, 1ª Turma, Relator o Ministro Dias Toffoli, DJ de 29.11.10.
In casu, o decreto de prisão preventiva foi fundamentado no fato de
o paciente, principal articulador da suposta organização criminosa
voltada ao tráfico de drogas, suspeita de vinculação ao Primeiro
Comando da Capital (PCC), ter-se evadido para país vizinho tão logo
tomou conhecimento da apreensão da droga, quase 400 Kg de cocaína,
sendo certo que, mesmo suspeitando das investigações, paciente e
corréus não abandonaram as atividades de compra e venda de
entorpecentes, fato constatado por meio de interceptações telefônicas.
Outrossim, é cediço na Corte que as interceptações telefônicas
podem ser prorrogadas por mais de uma vez, desde que comprovada sua
necessidade mediante decisão motivada do Juízo competente, como
ocorrido no caso sub judice. Confiram-se, exemplificativamente, os
seguintes arestos:
RECURSO EM HABEAS CORPUS. INTERCEPTAÇÃO
TELEFÔNICA. PRAZO DE VALIDADE. PRORROGAÇÃO.
POSSIBILIDADE.
Persistindo os pressupostos que conduziram à decretação
da interceptação telefônica, não há obstáculos para sucessivas
prorrogações, desde que devidamente fundamentadas, nem
ficam maculadas como ilícitas as provas derivadas da
interceptação. Precedente.
Recurso a que se nega provimento. (RHC 85575/SP, rel.
Min. Joaquim Barbosa, 2ªTurma, DJ de 16/3/2007)
Recurso Ordinário em Habeas Corpus. 1. Crimes previstos
nos arts. 12, caput, c/c o 18, II, da Lei nº 6.368/1976. 2. Alegações:
6
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 23
Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 104.934 / MT
a) ilegalidade no deferimento da autorização da interceptação
por 30 dias consecutivos; e b) nulidade das provas,
contaminadas pela escuta deferida por 30 dias consecutivos. 3.
No caso concreto, a interceptação telefônica foi autorizada pela
autoridade judiciária, com observância das exigências de
fundamentação previstas no artigo 5º da Lei nº 9.296/1996.
Ocorre, porém que o prazo determinado pela autoridade
judicial foi superior ao estabelecido nesse dispositivo, a saber:
15 (quinze) dias. 4. A jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal consolidou o entendimento segundo o qual as
interceptações telefônicas podem ser prorrogadas desde que
devidamente fundamentadas pelo juízo competente quanto à
necessidade para o prosseguimento das investigações.
Precedentes: HC nº 83.515/RS, Rel. Min. Nelson Jobim, Pleno,
maioria, DJ de 04.03.2005; e HC nº 84.301/SP, Rel. Min. Joaquim
Barbosa, 2ª Turma, unanimidade, DJ de 24.03.2006. 5. Ainda que
fosse reconhecida a ilicitude das provas, os elementos colhidos
nas primeiras interceptações telefônicas realizadas foram
válidos e, em conjunto com os demais dados colhidos dos
autos, foram suficientes para lastrear a persecução penal. Na
origem, apontaram-se outros elementos que não somente a
interceptação telefônica havida no período indicado que
respaldaram a denúncia, a saber: a materialidade delitiva foi
associada ao fato da apreensão da substância entorpecente; e a
apreensão das substâncias e a prisão em flagrante dos acusados
foram devidamente acompanhadas por testemunhas. 6. Recurso
desprovido. (RHC 88371/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, 2ªTurma,
DJ de 2/2/2007)
HABEAS CORPUS. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA.
PRAZO DE VALIDADE. ALEGAÇÃO DE EXISTÊNCIA DE
OUTRO MEIO DE INVESTIGAÇÃO. FALTA DE
TRANSCRIÇÃO DE CONVERSAS INTERCEPTADAS NOS
RELATÓRIOS APRESENTADOS AO JUIZ. AUSÊNCIA DE
CIÊNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO ACERCA DOS
7
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HC 104.934 / MT
a) ilegalidade no deferimento da autorização da interceptação
por 30 dias consecutivos; e b) nulidade das provas,
contaminadas pela escuta deferida por 30 dias consecutivos. 3.
No caso concreto, a interceptação telefônica foi autorizada pela
autoridade judiciária, com observância das exigências de
fundamentação previstas no artigo 5º da Lei nº 9.296/1996.
Ocorre, porém que o prazo determinado pela autoridade
judicial foi superior ao estabelecido nesse dispositivo, a saber:
15 (quinze) dias. 4. A jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal consolidou o entendimento segundo o qual as
interceptações telefônicas podem ser prorrogadas desde que
devidamente fundamentadas pelo juízo competente quanto à
necessidade para o prosseguimento das investigações.
Precedentes: HC nº 83.515/RS, Rel. Min. Nelson Jobim, Pleno,
maioria, DJ de 04.03.2005; e HC nº 84.301/SP, Rel. Min. Joaquim
Barbosa, 2ª Turma, unanimidade, DJ de 24.03.2006. 5. Ainda que
fosse reconhecida a ilicitude das provas, os elementos colhidos
nas primeiras interceptações telefônicas realizadas foram
válidos e, em conjunto com os demais dados colhidos dos
autos, foram suficientes para lastrear a persecução penal. Na
origem, apontaram-se outros elementos que não somente a
interceptação telefônica havida no período indicado que
respaldaram a denúncia, a saber: a materialidade delitiva foi
associada ao fato da apreensão da substância entorpecente; e a
apreensão das substâncias e a prisão em flagrante dos acusados
foram devidamente acompanhadas por testemunhas. 6. Recurso
desprovido. (RHC 88371/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, 2ªTurma,
DJ de 2/2/2007)
HABEAS CORPUS. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA.
PRAZO DE VALIDADE. ALEGAÇÃO DE EXISTÊNCIA DE
OUTRO MEIO DE INVESTIGAÇÃO. FALTA DE
TRANSCRIÇÃO DE CONVERSAS INTERCEPTADAS NOS
RELATÓRIOS APRESENTADOS AO JUIZ. AUSÊNCIA DE
CIÊNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO ACERCA DOS
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Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 104.934 / MT
PEDIDOS DE PRORROGAÇÃO. APURAÇÃO DE CRIME
PUNIDO COM PENA DE DETENÇÃO.
1. É possível a prorrogação do prazo de autorização para a
interceptação telefônica, mesmo que sucessivas, especialmente
quando o fato é complexo a exigir investigação diferenciada e
contínua. Não configuração de desrespeito ao art. 5º, caput, da
L. 9.9.296/96.
2. A interceptação telefônica foi decretada após longa e
minuciosa apuração dos fatos por CPI estadual, na qual houve
coleta de documentos, oitiva de testemunhas e audiências, além
do procedimento investigatório normal da polícia.
Ademais, a interceptação telefônica é perfeitamente viável
sempre que somente por meio dela se puder investigar
determinados fatos ou circunstâncias que envolverem os
denunciados.
3. Para fundamentar o pedido de interceptação, a lei
apenas exige relatório circunstanciado da polícia com a
explicação das conversas e da necessidade da continuação das
investigações. Não é exigida a transcrição total dessas conversas
o que, em alguns casos, poderia prejudicar a celeridade da
investigação e a obtenção das provas necessárias (art. 6º, § 2º, da
L. 9.296/96).
4. Na linha do art. 6º, caput, da L. 9.296/96, a obrigação de
cientificar o Ministério Público das diligências efetuadas é
prioritariamente da polícia.
O argumento da falta de ciência do MP é superado pelo
fato de que a denúncia não sugere surpresa, novidade ou
desconhecimento do procurador, mas sim envolvimento
próximo com as investigações e conhecimento pleno das
providências tomadas.
5. Uma vez realizada a interceptação telefônica de forma
fundamentada, legal e legítima, as informações e provas
coletadas dessa diligência podem subsidiar denúncia com base
em crimes puníveis com pena de detenção, desde que conexos
aos primeiros tipos penais que justificaram a interceptação.
Do contrário, a interpretação do art. 2º, III, da L. 9.296/96
8
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HC 104.934 / MT
PEDIDOS DE PRORROGAÇÃO. APURAÇÃO DE CRIME
PUNIDO COM PENA DE DETENÇÃO.
1. É possível a prorrogação do prazo de autorização para a
interceptação telefônica, mesmo que sucessivas, especialmente
quando o fato é complexo a exigir investigação diferenciada e
contínua. Não configuração de desrespeito ao art. 5º, caput, da
L. 9.9.296/96.
2. A interceptação telefônica foi decretada após longa e
minuciosa apuração dos fatos por CPI estadual, na qual houve
coleta de documentos, oitiva de testemunhas e audiências, além
do procedimento investigatório normal da polícia.
Ademais, a interceptação telefônica é perfeitamente viável
sempre que somente por meio dela se puder investigar
determinados fatos ou circunstâncias que envolverem os
denunciados.
3. Para fundamentar o pedido de interceptação, a lei
apenas exige relatório circunstanciado da polícia com a
explicação das conversas e da necessidade da continuação das
investigações. Não é exigida a transcrição total dessas conversas
o que, em alguns casos, poderia prejudicar a celeridade da
investigação e a obtenção das provas necessárias (art. 6º, § 2º, da
L. 9.296/96).
4. Na linha do art. 6º, caput, da L. 9.296/96, a obrigação de
cientificar o Ministério Público das diligências efetuadas é
prioritariamente da polícia.
O argumento da falta de ciência do MP é superado pelo
fato de que a denúncia não sugere surpresa, novidade ou
desconhecimento do procurador, mas sim envolvimento
próximo com as investigações e conhecimento pleno das
providências tomadas.
5. Uma vez realizada a interceptação telefônica de forma
fundamentada, legal e legítima, as informações e provas
coletadas dessa diligência podem subsidiar denúncia com base
em crimes puníveis com pena de detenção, desde que conexos
aos primeiros tipos penais que justificaram a interceptação.
Do contrário, a interpretação do art. 2º, III, da L. 9.296/96
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 23
Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 104.934 / MT
levaria ao absurdo de concluir pela impossibilidade de
interceptação para investigar crimes apenados com reclusão
quando forem estes conexos com crimes punidos com detenção.
Habeas corpus indeferido. (HC 83515, rel. Min. Nelson
Jobim, Pleno, DJ de 4/3/2005)
[...]
4.
PROVA. Criminal. Interceptação telefônica.
Necessidade demonstrada nas sucessivas decisões.
Fundamentação bastante. Situação fática excepcional,
insuscetível de apuração plena por outros meios.
Subsidiariedade caracterizada. Preliminares rejeitadas.
Aplicação dos arts. 5º, XII, e 93, IX, da CF, e arts. 2º, 4º, § 2º, e 5º,
da Lei nº 9.296/96. Voto vencido. É lícita a interceptação
telefônica, determinada em decisão judicial fundamentada,
quando necessária, como único meio de prova, à apuração de
fato delituoso.
5.PROVA. Criminal. Interceptação telefônica. prazo legal
de autorização. Prorrogações sucessivas. Admissibilidade. Fatos
complexos e graves. Necessidade de investigação diferenciada e
contínua. Motivações diversas. Ofensa ao art. 5º, caput, da Lei nº
9.296/96. Não ocorrência. Preliminar rejeitada. Voto vencido. É
lícita a prorrogação do prazo legal de autorização para
interceptação telefônica, ainda que de modo sucessivo, quando
o fato seja complexo e, como tal, exija investigação diferenciada
e contínua. (Inq 2424, rel. Min. Cezar Peluso, Pleno, DJ de
26/3/2010)
Convergindo com os fundamentos ora externados é o parecer do
Ministério Público Federal, cujas razões passam a integrar o presente voto
complementarmente.
Ex positis, voto pela denegação da ordem.
9
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HC 104.934 / MT
levaria ao absurdo de concluir pela impossibilidade de
interceptação para investigar crimes apenados com reclusão
quando forem estes conexos com crimes punidos com detenção.
Habeas corpus indeferido. (HC 83515, rel. Min. Nelson
Jobim, Pleno, DJ de 4/3/2005)
[...]
4.
PROVA. Criminal. Interceptação telefônica.
Necessidade demonstrada nas sucessivas decisões.
Fundamentação bastante. Situação fática excepcional,
insuscetível de apuração plena por outros meios.
Subsidiariedade caracterizada. Preliminares rejeitadas.
Aplicação dos arts. 5º, XII, e 93, IX, da CF, e arts. 2º, 4º, § 2º, e 5º,
da Lei nº 9.296/96. Voto vencido. É lícita a interceptação
telefônica, determinada em decisão judicial fundamentada,
quando necessária, como único meio de prova, à apuração de
fato delituoso.
5.PROVA. Criminal. Interceptação telefônica. prazo legal
de autorização. Prorrogações sucessivas. Admissibilidade. Fatos
complexos e graves. Necessidade de investigação diferenciada e
contínua. Motivações diversas. Ofensa ao art. 5º, caput, da Lei nº
9.296/96. Não ocorrência. Preliminar rejeitada. Voto vencido. É
lícita a prorrogação do prazo legal de autorização para
interceptação telefônica, ainda que de modo sucessivo, quando
o fato seja complexo e, como tal, exija investigação diferenciada
e contínua. (Inq 2424, rel. Min. Cezar Peluso, Pleno, DJ de
26/3/2010)
Convergindo com os fundamentos ora externados é o parecer do
Ministério Público Federal, cujas razões passam a integrar o presente voto
complementarmente.
Ex positis, voto pela denegação da ordem.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 23
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
20/09/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 104.934 MATO GROSSO
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Senhora Presidente, peço vênia ao eminente Ministro Marco Aurélio
para acompanhar a divergência iniciada pelo Ministro Luiz Fux, porque
eu entendo que a fuga está entre os requisitos do art. 312 para o decreto
da prisão preventiva, que é a previsão de tornar aplicável a lei penal.
Então, nesse ponto, divirjo do eminente Ministro Marco Aurélio e
acompanho o Ministro Luiz Fux, denegando a ordem.
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PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 104.934 MATO GROSSO
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Senhora Presidente, peço vênia ao eminente Ministro Marco Aurélio
para acompanhar a divergência iniciada pelo Ministro Luiz Fux, porque
eu entendo que a fuga está entre os requisitos do art. 312 para o decreto
da prisão preventiva, que é a previsão de tornar aplicável a lei penal.
Então, nesse ponto, divirjo do eminente Ministro Marco Aurélio e
acompanho o Ministro Luiz Fux, denegando a ordem.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 23
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
20/09/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 104.934 MATO GROSSO
VOTO
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) -
Peço vênia, também, ao Ministro Marco Aurélio, para acompanhar a
divergência. Tanto a fuga quanto os outros dados que foram enfatizados,
especialmente a quantidade de drogas em poder de comparsas, que teria
servido a essa organização de que ele fazia parte...
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – O
resultado prático será único: o paciente voltará à condição de foragido.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) -Pois
é, portanto, em face desses dados, exatamente, é que eu também denego a
ordem neste caso.
Supremo Tribunal Federal
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20/09/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 104.934 MATO GROSSO
VOTO
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) -
Peço vênia, também, ao Ministro Marco Aurélio, para acompanhar a
divergência. Tanto a fuga quanto os outros dados que foram enfatizados,
especialmente a quantidade de drogas em poder de comparsas, que teria
servido a essa organização de que ele fazia parte...
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – O
resultado prático será único: o paciente voltará à condição de foragido.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) -Pois
é, portanto, em face desses dados, exatamente, é que eu também denego a
ordem neste caso.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 22 de 23
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 104.934
PROCED. : MATO GROSSO
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. LUIZ FUX
PACTE.(S) : EDÉSIO RIBEIRO NETO
IMPTE.(S) : ANA LÍVIA PEREIRA SANTOS E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Por maioria de votos, a Turma denegou a ordem de
habeas corpus e cassou a liminar anteriormente deferida, nos
termos do voto do Senhor Ministro Luiz Fux, Redator para o
acórdão, vencido o Senhor Ministro Marco Aurélio, Relator.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 20.9.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocuradora-Geral da República, Dra. Cláudia Sampaio
Marques.
Carmen Lilian
Coordenadora
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1486525
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PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 104.934
PROCED. : MATO GROSSO
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. LUIZ FUX
PACTE.(S) : EDÉSIO RIBEIRO NETO
IMPTE.(S) : ANA LÍVIA PEREIRA SANTOS E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Por maioria de votos, a Turma denegou a ordem de
habeas corpus e cassou a liminar anteriormente deferida, nos
termos do voto do Senhor Ministro Luiz Fux, Redator para o
acórdão, vencido o Senhor Ministro Marco Aurélio, Relator.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 20.9.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocuradora-Geral da República, Dra. Cláudia Sampaio
Marques.
Carmen Lilian
Coordenadora
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 23 de 23
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1607698 | 2011-09-20T00:00:00 | 2011-12-06T00:00:00 | Por maioria de votos, a Turma denegou a ordem de habeas corpus e cassou a liminar anteriormente deferida, nos termos do voto do Senhor Ministro Luiz Fux, Redator para o acórdão, vencido o Senhor Ministro Marco Aurélio, Relator. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 20.9.2011. | HABEAS CORPUS | Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE ENTORPECENTES E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. LAVAGEM DE CAPITAIS. ARTS. 33, CAPUT, 35, CAPUT E PARÁGRAFO ÚNICO, 36 E 40, I E IV, DA LEI Nº 11.343/06. ART. 1º, I E § 1º, II E § 4º, DA LEI Nº 9.613/98. ACAUTELAMENTO DO MEIO SOCIAL. GRAVIDADE CONCRETA DA CONDUTA. APREENSÃO DE GRANDE QUANTIDADE DE DROGAS (QUASE 400 Kg DE COCAÍNA). GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA, COMO FORMA DE IMPEDIR A REITERAÇÃO DELITIVA. FUGA DO RÉU. PROVIDÊNCIA IMPOSTA VISANDO ASSEGURAR EVENTUAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. PRORROGAÇÃO. POSSIBILIDADE.
1. A fuga do distrito da culpa é dado conducente à decretação da prisão preventiva para assegurar a aplicação da lei penal. Precedentes: HC 101356/RJ, rel. Min. Ayres Britto, 2ª Turma, DJ 2-3-2011; HC 101934/RS, rel. Min. Joaquim Barbosa, DJ de 14/9/2010; HC 95.159/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJ 12.06.2009; HC 102021/PA, rel. Min. Ellen Gracie, 2ª Turma, DJ de 24/9/2010; HC 98145/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, Pleno, DJ de 25/6/2010; HC 101309/PE, Rel. Min. Ayres Britto, 1ª Turma, DJ de 7/5/2010.
2. A gravidade concreta do delito ante o modus operandi empregado e a possibilidade de reiteração criminosa são motivos idôneos para a decretação da custódia cautelar, a fim de garantir a ordem pública. Precedentes: HC n. 104.699/SP, 1ª Turma, Relatora a Ministra CÁRMEN LÚCIA, DJ de 23.11.10 e HC n. 103.107/MT, 1ª Turma, Relator o Ministro Dias Toffoli, DJ de 29.11.10.
3. In casu, o decreto de prisão preventiva foi fundamentado no fato de o paciente, principal articulador da suposta organização criminosa voltada ao tráfico de drogas, suspeita de vinculação ao Primeiro Comando da Capital (PCC), ter-se evadido para país vizinho tão logo tomou conhecimento da apreensão da droga, quase 400 Kg de cocaína, sendo certo que, mesmo suspeitando das investigações, paciente e corréus não abandonaram as atividades de compra e venda de entorpecentes, fato constatado por meio de interceptações telefônicas.
4. É cediço na Corte que as interceptações telefônicas podem ser prorrogadas por mais de uma vez, desde que comprovada sua necessidade mediante decisão motivada do Juízo competente, como ocorrido no caso sub judice. Precedentes: RHC 85575/SP, rel. Min. Joaquim Barbosa, 2ªTurma, DJ de 16/3/2007; RHC 88371/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, 2ªTurma, DJ de 2/2/2007; HC 83515, rel. Min. Nelson Jobim, Pleno, DJ de 4/3/2005; Inq 2424, rel. Min. Cezar Peluso, Pleno, DJ de 26/3/2010.
5. Parecer do MPF pela denegação da ordem.
6. Ordem denegada. | sjur202416 | - Acórdãos citados: Inq 2424 - Tribunal Pleno, HC 83515 -
Tribunal Pleno, RHC 85575, RHC 88371, HC 95159, HC 98145 -
Tribunal Pleno, HC 99497, HC 101309, HC 101356, HC 101934,
HC 102021, HC 103107, HC 104699.
Número de páginas: 23.
Análise: 10/01/2012, KBP.
Revisão: 02/02/2012, ACG. | MARCO AURÉLIO | Primeira Turma | 104934 | [
"LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\r\n ART-00312 \r\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL\r\n",
"LEG-FED LEI-009613 ANO-1998\r\n ART-00001 INC-00001 PAR-00001 INC-00002\r\n PAR-00004 \r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-FED LEI-011343 ANO-2006\r\n ART-00033 \"CAPUT\" ART-00035 \"CAPUT\" \r\n PAR-ÚNICO ART-00036 ART-00040 INC-00001\r\n INC-00004 \r\n LTX-2006 LEI DE TÓXICOS"
] | HC | acordaos | HC 104934 | [
""
] | REDATOR DO
ACÓRDÃO : MIN. LUIZ FUX
PACTE.(S) : EDÉSIO RIBEIRO NETO
IMPTE.(S) : ANA LÍVIA PEREIRA SANTOS E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HABEAS CORPUS Nº 162498 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 104 . 934",
"HC 101934 / RS",
"HC 95 . 159 / SP",
"HC 102021 / PA",
"HC 98145 / RJ",
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"HC 104 . 934 / MT",
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"Inq",
"HC 104 . 934 / MT",
"RHC 85575 / SP",
"RHC 88371 / SP",
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"Inq 2424",
"HABEAS CORPUS 104 . 934",
"HABEAS CORPUS 104 . 934",
"HC 104 . 934 / MT",
"HC 104 . 934 / MT",
"HC 104 . 934 / MT",
"Habeas Corpus [UNK] 2009 . 01 . 00 . 062125 - 2",
"2009",
".",
"01",
".",
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".",
"066812",
"-",
"5",
"HC 104 . 934 / MT",
"Habeas Corpus [UNK] 2009 . 01 . 00 . 062125 - 2",
"2009",
".",
"01",
".",
"00",
".",
"066812",
"-",
"5",
"HC 104 . 934 / MT",
"HC 104 . 934 / MT",
"HC 104 . 934 / MT",
"Verbete [UNK] 691 da Súmula do Supremo",
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"Verbete [UNK] 691 da Súmula do Supremo",
"HC 104 . 934 / MT",
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"Habeas Corpus [UNK] 162 . 498 / MT",
"HC 104 . 934 / MT",
"HC 104 . 934 / MT",
"HABEAS CORPUS 104 . 934",
"HABEAS CORPUS 104 . 934",
"HC 104 . 934 / MT",
"HC 104 . 934 / MT",
"HABEAS CORPUS 104 . 934",
"HC [UNK] 162 . 498 / MT",
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".",
"026",
"/",
"MG",
"HABEAS CORPUS 104 . 934",
"HC [UNK] 162 . 498 / MT",
"HC 41 . 601 / MG",
"HC 35 . 026 / MG",
"HC 104 . 934 / MT",
"Súmula [UNK] 691 do STF",
"HC 104 . 934 / MT",
"Súmula [UNK] 691 do STF",
"HC 104 . 934 / MT",
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"HC 104 . 934 / MT",
"HC 99497 / PE",
"HC 104699 / SP",
"HC 104 . 934 / MT",
"HC 99497 / PE",
"HC 104699 / SP",
"HC 104 . 934 / MT",
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"HC 101934 / RS",
"HC 104 . 934 / MT",
"HC 101356 / RJ",
"HC 101934 / RS",
"HC 104 . 934 / MT",
"HC n . 104 . 699 / SP",
"HC n . 103 . 107 / MT",
"RHC 85575 / SP",
"HC 104 . 934 / MT",
"HC n . 104 . 699 / SP",
"HC n . 103 . 107 / MT",
"RHC 85575 / SP",
"HC 104 . 934 / MT",
"HC [UNK] 83 . 515 / RS",
"HC [UNK] 84 . 301 / SP",
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"HC 104 . 934 / MT",
"HC [UNK] 83 . 515 / RS",
"HC [UNK] 84 . 301 / SP",
"RHC 88371 / SP",
"HC 104 . 934 / MT",
"HC 104 . 934 / MT",
"HC 104 . 934 / MT",
"HC 83515",
"HC 104 . 934 / MT",
"HC 83515",
"HABEAS CORPUS 104 . 934",
"HABEAS CORPUS 104 . 934",
"HABEAS CORPUS 104 . 934",
"HABEAS CORPUS 104 . 934",
"HABEAS CORPUS 104 .",
"HABEAS CORPUS 104 . 934"
],
"LEGISLACAO": [
"ARTS . 33 , CAPUT , 35 , CAPUT E PARÁGRAFO ÚNICO , 36 E 40 , I E IV , DA LEI [UNK] 11 . 343 / 06",
"ART . [UNK] , I E § [UNK] , II E § [UNK] , DA LEI [UNK] 9 . 613 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 9 . 296 / 96",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 9 . 296 / 96",
"MP n° 2 .",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos 33 , 34 e 35 da Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos 33 , 34 e 35 da Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . 33 , caput , 35 , caput e parágrafo único , 36 e 40 , I e IV , todos da Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . 33 , caput , 35 , caput e parágrafo único , 36 e 40 , I e IV , todos da Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"art . [UNK] , I e § [UNK] , II e § [UNK] , da Lei [UNK] 9 . 613 / 96",
"artigo 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"Lei [UNK] 9 . 296 / 96",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"Lei [UNK] 9 . 296 / 96",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do CPP",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . 12 , caput , c / c o 18 , II , da Lei",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . 12 , caput , c / c o 18 , II , da Lei [UNK]",
"MP n° 2",
"artigo [UNK] da Lei [UNK] 9 . 296 / 1996",
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , caput , da L . 9 . 9 . 296 / 96",
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"art . [UNK] , caput , da L . 9 . 296 / 96",
"art . [UNK] , III , da L . 9 . 296 / 96",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . [UNK] , XII , e 93 , IX , da CF",
"arts . [UNK] , [UNK] , § [UNK] , e [UNK] , da Lei [UNK] 9 . 296 / 96",
"art . [UNK] , caput , da Lei [UNK] 9 . 296 / 96",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . [UNK] , XII , e 93 , IX , da CF",
"arts . [UNK] , [UNK] , § [UNK] , e [UNK] , da Lei [UNK] 9 .",
"art . [UNK] , caput , da Lei [UNK] 9 . 296 / 96",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"MATO GROSSO",
"Brasília",
"Brasília",
"MATO GROSSO",
"MATO GROSSO",
"Brasil",
"Brasil",
"Brasília",
"Brasília",
"MATO GROSSO",
"MATO GROSSO",
"MATO GROSSO",
"MATO GROSSO",
"MATO GROSSO",
"MATO GROSSO",
"MATO GROSSO",
"MATO GROSSO",
"MATO GROSSO",
"MATO GROSSO"
],
"ORGANIZACAO": [
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"[UNK] Turma",
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"[UNK] Turma",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
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"Pleno",
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"-",
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"-",
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"-",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo",
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"-",
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"Superior Tribunal de Justiça",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"Segunda Turma",
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"PRIMEIRA TURMA",
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"-",
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"-",
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"-",
"Brasil"
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"PESSOA": [
"MARCO AURÉLIO",
"LUIZ FUX",
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"Ayres Britto",
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"Dias Toffoli",
"Joaquim Barbosa",
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"Nelson Jobim",
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"LUIZ FUX",
"MARCO AURÉLIO",
"LUIZ FUX",
"EDÉSIO RIBEIRO NETO",
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"Adonai Novaes de Oliveira",
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"Alexandre Zangarini",
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"Munir Hammoud",
"Maurício Ali de Paula",
"Jocenil Paulo de Franca",
"Félix Fischer",
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"MARCO AURÉLIO",
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"Felix Fischer",
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"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Marco Aurélio",
"MARCO AURÉLIO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Marco Aurélio",
"MARCO AURÉLIO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"MARCO AURÉLIO",
"LUIZ FUX",
"EDÉSIO RIBEIRO NETO",
"ANA LÍVIA PEREIRA SANTOS",
"Luiz Fux",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Cláudia Sampaio Marques",
"Carmen Lilian",
"MARCO AURÉLIO",
"LUIZ FUX",
"EDÉSIO RIBEIRO NETO",
"ANA LÍVIA PEREIRA SANTOS",
"Luiz Fux",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Cláudia Sampaio Marques",
"Carmen Lilian"
],
"TEMPO": [
"20",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"2",
"-",
"3",
"-",
"2011",
"14",
"/",
"9",
"/",
"2010",
"12",
".",
"06",
".",
"2009",
"24",
"/",
"9",
"/",
"2010",
"25",
"/",
"6",
"/",
"2010",
"7",
"/",
"5",
"/",
"2010",
"23",
".",
"11",
".",
"10",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"06",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"29",
".",
"11",
".",
"10",
"16",
"/",
"3",
"/",
"2007",
"2",
"/",
"2",
"/",
"2007",
"4",
"/",
"3",
"/",
"2005",
"26",
"/",
"3",
"/",
"2010",
"20 de setembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
".",
"11",
".",
"10",
"16",
"/",
"3",
"/",
"2007",
"2",
"/",
"2",
"/",
"2007",
"4",
"/",
"3",
"/",
"2005",
"26",
"/",
"3",
"/",
"2010",
"20 de setembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"27 de fevereiro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"27 de fevereiro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11 de novembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11 de novembro de 2011",
"20",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"fevereiro deste ano",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"fevereiro deste ano",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"18",
"/",
"04",
"/",
"2005",
"14",
"/",
"02",
"/",
"2005",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"18",
"/",
"04",
"/",
"2005",
"14",
"/",
"02",
"/",
"2005",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"05",
"/",
"2010",
"26",
"/",
"10",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"05",
"/",
"2010",
"26",
"/",
"10",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2",
"-",
"3",
"-",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2",
"-",
"3",
"-",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"14",
"/",
"9",
"/",
"2010",
"23",
".",
"11",
".",
"10",
"29",
".",
"11",
".",
"10",
"16",
"/",
"3",
"/",
"2007",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"14",
"/",
"9",
"/",
"2010",
"23",
".",
"11",
".",
"10",
"29",
".",
"11",
".",
"10",
"16",
"/",
"3",
"/",
"2007",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"04",
".",
"03",
".",
"2005",
"24",
".",
"03",
".",
"2006",
"2",
"/",
"2",
"/",
"2007",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"04",
".",
"03",
".",
"2005",
"24",
".",
"03",
".",
"2006",
"2",
"/",
"2",
"/",
"2007",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"4",
"/",
"3",
"/",
"2005",
"26",
"/",
"3",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"4",
"/",
"3",
"/",
"2005",
"26",
"/",
"3",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
".",
"9",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
".",
"9",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
20/09/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 592.052 AMAZONAS
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
AGTE.(S)
:ESTADO DO AMAZONAS
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL
DO
ESTADO
DO
AMAZONAS
AGDO.(A/S)
:ALVADIR ASSUNÇÃO CAROLINO DA SILVA
ADV.(A/S)
:MARCOS
ALDENIR
FERREIRA
RIVAS
E
OUTRO(A/S)
RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL. O
recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova,
também não servindo à interpretação de normas estritamente legais.
AGRAVO – ARTIGO 557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL –
MULTA. Se o agravo é manifestamente infundado, impõe-se a aplicação
da multa prevista no § 2º do artigo 557 do Código de Processo Civil,
arcando a parte com o ônus decorrente da litigância de má-fé.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em negar provimento ao
agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto do
relator e por unanimidade, em sessão presidida pela Ministra Cármen
Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas
taquigráficas.
Brasília, 20 de setembro de 2011.
MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1605973.
Supremo Tribunal Federal
DJe 13/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8
Ementa
20/09/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 592.052 AMAZONAS
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
AGTE.(S)
:ESTADO DO AMAZONAS
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL
DO
ESTADO
DO
AMAZONAS
AGDO.(A/S)
:ALVADIR ASSUNÇÃO CAROLINO DA SILVA
ADV.(A/S)
:MARCOS
ALDENIR
FERREIRA
RIVAS
E
OUTRO(A/S)
RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL. O
recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova,
também não servindo à interpretação de normas estritamente legais.
AGRAVO – ARTIGO 557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL –
MULTA. Se o agravo é manifestamente infundado, impõe-se a aplicação
da multa prevista no § 2º do artigo 557 do Código de Processo Civil,
arcando a parte com o ônus decorrente da litigância de má-fé.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1605972.
Supremo Tribunal Federal
20/09/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 592.052 AMAZONAS
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
AGTE.(S)
:ESTADO DO AMAZONAS
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL
DO
ESTADO
DO
AMAZONAS
AGDO.(A/S)
:ALVADIR ASSUNÇÃO CAROLINO DA SILVA
ADV.(A/S)
:MARCOS
ALDENIR
FERREIRA
RIVAS
E
OUTRO(A/S)
RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL. O
recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova,
também não servindo à interpretação de normas estritamente legais.
AGRAVO – ARTIGO 557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL –
MULTA. Se o agravo é manifestamente infundado, impõe-se a aplicação
da multa prevista no § 2º do artigo 557 do Código de Processo Civil,
arcando a parte com o ônus decorrente da litigância de má-fé.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1605972.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8
Relatório
20/09/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 592.052 AMAZONAS
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
AGTE.(S)
:ESTADO DO AMAZONAS
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL
DO
ESTADO
DO
AMAZONAS
AGDO.(A/S)
:ALVADIR ASSUNÇÃO CAROLINO DA SILVA
ADV.(A/S)
:MARCOS
ALDENIR
FERREIRA
RIVAS
E
OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – À folha 279, proferi a
seguinte decisão:
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO
–
MATÉRIA LEGAL E FÁTICA – QUINTOS
– INTEGRAÇÃO.
1. A Corte de origem dirimiu a controvérsia a partir da
análise de fatos com base em preceitos estritamente legais.
Registrou a ocorrência de integração dos quintos à luz da
legislação de regência, assentando a irredutibilidade de
vencimentos e proventos. Somente pelo reexame dos dados
fáticos e consideradas normas estritamente legais, seria possível
concluir pelo desacerto do acórdão impugnado mediante o
extraordinário.
2. Ante o quadro, nego seguimento ao extraordinário.
3. Publiquem.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1605974.
Supremo Tribunal Federal
20/09/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 592.052 AMAZONAS
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
AGTE.(S)
:ESTADO DO AMAZONAS
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL
DO
ESTADO
DO
AMAZONAS
AGDO.(A/S)
:ALVADIR ASSUNÇÃO CAROLINO DA SILVA
ADV.(A/S)
:MARCOS
ALDENIR
FERREIRA
RIVAS
E
OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – À folha 279, proferi a
seguinte decisão:
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO
–
MATÉRIA LEGAL E FÁTICA – QUINTOS
– INTEGRAÇÃO.
1. A Corte de origem dirimiu a controvérsia a partir da
análise de fatos com base em preceitos estritamente legais.
Registrou a ocorrência de integração dos quintos à luz da
legislação de regência, assentando a irredutibilidade de
vencimentos e proventos. Somente pelo reexame dos dados
fáticos e consideradas normas estritamente legais, seria possível
concluir pelo desacerto do acórdão impugnado mediante o
extraordinário.
2. Ante o quadro, nego seguimento ao extraordinário.
3. Publiquem.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1605974.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8
Relatório
RE 592.052 AGR / AM
O agravante, na peça de folha 282 a 289, entende restar demonstrada
a existência de ofensa frontal aos artigos 5º, inciso XXXVI, 37, incisos X e
XIII, e 40, § 8º, da Constituição Federal. Alega a desnecessidade de
examinar-se norma infraconstitucional para o provimento do recurso e
sustenta não haver, por parte de servidor público, direito adquirido à
forma de cálculo dos vencimentos.
O agravado apresentou a impugnação de folha 297 a 305, apontando
o acerto do ato atacado.
É o relatório.
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1605974.
Supremo Tribunal Federal
RE 592.052 AGR / AM
O agravante, na peça de folha 282 a 289, entende restar demonstrada
a existência de ofensa frontal aos artigos 5º, inciso XXXVI, 37, incisos X e
XIII, e 40, § 8º, da Constituição Federal. Alega a desnecessidade de
examinar-se norma infraconstitucional para o provimento do recurso e
sustenta não haver, por parte de servidor público, direito adquirido à
forma de cálculo dos vencimentos.
O agravado apresentou a impugnação de folha 297 a 305, apontando
o acerto do ato atacado.
É o relatório.
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1605974.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8
Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
20/09/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 592.052 AMAZONAS
V O T O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Na
interposição deste agravo, observaram-se os pressupostos de
recorribilidade. A peça, subscrita por procurador do Estado, foi
protocolada no prazo legal. Conheço.
Atentem para o que decidido na origem. O Tribunal de Justiça do
Estado do Amazonas consignou (folhas 164 e 165):
[...]
Adentrando, enfim, no mérito, subsiste a alegação da
Autoridade impetrada, de que o direito almejado pelo
Impetrante não possui qualquer liquidez ou certeza.
A despeito disso, é incontroverso que a natureza
instrumental do mandamus não admite a dilação probatória,
razão pela qual, a prova do alegado deverá ser sempre pré-
constituída.
Nesse sentido, o Impetrante preocupou-se em demonstrar,
com riqueza de informações documentais, a legalidade do ato
que lhe concedera a indigitada vantagem pecuniária.
Em contrapartida, ainda que pesem as alterações trazidas
pela Lei nº 2.531, de 16 de abril de 1999, não há que se cogitar a
sua incidência no presente caso, tendo em vista a supremacia
do Princípio da segurança jurídica, protetor constitucional do
ato jurídico perfeito e acabado que, in casu, aposentou o
Impetrante.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1605975.
Supremo Tribunal Federal
20/09/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 592.052 AMAZONAS
V O T O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Na
interposição deste agravo, observaram-se os pressupostos de
recorribilidade. A peça, subscrita por procurador do Estado, foi
protocolada no prazo legal. Conheço.
Atentem para o que decidido na origem. O Tribunal de Justiça do
Estado do Amazonas consignou (folhas 164 e 165):
[...]
Adentrando, enfim, no mérito, subsiste a alegação da
Autoridade impetrada, de que o direito almejado pelo
Impetrante não possui qualquer liquidez ou certeza.
A despeito disso, é incontroverso que a natureza
instrumental do mandamus não admite a dilação probatória,
razão pela qual, a prova do alegado deverá ser sempre pré-
constituída.
Nesse sentido, o Impetrante preocupou-se em demonstrar,
com riqueza de informações documentais, a legalidade do ato
que lhe concedera a indigitada vantagem pecuniária.
Em contrapartida, ainda que pesem as alterações trazidas
pela Lei nº 2.531, de 16 de abril de 1999, não há que se cogitar a
sua incidência no presente caso, tendo em vista a supremacia
do Princípio da segurança jurídica, protetor constitucional do
ato jurídico perfeito e acabado que, in casu, aposentou o
Impetrante.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1605975.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8
Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
RE 592.052 AGR / AM
[...]
À vista do exposto, mostra-se incontroverso que a
vantagem pessoal concedida ao Impetrante, nos termos do
revogado artigo 82 da Lei nº 1.762/86, desafia a alteração trazida
pela Lei nº 2.531/99, haja vista que se constitui como direito
líquido e certo do Impetrante.
[...]
O deslinde da controvérsia deu-se à luz dos fatos e das provas e sob
o ângulo estritamente legal, não considerada a Constituição da República.
Está-se diante de conflito de interesses que tem desfecho no Tribunal de
origem, não ensejando campo ao acesso ao Supremo.
Este recurso ganha contornos protelatórios. Valho-me de trecho do
artigo “O Judiciário e a Litigância de Má-fé”, por mim outrora publicado:
Observa-se, portanto, a existência de instrumental hábil a
inibir-se manobras processuais procrastinatórias. Atento à
sinalização de derrocada do Judiciário, sufocado por número de
processos estranho à ordem natural das coisas, o Legislador
normatizou. Agora, em verdadeira resistência democrática ao
que vem acontecendo, compete ao Estado-juiz atuar com
desassombro, sob pena de tornar-se o responsável pela falência
do Judiciário. Cumpre-lhe, sem extravasamento, sem
menosprezo ao dever de preservar o direito de defesa das
partes, examinar, caso a caso, os recursos enquadráveis como
meramente protelatórios, restabelecendo a boa ordem
processual. Assim procedendo, honrará a responsabilidade
decorrente do ofício, alfim, a própria toga.
Ante o quadro, desprovejo o regimental. Imponho ao agravante, nos
termos do artigo 557, § 2º, do Código de Processo Civil, a multa de 5%
sobre o valor da causa devidamente corrigido, a reverter em benefício do
agravado.
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1605975.
Supremo Tribunal Federal
RE 592.052 AGR / AM
[...]
À vista do exposto, mostra-se incontroverso que a
vantagem pessoal concedida ao Impetrante, nos termos do
revogado artigo 82 da Lei nº 1.762/86, desafia a alteração trazida
pela Lei nº 2.531/99, haja vista que se constitui como direito
líquido e certo do Impetrante.
[...]
O deslinde da controvérsia deu-se à luz dos fatos e das provas e sob
o ângulo estritamente legal, não considerada a Constituição da República.
Está-se diante de conflito de interesses que tem desfecho no Tribunal de
origem, não ensejando campo ao acesso ao Supremo.
Este recurso ganha contornos protelatórios. Valho-me de trecho do
artigo “O Judiciário e a Litigância de Má-fé”, por mim outrora publicado:
Observa-se, portanto, a existência de instrumental hábil a
inibir-se manobras processuais procrastinatórias. Atento à
sinalização de derrocada do Judiciário, sufocado por número de
processos estranho à ordem natural das coisas, o Legislador
normatizou. Agora, em verdadeira resistência democrática ao
que vem acontecendo, compete ao Estado-juiz atuar com
desassombro, sob pena de tornar-se o responsável pela falência
do Judiciário. Cumpre-lhe, sem extravasamento, sem
menosprezo ao dever de preservar o direito de defesa das
partes, examinar, caso a caso, os recursos enquadráveis como
meramente protelatórios, restabelecendo a boa ordem
processual. Assim procedendo, honrará a responsabilidade
decorrente do ofício, alfim, a própria toga.
Ante o quadro, desprovejo o regimental. Imponho ao agravante, nos
termos do artigo 557, § 2º, do Código de Processo Civil, a multa de 5%
sobre o valor da causa devidamente corrigido, a reverter em benefício do
agravado.
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8
Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
RE 592.052 AGR / AM
3
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Supremo Tribunal Federal
RE 592.052 AGR / AM
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 592.052
PROCED. : AMAZONAS
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
AGTE.(S) : ESTADO DO AMAZONAS
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONAS
AGDO.(A/S) : ALVADIR ASSUNÇÃO CAROLINO DA SILVA
ADV.(A/S) : MARCOS ALDENIR FERREIRA RIVAS E OUTRO(A/S)
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, com imposição de multa, nos termos do voto
do Relator. Unânime. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia.
1ª Turma, 20.9.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocuradora-Geral da República, Dra. Cláudia Sampaio
Marques.
Carmen Lilian
Coordenadora
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Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 592.052
PROCED. : AMAZONAS
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
AGTE.(S) : ESTADO DO AMAZONAS
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONAS
AGDO.(A/S) : ALVADIR ASSUNÇÃO CAROLINO DA SILVA
ADV.(A/S) : MARCOS ALDENIR FERREIRA RIVAS E OUTRO(A/S)
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, com imposição de multa, nos termos do voto
do Relator. Unânime. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia.
1ª Turma, 20.9.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocuradora-Geral da República, Dra. Cláudia Sampaio
Marques.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1486556
Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1623972 | 2011-09-20T00:00:00 | 2011-12-13T00:00:00 | A Turma negou provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, com imposição de multa, nos termos do voto do Relator. Unânime. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 20.9.2011. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova, também não servindo à interpretação de normas estritamente legais.
AGRAVO – ARTIGO 557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – MULTA. Se o agravo é manifestamente infundado, impõe-se a aplicação da multa prevista no § 2º do artigo 557 do Código de Processo Civil, arcando a parte com o ônus decorrente da litigância de má-fé. | sjur202710 | Número de páginas: 8.
Análise: 13/01/2011, AMS. | MARCO AURÉLIO | Primeira Turma | 592052 | [
"LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\r\n ART-00557 PAR-00002 \r\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\r\n\r\n",
"LEG-EST LEI-001762 ANO-1986\r\n ART-00082 REVOGADO PELA LEI-02531/1999\r\n LEI ORDINÁRIA, AM\r\n\r\n",
"LEG-EST LEI-002531 ANO-1999\r\n LEI ORDINÁRIA, AM"
] | RE-AgR | acordaos | RE 592052 AgR | [
""
] | PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONAS
AGTE.(S) : ESTADO DO AMAZONAS
AGDO.(A/S) : ALVADIR ASSUNÇÃO CAROLINO DA SILVA
ADV.(A/S) : MARCOS ALDENIR FERREIRA RIVAS E OUTRO(A/S) | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 592 . 052 AMAZONAS",
"RECURSO",
"RECURSO",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 592 . 052",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 592 . 052",
"RE 592 . 052 AGR / AM",
"RE 592 . 052 AGR / AM",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 592 .",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 592 . 052 AMAZONAS",
"RE 592 . 052 AGR",
"RE 592 . 052",
"RE 592 . 052 AGR",
"RE 592 . 052 AGR / AM",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 592 . 052",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 592 . 052"
],
"LEGISLACAO": [
"ARTIGO 557 , § [UNK] , DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL",
"§ [UNK] do artigo 557 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTIGO 557 , § [UNK] , DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL",
"§ [UNK] do artigo 557 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTIGO 557 , § [UNK] , DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL",
"§ [UNK] do artigo 557 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] , inciso XXXVI , 37 , incisos X e XIII , e 40 , § [UNK] , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] , inciso XXXVI , 37 , incisos X e XIII , e 40 , § [UNK] , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 2 . 531",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 2 . 531",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 82 da Lei [UNK] 1 . 762 / 86",
"Lei [UNK] 2 . 531 / 99",
"Constituição da República",
"artigo 557 , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo",
"82 da Lei [UNK] 1 . 762 / 86",
"Lei [UNK] 2 . 531 / 99",
"Constituição da República",
"artigo 557 , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"ESTADO DO AMAZONAS",
"ESTADO DO AMAZONAS",
"Brasília",
"ESTADO DO AMAZONAS",
"ESTADO DO AMAZONAS",
"AMAZONAS",
"ESTADO DO AMAZONAS",
"ESTADO DO",
"AMAZONAS",
"ESTADO DO AMAZONAS",
"ESTADO DO AMAZONAS",
"ESTADO DO AMAZONAS",
"ESTADO DO AMAZONAS",
"AMAZONAS",
"ESTADO DO AMAZONAS",
"ESTADO DO AMAZONAS",
"AMAZONAS",
"ESTADO DO AMAZONAS",
"ESTADO DO AMAZONAS"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"AMAZONAS",
"Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"AGR",
"/",
"AM",
"Supremo",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"MARCO AURÉLIO",
"ALVADIR ASSUNÇÃO CAROLINO DA SILVA",
"MARCOS ALDENIR FERREIRA RIVAS",
"Cármen Lúcia",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"ALVADIR ASSUNÇÃO CAROLINO DA SILVA",
"MARCOS ALDENIR FERREIRA RIVAS",
"MARCO AURÉLIO",
"ALVADIR ASSUNÇÃO CAROLINO DA SILVA",
"MARCOS ALDENIR FERREIRA RIVAS",
"MARCO AURÉLIO",
"ALVADIR",
"CAROLINO DA SILVA",
"MARCOS ALDENIR FERREIRA RIVAS",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"ALVADIR ASSUNÇÃO CAROLINO DA SILVA",
"MARCOS ALDENIR FERREIRA RIVAS",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"ALVADIR ASSUNÇÃO",
"CAROLINO DA SILVA",
"MARCOS ALDENIR FERREIRA RIVAS",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Cláudia Sampaio Marques",
"Carmen Lilian",
"MARCO AURÉLIO",
"ALVADIR ASSUNÇÃO CAROLINO DA SILVA",
"MARCOS ALDENIR FERREIRA RIVAS",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Cláudia Sampaio Marques",
"Carmen Lilian"
],
"TEMPO": [
"20",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"20 de setembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"13",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"20",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"16 de abril de 1999",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"16 de abril de 1999",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
".",
"9",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
".",
"9",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
20/09/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 108.483 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S)
:DOUGLAS MEYER OLIVEIRA
IMPTE.(S)
:PAULO FAYET
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. PRISÃO EM
FLAGRANTE POR TRÁFICO DE DROGAS. INDEFERIMENTO DE
LIBERDADE PROVISÓRIA. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO
IDÔNEA. DESPROPORCIONALIDADE. ORDEM CONCEDIDA.
I – A prisão, antes da condenação definitiva, pode ser decretada
segundo o prudente arbítrio do magistrado, quando evidenciada a
materialidade delitiva e desde que presentes indícios suficientes de
autoria. Mas ela deve guardar relação direta com fatos concretos que a
justifiquem, sob pena de se mostrar ilegal.
II – No caso sob exame, a reiteração criminosa aludida pelo
magistrado processante na decisão que indeferiu a liberdade provisória
está fundada apenas em uma denúncia anônima, que teria indicado o
paciente como sendo um traficante local.
III – Custódia cautelar que, além de não estar devidamente
motivada, mostra-se desproporcional e desnecessária à espécie.
IV – Ordem concedida para colocar o paciente em liberdade
provisória, devendo ser expedido o respectivo alvará de soltura somente
se por outro motivo não estiver preso.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do
Senhor Ministro Ayres Britto, na conformidade da ata de julgamentos e
das notas taquigráficas, por unanimidade, conceder a ordem para colocar
o paciente em liberdade provisória, relativamente ao Processo
001/2.10.0101170-6, da 11ª Vara Criminal do Foro Central de Porto
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
DJe 16/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 13
Ementa e Acórdão
HC 108.483 / RS
Alegre/RS, sem prejuízo de que o magistrado de primeiro grau, caso
entenda necessário, fixe, de forma fundamentada, uma ou mais de uma
das medidas cautelares previstas no art. 319 do Código de Processo Penal
(na redação conferida pela Lei 12.403/2011), devendo ser expedido o
respectivo alvará de soltura somente se por outro motivo não estiver
preso. Por conseguinte, julgar prejudicado o pedido de reconsideração,
nos termos do voto do Relator. Ausente, justificadamente, o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa.
Brasília, 20 de setembro de 2011.
RICARDO LEWANDOWSKI – RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
HC 108.483 / RS
Alegre/RS, sem prejuízo de que o magistrado de primeiro grau, caso
entenda necessário, fixe, de forma fundamentada, uma ou mais de uma
das medidas cautelares previstas no art. 319 do Código de Processo Penal
(na redação conferida pela Lei 12.403/2011), devendo ser expedido o
respectivo alvará de soltura somente se por outro motivo não estiver
preso. Por conseguinte, julgar prejudicado o pedido de reconsideração,
nos termos do voto do Relator. Ausente, justificadamente, o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa.
Brasília, 20 de setembro de 2011.
RICARDO LEWANDOWSKI – RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 13
Relatório
20/09/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 108.483 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S)
:DOUGLAS MEYER OLIVEIRA
IMPTE.(S)
:PAULO FAYET
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Trata-se de
habeas corpus, com pedido de medida liminar, impetrado por Paulo Fayet
em favor de DOUGLAS MEYER DE OLIVEIRA, contra acórdão da
Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, que denegou a ordem
pleiteada no HC 187.584/RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho.
O impetrante narra, de início, que o paciente foi preso em flagrante
em 14/9/2010, pela suposta prática do delito previsto no art. 33, caput, da
Lei 11.343/2006, sendo a prisão imediatamente homologada pela
autoridade judiciária de plantão.
Diz, ainda, que, nesse ínterim, a defesa formulou pedido de
liberdade provisória, tendo o magistrado de primeiro grau indeferido o
pleito, com fundamento exclusivo na vedação legal prevista no art. 44 da
Lei 11.343/2006.
Relata, outrossim, que, insistindo na concessão do referido benefício,
a defesa impetrou habeas corpus no Tribunal de Justiça do Estado do Rio
Grande do Sul e, posteriormente, outro no Superior Tribunal de Justiça,
sendo denegada a ordem em ambas as impetrações.
É contra a decisão do Superior Tribunal que se insurge o impetrante.
Alega, inicialmente, que, embora a droga apreendida (265 gramas de
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
20/09/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 108.483 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S)
:DOUGLAS MEYER OLIVEIRA
IMPTE.(S)
:PAULO FAYET
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Trata-se de
habeas corpus, com pedido de medida liminar, impetrado por Paulo Fayet
em favor de DOUGLAS MEYER DE OLIVEIRA, contra acórdão da
Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, que denegou a ordem
pleiteada no HC 187.584/RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho.
O impetrante narra, de início, que o paciente foi preso em flagrante
em 14/9/2010, pela suposta prática do delito previsto no art. 33, caput, da
Lei 11.343/2006, sendo a prisão imediatamente homologada pela
autoridade judiciária de plantão.
Diz, ainda, que, nesse ínterim, a defesa formulou pedido de
liberdade provisória, tendo o magistrado de primeiro grau indeferido o
pleito, com fundamento exclusivo na vedação legal prevista no art. 44 da
Lei 11.343/2006.
Relata, outrossim, que, insistindo na concessão do referido benefício,
a defesa impetrou habeas corpus no Tribunal de Justiça do Estado do Rio
Grande do Sul e, posteriormente, outro no Superior Tribunal de Justiça,
sendo denegada a ordem em ambas as impetrações.
É contra a decisão do Superior Tribunal que se insurge o impetrante.
Alega, inicialmente, que, embora a droga apreendida (265 gramas de
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 13
Relatório
HC 108.483 / RS
“maconha”) estivesse jogada no meio de um grupo de jovens que se
encontravam no pátio interno do prédio onde reside um deles, somente o
paciente foi denunciado pela prática delituosa.
Aduz, em seguida, que o acórdão ora questionado “está ancorado em
motivação manifestamente nula, configurando-se, de igual sorte, em coação
ilegal ao direito de ir e vir, utilizando-se, agora, de dois argumentos para a
manutenção do decreto de prisão preventiva do paciente” (grifos no original).
São eles: a vedação contida no art. 44 da Lei 11.343/2006 e a garantida da
ordem pública “tendo em vista a qualidade (sic) do entorpecente apreendido
(265 gramas de maconha)”.
Quanto à vedação legal, ressalta que esta Suprema Corte já firmou o
entendimento de que, mesmo nos casos de tráfico de drogas, a prisão
cautelar só é possível se estiverem presentes os requisitos do art. 312 do
Código de Processo Penal, o que não ocorre no caso presente.
Esclarece, nesse ponto, que “a r. decisão apenas se referiu à quantidade
de droga, a qual perfaz 265 gramas de maconha, encontrada dentre vários jovens,
apreendida 'no chão', como disse a denúncia. Em posse do ora paciente, disse a
inicial acusatória, havia apenas 47,70 gramas, circunstância que se amolda, ao
máximo com a situação de usuário, jamais de traficância” (grifos no original).
Assevera, ainda, que a indicação de garantia da ordem pública,
como forma de impedir a liberdade provisória, é totalmente desprovida
de elementos concretos, pois não condiz “com a realidade fática de
necessidade da custódia, apenas trazendo como base a 'quantidade de droga'
apreendida”. Argumenta, ademais, que esse fundamento não foi utilizado
pelo magistrado de primeira instância.
Requer, ao final, liminarmente, a revogação da segregação cautelar,
permitindo que o paciente responda ao processo em liberdade. No
mérito, pede a concessão da ordem para que ele possa permanecer solto
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
HC 108.483 / RS
“maconha”) estivesse jogada no meio de um grupo de jovens que se
encontravam no pátio interno do prédio onde reside um deles, somente o
paciente foi denunciado pela prática delituosa.
Aduz, em seguida, que o acórdão ora questionado “está ancorado em
motivação manifestamente nula, configurando-se, de igual sorte, em coação
ilegal ao direito de ir e vir, utilizando-se, agora, de dois argumentos para a
manutenção do decreto de prisão preventiva do paciente” (grifos no original).
São eles: a vedação contida no art. 44 da Lei 11.343/2006 e a garantida da
ordem pública “tendo em vista a qualidade (sic) do entorpecente apreendido
(265 gramas de maconha)”.
Quanto à vedação legal, ressalta que esta Suprema Corte já firmou o
entendimento de que, mesmo nos casos de tráfico de drogas, a prisão
cautelar só é possível se estiverem presentes os requisitos do art. 312 do
Código de Processo Penal, o que não ocorre no caso presente.
Esclarece, nesse ponto, que “a r. decisão apenas se referiu à quantidade
de droga, a qual perfaz 265 gramas de maconha, encontrada dentre vários jovens,
apreendida 'no chão', como disse a denúncia. Em posse do ora paciente, disse a
inicial acusatória, havia apenas 47,70 gramas, circunstância que se amolda, ao
máximo com a situação de usuário, jamais de traficância” (grifos no original).
Assevera, ainda, que a indicação de garantia da ordem pública,
como forma de impedir a liberdade provisória, é totalmente desprovida
de elementos concretos, pois não condiz “com a realidade fática de
necessidade da custódia, apenas trazendo como base a 'quantidade de droga'
apreendida”. Argumenta, ademais, que esse fundamento não foi utilizado
pelo magistrado de primeira instância.
Requer, ao final, liminarmente, a revogação da segregação cautelar,
permitindo que o paciente responda ao processo em liberdade. No
mérito, pede a concessão da ordem para que ele possa permanecer solto
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 13
Relatório
HC 108.483 / RS
ao longo da ação penal.
Em 24/5/2011, indeferi a medida liminar, solicitei informações ao
Juízo da 11ª Vara Criminal de Porto Alegre/RS e determinei, na sequência,
fosse ouvido o Procurador-Geral da República.
As informações foram prestadas por meio do Ofício 40/2011 – GAB,
de 7/6/2011, protocolizado nesta Corte em 15/6/2011.
Em 23/8/2011, ante a nova legislação que tratou das medidas
cautelares alternativas (Lei 12.403/2011), o impetrante requereu a
reconsideração da decisão que indeferiu a medida liminar. O pedido não
foi apreciado, em virtude de o processo já estar pronto para julgamento
de mérito.
O Ministério Público Federal, em parecer da lavra do
Subprocurador-Geral da República Edson Oliveira de Almeida,
manifestou-se pela denegação da ordem.
É o relatório.
3
Supremo Tribunal Federal
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HC 108.483 / RS
ao longo da ação penal.
Em 24/5/2011, indeferi a medida liminar, solicitei informações ao
Juízo da 11ª Vara Criminal de Porto Alegre/RS e determinei, na sequência,
fosse ouvido o Procurador-Geral da República.
As informações foram prestadas por meio do Ofício 40/2011 – GAB,
de 7/6/2011, protocolizado nesta Corte em 15/6/2011.
Em 23/8/2011, ante a nova legislação que tratou das medidas
cautelares alternativas (Lei 12.403/2011), o impetrante requereu a
reconsideração da decisão que indeferiu a medida liminar. O pedido não
foi apreciado, em virtude de o processo já estar pronto para julgamento
de mérito.
O Ministério Público Federal, em parecer da lavra do
Subprocurador-Geral da República Edson Oliveira de Almeida,
manifestou-se pela denegação da ordem.
É o relatório.
3
Supremo Tribunal Federal
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Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
20/09/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 108.483 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Bem
examinados os autos, tenho que o caso é de concessão da ordem.
O acórdão ora questionado tem a seguinte ementa:
“HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO. NARCOTRÁFICO.
PRISÃO EM FLAGRANTE EM 14.09.10. LIBERDADE
PROVISÓRIA. VEDAÇÃO LEGAL. NORMA ESPECIAL. LEI
11.343/06. FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL. ART. 5º, XLIII
DA CF/88. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. GARANTIA DA
ORDEM PÚBLICA. QUALIDADE DA DROGA (265 GRAMAS
DE MACONHA). PARECER DO MPF PELA DENEGAÇÃO DO
WRIT. ORDEM DENEGADA.
1. A vedação de concessão de liberdade provisória, na hipótese de
acusados da prática de tráfico ilícito de entorpecentes, encontra
amparo no art. 44 da Lei 11.343/06 (nova Lei de Tóxicos), que é
norma especial em relação ao parágrafo único do art. 310 do CPP e à
Lei de Crimes Hediondos, com a nova redação dada pela Lei
11.464/07; a Carta Magna (art. 5º, XLIII) prevê a inafiançabilidade do
crime de tráfico ilícito de entorpecentes, fornecendo a base
constitucional dos dispositivos constantes das Leis 11.343/06 e
11.464/07.
2. Referida vedação legal é, portanto, razão idônea e suficiente
para o indeferimento da benesse, de sorte que prescinde de maiores
digressões a decisão que indefere o pedido de liberdade provisória,
nestes casos, conforme reiterados precedentes desta Turma Julgadora.
3. Ademais, no caso concreto, presentes indícios veementes de
autoria e provada a materialidade do delito, a manutenção da prisão
cautelar encontra-se plenamente justificada na garantia da ordem
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20/09/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 108.483 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Bem
examinados os autos, tenho que o caso é de concessão da ordem.
O acórdão ora questionado tem a seguinte ementa:
“HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO. NARCOTRÁFICO.
PRISÃO EM FLAGRANTE EM 14.09.10. LIBERDADE
PROVISÓRIA. VEDAÇÃO LEGAL. NORMA ESPECIAL. LEI
11.343/06. FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL. ART. 5º, XLIII
DA CF/88. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. GARANTIA DA
ORDEM PÚBLICA. QUALIDADE DA DROGA (265 GRAMAS
DE MACONHA). PARECER DO MPF PELA DENEGAÇÃO DO
WRIT. ORDEM DENEGADA.
1. A vedação de concessão de liberdade provisória, na hipótese de
acusados da prática de tráfico ilícito de entorpecentes, encontra
amparo no art. 44 da Lei 11.343/06 (nova Lei de Tóxicos), que é
norma especial em relação ao parágrafo único do art. 310 do CPP e à
Lei de Crimes Hediondos, com a nova redação dada pela Lei
11.464/07; a Carta Magna (art. 5º, XLIII) prevê a inafiançabilidade do
crime de tráfico ilícito de entorpecentes, fornecendo a base
constitucional dos dispositivos constantes das Leis 11.343/06 e
11.464/07.
2. Referida vedação legal é, portanto, razão idônea e suficiente
para o indeferimento da benesse, de sorte que prescinde de maiores
digressões a decisão que indefere o pedido de liberdade provisória,
nestes casos, conforme reiterados precedentes desta Turma Julgadora.
3. Ademais, no caso concreto, presentes indícios veementes de
autoria e provada a materialidade do delito, a manutenção da prisão
cautelar encontra-se plenamente justificada na garantia da ordem
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Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
HC 108.483 / RS
pública, tendo em vista a qualidade do entorpecente apreendido (265
gramas de maconha).
4. Ordem denegada, em conformidade com o parecer
ministerial”.
Neste writ, o impetrante postula o reconhecimento do direito de o
paciente aguardar em liberdade o trânsito em julgado da ação penal, ao
fundamento de que o juízo de primeiro grau teria indeferido o pedido de
liberdade provisória com base tão somente na vedação imposta pela Lei
de Drogas (art. 44).
A pretensão merece acolhida.
Isso porque o indeferimento do pedido de liberdade provisória
fundou-se na vedação legal prevista no art. 44 da Lei 11.343/2006 e na
necessidade de se preservar a ordem pública em razão da reiteração
criminosa, fundamentos, a meu ver, insuficientes para se manter o
paciente na prisão. Está naquele decisum o seguinte:
“(...)
A segregação cautelar do acusado vai mantida. O crime de
tráfico de drogas é insuscetível de sursis, graça, indulto, anistia e
liberdade provisória (art. 44, caput, da Lei nº 11.343/2006). Aliás,
STF já decidiu, inclusive em sede de reclamação contra acórdão
oriundo da Corte Estadual (nº 8905, Rel, Min. ELLEN GRACIE) que
a proibição de liberdade provisória, nos casos de crimes hediondos e
equiparados, decorre da própria inafiançabilidade imposta pela
Constituição da República à legislação ordinária (Constituição da
República, art. 5º, inc. XLIII) (STF, HC N. 98.548-SC, 1ª T., Rel.
MIN. CARMEN LÚCIA, j. 24-11-2009).
Ademais, a quantidade de droga apreendida é significativa
(264,9 gramas de maconha – 47,70 gramas estavam em dos seus
bolsos e na cueca; e, o restante, no chão) e, segundo a denúncia, foi
resultado de uma denúncia anônima que relatava a prática de tráfico
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HC 108.483 / RS
pública, tendo em vista a qualidade do entorpecente apreendido (265
gramas de maconha).
4. Ordem denegada, em conformidade com o parecer
ministerial”.
Neste writ, o impetrante postula o reconhecimento do direito de o
paciente aguardar em liberdade o trânsito em julgado da ação penal, ao
fundamento de que o juízo de primeiro grau teria indeferido o pedido de
liberdade provisória com base tão somente na vedação imposta pela Lei
de Drogas (art. 44).
A pretensão merece acolhida.
Isso porque o indeferimento do pedido de liberdade provisória
fundou-se na vedação legal prevista no art. 44 da Lei 11.343/2006 e na
necessidade de se preservar a ordem pública em razão da reiteração
criminosa, fundamentos, a meu ver, insuficientes para se manter o
paciente na prisão. Está naquele decisum o seguinte:
“(...)
A segregação cautelar do acusado vai mantida. O crime de
tráfico de drogas é insuscetível de sursis, graça, indulto, anistia e
liberdade provisória (art. 44, caput, da Lei nº 11.343/2006). Aliás,
STF já decidiu, inclusive em sede de reclamação contra acórdão
oriundo da Corte Estadual (nº 8905, Rel, Min. ELLEN GRACIE) que
a proibição de liberdade provisória, nos casos de crimes hediondos e
equiparados, decorre da própria inafiançabilidade imposta pela
Constituição da República à legislação ordinária (Constituição da
República, art. 5º, inc. XLIII) (STF, HC N. 98.548-SC, 1ª T., Rel.
MIN. CARMEN LÚCIA, j. 24-11-2009).
Ademais, a quantidade de droga apreendida é significativa
(264,9 gramas de maconha – 47,70 gramas estavam em dos seus
bolsos e na cueca; e, o restante, no chão) e, segundo a denúncia, foi
resultado de uma denúncia anônima que relatava a prática de tráfico
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Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
HC 108.483 / RS
por pessoa de nome Douglas. Foi encontrado com o réu, ainda, certa
quantia de dinheiro (R$ 24,00). Aliás, nada impede que o réu seja,
também usuário de drogas, o que se constitui na figura do usuário-
traficante – circunstância a ser apurada, de qualquer forma, ao longo
da instrução”.
Como visto, a decisão que indeferiu o pedido de liberdade
provisória ao paciente estribou-se na vedação legal do art. 44 da Lei
11.343/2006, o qual, de fato, num primeiro momento, teve o aval de
ambas as Turmas desta Corte, que firmaram entendimento no sentido de
que era vedada a liberdade provisória aos crimes de tráfico de
entorpecentes. Contudo, esta Segunda Turma, no julgamento do HC
93.115/BA, Rel. Min. Eros Grau, e do HC 100.185/PA, Rel. Min. Gilmar
Mendes, posicionou-se em sentido contrário para admitir a possibilidade
de concessão de liberdade provisória em se tratando de delito de tráfico
de substância entorpecente, devendo o magistrado processante, para
manter a prisão, analisar, no caso concreto, se estão presentes os
requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal. Eis a ementa desses
julgados:
“HABEAS CORPUS. PENAL, PROCESSUAL PENAL E
CONSTITUCIONAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES.
SEGREGAÇÃO CAUTELAR. GARANTIA DA ORDEM
PÚBLICA. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DE SITUAÇÃO
FÁTICA. LIBERDADE PROVISÓRIA INDEFERIDA COM
FUNDAMENTO NO ART. 44 DA LEI N. 11.343.
INCONSTITUCIONALIDADE:
NECESSIDADE
DE
ADEQUAÇÃO DESSE PRECEITO AOS ARTIGOS 1º, INCISO
III, E 5º, INCISOS LIV E LVII, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL.
ORDEM CONCEDIDA.
1. Liberdade provisória indeferida com fundamento na vedação
contida no art. 44 da Lei n. 11.343/06, sem indicação de situação
fática vinculada a qualquer das hipóteses do artigo 312 do Código de
Processo Penal.
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por pessoa de nome Douglas. Foi encontrado com o réu, ainda, certa
quantia de dinheiro (R$ 24,00). Aliás, nada impede que o réu seja,
também usuário de drogas, o que se constitui na figura do usuário-
traficante – circunstância a ser apurada, de qualquer forma, ao longo
da instrução”.
Como visto, a decisão que indeferiu o pedido de liberdade
provisória ao paciente estribou-se na vedação legal do art. 44 da Lei
11.343/2006, o qual, de fato, num primeiro momento, teve o aval de
ambas as Turmas desta Corte, que firmaram entendimento no sentido de
que era vedada a liberdade provisória aos crimes de tráfico de
entorpecentes. Contudo, esta Segunda Turma, no julgamento do HC
93.115/BA, Rel. Min. Eros Grau, e do HC 100.185/PA, Rel. Min. Gilmar
Mendes, posicionou-se em sentido contrário para admitir a possibilidade
de concessão de liberdade provisória em se tratando de delito de tráfico
de substância entorpecente, devendo o magistrado processante, para
manter a prisão, analisar, no caso concreto, se estão presentes os
requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal. Eis a ementa desses
julgados:
“HABEAS CORPUS. PENAL, PROCESSUAL PENAL E
CONSTITUCIONAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES.
SEGREGAÇÃO CAUTELAR. GARANTIA DA ORDEM
PÚBLICA. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DE SITUAÇÃO
FÁTICA. LIBERDADE PROVISÓRIA INDEFERIDA COM
FUNDAMENTO NO ART. 44 DA LEI N. 11.343.
INCONSTITUCIONALIDADE:
NECESSIDADE
DE
ADEQUAÇÃO DESSE PRECEITO AOS ARTIGOS 1º, INCISO
III, E 5º, INCISOS LIV E LVII, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL.
ORDEM CONCEDIDA.
1. Liberdade provisória indeferida com fundamento na vedação
contida no art. 44 da Lei n. 11.343/06, sem indicação de situação
fática vinculada a qualquer das hipóteses do artigo 312 do Código de
Processo Penal.
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Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
HC 108.483 / RS
2. Entendimento respaldado na inafiançabilidade do crime de
tráfico de entorpecentes, estabelecida no artigo 5º, inciso XLIII, da
Constituição do Brasil. Afronta escancarada aos princípios da
presunção de inocência, do devido processo legal e da dignidade da
pessoa humana.
3. Inexistência de antinomias na Constituição. Necessidade de
adequação, a esses princípios, da norma infraconstitucional e da
veiculada no artigo 5º, inciso XLIII, da Constituição do Brasil. A
regra estabelecida na Constituição, bem assim na legislação
infraconstitucional, é a liberdade. A prisão faz exceção a essa regra, de
modo que, a admitir-se que o artigo 5º, inciso XLIII, estabelece, além
das restrições nele contidas, vedação à liberdade provisória, o conflito
entre normas estaria instalado.
4. A inafiançabilidade não pode e não deve --- considerados os
princípios da presunção de inocência, da dignidade da pessoa humana,
da ampla defesa e do devido processo legal --- constituir causa
impeditiva da liberdade provisória.
5. Não se nega a acentuada nocividade da conduta do traficante
de entorpecentes. Nocividade aferível pelos malefícios provocados no
que concerne à saúde pública, exposta a sociedade a danos concretos e
a riscos iminentes. Não obstante, a regra consagrada no ordenamento
jurídico brasileiro é a liberdade; a prisão, a exceção. A regra cede a ela
em situações marcadas pela demonstração cabal da necessidade da
segregação ante tempus. Impõe-se, porém, ao juiz o dever de
explicitar as razões pelas quais alguém deva ser preso, ou assim
mantido cautelarmente.
Ordem concedida a fim de que o paciente seja posto em
liberdade, se por al não estiver preso” (HC 93.115/BA).
“Habeas Corpus. 2. Tráfico de drogas. Prisão em flagrante.
Liberdade provisória. Vedação expressa (Lei 11.343/2006, art. 44). 3.
Constrição cautelar mantida somente com base na proibição legal. 4.
Necessidade de análise dos requisitos do art. 312 do CPP.
Fundamentação inidônea. 5. Ordem concedida para tornar definitiva a
liminar” (HC 100.185/PA).
4
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HC 108.483 / RS
2. Entendimento respaldado na inafiançabilidade do crime de
tráfico de entorpecentes, estabelecida no artigo 5º, inciso XLIII, da
Constituição do Brasil. Afronta escancarada aos princípios da
presunção de inocência, do devido processo legal e da dignidade da
pessoa humana.
3. Inexistência de antinomias na Constituição. Necessidade de
adequação, a esses princípios, da norma infraconstitucional e da
veiculada no artigo 5º, inciso XLIII, da Constituição do Brasil. A
regra estabelecida na Constituição, bem assim na legislação
infraconstitucional, é a liberdade. A prisão faz exceção a essa regra, de
modo que, a admitir-se que o artigo 5º, inciso XLIII, estabelece, além
das restrições nele contidas, vedação à liberdade provisória, o conflito
entre normas estaria instalado.
4. A inafiançabilidade não pode e não deve --- considerados os
princípios da presunção de inocência, da dignidade da pessoa humana,
da ampla defesa e do devido processo legal --- constituir causa
impeditiva da liberdade provisória.
5. Não se nega a acentuada nocividade da conduta do traficante
de entorpecentes. Nocividade aferível pelos malefícios provocados no
que concerne à saúde pública, exposta a sociedade a danos concretos e
a riscos iminentes. Não obstante, a regra consagrada no ordenamento
jurídico brasileiro é a liberdade; a prisão, a exceção. A regra cede a ela
em situações marcadas pela demonstração cabal da necessidade da
segregação ante tempus. Impõe-se, porém, ao juiz o dever de
explicitar as razões pelas quais alguém deva ser preso, ou assim
mantido cautelarmente.
Ordem concedida a fim de que o paciente seja posto em
liberdade, se por al não estiver preso” (HC 93.115/BA).
“Habeas Corpus. 2. Tráfico de drogas. Prisão em flagrante.
Liberdade provisória. Vedação expressa (Lei 11.343/2006, art. 44). 3.
Constrição cautelar mantida somente com base na proibição legal. 4.
Necessidade de análise dos requisitos do art. 312 do CPP.
Fundamentação inidônea. 5. Ordem concedida para tornar definitiva a
liminar” (HC 100.185/PA).
4
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Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
HC 108.483 / RS
Portanto, sem me manifestar, ainda, sobre a validade da vedação
legal do art. 44 da Lei 11.343/2006, que se encontra em julgamento no
Plenário desta Suprema Corte, tenho que, no caso sob exame, a
necessidade de garantia da ordem pública não foi concretamente
demonstrada no decisum de primeiro grau.
Nos termos de remansosa jurisprudência desta Corte, o decreto de
prisão processual há que fundar-se em elementos fáticos concretos,
suficientes a demonstrar a necessidade da medida constritiva.
A prisão, antes da condenação definitiva, como se sabe, pode, sim,
ser decretada, segundo o prudente arbítrio do magistrado, quando
evidenciada a materialidade delitiva e desde que presentes indícios
suficientes de autoria. Mas ela deve guardar relação direta com fatos
concretos que a justifiquem, sob pena de se mostrar ilegal.
Veja-se, nesse ponto, que a reiteração criminosa aludida pelo
magistrado processante está fundada apenas em uma denúncia anônima,
que teria indicado o paciente como sendo um traficante local.
Ademais, embora a quantidade de droga apreendida não possa ser
considerada irrelevante, tenho que esse fator não elevará a pena num
patamar que justifique a mantença do paciente no cárcere por um período
que já ultrapassa um ano.
Em consulta ao sítio eletrônico do Tribunal de Justiça do Estado do
Rio Grande do Sul, é possível verificar que ainda não ocorreu a audiência
de instrução e julgamento, que está designada para 26/9/2011.
Assim, a prisão cautelar, além de não estar devidamente motivada,
mostra-se desproporcional e desnecessária à espécie.
5
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Portanto, sem me manifestar, ainda, sobre a validade da vedação
legal do art. 44 da Lei 11.343/2006, que se encontra em julgamento no
Plenário desta Suprema Corte, tenho que, no caso sob exame, a
necessidade de garantia da ordem pública não foi concretamente
demonstrada no decisum de primeiro grau.
Nos termos de remansosa jurisprudência desta Corte, o decreto de
prisão processual há que fundar-se em elementos fáticos concretos,
suficientes a demonstrar a necessidade da medida constritiva.
A prisão, antes da condenação definitiva, como se sabe, pode, sim,
ser decretada, segundo o prudente arbítrio do magistrado, quando
evidenciada a materialidade delitiva e desde que presentes indícios
suficientes de autoria. Mas ela deve guardar relação direta com fatos
concretos que a justifiquem, sob pena de se mostrar ilegal.
Veja-se, nesse ponto, que a reiteração criminosa aludida pelo
magistrado processante está fundada apenas em uma denúncia anônima,
que teria indicado o paciente como sendo um traficante local.
Ademais, embora a quantidade de droga apreendida não possa ser
considerada irrelevante, tenho que esse fator não elevará a pena num
patamar que justifique a mantença do paciente no cárcere por um período
que já ultrapassa um ano.
Em consulta ao sítio eletrônico do Tribunal de Justiça do Estado do
Rio Grande do Sul, é possível verificar que ainda não ocorreu a audiência
de instrução e julgamento, que está designada para 26/9/2011.
Assim, a prisão cautelar, além de não estar devidamente motivada,
mostra-se desproporcional e desnecessária à espécie.
5
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Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
HC 108.483 / RS
Ante esse quadro, concedo a ordem para colocar o paciente em
liberdade provisória, relativamente ao Processo 001/2.10.0101170-6, da 11ª
Vara Criminal do Foro Central de Porto Alegre/RS, sem prejuízo de que o
magistrado de primeiro grau, caso entenda necessário, fixe, de forma
fundamentada, uma ou mais de uma das medidas cautelares previstas no
art. 319 do Código de Processo Penal (na redação conferida pela Lei
12.403/2011), devendo ser expedido o respectivo alvará de soltura
somente se por outro motivo não estiver preso. Por conseguinte, julgo
prejudicado o pedido de reconsideração.
6
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Supremo Tribunal Federal
HC 108.483 / RS
Ante esse quadro, concedo a ordem para colocar o paciente em
liberdade provisória, relativamente ao Processo 001/2.10.0101170-6, da 11ª
Vara Criminal do Foro Central de Porto Alegre/RS, sem prejuízo de que o
magistrado de primeiro grau, caso entenda necessário, fixe, de forma
fundamentada, uma ou mais de uma das medidas cautelares previstas no
art. 319 do Código de Processo Penal (na redação conferida pela Lei
12.403/2011), devendo ser expedido o respectivo alvará de soltura
somente se por outro motivo não estiver preso. Por conseguinte, julgo
prejudicado o pedido de reconsideração.
6
Supremo Tribunal Federal
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
20/09/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 108.483 RIO GRANDE DO SUL
VOTO
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Eu até fiquei
surpreso, porque, lendo o cuidadoso parecer do Subprocurador-Geral
Edson Oliveira de Almeida, vi que Sua Excelência invoca a cláusula
constante do artigo 44, dizendo que seria fundamento suficiente para a
manutenção da custódia cautelar por se tratar de norma especial. Mas nós
todos sabemos que a jurisprudência, consolidada no próprio Plenário,
indica que essa vedação cautelar legal não é suficiente, e também não é
suficiente, como disse o Relator, a simples invocação do fundamento de
ordem pública.
De modo que eu também acompanho Sua Excelência.
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Supremo Tribunal Federal
20/09/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 108.483 RIO GRANDE DO SUL
VOTO
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Eu até fiquei
surpreso, porque, lendo o cuidadoso parecer do Subprocurador-Geral
Edson Oliveira de Almeida, vi que Sua Excelência invoca a cláusula
constante do artigo 44, dizendo que seria fundamento suficiente para a
manutenção da custódia cautelar por se tratar de norma especial. Mas nós
todos sabemos que a jurisprudência, consolidada no próprio Plenário,
indica que essa vedação cautelar legal não é suficiente, e também não é
suficiente, como disse o Relator, a simples invocação do fundamento de
ordem pública.
De modo que eu também acompanho Sua Excelência.
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Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 108.483
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S) : DOUGLAS MEYER OLIVEIRA
IMPTE.(S) : PAULO FAYET
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: A Turma, por unanimidade, concedeu a ordem para
colocar o paciente em liberdade provisória, relativamente ao
Processo 001/2.10.0101170-6, da 11ª Vara Criminal do Foro Central
de Porto Alegre/RS, sem prejuízo de que o magistrado de primeiro
grau, caso entenda necessário, fixe, de forma fundamentada, uma ou
mais de uma das medidas cautelares previstas no art. 319 do Código
de Processo Penal (na redação conferida pela Lei 12.403/2011),
devendo ser expedido o respectivo alvará de soltura somente se por
outro motivo não estiver preso. Por conseguinte, julgou
prejudicado o pedido de reconsideração, nos termos do voto do
Relator. Falou, pelo paciente, o Dr. Fábio Fayet. Ausente,
justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma,
20.09.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Mário José Gisi.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 108.483
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S) : DOUGLAS MEYER OLIVEIRA
IMPTE.(S) : PAULO FAYET
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: A Turma, por unanimidade, concedeu a ordem para
colocar o paciente em liberdade provisória, relativamente ao
Processo 001/2.10.0101170-6, da 11ª Vara Criminal do Foro Central
de Porto Alegre/RS, sem prejuízo de que o magistrado de primeiro
grau, caso entenda necessário, fixe, de forma fundamentada, uma ou
mais de uma das medidas cautelares previstas no art. 319 do Código
de Processo Penal (na redação conferida pela Lei 12.403/2011),
devendo ser expedido o respectivo alvará de soltura somente se por
outro motivo não estiver preso. Por conseguinte, julgou
prejudicado o pedido de reconsideração, nos termos do voto do
Relator. Falou, pelo paciente, o Dr. Fábio Fayet. Ausente,
justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma,
20.09.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Mário José Gisi.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 13
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1571655 | 2011-09-20T00:00:00 | 2011-11-16T00:00:00 | A Turma, por unanimidade, concedeu a ordem para colocar o paciente em liberdade provisória, relativamente ao Processo 001/2.10.0101170-6, da 11ª Vara Criminal do Foro Central de Porto Alegre/RS, sem prejuízo de que o magistrado de primeiro grau, caso entenda necessário, fixe, de forma fundamentada, uma ou mais de uma das medidas cautelares previstas no art. 319 do Código de Processo Penal (na redação conferida pela Lei 12.403/2011), devendo ser expedido o respectivo alvará de soltura somente se por outro motivo não estiver preso. Por conseguinte, julgou prejudicado o pedido de reconsideração, nos termos do voto do Relator. Falou, pelo paciente, o Dr. Fábio Fayet. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 20.09.2011. | HABEAS CORPUS | Ementa: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. PRISÃO EM FLAGRANTE POR TRÁFICO DE DROGAS. INDEFERIMENTO DE LIBERDADE PROVISÓRIA. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. DESPROPORCIONALIDADE. ORDEM CONCEDIDA.
I – A prisão, antes da condenação definitiva, pode ser decretada segundo o prudente arbítrio do magistrado, quando evidenciada a materialidade delitiva e desde que presentes indícios suficientes de autoria. Mas ela deve guardar relação direta com fatos concretos que a justifiquem, sob pena de se mostrar ilegal.
II – No caso sob exame, a reiteração criminosa aludida pelo magistrado processante na decisão que indeferiu a liberdade provisória está fundada apenas em uma denúncia anônima, que teria indicado o paciente como sendo um traficante local.
III – Custódia cautelar que, além de não estar devidamente motivada, mostra-se desproporcional e desnecessária à espécie.
IV – Ordem concedida para colocar o paciente em liberdade provisória, devendo ser expedido o respectivo alvará de soltura somente se por outro motivo não estiver preso. | sjur201528 | - Acórdãos citados: HC 93115, HC 100185.
- Veja HC 187584 do STJ e Processo 001/2.10.0101170-6 da 11ª
Vara Criminal do Foro Central de Porto Alegre.
Número de páginas: 13.
Análise: 28/11/2011, MMR.
Análise: 14/12/2201, ACG. | RICARDO LEWANDOWSKI | Segunda Turma | 108483 | [
"LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\r\n ART-00312 ART-00319 REDAÇÃO DADA PELA LEI-12403/2011 \r\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL\r\n",
"LEG-FED LEI-011343 ANO-2006\r\n ART-00044 \r\n LTX-2006 LEI DE TÓXICOS\r\n",
"LEG-FED LEI-012403 ANO-2011\r\n LEI ORDINÁRIA"
] | HC | acordaos | HC 108483 | [
""
] | PACTE.(S) : DOUGLAS MEYER OLIVEIRA
IMPTE.(S) : PAULO FAYET
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 108 . 483",
"Processo 001 / 2 . 10",
". 0101170 - 6",
"HC 108 . 483 / RS",
"HC 108 . 483 / RS",
"HABEAS CORPUS 108 . 483",
"HC 187 . 584 / RS",
"HABEAS CORPUS 108 . 483",
"HC 187 . 584 / RS",
"HC 108 . 483 / RS",
"HC 108 . 483 / RS",
"HC 108 . 483 / RS",
"HC 108 . 483 / RS",
"HABEAS CORPUS 108 . 483",
"HABEAS CORPUS 108 . 483",
"HC 108 . 483 / RS",
"[UNK] 8905",
"HC N . 98 . 548 - SC",
"HC 108 . 483 / RS",
"HC N . 98 . 548 - SC",
"HC 108 . 483 / RS",
"HC 93 . 115 / BA",
"HC 100 . 185 / PA",
"HC 108 . 483 / RS",
"HC 93 . 115 / BA",
"HC 100 . 185 / PA",
"HC 108 . 483 / RS",
"HC 93 . 115 / BA",
"HC 100 . 185 / PA",
"HC 108 . 483 / RS",
"HC 93 . 115 / BA",
"HC 100 . 185 / PA",
"HC 108 . 483 / RS",
"HC 108 . 483 / RS",
"HC 108 . 483 / RS",
"HC 108 . 483 / RS",
"HABEAS CORPUS 108 . 483",
"HABEAS CORPUS 108 . 483",
"HABEAS CORPUS 108 . 483",
"HABEAS CORPUS 108 . 483",
"Processo 001 / 2 . 10 . 0101170 - 6"
],
"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 319 do Código de Processo Penal",
"Lei 12 . 403 / 2011",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 319 do Código de Processo Penal",
"Lei 12 . 403 / 2011",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 33 , caput , da Lei 11 . 343 / 2006",
"art . 44 da Lei 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 33 , caput , da Lei 11 . 343 / 2006",
"art . 44 da Lei 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 44 da Lei 11 . 343 / 2006",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 44 da Lei 11 . 343 / 2006",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei 12 . 403 / 2011",
"MP n° 2 . 200 - 2",
"Lei 12 . 403 / 2011",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"LEI 11 . 343 / 06",
"ART . [UNK] , XLIII DA CF / 88",
"art . 44 da Lei 11 . 343 / 06",
"Lei de",
"parágrafo único do art . 310 do CPP",
"Lei de Crimes Hediondos",
"Lei 11 . 464 / 07",
"Carta Magna ( art . [UNK] , XLIII )",
"Leis 11 . 343 / 06",
"11",
".",
"464",
"/",
"07",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"LEI 11 . 343 / 06",
"ART . [UNK] , XLIII DA CF / 88",
"art . 44 da Lei 11 . 343 / 06",
"Lei de Tóxicos",
"parágrafo único do art . 310 do CPP",
"Lei de Crimes Hediondos",
"Lei 11 . 464 / 07",
"Carta Magna ( art . [UNK] , XLIII )",
"Leis 11 . 343 / 06",
"11",
".",
"464",
"/",
"07",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei de Drogas",
"art . 44 da Lei 11 . 343 / 2006",
"art . 44 , caput , da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006",
"Constituição da República",
"Constituição da República , art . [UNK] , inc . XLIII",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei de Drogas",
"art . 44 da Lei 11 . 343 / 2006",
"art . 44 , caput , da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006",
"Constituição da República",
"Constituição da República , art . [UNK] , inc . XLIII",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 44 da Lei 11 . 343 / 2006",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"ART . 44 DA LEI N . 11 . 343",
"ARTIGOS [UNK] , INCISO III , E [UNK] , INCISOS LIV E LVII , DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL",
"art . 44 da Lei n . 11 . 343 / 06",
"artigo 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 44 da Lei 11 . 343 / 2006",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"ART . 44 DA LEI N . 11 . 343",
"ARTIGOS [UNK] , INCISO III , E [UNK] , INCISOS LIV E LVII , DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL",
"art . 44 da Lei n . 11 . 343 / 06",
"artigo 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"/",
"2001",
"artigo [UNK] , inciso XLIII , da Constituição do Brasil",
"Constituição",
"artigo [UNK] , inciso XLIII , da Constituição do Brasil",
"Constituição",
"artigo [UNK] , inciso",
"Lei 11 . 343 / 2006 , art . 44",
"art . 312 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo [UNK] , inciso XLIII , da Constituição do Brasil",
"Constituição",
"artigo [UNK] , inciso XLIII , da Constituição do Brasil",
"Constituição",
"Lei 11 . 343 / 2006 , art",
"art . 312 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 44 da Lei 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 44 da Lei 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 319 do Código de Processo Penal",
"Lei 12 . 403 / 2011",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 319 do Código de Processo Penal",
"Lei 12 . 403 / 2011",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 319 do Código de Processo Penal",
"Lei 12 . 403 / 2011",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 319 do Código de Processo Penal",
"Lei 12 . 403 / 2011",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"RIO GRANDE DO SUL",
"Foro Central de Porto",
"Alegre",
"/",
"RS",
"Brasília",
"Alegre",
"/",
"RS",
"Brasília",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Vara",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Superior Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Suprema",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Suprema Corte",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] Vara Criminal de Porto Alegre / RS",
"Ministério Público Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Vara Criminal de Porto Alegre / RS",
"Ministério Público Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"MPF",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"MPF",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"STF",
"STF",
"[UNK] T .",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"STF",
"STF",
"[UNK] T .",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Plenário desta Suprema Corte",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Plenário desta Suprema Corte",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] Vara Criminal do Foro Central de Porto Alegre / RS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Vara Criminal do Foro Central de Porto Alegre / RS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Plenário",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Plenário",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Vara Criminal do Foro Central de Porto Alegre / RS",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Vara Criminal do Foro Central de Porto Alegre / RS",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"DOUGLAS MEYER OLIVEIRA",
"PAULO FAYET",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Joaquim Barbosa",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"DOUGLAS MEYER OLIVEIRA",
"PAULO FAYET",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Paulo Fayet",
"DOUGLAS MEYER DE OLIVEIRA",
"Napoleão Nunes Maia Filho",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"DOUGLAS MEYER OLIVEIRA",
"PAULO FAYET",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Paulo Fayet",
"DOUGLAS MEYER DE OLIVEIRA",
"Napoleão Nunes Maia Filho",
"Edson Oliveira de Almeida",
"Edson Oliveira de Almeida",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"ELLEN GRACIE",
"CARMEN LÚCIA",
"ELLEN GRACIE",
"CARMEN LÚCIA",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Douglas",
"Eros Grau",
"Gilmar Mendes",
"Douglas",
"Eros Grau",
"Gilmar Mendes",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"Edson Oliveira de Almeida",
"GILMAR MENDES",
"Edson Oliveira de Almeida",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"DOUGLAS MEYER OLIVEIRA",
"PAULO FAYET",
"Fábio Fayet",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Mário José Gisi",
"Karima Batista Kassab",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"DOUGLAS MEYER OLIVEIRA",
"PAULO FAYET",
"Fábio Fayet",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Mário José Gisi",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"20",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"20 de setembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20 de setembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"14",
"/",
"9",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
"/",
"09",
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"2011",
"14",
"/",
"9",
"/",
"2010",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
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"5",
"/",
"2011",
"7",
"/",
"6",
"/",
"2011",
"15",
"/",
"6",
"/",
"2011",
"23",
"/",
"8",
"/",
"2011",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"24",
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"5",
"/",
"2011",
"7",
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"6",
"/",
"2011",
"15",
"/",
"6",
"/",
"2011",
"23",
"/",
"8",
"/",
"2011",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"20",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"14",
".",
"09",
".",
"10",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"14",
".",
"09",
".",
"10",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"-",
"11",
"-",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"-",
"11",
"-",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"26",
"/",
"9",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"26",
"/",
"9",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"20",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
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"2001",
"20",
"/",
"09",
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"2011",
"24",
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"08",
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"2001",
"20",
".",
"09",
".",
"2011",
"24",
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"08",
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"09",
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"2011",
"24",
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"08",
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"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
13/09/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 631.053 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S)
:CENTRO DE ENSINO UNIFICADO DE BRASILIA -
UNICEUB
ADV.(A/S)
:AREF ASSREUY JÚNIOR E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:MARIA IZABEL BRUNACCI FERREIRA DOS SANTOS
E OUTROS
ADV.(A/S)
:ROBERTO DE FIGUEIREDO CALDAS
EMENTA:
AGRAVO
REGIMENTAL
NO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. TRABALHISTA. DEMISSÃO. PROFESSOR.
INQUÉRITO ADMINISTRATIVO. EXIGÊNCIA. REGIMENTO INTERNO
DE INSTITUIÇÃO DE ENSINO. INTERPRETAÇÃO. MANIFESTAÇÕES
PELO PROVIMENTO DO AGRAVO PARA SUBMISSÃO DO APELO
EXTREMO AO PLENÁRIO VIRTUAL. AGRAVO PROVIDO PARA ESSE
FIM.
I - Os Ministros presentes à sessão manifestaram-se pelo provimento
do agravo regimental para que a questão constitucional discutida no
recurso extraordinário seja submetida ao Plenário Virtual.
II - Agravo regimental provido.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do
Senhor Ministro Ayres Britto, na conformidade da ata de julgamentos e
das notas taquigráficas, por decisão unânime, dar provimento ao recurso
de agravo, a fim de submeter a matéria ao Plenário Virtual do Supremo
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1480614.
Supremo Tribunal Federal
DJe 16/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 13
Ementa e Acórdão
RE 631.053 AGR / DF
Tribunal Federal, nos termos do voto do Relator. Ausente,
justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa.
Brasília, 13 de setembro de 2011.
RICARDO LEWANDOWSKI – RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
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RE 631.053 AGR / DF
Tribunal Federal, nos termos do voto do Relator. Ausente,
justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa.
Brasília, 13 de setembro de 2011.
RICARDO LEWANDOWSKI – RELATOR
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Relatório
13/09/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 631.053 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S)
:CENTRO DE ENSINO UNIFICADO DE BRASILIA -
UNICEUB
ADV.(A/S)
:AREF ASSREUY JÚNIOR E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:MARIA IZABEL BRUNACCI FERREIRA DOS SANTOS
E OUTROS
ADV.(A/S)
:ROBERTO DE FIGUEIREDO CALDAS
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Trata-se de
agravo regimental interposto contra decisão que negou seguimento ao
recurso extraordinário, sob entendimento de que eventual ofensa à
Constituição, se ocorrente, seria apenas indireta. Eis o teor da decisão
agravada:
“Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão
que entendeu indevida a despedida sem justa causa dos recorridos,
sem a prévia instauração de inquérito administrativo previsto no
regimento interno da instituição de ensino, ora recorrente.
Neste RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-
se, em suma, ofensa ao art. 7º, I, da mesma Carta, bem como ao art.
10, I, do ADCT.
A Procuradoria-Geral da República manifestou-se pelo não
conhecimento do recurso.
A pretensão recursal não merece acolhida.
O Tribunal de origem dirimiu a questão posta nos autos com
base nos seguintes fundamentos:
'(…).
Sem adentrar no âmbito da discussão da conceituação da
vedação de dispensa imotivada ou sem justa causa como direito
fundamental, o que demandaria uma extensa incursão nos
Supremo Tribunal Federal
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13/09/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 631.053 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S)
:CENTRO DE ENSINO UNIFICADO DE BRASILIA -
UNICEUB
ADV.(A/S)
:AREF ASSREUY JÚNIOR E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:MARIA IZABEL BRUNACCI FERREIRA DOS SANTOS
E OUTROS
ADV.(A/S)
:ROBERTO DE FIGUEIREDO CALDAS
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Trata-se de
agravo regimental interposto contra decisão que negou seguimento ao
recurso extraordinário, sob entendimento de que eventual ofensa à
Constituição, se ocorrente, seria apenas indireta. Eis o teor da decisão
agravada:
“Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão
que entendeu indevida a despedida sem justa causa dos recorridos,
sem a prévia instauração de inquérito administrativo previsto no
regimento interno da instituição de ensino, ora recorrente.
Neste RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-
se, em suma, ofensa ao art. 7º, I, da mesma Carta, bem como ao art.
10, I, do ADCT.
A Procuradoria-Geral da República manifestou-se pelo não
conhecimento do recurso.
A pretensão recursal não merece acolhida.
O Tribunal de origem dirimiu a questão posta nos autos com
base nos seguintes fundamentos:
'(…).
Sem adentrar no âmbito da discussão da conceituação da
vedação de dispensa imotivada ou sem justa causa como direito
fundamental, o que demandaria uma extensa incursão nos
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Relatório
RE 631.053 AGR / DF
princípios que regem a matéria, além da questão constitucional
inserida em seu contexto, limita-se a controvérsia na
interpretação e alcance da norma regimental que regula e
disciplina a organização do ceub, no que concerne à dispensa do
empregado professor.
A norma em comento foi inteiramente reproduzida no v.
acórdão proferido pelo eg. Tribunal Regional, como se pode
observar do excerto acima referido pela c. Turma no r. julgado
ora embargado. Trata-se do artigo 143 do Regimento Interno do
CEUB, cujo teor assim estabelece:
'Art 143 A demissão ocorrerá nos seguintes casos
I - reincidência em falta punida com suspeição,
II - desrespeito à proibição legal de propaganda de
guerra, de processos violentos para subverter a ordem
política e social ou de defesa de preconceitos de raça ou de
classe,
III - nas hipóteses do artigo 482 da Consolidação das
Leis do Trabalho, desde que este Regimento não comine
para o fato pena mais grave.
Parágrafo único - A demissão será aplicada por
escrito, com base em inquérito determinado pelo Diretor
da faculdade a que pertença o professor'
À primeira vista não teria maior esforço de interpretação.
Literalmente a pena de dispensa só existirá como sanção.
A dispensa imotivada não é pena mas ato potestativo.
No entanto, a interpretação literal do texto em questão
suscita dúvidas na sua aplicabilidade.
(…).
No caso, para melhor entender o fim a que se destina o
capítulo da pena de dispensa do professor pergunta-se: Qual a
finalidade de os estatutos da faculdade restringirem o ato
potestativo da dispensa?
A resposta não é outra. Trata-se de garantir a liberdade do
exercício da cátedra.
A faculdade ao fazer inserir nos seus estatutos a pena de
dispensa, terminou por retirar a possibilidade da dispensa
2
Supremo Tribunal Federal
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RE 631.053 AGR / DF
princípios que regem a matéria, além da questão constitucional
inserida em seu contexto, limita-se a controvérsia na
interpretação e alcance da norma regimental que regula e
disciplina a organização do ceub, no que concerne à dispensa do
empregado professor.
A norma em comento foi inteiramente reproduzida no v.
acórdão proferido pelo eg. Tribunal Regional, como se pode
observar do excerto acima referido pela c. Turma no r. julgado
ora embargado. Trata-se do artigo 143 do Regimento Interno do
CEUB, cujo teor assim estabelece:
'Art 143 A demissão ocorrerá nos seguintes casos
I - reincidência em falta punida com suspeição,
II - desrespeito à proibição legal de propaganda de
guerra, de processos violentos para subverter a ordem
política e social ou de defesa de preconceitos de raça ou de
classe,
III - nas hipóteses do artigo 482 da Consolidação das
Leis do Trabalho, desde que este Regimento não comine
para o fato pena mais grave.
Parágrafo único - A demissão será aplicada por
escrito, com base em inquérito determinado pelo Diretor
da faculdade a que pertença o professor'
À primeira vista não teria maior esforço de interpretação.
Literalmente a pena de dispensa só existirá como sanção.
A dispensa imotivada não é pena mas ato potestativo.
No entanto, a interpretação literal do texto em questão
suscita dúvidas na sua aplicabilidade.
(…).
No caso, para melhor entender o fim a que se destina o
capítulo da pena de dispensa do professor pergunta-se: Qual a
finalidade de os estatutos da faculdade restringirem o ato
potestativo da dispensa?
A resposta não é outra. Trata-se de garantir a liberdade do
exercício da cátedra.
A faculdade ao fazer inserir nos seus estatutos a pena de
dispensa, terminou por retirar a possibilidade da dispensa
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 13
Relatório
RE 631.053 AGR / DF
arbitrária do professor.
Restringiu ela esta dispensa aos casos que trata no artigo
143 de seu regimento interno.
(…).
É verdade, pois, que a dispensa por justa causa não estaria
subordinada a inquérito, exatamente porque ela poderia ser
exercida a qualquer momento. Se o professor era acusado de
crime ou se o tivesse cometido, totalmente desnecessário e
despiciendo o inquérito. Bastava a dispensa imediata.
Quando a norma se reporta à justa causa, não à falta
grave, também não impede o exercício do ato potestativo de
dispensa. Nunca impediu, apenas o subordina a um prévio
inquérito, para a constatação efetiva de justa causa para o
despedimento, a fim de se evitar o caráter de retaliação que possa
daí exsurgir, ou mesmo coibir possível contaminação da
liberdade do exercício regular do direito de cátedra.
Esse, portanto, é o espírito da regra inserta no regimento
interno do reclamado, e só por isso se vê que o seu conteúdo,
longe de ser taxativo, reveste-se de uma natureza
eminentemente interpretativa.
Não vale o argumento de que a formalidade exigida nos
estatutos somente se aplica àqueles casos de dispensa por justa
causa. Não é verdade. Os próprios estatutos, caracterizando a
pena de despedida, criam outros casos que não os legalmente
previstos.
Quisessem os estatutos limitar o processo administrativo à
dispensas por justa causa, não poderiam tratar de causas outras
ensejadoras da rescisão do contrato.
Adotando esse procedimento abriu mão da despedida
arbitrária, admitindo, apenas, aquelas causas de rescisão
contratual, com a formalidade do parágrafo único do artigo 143
de seu regimento interno. Por isso deve ser reputada nula a
dispensa realizada sem a observância das normas a que se
obrigou o empregador.
(…).
Trata-se de uma conquista certa, que é exatamente o
3
Supremo Tribunal Federal
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RE 631.053 AGR / DF
arbitrária do professor.
Restringiu ela esta dispensa aos casos que trata no artigo
143 de seu regimento interno.
(…).
É verdade, pois, que a dispensa por justa causa não estaria
subordinada a inquérito, exatamente porque ela poderia ser
exercida a qualquer momento. Se o professor era acusado de
crime ou se o tivesse cometido, totalmente desnecessário e
despiciendo o inquérito. Bastava a dispensa imediata.
Quando a norma se reporta à justa causa, não à falta
grave, também não impede o exercício do ato potestativo de
dispensa. Nunca impediu, apenas o subordina a um prévio
inquérito, para a constatação efetiva de justa causa para o
despedimento, a fim de se evitar o caráter de retaliação que possa
daí exsurgir, ou mesmo coibir possível contaminação da
liberdade do exercício regular do direito de cátedra.
Esse, portanto, é o espírito da regra inserta no regimento
interno do reclamado, e só por isso se vê que o seu conteúdo,
longe de ser taxativo, reveste-se de uma natureza
eminentemente interpretativa.
Não vale o argumento de que a formalidade exigida nos
estatutos somente se aplica àqueles casos de dispensa por justa
causa. Não é verdade. Os próprios estatutos, caracterizando a
pena de despedida, criam outros casos que não os legalmente
previstos.
Quisessem os estatutos limitar o processo administrativo à
dispensas por justa causa, não poderiam tratar de causas outras
ensejadoras da rescisão do contrato.
Adotando esse procedimento abriu mão da despedida
arbitrária, admitindo, apenas, aquelas causas de rescisão
contratual, com a formalidade do parágrafo único do artigo 143
de seu regimento interno. Por isso deve ser reputada nula a
dispensa realizada sem a observância das normas a que se
obrigou o empregador.
(…).
Trata-se de uma conquista certa, que é exatamente o
3
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Relatório
RE 631.053 AGR / DF
impedimento de que o professor fique sujeito, por dispensa
arbitrária ou sem justa causa, às opiniões do poder diretivo dos
estabelecimentos de ensino superior, de modo a tolher o exercício
regular do direito de cátedra.
Assim, pelo fato de se tratar de questão interpretativa, não
há como se reconhecer afronta literal ao teor do artigo 7º, inciso
I, da Constituição da República, que foi mal aplicado pela c.
Turma, como acima já se demonstrou'.
Assim, firmar entendimento diverso implicaria em revisão da
interpretação conferida ao Regimento Interno do centro de ensino
recorrente pela instância ordinária. Eventual violação ao texto
constitucional se daria de forma meramente reflexa, circunstância que
torna inviável o recurso extraordinário.
Isso posto, nego seguimento ao recurso (CPC, art. 557, caput).
Julgo prejudicado, por consequência, o exame do requerimento
da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino –
CONFENEN de ingresso no feito na condição de amicus curiae
(petição 25941/2011-STF)”.
O agravante sustenta, em suma, ofensa direta e literal ao art. 7º, I, da
Constituição Federal.
É o relatório.
4
Supremo Tribunal Federal
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RE 631.053 AGR / DF
impedimento de que o professor fique sujeito, por dispensa
arbitrária ou sem justa causa, às opiniões do poder diretivo dos
estabelecimentos de ensino superior, de modo a tolher o exercício
regular do direito de cátedra.
Assim, pelo fato de se tratar de questão interpretativa, não
há como se reconhecer afronta literal ao teor do artigo 7º, inciso
I, da Constituição da República, que foi mal aplicado pela c.
Turma, como acima já se demonstrou'.
Assim, firmar entendimento diverso implicaria em revisão da
interpretação conferida ao Regimento Interno do centro de ensino
recorrente pela instância ordinária. Eventual violação ao texto
constitucional se daria de forma meramente reflexa, circunstância que
torna inviável o recurso extraordinário.
Isso posto, nego seguimento ao recurso (CPC, art. 557, caput).
Julgo prejudicado, por consequência, o exame do requerimento
da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino –
CONFENEN de ingresso no feito na condição de amicus curiae
(petição 25941/2011-STF)”.
O agravante sustenta, em suma, ofensa direta e literal ao art. 7º, I, da
Constituição Federal.
É o relatório.
4
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 13
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
13/09/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 631.053 DISTRITO FEDERAL
V O T O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Bem
reexaminada a questão, verifica-se que a decisão ora atacada não merece
reforma, visto que o recorrente não aduz novos argumentos capazes de
afastar as razões nela expendidas.
Com efeito, conforme consignado na decisão recorrida, o Tribunal de
origem dirimiu a matéria atinente à impossibilidade de demissão dos
agravados sem a instauração de inquérito administrativo com
fundamento na análise da norma infraconstitucional pertinente
(Regimento Interno da instituição de ensino), conforme se observa do
seguinte trecho da decisão a quo:
“Sem adentrar no âmbito da discussão da conceituação
da vedação de dispensa imotivada ou sem justa causa como
direito fundamental, o que demandaria uma extensa incursão nos
princípios que regem a matéria, além da questão constitucional
inserida em seu contexto,
limita-se a controvérsia na
interpretação e alcance da norma regimental que regula e
disciplina a organização do Ceub, no que concerne à dispensa do
empregado professor.
A norma em comento foi inteiramente reproduzida no v. acórdão
proferido pelo eg. Tribunal Regional, como se pode observar do excerto
acima referido pela c. Turma no r. julgado ora embargado. Trata-se
do artigo 143 do Regimento Interno do CEUB, cujo teor assim
estabelece:
'Art 143 A demissão ocorrerá nos seguintes casos
I - reincidência em falta punida com suspeição,
II - desrespeito à proibição legal de propaganda de guerra,
de processos violentos para subverter a ordem política e social ou
de defesa de preconceitos de raça ou de classe,
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
13/09/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 631.053 DISTRITO FEDERAL
V O T O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Bem
reexaminada a questão, verifica-se que a decisão ora atacada não merece
reforma, visto que o recorrente não aduz novos argumentos capazes de
afastar as razões nela expendidas.
Com efeito, conforme consignado na decisão recorrida, o Tribunal de
origem dirimiu a matéria atinente à impossibilidade de demissão dos
agravados sem a instauração de inquérito administrativo com
fundamento na análise da norma infraconstitucional pertinente
(Regimento Interno da instituição de ensino), conforme se observa do
seguinte trecho da decisão a quo:
“Sem adentrar no âmbito da discussão da conceituação
da vedação de dispensa imotivada ou sem justa causa como
direito fundamental, o que demandaria uma extensa incursão nos
princípios que regem a matéria, além da questão constitucional
inserida em seu contexto,
limita-se a controvérsia na
interpretação e alcance da norma regimental que regula e
disciplina a organização do Ceub, no que concerne à dispensa do
empregado professor.
A norma em comento foi inteiramente reproduzida no v. acórdão
proferido pelo eg. Tribunal Regional, como se pode observar do excerto
acima referido pela c. Turma no r. julgado ora embargado. Trata-se
do artigo 143 do Regimento Interno do CEUB, cujo teor assim
estabelece:
'Art 143 A demissão ocorrerá nos seguintes casos
I - reincidência em falta punida com suspeição,
II - desrespeito à proibição legal de propaganda de guerra,
de processos violentos para subverter a ordem política e social ou
de defesa de preconceitos de raça ou de classe,
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 13
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
RE 631.053 AGR / DF
III - nas hipóteses do artigo 482 da Consolidação das Leis
do Trabalho, desde que este Regimento não comine para o fato
pena mais grave.
Parágrafo único - A demissão será aplicada por escrito,
com base em inquérito determinado pelo Diretor da faculdade a
que pertença o professor'
À primeira vista não teria maior esforço de interpretação.
Literalmente a pena de dispensa só existirá como sanção.
A dispensa imotivada não é pena mas ato potestativo.
No entanto, a interpretação literal do texto em questão suscita
dúvidas na sua aplicabilidade.
Com efeito, necessário se torna que o Juiz, diante da dúvida,
para que não deixe de cumprir a sua missão constitucional, tenha
assegurada a livre pesquisa do direito.
(…).
No caso, para melhor entender o fim a que se destina o capítulo
da pena de dispensa do professor pergunta-se: Qual a finalidade de os
estatutos da faculdade restringirem o ato potestativo da dispensa?
A resposta não é outra. Trata-se de garantir a liberdade do
exercício da cátedra.
A faculdade ao fazer inserir nos seus estatutos a pena de
dispensa, terminou por retirar a possibilidade da dispensa arbitrária
do professor.
Restringiu ela esta dispensa aos casos que trata no artigo
143 de seu regimento interno.
(…).
É verdade, pois, que a dispensa por justa causa não estaria
subordinada a inquérito, exatamente porque ela poderia ser exercida a
qualquer momento. Se o professor era acusado de crime ou se o tivesse
cometido, totalmente desnecessário e despiciendo o inquérito. Bastava
a dispensa imediata.
Quando a norma se reporta à justa causa, não à falta grave,
também não impede o exercício do ato potestativo de dispensa. Nunca
impediu, apenas o subordina a um prévio inquérito, para a
constatação efetiva de justa causa para o despedimento, a fim de se
evitar o caráter de retaliação que possa daí exsurgir, ou mesmo coibir
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 631.053 AGR / DF
III - nas hipóteses do artigo 482 da Consolidação das Leis
do Trabalho, desde que este Regimento não comine para o fato
pena mais grave.
Parágrafo único - A demissão será aplicada por escrito,
com base em inquérito determinado pelo Diretor da faculdade a
que pertença o professor'
À primeira vista não teria maior esforço de interpretação.
Literalmente a pena de dispensa só existirá como sanção.
A dispensa imotivada não é pena mas ato potestativo.
No entanto, a interpretação literal do texto em questão suscita
dúvidas na sua aplicabilidade.
Com efeito, necessário se torna que o Juiz, diante da dúvida,
para que não deixe de cumprir a sua missão constitucional, tenha
assegurada a livre pesquisa do direito.
(…).
No caso, para melhor entender o fim a que se destina o capítulo
da pena de dispensa do professor pergunta-se: Qual a finalidade de os
estatutos da faculdade restringirem o ato potestativo da dispensa?
A resposta não é outra. Trata-se de garantir a liberdade do
exercício da cátedra.
A faculdade ao fazer inserir nos seus estatutos a pena de
dispensa, terminou por retirar a possibilidade da dispensa arbitrária
do professor.
Restringiu ela esta dispensa aos casos que trata no artigo
143 de seu regimento interno.
(…).
É verdade, pois, que a dispensa por justa causa não estaria
subordinada a inquérito, exatamente porque ela poderia ser exercida a
qualquer momento. Se o professor era acusado de crime ou se o tivesse
cometido, totalmente desnecessário e despiciendo o inquérito. Bastava
a dispensa imediata.
Quando a norma se reporta à justa causa, não à falta grave,
também não impede o exercício do ato potestativo de dispensa. Nunca
impediu, apenas o subordina a um prévio inquérito, para a
constatação efetiva de justa causa para o despedimento, a fim de se
evitar o caráter de retaliação que possa daí exsurgir, ou mesmo coibir
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 13
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
RE 631.053 AGR / DF
possível contaminação da liberdade do exercício regular do direito de
cátedra.
Esse, portanto, é o espírito da regra inserta no regimento
interno do reclamado, e só por isso se vê que o seu conteúdo,
longe de ser taxativo, reveste-se de uma natureza
eminentemente interpretativa.
Não vale o argumento de que a formalidade exigida nos
estatutos somente se aplica àqueles casos de dispensa por justa causa.
Não é verdade. Os próprios estatutos, caracterizando a pena de
despedida, criam outros casos que não os legalmente previstos.
Quisessem os estatutos limitar o processo administrativo à
dispensas por justa causa, não poderiam tratar de causas outras
ensejadoras da rescisão do contrato.
Adotando esse procedimento abriu mão da despedida arbitrária,
admitindo, apenas, aquelas causas de rescisão contratual, com a
formalidade do parágrafo único do artigo 143 de seu regimento
interno. Por isso deve ser reputada nula a dispensa realizada sem a
observância das normas a que se obrigou o empregador.
Por sua vez, a regra contida no artigo 7º, inciso I, jamais, em
tempo algum, teve o condão de impedir outras formas capazes de
assegurar, em face das melhorias das condições sociais do empregado,
garantias de emprego.
Tanto é assim, que a interpretação aplicada à regra do artigo 118
da Lei nº 8.213/91 é no sentido de conceder garantia de emprego por
um ano aos empregados em decorrência de acidente de trabalho,
exatamente porque não se trata de lei complementar, e sim legislação
comum. E por ser lei ordinária, de fato, essa garantia de emprego não
estaria inserta na hipótese do inciso I do artigo 7º da Constituição,
Federal, mas em seu caput.
Por essa razão, mais se reforça a conclusão de que a questão
ora trazida à debate envolve interpretação de uma cláusula
consagrada na academia, ou seja, nos conselhos superiores das
universidades.
Trata-se de uma conquista certa, que é exatamente o
impedimento de que o professor fique sujeito, por dispensa arbitrária
ou sem justa causa, às opiniões do poder diretivo dos estabelecimentos
3
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RE 631.053 AGR / DF
possível contaminação da liberdade do exercício regular do direito de
cátedra.
Esse, portanto, é o espírito da regra inserta no regimento
interno do reclamado, e só por isso se vê que o seu conteúdo,
longe de ser taxativo, reveste-se de uma natureza
eminentemente interpretativa.
Não vale o argumento de que a formalidade exigida nos
estatutos somente se aplica àqueles casos de dispensa por justa causa.
Não é verdade. Os próprios estatutos, caracterizando a pena de
despedida, criam outros casos que não os legalmente previstos.
Quisessem os estatutos limitar o processo administrativo à
dispensas por justa causa, não poderiam tratar de causas outras
ensejadoras da rescisão do contrato.
Adotando esse procedimento abriu mão da despedida arbitrária,
admitindo, apenas, aquelas causas de rescisão contratual, com a
formalidade do parágrafo único do artigo 143 de seu regimento
interno. Por isso deve ser reputada nula a dispensa realizada sem a
observância das normas a que se obrigou o empregador.
Por sua vez, a regra contida no artigo 7º, inciso I, jamais, em
tempo algum, teve o condão de impedir outras formas capazes de
assegurar, em face das melhorias das condições sociais do empregado,
garantias de emprego.
Tanto é assim, que a interpretação aplicada à regra do artigo 118
da Lei nº 8.213/91 é no sentido de conceder garantia de emprego por
um ano aos empregados em decorrência de acidente de trabalho,
exatamente porque não se trata de lei complementar, e sim legislação
comum. E por ser lei ordinária, de fato, essa garantia de emprego não
estaria inserta na hipótese do inciso I do artigo 7º da Constituição,
Federal, mas em seu caput.
Por essa razão, mais se reforça a conclusão de que a questão
ora trazida à debate envolve interpretação de uma cláusula
consagrada na academia, ou seja, nos conselhos superiores das
universidades.
Trata-se de uma conquista certa, que é exatamente o
impedimento de que o professor fique sujeito, por dispensa arbitrária
ou sem justa causa, às opiniões do poder diretivo dos estabelecimentos
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Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
RE 631.053 AGR / DF
de ensino superior, de modo a tolher o exercício regular do direito de
cátedra.
Assim, pelo fato de se tratar de questão interpretativa,
não há como se reconhecer afronta literal ao teor do artigo 7º,
inciso I, da Constituição da República, que foi mal aplicado pela
c. Turma, como acima já se demonstrou” (grifos meus).
Assim, firmar entendimento diverso implicaria em revisão da
interpretação conferida ao Regimento Interno do centro universitário
recorrente pela instância ordinária. Eventual violação ao texto
constitucional se daria de forma meramente reflexa, circunstância que
torna inviável o recurso extraordinário.
Isso posto, nego provimento ao agravo regimental.
4
Supremo Tribunal Federal
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RE 631.053 AGR / DF
de ensino superior, de modo a tolher o exercício regular do direito de
cátedra.
Assim, pelo fato de se tratar de questão interpretativa,
não há como se reconhecer afronta literal ao teor do artigo 7º,
inciso I, da Constituição da República, que foi mal aplicado pela
c. Turma, como acima já se demonstrou” (grifos meus).
Assim, firmar entendimento diverso implicaria em revisão da
interpretação conferida ao Regimento Interno do centro universitário
recorrente pela instância ordinária. Eventual violação ao texto
constitucional se daria de forma meramente reflexa, circunstância que
torna inviável o recurso extraordinário.
Isso posto, nego provimento ao agravo regimental.
4
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 13
Debate
13/09/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 631.053 DISTRITO FEDERAL
DEBATE
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Senhor Presidente,
eu já até manifestei ao Ministro Ricardo Lewandowski a minha
preocupação em relação a esse caso, porque ele reflete, como está dito
inclusive no memorial, um sem número de outros casos e, eventualmente,
poderia até ir para além das próprias universidades. É bem razoável
interpretar as normas regimentais como normas afetas ao regime de
dispensa por justa causa, mantendo a possibilidade da dispensa sem justa
causa, tal como nós temos reconhecido com o regime do FGTS.
De modo que eu, inicialmente, sugeriria a Sua Excelência que,
eventualmente, provesse o agravo regimental para que nós julgássemos o
RE, tendo em vista a repercussão da matéria, quer dizer, não estamos
discutindo apenas a questão dessa instituição, mas acho que de um sem
número de casos, talvez não tenhamos esses números aí, mas, certamente,
pode haver, a partir do precedente, essa possibilidade.
De modo que, se Sua Excelência concordasse, acho que é um caso de
evidente repercussão geral.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Então,
Vossa Excelência pede vista ou vota logo pelo provimento?
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Eu ia me manifestar
no sentido de que houvesse...
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Vossa
Excelência provê o agravo para discutir o recurso extraordinário.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - É.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: CANCELADO.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES – É.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - A
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13/09/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 631.053 DISTRITO FEDERAL
DEBATE
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Senhor Presidente,
eu já até manifestei ao Ministro Ricardo Lewandowski a minha
preocupação em relação a esse caso, porque ele reflete, como está dito
inclusive no memorial, um sem número de outros casos e, eventualmente,
poderia até ir para além das próprias universidades. É bem razoável
interpretar as normas regimentais como normas afetas ao regime de
dispensa por justa causa, mantendo a possibilidade da dispensa sem justa
causa, tal como nós temos reconhecido com o regime do FGTS.
De modo que eu, inicialmente, sugeriria a Sua Excelência que,
eventualmente, provesse o agravo regimental para que nós julgássemos o
RE, tendo em vista a repercussão da matéria, quer dizer, não estamos
discutindo apenas a questão dessa instituição, mas acho que de um sem
número de casos, talvez não tenhamos esses números aí, mas, certamente,
pode haver, a partir do precedente, essa possibilidade.
De modo que, se Sua Excelência concordasse, acho que é um caso de
evidente repercussão geral.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Então,
Vossa Excelência pede vista ou vota logo pelo provimento?
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Eu ia me manifestar
no sentido de que houvesse...
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Vossa
Excelência provê o agravo para discutir o recurso extraordinário.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - É.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: CANCELADO.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES – É.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - A
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 13
Debate
RE 631.053 AGR / DF
matéria é interessante.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
(RELATOR) - Eu penso que o caso não é bom. O problema é que o
processo não é bom. O que nós poderíamos fazer é uma solução
intermediária. Nós submetermos isso ao Plenário virtual.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Sim, mas para isso
nós temos que superar o agravo.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
(RELATOR) - Eu poderia reconsiderar em parte, poderia mandar subir
desde logo.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Vossa
Excelência, na verdade, converte em RE.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Isso, eu estou
sugerindo.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: CANCELADO.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
(RELATOR) - Eu ouço os Pares. Então, eu adotaria essa solução
intermediária. Nós estamos provendo o agravo, mas eu quero me
reservar ao direito de eventualmente sugerir no Plenário Virtual que a
matéria não tem repercussão geral. Talvez, tendo em vista essa minha
possível manifestação, conviesse que eu ficasse vencido e a Turma desse
provimento ao agravo.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Poderia
ser, Vossa Excelência daria provimento sem esse prejuízo de se manifestar
no Plenário virtual pela não repercussão geral da matéria.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
(RELATOR) - Eu me curvo à sugestão dos eminentes Pares e dou
provimento ao agravo, tendo em conta os argumentos dos eminente
Pares, para submeter o RE ao Plenário Virtual para verificarmos se temos
ou não repercussão geral no caso.
2
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RE 631.053 AGR / DF
matéria é interessante.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
(RELATOR) - Eu penso que o caso não é bom. O problema é que o
processo não é bom. O que nós poderíamos fazer é uma solução
intermediária. Nós submetermos isso ao Plenário virtual.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Sim, mas para isso
nós temos que superar o agravo.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
(RELATOR) - Eu poderia reconsiderar em parte, poderia mandar subir
desde logo.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Vossa
Excelência, na verdade, converte em RE.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Isso, eu estou
sugerindo.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: CANCELADO.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
(RELATOR) - Eu ouço os Pares. Então, eu adotaria essa solução
intermediária. Nós estamos provendo o agravo, mas eu quero me
reservar ao direito de eventualmente sugerir no Plenário Virtual que a
matéria não tem repercussão geral. Talvez, tendo em vista essa minha
possível manifestação, conviesse que eu ficasse vencido e a Turma desse
provimento ao agravo.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Poderia
ser, Vossa Excelência daria provimento sem esse prejuízo de se manifestar
no Plenário virtual pela não repercussão geral da matéria.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
(RELATOR) - Eu me curvo à sugestão dos eminentes Pares e dou
provimento ao agravo, tendo em conta os argumentos dos eminente
Pares, para submeter o RE ao Plenário Virtual para verificarmos se temos
ou não repercussão geral no caso.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 13
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 631.053
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S) : CENTRO DE ENSINO UNIFICADO DE BRASILIA - UNICEUB
ADV.(A/S) : AREF ASSREUY JÚNIOR E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : MARIA IZABEL BRUNACCI FERREIRA DOS SANTOS E OUTROS
ADV.(A/S) : ROBERTO DE FIGUEIREDO CALDAS
Decisão: Agravo regimental provido, a fim de submeter a
matéria ao Plenário Virtual do Supremo Tribunal Federal, nos
termos do voto do Relator. Decisão unânime.
Ausente,
justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma,
13.09.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Mário José Gisi.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 631.053
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S) : CENTRO DE ENSINO UNIFICADO DE BRASILIA - UNICEUB
ADV.(A/S) : AREF ASSREUY JÚNIOR E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : MARIA IZABEL BRUNACCI FERREIRA DOS SANTOS E OUTROS
ADV.(A/S) : ROBERTO DE FIGUEIREDO CALDAS
Decisão: Agravo regimental provido, a fim de submeter a
matéria ao Plenário Virtual do Supremo Tribunal Federal, nos
termos do voto do Relator. Decisão unânime.
Ausente,
justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma,
13.09.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Mário José Gisi.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 13
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1571427 | 2011-09-13T00:00:00 | 2011-11-16T00:00:00 | Agravo regimental provido, a fim de submeter a matéria ao Plenário Virtual do Supremo Tribunal Federal, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 13.09.2011. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRABALHISTA. DEMISSÃO. PROFESSOR. INQUÉRITO ADMINISTRATIVO. EXIGÊNCIA. REGIMENTO INTERNO DE INSTITUIÇÃO DE ENSINO. INTERPRETAÇÃO. MANIFESTAÇÕES PELO PROVIMENTO DO AGRAVO PARA SUBMISSÃO DO APELO EXTREMO AO PLENÁRIO VIRTUAL. AGRAVO PROVIDO PARA ESSE FIM.
I - Os Ministros presentes à sessão manifestaram-se pelo provimento do agravo regimental para que a questão constitucional discutida no recurso extraordinário seja submetida ao Plenário Virtual.
II - Agravo regimental provido. | sjur201542 | - Veja o artigo 143 do Regimento Interno do Centro de Ensino Unificado de Brasília - UNICEUB.
Número de páginas: 13.
Análise: 15/12/2011, TRX. | RICARDO LEWANDOWSKI | Segunda Turma | 631053 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00007 INC-00001 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL"
] | RE-AgR | acordaos | RE 631053 AgR | [
""
] | ADV.(A/S) : JOSÉ ALBERTO COUTO MACIEL E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : ALEXANDRE SIMÕES LINDOSO
ADV.(A/S) : AREF ASSREUY JÚNIOR
AGTE.(S) : CENTRO DE ENSINO UNIFICADO DE BRASILIA - UNICEUB
AGDO.(A/S) : MARIA IZABEL BRUNACCI FERREIRA DOS SANTOS E OUTROS | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 631 . 053",
"RE 631 . 053 AGR",
"RE 631 . 053 AGR / DF",
"RE 631 . 053 AGR / DF",
"RE 631 . 053 AGR / DF",
"RE 631 . 053 AGR / DF",
"RE 631",
"RE 631 . 053 AGR / DF",
"RE 631 . 053 AGR / DF",
"petição 25941 / 2011",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 631 . 053",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 631 . 053",
"RE 631 . 053 AGR / DF",
"RE 631 . 053 AGR / DF",
"RE 631 . 053 AGR",
"RE 631 . 053 AGR / DF",
"RE 631 . 053 AGR",
"RE 631 . 053 AGR / DF",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 631 . 053",
"RECURSO",
"RE 631 . 053",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 631 . 053",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 631 . 053"
],
"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"art . 102 , III , a , da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"art . 102 , III , a , da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 143 do Regimento Interno do CEUB",
"artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 143 do Regimento Interno do CEUB",
"artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo [UNK] , inciso I , da Constituição da República",
"CPC , art . 557 , caput",
"art . [UNK] , I , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo [UNK] , inciso I , da Constituição da República",
"CPC , art . 557 , caput",
"art . [UNK] , I , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 143 do Regimento Interno do CEUB",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 143 do Regimento Interno do CEUB",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 118 da Lei [UNK] 8 . 213 / 91",
"inciso I do artigo [UNK] da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 118 da Lei [UNK] 8 . 213 / 91",
"inciso I do artigo [UNK] da Constituição , Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo [UNK] , inciso I , da Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo [UNK] , inciso I , da Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 /",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"DISTRITO FEDERAL",
"Brasília",
"Brasília",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"CENTRO DE ENSINO UNIFICADO DE BRASILIA",
"UNICEUB",
"PLENÁRIO VIRTUAL",
"Plenário Virtual",
"Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Plenário Virtual do",
"Supremo",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"/",
"Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"CENTRO",
"UNICEUB",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"CENTRO DE ENSINO UNIFICADO DE BRASILIA",
"UNICEUB",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"AGR",
"/",
"DF",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino",
"CONFENEN",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino",
"CONFENEN",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
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"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"/",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Plenário",
"Plenário",
"Plenário",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"AGR",
"/",
"DF",
"Plenário",
"Plenário",
"Plenário Virtual",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"CENTRO DE ENSINO UNIFICADO DE BRASILIA",
"UNICEUB",
"Plenário Virtual do Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"CENTRO DE ENSINO UNIFICADO DE BRASILIA",
"UNICEUB",
"Plenário Virtual do Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"AREF ASSREUY JÚNIOR",
"MARIA IZABEL BRUNACCI FERREIRA DOS SANTOS",
"ROBERTO DE FIGUEIREDO CALDAS",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Joaquim Barbosa",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"AREF ASSREUY JÚNIOR",
"MARIA IZABEL BRUNACCI FERREIRA DOS SANTOS",
"ROBERTO DE FIGUEIREDO CALDAS",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"AREF ASSREUY JÚNIOR",
"MARIA IZABEL BRUNACCI FERREIRA DOS SANTOS",
"ROBERTO DE FIGUEIREDO CALDAS",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"GILMAR MENDES",
"Ricardo Lewandowski",
"AYRES BRITTO",
"GILMAR MENDES",
"AYRES BRITTO",
"GILMAR MENDES",
"CELSO DE MELLO",
"GILMAR MENDES",
"AYRES BRITTO",
"GILMAR MENDES",
"Ricardo Lewandowski",
"AYRES BRITTO",
"GILMAR MENDES",
"AYRES BRITTO",
"GILMAR MENDES",
"CELSO DE MELLO",
"GILMAR MENDES",
"AYRES BRITTO",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"GILMAR MENDES",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"AYRES BRITTO",
"GILMAR MENDES",
"CELSO DE MELLO",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"AYRES BRITTO",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"GILMAR MENDES",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"AYRES BRITTO",
"GILMAR MENDES",
"CELSO DE MELLO",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"AYRES BRITTO",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"AREF ASSREUY JÚNIOR",
"MARIA IZABEL BRUNACCI FERREIRA DOS SANTOS",
"ROBERTO DE FIGUEIREDO CALDAS",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Mário José Gisi",
"Karima Batista Kassab",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"AREF ASSREUY JÚNIOR",
"MARIA IZABEL BRUNACCI FERREIRA DOS SANTOS",
"ROBERTO DE FIGUEIREDO CALDAS",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Mário José Gisi",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"13",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
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"/",
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"/",
"2011",
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"/",
"08",
"/",
"2001",
"13 de setembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
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"09",
"/",
"2011",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"13",
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"09",
"/",
"2011",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
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"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
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"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
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"2001",
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"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
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"/",
"2011",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"13",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"13",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"13",
".",
"09",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"13",
".",
"09",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
02/06/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
RECTE.(S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E
TERRITÓRIOS
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
RECTE.(S)
:DIEGO GOIÁ SCHMALTZ
ADV.(A/S)
:ARTHUR HENRIQUE DE PONTES REGIS
ADV.(A/S)
:MARCUS AURÉLIO DIAS DE PAIVA
RECDO.(A/S)
:GOIÁ FONSECA RATES
ADV.(A/S)
:RAIMUNDO JOÃO COELHO
EMENTA
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL E
CONSTITUCIONAL. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. AÇÃO
DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE DECLARADA EXTINTA,
COM FUNDAMENTO EM COISA JULGADA, EM RAZÃO DA
EXISTÊNCIA DE ANTERIOR DEMANDA EM QUE NÃO FOI POSSÍVEL
A REALIZAÇÃO DE EXAME DE DNA, POR SER O AUTOR
BENEFICÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA E POR NÃO TER O ESTADO
PROVIDENCIADO A SUA REALIZAÇÃO. REPROPOSITURA DA
AÇÃO. POSSIBILIDADE, EM RESPEITO À PREVALÊNCIA DO
DIREITO FUNDAMENTAL À BUSCA DA IDENTIDADE GENÉTICA
DO SER, COMO EMANAÇÃO DE SEU DIREITO DE
PERSONALIDADE.
1. É dotada de repercussão geral a matéria atinente à possibilidade
da repropositura de ação de investigação de paternidade, quando
anterior demanda idêntica, entre as mesmas partes, foi julgada
improcedente, por falta de provas, em razão da parte interessada não
dispor de condições econômicas para realizar o exame de DNA e o Estado
não ter custeado a produção dessa prova.
2. Deve ser relativizada a coisa julgada estabelecida em ações de
investigação de paternidade em que não foi possível determinar-se a
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1603774.
Supremo Tribunal Federal
DJe 16/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 165
Ementa e Acórdão
RE 363.889 / DF
efetiva existência de vínculo genético a unir as partes, em decorrência da
não realização do exame de DNA, meio de prova que pode fornecer
segurança quase absoluta quanto à existência de tal vínculo.
3. Não devem ser impostos óbices de natureza processual ao
exercício do direito fundamental à busca da identidade genética, como
natural emanação do direito de personalidade de um ser, de forma a
tornar-se igualmente efetivo o direito à igualdade entre os filhos,
inclusive de qualificações, bem assim o princípio da paternidade
responsável.
4. Hipótese em que não há disputa de paternidade de cunho
biológico, em confronto com outra, de cunho afetivo. Busca-se o
reconhecimento de paternidade com relação a pessoa identificada.
5. Recursos extraordinários conhecidos e providos.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em sessão plenária, sob a presidência do Sr.
Ministro Cezar Peluso, na conformidade da ata do julgamento e das notas
taquigráficas, por maioria de votos, em dar provimento aos recursos,
nos termos do voto do Relator.
Brasília, 02 de junho de 2011.
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1603774.
Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
efetiva existência de vínculo genético a unir as partes, em decorrência da
não realização do exame de DNA, meio de prova que pode fornecer
segurança quase absoluta quanto à existência de tal vínculo.
3. Não devem ser impostos óbices de natureza processual ao
exercício do direito fundamental à busca da identidade genética, como
natural emanação do direito de personalidade de um ser, de forma a
tornar-se igualmente efetivo o direito à igualdade entre os filhos,
inclusive de qualificações, bem assim o princípio da paternidade
responsável.
4. Hipótese em que não há disputa de paternidade de cunho
biológico, em confronto com outra, de cunho afetivo. Busca-se o
reconhecimento de paternidade com relação a pessoa identificada.
5. Recursos extraordinários conhecidos e providos.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em sessão plenária, sob a presidência do Sr.
Ministro Cezar Peluso, na conformidade da ata do julgamento e das notas
taquigráficas, por maioria de votos, em dar provimento aos recursos,
nos termos do voto do Relator.
Brasília, 02 de junho de 2011.
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1603774.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 165
Relatório
07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
RECTE.(S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E
TERRITÓRIOS
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
RECTE.(S)
:DIEGO GOIÁ SCHMALTZ
ADV.(A/S)
:ARTHUR HENRIQUE DE PONTES REGIS
ADV.(A/S)
:MARCUS AURÉLIO DIAS DE PAIVA
RECDO.(A/S)
:GOIÁ FONSECA RATES
ADV.(A/S)
:RAIMUNDO JOÃO COELHO
RELATÓRIO
O EXMO. SR. MINISTRO DIAS TOFFOLI:
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E
TERRITÓRIOS e DIEGO GOIÁ SCHAMLTZ interpõem recursos
extraordinários (folhas 281 a 293 e 295 a 308, respectivamente) contra
acórdão proferido pela Quinta Turma Cível do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e Territórios, assim ementado:
“CIVIL E PROCESSUAL CIVIL – AÇÃO DE
INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE – PRELIMINAR DE
COISA
JULGADA
REJEITADA
NA
INSTÂNCIA
MONOCRÁTICA – AGRAVO DE INSTRUMENTO –
REPETIÇÃO DA AÇÃO PROPOSTA EM RAZÃO DA
VIABILIDADE DA REALIZAÇÃO DO EXAME DE DNA
ATUALMENTE – PRELIMINAR ACOLHIDA – PROVIMENTO
DO RECURSO:
Havendo sentença transitada em julgado, que julgou
improcedente a intentada ação de investigação de paternidade,
proposta anteriormente pelo mesmo interessado, impõe-se o
acolhimento da preliminar de coisa julgada suscitada neste sentido em
sede de contestação, cuja eficácia não pode ficar comprometida, sendo
inarredável esta regra libertadora do art. 468 do CPC, com atenção ao
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1603772.
Supremo Tribunal Federal
07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
RECTE.(S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E
TERRITÓRIOS
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
RECTE.(S)
:DIEGO GOIÁ SCHMALTZ
ADV.(A/S)
:ARTHUR HENRIQUE DE PONTES REGIS
ADV.(A/S)
:MARCUS AURÉLIO DIAS DE PAIVA
RECDO.(A/S)
:GOIÁ FONSECA RATES
ADV.(A/S)
:RAIMUNDO JOÃO COELHO
RELATÓRIO
O EXMO. SR. MINISTRO DIAS TOFFOLI:
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E
TERRITÓRIOS e DIEGO GOIÁ SCHAMLTZ interpõem recursos
extraordinários (folhas 281 a 293 e 295 a 308, respectivamente) contra
acórdão proferido pela Quinta Turma Cível do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e Territórios, assim ementado:
“CIVIL E PROCESSUAL CIVIL – AÇÃO DE
INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE – PRELIMINAR DE
COISA
JULGADA
REJEITADA
NA
INSTÂNCIA
MONOCRÁTICA – AGRAVO DE INSTRUMENTO –
REPETIÇÃO DA AÇÃO PROPOSTA EM RAZÃO DA
VIABILIDADE DA REALIZAÇÃO DO EXAME DE DNA
ATUALMENTE – PRELIMINAR ACOLHIDA – PROVIMENTO
DO RECURSO:
Havendo sentença transitada em julgado, que julgou
improcedente a intentada ação de investigação de paternidade,
proposta anteriormente pelo mesmo interessado, impõe-se o
acolhimento da preliminar de coisa julgada suscitada neste sentido em
sede de contestação, cuja eficácia não pode ficar comprometida, sendo
inarredável esta regra libertadora do art. 468 do CPC, com atenção ao
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 165
Relatório
RE 363.889 / DF
próprio princípio prevalente da segurança jurídica. Hipótese de
extinção do feito sem julgamento de mérito” (folha 268).
Insurgem-se, nos apelos extremos, fundados na alínea “a” do
permissivo constitucional, contra suposta violação dos artigos 5º, inciso
XXXVI e 227, § 6º, da Constituição Federal, consubstanciada pelo
reconhecimento da impossibilidade do prosseguimento de ação de
investigação de paternidade, com fundamento em coisa julgada, dado o
ajuizamento de anterior demanda, com o mesmo objeto, cuja sentença de
improcedência já havia transitado em julgado.
Depois de apresentadas contrarrazões (folhas 314 a 327), os recursos
foram admitidos, na origem (folhas 329 a 333), o que ensejou a subida dos
autos a esta Suprema Corte.
Por fim, o parecer subscrito pela Subprocuradora-Geral da
República, Drª Sandra Cureau, é no sentido do provimento do recurso
(folhas 338 a 348). Assim diz sua ementa:
“Recursos extraordinários. Filiação. Investigação de
paternidade. Acolhimento de preliminar de coisa julgada. I –
Sentença que julga improcedente o pedido, por insuficiência do
conjunto probatório, aprecia o mérito da causa. Precedentes do
STJ. II – Conflito entre princípios constitucionais. Aplicando-se
na espécie, o princípio da proporcionalidade, deve imperar o
direito do filho em saber quem é seu ascendente. Não
incidência da eficácia de coisa julgada. III – Parecer pelo
conhecimento e provimento”.
É o relatório.
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1603772.
Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
próprio princípio prevalente da segurança jurídica. Hipótese de
extinção do feito sem julgamento de mérito” (folha 268).
Insurgem-se, nos apelos extremos, fundados na alínea “a” do
permissivo constitucional, contra suposta violação dos artigos 5º, inciso
XXXVI e 227, § 6º, da Constituição Federal, consubstanciada pelo
reconhecimento da impossibilidade do prosseguimento de ação de
investigação de paternidade, com fundamento em coisa julgada, dado o
ajuizamento de anterior demanda, com o mesmo objeto, cuja sentença de
improcedência já havia transitado em julgado.
Depois de apresentadas contrarrazões (folhas 314 a 327), os recursos
foram admitidos, na origem (folhas 329 a 333), o que ensejou a subida dos
autos a esta Suprema Corte.
Por fim, o parecer subscrito pela Subprocuradora-Geral da
República, Drª Sandra Cureau, é no sentido do provimento do recurso
(folhas 338 a 348). Assim diz sua ementa:
“Recursos extraordinários. Filiação. Investigação de
paternidade. Acolhimento de preliminar de coisa julgada. I –
Sentença que julga improcedente o pedido, por insuficiência do
conjunto probatório, aprecia o mérito da causa. Precedentes do
STJ. II – Conflito entre princípios constitucionais. Aplicando-se
na espécie, o princípio da proporcionalidade, deve imperar o
direito do filho em saber quem é seu ascendente. Não
incidência da eficácia de coisa julgada. III – Parecer pelo
conhecimento e provimento”.
É o relatório.
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 165
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
VOTO
MÉRITO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
O EXMO SR. MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Quanto à matéria de fundo, entendo que merece prosperar a
irresignação.
O acórdão ora em análise reconheceu que, em razão de ter sido
julgada improcedente, “por insuficiência de provas dos fatos alegados”,
anterior demanda de investigação de paternidade ajuizada com
fundamento na mesma relação pessoal supostamente havida entre a mãe
do autor e o réu, impossível seria a propositura de outra ação, com
idêntico objeto, dado o óbice intransponível da coisa julgada, outrora
estabelecida naquele feito.
Manifestou-se, tal decisão, sobre a aplicação e a interpretação do
artigo 468, CPC, pondo em causa o problema da coisa julgada em
confronto com a existência de uma relação jurídica de Direito de Família,
a saber, a paternidade. Embora o aresto não tenha feito alusão
explicitamente a esse constructo teorético, o Tribunal a quo fez-se valer da
técnica de conflito entre princípios, tendo, de um lado, a segurança
jurídica, e, do outro, a dignidade humana e a paternidade responsável.
Creio ser indispensável enaltecer a circunstância da desnecessidade
da invocação da dignidade humana como fundamento decisório da
causa. Tenho refletido bastante sobre essa questão, e considero haver
certo abuso retórico em sua invocação nas decisões pretorianas, o que
influencia certa doutrina, especialmente de Direito Privado, transformando
a conspícua dignidade humana, esse conceito tão tributário das
Encíclicas papais e do Concílio Vaticano II, em verdadeira panacéia de
todos os males. Dito de outro modo, se para tudo se há de fazer emprego
desse princípio, em última análise, ele para nada servirá. Não se pode
esquecer o processo de deformação a que foi submetida a cláusula geral
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1603770.
Supremo Tribunal Federal
07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
VOTO
MÉRITO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
O EXMO SR. MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Quanto à matéria de fundo, entendo que merece prosperar a
irresignação.
O acórdão ora em análise reconheceu que, em razão de ter sido
julgada improcedente, “por insuficiência de provas dos fatos alegados”,
anterior demanda de investigação de paternidade ajuizada com
fundamento na mesma relação pessoal supostamente havida entre a mãe
do autor e o réu, impossível seria a propositura de outra ação, com
idêntico objeto, dado o óbice intransponível da coisa julgada, outrora
estabelecida naquele feito.
Manifestou-se, tal decisão, sobre a aplicação e a interpretação do
artigo 468, CPC, pondo em causa o problema da coisa julgada em
confronto com a existência de uma relação jurídica de Direito de Família,
a saber, a paternidade. Embora o aresto não tenha feito alusão
explicitamente a esse constructo teorético, o Tribunal a quo fez-se valer da
técnica de conflito entre princípios, tendo, de um lado, a segurança
jurídica, e, do outro, a dignidade humana e a paternidade responsável.
Creio ser indispensável enaltecer a circunstância da desnecessidade
da invocação da dignidade humana como fundamento decisório da
causa. Tenho refletido bastante sobre essa questão, e considero haver
certo abuso retórico em sua invocação nas decisões pretorianas, o que
influencia certa doutrina, especialmente de Direito Privado, transformando
a conspícua dignidade humana, esse conceito tão tributário das
Encíclicas papais e do Concílio Vaticano II, em verdadeira panacéia de
todos os males. Dito de outro modo, se para tudo se há de fazer emprego
desse princípio, em última análise, ele para nada servirá. Não se pode
esquecer o processo de deformação a que foi submetida a cláusula geral
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1603770.
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
da boa-fé na jurisprudência francesa, a ponto de seu recurso excessivo
levar ao descrédito essa importante figura jurídica. Nesse ponto, estou
acompanhado de autores como João Baptista Vilella e Antonio
Junqueira de Azevedo. Cito, a propósito, excerto de lição do primeiro
teórico:
“Dignidade da pessoa humana acabou por ganhar, assim,
a propriedade de servir a tudo. De ser usado onde cabe com
acerto pleno, onde convém com adequação discutível e onde
definitivamente não é o seu lugar. Empobreceu-se. Esvaziou-se.
Tornou-se um tropo oratório que tende à flacidez absoluta.
Alguém acha que deve ter melhores salários? Pois que se
elevem: uma simples questão de dignidade da pessoa humana.
Faltam às estradas condições ideais de tráfego? É a própria
dignidade da pessoa humana que exige sua melhoria. O
semáforo desregulou-se em consequência de chuvas
inesperadas? Ora, substituam-no imediatamente. A dignidade
da pessoa humana não pode esperar. É ela própria, a dignidade
da pessoa humana, que se vê lesada quando a circulação viária
das cidades não funciona impecavelmente 24 horas por dia. O
inquilino se atrasou com os alugueres? Despejem-no o quanto
antes: Fere a dignidade da pessoa humana ver-se o locador
privado, ainda que por um só dia, dos direitos que a locação lhe
assegura.” (VILLELA, João Baptista. Variações impopulares
sobre a dignidade da pessoa humana. Superior Tribunal de
Justiça: Doutrina. Edição comemorativa, 20 anos, Distrito
Federal, p. 559-581, 2009. p. 562).
Creio que é necessário salvar a dignidade da pessoa humana de si
mesma, se é possível fazer essa anotação um tanto irônica sobre os
excessos cometidos em seu nome, sob pena de condená-la a ser, como
adverte o autor citado, “um tropo oratório que tende à flacidez absoluta”. E
parece ser esse o caminho a que chegaremos, se prosseguirmos nessa
principiolatria sem grandes freios.
Voltando ao ponto central da controvérsia, convém destacar alguns
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
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da boa-fé na jurisprudência francesa, a ponto de seu recurso excessivo
levar ao descrédito essa importante figura jurídica. Nesse ponto, estou
acompanhado de autores como João Baptista Vilella e Antonio
Junqueira de Azevedo. Cito, a propósito, excerto de lição do primeiro
teórico:
“Dignidade da pessoa humana acabou por ganhar, assim,
a propriedade de servir a tudo. De ser usado onde cabe com
acerto pleno, onde convém com adequação discutível e onde
definitivamente não é o seu lugar. Empobreceu-se. Esvaziou-se.
Tornou-se um tropo oratório que tende à flacidez absoluta.
Alguém acha que deve ter melhores salários? Pois que se
elevem: uma simples questão de dignidade da pessoa humana.
Faltam às estradas condições ideais de tráfego? É a própria
dignidade da pessoa humana que exige sua melhoria. O
semáforo desregulou-se em consequência de chuvas
inesperadas? Ora, substituam-no imediatamente. A dignidade
da pessoa humana não pode esperar. É ela própria, a dignidade
da pessoa humana, que se vê lesada quando a circulação viária
das cidades não funciona impecavelmente 24 horas por dia. O
inquilino se atrasou com os alugueres? Despejem-no o quanto
antes: Fere a dignidade da pessoa humana ver-se o locador
privado, ainda que por um só dia, dos direitos que a locação lhe
assegura.” (VILLELA, João Baptista. Variações impopulares
sobre a dignidade da pessoa humana. Superior Tribunal de
Justiça: Doutrina. Edição comemorativa, 20 anos, Distrito
Federal, p. 559-581, 2009. p. 562).
Creio que é necessário salvar a dignidade da pessoa humana de si
mesma, se é possível fazer essa anotação um tanto irônica sobre os
excessos cometidos em seu nome, sob pena de condená-la a ser, como
adverte o autor citado, “um tropo oratório que tende à flacidez absoluta”. E
parece ser esse o caminho a que chegaremos, se prosseguirmos nessa
principiolatria sem grandes freios.
Voltando ao ponto central da controvérsia, convém destacar alguns
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RE 363.889 / DF
aspectos ligados à evolução histórica do conceito de paternidade.
O jurista português Guilherme de Oliveira (Critério jurídico da
paternidade. Coimbra: Biblioteca Geral da Universidade, 1983. p. 12 e ss)
descreve que sempre foi um problema teórico (e prático) a opção entre as
ficções jurídicas ligadas ao reconhecimento da paternidade e seu exame
fático. Decidiu-se, segundo ele, após longas discussões nos trabalhos
preparatórios do Código Civil francês de 1804, em favor da ficção.
Seria, conforme o ensinamento de François Laurent, “um último favor
que a lei concede à legitimidade (...) O legislador prefere esta ficção que não
prejudica ninguém, já que ninguém a contesta, à realidade, porque proclamar a
realidade seria castigar inutilmente o filho”.
Em grande medida, esse problema da estabilidade das relações
jurídicas, no subconjunto específico da paternidade, ligava-se a três
fatores historicamente delimitados: a) o nível ainda elementar de
desenvolvimento das Ciências Naturais, o que tornava os
questionamentos em torno da paternidade absolutamente débeis no
campo probatório; b) a facilidade com que se resolviam os casos levados
aos tribunais pelo critério das presunções iuris; c) os níveis diferenciados
de filiação, que se conectavam com a estrutura familiar binária (legítima-
ilegítima), que perdurou nas sociedades ocidentais por séculos.
Especificamente no que se refere ao problema da discriminação entre
os filhos, é de ser feita uma justiça histórica. Clóvis Beviláqua, na
concepção do projeto de Código Civil de 1916, não compactuava com a
estrutura familiar arcaica, muito menos com as formas diferenciadas de
qualificação dos filhos. Ao escrever sobre o conceito de família, anotou o
eminente civilista que:
“A forma igualitária actual, se não é a mais forte e se
espera modificações do tempo para accentuar-se melhor, é,
certamente, mais própria do que as suas precursoras, para
satisfazer às necessidades hodiernas da conservação da espécie,
assim como para dar maior expansão à vida physica, economia
e moral do indivíduo.” (BEVILÁQUA, Clóvis. Direito da
Família. Recife: Ramiro M. Costa e Filhos Editores, 1903. p. 9)
3
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aspectos ligados à evolução histórica do conceito de paternidade.
O jurista português Guilherme de Oliveira (Critério jurídico da
paternidade. Coimbra: Biblioteca Geral da Universidade, 1983. p. 12 e ss)
descreve que sempre foi um problema teórico (e prático) a opção entre as
ficções jurídicas ligadas ao reconhecimento da paternidade e seu exame
fático. Decidiu-se, segundo ele, após longas discussões nos trabalhos
preparatórios do Código Civil francês de 1804, em favor da ficção.
Seria, conforme o ensinamento de François Laurent, “um último favor
que a lei concede à legitimidade (...) O legislador prefere esta ficção que não
prejudica ninguém, já que ninguém a contesta, à realidade, porque proclamar a
realidade seria castigar inutilmente o filho”.
Em grande medida, esse problema da estabilidade das relações
jurídicas, no subconjunto específico da paternidade, ligava-se a três
fatores historicamente delimitados: a) o nível ainda elementar de
desenvolvimento das Ciências Naturais, o que tornava os
questionamentos em torno da paternidade absolutamente débeis no
campo probatório; b) a facilidade com que se resolviam os casos levados
aos tribunais pelo critério das presunções iuris; c) os níveis diferenciados
de filiação, que se conectavam com a estrutura familiar binária (legítima-
ilegítima), que perdurou nas sociedades ocidentais por séculos.
Especificamente no que se refere ao problema da discriminação entre
os filhos, é de ser feita uma justiça histórica. Clóvis Beviláqua, na
concepção do projeto de Código Civil de 1916, não compactuava com a
estrutura familiar arcaica, muito menos com as formas diferenciadas de
qualificação dos filhos. Ao escrever sobre o conceito de família, anotou o
eminente civilista que:
“A forma igualitária actual, se não é a mais forte e se
espera modificações do tempo para accentuar-se melhor, é,
certamente, mais própria do que as suas precursoras, para
satisfazer às necessidades hodiernas da conservação da espécie,
assim como para dar maior expansão à vida physica, economia
e moral do indivíduo.” (BEVILÁQUA, Clóvis. Direito da
Família. Recife: Ramiro M. Costa e Filhos Editores, 1903. p. 9)
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RE 363.889 / DF
O princípio da isonomia sempre esteve presente em nosso
ordenamento jurídico, desde a Imperial Constituição de 1824 até a
vigente Carta de 1988. Rigorosamente, quaisquer normas que
estipulassem elementos discriminatórios entre os filhos estariam em
franca dissonância com esse primado constitucional ab ovo.
Em termos legislativos, porém, essa diferenciação existia, ainda que
sob o protesto de alguns civilistas. Considere-se que, pelo regime
instituído pelo Código Civil de 1916, o parentesco era qualificado como
legítimo ou ilegítimo, segundo procedesse ou não de casamento. Dentre
os filhos ditos ilegítimos, havia a subdivisão entre naturais e espúrios,
sendo certo que apenas os naturais poderiam ser legitimados, pelo
subsequente casamento de seus genitores.
Além disso, impossível se mostrava o reconhecimento de filhos
incestuosos e adulterinos, sendo igualmente vedadas ações de
investigação de paternidade contra homens casados, bem como de
maternidade, se tivesse por fito atribuir prole ilegítima à mulher casada,
ou incestuosa à solteira.
Com a outorga da Carta Constitucional de 1937, previu-se, em seu
artigo 126 a equiparação entre os filhos legítimos e os naturais, facilitando
a esses o reconhecimento, e estendendo-lhes, ainda, os direitos e deveres
que, em relação aos filhos legítimos, cabem aos pais.
Mais tarde, com a edição do Decreto-Lei nº 4.737/42, foi permitido o
reconhecimento de filhos adulterinos após o desquite e a Lei nº 883/49
permitiu tal ato após a dissolução, por qualquer modo, da sociedade
conjugal.
A chamada Lei do Divórcio (Lei nº 6.515/77) permitiu a qualquer dos
cônjuges, ainda na vigência do matrimônio, reconhecer filho havido fora
desse, o que deveria ser feito por meio de testamento cerrado.
A Lei nº 7.250/84 veio a possibilitar o reconhecimento de filhos
extramatrimoniais, em ação de investigação de paternidade, desde que os
cônjuges estivessem separados de fato há pelo menos cinco anos.
Essas mudanças implicavam um giro copernicano em um dos três
fundamentos do apego histórico às presunções de paternidade. Ao tempo
4
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O princípio da isonomia sempre esteve presente em nosso
ordenamento jurídico, desde a Imperial Constituição de 1824 até a
vigente Carta de 1988. Rigorosamente, quaisquer normas que
estipulassem elementos discriminatórios entre os filhos estariam em
franca dissonância com esse primado constitucional ab ovo.
Em termos legislativos, porém, essa diferenciação existia, ainda que
sob o protesto de alguns civilistas. Considere-se que, pelo regime
instituído pelo Código Civil de 1916, o parentesco era qualificado como
legítimo ou ilegítimo, segundo procedesse ou não de casamento. Dentre
os filhos ditos ilegítimos, havia a subdivisão entre naturais e espúrios,
sendo certo que apenas os naturais poderiam ser legitimados, pelo
subsequente casamento de seus genitores.
Além disso, impossível se mostrava o reconhecimento de filhos
incestuosos e adulterinos, sendo igualmente vedadas ações de
investigação de paternidade contra homens casados, bem como de
maternidade, se tivesse por fito atribuir prole ilegítima à mulher casada,
ou incestuosa à solteira.
Com a outorga da Carta Constitucional de 1937, previu-se, em seu
artigo 126 a equiparação entre os filhos legítimos e os naturais, facilitando
a esses o reconhecimento, e estendendo-lhes, ainda, os direitos e deveres
que, em relação aos filhos legítimos, cabem aos pais.
Mais tarde, com a edição do Decreto-Lei nº 4.737/42, foi permitido o
reconhecimento de filhos adulterinos após o desquite e a Lei nº 883/49
permitiu tal ato após a dissolução, por qualquer modo, da sociedade
conjugal.
A chamada Lei do Divórcio (Lei nº 6.515/77) permitiu a qualquer dos
cônjuges, ainda na vigência do matrimônio, reconhecer filho havido fora
desse, o que deveria ser feito por meio de testamento cerrado.
A Lei nº 7.250/84 veio a possibilitar o reconhecimento de filhos
extramatrimoniais, em ação de investigação de paternidade, desde que os
cônjuges estivessem separados de fato há pelo menos cinco anos.
Essas mudanças implicavam um giro copernicano em um dos três
fundamentos do apego histórico às presunções de paternidade. Ao tempo
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 165
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RE 363.889 / DF
em que a lógica binária do legítimo-ilegítimo enfraquecia-se no Direito de
Família, eram também deixados de lado os cômodos recursos às
presunções e à verdadeira camisa-de-força em torno da imutabilidade do
estado de paternidade. Se era possível a um homem tornar-se pai, de um dia
para o outro, após sua morte ou, em tempos mais recentes, depois de
findo o vínculo conjugal, quebra-se um vórtice do sistema clássico. E
abre-se margem para a pergunta: seria esse homem um pai somente após o
reconhecimento jurídico de sua condição ou esse status seria coevo ao próprio
nascimento do filho?
É evidente que a paternidade era conatural à concepção, desde que
posteriormente confirmada com o nascimento com vida. Mas, o
reconhecimento jurídico – ainda que póstero – implicava a aceitação da
perturbadora ideia de que o Direito só serviria para tingir de jurídico,
como gostava de referir Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda, o que
já o era de facto.
Peço, agora, o auxílio de Machado de Assis, autor de outros tempos,
mas eterno em sua literatura, para descrever, em outra linguagem, o que
tento demonstrar em terminologia jurídica.
No romance, Helena, ele descreve, no primeiro capítulo, a morte do
conselheiro Vale, “de apoplexia fulminante”. A personagem deixa um
testamento, que vai ser aberto por seu amigo, o Dr. Camargo.
Provavelmente sabedor de seu conteúdo, ele pergunta aos familiares:
“Sabem o que estará aqui dentro? Disse enfim Camargo. Talvez uma lacuna ou
um grande excesso.”
A família tentou decifrar a razão dessas palavras. E isso só foi
efetivamente compreendido quando da abertura do testamento cerrado. E
cito Machado de Assis, nesse ponto:
“Uma disposição havia, porém, verdadeiramente
importante. O conselheiro declarava reconhecer uma filha
natural, de nome Helena, havida com D. Ângela da Soledade.
Esta menina estava sendo educada em um colégio de Botafogo.
Era declarada herdeira da parte que lhe tocasse de seus bens, e
devia ir viver com a família, a quem o conselheiro
5
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em que a lógica binária do legítimo-ilegítimo enfraquecia-se no Direito de
Família, eram também deixados de lado os cômodos recursos às
presunções e à verdadeira camisa-de-força em torno da imutabilidade do
estado de paternidade. Se era possível a um homem tornar-se pai, de um dia
para o outro, após sua morte ou, em tempos mais recentes, depois de
findo o vínculo conjugal, quebra-se um vórtice do sistema clássico. E
abre-se margem para a pergunta: seria esse homem um pai somente após o
reconhecimento jurídico de sua condição ou esse status seria coevo ao próprio
nascimento do filho?
É evidente que a paternidade era conatural à concepção, desde que
posteriormente confirmada com o nascimento com vida. Mas, o
reconhecimento jurídico – ainda que póstero – implicava a aceitação da
perturbadora ideia de que o Direito só serviria para tingir de jurídico,
como gostava de referir Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda, o que
já o era de facto.
Peço, agora, o auxílio de Machado de Assis, autor de outros tempos,
mas eterno em sua literatura, para descrever, em outra linguagem, o que
tento demonstrar em terminologia jurídica.
No romance, Helena, ele descreve, no primeiro capítulo, a morte do
conselheiro Vale, “de apoplexia fulminante”. A personagem deixa um
testamento, que vai ser aberto por seu amigo, o Dr. Camargo.
Provavelmente sabedor de seu conteúdo, ele pergunta aos familiares:
“Sabem o que estará aqui dentro? Disse enfim Camargo. Talvez uma lacuna ou
um grande excesso.”
A família tentou decifrar a razão dessas palavras. E isso só foi
efetivamente compreendido quando da abertura do testamento cerrado. E
cito Machado de Assis, nesse ponto:
“Uma disposição havia, porém, verdadeiramente
importante. O conselheiro declarava reconhecer uma filha
natural, de nome Helena, havida com D. Ângela da Soledade.
Esta menina estava sendo educada em um colégio de Botafogo.
Era declarada herdeira da parte que lhe tocasse de seus bens, e
devia ir viver com a família, a quem o conselheiro
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instantemente pedia que a tratasse com desvelo e carinho, como
se de seu matrimônio fosse.”
Eis que uma pessoa, existente e real, era transubstanciada
juridicamente após um ato de vontade, um negócio jurídico testamentário,
de eficácia superveniente. Lanço aqui um questionamento prévio: haveria
alguma diferença se a intervenção do Direito se operasse por uma sentença que,
também de modo ulterior, admitisse a entrada no plano jurídico de um requisito
qualificador de um elemento do plano da existência?
Volte-se à leitura jurídica do caso sob análise.
A Constituição Federal de 1988, com a norma de seu artigo 226, § 7º,
consolidou essa evolução histórica e, finalmente, resolveu uma
incoerência interna existente na ordem jurídica pretérita, que não dava
plena expansão ao princípio da igualdade, ao menos no que toca a seu
efetivo reconhecimento. Essa norma constitucional dissipou qualquer
dúvida sobre a plena igualdade entre as diversas categorias de filhos,
outrora existentes, vedada qualquer designação discriminatória que
fizesse menção à sua origem.
O artigo 226, § 7º, CF/1988, também teve o mérito de destacar
explicitamente a paternidade responsável, como que a reforçar o
entendimento de que esse é um dos nortes que sempre deverão pautar a
tomada de decisões em matérias envolvendo relações familiares.
Aliás, quanto à paternidade responsável, deve ser destacada a
importância que se lhe atribui a doutrina, servindo-me, para exemplificar,
do seguinte excerto da obra de Guilherme Calmon Nogueira da Gama a
respeito do tema:
“O desejo de procriar, ínsito às pessoas em geral, não
enfeixa apenas benefícios ou vantagens à pessoa, mas impõe a
assunção de responsabilidades das mais importantes na sua
vida cotidiana, a partir da concepção e do nascimento do filho”
(GAMA, Guilherme Calmon Nogueira da. A nova filiação: o
biodireito e as relações parentais. Rio de Janeiro: Renovar,
2003, p. 454).
6
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instantemente pedia que a tratasse com desvelo e carinho, como
se de seu matrimônio fosse.”
Eis que uma pessoa, existente e real, era transubstanciada
juridicamente após um ato de vontade, um negócio jurídico testamentário,
de eficácia superveniente. Lanço aqui um questionamento prévio: haveria
alguma diferença se a intervenção do Direito se operasse por uma sentença que,
também de modo ulterior, admitisse a entrada no plano jurídico de um requisito
qualificador de um elemento do plano da existência?
Volte-se à leitura jurídica do caso sob análise.
A Constituição Federal de 1988, com a norma de seu artigo 226, § 7º,
consolidou essa evolução histórica e, finalmente, resolveu uma
incoerência interna existente na ordem jurídica pretérita, que não dava
plena expansão ao princípio da igualdade, ao menos no que toca a seu
efetivo reconhecimento. Essa norma constitucional dissipou qualquer
dúvida sobre a plena igualdade entre as diversas categorias de filhos,
outrora existentes, vedada qualquer designação discriminatória que
fizesse menção à sua origem.
O artigo 226, § 7º, CF/1988, também teve o mérito de destacar
explicitamente a paternidade responsável, como que a reforçar o
entendimento de que esse é um dos nortes que sempre deverão pautar a
tomada de decisões em matérias envolvendo relações familiares.
Aliás, quanto à paternidade responsável, deve ser destacada a
importância que se lhe atribui a doutrina, servindo-me, para exemplificar,
do seguinte excerto da obra de Guilherme Calmon Nogueira da Gama a
respeito do tema:
“O desejo de procriar, ínsito às pessoas em geral, não
enfeixa apenas benefícios ou vantagens à pessoa, mas impõe a
assunção de responsabilidades das mais importantes na sua
vida cotidiana, a partir da concepção e do nascimento do filho”
(GAMA, Guilherme Calmon Nogueira da. A nova filiação: o
biodireito e as relações parentais. Rio de Janeiro: Renovar,
2003, p. 454).
6
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Por essa razões, intolerável se mostra a possibilidade de que o ato
voluntário ou não de gerar um novo ser humano possa vir despido de
consequências outras para quem assim o procede, tendo por destinatário
exatamente o novo ser assim gerado.
Seguiram-se inúmeras outras mudanças normativas, gradativamente
efetuadas, para a devida adequação de nossa legislação ordinária ao texto
constitucional, merecendo destaque, porque diretamente relacionado ao
tema aqui em debate, o artigo 27 do Estatuto da Criança e do
Adolescente, ao dispor que o reconhecimento do estado de filiação é
direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, imprescritibilidade
essa, de resto, que já era reconhecida por esta Suprema Corte há muito
tempo. Deve-se aqui rememorar a existência de Súmula a respeito do
tema, de nº 149, aprovada na sessão plenária do dia 13/12/63 e que dispõe,
textualmente, que: “é imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas
não o é a de petição de herança”.
Em certa medida, é o que já defendia a melhor doutrina, ao exemplo
de Regina Beatriz Tavares da Silva (Reflexões sobre o reconhecimento da
filiação extramatrimonial. In Revista de Direito Privado, v. 1, n. 1, p. 71-
91, jan./mar. 2000):
“No entanto, a idéia de que a sentença que julga
improcedente o pedido de reconhecimento faz coisa julgada
somente formal mostra-se coerente com o Estatuto da Criança e
do Adolescente, quando esta lei atribui ao reconhecimento da
filiação o caráter de direito personalíssimo e imprescritível, que
pode ser vindicado sem restrições.
Se considerarmos que o Estatuto da Criança e do
Adolescente atribui eficácia de coisa julgada somente formal à
sentença que não reconhece a paternidade, a questão sempre
pode ser enfrentada, mais uma vez, perante os Tribunais.”
Este Supremo Tribunal Federal já teve oportunidade de reconhecer a
magnitude e a importância do direito personalíssimo de que são dotados
7
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Por essa razões, intolerável se mostra a possibilidade de que o ato
voluntário ou não de gerar um novo ser humano possa vir despido de
consequências outras para quem assim o procede, tendo por destinatário
exatamente o novo ser assim gerado.
Seguiram-se inúmeras outras mudanças normativas, gradativamente
efetuadas, para a devida adequação de nossa legislação ordinária ao texto
constitucional, merecendo destaque, porque diretamente relacionado ao
tema aqui em debate, o artigo 27 do Estatuto da Criança e do
Adolescente, ao dispor que o reconhecimento do estado de filiação é
direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, imprescritibilidade
essa, de resto, que já era reconhecida por esta Suprema Corte há muito
tempo. Deve-se aqui rememorar a existência de Súmula a respeito do
tema, de nº 149, aprovada na sessão plenária do dia 13/12/63 e que dispõe,
textualmente, que: “é imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas
não o é a de petição de herança”.
Em certa medida, é o que já defendia a melhor doutrina, ao exemplo
de Regina Beatriz Tavares da Silva (Reflexões sobre o reconhecimento da
filiação extramatrimonial. In Revista de Direito Privado, v. 1, n. 1, p. 71-
91, jan./mar. 2000):
“No entanto, a idéia de que a sentença que julga
improcedente o pedido de reconhecimento faz coisa julgada
somente formal mostra-se coerente com o Estatuto da Criança e
do Adolescente, quando esta lei atribui ao reconhecimento da
filiação o caráter de direito personalíssimo e imprescritível, que
pode ser vindicado sem restrições.
Se considerarmos que o Estatuto da Criança e do
Adolescente atribui eficácia de coisa julgada somente formal à
sentença que não reconhece a paternidade, a questão sempre
pode ser enfrentada, mais uma vez, perante os Tribunais.”
Este Supremo Tribunal Federal já teve oportunidade de reconhecer a
magnitude e a importância do direito personalíssimo de que são dotados
7
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
todos os seres humanos, de conhecer a verdade sobre sua origem
biológica.
Tal ocorreu quando do julgamento, pelo Plenário desta Corte, do RE
nº 248.869/SP, relatado pelo ilustre Ministro Maurício Corrêa, o qual,
embora não dissesse respeito, especificamente, à matéria em debate
nestes autos, encerra preciosas lições a respeito do tema aqui em
discussão. Reproduz-se, por isso, sua ementa:
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL.
PROCESSUAL CIVIL. LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO
PÚBLICO PARA AJUIZAR AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE
PATERNIDADE. FILIAÇÃO. DIREITO INDISPONÍVEL.
INEXISTÊNCIA DE DEFENSORIA PÚBLICA NO ESTADO DE
SÃO PAULO. 1. A Constituição Federal adota a família como base da
sociedade a ela conferindo proteção do Estado. Assegurar à criança o
direito à dignidade, ao respeito e à convivência familiar pressupõe
reconhecer seu legítimo direito de saber a verdade sobre sua
paternidade, decorrência lógica do direito à filiação (CF, artigos 226,
§§ 3o, 4o, 5o e 7o; 227, § 6o). 2. A Carta Federal outorgou ao
Ministério Público a incumbência de promover a defesa dos interesses
individuais indisponíveis, podendo, para tanto, exercer outras
atribuições prescritas em lei, desde que compatível com sua finalidade
institucional (CF, artigos 127 e 129). 3. O direito ao nome insere-se no
conceito de dignidade da pessoa humana e traduz a sua identidade, a
origem de sua ancestralidade, o reconhecimento da família, razão pela
qual o estado de filiação é direito indisponível, em função do bem
comum maior a proteger, derivado da própria força impositiva dos
preceitos de ordem pública que regulam a matéria (Estatuto da
Criança e do Adolescente, artigo 27). 4. A Lei 8560/92 expressamente
assegurou ao Parquet, desde que provocado pelo interessado e diante
de evidências positivas, a possibilidade de intentar a ação de
investigação de paternidade, legitimação essa decorrente da proteção
constitucional conferida à família e à criança, bem como da
indisponibilidade legalmente atribuída ao reconhecimento do estado de
filiação. Dele decorrem direitos da personalidade e de caráter
patrimonial que determinam e justificam a necessária atuação do
8
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
todos os seres humanos, de conhecer a verdade sobre sua origem
biológica.
Tal ocorreu quando do julgamento, pelo Plenário desta Corte, do RE
nº 248.869/SP, relatado pelo ilustre Ministro Maurício Corrêa, o qual,
embora não dissesse respeito, especificamente, à matéria em debate
nestes autos, encerra preciosas lições a respeito do tema aqui em
discussão. Reproduz-se, por isso, sua ementa:
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL.
PROCESSUAL CIVIL. LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO
PÚBLICO PARA AJUIZAR AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE
PATERNIDADE. FILIAÇÃO. DIREITO INDISPONÍVEL.
INEXISTÊNCIA DE DEFENSORIA PÚBLICA NO ESTADO DE
SÃO PAULO. 1. A Constituição Federal adota a família como base da
sociedade a ela conferindo proteção do Estado. Assegurar à criança o
direito à dignidade, ao respeito e à convivência familiar pressupõe
reconhecer seu legítimo direito de saber a verdade sobre sua
paternidade, decorrência lógica do direito à filiação (CF, artigos 226,
§§ 3o, 4o, 5o e 7o; 227, § 6o). 2. A Carta Federal outorgou ao
Ministério Público a incumbência de promover a defesa dos interesses
individuais indisponíveis, podendo, para tanto, exercer outras
atribuições prescritas em lei, desde que compatível com sua finalidade
institucional (CF, artigos 127 e 129). 3. O direito ao nome insere-se no
conceito de dignidade da pessoa humana e traduz a sua identidade, a
origem de sua ancestralidade, o reconhecimento da família, razão pela
qual o estado de filiação é direito indisponível, em função do bem
comum maior a proteger, derivado da própria força impositiva dos
preceitos de ordem pública que regulam a matéria (Estatuto da
Criança e do Adolescente, artigo 27). 4. A Lei 8560/92 expressamente
assegurou ao Parquet, desde que provocado pelo interessado e diante
de evidências positivas, a possibilidade de intentar a ação de
investigação de paternidade, legitimação essa decorrente da proteção
constitucional conferida à família e à criança, bem como da
indisponibilidade legalmente atribuída ao reconhecimento do estado de
filiação. Dele decorrem direitos da personalidade e de caráter
patrimonial que determinam e justificam a necessária atuação do
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RE 363.889 / DF
Ministério Público para assegurar a sua efetividade, sempre em defesa
da criança, na hipótese de não reconhecimento voluntário da
paternidade ou recusa do suposto pai. 5. O direito à intimidade não
pode consagrar a irresponsabilidade paterna, de forma a inviabilizar a
imposição ao pai biológico dos deveres resultantes de uma conduta
volitiva e passível de gerar vínculos familiares. Essa garantia encontra
limite no direito da criança e do Estado em ver reconhecida, se for o
caso, a paternidade. 6. O princípio da necessária intervenção do
advogado não é absoluto (CF, artigo 133), dado que a Carta Federal
faculta a possibilidade excepcional da lei outorgar o jus postulandi a
outras pessoas. Ademais, a substituição processual extraordinária do
Ministério Público é legítima (CF, artigo 129; CPC, artigo 81; Lei
8560/92, artigo 2o, § 4o) e socialmente relevante na defesa dos
economicamente pobres, especialmente pela precariedade da
assistência jurídica prestada pelas defensorias públicas. 7. Caráter
personalíssimo do direito assegurado pela iniciativa da mãe em
procurar o Ministério Público visando a propositura da ação.
Legitimação excepcional que depende de provocação por quem de
direito, como ocorreu no caso concreto. Recurso extraordinário
conhecido e provido” (DJ de 12/3/04).
E dadas as orientações que traz sobre relevantes aspectos da matéria
litigiosa ora em discussão, também merecem reprodução alguns trechos
de sua fundamentação, nesse que se constitui verdadeiro “leading case”
desta Corte, a reconhecer e assegurar o direito personalíssimo de todo ser
humano, ao conhecimento da verdade sobre sua origem biológica, in
verbis:
“Cuida-se, no caso concreto, do direito à investigação de
paternidade. Oportuno lembrar, de início, que a Constituição Federal
adota a família como base da sociedade, a ela conferindo proteção do
Estado. Tem-se como entidade familiar não apenas a decorrente do
casamento, mas também aquelas fruto da união estável entre homem e
mulher e a comunidade formada por qualquer dos pais e seus
descendentes. O planejamento familiar, embora livre, deve fundar-se
na dignidade da pessoa humana e na paternidade responsável. É dever
9
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Ministério Público para assegurar a sua efetividade, sempre em defesa
da criança, na hipótese de não reconhecimento voluntário da
paternidade ou recusa do suposto pai. 5. O direito à intimidade não
pode consagrar a irresponsabilidade paterna, de forma a inviabilizar a
imposição ao pai biológico dos deveres resultantes de uma conduta
volitiva e passível de gerar vínculos familiares. Essa garantia encontra
limite no direito da criança e do Estado em ver reconhecida, se for o
caso, a paternidade. 6. O princípio da necessária intervenção do
advogado não é absoluto (CF, artigo 133), dado que a Carta Federal
faculta a possibilidade excepcional da lei outorgar o jus postulandi a
outras pessoas. Ademais, a substituição processual extraordinária do
Ministério Público é legítima (CF, artigo 129; CPC, artigo 81; Lei
8560/92, artigo 2o, § 4o) e socialmente relevante na defesa dos
economicamente pobres, especialmente pela precariedade da
assistência jurídica prestada pelas defensorias públicas. 7. Caráter
personalíssimo do direito assegurado pela iniciativa da mãe em
procurar o Ministério Público visando a propositura da ação.
Legitimação excepcional que depende de provocação por quem de
direito, como ocorreu no caso concreto. Recurso extraordinário
conhecido e provido” (DJ de 12/3/04).
E dadas as orientações que traz sobre relevantes aspectos da matéria
litigiosa ora em discussão, também merecem reprodução alguns trechos
de sua fundamentação, nesse que se constitui verdadeiro “leading case”
desta Corte, a reconhecer e assegurar o direito personalíssimo de todo ser
humano, ao conhecimento da verdade sobre sua origem biológica, in
verbis:
“Cuida-se, no caso concreto, do direito à investigação de
paternidade. Oportuno lembrar, de início, que a Constituição Federal
adota a família como base da sociedade, a ela conferindo proteção do
Estado. Tem-se como entidade familiar não apenas a decorrente do
casamento, mas também aquelas fruto da união estável entre homem e
mulher e a comunidade formada por qualquer dos pais e seus
descendentes. O planejamento familiar, embora livre, deve fundar-se
na dignidade da pessoa humana e na paternidade responsável. É dever
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da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, com absoluta
prioridade, o direito à dignidade, ao respeito e à convivência familiar.
Daí ser vedada, de forma expressa, a discriminação entre os filhos
havidos ou não da relação de casamento, e o reconhecimento de ser
direito legítimo da criança saber a verdade sobre sua paternidade,
decorrência lógica do direito à filiação (CF, artigos 226, §§ 3º, 4º, 5º e
7º; 227, § 6º).
O estado da pessoa é uma qualificação jurídica que deriva
da posição que os sujeitos ocupam na sociedade e da qual
decorrem direitos e deveres, no ensinamento do mestre
Orlando Gomes (“Introdução ao Direito Civil, p. 147, citada no
parecer do MP à fl. 190). E mais, regula-se por dispositivos de
ordem pública, pois a situação jurídica de cada indivíduo
interessa a toda sociedade. Esses preceitos não podem ser
modificados pela vontade do particular. São “jus publicum”,
“privatorum pactis mutari non potest”. O direito ao nome
insere-se no conceito de dignidade da pessoa humana, princípio
alçado a fundamento da República Federativa do Brasil (CF,
artigo 1º, inciso III). O nome, por sua vez, traduz a identidade
da pessoa, a origem de sua ancestralidade, enfim é o
reconhecimento da família, base de nossa sociedade. Por isso
mesmo, o patronímico não pertence apenas ao pai senão à
entidade familiar como um todo, o que aponta para a natureza
indisponível do direito em debate. No dizer de Luiz Edson
Fachin, “a descoberta da verdadeira paternidade exige que não
seja negado o direito, qualquer que seja a filiação, de ver
declarada a paternidade. Essa negação seria francamente
inconstitucional em face dos termos em que a unidade da
filiação restou inserida na Constituição Federal. Trata-se da
própria identidade biológica e pessoal - uma das expressões
concretas do direito à verdade pessoal” (“Estabelecimento da
filiação e paternidade presumida”, Fabris Editor, 1992, p. 167,
apud Belmiro Pedro Welter em “Direito de Família - Questões
Controvertidas”, Ed. Síntese, 2000, p. 139/140).
Fundado em tais premissas, dispõe expressamente o
Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90):
10
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da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, com absoluta
prioridade, o direito à dignidade, ao respeito e à convivência familiar.
Daí ser vedada, de forma expressa, a discriminação entre os filhos
havidos ou não da relação de casamento, e o reconhecimento de ser
direito legítimo da criança saber a verdade sobre sua paternidade,
decorrência lógica do direito à filiação (CF, artigos 226, §§ 3º, 4º, 5º e
7º; 227, § 6º).
O estado da pessoa é uma qualificação jurídica que deriva
da posição que os sujeitos ocupam na sociedade e da qual
decorrem direitos e deveres, no ensinamento do mestre
Orlando Gomes (“Introdução ao Direito Civil, p. 147, citada no
parecer do MP à fl. 190). E mais, regula-se por dispositivos de
ordem pública, pois a situação jurídica de cada indivíduo
interessa a toda sociedade. Esses preceitos não podem ser
modificados pela vontade do particular. São “jus publicum”,
“privatorum pactis mutari non potest”. O direito ao nome
insere-se no conceito de dignidade da pessoa humana, princípio
alçado a fundamento da República Federativa do Brasil (CF,
artigo 1º, inciso III). O nome, por sua vez, traduz a identidade
da pessoa, a origem de sua ancestralidade, enfim é o
reconhecimento da família, base de nossa sociedade. Por isso
mesmo, o patronímico não pertence apenas ao pai senão à
entidade familiar como um todo, o que aponta para a natureza
indisponível do direito em debate. No dizer de Luiz Edson
Fachin, “a descoberta da verdadeira paternidade exige que não
seja negado o direito, qualquer que seja a filiação, de ver
declarada a paternidade. Essa negação seria francamente
inconstitucional em face dos termos em que a unidade da
filiação restou inserida na Constituição Federal. Trata-se da
própria identidade biológica e pessoal - uma das expressões
concretas do direito à verdade pessoal” (“Estabelecimento da
filiação e paternidade presumida”, Fabris Editor, 1992, p. 167,
apud Belmiro Pedro Welter em “Direito de Família - Questões
Controvertidas”, Ed. Síntese, 2000, p. 139/140).
Fundado em tais premissas, dispõe expressamente o
Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90):
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‘Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito
personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser
exercitado contra os pais ou seus herdeiros sem qualquer
restrição, observado o segredo de justiça’.
A indisponibilidade de determinados direitos não decorre
da natureza privada ou pública das relações jurídicas que lhes
são subjacentes, mas da importância que elas têm para a
sociedade. O interesse público de que se cogita é aquele
relacionado à preservação do bem comum, da estabilidade das
relações sociais, e não o interesse da administração pública em
sentido estrito. Daí reconhecer-se ao Estado não só o direito,
mas o dever, de tutelar essas garantias, pois embora guardem
natureza pessoal imediata, revelam, do ponto de vista mediato,
questões de ordem pública.
Direito individual indisponível é aquele que a sociedade, por
meio de seus representantes, reputa como essencial à consecução da
paz social, segundo os anseios da comunidade, transmudando, por lei,
sua natureza primária marcadamente pessoal. A partir de então dele
não pode dispor seu titular, em favor do bem comum maior a proteger,
pois gravado de ordem pública sobrejacente, ou no dizer de Ruggiero
“pela utilidade universal da comunidade”. (É do Professor Milton
Sanseverino a lição de quando o interesse é regulado por uma norma
cogente, imperativa ou de ordem pública, vê-se logo, que o interesse
por ela regulado há de ser indisponível, porque não depende, com
exclusividade, da vontade de seu titular. Fica ele, portanto, como que
vinculado em nome da utilidade maior e mais absorvente, que é a
utilidade pública, ou como diz Ruggiero, pela utilidade universal da
comunidade (RF 254/203) - Ac. no STJ-RESP nº 129.426, Waldemar
Zveiter, DJ 23/03/98).
Está fora de qualquer dúvida, portanto, que o direito ao
reconhecimento da paternidade tem conteúdo indisponível,
derivado da própria força impositiva dos preceitos de ordem
pública que regulam a matéria. Há que se considerar, ainda,
que a proteção à infância, que por óbvio alcança o direito à
filiação, deve ser tutelado pelo Estado, até porque relacionado
expressamente entre os direitos sociais (CF, artigo 6º), que
11
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‘Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito
personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser
exercitado contra os pais ou seus herdeiros sem qualquer
restrição, observado o segredo de justiça’.
A indisponibilidade de determinados direitos não decorre
da natureza privada ou pública das relações jurídicas que lhes
são subjacentes, mas da importância que elas têm para a
sociedade. O interesse público de que se cogita é aquele
relacionado à preservação do bem comum, da estabilidade das
relações sociais, e não o interesse da administração pública em
sentido estrito. Daí reconhecer-se ao Estado não só o direito,
mas o dever, de tutelar essas garantias, pois embora guardem
natureza pessoal imediata, revelam, do ponto de vista mediato,
questões de ordem pública.
Direito individual indisponível é aquele que a sociedade, por
meio de seus representantes, reputa como essencial à consecução da
paz social, segundo os anseios da comunidade, transmudando, por lei,
sua natureza primária marcadamente pessoal. A partir de então dele
não pode dispor seu titular, em favor do bem comum maior a proteger,
pois gravado de ordem pública sobrejacente, ou no dizer de Ruggiero
“pela utilidade universal da comunidade”. (É do Professor Milton
Sanseverino a lição de quando o interesse é regulado por uma norma
cogente, imperativa ou de ordem pública, vê-se logo, que o interesse
por ela regulado há de ser indisponível, porque não depende, com
exclusividade, da vontade de seu titular. Fica ele, portanto, como que
vinculado em nome da utilidade maior e mais absorvente, que é a
utilidade pública, ou como diz Ruggiero, pela utilidade universal da
comunidade (RF 254/203) - Ac. no STJ-RESP nº 129.426, Waldemar
Zveiter, DJ 23/03/98).
Está fora de qualquer dúvida, portanto, que o direito ao
reconhecimento da paternidade tem conteúdo indisponível,
derivado da própria força impositiva dos preceitos de ordem
pública que regulam a matéria. Há que se considerar, ainda,
que a proteção à infância, que por óbvio alcança o direito à
filiação, deve ser tutelado pelo Estado, até porque relacionado
expressamente entre os direitos sociais (CF, artigo 6º), que
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RE 363.889 / DF
segundo José Afonso da Silva “são prestações positivas
proporcionadas pelo Estado direta ou indiretamente,
enunciadas em normas constitucionais, que possibilitam
melhores condições de vida aos mais fracos, direitos que
tendem a realizar a igualização de situações sociais desiguais’
(...) (Curso de Direito Constitucional Positivo, Malheiros, 12ª
edição, 1996, p. 277).
O direito à intimidade não pode consagrar a
irresponsabilidade paterna, de forma a inviabilizar a imposição
ao pai biológico dos deveres resultantes de uma conduta
volitiva e passível de gerar vínculos familiares. De qualquer
sorte essa garantia encontra limite no direito da criança e do
Estado em ver reconhecida, se for o caso, a paternidade (...).
O direito em debate está ligado à família, à proteção,
dignidade e respeito à criança, bens amparados, como se sabe,
pela Constituição, como dever do Estado e obrigação de toda a
sociedade (CF, artigos 6º e 227), o que não apenas autoriza como
recomenda a atuação do Ministério Público”.
A importância daquele julgamento não pode ser negligenciada por
ter sido a primeira manifestação clara e explícita deste Supremo Tribunal
Federal sobre o tema, depois da entrada em vigor da Constituição Federal
de 1988 e por representar contundente tomada de posição quanto ao
direito indisponível à busca da verdade real, no contexto de se conferir
preeminência ao direito geral da personalidade.
Retomando o fio condutor da argumentação ora desenvolvida, a
saber, da superação dos elementos a) legitimidade familiar (e da
paternidade); b) apego às presunções e c) recusa a julgamentos baseados
em provas tecnicamente frágeis, tem-se como traçar um paralelo com a
introdução de novo elemento nessas questões: o exame de DNA e o
direito de ter acesso a um meio de prova conducente ao que os alemães
têm denominado de direito fundamental à informação genética.
A esse respeito, veja-se o tratamento que esta Corte dispensa ao
dever do Estado em providenciar que os necessitados tenham acesso às
técnicas de DNA, como forma de conhecer a verdade sobre sua origem
12
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RE 363.889 / DF
segundo José Afonso da Silva “são prestações positivas
proporcionadas pelo Estado direta ou indiretamente,
enunciadas em normas constitucionais, que possibilitam
melhores condições de vida aos mais fracos, direitos que
tendem a realizar a igualização de situações sociais desiguais’
(...) (Curso de Direito Constitucional Positivo, Malheiros, 12ª
edição, 1996, p. 277).
O direito à intimidade não pode consagrar a
irresponsabilidade paterna, de forma a inviabilizar a imposição
ao pai biológico dos deveres resultantes de uma conduta
volitiva e passível de gerar vínculos familiares. De qualquer
sorte essa garantia encontra limite no direito da criança e do
Estado em ver reconhecida, se for o caso, a paternidade (...).
O direito em debate está ligado à família, à proteção,
dignidade e respeito à criança, bens amparados, como se sabe,
pela Constituição, como dever do Estado e obrigação de toda a
sociedade (CF, artigos 6º e 227), o que não apenas autoriza como
recomenda a atuação do Ministério Público”.
A importância daquele julgamento não pode ser negligenciada por
ter sido a primeira manifestação clara e explícita deste Supremo Tribunal
Federal sobre o tema, depois da entrada em vigor da Constituição Federal
de 1988 e por representar contundente tomada de posição quanto ao
direito indisponível à busca da verdade real, no contexto de se conferir
preeminência ao direito geral da personalidade.
Retomando o fio condutor da argumentação ora desenvolvida, a
saber, da superação dos elementos a) legitimidade familiar (e da
paternidade); b) apego às presunções e c) recusa a julgamentos baseados
em provas tecnicamente frágeis, tem-se como traçar um paralelo com a
introdução de novo elemento nessas questões: o exame de DNA e o
direito de ter acesso a um meio de prova conducente ao que os alemães
têm denominado de direito fundamental à informação genética.
A esse respeito, veja-se o tratamento que esta Corte dispensa ao
dever do Estado em providenciar que os necessitados tenham acesso às
técnicas de DNA, como forma de conhecer a verdade sobre sua origem
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 165
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
genética, em ações de investigação de paternidade, citando-se, para
ilustrar, a ementa do seguinte precedente:
“Recurso extraordinário. Investigação de Paternidade. Correto o
acórdão recorrido ao entender que cabe ao Estado o custeio do exame
pericial de DNA para os beneficiários da assistência judiciária
gratuita, oferecendo o devido alcance ao disposto no art. 5º LXXIV, da
Constituição. Recurso extraordinário não conhecido” (RE nº
207.732/MS, Relatora a Ministra Ellen Gracie, 1ª Turma, DJ de
2/8/02).
E de sua fundamentação, igualmente representativa da preocupação
da Ministra Ellen Gracie com a relevância do tema, destaque-se o
seguinte trecho:
“O Estado não pode se omitir em dar a maior eficácia possível a
uma garantia tão importante ao Estado de Direito como a do acesso
efetivo à prestação jurisdicional, principalmente aos mais carentes.
Deve-se atentar para a importância social existente em uma ação de
reconhecimento de paternidade, em que qualquer erro no julgamento
poderá implicar sérios prejuízos, tanto para o investigando, quanto ao
investigado, exigindo a precisão inerente ao exame de DNA, em nome
da segurança jurídica”.
Cumpre destacar, nesta oportunidade, a similitude fática da hipótese
descrita nesse aludido precedente, com a situação retratada neste
processo, no qual se observa que anterior ação de investigação de
paternidade foi julgada improcedente, porque o autor da demanda, bem
como sua representante legal (sua genitora), que litigavam sob os
auspícios da gratuidade judiciária, não tiveram condições de arcar com os
custos do exame de DNA, que seria de fundamental importância para o
deslinde da controvérsia.
De fato, o prolator da sentença proferida na primitiva demanda
ajuizada contra o recorrido, então observou que:
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genética, em ações de investigação de paternidade, citando-se, para
ilustrar, a ementa do seguinte precedente:
“Recurso extraordinário. Investigação de Paternidade. Correto o
acórdão recorrido ao entender que cabe ao Estado o custeio do exame
pericial de DNA para os beneficiários da assistência judiciária
gratuita, oferecendo o devido alcance ao disposto no art. 5º LXXIV, da
Constituição. Recurso extraordinário não conhecido” (RE nº
207.732/MS, Relatora a Ministra Ellen Gracie, 1ª Turma, DJ de
2/8/02).
E de sua fundamentação, igualmente representativa da preocupação
da Ministra Ellen Gracie com a relevância do tema, destaque-se o
seguinte trecho:
“O Estado não pode se omitir em dar a maior eficácia possível a
uma garantia tão importante ao Estado de Direito como a do acesso
efetivo à prestação jurisdicional, principalmente aos mais carentes.
Deve-se atentar para a importância social existente em uma ação de
reconhecimento de paternidade, em que qualquer erro no julgamento
poderá implicar sérios prejuízos, tanto para o investigando, quanto ao
investigado, exigindo a precisão inerente ao exame de DNA, em nome
da segurança jurídica”.
Cumpre destacar, nesta oportunidade, a similitude fática da hipótese
descrita nesse aludido precedente, com a situação retratada neste
processo, no qual se observa que anterior ação de investigação de
paternidade foi julgada improcedente, porque o autor da demanda, bem
como sua representante legal (sua genitora), que litigavam sob os
auspícios da gratuidade judiciária, não tiveram condições de arcar com os
custos do exame de DNA, que seria de fundamental importância para o
deslinde da controvérsia.
De fato, o prolator da sentença proferida na primitiva demanda
ajuizada contra o recorrido, então observou que:
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
“Requerida a prova pericial, pelo teste do DNA, instalou-
se discussão incidental a respeito de haver, ou não, o requerido
assumido do compromisso de participar dos seus custos,
sabidamente elevados (U$ 1.500,00, sem computar aí os
honorários do perito). Ao final, inviabilizou-se a realização
dessa prova – a que seria essencial e decisiva, dada sua precisão
e segurança técnica atualmente - pela recusa do requerido e
pela falta de condições financeiras do requerente (...)
Lamentável, sob todos os aspectos, a impossibilidade de ter-se
aqui, a prova pericial; sobretudo com a precisão hoje
assegurada pelo DNA. Resta o consolo de, nestes e noutros
tantos casos semelhantes, ficar a parte autora sempre com a
possibilidade de, recorrendo, tentar ver o custeio de tal prova se
viabilizar, para insistir na Justiça. Fica a esperança, também, e o
apelo reiterado, de que o próprio Poder Público, no caso através
do Egrégio Tribunal de Justiça, possa no futuro vir a assumir
(mediante convênios, ou outra forma) esse ônus, perante uma
população, via de regra, carente dos meios até para as despesas
cartorárias, tanto mais para uma prova tão onerosa (...)” (folha
19).
E para realçar ainda mais essa semelhança, merece transcrição parte
do despacho saneador proferido nestes autos e que deu ensejo à prolação
do acórdão ora em análise:
“A Carta Política de 1988, que já estava em vigor na época
da propositura da ação de investigação de paternidade que
tramitou perante o ilustrado juízo da 3ª Vara de Família desta
Circunscrição Judiciária, prescreve, em seu art. 5º inciso LXXIV,
no Capítulo Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, o
seguinte,
verbis
:
‘LXXIV – O Estado prestará assistência jurídica
integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos’; (sic grifei o texto).
Ora. A norma constitucional acima transcrita é de uma
clareza de doer e a sua aplicação e efetividade não pode ficar à
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
“Requerida a prova pericial, pelo teste do DNA, instalou-
se discussão incidental a respeito de haver, ou não, o requerido
assumido do compromisso de participar dos seus custos,
sabidamente elevados (U$ 1.500,00, sem computar aí os
honorários do perito). Ao final, inviabilizou-se a realização
dessa prova – a que seria essencial e decisiva, dada sua precisão
e segurança técnica atualmente - pela recusa do requerido e
pela falta de condições financeiras do requerente (...)
Lamentável, sob todos os aspectos, a impossibilidade de ter-se
aqui, a prova pericial; sobretudo com a precisão hoje
assegurada pelo DNA. Resta o consolo de, nestes e noutros
tantos casos semelhantes, ficar a parte autora sempre com a
possibilidade de, recorrendo, tentar ver o custeio de tal prova se
viabilizar, para insistir na Justiça. Fica a esperança, também, e o
apelo reiterado, de que o próprio Poder Público, no caso através
do Egrégio Tribunal de Justiça, possa no futuro vir a assumir
(mediante convênios, ou outra forma) esse ônus, perante uma
população, via de regra, carente dos meios até para as despesas
cartorárias, tanto mais para uma prova tão onerosa (...)” (folha
19).
E para realçar ainda mais essa semelhança, merece transcrição parte
do despacho saneador proferido nestes autos e que deu ensejo à prolação
do acórdão ora em análise:
“A Carta Política de 1988, que já estava em vigor na época
da propositura da ação de investigação de paternidade que
tramitou perante o ilustrado juízo da 3ª Vara de Família desta
Circunscrição Judiciária, prescreve, em seu art. 5º inciso LXXIV,
no Capítulo Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, o
seguinte,
verbis
:
‘LXXIV – O Estado prestará assistência jurídica
integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos’; (sic grifei o texto).
Ora. A norma constitucional acima transcrita é de uma
clareza de doer e a sua aplicação e efetividade não pode ficar à
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 165
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
mercê dos aplicadores do direito e da lei, máxime porque se
trata de uma norma de inexcedível alcance social. Desta forma,
a hipossuficiência de recursos não pode, em hipótese alguma,
constituir-se num óbice ao alcance de uma justa prestação
jurisdicional, constituindo-se, numa inarredável obrigação do
Estado – e o Magistrado tem o poder-dever de fazer cumprir a
Constituição, mesmo porque presta este juramento quando por
ocasião de sua investidura no cargo -, fornecer aos carentes os
meios necessários para a justa composição da lide.
Noutros termos: não dispondo, a parte, das condições de
suportar as despesas do exame DNA, cabe ao Estado fazê-lo. A
gratuidade de justiça, é bom frisar, não se limita, apenas e tão
somente, à isenção das custas processuais – muito baratas por
sinal - . A gratuidade de justiça, implica na gratuidade de todas
as despesas do processo, inclusive relativa à prova pericial.
(...)
Inadmissível afigura-se-me, isto sim, penalizar o cidadão,
a parte, a pessoa, enfim, que tanto confiou na Justiça, pela
incúria do Estado que não cuidou de, à época, proporcionar à
parte os meios para a justa composição da lide.
E o pior: na hipótese em testilha penaliza-se a parte mais
carente da relação processual; um adolescente, nascido aos 30-
NOV-1981 (fl. 12), a quem a Constituição da República diz
assegurar-lhe, com absoluta prioridade, o direito à dignidade,
ao respeito, enfim, a todos os direitos previstos no caput do art.
227 do texto constitucional.
Neste diapasão, negar o direito ao autor à tutela
jurisdicional ampla e irrestrita, ao adolescente que busca um
dos mais elementares direitos de todo e qualquer cidadão, que é
o direito à filiação, é fazer pouco caso da norma constitucional,
datíssima vênia.
De cediço conhecimento que hoje, em Brasília, Lei Distrital
(Lei nº 1.097/96) dispõe quanto à obrigatoriedade do Estado em
realizar o exame DNA para as pessoas carentes. Esta Lei
Distrital não existia à época da ação que tramitou perante o
ilustrado Juízo da Terceira Vara de Família mas este fato não
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
mercê dos aplicadores do direito e da lei, máxime porque se
trata de uma norma de inexcedível alcance social. Desta forma,
a hipossuficiência de recursos não pode, em hipótese alguma,
constituir-se num óbice ao alcance de uma justa prestação
jurisdicional, constituindo-se, numa inarredável obrigação do
Estado – e o Magistrado tem o poder-dever de fazer cumprir a
Constituição, mesmo porque presta este juramento quando por
ocasião de sua investidura no cargo -, fornecer aos carentes os
meios necessários para a justa composição da lide.
Noutros termos: não dispondo, a parte, das condições de
suportar as despesas do exame DNA, cabe ao Estado fazê-lo. A
gratuidade de justiça, é bom frisar, não se limita, apenas e tão
somente, à isenção das custas processuais – muito baratas por
sinal - . A gratuidade de justiça, implica na gratuidade de todas
as despesas do processo, inclusive relativa à prova pericial.
(...)
Inadmissível afigura-se-me, isto sim, penalizar o cidadão,
a parte, a pessoa, enfim, que tanto confiou na Justiça, pela
incúria do Estado que não cuidou de, à época, proporcionar à
parte os meios para a justa composição da lide.
E o pior: na hipótese em testilha penaliza-se a parte mais
carente da relação processual; um adolescente, nascido aos 30-
NOV-1981 (fl. 12), a quem a Constituição da República diz
assegurar-lhe, com absoluta prioridade, o direito à dignidade,
ao respeito, enfim, a todos os direitos previstos no caput do art.
227 do texto constitucional.
Neste diapasão, negar o direito ao autor à tutela
jurisdicional ampla e irrestrita, ao adolescente que busca um
dos mais elementares direitos de todo e qualquer cidadão, que é
o direito à filiação, é fazer pouco caso da norma constitucional,
datíssima vênia.
De cediço conhecimento que hoje, em Brasília, Lei Distrital
(Lei nº 1.097/96) dispõe quanto à obrigatoriedade do Estado em
realizar o exame DNA para as pessoas carentes. Esta Lei
Distrital não existia à época da ação que tramitou perante o
ilustrado Juízo da Terceira Vara de Família mas este fato não
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RE 363.889 / DF
afasta a aplicação da norma constitucional acima lembrada.
(...)
Não bastasse tudo isto, ou seja, o aspecto meramente
formal, favorável ao autor, porquanto, como por demais
sinalado, não houve
julgamento de mérito; a lide não restou
composta; o Estado Juiz não resolveu, não solucionou o litígio;
não afirmou se entre autor e réu há uma importantíssima
relação jurídica: a de parentesco.
Ora. Estamos diante de uma ação de estado. Ação de
importância inquestionável; a verdade processual real deve
prevalecer sobre qualquer uma outra.
De nada adianta termos uma legislação favorável e
protetora aos direitos da criança e do adolescente, a começar
pela própria Lei Fundamental, se, no momento de fazermos
valer estas leis curvamo-nos ao formalismo, às fórmulas frias de
aplicação da lei. À criança e ao adolescente, com absoluta
prioridade, são assegurados o direito à vida, à saúde, à
dignidade, ao respeito, enfim, cabe ao estado e à família
fazerem valer estes direitos insculpidos na Constituição Federal
(art. 227 CF/88) e repetidos em diversas passagens no Estatuto
da Criança e do Adolescente (arts. 3º, 4º, 5º, 6º, 7º, etc. da Lei nº
8.069/90).
Tenho para mim, com a devida vênia dos que pensam em
contrário, que o acolhimento da preliminar de coisa julgada, na
hipótese vertente, é fazer tabula rasa das normas
constitucionais e doutros dispositivos de lei mencionados nesta
decisão. E mais: numa época em que tanto se propugna por
uma justiça social, acessível à sociedade, independentemente da
condição social ou financeira do jurisdicionado, o acolhimento
da preliminar afigura-se-me um retrocesso, com todo o respeito
dos que pensam em contrário. O processo não é um fim em si
mesmo; é apenas um meio; é o instrumento da jurisdição; é o
meio de que se vale o Estado para compor os litígios. Uma
sentença terminativa, como a proferida nos autos da ação de
investigação de paternidade processada na Terceira Vara de
Família, não solucionou o litígio. Vale dizer: naquele caso, o
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afasta a aplicação da norma constitucional acima lembrada.
(...)
Não bastasse tudo isto, ou seja, o aspecto meramente
formal, favorável ao autor, porquanto, como por demais
sinalado, não houve
julgamento de mérito; a lide não restou
composta; o Estado Juiz não resolveu, não solucionou o litígio;
não afirmou se entre autor e réu há uma importantíssima
relação jurídica: a de parentesco.
Ora. Estamos diante de uma ação de estado. Ação de
importância inquestionável; a verdade processual real deve
prevalecer sobre qualquer uma outra.
De nada adianta termos uma legislação favorável e
protetora aos direitos da criança e do adolescente, a começar
pela própria Lei Fundamental, se, no momento de fazermos
valer estas leis curvamo-nos ao formalismo, às fórmulas frias de
aplicação da lei. À criança e ao adolescente, com absoluta
prioridade, são assegurados o direito à vida, à saúde, à
dignidade, ao respeito, enfim, cabe ao estado e à família
fazerem valer estes direitos insculpidos na Constituição Federal
(art. 227 CF/88) e repetidos em diversas passagens no Estatuto
da Criança e do Adolescente (arts. 3º, 4º, 5º, 6º, 7º, etc. da Lei nº
8.069/90).
Tenho para mim, com a devida vênia dos que pensam em
contrário, que o acolhimento da preliminar de coisa julgada, na
hipótese vertente, é fazer tabula rasa das normas
constitucionais e doutros dispositivos de lei mencionados nesta
decisão. E mais: numa época em que tanto se propugna por
uma justiça social, acessível à sociedade, independentemente da
condição social ou financeira do jurisdicionado, o acolhimento
da preliminar afigura-se-me um retrocesso, com todo o respeito
dos que pensam em contrário. O processo não é um fim em si
mesmo; é apenas um meio; é o instrumento da jurisdição; é o
meio de que se vale o Estado para compor os litígios. Uma
sentença terminativa, como a proferida nos autos da ação de
investigação de paternidade processada na Terceira Vara de
Família, não solucionou o litígio. Vale dizer: naquele caso, o
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
Estado não exerceu a função jurisdicional; não disse o direito. O
processo encerrou-se de forma irregular; anômala. Porquanto, a
forma normal de extinção do processo é a extinção com
apreciação da matéria meritória acolhendo ou rejeitando a
pretensão do autor” (folhas 114 a 120).
Constata-se, portanto, que à semelhança do que obtemperou a
Ministra Ellen Gracie, nos autos do recurso antes referido, no caso
presente, mostra-se de todo conveniente permitir-se a realização do
exame de DNA, para que, com absoluta segurança, venha a ser proferida
decisão judicial acerca da origem biológica do autor da demanda,
anotando-se, por oportuno, que contava ele com menos de oito anos de
idade, quando do ajuizamento da primeira demanda investigatória que
aforou, representado por sua mãe. Atualmente, ele conta com mais de 28
anos de idade e ainda não obteve uma resposta cabalmente
fundamentada, calcada em uma prova de certeza inquestionável, acerca
de sua veraz origem genética.
Nessa conformidade, além de esparsas menções em precedentes já
mencionados, transcreve-se o seguinte trecho de decisão monocrática,
assim dispondo, da lavra do eminente Ministro Cezar Peluso, proferido
nos autos da AC nº 2.182/DF, na qual, depois de dissertar sobre o respeito
à garantia constitucional da coisa julgada, que entre nós consubstancia
“conspícuo direito fundamental (art. 5.º, inc. XXXVI)”, asseverou Sua
Excelência, que
“[e]sse direito fundamental à segurança jurídica não é,
como todos os demais, absoluto, podendo ceder em caso de
conflito concreto com outros direitos de igual importância
teórica. Ora, somente em hipótese nítida de colisão entre
direitos fundamentais é que se pode admitir, em tese, a
chamada "relativização da coisa julgada", mediante ponderação
dos respectivos bens jurídicos, com vistas à solução do conflito”
(DJ-e de 12/11/08).
Embora esse decisum aluda à técnica de colisão de princípios, a
17
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
Estado não exerceu a função jurisdicional; não disse o direito. O
processo encerrou-se de forma irregular; anômala. Porquanto, a
forma normal de extinção do processo é a extinção com
apreciação da matéria meritória acolhendo ou rejeitando a
pretensão do autor” (folhas 114 a 120).
Constata-se, portanto, que à semelhança do que obtemperou a
Ministra Ellen Gracie, nos autos do recurso antes referido, no caso
presente, mostra-se de todo conveniente permitir-se a realização do
exame de DNA, para que, com absoluta segurança, venha a ser proferida
decisão judicial acerca da origem biológica do autor da demanda,
anotando-se, por oportuno, que contava ele com menos de oito anos de
idade, quando do ajuizamento da primeira demanda investigatória que
aforou, representado por sua mãe. Atualmente, ele conta com mais de 28
anos de idade e ainda não obteve uma resposta cabalmente
fundamentada, calcada em uma prova de certeza inquestionável, acerca
de sua veraz origem genética.
Nessa conformidade, além de esparsas menções em precedentes já
mencionados, transcreve-se o seguinte trecho de decisão monocrática,
assim dispondo, da lavra do eminente Ministro Cezar Peluso, proferido
nos autos da AC nº 2.182/DF, na qual, depois de dissertar sobre o respeito
à garantia constitucional da coisa julgada, que entre nós consubstancia
“conspícuo direito fundamental (art. 5.º, inc. XXXVI)”, asseverou Sua
Excelência, que
“[e]sse direito fundamental à segurança jurídica não é,
como todos os demais, absoluto, podendo ceder em caso de
conflito concreto com outros direitos de igual importância
teórica. Ora, somente em hipótese nítida de colisão entre
direitos fundamentais é que se pode admitir, em tese, a
chamada "relativização da coisa julgada", mediante ponderação
dos respectivos bens jurídicos, com vistas à solução do conflito”
(DJ-e de 12/11/08).
Embora esse decisum aluda à técnica de colisão de princípios, a
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 165
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
respeito da qual guardo reservas e só a tenho utilizado para demonstrar
que, mesmo por essa via, se pode chegar a resultados simétricos, é
evidente que a ideia de coisa julgada como topos argumentativo isolado
não se presta a resolver o problema do direito fundamental à identidade
genética. Dito de outro modo, argumentar com a invocação pura e simples
da coisa julgada, especialmente em matéria de suma relevância para a
definição da personalidade, é o mesmo que se valer das antigas ficções
jurídicas, tão úteis em tempos avoengos, de parcos recursos técnicos no
campo das Ciências Naturais.
Pois bem. No caso ora em análise por esta Corte, entendo que, da
forma como então destacada pelo eminente Ministro Cezar Peluso, há
de se proceder à relativização da coisa julgada formada ao cabo da
primeira ação de investigação de paternidade ajuizada contra o ora
recorrido, para permitir que se prossiga no julgamento da segunda
demanda com esse fito contra ele proposta, para que, agora, com a ampla
possibilidade de realização da prova técnica que assegura, com um grau
de certeza que se pode qualificar de absoluto, obter-se uma comprovação
cabal acerca da eventual relação paterno-filial, que se alega existir entre as
partes.
Em julgamento ocorrido ainda sob a égide da Constituição revogada
de 1967, admitiu a Primeira Turma desta Corte que assim se procedesse,
em um determinado caso concreto, ressaltando-se que o princípio da
intangibilidade da coisa julgada igualmente constava do rol de direitos e
garantias fundamentais consagradas por aquela Carta. Sua ementa assim
dispõe:
“DESAPROPRIAÇÃO. TERRENOS DA ATUAL BASE
AÉREA DE PERNAMERIM, EM NATAL, RN. LIQUIDAÇÃO DE
SENTENÇA. DETERMINAÇÃO DE NOVA AVALIAÇÃO.
HIPÓTESES EM QUE O STF TEM ADMITIDO NOVA
AVALIAÇÃO, NÃO OBSTANTE, EM DECISÃO ANTERIOR, JÁ
TRÂNSITA EM JULGADO, SE HAJA DEFINIDO O VALOR DA
INDENIZAÇÃO. DIANTE DAS PECULIARIDADES DO CASO
CONCRETO, NÃO SE PODE ACOLHER A ALEGAÇÃO
18
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respeito da qual guardo reservas e só a tenho utilizado para demonstrar
que, mesmo por essa via, se pode chegar a resultados simétricos, é
evidente que a ideia de coisa julgada como topos argumentativo isolado
não se presta a resolver o problema do direito fundamental à identidade
genética. Dito de outro modo, argumentar com a invocação pura e simples
da coisa julgada, especialmente em matéria de suma relevância para a
definição da personalidade, é o mesmo que se valer das antigas ficções
jurídicas, tão úteis em tempos avoengos, de parcos recursos técnicos no
campo das Ciências Naturais.
Pois bem. No caso ora em análise por esta Corte, entendo que, da
forma como então destacada pelo eminente Ministro Cezar Peluso, há
de se proceder à relativização da coisa julgada formada ao cabo da
primeira ação de investigação de paternidade ajuizada contra o ora
recorrido, para permitir que se prossiga no julgamento da segunda
demanda com esse fito contra ele proposta, para que, agora, com a ampla
possibilidade de realização da prova técnica que assegura, com um grau
de certeza que se pode qualificar de absoluto, obter-se uma comprovação
cabal acerca da eventual relação paterno-filial, que se alega existir entre as
partes.
Em julgamento ocorrido ainda sob a égide da Constituição revogada
de 1967, admitiu a Primeira Turma desta Corte que assim se procedesse,
em um determinado caso concreto, ressaltando-se que o princípio da
intangibilidade da coisa julgada igualmente constava do rol de direitos e
garantias fundamentais consagradas por aquela Carta. Sua ementa assim
dispõe:
“DESAPROPRIAÇÃO. TERRENOS DA ATUAL BASE
AÉREA DE PERNAMERIM, EM NATAL, RN. LIQUIDAÇÃO DE
SENTENÇA. DETERMINAÇÃO DE NOVA AVALIAÇÃO.
HIPÓTESES EM QUE O STF TEM ADMITIDO NOVA
AVALIAÇÃO, NÃO OBSTANTE, EM DECISÃO ANTERIOR, JÁ
TRÂNSITA EM JULGADO, SE HAJA DEFINIDO O VALOR DA
INDENIZAÇÃO. DIANTE DAS PECULIARIDADES DO CASO
CONCRETO, NÃO SE PODE ACOLHER A ALEGAÇÃO
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
CONSTANTE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO DE
OFENSA, PELO ACÓRDÃO, DO ART. 153, PARÁGRAFO 3º, DA
CONSTITUIÇÃO
FEDERAL,
EM
VIRTUDE
DO
DEFERIMENTO DE NOVA AVALIAÇÃO DOS TERRENOS. O
ARESTO TEVE PRESENTES FATOS E CIRCUNSTÂNCIAS
ESPECIAIS DA CAUSA A INDICAREM A INJUSTIÇA DA
INDENIZAÇÃO, NOS TERMOS EM QUE RESULTARIA DA SÓ
APLICAÇÃO DA CORREÇÃO MONETÁRIA, A CONTAR DA
LEI Nº 4.686/1965, QUANDO A PRIMEIRA AVALIAÇAO
ACONTECEU EM 1957. CRITÉRIO A SER SEGUIDO NA NOVA
AVALIAÇÃO. DECRETO-LEI N. 3365/1941, ART. 26. QUESTÃO
QUE NÃO CONSTITUI OBJETO DO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO DA UNIÃO. RELATIVAMENTE AOS
JUROS COMPENSATÓRIOS, HAVENDO SIDO FIXADO, EM
DECISÃO TRÂNSITA EM JULGADO, O PERCENTUAL DE 6%
A.A., NÃO CABERIA, NO ACÓRDÃO RECORRIDO,
ESTIPUILAR SEU CÁLCULO A BASE DE 12% A.A. A
INCIDÊNCIA DO PERCENTUAL DE 6% A.A. DAR-SE-Á, A
PARTIR DA OCUPAÇÃO DO IMÓVEL. NESSE PONTO, O
ACÓRDÃO OFENDEU O ART. 153, PARÁGRAFO 3, DA LEI
MAIOR. NO QUE RESPEITA AOS HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS, ESTABELECIDOS EM QUANTIA CERTA, A
VISTA DA PRIMITIVA AVALIAÇÃO, NÃO VULNERA O ART.
153, PARAGRAFO 3, DA CARTA MAGNA, O ACÓRDÃO, AO
ESTIPULAR NOVO CRITÉRIO PARA SEU CÁLCULO, EM
DETERMINADO NOVA AVALIAÇÃO DO IMÓVEL
EXPROPRIADO. CONHECIMENTO, APENAS, EM PARTE, DO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO, QUANTO AOS JUROS
COMPENSATÓRIOS, PARA, NESTA PARTE, DAR-LHE
PROVIMENTO” (RE nº 105.012/RN, Relator o Ministro Néri da
Silveira, DJ de 1/7/88).
Interessantes considerações sobre o tema também foram feitas
quando do julgamento do RE nº 111.787 (DJ de 13/9/91), pela Segunda
Turma desta Corte, partes delas, aliás, já transcritas nos autos, quando de
seu processamento em primeiro grau, mas que merecem complemento.
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CONSTANTE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO DE
OFENSA, PELO ACÓRDÃO, DO ART. 153, PARÁGRAFO 3º, DA
CONSTITUIÇÃO
FEDERAL,
EM
VIRTUDE
DO
DEFERIMENTO DE NOVA AVALIAÇÃO DOS TERRENOS. O
ARESTO TEVE PRESENTES FATOS E CIRCUNSTÂNCIAS
ESPECIAIS DA CAUSA A INDICAREM A INJUSTIÇA DA
INDENIZAÇÃO, NOS TERMOS EM QUE RESULTARIA DA SÓ
APLICAÇÃO DA CORREÇÃO MONETÁRIA, A CONTAR DA
LEI Nº 4.686/1965, QUANDO A PRIMEIRA AVALIAÇAO
ACONTECEU EM 1957. CRITÉRIO A SER SEGUIDO NA NOVA
AVALIAÇÃO. DECRETO-LEI N. 3365/1941, ART. 26. QUESTÃO
QUE NÃO CONSTITUI OBJETO DO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO DA UNIÃO. RELATIVAMENTE AOS
JUROS COMPENSATÓRIOS, HAVENDO SIDO FIXADO, EM
DECISÃO TRÂNSITA EM JULGADO, O PERCENTUAL DE 6%
A.A., NÃO CABERIA, NO ACÓRDÃO RECORRIDO,
ESTIPUILAR SEU CÁLCULO A BASE DE 12% A.A. A
INCIDÊNCIA DO PERCENTUAL DE 6% A.A. DAR-SE-Á, A
PARTIR DA OCUPAÇÃO DO IMÓVEL. NESSE PONTO, O
ACÓRDÃO OFENDEU O ART. 153, PARÁGRAFO 3, DA LEI
MAIOR. NO QUE RESPEITA AOS HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS, ESTABELECIDOS EM QUANTIA CERTA, A
VISTA DA PRIMITIVA AVALIAÇÃO, NÃO VULNERA O ART.
153, PARAGRAFO 3, DA CARTA MAGNA, O ACÓRDÃO, AO
ESTIPULAR NOVO CRITÉRIO PARA SEU CÁLCULO, EM
DETERMINADO NOVA AVALIAÇÃO DO IMÓVEL
EXPROPRIADO. CONHECIMENTO, APENAS, EM PARTE, DO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO, QUANTO AOS JUROS
COMPENSATÓRIOS, PARA, NESTA PARTE, DAR-LHE
PROVIMENTO” (RE nº 105.012/RN, Relator o Ministro Néri da
Silveira, DJ de 1/7/88).
Interessantes considerações sobre o tema também foram feitas
quando do julgamento do RE nº 111.787 (DJ de 13/9/91), pela Segunda
Turma desta Corte, partes delas, aliás, já transcritas nos autos, quando de
seu processamento em primeiro grau, mas que merecem complemento.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 23 de 165
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
O relator designado para o acórdão, o eminente Ministro Marco
Aurélio, assim se manifestou:
“Senhor Presidente, no caso dos autos, eu poderia dizer
que já temos três ‘lamentos’: o ‘lamento’ lançado pelo nobre
Ministro relator perante o Superior Tribunal de Justiça, quando
foi julgado o especial; o ‘lamento’ consignado no parecer do
Ministério Público Federal, e, agora, há pouco, o ‘lamento’
também referido por v. Exª ao prolatar o voto.
Aprendi, Senhor presidente, como Juiz, desde cedo, que
toda vez que o magistrado se defronta com uma controvérsia,
com um interesse resistido, deve idealizar a solução mais justa
para o caso concreto. Ele deve partir para a fixação do
desiderato, inicialmente, de acordo com a formação
humanística que possui e, somente após, já fixado o desiderato
desejável para o caso, partir para a conclusão a que chegou
inicialmente. Encontrando esse apoio, como quer o Direito,
torna translúcido o Direito no provimento judicial. Não
encontrando, aí sim, lamenta e conclui de forma
diametralmente oposta à solução idealizada.
O que temos no caso dos autos? Temos uma situação
verdadeiramente teratológica; temos um provimento que se diz
que é um provimento e, ao mesmo tempo, se nega essa
natureza a ele; temos um provimento que repousa na premissa
segundo a qual reflete a justa indenização de que cogita o artigo
153, § 22, da Carta anterior e, ao mesmo tempo, potencializa-se
parte desse provimento para esvaziar-se por completo essa
indenização. E por que assim se fez? Porque, simplesmente, diz-
se que houve julgamento de embargos declaratórios e a justa
indenização a que foi condenada a recorrida passou a estar
sujeita ao fator tempo, passou a variar, quanto ao conteúdo
econômico, de acordo com a tramitação do próprio processo e a
demora dessa tramitação.
Indaga-se: o que está sendo, na hipótese, descumprido,
senão a coisa julgada, no que decidiu realmente a lide, ou seja,
concluiu pelo direito à verba indenizatória mais justa possível,
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
O relator designado para o acórdão, o eminente Ministro Marco
Aurélio, assim se manifestou:
“Senhor Presidente, no caso dos autos, eu poderia dizer
que já temos três ‘lamentos’: o ‘lamento’ lançado pelo nobre
Ministro relator perante o Superior Tribunal de Justiça, quando
foi julgado o especial; o ‘lamento’ consignado no parecer do
Ministério Público Federal, e, agora, há pouco, o ‘lamento’
também referido por v. Exª ao prolatar o voto.
Aprendi, Senhor presidente, como Juiz, desde cedo, que
toda vez que o magistrado se defronta com uma controvérsia,
com um interesse resistido, deve idealizar a solução mais justa
para o caso concreto. Ele deve partir para a fixação do
desiderato, inicialmente, de acordo com a formação
humanística que possui e, somente após, já fixado o desiderato
desejável para o caso, partir para a conclusão a que chegou
inicialmente. Encontrando esse apoio, como quer o Direito,
torna translúcido o Direito no provimento judicial. Não
encontrando, aí sim, lamenta e conclui de forma
diametralmente oposta à solução idealizada.
O que temos no caso dos autos? Temos uma situação
verdadeiramente teratológica; temos um provimento que se diz
que é um provimento e, ao mesmo tempo, se nega essa
natureza a ele; temos um provimento que repousa na premissa
segundo a qual reflete a justa indenização de que cogita o artigo
153, § 22, da Carta anterior e, ao mesmo tempo, potencializa-se
parte desse provimento para esvaziar-se por completo essa
indenização. E por que assim se fez? Porque, simplesmente, diz-
se que houve julgamento de embargos declaratórios e a justa
indenização a que foi condenada a recorrida passou a estar
sujeita ao fator tempo, passou a variar, quanto ao conteúdo
econômico, de acordo com a tramitação do próprio processo e a
demora dessa tramitação.
Indaga-se: o que está sendo, na hipótese, descumprido,
senão a coisa julgada, no que decidiu realmente a lide, ou seja,
concluiu pelo direito à verba indenizatória mais justa possível,
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
como quer a Constituição Federal? (...)”
No mesmo julgamento, assim se manifestou o Ministro Carlos
Velloso, depois de citar lição de doutrina acerca da interpretação
sistemática de princípios constitucionais:
“Do exposto, parece-nos razoável concluir, resumindo,
que, em caso do aparente conflito de uma norma constitucional
com outra, sendo uma delas de proteção à liberdade, aos
direitos individuais, há de prevalecer esta última.
Examinemos o caso dos autos.
Aqui, dois princípios constitucionais estão em choque: o
que estabelece o respeito à coisa julgada (art. 153, § 3º) e a
garantia de respeito ao direito de propriedade, tal seja o da
justiça da indenização em caso de desapropriação (art. 153, §
22).
Qual dos dois haveria de prevalecer?
(...)
Respondo, agora, à indagação suso formulada.
Há de prevalecer, no choque entre os dois princípios,
aquele que, de forma imediata, é garantidor do direito
consagrado na Constituição e que, se não prevalecesse, tornaria
letra morta a liberdade pública.
Por outro lado, acentue-se, o outro princípio em debate. O
do art. 153, § 3º - que é uma garantia da segurança dos direitos
subjetivos em geral – se prevalecesse, na hipótese, agiria de
modo contrário à sua finalidade: impediria a efetivação do
respeito a um direito individual, a uma liberdade pública.
Importa, destarte, construir, na espécie, para fazer valer o
conteúdo teleológico ou finalístico da norma constitucional
vista de forma sistematizada.
(...)
Tem-se, no caso, hipótese igual.
De um lado, uma sentença, passada em julgado, assim
coisa julgada, a estabelecer uma ‘situação teratológica’, a
consagrar confisco; de outro lado, o princípio constitucional que
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
como quer a Constituição Federal? (...)”
No mesmo julgamento, assim se manifestou o Ministro Carlos
Velloso, depois de citar lição de doutrina acerca da interpretação
sistemática de princípios constitucionais:
“Do exposto, parece-nos razoável concluir, resumindo,
que, em caso do aparente conflito de uma norma constitucional
com outra, sendo uma delas de proteção à liberdade, aos
direitos individuais, há de prevalecer esta última.
Examinemos o caso dos autos.
Aqui, dois princípios constitucionais estão em choque: o
que estabelece o respeito à coisa julgada (art. 153, § 3º) e a
garantia de respeito ao direito de propriedade, tal seja o da
justiça da indenização em caso de desapropriação (art. 153, §
22).
Qual dos dois haveria de prevalecer?
(...)
Respondo, agora, à indagação suso formulada.
Há de prevalecer, no choque entre os dois princípios,
aquele que, de forma imediata, é garantidor do direito
consagrado na Constituição e que, se não prevalecesse, tornaria
letra morta a liberdade pública.
Por outro lado, acentue-se, o outro princípio em debate. O
do art. 153, § 3º - que é uma garantia da segurança dos direitos
subjetivos em geral – se prevalecesse, na hipótese, agiria de
modo contrário à sua finalidade: impediria a efetivação do
respeito a um direito individual, a uma liberdade pública.
Importa, destarte, construir, na espécie, para fazer valer o
conteúdo teleológico ou finalístico da norma constitucional
vista de forma sistematizada.
(...)
Tem-se, no caso, hipótese igual.
De um lado, uma sentença, passada em julgado, assim
coisa julgada, a estabelecer uma ‘situação teratológica’, a
consagrar confisco; de outro lado, o princípio constitucional que
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 25 de 165
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
estabelece a justa indenização por expropriamento de bem
alheio. Há, pois, conflito entre dois princípios constitucionais.
Qual dos dois deve prevalecer? Há de prevalecer, não tenho
dúvida, aquele que, de forma imediata, garante o direito que a
Constituição consagra e que, se não prevalecesse, tornaria
inócua a liberdade pública. Prevalece, então, o princípio da
justa indenização, certo que, se prevalecesse o princípio do
respeito à coisa julgada, que é uma garantia da segurança dos
direitos subjetivos em geral, estaria ele agindo de modo
contrário à sua finalidade (...).”
No âmbito de nossos Tribunais regionais e mesmo do Superior
Tribunal de Justiça, a matéria não é nova, podendo ser encontrados
inúmeros precedentes proferidos em casos similares, defendendo a
relativização da coisa julgada, tal como ora proponho que se faça, neste
caso.
Creio ser conveniente transcrever esses arestos, a despeito de esta
Corte não se influenciar por decisões de órgãos que a ela se submetem ao
crivo técnico-jurídico, pois eles demonstram o quanto se alastra o
problema ora apreciado pelos juízos e tribunais do País. Essa
circunstância faz com que se reforce a convicção de que o STF deve
exercer sua função de uniformizar a interpretação do direito federal em
conformidade à Constituição.
Assim, oriundos do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,
podem ser citados os seguintes prejulgados, proferidos em casos
similares ao presente:
“Tendo sido proposta ação de investigação de paternidade
antes da entrada em vigor, no Estado de São Paulo, da Lei nº
9.943/98, que tornou acessível a todos o exame de DNA e tendo
sido esta julgada improcedente por insuficiência de provas, não
se pode impedir sua repropositura sob o fundamento de contra
ela existir o manto da coisa julgada, uma vez que nenhuma
regra processual pode ou deve impedir um filho de saber quem
é seu pai” (Apelação nº 242.534-4/7, da 1ª Câmara de Direito
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
estabelece a justa indenização por expropriamento de bem
alheio. Há, pois, conflito entre dois princípios constitucionais.
Qual dos dois deve prevalecer? Há de prevalecer, não tenho
dúvida, aquele que, de forma imediata, garante o direito que a
Constituição consagra e que, se não prevalecesse, tornaria
inócua a liberdade pública. Prevalece, então, o princípio da
justa indenização, certo que, se prevalecesse o princípio do
respeito à coisa julgada, que é uma garantia da segurança dos
direitos subjetivos em geral, estaria ele agindo de modo
contrário à sua finalidade (...).”
No âmbito de nossos Tribunais regionais e mesmo do Superior
Tribunal de Justiça, a matéria não é nova, podendo ser encontrados
inúmeros precedentes proferidos em casos similares, defendendo a
relativização da coisa julgada, tal como ora proponho que se faça, neste
caso.
Creio ser conveniente transcrever esses arestos, a despeito de esta
Corte não se influenciar por decisões de órgãos que a ela se submetem ao
crivo técnico-jurídico, pois eles demonstram o quanto se alastra o
problema ora apreciado pelos juízos e tribunais do País. Essa
circunstância faz com que se reforce a convicção de que o STF deve
exercer sua função de uniformizar a interpretação do direito federal em
conformidade à Constituição.
Assim, oriundos do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,
podem ser citados os seguintes prejulgados, proferidos em casos
similares ao presente:
“Tendo sido proposta ação de investigação de paternidade
antes da entrada em vigor, no Estado de São Paulo, da Lei nº
9.943/98, que tornou acessível a todos o exame de DNA e tendo
sido esta julgada improcedente por insuficiência de provas, não
se pode impedir sua repropositura sob o fundamento de contra
ela existir o manto da coisa julgada, uma vez que nenhuma
regra processual pode ou deve impedir um filho de saber quem
é seu pai” (Apelação nº 242.534-4/7, da 1ª Câmara de Direito
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 26 de 165
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
Privado, relator o Desembargador Laerte Nordi, j. 20/08/02).
“AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE
CUMULADA COM PETIÇÃO DE HERANÇA –
PRELIMINARES DE COISA JULGADA, PRESCRIÇÃO,
DECADÊNCIA E FALTA DE INTERESSE DE AGIR - REJEIÇÃO
- AÇÃO QUE ENVOLVE DIREITO PERSONALÍSSIMO E
IMPRESCRITÍVEL - APLICAÇÃO DA TEORIA DA
FLEXIBILIZAÇÃO OU RELATIVIZAÇÃO DA COISA
JULGADA - POSSIBILIDADE DE PROPOSITURA DE NOVA
AÇÃO. DECISÃO MANTIDA. RECURSO IMPROVIDO”
(Agravo de Instrumento n° 445.862-4/3-00, da 2ª Câmara de
Direito Privado, Relator o Desembargador Neves Amorim, j.
13/10/09).
“Investigação de paternidade - Preliminar de extinção -
Coisa julgada - Indeferimento - Em ações que envolvam direito
personalíssimo, que são regidas pela regra "rebus sic stantibus",
a coisa julgada deve ser mitigada - A época da ação anterior,
sequer existia a possibilidade de realização do exame de DNA -
Decisão mantida - Recurso improvido” (Agravo de Instrumento
n° 606.866.4/4-00, da 8ª Câmara de Direito Privado, Relator o
Desembargador Joaquim Garcia, j. 17/6/09).
"AGRAVO DE INSTRUMENTO - Investigação de
paternidade - Demanda anterior julgada improcedente, por
ausência de provas, embora tenha reconhecido, expressamente,
que a prova pericial realizada na época não havia excluído a
paternidade — Propositura de nova ação — Decisão que
indeferiu o pedido de reconhecimento da coisa julgada -
Inconformismo - Relativização da coisa julgada em matéria de
paternidade, posto ser direito personalíssimo, indisponível e
imprescritível – Decisão mantida — Negado provimento ao
recurso" (Agravo de Instrumento nº 578.433.4/1, da 9ª Câmara
de Direito Privado, relator o Desembargador Viviani Nicolau, j.
30/9/08).
Da jurisprudência do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul,
colhem-se os seguintes precedentes:
23
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
Privado, relator o Desembargador Laerte Nordi, j. 20/08/02).
“AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE
CUMULADA COM PETIÇÃO DE HERANÇA –
PRELIMINARES DE COISA JULGADA, PRESCRIÇÃO,
DECADÊNCIA E FALTA DE INTERESSE DE AGIR - REJEIÇÃO
- AÇÃO QUE ENVOLVE DIREITO PERSONALÍSSIMO E
IMPRESCRITÍVEL - APLICAÇÃO DA TEORIA DA
FLEXIBILIZAÇÃO OU RELATIVIZAÇÃO DA COISA
JULGADA - POSSIBILIDADE DE PROPOSITURA DE NOVA
AÇÃO. DECISÃO MANTIDA. RECURSO IMPROVIDO”
(Agravo de Instrumento n° 445.862-4/3-00, da 2ª Câmara de
Direito Privado, Relator o Desembargador Neves Amorim, j.
13/10/09).
“Investigação de paternidade - Preliminar de extinção -
Coisa julgada - Indeferimento - Em ações que envolvam direito
personalíssimo, que são regidas pela regra "rebus sic stantibus",
a coisa julgada deve ser mitigada - A época da ação anterior,
sequer existia a possibilidade de realização do exame de DNA -
Decisão mantida - Recurso improvido” (Agravo de Instrumento
n° 606.866.4/4-00, da 8ª Câmara de Direito Privado, Relator o
Desembargador Joaquim Garcia, j. 17/6/09).
"AGRAVO DE INSTRUMENTO - Investigação de
paternidade - Demanda anterior julgada improcedente, por
ausência de provas, embora tenha reconhecido, expressamente,
que a prova pericial realizada na época não havia excluído a
paternidade — Propositura de nova ação — Decisão que
indeferiu o pedido de reconhecimento da coisa julgada -
Inconformismo - Relativização da coisa julgada em matéria de
paternidade, posto ser direito personalíssimo, indisponível e
imprescritível – Decisão mantida — Negado provimento ao
recurso" (Agravo de Instrumento nº 578.433.4/1, da 9ª Câmara
de Direito Privado, relator o Desembargador Viviani Nicolau, j.
30/9/08).
Da jurisprudência do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul,
colhem-se os seguintes precedentes:
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 27 de 165
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
“INVESTIGAÇÃO
DE
PATERNIDADE.
COISA
JULGADA.
AÇÃO
ANTERIORMENTE
JULGADA
IMPROCEDENTE. INOCORRÊNCIA. 1. Mesmo que tenha sido
proposta anteriormente outra ação investigatória, que foi
julgada improcedente por falta de provas, pois, na época, ainda
não havia o exame de DNA, constitui entendimento
jurisprudencial pacífico no STJ que se trata de direito
personalíssimo e que, em tal hipótese, a coisa julgada deve ser
relativizada. 2. Mesmo acatando a orientação jurisprudencial
dominante, tenho que a relativização da coisa julgada deve ser
admitida sempre com reserva, com a máxima cautela, sob pena
de se correr o risco de banalizar o instituto, gerando mais
injustiça, insegurança e intranquilidade social. Recurso
desprovido” (Agravo de Instrumento nº 70029078813, da 7ª
Câmara Cível, Relator o Desembargador Sérgio Fernando de
Vasconcellos Chaves, j. 30/9/09).
“APELAÇÃO
CÍVEL.
INVESTIGAÇÃO
DE
PATERNIDADE C/C ALIMENTOS. AÇÃO ANTERIOR COM O
MESMO OBJETO JULGADA IMPROCEDENTE POR FALTA
DE PROVAS NÃO FAZ COISA JULGADA. EXAME DE DNA
CONCLUINDO PELA PATERNIDADE.
(...)
A improcedência de ação anterior de investigação de
paternidade, não torna definitiva a inexistência da relação
parental, não se confundindo com declaração de inexistência da
própria relação de filiação, não opondo óbice à propositura de
nova ação, não caracterizando e afrontando coisa julgada.
Exame de DNA concluindo pela paternidade, ensejando fixação
de alimentos em favor da menor investigante, em atenção ao
binômio
necessidade-possibilidade
(...)
NEGADO
PROVIMENTO AO AGRAVO RETIDO E À APELAÇÃO”
(Apelação Cível nº 70027403039, da 7ª Câmara Cível, Relator o
Desembargador André Luiz Planella Villarinho, j. 8/7/09).
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. SUCESSÕES. AÇÃO DE
INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. DECISÃO AGRAVADA
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
“INVESTIGAÇÃO
DE
PATERNIDADE.
COISA
JULGADA.
AÇÃO
ANTERIORMENTE
JULGADA
IMPROCEDENTE. INOCORRÊNCIA. 1. Mesmo que tenha sido
proposta anteriormente outra ação investigatória, que foi
julgada improcedente por falta de provas, pois, na época, ainda
não havia o exame de DNA, constitui entendimento
jurisprudencial pacífico no STJ que se trata de direito
personalíssimo e que, em tal hipótese, a coisa julgada deve ser
relativizada. 2. Mesmo acatando a orientação jurisprudencial
dominante, tenho que a relativização da coisa julgada deve ser
admitida sempre com reserva, com a máxima cautela, sob pena
de se correr o risco de banalizar o instituto, gerando mais
injustiça, insegurança e intranquilidade social. Recurso
desprovido” (Agravo de Instrumento nº 70029078813, da 7ª
Câmara Cível, Relator o Desembargador Sérgio Fernando de
Vasconcellos Chaves, j. 30/9/09).
“APELAÇÃO
CÍVEL.
INVESTIGAÇÃO
DE
PATERNIDADE C/C ALIMENTOS. AÇÃO ANTERIOR COM O
MESMO OBJETO JULGADA IMPROCEDENTE POR FALTA
DE PROVAS NÃO FAZ COISA JULGADA. EXAME DE DNA
CONCLUINDO PELA PATERNIDADE.
(...)
A improcedência de ação anterior de investigação de
paternidade, não torna definitiva a inexistência da relação
parental, não se confundindo com declaração de inexistência da
própria relação de filiação, não opondo óbice à propositura de
nova ação, não caracterizando e afrontando coisa julgada.
Exame de DNA concluindo pela paternidade, ensejando fixação
de alimentos em favor da menor investigante, em atenção ao
binômio
necessidade-possibilidade
(...)
NEGADO
PROVIMENTO AO AGRAVO RETIDO E À APELAÇÃO”
(Apelação Cível nº 70027403039, da 7ª Câmara Cível, Relator o
Desembargador André Luiz Planella Villarinho, j. 8/7/09).
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. SUCESSÕES. AÇÃO DE
INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. DECISÃO AGRAVADA
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 28 de 165
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
QUE REJEITOU A PRELIMINAR DE COISA JULGADA,
AUTORIZANDO A REALIZAÇÃO DE EXAME DE DNA.
EXISTÊNCIA
DE
DEMANDA
INVESTIGATÓRIA
INTENTADA ANTERIORMENTE PELO AGRAVADO,
JULGADA IMPROCEDENTE. INEXISTÊNCIA DA PROVA
PERICIAL PELO MÉTODO DNA, NA ÉPOCA DO
AJUIZAMENTO DA PRIMEIRA DEMANDA. POSSIBILIDADE
DE REALIZAÇÃO DA ALUDIDA PROVA, DIANTE DA
PREPONDERÂNCIA DO INTERESSE SOCIAL EM
INVESTIGAR A VERDADE SOBRE O ESTADO CIVIL DA
PESSOA. CASO EXCEPCIONAL, EM QUE NÃO HÁ COISA
JULGADA MATERIAL, EM VISTA DE QUE NÃO FOI
PRODUZIDA DE MODO CABAL A PROVA NECESSÁRIA AO
DESCOBRIMENTO DA REALIDADE EM ANTERIOR
DEMANDA JUDICIAL, DE MODO A PERMITIR QUE A
VERDADE VENHA À LUZ. DECISÃO AGRAVADA QUE,
ADEMAIS, NÃO ATENTA CONTRA A COISA JULGADA, POR
NÃO AUTORIZAR A REPETIÇÃO DE PROVA JÁ
PRODUZIDA EM PROCESSO ANTERIOR, MAS A
REALIZAÇÃO DE PROVA QUE NÃO FOI PRODUZIDA PARA
O ESCLARECIMENTO DA VERDADE. RECURSO
DESPROVIDO, POR MAIORIA” (Agravo de Instrumento nº
70022453955, DA 7ª Câmara Cível, Relator o Desembargador
Ricardo Raupp Ruschel, j. 14/5/08).
No Superior Tribunal de Justiça, conquanto exista divergência a
respeito do tema, a corrente que entende ser possível uma tal tomada de
posição participou da prolação de importantes decisões sobre o assunto,
merecendo, algumas delas, serem aqui destacadas:
“PROCESSO
CIVIL.
INVESTIGAÇÃO
DE
PATERNIDADE. REPETIÇÃO DE AÇÃO ANTERIORMENTE
AJUIZADA, QUE TEVE SEU PEDIDO JULGADO
IMPROCEDENTE POR FALTA DE PROVAS. COISA
JULGADA. MITIGAÇÃO. DOUTRINA. PRECEDENTES.
DIREITO DE FAMÍLIA. EVOLUÇÃO. RECURSO ACOLHIDO.
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
QUE REJEITOU A PRELIMINAR DE COISA JULGADA,
AUTORIZANDO A REALIZAÇÃO DE EXAME DE DNA.
EXISTÊNCIA
DE
DEMANDA
INVESTIGATÓRIA
INTENTADA ANTERIORMENTE PELO AGRAVADO,
JULGADA IMPROCEDENTE. INEXISTÊNCIA DA PROVA
PERICIAL PELO MÉTODO DNA, NA ÉPOCA DO
AJUIZAMENTO DA PRIMEIRA DEMANDA. POSSIBILIDADE
DE REALIZAÇÃO DA ALUDIDA PROVA, DIANTE DA
PREPONDERÂNCIA DO INTERESSE SOCIAL EM
INVESTIGAR A VERDADE SOBRE O ESTADO CIVIL DA
PESSOA. CASO EXCEPCIONAL, EM QUE NÃO HÁ COISA
JULGADA MATERIAL, EM VISTA DE QUE NÃO FOI
PRODUZIDA DE MODO CABAL A PROVA NECESSÁRIA AO
DESCOBRIMENTO DA REALIDADE EM ANTERIOR
DEMANDA JUDICIAL, DE MODO A PERMITIR QUE A
VERDADE VENHA À LUZ. DECISÃO AGRAVADA QUE,
ADEMAIS, NÃO ATENTA CONTRA A COISA JULGADA, POR
NÃO AUTORIZAR A REPETIÇÃO DE PROVA JÁ
PRODUZIDA EM PROCESSO ANTERIOR, MAS A
REALIZAÇÃO DE PROVA QUE NÃO FOI PRODUZIDA PARA
O ESCLARECIMENTO DA VERDADE. RECURSO
DESPROVIDO, POR MAIORIA” (Agravo de Instrumento nº
70022453955, DA 7ª Câmara Cível, Relator o Desembargador
Ricardo Raupp Ruschel, j. 14/5/08).
No Superior Tribunal de Justiça, conquanto exista divergência a
respeito do tema, a corrente que entende ser possível uma tal tomada de
posição participou da prolação de importantes decisões sobre o assunto,
merecendo, algumas delas, serem aqui destacadas:
“PROCESSO
CIVIL.
INVESTIGAÇÃO
DE
PATERNIDADE. REPETIÇÃO DE AÇÃO ANTERIORMENTE
AJUIZADA, QUE TEVE SEU PEDIDO JULGADO
IMPROCEDENTE POR FALTA DE PROVAS. COISA
JULGADA. MITIGAÇÃO. DOUTRINA. PRECEDENTES.
DIREITO DE FAMÍLIA. EVOLUÇÃO. RECURSO ACOLHIDO.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 29 de 165
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
Não excluída expressamente a paternidade do investigado na
primitiva ação de investigação de paternidade, diante da
precariedade da prova e da ausência de indícios suficientes a
caracterizar tanto a paternidade como a sua negativa, e
considerando que, quando do ajuizamento da primeira ação, o
exame pelo DNA ainda não era disponível e nem havia
notoriedade a seu respeito, admite-se o ajuizamento de ação
investigatória, ainda que tenha sido aforada uma anterior com
sentença julgando improcedente o pedido. Nos termos da
orientação da Turma, "sempre recomendável a realização de
perícia para investigação genética (HLA e DNA), porque
permite ao julgador um juízo de fortíssima probabilidade,
senão de certeza" na composição do conflito. Ademais, o
progresso da ciência jurídica, em matéria de prova, está na
substituição da verdade ficta pela verdade real. A coisa julgada,
em se tratando de ações de estado, como no caso de
investigação de paternidade, deve ser interpretada modus in
rebus. Nas palavras de respeitável e avançada doutrina, quando
estudiosos hoje se aprofundam no reestudo do instituto, na
busca sobretudo da realização do processo justo, "a coisa
julgada existe como criação necessária à segurança prática das
relações jurídicas e as dificuldades que se opõem à sua ruptura
se explicam pela mesmíssima razão. Não se pode olvidar,
todavia, que numa sociedade de homens livres, a Justiça tem de
estar acima da segurança, porque sem Justiça não há liberdade".
Este Tribunal tem buscado, em sua jurisprudência, firmar
posições que atendam aos fins sociais do processo e às
exigências do bem comum” (REsp. nº 226.436/PR, da 4ª Turma,
Relator o Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ de 4/2/02).
“Direito processual civil. Recurso especial. Ação de
investigação de paternidade com pedido de alimentos. Coisa
julgada. Inépcia da inicial. Ausência de mandato e inexistência
de atos. Cerceamento de defesa. Litigância de má-fé. Inversão
do ônus da prova e julgamento contra a prova dos autos.
Negativa de prestação jurisdicional. Multa prevista no art. 538,
parágrafo único, do CPC. A propositura de nova ação de
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
Não excluída expressamente a paternidade do investigado na
primitiva ação de investigação de paternidade, diante da
precariedade da prova e da ausência de indícios suficientes a
caracterizar tanto a paternidade como a sua negativa, e
considerando que, quando do ajuizamento da primeira ação, o
exame pelo DNA ainda não era disponível e nem havia
notoriedade a seu respeito, admite-se o ajuizamento de ação
investigatória, ainda que tenha sido aforada uma anterior com
sentença julgando improcedente o pedido. Nos termos da
orientação da Turma, "sempre recomendável a realização de
perícia para investigação genética (HLA e DNA), porque
permite ao julgador um juízo de fortíssima probabilidade,
senão de certeza" na composição do conflito. Ademais, o
progresso da ciência jurídica, em matéria de prova, está na
substituição da verdade ficta pela verdade real. A coisa julgada,
em se tratando de ações de estado, como no caso de
investigação de paternidade, deve ser interpretada modus in
rebus. Nas palavras de respeitável e avançada doutrina, quando
estudiosos hoje se aprofundam no reestudo do instituto, na
busca sobretudo da realização do processo justo, "a coisa
julgada existe como criação necessária à segurança prática das
relações jurídicas e as dificuldades que se opõem à sua ruptura
se explicam pela mesmíssima razão. Não se pode olvidar,
todavia, que numa sociedade de homens livres, a Justiça tem de
estar acima da segurança, porque sem Justiça não há liberdade".
Este Tribunal tem buscado, em sua jurisprudência, firmar
posições que atendam aos fins sociais do processo e às
exigências do bem comum” (REsp. nº 226.436/PR, da 4ª Turma,
Relator o Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ de 4/2/02).
“Direito processual civil. Recurso especial. Ação de
investigação de paternidade com pedido de alimentos. Coisa
julgada. Inépcia da inicial. Ausência de mandato e inexistência
de atos. Cerceamento de defesa. Litigância de má-fé. Inversão
do ônus da prova e julgamento contra a prova dos autos.
Negativa de prestação jurisdicional. Multa prevista no art. 538,
parágrafo único, do CPC. A propositura de nova ação de
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 30 de 165
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
investigação de paternidade cumulada com pedido de
alimentos, não viola a coisa julgada se, por ocasião do
ajuizamento da primeira investigatória – cujo pedido foi
julgado improcedente por insuficiência de provas –, o exame
pelo método DNA não era disponível tampouco havia
notoriedade a seu respeito. A não exclusão expressa da
paternidade do investigado na primitiva ação investigatória,
ante a precariedade da prova e a insuficiência de indícios para a
caracterização tanto da paternidade como da sua negativa, além
da indisponibilidade, à época, de exame pericial com índices de
probabilidade altamente confiáveis, impõem a viabilidade de
nova incursão das partes perante o Poder Judiciário para que
seja tangível efetivamente o acesso à Justiça (...)” (REsp. nº
826.698/MS, da 3ª Turma, relatora a Ministra Nancy Andrighi,
DJ-e de 23/5/08).
“PROCESSO
CIVIL.
INVESTIGAÇÃO
DE
PATERNIDADE.
PROPOSITURA
DE
AÇÃO
ANTERIORMENTE AJUIZADA, QUE TEVE SEU PEDIDO
JULGADO
IMPROCEDENTE
PELO
NÃO
COMPARECIMENTO DA REPRESENTANTE LEGAL DO
INVESTIGANDO À AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO.
CONFISSÃO. COISA JULGADA. AFASTAMENTO. DIREITO
INDISPONÍVEL. I - Na primitiva ação de investigação de
paternidade proposta, a improcedência do pedido decorreu de
confissão ficta pelo não comparecimento da mãe do
investigando à audiência de instrução designada.
Considerando, assim, que a paternidade do investigado não foi
expressamente excluída por real decisão de mérito, precedida
por produção de provas, impossível se mostra cristalizar como
coisa julgada material a inexistência do estado de filiação,
ficando franqueado ao autor, por conseguinte, o ajuizamento de
nova ação. É a flexibilização da coisa julgada. II – Em se
tratando de direito de família, acertadamente, doutrina e
jurisprudência têm entendido que a ciência jurídica deve
acompanhar o desenvolvimento social, sob pena de ver-se
estagnada em modelos formais que não respondem aos anseios
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
investigação de paternidade cumulada com pedido de
alimentos, não viola a coisa julgada se, por ocasião do
ajuizamento da primeira investigatória – cujo pedido foi
julgado improcedente por insuficiência de provas –, o exame
pelo método DNA não era disponível tampouco havia
notoriedade a seu respeito. A não exclusão expressa da
paternidade do investigado na primitiva ação investigatória,
ante a precariedade da prova e a insuficiência de indícios para a
caracterização tanto da paternidade como da sua negativa, além
da indisponibilidade, à época, de exame pericial com índices de
probabilidade altamente confiáveis, impõem a viabilidade de
nova incursão das partes perante o Poder Judiciário para que
seja tangível efetivamente o acesso à Justiça (...)” (REsp. nº
826.698/MS, da 3ª Turma, relatora a Ministra Nancy Andrighi,
DJ-e de 23/5/08).
“PROCESSO
CIVIL.
INVESTIGAÇÃO
DE
PATERNIDADE.
PROPOSITURA
DE
AÇÃO
ANTERIORMENTE AJUIZADA, QUE TEVE SEU PEDIDO
JULGADO
IMPROCEDENTE
PELO
NÃO
COMPARECIMENTO DA REPRESENTANTE LEGAL DO
INVESTIGANDO À AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO.
CONFISSÃO. COISA JULGADA. AFASTAMENTO. DIREITO
INDISPONÍVEL. I - Na primitiva ação de investigação de
paternidade proposta, a improcedência do pedido decorreu de
confissão ficta pelo não comparecimento da mãe do
investigando à audiência de instrução designada.
Considerando, assim, que a paternidade do investigado não foi
expressamente excluída por real decisão de mérito, precedida
por produção de provas, impossível se mostra cristalizar como
coisa julgada material a inexistência do estado de filiação,
ficando franqueado ao autor, por conseguinte, o ajuizamento de
nova ação. É a flexibilização da coisa julgada. II – Em se
tratando de direito de família, acertadamente, doutrina e
jurisprudência têm entendido que a ciência jurídica deve
acompanhar o desenvolvimento social, sob pena de ver-se
estagnada em modelos formais que não respondem aos anseios
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 31 de 165
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
da sociedade. Recurso especial conhecido e provido” (REsp. nº
427.117/MS, 3ª Turma, rel. Min. Castro Filho, DJ de 16/2/04).
“DIREITO
CIVIL.
AÇÃO
NEGATÓRIA
DE
PATERNIDADE. PRESUNÇÃO LEGAL (CC, ART. 240).
PROVA. POSSIBILIDADE. DIREITO DE FAMÍLIA.
EVOLUÇÃO. HERMENÊUTICA. RECURSO CONHECIDO E
PROVIDO. NA FASE ATUAL DA EVOLUÇÃO DO DIREITO
DE FAMILIA, É INJUSTIFICÁVEL O FETICHISMO DE
NORMAS ULTRAPASSADAS EM DETRIMENTO DA
VERDADE REAL, SOBRETUDO QUANDO EM PREJUÍZO DE
LEGÍTIMOS INTERESSES DE MENOR. DEVE-SE ENSEJAR A
PRODUÇÃO DE PROVAS SEMPRE QUE ELA SE
APRESENTAR IMPRESCINDÍVEL À BOA REALIZAÇÃO DA
JUSTIÇA. O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, PELA
RELEVÂNCIA DA SUA MISSÃO CONSTITUCIONAL, NÃO
PODE DETER-SE EM SUTILEZAS DE ORDEM FORMAL QUE
IMPEÇAM A APRECIAÇÃO DAS GRANDES TESES
JURÍDICAS
QUE
ESTÃO
A
RECLAMAR
PRONUNCIAMENTO E ORIENTAÇÃO PRETORIANA”
(REsp. nº 4.987/RJ, da 4ª Turma, relator o Ministro Sálvio de
Figueiredo Teixeira, DJ de 28/10/91).
De sua fundamentação, dada a pertinência ao enriquecimento do
debate que aqui ora se trava, extrai-se o seguinte trecho:
“A vida, enfatizam os filósofos e sociólogos, e com razão, é
mais rica que nossas teorias.
A jurisprudência, com o aval da doutrina, tem refletido as
mutações do comportamento humano no campo do Direito de
Família. Como diria o notável De Page, o juiz não pode quedar-
se surdo às exigências do real e da vida. O Direito é uma coisa
essencialmente viva. Está ele destinado a reger homens, isto é,
seres que se movem, pensam, agem, mudam, se modificam. O
fim da lei não deve ser a imobilização ou a cristalização da vida,
e sim manter contato íntimo com esta, segui-la em sua evolução
e adaptar-se a ela. Daí resulta que o Direito é destinado a um
28
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
da sociedade. Recurso especial conhecido e provido” (REsp. nº
427.117/MS, 3ª Turma, rel. Min. Castro Filho, DJ de 16/2/04).
“DIREITO
CIVIL.
AÇÃO
NEGATÓRIA
DE
PATERNIDADE. PRESUNÇÃO LEGAL (CC, ART. 240).
PROVA. POSSIBILIDADE. DIREITO DE FAMÍLIA.
EVOLUÇÃO. HERMENÊUTICA. RECURSO CONHECIDO E
PROVIDO. NA FASE ATUAL DA EVOLUÇÃO DO DIREITO
DE FAMILIA, É INJUSTIFICÁVEL O FETICHISMO DE
NORMAS ULTRAPASSADAS EM DETRIMENTO DA
VERDADE REAL, SOBRETUDO QUANDO EM PREJUÍZO DE
LEGÍTIMOS INTERESSES DE MENOR. DEVE-SE ENSEJAR A
PRODUÇÃO DE PROVAS SEMPRE QUE ELA SE
APRESENTAR IMPRESCINDÍVEL À BOA REALIZAÇÃO DA
JUSTIÇA. O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, PELA
RELEVÂNCIA DA SUA MISSÃO CONSTITUCIONAL, NÃO
PODE DETER-SE EM SUTILEZAS DE ORDEM FORMAL QUE
IMPEÇAM A APRECIAÇÃO DAS GRANDES TESES
JURÍDICAS
QUE
ESTÃO
A
RECLAMAR
PRONUNCIAMENTO E ORIENTAÇÃO PRETORIANA”
(REsp. nº 4.987/RJ, da 4ª Turma, relator o Ministro Sálvio de
Figueiredo Teixeira, DJ de 28/10/91).
De sua fundamentação, dada a pertinência ao enriquecimento do
debate que aqui ora se trava, extrai-se o seguinte trecho:
“A vida, enfatizam os filósofos e sociólogos, e com razão, é
mais rica que nossas teorias.
A jurisprudência, com o aval da doutrina, tem refletido as
mutações do comportamento humano no campo do Direito de
Família. Como diria o notável De Page, o juiz não pode quedar-
se surdo às exigências do real e da vida. O Direito é uma coisa
essencialmente viva. Está ele destinado a reger homens, isto é,
seres que se movem, pensam, agem, mudam, se modificam. O
fim da lei não deve ser a imobilização ou a cristalização da vida,
e sim manter contato íntimo com esta, segui-la em sua evolução
e adaptar-se a ela. Daí resulta que o Direito é destinado a um
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 32 de 165
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
fim social, de que deve o juiz participar ao interpretar as leis,
sem se aferrar ao texto, às palavras, mas tendo em conta não só
as necessidades sociais que elas visam a disciplinar como,
ainda, as exigências da justiça e da equidade, que constituem o
seu fim. Em outras palavras, a interpretação das leis não deve
ser formal, mas, sim, antes de tudo, real, humana, socialmente
útil.
Indo além dos contrafortes dos métodos tradicionais, a
hermenêutica dos nossos dias tem buscado novos horizontes,
nos quais se descortinam a atualização da lei (Couture) e a
interpretação teleológica, que penetra o domínio da valoração,
para descobrir os valores que a norma se destina a servir,
através de operações da lógica do razoável (Recaséns Siches).
Se o juiz não pode tomar liberdades inadmissíveis com a
lei, julgando contra legem, pode e deve, por outro lado, optar
pela interpretação que mais atenda às aspirações da Justiça e do
bem comum.
Como afirmou Del Vecchio, a interpretação leva o Juiz
quase a uma segunda criação da regra a aplicar. Reclama-se,
para o juiz moderno, observou Orosimbo Nonato, na mesma
linha de raciocínio, com a acuidade sempre presente nos seus
pronunciamentos, quase que a função de legislador de cada
caso, e isso se reclama exatamente para que, em suas mãos, o
texto legal se desdobre num sentido moral e social mais amplo
do que, em sua angústia expressional, ele contém”.
Muitas manifestações teóricas já foram expendidas sobre a
relativização da coisa julgada, a auxiliar na fundamentação da posição
ora salientada, merecendo transcrição algumas delas, para o
aprofundamento deste debate.
Discorrendo sobre o tema, Humberto Theodoro Jr., em prefácio
escrito para a obra O dogma da coisa julgada: hipóteses de relativização
(São Paulo: RT, 2003) assevera que:
“[e]m passado recente, a intangibilidade da coisa julgada
se revestia de uma mística auréola de santidade, como, entre
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
fim social, de que deve o juiz participar ao interpretar as leis,
sem se aferrar ao texto, às palavras, mas tendo em conta não só
as necessidades sociais que elas visam a disciplinar como,
ainda, as exigências da justiça e da equidade, que constituem o
seu fim. Em outras palavras, a interpretação das leis não deve
ser formal, mas, sim, antes de tudo, real, humana, socialmente
útil.
Indo além dos contrafortes dos métodos tradicionais, a
hermenêutica dos nossos dias tem buscado novos horizontes,
nos quais se descortinam a atualização da lei (Couture) e a
interpretação teleológica, que penetra o domínio da valoração,
para descobrir os valores que a norma se destina a servir,
através de operações da lógica do razoável (Recaséns Siches).
Se o juiz não pode tomar liberdades inadmissíveis com a
lei, julgando contra legem, pode e deve, por outro lado, optar
pela interpretação que mais atenda às aspirações da Justiça e do
bem comum.
Como afirmou Del Vecchio, a interpretação leva o Juiz
quase a uma segunda criação da regra a aplicar. Reclama-se,
para o juiz moderno, observou Orosimbo Nonato, na mesma
linha de raciocínio, com a acuidade sempre presente nos seus
pronunciamentos, quase que a função de legislador de cada
caso, e isso se reclama exatamente para que, em suas mãos, o
texto legal se desdobre num sentido moral e social mais amplo
do que, em sua angústia expressional, ele contém”.
Muitas manifestações teóricas já foram expendidas sobre a
relativização da coisa julgada, a auxiliar na fundamentação da posição
ora salientada, merecendo transcrição algumas delas, para o
aprofundamento deste debate.
Discorrendo sobre o tema, Humberto Theodoro Jr., em prefácio
escrito para a obra O dogma da coisa julgada: hipóteses de relativização
(São Paulo: RT, 2003) assevera que:
“[e]m passado recente, a intangibilidade da coisa julgada
se revestia de uma mística auréola de santidade, como, entre
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 33 de 165
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
muitos, registrava José Luiz Vazquez Sotelo. Escassos, pois,
eram, aqui e alhures, ensaios que se voltavam, por exemplo,
para o problema da desconformidade de uma sentença
transitada em julgado e a Constituição. E o que prevalecia,
mesmo no transcendente domínio da ordem constitucional, era
o critério de somente contemporizar com o rompimento da res
iudicata nos acanhados limites da ação rescisória. Dessa
maneira, até mesmo as ofensas à Lei Maior, quando cometidas
pela sentença contra a qual não se pudesse manejar a rescisória,
tornar-se-iam perenes e irrecorríveis, mercê da
intransponibilidade da barreira criada pela coisa julgada.
Ergueram-se, no entanto, vozes de inconformismo no seio da
doutrina constitucional contra esse exagero de ‘santificação’ de
um fenômeno que haveria de conduzir a sentença a um nível de
autoridade superior ao da própria Constituição (...) A tese que
vem ganhando corpo é a de que o fenômeno da
inconstitucionalidade se reduz a uma relação de validade: se o
ato de poder – qualquer que seja ele – é conforme à
Constituição, vale; se não o é, não vale”.
Segue o autor, agora no artigo “Reflexões sobre o princípio da
intangibilidade da coisa julgada e sua relativização“ publicado na obra
Coisa julgada inconstitucional (2 ed. Belo Horizonte: Fórum, 2008, p.
163-164):
“O princípio da intangibilidade da coisa julgada não é
absoluto, cedendo diante de outros igualmente consagrados
como o da supremacia da Constituição;
A coisa julgada não pode servir de empecilho ao
reconhecimento do vício grave que contamina a sentença
proferida em contrariedade à Constituição. Não há uma
impermeabilidade absoluta das decisões emanadas do Poder
Judiciário,
mormente
quando
violarem
preceitos
constitucionais;
Reconhecer-se que a intangibilidade da coisa julgada pode
ser relativizada quando presente ofensa aos parâmetros da
30
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
muitos, registrava José Luiz Vazquez Sotelo. Escassos, pois,
eram, aqui e alhures, ensaios que se voltavam, por exemplo,
para o problema da desconformidade de uma sentença
transitada em julgado e a Constituição. E o que prevalecia,
mesmo no transcendente domínio da ordem constitucional, era
o critério de somente contemporizar com o rompimento da res
iudicata nos acanhados limites da ação rescisória. Dessa
maneira, até mesmo as ofensas à Lei Maior, quando cometidas
pela sentença contra a qual não se pudesse manejar a rescisória,
tornar-se-iam perenes e irrecorríveis, mercê da
intransponibilidade da barreira criada pela coisa julgada.
Ergueram-se, no entanto, vozes de inconformismo no seio da
doutrina constitucional contra esse exagero de ‘santificação’ de
um fenômeno que haveria de conduzir a sentença a um nível de
autoridade superior ao da própria Constituição (...) A tese que
vem ganhando corpo é a de que o fenômeno da
inconstitucionalidade se reduz a uma relação de validade: se o
ato de poder – qualquer que seja ele – é conforme à
Constituição, vale; se não o é, não vale”.
Segue o autor, agora no artigo “Reflexões sobre o princípio da
intangibilidade da coisa julgada e sua relativização“ publicado na obra
Coisa julgada inconstitucional (2 ed. Belo Horizonte: Fórum, 2008, p.
163-164):
“O princípio da intangibilidade da coisa julgada não é
absoluto, cedendo diante de outros igualmente consagrados
como o da supremacia da Constituição;
A coisa julgada não pode servir de empecilho ao
reconhecimento do vício grave que contamina a sentença
proferida em contrariedade à Constituição. Não há uma
impermeabilidade absoluta das decisões emanadas do Poder
Judiciário,
mormente
quando
violarem
preceitos
constitucionais;
Reconhecer-se que a intangibilidade da coisa julgada pode
ser relativizada quando presente ofensa aos parâmetros da
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 34 de 165
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
Constituição não é negar-lhe a essência, muito menos a
importância do princípio da segurança jurídica;
Pensar-se um sistema para o controle da coisa julgada
inconstitucional é, ao contrário de negar, reforçar o princípio da
segurança jurídica, visto não haver insegurança maior do que a
instabilidade da ordem constitucional. E permitir-se a
imunidade e a prevalência de um ato contrário aos preceitos da
Constituição, é consagrar a sua instabilidade, provocando, isso
sim, maior insegurança;
Atos inconstitucionais são, por isso mesmo nulos e
destituídos, em conseqüência, de qualquer carga de eficácia
jurídica”.
Renan Lotufo, em artigo publicado na obra Coisa julgada
inconstitucional (2. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2008), sob o título
“Flexibilização da coisa julgada”, oferece, sobre o tema, as seguintes
considerações:
“A coisa julgada apresenta peculiaridades consoantes à
matéria questionada no processo de onde resulta a decisão
judicial a ser por ela afetada. As técnicas empregadas pelo
sistema processual no sentido de serem protegidos direitos
mais relevantes por sua função social, como aqueles do
consumidor, do meio ambiente e da livre concorrência,
possibilitam a formação de coisa julgada segundo o resultado
do processo. O mesmo sucede quando o litígio envolve o
princípio da moralidade pública, como ocorre na ação popular.
Em tais situações o resultado do processo desfavorável a
direitos relevantes quando resultante de deficiência probatória,
seja por incúria dos representantes técnicos dos titulares desses
direitos ou mesmo sem responsabilidade destes, não se forma a
coisa julgada material, possibilitando-se a repropositura da
mesma ação” (p. 209).
Aduz, a seguir, que
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
Constituição não é negar-lhe a essência, muito menos a
importância do princípio da segurança jurídica;
Pensar-se um sistema para o controle da coisa julgada
inconstitucional é, ao contrário de negar, reforçar o princípio da
segurança jurídica, visto não haver insegurança maior do que a
instabilidade da ordem constitucional. E permitir-se a
imunidade e a prevalência de um ato contrário aos preceitos da
Constituição, é consagrar a sua instabilidade, provocando, isso
sim, maior insegurança;
Atos inconstitucionais são, por isso mesmo nulos e
destituídos, em conseqüência, de qualquer carga de eficácia
jurídica”.
Renan Lotufo, em artigo publicado na obra Coisa julgada
inconstitucional (2. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2008), sob o título
“Flexibilização da coisa julgada”, oferece, sobre o tema, as seguintes
considerações:
“A coisa julgada apresenta peculiaridades consoantes à
matéria questionada no processo de onde resulta a decisão
judicial a ser por ela afetada. As técnicas empregadas pelo
sistema processual no sentido de serem protegidos direitos
mais relevantes por sua função social, como aqueles do
consumidor, do meio ambiente e da livre concorrência,
possibilitam a formação de coisa julgada segundo o resultado
do processo. O mesmo sucede quando o litígio envolve o
princípio da moralidade pública, como ocorre na ação popular.
Em tais situações o resultado do processo desfavorável a
direitos relevantes quando resultante de deficiência probatória,
seja por incúria dos representantes técnicos dos titulares desses
direitos ou mesmo sem responsabilidade destes, não se forma a
coisa julgada material, possibilitando-se a repropositura da
mesma ação” (p. 209).
Aduz, a seguir, que
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
“[a] convivência de decisões judiciais imutáveis, mas
injustas, porque esgotados os instrumentos para sua alteração, e
em conflito com os princípios fundamentais informadores do
sistema, em que elas se engastam, é uma questão que, de há
muito, desafia os juristas, sem que a respeito tenha se chegado a
soluções insuscetíveis de críticas” (p. 218),
citando, como possível fonte geradora desse efeito, decisão anterior
injusta, em razão da evolução da técnica, em se tratando de meio de
prova, ressaltando, à guisa de conclusão, o sempre lembrado
ensinamento, quando se trata deste tema, de Cândido Rangel
Dinamarco, para quem “a ordem constitucional não tolera que se eternizem
injustiças a pretexto de não eternizar litígios”.
A despeito de guardar reservas quanto à questão da ponderação de
princípios, por seus méritos quanto à colocação do problema, cito obra de
Eduardo Talamini:
“Na ação declaratória de filiação, normalmente a
dignidade humana será essencialmente prestigiada com a
identificação precisa do pai ou mãe biológico (‘o direito
personalíssimo ao conhecimento de suas origens’, de que falam
os civilistas).
(...)
Todavia, não se deve descartar a ocorrência de casos em
que vínculos de filiação afetiva ou outros equivalentes, de
consolidação de situações familiares, tenham se estabelecido de
tal modo que desaconselhem qualquer reabertura da discussão.
Em caso como esse, segurança jurídica e dignidade humana
pesarão de um mesmo lado da balança.
(....)
Assim, não é difícil perceber o grande risco que se corre,
em matéria de coisa julgada nas sentenças sobra filiação, de
incidir em uma abordagem meramente retórica e vazia, despida
de verdadeiro conteúdo axiológico, uma argumentação
amparada em ‘fundamentos óbvios’. Quando se passa a afirmar
genericamente que a ‘dignidade humana’ impõe, sempre e em
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
“[a] convivência de decisões judiciais imutáveis, mas
injustas, porque esgotados os instrumentos para sua alteração, e
em conflito com os princípios fundamentais informadores do
sistema, em que elas se engastam, é uma questão que, de há
muito, desafia os juristas, sem que a respeito tenha se chegado a
soluções insuscetíveis de críticas” (p. 218),
citando, como possível fonte geradora desse efeito, decisão anterior
injusta, em razão da evolução da técnica, em se tratando de meio de
prova, ressaltando, à guisa de conclusão, o sempre lembrado
ensinamento, quando se trata deste tema, de Cândido Rangel
Dinamarco, para quem “a ordem constitucional não tolera que se eternizem
injustiças a pretexto de não eternizar litígios”.
A despeito de guardar reservas quanto à questão da ponderação de
princípios, por seus méritos quanto à colocação do problema, cito obra de
Eduardo Talamini:
“Na ação declaratória de filiação, normalmente a
dignidade humana será essencialmente prestigiada com a
identificação precisa do pai ou mãe biológico (‘o direito
personalíssimo ao conhecimento de suas origens’, de que falam
os civilistas).
(...)
Todavia, não se deve descartar a ocorrência de casos em
que vínculos de filiação afetiva ou outros equivalentes, de
consolidação de situações familiares, tenham se estabelecido de
tal modo que desaconselhem qualquer reabertura da discussão.
Em caso como esse, segurança jurídica e dignidade humana
pesarão de um mesmo lado da balança.
(....)
Assim, não é difícil perceber o grande risco que se corre,
em matéria de coisa julgada nas sentenças sobra filiação, de
incidir em uma abordagem meramente retórica e vazia, despida
de verdadeiro conteúdo axiológico, uma argumentação
amparada em ‘fundamentos óbvios’. Quando se passa a afirmar
genericamente que a ‘dignidade humana’ impõe, sempre e em
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RE 363.889 / DF
qualquer caso, a desconsideração da coisa julgada nas sentenças
sobre filiação; quando se passa a sustentar que por se tratar de
um ‘direito absoluto e indisponível’ sempre se poderá rever a
sentença já proferida; enfim, quando de antemão já se
estabelece qual é o resultado da suposta ‘ponderação de
valores’ pretendida, não se está, a rigor, preconizando a
aplicação de juízo de ponderação nenhum.
(...)
Ao contrário do que muitas vezes se imagina, as
preocupações e disputas que passaram a existir em torno da
coisa julgada e dos demais institutos processuais na
investigação de paternidade não derivam apenas do
surgimento de novos meios técnicos de investigação (exame de
DNA etc), mas sobretudo, da alteração do direito material
constitucional: com a equiparação absoluta entre filhos havidos
dentro ou fora do casamento, ligados por laços biológicos ou
afetivos, definitivamente se eliminaram os obstáculos à
investigação da filiação. As inovações científicas seriam em
grande parte inúteis ou irrelevantes, se o direito material não
tivesse mudado.
Mas o direito material mudou não para estabelecer
simplesmente alguma primazia da filiação biológica; não para
consagrar como fundamental a ‘verdade biológica’. Alterou-se –
reitere-se – para consagrar um tratamento na medida do
possível não-discriminatório a qualquer filho. Isso também
significa, necessariamente, o prestígio constitucional da filiação
afetiva – reconhecido por autorizada doutrina.
(...)
É certo que a coisa julgada não transforma o falso em
verdade, não faz do negro branco, nem do quadrado redondo.
Ela não é verdade, não substitui a verdade e nem pretende ter o
valor da verdade: trata-se de mero mecanismo pragmático que
apenas impede uma nova discussão. Portanto, nas situações em
que a busca da verdade assume concretamente um valor
fundamental, como é o caso do direito ao conhecimento da
própria identidade e origem, a coisa julgada a pouco se presta.
33
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qualquer caso, a desconsideração da coisa julgada nas sentenças
sobre filiação; quando se passa a sustentar que por se tratar de
um ‘direito absoluto e indisponível’ sempre se poderá rever a
sentença já proferida; enfim, quando de antemão já se
estabelece qual é o resultado da suposta ‘ponderação de
valores’ pretendida, não se está, a rigor, preconizando a
aplicação de juízo de ponderação nenhum.
(...)
Ao contrário do que muitas vezes se imagina, as
preocupações e disputas que passaram a existir em torno da
coisa julgada e dos demais institutos processuais na
investigação de paternidade não derivam apenas do
surgimento de novos meios técnicos de investigação (exame de
DNA etc), mas sobretudo, da alteração do direito material
constitucional: com a equiparação absoluta entre filhos havidos
dentro ou fora do casamento, ligados por laços biológicos ou
afetivos, definitivamente se eliminaram os obstáculos à
investigação da filiação. As inovações científicas seriam em
grande parte inúteis ou irrelevantes, se o direito material não
tivesse mudado.
Mas o direito material mudou não para estabelecer
simplesmente alguma primazia da filiação biológica; não para
consagrar como fundamental a ‘verdade biológica’. Alterou-se –
reitere-se – para consagrar um tratamento na medida do
possível não-discriminatório a qualquer filho. Isso também
significa, necessariamente, o prestígio constitucional da filiação
afetiva – reconhecido por autorizada doutrina.
(...)
É certo que a coisa julgada não transforma o falso em
verdade, não faz do negro branco, nem do quadrado redondo.
Ela não é verdade, não substitui a verdade e nem pretende ter o
valor da verdade: trata-se de mero mecanismo pragmático que
apenas impede uma nova discussão. Portanto, nas situações em
que a busca da verdade assume concretamente um valor
fundamental, como é o caso do direito ao conhecimento da
própria identidade e origem, a coisa julgada a pouco se presta.
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Mas também é igualmente certo que um comando judicial não
irá por si só estabelecer um laço de afeição paterno-filial até
então inexistente (sobretudo nos mais acirrados litígios, entre os
quais normalmente se incluem aqueles em que se chega ao
ponto de cogitar de reabertura da discussão depois da coisa
julgada) (...)” (Coisa julgada e sua revisão. São Paulo: RT, 2005.
p. 588-592).
Mais adiante, em contribuição extraída do direito comparado,
aponta o doutrinador, possível solução legislativa que, de lege ferenda,
poderia ser introduzida em nosso ordenamento jurídico:
“O direito positivo alemão atualmente contempla hipótese
especial de revisão da coisa julgada que foi instituída tendo em
vista as mesmas preocupações que inspiraram o projeto de lei
ora examinado. Limita-se às ações de filiação. No entanto, o
legislador alemão evitou vincular o cabimento da revisão a um
único e específico meio de prova. É a ação de restituição
delineada nas regras do § 641 i da ZPO:
(1) A ação de restituição contra uma sentença transitada
em julgado que se tenha pronunciado sobre a paternidade é
cabível, além de nos casos do § 580 [que trata das hipóteses
gerais de revisão da sentença revestida de coisa julgada], se a
parte apresenta um novo dado sobre a paternidade que, por si
só ou unido às provas realizadas no processo anterior, teria
proporcionado um pronunciamento diferente” (Op. cit. p. 653-
654).
Belmiro Pedro Welter (Coisa julgada na investigação de
paternidade. São Paulo: Síntese, 2000), assevera que:
“[s]omente haverá coisa julgada material, nas ações de
investigação e contestação de paternidade, quando tiverem sido
produzidas, inclusive de ofício e sempre que possível, todas as
provas, documental, testemunhal, pericial, especialmente
exame genético DNA, e depoimento pessoal” (p. 113),
34
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Mas também é igualmente certo que um comando judicial não
irá por si só estabelecer um laço de afeição paterno-filial até
então inexistente (sobretudo nos mais acirrados litígios, entre os
quais normalmente se incluem aqueles em que se chega ao
ponto de cogitar de reabertura da discussão depois da coisa
julgada) (...)” (Coisa julgada e sua revisão. São Paulo: RT, 2005.
p. 588-592).
Mais adiante, em contribuição extraída do direito comparado,
aponta o doutrinador, possível solução legislativa que, de lege ferenda,
poderia ser introduzida em nosso ordenamento jurídico:
“O direito positivo alemão atualmente contempla hipótese
especial de revisão da coisa julgada que foi instituída tendo em
vista as mesmas preocupações que inspiraram o projeto de lei
ora examinado. Limita-se às ações de filiação. No entanto, o
legislador alemão evitou vincular o cabimento da revisão a um
único e específico meio de prova. É a ação de restituição
delineada nas regras do § 641 i da ZPO:
(1) A ação de restituição contra uma sentença transitada
em julgado que se tenha pronunciado sobre a paternidade é
cabível, além de nos casos do § 580 [que trata das hipóteses
gerais de revisão da sentença revestida de coisa julgada], se a
parte apresenta um novo dado sobre a paternidade que, por si
só ou unido às provas realizadas no processo anterior, teria
proporcionado um pronunciamento diferente” (Op. cit. p. 653-
654).
Belmiro Pedro Welter (Coisa julgada na investigação de
paternidade. São Paulo: Síntese, 2000), assevera que:
“[s]omente haverá coisa julgada material, nas ações de
investigação e contestação de paternidade, quando tiverem sido
produzidas, inclusive de ofício e sempre que possível, todas as
provas, documental, testemunhal, pericial, especialmente
exame genético DNA, e depoimento pessoal” (p. 113),
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
bem como que:
“[n]ão faz coisa julgada material a sentença de
improcedência da ação de investigação de paternidade por
insuficiência de provas da paternidade biológica” (p. 121).
Assim, sempre segundo o raciocínio levado a efeito pelo referido
escritor, se a decisão anterior tomar por fundamento a insuficiência da
prova coligida aos autos, para permitir a prolação de decreto de
procedência da ação, tem-se que não se afirmou não ser o réu pai do
autor e, a rigor, a demanda deveria ter sido extinta, nos termos do artigo
267, inciso IV, do Código de Processo Civil, dada a falta de pressuposto ao
eficaz desenvolvimento da demanda, porque se mostrou impossível a
formação de um juízo de certeza sobre o fato. Sentença meramente
terminativa, portanto, a possibilitar a repropositura da ação, para, com a
realização de prova técnica mais conclusiva, vale dizer, exame de DNA,
emitir-se um juízo de certeza sobre a suposta relação de paternidade
objeto do processo.
É por isso que parece correto afirmar que, quando a demanda
anterior foi julgada improcedente, por falta de provas quanto à realidade
do vínculo paterno-filial que se pretendia ver reconhecido, a verdade
biológica não foi alcançada e, por isso, nova demanda pode ser intentada,
para que, com o auxílio de provas técnicas de alta precisão, tal verdade
possa, enfim, ser estabelecida, em respeito à dignidade da pessoa humana
desse ser que não tem tal vínculo determinado, em sua certidão de
nascimento, direito personalíssimo esse cujo exercício nossa vigente
Magna Carta lhe assegura, de forma incondicionada.
E tudo como corolário lógico de seu direito de personalidade, em
discussão quando do ajuizamento de um tal tipo de demanda, de ver
reconhecida a verdade sobre sua origem genética, emanação natural do
estado da pessoa.
Para uma adequada delimitação do conceito de “estado da pessoa”,
vale citar Caio Mário da Silva Pereira (Reconhecimento da paternidade
35
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bem como que:
“[n]ão faz coisa julgada material a sentença de
improcedência da ação de investigação de paternidade por
insuficiência de provas da paternidade biológica” (p. 121).
Assim, sempre segundo o raciocínio levado a efeito pelo referido
escritor, se a decisão anterior tomar por fundamento a insuficiência da
prova coligida aos autos, para permitir a prolação de decreto de
procedência da ação, tem-se que não se afirmou não ser o réu pai do
autor e, a rigor, a demanda deveria ter sido extinta, nos termos do artigo
267, inciso IV, do Código de Processo Civil, dada a falta de pressuposto ao
eficaz desenvolvimento da demanda, porque se mostrou impossível a
formação de um juízo de certeza sobre o fato. Sentença meramente
terminativa, portanto, a possibilitar a repropositura da ação, para, com a
realização de prova técnica mais conclusiva, vale dizer, exame de DNA,
emitir-se um juízo de certeza sobre a suposta relação de paternidade
objeto do processo.
É por isso que parece correto afirmar que, quando a demanda
anterior foi julgada improcedente, por falta de provas quanto à realidade
do vínculo paterno-filial que se pretendia ver reconhecido, a verdade
biológica não foi alcançada e, por isso, nova demanda pode ser intentada,
para que, com o auxílio de provas técnicas de alta precisão, tal verdade
possa, enfim, ser estabelecida, em respeito à dignidade da pessoa humana
desse ser que não tem tal vínculo determinado, em sua certidão de
nascimento, direito personalíssimo esse cujo exercício nossa vigente
Magna Carta lhe assegura, de forma incondicionada.
E tudo como corolário lógico de seu direito de personalidade, em
discussão quando do ajuizamento de um tal tipo de demanda, de ver
reconhecida a verdade sobre sua origem genética, emanação natural do
estado da pessoa.
Para uma adequada delimitação do conceito de “estado da pessoa”,
vale citar Caio Mário da Silva Pereira (Reconhecimento da paternidade
35
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 39 de 165
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RE 363.889 / DF
e seus efeitos. 6 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006), que assevera ser essa a
‘condição individual na sociedade’, acrescentando, firme na lição de Planiol,
que
‘[t]odo indivíduo é titular de um complexo de qualidades
que lhe são particulares e que integram a sua personalidade,
dando nascimento a uma situação jurídica’ (...) São atributos
que fixam a condição do indivíduo na sociedade, e se por um
lado constituem fonte de direitos e de obrigações, por outro
lado fornecem os característicos personativos, pelos quais se
identifica a pessoa, ou, como diria Savatier, fornecem a
‘classificação que a sociedade faz do indivíduo’
(...)
Ao Direito Civil interessa grandemente o estado de
família, e, deste, de modo particular, o estado de filiação, que
pode decorrer de um fato, como o nascimento, ou de um ato
jurídico, como a adoção.
Do ponto de vista restrito em que nos colocamos, definiu-
o a Corte de Cassação Francesa, em aresto de 1838, registrado
por Dalloz e adotado por Laurent, in verbis: “O estado consiste
nas relações que a natureza e a lei civil estabelecem,
independentemente da vontade das partes, entre um indivíduo
e aqueles de quem recebe o nascimento”. (...)
O estado, pois, constitui uma realidade objetiva, de que
cada um é titular, e que usufrui com exclusividade. Realidade
tão objetiva, que se lhe prendem atributos peculiares aos bens
incorpóreos (...) (p. 217-8).
Não se pode deixar de mencionar, ainda, que tanto o princípio da
intangibilidade das decisões judiciais transitadas em julgado não é
absoluto, que uma norma dispondo de modo contrário foi recentemente
introduzida no ordenamento processual civil pátrio.
Cuida-se do parágrafo único do artigo 741 do Código de Processo
Civil, com a redação que lhe foi dada pela Lei nº 11.232/05, que dispõe
expressamente que em embargos à execução contra a Fazenda Pública,
36
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e seus efeitos. 6 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006), que assevera ser essa a
‘condição individual na sociedade’, acrescentando, firme na lição de Planiol,
que
‘[t]odo indivíduo é titular de um complexo de qualidades
que lhe são particulares e que integram a sua personalidade,
dando nascimento a uma situação jurídica’ (...) São atributos
que fixam a condição do indivíduo na sociedade, e se por um
lado constituem fonte de direitos e de obrigações, por outro
lado fornecem os característicos personativos, pelos quais se
identifica a pessoa, ou, como diria Savatier, fornecem a
‘classificação que a sociedade faz do indivíduo’
(...)
Ao Direito Civil interessa grandemente o estado de
família, e, deste, de modo particular, o estado de filiação, que
pode decorrer de um fato, como o nascimento, ou de um ato
jurídico, como a adoção.
Do ponto de vista restrito em que nos colocamos, definiu-
o a Corte de Cassação Francesa, em aresto de 1838, registrado
por Dalloz e adotado por Laurent, in verbis: “O estado consiste
nas relações que a natureza e a lei civil estabelecem,
independentemente da vontade das partes, entre um indivíduo
e aqueles de quem recebe o nascimento”. (...)
O estado, pois, constitui uma realidade objetiva, de que
cada um é titular, e que usufrui com exclusividade. Realidade
tão objetiva, que se lhe prendem atributos peculiares aos bens
incorpóreos (...) (p. 217-8).
Não se pode deixar de mencionar, ainda, que tanto o princípio da
intangibilidade das decisões judiciais transitadas em julgado não é
absoluto, que uma norma dispondo de modo contrário foi recentemente
introduzida no ordenamento processual civil pátrio.
Cuida-se do parágrafo único do artigo 741 do Código de Processo
Civil, com a redação que lhe foi dada pela Lei nº 11.232/05, que dispõe
expressamente que em embargos à execução contra a Fazenda Pública,
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 40 de 165
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RE 363.889 / DF
admite-se a arguição da inexigibilidade do título.
E tal inexigibilidade pode decorrer do fato de a execução estar
lastreada em título fundado em lei ou ato normativo que vieram a ser
declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou, ainda, se
estiver fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo
tida por esta Suprema Corte como incompatíveis com a Constituição
Federal.
No presente caso, conquanto não se cuide de hipótese de embargos à
execução contra a Fazenda Pública, dá-se a ocorrência de situação em que
a decisão recorrida está baseada em interpretação conjunta de normas
constitucionais, efetuada de uma maneira que deve ser considerada
incompatível com a Magna Carta, merecendo prosperar a insurgência
deduzida pelos recorrentes.
Por essas razões, a decisão recorrida, ao optar pela prevalência do
princípio da intangibilidade da coisa julgada, ofuscou um direito
fundamental do autor da ação, de tentar ver reconhecida sua origem
genética, ressentindo-se, nesse particular, daquilo que a doutrina
convencionou denominar de inconstitucionalidade material, na medida
em que contrariou conteúdo normativo de nossa vigente Constituição
Federal.
Bem por isso, deve ser afastada, para que se permita, no presente
caso, a relativização da coisa julgada a que se referiu, ao julgar extinta a
demanda, sem apreciação de mérito.
Não se mostra ocioso, neste ponto de nossas considerações sobre o
tema, destacar nosso entendimento concordante com a mais autorizada
teoria jurídica editada sobre o tema e já dantes referida, no sentido de que
a busca da verdade biológica, como algo de transcendental importância,
pode não ser a solução mais adequada, em determinados casos concretos.
Relações familiares assim próximas, como as que unem pais e filhos,
ao menos de forma amistosa, não se estabelecem por decisão judicial, pois
aquele que jamais aceitou sequer discutir a possibilidade de ser pai de
uma pessoa para cuja geração colaborou, ainda que de maneira
involuntária, possivelmente jamais irá aceitá-lo e tratá-lo como filho, da
37
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admite-se a arguição da inexigibilidade do título.
E tal inexigibilidade pode decorrer do fato de a execução estar
lastreada em título fundado em lei ou ato normativo que vieram a ser
declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou, ainda, se
estiver fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo
tida por esta Suprema Corte como incompatíveis com a Constituição
Federal.
No presente caso, conquanto não se cuide de hipótese de embargos à
execução contra a Fazenda Pública, dá-se a ocorrência de situação em que
a decisão recorrida está baseada em interpretação conjunta de normas
constitucionais, efetuada de uma maneira que deve ser considerada
incompatível com a Magna Carta, merecendo prosperar a insurgência
deduzida pelos recorrentes.
Por essas razões, a decisão recorrida, ao optar pela prevalência do
princípio da intangibilidade da coisa julgada, ofuscou um direito
fundamental do autor da ação, de tentar ver reconhecida sua origem
genética, ressentindo-se, nesse particular, daquilo que a doutrina
convencionou denominar de inconstitucionalidade material, na medida
em que contrariou conteúdo normativo de nossa vigente Constituição
Federal.
Bem por isso, deve ser afastada, para que se permita, no presente
caso, a relativização da coisa julgada a que se referiu, ao julgar extinta a
demanda, sem apreciação de mérito.
Não se mostra ocioso, neste ponto de nossas considerações sobre o
tema, destacar nosso entendimento concordante com a mais autorizada
teoria jurídica editada sobre o tema e já dantes referida, no sentido de que
a busca da verdade biológica, como algo de transcendental importância,
pode não ser a solução mais adequada, em determinados casos concretos.
Relações familiares assim próximas, como as que unem pais e filhos,
ao menos de forma amistosa, não se estabelecem por decisão judicial, pois
aquele que jamais aceitou sequer discutir a possibilidade de ser pai de
uma pessoa para cuja geração colaborou, ainda que de maneira
involuntária, possivelmente jamais irá aceitá-lo e tratá-lo como filho, da
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forma como seria desejável.
Por outro lado, relações baseadas em caracteres não-biológicos,
porque dotadas de conteúdo humano e afetivo, devem ser, via de regra,
respeitadas e prestigiadas. Hão de se enaltecer laços que já se firmaram
entre seres que se amam e se respeitam, ainda que não exista liame
biológico a vinculá-los.
No caso ora em análise, porém, a situação é diversa, pois não há
relação dessa natureza em disputa e porque o autor da demanda, desde
há muitos anos, busca o reconhecimento do vínculo biológico que o une a
seu suposto genitor, ou, pelo menos, visa a obter uma resposta cabal da
Justiça, no sentido de que esse vínculo inexiste, com relação àquele
homem que sua mãe desde sempre lhe disse ser seu pai, na estrita
acepção biológica desse termo, já que as atitudes por ele tomadas ao
longo do trâmite destes processos permitem concluir que esse papel, de
forma voluntária e sob o ponto de vista sócio-afetivo, ele talvez jamais
assumirá.
Basta dizer, para exemplificá-lo, que o recorrido já deixou de
comparecer, sem apresentar para tanto nenhuma justificativa plausível
nestes autos, a pelo menos duas datas designadas pelo Juízo de primeiro
grau para a coleta de material para a realização do exame de DNA (folhas
108 e 200).
Reitera-se, uma vez mais, que o autor da presente ação, criança
quando do ajuizamento da primeira demanda investigatória; adolescente,
à época da propositura desta ação e já homem feito, ao tempo em que se
realiza este julgamento em que se propõe a retomada de seu trâmite,
obstado pelo acórdão recorrido, não obterá, ao cabo da demanda, senão
uma resposta definitiva acerca de seu ancestral biológico paterno, com as
possíveis consequências materiais que disso logicamente ainda podem
defluir, decorridos, até agora, quase seis lustros desde seu nascimento.
E em isso vindo a acontecer, passados já tantos anos desde que a
primitiva demanda com esse objetivo foi por ele proposta, nada mais
estará sendo feito que não a consagração e o respeito, no caso concreto,
do seu direito fundamental de acesso à informação genética, nada além
38
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
forma como seria desejável.
Por outro lado, relações baseadas em caracteres não-biológicos,
porque dotadas de conteúdo humano e afetivo, devem ser, via de regra,
respeitadas e prestigiadas. Hão de se enaltecer laços que já se firmaram
entre seres que se amam e se respeitam, ainda que não exista liame
biológico a vinculá-los.
No caso ora em análise, porém, a situação é diversa, pois não há
relação dessa natureza em disputa e porque o autor da demanda, desde
há muitos anos, busca o reconhecimento do vínculo biológico que o une a
seu suposto genitor, ou, pelo menos, visa a obter uma resposta cabal da
Justiça, no sentido de que esse vínculo inexiste, com relação àquele
homem que sua mãe desde sempre lhe disse ser seu pai, na estrita
acepção biológica desse termo, já que as atitudes por ele tomadas ao
longo do trâmite destes processos permitem concluir que esse papel, de
forma voluntária e sob o ponto de vista sócio-afetivo, ele talvez jamais
assumirá.
Basta dizer, para exemplificá-lo, que o recorrido já deixou de
comparecer, sem apresentar para tanto nenhuma justificativa plausível
nestes autos, a pelo menos duas datas designadas pelo Juízo de primeiro
grau para a coleta de material para a realização do exame de DNA (folhas
108 e 200).
Reitera-se, uma vez mais, que o autor da presente ação, criança
quando do ajuizamento da primeira demanda investigatória; adolescente,
à época da propositura desta ação e já homem feito, ao tempo em que se
realiza este julgamento em que se propõe a retomada de seu trâmite,
obstado pelo acórdão recorrido, não obterá, ao cabo da demanda, senão
uma resposta definitiva acerca de seu ancestral biológico paterno, com as
possíveis consequências materiais que disso logicamente ainda podem
defluir, decorridos, até agora, quase seis lustros desde seu nascimento.
E em isso vindo a acontecer, passados já tantos anos desde que a
primitiva demanda com esse objetivo foi por ele proposta, nada mais
estará sendo feito que não a consagração e o respeito, no caso concreto,
do seu direito fundamental de acesso à informação genética, nada além
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 42 de 165
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
disso.
Para tanto, mister a relativização da coisa julgada dantes referida, o
que, no caso em tela, entende-se não apenas possível, como altamente
recomendável, pelas razões já supra expostas e que pode ser efetuado, à
semelhança do que esta Corte tem feito em casos similares, ainda que eu
guarde reserva quanto a certos fundamentos ali utilizados.
A questão deixa de ser principiológica. Como tenho realçado ao
longo deste voto, o Direito de Família, no estado-da-arte das Ciências
Médicas, não pode se valer de avoengas presunções. Recorde-se da jovem
Helena, de Machado de Assis. Se não há como impedir o
reconhecimento, no plano da validade, de uma relação jurídica existente
por efeito de um testamento, o que se dirá de semelhante efeito por uma
sentença?
É o que ora se está propondo que se faça, para que possa prevalecer
o tantas vezes já referido direito fundamental do autor da ação à
informação genética, ressaltando-se, por oportuno, uma vez mais, que não
se está tampouco valorando a eventual justiça ou injustiça da decisão
proferida na origem, senão a adequação da jurisprudência ao estado atual
da Ciência Jurídica sobre esse direito fundamental.
Antes de encerrar, gostaria de relembrar a tradição de vanguarda
deste Supremo Tribunal Federal quanto à interpretação das normas de
Direito de Família, em ordem a se prestigiar direitos fundamentais das
pessoas envolvidas e com a busca da origem biológica de um ser gerado
por pessoas que não estavam à época de sua concepção unidas pelos laços
do matrimônio, ou mesmo coabitando, ainda que de forma eventual, ou
clandestina.
Exemplificando, trago à colação alguns julgamentos, memoráveis a
seu tempo, que significaram representativo avanço da jurisprudência que
então vigia sobre o tema e que tiveram por consequência, até mesmo a
mudança de leis que, retrógradas, impediam a revelação da verdade
biológica, em muitas relações familiares.
Refiro-me, por exemplo, ao que aconteceu logo depois da edição do
Decreto-lei nº 4.737/42, que veio a permitir o reconhecimento de filhos
39
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RE 363.889 / DF
disso.
Para tanto, mister a relativização da coisa julgada dantes referida, o
que, no caso em tela, entende-se não apenas possível, como altamente
recomendável, pelas razões já supra expostas e que pode ser efetuado, à
semelhança do que esta Corte tem feito em casos similares, ainda que eu
guarde reserva quanto a certos fundamentos ali utilizados.
A questão deixa de ser principiológica. Como tenho realçado ao
longo deste voto, o Direito de Família, no estado-da-arte das Ciências
Médicas, não pode se valer de avoengas presunções. Recorde-se da jovem
Helena, de Machado de Assis. Se não há como impedir o
reconhecimento, no plano da validade, de uma relação jurídica existente
por efeito de um testamento, o que se dirá de semelhante efeito por uma
sentença?
É o que ora se está propondo que se faça, para que possa prevalecer
o tantas vezes já referido direito fundamental do autor da ação à
informação genética, ressaltando-se, por oportuno, uma vez mais, que não
se está tampouco valorando a eventual justiça ou injustiça da decisão
proferida na origem, senão a adequação da jurisprudência ao estado atual
da Ciência Jurídica sobre esse direito fundamental.
Antes de encerrar, gostaria de relembrar a tradição de vanguarda
deste Supremo Tribunal Federal quanto à interpretação das normas de
Direito de Família, em ordem a se prestigiar direitos fundamentais das
pessoas envolvidas e com a busca da origem biológica de um ser gerado
por pessoas que não estavam à época de sua concepção unidas pelos laços
do matrimônio, ou mesmo coabitando, ainda que de forma eventual, ou
clandestina.
Exemplificando, trago à colação alguns julgamentos, memoráveis a
seu tempo, que significaram representativo avanço da jurisprudência que
então vigia sobre o tema e que tiveram por consequência, até mesmo a
mudança de leis que, retrógradas, impediam a revelação da verdade
biológica, em muitas relações familiares.
Refiro-me, por exemplo, ao que aconteceu logo depois da edição do
Decreto-lei nº 4.737/42, que veio a permitir o reconhecimento de filhos
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
adulterinos, de forma voluntária, ou através de demanda judicial, depois
do desquite do genitor casado.
Ora, como com a morte do cônjuge desse genitor, também ocorria o
término de sua sociedade conjugal, passou-se a defender a possibilidade
de que, igualmente em tal hipótese, pudesse ocorrer o reconhecimento.
Intenso foi o debate doutrinário que permeou a controvérsia e
tímidas decisões judiciais passaram a acolher tal possibilidade, as quais
encontraram eco em diversos pronunciamentos de eminentes membros
desta Corte, conforme minuciosa análise apresentada por Arnoldo
Medeiros da Fonseca, em sua obra Investigação de paternidade (3. Ed.
Rio de Janeiro: Forense, 1958. p. 284-294), na qual são citadas decisões,
nesse sentido, da lavra dos saudosos Ministros Castro Nunes, Barros
Barreto e Orozimbo Nonato.
Passados alguns anos, tal controvérsia restou superada pela edição
da Lei nº 883/49, que veio a permitir o reconhecimento em questão, uma
vez dissolvida a sociedade conjugal, tal como o admitiam valorosos
posicionamentos de ilustres membros desta Corte.
O mesmo fenômeno ocorreu em meados dos anos 60 do século
passado, quando este Tribunal passou a admitir que filhos adulterinos “a
matre” intentassem demandas investigatórias, mesmo sem prévia
contestação da paternidade por parte do marido da mãe, o que foi feito
com fundamento na comprovada separação de fato do casal, ao tempo da
concepção.
Representativo dessa tendência jurisprudencial é o RE nº 51.269/RS,
em que o relator, Ministro Hermes Lima, assevera que deveria ser
considerada relativa a presunção de paternidade legalmente estabelecida
pelo Código Civil então em vigor, quando houvesse comprovada
separação de fato do casal, à época da concepção.
De sua fundamentação, destaquem-se os seguintes excertos:
“Levar a presunção legal a ponto de atribuir ao cônjuge
varão, afastado ou distante da mulher, sem convivência de
espécie alguma com ela, a paternidade desse filho, constitui
absurdo que nem a lei nem o princípio da defesa da família
40
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
adulterinos, de forma voluntária, ou através de demanda judicial, depois
do desquite do genitor casado.
Ora, como com a morte do cônjuge desse genitor, também ocorria o
término de sua sociedade conjugal, passou-se a defender a possibilidade
de que, igualmente em tal hipótese, pudesse ocorrer o reconhecimento.
Intenso foi o debate doutrinário que permeou a controvérsia e
tímidas decisões judiciais passaram a acolher tal possibilidade, as quais
encontraram eco em diversos pronunciamentos de eminentes membros
desta Corte, conforme minuciosa análise apresentada por Arnoldo
Medeiros da Fonseca, em sua obra Investigação de paternidade (3. Ed.
Rio de Janeiro: Forense, 1958. p. 284-294), na qual são citadas decisões,
nesse sentido, da lavra dos saudosos Ministros Castro Nunes, Barros
Barreto e Orozimbo Nonato.
Passados alguns anos, tal controvérsia restou superada pela edição
da Lei nº 883/49, que veio a permitir o reconhecimento em questão, uma
vez dissolvida a sociedade conjugal, tal como o admitiam valorosos
posicionamentos de ilustres membros desta Corte.
O mesmo fenômeno ocorreu em meados dos anos 60 do século
passado, quando este Tribunal passou a admitir que filhos adulterinos “a
matre” intentassem demandas investigatórias, mesmo sem prévia
contestação da paternidade por parte do marido da mãe, o que foi feito
com fundamento na comprovada separação de fato do casal, ao tempo da
concepção.
Representativo dessa tendência jurisprudencial é o RE nº 51.269/RS,
em que o relator, Ministro Hermes Lima, assevera que deveria ser
considerada relativa a presunção de paternidade legalmente estabelecida
pelo Código Civil então em vigor, quando houvesse comprovada
separação de fato do casal, à época da concepção.
De sua fundamentação, destaquem-se os seguintes excertos:
“Levar a presunção legal a ponto de atribuir ao cônjuge
varão, afastado ou distante da mulher, sem convivência de
espécie alguma com ela, a paternidade desse filho, constitui
absurdo que nem a lei nem o princípio da defesa da família
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 44 de 165
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
autorizam (...) O princípio pater is est está fincado na tradição
social e jurídica. Ele significa que o filho nascido na constância
do casamento se reputa do marido (...) O princípio pater is est
não pode sobrepor-se a qualquer situação de fato, sob pena de
converter-se numa regra de atroz rigorismo. Sua sobrevivência
impõe que o interpretemos e apliquemos no interesse da
manutenção da unidade e dignidade familiar. Onde essa
unidade desaparecer, retirando dos cônjuges a
responsabilidade pessoal e moral pela condução dos costumes e
normas sociais ligadas ao casamento, há que examinar se o
velho princípio tem aplicação inteligente” (DJ de 7/11/63).
No mesmo sentido, posiciona-se a decisão proferida pelo Pleno desta
Corte, nos autos do RE nº 54.891/RN, relatado pelo Ministro Victor
Nunes Leal, cuja ementa assim dispõe:
“1) EM PRINCÍPIO, NÃO SE ADMITE A INVESTIGAÇÃO
DE PATERNIDADE DO FILHO ADULTERINO ‘A MATRE’ SEM
A AÇÃO NEGATORIA DO ‘PATER EST‘ (C.C., ART. 334). 2) A
JURISPRUDÊNCIA TEM ABRANDADO ESSA EXIGÊNCIA,
QUANDO O PAI PRESUMIDO CONTESTA A PATERNIDADE
POR FORMA DIVERSA DA AÇÃO NEGATÓRIA, OU
QUANDO A EFETIVA SEPARAÇÃO DO CASAL, AO TEMPO
DA CONCEPÇÃO, EXCLUI A PRESUNÇÃO DA
PATERNIDADE LEGAL. 3) HAVENDO NEGATÓRIA, É
DISPENSÁVEL A PRÉVIA DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE
CONJUGAL PARA A INVESTIGAÇÃO DA PATERNIDADE
(L.883/49, ART. 1). 4) DEVE TAMBÉM SER DISPENSADA,
QUANDO POR OUTRA FORMA, O PAI PRESUMIDO
CONTESTA A PATERNIDADE. 5) TAMBÉM ATENDE AOS
OBJETIVOS DA LEI A DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE
CONJUGAL NO CURSO DA AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO” (DJ
de 22/12/64).
Discorrendo sobre tal tendência jurisprudencial desta Suprema
Corte, verdadeiramente revolucionária e que veio a antecipar, em muitos
41
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
autorizam (...) O princípio pater is est está fincado na tradição
social e jurídica. Ele significa que o filho nascido na constância
do casamento se reputa do marido (...) O princípio pater is est
não pode sobrepor-se a qualquer situação de fato, sob pena de
converter-se numa regra de atroz rigorismo. Sua sobrevivência
impõe que o interpretemos e apliquemos no interesse da
manutenção da unidade e dignidade familiar. Onde essa
unidade desaparecer, retirando dos cônjuges a
responsabilidade pessoal e moral pela condução dos costumes e
normas sociais ligadas ao casamento, há que examinar se o
velho princípio tem aplicação inteligente” (DJ de 7/11/63).
No mesmo sentido, posiciona-se a decisão proferida pelo Pleno desta
Corte, nos autos do RE nº 54.891/RN, relatado pelo Ministro Victor
Nunes Leal, cuja ementa assim dispõe:
“1) EM PRINCÍPIO, NÃO SE ADMITE A INVESTIGAÇÃO
DE PATERNIDADE DO FILHO ADULTERINO ‘A MATRE’ SEM
A AÇÃO NEGATORIA DO ‘PATER EST‘ (C.C., ART. 334). 2) A
JURISPRUDÊNCIA TEM ABRANDADO ESSA EXIGÊNCIA,
QUANDO O PAI PRESUMIDO CONTESTA A PATERNIDADE
POR FORMA DIVERSA DA AÇÃO NEGATÓRIA, OU
QUANDO A EFETIVA SEPARAÇÃO DO CASAL, AO TEMPO
DA CONCEPÇÃO, EXCLUI A PRESUNÇÃO DA
PATERNIDADE LEGAL. 3) HAVENDO NEGATÓRIA, É
DISPENSÁVEL A PRÉVIA DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE
CONJUGAL PARA A INVESTIGAÇÃO DA PATERNIDADE
(L.883/49, ART. 1). 4) DEVE TAMBÉM SER DISPENSADA,
QUANDO POR OUTRA FORMA, O PAI PRESUMIDO
CONTESTA A PATERNIDADE. 5) TAMBÉM ATENDE AOS
OBJETIVOS DA LEI A DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE
CONJUGAL NO CURSO DA AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO” (DJ
de 22/12/64).
Discorrendo sobre tal tendência jurisprudencial desta Suprema
Corte, verdadeiramente revolucionária e que veio a antecipar, em muitos
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 45 de 165
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
anos, a evolução legislativa a respeito do tema ora em debate,
obtemperou Luiz Edson Fachin (Estabelecimento da filiação e
paternidade presumida. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor,
1992):
“Como se depreende, o Supremo abre a via da
investigação diante de uma situação para a qual a lei fechava as
portas. O Código não permite por essa via a descoberta da
verdadeira paternidade, pois, isso podia afetar a concepção de
família que se pôs a proteger. Esse óbice foi desconsiderado
pela jurisprudência, porque esta elegeu como prioritária a
procura da verdadeira paternidade.
A abertura desse caminho pelo Supremo Tribunal tomou
em conta a improbabilidade de ser o marido pai dos filhos da
mulher casada, quando existente separação de fato entre os
cônjuges. Sendo inverossímil a paternidade do marido da mãe,
e o era diante daquela circunstância, a jurisprudência se pôs em
busca do pai verdadeiro.
(...)
Da descrição dos acórdãos feita anteriormente, emerge a
constatação de que, de fato, a jurisprudência (inclusive e
especialmente no STF), à margem do Código Civil, construiu
um critério diverso para alcançar os efeitos que, pelo sistema
codificado, somente seriam atingidos pela contestação de
paternidade. Essa construção mostra que o Supremo Tribunal
optou por não se manter aderente ao sistema para evitar o
estabelecimento de paternidade flagrantemente improvável.
Nessa opção, a lógica dos fatos se impôs contra os obstáculos
formais do Código Civil e os resultados alcançados pelo
Supremo não se abrigam no sistema originário do Código Civil.
Pelo Código Civil brasileiro, como vimos, somente se
afasta a presunção ‘pater is est’ por ação privativa do marido da
mulher casada e com base em motivos que a lei expressamente
indica.
Assim, se não for contestada a paternidade nesses termos,
prevaleceria sempre a paternidade do marido da mãe, ainda
42
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
anos, a evolução legislativa a respeito do tema ora em debate,
obtemperou Luiz Edson Fachin (Estabelecimento da filiação e
paternidade presumida. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor,
1992):
“Como se depreende, o Supremo abre a via da
investigação diante de uma situação para a qual a lei fechava as
portas. O Código não permite por essa via a descoberta da
verdadeira paternidade, pois, isso podia afetar a concepção de
família que se pôs a proteger. Esse óbice foi desconsiderado
pela jurisprudência, porque esta elegeu como prioritária a
procura da verdadeira paternidade.
A abertura desse caminho pelo Supremo Tribunal tomou
em conta a improbabilidade de ser o marido pai dos filhos da
mulher casada, quando existente separação de fato entre os
cônjuges. Sendo inverossímil a paternidade do marido da mãe,
e o era diante daquela circunstância, a jurisprudência se pôs em
busca do pai verdadeiro.
(...)
Da descrição dos acórdãos feita anteriormente, emerge a
constatação de que, de fato, a jurisprudência (inclusive e
especialmente no STF), à margem do Código Civil, construiu
um critério diverso para alcançar os efeitos que, pelo sistema
codificado, somente seriam atingidos pela contestação de
paternidade. Essa construção mostra que o Supremo Tribunal
optou por não se manter aderente ao sistema para evitar o
estabelecimento de paternidade flagrantemente improvável.
Nessa opção, a lógica dos fatos se impôs contra os obstáculos
formais do Código Civil e os resultados alcançados pelo
Supremo não se abrigam no sistema originário do Código Civil.
Pelo Código Civil brasileiro, como vimos, somente se
afasta a presunção ‘pater is est’ por ação privativa do marido da
mulher casada e com base em motivos que a lei expressamente
indica.
Assim, se não for contestada a paternidade nesses termos,
prevaleceria sempre a paternidade do marido da mãe, ainda
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 46 de 165
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
que fosse terceiro o pai biológico do filho da mulher casada.
Trata-se de um sistema que imprime notável força à presunção
‘pater is est’.
Pela jurisprudência, houve sensível e razoável
abrandamento da força dessa presunção, diante de
determinados casos concretos, em que as circunstâncias
evidenciavam claramente que o marido da mãe não podia ser o
pai da criança.
(...)
Em tudo isso o que se nota é a preocupação de estar o
mais próximo possível da verdade da filiação.
Enquanto o Código Civil brasileiro se postou na defesa da
família matrimonializada e da autoridade do marido, a
jurisprudência abriu as portas da investigação e do
reconhecimento para encontrar a verdadeira paternidade.
(...)
Tais julgamentos contribuíram para obstar o
estabelecimento de ainda maior número de paternidades
fictícias e foram, progressivamente, consagrando o abrigo do
filho havido fora do casamento, cuja discriminação, pelo fato de
sua origem, sempre mereceu ser repudiada.
Fez-se valer a lição de que as soluções judiciais devem se
revelar moralmente aceitáveis.
(...)
É necessário, por fim, reconhecer que, diversamente do
sistema do Código, a estrutura que se extrai da jurisprudência
representa em matéria de filiação um crescente, embora
assistemático, compromisso com a verdade e não com a ficção,
e é precisamente aí que reside seu maior mérito, digno de
favorável apreciação” (p. 121-147).
Creio que se faz chegado o momento, Senhores Ministros, no qual é
necessário continuar a enveredar por esse caminho, que de há muito vem
sendo trilhado por esta Suprema Corte, no sentido de permitir, em
matéria de direito de filiação, que a verdade sobre a origem biológica seja
investigada e que uma resposta calcada em critérios técnicos de quase
43
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
que fosse terceiro o pai biológico do filho da mulher casada.
Trata-se de um sistema que imprime notável força à presunção
‘pater is est’.
Pela jurisprudência, houve sensível e razoável
abrandamento da força dessa presunção, diante de
determinados casos concretos, em que as circunstâncias
evidenciavam claramente que o marido da mãe não podia ser o
pai da criança.
(...)
Em tudo isso o que se nota é a preocupação de estar o
mais próximo possível da verdade da filiação.
Enquanto o Código Civil brasileiro se postou na defesa da
família matrimonializada e da autoridade do marido, a
jurisprudência abriu as portas da investigação e do
reconhecimento para encontrar a verdadeira paternidade.
(...)
Tais julgamentos contribuíram para obstar o
estabelecimento de ainda maior número de paternidades
fictícias e foram, progressivamente, consagrando o abrigo do
filho havido fora do casamento, cuja discriminação, pelo fato de
sua origem, sempre mereceu ser repudiada.
Fez-se valer a lição de que as soluções judiciais devem se
revelar moralmente aceitáveis.
(...)
É necessário, por fim, reconhecer que, diversamente do
sistema do Código, a estrutura que se extrai da jurisprudência
representa em matéria de filiação um crescente, embora
assistemático, compromisso com a verdade e não com a ficção,
e é precisamente aí que reside seu maior mérito, digno de
favorável apreciação” (p. 121-147).
Creio que se faz chegado o momento, Senhores Ministros, no qual é
necessário continuar a enveredar por esse caminho, que de há muito vem
sendo trilhado por esta Suprema Corte, no sentido de permitir, em
matéria de direito de filiação, que a verdade sobre a origem biológica seja
investigada e que uma resposta calcada em critérios técnicos de quase
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 47 de 165
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
absoluta veracidade seja proferida pela Justiça.
Para tanto, é imperativo que a jurisprudência desta Corte, uma vez
mais, avance, da forma como vem sendo feita ao longo dos anos, para
permitir a relativização da coisa julgada ora proposta, o que certamente
influirá no sentido de que o Poder Legislativo da nação também avance
nesse sentido, editando norma legal expressa a prever que, em hipóteses
como essa descrita nestes autos, não se estabeleça coisa julgada em ações
investigatórias de paternidade cujo veredicto decorreu de uma deficiente
e inconclusiva instrução probatória.
Aliás, quanto a tal aspecto, pode ser mencionada a existência de
duas proposições legislativas que tramitaram, respectivamente, na
Câmara dos Deputados e no Senado Federal sobre o tema ora em debate.
Trata-se do Projeto de Lei do Senado nº 116/01, de autoria do
Senador Valmir Amaral, que tinha por objeto acrescentar ao artigo 8º, da
Lei nº 8.560/92, um parágrafo único, com a seguinte redação: “A ação de
investigação de paternidade, realizada sem a prova do pareamento cromossômico
(DNA), não faz coisa julgada”.
Já no âmbito da Câmara dos Deputados, tramitou o Projeto de Lei nº
6.960/02, do Deputado Ricardo Fiúza, que pretendia introduzir inúmeras
alterações em diversos artigos do Código Civil e propunha, no que
interessa para a hipótese ora em análise, que se acrescentasse um novo
parágrafo ao artigo 1606, a dispor que “não fazem coisa julgada as ações de
investigação de paternidade decididas sem a realização do exame do DNA,
ressalvada a hipótese do § 4º artigo 1601” (o qual cuida da injustificada
recusa a submeter-se ao exame e que acarretaria a presunção da
existência da relação de filiação).
Nenhuma delas, contudo, obteve êxito, situação essa que, certamente
seria diferente, se houvesse precedentes desta Casa, apontando para a
adequação do quanto contido nessas proposituras.
E é nesse sentido que se coloca o STF em posição de deliberação
colaborativa com o Parlamento, sem ofuscá-lo e sem desconsiderar a
soberania da vontade do povo.
Penso que, de tudo quanto foi exposto até aqui, emerge a conclusão
44
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
absoluta veracidade seja proferida pela Justiça.
Para tanto, é imperativo que a jurisprudência desta Corte, uma vez
mais, avance, da forma como vem sendo feita ao longo dos anos, para
permitir a relativização da coisa julgada ora proposta, o que certamente
influirá no sentido de que o Poder Legislativo da nação também avance
nesse sentido, editando norma legal expressa a prever que, em hipóteses
como essa descrita nestes autos, não se estabeleça coisa julgada em ações
investigatórias de paternidade cujo veredicto decorreu de uma deficiente
e inconclusiva instrução probatória.
Aliás, quanto a tal aspecto, pode ser mencionada a existência de
duas proposições legislativas que tramitaram, respectivamente, na
Câmara dos Deputados e no Senado Federal sobre o tema ora em debate.
Trata-se do Projeto de Lei do Senado nº 116/01, de autoria do
Senador Valmir Amaral, que tinha por objeto acrescentar ao artigo 8º, da
Lei nº 8.560/92, um parágrafo único, com a seguinte redação: “A ação de
investigação de paternidade, realizada sem a prova do pareamento cromossômico
(DNA), não faz coisa julgada”.
Já no âmbito da Câmara dos Deputados, tramitou o Projeto de Lei nº
6.960/02, do Deputado Ricardo Fiúza, que pretendia introduzir inúmeras
alterações em diversos artigos do Código Civil e propunha, no que
interessa para a hipótese ora em análise, que se acrescentasse um novo
parágrafo ao artigo 1606, a dispor que “não fazem coisa julgada as ações de
investigação de paternidade decididas sem a realização do exame do DNA,
ressalvada a hipótese do § 4º artigo 1601” (o qual cuida da injustificada
recusa a submeter-se ao exame e que acarretaria a presunção da
existência da relação de filiação).
Nenhuma delas, contudo, obteve êxito, situação essa que, certamente
seria diferente, se houvesse precedentes desta Casa, apontando para a
adequação do quanto contido nessas proposituras.
E é nesse sentido que se coloca o STF em posição de deliberação
colaborativa com o Parlamento, sem ofuscá-lo e sem desconsiderar a
soberania da vontade do povo.
Penso que, de tudo quanto foi exposto até aqui, emerge a conclusão
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 48 de 165
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
de que não se pode tolher o direito do autor da ação de perseguir a busca
de sua verdadeira identidade genética, consubstanciada, no presente
caso, pela determinação de seu ancestral masculino, muito embora esse
ato, infelizmente para ele, possa ser vazio de consequências quanto à
busca de um pai, na verdadeira acepção da palavra, mas apenas
represente o preenchimento de uma lacuna existente em sua certidão de
nascimento.
Reitero, ainda uma vez, que a denominada “verdade do sangue” não
deve ser dotada de um caráter absoluto, a ser utilizada como resposta
pronta e acabada para todos os litígios acerca de assunto tão delicado
como esse aqui em debate, transcrevendo, nesse particular, a advertência
feita por Márcio Antonio Boscaro, em sua tese sobre o tema, ao asseverar
que
“[e]m matéria de direito de filiação, nem sempre a busca e
a revelação da verdade podem representar o melhor caminho a
seguir, pois não se pode deixar de levar em consideração,
quando se trata desse ramo do direito, a advertência feita por
Gérard Cornu, um dos principais doutrinadores franceses sobre
o tema, no sentido de que o direito de filiação não é apenas um
direito da verdade, mas, também, e principalmente, da vida, do
interesse da criança, da paz das famílias, da ordem estabelecida
e, ainda, do tempo que passa” (Direito de Filiação. São Paulo:
RT, 2002. p. 192).
Mas reafirmo que, no presente caso, no qual o recorrente já é homem
feito, e ainda ignora a verdade acerca de sua origem genética, permitir-
lhe que dê cabo dessa busca é a melhor e mais justa posição a ser
assumida.
Exige-se, portanto, a tomada de uma posição firme desta Corte, no
sentido de relativizar-se a coisa julgada estabelecida ao fim de anterior
ação análoga por ele ajuizada contra o recorrido e que foi julgada
improcedente por absoluta falta de provas, eis que inviabilizada a
produção daquela que poderia conferir foros de absoluta certeza quanto
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RE 363.889 / DF
de que não se pode tolher o direito do autor da ação de perseguir a busca
de sua verdadeira identidade genética, consubstanciada, no presente
caso, pela determinação de seu ancestral masculino, muito embora esse
ato, infelizmente para ele, possa ser vazio de consequências quanto à
busca de um pai, na verdadeira acepção da palavra, mas apenas
represente o preenchimento de uma lacuna existente em sua certidão de
nascimento.
Reitero, ainda uma vez, que a denominada “verdade do sangue” não
deve ser dotada de um caráter absoluto, a ser utilizada como resposta
pronta e acabada para todos os litígios acerca de assunto tão delicado
como esse aqui em debate, transcrevendo, nesse particular, a advertência
feita por Márcio Antonio Boscaro, em sua tese sobre o tema, ao asseverar
que
“[e]m matéria de direito de filiação, nem sempre a busca e
a revelação da verdade podem representar o melhor caminho a
seguir, pois não se pode deixar de levar em consideração,
quando se trata desse ramo do direito, a advertência feita por
Gérard Cornu, um dos principais doutrinadores franceses sobre
o tema, no sentido de que o direito de filiação não é apenas um
direito da verdade, mas, também, e principalmente, da vida, do
interesse da criança, da paz das famílias, da ordem estabelecida
e, ainda, do tempo que passa” (Direito de Filiação. São Paulo:
RT, 2002. p. 192).
Mas reafirmo que, no presente caso, no qual o recorrente já é homem
feito, e ainda ignora a verdade acerca de sua origem genética, permitir-
lhe que dê cabo dessa busca é a melhor e mais justa posição a ser
assumida.
Exige-se, portanto, a tomada de uma posição firme desta Corte, no
sentido de relativizar-se a coisa julgada estabelecida ao fim de anterior
ação análoga por ele ajuizada contra o recorrido e que foi julgada
improcedente por absoluta falta de provas, eis que inviabilizada a
produção daquela que poderia conferir foros de absoluta certeza quanto
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 49 de 165
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
ao vínculo biológico que se procurava estabelecer entre as partes.
Da mesma forma que não se pode mais tolerar a prevalência, em
relações familiares envolvendo o vínculo paterno-filial, do fictício critério
da verdade legal, calcado na absoluta presunção que decorria do vetusto
brocardo “pater is est”, tampouco compactua o sistema vigente entre nós
com a negativa de resposta a demandas acerca da origem biológica do ser
humano, tendo por fundamento a ausência de realização de prova técnica
que permita a prolação de um juízo de certeza sobre a existência de uma
tal relação, objeto esse que se constitui no cerne da controvérsia em
disputa na presente demanda.
O que se está a fazer, neste caso, é dar ênfase ao direito fundamental à
informação genética, que já foi examinado pelo Tribunal Constitucional
Federal alemão, no famoso caso da “informação sobre a paternidade”
(Vaterschaftsauskunft), conforme se extrai de BVerfGe 96, 56, decisão do
Primeiro Senado de 6.5.1997, embora sem reconhecer de modo expresso
essa prerrogativa. Naquele julgamento o TCF , ficou a meio caminho
entre a ideia de Vaterschaftsauskunft e a proteção da intimidade dos
genitores.
Temos aqui a oportunidade de ir além e tomar posição explícita em
favor desse direito fundamental. E, nesse sentido, não é necessário fazer
grandes volteios retóricos. Trata-se de pura e simplesmente reconhecer
que houve evolução nos meios de prova e que a defesa do acesso à
“informação sobre a paternidade” deve ser protegida porque se insere no
conceito de direito da personalidade.
No Brasil, ter-se-á a oportunidade, agora em face do óbice da coisa
julgada, de se enfatizar esse direito fundamental.
E, de outro lado, é esta também a oportunidade de se reafirmar a
posição de centralidade do Direito Civil, por efeito de sua autonomia
principiológica, na condição de província jurídica tutelar dos aspectos
essenciais da personalidade.
Encerro, fazendo menção ao fato de que Arnoldo Medeiros da
Fonseca, ao concluir sua obra sobre investigação de paternidade, já
alertava para o necessário progresso que esse tipo de demanda estava a
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RE 363.889 / DF
ao vínculo biológico que se procurava estabelecer entre as partes.
Da mesma forma que não se pode mais tolerar a prevalência, em
relações familiares envolvendo o vínculo paterno-filial, do fictício critério
da verdade legal, calcado na absoluta presunção que decorria do vetusto
brocardo “pater is est”, tampouco compactua o sistema vigente entre nós
com a negativa de resposta a demandas acerca da origem biológica do ser
humano, tendo por fundamento a ausência de realização de prova técnica
que permita a prolação de um juízo de certeza sobre a existência de uma
tal relação, objeto esse que se constitui no cerne da controvérsia em
disputa na presente demanda.
O que se está a fazer, neste caso, é dar ênfase ao direito fundamental à
informação genética, que já foi examinado pelo Tribunal Constitucional
Federal alemão, no famoso caso da “informação sobre a paternidade”
(Vaterschaftsauskunft), conforme se extrai de BVerfGe 96, 56, decisão do
Primeiro Senado de 6.5.1997, embora sem reconhecer de modo expresso
essa prerrogativa. Naquele julgamento o TCF , ficou a meio caminho
entre a ideia de Vaterschaftsauskunft e a proteção da intimidade dos
genitores.
Temos aqui a oportunidade de ir além e tomar posição explícita em
favor desse direito fundamental. E, nesse sentido, não é necessário fazer
grandes volteios retóricos. Trata-se de pura e simplesmente reconhecer
que houve evolução nos meios de prova e que a defesa do acesso à
“informação sobre a paternidade” deve ser protegida porque se insere no
conceito de direito da personalidade.
No Brasil, ter-se-á a oportunidade, agora em face do óbice da coisa
julgada, de se enfatizar esse direito fundamental.
E, de outro lado, é esta também a oportunidade de se reafirmar a
posição de centralidade do Direito Civil, por efeito de sua autonomia
principiológica, na condição de província jurídica tutelar dos aspectos
essenciais da personalidade.
Encerro, fazendo menção ao fato de que Arnoldo Medeiros da
Fonseca, ao concluir sua obra sobre investigação de paternidade, já
alertava para o necessário progresso que esse tipo de demanda estava a
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 50 de 165
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 363.889 / DF
recomendar. O brilhantismo de suas lições, conquanto proferidas há mais
de meio século, ainda ecoa atual, merecendo transcrição:
“Do estudo histórico, comparativo e doutrinário realizado,
resulta que a nossa legislação civil, em matéria de investigação
de paternidade ilegítima, não foge à tendência, só
transitoriamente interrompida, e que se acentua no direito
contemporâneo, para não fazer recair sobre os filhos
extramatrimoniais as consequências da vida irregular dos seus
genitores. Se é compreensível e justificável que procure a ordem
jurídica, na defesa de interesses sociais relevantes, proteger e
amparar a família legítima, reagindo contra a união livre, que
assustadoramente se desenvolve, não é menos certo que tal
resultado não deve ser conquistado à custa do sacrifício de
direitos sagrados daqueles que não pediram para nascer.
(...)
Os pendores do nosso direito bem se acentuam na nova
legislação trabalhista e no art. 126 da Carta Constitucional de
1937, que, infelizmente, não foi reproduzida na Constituição de
18 de setembro de 1946, o que, entretanto, não deve ser
interpretado como mudança de orientação da legislação
brasileira. Cumpre, pois, prosseguir e completar, com
prudência e firmeza, essa benemérita tarefa de justiça social”
(op. cit., p. 507-508).
Ante o exposto, pelo meu voto, Senhor Presidente, conheço dos
recursos extraordinários e lhes dou provimento para, reformando o
acórdão recorrido, afastar o arguido óbice da coisa julgada e, por
conseguinte, o decreto de extinção do processo sem apreciação do mérito,
para permitir o prosseguimento da ação de investigação de paternidade
em tela, até seus ulteriores termos, tal como havia sido corretamente
determinado pelo Juízo de Primeiro Grau.
É como voto.
47
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
recomendar. O brilhantismo de suas lições, conquanto proferidas há mais
de meio século, ainda ecoa atual, merecendo transcrição:
“Do estudo histórico, comparativo e doutrinário realizado,
resulta que a nossa legislação civil, em matéria de investigação
de paternidade ilegítima, não foge à tendência, só
transitoriamente interrompida, e que se acentua no direito
contemporâneo, para não fazer recair sobre os filhos
extramatrimoniais as consequências da vida irregular dos seus
genitores. Se é compreensível e justificável que procure a ordem
jurídica, na defesa de interesses sociais relevantes, proteger e
amparar a família legítima, reagindo contra a união livre, que
assustadoramente se desenvolve, não é menos certo que tal
resultado não deve ser conquistado à custa do sacrifício de
direitos sagrados daqueles que não pediram para nascer.
(...)
Os pendores do nosso direito bem se acentuam na nova
legislação trabalhista e no art. 126 da Carta Constitucional de
1937, que, infelizmente, não foi reproduzida na Constituição de
18 de setembro de 1946, o que, entretanto, não deve ser
interpretado como mudança de orientação da legislação
brasileira. Cumpre, pois, prosseguir e completar, com
prudência e firmeza, essa benemérita tarefa de justiça social”
(op. cit., p. 507-508).
Ante o exposto, pelo meu voto, Senhor Presidente, conheço dos
recursos extraordinários e lhes dou provimento para, reformando o
acórdão recorrido, afastar o arguido óbice da coisa julgada e, por
conseguinte, o decreto de extinção do processo sem apreciação do mérito,
para permitir o prosseguimento da ação de investigação de paternidade
em tela, até seus ulteriores termos, tal como havia sido corretamente
determinado pelo Juízo de Primeiro Grau.
É como voto.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 51 de 165
Proposta
07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
PROPOSTA
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Senhor Presidente, inicialmente registro a excelência das
sustentações e a fidedignidade aos fatos.
O resumo fático é simples: enquanto ele ainda era menor, a mãe do
recorrente propôs uma ação de investigação de paternidade contra o ora
recorrido. Essa ação não logrou sucesso em razão da discussão sobre a
quem incumbiria arcar com o ônus do exame de DNA, que àquela época
estava em seu início, ainda com custos maiores e não havia lei, como
depois passou a existir, no Distrito Federal, determinando-se ao Estado o
ônus de arcar com seu custeio para aqueles que fossem beneficiários da
Justiça gratuita. O recorrente era beneficiário da Justiça gratuita e essa
ação foi julgada improcedente.
Posteriormente, quando adolescente, e já havendo a lei, foi proposta
nova ação à qual deu curso o juiz de primeira instância, saneando o
processo e determinando a instrução. Contra o despacho saneador foi
tirado o agravo, e do acórdão do agravo que foi terminativo, extinguindo
o processo sem resolução do mérito por aplicar a coisa julgada, tirou-se o
presente recurso extraordinário. Esse é o quadro fático - hoje o recorrente
já é homem feito.
Senhor Presidente, fiz distribuir o meu voto a Vossas Excelências, é
um longo voto e vou procurar resumi-lo. Inicio com a matéria relativa à
não exigibilidade da repercussão geral, mas vou acolher uma proposta
feita a latere pelo Ministro Gilmar Mendes, depois da distribuição agora
há pouco do voto, de deliberar no sentido de reconhecer a existência de
repercussão geral no tema, mesmo sendo o recurso anterior à sua
exigência. Então, como eu havia distribuído o voto com o item I no
sentido da não exigibilidade, retifico esse item I para propor o
reconhecimento da repercussão geral da matéria.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
PROPOSTA
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Senhor Presidente, inicialmente registro a excelência das
sustentações e a fidedignidade aos fatos.
O resumo fático é simples: enquanto ele ainda era menor, a mãe do
recorrente propôs uma ação de investigação de paternidade contra o ora
recorrido. Essa ação não logrou sucesso em razão da discussão sobre a
quem incumbiria arcar com o ônus do exame de DNA, que àquela época
estava em seu início, ainda com custos maiores e não havia lei, como
depois passou a existir, no Distrito Federal, determinando-se ao Estado o
ônus de arcar com seu custeio para aqueles que fossem beneficiários da
Justiça gratuita. O recorrente era beneficiário da Justiça gratuita e essa
ação foi julgada improcedente.
Posteriormente, quando adolescente, e já havendo a lei, foi proposta
nova ação à qual deu curso o juiz de primeira instância, saneando o
processo e determinando a instrução. Contra o despacho saneador foi
tirado o agravo, e do acórdão do agravo que foi terminativo, extinguindo
o processo sem resolução do mérito por aplicar a coisa julgada, tirou-se o
presente recurso extraordinário. Esse é o quadro fático - hoje o recorrente
já é homem feito.
Senhor Presidente, fiz distribuir o meu voto a Vossas Excelências, é
um longo voto e vou procurar resumi-lo. Inicio com a matéria relativa à
não exigibilidade da repercussão geral, mas vou acolher uma proposta
feita a latere pelo Ministro Gilmar Mendes, depois da distribuição agora
há pouco do voto, de deliberar no sentido de reconhecer a existência de
repercussão geral no tema, mesmo sendo o recurso anterior à sua
exigência. Então, como eu havia distribuído o voto com o item I no
sentido da não exigibilidade, retifico esse item I para propor o
reconhecimento da repercussão geral da matéria.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 52 de 165
Voto s/ Proposta
07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
VOTO S/PROPOSTA
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhor Presidente, se o
Ministro Toffoli me permite, esse tema do processo tem algumas
peculiaridade. Porque, na verdade, não vai se tratar aqui de uma
generalização dessa tese, uma vez que, no caso específico, tem como
causa petendi aqui o fato de que à época a parte não podia pagar o
exame. Depois, surge uma lei distrital permitindo que esse exame fosse
feito gratuitamente.
E, em segundo lugar, só num segundo plano vai se discutir se é
possível, ou não, diante da extinção terminativa do feito, pelo
acolhimento da preliminar da coisa julgada, superar-se essa preliminar e
rejulgar o mérito. De sorte que é uma causa com tantas características
próprias, que talvez não fosse a melhor hipótese de se dar repercussão
geral a esse caso, porque ele é muito particular. Quer dizer, o grande
anseio é a discussão genérica, aqui, basicamente há essas duas questões. A
parte inclusive invoca a violação do artigo da Constituição com relação à
gratuidade de Justiça.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Vossa
Excelência se pronuncia pela inoportunidade ou inadequação do
reconhecimento da repercussão geral em face das peculiaridades do caso.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - É. Acho que deveríamos
aguardar um momento, porque até a composição aqui não recomenda.
O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - Mas ele tem,
Senhor Presidente, se Vossa Excelência me permite, repercussão geral sob
o prisma jurídico e sob o prisma social, evidente. Por que não vamos
admitir a repercussão geral?
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Vossa Excelência me permite?
Eu só queria sopesar que o tema é de grande envergadura, não resta a
menor dúvida. Eu até vou me adiantar e dizer o seguinte, como costumo
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
VOTO S/PROPOSTA
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhor Presidente, se o
Ministro Toffoli me permite, esse tema do processo tem algumas
peculiaridade. Porque, na verdade, não vai se tratar aqui de uma
generalização dessa tese, uma vez que, no caso específico, tem como
causa petendi aqui o fato de que à época a parte não podia pagar o
exame. Depois, surge uma lei distrital permitindo que esse exame fosse
feito gratuitamente.
E, em segundo lugar, só num segundo plano vai se discutir se é
possível, ou não, diante da extinção terminativa do feito, pelo
acolhimento da preliminar da coisa julgada, superar-se essa preliminar e
rejulgar o mérito. De sorte que é uma causa com tantas características
próprias, que talvez não fosse a melhor hipótese de se dar repercussão
geral a esse caso, porque ele é muito particular. Quer dizer, o grande
anseio é a discussão genérica, aqui, basicamente há essas duas questões. A
parte inclusive invoca a violação do artigo da Constituição com relação à
gratuidade de Justiça.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Vossa
Excelência se pronuncia pela inoportunidade ou inadequação do
reconhecimento da repercussão geral em face das peculiaridades do caso.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - É. Acho que deveríamos
aguardar um momento, porque até a composição aqui não recomenda.
O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - Mas ele tem,
Senhor Presidente, se Vossa Excelência me permite, repercussão geral sob
o prisma jurídico e sob o prisma social, evidente. Por que não vamos
admitir a repercussão geral?
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Vossa Excelência me permite?
Eu só queria sopesar que o tema é de grande envergadura, não resta a
menor dúvida. Eu até vou me adiantar e dizer o seguinte, como costumo
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 53 de 165
Voto s/ Proposta
RE 363.889 / DF
dizer: "Quando um homem caminha, o que vai à frente é o seu passado".
E olhando aqui para o Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral da
República, Doutor Roberto Gurgel, recordo-me de que nós dois
começamos a nossa vida, a nossa juventude como assistentes do professor
José Carlos Barbosa Moreira, que é, sem dúvida alguma, uma das maiores
autoridades mundiais em processo civil. Ele costumava afirmar que, na
catedral do processo, a coisa julgada se situa lá no altar-mor. Ela é
absolutamente intocável, sob esse ângulo da importância do instituto, e a
fortiori, aqui, da importância da tese que se vai debater.
Então, eu só faço a ponderação de que a composição da nossa Corte,
hoje, não está completa.
O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - Mas essa
catedral, aqui, está entrando em choque com um outro dispositivo da
Constituição que talvez tenha igual ou mais importância, que é o artigo
227 da Constituição.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Não, eu não discuto, eu acho
também. Eu não estou nem antecipando o mérito, não. Eu estou dizendo
o seguinte: a composição da Corte hoje.
2
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
dizer: "Quando um homem caminha, o que vai à frente é o seu passado".
E olhando aqui para o Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral da
República, Doutor Roberto Gurgel, recordo-me de que nós dois
começamos a nossa vida, a nossa juventude como assistentes do professor
José Carlos Barbosa Moreira, que é, sem dúvida alguma, uma das maiores
autoridades mundiais em processo civil. Ele costumava afirmar que, na
catedral do processo, a coisa julgada se situa lá no altar-mor. Ela é
absolutamente intocável, sob esse ângulo da importância do instituto, e a
fortiori, aqui, da importância da tese que se vai debater.
Então, eu só faço a ponderação de que a composição da nossa Corte,
hoje, não está completa.
O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - Mas essa
catedral, aqui, está entrando em choque com um outro dispositivo da
Constituição que talvez tenha igual ou mais importância, que é o artigo
227 da Constituição.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Não, eu não discuto, eu acho
também. Eu não estou nem antecipando o mérito, não. Eu estou dizendo
o seguinte: a composição da Corte hoje.
2
Supremo Tribunal Federal
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Voto s/ Proposta
07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
VOTO S/ PROPOSTA
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Senhor
Presidente, eu vou pedir vênia ao Ministro Luiz Fux e acompanhar o
Ministro Dias Toffoli, também atribuindo a este caso a repercussão geral.
Saliento que, quando nós reconhecemos a repercussão geral, nós não
estamos, desde logo, estabelecendo que todos os casos deverão ser
julgados da mesma forma, como se tratasse de uma súmula vinculante.
Nós simplesmente estamos decidindo que todos os casos análogos serão,
necessariamente, admitidos ao conhecimento desta Corte e serão julgados
de forma individualizada.
Isso é o que nós estamos decidindo quando admitimos a repercussão
geral, ou seja, os casos análogos subirão automaticamente sem terem que
ser submetidos a um novo juízo de admissibilidade no Plenário virtual.
Supremo Tribunal Federal
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07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
VOTO S/ PROPOSTA
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Senhor
Presidente, eu vou pedir vênia ao Ministro Luiz Fux e acompanhar o
Ministro Dias Toffoli, também atribuindo a este caso a repercussão geral.
Saliento que, quando nós reconhecemos a repercussão geral, nós não
estamos, desde logo, estabelecendo que todos os casos deverão ser
julgados da mesma forma, como se tratasse de uma súmula vinculante.
Nós simplesmente estamos decidindo que todos os casos análogos serão,
necessariamente, admitidos ao conhecimento desta Corte e serão julgados
de forma individualizada.
Isso é o que nós estamos decidindo quando admitimos a repercussão
geral, ou seja, os casos análogos subirão automaticamente sem terem que
ser submetidos a um novo juízo de admissibilidade no Plenário virtual.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 55 de 165
Debate
07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
DEBATE
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Talvez
tenhamos que focar a discussão num tema, por exemplo, ação de
paternidade, para não abrir demasiadamente o leque.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Se Vossa Excelência
me permite, o tema tem uma repercussão que transcende as partes e que
repercute na sociedade. Nesse sentido, tem repercussão geral.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Sem
dúvida. Nós estamos reconhecendo a repercussão geral do tema, com a
consequência de que todos os processos que tratam desse assunto serão
automaticamente conhecidos pela Corte.
Pode parecer, num primeiro momento me causou uma certa
perplexidade, quando nós já discutíamos em outra ocasião essa mesma
providência, que pareceria, à primeira vista, que a solução dada a este
caso seria necessariamente análoga a todos os demais, ao reconhecermos
a repercussão geral, mas não é disso que se trata.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) -
Ministro Ricardo Lewandowski, eu estava apenas ponderando sobre a
necessidade de focarmos tematicamente o debate, por exemplo, nesse
contexto de ação de paternidade, perante o instituto da coisa julgada,
então nós assentaríamos a repercussão geral em todos os casos,
envolvendo exatamente ação de paternidade, porque a ação é nuançada,
há muitos aspectos. Então concentremos-nos nesse aspecto.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
É exatamente aquilo de que se trata, § 6º do 227.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Mas a questão da
investigação de paternidade é coisa julgada, é disso que se trata.
Supremo Tribunal Federal
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07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
DEBATE
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Talvez
tenhamos que focar a discussão num tema, por exemplo, ação de
paternidade, para não abrir demasiadamente o leque.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Se Vossa Excelência
me permite, o tema tem uma repercussão que transcende as partes e que
repercute na sociedade. Nesse sentido, tem repercussão geral.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Sem
dúvida. Nós estamos reconhecendo a repercussão geral do tema, com a
consequência de que todos os processos que tratam desse assunto serão
automaticamente conhecidos pela Corte.
Pode parecer, num primeiro momento me causou uma certa
perplexidade, quando nós já discutíamos em outra ocasião essa mesma
providência, que pareceria, à primeira vista, que a solução dada a este
caso seria necessariamente análoga a todos os demais, ao reconhecermos
a repercussão geral, mas não é disso que se trata.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) -
Ministro Ricardo Lewandowski, eu estava apenas ponderando sobre a
necessidade de focarmos tematicamente o debate, por exemplo, nesse
contexto de ação de paternidade, perante o instituto da coisa julgada,
então nós assentaríamos a repercussão geral em todos os casos,
envolvendo exatamente ação de paternidade, porque a ação é nuançada,
há muitos aspectos. Então concentremos-nos nesse aspecto.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
É exatamente aquilo de que se trata, § 6º do 227.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Mas a questão da
investigação de paternidade é coisa julgada, é disso que se trata.
Supremo Tribunal Federal
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Debate
RE 363.889 / DF
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: CANCELADO.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
O acórdão recorrido assentou que teria havido coisa julgada
material.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Com
esse foco, talvez o Ministro Luiz Fux adira ao reconhecimento da
repercussão geral.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Basicamente a minha
preocupação apenas é que essa tese jurídica seja submetida à Corte com
essa composição. Só essa. Entendo que realmente o tema merece o
tratamento de repercussão geral nos limites aqui fixados, ou seja,
repercussão geral em casos em que a parte não pôde realizar o exame de
paternidade por falta de condições e nas hipóteses em que o juiz julgou
por carência de provas. Eu não acredito que isso seja transcendente, mas
eu aderi.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - O
Ministro Joaquim Barbosa reconhece também nesses termos?
O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - Farei uma
observação ao Ministro Luiz Fux: nós temos quórum mais do que
suficiente, nós temos quórum até para julgar ação direta hoje, ainda mais
para reconhecer a repercussão geral.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) -
Perfeito.
2
Supremo Tribunal Federal
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RE 363.889 / DF
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: CANCELADO.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
O acórdão recorrido assentou que teria havido coisa julgada
material.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Com
esse foco, talvez o Ministro Luiz Fux adira ao reconhecimento da
repercussão geral.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Basicamente a minha
preocupação apenas é que essa tese jurídica seja submetida à Corte com
essa composição. Só essa. Entendo que realmente o tema merece o
tratamento de repercussão geral nos limites aqui fixados, ou seja,
repercussão geral em casos em que a parte não pôde realizar o exame de
paternidade por falta de condições e nas hipóteses em que o juiz julgou
por carência de provas. Eu não acredito que isso seja transcendente, mas
eu aderi.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - O
Ministro Joaquim Barbosa reconhece também nesses termos?
O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - Farei uma
observação ao Ministro Luiz Fux: nós temos quórum mais do que
suficiente, nós temos quórum até para julgar ação direta hoje, ainda mais
para reconhecer a repercussão geral.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) -
Perfeito.
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Voto s/ Proposta
07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
VOTO S/ PROPOSTA
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Senhor Presidente,
também eu havia sugerido que houvesse o reconhecimento da
repercussão geral nesses limites, nesses lindes, tendo em vista a
investigação de paternidade, a coisa julgada ou o não reconhecimento em
razão da insuficiência de prova. Também me lembrava das lições agora
trazidas pelo Ministro Celso quanto ao não reconhecimento, ou se falava
até que não havia, em casos tais, o reconhecimento da coisa julgada em
sentido material. Todavia, o próprio Tribunal de Justiça e, também, parece
que pelo menos há uma jurisprudência no STJ no mesmo sentido, de
modo que a questão tem, de fato, relevância, já foi ressaltada na própria
fala do Procurador-Geral da República. De modo que, com esses limites,
eu acompanho.
E aqui é um caso interessante; para isso já chamou atenção o
Ministro Joaquim Barbosa de que não se trata daquele caso de
repercussão geral em razão da quantidade– em princípio, nós não
teremos tantos casos – , mas em razão da repercussão jurídica.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Da
importância da tese.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Da importância da
tese, que pode ser até que – oxalá – não se repita em tantos casos, diante
da gravidade.
O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - Provavelmente
não se repetirá, por causa da questão da assistência.
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Supremo Tribunal Federal
07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
VOTO S/ PROPOSTA
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Senhor Presidente,
também eu havia sugerido que houvesse o reconhecimento da
repercussão geral nesses limites, nesses lindes, tendo em vista a
investigação de paternidade, a coisa julgada ou o não reconhecimento em
razão da insuficiência de prova. Também me lembrava das lições agora
trazidas pelo Ministro Celso quanto ao não reconhecimento, ou se falava
até que não havia, em casos tais, o reconhecimento da coisa julgada em
sentido material. Todavia, o próprio Tribunal de Justiça e, também, parece
que pelo menos há uma jurisprudência no STJ no mesmo sentido, de
modo que a questão tem, de fato, relevância, já foi ressaltada na própria
fala do Procurador-Geral da República. De modo que, com esses limites,
eu acompanho.
E aqui é um caso interessante; para isso já chamou atenção o
Ministro Joaquim Barbosa de que não se trata daquele caso de
repercussão geral em razão da quantidade– em princípio, nós não
teremos tantos casos – , mas em razão da repercussão jurídica.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Da
importância da tese.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Da importância da
tese, que pode ser até que – oxalá – não se repita em tantos casos, diante
da gravidade.
O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - Provavelmente
não se repetirá, por causa da questão da assistência.
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Explicação
07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
EXPLICAÇÃO
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Eu só queria, Senhor
Presidente, fazer uma observação, porque, na hipótese, ainda que o
Tribunal não tivesse afirmado a decisão de carência de provas, quer dizer,
a coisa julgada secundum eventum probationis só há em alguns casos
específicos, como por exemplo na ação popular. Todas as hipóteses em
que o Tribunal decide alegando que a parte não se desincumbiu de
provar o fato constitutivo do seu direito ou o fato distintivo, modificativo
ou impeditivo, essa é uma sentença de mérito. Não existe, no Direito
brasileiro, sentença de carência de prova, só a da ação popular e alguns
outros diplomas especiais. Então essa decisão fez coisa julgada material, e
vai se tratar exatamente da relativização da coisa julgada material com
esta especificidade: ausência de meios para subvencionar a prova.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Está bem
colocado.
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
EXPLICAÇÃO
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Eu só queria, Senhor
Presidente, fazer uma observação, porque, na hipótese, ainda que o
Tribunal não tivesse afirmado a decisão de carência de provas, quer dizer,
a coisa julgada secundum eventum probationis só há em alguns casos
específicos, como por exemplo na ação popular. Todas as hipóteses em
que o Tribunal decide alegando que a parte não se desincumbiu de
provar o fato constitutivo do seu direito ou o fato distintivo, modificativo
ou impeditivo, essa é uma sentença de mérito. Não existe, no Direito
brasileiro, sentença de carência de prova, só a da ação popular e alguns
outros diplomas especiais. Então essa decisão fez coisa julgada material, e
vai se tratar exatamente da relativização da coisa julgada material com
esta especificidade: ausência de meios para subvencionar a prova.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Está bem
colocado.
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 59 de 165
Voto s/ Proposta
07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, um
levantamento no Plenário Virtual revelará que sou sempre favorável à
abertura do embrulho. Pronuncio-me nos casos – evidentemente quando
se tem matéria constitucional e as repercussões próprias ao instituto em
jogo – pela admissibilidade.
Na espécie, dois valores da maior importância – e valores
constitucionais – estão em jogo: a coisa julgada, que retrata em ênfase
maior a segurança jurídica, e o direito inerente à personalidade.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Um
autêntico bem de personalidade está em jogo.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Para mim, mostra-se
suficiente a assentar-se que esta é causa a ser julgada pela Suprema Corte.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) – Perfeito.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Por isso, peço vênia ao
Ministro Luiz Fux para admitir que está configurada a repercussão geral.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Eu já aderi.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Ele já
aderiu.
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Supremo Tribunal Federal
07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, um
levantamento no Plenário Virtual revelará que sou sempre favorável à
abertura do embrulho. Pronuncio-me nos casos – evidentemente quando
se tem matéria constitucional e as repercussões próprias ao instituto em
jogo – pela admissibilidade.
Na espécie, dois valores da maior importância – e valores
constitucionais – estão em jogo: a coisa julgada, que retrata em ênfase
maior a segurança jurídica, e o direito inerente à personalidade.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Um
autêntico bem de personalidade está em jogo.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Para mim, mostra-se
suficiente a assentar-se que esta é causa a ser julgada pela Suprema Corte.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) – Perfeito.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Por isso, peço vênia ao
Ministro Luiz Fux para admitir que está configurada a repercussão geral.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Eu já aderi.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Ele já
aderiu.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 60 de 165
Voto s/ Proposta
07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
VOTO S/ PROPOSTA
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) -
Também entendo que o caso é de repercussão geral da questão
constitucional discutida nestes autos, em cima de dois temas
eminentemente constitucionais, evidente. A coisa julgada, figura estelar,
exponencial do princípio da segurança jurídica de um lado; e, de outro
lado, o direito elementar à busca de sua própria identidade pelo
conhecimento da origem, da sua ascendência, da ascendência do
indivíduo no plano da sua paternidade.
O Ministro Joaquim Barbosa, parece-me, foi especialmente feliz ao
dizer que, intrinsecamente, essa matéria se dota de repercussão jurídica e
social. E o Ministro Marco Aurélio bem disse que o vulto da questão
evidencia se tratar de caso naturalmente exposto à jurisdição mais
qualificada do Supremo Tribunal Federal.
###
Supremo Tribunal Federal
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1238259.
Supremo Tribunal Federal
07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
VOTO S/ PROPOSTA
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) -
Também entendo que o caso é de repercussão geral da questão
constitucional discutida nestes autos, em cima de dois temas
eminentemente constitucionais, evidente. A coisa julgada, figura estelar,
exponencial do princípio da segurança jurídica de um lado; e, de outro
lado, o direito elementar à busca de sua própria identidade pelo
conhecimento da origem, da sua ascendência, da ascendência do
indivíduo no plano da sua paternidade.
O Ministro Joaquim Barbosa, parece-me, foi especialmente feliz ao
dizer que, intrinsecamente, essa matéria se dota de repercussão jurídica e
social. E o Ministro Marco Aurélio bem disse que o vulto da questão
evidencia se tratar de caso naturalmente exposto à jurisdição mais
qualificada do Supremo Tribunal Federal.
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Supremo Tribunal Federal
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Debate
07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
DEBATE
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Senhor
Presidente, queria fazer uma observação pela ordem. Pediria a Vossa
Excelência que proclamasse o resultado com um pouco mais de
detalhamento para facilitar nosso trabalho futuro. Dizer exatamente qual
é o tema, de forma focada, que foi reconhecido como repercussão geral
com a delimitação inclusive agora apresentada pelo Ministro Celso de
Mello.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - A
delimitação temática é essa: quando se tratar de ação de paternidade
julgada em caráter definitivo, improcedente por carência de prova; e
diante desse contexto, desse entrecruzar de valores constitucionais, a
segurança de um lado, representada pela coisa julgada, e esse direito, de
que fala o Ministro Celso de Mello, significativo de um autêntico bem de
personalidade, que é a busca da sua própria identidade biológica. O
contexto é esse.
O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - Descrever o caso
em si.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Só queria fazer uma
observação. O Ministro Lewandowski talvez tenha tocado em um ponto
extremamente importante, porque nós vamos julgar com repercussão
geral a possibilidade de relativização da coisa julgada nas ações de
paternidade por carência de prova.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Isso.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Mas aqui não é carência de
prova só. Aqui é o seguinte: a parte que tem que fazer a prova, a parte
destinatária da regra formal que determina quem tem que fazer a prova
não pode fazê-la porque não tem condições de pagar para a sua
realização. Agora, como será se uma pessoa abastada promover uma ação
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1615784.
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07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
DEBATE
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Senhor
Presidente, queria fazer uma observação pela ordem. Pediria a Vossa
Excelência que proclamasse o resultado com um pouco mais de
detalhamento para facilitar nosso trabalho futuro. Dizer exatamente qual
é o tema, de forma focada, que foi reconhecido como repercussão geral
com a delimitação inclusive agora apresentada pelo Ministro Celso de
Mello.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - A
delimitação temática é essa: quando se tratar de ação de paternidade
julgada em caráter definitivo, improcedente por carência de prova; e
diante desse contexto, desse entrecruzar de valores constitucionais, a
segurança de um lado, representada pela coisa julgada, e esse direito, de
que fala o Ministro Celso de Mello, significativo de um autêntico bem de
personalidade, que é a busca da sua própria identidade biológica. O
contexto é esse.
O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - Descrever o caso
em si.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Só queria fazer uma
observação. O Ministro Lewandowski talvez tenha tocado em um ponto
extremamente importante, porque nós vamos julgar com repercussão
geral a possibilidade de relativização da coisa julgada nas ações de
paternidade por carência de prova.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Isso.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Mas aqui não é carência de
prova só. Aqui é o seguinte: a parte que tem que fazer a prova, a parte
destinatária da regra formal que determina quem tem que fazer a prova
não pode fazê-la porque não tem condições de pagar para a sua
realização. Agora, como será se uma pessoa abastada promover uma ação
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 62 de 165
Debate
RE 363.889 / DF
de investigação de paternidade, como há no Rio de Janeiro um caso
famoso de um herdeiro de uma grande fortuna que tem todas as
condições de realizar o DNA e não paga? E não vai pagar perícia? E aí nós
vamos dar como repercussão geral e fazer disso uma regra básica? Porque
a repercussão geral tem, pelo menos, pode não ter número de caso, mas
ela tem "repercussão geral".
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: CANCELADO.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE)- E
gratuita.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: CANCELADO.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Então
acrescentamos, Ministro Luiz Fux, para singularizar a controvérsia, o
elemento material da questão, significativo de carência material da parte
para produzir a prova.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Só para terminar a
justificativa: há, hoje, Senhor Presidente, até um entendimento sumulado
de que, quando essa prova não é feita, presume-se a paternidade. Então
isso pode ser até um subterfúgio para não se realizar a prova e se
presumir a paternidade.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) -
Concorda, Ministro Ricardo Lewandowski?
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Estou de
acordo. Agora está bem delimitado.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Então,
proclamo o resultado nesses termos.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Sistematizarei os debates em meu voto.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Isso.
Vossa Excelência sistematiza no seu, certamente, judicioso voto, e faço
retornar a palavra a Vossa Excelência.
2
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
de investigação de paternidade, como há no Rio de Janeiro um caso
famoso de um herdeiro de uma grande fortuna que tem todas as
condições de realizar o DNA e não paga? E não vai pagar perícia? E aí nós
vamos dar como repercussão geral e fazer disso uma regra básica? Porque
a repercussão geral tem, pelo menos, pode não ter número de caso, mas
ela tem "repercussão geral".
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: CANCELADO.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE)- E
gratuita.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: CANCELADO.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Então
acrescentamos, Ministro Luiz Fux, para singularizar a controvérsia, o
elemento material da questão, significativo de carência material da parte
para produzir a prova.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Só para terminar a
justificativa: há, hoje, Senhor Presidente, até um entendimento sumulado
de que, quando essa prova não é feita, presume-se a paternidade. Então
isso pode ser até um subterfúgio para não se realizar a prova e se
presumir a paternidade.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) -
Concorda, Ministro Ricardo Lewandowski?
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Estou de
acordo. Agora está bem delimitado.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Então,
proclamo o resultado nesses termos.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Sistematizarei os debates em meu voto.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Isso.
Vossa Excelência sistematiza no seu, certamente, judicioso voto, e faço
retornar a palavra a Vossa Excelência.
2
Supremo Tribunal Federal
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Aditamento ao Voto
07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
ADITAMENTO AO VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
... O artigo 226, § 7º, da Constituição de 88 também teve o mérito de
destacar explicitamente a paternidade responsável como que a reforçar o
entendimento de que esse é um dos nortes que sempre deverão nortear a tomada
de decisões em matéria envolvendo relações familiares. (Lê Voto)
Aqui abro um parêntese na leitura de meu voto para um tema que
começa a surgir: o chamado direito ao amor. Não há como obrigar
alguém a amar seu filho ou a amar alguém. Mas, diante do dispositivo
constitucional da paternidade responsável, seja o pai, seja a mãe, haveria
o direito do filho a uma eventual indenização pelo dano causado pela
falta dessa assistência? Esse é um tema que não está posto neste processo,
mas apenas lateralmente - nem está em meu voto - coloco aqui como
reflexão de grande importância: a impossibilidade da existência do
direito ao amor, ou ele existiria, em sua omissão, como um dano causado
na formação de um ser humano?
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Vossa
Excelência me permite um aparte, apenas a latere?
Há um debate interessante que se trava agora no Senado Federal:
determinado Senador pretende incluir, no rol de direitos fundamentais, o
direito à felicidade. Aliás, o direito à felicidade é um direito que já existia
na Declaração de Independência dos Estados Unidos de 1776. Então, esse
direito ao amor me faz lembrar essa interessante iniciativa do Senador.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: Na verdade, o direito
à busca da felicidade.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Ministro Dias Toffoli, o único
paradoxo é que a todo direito corresponde um dever, e o amor é algo
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Supremo Tribunal Federal
07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
ADITAMENTO AO VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
... O artigo 226, § 7º, da Constituição de 88 também teve o mérito de
destacar explicitamente a paternidade responsável como que a reforçar o
entendimento de que esse é um dos nortes que sempre deverão nortear a tomada
de decisões em matéria envolvendo relações familiares. (Lê Voto)
Aqui abro um parêntese na leitura de meu voto para um tema que
começa a surgir: o chamado direito ao amor. Não há como obrigar
alguém a amar seu filho ou a amar alguém. Mas, diante do dispositivo
constitucional da paternidade responsável, seja o pai, seja a mãe, haveria
o direito do filho a uma eventual indenização pelo dano causado pela
falta dessa assistência? Esse é um tema que não está posto neste processo,
mas apenas lateralmente - nem está em meu voto - coloco aqui como
reflexão de grande importância: a impossibilidade da existência do
direito ao amor, ou ele existiria, em sua omissão, como um dano causado
na formação de um ser humano?
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Vossa
Excelência me permite um aparte, apenas a latere?
Há um debate interessante que se trava agora no Senado Federal:
determinado Senador pretende incluir, no rol de direitos fundamentais, o
direito à felicidade. Aliás, o direito à felicidade é um direito que já existia
na Declaração de Independência dos Estados Unidos de 1776. Então, esse
direito ao amor me faz lembrar essa interessante iniciativa do Senador.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: Na verdade, o direito
à busca da felicidade.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Ministro Dias Toffoli, o único
paradoxo é que a todo direito corresponde um dever, e o amor é algo
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Aditamento ao Voto
RE 363.889 / DF
espontâneo, voluntário, não tem muita ligação com o dever.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Discute-se hoje nas Varas de Família exatamente isto: se a ausência
desse amor não causaria dano material ou moral.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: Ou transgressão ao
dever de afeto.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Transgressão ao dever de afeto se causaria dano moral e, portanto,
passível de indenização. Mas essa é uma discussão que não está, volto a
dizer, neste processo. Mas penso que um dia, mais cedo ou mais tarde,
chegará a esta Corte.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: Isso mostra as
virtualidades do § 7º do artigo 226 da Constituição Federal.
2
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
espontâneo, voluntário, não tem muita ligação com o dever.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Discute-se hoje nas Varas de Família exatamente isto: se a ausência
desse amor não causaria dano material ou moral.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: Ou transgressão ao
dever de afeto.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Transgressão ao dever de afeto se causaria dano moral e, portanto,
passível de indenização. Mas essa é uma discussão que não está, volto a
dizer, neste processo. Mas penso que um dia, mais cedo ou mais tarde,
chegará a esta Corte.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: Isso mostra as
virtualidades do § 7º do artigo 226 da Constituição Federal.
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Vista
07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
RECTE.(S)
:MINISTÉRIO
PÚBLICO
DO
DISTRITO
FEDERAL
E
TERRITÓRIOS
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
RECTE.(S)
:DIEGO GOIÁ SCHMALTZ
ADV.(A/S)
:ARTHUR HENRIQUE DE PONTES REGIS
ADV.(A/S)
:MARCUS AURÉLIO DIAS DE PAIVA
RECDO.(A/S)
:GOIÁ FONSECA RATES
ADV.(A/S)
:RAIMUNDO JOÃO COELHO
VISTA
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhor Presidente, esse tema
tem praticamente a mesma envergadura do tema de ontem, até mais.
Exatamente em respeito à profundidade do tema, à beleza do voto do
Ministro Dias Toffoli e à ausência de alguns Colegas, queria pedir vênia
ao Plenário para pedir vista deste processo, comprometendo-me a trazê-
lo no dia 28 de abril.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
07/04/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
RECTE.(S)
:MINISTÉRIO
PÚBLICO
DO
DISTRITO
FEDERAL
E
TERRITÓRIOS
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
RECTE.(S)
:DIEGO GOIÁ SCHMALTZ
ADV.(A/S)
:ARTHUR HENRIQUE DE PONTES REGIS
ADV.(A/S)
:MARCUS AURÉLIO DIAS DE PAIVA
RECDO.(A/S)
:GOIÁ FONSECA RATES
ADV.(A/S)
:RAIMUNDO JOÃO COELHO
VISTA
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhor Presidente, esse tema
tem praticamente a mesma envergadura do tema de ontem, até mais.
Exatamente em respeito à profundidade do tema, à beleza do voto do
Ministro Dias Toffoli e à ausência de alguns Colegas, queria pedir vênia
ao Plenário para pedir vista deste processo, comprometendo-me a trazê-
lo no dia 28 de abril.
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 66 de 165
Decisão de Julgamento
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
RECTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
RECTE.(S) : DIEGO GOIÁ SCHMALTZ
ADV.(A/S) : ARTHUR HENRIQUE DE PONTES REGIS
ADV.(A/S) : MARCUS AURÉLIO DIAS DE PAIVA
RECDO.(A/S) : GOIÁ FONSECA RATES
ADV.(A/S) : RAIMUNDO JOÃO COELHO
Decisão: Retirado da Pauta 13/2010, publicada no DJE de
09.09.2010, por indicação do Relator. Presidência do Ministro
Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 26.10.2010.
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, reconheceu a presença
de repercussão geral na discussão acerca da incidência dos artigos
5º, incisos XXXVI e LXXIV e 227, § 6º, ambos da Constituição
Federal, aos casos de ação de paternidade julgada improcedente por
falta de condições materiais para a realização da prova. Votou o
Presidente. Em seguida, após o voto do Senhor Ministro Dias
Toffoli (Relator), que conhecia dos recursos e lhes dava
provimento para cassar o acórdão do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal que extinguiu o processo sem julgamento de
mérito, pediu vista dos autos o Senhor Ministro Luiz Fux.
Ausentes, em participação na U.N. Minimum Rules/World Security
University, em Belágio, Itália, o Senhor Ministro Cezar Peluso e,
justificadamente, a Senhora Ministra Ellen Gracie. Falou, pelo
recorrente, o Dr. Marcus Aurélio Dias de Paiva e, pelo Ministério
Público Federal, o Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos. Presidência
do Senhor Ministro Ayres Britto (Vice-Presidente). Plenário,
07.04.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto (Vice-Presidente).
Presentes à sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Marco
Aurélio, Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski,
Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Luiz Fux.
Procurador-Geral da República, Dr. Roberto Monteiro Gurgel
Santos.
p/ Luiz Tomimatsu
Secretário
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Supremo Tribunal Federal
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
RECTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
RECTE.(S) : DIEGO GOIÁ SCHMALTZ
ADV.(A/S) : ARTHUR HENRIQUE DE PONTES REGIS
ADV.(A/S) : MARCUS AURÉLIO DIAS DE PAIVA
RECDO.(A/S) : GOIÁ FONSECA RATES
ADV.(A/S) : RAIMUNDO JOÃO COELHO
Decisão: Retirado da Pauta 13/2010, publicada no DJE de
09.09.2010, por indicação do Relator. Presidência do Ministro
Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 26.10.2010.
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, reconheceu a presença
de repercussão geral na discussão acerca da incidência dos artigos
5º, incisos XXXVI e LXXIV e 227, § 6º, ambos da Constituição
Federal, aos casos de ação de paternidade julgada improcedente por
falta de condições materiais para a realização da prova. Votou o
Presidente. Em seguida, após o voto do Senhor Ministro Dias
Toffoli (Relator), que conhecia dos recursos e lhes dava
provimento para cassar o acórdão do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal que extinguiu o processo sem julgamento de
mérito, pediu vista dos autos o Senhor Ministro Luiz Fux.
Ausentes, em participação na U.N. Minimum Rules/World Security
University, em Belágio, Itália, o Senhor Ministro Cezar Peluso e,
justificadamente, a Senhora Ministra Ellen Gracie. Falou, pelo
recorrente, o Dr. Marcus Aurélio Dias de Paiva e, pelo Ministério
Público Federal, o Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos. Presidência
do Senhor Ministro Ayres Britto (Vice-Presidente). Plenário,
07.04.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto (Vice-Presidente).
Presentes à sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Marco
Aurélio, Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski,
Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Luiz Fux.
Procurador-Geral da República, Dr. Roberto Monteiro Gurgel
Santos.
p/ Luiz Tomimatsu
Secretário
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 67 de 165
Aditamento ao Voto Vista
02/06/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
ADITAMENTO AO VOTO VISTA
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhor Presidente, egrégio
Plenário, ilustre representante do Ministério Público, senhores advogados
presentes.
Esta é uma questão de intensa densidade jurídica, porque vamos
abordar o problema referente à suposta - e denominada, no meu modo de
ver, incorretamente - relativização da coisa julgada, porquanto o que se
pretende neste feito é, após a decisão do juízo que rejeitou a investigação
de paternidade pela ausência de realização de exame por falta de recurso
da parte, anos depois de soberanamente julgada a causa, promover-se
uma nova ação em razão do surgimento do exame do DNA, para realizar-
se esse exame e efetivamente romper-se aqui aquela decisão prolatada,
sob a alegação de que todos têm o direito à identidade, como consectário
da dignidade da pessoa humana, bem como o direito à gratuidade
integral da justiça. Estou procurando sintetizar aquilo que já foi aqui
abordado.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Só lembrando que era beneficiário da justiça gratuita.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Exatamente. Se eu falhar em
algum dado do relatório, Vossa Excelência pode me completar.
Então, basicamente é essa a questão que está em jogo.
A ação foi proposta isoladamente, efetivamente desconsiderando a
coisa julgada. Não foi uma ação rescisória proposta fora do prazo, sob
uma interpretação teleológica de que, nesse caso, poder-se-ia propor, fora
do prazo bienal, ação rescisória. Foi uma ação à parte, repetindo o pedido
anterior, e que efetivamente encerra um caso de - digamos assim - afronta
a uma coisa julgada anteriormente.
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
02/06/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
ADITAMENTO AO VOTO VISTA
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhor Presidente, egrégio
Plenário, ilustre representante do Ministério Público, senhores advogados
presentes.
Esta é uma questão de intensa densidade jurídica, porque vamos
abordar o problema referente à suposta - e denominada, no meu modo de
ver, incorretamente - relativização da coisa julgada, porquanto o que se
pretende neste feito é, após a decisão do juízo que rejeitou a investigação
de paternidade pela ausência de realização de exame por falta de recurso
da parte, anos depois de soberanamente julgada a causa, promover-se
uma nova ação em razão do surgimento do exame do DNA, para realizar-
se esse exame e efetivamente romper-se aqui aquela decisão prolatada,
sob a alegação de que todos têm o direito à identidade, como consectário
da dignidade da pessoa humana, bem como o direito à gratuidade
integral da justiça. Estou procurando sintetizar aquilo que já foi aqui
abordado.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Só lembrando que era beneficiário da justiça gratuita.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Exatamente. Se eu falhar em
algum dado do relatório, Vossa Excelência pode me completar.
Então, basicamente é essa a questão que está em jogo.
A ação foi proposta isoladamente, efetivamente desconsiderando a
coisa julgada. Não foi uma ação rescisória proposta fora do prazo, sob
uma interpretação teleológica de que, nesse caso, poder-se-ia propor, fora
do prazo bienal, ação rescisória. Foi uma ação à parte, repetindo o pedido
anterior, e que efetivamente encerra um caso de - digamos assim - afronta
a uma coisa julgada anteriormente.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 68 de 165
Aditamento ao Voto Vista
RE 363.889 / DF
Muito embora se tenha afirmado na decisão anterior que, por
carência de provas, julgou-se extinto o processo sem a análise do mérito,
sabemos que no Direito brasileiro não existe o julgamento secundum
eventum probationis, salvo em ação popular, naquelas ações civis
públicas em que, por carência de prova, pode-se renovar. Se o autor não
prova o fato constitutivo do seu direito real no próprio fato distintivo,
modificativo ou impeditivo, a sentença é de mérito e faz coisa julgada
material.
Mas, aqui, nesta ação proposta, basicamente a parte alega que surgiu
o exame como fato novo, e que ela, beneficiária da justiça gratuita, não
teve condições de realizar esse exame.
Sucede que surgiu uma lei no Distrito Federal autorizando a
realização desse exame gratuitamente, e, dentro do prazo bienal do
surgimento dessa lei, a parte promoveu essa ação de investigação de
paternidade, agora, então, pretendendo realizar o exame. E essa
pretensão de veicular novamente o pedido foi obstada sob a alegação de
ofensa à coisa julgada.
Então, poderíamos aqui partir de princípios comezinhos
estabelecendo que: a coisa julgada se torna imutável e indiscutível a partir
da decisão judicial; nenhum juiz pode julgar novamente a mesma lide,
ainda que seja no mesmo sentido; e a eficácia preclusiva da coisa julgada
defende a coisa julgada de tudo quanto poderia ter sido alegado e não foi.
Por isso é que Pontes de Miranda, na sua melhor obra, "Tratado da Ação
Rescisória", afirmava que a coisa julgada, fazendo o quadrado redondo,
modificava a natureza das coisas.
Sucede que ganhou corpo, principalmente através das inovações que
foram levadas a efeito na Medida Provisória nº 2.180, viabilizando que, lá
no processo de execução, além do vício da citação ter efeito rescindente,
anula o processo de conhecimento, também se pudesse alegar a
inconstitucionalidade da lei na qual se baseou a sentença, surgiu um
movimento - eu repito mais uma vez - sem fundamento científico algum e
equivocadamente denominado de "relativização da coisa julgada". A
única relativização que a coisa julgada tem é a que já está prevista, de
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
Muito embora se tenha afirmado na decisão anterior que, por
carência de provas, julgou-se extinto o processo sem a análise do mérito,
sabemos que no Direito brasileiro não existe o julgamento secundum
eventum probationis, salvo em ação popular, naquelas ações civis
públicas em que, por carência de prova, pode-se renovar. Se o autor não
prova o fato constitutivo do seu direito real no próprio fato distintivo,
modificativo ou impeditivo, a sentença é de mérito e faz coisa julgada
material.
Mas, aqui, nesta ação proposta, basicamente a parte alega que surgiu
o exame como fato novo, e que ela, beneficiária da justiça gratuita, não
teve condições de realizar esse exame.
Sucede que surgiu uma lei no Distrito Federal autorizando a
realização desse exame gratuitamente, e, dentro do prazo bienal do
surgimento dessa lei, a parte promoveu essa ação de investigação de
paternidade, agora, então, pretendendo realizar o exame. E essa
pretensão de veicular novamente o pedido foi obstada sob a alegação de
ofensa à coisa julgada.
Então, poderíamos aqui partir de princípios comezinhos
estabelecendo que: a coisa julgada se torna imutável e indiscutível a partir
da decisão judicial; nenhum juiz pode julgar novamente a mesma lide,
ainda que seja no mesmo sentido; e a eficácia preclusiva da coisa julgada
defende a coisa julgada de tudo quanto poderia ter sido alegado e não foi.
Por isso é que Pontes de Miranda, na sua melhor obra, "Tratado da Ação
Rescisória", afirmava que a coisa julgada, fazendo o quadrado redondo,
modificava a natureza das coisas.
Sucede que ganhou corpo, principalmente através das inovações que
foram levadas a efeito na Medida Provisória nº 2.180, viabilizando que, lá
no processo de execução, além do vício da citação ter efeito rescindente,
anula o processo de conhecimento, também se pudesse alegar a
inconstitucionalidade da lei na qual se baseou a sentença, surgiu um
movimento - eu repito mais uma vez - sem fundamento científico algum e
equivocadamente denominado de "relativização da coisa julgada". A
única relativização que a coisa julgada tem é a que já está prevista, de
2
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Aditamento ao Voto Vista
RE 363.889 / DF
promover a ação rescisória, que é uma maneira de tornar relativa a coisa
julgada e este jovem instrumento, o artigo 741 do Código de Processo
Civil.
A parte basicamente se fundamenta na violação no âmbito de
proteção da coisa julgada, quer dizer, a coisa julgada não pode ser
protegida a esse ponto, na violação do direito fundamental à filiação e na
ofensa ao direito à assistência judiciária.
Basicamente são esses os aspectos que me permitem saltar o voto
que foi aqui proferido pelo Ministro Dias Toffoli.
Tenho a impressão de que basicamente é esse o cerne da questão.
3
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
promover a ação rescisória, que é uma maneira de tornar relativa a coisa
julgada e este jovem instrumento, o artigo 741 do Código de Processo
Civil.
A parte basicamente se fundamenta na violação no âmbito de
proteção da coisa julgada, quer dizer, a coisa julgada não pode ser
protegida a esse ponto, na violação do direito fundamental à filiação e na
ofensa ao direito à assistência judiciária.
Basicamente são esses os aspectos que me permitem saltar o voto
que foi aqui proferido pelo Ministro Dias Toffoli.
Tenho a impressão de que basicamente é esse o cerne da questão.
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 70 de 165
Voto Vista
02/06/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
V O T O - V I S T A
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO
CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL.
INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE.
DEMANDA JULGADA IMPROCEDENTE
POR INSUFICIÊNCIA DE PROVAS.
AUSÊNCIA DE REALIZAÇÃO DE EXAME
DE DNA. DEFICIÊNCIA DO SISTEMA
ESTATAL DE ASSISTÊNCIA JURÍDICA
AOS DESAMPARADOS (CF, ART. 5º,
LXXIV). SENTENÇA COBERTA PELA
COISA JULGADA MATERIAL (CF, ART. 5º,
XXXVI). SUPERVENIÊNCIA DE LEI
DISTRITAL FIXANDO O DEVER DE O
PODER
PÚBLICO
CUSTEAR
A
REALIZAÇÃO DA PROVA TÉCNICA.
AJUIZAMENTO DE NOVA DEMANDA.
PRETENSÃO DE AFASTAR O ÓBICE DA
COISA JULGADA MATERIAL. CONFLITO
ENTRE AS NORMAS CONSTITUCIONAIS
QUE TUTELAM A GARANTIA DA COISA
JULGADA MATERIAL (CF, art. 5º, XXXVI)
E O PRINCÍPIO DA SEGURANÇA
JURÍDICA (CF, ART. 5º, CAPUT), DE UM
LADO, E O DIREITO FUNDAMENTAL À
FILIAÇÃO (CF, ART. 227, CAPUT E § 6º) E
A GARANTIA DA ASSISTÊNCIA
JURÍDICA
INTEGRAL
AOS
DESAMPARADOS (CF, ART. 5º, LXXIV),
DE
OUTRO.
SENTENÇA
DE
Supremo Tribunal Federal
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02/06/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
V O T O - V I S T A
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO
CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL.
INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE.
DEMANDA JULGADA IMPROCEDENTE
POR INSUFICIÊNCIA DE PROVAS.
AUSÊNCIA DE REALIZAÇÃO DE EXAME
DE DNA. DEFICIÊNCIA DO SISTEMA
ESTATAL DE ASSISTÊNCIA JURÍDICA
AOS DESAMPARADOS (CF, ART. 5º,
LXXIV). SENTENÇA COBERTA PELA
COISA JULGADA MATERIAL (CF, ART. 5º,
XXXVI). SUPERVENIÊNCIA DE LEI
DISTRITAL FIXANDO O DEVER DE O
PODER
PÚBLICO
CUSTEAR
A
REALIZAÇÃO DA PROVA TÉCNICA.
AJUIZAMENTO DE NOVA DEMANDA.
PRETENSÃO DE AFASTAR O ÓBICE DA
COISA JULGADA MATERIAL. CONFLITO
ENTRE AS NORMAS CONSTITUCIONAIS
QUE TUTELAM A GARANTIA DA COISA
JULGADA MATERIAL (CF, art. 5º, XXXVI)
E O PRINCÍPIO DA SEGURANÇA
JURÍDICA (CF, ART. 5º, CAPUT), DE UM
LADO, E O DIREITO FUNDAMENTAL À
FILIAÇÃO (CF, ART. 227, CAPUT E § 6º) E
A GARANTIA DA ASSISTÊNCIA
JURÍDICA
INTEGRAL
AOS
DESAMPARADOS (CF, ART. 5º, LXXIV),
DE
OUTRO.
SENTENÇA
DE
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Voto Vista
RE 363.889 / DF
IMPROCEDÊNCIA POR INSUFICIÊNCIA
DE PROVAS. APTIDÃO A ENSEJAR A
FORMAÇÃO DE COISA JULGADA
MATERIAL.
ESPECIFICAÇÃO
DA
NATUREZA DA RELAÇÃO JURÍDICA
CONTROVERTIDA IN CASU. DISTINÇÃO
DAS DEMAIS HIPÓTESES TEÓRICAS DE
AFASTAMENTO DA COISA JULGADA
MATERIAL. STATUS CONSTITUCIONAL
DA PROTEÇÃO DA COISA JULGADA
MATERIAL NO DIREITO BRASILEIRO.
NORMA DOTADA DE NATUREZA DE
REGRA, INFORMADA PELO PRINCÍPIO
DA SEGURANÇA JURÍDICA. CONDIÇÃO
DE CERTEZA QUANTO ÀS PREMISSAS
PARA QUE CADA INDIVÍDIO FORMULE
SEU PLANO DE VIDA. VINCULAÇÃO,
AINDA QUE INDIRETA, COM O
PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA
HUMANA (CF, ART. 1º, III). SUBSTRATO
SOCIAL DO DIREITO À TUTELA
JURISDICIONAL EFETIVA (CF, ART. 5º,
XXXV). PACIFICAÇÃO DOS CONFLITOS
SOCIAIS. DIREITO COMPARADO E
JURISPRUDÊNCIA DOS TRIBUNAIS
SUPRANACIONAIS.
CARÁTER
COMPROMISSÓRIO DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL DE 1988. PACTO POLÍTICO A
ALBERGAR VALORES DIVERGENTES.
PRINCÍPIO
DA
UNIDADE
DA
CONSTITUIÇÃO.
HARMONIZAÇÃO
PRUDENCIAL
E
CONCORDÂNCIA
PRÁTICA
DAS
NORMAS
2
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RE 363.889 / DF
IMPROCEDÊNCIA POR INSUFICIÊNCIA
DE PROVAS. APTIDÃO A ENSEJAR A
FORMAÇÃO DE COISA JULGADA
MATERIAL.
ESPECIFICAÇÃO
DA
NATUREZA DA RELAÇÃO JURÍDICA
CONTROVERTIDA IN CASU. DISTINÇÃO
DAS DEMAIS HIPÓTESES TEÓRICAS DE
AFASTAMENTO DA COISA JULGADA
MATERIAL. STATUS CONSTITUCIONAL
DA PROTEÇÃO DA COISA JULGADA
MATERIAL NO DIREITO BRASILEIRO.
NORMA DOTADA DE NATUREZA DE
REGRA, INFORMADA PELO PRINCÍPIO
DA SEGURANÇA JURÍDICA. CONDIÇÃO
DE CERTEZA QUANTO ÀS PREMISSAS
PARA QUE CADA INDIVÍDIO FORMULE
SEU PLANO DE VIDA. VINCULAÇÃO,
AINDA QUE INDIRETA, COM O
PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA
HUMANA (CF, ART. 1º, III). SUBSTRATO
SOCIAL DO DIREITO À TUTELA
JURISDICIONAL EFETIVA (CF, ART. 5º,
XXXV). PACIFICAÇÃO DOS CONFLITOS
SOCIAIS. DIREITO COMPARADO E
JURISPRUDÊNCIA DOS TRIBUNAIS
SUPRANACIONAIS.
CARÁTER
COMPROMISSÓRIO DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL DE 1988. PACTO POLÍTICO A
ALBERGAR VALORES DIVERGENTES.
PRINCÍPIO
DA
UNIDADE
DA
CONSTITUIÇÃO.
HARMONIZAÇÃO
PRUDENCIAL
E
CONCORDÂNCIA
PRÁTICA
DAS
NORMAS
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Voto Vista
RE 363.889 / DF
CONSTITUCIONAIS. INTERPRETAÇÃO
PAUTADA PELO DEVER DE COERÊNCIA.
SISTEMA DE REGRAS E PRINCÍPIOS.
SOBREPOSIÇÃO DE ÂMBITOS DE
PROTEÇÃO.
TÉCNICA
DA
PONDERAÇÃO
DE
VALORES.
CONCESSÕES RECÍPROCAS GUIADAS
PELO
POSTULADO
DA
PROPORCIONALIDADE. PRESERVAÇÃO
DO NÚCLEO ESSENCIAL DAS NORMAS
CONSTITUCIONAIS.
FIXAÇÃO
DE
RELAÇÕES
DE
PRECEDÊNCIA
CONDICIONADA.
PARÂMETROS
INTERPRETATIVOS. POSSIBILIDADE DE
PONDERAÇÃO
DE
REGRAS
CONSTITUCIONAIS.
NATUREZA
EXCEPCIONAL. COTEJO ENTRE AS
RAZÕES SUBJACENTES À REGRA,
SOMADAS
AOS
VALORES
DA
PREVISIBILIDADE, DA IGUALDADE E
DA DEMOCRACIA, NO CHOQUE COM
OS
OUTROS
PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS
EM
JOGO.
PONDERAÇÃO PAUTADA PELO PESO
ABSTRATO
DAS
NORMAS
CONSTITUCIONAIS, À LUZ DO GRAU
DE VINCULAÇÃO COM O PRINCÍPIO DA
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA (CF,
ART. 1º, III). DIREITO FUNDAMENTAL À
IDENTIDADE PESSOAL, QUE SE
DESDOBRA NO DIREITO À IDENTIDADE
GENÉTICA. PREMISSAS PARA A
ATRIBUIÇÃO À PESSOA HUMANA DE
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RE 363.889 / DF
CONSTITUCIONAIS. INTERPRETAÇÃO
PAUTADA PELO DEVER DE COERÊNCIA.
SISTEMA DE REGRAS E PRINCÍPIOS.
SOBREPOSIÇÃO DE ÂMBITOS DE
PROTEÇÃO.
TÉCNICA
DA
PONDERAÇÃO
DE
VALORES.
CONCESSÕES RECÍPROCAS GUIADAS
PELO
POSTULADO
DA
PROPORCIONALIDADE. PRESERVAÇÃO
DO NÚCLEO ESSENCIAL DAS NORMAS
CONSTITUCIONAIS.
FIXAÇÃO
DE
RELAÇÕES
DE
PRECEDÊNCIA
CONDICIONADA.
PARÂMETROS
INTERPRETATIVOS. POSSIBILIDADE DE
PONDERAÇÃO
DE
REGRAS
CONSTITUCIONAIS.
NATUREZA
EXCEPCIONAL. COTEJO ENTRE AS
RAZÕES SUBJACENTES À REGRA,
SOMADAS
AOS
VALORES
DA
PREVISIBILIDADE, DA IGUALDADE E
DA DEMOCRACIA, NO CHOQUE COM
OS
OUTROS
PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS
EM
JOGO.
PONDERAÇÃO PAUTADA PELO PESO
ABSTRATO
DAS
NORMAS
CONSTITUCIONAIS, À LUZ DO GRAU
DE VINCULAÇÃO COM O PRINCÍPIO DA
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA (CF,
ART. 1º, III). DIREITO FUNDAMENTAL À
IDENTIDADE PESSOAL, QUE SE
DESDOBRA NO DIREITO À IDENTIDADE
GENÉTICA. PREMISSAS PARA A
ATRIBUIÇÃO À PESSOA HUMANA DE
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Voto Vista
RE 363.889 / DF
RECONHECIMENTO E DE DISTINÇÃO
NO
CENÁRIO
SOCIAL.
CONHECIMENTO DA ORIGEM COMO
CONDIÇÃO PARA O PLANEJAMENTO
DO
DESTINO
INDIVIDUAL.
PRERROGATIVA
DE
ÍNDOLE
EXISTENCIAL.
DESENVOLVIMENTO
LIVRE
DA
PERSONALIDADE.
VINCULAÇÃO AO NÚCLEO ESSENCIAL
DO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA
PESSOA HUMANA (CF, ART. 226, § 7º, E
227,
CAPUT). ENTIDADE FAMILIAR
COMO
INSTRUMENTO
FUNCIONALIZADO À PROMOÇÃO DA
DIGNIDADE DE SEUS MEMBROS.
CONVENÇÃO
AMERICANA
DE
DIREITOS HUMANOS. OFENSA TAMBÉM
À ASSISTÊNCIA JURÍDICA INTEGRAL
AOS NECESSITADOS (CF, ART. 5º, LXXIV).
GARANTIA DA PARIDADE DE ARMAS
QUE DECORRE DA CONJUGAÇÃO DO
CONTRADITÓRIO PARTICIPATIVO (CF,
ART. 5º, LV) COM O PRINCÍPIO DA
ISONOMIA MATERIAL (CF, ART. 5º,
CAPUT). CARÊNCIA MATERIAL QUE
NÃO PODE SERVIR DE ÓBICE À BUSCA
POR EFETIVAÇÃO DE DIREITOS
FUNDAMENTAIS PELO EXERCÍCIO DO
DIREITO
DE
AÇÃO.
TUTELA
JURISDICIONAL EFETIVA COMO O
“MAIS
BÁSICO
DOS
DIREITOS
HUMANOS”
(CAPPELLETTI).
INDISPENSÁVEL VINCULAÇÃO AO
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RE 363.889 / DF
RECONHECIMENTO E DE DISTINÇÃO
NO
CENÁRIO
SOCIAL.
CONHECIMENTO DA ORIGEM COMO
CONDIÇÃO PARA O PLANEJAMENTO
DO
DESTINO
INDIVIDUAL.
PRERROGATIVA
DE
ÍNDOLE
EXISTENCIAL.
DESENVOLVIMENTO
LIVRE
DA
PERSONALIDADE.
VINCULAÇÃO AO NÚCLEO ESSENCIAL
DO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA
PESSOA HUMANA (CF, ART. 226, § 7º, E
227,
CAPUT). ENTIDADE FAMILIAR
COMO
INSTRUMENTO
FUNCIONALIZADO À PROMOÇÃO DA
DIGNIDADE DE SEUS MEMBROS.
CONVENÇÃO
AMERICANA
DE
DIREITOS HUMANOS. OFENSA TAMBÉM
À ASSISTÊNCIA JURÍDICA INTEGRAL
AOS NECESSITADOS (CF, ART. 5º, LXXIV).
GARANTIA DA PARIDADE DE ARMAS
QUE DECORRE DA CONJUGAÇÃO DO
CONTRADITÓRIO PARTICIPATIVO (CF,
ART. 5º, LV) COM O PRINCÍPIO DA
ISONOMIA MATERIAL (CF, ART. 5º,
CAPUT). CARÊNCIA MATERIAL QUE
NÃO PODE SERVIR DE ÓBICE À BUSCA
POR EFETIVAÇÃO DE DIREITOS
FUNDAMENTAIS PELO EXERCÍCIO DO
DIREITO
DE
AÇÃO.
TUTELA
JURISDICIONAL EFETIVA COMO O
“MAIS
BÁSICO
DOS
DIREITOS
HUMANOS”
(CAPPELLETTI).
INDISPENSÁVEL VINCULAÇÃO AO
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Voto Vista
RE 363.889 / DF
NÚCLEO ESSENCIAL DA DIGNIDADE
DA
PESSOA
HUMANA,
COMO
CONDIÇÃO PARA A FRUIÇÃO DE
PRERROGATIVAS EXISTENCIAIS. PESO
ABSTRATO DA COISA JULGADA
MATERIAL QUE, NA CONSTELAÇÃO DE
NORMAS CONSTITUCIONAIS, HÁ DE
CEDER PASSO À PROMOÇÃO DO
DIREITO À IDENTIDADE GENÉTICA EM
COMBINAÇÃO COM A ASSISTÊNCIA
JURÍDICA INTEGRAL. PRESERVAÇÃO,
PORÉM, DO NÚCLEO ESSENCIAL DO
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA
(CF, ART. 5º, CAPUT). EXAME DE DNA
COMO PROVA JUDICIAL DE NATUREZA
TÉCNICA, DE ÍNDOLE ESTATÍSTICA.
CONTROLE DE RACIONALIDADE DA
PROVA PERICIAL. PARÂMETROS DA
SUPREMA CORTE NORTEAMERICANA
PARA A REPRESSÃO À COGNOMINADA
JUNK SCIENCE (DAUBERT V. MERREL, DE
1993). CONFIABILIDADE IN CONCRETO
DO MÉTODO CIENTÍFICO PARA A
DEFINIÇÃO
DA
PATERNIDADE
BIOLÓGICA. FATORES A ENSEJAR A
FALIBILIDADE DO EXAME DE DNA.
DEVER DE EXPLICITAÇÃO, PELO
PERITO, DO INDÍCE DE ACERTO DOS
INSTRUMENTOS,
TÉCNICAS
E
MATERIAIS
UTILIZADOS
NA
PRODUÇÃO DA PROVA, BEM COMO DA
CAPACITAÇÃO
DOS
AGENTES
ENVOLVIDOS. NECESSIDADE DE QUE A
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RE 363.889 / DF
NÚCLEO ESSENCIAL DA DIGNIDADE
DA
PESSOA
HUMANA,
COMO
CONDIÇÃO PARA A FRUIÇÃO DE
PRERROGATIVAS EXISTENCIAIS. PESO
ABSTRATO DA COISA JULGADA
MATERIAL QUE, NA CONSTELAÇÃO DE
NORMAS CONSTITUCIONAIS, HÁ DE
CEDER PASSO À PROMOÇÃO DO
DIREITO À IDENTIDADE GENÉTICA EM
COMBINAÇÃO COM A ASSISTÊNCIA
JURÍDICA INTEGRAL. PRESERVAÇÃO,
PORÉM, DO NÚCLEO ESSENCIAL DO
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA
(CF, ART. 5º, CAPUT). EXAME DE DNA
COMO PROVA JUDICIAL DE NATUREZA
TÉCNICA, DE ÍNDOLE ESTATÍSTICA.
CONTROLE DE RACIONALIDADE DA
PROVA PERICIAL. PARÂMETROS DA
SUPREMA CORTE NORTEAMERICANA
PARA A REPRESSÃO À COGNOMINADA
JUNK SCIENCE (DAUBERT V. MERREL, DE
1993). CONFIABILIDADE IN CONCRETO
DO MÉTODO CIENTÍFICO PARA A
DEFINIÇÃO
DA
PATERNIDADE
BIOLÓGICA. FATORES A ENSEJAR A
FALIBILIDADE DO EXAME DE DNA.
DEVER DE EXPLICITAÇÃO, PELO
PERITO, DO INDÍCE DE ACERTO DOS
INSTRUMENTOS,
TÉCNICAS
E
MATERIAIS
UTILIZADOS
NA
PRODUÇÃO DA PROVA, BEM COMO DA
CAPACITAÇÃO
DOS
AGENTES
ENVOLVIDOS. NECESSIDADE DE QUE A
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 75 de 165
Voto Vista
RE 363.889 / DF
COGNIÇÃO JUDICIAL SEJA FRUTO DO
EXAME DE TODOS OS ELEMENTOS DA
INSTRUÇÃO
PROCESSUAL,
SUBMETIDOS
AO
LIVRE
CONVENCIMENTO MOTIVADO DO
JUIZ, POR FORÇA DA GARANTIA DA
MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS
(CF, ART. 93, IX). IMPOSSIBILIDADE,
ADEMAIS, DE QUE RÉU SEJA
CONDUZIDO COERCITIVAMENTE À
REALIZAÇÃO DE DNA (STF, HC Nº
71.373-4, REL. PARA ACÓRDÃO MIN.
MARCO AURÉLIO). FRAGILIDADES DO
EXAME DE DNA COMO MÉTODO PARA
A BUSCA DA VERDADE REAL NO
PROCESSO, DO QUE DEPENDE A
CONFIABILIDADE DAS PREMISSAS
EMPÍRICAS PARA A PROMOÇÃO DO
DIREITO À IDENTIDADE GENÉTICA.
PRESERVAÇÃO
DA
SEGURANÇA
JURÍDICA ATRAVÉS DA APLICAÇÃO
ANALÓGICA DO REGIME PROCESSUAL
DA AÇÃO RESCISÓRIA.
MARCO
TEMPORAL DE DOIS ANOS (CPC, ART.
495) COMO CONCILIAÇÃO, REALIZADA
PELO
LEGISLADOR
INFRACONSTITUCIONAL, ENTRE OS
PRINCÍPIOS
QUE
INSPIRAM
O
CABIMENTO DA AÇÃO RESCISÓRIA E O
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA.
DELIMITAÇÃO
TEMPORAL
DO
AFASTAMENTO DA COISA JULGADA
MATERIAL.
FLEXIBILIZAÇÃO
DO
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RE 363.889 / DF
COGNIÇÃO JUDICIAL SEJA FRUTO DO
EXAME DE TODOS OS ELEMENTOS DA
INSTRUÇÃO
PROCESSUAL,
SUBMETIDOS
AO
LIVRE
CONVENCIMENTO MOTIVADO DO
JUIZ, POR FORÇA DA GARANTIA DA
MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS
(CF, ART. 93, IX). IMPOSSIBILIDADE,
ADEMAIS, DE QUE RÉU SEJA
CONDUZIDO COERCITIVAMENTE À
REALIZAÇÃO DE DNA (STF, HC Nº
71.373-4, REL. PARA ACÓRDÃO MIN.
MARCO AURÉLIO). FRAGILIDADES DO
EXAME DE DNA COMO MÉTODO PARA
A BUSCA DA VERDADE REAL NO
PROCESSO, DO QUE DEPENDE A
CONFIABILIDADE DAS PREMISSAS
EMPÍRICAS PARA A PROMOÇÃO DO
DIREITO À IDENTIDADE GENÉTICA.
PRESERVAÇÃO
DA
SEGURANÇA
JURÍDICA ATRAVÉS DA APLICAÇÃO
ANALÓGICA DO REGIME PROCESSUAL
DA AÇÃO RESCISÓRIA.
MARCO
TEMPORAL DE DOIS ANOS (CPC, ART.
495) COMO CONCILIAÇÃO, REALIZADA
PELO
LEGISLADOR
INFRACONSTITUCIONAL, ENTRE OS
PRINCÍPIOS
QUE
INSPIRAM
O
CABIMENTO DA AÇÃO RESCISÓRIA E O
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA.
DELIMITAÇÃO
TEMPORAL
DO
AFASTAMENTO DA COISA JULGADA
MATERIAL.
FLEXIBILIZAÇÃO
DO
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 76 de 165
Voto Vista
RE 363.889 / DF
MARCO INICIAL PARA A FLUÊNCIA DO
PRAZO.
DEMANDA,
IN
CASU,
AJUIZADA EM 1996, MESMO ANO EM
QUE PROMULGADA A LEI DISTRITAL Nº
1.097/96, QUE IMPÔS AO PODER
PÚBLICO O DEVER DE CUSTEAR O
EXAME. JURISPRUDÊNCIA QUE, ATÉ
2002, REJEITAVA A PRETENSÃO DE
CUSTEIO DE DNA NO REGIME DA LEI Nº
1.060/50. SUPERAÇÃO, PELA LEI
DISTRITAL, DO DÉFICIT DA GARANTIA
DA ASSISTÊNCIA JURÍDICA. MARCO
INICIAL PARA O PRAZO DE DOIS ANOS,
À LUZ DA CONSTITUIÇÃO, COMO
SENDO A DATA EM QUE SE TORNOU
EFETIVA, DO PONTO DE VISTA
PRÁTICO, A POSSIBILIDADE DE
OBTENÇÃO DO EXAME DE DNA. ÔNUS
ARGUMENTATIVO DO AUTOR, QUE
DEVE SUPERAR ROBUSTAMENTE A
PRESUNÇÃO RELATIVA DE QUE, DE
REGRA,
O
PRAZO
PARA
O
AFASTAMENTO DA COISA JULGADA
FLUI DO TRÂNSITO EM JULGADO.
POSSIBILIDADE DE AFASTAMENTO DA
COISA JULGADA MATERIAL, FORMADA
SOBRE DECISÃO DE IMPROCEDÊNCIA
POR FALTA DE PROVAS, EM DEMANDAS
QUE ENVOLVAM RELAÇÃO DE
FILIAÇÃO, QUANDO FOR ALEGADA A
VIABILIDADE DE PRODUÇÃO DE
PROVA TÉCNICA CAPAZ DE REVERTER
A CONCLUSÃO DO JULGAMENTO
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RE 363.889 / DF
MARCO INICIAL PARA A FLUÊNCIA DO
PRAZO.
DEMANDA,
IN
CASU,
AJUIZADA EM 1996, MESMO ANO EM
QUE PROMULGADA A LEI DISTRITAL Nº
1.097/96, QUE IMPÔS AO PODER
PÚBLICO O DEVER DE CUSTEAR O
EXAME. JURISPRUDÊNCIA QUE, ATÉ
2002, REJEITAVA A PRETENSÃO DE
CUSTEIO DE DNA NO REGIME DA LEI Nº
1.060/50. SUPERAÇÃO, PELA LEI
DISTRITAL, DO DÉFICIT DA GARANTIA
DA ASSISTÊNCIA JURÍDICA. MARCO
INICIAL PARA O PRAZO DE DOIS ANOS,
À LUZ DA CONSTITUIÇÃO, COMO
SENDO A DATA EM QUE SE TORNOU
EFETIVA, DO PONTO DE VISTA
PRÁTICO, A POSSIBILIDADE DE
OBTENÇÃO DO EXAME DE DNA. ÔNUS
ARGUMENTATIVO DO AUTOR, QUE
DEVE SUPERAR ROBUSTAMENTE A
PRESUNÇÃO RELATIVA DE QUE, DE
REGRA,
O
PRAZO
PARA
O
AFASTAMENTO DA COISA JULGADA
FLUI DO TRÂNSITO EM JULGADO.
POSSIBILIDADE DE AFASTAMENTO DA
COISA JULGADA MATERIAL, FORMADA
SOBRE DECISÃO DE IMPROCEDÊNCIA
POR FALTA DE PROVAS, EM DEMANDAS
QUE ENVOLVAM RELAÇÃO DE
FILIAÇÃO, QUANDO FOR ALEGADA A
VIABILIDADE DE PRODUÇÃO DE
PROVA TÉCNICA CAPAZ DE REVERTER
A CONCLUSÃO DO JULGAMENTO
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 77 de 165
Voto Vista
RE 363.889 / DF
ANTERIOR, CUJA REALIZAÇÃO SÓ
TENHA SE TORNADO POSSÍVEL, DO
PONTO DE VISTA PRÁTICO, PELO
AVANÇO
TECNOLÓGICO
SUPERVENIENTE,
SOMADO
À
INADEQUAÇÃO DO REGIME DA
ASSISTÊNCIA
JURÍDICA
AOS
NECESSITADOS,
RESPEITADO,
EM
QUALQUER CASO, O PRAZO DE DOIS
ANOS PARA O AJUIZAMENTO DE NOVA
DEMANDA,
QUE
FLUI,
POR
PRESUNÇÃO IURIS TANTUM, A CONTAR
DO TRÂNSITO EM JULGADO DA
DEMANDA ANTERIOR, SALVO NAS
HIPÓTESES EXCEPCIONAIS EM QUE
RESTAR TAMBÉM EXCEPCIONALMENTE
DEMONSTRADO
QUE
APENAS
POSTERIORMENTE SE TORNOU VIÁVEL,
DO PONTO DE VISTA PRÁTICO, O
ACESSO AO EXAME DE DNA, CABENDO
AO
DEMANTE
O
ÔNUS
DO
AFASTAMENTO
DA
REFERIDA
PRESUNÇÃO.
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO PROVIDO PARA
AFASTAR O ÓBICE DA COISA JULGADA
MATERIAL
E
ADMITIR
A
CONTINUIDADE DO PROCESSO.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX: D. G. S., menor representado por sua
mãe, V. L. S., ajuizou demanda em face de G. F. R., com pedido de que seja
reconhecida a relação de filiação e, ainda, condenado este último a
fornecer-lhe alimentos. Na própria inicial menciona o autor que,
anteriormente, já havia ajuizado demanda idêntica, julgada
8
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RE 363.889 / DF
ANTERIOR, CUJA REALIZAÇÃO SÓ
TENHA SE TORNADO POSSÍVEL, DO
PONTO DE VISTA PRÁTICO, PELO
AVANÇO
TECNOLÓGICO
SUPERVENIENTE,
SOMADO
À
INADEQUAÇÃO DO REGIME DA
ASSISTÊNCIA
JURÍDICA
AOS
NECESSITADOS,
RESPEITADO,
EM
QUALQUER CASO, O PRAZO DE DOIS
ANOS PARA O AJUIZAMENTO DE NOVA
DEMANDA,
QUE
FLUI,
POR
PRESUNÇÃO IURIS TANTUM, A CONTAR
DO TRÂNSITO EM JULGADO DA
DEMANDA ANTERIOR, SALVO NAS
HIPÓTESES EXCEPCIONAIS EM QUE
RESTAR TAMBÉM EXCEPCIONALMENTE
DEMONSTRADO
QUE
APENAS
POSTERIORMENTE SE TORNOU VIÁVEL,
DO PONTO DE VISTA PRÁTICO, O
ACESSO AO EXAME DE DNA, CABENDO
AO
DEMANTE
O
ÔNUS
DO
AFASTAMENTO
DA
REFERIDA
PRESUNÇÃO.
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO PROVIDO PARA
AFASTAR O ÓBICE DA COISA JULGADA
MATERIAL
E
ADMITIR
A
CONTINUIDADE DO PROCESSO.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX: D. G. S., menor representado por sua
mãe, V. L. S., ajuizou demanda em face de G. F. R., com pedido de que seja
reconhecida a relação de filiação e, ainda, condenado este último a
fornecer-lhe alimentos. Na própria inicial menciona o autor que,
anteriormente, já havia ajuizado demanda idêntica, julgada
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 78 de 165
Voto Vista
RE 363.889 / DF
improcedente, contudo, por insuficiência de provas, o que se deveu à
falta de recursos financeiros para que, à época, pudesse custear exame de
DNA.
Segundo o autor, porém, a edição da Lei Distrital nº 1.097/96
permitiria, após sua entrada em vigor, a realização do exame de DNA às
custas do Distrito Federal, como elemento do regime da assistência
jurídica aos desamparados (CF, art. 5º, LXXIV), razão pela qual ajuizou a
demanda atual alicerçando-se unicamente na perspectiva de realização da
referida prova técnica.
Nestes autos, o juiz de primeiro grau rejeitou a preliminar de coisa
julgada suscitada pelo réu, ensejando a continuidade do processo. Contra
tal decisão foi interposto agravo de instrumento, provido pela 5ª Turma
do Tribunal de Justiça do Distrito Federal para determinar a extinção do
processo sem exame de mérito, conforme a seguinte ementa:
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO DE
INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE - PRELIMINAR DE
COISA
JULGADA
REJEITADA
NA
INSTÂNCIA
MONOCRÁTICA - AGRAVO DE INSTRUMENTO -
REPETIÇÃO DA AÇÃO PROPOSTA EM RAZÃO DA
VIABILIDADE DA REALIZAÇÃO DO EXAME DE DNA
ATUALMENTE - PRELIMINAR ACOLHIDA - PROVIMENTO
DO RECURSO.
Havendo sentença transitada em julgado, que julgou
improcedente a intentada ação de investigação de paternidade,
proposta anteriormente pelo mesmo interessado, impõe-se o
acolhimento da preliminar de coisa julgada suscitada neste
sentido em sede de contestação, cuja eficácia não pode ficar
comprometida, sendo inarredável esta regra libertadora do art.
468 do CPC, com atenção ao próprio princípio prevalente da
segurança jurídica. Hipótese de extinção do feito sem
julgamento do mérito.
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RE 363.889 / DF
improcedente, contudo, por insuficiência de provas, o que se deveu à
falta de recursos financeiros para que, à época, pudesse custear exame de
DNA.
Segundo o autor, porém, a edição da Lei Distrital nº 1.097/96
permitiria, após sua entrada em vigor, a realização do exame de DNA às
custas do Distrito Federal, como elemento do regime da assistência
jurídica aos desamparados (CF, art. 5º, LXXIV), razão pela qual ajuizou a
demanda atual alicerçando-se unicamente na perspectiva de realização da
referida prova técnica.
Nestes autos, o juiz de primeiro grau rejeitou a preliminar de coisa
julgada suscitada pelo réu, ensejando a continuidade do processo. Contra
tal decisão foi interposto agravo de instrumento, provido pela 5ª Turma
do Tribunal de Justiça do Distrito Federal para determinar a extinção do
processo sem exame de mérito, conforme a seguinte ementa:
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO DE
INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE - PRELIMINAR DE
COISA
JULGADA
REJEITADA
NA
INSTÂNCIA
MONOCRÁTICA - AGRAVO DE INSTRUMENTO -
REPETIÇÃO DA AÇÃO PROPOSTA EM RAZÃO DA
VIABILIDADE DA REALIZAÇÃO DO EXAME DE DNA
ATUALMENTE - PRELIMINAR ACOLHIDA - PROVIMENTO
DO RECURSO.
Havendo sentença transitada em julgado, que julgou
improcedente a intentada ação de investigação de paternidade,
proposta anteriormente pelo mesmo interessado, impõe-se o
acolhimento da preliminar de coisa julgada suscitada neste
sentido em sede de contestação, cuja eficácia não pode ficar
comprometida, sendo inarredável esta regra libertadora do art.
468 do CPC, com atenção ao próprio princípio prevalente da
segurança jurídica. Hipótese de extinção do feito sem
julgamento do mérito.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 79 de 165
Voto Vista
RE 363.889 / DF
Recorrem, agora, o Ministério Público do DF e o autor, pretendendo
que esta Suprema Corte reverta a decisão do TJ/DF sob os seguintes
fundamentos:
(i) violação ao âmbito de proteção da coisa julgada
material (CF, art. 5º, XXXVI), ao argumento de que a sentença
anterior não apreciou o mérito do conflito, porquanto não
afirmada nem rejeitada a paternidade. Não lhe alcançaria,
assim, a proteção constitucional da coisa julgada material, que,
no campo das relações de parentesco, não poderia se sobrepor à
verdade real. Além disso, o fundamento subjacente à coisa
julgada, que consiste no princípio da segurança jurídica, não
estaria presente na sentença anterior, na medida em que esta
última não partiu de um mínimo grau de confiabilidade fática
para rejeitar ou afirmar a paternidade.
(ii) violação ao direito fundamental à filiação (CF, art.
227, caput e § 6º), porquanto a instrumentalidade que rege as
normas de processo não poderia conduzir a que a coisa julgada
se sobrepusesse ao direito personalíssimo à identidade, razão
pela qual, à luz do postulado da proporcionalidade, deve ser
permitida a realização, in casu, do exame de DNA.
(iii) ofensa ao direito à assistência jurídica (CF, art. 5º,
LXXIV), na medida em que a primeira decisão, como
reconheceu o juiz sentenciante no feito anterior, foi resultado da
hipossuficiência econômica do autor, que não pôde arcar com o
exame de DNA no valor, à época, de U$ 1.500,00 (mil e
quinhentos dólares). Eternizar esse resultado implicaria a
preponderância de fatores econômicos sobre a verdade dos
fatos, que tende a ser esclarecida pelo exame de DNA, hoje
custeado pelo Distrito Federal por conta da Lei Distrital nº
1.097/96.
A Procuradoria-Geral da República manifestou-se, em parecer (fls.
338-348), pelo provimento dos recursos extraordinários, ao fundamento
de que o direito fundamental à filiação e o princípio da dignidade da
pessoa humana devem ser prestigiados, como consequência da aplicação
10
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RE 363.889 / DF
Recorrem, agora, o Ministério Público do DF e o autor, pretendendo
que esta Suprema Corte reverta a decisão do TJ/DF sob os seguintes
fundamentos:
(i) violação ao âmbito de proteção da coisa julgada
material (CF, art. 5º, XXXVI), ao argumento de que a sentença
anterior não apreciou o mérito do conflito, porquanto não
afirmada nem rejeitada a paternidade. Não lhe alcançaria,
assim, a proteção constitucional da coisa julgada material, que,
no campo das relações de parentesco, não poderia se sobrepor à
verdade real. Além disso, o fundamento subjacente à coisa
julgada, que consiste no princípio da segurança jurídica, não
estaria presente na sentença anterior, na medida em que esta
última não partiu de um mínimo grau de confiabilidade fática
para rejeitar ou afirmar a paternidade.
(ii) violação ao direito fundamental à filiação (CF, art.
227, caput e § 6º), porquanto a instrumentalidade que rege as
normas de processo não poderia conduzir a que a coisa julgada
se sobrepusesse ao direito personalíssimo à identidade, razão
pela qual, à luz do postulado da proporcionalidade, deve ser
permitida a realização, in casu, do exame de DNA.
(iii) ofensa ao direito à assistência jurídica (CF, art. 5º,
LXXIV), na medida em que a primeira decisão, como
reconheceu o juiz sentenciante no feito anterior, foi resultado da
hipossuficiência econômica do autor, que não pôde arcar com o
exame de DNA no valor, à época, de U$ 1.500,00 (mil e
quinhentos dólares). Eternizar esse resultado implicaria a
preponderância de fatores econômicos sobre a verdade dos
fatos, que tende a ser esclarecida pelo exame de DNA, hoje
custeado pelo Distrito Federal por conta da Lei Distrital nº
1.097/96.
A Procuradoria-Geral da República manifestou-se, em parecer (fls.
338-348), pelo provimento dos recursos extraordinários, ao fundamento
de que o direito fundamental à filiação e o princípio da dignidade da
pessoa humana devem ser prestigiados, como consequência da aplicação
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 80 de 165
Voto Vista
RE 363.889 / DF
ao caso do postulado da proporcionalidade.
O eminente Min. Relator Dias Toffoli, ao trazer o feito a julgamento
na sessão plenária de 07 de abril de 2011, votou pelo provimento dos
recursos extraordinários. Após afirmar o perigo da utilização desmedida
do princípio da dignidade da pessoa humana como fundamento jurídico,
aplicável, contemporaneamente, sem o devido rigor, frisou o relator o
histórico do regime das relações de parentesco no direito brasileiro, para,
após, destacar as mudanças operadas pela Constituição Federal de 1988
nesse tema. Foi objeto de particular menção a decisão tomada por esta
Suprema Corte no Recurso Extraordinário nº 248.869/SP, em que, ao se
reconhecer a constitucionalidade da legitimidade ativa do Ministério
Público para ajuizamento, após provocação, de demanda de investigação
de paternidade, realçou-se o status constitucional do direito à identidade,
em especial pelo conhecimento da própria origem biológica.
Asseverou o Min. Relator, ainda, que a coisa julgada material,
formada em demanda ajuizada quando o autor tinha oito anos de idade,
não poderia servir de óbice a que, mesmo com vinte e oito anos
atualmente, não seja garantido ao filho o direito a “uma resposta
cabalmente fundamentada, calcada em uma prova de certeza inquestionável,
acerca de sua veraz origem genética”. Como fundamento, assinalou-se que a
garantia da coisa julgada material não poderia ser concebida em termos
absolutos, devendo ceder passo à busca pela verdade em concretização ao
direito personalíssimo em jogo. Foi noticiado, por fim, a tramitação de
propostas legislativas no Congresso nacional para permitir a relativização
da coisa julgada material em hipótese como a dos autos. Concluiu, assim,
pelo afastamento do óbice processual da coisa julgada material in casu,
permitindo o andamento da demanda com a produção da prova
requerida.
Feito o relato do ocorrido até o momento, passo a votar.
11
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RE 363.889 / DF
ao caso do postulado da proporcionalidade.
O eminente Min. Relator Dias Toffoli, ao trazer o feito a julgamento
na sessão plenária de 07 de abril de 2011, votou pelo provimento dos
recursos extraordinários. Após afirmar o perigo da utilização desmedida
do princípio da dignidade da pessoa humana como fundamento jurídico,
aplicável, contemporaneamente, sem o devido rigor, frisou o relator o
histórico do regime das relações de parentesco no direito brasileiro, para,
após, destacar as mudanças operadas pela Constituição Federal de 1988
nesse tema. Foi objeto de particular menção a decisão tomada por esta
Suprema Corte no Recurso Extraordinário nº 248.869/SP, em que, ao se
reconhecer a constitucionalidade da legitimidade ativa do Ministério
Público para ajuizamento, após provocação, de demanda de investigação
de paternidade, realçou-se o status constitucional do direito à identidade,
em especial pelo conhecimento da própria origem biológica.
Asseverou o Min. Relator, ainda, que a coisa julgada material,
formada em demanda ajuizada quando o autor tinha oito anos de idade,
não poderia servir de óbice a que, mesmo com vinte e oito anos
atualmente, não seja garantido ao filho o direito a “uma resposta
cabalmente fundamentada, calcada em uma prova de certeza inquestionável,
acerca de sua veraz origem genética”. Como fundamento, assinalou-se que a
garantia da coisa julgada material não poderia ser concebida em termos
absolutos, devendo ceder passo à busca pela verdade em concretização ao
direito personalíssimo em jogo. Foi noticiado, por fim, a tramitação de
propostas legislativas no Congresso nacional para permitir a relativização
da coisa julgada material em hipótese como a dos autos. Concluiu, assim,
pelo afastamento do óbice processual da coisa julgada material in casu,
permitindo o andamento da demanda com a produção da prova
requerida.
Feito o relato do ocorrido até o momento, passo a votar.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 81 de 165
Voto Vista
RE 363.889 / DF
Encontram-se em oposição, no caso presente, de um lado a garantia
fundamental da coisa julgada material (CF, art. 5º, XXXVI), informada pelo
princípio da segurança jurídica (CF, art. 5º, caput), e, de outro, segundo a
argumentação dos recorrentes, o direito fundamental à filiação (CF, art. 227,
caput e § 6º) e a garantia fundamental da assistência jurídica integral aos
desamparados (CF, art. 5º, LXXIV). Essa última é pertinente à hipótese
pelo fato de, na primeira demanda, ter sido a insuficiência de recursos o
motivo para a falta de realização do exame de DNA – cujo custo, na
década de 1980, era de U$ 1.500,00 (mil e quinhentos dólares) –, o que
levou, ao final, à improcedência do pedido por ausência de provas, como
consta do seguinte trecho da sentença já transitada em julgado, proferida
em 1992:
“No caso, existem indicações de que algum tipo de
relacionamento anterior havia entre o Requerido e a Representante do
Autor. Não eram estranhos. Nem muito menos pareceu ao primeiro
uma surpreendente e rematada sandice a pretensão da aventada
paternidade. Isto resulta claro dos depoimentos. Não existem,
entretanto, nos autos, elementos minimamente suficientes para
assegurar tenha ocorrido, sequer uma vez, o ato sexual entre os dois.
E, ainda que tenha ocorrido, que haja sido essa relação específica a
causa da concepção do Autor. A prova oral, produzida pelas partes é
absolutamente frágil, imprecisa e pouco relevante, no que interessa à
essência da questão em tela. E a documental, menos relevante ainda.
Lamentável, sob todos os aspectos, a impossibilidade de ter-se
aqui, a prova pericial; sobretudo com a precisão hoje assegurada pelo
D.N.A. Resta o consolo de, neste e noutros tantos casos semelhantes,
ficar a parte autora sempre com a possibilidade de, recorrendo, tentar
ver o custeio de tal prova se viabilizar, para insistir na Justiça. Fica a
esperança, também e o apelo reiterado, de que o próprio Poder Público,
no caso através do Egrégio Tribunal de Justiça, possa no futuro vir a
assumir (mediante convênios, ou outra forma) esse ônus perante uma
população, via de regra, carente dos meios até para as despesas
cartorárias, tanto mais para uma prova tão onerosa. E que, em muitos
casos, resultará na sua cobrança, posteriormente, da parte
12
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Encontram-se em oposição, no caso presente, de um lado a garantia
fundamental da coisa julgada material (CF, art. 5º, XXXVI), informada pelo
princípio da segurança jurídica (CF, art. 5º, caput), e, de outro, segundo a
argumentação dos recorrentes, o direito fundamental à filiação (CF, art. 227,
caput e § 6º) e a garantia fundamental da assistência jurídica integral aos
desamparados (CF, art. 5º, LXXIV). Essa última é pertinente à hipótese
pelo fato de, na primeira demanda, ter sido a insuficiência de recursos o
motivo para a falta de realização do exame de DNA – cujo custo, na
década de 1980, era de U$ 1.500,00 (mil e quinhentos dólares) –, o que
levou, ao final, à improcedência do pedido por ausência de provas, como
consta do seguinte trecho da sentença já transitada em julgado, proferida
em 1992:
“No caso, existem indicações de que algum tipo de
relacionamento anterior havia entre o Requerido e a Representante do
Autor. Não eram estranhos. Nem muito menos pareceu ao primeiro
uma surpreendente e rematada sandice a pretensão da aventada
paternidade. Isto resulta claro dos depoimentos. Não existem,
entretanto, nos autos, elementos minimamente suficientes para
assegurar tenha ocorrido, sequer uma vez, o ato sexual entre os dois.
E, ainda que tenha ocorrido, que haja sido essa relação específica a
causa da concepção do Autor. A prova oral, produzida pelas partes é
absolutamente frágil, imprecisa e pouco relevante, no que interessa à
essência da questão em tela. E a documental, menos relevante ainda.
Lamentável, sob todos os aspectos, a impossibilidade de ter-se
aqui, a prova pericial; sobretudo com a precisão hoje assegurada pelo
D.N.A. Resta o consolo de, neste e noutros tantos casos semelhantes,
ficar a parte autora sempre com a possibilidade de, recorrendo, tentar
ver o custeio de tal prova se viabilizar, para insistir na Justiça. Fica a
esperança, também e o apelo reiterado, de que o próprio Poder Público,
no caso através do Egrégio Tribunal de Justiça, possa no futuro vir a
assumir (mediante convênios, ou outra forma) esse ônus perante uma
população, via de regra, carente dos meios até para as despesas
cartorárias, tanto mais para uma prova tão onerosa. E que, em muitos
casos, resultará na sua cobrança, posteriormente, da parte
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 82 de 165
Voto Vista
RE 363.889 / DF
sucumbente, com freqüência, mais bem servida pela fortuna, quando
procedente a pretensão”.
O tema é dos mais candentes na doutrina processual, dando margem
a uma profunda divergência entre autores de igual renome, cada qual
com argumentos também igualmente razoáveis. É função de que não
pode se furtar este Supremo Tribunal Federal, portanto, conceder uma
resposta à sociedade acerca do modo como deve ser entendida, no terreno
das garantias fundamentais do processo, o regime da coisa julgada
material, mormente quando em suposto choque com outras cláusulas
constitucionais, dado o papel de guardião da Constituição que lhe foi
conferido pelo texto constitucional (CF, art. 102, caput).
Uma baliza preliminar é preciso deixar desde logo firmada, contudo.
Ao contrário do que consta das alegações dos recorrentes, a improcedência
por insuficiência de provas, no campo da teoria do processo, constitui, sim, um
julgamento de mérito, e não uma sentença meramente terminativa. Tocar no
mérito de uma demanda é apreciar o pedido formulado pelo autor,
julgando-o procedente ou improcedente, seja por conta da prova
produzida, seja em razão das regras de direito material aplicáveis ao caso.
O julgamento conforme o ônus da prova, como ensina o Prof. Barbosa
Moreira, tem lugar justamente nos casos em que, apesar da insuficiência
da prova produzida, não pode o magistrado se omitir no dever de prestar
jurisdição a respeito da pretensão veiculada, de vez que inadmissível, nos
dias atuais, o non liquet1.
Assim, houve, de forma inequívoca, sentença de mérito no primeiro
processo, de modo que a conclusão ali alcançada foi tocada, sim, pela
coisa julgada material, nos termos dos arts. 467 e 468 do Código de
Processo Civil. Vale esclarecer que a coisa julgada secundum eventum
probationis apenas ocorre, no direito brasileiro, nos casos em que há
expressa previsão legal, a exemplo do que se passa com a ação popular
1
BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Julgamento e ônus da prova, In: Temas de direito processual,
Segunda Série, 1980, p. 74.
13
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sucumbente, com freqüência, mais bem servida pela fortuna, quando
procedente a pretensão”.
O tema é dos mais candentes na doutrina processual, dando margem
a uma profunda divergência entre autores de igual renome, cada qual
com argumentos também igualmente razoáveis. É função de que não
pode se furtar este Supremo Tribunal Federal, portanto, conceder uma
resposta à sociedade acerca do modo como deve ser entendida, no terreno
das garantias fundamentais do processo, o regime da coisa julgada
material, mormente quando em suposto choque com outras cláusulas
constitucionais, dado o papel de guardião da Constituição que lhe foi
conferido pelo texto constitucional (CF, art. 102, caput).
Uma baliza preliminar é preciso deixar desde logo firmada, contudo.
Ao contrário do que consta das alegações dos recorrentes, a improcedência
por insuficiência de provas, no campo da teoria do processo, constitui, sim, um
julgamento de mérito, e não uma sentença meramente terminativa. Tocar no
mérito de uma demanda é apreciar o pedido formulado pelo autor,
julgando-o procedente ou improcedente, seja por conta da prova
produzida, seja em razão das regras de direito material aplicáveis ao caso.
O julgamento conforme o ônus da prova, como ensina o Prof. Barbosa
Moreira, tem lugar justamente nos casos em que, apesar da insuficiência
da prova produzida, não pode o magistrado se omitir no dever de prestar
jurisdição a respeito da pretensão veiculada, de vez que inadmissível, nos
dias atuais, o non liquet1.
Assim, houve, de forma inequívoca, sentença de mérito no primeiro
processo, de modo que a conclusão ali alcançada foi tocada, sim, pela
coisa julgada material, nos termos dos arts. 467 e 468 do Código de
Processo Civil. Vale esclarecer que a coisa julgada secundum eventum
probationis apenas ocorre, no direito brasileiro, nos casos em que há
expressa previsão legal, a exemplo do que se passa com a ação popular
1
BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Julgamento e ônus da prova, In: Temas de direito processual,
Segunda Série, 1980, p. 74.
13
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 83 de 165
Voto Vista
RE 363.889 / DF
(Lei nº 4.717/65, art. 18), com a lei da ação civil pública (Lei nº 7.347/85,
art. 16) e, ainda, com as ações coletivas disciplinadas pelo Código de
Defesa do Consumidor a respeito de direitos difusos e coletivos (CDC,
art. 103, inc. I e II)2. Embora as situações não sejam idênticas, já a doutrina
clássica assinalava o perigo de se condicionar a presença de coisa julgada
ao teor da sentença de mérito, tendo assim se manifestado o Prof. Enrico
Tullio Liebman, com base nas lições de Chiovenda, a respeito da coisa
julgada secundum eventum litis, reputada “inadmissível, devendo ser idênticos
seu âmbito e sua extensão, qualquer que seja o teor da sentença, isto é, julgue ela
procedente ou improcedente a demanda”3.
Houve, portanto, coisa julgada material no processo anterior, de
forma alguma afastada pela fundamentação lastreada apenas na ausência
de provas. E é por essa razão que a decisão a ser tomada nestes autos não
pode passar ao largo da controvérsia em torno da cognominada
relativização da coisa julgada material.
Firmada essa premissa, ainda outra ressalva inicial tem de ser feita. É
que encontram-se, em tese, inseridos no grande rol de questões
relacionadas à relativização da coisa julgada material temas com perfis
sutilmente diversos. Deveras, nesse rol se encaixam, por exemplo, as
seguintes hipóteses: (i) o ataque a decisões transitadas em julgado não
por conta apenas de uma interpretação jurídica, mas em razão da
superveniência, dado o avanço da tecnologia, de meios de prova inexistentes à
época da prolação da decisão, que, dependendo do resultado que se possa
deles extrair para a instrução da causa, conduziriam a conclusão diversa
da alcançada na decisão anterior, e que, apenas nesse caso, restaria
2
Ressaltam a excepcionalidade de tal regime TALAMINI, Eduardo. Coisa julgada e sua revisão,
São Paulo: Ed. RT, 2005, p. 58-61; BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Julgamento e ônus da
prova, In: Temas de direito processual, Segunda Série, 1980, p. 81; e ARAÚJO FILHO, Luiz Paulo
da Silva. Ações coletivas: a tutela jurisdicional dos direitos individuais homogêneos, Rio de Janeiro:
Forense, 2000, p. 171 e segs.
3
LIEBMAN, Enrico Tullio. Eficácia e autoridade da sentença e outros escritos sobre a coisa julgada,
Rio de Janeiro: Forense, 2007, p. 24-5.
14
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(Lei nº 4.717/65, art. 18), com a lei da ação civil pública (Lei nº 7.347/85,
art. 16) e, ainda, com as ações coletivas disciplinadas pelo Código de
Defesa do Consumidor a respeito de direitos difusos e coletivos (CDC,
art. 103, inc. I e II)2. Embora as situações não sejam idênticas, já a doutrina
clássica assinalava o perigo de se condicionar a presença de coisa julgada
ao teor da sentença de mérito, tendo assim se manifestado o Prof. Enrico
Tullio Liebman, com base nas lições de Chiovenda, a respeito da coisa
julgada secundum eventum litis, reputada “inadmissível, devendo ser idênticos
seu âmbito e sua extensão, qualquer que seja o teor da sentença, isto é, julgue ela
procedente ou improcedente a demanda”3.
Houve, portanto, coisa julgada material no processo anterior, de
forma alguma afastada pela fundamentação lastreada apenas na ausência
de provas. E é por essa razão que a decisão a ser tomada nestes autos não
pode passar ao largo da controvérsia em torno da cognominada
relativização da coisa julgada material.
Firmada essa premissa, ainda outra ressalva inicial tem de ser feita. É
que encontram-se, em tese, inseridos no grande rol de questões
relacionadas à relativização da coisa julgada material temas com perfis
sutilmente diversos. Deveras, nesse rol se encaixam, por exemplo, as
seguintes hipóteses: (i) o ataque a decisões transitadas em julgado não
por conta apenas de uma interpretação jurídica, mas em razão da
superveniência, dado o avanço da tecnologia, de meios de prova inexistentes à
época da prolação da decisão, que, dependendo do resultado que se possa
deles extrair para a instrução da causa, conduziriam a conclusão diversa
da alcançada na decisão anterior, e que, apenas nesse caso, restaria
2
Ressaltam a excepcionalidade de tal regime TALAMINI, Eduardo. Coisa julgada e sua revisão,
São Paulo: Ed. RT, 2005, p. 58-61; BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Julgamento e ônus da
prova, In: Temas de direito processual, Segunda Série, 1980, p. 81; e ARAÚJO FILHO, Luiz Paulo
da Silva. Ações coletivas: a tutela jurisdicional dos direitos individuais homogêneos, Rio de Janeiro:
Forense, 2000, p. 171 e segs.
3
LIEBMAN, Enrico Tullio. Eficácia e autoridade da sentença e outros escritos sobre a coisa julgada,
Rio de Janeiro: Forense, 2007, p. 24-5.
14
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 84 de 165
Voto Vista
RE 363.889 / DF
configurada a violação de princípios ou regras constitucionais pela
manutenção da coisa julgada; (ii) o puro e simples questionamento de
decisões transitadas em julgado que já se chocassem, por uma pura
interpretação de direito a ser realizada pelo julgador do caso concreto, com o teor
de algum direito ou garantia constitucional; e (iii) a impugnação de
decisões transitadas em julgado na fase de execução de condenações de
pagar quantia certa, quando a lei em que havia se fundado a decisão
exequenda tiver a respectiva constitucionalidade rejeitada em decisão do Supremo
Tribunal Federal, como prevêem no âmbito do processo civil e do processo
trabalhista, respectivamente, os arts. 475-L, §1º, e 741, parágrafo único, do
Código de Processo Civil e o art. 884, §5º, da CLT.
Cada uma dessas hipóteses apresenta particularidades que não
podem ser ignoradas, e que se refletem diretamente na análise da
respectiva compatibilidade com a Constituição Federal. No caso presente,
contudo, trata-se apenas do exame da primeira hipótese narrada acima, e
apenas a isto deve se restringir a decisão a ser tomada, isto é, sobre (i) a
possibilidade de afastamento de coisa julgada material (ii) formada a
respeito de relação de filiação (iii) diante da superveniência de novo meio
de prova em razão de evolução tecnológica, meio este dotado de altíssimo
grau de confiabilidade e capaz, justamente por isso, de reverter, por si só,
a conclusão do julgamento anterior, e (iv) cuja realização não se mostrara
possível por conta da deficiência do regime da assistência jurídica aos
hipossuficientes. Essas balizas são essenciais para a definição da ratio
decidendi a ser firmada neste leading case, na linha do que decidido
preliminarmente ao ser reconhecida a repercussão geral deste recurso
extraordinário.
Preambularmente, merece ser destacado que, no cenário
jurisprudencial brasileiro, a polêmica em torno da relativização da coisa
julgada em demandas de investigação de paternidade também alcançou o
Superior Tribunal de Justiça, órgão constitucionalmente acometido da
função de tutelar a observância das normas infraconstitucionais (CF, art.
15
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RE 363.889 / DF
configurada a violação de princípios ou regras constitucionais pela
manutenção da coisa julgada; (ii) o puro e simples questionamento de
decisões transitadas em julgado que já se chocassem, por uma pura
interpretação de direito a ser realizada pelo julgador do caso concreto, com o teor
de algum direito ou garantia constitucional; e (iii) a impugnação de
decisões transitadas em julgado na fase de execução de condenações de
pagar quantia certa, quando a lei em que havia se fundado a decisão
exequenda tiver a respectiva constitucionalidade rejeitada em decisão do Supremo
Tribunal Federal, como prevêem no âmbito do processo civil e do processo
trabalhista, respectivamente, os arts. 475-L, §1º, e 741, parágrafo único, do
Código de Processo Civil e o art. 884, §5º, da CLT.
Cada uma dessas hipóteses apresenta particularidades que não
podem ser ignoradas, e que se refletem diretamente na análise da
respectiva compatibilidade com a Constituição Federal. No caso presente,
contudo, trata-se apenas do exame da primeira hipótese narrada acima, e
apenas a isto deve se restringir a decisão a ser tomada, isto é, sobre (i) a
possibilidade de afastamento de coisa julgada material (ii) formada a
respeito de relação de filiação (iii) diante da superveniência de novo meio
de prova em razão de evolução tecnológica, meio este dotado de altíssimo
grau de confiabilidade e capaz, justamente por isso, de reverter, por si só,
a conclusão do julgamento anterior, e (iv) cuja realização não se mostrara
possível por conta da deficiência do regime da assistência jurídica aos
hipossuficientes. Essas balizas são essenciais para a definição da ratio
decidendi a ser firmada neste leading case, na linha do que decidido
preliminarmente ao ser reconhecida a repercussão geral deste recurso
extraordinário.
Preambularmente, merece ser destacado que, no cenário
jurisprudencial brasileiro, a polêmica em torno da relativização da coisa
julgada em demandas de investigação de paternidade também alcançou o
Superior Tribunal de Justiça, órgão constitucionalmente acometido da
função de tutelar a observância das normas infraconstitucionais (CF, art.
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Voto Vista
RE 363.889 / DF
105, III).
De início, o STJ havia se dividido em duas linhas jurisprudenciais: a
primeira manifestava-se contrariamente à possibilidade de ajuizamento
de nova demanda, a exemplo do decidido no REsp nº 107.248/GO, Rel.
Min. Menezes Direito, 3ª Turma, DJ 29/06/1998; já a segunda linha de
precedentes era favorável ao afastamento da coisa julgada, conforme
decidido, exemplificativamente, nos seguintes casos: REsp 226.436/PR,
Rel. Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira, 4ª TURMA, DJ 04/02/2002; e
REsp 826.698/MS, Rel. Ministra Nancy Andrighi, 3ª Turma, DJe
23/05/2008.
Porém, a Segunda Seção do STJ, no final do ano de 2008,
uniformizou o entendimento pela impossibilidade de se afastar a coisa
julgada material mesmo diante da perspectiva de realização de exame de
DNA, conforme o seguinte precedente:
“PROCESSO
CIVIL.
INVESTIGAÇÃO
DE
PATERNIDADE. Coisa julgada decorrente de ação anterior,
ajuizada mais de trinta anos antes da nova ação, esta
reclamando a utilização de meios modernos de prova (exame
de DNA) para apurar a paternidade alegada; preservação da
coisa julgada. Recurso especial conhecido e provido”. (REsp
706.987/SP, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, Rel. p/
Acórdão Min. Ari Pargendler, 2ª Seção, DJe 10/10/2008)
Em seu núcleo, a tese ali firmada teve por fundamento o primado do
princípio da segurança jurídica, que seria ferido em seu âmago caso fosse
desfeita a proteção constitucionalmente assegurada à coisa julgada
material. Não seria lícito, sob esse prisma, submeter a coisa julgada a
renovados ataques a cada descoberta científica, com sensível impacto na
estabilidade por que devem se pautar as relações sociais.
Essa tese vem sendo reafirmada, atualmente, em diversos
16
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RE 363.889 / DF
105, III).
De início, o STJ havia se dividido em duas linhas jurisprudenciais: a
primeira manifestava-se contrariamente à possibilidade de ajuizamento
de nova demanda, a exemplo do decidido no REsp nº 107.248/GO, Rel.
Min. Menezes Direito, 3ª Turma, DJ 29/06/1998; já a segunda linha de
precedentes era favorável ao afastamento da coisa julgada, conforme
decidido, exemplificativamente, nos seguintes casos: REsp 226.436/PR,
Rel. Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira, 4ª TURMA, DJ 04/02/2002; e
REsp 826.698/MS, Rel. Ministra Nancy Andrighi, 3ª Turma, DJe
23/05/2008.
Porém, a Segunda Seção do STJ, no final do ano de 2008,
uniformizou o entendimento pela impossibilidade de se afastar a coisa
julgada material mesmo diante da perspectiva de realização de exame de
DNA, conforme o seguinte precedente:
“PROCESSO
CIVIL.
INVESTIGAÇÃO
DE
PATERNIDADE. Coisa julgada decorrente de ação anterior,
ajuizada mais de trinta anos antes da nova ação, esta
reclamando a utilização de meios modernos de prova (exame
de DNA) para apurar a paternidade alegada; preservação da
coisa julgada. Recurso especial conhecido e provido”. (REsp
706.987/SP, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, Rel. p/
Acórdão Min. Ari Pargendler, 2ª Seção, DJe 10/10/2008)
Em seu núcleo, a tese ali firmada teve por fundamento o primado do
princípio da segurança jurídica, que seria ferido em seu âmago caso fosse
desfeita a proteção constitucionalmente assegurada à coisa julgada
material. Não seria lícito, sob esse prisma, submeter a coisa julgada a
renovados ataques a cada descoberta científica, com sensível impacto na
estabilidade por que devem se pautar as relações sociais.
Essa tese vem sendo reafirmada, atualmente, em diversos
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Voto Vista
RE 363.889 / DF
precedentes, todos eles prestigiando a garantia constitucional da coisa
julgada material à luz do princípio da segurança jurídica: REsp
960.805/RS, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, 4ª Turma, DJe 18/05/2009;
AgRg no REsp 646.140/SP, Rel. Min. João Otávio Noronha, 4ª Turma, DJe
14/09/2009; AgRg no REsp 363.558/DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 4ª
Turma, julgado em 04/02/2010, DJe 22/02/2010; AgRg no REsp
895.545/MG, Rel. Min. Sidnei Beneti, 3ª Turma, DJe 07/06/2010; e AgRg no
REsp 899.981/MG, Rel. Min. Vasco della Giustina (desembargador
convocado do TJ/RS), 3ª Turma, DJe 01/09/2010.
No plano constitucional, a garantia da coisa julgada material tem
assento, no direito brasileiro, desde a Constituição de 1934 como uma
regra expressa (CF/34, art. 113, 3)4. Na Carta de 88, sua previsão encontra-
se no inciso XXXVI do rol dos direitos e garantias fundamentais constante
do art. 5º, segundo o qual “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada”. A redação do dispositivo, por sua
literalidade, interditaria apenas a atuação do legislador que fosse contrária
à imutabilidade das decisões judiciais passadas em julgado, e não, a rigor,
de quaisquer outros agentes investidos de poder público. Não é essa,
evidentemente, a teleologia que deve ser extraída do texto da
Constituição: na verdade, se sequer ao legislador, dotado do batismo
democrático, é lícita a intervenção contrária à proclamação judicial, em
definitivo, da vontade concreta da lei, aos demais Poderes constituídos,
que se subordinam ao princípio da legalidade, jamais, como regra,
poderia se passar de modo diferente5.
Na essência, a proteção à coisa julgada material é uma decorrência
do princípio da segurança jurídica (CF, art. 5º, caput), na medida em que
se destina à pacificação dos conflitos sociais. É através da proteção do que
4
CF/34, Art 113 - A Constituição assegura a brasileiros e a estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade dos direitos concernentes à liberdade, à subsistência, à segurança individual
e à propriedade, nos termos seguintes: (...) 3) A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada.
5
TALAMINI, Eduardo. Coisa julgada e sua revisão, São Paulo: Ed. RT, 2005, p. 50-2.
17
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RE 363.889 / DF
precedentes, todos eles prestigiando a garantia constitucional da coisa
julgada material à luz do princípio da segurança jurídica: REsp
960.805/RS, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, 4ª Turma, DJe 18/05/2009;
AgRg no REsp 646.140/SP, Rel. Min. João Otávio Noronha, 4ª Turma, DJe
14/09/2009; AgRg no REsp 363.558/DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 4ª
Turma, julgado em 04/02/2010, DJe 22/02/2010; AgRg no REsp
895.545/MG, Rel. Min. Sidnei Beneti, 3ª Turma, DJe 07/06/2010; e AgRg no
REsp 899.981/MG, Rel. Min. Vasco della Giustina (desembargador
convocado do TJ/RS), 3ª Turma, DJe 01/09/2010.
No plano constitucional, a garantia da coisa julgada material tem
assento, no direito brasileiro, desde a Constituição de 1934 como uma
regra expressa (CF/34, art. 113, 3)4. Na Carta de 88, sua previsão encontra-
se no inciso XXXVI do rol dos direitos e garantias fundamentais constante
do art. 5º, segundo o qual “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada”. A redação do dispositivo, por sua
literalidade, interditaria apenas a atuação do legislador que fosse contrária
à imutabilidade das decisões judiciais passadas em julgado, e não, a rigor,
de quaisquer outros agentes investidos de poder público. Não é essa,
evidentemente, a teleologia que deve ser extraída do texto da
Constituição: na verdade, se sequer ao legislador, dotado do batismo
democrático, é lícita a intervenção contrária à proclamação judicial, em
definitivo, da vontade concreta da lei, aos demais Poderes constituídos,
que se subordinam ao princípio da legalidade, jamais, como regra,
poderia se passar de modo diferente5.
Na essência, a proteção à coisa julgada material é uma decorrência
do princípio da segurança jurídica (CF, art. 5º, caput), na medida em que
se destina à pacificação dos conflitos sociais. É através da proteção do que
4
CF/34, Art 113 - A Constituição assegura a brasileiros e a estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade dos direitos concernentes à liberdade, à subsistência, à segurança individual
e à propriedade, nos termos seguintes: (...) 3) A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada.
5
TALAMINI, Eduardo. Coisa julgada e sua revisão, São Paulo: Ed. RT, 2005, p. 50-2.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 87 de 165
Voto Vista
RE 363.889 / DF
já decidido em definitivo pelo Judiciário que se promove a confiança
recíproca entre os atores da sociedade, que podem pautar suas condutas à
luz dos efeitos já oficialmente proclamados dos atos por eles praticados, e
com isso planejando o futuro a ser trilhado. Tanto o vencedor quanto o
vencido, sob certo ângulo, beneficiam-se da indiscutibilidade inerente à
coisa julgada, pois mesmo o segundo passa a saber, com precisão, a exata
medida em que sua esfera jurídica restou subordinada ao interesse do
adversário6.
O princípio da segurança jurídica é tão relevante que, além de
contribuir para a duração de um sistema político, na sua ausência,
qualquer sociedade entra em colapso. Ela é um dos mais elementares
preceitos que todo ordenamento jurídico deve observar. Nesse diapasão,
cumpre a todo e qualquer Estado reduzir as incertezas do futuro, pois,
segundo pontifica Richard S. Kay, “um dos mais graves danos que o Estado
pode infligir aos seus cidadãos é submetê-los a vidas de perpétua incerteza”7.
Em última análise, portanto, a garantia da coisa julgada material
pode ser reconduzida, ainda que indiretamente, também ao princípio-
matriz da Constituição Federal, verdadeiro fundamento da República
Federativa do Brasil, consistente na dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º,
III). Com efeito, no núcleo do princípio da dignidade da pessoa humana
reside a possibilidade de que cada indivíduo, dotado de igual
consideração e respeito por parte da comunidade em que se insere,
formule e ponha em prática seu plano ideal de vida, traçando os rumos
6
BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Considerações sobre a chamada “relativização” da coisa
julgada material, In: Temas de direito processual, Nona Série. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 245.
7
No original: “One of the most serious injuries the state can inflict on its subjects is to commit them
to lives of perpetual uncertainty”. KAY, Richard S.. American Constitutionalism. In:
Constitutionalism: Philosophical Foundations. Ed. Larry Alexander. Cambridge: Cambridge
University Press, 1998, p. 22. Sua citação foi feita em KIRSTE, Stephan. Constituição como
Início do Direito Positivo. A estrutura temporal das constituições. In: Anuário dos Cursos de Pós-
Graduação em Direito. Número 13. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, Centro de
Ciências Jurídicas, Faculdade de Direito do Recife, 2003, p. 116.
18
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RE 363.889 / DF
já decidido em definitivo pelo Judiciário que se promove a confiança
recíproca entre os atores da sociedade, que podem pautar suas condutas à
luz dos efeitos já oficialmente proclamados dos atos por eles praticados, e
com isso planejando o futuro a ser trilhado. Tanto o vencedor quanto o
vencido, sob certo ângulo, beneficiam-se da indiscutibilidade inerente à
coisa julgada, pois mesmo o segundo passa a saber, com precisão, a exata
medida em que sua esfera jurídica restou subordinada ao interesse do
adversário6.
O princípio da segurança jurídica é tão relevante que, além de
contribuir para a duração de um sistema político, na sua ausência,
qualquer sociedade entra em colapso. Ela é um dos mais elementares
preceitos que todo ordenamento jurídico deve observar. Nesse diapasão,
cumpre a todo e qualquer Estado reduzir as incertezas do futuro, pois,
segundo pontifica Richard S. Kay, “um dos mais graves danos que o Estado
pode infligir aos seus cidadãos é submetê-los a vidas de perpétua incerteza”7.
Em última análise, portanto, a garantia da coisa julgada material
pode ser reconduzida, ainda que indiretamente, também ao princípio-
matriz da Constituição Federal, verdadeiro fundamento da República
Federativa do Brasil, consistente na dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º,
III). Com efeito, no núcleo do princípio da dignidade da pessoa humana
reside a possibilidade de que cada indivíduo, dotado de igual
consideração e respeito por parte da comunidade em que se insere,
formule e ponha em prática seu plano ideal de vida, traçando os rumos
6
BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Considerações sobre a chamada “relativização” da coisa
julgada material, In: Temas de direito processual, Nona Série. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 245.
7
No original: “One of the most serious injuries the state can inflict on its subjects is to commit them
to lives of perpetual uncertainty”. KAY, Richard S.. American Constitutionalism. In:
Constitutionalism: Philosophical Foundations. Ed. Larry Alexander. Cambridge: Cambridge
University Press, 1998, p. 22. Sua citação foi feita em KIRSTE, Stephan. Constituição como
Início do Direito Positivo. A estrutura temporal das constituições. In: Anuário dos Cursos de Pós-
Graduação em Direito. Número 13. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, Centro de
Ciências Jurídicas, Faculdade de Direito do Recife, 2003, p. 116.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 88 de 165
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RE 363.889 / DF
que entende mais afeitos ao livre desenvolvimento de sua personalidade8.
O projeto individual de futuro, no entanto, deve partir, para concretizar-
se, de premissas dotadas de confiabilidade, cuja higidez não seja colocada
em xeque a cada novo momento. E é justamente sobre essas premissas
que a Constituição Federal, no art. 5º, XXXVI, coloca o manto da
inalterabilidade, protegendo o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e
a coisa julgada material das incertezas que as mudanças do futuro
poderiam ocasionar.
No plano do direito comparado, a proteção da coisa julgada, quando
não estabelecida de modo expresso na Constituição, é entendida como
uma decorrência do direito à tutela jurisdicional efetiva (CF, art. 5º, XXXV),
pois a resposta do Judiciário, para ser eficaz do ponto de vista social, não
pode ficar eternamente à mercê de modificações e reversões9.
Na Espanha, por exemplo, a intangibilidade da coisa julgada tem
assento nos princípios da segurança jurídica – CE, art. 9.3 – e da tutela
jurisdicional efetiva – CE, art. 24.110. Foi sob este prisma que o Tribunal
Constitucional Espanhol reafirmou a importância da coisa julgada no
catálogo dos direitos fundamentais, por exemplo, nas sentenças STC
119/1988, STC 189/1990, STC 231/1991, STC 142/1992, STC 34/1993, STC
8
SARMENTO, Daniel. Direitos fundamentais e relações privadas, Rio de Janeiro: Ed. Lumen Juris,
2004, p. 113.
9
GRECO, Leonardo.
Eficácia da declaração
erga omnes
de constitucionalidade ou
inconstitucionalidade em relação à coisa julgada anterior, In: Relativização da coisa julgada (org.
Fredie Didier Jr.). Salvador: Editora Jus Podium, 2004, p. 255.
10 RINCÓN, Jorge Carreras del. Comentarios a la doctrina procesal civil del tribunal constitucional y
del tribunal supremo, Madrid: Marcial Pons, 2002, p. 411; AROCA, Juan Montero e MATÍES,
José Flors. Amparo constitucional y proceso civil, Valência: Tirant lo blanch, 2008, p. 86; JUNOY,
Joan Picó y. Las garantias constitucionales del proceso, Barcelona: J. M. Bosch Editor, 1997, p. 69;
AROCA, Juan Montero. Proceso (civil y penal) y garantia – el proceso como garantia de libertad y
de responsabilidad, Valência: Tirant lo Blanch, 2006, p. 368; e LLOBREGAT, José Garberí.
Constitución y derecho procesal – los fundamentos constitucionales del derecho procesal, Navarra:
Civitas/Thomson Reuters, 2009, p. 218.
19
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RE 363.889 / DF
que entende mais afeitos ao livre desenvolvimento de sua personalidade8.
O projeto individual de futuro, no entanto, deve partir, para concretizar-
se, de premissas dotadas de confiabilidade, cuja higidez não seja colocada
em xeque a cada novo momento. E é justamente sobre essas premissas
que a Constituição Federal, no art. 5º, XXXVI, coloca o manto da
inalterabilidade, protegendo o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e
a coisa julgada material das incertezas que as mudanças do futuro
poderiam ocasionar.
No plano do direito comparado, a proteção da coisa julgada, quando
não estabelecida de modo expresso na Constituição, é entendida como
uma decorrência do direito à tutela jurisdicional efetiva (CF, art. 5º, XXXV),
pois a resposta do Judiciário, para ser eficaz do ponto de vista social, não
pode ficar eternamente à mercê de modificações e reversões9.
Na Espanha, por exemplo, a intangibilidade da coisa julgada tem
assento nos princípios da segurança jurídica – CE, art. 9.3 – e da tutela
jurisdicional efetiva – CE, art. 24.110. Foi sob este prisma que o Tribunal
Constitucional Espanhol reafirmou a importância da coisa julgada no
catálogo dos direitos fundamentais, por exemplo, nas sentenças STC
119/1988, STC 189/1990, STC 231/1991, STC 142/1992, STC 34/1993, STC
8
SARMENTO, Daniel. Direitos fundamentais e relações privadas, Rio de Janeiro: Ed. Lumen Juris,
2004, p. 113.
9
GRECO, Leonardo.
Eficácia da declaração
erga omnes
de constitucionalidade ou
inconstitucionalidade em relação à coisa julgada anterior, In: Relativização da coisa julgada (org.
Fredie Didier Jr.). Salvador: Editora Jus Podium, 2004, p. 255.
10 RINCÓN, Jorge Carreras del. Comentarios a la doctrina procesal civil del tribunal constitucional y
del tribunal supremo, Madrid: Marcial Pons, 2002, p. 411; AROCA, Juan Montero e MATÍES,
José Flors. Amparo constitucional y proceso civil, Valência: Tirant lo blanch, 2008, p. 86; JUNOY,
Joan Picó y. Las garantias constitucionales del proceso, Barcelona: J. M. Bosch Editor, 1997, p. 69;
AROCA, Juan Montero. Proceso (civil y penal) y garantia – el proceso como garantia de libertad y
de responsabilidad, Valência: Tirant lo Blanch, 2006, p. 368; e LLOBREGAT, José Garberí.
Constitución y derecho procesal – los fundamentos constitucionales del derecho procesal, Navarra:
Civitas/Thomson Reuters, 2009, p. 218.
19
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 89 de 165
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RE 363.889 / DF
43/1998 e STC 112/199911.
Da mesma forma, também a Corte Européia de Direitos Humanos
assinala que a coisa julgada é um elemento indispensável para a
concretização do direito à tutela jurisdicional efetiva, conforme decidido
nos casos Brumarescu v. Romênia, julgado em 28/10/99; Pullar v. Reino
Unido, j. em 10/06/96; e Antonetto v. Itália, j. em 20/07/200012.
Como se sabe, a jurisdição cumpre o seu escopo de pacificação social
através da imperatividade e da imutabilidade da resposta jurisdicional. O
fato de para cada litígio corresponder uma só decisão, sem a
possibilidade de reapreciação da controvérsia após o que se denomina
trânsito em julgado da decisão, caracteriza essa função estatal e a difere das
demais13. O fundamento substancial da coisa julgada, na realidade, é
eminentemente político, uma vez que o instituto visa à preservação da
estabilidade e segurança sociais14, revelando fator de equilíbrio social na
medida em que os contendores obtêm a última e decisiva palavra do
Judiciário acerca do conflito intersubjetivo. Politicamente, a coisa julgada
não está comprometida nem com a verdade nem com a justiça da decisão.
Uma decisão judicial, malgrado solidificada, com alto grau de
imperfeição, pode perfeitamente resultar na última e imutável definição
do Judiciário, porquanto o que se pretende através dela é, repita-se, a
estabilidade social.
Ocorre que nenhuma norma constitucional, nem mesmo a regra da
11 AROCA, Juan Montero e MATÍES, José Flors. Amparo constitucional y proceso civil, Valência:
Tirant lo blanch, 2008, p. 86.
12 apud GRECO, Leonardo. Instituições de processo civil – vol. II, Rio de Janeiro: Forense, 2010, p.
361.
13 A coisa julgada “es el atributo específico de la jurisdicción”, segundo COUTURE, in Fundamentos
del Derecho Procesal Civil, 1951, p. 304.
14 Nesse sentido Prieto Castro, in Derecho Procesal Civil, 1946, vol. I, p. 381. Chiovenda
assentava a explicação da coisa julgada na “exigência social da segurança no gozo dos bens
da vida”, in Instituições de Direito Processual Civil, 1942, vol. I, pp. 512 e 513.
20
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43/1998 e STC 112/199911.
Da mesma forma, também a Corte Européia de Direitos Humanos
assinala que a coisa julgada é um elemento indispensável para a
concretização do direito à tutela jurisdicional efetiva, conforme decidido
nos casos Brumarescu v. Romênia, julgado em 28/10/99; Pullar v. Reino
Unido, j. em 10/06/96; e Antonetto v. Itália, j. em 20/07/200012.
Como se sabe, a jurisdição cumpre o seu escopo de pacificação social
através da imperatividade e da imutabilidade da resposta jurisdicional. O
fato de para cada litígio corresponder uma só decisão, sem a
possibilidade de reapreciação da controvérsia após o que se denomina
trânsito em julgado da decisão, caracteriza essa função estatal e a difere das
demais13. O fundamento substancial da coisa julgada, na realidade, é
eminentemente político, uma vez que o instituto visa à preservação da
estabilidade e segurança sociais14, revelando fator de equilíbrio social na
medida em que os contendores obtêm a última e decisiva palavra do
Judiciário acerca do conflito intersubjetivo. Politicamente, a coisa julgada
não está comprometida nem com a verdade nem com a justiça da decisão.
Uma decisão judicial, malgrado solidificada, com alto grau de
imperfeição, pode perfeitamente resultar na última e imutável definição
do Judiciário, porquanto o que se pretende através dela é, repita-se, a
estabilidade social.
Ocorre que nenhuma norma constitucional, nem mesmo a regra da
11 AROCA, Juan Montero e MATÍES, José Flors. Amparo constitucional y proceso civil, Valência:
Tirant lo blanch, 2008, p. 86.
12 apud GRECO, Leonardo. Instituições de processo civil – vol. II, Rio de Janeiro: Forense, 2010, p.
361.
13 A coisa julgada “es el atributo específico de la jurisdicción”, segundo COUTURE, in Fundamentos
del Derecho Procesal Civil, 1951, p. 304.
14 Nesse sentido Prieto Castro, in Derecho Procesal Civil, 1946, vol. I, p. 381. Chiovenda
assentava a explicação da coisa julgada na “exigência social da segurança no gozo dos bens
da vida”, in Instituições de Direito Processual Civil, 1942, vol. I, pp. 512 e 513.
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Voto Vista
RE 363.889 / DF
coisa julgada ou o princípio da segurança jurídica, pode ser interpretada
isoladamente. A Constituição brasileira em vigor caracteriza-se como um
típico compromisso entre forças políticas divergentes, que em 1988 se
uniram para definir um destino coletivo em comum15, balizando a
atuação dos poderes políticos através das regras e dos princípios
definidos no pacto constitucional. Trata-se de compromisso porquanto a
base plural da sociedade, no momento constituinte, assinalava relevância
a valores díspares, sem uma univocidade ideológica, provocando a
convivência, por exemplo, da liberdade de expressão (CF, art. 5º, IV) e do
direito à intimidade (CF, art. 5º, X), da proteção do consumidor (CF, art.
5º, XXXII, e art. 170, V) e do princípio da livre iniciativa (art. 170, caput), e
de muitos outros casos mais.
A finalidade por detrás deste pacto político abrangente, como
explicita o art. 3º do texto Constitucional, consiste em conduzir o Estado
brasileiro à construção de uma sociedade livre, justa e solidária,
garantindo o desenvolvimento nacional de forma a erradicar a pobreza, a
marginalização e a reduzir as desigualdades sociais e regionais, com a
promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação (CF, art. 3º, inc. I a IV).
É justamente na concretização de tais metas, porém, que o caráter
compromissório da Carta de 1988 se mostra mais evidente, porquanto no
caminhar para atingir tais desideratos podem entrar em rota de colisão
valores igualmente caros ao texto constitucional.
Nesses casos, que sob um primeiro ângulo poderiam ensejar
verdadeiras arbitrariedades pelo intérprete, ao optar, em voluntarismo,
pela norma que lhe parecesse merecedora de maior prestígio, impõe-se,
como ensina a novel teoria da interpretação constitucional, a
harmonização prudencial e a concordância prática dos enunciados
constitucionais em jogo, a fim de que cada um tenha seu respectivo
15 A respeito das diferentes forças políticas que atuaram na assembléia constituinte de 1987-88,
cf. PILATTI, Adriano. A constituinte de 1987-1988 – progressistas, conservadores, ordem econômica
e regras do jogo, Rio de Janeiro: Ed. Lumen Juris, 2008.
21
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coisa julgada ou o princípio da segurança jurídica, pode ser interpretada
isoladamente. A Constituição brasileira em vigor caracteriza-se como um
típico compromisso entre forças políticas divergentes, que em 1988 se
uniram para definir um destino coletivo em comum15, balizando a
atuação dos poderes políticos através das regras e dos princípios
definidos no pacto constitucional. Trata-se de compromisso porquanto a
base plural da sociedade, no momento constituinte, assinalava relevância
a valores díspares, sem uma univocidade ideológica, provocando a
convivência, por exemplo, da liberdade de expressão (CF, art. 5º, IV) e do
direito à intimidade (CF, art. 5º, X), da proteção do consumidor (CF, art.
5º, XXXII, e art. 170, V) e do princípio da livre iniciativa (art. 170, caput), e
de muitos outros casos mais.
A finalidade por detrás deste pacto político abrangente, como
explicita o art. 3º do texto Constitucional, consiste em conduzir o Estado
brasileiro à construção de uma sociedade livre, justa e solidária,
garantindo o desenvolvimento nacional de forma a erradicar a pobreza, a
marginalização e a reduzir as desigualdades sociais e regionais, com a
promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação (CF, art. 3º, inc. I a IV).
É justamente na concretização de tais metas, porém, que o caráter
compromissório da Carta de 1988 se mostra mais evidente, porquanto no
caminhar para atingir tais desideratos podem entrar em rota de colisão
valores igualmente caros ao texto constitucional.
Nesses casos, que sob um primeiro ângulo poderiam ensejar
verdadeiras arbitrariedades pelo intérprete, ao optar, em voluntarismo,
pela norma que lhe parecesse merecedora de maior prestígio, impõe-se,
como ensina a novel teoria da interpretação constitucional, a
harmonização prudencial e a concordância prática dos enunciados
constitucionais em jogo, a fim de que cada um tenha seu respectivo
15 A respeito das diferentes forças políticas que atuaram na assembléia constituinte de 1987-88,
cf. PILATTI, Adriano. A constituinte de 1987-1988 – progressistas, conservadores, ordem econômica
e regras do jogo, Rio de Janeiro: Ed. Lumen Juris, 2008.
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Voto Vista
RE 363.889 / DF
âmbito de proteção assegurado, como decorrência do princípio da
unidade da Constituição16. Em outras palavras, cabe ao intérprete
conciliar as normas constitucionais cujas fronteiras não se mostram
nítidas à primeira vista, assegurando a mais ampla efetividade à
totalidade normativa da Constituição, sem que qualquer de seus vetores
seja relegado ao vazio, desprovido de eficácia normativa.
Todo esse caminho lógico a ser percorrido para a harmonização de
comandos normativos indicando soluções opostas demanda do aplicador
da Constituição a reconstrução do sistema de princípios e de regras
exposto no seu texto, guiado por um inafastável dever de coerência17. E é
somente quando essa tentativa de definição dos limites próprios a cada
norma fundamental se mostrar infrutífera, já que sobrepostos os
respectivos âmbitos de proteção, que cabe ao intérprete fazer o uso da
técnica da ponderação de valores, instrumentalizada a partir do manuseio
do postulado da proporcionalidade18, a fim de operar concessões recíprocas,
tanto quanto se faça necessário, entre os enunciados normativos em jogo,
resguardado, sempre, o núcleo essencial de cada direto fundamental19. E
por não ser lícito, mesmo nessas hipóteses, a ablação da eficácia, em
abstrato, das normas constitucionais, o resultado do método ponderativo
há de ser o estabelecimento de uma relação de precedência condicionada20
16 SANCHÍS, Luis Prieto. El juicio de ponderación, In: Justicia constitucional y derechos
fundamentales, Madrid: Editorial Trotta, 2009, p. 188; BARCELLOS, Ana Paula de. Ponderação,
racionalidade e atividade jurisdicional, Rio de Janeiro: Ed. Renovar, 2005, p. 32; BARROSO, Luís
Roberto. Curso de direito constitucional contemporâneo – os conceitos fundamentais e a construção
do novo modelo, São Paulo: Ed. Saraiva, 2009, p. 302-4; e GRAU, Eros Roberto. A ordem
econômica na Constituição de 1988, São Paulo: Ed. Malheiros, 2005, p. 166.
17 NETO, Cláudio Pereira de Souza. Ponderação de princípios e racionalidade das decisões judiciais:
coerência, razão pública, decomposição analítica e standards de ponderação, In: Constitucionalismo
democrático e governo das razões, Rio de Janeiro: Ed. Lumen Juris, 2011, p. 144-7.
18 ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios – da definição à aplicação dos princípios jurídicos, São
Paulo: Ed. Malheiros, 2009, p. 163 e segs.
19 PEREIRA, Jane Reis Gonçalves. Interpretação constitucional e direitos fundamentais, Rio de
Janeiro: Ed. Renovar, 2006, p. 297-382.
20 ALEXY, Robert. Teoría de los derechos fundamentales, Madrid: Centro de Estudios
22
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âmbito de proteção assegurado, como decorrência do princípio da
unidade da Constituição16. Em outras palavras, cabe ao intérprete
conciliar as normas constitucionais cujas fronteiras não se mostram
nítidas à primeira vista, assegurando a mais ampla efetividade à
totalidade normativa da Constituição, sem que qualquer de seus vetores
seja relegado ao vazio, desprovido de eficácia normativa.
Todo esse caminho lógico a ser percorrido para a harmonização de
comandos normativos indicando soluções opostas demanda do aplicador
da Constituição a reconstrução do sistema de princípios e de regras
exposto no seu texto, guiado por um inafastável dever de coerência17. E é
somente quando essa tentativa de definição dos limites próprios a cada
norma fundamental se mostrar infrutífera, já que sobrepostos os
respectivos âmbitos de proteção, que cabe ao intérprete fazer o uso da
técnica da ponderação de valores, instrumentalizada a partir do manuseio
do postulado da proporcionalidade18, a fim de operar concessões recíprocas,
tanto quanto se faça necessário, entre os enunciados normativos em jogo,
resguardado, sempre, o núcleo essencial de cada direto fundamental19. E
por não ser lícito, mesmo nessas hipóteses, a ablação da eficácia, em
abstrato, das normas constitucionais, o resultado do método ponderativo
há de ser o estabelecimento de uma relação de precedência condicionada20
16 SANCHÍS, Luis Prieto. El juicio de ponderación, In: Justicia constitucional y derechos
fundamentales, Madrid: Editorial Trotta, 2009, p. 188; BARCELLOS, Ana Paula de. Ponderação,
racionalidade e atividade jurisdicional, Rio de Janeiro: Ed. Renovar, 2005, p. 32; BARROSO, Luís
Roberto. Curso de direito constitucional contemporâneo – os conceitos fundamentais e a construção
do novo modelo, São Paulo: Ed. Saraiva, 2009, p. 302-4; e GRAU, Eros Roberto. A ordem
econômica na Constituição de 1988, São Paulo: Ed. Malheiros, 2005, p. 166.
17 NETO, Cláudio Pereira de Souza. Ponderação de princípios e racionalidade das decisões judiciais:
coerência, razão pública, decomposição analítica e standards de ponderação, In: Constitucionalismo
democrático e governo das razões, Rio de Janeiro: Ed. Lumen Juris, 2011, p. 144-7.
18 ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios – da definição à aplicação dos princípios jurídicos, São
Paulo: Ed. Malheiros, 2009, p. 163 e segs.
19 PEREIRA, Jane Reis Gonçalves. Interpretação constitucional e direitos fundamentais, Rio de
Janeiro: Ed. Renovar, 2006, p. 297-382.
20 ALEXY, Robert. Teoría de los derechos fundamentales, Madrid: Centro de Estudios
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RE 363.889 / DF
entre os princípios em jogo, identificando-se o peso prevalecente de uma
das normas com o devido balizamento por parâmetros (standards)
interpretativos que reduzam a arbitrariedade e estimulem a
controlabilidade intersubjetiva do processo decisório.
O drama humano narrado nestes autos, como já visto, coloca em
rota de colisão as normas constitucionais que tutelam a coisa julgada
material (CF, art. 5º, XXXVI) e o direito fundamental à filiação (CF, art. 227,
caput e § 6º), aliado à garantia fundamental da assistência jurídica integral
aos desamparados (CF, art. 5º, LXXIV). O primeiro dos dispositivos
mencionados consubstancia verdadeira regra jurídica, porquanto enuncia
uma hipótese de incidência e, simultaneamente, o comando a ser
desencadeado pela configuração de seus pressupostos de fato, isto é: a
invalidade de qualquer ato do poder público que afronte a autoridade da
coisa julgada material21. Já os dois últimos dispositivos assumem a forma
de princípios jurídicos, apontando para estados ideais a serem alcançados
sem predeterminar, desde logo, quais as condutas vedadas ou permitidas
e quais os efeitos que, em cada caso, devem ser produzidos.
Na forma em que configurado o litígio in casu, não há modo de
prestigiar a coisa julgada material sem que, simultaneamente, sejam
colocados de lado os dois outros princípios constitucionais contrapostos:
impedir o prosseguimento da demanda, reconhecendo-se o óbice da coisa
julgada material, implica vedar peremptoriamente a elucidação, à luz da
nova prova técnica disponível – o exame de DNA –, da origem biológica
do autor, não trazida à tona, na demanda anterior já julgada, por
consequência da insuficiência do sistema estatal de assistência jurídica
aos necessitados. E, de outro lado, o raciocínio simétrico também se
mostra verdadeiro: tolerar a realização do exame técnico nestes autos,
como fruto da admissibilidade da demanda, colocará em xeque
constitucionales, 1993, p. 92.
21 Nesse sentido, afirmando a natureza de regra da garantia da coisa julgada material, cf.
BARROSO, Luís Roberto. O controle de constitucionalidade no direito brasileiro, São Paulo:
Saraiva, 2009, p. 223 e 226.
23
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RE 363.889 / DF
entre os princípios em jogo, identificando-se o peso prevalecente de uma
das normas com o devido balizamento por parâmetros (standards)
interpretativos que reduzam a arbitrariedade e estimulem a
controlabilidade intersubjetiva do processo decisório.
O drama humano narrado nestes autos, como já visto, coloca em
rota de colisão as normas constitucionais que tutelam a coisa julgada
material (CF, art. 5º, XXXVI) e o direito fundamental à filiação (CF, art. 227,
caput e § 6º), aliado à garantia fundamental da assistência jurídica integral
aos desamparados (CF, art. 5º, LXXIV). O primeiro dos dispositivos
mencionados consubstancia verdadeira regra jurídica, porquanto enuncia
uma hipótese de incidência e, simultaneamente, o comando a ser
desencadeado pela configuração de seus pressupostos de fato, isto é: a
invalidade de qualquer ato do poder público que afronte a autoridade da
coisa julgada material21. Já os dois últimos dispositivos assumem a forma
de princípios jurídicos, apontando para estados ideais a serem alcançados
sem predeterminar, desde logo, quais as condutas vedadas ou permitidas
e quais os efeitos que, em cada caso, devem ser produzidos.
Na forma em que configurado o litígio in casu, não há modo de
prestigiar a coisa julgada material sem que, simultaneamente, sejam
colocados de lado os dois outros princípios constitucionais contrapostos:
impedir o prosseguimento da demanda, reconhecendo-se o óbice da coisa
julgada material, implica vedar peremptoriamente a elucidação, à luz da
nova prova técnica disponível – o exame de DNA –, da origem biológica
do autor, não trazida à tona, na demanda anterior já julgada, por
consequência da insuficiência do sistema estatal de assistência jurídica
aos necessitados. E, de outro lado, o raciocínio simétrico também se
mostra verdadeiro: tolerar a realização do exame técnico nestes autos,
como fruto da admissibilidade da demanda, colocará em xeque
constitucionales, 1993, p. 92.
21 Nesse sentido, afirmando a natureza de regra da garantia da coisa julgada material, cf.
BARROSO, Luís Roberto. O controle de constitucionalidade no direito brasileiro, São Paulo:
Saraiva, 2009, p. 223 e 226.
23
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RE 363.889 / DF
inarredável a regra da coisa julgada material, desfazendo a proteção que
ela visa a promover.
Os dois vetores mostram-se, assim, inconciliáveis, de modo que a
prevalência de um leva ao afastamento da eficácia normativa do outro
para a solução da presente controvérsia. Em um cenário como este, e na
linha do que já mencionado, a única opção metodologicamente válida é a
utilização, por esta Corte Constitucional, da técnica da ponderação.
Ressalte-se desde logo que a previsão normativa da garantia da coisa
julgada sob a forma de regra não é suficiente, por si só, para pôr fim a
qualquer perspectiva de ponderação. Como vem reconhecendo a novel
doutrina da hermenêutica constitucional, também as regras jurídicas, em
hipóteses excepcionais, submetem-se a um raciocínio ponderativo22. Para
tanto, deve ser realçada a razão subjacente à regra, isto é, o princípio que
informa a sua interpretação finalística e a sua aplicação aos casos
concretos: in casu, é o princípio da segurança jurídica (CF, art. 5º, caput),
como já visto, que serve de manancial para a definição do sentido e do
alcance da garantia da coisa julgada material. Não basta, no entanto,
cotejar, imediatamente após isso, o peso de tal razão subjacente diante
dos outros princípios em jogo. É imprescindível que se leve em conta,
ainda, que as regras jurídicas, como categoria normativa, têm por reflexo,
em sua aplicação, a promoção de valores como previsibilidade, igualdade
e democracia23.
22 Assim, por exemplo, ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios – da definição à aplicação dos
princípios jurídicos, São Paulo: Ed. Malheiros, 2009, p. 112 e segs. Em sentido próximo, mas
com distinções sensíveis, BARCELLOS, Ana Paula de. Ponderação, racionalidade e atividade
jurisdicional, Rio de Janeiro: Ed. Renovar, 2005, p. 201 e segs.
23 A aplicação das regras promove a previsibilidade pela certeza de que a configuração de seus
pressupostos de fato desencadeará a consequência estabelecida em seu enunciado
normativo; a igualdade, pois cada agente social que se deparar com a hipótese de incidência
de uma regra poderá se pautar, diante dos demais membros da comunidade, de acordo com
o que ela prescreve, sem que seu regime jurídico fique a depender de padrões
comportamentais vagas ou imprecisos, definidos casuisticamente; e a democracia, na medida
24
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inarredável a regra da coisa julgada material, desfazendo a proteção que
ela visa a promover.
Os dois vetores mostram-se, assim, inconciliáveis, de modo que a
prevalência de um leva ao afastamento da eficácia normativa do outro
para a solução da presente controvérsia. Em um cenário como este, e na
linha do que já mencionado, a única opção metodologicamente válida é a
utilização, por esta Corte Constitucional, da técnica da ponderação.
Ressalte-se desde logo que a previsão normativa da garantia da coisa
julgada sob a forma de regra não é suficiente, por si só, para pôr fim a
qualquer perspectiva de ponderação. Como vem reconhecendo a novel
doutrina da hermenêutica constitucional, também as regras jurídicas, em
hipóteses excepcionais, submetem-se a um raciocínio ponderativo22. Para
tanto, deve ser realçada a razão subjacente à regra, isto é, o princípio que
informa a sua interpretação finalística e a sua aplicação aos casos
concretos: in casu, é o princípio da segurança jurídica (CF, art. 5º, caput),
como já visto, que serve de manancial para a definição do sentido e do
alcance da garantia da coisa julgada material. Não basta, no entanto,
cotejar, imediatamente após isso, o peso de tal razão subjacente diante
dos outros princípios em jogo. É imprescindível que se leve em conta,
ainda, que as regras jurídicas, como categoria normativa, têm por reflexo,
em sua aplicação, a promoção de valores como previsibilidade, igualdade
e democracia23.
22 Assim, por exemplo, ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios – da definição à aplicação dos
princípios jurídicos, São Paulo: Ed. Malheiros, 2009, p. 112 e segs. Em sentido próximo, mas
com distinções sensíveis, BARCELLOS, Ana Paula de. Ponderação, racionalidade e atividade
jurisdicional, Rio de Janeiro: Ed. Renovar, 2005, p. 201 e segs.
23 A aplicação das regras promove a previsibilidade pela certeza de que a configuração de seus
pressupostos de fato desencadeará a consequência estabelecida em seu enunciado
normativo; a igualdade, pois cada agente social que se deparar com a hipótese de incidência
de uma regra poderá se pautar, diante dos demais membros da comunidade, de acordo com
o que ela prescreve, sem que seu regime jurídico fique a depender de padrões
comportamentais vagas ou imprecisos, definidos casuisticamente; e a democracia, na medida
24
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 94 de 165
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RE 363.889 / DF
Assim, a técnica da ponderação apenas poderá levar ao afastamento
de uma regra jurídica quando restar demonstrado, de modo
fundamentado, que os princípios que lhe são contrapostos superam,
axiologicamente, o peso (i) da razão subjacente à própria regra e (ii) dos
princípios institucionais da previsibilidade, da igualdade e da
democracia. Deste modo, como afirma o Prof. Luís Roberto Barroso
especificamente quanto à tese da relativização da coisa julgada material24,
a técnica da ponderação, instrumentalizada pelo postulado da
proporcionalidade, tem de ser usada com cautela, já que a previsão da
coisa julgada como uma regra “reduz a margem de flexibilidade do
intérprete”.
A hipótese dos autos, no entanto, tende a caracterizar justamente a
excepcionalidade capaz de autorizar o afastamento da regra da coisa
julgada material, em prol dos direitos fundamentais à filiação e à
assistência jurídica aos necessitados.
Com efeito, a Carta constitucional de 1988 fixou o princípio da
dignidade da pessoa humana como um fundamento da República (CF, art. 1º,
III). Disso decorre uma prevalência axiológica inquestionável sobre todas
as demais normas da Constituição, que devem ser interpretadas
invariavelmente sob a lente da dignidade da pessoa humana25. Assim, é a
em que o legislador, constitucional ou ordinário, ao fixar um comando normativo através de
uma regra jurídica, já realiza desde logo uma decisão conteudística sobre o que deve ser, sem
que delegue ao judiciário a maleabilidade na definição da conduta válida à luz do Direito.
Nesse sentido, cf. SCHAUER, Frederick. Thinking like a lawyer – a new introduction to legal
reasoning, Cambridge: Harvard University Press, 2009, p. 35 e 195-6; e, do mesmo autor,
Playing by the rules – a philosophical examination of rule-based decision-making in law and in life,
Oxford: Clarendon Press, 2002, p. 135-66.
24 BARROSO, Luís Roberto. O controle de constitucionalidade no direito brasileiro, São Paulo:
Saraiva, 2009, p. 226.
25 SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direito fundamentais, Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2006, p. 124-5; e SARMENTO, Daniel. Direitos fundamentais e relações privadas, Rio
25
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RE 363.889 / DF
Assim, a técnica da ponderação apenas poderá levar ao afastamento
de uma regra jurídica quando restar demonstrado, de modo
fundamentado, que os princípios que lhe são contrapostos superam,
axiologicamente, o peso (i) da razão subjacente à própria regra e (ii) dos
princípios institucionais da previsibilidade, da igualdade e da
democracia. Deste modo, como afirma o Prof. Luís Roberto Barroso
especificamente quanto à tese da relativização da coisa julgada material24,
a técnica da ponderação, instrumentalizada pelo postulado da
proporcionalidade, tem de ser usada com cautela, já que a previsão da
coisa julgada como uma regra “reduz a margem de flexibilidade do
intérprete”.
A hipótese dos autos, no entanto, tende a caracterizar justamente a
excepcionalidade capaz de autorizar o afastamento da regra da coisa
julgada material, em prol dos direitos fundamentais à filiação e à
assistência jurídica aos necessitados.
Com efeito, a Carta constitucional de 1988 fixou o princípio da
dignidade da pessoa humana como um fundamento da República (CF, art. 1º,
III). Disso decorre uma prevalência axiológica inquestionável sobre todas
as demais normas da Constituição, que devem ser interpretadas
invariavelmente sob a lente da dignidade da pessoa humana25. Assim, é a
em que o legislador, constitucional ou ordinário, ao fixar um comando normativo através de
uma regra jurídica, já realiza desde logo uma decisão conteudística sobre o que deve ser, sem
que delegue ao judiciário a maleabilidade na definição da conduta válida à luz do Direito.
Nesse sentido, cf. SCHAUER, Frederick. Thinking like a lawyer – a new introduction to legal
reasoning, Cambridge: Harvard University Press, 2009, p. 35 e 195-6; e, do mesmo autor,
Playing by the rules – a philosophical examination of rule-based decision-making in law and in life,
Oxford: Clarendon Press, 2002, p. 135-66.
24 BARROSO, Luís Roberto. O controle de constitucionalidade no direito brasileiro, São Paulo:
Saraiva, 2009, p. 226.
25 SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direito fundamentais, Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2006, p. 124-5; e SARMENTO, Daniel. Direitos fundamentais e relações privadas, Rio
25
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própria dignidade da pessoa humana que deve servir de norte para a
definição das diversas regras e dos diversos subprincípios estabelecidos
no texto constitucional, funcionando como verdadeiro vetor
interpretativo para a definição do âmbito de proteção de cada garantia
fundamental. Mais do que isso: é também a dignidade da pessoa humana
que deve servir como fiel da balança para a definição do peso abstrato de
cada princípio jurídico estabelecido na Constituição Federal de 198826.
Sob este prisma, no núcleo essencial da dignidade da pessoa humana
há de ser tido como presente o direito fundamental à identidade pessoal do
indivíduo, que se desdobra, dentre outros aspectos, na identidade genética27.
A inserção de cada pessoa no mundo, para que possa realizar todas as
suas potencialidades, é feita em função de sua história, projetando a auto-
imagem e a identidade pessoal a partir de seus dados biológicos inseridos
em sua formação, advindos de seus progenitores28. É com o conhecimento
do estado de filiação que se fincam as premissas da atribuição à pessoa
humana de reconhecimento e de distinção no cenário social, permitindo
sua autodeterminação no convívio com os iguais.
O projeto de vida individual, o plano pessoal de felicidade que todo
membro da coletividade tem o direito de formular e a prerrogativa de
de Janeiro: Ed. Lumen Juris, 2004, p. 110.
26 Segundo Robert Alexy, a ponderação de valores deve ser conduzida à luz do exame (i) do
peso abstrato dos princípios em conflito, (ii) da intensidade de interferência, no princípio
oposto, que se faz necessária para a preservação da eficácia de um direito fundamental, e (iii)
da confiabilidade das premissas empíricas, nas quais se fundam as afirmações a respeito da
configuração de violação ou de promoção da efetividade de uma norma fundamental
(ALEXY, Robert. On balancing and subsumption: a structural comparison, In: Ratio Juris, v. 16, nº
4, 2003, p. 433-449).
27 BARBOZA, Heloísa Helena. Direito à identidade genética, In: Juris poiesis, Edição temática:
biodireito, 2004, p. 129; e MORAES, Maria Celina Bodin de. Recusa à realização do exame de
DNA e direitos da personalidade, In: Na medida da pessoa humana – estudos de direito civil-
constitucional, Rio de Janeiro: Ed. Renovar, 2010, p. 171.
28 ALMEIDA, Maria Christina de. O DNA e estado de filiação à luz da dignidade humana, Porto
Alegre: Livraria do Advogado, 2003, p. 79.
26
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própria dignidade da pessoa humana que deve servir de norte para a
definição das diversas regras e dos diversos subprincípios estabelecidos
no texto constitucional, funcionando como verdadeiro vetor
interpretativo para a definição do âmbito de proteção de cada garantia
fundamental. Mais do que isso: é também a dignidade da pessoa humana
que deve servir como fiel da balança para a definição do peso abstrato de
cada princípio jurídico estabelecido na Constituição Federal de 198826.
Sob este prisma, no núcleo essencial da dignidade da pessoa humana
há de ser tido como presente o direito fundamental à identidade pessoal do
indivíduo, que se desdobra, dentre outros aspectos, na identidade genética27.
A inserção de cada pessoa no mundo, para que possa realizar todas as
suas potencialidades, é feita em função de sua história, projetando a auto-
imagem e a identidade pessoal a partir de seus dados biológicos inseridos
em sua formação, advindos de seus progenitores28. É com o conhecimento
do estado de filiação que se fincam as premissas da atribuição à pessoa
humana de reconhecimento e de distinção no cenário social, permitindo
sua autodeterminação no convívio com os iguais.
O projeto de vida individual, o plano pessoal de felicidade que todo
membro da coletividade tem o direito de formular e a prerrogativa de
de Janeiro: Ed. Lumen Juris, 2004, p. 110.
26 Segundo Robert Alexy, a ponderação de valores deve ser conduzida à luz do exame (i) do
peso abstrato dos princípios em conflito, (ii) da intensidade de interferência, no princípio
oposto, que se faz necessária para a preservação da eficácia de um direito fundamental, e (iii)
da confiabilidade das premissas empíricas, nas quais se fundam as afirmações a respeito da
configuração de violação ou de promoção da efetividade de uma norma fundamental
(ALEXY, Robert. On balancing and subsumption: a structural comparison, In: Ratio Juris, v. 16, nº
4, 2003, p. 433-449).
27 BARBOZA, Heloísa Helena. Direito à identidade genética, In: Juris poiesis, Edição temática:
biodireito, 2004, p. 129; e MORAES, Maria Celina Bodin de. Recusa à realização do exame de
DNA e direitos da personalidade, In: Na medida da pessoa humana – estudos de direito civil-
constitucional, Rio de Janeiro: Ed. Renovar, 2010, p. 171.
28 ALMEIDA, Maria Christina de. O DNA e estado de filiação à luz da dignidade humana, Porto
Alegre: Livraria do Advogado, 2003, p. 79.
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almejar realizar, portanto, torna-se dependente da investigação da origem
de cada um: ser reconhecido filho de seus genitores e ter ciência da
própria origem biológica são prerrogativas ínsitas à necessidade do ser
humano de conhecer a si mesmo e de ser identificado na sociedade29. É
assim que o status de filho, mais do que fonte de direitos patrimoniais,
ostenta um inquestionável viés existencial, como um substrato
fundamental para a concretização do princípio da dignidade da pessoa
humana.
Com efeito, na visão tradicional do direito civil, que vigorou até o
progresso científico alcançado no último quarto do século passado, a
posição particular da pessoa natural no seio social era definida
predominantemente por seu nome. Era através desse sinal distintivo da
personalidade, que a integra e a individualiza, que se alcançava a
unidade fundamental, celular, da vida jurídica, que consiste na pessoa
humana30. A construção da identidade pessoal, no entanto, sofreu forte
influxo pelo desenvolvimento das pesquisas em torno do genoma
humano31, e que hoje figura como a última fronteira para a
individualização da identidade pessoal.
É sob esse ângulo que se pode apontar, hoje, a construção de um
direito fundamental à identidade genética, por força do qual se torna
factível esclarecer, como antes não era possível, a origem e a historicidade
pessoal de cada membro componente da sociedade, principalmente
através do exame de DNA. A identidade, nesse novo contexto, passa a ser
concebida como o complexo de elementos que individualizam cada ser humano,
distinguindo-o dos demais na coletividade, conferindo-lhe autonomia para que
possa se desenvolver e se firmar como pessoa em sua dignidade, sendo, portanto e
29 GOMES, Flávio Marcelo. Coisa julgada e estado de filiação – o DNA e o desafio à estabilidade da
sentença, Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris Ed., 2009, p. 39 e 249.
30 BARBOZA, Heloísa Helena. Direito à identidade genética, In: Juris poiesis, Edição temática:
biodireito, 2004, p. 127.
31 MORAES, Maria Celina Bodin de. O princípio da dignidade da pessoa humana, In: Na medida da
pessoa humana – estudos de direito civil-constitucional, Rio de Janeiro: Ed. Renovar, 2010, p. 99.
27
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almejar realizar, portanto, torna-se dependente da investigação da origem
de cada um: ser reconhecido filho de seus genitores e ter ciência da
própria origem biológica são prerrogativas ínsitas à necessidade do ser
humano de conhecer a si mesmo e de ser identificado na sociedade29. É
assim que o status de filho, mais do que fonte de direitos patrimoniais,
ostenta um inquestionável viés existencial, como um substrato
fundamental para a concretização do princípio da dignidade da pessoa
humana.
Com efeito, na visão tradicional do direito civil, que vigorou até o
progresso científico alcançado no último quarto do século passado, a
posição particular da pessoa natural no seio social era definida
predominantemente por seu nome. Era através desse sinal distintivo da
personalidade, que a integra e a individualiza, que se alcançava a
unidade fundamental, celular, da vida jurídica, que consiste na pessoa
humana30. A construção da identidade pessoal, no entanto, sofreu forte
influxo pelo desenvolvimento das pesquisas em torno do genoma
humano31, e que hoje figura como a última fronteira para a
individualização da identidade pessoal.
É sob esse ângulo que se pode apontar, hoje, a construção de um
direito fundamental à identidade genética, por força do qual se torna
factível esclarecer, como antes não era possível, a origem e a historicidade
pessoal de cada membro componente da sociedade, principalmente
através do exame de DNA. A identidade, nesse novo contexto, passa a ser
concebida como o complexo de elementos que individualizam cada ser humano,
distinguindo-o dos demais na coletividade, conferindo-lhe autonomia para que
possa se desenvolver e se firmar como pessoa em sua dignidade, sendo, portanto e
29 GOMES, Flávio Marcelo. Coisa julgada e estado de filiação – o DNA e o desafio à estabilidade da
sentença, Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris Ed., 2009, p. 39 e 249.
30 BARBOZA, Heloísa Helena. Direito à identidade genética, In: Juris poiesis, Edição temática:
biodireito, 2004, p. 127.
31 MORAES, Maria Celina Bodin de. O princípio da dignidade da pessoa humana, In: Na medida da
pessoa humana – estudos de direito civil-constitucional, Rio de Janeiro: Ed. Renovar, 2010, p. 99.
27
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RE 363.889 / DF
nessa medida, expressão objetiva do princípio da dignidade da pessoa humana32.
A imbricação entre tal direito e o núcleo do princípio da dignidade
da pessoa humana é mais do que evidente. Deveras, o conteúdo
semântico do termo dignidade remete à estima, ao valor que deve ser
reconhecido a cada pessoa por seus pares e pelo Estado. Já em Kant se lia
a lição, hoje tão em voga na doutrina contemporânea, de distinguir a
valoração no mundo social segundo as categorias do preço e da dignidade,
sendo esta última a medida ínsita à aferição do valor moral que todo ser
humano, por sua própria natureza, carrega em seu interior33. E este valor,
essa individualidade própria a cada um, e que permite o amplo
desenvolvimento da personalidade, depende do conhecimento das
próprias origens, em especial no que toca ao seu substrato biológico.
É nessa linha, por exemplo, que a Constituição Portuguesa de 1976,
em seu art. 26, nº 3, prevê disposição que proclama, de forma expressa e
categórica, o direito fundamental à identidade genética, vinculando-o
diretamente à promoção da dignidade da pessoa humana, in verbis:
Artigo 26.º
Outros direitos pessoais
1. A todos são reconhecidos os direitos à identidade
pessoal, ao desenvolvimento da personalidade, à capacidade
civil, à cidadania, ao bom nome e reputação, à imagem, à
palavra, à reserva da intimidade da vida privada e familiar e à
protecção legal contra quaisquer formas de discriminação.
2. A lei estabelecerá garantias efectivas contra a obtenção e
utilização abusivas, ou contrárias à dignidade humana, de
informações relativas às pessoas e famílias.
32 BARBOZA, Heloísa Helena. A proteção da identidade genética, In: Dignidade da pessoa humana –
fundamentos e critérios interpretativos, (orgs.) Agassiz Almeida Filho e Plínio Melgaré, São
Paulo: Ed. Malheiros, 2010, p. 84.
33 MORAES, Maria Celina Bodin de. O princípio da dignidade da pessoa humana, In: Na medida da
pessoa humana – estudos de direito civil-constitucional, Rio de Janeiro: Ed. Renovar, 2010, p. 81.
28
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nessa medida, expressão objetiva do princípio da dignidade da pessoa humana32.
A imbricação entre tal direito e o núcleo do princípio da dignidade
da pessoa humana é mais do que evidente. Deveras, o conteúdo
semântico do termo dignidade remete à estima, ao valor que deve ser
reconhecido a cada pessoa por seus pares e pelo Estado. Já em Kant se lia
a lição, hoje tão em voga na doutrina contemporânea, de distinguir a
valoração no mundo social segundo as categorias do preço e da dignidade,
sendo esta última a medida ínsita à aferição do valor moral que todo ser
humano, por sua própria natureza, carrega em seu interior33. E este valor,
essa individualidade própria a cada um, e que permite o amplo
desenvolvimento da personalidade, depende do conhecimento das
próprias origens, em especial no que toca ao seu substrato biológico.
É nessa linha, por exemplo, que a Constituição Portuguesa de 1976,
em seu art. 26, nº 3, prevê disposição que proclama, de forma expressa e
categórica, o direito fundamental à identidade genética, vinculando-o
diretamente à promoção da dignidade da pessoa humana, in verbis:
Artigo 26.º
Outros direitos pessoais
1. A todos são reconhecidos os direitos à identidade
pessoal, ao desenvolvimento da personalidade, à capacidade
civil, à cidadania, ao bom nome e reputação, à imagem, à
palavra, à reserva da intimidade da vida privada e familiar e à
protecção legal contra quaisquer formas de discriminação.
2. A lei estabelecerá garantias efectivas contra a obtenção e
utilização abusivas, ou contrárias à dignidade humana, de
informações relativas às pessoas e famílias.
32 BARBOZA, Heloísa Helena. A proteção da identidade genética, In: Dignidade da pessoa humana –
fundamentos e critérios interpretativos, (orgs.) Agassiz Almeida Filho e Plínio Melgaré, São
Paulo: Ed. Malheiros, 2010, p. 84.
33 MORAES, Maria Celina Bodin de. O princípio da dignidade da pessoa humana, In: Na medida da
pessoa humana – estudos de direito civil-constitucional, Rio de Janeiro: Ed. Renovar, 2010, p. 81.
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3. A lei garantirá a dignidade pessoal e a identidade
genética do ser humano, nomeadamente na criação,
desenvolvimento e utilização das tecnologias e na
experimentação científica.
4. A privação da cidadania e as restrições à capacidade
civil só podem efectuar-se nos casos e termos previstos na lei,
não podendo ter como fundamento motivos políticos.
Não se ignora, evidentemente, que, no campo do direito civil, vem
sendo reconhecido o estado de filiação por decorrência de três espécies de
vínculos: jurídicos, biológicos ou sócio-afetivos34. No caso em exame,
contudo, dada a inaplicabilidade da primeira e da última espécie de
vínculo, já que não atingido o demandante por qualquer presunção
estabelecida pelo direito material – ressalte-se que da certidão de
nascimento consta apenas o nome de sua mãe, e não de seu progenitor
(fls. 14) – nem tampouco recebedor do afeto indispensável ao convívio
paternal, põe-se em discussão apenas a busca pela origem genética do
autor, sem que essa pretensão conflite com qualquer outra lógica material
de paternidade em vigor.
Ademais, a vinculação entre o direito à filiação, como condição para
o desenvolvimento da personalidade, e o princípio da dignidade da
pessoa humana resulta até mesmo do texto expresso da Constituição.
Com efeito, a Constituição confere especial proteção à família, conforme
34 BARBOZA, Heloísa Helena. Direito à identidade genética, In: Juris poiesis, Edição temática:
biodireito, 2004, p. 124-5: “Ao lado dos aspectos anteriormente abordados de forma
panorâmica, deve-se considerar que a paternidade recebeu diferentes tratamentos
legislativos e doutrinários no Brasil, podendo ser apontados três critérios para seu
estabelecimento: a) o critério jurídico, previsto no Código Civil, sendo a paternidade
presumida nos casos ali previstos, independentemente da existência ou não de
correspondência com a realidade; b) o critério biológico, hoje predominante como antes
mencionado, pelo qual prevalece o vínculo genético; e c) o critério socioafetivo,
fundamentado nos princípios do melhor interesse da criança e da dignidade da pessoa
humana, segundo o qual o pai deve ser aquele que exerce tal função, mesmo que não haja o
vínculo de sangue”.
29
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3. A lei garantirá a dignidade pessoal e a identidade
genética do ser humano, nomeadamente na criação,
desenvolvimento e utilização das tecnologias e na
experimentação científica.
4. A privação da cidadania e as restrições à capacidade
civil só podem efectuar-se nos casos e termos previstos na lei,
não podendo ter como fundamento motivos políticos.
Não se ignora, evidentemente, que, no campo do direito civil, vem
sendo reconhecido o estado de filiação por decorrência de três espécies de
vínculos: jurídicos, biológicos ou sócio-afetivos34. No caso em exame,
contudo, dada a inaplicabilidade da primeira e da última espécie de
vínculo, já que não atingido o demandante por qualquer presunção
estabelecida pelo direito material – ressalte-se que da certidão de
nascimento consta apenas o nome de sua mãe, e não de seu progenitor
(fls. 14) – nem tampouco recebedor do afeto indispensável ao convívio
paternal, põe-se em discussão apenas a busca pela origem genética do
autor, sem que essa pretensão conflite com qualquer outra lógica material
de paternidade em vigor.
Ademais, a vinculação entre o direito à filiação, como condição para
o desenvolvimento da personalidade, e o princípio da dignidade da
pessoa humana resulta até mesmo do texto expresso da Constituição.
Com efeito, a Constituição confere especial proteção à família, conforme
34 BARBOZA, Heloísa Helena. Direito à identidade genética, In: Juris poiesis, Edição temática:
biodireito, 2004, p. 124-5: “Ao lado dos aspectos anteriormente abordados de forma
panorâmica, deve-se considerar que a paternidade recebeu diferentes tratamentos
legislativos e doutrinários no Brasil, podendo ser apontados três critérios para seu
estabelecimento: a) o critério jurídico, previsto no Código Civil, sendo a paternidade
presumida nos casos ali previstos, independentemente da existência ou não de
correspondência com a realidade; b) o critério biológico, hoje predominante como antes
mencionado, pelo qual prevalece o vínculo genético; e c) o critério socioafetivo,
fundamentado nos princípios do melhor interesse da criança e da dignidade da pessoa
humana, segundo o qual o pai deve ser aquele que exerce tal função, mesmo que não haja o
vínculo de sangue”.
29
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art. 226 e seguintes. A previsão literal do direito à filiação encontra-se no §
6º, parte final, do art. 227, e que se insere no âmago, evidentemente, da
própria configuração da entidade familiar. E é ao tratar do planejamento
familiar, isto é, da forma como será conduzido o desenvolvimento da
personalidade no seio da família, que a Constituição menciona
expressamente, no § 7º do art. 226, que, “fundado nos princípios da
dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento
familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos
educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma
coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas”.
De outro lado, também no caput do art. 227 a redação da
Constituição torna clara a imbricação entre a família e a promoção da
dignidade humana da criança, do adolescente e do jovem, ao afirmar ser
“dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e
ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de
toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão”. E as condições para o cumprimento de tal dever, que
funcionaliza a entidade familiar em prol da consagração da dignidade de
seus membros, dependem, como premissa básica, do estabelecimento do
vínculo de filiação, alcançado através do conhecimento da origem
biológica do autor nestes autos.
Há, portanto, até textualmente uma imbricação necessária entre
direito à filiação, proteção constitucional à família e o princípio da
dignidade da pessoa humana no sistema das normas constitucionais.
A relevância constitucional do direito à identidade já foi proclamada
por este Supremo Tribunal Federal no julgamento do RE nº 248.869, como
destacado pelo Min. Dias Toffoli em seu voto. Naquele julgado, ao se
reconhecer a constitucionalidade da legitimidade ativa do Ministério
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art. 226 e seguintes. A previsão literal do direito à filiação encontra-se no §
6º, parte final, do art. 227, e que se insere no âmago, evidentemente, da
própria configuração da entidade familiar. E é ao tratar do planejamento
familiar, isto é, da forma como será conduzido o desenvolvimento da
personalidade no seio da família, que a Constituição menciona
expressamente, no § 7º do art. 226, que, “fundado nos princípios da
dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento
familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos
educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma
coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas”.
De outro lado, também no caput do art. 227 a redação da
Constituição torna clara a imbricação entre a família e a promoção da
dignidade humana da criança, do adolescente e do jovem, ao afirmar ser
“dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e
ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de
toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão”. E as condições para o cumprimento de tal dever, que
funcionaliza a entidade familiar em prol da consagração da dignidade de
seus membros, dependem, como premissa básica, do estabelecimento do
vínculo de filiação, alcançado através do conhecimento da origem
biológica do autor nestes autos.
Há, portanto, até textualmente uma imbricação necessária entre
direito à filiação, proteção constitucional à família e o princípio da
dignidade da pessoa humana no sistema das normas constitucionais.
A relevância constitucional do direito à identidade já foi proclamada
por este Supremo Tribunal Federal no julgamento do RE nº 248.869, como
destacado pelo Min. Dias Toffoli em seu voto. Naquele julgado, ao se
reconhecer a constitucionalidade da legitimidade ativa do Ministério
30
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Voto Vista
RE 363.889 / DF
Público para ajuizamento, após provocação, de demanda de investigação
de paternidade, foi frisada a íntima conexão entre o direito à
conhecimento da própria origem biológica e a dignidade da pessoa
humana, conforme ementa da lavra do Rel. Min. Maurício Corrêa, verbis:
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL.
PROCESSUAL CIVIL. LEGITIMIDADE ATIVA DO
MINISTÉRIO PÚBLICO PARA AJUIZAR AÇÃO DE
INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. FILIAÇÃO. DIREITO
INDISPONÍVEL. INEXISTÊNCIA DE DEFENSORIA PÚBLICA
NO ESTADO DE SÃO PAULO.
1. A Constituição Federal adota a família como base da
sociedade a ela conferindo proteção do Estado. Assegurar à
criança o direito à dignidade, ao respeito e à convivência
familiar pressupõe reconhecer seu legítimo direito de saber a
verdade sobre sua paternidade, decorrência lógica do direito à
filiação (CF, artigos 226, §§ 3o, 4o, 5o e 7o; 227, § 6o).
2. A Carta Federal outorgou ao Ministério Público a
incumbência de promover a defesa dos interesses individuais
indisponíveis, podendo, para tanto, exercer outras atribuições
prescritas em lei, desde que compatível com sua finalidade
institucional (CF, artigos 127 e 129).
3. O direito ao nome insere-se no conceito de dignidade da
pessoa humana e traduz a sua identidade, a origem de sua
ancestralidade, o reconhecimento da família, razão pela qual o
estado de filiação é direito indisponível, em função do bem
comum maior a proteger, derivado da própria força impositiva
dos preceitos de ordem pública que regulam a matéria (Estatuto
da Criança e do Adolescente, artigo 27).
4. A Lei 8560/92 expressamente assegurou ao Parquet,
desde que provocado pelo interessado e diante de evidências
positivas, a possibilidade de intentar a ação de investigação de
paternidade, legitimação essa decorrente da proteção
constitucional conferida à família e à criança, bem como da
indisponibilidade legalmente atribuída ao reconhecimento do
estado de filiação. Dele decorrem direitos da personalidade e de
31
Supremo Tribunal Federal
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RE 363.889 / DF
Público para ajuizamento, após provocação, de demanda de investigação
de paternidade, foi frisada a íntima conexão entre o direito à
conhecimento da própria origem biológica e a dignidade da pessoa
humana, conforme ementa da lavra do Rel. Min. Maurício Corrêa, verbis:
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL.
PROCESSUAL CIVIL. LEGITIMIDADE ATIVA DO
MINISTÉRIO PÚBLICO PARA AJUIZAR AÇÃO DE
INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. FILIAÇÃO. DIREITO
INDISPONÍVEL. INEXISTÊNCIA DE DEFENSORIA PÚBLICA
NO ESTADO DE SÃO PAULO.
1. A Constituição Federal adota a família como base da
sociedade a ela conferindo proteção do Estado. Assegurar à
criança o direito à dignidade, ao respeito e à convivência
familiar pressupõe reconhecer seu legítimo direito de saber a
verdade sobre sua paternidade, decorrência lógica do direito à
filiação (CF, artigos 226, §§ 3o, 4o, 5o e 7o; 227, § 6o).
2. A Carta Federal outorgou ao Ministério Público a
incumbência de promover a defesa dos interesses individuais
indisponíveis, podendo, para tanto, exercer outras atribuições
prescritas em lei, desde que compatível com sua finalidade
institucional (CF, artigos 127 e 129).
3. O direito ao nome insere-se no conceito de dignidade da
pessoa humana e traduz a sua identidade, a origem de sua
ancestralidade, o reconhecimento da família, razão pela qual o
estado de filiação é direito indisponível, em função do bem
comum maior a proteger, derivado da própria força impositiva
dos preceitos de ordem pública que regulam a matéria (Estatuto
da Criança e do Adolescente, artigo 27).
4. A Lei 8560/92 expressamente assegurou ao Parquet,
desde que provocado pelo interessado e diante de evidências
positivas, a possibilidade de intentar a ação de investigação de
paternidade, legitimação essa decorrente da proteção
constitucional conferida à família e à criança, bem como da
indisponibilidade legalmente atribuída ao reconhecimento do
estado de filiação. Dele decorrem direitos da personalidade e de
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 101 de 165
Voto Vista
RE 363.889 / DF
caráter patrimonial que determinam e justificam a necessária
atuação do Ministério Público para assegurar a sua efetividade,
sempre em defesa da criança, na hipótese de não
reconhecimento voluntário da paternidade ou recusa do
suposto pai.
5. O direito à intimidade não pode consagrar a
irresponsabilidade paterna, de forma a inviabilizar a imposição
ao pai biológico dos deveres resultantes de uma conduta
volitiva e passível de gerar vínculos familiares. Essa garantia
encontra limite no direito da criança e do Estado em ver
reconhecida, se for o caso, a paternidade.
6. O princípio da necessária intervenção do advogado não
é absoluto (CF, artigo 133), dado que a Carta Federal faculta a
possibilidade excepcional da lei outorgar o jus postulandi a
outras pessoas. Ademais, a substituição processual
extraordinária do Ministério Público é legítima (CF, artigo 129;
CPC, artigo 81; Lei 8560/92, artigo 2o, § 4o) e socialmente
relevante na defesa dos economicamente pobres, especialmente
pela precariedade da assistência jurídica prestada pelas
defensorias públicas.
7. Caráter personalíssimo do direito assegurado pela
iniciativa da mãe em procurar o Ministério Público visando a
propositura da ação. Legitimação excepcional que depende de
provocação por quem de direito, como ocorreu no caso
concreto. Recurso extraordinário conhecido e provido.
(RE 248869, Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA,
Segunda Turma, julgado em 07/08/2003, DJ 12-03-2004 PP-00038
EMENT VOL-02143-04 PP-00773) (grifo acrescentado)
Também a Convenção Americana de Direito Humanos prevê, em
seus arts. 17 a 19, a proteção da família e da criança, fazendo menção
expressa ao direito de que o menor possui com relação ao nome
vinculado ao de seus pais – Art. 18 –, de cuja interpretação conjugada
deve-se extrair, inequivocamente, o direito fundamental à filiação, in
verbis:
32
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RE 363.889 / DF
caráter patrimonial que determinam e justificam a necessária
atuação do Ministério Público para assegurar a sua efetividade,
sempre em defesa da criança, na hipótese de não
reconhecimento voluntário da paternidade ou recusa do
suposto pai.
5. O direito à intimidade não pode consagrar a
irresponsabilidade paterna, de forma a inviabilizar a imposição
ao pai biológico dos deveres resultantes de uma conduta
volitiva e passível de gerar vínculos familiares. Essa garantia
encontra limite no direito da criança e do Estado em ver
reconhecida, se for o caso, a paternidade.
6. O princípio da necessária intervenção do advogado não
é absoluto (CF, artigo 133), dado que a Carta Federal faculta a
possibilidade excepcional da lei outorgar o jus postulandi a
outras pessoas. Ademais, a substituição processual
extraordinária do Ministério Público é legítima (CF, artigo 129;
CPC, artigo 81; Lei 8560/92, artigo 2o, § 4o) e socialmente
relevante na defesa dos economicamente pobres, especialmente
pela precariedade da assistência jurídica prestada pelas
defensorias públicas.
7. Caráter personalíssimo do direito assegurado pela
iniciativa da mãe em procurar o Ministério Público visando a
propositura da ação. Legitimação excepcional que depende de
provocação por quem de direito, como ocorreu no caso
concreto. Recurso extraordinário conhecido e provido.
(RE 248869, Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA,
Segunda Turma, julgado em 07/08/2003, DJ 12-03-2004 PP-00038
EMENT VOL-02143-04 PP-00773) (grifo acrescentado)
Também a Convenção Americana de Direito Humanos prevê, em
seus arts. 17 a 19, a proteção da família e da criança, fazendo menção
expressa ao direito de que o menor possui com relação ao nome
vinculado ao de seus pais – Art. 18 –, de cuja interpretação conjugada
deve-se extrair, inequivocamente, o direito fundamental à filiação, in
verbis:
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 102 de 165
Voto Vista
RE 363.889 / DF
Artigo 17. Proteção da família
1. A família é o elemento natural e fundamental da
sociedade e deve ser protegida pela sociedade e pelo Estado.
2. É reconhecido o direito do homem e da mulher de
contraírem casamento e de fundarem uma família, se tiverem a
idade e as condições para isso exigidas pelas leis internas, na
medida em que não afetem estas o princípio da não-
discriminação estabelecido nesta Convenção.
3. O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno
consentimento dos contraentes.
4. Os Estados Partes devem tomar medidas apropriadas
no sentido de assegurar a igualdade de direitos e a adequada
equivalência de responsabilidades dos cônjuges quanto ao
casamento, durante o casamento e em caso de dissolução do
mesmo. Em caso de dissolução, serão adotadas disposições que
assegurem a proteção necessária aos filhos, com base
unicamente no interesse e conveniência dos mesmos.
5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos filhos
nascidos fora do casamento como aos nascidos dentro do
casamento.
Artigo 18. Direito ao nome
Toda pessoa tem direito a um prenome e aos nomes de
seus pais ou ao de um destes. A lei deve regular a forma de
assegurar a todos esse direito, mediante nomes fictícios, se for
necessário.
Artigo 19. Direitos da criança
Toda criança tem direito às medidas de proteção que a sua
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RE 363.889 / DF
Artigo 17. Proteção da família
1. A família é o elemento natural e fundamental da
sociedade e deve ser protegida pela sociedade e pelo Estado.
2. É reconhecido o direito do homem e da mulher de
contraírem casamento e de fundarem uma família, se tiverem a
idade e as condições para isso exigidas pelas leis internas, na
medida em que não afetem estas o princípio da não-
discriminação estabelecido nesta Convenção.
3. O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno
consentimento dos contraentes.
4. Os Estados Partes devem tomar medidas apropriadas
no sentido de assegurar a igualdade de direitos e a adequada
equivalência de responsabilidades dos cônjuges quanto ao
casamento, durante o casamento e em caso de dissolução do
mesmo. Em caso de dissolução, serão adotadas disposições que
assegurem a proteção necessária aos filhos, com base
unicamente no interesse e conveniência dos mesmos.
5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos filhos
nascidos fora do casamento como aos nascidos dentro do
casamento.
Artigo 18. Direito ao nome
Toda pessoa tem direito a um prenome e aos nomes de
seus pais ou ao de um destes. A lei deve regular a forma de
assegurar a todos esse direito, mediante nomes fictícios, se for
necessário.
Artigo 19. Direitos da criança
Toda criança tem direito às medidas de proteção que a sua
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 103 de 165
Voto Vista
RE 363.889 / DF
condição de menor requer por parte da sua família, da
sociedade e do Estado.
E milita em favor da pretensão do autor não só o peso abstrato que,
no sistema constitucional, deve ser concedido ao direito fundamental à
identidade. Com efeito, na realidade a eternização, in casu, do resultado
da demanda anterior traduziria também uma quebra do direito
fundamental à
assistência jurídica aos necessitados35, dever
constitucionalmente imposto ao Estado brasileiro por força do art. 5º,
LXXIV, da Constituição Federal, e sem o qual se mostra irrealizável a
concretização igualitária, do ponto de vista material, e não apenas formal,
da garantia do acesso à tutela jurisdicional efetiva (CF, art. 5º, XXXV).
É que o resultado da demanda anterior, como realçado pelo próprio
magistrado sentenciante e não contestado por qualquer das partes, foi
consequência da impossibilidade financeira de realização do exame de
DNA. Não houve, assim, desídia ou culpa da parte autora na conclusão,
que lhe foi desfavorável, do julgamento anterior de improcedência por
insuficiência de provas; ao contrário, tal cenário foi fruto da inadequação
do sistema estatal até então em vigor de amparo aos necessitados quando
em juízo, que jamais poderiam ter, à luz do que prega a Constituição, a
sorte de seus direitos pré-definida em função da carência e da
hipossuficiência financeira em que se encontram.
O princípio da paridade de armas, que resulta da conjugação da
garantia fundamental do contraditório (CF, art. 5º, LV) com o princípio
constitucional da isonomia material (CF, art. 5º, caput), impõe que se
reconheça como essencial o complexo normativo que assegura aos
cidadãos necessitados o amplo acesso à tutela jurisdicional, suprindo-se,
35 O sentido e o alcance dessa garantia fundamental, com assento constitucional desde a Carta
de 1934 (Art. 113, nº 32), foram magistralmente estudados por BARBOSA MOREIRA, José
Carlos. O direito à assistência jurídica: evolução no ordenamento brasileiro de nosso tempo, In: As
garantias do cidadão na justiça, (org.) Sálvio de Figueiredo Teixeira, São Paulo: Saraiva, 1993, p.
207-18.
34
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RE 363.889 / DF
condição de menor requer por parte da sua família, da
sociedade e do Estado.
E milita em favor da pretensão do autor não só o peso abstrato que,
no sistema constitucional, deve ser concedido ao direito fundamental à
identidade. Com efeito, na realidade a eternização, in casu, do resultado
da demanda anterior traduziria também uma quebra do direito
fundamental à
assistência jurídica aos necessitados35, dever
constitucionalmente imposto ao Estado brasileiro por força do art. 5º,
LXXIV, da Constituição Federal, e sem o qual se mostra irrealizável a
concretização igualitária, do ponto de vista material, e não apenas formal,
da garantia do acesso à tutela jurisdicional efetiva (CF, art. 5º, XXXV).
É que o resultado da demanda anterior, como realçado pelo próprio
magistrado sentenciante e não contestado por qualquer das partes, foi
consequência da impossibilidade financeira de realização do exame de
DNA. Não houve, assim, desídia ou culpa da parte autora na conclusão,
que lhe foi desfavorável, do julgamento anterior de improcedência por
insuficiência de provas; ao contrário, tal cenário foi fruto da inadequação
do sistema estatal até então em vigor de amparo aos necessitados quando
em juízo, que jamais poderiam ter, à luz do que prega a Constituição, a
sorte de seus direitos pré-definida em função da carência e da
hipossuficiência financeira em que se encontram.
O princípio da paridade de armas, que resulta da conjugação da
garantia fundamental do contraditório (CF, art. 5º, LV) com o princípio
constitucional da isonomia material (CF, art. 5º, caput), impõe que se
reconheça como essencial o complexo normativo que assegura aos
cidadãos necessitados o amplo acesso à tutela jurisdicional, suprindo-se,
35 O sentido e o alcance dessa garantia fundamental, com assento constitucional desde a Carta
de 1934 (Art. 113, nº 32), foram magistralmente estudados por BARBOSA MOREIRA, José
Carlos. O direito à assistência jurídica: evolução no ordenamento brasileiro de nosso tempo, In: As
garantias do cidadão na justiça, (org.) Sálvio de Figueiredo Teixeira, São Paulo: Saraiva, 1993, p.
207-18.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 104 de 165
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RE 363.889 / DF
pela atuação do Estado, a carência material configurada em suas
respectivas esferas jurídicas. E como tal direito exerce o papel
instrumental de viabilizar a fruição dos demais direitos fundamentais que
porventura sejam violados, a doutrina contemporânea tem reconhecido a
indispensável conexão que também se verifica entre o direito à assistência
jurídica aos desamparados e o núcleo essencial da dignidade da pessoa
humana36, porquanto verdadeira condição para a tutela efetiva das demais
prerrogativas existenciais.
Não é possível negar, como se assentou mais acima, que também a
coisa julgada guarda relação com o princípio da dignidade da pessoa
humana, na medida em que concretiza o princípio da segurança jurídica,
assegurando estabilidade e paz social. Porém, tal conexão apresenta-se
em grau distinto, mais tênue e, portanto, mais afastada do núcleo essencial37
do princípio da dignidade da pessoa humana do que o peso axiológico que,
somados, ostentam os direitos fundamentais à filiação (CF, art. 227, caput
e § 6º) e a garantia fundamental da assistência jurídica aos desamparados
(CF, art. 5º, LXXIV). E é por esta razão que a regra da coisa julgada deve
ceder passo, em situações-limite como a presente, à concretização do
direito fundamental à identidade pessoal.
Ressalte-se que, na substância, a possibilidade de afastamento da
coisa julgada material quando em causa relação de filiação, sob o
36 BARCELLOS, Ana Paula de. A eficácia jurídica dos princípios constitucionais – O princípio da
dignidade da pessoa humana, Rio de Janeiro: Ed. Renovar, 2008, p. 327 e segs. O Prof.
Cappelletti, nessa mesma linha, era expressivo ao afirmar que o acesso à justiça, com
conteúdo igualitário, deveria ser entendido como “o mais básicos dos direitos humanos”
(CAPPELLETTI, Mauro, GARTH, Bryant. Acesso à justiça, Porto Alegre: Sergio Antonio
Fabris Editor, 2002, p. 12).
37 E, como ensina a moderna doutrina do direito constitucional contemporâneo, a eficácia
jurídica do núcleo essencial da dignidade da pessoa humana se equipara, na realidade, à de
uma regra jurídica, e não à de um princípio. Sobre o tema, cf. BARCELLOS, Ana Paula de. A
eficácia jurídica dos princípios constitucionais – O princípio da dignidade da pessoa humana, Rio de
Janeiro: Ed. Renovar, 2008, p. 282 e segs.
35
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pela atuação do Estado, a carência material configurada em suas
respectivas esferas jurídicas. E como tal direito exerce o papel
instrumental de viabilizar a fruição dos demais direitos fundamentais que
porventura sejam violados, a doutrina contemporânea tem reconhecido a
indispensável conexão que também se verifica entre o direito à assistência
jurídica aos desamparados e o núcleo essencial da dignidade da pessoa
humana36, porquanto verdadeira condição para a tutela efetiva das demais
prerrogativas existenciais.
Não é possível negar, como se assentou mais acima, que também a
coisa julgada guarda relação com o princípio da dignidade da pessoa
humana, na medida em que concretiza o princípio da segurança jurídica,
assegurando estabilidade e paz social. Porém, tal conexão apresenta-se
em grau distinto, mais tênue e, portanto, mais afastada do núcleo essencial37
do princípio da dignidade da pessoa humana do que o peso axiológico que,
somados, ostentam os direitos fundamentais à filiação (CF, art. 227, caput
e § 6º) e a garantia fundamental da assistência jurídica aos desamparados
(CF, art. 5º, LXXIV). E é por esta razão que a regra da coisa julgada deve
ceder passo, em situações-limite como a presente, à concretização do
direito fundamental à identidade pessoal.
Ressalte-se que, na substância, a possibilidade de afastamento da
coisa julgada material quando em causa relação de filiação, sob o
36 BARCELLOS, Ana Paula de. A eficácia jurídica dos princípios constitucionais – O princípio da
dignidade da pessoa humana, Rio de Janeiro: Ed. Renovar, 2008, p. 327 e segs. O Prof.
Cappelletti, nessa mesma linha, era expressivo ao afirmar que o acesso à justiça, com
conteúdo igualitário, deveria ser entendido como “o mais básicos dos direitos humanos”
(CAPPELLETTI, Mauro, GARTH, Bryant. Acesso à justiça, Porto Alegre: Sergio Antonio
Fabris Editor, 2002, p. 12).
37 E, como ensina a moderna doutrina do direito constitucional contemporâneo, a eficácia
jurídica do núcleo essencial da dignidade da pessoa humana se equipara, na realidade, à de
uma regra jurídica, e não à de um princípio. Sobre o tema, cf. BARCELLOS, Ana Paula de. A
eficácia jurídica dos princípios constitucionais – O princípio da dignidade da pessoa humana, Rio de
Janeiro: Ed. Renovar, 2008, p. 282 e segs.
35
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RE 363.889 / DF
fundamento da superveniência de exame de DNA até então não
disponível, vem sendo sustentada, em certo sentido, e resguardadas
algumas sutilezas, até mesmo pela doutrina que se mostra contrária,
como regra, à relativização da coisa julgada material, como demonstram
as manifestações dos seguintes autores: BARBOSA MOREIRA, José
Carlos. Considerações sobre a chamada “relativização” da coisa julgada material.
In: Temas de direito processual, Nona Série. São Paulo: Saraiva, 2007;
MARINONI, Luiz Guilherme. O princípio da segurança dos atos
jurisdicionais (A questão da relativização da coisa julgada material). In:
Relativização da coisa julgada (org. Fredie Didier Jr.). Salvador: Editora Jus
Podium, 2004, p. 276-7, entendimento também manifestado no livro Coisa
julgada inconstitucional, São Paulo: Ed. RT, 2010, p. 191-8; WAMBIER,
Teresa Arruda Alvim e MEDINA, José Miguel Garcia. Relativização da
coisa julgada. In: Relativização da coisa julgada (org. Fredie Didier Jr.).
Salvador: Editora Jus Podium, 2004, p. 242; GRECO, Leonardo.
Instituições de processo civil – vol. II, Rio de Janeiro: Forense, 2010, p. 363;
BERIZONCE, Roberto Omar. La “relatividad” de la cosa juzgada y sus nuevos
confines. In: Revista de derecho procesal. Vol. 2008.1. Santa Fe: Rubinzal-
Culzoni, 2008, p. 179 e segs; GOMES, Flávio Marcelo. Coisa julgada e estado
de filiação – o DNA e o desafio à estabilidade da sentença, Porto Alegre: Sérgio
Antônio Fabris Ed., 2009, p. 294-7; FARIAS, Cristiano Chaves de. Um
alento ao futuro: novo tratamento da coisa julgada nas ações relativas à filiação.
In: Relativização da coisa julgada, (Coord.) Fredie Didier Jr., Salvador: Ed.
Jus Podivm, p. 73-80; CHAVES, Adalgisa Wiedemann. Efeitos da coisa
julgada: as demandas para o reconhecimento da filiação e o avanço da técnica
pericial, In: Direitos fundamentais do direito de família, (Coord.) Belmiro
Pedro Welter e Rolf Hanssen Madaleno, Porto Alegre: Livraria do
Advogado Ed., 2004, p. 27; THEODORO JÚNIOR, Humberto e FARIA,
Juliana Cordeiro. Reflexões sobre o princípio da intangibilidade da coisa julgada
e sua relativização, In: Coisa julgada inconstitucional, (Coord.) Carlos Valder
do Nascimento e José Augusto Delgado, Belo Horizonte: Ed. Fórum, 2008,
p. 173; ARMENLIN, Donaldo. Flexibilização da coisa julgada, In: Coisa
julgada inconstitucional, (Coord.) Carlos Valder do Nascimento e José
36
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RE 363.889 / DF
fundamento da superveniência de exame de DNA até então não
disponível, vem sendo sustentada, em certo sentido, e resguardadas
algumas sutilezas, até mesmo pela doutrina que se mostra contrária,
como regra, à relativização da coisa julgada material, como demonstram
as manifestações dos seguintes autores: BARBOSA MOREIRA, José
Carlos. Considerações sobre a chamada “relativização” da coisa julgada material.
In: Temas de direito processual, Nona Série. São Paulo: Saraiva, 2007;
MARINONI, Luiz Guilherme. O princípio da segurança dos atos
jurisdicionais (A questão da relativização da coisa julgada material). In:
Relativização da coisa julgada (org. Fredie Didier Jr.). Salvador: Editora Jus
Podium, 2004, p. 276-7, entendimento também manifestado no livro Coisa
julgada inconstitucional, São Paulo: Ed. RT, 2010, p. 191-8; WAMBIER,
Teresa Arruda Alvim e MEDINA, José Miguel Garcia. Relativização da
coisa julgada. In: Relativização da coisa julgada (org. Fredie Didier Jr.).
Salvador: Editora Jus Podium, 2004, p. 242; GRECO, Leonardo.
Instituições de processo civil – vol. II, Rio de Janeiro: Forense, 2010, p. 363;
BERIZONCE, Roberto Omar. La “relatividad” de la cosa juzgada y sus nuevos
confines. In: Revista de derecho procesal. Vol. 2008.1. Santa Fe: Rubinzal-
Culzoni, 2008, p. 179 e segs; GOMES, Flávio Marcelo. Coisa julgada e estado
de filiação – o DNA e o desafio à estabilidade da sentença, Porto Alegre: Sérgio
Antônio Fabris Ed., 2009, p. 294-7; FARIAS, Cristiano Chaves de. Um
alento ao futuro: novo tratamento da coisa julgada nas ações relativas à filiação.
In: Relativização da coisa julgada, (Coord.) Fredie Didier Jr., Salvador: Ed.
Jus Podivm, p. 73-80; CHAVES, Adalgisa Wiedemann. Efeitos da coisa
julgada: as demandas para o reconhecimento da filiação e o avanço da técnica
pericial, In: Direitos fundamentais do direito de família, (Coord.) Belmiro
Pedro Welter e Rolf Hanssen Madaleno, Porto Alegre: Livraria do
Advogado Ed., 2004, p. 27; THEODORO JÚNIOR, Humberto e FARIA,
Juliana Cordeiro. Reflexões sobre o princípio da intangibilidade da coisa julgada
e sua relativização, In: Coisa julgada inconstitucional, (Coord.) Carlos Valder
do Nascimento e José Augusto Delgado, Belo Horizonte: Ed. Fórum, 2008,
p. 173; ARMENLIN, Donaldo. Flexibilização da coisa julgada, In: Coisa
julgada inconstitucional, (Coord.) Carlos Valder do Nascimento e José
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Voto Vista
RE 363.889 / DF
Augusto Delgado, Belo Horizonte: Ed. Fórum, 2008, p. 223; CÂMARA,
Alexandre Freitas. Relativização da coisa julgada material, In: Relativização da
coisa julgada (org. Fredie Didier Jr.). Salvador: Editora Jus Podium, 2004, p.
31-2; NETO, Odilon Romano. Coisa julgada inconstitucional: proposta
interpretativa dos arts. 475-L, §1º, e 741, parágrafo único do CPC, dissertação
de mestrado apresentada à Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
2010, p. 174; e DIAS, Maria Berenice. Investigação de paternidade, prova e
ausência de coisa julgada material, Revista Brasileira de Direito de Família -
IBDFAM, Ano I, Vol. 1, Porto Alegre: Sintese, 1999, p. 18-21.
Esse conflito entre princípios fundamentais não pode servir, porém,
como visto antes, para a ablação da garantia fundamental da coisa
julgada sem quaisquer balizamentos, sob pena de se frustrar de forma
absoluta o princípio da segurança jurídica.
Em primeiro lugar, a prova pericial vive hoje, no processo civil, um
momento de crítica e de renascimento. O juiz, como se sabe, é titular do
que se pode chamar de uma cultura média, porquanto, no que excede o
campo do exclusivamente jurídico, seu conhecimento serve-se de noções
de fato que estão dentro da experiência comum do lugar e do tempo em
que vive. Não é de todo raro, porém, que no desenrolar de um litígio civil
se faça necessário o apelo a conhecimentos técnico-científicos, que apenas
um especialista nos domínios particulares do saber humano pode
manusear com segurança e habilidade. E é nessas hipóteses que deve
ocorrer a cooperação entre o perito – o expert técnico – e o julgador.
Mas essa cooperação não pode ser levada a cabo sem as devidas
cautelas. Com efeito, há um grande risco de que o julgador simplesmente
se demita da prestação da jurisdição, delegando-a ao expert, sem que
tome em consideração a prova técnica produzida em seus devidos
termos, isto é, como um componente da instrução processual, e que, para
lastrear uma decisão de mérito, deve se submeter, como qualquer outro
material probatório, ao dever de motivação inerente ao sistema do livre
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RE 363.889 / DF
Augusto Delgado, Belo Horizonte: Ed. Fórum, 2008, p. 223; CÂMARA,
Alexandre Freitas. Relativização da coisa julgada material, In: Relativização da
coisa julgada (org. Fredie Didier Jr.). Salvador: Editora Jus Podium, 2004, p.
31-2; NETO, Odilon Romano. Coisa julgada inconstitucional: proposta
interpretativa dos arts. 475-L, §1º, e 741, parágrafo único do CPC, dissertação
de mestrado apresentada à Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
2010, p. 174; e DIAS, Maria Berenice. Investigação de paternidade, prova e
ausência de coisa julgada material, Revista Brasileira de Direito de Família -
IBDFAM, Ano I, Vol. 1, Porto Alegre: Sintese, 1999, p. 18-21.
Esse conflito entre princípios fundamentais não pode servir, porém,
como visto antes, para a ablação da garantia fundamental da coisa
julgada sem quaisquer balizamentos, sob pena de se frustrar de forma
absoluta o princípio da segurança jurídica.
Em primeiro lugar, a prova pericial vive hoje, no processo civil, um
momento de crítica e de renascimento. O juiz, como se sabe, é titular do
que se pode chamar de uma cultura média, porquanto, no que excede o
campo do exclusivamente jurídico, seu conhecimento serve-se de noções
de fato que estão dentro da experiência comum do lugar e do tempo em
que vive. Não é de todo raro, porém, que no desenrolar de um litígio civil
se faça necessário o apelo a conhecimentos técnico-científicos, que apenas
um especialista nos domínios particulares do saber humano pode
manusear com segurança e habilidade. E é nessas hipóteses que deve
ocorrer a cooperação entre o perito – o expert técnico – e o julgador.
Mas essa cooperação não pode ser levada a cabo sem as devidas
cautelas. Com efeito, há um grande risco de que o julgador simplesmente
se demita da prestação da jurisdição, delegando-a ao expert, sem que
tome em consideração a prova técnica produzida em seus devidos
termos, isto é, como um componente da instrução processual, e que, para
lastrear uma decisão de mérito, deve se submeter, como qualquer outro
material probatório, ao dever de motivação inerente ao sistema do livre
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RE 363.889 / DF
convencimento motivado de valoração da prova civil (CPC, art. 131)38.
Foi diante desses riscos, que se concretizam muitas vezes com a
utilização, por peritos, de supostas técnicas que sequer gozam de
aceitabilidade nos respectivos campos do conhecimento humano (junk
science), que a Suprema Corte dos Estados Unidos da América impôs aos
juízes, principalmente a partir do célebre caso Daubert vs. Merrell, de 1993,
um controle sobre a racionalidade da prova pericial a ser valorada em
juízo. Com efeito, e como narra Michele Taruffo39, a Suprema Corte, pela
lavra do Justice Blackmun, determinou que a admissão ou exclusão da
prova científica deve ser submetida aos seguintes critérios: (i) a
controlabilidade ou a falsificabilidade da teoria que se encontra na base
na técnica empregada, fazendo expressa remissão à filosofia da ciência de
autores como Carl Hempel e Karl Popper40; (ii) a explicitação do
percentual de erro relativo à técnica empregada; e (iii) sua aceitação pela
comunidade científica especializada.
Na essência, como esclarece, neste ponto, o Prof. Leonardo Greco, a
“Corte Suprema americana, nesse leading case que alterou sua jurisprudência
anterior, reconhece a falibilidade da ciência e impõe aos juízes uma vigilância
extrema para evitar decisões errôneas e injustas. Para isso os juízes devem repelir
por ausência de confirmação, como inidôneas a ensejar qualquer condenação,
todas as provas científicas que sejam desmentidas por alguma outra igualmente
científica. (...) Assim, a Corte Suprema rejeitou que, mesmo no processo civil, o
juiz possa considerar verdadeiro aquilo que a própria ciência não é capaz de
38 Alertam para esse risco ALMEIDA, Diogo Assumpção Rezende de. A prova pericial no
processo civil: o controle da ciência e a escolha do perito, Rio de Janeiro: Ed. Renovar, 2011, p. 94 e
segs.; e GRECO, Leonardo. Instituições de processo civil – Processo de conhecimento, Vol. II, 2010,
p. 286-7.
39 TARUFFO, Michele. Ciencia y proceso, In: Páginas sobre justicia civil, Madrid: Ed. Marcial Pons,
2009, p. 464.
40 Para uma crítica desse primeiro critério, v. ALMEIDA, Diogo Assumpção Rezende de. A
prova pericial no processo civil: o controle da ciência e a escolha do perito, Rio de Janeiro: Ed.
Renovar, 2011, p. 25 e segs.
38
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convencimento motivado de valoração da prova civil (CPC, art. 131)38.
Foi diante desses riscos, que se concretizam muitas vezes com a
utilização, por peritos, de supostas técnicas que sequer gozam de
aceitabilidade nos respectivos campos do conhecimento humano (junk
science), que a Suprema Corte dos Estados Unidos da América impôs aos
juízes, principalmente a partir do célebre caso Daubert vs. Merrell, de 1993,
um controle sobre a racionalidade da prova pericial a ser valorada em
juízo. Com efeito, e como narra Michele Taruffo39, a Suprema Corte, pela
lavra do Justice Blackmun, determinou que a admissão ou exclusão da
prova científica deve ser submetida aos seguintes critérios: (i) a
controlabilidade ou a falsificabilidade da teoria que se encontra na base
na técnica empregada, fazendo expressa remissão à filosofia da ciência de
autores como Carl Hempel e Karl Popper40; (ii) a explicitação do
percentual de erro relativo à técnica empregada; e (iii) sua aceitação pela
comunidade científica especializada.
Na essência, como esclarece, neste ponto, o Prof. Leonardo Greco, a
“Corte Suprema americana, nesse leading case que alterou sua jurisprudência
anterior, reconhece a falibilidade da ciência e impõe aos juízes uma vigilância
extrema para evitar decisões errôneas e injustas. Para isso os juízes devem repelir
por ausência de confirmação, como inidôneas a ensejar qualquer condenação,
todas as provas científicas que sejam desmentidas por alguma outra igualmente
científica. (...) Assim, a Corte Suprema rejeitou que, mesmo no processo civil, o
juiz possa considerar verdadeiro aquilo que a própria ciência não é capaz de
38 Alertam para esse risco ALMEIDA, Diogo Assumpção Rezende de. A prova pericial no
processo civil: o controle da ciência e a escolha do perito, Rio de Janeiro: Ed. Renovar, 2011, p. 94 e
segs.; e GRECO, Leonardo. Instituições de processo civil – Processo de conhecimento, Vol. II, 2010,
p. 286-7.
39 TARUFFO, Michele. Ciencia y proceso, In: Páginas sobre justicia civil, Madrid: Ed. Marcial Pons,
2009, p. 464.
40 Para uma crítica desse primeiro critério, v. ALMEIDA, Diogo Assumpção Rezende de. A
prova pericial no processo civil: o controle da ciência e a escolha do perito, Rio de Janeiro: Ed.
Renovar, 2011, p. 25 e segs.
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RE 363.889 / DF
sustentar racionalmente. E exigiu que o juiz controlasse o conhecimento
científico mediante a aplicação simultânea de três critérios: o método indutivo, a
resistência a todas as espécies de refutação e subsidiariamente o consenso geral da
comunidade científica”41.
Esses novos questionamentos em torno da prova pericial não são
capazes de pôr em xeque, em abstrato, a confiabilidade do exame de DNA
para a definição da paternidade biológica. Com efeito, tal exame, que
ostenta a natureza de prova estatística, é dotado de ampla aceitação na
comunidade científica e de altíssimo grau de probabilidade de acerto,
mencionado pelos estudiosos do tema como de 98-99% de chance de
alcançar um resultado que corresponda à verdade42. No entanto, a
verdade é que os índices abstratos de acerto do teste de DNA, para que se
reflitam em uma prova técnica realizada em um processo judicial,
dependem da confiabilidade in concreto do método científico realizado
pelo laboratório especificamente designado pelo magistrado para a
feitura do exame.
No direito norte-americano, por exemplo, há propostas concretas de
submissão de todos os laboratórios que realizam o exame de DNA a uma
comissão de controle de qualidade, tal como sugerido pelo Conselho
Nacional de Pesquisas dos EUA43. E isso se justifica pelo risco de falhas no
resultado do exame em função (i) da inadequação do recipiente para
41 GRECO, Leonardo. Instituições de processo civil – Processo de conhecimento, Vol. II, 2010, p. 285.
42 Em diversas passagens, tal índice de acerto é mencionado pelo Prof. Michele Taruffo,
reconhecido estudioso do tema da prova civil: Probabilidad y prueba judicial, In: Páginas sobre
justicia civil, Madrid: Ed. Marcial Pons, 2009, p. 434; Ciencia y proceso, In: Páginas sobre justicia
civil, Madrid: Ed. Marcial Pons, 2009, p. 459; para concluir, em outra oportunidade, que “Vero
è che il giudice è tenuto tutte la prove, ma riesce difficile immaginare che il valore probatorio del test
genetico possa essere superato da prova ordinarie come testimonionza, presunzioni o scritture” (La
prova scientifica nel processo civile, In: Rivista Trimestrale di Diritto e Procedura Civile. Milano:
Giuffrè Editore, 2005, p. 1092).
43 BOERIA, Alfredo Gilberto. O perfil de DNA como prova judicial – uma revisão crítica, p. 3,
publicado em Revista dos Tribunais, v. 714, p. 296.
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sustentar racionalmente. E exigiu que o juiz controlasse o conhecimento
científico mediante a aplicação simultânea de três critérios: o método indutivo, a
resistência a todas as espécies de refutação e subsidiariamente o consenso geral da
comunidade científica”41.
Esses novos questionamentos em torno da prova pericial não são
capazes de pôr em xeque, em abstrato, a confiabilidade do exame de DNA
para a definição da paternidade biológica. Com efeito, tal exame, que
ostenta a natureza de prova estatística, é dotado de ampla aceitação na
comunidade científica e de altíssimo grau de probabilidade de acerto,
mencionado pelos estudiosos do tema como de 98-99% de chance de
alcançar um resultado que corresponda à verdade42. No entanto, a
verdade é que os índices abstratos de acerto do teste de DNA, para que se
reflitam em uma prova técnica realizada em um processo judicial,
dependem da confiabilidade in concreto do método científico realizado
pelo laboratório especificamente designado pelo magistrado para a
feitura do exame.
No direito norte-americano, por exemplo, há propostas concretas de
submissão de todos os laboratórios que realizam o exame de DNA a uma
comissão de controle de qualidade, tal como sugerido pelo Conselho
Nacional de Pesquisas dos EUA43. E isso se justifica pelo risco de falhas no
resultado do exame em função (i) da inadequação do recipiente para
41 GRECO, Leonardo. Instituições de processo civil – Processo de conhecimento, Vol. II, 2010, p. 285.
42 Em diversas passagens, tal índice de acerto é mencionado pelo Prof. Michele Taruffo,
reconhecido estudioso do tema da prova civil: Probabilidad y prueba judicial, In: Páginas sobre
justicia civil, Madrid: Ed. Marcial Pons, 2009, p. 434; Ciencia y proceso, In: Páginas sobre justicia
civil, Madrid: Ed. Marcial Pons, 2009, p. 459; para concluir, em outra oportunidade, que “Vero
è che il giudice è tenuto tutte la prove, ma riesce difficile immaginare che il valore probatorio del test
genetico possa essere superato da prova ordinarie come testimonionza, presunzioni o scritture” (La
prova scientifica nel processo civile, In: Rivista Trimestrale di Diritto e Procedura Civile. Milano:
Giuffrè Editore, 2005, p. 1092).
43 BOERIA, Alfredo Gilberto. O perfil de DNA como prova judicial – uma revisão crítica, p. 3,
publicado em Revista dos Tribunais, v. 714, p. 296.
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RE 363.889 / DF
armazenamento do material coletado – sangue, pele, raiz de cabelo,
espermatozóide, células da boca, urina ou cromossomo sexual44 –; (ii) da
identificação correta do titular dos dados; (iii) de reagentes químicos
eventualmente deteriorados; (iv) de excesso de temperatura no
processamento, etc. Como sintetiza Alfredo Gilberto Boeira em estudo
sobre o tema:
Em resumo, a determinação do perfil de DNA para
estabelecer a paternidade, embora merecedora de consideração,
dista muito de ser o processo infalível que seus proponentes
defendem. Em primeiro lugar, há uma aplicação inadequada
de uma metodologia destinada a finalidades científicas (onde a
incerteza é admissível) para a área jurídica (onde a dúvida deve
beneficiar o réu). Em segundo lugar, a possibilidade de falhas
técnicas está sempre presente e deve ser avaliada em todos os
casos que o tribunal for examinar. Terceiro, as bases de dados
em que se baseiam as afirmações estatísticas ou não existem ou
são pouco confiáveis, e deveriam ser analisadas sempre que
esta prova for apresentada ao juiz. E mesmo os dados baseados
em tais fontes podem variar de forma acentuada, conforme a
técnica de cálculo (Regra do Produto ou Regra da Contagem).
Finalmente, as probabilidades oferecidas pelo exame são, na
realidade, artifícios matemáticos desenvolvidos para facilitar
conclusões científicas, não correspondendo ao que é difundido
como verdade absoluta45.
Em outras palavras, para que o exame de DNA seja admissível em
um processo civil cercado por todas as garantias fundamentais previstas
na Constituição, não basta que, na teoria, o método científico seja dotado
de tal ou qual grau de confiabilidade. É preciso que o perito responsável
pela realização do exame, no caso concreto, explicite o índice de acerto de
44 TRACHTENBERG, Anete. O poder e as limitações dos testes sangüíneos na determinação de
paternidade, in Ajuris, nº 63, p. 326.
45 BOERIA, Alfredo Gilberto. O perfil de DNA como prova judicial – uma revisão crítica, p. 7,
publicado em Revista dos Tribunais, v. 714, p. 296.
40
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armazenamento do material coletado – sangue, pele, raiz de cabelo,
espermatozóide, células da boca, urina ou cromossomo sexual44 –; (ii) da
identificação correta do titular dos dados; (iii) de reagentes químicos
eventualmente deteriorados; (iv) de excesso de temperatura no
processamento, etc. Como sintetiza Alfredo Gilberto Boeira em estudo
sobre o tema:
Em resumo, a determinação do perfil de DNA para
estabelecer a paternidade, embora merecedora de consideração,
dista muito de ser o processo infalível que seus proponentes
defendem. Em primeiro lugar, há uma aplicação inadequada
de uma metodologia destinada a finalidades científicas (onde a
incerteza é admissível) para a área jurídica (onde a dúvida deve
beneficiar o réu). Em segundo lugar, a possibilidade de falhas
técnicas está sempre presente e deve ser avaliada em todos os
casos que o tribunal for examinar. Terceiro, as bases de dados
em que se baseiam as afirmações estatísticas ou não existem ou
são pouco confiáveis, e deveriam ser analisadas sempre que
esta prova for apresentada ao juiz. E mesmo os dados baseados
em tais fontes podem variar de forma acentuada, conforme a
técnica de cálculo (Regra do Produto ou Regra da Contagem).
Finalmente, as probabilidades oferecidas pelo exame são, na
realidade, artifícios matemáticos desenvolvidos para facilitar
conclusões científicas, não correspondendo ao que é difundido
como verdade absoluta45.
Em outras palavras, para que o exame de DNA seja admissível em
um processo civil cercado por todas as garantias fundamentais previstas
na Constituição, não basta que, na teoria, o método científico seja dotado
de tal ou qual grau de confiabilidade. É preciso que o perito responsável
pela realização do exame, no caso concreto, explicite o índice de acerto de
44 TRACHTENBERG, Anete. O poder e as limitações dos testes sangüíneos na determinação de
paternidade, in Ajuris, nº 63, p. 326.
45 BOERIA, Alfredo Gilberto. O perfil de DNA como prova judicial – uma revisão crítica, p. 7,
publicado em Revista dos Tribunais, v. 714, p. 296.
40
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que são dotados os seus particulares instrumentos e materiais técnicos
utilizados na produção da prova, a exemplo das condições dos
laboratórios – públicos ou privados – e da capacitação pessoal dos
agentes envolvidos na interpretação dos resultados46. Só assim, com a
demonstração do grau de confiabilidade da prova técnica in concreto, é
que o exame de DNA poderá ser tido pelo julgador como apenas um dos
elementos para a formação de sua convicção sobre os fatos
controvertidos, sem que se possa vedar a possibilidade de refutação de
seu resultado pela produção de contraprovas, inclusive de igual viés
técnico, submetido todo o material da instrução ao livre convencimento
motivado do juiz47.
Ademais, no direito brasileiro, conforme jurisprudência desta Corte
Suprema, sequer a própria realização do exame de DNA pode ser
46 Na verdade, já se afirmou, na doutrina específica, que, para que se possa atribuir ao laudo
seu real valor, ele “deve ser o mais completo possível; redigido com linguagem acessível para o Juiz e
leigos; descrever os métodos utilizados e como foi realizado o cálculo estatístico para apresentação da
probabilidade de exclusão; identificar os técnicos incumbidos de cada uma das diferentes etapas do
teste; identificar as possíveis fontes de erro e problemas na interpretação do resultado; e incluir no
laudo fotografias das bandas de DNA ou o filme de Raio-X marcado, para o exame visual do
resultado” (TRACHTENBERG, Anete. O poder e as limitações dos testes sangüíneos na
determinação de paternidade, in Ajuris, nº 63, p. 326).
47 GRECO, Leonardo. Instituições de processo civil – Processo de conhecimento, Vol. II, 2010, p. 286;
ALMEIDA, Diogo Assumpção Rezende de. A prova pericial no processo civil: o controle da
ciência e a escolha do perito, Rio de Janeiro: Ed. Renovar, 2011, p. 92; TRACHTENBERG, Anete.
O poder e as limitações dos testes sangüíneos na determinação de paternidade, in Ajuris, nº 63, p.
331-2; MIRZA, Flávio. Prova pericial – em busca de um novo paradigma, tese de doutorado
apresentada à Universidade Gama Filho, mimeografado, 2007, p. 165-6; e COSTA, Vladimir
Morcillo da. Prova pericial no processo penal, dissertação de mestrado apresentada à
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, mimeografado, 2010, pp. 107-111, nas quais se
dedica especificamente à valoração do exame de DNA em litígios de matéria civil. No campo
do direito civil, o mesmo risco, na realização do exame de DNA, é apontado por MORAES,
Maria Celina Bodin de. Recusa à realização do exame de DNA e direitos da personalidade, In: Na
medida da pessoa humana – estudos de direito civil-constitucional, Rio de Janeiro: Ed. Renovar,
2010, p. 175.
41
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que são dotados os seus particulares instrumentos e materiais técnicos
utilizados na produção da prova, a exemplo das condições dos
laboratórios – públicos ou privados – e da capacitação pessoal dos
agentes envolvidos na interpretação dos resultados46. Só assim, com a
demonstração do grau de confiabilidade da prova técnica in concreto, é
que o exame de DNA poderá ser tido pelo julgador como apenas um dos
elementos para a formação de sua convicção sobre os fatos
controvertidos, sem que se possa vedar a possibilidade de refutação de
seu resultado pela produção de contraprovas, inclusive de igual viés
técnico, submetido todo o material da instrução ao livre convencimento
motivado do juiz47.
Ademais, no direito brasileiro, conforme jurisprudência desta Corte
Suprema, sequer a própria realização do exame de DNA pode ser
46 Na verdade, já se afirmou, na doutrina específica, que, para que se possa atribuir ao laudo
seu real valor, ele “deve ser o mais completo possível; redigido com linguagem acessível para o Juiz e
leigos; descrever os métodos utilizados e como foi realizado o cálculo estatístico para apresentação da
probabilidade de exclusão; identificar os técnicos incumbidos de cada uma das diferentes etapas do
teste; identificar as possíveis fontes de erro e problemas na interpretação do resultado; e incluir no
laudo fotografias das bandas de DNA ou o filme de Raio-X marcado, para o exame visual do
resultado” (TRACHTENBERG, Anete. O poder e as limitações dos testes sangüíneos na
determinação de paternidade, in Ajuris, nº 63, p. 326).
47 GRECO, Leonardo. Instituições de processo civil – Processo de conhecimento, Vol. II, 2010, p. 286;
ALMEIDA, Diogo Assumpção Rezende de. A prova pericial no processo civil: o controle da
ciência e a escolha do perito, Rio de Janeiro: Ed. Renovar, 2011, p. 92; TRACHTENBERG, Anete.
O poder e as limitações dos testes sangüíneos na determinação de paternidade, in Ajuris, nº 63, p.
331-2; MIRZA, Flávio. Prova pericial – em busca de um novo paradigma, tese de doutorado
apresentada à Universidade Gama Filho, mimeografado, 2007, p. 165-6; e COSTA, Vladimir
Morcillo da. Prova pericial no processo penal, dissertação de mestrado apresentada à
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, mimeografado, 2010, pp. 107-111, nas quais se
dedica especificamente à valoração do exame de DNA em litígios de matéria civil. No campo
do direito civil, o mesmo risco, na realização do exame de DNA, é apontado por MORAES,
Maria Celina Bodin de. Recusa à realização do exame de DNA e direitos da personalidade, In: Na
medida da pessoa humana – estudos de direito civil-constitucional, Rio de Janeiro: Ed. Renovar,
2010, p. 175.
41
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assegurada coercitivamente, o que leva à frustração do atingimento da
verdade biológica. É que o réu ainda poderá esquivar-se da realização do
exame de DNA sob o fundamento de violação à sua integridade física,
como reconhece a jurisprudência deste STF a partir do HC nº 71373-4,
Relator para o acórdão Min. Marco Aurélio, em posição posteriormente
cristalizada nos arts. 231 e 232 do Código Civil48 e na Súmula nº 301 do
STJ (“Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de
DNA induz presunção juris tantum de paternidade”).
Decorre daí que nada assegura que, no desenrolar de demanda em
que se pretenda a relativização da coisa julgada, será definida com a
certeza técnica se o réu é, de fato, o pai do autor; pelo contrário, é possível
que a recusa do réu leve apenas à inversão do ônus da prova em seu
desfavor, de modo que, não realizado o exame, militará contra ele a
presunção de que é o pai. Partindo dessas premissas, é possível que a
sentença de procedência em tal processo afirme a paternidade também
por conta de uma verdade formal, isto é, uma verdade que não reflete o
que se passou no mundo da vida. E, por conta disso, tal sentença em nada
se distinguiria, do ponto de vista substancial, da ‘verdade’ proclamada no
primeiro processo, cuja conclusão se fundou apenas na aplicação ao caso
das regras do ônus da prova, do qual o autor, à época, não conseguiu se
desincumbir.
Em ambos os casos, portanto, o dispositivo da decisão, pela
improcedência ou procedência do pedido, se funda na aplicação de regras
formais à atividade do julgador, e não na verdade real, com a conclusão da
sentença decorrendo apenas do fato da omissão ou da insuficiência da
atividade probatória das partes – no primeiro caso, o autor não reuniu as
provas, ao passo que, no segundo, será o réu quem não terá colaborado
com a prova.
48 CC, Art. 231. Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário não poderá
aproveitar-se de sua recusa; e Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá
suprir a prova que se pretendia obter com o exame.
42
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RE 363.889 / DF
assegurada coercitivamente, o que leva à frustração do atingimento da
verdade biológica. É que o réu ainda poderá esquivar-se da realização do
exame de DNA sob o fundamento de violação à sua integridade física,
como reconhece a jurisprudência deste STF a partir do HC nº 71373-4,
Relator para o acórdão Min. Marco Aurélio, em posição posteriormente
cristalizada nos arts. 231 e 232 do Código Civil48 e na Súmula nº 301 do
STJ (“Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de
DNA induz presunção juris tantum de paternidade”).
Decorre daí que nada assegura que, no desenrolar de demanda em
que se pretenda a relativização da coisa julgada, será definida com a
certeza técnica se o réu é, de fato, o pai do autor; pelo contrário, é possível
que a recusa do réu leve apenas à inversão do ônus da prova em seu
desfavor, de modo que, não realizado o exame, militará contra ele a
presunção de que é o pai. Partindo dessas premissas, é possível que a
sentença de procedência em tal processo afirme a paternidade também
por conta de uma verdade formal, isto é, uma verdade que não reflete o
que se passou no mundo da vida. E, por conta disso, tal sentença em nada
se distinguiria, do ponto de vista substancial, da ‘verdade’ proclamada no
primeiro processo, cuja conclusão se fundou apenas na aplicação ao caso
das regras do ônus da prova, do qual o autor, à época, não conseguiu se
desincumbir.
Em ambos os casos, portanto, o dispositivo da decisão, pela
improcedência ou procedência do pedido, se funda na aplicação de regras
formais à atividade do julgador, e não na verdade real, com a conclusão da
sentença decorrendo apenas do fato da omissão ou da insuficiência da
atividade probatória das partes – no primeiro caso, o autor não reuniu as
provas, ao passo que, no segundo, será o réu quem não terá colaborado
com a prova.
48 CC, Art. 231. Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário não poderá
aproveitar-se de sua recusa; e Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá
suprir a prova que se pretendia obter com o exame.
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Voto Vista
RE 363.889 / DF
Todas essas fragilidades, que comprometem em alguma medida a
confiabilidade das premissas empíricas da perspectiva de promoção do
direito à filiação no presente raciocínio ponderativo49, conduzem à
impossibilidade de que o princípio da segurança jurídica seja
comprometido de forma absoluta em prol da cognominada busca pela
verdade real no processo civil.
Ademais, o que se ressaltou acima a respeito da ponderação entre a
regra da coisa julgada e os demais princípios em jogo não afasta a
preservação da eficácia, e em um grau ainda que mínimo, do princípio
subjacente à coisa julgada material, consistente na segurança jurídica (CF,
art. 5º, caput). Com efeito, já restou claro que a manutenção da
imutabilidade inerente à coisa julgada feriria de morte, in casu, o direito
fundamental à filiação e a garantia da assistência jurídica aos
desamparados. Contudo, essa superação da regra da coisa julgada não
pode ser conduzida sem qualquer observância do princípio da segurança
jurídica, cuja eficácia principiológica permite contrações de seu âmbito de
proteção, devendo, assim, influir no próprio balizamento para a
permissão da relativização da coisa julgada material em demandas de
filiação.
Reitere-se, portanto, que o direito à filiação por certo ostenta uma
conexão nuclear com a dignidade da pessoa humana. A partir, porém, (i)
da previsão da coisa julgada como uma regra, que denota o prestígio que
merece no conjunto de garantias fundamentais, (ii) da necessidade de
preservação da eficácia mínima do princípio da segurança jurídica, que
subjaz à própria coisa julgada material, e (iii) dos riscos que envolvem o
exame de DNA, cuja perspectiva de realização nem sempre é idônea a
49 Como já dito, a confiabilidade das premissas de fato para a promoção dos direitos
fundamentais em conflito é um importante elemento da técnica da ponderação, como
ressalta, com amparo na lição de Robert Alexy, NETO, Cláudio Pereira de Souza. Ponderação
de princípios e racionalidade das decisões judiciais: coerência, razão pública, decomposição analítica e
standards de ponderação, In: Constitucionalismo democrático e governo das razões, Rio de Janeiro:
Ed. Lumen Juris, 2011, p. 151-3.
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Todas essas fragilidades, que comprometem em alguma medida a
confiabilidade das premissas empíricas da perspectiva de promoção do
direito à filiação no presente raciocínio ponderativo49, conduzem à
impossibilidade de que o princípio da segurança jurídica seja
comprometido de forma absoluta em prol da cognominada busca pela
verdade real no processo civil.
Ademais, o que se ressaltou acima a respeito da ponderação entre a
regra da coisa julgada e os demais princípios em jogo não afasta a
preservação da eficácia, e em um grau ainda que mínimo, do princípio
subjacente à coisa julgada material, consistente na segurança jurídica (CF,
art. 5º, caput). Com efeito, já restou claro que a manutenção da
imutabilidade inerente à coisa julgada feriria de morte, in casu, o direito
fundamental à filiação e a garantia da assistência jurídica aos
desamparados. Contudo, essa superação da regra da coisa julgada não
pode ser conduzida sem qualquer observância do princípio da segurança
jurídica, cuja eficácia principiológica permite contrações de seu âmbito de
proteção, devendo, assim, influir no próprio balizamento para a
permissão da relativização da coisa julgada material em demandas de
filiação.
Reitere-se, portanto, que o direito à filiação por certo ostenta uma
conexão nuclear com a dignidade da pessoa humana. A partir, porém, (i)
da previsão da coisa julgada como uma regra, que denota o prestígio que
merece no conjunto de garantias fundamentais, (ii) da necessidade de
preservação da eficácia mínima do princípio da segurança jurídica, que
subjaz à própria coisa julgada material, e (iii) dos riscos que envolvem o
exame de DNA, cuja perspectiva de realização nem sempre é idônea a
49 Como já dito, a confiabilidade das premissas de fato para a promoção dos direitos
fundamentais em conflito é um importante elemento da técnica da ponderação, como
ressalta, com amparo na lição de Robert Alexy, NETO, Cláudio Pereira de Souza. Ponderação
de princípios e racionalidade das decisões judiciais: coerência, razão pública, decomposição analítica e
standards de ponderação, In: Constitucionalismo democrático e governo das razões, Rio de Janeiro:
Ed. Lumen Juris, 2011, p. 151-3.
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RE 363.889 / DF
trazer aos autos a verdade quanto à origem biológica, impõe-se balizar a
relativização da coisa julgada com alguns parâmetros.
Na ausência de previsão legal específica, que poderia operar a
conciliação adequada entre o princípio da segurança jurídica e os direitos
fundamentais à filiação e à assistência jurídica, impõe-se buscar, no
sistema processual em vigor, o regime mais aproximado e também
tendente à tutela da segurança quando em causa o ataque à coisa julgada
material, adaptando-o, porém, à ponderação ora desenvolvida. Preservar-
se-á, assim, a eficácia mínima necessária do princípio da segurança
jurídica, prestigiando-se, igualmente, o princípio democrático, pela
adaptação às peculiaridades desta hipótese sui generis com a disciplina
processual já prevista em lei.
O paralelo mais evidente a ser buscado, como é claro, é encontrado
na ação rescisória (CPC, art. 485 e segs.). As regras especiais com que o
legislador processual disciplina essa espécie de demanda têm em vista a
sensibilidade de alguns valores fundamentais que sobrepujam a coisa
julgada material, e cuja violação, por isso mesmo, não poderia ficar
eternizada por conta do esgotamento das possibilidades recursais em um
determinado processo. É assim, por exemplo, que, em um verdadeiro
raciocínio ponderativo, explicitou o legislador que a coisa julgada poderia
ser desfeita quando em pauta violações, por exemplo, à imparcialidade
judicial (inc. I), à garantia do juiz natural (inc. II), à legalidade e à
juridicidade (inc. V) ou ao direito à prova (inc. VII). Em todos esses casos
o que fez o legislador processual foi mitigar o valor constitucional da
segurança jurídica em prol de outros princípios constitucionais
contrapostos, e que, assim, obedecido o prazo decadencial de dois anos,
poderiam operar a desconstituição da coisa julgada material em caso de
procedência do pedido.
O tema em discussão, como se vê, aproxima-se em alto grau da
teleologia que subjaz ao regime da ação rescisória. Em outras palavras, e
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trazer aos autos a verdade quanto à origem biológica, impõe-se balizar a
relativização da coisa julgada com alguns parâmetros.
Na ausência de previsão legal específica, que poderia operar a
conciliação adequada entre o princípio da segurança jurídica e os direitos
fundamentais à filiação e à assistência jurídica, impõe-se buscar, no
sistema processual em vigor, o regime mais aproximado e também
tendente à tutela da segurança quando em causa o ataque à coisa julgada
material, adaptando-o, porém, à ponderação ora desenvolvida. Preservar-
se-á, assim, a eficácia mínima necessária do princípio da segurança
jurídica, prestigiando-se, igualmente, o princípio democrático, pela
adaptação às peculiaridades desta hipótese sui generis com a disciplina
processual já prevista em lei.
O paralelo mais evidente a ser buscado, como é claro, é encontrado
na ação rescisória (CPC, art. 485 e segs.). As regras especiais com que o
legislador processual disciplina essa espécie de demanda têm em vista a
sensibilidade de alguns valores fundamentais que sobrepujam a coisa
julgada material, e cuja violação, por isso mesmo, não poderia ficar
eternizada por conta do esgotamento das possibilidades recursais em um
determinado processo. É assim, por exemplo, que, em um verdadeiro
raciocínio ponderativo, explicitou o legislador que a coisa julgada poderia
ser desfeita quando em pauta violações, por exemplo, à imparcialidade
judicial (inc. I), à garantia do juiz natural (inc. II), à legalidade e à
juridicidade (inc. V) ou ao direito à prova (inc. VII). Em todos esses casos
o que fez o legislador processual foi mitigar o valor constitucional da
segurança jurídica em prol de outros princípios constitucionais
contrapostos, e que, assim, obedecido o prazo decadencial de dois anos,
poderiam operar a desconstituição da coisa julgada material em caso de
procedência do pedido.
O tema em discussão, como se vê, aproxima-se em alto grau da
teleologia que subjaz ao regime da ação rescisória. Em outras palavras, e
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RE 363.889 / DF
com especial atenção ao que prevê o inc. VII do art. 485 do CPC, o próprio
sistema processual já tolera a fragilização da coisa julgada diante da
alteração do cenário probatório, quando “depois da sentença, o autor obtiver
documento novo, cuja existência ignorava, ou de que não pôde fazer uso, capaz,
por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável”. Tradicionalmente,
sempre se entendeu que o conceito de “documento novo” deveria se
restringir a documentos que já existissem ao tempo da prolação da decisão
rescindenda. Mas a doutrina, de forma mais recente, e com base em
precedente do Superior Tribunal de Justiça (REsp nº 300.084, DJ
06/09/2004), tem defendido a interpretação ampliativa de tal dispositivo,
para abarcar também o caso do advento da técnica que embasa a
realização do DNA50.
E é justamente essa exegese calcada substancialmente na previsão
do art. 485, VII, do CPC que deve ser prestigiada, em uma interpretação
conforme à luz do direito fundamental à filiação (CF, art. 227, caput e § 6º) e
da garantia fundamental da assistência jurídica integral aos desamparados
(CF, art. 5º, LXXIV), para que se admita o ajuizamento de demandas em
que se pretenda a desconstituição de decisão transitada em julgado que
considerara improcedente demanda de investigação de paternidade por
ausência de provas, dada a impossibilidade de realização, à época, do
exame de DNA por hipossuficiência financeira da parte.
Do regime formal da ação rescisória, decorre, como já mencionado,
a necessidade de respeito ao prazo decadencial de dois anos (CPC, art.
495). O referido prazo, como já dito, inspira-se no princípio constitucional
da segurança jurídica: embora permitida a desconstituição da coisa
julgada, tal resultado apenas pode ser validamente alcançado com uma
provocação tempestiva, em um período pré-delimitado, impedindo o
legislador, assim, que a justiça da decisão transitada em julgado
permaneça passível de revisão a qualquer tempo, do que decorreria a
50 Por todos, cf. a lição do Prof. BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Considerações sobre a chamada
“relativização” da coisa julgada material, In: Temas de direito processual – Nona Série, São Paulo:
Saraiva, 2007.
45
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com especial atenção ao que prevê o inc. VII do art. 485 do CPC, o próprio
sistema processual já tolera a fragilização da coisa julgada diante da
alteração do cenário probatório, quando “depois da sentença, o autor obtiver
documento novo, cuja existência ignorava, ou de que não pôde fazer uso, capaz,
por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável”. Tradicionalmente,
sempre se entendeu que o conceito de “documento novo” deveria se
restringir a documentos que já existissem ao tempo da prolação da decisão
rescindenda. Mas a doutrina, de forma mais recente, e com base em
precedente do Superior Tribunal de Justiça (REsp nº 300.084, DJ
06/09/2004), tem defendido a interpretação ampliativa de tal dispositivo,
para abarcar também o caso do advento da técnica que embasa a
realização do DNA50.
E é justamente essa exegese calcada substancialmente na previsão
do art. 485, VII, do CPC que deve ser prestigiada, em uma interpretação
conforme à luz do direito fundamental à filiação (CF, art. 227, caput e § 6º) e
da garantia fundamental da assistência jurídica integral aos desamparados
(CF, art. 5º, LXXIV), para que se admita o ajuizamento de demandas em
que se pretenda a desconstituição de decisão transitada em julgado que
considerara improcedente demanda de investigação de paternidade por
ausência de provas, dada a impossibilidade de realização, à época, do
exame de DNA por hipossuficiência financeira da parte.
Do regime formal da ação rescisória, decorre, como já mencionado,
a necessidade de respeito ao prazo decadencial de dois anos (CPC, art.
495). O referido prazo, como já dito, inspira-se no princípio constitucional
da segurança jurídica: embora permitida a desconstituição da coisa
julgada, tal resultado apenas pode ser validamente alcançado com uma
provocação tempestiva, em um período pré-delimitado, impedindo o
legislador, assim, que a justiça da decisão transitada em julgado
permaneça passível de revisão a qualquer tempo, do que decorreria a
50 Por todos, cf. a lição do Prof. BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Considerações sobre a chamada
“relativização” da coisa julgada material, In: Temas de direito processual – Nona Série, São Paulo:
Saraiva, 2007.
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Voto Vista
RE 363.889 / DF
instabilidade e a eterna incerteza nas relações sociais. Representa ele,
portanto, a conciliação feita pelo legislador infraconstitucional entre os
princípios que estão por detrás de cada hipótese de cabimento da
rescisória e o princípio da segurança jurídica, em que se funda a garantia
da coisa julgada.
In casu, operou-se o trânsito em julgado da demanda anterior em
1992, ao passo que o processo ora em exame foi instaurado apenas em 21
de outubro de 1996. Por uma aplicação fria e rígida do referido prazo
legal, portanto, haver-se-ia de concluir pela decadência do direito de
propositura da ação rescisória, porquanto transcorridos quatro anos. Mas
tal interpretação, caso prevalecesse, tornaria absolutamente ineficaz o
direito fundamental à filiação, na medida em que não era sequer viável, do
ponto de vista prático, a realização do exame de DNA até 1996, ano que entrou
em vigor, no Distrito Federal, a Lei nº 1.097, de 05 de junho de 1996,
segundo a qual cabe ao Poder Público distrital o custeio da referida prova
técnica, e com isso superando o déficit de assistência jurídica até então
configurado. Foi este fato, portanto, que fez surgir, do ponto de vista
prático, a viabilidade do ataque à coisa julgada anterior, de modo que
deve ser da data da promulgação dessa lei a contagem do prazo para a
impugnação à coisa julgada, o que leva à conclusão, in casu, pela viabilidade
da demanda.
Em outras palavras, a harmonização entre os princípios
constitucionais da segurança jurídica, de um lado, e do direito
fundamental à filiação e da garantia da assistência jurídica aos
desamparados, de outro, consiste na aplicação analógica do marco inicial
flexibilizado para o ajuizamento da ação rescisória, que não pode
permanecer rigidamente contado da data do trânsito em julgado. Ao
contrário, o marco para a contagem dos dois anos deve poder ser alterado
quando demonstrado pelo autor, argumentativamente, que não pudera
ajuizar, anteriormente, a demanda, pela impossibilidade prática de
obtenção do exame de DNA. Desta forma, é apenas da data da
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RE 363.889 / DF
instabilidade e a eterna incerteza nas relações sociais. Representa ele,
portanto, a conciliação feita pelo legislador infraconstitucional entre os
princípios que estão por detrás de cada hipótese de cabimento da
rescisória e o princípio da segurança jurídica, em que se funda a garantia
da coisa julgada.
In casu, operou-se o trânsito em julgado da demanda anterior em
1992, ao passo que o processo ora em exame foi instaurado apenas em 21
de outubro de 1996. Por uma aplicação fria e rígida do referido prazo
legal, portanto, haver-se-ia de concluir pela decadência do direito de
propositura da ação rescisória, porquanto transcorridos quatro anos. Mas
tal interpretação, caso prevalecesse, tornaria absolutamente ineficaz o
direito fundamental à filiação, na medida em que não era sequer viável, do
ponto de vista prático, a realização do exame de DNA até 1996, ano que entrou
em vigor, no Distrito Federal, a Lei nº 1.097, de 05 de junho de 1996,
segundo a qual cabe ao Poder Público distrital o custeio da referida prova
técnica, e com isso superando o déficit de assistência jurídica até então
configurado. Foi este fato, portanto, que fez surgir, do ponto de vista
prático, a viabilidade do ataque à coisa julgada anterior, de modo que
deve ser da data da promulgação dessa lei a contagem do prazo para a
impugnação à coisa julgada, o que leva à conclusão, in casu, pela viabilidade
da demanda.
Em outras palavras, a harmonização entre os princípios
constitucionais da segurança jurídica, de um lado, e do direito
fundamental à filiação e da garantia da assistência jurídica aos
desamparados, de outro, consiste na aplicação analógica do marco inicial
flexibilizado para o ajuizamento da ação rescisória, que não pode
permanecer rigidamente contado da data do trânsito em julgado. Ao
contrário, o marco para a contagem dos dois anos deve poder ser alterado
quando demonstrado pelo autor, argumentativamente, que não pudera
ajuizar, anteriormente, a demanda, pela impossibilidade prática de
obtenção do exame de DNA. Desta forma, é apenas da data da
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RE 363.889 / DF
possibilidade prática de obtenção do DNA que deve ser contado o
referido prazo, pois apenas nesse momento que se mostra possível o
exercício, in concreto, do direito à tutela jurisdicional efetiva, de modo que,
apenas nessas condições, a omissão em fazê-lo poderá ser imputada à
própria parte.
Nessa linha, e em razão da abertura deste parâmetro para a
definição do marco inicial para o prazo de dois anos, deve ser entendido
como ônus do autor da demanda a demonstração de que somente lhe foi
assegurada a possibilidade prática de obtenção da nova prova no espaço
inferior a dois anos contados da data da propositura. Caso não satisfeito
tal ônus, o transcurso do prazo de dois anos, contados, como
tradicionalmente, do trânsito em julgado da decisão anterior, formará a
cognominada coisa soberanamente julgada, inalterável por qualquer
demanda posterior. Na realidade, e em prestígio à segurança jurídica,
deve-se fixar uma verdadeira presunção de inadmissibilidade de revisão de
decisões judiciais, em hipóteses similares, após o decurso do prazo de dois anos
do trânsito em julgado, mantendo-se a regra geral de que o prazo
decadencial se conta a partir do marco previsto no art. 495 do CPC,
presunção essa que só poderá ser superada quando demonstrada
robustamente a anterior impossibilidade de obtenção do exame de DNA. E foi
justamente isto que aconteceu no caso presente, como se vê dos trechos
transcritos acima, da sentença anteriormente transitada em julgado, pela
absoluta impossibilidade prática, por questões financeiras, de realização
do exame, dada a fragilidade do regime de gratuidade de justiça até então
em vigor.
Ademais, não seria suficiente argumentar, sob este prisma, que a
previsão constitucional do direito fundamental à assistência jurídica,
inscrito desde a redação originária da Constituição de 88, seria suficiente
para concluir que o autor já poderia ter ajuizado a ação rescisória a contar
do trânsito em julgado da decisão do processo anterior. Embora este
raciocínio seja formalmente válido, a verdade é que não pode ser
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possibilidade prática de obtenção do DNA que deve ser contado o
referido prazo, pois apenas nesse momento que se mostra possível o
exercício, in concreto, do direito à tutela jurisdicional efetiva, de modo que,
apenas nessas condições, a omissão em fazê-lo poderá ser imputada à
própria parte.
Nessa linha, e em razão da abertura deste parâmetro para a
definição do marco inicial para o prazo de dois anos, deve ser entendido
como ônus do autor da demanda a demonstração de que somente lhe foi
assegurada a possibilidade prática de obtenção da nova prova no espaço
inferior a dois anos contados da data da propositura. Caso não satisfeito
tal ônus, o transcurso do prazo de dois anos, contados, como
tradicionalmente, do trânsito em julgado da decisão anterior, formará a
cognominada coisa soberanamente julgada, inalterável por qualquer
demanda posterior. Na realidade, e em prestígio à segurança jurídica,
deve-se fixar uma verdadeira presunção de inadmissibilidade de revisão de
decisões judiciais, em hipóteses similares, após o decurso do prazo de dois anos
do trânsito em julgado, mantendo-se a regra geral de que o prazo
decadencial se conta a partir do marco previsto no art. 495 do CPC,
presunção essa que só poderá ser superada quando demonstrada
robustamente a anterior impossibilidade de obtenção do exame de DNA. E foi
justamente isto que aconteceu no caso presente, como se vê dos trechos
transcritos acima, da sentença anteriormente transitada em julgado, pela
absoluta impossibilidade prática, por questões financeiras, de realização
do exame, dada a fragilidade do regime de gratuidade de justiça até então
em vigor.
Ademais, não seria suficiente argumentar, sob este prisma, que a
previsão constitucional do direito fundamental à assistência jurídica,
inscrito desde a redação originária da Constituição de 88, seria suficiente
para concluir que o autor já poderia ter ajuizado a ação rescisória a contar
do trânsito em julgado da decisão do processo anterior. Embora este
raciocínio seja formalmente válido, a verdade é que não pode ser
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Voto Vista
RE 363.889 / DF
desconsiderada a maciça jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça,
que, ao interpretar as disposições da Lei nº 1.060/50, afirmava a
impossibilidade, sem previsão legal expressa, de atribuição ao Poder
Público do dever de depositar os honorários do perito em causas de que
fossem parte beneficiários da gratuidade de justiça.
Segundo aquela Corte, tal regime implicaria a isenção ao
beneficiário dos honorários do perito (Lei nº 1.060/50, art. 3º, V), que
somente seriam pagos, ao final, caso vencido na demanda o adversário da
parte beneficiária (Lei nº 1.060/50, art. 11, caput). Foi seguindo essa linha
que foram proferidos diversos precedentes pelo STJ afastando o dever de
o Poder Público custear o exame: RMS 6.924/MS, Rel. Ministro SÁLVIO
DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 20/08/1996,
DJ 16/09/1996; AgRg na MC .851/MS, Rel. Ministro CARLOS ALBERTO
MENEZES DIREITO, TERCEIRA TURMA, julgado em 25/08/1997, DJ
27/10/1997; REsp 112.599/MS, Rel. Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO
TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 29/10/1997, DJ 06/04/1998;
REsp 117430/MS, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, QUARTA
TURMA, julgado em 11/11/1997, DJ 01/02/1999; REsp 103.281/MS, Rel.
Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR, QUARTA TURMA, julgado em
07/05/1998, DJ 19/10/1998; REsp 107001/MS, Rel. Ministro BARROS
MONTEIRO, QUARTA TURMA, julgado em 01/06/2000, DJ 21/08/2000;
REsp 101.760/MS, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR,
QUARTA TURMA, julgado em 10/04/2001, DJ 11/06/2001.
Apenas a contar de abril de 2002, com o julgamento do RE nº
224.775/MS, relator o Min. Néri da Silveira (Segunda Turma, julgado em
08/04/2002, DJ 24-05-2002), é que este Supremo Tribunal Federal
considerou auto-aplicável o art. 5º, LXXIV, da CF, com a finalidade de
reconhecer a obrigação de o Poder Público custear o exame de DNA para
os beneficiários da gratuidade de justiça, o que posteriormente veio a ser
reafirmado no julgamento do RE nº 207.732, Rel. Min. ELLEN GRACIE,
Primeira Turma, julgado em 11/06/2002, DJ 02-08-2002.
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RE 363.889 / DF
desconsiderada a maciça jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça,
que, ao interpretar as disposições da Lei nº 1.060/50, afirmava a
impossibilidade, sem previsão legal expressa, de atribuição ao Poder
Público do dever de depositar os honorários do perito em causas de que
fossem parte beneficiários da gratuidade de justiça.
Segundo aquela Corte, tal regime implicaria a isenção ao
beneficiário dos honorários do perito (Lei nº 1.060/50, art. 3º, V), que
somente seriam pagos, ao final, caso vencido na demanda o adversário da
parte beneficiária (Lei nº 1.060/50, art. 11, caput). Foi seguindo essa linha
que foram proferidos diversos precedentes pelo STJ afastando o dever de
o Poder Público custear o exame: RMS 6.924/MS, Rel. Ministro SÁLVIO
DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 20/08/1996,
DJ 16/09/1996; AgRg na MC .851/MS, Rel. Ministro CARLOS ALBERTO
MENEZES DIREITO, TERCEIRA TURMA, julgado em 25/08/1997, DJ
27/10/1997; REsp 112.599/MS, Rel. Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO
TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 29/10/1997, DJ 06/04/1998;
REsp 117430/MS, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, QUARTA
TURMA, julgado em 11/11/1997, DJ 01/02/1999; REsp 103.281/MS, Rel.
Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR, QUARTA TURMA, julgado em
07/05/1998, DJ 19/10/1998; REsp 107001/MS, Rel. Ministro BARROS
MONTEIRO, QUARTA TURMA, julgado em 01/06/2000, DJ 21/08/2000;
REsp 101.760/MS, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR,
QUARTA TURMA, julgado em 10/04/2001, DJ 11/06/2001.
Apenas a contar de abril de 2002, com o julgamento do RE nº
224.775/MS, relator o Min. Néri da Silveira (Segunda Turma, julgado em
08/04/2002, DJ 24-05-2002), é que este Supremo Tribunal Federal
considerou auto-aplicável o art. 5º, LXXIV, da CF, com a finalidade de
reconhecer a obrigação de o Poder Público custear o exame de DNA para
os beneficiários da gratuidade de justiça, o que posteriormente veio a ser
reafirmado no julgamento do RE nº 207.732, Rel. Min. ELLEN GRACIE,
Primeira Turma, julgado em 11/06/2002, DJ 02-08-2002.
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Voto Vista
RE 363.889 / DF
Assim, como demonstrado na petição inicial deste processo (fls. 11),
o cenário em que se encontrava o autor até o ano de 1996, data em que
entrou em vigor a Lei Distrital nº 1.097/96, era de absoluta
impossibilidade prática de realização do exame de DNA, já que os órgãos
de cúpula do Judiciário não extraiam, até aquele momento, da cláusula
constitucional da assistência jurídica o dever de que o Poder Público
custeasse a prova. Desta forma, a atuação tempestiva da parte autora,
aferida à luz da entrada em vigor da referida Lei, eis que ajuizada a
demanda em outubro de 1996, não pode ser infirmada apenas pela
proclamação até então meramente solene, para o que importa à questão,
do direito fundamental à gratuidade de justiça no texto da Constituição.
Assim, e em suma, deve-se ter por válido, à luz da Constituição, o
afastamento da coisa julgada material, formada sobre decisão de
improcedência por falta de provas, em demandas que envolvam relação de
filiação, quando for alegada a viabilidade de produção de prova técnica capaz
de reverter a conclusão do julgamento anterior, cuja realização só tenha se
mostrado possível, do ponto de vista prático, pelo avanço tecnológico
superveniente, somado à inadequação do regime da assistência jurídica aos
necessitados, respeitado, em qualquer caso, o prazo de dois anos para o
ajuizamento de nova demanda, que flui, por presunção iuris tantum, a
contar do trânsito em julgado da demanda anterior, salvo nas hipóteses
excepcionais em que restar também excepcionalmente demonstrado que
apenas posteriormente se tornou viável, do ponto de vista prático, o
acesso ao exame de DNA, cabendo ao demandante o ônus do
afastamento da referida presunção.
Ex positis, voto no sentido de dar provimento ao recurso para afastar o
óbice da coisa julgada material e admitir a continuidade do processo.
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RE 363.889 / DF
Assim, como demonstrado na petição inicial deste processo (fls. 11),
o cenário em que se encontrava o autor até o ano de 1996, data em que
entrou em vigor a Lei Distrital nº 1.097/96, era de absoluta
impossibilidade prática de realização do exame de DNA, já que os órgãos
de cúpula do Judiciário não extraiam, até aquele momento, da cláusula
constitucional da assistência jurídica o dever de que o Poder Público
custeasse a prova. Desta forma, a atuação tempestiva da parte autora,
aferida à luz da entrada em vigor da referida Lei, eis que ajuizada a
demanda em outubro de 1996, não pode ser infirmada apenas pela
proclamação até então meramente solene, para o que importa à questão,
do direito fundamental à gratuidade de justiça no texto da Constituição.
Assim, e em suma, deve-se ter por válido, à luz da Constituição, o
afastamento da coisa julgada material, formada sobre decisão de
improcedência por falta de provas, em demandas que envolvam relação de
filiação, quando for alegada a viabilidade de produção de prova técnica capaz
de reverter a conclusão do julgamento anterior, cuja realização só tenha se
mostrado possível, do ponto de vista prático, pelo avanço tecnológico
superveniente, somado à inadequação do regime da assistência jurídica aos
necessitados, respeitado, em qualquer caso, o prazo de dois anos para o
ajuizamento de nova demanda, que flui, por presunção iuris tantum, a
contar do trânsito em julgado da demanda anterior, salvo nas hipóteses
excepcionais em que restar também excepcionalmente demonstrado que
apenas posteriormente se tornou viável, do ponto de vista prático, o
acesso ao exame de DNA, cabendo ao demandante o ônus do
afastamento da referida presunção.
Ex positis, voto no sentido de dar provimento ao recurso para afastar o
óbice da coisa julgada material e admitir a continuidade do processo.
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Aditamento ao Voto
02/06/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
ADITAMENTO AO VOTO
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Senhor
Presidente, eu assento também, como todos que me precederam, que o
caso é sui generis.
Não se trata, simplesmente, de relativizar a coisa julgada, mas de
examinar o cerne da questão sob análise. E aí verifico que o recorrente
teve, na verdade, dois direitos fundamentais violados. Primeiramente, o
seu direito fundamental de acesso à Justiça, porque o Estado não lhe
prestou assistência integral judiciária gratuita para que ele pudesse fazer
o teste de DNA, que lhe permitiria, eventualmente, provar que ele seria
filho do recorrido.
Há um segundo aspecto, muito bem ressaltado pelo juízo de
primeiro grau, de que disse estarmos diante de uma ação de estado, em
que deve prevalecer a verdade real, e não a verdade ficta ou processual.
Eu observo, como também já foi assinalado pelos eminentes
Magistrados que fizeram uso da palavra, que, sobretudo nesta situação
concreta que nós estamos examinando, o valor constitucional da
imutabilidade da coisa julgada deve ceder lugar a outro valor, tão ou
mais importante, que é exatamente a regra que também integra, de forma
muito especial, o texto magno: a regra segundo a qual à criança e ao
adolescente são assegurados, com prioridade absoluta, o direito à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura,
à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar.
Não fosse apenas isso, a Subprocuradora-Geral da República Dra.
Sandra Cureau afirmou muito bem, em seu parecer, que o direito à
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02/06/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
ADITAMENTO AO VOTO
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Senhor
Presidente, eu assento também, como todos que me precederam, que o
caso é sui generis.
Não se trata, simplesmente, de relativizar a coisa julgada, mas de
examinar o cerne da questão sob análise. E aí verifico que o recorrente
teve, na verdade, dois direitos fundamentais violados. Primeiramente, o
seu direito fundamental de acesso à Justiça, porque o Estado não lhe
prestou assistência integral judiciária gratuita para que ele pudesse fazer
o teste de DNA, que lhe permitiria, eventualmente, provar que ele seria
filho do recorrido.
Há um segundo aspecto, muito bem ressaltado pelo juízo de
primeiro grau, de que disse estarmos diante de uma ação de estado, em
que deve prevalecer a verdade real, e não a verdade ficta ou processual.
Eu observo, como também já foi assinalado pelos eminentes
Magistrados que fizeram uso da palavra, que, sobretudo nesta situação
concreta que nós estamos examinando, o valor constitucional da
imutabilidade da coisa julgada deve ceder lugar a outro valor, tão ou
mais importante, que é exatamente a regra que também integra, de forma
muito especial, o texto magno: a regra segundo a qual à criança e ao
adolescente são assegurados, com prioridade absoluta, o direito à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura,
à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar.
Não fosse apenas isso, a Subprocuradora-Geral da República Dra.
Sandra Cureau afirmou muito bem, em seu parecer, que o direito à
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 120 de 165
Aditamento ao Voto
RE 363.889 / DF
filiação, hoje, é um direito fundamental, abrigado na Carta Magna sob a
rubrica do respeito incondicional à dignidade humana.
Aliás, esse aspecto foi também corretamente ressaltado pelo Ministro
Dias Toffoli, que notou em seu voto que hoje em dia já se cogita de um
direito fundamental à informação genética, direito esse, como salientou o
eminente Relator deste processo, já reconhecido pela Corte Constitucional
alemã.
Lembro também, como já foi assentado pelo Ministro Fux, que o
artigo 226 da nossa Constituição estabelece que a família é a base da
sociedade e que merece proteção especial do Estado. Portanto, é disso que
se cogita também, fundamentalmente.
Nós estamos, então, diante de uma situação em que distintos
princípios ou valores constitucionais se contrapõem e merecem, como
disse o Ministro Fux - e também o Ministro Toffoli fez alusão a isso -, uma
ponderação de valores segundo a conhecida fórmula do jurista alemão
Robert Alexy.
Para Robert Alexy, princípios são mandados de otimização que
comportam uma ponderação axiológica, sempre diante de um caso
concreto e segundo três critérios que se fazem presentes na espécie:
primeiro, adequação; em segundo lugar, necessidade; em terceiro lugar,
proporcionalidade.
Há um outro autor alemão bastante conhecido e muito festejado nos
meios jurídicos, Klaus Gunther.
Klaus Gunther é um especialista em teoria da argumentação e ele
traz um aporte, inclusive novo, para essa discussão, dizendo que a
compatibilização de normas conflitantes, é preciso que se faça
necessariamente no contexto de um discurso ético.
2
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RE 363.889 / DF
filiação, hoje, é um direito fundamental, abrigado na Carta Magna sob a
rubrica do respeito incondicional à dignidade humana.
Aliás, esse aspecto foi também corretamente ressaltado pelo Ministro
Dias Toffoli, que notou em seu voto que hoje em dia já se cogita de um
direito fundamental à informação genética, direito esse, como salientou o
eminente Relator deste processo, já reconhecido pela Corte Constitucional
alemã.
Lembro também, como já foi assentado pelo Ministro Fux, que o
artigo 226 da nossa Constituição estabelece que a família é a base da
sociedade e que merece proteção especial do Estado. Portanto, é disso que
se cogita também, fundamentalmente.
Nós estamos, então, diante de uma situação em que distintos
princípios ou valores constitucionais se contrapõem e merecem, como
disse o Ministro Fux - e também o Ministro Toffoli fez alusão a isso -, uma
ponderação de valores segundo a conhecida fórmula do jurista alemão
Robert Alexy.
Para Robert Alexy, princípios são mandados de otimização que
comportam uma ponderação axiológica, sempre diante de um caso
concreto e segundo três critérios que se fazem presentes na espécie:
primeiro, adequação; em segundo lugar, necessidade; em terceiro lugar,
proporcionalidade.
Há um outro autor alemão bastante conhecido e muito festejado nos
meios jurídicos, Klaus Gunther.
Klaus Gunther é um especialista em teoria da argumentação e ele
traz um aporte, inclusive novo, para essa discussão, dizendo que a
compatibilização de normas conflitantes, é preciso que se faça
necessariamente no contexto de um discurso ético.
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 121 de 165
Aditamento ao Voto
RE 363.889 / DF
Então, não bastam apenas os critérios aventados por Robert Alexy - a
adequação, a necessidade e a proporcionalidade -,porquanto, sem o
discurso ético, essa ponderação de valores ficaria esvaziada.
Eu trago voto escrito, Senhor Presidente, mas nestes termos,
empregando a técnica da ponderação de valores, que acabo de explicitar,
e tendo em conta, sobretudo, razões de ordem ética, eu acompanho
integralmente o belíssimo voto do Relator Dias Toffoli, dando provimento
aos recursos, afastando, no caso concreto, o óbice da coisa julgada, de
maneira a anular a decisão que extinguiu o processo, e permitindo, dessa
forma, o prosseguimento da investigação de paternidade.
É como voto.
3
Supremo Tribunal Federal
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RE 363.889 / DF
Então, não bastam apenas os critérios aventados por Robert Alexy - a
adequação, a necessidade e a proporcionalidade -,porquanto, sem o
discurso ético, essa ponderação de valores ficaria esvaziada.
Eu trago voto escrito, Senhor Presidente, mas nestes termos,
empregando a técnica da ponderação de valores, que acabo de explicitar,
e tendo em conta, sobretudo, razões de ordem ética, eu acompanho
integralmente o belíssimo voto do Relator Dias Toffoli, dando provimento
aos recursos, afastando, no caso concreto, o óbice da coisa julgada, de
maneira a anular a decisão que extinguiu o processo, e permitindo, dessa
forma, o prosseguimento da investigação de paternidade.
É como voto.
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 122 de 165
Voto - MIN. JOAQUIM BARBOSA
02/06/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
VOTO
O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA
- Senhor
Presidente, também eu, a exemplo dos demais votos já proferidos,
reconheço a situação de conflito, de contraste entre princípios
constitucionais, mais precisamente entre o princípio constitucional que
determina a observância da cláusula da coisa julgada e a cláusula
constitucional que assegura o direito ao conhecimento das origens
genéticas de cada um - e eu não tenho dúvida, neste caso, e
especificamente neste caso, em dar prevalência a essa segunda cláusula
constitucional.
Acho que esta questão deve ser tratada caso a caso. Nós não
deveríamos proferir uma decisão muito aberta, porque várias
possibilidades podem surgir nesta matéria - inclusive, examinando na
outra assentada, pude fazer anotações nesse sentido.
Eu acrescentaria apenas, a título ilustrativo e por curiosidade, o fato
de que o próprio tribunal de onde emana essa decisão que estamos
reexaminando hoje, aqui, já evoluiu sobre esta matéria. Eu trago aqui -
não sei se o Ministro-Relator fez alusão - um entendimento totalmente
diferente sobre o tema, um acórdão mais recente sobre o tema, emanado
do próprio Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que diz os seguinte:
"FAMÍLIA E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO RESCISÓRIA.
INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. REPETIÇÃO DE AÇÃO.
NOVAS PROVAS. POSSIBILIDADE. COISA JULGADA.
MITIGAÇÃO. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA
HUMANA.
1. TODO INDIVÍDUO TEM O DIREITO FUNDAMENTAL
À PRÓPRIA IDENTIDADE E AO CONHECIMENTO DE SUAS
ORIGENS, PRERROGATIVA QUE SE INSERE NO ROL DOS
DIREITOS DA PERSONALIDADE, VALORES DA MAIS ALTA
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Supremo Tribunal Federal
02/06/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
VOTO
O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA
- Senhor
Presidente, também eu, a exemplo dos demais votos já proferidos,
reconheço a situação de conflito, de contraste entre princípios
constitucionais, mais precisamente entre o princípio constitucional que
determina a observância da cláusula da coisa julgada e a cláusula
constitucional que assegura o direito ao conhecimento das origens
genéticas de cada um - e eu não tenho dúvida, neste caso, e
especificamente neste caso, em dar prevalência a essa segunda cláusula
constitucional.
Acho que esta questão deve ser tratada caso a caso. Nós não
deveríamos proferir uma decisão muito aberta, porque várias
possibilidades podem surgir nesta matéria - inclusive, examinando na
outra assentada, pude fazer anotações nesse sentido.
Eu acrescentaria apenas, a título ilustrativo e por curiosidade, o fato
de que o próprio tribunal de onde emana essa decisão que estamos
reexaminando hoje, aqui, já evoluiu sobre esta matéria. Eu trago aqui -
não sei se o Ministro-Relator fez alusão - um entendimento totalmente
diferente sobre o tema, um acórdão mais recente sobre o tema, emanado
do próprio Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que diz os seguinte:
"FAMÍLIA E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO RESCISÓRIA.
INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. REPETIÇÃO DE AÇÃO.
NOVAS PROVAS. POSSIBILIDADE. COISA JULGADA.
MITIGAÇÃO. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA
HUMANA.
1. TODO INDIVÍDUO TEM O DIREITO FUNDAMENTAL
À PRÓPRIA IDENTIDADE E AO CONHECIMENTO DE SUAS
ORIGENS, PRERROGATIVA QUE SE INSERE NO ROL DOS
DIREITOS DA PERSONALIDADE, VALORES DA MAIS ALTA
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 123 de 165
Voto - MIN. JOAQUIM BARBOSA
RE 363.889 / DF
ENVERGADURA EM NOSSO ORDENAMENTO JURÍDICO,
DOTADOS DE ESPECIAL PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL E
QUE NÃO PODEM SE CURVAR A REGRAS DE CUNHO
ESTRITAMENTE LEGAL E PROCESSUAL."
Esse é um acórdão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal,
proferido anteriormente à decisão recorrida.
Eu acompanho o eminente Relator à íntegra.
2
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
ENVERGADURA EM NOSSO ORDENAMENTO JURÍDICO,
DOTADOS DE ESPECIAL PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL E
QUE NÃO PODEM SE CURVAR A REGRAS DE CUNHO
ESTRITAMENTE LEGAL E PROCESSUAL."
Esse é um acórdão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal,
proferido anteriormente à decisão recorrida.
Eu acompanho o eminente Relator à íntegra.
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 124 de 165
Voto - MIN. AYRES BRITTO
02/06/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
VOTO
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Senhor Presidente,
também não desconheço que, na doutrina e na jurisprudência, é assente o
entendimento de que a decisão judicial que julga improcedente o pedido
de reconhecimento de paternidade por falta de provas - é o caso dos autos
- faz coisa julgada material.
Pessoalmente eu tenho algumas ressalvas a fazer a esse
entendimento, mesmo à luz do Direito infraconstitucional. Por exemplo, o
artigo 469 do Código de Processo Civil:
"Art. 469 - Não fazem coisa julgada:
(...)
II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da
sentença;"
Ou o artigo 471:
"Art. 471 - Nenhum juiz decidirá novamente as questões já
decididas, relativas à mesma lide, salvo:
I - se, tratando-se de relação jurídica continuativa" - ou de
trato sucessivo ou de prestação continuada, como nós dizemos
aqui - "sobreveio modificação no estado de fato ou de direito; caso em
que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença"
Eu tendo a dar uma interpretação um pouco mais generosa a essas
duas cláusulas processuais civis.
O fato é que, na linha do voto do Relator e dos Ministros que me
antecederam, sobretudo os Ministros Luiz Fux e Ricardo Lewandowski,
eu tendo a afirmar o juízo técnico de que a Constituição consagra valores
no campo dos direitos fundamentais, que para ela se sobrepõem ou
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02/06/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
VOTO
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Senhor Presidente,
também não desconheço que, na doutrina e na jurisprudência, é assente o
entendimento de que a decisão judicial que julga improcedente o pedido
de reconhecimento de paternidade por falta de provas - é o caso dos autos
- faz coisa julgada material.
Pessoalmente eu tenho algumas ressalvas a fazer a esse
entendimento, mesmo à luz do Direito infraconstitucional. Por exemplo, o
artigo 469 do Código de Processo Civil:
"Art. 469 - Não fazem coisa julgada:
(...)
II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da
sentença;"
Ou o artigo 471:
"Art. 471 - Nenhum juiz decidirá novamente as questões já
decididas, relativas à mesma lide, salvo:
I - se, tratando-se de relação jurídica continuativa" - ou de
trato sucessivo ou de prestação continuada, como nós dizemos
aqui - "sobreveio modificação no estado de fato ou de direito; caso em
que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença"
Eu tendo a dar uma interpretação um pouco mais generosa a essas
duas cláusulas processuais civis.
O fato é que, na linha do voto do Relator e dos Ministros que me
antecederam, sobretudo os Ministros Luiz Fux e Ricardo Lewandowski,
eu tendo a afirmar o juízo técnico de que a Constituição consagra valores
no campo dos direitos fundamentais, que para ela se sobrepõem ou
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 125 de 165
Voto - MIN. AYRES BRITTO
RE 363.889 / DF
prevalecem sobre outros direitos fundamentais. Não todas as causas
situadas no chamado "estado de fato", ou ações de estado, mas a do
direito individual à identidade genealógica: o direito de conhecer a
árvore genealógica do indivíduo, que é o de reconstituir os seus laços de
família; ou seja, de buscar esse elo perdido da própria identidade
biológico-familiar. Parece-me que esse direito é superlativo e de
primeiríssima grandeza, e a Constituição faz, por antecipação, uma
ponderação em seu favor.
A própria Constituição faz ponderação de valores, como que pré-
excluindo a ponderação dos magistrados. Por exemplo, quando a
Constituição diz que a família, lembrou o Ministro Lewandowski,
merecerá proteção especial - olhe o adjetivo "especial" - do Estado; ou
quando diz que a criança e o adolescente têm direitos que serão tratados
pela sociedade e pelo Estado "com absoluta prioridade". Isso aí é uma
relação de trato sucessivo. Por quê? Porque enquanto se mantém o estado
de criança ou de adolescente, não se abre mão jamais do direito à
assistência material, educacional, ao convívio familiar. E mesmo quando
se é adulto, a Constituição dá sequência a esse traço de prestação
continuada ou de trato sucessivo das relações familiares, ao dizer que:
"Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os
filhos menores, (...)"
Isso é uma relação perene de trato sucessivo, que não se exaure no
tempo.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Seria o caso de
indagar quantos anos o autor tem.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Sim, perfeito, porque
nós sabemos que a adolescência começa aos doze anos, mas, para efeitos
legais, termina aos dezoito.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – É que a prestação
2
Supremo Tribunal Federal
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RE 363.889 / DF
prevalecem sobre outros direitos fundamentais. Não todas as causas
situadas no chamado "estado de fato", ou ações de estado, mas a do
direito individual à identidade genealógica: o direito de conhecer a
árvore genealógica do indivíduo, que é o de reconstituir os seus laços de
família; ou seja, de buscar esse elo perdido da própria identidade
biológico-familiar. Parece-me que esse direito é superlativo e de
primeiríssima grandeza, e a Constituição faz, por antecipação, uma
ponderação em seu favor.
A própria Constituição faz ponderação de valores, como que pré-
excluindo a ponderação dos magistrados. Por exemplo, quando a
Constituição diz que a família, lembrou o Ministro Lewandowski,
merecerá proteção especial - olhe o adjetivo "especial" - do Estado; ou
quando diz que a criança e o adolescente têm direitos que serão tratados
pela sociedade e pelo Estado "com absoluta prioridade". Isso aí é uma
relação de trato sucessivo. Por quê? Porque enquanto se mantém o estado
de criança ou de adolescente, não se abre mão jamais do direito à
assistência material, educacional, ao convívio familiar. E mesmo quando
se é adulto, a Constituição dá sequência a esse traço de prestação
continuada ou de trato sucessivo das relações familiares, ao dizer que:
"Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os
filhos menores, (...)"
Isso é uma relação perene de trato sucessivo, que não se exaure no
tempo.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Seria o caso de
indagar quantos anos o autor tem.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Sim, perfeito, porque
nós sabemos que a adolescência começa aos doze anos, mas, para efeitos
legais, termina aos dezoito.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – É que a prestação
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 126 de 165
Voto - MIN. AYRES BRITTO
RE 363.889 / DF
jurisdicional pela improcedência do pedido formulado foi entregue há
mais de vinte anos.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Sim, mas tem outra,
Ministro, o complemento da disposição constitucional:
"(...)e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais
na velhice(...)."
Ou seja, não há mais limite de idade.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Mas, Ministro, não
podemos olvidar que há também, nesse processo, a conotação
patrimonial. Penso que o amparo é buscado não pelo pretenso pai, mas
sim pelo pretenso filho!
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Perfeito, não
desconheço também que, subjacente à propositura da ação de
reconhecimento de paternidade, pode haver todo tipo de interesse,
inclusive interesse material.
Mas o fato é que esse direito de reconstituir a história, a biografia do
indivíduo, a partir da identidade do pai ou da mãe, ou de ambos, parece-
me de fundamentalidade autoevidente. E, no meu subjetivismo, parece-
me que, do ponto de vista técnico-constitucional, suplanta a cláusula de
intangibilidade da coisa julgada.
Se mais não fosse, há peculiaridades no caso que me levariam a
remover o óbice da garantia processual da coisa julgada. Veja-se que,
disse bem o Ministro Lewandowski, o Estado falhou, inadimpliu, porque
o que a Constituição diz é que o Estado prestará assistência jurídica
integral e gratuita aos necessitados.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Mas a ação não é
indenizatória contra o Estado.
3
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RE 363.889 / DF
jurisdicional pela improcedência do pedido formulado foi entregue há
mais de vinte anos.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Sim, mas tem outra,
Ministro, o complemento da disposição constitucional:
"(...)e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais
na velhice(...)."
Ou seja, não há mais limite de idade.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Mas, Ministro, não
podemos olvidar que há também, nesse processo, a conotação
patrimonial. Penso que o amparo é buscado não pelo pretenso pai, mas
sim pelo pretenso filho!
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Perfeito, não
desconheço também que, subjacente à propositura da ação de
reconhecimento de paternidade, pode haver todo tipo de interesse,
inclusive interesse material.
Mas o fato é que esse direito de reconstituir a história, a biografia do
indivíduo, a partir da identidade do pai ou da mãe, ou de ambos, parece-
me de fundamentalidade autoevidente. E, no meu subjetivismo, parece-
me que, do ponto de vista técnico-constitucional, suplanta a cláusula de
intangibilidade da coisa julgada.
Se mais não fosse, há peculiaridades no caso que me levariam a
remover o óbice da garantia processual da coisa julgada. Veja-se que,
disse bem o Ministro Lewandowski, o Estado falhou, inadimpliu, porque
o que a Constituição diz é que o Estado prestará assistência jurídica
integral e gratuita aos necessitados.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Mas a ação não é
indenizatória contra o Estado.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 127 de 165
Voto - MIN. AYRES BRITTO
RE 363.889 / DF
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Não, mas, no processo
originário de investigação de paternidade, a prova ficou a meio caminho
porque o Estado não bancou as despesas, porque já havia exame de DNA.
O Estado é que não se dispôs a custear as respectivas despesas.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Mas
por que o autor não insistiu nisso, dentro do processo, para que o Estado
cumprisse a promessa constitucional de dar assistência jurídica gratuita?
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Essa é a segunda
peculiaridade.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Se havia a obrigação
do Estado.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Olhe a segunda
peculiaridade processual: o autor atual não esteve presentado na ação
originária; ele esteve representado na ação originária. E ele vai pagar por
todas as consequências de uma incúria, de uma inépcia eventual de quem
o representou?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Mas,
Ministro, se formos raciocinar e escusar sob fundamento de erro de
advogado, vamos revogar coisa julgada todos os dias.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Não, mas aqui é
diferente, Ministro, pois se trata de representação de um menor, em tema
de bem de personalidade.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Nesse particular que Vossa
Excelência mencionou, inclusive, é da tradição do nosso Direito, em
primeiro lugar, as ações de Estado serem imprescritíveis; em segundo
lugar, não correr nenhum prazo contra o incapaz.
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RE 363.889 / DF
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Não, mas, no processo
originário de investigação de paternidade, a prova ficou a meio caminho
porque o Estado não bancou as despesas, porque já havia exame de DNA.
O Estado é que não se dispôs a custear as respectivas despesas.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Mas
por que o autor não insistiu nisso, dentro do processo, para que o Estado
cumprisse a promessa constitucional de dar assistência jurídica gratuita?
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Essa é a segunda
peculiaridade.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Se havia a obrigação
do Estado.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Olhe a segunda
peculiaridade processual: o autor atual não esteve presentado na ação
originária; ele esteve representado na ação originária. E ele vai pagar por
todas as consequências de uma incúria, de uma inépcia eventual de quem
o representou?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Mas,
Ministro, se formos raciocinar e escusar sob fundamento de erro de
advogado, vamos revogar coisa julgada todos os dias.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Não, mas aqui é
diferente, Ministro, pois se trata de representação de um menor, em tema
de bem de personalidade.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Nesse particular que Vossa
Excelência mencionou, inclusive, é da tradição do nosso Direito, em
primeiro lugar, as ações de Estado serem imprescritíveis; em segundo
lugar, não correr nenhum prazo contra o incapaz.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 128 de 165
Voto - MIN. AYRES BRITTO
RE 363.889 / DF
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Perfeito. Não correria o
prazo contra o incapaz porque ele não esteve presentado, ele esteve
representado em face da sua incapacidade. Exatamente. Então, é uma
relação de trato sucessivo, é uma relação de prestação continuada.
E, parece-me que a Constituição, aqui, faz, ainda que por
implicitude, uma ponderação de valores em favor desse tipo de direito
elementaríssimo: a busca da própria identidade biológico-familiar, ou
genealógica; na linha, portanto, dos votos já proferidos, notadamente os
votos dos Ministros Luiz Fux e Ricardo Lewandowski.
Sem esse reconhecimento da própria identidade biológico-familiar,
genealógica, o indivíduo deixa de desfrutar de outros direitos
fundamentais, como, por exemplo, o direito de herança. Claro que tem
conotação patrimonial, material, sim, mas é direito igualmente previsto
na Constituição e que depende dessa busca da identidade, que o Ministro
Fux está chamando de "pessoal" - e realmente é a busca da identidade
pessoal.
Em suma, há um elo perdido que torna o indivíduo incompleto,
atormentado, infelicitado, inseguro psicologicamente, buscando como
que o complemento de sua personalidade. A falta de conhecimento desse
elo torna incompleta a biografia do indivíduo. Vale dizer, a personalidade
não se perfaz, no sentido constitucionalmente biográfico. Aliás, José
Afonso da Silva fala da "pessoa" de que trata o artigo 5º da Constituição,
não como a pessoa puramente biológica, como também em sentido
biográfico.
Diante dessas considerações, acompanho o brilhante voto do Relator,
no sentido de conhecer do recurso para dar-lhe provimento.
5
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RE 363.889 / DF
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Perfeito. Não correria o
prazo contra o incapaz porque ele não esteve presentado, ele esteve
representado em face da sua incapacidade. Exatamente. Então, é uma
relação de trato sucessivo, é uma relação de prestação continuada.
E, parece-me que a Constituição, aqui, faz, ainda que por
implicitude, uma ponderação de valores em favor desse tipo de direito
elementaríssimo: a busca da própria identidade biológico-familiar, ou
genealógica; na linha, portanto, dos votos já proferidos, notadamente os
votos dos Ministros Luiz Fux e Ricardo Lewandowski.
Sem esse reconhecimento da própria identidade biológico-familiar,
genealógica, o indivíduo deixa de desfrutar de outros direitos
fundamentais, como, por exemplo, o direito de herança. Claro que tem
conotação patrimonial, material, sim, mas é direito igualmente previsto
na Constituição e que depende dessa busca da identidade, que o Ministro
Fux está chamando de "pessoal" - e realmente é a busca da identidade
pessoal.
Em suma, há um elo perdido que torna o indivíduo incompleto,
atormentado, infelicitado, inseguro psicologicamente, buscando como
que o complemento de sua personalidade. A falta de conhecimento desse
elo torna incompleta a biografia do indivíduo. Vale dizer, a personalidade
não se perfaz, no sentido constitucionalmente biográfico. Aliás, José
Afonso da Silva fala da "pessoa" de que trata o artigo 5º da Constituição,
não como a pessoa puramente biológica, como também em sentido
biográfico.
Diante dessas considerações, acompanho o brilhante voto do Relator,
no sentido de conhecer do recurso para dar-lhe provimento.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 129 de 165
Voto - MIN. GILMAR MENDES
02/06/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
VOTO
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Senhor Presidente,
há casos tão importantes, e a cada dia nós nos defrontamos com casos tão
relevantes, que a gente vive tentado a toda hora a pedir vista, porque é
quase que uma sina esse tipo de conflito. Ao mesmo tempo, também, o
pedido de vista é impraticável, como nós sabemos, diante da pletora, da
avalanche de processos.
Eu gostaria, também, Presidente, de poder trazer uma
fundamentação muito mais desenvolvida a propósito deste tema, a
despeito do muito bem elaborado voto trazido pelo Ministro Dias Toffoli
e, agora, secundado especialmente pelo voto do Ministro Luiz Fux e dos
votos que seguiram.
Esta é uma temática que de quando em vez surge. Eu mesmo, na
época Advogado-Geral da União, já tive oportunidade de presidir
seminários e de discutir, especialmente, a temática da chamada coisa
julgada inconstitucional.
Todos nós, certamente, nos lembramos das lições de notáveis
processualistas brasileiros que se posicionaram no sentido de uma
solução para além da ação rescisória, além das fórmulas já discutidas. O
Ministro Fux, aqui, fez referência à necessidade de eventualmente se fazer
a ampliação do próprio prazo para a ação rescisória.
Nós conhecemos, no sistema de Direito comparado - de alguma
forma entre nós também se adotou essa possibilidade –, na linha da
chamada nulidade da lei inconstitucional, naqueles casos em que fica
flagrante a nulidade da lei inconstitucional que foi aplicada, não de se
fazer uma rescisão, propriamente, fora do tempo, mas de se apresentarem
embargos à execução com força pelo menos rescindenda, rescisória ou
paralisante do acórdão. Isso tem previsão expressa na Lei Orgânica da
Corte Constitucional alemã, que prevê a possibilidade de, em caso de
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Supremo Tribunal Federal
02/06/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
VOTO
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Senhor Presidente,
há casos tão importantes, e a cada dia nós nos defrontamos com casos tão
relevantes, que a gente vive tentado a toda hora a pedir vista, porque é
quase que uma sina esse tipo de conflito. Ao mesmo tempo, também, o
pedido de vista é impraticável, como nós sabemos, diante da pletora, da
avalanche de processos.
Eu gostaria, também, Presidente, de poder trazer uma
fundamentação muito mais desenvolvida a propósito deste tema, a
despeito do muito bem elaborado voto trazido pelo Ministro Dias Toffoli
e, agora, secundado especialmente pelo voto do Ministro Luiz Fux e dos
votos que seguiram.
Esta é uma temática que de quando em vez surge. Eu mesmo, na
época Advogado-Geral da União, já tive oportunidade de presidir
seminários e de discutir, especialmente, a temática da chamada coisa
julgada inconstitucional.
Todos nós, certamente, nos lembramos das lições de notáveis
processualistas brasileiros que se posicionaram no sentido de uma
solução para além da ação rescisória, além das fórmulas já discutidas. O
Ministro Fux, aqui, fez referência à necessidade de eventualmente se fazer
a ampliação do próprio prazo para a ação rescisória.
Nós conhecemos, no sistema de Direito comparado - de alguma
forma entre nós também se adotou essa possibilidade –, na linha da
chamada nulidade da lei inconstitucional, naqueles casos em que fica
flagrante a nulidade da lei inconstitucional que foi aplicada, não de se
fazer uma rescisão, propriamente, fora do tempo, mas de se apresentarem
embargos à execução com força pelo menos rescindenda, rescisória ou
paralisante do acórdão. Isso tem previsão expressa na Lei Orgânica da
Corte Constitucional alemã, que prevê a possibilidade de, em caso de
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 130 de 165
Voto - MIN. GILMAR MENDES
RE 363.889 / DF
coisa julgada com base numa lei inconstitucional, se aquele acórdão vai à
execução, poder a outra parte manejar os embargos de declaração com
base no princípio da nulidade da lei inconstitucional. Aqui, claro,
implícita nessa construção está uma ponderação entre a ideia de coisa
julgada e o princípio da nulidade da lei inconstitucional enquanto
princípio constitucional.
Conforme demonstrou o Ministro Dias Toffoli em seu brilhante voto,
aqui nós temos uma situação que é bastante singular, destacada também
no voto do Ministro Britto; porque a prova não foi feita, embora técnica e
tecnologicamente fosse possível fazê-la naquele devido tempo, em razão
da falta de recursos e, talvez, como acaba de dizer agora o Ministro
Peluso, de uma certa falta de diligência por parte daqueles que
eventualmente representaram o recorrente, a pessoa que agora busca essa
revisão.
Por outro lado, e vou me dispensar de fazer qualquer outra
consideração, é um truísmo reconhecer a importância desse direito –
como acaba de destacar o Ministro Britto, e vários votos já fizeram essa
referência – a uma identidade, na verdade. Tanto é que, na jurisprudência
comparada e na discussão que se trava sobre a nossa fórmula, a solução
que nós acabamos por desenvolver em torno do DNA – eu me lembro
aqui do voto vencido, num caso em que o Ministro Marco Aurélio foi
Relator, sobre a obrigatoriedade ou não do DNA e me lembro do voto do
Ministro Francisco Rezek – falava desse direito de autodeterminação, de
um direito à própria identidade.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Nesse caso, o Tribunal
assentou que o pretenso pai não poderia ser conduzido debaixo de vara
para dele ser retirado um fio de cabelo, ou mesmo sangue, objetivando
fazer o DNA.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - E nem
vai poder obrigar aqui.
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
coisa julgada com base numa lei inconstitucional, se aquele acórdão vai à
execução, poder a outra parte manejar os embargos de declaração com
base no princípio da nulidade da lei inconstitucional. Aqui, claro,
implícita nessa construção está uma ponderação entre a ideia de coisa
julgada e o princípio da nulidade da lei inconstitucional enquanto
princípio constitucional.
Conforme demonstrou o Ministro Dias Toffoli em seu brilhante voto,
aqui nós temos uma situação que é bastante singular, destacada também
no voto do Ministro Britto; porque a prova não foi feita, embora técnica e
tecnologicamente fosse possível fazê-la naquele devido tempo, em razão
da falta de recursos e, talvez, como acaba de dizer agora o Ministro
Peluso, de uma certa falta de diligência por parte daqueles que
eventualmente representaram o recorrente, a pessoa que agora busca essa
revisão.
Por outro lado, e vou me dispensar de fazer qualquer outra
consideração, é um truísmo reconhecer a importância desse direito –
como acaba de destacar o Ministro Britto, e vários votos já fizeram essa
referência – a uma identidade, na verdade. Tanto é que, na jurisprudência
comparada e na discussão que se trava sobre a nossa fórmula, a solução
que nós acabamos por desenvolver em torno do DNA – eu me lembro
aqui do voto vencido, num caso em que o Ministro Marco Aurélio foi
Relator, sobre a obrigatoriedade ou não do DNA e me lembro do voto do
Ministro Francisco Rezek – falava desse direito de autodeterminação, de
um direito à própria identidade.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Nesse caso, o Tribunal
assentou que o pretenso pai não poderia ser conduzido debaixo de vara
para dele ser retirado um fio de cabelo, ou mesmo sangue, objetivando
fazer o DNA.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - E nem
vai poder obrigar aqui.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 131 de 165
Voto - MIN. GILMAR MENDES
RE 363.889 / DF
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, é
interessantíssimo, porque o efeito prático deste julgamento será nenhum.
Por quê? Duvido que esse pai, porquanto deve ter sido tentada a feitura
do exame do DNA pelos meios suasórios, os meios alusivos ao
entendimento, se prontificará a fazer esse exame. E será que o Tribunal
reabrirá a ação para a feitura de qualquer outra prova?
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhor Presidente, pela
ordem. Ministro Marco Aurélio, nesse caso específico o processo foi
extinto sem análise do mérito, com a simples alegação de ofensa à coisa
julgada. A partir do momento em que, no recurso extraordinário, nós
reconhecermos que é possível reabrir a coisa julgada, porque surgiu uma
prova capaz de influir no resultado da decisão, de duas, uma: ou o pai faz
o exame de DNA ou ele não faz e opera-se a presunção contra ele.
Resolve-se o problema.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Data venia, hoje temos
norma legal prevendo que a recusa a fazer o exame de DNA não leva à
presunção absoluta. Há dispositivo legal que determina, para valia, a
consideração de outros elementos contidos no processo.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Pois é, o conjunto
probatório.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Outros elementos. Há uma
súmula do Superior Tribunal de Justiça nesse sentido.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Quais seriam esses
outros elementos? Os apurados na ação anterior ou o Tribunal
determinará a reabertura plena da fase probatória?
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Mas ainda
que a nossa decisão não tenha eficácia no caso concreto, como nós
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, é
interessantíssimo, porque o efeito prático deste julgamento será nenhum.
Por quê? Duvido que esse pai, porquanto deve ter sido tentada a feitura
do exame do DNA pelos meios suasórios, os meios alusivos ao
entendimento, se prontificará a fazer esse exame. E será que o Tribunal
reabrirá a ação para a feitura de qualquer outra prova?
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhor Presidente, pela
ordem. Ministro Marco Aurélio, nesse caso específico o processo foi
extinto sem análise do mérito, com a simples alegação de ofensa à coisa
julgada. A partir do momento em que, no recurso extraordinário, nós
reconhecermos que é possível reabrir a coisa julgada, porque surgiu uma
prova capaz de influir no resultado da decisão, de duas, uma: ou o pai faz
o exame de DNA ou ele não faz e opera-se a presunção contra ele.
Resolve-se o problema.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Data venia, hoje temos
norma legal prevendo que a recusa a fazer o exame de DNA não leva à
presunção absoluta. Há dispositivo legal que determina, para valia, a
consideração de outros elementos contidos no processo.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Pois é, o conjunto
probatório.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Outros elementos. Há uma
súmula do Superior Tribunal de Justiça nesse sentido.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Quais seriam esses
outros elementos? Os apurados na ação anterior ou o Tribunal
determinará a reabertura plena da fase probatória?
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Mas ainda
que a nossa decisão não tenha eficácia no caso concreto, como nós
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 132 de 165
Voto - MIN. GILMAR MENDES
RE 363.889 / DF
reconhecemos a repercussão geral, estamos estabelecendo uma regra para
casos análogos em que certamente haverá um desfecho diferente.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Mas tem eficácia.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Fica a tese.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Sim.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Nós estamos julgando
dentro do que se pede, e o que se pede é isso.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Presidente, a mim
me parece que, do ponto de vista substancial, do ponto de vista
substantivo, nós estamos a falar realmente num direito à própria
identidade, tanto é que, nos comentários e críticas que se fazem à nossa
decisão, à jurisprudência majoritária e, também, à jurisprudência de
Direito comparado, que, eventualmente, permite a negativa da prestação
da prova, diz-se que aqui talvez teria que se fazer um outro
balanceamento. Não se trata sequer de resolver o problema com base
apenas na presunção. Há um quid de psicológico na busca dessa
identidade, que vai para muito além da questão patrimonial. Não se trata
apenas de fazer um registro no cartório, mas de fato saber quem é o seu
pai, de onde vem. Não se trata apenas de resolver a questão do ponto de
vista civil, cartorial, para todos os efeitos, mas há um liame psicológico
que diz respeito à própria identidade da pessoa; o seu modo de ser no
mundo. Isso é extremamente importante. Eu, inclusive, em outro
momento, se essa questão se colocar, vou me permitir pelo menos pensar
criticamente em relação a esse balanceamento.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Se Vossa Excelência me
permite? Aqui o aspecto material, não do ponto de vista de fato, mas do
ponto de vista jurídico, é um minus, porque o que se está buscando é o
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Supremo Tribunal Federal
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reconhecemos a repercussão geral, estamos estabelecendo uma regra para
casos análogos em que certamente haverá um desfecho diferente.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Mas tem eficácia.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Fica a tese.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Sim.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Nós estamos julgando
dentro do que se pede, e o que se pede é isso.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Presidente, a mim
me parece que, do ponto de vista substancial, do ponto de vista
substantivo, nós estamos a falar realmente num direito à própria
identidade, tanto é que, nos comentários e críticas que se fazem à nossa
decisão, à jurisprudência majoritária e, também, à jurisprudência de
Direito comparado, que, eventualmente, permite a negativa da prestação
da prova, diz-se que aqui talvez teria que se fazer um outro
balanceamento. Não se trata sequer de resolver o problema com base
apenas na presunção. Há um quid de psicológico na busca dessa
identidade, que vai para muito além da questão patrimonial. Não se trata
apenas de fazer um registro no cartório, mas de fato saber quem é o seu
pai, de onde vem. Não se trata apenas de resolver a questão do ponto de
vista civil, cartorial, para todos os efeitos, mas há um liame psicológico
que diz respeito à própria identidade da pessoa; o seu modo de ser no
mundo. Isso é extremamente importante. Eu, inclusive, em outro
momento, se essa questão se colocar, vou me permitir pelo menos pensar
criticamente em relação a esse balanceamento.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Se Vossa Excelência me
permite? Aqui o aspecto material, não do ponto de vista de fato, mas do
ponto de vista jurídico, é um minus, porque o que se está buscando é o
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
RE 363.889 / DF
elo identitário do ser humano. Esse elo perdido, que precisa ser
resgatado.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - É claro que a
solução do STJ é, por todos os títulos, louvável, porque ela, diante dos
impasses verificados, do ponto de vista jurídico e jurídico/processual,
encaminha uma solução. Mas é preciso, inclusive, que nós saibamos que
isso é um provisorum no contexto dessa ânsia, angústia por ter uma
definição, quer dizer, a certeza que a ciência permite. É disso que se fala.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
No meu voto, Ministro Gilmar Mendes, inclusive eu destaquei muito
esse aspecto relativo à evolução da legislação sob o impacto da
jurisprudência do Poder Judiciário, e também desta Suprema Corte, ao
longo do Século XX, no sentido de se abolir as ficções legais. E ainda
temos algumas ficções que são, hoje, construídas por sentença judicial.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Pela verdade real.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Substitui a ficção legal que havia, tão prejudicial, por uma ficção de
sentença. E não é disso que se trata. Trata-se da busca da verdade.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - A
sentença não contem ficção nenhuma. Ela simplesmente julgou a ação
improcedente. Simplesmente disse que não havia prova do fato
constitutivo e, nesses termos, julgou a causa.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
E também fiz em meu voto uma distinção de que, neste caso
específico, a busca por essa paternidade, pela certeza ou não dessa
paternidade, não conflita com nenhum tipo de outra busca, tal qual a
paternidade afetiva, por exemplo.
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elo identitário do ser humano. Esse elo perdido, que precisa ser
resgatado.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - É claro que a
solução do STJ é, por todos os títulos, louvável, porque ela, diante dos
impasses verificados, do ponto de vista jurídico e jurídico/processual,
encaminha uma solução. Mas é preciso, inclusive, que nós saibamos que
isso é um provisorum no contexto dessa ânsia, angústia por ter uma
definição, quer dizer, a certeza que a ciência permite. É disso que se fala.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
No meu voto, Ministro Gilmar Mendes, inclusive eu destaquei muito
esse aspecto relativo à evolução da legislação sob o impacto da
jurisprudência do Poder Judiciário, e também desta Suprema Corte, ao
longo do Século XX, no sentido de se abolir as ficções legais. E ainda
temos algumas ficções que são, hoje, construídas por sentença judicial.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Pela verdade real.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Substitui a ficção legal que havia, tão prejudicial, por uma ficção de
sentença. E não é disso que se trata. Trata-se da busca da verdade.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - A
sentença não contem ficção nenhuma. Ela simplesmente julgou a ação
improcedente. Simplesmente disse que não havia prova do fato
constitutivo e, nesses termos, julgou a causa.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
E também fiz em meu voto uma distinção de que, neste caso
específico, a busca por essa paternidade, pela certeza ou não dessa
paternidade, não conflita com nenhum tipo de outra busca, tal qual a
paternidade afetiva, por exemplo.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 134 de 165
Voto - MIN. GILMAR MENDES
RE 363.889 / DF
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Mas,
Ministro, a busca foi assegurada. E vou lhe dizer mais uma que está nos
autos. Vossa Excelência viu bem: o mesmo autor já havia proposto outras
ações e delas desistiu. Está, aqui, na sentença!
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Sim, mas não houve
julgamento?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) -
Propôs outras ações e desistiu.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - De improcedência da
ação, senão por falta de prova.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Desde
quando, pois, o Estado recusou, sem razão, ao ora recorrente, a busca da
sua identidade?
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Há um detalhe, Ministro Dias
Toffoli, que Vossa Excelência destacou no seu voto, um detalhe
singularíssimo: a parte propôs a ação no prazo de dois anos a partir da
data em que surgiu uma lei no Distrito Federal permitindo a realização
gratuita de DNA. Isso não é comum!
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Mas por que seria esse
o termo inicial, até para aferir-se o prazo decadencial da rescisória?
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Ele propôs em dois anos.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O ajuizamento
ocorreu vinte anos após a entrega aperfeiçoada da prestação jurisdicional.
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RE 363.889 / DF
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Mas,
Ministro, a busca foi assegurada. E vou lhe dizer mais uma que está nos
autos. Vossa Excelência viu bem: o mesmo autor já havia proposto outras
ações e delas desistiu. Está, aqui, na sentença!
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Sim, mas não houve
julgamento?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) -
Propôs outras ações e desistiu.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - De improcedência da
ação, senão por falta de prova.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Desde
quando, pois, o Estado recusou, sem razão, ao ora recorrente, a busca da
sua identidade?
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Há um detalhe, Ministro Dias
Toffoli, que Vossa Excelência destacou no seu voto, um detalhe
singularíssimo: a parte propôs a ação no prazo de dois anos a partir da
data em que surgiu uma lei no Distrito Federal permitindo a realização
gratuita de DNA. Isso não é comum!
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Mas por que seria esse
o termo inicial, até para aferir-se o prazo decadencial da rescisória?
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Ele propôs em dois anos.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – O ajuizamento
ocorreu vinte anos após a entrega aperfeiçoada da prestação jurisdicional.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 135 de 165
Voto - MIN. GILMAR MENDES
RE 363.889 / DF
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Mas é agora que estão
surgindo esses reclamos.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A segurança jurídica
fica ferida de morte.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Ministro, se me permite
ainda. Eu não vou fazer diletantismo aqui, absolutamente, mas o conceito
constitucional de família é o mesmo conceito constitucional de nação.
São duas realidades atemporais. Pouco importa que sejam vinte
anos, trinta anos. A intertemporalidade ou a atemporalidade é elemento
conceitual da família, porque, numa família, como numa nação, o que se
ata é a ancestralidade, a coetaneidade e a posteridade: espécie de linha
imaginária que liga o passado, o presente e o futuro.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) -
Ministro, tenho o maior receio desse argumento, porque, a ser
considerado consistente, vamos possibilitar que todas as ações julgadas
até hoje improcedentes sejam reabertas, até pelos sucessores.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Não, estamos dizendo
identidade, a busca da identidade biológico-familiar do indivíduo.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Presidente, pela ordem.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Ah, é
só seu ponto de vista.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Não. Vossa Excelência pode
ver na abertura do julgamento se isto não foi balizado. Isso foi balizado.
Eu sou contra também, estou de acordo com Vossa Excelência.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Mas
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Mas é agora que estão
surgindo esses reclamos.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A segurança jurídica
fica ferida de morte.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Ministro, se me permite
ainda. Eu não vou fazer diletantismo aqui, absolutamente, mas o conceito
constitucional de família é o mesmo conceito constitucional de nação.
São duas realidades atemporais. Pouco importa que sejam vinte
anos, trinta anos. A intertemporalidade ou a atemporalidade é elemento
conceitual da família, porque, numa família, como numa nação, o que se
ata é a ancestralidade, a coetaneidade e a posteridade: espécie de linha
imaginária que liga o passado, o presente e o futuro.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) -
Ministro, tenho o maior receio desse argumento, porque, a ser
considerado consistente, vamos possibilitar que todas as ações julgadas
até hoje improcedentes sejam reabertas, até pelos sucessores.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Não, estamos dizendo
identidade, a busca da identidade biológico-familiar do indivíduo.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Presidente, pela ordem.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Ah, é
só seu ponto de vista.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Não. Vossa Excelência pode
ver na abertura do julgamento se isto não foi balizado. Isso foi balizado.
Eu sou contra também, estou de acordo com Vossa Excelência.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Mas
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 136 de 165
Voto - MIN. GILMAR MENDES
RE 363.889 / DF
como ação rescisória? Prazo de dois anos como ação rescisória?
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Está balizado que é restrito
aos casos de gratuidade, nesse caso específico. Está balizado na abertura
dos trabalhos.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Eu sei.
Eu, por ora, não estou rebatendo o argumento de Vossa Excelência. Estou
rebatendo o argumento do Ministro Toffoli. Ele diz que é intemporal. A
levar às últimas consequências, então ...
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Eu estou dizendo que é
por isso que é uma relação de trato sucessivo; é pela atemporalidade do
conceito jurídico.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Mas qual é a relação
jurídica se se está querendo justamente averiguar a existência da relação?
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Ministro, eu estou
sendo coerente com o meu voto. Eu disse que a busca desse elo perdido,
esse elo identitário, se dá num contexto biológico-familiar. Foi o meu
voto.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Falar em família, no
caso, Presidente, quando se discute a paternidade como se fosse algo já
assentado?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Trato
sucessivo haveria, se a paternidade renascesse a cada mês. Paternidade é
uma coisa só, existe ou não existe. É relação permanente.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Não, eu digo quanto às
consequências do reconhecimento.
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
como ação rescisória? Prazo de dois anos como ação rescisória?
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Está balizado que é restrito
aos casos de gratuidade, nesse caso específico. Está balizado na abertura
dos trabalhos.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Eu sei.
Eu, por ora, não estou rebatendo o argumento de Vossa Excelência. Estou
rebatendo o argumento do Ministro Toffoli. Ele diz que é intemporal. A
levar às últimas consequências, então ...
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Eu estou dizendo que é
por isso que é uma relação de trato sucessivo; é pela atemporalidade do
conceito jurídico.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Mas qual é a relação
jurídica se se está querendo justamente averiguar a existência da relação?
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Ministro, eu estou
sendo coerente com o meu voto. Eu disse que a busca desse elo perdido,
esse elo identitário, se dá num contexto biológico-familiar. Foi o meu
voto.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Falar em família, no
caso, Presidente, quando se discute a paternidade como se fosse algo já
assentado?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Trato
sucessivo haveria, se a paternidade renascesse a cada mês. Paternidade é
uma coisa só, existe ou não existe. É relação permanente.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Não, eu digo quanto às
consequências do reconhecimento.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 137 de 165
Voto - MIN. GILMAR MENDES
RE 363.889 / DF
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – E não há relação
jurídica. Se houvesse relação jurídica continuada, já estabelecida, teríamos
a incidência do Código de Processo Civil quanto à ação de revisão. Mas
não é o caso.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Aliás, o Ministro
Lewandowski também falou em família - e o Ministro Fux também.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhor Presidente, só uma
observação. Vossa Excelência tem toda a razão. A jurisprudência, o
resultado de um julgamento, tem uma repercussão que nós não podemos
desconhecer. Então, antigamente, havia a presunção pater is est. Era uma
presunção - como hoje o pai que não faz o exame também tem a
presunção - de paternidade. Evidentemente, se não balizarmos, as Varas
de Família vão virar um tumulto; ou seja, os pais que foram considerados
pais pela presunção podem querer também fazer exame de DNA para
reabrir, e os filhos também. Então, realmente, temos que balizar, porque
tudo hoje tem que ter modulação temporal, senão o ordenamento jurídico
fica um fator de grave insegurança.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Mas a baliza decorre
da própria configuração fática do caso a que se está submetido.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) -
Ministro Gilmar, levando em consideração o que Vossa Excelência falou,
eu consideraria a possibilidade de, se ajuizada dentro do biênio legal,
tomar esta ação como ação rescisória. Isso eu acho tolerável, porque, na
verdade, se pode dizer tenha havido violação de norma constitucional,
que é aquela que garantia a assistência jurídica gratuita e integral. E já era
suficiente para rescindir a sentença.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Mas o prazo aí já passou.
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – E não há relação
jurídica. Se houvesse relação jurídica continuada, já estabelecida, teríamos
a incidência do Código de Processo Civil quanto à ação de revisão. Mas
não é o caso.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Aliás, o Ministro
Lewandowski também falou em família - e o Ministro Fux também.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhor Presidente, só uma
observação. Vossa Excelência tem toda a razão. A jurisprudência, o
resultado de um julgamento, tem uma repercussão que nós não podemos
desconhecer. Então, antigamente, havia a presunção pater is est. Era uma
presunção - como hoje o pai que não faz o exame também tem a
presunção - de paternidade. Evidentemente, se não balizarmos, as Varas
de Família vão virar um tumulto; ou seja, os pais que foram considerados
pais pela presunção podem querer também fazer exame de DNA para
reabrir, e os filhos também. Então, realmente, temos que balizar, porque
tudo hoje tem que ter modulação temporal, senão o ordenamento jurídico
fica um fator de grave insegurança.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Mas a baliza decorre
da própria configuração fática do caso a que se está submetido.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) -
Ministro Gilmar, levando em consideração o que Vossa Excelência falou,
eu consideraria a possibilidade de, se ajuizada dentro do biênio legal,
tomar esta ação como ação rescisória. Isso eu acho tolerável, porque, na
verdade, se pode dizer tenha havido violação de norma constitucional,
que é aquela que garantia a assistência jurídica gratuita e integral. E já era
suficiente para rescindir a sentença.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Mas o prazo aí já passou.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 138 de 165
Voto - MIN. GILMAR MENDES
RE 363.889 / DF
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Esse é
que é o problema.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, teria que
averiguar, mas, na época, sequer estava em vigor a Carta de 1988, que
realmente deu envergadura maior à assistência jurídica e judiciária. Hoje,
o autor recorrente tem 29 anos, 6 meses e 1 dia.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
O que se balizou, à época do início do julgamento, na repercussão
geral, foi o fato de já haver a possibilidade do exame de DNA e de ter sido
requerido esse exame. O autor da ação, representado à época por sua
genitora, peticionou então ao juiz pedindo a realização desse exame; o
juiz deferiu a realização desse exame; determinou-se, então, que se
depositasse o valor do exame; a parte então requereu que o Estado
subsidiasse esse exame; foi notificado o Estado, e o Estado disse que não
tinha condições de subsidiar esse exame. Feito isso, os autos vão ao juiz,
que sentencia improcedente a ação.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) – Por
isso mesmo, Ministro, é que o juiz violou literal disposição da
Constituição Federal.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Só para concluir: a delimitação da repercussão geral que aprovamos
na sessão anterior, de início deste julgamento, foi limitada a esse contexto.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA – A esse quadro.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES – A abordagem do
Presidente é extremamente interessante. Se nós considerarmos aqui, até
por um fundamento, uma causa petendi aberta, haveria violação ao
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Esse é
que é o problema.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, teria que
averiguar, mas, na época, sequer estava em vigor a Carta de 1988, que
realmente deu envergadura maior à assistência jurídica e judiciária. Hoje,
o autor recorrente tem 29 anos, 6 meses e 1 dia.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
O que se balizou, à época do início do julgamento, na repercussão
geral, foi o fato de já haver a possibilidade do exame de DNA e de ter sido
requerido esse exame. O autor da ação, representado à época por sua
genitora, peticionou então ao juiz pedindo a realização desse exame; o
juiz deferiu a realização desse exame; determinou-se, então, que se
depositasse o valor do exame; a parte então requereu que o Estado
subsidiasse esse exame; foi notificado o Estado, e o Estado disse que não
tinha condições de subsidiar esse exame. Feito isso, os autos vão ao juiz,
que sentencia improcedente a ação.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) – Por
isso mesmo, Ministro, é que o juiz violou literal disposição da
Constituição Federal.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Só para concluir: a delimitação da repercussão geral que aprovamos
na sessão anterior, de início deste julgamento, foi limitada a esse contexto.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA – A esse quadro.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES – A abordagem do
Presidente é extremamente interessante. Se nós considerarmos aqui, até
por um fundamento, uma causa petendi aberta, haveria violação ao
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 139 de 165
Voto - MIN. GILMAR MENDES
RE 363.889 / DF
princípio da proteção judicial efetiva. É disso que se cuida.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) –
Violação literal a disposição da Constituição.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA – E nós teríamos a
superação do prazo rescisório.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX – É, porque se Vossa Excelência
considerar que houve violação à Constituição Federal, ela ocorreu para
trás.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA – Em 1992.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) – Sim, é
por isso que estamos pensando nos limites do precedente.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX – Mas é possível modular isso.
O importante é a tese; modular a tese é possível.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI – Mas o
Ministro Gilmar Mendes colocou muito bem. A modulação se dá pelo
próprio contexto fático que está sendo analisado. A matéria está bem
balizada.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA – Fático do quadro que
nós estamos julgando.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Se for lida a certidão de
abertura do julgamento, estará aí.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES – É, eu entendi desde
o começo. A situação, de fato, é chocante e sensibiliza, tendo em vista a
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
princípio da proteção judicial efetiva. É disso que se cuida.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) –
Violação literal a disposição da Constituição.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA – E nós teríamos a
superação do prazo rescisório.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX – É, porque se Vossa Excelência
considerar que houve violação à Constituição Federal, ela ocorreu para
trás.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA – Em 1992.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) – Sim, é
por isso que estamos pensando nos limites do precedente.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX – Mas é possível modular isso.
O importante é a tese; modular a tese é possível.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI – Mas o
Ministro Gilmar Mendes colocou muito bem. A modulação se dá pelo
próprio contexto fático que está sendo analisado. A matéria está bem
balizada.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA – Fático do quadro que
nós estamos julgando.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Se for lida a certidão de
abertura do julgamento, estará aí.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES – É, eu entendi desde
o começo. A situação, de fato, é chocante e sensibiliza, tendo em vista a
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
RE 363.889 / DF
existência, a possibilidade e a disponibilidade do exame; o pedido feito
pela parte; a tentativa de obter o exame; e a impossibilidade de custeá-lo.
De fato, onde está a falha do aparato estatal, aqui manifestado pelo Poder
Judiciário? Não ter tomado qualquer providência. Aqui há uma falha no
que diz respeito a um dever de petição.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Mas de ofício?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) – Até
poderia.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Não, houve o pedido. Deveria ter-se determinado que o Poder
Público arcasse, assim como o legislador local o fez depois: criou a lei.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) – Mas
por essa razão é que o interessado deveria ter recorrido alegando isso. E
quando não recorreu e não alegou, poderia ter alegado na rescisória.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Estamos julgando no
vazio.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES – Não, eu tenho a
impressão de que a delimitação fático-jurídica está balizada, tendo em
vista exatamente essas peculiaridades.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – E o Tribunal decide
apenas para que seja feita essa prova, ou seja, nesta ação, que renova a
anterior, não se poderá produzir outras provas, permitida a confissão.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX – Não, poderá produzir.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI – Que se
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existência, a possibilidade e a disponibilidade do exame; o pedido feito
pela parte; a tentativa de obter o exame; e a impossibilidade de custeá-lo.
De fato, onde está a falha do aparato estatal, aqui manifestado pelo Poder
Judiciário? Não ter tomado qualquer providência. Aqui há uma falha no
que diz respeito a um dever de petição.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Mas de ofício?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) – Até
poderia.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Não, houve o pedido. Deveria ter-se determinado que o Poder
Público arcasse, assim como o legislador local o fez depois: criou a lei.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) – Mas
por essa razão é que o interessado deveria ter recorrido alegando isso. E
quando não recorreu e não alegou, poderia ter alegado na rescisória.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Estamos julgando no
vazio.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES – Não, eu tenho a
impressão de que a delimitação fático-jurídica está balizada, tendo em
vista exatamente essas peculiaridades.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – E o Tribunal decide
apenas para que seja feita essa prova, ou seja, nesta ação, que renova a
anterior, não se poderá produzir outras provas, permitida a confissão.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX – Não, poderá produzir.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI – Que se
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
RE 363.889 / DF
reabra o processo de investigação.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) –
Dando provimento para cassar a sentença.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX – Para cassar a decisão. Reabre-
se a instância.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Superar o óbice.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Afastado o óbice da
coisa julgada para que a ação prossiga.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Ou seja, estamos
transformando a ação proposta em rescisória, sem submissão a prazo
decadencial, já que os dois anos estão multiplicados por dez.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO – Remove-se o óbice.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Só para balizar o caso concreto. Esta ação atual que estamos a julgar
foi proposta e, em despacho saneador, foi rejeitada a tese da coisa julgada,
determinando-se, então, o deferimento do exame de DNA. Dessa decisão
saneadora, interpôs o recorrido o recurso de agravo ao tribunal local, o
Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Esse tribunal, então, determinou a
extinção da ação, exatamente por entender que havia coisa julgada
material. E é contra essa decisão que se interpõem os presentes recursos
extraordinários. Tanto o Ministério Público quanto a parte recorrente
interpuseram recurso extraordinário, ao qual demos repercussão geral e
estamos aqui a julgar. Ao se dar provimento aos recursos extraordinários,
retomar-se-á o feito a partir do despacho saneador, com as provas ali
deferidas, dentre elas o exame de DNA. Essa é a situação fática do caso,
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
reabra o processo de investigação.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) –
Dando provimento para cassar a sentença.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX – Para cassar a decisão. Reabre-
se a instância.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Superar o óbice.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Afastado o óbice da
coisa julgada para que a ação prossiga.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Ou seja, estamos
transformando a ação proposta em rescisória, sem submissão a prazo
decadencial, já que os dois anos estão multiplicados por dez.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO – Remove-se o óbice.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Só para balizar o caso concreto. Esta ação atual que estamos a julgar
foi proposta e, em despacho saneador, foi rejeitada a tese da coisa julgada,
determinando-se, então, o deferimento do exame de DNA. Dessa decisão
saneadora, interpôs o recorrido o recurso de agravo ao tribunal local, o
Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Esse tribunal, então, determinou a
extinção da ação, exatamente por entender que havia coisa julgada
material. E é contra essa decisão que se interpõem os presentes recursos
extraordinários. Tanto o Ministério Público quanto a parte recorrente
interpuseram recurso extraordinário, ao qual demos repercussão geral e
estamos aqui a julgar. Ao se dar provimento aos recursos extraordinários,
retomar-se-á o feito a partir do despacho saneador, com as provas ali
deferidas, dentre elas o exame de DNA. Essa é a situação fática do caso,
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 142 de 165
Voto - MIN. GILMAR MENDES
RE 363.889 / DF
Senhor Presidente.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES – Na verdade, dentro
desses limites, portanto, já tão bem delineados a partir do voto do Relator,
também me manifesto no sentido de que seja afastado o óbice da coisa
julgada suscitada, para que se prossiga na ação como de direito, fazendo-
se o exame.
Agora, parece-me que o caso já está marcado – como destacou o
Ministro Luiz Fux – por todas as suas singularidades. Não me parece que
nós estejamos a autorizar aqui uma revisão geral de todos os casos.
Agora, estamos aceitando, sim, que, tendo em vista os valores envolvidos,
os conflitos que se estabeleceram, que se dê primazia ao prosseguimento
da ação ou àquilo que Vossa Excelência acaba de explicitar, a ideia de
proteção judicial efetiva, afastando-se o óbice aqui suscitado da coisa
julgada.
Vou me limitar. Se formos especular sobre as várias hipóteses, e de
forma cerebrina, muito provavelmente vamos distorcer o caso e chamar
atenção para situações que obviamente não estão sendo discutidas.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Perfeito.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Eu destaquei, inclusive, no meu voto, que aqui não há conflito entre
a procura da paternidade biológica e uma eventual paternidade afetiva,
que nunca se pôs no caso concreto.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Ministro Gilmar, tenho a
impressão de que não podemos produzir uma solução que seja enganosa
para nós mesmos.
Nós vamos balizar de acordo com o caso concreto. Então, o
beneficiário da justiça gratuita pode realizar o DNA, pode reabrir
instância e realizar prova nas hipóteses em que ele teve obstada essa
realização em razão de ter sido julgado improcedente o pedido.
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
Senhor Presidente.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES – Na verdade, dentro
desses limites, portanto, já tão bem delineados a partir do voto do Relator,
também me manifesto no sentido de que seja afastado o óbice da coisa
julgada suscitada, para que se prossiga na ação como de direito, fazendo-
se o exame.
Agora, parece-me que o caso já está marcado – como destacou o
Ministro Luiz Fux – por todas as suas singularidades. Não me parece que
nós estejamos a autorizar aqui uma revisão geral de todos os casos.
Agora, estamos aceitando, sim, que, tendo em vista os valores envolvidos,
os conflitos que se estabeleceram, que se dê primazia ao prosseguimento
da ação ou àquilo que Vossa Excelência acaba de explicitar, a ideia de
proteção judicial efetiva, afastando-se o óbice aqui suscitado da coisa
julgada.
Vou me limitar. Se formos especular sobre as várias hipóteses, e de
forma cerebrina, muito provavelmente vamos distorcer o caso e chamar
atenção para situações que obviamente não estão sendo discutidas.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Perfeito.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Eu destaquei, inclusive, no meu voto, que aqui não há conflito entre
a procura da paternidade biológica e uma eventual paternidade afetiva,
que nunca se pôs no caso concreto.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Ministro Gilmar, tenho a
impressão de que não podemos produzir uma solução que seja enganosa
para nós mesmos.
Nós vamos balizar de acordo com o caso concreto. Então, o
beneficiário da justiça gratuita pode realizar o DNA, pode reabrir
instância e realizar prova nas hipóteses em que ele teve obstada essa
realização em razão de ter sido julgado improcedente o pedido.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 143 de 165
Voto - MIN. GILMAR MENDES
RE 363.889 / DF
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Em razão da omissão do Estado em não prestar esse exame.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - No Brasil, com a carência que
temos, deve ocorrer em 80% dos casos das Varas de Família. Em várias
Varas de Família as pessoas pobres não puderam fazer esse exame.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Mas,
Ministro, nós estamos afirmando um direito novo, o direito à identidade
genética. Isso tem um preço, tem um ônus, e nós temos de arcar com esse
ônus. Nós somos a Suprema Corte.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Eu sei. Esse ônus eu suportei
pela vez primeira, porque quem votou depois do Relator fui eu.
Eu digo o seguinte: se Vossas Excelências estão preocupadas com a
questão do tempo, então é preciso enfrentar qual é o prazo que a parte
tem para fazer isso. Eu acho que essa questão é importante, porque
deram repercussão geral.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Não,
até porque, do contrário, se instaura a absoluta insegurança jurídica em
relações familiares.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Eu concordo com o Ministro
Presidente.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Consideradas as
vantagens obtidas.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Agora, Presidente, a
dificuldade neste caso específico – o próprio Ministro Fux explicitou – é
que a propositura da ação se fez dois anos após a legislação local permitir.
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Em razão da omissão do Estado em não prestar esse exame.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - No Brasil, com a carência que
temos, deve ocorrer em 80% dos casos das Varas de Família. Em várias
Varas de Família as pessoas pobres não puderam fazer esse exame.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Mas,
Ministro, nós estamos afirmando um direito novo, o direito à identidade
genética. Isso tem um preço, tem um ônus, e nós temos de arcar com esse
ônus. Nós somos a Suprema Corte.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Eu sei. Esse ônus eu suportei
pela vez primeira, porque quem votou depois do Relator fui eu.
Eu digo o seguinte: se Vossas Excelências estão preocupadas com a
questão do tempo, então é preciso enfrentar qual é o prazo que a parte
tem para fazer isso. Eu acho que essa questão é importante, porque
deram repercussão geral.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Não,
até porque, do contrário, se instaura a absoluta insegurança jurídica em
relações familiares.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Eu concordo com o Ministro
Presidente.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Consideradas as
vantagens obtidas.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Agora, Presidente, a
dificuldade neste caso específico – o próprio Ministro Fux explicitou – é
que a propositura da ação se fez dois anos após a legislação local permitir.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 144 de 165
Voto - MIN. GILMAR MENDES
RE 363.889 / DF
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Que é o
caso!
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Mas, veja, nós não
temos condições de fixar isso de forma genérica.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Deixar para examinar
caso a caso.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Se, por acaso se
colocar a necessidade, que examinemos topicamente, ou que daqui se
dimane uma orientação que vá permitir ao juiz ou ao tribunal aferir in
concreto.
Quando a gente fala da proporcionalidade – porque aqui estamos
falando de ponderação – , a gente fala também da proporcionalidade in
concreto, que é o exame da questão, tendo em vista o fazimento, a
realização de justiça no caso concreto. Tanto é que o Ministro Sepúlveda
Pertence, naquele caso do exame do DNA, quanto à obrigatoriedade ou
não, votou no sentido da obrigatoriedade.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – É interessante, é
interessante: os conservadores do Tribunal me acompanharam, já os
liberais, não.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Sim. O Ministro
Pertence, que votou no sentido da obrigatoriedade, tendo em vista essa
ideia da identidade genética, do direito de personalidade, num outro
caso, com outra configuração, manifestou-se num outro sentido.
Qual era esse outro caso? Aqui, um suposto pai de alguém, ou que
afirmava que numa relação extraconjugal seria o pai de alguém, propõe
uma ação.
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Que é o
caso!
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Mas, veja, nós não
temos condições de fixar isso de forma genérica.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Deixar para examinar
caso a caso.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Se, por acaso se
colocar a necessidade, que examinemos topicamente, ou que daqui se
dimane uma orientação que vá permitir ao juiz ou ao tribunal aferir in
concreto.
Quando a gente fala da proporcionalidade – porque aqui estamos
falando de ponderação – , a gente fala também da proporcionalidade in
concreto, que é o exame da questão, tendo em vista o fazimento, a
realização de justiça no caso concreto. Tanto é que o Ministro Sepúlveda
Pertence, naquele caso do exame do DNA, quanto à obrigatoriedade ou
não, votou no sentido da obrigatoriedade.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – É interessante, é
interessante: os conservadores do Tribunal me acompanharam, já os
liberais, não.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Sim. O Ministro
Pertence, que votou no sentido da obrigatoriedade, tendo em vista essa
ideia da identidade genética, do direito de personalidade, num outro
caso, com outra configuração, manifestou-se num outro sentido.
Qual era esse outro caso? Aqui, um suposto pai de alguém, ou que
afirmava que numa relação extraconjugal seria o pai de alguém, propõe
uma ação.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 145 de 165
Voto - MIN. GILMAR MENDES
RE 363.889 / DF
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - O
terceiro, não é?
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - O terceiro. Ação de
investigação de paternidade. Para afastar qualquer dúvida, pede que o
pai, aquele presuntivo, aquele que constava do registro, se submetesse ao
exame.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Mas não foi o caso por
mim relatado.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES – Não!
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Foi
outro caso.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Estou dizendo que
essa é a configuração desse outro caso de que foi Relator o Ministro
Sepúlveda Pertence.
Nesse caso, o Ministro Sepúlveda Pertence, que defendera a
obrigatoriedade naquele primeiro precedente, agora se manifesta no
sentido da não obrigatoriedade, invocando a ideia de proporcionalidade
em sentido estrito. Seria, realmente, levar ao absurdo essa possibilidade.
Por quê? Porque a própria proposta já continha um vexame imposto.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Havia um pai
reconhecido e constante da certidão de nascimento.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Pai reconhecido e
que até então nunca tivera sua situação registrada. Veja, a configuração
fática é que vai permitir esse juízo.
Parece-me, então, que, se ficarmos no âmbito da proposta do voto do
Relator, agora delineada a partir do voto do Ministro Luiz Fux, creio que
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RE 363.889 / DF
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - O
terceiro, não é?
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - O terceiro. Ação de
investigação de paternidade. Para afastar qualquer dúvida, pede que o
pai, aquele presuntivo, aquele que constava do registro, se submetesse ao
exame.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Mas não foi o caso por
mim relatado.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES – Não!
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Foi
outro caso.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Estou dizendo que
essa é a configuração desse outro caso de que foi Relator o Ministro
Sepúlveda Pertence.
Nesse caso, o Ministro Sepúlveda Pertence, que defendera a
obrigatoriedade naquele primeiro precedente, agora se manifesta no
sentido da não obrigatoriedade, invocando a ideia de proporcionalidade
em sentido estrito. Seria, realmente, levar ao absurdo essa possibilidade.
Por quê? Porque a própria proposta já continha um vexame imposto.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Havia um pai
reconhecido e constante da certidão de nascimento.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Pai reconhecido e
que até então nunca tivera sua situação registrada. Veja, a configuração
fática é que vai permitir esse juízo.
Parece-me, então, que, se ficarmos no âmbito da proposta do voto do
Relator, agora delineada a partir do voto do Ministro Luiz Fux, creio que
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 146 de 165
Voto - MIN. GILMAR MENDES
RE 363.889 / DF
teremos dado a devida dimensão e encaminhado bem a solução para a
questão. Claro, haverá sempre novas perguntas, mas, para isso, os
próprios juízes – a partir das diretrizes emanadas deste julgamento e,
eventualmente, de um novo recurso extraordinário – permitirão a solução
da controvérsia.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Nós não
estamos fixando parâmetros temporais desde já.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Não, não; até
porque eu me sinto totalmente incapaz de fazê-lo. Veja que, neste caso, a
lei surgiu quanto tempo depois da solução, não é?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Vossa
Excelência está dando provimento?
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Dando provimento,
acompanhando o Relator.
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RE 363.889 / DF
teremos dado a devida dimensão e encaminhado bem a solução para a
questão. Claro, haverá sempre novas perguntas, mas, para isso, os
próprios juízes – a partir das diretrizes emanadas deste julgamento e,
eventualmente, de um novo recurso extraordinário – permitirão a solução
da controvérsia.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Nós não
estamos fixando parâmetros temporais desde já.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Não, não; até
porque eu me sinto totalmente incapaz de fazê-lo. Veja que, neste caso, a
lei surgiu quanto tempo depois da solução, não é?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Vossa
Excelência está dando provimento?
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Dando provimento,
acompanhando o Relator.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 147 de 165
Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
02/06/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, certa vez,
li – e colhi a máxima de um doutrinador – que há mais coragem em ser
justo, parecendo injusto, do que em ser injusto, para salvaguardar as
aparências de justiça. Também me considero, Presidente, na Suprema
Corte, mas, desde cedo percebi que, quanto mais remota a possibilidade
de revisão de uma óptica, maior deve ser o apego ao direito posto, maior
deve ser a fidelidade aos princípios, maior deve ser o receio em claudicar
na arte de proceder e de julgar.
Não é por não existir, acima do Supremo, órgão capaz de examinar o
acerto ou o desacerto das decisões que profira que poderemos,
simplesmente, fechar a legislação e deixar de lado a Constituição Federal
para implementar – segundo nosso critério, nossa formação
simplesmente humanística, colocada a técnica em segundo plano – a
solução que entendamos mais adequada.
Presidente, repito que este julgamento, a meu ver, cairá no vazio, a
não ser que se empreste à ação ajuizada – renovada, diria – contornos de
ação rescisória e se retire do mundo jurídico o pronunciamento judicial
anterior como um todo.
Afirmo isso porque tive, presente a Lei nº 8.560, de 1992, o artigo 2-
A, decorrente de uma lei de 2009, a Lei nº 12.004, que previu:
Na ação de investigação de paternidade, todos os meios
legais, bem como os moralmente legítimos, serão hábeis para
provar a verdade dos fatos.
Preceituando o parágrafo único:
"A recusa do réu em se submeter ao exame de código
genético – DNA –" – pois, inclusive, esta Corte, ao julgar um
habeas corpus, proclamou que não há obrigatoriedade de o
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1272007.
Supremo Tribunal Federal
02/06/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, certa vez,
li – e colhi a máxima de um doutrinador – que há mais coragem em ser
justo, parecendo injusto, do que em ser injusto, para salvaguardar as
aparências de justiça. Também me considero, Presidente, na Suprema
Corte, mas, desde cedo percebi que, quanto mais remota a possibilidade
de revisão de uma óptica, maior deve ser o apego ao direito posto, maior
deve ser a fidelidade aos princípios, maior deve ser o receio em claudicar
na arte de proceder e de julgar.
Não é por não existir, acima do Supremo, órgão capaz de examinar o
acerto ou o desacerto das decisões que profira que poderemos,
simplesmente, fechar a legislação e deixar de lado a Constituição Federal
para implementar – segundo nosso critério, nossa formação
simplesmente humanística, colocada a técnica em segundo plano – a
solução que entendamos mais adequada.
Presidente, repito que este julgamento, a meu ver, cairá no vazio, a
não ser que se empreste à ação ajuizada – renovada, diria – contornos de
ação rescisória e se retire do mundo jurídico o pronunciamento judicial
anterior como um todo.
Afirmo isso porque tive, presente a Lei nº 8.560, de 1992, o artigo 2-
A, decorrente de uma lei de 2009, a Lei nº 12.004, que previu:
Na ação de investigação de paternidade, todos os meios
legais, bem como os moralmente legítimos, serão hábeis para
provar a verdade dos fatos.
Preceituando o parágrafo único:
"A recusa do réu em se submeter ao exame de código
genético – DNA –" – pois, inclusive, esta Corte, ao julgar um
habeas corpus, proclamou que não há obrigatoriedade de o
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 148 de 165
Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
RE 363.889 / DF
cidadão se submeter – "gerará a presunção da paternidade" – e
vem a parte final – "a ser apreciada" – essa presunção – "em
conjunto com o contexto probatório."
O contexto probatório, na ação anterior, foi no sentido da
improcedência do pedido formalizado. E o que está prevalecendo é que
não se teria feito uma prova por insuficiência de recursos, e que já nessa
ação nova será feita essa prova. E que o Estado, portanto, teria deixado de
subvencionar o custo da prova.
Presidente, aos 64 anos, não acredito mais em Papai Noel. Não posso
simplesmente potencializar o problema genético, alusivo ao
conhecimento da paternidade, ao decidir esta causa.
O autor da ação proposta tem hoje 29 anos, 6 meses e 1 dia de idade.
E, logicamente, nesse ajuizamento – não conheço também a situação
patrimonial do pretenso pai –, o aspecto patrimonial se faz em jogo, para
querer discutir essa mesma paternidade desconhecida há 29 anos.
Senhor Presidente, colho da ementa do acórdão proferido pelo
Tribunal de Justiça – e a jurisprudência admite a rediscussão da
paternidade naqueles casos em que a decisão anterior foi prolatada antes
de ter-se o exame de DNA:
"Havendo sentença transitada em julgado que julgou
improcedente a intentada ação de investigação de paternidade
proposta anteriormente pelo mesmo interessado, impõe-se o
acolhimento da preliminar de coisa julgada suscitada nesse
sentido, em sede de contestação, cuja eficácia não pode ficar
comprometida, sendo inarredável esta regra libertadora do
artigo 468 do Código de Processo Civil, com atenção ao próprio
princípio prevalente da segurança jurídica: hipótese de extinção
do feito sem julgamento do mérito".
Reconheceu-se, portanto, o pressuposto de desenvolvimento válido
do processo, pressuposto negativo, a coisa julgada. E valeu-se o Tribunal
de Justiça do Distrito Federal de um precedente – de lavra das mais
2
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
cidadão se submeter – "gerará a presunção da paternidade" – e
vem a parte final – "a ser apreciada" – essa presunção – "em
conjunto com o contexto probatório."
O contexto probatório, na ação anterior, foi no sentido da
improcedência do pedido formalizado. E o que está prevalecendo é que
não se teria feito uma prova por insuficiência de recursos, e que já nessa
ação nova será feita essa prova. E que o Estado, portanto, teria deixado de
subvencionar o custo da prova.
Presidente, aos 64 anos, não acredito mais em Papai Noel. Não posso
simplesmente potencializar o problema genético, alusivo ao
conhecimento da paternidade, ao decidir esta causa.
O autor da ação proposta tem hoje 29 anos, 6 meses e 1 dia de idade.
E, logicamente, nesse ajuizamento – não conheço também a situação
patrimonial do pretenso pai –, o aspecto patrimonial se faz em jogo, para
querer discutir essa mesma paternidade desconhecida há 29 anos.
Senhor Presidente, colho da ementa do acórdão proferido pelo
Tribunal de Justiça – e a jurisprudência admite a rediscussão da
paternidade naqueles casos em que a decisão anterior foi prolatada antes
de ter-se o exame de DNA:
"Havendo sentença transitada em julgado que julgou
improcedente a intentada ação de investigação de paternidade
proposta anteriormente pelo mesmo interessado, impõe-se o
acolhimento da preliminar de coisa julgada suscitada nesse
sentido, em sede de contestação, cuja eficácia não pode ficar
comprometida, sendo inarredável esta regra libertadora do
artigo 468 do Código de Processo Civil, com atenção ao próprio
princípio prevalente da segurança jurídica: hipótese de extinção
do feito sem julgamento do mérito".
Reconheceu-se, portanto, o pressuposto de desenvolvimento válido
do processo, pressuposto negativo, a coisa julgada. E valeu-se o Tribunal
de Justiça do Distrito Federal de um precedente – de lavra das mais
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 149 de 165
Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
RE 363.889 / DF
ilustres – do nosso saudoso Ministro Carlos Alberto Menezes Direito.
Sua Excelência, julgando o Recurso Especial nº 107.248/GO, fez ver:
"AÇÃO DE NEGATIVA DE PATERNIDADE. EXAME
PELO DNA POSTERIOR AO PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO
DE PATERNIDADE. COISA JULGADA.
1. Seria terrificante" - é uma espada de Dâmocles sobre a
cabeça dos cidadãos em geral, e devo dizer que, há 20 anos, não
tive contra mim ajuizada nenhuma ação de investigação de
paternidade, como também pretendo que jamais a tenha - "para
o exercício da jurisdição que fosse abandonada a regra absoluta
da coisa julgada que confere ao processo judicial força para
garantir a convivência social, dirimindo os conflitos existentes.
Se, fora dos casos nos quais a própria lei retira a coisa julgada" -
na ação civil pública, julgado improcedente o pedido formulado
por insuficiência de prova, é possível a renovação, segundo a lei
de regência - "pudesse o magistrado abrir comportas dos feitos
já julgados para rever as decisões, não haveria como vencer o
caos social que se instalaria. A regra do art. 468 do Código de
Processo Civil é libertadora. Ela assegura que o exercício da
jurisdição completa-se com o último julgado, que se torna
inatingível, insuscetível de modificação. E a sabedoria do
Código é revelada pelas amplas possibilidades recursais e, até
mesmo, pela abertura da via rescisória naqueles casos precisos
que estão no artigo 485.
2. Assim, a existência de um exame de DNA posterior ao
feito já julgado com decisão já transitada em julgado,
reconhecendo a paternidade, não tem o condão de reabrir a
questão com uma declaratória para negar a paternidade, sendo
certo que o julgado está coberto pela certeza jurídica conferida
pela coisa julgada".
Presidente, a coisa julgada tem envergadura constitucional. Nem
mesmo a lei pode feri-la de morte. É mitigada pela própria Carta da
3
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
ilustres – do nosso saudoso Ministro Carlos Alberto Menezes Direito.
Sua Excelência, julgando o Recurso Especial nº 107.248/GO, fez ver:
"AÇÃO DE NEGATIVA DE PATERNIDADE. EXAME
PELO DNA POSTERIOR AO PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO
DE PATERNIDADE. COISA JULGADA.
1. Seria terrificante" - é uma espada de Dâmocles sobre a
cabeça dos cidadãos em geral, e devo dizer que, há 20 anos, não
tive contra mim ajuizada nenhuma ação de investigação de
paternidade, como também pretendo que jamais a tenha - "para
o exercício da jurisdição que fosse abandonada a regra absoluta
da coisa julgada que confere ao processo judicial força para
garantir a convivência social, dirimindo os conflitos existentes.
Se, fora dos casos nos quais a própria lei retira a coisa julgada" -
na ação civil pública, julgado improcedente o pedido formulado
por insuficiência de prova, é possível a renovação, segundo a lei
de regência - "pudesse o magistrado abrir comportas dos feitos
já julgados para rever as decisões, não haveria como vencer o
caos social que se instalaria. A regra do art. 468 do Código de
Processo Civil é libertadora. Ela assegura que o exercício da
jurisdição completa-se com o último julgado, que se torna
inatingível, insuscetível de modificação. E a sabedoria do
Código é revelada pelas amplas possibilidades recursais e, até
mesmo, pela abertura da via rescisória naqueles casos precisos
que estão no artigo 485.
2. Assim, a existência de um exame de DNA posterior ao
feito já julgado com decisão já transitada em julgado,
reconhecendo a paternidade, não tem o condão de reabrir a
questão com uma declaratória para negar a paternidade, sendo
certo que o julgado está coberto pela certeza jurídica conferida
pela coisa julgada".
Presidente, a coisa julgada tem envergadura constitucional. Nem
mesmo a lei pode feri-la de morte. É mitigada pela própria Carta da
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 150 de 165
Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
RE 363.889 / DF
República – no que prevista a ação rescisória –, mas considerado um
prazo delimitado, que não é o de vinte anos.
Temos que, repetindo-se uma ação, as mesmas partes, a mesma
causa de pedir, o mesmo pedido, incide a coisa julgada, tal como definida
no artigo 468 do Código de Processo Civil, e o próprio Código consigna,
quanto a esse pronunciamento que a estampa, que tem força de lei. Nem
se diga que se trata de relação jurídica continuada, porque não há – por
enquanto – relação jurídica alguma.
O artigo 471 do Código de Processo Civil refere-se à ação revisional.
Pressupõe a existência da relação jurídica continuada. Não conhecemos,
em nosso ordenamento jurídico, decisões submetidas a condição
resolutiva. Que condição resolutiva seria essa? A lei superveniente que
veio a compelir o próprio Distrito Federal a patrocinar a feitura do DNA.
Há valores em jogo e, para mim, o maior está na segurança jurídica.
Se, de um lado, é dado dizer que o autor, o recorrente, tem direito
subjetivo de saber quem é o pai dele, é preciso imaginar que o réu pode
ter uma família estruturada e que a possibilidade de revisão, a qualquer
momento, de situação já definida pelo Estado-juiz, com a improcedência
do pedido formulado na ação de investigação anterior e a reabertura da
controvérsia, pode muito bem abalar essa situação familiar. A família
também se faz em jogo sob uma outra óptica, que é a óptica favorável ao
recorrido.
Presidente, sob pena de solapar, de ferir de morte, o princípio da
segurança jurídica, de contribuir para a instalação de uma verdadeira
babel – e os direitos fundamentais são muitos, não se restringem à
paternidade –, não tenho como desconhecer esse contexto e, 20 anos após
à entrega da prestação jurisdicional pelo Estado – sendo que, no processo
que a motivou se poderia ter feito o exame de DNA, porque já existente à
época –, como dizer que simplesmente o que decidido pode ser colocado
em plano secundário e que não se fez coberto pela coisa julgada. E digo
mais: também pela preclusão maior, considerada a ação de impugnação
autônoma, que é a rescisória.
Peço vênia aos Colegas que entenderam de forma diversa para
4
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
República – no que prevista a ação rescisória –, mas considerado um
prazo delimitado, que não é o de vinte anos.
Temos que, repetindo-se uma ação, as mesmas partes, a mesma
causa de pedir, o mesmo pedido, incide a coisa julgada, tal como definida
no artigo 468 do Código de Processo Civil, e o próprio Código consigna,
quanto a esse pronunciamento que a estampa, que tem força de lei. Nem
se diga que se trata de relação jurídica continuada, porque não há – por
enquanto – relação jurídica alguma.
O artigo 471 do Código de Processo Civil refere-se à ação revisional.
Pressupõe a existência da relação jurídica continuada. Não conhecemos,
em nosso ordenamento jurídico, decisões submetidas a condição
resolutiva. Que condição resolutiva seria essa? A lei superveniente que
veio a compelir o próprio Distrito Federal a patrocinar a feitura do DNA.
Há valores em jogo e, para mim, o maior está na segurança jurídica.
Se, de um lado, é dado dizer que o autor, o recorrente, tem direito
subjetivo de saber quem é o pai dele, é preciso imaginar que o réu pode
ter uma família estruturada e que a possibilidade de revisão, a qualquer
momento, de situação já definida pelo Estado-juiz, com a improcedência
do pedido formulado na ação de investigação anterior e a reabertura da
controvérsia, pode muito bem abalar essa situação familiar. A família
também se faz em jogo sob uma outra óptica, que é a óptica favorável ao
recorrido.
Presidente, sob pena de solapar, de ferir de morte, o princípio da
segurança jurídica, de contribuir para a instalação de uma verdadeira
babel – e os direitos fundamentais são muitos, não se restringem à
paternidade –, não tenho como desconhecer esse contexto e, 20 anos após
à entrega da prestação jurisdicional pelo Estado – sendo que, no processo
que a motivou se poderia ter feito o exame de DNA, porque já existente à
época –, como dizer que simplesmente o que decidido pode ser colocado
em plano secundário e que não se fez coberto pela coisa julgada. E digo
mais: também pela preclusão maior, considerada a ação de impugnação
autônoma, que é a rescisória.
Peço vênia aos Colegas que entenderam de forma diversa para
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 151 de 165
Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
RE 363.889 / DF
desprover o recurso. E não saberia mesmo, se assim não concluísse,
apontar o dispositivo da Lei Maior que teria sido vulnerado pelo Tribunal
de Justiça do Distrito Federal ao reconhecer o pressuposto negativo de
desenvolvimento válido do processo, que é a coisa julgada, já que se tem
valores a serem sopesados, e esta Corte proclama – e reiteradamente –
que a violência à Constituição Federal capaz de impulsionar o
extraordinário há de ser frontal e direta.
Desprovejo o recurso.
5
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
desprover o recurso. E não saberia mesmo, se assim não concluísse,
apontar o dispositivo da Lei Maior que teria sido vulnerado pelo Tribunal
de Justiça do Distrito Federal ao reconhecer o pressuposto negativo de
desenvolvimento válido do processo, que é a coisa julgada, já que se tem
valores a serem sopesados, e esta Corte proclama – e reiteradamente –
que a violência à Constituição Federal capaz de impulsionar o
extraordinário há de ser frontal e direta.
Desprovejo o recurso.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 152 de 165
Voto - MIN. CEZAR PELUSO
02/06/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
VOTO
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Eu
também vou pedir vênia à robusta maioria já estruturada, já formada, e
dizer, em primeiro lugar, que me sinto muito à vontade para manifestar o
meu ponto de vista, de divergência, neste caso, porque fui juiz de Família
durante oito anos e, duas vezes outro tanto, compus a 2ª Câmara de
Direito Privado do Tribunal de Justiça, onde julgava diuturnamente
questões tão ou mais tormentosas do que esta, sem nunca ter restringido
o direito à identidade biológica. Até digo, recordando uma das decisões
que proferi, na qual reconheci paternidade por mera semelhança física – e
de cujo recurso extraordinário foi relator o Ministro Moreira Alves, que
manteve a sentença -, que, neste caso, acho que está em jogo um dos
fundamentos não apenas da República, mas da convivência civilizada, e
um dos fundamentos de uma vida digna, compreendida a dignidade no
seu mais alto sentido.
O fundamento básico que ouvi à douta maioria é que se estabelece
aqui uma ponderação entre a coisa julgada e direitos fundamentais.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Não direitos
fundamentais lato sensu; um direito fundamental específico.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Seja
um ou mais. A mim me parece, com o devido respeito, que a garantia da
coisa julgada, princípio crucial da certeza jurídica, serve àquilo que o
jusfilósofo italiano disse constituir a própria ética do Direito Negava ele -
e, a meu ver, com toda razão - que a eticidade do Direito (e a palavra que
usou foi eticidade do Direito) não está na verdade jurídica, mas na
segurança jurídica, porque só esta permite a fidelidade da ação a si
mesma. O que queria dizer com essas palavras López de Oñate? Queria
dizer que ninguém consegue viver dignamente sem certeza jurídica.
Se fosse possível, em relação à coisa julgada - que, a meu ver, está
fora do contexto de ponderação com outros direitos fundamentais,
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Supremo Tribunal Federal
02/06/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
VOTO
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Eu
também vou pedir vênia à robusta maioria já estruturada, já formada, e
dizer, em primeiro lugar, que me sinto muito à vontade para manifestar o
meu ponto de vista, de divergência, neste caso, porque fui juiz de Família
durante oito anos e, duas vezes outro tanto, compus a 2ª Câmara de
Direito Privado do Tribunal de Justiça, onde julgava diuturnamente
questões tão ou mais tormentosas do que esta, sem nunca ter restringido
o direito à identidade biológica. Até digo, recordando uma das decisões
que proferi, na qual reconheci paternidade por mera semelhança física – e
de cujo recurso extraordinário foi relator o Ministro Moreira Alves, que
manteve a sentença -, que, neste caso, acho que está em jogo um dos
fundamentos não apenas da República, mas da convivência civilizada, e
um dos fundamentos de uma vida digna, compreendida a dignidade no
seu mais alto sentido.
O fundamento básico que ouvi à douta maioria é que se estabelece
aqui uma ponderação entre a coisa julgada e direitos fundamentais.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Não direitos
fundamentais lato sensu; um direito fundamental específico.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Seja
um ou mais. A mim me parece, com o devido respeito, que a garantia da
coisa julgada, princípio crucial da certeza jurídica, serve àquilo que o
jusfilósofo italiano disse constituir a própria ética do Direito Negava ele -
e, a meu ver, com toda razão - que a eticidade do Direito (e a palavra que
usou foi eticidade do Direito) não está na verdade jurídica, mas na
segurança jurídica, porque só esta permite a fidelidade da ação a si
mesma. O que queria dizer com essas palavras López de Oñate? Queria
dizer que ninguém consegue viver dignamente sem certeza jurídica.
Se fosse possível, em relação à coisa julgada - que, a meu ver, está
fora do contexto de ponderação com outros direitos fundamentais,
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 153 de 165
Voto - MIN. CEZAR PELUSO
RE 363.889 / DF
quaisquer que eles sejam -, por exemplo opor-lhe um direito fundamental
ao qual ninguém recusaria o qualificativo de essencial, que é a liberdade
física, teríamos a seguinte conclusão, a partir das premissas da douta
maioria: a coisa julgada, em matéria criminal, não existe. Há algum outro
direito tão fundamental e importante para o ser humano como a
liberdade física? Por que esse direito também sucumbe à força da coisa
julgada?
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Mas nós concedemos HCs mesmo em casos que há coisa julgada!
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Concedemos.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Superando o trânsito em julgado.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Sim,
mas isso dentro de prazos de revisão criminal. Terminados os prazos de
revisão, poderíamos, segundo o raciocínio da douta maioria, reabrir
qualquer caso; qualquer caso poderia ser reaberto. O cumprimento de
pena que está em curso pode ser revisto sob fundamento de que não há
coisa julgada contra o direito tão fundamental da liberdade física!
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Mas nós concedemos e colocamos em liberdade condenados tendo
trânsito em julgado, se houver razão jurídica na impetração!
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) -
Noutras palavras, a tese de que a coisa julgada pode ser confrontada com
outros direitos fundamentais e ceder à tutela desses outros direitos, a
mim me parece, com o devido respeito, que se põe em xeque uma
condição necessária da convivência social. Muitas ações, incontáveis
ações têm por objeto direitos fundamentais, sobre os quais recai a certeza
da coisa julgada como norma jurídica do caso concreto, sem que jamais se
cogitasse de que devesse ceder, porque, num contexto axiológico, esses
direitos fundamentais seriam mais importantes do que a coisa julgada. A
tese, portanto, levada às últimas consequências, autorizaria a
desconstituir a coisa julgada de muitíssimos casos.
O que sucedeu na particularidade deste caso? Em primeiro lugar, o
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
quaisquer que eles sejam -, por exemplo opor-lhe um direito fundamental
ao qual ninguém recusaria o qualificativo de essencial, que é a liberdade
física, teríamos a seguinte conclusão, a partir das premissas da douta
maioria: a coisa julgada, em matéria criminal, não existe. Há algum outro
direito tão fundamental e importante para o ser humano como a
liberdade física? Por que esse direito também sucumbe à força da coisa
julgada?
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Mas nós concedemos HCs mesmo em casos que há coisa julgada!
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Concedemos.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Superando o trânsito em julgado.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Sim,
mas isso dentro de prazos de revisão criminal. Terminados os prazos de
revisão, poderíamos, segundo o raciocínio da douta maioria, reabrir
qualquer caso; qualquer caso poderia ser reaberto. O cumprimento de
pena que está em curso pode ser revisto sob fundamento de que não há
coisa julgada contra o direito tão fundamental da liberdade física!
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Mas nós concedemos e colocamos em liberdade condenados tendo
trânsito em julgado, se houver razão jurídica na impetração!
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) -
Noutras palavras, a tese de que a coisa julgada pode ser confrontada com
outros direitos fundamentais e ceder à tutela desses outros direitos, a
mim me parece, com o devido respeito, que se põe em xeque uma
condição necessária da convivência social. Muitas ações, incontáveis
ações têm por objeto direitos fundamentais, sobre os quais recai a certeza
da coisa julgada como norma jurídica do caso concreto, sem que jamais se
cogitasse de que devesse ceder, porque, num contexto axiológico, esses
direitos fundamentais seriam mais importantes do que a coisa julgada. A
tese, portanto, levada às últimas consequências, autorizaria a
desconstituir a coisa julgada de muitíssimos casos.
O que sucedeu na particularidade deste caso? Em primeiro lugar, o
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 154 de 165
Voto - MIN. CEZAR PELUSO
RE 363.889 / DF
autor propôs várias ações anteriores - consta da sentença – e delas
desistiu. Está aqui na sentença. Mais do que isso, o réu se recusou, supõe-
se, de se submeter à perícia.
Diz o magistrado: “a prova se inviabilizou pela recusa do requerido e pela
falta de condições financeiras do requerente”. E completa: foram ouvidas seis
testemunhas e foi juntada prova documental dos dois lados.
Como é que posso conceber tenha sido negada ao autor, ora
recorrente, a via judicial para a busca da sua identidade biológica? Todas
as oportunidades previstas no ordenamento jurídico e, em particular, no
sistema judiciário, foram-lhe asseguradas. Todas as oportunidades. Aliás,
das provas que produziu, salvo a do DNA, a testemunhal poderia, por si
só, levar à procedência da ação. O magistrado disse, porém, não ter
encontrado mínimo indício da paternidade. E, que era preciso que esse
mínimo estivesse efetivamente provado nos autos, o que não ocorria. Isto
é, nem sequer as testemunhas proveram indícios do suposto
relacionamento amoroso afirmado.
Como, portanto, dizer-se que não lhe foi garantido o direito de busca
da verdade biológica, da sua certeza, da sua identidade biológica? Foi-lhe
garantido. A perícia do DNA já existia. Todos o admitimos. O que
aconteceu? Aconteceu que o juiz indeferiu a prova, assim como fazem em
tantos casos os magistrados, indeferindo provas, sem que o interessado
provocasse a revisão da causa sob esse ponto de vista, e sem que a
provocasse na própria ação e em ação rescisória! Ele tinha fundamento
para fazê-lo. Quando o magistrado, aceitando a recusa da Fazenda, não
lhe deferiu a perícia, impondo ao mesmo Estado que suportasse os ônus
dessa prova, ele se conformou, mas poderia, até em ação rescisória,
sustentar que muito mais do que literal violação de lei – que, pelo art. 485,
V, do CPC, já justificaria a rescisória -, teria havido, no caso, literal
violação de norma constitucional - o processo é de 1989, já na vigência da
atual Constituição, que lhe dava essa garantia. Noutras palavras, ele teve
oportunidade de rever a sentença na primeira causa e teve oportunidade
de propor ação rescisória. Como é possível dizer agora que o sistema
jurídico não lhe permitiu a busca desse direito fundamental?
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
autor propôs várias ações anteriores - consta da sentença – e delas
desistiu. Está aqui na sentença. Mais do que isso, o réu se recusou, supõe-
se, de se submeter à perícia.
Diz o magistrado: “a prova se inviabilizou pela recusa do requerido e pela
falta de condições financeiras do requerente”. E completa: foram ouvidas seis
testemunhas e foi juntada prova documental dos dois lados.
Como é que posso conceber tenha sido negada ao autor, ora
recorrente, a via judicial para a busca da sua identidade biológica? Todas
as oportunidades previstas no ordenamento jurídico e, em particular, no
sistema judiciário, foram-lhe asseguradas. Todas as oportunidades. Aliás,
das provas que produziu, salvo a do DNA, a testemunhal poderia, por si
só, levar à procedência da ação. O magistrado disse, porém, não ter
encontrado mínimo indício da paternidade. E, que era preciso que esse
mínimo estivesse efetivamente provado nos autos, o que não ocorria. Isto
é, nem sequer as testemunhas proveram indícios do suposto
relacionamento amoroso afirmado.
Como, portanto, dizer-se que não lhe foi garantido o direito de busca
da verdade biológica, da sua certeza, da sua identidade biológica? Foi-lhe
garantido. A perícia do DNA já existia. Todos o admitimos. O que
aconteceu? Aconteceu que o juiz indeferiu a prova, assim como fazem em
tantos casos os magistrados, indeferindo provas, sem que o interessado
provocasse a revisão da causa sob esse ponto de vista, e sem que a
provocasse na própria ação e em ação rescisória! Ele tinha fundamento
para fazê-lo. Quando o magistrado, aceitando a recusa da Fazenda, não
lhe deferiu a perícia, impondo ao mesmo Estado que suportasse os ônus
dessa prova, ele se conformou, mas poderia, até em ação rescisória,
sustentar que muito mais do que literal violação de lei – que, pelo art. 485,
V, do CPC, já justificaria a rescisória -, teria havido, no caso, literal
violação de norma constitucional - o processo é de 1989, já na vigência da
atual Constituição, que lhe dava essa garantia. Noutras palavras, ele teve
oportunidade de rever a sentença na primeira causa e teve oportunidade
de propor ação rescisória. Como é possível dizer agora que o sistema
jurídico não lhe permitiu a busca desse direito fundamental?
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 155 de 165
Voto - MIN. CEZAR PELUSO
RE 363.889 / DF
Alegou-se que temos de procurar a verdade real. Nós sabemos que a
verdade é só uma propriedade da linguagem, e, no processo, não existe
verdade material ou verdade formal. Existe a verdade possível, aquela
que é possível nos limites da imperfectibilidade humana. A sentença não
estabeleceu nenhuma verdade ficta. Simplesmente julgou improcedente a
ação, como tantas outras que se julgam improcedente.
Por outro lado, o que motivou a improcedência da ação não foi a
insuficiência de recursos, foi o equívoco do patrono, foi o equívoco de
quem atuava na defesa técnica, o qual deveria ter alegado violação da
Constituição no processo ou em ação posterior.
A pergunta é: a partir daqui, se um erro como esse, gravoso a direito
fundamental - e não nego seja direito fundamental - justificasse a
desconsideração ou a ineficácia da coisa julgada, estaríamos
estabelecendo uma tese de perigosas consequências. Nós sabemos que,
por mais que o Tribunal se preocupe e cuide de limitar o sentido dos seus
acórdãos, é sempre possível tirar daí ilações que nem sempre cabem
dentro dos seus fundamentos ou nos termos de sua decisão.
Por isso, há um risco muito grande, que eu não gostaria de, neste
caso, correr: estabelecer um precedente que, pelo visto, não leva em conta
sequer o decisivo aspecto temporal; deixa em aberto o aspecto temporal.
E eu já havia anotado - e dou nisto inteira razão ao Ministro Marco
Aurélio - que não é apenas a dignidade do autor que está em jogo neste
processo. Está em jogo também a dignidade da parte contrária, que não
pode, trinta anos depois, continuar sujeita a essa indefinição, a essa
incerteza vital. Quem se coloque na postura do réu percebe que isso não é
coisa irrelevante do ponto de vista da sua vida, sobretudo se tem família,
que isso pode repercutir danosamente na sua família, na sua vida. Tal
consideração, ou tal resguardo não faz parte também da dignidade
humana? A mim me parece que sim.
E mais, estou em que o alcance prático da nossa decisão para casos
futuros será mínimo, porque existe assistência judiciária gratuita integral,
a qual justifica que os magistrados determinem a realização compulsória
dessa prova. Portanto, não há mais motivo para temer outros casos. Pode
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
Alegou-se que temos de procurar a verdade real. Nós sabemos que a
verdade é só uma propriedade da linguagem, e, no processo, não existe
verdade material ou verdade formal. Existe a verdade possível, aquela
que é possível nos limites da imperfectibilidade humana. A sentença não
estabeleceu nenhuma verdade ficta. Simplesmente julgou improcedente a
ação, como tantas outras que se julgam improcedente.
Por outro lado, o que motivou a improcedência da ação não foi a
insuficiência de recursos, foi o equívoco do patrono, foi o equívoco de
quem atuava na defesa técnica, o qual deveria ter alegado violação da
Constituição no processo ou em ação posterior.
A pergunta é: a partir daqui, se um erro como esse, gravoso a direito
fundamental - e não nego seja direito fundamental - justificasse a
desconsideração ou a ineficácia da coisa julgada, estaríamos
estabelecendo uma tese de perigosas consequências. Nós sabemos que,
por mais que o Tribunal se preocupe e cuide de limitar o sentido dos seus
acórdãos, é sempre possível tirar daí ilações que nem sempre cabem
dentro dos seus fundamentos ou nos termos de sua decisão.
Por isso, há um risco muito grande, que eu não gostaria de, neste
caso, correr: estabelecer um precedente que, pelo visto, não leva em conta
sequer o decisivo aspecto temporal; deixa em aberto o aspecto temporal.
E eu já havia anotado - e dou nisto inteira razão ao Ministro Marco
Aurélio - que não é apenas a dignidade do autor que está em jogo neste
processo. Está em jogo também a dignidade da parte contrária, que não
pode, trinta anos depois, continuar sujeita a essa indefinição, a essa
incerteza vital. Quem se coloque na postura do réu percebe que isso não é
coisa irrelevante do ponto de vista da sua vida, sobretudo se tem família,
que isso pode repercutir danosamente na sua família, na sua vida. Tal
consideração, ou tal resguardo não faz parte também da dignidade
humana? A mim me parece que sim.
E mais, estou em que o alcance prático da nossa decisão para casos
futuros será mínimo, porque existe assistência judiciária gratuita integral,
a qual justifica que os magistrados determinem a realização compulsória
dessa prova. Portanto, não há mais motivo para temer outros casos. Pode
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 156 de 165
Voto - MIN. CEZAR PELUSO
RE 363.889 / DF
ser até que exista um ou outro caso passado, mas casos futuros? Como
casos futuros? Nos casos futuros haverá sempre meios de obrigar o
Estado a patrocinar a prova, como há, no Distrito Federal, uma lei, como
existe igual lei em São Paulo e em vários outros lugares. Nem precisava
que as houvesse, porque bastaria a norma constitucional para permitir
que o juiz obrigue o Estado a arcar, dentro dessa garantia, com os custos
da perícia.
Por todas essas razões, mais os outros motivos que o Ministro Marco
Aurélio também já adiantou, é que tenho um respeito, eu diria, quase
absoluto, pela coisa julgada. Tenho respeito quase absoluto à coisa
julgada, porque, recordando o que ela significa a partir da concepção
romana da res iudicata - em que a palavra res não é empregada
evidentemente no sentido de coisa, mas no sentido de estado ou situação,
assim como entra na palavra república, res publica -, a situação jurídica
vital que já foi julgada definitivamente não pode ser revista, porque a
norma que a define é vital. Se não houver certeza e estabilidade sobre
essa definição normativa da situação em que as partes se envolveram, é
impossível viver tranquilo. E não viver tranquilo é não viver na verdade.
Eu me inclinaria, se esta fosse a atitude da Corte, em casos análogos,
a tomar ações postas nesses termos como ações rescisórias, desde que,
evidentemente, respeitado o biênio legal dentro do qual o ordenamento
jurídico permite se reveja o acerto da decisão recoberta pela coisa julgada.
Mas, neste caso, segundo os dados dos autos, não é possível tomá-la
como tal, porque os dois anos já transcorreram há mais de uma década.
Por essas razões, pedindo a máxima escusa à douta maioria - e
entendo as razões e a sensibilidade que guiaram os votos vencedores de
Vossas Excelências, que não critico, porque acho que é questão de postura
pessoal -, neste caso sacrifico um resultado duvidoso (e duvidoso na
medida em que a parte contrária não está obrigada a submeter-se a esse
exame, e tudo indica que as testemunhas, se tornarem a ser ouvidas, nada
acrescentarão ao desate da questão da paternidade), para manter minha
reverência quase absoluta, em benefício da coletividade, que não pode em
nenhuma circunstância prescindir dessa garantia - esta, sim, vital -, à
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
ser até que exista um ou outro caso passado, mas casos futuros? Como
casos futuros? Nos casos futuros haverá sempre meios de obrigar o
Estado a patrocinar a prova, como há, no Distrito Federal, uma lei, como
existe igual lei em São Paulo e em vários outros lugares. Nem precisava
que as houvesse, porque bastaria a norma constitucional para permitir
que o juiz obrigue o Estado a arcar, dentro dessa garantia, com os custos
da perícia.
Por todas essas razões, mais os outros motivos que o Ministro Marco
Aurélio também já adiantou, é que tenho um respeito, eu diria, quase
absoluto, pela coisa julgada. Tenho respeito quase absoluto à coisa
julgada, porque, recordando o que ela significa a partir da concepção
romana da res iudicata - em que a palavra res não é empregada
evidentemente no sentido de coisa, mas no sentido de estado ou situação,
assim como entra na palavra república, res publica -, a situação jurídica
vital que já foi julgada definitivamente não pode ser revista, porque a
norma que a define é vital. Se não houver certeza e estabilidade sobre
essa definição normativa da situação em que as partes se envolveram, é
impossível viver tranquilo. E não viver tranquilo é não viver na verdade.
Eu me inclinaria, se esta fosse a atitude da Corte, em casos análogos,
a tomar ações postas nesses termos como ações rescisórias, desde que,
evidentemente, respeitado o biênio legal dentro do qual o ordenamento
jurídico permite se reveja o acerto da decisão recoberta pela coisa julgada.
Mas, neste caso, segundo os dados dos autos, não é possível tomá-la
como tal, porque os dois anos já transcorreram há mais de uma década.
Por essas razões, pedindo a máxima escusa à douta maioria - e
entendo as razões e a sensibilidade que guiaram os votos vencedores de
Vossas Excelências, que não critico, porque acho que é questão de postura
pessoal -, neste caso sacrifico um resultado duvidoso (e duvidoso na
medida em que a parte contrária não está obrigada a submeter-se a esse
exame, e tudo indica que as testemunhas, se tornarem a ser ouvidas, nada
acrescentarão ao desate da questão da paternidade), para manter minha
reverência quase absoluta, em benefício da coletividade, que não pode em
nenhuma circunstância prescindir dessa garantia - esta, sim, vital -, à
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 157 de 165
Voto - MIN. CEZAR PELUSO
RE 363.889 / DF
coisa julgada.
Pedindo maxima venia e com o maior respeito aos votos da douta
maioria, todos eles muito brilhantes, com argumentos muito sensíveis, de
vários pontos de vista até irrespondíveis, vou alinhar-me, desta vez, com
a minoria, na companhia, aliás, sempre ilustre, do Ministro Marco
Aurélio.
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
coisa julgada.
Pedindo maxima venia e com o maior respeito aos votos da douta
maioria, todos eles muito brilhantes, com argumentos muito sensíveis, de
vários pontos de vista até irrespondíveis, vou alinhar-me, desta vez, com
a minoria, na companhia, aliás, sempre ilustre, do Ministro Marco
Aurélio.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 158 de 165
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
02/06/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA:
1. A sentença proferida no processo originário de investigação de
paternidade, no ano de 1992, não foi conclusiva sobre a existência ou
ausência da paternidade.
O juiz sentenciante expôs seus fundamentos nos seguintes termos:
“No caso, existem indicações de que algum tipo de
relacionamento anterior havia entre o Requerido e a Representante do
Autor. Não eram estranhos. Nem muito menos pareceu ao primeiro
uma surpreendente e rematada sandice a pretensão da aventada
paternidade. Isto resulta claro dos depoimentos. Não existem,
entretanto, nos autos, elementos minimamente suficientes para
assegurar tenha ocorrido, sequer uma vez, o ato sexual entre os dois.
E, ainda que tenha ocorrido, que haja sido essa relação específica a
causa da concepção do Autor. A prova oral, produzida pelas partes é
absolutamente frágil, imprecisa e pouco relevante, no que interessa à
essência da questão em tela. E a documental, menos relevante ainda.
Lamentável, sob todos os aspectos, a impossibilidade de ter-se
aqui, a prova pericial; sobretudo com a precisão hoje assegurada pelo
D.N.A. Resta o consolo de, neste e noutros tantos casos semelhantes,
ficar a parte autora sempre com a possibilidade de, recorrendo, tentar
ver o custeio de tal prova se viabilizar, para insistir na Justiça. Fica a
esperança, também e o apelo reiterado, de que o próprio Poder Público,
no caso através do Egrégio Tribunal de Justiça, possa no futuro vir a
assumir (mediante convênios, ou outra forma) esse ônus, perante uma
população, via de regra, carente dos meios até para as despesas
cartorárias, tanto mais para uma prova tão onerosa. E que, em muitos
casos, resultará na sua cobrança, posteriormente, da parte
sucumbente, com frequência, mais bem servida pela fortuna, quando
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
02/06/2011
PLENÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889 DISTRITO FEDERAL
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA:
1. A sentença proferida no processo originário de investigação de
paternidade, no ano de 1992, não foi conclusiva sobre a existência ou
ausência da paternidade.
O juiz sentenciante expôs seus fundamentos nos seguintes termos:
“No caso, existem indicações de que algum tipo de
relacionamento anterior havia entre o Requerido e a Representante do
Autor. Não eram estranhos. Nem muito menos pareceu ao primeiro
uma surpreendente e rematada sandice a pretensão da aventada
paternidade. Isto resulta claro dos depoimentos. Não existem,
entretanto, nos autos, elementos minimamente suficientes para
assegurar tenha ocorrido, sequer uma vez, o ato sexual entre os dois.
E, ainda que tenha ocorrido, que haja sido essa relação específica a
causa da concepção do Autor. A prova oral, produzida pelas partes é
absolutamente frágil, imprecisa e pouco relevante, no que interessa à
essência da questão em tela. E a documental, menos relevante ainda.
Lamentável, sob todos os aspectos, a impossibilidade de ter-se
aqui, a prova pericial; sobretudo com a precisão hoje assegurada pelo
D.N.A. Resta o consolo de, neste e noutros tantos casos semelhantes,
ficar a parte autora sempre com a possibilidade de, recorrendo, tentar
ver o custeio de tal prova se viabilizar, para insistir na Justiça. Fica a
esperança, também e o apelo reiterado, de que o próprio Poder Público,
no caso através do Egrégio Tribunal de Justiça, possa no futuro vir a
assumir (mediante convênios, ou outra forma) esse ônus, perante uma
população, via de regra, carente dos meios até para as despesas
cartorárias, tanto mais para uma prova tão onerosa. E que, em muitos
casos, resultará na sua cobrança, posteriormente, da parte
sucumbente, com frequência, mais bem servida pela fortuna, quando
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 159 de 165
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RE 363.889 / DF
procedente a pretensão.
ISTO POSTO, JULGO IMPROCEDENTE o pedido, por
insuficiência de provas dos fatos alegados.” (grifei).
2. Parte da doutrina entende admissível o condicionamento da coisa
julgada ao esgotamento dos meios probantes. Fredie Didier Jr. classifica o
modo de produção da coisa julgada da seguinte forma:
“Em primeiro lugar, temos a coisa julgada pro et contra, que é
aquela que se forma independentemente do resultado do processo, do
teor da decisão judicial proferida. Pouco importa se de procedência ou
de improcedência, a decisão definitiva ali proferida sempre será apta a
produzir a coisa julgada. Essa é a regra geral do nosso Código de
Processo Civil.
Em segundo lugar, temos a coisa julgada secundum eventum
litis que é aquela que somente é produzida em um dos possíveis
resultados da demanda, procedente ou improcedente. (...) Não parece
haver exemplo no processo Civil.
Em terceiro e último lugar, subsiste em nosso sistema a coisa
julgada secundum eventum probationis que é aquela que só se
forma em caso de esgotamento das provas – ou seja, se a demanda for
julgada procedente, que é sempre com esgotamento de prova, ou
improcedente com suficiência de provas a decisão judicial só produzirá
coisa julgada se forem exauridos todos os meios de prova. Se a decisão
proferida no processo julgar a demanda improcedente por insuficiência
de provas não formará coisa julgada. No regime geral (pro et contra),
a improcedência por falta de provas torna-se indiscutível pela coisa
julgada. São exemplos de coisa julgada secundum eventum
probationis: a) ações coletivas que versem sobre direitos difusos ou
direitos coletivos em sentido estrito (art. 103, I e II, CDC); b) ação
popular (art. 18 da Lei Federal n. 4.717/1965); c) o mandado de
segurança, individual ou coletivo (art. 19 da Lei Federal n.
12.016/2009).
Cristiano Chaves de Farias entende que a coisa julgada
produzida em ação de investigação de paternidade só pode ser
secundum eventum probationis, a despeito da inexistência de
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RE 363.889 / DF
procedente a pretensão.
ISTO POSTO, JULGO IMPROCEDENTE o pedido, por
insuficiência de provas dos fatos alegados.” (grifei).
2. Parte da doutrina entende admissível o condicionamento da coisa
julgada ao esgotamento dos meios probantes. Fredie Didier Jr. classifica o
modo de produção da coisa julgada da seguinte forma:
“Em primeiro lugar, temos a coisa julgada pro et contra, que é
aquela que se forma independentemente do resultado do processo, do
teor da decisão judicial proferida. Pouco importa se de procedência ou
de improcedência, a decisão definitiva ali proferida sempre será apta a
produzir a coisa julgada. Essa é a regra geral do nosso Código de
Processo Civil.
Em segundo lugar, temos a coisa julgada secundum eventum
litis que é aquela que somente é produzida em um dos possíveis
resultados da demanda, procedente ou improcedente. (...) Não parece
haver exemplo no processo Civil.
Em terceiro e último lugar, subsiste em nosso sistema a coisa
julgada secundum eventum probationis que é aquela que só se
forma em caso de esgotamento das provas – ou seja, se a demanda for
julgada procedente, que é sempre com esgotamento de prova, ou
improcedente com suficiência de provas a decisão judicial só produzirá
coisa julgada se forem exauridos todos os meios de prova. Se a decisão
proferida no processo julgar a demanda improcedente por insuficiência
de provas não formará coisa julgada. No regime geral (pro et contra),
a improcedência por falta de provas torna-se indiscutível pela coisa
julgada. São exemplos de coisa julgada secundum eventum
probationis: a) ações coletivas que versem sobre direitos difusos ou
direitos coletivos em sentido estrito (art. 103, I e II, CDC); b) ação
popular (art. 18 da Lei Federal n. 4.717/1965); c) o mandado de
segurança, individual ou coletivo (art. 19 da Lei Federal n.
12.016/2009).
Cristiano Chaves de Farias entende que a coisa julgada
produzida em ação de investigação de paternidade só pode ser
secundum eventum probationis, a despeito da inexistência de
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 160 de 165
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RE 363.889 / DF
regramento expresso neste sentido.” (Fredie Didier Jr., Paula Sarno
Braga e Rafael Oliveira, Curso de Direito Processual Civil, Vol.
2, 5ª Ed., Ed. Podivm: Salvador, 2010, p. 422-423)
3. Embora realmente não exista disposição normativa expressa
impondo a produção da coisa julgada ao esgotamento dos meios
probantes em ações de investigação de paternidade, parece-me que a
leitura do ordenamento jurídico, especialmente a partir dos princípios
constitucionais nos quais se tem a ênfase hoje na pessoa humana e no
direito que lhe assiste de ter perfeitamente identificada a sua história
biológica, permitiria sim o afastamento da concepção ortodoxa sobre a
coisa julgada para essa espécie de ação.
O Pacto de São José da Costa Rica elenca todos os direitos inerentes à
personalidade jurídica, que é muito mais do que o mero reconhecimento
civil da existência de uma pessoa, mas que está intrinsecamente
relacionada ao próprio direito à sua história, ao seu passado e às suas
origens, o que é cada vez mais importante não apenas para se conhecer,
mas até para o tratamento de certos tipos de doenças, pois a pessoa,
conhecendo a sua identidade pode pelo menos dar encaminhamento de
soluções para sua vida.
4. Não é juridicamente aceitável transpor para os dias de hoje, sem
qualquer adequação aos avanços tecnológicos e científicos da
humanidade, o dístico de Scassia, segundo o qual “A coisa julgada faz do
branco preto; origina e cria coisas; transforma o quadrado em redondo; altera os
laços de sangue e transforma o falso em verdadeiro”.
Ao analisar o instituto da coisa julgada, o Prof. Cândido Rangel
Dinamarco assume posição intermediária entre aqueles que defendem a
imutabilidade absoluta da coisa julgada e os radicais da relativização,
também “absoluta”, da coisa julgada. Segundo o ilustre processualista:
“Mesmo as sentenças de mérito só ficam imunizadas pela
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Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 363.889 / DF
regramento expresso neste sentido.” (Fredie Didier Jr., Paula Sarno
Braga e Rafael Oliveira, Curso de Direito Processual Civil, Vol.
2, 5ª Ed., Ed. Podivm: Salvador, 2010, p. 422-423)
3. Embora realmente não exista disposição normativa expressa
impondo a produção da coisa julgada ao esgotamento dos meios
probantes em ações de investigação de paternidade, parece-me que a
leitura do ordenamento jurídico, especialmente a partir dos princípios
constitucionais nos quais se tem a ênfase hoje na pessoa humana e no
direito que lhe assiste de ter perfeitamente identificada a sua história
biológica, permitiria sim o afastamento da concepção ortodoxa sobre a
coisa julgada para essa espécie de ação.
O Pacto de São José da Costa Rica elenca todos os direitos inerentes à
personalidade jurídica, que é muito mais do que o mero reconhecimento
civil da existência de uma pessoa, mas que está intrinsecamente
relacionada ao próprio direito à sua história, ao seu passado e às suas
origens, o que é cada vez mais importante não apenas para se conhecer,
mas até para o tratamento de certos tipos de doenças, pois a pessoa,
conhecendo a sua identidade pode pelo menos dar encaminhamento de
soluções para sua vida.
4. Não é juridicamente aceitável transpor para os dias de hoje, sem
qualquer adequação aos avanços tecnológicos e científicos da
humanidade, o dístico de Scassia, segundo o qual “A coisa julgada faz do
branco preto; origina e cria coisas; transforma o quadrado em redondo; altera os
laços de sangue e transforma o falso em verdadeiro”.
Ao analisar o instituto da coisa julgada, o Prof. Cândido Rangel
Dinamarco assume posição intermediária entre aqueles que defendem a
imutabilidade absoluta da coisa julgada e os radicais da relativização,
também “absoluta”, da coisa julgada. Segundo o ilustre processualista:
“Mesmo as sentenças de mérito só ficam imunizadas pela
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 161 de 165
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RE 363.889 / DF
autoridade do julgado quando forem dotadas de uma imperatividade
possível: não merecem tal imunidade (a) aquelas que em seu decisório
enunciem resultados materialmente impossíveis ou (b) as que, por
colidirem com valores de elevada relevância ética, humana ou política,
também amparados constitucionalmente, sejam portadoras de uma
impossibilidade jurídico-constitucional. Quanto às impossibilidades
materiais, seria até insensato sustentar a perenidade de um efeito que
jamais algum ser humano conseguirá produzir, como o tirar coelhos de
uma cartola sem que jamais eles hajam sido postos lá, ou como o
caminhar a pé sobre as águas do Rio Tietê, sem qualquer embarcação e
sem ajuda de qualquer instrumento ou apoio; sentenças assim trariam
em si mesmas o germe de sua ineficácia, chegando ao ponto de ser
juridicamente inexistentes porque jamais produziriam o efeito que
nominalmente enunciassem. As impossibilidades jurídico-
constitucionais são o resultado de um equilibrado juízo comparativo
entre a relevância ético-política da coisa julgada material como fator
de segurança jurídica e a grandeza de outros valores humanos, éticos e
políticos, alçados à dignidade de garantia constitucional tanto quanto
ela. (...). Obviamente, são excepcionalíssimos os casos em que, por um
confronto de aberrante magnitude com a ordem constitucional, a
autoridade do julgado merece ser assim mitigada – porque a
generalização das regras atenuadoras de seus rigores equivaleria a
transgredir a garantia constitucional da res judicata e assim negar
valor ao legítimo desiderato de segurança na relações jurídicas, nele
consagrado.” (Cândido Rangel Dinamarco, Instituições de
direito processual civil, Vol. III, 4ª ed., Malheiros: São Paulo,
2004, p. 306-307)
Em outra obra, este mesmo autor faz expressa referência a caso
análogo ao dos autos:
“A primeira situação que merece ser considerada é a de uma
segunda ação de investigação de paternidade entre as mesmas partes,
havendo a primeira sido julgada improcedente por insuficiência
probatória. Ponderou o relator, Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira,
que ao tempo do primeiro julgado o exame de DNA não era ainda
4
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autoridade do julgado quando forem dotadas de uma imperatividade
possível: não merecem tal imunidade (a) aquelas que em seu decisório
enunciem resultados materialmente impossíveis ou (b) as que, por
colidirem com valores de elevada relevância ética, humana ou política,
também amparados constitucionalmente, sejam portadoras de uma
impossibilidade jurídico-constitucional. Quanto às impossibilidades
materiais, seria até insensato sustentar a perenidade de um efeito que
jamais algum ser humano conseguirá produzir, como o tirar coelhos de
uma cartola sem que jamais eles hajam sido postos lá, ou como o
caminhar a pé sobre as águas do Rio Tietê, sem qualquer embarcação e
sem ajuda de qualquer instrumento ou apoio; sentenças assim trariam
em si mesmas o germe de sua ineficácia, chegando ao ponto de ser
juridicamente inexistentes porque jamais produziriam o efeito que
nominalmente enunciassem. As impossibilidades jurídico-
constitucionais são o resultado de um equilibrado juízo comparativo
entre a relevância ético-política da coisa julgada material como fator
de segurança jurídica e a grandeza de outros valores humanos, éticos e
políticos, alçados à dignidade de garantia constitucional tanto quanto
ela. (...). Obviamente, são excepcionalíssimos os casos em que, por um
confronto de aberrante magnitude com a ordem constitucional, a
autoridade do julgado merece ser assim mitigada – porque a
generalização das regras atenuadoras de seus rigores equivaleria a
transgredir a garantia constitucional da res judicata e assim negar
valor ao legítimo desiderato de segurança na relações jurídicas, nele
consagrado.” (Cândido Rangel Dinamarco, Instituições de
direito processual civil, Vol. III, 4ª ed., Malheiros: São Paulo,
2004, p. 306-307)
Em outra obra, este mesmo autor faz expressa referência a caso
análogo ao dos autos:
“A primeira situação que merece ser considerada é a de uma
segunda ação de investigação de paternidade entre as mesmas partes,
havendo a primeira sido julgada improcedente por insuficiência
probatória. Ponderou o relator, Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira,
que ao tempo do primeiro julgado o exame de DNA não era ainda
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RE 363.889 / DF
suficientemente divulgado, o que pode ter dificultado a defesa dos
interesses do autor. Esse caso é emblemático, pois nele se tratava de
um direito da personalidade da mais nobre das estirpes – o direito ao
reconhecimento da própria identidade da pessoa mediante o
reconhecimento de uma relação de filiação. Caso excepcionalíssimo,
como se vê, no qual um valor mais alcandorado que a segurança
jurídica fora maculado em virtude da precariedade dos meios de prova
ao tempo da primeira sentença.” (Cândido Rangel Dinamarco,
Fundamentos do processo civil moderno, Vol. II, 6ª Ed.,
Malheiros: São Paulo, 2010, p. 1.160-1.161)
O Prof. José Afonso da Silva faz diferença entre segurança jurídica e
segurança de direitos, afirmando que a segurança de direitos é a
segurança àqueles direitos que são constitucionalmente estampados e que
não podem ceder diante de uma situação que se queira a segurança
processual como se fosse segurança jurídica. Afirma ele ainda que, na
verdade, alguns valores fazem com que a segurança dos direitos é que dá
a confiança no próprio ordenamento.
Ora, o direito à identidade biológica, à identidade genética, é um
valor que, a meu ver, está imbricada diretamente com o direito a ter a sua
personalidade garantida, a ter a sua história e o seu passado, portanto,
igualmente garantidos pelo sistema.
Parece-me, ainda, que o direito à sua própria história é direito a ser
garantido e não obstruído pela jurisdição constitucional, especialmente
em nome do princípio da segurança jurídica genericamente adotada.
5. Portanto, seja adotando a tese de que as sentenças de
improcedência por ausência de provas proferidas em ações de
investigação de paternidade não produzem coisa julgada ou a da
relativização mínima da coisa julgada, acompanho o Relator para dar
provimento ao recurso extraordinário e cassar o acórdão recorrido.
5
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suficientemente divulgado, o que pode ter dificultado a defesa dos
interesses do autor. Esse caso é emblemático, pois nele se tratava de
um direito da personalidade da mais nobre das estirpes – o direito ao
reconhecimento da própria identidade da pessoa mediante o
reconhecimento de uma relação de filiação. Caso excepcionalíssimo,
como se vê, no qual um valor mais alcandorado que a segurança
jurídica fora maculado em virtude da precariedade dos meios de prova
ao tempo da primeira sentença.” (Cândido Rangel Dinamarco,
Fundamentos do processo civil moderno, Vol. II, 6ª Ed.,
Malheiros: São Paulo, 2010, p. 1.160-1.161)
O Prof. José Afonso da Silva faz diferença entre segurança jurídica e
segurança de direitos, afirmando que a segurança de direitos é a
segurança àqueles direitos que são constitucionalmente estampados e que
não podem ceder diante de uma situação que se queira a segurança
processual como se fosse segurança jurídica. Afirma ele ainda que, na
verdade, alguns valores fazem com que a segurança dos direitos é que dá
a confiança no próprio ordenamento.
Ora, o direito à identidade biológica, à identidade genética, é um
valor que, a meu ver, está imbricada diretamente com o direito a ter a sua
personalidade garantida, a ter a sua história e o seu passado, portanto,
igualmente garantidos pelo sistema.
Parece-me, ainda, que o direito à sua própria história é direito a ser
garantido e não obstruído pela jurisdição constitucional, especialmente
em nome do princípio da segurança jurídica genericamente adotada.
5. Portanto, seja adotando a tese de que as sentenças de
improcedência por ausência de provas proferidas em ações de
investigação de paternidade não produzem coisa julgada ou a da
relativização mínima da coisa julgada, acompanho o Relator para dar
provimento ao recurso extraordinário e cassar o acórdão recorrido.
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Decisão de Julgamento
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
RECTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
RECTE.(S) : DIEGO GOIÁ SCHMALTZ
ADV.(A/S) : ARTHUR HENRIQUE DE PONTES REGIS
ADV.(A/S) : MARCUS AURÉLIO DIAS DE PAIVA
RECDO.(A/S) : GOIÁ FONSECA RATES
ADV.(A/S) : RAIMUNDO JOÃO COELHO
Decisão: Retirado da Pauta 13/2010, publicada no DJE de
09.09.2010, por indicação do Relator. Presidência do Ministro
Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 26.10.2010.
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, reconheceu a presença
de repercussão geral na discussão acerca da incidência dos artigos
5º, incisos XXXVI e LXXIV e 227, § 6º, ambos da Constituição
Federal, aos casos de ação de paternidade julgada improcedente por
falta de condições materiais para a realização da prova. Votou o
Presidente. Em seguida, após o voto do Senhor Ministro Dias
Toffoli (Relator), que conhecia dos recursos e lhes dava
provimento para cassar o acórdão do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal que extinguiu o processo sem julgamento de
mérito, pediu vista dos autos o Senhor Ministro Luiz Fux.
Ausentes, em participação na U.N. Minimum Rules/World Security
University, em Belágio, Itália, o Senhor Ministro Cezar Peluso e,
justificadamente, a Senhora Ministra Ellen Gracie. Falou, pelo
recorrente, o Dr. Marcus Aurélio Dias de Paiva e, pelo Ministério
Público Federal, o Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos. Presidência
do Senhor Ministro Ayres Britto (Vice-Presidente). Plenário,
07.04.2011.
Decisão: Prosseguindo no julgamento, o Tribunal, por maioria e
nos termos do voto do Relator, deu provimento aos recursos, contra
os votos dos Senhores Ministros Marco Aurélio e Cezar Peluso
(Presidente). Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Celso
de Mello e, neste julgamento, a Senhora Ministra Ellen Gracie.
Plenário, 02.06.2011.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Ellen Gracie, Gilmar
Mendes, Ayres Britto, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Cármen
Lúcia, Dias Toffoli e Luiz Fux.
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Supremo Tribunal Federal
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.889
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
RECTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
RECTE.(S) : DIEGO GOIÁ SCHMALTZ
ADV.(A/S) : ARTHUR HENRIQUE DE PONTES REGIS
ADV.(A/S) : MARCUS AURÉLIO DIAS DE PAIVA
RECDO.(A/S) : GOIÁ FONSECA RATES
ADV.(A/S) : RAIMUNDO JOÃO COELHO
Decisão: Retirado da Pauta 13/2010, publicada no DJE de
09.09.2010, por indicação do Relator. Presidência do Ministro
Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 26.10.2010.
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, reconheceu a presença
de repercussão geral na discussão acerca da incidência dos artigos
5º, incisos XXXVI e LXXIV e 227, § 6º, ambos da Constituição
Federal, aos casos de ação de paternidade julgada improcedente por
falta de condições materiais para a realização da prova. Votou o
Presidente. Em seguida, após o voto do Senhor Ministro Dias
Toffoli (Relator), que conhecia dos recursos e lhes dava
provimento para cassar o acórdão do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal que extinguiu o processo sem julgamento de
mérito, pediu vista dos autos o Senhor Ministro Luiz Fux.
Ausentes, em participação na U.N. Minimum Rules/World Security
University, em Belágio, Itália, o Senhor Ministro Cezar Peluso e,
justificadamente, a Senhora Ministra Ellen Gracie. Falou, pelo
recorrente, o Dr. Marcus Aurélio Dias de Paiva e, pelo Ministério
Público Federal, o Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos. Presidência
do Senhor Ministro Ayres Britto (Vice-Presidente). Plenário,
07.04.2011.
Decisão: Prosseguindo no julgamento, o Tribunal, por maioria e
nos termos do voto do Relator, deu provimento aos recursos, contra
os votos dos Senhores Ministros Marco Aurélio e Cezar Peluso
(Presidente). Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Celso
de Mello e, neste julgamento, a Senhora Ministra Ellen Gracie.
Plenário, 02.06.2011.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Ellen Gracie, Gilmar
Mendes, Ayres Britto, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Cármen
Lúcia, Dias Toffoli e Luiz Fux.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 164 de 165
Decisão de Julgamento
Procurador-Geral da República, Dr. Roberto Monteiro Gurgel
Santos.
p/ Luiz Tomimatsu
Secretário
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Supremo Tribunal Federal
Procurador-Geral da República, Dr. Roberto Monteiro Gurgel
Santos.
p/ Luiz Tomimatsu
Secretário
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 165 de 165
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1638003 | 2011-06-02T00:00:00 | 2011-12-16T00:00:00 | Retirado da Pauta 13/2010, publicada no DJE de 09.09.2010, por indicação do Relator. Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 26.10.2010.
O Tribunal, por unanimidade, reconheceu a presença de repercussão geral na discussão acerca da incidência dos artigos 5º, incisos XXXVI e LXXIV e 227, § 6º, ambos da Constituição Federal, aos casos de ação de paternidade julgada improcedente por falta de condições materiais para a realização da prova. Votou o Presidente. Em seguida, após o voto do Senhor Ministro Dias Toffoli (Relator), que conhecia dos recursos e lhes dava provimento para cassar o acórdão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal que extinguiu o processo sem julgamento de mérito, pediu vista dos autos o Senhor Ministro Luiz Fux. Ausentes, em participação na U.N. Minimum Rules/World Security University, em Belágio, Itália, o Senhor Ministro Cezar Peluso e, justificadamente, a Senhora Ministra Ellen Gracie. Falou, pelo recorrente, o Dr. Marcus Aurélio Dias de Paiva e, pelo Ministério Público Federal, o Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos. Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto (Vice-Presidente). Plenário, 07.04.2011.
Prosseguindo no julgamento, o Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Relator, deu provimento aos recursos, contra os votos dos Senhores Ministros Marco Aurélio e Cezar Peluso (Presidente). Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello e, neste julgamento, a Senhora Ministra Ellen Gracie. Plenário, 02.06.2011. | RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL E CONSTITUCIONAL. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE DECLARADA EXTINTA, COM FUNDAMENTO EM COISA JULGADA, EM RAZÃO DA EXISTÊNCIA DE ANTERIOR DEMANDA EM QUE NÃO FOI POSSÍVEL A REALIZAÇÃO DE EXAME DE DNA, POR SER O AUTOR BENEFICÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA E POR NÃO TER O ESTADO PROVIDENCIADO A SUA REALIZAÇÃO. REPROPOSITURA DA AÇÃO. POSSIBILIDADE, EM RESPEITO À PREVALÊNCIA DO DIREITO FUNDAMENTAL À BUSCA DA IDENTIDADE GENÉTICA DO SER, COMO EMANAÇÃO DE SEU DIREITO DE PERSONALIDADE.
1. É dotada de repercussão geral a matéria atinente à possibilidade da repropositura de ação de investigação de paternidade, quando anterior demanda idêntica, entre as mesmas partes, foi julgada improcedente, por falta de provas, em razão da parte interessada não dispor de condições econômicas para realizar o exame de DNA e o Estado não ter custeado a produção dessa prova.
2. Deve ser relativizada a coisa julgada estabelecida em ações de investigação de paternidade em que não foi possível determinar-se a efetiva existência de vínculo genético a unir as partes, em decorrência da não realização do exame de DNA, meio de prova que pode fornecer segurança quase absoluta quanto à existência de tal vínculo.
3. Não devem ser impostos óbices de natureza processual ao exercício do direito fundamental à busca da identidade genética, como natural emanação do direito de personalidade de um ser, de forma a tornar-se igualmente efetivo o direito à igualdade entre os filhos, inclusive de qualificações, bem assim o princípio da paternidade responsável.
4. Hipótese em que não há disputa de paternidade de cunho biológico, em confronto com outra, de cunho afetivo. Busca-se o reconhecimento de paternidade com relação a pessoa identificada.
5. Recursos extraordinários conhecidos e providos. | sjur202975 | - Acórdãos citados: RE 51269, RE 54891 - Tribunal Pleno, HC 71373, RE 105012, RE 111787, RE 207732, RE 224775, RE
248869 - Tribunal Pleno; STJ: MC 851 AgRg, REsp 4987, RMS 6924, REsp 103281, REsp 107001, REsp 107248, REsp 101760, REsp 112599, REsp 117430, REsp 226436, REsp 300084, REsp 363558 AgRg, REsp 427117, REsp 646140 AgRg, REsp 706987, REsp 826698, REsp 895545 AgRg, REsp 899981 AgRg, REsp 960805; TJSP: Apelação 242.534-4/7, Agravo de instrumento 445.862-4/3-00, Agravo de instrumento 606.866.4/4-00, Agravo de instrumento 578.433.4/1; TJRS: Agravo de instrumento 70029078813, Apelação cível 70027403039, Agravo de instrumento 70022453955.
- Decisão monocrática citada: AC 2182.
- Legislação estrangeira citada: art. 26, nº 1, nº2, nº 3, nº 4 da Constituição portuguesa de 1976, Código Civil francês de 1804, Declaração de Independência dos Estados Unidos de 1776; arts. 9.3 e 24.1 da Constituição espanhola.
- Decisão estrangeira citada: BVerfGe 96, 56, decisão do Primeiro Senado de 6.5.1997 do Tribunal Constitucional Federal alemão - Caso da informação sobre a paternidade (Vaterschaftsauskunft); Casos julgados pela Corte Européia de Direitos Humanos: Caso Brumarescu v. Romênia, julgado em 28/10/99, Pullar v. Reino Unido, julgado em 10/06/96 e Antonetto v. Itália, julgado em 20/07/2000; Caso Daubert vs. Merrel da Suprema Corte americana, de 1993; sentenças do Tribunal Constitucional espanhol: STC 119/1988, STC 189/1990, STC 231/1991, STC 142/1992, STC 34/1993, STC 43/1998 e STC 112/1999.
Número de páginas: 165.
Análise: 30/01/2012, SEV.
Revisão: 10/02/2012, MMR. | DIAS TOFFOLI | Tribunal Pleno | 363889 | [
"LEG-FED CF ANO-1824\r\n CF-1824 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED CF ANO-1934\r\n ART-00113 NÚMERO-3 NÚMERO-00032\r\n CF-1934 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED CF ANO-1937\r\n ART-00126 \r\n CF-1937 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00001 INC-00003 ART-00003 INC-00001\r\n INC-00002 INC-00003 INC-00004 ART-00005\r\n \"CAPUT\" INC-00004 INC-00010 INC-00032 \r\n INC-00035 INC-00036 INC-00055 INC-00074 \r\n ART-00093 INC-00009 ART-00102 \"CAPUT\"\r\n ART-00105 INC-00003 ART-00170 \"CAPUT\" \r\n INC-00005 ART-00226 PAR-00006 PAR-00007\r\n ART-00227 \"CAPUT\" PAR-00006 ART-00229\r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED DEL-005452 ANO-1943\r\n ART-00884 PAR-00005 \r\n CLT-1943 CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO\r\n",
"LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\r\n ART-00131 ART-00267 INC-00004 ART-00467 ART-00468 \r\n ART-00469 INC-00002 ART-00471 INC-00001 \r\n ART-0475L PAR-00001 ART-00485 INC-00001\r\n INC-00002 INC-00005 INC-00007 ART-00495\r\n ART-00741 PAR-ÚNICO REDAÇÃO DADA PELA LEI-11232/2005 \r\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\r\n",
"LEG-FED LEI-008069 ANO-1990\r\n ART-00027 \r\n ECA-1990 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE\r\n",
"LEG-FED LEI-008078 ANO-1990\r\n ART-00103 INC-00001 INC-00002 \r\n CDC-1990 CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR\r\n",
"LEG-FED LEI-010406 ANO-2002\r\n ART-00231 ART-00232 \r\n CC-2002 CÓDIGO CIVIL\r\n",
"LEG-FED LEI-000883 ANO-1949\r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-FED LEI-001060 ANO-1950\r\n ART-00003 INC-00005 ART-00011 \"CAPUT\"\r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-FED LEI-004717 ANO-1965\r\n ART-00018 \r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-FED LEI-006515 ANO-1977\r\n LD-1977 LEI DO DIVÓRCIO\r\n",
"LEG-FED LEI-007250 ANO-1984\r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-FED LEI-007347 ANO-1985\r\n ART-00016 \r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-FED LEI-008560 ANO-1992\r\n ART-0002A PAR-ÚNICO REDAÇÃO DADA PELA LEI-12004/2009\r\n ART-00008\r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-FED LEI-011232 ANO-2005\r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-FED LEI-012004 ANO-2009\r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-INT CVC ANO-1969\r\n ART-00017 NÚMERO-1 NÚMERO-2 NÚMERO-3\r\n NÚMERO-4 NÚMERO-5 ART-00018 ART-00019\r\n CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS ASSINADA\r\n EM SÃO JOSÉ DA COSTA RICA, OEA\r\n",
"LEG-FED DLG-000027 ANO-1992\r\n APROVA A CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS\r\n HUMANOS ASSINADA EM SÃO JOSÉ DA COSTA RICA, OEA\r\n DECRETO LEGISLATIVO\r\n",
"LEG-FED DEC-000678 ANO-1992\r\n PROMULGA A CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS\r\n HUMANOS ASSINADA EM SÃO JOSÉ DA COSTA RICA, OEA\r\n DECRETO\r\n",
"LEG-FED DEL-004737 ANO-1942\r\n DECRETO-LEI\r\n",
"LEG-FED MPR-002180 ANO-2001\r\n REEDIÇÃO Nº 35\r\n MEDIDA PROVISÓRIA\r\n",
"LEG-FED PJL-000116 ANO-2001\r\n PROJETO DE LEI, SENADO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED PJL-006960 ANO-2002\r\n PROJETO DE LEI, CÂMARA DOS DEPUTADOS\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000149 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n",
"LEG-FED SUMSTJ-000301 \r\n SÚMULA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - STJ\r\n",
"LEG-DIS LEI-001097 ANO-1996\r\n LEI ORDINÁRIA, DF"
] | RE | acordaos | RE 363889 | [
""
] | RECTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
RECTE.(S) : DIEGO GOIÁ SCHMALTZ
ADV.(A/S) : ARTHUR HENRIQUE DE PONTES REGIS
ADV.(A/S) : MARCUS AURÉLIO DIAS DE PAIVA
RECDO.(A/S) : GOIÁ FONSECA RATES
ADV.(A/S) : RAIMUNDO JOÃO COELHO | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363 . 889",
"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 / DF",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363 . 889",
"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 / DF",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363 . 889",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363 . 889",
"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 / DF",
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"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 / DF",
"RE [UNK] 248 . 869 / SP",
"RE 363 . 889 / DF",
"RE [UNK] 248 . 869 / SP",
"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 / DF",
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"RF 254 / 203",
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"RE 363 . 889 / DF",
"RF 254 / 203",
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"RE 363 . 889 / DF",
"RE [UNK] 207 . 732 / MS",
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"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 / DF",
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"AC [UNK] 2 . 182 / DF",
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"RE [UNK] 111 . 787",
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"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 / DF",
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"Apelação [UNK] 242 . 534 - 4 / 7",
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"Apelação [UNK] 242 . 534 - 4 / 7",
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"Agravo de Instrumento n° 445 . 862 - 4 / 3 - 00",
"Agravo de Instrumento n° 606 . 866 . 4 / 4 - 00",
"Agravo de Instrumento [UNK] 578 . 433 . 4 / 1",
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"Agravo de Instrumento [UNK] 70029078813",
"Apelação Cível [UNK] 70027403039",
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"Agravo de Instrumento [UNK] 70022453955 ,",
"RE 363 . 889 / DF",
"Agravo de Instrumento [UNK] 70022453955",
"RE 363 . 889 / DF",
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"RE 363 . 889 / DF",
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"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 / DF",
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"RE 363 . 889 / DF",
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"HC [UNK] 71 . 373 - 4",
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"HC [UNK] 71 . 373 - 4",
"RE 363 . 889 / DF",
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"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 /",
"RE 363 . 889 / DF",
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"Recurso Extraordinário [UNK] 248 . 869 / SP",
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"RE 363 . 889 / DF",
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"REsp [UNK] 107 . 248 / GO",
"REsp 226 . 436 / PR",
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"RE 363 . 889 / DF",
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"AgRg no REsp 646 . 140 / SP",
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"AgRg no REsp 899 . 981 / MG",
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"RE 363 . 889 / DF",
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"STC 34 / 1993",
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"HC [UNK] 71373 - 4",
"Súmula [UNK] 301 do STJ",
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"RE 363 . 889 / DF",
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"RE 363 . 889 / DF",
"Recurso Especial [UNK] 107 . 248 / GO",
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"RE 363 . 889 / DF",
"RE 363 . 889 / DF",
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"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363 . 889",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363 . 889"
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"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 468 do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 468 do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] , inciso XXXVI e 227 , § [UNK] , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] , inciso XXXVI e 227 , § [UNK] , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 468 , CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 468 , CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código Civil francês de 1804",
"Código Civil de 1916",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código Civil francês de 1804",
"Código Civil de 1916",
"MP n° 2",
"Constituição de 1824",
"Carta de 1988",
"Código Civil de 1916",
"Carta Constitucional de 1937",
"Decreto",
"-",
"Lei [UNK] 4 . 737 / 42",
"Lei [UNK] 883 / 49",
"Lei do Divórcio",
"Lei [UNK] 6 . 515 / 77",
"Lei [UNK] 7 . 250 / 84",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Imperial",
"Constituição de 1824",
"Carta de 1988",
"Código Civil de 1916",
"Carta Constitucional de 1937",
"Decreto",
"-",
"Lei [UNK] 4 . 737 / 42",
"Lei [UNK] 883 / 49",
"Lei do Divórcio",
"Lei [UNK]",
"6",
".",
"515",
"/",
"77",
"Lei [UNK] 7 . 250 / 84",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal de 1988",
"artigo 226 , § [UNK] , CF / 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal de 1988",
"artigo 226 , § [UNK] , CF / 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 27 do Estatuto da Criança e do Adolescente",
"Estatuto da Criança e do",
"Estatuto da Criança e do",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 27 do Estatuto da Criança e do Adolescente",
"Estatuto da Criança e do Adolescente",
"Estatuto da Criança e do Adolescente",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"CF , artigos 226 , § § 3o , 4o , 5o e 7o ; 227 , § 6o",
"Carta Federal",
"CF , artigos 127 e 129",
"Estatuto da Criança e do Adolescente , artigo 27",
"Lei 8560 / 92",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"CF , artigos 226 , § § 3o , 4o , 5o e 7o ;",
"227 , § 6o",
"Carta Federal",
"CF , artigos 127 e 129",
"Estatuto da Criança e do Adolescente , artigo 27",
"Lei 8560 / 92",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , artigo 133",
"Carta Federal",
"CF , artigo 129",
"CPC , artigo 81",
"Lei 8560 / 92 , artigo 2o , § 4o",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , artigo 133",
"Carta Federal",
"CF , artigo 129",
"CPC , artigo 81",
"Lei 8560 / 92 , artigo 2o , §",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , artigos 226 , § § [UNK] , [UNK] , [UNK] e [UNK] ; 227 , § [UNK]",
"CF , artigo [UNK] , inciso III",
"Constituição Federal",
"Estatuto da Criança e do Adolescente",
"Lei 8069 / 90",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , artigos 226 , § § [UNK] , [UNK] , [UNK] e [UNK] ; 227 , § [UNK]",
"CF , artigo [UNK] , inciso III",
"Constituição Federal",
"Estatuto da Criança e do Adolescente",
"Lei 8069 / 90",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , artigo [UNK]",
"MP n° 2 . 200",
"CF , artigo [UNK]",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"CF , artigos [UNK] e 227",
"Constituição Federal de 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"CF , artigos [UNK] e 227",
"Constituição Federal de 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] LXXIV , da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] LXXIV , da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Carta Política de 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Carta Política de 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição da República",
"Lei Distrital",
"Lei [UNK] 1 . 097 / 96",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição da República",
"Lei [UNK] 1 . 097 / 96",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Fundamental",
"Constituição Federal",
"art . 227 CF / 88",
"Estatuto da Criança e do Adolescente",
"arts . [UNK] , [UNK] , [UNK] , [UNK] , [UNK] , etc . da Lei [UNK] 8 . 069 / 90",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"art . 227 CF / 88",
"Estatuto da Criança e do Adolescente",
"arts . [UNK] , [UNK] , [UNK] , [UNK] , [UNK] , etc . da Lei [UNK] 8 . 069 / 90",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição revogada de 1967",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição revogada",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 153 , PARÁGRAFO [UNK] , DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL",
"LEI [UNK] 4 . 686 / 1965",
"DECRETO",
"-",
"LEI N . 3365 / 1941 , ART",
"ART . 153 , PARÁGRAFO 3 , DA LEI MAIOR",
"ART",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 153 , PARÁGRAFO [UNK] , DA",
"LEI [UNK] 4 . 686 / 1965",
"DECRETO",
"-",
"LEI N . 3365 / 1941 , ART . 26",
"ART . 153 , PARÁGRAFO 3 , DA",
"LEI MAIOR",
"ART . 153 , PARAGRAFO 3 , DA CARTA MAGNA",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 153 , § 22 , da Carta anterior",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 153 , § 22 , da Carta anterior",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição",
"Lei [UNK] 9 . 943 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição",
"Lei [UNK] 9 . 943 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 538 , parágrafo único , do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 538 , parágrafo único , do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CC , ART . 240",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CC , ART . 240",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Lei Maior",
"Constituição",
"Constituição",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Lei Maior",
"Constituição",
"Constituição",
"Constituição",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 267 , inciso IV , do Código de Processo Civil",
"Magna",
"Carta",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 267 , inciso IV , do Código de Processo Civil",
"Magna",
"Carta",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 741 do Código de Processo Civil",
"Lei [UNK] 11 . 232 / 05",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 741 do Código de Processo Civil",
"Lei [UNK] 11 . 232 / 05",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"Magna Carta",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"Magna Carta",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Decreto",
"-",
"lei [UNK] 4 . 737 / 42",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Decreto",
"-",
"lei [UNK] 4 . 737 / 42",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 883 / 49",
"Código Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 883 / 49",
"Código Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"L",
". 883 /",
"49 , ART . 1",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"C",
"L",
".",
"883",
"/",
"49 , ART . 1",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código Civil",
"Código Civil",
"Código Civil",
"Código Civil brasileiro",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código Civil",
"Código Civil",
"Código Civil",
"Código Civil brasileiro",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código Civil brasileiro",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código Civil brasileiro",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Projeto de Lei do Senado [UNK] 116 / 01",
"artigo [UNK] , da Lei [UNK] 8 . 560 / 92",
"Projeto de Lei [UNK] 6 . 960 / 02",
"Código Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Projeto de Lei do Senado [UNK] 116 / 01",
"artigo [UNK] , da Lei [UNK] 8 . 560 / 92",
"Projeto de Lei [UNK] 6 . 960 / 02",
"Código Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 126 da Carta Constitucional de 1937",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 126 da Carta Constitucional de 1937",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 227 da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"artigo 227 da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 226 , § [UNK] , da Constituição de 88",
"Declaração de Independência dos Estados Unidos",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 226 , § [UNK] , da Constituição de 88",
"Declaração de Independência dos Estados Unidos de 1776",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do artigo 226 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do artigo 226 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] , incisos XXXVI e LXXIV e 227 , § [UNK] , ambos da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] , incisos XXXVI e LXXIV e 227 , § [UNK] , ambos da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Medida Provisória [UNK] 2 . 180",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Medida Provisória [UNK] 2 . 180",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 741 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 741 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , ART . [UNK] , LXXIV",
"CF , ART . [UNK] , XXXVI",
"CF , art . [UNK] , XXXVI",
"CF , ART . [UNK] , CAPUT",
"CF , ART . 227 , CAPUT E § [UNK]",
"CF , ART . [UNK] , LXXIV",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , ART . [UNK] , LXXIV",
"CF , ART . [UNK] , XXXVI",
"CF , art . [UNK] , XXXVI",
"CF , ART . [UNK] , CAPUT",
"CF , ART . 227 , CAPUT E § [UNK]",
"CF , ART . [UNK] , LXXIV",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , ART . [UNK] , III",
"CF , ART . [UNK] , XXXV",
"CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , ART . [UNK] , III",
"CF , ART . [UNK] , XXXV",
"CONSTITUIÇÃO FEDERAL",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , ART . [UNK] , III",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , ART . [UNK] , III",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , ART . 226 , § [UNK] , E 227 , CAPUT",
"CF , ART . [UNK] , LXXIV",
"CF , ART . [UNK] , LV",
"CF , ART . [UNK] , CAPUT",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , ART . 226 , § [UNK] , E 227 , CAPUT",
"CF , ART . [UNK] , LXXIV",
"CF , ART . [UNK] , LV",
"CF , ART . [UNK] , CAPUT",
"n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , ART . [UNK] , CAPUT",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , ART . [UNK] , CAPUT",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , ART . 93 , IX",
"CPC , ART . 495",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , ART . 93 , IX",
"CPC , ART . 495",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"LEI DISTRITAL [UNK] 1 . 097 / 96",
"LEI [UNK] 1 . 060 / 50",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"LEI DISTRITAL [UNK] 1 . 097 / 96",
"LEI [UNK] 1 . 060 / 50",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Distrital [UNK] 1 . 097 / 96",
"CF , art . [UNK] , LXXIV",
"art . 468 do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Distrital [UNK] 1 . 097 / 96",
"CF , art . [UNK] , LXXIV",
"art . 468 do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , art . [UNK] , XXXVI",
"CF , art . 227 , caput e § [UNK]",
"CF , art . [UNK] , LXXIV",
"Lei Distrital [UNK] 1 . 097 / 96",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , art . [UNK] , XXXVI",
"CF , art . 227 , caput e § [UNK]",
"CF , art . [UNK] , LXXIV",
"Lei Distrital [UNK] 1 . 097 / 96",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal de 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal de 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , art . [UNK] , XXXVI",
"CF , art . [UNK] , caput",
"CF , art . 227 , caput e § [UNK]",
"CF , art . [UNK] , LXXIV",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , art . [UNK] , XXXVI",
"CF , art",
"CF , art . 227 , caput e § [UNK]",
"CF , art . [UNK] , LXXIV",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"CF , art . 102 , caput",
"arts . 467 e 468 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"CF , art . 102 , caput",
"arts . 467 e 468 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 4 . 717 / 65 , art . 18",
"Lei [UNK] 7 . 347 / 85 , art . 16",
"Código de Defesa do Consumidor",
"CDC , art . 103 , inc . I e II",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 4 . 717 / 65 ,",
"Lei [UNK] 7 . 347 / 85 ,",
"Código de Defesa do Consumidor",
"CDC , art . 103 ,",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . 475 - L , § [UNK] , e 741 , parágrafo único , do Código de Processo Civil",
"art . 884 , § [UNK] , da CLT",
"Constituição Federal",
"CF , art",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . 475 - L , § [UNK] , e 741 , parágrafo único , do Código de Processo Civil",
"art . 884 , § [UNK] , da CLT",
"Constituição Federal",
"CF , art . 15",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição de 1934",
"CF",
"/",
"34 , art . 113 , 3",
"Carta de 88",
"Constituição",
"CF , art . [UNK] , caput",
"CF",
"/",
"34 , Art 113 - A Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição de 1934",
"CF",
"/",
"34 , art . 113 , 3",
"Carta de 88",
"Constituição",
"CF , art . [UNK] , caput",
"CF",
"/",
"34 , Art 113",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"CF , art . [UNK] , III",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"CF , art . [UNK] , III",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"Constituição",
"CF , art . [UNK] , XXXV",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"Constituição",
"CF , art . [UNK] , XXXV",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição brasileira",
"CF , art . [UNK] , IV",
"CF , art . [UNK] , X",
"CF , art . [UNK] , XXXII , e art . 170 , V",
"CF , art . [UNK] , inc . I a IV",
"Carta de 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição brasileira",
"CF , art . [UNK] , IV",
"CF , art . [UNK] , X",
"CF , art . [UNK] , XXXII , e art . 170 , V",
"CF , art . [UNK] , inc . I a IV",
"Carta de 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição de 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição de 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , art . [UNK] , XXXVI",
"CF , art . 227 , caput e § [UNK]",
"CF , art . [UNK] , LXXIV",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , art . [UNK] , XXXVI",
"CF , art . 227 , caput e § [UNK]",
"CF , art . [UNK] , LXXIV",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , art . [UNK] , caput",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , art . [UNK] , caput",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Carta constitucional de 1988",
"CF , art . [UNK] , III",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Carta constitucional de 1988",
"CF , art . [UNK] , III",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal de 198826",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal de 198826",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Portuguesa de 1976",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Portuguesa de 1976",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição",
"Código Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição",
"Código Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"CF , artigos 226 , § § 3o , 4o , 5o e 7o ; 227 , § 6o",
"Carta Federal",
"CF , artigos 127 e 129",
"Estatuto da Criança e do Adolescente , artigo 27",
"Lei 8560 / 92",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"CF , artigos 226 , § § 3o , 4o , 5o e 7o ; 227 , § 6o",
"Carta Federal",
"CF , artigos 127 e 129",
"Estatuto da Criança e do Adolescente , artigo 27",
"Lei 8560 / 92",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , artigo 133",
"Carta Federal",
"CF , artigo 129",
"CPC , artigo 81",
"Lei 8560 / 92 , artigo 2o , § 4o",
"Convenção Americana de Direito Humanos",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , artigo 133",
"Carta Federal",
"CF , artigo 129",
"CPC , artigo 81",
"Lei 8560 / 92 , artigo 2o , § 4o",
"Convenção Americana de Direito Humanos",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 .",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , LXXIV , da Constituição Federal",
"CF , art . [UNK] , XXXV",
"Constituição",
"CF , art . [UNK] , LV",
"CF , art . [UNK] , caput",
"Carta de 1934",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , LXXIV , da Constituição Federal",
"CF , art . [UNK] , XXXV",
"Constituição",
"CF , art . [UNK] , LV",
"CF , art . [UNK] , caput",
"Carta de 1934",
"MP n°",
"CF , art . 227 , caput e § [UNK]",
"CF , art . [UNK] , LXXIV",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , art . 227 , caput e § [UNK]",
"CF , art . [UNK] , LXXIV",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . 475 - L , § [UNK] , e 741 , parágrafo único do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . 475 - L , § [UNK] , e 741 , parágrafo único do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CPC , art . 131",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CPC , art . 131",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"889",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . 231 e 232 do Código Civil48",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . 231 e 232 do Código Civil48",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , art . [UNK] , caput",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , art . [UNK] , caput",
"CPC , art . 485 e segs .",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CPC , art . 485 e segs .",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inc . VII do art . 485 do CPC",
"art . 485 , VII , do CPC",
"CF , art . 227 , caput e § [UNK]",
"CF , art . [UNK] , LXXIV",
"CPC , art . 495",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inc . VII do art . 485 do CPC",
"art . 485 , VII , do CPC",
"CF , art . 227 , caput e § [UNK]",
"CF , art . [UNK] , LXXIV",
"CPC , art . 495",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 1 . 097",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 1 . 097",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 495 do CPC",
"Constituição de 88",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 495 do CPC",
"Constituição de 88",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 1 . 060 / 50",
"Lei [UNK] 1 . 060 / 50 , art . [UNK] , V",
"Lei [UNK] 1 . 060 / 50 , art . 11 , caput",
"art . [UNK] , LXXIV , da CF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 1 . 060 / 50",
"Lei [UNK] 1 . 060 / 50 , art . [UNK]",
"Lei [UNK] 1 . 060 / 50 , art . 11 , caput",
"art . [UNK] , LXXIV , da CF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Distrital [UNK] 1 . 097 / 96",
"Constituição",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Distrital [UNK] 1 . 097 / 96",
"Constituição",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Carta Magna",
"artigo 226 da nossa Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Carta Magna",
"artigo 226 da nossa Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 469 do Código de Processo Civil",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 469 do Código de Processo Civil",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição",
"Constituição",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição",
"Constituição",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição",
"artigo [UNK] da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição",
"artigo [UNK] da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Orgânica da Corte Constitucional alemã",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Orgânica da Corte Constitucional alemã",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Carta de 1988",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Carta de 1988",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"Lei [UNK] 8 . 560",
"Lei [UNK] 12 . 004",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"Lei [UNK] 8 . 560",
"Lei [UNK] 12 . 004",
"MP n° 2 . 200 - 2 /",
"artigo 468 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 468 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 468 do Código de Processo Civil",
"Carta da",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 468 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 468 do Código de Processo Civil",
"artigo 471 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 468 do Código de Processo Civil",
"artigo 471 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Maior",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Maior",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 485 , V , do CPC",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 485 , V , do CPC",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código de Processo Civil",
"art . 103 , I e II , CDC",
"art . 18 da Lei Federal n . 4 . 717 / 1965",
"art . 19 da Lei Federal n . 12 . 016 / 2009",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código de Processo Civil",
"art . 103 , I e II , CDC",
"art . 18 da Lei Federal n . 4 . 717 / 1965",
"art . 19 da Lei Federal n . 12 . 016 / 2009",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Pacto de São",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Pacto de São José da Costa Rica",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] , incisos XXXVI e LXXIV e 227 , § [UNK] , ambos da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] , incisos XXXVI e LXXIV e 227 , § [UNK] , ambos da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"DISTRITO FEDERAL",
"Brasília",
"Brasília",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"Distrito Federal",
"Distrito Federal",
"Coimbra",
"Recife",
"Coimbra",
"Recife",
"Botafogo",
"Botafogo",
"Rio de Janeiro",
"Rio de Janeiro",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"Brasília",
"Brasília",
"NATAL",
"RN",
"NATAL",
"RN",
"Estado de São Paulo",
"Estado de São Paulo",
"São Paulo",
"São Paulo",
"Belo Horizonte",
"Belo Horizonte",
"Belo Horizonte",
"Belo Horizonte",
"São Paulo",
"São Paulo",
"São Paulo",
"São Paulo",
"Rio de Janeiro",
"Rio de Janeiro",
"Rio de Janeiro",
"Rio de Janeiro",
"Porto Alegre",
"Porto Alegre",
"São Paulo",
"São Paulo",
"Brasil",
"Brasil",
"DISTRITO FEDERAL",
"Distrito Federal",
"DISTRITO FEDERAL",
"Distrito Federal",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"Rio de Janeiro",
"Rio de Janeiro",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"Belágio",
",",
"Itália",
"DISTRITO FEDERAL",
"Belágio",
",",
"Itália",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"Distrito Federal",
"Distrito Federal",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"São Paulo",
"Rio de Janeiro",
"Rio de Janeiro",
"São Paulo",
"Rio de Janeiro",
"Rio de Janeiro",
"São Paulo",
"São Paulo",
"São Paulo",
"Cambridge",
"Recife",
"São Paulo",
"Cambridge",
"Recife",
"Espanha",
"Rio de Janeiro",
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"Navarra",
"Rio de Janeiro",
"Salvador",
"Madrid",
"Valência",
"Barcelona",
"Valência",
"Navarra",
"Valência",
"Rio de Janeiro",
"Valência",
"Rio de Janeiro",
"Rio de Janeiro",
"Rio de Janeiro",
"Madrid",
"Rio de Janeiro",
"São Paulo",
"São Paulo",
"Rio de Janeiro",
"São Paulo",
"Rio de Janeiro",
"Madrid",
"Madrid",
"Rio de Janeiro",
"São Paulo",
"São Paulo",
"Rio de Janeiro",
"São Paulo",
"Rio de Janeiro",
"Madrid",
"São Paulo",
"São Paulo",
"São Paulo",
"Rio de Janeiro",
"São Paulo",
"Rio de Janeiro",
"Cambridge",
"Oxford",
"São Paulo",
"Porto Alegre",
"Rio 25",
"Cambridge",
"Oxford",
"São Paulo",
"Porto Alegre",
"Rio 25",
"de Janeiro",
"Rio de Janeiro",
"Porto Alegre",
"Janeiro",
"Rio de Janeiro",
"Porto Alegre",
"Porto Alegre",
"Rio de Janeiro",
"Porto Alegre",
"Rio de Janeiro",
"São Paulo",
"Rio de Janeiro",
"São Paulo",
"Rio de Janeiro",
"Brasil",
"Brasil",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"São Paulo",
"São Paulo",
"Rio de Janeiro",
"Porto Alegre",
"Rio de Janeiro",
"Rio de Janeiro",
"Porto Alegre",
"Rio de Janeiro",
"São Paulo",
"Salvador",
"São Paulo",
"Salvador",
"Rio de Janeiro",
"Santa Fe",
"Porto Alegre",
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"Porto Alegre",
"Belo Horizonte",
"São Paulo",
"Salvador",
"São Paulo",
"Salvador",
"Rio de Janeiro",
"Santa Fe",
"Porto Alegre",
"Salvador",
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"Belo Horizonte",
"Belo Horizonte",
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"Belo Horizonte",
"Salvador",
"Porto Alegre",
"Rio de Janeiro",
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"Rio de Janeiro",
"Rio de Janeiro",
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"Madrid",
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"Madrid",
"Madrid",
"Milano",
"Rio de Janeiro",
"Rio de Janeiro",
"Rio de Janeiro",
"Rio de Janeiro",
"Rio de Janeiro",
"Rio de Janeiro",
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"São Paulo",
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"Distrito Federal",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"Distrito Federal",
"Distrito Federal",
"Brasil",
"Brasil",
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"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"Distrito Federal",
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"Distrito Federal",
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"Rio Tietê",
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"São Paulo",
"São Paulo",
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",",
"Itália",
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"Belágio",
",",
"Itália"
],
"ORGANIZACAO": [
"PLENÁRIO",
"MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS",
"MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS",
"Quinta Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS",
"MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS",
"Quinta Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Suprema Corte",
"STJ",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"STJ",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"Concílio Vaticano II",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"Concílio Vaticano II",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Biblioteca Geral da Universidade",
"Ramiro M . Costa e Filhos Editores",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Biblioteca Geral da Universidade",
"Ramiro M",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Renovar",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Renovar",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Suprema",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Suprema",
"Revista de Direito Privado",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Plenário",
"MINISTÉRIO PÚBLICO",
"Ministério Público",
"Parquet",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Plenário",
"MINISTÉRIO PÚBLICO",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Ministério Público",
"Ministério Público",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Ministério Público",
"Ministério Público",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"República Federativa do Brasil",
"Fabris Editor",
"Ed",
"Síntese",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"MP",
"República Federativa do Brasil",
"Fabris Editor",
"Ed",
".",
"Síntese",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"STJ",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Malheiros",
"Ministério Público ”",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Malheiros",
"Ministério Público",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal de Justiça",
"[UNK] Vara de Família",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Vara de Família",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Terceira Vara de Família",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Terceira Vara de Família",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Terceira Vara de Família",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Terceira Vara de Família",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Primeira Turma",
"STF",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"STF",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"UNIÃO",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"UNIÃO",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Ministério Público Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Ministério Público Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Superior Tribunal de Justiça",
"STF",
"Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo",
"[UNK] Câmara de Direito",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"STF",
"Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo",
"[UNK] Câmara de Direito",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] Câmara de Direito Privado",
"[UNK] Câmara de Direito Privado",
"[UNK] Câmara de Direito Privado",
"Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Câmara de Direito Privado",
"[UNK] Câmara de Direito Privado",
"[UNK] Câmara de Direito Privado",
"Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"STJ",
"[UNK] Câmara Cível",
"[UNK] Câmara Cível",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"STJ",
"[UNK] Câmara Cível",
"[UNK] Câmara Cível",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] Câmara Cível",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Câmara Cível",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] Turma",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Turma",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"RT",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"RT",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Fórum",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Fórum",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Fórum",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Fórum",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"RT",
"Síntese",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"RT",
"Síntese",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Forense",
"Corte de Cassação Francesa",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Forense",
"Corte de Cassação Francesa",
"Fazenda Pública",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Suprema Corte",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Forense",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Forense",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Pleno",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Sergio Antonio Fabris Editor",
"Supremo",
"Supremo Tribunal",
"STF",
"Supremo Tribunal",
"Supremo",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Sergio Antonio Fabris Editor",
"Supremo",
"Supremo Tribunal",
"STF",
"Supremo Tribunal",
"Supremo",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Suprema",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Câmara dos Deputados",
"Senado Federal",
"Câmara dos Deputados",
"STF",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Câmara dos Deputados",
"Senado Federal",
"Câmara dos Deputados",
"STF",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"RT",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"RT",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal Constitucional Federal alemão",
"Primeiro Senado",
"TCF",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal Constitucional Federal alemão",
"Primeiro Senado",
"TCF",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"Plenário",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"STJ",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"STJ",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"Plenário Virtual",
"Suprema Corte",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"Plenário Virtual",
"Suprema Corte",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"Senado Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"Senado Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS",
"Plenário",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL",
"Plenário",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS",
"[UNK] Turma",
"Tribunal de Justiça do Distrito Federal",
"U",
".",
"N . Minimum Rules /",
"World Security University",
"Ministério Público Federal",
"Plenário",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL",
"[UNK] Turma",
"Tribunal de Justiça do Distrito Federal",
"U",
"N",
"World Security University",
"Ministério Público Federal",
"Plenário",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"Plenário",
"Ministério Público",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"Plenário",
"Ministério Público",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SUPREMA CORTE NORTEAMERICANA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"STF",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"STF",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Distrito Federal",
"[UNK] Turma do Tribunal de Justiça do Distrito Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Distrito Federal",
"[UNK] Turma do Tribunal de Justiça do Distrito Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Ministério Público do DF",
"TJ",
"/",
"DF",
"Distrito",
"Federal",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Ministério Público do DF",
"Suprema",
"TJ",
"/",
"DF",
"Distrito Federal",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Ministério Público",
"Congresso nacional",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Suprema",
"Ministério Público",
"Congresso nacional",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Série",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Série",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Ed",
".",
"RT",
"Segunda Série",
"Forense",
"Forense",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Ed",
".",
"RT",
"Segunda Série",
"Forense",
"Forense",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"STJ",
"[UNK] Turma",
"[UNK] TURMA",
"[UNK] Turma",
"Segunda Seção do STJ",
"[UNK]",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"STJ",
"[UNK] Turma",
"[UNK] TURMA",
"[UNK] Turma",
"Segunda Seção do STJ",
"[UNK] Seção",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"TJ",
"/",
"RS",
"[UNK] Turma",
"Ed",
".",
"RT",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"TJ",
"/",
"RS",
"[UNK] Turma",
"Ed",
".",
"RT",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"República Federativa do Brasil",
"Nona",
"Saraiva",
"Cambridge University Press",
"Universidade Federal de Pernambuco",
"Centro de Ciências Jurídicas",
"Faculdade de Direito do Recife",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"República Federativa do Brasil",
"Nona",
"Saraiva",
"Cambridge University Press",
"Universidade Federal de Pernambuco",
"Centro de Ciências Jurídicas",
"Faculdade de Direito do Recife",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal Constitucional Espanhol",
"Ed",
".",
"Lumen Juris",
"Editora Jus Podium",
"Marcial Pons",
"Tirant lo blanch",
"J",
".",
"M . Bosch Editor",
"Tirant lo Blanch",
"Civitas",
"/",
"Thomson Reuters",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Espanha",
"Tribunal Constitucional Espanhol",
"Ed",
".",
"Lumen Juris",
"Editora Jus Podium",
"Marcial Pons",
"Tirant",
"lo blanch",
"J",
".",
"M",
". Bosch Editor",
"Tirant lo Blanch",
"Civitas",
"/",
"Thomson Reuters",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Corte Européia de Direitos Humanos",
"Brumarescu",
"Romênia",
"Reino Unido",
"Itália",
"Tirant",
"Forense",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Corte Européia de Direitos Humanos",
"Brumarescu",
"Romênia",
"Pullar",
"Reino Unido",
"Antonetto",
"Itália",
"Tirant lo blanch",
"Forense",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Ed",
". Lumen Juris",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Ed",
".",
"Lumen Juris",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Editorial Trotta",
"Ed",
".",
"Renovar",
"Ed",
".",
"Saraiva",
"Ed",
".",
"Malheiros",
"Ed",
".",
"Lumen Juris",
"Ed",
".",
"Malheiros",
"Ed",
".",
"Renovar",
"Centro de Estudios",
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".",
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".",
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".",
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".",
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".",
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".",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
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".",
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".",
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".",
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".",
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"Jus Podium",
"Forense",
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"QUARTA TURMA",
"QUARTA TURMA",
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". Minimum Rules /",
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"Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves",
"André Luiz Planella Villarinho",
"DIAS TOFFOLI",
"Ricardo Raupp Ruschel",
"Ricardo Raupp Ruschel",
"DIAS TOFFOLI",
"Sálvio de Figueiredo Teixeira",
"Sálvio de Figueiredo Teixeira",
"DIAS TOFFOLI",
"Nancy Andrighi",
"Nancy Andrighi",
"DIAS TOFFOLI",
"Castro Filho",
"Sálvio de Figueiredo Teixeira",
"De Page",
"Castro Filho",
"Sálvio de Figueiredo Teixeira",
"De Page",
"DIAS TOFFOLI",
"Del Vecchio",
"Orosimbo Nonato",
"Humberto Theodoro Jr .",
"Recaséns",
"Del Vecchio",
"Orosimbo Nonato",
"Humberto Theodoro Jr .",
"DIAS TOFFOLI",
"José Luiz Vazquez Sotelo",
"José Luiz Vazquez",
"DIAS TOFFOLI",
"Renan Lotufo",
"Renan Lotufo",
"DIAS TOFFOLI",
"Cândido Rangel Dinamarco",
"Eduardo Talamini",
"Cândido Rangel Dinamarco",
"Eduardo Talamini",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"Belmiro Pedro Welter",
"Belmiro Pedro Welter",
"DIAS TOFFOLI",
"Caio Mário da Silva Pereira",
"Caio Mário da Silva Pereira",
"DIAS TOFFOLI",
"Planiol",
"Savatier",
"Dalloz",
"Laurent",
"Planiol",
"Savatier",
"Dalloz",
"Laurent",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"Machado de Assis",
"Machado de Assis",
"DIAS TOFFOLI",
"Arnoldo Medeiros da Fonseca",
"Castro Nunes",
"Barros Barreto",
"Orozimbo Nonato",
"Hermes Lima",
"Arnoldo Medeiros da Fonseca",
"Castro Nunes",
"Barros Barreto",
"Orozimbo Nonato",
"Hermes Lima",
"DIAS TOFFOLI",
"Victor Nunes Leal",
"Victor Nunes Leal",
"DIAS TOFFOLI",
"Luiz Edson Fachin",
"Luiz Edson Fachin",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"Valmir Amaral",
"Ricardo Fiúza",
"Valmir Amaral",
"Ricardo Fiúza",
"DIAS TOFFOLI",
"Márcio Antonio Boscaro",
"Gérard Cornu",
"Márcio Antonio Boscaro",
"Gérard Cornu",
"DIAS TOFFOLI",
"Arnoldo Medeiros da Fonseca",
"Arnoldo Medeiros da Fonseca",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"Gilmar Mendes",
"DIAS TOFFOLI",
"Gilmar Mendes",
"LUIZ FUX",
"Toffoli",
"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
"JOAQUIM BARBOSA",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"Toffoli",
"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
"JOAQUIM BARBOSA",
"LUIZ FUX",
"Roberto Gurgel",
"José Carlos Barbosa Moreira",
"JOAQUIM BARBOSA",
"LUIZ FUX",
"Roberto Gurgel",
"José Carlos Barbosa Moreira",
"JOAQUIM BARBOSA",
"LUIZ FUX",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Luiz Fux",
"Dias Toffoli",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Luiz Fux",
"Dias Toffoli",
"AYRES BRITTO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"AYRES BRITTO",
"Ricardo Lewandowski",
"DIAS TOFFOLI",
"GILMAR MENDES",
"AYRES BRITTO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"AYRES BRITTO",
"Ricardo Lewandowski",
"DIAS TOFFOLI",
"GILMAR MENDES",
"CELSO DE MELLO",
"DIAS TOFFOLI",
"AYRES BRITTO",
"Luiz Fux",
"LUIZ FUX",
"AYRES BRITTO",
"Joaquim Barbosa",
"JOAQUIM BARBOSA",
"Luiz Fux",
"AYRES BRITTO",
"CELSO DE MELLO",
"DIAS TOFFOLI",
"AYRES BRITTO",
"Luiz Fux",
"LUIZ FUX",
"AYRES BRITTO",
"Joaquim Barbosa",
"JOAQUIM BARBOSA",
"Luiz Fux",
"AYRES BRITTO",
"GILMAR MENDES",
"Celso",
"Joaquim Barbosa",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"GILMAR MENDES",
"JOAQUIM BARBOSA",
"GILMAR MENDES",
"Celso",
"Joaquim Barbosa",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"GILMAR MENDES",
"JOAQUIM BARBOSA",
"LUIZ FUX",
"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"Luiz Fux",
"LUIZ FUX",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"Luiz Fux",
"LUIZ FUX",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Joaquim Barbosa",
"Marco Aurélio",
"AYRES BRITTO",
"Joaquim Barbosa",
"Marco Aurélio",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Celso de Mello",
"AYRES BRITTO",
"Celso de Mello",
"JOAQUIM BARBOSA",
"LUIZ FUX",
"Lewandowski",
"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Celso de Mello",
"AYRES BRITTO",
"Celso de Mello",
"JOAQUIM BARBOSA",
"LUIZ FUX",
"Lewandowski",
"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
"CELSO DE MELLO",
"AYRES BRITTO",
"CELSO DE MELLO",
"AYRES BRITTO",
"Luiz Fux",
"LUIZ FUX",
"AYRES BRITTO",
"Ricardo Lewandowski",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"AYRES BRITTO",
"DIAS TOFFOLI",
"AYRES BRITTO",
"CELSO DE MELLO",
"AYRES BRITTO",
"CELSO DE MELLO",
"AYRES BRITTO",
"Luiz Fux",
"LUIZ FUX",
"AYRES BRITTO",
"Ricardo Lewandowski",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"AYRES BRITTO",
"DIAS TOFFOLI",
"AYRES BRITTO",
"DIAS TOFFOLI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"CELSO DE MELLO",
"LUIZ FUX",
"Dias Toffoli",
"DIAS TOFFOLI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"CELSO DE MELLO",
"LUIZ FUX",
"Dias Toffoli",
"DIAS TOFFOLI",
"CELSO DE MELLO",
"DIAS TOFFOLI",
"CELSO DE MELLO",
"DIAS TOFFOLI",
"CELSO DE MELLO",
"DIAS TOFFOLI",
"CELSO DE MELLO",
"DIAS TOFFOLI",
"DIEGO GOIÁ SCHMALTZ",
"ARTHUR HENRIQUE DE PONTES REGIS",
"MARCUS AURÉLIO DIAS DE PAIVA",
"GOIÁ FONSECA RATES",
"RAIMUNDO JOÃO COELHO",
"LUIZ FUX",
"Dias Toffoli",
"DIAS TOFFOLI",
"DIEGO GOIÁ SCHMALTZ",
"ARTHUR HENRIQUE DE PONTES REGIS",
"MARCUS AURÉLIO DIAS DE PAIVA",
"GOIÁ FONSECA RATES",
"RAIMUNDO JOÃO COELHO",
"LUIZ FUX",
"Dias Toffoli",
"DIAS TOFFOLI",
"DIEGO GOIÁ SCHMALTZ",
"ARTHUR HENRIQUE DE PONTES",
"MARCUS AURÉLIO DIAS DE PAIVA",
"GOIÁ FONSECA RATES",
"RAIMUNDO JOÃO COELHO",
"Ricardo Lewandowski",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Cezar Peluso",
"Ellen Gracie",
"Marcus Aurélio Dias de Paiva",
"Roberto Monteiro Gurgel Santos",
"Ayres Britto",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Marco Aurélio",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Roberto Monteiro Gurgel Santos",
"Tomimatsu",
"DIAS TOFFOLI",
"DIEGO GOIÁ SCHMALTZ",
"ARTHUR HENRIQUE DE PONTES REGIS",
"MARCUS AURÉLIO DIAS DE PAIVA",
"GOIÁ FONSECA RATES",
"RAIMUNDO JOÃO COELHO",
"Ricardo Lewandowski",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Cezar Peluso",
"Ellen Gracie",
"Marcus Aurélio Dias de Paiva",
"Roberto Monteiro Gurgel Santos",
"Ayres Britto",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Marco Aurélio",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Roberto Monteiro Gurgel Santos",
"LUIZ FUX",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ FUX",
"Pontes de Miranda",
"Pontes de Miranda",
"Dias Toffoli",
"Dias Toffoli",
"JUNK SCIENCE",
"DAUBERT",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"Dias Toffoli",
"Dias Toffoli",
"Barbosa Moreira",
"Barbosa Moreira",
"BARBOSA MOREIRA , José Carlos",
"Enrico Tullio Liebman",
"Chiovenda",
"TALAMINI , Eduardo",
"BARBOSA MOREIRA , José Carlos",
"ARAÚJO FILHO , Luiz Paulo da Silva",
"LIEBMAN , Enrico Tullio",
"Enrico Tullio Liebman",
"Chiovenda",
"TALAMINI , Eduardo",
"BARBOSA MOREIRA , José Carlos",
"ARAÚJO FILHO , Luiz Paulo da Silva",
"LIEBMAN , Enrico Tullio",
"Menezes Direito",
"Sálvio de Figueiredo Teixeira",
"Nancy Andrighi",
"Humberto Gomes de Barros",
"Ari Pargendler",
"Menezes Direito",
"Sálvio de Figueiredo Teixeira",
"Nancy Andrighi",
"Humberto Gomes de Barros",
"Ari Pargendler",
"Aldir Passarinho Junior",
"João Otávio Noronha",
"Luis Felipe Salomão",
"Sidnei Beneti",
"Vasco della Giustina",
"TALAMINI , Eduardo",
"Aldir Passarinho Junior",
"João Otávio Noronha",
"Luis Felipe Salomão",
"Sidnei Beneti",
"Vasco della Giustina",
"Richard S . Kay",
"BARBOSA MOREIRA , José Carlos",
"KAY , Richard S .",
"Larry Alexander",
"KIRSTE ,",
"Stephan",
"Richard S . Kay",
"BARBOSA MOREIRA",
"KAY , Richard S .",
"KIRSTE , Stephan",
"SARMENTO , Daniel",
"GRECO , Leonardo",
"Fredie Didier Jr .",
"RINCÓN , Jorge Carreras del",
"AROCA , Juan Montero",
"MATÍES , José Flors",
"JUNOY , Joan Picó y",
"AROCA , Juan Montero",
"LLOBREGAT , José Garberí",
"SARMENTO ,",
"Daniel",
"GRECO , Leonardo",
"Fredie Didier Jr .",
"RINCÓN , Jorge Carreras del",
"AROCA , Juan Montero",
"MATÍES ,",
"José Flors",
"JUNOY , Joan Picó y",
"AROCA",
"LLOBREGAT , José Garberí",
"AROCA , Juan Montero",
"MATÍES , José Flors",
"GRECO , Leonardo",
"COUTURE",
"Prieto Castro",
"Chiovenda",
"AROCA , Juan Montero",
"MATÍES , José Flors",
"GRECO ,",
"Leonardo",
"COUTURE",
"Prieto Castro",
"Chiovenda",
"PILATTI , Adriano",
"PILATTI , Adriano",
"SANCHÍS , Luis Prieto",
"BARCELLOS , Ana Paula de",
"BARROSO , Luís Roberto",
"GRAU , Eros Roberto",
"NETO , Cláudio Pereira de Souza",
"ÁVILA , Humberto",
"PEREIRA , Jane Reis Gonçalves",
"ALEXY , Robert",
"SANCHÍS , Luis Prieto",
"BARCELLOS , Ana Paula de",
"BARROSO , Luís Roberto",
"GRAU , Eros Roberto",
"NETO , Cláudio Pereira de Souza",
"ÁVILA , Humberto",
"PEREIRA , Jane Reis Gonçalves",
"ALEXY , Robert",
"BARROSO , Luís Roberto",
"BARROSO , Luís Roberto",
"ÁVILA , Humberto",
"BARCELLOS , Ana Paula de",
"ÁVILA , Humberto",
"BARCELLOS , Ana Paula de",
"Luís Roberto Barroso",
"SCHAUER , Frederick",
"BARROSO , Luís Roberto",
"SARLET , Ingo Wolfgang",
"SARMENTO , Daniel",
"Luís Roberto Barroso",
"SCHAUER , Frederick",
"BARROSO , Luís Roberto",
"SARLET , Ingo Wolfgang",
"SARMENTO , Daniel",
"Robert Alexy",
"ALEXY , Robert",
"BARBOZA , Heloísa Helena",
"MORAES , Maria Celina Bodin de",
"ALMEIDA , Maria Christina de",
"Robert Alexy",
"ALEXY , Robert",
"BARBOZA , Heloísa Helena",
"MORAES , Maria Celina Bodin de",
"ALMEIDA , Maria Christina de",
"GOMES , Flávio Marcelo",
"BARBOZA , Heloísa Helena",
"MORAES , Maria Celina",
"Bodin de",
"GOMES , Flávio Marcelo",
"BARBOZA , Heloísa Helena",
"MORAES , Maria Celina Bodin de",
"BARBOZA , Heloísa Helena",
"Agassiz Almeida Filho",
"Plínio Melgaré",
"MORAES , Maria Celina Bodin de",
"BARBOZA , Heloísa Helena",
"Agassiz Almeida Filho",
"Plínio Melgaré",
"MORAES , Maria Celina Bodin de",
"BARBOZA , Heloísa Helena",
"BARBOZA , Heloísa Helena",
"Dias Toffoli",
"Dias Toffoli",
"Maurício Corrêa",
"Maurício Corrêa",
"MAURÍCIO CORRÊA",
"MAURÍCIO CORRÊA",
"BARBOSA MOREIRA",
"Sálvio de Figueiredo Teixeira",
"BARBOSA MOREIRA",
"Sálvio de Figueiredo Teixeira",
"BARCELLOS , Ana Paula de",
"Cappelletti",
"CAPPELLETTI ,",
"Mauro",
"GARTH ,",
"Bryant",
"BARCELLOS , Ana Paula de",
"BARCELLOS , Ana Paula de",
"Cappelletti",
"CAPPELLETTI ,",
"Mauro",
"GARTH ,",
"Bryant",
"BARCELLOS , Ana Paula de",
"BARBOSA MOREIRA , José Carlos",
"MARINONI , Luiz Guilherme",
"Fredie Didier Jr .",
"WAMBIER , Teresa Arruda Alvim",
"MEDINA , José Miguel Garcia",
"Fredie Didier",
"GRECO , Leonardo",
"BERIZONCE , Roberto Omar",
"GOMES , Flávio Marcelo",
"FARIAS , Cristiano Chaves de",
"Fredie Didier Jr .",
"CHAVES , Adalgisa Wiedemann",
"Belmiro Pedro Welter",
"Rolf Hanssen Madaleno",
"THEODORO JÚNIOR , Humberto",
"FARIA , Juliana Cordeiro",
"Carlos Valder do Nascimento",
"José Augusto Delgado",
"ARMENLIN , Donaldo",
"Carlos Valder do Nascimento",
"José",
"36",
"BARBOSA MOREIRA , José Carlos",
"MARINONI , Luiz Guilherme",
"Fredie Didier Jr .",
"WAMBIER , Teresa Arruda Alvim",
"MEDINA , José Miguel Garcia",
"Fredie Didier",
"GRECO , Leonardo",
"BERIZONCE , Roberto Omar",
"GOMES , Flávio Marcelo",
"FARIAS , Cristiano Chaves de",
"Fredie Didier Jr .",
"CHAVES , Adalgisa Wiedemann",
"Belmiro Pedro Welter",
"Rolf Hanssen Madaleno",
"THEODORO JÚNIOR , Humberto",
"FARIA , Juliana Cordeiro",
"Carlos Valder do Nascimento",
"José Augusto Delgado",
"ARMENLIN , Donaldo",
"Carlos Valder do Nascimento",
"José",
"36",
"Augusto Delgado",
"CÂMARA , Alexandre Freitas",
"Fredie Didier Jr .",
"NETO , Odilon Romano",
"DIAS , Maria Berenice",
"CÂMARA , Alexandre Freitas",
"Fredie Didier Jr .",
"NETO , Odilon Romano",
"DIAS , Maria Berenice",
"Michele Taruffo39",
"Carl Hempel",
"Karl Popper40",
"Leonardo Greco",
"ALMEIDA , Diogo Assumpção Rezende de",
"GRECO , Leonardo",
"TARUFFO , Michele",
"ALMEIDA , Diogo Assumpção Rezende de",
"Michele Taruffo39",
"Carl Hempel",
"Karl Popper40",
"Leonardo Greco",
"ALMEIDA , Diogo Assumpção Rezende de",
"GRECO , Leonardo",
"TARUFFO , Michele",
"ALMEIDA , Diogo Assumpção Rezende de",
"GRECO , Leonardo",
"Michele Taruffo",
"BOERIA , Alfredo Gilberto",
"GRECO , Leonardo",
"Michele Taruffo",
"BOERIA , Alfredo Gilberto",
"Alfredo Gilberto Boeira",
"TRACHTENBERG , Anete",
"BOERIA , Alfredo Gilberto",
"Alfredo Gilberto Boeira",
"TRACHTENBERG , Anete",
"BOERIA , Alfredo Gilberto",
"TRACHTENBERG ,",
"Anete",
"GRECO ,",
"Leonardo",
"ALMEIDA , Diogo Assumpção Rezende de",
"TRACHTENBERG , Anete",
"MIRZA , Flávio",
"COSTA , Vladimir Morcillo da",
"MORAES , Maria Celina Bodin de",
"TRACHTENBERG , Anete",
"GRECO ,",
"Leonardo",
"ALMEIDA , Diogo Assumpção Rezende de",
"TRACHTENBERG , Anete",
"MIRZA , Flávio",
"COSTA , Vladimir Morcillo da",
"MORAES , Maria Celina Bodin de",
"Marco Aurélio",
"Marco Aurélio",
"Robert Alexy",
"NETO , Cláudio Pereira de Souza",
"Robert Alexy",
"NETO , Cláudio Pereira de Souza",
"BARBOSA MOREIRA , José Carlos",
"BARBOSA MOREIRA , José Carlos",
"SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA",
"CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO",
"SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA",
"CESAR ASFOR ROCHA",
"RUY ROSADO DE AGUIAR",
"BARROS MONTEIRO",
"ALDIR PASSARINHO JUNIOR",
"Néri da Silveira",
"ELLEN GRACIE",
"SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA",
"CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO",
"SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA",
"CESAR ASFOR ROCHA",
"RUY ROSADO DE AGUIAR",
"BARROS MONTEIRO",
"ALDIR PASSARINHO JUNIOR",
"Néri da Silveira",
"ELLEN GRACIE",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Sandra Cureau",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Sandra Cureau",
"Dias Toffoli",
"Fux",
"Fux",
"Toffoli",
"Robert Alexy",
"Robert Alexy",
"Klaus Gunther",
"Klaus Gunther",
"Dias Toffoli",
"Fux",
"Fux",
"Toffoli",
"Robert Alexy",
"Robert Alexy",
"Klaus Gunther",
"Klaus Gunther",
"Robert Alexy",
"Dias Toffoli",
"Robert Alexy",
"Dias Toffoli",
"JOAQUIM BARBOSA",
"JOAQUIM BARBOSA",
"JOAQUIM BARBOSA",
"JOAQUIM BARBOSA",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Luiz Fux",
"Ricardo Lewandowski",
"AYRES BRITTO",
"Luiz Fux",
"Ricardo Lewandowski",
"AYRES BRITTO",
"Lewandowski",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"Lewandowski",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"Lewandowski",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"Lewandowski",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"CEZAR PELUSO",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"CEZAR PELUSO",
"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
"AYRES BRITTO",
"CEZAR PELUSO",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"CEZAR PELUSO",
"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Luiz Fux",
"Ricardo Lewandowski",
"Fux",
"José Afonso da Silva",
"AYRES BRITTO",
"Luiz Fux",
"Ricardo Lewandowski",
"Fux",
"José Afonso da Silva",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Fux",
"GILMAR MENDES",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Fux",
"GILMAR MENDES",
"Dias Toffoli",
"Britto",
"Peluso",
"Britto",
"Marco Aurélio",
"Francisco Rezek",
"MARCO AURÉLIO",
"CEZAR PELUSO",
"Dias Toffoli",
"Britto",
"Peluso",
"Britto",
"Marco Aurélio",
"Francisco Rezek",
"MARCO AURÉLIO",
"CEZAR PELUSO",
"GILMAR MENDES",
"MARCO AURÉLIO",
"LUIZ FUX",
"Marco Aurélio",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
"MARCO AURÉLIO",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"MARCO AURÉLIO",
"LUIZ FUX",
"Marco Aurélio",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
"MARCO AURÉLIO",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"GILMAR MENDES",
"LUIZ FUX",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"GILMAR MENDES",
"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"GILMAR MENDES",
"AYRES BRITTO",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"DIAS TOFFOLI",
"Gilmar Mendes",
"AYRES BRITTO",
"DIAS TOFFOLI",
"CEZAR PELUSO",
"DIAS TOFFOLI",
"GILMAR MENDES",
"DIAS TOFFOLI",
"Gilmar Mendes",
"AYRES BRITTO",
"DIAS TOFFOLI",
"CEZAR PELUSO",
"DIAS TOFFOLI",
"GILMAR MENDES",
"CEZAR PELUSO",
"AYRES BRITTO",
"CEZAR PELUSO",
"AYRES BRITTO",
"CEZAR PELUSO",
"LUIZ FUX",
"Dias Toffoli",
"MARCO AURÉLIO",
"LUIZ FUX",
"MARCO AURÉLIO",
"CEZAR PELUSO",
"AYRES BRITTO",
"CEZAR PELUSO",
"AYRES BRITTO",
"CEZAR PELUSO",
"LUIZ FUX",
"Dias Toffoli",
"MARCO",
"LUIZ FUX",
"MARCO AURÉLIO",
"GILMAR MENDES",
"LUIZ FUX",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"CEZAR PELUSO",
"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
"CEZAR PELUSO",
"LUIZ FUX",
"CEZAR PELUSO",
"LUIZ FUX",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"CEZAR PELUSO",
"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
"CEZAR PELUSO",
"LUIZ FUX",
"CEZAR PELUSO",
"GILMAR MENDES",
"LUIZ FUX",
"CEZAR PELUSO",
"Toffoli",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"CEZAR PELUSO",
"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
"CEZAR PELUSO",
"Toffoli",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"CEZAR PELUSO",
"AYRES BRITTO",
"GILMAR MENDES",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"Lewandowski",
"Fux",
"LUIZ FUX",
"GILMAR MENDES",
"CEZAR PELUSO",
"Gilmar",
"LUIZ FUX",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"Lewandowski",
"Fux",
"LUIZ FUX",
"GILMAR MENDES",
"CEZAR PELUSO",
"Gilmar",
"LUIZ FUX",
"GILMAR MENDES",
"CEZAR PELUSO",
"MARCO AURÉLIO",
"DIAS TOFFOLI",
"CEZAR PELUSO",
"DIAS TOFFOLI",
"CÁRMEN LÚCIA",
"GILMAR MENDES",
"CEZAR PELUSO",
"MARCO AURÉLIO",
"DIAS TOFFOLI",
"CEZAR PELUSO",
"DIAS TOFFOLI",
"CÁRMEN LÚCIA",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"CEZAR PELUSO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"LUIZ FUX",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CEZAR PELUSO",
"LUIZ FUX",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Gilmar Mendes",
"CÁRMEN LÚCIA",
"LUIZ FUX",
"GILMAR MENDES",
"CEZAR PELUSO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"LUIZ FUX",
"CEZAR PELUSO",
"LUIZ FUX",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Gilmar Mendes",
"CÁRMEN LÚCIA",
"LUIZ FUX",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"MARCO AURÉLIO",
"CEZAR PELUSO",
"DIAS TOFFOLI",
"CEZAR PELUSO",
"MARCO AURÉLIO",
"GILMAR MENDES",
"MARCO AURÉLIO",
"LUIZ FUX",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"MARCO AURÉLIO",
"CEZAR PELUSO",
"DIAS TOFFOLI",
"CEZAR PELUSO",
"MARCO AURÉLIO",
"GILMAR MENDES",
"MARCO AURÉLIO",
"LUIZ FUX",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"GILMAR MENDES",
"CEZAR PELUSO",
"LUIZ FUX",
"DIAS TOFFOLI",
"GILMAR MENDES",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"DIAS TOFFOLI",
"CEZAR PELUSO",
"LUIZ FUX",
"DIAS TOFFOLI",
"GILMAR MENDES",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"DIAS TOFFOLI",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"Luiz Fux",
"AYRES BRITTO",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ FUX",
"Gilmar",
"GILMAR MENDES",
"Luiz Fux",
"AYRES BRITTO",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ FUX",
"Gilmar",
"GILMAR MENDES",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ FUX",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"LUIZ FUX",
"CEZAR PELUSO",
"LUIZ FUX",
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"Fux",
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"LUIZ FUX",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"LUIZ FUX",
"CEZAR PELUSO",
"LUIZ FUX",
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"GILMAR MENDES",
"Fux",
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"RICARDO LEWANDOWSKI",
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"Sepúlveda Pertence",
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"Pertence",
"GILMAR MENDES",
"CEZAR PELUSO",
"GILMAR MENDES",
"MARCO AURÉLIO",
"GILMAR MENDES",
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"GILMAR MENDES",
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"Sepúlveda Pertence",
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"CEZAR PELUSO",
"GILMAR MENDES",
"MARCO AURÉLIO",
"GILMAR MENDES",
"CEZAR PELUSO",
"GILMAR MENDES",
"Sepúlveda Pertence",
"Sepúlveda Pertence",
"MARCO AURÉLIO",
"GILMAR MENDES",
"Luiz Fux",
"GILMAR MENDES",
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"GILMAR MENDES",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"GILMAR MENDES",
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"GILMAR MENDES",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
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"Carlos Alberto Menezes Direito",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
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"CEZAR PELUSO",
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"CEZAR PELUSO",
"Moreira Alves",
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"AYRES BRITTO",
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"CEZAR PELUSO",
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"AYRES BRITTO",
"DIAS TOFFOLI",
"CEZAR PELUSO",
"DIAS TOFFOLI",
"CEZAR PELUSO",
"CEZAR PELUSO",
"CEZAR PELUSO",
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"Marco Aurélio",
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"Marco Aurélio",
"Marco Aurélio",
"CEZAR PELUSO",
"Marco Aurélio",
"Marco Aurélio",
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"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
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"Cristiano Chaves de Farias",
"Fredie Didier Jr .",
"Cristiano Chaves de Farias",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Fredie Didier Jr .",
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"Cândido Rangel Dinamarco",
"Fredie Didier Jr .",
"Paula Sarno Braga",
"Rafael Oliveira",
"Cândido Rangel Dinamarco",
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"Sálvio de Figueiredo Teixeira",
"Cândido Rangel Dinamarco",
"Sálvio de Figueiredo Teixeira",
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"José Afonso da Silva",
"Cândido Rangel Dinamarco",
"José Afonso da Silva",
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"Cezar Peluso",
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"Ricardo Lewandowski",
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"Dias Toffoli",
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"DIAS TOFFOLI",
"DIEGO GOIÁ SCHMALTZ",
"ARTHUR HENRIQUE DE PONTES",
"MARCUS AURÉLIO DIAS DE PAIVA",
"GOIÁ FONSECA RATES",
"RAIMUNDO JOÃO COELHO",
"Ricardo Lewandowski",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Cezar Peluso",
"Ellen Gracie",
"Marcus Aurélio Dias de Paiva",
"Roberto Monteiro Gurgel Santos",
"Ayres Britto",
"Marco Aurélio",
"Cezar Peluso",
"Celso de Mello",
"Ellen Gracie",
"Cezar Peluso",
"Marco Aurélio",
"Ellen Gracie",
"Gilmar Mendes",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
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"Dias Toffoli",
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"04",
".",
"2011",
"02",
".",
"06",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"09",
".",
"09",
".",
"2010",
"26",
".",
"10",
".",
"2010",
"07",
".",
"04",
".",
"2011",
"02",
".",
"06",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
02/08/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 102.650 PARÁ
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:MARIA DE FÁTIMA ALVES GOMES
PACTE.(S)
:LUIS SOUSA TRINDADE
PACTE.(S)
:LUIZ CLÁUDIO FERNANDES DOS SANTOS
PACTE.(S)
:ALESSANDRO DE ARAÚJO PINHEIRO
PACTE.(S)
:JAILSON DA LUZ DOS SANTOS
PACTE.(S)
:ANTÔNIO GUILHERME DOS SANTOS DANTAS
PACTE.(S)
:ELTON BATISTA DE SOUZA
PACTE.(S)
:BRUNO SILVA DA SILVA
PACTE.(S)
:ANTÔNIO ALVES DE SOUZA
PACTE.(S)
:MAX ALVES CARDOSO
PACTE.(S)
:JULIO CEZAR DOS SANTOS BEZERRA
PACTE.(S)
:EDSON JOSÉ SOUZA BARBOSA
PACTE.(S)
:SANDRO MAX SOUSA VAZ
PACTE.(S)
:VALDEMIR CUNHA OUEIRAS
PACTE.(S)
:JOÃO SOUZA DOS SANTOS JÚNIOR
PACTE.(S)
:DENILSON ROBERTO PIMENTEL FERREIRA
PACTE.(S)
:JUCÉLIO FERREIRA MONTEIRO
PACTE.(S)
:THIAGO DEIVISON DA SILVA KODANI
PACTE.(S)
:SEVERINO DO RAMO ELIAS DOS SANTOS
PACTE.(S)
:RONALDO NOGUEIRA DE OLIVEIRA
PACTE.(S)
:LUIS RAIMUNDO DA SILVA CAMPOS
PACTE.(S)
:CARLOS BARRETO GADELHA
PACTE.(S)
:DENIS ADRIANE PINHEIRO
PACTE.(S)
:CONCEIÇÃO DOS SANTOS MENESES
PACTE.(S)
:ROSILDA DA CONCEIÇÃO DE OLIVEIRA
PACTE.(S)
:WILSON HOLANDA GUIMARÃES
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA: HABEAS CORPUS. TRANCAMENTO DE AÇÃO PENAL.
INÉPCIA DA DENÚNCIA. CRIME DE AUTORIA COLETIVA.
NARRATIVA ACUSATÓRIA QUE ATENDE AO COMANDO DO ART. 41
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1629568.
Supremo Tribunal Federal
DJe 19/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 11
Ementa e Acórdão
HC 102.650 / PA
DO CPP. ORDEM DENEGADA.
1. O trancamento da ação penal é medida restrita a situações que se
reportem a conduta não-constitutiva de crime em tese, ou quando já
estiver extinta a punibilidade, ou, ainda, se não ocorrentes indícios
mínimos da autoria (HCs 87.310, 91.005 e RHC 88.139, da minha relatoria;
HC 87.293, da relatoria do ministro Eros Grau; HC 85.740, da relatoria do
ministro Ricardo Lewandowski; e HC 85.134, da relatoria do ministro
Marco Aurélio).
2. No modelo acusatório definido pelo inciso I do art. 129 da
Constituição Federal, a imputação do fato-crime, como regra, compete ao
Ministério Público. Ministério Público a quem incumbe a observância das
balizas dos arts. 41 e 395 do Código de Processo Penal. Isso porque a
admissibilidade da denúncia se afere quando satisfeitos os requisitos do
art. 41, sem que ela, denúncia, incorra nas impropriedades do art. 395 do
Código de Processo Penal.
3. É assente na doutrina e na jurisprudência que a acusação
formalizada pelo Ministério Público deve conter a exposição do fato
criminoso, ou em tese criminoso, com todas as suas circunstâncias, de par
com a qualificação do acusado, ou, de todo modo, esclarecimentos que
possam viabilizar a defesa do acusado. Isso para que o contraditório e a
ampla defesa se estabeleçam nos devidos termos.
4. Não é inepta a denúncia que descreve, suficientemente, os fatos
supostamente ilícitos e permite aos acusados o exercício da ampla defesa.
5. Ordem denegada.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em denegar a ordem, o que
fazem nos termos do voto do Relator e por unanimidade de votos, em
sessão presidida pelo Ministro Ayres Britto, na conformidade da ata do
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1629568.
Supremo Tribunal Federal
HC 102.650 / PA
DO CPP. ORDEM DENEGADA.
1. O trancamento da ação penal é medida restrita a situações que se
reportem a conduta não-constitutiva de crime em tese, ou quando já
estiver extinta a punibilidade, ou, ainda, se não ocorrentes indícios
mínimos da autoria (HCs 87.310, 91.005 e RHC 88.139, da minha relatoria;
HC 87.293, da relatoria do ministro Eros Grau; HC 85.740, da relatoria do
ministro Ricardo Lewandowski; e HC 85.134, da relatoria do ministro
Marco Aurélio).
2. No modelo acusatório definido pelo inciso I do art. 129 da
Constituição Federal, a imputação do fato-crime, como regra, compete ao
Ministério Público. Ministério Público a quem incumbe a observância das
balizas dos arts. 41 e 395 do Código de Processo Penal. Isso porque a
admissibilidade da denúncia se afere quando satisfeitos os requisitos do
art. 41, sem que ela, denúncia, incorra nas impropriedades do art. 395 do
Código de Processo Penal.
3. É assente na doutrina e na jurisprudência que a acusação
formalizada pelo Ministério Público deve conter a exposição do fato
criminoso, ou em tese criminoso, com todas as suas circunstâncias, de par
com a qualificação do acusado, ou, de todo modo, esclarecimentos que
possam viabilizar a defesa do acusado. Isso para que o contraditório e a
ampla defesa se estabeleçam nos devidos termos.
4. Não é inepta a denúncia que descreve, suficientemente, os fatos
supostamente ilícitos e permite aos acusados o exercício da ampla defesa.
5. Ordem denegada.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em denegar a ordem, o que
fazem nos termos do voto do Relator e por unanimidade de votos, em
sessão presidida pelo Ministro Ayres Britto, na conformidade da ata do
2
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 11
Ementa e Acórdão
HC 102.650 / PA
julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 2 de agosto de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
3
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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HC 102.650 / PA
julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 2 de agosto de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
3
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Relatório
02/08/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 102.650 PARÁ
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:MARIA DE FÁTIMA ALVES GOMES
PACTE.(S)
:LUIS SOUSA TRINDADE
PACTE.(S)
:LUIZ CLÁUDIO FERNANDES DOS SANTOS
PACTE.(S)
:ALESSANDRO DE ARAÚJO PINHEIRO
PACTE.(S)
:JAILSON DA LUZ DOS SANTOS
PACTE.(S)
:ANTÔNIO GUILHERME DOS SANTOS DANTAS
PACTE.(S)
:ELTON BATISTA DE SOUZA
PACTE.(S)
:BRUNO SILVA DA SILVA
PACTE.(S)
:ANTÔNIO ALVES DE SOUZA
PACTE.(S)
:MAX ALVES CARDOSO
PACTE.(S)
:JULIO CEZAR DOS SANTOS BEZERRA
PACTE.(S)
:EDSON JOSÉ SOUZA BARBOSA
PACTE.(S)
:SANDRO MAX SOUSA VAZ
PACTE.(S)
:VALDEMIR CUNHA OUEIRAS
PACTE.(S)
:JOÃO SOUZA DOS SANTOS JÚNIOR
PACTE.(S)
:DENILSON ROBERTO PIMENTEL FERREIRA
PACTE.(S)
:JUCÉLIO FERREIRA MONTEIRO
PACTE.(S)
:THIAGO DEIVISON DA SILVA KODANI
PACTE.(S)
:SEVERINO DO RAMO ELIAS DOS SANTOS
PACTE.(S)
:RONALDO NOGUEIRA DE OLIVEIRA
PACTE.(S)
:LUIS RAIMUNDO DA SILVA CAMPOS
PACTE.(S)
:CARLOS BARRETO GADELHA
PACTE.(S)
:DENIS ADRIANE PINHEIRO
PACTE.(S)
:CONCEIÇÃO DOS SANTOS MENESES
PACTE.(S)
:ROSILDA DA CONCEIÇÃO DE OLIVEIRA
PACTE.(S)
:WILSON HOLANDA GUIMARÃES
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Supremo Tribunal Federal
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02/08/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 102.650 PARÁ
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:MARIA DE FÁTIMA ALVES GOMES
PACTE.(S)
:LUIS SOUSA TRINDADE
PACTE.(S)
:LUIZ CLÁUDIO FERNANDES DOS SANTOS
PACTE.(S)
:ALESSANDRO DE ARAÚJO PINHEIRO
PACTE.(S)
:JAILSON DA LUZ DOS SANTOS
PACTE.(S)
:ANTÔNIO GUILHERME DOS SANTOS DANTAS
PACTE.(S)
:ELTON BATISTA DE SOUZA
PACTE.(S)
:BRUNO SILVA DA SILVA
PACTE.(S)
:ANTÔNIO ALVES DE SOUZA
PACTE.(S)
:MAX ALVES CARDOSO
PACTE.(S)
:JULIO CEZAR DOS SANTOS BEZERRA
PACTE.(S)
:EDSON JOSÉ SOUZA BARBOSA
PACTE.(S)
:SANDRO MAX SOUSA VAZ
PACTE.(S)
:VALDEMIR CUNHA OUEIRAS
PACTE.(S)
:JOÃO SOUZA DOS SANTOS JÚNIOR
PACTE.(S)
:DENILSON ROBERTO PIMENTEL FERREIRA
PACTE.(S)
:JUCÉLIO FERREIRA MONTEIRO
PACTE.(S)
:THIAGO DEIVISON DA SILVA KODANI
PACTE.(S)
:SEVERINO DO RAMO ELIAS DOS SANTOS
PACTE.(S)
:RONALDO NOGUEIRA DE OLIVEIRA
PACTE.(S)
:LUIS RAIMUNDO DA SILVA CAMPOS
PACTE.(S)
:CARLOS BARRETO GADELHA
PACTE.(S)
:DENIS ADRIANE PINHEIRO
PACTE.(S)
:CONCEIÇÃO DOS SANTOS MENESES
PACTE.(S)
:ROSILDA DA CONCEIÇÃO DE OLIVEIRA
PACTE.(S)
:WILSON HOLANDA GUIMARÃES
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
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Relatório
HC 102.650 / PA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Trata-se de habeas corpus, aparelhado com pedido de medida liminar,
impetrado contra acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça.
Acórdão que recusou a tese de inépcia da denúncia.
2. Pois bem, a Defensoria Pública da União reitera, aqui, a
necessidade de se proclamar a inépcia da inicial acusatória. Argumenta
que a peça inaugural não contempla uma precisa descrição dos fatos
delituosos imputados aos pacientes. Pacientes acusados dos crimes de
dano ao patrimônio público (inciso III do parágrafo único do art. 163 do
CP), fuga de pessoa presa (§ 1º do art. 351 do CP), exercício arbitrário das
próprias razões (art. 345 do CP) e incitação ao crime (art. 286 do CP);
sendo certo que os pacientes Luis Cláudio Fernandes dos Santos e Wilson
Holanda Guimarães também estão denunciados por falsidade ideológica
(art. 299 do CP). Daí o pedido de trancamento da ação penal a que
respondem os pacientes.
3. Já me encaminhando para o desfecho deste relatório, anoto que
indeferi a medida liminar requerida. Na seqüência, abri vista dos autos à
Procuradoria-Geral da República. Órgão que opinou pelo indeferimento
da ordem.
É o relatório.
* * * * * * * * * * *
2
Supremo Tribunal Federal
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HC 102.650 / PA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Trata-se de habeas corpus, aparelhado com pedido de medida liminar,
impetrado contra acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça.
Acórdão que recusou a tese de inépcia da denúncia.
2. Pois bem, a Defensoria Pública da União reitera, aqui, a
necessidade de se proclamar a inépcia da inicial acusatória. Argumenta
que a peça inaugural não contempla uma precisa descrição dos fatos
delituosos imputados aos pacientes. Pacientes acusados dos crimes de
dano ao patrimônio público (inciso III do parágrafo único do art. 163 do
CP), fuga de pessoa presa (§ 1º do art. 351 do CP), exercício arbitrário das
próprias razões (art. 345 do CP) e incitação ao crime (art. 286 do CP);
sendo certo que os pacientes Luis Cláudio Fernandes dos Santos e Wilson
Holanda Guimarães também estão denunciados por falsidade ideológica
(art. 299 do CP). Daí o pedido de trancamento da ação penal a que
respondem os pacientes.
3. Já me encaminhando para o desfecho deste relatório, anoto que
indeferi a medida liminar requerida. Na seqüência, abri vista dos autos à
Procuradoria-Geral da República. Órgão que opinou pelo indeferimento
da ordem.
É o relatório.
* * * * * * * * * * *
2
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 11
Voto - MIN. AYRES BRITTO
02/08/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 102.650 PARÁ
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Feito o relatório, passo ao voto. Fazendo-o, relembro, de saída, a
pacífica jurisprudência do Supremo Tribunal Federal quanto à
excepcionalidade do trancamento de ação penal pela via processualmente
acanhada do habeas corpus. Jurisprudência, essa, assentada na idéia-força
de que o trancamento da ação penal é medida restrita a situações que se
reportem a conduta não-constitutiva de crime em tese, ou quando já
estiver extinta a punibilidade, ou, ainda, se não ocorrentes indícios
mínimos da autoria (HCs 87.310, 91.005 e RHC 88.139, da minha relatoria;
HC 87.293, da relatoria do ministro Eros Grau; HC 85.740, da relatoria do
ministro Ricardo Lewandowski; e HC 85.134, da relatoria do ministro
Marco Aurélio).
6. Externando por outra forma a idéia: é por efeito do sistema de
comandos da Constituição Federal que a via contida do habeas corpus não
se presta para a renovação de atos próprios da instrução criminal. Quero
dizer: a Constituição Federal de 1988, ao cuidar dele, habeas corpus, pelo
inciso LXVIII do art. 5º, autoriza o respectivo manejo “sempre que alguém
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção”. Mas a Constituição não pára por aí e arremata o discurso, “por
ilegalidade ou abuso de poder”.
7. De outro modo, aliás, não podia ser, pois ilegalidade e abuso de
poder não se presumem; ao contrário, a presunção é exatamente inversa.
Pelo que, de duas uma: ou os autos dão conta de uma violência indevida,
de um cerceio absolutamente antijurídico por abuso de poder ou por
ilegalidade, ou de habeas corpus não se pode socorrer o paciente, dado que
tal ação constitucional perde sua prestimosidade. É que o indeferimento
do habeas corpus não é uma exceção; exceção é o trancamento da ação
penal à luz desses elementos interpretativos diretamente hauridos da
Constituição.
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
02/08/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 102.650 PARÁ
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Feito o relatório, passo ao voto. Fazendo-o, relembro, de saída, a
pacífica jurisprudência do Supremo Tribunal Federal quanto à
excepcionalidade do trancamento de ação penal pela via processualmente
acanhada do habeas corpus. Jurisprudência, essa, assentada na idéia-força
de que o trancamento da ação penal é medida restrita a situações que se
reportem a conduta não-constitutiva de crime em tese, ou quando já
estiver extinta a punibilidade, ou, ainda, se não ocorrentes indícios
mínimos da autoria (HCs 87.310, 91.005 e RHC 88.139, da minha relatoria;
HC 87.293, da relatoria do ministro Eros Grau; HC 85.740, da relatoria do
ministro Ricardo Lewandowski; e HC 85.134, da relatoria do ministro
Marco Aurélio).
6. Externando por outra forma a idéia: é por efeito do sistema de
comandos da Constituição Federal que a via contida do habeas corpus não
se presta para a renovação de atos próprios da instrução criminal. Quero
dizer: a Constituição Federal de 1988, ao cuidar dele, habeas corpus, pelo
inciso LXVIII do art. 5º, autoriza o respectivo manejo “sempre que alguém
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção”. Mas a Constituição não pára por aí e arremata o discurso, “por
ilegalidade ou abuso de poder”.
7. De outro modo, aliás, não podia ser, pois ilegalidade e abuso de
poder não se presumem; ao contrário, a presunção é exatamente inversa.
Pelo que, de duas uma: ou os autos dão conta de uma violência indevida,
de um cerceio absolutamente antijurídico por abuso de poder ou por
ilegalidade, ou de habeas corpus não se pode socorrer o paciente, dado que
tal ação constitucional perde sua prestimosidade. É que o indeferimento
do habeas corpus não é uma exceção; exceção é o trancamento da ação
penal à luz desses elementos interpretativos diretamente hauridos da
Constituição.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 11
Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 102.650 / PA
8. Dito isso, consigno que, no modelo acusatório definido pelo inciso
I do art. 129 da Constituição Federal (“São funções institucionais do
Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma
da lei”), a imputação do fato-crime, como regra, compete ao Ministério
Público. Ministério Público a quem incumbe a observância das balizas
dos arts. 41 e 395 do Código de Processo Penal. Isso porque a
admissibilidade da denúncia se afere quando satisfeitos os requisitos do
art. 41, sem que ela, denúncia, incorra nas impropriedades do art. 395 do
Código de Processo Penal.
9. Nesse rumo de idéias, é assente na doutrina e na jurisprudência
que a acusação formalizada pelo Ministério Público deve conter a
exposição do fato criminoso, ou em tese criminoso, com todas as suas
circunstâncias, de par com a qualificação do acusado, ou, de todo modo,
esclarecimentos que possam viabilizar a defesa do acusado. Isso para que
o contraditório e a ampla defesa se estabeleçam nos devidos termos.
Estou a dizer: a higidez da denúncia opera, ela mesma, como uma
garantia do acusado. Garantia que, por um lado, abre caminho para o
mais desembaraçado exercício da ampla defesa e, por outro, controla a
atuação judicial. Tanto é assim que:
“[...] o réu não poderá jamais ser condenado pela prática
de fato não constante da denúncia ou da queixa, ou ainda por
fato diverso daquele ali mencionado, sem que antes se proceda
à correção da inicial […].
Tem-se, portanto, que o princípio da correlação entre o
pedido e a sentença, absolutória ou condenatória, em sede de
processo penal, há de se arrimar na causa petendi, isto é, no caso
penal trazido a juízo, consistente na imputação da prática de
determinada conduta, comissiva ou omissiva, que configure
específica modalidade delituosa.”
10. Nessa ambiência protetora do indivíduo acusado da prática de
um delito, temos aqui no Supremo Tribunal Federal uma jurisprudência
muito firme, quando se trata de imputação de crime de autoria coletiva.
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
HC 102.650 / PA
8. Dito isso, consigno que, no modelo acusatório definido pelo inciso
I do art. 129 da Constituição Federal (“São funções institucionais do
Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma
da lei”), a imputação do fato-crime, como regra, compete ao Ministério
Público. Ministério Público a quem incumbe a observância das balizas
dos arts. 41 e 395 do Código de Processo Penal. Isso porque a
admissibilidade da denúncia se afere quando satisfeitos os requisitos do
art. 41, sem que ela, denúncia, incorra nas impropriedades do art. 395 do
Código de Processo Penal.
9. Nesse rumo de idéias, é assente na doutrina e na jurisprudência
que a acusação formalizada pelo Ministério Público deve conter a
exposição do fato criminoso, ou em tese criminoso, com todas as suas
circunstâncias, de par com a qualificação do acusado, ou, de todo modo,
esclarecimentos que possam viabilizar a defesa do acusado. Isso para que
o contraditório e a ampla defesa se estabeleçam nos devidos termos.
Estou a dizer: a higidez da denúncia opera, ela mesma, como uma
garantia do acusado. Garantia que, por um lado, abre caminho para o
mais desembaraçado exercício da ampla defesa e, por outro, controla a
atuação judicial. Tanto é assim que:
“[...] o réu não poderá jamais ser condenado pela prática
de fato não constante da denúncia ou da queixa, ou ainda por
fato diverso daquele ali mencionado, sem que antes se proceda
à correção da inicial […].
Tem-se, portanto, que o princípio da correlação entre o
pedido e a sentença, absolutória ou condenatória, em sede de
processo penal, há de se arrimar na causa petendi, isto é, no caso
penal trazido a juízo, consistente na imputação da prática de
determinada conduta, comissiva ou omissiva, que configure
específica modalidade delituosa.”
10. Nessa ambiência protetora do indivíduo acusado da prática de
um delito, temos aqui no Supremo Tribunal Federal uma jurisprudência
muito firme, quando se trata de imputação de crime de autoria coletiva.
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 11
Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 102.650 / PA
Jurisprudência que não aceita uma denúncia de todo genérica, é certo,
mas que admite uma denúncia mais ou menos genérica, pois, em se
tratando de delitos multitudinários, fica muito difícil individualizar, a
priori, a exata participação de cada um dos agentes nos delitos.
11. Na concreta situação destes autos, a denúncia assim descreveu os
fatos delituosos:
“Noticiam os presentes autos de IP que, no dia 7 de
outubro do corrente ano policiais militares encontravam-se em
uma viatura policial passando em ronda na frente da Delegacia
de Polícia de Santo Antônio do Tauá, quando por volta das 9h,
avistaram um grupo de pessoas que gritavam por justiça em
relação à morte de uma criança que ocorreu naquele município.
Em seguida, eis que surgiu uma multidão que retornava do
enterro da criança, sendo que essas pessoas enfurecidas
tentaram invadir a DEPOL, passando a jogar pedras, vindo a
quebrar os vidros da janela. Nesse momento, todos que se na
Delegacia, dali se retiraram, inclusive o delegado, o qual
procurou estabelecer um diálogo com as pessoas que
protestavam da delegacia.
Com efeito, uma guarnição do 12º BPM de Santa Izabel,
que havia se deslocado para Santo Antônio do Tauá, ao chegar
naquele município e ser avistada por populares também passou
a ser apedrejada. Não obstante, a VTR da Polícia Civil de Santo
Antônio do Tauá também foi destruída ela multidão.
Outrossim, os revoltosos além de promoverem a
destruição da Delegacia de Polícia de Santo Antônio do Tauá e
das viaturas policiais, passaram a incitar a população a
praticarem conjuntamente com os mesmos danos ao patrimônio
público, bem como possibilitaram a fuga dos presos
custodiados na DEPOL.
Diante da calamitosa situação, fez-se necessário o
emprego de força por parte de policiais civis e militares,
visando conter a multidão de revoltosos, passando a utilizar
munições não letais. Em face da ação policial, populares se
afastaram da frente da DEPOL, quando então uma guarnição
3
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Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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HC 102.650 / PA
Jurisprudência que não aceita uma denúncia de todo genérica, é certo,
mas que admite uma denúncia mais ou menos genérica, pois, em se
tratando de delitos multitudinários, fica muito difícil individualizar, a
priori, a exata participação de cada um dos agentes nos delitos.
11. Na concreta situação destes autos, a denúncia assim descreveu os
fatos delituosos:
“Noticiam os presentes autos de IP que, no dia 7 de
outubro do corrente ano policiais militares encontravam-se em
uma viatura policial passando em ronda na frente da Delegacia
de Polícia de Santo Antônio do Tauá, quando por volta das 9h,
avistaram um grupo de pessoas que gritavam por justiça em
relação à morte de uma criança que ocorreu naquele município.
Em seguida, eis que surgiu uma multidão que retornava do
enterro da criança, sendo que essas pessoas enfurecidas
tentaram invadir a DEPOL, passando a jogar pedras, vindo a
quebrar os vidros da janela. Nesse momento, todos que se na
Delegacia, dali se retiraram, inclusive o delegado, o qual
procurou estabelecer um diálogo com as pessoas que
protestavam da delegacia.
Com efeito, uma guarnição do 12º BPM de Santa Izabel,
que havia se deslocado para Santo Antônio do Tauá, ao chegar
naquele município e ser avistada por populares também passou
a ser apedrejada. Não obstante, a VTR da Polícia Civil de Santo
Antônio do Tauá também foi destruída ela multidão.
Outrossim, os revoltosos além de promoverem a
destruição da Delegacia de Polícia de Santo Antônio do Tauá e
das viaturas policiais, passaram a incitar a população a
praticarem conjuntamente com os mesmos danos ao patrimônio
público, bem como possibilitaram a fuga dos presos
custodiados na DEPOL.
Diante da calamitosa situação, fez-se necessário o
emprego de força por parte de policiais civis e militares,
visando conter a multidão de revoltosos, passando a utilizar
munições não letais. Em face da ação policial, populares se
afastaram da frente da DEPOL, quando então uma guarnição
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 102.650 / PA
do Grupamento Tático de Castanhal, Polícia Civil e Militar de
Santa Isabel, Castanhal e Vigia conseguiram isolar a Delegacia e
ao mesmo tempo acalmar os ânimos dos revoltosos.
Concomitantemente, passaram a realizar a detenção dos
nacionais que praticaram aludidos fatos, ora denunciados.
Neste sentido, após o 1º TEM QOPM Vítor realizado o devido
reconhecimento de todos os envolvidos, o mesmo acionou o
condutor de tropa da PMPA, dando voz de prisão aos mesmos
e, ato contínuo, os apresentou perante a autoridade policial, na
Delegacia do Centro de Castanhal\Pará para lavratura do
procedimento pertinente.
Salienta-se que a multidão de desordeiros ainda tentou
invadir o Fórum da cidade, vindo a danificar as vidraças da
janela do mesmo, sendo impedidos por policiais militares.
Cumpre sinalar que os denunciados Luis Carlos Ferreira
da Silva e Wilson Holanda de Souza, quando estavam sendo
autuados em flagrante delito, forneceram nomes errados,
descobrindo-se,
posteriormente,
que
se
chama,
respectivamente, Luis Cláudio Fernandes dos Santos e Wilson
Holanda Guimarães, motivo pelo qual, além dos crimes que
perpetraram, cometeram o crime de falsidade ideológica.
Com efeito, tem-se que a materialidade delitiva restou
evidenciada através dos depoimentos das testemunhas oculares
e do Laudo Pericial de Danos, que será acostado aos autos. A
autoria, por sua vez, restou evidenciada através dos
depoimentos testemunhais.”
12. Nessa contextura, tenho por desatendidos os pressupostos para o
encerramento prematuro da ação penal a que respondem os pacientes. É
que a inicial acusatória descreve, suficientemente, os fatos supostamente
ilícitos. Mais: a denúncia foi oferecida de modo a permitir o exercício da
ampla defesa. Pelo que não a tenho como fruto de um descuidado, ou de
um arbitrário exercício do poder-dever de promover a ação penal pública.
Noutro falar: a denúncia atende aos requisitos do art. 41 do Código de
Processo Penal, sem incidir nas hipóteses de rejeição do art. 395 do
mesmo diploma adjetivo. Digo isso porque a peça ministerial pública
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do Grupamento Tático de Castanhal, Polícia Civil e Militar de
Santa Isabel, Castanhal e Vigia conseguiram isolar a Delegacia e
ao mesmo tempo acalmar os ânimos dos revoltosos.
Concomitantemente, passaram a realizar a detenção dos
nacionais que praticaram aludidos fatos, ora denunciados.
Neste sentido, após o 1º TEM QOPM Vítor realizado o devido
reconhecimento de todos os envolvidos, o mesmo acionou o
condutor de tropa da PMPA, dando voz de prisão aos mesmos
e, ato contínuo, os apresentou perante a autoridade policial, na
Delegacia do Centro de Castanhal\Pará para lavratura do
procedimento pertinente.
Salienta-se que a multidão de desordeiros ainda tentou
invadir o Fórum da cidade, vindo a danificar as vidraças da
janela do mesmo, sendo impedidos por policiais militares.
Cumpre sinalar que os denunciados Luis Carlos Ferreira
da Silva e Wilson Holanda de Souza, quando estavam sendo
autuados em flagrante delito, forneceram nomes errados,
descobrindo-se,
posteriormente,
que
se
chama,
respectivamente, Luis Cláudio Fernandes dos Santos e Wilson
Holanda Guimarães, motivo pelo qual, além dos crimes que
perpetraram, cometeram o crime de falsidade ideológica.
Com efeito, tem-se que a materialidade delitiva restou
evidenciada através dos depoimentos das testemunhas oculares
e do Laudo Pericial de Danos, que será acostado aos autos. A
autoria, por sua vez, restou evidenciada através dos
depoimentos testemunhais.”
12. Nessa contextura, tenho por desatendidos os pressupostos para o
encerramento prematuro da ação penal a que respondem os pacientes. É
que a inicial acusatória descreve, suficientemente, os fatos supostamente
ilícitos. Mais: a denúncia foi oferecida de modo a permitir o exercício da
ampla defesa. Pelo que não a tenho como fruto de um descuidado, ou de
um arbitrário exercício do poder-dever de promover a ação penal pública.
Noutro falar: a denúncia atende aos requisitos do art. 41 do Código de
Processo Penal, sem incidir nas hipóteses de rejeição do art. 395 do
mesmo diploma adjetivo. Digo isso porque a peça ministerial pública
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 102.650 / PA
descreveu os fatos tidos por delituosos com todas as suas circunstâncias
até então conhecidas, de modo a permitir o amplo exercício do direito de
defesa dos acusados.
13. Esse o quadro, acolho o parecer da Procuradoria-Geral da
República e denego a ordem.
14. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
5
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HC 102.650 / PA
descreveu os fatos tidos por delituosos com todas as suas circunstâncias
até então conhecidas, de modo a permitir o amplo exercício do direito de
defesa dos acusados.
13. Esse o quadro, acolho o parecer da Procuradoria-Geral da
República e denego a ordem.
14. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
5
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 11
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 102.650
PROCED. : PARÁ
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S) : MARIA DE FÁTIMA ALVES GOMES
PACTE.(S) : LUIS SOUSA TRINDADE
PACTE.(S) : LUIZ CLÁUDIO FERNANDES DOS SANTOS
PACTE.(S) : ALESSANDRO DE ARAÚJO PINHEIRO
PACTE.(S) : JAILSON DA LUZ DOS SANTOS
PACTE.(S) : ANTÔNIO GUILHERME DOS SANTOS DANTAS
PACTE.(S) : ELTON BATISTA DE SOUZA
PACTE.(S) : BRUNO SILVA DA SILVA
PACTE.(S) : ANTÔNIO ALVES DE SOUZA
PACTE.(S) : MAX ALVES CARDOSO
PACTE.(S) : JULIO CEZAR DOS SANTOS BEZERRA
PACTE.(S) : EDSON JOSÉ SOUZA BARBOSA
PACTE.(S) : SANDRO MAX SOUSA VAZ
PACTE.(S) : VALDEMIR CUNHA OUEIRAS
PACTE.(S) : JOÃO SOUZA DOS SANTOS JÚNIOR
PACTE.(S) : DENILSON ROBERTO PIMENTEL FERREIRA
PACTE.(S) : JUCÉLIO FERREIRA MONTEIRO
PACTE.(S) : THIAGO DEIVISON DA SILVA KODANI
PACTE.(S) : SEVERINO DO RAMO ELIAS DOS SANTOS
PACTE.(S) : RONALDO NOGUEIRA DE OLIVEIRA
PACTE.(S) : LUIS RAIMUNDO DA SILVA CAMPOS
PACTE.(S) : CARLOS BARRETO GADELHA
PACTE.(S) : DENIS ADRIANE PINHEIRO
PACTE.(S) : CONCEIÇÃO DOS SANTOS MENESES
PACTE.(S) : ROSILDA DA CONCEIÇÃO DE OLIVEIRA
PACTE.(S) : WILSON HOLANDA GUIMARÃES
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Denegada a ordem, nos termos do voto do Relator.
Decisão unânime. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim
Barbosa. 2ª Turma, 02.08.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Ellen Gracie e Gilmar
Mendes. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis
Vieira Sanseverino.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 102.650
PROCED. : PARÁ
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S) : MARIA DE FÁTIMA ALVES GOMES
PACTE.(S) : LUIS SOUSA TRINDADE
PACTE.(S) : LUIZ CLÁUDIO FERNANDES DOS SANTOS
PACTE.(S) : ALESSANDRO DE ARAÚJO PINHEIRO
PACTE.(S) : JAILSON DA LUZ DOS SANTOS
PACTE.(S) : ANTÔNIO GUILHERME DOS SANTOS DANTAS
PACTE.(S) : ELTON BATISTA DE SOUZA
PACTE.(S) : BRUNO SILVA DA SILVA
PACTE.(S) : ANTÔNIO ALVES DE SOUZA
PACTE.(S) : MAX ALVES CARDOSO
PACTE.(S) : JULIO CEZAR DOS SANTOS BEZERRA
PACTE.(S) : EDSON JOSÉ SOUZA BARBOSA
PACTE.(S) : SANDRO MAX SOUSA VAZ
PACTE.(S) : VALDEMIR CUNHA OUEIRAS
PACTE.(S) : JOÃO SOUZA DOS SANTOS JÚNIOR
PACTE.(S) : DENILSON ROBERTO PIMENTEL FERREIRA
PACTE.(S) : JUCÉLIO FERREIRA MONTEIRO
PACTE.(S) : THIAGO DEIVISON DA SILVA KODANI
PACTE.(S) : SEVERINO DO RAMO ELIAS DOS SANTOS
PACTE.(S) : RONALDO NOGUEIRA DE OLIVEIRA
PACTE.(S) : LUIS RAIMUNDO DA SILVA CAMPOS
PACTE.(S) : CARLOS BARRETO GADELHA
PACTE.(S) : DENIS ADRIANE PINHEIRO
PACTE.(S) : CONCEIÇÃO DOS SANTOS MENESES
PACTE.(S) : ROSILDA DA CONCEIÇÃO DE OLIVEIRA
PACTE.(S) : WILSON HOLANDA GUIMARÃES
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Denegada a ordem, nos termos do voto do Relator.
Decisão unânime. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim
Barbosa. 2ª Turma, 02.08.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Ellen Gracie e Gilmar
Mendes. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis
Vieira Sanseverino.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1376148
Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 11
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1641785 | 2011-08-02T00:00:00 | 2011-12-19T00:00:00 | Denegada a ordem, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 02.08.2011. | HABEAS CORPUS | Ementa: HABEAS CORPUS. TRANCAMENTO DE AÇÃO PENAL. INÉPCIA DA DENÚNCIA. CRIME DE AUTORIA COLETIVA. NARRATIVA ACUSATÓRIA QUE ATENDE AO COMANDO DO ART. 41 DO CPP. ORDEM DENEGADA.
1. O trancamento da ação penal é medida restrita a situações que se reportem a conduta não-constitutiva de crime em tese, ou quando já estiver extinta a punibilidade, ou, ainda, se não ocorrentes indícios mínimos da autoria (HCs 87.310, 91.005 e RHC 88.139, da minha relatoria; HC 87.293, da relatoria do ministro Eros Grau; HC 85.740, da relatoria do ministro Ricardo Lewandowski; e HC 85.134, da relatoria do ministro Marco Aurélio).
2. No modelo acusatório definido pelo inciso I do art. 129 da Constituição Federal, a imputação do fato-crime, como regra, compete ao Ministério Público. Ministério Público a quem incumbe a observância das balizas dos arts. 41 e 395 do Código de Processo Penal. Isso porque a admissibilidade da denúncia se afere quando satisfeitos os requisitos do art. 41, sem que ela, denúncia, incorra nas impropriedades do art. 395 do Código de Processo Penal.
3. É assente na doutrina e na jurisprudência que a acusação formalizada pelo Ministério Público deve conter a exposição do fato criminoso, ou em tese criminoso, com todas as suas circunstâncias, de par com a qualificação do acusado, ou, de todo modo, esclarecimentos que possam viabilizar a defesa do acusado. Isso para que o contraditório e a ampla defesa se estabeleçam nos devidos termos.
4. Não é inepta a denúncia que descreve, suficientemente, os fatos supostamente ilícitos e permite aos acusados o exercício da ampla defesa.
5. Ordem denegada. | sjur203157 | - Acórdãos citados: HC 85740, HC 87293, HC 87310, RHC 88139.
Número de páginas: 11.
Análise: 09/01/2012, MMR.
Revisão: 18/01/2012, KBP. | AYRES BRITTO | Segunda Turma | 102650 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00005 INC-00068 ART-00129 INC-00001 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\r\n ART-00041 ART-00395 \r\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL"
] | HC | acordaos | HC 102650 | [
""
] | PACTE.(S) : MARIA DE FÁTIMA ALVES GOMES
PACTE.(S) : LUIS SOUSA TRINDADE
PACTE.(S) : LUIZ CLÁUDIO FERNANDES DOS SANTOS
PACTE.(S) : ALESSANDRO DE ARAÚJO PINHEIRO
PACTE.(S) : JAILSON DA LUZ DOS SANTOS
PACTE.(S) : ANTÔNIO GUILHERME DOS SANTOS DANTAS
PACTE.(S) : ELTON BATISTA DE SOUZA
PACTE.(S) : BRUNO SILVA DA SILVA
PACTE.(S) : ANTÔNIO ALVES DE SOUZA
PACTE.(S) : MAX ALVES CARDOSO
PACTE.(S) : JULIO CEZAR DOS SANTOS BEZERRA
PACTE.(S) : EDSON JOSÉ SOUZA BARBOSA
PACTE.(S) : SANDRO MAX SOUSA VAZ
PACTE.(S) : VALDEMIR CUNHA OUEIRAS
PACTE.(S) : JOÃO SOUZA DOS SANTOS JÚNIOR
PACTE.(S) : DENILSON ROBERTO PIMENTEL FERREIRA
PACTE.(S) : JUCÉLIO FERREIRA MONTEIRO
PACTE.(S) : THIAGO DEIVISON DA SILVA KODANI
PACTE.(S) : SEVERINO DO RAMO ELIAS DOS SANTOS
PACTE.(S) : RONALDO NOGUEIRA DE OLIVEIRA
PACTE.(S) : LUIS RAIMUNDO DA SILVA CAMPOS
PACTE.(S) : CARLOS BARRETO GADELHA
PACTE.(S) : DENIS ADRIANE PINHEIRO
PACTE.(S) : CONCEIÇÃO DOS SANTOS MENESES
PACTE.(S) : ROSILDA DA CONCEIÇÃO DE OLIVEIRA
PACTE.(S) : WILSON HOLANDA GUIMARÃES
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
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"JURISPRUDENCIA": [
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"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"arts . 41 e 395 do Código de Processo Penal",
"art . 395 do Código de Processo Penal",
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"art . 163 do CP",
"§ [UNK] do art . 351 do CP",
"art . 345 do CP",
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"§ [UNK] do art . 351 do CP",
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"Constituição Federal de 1988",
"Constituição",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"Constituição Federal de 1988",
"Constituição",
"Constituição",
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"arts . 41 e 395 do Código de Processo Penal",
"art . 395 do Código de Processo Penal",
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"LOCAL": [
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"Brasília",
"Brasília",
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"PARÁ",
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"Santo Antônio do Tauá",
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"Santo Antônio do Tauá",
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"Santo Antônio do Tauá",
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"Santa Isabel",
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"PARÁ"
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"Ministério Público",
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"Brasil",
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"Geral da República",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Defensoria Pública da União",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Ministério Público",
"Ministério Público",
"Ministério Público",
"Ministério Público",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Ministério Público",
"Ministério Público",
"Ministério Público",
"Ministério Público",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] BPM de Santa Izabel",
"Polícia Civil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Delegacia de Polícia de",
"[UNK] BPM de Santa Izabel",
"Polícia",
"Delegacia de Polícia de",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Grupamento Tático de Castanhal",
"Polícia Civil",
"PMPA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Grupamento Tático de Castanhal",
"Polícia Civil",
"[UNK] TEM QOPM",
"PMPA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo",
"Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"AYRES BRITTO",
"MARIA DE FÁTIMA ALVES GOMES",
"LUIS SOUSA TRINDADE",
"LUIZ CLÁUDIO FERNANDES DOS SANTOS",
"ALESSANDRO DE ARAÚJO PINHEIRO",
"JAILSON DA LUZ DOS SANTOS",
"ANTÔNIO GUILHERME DOS SANTOS DANTAS",
"ELTON BATISTA DE SOUZA",
"BRUNO SILVA DA SILVA",
"ANTÔNIO ALVES DE SOUZA",
"MAX ALVES CARDOSO",
"JULIO CEZAR DOS SANTOS BEZERRA",
"EDSON JOSÉ SOUZA BARBOSA",
"SANDRO MAX SOUSA VAZ",
"VALDEMIR CUNHA OUEIRAS",
"JOÃO SOUZA DOS SANTOS JÚNIOR",
"DENILSON ROBERTO PIMENTEL FERREIRA",
"JUCÉLIO FERREIRA MONTEIRO",
"THIAGO DEIVISON DA SILVA KODANI",
"ELIAS DOS SANTOS",
"RONALDO NOGUEIRA DE OLIVEIRA",
"LUIS RAIMUNDO DA SILVA CAMPOS",
"CARLOS BARRETO GADELHA",
"DENIS ADRIANE PINHEIRO",
"CONCEIÇÃO DOS SANTOS MENESES",
"ROSILDA DA CONCEIÇÃO DE OLIVEIRA",
"WILSON HOLANDA GUIMARÃES",
"Eros Grau",
"Ricardo Lewandowski",
"Marco Aurélio",
"Ayres Britto",
"Eros Grau",
"Ricardo Lewandowski",
"Marco Aurélio",
"Ayres Britto",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"MARIA DE FÁTIMA ALVES GOMES",
"LUIS SOUSA TRINDADE",
"LUIZ CLÁUDIO FERNANDES DOS SANTOS",
"ALESSANDRO DE ARAÚJO PINHEIRO",
"JAILSON DA LUZ DOS SANTOS",
"ANTÔNIO GUILHERME DOS SANTOS DANTAS",
"ELTON BATISTA DE SOUZA",
"BRUNO SILVA DA SILVA",
"ANTÔNIO ALVES DE SOUZA",
"MAX ALVES CARDOSO",
"JULIO CEZAR DOS SANTOS BEZERRA",
"EDSON JOSÉ SOUZA BARBOSA",
"SANDRO MAX SOUSA VAZ",
"VALDEMIR CUNHA OUEIRAS",
"JOÃO SOUZA DOS SANTOS JÚNIOR",
"DENILSON ROBERTO PIMENTEL FERREIRA",
"JUCÉLIO FERREIRA MONTEIRO",
"THIAGO DEIVISON DA SILVA KODANI",
"ELIAS DOS SANTOS",
"RONALDO NOGUEIRA DE OLIVEIRA",
"LUIS RAIMUNDO DA SILVA CAMPOS",
"CARLOS BARRETO GADELHA",
"DENIS ADRIANE PINHEIRO",
"CONCEIÇÃO DOS SANTOS MENESES",
"ROSILDA DA CONCEIÇÃO DE OLIVEIRA",
"WILSON HOLANDA GUIMARÃES",
"AYRES BRITTO",
"MARIA DE FÁTIMA ALVES GOMES",
"LUIS SOUSA",
"LUIZ CLÁUDIO FERNANDES DOS SANTOS",
"ALESSANDRO DE ARAÚJO PINHEIRO",
"JAILSON DA LUZ DOS SANTOS",
"ANTÔNIO GUILHERME DOS SANTOS DANTAS",
"ELTON BATISTA DE SOUZA",
"BRUNO SILVA DA SILVA",
"ANTÔNIO ALVES DE SOUZA",
"MAX ALVES CARDOSO",
"JULIO CEZAR DOS SANTOS BEZERRA",
"EDSON JOSÉ SOUZA BARBOSA",
"SANDRO MAX SOUSA VAZ",
"VALDEMIR CUNHA OUEIRAS",
"JOÃO SOUZA DOS SANTOS JÚNIOR",
"DENILSON ROBERTO PIMENTEL FERREIRA",
"JUCÉLIO FERREIRA MONTEIRO",
"THIAGO DEIVISON DA SILVA KODANI",
"SEVERINO DO RAMO ELIAS DOS SANTOS",
"RONALDO NOGUEIRA DE OLIVEIRA",
"LUIS RAIMUNDO DA SILVA CAMPOS",
"CARLOS BARRETO GADELHA",
"DENIS ADRIANE PINHEIRO",
"CONCEIÇÃO DOS SANTOS MENESES",
"ROSILDA DA CONCEIÇÃO DE OLIVEIRA",
"WILSON HOLANDA GUIMARÃES",
"AYRES BRITTO",
"Luis Cláudio Fernandes dos Santos",
"Wilson Holanda Guimarães",
"AYRES BRITTO",
"Luis Cláudio Fernandes dos Santos",
"Wilson Holanda Guimarães",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Eros Grau",
"Ricardo Lewandowski",
"Marco Aurélio",
"AYRES BRITTO",
"Eros Grau",
"Ricardo Lewandowski",
"Marco Aurélio",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Luis Carlos Ferreira da Silva",
"Wilson Holanda de Souza",
"Luis Cláudio Fernandes dos Santos",
"Wilson Holanda Guimarães",
"Luis Carlos Ferreira da Silva",
"Wilson Holanda de Souza",
"Luis Cláudio Fernandes dos Santos",
"Wilson Holanda Guimarães",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"MARIA DE FÁTIMA ALVES GOMES",
"LUIS SOUSA TRINDADE",
"LUIZ CLÁUDIO FERNANDES DOS SANTOS",
"ALESSANDRO DE ARAÚJO PINHEIRO",
"JAILSON DA LUZ DOS SANTOS",
"ANTÔNIO GUILHERME DOS SANTOS DANTAS",
"ELTON BATISTA DE SOUZA",
"BRUNO SILVA DA SILVA",
"ANTÔNIO ALVES DE SOUZA",
"MAX ALVES CARDOSO",
"JULIO CEZAR DOS SANTOS BEZERRA",
"EDSON JOSÉ SOUZA BARBOSA",
"SANDRO MAX SOUSA VAZ",
"VALDEMIR CUNHA OUEIRAS",
"JOÃO SOUZA DOS SANTOS JÚNIOR",
"DENILSON ROBERTO PIMENTEL FERREIRA",
"JUCÉLIO FERREIRA MONTEIRO",
"THIAGO DEIVISON DA SILVA KODANI",
"ELIAS DOS SANTOS",
"RONALDO NOGUEIRA DE OLIVEIRA",
"LUIS RAIMUNDO DA SILVA CAMPOS",
"CARLOS BARRETO GADELHA",
"DENIS ADRIANE PINHEIRO",
"CONCEIÇÃO DOS SANTOS MENESES",
"ROSILDA DA CONCEIÇÃO DE OLIVEIRA",
"WILSON HOLANDA GUIMARÃES",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Ellen Gracie",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Francisco de Assis Vieira Sanseverino",
"Karima Batista Kassab",
"AYRES BRITTO",
"MARIA DE FÁTIMA ALVES GOMES",
"LUIS SOUSA TRINDADE",
"LUIZ CLÁUDIO FERNANDES DOS SANTOS",
"ALESSANDRO DE ARAÚJO PINHEIRO",
"JAILSON DA LUZ DOS SANTOS",
"ANTÔNIO GUILHERME DOS SANTOS DANTAS",
"ELTON BATISTA DE SOUZA",
"BRUNO SILVA DA SILVA",
"ANTÔNIO ALVES DE SOUZA",
"MAX ALVES CARDOSO",
"JULIO CEZAR DOS SANTOS BEZERRA",
"EDSON JOSÉ SOUZA BARBOSA",
"SANDRO MAX SOUSA VAZ",
"VALDEMIR CUNHA OUEIRAS",
"JOÃO SOUZA DOS SANTOS JÚNIOR",
"DENILSON ROBERTO PIMENTEL FERREIRA",
"JUCÉLIO FERREIRA MONTEIRO",
"THIAGO DEIVISON DA SILVA KODANI",
"ELIAS DOS SANTOS",
"RONALDO NOGUEIRA DE OLIVEIRA",
"LUIS RAIMUNDO DA SILVA CAMPOS",
"CARLOS BARRETO GADELHA",
"DENIS ADRIANE PINHEIRO",
"CONCEIÇÃO DOS SANTOS MENESES",
"ROSILDA DA CONCEIÇÃO DE OLIVEIRA",
"WILSON HOLANDA GUIMARÃES",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Ellen Gracie",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
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"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"02",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2 de agosto",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2 de agosto de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"02",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"02",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"02",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"02",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"7 de outubro do corrente ano",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"7 de outubro do corrente ano",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"02",
".",
"08",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"02",
".",
"08",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
09/08/2011
SEGUNDA TURMA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 108.970 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
RECTE.(S)
:HUDSON RAMON DE FREITAS SILVA
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR
PÚBLICO-GERAL
DO
DISTRITO
FEDERAL E TERRITÓRIOS
RECDO.(A/S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
EMENTA:
RECURSO ORDINÁRIO EM
HABEAS CORPUS.
NATUREZA FORMAL DO DELITO DE CORRUPÇÃO DE MENORES.
REDAÇÃO DO ART. 244-B DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE. PROTEÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.
FINALIDADE IMEDIATA DA NORMA PENAL.
1. Prevalece nesta Casa de Justiça o entendimento de que o crime em
causa é de natureza formal, bastando a prova, portanto, da participação
do menor em delito capitaneado por adulto.
2. A tese de que o delito do art. 244-B do Estatuto da Criança e do
Adolescente exige prova da efetiva corrupção do menor implica, por via
transversa, a aceitação do discurso de que nem todas as crianças e
adolescentes merecem (ou podem receber) a proteção da norma penal.
Conclusão inadmissível, se se tem em mente que a principal diretriz
hermenêutica do cientista e operador do direito é conferir o máximo de
eficácia à Constituição, mormente naqueles dispositivos que mais
nitidamente revelem a identidade ou os traços fisionômicos dela própria,
como é o tema dos direitos e garantias individuais.
3. Recurso ordinário em habeas corpus improvido.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em negar provimento ao
recurso ordinário, o que fazem nos termos do voto do Relator e por
unanimidade de votos, em sessão presidida pelo Ministro Ayres Britto, na
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1629732.
Supremo Tribunal Federal
DJe 19/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8
Ementa e Acórdão
RHC 108.970 / DF
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 09 de agosto de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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RHC 108.970 / DF
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 09 de agosto de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8
Relatório
09/08/2011
SEGUNDA TURMA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 108.970 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
RECTE.(S)
:HUDSON RAMON DE FREITAS SILVA
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR
PÚBLICO-GERAL
DO
DISTRITO
FEDERAL E TERRITÓRIOS
RECDO.(A/S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Trata-se de recurso ordinário em habeas corpus, manejado contra
acórdão do Superior Tribunal de Justiça, que validou a condenação do
paciente pelo delito de corrupção de menores (à época dos fatos,
tipificado pelo art. 1º da Lei 2.252/1954). Eis a ementa do julgado:
“HABEAS CORPUS. ROUBO CIRCUNSTANCIADO.
CORRUPÇÃO
DE
MENORES.
ABSOLVIÇÃO.
INSUFICIÊNCIA DE PROVAS. ATIPICIDADE. CRIME
FORMAL. PRESCINDIBILIDADE DE PROVA DA EFETIVA
CORRUPÇÃO
DO
MENOR.
NECESSIDADE
DE
REVOLVIMENTO APROFUNDADO DE MATÉRIA FÁTICO-
PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE NA VIA ESTREITA DO
WRIT. ORDEM DENEGADA.
1. A alegada inocência do paciente, a ensejar a pretendida
absolvição, é questão que demanda aprofundada análise de
provas, o que é vedado na via estreita do remédio
constitucional, que possui rito célere e desprovido de dilação
probatória.
2. No processo penal brasileiro vigora o princípio do livre
convencimento, em que o julgador, desde que de forma
fundamentada, pode decidir pela condenação, não cabendo,
então, na angusta via do writ o exame aprofundado de prova no
intuito de reanalisar as razões e motivos pelos quais as
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09/08/2011
SEGUNDA TURMA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 108.970 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
RECTE.(S)
:HUDSON RAMON DE FREITAS SILVA
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR
PÚBLICO-GERAL
DO
DISTRITO
FEDERAL E TERRITÓRIOS
RECDO.(A/S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Trata-se de recurso ordinário em habeas corpus, manejado contra
acórdão do Superior Tribunal de Justiça, que validou a condenação do
paciente pelo delito de corrupção de menores (à época dos fatos,
tipificado pelo art. 1º da Lei 2.252/1954). Eis a ementa do julgado:
“HABEAS CORPUS. ROUBO CIRCUNSTANCIADO.
CORRUPÇÃO
DE
MENORES.
ABSOLVIÇÃO.
INSUFICIÊNCIA DE PROVAS. ATIPICIDADE. CRIME
FORMAL. PRESCINDIBILIDADE DE PROVA DA EFETIVA
CORRUPÇÃO
DO
MENOR.
NECESSIDADE
DE
REVOLVIMENTO APROFUNDADO DE MATÉRIA FÁTICO-
PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE NA VIA ESTREITA DO
WRIT. ORDEM DENEGADA.
1. A alegada inocência do paciente, a ensejar a pretendida
absolvição, é questão que demanda aprofundada análise de
provas, o que é vedado na via estreita do remédio
constitucional, que possui rito célere e desprovido de dilação
probatória.
2. No processo penal brasileiro vigora o princípio do livre
convencimento, em que o julgador, desde que de forma
fundamentada, pode decidir pela condenação, não cabendo,
então, na angusta via do writ o exame aprofundado de prova no
intuito de reanalisar as razões e motivos pelos quais as
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8
Relatório
RHC 108.970 / DF
instâncias anteriores formaram convicção pela prolação de
decisão repressiva em desfavor do paciente.
3. O entendimento firmado por esta Corte de Justiça é no
sentido de que o crime tipificado no art. 1º da Lei 2.252⁄54 é
formal, ou seja, para a sua caracterização não é necessária a
prova da efetiva e posterior corrupção do menor, bastando a
comprovação da participação do inimputável em prática
delituosa na companhia de maior de 18 anos (Precedentes STJ).
4. Ordem denegada.”
2. Pois bem, a Defensoria Pública do Distrito Federal e Territórios
postula o reconhecimento da atipicidade da conduta protagonizada pelo
paciente. Isso, em síntese, sob a alegação de que, “embora o delito possa ser
considerado como formal, consumando-se quando da indução de uma infração
penal, o certo é que o bem jurídico protegido, qual seja, a formação moral do
menor, quando da prática do fato, ainda deve existir, pois o que se pretende
tutelar já não pode mais ser guarnecido”.
3. À derradeira, consigno que, à falta de pedido de medida liminar,
abri vista dos autos imediatamente à Procuradoria-Geral da República.
Órgão que opinou pelo desprovimento do recurso.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1629733.
Supremo Tribunal Federal
RHC 108.970 / DF
instâncias anteriores formaram convicção pela prolação de
decisão repressiva em desfavor do paciente.
3. O entendimento firmado por esta Corte de Justiça é no
sentido de que o crime tipificado no art. 1º da Lei 2.252⁄54 é
formal, ou seja, para a sua caracterização não é necessária a
prova da efetiva e posterior corrupção do menor, bastando a
comprovação da participação do inimputável em prática
delituosa na companhia de maior de 18 anos (Precedentes STJ).
4. Ordem denegada.”
2. Pois bem, a Defensoria Pública do Distrito Federal e Territórios
postula o reconhecimento da atipicidade da conduta protagonizada pelo
paciente. Isso, em síntese, sob a alegação de que, “embora o delito possa ser
considerado como formal, consumando-se quando da indução de uma infração
penal, o certo é que o bem jurídico protegido, qual seja, a formação moral do
menor, quando da prática do fato, ainda deve existir, pois o que se pretende
tutelar já não pode mais ser guarnecido”.
3. À derradeira, consigno que, à falta de pedido de medida liminar,
abri vista dos autos imediatamente à Procuradoria-Geral da República.
Órgão que opinou pelo desprovimento do recurso.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8
Voto - MIN. AYRES BRITTO
09/08/2011
SEGUNDA TURMA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 108.970 DISTRITO FEDERAL
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Feito o relatório, passo ao voto. Fazendo-o, anoto que, há muito, se
discute a natureza do delito de corrupção de menores. Nem mesmo a
recente redação do art. 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente
(incluída pela Lei 12.015/2009, que expressamente revogou a Lei
2.252/1954) pôs termo aos acessos debates doutrinários e jurisprudenciais
sobre o tema. Seja como for, prevalece nesta Casa de Justiça o
entendimento de que o crime em causa é de natureza formal, bastando a
prova, portanto, da participação do menor em delito capitaneado por
adulto.
6. Pois bem, não posso deixar de mencionar que a tese defensiva me
fez refletir sobre a jurisprudência aqui já consolidada. Isso porque, de
fato, uma leitura prefacial dos autos pode desembocar na seguinte
conclusão: só se pode corromper o jovem que já não está corrompido.
Lógico! Aliás, seria lógico não fosse o fato de estarmos a falar d’ua norma
que não tem outro fim imediato senão a proteção da criança e do
adolescente. Proteção que concretiza o conjunto de direitos e garantias
constitucionais que se lê na cabeça do art. 227 da Constituição Federal, in
verbis:
“Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação,
ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”
7. Com efeito, acolher a tese de que o delito em causa exige prova da
efetiva corrupção do menor implica, por via transversa, a aceitação do
discurso de que nem todas as crianças e adolescentes merecem (ou
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
09/08/2011
SEGUNDA TURMA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 108.970 DISTRITO FEDERAL
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Feito o relatório, passo ao voto. Fazendo-o, anoto que, há muito, se
discute a natureza do delito de corrupção de menores. Nem mesmo a
recente redação do art. 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente
(incluída pela Lei 12.015/2009, que expressamente revogou a Lei
2.252/1954) pôs termo aos acessos debates doutrinários e jurisprudenciais
sobre o tema. Seja como for, prevalece nesta Casa de Justiça o
entendimento de que o crime em causa é de natureza formal, bastando a
prova, portanto, da participação do menor em delito capitaneado por
adulto.
6. Pois bem, não posso deixar de mencionar que a tese defensiva me
fez refletir sobre a jurisprudência aqui já consolidada. Isso porque, de
fato, uma leitura prefacial dos autos pode desembocar na seguinte
conclusão: só se pode corromper o jovem que já não está corrompido.
Lógico! Aliás, seria lógico não fosse o fato de estarmos a falar d’ua norma
que não tem outro fim imediato senão a proteção da criança e do
adolescente. Proteção que concretiza o conjunto de direitos e garantias
constitucionais que se lê na cabeça do art. 227 da Constituição Federal, in
verbis:
“Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação,
ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”
7. Com efeito, acolher a tese de que o delito em causa exige prova da
efetiva corrupção do menor implica, por via transversa, a aceitação do
discurso de que nem todas as crianças e adolescentes merecem (ou
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
RHC 108.970 / DF
podem receber) a proteção da norma penal. Ou seja: antes de se
criminalizar o adulto que, na companhia de menor de dezoito anos,
comete crime, acabar-se-ia precarizando (com a desproteção) aquele que a
Constituição quis mais fortemente proteger. Conclusão inadmissível, se se
tem em mente que a principal diretriz hermenêutica do cientista e
operador do direito é conferir o máximo de eficácia à Constituição,
mormente naqueles dispositivos que mais nitidamente revelem a
identidade ou os traços fisionômicos dela própria, como é o tema dos
direitos e garantias individuais. Confira-se:
“[...]
5.7.2. A Constituição é norma em sentido material, tem
força normativa própria (KONRAD HESSE) e deve ser
interpretada de acordo com a sua mais alta hierarquia; ou seja,
à lei maior deve corresponder u'a maior eficácia. Exceto se a
própria norma constitucional, inequivocamente, pedir o
adjutório de regra intercalar para a plenificação dos seus
efeitos. Noutros termos, no ápice do dilema entre reconhecer a
pleno-operância de uma norma constitucional e sua
dependência de regração de menor estirpe, a opção do exegeta
só pode ser pela operância plena da regra maior.
[...]
5.7.10. Nessa mesma direção, imaginemos uma fundada
hesitação exegética entre ampliar ou restringir a eficácia de uma
norma constitucional que outorgue direito individual oponível
ao Estado. Qual a preferência do intérprete? A preferência é
pelo fortalecimento eficacial da norma, sabido que os direitos e
garantia individuais cumprem o papel técnico e até mesmo
histórico de afirmar o princípio da dignidade da pessoa
humana e assim conter o Poder em certos limites. E a
Democracia política vive é de técnicas restritivas do Poder, ora
diretamente, ora de esguelha, e não de mecanismos
ampliadores das competências governamentais para além dos
estritos limites da necessidade do exercício delas.
[...]”
(Teoria da Constituição, Editora Forense, ano de 2003, pp. 198/200, 1ª
2
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RHC 108.970 / DF
podem receber) a proteção da norma penal. Ou seja: antes de se
criminalizar o adulto que, na companhia de menor de dezoito anos,
comete crime, acabar-se-ia precarizando (com a desproteção) aquele que a
Constituição quis mais fortemente proteger. Conclusão inadmissível, se se
tem em mente que a principal diretriz hermenêutica do cientista e
operador do direito é conferir o máximo de eficácia à Constituição,
mormente naqueles dispositivos que mais nitidamente revelem a
identidade ou os traços fisionômicos dela própria, como é o tema dos
direitos e garantias individuais. Confira-se:
“[...]
5.7.2. A Constituição é norma em sentido material, tem
força normativa própria (KONRAD HESSE) e deve ser
interpretada de acordo com a sua mais alta hierarquia; ou seja,
à lei maior deve corresponder u'a maior eficácia. Exceto se a
própria norma constitucional, inequivocamente, pedir o
adjutório de regra intercalar para a plenificação dos seus
efeitos. Noutros termos, no ápice do dilema entre reconhecer a
pleno-operância de uma norma constitucional e sua
dependência de regração de menor estirpe, a opção do exegeta
só pode ser pela operância plena da regra maior.
[...]
5.7.10. Nessa mesma direção, imaginemos uma fundada
hesitação exegética entre ampliar ou restringir a eficácia de uma
norma constitucional que outorgue direito individual oponível
ao Estado. Qual a preferência do intérprete? A preferência é
pelo fortalecimento eficacial da norma, sabido que os direitos e
garantia individuais cumprem o papel técnico e até mesmo
histórico de afirmar o princípio da dignidade da pessoa
humana e assim conter o Poder em certos limites. E a
Democracia política vive é de técnicas restritivas do Poder, ora
diretamente, ora de esguelha, e não de mecanismos
ampliadores das competências governamentais para além dos
estritos limites da necessidade do exercício delas.
[...]”
(Teoria da Constituição, Editora Forense, ano de 2003, pp. 198/200, 1ª
2
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
RHC 108.970 / DF
tiragem.)
8. Assim postas as coisas, não tenho alternativa senão acompanhar a
linha de interpretação prevalecente no Supremo Tribunal Federal. Forma
de equacionar a controvérsia, segundo a qual, “ainda que o menor possua
antecedentes infracionais, resta configurado o delito de corrupção de menores,
porquanto o bem jurídico tutelado pela norma incriminadora refere-se à defesa da
moralidade da criança e do adolescente e visa, sobretudo, a impedir que o maior
de 18 anos induza ou facilite a inserção do menor na esfera criminal” (trecho do
voto do ministro Gilmar Mendes, relator do RHC 107.623, julgado em
26/04/2011). Equivale a dizer: para a caracterização do delito de corrupção
de menores, basta que se comprove a associação criminosa do agente
adulto com a criança ou com o adolescente.
9. Nessa linha de compreensão da matéria, não vejo como
desqualificar as decisões das instâncias precedentes. Decisões embasadas
na premissa de que “basta a participação do inimputável para que se verifique
a subsunção da conduta do réu ao tipo. A lei não determina que o menor seja
honesto ou mesmo ‘não corrompido’, nem exige a demonstração do resultado”
(trecho do voto condutor do acórdão do Tribunal de Justiça do Distrito
Federal e dos Territórios).
10. Por tudo quanto posto, desprovejo o recurso.
11. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
3
Supremo Tribunal Federal
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RHC 108.970 / DF
tiragem.)
8. Assim postas as coisas, não tenho alternativa senão acompanhar a
linha de interpretação prevalecente no Supremo Tribunal Federal. Forma
de equacionar a controvérsia, segundo a qual, “ainda que o menor possua
antecedentes infracionais, resta configurado o delito de corrupção de menores,
porquanto o bem jurídico tutelado pela norma incriminadora refere-se à defesa da
moralidade da criança e do adolescente e visa, sobretudo, a impedir que o maior
de 18 anos induza ou facilite a inserção do menor na esfera criminal” (trecho do
voto do ministro Gilmar Mendes, relator do RHC 107.623, julgado em
26/04/2011). Equivale a dizer: para a caracterização do delito de corrupção
de menores, basta que se comprove a associação criminosa do agente
adulto com a criança ou com o adolescente.
9. Nessa linha de compreensão da matéria, não vejo como
desqualificar as decisões das instâncias precedentes. Decisões embasadas
na premissa de que “basta a participação do inimputável para que se verifique
a subsunção da conduta do réu ao tipo. A lei não determina que o menor seja
honesto ou mesmo ‘não corrompido’, nem exige a demonstração do resultado”
(trecho do voto condutor do acórdão do Tribunal de Justiça do Distrito
Federal e dos Territórios).
10. Por tudo quanto posto, desprovejo o recurso.
11. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
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Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 108.970
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
RECTE.(S) : HUDSON RAMON DE FREITAS SILVA
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO DISTRITO FEDERAL E
TERRITÓRIOS
RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
Decisão: Negado provimento ao recurso ordinário, nos termos do
voto do Relator. Decisão unânime. Ausente, licenciado, o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 09.08.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello e Gilmar Mendes.
Ausente, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis
Vieira Sanseverino.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 108.970
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
RECTE.(S) : HUDSON RAMON DE FREITAS SILVA
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO DISTRITO FEDERAL E
TERRITÓRIOS
RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
Decisão: Negado provimento ao recurso ordinário, nos termos do
voto do Relator. Decisão unânime. Ausente, licenciado, o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 09.08.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello e Gilmar Mendes.
Ausente, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis
Vieira Sanseverino.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1386375
Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1641450 | 2011-08-09T00:00:00 | 2011-12-19T00:00:00 | Negado provimento ao recurso ordinário, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 09.08.2011. | RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS | Ementa: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. NATUREZA FORMAL DO DELITO DE CORRUPÇÃO DE MENORES. REDAÇÃO DO ART. 244-B DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. PROTEÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. FINALIDADE IMEDIATA DA NORMA PENAL.
1. Prevalece nesta Casa de Justiça o entendimento de que o crime em causa é de natureza formal, bastando a prova, portanto, da participação do menor em delito capitaneado por adulto.
2. A tese de que o delito do art. 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente exige prova da efetiva corrupção do menor implica, por via transversa, a aceitação do discurso de que nem todas as crianças e adolescentes merecem (ou podem receber) a proteção da norma penal. Conclusão inadmissível, se se tem em mente que a principal diretriz hermenêutica do cientista e operador do direito é conferir o máximo de eficácia à Constituição, mormente naqueles dispositivos que mais nitidamente revelem a identidade ou os traços fisionômicos dela própria, como é o tema dos direitos e garantias individuais.
3. Recurso ordinário em habeas corpus improvido. | sjur203173 | - Acórdão citado: RHC 107623.
Número de páginas: 8.
Análise: 16/01/2012, ACG.
Revisão: 20/01/2012, SEV. | AYRES BRITTO | Segunda Turma | 108970 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00227 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED LEI-008069 ANO-1990\r\n ART-0244B REDAÇÃO DADA PELA LEI-12015/2009 \r\n ECA-1990 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE\r\n",
"LEG-FED LEI-002252 ANO-1954\r\n REVOGADA PELA LEI-12015/2009\r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-FED LEI-012015 ANO-2009\r\n LEI ORDINÁRIA"
] | RHC | acordaos | RHC 108970 | [
""
] | RECTE.(S) : HUDSON RAMON DE FREITAS SILVA
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 108 . 970",
"RHC 108",
"RHC 108 . 970 / DF",
"RECURSO",
"RHC 108 . 970 / DF",
"RHC 108 . 970 / DF",
"RECURSO",
"HABEAS CORPUS 108 . 970",
"HABEAS CORPUS 108 . 970",
"RHC 108 . 970 / DF",
"RHC 108 . 970",
"RHC 108 . 970 / DF",
"RHC 107 . 623",
"RHC 108 . 970 / DF",
"RHC 107 . 623",
"HABEAS CORPUS 108 . 970",
"RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 108 . 970"
],
"LEGISLACAO": [
"ART . 244 - B DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO",
"art . 244 - B do Estatuto da Criança e do Adolescente",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] da Lei 2 . 252 / 1954",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] da Lei 2 . 252 / 1954",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] da Lei 2 . 252⁄54",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] da Lei 2 . 252⁄54",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 244 - B do Estatuto da Criança e do Adolescente",
"Lei 12 . 015 / 2009",
"Lei 2 . 252 / 1954",
"art . 227 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 -",
"art . 244 - B do Estatuto da Criança e do Adolescente",
"Lei 12 . 015 / 2009",
"Lei 2 . 252 / 1954",
"art . 227 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"Brasília",
"Brasília",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
"Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"Brasil",
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"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
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"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
"Superior Tribunal de Justiça",
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"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Defensoria Pública do Distrito Federal e Territórios",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Defensoria Pública do Distrito Federal e Territórios",
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"Geral da República",
"Supremo Tribunal Federal",
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"ICP",
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"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
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"-",
"Brasil",
"Editora Forense",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Editora Forense",
"Supremo Tribunal Federal",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
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"[UNK] Turma",
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"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
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"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"AYRES BRITTO",
"HUDSON RAMON DE FREITAS SILVA",
"Ayres Britto",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"HUDSON RAMON DE FREITAS SILVA",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"HUDSON RAMON DE FREITAS SILVA",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Gilmar Mendes",
"Gilmar Mendes",
"AYRES BRITTO",
"HUDSON RAMON DE FREITAS SILVA",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Francisco de Assis Vieira Sanseverino",
"Karima Batista Kassab",
"AYRES BRITTO",
"HUDSON RAMON DE FREITAS SILVA",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Francisco de Assis Vieira Sanseverino",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"09",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
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"/",
"2011",
"09 de agosto de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"09 de agosto de 2011",
"24",
"/",
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"/",
"2001",
"09",
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"/",
"2011",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"09",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"09",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"09",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2003",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2003",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"26",
"/",
"04",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"26",
"/",
"04",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
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".",
"08",
".",
"2011",
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"/",
"08",
"/",
"2001",
"09",
".",
"08",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
16/08/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 828.420 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:COMPANHIA
DO METROPOLITANO
DE SÃO
PAULO - METRÔ
ADV.(A/S)
:REINALDO ARANTES DA SILVA E OUTRO(A/S)
AGTE.(S)
:SÃO PAULO TRANSPORTE S/A
ADV.(A/S)
:ÁLVARO BRANDÃO HENRIQUES MAIMONI E
OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:MARLI CARVALHO MORENO E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:VILMA PASTRO E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S)
:EMPRESA METROPOLITANA DE TRANSPORTES
URBANOS DE SÃO PAULO S/A - EMTU/SP
ADV.(A/S)
:DIVA STACIARINI E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S)
:COMPANHIA
PAULISTA
DE
TRENS
METROPOLITANOS - CPTM
ADV.(A/S)
:CARLOS
EDUARDO
SANFINS
ARNONI
E
OUTRO(A/S)
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO. PORTADORES DO VÍRUS HIV. ISENÇÃO DE
TARIFAS NOS TRANSPORTES URBANOS. VIOLAÇÃO AO ART. 2º DA
MAGNA CARTA DE 1988. NÃO-OCORRÊNCIA.
1. É firme no Supremo Tribunal Federal o entendimento de que “o
regular exercício da função jurisdicional, por isso mesmo, desde que pautado pelo
respeito à Constituição, não transgride o princípio da separação de poderes” (MS
23.452, da relatoria do ministro Celso de Mello).
2. Agravo regimental desprovido.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em desprover o agravo
regimental, o que fazem nos termos do voto do Relator e por
unanimidade de votos, em sessão presidida pelo Ministro Ayres Britto, na
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
DJe 15/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9
Ementa e Acórdão
AI 828.420 AGR / SP
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 16 de agosto de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
AI 828.420 AGR / SP
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 16 de agosto de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
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Relatório
16/08/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 828.420 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:COMPANHIA
DO METROPOLITANO
DE SÃO
PAULO - METRÔ
ADV.(A/S)
:REINALDO ARANTES DA SILVA E OUTRO(A/S)
AGTE.(S)
:SÃO PAULO TRANSPORTE S/A
ADV.(A/S)
:ÁLVARO BRANDÃO HENRIQUES MAIMONI E
OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:MARLI CARVALHO MORENO E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:VILMA PASTRO E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S)
:EMPRESA METROPOLITANA DE TRANSPORTES
URBANOS DE SÃO PAULO S/A - EMTU/SP
ADV.(A/S)
:DIVA STACIARINI E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S)
:COMPANHIA
PAULISTA
DE
TRENS
METROPOLITANOS - CPTM
ADV.(A/S)
:CARLOS
EDUARDO
SANFINS
ARNONI
E
OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Trata-se de agravo regimental contra a decisão pela qual neguei
seguimento ao agravo de instrumento por entender que eventual ofensa
ao Magno Texto, se existente, apenas ocorreria de modo reflexo ou
indireto (Súmula 280/STF).
2. Pois bem, a Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô
sustenta que, “ao contrário do quanto decidido na decisão recorrida, houve
expressa e direta violação constitucional aos artigos 2º, 5º, caput e LV, todos da
Constituição da República, pois se trata de matéria atinente ao princípio da
isonomia, separação de poderes e competência legislativa, conforme
suficientemente demonstrado no Agravo de Instrumento” (fls. 615).
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16/08/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 828.420 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:COMPANHIA
DO METROPOLITANO
DE SÃO
PAULO - METRÔ
ADV.(A/S)
:REINALDO ARANTES DA SILVA E OUTRO(A/S)
AGTE.(S)
:SÃO PAULO TRANSPORTE S/A
ADV.(A/S)
:ÁLVARO BRANDÃO HENRIQUES MAIMONI E
OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:MARLI CARVALHO MORENO E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:VILMA PASTRO E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S)
:EMPRESA METROPOLITANA DE TRANSPORTES
URBANOS DE SÃO PAULO S/A - EMTU/SP
ADV.(A/S)
:DIVA STACIARINI E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S)
:COMPANHIA
PAULISTA
DE
TRENS
METROPOLITANOS - CPTM
ADV.(A/S)
:CARLOS
EDUARDO
SANFINS
ARNONI
E
OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Trata-se de agravo regimental contra a decisão pela qual neguei
seguimento ao agravo de instrumento por entender que eventual ofensa
ao Magno Texto, se existente, apenas ocorreria de modo reflexo ou
indireto (Súmula 280/STF).
2. Pois bem, a Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô
sustenta que, “ao contrário do quanto decidido na decisão recorrida, houve
expressa e direta violação constitucional aos artigos 2º, 5º, caput e LV, todos da
Constituição da República, pois se trata de matéria atinente ao princípio da
isonomia, separação de poderes e competência legislativa, conforme
suficientemente demonstrado no Agravo de Instrumento” (fls. 615).
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Relatório
AI 828.420 AGR / SP
3. Mantida a decisão agravada, submeto o processo à apreciação
desta nossa Turma.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
GSRB
2
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AI 828.420 AGR / SP
3. Mantida a decisão agravada, submeto o processo à apreciação
desta nossa Turma.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
16/08/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 828.420 SÃO PAULO
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Tenho que as insurgências não merecem acolhida. Isso porque a
controvérsia passa, necessariamente, pela análise da legislação
infraconstitucional aplicável ao caso.
6. Leia-se o acórdão impugnado, proferido pelo Tribunal de Justiça
do Estado de São Paulo, na parte que interessa ao deslinde da causa (fls.
497-499):
“3. O juiz exerce o controle em concreto da legalidade, o
que não importa em ofensa ao princípio da separação e
independência dos Poderes, dispondo o art. 5º, inciso XXXV da
Constituição Federal que a lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito, sendo juridicamente
possíveis os pedidos formulados.
4. A Lei Municipal n. 11.250/92 e a Lei Complementar
Estadual n. 666/91 concederam a isenção de pagamento de
tarifas nos serviços de transporte coletivo urbano de
responsabilidade do Estado e do Município às pessoas
portadoras de deficiências física e mental, estendendo-se o
benefício a acompanhante, havendo necessidade.
Estão assim redigidas:
Artigo 1º, L.C. n. 666/91 - Ficam isentos do
pagamento de tarifas nos serviços de transporte coletivo
urbano de responsabilidade do Estado:
I - as pessoas portadoras de deficiência cuja
gravidade comprometa sua capacidade de trabalho, bem
como o menor de 14 (quatorze) anos, portador de
deficiência que igualmente justifique o benefício;
II - os maiores de 65 (sessenta e cinco) anos.
Parágrafo único - A isenção de que trata este artigo
poderá ser estendida a um acompanhante do deficiente,
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AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 828.420 SÃO PAULO
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Tenho que as insurgências não merecem acolhida. Isso porque a
controvérsia passa, necessariamente, pela análise da legislação
infraconstitucional aplicável ao caso.
6. Leia-se o acórdão impugnado, proferido pelo Tribunal de Justiça
do Estado de São Paulo, na parte que interessa ao deslinde da causa (fls.
497-499):
“3. O juiz exerce o controle em concreto da legalidade, o
que não importa em ofensa ao princípio da separação e
independência dos Poderes, dispondo o art. 5º, inciso XXXV da
Constituição Federal que a lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito, sendo juridicamente
possíveis os pedidos formulados.
4. A Lei Municipal n. 11.250/92 e a Lei Complementar
Estadual n. 666/91 concederam a isenção de pagamento de
tarifas nos serviços de transporte coletivo urbano de
responsabilidade do Estado e do Município às pessoas
portadoras de deficiências física e mental, estendendo-se o
benefício a acompanhante, havendo necessidade.
Estão assim redigidas:
Artigo 1º, L.C. n. 666/91 - Ficam isentos do
pagamento de tarifas nos serviços de transporte coletivo
urbano de responsabilidade do Estado:
I - as pessoas portadoras de deficiência cuja
gravidade comprometa sua capacidade de trabalho, bem
como o menor de 14 (quatorze) anos, portador de
deficiência que igualmente justifique o benefício;
II - os maiores de 65 (sessenta e cinco) anos.
Parágrafo único - A isenção de que trata este artigo
poderá ser estendida a um acompanhante do deficiente,
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
AI 828.420 AGR / SP
devidamente registrado junto à entidade ou órgão
prestador do serviço, atendidas as condições fixadas em
regulamento.
Artigo 1º, Lei n. 11.250/92 - Fica autorizada a
concessão de isenção de pagamento de tarifa, nas linhas
urbanas de ônibus e trólebus operadas pela Companhia
Municipal de Transportes Coletivos - CMTC, incluindo-se
as linhas dos Sistemas Executivo e Microônibus, e pelas
empresas permissionárias, às pessoas portadoras de
deficiência física ou mental.
Artigo 2º - Nos casos das pessoas portadoras de
deficiência mental, autistas, mongolóides e correlatos,
deverá ser apresentado laudo médico do Instituto
comprovadamente especializado na doença, atestando a
necessidade de acompanhante, que terá também a
gratuidade da tarifa.
5. Ambas as leis ficaram sujeitas a regulamentação.
O Regulamento neste caso é ato normativo derivado,
sendo clássica a lição de HELY LOPES MEIRELLES que: 'Sendo
o regulamento, na hierarquia das normas, ato inferior à lei, não
a pode contrariar, nem restringir ou ampliar as suas
disposições. Só lhe cabe explicitar a lei, dentro dos limites por
ela traçados'.
6. Doenças oportunistas são aquelas: 'que se desenvolvem
em decorrência de uma alteração humanitária do hospedeiro.
Logo, as alterações imunitárias ou imunodeficiências oferecem
oportunidade para o surgimento de determinadas doenças.
Estas são geralmente de origem infecciosa, porém várias
neoplasias também podem ser consideradas oportunistas'.
Os três requerentes foram diagnosticados pela CID B24
(Doença pelo vírus da imunodeficiência humana [HIV] não
especificada), sendo que os dois autores já apresentaram
doenças oportunistas (fls. 20 e 29).
A exigência da existência de doenças oportunistas prevista
2
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devidamente registrado junto à entidade ou órgão
prestador do serviço, atendidas as condições fixadas em
regulamento.
Artigo 1º, Lei n. 11.250/92 - Fica autorizada a
concessão de isenção de pagamento de tarifa, nas linhas
urbanas de ônibus e trólebus operadas pela Companhia
Municipal de Transportes Coletivos - CMTC, incluindo-se
as linhas dos Sistemas Executivo e Microônibus, e pelas
empresas permissionárias, às pessoas portadoras de
deficiência física ou mental.
Artigo 2º - Nos casos das pessoas portadoras de
deficiência mental, autistas, mongolóides e correlatos,
deverá ser apresentado laudo médico do Instituto
comprovadamente especializado na doença, atestando a
necessidade de acompanhante, que terá também a
gratuidade da tarifa.
5. Ambas as leis ficaram sujeitas a regulamentação.
O Regulamento neste caso é ato normativo derivado,
sendo clássica a lição de HELY LOPES MEIRELLES que: 'Sendo
o regulamento, na hierarquia das normas, ato inferior à lei, não
a pode contrariar, nem restringir ou ampliar as suas
disposições. Só lhe cabe explicitar a lei, dentro dos limites por
ela traçados'.
6. Doenças oportunistas são aquelas: 'que se desenvolvem
em decorrência de uma alteração humanitária do hospedeiro.
Logo, as alterações imunitárias ou imunodeficiências oferecem
oportunidade para o surgimento de determinadas doenças.
Estas são geralmente de origem infecciosa, porém várias
neoplasias também podem ser consideradas oportunistas'.
Os três requerentes foram diagnosticados pela CID B24
(Doença pelo vírus da imunodeficiência humana [HIV] não
especificada), sendo que os dois autores já apresentaram
doenças oportunistas (fls. 20 e 29).
A exigência da existência de doenças oportunistas prevista
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 9
Voto - MIN. AYRES BRITTO
AI 828.420 AGR / SP
na Tabela das Deficiências que Autorizam a Emissão da
Carteira de Passageiro Especial impõe restrição não constante
da Lei Municipal n. 11.250/92, que autoriza a concessão de
isenção de pagamento de tarifa às pessoas tão somente,
portadoras de deficiência física ou mental, sendo, portanto
ilegal por contrariar a Lei que devia regulamentar, obrigando
no caso da AIDS, além da incapacidade a presença de
determinadas doenças.
O Decreto N° 34.753/92, que regulamenta a Lei
Complementar n° 666/91, fiel a esta, estabelece que a concessão
de isenção às pessoas portadoras de deficiência dependerá de
avaliação por equipe multiprofissional, realizada em unidade
médica da Secretaria da Saúde, que levará em conta o
comprometimento da capacidade de trabalho, em decorrência
da gravidade da deficiência de que é portadora, considerando o
impedimento ou a dificuldade no exercício de suas funções
orgânicas, bem como as limitações na execução de atividades de
forma autônoma e independente.”
7. Nessa contextura, entendimento diverso do adotado pela instância
judicante de origem implicaria rever a interpretação dada à Lei municipal
11.250/1992 e à Lei Complementar estadual 666/1991. Pelo que eventual
ofensa ao Magno Texto apenas ocorreria de modo reflexo ou indireto, o
que não enseja a abertura da via recursal extraordinária, conforme a
Súmula 280/STF.
8. Precedentes: AIs 580.140, da relatoria do ministro Sepúlveda
Pertence; e 807.227, da relatoria do ministro Gilmar Mendes; ARE 639.536,
da relatoria da ministra Cármen Lúcia; bem como RE 556.666, da relatoria
do ministro Cezar Peluso.
9. De mais a mais, no tocante à suposta afronta ao art. 2º da
Constituição Republicana, pontuo que é firme no Supremo Tribunal
Federal o entendimento de que o “regular exercício da função jurisdicional,
por isso mesmo, desde que pautado pelo respeito à Constituição, não transgride o
princípio da separação de poderes” (MS 23.452, da relatoria do ministro Celso
de Mello).
3
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na Tabela das Deficiências que Autorizam a Emissão da
Carteira de Passageiro Especial impõe restrição não constante
da Lei Municipal n. 11.250/92, que autoriza a concessão de
isenção de pagamento de tarifa às pessoas tão somente,
portadoras de deficiência física ou mental, sendo, portanto
ilegal por contrariar a Lei que devia regulamentar, obrigando
no caso da AIDS, além da incapacidade a presença de
determinadas doenças.
O Decreto N° 34.753/92, que regulamenta a Lei
Complementar n° 666/91, fiel a esta, estabelece que a concessão
de isenção às pessoas portadoras de deficiência dependerá de
avaliação por equipe multiprofissional, realizada em unidade
médica da Secretaria da Saúde, que levará em conta o
comprometimento da capacidade de trabalho, em decorrência
da gravidade da deficiência de que é portadora, considerando o
impedimento ou a dificuldade no exercício de suas funções
orgânicas, bem como as limitações na execução de atividades de
forma autônoma e independente.”
7. Nessa contextura, entendimento diverso do adotado pela instância
judicante de origem implicaria rever a interpretação dada à Lei municipal
11.250/1992 e à Lei Complementar estadual 666/1991. Pelo que eventual
ofensa ao Magno Texto apenas ocorreria de modo reflexo ou indireto, o
que não enseja a abertura da via recursal extraordinária, conforme a
Súmula 280/STF.
8. Precedentes: AIs 580.140, da relatoria do ministro Sepúlveda
Pertence; e 807.227, da relatoria do ministro Gilmar Mendes; ARE 639.536,
da relatoria da ministra Cármen Lúcia; bem como RE 556.666, da relatoria
do ministro Cezar Peluso.
9. De mais a mais, no tocante à suposta afronta ao art. 2º da
Constituição Republicana, pontuo que é firme no Supremo Tribunal
Federal o entendimento de que o “regular exercício da função jurisdicional,
por isso mesmo, desde que pautado pelo respeito à Constituição, não transgride o
princípio da separação de poderes” (MS 23.452, da relatoria do ministro Celso
de Mello).
3
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
AI 828.420 AGR / SP
10. Ante o exposto, meu voto é pelo desprovimento do agravo
regimental.
* * * * * * * * * * * *
4
Supremo Tribunal Federal
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AI 828.420 AGR / SP
10. Ante o exposto, meu voto é pelo desprovimento do agravo
regimental.
* * * * * * * * * * * *
4
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Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 828.420
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : COMPANHIA DO METROPOLITANO DE SÃO PAULO - METRÔ
ADV.(A/S) : REINALDO ARANTES DA SILVA E OUTRO(A/S)
AGTE.(S) : SÃO PAULO TRANSPORTE S/A
ADV.(A/S) : ÁLVARO BRANDÃO HENRIQUES MAIMONI E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : MARLI CARVALHO MORENO E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : VILMA PASTRO E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S) : EMPRESA METROPOLITANA DE TRANSPORTES URBANOS DE SÃO
PAULO S/A - EMTU/SP
ADV.(A/S) : DIVA STACIARINI E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S) : COMPANHIA PAULISTA DE TRENS METROPOLITANOS - CPTM
ADV.(A/S) : CARLOS EDUARDO SANFINS ARNONI E OUTRO(A/S)
Decisão: Agravo regimental desprovido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Participou deste julgamento o Senhor
Ministro Luiz Fux, convocado (RISTF,
art. 41). Ausentes,
justificadamente, o Senhor Ministro Gilmar Mendes e, licenciado, o
Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 16.08.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão o Senhor Ministro Celso de Mello e o Senhor Ministro Luiz
Fux, convocado nos termos do art. 41, RISTF, para compor o quorum.
Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Gilmar Mendes e,
licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis
Vieira Sanseverino.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1402392
Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 828.420
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : COMPANHIA DO METROPOLITANO DE SÃO PAULO - METRÔ
ADV.(A/S) : REINALDO ARANTES DA SILVA E OUTRO(A/S)
AGTE.(S) : SÃO PAULO TRANSPORTE S/A
ADV.(A/S) : ÁLVARO BRANDÃO HENRIQUES MAIMONI E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : MARLI CARVALHO MORENO E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : VILMA PASTRO E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S) : EMPRESA METROPOLITANA DE TRANSPORTES URBANOS DE SÃO
PAULO S/A - EMTU/SP
ADV.(A/S) : DIVA STACIARINI E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S) : COMPANHIA PAULISTA DE TRENS METROPOLITANOS - CPTM
ADV.(A/S) : CARLOS EDUARDO SANFINS ARNONI E OUTRO(A/S)
Decisão: Agravo regimental desprovido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Participou deste julgamento o Senhor
Ministro Luiz Fux, convocado (RISTF,
art. 41). Ausentes,
justificadamente, o Senhor Ministro Gilmar Mendes e, licenciado, o
Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 16.08.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão o Senhor Ministro Celso de Mello e o Senhor Ministro Luiz
Fux, convocado nos termos do art. 41, RISTF, para compor o quorum.
Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Gilmar Mendes e,
licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis
Vieira Sanseverino.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1402392
Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1632351 | 2011-08-16T00:00:00 | 2011-12-15T00:00:00 | Agravo regimental desprovido, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Participou deste julgamento o Senhor Ministro Luiz Fux, convocado (RISTF, art. 41). Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Gilmar Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 16.08.2011. | AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. PORTADORES DO VÍRUS HIV. ISENÇÃO DE TARIFAS NOS TRANSPORTES URBANOS. VIOLAÇÃO AO ART. 2º DA MAGNA CARTA DE 1988. NÃO-OCORRÊNCIA.
1. É firme no Supremo Tribunal Federal o entendimento de que “o regular exercício da função jurisdicional, por isso mesmo, desde que pautado pelo respeito à Constituição, não transgride o princípio da separação de poderes” (MS 23.452, da relatoria do ministro Celso de Mello).
2. Agravo regimental desprovido. | sjur202912 | - Acórdãos citados: MS 23452 - Tribunal Pleno.
- Decisões monocráticas citadas: AI 580140, AI 807227, ARE 639536, RE 556666.
Número de páginas: 9.
Análise: 23/01/2012, GVS. | AYRES BRITTO | Segunda Turma | 828420 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00002 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n\r\n",
"LEG-EST LCP-000666 ANO-1991\r\n LEI COMPLEMENTAR, SP\r\n\r\n",
"LEG-MUN LEI-011250 ANO-1992\r\n LEI ORDINÁRIA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, SP"
] | AI-AgR | acordaos | AI 828420 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : COMPANHIA DO METROPOLITANO DE SÃO PAULO - METRÔ
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AGTE.(S) : SÃO PAULO TRANSPORTE S/A
ADV.(A/S) : ÁLVARO BRANDÃO HENRIQUES MAIMONI E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : MARLI CARVALHO MORENO E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : VILMA PASTRO E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S) : EMPRESA METROPOLITANA DE TRANSPORTES URBANOS DE SÃO PAULO S/A - EMTU/SP
ADV.(A/S) : DIVA STACIARINI E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S) : COMPANHIA PAULISTA DE TRENS METROPOLITANOS - CPTM
ADV.(A/S) : CARLOS EDUARDO SANFINS ARNONI E OUTRO(A/S) | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 828 . 420",
"MS 23 . 452",
"AI 828 . 420 AGR / SP",
"AI 828 . 420 AGR / SP",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 828 . 420",
"Súmula 280 / STF",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 828 . 420",
"Súmula 280 / STF",
"AI 828 . 420 AGR / SP",
"AI 828 . 420 AGR",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 828 . 420",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 828 . 420",
"AI 828 . 420 AGR / SP",
"AI 828 . 420 AGR",
"AI 828 . 420 AGR / SP",
"Súmula 280 / STF",
"AIs 580 . 140",
"807",
".",
"227",
"ARE 639 . 536",
"RE 556 . 666",
"MS 23 . 452",
"AI 828 . 420",
"Súmula 280 / STF",
"AIs 580 . 140",
"807",
".",
"227",
"ARE 639 . 536",
"RE 556 . 666",
"MS 23 . 452",
"AI 828 . 420 AGR / SP",
"AI 828 . 420 AGR / SP",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 828 . 420"
],
"LEGISLACAO": [
"ART . [UNK] DA MAGNA CARTA DE 1988",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] , [UNK] , caput e LV , todos da Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] , [UNK] , caput e LV , todos da Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , inciso XXXV da Constituição Federal",
"Lei Municipal n . 11 . 250 / 92",
"Lei Complementar Estadual n . 666 / 91",
"Artigo [UNK] , L . C . n . 666 / 91",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , inciso XXXV da Constituição Federal",
"Lei Municipal n . 11 . 250 / 92",
"Lei Complementar Estadual n . 666 / 91",
"Artigo [UNK] , L . C . n . 666 / 91",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Artigo [UNK] , Lei n . 11 . 250 / 92",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Artigo [UNK] , Lei n . 11 .",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Municipal n . 11 . 250 / 92",
"Decreto N° 34 . 753 / 92",
"Lei Complementar n° 666 / 91",
"Lei municipal 11 . 250 / 1992",
"Lei Complementar estadual 666 / 1991",
"art . [UNK] da Constituição Republicana",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Municipal n . 11 . 250 / 92",
"Decreto N° 34 . 753 / 92",
"Lei Complementar n° 666 / 91",
"Lei municipal 11 . 250 / 1992",
"Lei Complementar estadual 666 / 1991",
"art . [UNK] da Constituição Republicana",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"SÃO PAULO",
"Brasília",
"Brasília",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"COMPANHIA DO METROPOLITANO DE SÃO PAULO",
"METRÔ",
"SÃO PAULO TRANSPORTE S / A",
"EMPRESA METROPOLITANA DE TRANSPORTES URBANOS DE SÃO PAULO S / A",
"EMTU",
"/",
"SP",
"COMPANHIA PAULISTA DE TRENS METROPOLITANOS",
"CPTM",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"COMPANHIA DO METROPOLITANO DE SÃO PAULO",
"METRÔ",
"SÃO PAULO TRANSPORTE S / A",
"EMPRESA METROPOLITANA DE TRANSPORTES URBANOS DE SÃO PAULO S / A",
"EMTU",
"/",
"SP",
"COMPANHIA PAULISTA DE TRENS METROPOLITANOS",
"CPTM",
"Companhia do Metropolitano de São Paulo",
"Metrô",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"COMPANHIA DO METROPOLITANO DE SÃO PAULO",
"METRÔ",
"SÃO PAULO TRANSPORTE S / A",
"EMPRESA METROPOLITANA DE TRANSPORTES URBANOS DE SÃO PAULO S / A",
"EMTU",
"/",
"SP",
"COMPANHIA PAULISTA DE TRENS METROPOLITANOS",
"CPTM",
"Companhia do Metropolitano de São Paulo",
"Metrô",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"/",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Companhia Municipal de Transportes Coletivos",
"CMTC",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"/",
"Companhia Municipal de Transportes Coletivos",
"CMTC",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Secretaria da Saúde",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Secretaria da Saúde",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"COMPANHIA DO METROPOLITANO DE SÃO PAULO",
"METRÔ",
"SÃO PAULO TRANSPORTE S / A",
"EMPRESA METROPOLITANA DE TRANSPORTES URBANOS DE SÃO PAULO S / A",
"EMTU",
"/",
"SP",
"COMPANHIA PAULISTA DE TRENS METROPOLITANOS",
"CPTM",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"COMPANHIA DO METROPOLITANO DE SÃO PAULO",
"METRÔ",
"SÃO PAULO TRANSPORTE S / A",
"EMPRESA METROPOLITANA DE TRANSPORTES URBANOS DE SÃO PAULO S / A",
"EMTU",
"/",
"SP",
"COMPANHIA PAULISTA DE TRENS METROPOLITANOS",
"CPTM",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"AYRES BRITTO",
"REINALDO ARANTES DA SILVA",
"ÁLVARO BRANDÃO HENRIQUES MAIMONI",
"MARLI CARVALHO MORENO",
"VILMA PASTRO",
"DIVA STACIARINI",
"CARLOS EDUARDO SANFINS ARNONI",
"Celso de Mello",
"Ayres Britto",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"REINALDO ARANTES DA SILVA",
"ÁLVARO BRANDÃO HENRIQUES MAIMONI",
"MARLI CARVALHO MORENO",
"VILMA PASTRO",
"DIVA STACIARINI",
"CARLOS EDUARDO SANFINS ARNONI",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"REINALDO ARANTES DA SILVA",
"ÁLVARO BRANDÃO HENRIQUES MAIMONI",
"MARLI CARVALHO MORENO",
"VILMA PASTRO",
"DIVA STACIARINI",
"CARLOS EDUARDO SANFINS ARNONI",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"HELY LOPES MEIRELLES",
"HELY LOPES MEIRELLES",
"AYRES BRITTO",
"Sepúlveda Pertence",
"Gilmar Mendes",
"Cármen Lúcia",
"Cezar Peluso",
"Celso de Mello",
"Sepúlveda Pertence",
"Gilmar Mendes",
"Cármen Lúcia",
"Cezar Peluso",
"Celso de Mello",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"REINALDO ARANTES DA SILVA",
"ÁLVARO BRANDÃO HENRIQUES MAIMONI",
"MARLI CARVALHO MORENO",
"VILMA PASTRO",
"DIVA STACIARINI",
"CARLOS EDUARDO SANFINS ARNONI",
"Luiz Fux",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Luiz Fux",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Francisco de Assis Vieira Sanseverino",
"Karima Batista Kassab",
"AYRES BRITTO",
"REINALDO ARANTES DA SILVA",
"ÁLVARO BRANDÃO HENRIQUES MAIMONI",
"MARLI CARVALHO MORENO",
"VILMA PASTRO",
"DIVA STACIARINI",
"CARLOS EDUARDO SANFINS ARNONI",
"Luiz Fux",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Luiz Fux",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Francisco de Assis Vieira Sanseverino",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"16",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"16 de agosto de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16 de agosto de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
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"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
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"/",
"08",
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".",
"08",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
".",
"08",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
01/08/2011
PLENÁRIO
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 11.831 CEARÁ
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
:ESTADO DO CEARÁ
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ
AGDO.(A/S)
:QUITÉRIA VALINDA LOBO DE MESQUITA
ADV.(A/S)
:EDUARDO CARNEIRO DOS SANTOS
INTDO.(A/S)
:TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
EMENTA:
AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO.
CONSTITUCIONAL. CONCESSÃO DE TUTELA ANTECIPADA PARA
REINTEGRAÇÃO DE SERVENTUÁRIA DA JUSTIÇA AO SISTEMA DE
PREVIDÊNCIA ESTADUAL. ALEGAÇÃO DE DESRESPEITO À
DECISÃO
PROFERIDA
NA
AÇÃO
DIRETA
DE
INCONSTITUCIONALIDADE N. 2.791. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE
MATERIAL
ENTRE
OS
ACÓRDÃOS
PARADIGMÁTICOS.
PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA
PROVIMENTO.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em sessão Plenária, sob a Presidência do
Ministro Cezar Peluso, na conformidade da ata de julgamento e das notas
taquigráficas, à unanimidade, em negar provimento ao agravo
regimental na reclamação, nos termos do voto da Relatora. Votou o
Presidente. Ausente o Ministro Joaquim Barbosa, licenciado.
Brasília, 1 de agosto de 2011.
Ministra CÁRMEN LÚCIA - Relatora
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1373481.
Supremo Tribunal Federal
DJe 16/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 14
Relatório
01/08/2011
PLENÁRIO
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 11.831 CEARÁ
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
:ESTADO DO CEARÁ
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ
AGDO.(A/S)
:QUITÉRIA VALINDA LOBO DE MESQUITA
ADV.(A/S)
:EDUARDO CARNEIRO DOS SANTOS
INTDO.(A/S)
:TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Em 7 de junho de 2011, neguei seguimento à reclamação ajuizada
pelo Estado do Ceará contra decisão proferida nos autos do Agravo de
Instrumento n. 2349.85.2010.8.06.0000 pelo Tribunal de Justiça do Ceará,
que teria determinado a reintegração de Quitéria Valinda Lobo de
Mesquita ao Sistema Único de Previdência Social dos Servidores do
Estado do Ceará – SUPSEC e desrespeitado a decisão proferida na Ação
Direta de Inconstitucionalidade n. 2.791.
A decisão agravada teve a seguinte fundamentação:
“6. Este Supremo Tribunal assentou que constituiu pressuposto
de cabimento da reclamação a identidade material entre a decisão
reclamada e o julgado tido como paradigma.
(...)
7. Na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.791, este
Supremo Tribunal declarou a inconstitucionalidade da expressão 'bem
como os não-remunerados', contida na parte final do § 1º do art. 34 da
Lei n. 12.398/1998, com alteração da Lei n. 12.607/1999, ambas do
Estado do Paraná. Por meio da decisão impugnada, o Tribunal de
Justiça do Ceará decidiu que 'os notários, não oficializados por
concurso e inscritos até o advento da Lei n. 8.935/94, têm, por força do
art. 331, § 8º, da Constituição do Estado do Ceará, o direito de
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
01/08/2011
PLENÁRIO
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 11.831 CEARÁ
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
:ESTADO DO CEARÁ
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ
AGDO.(A/S)
:QUITÉRIA VALINDA LOBO DE MESQUITA
ADV.(A/S)
:EDUARDO CARNEIRO DOS SANTOS
INTDO.(A/S)
:TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Em 7 de junho de 2011, neguei seguimento à reclamação ajuizada
pelo Estado do Ceará contra decisão proferida nos autos do Agravo de
Instrumento n. 2349.85.2010.8.06.0000 pelo Tribunal de Justiça do Ceará,
que teria determinado a reintegração de Quitéria Valinda Lobo de
Mesquita ao Sistema Único de Previdência Social dos Servidores do
Estado do Ceará – SUPSEC e desrespeitado a decisão proferida na Ação
Direta de Inconstitucionalidade n. 2.791.
A decisão agravada teve a seguinte fundamentação:
“6. Este Supremo Tribunal assentou que constituiu pressuposto
de cabimento da reclamação a identidade material entre a decisão
reclamada e o julgado tido como paradigma.
(...)
7. Na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.791, este
Supremo Tribunal declarou a inconstitucionalidade da expressão 'bem
como os não-remunerados', contida na parte final do § 1º do art. 34 da
Lei n. 12.398/1998, com alteração da Lei n. 12.607/1999, ambas do
Estado do Paraná. Por meio da decisão impugnada, o Tribunal de
Justiça do Ceará decidiu que 'os notários, não oficializados por
concurso e inscritos até o advento da Lei n. 8.935/94, têm, por força do
art. 331, § 8º, da Constituição do Estado do Ceará, o direito de
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 14
Relatório
RCL 11.831 AGR / CE
continuarem contribuindo ao sistema previdenciário estadual, de
forma que a aplicação do art. 8º, § 3º, da Lei Complementar n.
24/2000, afigura-se inconstitucional por malferir a garantia do direito
adquirido' (fl. 84, doc. 2). Portanto, não há nestes autos identidade
material entre os acórdãos paradigmáticos.
8. Ademais, a questão referente à aplicação da teoria dos motivos
determinantes foi rejeitada por este Supremo Tribunal: Rcl 6.204-
AgR, Rel. Min. Eros Grau, Plenário, DJe 28.5.2010;Rcl 2.475-AgR/
MG, Redator para o acórdão o Ministro Marco Aurélio, Plenário, DJe
31.1.2008; Rcl 5.365-MC/SC, Rel. Min. Ayres Britto, decisão
monocrática, DJ 15.8.2007; Rcl 5.087-MC/SE, Rel. Min. Ayres
Britto, decisão monocrática, DJ 18.5.2007; e Rcl 3.014-AgR/SP, Rel.
Min. Ayres Britto, Plenário, DJe 21.5.2010.
Assim, ausente é a identificação material entre o ato reclamado e
o julgado tido como paradigma e que estaria sendo descumprido.
9. Pelo exposto, nego seguimento à presente reclamação, ficando
prejudicado, por óbvio, o pedido de medida liminar (art. 21, § 1º, do
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal)” (fls. 6-8, doc. 8).
2. Publicada essa decisão no DJe de 14.6.2011, interpõe o Estado do
Ceará, ora Agravante, em 24.6.2011, tempestivamente, agravo regimental
(doc. 8).
3. Alega o Agravante que “a presente Reclamação tinha o intuito de fazer
prevalecer entendimento adotado em sede de controle concentrado que deu por
inconstitucional lei de teor idêntico a que se faz presente” (fl. 2).
Argumenta que “o regime previdenciário dos servidores públicos não se
aplica aos notários, consoante decisão prolatada por este E. STF em sede de
controle concentrado [ADI 2791]” (fl. 3).
Sustenta que “a decisão agravada merece reforma, haja vista a
possibilidade de fazer prevalecer o entendimento desta e. Corte por meio do
instrumento da reclamação. Inegável, portanto, que a decisão reclamada vai de
encontro à Carta Magna, e ao entendimento consolidado por esta e. Corte em
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RCL 11.831 AGR / CE
continuarem contribuindo ao sistema previdenciário estadual, de
forma que a aplicação do art. 8º, § 3º, da Lei Complementar n.
24/2000, afigura-se inconstitucional por malferir a garantia do direito
adquirido' (fl. 84, doc. 2). Portanto, não há nestes autos identidade
material entre os acórdãos paradigmáticos.
8. Ademais, a questão referente à aplicação da teoria dos motivos
determinantes foi rejeitada por este Supremo Tribunal: Rcl 6.204-
AgR, Rel. Min. Eros Grau, Plenário, DJe 28.5.2010;Rcl 2.475-AgR/
MG, Redator para o acórdão o Ministro Marco Aurélio, Plenário, DJe
31.1.2008; Rcl 5.365-MC/SC, Rel. Min. Ayres Britto, decisão
monocrática, DJ 15.8.2007; Rcl 5.087-MC/SE, Rel. Min. Ayres
Britto, decisão monocrática, DJ 18.5.2007; e Rcl 3.014-AgR/SP, Rel.
Min. Ayres Britto, Plenário, DJe 21.5.2010.
Assim, ausente é a identificação material entre o ato reclamado e
o julgado tido como paradigma e que estaria sendo descumprido.
9. Pelo exposto, nego seguimento à presente reclamação, ficando
prejudicado, por óbvio, o pedido de medida liminar (art. 21, § 1º, do
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal)” (fls. 6-8, doc. 8).
2. Publicada essa decisão no DJe de 14.6.2011, interpõe o Estado do
Ceará, ora Agravante, em 24.6.2011, tempestivamente, agravo regimental
(doc. 8).
3. Alega o Agravante que “a presente Reclamação tinha o intuito de fazer
prevalecer entendimento adotado em sede de controle concentrado que deu por
inconstitucional lei de teor idêntico a que se faz presente” (fl. 2).
Argumenta que “o regime previdenciário dos servidores públicos não se
aplica aos notários, consoante decisão prolatada por este E. STF em sede de
controle concentrado [ADI 2791]” (fl. 3).
Sustenta que “a decisão agravada merece reforma, haja vista a
possibilidade de fazer prevalecer o entendimento desta e. Corte por meio do
instrumento da reclamação. Inegável, portanto, que a decisão reclamada vai de
encontro à Carta Magna, e ao entendimento consolidado por esta e. Corte em
2
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 14
Relatório
RCL 11.831 AGR / CE
controle abstrato, razão por que se faz necessário o provimento do presente
agravo” (fl. 5).
Requer a reconsideração da decisão agravada ou o provimento do
presente recurso.
É o relatório.
3
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RCL 11.831 AGR / CE
controle abstrato, razão por que se faz necessário o provimento do presente
agravo” (fl. 5).
Requer a reconsideração da decisão agravada ou o provimento do
presente recurso.
É o relatório.
3
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
01/08/2011
PLENÁRIO
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 11.831 CEARÁ
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Razão jurídica não assiste ao Agravante.
2. Como afirmado na decisão agravada, na Ação Direta de
Inconstitucionalidade n. 2.791, Relator o Ministro Gilmar Mendes, este
Supremo Tribunal declarou a inconstitucionalidade da expressão "bem
como os não-remunerados", contida na parte final do § 1º do art. 34 da Lei n.
12.398/1998, com alteração da Lei n. 12.607/1999, ambas do Estado do
Paraná, nos termos seguintes:
“Ação direta de inconstitucionalidade. 2. Art. 34, § 1º, da Lei
Estadual do Paraná n. 12.398/98, com redação dada pela Lei Estadual
n. 12.607/99. 3. Preliminar de impossibilidade jurídica do pedido
rejeitada, por ser evidente que o parâmetro de controle da Constituição
Estadual invocado referia-se à norma idêntica da Constituição
Federal. 4. Inexistência de ofensa reflexa, tendo em vista que a
discussão dos autos enceta análise de ofensa direta aos arts. 40, caput,
e 63, I, c/c 61, §1º, II, 'c', da Constituição Federal. 5. Não
configuração do vício de iniciativa, porquanto os âmbitos de proteção
da Lei Federal n. 8.935/94 e Leis Estaduais ns. 12.398/98 e 12.607/99
são distintos. Inespecificidade dos precedentes invocados em virtude
da não-coincidência das matérias reguladas. 6. Inconstitucionalidade
formal caracterizada. Emenda parlamentar a projeto de iniciativa
exclusiva do Chefe do Executivo que resulta em aumento de despesa
afronta os arts. 63, I, c/c 61, § 1º, II, 'c', da Constituição Federal. 7.
Inconstitucionalidade material que também se verifica em face do
entendimento já pacificado nesta Corte no sentido de que o Estado-
Membro não pode conceder aos serventuários da Justiça aposentadoria
em regime idêntico ao dos servidores públicos (art. 40, caput, da
Constituição Federal). 8. Ação direta de inconstitucionalidade julgada
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01/08/2011
PLENÁRIO
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 11.831 CEARÁ
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Razão jurídica não assiste ao Agravante.
2. Como afirmado na decisão agravada, na Ação Direta de
Inconstitucionalidade n. 2.791, Relator o Ministro Gilmar Mendes, este
Supremo Tribunal declarou a inconstitucionalidade da expressão "bem
como os não-remunerados", contida na parte final do § 1º do art. 34 da Lei n.
12.398/1998, com alteração da Lei n. 12.607/1999, ambas do Estado do
Paraná, nos termos seguintes:
“Ação direta de inconstitucionalidade. 2. Art. 34, § 1º, da Lei
Estadual do Paraná n. 12.398/98, com redação dada pela Lei Estadual
n. 12.607/99. 3. Preliminar de impossibilidade jurídica do pedido
rejeitada, por ser evidente que o parâmetro de controle da Constituição
Estadual invocado referia-se à norma idêntica da Constituição
Federal. 4. Inexistência de ofensa reflexa, tendo em vista que a
discussão dos autos enceta análise de ofensa direta aos arts. 40, caput,
e 63, I, c/c 61, §1º, II, 'c', da Constituição Federal. 5. Não
configuração do vício de iniciativa, porquanto os âmbitos de proteção
da Lei Federal n. 8.935/94 e Leis Estaduais ns. 12.398/98 e 12.607/99
são distintos. Inespecificidade dos precedentes invocados em virtude
da não-coincidência das matérias reguladas. 6. Inconstitucionalidade
formal caracterizada. Emenda parlamentar a projeto de iniciativa
exclusiva do Chefe do Executivo que resulta em aumento de despesa
afronta os arts. 63, I, c/c 61, § 1º, II, 'c', da Constituição Federal. 7.
Inconstitucionalidade material que também se verifica em face do
entendimento já pacificado nesta Corte no sentido de que o Estado-
Membro não pode conceder aos serventuários da Justiça aposentadoria
em regime idêntico ao dos servidores públicos (art. 40, caput, da
Constituição Federal). 8. Ação direta de inconstitucionalidade julgada
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RCL 11.831 AGR / CE
procedente” (ADI 2.791, Rel. Min. Gilmar Mendes, Plenário, DJ
24.11.2006).
Por meio da decisão proferida nos autos do Agravo de Instrumento
n. 2349.85.2010.8.06.0000, o Tribunal de Justiça do Ceará manteve a
decisão do juiz de direito da 2ª Vara da Fazenda Pública do Ceará, que
deferiu a antecipação de tutela para determinar a reintegração de
Quitéria Valinda Lobo de Mesquita ao Sistema Único de Previdência
Social dos Servidores do Estado do Ceará – SUPSEC, nestes termos:
“Não há qualquer irregularidade na decisão agravada que
antecipou os efeitos da tutela, haja vista este Sodalício já ter decidido
inúmeras vezes, em casos análogos, que os notários, não oficializados
por concurso e inscritos até o advento da Lei n. 8.935/94, têm, por
força do art. 331, § 8º, da Constituição do Estado do Ceará, o direito
de continuarem contribuindo ao sistema previdenciário estadual, de
forma que a aplicação do art. 8º, § 3º, da Lei Complementar n.
24/2000, afigura-se inconstitucional por malferir a garantia do direito
adquirido” (fl. 84, doc. 2).
3. Este Supremo Tribunal assentou que constituiu pressuposto de
cabimento da reclamação a identidade material entre a decisão reclamada
e o julgado tido como paradigma. Nesse sentido:
“Os atos questionados em qualquer reclamação - nos casos em
que se sustenta desrespeito à autoridade de decisão do Supremo
Tribunal Federal - hão de se ajustar, com exatidão e pertinência, aos
julgamentos desta Suprema Corte invocados como paradigmas de
confronto, em ordem a permitir, pela análise comparativa, a
verificação da conformidade, ou não, da deliberação estatal impugnada
em relação ao parâmetro de controle emanado deste Tribunal” (Rcl
6.534-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Plenário, DJe 17.10.2008).
“AGRAVO
REGIMENTAL
NA
RECLAMAÇÃO.
TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. APLICAÇÃO DE MULTA.
2
Supremo Tribunal Federal
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RCL 11.831 AGR / CE
procedente” (ADI 2.791, Rel. Min. Gilmar Mendes, Plenário, DJ
24.11.2006).
Por meio da decisão proferida nos autos do Agravo de Instrumento
n. 2349.85.2010.8.06.0000, o Tribunal de Justiça do Ceará manteve a
decisão do juiz de direito da 2ª Vara da Fazenda Pública do Ceará, que
deferiu a antecipação de tutela para determinar a reintegração de
Quitéria Valinda Lobo de Mesquita ao Sistema Único de Previdência
Social dos Servidores do Estado do Ceará – SUPSEC, nestes termos:
“Não há qualquer irregularidade na decisão agravada que
antecipou os efeitos da tutela, haja vista este Sodalício já ter decidido
inúmeras vezes, em casos análogos, que os notários, não oficializados
por concurso e inscritos até o advento da Lei n. 8.935/94, têm, por
força do art. 331, § 8º, da Constituição do Estado do Ceará, o direito
de continuarem contribuindo ao sistema previdenciário estadual, de
forma que a aplicação do art. 8º, § 3º, da Lei Complementar n.
24/2000, afigura-se inconstitucional por malferir a garantia do direito
adquirido” (fl. 84, doc. 2).
3. Este Supremo Tribunal assentou que constituiu pressuposto de
cabimento da reclamação a identidade material entre a decisão reclamada
e o julgado tido como paradigma. Nesse sentido:
“Os atos questionados em qualquer reclamação - nos casos em
que se sustenta desrespeito à autoridade de decisão do Supremo
Tribunal Federal - hão de se ajustar, com exatidão e pertinência, aos
julgamentos desta Suprema Corte invocados como paradigmas de
confronto, em ordem a permitir, pela análise comparativa, a
verificação da conformidade, ou não, da deliberação estatal impugnada
em relação ao parâmetro de controle emanado deste Tribunal” (Rcl
6.534-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Plenário, DJe 17.10.2008).
“AGRAVO
REGIMENTAL
NA
RECLAMAÇÃO.
TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. APLICAÇÃO DE MULTA.
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Supremo Tribunal Federal
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RCL 11.831 AGR / CE
ALEGAÇÃO DE AFRONTA AO QUE DECIDIDO NA AÇÃO
DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 551/RJ. AGRAVO
REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. Ato
reclamado que examina legislação estadual diferente da analisada no
julgado apontado como descumprido. Inexistência de identidade
material entre a decisão reclamada e os julgados tidos como
paradigmas. Precedentes” (Rcl 8.780-AgR, de minha relatoria,
Plenário, DJe 11.12.2009, grifos nossos).
4. Na espécie vertente, não há identidade material entre os acórdãos
paradigmáticos. Na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.791, este
Supremo Tribunal declarou a inconstitucionalidade da expressão "bem
como os não-remunerados", contida na parte final do § 1º do art. 34 da Lei n.
12.398/1998, com alteração da Lei n. 12.607/1999, ambas do Estado do
Paraná. Por meio da decisão impugnada, o Tribunal de Justiça do Ceará
decidiu que “os notários, não oficializados por concurso e inscritos até o
advento da Lei n. 8.935/94, têm, por força do art. 331, § 8º, da Constituição do
Estado do Ceará, o direito de continuarem contribuindo ao sistema
previdenciário estadual, de forma que a aplicação do art. 8º, § 3º, da Lei
Complementar n. 24/2000, afigura-se inconstitucional por malferir a garantia do
direito adquirido” (fl. 84, doc. 2).
5. Ademais, a questão referente à aplicação da teoria dos motivos
determinantes foi rejeitada por este Supremo Tribunal: Rcl 6.204-AgR,
Rel. Min. Eros Grau, Plenário, DJe 28.5.2010; Rcl 2.475-AgR/MG, Redator
para o acórdão o Ministro Marco Aurélio, Plenário, DJe 31.1.2008; Rcl
5.365-MC/SC, Rel. Min. Ayres Britto, decisão monocrática, DJ 15.8.2007;
Rcl 5.087-MC/SE, Rel. Min. Ayres Britto, decisão monocrática, DJ
18.5.2007; e Rcl 3.014-AgR/SP, Rel. Min. Ayres Britto, Plenário, DJe
21.5.2010.
6. Os argumentos do Agravante são insuficientes para modificar a
decisão agravada embasada na jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal.
3
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RCL 11.831 AGR / CE
ALEGAÇÃO DE AFRONTA AO QUE DECIDIDO NA AÇÃO
DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 551/RJ. AGRAVO
REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. Ato
reclamado que examina legislação estadual diferente da analisada no
julgado apontado como descumprido. Inexistência de identidade
material entre a decisão reclamada e os julgados tidos como
paradigmas. Precedentes” (Rcl 8.780-AgR, de minha relatoria,
Plenário, DJe 11.12.2009, grifos nossos).
4. Na espécie vertente, não há identidade material entre os acórdãos
paradigmáticos. Na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.791, este
Supremo Tribunal declarou a inconstitucionalidade da expressão "bem
como os não-remunerados", contida na parte final do § 1º do art. 34 da Lei n.
12.398/1998, com alteração da Lei n. 12.607/1999, ambas do Estado do
Paraná. Por meio da decisão impugnada, o Tribunal de Justiça do Ceará
decidiu que “os notários, não oficializados por concurso e inscritos até o
advento da Lei n. 8.935/94, têm, por força do art. 331, § 8º, da Constituição do
Estado do Ceará, o direito de continuarem contribuindo ao sistema
previdenciário estadual, de forma que a aplicação do art. 8º, § 3º, da Lei
Complementar n. 24/2000, afigura-se inconstitucional por malferir a garantia do
direito adquirido” (fl. 84, doc. 2).
5. Ademais, a questão referente à aplicação da teoria dos motivos
determinantes foi rejeitada por este Supremo Tribunal: Rcl 6.204-AgR,
Rel. Min. Eros Grau, Plenário, DJe 28.5.2010; Rcl 2.475-AgR/MG, Redator
para o acórdão o Ministro Marco Aurélio, Plenário, DJe 31.1.2008; Rcl
5.365-MC/SC, Rel. Min. Ayres Britto, decisão monocrática, DJ 15.8.2007;
Rcl 5.087-MC/SE, Rel. Min. Ayres Britto, decisão monocrática, DJ
18.5.2007; e Rcl 3.014-AgR/SP, Rel. Min. Ayres Britto, Plenário, DJe
21.5.2010.
6. Os argumentos do Agravante são insuficientes para modificar a
decisão agravada embasada na jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 14
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RCL 11.831 AGR / CE
7. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental.
4
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7. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental.
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Debate
01/08/2011
PLENÁRIO
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 11.831 CEARÁ
DEBATE
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Senhor Presidente, o
que pode estar sendo alegado é a questão da tese.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - É a
questão da tese.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Pode
ser que seja a teoria dos motivos determinantes. É que, neste caso, só para
explicar...
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Por se tratar de
norma idêntica.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Não.
Aqui se trata de servidores.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - É a
tese. O Tribunal proclamou a tese.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Se
Vossa Excelência me permite, leio:
“neguei seguimento à reclamação contra decisão proferida nos
autos de um agravo de instrumento nº tal, do Tribunal de Justiça do
Ceará, que determinou a reintegração de Quitéria Valinda Lobo de
Mesquita no Sistema de Previdência dos Servidores do Estado do
Ceará em desrespeito à decisão proferida na Ação Direta de
Inconstitucionalidade 2.791.”
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01/08/2011
PLENÁRIO
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 11.831 CEARÁ
DEBATE
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Senhor Presidente, o
que pode estar sendo alegado é a questão da tese.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - É a
questão da tese.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Pode
ser que seja a teoria dos motivos determinantes. É que, neste caso, só para
explicar...
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Por se tratar de
norma idêntica.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Não.
Aqui se trata de servidores.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - É a
tese. O Tribunal proclamou a tese.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Se
Vossa Excelência me permite, leio:
“neguei seguimento à reclamação contra decisão proferida nos
autos de um agravo de instrumento nº tal, do Tribunal de Justiça do
Ceará, que determinou a reintegração de Quitéria Valinda Lobo de
Mesquita no Sistema de Previdência dos Servidores do Estado do
Ceará em desrespeito à decisão proferida na Ação Direta de
Inconstitucionalidade 2.791.”
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 14
Debate
RCL 11.831 AGR / CE
Na decisão ora agravada, fundamentei nos termos seguintes:
"4.(...) Na Ação Direta de Inconstitucionalidade 2.791, este
Supremo Tribunal declarou a inconstitucionalidade de uma
expressão" específica da seguinte lei do Paraná. Na parte final do
§ 1º do art. 34 da Lei 12.398, com a alteração da Lei paranaense
12.607/99, ambas do Estado do Paraná", o Supremo declarou que
uma expressão daquela lei não seria aplicada. "Por meio da
decisão impugnada, o Tribunal de Justiça do Ceará", em outro caso
respeitante à Quitéria Valinda Lobo de Mesquita, que foi
reintegrada, o Tribunal de Justiça cearense "decidiu que 'os
notários, não oficializados por concurso, têm', por força do art. 331,
§ 8º, da Constituição do Estado do Ceará, 'o direito de
continuarem contribuindo ao sistema previdenciário estadual, de
forma que a aplicação do art. 8º, § 3º, da Lei Complementar cearense
24/2000, afigura-se também inconstitucional por malferir a garantia
do direito adquirido'.
Portanto, não há nestes autos identidade material entre os
acórdãos paradigmáticos, sendo de se acentuar que, no acórdão
paradigmático, o que se pôs em questão foi uma expressão específica de
uma norma específica de uma lei do Paraná.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Teríamos que declarar
incidentalmente, na reclamação, a inconstitucionalidade da Constituição
estadual.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - O que já até fizemos
em algum caso.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Então,
só para terminar.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Só queria ponderar,
Senhor Presidente. A argumentação da Ministra Relatora, na verdade,
2
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RCL 11.831 AGR / CE
Na decisão ora agravada, fundamentei nos termos seguintes:
"4.(...) Na Ação Direta de Inconstitucionalidade 2.791, este
Supremo Tribunal declarou a inconstitucionalidade de uma
expressão" específica da seguinte lei do Paraná. Na parte final do
§ 1º do art. 34 da Lei 12.398, com a alteração da Lei paranaense
12.607/99, ambas do Estado do Paraná", o Supremo declarou que
uma expressão daquela lei não seria aplicada. "Por meio da
decisão impugnada, o Tribunal de Justiça do Ceará", em outro caso
respeitante à Quitéria Valinda Lobo de Mesquita, que foi
reintegrada, o Tribunal de Justiça cearense "decidiu que 'os
notários, não oficializados por concurso, têm', por força do art. 331,
§ 8º, da Constituição do Estado do Ceará, 'o direito de
continuarem contribuindo ao sistema previdenciário estadual, de
forma que a aplicação do art. 8º, § 3º, da Lei Complementar cearense
24/2000, afigura-se também inconstitucional por malferir a garantia
do direito adquirido'.
Portanto, não há nestes autos identidade material entre os
acórdãos paradigmáticos, sendo de se acentuar que, no acórdão
paradigmático, o que se pôs em questão foi uma expressão específica de
uma norma específica de uma lei do Paraná.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Teríamos que declarar
incidentalmente, na reclamação, a inconstitucionalidade da Constituição
estadual.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - O que já até fizemos
em algum caso.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Então,
só para terminar.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Só queria ponderar,
Senhor Presidente. A argumentação da Ministra Relatora, na verdade,
2
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RCL 11.831 AGR / CE
acaba tendo um duplo fundamento: uma coisa é dizer que se trata de lei
específica, porque aí podemos ter situações idênticas. Por exemplo, já
dissemos aqui, creio que num caso até inicialmente da relatoria do
Ministro Britto sobre o precatório ou requisição de pequeno valor.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Ah,
sim, sim.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Nós dissemos que a
fixação de requisição de pequeno valor, pelos Estados, de maneira
diferenciada, segundo as suas forças financeiras, era constitucional. Logo,
na verdade declaramos – salvo engano – a constitucionalidade de uma lei
do Piauí e, de alguma forma, dissemos que aquela prática era
constitucional. Portanto, é como – o Ministro Fux pode me socorrer – se
tivéssemos duas decisões: uma que fixasse a orientação específica quanto
à constitucionalidade do dispositivo; outra quanto à conduta geral. Então,
essa é a questão.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Por
isso fiz questão de ler, Ministro Gilmar.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Porque temos um
precedente da relatoria do Ministro Sydney Sanches em que o Tribunal,
na reclamação, já declarou a inconstitucionalidade.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - É,
mas, neste caso - como eu disse - diz respeito a uma decisão quanto a
uma servidora específica, e que o Estado do Ceará, agora, pretende na
reclamação...
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - É como o Ministro
Marco Aurélio agudamente percebe.
Se entrar no detalhe – a questão que me vem –, imaginemos que o
3
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acaba tendo um duplo fundamento: uma coisa é dizer que se trata de lei
específica, porque aí podemos ter situações idênticas. Por exemplo, já
dissemos aqui, creio que num caso até inicialmente da relatoria do
Ministro Britto sobre o precatório ou requisição de pequeno valor.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Ah,
sim, sim.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Nós dissemos que a
fixação de requisição de pequeno valor, pelos Estados, de maneira
diferenciada, segundo as suas forças financeiras, era constitucional. Logo,
na verdade declaramos – salvo engano – a constitucionalidade de uma lei
do Piauí e, de alguma forma, dissemos que aquela prática era
constitucional. Portanto, é como – o Ministro Fux pode me socorrer – se
tivéssemos duas decisões: uma que fixasse a orientação específica quanto
à constitucionalidade do dispositivo; outra quanto à conduta geral. Então,
essa é a questão.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Por
isso fiz questão de ler, Ministro Gilmar.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Porque temos um
precedente da relatoria do Ministro Sydney Sanches em que o Tribunal,
na reclamação, já declarou a inconstitucionalidade.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - É,
mas, neste caso - como eu disse - diz respeito a uma decisão quanto a
uma servidora específica, e que o Estado do Ceará, agora, pretende na
reclamação...
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - É como o Ministro
Marco Aurélio agudamente percebe.
Se entrar no detalhe – a questão que me vem –, imaginemos que o
3
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1567741.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 14
Debate
RCL 11.831 AGR / CE
Tribunal tivesse dito que é válida ou inválida a contribuição dos
cartorários para o sistema de Previdência.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Uma
norma que pudesse ser, sim. Mas não é este caso.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - E com isso
declararia a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de uma
norma de um dado Estado; ipso jure também estaria dizendo que seria
válida ou inválida esse tipo de prática.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Aí
poderia ser discutido aqui, mas não é. Por isso que eu fiz questão de ler.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Então, só para
deixar claro que os casos são diametralmente diferentes.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - São
diferentes, porque, neste caso - como estou dizendo -, eu neguei por
ausência de identidade inclusive material, em que nós decidimos.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) – O
problema da afirmação e aplicação da tese nós já suscitamos no caso da
aposentadoria, aos 70 anos, aos serventuários, lembra?
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Sim.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) – Sim.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) – Não
podemos ficar discutindo, caso por caso, a mesma questão jurídica já
decidida.
4
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Supremo Tribunal Federal
RCL 11.831 AGR / CE
Tribunal tivesse dito que é válida ou inválida a contribuição dos
cartorários para o sistema de Previdência.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Uma
norma que pudesse ser, sim. Mas não é este caso.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - E com isso
declararia a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de uma
norma de um dado Estado; ipso jure também estaria dizendo que seria
válida ou inválida esse tipo de prática.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Aí
poderia ser discutido aqui, mas não é. Por isso que eu fiz questão de ler.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Então, só para
deixar claro que os casos são diametralmente diferentes.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - São
diferentes, porque, neste caso - como estou dizendo -, eu neguei por
ausência de identidade inclusive material, em que nós decidimos.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) – O
problema da afirmação e aplicação da tese nós já suscitamos no caso da
aposentadoria, aos 70 anos, aos serventuários, lembra?
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Sim.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) – Sim.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) – Não
podemos ficar discutindo, caso por caso, a mesma questão jurídica já
decidida.
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Debate
RCL 11.831 AGR / CE
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Aqui
é outro caso.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Isso, exatamente.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Por
isso é que eu fiz questão de ler para o Ministro Gilmar para esclarecer.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Então, ficaria só com
esse fundamento.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) – Sim.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Então,
aqui, Vossa Excelência está negando provimento?
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) -
Negando provimento.
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Supremo Tribunal Federal
RCL 11.831 AGR / CE
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Aqui
é outro caso.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Isso, exatamente.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Por
isso é que eu fiz questão de ler para o Ministro Gilmar para esclarecer.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Então, ficaria só com
esse fundamento.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) – Sim.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Então,
aqui, Vossa Excelência está negando provimento?
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) -
Negando provimento.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 14
Decisão de Julgamento
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 11.831
PROCED. : CEARÁ
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) : ESTADO DO CEARÁ
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ
AGDO.(A/S) : QUITÉRIA VALINDA LOBO DE MESQUITA
ADV.(A/S) : EDUARDO CARNEIRO DOS SANTOS
INTDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
Decisão: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto da
Relatora, negou provimento ao recurso de agravo. Votou o
Presidente, Ministro Cezar Peluso. Ausente o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa, licenciado. Plenário, 01.08.2011.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Marco Aurélio, Ellen
Gracie, Gilmar Mendes, Ayres Britto, Ricardo Lewandowski, Cármen
Lúcia, Dias Toffoli e Luiz Fux.
Sub-Procuradora-Geral da República, Dra. Sandra Cureau.
p/ Luiz Tomimatsu
Secretário
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1379575
Supremo Tribunal Federal
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 11.831
PROCED. : CEARÁ
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) : ESTADO DO CEARÁ
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ
AGDO.(A/S) : QUITÉRIA VALINDA LOBO DE MESQUITA
ADV.(A/S) : EDUARDO CARNEIRO DOS SANTOS
INTDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
Decisão: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto da
Relatora, negou provimento ao recurso de agravo. Votou o
Presidente, Ministro Cezar Peluso. Ausente o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa, licenciado. Plenário, 01.08.2011.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Marco Aurélio, Ellen
Gracie, Gilmar Mendes, Ayres Britto, Ricardo Lewandowski, Cármen
Lúcia, Dias Toffoli e Luiz Fux.
Sub-Procuradora-Geral da República, Dra. Sandra Cureau.
p/ Luiz Tomimatsu
Secretário
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1379575
Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 14
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1571623 | 2011-08-01T00:00:00 | 2011-11-16T00:00:00 | O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto da Relatora, negou provimento ao recurso de agravo. Votou o Presidente, Ministro Cezar Peluso. Ausente o Senhor Ministro Joaquim Barbosa, licenciado. Plenário, 01.08.2011. | AG.REG. NA RECLAMAÇÃO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. CONCESSÃO DE TUTELA ANTECIPADA PARA REINTEGRAÇÃO DE SERVENTUÁRIA DA JUSTIÇA AO SISTEMA DE PREVIDÊNCIA ESTADUAL. ALEGAÇÃO DE DESRESPEITO À DECISÃO PROFERIDA NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE N. 2.791. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE MATERIAL ENTRE OS ACÓRDÃOS PARADIGMÁTICOS. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. | sjur201519 | - Acórdãos citados: Rcl 2475 AgR - Tribunal Pleno, ADI 2791 - Tribunal Pleno, Rcl 3014 AgR - Tribunal Pleno, Rcl 6204 AgR -
Tribunal Pleno, Rcl 6534 AgR - Tribunal Pleno, Rcl 8780 AgR - Tribunal Pleno.
- Decisões monocráticas citadas: Rcl 5087 MC, Rcl 5365 MC.
- Veja Agravo de Instrumento 2349.85.2010.8.06.0000 do TJCE.
Número de páginas: 14.
Análise: 22/11/2011, SEV.
Revisão: 28/11/2011, ACG. | CÁRMEN LÚCIA | Tribunal Pleno | 11831 | [
"LEG-EST LEI-012398 ANO-1998\r\n ART-00034 PAR-00001 REDAÇÃO DADA PELA LEI-12607/1999\r\n LEI ORDINÁRIA, PR\r\n",
"LEG-EST LEI-012607 ANO-1999\r\n LEI ORDINÁRIA, PR"
] | Rcl-AgR | acordaos | Rcl 11831 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : ESTADO DO CEARÁ
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ
AGDO.(A/S) : QUITÉRIA VALINDA LOBO DE MESQUITA
ADV.(A/S) : EDUARDO CARNEIRO DOS SANTOS
INTDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECLAMAÇÃO 11 . 831",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE N . 2 . 791",
"RECLAMAÇÃO 11 . 831",
"Agravo de Instrumento n . 2349 . 85 . 2010 . 8 .",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade n . 2 . 791",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade n . 2 . 791",
"Agravo de Instrumento n . 2349 . 85 . 2010 . 8 . 06 . 0000",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade n . 2 . 791",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade n . 2 . 791",
"RCL 11 . 831 AGR",
"Rcl 6 . 204 - AgR",
"Rcl 2 . 475 - AgR / MG",
"Rcl 5 . 365 - MC / SC",
"Rcl 5 . 087 - MC / SE",
"Rcl 3 . 014 - AgR / SP",
"ADI 2791",
"Rcl 6 . 204 - AgR",
"Rcl 2 . 475 - AgR / MG",
"Rcl 5 . 365 - MC / SC",
"Rcl 5 . 087 - MC / SE",
"Rcl 3 . 014 - AgR / SP",
"ADI 2791",
"RCL 11 . 831 AGR",
"RCL 11 . 831 AGR",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade n . 2 . 791",
"RECLAMAÇÃO 11 . 831",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade n",
"RCL 11 . 831 AGR",
"ADI 2 . 791",
"Agravo de Instrumento n . 2349 . 85 . 2010 . 8 . 06 . 0000",
"Rcl 6 . 534 - AgR",
"RCL 11 . 831",
"ADI 2 . 791",
"Agravo de Instrumento n . 2349 . 85 . 2010 . 8 . 06 . 0000",
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"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 551 / RJ",
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"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 551 / RJ",
"Rcl 8 . 780 - AgR",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade n . 2 . 791",
"Rcl 6 . 204 - AgR",
"Rcl 2 . 475 - AgR / MG",
"Rcl 5 . 365 - MC / SC",
"Rcl 5 . 087 - MC / SE",
"Rcl 3 . 014 - AgR / SP",
"RECLAMAÇÃO 11 . 831",
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"RECLAMAÇÃO",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade 2 . 791 .",
"RCL 11 . 831",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade 2 . 791",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade 2 . 791",
"RCL 11 . 831 AGR / CE",
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"RCL 11 . 831 AGR / CE",
"RECLAMAÇÃO 11 . 831"
],
"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 34 da Lei n . 12 . 398 / 1998",
"Lei n . 12 . 607 / 1999",
"Lei n . 8 . 935 / 94",
"art . 331 , § [UNK] , da Constituição do Estado do Ceará",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 34 da Lei n . 12 . 398 / 1998",
"Lei n . 12 . 607 / 1999",
"Lei n . 8 . 935 / 94",
"art . 331 , § [UNK] , da Constituição do Estado do Ceará",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , § [UNK] , da Lei Complementar n .",
"art . 21 , § [UNK] , do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal",
"Carta Magna",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , § [UNK] , da Lei Complementar n . 24 / 2000",
"art . 21 , § [UNK] , do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal",
"Carta Magna",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 34 da Lei n . 12 . 398 / 1998",
"Lei n . 12 . 607 / 1999",
"Art . 34 , § [UNK] , da Lei Estadual do Paraná n . 12 . 398 / 98",
"Lei Estadual n . 12 . 607 / 99",
"Constituição Federal",
"arts . 40 , caput , e 63 , I , c / c 61 , § [UNK] , II , ' c ' , da Constituição Federal",
"Lei Federal n . 8 . 935 / 94",
"Leis Estaduais ns . 12 . 398 / 98",
"12",
".",
"607",
"/",
"99",
"arts . 63 , I , c / c 61 , § [UNK] , II , ' c ' , da Constituição Federal",
"art . 40 , caput , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 34 da Lei n . 12 . 398 / 1998",
"Lei n . 12 . 607 / 1999",
"Art . 34 , § [UNK] , da Lei Estadual do Paraná n . 12 . 398 / 98",
"Lei Estadual n . 12 . 607 / 99",
"Constituição Federal",
"arts . 40 , caput , e 63 , I , c / c 61 , § [UNK] , II , ' c ' , da Constituição Federal",
"Lei",
"Federal n . 8 . 935 / 94",
"Leis",
"Estaduais ns . 12 . 398 / 98",
"12",
".",
"607",
"/",
"99",
"63 , I , c / c 61 , § [UNK] , II , ' c ' , da Constituição Federal",
"art . 40 , caput , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n . 8 . 935 / 94",
"art . 331 , § [UNK] , da Constituição do Estado do Ceará",
"art . [UNK] , § [UNK] , da Lei Complementar n . 24 / 2000",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n . 8 . 935 / 94",
"art . 331 , § [UNK] , da Constituição",
"art . [UNK] , § [UNK] , da Lei Complementar n . 24 / 2000",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 34 da Lei n . 12 . 398 / 1998",
"Lei n . 12 . 607 / 1999",
"Lei n . 8 . 935 / 94",
"art . 331 , § [UNK] , da Constituição do Estado do Ceará",
"art . [UNK] , § [UNK] , da Lei Complementar n . 24 / 2000",
"MP n° 2 . 200 -",
"§ [UNK] do art . 34 da Lei n . 12 . 398 / 1998",
"Lei n . 12 . 607 / 1999",
"Lei n . 8 . 935 / 94",
"art . 331 , § [UNK] , da Constituição do Estado do Ceará",
"art . [UNK] , § [UNK] , da Lei Complementar n . 24 / 2000",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 34 da Lei 12 . 398",
"Lei paranaense 12",
".",
"607",
"/",
"99",
"art . 331 , § [UNK] , da Constituição do Estado do Ceará",
"art . [UNK] , § [UNK] , da Lei Complementar cearense 24 / 2000",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 34 da Lei 12 . 398",
"Lei paranaense 12 . 607 / 99",
"art . 331 , § [UNK] , da Constituição do Estado do Ceará",
"art . [UNK] , § [UNK] , da Lei Complementar cearense 24 / 2000",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"CEARÁ",
"ESTADO DO CEARÁ",
"ESTADO DO CEARÁ",
"Brasília",
"CEARÁ",
"ESTADO DO CEARÁ",
"ESTADO DO CEARÁ",
"Estado do Ceará",
"Estado do Paraná",
"ESTADO DO CEARÁ",
"ESTADO DO CEARÁ",
"Estado do Paraná",
"Estado do Ceará",
"Estado do Ceará",
"CEARÁ",
"Estado do Paraná",
"CEARÁ",
"Estado do Paraná",
"Estado do Ceará",
"Estado do Paraná",
"Estado do Paraná",
"Estado do Paraná",
"Paraná",
"Estado do Paraná",
"Paraná",
"Piauí",
"Estado do Ceará",
"Piauí",
"CEARÁ",
"ESTADO DO CEARÁ",
"ESTADO DO CEARÁ",
"CEARÁ",
"ESTADO DO CEARÁ",
"ESTADO DO CEARÁ"
],
"ORGANIZACAO": [
"PLENÁRIO",
"TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ",
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"SUPSEC",
"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal",
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"-",
"Brasil",
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"PLENÁRIO",
"TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO",
"Tribunal de Justiça do Ceará",
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"SUPSEC",
"Supremo Tribunal",
"Tribunal de Justiça do Ceará",
"Supremo Tribunal Federal",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"/",
"CE",
"Plenário",
"Plenário",
"Plenário",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"/",
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"Plenário",
"Plenário",
"Plenário",
"STF",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
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"-",
"Brasil",
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"-",
"Brasil",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
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"[UNK] Vara da Fazenda Pública do Ceará",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"[UNK] Vara da Fazenda Pública do Ceará",
"Sistema Único de Previdência Social dos Servidores do Estado do Ceará",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"Supremo Tribunal",
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"Plenário",
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"-",
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"Supremo",
"Tribunal de Justiça do Ceará",
"Plenário",
"Plenário",
"Plenário",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"CEARÁ",
"Tribunal de Justiça do Ceará",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"CEARÁ",
"Tribunal de Justiça do Ceará",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"AGR",
"/",
"CE",
"Supremo Tribunal",
"Supremo",
"Tribunal de Justiça do Ceará",
"Tribunal de Justiça cearense",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"RCL",
"Supremo Tribunal",
"Supremo",
"Tribunal de Justiça do Ceará",
"Tribunal de Justiça cearense",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Estado",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"/",
"CE",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ",
"Plenário",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ",
"Plenário",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"VALINDA LOBO DE MESQUITA",
"EDUARDO CARNEIRO DOS SANTOS",
"Cezar Peluso",
"Joaquim Barbosa",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"EDUARDO CARNEIRO DOS SANTOS",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Quitéria Valinda Lobo de Mesquita",
"CÁRMEN LÚCIA",
"EDUARDO CARNEIRO DOS SANTOS",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Quitéria Valinda Lobo de Mesquita",
"Eros Grau",
"Marco Aurélio",
"Ayres Britto",
"Ayres Britto",
"Ayres Britto",
"Eros Grau",
"Marco Aurélio",
"Ayres Britto",
"Ayres Britto",
"Ayres Britto",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Gilmar Mendes",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Gilmar Mendes",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Gilmar Mendes",
"Quitéria Valinda Lobo de Mesquita",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Quitéria Valinda Lobo de Mesquita",
"Celso de Mello",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Eros Grau",
"Marco Aurélio",
"Ayres Britto",
"Ayres Britto",
"Ayres Britto",
"Eros Grau",
"Marco Aurélio",
"Ayres Britto",
"Ayres Britto",
"Ayres Britto",
"CÁRMEN LÚCIA",
"GILMAR MENDES",
"CEZAR PELUSO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"GILMAR MENDES",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CEZAR PELUSO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Quitéria Valinda Lobo de Mesquita",
"GILMAR MENDES",
"CEZAR PELUSO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"GILMAR MENDES",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CEZAR PELUSO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Quitéria Valinda Lobo de Mesquita",
"Quitéria Valinda Lobo de Mesquita",
"MARCO AURÉLIO",
"GILMAR MENDES",
"CÁRMEN LÚCIA",
"GILMAR MENDES",
"MARCO AURÉLIO",
"GILMAR MENDES",
"CÁRMEN LÚCIA",
"GILMAR MENDES",
"Britto",
"CÁRMEN LÚCIA",
"GILMAR MENDES",
"Fux",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Gilmar",
"GILMAR MENDES",
"Sydney Sanches",
"CÁRMEN LÚCIA",
"GILMAR MENDES",
"Marco Aurélio",
"Britto",
"CÁRMEN LÚCIA",
"GILMAR MENDES",
"Fux",
"Gilmar",
"GILMAR MENDES",
"Sydney Sanches",
"CÁRMEN LÚCIA",
"GILMAR MENDES",
"Marco Aurélio",
"CÁRMEN LÚCIA",
"GILMAR MENDES",
"CÁRMEN LÚCIA",
"GILMAR MENDES",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CEZAR PELUSO",
"GILMAR MENDES",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CEZAR PELUSO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"GILMAR MENDES",
"CÁRMEN LÚCIA",
"GILMAR MENDES",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CEZAR PELUSO",
"GILMAR MENDES",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CEZAR PELUSO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"GILMAR MENDES",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Gilmar",
"GILMAR MENDES",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CEZAR PELUSO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"GILMAR MENDES",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Gilmar",
"GILMAR MENDES",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CEZAR PELUSO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"EDUARDO CARNEIRO DOS SANTOS",
"Cezar Peluso",
"Joaquim Barbosa",
"Cezar Peluso",
"Celso de Mello",
"Marco Aurélio",
"Ellen Gracie",
"Gilmar Mendes",
"Ayres Britto",
"Ricardo Lewandowski",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Sandra Cureau",
"Luiz Tomimatsu",
"CÁRMEN LÚCIA",
"EDUARDO CARNEIRO DOS SANTOS",
"Cezar Peluso",
"Joaquim Barbosa",
"Cezar Peluso",
"Celso de Mello",
"Marco Aurélio",
"Ellen Gracie",
"Gilmar Mendes",
"Ayres Britto",
"Ricardo Lewandowski",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Sandra Cureau",
"Tomimatsu"
],
"TEMPO": [
"01",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"1 de agosto de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"01",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"7 de junho de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"01",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"7 de junho de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"28",
".",
"5",
".",
"2010",
"31",
".",
"1",
".",
"2008",
"15",
".",
"8",
".",
"2007",
"18",
".",
"5",
".",
"2007",
"21",
".",
"5",
".",
"2010",
"14",
".",
"6",
".",
"2011",
"24",
".",
"6",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"28",
".",
"5",
".",
"2010",
"31",
".",
"1",
".",
"2008",
"15",
".",
"8",
".",
"2007",
"18",
".",
"5",
".",
"2007",
"21",
".",
"5",
".",
"2010",
"14",
".",
"6",
".",
"2011",
"24",
".",
"6",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"01",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"01",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
".",
"11",
".",
"2006",
"17",
".",
"10",
".",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
".",
"11",
".",
"2006",
"Plenário",
"17",
".",
"10",
".",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
".",
"12",
".",
"2009",
"28",
".",
"5",
".",
"2010",
"31",
".",
"1",
".",
"2008",
"15",
".",
"8",
".",
"2007",
"18",
".",
"5",
".",
"2007",
"21",
".",
"5",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
".",
"12",
".",
"2009",
"28",
".",
"5",
".",
"2010",
"31",
".",
"1",
".",
"2008",
"15",
".",
"8",
".",
"2007",
"18",
".",
"5",
".",
"2007",
"21",
".",
"5",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"01",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"01",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"01",
".",
"08",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"01",
".",
"08",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
30/06/2011
PLENÁRIO
EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 11.187 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
EMBTE.(S)
:EDUARDO TAVARES BARBOSA E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:JOSÉ
HENRIQUE
TURNER
MARQUEZ
E
OUTRO(A/S)
EMBDO.(A/S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE
SÃO PAULO
INTDO.(A/S)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Embargos de declaração em reclamação. 2. Decisão monocrática.
Embargos de declaração recebidos como agravo regimental. 3.
Inexistência de novos elementos aptos a infirmar ou elidir a decisão
agravada. Questão de Ordem no Agravo de Instrumento 760.358 e nas
Reclamações 7.569 e 7.547. 3. Reclamação ajuizada após 19.11.2009 4. A
Súmula 727 desta Corte foi flexibilizada pelo instituto da repercussão
geral, conforme estabelece o art. 328-A, § 1º, do RISTF. 5. Agravo
regimental a que se nega provimento.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os
Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária, sob a
presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso, na conformidade da ata do
julgamento e das notas taquigráficas, por maioria de votos, receber os
embargos como agravo regimental, e por unanimidade, negar
provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do relator, ministro
Gilmar Mendes.
Brasília, 30 de junho de 2011.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1489277.
Supremo Tribunal Federal
DJe 05/10/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 5
Ementa e Acórdão
RCL 11.187 ED / SP
Ministro GILMAR MENDES
Relator
Documento assinado digitalmente.
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1489277.
Supremo Tribunal Federal
RCL 11.187 ED / SP
Ministro GILMAR MENDES
Relator
Documento assinado digitalmente.
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1489277.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 5
Relatório
30/06/2011
PLENÁRIO
EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 11.187 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
EMBTE.(S)
:EDUARDO TAVARES BARBOSA E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:JOSÉ
HENRIQUE
TURNER
MARQUEZ
E
OUTRO(A/S)
EMBDO.(A/S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE
SÃO PAULO
INTDO.(A/S)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): Trata-se
embargos de declaração em reclamação contra decisão do Superior
Tribunal de Justiça que aplicou, nos termos do art. 328-A, § 1º, do RISTF, a
orientação que o Supremo Tribunal Federal adotou em processo-
paradigma da repercussão geral (RE-RG 598.365).
Na decisão embargada, neguei seguimento à ação, com base no
entendimento pacificado nesta Corte no sentido de não conhecer de
agravo de instrumento nem de reclamação contra decisões que aplicam a
sistemática da repercussão na origem.
Nos embargos de declaração, alega-se, em síntese, que houve
usurpação de competência deste Tribunal e negativa de prestação
jurisdicional, tendo em vista a inexistência de fundamentação quanto a
pontos essenciais na decisão reclamada.
É o relatório.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1481929.
Supremo Tribunal Federal
30/06/2011
PLENÁRIO
EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 11.187 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
EMBTE.(S)
:EDUARDO TAVARES BARBOSA E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:JOSÉ
HENRIQUE
TURNER
MARQUEZ
E
OUTRO(A/S)
EMBDO.(A/S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE
SÃO PAULO
INTDO.(A/S)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): Trata-se
embargos de declaração em reclamação contra decisão do Superior
Tribunal de Justiça que aplicou, nos termos do art. 328-A, § 1º, do RISTF, a
orientação que o Supremo Tribunal Federal adotou em processo-
paradigma da repercussão geral (RE-RG 598.365).
Na decisão embargada, neguei seguimento à ação, com base no
entendimento pacificado nesta Corte no sentido de não conhecer de
agravo de instrumento nem de reclamação contra decisões que aplicam a
sistemática da repercussão na origem.
Nos embargos de declaração, alega-se, em síntese, que houve
usurpação de competência deste Tribunal e negativa de prestação
jurisdicional, tendo em vista a inexistência de fundamentação quanto a
pontos essenciais na decisão reclamada.
É o relatório.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1481929.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 5
Voto - MIN. GILMAR MENDES
30/06/2011
PLENÁRIO
EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 11.187 SÃO PAULO
V O T O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): Tendo
em vista o princípio da economia processual, recebo os embargos de
declaração como agravo regimental e, desde logo, passo a apreciá-lo.
O agravante não trouxe novos elementos aptos a infirmar ou elidir a
decisão agravada.
Noto, inicialmente, que a decisão agravada seguiu adequadamente o
entendimento firmado por esta Corte na Sessão Plenária do dia
19.11.2009, por unanimidade, em Questão de Ordem no Agravo de
Instrumento 760.358, de minha relatoria, e nas Reclamações 7.569 e 7.547,
Rel. Min. Ellen Gracie.
Cito vários precedentes desta Corte em que se tem negado
seguimento a reclamações análogas: Rcl-ED 11.076, Rel. Min. Cármen
Lúcia, DJe 15.3.2011; Rcl 11.282, Rel. Min. Celso de Mello, DJe 9.3.2011;
Rcl 11.271, Rel. Min. Ayres Britto, DJe 23.2.2011; e Rcl 10.151, Rel. Min.
Eros Grau, DJe 11.6.2010.
Registro, ainda, que a Súmula 727 deste Tribunal foi flexibilizada
pelo instituto da repercussão geral, conforme estabelece o art. 328-A, § 1º,
do RISTF. Assim, os agravos de instrumentos interpostos das decisões
que inadmitiram recursos extraordinários já sujeitos ao requisito legal da
repercussão geral podem ser sobrestados, inadmitidos, julgados
prejudicados ou provocar juízo de retratação (art. 543-B do CPC), quando
relativos aos assuntos apreciados pelo regime da repercussão geral.
Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1481930.
Supremo Tribunal Federal
30/06/2011
PLENÁRIO
EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 11.187 SÃO PAULO
V O T O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): Tendo
em vista o princípio da economia processual, recebo os embargos de
declaração como agravo regimental e, desde logo, passo a apreciá-lo.
O agravante não trouxe novos elementos aptos a infirmar ou elidir a
decisão agravada.
Noto, inicialmente, que a decisão agravada seguiu adequadamente o
entendimento firmado por esta Corte na Sessão Plenária do dia
19.11.2009, por unanimidade, em Questão de Ordem no Agravo de
Instrumento 760.358, de minha relatoria, e nas Reclamações 7.569 e 7.547,
Rel. Min. Ellen Gracie.
Cito vários precedentes desta Corte em que se tem negado
seguimento a reclamações análogas: Rcl-ED 11.076, Rel. Min. Cármen
Lúcia, DJe 15.3.2011; Rcl 11.282, Rel. Min. Celso de Mello, DJe 9.3.2011;
Rcl 11.271, Rel. Min. Ayres Britto, DJe 23.2.2011; e Rcl 10.151, Rel. Min.
Eros Grau, DJe 11.6.2010.
Registro, ainda, que a Súmula 727 deste Tribunal foi flexibilizada
pelo instituto da repercussão geral, conforme estabelece o art. 328-A, § 1º,
do RISTF. Assim, os agravos de instrumentos interpostos das decisões
que inadmitiram recursos extraordinários já sujeitos ao requisito legal da
repercussão geral podem ser sobrestados, inadmitidos, julgados
prejudicados ou provocar juízo de retratação (art. 543-B do CPC), quando
relativos aos assuntos apreciados pelo regime da repercussão geral.
Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1481930.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 5
Decisão de Julgamento
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 11.187
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. GILMAR MENDES
EMBTE.(S) : EDUARDO TAVARES BARBOSA E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : JOSÉ HENRIQUE TURNER MARQUEZ E OUTRO(A/S)
EMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
PAULO
INTDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: O Tribunal, por maioria, contra o voto do Senhor
Ministro Marco Aurélio, recebeu os embargos de declaração como
recurso de agravo e a este, por unanimidade, negou provimento, nos
termos do voto do Relator. Ausentes, justificadamente, os Senhores
Ministros Celso de Mello e Dias Toffoli; licenciado, o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa e, neste julgamento, o Senhor Ministro
Ricardo Lewandowski. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Cezar
Peluso. Plenário, 30.06.2011.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Ellen Gracie, Gilmar
Mendes, Ayres Britto, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e Luiz
Fux.
Vice-Procuradora-Geral da República, Dra. Deborah Macedo
Duprat de Britto Pereira.
p/ Luiz Tomimatsu
Secretário
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1344241
Supremo Tribunal Federal
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO 11.187
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. GILMAR MENDES
EMBTE.(S) : EDUARDO TAVARES BARBOSA E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : JOSÉ HENRIQUE TURNER MARQUEZ E OUTRO(A/S)
EMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
PAULO
INTDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: O Tribunal, por maioria, contra o voto do Senhor
Ministro Marco Aurélio, recebeu os embargos de declaração como
recurso de agravo e a este, por unanimidade, negou provimento, nos
termos do voto do Relator. Ausentes, justificadamente, os Senhores
Ministros Celso de Mello e Dias Toffoli; licenciado, o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa e, neste julgamento, o Senhor Ministro
Ricardo Lewandowski. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Cezar
Peluso. Plenário, 30.06.2011.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Ellen Gracie, Gilmar
Mendes, Ayres Britto, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e Luiz
Fux.
Vice-Procuradora-Geral da República, Dra. Deborah Macedo
Duprat de Britto Pereira.
p/ Luiz Tomimatsu
Secretário
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1344241
Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 5
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1494901 | 2011-06-30T00:00:00 | 2011-10-05T00:00:00 | O Tribunal, por maioria, contra o voto do Senhor Ministro Marco Aurélio, recebeu os embargos de declaração como recurso de agravo e a este, por unanimidade, negou provimento, nos termos do voto do Relator. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Dias Toffoli; licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa e, neste julgamento, o Senhor Ministro Ricardo Lewandowski. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Cezar Peluso. Plenário, 30.06.2011. | EMB.DECL. NA RECLAMAÇÃO | Embargos de declaração em reclamação. 2. Decisão monocrática. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental. 3. Inexistência de novos elementos aptos a infirmar ou elidir a decisão agravada. Questão de Ordem no Agravo de Instrumento 760.358 e nas Reclamações 7.569 e 7.547. 3. Reclamação ajuizada após 19.11.2009 4. A Súmula 727 desta Corte foi flexibilizada pelo instituto da repercussão geral, conforme estabelece o art. 328-A, § 1º, do RISTF. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. | sjur266218 | - Acórdãos citados: Rcl 7547, Rcl 7569, AI 760358 QO.
- Decisões monocráticas citadas: Rcl 10151, Rcl 11076 ED, Rcl
11271, Rcl 11282 MC.
Número de páginas: 5.
Análise: 27/10/2011, IMC.
Revisão: 04/11/2011, KBP. | GILMAR MENDES | Tribunal Pleno | 11187 | [
"LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\r\n ART-0543B \r\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\r\n",
"LEG-FED RGI ANO-1980\r\n ART-0328A PAR-00001 \r\n RISTF-1980 REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000727 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | Rcl-ED | acordaos | Rcl 11187 ED | [
""
] | EMBTE.(S) : EDUARDO TAVARES BARBOSA E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : JOSÉ HENRIQUE TURNER MARQUEZ E OUTRO(A/S)
EMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
INTDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"Agravo de Instrumento 760 . 358",
"Reclamações",
"RCL 11 . 187 ED / SP",
"RCL 11 . 187 ED / SP",
"RECLAMAÇÃO",
"RE",
"-",
"RG 598 . 365",
"RE",
"-",
"RG 598 . 365",
"Agravo de Instrumento 760 . 358",
"Reclamações",
"Rcl",
"-",
"ED 11 . 076",
"Rcl 11 . 282",
"Rcl 11 . 271",
"Rcl 10 . 151",
"Reclamações 7 . 569",
"Rcl",
"-",
"ED 11 . 076",
"Rcl 11 . 282",
"Rcl 11 . 271",
"Rcl 10 . 151",
"RECLAMAÇÃO"
],
"LEGISLACAO": [
"art . 328 - A , § [UNK] , do RISTF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 328 - A , § [UNK] , do RISTF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 328 - A , § [UNK] , do RISTF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 328 - A , § [UNK] , do RISTF",
"art . 543 - B do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 328 - A , § [UNK] , do RISTF",
"art . 543 - B do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"Brasília",
"SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO"
],
"ORGANIZACAO": [
"PLENÁRIO",
"MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO",
"SUPERIOR TRIBUNAL",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"MINISTÉRIO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Plenário",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Plenário",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"GILMAR MENDES",
"EDUARDO TAVARES BARBOSA",
"JOSÉ HENRIQUE TURNER MARQUEZ",
"Cezar Peluso",
"Gilmar Mendes",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"EDUARDO TAVARES BARBOSA",
"JOSÉ HENRIQUE TURNER MARQUEZ",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"EDUARDO TAVARES BARBOSA",
"JOSÉ HENRIQUE TURNER MARQUEZ",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"Ellen Gracie",
"Cármen Lúcia",
"Celso de Mello",
"Ayres Britto",
"Eros Grau",
"/",
"GILMAR MENDES",
"Ellen Gracie",
"Cármen Lúcia",
"Celso de Mello",
"Ayres Britto",
"Eros Grau",
"GILMAR MENDES",
"EDUARDO TAVARES BARBOSA",
"JOSÉ HENRIQUE TURNER MARQUEZ",
"Marco Aurélio",
"Celso de Mello",
"Dias Toffoli",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Cezar Peluso",
"Cezar Peluso",
"Marco Aurélio",
"Ellen Gracie",
"Gilmar Mendes",
"Ayres Britto",
"Ricardo Lewandowski",
"Cármen Lúcia",
"Luiz Fux",
"Deborah Macedo Duprat de Britto Pereira",
"GILMAR MENDES",
"EDUARDO TAVARES BARBOSA",
"JOSÉ HENRIQUE",
"Marco Aurélio",
"Celso de Mello",
"Dias Toffoli",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Cezar Peluso",
"Cezar Peluso",
"Marco Aurélio",
"Ellen Gracie",
"Gilmar Mendes",
"Ayres Britto",
"Ricardo Lewandowski",
"Cármen Lúcia",
"Luiz Fux",
"Deborah Macedo Duprat de Britto Pereira"
],
"TEMPO": [
"30",
"/",
"06",
"/",
"2011",
"19",
".",
"11",
".",
"2009",
"30 de junho de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"05",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
"/",
"06",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
"/",
"06",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
"/",
"06",
"/",
"2011",
"19",
".",
"11",
".",
"2009",
"15",
".",
"3",
".",
"2011",
"9",
".",
"3",
".",
"2011",
"23",
".",
"2",
".",
"2011",
"11",
".",
"6",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
"06",
"/",
"2011",
"19",
".",
"11",
".",
"2009",
"15",
".",
"3",
".",
"2011",
"9",
".",
"3",
".",
"2011",
"23",
".",
"2",
".",
"2011",
"11",
".",
"6",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
".",
"06",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
".",
"06",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
29/06/2011
PLENÁRIO
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
4.462 TOCANTINS
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
REQTE.(S)
:ASSOCIACAO NACIONAL
DOS MAGISTRADOS
ESTADUAIS
ADV.(A/S)
:GUSTAVO
ALEXANDRE
MAGALHÃES
E
OUTRO(A/S)
REQDO.(A/S)
:ASSEMBLÉIA
LEGISLATIVA
DO
ESTADO
DE
TOCANTINS
REQDO.(A/S)
:GOVERNADOR DO ESTADO DE TOCANTINS
EMENTA:
MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. LEGITIMIDADE ATIVA: ASSOCIAÇÃO
NACIONAL DOS MAGISTRADOS ESTADUAIS - ANAMAGES.
NORMAS DE INTERESSE DA MAGISTRATURA ESTADUAL. ART. 78, §
1º, INC. III, IV E V, DA LEI COMPLEMENTAR N. 10/1996 DO ESTADO
DO TOCANTINS.
PROMOÇÃO POR ANTIGUIDADE DE
MAGISTRADOS. CRITÉRIOS DIFERENTES DAS PREVISTAS NA LEI
ORGÂNICA DA MAGISTRATURA NACIONAL - LOMAN.
CONTRARIEDADE AO ART. 93 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA.
MEDIDA CAUTELAR PARCIALMENTE DEFERIDA.
1. A Associação Nacional dos Magistrados Estaduais – Anamages
não tem legitimidade para propor ação direta de inconstitucionalidade
contra norma de interesse de toda a magistratura. É legítima, todavia,
para a propositura de ação direta contra norma de interesse da
magistratura de determinado Estado-membro da Federação. Precedentes.
2. Os incisos III e IV do § 1º do art. 78 da Lei Complementar n.
10/1996 do Tocantins criaram critérios diversos dos previstos na Lei
Orgânica da Magistratura Nacional (art. 80, § 1º, inc. I, da Lei
Complementar n. 35/1979) para desempate na lista de antiguidade da
magistratura estadual (tempo de serviço público no Estado e tempo de
serviço público geral). Inconstitucionalidade por contrariedade ao art. 93
da Constituição da República. Precedentes.
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
DJe 16/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 36
Ementa e Acórdão
ADI 4.462 MC / TO
3. A adoção da idade como critério de desempate na ordem de
antiguidade na magistratura (art. 78, § 1º, inc. V, da Lei Complementar
estadual n. 10/1996) não apresenta plausibilidade jurídica necessária para
o deferimento da medida cautelar.
4. Medida cautelar parcialmente deferida para suspender a eficácia
dos incisos III e IV do § 1º do art. 78 da Lei Complementar n. 10/1996 do
Estado do Tocantins.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em sessão Plenária, sob a Presidência do
Ministro Cezar Peluso, na conformidade da ata de julgamento e das notas
taquigráficas, por unanimidade, em deferir parcialmente a medida
cautelar para suspender a eficácia dos incisos III e IV do § 1º do art. 78
da Lei Complementar n. 10/1996 do Estado do Tocantins, nos termos do
voto da Relatora. Ausentes os Senhores Ministros Joaquim Barbosa,
licenciado, e Dias Toffoli, justificadamente.
Brasília, 29 de junho de 2011.
Ministra CÁRMEN LÚCIA - Relatora
2
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ADI 4.462 MC / TO
3. A adoção da idade como critério de desempate na ordem de
antiguidade na magistratura (art. 78, § 1º, inc. V, da Lei Complementar
estadual n. 10/1996) não apresenta plausibilidade jurídica necessária para
o deferimento da medida cautelar.
4. Medida cautelar parcialmente deferida para suspender a eficácia
dos incisos III e IV do § 1º do art. 78 da Lei Complementar n. 10/1996 do
Estado do Tocantins.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em sessão Plenária, sob a Presidência do
Ministro Cezar Peluso, na conformidade da ata de julgamento e das notas
taquigráficas, por unanimidade, em deferir parcialmente a medida
cautelar para suspender a eficácia dos incisos III e IV do § 1º do art. 78
da Lei Complementar n. 10/1996 do Estado do Tocantins, nos termos do
voto da Relatora. Ausentes os Senhores Ministros Joaquim Barbosa,
licenciado, e Dias Toffoli, justificadamente.
Brasília, 29 de junho de 2011.
Ministra CÁRMEN LÚCIA - Relatora
2
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Relatório
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.462
TOCANTINS
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
REQTE.(S)
:ASSOCIACAO NACIONAL DOS MAGISTRADOS ESTADUAIS
ADV.(A/S)
:GUSTAVO ALEXANDRE MAGALHÃES E OUTRO(A/S)
REQDO.(A/S)
:ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE TOCANTINS
REQDO.(A/S)
:GOVERNADOR DO ESTADO DE TOCANTINS
RELATÓRIO
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Medida cautelar na ação direta de inconstitucionalidade ajuizada
pela Associação Nacional dos Magistrados Estaduais – Anamages, em
14.9.2010, contra o art. 78, § 1º, inc. III, IV e V, da Lei Complementar n.
10/1996 do Estado do Tocantins, que institui a Lei Orgânica do Poder
Judiciário do Estado do Tocantins.
2. Dispõem as normas impugnadas:
“CAPÍTULO IV
Da Antiguidade na Magistratura
Art. 78. No mês de janeiro de cada ano, a Diretoria-Geral do
Tribunal de Justiça organizará quadro de antiguidade dos
desembargadores e dos juízes de direito, na entrância ou categoria, e
na carreira, que prevalecerá para todos os efeitos legais.
§ 1º Os critérios adotados para o desempate da antiguidade dos
magistrados são, pela ordem, os seguintes:
I - tempo de serviço na entrância;
II - tempo de serviço como magistrado;
III - tempo de serviço público no Estado;
IV - tempo de serviço público em geral;
V - idade”.
A Autora alega que a lei complementar estadual impugnada
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Supremo Tribunal Federal
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.462
TOCANTINS
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
REQTE.(S)
:ASSOCIACAO NACIONAL DOS MAGISTRADOS ESTADUAIS
ADV.(A/S)
:GUSTAVO ALEXANDRE MAGALHÃES E OUTRO(A/S)
REQDO.(A/S)
:ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE TOCANTINS
REQDO.(A/S)
:GOVERNADOR DO ESTADO DE TOCANTINS
RELATÓRIO
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Medida cautelar na ação direta de inconstitucionalidade ajuizada
pela Associação Nacional dos Magistrados Estaduais – Anamages, em
14.9.2010, contra o art. 78, § 1º, inc. III, IV e V, da Lei Complementar n.
10/1996 do Estado do Tocantins, que institui a Lei Orgânica do Poder
Judiciário do Estado do Tocantins.
2. Dispõem as normas impugnadas:
“CAPÍTULO IV
Da Antiguidade na Magistratura
Art. 78. No mês de janeiro de cada ano, a Diretoria-Geral do
Tribunal de Justiça organizará quadro de antiguidade dos
desembargadores e dos juízes de direito, na entrância ou categoria, e
na carreira, que prevalecerá para todos os efeitos legais.
§ 1º Os critérios adotados para o desempate da antiguidade dos
magistrados são, pela ordem, os seguintes:
I - tempo de serviço na entrância;
II - tempo de serviço como magistrado;
III - tempo de serviço público no Estado;
IV - tempo de serviço público em geral;
V - idade”.
A Autora alega que a lei complementar estadual impugnada
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 36
Relatório
ADI 4.462 MC / TO
contrariaria os arts. 93, inc. I, e 19, inc. III, da Constituição da República.
Sustenta serem “inconstitucionais, por violação ao artigo 93 da
Constituição Federal, as normas estaduais, legais ou constitucionais, que
disciplinem matérias próprias do Estatuto da Magistratura, em desacordo ou em
caráter inovador em relação à LOMAN” (fl. 5).
Afirma que “padecem de inconstitucionalidade formal os critérios de
desempate na aferição de antiguidade para fins de promoção previstos nos incisos
III, IV e V do § 1º do artigo 78 da Lei Complementar Estadual n. 10/96, na
medida em que a Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN) disciplina a
matéria e o faz de forma diversa” (fl. 5).
Assevera também a inconstitucionalidade material do art. 78, § 1º, da
Lei Complementar n. 10/1996 do Estado do Tocantins, por estabelecer
precedência do tempo de serviço público no Estado em detrimento do
tempo de serviço público em geral. Argumenta que “o dispositivo
questionado institui discriminações entre unidades federativas, na medida em
que prevê tratamento privilegiado a pessoas de um Estado federado (...), o que é
expressamente vedado pelo artigo 19, inciso III, da carta Constitucional” (fl. 9).
Requer cautelar para suspender os efeitos do art. 78, § 1º, inc. III, IV e
V, da Lei Complementar n. 10/1996 do Estado do Tocantins. No mérito,
pede seja declarada “a inconstitucionalidade, com efeito ex tunc, dos incisos
III, VI e V do § 1º do artigo 78 da Lei Complementar do Tocantins n. 10/1996”
(fl. 12).
3. Em 2.3.2011, adotei o rito do art. 10 da Lei 9.868/1999.
4. Em suas informações, o Governador do Estado do Tocantins
sustentou a inadequação da via eleita por inexistência de “ofensa
constitucional direta”.
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
ADI 4.462 MC / TO
contrariaria os arts. 93, inc. I, e 19, inc. III, da Constituição da República.
Sustenta serem “inconstitucionais, por violação ao artigo 93 da
Constituição Federal, as normas estaduais, legais ou constitucionais, que
disciplinem matérias próprias do Estatuto da Magistratura, em desacordo ou em
caráter inovador em relação à LOMAN” (fl. 5).
Afirma que “padecem de inconstitucionalidade formal os critérios de
desempate na aferição de antiguidade para fins de promoção previstos nos incisos
III, IV e V do § 1º do artigo 78 da Lei Complementar Estadual n. 10/96, na
medida em que a Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN) disciplina a
matéria e o faz de forma diversa” (fl. 5).
Assevera também a inconstitucionalidade material do art. 78, § 1º, da
Lei Complementar n. 10/1996 do Estado do Tocantins, por estabelecer
precedência do tempo de serviço público no Estado em detrimento do
tempo de serviço público em geral. Argumenta que “o dispositivo
questionado institui discriminações entre unidades federativas, na medida em
que prevê tratamento privilegiado a pessoas de um Estado federado (...), o que é
expressamente vedado pelo artigo 19, inciso III, da carta Constitucional” (fl. 9).
Requer cautelar para suspender os efeitos do art. 78, § 1º, inc. III, IV e
V, da Lei Complementar n. 10/1996 do Estado do Tocantins. No mérito,
pede seja declarada “a inconstitucionalidade, com efeito ex tunc, dos incisos
III, VI e V do § 1º do artigo 78 da Lei Complementar do Tocantins n. 10/1996”
(fl. 12).
3. Em 2.3.2011, adotei o rito do art. 10 da Lei 9.868/1999.
4. Em suas informações, o Governador do Estado do Tocantins
sustentou a inadequação da via eleita por inexistência de “ofensa
constitucional direta”.
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 36
Relatório
ADI 4.462 MC / TO
Alegou competir “aos Estados, no exercício legítimo da sua competência
residual, ao organizarem seu Poder Judiciário, estabelecerem os critérios objetivos
para a aferição da antiguidade na carreira da magistratura, como fez a Lei
Complementar Estadual n°. 10/1996 de forma razoável, não havendo nesse
diapasão afronta alguma à Constituição, que não tratou do conteúdo acima de
forma específica”.
Afirmou ausentes os requisitos necessários ao deferimento da
cautelar requerida, porque os dispositivos impugnados vigoram desde
1996.
Requereu, ainda, a aplicação do art. 27 da Lei n. 9.868/1999, se a
presente ação for julgada procedente, que a decisão suspensiva tenha
efeitos ex nunc.
5. A Assembleia Legislativa do Estado do Tocantins informou não
haver vício formal na elaboração da Lei Complementar tocantinense n.
10/1996 e que os dispositivos questionados “contemplariam as mesmas
exigências e garantias asseguradas pela Constituição Federal e pela LOMAN”.
É o relatório.
3
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Supremo Tribunal Federal
ADI 4.462 MC / TO
Alegou competir “aos Estados, no exercício legítimo da sua competência
residual, ao organizarem seu Poder Judiciário, estabelecerem os critérios objetivos
para a aferição da antiguidade na carreira da magistratura, como fez a Lei
Complementar Estadual n°. 10/1996 de forma razoável, não havendo nesse
diapasão afronta alguma à Constituição, que não tratou do conteúdo acima de
forma específica”.
Afirmou ausentes os requisitos necessários ao deferimento da
cautelar requerida, porque os dispositivos impugnados vigoram desde
1996.
Requereu, ainda, a aplicação do art. 27 da Lei n. 9.868/1999, se a
presente ação for julgada procedente, que a decisão suspensiva tenha
efeitos ex nunc.
5. A Assembleia Legislativa do Estado do Tocantins informou não
haver vício formal na elaboração da Lei Complementar tocantinense n.
10/1996 e que os dispositivos questionados “contemplariam as mesmas
exigências e garantias asseguradas pela Constituição Federal e pela LOMAN”.
É o relatório.
3
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 36
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
29/06/2011
PLENÁRIO
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
4.462 TOCANTINS
VOTO
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA – (Relatora):
1. Como relatado, a Associação Nacional dos Magistrados Estaduais
- ANAMAGES ajuizou a presente ação direta contra o art. 78, § 1º, inc. III,
IV e V, da Lei Complementar n. 10/1996, do Estado do Tocantins, que
dispõe sobre os critérios de desempate de promoção por antiguidade dos
magistrados daquele Estado.
Sustenta a Autora que os dispositivos impugnados fixam critérios
externos à carreira (tempo de serviço público no Estado, tempo de serviço
público em geral e idade), diferentemente do que dispõe o art. 80, § 1º,
inc. I da Lei Complementar n. 35/79.
Alega a inconstitucionalidade formal e material dos incisos
mencionados por contrariedade aos arts. 93, inc. II, 19, inc. III e 5º, da
Constituição brasileira.
Da legitimidade ativa da Autora
2. De início, cumpre verificar se a entidade Autora dispõe de
legitimidade para ajuizar a presente ação direta, nos termos dos arts. 103,
inc. IX, da Constituição da República e 2º, inc. IX, da Lei 9.868/99.
É certo que este Supremo Tribunal não reconheceu, em vários
precedentes, a legitimidade ativa de associações representativas de fração
de categoria funcional para propor ações de controle concentrado de
constitucionalidade, em razão da descaracterização de seus membros
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29/06/2011
PLENÁRIO
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
4.462 TOCANTINS
VOTO
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA – (Relatora):
1. Como relatado, a Associação Nacional dos Magistrados Estaduais
- ANAMAGES ajuizou a presente ação direta contra o art. 78, § 1º, inc. III,
IV e V, da Lei Complementar n. 10/1996, do Estado do Tocantins, que
dispõe sobre os critérios de desempate de promoção por antiguidade dos
magistrados daquele Estado.
Sustenta a Autora que os dispositivos impugnados fixam critérios
externos à carreira (tempo de serviço público no Estado, tempo de serviço
público em geral e idade), diferentemente do que dispõe o art. 80, § 1º,
inc. I da Lei Complementar n. 35/79.
Alega a inconstitucionalidade formal e material dos incisos
mencionados por contrariedade aos arts. 93, inc. II, 19, inc. III e 5º, da
Constituição brasileira.
Da legitimidade ativa da Autora
2. De início, cumpre verificar se a entidade Autora dispõe de
legitimidade para ajuizar a presente ação direta, nos termos dos arts. 103,
inc. IX, da Constituição da República e 2º, inc. IX, da Lei 9.868/99.
É certo que este Supremo Tribunal não reconheceu, em vários
precedentes, a legitimidade ativa de associações representativas de fração
de categoria funcional para propor ações de controle concentrado de
constitucionalidade, em razão da descaracterização de seus membros
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 36
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
ADI 4.462 MC / TO
associados como uma classe independente.
São precedentes nesse sentido:
ADI 591 MC/DF, Rel. Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, DJ
22.11.1991; ADI 353 QO/DF, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJ
16.4.1993; ADI 1431/DF, Rel. Min. Sydney Sanches, Tribunal Pleno, DJ
12.9.2003 (julgamento em 5.2.198); ADI 1788/DF, Redator para o Acórdão
o Min. Nelson Jobim, Tribunal Pleno, DJ 17.3.2006 (julgamento em
5.3.1998); ADI 2353/SE, Rel. Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, DJ
30.4.2002.
Nessa linha, o Ministro Celso de Mello concluiu, em decisão
monocrática, pela ilegitimidade da Associação dos Juízes de Paz
Brasileiros – AJUPBRAS, por representar apenas parte dos membros do
Poder Judiciário, nos seguintes termos:
“Como se sabe, o Supremo Tribunal Federal, em sucessivos
pronunciamentos a propósito da legitimação ativa para o processo de
controle abstrato de constitucionalidade, tem advertido que não se
qualifica como entidade de classe, para efeito de ajuizamento da ação
direta, aquela associação que congregue agentes públicos – como os
Juízes de Paz - que constituam mera fração de uma determinada
categoria funcional (a categoria judiciária, no caso):
"Ação direta de inconstitucionalidade. Pedido de liminar.
Legitimação ativa. Falta de legitimação para propor ação direta,
porquanto os Auditores Fiscais do Tesouro Nacional não constituem
uma classe, mas apenas pequena parcela de servidores públicos que
integram uma das diversas carreiras existentes no Poder Executivo.
(...). Ação direta de inconstitucionalidade não conhecida, ficando,
assim, prejudicado o pedido de liminar." (RTJ 138/81, Rel. Min.
MOREIRA ALVES - grifei)
(...).
Em tais hipóteses, a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal tem negado, a essas associações, a qualidade reclamada pelo
2
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ADI 4.462 MC / TO
associados como uma classe independente.
São precedentes nesse sentido:
ADI 591 MC/DF, Rel. Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, DJ
22.11.1991; ADI 353 QO/DF, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJ
16.4.1993; ADI 1431/DF, Rel. Min. Sydney Sanches, Tribunal Pleno, DJ
12.9.2003 (julgamento em 5.2.198); ADI 1788/DF, Redator para o Acórdão
o Min. Nelson Jobim, Tribunal Pleno, DJ 17.3.2006 (julgamento em
5.3.1998); ADI 2353/SE, Rel. Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, DJ
30.4.2002.
Nessa linha, o Ministro Celso de Mello concluiu, em decisão
monocrática, pela ilegitimidade da Associação dos Juízes de Paz
Brasileiros – AJUPBRAS, por representar apenas parte dos membros do
Poder Judiciário, nos seguintes termos:
“Como se sabe, o Supremo Tribunal Federal, em sucessivos
pronunciamentos a propósito da legitimação ativa para o processo de
controle abstrato de constitucionalidade, tem advertido que não se
qualifica como entidade de classe, para efeito de ajuizamento da ação
direta, aquela associação que congregue agentes públicos – como os
Juízes de Paz - que constituam mera fração de uma determinada
categoria funcional (a categoria judiciária, no caso):
"Ação direta de inconstitucionalidade. Pedido de liminar.
Legitimação ativa. Falta de legitimação para propor ação direta,
porquanto os Auditores Fiscais do Tesouro Nacional não constituem
uma classe, mas apenas pequena parcela de servidores públicos que
integram uma das diversas carreiras existentes no Poder Executivo.
(...). Ação direta de inconstitucionalidade não conhecida, ficando,
assim, prejudicado o pedido de liminar." (RTJ 138/81, Rel. Min.
MOREIRA ALVES - grifei)
(...).
Em tais hipóteses, a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal tem negado, a essas associações, a qualidade reclamada pelo
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
ADI 4.462 MC / TO
texto constitucional (CF, art. 103, IX), pois agentes estatais
integrantes de determinada categoria funcional não formam classe
alguma.
É por tal razão que o Plenário desta Suprema Corte não
conheceu de ação direta de inconstitucionalidade promovida pela
Associação do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas dos
Estados, Distrito Federal e Municípios, exatamente por entender que
"Os membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas,
quer sejam considerados como membros do Ministério Público, quer
como servidores do quadro próprio desses órgãos auxiliares do Poder
Legislativo, não constituem, por isso mesmo, categoria funcional
autônoma, mas apenas fração dela, o que torna a associação que os
congrega parte ilegítima, segundo os precedentes do Supremo
Tribunal Federal, para a instauração do controle concentrado de
constitucionalidade" (RTJ 150/716, Rel. Min. ILMAR GALVÃO -
grifei).
Não se desconhece que a Constituição da República, ao dispor
sobre a organização do Poder Judiciário, nesta incluiu a Justiça de
Paz, que se qualifica como verdadeira magistratura eletiva, a quem se
outorgou, dentre outras atribuições, competência de caráter judiciário
(exercício da atividade de conciliação), vedando-se-lhe, no entanto, no
contexto dessa estrita função de ordem material, o desempenho de
atividades revestidas de índole jurisdicional (CF, art. 98, II).
(...)
Os Juízes de Paz, embora constituindo o corpo de uma
magistratura especial eletiva, não compõem uma categoria autônoma
de membros do Poder Judiciário. Antes, eles representam expressão
parcial, mera fração da categoria judiciária. Tal circunstância
descaracteriza a entidade de classe que os congrega como instituição
ativamente legitimada à instauração do processo de fiscalização
normativa abstrata, como ocorre, por exemplo, com a AJUFE (que
reúne somente os juízes federais) e com a ANAMATRA (que
compreende os magistrados da Justiça do Trabalho), que não dispõem,
pelas mesmas razões (ambas representam fração da categoria
judiciária), de qualidade para agir em sede de controle concentrado de
constitucionalidade” (ADI 2082 MC/ES, Rel. Min. Celso de Mello,
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Supremo Tribunal Federal
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ADI 4.462 MC / TO
texto constitucional (CF, art. 103, IX), pois agentes estatais
integrantes de determinada categoria funcional não formam classe
alguma.
É por tal razão que o Plenário desta Suprema Corte não
conheceu de ação direta de inconstitucionalidade promovida pela
Associação do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas dos
Estados, Distrito Federal e Municípios, exatamente por entender que
"Os membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas,
quer sejam considerados como membros do Ministério Público, quer
como servidores do quadro próprio desses órgãos auxiliares do Poder
Legislativo, não constituem, por isso mesmo, categoria funcional
autônoma, mas apenas fração dela, o que torna a associação que os
congrega parte ilegítima, segundo os precedentes do Supremo
Tribunal Federal, para a instauração do controle concentrado de
constitucionalidade" (RTJ 150/716, Rel. Min. ILMAR GALVÃO -
grifei).
Não se desconhece que a Constituição da República, ao dispor
sobre a organização do Poder Judiciário, nesta incluiu a Justiça de
Paz, que se qualifica como verdadeira magistratura eletiva, a quem se
outorgou, dentre outras atribuições, competência de caráter judiciário
(exercício da atividade de conciliação), vedando-se-lhe, no entanto, no
contexto dessa estrita função de ordem material, o desempenho de
atividades revestidas de índole jurisdicional (CF, art. 98, II).
(...)
Os Juízes de Paz, embora constituindo o corpo de uma
magistratura especial eletiva, não compõem uma categoria autônoma
de membros do Poder Judiciário. Antes, eles representam expressão
parcial, mera fração da categoria judiciária. Tal circunstância
descaracteriza a entidade de classe que os congrega como instituição
ativamente legitimada à instauração do processo de fiscalização
normativa abstrata, como ocorre, por exemplo, com a AJUFE (que
reúne somente os juízes federais) e com a ANAMATRA (que
compreende os magistrados da Justiça do Trabalho), que não dispõem,
pelas mesmas razões (ambas representam fração da categoria
judiciária), de qualidade para agir em sede de controle concentrado de
constitucionalidade” (ADI 2082 MC/ES, Rel. Min. Celso de Mello,
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
ADI 4.462 MC / TO
DJ 10.4.2000, grifos nossos).
Na mesma linha, em decisão mais recente, o Ministro Sepúlveda
Pertence indeferiu a inicial na Ação Direta de Inconstitucionalidade n.
3321/MG, ajuizada pela Associação ora Autora, pelos seguintes
fundamentos:
“Assentou o Supremo Tribunal que associação representativa de
mera fração de categoria funcional - como a dos magistrados - não
possui legitimação ativa ad causam para a propositura de ação de
controle concentrado de constitucionalidade, ante a conseqüente
descaracterização da autora como entidade de classe de âmbito
nacional.
Nesse sentido, a ADIn 591-MC, Pleno, Moreira, RTJ 138/81; a
ADIn 353-QO, Pleno, Celso, RTJ 147/401; a ADIn 2353, Pleno,
Moreira, DJ 30.4.04; a ADIn 1788, Pleno, M. Aurélio, DJ 17.3.06; a
ADIn 1431, Pleno, Sydney, DJ 12.9.03; e a ADIn 3617, desp., Peluso,
DJ 9.12.05.
Indiferente, para tanto, o alcance da norma questionada - se
aplicável a toda a classe de magistrados ou apenas a determinada
fração da categoria -, como ocorreu na ADIn 2082 (DJ 10.4.00), onde
o relator, Ministro Celso de Mello, afirmou a ilegitimidade da
Associação dos Juízes de Paz Brasileiros (AJUPBRAS) em ação direta
que impugnava norma relativa à remuneração desses integrantes da
magistratura nacional.
Certo, na sessão de 17.2.05, ao apreciar a ADIn 2885, o
Supremo Tribunal, acompanhando a relatora Ministra Ellen Gracie,
reconheceu a legitimidade ad causam da ANAMATRA em ação direta
de inconstitucionalidade contra Provimento do Tribunal Regional do
Trabalho da 20ª Região.
Contudo, não se pode afirmar que a numerosa e remansosa
jurisprudência - à qual me mantenho alinhado - fora superada apenas
com esse precedente, quando nele não houve manifestação expressa a
respeito. Tanto assim que o entendimento foi reafirmado por decisão
singular posterior àquele julgamento (v.g. ADIn 3617, Peluso, em
1º.12.05).
4
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ADI 4.462 MC / TO
DJ 10.4.2000, grifos nossos).
Na mesma linha, em decisão mais recente, o Ministro Sepúlveda
Pertence indeferiu a inicial na Ação Direta de Inconstitucionalidade n.
3321/MG, ajuizada pela Associação ora Autora, pelos seguintes
fundamentos:
“Assentou o Supremo Tribunal que associação representativa de
mera fração de categoria funcional - como a dos magistrados - não
possui legitimação ativa ad causam para a propositura de ação de
controle concentrado de constitucionalidade, ante a conseqüente
descaracterização da autora como entidade de classe de âmbito
nacional.
Nesse sentido, a ADIn 591-MC, Pleno, Moreira, RTJ 138/81; a
ADIn 353-QO, Pleno, Celso, RTJ 147/401; a ADIn 2353, Pleno,
Moreira, DJ 30.4.04; a ADIn 1788, Pleno, M. Aurélio, DJ 17.3.06; a
ADIn 1431, Pleno, Sydney, DJ 12.9.03; e a ADIn 3617, desp., Peluso,
DJ 9.12.05.
Indiferente, para tanto, o alcance da norma questionada - se
aplicável a toda a classe de magistrados ou apenas a determinada
fração da categoria -, como ocorreu na ADIn 2082 (DJ 10.4.00), onde
o relator, Ministro Celso de Mello, afirmou a ilegitimidade da
Associação dos Juízes de Paz Brasileiros (AJUPBRAS) em ação direta
que impugnava norma relativa à remuneração desses integrantes da
magistratura nacional.
Certo, na sessão de 17.2.05, ao apreciar a ADIn 2885, o
Supremo Tribunal, acompanhando a relatora Ministra Ellen Gracie,
reconheceu a legitimidade ad causam da ANAMATRA em ação direta
de inconstitucionalidade contra Provimento do Tribunal Regional do
Trabalho da 20ª Região.
Contudo, não se pode afirmar que a numerosa e remansosa
jurisprudência - à qual me mantenho alinhado - fora superada apenas
com esse precedente, quando nele não houve manifestação expressa a
respeito. Tanto assim que o entendimento foi reafirmado por decisão
singular posterior àquele julgamento (v.g. ADIn 3617, Peluso, em
1º.12.05).
4
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
ADI 4.462 MC / TO
As demais ações diretas de inconstitucionalidade mencionadas
pela proponente ainda pendem de julgamento, sendo que o mero
processamento delas não significa a legitimidade de suas autoras: a
questão ainda pode ser suscitada pelo respectivo relator ou por outro
Ministro em Plenário.
Não há, ainda, relação entre essa matéria e a ADIn 2136 - da
autoria da Confederação Nacional do Comércio - referida na petição
inicial.
Assim, sendo a autora entidade que tem por finalidade defender
os interesses apenas dos magistrados que integram a Justiça dos
Estados (Estatuto, art. 2º, a), não há falar em entidade de classe na
acepção do inciso IX do art. 103 da Constituição Federal.
Indefiro a inicial (art. 4º da LADIn)” (DJ 5.2.2007).
3. Apesar de ressaltar o julgamento pelo Plenário deste Supremo
Tribunal da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.885, Relatora a
Ministra Ellen Gracie, em que se reconheceu a legitimidade da
ANAMATRA para propor aquela ação direta, o Ministro Sepúlveda
Pertence considerou que a jurisprudência citada não havida sido
superada e, em decisão monocrática, manteve a conclusão de que fração
de categoria funcional não dispõe de legitimidade para propor ações de
controle concentrado, independentemente do alcance da norma
questionada.
4. Em decisões monocráticas, o Ministro Cezar Peluso também
indeferiu a inicial por ilegitimidade ad causam da Autora nas Ações
Diretas de Inconstitucionalidade ns 3.843 e 3.617, mas apresentou exame
distinto da questão, por considerar relevante o âmbito de incidência da
norma questionada e sua compatibilidade com a representação da
entidade Autora, como se lê:
“A exigência de que a representatividade nacional da associação
se manifeste de maneira material e efetiva, não apenas formalmente, é
imperativo da admissibilidade da legitimação extraordinária. Por trás
de todas as hipóteses em que a lei autoriza certa pessoa a postular em
5
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ADI 4.462 MC / TO
As demais ações diretas de inconstitucionalidade mencionadas
pela proponente ainda pendem de julgamento, sendo que o mero
processamento delas não significa a legitimidade de suas autoras: a
questão ainda pode ser suscitada pelo respectivo relator ou por outro
Ministro em Plenário.
Não há, ainda, relação entre essa matéria e a ADIn 2136 - da
autoria da Confederação Nacional do Comércio - referida na petição
inicial.
Assim, sendo a autora entidade que tem por finalidade defender
os interesses apenas dos magistrados que integram a Justiça dos
Estados (Estatuto, art. 2º, a), não há falar em entidade de classe na
acepção do inciso IX do art. 103 da Constituição Federal.
Indefiro a inicial (art. 4º da LADIn)” (DJ 5.2.2007).
3. Apesar de ressaltar o julgamento pelo Plenário deste Supremo
Tribunal da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.885, Relatora a
Ministra Ellen Gracie, em que se reconheceu a legitimidade da
ANAMATRA para propor aquela ação direta, o Ministro Sepúlveda
Pertence considerou que a jurisprudência citada não havida sido
superada e, em decisão monocrática, manteve a conclusão de que fração
de categoria funcional não dispõe de legitimidade para propor ações de
controle concentrado, independentemente do alcance da norma
questionada.
4. Em decisões monocráticas, o Ministro Cezar Peluso também
indeferiu a inicial por ilegitimidade ad causam da Autora nas Ações
Diretas de Inconstitucionalidade ns 3.843 e 3.617, mas apresentou exame
distinto da questão, por considerar relevante o âmbito de incidência da
norma questionada e sua compatibilidade com a representação da
entidade Autora, como se lê:
“A exigência de que a representatividade nacional da associação
se manifeste de maneira material e efetiva, não apenas formalmente, é
imperativo da admissibilidade da legitimação extraordinária. Por trás
de todas as hipóteses em que a lei autoriza certa pessoa a postular em
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
ADI 4.462 MC / TO
juízo, em nome próprio, a tutela de direitos ou interesses de que outros
sejam teóricos titulares - daí, o caráter extraordinário da legitimidade
-, está o reconhecimento normativo de que algum especial interesse
liga o legitimado extraordinário, ou substituto processual, à situação
jurídica que, pertinente a terceiro, ou o substituído, constitui o objeto
do processo.
É, exata e unicamente, a existência de estreita ligação entre a
matéria debatida e o substituto que lhe confere a este a legitimidade,
não apenas em sentido processual, mas também em sentido político-
social, para o exercício da ação. Só nos casos em que a pessoa do
substituto ostente adequada representatividade daquele ou daqueles
que substitui, justifica-se-lhe permitir atue em juízo na defesa dos
interesses destes.
Bem por isso, a jurisprudência da Corte entende que se não
configura a legitimidade extraordinária da "entidade de classe de
âmbito nacional", para instauração do controle concentrado de
constitucionalidade (art. 103, inc. IX, da CF), quando a associação
autora represente apenas fração ou parcela da categoria profissional
por conta de cujo interesse vem a juízo (ADI nº 591, Rel. Min.
MOREIRA ALVES, DJ de 22.11.1991; ADI nº 353-QO, Rel. Min.
CELSO DE MELLO, DJ de 16.04.1993; ADI nº 1.297-MC, Rel.
Min. MOREIRA ALVES, DJ de 17.11.1995; ADI nº 1.771, Rel. Min.
MOREIRA ALVES, DJ de 03.04.1998; ADI nº 1.574-QO, Rel. Min.
OCTÁVIO GALLOTTI, DJ de 27.04.2001; ADI nº 846, Rel. Min.
MOREIRA ALVES, DJ de 17.12.1993; ADI nº 809, Rel. Min.
MARCO AURÉLIO, DJ de 16.04.1993).
Se o ato normativo impugnado mediante ação direta de
inconstitucionalidade repercute sobre a esfera jurídica de toda uma
classe, não é legítimo permitir-se que associação representativa de
apenas uma parte dos membros dessa mesma classe impugne a norma,
pela via abstrata da ação direta. Afinal, eventual procedência desta
produzirá efeitos erga omnes (art. 102, § 2º, da CF), ou seja, atingirá
indistintamente todos os sujeitos compreendidos no âmbito ou
universo subjetivo de validade da norma declarada inconstitucional.
É o caso dos autos. A ANAMAGES representa tão-só -
formalmente, pelo menos - o corpo dos magistrados estaduais, ao passo
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juízo, em nome próprio, a tutela de direitos ou interesses de que outros
sejam teóricos titulares - daí, o caráter extraordinário da legitimidade
-, está o reconhecimento normativo de que algum especial interesse
liga o legitimado extraordinário, ou substituto processual, à situação
jurídica que, pertinente a terceiro, ou o substituído, constitui o objeto
do processo.
É, exata e unicamente, a existência de estreita ligação entre a
matéria debatida e o substituto que lhe confere a este a legitimidade,
não apenas em sentido processual, mas também em sentido político-
social, para o exercício da ação. Só nos casos em que a pessoa do
substituto ostente adequada representatividade daquele ou daqueles
que substitui, justifica-se-lhe permitir atue em juízo na defesa dos
interesses destes.
Bem por isso, a jurisprudência da Corte entende que se não
configura a legitimidade extraordinária da "entidade de classe de
âmbito nacional", para instauração do controle concentrado de
constitucionalidade (art. 103, inc. IX, da CF), quando a associação
autora represente apenas fração ou parcela da categoria profissional
por conta de cujo interesse vem a juízo (ADI nº 591, Rel. Min.
MOREIRA ALVES, DJ de 22.11.1991; ADI nº 353-QO, Rel. Min.
CELSO DE MELLO, DJ de 16.04.1993; ADI nº 1.297-MC, Rel.
Min. MOREIRA ALVES, DJ de 17.11.1995; ADI nº 1.771, Rel. Min.
MOREIRA ALVES, DJ de 03.04.1998; ADI nº 1.574-QO, Rel. Min.
OCTÁVIO GALLOTTI, DJ de 27.04.2001; ADI nº 846, Rel. Min.
MOREIRA ALVES, DJ de 17.12.1993; ADI nº 809, Rel. Min.
MARCO AURÉLIO, DJ de 16.04.1993).
Se o ato normativo impugnado mediante ação direta de
inconstitucionalidade repercute sobre a esfera jurídica de toda uma
classe, não é legítimo permitir-se que associação representativa de
apenas uma parte dos membros dessa mesma classe impugne a norma,
pela via abstrata da ação direta. Afinal, eventual procedência desta
produzirá efeitos erga omnes (art. 102, § 2º, da CF), ou seja, atingirá
indistintamente todos os sujeitos compreendidos no âmbito ou
universo subjetivo de validade da norma declarada inconstitucional.
É o caso dos autos. A ANAMAGES representa tão-só -
formalmente, pelo menos - o corpo dos magistrados estaduais, ao passo
6
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
ADI 4.462 MC / TO
que a Resolução aqui impugnada é aplicável a todos os membros
integrantes do Poder Judiciário, independentemente da "Justiça" ou
ramo estrutural a que pertençam.
Não se pode, portanto, reconhecer à associação autora o requisito
da ampla representatividade do conjunto de todas as pessoas às quais a
norma atacada se aplica, nem, por conseguinte, sua legitimação ativa
extraordinária para a demanda” (DJ 9.12.2005 e DJ 10.4.2008,
respectivamente).
Contra as decisões monocráticas que indeferiram as iniciais nessas
ações diretas, foram interpostos agravos regimentais, desprovidos pelo
Plenário deste Supremo Tribunal em 25.5.2011, nos termos do voto do
Relator, o Ministro Cezar Peluso.
Naquela assentada, o Ministro Cezar Peluso reafirmou a
ilegitimidade ativa da ANAMAGES para propor aquelas ações diretas,
por não representar o conjunto de todos os magistrados possíveis de
serem atingidos pelos efeitos da decisão, pois o ato normativo
questionado repercutiria sobre todos os membros do Poder Judiciário
brasileiro.
5. Sobre o tema, merecem destaque os debates no julgamento da
Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3395, Relator
o Ministro Cezar Peluso, ajuizada pela Associação dos Juízes Federais do
Brasil – AJUFE e pela Associação Nacional dos Magistrados Estaduais –
ANAMAGES.
Naquela assentada, o Ministro Marco Aurélio levantou questão de
ordem para suscitar a ilegitimidade ativa das associações Autoras, ao que
o Relator, Ministro Cezar Peluso respondeu:
“Penso que se deva admitir a apreciação do mérito dessa questão
mediante a provocação de entidade que, reunindo os juízes federais,
em âmbito nacional, tenha interesse jurídico em definir e deixar claro
7
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que a Resolução aqui impugnada é aplicável a todos os membros
integrantes do Poder Judiciário, independentemente da "Justiça" ou
ramo estrutural a que pertençam.
Não se pode, portanto, reconhecer à associação autora o requisito
da ampla representatividade do conjunto de todas as pessoas às quais a
norma atacada se aplica, nem, por conseguinte, sua legitimação ativa
extraordinária para a demanda” (DJ 9.12.2005 e DJ 10.4.2008,
respectivamente).
Contra as decisões monocráticas que indeferiram as iniciais nessas
ações diretas, foram interpostos agravos regimentais, desprovidos pelo
Plenário deste Supremo Tribunal em 25.5.2011, nos termos do voto do
Relator, o Ministro Cezar Peluso.
Naquela assentada, o Ministro Cezar Peluso reafirmou a
ilegitimidade ativa da ANAMAGES para propor aquelas ações diretas,
por não representar o conjunto de todos os magistrados possíveis de
serem atingidos pelos efeitos da decisão, pois o ato normativo
questionado repercutiria sobre todos os membros do Poder Judiciário
brasileiro.
5. Sobre o tema, merecem destaque os debates no julgamento da
Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3395, Relator
o Ministro Cezar Peluso, ajuizada pela Associação dos Juízes Federais do
Brasil – AJUFE e pela Associação Nacional dos Magistrados Estaduais –
ANAMAGES.
Naquela assentada, o Ministro Marco Aurélio levantou questão de
ordem para suscitar a ilegitimidade ativa das associações Autoras, ao que
o Relator, Ministro Cezar Peluso respondeu:
“Penso que se deva admitir a apreciação do mérito dessa questão
mediante a provocação de entidade que, reunindo os juízes federais,
em âmbito nacional, tenha interesse jurídico em definir e deixar claro
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
ADI 4.462 MC / TO
os contornos da própria competência dos mesmos juízes federais,
porque, também, está em jogo a questão da sua competência.
Seria contrário aos princípios deixar de apreciar o mérito dessa
matéria, de alta relevância, e que já vem ensejando polêmicas,
conflitos, suspensão de processos, etc., sob fundamento de que se
deveria dar ao caso interpretação estritíssima para reconhecer à
Associação apenas a tutela de interesses econômicos da categoria. Os
outros interesses de caráter funcional, que implicam dar definição
clara de competência da justiça federal também - porque isso é que está
envolvido - legitima a Associação”.
Também no sentido da legitimidade daquelas associações, ressaltou
o Ministro Joaquim Barbosa que:
“Senhora Presidente, também vejo total pertinência entre os
objetivos da associação requerente e o objeto da ação. Os membros da
Ajufe são juízes federais cuja competência jurisdicional se encontra
posta em xeque pela ambigüidade criada com a Emenda
Constitucional 45. Portanto, vislumbro, em sua integralidade, o
vínculo objetivo entre a atividade dos membros da associação, de um
lado, e o teor da norma ora impugnada.
Acompanho o voto do relator”.
O Ministro Sepúlveda Pertence também votou pelo conhecimento
daquela ação direta, ao argumento de que “a AJUFE pretend[ia] estar
defendendo a própria competência constitucional da Justiça Federal, e os
magistrados do Trabalho também, sustentando a ampliação dessa competência
para apreciar as relações de trabalho estatutárias dos servidores públicos”.
Portanto, parece que, no exame da legitimidade para ajuizar ação
direta de inconstitucionalidade, este Supremo Tribunal admite a
propositura por fração de classe maior se o ato normativo impugnado
alcançar direta e especificamente a situação jurídica dos representados
pela entidade autora, sem extrapolar a categoria que representa.
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os contornos da própria competência dos mesmos juízes federais,
porque, também, está em jogo a questão da sua competência.
Seria contrário aos princípios deixar de apreciar o mérito dessa
matéria, de alta relevância, e que já vem ensejando polêmicas,
conflitos, suspensão de processos, etc., sob fundamento de que se
deveria dar ao caso interpretação estritíssima para reconhecer à
Associação apenas a tutela de interesses econômicos da categoria. Os
outros interesses de caráter funcional, que implicam dar definição
clara de competência da justiça federal também - porque isso é que está
envolvido - legitima a Associação”.
Também no sentido da legitimidade daquelas associações, ressaltou
o Ministro Joaquim Barbosa que:
“Senhora Presidente, também vejo total pertinência entre os
objetivos da associação requerente e o objeto da ação. Os membros da
Ajufe são juízes federais cuja competência jurisdicional se encontra
posta em xeque pela ambigüidade criada com a Emenda
Constitucional 45. Portanto, vislumbro, em sua integralidade, o
vínculo objetivo entre a atividade dos membros da associação, de um
lado, e o teor da norma ora impugnada.
Acompanho o voto do relator”.
O Ministro Sepúlveda Pertence também votou pelo conhecimento
daquela ação direta, ao argumento de que “a AJUFE pretend[ia] estar
defendendo a própria competência constitucional da Justiça Federal, e os
magistrados do Trabalho também, sustentando a ampliação dessa competência
para apreciar as relações de trabalho estatutárias dos servidores públicos”.
Portanto, parece que, no exame da legitimidade para ajuizar ação
direta de inconstitucionalidade, este Supremo Tribunal admite a
propositura por fração de classe maior se o ato normativo impugnado
alcançar direta e especificamente a situação jurídica dos representados
pela entidade autora, sem extrapolar a categoria que representa.
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
ADI 4.462 MC / TO
Isso porque, se por um lado não se pode exigir que toda a categoria
funcional tenha interesse em propor ação direta a que aproveite apenas
parte de seus membros, também não se admite que parcela não
representada sofra os efeitos de ação ajuizada por entidade que não a
representa.
6. Outro requisito exigido pela jurisprudência deste Supremo
Tribunal para ter configurada a legitimidade ativa de associações de
carreiras do serviço público é que ela represente categoria cuja
diferenciação e identidade decorram da própria Constituição da
República.
Nesse sentido: ADI n. 3787 - AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, decisão
monocrática, DJ 6.10.2008; ADI n. 1.557, Rel. Min. Ellen Gracie, Tribunal
Pleno, DJ 18.6.2004; ADI n. 146, Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 19.12.2002).
Na mesma linha, a decisão do Plenário deste Supremo Tribunal que
reconheceu a legitimidade ad causam da Associação Nacional dos
Advogados da União para propor a Ação Direta de Inconstitucionalidade
n. 2713, Relatora a Ministra Ellen Gracie, com a seguinte ementa:
“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
ARTIGO 11 E PARÁGRAFOS DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 43,
DE 25.06.2002, CONVERTIDA NA LEI Nº 10.549, DE 13.11.2002.
TRANSFORMAÇÃO DE CARGOS DE ASSISTENTE JURÍDICO
DA ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO EM CARGOS DE
ADVOGADO DA UNIÃO. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS
ARTS. 131, CAPUT; 62, § 1º, III; 37, II E 131, § 2º, TODOS DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
Preliminar de ilegitimidade ativa ad causam afastada por tratar-
se a Associação requerente de uma entidade representativa de uma
categoria cujas atribuições receberam um tratamento constitucional
específico, elevadas à qualidade de essenciais à Justiça. Precedentes:
ADI nº 159, Rel. Min. Octavio Gallotti e ADI nº 809, Rel. Min.
Marco Aurélio.
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Isso porque, se por um lado não se pode exigir que toda a categoria
funcional tenha interesse em propor ação direta a que aproveite apenas
parte de seus membros, também não se admite que parcela não
representada sofra os efeitos de ação ajuizada por entidade que não a
representa.
6. Outro requisito exigido pela jurisprudência deste Supremo
Tribunal para ter configurada a legitimidade ativa de associações de
carreiras do serviço público é que ela represente categoria cuja
diferenciação e identidade decorram da própria Constituição da
República.
Nesse sentido: ADI n. 3787 - AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, decisão
monocrática, DJ 6.10.2008; ADI n. 1.557, Rel. Min. Ellen Gracie, Tribunal
Pleno, DJ 18.6.2004; ADI n. 146, Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 19.12.2002).
Na mesma linha, a decisão do Plenário deste Supremo Tribunal que
reconheceu a legitimidade ad causam da Associação Nacional dos
Advogados da União para propor a Ação Direta de Inconstitucionalidade
n. 2713, Relatora a Ministra Ellen Gracie, com a seguinte ementa:
“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
ARTIGO 11 E PARÁGRAFOS DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 43,
DE 25.06.2002, CONVERTIDA NA LEI Nº 10.549, DE 13.11.2002.
TRANSFORMAÇÃO DE CARGOS DE ASSISTENTE JURÍDICO
DA ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO EM CARGOS DE
ADVOGADO DA UNIÃO. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS
ARTS. 131, CAPUT; 62, § 1º, III; 37, II E 131, § 2º, TODOS DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
Preliminar de ilegitimidade ativa ad causam afastada por tratar-
se a Associação requerente de uma entidade representativa de uma
categoria cujas atribuições receberam um tratamento constitucional
específico, elevadas à qualidade de essenciais à Justiça. Precedentes:
ADI nº 159, Rel. Min. Octavio Gallotti e ADI nº 809, Rel. Min.
Marco Aurélio.
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
ADI 4.462 MC / TO
Presente, de igual modo, o requisito da pertinência temática,
porquanto claramente perceptível a direta repercussão da norma
impugnada no campo de interesse dos associados representados pela
autora, dada a previsão de ampliação do Quadro a que pertencem e dos
efeitos daí decorrentes.
Não encontra guarida, na doutrina e na jurisprudência, a
pretensão da requerente de violação ao art. 131, caput da Carta
Magna, uma vez que os preceitos impugnados não afrontam a reserva
de lei complementar exigida no disciplinamento da organização e do
funcionamento da Advocacia-Geral da União. Precedente: ADI nº
449, Rel. Min. Carlos Velloso.
Rejeição, ademais, da alegação de violação ao princípio do
concurso público (CF, arts. 37, II e 131, § 2º). É que a análise do
regime normativo das carreiras da AGU em exame apontam para uma
racionalização, no âmbito da AGU, do desempenho de seu papel
constitucional por meio de uma completa identidade substancial entre
os cargos em exame, verificada a compatibilidade funcional e
remuneratória, além da equivalência dos requisitos exigidos em
concurso. Precedente: ADI nº 1.591, Rel. Min. Octavio Gallotti”
(ADI 2713/DF, Rel. Min. Ellen Gracie, Tribunal Pleno, DJ 7.3.2003,
grifos nossos).
Na espécie vertente, os dispositivos impugnados pela Associação
Nacional dos Magistrados Estaduais cuidam de critérios de desempate
para remoção por antiguidade dos juízes do Estado do Tocantins.
Presente, portanto, a relação de pertinência entre o objeto da ação e
as atividades desenvolvidas pelos membros da entidade de classe Autora,
que representa os magistrados estaduais em âmbito nacional.
Também não se pode negar que a identidade da carreira de juiz
estadual decorre da própria Constituição da República, que o define
como órgão do Poder Judiciário nacional (art. 125).
Pelo exposto, voto no sentido de reconhecer a legitimidade ativa da
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Presente, de igual modo, o requisito da pertinência temática,
porquanto claramente perceptível a direta repercussão da norma
impugnada no campo de interesse dos associados representados pela
autora, dada a previsão de ampliação do Quadro a que pertencem e dos
efeitos daí decorrentes.
Não encontra guarida, na doutrina e na jurisprudência, a
pretensão da requerente de violação ao art. 131, caput da Carta
Magna, uma vez que os preceitos impugnados não afrontam a reserva
de lei complementar exigida no disciplinamento da organização e do
funcionamento da Advocacia-Geral da União. Precedente: ADI nº
449, Rel. Min. Carlos Velloso.
Rejeição, ademais, da alegação de violação ao princípio do
concurso público (CF, arts. 37, II e 131, § 2º). É que a análise do
regime normativo das carreiras da AGU em exame apontam para uma
racionalização, no âmbito da AGU, do desempenho de seu papel
constitucional por meio de uma completa identidade substancial entre
os cargos em exame, verificada a compatibilidade funcional e
remuneratória, além da equivalência dos requisitos exigidos em
concurso. Precedente: ADI nº 1.591, Rel. Min. Octavio Gallotti”
(ADI 2713/DF, Rel. Min. Ellen Gracie, Tribunal Pleno, DJ 7.3.2003,
grifos nossos).
Na espécie vertente, os dispositivos impugnados pela Associação
Nacional dos Magistrados Estaduais cuidam de critérios de desempate
para remoção por antiguidade dos juízes do Estado do Tocantins.
Presente, portanto, a relação de pertinência entre o objeto da ação e
as atividades desenvolvidas pelos membros da entidade de classe Autora,
que representa os magistrados estaduais em âmbito nacional.
Também não se pode negar que a identidade da carreira de juiz
estadual decorre da própria Constituição da República, que o define
como órgão do Poder Judiciário nacional (art. 125).
Pelo exposto, voto no sentido de reconhecer a legitimidade ativa da
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
ADI 4.462 MC / TO
Associação Nacional dos Magistrados Estaduais para propor a presente
ação direta.
Da existência dos requisitos necessários ao deferimento da cautelar
7. Os incisos III, IV e V, do § 1º do art. 78, da Lei Complementar n.
10/1996, do Estado do Tocantins, preveem como critérios para desempate
para promoção por antiguidade dos magistrados estaduais,
respectivamente, o tempo de serviço público no Estado, o tempo de
serviço público em geral e a idade.
Nos termos do art. 93, caput, da Constituição da República, somente
lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, para definir os direitos, deveres e prerrogativas
dos magistrados.
O Plenário deste Supremo Tribunal já assentou que a Lei
Complementar n. 35/79 – LOMAN foi recepcionada pela Constituição da
República e disciplina matérias próprias do Estatuto da Magistratura
(ADI n. 2370, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Tribunal Pleno, DJ 9.3.2001).
8. Ao apreciar caso análogo ao presente, o Plenário deste Supremo
Tribunal deferiu, com efeitos ex tunc, a Medida Cautelar na Ação Direta
de Inconstitucionalidade n. 4042, então Relator o Ministro Gilmar
Mendes, em decisão com a seguinte ementa:
EMENTA: Medida cautelar em ação direta de
inconstitucionalidade. 2. Art. 92, III, alínea “e”, da Constituição do
Estado de Mato Grosso, com a redação determinada pela Emenda
Constitucional nº 46, de 22 de novembro de 2006. 3. Consideração do
tempo de exercício da advocacia privada para fins de classificação pelo
critério de antiguidade na carreira da magistratura, da mesma forma
em que se considera o tempo de serviço público. 4. Alegada violação ao
art. 93 da Constituição Federal. 5. Até a edição da lei complementar
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Associação Nacional dos Magistrados Estaduais para propor a presente
ação direta.
Da existência dos requisitos necessários ao deferimento da cautelar
7. Os incisos III, IV e V, do § 1º do art. 78, da Lei Complementar n.
10/1996, do Estado do Tocantins, preveem como critérios para desempate
para promoção por antiguidade dos magistrados estaduais,
respectivamente, o tempo de serviço público no Estado, o tempo de
serviço público em geral e a idade.
Nos termos do art. 93, caput, da Constituição da República, somente
lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, para definir os direitos, deveres e prerrogativas
dos magistrados.
O Plenário deste Supremo Tribunal já assentou que a Lei
Complementar n. 35/79 – LOMAN foi recepcionada pela Constituição da
República e disciplina matérias próprias do Estatuto da Magistratura
(ADI n. 2370, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Tribunal Pleno, DJ 9.3.2001).
8. Ao apreciar caso análogo ao presente, o Plenário deste Supremo
Tribunal deferiu, com efeitos ex tunc, a Medida Cautelar na Ação Direta
de Inconstitucionalidade n. 4042, então Relator o Ministro Gilmar
Mendes, em decisão com a seguinte ementa:
EMENTA: Medida cautelar em ação direta de
inconstitucionalidade. 2. Art. 92, III, alínea “e”, da Constituição do
Estado de Mato Grosso, com a redação determinada pela Emenda
Constitucional nº 46, de 22 de novembro de 2006. 3. Consideração do
tempo de exercício da advocacia privada para fins de classificação pelo
critério de antiguidade na carreira da magistratura, da mesma forma
em que se considera o tempo de serviço público. 4. Alegada violação ao
art. 93 da Constituição Federal. 5. Até a edição da lei complementar
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prevista no art. 93, caput, da Constituição Federal, compete
exclusivamente à Lei Orgânica da Magistratura dispor sobre a
promoção, a remoção e o acesso de magistrados aos cargos. 6.
Precedentes. 7. Medida cautelar deferida para suspender, com eficácia
ex tunc, a vigência do art. 92, III, alínea “e”, da Constituição do
Estado de Mato Grosso, com a redação determinada pela EC nº
46/2006 (ADI 4042, Rel. Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno,
DJ 30.4.2009) .
Em seu voto, o Ministro Gilmar Mendes ressaltou que:
“trata-se de um verdadeiro bloqueio de competência levado a
efeito pela edição da lei complementar nacional, de modo que o direito
estadual em contradição com os limites nela fixados deve ser
considerado inconstitucional. Nesse caso, a lei complementar não
configura exatamente um parâmetro de controle abstrato, mas simples
índice para a aferição da ilegitimidade ou de não-observância da ordem
de competência estabelecida na Constituição”.
No mesmo julgamento, o Ministro Cezar Peluso afirmou, sobre
dispositivo análogo ao ora atacado, que “o tempo de serviço público não
entra, para nenhum efeito, em antiguidade na carreira. A antiguidade é na
carreira. É norma absolutamente estranha”.
9. Na presente espécie, os dispositivos impugnados também são
estranhos ao que dispõe a Lei Complementar n. 35/79 – LOMAN sobre a
promoção de magistrados, como se vê:
“CAPÍTULO II
Da Promoção, da Remoção e do Acesso
Art. 80 - A lei regulará o processo de promoção,
prescrevendo a observância dos critérios antigüidade e de
merecimento, alternadamente, e o da indicação dos candidatos à
promoção por merecimento, em lista tríplice, sempre que possível.
§ 1º - Na Justiça dos Estados:
I - apurar-se-ão na entrância a antigüidade e o
12
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prevista no art. 93, caput, da Constituição Federal, compete
exclusivamente à Lei Orgânica da Magistratura dispor sobre a
promoção, a remoção e o acesso de magistrados aos cargos. 6.
Precedentes. 7. Medida cautelar deferida para suspender, com eficácia
ex tunc, a vigência do art. 92, III, alínea “e”, da Constituição do
Estado de Mato Grosso, com a redação determinada pela EC nº
46/2006 (ADI 4042, Rel. Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno,
DJ 30.4.2009) .
Em seu voto, o Ministro Gilmar Mendes ressaltou que:
“trata-se de um verdadeiro bloqueio de competência levado a
efeito pela edição da lei complementar nacional, de modo que o direito
estadual em contradição com os limites nela fixados deve ser
considerado inconstitucional. Nesse caso, a lei complementar não
configura exatamente um parâmetro de controle abstrato, mas simples
índice para a aferição da ilegitimidade ou de não-observância da ordem
de competência estabelecida na Constituição”.
No mesmo julgamento, o Ministro Cezar Peluso afirmou, sobre
dispositivo análogo ao ora atacado, que “o tempo de serviço público não
entra, para nenhum efeito, em antiguidade na carreira. A antiguidade é na
carreira. É norma absolutamente estranha”.
9. Na presente espécie, os dispositivos impugnados também são
estranhos ao que dispõe a Lei Complementar n. 35/79 – LOMAN sobre a
promoção de magistrados, como se vê:
“CAPÍTULO II
Da Promoção, da Remoção e do Acesso
Art. 80 - A lei regulará o processo de promoção,
prescrevendo a observância dos critérios antigüidade e de
merecimento, alternadamente, e o da indicação dos candidatos à
promoção por merecimento, em lista tríplice, sempre que possível.
§ 1º - Na Justiça dos Estados:
I - apurar-se-ão na entrância a antigüidade e o
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
ADI 4.462 MC / TO
merecimento, este em lista tríplice, sendo obrigatória a promoção do
Juiz que figurar pela quinta vez consecutiva em lista de merecimento;
havendo empate na antigüidade, terá precedência o Juiz mais antigo
na carreira;
II - para efeito da composição da lista tríplice, o
merecimento será apurado na entrância e aferido com prevalência de
critérios de ordem objetiva, na forma do Regulamento baixado pelo
Tribunal de Justiça, tendo-se em conta a conduta do Juiz, sua
operosidade no exercício do cargo, número de vezes que tenha figurado
na lista, tanto para entrância a prover, como para as anteriores, bem
como o aproveitamento em cursos de aperfeiçoamento;
III - no caso de antigüidade, o Tribunal de Justiça, ou seu
órgão especial, somente poderá recusar o Juiz mais antigo pelo voto da
maioria absoluta do seus membros, repetindo-se a votação até fixar-se
a indicação;
IV - somente após dois anos de exercício na entrância,
poderá o Juiz ser promovido, salvo se não houver, com tal requisito,
quem aceite o lugar vago, ou se forem recusados, pela maioria absoluta
dos membros do Tribunal de Justiça, ou de seu órgão especial,
candidatos que hajam completado o período.
§ 2º - Aplica-se, no que couber, aos Juízes togados da
Justiça do Trabalho, o disposto no parágrafo anterior.
Art. 81 - Na Magistratura de carreira dos Estados, ao
provimento inicial e à promoção por merecimento precederá a remoção.
§ 1º - A remoção far-se-á mediante escolha pelo Poder
Executivo, sempre que possível, de nome constante de lista tríplice,
organizada pelo Tribunal de Justiça e contendo os nomes dos
candidatos com mais de dois anos de efetivo exercício na entrância.
§ 2º - A juízo do Tribunal de Justiça, ou de seu órgão
especial, poderá, ainda, ser provida, pelo mesmo critério fixado no
parágrafo anterior vaga decorrente de remoção, destinando-se a
seguinte, obrigatoriamente, ao provimento por promoção.
Art. 82 - Para cada vaga destinada ao preenchimento por
promoção ou por remoção, abrir-se-á inscrição distinta,
sucessivamente, com a indicação da Comarca ou Vara a ser provida.
Parágrafo único - Ultimado o preenchimento das vagas, se
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merecimento, este em lista tríplice, sendo obrigatória a promoção do
Juiz que figurar pela quinta vez consecutiva em lista de merecimento;
havendo empate na antigüidade, terá precedência o Juiz mais antigo
na carreira;
II - para efeito da composição da lista tríplice, o
merecimento será apurado na entrância e aferido com prevalência de
critérios de ordem objetiva, na forma do Regulamento baixado pelo
Tribunal de Justiça, tendo-se em conta a conduta do Juiz, sua
operosidade no exercício do cargo, número de vezes que tenha figurado
na lista, tanto para entrância a prover, como para as anteriores, bem
como o aproveitamento em cursos de aperfeiçoamento;
III - no caso de antigüidade, o Tribunal de Justiça, ou seu
órgão especial, somente poderá recusar o Juiz mais antigo pelo voto da
maioria absoluta do seus membros, repetindo-se a votação até fixar-se
a indicação;
IV - somente após dois anos de exercício na entrância,
poderá o Juiz ser promovido, salvo se não houver, com tal requisito,
quem aceite o lugar vago, ou se forem recusados, pela maioria absoluta
dos membros do Tribunal de Justiça, ou de seu órgão especial,
candidatos que hajam completado o período.
§ 2º - Aplica-se, no que couber, aos Juízes togados da
Justiça do Trabalho, o disposto no parágrafo anterior.
Art. 81 - Na Magistratura de carreira dos Estados, ao
provimento inicial e à promoção por merecimento precederá a remoção.
§ 1º - A remoção far-se-á mediante escolha pelo Poder
Executivo, sempre que possível, de nome constante de lista tríplice,
organizada pelo Tribunal de Justiça e contendo os nomes dos
candidatos com mais de dois anos de efetivo exercício na entrância.
§ 2º - A juízo do Tribunal de Justiça, ou de seu órgão
especial, poderá, ainda, ser provida, pelo mesmo critério fixado no
parágrafo anterior vaga decorrente de remoção, destinando-se a
seguinte, obrigatoriamente, ao provimento por promoção.
Art. 82 - Para cada vaga destinada ao preenchimento por
promoção ou por remoção, abrir-se-á inscrição distinta,
sucessivamente, com a indicação da Comarca ou Vara a ser provida.
Parágrafo único - Ultimado o preenchimento das vagas, se
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
ADI 4.462 MC / TO
mais de uma deva ser provida por merecimento, a lista conterá
número de Juízes igual ao das vagas mais dois.
Art. 83 - A notícia da ocorrência de vaga a ser preenchida,
mediante promoção ou remoção, deve ser imediatamente veiculada
pelo órgão oficial próprio, com indicação, no caso de provimento
através de promoção, das que devam ser preenchidas segundo o
critério de antigüidade ou de merecimento.
(...)
Art. 88 - Nas promoções ou acessos, havendo mais
de uma vaga a ser preenchida por merecimento, a lista conterá,
se possível, número de magistrados igual ao das vagas mais dois para
cada uma delas”.
Da leitura desses dispositivos, percebe-se que não há qualquer
norma no sentido de que os tempos de exercício de serviço público no
Estado, de serviço público em geral e a idade do magistrado possam
servir de critérios para a sua promoção por antiguidade, como
estabelecido no art. 78, § 1º, inc. III, IV e V, da Lei Complementar n.
10/1996, do Estado do Tocantins.
A jurisprudência deste Supremo Tribunal assentou que contraria o
art. 93 da Constituição da República lei estadual que cuide de matéria
própria do Estatuto da Magistratura, como se lê na ementa da decisão
deste Plenário na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2494/SC, Rel.
Min. Eros Grau:
EMENTA:
AÇÃO
DIRETA
DE
INCONSTITUCIONALIDADE. LEI COMPLEMENTAR N. 212,
DO ESTADO DE SANTA CATARINA, QUE CONFERIU NOVA
REDAÇÃO AO ART. 192 DA LEI N. 5.624/79. PRECEITO QUE
DETERMINA A PRECEDÊNCIA DA REMOÇÃO DE JUÍZES ÀS
PROMOÇÕES POR ANTIGUIDADE OU MERECIMENTO.
INCONSTITUCIONALIDADE. VIOLAÇÃO DO ART. 93 DA
CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 1. Até o advento da lei
complementar prevista no art. 93, caput, da Constituição do Brasil, a
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ADI 4.462 MC / TO
mais de uma deva ser provida por merecimento, a lista conterá
número de Juízes igual ao das vagas mais dois.
Art. 83 - A notícia da ocorrência de vaga a ser preenchida,
mediante promoção ou remoção, deve ser imediatamente veiculada
pelo órgão oficial próprio, com indicação, no caso de provimento
através de promoção, das que devam ser preenchidas segundo o
critério de antigüidade ou de merecimento.
(...)
Art. 88 - Nas promoções ou acessos, havendo mais
de uma vaga a ser preenchida por merecimento, a lista conterá,
se possível, número de magistrados igual ao das vagas mais dois para
cada uma delas”.
Da leitura desses dispositivos, percebe-se que não há qualquer
norma no sentido de que os tempos de exercício de serviço público no
Estado, de serviço público em geral e a idade do magistrado possam
servir de critérios para a sua promoção por antiguidade, como
estabelecido no art. 78, § 1º, inc. III, IV e V, da Lei Complementar n.
10/1996, do Estado do Tocantins.
A jurisprudência deste Supremo Tribunal assentou que contraria o
art. 93 da Constituição da República lei estadual que cuide de matéria
própria do Estatuto da Magistratura, como se lê na ementa da decisão
deste Plenário na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2494/SC, Rel.
Min. Eros Grau:
EMENTA:
AÇÃO
DIRETA
DE
INCONSTITUCIONALIDADE. LEI COMPLEMENTAR N. 212,
DO ESTADO DE SANTA CATARINA, QUE CONFERIU NOVA
REDAÇÃO AO ART. 192 DA LEI N. 5.624/79. PRECEITO QUE
DETERMINA A PRECEDÊNCIA DA REMOÇÃO DE JUÍZES ÀS
PROMOÇÕES POR ANTIGUIDADE OU MERECIMENTO.
INCONSTITUCIONALIDADE. VIOLAÇÃO DO ART. 93 DA
CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 1. Até o advento da lei
complementar prevista no art. 93, caput, da Constituição do Brasil, a
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
ADI 4.462 MC / TO
matéria própria ao Estatuto da Magistratura será disciplinado pelo
texto da Lei Complementar n. 35/79, recebida pela Constituição.
Precedentes. 2. A lei atacada dispôs sobre matéria constitucionalmente
reservada a lei complementar de iniciativa do Supremo Tribunal
Federal, violando o disposto no art. 93 da Constituição. 3. Ressalvada
a validade dos atos de ofício praticados por magistrados promovidos ou
removidos na conformidade da lei impugnada. Pedido julgado
procedente, para declarar inconstitucional a Lei Complementar n.
212, que conferiu nova redação ao art. 192 da Lei n. 5.624/79, do
Estado de Santa Catarina. (ADI 2.494/SC, Rel. Min. Eros Grau, DJ
13.10.2006).
Contudo, este Supremo Tribunal já concluiu ser válida regra
regimental que prevê como solução para sucessivos empates a ocupação
da vaga pelo mais idoso. Nesse sentido:
“EMENTA: I. Mandado de segurança: legitimação ativa:
composição de lista para a promoção por merecimento de juízes aos
tribunais. No procedimento de promoção de magistrados, todos os
concorrentes à lista e nela não incluídos estão legitimados, em
princípio, para questionar em juízo a validade da sua composição, se,
do reconhecimento da nulidade argüida, possa decorrer a renovação do
ato de escolha, que estariam qualificados para disputar. II. Justiça
Federal: lista de promoção por merecimento de juízes ao Tribunal
Regional Federal: desempate em favor do mais idoso, conforme norma
regimental: validade. Não ofende a Constituição a norma regimental
de TRF de que, após sucessivos empates na composição da lista de
juízes para a promoção por merecimento, prescreve o desempate em
favor do mais idoso: não se trata - ao contrário dos precedentes do
STF, que o rejeitaram, da adoção do critério objetivo de antigüidade
para desempate na promoção por merecimento - mas, sim, de um dado
subjetivo dos candidatos, a idade, que se reputou - sem ofensa ao
princípio da razoabilidade - se devesse seguir à avaliação dos méritos
dos candidatos, reputados equivalentes pela votação idêntica obtida,
em sucessivos escrutínios” (MS 24509/DF, Rel. Min. Sepúlveda
Pertence, Tribunal Pleno, DJ 26.3.2004, grifos nossos).
15
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ADI 4.462 MC / TO
matéria própria ao Estatuto da Magistratura será disciplinado pelo
texto da Lei Complementar n. 35/79, recebida pela Constituição.
Precedentes. 2. A lei atacada dispôs sobre matéria constitucionalmente
reservada a lei complementar de iniciativa do Supremo Tribunal
Federal, violando o disposto no art. 93 da Constituição. 3. Ressalvada
a validade dos atos de ofício praticados por magistrados promovidos ou
removidos na conformidade da lei impugnada. Pedido julgado
procedente, para declarar inconstitucional a Lei Complementar n.
212, que conferiu nova redação ao art. 192 da Lei n. 5.624/79, do
Estado de Santa Catarina. (ADI 2.494/SC, Rel. Min. Eros Grau, DJ
13.10.2006).
Contudo, este Supremo Tribunal já concluiu ser válida regra
regimental que prevê como solução para sucessivos empates a ocupação
da vaga pelo mais idoso. Nesse sentido:
“EMENTA: I. Mandado de segurança: legitimação ativa:
composição de lista para a promoção por merecimento de juízes aos
tribunais. No procedimento de promoção de magistrados, todos os
concorrentes à lista e nela não incluídos estão legitimados, em
princípio, para questionar em juízo a validade da sua composição, se,
do reconhecimento da nulidade argüida, possa decorrer a renovação do
ato de escolha, que estariam qualificados para disputar. II. Justiça
Federal: lista de promoção por merecimento de juízes ao Tribunal
Regional Federal: desempate em favor do mais idoso, conforme norma
regimental: validade. Não ofende a Constituição a norma regimental
de TRF de que, após sucessivos empates na composição da lista de
juízes para a promoção por merecimento, prescreve o desempate em
favor do mais idoso: não se trata - ao contrário dos precedentes do
STF, que o rejeitaram, da adoção do critério objetivo de antigüidade
para desempate na promoção por merecimento - mas, sim, de um dado
subjetivo dos candidatos, a idade, que se reputou - sem ofensa ao
princípio da razoabilidade - se devesse seguir à avaliação dos méritos
dos candidatos, reputados equivalentes pela votação idêntica obtida,
em sucessivos escrutínios” (MS 24509/DF, Rel. Min. Sepúlveda
Pertence, Tribunal Pleno, DJ 26.3.2004, grifos nossos).
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 36
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
ADI 4.462 MC / TO
Naquela assentada, o Relator, Ministro Sepúlveda Pertence,
considerou válida a adoção da idade como critério objetivo de desempate,
nos seguintes termos:
“Para os impetrantes - avalizados pela Procuradoria Geral da
República -, a inconstitucionalidade estaria na estipulação, como
critério de desempate num pleito de merecimento, de um critério - a
idade maior -, que não tem relação de pertinência com o mérito dos
candidatos empatados.
O argumento me impressionou à primeira vista e alicerçou a
decisão liminar; as contraditas, no entanto, abalaram-me a impressão
primitiva.
De logo, as informações da AGU - da lavra do il. Dr. Galba
Velloso, endossados pelo Advogado-Geral e pelo Senhor Presidente da
República - recordaram que a Constituição mesma qualifica
positivamente a idade dos cidadãos, não somente ao fixar os requisitos
de investidura nos mandatos eletivos e cargos públicos de maior
significação, mas também que a erigem em critério de desempate para
a mais relevante disputa eleitoral, a de Presidente da República (CF,
art. 77, § 5º).
De outro lado, a contestação dos litisconsortes passivos - que,
não por acaso, traz a firma do notável Celso Antônio -, responde de
modo irretorquível ao fundamento primacial da impetração, quando
aduz:
“... desde logo é radicalmente inexato que tenha sido desatendido
o critério de merecimento exigido pela Lei Magna, em sucessão a uma
indicação de provimento por antiguidade. Os indicados em lista não
foram votados pela idade. Foram-no por merecimento. Não foram
escolhidos pela idade, mas pelos respectivos méritos. Nisto é que
empataram. EMPATARAM NO MERECIMENTO. A avaliação de
que foram alvo foi a avaliação de merecimento, juízo este que comporta
discrição.
Se os titulados para expedirem tal juízo concluíram pela
igualdade em relação ao tópico em causa (o merecimento) todo
16
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ADI 4.462 MC / TO
Naquela assentada, o Relator, Ministro Sepúlveda Pertence,
considerou válida a adoção da idade como critério objetivo de desempate,
nos seguintes termos:
“Para os impetrantes - avalizados pela Procuradoria Geral da
República -, a inconstitucionalidade estaria na estipulação, como
critério de desempate num pleito de merecimento, de um critério - a
idade maior -, que não tem relação de pertinência com o mérito dos
candidatos empatados.
O argumento me impressionou à primeira vista e alicerçou a
decisão liminar; as contraditas, no entanto, abalaram-me a impressão
primitiva.
De logo, as informações da AGU - da lavra do il. Dr. Galba
Velloso, endossados pelo Advogado-Geral e pelo Senhor Presidente da
República - recordaram que a Constituição mesma qualifica
positivamente a idade dos cidadãos, não somente ao fixar os requisitos
de investidura nos mandatos eletivos e cargos públicos de maior
significação, mas também que a erigem em critério de desempate para
a mais relevante disputa eleitoral, a de Presidente da República (CF,
art. 77, § 5º).
De outro lado, a contestação dos litisconsortes passivos - que,
não por acaso, traz a firma do notável Celso Antônio -, responde de
modo irretorquível ao fundamento primacial da impetração, quando
aduz:
“... desde logo é radicalmente inexato que tenha sido desatendido
o critério de merecimento exigido pela Lei Magna, em sucessão a uma
indicação de provimento por antiguidade. Os indicados em lista não
foram votados pela idade. Foram-no por merecimento. Não foram
escolhidos pela idade, mas pelos respectivos méritos. Nisto é que
empataram. EMPATARAM NO MERECIMENTO. A avaliação de
que foram alvo foi a avaliação de merecimento, juízo este que comporta
discrição.
Se os titulados para expedirem tal juízo concluíram pela
igualdade em relação ao tópico em causa (o merecimento) todo
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 36
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
ADI 4.462 MC / TO
desempate só poderia ser decidido por outro critério que não o do
merecimento, exatamente porque, quanto ao merecimento, foram
havidos como igualados em juízo conclusivo e discricionário.
Logo, do ponto de vista lógico e jurídico, sempre que haja
necessidade de desempate, o critério para desempatar nunca será o
critério do qual resultou um empate, pois justamente em face dele os
sujeitos foram havidos como não diferençáveis.
Eis pois, que do fato do critério de desempate haver sido o da
idade, não se segue que foi desatendido o regramento constitucional da
alternância entre antigüidade e merecimento, porquanto toda vez que
houver empate no merecimento sua dissolução se fará inexoravelmente
por critério distinto do merecimento. Sem embargo se o empate
sucedeu ao cabo de avaliação de merecimento - como ocorreu “in casu”
- então é óbvio que a lista se compôs em vista deste fator, como teria
constitucionalmente de ser.”
Certo, para a decisão liminar, declaradamente me impressionou
a recordação de precedentes do Tribunal - (ADIn 189, Celso, DJ
22.5.92, RTJ 138/371; AO 70, Pertence, DJ 18.6.93, RTJ 147/345;
ADInMC 654, Carlos Velloso, DJ 6.8.93, RTJ 147/910) - que
repeliram, na promoção por merecimento, que o desempate se
resolvesse em favor da antigüidade do candidato.
Revisitar os precedentes convenceu-me, entretanto, de que,
neles, o que se repeliu foi que - dados os dois critérios constitucionais
contrapostos de ascensão na carreira da magistratura -, o merecimento
e a antigüidade - o empate na aferição de um deles, o do merecimento,
fosse decidido pelo apelo ao outro, o da antigüidade, cuja influência no
primeiro já se demarcara com a prescrição de que a escolha por mérito
se adstringisse aos integrantes do primeiro quinto da lista dos mais
antigos.
A hipótese vertente, contudo, é diversa: o critério diferencial
para o desempate questionado não é o dado objetivo da antigüidade na
carreira ou na entrância, mas um dado subjetivo dos candidatos, a
idade, que se reputou - sem ofensa ao princípio da razoabilidade - se
devesse seguir à avaliação dos méritos dos postulantes, que a votação
idêntica equiparou.
Esse o quadro, indefiro o mandado de segurança: é o meu voto”.
17
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ADI 4.462 MC / TO
desempate só poderia ser decidido por outro critério que não o do
merecimento, exatamente porque, quanto ao merecimento, foram
havidos como igualados em juízo conclusivo e discricionário.
Logo, do ponto de vista lógico e jurídico, sempre que haja
necessidade de desempate, o critério para desempatar nunca será o
critério do qual resultou um empate, pois justamente em face dele os
sujeitos foram havidos como não diferençáveis.
Eis pois, que do fato do critério de desempate haver sido o da
idade, não se segue que foi desatendido o regramento constitucional da
alternância entre antigüidade e merecimento, porquanto toda vez que
houver empate no merecimento sua dissolução se fará inexoravelmente
por critério distinto do merecimento. Sem embargo se o empate
sucedeu ao cabo de avaliação de merecimento - como ocorreu “in casu”
- então é óbvio que a lista se compôs em vista deste fator, como teria
constitucionalmente de ser.”
Certo, para a decisão liminar, declaradamente me impressionou
a recordação de precedentes do Tribunal - (ADIn 189, Celso, DJ
22.5.92, RTJ 138/371; AO 70, Pertence, DJ 18.6.93, RTJ 147/345;
ADInMC 654, Carlos Velloso, DJ 6.8.93, RTJ 147/910) - que
repeliram, na promoção por merecimento, que o desempate se
resolvesse em favor da antigüidade do candidato.
Revisitar os precedentes convenceu-me, entretanto, de que,
neles, o que se repeliu foi que - dados os dois critérios constitucionais
contrapostos de ascensão na carreira da magistratura -, o merecimento
e a antigüidade - o empate na aferição de um deles, o do merecimento,
fosse decidido pelo apelo ao outro, o da antigüidade, cuja influência no
primeiro já se demarcara com a prescrição de que a escolha por mérito
se adstringisse aos integrantes do primeiro quinto da lista dos mais
antigos.
A hipótese vertente, contudo, é diversa: o critério diferencial
para o desempate questionado não é o dado objetivo da antigüidade na
carreira ou na entrância, mas um dado subjetivo dos candidatos, a
idade, que se reputou - sem ofensa ao princípio da razoabilidade - se
devesse seguir à avaliação dos méritos dos postulantes, que a votação
idêntica equiparou.
Esse o quadro, indefiro o mandado de segurança: é o meu voto”.
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
ADI 4.462 MC / TO
Dessa conclusão, divergiram os Ministros Joaquim Barbosa, Cezar
Peluso e Marco Aurélio, ao argumento de que o fator idade não deve ter
relevância quando se cuida de promoção por merecimento.
Como se vê, ainda que por maioria, este Supremo Tribunal já
admitiu fosse a idade dos candidatos utilizada como critério de
desempate em caso de promoção por merecimento, pois, como resumiu o
Ministro Gilmar Mendes, “o critério de desempate não pode ser o mesmo a
produzir o impasse”.
Da análise inicial dos autos, percebe-se que os dispositivos da lei
complementar tocantinense impugnada que estabelecem o tempo de
serviço público no Estado (inc. III) e o tempo de serviço público em geral
(inc. IV) como critérios para a promoção por antiguidade do magistrado
daquele Estado parecem contrariar o art. 93 da Constituição da República,
pois não há previsão nesse sentido na própria Constituição ou na
LOMAN, o que fundamenta a suspensão da eficácia desses dispositivos
por meio da cautelar requerida.
Contudo, persistindo o empate na disputa da vaga após a contagem
de tempo dos candidatos na entrância (inc. I) e como magistrado (inc. II),
sucessivamente, como prevêem a Lei Complementar 35/79 e a Lei
Complementar tocantinense n. 10/96, parece razoável, neste juízo inicial e
precário, a adoção da idade como terceiro critério possível, como já
admitido por este Supremo Tribunal.
Pela existência de decisão do Plenário deste Supremo Tribunal em
que prevaleceu a possibilidade da adoção da idade como critério de
desempate, não parece razoável, neste momento processual, suspender o
inciso V, do § 1º, do art. 78, da Lei Complementar n. 10/1996, do Estado do
Tocantins.
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Dessa conclusão, divergiram os Ministros Joaquim Barbosa, Cezar
Peluso e Marco Aurélio, ao argumento de que o fator idade não deve ter
relevância quando se cuida de promoção por merecimento.
Como se vê, ainda que por maioria, este Supremo Tribunal já
admitiu fosse a idade dos candidatos utilizada como critério de
desempate em caso de promoção por merecimento, pois, como resumiu o
Ministro Gilmar Mendes, “o critério de desempate não pode ser o mesmo a
produzir o impasse”.
Da análise inicial dos autos, percebe-se que os dispositivos da lei
complementar tocantinense impugnada que estabelecem o tempo de
serviço público no Estado (inc. III) e o tempo de serviço público em geral
(inc. IV) como critérios para a promoção por antiguidade do magistrado
daquele Estado parecem contrariar o art. 93 da Constituição da República,
pois não há previsão nesse sentido na própria Constituição ou na
LOMAN, o que fundamenta a suspensão da eficácia desses dispositivos
por meio da cautelar requerida.
Contudo, persistindo o empate na disputa da vaga após a contagem
de tempo dos candidatos na entrância (inc. I) e como magistrado (inc. II),
sucessivamente, como prevêem a Lei Complementar 35/79 e a Lei
Complementar tocantinense n. 10/96, parece razoável, neste juízo inicial e
precário, a adoção da idade como terceiro critério possível, como já
admitido por este Supremo Tribunal.
Pela existência de decisão do Plenário deste Supremo Tribunal em
que prevaleceu a possibilidade da adoção da idade como critério de
desempate, não parece razoável, neste momento processual, suspender o
inciso V, do § 1º, do art. 78, da Lei Complementar n. 10/1996, do Estado do
Tocantins.
18
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
ADI 4.462 MC / TO
Pelo exposto, voto no sentido de deferir parcialmente a medida
cautelar requerida, para suspender a eficácia dos incisos III e IV do § 1º
do art. 78, da Lei Complementar n. 10/1996, do Estado do Tocantins.
19
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ADI 4.462 MC / TO
Pelo exposto, voto no sentido de deferir parcialmente a medida
cautelar requerida, para suspender a eficácia dos incisos III e IV do § 1º
do art. 78, da Lei Complementar n. 10/1996, do Estado do Tocantins.
19
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Esclarecimento
29/06/2011
PLENÁRIO
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
4.462 TOCANTINS
ESCLARECIMENTO
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) -
Apenas antecipando a votação, esclareço aquele meu voto: eu discordei,
porque ali se tratava de promoção por merecimento!
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - E aqui é
por antiguidade.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Aqui é
por antiguidade. Ou seja, a idade na antiguidade, eu aceito; o que não
aceito é a idade como critério de promoção por merecimento. É a mesma
coisa de se ter mãe viva. Só se promove, se tem mãe viva! Não tem nada a
ver.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Aí seria
subjetivo, não seria objetivo. Aqui é por antiguidade.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Agora,
na antiguidade, estou de acordo.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - A norma
é por antiguidade.
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Supremo Tribunal Federal
29/06/2011
PLENÁRIO
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
4.462 TOCANTINS
ESCLARECIMENTO
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) -
Apenas antecipando a votação, esclareço aquele meu voto: eu discordei,
porque ali se tratava de promoção por merecimento!
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - E aqui é
por antiguidade.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Aqui é
por antiguidade. Ou seja, a idade na antiguidade, eu aceito; o que não
aceito é a idade como critério de promoção por merecimento. É a mesma
coisa de se ter mãe viva. Só se promove, se tem mãe viva! Não tem nada a
ver.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Aí seria
subjetivo, não seria objetivo. Aqui é por antiguidade.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Agora,
na antiguidade, estou de acordo.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - A norma
é por antiguidade.
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Voto - MIN. LUIZ FUX
29/06/2011
PLENÁRIO
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
4.462 TOCANTINS
VOTO
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhor Presidente, muito
embora eu não consiga enxergar muita utilidade nessa lei, porque um
magistrado, quando ingressa na carreira, é categorizado na antiguidade
pela classificação no concurso. Depois, sempre há uma antiguidade que
remonta à antecedência dele na carreira, mas...
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - A norma
está posta e o que a Associação vem trazer é que está sendo aplicada.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Não sei como vai desempatar
a antiguidade, pelos Tribunais eu nunca vi, mas, de qualquer maneira,
realmente, esse tempo de estado prestado em Tocantins e o tempo de
serviço público, em geral, não pode figurar como critério.
Acompanho a eminente Relatora.
Supremo Tribunal Federal
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29/06/2011
PLENÁRIO
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
4.462 TOCANTINS
VOTO
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhor Presidente, muito
embora eu não consiga enxergar muita utilidade nessa lei, porque um
magistrado, quando ingressa na carreira, é categorizado na antiguidade
pela classificação no concurso. Depois, sempre há uma antiguidade que
remonta à antecedência dele na carreira, mas...
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - A norma
está posta e o que a Associação vem trazer é que está sendo aplicada.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Não sei como vai desempatar
a antiguidade, pelos Tribunais eu nunca vi, mas, de qualquer maneira,
realmente, esse tempo de estado prestado em Tocantins e o tempo de
serviço público, em geral, não pode figurar como critério.
Acompanho a eminente Relatora.
Supremo Tribunal Federal
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
29/06/2011
PLENÁRIO
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.462
TOCANTINS
VOTO
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Ministra Relatora, Vossa
Excelência resolve o impasse pelo critério da antiguidade; segundo, pelo
critério da idade?
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Não.
Estou propondo a suspensão cautelar apenas dos incisos III e IV do § 1º
do artigo 78, que são aqueles que adotam como critério para o desempate
da antiguidade dos magistrados, pela ordem: tempo de serviço público
no Estado e tempo de serviço público, em geral, mantendo os demais. Os
dois primeiros porque estão previstos em lei, e a idade, porque senão
criaria um impasse.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Certo. O critério da
idade já foi prestigiado pela Constituição para desempatar eleição no
âmbito da Presidência da República. Expressamente a Constituição diz
que o mais idoso terá em seu favor a eleição, então é o critério de idade já
prestigiado pela Constituição. Agora, achei muito interessante a
observação do Ministro Peluso sobre a inaplicabilidade desse critério, em
se tratando de promoção por merecimento.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Por
merecimento, porque ser mais velho não é critério de merecimento
nenhum.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Algum
merecimento tem, não tem para promoção, mas ...
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Perfeito. Ou seja, para
merecimento, a idade não contaria. Por quê? Porque a própria
Constituição, ao falar de merecimento, diz:
"Art. 93
(...)
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de
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29/06/2011
PLENÁRIO
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.462
TOCANTINS
VOTO
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Ministra Relatora, Vossa
Excelência resolve o impasse pelo critério da antiguidade; segundo, pelo
critério da idade?
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Não.
Estou propondo a suspensão cautelar apenas dos incisos III e IV do § 1º
do artigo 78, que são aqueles que adotam como critério para o desempate
da antiguidade dos magistrados, pela ordem: tempo de serviço público
no Estado e tempo de serviço público, em geral, mantendo os demais. Os
dois primeiros porque estão previstos em lei, e a idade, porque senão
criaria um impasse.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Certo. O critério da
idade já foi prestigiado pela Constituição para desempatar eleição no
âmbito da Presidência da República. Expressamente a Constituição diz
que o mais idoso terá em seu favor a eleição, então é o critério de idade já
prestigiado pela Constituição. Agora, achei muito interessante a
observação do Ministro Peluso sobre a inaplicabilidade desse critério, em
se tratando de promoção por merecimento.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Por
merecimento, porque ser mais velho não é critério de merecimento
nenhum.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Algum
merecimento tem, não tem para promoção, mas ...
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Perfeito. Ou seja, para
merecimento, a idade não contaria. Por quê? Porque a própria
Constituição, ao falar de merecimento, diz:
"Art. 93
(...)
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 27 de 36
Voto - MIN. AYRES BRITTO
ADI 4.462 MC / TO
exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira
quinta parte da lista de antiguidade desta, salvo se não houver
com tais requisitos quem aceite o lugar vago;
Ora, colocar antiguidade no âmbito de uma promoção por
merecimento é uma exceção e, como exceção, deve ser interpretada
restritivamente, não se pode ampliar.
Concordo com Vossa Excelência.
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
ADI 4.462 MC / TO
exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira
quinta parte da lista de antiguidade desta, salvo se não houver
com tais requisitos quem aceite o lugar vago;
Ora, colocar antiguidade no âmbito de uma promoção por
merecimento é uma exceção e, como exceção, deve ser interpretada
restritivamente, não se pode ampliar.
Concordo com Vossa Excelência.
2
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 28 de 36
Voto - MIN. GILMAR MENDES
29/06/2011
PLENÁRIO
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
4.462 TOCANTINS
VOTO
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Senhor Presidente,
eu também, no mérito, acompanho a eminente Relatora. Só gostaria de
fazer uma pensata em relação à questão da pertinência temática.
Tenho a impressão de que é de todo compreensível a tese que o
Tribunal adotou em relação à questão da pertinência temática, tendo em
vista a apreensão justa que havia de que – especialmente com a
concessão, a outorga da legitimação, às entidades de classe e às
confederações sindicais, mas fundamentalmente às entidades de classe –
haveria uma inundação, uma enxurrada de ações diretas, ou até a
convolação, a transformação da ADI numa ação popular de
inconstitucionalidade. Mas uma série de cautelas foram adotadas; a
questão mesmo do critério da entidade nacional, a representatividade
nacional, a própria formação da entidade, que ficou adstrita a instituições
de perfil econômico ou profissional.
Além disso, o Tribunal também adotou esse critério da pertinência
temática que, no fundo, é, em termos práticos, a adoção de um interesse
jurídico envergonhado e que briga com a própria estrutura do processo
objetivo. Quando a gente diz que o processo objetivo busca uma proteção
geral, e por isso não se trata de proteção específica, portanto, não é o caso
de proteção subjetiva específica, a gente acaba reincidindo, a meu ver,
hoje, no equívoco, com a ideia de pertinência temática.
De modo que eu gostaria, embora no caso não tenha relevância, de
deixar, até mesmo como elemento de processo mnemônico, para reflexão,
essa consideração, porque me parece que nós temos encontro marcado
com essa discussão. Acho que, em algum momento, eu encaminharia a
minha manifestação no sentido de, eventualmente, abandonar esse
critério de pertinência temática. Se reconhecemos a legitimidade da
entidade, isto é bastante para deflagrar o processo objetivo de controle
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29/06/2011
PLENÁRIO
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
4.462 TOCANTINS
VOTO
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Senhor Presidente,
eu também, no mérito, acompanho a eminente Relatora. Só gostaria de
fazer uma pensata em relação à questão da pertinência temática.
Tenho a impressão de que é de todo compreensível a tese que o
Tribunal adotou em relação à questão da pertinência temática, tendo em
vista a apreensão justa que havia de que – especialmente com a
concessão, a outorga da legitimação, às entidades de classe e às
confederações sindicais, mas fundamentalmente às entidades de classe –
haveria uma inundação, uma enxurrada de ações diretas, ou até a
convolação, a transformação da ADI numa ação popular de
inconstitucionalidade. Mas uma série de cautelas foram adotadas; a
questão mesmo do critério da entidade nacional, a representatividade
nacional, a própria formação da entidade, que ficou adstrita a instituições
de perfil econômico ou profissional.
Além disso, o Tribunal também adotou esse critério da pertinência
temática que, no fundo, é, em termos práticos, a adoção de um interesse
jurídico envergonhado e que briga com a própria estrutura do processo
objetivo. Quando a gente diz que o processo objetivo busca uma proteção
geral, e por isso não se trata de proteção específica, portanto, não é o caso
de proteção subjetiva específica, a gente acaba reincidindo, a meu ver,
hoje, no equívoco, com a ideia de pertinência temática.
De modo que eu gostaria, embora no caso não tenha relevância, de
deixar, até mesmo como elemento de processo mnemônico, para reflexão,
essa consideração, porque me parece que nós temos encontro marcado
com essa discussão. Acho que, em algum momento, eu encaminharia a
minha manifestação no sentido de, eventualmente, abandonar esse
critério de pertinência temática. Se reconhecemos a legitimidade da
entidade, isto é bastante para deflagrar o processo objetivo de controle
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
ADI 4.462 MC / TO
abstrato de normas.
Mas, no caso, o tema está superado, tal como colocou a Relatora,
porque ela mesma reconheceu que haveria a pertinência temática. Mas
me parece que, hoje, não confirmados, felizmente, os prognósticos que
supunham que haveria essa enxurrada desmedida de ações, talvez fosse
coerente com o sistema – o Tribunal que soube construir e pôde construir
a objetivação do processo como uma característica desse controle abstrato
de normas, acho que poderia, com tranquilidade, hoje, abandonar, em
homenagem inclusive à estrita dogmática processual constitucional, o
critério de pertinência temática.
2
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Supremo Tribunal Federal
ADI 4.462 MC / TO
abstrato de normas.
Mas, no caso, o tema está superado, tal como colocou a Relatora,
porque ela mesma reconheceu que haveria a pertinência temática. Mas
me parece que, hoje, não confirmados, felizmente, os prognósticos que
supunham que haveria essa enxurrada desmedida de ações, talvez fosse
coerente com o sistema – o Tribunal que soube construir e pôde construir
a objetivação do processo como uma característica desse controle abstrato
de normas, acho que poderia, com tranquilidade, hoje, abandonar, em
homenagem inclusive à estrita dogmática processual constitucional, o
critério de pertinência temática.
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 30 de 36
Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
29/06/2011
PLENÁRIO
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.462
TOCANTINS
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, teria
inúmeras dúvidas em concluir pela ilegitimidade da requerente, porque
não podemos transportar para o campo da associação o que existe hoje
quanto às entidades sindicais: a unicidade sindical.
E o Tribunal, apesar da existência de uma associação de
representação mais ampla, que é a Associação dos Magistrados
Brasileiros, admitiu a legitimidade da Ajufe e da Anamatra para, também,
ajuizarem a ação direta de inconstitucionalidade. Continuo convencido
de que, relativamente aos legitimados do artigo 103 da Constituição
Federal, cabe distinguir e, então, no tocante a alguns, cumpre realmente
perquirir se há, ou não, a denominada "pertinência temática", que nada
mais é do que um interesse jurídico latente.
Agora, o preceito em jogo é interessante. Não vejo vício formal, de
início, na disciplina da matéria por uma norma local, e não vejo porque a
própria Loman, no artigo 80, revela que a lei regulará o processo de
promoção, observados antiguidade e merecimento. Remete, portanto, o
processo de promoção à disciplina da lei. A cabeça do artigo versa a
antiguidade dos Desembargadores e dos Juízes de Direito, cogitando
quanto a estes últimos, os Juízes de Direito, da entrância ou categoria –
aqui há a disjuntiva "ou" – e, também, da carreira, mas acontece que,
quando a lei prevê os critérios de desempate, potencializa, em detrimento
da carreira – a Loman refere-se à apuração, para desempate, do tempo na
carreira –, o tempo de serviço na entrância. Então, aqueles que tiveram a
carreira azeitada e chegaram mais cedo à entrância poderão ter colocação
superior à de um Juiz, também de Direito, mais antigo. Penso que a
Loman é sábia ao tratar do gênero "carreira", e não do tempo na
entrância, para haver o desempate.
Ante essas premissas, acompanho a relatora, suspendendo a eficácia
do preceito.
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Supremo Tribunal Federal
29/06/2011
PLENÁRIO
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.462
TOCANTINS
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, teria
inúmeras dúvidas em concluir pela ilegitimidade da requerente, porque
não podemos transportar para o campo da associação o que existe hoje
quanto às entidades sindicais: a unicidade sindical.
E o Tribunal, apesar da existência de uma associação de
representação mais ampla, que é a Associação dos Magistrados
Brasileiros, admitiu a legitimidade da Ajufe e da Anamatra para, também,
ajuizarem a ação direta de inconstitucionalidade. Continuo convencido
de que, relativamente aos legitimados do artigo 103 da Constituição
Federal, cabe distinguir e, então, no tocante a alguns, cumpre realmente
perquirir se há, ou não, a denominada "pertinência temática", que nada
mais é do que um interesse jurídico latente.
Agora, o preceito em jogo é interessante. Não vejo vício formal, de
início, na disciplina da matéria por uma norma local, e não vejo porque a
própria Loman, no artigo 80, revela que a lei regulará o processo de
promoção, observados antiguidade e merecimento. Remete, portanto, o
processo de promoção à disciplina da lei. A cabeça do artigo versa a
antiguidade dos Desembargadores e dos Juízes de Direito, cogitando
quanto a estes últimos, os Juízes de Direito, da entrância ou categoria –
aqui há a disjuntiva "ou" – e, também, da carreira, mas acontece que,
quando a lei prevê os critérios de desempate, potencializa, em detrimento
da carreira – a Loman refere-se à apuração, para desempate, do tempo na
carreira –, o tempo de serviço na entrância. Então, aqueles que tiveram a
carreira azeitada e chegaram mais cedo à entrância poderão ter colocação
superior à de um Juiz, também de Direito, mais antigo. Penso que a
Loman é sábia ao tratar do gênero "carreira", e não do tempo na
entrância, para haver o desempate.
Ante essas premissas, acompanho a relatora, suspendendo a eficácia
do preceito.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 31 de 36
Voto - MIN. CELSO DE MELLO
29/06/2011
TRIBUNAL PLENO
MED. CAUT. EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.462 TOCANTINS
V O T O
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: CANCELADO.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Ministro, Vossa
Excelência me permitiria?
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: Pois não.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Não, já foi
publicado (ADI 3.617).
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: Negando provimento?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Não, negando a
legitimidade.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: Sim, negando
legitimidade a essa mesma entidade.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - A essa mesma
entidade.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Mas, neste caso, eu
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Supremo Tribunal Federal
29/06/2011
TRIBUNAL PLENO
MED. CAUT. EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.462 TOCANTINS
V O T O
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: CANCELADO.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Ministro, Vossa
Excelência me permitiria?
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: Pois não.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Não, já foi
publicado (ADI 3.617).
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: Negando provimento?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Não, negando a
legitimidade.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: Sim, negando
legitimidade a essa mesma entidade.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - A essa mesma
entidade.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Mas, neste caso, eu
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 32 de 36
Voto - MIN. CELSO DE MELLO
ADI 4.462 -MC / TO
2
reconheci e anotei no meu voto, porque ela representa magistrados estaduais, e ela
está questionando uma norma que trata de magistrados estaduais do Tocantins.
Então, neste caso, há uma diferença com relação ao que ocorreu, por exemplo, nos
agravos regimentais que nós julgamos das decisões do Ministro Peluso que tinha ...
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Porque o interesse seria específico,
não é?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - É estadual.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - É porque aqui é lei
estadual quanto a magistrados estaduais por ela representados, e, nos casos do
Ministro Pertence e do Ministro Peluso, elas questionavam a norma de interesse da
magistratura nacional.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: CANCELADO.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Eu fiquei com a
impressão de que a dele era também. Mas a do Ministro Peluso, com certeza, nos dois
agravos regimentais, a justificativa foi essa, e eu mesma decidi neste sentido numa
outra, da Anamages, eu também neguei seguimento porque questionava a norma
nacional.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – E fica difícil negar a legitimação,
ante a legitimidade da Ajufe e da Anamatra, reconhecida pelo Tribunal. Não vejo
porque distinguir.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - É, mas, neste caso,
só para a tranquilidade de Vossa Excelência, eu examinei, citei todos esses
precedentes, e, ao final, concluí exatamente neste sentido, considerando que o que
aqui se põe é rigorosamente e diretamente vinculado ao interesse por essa associação
defendido, ou seja, a condição, as prerrogativas e os direitos dos juízes estaduais. Essa
a razão pela qual eu superei, neste caso, e justifiquei no meu voto.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1370147
Supremo Tribunal Federal
ADI 4.462 -MC / TO
2
reconheci e anotei no meu voto, porque ela representa magistrados estaduais, e ela
está questionando uma norma que trata de magistrados estaduais do Tocantins.
Então, neste caso, há uma diferença com relação ao que ocorreu, por exemplo, nos
agravos regimentais que nós julgamos das decisões do Ministro Peluso que tinha ...
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Porque o interesse seria específico,
não é?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - É estadual.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - É porque aqui é lei
estadual quanto a magistrados estaduais por ela representados, e, nos casos do
Ministro Pertence e do Ministro Peluso, elas questionavam a norma de interesse da
magistratura nacional.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: CANCELADO.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Eu fiquei com a
impressão de que a dele era também. Mas a do Ministro Peluso, com certeza, nos dois
agravos regimentais, a justificativa foi essa, e eu mesma decidi neste sentido numa
outra, da Anamages, eu também neguei seguimento porque questionava a norma
nacional.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – E fica difícil negar a legitimação,
ante a legitimidade da Ajufe e da Anamatra, reconhecida pelo Tribunal. Não vejo
porque distinguir.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - É, mas, neste caso,
só para a tranquilidade de Vossa Excelência, eu examinei, citei todos esses
precedentes, e, ao final, concluí exatamente neste sentido, considerando que o que
aqui se põe é rigorosamente e diretamente vinculado ao interesse por essa associação
defendido, ou seja, a condição, as prerrogativas e os direitos dos juízes estaduais. Essa
a razão pela qual eu superei, neste caso, e justifiquei no meu voto.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 33 de 36
Voto - MIN. CELSO DE MELLO
ADI 4.462 -MC / TO
3
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: CANCELADO.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Mas eu tratei
longamente, e depois inclusive envio para Vossa Excelência, porque eu não li o voto
todo, e até conheço os precedentes, há um outro da Ministra Ellen Gracie também,
que eu transcrevi, que também extinguiu. E digo que eu mesma, também
monocraticamente, na esteira do que foi decidido naqueles dois agravos regimentais,
nos casos de que foi Relator o Ministro Peluso, eu também extingui. Mas se
questionava norma de interesse da magistratura nacional, e não estadual.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: CANCELADO.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Exatamente.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: CANCELADO.
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Supremo Tribunal Federal
ADI 4.462 -MC / TO
3
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: CANCELADO.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Mas eu tratei
longamente, e depois inclusive envio para Vossa Excelência, porque eu não li o voto
todo, e até conheço os precedentes, há um outro da Ministra Ellen Gracie também,
que eu transcrevi, que também extinguiu. E digo que eu mesma, também
monocraticamente, na esteira do que foi decidido naqueles dois agravos regimentais,
nos casos de que foi Relator o Ministro Peluso, eu também extingui. Mas se
questionava norma de interesse da magistratura nacional, e não estadual.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: CANCELADO.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Exatamente.
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: CANCELADO.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 34 de 36
Esclarecimento
29/06/2011
PLENÁRIO
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.462
TOCANTINS
ESCLARECIMENTO
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Se Vossa Excelência me
permite, eu queria fazer uma pergunta à eminente Relatora.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Por
favor, Ministro.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Essa lei estadual do
Tocantins foi de iniciativa do Poder Judiciário?
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Não, eu
nem analisei isso, porque ela é de 96.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Deve
ser, porque é o Estatuto da Magistratura. É a Lei Orgânica do Judiciário
local.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - É a Lei
Orgânica do Poder Judiciário de Tocantins; deve ter sido de iniciativa ...
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Do Poder Judiciário,
não é?
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - É. Aqui,
a questão principal realmente ficou adstrita ...
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: CANCELADO.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - É porque a Constituição
prevê a competência da Justiça estadual. Então, não foi o Poder Executivo
que tomou a iniciativa, também não foi o Poder Legislativo.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Não. O
pedido foi exclusivamente - tratou-se numa lei estadual, que seria matéria
de Lei Orgânica da Magistratura Nacional.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Então, muito bem.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
29/06/2011
PLENÁRIO
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.462
TOCANTINS
ESCLARECIMENTO
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Se Vossa Excelência me
permite, eu queria fazer uma pergunta à eminente Relatora.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Por
favor, Ministro.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Essa lei estadual do
Tocantins foi de iniciativa do Poder Judiciário?
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Não, eu
nem analisei isso, porque ela é de 96.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Deve
ser, porque é o Estatuto da Magistratura. É a Lei Orgânica do Judiciário
local.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - É a Lei
Orgânica do Poder Judiciário de Tocantins; deve ter sido de iniciativa ...
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Do Poder Judiciário,
não é?
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - É. Aqui,
a questão principal realmente ficou adstrita ...
O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: CANCELADO.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - É porque a Constituição
prevê a competência da Justiça estadual. Então, não foi o Poder Executivo
que tomou a iniciativa, também não foi o Poder Legislativo.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (RELATORA) - Não. O
pedido foi exclusivamente - tratou-se numa lei estadual, que seria matéria
de Lei Orgânica da Magistratura Nacional.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Então, muito bem.
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 35 de 36
Decisão de Julgamento
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.462
PROCED. : TOCANTINS
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
REQTE.(S) : ASSOCIACAO NACIONAL DOS MAGISTRADOS ESTADUAIS
ADV.(A/S) : GUSTAVO ALEXANDRE MAGALHÃES E OUTRO(A/S)
REQDO.(A/S) : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE TOCANTINS
REQDO.(A/S) : GOVERNADOR DO ESTADO DE TOCANTINS
Decisão: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto da
Relatora, concedeu em parte a liminar. Votou o Presidente,
Ministro Cezar Peluso. Falou pelo Ministério Público Federal a
Dra. Deborah Macedo Duprat de Britto Pereira, Vice-Procuradora
Geral da República. Ausentes os Senhores Ministros Joaquim
Barbosa, licenciado, e Dias Toffoli, justificadamente. Plenário,
29.06.2011.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Marco Aurélio, Ellen
Gracie, Gilmar Mendes, Ayres Britto, Ricardo Lewandowski, Cármen
Lúcia e Luiz Fux.
Vice-Procuradora-Geral da República, Dra. Deborah Macedo
Duprat de Britto Pereira.
p/ Luiz Tomimatsu
Secretário
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.462
PROCED. : TOCANTINS
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
REQTE.(S) : ASSOCIACAO NACIONAL DOS MAGISTRADOS ESTADUAIS
ADV.(A/S) : GUSTAVO ALEXANDRE MAGALHÃES E OUTRO(A/S)
REQDO.(A/S) : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE TOCANTINS
REQDO.(A/S) : GOVERNADOR DO ESTADO DE TOCANTINS
Decisão: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto da
Relatora, concedeu em parte a liminar. Votou o Presidente,
Ministro Cezar Peluso. Falou pelo Ministério Público Federal a
Dra. Deborah Macedo Duprat de Britto Pereira, Vice-Procuradora
Geral da República. Ausentes os Senhores Ministros Joaquim
Barbosa, licenciado, e Dias Toffoli, justificadamente. Plenário,
29.06.2011.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Marco Aurélio, Ellen
Gracie, Gilmar Mendes, Ayres Britto, Ricardo Lewandowski, Cármen
Lúcia e Luiz Fux.
Vice-Procuradora-Geral da República, Dra. Deborah Macedo
Duprat de Britto Pereira.
p/ Luiz Tomimatsu
Secretário
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1342820
Inteiro Teor do Acórdão - Página 36 de 36
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1571718 | 2011-06-29T00:00:00 | 2011-11-16T00:00:00 | O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto da Relatora, concedeu em parte a liminar. Votou o Presidente, Ministro Cezar Peluso. Falou pelo Ministério Público Federal a Dra. Deborah Macedo Duprat de Britto Pereira, Vice-Procuradora Geral da República. Ausentes os Senhores Ministros Joaquim Barbosa, licenciado, e Dias Toffoli, justificadamente. Plenário, 29.06.2011. | MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE | EMENTA: MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEGITIMIDADE ATIVA: ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MAGISTRADOS ESTADUAIS - ANAMAGES. NORMAS DE INTERESSE DA MAGISTRATURA ESTADUAL. ART. 78, § 1º, INC. III, IV E V, DA LEI COMPLEMENTAR N. 10/1996 DO ESTADO DO TOCANTINS. PROMOÇÃO POR ANTIGUIDADE DE MAGISTRADOS. CRITÉRIOS DIFERENTES DAS PREVISTAS NA LEI ORGÂNICA DA MAGISTRATURA NACIONAL - LOMAN. CONTRARIEDADE AO ART. 93 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. MEDIDA CAUTELAR PARCIALMENTE DEFERIDA.
1. A Associação Nacional dos Magistrados Estaduais – Anamages não tem legitimidade para propor ação direta de inconstitucionalidade contra norma de interesse de toda a magistratura. É legítima, todavia, para a propositura de ação direta contra norma de interesse da magistratura de determinado Estado-membro da Federação. Precedentes.
2. Os incisos III e IV do § 1º do art. 78 da Lei Complementar n. 10/1996 do Tocantins criaram critérios diversos dos previstos na Lei Orgânica da Magistratura Nacional (art. 80, § 1º, inc. I, da Lei Complementar n. 35/1979) para desempate na lista de antiguidade da magistratura estadual (tempo de serviço público no Estado e tempo de serviço público geral). Inconstitucionalidade por contrariedade ao art. 93 da Constituição da República. Precedentes.
3. A adoção da idade como critério de desempate na ordem de antiguidade na magistratura (art. 78, § 1º, inc. V, da Lei Complementar estadual n. 10/1996) não apresenta plausibilidade jurídica necessária para o deferimento da medida cautelar.
4. Medida cautelar parcialmente deferida para suspender a eficácia dos incisos III e IV do § 1º do art. 78 da Lei Complementar n. 10/1996 do Estado do Tocantins. | sjur201518 | - Acórdãos citados: ADI 146, ADI 353 QO - Tribunal Pleno, ADI 591 MC - Tribunal Pleno, ADI 1431 - Tribunal Pleno, ADI 1557 -
Tribunal Pleno, ADI 1788 - Tribunal Pleno, ADI 2353 - Tribunal Pleno, ADI 2370 - Tribunal Pleno, ADI 2494 - Tribunal Pleno,
ADI 2713 - Tribunal Pleno, ADI 2885 - Tribunal Pleno, ADI 3395 MC, ADI 3617 AgR - Tribunal Pleno, ADI 3843 AgR - Tribunal Pleno, ADI 4042 MC - Tribunal Pleno, MS 24509 - Tribunal Pleno.
- Decisões monocráticas citadas: ADI 2082 MC, ADI 3321, ADI 3617, ADI 3787 AgR, ADI 3843.
Número de páginas: 36.
Análise: 24/11/2011, SEV.
Revisão: 01/12/2011, ACG. | CÁRMEN LÚCIA | Tribunal Pleno | 4462 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00005 ART-00019 INC-00003 ART-00093\r\n \"CAPUT\" INC-00002 LET-B ART-00103 \r\n INC-00009 ART-00125 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED LCP-000035 ANO-1979\r\n ART-00080 \"CAPUT\" PAR-00001 INC-00001\r\n INC-00002 INC-00003 INC-00004 PAR-00002\r\n ART-00081 PAR-00001 PAR-00002 ART-00082 \r\n PAR-ÚNICO ART-00083 ART-00088\r\n LOMAN-1979 LEI ORGÂNICA DA MAGISTRATURA NACIONAL\r\n",
"LEG-FED LEI-009868 ANO-1999\r\n ART-00002 INC-00009 \r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-EST LCP-000010 ANO-1996\r\n ART-00078 PAR-00001 INC-00003 INC-00004\r\n INC-00005\r\n LEI COMPLEMENTAR, TO"
] | ADI-MC | acordaos | ADI 4462 MC | [
""
] | REQTE.(S) : ASSOCIACAO NACIONAL DOS MAGISTRADOS ESTADUAIS
ADV.(A/S) : GUSTAVO ALEXANDRE MAGALHÃES E OUTRO(A/S)
REQDO.(A/S) : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE TOCANTINS
REQDO.(A/S) : GOVERNADOR DO ESTADO DE TOCANTINS | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 462 TOCANTINS",
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"Ação Direta de Inconstitucionalidade n . 2 . 885",
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".",
"617",
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".",
"617",
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"Ação Direta de Inconstitucionalidade n . 3395",
"ADI 4 . 462 MC / TO",
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"ADI n . 3787 - AgR",
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"Ação Direta de Inconstitucionalidade n . 2713",
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"ADI n . 3787 - AgR",
"ADI n . 1 . 557",
"ADI n . 146",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade n . 2713",
"ADI [UNK] 159",
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"ADI [UNK] 449",
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"ADI 4 . 462 MC / TO",
"ADI [UNK] 449",
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"ADI 4 . 462 MC / TO",
"ADI n . 2370",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade n . 4042",
"ADI 4 . 462 MC / TO",
"ADI n . 2370",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade n",
"ADI 4 . 462 MC / TO",
"ADI 4042",
"ADI 4 . 462 MC / TO",
"ADI 4042",
"ADI 4 . 462 MC / TO",
"ADI 4 . 462 MC / TO",
"ADI 4 . 462 MC /",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade n . 2494 / SC",
"ADI 4 . 462 MC / TO",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade n . 2494 / SC",
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"ADI 2 . 494 / SC",
"MS 24509 / DF",
"ADI 4 . 462 MC / TO",
"ADI 2 . 494 / SC",
"MS 24509 / DF",
"ADI 4 . 462 MC / TO",
"ADI 4 . 462 MC / TO",
"ADI 4 . 462 MC / TO",
"ADIn 189",
"AO 70",
"ADInMC 654",
"ADI 4 . 462 MC / TO",
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"AO 70",
"ADInMC 654",
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"ADI 4 . 462 MC / TO",
"ADI 4 . 462 MC / TO",
"ADI 4 . 462 MC / TO",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 462",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 462",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 462",
"ADI 4 . 462 MC / TO",
"ADI 4 . 462 MC / TO",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 462",
"ADI 4 . 462 MC / TO",
"ADI 4 . 462 MC / TO",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 462 TOCANTINS",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 462",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 462",
"ADI 3 . 617",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 462",
"ADI 3 . 617",
"ADI 4 . 462 - MC / TO",
"ADI 4 . 462 - MC / TO",
"ADI 4 . 462 - MC / TO",
"ADI 4 . 462 - MC / TO",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 462",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 462",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 462",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 462"
],
"LEGISLACAO": [
"ART .",
"LEI ORGÂNICA DA MAGISTRATURA",
"ART . 93 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA",
"incisos III e IV do § [UNK] do art . 78 da Lei Complementar n . 10 / 1996",
"Lei Orgânica da Magistratura Nacional",
"art . 80 , § [UNK] , inc . I , da Lei Complementar n . 35 / 1979",
"art . 93 da Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 78 , § [UNK] , inc . V , da Lei Complementar estadual n . 10 / 1996",
"incisos III e IV do § [UNK] do art . 78 da Lei Complementar n . 10 / 1996",
"incisos III e IV do § [UNK] do art . 78 da Lei Complementar n . 10 / 1996",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 78 , § [UNK] , inc . V , da Lei Complementar estadual n . 10 / 1996",
"incisos III e IV do § [UNK] do art . 78 da Lei Complementar n . 10 / 1996",
"incisos III e IV do § [UNK] do art . 78 da Lei Complementar n . 10 / 1996",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 78 , § [UNK] , inc . III , IV e V , da Lei Complementar n . 10 / 1996",
"Lei Orgânica do Poder Judiciário do Estado do",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 78 , § [UNK] , inc . III , IV e V , da Lei Complementar n . 10 / 1996 do Estado do Tocantins",
"Lei Orgânica do Poder Judiciário do Estado do Tocantins",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . 93 , inc . I , e 19 , inc . III , da Constituição da República",
"artigo 93 da Constituição Federal",
"Estatuto da Magistratura",
"LOMAN",
"incisos III , IV e V do § [UNK] do artigo 78 da Lei Complementar Estadual n . 10 / 96",
"Lei Orgânica da Magistratura Nacional",
"LOMAN",
"art . 78 , § [UNK] , da Lei Complementar n . 10 / 1996",
"artigo 19 , inciso III , da carta Constitucional",
"art . 78 , § [UNK] , inc . III , IV e V , da Lei Complementar n . 10 / 1996",
"incisos III , VI e V do § [UNK] do artigo 78 da Lei Complementar do Tocantins n . 10 / 1996",
"art . 10 da Lei 9 . 868 / 1999",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . 93 , inc . I , e 19 , inc . III , da Constituição da República",
"artigo 93 da Constituição Federal",
"Estatuto",
"incisos III , IV e V do § [UNK] do artigo 78 da Lei Complementar Estadual n . 10 / 96",
"Lei Orgânica da Magistratura Nacional",
"LOMAN",
"art . 78 , § [UNK] , da Lei Complementar n . 10 / 1996",
"artigo 19 , inciso III , da carta Constitucional",
"art . 78 , § [UNK] , inc . III , IV e V , da Lei Complementar n . 10 / 1996",
"incisos III , VI e V do § [UNK] do artigo 78 da Lei Complementar do Tocantins n . 10 / 1996",
"art . 10 da Lei 9 . 868 / 1999",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Complementar Estadual n° . 10 / 1996",
"Constituição",
"art . 27 da Lei n . 9 . 868 / 1999",
"Lei Complementar tocantinense n . 10 / 1996",
"Constituição Federal",
"LOMAN",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Complementar Estadual n° . 10 / 1996",
"Constituição",
"art . 27 da Lei n . 9 . 868 / 1999",
"Lei Complementar tocantinense n . 10 / 1996",
"Constituição Federal",
"LOMAN",
"”",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 78 , § [UNK] , inc . III , IV e V , da Lei Complementar n . 10 / 1996",
"art . 80 , § [UNK] , inc . I da Lei Complementar n . 35 / 79",
"19 , inc . III e [UNK] , da Constituição brasileira",
"arts . 103 , inc . IX , da Constituição da República",
"[UNK] , inc . IX , da Lei 9 . 868 / 99",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 78 , § [UNK] , inc . III , IV e V , da Lei Complementar n . 10 / 1996",
"art . 80 , § [UNK] , inc . I da Lei Complementar n . 35 / 79",
"arts . 93 , inc . II , 19 , inc . III e [UNK] , da Constituição brasileira",
"[UNK] , inc . IX , da Lei 9 . 868 / 99",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , art . 103 , IX",
"Constituição da República",
"CF , art . 98 , II",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , art . 103 , IX",
"Constituição da República",
"CF , art . 98 , II",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso IX do art . 103 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso IX do art . 103 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 103 , inc . IX , da CF",
"art . 102 , § [UNK] , da CF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 103 , inc . IX , da CF",
"art . 102 , § [UNK] , da CF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Emenda Constitucional 45",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Emenda Constitucional 45",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição da República",
"LEI [UNK] 10 . 549",
"ARTS . 131 , CAPUT ; 62 , § [UNK] , III ; 37 , II E 131 , § [UNK] , TODOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL",
"MP n°",
"Constituição da República",
"MEDIDA PROVISÓRIA",
"LEI [UNK] 10 . 549",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 131 , caput da Carta Magna",
"CF , arts . 37 , II e 131 , § [UNK]",
"Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 131 , caput da Carta Magna",
"CF , arts . 37 , II e 131 , § [UNK]",
"Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"incisos III , IV e V , do § [UNK] do art . 78 , da Lei Complementar n . 10 / 1996",
"art . 93 , caput , da Constituição da República",
"Lei Complementar n . 35 / 79",
"Constituição da República",
"Estatuto da",
"Art . 92 , III , alínea “ e ” , da Constituição do Estado de Mato Grosso",
"Emenda Constitucional [UNK] 46",
"art . 93 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"incisos III , IV e V , do § [UNK] do art . 78 , da Lei Complementar n . 10 / 1996",
"art . 93 , caput , da Constituição da República",
"Lei Complementar n . 35 / 79",
"Constituição da República",
"Art . 92 , III , alínea “ e ” , da Constituição do Estado de Mato Grosso",
"Emenda Constitucional [UNK] 46",
"art . 93 da Constituição Federal",
"lei complementar",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 93 , caput , da Constituição Federal",
"Lei Orgânica da Magistratura",
"art . 92 , III , alínea “ e ” , da Constituição do Estado de Mato Grosso",
"EC [UNK] 46 / 2006",
"Constituição ”",
"Lei Complementar n . 35 / 79",
"LOMAN",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 93 , caput , da Constituição Federal",
"Lei Orgânica da Magistratura",
"art . 92 , III , alínea “ e ” , da Constituição do Estado de Mato Grosso",
"EC [UNK] 46 / 2006",
"Constituição ”",
"Lei Complementar n . 35 / 79",
"LOMAN",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 78 , § [UNK] , inc . III , IV e V , da Lei Complementar n . 10 / 1996",
"art . 93 da Constituição da República",
"Estatuto",
"LEI COMPLEMENTAR N . 212",
"ART . 192 DA LEI N . 5 . 624 / 79",
"ART . 93 DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL",
"art . 93 , caput , da Constituição do Brasil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 78 , § [UNK] , inc . III , IV e V , da Lei Complementar n . 10 / 1996",
"art . 93 da Constituição da República",
"Estatuto",
"LEI COMPLEMENTAR N . 212",
"ART . 192 DA LEI N . 5 . 624 / 79",
"ART . 93 DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL",
"art . 93 , caput , da Constituição do Brasil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Estatuto",
"Lei Complementar n . 35 / 79",
"Constituição",
"art . 93 da Constituição",
"Lei Complementar n . 212",
"art . 192 da Lei n . 5 . 624 / 79",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Complementar n . 35 / 79",
"art . 93 da Constituição",
"Lei Complementar n . 212",
"art . 192 da Lei n . 5 . 624 / 79",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"CF , art . 77 , § [UNK]",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"CF , art . 77 , § [UNK]",
"Lei Magna",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 93 da Constituição da República",
"Constituição",
"LOMAN",
"Lei Complementar 35 / 79",
"Lei Complementar tocantinense n . 10 /",
"inciso V , do § [UNK] , do art . 78 , da Lei Complementar n . 10 / 1996",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 93 da Constituição da República",
"Constituição",
"LOMAN",
"Lei Complementar 35 / 79",
"Lei Complementar tocantinense n . 10 / 96",
"inciso V , do § [UNK] , do art . 78 , da Lei Complementar n . 10 / 1996",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"incisos III e IV do § [UNK] do art . 78 , da Lei Complementar n . 10 / 1996",
"MP n° 2 . 200 -",
"incisos III e IV do § [UNK] do art . 78 , da Lei Complementar n . 10 / 1996",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição",
"Constituição",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição",
"Constituição",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 103 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 103 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Estatuto da",
"Lei Orgânica do",
"Lei Orgânica do Poder Judiciário de Tocantins",
"Constituição",
"Lei Orgânica da Magistratura Nacional",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Estatuto da Magistratura",
"Lei Orgânica do Judiciário",
"Lei Orgânica do Poder Judiciário de Tocantins",
"Constituição",
"Lei Orgânica da Magistratura Nacional",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"ESTADO DE TOCANTINS",
"ESTADO DO TOCANTINS",
"Tocantins",
"Estado do Tocantins",
"Estado do Tocantins",
"Brasília",
"Estado do Tocantins",
"Estado do Tocantins",
"Brasília",
"ESTADO DE TOCANTINS",
"Estado do Tocantins",
"ESTADO DE TOCANTINS",
"Estado do Tocantins",
"Estado do Tocantins",
"Estado do Tocantins",
"Estado do Tocantins",
"Estado do Tocantins",
"Estado do Tocantins",
"Estado do Tocantins",
"Estado do Tocantins",
"Estado do Tocantins",
"Estado do Tocantins",
"Estado do Tocantins",
"Estado do Tocantins",
"Estado do Tocantins",
"ESTADO DE SANTA CATARINA",
"Estado do Tocantins",
"ESTADO DE SANTA CATARINA",
"Estado de Santa Catarina",
"Estado de Santa Catarina",
"Estado do Tocantins",
"Estado do Tocantins",
"Estado do Tocantins",
"Estado do Tocantins",
"Tocantins",
"Tocantins",
"Tocantins",
"Tocantins",
"Tocantins",
"Tocantins",
"ESTADO DE TOCANTINS",
"ESTADO DE TOCANTINS"
],
"ORGANIZACAO": [
"PLENÁRIO",
"ASSOCIACAO NACIONAL DOS MAGISTRADOS ESTADUAIS",
"ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE TOCANTINS",
"ANAMAGES",
"Associação Nacional dos Magistrados Estaduais",
"Anamages",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"ASSOCIACAO NACIONAL DOS MAGISTRADOS ESTADUAIS",
"ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE TOCANTINS",
"Associação Nacional dos Magistrados Estaduais",
"Anamages",
"Diretoria",
"-",
"Geral do Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo",
"Tribunal Federal",
"ASSOCIACAO NACIONAL DOS MAGISTRADOS ESTADUAIS",
"ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE TOCANTINS",
"Associação Nacional dos Magistrados Estaduais",
"Anamages",
"Diretoria",
"-",
"Geral do Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Assembleia Legislativa do Estado do Tocantins",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Assembleia Legislativa do Estado do Tocantins",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"Associação Nacional dos Magistrados Estaduais",
"ANAMAGES",
"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"Associação Nacional dos Magistrados Estaduais",
"ANAMAGES",
"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Associação dos Juízes de Paz Brasileiros",
"AJUPBRAS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tesouro Nacional",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Associação dos Juízes de Paz Brasileiros",
"AJUPBRAS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tesouro Nacional",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Plenário desta Suprema Corte",
"Associação do",
"Ministério Público",
"Ministério",
"Ministério Público",
"Supremo Tribunal Federal",
"AJUFE",
"ANAMATRA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Plenário desta",
"Associação do",
"Ministério Público",
"Ministério Público",
"Ministério Público",
"Supremo Tribunal Federal",
"AJUFE",
"ANAMATRA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal",
"Pleno",
"Moreira",
"Pleno",
"Celso",
"Pleno",
"Moreira",
"Pleno",
"Pleno",
"Sydney",
"Peluso",
"Associação dos Juízes de Paz Brasileiros",
"AJUPBRAS",
"Supremo Tribunal",
"ANAMATRA",
"Tribunal Regional do Trabalho da [UNK] Região",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal",
"Associação dos Juízes de Paz Brasileiros",
"AJUPBRAS",
"Supremo Tribunal",
"ANAMATRA",
"Tribunal Regional do Trabalho da [UNK] Região",
"Peluso",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Plenário",
"Confederação Nacional do Comércio",
"Plenário",
"Supremo Tribunal",
"ANAMATRA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Plenário",
"Confederação Nacional do Comércio",
"Plenário deste",
"Supremo Tribunal",
"ANAMATRA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"ANAMAGES",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"ANAMAGES",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Plenário deste Supremo Tribunal",
"ANAMAGES",
"Associação dos Juízes Federais do Brasil",
"AJUFE",
"Associação Nacional dos Magistrados Estaduais",
"ANAMAGES",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Plenário",
"ANAMAGES",
"Associação dos Juízes Federais do Brasil",
"AJUFE",
"Associação Nacional dos Magistrados Estaduais",
"ANAMAGES",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"LÚCIA",
"Ajufe",
"AJUFE",
"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal Pleno",
"Plenário deste Supremo Tribunal",
"Associação Nacional dos Advogados da União",
"ADVOCACIA",
"-",
"GERAL DA UNIÃO",
"UNIÃO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal Pleno",
"Plenário deste Supremo Tribunal",
"Associação Nacional dos Advogados da União",
"ADVOCACIA",
"-",
"GERAL DA",
"UNIÃO",
"UNIÃO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Advocacia",
"-",
"Geral da União",
"AGU",
"AGU",
"Tribunal",
"Pleno",
"Associação Nacional dos Magistrados Estaduais",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Advocacia",
"-",
"Geral da União",
"AGU",
"AGU",
"Tribunal Pleno",
"Associação Nacional dos Magistrados Estaduais",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Associação Nacional dos Magistrados Estaduais",
"Supremo Tribunal",
"Plenário deste Supremo Tribunal",
"Tribunal Pleno",
"Plenário deste Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Associação Nacional dos Magistrados Estaduais",
"Supremo Tribunal",
"Plenário",
"Tribunal Pleno",
"Plenário",
"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal Pleno",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal Pleno",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal de Justiça",
"Tribunal de Justiça",
"Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal de Justiça",
"Tribunal de Justiça",
"Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo",
"Plenário",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Plenário",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"TRF",
"STF",
"Tribunal Pleno",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal",
"TRF",
"STF",
"Tribunal Pleno",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Procuradoria Geral da República",
"AGU",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Procuradoria Geral da República",
"AGU",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Pertence",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Plenário deste Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo",
"Plenário",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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Ementa e Acórdão
09/08/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 107.816 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:PAULO HENRIQUE GONÇALVES DA SILVA
IMPTE.(S)
:DANILO MIGUEL DE JESUS
COATOR(A/S)(ES)
:RELATOR DO HC Nº 187165 DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA: HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. PROGRESSÃO
DE REGIME. REQUISITO SUBJETIVO. REALIZAÇÃO DE EXAME
CRIMINOLÓGICO. DECISÃO FUNDAMENTADA. SUPERVENIÊNCIA
DE NOVA FALTA GRAVE. PREJUÍZO DA IMPETRAÇÃO.
1. O Supremo Tribunal Federal entende que, na aferição do
pressuposto subjetivo da progressão de regime prisional, pode o juiz da
execução usar o exame criminológico como um dos elementos de
formação de sua convicção. Isso, é claro, sempre que o magistrado
entendê-lo necessário para a verificação do processo de reinserção social
do apenado. Precedentes.
2. No caso, as informações prestadas pelo Juízo das execuções penais
dão conta do descumprimento, pelo paciente, das regras do regime
prisional aberto. Descumprimento, esse, que a Lei de Execução Penal
classifica como falta disciplinar de natureza grave (inciso V do art. 50 da
Lei 7.210/84). Pelo que, mesmo restabelecida a decisão favorável à
progressão de regime, o paciente não gozaria do benefício do regime
aberto. É que a prática superveniente de nova falta grave implica, dentre
outras coisas, a regressão de regime prisional, nos exatos termos do art.
118 da Lei de Execução Penal.
3. Habeas corpus prejudicado.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em prejudicar o habeas
corpus, o que fazem nos termos do voto do Relator e por unanimidade de
Supremo Tribunal Federal
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1639014.
Supremo Tribunal Federal
DJe 19/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7
Ementa e Acórdão
HC 107.816 / SP
votos, em sessão presidida pelo Ministro Ayres Britto, na conformidade
da ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 9 de agosto de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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HC 107.816 / SP
votos, em sessão presidida pelo Ministro Ayres Britto, na conformidade
da ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 9 de agosto de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
2
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Relatório
09/08/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 107.816 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:PAULO HENRIQUE GONÇALVES DA SILVA
IMPTE.(S)
:DANILO MIGUEL DE JESUS
COATOR(A/S)(ES)
:RELATOR DO HC Nº 187165 DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
O caso é de habeas corpus, aparelhado com pedido de medida liminar,
impetrado contra decisão singular de Ministro do Superior Tribunal de
Justiça (HC 187.165). Decisão que manteve a cassação da progressão de
regime prisional, deferida ao paciente sem a realização de exame
criminológico.
2. Pois bem, o acionante postula o restabelecimento da decisão do
Juízo da Vara de Execução Criminal da Comarca de Presidente
Prudente/SP. Decisão que permitiu ao paciente progredir para o regime
aberto. Isto sob o argumento de que, para além da falta de previsão legal,
no caso, o Juízo mais próximo à realidade da causa deu pela
desnecessidade do exame criminológico.
3. Avanço para anotar que indeferi a medida liminar requestada, por
entender ausentes os respectivos pressupostos. Na seqüência, solicitei
informações atualizadas ao Juízo das Execuções Criminais de Presidente
Prudente/SP. Informações que noticiam o seguinte:
“Nesta Comarca, o paciente vinha cumprindo regime
aberto regularmente até 02/06/2010, registrando-se, porém, que
o Tribunal de Justiça deu provimento ao recurso do Ministério
Público para cassar a decisão que concedeu o regime
semiaberto, fato ocorrido quando o paciente já estava
cumprindo pena em regime aberto. Por essa razão, este Juízo
determinou, em 08/07/2010, a expedição de mandado de prisão
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 107.816 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:PAULO HENRIQUE GONÇALVES DA SILVA
IMPTE.(S)
:DANILO MIGUEL DE JESUS
COATOR(A/S)(ES)
:RELATOR DO HC Nº 187165 DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
O caso é de habeas corpus, aparelhado com pedido de medida liminar,
impetrado contra decisão singular de Ministro do Superior Tribunal de
Justiça (HC 187.165). Decisão que manteve a cassação da progressão de
regime prisional, deferida ao paciente sem a realização de exame
criminológico.
2. Pois bem, o acionante postula o restabelecimento da decisão do
Juízo da Vara de Execução Criminal da Comarca de Presidente
Prudente/SP. Decisão que permitiu ao paciente progredir para o regime
aberto. Isto sob o argumento de que, para além da falta de previsão legal,
no caso, o Juízo mais próximo à realidade da causa deu pela
desnecessidade do exame criminológico.
3. Avanço para anotar que indeferi a medida liminar requestada, por
entender ausentes os respectivos pressupostos. Na seqüência, solicitei
informações atualizadas ao Juízo das Execuções Criminais de Presidente
Prudente/SP. Informações que noticiam o seguinte:
“Nesta Comarca, o paciente vinha cumprindo regime
aberto regularmente até 02/06/2010, registrando-se, porém, que
o Tribunal de Justiça deu provimento ao recurso do Ministério
Público para cassar a decisão que concedeu o regime
semiaberto, fato ocorrido quando o paciente já estava
cumprindo pena em regime aberto. Por essa razão, este Juízo
determinou, em 08/07/2010, a expedição de mandado de prisão
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Relatório
HC 107.816 / SP
contra o paciente, sendo que o referido mandado ainda não
foi cumprido pelo fato de o paciente estar em local incerto e
não sabido.”
4. À derradeira, consigno que a Procuradoria-Geral da República
opinou pela denegação da ordem.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
HC 107.816 / SP
contra o paciente, sendo que o referido mandado ainda não
foi cumprido pelo fato de o paciente estar em local incerto e
não sabido.”
4. À derradeira, consigno que a Procuradoria-Geral da República
opinou pela denegação da ordem.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
2
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
09/08/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 107.816 SÃO PAULO
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Feito o relatório, passo ao voto. Fazendo-o, anoto, de saída, que é
firme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal na acepção de que o
deferimento da progressão de regime prisional está vinculado ao
preenchimento, pelo condenado, de requisitos objetivo e subjetivo. Sendo
certo que, na aferição do pressuposto subjetivo, pode o juiz da execução
usar o exame criminológico como um dos elementos de formação de sua
convicção. Isto, é claro, sempre que o magistrado entendê-lo necessário
para a verificação do processo de reinserção social do apenado. Nesse
sentido é que foram julgados, por amostragem, os habeas corpus 71.703, da
relatoria do ministro Celso de Mello; 86.631, da relatoria do ministro
Ricardo Lewandowski; 94.425, da relatoria da ministra Cármen Lúcia; e
94.625, da relatoria da ministra Ellen Gracie. Nesse mesmo sentido, a
Súmula Vinculante nº 26 prevê expressamente que:
Para efeito de progressão de regime no cumprimento de
pena por crime hediondo, ou equiparado, o Juízo da execução
observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de
25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado
preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do
benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo
fundamentado, a realização de exame criminológico.
7. Dito isso, consigno que, na concreta situação dos autos, o Juízo da
execução da Comarca de Presidente Prudente (SP) entendeu satisfeito o
requisito subjetivo para a progressão de regime . Confira-se:
Outrossim, a partir da lei nº 10.792/03, sem argumentos
concretos autorizantes de um Juízo objetivo de necessidade, não
se sustenta o pedido de realização de exame criminológico.
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SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 107.816 SÃO PAULO
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Feito o relatório, passo ao voto. Fazendo-o, anoto, de saída, que é
firme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal na acepção de que o
deferimento da progressão de regime prisional está vinculado ao
preenchimento, pelo condenado, de requisitos objetivo e subjetivo. Sendo
certo que, na aferição do pressuposto subjetivo, pode o juiz da execução
usar o exame criminológico como um dos elementos de formação de sua
convicção. Isto, é claro, sempre que o magistrado entendê-lo necessário
para a verificação do processo de reinserção social do apenado. Nesse
sentido é que foram julgados, por amostragem, os habeas corpus 71.703, da
relatoria do ministro Celso de Mello; 86.631, da relatoria do ministro
Ricardo Lewandowski; 94.425, da relatoria da ministra Cármen Lúcia; e
94.625, da relatoria da ministra Ellen Gracie. Nesse mesmo sentido, a
Súmula Vinculante nº 26 prevê expressamente que:
Para efeito de progressão de regime no cumprimento de
pena por crime hediondo, ou equiparado, o Juízo da execução
observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de
25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado
preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do
benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo
fundamentado, a realização de exame criminológico.
7. Dito isso, consigno que, na concreta situação dos autos, o Juízo da
execução da Comarca de Presidente Prudente (SP) entendeu satisfeito o
requisito subjetivo para a progressão de regime . Confira-se:
Outrossim, a partir da lei nº 10.792/03, sem argumentos
concretos autorizantes de um Juízo objetivo de necessidade, não
se sustenta o pedido de realização de exame criminológico.
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 107.816 / SP
E para isso, à evidência, não bastam alegações subjetivas
amparadas somente na gravidade abstrata do delito e no tempo
de prisão a cumprir, pena de se transformar a exceção em regra.
8. Sucede que o Tribunal de Justiça de São Paulo deu pela
necessidade do exame técnico, nos termos seguintes:
Na hipótese, o sentenciado cumpre pena pela prática de
roubo qualificado com emprego de arma de fogo e, durante o
livramento condicional cometeu novo delito, tratando-se, pois
de pessoa voltada à seara do crime
9. Nessa contextura, o fundamento do acórdão da Casa Estadual de
Justiça não destoa da reiterada coletânea de decisões deste Supremo
Tribunal Federal. Estou a dizer: atento às peculiaridades da causa, o
Tribunal de Justiça de São Paulo justificou a impossibilidade de
transferência do paciente para regime prisional menos gravoso, sem o
prévio parecer psicológico. O que fez mediante decisão que entendo
regularmente fundamentada, nos termos do inciso IX do art. 93 da CF/88.
10. Sucede que, bem vistas as coisas, o pedido formulado nesse
habeas corpus se acha prejudicado. Isso porque as informações prestadas
pelo Juízo das execuções penais dão conta do descumprimento, pelo
paciente, das regras do regime prisional aberto. Descumprimento, esse,
que a Lei de Execução Penal classifica como falta disciplinar de natureza
grave (inciso V do art. 50 da Lei 7.210/84). Pelo que, mesmo restabelecida
a decisão favorável à progressão de regime, o paciente não gozaria do
benefício do regime aberto. É que a prática superveniente de nova falta
grave implica, dentre outras coisas, a regressão de regime prisional, nos
exatos termos do art. 118 da Lei de Execução Penal.
11. Presente essa moldura, julgo prejudicado este habeas corpus.
12. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
HC 107.816 / SP
E para isso, à evidência, não bastam alegações subjetivas
amparadas somente na gravidade abstrata do delito e no tempo
de prisão a cumprir, pena de se transformar a exceção em regra.
8. Sucede que o Tribunal de Justiça de São Paulo deu pela
necessidade do exame técnico, nos termos seguintes:
Na hipótese, o sentenciado cumpre pena pela prática de
roubo qualificado com emprego de arma de fogo e, durante o
livramento condicional cometeu novo delito, tratando-se, pois
de pessoa voltada à seara do crime
9. Nessa contextura, o fundamento do acórdão da Casa Estadual de
Justiça não destoa da reiterada coletânea de decisões deste Supremo
Tribunal Federal. Estou a dizer: atento às peculiaridades da causa, o
Tribunal de Justiça de São Paulo justificou a impossibilidade de
transferência do paciente para regime prisional menos gravoso, sem o
prévio parecer psicológico. O que fez mediante decisão que entendo
regularmente fundamentada, nos termos do inciso IX do art. 93 da CF/88.
10. Sucede que, bem vistas as coisas, o pedido formulado nesse
habeas corpus se acha prejudicado. Isso porque as informações prestadas
pelo Juízo das execuções penais dão conta do descumprimento, pelo
paciente, das regras do regime prisional aberto. Descumprimento, esse,
que a Lei de Execução Penal classifica como falta disciplinar de natureza
grave (inciso V do art. 50 da Lei 7.210/84). Pelo que, mesmo restabelecida
a decisão favorável à progressão de regime, o paciente não gozaria do
benefício do regime aberto. É que a prática superveniente de nova falta
grave implica, dentre outras coisas, a regressão de regime prisional, nos
exatos termos do art. 118 da Lei de Execução Penal.
11. Presente essa moldura, julgo prejudicado este habeas corpus.
12. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
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Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 107.816
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S) : PAULO HENRIQUE GONÇALVES DA SILVA
IMPTE.(S) : DANILO MIGUEL DE JESUS
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 187165 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA
Decisão: Habeas corpus prejudicado, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 09.08.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello e Gilmar Mendes.
Ausente, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis
Vieira Sanseverino.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1386373
Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 107.816
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S) : PAULO HENRIQUE GONÇALVES DA SILVA
IMPTE.(S) : DANILO MIGUEL DE JESUS
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 187165 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA
Decisão: Habeas corpus prejudicado, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 09.08.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello e Gilmar Mendes.
Ausente, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis
Vieira Sanseverino.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1386373
Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1643037 | 2011-08-09T00:00:00 | 2011-12-19T00:00:00 | Habeas corpus prejudicado, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 09.08.2011. | HABEAS CORPUS | Ementa: HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. PROGRESSÃO DE REGIME. REQUISITO SUBJETIVO. REALIZAÇÃO DE EXAME CRIMINOLÓGICO. DECISÃO FUNDAMENTADA. SUPERVENIÊNCIA DE NOVA FALTA GRAVE. PREJUÍZO DA IMPETRAÇÃO.
1. O Supremo Tribunal Federal entende que, na aferição do pressuposto subjetivo da progressão de regime prisional, pode o juiz da execução usar o exame criminológico como um dos elementos de formação de sua convicção. Isso, é claro, sempre que o magistrado entendê-lo necessário para a verificação do processo de reinserção social do apenado. Precedentes.
2. No caso, as informações prestadas pelo Juízo das execuções penais dão conta do descumprimento, pelo paciente, das regras do regime prisional aberto. Descumprimento, esse, que a Lei de Execução Penal classifica como falta disciplinar de natureza grave (inciso V do art. 50 da Lei 7.210/84). Pelo que, mesmo restabelecida a decisão favorável à progressão de regime, o paciente não gozaria do benefício do regime aberto. É que a prática superveniente de nova falta grave implica, dentre outras coisas, a regressão de regime prisional, nos exatos termos do art. 118 da Lei de Execução Penal.
3. Habeas corpus prejudicado. | sjur203169 | - Acórdãos citados: HC 71703, HC 86631, HC 94425, HC 94625.
Número de páginas: 7.
Análise: 11/01/2012, SOF. | AYRES BRITTO | Segunda Turma | 107816 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00093 INC-00009 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED LEI-007210 ANO-1984\r\n ART-00050 INC-00005 ART-00118 \r\n LEP-1984 LEI DE EXECUÇÃO PENAL\r\n",
"LEG-FED SUV-000026 \r\n SÚMULA VINCULANTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | HC | acordaos | HC 107816 | [
""
] | PACTE.(S) : PAULO HENRIQUE GONÇALVES DA SILVA
IMPTE.(S) : DANILO MIGUEL DE JESUS
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 187165 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 107 . 816",
"HC [UNK] 187165 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"HC 107 . 816 / SP",
"HC 107 . 816 / SP",
"HABEAS CORPUS 107 . 816",
"HC [UNK] 187165 DO SUPERIOR TRIBUNAL",
"HC 187 . 165",
"HABEAS CORPUS 107 . 816",
"HC [UNK] 187165 DO SUPERIOR",
"HC 187 . 165",
"HC 107 . 816 / SP",
"HC 107 . 816 / SP",
"HABEAS CORPUS 107 . 816",
"habeas corpus 71 . 703",
"Súmula Vinculante [UNK] 26",
"HABEAS CORPUS 107 . 816",
"habeas corpus 71 . 703",
"Súmula Vinculante [UNK] 26",
"HC 107 . 816 / SP",
"HC 107 . 816 / SP",
"HABEAS CORPUS 107 . 816",
"HC [UNK] 187165 DO SUPERIOR",
"HABEAS CORPUS 107 . 816",
"HC [UNK]"
],
"LEGISLACAO": [
"Lei de Execução Penal",
"inciso V do art . 50 da Lei 7 . 210 / 84",
"art . 118 da Lei de Execução Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] da Lei n . 8 . 072",
"lei [UNK] 10 . 792 / 03",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] da Lei n . 8 . 072",
"lei [UNK] 10 . 792 / 03",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso IX do art . 93 da CF / 88",
"Lei de Execução Penal",
"inciso V do art . 50 da Lei 7 . 210 / 84",
"art . 118 da Lei de Execução Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso IX do art . 93 da CF / 88",
"Lei de Execução Penal",
"inciso V do art . 50 da Lei 7 . 210 / 84",
"art . 118 da Lei de Execução Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"SÃO PAULO",
"Brasília",
"Brasília",
"SÃO PAULO",
"Presidente Prudente",
"SÃO PAULO",
"Presidente Prudente",
"SÃO PAULO",
"Comarca de Presidente Prudente ( SP )",
"SÃO PAULO",
"Comarca de Presidente Prudente ( SP )",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Vara de Execução Criminal da Comarca de Presidente Prudente / SP",
"Juízo",
"Ministério Público",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Vara de Execução Criminal da",
"Juízo",
"Ministério Público",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal de Justiça de São Paulo",
"Casa Estadual de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal de Justiça de São Paulo",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal de Justiça de São Paulo",
"Casa Estadual de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal de Justiça de São Paulo",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"AYRES BRITTO",
"PAULO HENRIQUE GONÇALVES DA SILVA",
"DANILO MIGUEL DE JESUS",
"Ayres Britto",
"AYRES BRITTO",
"Ayres Britto",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"PAULO HENRIQUE GONÇALVES DA SILVA",
"DANILO MIGUEL DE JESUS",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"PAULO HENRIQUE GONÇALVES DA SILVA",
"DANILO MIGUEL DE JESUS",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Celso de Mello",
"Ricardo Lewandowski",
"Cármen Lúcia",
"Ellen Gracie",
"AYRES",
"BRITTO",
"Celso de Mello",
"Ricardo Lewandowski",
"Cármen Lúcia",
"Ellen Gracie",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"PAULO HENRIQUE GONÇALVES DA SILVA",
"DANILO MIGUEL DE JESUS",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Francisco de Assis Vieira Sanseverino",
"Karima Batista Kassab",
"AYRES BRITTO",
"PAULO HENRIQUE GONÇALVES DA SILVA",
"DANILO MIGUEL DE JESUS",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Francisco de Assis Vieira Sanseverino",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"09",
"/",
"08",
"/",
"2011",
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"/",
"08",
"/",
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"/",
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"/",
"2011",
"9 de agosto de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"9 de agosto de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
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"/",
"08",
"/",
"2011",
"02",
"/",
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"/",
"2010",
"08",
"/",
"07",
"/",
"2010",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"09",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"02",
"/",
"06",
"/",
"2010",
"08",
"/",
"07",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"09",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"25 de julho de 1990",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"09",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"25 de julho de 1990",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"09",
".",
"08",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"09",
".",
"08",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
01/09/2011
PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478 AMAPÁ
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
REDATOR
DO
ACÓRDÃO
: MIN. LUIZ FUX
REQTE.(S)
:ABRAFIX
¿ ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA
DE
CONCESSIONÁRIAS
DE SERVIÇO TELEFÔNICO
FIXO COMUTADO
ADV.(A/S)
:GUSTAVO
HENRIQUE
CAPUTO
BASTOS
E
OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S)
:ASSEMBLÉIA
LEGISLATIVA
DO
ESTADO
DO
AMAPÁ
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
COMPETÊNCIA DA UNIÃO PARA LEGISLAR E PRESTAR OS
SERVIÇOS PÚBLICOS DE TELECOMUNICAÇÕES (CF, ART. 21, XI, E
22, IV). LEI Nº 1.336/09 DO ESTADO DO AMAPÁ. PROIBIÇÃO DE
COBRANÇA DE ASSINATURA BÁSICA NOS SERVIÇOS DE
TELEFONIA FIXA E MÓVEL. INCONSTITUCIONALIDADE
FORMAL. FIXAÇÃO DA POLÍTICA TARIFÁRIA COMO
PRERROGATIVA INERENTE À TITULARIDADE DO SERVIÇO
PÚBLICO (CF, ART. 175, PARÁGRAFO ÚNICO, III). AFASTAMENTO
DA COMPETÊNCIA CONCORRENTE DO ESTADO-MEMBRO PARA
LEGISLAR SOBRE CONSUMO (CF, ART. 24, V E VII). USUÁRIO DE
SERVIÇOS PÚBLICOS CUJO REGIME GUARDA DISTINÇÃO COM
A FIGURA DO CONSUMIDOR (CF, ART. 175, PARÁGRAFO ÚNICO,
II). PRECEDENTES. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO.
1. O sistema federativo instituído pela Constituição Federal de 1988
torna inequívoco que cabe à União a competência legislativa e
administrativa para a disciplina e a prestação dos serviços públicos de
telecomunicações (CF, art. 21, XI, e 22, IV).
2. A Lei nº 1.336/09 do Estado do Amapá, ao proibir a cobrança de
tarifa de assinatura básica nos serviços de telefonia fixa e móvel, incorreu
em inconstitucionalidade formal, porquanto necessariamente inserida a
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1465149.
Supremo Tribunal Federal
DJe 30/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 44
Ementa e Acórdão
ADI 4.478 / AP
fixação da ”política tarifária” no âmbito de poderes inerentes à titularidade
de determinado serviço público, como prevê o art. 175, parágrafo único,
III, da Constituição, elemento indispensável para a preservação do
equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão e, por
consequência, da manutenção do próprio sistema de prestação da
atividade.
3. Inexiste, in casu, suposto respaldo para o diploma impugnado na
competência concorrente dos Estados-membros para dispor sobre direito
do consumidor (CF, art. 24, V e VII), cuja interpretação não pode conduzir
à frustração da teleologia da referida regra expressa contida no art. 175,
parágrafo único, III, da CF, descabendo, ademais, a aproximação entre as
figuras do consumidor e do usuário de serviços públicos, já que o regime
jurídico deste último, além de informado pela lógica da solidariedade
social (CF, art. 3º, I), encontra sede específica na cláusula “direitos dos
usuários” prevista no art. 175, parágrafo único, II, da Constituição.
4. Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada procedente.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos este autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência do
Senhor Ministro Cezar Peluso, na conformidade da ata de julgamentos e
das notas taquigráficas, por maioria de votos, em julgar procedente a ação
direta, contra o voto do Senhor Ministro Ayres Britto, Relator.
Brasília, 1º de setembro de 2011.
LUIZ FUX – Redator para o acórdão
Documento assinado digitalmente
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1465149.
Supremo Tribunal Federal
ADI 4.478 / AP
fixação da ”política tarifária” no âmbito de poderes inerentes à titularidade
de determinado serviço público, como prevê o art. 175, parágrafo único,
III, da Constituição, elemento indispensável para a preservação do
equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão e, por
consequência, da manutenção do próprio sistema de prestação da
atividade.
3. Inexiste, in casu, suposto respaldo para o diploma impugnado na
competência concorrente dos Estados-membros para dispor sobre direito
do consumidor (CF, art. 24, V e VII), cuja interpretação não pode conduzir
à frustração da teleologia da referida regra expressa contida no art. 175,
parágrafo único, III, da CF, descabendo, ademais, a aproximação entre as
figuras do consumidor e do usuário de serviços públicos, já que o regime
jurídico deste último, além de informado pela lógica da solidariedade
social (CF, art. 3º, I), encontra sede específica na cláusula “direitos dos
usuários” prevista no art. 175, parágrafo único, II, da Constituição.
4. Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada procedente.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos este autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência do
Senhor Ministro Cezar Peluso, na conformidade da ata de julgamentos e
das notas taquigráficas, por maioria de votos, em julgar procedente a ação
direta, contra o voto do Senhor Ministro Ayres Britto, Relator.
Brasília, 1º de setembro de 2011.
LUIZ FUX – Redator para o acórdão
Documento assinado digitalmente
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Relatório
01/09/2011
PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478 AMAPÁ
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
REDATOR
DO
ACÓRDÃO
: MIN. LUIZ FUX
REQTE.(S)
:ASSOCIACAO BRASILEIRA DE PRESTADORAS DE
SERVIÇO TELEFONICO FIXO COMUTADO-ABRAFIX
ADV.(A/S)
:GUSTAVO
HENRIQUE
CAPUTO
BASTOS
E
OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S)
:ASSEMBLÉIA
LEGISLATIVA
DO
ESTADO
DO
AMAPÁ
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Cuida-se de ação direta de inconstitucionalidade, proposta pela
ABRAFIX – Associação Brasileira de Concessionárias de Serviço
Telefônico Fixo Comutado, contra a Lei nº 1.336, de 20 de maio de 2009,
do Estado do Amapá.
2. É do teor seguinte o texto normativo sob censura:
“Art. 1º – Fica vedada a cobrança no Estado do Amapá,
pelas concessionárias prestadoras de serviço de telefonia fixa e
móvel, das tarifas de assinatura básica, cobradas de seus
consumidores e usuários.
Parágrafo único – As concessionárias de que trata o caput
somente poderão cobrar pelo serviço disponibilizado
efetivamente medido, mensurado ou identificado, ficando
impedidas da cobrança de tarifa, taxa mínima ou assinatura
básica de qualquer natureza e a qualquer título.
Art. 2º – O descumprimento do disposto nesta Lei implica
na aplicação pelo órgão competente, das seguintes penalidades:
I – advertência;
II – multa, na forma do parágrafo único do art. 57, da Lei
8.078, de 11 de setembro de 1990, cobrada em dobro no caso de
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01/09/2011
PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478 AMAPÁ
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
REDATOR
DO
ACÓRDÃO
: MIN. LUIZ FUX
REQTE.(S)
:ASSOCIACAO BRASILEIRA DE PRESTADORAS DE
SERVIÇO TELEFONICO FIXO COMUTADO-ABRAFIX
ADV.(A/S)
:GUSTAVO
HENRIQUE
CAPUTO
BASTOS
E
OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S)
:ASSEMBLÉIA
LEGISLATIVA
DO
ESTADO
DO
AMAPÁ
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Cuida-se de ação direta de inconstitucionalidade, proposta pela
ABRAFIX – Associação Brasileira de Concessionárias de Serviço
Telefônico Fixo Comutado, contra a Lei nº 1.336, de 20 de maio de 2009,
do Estado do Amapá.
2. É do teor seguinte o texto normativo sob censura:
“Art. 1º – Fica vedada a cobrança no Estado do Amapá,
pelas concessionárias prestadoras de serviço de telefonia fixa e
móvel, das tarifas de assinatura básica, cobradas de seus
consumidores e usuários.
Parágrafo único – As concessionárias de que trata o caput
somente poderão cobrar pelo serviço disponibilizado
efetivamente medido, mensurado ou identificado, ficando
impedidas da cobrança de tarifa, taxa mínima ou assinatura
básica de qualquer natureza e a qualquer título.
Art. 2º – O descumprimento do disposto nesta Lei implica
na aplicação pelo órgão competente, das seguintes penalidades:
I – advertência;
II – multa, na forma do parágrafo único do art. 57, da Lei
8.078, de 11 de setembro de 1990, cobrada em dobro no caso de
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Relatório
ADI 4.478 / AP
reincidência.
Art. 3º – Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação.”
3. Pois bem, alega o requerente: a) que é “associação de abrangência
nacional que representa as Concessionárias de Serviço Telefônico Fixo Comutado
e foi fundada em 1999”; b) que “não há dúvidas sobre a legitimidade ativa da
autora para a propositura da presente ação direta de inconstitucionalidade contra
lei estadual que atinge diretamente os direitos comuns de suas associadas”; c)
que o diploma legal impugnado é formalmente inconstitucional por
usurpação, pela Assembléia Legislativa do Estado do Amapá, de
competência legislativa privativa da União (inciso IV do art. 22 da CF); d)
que a lei estadual atenta contra o princípio federativo e, “de modo
inquestionável, a competência privativa da União para legislar sobre a matéria,
causando, inclusive, interferência direta no contrato de concessão firmado com o
poder concedente federal”. Daí requerer a procedência da ação para declarar
a “inconstitucionalidade de todos os dispositivos da Lei 1.336/2009, do Estado do
Amapá”.
4. Prossigo neste relato para anotar que, embora regularmente
intimada por duas vezes, a Assembléia Legislativa do Estado do Amapá
não se manifestou. De sua parte, o Advogado-Geral da União
pronunciou-se pela inconstitucionalidade da Lei impugnada, por
entender competir à União legislar sobre telecomunicações. Ponto de
vista também perfilhado pelo douto Procurador-Geral da República.
É o relatório.
* * * * * * *
2
Supremo Tribunal Federal
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ADI 4.478 / AP
reincidência.
Art. 3º – Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação.”
3. Pois bem, alega o requerente: a) que é “associação de abrangência
nacional que representa as Concessionárias de Serviço Telefônico Fixo Comutado
e foi fundada em 1999”; b) que “não há dúvidas sobre a legitimidade ativa da
autora para a propositura da presente ação direta de inconstitucionalidade contra
lei estadual que atinge diretamente os direitos comuns de suas associadas”; c)
que o diploma legal impugnado é formalmente inconstitucional por
usurpação, pela Assembléia Legislativa do Estado do Amapá, de
competência legislativa privativa da União (inciso IV do art. 22 da CF); d)
que a lei estadual atenta contra o princípio federativo e, “de modo
inquestionável, a competência privativa da União para legislar sobre a matéria,
causando, inclusive, interferência direta no contrato de concessão firmado com o
poder concedente federal”. Daí requerer a procedência da ação para declarar
a “inconstitucionalidade de todos os dispositivos da Lei 1.336/2009, do Estado do
Amapá”.
4. Prossigo neste relato para anotar que, embora regularmente
intimada por duas vezes, a Assembléia Legislativa do Estado do Amapá
não se manifestou. De sua parte, o Advogado-Geral da União
pronunciou-se pela inconstitucionalidade da Lei impugnada, por
entender competir à União legislar sobre telecomunicações. Ponto de
vista também perfilhado pelo douto Procurador-Geral da República.
É o relatório.
* * * * * * *
2
Supremo Tribunal Federal
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
01/09/2011
PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478 AMAPÁ
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Conforme visto, a questão central a ser enfrentada na presente ação
direta cinge-se à alegada usurpação da competência da União para
legislar sobre o instituto das telecomunicações. Antes desse
enfrentamento de mérito, porém, devo me pronunciar sobre a questão
preliminar da legitimidade da requerente para, justamente, a propositura
da presente ADI. Fazendo-o, sou pelo reconhecimento de tal legitimidade
ativa ad causam, na linha da decisão monocrática do Ministro Gilmar
Mendes, no exercício da presidência deste Supremo Tribunal Federal, que
assim se pronunciou: “a requerente parece ser legitimada para a propositura
desta ação. Da leitura do estatuto social da empresa, verifica-se que constitui
associação de abrangência nacional que representa as concessionárias de serviço
telefônico fixo comutado, constando, entre as suas associadas, empresas que
prestam serviço em todo o território brasileiro” (ADI-MC 4369, Ministro
Gilmar Mendes, no exercício da Presidência). Além disso, também
entendo presente o requisito da pertinência temática entre o objeto desta
ação de natureza abstrata e as atividades desempenhadas pela autora.
7. Superadas as duas preliminares de mérito, esclareço, como fiz no
voto-vista por mim proferido no julgamento da ADI 2615, de Relatoria do
Ministro Eros Grau, que não consigo enxergar a alegada usurpação da
competência legislativa da União em tema de telecomunicações. Para
demonstrá-lo, entretanto, não tenho como fugir do exame da questão de
fundo. Questão que consiste na natureza jurídica do instituto de
“assinatura básica (tarifa ou consumação mínima)”. Isso porque as duas
coisas se encontram tematicamente enlaçadas.
8. Com efeito, a Lei Amapaense, ao vedar a “a cobrança no Estado do
Amapá, pelas concessionárias prestadoras de serviço de telefonia fixa e móvel, das
tarifas de assinatura básica, cobradas de seus consumidores e usuários” não
legislou sobre serviço de telecomunicações. Noutras palavras, não dispôs
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Supremo Tribunal Federal
01/09/2011
PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478 AMAPÁ
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Conforme visto, a questão central a ser enfrentada na presente ação
direta cinge-se à alegada usurpação da competência da União para
legislar sobre o instituto das telecomunicações. Antes desse
enfrentamento de mérito, porém, devo me pronunciar sobre a questão
preliminar da legitimidade da requerente para, justamente, a propositura
da presente ADI. Fazendo-o, sou pelo reconhecimento de tal legitimidade
ativa ad causam, na linha da decisão monocrática do Ministro Gilmar
Mendes, no exercício da presidência deste Supremo Tribunal Federal, que
assim se pronunciou: “a requerente parece ser legitimada para a propositura
desta ação. Da leitura do estatuto social da empresa, verifica-se que constitui
associação de abrangência nacional que representa as concessionárias de serviço
telefônico fixo comutado, constando, entre as suas associadas, empresas que
prestam serviço em todo o território brasileiro” (ADI-MC 4369, Ministro
Gilmar Mendes, no exercício da Presidência). Além disso, também
entendo presente o requisito da pertinência temática entre o objeto desta
ação de natureza abstrata e as atividades desempenhadas pela autora.
7. Superadas as duas preliminares de mérito, esclareço, como fiz no
voto-vista por mim proferido no julgamento da ADI 2615, de Relatoria do
Ministro Eros Grau, que não consigo enxergar a alegada usurpação da
competência legislativa da União em tema de telecomunicações. Para
demonstrá-lo, entretanto, não tenho como fugir do exame da questão de
fundo. Questão que consiste na natureza jurídica do instituto de
“assinatura básica (tarifa ou consumação mínima)”. Isso porque as duas
coisas se encontram tematicamente enlaçadas.
8. Com efeito, a Lei Amapaense, ao vedar a “a cobrança no Estado do
Amapá, pelas concessionárias prestadoras de serviço de telefonia fixa e móvel, das
tarifas de assinatura básica, cobradas de seus consumidores e usuários” não
legislou sobre serviço de telecomunicações. Noutras palavras, não dispôs
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
ADI 4.478 / AP
o ato impugnado sobre “a transmissão, emissão ou recepção, por fio,
radioeletricidade, meios ópticos ou qualquer outro processo eletromagnético, de
símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer
natureza”; ou, ainda, sobre a “transmissão, emissão ou recepção de símbolos,
caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza,
por fio, rádio, eletricidade, meio óticos ou qualquer outro processo
eletromagnético” (art. 4º da Lei 4.117/1962). Assim como não legislou o ato
impugnado sobre tudo o mais que signifique infraestrutura, instalações
operacionais e condições de titularidade e investidura em prestação de
serviços de telecomunicação, pois nesse preciso núcleo temático é que
reside o objeto de atividade em si de legiferação sobre telecomunicações.
Daí porque a autora da presente ação nada falou ou discorreu sobre em
que se traduz a atividade legislativa sobre telecomunicação. Como
também não diz absolutamente nada sobre o fundamento ou a base legal
da cobrança por um serviço não efetivamente desfrutado pelo
consumidor-usuário.
9. Em palavras diferentes mas com o mesmo sentido, legislar sobre
telecomunicação nada tem a ver com relações jurídicas entre o efetivo
prestador de serviço público e os respectivos usuários-consumidores.
Basta ler o que dispõem os arts. 60 e 61, mais os arts. 145 a 172, todos da
Lei Federal 9.472/1997 (Lei Geral de Telecomunicações), assim como os
arts. 4º a 9º e 30 da Lei 4.117/1962 (Código Brasileiro de
Telecomunicações). E assim dispõem as Leis Federais em comento porque
legislar privativamente sobre telecomunicações é isso mesmo e não mais:
conformar legislativamente os meios e modos significativos da
comunicação vocal-auditivo-visual à distância, a implicar emissão,
transmissão ou recepção de sinais, sons, imagens ou mensagens, por via
elétrica ou eletrônica (telefonia, rádio, televisão, radiotelegrafia, radar e
coisas do gênero). Não sobre os temas da produção e do consumo, nem
da defesa do consumidor e da responsabilidade por danos a ele
cometidos, pois, em tais matérias, a competência legislativa faz parte do
que se poderia chamar de condomínio ou repartição de competências
legislativas, a teor dos seguintes dispositivos da Constituição Federal:
2
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Supremo Tribunal Federal
ADI 4.478 / AP
o ato impugnado sobre “a transmissão, emissão ou recepção, por fio,
radioeletricidade, meios ópticos ou qualquer outro processo eletromagnético, de
símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer
natureza”; ou, ainda, sobre a “transmissão, emissão ou recepção de símbolos,
caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza,
por fio, rádio, eletricidade, meio óticos ou qualquer outro processo
eletromagnético” (art. 4º da Lei 4.117/1962). Assim como não legislou o ato
impugnado sobre tudo o mais que signifique infraestrutura, instalações
operacionais e condições de titularidade e investidura em prestação de
serviços de telecomunicação, pois nesse preciso núcleo temático é que
reside o objeto de atividade em si de legiferação sobre telecomunicações.
Daí porque a autora da presente ação nada falou ou discorreu sobre em
que se traduz a atividade legislativa sobre telecomunicação. Como
também não diz absolutamente nada sobre o fundamento ou a base legal
da cobrança por um serviço não efetivamente desfrutado pelo
consumidor-usuário.
9. Em palavras diferentes mas com o mesmo sentido, legislar sobre
telecomunicação nada tem a ver com relações jurídicas entre o efetivo
prestador de serviço público e os respectivos usuários-consumidores.
Basta ler o que dispõem os arts. 60 e 61, mais os arts. 145 a 172, todos da
Lei Federal 9.472/1997 (Lei Geral de Telecomunicações), assim como os
arts. 4º a 9º e 30 da Lei 4.117/1962 (Código Brasileiro de
Telecomunicações). E assim dispõem as Leis Federais em comento porque
legislar privativamente sobre telecomunicações é isso mesmo e não mais:
conformar legislativamente os meios e modos significativos da
comunicação vocal-auditivo-visual à distância, a implicar emissão,
transmissão ou recepção de sinais, sons, imagens ou mensagens, por via
elétrica ou eletrônica (telefonia, rádio, televisão, radiotelegrafia, radar e
coisas do gênero). Não sobre os temas da produção e do consumo, nem
da defesa do consumidor e da responsabilidade por danos a ele
cometidos, pois, em tais matérias, a competência legislativa faz parte do
que se poderia chamar de condomínio ou repartição de competências
legislativas, a teor dos seguintes dispositivos da Constituição Federal:
2
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
ADI 4.478 / AP
Art. 5º – (...)
XXXII – O Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
consumidor;
Art. 24 – Compete à União, aos Estados e ao Distrito
Federal legislar concorrentemente sobre:
(...)
V – produção e consumo;
(...)
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico;
10. Ora bem, a lei amapaense, no caso, limitou-se a defender os
elementares direitos de consumidores-usuários localizados em seu
território. Logo, de usurpação de competência legislativa da União não se
cuida, pois não há como confundir telecomunicações (palavra-gênero)
com direitos do consumidor. Tanto é assim que nem a Lei nº 9.472/1997
(Lei Geral de Telecomunicações), nem a Lei nº 4.117/1962 (Código
Brasileiro de Telecomunicações) autorizam a cobrança da assinatura
básica.
11. Nessa contextura, é de se ver que a nossa Constituição encartou
na União a titularidade da competência privativa para legislar sobre
“telecomunicações”, é certo, mas emprestando ao substantivo o
significado restrito, que estamos a encarecer, para não nulificar a
competência legislativa federativamente condominial em tema de
produção e consumo, defesa do consumidor e prevenção de
responsabilidade por danos contra este cometidos. Tanto é assim que, ao
dispor sobre a competência material da União para explorar os serviços
de telecomunicações, conferiu à lei federal (inciso XI do art. 21) apenas a
força de dispor sobre a organização dos serviços, da criação de um órgão
regulador e de outros aspectos institucionais, de que não faz parte o
tema das assinaturas básicas ou do consumo mínimo, a toda evidência.
E o fato é que não há lei federal que autorize a cobrança de assinatura
3
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ADI 4.478 / AP
Art. 5º – (...)
XXXII – O Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
consumidor;
Art. 24 – Compete à União, aos Estados e ao Distrito
Federal legislar concorrentemente sobre:
(...)
V – produção e consumo;
(...)
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico;
10. Ora bem, a lei amapaense, no caso, limitou-se a defender os
elementares direitos de consumidores-usuários localizados em seu
território. Logo, de usurpação de competência legislativa da União não se
cuida, pois não há como confundir telecomunicações (palavra-gênero)
com direitos do consumidor. Tanto é assim que nem a Lei nº 9.472/1997
(Lei Geral de Telecomunicações), nem a Lei nº 4.117/1962 (Código
Brasileiro de Telecomunicações) autorizam a cobrança da assinatura
básica.
11. Nessa contextura, é de se ver que a nossa Constituição encartou
na União a titularidade da competência privativa para legislar sobre
“telecomunicações”, é certo, mas emprestando ao substantivo o
significado restrito, que estamos a encarecer, para não nulificar a
competência legislativa federativamente condominial em tema de
produção e consumo, defesa do consumidor e prevenção de
responsabilidade por danos contra este cometidos. Tanto é assim que, ao
dispor sobre a competência material da União para explorar os serviços
de telecomunicações, conferiu à lei federal (inciso XI do art. 21) apenas a
força de dispor sobre a organização dos serviços, da criação de um órgão
regulador e de outros aspectos institucionais, de que não faz parte o
tema das assinaturas básicas ou do consumo mínimo, a toda evidência.
E o fato é que não há lei federal que autorize a cobrança de assinatura
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ADI 4.478 / AP
básica, tarifa mensal mínima ou consumação-piso.
12. É nesse contexto normativo de elevação de defesa do consumidor
a princípio constitucional que se deve ter em mente que a lei estadual em
análise incide mesmo é sobre relações tipicamente de consumo,
independentemente do objeto contratual a ela subjacente (prestação de
serviços de telefonia fixa e móvel). Relações em que figuram como
sujeitos, de um lado, os usuários, e, de outro, as empresas concessionárias
dos serviços públicos ali descritos. Não o Poder Concedente (a União)
perante esse ou aquele concessionário ou permissionário do serviço
público. Sendo assim, não há usurpação legislativa no fato de lei estadual
proteger, no âmbito do seu raio territorial de incidência, o consumidor-
usuário de serviços de telefonia. Proteger, entenda-se, mediante a regra
de que é só é permitido o pagamento pelo efetivo uso mensal dos serviços
contratados.
13. Explico ainda uma vez: as chamadas “tarifas e taxas de consumo
mínimas ou de assinatura básica” são instituídos como obrigação
pecuniária que recai sobre consumidores de serviço público típico.
Obrigação que se pretende desvinculada da quantidade do serviço
efetivamente desfrutado pelo usuário. Tudo sob a justificativa de que o
serviço tanto pode ser cobrado pela sua efetiva prestação como pela
disponibilidade de sua utilização. Daí a definição do instituto, trazida
pelo Regulamento do Serviço Telefônico Comutado (Anexo à Resolução
426/2005): “tarifa ou preço de assinatura: valor devido pelo assinante em
contrapartida da manutenção da disponibilidade do acesso telefônico de forma
individualizada para a fruição contínua do serviço” (Resoluções ANATEL
42/2005 e 85/19981). Definição, repito, não encartada em nenhuma lei
formal da União, pois o que figura em lei federal é tão-somente a regra de
que as tarifas pelo consumo dos serviços de telecomunicações deverão ser
fixadas no devido contrato de concessão (inciso VII do art. 93 e §§ 3º e 4º
do art. 103 da LGT). Nada existindo quanto à possibilidade de cobrança
1
Art. 3º - (...)
XXII – Tarifa ou Preço de Assinatura: valor de trato sucessivo pago pelo Assinante à
prestadora, durante toda a prestação do serviço, nos termos do contrtao de prestação de
serviço, dando-lhe direito à fruição contínua do serviço”
4
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ADI 4.478 / AP
básica, tarifa mensal mínima ou consumação-piso.
12. É nesse contexto normativo de elevação de defesa do consumidor
a princípio constitucional que se deve ter em mente que a lei estadual em
análise incide mesmo é sobre relações tipicamente de consumo,
independentemente do objeto contratual a ela subjacente (prestação de
serviços de telefonia fixa e móvel). Relações em que figuram como
sujeitos, de um lado, os usuários, e, de outro, as empresas concessionárias
dos serviços públicos ali descritos. Não o Poder Concedente (a União)
perante esse ou aquele concessionário ou permissionário do serviço
público. Sendo assim, não há usurpação legislativa no fato de lei estadual
proteger, no âmbito do seu raio territorial de incidência, o consumidor-
usuário de serviços de telefonia. Proteger, entenda-se, mediante a regra
de que é só é permitido o pagamento pelo efetivo uso mensal dos serviços
contratados.
13. Explico ainda uma vez: as chamadas “tarifas e taxas de consumo
mínimas ou de assinatura básica” são instituídos como obrigação
pecuniária que recai sobre consumidores de serviço público típico.
Obrigação que se pretende desvinculada da quantidade do serviço
efetivamente desfrutado pelo usuário. Tudo sob a justificativa de que o
serviço tanto pode ser cobrado pela sua efetiva prestação como pela
disponibilidade de sua utilização. Daí a definição do instituto, trazida
pelo Regulamento do Serviço Telefônico Comutado (Anexo à Resolução
426/2005): “tarifa ou preço de assinatura: valor devido pelo assinante em
contrapartida da manutenção da disponibilidade do acesso telefônico de forma
individualizada para a fruição contínua do serviço” (Resoluções ANATEL
42/2005 e 85/19981). Definição, repito, não encartada em nenhuma lei
formal da União, pois o que figura em lei federal é tão-somente a regra de
que as tarifas pelo consumo dos serviços de telecomunicações deverão ser
fixadas no devido contrato de concessão (inciso VII do art. 93 e §§ 3º e 4º
do art. 103 da LGT). Nada existindo quanto à possibilidade de cobrança
1
Art. 3º - (...)
XXII – Tarifa ou Preço de Assinatura: valor de trato sucessivo pago pelo Assinante à
prestadora, durante toda a prestação do serviço, nos termos do contrtao de prestação de
serviço, dando-lhe direito à fruição contínua do serviço”
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ADI 4.478 / AP
de um valor mínimo pela mera disponibilização dos serviços. Donde se
concluir pela plena competência legislativa estadual para tratar sobre o
tema, nos termos dos §§ 2º e 3º do art. 24 da Constituição Federal.
14 . Não é tudo: a Constituição Federal previu, no inciso XXXII do
seu art. 5º, que o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor. E
Estado, aqui, é sinônimo cabal de Poder Público, abarcante das quatro
unidades federativas: a União, o Distrito Federal, os Estados e os
Municípios. Pelo que não assiste à União o monopólio da defesa do
consumidor em tema de prestação de serviços públicos.
15. Nesse contexto, penso que a lei estadual, ora combatida, está
mesmo a tutelar legítimos direitos subjetivos. Direitos dos consumidores-
usuários, ao estabelecer que a cobrança por um serviço público não
efetivamente prestado colide com o modelo de exploração de serviços
públicos concedidos ou permitidos a empresas privadas. É como dizer: o
legislador estadual atuou, em verdade, no campo das relações de
consumo (inciso V do art. 24 da CF) e, mais especificamente, no âmbito
das relações que a nossa Constituição Federal colocou sob a competência
da União, dos Estados e do Distrito Federal, indistintamente, a título de
prevenção e reparação de dano ao consumidor (inciso VIII do mesmo art.
24). Isto para que ele, consumidor-usuário, não tenha que pagar por um
serviço que não lhe seja efetivamente prestado.
16. Percebe-se, pois, que a lei estadual adversada não implica senão
legítima atuação normativa de prevenção de danos aos consumidores-
usuários do Estado do Amapá, tal como expressamente admitido nos
incisos V e VIII do art. 24 da Constituição. Modo conciliado de repartir a
competência da União para conformar, legislativamente, a atividade
técnica em si mesma de telefonia com o poder que assiste ao Estado-
membro de proteger os consumidores alocados em seu território
suplementarmente à proteção federal. Noutros termos, o que interessa é,
em tema de exploração privada de serviços públicos, impedir que o
público pague duas vezes por um mesmo serviço: uma vez, como forma
de contraprestação financeira por um serviço efetivamente desfrutado às
expensas do prestador-concessionário, e, uma segunda vez, por um
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de um valor mínimo pela mera disponibilização dos serviços. Donde se
concluir pela plena competência legislativa estadual para tratar sobre o
tema, nos termos dos §§ 2º e 3º do art. 24 da Constituição Federal.
14 . Não é tudo: a Constituição Federal previu, no inciso XXXII do
seu art. 5º, que o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor. E
Estado, aqui, é sinônimo cabal de Poder Público, abarcante das quatro
unidades federativas: a União, o Distrito Federal, os Estados e os
Municípios. Pelo que não assiste à União o monopólio da defesa do
consumidor em tema de prestação de serviços públicos.
15. Nesse contexto, penso que a lei estadual, ora combatida, está
mesmo a tutelar legítimos direitos subjetivos. Direitos dos consumidores-
usuários, ao estabelecer que a cobrança por um serviço público não
efetivamente prestado colide com o modelo de exploração de serviços
públicos concedidos ou permitidos a empresas privadas. É como dizer: o
legislador estadual atuou, em verdade, no campo das relações de
consumo (inciso V do art. 24 da CF) e, mais especificamente, no âmbito
das relações que a nossa Constituição Federal colocou sob a competência
da União, dos Estados e do Distrito Federal, indistintamente, a título de
prevenção e reparação de dano ao consumidor (inciso VIII do mesmo art.
24). Isto para que ele, consumidor-usuário, não tenha que pagar por um
serviço que não lhe seja efetivamente prestado.
16. Percebe-se, pois, que a lei estadual adversada não implica senão
legítima atuação normativa de prevenção de danos aos consumidores-
usuários do Estado do Amapá, tal como expressamente admitido nos
incisos V e VIII do art. 24 da Constituição. Modo conciliado de repartir a
competência da União para conformar, legislativamente, a atividade
técnica em si mesma de telefonia com o poder que assiste ao Estado-
membro de proteger os consumidores alocados em seu território
suplementarmente à proteção federal. Noutros termos, o que interessa é,
em tema de exploração privada de serviços públicos, impedir que o
público pague duas vezes por um mesmo serviço: uma vez, como forma
de contraprestação financeira por um serviço efetivamente desfrutado às
expensas do prestador-concessionário, e, uma segunda vez, por um
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
ADI 4.478 / AP
serviço apenas virtual (a assinatura básica), previamente estipulado para
a hipótese de não haver consumo real superior ao montante financeiro
daquela estipulação aprioristicamente pactuada. Sendo certo que a
exigência de um pagamento mínimo sem o efetivo consumo é
modalidade de enriquecimento sem causa por parte da empresa
concessionária. Indisfarçável bis in idem remuneratório ou de receita
operacional, tão às custas do consumidor-usuário quanto incompatível
com o modelo de exploração desse ou daquele serviço público por um
concessionário ou permissionário do setor privado da Economia. Afinal,
se, no âmbito das relações econômicas privadas, é vedado a qualquer
empresa faturar mercadoria ou serviço sem a correspondente entrega ou
prestação em prol do consumidor, como admitir que o faça no
desempenho de atividade eminentemente pública ou de atendimento
de necessidades básicas de toda uma população usuária?
17. Parece-me que a resposta para tal indagação remonta à época
em que o Estado detinha a exclusividade da prestação dos serviços de
telefonia fixa. Oportunidade em que se justificava a cobrança por serviços
colocados à disposição do usuário, em face da necessidade de expansão e
melhoria dos sistemas de telecomunicações, de fornecimento de energia e
de água pátrios. Tal cobrança era operacionalizada mediante taxa, espécie
de natureza tributária e compatível com o poder de império estatal e com
a ideia-força de que, no âmbito das empresas estatais, o lucro não é um
fim em si mesmo. É meio, agora sim para melhor prestar o serviço à
coletividade. Contudo, não mais se justifica tal exação. Exação que não é
compatível com a prestação de serviços de telefonia por empresários da
iniciativa privada, como acontece no caso dos autos. Empresários que,
quando da celebração do contrato com o poder concedente, assumiram
não só a obrigação de prestar os serviços como também o próprio risco do
empreendimento, incerto por natureza ou definição. Afinal, como já se
disse, vige no Brasil um sistema capitalista de livre iniciativa e
concorrência. Confundir a sistemática de cobrança tributária, efetuada
pelo Estado, com aquela do particular concessionário de serviço público,
seria igualar os institutos jurídicos da taxa e do preço público (tarifa), o
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ADI 4.478 / AP
serviço apenas virtual (a assinatura básica), previamente estipulado para
a hipótese de não haver consumo real superior ao montante financeiro
daquela estipulação aprioristicamente pactuada. Sendo certo que a
exigência de um pagamento mínimo sem o efetivo consumo é
modalidade de enriquecimento sem causa por parte da empresa
concessionária. Indisfarçável bis in idem remuneratório ou de receita
operacional, tão às custas do consumidor-usuário quanto incompatível
com o modelo de exploração desse ou daquele serviço público por um
concessionário ou permissionário do setor privado da Economia. Afinal,
se, no âmbito das relações econômicas privadas, é vedado a qualquer
empresa faturar mercadoria ou serviço sem a correspondente entrega ou
prestação em prol do consumidor, como admitir que o faça no
desempenho de atividade eminentemente pública ou de atendimento
de necessidades básicas de toda uma população usuária?
17. Parece-me que a resposta para tal indagação remonta à época
em que o Estado detinha a exclusividade da prestação dos serviços de
telefonia fixa. Oportunidade em que se justificava a cobrança por serviços
colocados à disposição do usuário, em face da necessidade de expansão e
melhoria dos sistemas de telecomunicações, de fornecimento de energia e
de água pátrios. Tal cobrança era operacionalizada mediante taxa, espécie
de natureza tributária e compatível com o poder de império estatal e com
a ideia-força de que, no âmbito das empresas estatais, o lucro não é um
fim em si mesmo. É meio, agora sim para melhor prestar o serviço à
coletividade. Contudo, não mais se justifica tal exação. Exação que não é
compatível com a prestação de serviços de telefonia por empresários da
iniciativa privada, como acontece no caso dos autos. Empresários que,
quando da celebração do contrato com o poder concedente, assumiram
não só a obrigação de prestar os serviços como também o próprio risco do
empreendimento, incerto por natureza ou definição. Afinal, como já se
disse, vige no Brasil um sistema capitalista de livre iniciativa e
concorrência. Confundir a sistemática de cobrança tributária, efetuada
pelo Estado, com aquela do particular concessionário de serviço público,
seria igualar os institutos jurídicos da taxa e do preço público (tarifa), o
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ADI 4.478 / AP
que é juridicamente impossível. Vale dizer, as empresas concessionárias
hão de ser remuneradas, não por taxas, porém mediante o pagamento de
tarifa, instituto incompatível com a mera utilização potencial de
serviços públicos. Utilização potencial, isto sim, que faz parte da
compostura jurídica tão-somente das taxas.
18. Diante de tudo isso, penso que o instituto da assinatura básica é
mesmo incompatível com a Constituição Federal. Incompatibilidade
verificada na definição constitucional das tarifas a serem cobradas dos
consumidores-usuários. É que a nossa Carta de 1988, ao prever, em seu
art. 175, que a Lei Geral de Concessões e Permissões disporá sobre
política tarifária, impossibilitou às empresas concessionárias e
permissionárias a cobrança de qualquer preço que não tivesse a natureza
jurídica de tarifa. Pré-excluiu do regime do serviço público concedido ou
permitido qualquer exigência de preço por um serviço não efetivamente
marcado pela sua individualizada consumação. Consumação per capita,
então, para cuja defesa, ela, Constituição Federal habilitou a União, o
Distrito Federal e os Estados-membros, concorrentemente.
19. Por outro ângulo de cognição do tema, não se alegue que esse
tipo de proteção ao consumidor importa imiscuir-se no equilíbrio
econômico-financeiro de um contrato firmado entre o poder concedente
federal e as empresas concessionárias. E assim não se alegue porque à
União não é dado firmar contratos que terminem por subtrair dos
Estados e do Distrito Federal a competência para normar sobre relações
de consumo e prevenção de danos ao consumidor. Se, no caso, a União
fez “cortesia com chapéu alheio”, favorecendo empresas concessionárias
com cláusula contratual de indevida sobre-remuneração, então que ela,
União, trate de sair por conta própria da armadilha em que se meteu. O
que não pode é, pela via tortuosa de um contrato celebrado entre ela e as
empresas concessionárias desnaturar o instituto jurídico da tarifa,
enquanto preço-público (inconfundível com taxa, sabido que esta é
incompatível com a exigência de pagamento por um serviço público
apenas disponibilizado, consoante o disposto no inciso II do artigo
constitucional de nº 145). Menos ainda pode a União sonegar aos Estados-
7
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que é juridicamente impossível. Vale dizer, as empresas concessionárias
hão de ser remuneradas, não por taxas, porém mediante o pagamento de
tarifa, instituto incompatível com a mera utilização potencial de
serviços públicos. Utilização potencial, isto sim, que faz parte da
compostura jurídica tão-somente das taxas.
18. Diante de tudo isso, penso que o instituto da assinatura básica é
mesmo incompatível com a Constituição Federal. Incompatibilidade
verificada na definição constitucional das tarifas a serem cobradas dos
consumidores-usuários. É que a nossa Carta de 1988, ao prever, em seu
art. 175, que a Lei Geral de Concessões e Permissões disporá sobre
política tarifária, impossibilitou às empresas concessionárias e
permissionárias a cobrança de qualquer preço que não tivesse a natureza
jurídica de tarifa. Pré-excluiu do regime do serviço público concedido ou
permitido qualquer exigência de preço por um serviço não efetivamente
marcado pela sua individualizada consumação. Consumação per capita,
então, para cuja defesa, ela, Constituição Federal habilitou a União, o
Distrito Federal e os Estados-membros, concorrentemente.
19. Por outro ângulo de cognição do tema, não se alegue que esse
tipo de proteção ao consumidor importa imiscuir-se no equilíbrio
econômico-financeiro de um contrato firmado entre o poder concedente
federal e as empresas concessionárias. E assim não se alegue porque à
União não é dado firmar contratos que terminem por subtrair dos
Estados e do Distrito Federal a competência para normar sobre relações
de consumo e prevenção de danos ao consumidor. Se, no caso, a União
fez “cortesia com chapéu alheio”, favorecendo empresas concessionárias
com cláusula contratual de indevida sobre-remuneração, então que ela,
União, trate de sair por conta própria da armadilha em que se meteu. O
que não pode é, pela via tortuosa de um contrato celebrado entre ela e as
empresas concessionárias desnaturar o instituto jurídico da tarifa,
enquanto preço-público (inconfundível com taxa, sabido que esta é
incompatível com a exigência de pagamento por um serviço público
apenas disponibilizado, consoante o disposto no inciso II do artigo
constitucional de nº 145). Menos ainda pode a União sonegar aos Estados-
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membros e ao Distrito Federal o poder de normar, concorrentemente,
sobre relações de consumo e prevenção de danos aos usuários-
consumidores, situados nos respectivos territórios (deles, Estados-
membros e Distrito Federal).
20. Realmente, a figura do consumidor é especialmente protegida
pela Carta Magna brasileira, inclusive mediante esse tipo de competência
legislativa concorrente entre a União, os Estados e o Distrito Federal. São
pelo menos seis as passagens em que nossa Constituição Federal faz
expressa referência a ele, consumidor, ou às relações de consumo2. E de
todas essas tutelares passagens, consoante já deixei assentado no
julgamento do RE 351750 e da ADI-MC 3322, merecem redobrada
atenção do intérprete os seguintes dispositivos:
I – o inciso XXXII do art. 5º, ao deixar claro que a
defesa do consumidor faz parte “Dos Direitos e Garantias
2
Art. 5º, inciso XXXII - “o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor”.
**********
Art. 24, inciso VIII – “Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre (...) responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a
bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico”.
***********
Art. 150, § 5º - “A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca
dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços”.
**********
Art. 155, § 2º – “O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (...) VII – em relação às
operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro
Estado, adotar-se-á: a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do
imposto; b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dela”.
**********
Art. 170, inciso V – “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça
social, observados os seguintes princípios: (...) V- defesa do consumidor”.
**********
Art. 48 - “O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição,
elaborará código de defesa do consumidor”.
8
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ADI 4.478 / AP
membros e ao Distrito Federal o poder de normar, concorrentemente,
sobre relações de consumo e prevenção de danos aos usuários-
consumidores, situados nos respectivos territórios (deles, Estados-
membros e Distrito Federal).
20. Realmente, a figura do consumidor é especialmente protegida
pela Carta Magna brasileira, inclusive mediante esse tipo de competência
legislativa concorrente entre a União, os Estados e o Distrito Federal. São
pelo menos seis as passagens em que nossa Constituição Federal faz
expressa referência a ele, consumidor, ou às relações de consumo2. E de
todas essas tutelares passagens, consoante já deixei assentado no
julgamento do RE 351750 e da ADI-MC 3322, merecem redobrada
atenção do intérprete os seguintes dispositivos:
I – o inciso XXXII do art. 5º, ao deixar claro que a
defesa do consumidor faz parte “Dos Direitos e Garantias
2
Art. 5º, inciso XXXII - “o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor”.
**********
Art. 24, inciso VIII – “Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre (...) responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a
bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico”.
***********
Art. 150, § 5º - “A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca
dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços”.
**********
Art. 155, § 2º – “O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (...) VII – em relação às
operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro
Estado, adotar-se-á: a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do
imposto; b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dela”.
**********
Art. 170, inciso V – “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça
social, observados os seguintes princípios: (...) V- defesa do consumidor”.
**********
Art. 48 - “O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição,
elaborará código de defesa do consumidor”.
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
ADI 4.478 / AP
Fundamentais” (TÍTULO II). Cabendo “ao Estado”, mediante
lei, promover tal defesa. Estado, aqui, no mesmo sentido em
que o vocábulo é usado em quatro outros incisos desse
emblemático art. 5º; ou seja, “Estado” como indistinta realidade
federativa, de sorte a alcançar cada qual das quatro pessoas
jurídicas de que nossa Federação é composta. Sem empeço, de
se reconhecer que somente a União é que foi autorizada a
instituir um “código de defesa do consumidor” para todo o
País. Um código veiculador de normas gerais ou
federativamente uniformes, a teor dos seguintes dizeres do
artigo transitório de nº 48: “O Congresso Nacional, dentro de cento
e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código de
defesa do consumidor” 3;
II – os incisos V e VIII do art. 24, para habilitar a
União, os Estados e o Distrito Federal a legislar
concorrentemente sobre “produção e consumo” e
“responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico e paisagístico”. Logo,
nesse tema da produção e do consumo e mais em matéria de
responsabilidade por dano ao consumidor, comprovado fica
limitar-se a competência da União ao estabelecimento de
“normas gerais” (§ 1º do art. 24), cabendo aos Estados e ao
Distrito Federal laborar no campo da normatividade
3 Aqui estão os demais incisos em que se desdobra o art. 5º da Constituição, a respeito do
substantivo “Estado”:
a) XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
b) XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado democrático;
c) LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;
d) LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência
de recursos;
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Fundamentais” (TÍTULO II). Cabendo “ao Estado”, mediante
lei, promover tal defesa. Estado, aqui, no mesmo sentido em
que o vocábulo é usado em quatro outros incisos desse
emblemático art. 5º; ou seja, “Estado” como indistinta realidade
federativa, de sorte a alcançar cada qual das quatro pessoas
jurídicas de que nossa Federação é composta. Sem empeço, de
se reconhecer que somente a União é que foi autorizada a
instituir um “código de defesa do consumidor” para todo o
País. Um código veiculador de normas gerais ou
federativamente uniformes, a teor dos seguintes dizeres do
artigo transitório de nº 48: “O Congresso Nacional, dentro de cento
e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código de
defesa do consumidor” 3;
II – os incisos V e VIII do art. 24, para habilitar a
União, os Estados e o Distrito Federal a legislar
concorrentemente sobre “produção e consumo” e
“responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico e paisagístico”. Logo,
nesse tema da produção e do consumo e mais em matéria de
responsabilidade por dano ao consumidor, comprovado fica
limitar-se a competência da União ao estabelecimento de
“normas gerais” (§ 1º do art. 24), cabendo aos Estados e ao
Distrito Federal laborar no campo da normatividade
3 Aqui estão os demais incisos em que se desdobra o art. 5º da Constituição, a respeito do
substantivo “Estado”:
a) XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
b) XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado democrático;
c) LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;
d) LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência
de recursos;
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ADI 4.478 / AP
“suplementar”;
III – o § 5º do art. 150, para insistir no
compromisso tutelar-consumeirista, fazendo-o pela atribuição de
mais um encargo à lei: determinar “medidas para que os
consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que
incidam sobre mercadorias e serviços”. Lei, aclare-se, que volta
a ser utilizada num contexto normativo de máxima
abrangência federativa, que é o contexto “Das limitações do
Poder de Tributar” (SEÇÃO II do primeiro capítulo do TÍTULO
VI). Donde a competência legislativa dos Estados, do Distrito
Federal e até dos Municípios para, em reforço à legislação
federal de defesa do consumidor, laborar nesse espaço da
informação quanto às mercadorias e os serviços por eles (entes
federados periféricos) tributados nos respectivos territórios. E é
certo que os serviços de telecomunicações e de energia elétrica
se prestam como hipótese de incidência do ICMS (imposto que
se inclui na competência tributante dos Estados e do Distrito
Federal), a teor da seguinte disposição: “À exceção dos impostos
de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e II,
nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a
energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo,
combustíveis e minerais do País” (§ 3º do art. 155);
IV – o inciso V do art. 170, já agora para dizer que
a defesa do consumidor, além de direito fundamental, é
princípio geral de toda a atividade econômica. Isto no interior
de um capítulo (Capítulo I do Título VII): a) tipificador do
Estado como “agente normativo e regulador da atividade
econômica”, apto, mediante lei, tanto a reprimir “o abuso do
poder econômico” quanto a desempenhar “as funções de
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o
setor público e indicativo para o setor privado” (§ 4º do art. 173,
combinadamente com o caput do art. 174); b) incorporante do
artigo em que é centralmente estabelecido o regime jurídico dos
serviços públicos (art. 175, com seu parágrafo único e quatro
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“suplementar”;
III – o § 5º do art. 150, para insistir no
compromisso tutelar-consumeirista, fazendo-o pela atribuição de
mais um encargo à lei: determinar “medidas para que os
consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que
incidam sobre mercadorias e serviços”. Lei, aclare-se, que volta
a ser utilizada num contexto normativo de máxima
abrangência federativa, que é o contexto “Das limitações do
Poder de Tributar” (SEÇÃO II do primeiro capítulo do TÍTULO
VI). Donde a competência legislativa dos Estados, do Distrito
Federal e até dos Municípios para, em reforço à legislação
federal de defesa do consumidor, laborar nesse espaço da
informação quanto às mercadorias e os serviços por eles (entes
federados periféricos) tributados nos respectivos territórios. E é
certo que os serviços de telecomunicações e de energia elétrica
se prestam como hipótese de incidência do ICMS (imposto que
se inclui na competência tributante dos Estados e do Distrito
Federal), a teor da seguinte disposição: “À exceção dos impostos
de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e II,
nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a
energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo,
combustíveis e minerais do País” (§ 3º do art. 155);
IV – o inciso V do art. 170, já agora para dizer que
a defesa do consumidor, além de direito fundamental, é
princípio geral de toda a atividade econômica. Isto no interior
de um capítulo (Capítulo I do Título VII): a) tipificador do
Estado como “agente normativo e regulador da atividade
econômica”, apto, mediante lei, tanto a reprimir “o abuso do
poder econômico” quanto a desempenhar “as funções de
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o
setor público e indicativo para o setor privado” (§ 4º do art. 173,
combinadamente com o caput do art. 174); b) incorporante do
artigo em que é centralmente estabelecido o regime jurídico dos
serviços públicos (art. 175, com seu parágrafo único e quatro
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
ADI 4.478 / AP
incisos), de maneira a patentear a exegese de que a altaneira
figura do consumidor muda de nome, quando se trata do uso
de um serviço público. O nome que passa a ostentar é o de
“usuário” (consumidor enquanto gênero e usuário enquanto
espécie), debaixo de um regime jurídico-prestacional que
somente ganha plenitude de sentido se interpretado como um
algo a acrescer às leis de proteção consumeirista. Vale dizer, o
regime jurídico dos usuários de serviços públicos não foi
constitucionalmente concebido como um substitutivo do
regime jurídico dos consumidores em geral, mas enquanto
particularizada legislação de reforço. Um plus protecional,
então, para homenagear aqueles traços que são próprios do
direito que assiste aos consumidores: um direito fundamental,
uma limitação ao poder estatal de tributar e um princípio da
atividade econômica a se dotar de força irradiante; isto é,
princípio que se irradia para a relação de serviço público,
mormente se prestado sob forma empresarial-privada.
21. Nesse fluxo de idéias é de se concluir que a cobrança de
assinatura básica viola regras destinadas à proteção do consumidor.
Violação que frustra qualquer tentativa do usuário de economizar com a
fruição ou gasto daqueles serviços públicos a ele ofertados. O que agride
os princípios da universalidade dos serviços públicos e da modicidade
das tarifas, pois salta à evidência que do encarecido campo de atuação
normativa concorrente faz parte a positivação de regras que impeçam o
consumidor de ser espoliado. Espoliação, claro, a se evitar pela
densificação de normas que, na própria Constituição, proíbem o aumento
arbitrário de lucros empresariais (art. 173, §4º da CF). Dando-se que esse
aumento arbitrário caracteriza o que a nossa Lei Fundamental designa
por abuso do poder econômico. Abuso que não deixa de caracterizar
ilícito pelo fato de a União para ele concorrer por qualquer modo,
acumpliciando-se, voluntária ou involuntariamente, com suas
concessionárias de serviço público (que é o caso sub judice,
respeitosamente o digo).
22. Acresce que a própria lei federal que dispõe sobre serviços
11
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incisos), de maneira a patentear a exegese de que a altaneira
figura do consumidor muda de nome, quando se trata do uso
de um serviço público. O nome que passa a ostentar é o de
“usuário” (consumidor enquanto gênero e usuário enquanto
espécie), debaixo de um regime jurídico-prestacional que
somente ganha plenitude de sentido se interpretado como um
algo a acrescer às leis de proteção consumeirista. Vale dizer, o
regime jurídico dos usuários de serviços públicos não foi
constitucionalmente concebido como um substitutivo do
regime jurídico dos consumidores em geral, mas enquanto
particularizada legislação de reforço. Um plus protecional,
então, para homenagear aqueles traços que são próprios do
direito que assiste aos consumidores: um direito fundamental,
uma limitação ao poder estatal de tributar e um princípio da
atividade econômica a se dotar de força irradiante; isto é,
princípio que se irradia para a relação de serviço público,
mormente se prestado sob forma empresarial-privada.
21. Nesse fluxo de idéias é de se concluir que a cobrança de
assinatura básica viola regras destinadas à proteção do consumidor.
Violação que frustra qualquer tentativa do usuário de economizar com a
fruição ou gasto daqueles serviços públicos a ele ofertados. O que agride
os princípios da universalidade dos serviços públicos e da modicidade
das tarifas, pois salta à evidência que do encarecido campo de atuação
normativa concorrente faz parte a positivação de regras que impeçam o
consumidor de ser espoliado. Espoliação, claro, a se evitar pela
densificação de normas que, na própria Constituição, proíbem o aumento
arbitrário de lucros empresariais (art. 173, §4º da CF). Dando-se que esse
aumento arbitrário caracteriza o que a nossa Lei Fundamental designa
por abuso do poder econômico. Abuso que não deixa de caracterizar
ilícito pelo fato de a União para ele concorrer por qualquer modo,
acumpliciando-se, voluntária ou involuntariamente, com suas
concessionárias de serviço público (que é o caso sub judice,
respeitosamente o digo).
22. Acresce que a própria lei federal que dispõe sobre serviços
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ADI 4.478 / AP
públicos determina sua conciliada aplicabilidade com o Código de Defesa
do Consumidor (Lei 8.078/1990), assim como este último diploma impõe
sua aplicação às relações de serviço público, o que evidencia o caráter
legítimo da lei estadual em análise. Confira-se:
Lei nº 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor)
“Art. 4° A Política Nacional de Relações de Consumo tem
por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores,
o respeito a sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de
seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de
vida, bem como a transferência e harmonia das relações de
consumo, atendidos os seguintes princípios:
(...)
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos”;
(...)
“Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
(...)
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos
em geral”.
(...)
"Art. 51 - São nulas de pleno direito, entre outras, as
cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e
serviços que:
(...)
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas,
abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem
exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a
eqüidade".
Lei nº 8987/95 (Lei Geral de Concessões)
“Art. 7º - Sem prejuízo do disposto na Lei nº 8.078/90, de
11 de setembro de 1990, são direitos e obrigações dos usuários:
(...)”
12
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públicos determina sua conciliada aplicabilidade com o Código de Defesa
do Consumidor (Lei 8.078/1990), assim como este último diploma impõe
sua aplicação às relações de serviço público, o que evidencia o caráter
legítimo da lei estadual em análise. Confira-se:
Lei nº 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor)
“Art. 4° A Política Nacional de Relações de Consumo tem
por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores,
o respeito a sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de
seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de
vida, bem como a transferência e harmonia das relações de
consumo, atendidos os seguintes princípios:
(...)
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos”;
(...)
“Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
(...)
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos
em geral”.
(...)
"Art. 51 - São nulas de pleno direito, entre outras, as
cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e
serviços que:
(...)
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas,
abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem
exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a
eqüidade".
Lei nº 8987/95 (Lei Geral de Concessões)
“Art. 7º - Sem prejuízo do disposto na Lei nº 8.078/90, de
11 de setembro de 1990, são direitos e obrigações dos usuários:
(...)”
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
ADI 4.478 / AP
23. Em síntese, e quanto à competência legislativa concorrente que
estamos a defender, convém repetir que ela está descrita no art. 24 do
Magno Texto Federal. Daí porque não cabe falar, quanto a elas, de
necessidade de delegação de competências entre pessoas federais4. Mais
ainda: nessa passagem, a Magna Carta prestigiou as autonomias
regionais, delimitando o campo de atuação dos entes federativos a partir,
primeiramente, da adscrição da competência da União à edição de normas
gerais (§ 1º do art. 24). Competência, essa, não excludente da atuação
suplementar dos Estados (§ 2º do mesmo artigo). Logo, o vetor
hermenêutico em tema de competência legislativa concorrente é o da
descentralização política, o que favorece os poderes regionais.
24. Por tudo quanto posto, e divisando o caráter suplementar da
norma sub judice, voto pela improcedência do pedido e declaro a
constitucionalidade da Lei nº 1.336/2009, do Estado do Amapá.
4
Ou seja: enquanto no parágrafo único do art. 22 o exercício da competência legislativa
estadual fica condicionada a uma autorização político-legislativa da União, no art. 24 o
exercício das competências legislativas concorrentes por parte dos Estados independe de
qualquer liberalidade do nosso ente federativo central.
13
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ADI 4.478 / AP
23. Em síntese, e quanto à competência legislativa concorrente que
estamos a defender, convém repetir que ela está descrita no art. 24 do
Magno Texto Federal. Daí porque não cabe falar, quanto a elas, de
necessidade de delegação de competências entre pessoas federais4. Mais
ainda: nessa passagem, a Magna Carta prestigiou as autonomias
regionais, delimitando o campo de atuação dos entes federativos a partir,
primeiramente, da adscrição da competência da União à edição de normas
gerais (§ 1º do art. 24). Competência, essa, não excludente da atuação
suplementar dos Estados (§ 2º do mesmo artigo). Logo, o vetor
hermenêutico em tema de competência legislativa concorrente é o da
descentralização política, o que favorece os poderes regionais.
24. Por tudo quanto posto, e divisando o caráter suplementar da
norma sub judice, voto pela improcedência do pedido e declaro a
constitucionalidade da Lei nº 1.336/2009, do Estado do Amapá.
4
Ou seja: enquanto no parágrafo único do art. 22 o exercício da competência legislativa
estadual fica condicionada a uma autorização político-legislativa da União, no art. 24 o
exercício das competências legislativas concorrentes por parte dos Estados independe de
qualquer liberalidade do nosso ente federativo central.
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Debate
01/09/2011
PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478 AMAPÁ
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
REDATOR
DO
ACÓRDÃO
: MIN. LUIZ FUX
REQTE.(S)
:ABRAFIX
- ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA
DE
CONCESSIONÁRIAS
DE SERVIÇO TELEFÔNICO
FIXO COMUTADO
ADV.(A/S)
:GUSTAVO
HENRIQUE
CAPUTO
BASTOS
E
OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S)
:ASSEMBLÉIA
LEGISLATIVA
DO
ESTADO
DO
AMAPÁ
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Há um contrato.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Há um
contrato.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Aí está o problema,
porque o preço não é fixado por lei, e o contrato precisa ser respeitado.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Isso é
verdade. Se o contrato precisa ser respeitado, aí é uma discussão que
vamos abrir.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Imaginemos que não
haja o uso da telefonia pelos destinatários do serviço. Como fica a
manutenção do sistema?
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Pois é.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A assinatura básica
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01/09/2011
PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478 AMAPÁ
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
REDATOR
DO
ACÓRDÃO
: MIN. LUIZ FUX
REQTE.(S)
:ABRAFIX
- ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA
DE
CONCESSIONÁRIAS
DE SERVIÇO TELEFÔNICO
FIXO COMUTADO
ADV.(A/S)
:GUSTAVO
HENRIQUE
CAPUTO
BASTOS
E
OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S)
:ASSEMBLÉIA
LEGISLATIVA
DO
ESTADO
DO
AMAPÁ
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Há um contrato.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Há um
contrato.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Aí está o problema,
porque o preço não é fixado por lei, e o contrato precisa ser respeitado.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Isso é
verdade. Se o contrato precisa ser respeitado, aí é uma discussão que
vamos abrir.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Imaginemos que não
haja o uso da telefonia pelos destinatários do serviço. Como fica a
manutenção do sistema?
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Pois é.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A assinatura básica
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 44
Debate
ADI 4.478 / AP
não teria integrado a equação primeira, decorrente da concessão, segundo
proposta e o que entabulado? Por isso, o Plenário, em sessão do primeiro
semestre, referendou liminar, por mim deferida, afastando a eficácia de
lei estadual que dispôs sobre a matéria.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Perfeito.
Esses precedentes são corretamente citados, inclusive da tribuna.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Ministro Britto,
tenho a impressão de que esse conceito, que é muito importante, quanto à
competência concorrente em matéria do consumidor, já sofreu, na
jurisprudência do Tribunal, uma série de limitações, tendo em vista a
necessidade de tratamento unitário do tema.
Lembro-me, por exemplo, de um caso que ainda hoje lia, da relatoria
do Ministro Sepúlveda Pertence, a propósito de uma lei do Paraná que
estabeleceu exigência para a entrega, a pesagem de gás, e o Ministro
Pertence fez considerações sobre o princípio da proporcionalidade.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – No caso, fiquei
vencido. Entendia que o Estado podia legislar a respeito.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Pois é, mas ele dizia
também da necessidade de que houvesse um tratamento unitário,
nacional, sob pena de se criarem "ilhas" que acabam por onerar o serviço
que é regulado nacionalmente. Então, parece-me que são insights que
precisam estar presentes nesses casos da chamada competência
concorrente, sob pena de nós fragmentarmos, porque, dependendo do
conceito – e, aqui, a gente está diante de um conceito indeterminado, a
ideia da proteção ao consumidor –, vai realmente fragmentar, talvez a não
mais poder, essas relações, dando ensejo, então, à criação de "ilhas", com
grande repercussão no serviço público que se quer prestado
nacionalmente.
2
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Supremo Tribunal Federal
ADI 4.478 / AP
não teria integrado a equação primeira, decorrente da concessão, segundo
proposta e o que entabulado? Por isso, o Plenário, em sessão do primeiro
semestre, referendou liminar, por mim deferida, afastando a eficácia de
lei estadual que dispôs sobre a matéria.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Perfeito.
Esses precedentes são corretamente citados, inclusive da tribuna.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Ministro Britto,
tenho a impressão de que esse conceito, que é muito importante, quanto à
competência concorrente em matéria do consumidor, já sofreu, na
jurisprudência do Tribunal, uma série de limitações, tendo em vista a
necessidade de tratamento unitário do tema.
Lembro-me, por exemplo, de um caso que ainda hoje lia, da relatoria
do Ministro Sepúlveda Pertence, a propósito de uma lei do Paraná que
estabeleceu exigência para a entrega, a pesagem de gás, e o Ministro
Pertence fez considerações sobre o princípio da proporcionalidade.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – No caso, fiquei
vencido. Entendia que o Estado podia legislar a respeito.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Pois é, mas ele dizia
também da necessidade de que houvesse um tratamento unitário,
nacional, sob pena de se criarem "ilhas" que acabam por onerar o serviço
que é regulado nacionalmente. Então, parece-me que são insights que
precisam estar presentes nesses casos da chamada competência
concorrente, sob pena de nós fragmentarmos, porque, dependendo do
conceito – e, aqui, a gente está diante de um conceito indeterminado, a
ideia da proteção ao consumidor –, vai realmente fragmentar, talvez a não
mais poder, essas relações, dando ensejo, então, à criação de "ilhas", com
grande repercussão no serviço público que se quer prestado
nacionalmente.
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Debate
ADI 4.478 / AP
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Não,
perfeito. Eu vou encerrar e sei das dificuldades de mudar a
jurisprudência. Mas, Vossa Excelência está certo, eu entendo muito bem.
Se houvesse uma lei nacionalmente dispondo sobre a instituição da tarifa
básica, teríamos uma aplicabilidade federativa uniforme. Agora, o fato é
que não há essa lei - eu pesquisei e não vi essa lei -, como, aliás, foi citado
da tribuna que outros Estados praticam a tarifa básica. Eu duvido muito
que outros países pratiquem a tarifa básica fora do regime de taxa.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Agora, Ministro,
quanto ao preço do serviço, inexiste exigência de previsão em lei. O preço
é entabulado quando da licitação, para chegar-se à concessão.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Então,
Presidente, concluindo. Esses argumentos eu também utilizo na outra
Adin porque tem um objeto mais abrangente, visto que a legislação
distrital impugnada tratou de águas, serviço de TV a cabo e energia. Mas,
a base do meu raciocínio é a mesma.
Eu também explico que a lei distrital impugnada não legislou sobre
águas, não legislou sobre recursos hídricos - quem legisla sobre recursos
hídricos é a Lei nº 9.433/97 -, não dispôs sobre saneamento básico, não
dispôs sobre conjunto de serviços, infraestrutura, instalações operacionais
de água potável, esgotamento sanitário, limpeza pública, manejo de
resíduos sólidos, drenagem, manejo das águas pluviais urbanas.
Parece-me que os peticionários confundem legislar sobre águas com
legislar sobre relações de consumo de água no âmbito de um contrato
entre a concessionária prestadora ou a permissionária e o efetivo
consumidor individualizado.
A mesma coisa é o serviço de TV a cabo. A lei não fala sobre serviço
de sinais de vídeo, de áudio, de assinantes, transportes por meios físicos,
interação necessária a escolha de programações e outras aplicações
pertinentes ao serviço. Não fala nada sobre isso.
Bem, que fique pelo menos essa provocação, Ministro Gilmar.
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ADI 4.478 / AP
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Não,
perfeito. Eu vou encerrar e sei das dificuldades de mudar a
jurisprudência. Mas, Vossa Excelência está certo, eu entendo muito bem.
Se houvesse uma lei nacionalmente dispondo sobre a instituição da tarifa
básica, teríamos uma aplicabilidade federativa uniforme. Agora, o fato é
que não há essa lei - eu pesquisei e não vi essa lei -, como, aliás, foi citado
da tribuna que outros Estados praticam a tarifa básica. Eu duvido muito
que outros países pratiquem a tarifa básica fora do regime de taxa.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Agora, Ministro,
quanto ao preço do serviço, inexiste exigência de previsão em lei. O preço
é entabulado quando da licitação, para chegar-se à concessão.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Então,
Presidente, concluindo. Esses argumentos eu também utilizo na outra
Adin porque tem um objeto mais abrangente, visto que a legislação
distrital impugnada tratou de águas, serviço de TV a cabo e energia. Mas,
a base do meu raciocínio é a mesma.
Eu também explico que a lei distrital impugnada não legislou sobre
águas, não legislou sobre recursos hídricos - quem legisla sobre recursos
hídricos é a Lei nº 9.433/97 -, não dispôs sobre saneamento básico, não
dispôs sobre conjunto de serviços, infraestrutura, instalações operacionais
de água potável, esgotamento sanitário, limpeza pública, manejo de
resíduos sólidos, drenagem, manejo das águas pluviais urbanas.
Parece-me que os peticionários confundem legislar sobre águas com
legislar sobre relações de consumo de água no âmbito de um contrato
entre a concessionária prestadora ou a permissionária e o efetivo
consumidor individualizado.
A mesma coisa é o serviço de TV a cabo. A lei não fala sobre serviço
de sinais de vídeo, de áudio, de assinantes, transportes por meios físicos,
interação necessária a escolha de programações e outras aplicações
pertinentes ao serviço. Não fala nada sobre isso.
Bem, que fique pelo menos essa provocação, Ministro Gilmar.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 44
Debate
ADI 4.478 / AP
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Iniciamos esse
julgamento.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Que fique
essa provocação. O que é legislar sobre telecomunicações? O que é
legislar sobre águas? O que é legislar sobre energia?
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – É interessante.
Começamos o julgamento dessa matéria na Ação Direta de
Inconstitucionalidade nº 2.615/SC. Não sei se o concluímos, porque houve
pedido de vista.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Foi. Porque
se dermos, Ministro Peluso, uma dimensão tão lata à legiferação sobre
essas atividades, não vai sobrar nada para o campo da competência
legislativa concorrente. Não vai sobrar absolutamente nada!
Seja como for eu estou julgando improcedente as ações, mesmo
sabendo que o pensar da Corte é diferente.
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ADI 4.478 / AP
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Iniciamos esse
julgamento.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Que fique
essa provocação. O que é legislar sobre telecomunicações? O que é
legislar sobre águas? O que é legislar sobre energia?
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – É interessante.
Começamos o julgamento dessa matéria na Ação Direta de
Inconstitucionalidade nº 2.615/SC. Não sei se o concluímos, porque houve
pedido de vista.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Foi. Porque
se dermos, Ministro Peluso, uma dimensão tão lata à legiferação sobre
essas atividades, não vai sobrar nada para o campo da competência
legislativa concorrente. Não vai sobrar absolutamente nada!
Seja como for eu estou julgando improcedente as ações, mesmo
sabendo que o pensar da Corte é diferente.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 44
Voto - MIN. AYRES BRITTO
01/09/2011
PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478 AMAPÁ
VOTO
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX – CANCELADO
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Aí é que
está Ministro, se a União legislasse sobre cobrança de tarifa, eu não estaria
fazendo esse voto; é que ela não legislou.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - CANCELADO
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Se
houvesse lei federal, tudo bem; mas não há.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Mas a Constituição é que o diz.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - CANCELADO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
A Constituição diz no art. 175, parágrafo único, inciso II:
"Art. 175. Incumbe ao poder público, na forma da lei,
diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre
através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
(...)
II - os direitos dos usuários:"
A fonte para a legislação federal, que é a legislação geral de
telecomunicações, é o que regra isso: inciso II, parágrafo único, do art.
175, "os usuários". A relação da concessionária com os usuários é regulada
Supremo Tribunal Federal
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01/09/2011
PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478 AMAPÁ
VOTO
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX – CANCELADO
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Aí é que
está Ministro, se a União legislasse sobre cobrança de tarifa, eu não estaria
fazendo esse voto; é que ela não legislou.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - CANCELADO
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Se
houvesse lei federal, tudo bem; mas não há.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Mas a Constituição é que o diz.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - CANCELADO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
A Constituição diz no art. 175, parágrafo único, inciso II:
"Art. 175. Incumbe ao poder público, na forma da lei,
diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre
através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
(...)
II - os direitos dos usuários:"
A fonte para a legislação federal, que é a legislação geral de
telecomunicações, é o que regra isso: inciso II, parágrafo único, do art.
175, "os usuários". A relação da concessionária com os usuários é regulada
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 22 de 44
Voto - MIN. AYRES BRITTO
ADI 4.478 / AP
pela lei federal; não pode uma lei estadual atravessar.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - CANCELADO
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Vossa Excelência me
permite? Quando da apreciação parcial da Ação Direta de
Inconstitucionalidade nº 2.615/SC, chegamos – não votei, não houve
oportunidade para votar, por estar na cabeceira – a uma maioria de seis
votos. Votaram pela inconstitucionalidade da lei de Santa Catarina o
Ministro Eros Grau, relator, os Ministros Cezar Peluso, Gilmar Mendes,
Carlos Velloso, Dias Toffoli e a Ministra Cármen Lúcia.
O Ministro Ayres Britto está sendo coerente. Ele concluiu pela
improcedência.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - CANCELADO
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – E então pediu vista a
Ministra Ellen.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - A
posição dele é permanente nesse sentido.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Está reiterando o
ponto de vista.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - CANCELADO
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Como também o
Estado não poderia autorizar a cobrança.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - CANCELADO
2
Supremo Tribunal Federal
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ADI 4.478 / AP
pela lei federal; não pode uma lei estadual atravessar.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - CANCELADO
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Vossa Excelência me
permite? Quando da apreciação parcial da Ação Direta de
Inconstitucionalidade nº 2.615/SC, chegamos – não votei, não houve
oportunidade para votar, por estar na cabeceira – a uma maioria de seis
votos. Votaram pela inconstitucionalidade da lei de Santa Catarina o
Ministro Eros Grau, relator, os Ministros Cezar Peluso, Gilmar Mendes,
Carlos Velloso, Dias Toffoli e a Ministra Cármen Lúcia.
O Ministro Ayres Britto está sendo coerente. Ele concluiu pela
improcedência.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - CANCELADO
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – E então pediu vista a
Ministra Ellen.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - A
posição dele é permanente nesse sentido.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Está reiterando o
ponto de vista.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - CANCELADO
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Como também o
Estado não poderia autorizar a cobrança.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - CANCELADO
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 23 de 44
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
01/09/2011
PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478 AMAPÁ
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Senhor Presidente, o inciso XI do art. 21 da Constituição deixa claro
que compete à União explorar diretamente ou mediante autorização,
concessão ou permissão os serviços de telecomunicações, nos termos da
lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão
regulador, as relações das concessionárias com os usuários/consumidores
e outros aspectos institucionais.
E diz o art. 22:
"Art. 22 - Compete privativamente à União legislar sobre:
(...)
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e
radiodifusão;"
Por sua vez, o art. 175, já citado pelo Ministro Luiz Fux - também em
aparte eu chamei atenção para o inciso II do parágrafo único -, afirma que
a lei vai dispor não apenas sobre a questão tarifária, mas também sobre os
direitos dos usuários. Está explícito na Constituição.
E essa lei, com a devida vênia, eminente Ministro Ayres Britto,
existe. É a Lei nº 9.472, lei federal, que diz no seu art. 3º:
"Art. 3º O usuário de serviços de telecomunicações tem
direito:
(...)
IV - à informação adequada sobre as condições de
prestação dos serviços, suas tarifas e preços;"
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Isso, mas não
mínimos.
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Supremo Tribunal Federal
01/09/2011
PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478 AMAPÁ
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Senhor Presidente, o inciso XI do art. 21 da Constituição deixa claro
que compete à União explorar diretamente ou mediante autorização,
concessão ou permissão os serviços de telecomunicações, nos termos da
lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão
regulador, as relações das concessionárias com os usuários/consumidores
e outros aspectos institucionais.
E diz o art. 22:
"Art. 22 - Compete privativamente à União legislar sobre:
(...)
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e
radiodifusão;"
Por sua vez, o art. 175, já citado pelo Ministro Luiz Fux - também em
aparte eu chamei atenção para o inciso II do parágrafo único -, afirma que
a lei vai dispor não apenas sobre a questão tarifária, mas também sobre os
direitos dos usuários. Está explícito na Constituição.
E essa lei, com a devida vênia, eminente Ministro Ayres Britto,
existe. É a Lei nº 9.472, lei federal, que diz no seu art. 3º:
"Art. 3º O usuário de serviços de telecomunicações tem
direito:
(...)
IV - à informação adequada sobre as condições de
prestação dos serviços, suas tarifas e preços;"
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Isso, mas não
mínimos.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 24 de 44
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
ADI 4.478 / AP
Preços – então, está estabelecido na legislação.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Não preço
virtual, por um serviço virtual.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Está estabelecido na legislação federal que há um órgão regulador
próprio federal.
Gostaria aqui de trazer também a teoria jurídica sobre o tema. O
direito de telecomunicações destina-se a estabelecer normas a respeito
dos meios de comunicação a distância realizada por processo
eletromagnético. Nesse âmbito, destaca a doutrina especializada a
existência de uma relação que envolve três sujeitos: a União, que tem o
dever de prestar o serviço público, diretamente ou por concessão; as
prestadores dos serviços e os usuários, entre os quais surgem relações
jurídicas distintas e igualmente abrangidas por esse ramo. E aqui eu
gostaria de citar Mariense Escobar:
“Inicialmente, há que considerar o relacionamento entre a
União e suas concessionárias, permissionárias e autorizadas.
Em seguida, entre estas e as pessoas naturais e jurídicas que se
utilizam dos serviços de telecomunicações e, por fim, dessas
últimas, entre si, enquanto usuárias da comunicação à distância
para se relacionarem no convívio social”. (ESCOBAR, João
Carlos Mariense. O novo direito de telecomunicações. Porto
Alegre: Livraria do Advogado, 1999. p. 15.)
Percebe-se, então, que a relação entre usuários e consumidores e as
empresas prestadoras de serviço já se encontra na própria conceituação
do direito de telecomunicações, integrando o seu objeto, que, como se
nota, não está adstrito ao vínculo existente entre a União e as operadoras.
Não é por outra razão que o art. 175, parágrafo único, inciso II,
determina que é a lei que estabelecerá a relação com os usuários, e não o
Código do Consumidor. Há, no caso, um regramento todo específico e
especial e, ainda, uma novidade no nosso ordenamento, que é o órgão
regulador do setor. Há quatorze, quinze anos, da criação dos órgãos
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ADI 4.478 / AP
Preços – então, está estabelecido na legislação.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Não preço
virtual, por um serviço virtual.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Está estabelecido na legislação federal que há um órgão regulador
próprio federal.
Gostaria aqui de trazer também a teoria jurídica sobre o tema. O
direito de telecomunicações destina-se a estabelecer normas a respeito
dos meios de comunicação a distância realizada por processo
eletromagnético. Nesse âmbito, destaca a doutrina especializada a
existência de uma relação que envolve três sujeitos: a União, que tem o
dever de prestar o serviço público, diretamente ou por concessão; as
prestadores dos serviços e os usuários, entre os quais surgem relações
jurídicas distintas e igualmente abrangidas por esse ramo. E aqui eu
gostaria de citar Mariense Escobar:
“Inicialmente, há que considerar o relacionamento entre a
União e suas concessionárias, permissionárias e autorizadas.
Em seguida, entre estas e as pessoas naturais e jurídicas que se
utilizam dos serviços de telecomunicações e, por fim, dessas
últimas, entre si, enquanto usuárias da comunicação à distância
para se relacionarem no convívio social”. (ESCOBAR, João
Carlos Mariense. O novo direito de telecomunicações. Porto
Alegre: Livraria do Advogado, 1999. p. 15.)
Percebe-se, então, que a relação entre usuários e consumidores e as
empresas prestadoras de serviço já se encontra na própria conceituação
do direito de telecomunicações, integrando o seu objeto, que, como se
nota, não está adstrito ao vínculo existente entre a União e as operadoras.
Não é por outra razão que o art. 175, parágrafo único, inciso II,
determina que é a lei que estabelecerá a relação com os usuários, e não o
Código do Consumidor. Há, no caso, um regramento todo específico e
especial e, ainda, uma novidade no nosso ordenamento, que é o órgão
regulador do setor. Há quatorze, quinze anos, da criação dos órgãos
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 25 de 44
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
ADI 4.478 / AP
reguladores, nós temos que iniciar o seu fortalecimento e a compreensão
do que significa esse órgão regulador, gerindo os conflitos existentes
entre os concessionários e os consumidores, os usuários do serviço.
Essa especialidade expressada no texto constitucional, a meu ver, já é
suficiente para, em matéria de telecomunicações, afastar a incidência do
direito consumerista e atribuir à União a competência privativa para
disciplinar, privativamente, o setor, nos termos do art. 22, IV, da
Constituição da República.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Aí, Vossa
Excelência só vai me permitir, muito rapidamente, lembrar o seguinte: o
Código de Defesa do Consumidor é a Lei nº 8.078/90 - o Ministro Ricardo
Lewandowski estava observando aqui comigo. Essa lei fala de
racionalização e melhoria dos serviços públicos - o Ministro Luiz Fux
também tocou nesse assunto. Ou seja, a lei de defesa e proteção do
consumidor se remete para a prestação dos serviços públicos em duas
oportunidades, pelo menos.
Diz:
"Art. 6º São direitos básicos do consumidor:"
Por isso é que estou falando de consumidor usuário; é com base na
lei.
"X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral."
E a Lei de concessão de serviço público se remete ao Código do
Consumidor, dizendo o seguinte:
"Sem prejuízo do disposto na Lei nº 8.078, de 11 de setembro de
1990, - que é o Código de Defesa do Consumidor -, são direitos e
obrigações dos usuários:"
Então, na verdade, não existe a figura do usuário contraposta à do
consumidor. Consumidor é gênero, usuário é espécie. Essa lei de
concessão dos serviços públicos não veio para minimizar a proteção do
Código de Defesa do Consumidor, veio para reforçar. Essa lei é um plus
protecional. Existe a figura geminada do consumidor usuário ou do
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ADI 4.478 / AP
reguladores, nós temos que iniciar o seu fortalecimento e a compreensão
do que significa esse órgão regulador, gerindo os conflitos existentes
entre os concessionários e os consumidores, os usuários do serviço.
Essa especialidade expressada no texto constitucional, a meu ver, já é
suficiente para, em matéria de telecomunicações, afastar a incidência do
direito consumerista e atribuir à União a competência privativa para
disciplinar, privativamente, o setor, nos termos do art. 22, IV, da
Constituição da República.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Aí, Vossa
Excelência só vai me permitir, muito rapidamente, lembrar o seguinte: o
Código de Defesa do Consumidor é a Lei nº 8.078/90 - o Ministro Ricardo
Lewandowski estava observando aqui comigo. Essa lei fala de
racionalização e melhoria dos serviços públicos - o Ministro Luiz Fux
também tocou nesse assunto. Ou seja, a lei de defesa e proteção do
consumidor se remete para a prestação dos serviços públicos em duas
oportunidades, pelo menos.
Diz:
"Art. 6º São direitos básicos do consumidor:"
Por isso é que estou falando de consumidor usuário; é com base na
lei.
"X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral."
E a Lei de concessão de serviço público se remete ao Código do
Consumidor, dizendo o seguinte:
"Sem prejuízo do disposto na Lei nº 8.078, de 11 de setembro de
1990, - que é o Código de Defesa do Consumidor -, são direitos e
obrigações dos usuários:"
Então, na verdade, não existe a figura do usuário contraposta à do
consumidor. Consumidor é gênero, usuário é espécie. Essa lei de
concessão dos serviços públicos não veio para minimizar a proteção do
Código de Defesa do Consumidor, veio para reforçar. Essa lei é um plus
protecional. Existe a figura geminada do consumidor usuário ou do
3
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
ADI 4.478 / AP
usuário consumidor porque as duas leis se remetem reciprocamente.
Uma faz referência à outra.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Lamento não acompanhar o entendimento do, como sempre,
brilhante voto trazido pelo Relator, Ministro Ayres Britto, em razão do já
alegado e pelo fato, também, de que a agência reguladora federal estaria
sujeita a regular o setor por intermédio de leis estaduais, as mais diversas
que poderiam surgir nas unidades da Federação, trazendo, portanto, uma
insegurança e uma incerteza a essas relações. Instaurar-se-iam
regramentos diferenciados, em cada Estado da Federação, em matéria
que demanda atuação centralizada em todo o território nacional, dadas as
particularidades desse ramo de atividade.
Por isso, de qualquer sorte, pedindo vênia ao Relator e
parabenizando a sua linha de raciocínio e o seu voto, que é absolutamente
defensável, é um raciocínio todo lógico e fundamentado, acompanho a
divergência aberta pelo eminente Ministro Luiz Fux.
4
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Supremo Tribunal Federal
ADI 4.478 / AP
usuário consumidor porque as duas leis se remetem reciprocamente.
Uma faz referência à outra.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Lamento não acompanhar o entendimento do, como sempre,
brilhante voto trazido pelo Relator, Ministro Ayres Britto, em razão do já
alegado e pelo fato, também, de que a agência reguladora federal estaria
sujeita a regular o setor por intermédio de leis estaduais, as mais diversas
que poderiam surgir nas unidades da Federação, trazendo, portanto, uma
insegurança e uma incerteza a essas relações. Instaurar-se-iam
regramentos diferenciados, em cada Estado da Federação, em matéria
que demanda atuação centralizada em todo o território nacional, dadas as
particularidades desse ramo de atividade.
Por isso, de qualquer sorte, pedindo vênia ao Relator e
parabenizando a sua linha de raciocínio e o seu voto, que é absolutamente
defensável, é um raciocínio todo lógico e fundamentado, acompanho a
divergência aberta pelo eminente Ministro Luiz Fux.
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
01/09/2011
PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478 AMAPÁ
VOTO
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Senhor Presidente,
também vou pedir vênia ao Ministro Ayres Britto, elogiando, mais uma
vez, o brilhante voto de Sua Excelência, que, como sempre, traz
argumentos muito dignos de serem pensados, que nos oferecem
oportunidade de olhar por outro prisma o assunto, mas vou acompanhar
a divergência.
Como já tenho votado, parece-me que a competência legislativa
define não apenas a competência para emitir a lei na generalidade do
serviço, mas todas as consequências.
Um concessionário de serviço público federal que, num determinado
Estado, ficasse sujeito a uma regulação distinta, poderia criar uma
diferenciação não só para ele, concessionário - nessa relação para a qual
chama a atenção o Ministro Gilmar Mendes, criando diferenças inclusive
para o operador de sistema, a agência reguladora do sistema, - mas para o
próprio usuário, porque, conforme o que fosse fixado, poderia onerá-lo. E
tratarmos diferentemente cidadãos nem no sistema tributário é
permitido, quem dirá no sistema de prestação de serviços.
Também tenho uma certa dificuldade, ainda hoje, Ministro Carlos
Britto, com relação à ligação muito estreita entre consumidor e usuário. A
Constituição fez a distinção para dizer que, de toda sorte, quem tem
direito a determinados serviços que entram, hoje, num cabedal daquilo
que faz parte da dignidade cidadã, não da dignidade individual, não
pode ficar tão diferenciado. E é para isso que esse sistema é posto.
O consumidor é aquele que consome; portanto, quem pode pagar
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
01/09/2011
PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478 AMAPÁ
VOTO
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Senhor Presidente,
também vou pedir vênia ao Ministro Ayres Britto, elogiando, mais uma
vez, o brilhante voto de Sua Excelência, que, como sempre, traz
argumentos muito dignos de serem pensados, que nos oferecem
oportunidade de olhar por outro prisma o assunto, mas vou acompanhar
a divergência.
Como já tenho votado, parece-me que a competência legislativa
define não apenas a competência para emitir a lei na generalidade do
serviço, mas todas as consequências.
Um concessionário de serviço público federal que, num determinado
Estado, ficasse sujeito a uma regulação distinta, poderia criar uma
diferenciação não só para ele, concessionário - nessa relação para a qual
chama a atenção o Ministro Gilmar Mendes, criando diferenças inclusive
para o operador de sistema, a agência reguladora do sistema, - mas para o
próprio usuário, porque, conforme o que fosse fixado, poderia onerá-lo. E
tratarmos diferentemente cidadãos nem no sistema tributário é
permitido, quem dirá no sistema de prestação de serviços.
Também tenho uma certa dificuldade, ainda hoje, Ministro Carlos
Britto, com relação à ligação muito estreita entre consumidor e usuário. A
Constituição fez a distinção para dizer que, de toda sorte, quem tem
direito a determinados serviços que entram, hoje, num cabedal daquilo
que faz parte da dignidade cidadã, não da dignidade individual, não
pode ficar tão diferenciado. E é para isso que esse sistema é posto.
O consumidor é aquele que consome; portanto, quem pode pagar
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 28 de 44
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
ADI 4.478 / AP
pelo consumo paga, quem não pode não usa. O usuário é aquele a quem
o Estado, por força da Constituição e das leis, atribui uma situação
diferenciada. Daí o meu apego ao que o Ministro Toffoli chamou atenção,
o Ministro Fux também, ao fato de que estamos a lidar, aqui, com usuário,
aquele que é a ponta a que se chega mediante a prestação do serviço, no
caso, mediante a concessão.
Então, apesar do brilhantismo dos fundamentos apresentados por
Vossa Excelência, ainda me mantenho na linha de considerar que não é
possível que essa legislação seja considerada constitucionalmente hígida,
razão pela qual eu acompanho a divergência, com as vênias de Vossa
Excelência.
# # # # #
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
ADI 4.478 / AP
pelo consumo paga, quem não pode não usa. O usuário é aquele a quem
o Estado, por força da Constituição e das leis, atribui uma situação
diferenciada. Daí o meu apego ao que o Ministro Toffoli chamou atenção,
o Ministro Fux também, ao fato de que estamos a lidar, aqui, com usuário,
aquele que é a ponta a que se chega mediante a prestação do serviço, no
caso, mediante a concessão.
Então, apesar do brilhantismo dos fundamentos apresentados por
Vossa Excelência, ainda me mantenho na linha de considerar que não é
possível que essa legislação seja considerada constitucionalmente hígida,
razão pela qual eu acompanho a divergência, com as vênias de Vossa
Excelência.
# # # # #
2
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 29 de 44
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
01/09/2011
PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478 AMAPÁ
V O T O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
-
Presidente, eu também começo por louvar o brilhante voto do Ministro
Ayres Britto, sobretudo a sua preocupação com o direito do consumidor.
Esse é um direito, mais do que de terceira geração, de quarta geração;
hoje, um direito ainda pouco compreendido e, ainda, que precisa ser
elaborado, seja do ponto de vista conceitual e doutrinário, seja do ponto
de vista jurisprudencial. Estou convicto, de que Sua Excelência deu um
passo avante no sentido de compreendermos melhor o tema.
Mas eu tenho já afirmado neste Plenário, em outras vezes, que,
quando se trata de um serviço de abrangência nacional, ele deve
necessariamente ser regulado nacionalmente, como aliás observou o
Ministro Gilmar Mendes. Não me parece possível que os estados, as
unidades da Federação possam regulá-lo de forma diferenciada.
Acompanho o raciocínio dos Colegas que me precederam no ponto
de vista da base constitucional que dá sustentação à divergência. Nós
temos a previsão de uma competência exclusiva da União para legislar
sobre telecomunicações, nos artigos 21, XI e 22, IV, como já foi observado.
Também o artigo 175 da Constituição, sobretudo nos seus incisos II e III,
faz uma menção expressa à competência deferida à Administração
Federal para regular os direitos dos usuários e a política tarifária; e a
política tarifária, como já foi dito aqui, também, ocorre dentro de uma
concepção e um equilíbrio econômico-financeiro do contrato. Aliás, o
Ministro Luiz Fux tocou nesse ponto, a meu ver, com muita pertinência.
Acompanho a divergência, pedindo vênia ao Ministro Ayres Brito,
mas sem deixar de, por último, levantar uma questão hoje muito
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
01/09/2011
PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478 AMAPÁ
V O T O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
-
Presidente, eu também começo por louvar o brilhante voto do Ministro
Ayres Britto, sobretudo a sua preocupação com o direito do consumidor.
Esse é um direito, mais do que de terceira geração, de quarta geração;
hoje, um direito ainda pouco compreendido e, ainda, que precisa ser
elaborado, seja do ponto de vista conceitual e doutrinário, seja do ponto
de vista jurisprudencial. Estou convicto, de que Sua Excelência deu um
passo avante no sentido de compreendermos melhor o tema.
Mas eu tenho já afirmado neste Plenário, em outras vezes, que,
quando se trata de um serviço de abrangência nacional, ele deve
necessariamente ser regulado nacionalmente, como aliás observou o
Ministro Gilmar Mendes. Não me parece possível que os estados, as
unidades da Federação possam regulá-lo de forma diferenciada.
Acompanho o raciocínio dos Colegas que me precederam no ponto
de vista da base constitucional que dá sustentação à divergência. Nós
temos a previsão de uma competência exclusiva da União para legislar
sobre telecomunicações, nos artigos 21, XI e 22, IV, como já foi observado.
Também o artigo 175 da Constituição, sobretudo nos seus incisos II e III,
faz uma menção expressa à competência deferida à Administração
Federal para regular os direitos dos usuários e a política tarifária; e a
política tarifária, como já foi dito aqui, também, ocorre dentro de uma
concepção e um equilíbrio econômico-financeiro do contrato. Aliás, o
Ministro Luiz Fux tocou nesse ponto, a meu ver, com muita pertinência.
Acompanho a divergência, pedindo vênia ao Ministro Ayres Brito,
mas sem deixar de, por último, levantar uma questão hoje muito
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 30 de 44
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
ADI 4.478 / AP
discutida nos meios acadêmicos e também nos meios políticos, que é a
seguinte: quem controla os controladores? Quem controla as agências
reguladoras? Essa é uma matéria em aberto, ainda. Como é que a
sociedade, ou mesmo o poder político, controla as agências
controladoras? Essa é uma matéria que não está definida. Quer dizer, este
piso que se estabelece de uma forma um tanto quanto unilateral não está
sujeito ao controle de mérito por parte dos poderes políticos e por parte
da própria sociedade.
Outro tema importante que a Academia vem discutindo é
justamente quanto à constitucionalidade do poder normativo e do poder
regulador das agências controladoras ou das agências reguladoras. Ou
seja, esses são temas em aberto e que, a meu ver, se compatibilizam com o
raciocínio do eminente Ministro Ayres Britto.
Lançado esse repto - digamos assim - aos acadêmicos, aos
estudiosos, aos doutrinadores, eu peço vênia para acompanhar a
divergência.
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
ADI 4.478 / AP
discutida nos meios acadêmicos e também nos meios políticos, que é a
seguinte: quem controla os controladores? Quem controla as agências
reguladoras? Essa é uma matéria em aberto, ainda. Como é que a
sociedade, ou mesmo o poder político, controla as agências
controladoras? Essa é uma matéria que não está definida. Quer dizer, este
piso que se estabelece de uma forma um tanto quanto unilateral não está
sujeito ao controle de mérito por parte dos poderes políticos e por parte
da própria sociedade.
Outro tema importante que a Academia vem discutindo é
justamente quanto à constitucionalidade do poder normativo e do poder
regulador das agências controladoras ou das agências reguladoras. Ou
seja, esses são temas em aberto e que, a meu ver, se compatibilizam com o
raciocínio do eminente Ministro Ayres Britto.
Lançado esse repto - digamos assim - aos acadêmicos, aos
estudiosos, aos doutrinadores, eu peço vênia para acompanhar a
divergência.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 31 de 44
Voto - MIN. GILMAR MENDES
01/09/2011
PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478 AMAPÁ
VOTO
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Senhor Presidente,
tal como já disse na minha manifestação inicial, louvo a iniciativa
constante do voto do Ministro Britto, porque realmente nós temos – como
acaba de dizer agora o Ministro Lewandowski – zonas cinzentas, que
demandam esclarecimentos. Todavia, no caso, como já foi aqui ressaltado
a partir do voto do Ministro Fux, vejo com enorme dificuldade a
separação, sob pena de talvez até penalizarmos o consumidor na linha do
Evangelho, pois, querendo fazer o bem, acabamos por fazer o mal,
gerando, então, uma instabilidade nessa relação.
Sem dúvida alguma, o esforço de Sua Excelência talvez possa ser
contemplado naquilo que acaba de ser apontado pelo Ministro
Lewandowski, num direito maior de participação na formulação de
políticas tarifárias, a questão de uma administração participativa.
Algumas agências têm esse tipo de prática: publicam editais chamando
as pessoas para audiência pública sobre determinadas definições de
política.
Eu tenho realmente grande dificuldade de acompanhar Sua
Excelência, tendo em vista essas premissas já assentes em relação à
própria competência da União para legislar sobre o tema. Aqui também
há uma outra lembrança: legislar sobre determinado tema por parte da
União, já de sabença comum, não envolve apenas editar ou promulgar
leis, mas também os atos regulamentares compõem esse quadro.
É bem verdade que aqui não está ainda definitivamente consolidado
esse modelo das próprias agências, quer dizer, se o ato regulatório da
agência é um ato tipicamente regulamentar ou não, se é um regulamento
delegado, se é um regulamento autorizado. No entanto, não é essa a
questão que está posta.
Então, é importante entender que o ato de agência federal é
legislação federal para todos esses fins. Nós poderíamos até discutir
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Supremo Tribunal Federal
01/09/2011
PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478 AMAPÁ
VOTO
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Senhor Presidente,
tal como já disse na minha manifestação inicial, louvo a iniciativa
constante do voto do Ministro Britto, porque realmente nós temos – como
acaba de dizer agora o Ministro Lewandowski – zonas cinzentas, que
demandam esclarecimentos. Todavia, no caso, como já foi aqui ressaltado
a partir do voto do Ministro Fux, vejo com enorme dificuldade a
separação, sob pena de talvez até penalizarmos o consumidor na linha do
Evangelho, pois, querendo fazer o bem, acabamos por fazer o mal,
gerando, então, uma instabilidade nessa relação.
Sem dúvida alguma, o esforço de Sua Excelência talvez possa ser
contemplado naquilo que acaba de ser apontado pelo Ministro
Lewandowski, num direito maior de participação na formulação de
políticas tarifárias, a questão de uma administração participativa.
Algumas agências têm esse tipo de prática: publicam editais chamando
as pessoas para audiência pública sobre determinadas definições de
política.
Eu tenho realmente grande dificuldade de acompanhar Sua
Excelência, tendo em vista essas premissas já assentes em relação à
própria competência da União para legislar sobre o tema. Aqui também
há uma outra lembrança: legislar sobre determinado tema por parte da
União, já de sabença comum, não envolve apenas editar ou promulgar
leis, mas também os atos regulamentares compõem esse quadro.
É bem verdade que aqui não está ainda definitivamente consolidado
esse modelo das próprias agências, quer dizer, se o ato regulatório da
agência é um ato tipicamente regulamentar ou não, se é um regulamento
delegado, se é um regulamento autorizado. No entanto, não é essa a
questão que está posta.
Então, é importante entender que o ato de agência federal é
legislação federal para todos esses fins. Nós poderíamos até discutir
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 32 de 44
Voto - MIN. GILMAR MENDES
ADI 4.478 / AP
eventual legitimidade ou não desse ato, mas não é isso que está em jogo.
E, claro, no caso de telecomunicação, expressamente quis o texto
constitucional conceber um órgão regulador.
De modo que, fazendo essas breves considerações – eu tenho até
voto sobre a matéria em outros casos, citando precedentes e chamando a
atenção para a necessidade de que haja um tratamento unitário –, se nós
estivéssemos aqui diante de competência tipicamente concorrente,
teríamos que levar em conta esse elemento de unidade jurídica, que há de
se ter nesse tipo de prestação de serviço.
Chamando atenção para isso, mas louvando o cuidadoso e brilhante
voto proferido por Sua Excelência, eu fico com a divergência inaugurada
a partir do voto do Ministro Fux.
2
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Supremo Tribunal Federal
ADI 4.478 / AP
eventual legitimidade ou não desse ato, mas não é isso que está em jogo.
E, claro, no caso de telecomunicação, expressamente quis o texto
constitucional conceber um órgão regulador.
De modo que, fazendo essas breves considerações – eu tenho até
voto sobre a matéria em outros casos, citando precedentes e chamando a
atenção para a necessidade de que haja um tratamento unitário –, se nós
estivéssemos aqui diante de competência tipicamente concorrente,
teríamos que levar em conta esse elemento de unidade jurídica, que há de
se ter nesse tipo de prestação de serviço.
Chamando atenção para isso, mas louvando o cuidadoso e brilhante
voto proferido por Sua Excelência, eu fico com a divergência inaugurada
a partir do voto do Ministro Fux.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 33 de 44
Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
01/09/2011
PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478 AMAPÁ
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, a questão
não se resolve no campo de se saber se o usuário é consumidor ou não.
Mas afirmo que o é, tanto que o Estado está submetido ao título da
Constituição Federal referente à ordem econômica, e o princípio básico
dessa ordem é a proteção ao consumidor.
Discute-se algo que se faz presente, a meu ver, no âmbito federal, ou
seja, o contrato de concessão e a tarifa, sendo certo, como ressaltou o
relator, que a política alusiva às tarifas deve estar prevista em lei. Mas
prevalece quanto à concessão a equação inicial, primeira, que resultou em
ter-se a definição do concessionário do serviço público.
Não creio, Presidente, observada até mesmo a ordem natural das
coisas, que a assinatura básica seja um plus em relação a esse contrato,
voltado, tão somente, ao enriquecimento das concessionárias. É parte em
si da contraprestação pelo serviço realizado e é uma parte que atende,
inclusive, ao princípio isonômico, ao tratamento igualitário dos usuários.
Não vou raciocinar com o argumento – que seria teratológico – de
nem mesmo um único usuário do serviço acioná-lo, quando se poderia
questionar como seria mantido para estar ao alcance do grande todo de
usuários. Penso não haver campo para que a atividade normativa dos
Estados repercuta no ajuste inicialmente entabulado e formalizado.
Trouxe, como disse, ao referendo do Tribunal, no semestre passado,
a liminar que implementara em uma ação direta de inconstitucionalidade,
a qual foi confirmada. Iniciamos o julgamento, versando a mesma
matéria, na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.615/SC, e os votos
tomados no sentido da pecha de inconstitucionalidade de lei do Estado
de Santa Catarina formaram maioria: seis votos nesse sentido contra o do
Ministro Ayres Britto – e Sua Excelência está sendo coerente com a
posição adotada em novembro de 2010. Distingo essa situação jurídica –
para não parecer incoerente – daquela outra em que o Estado atua
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Supremo Tribunal Federal
01/09/2011
PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478 AMAPÁ
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, a questão
não se resolve no campo de se saber se o usuário é consumidor ou não.
Mas afirmo que o é, tanto que o Estado está submetido ao título da
Constituição Federal referente à ordem econômica, e o princípio básico
dessa ordem é a proteção ao consumidor.
Discute-se algo que se faz presente, a meu ver, no âmbito federal, ou
seja, o contrato de concessão e a tarifa, sendo certo, como ressaltou o
relator, que a política alusiva às tarifas deve estar prevista em lei. Mas
prevalece quanto à concessão a equação inicial, primeira, que resultou em
ter-se a definição do concessionário do serviço público.
Não creio, Presidente, observada até mesmo a ordem natural das
coisas, que a assinatura básica seja um plus em relação a esse contrato,
voltado, tão somente, ao enriquecimento das concessionárias. É parte em
si da contraprestação pelo serviço realizado e é uma parte que atende,
inclusive, ao princípio isonômico, ao tratamento igualitário dos usuários.
Não vou raciocinar com o argumento – que seria teratológico – de
nem mesmo um único usuário do serviço acioná-lo, quando se poderia
questionar como seria mantido para estar ao alcance do grande todo de
usuários. Penso não haver campo para que a atividade normativa dos
Estados repercuta no ajuste inicialmente entabulado e formalizado.
Trouxe, como disse, ao referendo do Tribunal, no semestre passado,
a liminar que implementara em uma ação direta de inconstitucionalidade,
a qual foi confirmada. Iniciamos o julgamento, versando a mesma
matéria, na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.615/SC, e os votos
tomados no sentido da pecha de inconstitucionalidade de lei do Estado
de Santa Catarina formaram maioria: seis votos nesse sentido contra o do
Ministro Ayres Britto – e Sua Excelência está sendo coerente com a
posição adotada em novembro de 2010. Distingo essa situação jurídica –
para não parecer incoerente – daquela outra em que o Estado atua
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 34 de 44
Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
ADI 4.478 / AP
objetivando realmente a proteção do consumidor, na exigência de
discriminação do serviço prestado.
Assento, de início, que a assinatura básica, o valor cobrado, compõe
o grande todo do contrato de concessão. Por isso, julgo procedentes os
pedidos formulados nas duas ações diretas de inconstitucionalidade,
declarando a inconstitucionalidade das leis estaduais.
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1471519.
Supremo Tribunal Federal
ADI 4.478 / AP
objetivando realmente a proteção do consumidor, na exigência de
discriminação do serviço prestado.
Assento, de início, que a assinatura básica, o valor cobrado, compõe
o grande todo do contrato de concessão. Por isso, julgo procedentes os
pedidos formulados nas duas ações diretas de inconstitucionalidade,
declarando a inconstitucionalidade das leis estaduais.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 35 de 44
Voto - MIN. CEZAR PELUSO
01/09/2011
PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478 AMAPÁ
VOTO
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Eu
também vou pedir vênia ao eminente Ministro Carlos Britto, que, entre
outros elogios, merece o de ser fiel ao seu pensamento.
A minha dificuldade é que, em primeiro lugar, a competência para
legislar sobre telecomunicações, ainda que considerada sua noção stricto
sensu, na verdade envolve um aspecto relevante, o de que as
telecomunicações são objeto de serviço público que é explorado apenas
pela União, diretamente ou indiretamente, mediante autorização,
permissão ou concessão, de modo que essa legislação só pode ser federal,
porque respeita a disciplina de relações da União.
Noutras palavras, como telecomunicações implica serviço público
que é exercido pela União, a legislação sobre a matéria só pode ser
federal, porque, doutro modo, estariam os estados a legislar sobre a
relação jurídica de que é parte a União. Essa é a primeira tese.
Mas, abstraído isso, embora haja entre elas uma ligação - eu diria,
essencial desse ponto de vista -, a competência prevista no artigo 21,
inciso XI, que não é competência legislativa, é competência de exploração
do serviço público, postula o quê? A regulação do contrato de concessão,
inclusive, por via de consequência, sobretudo do seu equilíbrio
econômico-financeiro. Ora, o recebimento ou não de tarifas, ainda que no
âmbito do contrato dependente da concessão, situado entre
concessionária e usuário, interessa de perto ao equilíbrio econômico-
financeiro da concessão, porque, quando se conceda mais do que seria
devido, a concessionária receberá a mais, e aí a União pode sentir-se
prejudicada, ou, quando se dê exatamente o contrário, quando se subtrai
a possibilidade de cobrança de tarifa, o desequilíbrio se dará em desfavor
do concessionário.
Ora, permitir que lei estadual estabeleça regra que interfere no
equilíbrio econômico-financeiro de uma concessão da União é uma
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Supremo Tribunal Federal
01/09/2011
PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478 AMAPÁ
VOTO
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Eu
também vou pedir vênia ao eminente Ministro Carlos Britto, que, entre
outros elogios, merece o de ser fiel ao seu pensamento.
A minha dificuldade é que, em primeiro lugar, a competência para
legislar sobre telecomunicações, ainda que considerada sua noção stricto
sensu, na verdade envolve um aspecto relevante, o de que as
telecomunicações são objeto de serviço público que é explorado apenas
pela União, diretamente ou indiretamente, mediante autorização,
permissão ou concessão, de modo que essa legislação só pode ser federal,
porque respeita a disciplina de relações da União.
Noutras palavras, como telecomunicações implica serviço público
que é exercido pela União, a legislação sobre a matéria só pode ser
federal, porque, doutro modo, estariam os estados a legislar sobre a
relação jurídica de que é parte a União. Essa é a primeira tese.
Mas, abstraído isso, embora haja entre elas uma ligação - eu diria,
essencial desse ponto de vista -, a competência prevista no artigo 21,
inciso XI, que não é competência legislativa, é competência de exploração
do serviço público, postula o quê? A regulação do contrato de concessão,
inclusive, por via de consequência, sobretudo do seu equilíbrio
econômico-financeiro. Ora, o recebimento ou não de tarifas, ainda que no
âmbito do contrato dependente da concessão, situado entre
concessionária e usuário, interessa de perto ao equilíbrio econômico-
financeiro da concessão, porque, quando se conceda mais do que seria
devido, a concessionária receberá a mais, e aí a União pode sentir-se
prejudicada, ou, quando se dê exatamente o contrário, quando se subtrai
a possibilidade de cobrança de tarifa, o desequilíbrio se dará em desfavor
do concessionário.
Ora, permitir que lei estadual estabeleça regra que interfere no
equilíbrio econômico-financeiro de uma concessão da União é uma
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 36 de 44
Voto - MIN. CEZAR PELUSO
ADI 4.478 / AP
interferência, a meu ver, indevida na economia e na autonomia da União.
E, finalmente, o aspecto que também já foi relembrado sob vários
pontos de vista: as normas gerais sobre tarifas têm sempre caráter de
generalidade. E a regra aqui teria que ser realmente concebida em termos
de generalidade, pois se destina a regulamentar a exigibilidade de tarifa
que vale para todo o país, em sendo o serviço de caráter nacional. A
concessão é de caráter nacional, a concessão não pode ser fragmentada,
do ponto de vista de certos interesses, para ser tratada de um modo num
estado e tratada de outro modo noutro estado.
O que isso significa? Que a norma que deve regular a questão das
tarifas tem que ser norma de caráter geral; sendo norma de caráter geral,
é de exclusiva competência da União. O que os estados têm, de acordo
com o art. 24, § 3º, da CF, é competência para ditar normas específicas
para atender a suas peculiaridades, isto é, peculiaridades dos estados.
Ora, não existe peculiaridade nenhuma na raiz, na origem do problema
do pagamento, ou não, da tarifa por assinatura básica. Isso não constitui
questão singular de algum estado; é questão que diz respeito à totalidade
dos estados, que estão submetidos à mesma prestação de serviço público.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Permite-me, Ministro Peluso?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Pois
não.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Por isso que o art. 93 da Lei nº 9.472 diz o seguinte:
"Art. 93. O contrato de concessão indicará:
(...)
VII - as tarifas a serem cobradas dos usuários e os
critérios para seu reajuste e revisão;"
Exatamente na linha do que destaca Vossa Excelência.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Aí tudo
certo.
2
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Supremo Tribunal Federal
ADI 4.478 / AP
interferência, a meu ver, indevida na economia e na autonomia da União.
E, finalmente, o aspecto que também já foi relembrado sob vários
pontos de vista: as normas gerais sobre tarifas têm sempre caráter de
generalidade. E a regra aqui teria que ser realmente concebida em termos
de generalidade, pois se destina a regulamentar a exigibilidade de tarifa
que vale para todo o país, em sendo o serviço de caráter nacional. A
concessão é de caráter nacional, a concessão não pode ser fragmentada,
do ponto de vista de certos interesses, para ser tratada de um modo num
estado e tratada de outro modo noutro estado.
O que isso significa? Que a norma que deve regular a questão das
tarifas tem que ser norma de caráter geral; sendo norma de caráter geral,
é de exclusiva competência da União. O que os estados têm, de acordo
com o art. 24, § 3º, da CF, é competência para ditar normas específicas
para atender a suas peculiaridades, isto é, peculiaridades dos estados.
Ora, não existe peculiaridade nenhuma na raiz, na origem do problema
do pagamento, ou não, da tarifa por assinatura básica. Isso não constitui
questão singular de algum estado; é questão que diz respeito à totalidade
dos estados, que estão submetidos à mesma prestação de serviço público.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Permite-me, Ministro Peluso?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Pois
não.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Por isso que o art. 93 da Lei nº 9.472 diz o seguinte:
"Art. 93. O contrato de concessão indicará:
(...)
VII - as tarifas a serem cobradas dos usuários e os
critérios para seu reajuste e revisão;"
Exatamente na linha do que destaca Vossa Excelência.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Aí tudo
certo.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 37 de 44
Voto - MIN. CEZAR PELUSO
ADI 4.478 / AP
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
E o inciso IX:
"IX - os direitos, as garantias e as obrigações dos usuários,
da Agência e da concessionária;"
E segue por aí.
O art. 19 da mesma Lei nº 9.472 dispõe que:
"Art. 19. À Agência compete adotar as medidas
necessárias para o atendimento do interesse público e para o
desenvolvimento das telecomunicações brasileiras, atuando
com
independência,
imparcialidade,
legalidade,
impessoalidade e publicidade, e especialmente:
(...)
VII - controlar, acompanhar e proceder à revisão de tarifas
dos serviços prestados no regime público, podendo fixá-las nas
condições previstas nesta Lei, bem como homologar reajustes;"
Portanto, a Lei nº 9.472, que disciplina, especificamente, a
organização dos serviços de telecomunicações e os direitos dos usuários
desse serviço público, atribui ao órgão regulador a competência para
adotar as medidas necessárias relativamente à fixação e à revisão de
tarifas, as quais, por sua vez, já são indicadas nos contratos de concessão
acompanhadas dos critérios para seu reajuste e revisão. Não há, nesse
campo, espaço para atuação da legislação estadual.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Mas não
tem tarifa básica, mínima. Tarifa mínima não existe.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) -
Noutras palavras, essa lei, na verdade, atende à lógica do art. 24, § 3º.
Então, mais uma vez pedindo vênia a Vossa Excelência, também vou
acompanhar a divergência e julgar procedentes as ações.
3
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ADI 4.478 / AP
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
E o inciso IX:
"IX - os direitos, as garantias e as obrigações dos usuários,
da Agência e da concessionária;"
E segue por aí.
O art. 19 da mesma Lei nº 9.472 dispõe que:
"Art. 19. À Agência compete adotar as medidas
necessárias para o atendimento do interesse público e para o
desenvolvimento das telecomunicações brasileiras, atuando
com
independência,
imparcialidade,
legalidade,
impessoalidade e publicidade, e especialmente:
(...)
VII - controlar, acompanhar e proceder à revisão de tarifas
dos serviços prestados no regime público, podendo fixá-las nas
condições previstas nesta Lei, bem como homologar reajustes;"
Portanto, a Lei nº 9.472, que disciplina, especificamente, a
organização dos serviços de telecomunicações e os direitos dos usuários
desse serviço público, atribui ao órgão regulador a competência para
adotar as medidas necessárias relativamente à fixação e à revisão de
tarifas, as quais, por sua vez, já são indicadas nos contratos de concessão
acompanhadas dos critérios para seu reajuste e revisão. Não há, nesse
campo, espaço para atuação da legislação estadual.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR) - Mas não
tem tarifa básica, mínima. Tarifa mínima não existe.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) -
Noutras palavras, essa lei, na verdade, atende à lógica do art. 24, § 3º.
Então, mais uma vez pedindo vênia a Vossa Excelência, também vou
acompanhar a divergência e julgar procedentes as ações.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 38 de 44
Voto - MIN. LUIZ FUX
01/09/2011
PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478 AMAPÁ
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX: A legitimidade da requerente para a
propositura de ADIn, com base no art. 103, IX, da CF, já restou
reconhecida pelo Plenário desta Corte, como se extrai dos precedentes
firmados no julgamento do referendo à Medida Cautelar na ADIn nº
4.369/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, e da Medida Cautelar na ADIn nº
4.603/RN, Rel. Min. Dias Toffoli.
No mérito, com a devida vênia do substancioso voto do Min. Rel.
Ayres Britto, que vem sustentando, de forma coerente e fundamentada, a
mesma orientação em sucessivos pronunciamentos neste Plenário,
entendo que o pedido deve ser julgado procedente, porquanto incorreu
em inconstitucionalidade formal a Lei nº 1.336/09 do Estado do Amapá ao
se imiscuir no âmago do marco regulatório dos serviços públicos federais
de telecomunicações.
Com efeito, a Constituição estabelece, em seu art. 22, IV, ser
competência privativa da União “legislar sobre: (…) águas, energia,
informática, telecomunicações e radiodifusão”. Afirma também, já no âmbito
da competência administrativa, que cabe à União “explorar, diretamente ou
mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações,
nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um
órgão regulador e outros aspectos institucionais” (CF, art. 21, XI).
Nesse contexto, há uma inexorável relação entre a titularidade da
competência legislativa e administrativa para disciplinar e prestar os
serviços públicos de telecomunicações e, de outro lado, a fixação do
regime jurídico da composição da tarifa através da qual será remunerada
essa mesma atividade. Em última análise, não poderia ficar a cargo da
Supremo Tribunal Federal
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01/09/2011
PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478 AMAPÁ
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX: A legitimidade da requerente para a
propositura de ADIn, com base no art. 103, IX, da CF, já restou
reconhecida pelo Plenário desta Corte, como se extrai dos precedentes
firmados no julgamento do referendo à Medida Cautelar na ADIn nº
4.369/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, e da Medida Cautelar na ADIn nº
4.603/RN, Rel. Min. Dias Toffoli.
No mérito, com a devida vênia do substancioso voto do Min. Rel.
Ayres Britto, que vem sustentando, de forma coerente e fundamentada, a
mesma orientação em sucessivos pronunciamentos neste Plenário,
entendo que o pedido deve ser julgado procedente, porquanto incorreu
em inconstitucionalidade formal a Lei nº 1.336/09 do Estado do Amapá ao
se imiscuir no âmago do marco regulatório dos serviços públicos federais
de telecomunicações.
Com efeito, a Constituição estabelece, em seu art. 22, IV, ser
competência privativa da União “legislar sobre: (…) águas, energia,
informática, telecomunicações e radiodifusão”. Afirma também, já no âmbito
da competência administrativa, que cabe à União “explorar, diretamente ou
mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações,
nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um
órgão regulador e outros aspectos institucionais” (CF, art. 21, XI).
Nesse contexto, há uma inexorável relação entre a titularidade da
competência legislativa e administrativa para disciplinar e prestar os
serviços públicos de telecomunicações e, de outro lado, a fixação do
regime jurídico da composição da tarifa através da qual será remunerada
essa mesma atividade. Em última análise, não poderia ficar a cargo da
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 39 de 44
Voto - MIN. LUIZ FUX
ADI 4.478 / AP
União o dever de prestar determinado serviço público, com o necessário
planejamento da estrutura global subjacente a essa atividade, caso não lhe
fosse reconhecido também o poder de estabelecer o modo particular como
ocorrerá a remuneração desse serviço, elemento indispensável para a
preservação do equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão
e, por consequência, da manutenção do próprio sistema de prestação da
atividade.
Entender de modo contrário, em interpretação de certa forma
alargada da competência concorrente dos Estados-membros para a edição
de normas específicas em matéria de consumidor (CF, art. 24, V e VII),
acabaria por manietar a União dos meios indispensáveis para se
desincumbir de sua competência constitucional expressa, frustrando a
teleologia dos arts. 21, XI, e 22, IV, da Constituição.
Esse vínculo necessário entre a titularidade de determinado serviço
público e a prerrogativa de fixação do regime remuneratório da atividade
é revelado, ademais, pela redação do art. 175, parágrafo único, III, da
Constituição Federal. Com efeito, no referido dispositivo reside, como
não se ignora, a sede material da disciplina constitucional da delegação
de serviços públicos através dos contratos de concessão e de permissão.
Nesse contexto, assentou o constituinte, no parágrafo único do
dispositivo, que “a lei” - de cada ente federativo titular do serviço, ressalto,
no espaço evidentemente deixado pela competência da União prevista no
art. 22, XXVII, da CF, como reconheceu este STF no julgamento cautelar e
definitivo da ADIn nº 3.322/DF, Rel. Min. Cezar Peluso – “disporá sobre:
(…) III - política tarifária”. Ora, se a fixação da política tarifária fosse
verdadeiramente algo diverso do domínio da concessão de serviço
público, inserida, por hipótese, na competência legislativa concorrente do
art. 24, V e VII, da Constituição, não haveria motivo para que o
constituinte incluísse o referido inciso ao tratar dos serviços públicos na
regra geral do art. 175 da Constituição Federal.
2
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ADI 4.478 / AP
União o dever de prestar determinado serviço público, com o necessário
planejamento da estrutura global subjacente a essa atividade, caso não lhe
fosse reconhecido também o poder de estabelecer o modo particular como
ocorrerá a remuneração desse serviço, elemento indispensável para a
preservação do equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão
e, por consequência, da manutenção do próprio sistema de prestação da
atividade.
Entender de modo contrário, em interpretação de certa forma
alargada da competência concorrente dos Estados-membros para a edição
de normas específicas em matéria de consumidor (CF, art. 24, V e VII),
acabaria por manietar a União dos meios indispensáveis para se
desincumbir de sua competência constitucional expressa, frustrando a
teleologia dos arts. 21, XI, e 22, IV, da Constituição.
Esse vínculo necessário entre a titularidade de determinado serviço
público e a prerrogativa de fixação do regime remuneratório da atividade
é revelado, ademais, pela redação do art. 175, parágrafo único, III, da
Constituição Federal. Com efeito, no referido dispositivo reside, como
não se ignora, a sede material da disciplina constitucional da delegação
de serviços públicos através dos contratos de concessão e de permissão.
Nesse contexto, assentou o constituinte, no parágrafo único do
dispositivo, que “a lei” - de cada ente federativo titular do serviço, ressalto,
no espaço evidentemente deixado pela competência da União prevista no
art. 22, XXVII, da CF, como reconheceu este STF no julgamento cautelar e
definitivo da ADIn nº 3.322/DF, Rel. Min. Cezar Peluso – “disporá sobre:
(…) III - política tarifária”. Ora, se a fixação da política tarifária fosse
verdadeiramente algo diverso do domínio da concessão de serviço
público, inserida, por hipótese, na competência legislativa concorrente do
art. 24, V e VII, da Constituição, não haveria motivo para que o
constituinte incluísse o referido inciso ao tratar dos serviços públicos na
regra geral do art. 175 da Constituição Federal.
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 40 de 44
Voto - MIN. LUIZ FUX
ADI 4.478 / AP
Por certo, não parece lícito afirmar que toda e qualquer legislação
estadual, pelo só fato de acarretar custos ainda que indiretos na prestação
de determinado serviço público federal, sofra de vício de
inconstitucionalidade formal; se assim fosse, não caberia ao Estado sequer
legislar sobre direito ambiental (CF, art. 24, VI), na medida em que a
adaptação ao conteúdo de regras locais pode - como frequentemente
ocorre - acarretar custos para que sejam atendidas pelos agentes
econômicos que atuem no território, no que se incluem, eventualmente,
também as concessionárias de serviço público federal (MASCARENHAS,
Rodrigo Tostes de Alencar. Direito das Telecomunicações, Belo Horizonte:
Editora Fórum, 2008, p. 37-8). Mas, a rigor, no caso presente o art. 175,
parágrafo único, III, da CF já representa desde logo uma opção específica
do Constituinte em afastar a leitura ampla da competência concorrente
dos Estados para legislarem sobre consumo, situando a “política tarifária”
exclusivamente sob a competência do ente federativo ao qual cabe a
prestação do serviço.
De outro lado, a invocação do art. 24, V e VII, da CF ao presente caso
encontra ainda outro óbice. É que a relação entre o usuário e a prestadora
do serviço público possui uma natureza específica, informada por
princípios próprios, notadamente o da solidariedade social (CF, art. 3º, I),
que não pode ser simplesmente aproximada da corriqueira relação
consumerista, na qual prepondera a ótica individualista, como bem
ressaltado pelo voto proferido pelo Min. Eros Grau no julgamento da
medida cautelar na ADIn nº 3.322/DF, Rel. Min. Cezar Peluso. Não é por
outra razão, aliás, que a sede material específica, na Constituição Federal,
para a instituição das balizas infraconstitucionais nesse tema reside no já
referido art. 175, parágrafo único, cujo inc. II expressamente reclama a
atuação do legislador para a disciplina dos “direitos dos usuários”.
Portanto, descabe a referida ilação de que todo serviço federal que faça
nascer uma relação jurídica na qual figure, de um lado, o prestador de
serviço e, de outro, o usuário seja necessariamente uma relação de
consumo, capaz de ser regulada pela legislação estadual.
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Supremo Tribunal Federal
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ADI 4.478 / AP
Por certo, não parece lícito afirmar que toda e qualquer legislação
estadual, pelo só fato de acarretar custos ainda que indiretos na prestação
de determinado serviço público federal, sofra de vício de
inconstitucionalidade formal; se assim fosse, não caberia ao Estado sequer
legislar sobre direito ambiental (CF, art. 24, VI), na medida em que a
adaptação ao conteúdo de regras locais pode - como frequentemente
ocorre - acarretar custos para que sejam atendidas pelos agentes
econômicos que atuem no território, no que se incluem, eventualmente,
também as concessionárias de serviço público federal (MASCARENHAS,
Rodrigo Tostes de Alencar. Direito das Telecomunicações, Belo Horizonte:
Editora Fórum, 2008, p. 37-8). Mas, a rigor, no caso presente o art. 175,
parágrafo único, III, da CF já representa desde logo uma opção específica
do Constituinte em afastar a leitura ampla da competência concorrente
dos Estados para legislarem sobre consumo, situando a “política tarifária”
exclusivamente sob a competência do ente federativo ao qual cabe a
prestação do serviço.
De outro lado, a invocação do art. 24, V e VII, da CF ao presente caso
encontra ainda outro óbice. É que a relação entre o usuário e a prestadora
do serviço público possui uma natureza específica, informada por
princípios próprios, notadamente o da solidariedade social (CF, art. 3º, I),
que não pode ser simplesmente aproximada da corriqueira relação
consumerista, na qual prepondera a ótica individualista, como bem
ressaltado pelo voto proferido pelo Min. Eros Grau no julgamento da
medida cautelar na ADIn nº 3.322/DF, Rel. Min. Cezar Peluso. Não é por
outra razão, aliás, que a sede material específica, na Constituição Federal,
para a instituição das balizas infraconstitucionais nesse tema reside no já
referido art. 175, parágrafo único, cujo inc. II expressamente reclama a
atuação do legislador para a disciplina dos “direitos dos usuários”.
Portanto, descabe a referida ilação de que todo serviço federal que faça
nascer uma relação jurídica na qual figure, de um lado, o prestador de
serviço e, de outro, o usuário seja necessariamente uma relação de
consumo, capaz de ser regulada pela legislação estadual.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 41 de 44
Voto - MIN. LUIZ FUX
ADI 4.478 / AP
Com razão, portanto, a manifestação nestes autos do Procurador-
Geral da República, ao asseverar que, “tem-se, portanto, que: (i) lei sobre
telecomunicações é necessariamente de caráter federal; (ii) por ser um serviço
público entregue a concessão, compete à lei que dispuser sobre a política tarifária
também tratar de direito dos usuários. Não há que se falar em eventual relação
consumerista”.
O Plenário deste Supremo Tribunal Federal tem reiterado este
entendimento em diversas oportunidades, invalidando as tentativas
estaduais de interferência em aspectos regulatórios do serviço público
federal de telecomunicações. Transcrevo, nesse sentido, as ementas dos
seguintes precedentes, verbis:
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
IMPUGNAÇÃO DA LEI DISTRITAL N. 3.596. IMPOSIÇÃO, ÀS
EMPRESAS DE TELEFONIA FIXA QUE OPERAM NO
DISTRITO FEDERAL, DE INSTALAÇÃO DE CONTADORES
DE PULSO EM CADA PONTO DE CONSUMO. VIOLAÇÃO
DO ARTIGO 22, IV, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 1. A Lei
distrital n. 3.596 é inconstitucional, visto que dispõe sobre
matéria de competência da União, criando obrigação não
prevista nos respectivos contratos de concessão do serviço
público, a serem cumpridas pelas concessionárias de telefonia
fixa --- artigo 22, inciso IV, da Constituição do Brasil. 2. Pedido
julgado procedente para declarar inconstitucional a Lei distrital
n. 3.596/05. (ADI 3533, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal
Pleno, julgado em 02/08/2006, DJ 06-10-2006 PP-00032 EMENT
VOL-02250-02 PP-00216 RTJ VOL-00200-01 PP-00084)
COMPETÊNCIA NORMATIVA ESTADUAL – SERVIÇO
DE TELEFONIA – ASSINATURA MENSAL. Surge, com
relevância capaz de respaldar a concessão de medida
acauteladora, pedido no sentido de declarar-se a
inconstitucionalidade de lei estadual que haja implicado a
4
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1465150.
Supremo Tribunal Federal
ADI 4.478 / AP
Com razão, portanto, a manifestação nestes autos do Procurador-
Geral da República, ao asseverar que, “tem-se, portanto, que: (i) lei sobre
telecomunicações é necessariamente de caráter federal; (ii) por ser um serviço
público entregue a concessão, compete à lei que dispuser sobre a política tarifária
também tratar de direito dos usuários. Não há que se falar em eventual relação
consumerista”.
O Plenário deste Supremo Tribunal Federal tem reiterado este
entendimento em diversas oportunidades, invalidando as tentativas
estaduais de interferência em aspectos regulatórios do serviço público
federal de telecomunicações. Transcrevo, nesse sentido, as ementas dos
seguintes precedentes, verbis:
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
IMPUGNAÇÃO DA LEI DISTRITAL N. 3.596. IMPOSIÇÃO, ÀS
EMPRESAS DE TELEFONIA FIXA QUE OPERAM NO
DISTRITO FEDERAL, DE INSTALAÇÃO DE CONTADORES
DE PULSO EM CADA PONTO DE CONSUMO. VIOLAÇÃO
DO ARTIGO 22, IV, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 1. A Lei
distrital n. 3.596 é inconstitucional, visto que dispõe sobre
matéria de competência da União, criando obrigação não
prevista nos respectivos contratos de concessão do serviço
público, a serem cumpridas pelas concessionárias de telefonia
fixa --- artigo 22, inciso IV, da Constituição do Brasil. 2. Pedido
julgado procedente para declarar inconstitucional a Lei distrital
n. 3.596/05. (ADI 3533, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal
Pleno, julgado em 02/08/2006, DJ 06-10-2006 PP-00032 EMENT
VOL-02250-02 PP-00216 RTJ VOL-00200-01 PP-00084)
COMPETÊNCIA NORMATIVA ESTADUAL – SERVIÇO
DE TELEFONIA – ASSINATURA MENSAL. Surge, com
relevância capaz de respaldar a concessão de medida
acauteladora, pedido no sentido de declarar-se a
inconstitucionalidade de lei estadual que haja implicado a
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 42 de 44
Voto - MIN. LUIZ FUX
ADI 4.478 / AP
proibição de cobrança de assinatura mensal (assinatura básica)
nos serviços de telefonia. (ADI 4369 MC-REF, Relator(a): Min.
MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 23/06/2010,
DJe-082 DIVULG 03-05-2011 PUBLIC 04-05-2011 EMENT VOL-
02514-01 PP-00001)
Recentemente, esta mesma orientação restou assentada no
julgamento da medida cautelar na ADIn nº 4.603/RN, Rel. Min. Dias
Toffoli, deferida pelo Pleno deste Tribunal, por maioria, em 26 de maio de
2011.
Ex positis, e pedindo vênia ao Min. Rel. Ayres Britto, voto pela
procedência do pedido, declarando a inconstitucionalidade da Lei nº
1.336/09 do Estado do Amapá.
É como voto.
5
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ADI 4.478 / AP
proibição de cobrança de assinatura mensal (assinatura básica)
nos serviços de telefonia. (ADI 4369 MC-REF, Relator(a): Min.
MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 23/06/2010,
DJe-082 DIVULG 03-05-2011 PUBLIC 04-05-2011 EMENT VOL-
02514-01 PP-00001)
Recentemente, esta mesma orientação restou assentada no
julgamento da medida cautelar na ADIn nº 4.603/RN, Rel. Min. Dias
Toffoli, deferida pelo Pleno deste Tribunal, por maioria, em 26 de maio de
2011.
Ex positis, e pedindo vênia ao Min. Rel. Ayres Britto, voto pela
procedência do pedido, declarando a inconstitucionalidade da Lei nº
1.336/09 do Estado do Amapá.
É como voto.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 43 de 44
Decisão de Julgamento
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478
PROCED. : AMAPÁ
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. LUIZ FUX
REQTE.(S) : ASSOCIACAO BRASILEIRA DE PRESTADORAS DE SERVIÇO
TELEFONICO FIXO COMUTADO-ABRAFIX
ADV.(A/S) : GUSTAVO HENRIQUE CAPUTO BASTOS E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S) : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO AMAPÁ
Decisão: O Tribunal, por maioria, julgou procedente a ação
direta, contra o voto do Senhor Ministro Ayres Britto (Relator).
Votou o Presidente, Ministro Cezar Peluso. Redigirá o acórdão o
Senhor Ministro Luiz Fux. Ausente, justificadamente, o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa. Falou pela requerente o Dr. Ademir
Coelho Araújo. Plenário, 01.09.2011.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar
Mendes, Ayres Britto, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias
Toffoli e Luiz Fux.
Procurador-Geral da República, Dr. Roberto Monteiro Gurgel
Santos.
p/ Luiz Tomimatsu
Secretário
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PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.478
PROCED. : AMAPÁ
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. LUIZ FUX
REQTE.(S) : ASSOCIACAO BRASILEIRA DE PRESTADORAS DE SERVIÇO
TELEFONICO FIXO COMUTADO-ABRAFIX
ADV.(A/S) : GUSTAVO HENRIQUE CAPUTO BASTOS E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S) : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO AMAPÁ
Decisão: O Tribunal, por maioria, julgou procedente a ação
direta, contra o voto do Senhor Ministro Ayres Britto (Relator).
Votou o Presidente, Ministro Cezar Peluso. Redigirá o acórdão o
Senhor Ministro Luiz Fux. Ausente, justificadamente, o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa. Falou pela requerente o Dr. Ademir
Coelho Araújo. Plenário, 01.09.2011.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar
Mendes, Ayres Britto, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias
Toffoli e Luiz Fux.
Procurador-Geral da República, Dr. Roberto Monteiro Gurgel
Santos.
p/ Luiz Tomimatsu
Secretário
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 44 de 44
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1595323 | 2011-09-01T00:00:00 | 2011-11-30T00:00:00 | O Tribunal, por maioria, julgou procedente a ação direta, contra o voto do Senhor Ministro Ayres Britto (Relator). Votou o Presidente, Ministro Cezar Peluso. Redigirá o acórdão o Senhor Ministro Luiz Fux. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. Falou pela requerente o Dr. Ademir Coelho Araújo. Plenário, 01.09.2011. | AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE | Ementa: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. COMPETÊNCIA DA UNIÃO PARA LEGISLAR E PRESTAR OS SERVIÇOS PÚBLICOS DE TELECOMUNICAÇÕES (CF, ART. 21, XI, E 22, IV). LEI Nº 1.336/09 DO ESTADO DO AMAPÁ. PROIBIÇÃO DE COBRANÇA DE ASSINATURA BÁSICA NOS SERVIÇOS DE TELEFONIA FIXA E MÓVEL. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL. FIXAÇÃO DA POLÍTICA TARIFÁRIA COMO PRERROGATIVA INERENTE À TITULARIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO (CF, ART. 175, PARÁGRAFO ÚNICO, III). AFASTAMENTO DA COMPETÊNCIA CONCORRENTE DO ESTADO-MEMBRO PARA LEGISLAR SOBRE CONSUMO (CF, ART. 24, V E VII). USUÁRIO DE SERVIÇOS PÚBLICOS CUJO REGIME GUARDA DISTINÇÃO COM A FIGURA DO CONSUMIDOR (CF, ART. 175, PARÁGRAFO ÚNICO, II). PRECEDENTES. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO.
1. O sistema federativo instituído pela Constituição Federal de 1988 torna inequívoco que cabe à União a competência legislativa e administrativa para a disciplina e a prestação dos serviços públicos de telecomunicações (CF, art. 21, XI, e 22, IV).
2. A Lei nº 1.336/09 do Estado do Amapá, ao proibir a cobrança de tarifa de assinatura básica nos serviços de telefonia fixa e móvel, incorreu em inconstitucionalidade formal, porquanto necessariamente inserida a fixação da ”política tarifária” no âmbito de poderes inerentes à titularidade de determinado serviço público, como prevê o art. 175, parágrafo único, III, da Constituição, elemento indispensável para a preservação do equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão e, por consequência, da manutenção do próprio sistema de prestação da atividade.
3. Inexiste, in casu, suposto respaldo para o diploma impugnado na competência concorrente dos Estados-membros para dispor sobre direito do consumidor (CF, art. 24, V e VII), cuja interpretação não pode conduzir à frustração da teleologia da referida regra expressa contida no art. 175, parágrafo único, III, da CF, descabendo, ademais, a aproximação entre as figuras do consumidor e do usuário de serviços públicos, já que o regime jurídico deste último, além de informado pela lógica da solidariedade social (CF, art. 3º, I), encontra sede específica na cláusula “direitos dos usuários” prevista no art. 175, parágrafo único, II, da Constituição.
4. Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada procedente. | sjur202086 | - Acórdãos citados: ADI 3322 MC, ADI 3533, ADI 4369 MC-REF,
ADI 4603 MC - Tribunal Pleno, RE 351750.
- Decisão monocrática citada: ADI 2615.
Número de páginas: 44.
Análise: 16/12/2011, KBP.
Revisão: 30/01/2012, SEV. | AYRES BRITTO | Tribunal Pleno | 4478 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00003 INC-00001 ART-00005 INC-00032\r\n INC-00033 INC-00044 INC-00073 INC-00074\r\n ART-00021 INC-00011 ART-00022 INC-00004\r\n INC-00027 ART-00024 INC-00005 INC-00006 \r\n INC-00007 INC-00008 PAR-00001 PAR-00002\r\n PAR-00003 ART-00048 ART-00103 INC-00009\r\n ART-00145 INC-00002 ART-00150 PAR-00005 \r\n ART-00155 PAR-00002 INC-00007 LET-A LET-B\r\n ART-00170 INC-00005 ART-00173 PAR-00004 \r\n ART-00175 PAR-ÚNICO INC-00002 INC-00003 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED LEI-008078 ANO-1990\r\n ART-00004 INC-00007 ART-00006 INC-00010\r\n ART-00051 INC-00004 \r\n CDC-1990 CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR\r\n",
"LEG-FED LEI-004117 ANO-1962\r\n ART-00004 ART-00005 ART-00006 ART-00007\r\n ART-00008 ART-00009 ART-00030 ART-00093\r\n INC-00007 ART-00103 PAR-00003 PAR-00004\r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-FED LEI-008987 ANO-1995\r\n ART-00007 \r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-FED LEI-009433 ANO-1997\r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-FED LEI-009472 ANO-1997\r\n ART-00003 INC-00004 ART-00019 INC-00007\r\n ART-00060 ART-00061 ART-00093 INC-00007\r\n INC-00009 ART-00103 PAR-00003 PAR-00004\r\n ART-00145 ART-00146 ART-00147 ART-00148 \r\n ART-00149 ART-00150 ART-00151 ART-00152\r\n ART-00153 ART-00154 ART-00155 ART-00156 \r\n ART-00157 ART-00158 ART-00159 ART-00160\r\n ART-00161 ART-00162 ART-00163 ART-00164\r\n ART-00165 ART-00166 ART-00167 ART-00168\r\n ART-00169 ART-00170 ART-00171 ART-00172 \r\n LEI GERAL DE TELECOMUNICAÇÕES\r\n",
"LEG-FED RES-000085 ANO-1998\r\n ART-00003 INC-00022\r\n RESOLUÇÃO DA AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES - ANATEL\r\n",
"LEG-FED RES-000042 ANO-2005\r\n RESOLUÇÃO DA AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES - ANATEL\r\n",
"LEG-FED RES-000426 ANO-2005\r\n RESOLUÇÃO DO REGULAMENTO DO SERVIÇO TELEFÔNICO COMUTADO\r\n",
"LEG-EST LEI-001336 ANO-2009\r\n LEI ORDINÁRIA, AP"
] | ADI | acordaos | ADI 4478 | [
""
] | REQTE.(S) : ABRAFIX - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CONCESSIONÁRIAS DE SERVIÇO TELEFÔNICO FIXO COMUTADO
ADV.(A/S) : GUSTAVO HENRIQUE CAPUTO BASTOS E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S) : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO AMAPÁ | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 478",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 478",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 478",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 478",
"ADI",
"-",
"MC 4369",
"ADI 2615",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 478",
"ADI",
"-",
"MC 4369",
"ADI 2615",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"RE 351750",
"ADI",
"-",
"MC 3322",
"ADI 4 . 478 / AP",
"RE 351750",
"ADI",
"-",
"MC 3322",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP “",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"AÇÃO",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 478",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade [UNK] 2 . 615 / SC",
"ADI 4 . 478 / AP",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade [UNK] 2 . 615 / SC",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 478",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 478",
"ADI 4 . 478 / AP",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade [UNK] 2 . 615 / SC",
"ADI 4 . 478 / AP",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade [UNK] 2 . 615 / SC",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 478",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 478",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 478",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 478",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 478",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 478",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 478",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 478",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade [UNK] 2 . 615 / SC",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 478",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade [UNK] 2 . 615 / SC",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 478",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 478",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4 . 478 / AP",
"Medida Cautelar na ADIn [UNK] 4 . 369 / SP",
"Medida Cautelar na ADIn [UNK] 4 . 603 / RN",
"Medida Cautelar na ADIn [UNK] 4 . 369 / SP",
"ADIn [UNK] 4 . 603 / RN",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADIn [UNK] 3 . 322 / DF",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADIn [UNK] 3 . 322 / DF",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADIn [UNK] 3 . 322 / DF",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADIn [UNK] 3",
".",
"322",
"/",
"DF",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 3533",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 3533",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4369 MC - REF",
"ADIn [UNK] 4 . 603 / RN",
"ADI 4 . 478 / AP",
"ADI 4369 MC - REF",
"ADIn [UNK] 4 . 603 / RN",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 478",
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4 . 478"
],
"LEGISLACAO": [
"CF , ART . 21 , XI , E 22 , IV",
"LEI [UNK] 1 . 336 / 09",
"CF , ART . 175 , PARÁGRAFO ÚNICO , III",
"CF , ART . 24 , V E VII",
"CF , ART . 175 , PARÁGRAFO ÚNICO , II",
"Constituição Federal de 1988",
"CF , art . 21 , XI , e 22 , IV",
"Lei [UNK] 1 . 336 / 09",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 175 , parágrafo único , III , da Constituição",
"CF , art . 24 , V e VII",
"art . 175 , parágrafo único , III , da CF",
"art . 175 , parágrafo único , II , da Constituição .",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 175 , parágrafo único , III , da Constituição",
"CF , art . 24 , V e VII",
"art . 175 , parágrafo único , III , da CF",
"CF , art . [UNK] , I",
"art . 175 , parágrafo único , II , da Constituição .",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 1 . 336",
"parágrafo único do art . 57 , da Lei 8 . 078",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 1 .",
"parágrafo único do art . 57 , da Lei 8 . 078",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso IV do art . 22 da CF",
"Lei 1 . 336 / 2009",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso IV do art . 22 da CF",
"Lei 1 . 336 / 2009",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Amapaense",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Amapaense",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] da Lei 4 . 117 / 1962",
"arts .",
"arts . 145 a 172 , todos da Lei Federal 9 . 472 / 1997",
"Lei Geral de Telecomunicações",
"arts . [UNK] a [UNK] e 30 da Lei 4 . 117 / 1962",
"Código Brasileiro de Telecomunicações",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"[UNK] da Lei 4 . 117 / 1962",
"arts . 145 a 172 , todos da Lei Federal 9 . 472 / 1997",
"Lei Geral de Telecomunicações",
"arts . [UNK] a [UNK] e 30 da Lei 4 . 117 / 1962",
"Código Brasileiro de Telecomunicações",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 9 . 472 / 1997",
"Lei Geral de Telecomunicações",
"Lei [UNK] 4 . 117 / 1962",
"Código Brasileiro de Telecomunicações",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 9 . 472 / 1997",
"Lei Geral de Telecomunicações",
"Lei [UNK] 4 . 117 / 1962",
"Código Brasileiro de Telecomunicações",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Regulamento",
"Resolução 426 / 2005",
"Resoluções",
"ANATEL 42 / 2005",
"85",
"/",
"19981",
"inciso VII do art . 93 e § § [UNK] e [UNK] do art . 103 da LGT",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Resoluções",
"ANATEL 42 / 2005",
"85",
"/",
"19981",
"art . 93 e § § [UNK] e [UNK] do art . 103 da LGT",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§",
"§ [UNK] e [UNK] do art . 24 da Constituição Federal",
"Constituição Federal",
"inciso V do art . 24 da CF",
"Constituição Federal",
"incisos V e VIII do art . 24 da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§",
"§ [UNK] e [UNK] do art . 24 da Constituição Federal",
"Constituição Federal",
"inciso V do art . 24 da CF",
"Constituição Federal",
"incisos V e VIII do art . 24 da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"Carta de 1988",
"Lei Geral de Concessões e Permissões",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 /",
"Constituição Federal",
"Carta de 1988",
"Lei Geral de Concessões",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Carta",
"Magna brasileira",
"Constituição Federal",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Carta Magna brasileira",
"Constituição Federal",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"art . [UNK] da",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"art . 173 , § [UNK] da CF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"art . 173 , § [UNK] da CF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código de Defesa do Consumidor",
"Lei 8 . 078 / 1990",
"Lei [UNK] 8 . 078 / 90",
"Código de Defesa do Consumidor",
"Lei [UNK] 8987 / 95",
"Lei Geral de Concessões",
"Lei [UNK] 8 . 078 / 90",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código de Defesa do Consumidor",
"Lei 8 . 078 / 1990",
"Lei [UNK] 8 . 078 / 90",
"Código de Defesa do Consumidor",
"Lei [UNK] 8987 / 95",
"Lei Geral de Concessões",
"Lei [UNK] 8 . 078 / 90",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Magna Carta",
"Lei [UNK] 1 . 336 / 2009",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 24 do Magno Texto Federal",
"Magna Carta",
"Lei [UNK] 1 . 336 / 2009",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 9 . 433 / 97",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 9 . 433 / 97",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso XI do art . 21 da Constituição",
"Constituição",
"Lei [UNK] 9 . 472",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso XI do art . 21 da Constituição",
"Constituição",
"Lei [UNK] 9 . 472",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código do Consumidor",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código do Consumidor",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 22 , IV , da Constituição da República",
"Código de Defesa do Consumidor",
"Lei [UNK] 8 . 078 / 90",
"Código do Consumidor",
"Lei [UNK] 8 . 078",
"Código de Defesa do",
"Código de Defesa do Consumidor",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 22 , IV , da Constituição da República",
"Código de Defesa do Consumidor",
"Lei [UNK] 8 . 078 / 90",
"Código do Consumidor",
"Lei [UNK] 8 . 078",
"Código de Defesa do Consumidor",
"Código de Defesa do Consumidor",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 175 da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 175 da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n°",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 24 , § [UNK] , da CF",
"art . 93 da Lei [UNK] 9 . 472",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 24 , § [UNK] , da CF",
"art . 93 da Lei [UNK] 9 . 472",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 19 da mesma Lei [UNK] 9 . 472",
"Lei [UNK] 9 . 472",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 19 da mesma Lei [UNK] 9 . 472",
"Lei [UNK] 9 . 472",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 103 , IX , da CF",
"Lei [UNK] 1 . 336 / 09",
"Constituição",
"CF , art . 21 , XI",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 103 , IX , da CF",
"Lei [UNK] 1 . 336 / 09 do Estado do Amapá",
"Constituição",
"CF , art . 21 , XI",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , art . 24 , V e VII",
"arts . 21 , XI , e 22 , IV , da Constituição",
"art . 175 , parágrafo único , III , da Constituição Federal",
"art . 22 , XXVII , da CF",
"art . 24 , V e VII , da Constituição",
"art . 175 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , art . 24 , V e VII",
"arts . 21 , XI , e 22 , IV , da Constituição",
"art . 175 , parágrafo único , III , da Constituição Federal",
"art . 22 , XXVII , da CF",
"art . 24 , V e VII , da Constituição",
"art . 175 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , art . 24 , VI",
"art . 175 , parágrafo único , III , da CF",
"art . 24 , V e VII , da CF",
"CF , art . [UNK] , I",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , art . 24 , VI",
"art . 175 , parágrafo único , III , da CF",
"art . 24 , V e VII , da CF",
"CF , art . [UNK] , I",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"LEI DISTRITAL N . 3 . 596",
"ARTIGO 22 , IV , DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL",
"Lei distrital n . 3 . 596",
"artigo 22 , inciso IV , da Constituição do Brasil",
"Lei distrital n . 3 . 596 / 05",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"LEI DISTRITAL N . 3 . 596",
"ARTIGO 22 , IV , DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL",
"Lei distrital n . 3 . 596",
"artigo 22 , inciso IV , da Constituição do Brasil",
"Lei distrital n . 3 . 596 / 05",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 1 . 336 / 09",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 1 . 336 / 09",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"ESTADO DO AMAPÁ",
"Estado do Amapá",
"Brasília",
"Brasília",
"AMAPÁ",
"Estado do Amapá",
"Estado do Amapá",
"Estado do Amapá",
"Estado do Amapá",
"Estado do Amapá",
"Estado do Amapá",
"Estado do Amapá",
"Estado do Amapá",
"Estado do Amapá",
"Estado do Amapá",
"Brasil",
"Brasil",
"Distrito Federal",
"Distrito Federal",
"Estado do Amapá",
"Estado do Amapá",
"Paraná",
"Paraná",
"AMAPÁ",
"Santa Catarina",
"Santa Catarina",
"AMAPÁ",
"Porto Alegre",
"Porto Alegre",
"AMAPÁ",
"AMAPÁ",
"AMAPÁ",
"Estado de Santa Catarina",
"Estado de Santa Catarina",
"AMAPÁ",
"Belo Horizonte",
"Belo Horizonte",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"Estado do Amapá",
"Estado do Amapá",
"AMAPÁ",
"AMAPÁ"
],
"ORGANIZACAO": [
"PLENÁRIO",
"AMAPÁ",
"ABRAFIX",
"ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CONCESSIONÁRIAS DE SERVIÇO TELEFÔNICO",
"ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO AMAPÁ",
"UNIÃO",
"União",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"ASSOCIACAO BRASILEIRA DE PRESTADORAS DE SERVIÇO TELEFONICO FIXO COMUTADO",
"ABRAFIX",
"ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO AMAPÁ",
"ABRAFIX",
"Associação Brasileira de Concessionárias de Serviço Telefônico Fixo Comutado",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"AMAPÁ",
"ASSOCIACAO BRASILEIRA DE PRESTADORAS DE SERVIÇO TELEFONICO FIXO COMUTADO",
"ABRAFIX",
"ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO AMAPÁ",
"ABRAFIX",
"Associação Brasileira de Concessionárias de Serviço Telefônico Fixo Comutado",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Assembléia Legislativa do Estado do Amapá",
"União",
"União",
"Assembléia Legislativa do Estado do Amapá",
"União",
"União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Assembléia Legislativa do Estado do Amapá",
"União",
"União",
"Assembléia Legislativa do Estado do Amapá",
"União",
"União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
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"União",
"Supremo Tribunal Federal",
"União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"AMAPÁ",
"União",
"Supremo Tribunal Federal",
"União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
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"União",
"Distrito Federal",
"União",
"União",
"União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"União",
"Distrito Federal",
"União",
"União",
"União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"União",
"União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
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"União",
"União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"União",
"Distrito Federal",
"União",
"União",
"Distrito Federal",
"União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"União",
"Distrito Federal",
"União",
"União",
"Distrito Federal",
"União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"União",
"Distrito Federal",
"União",
"União",
"União",
"União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Constituição",
"União",
"Distrito Federal",
"União",
"União",
"União",
"União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Distrito Federal",
"União",
"Distrito Federal",
"União",
"Distrito Federal",
"Congresso Nacional",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Distrito Federal",
"União",
"Distrito Federal",
"União",
"Distrito Federal",
"Congresso Nacional",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"União",
"Congresso Nacional",
"União",
"Distrito Federal",
"União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"União",
"Congresso Nacional",
"União",
"Distrito Federal",
"União",
"Distrito Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Distrito Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"União",
"União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"União",
"União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"ABRAFIX",
"ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CONCESSIONÁRIAS DE SERVIÇO TELEFÔNICO FIXO",
"ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO AMAPÁ",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"ABRAFIX",
"ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CONCESSIONÁRIAS DE SERVIÇO TELEFÔNICO FIXO",
"ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO AMAPÁ",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Plenário",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Plenário",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
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"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"União",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
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"PLENÁRIO",
"União",
"União",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"União",
"União",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
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"União",
"Livraria do Advogado",
"União",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"União",
"União",
"Livraria do Advogado",
"União",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"União",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
"União",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
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"PLENÁRIO",
"Plenário",
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"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"Plenário",
"União",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
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"PLENÁRIO",
"União",
"União",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"União",
"União",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
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"-",
"Brasil",
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"PLENÁRIO",
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"-",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
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"PLENÁRIO",
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"União",
"União",
"União",
"União",
"União",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"União",
"União",
"União",
"União",
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"-",
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"-",
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"-",
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"-",
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"União",
"União",
"União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Editora Fórum",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Editora Fórum",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Plenário",
"Supremo Tribunal Federal",
"União",
"Tribunal Pleno",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Plenário deste Supremo Tribunal Federal",
"União",
"Tribunal Pleno",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"FUX",
"Tribunal Pleno",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal Pleno",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"ASSOCIACAO BRASILEIRA DE PRESTADORAS DE SERVIÇO TELEFONICO FIXO COMUTADO",
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"-",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal PLENÁRIO",
"ASSOCIACAO BRASILEIRA DE PRESTADORAS DE SERVIÇO TELEFONICO FIXO COMUTADO",
"ABRAFIX",
"ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO AMAPÁ",
"Plenário",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
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"Cezar Peluso",
"Ayres Britto",
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"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
"GUSTAVO HENRIQUE CAPUTO BASTOS",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
"GUSTAVO HENRIQUE CAPUTO BASTOS",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Gilmar Mendes",
"Gilmar Mendes",
"Eros Grau",
"AYRES BRITTO",
"Gilmar Mendes",
"Gilmar Mendes",
"Eros Grau",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
"GUSTAVO HENRIQUE CAPUTO BASTOS",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
"GUSTAVO HENRIQUE CAPUTO BASTOS",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"GILMAR MENDES",
"Britto",
"Sepúlveda Pertence",
"Pertence",
"MARCO AURÉLIO",
"GILMAR MENDES",
"AYRES BRITTO",
"GILMAR MENDES",
"Britto",
"Sepúlveda Pertence",
"Pertence",
"MARCO AURÉLIO",
"GILMAR MENDES",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"Gilmar",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"Gilmar",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"Peluso",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"MARCO AURÉLIO",
"AYRES BRITTO",
"Peluso",
"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
"AYRES BRITTO",
"DIAS TOFFOLI",
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"LUIZ FUX",
"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
"AYRES BRITTO",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ FUX",
"DIAS TOFFOLI",
"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
"MARCO AURÉLIO",
"Eros Grau",
"Cezar Peluso",
"Gilmar Mendes",
"Carlos Velloso",
"Dias Toffoli",
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"Ayres Britto",
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"Ellen",
"CEZAR PELUSO",
"MARCO AURÉLIO",
"LUIZ FUX",
"MARCO AURÉLIO",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"MARCO AURÉLIO",
"Eros Grau",
"Cezar Peluso",
"Gilmar Mendes",
"Carlos Velloso",
"Dias Toffoli",
"Cármen Lúcia",
"Ayres Britto",
"LUIZ FUX",
"MARCO AURÉLIO",
"Ellen",
"CEZAR PELUSO",
"MARCO AURÉLIO",
"LUIZ FUX",
"MARCO AURÉLIO",
"LUIZ FUX",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"Luiz Fux",
"Ayres Britto",
"AYRES BRITTO",
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"DIAS TOFFOLI",
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"AYRES BRITTO",
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"DIAS TOFFOLI",
"AYRES BRITTO",
"DIAS TOFFOLI",
"Mariense Escobar",
"ESCOBAR , João Carlos Mariense",
"AYRES BRITTO",
"DIAS TOFFOLI",
"Mariense Escobar",
"ESCOBAR , João Carlos Mariense",
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"Ricardo Lewandowski",
"Luiz Fux",
"AYRES BRITTO",
"Ricardo Lewandowski",
"Luiz Fux",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
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"Ayres Britto",
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"CÁRMEN LÚCIA",
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"CÁRMEN LÚCIA",
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"Carlos Britto",
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"Toffoli",
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"RICARDO LEWANDOWSKI",
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"Ayres Brito",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Ayres Britto",
"Gilmar Mendes",
"Luiz Fux",
"Ayres Brito",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Ayres Britto",
"Ayres Britto",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"Britto",
"Lewandowski",
"Fux",
"Lewandowski",
"GILMAR MENDES",
"Britto",
"Lewandowski",
"Fux",
"Lewandowski",
"GILMAR MENDES",
"Fux",
"Fux",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"Ayres Britto",
"MARCO AURÉLIO",
"Ayres Britto",
"MARCO AURÉLIO",
"CEZAR PELUSO",
"CEZAR PELUSO",
"Carlos Britto",
"CEZAR PELUSO",
"Carlos Britto",
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"Peluso",
"CEZAR PELUSO",
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"AYRES BRITTO",
"CEZAR PELUSO",
"DIAS TOFFOLI",
"AYRES BRITTO",
"CEZAR PELUSO",
"DIAS TOFFOLI",
"AYRES BRITTO",
"CEZAR PELUSO",
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"Marco Aurélio",
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"Ayres Britto",
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"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Ayres Britto",
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"MASCARENHAS , Rodrigo Tostes de Alencar",
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"EROS GRAU",
"LUIZ",
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"Ayres Britto",
"MARCO AURÉLIO",
"Dias Toffoli",
"Ayres Britto",
"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
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"Ayres Britto",
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"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
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"Roberto Monteiro Gurgel Santos",
"Luiz",
"Tomimatsu",
"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
"GUSTAVO HENRIQUE CAPUTO BASTOS",
"Ayres Britto",
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"Luiz Fux",
"Joaquim Barbosa",
"Ademir Coelho Araújo",
"Cezar Peluso",
"Celso de Mello",
"Marco Aurélio",
"Gilmar Mendes",
"Ayres Britto",
"Ricardo Lewandowski",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
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"Roberto Monteiro Gurgel Santos"
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"TEMPO": [
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"11 de setembro de 1990",
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"/",
"2001",
"24",
"/",
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"2001",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"01",
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"2011",
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"2001",
"1999",
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"/",
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"11 de setembro de 1990",
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"/",
"2001",
"11 de setembro de 1990",
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"08",
"/",
"2001",
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"24",
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"2001",
"01",
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"/",
"2011",
"24",
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"08",
"/",
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"novembro de 2010",
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"/",
"2001",
"24",
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"08",
"/",
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"01",
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"2008",
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"/",
"2001",
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"05",
"-",
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"26 de maio de 2011",
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"-",
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"04",
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"26 de maio de 2011",
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"2001",
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".",
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".",
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"09",
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"24",
"/",
"08",
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"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
24/08/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 607.714 SERGIPE
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
: ESTADO DE SERGIPE
PROC.(A/S)(ES)
: PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SERGIPE
AGDO.(A/S)
: HERIBALDO JOSÉ DE ANDRADE
AGDO.(A/S)
: JOEL RAMOS
AGDO.(A/S)
: JACIRA RAIMUNDA DE SOUZA
AGDO.(A/S)
: FERNANDO GOMES
AGDO.(A/S)
: HAMILTON CORREIA SANTOS
AGDO.(A/S)
: JOSE DAMIÃO DO NASCIMENTO
AGDO.(A/S)
: LUIZ LINO DE ANDRADE
AGDO.(A/S)
: JOÃO BATISTA RAMOS
AGDO.(A/S)
: HORACIO COELHO SANTOS
AGDO.(A/S)
: ANTIPAS COSTA E SILVA
AGDO.(A/S)
: ERILIO SANTOS NUNES
ADV.(A/S)
: ADEMIR MEIRA DOS SANTOS E OUTRO(A/S)
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO.
SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. PAGAMENTO DE HORAS EXTRAS. NECESSIDADE DO
REEXAME DO CONJUNTO PROBATÓRIO CONSTANTE DOS AUTOS: IMPOSSIBILIDADE.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO
QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em Primeira Turma, sob a Presidência do Ministro
Ricardo Lewandowski, na conformidade da ata de julgamento e das notas
taquigráficas, à unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto da Relatora.
Brasília, 24 de agosto de 2010.
Ministra CÁRMEN LÚCIA - Relatora
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 686617
Supremo Tribunal Federal
DJe 24/09/2010
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 11
Relatório
24/08/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 607.714 SERGIPE
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
: ESTADO DE SERGIPE
PROC.(A/S)(ES)
: PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SERGIPE
AGDO.(A/S)
: HERIBALDO JOSÉ DE ANDRADE
AGDO.(A/S)
: JOEL RAMOS
AGDO.(A/S)
: JACIRA RAIMUNDA DE SOUZA
AGDO.(A/S)
: FERNANDO GOMES
AGDO.(A/S)
: HAMILTON CORREIA SANTOS
AGDO.(A/S)
: JOSE DAMIÃO DO NASCIMENTO
AGDO.(A/S)
: LUIZ LINO DE ANDRADE
AGDO.(A/S)
: JOÃO BATISTA RAMOS
AGDO.(A/S)
: HORACIO COELHO SANTOS
AGDO.(A/S)
: ANTIPAS COSTA E SILVA
AGDO.(A/S)
: ERILIO SANTOS NUNES
ADV.(A/S)
: ADEMIR MEIRA DOS SANTOS E OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1.
Em
23
de
março
de
2010,
neguei
seguimento
ao
recurso
extraordinário eletrônico interposto pelo Estado de Sergipe contra julgado
do Tribunal de Justiça de Sergipe, o qual julgou parcialmente procedente a
apelação em ação ordinária para “anular a determinação de adicional
noturno com acréscimo de 50%, tendo-se em vista que este pleito não
constou na exordial, e fixando as horas extras no percentual de 50%
(cinquenta por cento) a ser acrescido à hora normal, mantendo-se os demais
termos da sentença combatida”. A decisão agravada teve a seguinte
fundamentação:
“3. Razão jurídica não assiste ao Recorrente.
4. Quanto à matéria de que cuida o art. 93, inc. IX, da
Constituição da República, é de se ponderar que não se exige do
órgão judicante manifestação sobre todos os argumentos de defesa
apresentados pelo Recorrente, mas apenas fundamentação das razões
que entendeu suficientes à formação de seu convencimento (RE
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 686613
Supremo Tribunal Federal
24/08/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 607.714 SERGIPE
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
: ESTADO DE SERGIPE
PROC.(A/S)(ES)
: PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SERGIPE
AGDO.(A/S)
: HERIBALDO JOSÉ DE ANDRADE
AGDO.(A/S)
: JOEL RAMOS
AGDO.(A/S)
: JACIRA RAIMUNDA DE SOUZA
AGDO.(A/S)
: FERNANDO GOMES
AGDO.(A/S)
: HAMILTON CORREIA SANTOS
AGDO.(A/S)
: JOSE DAMIÃO DO NASCIMENTO
AGDO.(A/S)
: LUIZ LINO DE ANDRADE
AGDO.(A/S)
: JOÃO BATISTA RAMOS
AGDO.(A/S)
: HORACIO COELHO SANTOS
AGDO.(A/S)
: ANTIPAS COSTA E SILVA
AGDO.(A/S)
: ERILIO SANTOS NUNES
ADV.(A/S)
: ADEMIR MEIRA DOS SANTOS E OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1.
Em
23
de
março
de
2010,
neguei
seguimento
ao
recurso
extraordinário eletrônico interposto pelo Estado de Sergipe contra julgado
do Tribunal de Justiça de Sergipe, o qual julgou parcialmente procedente a
apelação em ação ordinária para “anular a determinação de adicional
noturno com acréscimo de 50%, tendo-se em vista que este pleito não
constou na exordial, e fixando as horas extras no percentual de 50%
(cinquenta por cento) a ser acrescido à hora normal, mantendo-se os demais
termos da sentença combatida”. A decisão agravada teve a seguinte
fundamentação:
“3. Razão jurídica não assiste ao Recorrente.
4. Quanto à matéria de que cuida o art. 93, inc. IX, da
Constituição da República, é de se ponderar que não se exige do
órgão judicante manifestação sobre todos os argumentos de defesa
apresentados pelo Recorrente, mas apenas fundamentação das razões
que entendeu suficientes à formação de seu convencimento (RE
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 686613
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 11
Relatório
RE 607.714-AgR / SE
2
463.139-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJ
3.2.2006; e RE 181.039-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Primeira
Turma, DJ 18.5.2001).
5. O Tribunal a quo assentou que:
‘é incontroversa a aplicação do limite de 30 horas semanais
previsto no artigo 243 da Lei n. 2.148/77 aos apelados, por força
do permissivo contido no art. 2º do Estatuto dos Policiais Civis
(fl. 76), que autoriza a aplicação subsidiária do Estatuto dos
Funcionários Públicos do Estado de Sergipe, para os casos que não
venham regulamentados na lei específica. No caso dos autos,
[ficou] comprovado através dos documentos colacionados aos autos
que os demandantes laboram em escala de plantão, laborando 24
horas, e folgando 72 horas’ (fl. 585).
Para se concluir de forma diversa do que foi decidido pelas
instâncias originárias, seria necessária a análise do conjunto
probatório constante dos autos, procedimento incabível de ser
adotado validamente no recurso extraordinário, conforme dispõe a
Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal.
O reexame do acórdão impugnado demandaria, ainda, a interpretação
da legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Lei
estadual n. 2.148/77 e o Estatuto dos Policiais Civis de
Sergipe). Assim, a alegada contrariedade à Constituição da
República, se tivesse ocorrido, seria indireta, o que não
viabiliza o processamento do recurso extraordinário. Incide na
espécie a Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal.
Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados:
‘CONSTITUCIONAL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
INDENIZAÇÃO.
FISCAL
DE
TRIBUTOS
ESTADUAIS.
HORAS
EXTRAS.
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 607.714-AgR / SE
2
463.139-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJ
3.2.2006; e RE 181.039-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Primeira
Turma, DJ 18.5.2001).
5. O Tribunal a quo assentou que:
‘é incontroversa a aplicação do limite de 30 horas semanais
previsto no artigo 243 da Lei n. 2.148/77 aos apelados, por força
do permissivo contido no art. 2º do Estatuto dos Policiais Civis
(fl. 76), que autoriza a aplicação subsidiária do Estatuto dos
Funcionários Públicos do Estado de Sergipe, para os casos que não
venham regulamentados na lei específica. No caso dos autos,
[ficou] comprovado através dos documentos colacionados aos autos
que os demandantes laboram em escala de plantão, laborando 24
horas, e folgando 72 horas’ (fl. 585).
Para se concluir de forma diversa do que foi decidido pelas
instâncias originárias, seria necessária a análise do conjunto
probatório constante dos autos, procedimento incabível de ser
adotado validamente no recurso extraordinário, conforme dispõe a
Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal.
O reexame do acórdão impugnado demandaria, ainda, a interpretação
da legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Lei
estadual n. 2.148/77 e o Estatuto dos Policiais Civis de
Sergipe). Assim, a alegada contrariedade à Constituição da
República, se tivesse ocorrido, seria indireta, o que não
viabiliza o processamento do recurso extraordinário. Incide na
espécie a Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal.
Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados:
‘CONSTITUCIONAL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
INDENIZAÇÃO.
FISCAL
DE
TRIBUTOS
ESTADUAIS.
HORAS
EXTRAS.
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 11
Relatório
RE 607.714-AgR / SE
3
COMPENSAÇÃO. ART. 7º, IX E XVI, CF/88. ESTATUTO DO SERVIDOR
PÚBLICO ESTADUAL - LEI 2.148/77. REEXAME DE FATOS E PROVAS.
MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. SÚMULAS STF 279 E 280. 1. O Tribunal
de
origem
decidiu
a
lide
com
base
na
legislação
infraconstitucional.
Inadmissível
o
recurso
extraordinário
porquanto a ofensa à Constituição Federal, se existente, se daria
de maneira reflexa (Súmula STF 280). 2. Para reforma do acórdão
recorrido é imprescindível o reexame de fatos e de provas,
inviável em sede extraordinária. Incidência da Súmula STF 279. 3.
Agravo regimental improvido’ (RE 433.577-AgR, Rel. Min. Ellen
Gracie, Segunda Turma, DJe 22.5.2009).
E:
‘RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
CONTROVÉRSIA
INFRACONSTITUCIONAL.
REEXAME DE FATOS E PROVAS. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. O
Tribunal a quo decidiu a controvérsia com fundamento em norma
infraconstitucional e nas provas contidas nos autos’ (RE 376.599-
AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJ 2.2.2007).
E ainda:
‘SERVIDOR PÚBLICO. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO.
NECESSIDADE DE EXAME DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL.
SÚMULA 280 DO STF. AGRAVO IMPROVIDO. I - O acórdão recorrido
dirimiu
a
questão
dos
autos
com
base
na
legislação
infraconstitucional local aplicável à espécie. Inadmissibilidade
do RE, ante a incidência da Súmula 280 do STF. Precedentes. II -
Agravo regimental improvido’ (AI 689.921-AgR, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, Primeira Turma, DJe 20.2.2009).
6. Não há, pois, o que prover quanto às alegações do Recorrente.
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 607.714-AgR / SE
3
COMPENSAÇÃO. ART. 7º, IX E XVI, CF/88. ESTATUTO DO SERVIDOR
PÚBLICO ESTADUAL - LEI 2.148/77. REEXAME DE FATOS E PROVAS.
MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. SÚMULAS STF 279 E 280. 1. O Tribunal
de
origem
decidiu
a
lide
com
base
na
legislação
infraconstitucional.
Inadmissível
o
recurso
extraordinário
porquanto a ofensa à Constituição Federal, se existente, se daria
de maneira reflexa (Súmula STF 280). 2. Para reforma do acórdão
recorrido é imprescindível o reexame de fatos e de provas,
inviável em sede extraordinária. Incidência da Súmula STF 279. 3.
Agravo regimental improvido’ (RE 433.577-AgR, Rel. Min. Ellen
Gracie, Segunda Turma, DJe 22.5.2009).
E:
‘RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
CONTROVÉRSIA
INFRACONSTITUCIONAL.
REEXAME DE FATOS E PROVAS. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. O
Tribunal a quo decidiu a controvérsia com fundamento em norma
infraconstitucional e nas provas contidas nos autos’ (RE 376.599-
AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJ 2.2.2007).
E ainda:
‘SERVIDOR PÚBLICO. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO.
NECESSIDADE DE EXAME DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL.
SÚMULA 280 DO STF. AGRAVO IMPROVIDO. I - O acórdão recorrido
dirimiu
a
questão
dos
autos
com
base
na
legislação
infraconstitucional local aplicável à espécie. Inadmissibilidade
do RE, ante a incidência da Súmula 280 do STF. Precedentes. II -
Agravo regimental improvido’ (AI 689.921-AgR, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, Primeira Turma, DJe 20.2.2009).
6. Não há, pois, o que prover quanto às alegações do Recorrente.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 11
Relatório
RE 607.714-AgR / SE
4
7. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.
557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal)”.
2. Publicada essa decisão no DJe de 6.4.2010, interpõe o Estado de
Sergipe, ora Agravante, em 15.4.2010, tempestivamente, agravo regimental.
3. O Agravante argumenta que:
“Há a ofensa direta ao disposto na Constituição Federal e, para a
constatação dessa nefasta incongruência, desnecessário um exame
mais acurado das provas coligidas aos autos ou da legislação
estadual.
O disposto no art. 7º da Constituição da República deve ser
interpretado de forma conglobada, jamais de forma fracionada.
Para
a
verificação
da
equivocada
interpretação
do
texto
constitucional basta a simples constatação de que, ao contrário
do que foi asseverado pela parte recorrida, há um regime de
compensação das horas extraordinárias devidamente regulamentado.
Na hipótese vertente, não há a necessidade de reexame de prova,
mas apenas a sua revaloração. Feito esse novo juízo sobre o
conjunto fático-probatório, constatar-se-á a inocorrência de
qualquer irregularidade ou afronta ao texto constitucional com a
adoção do regime de compensação de jornada de trabalho.
Inaplicável, pois, a Súmula 279 do STF.
O exame das razões recursais do apelo extraordinário e a
consequente reforma do acórdão recorrido prescindem de um estudo
das leis estaduais invocadas no aresto objurgado, na medida em
que a decisão colegiada do TJ/SE tem como fundamento primordial
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RE 607.714-AgR / SE
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7. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.
557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal)”.
2. Publicada essa decisão no DJe de 6.4.2010, interpõe o Estado de
Sergipe, ora Agravante, em 15.4.2010, tempestivamente, agravo regimental.
3. O Agravante argumenta que:
“Há a ofensa direta ao disposto na Constituição Federal e, para a
constatação dessa nefasta incongruência, desnecessário um exame
mais acurado das provas coligidas aos autos ou da legislação
estadual.
O disposto no art. 7º da Constituição da República deve ser
interpretado de forma conglobada, jamais de forma fracionada.
Para
a
verificação
da
equivocada
interpretação
do
texto
constitucional basta a simples constatação de que, ao contrário
do que foi asseverado pela parte recorrida, há um regime de
compensação das horas extraordinárias devidamente regulamentado.
Na hipótese vertente, não há a necessidade de reexame de prova,
mas apenas a sua revaloração. Feito esse novo juízo sobre o
conjunto fático-probatório, constatar-se-á a inocorrência de
qualquer irregularidade ou afronta ao texto constitucional com a
adoção do regime de compensação de jornada de trabalho.
Inaplicável, pois, a Súmula 279 do STF.
O exame das razões recursais do apelo extraordinário e a
consequente reforma do acórdão recorrido prescindem de um estudo
das leis estaduais invocadas no aresto objurgado, na medida em
que a decisão colegiada do TJ/SE tem como fundamento primordial
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 11
Relatório
RE 607.714-AgR / SE
5
desvirtuada interpretação do comando estampado no art. 7º,
incisos XIII e XVI, da Constituição da República.
Não há, portanto, necessidade de analisar o direito local. O que
se pede é, simplesmente, o exame do caso à luz da norma
constitucional que prevê [e] autoriza o estabelecimento de um
regime de compensação da jornada de trabalho e que o pagamento
das
horas
extraordinárias
perseguido
pelos
autores,
ora
recorridos, configura em enriquecimento sem causa e ofensivo,
outrossim, ao princípio da legalidade.
Quanto à negativa de prestação jurisdicional, é certo, consoante
entendimento sedimentado no Excelso Pretório, que o art. 93,
inciso IX, da Constituição Federal não exige que o órgão
judicante manifeste-se sobre todos os argumentos de defesa, mas
que fundamente as razões que entendeu suficientes à formação de
seu convencimento.
Todavia, observa-se no caso em comento que o aresto recorrido,
conquanto de fundamentação bem urdida, verdadeiramente não
analisou o único argumento de defesa, qual seja, da correta
aplicação dos dispositivos constitucionais invocados. Tal fato,
inclusive, poderia inviabilizar o manejo do presente recurso
extraordinário, diante da possibilidade de o Excelso Pretório
compreender que, diante da omissão, não restou prequestionada a
matéria constitucional posta”.
Requer a reconsideração da decisão agravada ou o provimento do
presente recurso.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 607.714-AgR / SE
5
desvirtuada interpretação do comando estampado no art. 7º,
incisos XIII e XVI, da Constituição da República.
Não há, portanto, necessidade de analisar o direito local. O que
se pede é, simplesmente, o exame do caso à luz da norma
constitucional que prevê [e] autoriza o estabelecimento de um
regime de compensação da jornada de trabalho e que o pagamento
das
horas
extraordinárias
perseguido
pelos
autores,
ora
recorridos, configura em enriquecimento sem causa e ofensivo,
outrossim, ao princípio da legalidade.
Quanto à negativa de prestação jurisdicional, é certo, consoante
entendimento sedimentado no Excelso Pretório, que o art. 93,
inciso IX, da Constituição Federal não exige que o órgão
judicante manifeste-se sobre todos os argumentos de defesa, mas
que fundamente as razões que entendeu suficientes à formação de
seu convencimento.
Todavia, observa-se no caso em comento que o aresto recorrido,
conquanto de fundamentação bem urdida, verdadeiramente não
analisou o único argumento de defesa, qual seja, da correta
aplicação dos dispositivos constitucionais invocados. Tal fato,
inclusive, poderia inviabilizar o manejo do presente recurso
extraordinário, diante da possibilidade de o Excelso Pretório
compreender que, diante da omissão, não restou prequestionada a
matéria constitucional posta”.
Requer a reconsideração da decisão agravada ou o provimento do
presente recurso.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 11
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RE 607.714-AgR / SE
6
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Razão jurídica não assiste ao Agravante.
2. O Desembargador Relator consignou em seu voto condutor que:
“Quanto à questão referente à inaplicabilidade do pagamento de
horas extraordinárias, entendo não merecer qualquer sucesso.
Ressalte-se, inicialmente, que é incontroversa a aplicação do
limite de 30 horas semanais previsto no artigo 243 da Lei n.
2.148/77 aos apelados, por força do permissivo contido no art. 2º
do Estatuto dos Policiais Civis (fl. 76), que autoriza a
aplicação subsidiária do Estatuto dos Funcionários Públicos do
Estado de Sergipe, para os casos que não venham regulamentados na
lei específica.
No caso dos autos, restou comprovado através dos documentos
colacionados (...) que os demandantes laboram em escala de
plantão, laborando 24 horas, e folgando 72 horas.
Portanto, dúvidas não restam acerca do direito ao pagamento das
horas extras.
Assevere-se ainda que, conquanto seja comum a jornada de trabalho
sob regime de plantão dos autores, tentando o Estado afastar a
idéia de serviço extraordinário sob a alegação de que se trata de
prática corriqueira entre esta categoria de funcionários, tal
fato não tem o condão de afastar a incidência das horas extras,
posto
que
o
art.
192
da
Lei
n.
2.148/77,
aplicável
subsidiariamente à legislação específica dos servidores do
Instituto
de
Criminalística
e
do
Instituto
Médico
Legal,
expressamente
regulamenta
a
gratificação
do
serviço
extraordinário, que ultrapasse a jornada das 30 horas semanais.
Outrossim, a Carta Política Brasileira, ressalva ao servidor
estatutário, da mesma forma que ao empregado, o direito a
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Supremo Tribunal Federal
RE 607.714-AgR / SE
6
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Razão jurídica não assiste ao Agravante.
2. O Desembargador Relator consignou em seu voto condutor que:
“Quanto à questão referente à inaplicabilidade do pagamento de
horas extraordinárias, entendo não merecer qualquer sucesso.
Ressalte-se, inicialmente, que é incontroversa a aplicação do
limite de 30 horas semanais previsto no artigo 243 da Lei n.
2.148/77 aos apelados, por força do permissivo contido no art. 2º
do Estatuto dos Policiais Civis (fl. 76), que autoriza a
aplicação subsidiária do Estatuto dos Funcionários Públicos do
Estado de Sergipe, para os casos que não venham regulamentados na
lei específica.
No caso dos autos, restou comprovado através dos documentos
colacionados (...) que os demandantes laboram em escala de
plantão, laborando 24 horas, e folgando 72 horas.
Portanto, dúvidas não restam acerca do direito ao pagamento das
horas extras.
Assevere-se ainda que, conquanto seja comum a jornada de trabalho
sob regime de plantão dos autores, tentando o Estado afastar a
idéia de serviço extraordinário sob a alegação de que se trata de
prática corriqueira entre esta categoria de funcionários, tal
fato não tem o condão de afastar a incidência das horas extras,
posto
que
o
art.
192
da
Lei
n.
2.148/77,
aplicável
subsidiariamente à legislação específica dos servidores do
Instituto
de
Criminalística
e
do
Instituto
Médico
Legal,
expressamente
regulamenta
a
gratificação
do
serviço
extraordinário, que ultrapasse a jornada das 30 horas semanais.
Outrossim, a Carta Política Brasileira, ressalva ao servidor
estatutário, da mesma forma que ao empregado, o direito a
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 11
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RE 607.714-AgR / SE
7
percepção
de
horas
extras
e
adicionais
noturnos
quando
ultrapassadas as horas ordinárias de trabalho.
Acaso o Estado apelante pretendesse aumentar a carga horária
normal de trabalho, teria ele que elaborar uma nova lei estadual,
estabelecendo uma jornada superior às 30 horas semanais, conforme
predetermina o próprio artigo 243 do já mencionado estatuto, pela
simples razão de que a Administração pública só pode agir dentre
os limites da legalidade, e conforme é sabido, não há nenhum
dispositivo legal regulando nova jornada de trabalho até então.
Verificada a situação em concreto, ou seja, que determinados
servidores exercem suas atividades em tempo superior a jornada
normal de trabalho, correspondente a 30 horas semanais, não pode
o Estado escusar-se de aplicar dispositivo constitucional, diga-
se de passagem, de aplicabilidade plena.
Conforme redação do inciso XVI do artigo 7º, combinado com o
artigo 39, § 3º da Magna Carta, o serviço extraordinário deve ser
remunerado em no mínimo 50% em relação à remuneração normal,
restando dessa forma evidente a pretensão dos autores.
Aqui faz-se necessário salientar que não se aplica a Lei n.
2.148/77, por ser anterior à Constituição Federal/88, como também
porque o art. 193 da Lei n. 2.148/77 apenas estabelece o valor da
hora extraordinária, sem, contudo, estabelecer o percentual a
mais a ser calculado sobre o valor da hora normal (...).
(...)
Não há, contudo, nenhum impedimento legal à acumulação da
gratificação especial de atividade com o pagamento de horas
extraordinárias, visto que a Lei 3.890/97 que institui a aludida
gratificação concede esta benesse indistintamente a várias
categorias de servidores.
Quanto à declaração da inconstitucionalidade da Lei que institui
a Gratificação Especial de Atividade de Perícia Criminal, como
bem asseverado pelo julgador singular, tal fato em nada interfere
na presente demanda já que não faz parte dos pedidos elencados na
exordial”.
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7
percepção
de
horas
extras
e
adicionais
noturnos
quando
ultrapassadas as horas ordinárias de trabalho.
Acaso o Estado apelante pretendesse aumentar a carga horária
normal de trabalho, teria ele que elaborar uma nova lei estadual,
estabelecendo uma jornada superior às 30 horas semanais, conforme
predetermina o próprio artigo 243 do já mencionado estatuto, pela
simples razão de que a Administração pública só pode agir dentre
os limites da legalidade, e conforme é sabido, não há nenhum
dispositivo legal regulando nova jornada de trabalho até então.
Verificada a situação em concreto, ou seja, que determinados
servidores exercem suas atividades em tempo superior a jornada
normal de trabalho, correspondente a 30 horas semanais, não pode
o Estado escusar-se de aplicar dispositivo constitucional, diga-
se de passagem, de aplicabilidade plena.
Conforme redação do inciso XVI do artigo 7º, combinado com o
artigo 39, § 3º da Magna Carta, o serviço extraordinário deve ser
remunerado em no mínimo 50% em relação à remuneração normal,
restando dessa forma evidente a pretensão dos autores.
Aqui faz-se necessário salientar que não se aplica a Lei n.
2.148/77, por ser anterior à Constituição Federal/88, como também
porque o art. 193 da Lei n. 2.148/77 apenas estabelece o valor da
hora extraordinária, sem, contudo, estabelecer o percentual a
mais a ser calculado sobre o valor da hora normal (...).
(...)
Não há, contudo, nenhum impedimento legal à acumulação da
gratificação especial de atividade com o pagamento de horas
extraordinárias, visto que a Lei 3.890/97 que institui a aludida
gratificação concede esta benesse indistintamente a várias
categorias de servidores.
Quanto à declaração da inconstitucionalidade da Lei que institui
a Gratificação Especial de Atividade de Perícia Criminal, como
bem asseverado pelo julgador singular, tal fato em nada interfere
na presente demanda já que não faz parte dos pedidos elencados na
exordial”.
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 11
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RE 607.714-AgR / SE
8
3. Conforme se verifica e como afirmado na decisão agravada, concluir
de forma diversa do que foi decidido pelo Tribunal de origem demandaria o
reexame do conjunto probatório constante dos autos, procedimento incabível
de ser adotado validamente em recurso extraordinário, conforme dispõe a
Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal.
Nesse sentido:
“CONSTITUCIONAL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
INDENIZAÇÃO.
FISCAL
DE
TRIBUTOS
ESTADUAIS.
HORAS
EXTRAS.
COMPENSAÇÃO. ART. 7º, IX E XVI, CF/88. ESTATUTO DO SERVIDOR
PÚBLICO ESTADUAL - LEI 2.148/77. REEXAME DE FATOS E PROVAS.
MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. SÚMULAS STF 279 E 280. 1. O Tribunal
de
origem
decidiu
a
lide
com
base
na
legislação
infraconstitucional.
Inadmissível
o
recurso
extraordinário
porquanto a ofensa à Constituição Federal, se existente, se daria
de maneira reflexa (Súmula STF 280). 2. Para reforma do acórdão
recorrido é imprescindível o reexame de fatos e de provas,
inviável em sede extraordinária. Incidência da Súmula STF 279. 3.
Agravo regimental improvido” (RE 433.577-AgR, Rel. Min. Ellen
Gracie, Segunda Turma, DJe 28.4.2009 – grifei)
4. Anote-se, também, que não procede a alegação de nulidade do
acórdão recorrido por contrariedade ao art. 93, inc. IX, da Constituição,
pois o referido julgado apresentou suficiente fundamentação, embora em
sentido contrário à pretensão do Agravante.
E tal como se firmou na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal “o
que a Constituição exige, no art. 93, IX, é que a decisão judicial seja
fundamentada; não que a fundamentação seja correta, na solução das
questões de fato ou de direito da lide: declinadas no julgado as
premissas, corretamente assentadas ou não, mas coerentes com o dispositivo
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 607.714-AgR / SE
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3. Conforme se verifica e como afirmado na decisão agravada, concluir
de forma diversa do que foi decidido pelo Tribunal de origem demandaria o
reexame do conjunto probatório constante dos autos, procedimento incabível
de ser adotado validamente em recurso extraordinário, conforme dispõe a
Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal.
Nesse sentido:
“CONSTITUCIONAL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
INDENIZAÇÃO.
FISCAL
DE
TRIBUTOS
ESTADUAIS.
HORAS
EXTRAS.
COMPENSAÇÃO. ART. 7º, IX E XVI, CF/88. ESTATUTO DO SERVIDOR
PÚBLICO ESTADUAL - LEI 2.148/77. REEXAME DE FATOS E PROVAS.
MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. SÚMULAS STF 279 E 280. 1. O Tribunal
de
origem
decidiu
a
lide
com
base
na
legislação
infraconstitucional.
Inadmissível
o
recurso
extraordinário
porquanto a ofensa à Constituição Federal, se existente, se daria
de maneira reflexa (Súmula STF 280). 2. Para reforma do acórdão
recorrido é imprescindível o reexame de fatos e de provas,
inviável em sede extraordinária. Incidência da Súmula STF 279. 3.
Agravo regimental improvido” (RE 433.577-AgR, Rel. Min. Ellen
Gracie, Segunda Turma, DJe 28.4.2009 – grifei)
4. Anote-se, também, que não procede a alegação de nulidade do
acórdão recorrido por contrariedade ao art. 93, inc. IX, da Constituição,
pois o referido julgado apresentou suficiente fundamentação, embora em
sentido contrário à pretensão do Agravante.
E tal como se firmou na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal “o
que a Constituição exige, no art. 93, IX, é que a decisão judicial seja
fundamentada; não que a fundamentação seja correta, na solução das
questões de fato ou de direito da lide: declinadas no julgado as
premissas, corretamente assentadas ou não, mas coerentes com o dispositivo
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RE 607.714-AgR / SE
9
do acórdão, está satisfeita a exigência constitucional” (RE 140.370, Rel.
Min. Sepúlveda Pertence, RTJ 150/269).
Os argumentos do Agravante, insuficientes para modificar a decisão
agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a
processos
que
se
arrastam
em
detrimento
da
eficiente
prestação
jurisdicional.
5. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental.
Supremo Tribunal Federal
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RE 607.714-AgR / SE
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do acórdão, está satisfeita a exigência constitucional” (RE 140.370, Rel.
Min. Sepúlveda Pertence, RTJ 150/269).
Os argumentos do Agravante, insuficientes para modificar a decisão
agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a
processos
que
se
arrastam
em
detrimento
da
eficiente
prestação
jurisdicional.
5. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental.
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 11
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 607.714
PROCED. : SERGIPE
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) : ESTADO DE SERGIPE
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SERGIPE
AGDO.(A/S) : HERIBALDO JOSÉ DE ANDRADE
AGDO.(A/S) : JOEL RAMOS
AGDO.(A/S) : JACIRA RAIMUNDA DE SOUZA
AGDO.(A/S) : FERNANDO GOMES
AGDO.(A/S) : HAMILTON CORREIA SANTOS
AGDO.(A/S) : JOSE DAMIÃO DO NASCIMENTO
AGDO.(A/S) : LUIZ LINO DE ANDRADE
AGDO.(A/S) : JOÃO BATISTA RAMOS
AGDO.(A/S) : HORACIO COELHO SANTOS
AGDO.(A/S) : ANTIPAS COSTA E SILVA
AGDO.(A/S) : ERILIO SANTOS NUNES
ADV.(A/S) : ADEMIR MEIRA DOS SANTOS E OUTRO(A/S)
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto da Relatora. Unânime.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 24.08.2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes à
Sessão os Ministros Marco Aurélio, a Ministra Cármen Lúcia e o
Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Mathias.
Fabiane Duarte
Coordenadora
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Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 607.714
PROCED. : SERGIPE
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) : ESTADO DE SERGIPE
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SERGIPE
AGDO.(A/S) : HERIBALDO JOSÉ DE ANDRADE
AGDO.(A/S) : JOEL RAMOS
AGDO.(A/S) : JACIRA RAIMUNDA DE SOUZA
AGDO.(A/S) : FERNANDO GOMES
AGDO.(A/S) : HAMILTON CORREIA SANTOS
AGDO.(A/S) : JOSE DAMIÃO DO NASCIMENTO
AGDO.(A/S) : LUIZ LINO DE ANDRADE
AGDO.(A/S) : JOÃO BATISTA RAMOS
AGDO.(A/S) : HORACIO COELHO SANTOS
AGDO.(A/S) : ANTIPAS COSTA E SILVA
AGDO.(A/S) : ERILIO SANTOS NUNES
ADV.(A/S) : ADEMIR MEIRA DOS SANTOS E OUTRO(A/S)
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto da Relatora. Unânime.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 24.08.2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes à
Sessão os Ministros Marco Aurélio, a Ministra Cármen Lúcia e o
Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Mathias.
Fabiane Duarte
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 687574
Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 11
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=714620 | 2010-08-24T00:00:00 | 2010-09-24T00:00:00 | A Turma negou provimento ao agravo regimental no recurso
extraordinário, nos termos do voto da Relatora. Unânime. Presidência
do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 24.08.2010. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. PAGAMENTO DE HORAS
EXTRAS. NECESSIDADE DO REEXAME DO CONJUNTO PROBATÓRIO CONSTANTE DOS
AUTOS: IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. | sjur182504 | - Acórdãos citados: RE 140370, RE 433577 AgR.
Número de páginas: 11.
Análise: 29/09/2010, MLM. | CÁRMEN LÚCIA | Primeira Turma | 607714 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00093 INC-00009 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000279 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n\r\n",
"LEG-EST LEI-002148 ANO-1977\r\n ART-00192 ART-00243 \r\n LEI ORDINÁRIA, SE"
] | RE-AgR | acordaos | RE 607714 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : ESTADO DE SERGIPE
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SERGIPE
AGDO.(A/S) : HERIBALDO JOSÉ DE ANDRADE
AGDO.(A/S) : JOEL RAMOS
AGDO.(A/S) : JACIRA RAIMUNDA DE SOUZA
AGDO.(A/S) : FERNANDO GOMES
AGDO.(A/S) : HAMILTON CORREIA SANTOS
AGDO.(A/S) : JOSE DAMIÃO DO NASCIMENTO
AGDO.(A/S) : LUIZ LINO DE ANDRADE
AGDO.(A/S) : JOÃO BATISTA RAMOS
AGDO.(A/S) : HORACIO COELHO SANTOS
AGDO.(A/S) : ANTIPAS COSTA E SILVA
AGDO.(A/S) : ERILIO SANTOS NUNES
ADV.(A/S) : ADEMIR MEIRA DOS SANTOS E OUTRO(A/S) | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 607 . 714",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 607 . 714",
"RE 607 . 714 - AgR / SE 2 463 . 139 - AgR",
"RE 181 . 039 - AgR",
"Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal",
"Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal",
"RE 607 . 714 - AgR / SE 2 463 . 139 - AgR",
"RE 181 . 039 - AgR",
"Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal",
"Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal",
"RE 607 . 714 - AgR / SE",
"Súmula STF 280",
"Súmula STF 279 .",
"RE 433 . 577 - AgR",
"RE 376 . 599 - AgR",
"SÚMULA 280 DO STF",
"Súmula 280 do STF",
"AI 689 . 921 - AgR",
"RE 607 . 714 - AgR / SE",
"SÚMULAS STF 279",
"Súmula STF 280",
"Súmula STF 279 .",
"RE 433 . 577 - AgR",
"RE 376 . 599 - AgR",
"SÚMULA 280 DO STF",
"Súmula 280 do STF",
"AI 689 . 921 - AgR",
"RE 607 . 714 - AgR / SE",
"Súmula 279 do STF",
"RE 607 . 714 - AgR / SE",
"Súmula 279 do STF",
"RE 607 . 714 - AgR / SE",
"RE 607 . 714 - AgR / SE",
"RE 607 . 714 - AgR / SE",
"RE 607 . 714 - AgR / SE",
"RE 607 . 714 - AgR / SE",
"RE 607 . 714 - AgR / SE",
"RE 607 . 714 - AgR / SE 8",
"Súmula 279 do Supremo Tribunal",
"SÚMULAS STF 279",
"Súmula STF 280",
"Súmula STF 279 .",
"RE 433 . 577 - AgR",
"RE 607 . 714 - AgR / SE",
"Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal",
"REEXAME",
"Súmula STF 280",
"Súmula STF 279",
"RE 433 . 577 - AgR",
"RE 607 . 714 - AgR / SE",
"RE 140 . 370",
"RE 607 . 714 - AgR / SE",
"RE 140 . 370",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 607 . 714",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 607 . 714"
],
"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 93 , inc . IX , da Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
". IX , da Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 243 da Lei n . 2 . 148 / 77",
"art . [UNK] do Estatuto dos Policiais Civis",
"Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de Sergipe",
"Lei estadual n . 2 . 148 / 77",
"Estatuto dos Policiais Civis de Sergipe",
"Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 243 da Lei n . 2 . 148 / 77",
"art . [UNK] do Estatuto dos Policiais Civis",
"Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de Sergipe",
"Lei estadual n . 2 . 148 /",
"Estatuto dos Policiais Civis de Sergipe",
"Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . [UNK] , IX E XVI , CF / 88",
"ESTATUTO DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL",
"LEI 2 . 148 / 77",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . [UNK] , IX E XVI , CF / 88",
"LEI 2 . 148 / 77",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 557 , caput , do Código de Processo Civil",
"art . 21 , § [UNK] , do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal",
"Constituição Federal",
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 557 , caput , do Código de Processo Civil",
"art . 21 , § [UNK] , do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal",
"Constituição Federal",
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , incisos XIII e XVI , da Constituição da República",
"art . 93 , inciso IX , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , incisos XIII e XVI , da Constituição da República",
"art . 93 , inciso IX , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 243 da Lei n . 2 . 148 / 77",
"art . [UNK] do Estatuto dos Policiais Civis",
"Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de Sergipe",
"art . 192 da Lei n . 2 . 148 / 77",
"Carta Política Brasileira",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 243 da Lei n . 2 . 148 / 77",
"Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de Sergipe",
"art . 192 da Lei n . 2 . 148 / 77",
"Carta Política Brasileira",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 39 , § [UNK] da Magna Carta",
"Lei n . 2 . 148 / 77",
"Constituição Federal / 88",
"art . 193 da Lei n . 2 . 148 / 77",
"Lei 3 . 890 / 97",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 39 , § [UNK] da Magna Carta",
"Lei n . 2 . 148 / 77",
"Constituição Federal / 88",
"art . 193 da Lei n . 2 . 148 / 77",
"Lei 3 . 890 / 97",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . [UNK] , IX E XVI , CF / 88",
"LEI 2 . 148 / 77",
"Constituição Federal",
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"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . [UNK] , IX E XVI , CF / 88",
"LEI 2 . 148 / 77",
"Constituição Federal",
"art . 93 , inc . IX , da Constituição",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"ESTADO DE SERGIPE",
"ESTADO DE SERGIPE",
"Brasília",
"ESTADO DE SERGIPE",
"ESTADO DE SERGIPE",
"Estado de Sergipe",
"ESTADO DE SERGIPE",
"ESTADO DE SERGIPE",
"ESTADO DE SERGIPE",
"ESTADO DE SERGIPE",
"ESTADO DE SERGIPE",
"ESTADO DE SERGIPE"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Tribunal de Justiça de Sergipe",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"Brasil",
"Segunda Turma",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Segunda Turma",
"Primeira Turma",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Primeira Turma",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Estado",
"TJ",
"/",
"SE",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
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"/",
"SE",
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"-",
"Brasil",
"Excelso",
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"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
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"[UNK] Turma",
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"-",
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"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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],
"PESSOA": [
"LÚCIA",
"HERIBALDO JOSÉ DE ANDRADE",
"JOEL RAMOS",
"JACIRA RAIMUNDA DE SOUZA",
"FERNANDO GOMES",
"HAMILTON CORREIA SANTOS",
"JOSE DAMIÃO DO NASCIMENTO",
"LUIZ LINO DE ANDRADE",
"JOÃO BATISTA RAMOS",
"HORACIO COELHO SANTOS",
"ANTIPAS COSTA E SILVA",
"ERILIO SANTOS NUNES",
"ADEMIR MEIRA DOS SANTOS",
"Ricardo Lewandowski",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"HERIBALDO JOSÉ DE ANDRADE",
"JOEL RAMOS",
"JACIRA RAIMUNDA DE SOUZA",
"FERNANDO GOMES",
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"Joaquim Barbosa",
"Ellen Gracie",
"Joaquim Barbosa",
"Ellen Gracie",
"Ellen Gracie",
"Ricardo Lewandowski",
"Ellen Gracie",
"Ricardo Lewandowski",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Ellen Gracie",
"Ellen Gracie",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Sepúlveda Pertence",
"Sepúlveda Pertence",
"CÁRMEN LÚCIA",
"HERIBALDO JOSÉ DE ANDRADE",
"JOEL RAMOS",
"JACIRA RAIMUNDA DE SOUZA",
"FERNANDO GOMES",
"HAMILTON CORREIA SANTOS",
"JOSE DAMIÃO DO NASCIMENTO",
"LUIZ LINO DE ANDRADE",
"JOÃO BATISTA RAMOS",
"HORACIO COELHO SANTOS",
"ANTIPAS COSTA E SILVA",
"ERILIO SANTOS NUNES",
"ADEMIR MEIRA DOS SANTOS",
"Ricardo Lewandowski",
"Ricardo Lewandowski",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Wagner Mathias",
"Fabiane Duarte",
"CÁRMEN LÚCIA",
"HERIBALDO JOSÉ DE ANDRADE",
"JOEL RAMOS",
"JACIRA RAIMUNDA DE SOUZA",
"FERNANDO GOMES",
"HAMILTON CORREIA SANTOS",
"JOSE DAMIÃO DO NASCIMENTO",
"LUIZ LINO DE ANDRADE",
"JOÃO BATISTA RAMOS",
"HORACIO COELHO SANTOS",
"ANTIPAS COSTA E SILVA",
"ERILIO SANTOS NUNES",
"ADEMIR MEIRA DOS SANTOS",
"Ricardo Lewandowski",
"Ricardo Lewandowski",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Wagner Mathias",
"Fabiane Duarte"
],
"TEMPO": [
"24",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"24 de agosto de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"09",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"23 de março de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"23 de março de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"3",
".",
"2",
".",
"2006",
"18",
".",
"5",
".",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"3",
".",
"2",
".",
"2006",
"18",
".",
"5",
".",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"22",
".",
"5",
".",
"2009",
"2",
".",
"2",
".",
"2007",
"20",
".",
"2",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"22",
".",
"5",
".",
"2009",
"2",
".",
"2",
".",
"2007",
"20",
".",
"2",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"6",
".",
"4",
".",
"2010",
"15",
".",
"4",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"6",
".",
"4",
".",
"2010",
"15",
".",
"4",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
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"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"28",
".",
"4",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"28",
".",
"4",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
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"2001",
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"08",
"/",
"2001",
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"/",
"08",
"/",
"2001",
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"2010",
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"/",
"08",
"/",
"2001",
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"08",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 743.963 RIO DE JANEIRO
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S)
:GILSON DE ASSIS COSTA
ADV.(A/S)
:LARISSA CHAUL DE CARVALHO OLIVEIRA E
OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:SERVIÇO FEDERAL
DE PROCESSAMENTO
DE
DADOS - SERPRO
ADV.(A/S)
:PEDRO LOPES RAMOS E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:NILTON CORREIA
EMENTA
Agravo regimental no agravo de instrumento. Direito do Trabalho.
Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Reexame de cláusulas
contratuais. Impossibilidade. Precedentes.
1. Inadmissível em recurso extraordinário o exame de ofensa reflexa
à Constituição Federal e a revisão de cláusulas contratuais. Incidência das
Súmulas nºs 636 e 454/STF.
2. Agravo regimental não provido.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência da Sra.
Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das
notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao
agravo regimental no agravo de instrumento, nos termos do voto do
Relator.
Brasília, 08 de novembro de 2011.
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1584873.
Supremo Tribunal Federal
DJe 01/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9
Relatório
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 743.963 RIO DE JANEIRO
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S)
:GILSON DE ASSIS COSTA
ADV.(A/S)
:LARISSA CHAUL DE CARVALHO OLIVEIRA E
OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:SERVIÇO FEDERAL
DE PROCESSAMENTO
DE
DADOS - SERPRO
ADV.(A/S)
:PEDRO LOPES RAMOS E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:NILTON CORREIA
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Gilson de Assis Costa interpõe tempestivo agravo regimental contra
a decisão em que o Ministro Menezes Direito (fls. 277 a 279) negou
provimento ao agravo de instrumento, com a seguinte fundamentação:
“Vistos.
Gilson de Assis Costa interpõe agravo de instrumento
contra a decisão que não admitiu recurso extraordinário
assentado em contrariedade ao artigo 5º, inciso XXXVI, da
Constituição Federal.
Insurge-se, no apelo extremo, contra acórdão da Subseção
I Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior
do Trabalho, assim ementado, na parte que interessa:
‘II) RECURSO DE EMBARGOS DO RECLAMANTE.
SERPRO. NORMA REGULAMENTAR. ORIENTAÇÃO
JURISPRUDENCIAL TRANSITÓRIA 49 DA SBDI-1 DO
TST. SENTENÇA NORMATIVA. APLICAÇÃO EM
PERÍODO
POSTERIOR
À
SUA
VIGÊNCIA.
IMPOSSIBILIDADE MATERIAL DE RETORNO À
SITUAÇÃO ANTERIOR. Hipótese em que pretende o
Recorrente assegurar a aplicação das normas internas da
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Supremo Tribunal Federal
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 743.963 RIO DE JANEIRO
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S)
:GILSON DE ASSIS COSTA
ADV.(A/S)
:LARISSA CHAUL DE CARVALHO OLIVEIRA E
OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:SERVIÇO FEDERAL
DE PROCESSAMENTO
DE
DADOS - SERPRO
ADV.(A/S)
:PEDRO LOPES RAMOS E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:NILTON CORREIA
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Gilson de Assis Costa interpõe tempestivo agravo regimental contra
a decisão em que o Ministro Menezes Direito (fls. 277 a 279) negou
provimento ao agravo de instrumento, com a seguinte fundamentação:
“Vistos.
Gilson de Assis Costa interpõe agravo de instrumento
contra a decisão que não admitiu recurso extraordinário
assentado em contrariedade ao artigo 5º, inciso XXXVI, da
Constituição Federal.
Insurge-se, no apelo extremo, contra acórdão da Subseção
I Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior
do Trabalho, assim ementado, na parte que interessa:
‘II) RECURSO DE EMBARGOS DO RECLAMANTE.
SERPRO. NORMA REGULAMENTAR. ORIENTAÇÃO
JURISPRUDENCIAL TRANSITÓRIA 49 DA SBDI-1 DO
TST. SENTENÇA NORMATIVA. APLICAÇÃO EM
PERÍODO
POSTERIOR
À
SUA
VIGÊNCIA.
IMPOSSIBILIDADE MATERIAL DE RETORNO À
SITUAÇÃO ANTERIOR. Hipótese em que pretende o
Recorrente assegurar a aplicação das normas internas da
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 9
Relatório
AI 743.963 AGR / RJ
empresa, que vigoravam antes do cumprimento da
sentença normativa. Tal instrumento, por ter força de lei
entre as partes e, como tal, ser hierarquicamente superior
à norma empresarial, há de prevalecer sobre esta, mesmo
após escoado o prazo de sua vigência, se o regime
implantado anteriormente for com ela incompatível.
Tampouco se pode entender violado o direito adquirido,
quando reconhecida a impossibilidade material de
conjugarem-se os critérios diferenciados de reajustamento,
máxime quando não comprovado nenhum prejuízo
advindo do cumprimento da sentença normativa.
Ressalte-se, por último, que retomar a situação anterior,
levando-se as vantagens auferidas na vigência do
instrumento coletivo, não se revela razoável do ponto de
vista jurídico. Vale dizer que a incompatibilidade exsurge
do próprio reconhecimento da preponderância da
sentença normativa em detrimento da norma interna. Se
para aplicar um critério, exclui-se o outro, têm eles a
mesma natureza jurídica e conteúdos inconciliáveis entre
si. Embargos conhecidos e desprovidos’ (fls. 201/202).
Decido.
Anote-se, inicialmente, que o recurso extraordinário foi
interposto contra acórdão publicado após 3/5/07, quando já era
plenamente exigível a demonstração da repercussão geral da
matéria constitucional objeto do recurso, conforme decidido na
Questão de Ordem no Agravo de Instrumento nº 664.567/RS,
Pleno, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 6/9/07.
Todavia, apesar da petição recursal ter trazido a preliminar
sobre o tema, não é de se proceder ao exame de sua existência,
uma vez que, nos termos do artigo 323 do Regimento Interno
do Supremo Tribunal Federal, com a redação introduzida pela
Emenda Regimental nº 21/07, primeira parte, o procedimento
acerca da existência da repercussão geral somente ocorrerá
‘quando não for o caso de inadmissibilidade do recurso por
outra razão.’
2
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Supremo Tribunal Federal
AI 743.963 AGR / RJ
empresa, que vigoravam antes do cumprimento da
sentença normativa. Tal instrumento, por ter força de lei
entre as partes e, como tal, ser hierarquicamente superior
à norma empresarial, há de prevalecer sobre esta, mesmo
após escoado o prazo de sua vigência, se o regime
implantado anteriormente for com ela incompatível.
Tampouco se pode entender violado o direito adquirido,
quando reconhecida a impossibilidade material de
conjugarem-se os critérios diferenciados de reajustamento,
máxime quando não comprovado nenhum prejuízo
advindo do cumprimento da sentença normativa.
Ressalte-se, por último, que retomar a situação anterior,
levando-se as vantagens auferidas na vigência do
instrumento coletivo, não se revela razoável do ponto de
vista jurídico. Vale dizer que a incompatibilidade exsurge
do próprio reconhecimento da preponderância da
sentença normativa em detrimento da norma interna. Se
para aplicar um critério, exclui-se o outro, têm eles a
mesma natureza jurídica e conteúdos inconciliáveis entre
si. Embargos conhecidos e desprovidos’ (fls. 201/202).
Decido.
Anote-se, inicialmente, que o recurso extraordinário foi
interposto contra acórdão publicado após 3/5/07, quando já era
plenamente exigível a demonstração da repercussão geral da
matéria constitucional objeto do recurso, conforme decidido na
Questão de Ordem no Agravo de Instrumento nº 664.567/RS,
Pleno, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 6/9/07.
Todavia, apesar da petição recursal ter trazido a preliminar
sobre o tema, não é de se proceder ao exame de sua existência,
uma vez que, nos termos do artigo 323 do Regimento Interno
do Supremo Tribunal Federal, com a redação introduzida pela
Emenda Regimental nº 21/07, primeira parte, o procedimento
acerca da existência da repercussão geral somente ocorrerá
‘quando não for o caso de inadmissibilidade do recurso por
outra razão.’
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 9
Relatório
AI 743.963 AGR / RJ
A irresignação não merece prosperar, uma vez que a
jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal é firme no
sentido de que a alegada violação ao artigo 5º, inciso XXXVI, da
Constituição Federal, se dependente de reexame prévio de
normas infraconstitucionais, seria indireta ou reflexa, o que não
enseja reexame em recurso extraordinário. Nesse sentido,
anote-se:
‘AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO. AÇÃO DE COBRANÇA. DESPESAS
CONDOMINIAIS. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL
SE NEGA PROVIMENTO. 1. Impossibilidade da análise
da legislação infraconstitucional e do reexame de provas
na via do recurso extraordinário. 2. A jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que as
alegações de afronta aos princípios do devido processo
legal, da ampla defesa e do contraditório, dos limites da
coisa julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes
de reexame de normas infraconstitucionais, podem
configurar apenas ofensa reflexa à Constituição da
República’ (AI nº 594.887/SP-AgR, Primeira Turma,
Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJ de 30/11/07).
‘AGRAVO DE INSTRUMENTO - ALEGAÇÃO DE
OFENSA AO POSTULADO DA MOTIVAÇÃO DOS ATOS
DECISÓRIOS - INOCORRÊNCIA - AUSÊNCIA DE
OFENSA DIRETA À CONSTITUIÇÃO - RECURSO
IMPROVIDO. O Supremo Tribunal Federal deixou
assentado que, em regra, as alegações de desrespeito aos
postulados da legalidade, do devido processo legal, da
motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos
limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional
podem configurar, quando muito, situações de ofensa
meramente reflexa ao texto da Constituição, circunstância
essa que impede a utilização do recurso extraordinário.
Precedentes’ (AI nº 360.265/RJ-AgR, Segunda Turma,
3
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Supremo Tribunal Federal
AI 743.963 AGR / RJ
A irresignação não merece prosperar, uma vez que a
jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal é firme no
sentido de que a alegada violação ao artigo 5º, inciso XXXVI, da
Constituição Federal, se dependente de reexame prévio de
normas infraconstitucionais, seria indireta ou reflexa, o que não
enseja reexame em recurso extraordinário. Nesse sentido,
anote-se:
‘AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO. AÇÃO DE COBRANÇA. DESPESAS
CONDOMINIAIS. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL
SE NEGA PROVIMENTO. 1. Impossibilidade da análise
da legislação infraconstitucional e do reexame de provas
na via do recurso extraordinário. 2. A jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que as
alegações de afronta aos princípios do devido processo
legal, da ampla defesa e do contraditório, dos limites da
coisa julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes
de reexame de normas infraconstitucionais, podem
configurar apenas ofensa reflexa à Constituição da
República’ (AI nº 594.887/SP-AgR, Primeira Turma,
Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJ de 30/11/07).
‘AGRAVO DE INSTRUMENTO - ALEGAÇÃO DE
OFENSA AO POSTULADO DA MOTIVAÇÃO DOS ATOS
DECISÓRIOS - INOCORRÊNCIA - AUSÊNCIA DE
OFENSA DIRETA À CONSTITUIÇÃO - RECURSO
IMPROVIDO. O Supremo Tribunal Federal deixou
assentado que, em regra, as alegações de desrespeito aos
postulados da legalidade, do devido processo legal, da
motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos
limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional
podem configurar, quando muito, situações de ofensa
meramente reflexa ao texto da Constituição, circunstância
essa que impede a utilização do recurso extraordinário.
Precedentes’ (AI nº 360.265/RJ-AgR, Segunda Turma,
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 9
Relatório
AI 743.963 AGR / RJ
Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 20/9/02).
Por fim, a jurisprudência desta Corte está consolidada no
sentido de ser incabível em sede de recurso extraordinário o
reexame de termos firmados em acordo coletivo de trabalho.
Neste sentido, anote-se:
‘Recurso extraordinário trabalhista: descabimento:
questão relativa a reajuste salarial decorrente do Plano
Bresser, resolvida à luz da interpretação de cláusula de
acordo coletivo de trabalho posterior ao plano econômico,
de reexame vedado no RE; alegada violação a dispositivos
constitucionais que, se ocorresse, seria indireta ou reflexa,
que não viabiliza o extraordinário’ (AI nº 490.876/RJ-AgR,
Primeira Turma, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence,
DJ de 30/4/04).
‘Agravo regimental em agravo de instrumento. 2.
Interpretação de cláusula de acordo coletivo. Matéria
circunscrita à análise de norma infraconstitucional.
Aplicação da Súmula 454 do STF. Ofensa reflexa à
Constituição Federal de 1988. Precedentes. 3. Princípios da
ampla defesa e do contraditório. Em regra, ofensa reflexa à
Constituição Federal. Precedentes. 4. Agravo regimental a
que se nega provimento’ (AI nº 670.752/MG-AgR, Segunda
Turma, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJ de 24/4/08).
Nego provimento ao agravo.
Publique-se.”
Alega o agravante que “verifica-se a vulneração direta e frontal do
disposto nos artigos 5º, XXXVI e 114, § 2º, da Carta Magna, uma vez que
se deixou de observar que o direito do Autor às diferenças salariais
pleiteadas somente estaria afastado durante a vigência da norma
coletiva” (fl. 292).
É o relatório.
4
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Supremo Tribunal Federal
AI 743.963 AGR / RJ
Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 20/9/02).
Por fim, a jurisprudência desta Corte está consolidada no
sentido de ser incabível em sede de recurso extraordinário o
reexame de termos firmados em acordo coletivo de trabalho.
Neste sentido, anote-se:
‘Recurso extraordinário trabalhista: descabimento:
questão relativa a reajuste salarial decorrente do Plano
Bresser, resolvida à luz da interpretação de cláusula de
acordo coletivo de trabalho posterior ao plano econômico,
de reexame vedado no RE; alegada violação a dispositivos
constitucionais que, se ocorresse, seria indireta ou reflexa,
que não viabiliza o extraordinário’ (AI nº 490.876/RJ-AgR,
Primeira Turma, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence,
DJ de 30/4/04).
‘Agravo regimental em agravo de instrumento. 2.
Interpretação de cláusula de acordo coletivo. Matéria
circunscrita à análise de norma infraconstitucional.
Aplicação da Súmula 454 do STF. Ofensa reflexa à
Constituição Federal de 1988. Precedentes. 3. Princípios da
ampla defesa e do contraditório. Em regra, ofensa reflexa à
Constituição Federal. Precedentes. 4. Agravo regimental a
que se nega provimento’ (AI nº 670.752/MG-AgR, Segunda
Turma, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJ de 24/4/08).
Nego provimento ao agravo.
Publique-se.”
Alega o agravante que “verifica-se a vulneração direta e frontal do
disposto nos artigos 5º, XXXVI e 114, § 2º, da Carta Magna, uma vez que
se deixou de observar que o direito do Autor às diferenças salariais
pleiteadas somente estaria afastado durante a vigência da norma
coletiva” (fl. 292).
É o relatório.
4
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 9
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 743.963 RIO DE JANEIRO
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Não merece prosperar a irresignação.
Conforme expresso na decisão agravada, a alegada violação do art.
5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, acaso ocorresse, seria indireta
ou reflexa, o que não enseja reexame em recurso extraordinário. Nesse
sentido, anote-se:
“TRABALHISTA E PROCESSO CIVIL. DIREITO
ADQUIRIDO. OFENSA REFLEXA. 1. Alegação de ofensa ao
princípio do direito adquirido configura, quando muito, ofensa
meramente reflexa às normas constitucionais. 2. Agravo
regimental improvido” (AI nº 746.067/RJ-AgR, Segunda Turma,
Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe de 25/10/10).
“RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Matéria
infraconstitucional. Agravo regimental não provido. Não se
admite recurso extraordinário que tenha por objeto alegação de
ofensa que, irradiando-se de má interpretação, aplicação, ou,
até, de inobservância de normas infraconstitucionais, seria
apenas indireta à Constituição da República” (RE nº 544.383/RJ-
AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJ de
5/10/07).
Por outro lado, verificar o acerto ou desacerto na aplicação e
interpretação dos termos constantes do acordo coletivo de trabalho pelas
instâncias ordinárias, demandaria reexame da legislação trabalhista
infraconstitucional e das cláusulas previstas no referido acordo coletivo
de trabalho, práticas inadmissíveis em recurso extraordinário. Incidência
das Súmulas nºs 636 e 454. Nesse sentido, anote-se:
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 743.963 RIO DE JANEIRO
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Não merece prosperar a irresignação.
Conforme expresso na decisão agravada, a alegada violação do art.
5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, acaso ocorresse, seria indireta
ou reflexa, o que não enseja reexame em recurso extraordinário. Nesse
sentido, anote-se:
“TRABALHISTA E PROCESSO CIVIL. DIREITO
ADQUIRIDO. OFENSA REFLEXA. 1. Alegação de ofensa ao
princípio do direito adquirido configura, quando muito, ofensa
meramente reflexa às normas constitucionais. 2. Agravo
regimental improvido” (AI nº 746.067/RJ-AgR, Segunda Turma,
Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe de 25/10/10).
“RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Matéria
infraconstitucional. Agravo regimental não provido. Não se
admite recurso extraordinário que tenha por objeto alegação de
ofensa que, irradiando-se de má interpretação, aplicação, ou,
até, de inobservância de normas infraconstitucionais, seria
apenas indireta à Constituição da República” (RE nº 544.383/RJ-
AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJ de
5/10/07).
Por outro lado, verificar o acerto ou desacerto na aplicação e
interpretação dos termos constantes do acordo coletivo de trabalho pelas
instâncias ordinárias, demandaria reexame da legislação trabalhista
infraconstitucional e das cláusulas previstas no referido acordo coletivo
de trabalho, práticas inadmissíveis em recurso extraordinário. Incidência
das Súmulas nºs 636 e 454. Nesse sentido, anote-se:
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 9
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
AI 743.963 AGR / RJ
“AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO.
DIREITO
DO
TRABALHO.
INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULA INTEGRANTE DE
ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 454 DO STF. DECISÃO À LUZ DA LEGISLAÇÃO
PROCESSUAL TRABALHISTA. OFENSA INDIRETA.
AGRAVO IMPROVIDO. I - A apreciação dos temas
constitucionais, no caso, depende da interpretação de cláusula
integrante de norma coletiva de trabalho, o que atrai a
incidência da Súmula 454 do STF. Precedentes. II - O acórdão
recorrido decidiu a causa à luz da legislação processual
trabalhista. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta.
Incabível, portanto, o recurso extraordinário. Precedentes. III –
Agravo regimental improvido” (AI nº 815.641/RJ-AgR, Primeira
Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJe de
1º/2/11).
“AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO.
SENTENÇA
NORMATIVA.
REGULAMENTO DE EMPRESA. RELAÇÃO HIERÁRQUICA.
MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA INDIRETA
OU REFLEXA À CONSTITUIÇÃO. ENUNCIADO 454 DA
SÚMULA/STF. Agravo regimental a que se nega provimento”
(AI nº 733.878/RJ-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro
Joaquim Barbosa, DJe de 30/3/11).
“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO. TRABALHISTA. DIFERENÇAS SALARIAIS.
ACORDO COLETIVO. OFENSA CONSTITUCIONAL
INDIRETA. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULA DE ACORDO
COLETIVO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. AGRAVO
REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (AI nº
616.980/RJ-AgR, Primeira Turma, Relatora a Ministra Cármen
2
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Supremo Tribunal Federal
AI 743.963 AGR / RJ
“AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO.
DIREITO
DO
TRABALHO.
INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULA INTEGRANTE DE
ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 454 DO STF. DECISÃO À LUZ DA LEGISLAÇÃO
PROCESSUAL TRABALHISTA. OFENSA INDIRETA.
AGRAVO IMPROVIDO. I - A apreciação dos temas
constitucionais, no caso, depende da interpretação de cláusula
integrante de norma coletiva de trabalho, o que atrai a
incidência da Súmula 454 do STF. Precedentes. II - O acórdão
recorrido decidiu a causa à luz da legislação processual
trabalhista. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta.
Incabível, portanto, o recurso extraordinário. Precedentes. III –
Agravo regimental improvido” (AI nº 815.641/RJ-AgR, Primeira
Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJe de
1º/2/11).
“AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO.
SENTENÇA
NORMATIVA.
REGULAMENTO DE EMPRESA. RELAÇÃO HIERÁRQUICA.
MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA INDIRETA
OU REFLEXA À CONSTITUIÇÃO. ENUNCIADO 454 DA
SÚMULA/STF. Agravo regimental a que se nega provimento”
(AI nº 733.878/RJ-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro
Joaquim Barbosa, DJe de 30/3/11).
“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO. TRABALHISTA. DIFERENÇAS SALARIAIS.
ACORDO COLETIVO. OFENSA CONSTITUCIONAL
INDIRETA. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULA DE ACORDO
COLETIVO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. AGRAVO
REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (AI nº
616.980/RJ-AgR, Primeira Turma, Relatora a Ministra Cármen
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 9
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
AI 743.963 AGR / RJ
Lúcia, DJe de 3/8/07).
Nego provimento ao agravo regimental.
3
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Supremo Tribunal Federal
AI 743.963 AGR / RJ
Lúcia, DJe de 3/8/07).
Nego provimento ao agravo regimental.
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 9
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 743.963
PROCED. : RIO DE JANEIRO
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) : GILSON DE ASSIS COSTA
ADV.(A/S) : LARISSA CHAUL DE CARVALHO OLIVEIRA E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : SERVIÇO FEDERAL DE PROCESSAMENTO DE DADOS - SERPRO
ADV.(A/S) : PEDRO LOPES RAMOS E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : NILTON CORREIA
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
agravo de instrumento, nos termos do voto do Relator. Unânime.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 8.11.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Mathias.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1590557
Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 743.963
PROCED. : RIO DE JANEIRO
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) : GILSON DE ASSIS COSTA
ADV.(A/S) : LARISSA CHAUL DE CARVALHO OLIVEIRA E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : SERVIÇO FEDERAL DE PROCESSAMENTO DE DADOS - SERPRO
ADV.(A/S) : PEDRO LOPES RAMOS E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : NILTON CORREIA
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
agravo de instrumento, nos termos do voto do Relator. Unânime.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 8.11.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Mathias.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1590557
Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1597620 | 2011-11-08T00:00:00 | 2011-12-01T00:00:00 | A Turma negou provimento ao agravo regimental no agravo de instrumento, nos termos do voto do Relator. Unânime. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 8.11.2011. | AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO | EMENTA
Agravo regimental no agravo de instrumento. Direito do Trabalho. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Reexame de cláusulas contratuais. Impossibilidade. Precedentes.
1. Inadmissível em recurso extraordinário o exame de ofensa reflexa à Constituição Federal e a revisão de cláusulas contratuais. Incidência das Súmulas nºs 636 e 454/STF.
2. Agravo regimental não provido. | sjur202200 | - Acórdãos citados: RE 544383 AgR, AI 616980 AgR, AI 733878 AgR, AI 746067 AgR, AI 815641 AgR.
Número de páginas: 9.
Análise: 02/01/2012, MMR. | DIAS TOFFOLI | Primeira Turma | 743963 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00005 INC-00036\r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000454 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000636 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | AI-AgR | acordaos | AI 743963 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : GILSON DE ASSIS COSTA
ADV.(A/S) : LARISSA CHAUL DE CARVALHO OLIVEIRA E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : SERVIÇO FEDERAL DE PROCESSAMENTO DE DADOS - SERPRO
ADV.(A/S) : PEDRO LOPES RAMOS E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : NILTON CORREIA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 743 . 963",
"Súmulas [UNK] 636 e 454 / STF",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 743 . 963",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 743 . 963",
"AI 743 . 963 AGR / RJ",
"Questão de",
"AI 743 . 963 AGR / RJ",
"AI 743 . 963 AGR",
"AI [UNK] 594 . 887 / SP - AgR",
"AI [UNK] 360 . 265 / RJ - AgR",
"AI 743 . 963 AGR",
"AI [UNK] 594 . 887 / SP - AgR",
"AI [UNK] 360 . 265 / RJ - AgR",
"AI 743 . 963 AGR / RJ",
"AI [UNK] 490 . 876 / RJ - AgR",
"Súmula 454 do STF",
"AI [UNK] 670 . 752 / MG - AgR",
"AI 743 . 963 AGR",
"AI [UNK] 490 . 876 / RJ - AgR",
"Súmula 454 do STF",
"AI [UNK] 670 . 752 / MG - AgR",
"AI [UNK] 746 . 067 / RJ - AgR",
"RE [UNK] 544 . 383 / RJ - AgR",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 743 . 963",
"AI [UNK] 746 . 067 / RJ - AgR",
"RE [UNK] 544 . 383 / RJ - AgR",
"AI 743 . 963",
"SÚMULA 454 DO STF",
"Súmula 454 do STF",
"AI [UNK] 815 . 641 / RJ - AgR",
"AI [UNK] 733 . 878 / RJ - AgR",
"AI [UNK] 616 . 980 / RJ - AgR",
"AI 743 . 963 AGR / RJ",
"SÚMULA 454 DO STF",
"Súmula 454 do STF",
"AI [UNK] 815 . 641 / RJ - AgR",
"ENUNCIADO 454 DA SÚMULA / STF",
"AI [UNK] 733 . 878 / RJ - AgR",
"AI [UNK] 616 . 980 / RJ -",
"AI 743 . 963 AGR",
"AI 743 . 963 AGR / RJ",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 743 . 963",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 743 . 963"
],
"LEGISLACAO": [
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo [UNK] , inciso XXXVI , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo [UNK] , inciso XXXVI , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 323 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal",
"Emenda Regimental [UNK] 21 / 07",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 323 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal",
"Emenda Regimental [UNK] 21 / 07",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo [UNK] , inciso XXXVI , da Constituição Federal",
"Constituição da República",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo [UNK] , inciso XXXVI , da Constituição Federal",
"Constituição da República",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal de 1988",
"Constituição Federal",
"artigos [UNK] , XXXVI e 114 , § [UNK] , da Carta Magna",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal de 1988",
"Constituição Federal",
"artigos [UNK] , XXXVI e 114 , § [UNK] , da Carta Magna",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , inciso XXXVI , da Constituição Federal",
"Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , inciso XXXVI , da Constituição Federal",
"Constituição da República ”",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 ."
],
"LOCAL": [
"RIO DE JANEIRO",
"Brasília",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"SERVIÇO FEDERAL DE PROCESSAMENTO DE DADOS",
"SERPRO",
"Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"SERVIÇO FEDERAL DE PROCESSAMENTO DE DADOS",
"SERPRO",
"Subseção I Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho",
"SBDI",
"TST",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"SERVIÇO",
"Subseção I Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho",
"SBDI",
"TST",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"/",
"RJ",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"/",
"RJ",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Plano",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"/",
"Plano",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"/",
"RJ",
"Primeira Turma",
"STF",
"Segunda Turma",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"SERPRO",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"DIAS TOFFOLI",
"GILSON DE ASSIS COSTA",
"LARISSA CHAUL DE CARVALHO OLIVEIRA",
"PEDRO LOPES RAMOS",
"NILTON CORREIA",
"Cármen Lúcia",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"GILSON DE ASSIS COSTA",
"LARISSA CHAUL DE CARVALHO OLIVEIRA",
"PEDRO LOPES RAMOS",
"NILTON CORREIA",
"DIAS TOFFOLI",
"Gilson de Assis Costa",
"Menezes Direito",
"Gilson de Assis Costa",
"DIAS TOFFOLI",
"GILSON DE ASSIS COSTA",
"LARISSA CHAUL DE CARVALHO OLIVEIRA",
"PEDRO LOPES RAMOS",
"NILTON CORREIA",
"DIAS TOFFOLI",
"Gilson de Assis Costa",
"Menezes Direito",
"Gilson de Assis Costa",
"Sepúlveda Pertence",
"Sepúlveda Pertence",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Celso de Mello",
"Sepúlveda Pertence",
"Gilmar Mendes",
"Celso de Mello",
"Sepúlveda Pertence",
"Gilmar Mendes",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"Ellen Gracie",
"Cezar Peluso",
"DIAS TOFFOLI",
"Ellen Gracie",
"Cezar Peluso",
"DIAS TOFFOLI",
"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Cármen",
"2",
"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Cármen",
"2",
"DIAS TOFFOLI",
"Lúcia",
"Lúcia",
"DIAS TOFFOLI",
"GILSON DE ASSIS COSTA",
"LARISSA CHAUL DE CARVALHO OLIVEIRA",
"PEDRO LOPES RAMOS",
"NILTON CORREIA",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Wagner Mathias",
"Carmen Lilian",
"DIAS TOFFOLI",
"GILSON DE ASSIS COSTA",
"LARISSA CHAUL DE CARVALHO OLIVEIRA",
"PEDRO LOPES RAMOS",
"NILTON CORREIA",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Wagner Mathias",
"Carmen Lilian"
],
"TEMPO": [
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"08 de novembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"01",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"3",
"/",
"5",
"/",
"07",
"6",
"/",
"9",
"/",
"07",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"3",
"/",
"5",
"/",
"07",
"6",
"/",
"9",
"/",
"07",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
"/",
"11",
"/",
"07",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
"/",
"11",
"/",
"07",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
"/",
"9",
"/",
"02",
"30",
"/",
"4",
"/",
"04",
"24",
"/",
"4",
"/",
"08",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
"/",
"9",
"/",
"02",
"30",
"/",
"4",
"/",
"04",
"24",
"/",
"4",
"/",
"08",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"25",
"/",
"10",
"/",
"10",
"5",
"/",
"10",
"/",
"07",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"25",
"/",
"10",
"/",
"10",
"5",
"/",
"10",
"/",
"07",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"[UNK]",
"/",
"2",
"/",
"11",
"30",
"/",
"3",
"/",
"11",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"[UNK]",
"/",
"2",
"/",
"11",
"30",
"/",
"3",
"/",
"11",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"3",
"/",
"8",
"/",
"07",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"3",
"/",
"8",
"/",
"07",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"8",
".",
"11",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"8",
".",
"11",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 735.629 PARANÁ
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S)
:SINDICATO NACIONAL
DOS DOCENTES
DAS
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR (ANDES -
SINDICATO NACIONAL)
ADV.(A/S)
:JOÃO LUIZ ARZENO DA SILVA E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - UFPR
ADV.(A/S)
:PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
EMENTA
Agravo regimental no agravo de instrumento. Servidor público.
Gratificação de Estímulo à Docência (GED). Extensão aos inativos.
Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Reexame de fatos e
provas. Impossibilidade. Precedentes.
1. Inadmissível em recurso extraordinário a análise da legislação
infraconstitucional e o reexame dos fatos e das provas dos autos.
Incidência das Súmulas nºs 636 e 279/STF.
2. Agravo regimental não provido.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência da Sra.
Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das
notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao
agravo regimental no agravo de instrumento, nos termos do voto do
Relator.
Brasília, 08 de novembro de 2011.
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
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Supremo Tribunal Federal
DJe 01/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8
Relatório
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 735.629 PARANÁ
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S)
:SINDICATO NACIONAL
DOS DOCENTES
DAS
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR (ANDES -
SINDICATO NACIONAL)
ADV.(A/S)
:JOÃO LUIZ ARZENO DA SILVA E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - UFPR
ADV.(A/S)
:PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior
(ANDES – Sindicato Nacional) interpõe tempestivo agravo regimental,
por meio de petição (fls. 280 a 285) enviada eletronicamente (nº 69.324),
contra decisão em que se negou provimento ao agravo de instrumento
(fls. 272 a 274), com a seguinte fundamentação:
“Vistos.
Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de
Ensino Superior (ANDES - Sindicato Nacional) interpõe agravo
de instrumento contra a decisão que não admitiu recurso
extraordinário assentado em contrariedade aos artigos 5°, caput
e inciso II, 40, parágrafo 8°, da Constituição Federal e 7° da
Emenda Constitucional n° 41/03.
Insurge-se, no apelo extremo, contra acórdão da Quarta
Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, assim
ementado:
‘ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.
DOCENTES
INATIVOS
E
PENSIONISTAS.
GRATIFICAÇÃO DE ESTÍMULO À DOCÊNCIA - GED.
LEI Nº 9.678/1998. LEI Nº 11.087/2005.
1. Conforme assentado pelo Supremo Tribunal
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Supremo Tribunal Federal
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 735.629 PARANÁ
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S)
:SINDICATO NACIONAL
DOS DOCENTES
DAS
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR (ANDES -
SINDICATO NACIONAL)
ADV.(A/S)
:JOÃO LUIZ ARZENO DA SILVA E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - UFPR
ADV.(A/S)
:PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior
(ANDES – Sindicato Nacional) interpõe tempestivo agravo regimental,
por meio de petição (fls. 280 a 285) enviada eletronicamente (nº 69.324),
contra decisão em que se negou provimento ao agravo de instrumento
(fls. 272 a 274), com a seguinte fundamentação:
“Vistos.
Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de
Ensino Superior (ANDES - Sindicato Nacional) interpõe agravo
de instrumento contra a decisão que não admitiu recurso
extraordinário assentado em contrariedade aos artigos 5°, caput
e inciso II, 40, parágrafo 8°, da Constituição Federal e 7° da
Emenda Constitucional n° 41/03.
Insurge-se, no apelo extremo, contra acórdão da Quarta
Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, assim
ementado:
‘ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.
DOCENTES
INATIVOS
E
PENSIONISTAS.
GRATIFICAÇÃO DE ESTÍMULO À DOCÊNCIA - GED.
LEI Nº 9.678/1998. LEI Nº 11.087/2005.
1. Conforme assentado pelo Supremo Tribunal
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Relatório
AI 735.629 AGR / PR
Federal, somente as gratificações ou vantagens concedidas
aos servidores da ativa, com características de
generalidade e impessoalidade, é que se estendem aos
inativos. Precedentes do STF: ADI 778/DF; RE 223.881/SP,
217.110/SP, 219.329/SP, 289.680/SP, 265.949/SP e 224.279/SP;
e AI 324.773/SP (DJ de 19.12.94, 13.08.99, 02.02.2001,
03.02.98, 11.10.2001, 05.8.2002, 09.10.2003, 24.10.2001,
respectivamente).
2 A Lei nº 11.087/2005, resultado da conversão da
Medida Provisória nº 208/2004, em nada alterou a
natureza jurídica da referida gratificação. Continuou a
prever regras distintas de cálculo para servidores ativos e
inativos, justificadamente em razão de inexistirem meios
de averiguação do desempenho dos últimos.
3. Com relação ao fato de não ter ocorrido a avaliação dos
docentes, isso não significa que jamais será realizada - o que por
si derruba a tese de se tratar de ‘aumento disfarçado’. Além
disso, tal como na redação anterior, o legislador não igualou a
situação dos ativos a dos inativos justamente pela ausência de
critérios para que isso pudesse ser feito’ (fl. 222).
Opostos embargos de declaração (fls. 224 a 226), foram
rejeitados (fls. 227/228).
Decido.
Anote-se, inicialmente, que o recurso extraordinário foi
interposto contra acórdão publicado após 3/5/07, quando já era
plenamente exigível a demonstração da repercussão geral da
matéria constitucional objeto do recurso, conforme decidido na
Questão de Ordem no Agravo de Instrumento nº 664.567/RS,
Tribunal Pleno, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de
6/9/07. Todavia, apesar da petição recursal haver trazido a
preliminar sobre o tema, não é de se proceder ao exame de sua
existência, uma vez que, nos termos do artigo 323 do Regimento
Interno do Supremo Tribunal Federal, com a redação
introduzida pela Emenda Regimental nº 21/07, primeira parte, o
procedimento acerca da existência da repercussão geral
2
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Supremo Tribunal Federal
AI 735.629 AGR / PR
Federal, somente as gratificações ou vantagens concedidas
aos servidores da ativa, com características de
generalidade e impessoalidade, é que se estendem aos
inativos. Precedentes do STF: ADI 778/DF; RE 223.881/SP,
217.110/SP, 219.329/SP, 289.680/SP, 265.949/SP e 224.279/SP;
e AI 324.773/SP (DJ de 19.12.94, 13.08.99, 02.02.2001,
03.02.98, 11.10.2001, 05.8.2002, 09.10.2003, 24.10.2001,
respectivamente).
2 A Lei nº 11.087/2005, resultado da conversão da
Medida Provisória nº 208/2004, em nada alterou a
natureza jurídica da referida gratificação. Continuou a
prever regras distintas de cálculo para servidores ativos e
inativos, justificadamente em razão de inexistirem meios
de averiguação do desempenho dos últimos.
3. Com relação ao fato de não ter ocorrido a avaliação dos
docentes, isso não significa que jamais será realizada - o que por
si derruba a tese de se tratar de ‘aumento disfarçado’. Além
disso, tal como na redação anterior, o legislador não igualou a
situação dos ativos a dos inativos justamente pela ausência de
critérios para que isso pudesse ser feito’ (fl. 222).
Opostos embargos de declaração (fls. 224 a 226), foram
rejeitados (fls. 227/228).
Decido.
Anote-se, inicialmente, que o recurso extraordinário foi
interposto contra acórdão publicado após 3/5/07, quando já era
plenamente exigível a demonstração da repercussão geral da
matéria constitucional objeto do recurso, conforme decidido na
Questão de Ordem no Agravo de Instrumento nº 664.567/RS,
Tribunal Pleno, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de
6/9/07. Todavia, apesar da petição recursal haver trazido a
preliminar sobre o tema, não é de se proceder ao exame de sua
existência, uma vez que, nos termos do artigo 323 do Regimento
Interno do Supremo Tribunal Federal, com a redação
introduzida pela Emenda Regimental nº 21/07, primeira parte, o
procedimento acerca da existência da repercussão geral
2
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Relatório
AI 735.629 AGR / PR
somente ocorrerá ‘quando não for o caso de inadmissibilidade do
recurso por outra razão.’
Não merece prosperar a irresignação.
A jurisprudência da Corte está consolidada no sentido de
que a discussão acerca da possibilidade de extensão aos
inativos e pensionistas de gratificação debatida nestes autos,
bem como sobre a natureza jurídica da vantagem, está restrita à
interpretação da legislação infraconstitucional e ao reexame dos
fatos e provas que compõem a lide, operações vedadas em sede
de recurso extraordinário. Incidência da Súmulas nº 279 e
280/STF. Anote-se:
‘AGRAVO
REGIMENTAL
NO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
ADMINISTRATIVO.
GRATIFICAÇÃO DE ESTÍMULO À DOCÊNCIA – GED.
NATUREZA JURÍDICA E POSSIBILIDADE DE
EXTENSÃO AOS INATIVOS. CONTROVÉRSIA
DECIDIDA
À
LUZ
DA
LEGISLAÇÃO
INFRACONSTITUCIONAL.
OFENSA
CONSTITUCIONAL INDIRETA. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA
PROVIMENTO’ (AI nº 636.578/DF-AgR, Primeira Turma,
Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de 16/5/11).
‘RECURSO EXTRAORDINÁRIO – LEI Nº 9.678/98 -
GRATIFICAÇÃO DE ESTÍMULO À DOCÊNCIA (GED) -
EXTENSÃO AOS SERVIDORES INATIVOS – OFENSA
INDIRETA À CONSTITUIÇÃO – CONTENCIOSO DE
MERA LEGALIDADE – PRECEDENTES – RECURSO
IMPROVIDO’ (RE nº 600.122/AL-AgR, Segunda Turma,
Relator o Ministro Celso de Melllo, DJe de 15/3/11).
No mesmo, sentido as seguintes decisões monocráticas: AI
nº 813.372/BA, Relator o Ministro Ayres Britto, DJe de 20/9/10;
RE nº 560.517/RS, Relator o Ministro Marco Aurélio, DJe de
3
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Supremo Tribunal Federal
AI 735.629 AGR / PR
somente ocorrerá ‘quando não for o caso de inadmissibilidade do
recurso por outra razão.’
Não merece prosperar a irresignação.
A jurisprudência da Corte está consolidada no sentido de
que a discussão acerca da possibilidade de extensão aos
inativos e pensionistas de gratificação debatida nestes autos,
bem como sobre a natureza jurídica da vantagem, está restrita à
interpretação da legislação infraconstitucional e ao reexame dos
fatos e provas que compõem a lide, operações vedadas em sede
de recurso extraordinário. Incidência da Súmulas nº 279 e
280/STF. Anote-se:
‘AGRAVO
REGIMENTAL
NO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
ADMINISTRATIVO.
GRATIFICAÇÃO DE ESTÍMULO À DOCÊNCIA – GED.
NATUREZA JURÍDICA E POSSIBILIDADE DE
EXTENSÃO AOS INATIVOS. CONTROVÉRSIA
DECIDIDA
À
LUZ
DA
LEGISLAÇÃO
INFRACONSTITUCIONAL.
OFENSA
CONSTITUCIONAL INDIRETA. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA
PROVIMENTO’ (AI nº 636.578/DF-AgR, Primeira Turma,
Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de 16/5/11).
‘RECURSO EXTRAORDINÁRIO – LEI Nº 9.678/98 -
GRATIFICAÇÃO DE ESTÍMULO À DOCÊNCIA (GED) -
EXTENSÃO AOS SERVIDORES INATIVOS – OFENSA
INDIRETA À CONSTITUIÇÃO – CONTENCIOSO DE
MERA LEGALIDADE – PRECEDENTES – RECURSO
IMPROVIDO’ (RE nº 600.122/AL-AgR, Segunda Turma,
Relator o Ministro Celso de Melllo, DJe de 15/3/11).
No mesmo, sentido as seguintes decisões monocráticas: AI
nº 813.372/BA, Relator o Ministro Ayres Britto, DJe de 20/9/10;
RE nº 560.517/RS, Relator o Ministro Marco Aurélio, DJe de
3
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Relatório
AI 735.629 AGR / PR
28/9/10; RE nº 598.067/AL, Relator o Ministro Ricardo
Lewandowski, de 2/6/10; AI nº 742.295/MG, Relatora a Ministra
Ellen Gracie, DJe de 24/11/09; RE nº 470.786/RS, Relator o
Ministro Cezar Peluso, DJ de 20/3/06.
Ante o exposto, nego provimento ao agravo de
instrumento.
Publique-se.”
Alega o agravante que teriam sido violados os arts. 5º, inciso I; 40, §
8º, da Constituição Federal e art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/03.
Aduz, in verbis, que:
“(...) ao contrário do que se decidiu, o direito ao
pagamento da GED aos inativos no mesmo valor pago aos
ativos diz respeito essencialmente à interpretação de normas
constitucionais, visto que a pretensão em tela tem por
fundamento a ofensa direta ao princípio constitucional da
isonomia e à garantia constitucional da paridade entre ativos e
inativos, bem como concluir que essa discussão não exige o
reexame de fatos e tampouco de provas, afastando-se a
incidência das Súmulas nº 279 e 280/STF.
(...)
Isso porque a GED, com a entrada em vigor da Medida
Provisória nº 208, em outubro de 2004 com efeitos financeiros
retroativos a abril de 2004, posteriormente convertida na Lei
nº 11.087/2005, passou a ser paga em pontuação fixa, sem a
realização de qualquer avaliação de desempenho, tornando-se
inconstitucional a aplicação de valores diferenciados entre os
servidores ativos e servidores aposentados e pensionistas” (fls.
282/283).
É o relatório.
4
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Supremo Tribunal Federal
AI 735.629 AGR / PR
28/9/10; RE nº 598.067/AL, Relator o Ministro Ricardo
Lewandowski, de 2/6/10; AI nº 742.295/MG, Relatora a Ministra
Ellen Gracie, DJe de 24/11/09; RE nº 470.786/RS, Relator o
Ministro Cezar Peluso, DJ de 20/3/06.
Ante o exposto, nego provimento ao agravo de
instrumento.
Publique-se.”
Alega o agravante que teriam sido violados os arts. 5º, inciso I; 40, §
8º, da Constituição Federal e art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/03.
Aduz, in verbis, que:
“(...) ao contrário do que se decidiu, o direito ao
pagamento da GED aos inativos no mesmo valor pago aos
ativos diz respeito essencialmente à interpretação de normas
constitucionais, visto que a pretensão em tela tem por
fundamento a ofensa direta ao princípio constitucional da
isonomia e à garantia constitucional da paridade entre ativos e
inativos, bem como concluir que essa discussão não exige o
reexame de fatos e tampouco de provas, afastando-se a
incidência das Súmulas nº 279 e 280/STF.
(...)
Isso porque a GED, com a entrada em vigor da Medida
Provisória nº 208, em outubro de 2004 com efeitos financeiros
retroativos a abril de 2004, posteriormente convertida na Lei
nº 11.087/2005, passou a ser paga em pontuação fixa, sem a
realização de qualquer avaliação de desempenho, tornando-se
inconstitucional a aplicação de valores diferenciados entre os
servidores ativos e servidores aposentados e pensionistas” (fls.
282/283).
É o relatório.
4
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 735.629 PARANÁ
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Não merece prosperar a irresignação.
Inicialmente, anote-se que a alegada violação do art. 5º, inciso I, da
Constituição Federal, não foi suscitada no recurso extraordinário,
destarte, constitui inovação recursal manifestada em momento
inoportuno.
De resto, conforme assentado na decisão agravada, é certo que para
aferir a possibilidade de extensão da Gratificação de Estímulo à Docência
(GED) aos servidores inativos seria preciso avaliar a natureza da
vantagem em discussão, se concedida em razão do desempenho de uma
atividade específica, conforme consignou o Tribunal de origem, ou se
concedida de forma genérica a todos os servidores em atividade, sendo
certo que esse exame não prescinde da análise das normas que
instituíram a gratificação em comento e dos fatos e provas dos autos.
Desse modo, para reformar o acórdão recorrido seria necessário
interpretar a legislação infraconstitucional pertinente (Leis nºs 9.678/98 e
11.087/05) e reexaminar o conjunto fático-probatório dos autos, ao que
não se presta o recurso extraordinário. Incidência das Súmulas nºs 636 e
279/STF. Nesse sentido:
“AGRAVO
REGIMENTAL
NO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
ADMINISTRATIVO.
SERVIDOR
PÚBLICO INATIVO. GRATIFICAÇÃO DE INCENTIVO À
DOCÊNCIA.
NATUREZA
DA
GRATIFICAÇÃO:
IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO LOCAL.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 280 DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO
QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (RE nº 613.487/RN-AgR,
Primeira Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1584794.
Supremo Tribunal Federal
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 735.629 PARANÁ
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Não merece prosperar a irresignação.
Inicialmente, anote-se que a alegada violação do art. 5º, inciso I, da
Constituição Federal, não foi suscitada no recurso extraordinário,
destarte, constitui inovação recursal manifestada em momento
inoportuno.
De resto, conforme assentado na decisão agravada, é certo que para
aferir a possibilidade de extensão da Gratificação de Estímulo à Docência
(GED) aos servidores inativos seria preciso avaliar a natureza da
vantagem em discussão, se concedida em razão do desempenho de uma
atividade específica, conforme consignou o Tribunal de origem, ou se
concedida de forma genérica a todos os servidores em atividade, sendo
certo que esse exame não prescinde da análise das normas que
instituíram a gratificação em comento e dos fatos e provas dos autos.
Desse modo, para reformar o acórdão recorrido seria necessário
interpretar a legislação infraconstitucional pertinente (Leis nºs 9.678/98 e
11.087/05) e reexaminar o conjunto fático-probatório dos autos, ao que
não se presta o recurso extraordinário. Incidência das Súmulas nºs 636 e
279/STF. Nesse sentido:
“AGRAVO
REGIMENTAL
NO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
ADMINISTRATIVO.
SERVIDOR
PÚBLICO INATIVO. GRATIFICAÇÃO DE INCENTIVO À
DOCÊNCIA.
NATUREZA
DA
GRATIFICAÇÃO:
IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO LOCAL.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 280 DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO
QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (RE nº 613.487/RN-AgR,
Primeira Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
AI 735.629 AGR / PR
13/4/11).
“AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO.
PROVENTOS.
MAGISTÉRIO.
GRATIFICAÇÃO
DE
ESTÍMULO
À
DOCÊNCIA.
CONTROVÉRSIA DECIDIDA À LUZ DA LEGISLAÇÃO
INFRACONSTITUCIONAL
PERTINENTE.
OFENSA
INDIRETA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. Questão restrita
ao âmbito infraconstitucional, que não enseja apreciação em
recurso extraordinário. 2. Agravo desprovido” (AI nº
813.372/BA-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Ayres
Britto, DJe de 1º/3/11).
“1. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade.
Jurisprudência assentada. Ausência de razões novas. Decisão
mantida. Agravo regimental improvido. Nega-se provimento a
agravo regimental tendente a impugnar, sem razões novas,
decisão fundada em jurisprudência assente na Corte. 2.
RECURSO. Agravo. Regimental. Jurisprudência assentada
sobre a matéria. Caráter meramente abusivo. Litigância de má-
fé. Imposição de multa. Aplicação do art. 557, § 2º, cc. arts. 14, II
e III, e 17, VII, do CPC. Quando abusiva a interposição de
agravo, manifestamente inadmissível ou infundado, deve o
Tribunal condenar o agravante a pagar multa ao agravado” (RE
nº 449.043/RS-AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro Cezar
Peluso, DJ de 5/8/05).
Nego provimento ao agravo regimental.
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
AI 735.629 AGR / PR
13/4/11).
“AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO.
PROVENTOS.
MAGISTÉRIO.
GRATIFICAÇÃO
DE
ESTÍMULO
À
DOCÊNCIA.
CONTROVÉRSIA DECIDIDA À LUZ DA LEGISLAÇÃO
INFRACONSTITUCIONAL
PERTINENTE.
OFENSA
INDIRETA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. Questão restrita
ao âmbito infraconstitucional, que não enseja apreciação em
recurso extraordinário. 2. Agravo desprovido” (AI nº
813.372/BA-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Ayres
Britto, DJe de 1º/3/11).
“1. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade.
Jurisprudência assentada. Ausência de razões novas. Decisão
mantida. Agravo regimental improvido. Nega-se provimento a
agravo regimental tendente a impugnar, sem razões novas,
decisão fundada em jurisprudência assente na Corte. 2.
RECURSO. Agravo. Regimental. Jurisprudência assentada
sobre a matéria. Caráter meramente abusivo. Litigância de má-
fé. Imposição de multa. Aplicação do art. 557, § 2º, cc. arts. 14, II
e III, e 17, VII, do CPC. Quando abusiva a interposição de
agravo, manifestamente inadmissível ou infundado, deve o
Tribunal condenar o agravante a pagar multa ao agravado” (RE
nº 449.043/RS-AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro Cezar
Peluso, DJ de 5/8/05).
Nego provimento ao agravo regimental.
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1584794.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 735.629
PROCED. : PARANÁ
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) : SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE
ENSINO SUPERIOR (ANDES - SINDICATO NACIONAL)
ADV.(A/S) : JOÃO LUIZ ARZENO DA SILVA E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - UFPR
ADV.(A/S) : PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
agravo de instrumento, nos termos do voto do Relator. Unânime.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 8.11.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Mathias.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1590553
Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 735.629
PROCED. : PARANÁ
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) : SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE
ENSINO SUPERIOR (ANDES - SINDICATO NACIONAL)
ADV.(A/S) : JOÃO LUIZ ARZENO DA SILVA E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - UFPR
ADV.(A/S) : PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
agravo de instrumento, nos termos do voto do Relator. Unânime.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 8.11.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Mathias.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1590553
Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1597912 | 2011-11-08T00:00:00 | 2011-12-01T00:00:00 | A Turma negou provimento ao agravo regimental no agravo de instrumento, nos termos do voto do Relator. Unânime. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 8.11.2011. | AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO | EMENTA
Agravo regimental no agravo de instrumento. Servidor público. Gratificação de Estímulo à Docência (GED). Extensão aos inativos. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Reexame de fatos e provas. Impossibilidade. Precedentes.
1. Inadmissível em recurso extraordinário a análise da legislação infraconstitucional e o reexame dos fatos e das provas dos autos. Incidência das Súmulas nºs 636 e 279/STF.
2. Agravo regimental não provido. | sjur202199 | - Acórdãos citados: RE 449043 AgR, AI 813372 AgR.
Número de páginas: 8.
Análise: 12/01/2012, SEV.
Revisão: 03/02/2012, MMR. | DIAS TOFFOLI | Primeira Turma | 735629 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00005 INC-00001 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED LEI-009678 ANO-1998\r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-FED LEI-011087 ANO-2005\r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000279 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000636 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | AI-AgR | acordaos | AI 735629 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR (ANDES - SINDICATO NACIONAL)
ADV.(A/S) : JOÃO LUIZ ARZENO DA SILVA E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - UFPR
ADV.(A/S) : PROCURADORIA-GERAL FEDERAL | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 735 . 629",
"Súmulas [UNK] 636",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 735 . 629",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 735 . 629",
"AI 735 . 629 AGR",
"ADI 778 / DF",
"RE 223 . 881 / SP",
"AI 324 . 773 / SP",
"Agravo de Instrumento [UNK] 664 . 567 / RS",
"AI 735 . 629 AGR",
"ADI 778 / DF",
"RE 223 . 881 / SP",
"217",
".",
"/",
".",
"289",
".",
"265",
".",
"AI 324 . 773 / SP",
"Agravo de Instrumento [UNK] 664 . 567 / RS",
"AI 735 . 629 AGR / PR",
"Súmulas [UNK] 279 e 280 / STF",
"SÚMULA N . 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL",
"AI [UNK] 636 . 578 / DF - AgR",
"RE [UNK] 600 . 122 / AL - AgR",
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"Súmulas [UNK] 279 e 280 / STF",
"SÚMULA N . 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL",
"AI [UNK] 636 . 578 / DF - AgR",
"RE [UNK] 600 . 122 / AL - AgR",
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"RE [UNK] 560 . 517 / RS",
"AI 735 . 629 AGR /",
"RE [UNK] 598 . 067 / AL",
"AI [UNK] 742 . 295 / MG",
"RE [UNK] 470 . 786 / RS",
"Súmulas [UNK] 279 e 280 / STF",
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"RE [UNK] 598 . 067 / AL",
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"RE [UNK] 470 . 786 / RS",
"Súmulas [UNK] 279 e 280 / STF",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 735 . 629",
"Súmulas [UNK] 636 e 279 / STF",
"SÚMULA N . 280 DO SUPREMO",
"RE [UNK] 613 . 487 / RN - AgR",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 735 . 629",
"Súmulas [UNK] 636 e 279 / STF",
"SÚMULA N . 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL",
"RE [UNK] 613 . 487 / RN - AgR",
"AI 735 . 629 AGR / PR",
"AI [UNK] 813 . 372 / BA - AgR",
"RE [UNK] 449 . 043 / RS - AgR",
"AI 735 . 629",
"AI [UNK] 813 . 372 / BA - AgR",
"RE [UNK] 449 . 043 / RS - AgR",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 735 . 629"
],
"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos 5° , caput e inciso II , 40 , parágrafo 8° , da Constituição Federal",
"7° da Emenda Constitucional n° 41 / 03",
"LEI [UNK] 9 . 678 / 1998",
"LEI [UNK] 11 . 087 / 2005",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos 5° , caput e inciso II , 40 , parágrafo 8° , da Constituição Federal",
"7° da Emenda Constitucional n° 41 / 03",
"LEI [UNK] 9 . 678 / 1998",
"LEI [UNK] 11 . 087 / 2005",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 11 . 087 / 2005",
"Medida Provisória [UNK] 208 / 2004",
"artigo 323 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal",
"Emenda Regimental [UNK] 21 / 07",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 11 . 087 / 2005",
"Medida Provisória [UNK] 208 / 2004",
"artigo 323 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal",
"Emenda Regimental [UNK] 21 / 07",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"LEI [UNK] 9 . 678 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"LEI [UNK] 9 . 678 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"[UNK] , da Constituição Federal",
"art . [UNK] da Emenda Constitucional [UNK] 41 / 03",
"Medida Provisória [UNK] 208",
"Lei [UNK] 11 . 087 / 2005",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . [UNK] , inciso I ; 40 , § [UNK] , da Constituição Federal",
"art . [UNK] da Emenda Constitucional [UNK] 41 / 03",
"Medida Provisória [UNK] 208",
"Lei [UNK] 11 . 087 / 2005",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , inciso I , da Constituição Federal",
"Leis [UNK] 9 . 678 / 98",
"11",
".",
"087",
"/",
"05",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , inciso I , da Constituição Federal",
"Leis [UNK] 9 . 678 / 98",
"11",
".",
"087",
"/",
"05",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 557 , § [UNK] , cc . arts . 14 , II e III , e 17 , VII , do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"PARANÁ",
"Brasília",
"PARANÁ",
"PARANÁ",
"PARANÁ",
"PARANÁ",
"PARANÁ",
"PARANÁ"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR",
"ANDES",
"SINDICATO NACIONAL",
"UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ",
"UFPR",
"PROCURADORIA",
"-",
"GERAL FEDERAL",
"Primeira Turma do",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR",
"ANDES",
"SINDICATO",
"UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ",
"UFPR",
"PROCURADORIA",
"-",
"GERAL",
"Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior",
"ANDES",
"Sindicato Nacional",
"Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior",
"ANDES",
"Sindicato",
"Quarta Turma",
"Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Supremo Tribunal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR",
"ANDES",
"SINDICATO NACIONAL",
"UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ",
"UFPR",
"PROCURADORIA",
"-",
"GERAL FEDERAL",
"Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior",
"ANDES",
"Sindicato Nacional",
"Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior",
"ANDES",
"Sindicato Nacional",
"Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Supremo Tribunal",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"/",
"PR",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"Segunda Turma",
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"ICP",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Segunda Turma",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR",
"ANDES",
"SINDICATO NACIONAL",
"UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ",
"UFPR",
"PROCURADORIA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR",
"ANDES",
"SINDICATO NACIONAL",
"UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ",
"UFPR",
"PROCURADORIA",
"-",
"GERAL FEDERAL",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"DIAS TOFFOLI",
"JOÃO LUIZ ARZENO DA SILVA",
"Cármen Lúcia",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"JOÃO LUIZ ARZENO DA SILVA",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"JOÃO LUIZ ARZENO DA SILVA",
"DIAS TOFFOLI",
"Sepúlveda Pertence",
"Sepúlveda Pertence",
"Cármen Lúcia",
"Celso de Melllo",
"Ayres Britto",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Celso de Melllo",
"Ayres Britto",
"Marco Aurélio",
"Ricardo Lewandowski",
"Ellen Gracie",
"Cezar Peluso",
"Ricardo Lewandowski",
"Ellen Gracie",
"Cezar Peluso",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"Cármen Lúcia",
"DIAS TOFFOLI",
"Cármen Lúcia",
"DIAS TOFFOLI",
"Ayres Britto",
"Cezar Peluso",
"Ayres Britto",
"Cezar Peluso",
"DIAS TOFFOLI",
"JOÃO LUIZ ARZENO DA SILVA",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Wagner Mathias",
"Carmen Lilian",
"DIAS TOFFOLI",
"JOÃO LUIZ ARZENO DA SILVA",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Wagner Mathias",
"Carmen Lilian"
],
"TEMPO": [
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"08 de novembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
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"2011",
"08",
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"2011",
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"08",
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"2011",
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"08",
"/",
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".",
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".",
"02",
".",
"2001",
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".",
"02",
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".",
"10",
".",
"2001",
"05",
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"8",
".",
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"09",
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"10",
".",
"2003",
"24",
".",
"10",
".",
"2001",
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"5",
"/",
"07",
"6",
"/",
"9",
"/",
"07",
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"2001",
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"12",
".",
"94",
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".",
"08",
".",
"99",
"02",
".",
"02",
".",
"2001",
"03",
".",
"02",
".",
"11",
".",
"10",
".",
"2001",
"05",
".",
"8",
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"2002",
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".",
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"10",
".",
"2001",
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"2001",
"16",
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"/",
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"2001",
"28",
"/",
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"2",
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"11",
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"09",
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"outubro de 2004",
"abril de 2004",
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"[UNK]",
"/",
"3",
"/",
"11",
"5",
"/",
"8",
"/",
"05",
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"08",
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".",
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"08",
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"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
08/11/2011
SEGUNDA TURMA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 107.676 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
RECTE.(S)
:JOÃO CARLOS BOCHNIA
ADV.(A/S)
:MATHEUS GABRIEL RODRIGUES DE ALMEIDA
RECDO.(A/S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
ADV.(A/S)
:PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
Recurso ordinário em habeas corpus. 2. Alegada nulidade da ação
penal condenatória, ao argumento de deficiência de defesa, evidenciada
pela não formulação de perguntas às testemunhas e pela falta de
requerimento na fase do antigo artigo 499 do CPP. 3. Nulidade não
verificada. 4. Recurso a que se nega provimento.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a presidência do
Senhor Ministro Ayres Britto na conformidade da ata de julgamento e das
notas taquigráficas, por votação unânime, desprover o recurso ordinário
em habeas corpus, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 8 de novembro de 2011.
Ministro GILMAR MENDES
Relator
Documento assinado digitalmente
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1586308.
Supremo Tribunal Federal
DJe 29/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 12
Relatório
08/11/2011
SEGUNDA TURMA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 107.676 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
RECTE.(S)
:JOÃO CARLOS BOCHNIA
ADV.(A/S)
:MATHEUS GABRIEL RODRIGUES DE ALMEIDA
RECDO.(A/S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
ADV.(A/S)
:PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - (RELATOR): Trata-se
de recurso ordinário em habeas corpus interposto por Matheus Gabriel
Rodrigues de Almeida, em favor de João Carlos Bochnia.
Neste autos, a defesa questiona acórdão formalizado pela Quinta
Turma do Superior Tribunal de Justiça, no HC n. 166.971/PR, rel. Min.
Honildo Amaral de Mello Castro (desembargador convocado do TJ/AP).
Na espécie, o recorrente foi condenado à pena de 18 anos e 9 meses
de reclusão, em regime inicialmente fechado, pela prática do delito
tipificado no art. 214 c/c o art. 224, “a”, e art. 226, II e III, c/c o art. 71,
todos do Código Penal.
Contra essa decisão, a defesa interpôs recurso de apelação,
requerendo, em síntese, a absolvição do paciente, em razão da ausência
de provas suficientes para condenação e, alternativamente, a diminuição
da pena em seu mínimo legal.
A Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do
Paraná, por unanimidade, negou provimento ao apelo defensivo e, de
ofício, modificou o quantum da pena aplicada anteriormente, fixando-a
em 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado.
Inconformada, impetrou habeas corpus no Tribunal de Justiça do
Estado do Paraná, que remeteu os autos para o Superior Tribunal de
Justiça, ante a respectiva incompetência.
Contra essa decisão, formulou pedido de reconsideração, que restou
indeferido, mantendo a decisão que determinou a remessa dos autos à
Corte de Justiça.
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Supremo Tribunal Federal
08/11/2011
SEGUNDA TURMA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 107.676 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
RECTE.(S)
:JOÃO CARLOS BOCHNIA
ADV.(A/S)
:MATHEUS GABRIEL RODRIGUES DE ALMEIDA
RECDO.(A/S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
ADV.(A/S)
:PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - (RELATOR): Trata-se
de recurso ordinário em habeas corpus interposto por Matheus Gabriel
Rodrigues de Almeida, em favor de João Carlos Bochnia.
Neste autos, a defesa questiona acórdão formalizado pela Quinta
Turma do Superior Tribunal de Justiça, no HC n. 166.971/PR, rel. Min.
Honildo Amaral de Mello Castro (desembargador convocado do TJ/AP).
Na espécie, o recorrente foi condenado à pena de 18 anos e 9 meses
de reclusão, em regime inicialmente fechado, pela prática do delito
tipificado no art. 214 c/c o art. 224, “a”, e art. 226, II e III, c/c o art. 71,
todos do Código Penal.
Contra essa decisão, a defesa interpôs recurso de apelação,
requerendo, em síntese, a absolvição do paciente, em razão da ausência
de provas suficientes para condenação e, alternativamente, a diminuição
da pena em seu mínimo legal.
A Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do
Paraná, por unanimidade, negou provimento ao apelo defensivo e, de
ofício, modificou o quantum da pena aplicada anteriormente, fixando-a
em 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado.
Inconformada, impetrou habeas corpus no Tribunal de Justiça do
Estado do Paraná, que remeteu os autos para o Superior Tribunal de
Justiça, ante a respectiva incompetência.
Contra essa decisão, formulou pedido de reconsideração, que restou
indeferido, mantendo a decisão que determinou a remessa dos autos à
Corte de Justiça.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 12
Relatório
RHC 107.676 / DF
Remetido os autos ao Superior Tribunal de Justiça, requereu a
nulidade do processo, em razão de suposta ausência de defesa técnica,
evidenciada pela não formulação de perguntas às testemunhas de
acusação e pela falta de requerimento na fase do antigo artigo 499 do CPP.
O Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade de votos, denegou
a ordem, consoante se depreende da ementa transcrita.
Neste recurso ordinário em habeas corpus, reitera os argumentos
submetidos a exame do Superior Tribunal de Justiça, requerendo seja
reconhecida a nulidade da ação penal, a partir da oitiva das testemunhas
de acusação.
A Procuradoria-Geral da República manifestou-se pelo não
provimento do recurso ordinário em habeas corpus.
É o relatório.
2
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Supremo Tribunal Federal
RHC 107.676 / DF
Remetido os autos ao Superior Tribunal de Justiça, requereu a
nulidade do processo, em razão de suposta ausência de defesa técnica,
evidenciada pela não formulação de perguntas às testemunhas de
acusação e pela falta de requerimento na fase do antigo artigo 499 do CPP.
O Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade de votos, denegou
a ordem, consoante se depreende da ementa transcrita.
Neste recurso ordinário em habeas corpus, reitera os argumentos
submetidos a exame do Superior Tribunal de Justiça, requerendo seja
reconhecida a nulidade da ação penal, a partir da oitiva das testemunhas
de acusação.
A Procuradoria-Geral da República manifestou-se pelo não
provimento do recurso ordinário em habeas corpus.
É o relatório.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 12
Voto - MIN. GILMAR MENDES
08/11/2011
SEGUNDA TURMA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 107.676 DISTRITO FEDERAL
V O T O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - (RELATOR):
Consoante relatado, a defesa requer seja reconhecida a nulidade da
instrução da ação penal condenatória, a partir da oitiva das testemunhas
de acusação, e revogada a prisão do recorrente, ao argumento de
deficiência de defesa, evidenciada pela não formulação de perguntas às
testemunhas e pela falta de requerimento na fase do antigo artigo 499 do
CPP.
De início, cumpre observar que há muito vem a doutrina
constitucional enfatizando que o direito de defesa não se resume a
simples direito de manifestação no processo. Efetivamente, o que o
constituinte pretende assegurar – como bem anota Pontes de Miranda – é
uma pretensão à tutela jurídica (Comentários à Constituição de 1967/69,
tomo V, p. 234).
Observe-se que não se cuida aqui, sequer, de uma inovação
doutrinária ou jurisprudencial. Já o clássico João Barbalho, nos seus
Comentários à Constituição de 1891, assevera que “com a plena defesa são
incompatíveis, e, portanto, inteiramente inadmissíveis os processos secretos,
inquisitoriais, as devassas, a queixa ou o depoimento de inimigo capital, o
julgamento de crimes inafiançáveis na ausência do acusado ou tendo-se dado a
produção das testemunhas de acusação sem ao acusado permitir reinquiri-las, a
incomunicabilidade depois da denúncia, o juramento do réu, o interrogatório dele
sob coação de qualquer natureza, por perguntas sugestivas ou capciosas”
(Constituição Federal Brasileira: comentários, Rio de Janeiro: Litho-
Typographia, 1902, p. 323).
Não é outra a avaliação do tema no direito constitucional
comparado. Apreciando o chamado “Anspruch auf rechtliches Gehör”
(pretensão à tutela jurídica) no direito alemão, assinala o
Bundesverfassungsgericht que essa pretensão envolve não só o direito de
manifestação e o direito de informação sobre o objeto do processo, mas
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SEGUNDA TURMA
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V O T O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - (RELATOR):
Consoante relatado, a defesa requer seja reconhecida a nulidade da
instrução da ação penal condenatória, a partir da oitiva das testemunhas
de acusação, e revogada a prisão do recorrente, ao argumento de
deficiência de defesa, evidenciada pela não formulação de perguntas às
testemunhas e pela falta de requerimento na fase do antigo artigo 499 do
CPP.
De início, cumpre observar que há muito vem a doutrina
constitucional enfatizando que o direito de defesa não se resume a
simples direito de manifestação no processo. Efetivamente, o que o
constituinte pretende assegurar – como bem anota Pontes de Miranda – é
uma pretensão à tutela jurídica (Comentários à Constituição de 1967/69,
tomo V, p. 234).
Observe-se que não se cuida aqui, sequer, de uma inovação
doutrinária ou jurisprudencial. Já o clássico João Barbalho, nos seus
Comentários à Constituição de 1891, assevera que “com a plena defesa são
incompatíveis, e, portanto, inteiramente inadmissíveis os processos secretos,
inquisitoriais, as devassas, a queixa ou o depoimento de inimigo capital, o
julgamento de crimes inafiançáveis na ausência do acusado ou tendo-se dado a
produção das testemunhas de acusação sem ao acusado permitir reinquiri-las, a
incomunicabilidade depois da denúncia, o juramento do réu, o interrogatório dele
sob coação de qualquer natureza, por perguntas sugestivas ou capciosas”
(Constituição Federal Brasileira: comentários, Rio de Janeiro: Litho-
Typographia, 1902, p. 323).
Não é outra a avaliação do tema no direito constitucional
comparado. Apreciando o chamado “Anspruch auf rechtliches Gehör”
(pretensão à tutela jurídica) no direito alemão, assinala o
Bundesverfassungsgericht que essa pretensão envolve não só o direito de
manifestação e o direito de informação sobre o objeto do processo, mas
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
RHC 107.676 / DF
também o direito de ver os seus argumentos contemplados pelo órgão
incumbido de julgar (Cf. Decisão da Corte Constitucional alemã --
BVerfGE 70, 288-293; sobre o assunto, ver, também, Pieroth e Schlink,
Grundrechte - Staatsrecht II, Heidelberg, 1988, p. 281; Battis, Ulrich, Gusy,
Christoph, Einführung in das Staatsrecht, 3a. edição, Heidelberg, 1991, p.
363-364).
Daí, afirmar-se, correntemente, que a pretensão à tutela jurídica, que
corresponde exatamente à garantia consagrada no art. 5º, LV, da
Constituição, engloba o direito de informação (Recht auf Information), o
direito de manifestação (Recht auf Äusserung) e o direito de a parte ver
seus argumentos considerados (Recht auf Berücksichtigung).
Por oportuno, teço algumas considerações sobre a dinâmica fática do
presente caso.
Em 1º de setembro de 2005, perante o Juízo de Direito da 10ª Vara
Criminal do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de
Curitiba/PR, procedeu-se ao interrogatório do paciente. Não havendo
condições de constituir um defensor, foi-lhe nomeada a Defensora
Pública Dra. Yara Flores Lopes Stroppa.
Em 14 de setembro de 2005, foi apresentada defesa preliminar pela
Defensora Pública Dra. Yara Flores Lopes Stroppa, ocasião em que
indicou testemunhas (Volume 1, pg. 97).
Em 6 de março de 2007, considerando a instalação de vara
especializada, o processo foi remetido ao Juízo da 12ª Vara de Crimes
contra a Criança e Adolescente. Nomeou-se a Defensora Pública, Dra.
Mayta Lobo dos Santos, para patrocinar a defesa do acusado.
Em 26 de abril de 2007, foram ouvidas as testemunhas de acusação,
na presença da Defensora Pública nomeada, Dra. Mayta Lobo dos Santos.
Determinou-se, ainda, a expedição de cartas precatórias para oitiva de
testemunhas de defesa, com prazo de 40 dias (Volume 1, pg. 127/135).
Em 26 e junho de 2007, após certificado o decurso do prazo para o
cumprimento das cartas precatórias, determinou o juízo a intimação das
partes para os fins dos artigos 499 e 500 do CPP (Volume 1, pg. 139).
Nada foi requerido, quer pelo Ministério Público, quer pela defesa
2
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Supremo Tribunal Federal
RHC 107.676 / DF
também o direito de ver os seus argumentos contemplados pelo órgão
incumbido de julgar (Cf. Decisão da Corte Constitucional alemã --
BVerfGE 70, 288-293; sobre o assunto, ver, também, Pieroth e Schlink,
Grundrechte - Staatsrecht II, Heidelberg, 1988, p. 281; Battis, Ulrich, Gusy,
Christoph, Einführung in das Staatsrecht, 3a. edição, Heidelberg, 1991, p.
363-364).
Daí, afirmar-se, correntemente, que a pretensão à tutela jurídica, que
corresponde exatamente à garantia consagrada no art. 5º, LV, da
Constituição, engloba o direito de informação (Recht auf Information), o
direito de manifestação (Recht auf Äusserung) e o direito de a parte ver
seus argumentos considerados (Recht auf Berücksichtigung).
Por oportuno, teço algumas considerações sobre a dinâmica fática do
presente caso.
Em 1º de setembro de 2005, perante o Juízo de Direito da 10ª Vara
Criminal do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de
Curitiba/PR, procedeu-se ao interrogatório do paciente. Não havendo
condições de constituir um defensor, foi-lhe nomeada a Defensora
Pública Dra. Yara Flores Lopes Stroppa.
Em 14 de setembro de 2005, foi apresentada defesa preliminar pela
Defensora Pública Dra. Yara Flores Lopes Stroppa, ocasião em que
indicou testemunhas (Volume 1, pg. 97).
Em 6 de março de 2007, considerando a instalação de vara
especializada, o processo foi remetido ao Juízo da 12ª Vara de Crimes
contra a Criança e Adolescente. Nomeou-se a Defensora Pública, Dra.
Mayta Lobo dos Santos, para patrocinar a defesa do acusado.
Em 26 de abril de 2007, foram ouvidas as testemunhas de acusação,
na presença da Defensora Pública nomeada, Dra. Mayta Lobo dos Santos.
Determinou-se, ainda, a expedição de cartas precatórias para oitiva de
testemunhas de defesa, com prazo de 40 dias (Volume 1, pg. 127/135).
Em 26 e junho de 2007, após certificado o decurso do prazo para o
cumprimento das cartas precatórias, determinou o juízo a intimação das
partes para os fins dos artigos 499 e 500 do CPP (Volume 1, pg. 139).
Nada foi requerido, quer pelo Ministério Público, quer pela defesa
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 12
Voto - MIN. GILMAR MENDES
RHC 107.676 / DF
(Volume 1, pg. 142/143).
Após a apresentação das alegações finais pelo Ministério Público
foram juntadas aos autos as cartas precatórias anteriormente expedidas
para a oitiva das testemunhas de defesa.
Observo que se procedeu à oitiva da testemunha arrolada pela
defesa, Amilton Alves Fagundes, perante a 1ª Vara Criminal, Júri e
Execuções Penais da Comarca de São José dos Pinhais e para acompanhar
o ato foi nomeado o Dr. Leopoldo Antonio Sokolowski (Volume 1, pg.
163). Na carta precatória para a oitiva de testemunha arrolada pela defesa
perante o Juízo da Vara Criminal, Família e da Infância e Juventude da
Comarca de Piraquara, acompanhou o ato o Dr. Fernando Augusto da
Silva Magalhães (Volume 1, fl. 175-176).
Em 17 de setembro de 2007, a Dra. Mayta Lobo dos Santos informa a
impossibilidade de atuar profissionalmente no Juízo da 12ª Vara de
Crimes contra a Criança e Adolescente. Diante da informação, foi
nomeado o Dr. Samir Namur para atuar na defesa do réu (Volume 1, fls.
178-179).
Oferecidas alegações finas pelo causídico Samir Namur, pugnando
pela absolvição do paciente, em 17 de setembro de 2007 (Volume 1, fls.
180-182).
Sentença proferida em 5 de outubro de 2007 (Volume 1, fls. 184-192).
Em 23 de julho de 2008, o defensor dativo Samir Namur informa a
impossibilidade de atuar no feito, em razão de compromissos
profissionais e acadêmicos (Volume 2, fl. 18).
Nomeada a Dra. Tânia Regina Demeterco em 9 de setembro de 2008
(Volume 2, fl. 32). Interposto recurso de apelação em 16 de setembro de
2008 (Volume 2, fls. 33-41).
Em 30 de abril de 2009, o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná
negou provimento ao recurso e, de ofício, modificou o quantum da pena
aplicada anteriormente (Volume 2, fls. 78-87).
Postas essas balizas, atesto que, de fato, os princípios da ampla
defesa e do contraditório têm, por razões óbvias, no processo penal,
aplicação significativa e analítica. Todavia, a despeito da importância
3
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Supremo Tribunal Federal
RHC 107.676 / DF
(Volume 1, pg. 142/143).
Após a apresentação das alegações finais pelo Ministério Público
foram juntadas aos autos as cartas precatórias anteriormente expedidas
para a oitiva das testemunhas de defesa.
Observo que se procedeu à oitiva da testemunha arrolada pela
defesa, Amilton Alves Fagundes, perante a 1ª Vara Criminal, Júri e
Execuções Penais da Comarca de São José dos Pinhais e para acompanhar
o ato foi nomeado o Dr. Leopoldo Antonio Sokolowski (Volume 1, pg.
163). Na carta precatória para a oitiva de testemunha arrolada pela defesa
perante o Juízo da Vara Criminal, Família e da Infância e Juventude da
Comarca de Piraquara, acompanhou o ato o Dr. Fernando Augusto da
Silva Magalhães (Volume 1, fl. 175-176).
Em 17 de setembro de 2007, a Dra. Mayta Lobo dos Santos informa a
impossibilidade de atuar profissionalmente no Juízo da 12ª Vara de
Crimes contra a Criança e Adolescente. Diante da informação, foi
nomeado o Dr. Samir Namur para atuar na defesa do réu (Volume 1, fls.
178-179).
Oferecidas alegações finas pelo causídico Samir Namur, pugnando
pela absolvição do paciente, em 17 de setembro de 2007 (Volume 1, fls.
180-182).
Sentença proferida em 5 de outubro de 2007 (Volume 1, fls. 184-192).
Em 23 de julho de 2008, o defensor dativo Samir Namur informa a
impossibilidade de atuar no feito, em razão de compromissos
profissionais e acadêmicos (Volume 2, fl. 18).
Nomeada a Dra. Tânia Regina Demeterco em 9 de setembro de 2008
(Volume 2, fl. 32). Interposto recurso de apelação em 16 de setembro de
2008 (Volume 2, fls. 33-41).
Em 30 de abril de 2009, o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná
negou provimento ao recurso e, de ofício, modificou o quantum da pena
aplicada anteriormente (Volume 2, fls. 78-87).
Postas essas balizas, atesto que, de fato, os princípios da ampla
defesa e do contraditório têm, por razões óbvias, no processo penal,
aplicação significativa e analítica. Todavia, a despeito da importância
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 12
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RHC 107.676 / DF
desses postulados para a higidez do processo, não enxergo, data venia, o
alegado cerceamento de defesa arguido pela defesa.
É que tenho para mim que a realização do direito de defesa por parte
do advogado, dativo ou não, envolve a apresentação de trabalho idôneo
para a finalidade, devendo ser considerada nula somente a defesa que
não arroste os elementos básicos da acusação, em clara e flagrante
ausência de defesa, o que, por certo, não ocorrera no caso.
A defesa do paciente, não obstante tenha sido exercida por diversos
defensores ao longo de todo o processo, foi realizada por profissionais
habilitados, integrantes dos quadros da OAB ou da Defensoria Pública,
nomeados para a prática de tais atos processuais em razão de o próprio
paciente atestar a impossibilidade de constituir um defensor de sua
confiança.
No ponto, observo que a jurisprudência deste Supremo Tribunal
Federal consolidou-se no sentido de que a não formulação de perguntas
às testemunhas não constitui nulidade processual hábil a macular a
validade do processo, porquanto se trata de mera faculdade processual
da parte, exercida nos termos da estratégia adotada, a qual, muitas das
vezes, as circunstancias do caso concreto recomendam, a título de
prudência, preferir-se o silêncio diante de determinada testemunha.
Nesse sentido, à guisa de ilustração, colho alguns precedentes:
EMENTA: "Habeas corpus". - No tocante à defesa prévia,
que alegou a inocência do ora paciente como seria demonstrado
na instrução criminal, mas não apresentou rol de testemunhas,
essa falta não é causa de nulidade do processo penal, porquanto
é firme a jurisprudência desta Corte (assim, a título
exemplificativo, os RHC's 58.433 e 59.429, e os HC's 68.923,
69.034, 74.794 e 76.226) no sentido de que até a ausência de
defesa prévia, por não ser peça essencial do processo, não é
causa de nulidade deste, o mesmo ocorrendo, com maior razão,
quando foi apresentada defesa prévia, mas nela não se
arrolaram testemunhas. - A jurisprudência desta Corte (assim,
exemplificando, o RHC 49.086, e os HC's 69.372, 74.330 e 76.226)
4
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RHC 107.676 / DF
desses postulados para a higidez do processo, não enxergo, data venia, o
alegado cerceamento de defesa arguido pela defesa.
É que tenho para mim que a realização do direito de defesa por parte
do advogado, dativo ou não, envolve a apresentação de trabalho idôneo
para a finalidade, devendo ser considerada nula somente a defesa que
não arroste os elementos básicos da acusação, em clara e flagrante
ausência de defesa, o que, por certo, não ocorrera no caso.
A defesa do paciente, não obstante tenha sido exercida por diversos
defensores ao longo de todo o processo, foi realizada por profissionais
habilitados, integrantes dos quadros da OAB ou da Defensoria Pública,
nomeados para a prática de tais atos processuais em razão de o próprio
paciente atestar a impossibilidade de constituir um defensor de sua
confiança.
No ponto, observo que a jurisprudência deste Supremo Tribunal
Federal consolidou-se no sentido de que a não formulação de perguntas
às testemunhas não constitui nulidade processual hábil a macular a
validade do processo, porquanto se trata de mera faculdade processual
da parte, exercida nos termos da estratégia adotada, a qual, muitas das
vezes, as circunstancias do caso concreto recomendam, a título de
prudência, preferir-se o silêncio diante de determinada testemunha.
Nesse sentido, à guisa de ilustração, colho alguns precedentes:
EMENTA: "Habeas corpus". - No tocante à defesa prévia,
que alegou a inocência do ora paciente como seria demonstrado
na instrução criminal, mas não apresentou rol de testemunhas,
essa falta não é causa de nulidade do processo penal, porquanto
é firme a jurisprudência desta Corte (assim, a título
exemplificativo, os RHC's 58.433 e 59.429, e os HC's 68.923,
69.034, 74.794 e 76.226) no sentido de que até a ausência de
defesa prévia, por não ser peça essencial do processo, não é
causa de nulidade deste, o mesmo ocorrendo, com maior razão,
quando foi apresentada defesa prévia, mas nela não se
arrolaram testemunhas. - A jurisprudência desta Corte (assim,
exemplificando, o RHC 49.086, e os HC's 69.372, 74.330 e 76.226)
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é no sentido de que a não-formulação de reperguntas às
testemunhas não ocasiona a nulidade do processo penal. - Se a
estratégia da defesa nas alegações finais pode não ter sido a
melhor, estar-se-ia cogitando de deficiência de defesa, e não de
ausência dela, e a deficiência de defesa só anula o processo se
houver - e não houve - prova de prejuízo para o réu. Súmula
523. "Habeas corpus" indeferido. – (HC 80.958/PE, Rel. Min.
Moreira Alves, Primeira Turma, DJ 12.4.2002).
EMENTA: Recurso ordinário em habeas corpus. Defesa de
todos os réus feita pelos mesmos advogados. Cerceamento de
defesa não configurado, diante da inexistência de antagonismo
entre as versões dos co-réus e pelo fato de, nas alegações finais,
ter sido a conduta do recorrente analisada separadamente.
Inocorrência de nulidade na ausência de reperguntas por parte
da defesa, pois tal procedimento é faculdade processual da
parte, não tendo o condão de macular o processo. Desistência
das testemunhas de defesa que não implicou em qualquer vício,
já que as alegações finais basearam-se, pormenorizadamente, na
prova produzida. Sentença que condenou os réus por crime
consumado e não tentado, como postulado na denúncia. Caso
de ementatio libelli e não de mutatio libelli. Aplicação do art.
383 do CPP. Recurso ordinário improvido. – (RHC 80.998/MS,
Rel. Min. Ellen Gracie, Primeira Turma, DJ 12.12.2001).
E M E N T A: HABEAS CORPUS - ALEGADA
NULIDADE DO PROCESSO PENAL CONDENATÓRIO -
CERCEAMENTO DE DEFESA - INOCORRÊNCIA -
AUSÊNCIA DE REPERGUNTAS ÀS TESTEMUNHAS -
FACULDADE PROCESSUAL DA PARTE - EVENTUAL
INSUFICIÊNCIA
DA
DEFESA
TÉCNICA
-
INDISPENSABILIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DE EFETIVO
PREJUÍZO PARA OS ACUSADOS - PENA - INEXISTÊNCIA
DE DIREITO SUBJETIVO A REGIME DE CUMPRIMENTO
MAIS BRANDO - POSSIBILIDADE DE IMPOSIÇÃO DE
REGIME MAIS GRAVOSO - RÉU PRIMÁRIO E DE BONS
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RHC 107.676 / DF
é no sentido de que a não-formulação de reperguntas às
testemunhas não ocasiona a nulidade do processo penal. - Se a
estratégia da defesa nas alegações finais pode não ter sido a
melhor, estar-se-ia cogitando de deficiência de defesa, e não de
ausência dela, e a deficiência de defesa só anula o processo se
houver - e não houve - prova de prejuízo para o réu. Súmula
523. "Habeas corpus" indeferido. – (HC 80.958/PE, Rel. Min.
Moreira Alves, Primeira Turma, DJ 12.4.2002).
EMENTA: Recurso ordinário em habeas corpus. Defesa de
todos os réus feita pelos mesmos advogados. Cerceamento de
defesa não configurado, diante da inexistência de antagonismo
entre as versões dos co-réus e pelo fato de, nas alegações finais,
ter sido a conduta do recorrente analisada separadamente.
Inocorrência de nulidade na ausência de reperguntas por parte
da defesa, pois tal procedimento é faculdade processual da
parte, não tendo o condão de macular o processo. Desistência
das testemunhas de defesa que não implicou em qualquer vício,
já que as alegações finais basearam-se, pormenorizadamente, na
prova produzida. Sentença que condenou os réus por crime
consumado e não tentado, como postulado na denúncia. Caso
de ementatio libelli e não de mutatio libelli. Aplicação do art.
383 do CPP. Recurso ordinário improvido. – (RHC 80.998/MS,
Rel. Min. Ellen Gracie, Primeira Turma, DJ 12.12.2001).
E M E N T A: HABEAS CORPUS - ALEGADA
NULIDADE DO PROCESSO PENAL CONDENATÓRIO -
CERCEAMENTO DE DEFESA - INOCORRÊNCIA -
AUSÊNCIA DE REPERGUNTAS ÀS TESTEMUNHAS -
FACULDADE PROCESSUAL DA PARTE - EVENTUAL
INSUFICIÊNCIA
DA
DEFESA
TÉCNICA
-
INDISPENSABILIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DE EFETIVO
PREJUÍZO PARA OS ACUSADOS - PENA - INEXISTÊNCIA
DE DIREITO SUBJETIVO A REGIME DE CUMPRIMENTO
MAIS BRANDO - POSSIBILIDADE DE IMPOSIÇÃO DE
REGIME MAIS GRAVOSO - RÉU PRIMÁRIO E DE BONS
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
RHC 107.676 / DF
ANTECEDENTES, CONDENADO A PENA NÃO SUPERIOR A
8 (OITO) ANOS (CP, ART. 33, § 2º, b) - ESTIPULAÇÃO DO
CUMPRIMENTO DA PENA EM REGIME INICIALMENTE
FECHADO - AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO -
CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO - ORDEM
CONCEDIDA, EM PARTE, E ESTENDIDA, EM IDÊNTICA
AMPLITUDE, AO OUTRO CO-RÉU. - A ausência de
formulação de reperguntas às testemunhas, pelo Defensor do
réu - precisamente porque essa inquirição constitui ato
processual meramente facultativo da parte - não gera qualquer
nulidade processual, especialmente se ficar evidenciado que
essa omissão não provocou qualquer dano efetivo aos interesses
do acusado. Precedentes. - A eventual insuficiência da defesa
técnica somente caracterizará hipótese de invalidação formal do
processo penal condenatório, se se demonstrar, objetivamente,
que houve prejuízo para os acusados (Súmula 523/STF).
Situação de prejuízo inocorrente no presente caso. - O Código
Penal não obriga o magistrado sentenciante, mesmo tratando-se
de réu primário e sujeito a pena não superior a 8 (oito) anos de
prisão, a fixar, em favor do condenado, o regime penal semi-
aberto. É que o direito positivo brasileiro permite ao juiz impor,
ao sentenciado, regime penal mais severo, desde que o faça em
decisão suficientemente motivada. Revela-se inadmissível, no
entanto, na hipótese de condenação a pena não superior a 8
(oito) anos de reclusão, e uma vez reconhecidos os bons
antecedentes e a primariedade do réu, impor-lhe, em caráter
inicial, o regime penal fechado, com base, unicamente, na
gravidade objetiva do delito cometido. Precedentes. – (HC
80.192/SP, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJ
3.10.2003).
Por outro lado, é preciso destacar o caráter complementar da antiga
fase do art. 499 do CPP. Guilherme de Souza Nucci, ao incursionar sobre
o tema, aduz que “após a inquirição das testemunhas, denominou-se, em
verdade, na praxe forense, esse momento derradeiro da instrução, de ‘fase do art.
499’, espelhando justamente a possibilidade das partes indicarem ao juiz a
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Supremo Tribunal Federal
RHC 107.676 / DF
ANTECEDENTES, CONDENADO A PENA NÃO SUPERIOR A
8 (OITO) ANOS (CP, ART. 33, § 2º, b) - ESTIPULAÇÃO DO
CUMPRIMENTO DA PENA EM REGIME INICIALMENTE
FECHADO - AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO -
CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO - ORDEM
CONCEDIDA, EM PARTE, E ESTENDIDA, EM IDÊNTICA
AMPLITUDE, AO OUTRO CO-RÉU. - A ausência de
formulação de reperguntas às testemunhas, pelo Defensor do
réu - precisamente porque essa inquirição constitui ato
processual meramente facultativo da parte - não gera qualquer
nulidade processual, especialmente se ficar evidenciado que
essa omissão não provocou qualquer dano efetivo aos interesses
do acusado. Precedentes. - A eventual insuficiência da defesa
técnica somente caracterizará hipótese de invalidação formal do
processo penal condenatório, se se demonstrar, objetivamente,
que houve prejuízo para os acusados (Súmula 523/STF).
Situação de prejuízo inocorrente no presente caso. - O Código
Penal não obriga o magistrado sentenciante, mesmo tratando-se
de réu primário e sujeito a pena não superior a 8 (oito) anos de
prisão, a fixar, em favor do condenado, o regime penal semi-
aberto. É que o direito positivo brasileiro permite ao juiz impor,
ao sentenciado, regime penal mais severo, desde que o faça em
decisão suficientemente motivada. Revela-se inadmissível, no
entanto, na hipótese de condenação a pena não superior a 8
(oito) anos de reclusão, e uma vez reconhecidos os bons
antecedentes e a primariedade do réu, impor-lhe, em caráter
inicial, o regime penal fechado, com base, unicamente, na
gravidade objetiva do delito cometido. Precedentes. – (HC
80.192/SP, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJ
3.10.2003).
Por outro lado, é preciso destacar o caráter complementar da antiga
fase do art. 499 do CPP. Guilherme de Souza Nucci, ao incursionar sobre
o tema, aduz que “após a inquirição das testemunhas, denominou-se, em
verdade, na praxe forense, esse momento derradeiro da instrução, de ‘fase do art.
499’, espelhando justamente a possibilidade das partes indicarem ao juiz a
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
RHC 107.676 / DF
realização de alguma diligência complementar, indispensável à busca da verdade
real, surgida como necessária em face do produzido ao longo da colheita das
provas.” E conclui: “Não se deve deixar para a fase final uma diligência que
poderia ter sido pleiteada durante a instrução, pois o art. 499 é claro, ao referir-se
à complementação da prova resultante de ‘circunstâncias ou de fatos apurados na
instrução’. Logo, requerimentos extemporâneos de realização de prova podem ser
indeferidos pelo magistrado, inclusive se for percebida a intenção de procrastinar
o término do processo.” – (NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de
Processo Penal e Execução Penal. 2ª ed., pg. 638. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2006).
Dessarte, tenho para mim que, diferentemente do que quer fazer crer
a defesa, diante do caráter meramente complementar da antiga fase do
art. 499 do CPP, a tão só alegação de deficiência da defesa em razão do
não requerimento de diligências não tem o condão de provocar a
nulidade do feito.
A corroborar o que venho de expor, colho trecho do voto proferido
pelo Min. Celso de Mello, quando do julgamento do HC 73.671/PR (DJ
10.5.1996): “Cumpre advertir, neste ponto, que não basta alegar o
descumprimento da fase a que se refere o artigo 499 do Código de Processo Penal,
pois impõem-se ao impetrante que demonstre – considerada a indispensabilidade
da prova do prejuízo (CPP, art. 563) – quais foram as diligências que a defesa
teria deixado de requerer e de cuja não-efetivação teria derivado o gravame.”
Diante de todo o exposto, concluo que a não formulação de
perguntas às testemunhas e a falta de requerimento da antiga fase do art.
499 do CPP não induzem, por si sós, deficiência na atuação dos
causídicos, sobretudo se se levar em conta que, ao longo da instrução
criminal, foram exercidos os principais atos da defesa: defesa preliminar,
comparecimento dos defensores às audiências de inquirição de
testemunhas de defesa e de acusação, alegações finais, interposição do
recurso de apelação, entre outros.
Ademais, adotar a tese sufragada no presente habeas corpus seria
admitir que qualquer defesa que não logre êxito em seus argumentos
deveria ser reputada deficiente, precária, permitindo-se, nesse sentido, a
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Supremo Tribunal Federal
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realização de alguma diligência complementar, indispensável à busca da verdade
real, surgida como necessária em face do produzido ao longo da colheita das
provas.” E conclui: “Não se deve deixar para a fase final uma diligência que
poderia ter sido pleiteada durante a instrução, pois o art. 499 é claro, ao referir-se
à complementação da prova resultante de ‘circunstâncias ou de fatos apurados na
instrução’. Logo, requerimentos extemporâneos de realização de prova podem ser
indeferidos pelo magistrado, inclusive se for percebida a intenção de procrastinar
o término do processo.” – (NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de
Processo Penal e Execução Penal. 2ª ed., pg. 638. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2006).
Dessarte, tenho para mim que, diferentemente do que quer fazer crer
a defesa, diante do caráter meramente complementar da antiga fase do
art. 499 do CPP, a tão só alegação de deficiência da defesa em razão do
não requerimento de diligências não tem o condão de provocar a
nulidade do feito.
A corroborar o que venho de expor, colho trecho do voto proferido
pelo Min. Celso de Mello, quando do julgamento do HC 73.671/PR (DJ
10.5.1996): “Cumpre advertir, neste ponto, que não basta alegar o
descumprimento da fase a que se refere o artigo 499 do Código de Processo Penal,
pois impõem-se ao impetrante que demonstre – considerada a indispensabilidade
da prova do prejuízo (CPP, art. 563) – quais foram as diligências que a defesa
teria deixado de requerer e de cuja não-efetivação teria derivado o gravame.”
Diante de todo o exposto, concluo que a não formulação de
perguntas às testemunhas e a falta de requerimento da antiga fase do art.
499 do CPP não induzem, por si sós, deficiência na atuação dos
causídicos, sobretudo se se levar em conta que, ao longo da instrução
criminal, foram exercidos os principais atos da defesa: defesa preliminar,
comparecimento dos defensores às audiências de inquirição de
testemunhas de defesa e de acusação, alegações finais, interposição do
recurso de apelação, entre outros.
Ademais, adotar a tese sufragada no presente habeas corpus seria
admitir que qualquer defesa que não logre êxito em seus argumentos
deveria ser reputada deficiente, precária, permitindo-se, nesse sentido, a
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
RHC 107.676 / DF
reiterada declaração de nulidade de processos até que os interesses dos
acusados fossem atendidos, o que, certamente, não se coaduna com o
sistema de nulidades implantado na esfera do Direito Processual Penal
pátrio.
Nesses termos, o meu voto é no sentido de negar provimento ao
recurso.
É como voto.
8
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Supremo Tribunal Federal
RHC 107.676 / DF
reiterada declaração de nulidade de processos até que os interesses dos
acusados fossem atendidos, o que, certamente, não se coaduna com o
sistema de nulidades implantado na esfera do Direito Processual Penal
pátrio.
Nesses termos, o meu voto é no sentido de negar provimento ao
recurso.
É como voto.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 12
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 107.676
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. GILMAR MENDES
RECTE.(S) : JOÃO CARLOS BOCHNIA
ADV.(A/S) : MATHEUS GABRIEL RODRIGUES DE ALMEIDA
RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
Decisão: recurso ordinário improvido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausente, justificadamente, o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 08.11.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes,
Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis
Vieira Sanseverino.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 107.676
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. GILMAR MENDES
RECTE.(S) : JOÃO CARLOS BOCHNIA
ADV.(A/S) : MATHEUS GABRIEL RODRIGUES DE ALMEIDA
RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
Decisão: recurso ordinário improvido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausente, justificadamente, o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 08.11.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes,
Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis
Vieira Sanseverino.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1588181
Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 12
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1593291 | 2011-11-08T00:00:00 | 2011-11-29T00:00:00 | recurso ordinário improvido, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 08.11.2011. | RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS | Recurso ordinário em habeas corpus. 2. Alegada nulidade da ação penal condenatória, ao argumento de deficiência de defesa, evidenciada pela não formulação de perguntas às testemunhas e pela falta de requerimento na fase do antigo artigo 499 do CPP. 3. Nulidade não verificada. 4. Recurso a que se nega provimento. | sjur201964 | - Acórdãos citados: HC 80192, HC 80958, RHC 80998.
- Decisão monocrática citada: 73671.
- Veja HC 166971 do STJ.
- Decisão estrangeira citada: BVerfGE 70, 288-293 da Corte
Constitucional alemã.
Número de páginas: 12.
Análise: 13/12/2011, KBP.
Revisão: 15/12/2011, SEV. | GILMAR MENDES | Segunda Turma | 107676 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00005 INC-00055 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERA\r\n",
"LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\r\n ART-00499 ART-00500\r\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL"
] | RHC | acordaos | RHC 107676 | [
""
] | RECTE.(S) : JOÃO CARLOS BOCHNIA
ADV.(A/S) : MATHEUS GABRIEL RODRIGUES DE ALMEIDA
RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 107 . 676",
"HABEAS CORPUS 107 . 676",
"HC n . 166 . 971 / PR",
"RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 107 . 676",
"HC n . 166 . 971 / PR",
"RHC 107 . 676 / DF",
"RHC 107 . 676 / DF",
"HABEAS CORPUS 107 . 676",
"RHC 107 . 676 / DF",
"RHC 107 . 676 / DF",
"RHC 107 . 676 / DF",
"RHC 107 . 676 / DF",
"RHC",
"HC",
"RHC 49 . 086",
"HC",
"RHC 107 . 676 / DF",
"RHC",
"HC",
"RHC 49 . 086",
"HC",
"RHC 107 . 676 / DF",
"HC 80 . 958 / PE",
"RHC 80 . 998 / MS",
"RHC 107 . 676 / DF",
"HC 80 . 958 / PE",
"RHC 80 . 998 / MS",
"RHC 107 . 676 / DF",
"Súmula 523 / STF",
"HC 80 . 192 / SP",
"RHC 107 . 676 / DF",
"Súmula 523 / STF",
"HC 80 . 192 / SP",
"RHC 107 . 676 / DF",
"HC 73 . 671 / PR",
"RHC 107 . 676 / DF",
"HC 73 . 671 / PR",
"RHC 107 . 676 / DF",
"RHC 107 . 676 / DF",
"HABEAS CORPUS 107 . 676"
],
"LEGISLACAO": [
"artigo 499 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 214 c / c o art . 224 , “ a ” , e art . 226 , II e III , c / c o art . 71 , todos do Código Penal",
"art . 214 c /",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 499 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 499 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 499 do CPP",
"Constituição de 1967 / 69",
"Constituição de 1891",
"Constituição Federal Brasileira",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 499 do CPP",
"Constituição de 1967 / 69",
"Constituição de 1891",
"Constituição Federal Brasileira",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , LV , da Constituição",
"artigos 499 e 500 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , LV , da Constituição",
"artigos 499 e 500 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 383 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 383 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CP , ART . 33 , § [UNK] , b",
"Código Penal",
"art . 499 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CP , ART . 33 , § [UNK] , b",
"Código Penal",
"art . 499 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 499 do CPP",
"artigo 499 do Código de Processo Penal",
"CPP , art . 563",
"art . 499 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 499 do CPP",
"artigo 499 do Código de Processo Penal",
"CPP , art . 563",
"art . 499 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"DISTRITO FEDERAL",
"Brasília",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"Rio de Janeiro",
"DISTRITO FEDERAL",
"Rio de Janeiro",
"Heidelberg",
"Heidelberg",
"Heidelberg",
"São Paulo",
"São Paulo",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
"Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"TJ",
"/",
"AP",
"Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná",
"Tribunal de Justiça do Estado do Paraná",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
"Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"TJ",
"/",
"AP",
"Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná",
"Tribunal de Justiça do Estado do Paraná",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Litho",
"-",
"Typographia",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Litho",
"-",
"Typographia",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"RHC",
"Corte Constitucional",
"Heidelberg",
"[UNK] Vara Criminal do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba / PR",
"[UNK] Vara de Crimes contra a Criança e Adolescente",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Corte Constitucional",
"[UNK] Vara Criminal do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba / PR",
"[UNK] Vara de Crimes contra a Criança e Adolescente",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Ministério Público",
"[UNK]",
"Vara Criminal , Júri e Execuções Penais da Comarca de São José dos Pinhais",
"Vara Criminal , Família e da Infância e Juventude da Comarca de Piraquara",
"[UNK] Vara de Crimes contra a Criança e Adolescente",
"Tribunal de Justiça do Estado do Paraná",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Ministério Público",
"[UNK] Vara Criminal , Júri e Execuções Penais da Comarca de São José dos Pinhais",
"Vara Criminal , Família e da Infância e Juventude da Comarca de Piraquara",
"[UNK] Vara de Crimes contra a Criança e Adolescente",
"Tribunal de Justiça do Estado do Paraná",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"OAB",
"Defensoria Pública",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"OAB",
"Defensoria Pública",
"Supremo Tribunal Federal",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Primeira Turma",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Revista dos Tribunais",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Revista dos Tribunais",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"GILMAR MENDES",
"JOÃO CARLOS BOCHNIA",
"MATHEUS GABRIEL RODRIGUES DE ALMEIDA",
"Ayres Britto",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"JOÃO CARLOS BOCHNIA",
"MATHEUS GABRIEL RODRIGUES DE ALMEIDA",
"GILMAR MENDES",
"Matheus Gabriel Rodrigues de Almeida",
"João Carlos Bochnia",
"Honildo Amaral de Mello Castro",
"GILMAR MENDES",
"JOÃO CARLOS BOCHNIA",
"MATHEUS GABRIEL RODRIGUES DE ALMEIDA",
"GILMAR MENDES",
"Matheus Gabriel Rodrigues de Almeida",
"João Carlos Bochnia",
"Honildo Amaral de Mello Castro",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"Pontes de Miranda",
"João Barbalho",
"GILMAR MENDES",
"Pontes de Miranda",
"João Barbalho",
"GILMAR MENDES",
"Pieroth",
"Schlink",
"Battis",
"Ulrich",
"Gusy",
"Christoph",
"Yara Flores Lopes Stroppa",
"Yara Flores Lopes Stroppa",
"Mayta Lobo dos Santos",
"Mayta Lobo dos Santos",
"Pieroth",
"Schlink",
"Battis",
"Ulrich",
"Gusy",
",",
"Christoph",
"Yara Flores Lopes Stroppa",
"Yara Flores Lopes Stroppa",
"Mayta Lobo dos Santos",
"Mayta Lobo dos Santos",
"GILMAR MENDES",
"Amilton Alves Fagundes",
"Leopoldo Antonio Sokolowski",
"Fernando Augusto da Silva Magalhães",
"Mayta Lobo dos Santos",
"Samir Namur",
"Samir Namur",
"Samir Namur",
"Tânia Regina Demeterco",
"Amilton Alves Fagundes",
"Leopoldo Antonio Sokolowski",
"Fernando Augusto da Silva Magalhães",
"Mayta Lobo dos Santos",
"Samir Namur",
"Samir Namur",
"Samir Namur",
"Tânia Regina Demeterco",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"Moreira Alves",
"Ellen Gracie",
"Moreira Alves",
"Ellen Gracie",
"GILMAR MENDES",
"Celso de Mello",
"Guilherme de Souza Nucci",
"Celso de Mello",
"Guilherme de Souza Nucci",
"GILMAR MENDES",
"NUCCI , Guilherme de Souza",
"Celso de Mello",
"NUCCI , Guilherme de Souza",
"Celso de Mello",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"JOÃO CARLOS BOCHNIA",
"GABRIEL RODRIGUES DE ALMEIDA",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Francisco de Assis Vieira Sanseverino",
"Karima Batista Kassab",
"GILMAR MENDES",
"JOÃO CARLOS BOCHNIA",
"MATHEUS GABRIEL RODRIGUES DE ALMEIDA",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Francisco de Assis Vieira Sanseverino",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"8 de novembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"1902",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"1902",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"1988",
"1991",
"[UNK] de setembro de 2005",
"14 de setembro de 2005",
"6 de março de 2007",
"26 de abril de 2007",
"26 e junho de 2007",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"1988",
"1991",
"[UNK] de setembro de 2005",
"14 de setembro de 2005",
"6 de março de 2007",
"26 de abril de 2007",
"26 e junho de 2007",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"17 de setembro de 2007",
"17 de setembro de 2007",
"5 de outubro de 2007",
"23 de julho de 2008",
"9 de setembro de 2008",
"16 de setembro de 2008",
"30 de abril de 2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"17 de setembro de 2007",
"17 de setembro de 2007",
"5 de outubro de 2007",
"23 de julho de 2008",
"9 de setembro de 2008",
"16 de setembro de 2008",
"30 de abril de 2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"12",
".",
"4",
".",
"2002",
"12",
".",
"12",
".",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"12",
".",
"4",
".",
"2002",
"12",
".",
"12",
".",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"3",
".",
"10",
".",
"2003",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"3",
".",
"10",
".",
"2003",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2006",
"10",
".",
"5",
".",
"1996",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2006",
"10",
".",
"5",
".",
"1996",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
".",
"11",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
".",
"11",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
31/08/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.396 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S)
:FUNDAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - FUNDAC
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO
AGDO.(A/S)
:ALCIONE ARAÚJO DA SILVA
ADV.(A/S)
:ALDENISE RAIMUNDO DA SILVA
EMENTA:
AGRAVO
REGIMENTAL
EM
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. NECESSIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO
FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 279. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO
DE TODOS OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 283 DO STF.
I – Inviável em recurso extraordinário o reexame do conjunto fático-
probatório constante dos autos. Incide, no caso, a Súmula 279 do STF.
II – A agravante não atacou todos os fundamentos da decisão
agravada. Incidência da Súmula 283 do STF.
III - Agravo regimental desprovido.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do
Senhor Ministro Ricardo Lewandowski, na conformidade da ata de
julgamentos e das notas taquigráficas, por decisão unânime, negar
provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos
do voto do Relator.
Brasília, 31 de agosto de 2010.
RICARDO LEWANDOWSKI – PRESIDENTE E RELATOR
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 689386.
Supremo Tribunal Federal
DJe 24/09/2010
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6
Relatório
31/08/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.396 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S)
:FUNDAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - FUNDAC
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO
AGDO.(A/S)
:ALCIONE ARAÚJO DA SILVA
ADV.(A/S)
:ALDENISE RAIMUNDO DA SILVA
R E L A T Ó R I O
O Sr. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI: Trata-se de agravo
regimental interposto contra decisão que negou seguimento ao recurso
extraordinário ao fundamento de que a análise do recurso encontraria
óbice na Súmula 279 desta Corte. Ademais, afirmou-se, na decisão
agravada, que o entendimento do Tribunal de origem era consentâneo
com a jurisprudência desta Corte.
A agravante alegou, em suma, a inaplicabilidade, ao caso, da Súmula
279 desta Corte.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
31/08/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.396 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S)
:FUNDAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - FUNDAC
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO
AGDO.(A/S)
:ALCIONE ARAÚJO DA SILVA
ADV.(A/S)
:ALDENISE RAIMUNDO DA SILVA
R E L A T Ó R I O
O Sr. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI: Trata-se de agravo
regimental interposto contra decisão que negou seguimento ao recurso
extraordinário ao fundamento de que a análise do recurso encontraria
óbice na Súmula 279 desta Corte. Ademais, afirmou-se, na decisão
agravada, que o entendimento do Tribunal de origem era consentâneo
com a jurisprudência desta Corte.
A agravante alegou, em suma, a inaplicabilidade, ao caso, da Súmula
279 desta Corte.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 6
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
31/08/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.396 DISTRITO FEDERAL
V O T O
O Sr. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI (Relator): Eis o teor da
decisão agravada:
“Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão que
entendeu estar configurada a responsabilidade objetiva do Estado pela
morte de adolescente ocorrida em estabelecimento de internamento de
menores infratores. O acórdão recorrido também considerou
comprovada a culpa da Fundação recorrente pelo evento danoso.
Neste RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se,
em suma, violação aos arts. 5º, V, 37, § 6º, e 93, IX, da mesma Carta, ao
argumento de que 'o Tribunal a quo reiteradamente se negou a
apreciar a prova dos autos' (fl. 598) acerca da ocorrência de culpa da
vítima. Sustentou-se, ainda, que a recorrida não sofreu dano
econômico-material, o que afasta a condenação ao pagamento de pensão
mensal.
A pretensão recursal não merece acolhida.
A apreciação do recurso extraordinário requer o reexame do
conjunto fático-probatório dos autos, o que é vedado pela Súmula 279
do STF. Nesse sentido, cito a ementa do AI 603.865-AgR/GO, Rel.
Min. Cármen Lúcia:
'AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA.
MORTE DE DETENTO EM ESTABELECIMENTO
PRISIONAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA
PROVIMENTO. 1. Impossibilidade do reexame das provas
contidas nos autos na via extraordinária. Incidência da Súmula
279 do Supremo Tribunal Federal. 2. Morte de detento em
estabelecimento prisional. Responsabilidade civil objetiva do
Estado configurada. Precedentes. 3. Proibição constitucional de
vinculação de qualquer vantagem ao salário mínimo.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 689389.
Supremo Tribunal Federal
31/08/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.396 DISTRITO FEDERAL
V O T O
O Sr. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI (Relator): Eis o teor da
decisão agravada:
“Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão que
entendeu estar configurada a responsabilidade objetiva do Estado pela
morte de adolescente ocorrida em estabelecimento de internamento de
menores infratores. O acórdão recorrido também considerou
comprovada a culpa da Fundação recorrente pelo evento danoso.
Neste RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se,
em suma, violação aos arts. 5º, V, 37, § 6º, e 93, IX, da mesma Carta, ao
argumento de que 'o Tribunal a quo reiteradamente se negou a
apreciar a prova dos autos' (fl. 598) acerca da ocorrência de culpa da
vítima. Sustentou-se, ainda, que a recorrida não sofreu dano
econômico-material, o que afasta a condenação ao pagamento de pensão
mensal.
A pretensão recursal não merece acolhida.
A apreciação do recurso extraordinário requer o reexame do
conjunto fático-probatório dos autos, o que é vedado pela Súmula 279
do STF. Nesse sentido, cito a ementa do AI 603.865-AgR/GO, Rel.
Min. Cármen Lúcia:
'AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA.
MORTE DE DETENTO EM ESTABELECIMENTO
PRISIONAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA
PROVIMENTO. 1. Impossibilidade do reexame das provas
contidas nos autos na via extraordinária. Incidência da Súmula
279 do Supremo Tribunal Federal. 2. Morte de detento em
estabelecimento prisional. Responsabilidade civil objetiva do
Estado configurada. Precedentes. 3. Proibição constitucional de
vinculação de qualquer vantagem ao salário mínimo.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 6
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
RE 613.396 AGR / DF
Impossibilidade da modificação da base de cálculo por decisão
judicial: Súmula Vinculante n. 4'.
Além disso, o acórdão recorrido está em consonância com a
jurisprudência desta Corte, consoante se observa do julgamento do RE
272.839/MT, Rel. Min. Gilmar Mendes, cuja ementa segue transcrita:
'Recurso extraordinário. 2. Morte de detento por colegas de
carceragem. Indenização por danos morais e materiais. 3. Detento
sob a custódia do Estado. Responsabilidade objetiva. 4. Teoria do
Risco Administrativo. Configuração do nexo de causalidade em
função do dever constitucional de guarda (art. 5º, XLX).
Responsabilidade de reparar o dano que prevalece ainda que
demonstrada a ausência de culpa dos agentes públicos. 5. Recurso
extraordinário a que se nega provimento'.
No mesmo sentido, indico os seguintes precedentes, entre outros:
RE 466.322-AgR/MT, Rel. Min. Eros Grau; RE 215.981/RJ, Rel. Min.
Néri da Silveira; AI 577.908-AgR/GO, Rel. Min. Gilmar Mendes; AI
299.125/SP, Rel. Min. Celso de Mello.
Isso posto, com base nos arts. 557, caput, do CPC, 38 da Lei
8.038/90 e 21, § 1º, do RI/STF, nego seguimento ao recurso”.
Bem reexaminada a questão, verifica-se que a decisão ora atacada
não merece reforma, visto que a recorrente não aduz novos argumentos
capazes de afastar as razões nela expendidas, que devem ser mantidas
por seus próprios fundamentos.
Conforme afirmado na decisão agravada, o Tribunal de origem
decidiu a matéria com apoio no conjunto fático-probatório dos autos.
Desse modo, para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão
recorrido, necessário seria o reexame dos fatos e provas dos autos, o que
atrai a incidência da Súmula 279 do STF. Segundo afirma a agravante, a
Súmula mencionada seria inaplicável na espécie pois
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 613.396 AGR / DF
Impossibilidade da modificação da base de cálculo por decisão
judicial: Súmula Vinculante n. 4'.
Além disso, o acórdão recorrido está em consonância com a
jurisprudência desta Corte, consoante se observa do julgamento do RE
272.839/MT, Rel. Min. Gilmar Mendes, cuja ementa segue transcrita:
'Recurso extraordinário. 2. Morte de detento por colegas de
carceragem. Indenização por danos morais e materiais. 3. Detento
sob a custódia do Estado. Responsabilidade objetiva. 4. Teoria do
Risco Administrativo. Configuração do nexo de causalidade em
função do dever constitucional de guarda (art. 5º, XLX).
Responsabilidade de reparar o dano que prevalece ainda que
demonstrada a ausência de culpa dos agentes públicos. 5. Recurso
extraordinário a que se nega provimento'.
No mesmo sentido, indico os seguintes precedentes, entre outros:
RE 466.322-AgR/MT, Rel. Min. Eros Grau; RE 215.981/RJ, Rel. Min.
Néri da Silveira; AI 577.908-AgR/GO, Rel. Min. Gilmar Mendes; AI
299.125/SP, Rel. Min. Celso de Mello.
Isso posto, com base nos arts. 557, caput, do CPC, 38 da Lei
8.038/90 e 21, § 1º, do RI/STF, nego seguimento ao recurso”.
Bem reexaminada a questão, verifica-se que a decisão ora atacada
não merece reforma, visto que a recorrente não aduz novos argumentos
capazes de afastar as razões nela expendidas, que devem ser mantidas
por seus próprios fundamentos.
Conforme afirmado na decisão agravada, o Tribunal de origem
decidiu a matéria com apoio no conjunto fático-probatório dos autos.
Desse modo, para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão
recorrido, necessário seria o reexame dos fatos e provas dos autos, o que
atrai a incidência da Súmula 279 do STF. Segundo afirma a agravante, a
Súmula mencionada seria inaplicável na espécie pois
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 6
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
RE 613.396 AGR / DF
“No presente caso não há discussão sobre a prova, pois
sequer há prova de dependência econômica da autora/recorrida
com o falecido, sendo todos já maiores e capazes,
transmutando-se a presente ação em dano moral exclusivamente
e não havendo danos materiais a serem indenizados. Ora, se
quanto a tal ponto não há prova, não há reexame da mesma, por
óbvio!!!” (grifos no original).
Os argumentos expedidos pela agravante resultam em conclusão
diversa da por ela defendida. A verificação da existência ou inexistência
da comprovação de fato, no entender da agravante, decisivo para a
solução da lide demanda, necessariamente, o reexame do conjunto fático-
probatório dos autos.
Ademais, a decisão agravada assentou que o acórdão recorrido
estava em harmonia com a jurisprudência desta Corte. Contudo, a
agravante não atacou este fundamento da decisão.
Incumbe à recorrente o dever de impugnar, de forma específica, cada
um dos fundamentos da decisão atacada, sob pena de não conhecimento
do recurso. Inescusável, portanto, a deficiência na elaboração da peça
recursal, o que faz incidir o teor da Súmula 283 do STF. Nesse sentido,
menciono as seguintes decisões, entre outras: RE 548.094-AgR/DF e RE
561.869-AgR/RJ, Rel. Min. Cezar Peluso; RE 452.272-AgR/SE, Rel. Min.
Sepúlveda Pertence; AI 469.221-AgR/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia; AI
672.744-AgR/BA, Rel. Min. Ellen Gracie; RE 544.591-AgR/RN e RE
503.350-AgR/AL, de minha relatoria.
Isso posto, nego provimento ao agravo regimental.
3
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 613.396 AGR / DF
“No presente caso não há discussão sobre a prova, pois
sequer há prova de dependência econômica da autora/recorrida
com o falecido, sendo todos já maiores e capazes,
transmutando-se a presente ação em dano moral exclusivamente
e não havendo danos materiais a serem indenizados. Ora, se
quanto a tal ponto não há prova, não há reexame da mesma, por
óbvio!!!” (grifos no original).
Os argumentos expedidos pela agravante resultam em conclusão
diversa da por ela defendida. A verificação da existência ou inexistência
da comprovação de fato, no entender da agravante, decisivo para a
solução da lide demanda, necessariamente, o reexame do conjunto fático-
probatório dos autos.
Ademais, a decisão agravada assentou que o acórdão recorrido
estava em harmonia com a jurisprudência desta Corte. Contudo, a
agravante não atacou este fundamento da decisão.
Incumbe à recorrente o dever de impugnar, de forma específica, cada
um dos fundamentos da decisão atacada, sob pena de não conhecimento
do recurso. Inescusável, portanto, a deficiência na elaboração da peça
recursal, o que faz incidir o teor da Súmula 283 do STF. Nesse sentido,
menciono as seguintes decisões, entre outras: RE 548.094-AgR/DF e RE
561.869-AgR/RJ, Rel. Min. Cezar Peluso; RE 452.272-AgR/SE, Rel. Min.
Sepúlveda Pertence; AI 469.221-AgR/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia; AI
672.744-AgR/BA, Rel. Min. Ellen Gracie; RE 544.591-AgR/RN e RE
503.350-AgR/AL, de minha relatoria.
Isso posto, nego provimento ao agravo regimental.
3
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 6
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.396
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S) : FUNDAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - FUNDAC
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO
AGDO.(A/S) : ALCIONE ARAÚJO DA SILVA
ADV.(A/S) : ALDENISE RAIMUNDO DA SILVA
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Unânime.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 31.08.2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes à
Sessão os Ministros Marco Aurélio, a Ministra Cármen Lúcia e o
Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Fabiane Duarte
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.396
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S) : FUNDAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - FUNDAC
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO
AGDO.(A/S) : ALCIONE ARAÚJO DA SILVA
ADV.(A/S) : ALDENISE RAIMUNDO DA SILVA
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Unânime.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 31.08.2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes à
Sessão os Ministros Marco Aurélio, a Ministra Cármen Lúcia e o
Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Fabiane Duarte
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 6
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=714897 | 2010-08-31T00:00:00 | 2010-09-24T00:00:00 | A Turma negou provimento ao agravo regimental no recurso
extraordinário, nos termos do voto do Relator. Unânime. Presidência
do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 31.08.2010. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NECESSIDADE DE
REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 279. AUSÊNCIA DE
IMPUGNAÇÃO DE TODOS OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. INCIDÊNCIA
DA SÚMULA 283 DO STF.
I - Inviável em recurso extraordinário o
reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos. Incide,
no caso, a Súmula 279 do STF.
II - A agravante não atacou todos os
fundamentos da decisão agravada. Incidência da Súmula 283 do
STF.
III - Agravo regimental desprovido. | sjur182512 | - Acórdãos citados: RE 272839, RE 452272 AgR, AI 469221 AgR, RE 503350 AgR, RE 544591 AgR, RE 548094 AgR, RE 561869 AgR, AI 603865 AgR, AI 672744 AgR.
Número de páginas: 6.
Análise: 29/09/2010, MLM. | RICARDO LEWANDOWSKI | Primeira Turma | 613396 | [
"LEG-FED SUMSTF-000279 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000283 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | RE-AgR | acordaos | RE 613396 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : FUNDAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - FUNDAC
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO
AGDO.(A/S) : ALCIONE ARAÚJO DA SILVA
ADV.(A/S) : ALDENISE RAIMUNDO DA SILVA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613 . 396",
"SÚMULA 283 DO STF",
"Súmula 279 do STF",
"Súmula 283 do STF",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613 . 396",
"Súmula 279 desta Corte",
"Súmula 279 do STF",
"AI 603 . 865 - AgR / GO",
"Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613 . 396",
"Súmula 279 do STF",
"AI 603 . 865 - AgR / GO",
"Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal",
"RE 613 . 396 AGR / DF",
"RE 272 . 839 / MT",
"RE 466 . 322 - AgR / MT",
"RE 215 . 981 / RJ",
"AI 577 . 908 - AgR / GO",
"AI 299 . 125 / SP",
"Súmula 279 do STF",
"RE 613 . 396 AGR / DF",
"Súmula Vinculante",
"RE 272 . 839 / MT",
"RE 466 . 322 - AgR / MT",
"RE 215 . 981 / RJ",
"AI 577 . 908 - AgR / GO",
"AI 299 . 125 / SP",
"Súmula 279 do STF",
"RE 613 . 396 AGR",
"Súmula 283 do STF",
"RE 548 . 094 - AgR / DF",
"RE 561 . 869 - AgR / RJ",
"RE 452 . 272 - AgR / SE",
"AI 469 . 221 - AgR / SP",
"AI 672 . 744 - AgR / BA",
"RE 544 . 591 - AgR / RN",
"RE 503 . 350 - AgR / AL",
"RE 613 . 396 AGR / DF",
"Súmula 283 do STF",
"RE 548 . 094 - AgR / DF",
"RE 561 . 869 - AgR / RJ",
"RE 452 . 272 - AgR / SE",
"AI 469 . 221 - AgR / SP",
"AI 672 . 744 - AgR / BA",
"RE 544 . 591 - AgR / RN",
"RE 503 . 350 - AgR / AL",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613 . 396"
],
"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 102 , III , a , da Constituição",
"arts . [UNK] , V , 37 , § [UNK] , e 93 , IX ,",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 102 , III , a , da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . 557 , caput , do CPC",
"38 da Lei 8 . 038 / 90",
"21 , § [UNK] , do RI / STF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"38 da Lei 8 . 038 / 90",
"21 , § [UNK] , do RI / STF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 -",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"DISTRITO FEDERAL",
"ESTADO DE PERNAMBUCO",
"Brasília",
"DISTRITO FEDERAL",
"ESTADO DE PERNAMBUCO",
"DISTRITO FEDERAL",
"ESTADO DE PERNAMBUCO",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"ESTADO DE PERNAMBUCO",
"DISTRITO FEDERAL",
"ESTADO DE PERNAMBUCO"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"FUNDAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE",
"FUNDAC",
"Primeira Turma do",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"FUNDAC",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"FUNDAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE",
"FUNDAC",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"/",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"FUNDAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE",
"FUNDAC",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"FUNDAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE",
"FUNDAC",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"ALCIONE ARAÚJO DA SILVA",
"ALDENISE RAIMUNDO DA SILVA",
"Ricardo Lewandowski",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"ALCIONE ARAÚJO DA SILVA",
"ALDENISE RAIMUNDO DA SILVA",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"ALCIONE ARAÚJO DA SILVA",
"ALDENISE RAIMUNDO DA SILVA",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Cármen Lúcia",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Cármen Lúcia",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Gilmar Mendes",
"Eros Grau",
"Néri da Silveira",
"Gilmar Mendes",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Eros Grau",
"Néri da Silveira",
"Gilmar Mendes",
"Celso de Mello",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Cezar Peluso",
"Sepúlveda Pertence",
"Cármen Lúcia",
"Ellen Gracie",
"Cezar Peluso",
"Sepúlveda Pertence",
"Cármen Lúcia",
"Ellen Gracie",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"ALCIONE ARAÚJO DA SILVA",
"ALDENISE RAIMUNDO DA SILVA",
"Ricardo Lewandowski",
"Ricardo Lewandowski",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Paulo de Tarso Braz",
"Fabiane Duarte",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"ALCIONE ARAÚJO DA SILVA",
"ALDENISE RAIMUNDO DA SILVA",
"Ricardo Lewandowski",
"Ricardo Lewandowski",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Paulo de Tarso Braz Lucas",
"Fabiane Duarte"
],
"TEMPO": [
"31",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"31 de agosto de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"09",
"/",
"2010",
"31",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"31",
"/",
"08",
"/",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"31",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"31",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"31",
".",
"08",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"31",
".",
"08",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
30/08/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 110.043 MARANHÃO
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS
IMPTE.(S)
:RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS
ADV.(A/S)
:CONCEIÇÃO DE MARIA DA SILVA MOREIRA
COATOR(A/S)(ES)
:RELATORA DO HABEAS CORPUS 216088 DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA: HABEAS CORPUS. DECISÃO DE MINISTRA DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. ÓBICE DA SÚMULA 691/STF.
RELATIVIZAÇÃO. CERCEIO À LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO
DECORRENTE DE FLAGRANTE ILEGALIDADE OU ABUSO DE
PODER NÃO DEMONSTRADO. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO.
1. É firme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido
da inadmissibilidade de impetração sucessiva de habeas corpus, sem o
julgamento de mérito do HC anteriormente impetrado. Jurisprudência,
essa, que deu origem à Súmula 691/STF, segundo a qual “não compete ao
Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão
do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a
liminar”.
2. Esse entendimento jurisprudencial sumular comporta
abrandamento, mas apenas quando de logo avulta que o cerceio à
liberdade de locomoção do paciente decorre de ilegalidade ou de abuso
de poder (inciso LXVIII do art. 5º da CF/88). O que não sobressai da
análise prefacial das peças que instruem este processo.
3. Habeas corpus não conhecido.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em não conhecer o habeas
corpus, o que fazem nos termos do voto do Relator e por unanimidade de
votos, em sessão presidida pelo Ministro Ayres Britto, na conformidade
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
DJe 19/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10
Ementa e Acórdão
HC 110.043 / MA
da ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 30 de agosto de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
HC 110.043 / MA
da ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 30 de agosto de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10
Relatório
30/08/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 110.043 MARANHÃO
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS
IMPTE.(S)
:RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS
ADV.(A/S)
:CONCEIÇÃO DE MARIA DA SILVA MOREIRA
COATOR(A/S)(ES)
:RELATORA DO HABEAS CORPUS 216088 DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Cuida-se de habeas corpus, aparelhado com pedido de liminar,
impetrado contra decisão singular de ministra do Superior Tribunal de
Justiça (relatora do HC 216.088). Decisão que indeferiu, liminarmente, a
ação constitucional ali formalizada.
2. Pois bem, antes mesmo de um pronunciamento de mérito tanto do
Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão quanto da Casa Superior de
Justiça, a impetrante renova, aqui, o pleito de imediata expedição de
alvará de soltura do paciente. Paciente preso em flagrante delito, acusado
de furto qualificado (incisos I e IV do § 4º do art. 155); dano qualificado
(inciso III do parágrafo único do art. 163); explosão (art. 251); bem como
formação de quadrilha (art. 288), todos do Código Penal.
3. Prossigo para anotar os principais fundamentos da impetração: a)
excesso de prazo de uma prisão cautelar que já ultrapassa 4 (quatro)
meses, o que afronta a garantia constitucional da razoável duração do
processo (inciso LXXVIII do art. 5º da CF/88); b) eventual condenação
possibilitará a adoção do regime prisional aberto; c) o paciente faz jus à
liberdade provisória, tendo em vista a nova redação do art. 300 do
Código de Processo Penal (redação dada pela Lei 12.403/2011); d) a
simples homologação do flagrante não constitui título válido para a
manutenção do aprisionamento em causa. Donde o pedido de concessão
da liminar com a pronta expedição de alvará de soltura, não obstante o
óbice da Súmula 691 do STF. No mérito, a defesa requer o deferimento da
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
30/08/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 110.043 MARANHÃO
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S)
:RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS
IMPTE.(S)
:RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS
ADV.(A/S)
:CONCEIÇÃO DE MARIA DA SILVA MOREIRA
COATOR(A/S)(ES)
:RELATORA DO HABEAS CORPUS 216088 DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Cuida-se de habeas corpus, aparelhado com pedido de liminar,
impetrado contra decisão singular de ministra do Superior Tribunal de
Justiça (relatora do HC 216.088). Decisão que indeferiu, liminarmente, a
ação constitucional ali formalizada.
2. Pois bem, antes mesmo de um pronunciamento de mérito tanto do
Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão quanto da Casa Superior de
Justiça, a impetrante renova, aqui, o pleito de imediata expedição de
alvará de soltura do paciente. Paciente preso em flagrante delito, acusado
de furto qualificado (incisos I e IV do § 4º do art. 155); dano qualificado
(inciso III do parágrafo único do art. 163); explosão (art. 251); bem como
formação de quadrilha (art. 288), todos do Código Penal.
3. Prossigo para anotar os principais fundamentos da impetração: a)
excesso de prazo de uma prisão cautelar que já ultrapassa 4 (quatro)
meses, o que afronta a garantia constitucional da razoável duração do
processo (inciso LXXVIII do art. 5º da CF/88); b) eventual condenação
possibilitará a adoção do regime prisional aberto; c) o paciente faz jus à
liberdade provisória, tendo em vista a nova redação do art. 300 do
Código de Processo Penal (redação dada pela Lei 12.403/2011); d) a
simples homologação do flagrante não constitui título válido para a
manutenção do aprisionamento em causa. Donde o pedido de concessão
da liminar com a pronta expedição de alvará de soltura, não obstante o
óbice da Súmula 691 do STF. No mérito, a defesa requer o deferimento da
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10
Relatório
HC 110.043 / MA
ordem para permitir que o acusado aguarde, em liberdade, a conclusão
do processo-crime.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
HC 110.043 / MA
ordem para permitir que o acusado aguarde, em liberdade, a conclusão
do processo-crime.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10
Voto - MIN. AYRES BRITTO
30/08/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 110.043 MARANHÃO
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Feito o relatório da causa, acentuo, de saída, que é firme a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido da
inadmissibilidade de impetração sucessiva de habeas corpus, sem o
julgamento de mérito do HC anteriormente impetrado (cf. HC 79.776, da
relatoria do ministro Moreira Alves; HC 76.347-QO, da relatoria do
ministro Moreira Alves; HC 79.238, da relatoria do ministro Moreira
Alves; HC 79.748, da relatoria do ministro Celso de Mello; e HC 79.775,
da relatoria do ministro Maurício Corrêa). Jurisprudência, essa, que deu
origem à Súmula 691/STF, segundo a qual “não compete ao Supremo
Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator
que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar”.
6. É certo que tal jurisprudência comporta relativização, quando de
logo avulta que o cerceio à liberdade de locomoção do paciente decorre
de ilegalidade ou de abuso de poder (inciso LXVIII do art. 5º da CF/88).
Mas não me parece ser este o caso dos autos. E a primeira dificuldade que
encontro para superar o óbice da Súmula 691/STF está na consideração de
que a decisão adversada não se me afigura desarrazoada, ou por
qualquer modo desfundamentada.
7. Acresce que o exame preliminar das peças que instruem este
processo também não favorece a dupla supressão de instâncias requerida
na impetração. Para cimentar esse ponto de vista, reproduzo o seguinte
trecho da decisão que recusou o pedido de liberdade provisória do
paciente:
“[...]
Ao exame dos autos nº 2363-34.2011.8.10.0029, denoto que
o requerente foi preso em flagrante em 12 de abril de 2011,
juntamente com os demais integrantes da quadrilha que,
mediante o uso de explosivos, subtraiu grande quantidade de
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
30/08/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 110.043 MARANHÃO
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (RELATOR)
Feito o relatório da causa, acentuo, de saída, que é firme a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido da
inadmissibilidade de impetração sucessiva de habeas corpus, sem o
julgamento de mérito do HC anteriormente impetrado (cf. HC 79.776, da
relatoria do ministro Moreira Alves; HC 76.347-QO, da relatoria do
ministro Moreira Alves; HC 79.238, da relatoria do ministro Moreira
Alves; HC 79.748, da relatoria do ministro Celso de Mello; e HC 79.775,
da relatoria do ministro Maurício Corrêa). Jurisprudência, essa, que deu
origem à Súmula 691/STF, segundo a qual “não compete ao Supremo
Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator
que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar”.
6. É certo que tal jurisprudência comporta relativização, quando de
logo avulta que o cerceio à liberdade de locomoção do paciente decorre
de ilegalidade ou de abuso de poder (inciso LXVIII do art. 5º da CF/88).
Mas não me parece ser este o caso dos autos. E a primeira dificuldade que
encontro para superar o óbice da Súmula 691/STF está na consideração de
que a decisão adversada não se me afigura desarrazoada, ou por
qualquer modo desfundamentada.
7. Acresce que o exame preliminar das peças que instruem este
processo também não favorece a dupla supressão de instâncias requerida
na impetração. Para cimentar esse ponto de vista, reproduzo o seguinte
trecho da decisão que recusou o pedido de liberdade provisória do
paciente:
“[...]
Ao exame dos autos nº 2363-34.2011.8.10.0029, denoto que
o requerente foi preso em flagrante em 12 de abril de 2011,
juntamente com os demais integrantes da quadrilha que,
mediante o uso de explosivos, subtraiu grande quantidade de
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10
Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 110.043 / MA
dinheiro que estava no terminal de auto-atendimento do Banco
do Brasil, na Estação Rodoviária, aqui em Caxias, fato ocorrido
por volta das 04h00 da mencionada data.
De acordo com o Inquérito Policial que serviu de base
para a Denúncia apresentada pelo Ministério Público, trata-se
de uma quadrilha perigosa, formada por indivíduos de vários
lugares do Brasil, organizada para a prática de crimes diversos,
especialmente furto de dinheiro em terminal de auto-
atendimento bancário, mediante o uso de explosivos e existem
nos autos fortes indícios de que o requerente é um dos líderes
da quadrilha.
Evidencia-se dos autos que no local onde a Polícia Federal
efetivou a prisão da quadrilha arrecadou-se a quantia de R$
55.356,50 (cinquenta e cinco mil, trezentos e cinquenta e seis
reais e cinquenta centavos), três armas de fogo, sendo duas
pistolas com numeração raspada e uma espingarda calibre 12,
com o cano serrado, ressaltando-se que, a pistola estava
municiada, pronta para o uso, ao lado do conduzido
RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS.
Conforme o Relatório do Delegado de Polícia, em
referência ao local da prisão da quadrilha, ‘sobre a mesa havia,
ainda, um estopim conectado a uma espoleta e que havia na
casa um balde plástico contendo ofendículos, semelhantes aos
que perfuraram os pneus da viatura da Polícia Militar, no local
do crime’.
O crime imputado ao requerente ressoa grave, e as suas
condições pessoais não são recomendáveis, posto que
integrante de uma quadrilha organizada para o exercício da
atividade criminosa.
Ao meu sentir, deferir a liberdade provisória do
requerente, nesse momento da investigação processual, implica
conceder-lhe o passaporte para a continuidade delitiva,
disseminando concreto perigo à ordem pública e gerando a
certeza da impunidade ante a remota possibilidade da aplicação
da lei penal, até mesmo porque o requerente não reside no
Distrito da culpa.
2
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HC 110.043 / MA
dinheiro que estava no terminal de auto-atendimento do Banco
do Brasil, na Estação Rodoviária, aqui em Caxias, fato ocorrido
por volta das 04h00 da mencionada data.
De acordo com o Inquérito Policial que serviu de base
para a Denúncia apresentada pelo Ministério Público, trata-se
de uma quadrilha perigosa, formada por indivíduos de vários
lugares do Brasil, organizada para a prática de crimes diversos,
especialmente furto de dinheiro em terminal de auto-
atendimento bancário, mediante o uso de explosivos e existem
nos autos fortes indícios de que o requerente é um dos líderes
da quadrilha.
Evidencia-se dos autos que no local onde a Polícia Federal
efetivou a prisão da quadrilha arrecadou-se a quantia de R$
55.356,50 (cinquenta e cinco mil, trezentos e cinquenta e seis
reais e cinquenta centavos), três armas de fogo, sendo duas
pistolas com numeração raspada e uma espingarda calibre 12,
com o cano serrado, ressaltando-se que, a pistola estava
municiada, pronta para o uso, ao lado do conduzido
RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS.
Conforme o Relatório do Delegado de Polícia, em
referência ao local da prisão da quadrilha, ‘sobre a mesa havia,
ainda, um estopim conectado a uma espoleta e que havia na
casa um balde plástico contendo ofendículos, semelhantes aos
que perfuraram os pneus da viatura da Polícia Militar, no local
do crime’.
O crime imputado ao requerente ressoa grave, e as suas
condições pessoais não são recomendáveis, posto que
integrante de uma quadrilha organizada para o exercício da
atividade criminosa.
Ao meu sentir, deferir a liberdade provisória do
requerente, nesse momento da investigação processual, implica
conceder-lhe o passaporte para a continuidade delitiva,
disseminando concreto perigo à ordem pública e gerando a
certeza da impunidade ante a remota possibilidade da aplicação
da lei penal, até mesmo porque o requerente não reside no
Distrito da culpa.
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
HC 110.043 / MA
[...]”
8. Nessa contextura, a imediata expedição de um alvará de soltura
do paciente (como quer a defesa) poderia caracterizar medida temerária
ou particularmente contrária à garantia da ordem pública. Isso pelo risco,
apontado pelo magistrado da causa, de reiteração das condutas
criminosas aparentemente cometidas. Sobremais, “sempre que a maneira da
perpetração do delito revelar de pronto a extrema periculosidade do agente,
abre-se ao decreto prisional a possibilidade de estabelecer um vínculo funcional
entre o modus operandi do suposto crime e a garantia da ordem pública”(HC
104.737, da minha relatoria). Precedentes: HCs 93.012 e 90.413, da
relatoria dos ministros Menezes Direito e Ricardo Lewandowski,
respectivamente.
9. Por tudo quanto posto, não conheço do habeas corpus, ante o óbice
da Súmula 691/STF.
10. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
3
Supremo Tribunal Federal
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HC 110.043 / MA
[...]”
8. Nessa contextura, a imediata expedição de um alvará de soltura
do paciente (como quer a defesa) poderia caracterizar medida temerária
ou particularmente contrária à garantia da ordem pública. Isso pelo risco,
apontado pelo magistrado da causa, de reiteração das condutas
criminosas aparentemente cometidas. Sobremais, “sempre que a maneira da
perpetração do delito revelar de pronto a extrema periculosidade do agente,
abre-se ao decreto prisional a possibilidade de estabelecer um vínculo funcional
entre o modus operandi do suposto crime e a garantia da ordem pública”(HC
104.737, da minha relatoria). Precedentes: HCs 93.012 e 90.413, da
relatoria dos ministros Menezes Direito e Ricardo Lewandowski,
respectivamente.
9. Por tudo quanto posto, não conheço do habeas corpus, ante o óbice
da Súmula 691/STF.
10. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
3
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Voto - MIN. LUIZ FUX
30/08/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 110.043 MARANHÃO
VOTO
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhor Presidente, pela
ordem, se Vossa Excelência me permite? Eu já tive oportunidade de atuar
com mais constância com o Ministro Lewandowski, na Primeira Turma, e
eu confesso a Vossa Excelência que eu tenho muita dificuldade de
admitir, assimilar essa utilização promíscua do habeas corpus aqui no
Supremo Tribunal Federal.
A competência da Suprema Corte é uma competência exaustiva,
constitucional, e, para o habeas corpus, o Supremo Tribunal Federal só é
competente quando os pacientes são aquelas autoridades mencionadas
pelo artigo 102, ou seja, a vocação do Supremo Tribunal Federal não é
conhecer habeas corpus dessa maneira coloquial e vulgarizada, como tem
sido utilizado, transformando as Turmas do Supremo Tribunal Federal
em verdadeiras Varas criminais, colegiadas, onde nós discutimos
dosimetria de pena, nulidade de intimações, preclusões, enfim, matérias
que não são, digamos assim, não têm como destinatário o Supremo
Tribunal Federal.
Então, eu, particularmente, tenho muita resistência de admitir a
superação da Súmula nº 691, mas, salvo assim, uma teratologia dessas
que só mesmo através de habeas corpus se pode superar.
Então, fico a imaginar o seguinte: na verdade, o habeas corpus pode
ser impetrado perante o Supremo Tribunal Federal se, por exemplo, o
Superior Tribunal de Justiça determina uma restrição à liberdade de ir e
vir de um paciente ab origine daquela Corte, aí, sim, caberia um habeas
corpus no Supremo, em caso de teratologia. Porque só cabe o habeas
corpus para o Supremo na forma do artigo 102.
Então, Vossa Excelência está falando a linguagem que eu entendo,
essa é a minha posição.
De sorte que estou inteiramente de acordo com Vossa Excelência.
Supremo Tribunal Federal
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30/08/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 110.043 MARANHÃO
VOTO
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhor Presidente, pela
ordem, se Vossa Excelência me permite? Eu já tive oportunidade de atuar
com mais constância com o Ministro Lewandowski, na Primeira Turma, e
eu confesso a Vossa Excelência que eu tenho muita dificuldade de
admitir, assimilar essa utilização promíscua do habeas corpus aqui no
Supremo Tribunal Federal.
A competência da Suprema Corte é uma competência exaustiva,
constitucional, e, para o habeas corpus, o Supremo Tribunal Federal só é
competente quando os pacientes são aquelas autoridades mencionadas
pelo artigo 102, ou seja, a vocação do Supremo Tribunal Federal não é
conhecer habeas corpus dessa maneira coloquial e vulgarizada, como tem
sido utilizado, transformando as Turmas do Supremo Tribunal Federal
em verdadeiras Varas criminais, colegiadas, onde nós discutimos
dosimetria de pena, nulidade de intimações, preclusões, enfim, matérias
que não são, digamos assim, não têm como destinatário o Supremo
Tribunal Federal.
Então, eu, particularmente, tenho muita resistência de admitir a
superação da Súmula nº 691, mas, salvo assim, uma teratologia dessas
que só mesmo através de habeas corpus se pode superar.
Então, fico a imaginar o seguinte: na verdade, o habeas corpus pode
ser impetrado perante o Supremo Tribunal Federal se, por exemplo, o
Superior Tribunal de Justiça determina uma restrição à liberdade de ir e
vir de um paciente ab origine daquela Corte, aí, sim, caberia um habeas
corpus no Supremo, em caso de teratologia. Porque só cabe o habeas
corpus para o Supremo na forma do artigo 102.
Então, Vossa Excelência está falando a linguagem que eu entendo,
essa é a minha posição.
De sorte que estou inteiramente de acordo com Vossa Excelência.
Supremo Tribunal Federal
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Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
30/08/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 110.043 MARANHÃO
V O T O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Eu
também acompanho, inteiramente, e faço das ponderações do Ministro
Fux as minhas ponderações. Nós somos obrigados a considerar questões
que são típicas da discricionariedade do magistrado de primeiro grau,
por exemplo, as condições para a decretação da prisão preventiva com
base em fatos objetivos, é claro que há decisões sumaríssimas,
teratológicas sem nenhum amparo nos autos, mas, realmente, para nós
reexaminarmos fatos e provas, nós não somos talhados para isso.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE E
RELATOR) - São demasiadamente genéricas, isso é verdade. É muito
difícil isso.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - E há um aspecto, Ministro
Lewandowski, que tenho, e que realmente causa um desconforto
institucional, que é o seguinte (a vida prática revela): as partes pleiteiam,
num juízo de cognição plena de primeiro grau de jurisdição, o habeas
corpus, não obtêm; pleiteiam no Tribunal de Apelação, não obtêm;
pleiteiam no Superior Tribunal de Justiça, não obtêm, e obtêm no
Supremo Tribunal Federal. E, aí, fica o Supremo Tribunal Federal visto
como não uma tábua de salvação, mas, talvez, assim uma Corte que tem
uma certa condescendência com alguns pleitos de habeas corpus que
deveriam ser admitidos e julgados em primeiro grau de jurisdição.
Nós, com isso, até, infelizmente, temos privado o nosso tempo de
apreciação de matéria de repercussão nacional, que a torna impossível
porque com esse número - tem mais habeas corpus no Supremo do que
repercussão Geral.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE E
RELATOR) - Tem, isso é verdade.
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
30/08/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 110.043 MARANHÃO
V O T O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Eu
também acompanho, inteiramente, e faço das ponderações do Ministro
Fux as minhas ponderações. Nós somos obrigados a considerar questões
que são típicas da discricionariedade do magistrado de primeiro grau,
por exemplo, as condições para a decretação da prisão preventiva com
base em fatos objetivos, é claro que há decisões sumaríssimas,
teratológicas sem nenhum amparo nos autos, mas, realmente, para nós
reexaminarmos fatos e provas, nós não somos talhados para isso.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE E
RELATOR) - São demasiadamente genéricas, isso é verdade. É muito
difícil isso.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - E há um aspecto, Ministro
Lewandowski, que tenho, e que realmente causa um desconforto
institucional, que é o seguinte (a vida prática revela): as partes pleiteiam,
num juízo de cognição plena de primeiro grau de jurisdição, o habeas
corpus, não obtêm; pleiteiam no Tribunal de Apelação, não obtêm;
pleiteiam no Superior Tribunal de Justiça, não obtêm, e obtêm no
Supremo Tribunal Federal. E, aí, fica o Supremo Tribunal Federal visto
como não uma tábua de salvação, mas, talvez, assim uma Corte que tem
uma certa condescendência com alguns pleitos de habeas corpus que
deveriam ser admitidos e julgados em primeiro grau de jurisdição.
Nós, com isso, até, infelizmente, temos privado o nosso tempo de
apreciação de matéria de repercussão nacional, que a torna impossível
porque com esse número - tem mais habeas corpus no Supremo do que
repercussão Geral.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE E
RELATOR) - Tem, isso é verdade.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 110.043
PROCED. : MARANHÃO
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S) : RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS
IMPTE.(S) : RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS
ADV.(A/S) : CONCEIÇÃO DE MARIA DA SILVA MOREIRA
COATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HABEAS CORPUS 216088 DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Habeas corpus não conhecido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Participou deste julgamento o Senhor
Ministro Luiz Fux, convocado (RISTF, art. 41). Ausentes,
justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Gilmar
Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma,
30.08.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão o Senhor Ministro Ricardo Lewandowski e o Senhor Ministro
Luiz Fux, convocado nos termos do art. 41, RISTF, para compor o
quorum. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de
Mello e Gilmar Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim
Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis
Vieira Sanseverino.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 110.043
PROCED. : MARANHÃO
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
PACTE.(S) : RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS
IMPTE.(S) : RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS
ADV.(A/S) : CONCEIÇÃO DE MARIA DA SILVA MOREIRA
COATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HABEAS CORPUS 216088 DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Habeas corpus não conhecido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Participou deste julgamento o Senhor
Ministro Luiz Fux, convocado (RISTF, art. 41). Ausentes,
justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Gilmar
Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma,
30.08.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão o Senhor Ministro Ricardo Lewandowski e o Senhor Ministro
Luiz Fux, convocado nos termos do art. 41, RISTF, para compor o
quorum. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de
Mello e Gilmar Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim
Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis
Vieira Sanseverino.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1641600 | 2011-08-30T00:00:00 | 2011-12-19T00:00:00 | Habeas corpus não conhecido, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Participou deste julgamento o Senhor Ministro Luiz Fux, convocado (RISTF, art. 41). Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Gilmar Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 30.08.2011. | HABEAS CORPUS | Ementa: HABEAS CORPUS. DECISÃO DE MINISTRA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. ÓBICE DA SÚMULA 691/STF. RELATIVIZAÇÃO. CERCEIO À LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO DECORRENTE DE FLAGRANTE ILEGALIDADE OU ABUSO DE PODER NÃO DEMONSTRADO. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO.
1. É firme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido da inadmissibilidade de impetração sucessiva de habeas corpus, sem o julgamento de mérito do HC anteriormente impetrado. Jurisprudência, essa, que deu origem à Súmula 691/STF, segundo a qual “não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar”.
2. Esse entendimento jurisprudencial sumular comporta abrandamento, mas apenas quando de logo avulta que o cerceio à liberdade de locomoção do paciente decorre de ilegalidade ou de abuso de poder (inciso LXVIII do art. 5º da CF/88). O que não sobressai da análise prefacial das peças que instruem este processo.
3. Habeas corpus não conhecido. | sjur203182 | - Acórdãos citados: HC 76347 QO, HC 79238, HC 79748, HC
79775, HC 79776, HC 90413, HC 93012, HC 104737.
Número de páginas: 10.
Análise: 23/01/2012, ACG.
Revisão: 30/01/2012, SEV. | AYRES BRITTO | Segunda Turma | 110043 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00005 INC-00068 ART-00102\r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000691 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | HC | acordaos | HC 110043 | [
""
] | PACTE.(S) : RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS
IMPTE.(S) : RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS
ADV.(A/S) : CONCEIÇÃO DE MARIA DA SILVA MOREIRA
COATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HABEAS CORPUS 216088 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 110 . 043",
"HABEAS CORPUS 216088",
"SÚMULA 691 / STF",
"Súmula 691 / STF",
"HC 110",
"HC 110 . 043 / MA",
"HABEAS CORPUS 110 . 043 MARANHÃO",
"HABEAS CORPUS 216088",
"HC 216 . 088",
"HABEAS CORPUS 110 . 043 MARANHÃO",
"HABEAS CORPUS 216088",
"HC 216 . 088",
"Súmula 691 do STF",
"HC 110 . 043 / MA",
"HC 110 . 043 / MA",
"HABEAS CORPUS 110 . 043",
"HC 79 . 776",
"HC 76 . 347 - QO",
"HC 79 . 238",
"HC 79 . 748",
"HC 79 . 775",
"Súmula 691 / STF",
"Súmula 691 / STF",
"autos [UNK] 2363 - 34 . 2011 . 8 . 10 . 0029",
"HABEAS CORPUS 110 . 043",
"HC 79 . 776",
"HC 76 . 347 - QO",
"HC 79 . 238",
"HC 79 . 748",
"HC 79 . 775",
"Súmula 691 / STF",
"Súmula 691 / STF",
"autos [UNK] 2363 - 34 . 2011 . 8 . 10 . 0029",
"HC 110 . 043 / MA",
"HC 110 . 043 / MA",
"HC 110 . 043 / MA",
"HC 104 . 737",
"HCs 93 . 012",
"413",
"Súmula 691 / STF",
"HC 110 . 043 / MA",
"HC 104 . 737",
"HCs 93 . 012",
"413",
"Súmula 691 / STF .",
"HABEAS CORPUS 110 . 043 MARANHÃO",
"HABEAS CORPUS 110 . 043",
"HABEAS CORPUS 110 . 043 MARANHÃO",
"HABEAS CORPUS 110 . 043",
"HABEAS CORPUS 216088",
"HABEAS CORPUS 110 . 043",
"HABEAS CORPUS 216088"
],
"LEGISLACAO": [
"inciso LXVIII do art . [UNK] da CF / 88",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código Penal",
"inciso LXXVIII do art . [UNK] da CF / 88",
"art . 300 do Código de Processo Penal",
"Lei 12 . 403 / 2011",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código Penal",
"inciso LXXVIII do art . [UNK] da CF / 88",
"art . 300 do Código de Processo Penal",
"Lei 12 . 403 / 2011",
"MP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso LXVIII do art . [UNK] da CF / 88",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso LXVIII do art . [UNK] da CF / 88",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"MARANHÃO",
"Brasília",
"Brasília",
"MARANHÃO",
"MARANHÃO",
"Estação Rodoviária",
"Caxias",
"Brasil",
"Estação Rodoviária",
"Caxias",
"Brasil",
"MARANHÃO",
"MARANHÃO",
"MARANHÃO"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão",
"Casa Superior de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão",
"Casa Superior de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Banco do Brasil",
"Ministério Público",
"Polícia Militar",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Banco do Brasil",
"Ministério Público",
"Polícia Militar",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo",
"Supremo",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Suprema Corte",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo",
"Supremo",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"AYRES BRITTO",
"RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS",
"RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS",
"MARIA DA SILVA MOREIRA",
"Ayres Britto",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS",
"RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS",
"MARIA DA SILVA MOREIRA",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS",
"RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS",
"CONCEIÇÃO DE MARIA DA SILVA MOREIRA",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
"Celso de Mello",
"Maurício Corrêa",
"AYRES BRITTO",
"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
"Celso de Mello",
"Maurício Corrêa",
"AYRES BRITTO",
"RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS",
"RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS",
"AYRES BRITTO",
"Menezes Direito",
"Ricardo Lewandowski",
"Menezes Direito",
"Ricardo Lewandowski",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"Lewandowski",
"LUIZ FUX",
"Lewandowski",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Fux",
"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
"Lewandowski",
"AYRES BRITTO",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Fux",
"AYRES BRITTO",
"LUIZ FUX",
"Lewandowski",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS",
"RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS",
"MARIA DA SILVA MOREIRA",
"Luiz Fux",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Ricardo Lewandowski",
"Luiz Fux",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Francisco de Assis Vieira Sanseverino",
"Karima Batista Kassab",
"AYRES BRITTO",
"RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS",
"RAIMUNDO MARCULINO DOS SANTOS",
"CONCEIÇÃO DE MARIA DA SILVA MOREIRA",
"Luiz Fux",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Ricardo Lewandowski",
"Luiz Fux",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Francisco de Assis Vieira Sanseverino",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"30",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"30 de agosto de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30 de agosto de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"12 de abril de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"12 de abril de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
".",
"08",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
".",
"08",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
31/08/2010
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 103.645 PERNAMBUCO
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S)
:JOÃO PAULO LYRA PESSOA DE MELO OU JOÃO PAULO LYRA
PESSOA DE MELLO
IMPTE.(S)
:CÉLIO AVELINO DE ANDRADE
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Habeas corpus. 2. Decisão de pronúncia. Alegada falta de
fundamentação. Não ocorrência. 3. Ordem denegada.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os
Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a
presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata
de julgamento e das notas taquigráficas,por unanimidade de votos,
conhecer em parte o writ e, na parte conhecida, indeferir a ordem, nos
termos do voto do Relator.
Brasília, 31 de agosto de 2010.
Ministro GILMAR MENDES
Presidente e Relator
Documento assinado digitalmente.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 696666.
Supremo Tribunal Federal
DJe 24/09/2010
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 11
Relatório
31/08/2010
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 103.645 PERNAMBUCO
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S)
:JOÃO PAULO LYRA PESSOA DE MELO OU JOÃO PAULO LYRA
PESSOA DE MELLO
IMPTE.(S)
:CÉLIO AVELINO DE ANDRADE
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - (Relator): Trata-se
de habeas corpus, impetrado por CÉLIO AVELINO DE ANDRADE, em
favor de JOÃO PAULO LYRA PESSOA DE MELO, contra decisão
proferida pela Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que
denegou a ordem requerida nos autos do HC n. 135.724/PE.
Na espécie, o paciente e Eduardo José Lyra Pessoa de Mello foram
denunciados pela suposta prática do crime previsto no art. 121, § 2º, II e
IV, c/c o art. 73 e 29, todos do CP, pois teriam desferido tiros contra a
vítima, causando-lhe a morte. Encerrada a instrução criminal, o paciente e
o corréu foram pronunciados, estando a audiência para julgamento pelo
Tribunal do Júri designada para o dia 24 de setembro de 2010.
O Juízo de 1º grau baseou-se nos depoimentos de testemunhas para
pronunciar o paciente João Paulo Lyra Pessoa de Melo, tido como corréu
do crime de homicídio, duplamente qualificado, contra a vítima
Alexandre dos Santos Correia. Na sentença ficou consignado que o
paciente emprestou seu veículo a Eduardo José Lyra Pessoa de Mello –
que desferiu os disparos que culminaram na morte da vítima – e
encontrava-se sentado no banco de passageiros, tendo baixado o corpo
para que a arma fosse disparada. Dessa forma, embasado no art. 408 do
CPP (materialidade e autoria do crime), pronunciou os réus.
Contra essa decisão a defesa interpôs recurso em sentido estrito ao
Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, ao argumento de que a
decisão de pronúncia não teria sido adequadamente fundamentada,
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 696668.
Supremo Tribunal Federal
31/08/2010
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 103.645 PERNAMBUCO
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S)
:JOÃO PAULO LYRA PESSOA DE MELO OU JOÃO PAULO LYRA
PESSOA DE MELLO
IMPTE.(S)
:CÉLIO AVELINO DE ANDRADE
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - (Relator): Trata-se
de habeas corpus, impetrado por CÉLIO AVELINO DE ANDRADE, em
favor de JOÃO PAULO LYRA PESSOA DE MELO, contra decisão
proferida pela Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que
denegou a ordem requerida nos autos do HC n. 135.724/PE.
Na espécie, o paciente e Eduardo José Lyra Pessoa de Mello foram
denunciados pela suposta prática do crime previsto no art. 121, § 2º, II e
IV, c/c o art. 73 e 29, todos do CP, pois teriam desferido tiros contra a
vítima, causando-lhe a morte. Encerrada a instrução criminal, o paciente e
o corréu foram pronunciados, estando a audiência para julgamento pelo
Tribunal do Júri designada para o dia 24 de setembro de 2010.
O Juízo de 1º grau baseou-se nos depoimentos de testemunhas para
pronunciar o paciente João Paulo Lyra Pessoa de Melo, tido como corréu
do crime de homicídio, duplamente qualificado, contra a vítima
Alexandre dos Santos Correia. Na sentença ficou consignado que o
paciente emprestou seu veículo a Eduardo José Lyra Pessoa de Mello –
que desferiu os disparos que culminaram na morte da vítima – e
encontrava-se sentado no banco de passageiros, tendo baixado o corpo
para que a arma fosse disparada. Dessa forma, embasado no art. 408 do
CPP (materialidade e autoria do crime), pronunciou os réus.
Contra essa decisão a defesa interpôs recurso em sentido estrito ao
Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, ao argumento de que a
decisão de pronúncia não teria sido adequadamente fundamentada,
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 696668.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 11
Relatório
HC 103.645 / PE
alegando, ainda, a atipicidade da conduta. Foi negado provimento ao
recurso, reputando-se estarem presentes os “requisitos necessários para o
decreto pronunciatório, quais sejam, indícios de autoria e materialidade do fato
delituoso”, somados ao princípio do in dubio pro societate.
Opuseram-se embargos declaratórios, arguindo-se omissão no
sentido de se esclarecer a real participação do paciente no evento
delituoso. Os embargos foram rejeitados.
Interpostos recursos especial e extraordinário, negou-se seguimento
a ambos.
Seguiram-se os respectivos agravos de instrumento, todos
desprovidos por decisão transitada em julgado.
Irresignada, a defesa impetrou habeas corpus perante o STJ, tendo a
ordem sido denegada, ao fundamento de que é incabível habeas corpus
para reexame de prova, e de que é aplicável o princípio do in dubio pro
societate na sentença de pronúncia.
Agora, impetra-se este writ no Supremo Tribunal Federal, para, em
sede liminar, suspender-se a Ação Penal n.º 00119999617670-6 até o
julgamento de mérito desta impetração. No mérito, pugna-se pela
decretação da nulidade da decisão de pronúncia.
Para isso, a defesa sustenta ausência de fundamentação na sentença
de pronúncia, pois o paciente não foi apontado como autor, coautor ou
partícipe no evento criminoso, afrontando, inclusive, o disposto no art.
408 do CPP (ausência de demonstração de autoria ou participação).
Alega, ainda, ser atípica a conduta do paciente, tendo em vista que
este não tinha “o dever legal de impedir que o denunciado Eduardo José Lyra
Pessoa de Mello efetuasse disparos na vítima e o gesto de inclinar-se no banco do
passageiro é um gesto instintivo, de quem sai da linha de fogo”. Sua
participação no crime, portanto, seria estar na companhia do autor dos
disparos, Eduardo José Lyra Pessoa de Mello.
Por fim, assevera a inépcia da denúncia, uma vez que o Ministério
Público não relatou “qual a conduta delituosa que teria adotado, em todas as
suas circunstâncias, de modo a permitir o exercício constitucional da ampla
defesa”.
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 103.645 / PE
alegando, ainda, a atipicidade da conduta. Foi negado provimento ao
recurso, reputando-se estarem presentes os “requisitos necessários para o
decreto pronunciatório, quais sejam, indícios de autoria e materialidade do fato
delituoso”, somados ao princípio do in dubio pro societate.
Opuseram-se embargos declaratórios, arguindo-se omissão no
sentido de se esclarecer a real participação do paciente no evento
delituoso. Os embargos foram rejeitados.
Interpostos recursos especial e extraordinário, negou-se seguimento
a ambos.
Seguiram-se os respectivos agravos de instrumento, todos
desprovidos por decisão transitada em julgado.
Irresignada, a defesa impetrou habeas corpus perante o STJ, tendo a
ordem sido denegada, ao fundamento de que é incabível habeas corpus
para reexame de prova, e de que é aplicável o princípio do in dubio pro
societate na sentença de pronúncia.
Agora, impetra-se este writ no Supremo Tribunal Federal, para, em
sede liminar, suspender-se a Ação Penal n.º 00119999617670-6 até o
julgamento de mérito desta impetração. No mérito, pugna-se pela
decretação da nulidade da decisão de pronúncia.
Para isso, a defesa sustenta ausência de fundamentação na sentença
de pronúncia, pois o paciente não foi apontado como autor, coautor ou
partícipe no evento criminoso, afrontando, inclusive, o disposto no art.
408 do CPP (ausência de demonstração de autoria ou participação).
Alega, ainda, ser atípica a conduta do paciente, tendo em vista que
este não tinha “o dever legal de impedir que o denunciado Eduardo José Lyra
Pessoa de Mello efetuasse disparos na vítima e o gesto de inclinar-se no banco do
passageiro é um gesto instintivo, de quem sai da linha de fogo”. Sua
participação no crime, portanto, seria estar na companhia do autor dos
disparos, Eduardo José Lyra Pessoa de Mello.
Por fim, assevera a inépcia da denúncia, uma vez que o Ministério
Público não relatou “qual a conduta delituosa que teria adotado, em todas as
suas circunstâncias, de modo a permitir o exercício constitucional da ampla
defesa”.
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 11
Relatório
HC 103.645 / PE
Indeferi o pedido de liminar em 8.6.2010.
A Procuradoria-Geral da República opinou pela denegação da
ordem.
É o relatório.
3
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Supremo Tribunal Federal
HC 103.645 / PE
Indeferi o pedido de liminar em 8.6.2010.
A Procuradoria-Geral da República opinou pela denegação da
ordem.
É o relatório.
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 11
Voto - MIN. GILMAR MENDES
31/08/2010
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 103.645 PERNAMBUCO
VOTO
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - (Relator):
Consoante relatado, no presente habeas corpus a defesa sustenta a falta de
fundamentação da pronúncia. Para tanto, alega que essa decisão não teria
descrito devidamente a participação do paciente no evento criminoso,
sendo imperiosa a sua impronúncia.
Preliminarmente, é necessário ressaltar que o procedimento
do Tribunal do Júri guarda peculiaridades, entre elas o seu rito bifásico,
com duas fases bem delimitadas. A primeira corresponde ao judicium
accusationis ou sumário de culpa, na qual se visa identificar
primordialmente a existência, ou não, de um crime da competência do
Tribunal do Júri. A segunda — que só ocorrerá se pronunciado o acusado
— denomina-se judicium causae ou juízo de mérito, no qual os fatos serão
analisados pelos jurados.
Impende observar que a pronúncia — decisão responsável
por submeter o acusado ao Tribunal do Júri — tem natureza jurídica de
decisão interlocutória mista não terminativa, na medida em que põe
termo a uma fase do procedimento — o mencionado judicium accusationis
—, sem encerrar a persecução penal.
Em outras palavras, a pronúncia tem o condão de encerrar o
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 696669.
Supremo Tribunal Federal
31/08/2010
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 103.645 PERNAMBUCO
VOTO
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - (Relator):
Consoante relatado, no presente habeas corpus a defesa sustenta a falta de
fundamentação da pronúncia. Para tanto, alega que essa decisão não teria
descrito devidamente a participação do paciente no evento criminoso,
sendo imperiosa a sua impronúncia.
Preliminarmente, é necessário ressaltar que o procedimento
do Tribunal do Júri guarda peculiaridades, entre elas o seu rito bifásico,
com duas fases bem delimitadas. A primeira corresponde ao judicium
accusationis ou sumário de culpa, na qual se visa identificar
primordialmente a existência, ou não, de um crime da competência do
Tribunal do Júri. A segunda — que só ocorrerá se pronunciado o acusado
— denomina-se judicium causae ou juízo de mérito, no qual os fatos serão
analisados pelos jurados.
Impende observar que a pronúncia — decisão responsável
por submeter o acusado ao Tribunal do Júri — tem natureza jurídica de
decisão interlocutória mista não terminativa, na medida em que põe
termo a uma fase do procedimento — o mencionado judicium accusationis
—, sem encerrar a persecução penal.
Em outras palavras, a pronúncia tem o condão de encerrar o
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 11
Voto - MIN. GILMAR MENDES
HC 103.645 / PE
sumário de culpa e submeter o acusado ao Tribunal do Júri, o verdadeiro
juiz natural para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida (CF, art.
5º, XXXVIII, “d”).
Traçadas essas premissas, vejamos o que dispõe o art. 413 do
CPP e o seu § 1º:
Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se
convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes
de autoria ou de participação.
§1º - A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da
materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou
de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar
incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as
causas de aumento de pena.
Tal dispositivo parece-me de clareza solar. O que se exige do
juiz, ao fundamentar a pronúncia, é que ele — convencido da
materialidade do fato e da existência de indícios de autoria — se atenha a
um juízo de probabilidade da prática de um crime doloso contra a vida.
Não se exige juízo de certeza, como quer fazer crer o impetrante, até
porque isso poderia influenciar de forma negativa a convicção dos
jurados, ofuscando a sua necessária imparcialidade ante o caso.
É por isso que se diz que a decisão de pronúncia requer
fundamentação estritamente técnica. De fato, como aduz a defesa, o juiz
não pode se eximir de motivá-la, na medida em que não se concebe
decisão judicial sem a devida fundamentação (CF, art. 93, IX). Todavia,
2
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 696669.
Supremo Tribunal Federal
HC 103.645 / PE
sumário de culpa e submeter o acusado ao Tribunal do Júri, o verdadeiro
juiz natural para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida (CF, art.
5º, XXXVIII, “d”).
Traçadas essas premissas, vejamos o que dispõe o art. 413 do
CPP e o seu § 1º:
Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se
convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes
de autoria ou de participação.
§1º - A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da
materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou
de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar
incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as
causas de aumento de pena.
Tal dispositivo parece-me de clareza solar. O que se exige do
juiz, ao fundamentar a pronúncia, é que ele — convencido da
materialidade do fato e da existência de indícios de autoria — se atenha a
um juízo de probabilidade da prática de um crime doloso contra a vida.
Não se exige juízo de certeza, como quer fazer crer o impetrante, até
porque isso poderia influenciar de forma negativa a convicção dos
jurados, ofuscando a sua necessária imparcialidade ante o caso.
É por isso que se diz que a decisão de pronúncia requer
fundamentação estritamente técnica. De fato, como aduz a defesa, o juiz
não pode se eximir de motivá-la, na medida em que não se concebe
decisão judicial sem a devida fundamentação (CF, art. 93, IX). Todavia,
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deverá respeitar certos parâmetros, sob pena de adentrar, em demasia, o
mérito dos elementos que informam o processo, podendo influenciar o
ânimo dos jurados, acabando por incidir em indevido excesso de
linguagem. Nesse sentido confira precedente desta Corte:
“Embargos de declaração em agravo de instrumento. Reexame
fático-probatório. Óbice da Súmula n.º 279 do STF. Omissão,
ambiguidade, contradição ou obscuridade. Inexistência. Caráter
manifestamente infringente. Inadmissibilidade. Falta de fundamentação
da sentença de pronúncia e do acórdão confirmatório. Inobservância. [...].
A sentença de pronúncia possui a peculiaridade de exigir do magistrado o
mínimo de fundamentação quanto à materialidade e à autoria do crime,
sem adentrar, contudo, demasiadamente no exame dos elementos que
instruem o processo. Essa regra justifica-se para evitar-se o excesso de
linguagem caracterizado em uma análise exauriente, que poderia
influenciar a decisão dos jurados oportunamente. Embargos de declaração
rejeitados e considerados procrastinatórios.” (AI n. 458.072 ED/CE, Min.
Joaquim Barbosa, 2ª Turma, DJe 16.10.2009).
“RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIME DOLOSO
CONTRA A VIDA. PRONÚNCIA. ALEGAÇÃO DE FALTA DE
FUNDAMENTAÇÃO
QUANTO
À
ADMISSÃO
DAS
CIRCUNSTÂNCIAS QUALIFICADORAS DO CRIME. PRECLUSÃO.
DECISÃO PROFERIDA NOS TERMOS DO ART. 408 DO CÓDIGO DE
PROCESSO PENAL. RECURSO DESPROVIDO. 1. Na concreta situação
destes autos, apenas depois da sentença condenatória é que se buscou
contestar a validade da sentença de pronúncia. Pelo que o caso é de
preclusão da matéria, nos exatos termos da jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal (RHC 81.927, da relatoria do ministro Ilmar Galvão; HC
87.088, da minha relatoria; RHC 91.367, da relatoria do ministro Joaquim
Barbosa). 2. Não é desfundamentada a decisão de pronúncia que, de olhos
na contextura fática do caso, remete o exame da procedência das
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deverá respeitar certos parâmetros, sob pena de adentrar, em demasia, o
mérito dos elementos que informam o processo, podendo influenciar o
ânimo dos jurados, acabando por incidir em indevido excesso de
linguagem. Nesse sentido confira precedente desta Corte:
“Embargos de declaração em agravo de instrumento. Reexame
fático-probatório. Óbice da Súmula n.º 279 do STF. Omissão,
ambiguidade, contradição ou obscuridade. Inexistência. Caráter
manifestamente infringente. Inadmissibilidade. Falta de fundamentação
da sentença de pronúncia e do acórdão confirmatório. Inobservância. [...].
A sentença de pronúncia possui a peculiaridade de exigir do magistrado o
mínimo de fundamentação quanto à materialidade e à autoria do crime,
sem adentrar, contudo, demasiadamente no exame dos elementos que
instruem o processo. Essa regra justifica-se para evitar-se o excesso de
linguagem caracterizado em uma análise exauriente, que poderia
influenciar a decisão dos jurados oportunamente. Embargos de declaração
rejeitados e considerados procrastinatórios.” (AI n. 458.072 ED/CE, Min.
Joaquim Barbosa, 2ª Turma, DJe 16.10.2009).
“RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIME DOLOSO
CONTRA A VIDA. PRONÚNCIA. ALEGAÇÃO DE FALTA DE
FUNDAMENTAÇÃO
QUANTO
À
ADMISSÃO
DAS
CIRCUNSTÂNCIAS QUALIFICADORAS DO CRIME. PRECLUSÃO.
DECISÃO PROFERIDA NOS TERMOS DO ART. 408 DO CÓDIGO DE
PROCESSO PENAL. RECURSO DESPROVIDO. 1. Na concreta situação
destes autos, apenas depois da sentença condenatória é que se buscou
contestar a validade da sentença de pronúncia. Pelo que o caso é de
preclusão da matéria, nos exatos termos da jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal (RHC 81.927, da relatoria do ministro Ilmar Galvão; HC
87.088, da minha relatoria; RHC 91.367, da relatoria do ministro Joaquim
Barbosa). 2. Não é desfundamentada a decisão de pronúncia que, de olhos
na contextura fática do caso, remete o exame da procedência das
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circunstâncias qualificadoras para o Tribunal do Júri. 3. Recurso a que se
nega provimento.” (RHC n. 100.526/MG, Min. Ayres Britto, 1ª Turma, DJe
12.3.2010).
Por oportuno, colho lição da doutrina:
“Pronuncia-se alguém quando, ao exame do material probatório
levado aos autos, pode-se verificar a demonstração da provável existência
de um crime doloso contra a vida, bem como da respectiva e suposta
autoria.
Na decisão de pronúncia, o que o juiz afirma, com efeito, é a
existência de provas no sentido da materialidade e da autoria. Em relação
à materialidade, a prova há de ser segura quanto ao fato. Já em relação à
autoria, bastará a presença de elementos indicativos, devendo o juiz, tanto
quanto possível, abster-se de revelar um convencimento absoluto quanto
a ela. É preciso considerar que a decisão de pronúncia somente deve
revelar um juízo de probabilidade, e não o de certeza.” (OLIVEIRA,
Eugênio Pacelli de Oliveira. Curso de Processo Penal. 9ª ed., pg. 547-548.
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008).
Ao pronunciar o paciente, o Juízo de primeiro grau assim se
manifestou:
“Nestes autos, a materialidade delitiva encontrava-se provada
através das perícias tanatoscópica e traumatológica de fls. 76-77 e 148 dos
autos. No que concerne a autoria, a prova testemunhal, toda ela, confirma
a autoria, apontando o denunciado EDUARDO JOSÉ LYRA PESSOA DE
MELLO, como a pessoa que teria efetuado os disparos contra as vítimas,
como também a participação do denunciado JOÃO PAULO LYTRA
PESSOA DE MELLO no evento criminoso.
[...].
Pelo que se depreende dos autos, o motivo da prática do homicídio
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circunstâncias qualificadoras para o Tribunal do Júri. 3. Recurso a que se
nega provimento.” (RHC n. 100.526/MG, Min. Ayres Britto, 1ª Turma, DJe
12.3.2010).
Por oportuno, colho lição da doutrina:
“Pronuncia-se alguém quando, ao exame do material probatório
levado aos autos, pode-se verificar a demonstração da provável existência
de um crime doloso contra a vida, bem como da respectiva e suposta
autoria.
Na decisão de pronúncia, o que o juiz afirma, com efeito, é a
existência de provas no sentido da materialidade e da autoria. Em relação
à materialidade, a prova há de ser segura quanto ao fato. Já em relação à
autoria, bastará a presença de elementos indicativos, devendo o juiz, tanto
quanto possível, abster-se de revelar um convencimento absoluto quanto
a ela. É preciso considerar que a decisão de pronúncia somente deve
revelar um juízo de probabilidade, e não o de certeza.” (OLIVEIRA,
Eugênio Pacelli de Oliveira. Curso de Processo Penal. 9ª ed., pg. 547-548.
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008).
Ao pronunciar o paciente, o Juízo de primeiro grau assim se
manifestou:
“Nestes autos, a materialidade delitiva encontrava-se provada
através das perícias tanatoscópica e traumatológica de fls. 76-77 e 148 dos
autos. No que concerne a autoria, a prova testemunhal, toda ela, confirma
a autoria, apontando o denunciado EDUARDO JOSÉ LYRA PESSOA DE
MELLO, como a pessoa que teria efetuado os disparos contra as vítimas,
como também a participação do denunciado JOÃO PAULO LYTRA
PESSOA DE MELLO no evento criminoso.
[...].
Pelo que se depreende dos autos, o motivo da prática do homicídio
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foi fútil, o qual adveio de um desentendimento entre os acusados e a
vítima Alexandre dos Santos Correia, conhecido por Piter, no interior da
boate Cabaret, gerando com isso, a reação fatídica, consumada,
completamente desproporcional ao seu comportamento.
Dos depoimentos, infere-se que a vítima Piter foi morta, mediante
ataque súbito e sorrateiro, estando dessa forma configurada a
qualificadora de traição.
[...].
Como sabemos, nos crimes sujeitos a julgamento pelo tribunal do
júri, os indícios da co-autoria, acompanhados da prova da materialidade
do crime, não afasta àquela por ocasião da instrução criminal, são
suficientes para o decreto de pronúncia.
Isto posto, com base no art. 408 e seus parágrafos, do Código de
Processo Penal, julgo procedente a denúncia e pronuncio os acusados
EDUARDO JOSÉ LYRA PESSOA DE MELLO e JOÃO PAULO LYRA
PESSOA DE MELLO, já qualificado nos autos, como incurso nas penas do
art. 121, § 2º, II e IV (traição), c/c os arts. 73 e 29, todos do Código Penal,
sujeitando-os a julgamento pelo Tribunal Popular do Júri.”
Entendo que a decisão combatida encontra-se devidamente
motivada, respeitando de forma coerente os parâmetros exigidos para o
ato, na medida em que restam adequadamente evidenciados os
elementos da materialidade do fato, bem como a existência de indícios de
autoria.
Quanto à alegação da defesa no sentido de que quem
desferiu os disparos que culminaram na morte da vítima teria sido o
corréu, dado que o paciente se encontrava sentado no banco de
passageiros, tendo baixado o corpo para que a arma fosse disparada,
deverá ser devidamente analisada pelo juízo competente, o Tribunal do
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foi fútil, o qual adveio de um desentendimento entre os acusados e a
vítima Alexandre dos Santos Correia, conhecido por Piter, no interior da
boate Cabaret, gerando com isso, a reação fatídica, consumada,
completamente desproporcional ao seu comportamento.
Dos depoimentos, infere-se que a vítima Piter foi morta, mediante
ataque súbito e sorrateiro, estando dessa forma configurada a
qualificadora de traição.
[...].
Como sabemos, nos crimes sujeitos a julgamento pelo tribunal do
júri, os indícios da co-autoria, acompanhados da prova da materialidade
do crime, não afasta àquela por ocasião da instrução criminal, são
suficientes para o decreto de pronúncia.
Isto posto, com base no art. 408 e seus parágrafos, do Código de
Processo Penal, julgo procedente a denúncia e pronuncio os acusados
EDUARDO JOSÉ LYRA PESSOA DE MELLO e JOÃO PAULO LYRA
PESSOA DE MELLO, já qualificado nos autos, como incurso nas penas do
art. 121, § 2º, II e IV (traição), c/c os arts. 73 e 29, todos do Código Penal,
sujeitando-os a julgamento pelo Tribunal Popular do Júri.”
Entendo que a decisão combatida encontra-se devidamente
motivada, respeitando de forma coerente os parâmetros exigidos para o
ato, na medida em que restam adequadamente evidenciados os
elementos da materialidade do fato, bem como a existência de indícios de
autoria.
Quanto à alegação da defesa no sentido de que quem
desferiu os disparos que culminaram na morte da vítima teria sido o
corréu, dado que o paciente se encontrava sentado no banco de
passageiros, tendo baixado o corpo para que a arma fosse disparada,
deverá ser devidamente analisada pelo juízo competente, o Tribunal do
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HC 103.645 / PE
Júri.
Ademais, uma incursão maior no caso, demandaria o
revolvimento de matéria fática e probatória, inviável na via estreita do
writ. A jurisprudência de ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal
é farta no sentido de que o habeas corpus não é a via processual adequada
para a discussão de fatos e provas constatados sob o crivo do
contraditório perante as instâncias ordinárias: HC n.º 71.436/SP, Rel. Min.
Carlos Velloso, 2ª Turma, unânime, DJ 27.10.1994; HC n.º 75.069/SP, Rel.
Min. Moreira Alves, 1ª Turma, unânime, DJ 27.06.1997; HC n.º 76.381/SP,
Rel. Min. Carlos Velloso, 2ª Turma, unânime, DJ 14.08.1998; HC n.º 79.503/
RJ, Rel. Min. Maurício Corrêa, 2ª Turma, por maioria, DJ 18.05.2001; HC
n.º 81.472/RJ, Rel. Min. Nelson Jobim, 2ª Turma, unânime, DJ 14.06.2002;
HC n.º 81.914/SP, Rel. Min. Nelson Jobim, 2ª Turma, unânime, DJ
22.11.2002; e HC n.º 82.011/PR, Rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma,
unânime, DJ 11.03.2005.
Por fim, no que tange à alegação de inépcia da denúncia,
entendo que, no ponto, o writ não merece conhecimento, dado que a
questão não foi discutida pelo STJ, e sua apreciação por esta Corte
comportaria indevida supressão de instância.
Nesses termos, conheço em parte do writ e nesta parte
denego a ordem.
É como voto.
6
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Supremo Tribunal Federal
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Júri.
Ademais, uma incursão maior no caso, demandaria o
revolvimento de matéria fática e probatória, inviável na via estreita do
writ. A jurisprudência de ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal
é farta no sentido de que o habeas corpus não é a via processual adequada
para a discussão de fatos e provas constatados sob o crivo do
contraditório perante as instâncias ordinárias: HC n.º 71.436/SP, Rel. Min.
Carlos Velloso, 2ª Turma, unânime, DJ 27.10.1994; HC n.º 75.069/SP, Rel.
Min. Moreira Alves, 1ª Turma, unânime, DJ 27.06.1997; HC n.º 76.381/SP,
Rel. Min. Carlos Velloso, 2ª Turma, unânime, DJ 14.08.1998; HC n.º 79.503/
RJ, Rel. Min. Maurício Corrêa, 2ª Turma, por maioria, DJ 18.05.2001; HC
n.º 81.472/RJ, Rel. Min. Nelson Jobim, 2ª Turma, unânime, DJ 14.06.2002;
HC n.º 81.914/SP, Rel. Min. Nelson Jobim, 2ª Turma, unânime, DJ
22.11.2002; e HC n.º 82.011/PR, Rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma,
unânime, DJ 11.03.2005.
Por fim, no que tange à alegação de inépcia da denúncia,
entendo que, no ponto, o writ não merece conhecimento, dado que a
questão não foi discutida pelo STJ, e sua apreciação por esta Corte
comportaria indevida supressão de instância.
Nesses termos, conheço em parte do writ e nesta parte
denego a ordem.
É como voto.
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Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 103.645
PROCED. : PERNAMBUCO
RELATOR : MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S) : JOÃO PAULO LYRA PESSOA DE MELO OU JOÃO PAULO LYRA
PESSOA DE MELLO
IMPTE.(S) : CÉLIO AVELINO DE ANDRADE
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Conhecido em parte o writ e, na parte conhecida,
indeferida a ordem, nos termos do voto do Relator. Decisão
unânime. Ausente, licenciado, neste julgamento, o Senhor Ministro
Celso de Mello. 2ª Turma, 31.08.2010.
Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Ellen Gracie, Ayres Britto e Joaquim
Barbosa. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro Celso de Mello.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Gonçalves.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 103.645
PROCED. : PERNAMBUCO
RELATOR : MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S) : JOÃO PAULO LYRA PESSOA DE MELO OU JOÃO PAULO LYRA
PESSOA DE MELLO
IMPTE.(S) : CÉLIO AVELINO DE ANDRADE
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Conhecido em parte o writ e, na parte conhecida,
indeferida a ordem, nos termos do voto do Relator. Decisão
unânime. Ausente, licenciado, neste julgamento, o Senhor Ministro
Celso de Mello. 2ª Turma, 31.08.2010.
Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Ellen Gracie, Ayres Britto e Joaquim
Barbosa. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro Celso de Mello.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Gonçalves.
Carlos Alberto Cantanhede
Coordenador
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 11
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=714656 | 2010-08-31T00:00:00 | 2010-09-24T00:00:00 | Conhecido em parte o writ e, na parte conhecida,
indeferida a ordem, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime.
Ausente, licenciado, neste julgamento, o Senhor Ministro Celso de
Mello. 2ª Turma, 31.08.2010. | HABEAS CORPUS | Habeas corpus. 2. Decisão de pronúncia. Alegada falta de
fundamentação. Não ocorrência. 3. Ordem denegada. | sjur182402 | - Acórdãos citados: HC 71436, HC 75069, HC 76381, HC 79503,
HC 81472, HC 81914, HC 82011, RHC 100526, AI 458072.
- Veja HC 135724 do STJ.
Número de páginas: 11.
Análise: 05/10/2010, IMC.
Revisão: 14/10/2010, MMR. | GILMAR MENDES | Segunda Turma | 103645 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00005 INC-00038 LET-D ART-00093\r\n INC-00009\r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\r\n ART-00413 PAR-00001 \r\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL"
] | HC | acordaos | HC 103645 | [
""
] | PACTE.(S) : JOÃO PAULO LYRA PESSOA DE MELO OU JOÃO PAULO LYRA PESSOA DE MELLO
IMPTE.(S) : CÉLIO AVELINO DE ANDRADE
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 103 . 645",
"HABEAS CORPUS 103 . 645",
"HC n . 135 . 724 / PE",
"HABEAS CORPUS 103 . 645",
"HC n . 135 . 724 / PE",
"HC 103 . 645 / PE",
"Ação Penal n . [UNK] 00119999617670 - 6",
"HC 103 . 645 / PE",
"Ação Penal n . [UNK] 00119999617670 - 6",
"HC 103 . 645 / PE",
"HC 103 . 645 / PE",
"HABEAS CORPUS 103 . 645",
"HABEAS CORPUS 103 . 645",
"HC 103 . 645 / PE",
"HC 103 . 645 / PE",
"HC 103 . 645 / PE",
"Súmula n . [UNK] 279 do STF",
"AI n . 458 . 072 ED / CE",
"RHC 81 . 927",
"HC 87 . 088",
"RHC 91 . 367",
"HC 103 . 645 / PE",
"Súmula n . [UNK] 279 do STF",
"AI n . 458 . 072 ED / CE",
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"HC 87 . 088",
"RHC 91 . 367",
"HC 103 . 645 / PE",
"RHC n . 100 . 526 / MG",
"HC 103 . 645 / PE",
"RHC n . 100 . 526 / MG",
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"HC 103 . 645 / PE",
"HC 103 . 645 / PE",
"HC n . [UNK] 71 . 436 / SP",
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"HC n . [UNK] 76 . 381 / SP",
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"HC n . [UNK] 81 . 472 / RJ",
"HC n . [UNK] 81 . 914 / SP",
"HC n . [UNK] 82 . 011 / PR",
"HC 103 . 645 / PE",
"HC n . [UNK] 71 . 436 / SP",
"HC n . [UNK] 75 . 069 / SP",
"HC n . [UNK] 76 . 381 / SP",
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"HABEAS CORPUS 103 . 645",
"HABEAS CORPUS 103 . 645"
],
"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 121 , § [UNK] , II e IV , c / c o art . 73 e 29 , todos do CP",
"art . 408 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 121 , § [UNK] , II e IV , c / c o art . 73 e 29 , todos do CP",
"art . 408 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 408 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 408 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , art . [UNK] , XXXVIII , “ d ”",
"art . 413 do CPP",
"CF , art . 93 , IX",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , art . [UNK] , XXXVIII , “ d ”",
"art . 413 do CPP",
"CF , art . 93 , IX",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 408 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 408 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200",
"art . 408 e seus parágrafos , do Código de Processo Penal",
"art . 121 ,",
"arts . 73 e 29 , todos do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 408 e seus parágrafos , do Código de Processo Penal",
"art . 121 , § [UNK] , II e IV ( traição ) , c / c os arts . 73 e 29 , todos do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"PERNAMBUCO",
"Brasília",
"PERNAMBUCO",
"PERNAMBUCO",
"PERNAMBUCO",
"PERNAMBUCO",
"Rio de Janeiro",
"Rio de Janeiro",
"PERNAMBUCO",
"PERNAMBUCO"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"STJ",
"Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"STJ",
"Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"STJ",
"Supremo Tribunal Federal",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"STJ",
"Supremo Tribunal Federal",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] Turma",
"Lumen Juris",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Turma",
"Lumen Juris",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"STJ",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"STJ",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"GILMAR MENDES",
"JOÃO PAULO LYRA PESSOA DE MELO",
"JOÃO PAULO LYRA PESSOA DE MELLO",
"CÉLIO AVELINO DE ANDRADE",
"Gilmar Mendes",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"JOÃO PAULO LYRA PESSOA DE MELO",
"JOÃO PAULO LYRA PESSOA DE MELLO",
"CÉLIO AVELINO DE ANDRADE",
"GILMAR MENDES",
"CÉLIO AVELINO DE ANDRADE",
"JOÃO PAULO LYRA PESSOA DE MELO",
"Eduardo José Lyra Pessoa de Mello",
"João Paulo Lyra Pessoa de Melo",
"Alexandre dos Santos Correia",
"Eduardo José Lyra Pessoa de Mello",
"GILMAR MENDES",
"JOÃO PAULO LYRA PESSOA DE MELO",
"JOÃO PAULO LYRA PESSOA DE MELLO",
"CÉLIO AVELINO DE ANDRADE",
"GILMAR MENDES",
"CÉLIO AVELINO DE ANDRADE",
"JOÃO PAULO LYRA PESSOA DE MELO",
"Eduardo José Lyra Pessoa de Mello",
"João Paulo Lyra Pessoa de Melo",
"Alexandre dos Santos Correia",
"Eduardo José Lyra Pessoa de Mello",
"Eduardo José Lyra Pessoa de Mello",
"Eduardo José Lyra Pessoa de Mello",
"Eduardo José Lyra Pessoa de Mello",
"Eduardo José Lyra Pessoa de Mello",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"Joaquim Barbosa",
"Ilmar Galvão",
"Joaquim Barbosa",
"Joaquim Barbosa",
"Ilmar Galvão",
"Joaquim Barbosa",
"GILMAR MENDES",
"Ayres Britto",
"OLIVEIRA , Eugênio Pacelli de Oliveira",
"EDUARDO JOSÉ LYRA PESSOA DE MELLO",
"JOÃO PAULO LYTRA PESSOA DE MELLO",
"Ayres Britto",
"OLIVEIRA , Eugênio Pacelli de Oliveira",
"EDUARDO JOSÉ LYRA PESSOA DE MELLO",
"JOÃO PAULO LYTRA PESSOA DE MELLO",
"GILMAR MENDES",
"Alexandre dos Santos Correia",
"Piter",
"Piter",
"EDUARDO JOSÉ LYRA PESSOA DE MELLO",
"JOÃO PAULO LYRA PESSOA DE MELLO",
"Alexandre dos Santos Correia",
"Piter",
"Piter",
"EDUARDO JOSÉ LYRA PESSOA DE MELLO",
"JOÃO PAULO LYRA PESSOA DE MELLO",
"GILMAR MENDES",
"Carlos Velloso",
"Moreira Alves",
"Carlos Velloso",
"Maurício Corrêa",
"Nelson Jobim",
"Nelson Jobim",
"Celso de Mello",
"Carlos Velloso",
"Moreira Alves",
"Carlos Velloso",
"Maurício Corrêa",
"Nelson Jobim",
"Nelson Jobim",
"Celso de Mello",
"GILMAR MENDES",
"JOÃO PAULO LYRA PESSOA DE MELO",
"JOÃO PAULO LYRA PESSOA DE MELLO",
"CÉLIO AVELINO DE ANDRADE",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ellen Gracie",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Celso de Mello",
"Wagner Gonçalves",
"Carlos Alberto Cantanhede",
"GILMAR MENDES",
"JOÃO PAULO LYRA PESSOA DE MELO",
"JOÃO PAULO LYRA PESSOA DE MELLO",
"CÉLIO AVELINO DE ANDRADE",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ellen Gracie",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Celso de Mello",
"Wagner Gonçalves",
"Carlos Alberto Cantanhede"
],
"TEMPO": [
"31",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"31 de agosto de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"09",
"/",
"2010",
"31",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"24 de setembro de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"31",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"24 de setembro de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"8",
".",
"6",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"8",
".",
"6",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"31",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"31",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
".",
"10",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
".",
"10",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"12",
".",
"3",
".",
"2010",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"12",
".",
"3",
".",
"2010",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"27",
".",
"10",
".",
"1994",
"27",
".",
"06",
".",
"1997",
"14",
".",
"08",
".",
"1998",
"18",
".",
"05",
".",
"2001",
"14",
".",
"06",
".",
"2002",
"22",
".",
"11",
".",
"2002",
"11",
".",
"03",
".",
"2005",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"27",
".",
"10",
".",
"1994",
"27",
".",
"06",
".",
"1997",
"14",
".",
"08",
".",
"1998",
"18",
".",
"05",
".",
"2001",
"14",
".",
"06",
".",
"2002",
"22",
".",
"11",
".",
"2002",
"11",
".",
"03",
".",
"2005",
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"/",
"08",
"/",
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".",
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"2010",
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"2001",
"31",
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"08",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
30/08/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 102.412 RIO DE JANEIRO
REDATOR
DO
ACÓRDÃO
: MIN. DIAS TOFFOLI
RELATOR
: MIN. LUIZ FUX
PACTE.(S)
:ALEX SANDRO CRUZ BARBOSA
IMPTE.(S)
:ALEX SANDRO CRUZ BARBOSA
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA
PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TRIBUNAL
DO JÚRI. HOMICÍCIO QUALIFICADO TENTADO E QUADRILHA
(CP, Arts. 121, § 2º, IV, c/c o 14, II, e 288). ALEGAÇÃO DE INFLUÊNCIA
DO JUIZ PRESIDENTE, NA SESSÃO DE JULGAMENTO, SOBRE AS
TESTEMUNHAS E OS JURADOS. NULIDADE RECONHECIDA.
JÚRI ANULADO. DETERMINAÇÃO DE SUBMISSÃO DO
PACIENTE A NOVO JULGAMENTO. ORDEM CONCEDIDA.
A intervenção reiterada da Juíza Presidente durante a colheita da
prova oral - tendente a advertir testemunha sobre discrepância de seu
depoimento com versão anterior e sobre a possibilidade de sua incidência
em crime de perjúrio, o que acabou por levá-la a se retratar -, bem como a
realização de comentário dirigido aos jurados de que a ausência de
testemunhas à sessão de julgamento decorreria de orientação da defesa,
importaram em efetivo prejuízo ao réu, com nulidade do veredicto
condenatório.
Determinação de submissão do paciente a novo julgamento.
Ordem concedida.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do Sra.
Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das
notas taquigráficas, por maioria de votos, em conceder a ordem de
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1482509.
Supremo Tribunal Federal
DJe 16/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 27
Ementa e Acórdão
HC 102.412 / RJ
habeas corpus, nos termos do voto do Senhor Ministro Dias Toffoli,
Redator para o acórdão.
Brasília, 30 de agosto de 2011.
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Redator p/o acórdão
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1482509.
Supremo Tribunal Federal
HC 102.412 / RJ
habeas corpus, nos termos do voto do Senhor Ministro Dias Toffoli,
Redator para o acórdão.
Brasília, 30 de agosto de 2011.
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Redator p/o acórdão
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1482509.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 27
Relatório
30/08/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 102.412 RIO DE JANEIRO
REDATOR
DO
ACÓRDÃO
: MIN. DIAS TOFFOLI
RELATOR
: MIN. LUIZ FUX
PACTE.(S)
:ALEX SANDRO CRUZ BARBOSA
IMPTE.(S)
:ALEX SANDRO CRUZ BARBOSA
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Trata-se de habeas corpus
impetrado em favor de ALEX SANDRO CRUZ BARBOSA, tendo por
autoridade coatora a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, que
indeferiu pedido idêntico ao que ora é examinado por esta Corte.
Pretende-se, com a impetração, a anulação de julgamento realizado por
tribunal do júri, apontando-se como motivo a suposta parcialidade da
juíza-presidente.
Extrai-se dos autos que o paciente, ex-integrante da torcida
organizada Força Jovem do Vasco da Gama, foi condenado, pelo tribunal do
júri da 4ª Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo/RJ, por homicídio
tentado cinco vezes, incidindo nas penas dos artigos. 121, § 2º, inciso IV
combinado com o artigo 14, e art. 288, todos do Código Penal. A sanção
final pelos crimes, após a apelação da defesa, foi 12 (doze) anos e 6 (seis)
meses de reclusão, no regime integralmente fechado. Reconheceu-se que
os atos ocorreram em continuidade delitiva.
Narram os autos que o paciente, em concurso com outros 3 (três)
agentes, efetuou disparos de arma de fogo contra cinco pessoas da Torcida
Jovem do Flamengo, com recurso que impossibilitou a defesa das vítimas,
não se consumando os crimes por circunstâncias alheias à vontade dos
atiradores. A motivação das condutas teria sido porque as vítimas seriam
testemunhas em um inquérito policial que investigava um outro crime de
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
30/08/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 102.412 RIO DE JANEIRO
REDATOR
DO
ACÓRDÃO
: MIN. DIAS TOFFOLI
RELATOR
: MIN. LUIZ FUX
PACTE.(S)
:ALEX SANDRO CRUZ BARBOSA
IMPTE.(S)
:ALEX SANDRO CRUZ BARBOSA
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Trata-se de habeas corpus
impetrado em favor de ALEX SANDRO CRUZ BARBOSA, tendo por
autoridade coatora a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, que
indeferiu pedido idêntico ao que ora é examinado por esta Corte.
Pretende-se, com a impetração, a anulação de julgamento realizado por
tribunal do júri, apontando-se como motivo a suposta parcialidade da
juíza-presidente.
Extrai-se dos autos que o paciente, ex-integrante da torcida
organizada Força Jovem do Vasco da Gama, foi condenado, pelo tribunal do
júri da 4ª Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo/RJ, por homicídio
tentado cinco vezes, incidindo nas penas dos artigos. 121, § 2º, inciso IV
combinado com o artigo 14, e art. 288, todos do Código Penal. A sanção
final pelos crimes, após a apelação da defesa, foi 12 (doze) anos e 6 (seis)
meses de reclusão, no regime integralmente fechado. Reconheceu-se que
os atos ocorreram em continuidade delitiva.
Narram os autos que o paciente, em concurso com outros 3 (três)
agentes, efetuou disparos de arma de fogo contra cinco pessoas da Torcida
Jovem do Flamengo, com recurso que impossibilitou a defesa das vítimas,
não se consumando os crimes por circunstâncias alheias à vontade dos
atiradores. A motivação das condutas teria sido porque as vítimas seriam
testemunhas em um inquérito policial que investigava um outro crime de
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 27
Relatório
HC 102.412 / RJ
homicídio.
A Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio
de Janeiro decidiu a apelação em acórdão assim ementado, na parte que
interessa (fl. 46):
EMENTA
-
HOMICÍDIOS
QUALIFICADOS,
TENTADOS (CINCO VEZES). QUADRILHA OU BANDO.
(...)
Recurso de ALEX SANDRO:
PRELIMINARES: Rejeitadas. A pergunta indeferida era de
cunho subjetivo, tendo esclarecido a Julgadora que a ausência
da testemunha se deveu ao fato de a mesma não ter
apresentado seu endereço correto. E não houve coação das
testemunhas. Estas apenas foram alertadas para o crime de
falso testemunho.”
Impetrado habeas corpus perante o Superior Tribunal de Justiça, a
Quinta Turma decidiu o writ em acórdão com a seguinte ementa (fls. 65)
HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. CRIME DE
HOMICÍDIO QUALIFICADO. TRIBUNAL DO JÚRI.
ALEGAÇÃO DE INFLUÊNCIA DO JUIZ PRESIDENTE NA
SESSÃO DE JULGAMENTO SOBRE AS TESTEMUNHAS E OS
JURADOS. NÃO-OCORRÊNCIA. IMPROPRIEDADE DA VIA
ELEITA.
1. Não se vislumbra, na espécie, qualquer irregularidade
ou mesmo excesso por parte da juíza presidente, nem ao
indeferir pergunta a determinada testemunha – pelo fato de ter
sido reputado como de cunho subjetivo –, nem quanto à
justificativa da ausência de determinada testemunha na sessão
de julgamento, qual seja: o fornecimento de endereço incorreto
e, tampouco, quando advertiu a testemunha de que suas
declarações confrontavam com outros depoimentos já
prestados, bem como sobre a possível configuração do crime de
falso testemunho – providência que se encontra, aliás, inserida
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
HC 102.412 / RJ
homicídio.
A Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio
de Janeiro decidiu a apelação em acórdão assim ementado, na parte que
interessa (fl. 46):
EMENTA
-
HOMICÍDIOS
QUALIFICADOS,
TENTADOS (CINCO VEZES). QUADRILHA OU BANDO.
(...)
Recurso de ALEX SANDRO:
PRELIMINARES: Rejeitadas. A pergunta indeferida era de
cunho subjetivo, tendo esclarecido a Julgadora que a ausência
da testemunha se deveu ao fato de a mesma não ter
apresentado seu endereço correto. E não houve coação das
testemunhas. Estas apenas foram alertadas para o crime de
falso testemunho.”
Impetrado habeas corpus perante o Superior Tribunal de Justiça, a
Quinta Turma decidiu o writ em acórdão com a seguinte ementa (fls. 65)
HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. CRIME DE
HOMICÍDIO QUALIFICADO. TRIBUNAL DO JÚRI.
ALEGAÇÃO DE INFLUÊNCIA DO JUIZ PRESIDENTE NA
SESSÃO DE JULGAMENTO SOBRE AS TESTEMUNHAS E OS
JURADOS. NÃO-OCORRÊNCIA. IMPROPRIEDADE DA VIA
ELEITA.
1. Não se vislumbra, na espécie, qualquer irregularidade
ou mesmo excesso por parte da juíza presidente, nem ao
indeferir pergunta a determinada testemunha – pelo fato de ter
sido reputado como de cunho subjetivo –, nem quanto à
justificativa da ausência de determinada testemunha na sessão
de julgamento, qual seja: o fornecimento de endereço incorreto
e, tampouco, quando advertiu a testemunha de que suas
declarações confrontavam com outros depoimentos já
prestados, bem como sobre a possível configuração do crime de
falso testemunho – providência que se encontra, aliás, inserida
2
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 27
Relatório
HC 102.412 / RJ
no rol de suas atribuições. Inteligência do art. 210 do Código de
Processo Penal.
2. De outro lado, infirmar o entendimento esposado pela
Corte a quo ainda implicaria o exame aprofundado de provas, o
que, como é consabido, não se coaduna com a estreita via do
writ. Precedentes.
3. Ordem denegada.
(HC 78.638/RJ, Relatora Min. Laurita Vaz, Quinta Turma
do STJ, Julgamento em 10/3/2009)
No habeas corpus ajuizado nesta Suprema Corte, a parte impetrante
reitera o pedido formulado nas instâncias inferiores, sustentando o
seguinte: i) nulidade por indeferimento de pergunta no julgamento
tribunal do júri; ii) parcialidade da juíza-presidente da sessão de
julgamento do júri, pelo suposto direcionamento ao corpo de jurados,
tendo-lhes informado que a defesa teria instruído a testemunha para não
comparecer em juízo; iii) suposta omissão no julgamento do writ pelo STJ;
iv) a juíza teria se excedido no que se refere à prescrição do art. 210 do
Código de Processo Penal1; v) o fato assemelha-se à nulidade por excesso
de linguagem na sentença de pronúncia.
O Ministério Público Federal manifestou-se pela denegação da
ordem em parecer assim ementado:
HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSO PENAL.
TRIBUNAL DO JÚRI. TENTATIVA, POR CINCO VEZES, DE
HOMICÍDIO
QUALIFICADO.
NULIDADE
DO
JULGAMENTO REALIZADO PELO CONSELHO DE
SENTENÇA, EM RAZÃO DE OFENSA AOS PRINCÍPIOS DO
DEVIDO PROCESSO LEGAL, DA AMPLA DEFESA, DO
CONTRADITÓRIO E DA SOBERANIA DOS VEREDICTOS.
COAÇÃO ILEGAL NÃO VERIFICADA.
1 Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo
que umas não saibam nem ouçam os depoimentos das outras, devendo o juiz
adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho.
3
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
HC 102.412 / RJ
no rol de suas atribuições. Inteligência do art. 210 do Código de
Processo Penal.
2. De outro lado, infirmar o entendimento esposado pela
Corte a quo ainda implicaria o exame aprofundado de provas, o
que, como é consabido, não se coaduna com a estreita via do
writ. Precedentes.
3. Ordem denegada.
(HC 78.638/RJ, Relatora Min. Laurita Vaz, Quinta Turma
do STJ, Julgamento em 10/3/2009)
No habeas corpus ajuizado nesta Suprema Corte, a parte impetrante
reitera o pedido formulado nas instâncias inferiores, sustentando o
seguinte: i) nulidade por indeferimento de pergunta no julgamento
tribunal do júri; ii) parcialidade da juíza-presidente da sessão de
julgamento do júri, pelo suposto direcionamento ao corpo de jurados,
tendo-lhes informado que a defesa teria instruído a testemunha para não
comparecer em juízo; iii) suposta omissão no julgamento do writ pelo STJ;
iv) a juíza teria se excedido no que se refere à prescrição do art. 210 do
Código de Processo Penal1; v) o fato assemelha-se à nulidade por excesso
de linguagem na sentença de pronúncia.
O Ministério Público Federal manifestou-se pela denegação da
ordem em parecer assim ementado:
HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSO PENAL.
TRIBUNAL DO JÚRI. TENTATIVA, POR CINCO VEZES, DE
HOMICÍDIO
QUALIFICADO.
NULIDADE
DO
JULGAMENTO REALIZADO PELO CONSELHO DE
SENTENÇA, EM RAZÃO DE OFENSA AOS PRINCÍPIOS DO
DEVIDO PROCESSO LEGAL, DA AMPLA DEFESA, DO
CONTRADITÓRIO E DA SOBERANIA DOS VEREDICTOS.
COAÇÃO ILEGAL NÃO VERIFICADA.
1 Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo
que umas não saibam nem ouçam os depoimentos das outras, devendo o juiz
adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho.
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Relatório
HC 102.412 / RJ
1. O reconhecimento da nulidade do ato, mesmo quando
se tratar de nulidade absoluta, fica condicionada à
demonstração do efetivo prejuízo causado à acusação ou à
defesa – pas de nullité sans grief, artigo 563 do CPP. Tampouco
será decretada a nulidade de ato que não tenha contribuído
materialmente à resolução do feito (artigo 566 do CPP).
2. Não configura coação ilegal a advertência, feita pelo juiz
presidente da sessão de julgamento do tribunal de júri, à
testemunha sobre a contrariedade dos depoimentos prestados
na fase instrutória e na sessão de julgamento, por expressa
previsão legal – artigo 210 do CPP.
3. Parecer pela denegação da ordem.
É o relatório.
4
Supremo Tribunal Federal
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HC 102.412 / RJ
1. O reconhecimento da nulidade do ato, mesmo quando
se tratar de nulidade absoluta, fica condicionada à
demonstração do efetivo prejuízo causado à acusação ou à
defesa – pas de nullité sans grief, artigo 563 do CPP. Tampouco
será decretada a nulidade de ato que não tenha contribuído
materialmente à resolução do feito (artigo 566 do CPP).
2. Não configura coação ilegal a advertência, feita pelo juiz
presidente da sessão de julgamento do tribunal de júri, à
testemunha sobre a contrariedade dos depoimentos prestados
na fase instrutória e na sessão de julgamento, por expressa
previsão legal – artigo 210 do CPP.
3. Parecer pela denegação da ordem.
É o relatório.
4
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 27
Explicação
30/08/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 102.412 RIO DE JANEIRO
EXPLICAÇÃO
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Senhora
Presidente, ilustres componentes da Primeira Turma, ilustre
Representante do Ministério Público, Senhores Advogados.
Salvante o aspecto fático, que foi aqui muito bem explorado pelo
Ministério Público, tenho aqui uma retranscrição de toda a ata, a
exposição do fato pelo eminente Advogado na tribuna, que, aliás,
brilhante exposição, ela só vem reforçar a minha percepção de que tem
havido um uso promíscuo e moderado do habeas corpus no Supremo
Tribunal Federal. O Supremo Tribunal Federal, a Suprema Corte do país,
não é a Corte destinatária para se debater nesse grau máximo, com a
nossa representatividade de guardar a Constituição Federal, a análise de
fatos que foram avaliados pelo Tribunal do Júri, pelo Tribunal de
Apelação, pelo Superior Tribunal de Justiça, e agora em habeas corpus
substitutivo de recurso ordinário, volta-se com exatamente a mesma tese,
como se coubesse no Supremo Tribunal Federal habeas corpus diferente
daqueles previstos no capítulo da Constituição Federal; ou seja, a
Constituição Federal estabelece como competência originária do Supremo
Tribunal Federal para julgar habeas corpus quando são aqueles os
pacientes. A jurisprudência do habeas corpus erigida na época da
ditadura admitia o habeas corpus substitutivo quando houvesse uma
teratologia da decisão, ou, como, por exemplo, se um tribunal superior
determinasse a coerção pessoal de um paciente. Se o Superior Tribunal de
Justiça mandar prender alguém, nós somos competentes para julgar esse
habeas corpus. Agora, aqui é um trabalho, aliás muito bem feito, que se
realiza numa Vara criminal ou dos juizados especiais ou numa vara
criminal de primeira instância. O revolvimento da dinâmica que ocorreu
durante o julgamento do Tribunal do Júri quando um juiz - eu fui juiz de
carreira, eu fiz isso várias vezes -, verificando que a testemunha está
Supremo Tribunal Federal
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30/08/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 102.412 RIO DE JANEIRO
EXPLICAÇÃO
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Senhora
Presidente, ilustres componentes da Primeira Turma, ilustre
Representante do Ministério Público, Senhores Advogados.
Salvante o aspecto fático, que foi aqui muito bem explorado pelo
Ministério Público, tenho aqui uma retranscrição de toda a ata, a
exposição do fato pelo eminente Advogado na tribuna, que, aliás,
brilhante exposição, ela só vem reforçar a minha percepção de que tem
havido um uso promíscuo e moderado do habeas corpus no Supremo
Tribunal Federal. O Supremo Tribunal Federal, a Suprema Corte do país,
não é a Corte destinatária para se debater nesse grau máximo, com a
nossa representatividade de guardar a Constituição Federal, a análise de
fatos que foram avaliados pelo Tribunal do Júri, pelo Tribunal de
Apelação, pelo Superior Tribunal de Justiça, e agora em habeas corpus
substitutivo de recurso ordinário, volta-se com exatamente a mesma tese,
como se coubesse no Supremo Tribunal Federal habeas corpus diferente
daqueles previstos no capítulo da Constituição Federal; ou seja, a
Constituição Federal estabelece como competência originária do Supremo
Tribunal Federal para julgar habeas corpus quando são aqueles os
pacientes. A jurisprudência do habeas corpus erigida na época da
ditadura admitia o habeas corpus substitutivo quando houvesse uma
teratologia da decisão, ou, como, por exemplo, se um tribunal superior
determinasse a coerção pessoal de um paciente. Se o Superior Tribunal de
Justiça mandar prender alguém, nós somos competentes para julgar esse
habeas corpus. Agora, aqui é um trabalho, aliás muito bem feito, que se
realiza numa Vara criminal ou dos juizados especiais ou numa vara
criminal de primeira instância. O revolvimento da dinâmica que ocorreu
durante o julgamento do Tribunal do Júri quando um juiz - eu fui juiz de
carreira, eu fiz isso várias vezes -, verificando que a testemunha está
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Explicação
HC 102.412 / RJ
prestando depoimento completamente contrário a tudo quanto ela já -
depois a adverte de que ela pode incidir no crime de falso testemunho,
que, até como disse o Ministério Público, uma medida de prevenção,
porque é melhor isso do que depois extrair peças e mandar para a
autoridade policial, quando muitas vezes se sabe que a testemunha é
jejune em matéria de direito. Ela nem sabe.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Sem receio da
intimidação!
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Não, não é o
receio da intimidação. Eu confesso, Ministro Marco Aurélio: eu trabalhei
em Vara criminal, e todas as vezes falava com a leveza necessária de que o
juiz deve ter para esclarecer a parte, que, às vezes, ela no afã de querer
ajudar uma pessoa, pode se prejudicar. Então, na realidade, o que os
juízes fazem é exatamente isso, e tem que ser in intinere, porque a
mentira não começa na qualificação; ela começa no curso do depoimento.
Então, já antevejo aqui uma aberração teratológica não da decisão, mas da
impetração de um habeas corpus substitutivo de um recurso ordinário
revolvendo matéria fática e impondo à Suprema Corte de um país
verificar como foi a dinâmica de um julgamento que se passou no
Tribunal de Júri de São Gonçalo, que foi aferido pelo Tribunal de
Apelação, foi aferido pelo Superior Tribunal de Justiça; todos esses
tribunais entenderam que não houve nenhuma teratologia. E essa é a
competência da Suprema Corte? Evidentemente que não é.
2
Supremo Tribunal Federal
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HC 102.412 / RJ
prestando depoimento completamente contrário a tudo quanto ela já -
depois a adverte de que ela pode incidir no crime de falso testemunho,
que, até como disse o Ministério Público, uma medida de prevenção,
porque é melhor isso do que depois extrair peças e mandar para a
autoridade policial, quando muitas vezes se sabe que a testemunha é
jejune em matéria de direito. Ela nem sabe.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Sem receio da
intimidação!
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Não, não é o
receio da intimidação. Eu confesso, Ministro Marco Aurélio: eu trabalhei
em Vara criminal, e todas as vezes falava com a leveza necessária de que o
juiz deve ter para esclarecer a parte, que, às vezes, ela no afã de querer
ajudar uma pessoa, pode se prejudicar. Então, na realidade, o que os
juízes fazem é exatamente isso, e tem que ser in intinere, porque a
mentira não começa na qualificação; ela começa no curso do depoimento.
Então, já antevejo aqui uma aberração teratológica não da decisão, mas da
impetração de um habeas corpus substitutivo de um recurso ordinário
revolvendo matéria fática e impondo à Suprema Corte de um país
verificar como foi a dinâmica de um julgamento que se passou no
Tribunal de Júri de São Gonçalo, que foi aferido pelo Tribunal de
Apelação, foi aferido pelo Superior Tribunal de Justiça; todos esses
tribunais entenderam que não houve nenhuma teratologia. E essa é a
competência da Suprema Corte? Evidentemente que não é.
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 27
Voto - MIN. LUIZ FUX
30/08/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 102.412 RIO DE JANEIRO
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): O writ não merece
prosperar.
Os temas ora submetidos a esta Corte, sobre a suposta parcialidade
da juíza-presidente do tribunal do júri já foram bem examinados pelo
TJ/RJ em sede de apelação, bem como no habeas corpus julgado pelo STJ. A
propósito, leia-se do voto condutor do acórdão da Quinta Turma da Corte
Superior, da lavra da Ministra Laurita Vaz (fls. 65-66):
A impetração não merece acolhida.
Compulsando os termos da ata da sessão de julgamento e
do acórdão impugnado, verifica-se realidade totalmente
distinta da alegada pelo Impetrante, tornando totalmente
insubsistente a tese de nulidade do julgamento proferido pelos
jurados por influência da magistrada, ad litteram:
"O patrono do acusado requereu fosse consignado em Ata
que a Presidente do Tribunal do Júri pressionou a testemunha
MILENA para que esta mudasse seu depoimento quando ela
afirmou que ouviu das vítimas que quem teria atirado teria sido
FELIPE ESPOSE, dizendo à testemunha que estava totalmente
contrário ao afirmado pelas vítimas e pela própria testemunha
em depoimentos anteriores, dizendo que estaria mentindo,
segundo os depoimentos anteriores. Pela juíza foi dito que com
exceção do termo pressionar todos os fatos foram verdadeiros na
medida em que foi alertada à testemunha que seu
depoimento estava contrário a todos os depoimentos
prestados anteriormente tanto por ela própria quanto dos
depoimentos das demais testemunhas." (Ata da Sessão de
Julgamento; fl. 24; grifos acrescidos.)
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
30/08/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 102.412 RIO DE JANEIRO
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): O writ não merece
prosperar.
Os temas ora submetidos a esta Corte, sobre a suposta parcialidade
da juíza-presidente do tribunal do júri já foram bem examinados pelo
TJ/RJ em sede de apelação, bem como no habeas corpus julgado pelo STJ. A
propósito, leia-se do voto condutor do acórdão da Quinta Turma da Corte
Superior, da lavra da Ministra Laurita Vaz (fls. 65-66):
A impetração não merece acolhida.
Compulsando os termos da ata da sessão de julgamento e
do acórdão impugnado, verifica-se realidade totalmente
distinta da alegada pelo Impetrante, tornando totalmente
insubsistente a tese de nulidade do julgamento proferido pelos
jurados por influência da magistrada, ad litteram:
"O patrono do acusado requereu fosse consignado em Ata
que a Presidente do Tribunal do Júri pressionou a testemunha
MILENA para que esta mudasse seu depoimento quando ela
afirmou que ouviu das vítimas que quem teria atirado teria sido
FELIPE ESPOSE, dizendo à testemunha que estava totalmente
contrário ao afirmado pelas vítimas e pela própria testemunha
em depoimentos anteriores, dizendo que estaria mentindo,
segundo os depoimentos anteriores. Pela juíza foi dito que com
exceção do termo pressionar todos os fatos foram verdadeiros na
medida em que foi alertada à testemunha que seu
depoimento estava contrário a todos os depoimentos
prestados anteriormente tanto por ela própria quanto dos
depoimentos das demais testemunhas." (Ata da Sessão de
Julgamento; fl. 24; grifos acrescidos.)
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 27
Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 102.412 / RJ
"O apelo de ALEX SANDRO começa atacando
diretamente a nobre Magistrada de primeiro grau o que, além de
não ajudar a defesa, demonstra por parte desta indelicadeza e
falta de ótica no exercício profissional, não merecendo qualquer
consideração.
[...]
Outro argumento da defesa é de que teve indeferida
pergunta importante no momento do interrogatório, o que
também não se sustenta. Às fls. 611⁄614 verifica-se que a
tal pergunta era de cunho subjetivo, esclarecendo a
Julgadora que a ausência da testemunha se deveu ao fato
de a mesma não ter apresentado seu endereço correto.
Insiste, ainda, em que ocorreu coação de testemunhas. Não
é verdade. Apenas foram alertadas para o crime de falso
testemunho, conforme determina o artigo 210, do Código de
Processo Penal." (Acórdão; fls. 84⁄85)
Não se vislumbra, pois, na espécie, qualquer
irregularidade ou mesmo excesso por parte da juíza presidente,
sob nenhuma ótica.
No que se refere ao indeferimento de questionamento à
testemunha, mostra-se plenamente justificado pelo fato de ter
sido reputado pela magistrada como de cunho subjetivo.
Quanto à justificativa da ausência de determinada
testemunha na sessão de julgamento, consoante consta do
acórdão impugnado, o seu não-comparecimento deveu-se ao
fornecimento de endereço incorreto.
Por fim, também não procede a tese de existência de
coação à testemunha, já que, como bem salientou o Ministério
Público Federal, a juíza limitou-se a advertir "a testemunha de
que suas declarações contrariavam outros depoimentos já prestados"
(fl. 105), bem como sobre a possível configuração do crime de
falso testemunho, fatos que não constituem, de forma alguma,
extrapolação dos limites de sua atuação.
Ressalte-se que tal providência encontra-se, aliás, inserida
no rol das atribuições dos juízes ao procederem às oitivas de
2
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HC 102.412 / RJ
"O apelo de ALEX SANDRO começa atacando
diretamente a nobre Magistrada de primeiro grau o que, além de
não ajudar a defesa, demonstra por parte desta indelicadeza e
falta de ótica no exercício profissional, não merecendo qualquer
consideração.
[...]
Outro argumento da defesa é de que teve indeferida
pergunta importante no momento do interrogatório, o que
também não se sustenta. Às fls. 611⁄614 verifica-se que a
tal pergunta era de cunho subjetivo, esclarecendo a
Julgadora que a ausência da testemunha se deveu ao fato
de a mesma não ter apresentado seu endereço correto.
Insiste, ainda, em que ocorreu coação de testemunhas. Não
é verdade. Apenas foram alertadas para o crime de falso
testemunho, conforme determina o artigo 210, do Código de
Processo Penal." (Acórdão; fls. 84⁄85)
Não se vislumbra, pois, na espécie, qualquer
irregularidade ou mesmo excesso por parte da juíza presidente,
sob nenhuma ótica.
No que se refere ao indeferimento de questionamento à
testemunha, mostra-se plenamente justificado pelo fato de ter
sido reputado pela magistrada como de cunho subjetivo.
Quanto à justificativa da ausência de determinada
testemunha na sessão de julgamento, consoante consta do
acórdão impugnado, o seu não-comparecimento deveu-se ao
fornecimento de endereço incorreto.
Por fim, também não procede a tese de existência de
coação à testemunha, já que, como bem salientou o Ministério
Público Federal, a juíza limitou-se a advertir "a testemunha de
que suas declarações contrariavam outros depoimentos já prestados"
(fl. 105), bem como sobre a possível configuração do crime de
falso testemunho, fatos que não constituem, de forma alguma,
extrapolação dos limites de sua atuação.
Ressalte-se que tal providência encontra-se, aliás, inserida
no rol das atribuições dos juízes ao procederem às oitivas de
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 27
Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 102.412 / RJ
testemunhas, nos termos do art. 210 do Código de Processo
Penal, in verbis:
"Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si,
de modo que umas não saibam nem ouçam os depoimentos das outras,
devendo o juiz adverti-las das penas cominadas ao falso
testemunho." (grifos acrescidos)
Ademais, para se chegar à conclusão sustentada pela parte
impetrante, imprescindível seria a dilação probatória, o que é inviável em
sede de habeas corpus. Nesse sentido, citem-se os precedentes:
Habeas corpus. Processual penal. Crime de competência do
Tribunal do Júri. Homicídio qualificado. Condenação. Alegação
de suposta ilicitude da prova juntada aos autos e de
parcialidade do presidente do tribunal do júri. Dilação
probatória vedada na via processual eleita. Precedentes.
Ordem denegada. 1. A análise de eventuais nulidades do
julgamento que condenou o paciente enseja, necessariamente,
reexame aprofundado do cotejo fático-probatório, inadmissível
na via eleita. 2. Habeas corpus denegado.
(HC 101.806/MS, Relator Min. Dias Toffoli, Primeira
Turma, Julgamento em 14/12/2010, DJE 13/4/2011)
HABEAS CORPUS. RECURSO ESPECIAL NÃO
ADMITIDO PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA:
REEXAME
DE
PROVAS,
AUSÊNCIA
DE
PREQUESTIONAMENTO E NÃO DEMONSTRAÇÃO DO
DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. DECISÃO CONFIRMADA EM
AGRAVO
REGIMENTAL.
AUSÊNCIA
DE
CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
Tratando-se de pretensão que demanda aprofundado
reexame de provas, a decisão que nega o processamento do
recurso especial não traduz constrangimento ilegal. No caso, o
Tribunal de Justiça de Minas Gerais examinou e repeliu
fundamentadamente, no acórdão atacado pelo recurso
3
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testemunhas, nos termos do art. 210 do Código de Processo
Penal, in verbis:
"Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si,
de modo que umas não saibam nem ouçam os depoimentos das outras,
devendo o juiz adverti-las das penas cominadas ao falso
testemunho." (grifos acrescidos)
Ademais, para se chegar à conclusão sustentada pela parte
impetrante, imprescindível seria a dilação probatória, o que é inviável em
sede de habeas corpus. Nesse sentido, citem-se os precedentes:
Habeas corpus. Processual penal. Crime de competência do
Tribunal do Júri. Homicídio qualificado. Condenação. Alegação
de suposta ilicitude da prova juntada aos autos e de
parcialidade do presidente do tribunal do júri. Dilação
probatória vedada na via processual eleita. Precedentes.
Ordem denegada. 1. A análise de eventuais nulidades do
julgamento que condenou o paciente enseja, necessariamente,
reexame aprofundado do cotejo fático-probatório, inadmissível
na via eleita. 2. Habeas corpus denegado.
(HC 101.806/MS, Relator Min. Dias Toffoli, Primeira
Turma, Julgamento em 14/12/2010, DJE 13/4/2011)
HABEAS CORPUS. RECURSO ESPECIAL NÃO
ADMITIDO PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA:
REEXAME
DE
PROVAS,
AUSÊNCIA
DE
PREQUESTIONAMENTO E NÃO DEMONSTRAÇÃO DO
DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. DECISÃO CONFIRMADA EM
AGRAVO
REGIMENTAL.
AUSÊNCIA
DE
CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
Tratando-se de pretensão que demanda aprofundado
reexame de provas, a decisão que nega o processamento do
recurso especial não traduz constrangimento ilegal. No caso, o
Tribunal de Justiça de Minas Gerais examinou e repeliu
fundamentadamente, no acórdão atacado pelo recurso
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Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 102.412 / RJ
especial, as alegações de nulidade fundadas (i) na
parcialidade do Juiz, (ii) em protelação na expedição de carta
precatória, bem como na realização do julgamento sem a
juntada delas e (iii) na ausência de processamento da argüição
de suspeição. Ordem denegada.
(HC 88.606/MG, Relator Min. Eros Grau, Segunda Turma,
Julgamento em 19/9/2006, DJ 13/10/2006)
Recurso Ordinário em Habeas Corpus. 2. Alegada nulidade
do processo, ao argumento de parcialidade do juiz-auditor, que
restaria consubstanciada na prática de diversos atos
processuais. 3. Discussão de fatos e provas na via estreita do
writ. Inviabilidade. Precedentes. 4. Não há, ademais, qualquer
indicação de parcialidade, interesse ou tergiversação, por
parte do magistrado que conduziu o feito, a indicar que teria
qualquer interesse no deslinde da causa. 5. Recurso a que se
nega provimento.
(RHC 98.583/SP, Relator Min. Gilmar Mendes, Segunda
Turma, Julgamento em 26/4/2011, DJE 23/5/2011)
(grifos adicionados)
De mais a mais, não havendo comprovação do prejuízo, incide a
regra do Código de Processo Penal:
Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade
não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.
Forçoso, ainda, destacar a doutrina de Ada Pellegrini Grinover (in As
nulidades no processo penal, Ed. Revista dos Tribunais, 7ª edição, 2001, p.
28):
Constitui seguramente a viga mestra do sistema das
nulidades e decorre da idéia geral de que as formas processuais
representam tão-somente um instrumento para correta
aplicação do direito; sendo assim, a desobediência às
formalidades estabelecidas pelo legislador só deve conduzir ao
4
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HC 102.412 / RJ
especial, as alegações de nulidade fundadas (i) na
parcialidade do Juiz, (ii) em protelação na expedição de carta
precatória, bem como na realização do julgamento sem a
juntada delas e (iii) na ausência de processamento da argüição
de suspeição. Ordem denegada.
(HC 88.606/MG, Relator Min. Eros Grau, Segunda Turma,
Julgamento em 19/9/2006, DJ 13/10/2006)
Recurso Ordinário em Habeas Corpus. 2. Alegada nulidade
do processo, ao argumento de parcialidade do juiz-auditor, que
restaria consubstanciada na prática de diversos atos
processuais. 3. Discussão de fatos e provas na via estreita do
writ. Inviabilidade. Precedentes. 4. Não há, ademais, qualquer
indicação de parcialidade, interesse ou tergiversação, por
parte do magistrado que conduziu o feito, a indicar que teria
qualquer interesse no deslinde da causa. 5. Recurso a que se
nega provimento.
(RHC 98.583/SP, Relator Min. Gilmar Mendes, Segunda
Turma, Julgamento em 26/4/2011, DJE 23/5/2011)
(grifos adicionados)
De mais a mais, não havendo comprovação do prejuízo, incide a
regra do Código de Processo Penal:
Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade
não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.
Forçoso, ainda, destacar a doutrina de Ada Pellegrini Grinover (in As
nulidades no processo penal, Ed. Revista dos Tribunais, 7ª edição, 2001, p.
28):
Constitui seguramente a viga mestra do sistema das
nulidades e decorre da idéia geral de que as formas processuais
representam tão-somente um instrumento para correta
aplicação do direito; sendo assim, a desobediência às
formalidades estabelecidas pelo legislador só deve conduzir ao
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 27
Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 102.412 / RJ
reconhecimento da invalidade do ato quando a própria
finalidade pela qual a forma foi instituída estiver comprometida
pelo vício.
A propósito, destacam-se os seguintes precedentes desta Corte:
HABEAS CORPUS. INEXISTÊNCIA DO EXAME DE
CORPO DE DELITO QUANDO DA PROLAÇÃO DA
SENTENÇA DE PRONÚNCIA: NÃO-CONFIGURAÇÃO DE
NULIDADE: PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO
DA DEFESA SOBRE A NÃO-LOCALIZAÇÃO DAS
TESTEMUNHAS POR ELA ARROLADAS: NULIDADE:
PRECEDENTES. ORDEM DENEGADA.
1. É firme a jurisprudência deste Supremo Tribunal no
sentido de que a decisão de pronúncia é mero juízo de
admissibilidade da acusação, motivo por que nela não se exige
a prova plena, tal como exigido nas sentenças condenatórias em
ações penais que não são da competência do júri (HC 70.488,
Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 29.9.1995), não sendo, portanto,
necessária a prova incontroversa da existência do crime para
que o acusado seja pronunciado. Basta, para tanto, que o juiz se
convença daquela existência (RE 72.801, Rel. Min. Bilac Pinto,
RTJ 63/476 ).
2. O princípio do pas de nullité sans grief corolário da
natureza instrumental do processo exige, sempre que
possível, a demonstração de prejuízo concreto à parte que
suscita o vício, ainda que a sanção prevista seja a de nulidade
absoluta do ato (Código de Processo Penal, arts. 563 e 566; HC
81.510, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 12.4.2002; e 74.671, Rel.
Min. Carlos Velloso, DJ 11.4.1997). No caso ora apreciado não se
demonstrou o prejuízo.
3. Ordem denegada.
(HC 93.868/PE, Rel. Ministra Cármen Lúcia, Primeira
Turma, Julgamento em 28/10/2008, DJE 17/12/2010).
HABEAS CORPUS . CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA.
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HC 102.412 / RJ
reconhecimento da invalidade do ato quando a própria
finalidade pela qual a forma foi instituída estiver comprometida
pelo vício.
A propósito, destacam-se os seguintes precedentes desta Corte:
HABEAS CORPUS. INEXISTÊNCIA DO EXAME DE
CORPO DE DELITO QUANDO DA PROLAÇÃO DA
SENTENÇA DE PRONÚNCIA: NÃO-CONFIGURAÇÃO DE
NULIDADE: PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO
DA DEFESA SOBRE A NÃO-LOCALIZAÇÃO DAS
TESTEMUNHAS POR ELA ARROLADAS: NULIDADE:
PRECEDENTES. ORDEM DENEGADA.
1. É firme a jurisprudência deste Supremo Tribunal no
sentido de que a decisão de pronúncia é mero juízo de
admissibilidade da acusação, motivo por que nela não se exige
a prova plena, tal como exigido nas sentenças condenatórias em
ações penais que não são da competência do júri (HC 70.488,
Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 29.9.1995), não sendo, portanto,
necessária a prova incontroversa da existência do crime para
que o acusado seja pronunciado. Basta, para tanto, que o juiz se
convença daquela existência (RE 72.801, Rel. Min. Bilac Pinto,
RTJ 63/476 ).
2. O princípio do pas de nullité sans grief corolário da
natureza instrumental do processo exige, sempre que
possível, a demonstração de prejuízo concreto à parte que
suscita o vício, ainda que a sanção prevista seja a de nulidade
absoluta do ato (Código de Processo Penal, arts. 563 e 566; HC
81.510, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 12.4.2002; e 74.671, Rel.
Min. Carlos Velloso, DJ 11.4.1997). No caso ora apreciado não se
demonstrou o prejuízo.
3. Ordem denegada.
(HC 93.868/PE, Rel. Ministra Cármen Lúcia, Primeira
Turma, Julgamento em 28/10/2008, DJE 17/12/2010).
HABEAS CORPUS . CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA.
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Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 102.412 / RJ
TRIBUNAL DO JÚRI. SOBERANIA DOS VEREDITOS.
RECURSO DE APELAÇÃO. ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO.
DECISÃO CONTRÁRIA À PROVA DOS AUTOS.
RECONHECIMENTO PELO TRIBUNAL DE SEGUNDO
GRAU. NULIDADE PROCESSUAL NÃO DEMONSTRADA.
AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE PREJUÍZO. ORDEM
DENEGADA.
1. A pretensão revisional das decisões do Tribunal do Júri
não conflita com a regra da soberania dos veredictos populares
(alínea "c" do inciso XXXVIII do art. 5º da Constituição Federal).
Regra compatível com a garantia constitucional do processo
que atende pelo nome de duplo grau de jurisdição. Garantia
que tem a sua primeira manifestação no inciso LV do art. 5º da
CF, a saber: aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes'. Precedente: HC 94.567, da minha relatoria.
2. No caso, o acolhimento da pretensão defensiva
implicaria o revolvimento e a revaloração de todo o conjunto
fático-probatório da causa. Pelo que não há ilegalidade ou
abuso de poder que justifique a concessão da ordem para a
retomada do julgamento da causa pelo Superior Tribunal de
Justiça.
3. Não procede a tese de nulidade processual por motivo
de um suposto reforço argumentativo do Ministério Público
estadual, após as contra-razões defensivas. Primeiro, porque
'nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar
prejuízo para a acusação ou para a defesa" (art. 563 do Código
de Processo Penal); sendo certo que a defesa não se
desincumbiu do seu dever processual de comprovar a efetiva
ocorrência de prejuízo para o acusado. Segundo, porque o
Tribunal estadual não se valeu desse alegado "reforço
argumentativo' para concluir que a decisão dos jurados
(absolvição do paciente) foi manifestamente contrária à prova
dos autos.
4. Ordem denegada.
6
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HC 102.412 / RJ
TRIBUNAL DO JÚRI. SOBERANIA DOS VEREDITOS.
RECURSO DE APELAÇÃO. ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO.
DECISÃO CONTRÁRIA À PROVA DOS AUTOS.
RECONHECIMENTO PELO TRIBUNAL DE SEGUNDO
GRAU. NULIDADE PROCESSUAL NÃO DEMONSTRADA.
AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE PREJUÍZO. ORDEM
DENEGADA.
1. A pretensão revisional das decisões do Tribunal do Júri
não conflita com a regra da soberania dos veredictos populares
(alínea "c" do inciso XXXVIII do art. 5º da Constituição Federal).
Regra compatível com a garantia constitucional do processo
que atende pelo nome de duplo grau de jurisdição. Garantia
que tem a sua primeira manifestação no inciso LV do art. 5º da
CF, a saber: aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes'. Precedente: HC 94.567, da minha relatoria.
2. No caso, o acolhimento da pretensão defensiva
implicaria o revolvimento e a revaloração de todo o conjunto
fático-probatório da causa. Pelo que não há ilegalidade ou
abuso de poder que justifique a concessão da ordem para a
retomada do julgamento da causa pelo Superior Tribunal de
Justiça.
3. Não procede a tese de nulidade processual por motivo
de um suposto reforço argumentativo do Ministério Público
estadual, após as contra-razões defensivas. Primeiro, porque
'nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar
prejuízo para a acusação ou para a defesa" (art. 563 do Código
de Processo Penal); sendo certo que a defesa não se
desincumbiu do seu dever processual de comprovar a efetiva
ocorrência de prejuízo para o acusado. Segundo, porque o
Tribunal estadual não se valeu desse alegado "reforço
argumentativo' para concluir que a decisão dos jurados
(absolvição do paciente) foi manifestamente contrária à prova
dos autos.
4. Ordem denegada.
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Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 102.412 / RJ
(HC 98.403/AC, Rel. Ministro Ayres Britto, Segunda
Turma, Julgamento em 24/8/2010, DJE 8/10/2010).
Habeas Corpus. 2. Anulação do processo por deficiência da
defesa técnica. Prejuízo não demonstrado. Enunciado da
Súmula 523/STF. 3. Revalorização da prova. Incompatibilidade
com o decreto condenatório. Reexame do conjunto fático-
probatório, Inviabilidade na via estreita do habeas corpus. 4.
Habeas corpus parcialmente conhecido e nessa extensão
denegado.
(HC 94.817, Rel. Ministro Gilmar Mendes, Segunda
Turma, Julgamento em 3/8/2010, DJE 3/9/2010).
(grifos adicionados)
Ante o exposto, o voto é pelo indeferimento da ordem.
7
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HC 102.412 / RJ
(HC 98.403/AC, Rel. Ministro Ayres Britto, Segunda
Turma, Julgamento em 24/8/2010, DJE 8/10/2010).
Habeas Corpus. 2. Anulação do processo por deficiência da
defesa técnica. Prejuízo não demonstrado. Enunciado da
Súmula 523/STF. 3. Revalorização da prova. Incompatibilidade
com o decreto condenatório. Reexame do conjunto fático-
probatório, Inviabilidade na via estreita do habeas corpus. 4.
Habeas corpus parcialmente conhecido e nessa extensão
denegado.
(HC 94.817, Rel. Ministro Gilmar Mendes, Segunda
Turma, Julgamento em 3/8/2010, DJE 3/9/2010).
(grifos adicionados)
Ante o exposto, o voto é pelo indeferimento da ordem.
7
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 27
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
30/08/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 102.412 RIO DE JANEIRO
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Senhora Presidente, do que foi dito da tribuna e do que também já
está no relatório, e agora no voto do eminente Relator, verifico que a Juíza
Presidente desse Tribunal do Júri não andou na melhor trilha processual.
E verifico, em primeiro lugar, que a testemunha deve ser advertida
anteriormente ao seu depoimento.
Tive a oportunidade, Senhora Presidente e nobres colegas, de atuar
no Júri como advogado. E nos júris em que atuei, lembro-me de que os
presidentes de júris costumavam, quando interrogavam uma testemunha,
ler ou resumir o depoimento da testemunha feito na época da pronúncia,
na oportunidade da pronúncia, ou mesmo na fase policial. E perguntava:
“Vossa Senhoria confirma essas alegações?" E a testemunha confirmava
ou não. Nunca vi um juiz admoestar testemunha posteriormente ao que
ela disse. Isso ele vai fazer, na forma do 211, ao analisar a sentença. Ao
sentenciar o caso. Ao sentenciar o processo. Ao fazê-lo, quem sou eu para
entrar na mente, na consciência de cada um dos jurados e saber se isso
influenciou ou não. O que preciso verificar é se isso tem o potencial de
influenciar.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Vossa Excelência
ainda teve a oportunidade de acusar os jurados?
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) -Anteriormente.
Porque, sendo um jurado desse aí dá para recusar, não é?
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Evidentemente, o que é falado durante a sessão de um tribunal do
júri influencia - e é falado pra influenciar - os jurados. Legítimo que a
acusação o faça para condenar. Legítimo que a defesa o faça para
absolver. É legítimo que o juiz adote posturas que possam influenciar? Se
influenciou, ou não, não vem ao caso. Porque isso é impossível de se
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30/08/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 102.412 RIO DE JANEIRO
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Senhora Presidente, do que foi dito da tribuna e do que também já
está no relatório, e agora no voto do eminente Relator, verifico que a Juíza
Presidente desse Tribunal do Júri não andou na melhor trilha processual.
E verifico, em primeiro lugar, que a testemunha deve ser advertida
anteriormente ao seu depoimento.
Tive a oportunidade, Senhora Presidente e nobres colegas, de atuar
no Júri como advogado. E nos júris em que atuei, lembro-me de que os
presidentes de júris costumavam, quando interrogavam uma testemunha,
ler ou resumir o depoimento da testemunha feito na época da pronúncia,
na oportunidade da pronúncia, ou mesmo na fase policial. E perguntava:
“Vossa Senhoria confirma essas alegações?" E a testemunha confirmava
ou não. Nunca vi um juiz admoestar testemunha posteriormente ao que
ela disse. Isso ele vai fazer, na forma do 211, ao analisar a sentença. Ao
sentenciar o caso. Ao sentenciar o processo. Ao fazê-lo, quem sou eu para
entrar na mente, na consciência de cada um dos jurados e saber se isso
influenciou ou não. O que preciso verificar é se isso tem o potencial de
influenciar.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Vossa Excelência
ainda teve a oportunidade de acusar os jurados?
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) -Anteriormente.
Porque, sendo um jurado desse aí dá para recusar, não é?
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Evidentemente, o que é falado durante a sessão de um tribunal do
júri influencia - e é falado pra influenciar - os jurados. Legítimo que a
acusação o faça para condenar. Legítimo que a defesa o faça para
absolver. É legítimo que o juiz adote posturas que possam influenciar? Se
influenciou, ou não, não vem ao caso. Porque isso é impossível de se
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 102.412 / RJ
saber. Mas a condenação, de qualquer sorte, apresenta um grau de
prejuízo à defesa. É evidente. Ele foi condenado.
A questão, por premissa, portanto, Senhora Presidente, com a devida
vênia do eminente Relator, é que, ao assim proceder a eminente
presidente do júri, por duas oportunidades, ao fazer referência ao
proceder da defesa, no sentido de que a defesa teria orientado uma
testemunha a não comparecer, tenho esse dado como um elemento
potencial a influenciar a convicção dos jurados. E também tenho o
proceder dela: ao admoestar a testemunha, posteriormente, dizendo que
estaria ela cometendo falso testemunho, também andou em equívoco no
seu proceder, podendo ter influenciado os jurados, levando, sim, à
possibilidade da decretação de nulidade desse júri.
Portanto, com a devida vênia do eminente Relator, que trouxe um
brilhante voto, um substancioso voto, um fundamentado voto, e, tendo
em conta as peculiaridades do júri - o presidente do tribunal do júri, ele
deve simplesmente atuar no sentido de garantir a paridade de armas, mas
a paridade de armas não foi garantida, muito pelo contrário, houve, por
parte da presidente do júri, nesse julgamento, uma interferência que
pode, sim, a meu ver, a meu sentir, ter influenciado a convicção dos
senhores jurados, o que pode ter realmente levado à condenação do
paciente -, concedo, por isso, a ordem.
2
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HC 102.412 / RJ
saber. Mas a condenação, de qualquer sorte, apresenta um grau de
prejuízo à defesa. É evidente. Ele foi condenado.
A questão, por premissa, portanto, Senhora Presidente, com a devida
vênia do eminente Relator, é que, ao assim proceder a eminente
presidente do júri, por duas oportunidades, ao fazer referência ao
proceder da defesa, no sentido de que a defesa teria orientado uma
testemunha a não comparecer, tenho esse dado como um elemento
potencial a influenciar a convicção dos jurados. E também tenho o
proceder dela: ao admoestar a testemunha, posteriormente, dizendo que
estaria ela cometendo falso testemunho, também andou em equívoco no
seu proceder, podendo ter influenciado os jurados, levando, sim, à
possibilidade da decretação de nulidade desse júri.
Portanto, com a devida vênia do eminente Relator, que trouxe um
brilhante voto, um substancioso voto, um fundamentado voto, e, tendo
em conta as peculiaridades do júri - o presidente do tribunal do júri, ele
deve simplesmente atuar no sentido de garantir a paridade de armas, mas
a paridade de armas não foi garantida, muito pelo contrário, houve, por
parte da presidente do júri, nesse julgamento, uma interferência que
pode, sim, a meu ver, a meu sentir, ter influenciado a convicção dos
senhores jurados, o que pode ter realmente levado à condenação do
paciente -, concedo, por isso, a ordem.
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 27
Esclarecimento
30/08/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 102.412 RIO DE JANEIRO
ESCLARECIMENTO
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Senhora
Presidente, só para esclarecer, para deixar mais à vontade o Ministro
Marco Aurélio.
É que entendi que essa matéria de fundo, a dinâmica do júri, não
merecia ser vista pela Suprema Corte, que está atuando como tribunal de
apelação reiterada. Mas, aqui, na ata da sessão, está dito o seguinte:
"(...)
O patrono do acusado requereu que fosse consignado em Ata que a
presidente do Tribunal do Júri pressionou a testemunha (...)".
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Seria uma conclusão
jurídica, se pressionou ou não. O Ministro Toffoli entende que sim.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Mas é o que
consta. Eu sei. Mas o que não está nos autos não podemos imaginar.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Sim.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Então, pela juíza
foi dito que:
"(...) com exceção do termo pressionar todos os fatos foram verdadeiros na
medida em que foi alertada à testemunha que seu depoimento estava
contrário a todos os depoimentos prestados anteriormente feito por ela
quanto dos depoimentos das demais testemunhas (...)".
Então, essa questão de que a pressão da juíza teria induzido ao
resultado não se deflui da peça dos autos. É uma conjectura. Enfim, para
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30/08/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 102.412 RIO DE JANEIRO
ESCLARECIMENTO
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Senhora
Presidente, só para esclarecer, para deixar mais à vontade o Ministro
Marco Aurélio.
É que entendi que essa matéria de fundo, a dinâmica do júri, não
merecia ser vista pela Suprema Corte, que está atuando como tribunal de
apelação reiterada. Mas, aqui, na ata da sessão, está dito o seguinte:
"(...)
O patrono do acusado requereu que fosse consignado em Ata que a
presidente do Tribunal do Júri pressionou a testemunha (...)".
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Seria uma conclusão
jurídica, se pressionou ou não. O Ministro Toffoli entende que sim.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Mas é o que
consta. Eu sei. Mas o que não está nos autos não podemos imaginar.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Sim.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Então, pela juíza
foi dito que:
"(...) com exceção do termo pressionar todos os fatos foram verdadeiros na
medida em que foi alertada à testemunha que seu depoimento estava
contrário a todos os depoimentos prestados anteriormente feito por ela
quanto dos depoimentos das demais testemunhas (...)".
Então, essa questão de que a pressão da juíza teria induzido ao
resultado não se deflui da peça dos autos. É uma conjectura. Enfim, para
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 27
Esclarecimento
HC 102.412 / RJ
quem tem experiência de júri, como o Ministro Toffoli, eu até admito que
isso seja razoável de ser apreciado numa vara criminal. Acho que tem
procedência, eventualmente, essa percepção.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Mas, de qualquer sorte, ela fez um juízo de valor sobre o depoimento
dado.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Mas quem avalia
é o Júri.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
A Magistrada, Presidente do Tribunal do Júri, fez um juízo de valor,
e eu entendo que, ao fazer esse juízo de valor, ela prejudicou a defesa. E
não foi a única vez, foi mais de uma vez. Isso sem falar - eu não quis dizer
- na própria pena fixada, que foi glosada, depois, pelo Tribunal de Justiça.
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 102.412 / RJ
quem tem experiência de júri, como o Ministro Toffoli, eu até admito que
isso seja razoável de ser apreciado numa vara criminal. Acho que tem
procedência, eventualmente, essa percepção.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Mas, de qualquer sorte, ela fez um juízo de valor sobre o depoimento
dado.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Mas quem avalia
é o Júri.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
A Magistrada, Presidente do Tribunal do Júri, fez um juízo de valor,
e eu entendo que, ao fazer esse juízo de valor, ela prejudicou a defesa. E
não foi a única vez, foi mais de uma vez. Isso sem falar - eu não quis dizer
- na própria pena fixada, que foi glosada, depois, pelo Tribunal de Justiça.
2
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Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
30/08/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 102.412 RIO DE JANEIRO
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, é vala
comum dizer que se exige equidistância daquele que exerce o ofício
judicante. O que podemos afirmar, então, em se tratando de Tribunal do
Júri? Indagaria, numa visão até leiga: qual é a estrela maior numa sessão
de julgamento no Tribunal do Júri? É o juiz togado, que dirige os
trabalhos, e que é visto com deferência muito grande pelos jurados, que
são leigos, principalmente quando se trata de juiz presidente do gênero
feminino. A respeitabilidade é incrível. Um piscar de olhos do juiz
presidente é notado e interpretado pelos jurados. E este Tribunal,
inclusive, revelando que se deve ter cuidado maior na direção dos
trabalhos, assentou jurisprudência quanto à sentença de pronúncia e o
extravasamento dos limites próprios a esse ato, adentrando campo
reservado à atuação dos próprios jurados.
Mas vamos à situação concreta, e o Doutor Mário José Gisi, ao
oficiar, acabou por apontar o que tomou como lapso da Juíza, mas disse
que esse lapso não seria substancial.
Há, em primeiro lugar, o episódio alusivo a certa testemunha que
deixara de comparecer, e a indagação feita ao acusado: se conhecia o
motivo pelo qual a testemunha deixara de comparecer na data designada
para o júri.
A Juíza poderia ter simplesmente indeferido esse questionamento,
mas não se limitou a isso. A meu ver, fez colocação que, de forma latente,
lançou o corpo de jurados contra a defesa, quando asseverou que seria
uma manobra desta e que, se assim não fosse, determinaria a condução,
debaixo de vara, dessa testemunha. Então, deu ênfase inclusive a uma
conclusão quanto à vislumbrada manobra procrastinatória por parte da
defesa.
Surge o problema da advertência à testemunha. Geralmente, a
testemunha comparece muito assustada, muito temerosa para prestar
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30/08/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 102.412 RIO DE JANEIRO
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, é vala
comum dizer que se exige equidistância daquele que exerce o ofício
judicante. O que podemos afirmar, então, em se tratando de Tribunal do
Júri? Indagaria, numa visão até leiga: qual é a estrela maior numa sessão
de julgamento no Tribunal do Júri? É o juiz togado, que dirige os
trabalhos, e que é visto com deferência muito grande pelos jurados, que
são leigos, principalmente quando se trata de juiz presidente do gênero
feminino. A respeitabilidade é incrível. Um piscar de olhos do juiz
presidente é notado e interpretado pelos jurados. E este Tribunal,
inclusive, revelando que se deve ter cuidado maior na direção dos
trabalhos, assentou jurisprudência quanto à sentença de pronúncia e o
extravasamento dos limites próprios a esse ato, adentrando campo
reservado à atuação dos próprios jurados.
Mas vamos à situação concreta, e o Doutor Mário José Gisi, ao
oficiar, acabou por apontar o que tomou como lapso da Juíza, mas disse
que esse lapso não seria substancial.
Há, em primeiro lugar, o episódio alusivo a certa testemunha que
deixara de comparecer, e a indagação feita ao acusado: se conhecia o
motivo pelo qual a testemunha deixara de comparecer na data designada
para o júri.
A Juíza poderia ter simplesmente indeferido esse questionamento,
mas não se limitou a isso. A meu ver, fez colocação que, de forma latente,
lançou o corpo de jurados contra a defesa, quando asseverou que seria
uma manobra desta e que, se assim não fosse, determinaria a condução,
debaixo de vara, dessa testemunha. Então, deu ênfase inclusive a uma
conclusão quanto à vislumbrada manobra procrastinatória por parte da
defesa.
Surge o problema da advertência à testemunha. Geralmente, a
testemunha comparece muito assustada, muito temerosa para prestar
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Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
HC 102.412 / RJ
depoimento sobre episódio criminoso. Se procedermos a interpretação
sistemática do Código de Processo Penal, notaremos que há fases a
antecederem o interrogatório do acusado e da testemunha. Quanto ao
acusado, apenas para se perceber o sistema que consagra a equidistância
do magistrado em relação ao julgamento, o sistema do nosso Código de
Processo Penal, verificamos, no artigo 186, que:
"Art. 186. Depois de devidamente qualificado e
cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será
informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório," – se
informasse posteriormente, de nada adiantaria – "do seu direito
de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe
forem formuladas." – sem que isso importe confissão, como
todos sabemos.
Relativamente às testemunhas, há o compromisso, que deve ser
formalizado, de dizer a verdade, e então, sob palavra de honra, como está
no artigo 203, subscreve o termo que direciona ao lançamento dessa
promessa quanto ao que lhe foi perguntado.
Mais do que isso, Presidente, se formos ao artigo 210, veremos que
há regra linear, a revelar que:
"Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de
per si, de modo que umas não saibam nem ouçam os
depoimentos das outras, devendo o juiz adverti-las" –
advertência, vejam bem a gradação do fenômeno contemplado
neste artigo – "das penas cominadas ao falso testemunho."
Indago: não há influência quando essa advertência ocorre segundo o
andar do testemunho formalizado? A meu ver, há influência enorme. E
diria: há, implicitamente, o direcionamento do testemunho a ser prestado.
O parágrafo único abre exceção quanto ao momento, revelando que
pode ser no início da audiência ou durante a realização, para o contato,
reservando-se espaço separado para a garantia da incomunicabilidade
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HC 102.412 / RJ
depoimento sobre episódio criminoso. Se procedermos a interpretação
sistemática do Código de Processo Penal, notaremos que há fases a
antecederem o interrogatório do acusado e da testemunha. Quanto ao
acusado, apenas para se perceber o sistema que consagra a equidistância
do magistrado em relação ao julgamento, o sistema do nosso Código de
Processo Penal, verificamos, no artigo 186, que:
"Art. 186. Depois de devidamente qualificado e
cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será
informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório," – se
informasse posteriormente, de nada adiantaria – "do seu direito
de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe
forem formuladas." – sem que isso importe confissão, como
todos sabemos.
Relativamente às testemunhas, há o compromisso, que deve ser
formalizado, de dizer a verdade, e então, sob palavra de honra, como está
no artigo 203, subscreve o termo que direciona ao lançamento dessa
promessa quanto ao que lhe foi perguntado.
Mais do que isso, Presidente, se formos ao artigo 210, veremos que
há regra linear, a revelar que:
"Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de
per si, de modo que umas não saibam nem ouçam os
depoimentos das outras, devendo o juiz adverti-las" –
advertência, vejam bem a gradação do fenômeno contemplado
neste artigo – "das penas cominadas ao falso testemunho."
Indago: não há influência quando essa advertência ocorre segundo o
andar do testemunho formalizado? A meu ver, há influência enorme. E
diria: há, implicitamente, o direcionamento do testemunho a ser prestado.
O parágrafo único abre exceção quanto ao momento, revelando que
pode ser no início da audiência ou durante a realização, para o contato,
reservando-se espaço separado para a garantia da incomunicabilidade
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Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
HC 102.412 / RJ
das testemunhas.
Ou seja, a advertência à testemunha, depois de assinado o
compromisso, apenas pode ocorrer em um momento: antes de ela
começar a falar. Posteriormente, tem-se algo que acaba compelindo-a ou
intimidando-a quanto a fatos que poderiam ser expostos e revelados. E,
no caso concreto, é estreme de dúvidas que a Juíza, em meio ao
interrogatório da testemunha, interferiu para apontar que as vítimas
teriam veiculado notícias diversas e que testemunha da acusação também
teria assentado algo contrário ao que estaria sendo dito.
A meu ver, houve uma interferência indevida da Presidente do Júri
de São Gonçalo.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - É daquela
senhora que foi assassinada?
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Mas não julgarei com
o que os jornais divulgaram a respeito de possível agressividade nas
audiências. Julgarei com o que está nos autos.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Permite-me, Ministro Marco Aurélio? E o 211 deixa, como eu
consignei em meu voto, à análise do juiz o juízo de valor sobre o falso
testemunho ou não quando da sentença, não durante o interrogatório.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Mas o juiz não
faz juízo de valor no Tribunal do Júri.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Em última análise, o
juiz presidente coordena os trabalhos e não tem que adotar postura,
durante o interrogatório, para proteger a testemunha e evitar que incida
no falso. Essa advertência há de ocorrer antes de a testemunha começar a
falar.
Peço vênia ao relator para acompanhar o Ministro Dias Toffoli e,
3
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HC 102.412 / RJ
das testemunhas.
Ou seja, a advertência à testemunha, depois de assinado o
compromisso, apenas pode ocorrer em um momento: antes de ela
começar a falar. Posteriormente, tem-se algo que acaba compelindo-a ou
intimidando-a quanto a fatos que poderiam ser expostos e revelados. E,
no caso concreto, é estreme de dúvidas que a Juíza, em meio ao
interrogatório da testemunha, interferiu para apontar que as vítimas
teriam veiculado notícias diversas e que testemunha da acusação também
teria assentado algo contrário ao que estaria sendo dito.
A meu ver, houve uma interferência indevida da Presidente do Júri
de São Gonçalo.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - É daquela
senhora que foi assassinada?
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Mas não julgarei com
o que os jornais divulgaram a respeito de possível agressividade nas
audiências. Julgarei com o que está nos autos.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Permite-me, Ministro Marco Aurélio? E o 211 deixa, como eu
consignei em meu voto, à análise do juiz o juízo de valor sobre o falso
testemunho ou não quando da sentença, não durante o interrogatório.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Mas o juiz não
faz juízo de valor no Tribunal do Júri.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Em última análise, o
juiz presidente coordena os trabalhos e não tem que adotar postura,
durante o interrogatório, para proteger a testemunha e evitar que incida
no falso. Essa advertência há de ocorrer antes de a testemunha começar a
falar.
Peço vênia ao relator para acompanhar o Ministro Dias Toffoli e,
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 22 de 27
Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
HC 102.412 / RJ
embora estejamos fisicamente em bancadas antagônicas, comungamos
quanto ao ato – e esse julgamento revela que o Supremo é a última
trincheira do cidadão – de constrangimento praticado à margem da
ordem jurídica, a alcançar a liberdade de ir e vir do cidadão, ora paciente.
E o prejuízo, para mim – não sei se o problema da continuidade delitiva
está em jogo aqui –, é a condenação a 41 anos de reclusão pela tentativa
de homicídio, muito embora se tenha cinco vítimas, em possível crime
continuado.
4
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embora estejamos fisicamente em bancadas antagônicas, comungamos
quanto ao ato – e esse julgamento revela que o Supremo é a última
trincheira do cidadão – de constrangimento praticado à margem da
ordem jurídica, a alcançar a liberdade de ir e vir do cidadão, ora paciente.
E o prejuízo, para mim – não sei se o problema da continuidade delitiva
está em jogo aqui –, é a condenação a 41 anos de reclusão pela tentativa
de homicídio, muito embora se tenha cinco vítimas, em possível crime
continuado.
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
30/08/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 102.412 RIO DE JANEIRO
VOTO
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Eu
também vou pedir vênia ao Ministro-Relator para seguir a divergência.
Neste caso, eu vislumbro alguns pontos que me chamam a atenção.
Eu admitiria - e admito, pelo menos em princípio - que possa o juiz até
repetir a advertência, o que não significa, tal como foi posto aqui, que ele
possa, no curso do depoimento, insistentemente, que é o que o próprio
Ministério Público reconheça, chamar a atenção, meio que direcionando
mesmo o que vai ser dito. Eu chamo atenção que foram citados os artigos
210 e 211, mas algo no 212 que não diz respeito, especificamente, ao caso
que nós estamos examinando, mas parece dar o espírito da norma com
relação à postura do juiz.
No artigo 212 tem-se que:
"Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes
diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem
induzir a resposta"( ...)
O juiz não pode permitir nem que se dirija, nem que a própria parte,
ao fazer a pergunta, de alguma forma, direcione, muito menos ele
poderia adotar qualquer postura.
E ainda:
(...)"que não tiverem relação com a causa ou importarem
repetição de outra já respondida."
No caso, ele fez um cotejo expresso naquele momento.
Então me parece que o espírito da lei é exatamente de não permitir
Supremo Tribunal Federal
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30/08/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 102.412 RIO DE JANEIRO
VOTO
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Eu
também vou pedir vênia ao Ministro-Relator para seguir a divergência.
Neste caso, eu vislumbro alguns pontos que me chamam a atenção.
Eu admitiria - e admito, pelo menos em princípio - que possa o juiz até
repetir a advertência, o que não significa, tal como foi posto aqui, que ele
possa, no curso do depoimento, insistentemente, que é o que o próprio
Ministério Público reconheça, chamar a atenção, meio que direcionando
mesmo o que vai ser dito. Eu chamo atenção que foram citados os artigos
210 e 211, mas algo no 212 que não diz respeito, especificamente, ao caso
que nós estamos examinando, mas parece dar o espírito da norma com
relação à postura do juiz.
No artigo 212 tem-se que:
"Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes
diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem
induzir a resposta"( ...)
O juiz não pode permitir nem que se dirija, nem que a própria parte,
ao fazer a pergunta, de alguma forma, direcione, muito menos ele
poderia adotar qualquer postura.
E ainda:
(...)"que não tiverem relação com a causa ou importarem
repetição de outra já respondida."
No caso, ele fez um cotejo expresso naquele momento.
Então me parece que o espírito da lei é exatamente de não permitir
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 24 de 27
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
HC 102.412 / RJ
nem que a parte faça, quanto mais o juiz num Tribunal do Júri. Como eu
disse, o artigo 212 não se refere à postura do juiz com relação a sua
própria compostura, mas diz respeito ao espírito da norma ao
comportamento a ser adotado.
Como afirmou o Ministério Público, tanto no parecer quanto agora
pela sustentação oral da Doutora Cláudia, não se discute que a juíza não
andou exatamente num padrão de comportamento que seria não apenas
a provável socialmente, mas principalmente nos termos que a lei
estabelece.
E aqui o que ficaria seria a discussão sobre até que ponto isso teria
ou não influenciado no jurado. A resposta sobre o prejuízo adviria da
própria pena, uma vez que se interferiu, ou não, se foi por conta disso ou
não, o certo é que se tem dados objetivos a comprovar que a postura da
juíza ultrapassou aquilo que seria o determinado pela lei.
Por isso, a meu ver, realmente comungo com o Relator no que se
refere ao uso substitutivo do habeas corpus aqui, muito além do que
haverá de ser o que seria da competência do Supremo Tribunal Federal.
Mas, como se tem admitido e como se comprovou realmente que há uma
ilegalidade, eu tenho que a divergência iniciada pelo eminente Ministro
Dias Toffoli haverá de ser seguida no sentido da concessão da ordem,
com a devida vênia do Ministro.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Só para um
esclarecimento, Senhora Presidente, porque é importante isso em termos
de repercussão, a ordem está sendo concedida para que se realize um
novo júri?
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA( PRESIDENTE) - Eu
ia até perguntar exatamente qual é o pedido no habeas corpus.
2
Supremo Tribunal Federal
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HC 102.412 / RJ
nem que a parte faça, quanto mais o juiz num Tribunal do Júri. Como eu
disse, o artigo 212 não se refere à postura do juiz com relação a sua
própria compostura, mas diz respeito ao espírito da norma ao
comportamento a ser adotado.
Como afirmou o Ministério Público, tanto no parecer quanto agora
pela sustentação oral da Doutora Cláudia, não se discute que a juíza não
andou exatamente num padrão de comportamento que seria não apenas
a provável socialmente, mas principalmente nos termos que a lei
estabelece.
E aqui o que ficaria seria a discussão sobre até que ponto isso teria
ou não influenciado no jurado. A resposta sobre o prejuízo adviria da
própria pena, uma vez que se interferiu, ou não, se foi por conta disso ou
não, o certo é que se tem dados objetivos a comprovar que a postura da
juíza ultrapassou aquilo que seria o determinado pela lei.
Por isso, a meu ver, realmente comungo com o Relator no que se
refere ao uso substitutivo do habeas corpus aqui, muito além do que
haverá de ser o que seria da competência do Supremo Tribunal Federal.
Mas, como se tem admitido e como se comprovou realmente que há uma
ilegalidade, eu tenho que a divergência iniciada pelo eminente Ministro
Dias Toffoli haverá de ser seguida no sentido da concessão da ordem,
com a devida vênia do Ministro.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Só para um
esclarecimento, Senhora Presidente, porque é importante isso em termos
de repercussão, a ordem está sendo concedida para que se realize um
novo júri?
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA( PRESIDENTE) - Eu
ia até perguntar exatamente qual é o pedido no habeas corpus.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 25 de 27
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
HC 102.412 / RJ
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - O pedido é para
anular o julgamento.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - A
insubsistência. Então haverá de ser concedido para declarar insubsistente,
se promover um novo júri, retirados exatamente essas condutas que
foram consideradas pela nossa Turma como sendo indevidas do ponto de
vista legal mesmo, exclusivamente nesse sentido, que é como voto,
pedindo vênias, mais uma vez, ao Ministro-Relator que em seu brilhante
voto fez uma exposição muito clara de tudo o que aconteceu.
3
Supremo Tribunal Federal
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HC 102.412 / RJ
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - O pedido é para
anular o julgamento.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - A
insubsistência. Então haverá de ser concedido para declarar insubsistente,
se promover um novo júri, retirados exatamente essas condutas que
foram consideradas pela nossa Turma como sendo indevidas do ponto de
vista legal mesmo, exclusivamente nesse sentido, que é como voto,
pedindo vênias, mais uma vez, ao Ministro-Relator que em seu brilhante
voto fez uma exposição muito clara de tudo o que aconteceu.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 26 de 27
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 102.412
PROCED. : RIO DE JANEIRO
REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. DIAS TOFFOLI
RELATOR : MIN. LUIZ FUX
PACTE.(S) : ALEX SANDRO CRUZ BARBOSA
IMPTE.(S) : ALEX SANDRO CRUZ BARBOSA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Por maioria de votos, a Turma concedeu a ordem de
habeas corpus, nos termos do voto do Senhor Ministro Dias Toffoli,
Redator para o acórdão, vencido o Senhor Ministro Luiz Fux,
Relator. Falaram: o Dr. André Perecmanis, pelo Paciente, e a Dra.
Cláudia Sampaio Marques, Subprocuradora-Geral da República, pelo
Ministério Público Federal. Presidência da Senhora Ministra Cármen
Lúcia. 1ª Turma, 30.8.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocuradora-Geral da República, Dra. Cláudia Sampaio
Marques.
Carmen Lilian
Coordenadora
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Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 102.412
PROCED. : RIO DE JANEIRO
REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. DIAS TOFFOLI
RELATOR : MIN. LUIZ FUX
PACTE.(S) : ALEX SANDRO CRUZ BARBOSA
IMPTE.(S) : ALEX SANDRO CRUZ BARBOSA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Por maioria de votos, a Turma concedeu a ordem de
habeas corpus, nos termos do voto do Senhor Ministro Dias Toffoli,
Redator para o acórdão, vencido o Senhor Ministro Luiz Fux,
Relator. Falaram: o Dr. André Perecmanis, pelo Paciente, e a Dra.
Cláudia Sampaio Marques, Subprocuradora-Geral da República, pelo
Ministério Público Federal. Presidência da Senhora Ministra Cármen
Lúcia. 1ª Turma, 30.8.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocuradora-Geral da República, Dra. Cláudia Sampaio
Marques.
Carmen Lilian
Coordenadora
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 27 de 27
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1637873 | 2011-08-30T00:00:00 | 2011-12-16T00:00:00 | Por maioria de votos, a Turma concedeu a ordem de habeas corpus, nos termos do voto do Senhor Ministro Dias Toffoli, Redator para o acórdão, vencido o Senhor Ministro Luiz Fux, Relator. Falaram: o Dr. André Perecmanis, pelo Paciente, e a Dra. Cláudia Sampaio Marques, Subprocuradora-Geral da República, pelo Ministério Público Federal. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 30.8.2011. | HABEAS CORPUS | EMENTA
PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TRIBUNAL DO JÚRI. HOMICÍCIO QUALIFICADO TENTADO E QUADRILHA (CP, Arts. 121, § 2º, IV, c/c o 14, II, e 288). ALEGAÇÃO DE INFLUÊNCIA DO JUIZ PRESIDENTE, NA SESSÃO DE JULGAMENTO, SOBRE AS TESTEMUNHAS E OS JURADOS. NULIDADE RECONHECIDA. JÚRI ANULADO. DETERMINAÇÃO DE SUBMISSÃO DO PACIENTE A NOVO JULGAMENTO. ORDEM CONCEDIDA.
A intervenção reiterada da Juíza Presidente durante a colheita da prova oral - tendente a advertir testemunha sobre discrepância de seu depoimento com versão anterior e sobre a possibilidade de sua incidência em crime de perjúrio, o que acabou por levá-la a se retratar -, bem como a realização de comentário dirigido aos jurados de que a ausência de testemunhas à sessão de julgamento decorreria de orientação da defesa, importaram em efetivo prejuízo ao réu, com nulidade do veredicto condenatório.
Determinação de submissão do paciente a novo julgamento.
Ordem concedida. | sjur202974 | - Acórdãos citados: HC 88606, HC 93868, HC 94817, HC 98403,
RHC 98583, HC 101806.
Número de páginas: 27.
Análise: 23/01/2012, KBP.
Revisão: 23/01/2012, ACG. | LUIZ FUX | Primeira Turma | 102412 | [
"LEG-FED DEL-002848 ANO-1940\r\n ART-00014 INC-00002 ART-00121 PAR-00002\r\n INC-00004 ART-00288 \r\n CP-1940 CÓDIGO PENAL\r\n",
"LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\r\n ART-00186 ART-00203 ART-00210 PAR-ÚNICO\r\n ART-00211 ART-00212 ART-00563 \r\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL"
] | HC | acordaos | HC 102412 | [
""
] | PACTE.(S) : ALEX SANDRO CRUZ BARBOSA
IMPTE.(S) : ALEX SANDRO CRUZ BARBOSA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 102 . 412",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HABEAS CORPUS 102 . 412",
"HABEAS CORPUS 102 . 412",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HC 78 . 638 / RJ",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HC 78 . 638 / RJ",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HABEAS CORPUS 102 . 412",
"HABEAS CORPUS 102 . 412",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HABEAS CORPUS 102 . 412",
"HABEAS CORPUS 102 . 412",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HC 101 . 806 / MS",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HC 101 . 806 / MS",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HC 88 . 606 / MG",
"RHC 98 . 583 / SP",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HC 88 . 606 /",
"RHC 98 . 583 / SP",
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"HC 70 . 488",
"RE 72 . 801",
"RTJ 63 / 476",
"HC 81 . 510",
"74",
".",
"671",
"HC 93 . 868 / PE",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HC 70 . 488",
"RE 72 . 801",
"RTJ 63 / 476",
"HC 81 . 510",
"74",
".",
"671",
"HC 93 . 868 / PE",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HC 94 . 567",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HC 94 . 567",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HC 98 . 403 / AC",
"Súmula 523 / STF",
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"HC 102 . 412",
"HC 98 . 403 / AC",
"Súmula 523 / STF",
"HC 94 . 817",
"HABEAS CORPUS 102 . 412",
"HABEAS CORPUS 102 . 412",
"HC 102",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HABEAS CORPUS 102 . 412",
"HABEAS CORPUS 102 . 412",
"HC 102 . 412 / RJ",
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"HABEAS CORPUS 102 . 412",
"HABEAS CORPUS 102 . 412",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HC 102 . 412 / RJ",
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"HC 102 . 412 / RJ",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HABEAS CORPUS 102 . 412",
"HABEAS CORPUS 102 . 412",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HC 102 . 412 / RJ",
"HABEAS CORPUS 102 . 412",
"HABEAS CORPUS 102 . 412"
],
"LEGISLACAO": [
"CP , Arts . 121 , § [UNK] , IV , c / c o 14 , II , e 288",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos . 121 , § [UNK] , inciso IV combinado com o artigo 14 , e art . 288 , todos do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos . 121 , § [UNK] , inciso IV",
"artigo 14 , e art . 288 , todos do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 210 do Código de Processo Penal",
"art . 210 do Código de Processo Penal1",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 210 do Código de Processo Penal",
"art . 210 do Código de Processo Penal1",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 563 do CPP",
"artigo 566 do CPP",
"artigo 210 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 563 do CPP",
"artigo 566 do CPP",
"artigo 210 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"Constituição Federal",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"Constituição Federal",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 210 , do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 210 , do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 210 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 210 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código de Processo Penal , arts . 563 e 566",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código de Processo Penal , arts . 563 e 566",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"alínea \" c \" do inciso XXXVIII do art . [UNK] da Constituição Federal",
"inciso LV do art . [UNK] da CF",
"art . 563 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"alínea \" c \" do inciso XXXVIII do art . [UNK] da Constituição Federal",
"inciso LV do art . [UNK] da CF",
"art . 563 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código de Processo Penal",
"Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código de Processo Penal",
"Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
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"Brasília",
"Brasília",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
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"São Gonçalo",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
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"São Gonçalo",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO"
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"ORGANIZACAO": [
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"-",
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"Brasil",
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"[UNK] Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo / RJ",
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"[UNK] Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo / RJ",
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"-",
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"-",
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"-",
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"-",
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"-",
"Brasil",
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"-",
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"-",
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"Ministério Público",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Ministério Público",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Ministério Público",
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"Tribunal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Suprema Corte",
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"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Ministério Público",
"Suprema Corte",
"Tribunal de",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Suprema Corte",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
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"-",
"Brasil",
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"Brasil",
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"-",
"Brasil",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
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"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Revista dos Tribunais",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Ministério Público",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Segunda Turma",
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"/",
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"Segunda Turma",
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"-",
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"-",
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"PRIMEIRA TURMA",
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"-",
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"-",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Suprema Corte",
"Supremo Tribunal Federal",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
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"PRIMEIRA TURMA",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
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"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
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"-",
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"PESSOA": [
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"Laurita Vaz",
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"Marco Aurélio",
"MARCO AURÉLIO",
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"Marco Aurélio",
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"MILENA",
"FELIPE ESPOSE",
"LUIZ FUX",
"Laurita Vaz",
"MILENA",
"FELIPE ESPOSE",
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"ALEX SANDRO",
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"Dias Toffoli",
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"Ada Pellegrini Grinover",
"Eros Grau",
"Gilmar Mendes",
"Ada Pellegrini Grinover",
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"Carlos Velloso",
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"Carlos Velloso",
"Bilac Pinto",
"Sepúlveda Pertence",
"Carlos Velloso",
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"LUIZ FUX",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Cláudia",
"Dias Toffoli",
"LUIZ FUX",
"CÁRMEN LÚCIA",
"LUIZ FUX",
"CÁRMEN LÚCIA",
"LUIZ FUX",
"CÁRMEN LÚCIA",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ FUX",
"ALEX SANDRO CRUZ BARBOSA",
"ALEX SANDRO CRUZ BARBOSA",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"André Perecmanis",
"Cláudia Sampaio Marques",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Cláudia Sampaio Marques",
"Carmen Lilian",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ FUX",
"ALEX SANDRO CRUZ BARBOSA",
"ALEX SANDRO CRUZ BARBOSA",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"André Perecmanis",
"Cláudia Sampaio Marques",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Cláudia Sampaio Marques",
"Carmen Lilian"
],
"TEMPO": [
"30",
"/",
"08",
"/",
"2011",
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"/",
"08",
"/",
"2001",
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"/",
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"30 de agosto de 2011",
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"/",
"2011",
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"08",
"/",
"2001",
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"08",
"/",
"2011",
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"08",
"/",
"2001",
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"/",
"08",
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"/",
"08",
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"/",
"3",
"/",
"2009",
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"2001",
"10",
"/",
"3",
"/",
"2009",
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"08",
"/",
"2001",
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"08",
"/",
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"/",
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"30",
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"08",
"/",
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"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
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"2001",
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"08",
"/",
"2001",
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"08",
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"2001",
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"/",
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"/",
"2010",
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"/",
"4",
"/",
"2011",
"24",
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"08",
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"2010",
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"4",
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"2011",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"19",
"/",
"9",
"/",
"2006",
"13",
"/",
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"/",
"2006",
"26",
"/",
"4",
"/",
"2011",
"23",
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"/",
"2011",
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"2006",
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"2001",
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"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
".",
"9",
".",
"1995",
"12",
".",
"4",
".",
"2002",
"11",
".",
"4",
".",
"1997",
"28",
"/",
"10",
"/",
"2008",
"17",
"/",
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"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
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"9",
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"1995",
"12",
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"4",
".",
"2002",
"11",
".",
"4",
".",
"1997",
"28",
"/",
"10",
"/",
"2008",
"17",
"/",
"12",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"8",
"/",
"2010",
"8",
"/",
"10",
"/",
"2010",
"3",
"/",
"8",
"/",
"2010",
"3",
"/",
"9",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"8",
"/",
"2010",
"8",
"/",
"10",
"/",
"2010",
"3",
"/",
"8",
"/",
"2010",
"3",
"/",
"9",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
"/",
"08",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
"/",
"08",
"/",
"2011",
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"08",
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"2001",
"30",
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"08",
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"2011",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
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"08",
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"2001",
"30",
"/",
"08",
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"2011",
"24",
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"08",
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"2001",
"30",
"/",
"08",
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"2011",
"24",
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"08",
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"2001",
"24",
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"08",
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"2001",
"24",
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"08",
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"24",
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"/",
"2001",
"30",
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"2011",
"24",
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"2001",
"30",
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"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
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"08",
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"2001",
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"8",
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"2011",
"24",
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"24",
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"08",
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"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
18/08/2010
TRIBUNAL PLENO
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 9.353 DISTRITO FEDERAL
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
: MARISTELA JESUS DA SILVA
ADV.(A/S)
: VALTER FERREIRA XAVIER FILHO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
: CERES - FUNDAÇÃO DE SEGURIDADE SOCIAL
ADV.(A/S)
: LAILA JOSÉ ANTÔNIO KHOURI
INTDO.(A/S)
: SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. ALEGAÇÃO DE DESCUMPRIMENTO
DA SÚMULA VINCULANTE 10 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. DECISÃO DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA QUE MANTÉM NEGATIVA DE SEGUIMENTO DE
AGRAVO DE INSTRUMENTO POR NÃO TER SIDO JUNTADO O COMPROVANTE DE
PAGAMENTO DE PORTE DE REMESSA E RETORNO. INEXISTÊNCIA DE DECLARAÇÃO
DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 544 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.
IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DA RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE
RECURSO. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em sessão Plenária, sob a Presidência do
Ministro Cezar Peluso, na conformidade da ata de julgamento e das
notas taquigráficas, por unanimidade, em negar provimento ao agravo
regimental na reclamação, nos termos do voto da Relatora. Ausentes,
licenciados, os Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa, e,
justificadamente, o Ministro Ricardo Lewandowski.
Brasília, 18 de agosto de 2010.
Ministra CÁRMEN LÚCIA - Relatora
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 676838
Supremo Tribunal Federal
DJe 01/10/2010
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9
Relatório
18/08/2010
TRIBUNAL PLENO
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 9.353 DISTRITO FEDERAL
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
: MARISTELA JESUS DA SILVA
ADV.(A/S)
: VALTER FERREIRA XAVIER FILHO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
: CERES - FUNDAÇÃO DE SEGURIDADE SOCIAL
ADV.(A/S)
: LAILA JOSÉ ANTÔNIO KHOURI
INTDO.(A/S)
: SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Em 3 de fevereiro de 2010, neguei seguimento à reclamação ajuizada
por Maristela Jesus da Silva contra ato da Terceira Turma do Superior
Tribunal de Justiça que, nos autos do Agravo de Instrumento 927.811/DF,
teria descumprido a Súmula Vinculante 10 do Supremo Tribunal Federal. A
decisão agravada teve a seguinte fundamentação:
“A contrariedade a determinada súmula ou a sua aplicação
indevida por ato administrativo ou decisão judicial possibilita
a atuação do Supremo Tribunal Federal, que, ao julgar a
Reclamação procedente, pode anular o ato ou cassar a decisão e
determinar que outra seja proferida com ou sem a aplicação da
súmula, conforme o caso (art. 103-A, § 3º, da Constituição da
República).
A decisão reclamada foi proferida pela Terceira Turma do
Superior Tribunal de Justiça nos autos dos Embargos de
Declaração no Agravo de Instrumento n. 927.811/DF, que teria,
segundo alega a Reclamante, ‘afasta[do] a vigência do artigo
544 do [Código de Processo Civil]’ (fl. 3).
(...)
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 676843
Supremo Tribunal Federal
18/08/2010
TRIBUNAL PLENO
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 9.353 DISTRITO FEDERAL
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
: MARISTELA JESUS DA SILVA
ADV.(A/S)
: VALTER FERREIRA XAVIER FILHO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
: CERES - FUNDAÇÃO DE SEGURIDADE SOCIAL
ADV.(A/S)
: LAILA JOSÉ ANTÔNIO KHOURI
INTDO.(A/S)
: SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Em 3 de fevereiro de 2010, neguei seguimento à reclamação ajuizada
por Maristela Jesus da Silva contra ato da Terceira Turma do Superior
Tribunal de Justiça que, nos autos do Agravo de Instrumento 927.811/DF,
teria descumprido a Súmula Vinculante 10 do Supremo Tribunal Federal. A
decisão agravada teve a seguinte fundamentação:
“A contrariedade a determinada súmula ou a sua aplicação
indevida por ato administrativo ou decisão judicial possibilita
a atuação do Supremo Tribunal Federal, que, ao julgar a
Reclamação procedente, pode anular o ato ou cassar a decisão e
determinar que outra seja proferida com ou sem a aplicação da
súmula, conforme o caso (art. 103-A, § 3º, da Constituição da
República).
A decisão reclamada foi proferida pela Terceira Turma do
Superior Tribunal de Justiça nos autos dos Embargos de
Declaração no Agravo de Instrumento n. 927.811/DF, que teria,
segundo alega a Reclamante, ‘afasta[do] a vigência do artigo
544 do [Código de Processo Civil]’ (fl. 3).
(...)
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Relatório
Rcl 9.353-AgR / DF
2
Na espécie dos autos não ocorre o alegado descumprimento da
Súmula Vinculante n. 10, cujo teor é o seguinte:
‘Viola a cláusula de reserva de Plenário (CF, artigo 97) a
decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não
declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do poder público, afasta sua incidência no todo ou em
parte’.
O art. 97 da Constituição da República dispõe:
‘Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros
ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os
tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do Poder Público’.
A decisão reclamada não afastou, no todo ou em parte, a
incidência do art. 544 do Código de Processo Civil, aliás, dele
não tratou porque os documentos exigidos em seu § 1º haviam
sido juntados no momento da formação do agravo de instrumento
pela ora Reclamante, e, assim, aquele dispositivo teria sido
corretamente cumprido.
No entanto, a autoridade reclamada exigiu a juntada, no momento
da interposição do recurso especial, da cópia do comprovante de
pagamento do porte de remessa e retorno, em observância ao que
dispõem o art. 511 do Código de Processo Civil e a Súmula n.
187 do Superior Tribunal de Justiça, o que não havia sido
cumprido pela ora Reclamante, motivo pelo qual seu recurso foi
julgado deserto.
A Reclamante insurge-se, em verdade, contra a aplicação dessa
súmula que dispõe ser ‘deserto o recurso interposto para o
Superior Tribunal de Justiça, quando o recorrente não recolhe,
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
Rcl 9.353-AgR / DF
2
Na espécie dos autos não ocorre o alegado descumprimento da
Súmula Vinculante n. 10, cujo teor é o seguinte:
‘Viola a cláusula de reserva de Plenário (CF, artigo 97) a
decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não
declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do poder público, afasta sua incidência no todo ou em
parte’.
O art. 97 da Constituição da República dispõe:
‘Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros
ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os
tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do Poder Público’.
A decisão reclamada não afastou, no todo ou em parte, a
incidência do art. 544 do Código de Processo Civil, aliás, dele
não tratou porque os documentos exigidos em seu § 1º haviam
sido juntados no momento da formação do agravo de instrumento
pela ora Reclamante, e, assim, aquele dispositivo teria sido
corretamente cumprido.
No entanto, a autoridade reclamada exigiu a juntada, no momento
da interposição do recurso especial, da cópia do comprovante de
pagamento do porte de remessa e retorno, em observância ao que
dispõem o art. 511 do Código de Processo Civil e a Súmula n.
187 do Superior Tribunal de Justiça, o que não havia sido
cumprido pela ora Reclamante, motivo pelo qual seu recurso foi
julgado deserto.
A Reclamante insurge-se, em verdade, contra a aplicação dessa
súmula que dispõe ser ‘deserto o recurso interposto para o
Superior Tribunal de Justiça, quando o recorrente não recolhe,
Supremo Tribunal Federal
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Relatório
Rcl 9.353-AgR / DF
3
na origem, a importância das despesas de remessa e retorno dos
autos’.
Assim, considerando que a autoridade reclamada em momento algum
deixou de aplicar o art. 544 do Código de Processo Civil ou
manifestou-se sobre eventual afronta a dispositivos ou normas
constitucionais,
não
há
como
se
reconhecer
o
alegado
desrespeito ao art. 97 da Constituição da República e à Súmula
Vinculante n. 10 do Supremo Tribunal.
6. Além disso, é evidente a intenção da Reclamante de fazer uso
da reclamação como sucedâneo de recurso, o que é rechaçado pela
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, sendo exemplo
disso: Rcl 6.109-ED/TO, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal
Pleno, DJ 13.3.2009; Rcl 4.003-AgR/RJ, Rel. Min. Celso de
Mello, Tribunal Pleno, DJ 6.3.2009; Rcl 3.954-AgR/CE, Rel. Min.
Cezar Peluso, Tribunal Pleno, DJ 7.11.2008; Rcl 5.684-AgR/PE,
Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno, DJ 15.8.2008;
Rcl 5.828/SP, de minha relatoria, decisão monocrática, DJ
4.3.2008;
Rcl
5.830/GO,
de
minha
relatoria,
decisão
monocrática, DJ 26.2.2008; Rcl 5.494-MC/ES, Rel. Min. Celso de
Mello, DJ 28.9.2007; Rcl 4.703/SC, de minha relatoria, Primeira
Turma, DJ 23.3.2007; Rcl 4.499-MC/BA, Rel. Min. Celso de Mello,
decisão monocrática, DJ 5.9.2006; Rcl 4.154/SC, Rel. Min.
Sepúlveda Pertence, decisão monocrática, DJ 31.3.2006; Rcl
2.680/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, decisão monocrática, DJ
15.12.2005; Rcl 1.852-AgR/RN, Rel. Min. Maurício Corrêa,
decisão monocrática, DJ 8.3.2002; Rcl 1.852/RN, Rel. Min.
Maurício Corrêa, decisão monocrática, DJ 4.6.2001; Rcl 603/RJ,
Rel. Min. Carlos Velloso, decisão monocrática, DJ 12.2.1999; e
Rcl
724-AgR/ES,
Rel.
Min.
Octavio
Gallotti,
decisão
monocrática, DJ 22.5.1998.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 676843
Supremo Tribunal Federal
Rcl 9.353-AgR / DF
3
na origem, a importância das despesas de remessa e retorno dos
autos’.
Assim, considerando que a autoridade reclamada em momento algum
deixou de aplicar o art. 544 do Código de Processo Civil ou
manifestou-se sobre eventual afronta a dispositivos ou normas
constitucionais,
não
há
como
se
reconhecer
o
alegado
desrespeito ao art. 97 da Constituição da República e à Súmula
Vinculante n. 10 do Supremo Tribunal.
6. Além disso, é evidente a intenção da Reclamante de fazer uso
da reclamação como sucedâneo de recurso, o que é rechaçado pela
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, sendo exemplo
disso: Rcl 6.109-ED/TO, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal
Pleno, DJ 13.3.2009; Rcl 4.003-AgR/RJ, Rel. Min. Celso de
Mello, Tribunal Pleno, DJ 6.3.2009; Rcl 3.954-AgR/CE, Rel. Min.
Cezar Peluso, Tribunal Pleno, DJ 7.11.2008; Rcl 5.684-AgR/PE,
Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno, DJ 15.8.2008;
Rcl 5.828/SP, de minha relatoria, decisão monocrática, DJ
4.3.2008;
Rcl
5.830/GO,
de
minha
relatoria,
decisão
monocrática, DJ 26.2.2008; Rcl 5.494-MC/ES, Rel. Min. Celso de
Mello, DJ 28.9.2007; Rcl 4.703/SC, de minha relatoria, Primeira
Turma, DJ 23.3.2007; Rcl 4.499-MC/BA, Rel. Min. Celso de Mello,
decisão monocrática, DJ 5.9.2006; Rcl 4.154/SC, Rel. Min.
Sepúlveda Pertence, decisão monocrática, DJ 31.3.2006; Rcl
2.680/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, decisão monocrática, DJ
15.12.2005; Rcl 1.852-AgR/RN, Rel. Min. Maurício Corrêa,
decisão monocrática, DJ 8.3.2002; Rcl 1.852/RN, Rel. Min.
Maurício Corrêa, decisão monocrática, DJ 4.6.2001; Rcl 603/RJ,
Rel. Min. Carlos Velloso, decisão monocrática, DJ 12.2.1999; e
Rcl
724-AgR/ES,
Rel.
Min.
Octavio
Gallotti,
decisão
monocrática, DJ 22.5.1998.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 9
Relatório
Rcl 9.353-AgR / DF
4
7. Pelo exposto, nego seguimento à presente Reclamação (art. 38
da Lei n. 8.038/1990 e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do
Supremo Tribunal Federal)” (fls. 5-7).
2. Publicada essa decisão em 19.2.2010, interpõe Maristela Jesus da
Silva, ora Agravante, em 26.2.2010, tempestivamente, agravo regimental.
3. Alega a Agravante que “o v. acórdão violou frontalmente o
enunciado da Súmula Vinculante nº 10 do Supremo Tribunal Federal, ao
afastar a vigência do art. 544 do Código de Processo Civil, que declara o
rol dos documentos necessários à instrução do agravo de instrumento em
tela, haja vista que ‘cópias das guias de porte de remessa e retorno dos
autos do recurso especial’ não estão incluídas no texto normativo do
artigo 544. (...) Deste modo, forçoso se reconhecer que a decisão em
relevo introduziu condição de admissibilidade não prevista em lei,
afastando o preceituado pelo ordenamento de modo explícito” (fl. 4 da
petição de agravo).
Requer a reconsideração da decisão agravada ou o provimento do
presente recurso.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 676843
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Rcl 9.353-AgR / DF
4
7. Pelo exposto, nego seguimento à presente Reclamação (art. 38
da Lei n. 8.038/1990 e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do
Supremo Tribunal Federal)” (fls. 5-7).
2. Publicada essa decisão em 19.2.2010, interpõe Maristela Jesus da
Silva, ora Agravante, em 26.2.2010, tempestivamente, agravo regimental.
3. Alega a Agravante que “o v. acórdão violou frontalmente o
enunciado da Súmula Vinculante nº 10 do Supremo Tribunal Federal, ao
afastar a vigência do art. 544 do Código de Processo Civil, que declara o
rol dos documentos necessários à instrução do agravo de instrumento em
tela, haja vista que ‘cópias das guias de porte de remessa e retorno dos
autos do recurso especial’ não estão incluídas no texto normativo do
artigo 544. (...) Deste modo, forçoso se reconhecer que a decisão em
relevo introduziu condição de admissibilidade não prevista em lei,
afastando o preceituado pelo ordenamento de modo explícito” (fl. 4 da
petição de agravo).
Requer a reconsideração da decisão agravada ou o provimento do
presente recurso.
É o relatório.
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
Rcl 9.353-AgR / DF
5
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Razão jurídica não assiste à Agravante.
2. Como afirmado na decisão agravada, o Superior Tribunal de Justiça
não afastou, no todo ou em parte, a incidência do art. 544 do Código de
Processo Civil, porque não tratou desse artigo, pois os documentos
exigidos em seu § 1º foram juntados no momento de formação do agravo de
instrumento. Assim, aquele dispositivo foi corretamente cumprido.
Confira-se:
“Como apontado na primeira assentada, e ao contrário do que
propõe a agravante, a orientação jurisprudencial desta Corte é
de que a juntada do comprovante do pagamento do porte de
remessa
e
retorno
é
peça
essencial
à
verificação
da
regularidade recursal.
Essa é a inteligência da Súmula 187/STJ, que entende deserto o
recurso interposto para o Superior Tribunal de Justiça, quando
o recorrente não recolhe, na origem, a importância das despesas
de remessa e retorno dos autos.
Tal exigência está prevista no artigo 511 do Código de Processo
Civil, vigente desde 1994, in verbis:
Art. 511 - No ato de interposição do recurso, o recorrente
comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o
respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,
sob pena de deserção.
Portanto, muito embora não se trate de peça obrigatória para a
formação do agravo de instrumento, elencada no art. 544, § 1º,
do Diploma Processual, a jurisprudência desta Casa é firme no
sentido de ser essencial em sua formação, até para que se possa
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V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Razão jurídica não assiste à Agravante.
2. Como afirmado na decisão agravada, o Superior Tribunal de Justiça
não afastou, no todo ou em parte, a incidência do art. 544 do Código de
Processo Civil, porque não tratou desse artigo, pois os documentos
exigidos em seu § 1º foram juntados no momento de formação do agravo de
instrumento. Assim, aquele dispositivo foi corretamente cumprido.
Confira-se:
“Como apontado na primeira assentada, e ao contrário do que
propõe a agravante, a orientação jurisprudencial desta Corte é
de que a juntada do comprovante do pagamento do porte de
remessa
e
retorno
é
peça
essencial
à
verificação
da
regularidade recursal.
Essa é a inteligência da Súmula 187/STJ, que entende deserto o
recurso interposto para o Superior Tribunal de Justiça, quando
o recorrente não recolhe, na origem, a importância das despesas
de remessa e retorno dos autos.
Tal exigência está prevista no artigo 511 do Código de Processo
Civil, vigente desde 1994, in verbis:
Art. 511 - No ato de interposição do recurso, o recorrente
comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o
respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,
sob pena de deserção.
Portanto, muito embora não se trate de peça obrigatória para a
formação do agravo de instrumento, elencada no art. 544, § 1º,
do Diploma Processual, a jurisprudência desta Casa é firme no
sentido de ser essencial em sua formação, até para que se possa
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
Rcl 9.353-AgR / DF
6
aferir a regularidade processual do recurso especial que se
visa destrancar.
Isso porque este Sodalício, com amparo no art. 41-B da Lei
8.038/90, estabelece, com base em resolução de sua presidência,
a forma como que será praticado o ato do pagamento das custas
processuais, indicando forma, códigos e valores.
(...)
Assim, ainda que o Tribunal a quo promova o competente juízo de
admissibilidade e certifique nos autos a suposta regularidade
processual, para se chegar à mesma conclusão incumbia ao
agravante a formação deste instrumento com as guias de
recolhimento para a aferição do pagamento levado a efeito, se
em conformidade com os ditames legais e regimentais desta
Corte, até mesmo porque o juízo de admissibilidade havido na
origem não vincula o exame neste Superior Tribunal de Justiça”
(fls. 9-10, grifos nossos).
A autoridade reclamada exigiu a juntada, no momento da interposição
do recurso especial, da cópia do comprovante de pagamento do porte de
remessa e retorno, em observância ao que disposto no art. 511 do Código de
Processo Civil e na Súmula 187 do Superior Tribunal de Justiça.
3. Assim, a autoridade reclamada em momento algum deixou de aplicar o
art. 544 do Código de Processo Civil ou de se manifestar sobre eventual
contrariedade a dispositivos ou normas constitucionais. Não há como se
reconhecer o alegado desrespeito ao art. 97 da Constituição da República e
à Súmula Vinculante 10 do Supremo Tribunal Federal.
4. Ademais, cumpre anotar que o uso da via da reclamação como
sucedâneo de recurso não é autorizado por este Supremo Tribunal Federal.
Assim, por exemplo: Rcl 7.971-AgR/PA, Rel. Min. Cármen Lúcia,
Tribunal Pleno, DJ 11.12.2009; Rcl 5.207-AgR/PI, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, Tribunal Pleno, DJ 29.10.2009; Rcl 6.109-ED/TO, Rel. Min.
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aferir a regularidade processual do recurso especial que se
visa destrancar.
Isso porque este Sodalício, com amparo no art. 41-B da Lei
8.038/90, estabelece, com base em resolução de sua presidência,
a forma como que será praticado o ato do pagamento das custas
processuais, indicando forma, códigos e valores.
(...)
Assim, ainda que o Tribunal a quo promova o competente juízo de
admissibilidade e certifique nos autos a suposta regularidade
processual, para se chegar à mesma conclusão incumbia ao
agravante a formação deste instrumento com as guias de
recolhimento para a aferição do pagamento levado a efeito, se
em conformidade com os ditames legais e regimentais desta
Corte, até mesmo porque o juízo de admissibilidade havido na
origem não vincula o exame neste Superior Tribunal de Justiça”
(fls. 9-10, grifos nossos).
A autoridade reclamada exigiu a juntada, no momento da interposição
do recurso especial, da cópia do comprovante de pagamento do porte de
remessa e retorno, em observância ao que disposto no art. 511 do Código de
Processo Civil e na Súmula 187 do Superior Tribunal de Justiça.
3. Assim, a autoridade reclamada em momento algum deixou de aplicar o
art. 544 do Código de Processo Civil ou de se manifestar sobre eventual
contrariedade a dispositivos ou normas constitucionais. Não há como se
reconhecer o alegado desrespeito ao art. 97 da Constituição da República e
à Súmula Vinculante 10 do Supremo Tribunal Federal.
4. Ademais, cumpre anotar que o uso da via da reclamação como
sucedâneo de recurso não é autorizado por este Supremo Tribunal Federal.
Assim, por exemplo: Rcl 7.971-AgR/PA, Rel. Min. Cármen Lúcia,
Tribunal Pleno, DJ 11.12.2009; Rcl 5.207-AgR/PI, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, Tribunal Pleno, DJ 29.10.2009; Rcl 6.109-ED/TO, Rel. Min.
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7
Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJ 13.3.2009; Rcl 4.37-AgR/SC, Rel. Min.
Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJ 20.2.2009; Rcl 4.003-AgR/RJ, Rel. Min.
Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJ 6.3.2009; Rcl 3.954-AgR/CE, Rel. Min.
Cezar Peluso, Tribunal Pleno, DJ 7.11.2008; Rcl 5.684-AgR/PE, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno, DJ 15.8.2008; Rcl 5.828/SP, de minha
relatoria, decisão monocrática, DJ 4.3.2008; Rcl 5.830/GO, de minha
relatoria, decisão monocrática, DJ 26.2.2008; Rcl 5.494-MC/ES, Rel. Min.
Celso de Mello, DJ 28.9.2007; Rcl 4.703/SC, de minha relatoria, Primeira
Turma, DJ 23.3.2007; Rcl 4.499-MC/BA, Rel. Min. Celso de Mello, decisão
monocrática, DJ 5.9.2006; Rcl 4.154/SC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,
decisão monocrática, DJ 31.3.2006; Rcl 2.680/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes,
decisão monocrática, DJ 15.12.2005; Rcl 1.852-AgR/RN, Rel. Min. Maurício
Corrêa, decisão monocrática, DJ 8.3.2002; Rcl 1.852/RN, Rel. Min. Maurício
Corrêa, decisão monocrática, DJ 4.6.2001; Rcl 603/RJ, Rel. Min. Carlos
Velloso, decisão monocrática, DJ 12.2.1999; e Rcl 724-AgR/ES, Rel. Min.
Octavio Gallotti, decisão monocrática, DJ 22.5.1998.
5. Os argumentos da Agravante são insuficientes para modificar a
decisão agravada, embasada na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
6. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental.
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Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJ 13.3.2009; Rcl 4.37-AgR/SC, Rel. Min.
Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJ 20.2.2009; Rcl 4.003-AgR/RJ, Rel. Min.
Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJ 6.3.2009; Rcl 3.954-AgR/CE, Rel. Min.
Cezar Peluso, Tribunal Pleno, DJ 7.11.2008; Rcl 5.684-AgR/PE, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno, DJ 15.8.2008; Rcl 5.828/SP, de minha
relatoria, decisão monocrática, DJ 4.3.2008; Rcl 5.830/GO, de minha
relatoria, decisão monocrática, DJ 26.2.2008; Rcl 5.494-MC/ES, Rel. Min.
Celso de Mello, DJ 28.9.2007; Rcl 4.703/SC, de minha relatoria, Primeira
Turma, DJ 23.3.2007; Rcl 4.499-MC/BA, Rel. Min. Celso de Mello, decisão
monocrática, DJ 5.9.2006; Rcl 4.154/SC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,
decisão monocrática, DJ 31.3.2006; Rcl 2.680/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes,
decisão monocrática, DJ 15.12.2005; Rcl 1.852-AgR/RN, Rel. Min. Maurício
Corrêa, decisão monocrática, DJ 8.3.2002; Rcl 1.852/RN, Rel. Min. Maurício
Corrêa, decisão monocrática, DJ 4.6.2001; Rcl 603/RJ, Rel. Min. Carlos
Velloso, decisão monocrática, DJ 12.2.1999; e Rcl 724-AgR/ES, Rel. Min.
Octavio Gallotti, decisão monocrática, DJ 22.5.1998.
5. Os argumentos da Agravante são insuficientes para modificar a
decisão agravada, embasada na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
6. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental.
Supremo Tribunal Federal
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Decisão de Julgamento
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 9.353
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) : MARISTELA JESUS DA SILVA
ADV.(A/S) : VALTER FERREIRA XAVIER FILHO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : CERES - FUNDAÇÃO DE SEGURIDADE SOCIAL
ADV.(A/S) : LAILA JOSÉ ANTÔNIO KHOURI
INTDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto da
Relatora, negou provimento ao recurso de agravo. Ausentes,
licenciados, os Senhores Ministros Celso de Mello e Joaquim
Barbosa, e, justificadamente, o Senhor Ministro Ricardo
Lewandowski. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Cezar Peluso.
Plenário, 18.08.2010.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Ellen Gracie, Gilmar
Mendes, Ayres Britto, Cármen Lúcia e Dias Toffoli.
Procurador-Geral da República, Dr. Roberto Monteiro Gurgel
Santos.
p/ Luiz Tomimatsu
Secretário
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Supremo Tribunal Federal
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 9.353
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) : MARISTELA JESUS DA SILVA
ADV.(A/S) : VALTER FERREIRA XAVIER FILHO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : CERES - FUNDAÇÃO DE SEGURIDADE SOCIAL
ADV.(A/S) : LAILA JOSÉ ANTÔNIO KHOURI
INTDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto da
Relatora, negou provimento ao recurso de agravo. Ausentes,
licenciados, os Senhores Ministros Celso de Mello e Joaquim
Barbosa, e, justificadamente, o Senhor Ministro Ricardo
Lewandowski. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Cezar Peluso.
Plenário, 18.08.2010.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Ellen Gracie, Gilmar
Mendes, Ayres Britto, Cármen Lúcia e Dias Toffoli.
Procurador-Geral da República, Dr. Roberto Monteiro Gurgel
Santos.
p/ Luiz Tomimatsu
Secretário
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=726527 | 2010-08-18T00:00:00 | 2010-10-01T00:00:00 | O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto da Relatora, negou provimento ao recurso de agravo. Ausentes, licenciados, os Senhores Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa, e, justificadamente, o Senhor Ministro Ricardo Lewandowski. Presidiu
o julgamento o Senhor Ministro Cezar Peluso. Plenário, 18.08.2010. | AG.REG. NA RECLAMAÇÃO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. ALEGAÇÃO DE DESCUMPRIMENTO
DA SÚMULA VINCULANTE 10 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. DECISÃO DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA QUE MANTÉM NEGATIVA DE SEGUIMENTO DE
AGRAVO DE INSTRUMENTO POR NÃO TER SIDO JUNTADO O COMPROVANTE DE
PAGAMENTO DE PORTE DE REMESSA E RETORNO. INEXISTÊNCIA DE DECLARAÇÃO
DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 544 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.
IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DA RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE
RECURSO. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA
PROVIMENTO. | sjur182864 | - Acórdãos citados: Rcl 603, Rcl 724 AgR, Rcl 1852 AgR, Rcl 3456 AgR, Rcl 3954 AgR - Tribunal Pleno, Rcl 4003 AgR - Tribunal Pleno, Rcl 4703 AgR, Rcl 5207 AgR - Tribunal Pleno, Rcl 5494 ED, Rcl 5684 AgR - Tribunal Pleno, Rcl 6109 ED - Tribunal Pleno, Rcl 6534 AgR, Rcl 7971 AgR - Tribunal Pleno.
- Decisões monocráticas citadas: Rcl 1852, Rcl 2680, Rcl 4154, Rcl 4499 MC, Rcl 5828, Rcl 5830.
Número de páginas: 9.
Análise: 07/10/2010, KBP.
Revisão: 15/10/2010, IMC. | CÁRMEN LÚCIA | Tribunal Pleno | 9353 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00097 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\r\n ART-00544 PAR-00001 ART-00511 \r\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\r\n",
"LEG-FED SUV-000010 \r\n SÚMULA VINCULANTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n",
"LEG-FED SUMSTJ-000187 \r\n SÚMULA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - STJ"
] | Rcl-AgR | acordaos | Rcl 9353 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : MARISTELA JESUS DA SILVA
ADV.(A/S) : VALTER FERREIRA XAVIER FILHO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : CERES - FUNDAÇÃO DE SEGURIDADE SOCIAL
ADV.(A/S) : LAILA JOSÉ ANTÔNIO KHOURI
INTDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECLAMAÇÃO 9 . 353",
"SÚMULA VINCULANTE 10 DO SUPREMO",
"de Instrumento 927 . 811 / DF",
"Súmula Vinculante 10 do Supremo Tribunal Federal",
"Agravo de Instrumento n . 927 . 811 / DF",
"RECLAMAÇÃO",
"Agravo de Instrumento 927 . 811 / DF",
"Súmula Vinculante 10 do Supremo Tribunal Federal",
"Agravo de Instrumento n . 927 . 811 / DF",
"Rcl 9 . 353 - AgR / DF",
"Súmula n . 187 do Superior Tribunal de Justiça",
"Rcl 9 . 353 - AgR / DF",
"Súmula Vinculante n . 10",
"Súmula n . 187 do Superior Tribunal de Justiça",
"Rcl 9 . 353 - AgR / DF",
"Súmula Vinculante n . 10 do Supremo Tribunal",
"Rcl 6 . 109 - ED / TO",
"Rcl 4 . 003 - AgR / RJ",
"Rcl 3 . 954 - AgR / CE",
"Rcl 5 . 684 - AgR / PE",
"Rcl 5 . 828 / SP",
"Rcl 5 . 830 / GO",
"Rcl 5 . 494 - MC / ES",
"Rcl 4 . 703 / SC",
"Rcl 4 . 499 - MC / BA",
"Rcl 4 . 154 / SC",
"Rcl 2 . 680 / MG",
"Rcl 1 . 852 - AgR / RN",
"Rcl 1 . 852 / RN",
"Rcl 603 / RJ",
"Rcl 724 - AgR / ES",
"Rcl 9 . 353 - AgR / DF",
"Súmula Vinculante n . 10 do Supremo Tribunal .",
"Rcl 6 . 109 - ED / TO",
"Rcl 4 . 003 - AgR / RJ",
"Rcl 3 . 954 - AgR / CE",
"Rcl 5 . 684 - AgR / PE",
"Rcl 5 . 828 / SP",
"Rcl 5 . 830 / GO",
"Rcl 5 . 494 - MC / ES",
"Rcl 4 . 703 / SC",
"Rcl 4 . 499 - MC / BA",
"Rcl 4 . 154 / SC",
"Rcl 2 . 680 / MG",
"Rcl 1 . 852 - AgR / RN",
"Rcl 1 . 852 / RN",
"Rcl 603 / RJ",
"Rcl 724",
"-",
"AgR",
"/",
"ES",
"Rcl 9 . 353 - AgR / DF",
"Súmula Vinculante [UNK] 10 do Supremo Tribunal Federal",
"Rcl 9 . 353 - AgR / DF",
"Súmula Vinculante [UNK] 10 do Supremo Tribunal Federal",
"Rcl 9 . 353 - AgR / DF",
"Súmula 187 / STJ",
"Rcl 9 . 353 - AgR / DF",
"Súmula 187 / STJ",
"Rcl 9 . 353 - AgR / DF",
"Súmula 187 do Superior Tribunal de Justiça",
"Súmula Vinculante 10 do Supremo Tribunal Federal",
"Rcl 7 . 971 - AgR / PA",
"Rcl 5 . 207 - AgR / PI",
"Rcl 6 . 109 - ED / TO",
"Rcl 9 . 353 - AgR",
"Súmula 187 do Superior Tribunal de Justiça",
"Súmula Vinculante 10 do Supremo Tribunal Federal",
"Rcl 7 . 971 - AgR / PA",
"Rcl 5 . 207 - AgR / PI",
"Rcl 6 . 109 - ED / TO",
"Rcl 9 . 353 - AgR / DF",
"Rcl 4 . 37 - AgR / SC",
"Rcl 4 . 003 - AgR / RJ",
"Rcl 3 . 954 - AgR / CE",
"Rcl 5 . 684 - AgR / PE",
"Rcl 5 . 828 / SP",
"Rcl 5 . 830 / GO",
"Rcl 5 . 494 - MC / ES",
"Rcl 4 . 703 / SC",
"Rcl 4 . 499 - MC / BA",
"Rcl 4 . 154 / SC",
"Rcl 2 . 680 / MG",
"Rcl 1 . 852 - AgR / RN",
"Rcl 1 . 852 / RN",
"Rcl 603 / RJ",
"Rcl 724 - AgR / ES",
"Rcl 9 . 353 - AgR",
"Rcl 4 . 37 - AgR / SC",
"Rcl 4 . 003 - AgR / RJ",
"Rcl 3 . 954 - AgR / CE",
"Rcl 5 . 684 - AgR / PE",
"Rcl 5 . 828 / SP",
"Rcl 5 . 830 / GO",
"Rcl 5 . 494 - MC / ES",
"Rcl 4 . 703 / SC",
"Rcl 4 . 499 - MC / BA",
"Rcl 4 . 154 / SC",
"Rcl 2 . 680 / MG",
"Rcl 1 . 852 - AgR / RN",
"Rcl 1 . 852 / RN",
"Rcl 603 / RJ",
"Rcl 724 - AgR / ES",
"RECLAMAÇÃO 9 . 353"
],
"LEGISLACAO": [
"ART .",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 103 - A , § [UNK] , da Constituição da República",
"artigo 544 do [ Código de Processo Civil ]",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 103 - A , § [UNK] , da Constituição da República",
"artigo 544 do [ Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , artigo 97",
"art . 97 da Constituição da República",
"art . 544 do Código de Processo Civil",
"art . 511 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , artigo 97",
"art . 97 da Constituição da República",
"art . 544 do Código de Processo Civil",
"art . 511 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 544 do Código de Processo Civil",
"art . 97 da Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 544 do Código de Processo Civil",
"art . 97 da Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 38 da Lei n . 8 . 038 / 1990",
"art",
"art . 544 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 38 da Lei n . 8 . 038 / 1990",
"art . 21 , § [UNK] , do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal",
"art . 544 do Código de Processo Civil",
"MP",
"art . 544 do Código de Processo Civil",
"artigo 511 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 544 do Código de Processo Civil",
"artigo 511 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 41 - B da Lei 8 . 038 / 90",
"art . 511 do Código de Processo Civil",
"art . 544 do Código de Processo Civil",
"art . 97 da Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 41 - B da Lei 8 . 038 / 90",
"art . 511 do Código de Processo Civil",
"art . 544 do Código de Processo Civil",
"art . 97 da Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 -",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"DISTRITO FEDERAL",
"Brasília",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL"
],
"ORGANIZACAO": [
"TRIBUNAL PLENO",
"CERES",
"FUNDAÇÃO DE SEGURIDADE SOCIAL",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"TRIBUNAL",
"CERES",
"FUNDAÇÃO DE SEGURIDADE",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"TRIBUNAL PLENO",
"CERES",
"FUNDAÇÃO DE SEGURIDADE SOCIAL",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Plenário",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"/",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"/",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Tribunal Pleno",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"CERES",
"FUNDAÇÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Plenário",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"CERES",
"-",
"FUNDAÇÃO DE SEGURIDADE SOCIAL",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Plenário",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"CÁRMEN LÚCIA",
"MARISTELA JESUS DA SILVA",
"VALTER FERREIRA XAVIER FILHO",
"LAILA JOSÉ ANTÔNIO KHOURI",
"Cezar Peluso",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"MARISTELA JESUS DA SILVA",
"VALTER FERREIRA XAVIER FILHO",
"LAILA JOSÉ ANTÔNIO KHOURI",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Maristela Jesus da Silva",
"CÁRMEN LÚCIA",
"MARISTELA JESUS DA SILVA",
"VALTER FERREIRA XAVIER FILHO",
"LAILA JOSÉ ANTÔNIO KHOURI",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Maristela Jesus da Silva",
"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
"Cezar Peluso",
"Ricardo Lewandowski",
"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
"Sepúlveda Pertence",
"Gilmar Mendes",
"Maurício Corrêa",
"Maurício Corrêa",
"Carlos Velloso",
"Octavio Gallotti",
"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
"Cezar Peluso",
"Ricardo Lewandowski",
"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
"Sepúlveda Pertence",
"Gilmar Mendes",
"Maurício Corrêa",
"Maurício Corrêa",
"Carlos Velloso",
"Octavio Gallotti",
"Maristela Jesus da Silva",
"Maristela Jesus da Silva",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Cármen Lúcia",
"Ricardo Lewandowski",
"Cármen Lúcia",
"Ricardo Lewandowski",
"CÁRMEN",
"LÚCIA",
"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
"Cezar Peluso",
"Ricardo Lewandowski",
"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
"Sepúlveda Pertence",
"Gilmar Mendes",
"Maurício Corrêa",
"Maurício Corrêa",
"Carlos Velloso",
"Octavio Gallotti",
"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
"Cezar Peluso",
"Ricardo Lewandowski",
"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
"Sepúlveda Pertence",
"Gilmar Mendes",
"Maurício Corrêa",
"Maurício Corrêa",
"Carlos Velloso",
"Octavio Gallotti",
"CÁRMEN LÚCIA",
"MARISTELA JESUS DA SILVA",
"VALTER FERREIRA XAVIER FILHO",
"LAILA JOSÉ ANTÔNIO KHOURI",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Cezar Peluso",
"Cezar Peluso",
"Marco Aurélio",
"Ellen Gracie",
"Gilmar Mendes",
"Ayres Britto",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Roberto Monteiro Gurgel Santos",
"Luiz Tomimatsu",
"CÁRMEN LÚCIA",
"MARISTELA JESUS DA SILVA",
"VALTER FERREIRA XAVIER FILHO",
"LAILA JOSÉ ANTÔNIO KHOURI",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Cezar Peluso",
"Cezar Peluso",
"Marco Aurélio",
"Ellen Gracie",
"Gilmar Mendes",
"Ayres Britto",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Roberto Monteiro Gurgel Santos",
"Luiz Tomimatsu"
],
"TEMPO": [
"18",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"18 de agosto de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"01",
"/",
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"2010",
"18",
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"08",
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"2010",
"3 de fevereiro de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"3 de fevereiro de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"13",
".",
"3",
".",
"2009",
"6",
".",
"3",
".",
"2009",
"7",
".",
"11",
".",
"2008",
"15",
".",
"8",
".",
"2008",
"4",
".",
"3",
".",
"2008",
"26",
".",
"2",
".",
"2008",
"28",
".",
"9",
".",
"2007",
"23",
".",
"3",
".",
"2007",
"5",
".",
"9",
".",
"2006",
"31",
".",
"3",
".",
"2006",
"15",
".",
"12",
".",
"2005",
"8",
".",
"3",
".",
"2002",
"4",
".",
"6",
".",
"2001",
"12",
".",
"2",
".",
"1999",
"22",
".",
"5",
".",
"1998",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"13",
".",
"3",
".",
"2009",
"6",
".",
"3",
".",
"2009",
"7",
".",
"11",
".",
"2008",
"15",
".",
"8",
".",
"2008",
"4",
".",
"3",
".",
"2008",
"26",
".",
"2",
".",
"2008",
"28",
".",
"9",
".",
"2007",
"23",
".",
"3",
".",
"2007",
"5",
".",
"9",
".",
"2006",
"31",
".",
"3",
".",
"2006",
"15",
".",
"12",
".",
"2005",
"8",
".",
"3",
".",
"2002",
"4",
".",
"6",
".",
"2001",
"12",
".",
"2",
".",
"1999",
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".",
"5",
".",
"1998",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
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"2",
".",
"2010",
"26",
".",
"2",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
".",
"2",
".",
"2010",
"26",
".",
"2",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"1994",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"1994",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
".",
"12",
".",
"2009",
"29",
".",
"10",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
".",
"12",
".",
"2009",
"29",
".",
"10",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"13",
".",
"3",
".",
"2009",
"20",
".",
"2",
".",
"2009",
"6",
".",
"3",
".",
"2009",
"7",
".",
"11",
".",
"2008",
"15",
".",
"8",
".",
"2008",
"4",
".",
"3",
".",
"2008",
"26",
".",
"2",
".",
"2008",
"28",
".",
"9",
".",
"2007",
"23",
".",
"3",
".",
"2007",
"5",
".",
"9",
".",
"2006",
"31",
".",
"3",
".",
"2006",
"15",
".",
"12",
".",
"2005",
"8",
".",
"3",
".",
"2002",
"4",
".",
"6",
".",
"2001",
"12",
".",
"2",
".",
"1999",
"22",
".",
"5",
".",
"1998",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"13",
".",
"3",
".",
"2009",
"20",
".",
"2",
".",
"2009",
"6",
".",
"3",
".",
"2009",
"7",
".",
"11",
".",
"2008",
"15",
".",
"8",
".",
"2008",
"4",
".",
"3",
".",
"2008",
"26",
".",
"2",
".",
"2008",
"28",
".",
"9",
".",
"2007",
"23",
".",
"3",
".",
"2007",
"5",
".",
"9",
".",
"2006",
"31",
".",
"3",
".",
"2006",
"15",
".",
"12",
".",
"2005",
"8",
".",
"3",
".",
"2002",
"4",
".",
"6",
".",
"2001",
"12",
".",
"2",
".",
"1999",
"22",
".",
"5",
".",
"1998",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
".",
"08",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
".",
"08",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
24/08/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601.225 AMAZONAS
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S)
:ESTADO DO AMAZONAS
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONAS
AGDO.(A/S)
:JAMIL DA SILVA
ADV.(A/S)
:RAIMUNDO OTAÍDE PICANÇO FILHO E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S)
:FUNDO PREVIDENCIÁRIO DO ESTADO DO AMAZONAS -
AMAZONPREV
EMENTA: ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. PARIDADE
DE VENCIMENTOS POR MEIO DE DECRETO. GRATIFICAÇÃO
INSTITUÍDA
POR
LEI
ESTADUAL.
MATÉRIA
INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. SÚMULA 280 DO STF. EXAME DO
CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO CONSTANTE DOS AUTOS.
SÚMULA 279 DO STF. AGRAVO IMPROVIDO.
I – O acórdão recorrido dirimiu a questão dos autos com base na
legislação infraconstitucional local aplicável à espécie. Inadmissibilidade
do RE, ante a incidência da Súmula 280 do STF.
II - Para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão
recorrido, necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório
constante dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF.
III – Esta Corte possui entendimento no sentido de que a regra da
paridade de vencimentos (art. 40, § 8º, da CF/88, redação anterior à EC
41/2003) dispensa a exigência de edição de lei para estender ao inativo,
em cada caso, o benefício ou vantagem outorgada ao servidor em
atividade.
IV - Agravo regimental improvido.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do
Senhor Ministro Ricardo Lewandowski, na conformidade da ata de
julgamentos e das notas taquigráficas, por decisão unânime, negar
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 684071.
Supremo Tribunal Federal
DJe 17/09/2010
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8
Ementa e Acórdão
RE 601.225 AGR / AM
provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos
do voto do Relator.
Brasília, 24 de agosto de 2010.
RICARDO LEWANDOWSKI – PRESIDENTE E RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 684071.
Supremo Tribunal Federal
RE 601.225 AGR / AM
provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos
do voto do Relator.
Brasília, 24 de agosto de 2010.
RICARDO LEWANDOWSKI – PRESIDENTE E RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 684071.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8
Relatório
24/08/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601.225 AMAZONAS
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S)
:ESTADO DO AMAZONAS
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONAS
AGDO.(A/S)
:JAMIL DA SILVA
ADV.(A/S)
:RAIMUNDO OTAÍDE PICANÇO FILHO E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S)
:FUNDO PREVIDENCIÁRIO DO ESTADO DO AMAZONAS -
AMAZONPREV
R E L A T Ó R I O
O Sr. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI: Trata-se de agravo
regimental eletrônico interposto contra decisão que negou seguimento ao
recurso extraordinário.
O agravante sustenta, em suma, que a decisão agravada deve ser
reformada, ao argumento de que a matéria foi decidida com base no art.
40, § 8º, da Constituição Federal e, portanto, a solução da questão não
depende do exame da legislação local.
Ressalta, também, que a questão é estritamente jurídica e que “não
se faz necessária a análise de fatos para se chegar à conclusão de que o
Recorrido não tem direito líquido e certo” à paridade remuneratória.
Afirma, ainda, que “o Tribunal local, a pretexto de assegurar a
paridade remuneratória, terminou por estabelecer uma vinculação
remuneratória entre carreiras distintas”.
Conclui, por fim, que:
“Nesse caso, não há que se falar em incidência do art. 40 § 8º,
uma vez que a paridade aqui é entre paradigmas de cargos idênticos.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 684073.
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24/08/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601.225 AMAZONAS
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S)
:ESTADO DO AMAZONAS
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONAS
AGDO.(A/S)
:JAMIL DA SILVA
ADV.(A/S)
:RAIMUNDO OTAÍDE PICANÇO FILHO E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S)
:FUNDO PREVIDENCIÁRIO DO ESTADO DO AMAZONAS -
AMAZONPREV
R E L A T Ó R I O
O Sr. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI: Trata-se de agravo
regimental eletrônico interposto contra decisão que negou seguimento ao
recurso extraordinário.
O agravante sustenta, em suma, que a decisão agravada deve ser
reformada, ao argumento de que a matéria foi decidida com base no art.
40, § 8º, da Constituição Federal e, portanto, a solução da questão não
depende do exame da legislação local.
Ressalta, também, que a questão é estritamente jurídica e que “não
se faz necessária a análise de fatos para se chegar à conclusão de que o
Recorrido não tem direito líquido e certo” à paridade remuneratória.
Afirma, ainda, que “o Tribunal local, a pretexto de assegurar a
paridade remuneratória, terminou por estabelecer uma vinculação
remuneratória entre carreiras distintas”.
Conclui, por fim, que:
“Nesse caso, não há que se falar em incidência do art. 40 § 8º,
uma vez que a paridade aqui é entre paradigmas de cargos idênticos.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8
Relatório
RE 601.225 AGR / AM
Daí porque não se aplica a parte final do despacho ora agravado, que
salienta a desnecessidade de lei para estender ao inativo o benefício ou
vantagem outorgada ao servidor em atividade.”
É o relatório.
2
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RE 601.225 AGR / AM
Daí porque não se aplica a parte final do despacho ora agravado, que
salienta a desnecessidade de lei para estender ao inativo o benefício ou
vantagem outorgada ao servidor em atividade.”
É o relatório.
2
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Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
24/08/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601.225 AMAZONAS
V O T O
O Sr. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI (Relator): Eis o teor da
decisão agravada:
“Trata-se de recurso extraordinário eletrônico interposto contra
acórdão que, com base no conjunto fático-probatório constante dos
autos e na análise da Lei estadual 2.120/02 e do Decreto estadual
16.282/94, garantiu a servidor público inativo o direito à retificação em
80% (oitenta por cento) do correspondente ao cargo de Auditor Fiscal
de Tributos Estaduais na SEFAZ, em respeito à paridade remuneratória
(art. 40, § 8º, da Constituição).
Neste RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição Federal,
alegou-se ofensa aos arts. 5º, XXXVI, 37, XIII, 61, § 1º, II, a,
combinado com 84, IV, e 97, da mesma Carta.
A pretensão recursal não merece acolhida. Isso porque a
apreciação das alegadas ofensas à Constituição demanda a análise de
normas infraconstitucionais locais (Lei estadual 2.120/92 e Decreto
estadual 16.282/94), o que inviabiliza o extraordinário, a teor da
Súmula 280 do STF. Nesse sentido o decidido pela Segunda Turma no
RE 586.207-AgR/AM, Rel. Min. Eros Grau.
Ademais, o acórdão recorrido dirimiu a questão dos autos com
apoio no conjunto fático-probatório constante dos autos, consoante se
observa do seguinte trecho do voto do relator do aresto impugnado:
'Com relação à questão de mérito, verifica-se que melhor
sorte alguma restou aos Impetrados, vez que o conjunto
probatório acostado aos autos garante o direito do servidor de
receber em seus vencimentos, a paridade remuneratória do cargo
de Auditor-Fiscal de Tributos da SEFAZ ao cargo que se inativou
(Técnico de Incentivo de 1ª Classe), com fulcro que dispõe o § 8º
do artigo 40 da Constituição Federal.
Com efeito, merece razão o pleito formulado pelo Impetrante
Supremo Tribunal Federal
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24/08/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601.225 AMAZONAS
V O T O
O Sr. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI (Relator): Eis o teor da
decisão agravada:
“Trata-se de recurso extraordinário eletrônico interposto contra
acórdão que, com base no conjunto fático-probatório constante dos
autos e na análise da Lei estadual 2.120/02 e do Decreto estadual
16.282/94, garantiu a servidor público inativo o direito à retificação em
80% (oitenta por cento) do correspondente ao cargo de Auditor Fiscal
de Tributos Estaduais na SEFAZ, em respeito à paridade remuneratória
(art. 40, § 8º, da Constituição).
Neste RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição Federal,
alegou-se ofensa aos arts. 5º, XXXVI, 37, XIII, 61, § 1º, II, a,
combinado com 84, IV, e 97, da mesma Carta.
A pretensão recursal não merece acolhida. Isso porque a
apreciação das alegadas ofensas à Constituição demanda a análise de
normas infraconstitucionais locais (Lei estadual 2.120/92 e Decreto
estadual 16.282/94), o que inviabiliza o extraordinário, a teor da
Súmula 280 do STF. Nesse sentido o decidido pela Segunda Turma no
RE 586.207-AgR/AM, Rel. Min. Eros Grau.
Ademais, o acórdão recorrido dirimiu a questão dos autos com
apoio no conjunto fático-probatório constante dos autos, consoante se
observa do seguinte trecho do voto do relator do aresto impugnado:
'Com relação à questão de mérito, verifica-se que melhor
sorte alguma restou aos Impetrados, vez que o conjunto
probatório acostado aos autos garante o direito do servidor de
receber em seus vencimentos, a paridade remuneratória do cargo
de Auditor-Fiscal de Tributos da SEFAZ ao cargo que se inativou
(Técnico de Incentivo de 1ª Classe), com fulcro que dispõe o § 8º
do artigo 40 da Constituição Federal.
Com efeito, merece razão o pleito formulado pelo Impetrante
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Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
RE 601.225 AGR / AM
no remédio constitucional de fls. 02/24, por clarividente
existência do direito, de que seja informado corretamente pelas
Autoridades Coatoras a sua folha de pagamento, o cálculo de sua
remuneração em 80% do correspondente cargo na SEFAZ ora em
comento, a partir de julho de 1995, de acordo com a Lei 2.120/92
e o Decreto 16.282 de 19 de julho de 1994, consoante paridade
legal instituída' (fls. 164-165).
Assim, o exame do recurso extraordinário requer a prévia análise
das provas dos autos, o que é inviável, nos termos da Súmula 279 do
STF.
Quanto à alegada violação ao art. 97 da Constituição Federal, é
certo que não houve declaração ou reconhecimento de
inconstitucionalidade que reclamasse a sujeição da questão à regra da
reserva de plenário. Seguindo esse raciocínio, menciono as seguintes
decisões, entre outras: RE 570.696-AgR/SP, Rel. Min. Ellen Gracie; RE
572.497-AgR/RS, Rel. Min. Eros Grau; RE 184.093/ SP, Rel. Min.
Moreira Alves; AI 746.185-AgR/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia; RE
483.126-AgR/SC, de minha relatoria.
Por fim, importa salientar a existência de orientação desta Corte
no sentido de que a regra da paridade de vencimentos (art. 40, § 8º, da
CF/88, redação anterior à EC 41/2003) dispensa a exigência de edição
de lei para estender ao inativo, em cada caso, o benefício ou vantagem
outorgada ao servidor em atividade. Assim, uma vez incidente o
mencionado dispositivo da Constituição, fica afastada a aplicação da
Súmula 339 do STF (RE 395.186-AgR/RJ, Rel. Min. Sepúlveda
Pertence, Primeira Turma, e AI 662.102/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia).
Isso posto, com base no art. 557, caput, do CPC, nego seguimento
ao recurso”.
Bem reexaminada a questão, verifica-se que a decisão ora atacada
não merece reforma, visto que o agravante não aduz novos argumentos
capazes de afastar as razões nela expendidas.
Ademais, como ressaltado na decisão agravada, o acórdão recorrido
decidiu a matéria com fundamento na interpretação de legislação local
2
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RE 601.225 AGR / AM
no remédio constitucional de fls. 02/24, por clarividente
existência do direito, de que seja informado corretamente pelas
Autoridades Coatoras a sua folha de pagamento, o cálculo de sua
remuneração em 80% do correspondente cargo na SEFAZ ora em
comento, a partir de julho de 1995, de acordo com a Lei 2.120/92
e o Decreto 16.282 de 19 de julho de 1994, consoante paridade
legal instituída' (fls. 164-165).
Assim, o exame do recurso extraordinário requer a prévia análise
das provas dos autos, o que é inviável, nos termos da Súmula 279 do
STF.
Quanto à alegada violação ao art. 97 da Constituição Federal, é
certo que não houve declaração ou reconhecimento de
inconstitucionalidade que reclamasse a sujeição da questão à regra da
reserva de plenário. Seguindo esse raciocínio, menciono as seguintes
decisões, entre outras: RE 570.696-AgR/SP, Rel. Min. Ellen Gracie; RE
572.497-AgR/RS, Rel. Min. Eros Grau; RE 184.093/ SP, Rel. Min.
Moreira Alves; AI 746.185-AgR/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia; RE
483.126-AgR/SC, de minha relatoria.
Por fim, importa salientar a existência de orientação desta Corte
no sentido de que a regra da paridade de vencimentos (art. 40, § 8º, da
CF/88, redação anterior à EC 41/2003) dispensa a exigência de edição
de lei para estender ao inativo, em cada caso, o benefício ou vantagem
outorgada ao servidor em atividade. Assim, uma vez incidente o
mencionado dispositivo da Constituição, fica afastada a aplicação da
Súmula 339 do STF (RE 395.186-AgR/RJ, Rel. Min. Sepúlveda
Pertence, Primeira Turma, e AI 662.102/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia).
Isso posto, com base no art. 557, caput, do CPC, nego seguimento
ao recurso”.
Bem reexaminada a questão, verifica-se que a decisão ora atacada
não merece reforma, visto que o agravante não aduz novos argumentos
capazes de afastar as razões nela expendidas.
Ademais, como ressaltado na decisão agravada, o acórdão recorrido
decidiu a matéria com fundamento na interpretação de legislação local
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Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
RE 601.225 AGR / AM
aplicável à espécie. Desse modo, para se chegar ao exame da alegada
ofensa à Constituição, faz-se necessário analisar normas
infraconstitucionais locais (Lei estadual 2.120/02 e Decreto estadual
16.282/94), o que inviabiliza o extraordinário, a teor da Súmula 280 do
STF.
Além disso, o Tribunal de origem deferiu a equiparação salarial por
entender semelhantes as atividades entre o cargo paradigma e o cargo
pelo qual o recorrido se aposentou. Assim, para se chegar à conclusão
contrária à adotada pelo aresto impugnado, faz-se necessário reexaminar
o conjunto fático-probatório constante dos autos, o que atrai a incidência
da Súmula 279 do STF. Ressalte-se, ademais, que a interpretação da regra
da paridade de vencimentos entre ativos e inativos contida no art. 40, § 8º,
da Constituição Federal, não está adstrita a situações em que haja
identidade de cargos ou de carreiras, tal qual sustenta o agravante.
Por fim, conforme destacado na decisão impugnada, essa Corte
possui orientação no sentido de que a regra da paridade de vencimentos
(art. 40, § 8º, da CF/88, redação anterior à EC 41/2003) dispensa a
exigência de edição de lei para estender ao inativo, em cada caso, o
benefício ou vantagem outorgada ao servidor em atividade. Assim, uma
vez incidente o mencionado dispositivo da Constituição, fica afastada a
aplicação da Súmula 339 do STF.
Isso posto, nego provimento ao agravo regimental.
3
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Supremo Tribunal Federal
RE 601.225 AGR / AM
aplicável à espécie. Desse modo, para se chegar ao exame da alegada
ofensa à Constituição, faz-se necessário analisar normas
infraconstitucionais locais (Lei estadual 2.120/02 e Decreto estadual
16.282/94), o que inviabiliza o extraordinário, a teor da Súmula 280 do
STF.
Além disso, o Tribunal de origem deferiu a equiparação salarial por
entender semelhantes as atividades entre o cargo paradigma e o cargo
pelo qual o recorrido se aposentou. Assim, para se chegar à conclusão
contrária à adotada pelo aresto impugnado, faz-se necessário reexaminar
o conjunto fático-probatório constante dos autos, o que atrai a incidência
da Súmula 279 do STF. Ressalte-se, ademais, que a interpretação da regra
da paridade de vencimentos entre ativos e inativos contida no art. 40, § 8º,
da Constituição Federal, não está adstrita a situações em que haja
identidade de cargos ou de carreiras, tal qual sustenta o agravante.
Por fim, conforme destacado na decisão impugnada, essa Corte
possui orientação no sentido de que a regra da paridade de vencimentos
(art. 40, § 8º, da CF/88, redação anterior à EC 41/2003) dispensa a
exigência de edição de lei para estender ao inativo, em cada caso, o
benefício ou vantagem outorgada ao servidor em atividade. Assim, uma
vez incidente o mencionado dispositivo da Constituição, fica afastada a
aplicação da Súmula 339 do STF.
Isso posto, nego provimento ao agravo regimental.
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601.225
PROCED. : AMAZONAS
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S) : ESTADO DO AMAZONAS
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONAS
AGDO.(A/S) : JAMIL DA SILVA
ADV.(A/S) : RAIMUNDO OTAÍDE PICANÇO FILHO E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S) : FUNDO PREVIDENCIÁRIO DO ESTADO DO AMAZONAS -
AMAZONPREV
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Unânime.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 24.08.2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes à
Sessão os Ministros Marco Aurélio, a Ministra Cármen Lúcia e o
Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Mathias.
Fabiane Duarte
Coordenadora
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PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601.225
PROCED. : AMAZONAS
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S) : ESTADO DO AMAZONAS
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONAS
AGDO.(A/S) : JAMIL DA SILVA
ADV.(A/S) : RAIMUNDO OTAÍDE PICANÇO FILHO E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S) : FUNDO PREVIDENCIÁRIO DO ESTADO DO AMAZONAS -
AMAZONPREV
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Unânime.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 24.08.2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes à
Sessão os Ministros Marco Aurélio, a Ministra Cármen Lúcia e o
Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Mathias.
Fabiane Duarte
Coordenadora
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=709764 | 2010-08-24T00:00:00 | 2010-09-17T00:00:00 | A Turma negou provimento ao agravo regimental no recurso
extraordinário, nos termos do voto do Relator. Unânime. Presidência
do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 24.08.2010. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA: ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. PARIDADE DE VENCIMENTOS
POR MEIO DE DECRETO. GRATIFICAÇÃO INSTITUÍDA POR LEI ESTADUAL.
MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. SÚMULA 280 DO STF. EXAME DO
CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO CONSTANTE DOS AUTOS. SÚMULA 279 DO STF.
AGRAVO IMPROVIDO.
I - O acórdão recorrido dirimiu a questão dos
autos com base na legislação infraconstitucional local aplicável à
espécie. Inadmissibilidade do RE, ante a incidência da Súmula 280 do
STF.
II - Para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo
acórdão recorrido, necessário seria o reexame do conjunto
fático-probatório constante dos autos, o que atrai a incidência da
Súmula 279 do STF.
III - Esta Corte possui entendimento no sentido
de que a regra da paridade de vencimentos (art. 40, § 8º, da CF/88,
redação anterior à EC 41/2003) dispensa a exigência de edição de lei
para estender ao inativo, em cada caso, o benefício ou vantagem
outorgada ao servidor em atividade.
IV - Agravo regimental
improvido. | sjur182113 | Número de páginas: 8.
Análise: 23/09/2010, KBP.
Revisão: 29/09/2010, IMC. | RICARDO LEWANDOWSKI | Primeira Turma | 601225 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00040 PAR-00008 REDAÇÃO ANTERIOR À EMC-41/2003\r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED EMC-000041 ANO-2003\r\n EMENDA CONSTITUCIONAL\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000279 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF \r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000280 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF \r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000339 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF \r\n",
"LEG-EST LEI-002120 ANO-2002\r\n LEI ORDINÁRIA, AM\r\n",
"LEG-EST DEC-016282 ANO-1994\r\n DECRETO, AM"
] | RE-AgR | acordaos | RE 601225 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : ESTADO DO AMAZONAS
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONAS
AGDO.(A/S) : JAMIL DA SILVA
ADV.(A/S) : RAIMUNDO OTAÍDE PICANÇO FILHO E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S) : FUNDO PREVIDENCIÁRIO DO ESTADO DO AMAZONAS - AMAZONPREV | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601 . 225 AMAZONAS",
"SÚMULA 280 DO STF",
"SÚMULA 279 DO STF",
"Súmula 280 do STF",
"Súmula 279 do STF",
"RE 601 . 225 AGR",
"RE 601 . 225 AGR / AM",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601 . 225 AMAZONAS",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601 . 225",
"RE 601 . 225 AGR / AM",
"RE 601 . 225 AGR / AM",
"RECURSO",
"Súmula 280 do STF",
"RE 586 . 207 - AgR / AM",
"Súmula 280 do STF",
"RE 586 . 207 - AgR / AM",
"RE 601 . 225 AGR / AM",
"Súmula 279 do STF",
"RE 570 . 696 - AgR / SP",
"RE 572 . 497 - AgR / RS",
"RE 184 . 093 / SP",
"AI 746 . 185 - AgR / RJ",
"RE 483 . 126 - AgR / SC",
"Súmula 339 do STF",
"RE 395 . 186 - AgR / RJ",
"AI 662 . 102 / RJ",
"RE 601 . 225 AGR / AM",
"Súmula 279 do STF",
"RE 570 . 696 - AgR / SP",
"RE 572 . 497 - AgR / RS",
"RE 184 . 093 / SP",
"AI 746 . 185 - AgR / RJ",
"RE 483",
".",
"126",
"-",
"AgR",
"/",
"SC",
"Súmula 339 do STF",
"RE 395 . 186 - AgR / RJ",
"AI 662 . 102 / RJ",
"RE 601 . 225 AGR /",
"Súmula 280 do STF",
"Súmula 279 do STF",
"Súmula 339 do STF",
"RE 601 . 225 AGR / AM",
"Súmula 280 do STF",
"Súmula 279 do STF",
"Súmula 339 do STF",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601 . 225",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601 . 225"
],
"LEGISLACAO": [
"art . 40 , § [UNK] , da CF / 88",
"EC 41",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 40 , § [UNK] , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 40 , § [UNK] , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei estadual 2 . 120 / 02",
"Decreto estadual 16 . 282 / 94",
"art . 40 , § [UNK] , da Constituição",
"art . 102 , III , a , da Constituição Federal",
"arts . [UNK] , XXXVI , 37 , XIII , 61 , § [UNK] , II , a , combinado",
"Constituição",
"Lei estadual 2 . 120 / 92",
"Decreto estadual 16 . 282 / 94",
"§ [UNK] do artigo 40 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei estadual 2 . 120 / 02",
"Decreto estadual 16 . 282 / 94",
"art . 40 , § [UNK] , da Constituição",
"art . 102 , III , a , da Constituição Federal",
"arts . [UNK] , XXXVI , 37 , XIII , 61 , § [UNK] , II , a , combinado com 84 , IV , e 97 ,",
"Constituição",
"Lei estadual 2 . 120 / 92",
"Decreto estadual 16 . 282 / 94",
"§ [UNK] do artigo 40 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei 2 . 120 / 92",
"Decreto 16 . 282",
"art . 97 da Constituição Federal",
"art . 40 , § [UNK] , da CF / 88",
"EC 41 / 2003",
"Constituição",
"art . 557 , caput , do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei 2 . 120 / 92",
"Decreto 16 . 282",
"art . 97 da Constituição Federal",
"art . 40 , § [UNK] , da CF / 88",
"EC 41 / 2003",
"Constituição",
"art . 557 , caput , do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Lei estadual 2 . 120 / 02",
"Decreto estadual 16 . 282 / 94",
"art . 40 , § [UNK] , da Constituição Federal",
"art . 40 , § [UNK] , da CF / 88",
"EC 41 / 2003",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Lei estadual 2 . 120 / 02",
"Decreto estadual 16 . 282 / 94",
"Constituição Federal",
"art . 40 , § [UNK] , da CF / 88",
"EC 41 / 2003",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"ESTADO DO AMAZONAS",
"ESTADO DO AMAZONAS",
"Brasília",
"Brasília",
"ESTADO DO AMAZONAS",
"ESTADO DO AMAZONAS",
"AMAZONAS",
"ESTADO DO AMAZONAS",
"ESTADO DO AMAZONAS",
"AMAZONAS",
"ESTADO DO AMAZONAS",
"ESTADO DO AMAZONAS",
"AMAZONAS",
"ESTADO DO AMAZONAS",
"ESTADO DO AMAZONAS"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"FUNDO PREVIDENCIÁRIO DO ESTADO DO AMAZONAS",
"AMAZONPREV",
"Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
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"-",
"Brasil",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"AMAZONAS",
"SEFAZ",
"Segunda Turma",
"SEFAZ",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"SEFAZ",
"Segunda Turma",
"SEFAZ",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"SEFAZ",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEFAZ",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"FUNDO PREVIDENCIÁRIO DO ESTADO DO",
"AMAZONPREV",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"FUNDO PREVIDENCIÁRIO DO ESTADO DO AMAZONAS",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"JAMIL DA SILVA",
"RAIMUNDO OTAÍDE PICANÇO FILHO",
"Ricardo Lewandowski",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"JAMIL DA SILVA",
"RAIMUNDO OTAÍDE PICANÇO FILHO",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"JAMIL DA SILVA",
"RAIMUNDO OTAÍDE PICANÇO FILHO",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Eros Grau",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Eros Grau",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Ellen Gracie",
"Eros Grau",
"Moreira Alves",
"Cármen Lúcia",
"Sepúlveda Pertence",
"Cármen Lúcia",
"Ellen Gracie",
"Eros Grau",
"Moreira Alves",
"Cármen Lúcia",
"Sepúlveda Pertence",
"Cármen Lúcia",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"JAMIL DA SILVA",
"RAIMUNDO OTAÍDE PICANÇO FILHO",
"Ricardo Lewandowski",
"Ricardo Lewandowski",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Wagner Mathias",
"Fabiane Duarte",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"JAMIL DA SILVA",
"RAIMUNDO OTAÍDE PICANÇO FILHO",
"Ricardo Lewandowski",
"Ricardo Lewandowski",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Wagner Mathias",
"Fabiane Duarte"
],
"TEMPO": [
"24",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"17",
"/",
"09",
"/",
"2010",
"24 de agosto de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24 de agosto de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"julho de 1995",
"19 de julho de 1994",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"julho de 1995",
"19 de julho de 1994",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
".",
"08",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
".",
"08",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
08/11/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 106.115 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S)
:PAULO ANTONIO MARQUES DE MARQUES
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Habeas Corpus. 2. Suspensão condicional do processo. Prestação de
serviços à comunidade. Possibilidade prevista no art. 89, § 2º, da Lei
9.099/95. 3. Ordem denegada.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a presidência do
Senhor Ministro Ayres Britto na conformidade da ata de julgamento e das
notas taquigráficas, por maioria de votos, indeferir o pedido de habeas
corpus, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 8 de novembro de 2011.
Ministro GILMAR MENDES
Relator
Documento assinado digitalmente
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1579473.
Supremo Tribunal Federal
DJe 29/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1593540
Relatório
08/11/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 106.115 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S)
:PAULO ANTONIO MARQUES DE MARQUES
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): Trata-se de
habeas corpus, com pedido de medida liminar, impetrado pela Defensoria
Pública da União, em favor de Paulo Antonio Marques de Marques.
Na espécie, o paciente foi denunciado pela suposta prática do delito
tipificado no art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro.
Foi oferecida suspensão condicional do processo pelo prazo de 2
anos, nos seguintes termos:
“a) comparecimento trimestral a Juízo para informar e
justificar suas atividades, nos meses de junho, setembro,
dezembro, março, sendo a última apresentação no mês de
março de 2011; b) proibição de se ausentar da comarca onde
reside, por período superior a 30 (trinta) dias, sem prévia
comunicação a Juízo; c) obrigação de comunicar eventual
mudança de endereço”.
Constou, ainda, como condição, a prestação de serviços à
comunidade, consistente em 60 (sessenta) horas, durante 3 (três) meses.
Insatisfeita com essa última condição, a Defensoria Pública impetrou
habeas corpus no Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul,
alegando tratar-se de punição antecipada sem o devido processo legal.
A Corte estadual denegou a ordem, nos termos da ementa que segue
transcrita:
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1579474.
Supremo Tribunal Federal
08/11/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 106.115 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S)
:PAULO ANTONIO MARQUES DE MARQUES
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): Trata-se de
habeas corpus, com pedido de medida liminar, impetrado pela Defensoria
Pública da União, em favor de Paulo Antonio Marques de Marques.
Na espécie, o paciente foi denunciado pela suposta prática do delito
tipificado no art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro.
Foi oferecida suspensão condicional do processo pelo prazo de 2
anos, nos seguintes termos:
“a) comparecimento trimestral a Juízo para informar e
justificar suas atividades, nos meses de junho, setembro,
dezembro, março, sendo a última apresentação no mês de
março de 2011; b) proibição de se ausentar da comarca onde
reside, por período superior a 30 (trinta) dias, sem prévia
comunicação a Juízo; c) obrigação de comunicar eventual
mudança de endereço”.
Constou, ainda, como condição, a prestação de serviços à
comunidade, consistente em 60 (sessenta) horas, durante 3 (três) meses.
Insatisfeita com essa última condição, a Defensoria Pública impetrou
habeas corpus no Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul,
alegando tratar-se de punição antecipada sem o devido processo legal.
A Corte estadual denegou a ordem, nos termos da ementa que segue
transcrita:
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Relatório
HC 106.115 / RS
“HABEAS CORPUS . SUSPENSÃO CONDICIONAL DO
PROCESSO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO À COMUNIDADE.
POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE INCOMPATIBILIDADE.
A prestação de serviços à comunidade como forma de
suspensão condicional do processo mostra-se cabível, na
medida em que reconhecer a sua invalidade implicaria em
perda de fundamento do instituto jurídico penal”.
A defesa, então, impetrou habeas corpus no STJ. A Quinta Turma
desse Tribunal Superior, por unanimidade, denegou a ordem do HC
142.268/RS. Eis a ementa desse julgado:
“HABEAS CORPUS
. CRIMES DE TRÂNSITO.
EMBRIAGUEZ AO VOLANTE (ART. 306 DO CTB).
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE.
VIABILIDADE. MEDIDA COMPATÍVEL COM O INSTITUTO
DESPENALIZANTE, NOS TERMOS DO ART. 89, § 2º, DA LEI
9.099/95. PARECER MINISTERIAL PELA DENEGAÇÃO DA
ORDEM. ORDEM DENEGADA.
1. Nos termos do art. 89, § 2º, da Lei 9.099/95, que faculta
ao juiz a especificação de outras condições além daquelas
arroladas no § 1º do referido dispositivo, é possível condicionar
a suspensão condicional do processo à prestação de serviços à
comunidade. Precedentes.
2. Ordem denegada, em consonância com o parecer
ministerial”.
Nestes autos, a impetrante afirma: “(..) a suspensão condicional do
processo é uma benesse concedida a autores de delitos de baixo potencial ofensivo,
a qual não envolve qualquer reconhecimento de culpa ou dolo e, portanto, não
admite a imposição de qualquer pena”.
Assevera, também: “É inviável condicionar a suspensão do processo à
prestação de serviços comunitários, ou seja, ao cumprimento de uma sanção
penal, sem que tenha havido sequer instrução criminal e muito menos
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
HC 106.115 / RS
“HABEAS CORPUS . SUSPENSÃO CONDICIONAL DO
PROCESSO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO À COMUNIDADE.
POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE INCOMPATIBILIDADE.
A prestação de serviços à comunidade como forma de
suspensão condicional do processo mostra-se cabível, na
medida em que reconhecer a sua invalidade implicaria em
perda de fundamento do instituto jurídico penal”.
A defesa, então, impetrou habeas corpus no STJ. A Quinta Turma
desse Tribunal Superior, por unanimidade, denegou a ordem do HC
142.268/RS. Eis a ementa desse julgado:
“HABEAS CORPUS
. CRIMES DE TRÂNSITO.
EMBRIAGUEZ AO VOLANTE (ART. 306 DO CTB).
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE.
VIABILIDADE. MEDIDA COMPATÍVEL COM O INSTITUTO
DESPENALIZANTE, NOS TERMOS DO ART. 89, § 2º, DA LEI
9.099/95. PARECER MINISTERIAL PELA DENEGAÇÃO DA
ORDEM. ORDEM DENEGADA.
1. Nos termos do art. 89, § 2º, da Lei 9.099/95, que faculta
ao juiz a especificação de outras condições além daquelas
arroladas no § 1º do referido dispositivo, é possível condicionar
a suspensão condicional do processo à prestação de serviços à
comunidade. Precedentes.
2. Ordem denegada, em consonância com o parecer
ministerial”.
Nestes autos, a impetrante afirma: “(..) a suspensão condicional do
processo é uma benesse concedida a autores de delitos de baixo potencial ofensivo,
a qual não envolve qualquer reconhecimento de culpa ou dolo e, portanto, não
admite a imposição de qualquer pena”.
Assevera, também: “É inviável condicionar a suspensão do processo à
prestação de serviços comunitários, ou seja, ao cumprimento de uma sanção
penal, sem que tenha havido sequer instrução criminal e muito menos
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1593540
Relatório
HC 106.115 / RS
condenação”.
Menciona, ainda: “(...) as condições para a suspensão condicional do
processo não podem ser idênticas às condições para a suspensão condicional da
pena, nem mais gravosas, muito menos se revestir com a característica de pena
restritiva de direito”.
Liminarmente, pede a suspensão das condições estabelecidas no
processo de origem até o julgamento definitivo do presente HC.
No mérito, postula a concessão da ordem para cassar a decisão do
STJ, a fim de que seja excluída a prestação pecuniária, configurada no
pagamento de 1 salário mínimo à Assistência Social do Município de
Estrela/RS, imposta ao paciente como condição para a suspensão
condicional do processo.
Em 18 de novembro de 2010, indeferi o pedido de medida liminar.
A Procuradoria-Geral da República manifestou-se pela denegação da
ordem.
É o relatório.
3
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Supremo Tribunal Federal
HC 106.115 / RS
condenação”.
Menciona, ainda: “(...) as condições para a suspensão condicional do
processo não podem ser idênticas às condições para a suspensão condicional da
pena, nem mais gravosas, muito menos se revestir com a característica de pena
restritiva de direito”.
Liminarmente, pede a suspensão das condições estabelecidas no
processo de origem até o julgamento definitivo do presente HC.
No mérito, postula a concessão da ordem para cassar a decisão do
STJ, a fim de que seja excluída a prestação pecuniária, configurada no
pagamento de 1 salário mínimo à Assistência Social do Município de
Estrela/RS, imposta ao paciente como condição para a suspensão
condicional do processo.
Em 18 de novembro de 2010, indeferi o pedido de medida liminar.
A Procuradoria-Geral da República manifestou-se pela denegação da
ordem.
É o relatório.
3
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
08/11/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 106.115 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): Conforme
relatado, a defesa questiona a possibilidade de impor ao paciente a
prestação de serviços comunitários como condição de suspensão do
processo.
Na espécie, o paciente foi denunciado pela suposta prática do delito
tipificado no art. 306 da Lei 9.503/97.
Ofereceu-se-lhe a suspensão condicional do processo pelo prazo de 2
anos, nos seguintes termos:
“a) comparecimento trimestral a Juízo para informar e
justificar suas atividades, nos meses de junho, setembro,
dezembro, março, sendo a última apresentação no mês de
março de 2011; b) proibição de se ausentar da comarca onde
reside, por período superior a 30 (trinta) dias, sem prévia
comunicação a Juízo; c) obrigação de comunicar eventual
mudança de endereço”.
Constou, ainda, como condição, a prestação de serviços à
comunidade, consistente em 60 (sessenta) horas, durante 3 (três) meses, a
qual, posteriormente, foi substituída por prestação pecuniária,
configurada no pagamento de 1 salário mínimo à Assistência Social do
Município de Estrela/RS.
Não assiste razão à defesa.
É que, consoante o disposto no § 2º do art. 89 da Lei 9.099/95, o juiz
poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão,
além das arroladas no § 1º do referido artigo. Confira-se:
“Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for
igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o
Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1579475.
Supremo Tribunal Federal
08/11/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 106.115 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): Conforme
relatado, a defesa questiona a possibilidade de impor ao paciente a
prestação de serviços comunitários como condição de suspensão do
processo.
Na espécie, o paciente foi denunciado pela suposta prática do delito
tipificado no art. 306 da Lei 9.503/97.
Ofereceu-se-lhe a suspensão condicional do processo pelo prazo de 2
anos, nos seguintes termos:
“a) comparecimento trimestral a Juízo para informar e
justificar suas atividades, nos meses de junho, setembro,
dezembro, março, sendo a última apresentação no mês de
março de 2011; b) proibição de se ausentar da comarca onde
reside, por período superior a 30 (trinta) dias, sem prévia
comunicação a Juízo; c) obrigação de comunicar eventual
mudança de endereço”.
Constou, ainda, como condição, a prestação de serviços à
comunidade, consistente em 60 (sessenta) horas, durante 3 (três) meses, a
qual, posteriormente, foi substituída por prestação pecuniária,
configurada no pagamento de 1 salário mínimo à Assistência Social do
Município de Estrela/RS.
Não assiste razão à defesa.
É que, consoante o disposto no § 2º do art. 89 da Lei 9.099/95, o juiz
poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão,
além das arroladas no § 1º do referido artigo. Confira-se:
“Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for
igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o
Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 9
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
HC 106.115 / RS
suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o
acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido
condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que
autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do
Código Penal).
(...)
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica
subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à
situação pessoal do acusado”.
Não se há de falar de ofensa ao princípio da presunção de inocência,
porquanto não se trata de pena, mas de condição inerente ao instituto,
diferenciando-se quantitativa e qualitativamente.
Impende destacar que o benefício da suspensão processual é
condicional, sendo intuitivo, portanto, impor determinada restrição ou
ônus ao acusado.
E, com efeito, a coincidência ou similaridade entre a condição e
penas legalmente previstas, por si só, não invalida o ato.
Aliás, há coincidência entre as condições impostas pelo próprio
legislador para a concessão do benefício e alguns institutos penais, senão
vejamos:
a) a reparação do dano prevista no art. 89, § 1º, inciso I, da Lei
9.099/1995 é semelhante a uma das destinações do produto do trabalho
do preso, disposta no art. 29, § 1º, alínea a, da Lei das Execuções Penais
(7.210/1984);
b) a proibição de frequentar determinados lugares (art. 89, § 1º,
inciso II, da Lei 9.099/1995) é a mesma prevista no inciso IV do art. 47 do
Código Penal, que trata da interdição temporária de direitos, uma das
penas restritivas de direitos;
c) a proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem
autorização do juiz (art. 89, § 1º, III, da Lei 9.099/1995), coincide com o art.
115, III, da LEP, que dispõe sobre as condições para a concessão de regime
aberto;
d) o comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente,
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 106.115 / RS
suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o
acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido
condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que
autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do
Código Penal).
(...)
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica
subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à
situação pessoal do acusado”.
Não se há de falar de ofensa ao princípio da presunção de inocência,
porquanto não se trata de pena, mas de condição inerente ao instituto,
diferenciando-se quantitativa e qualitativamente.
Impende destacar que o benefício da suspensão processual é
condicional, sendo intuitivo, portanto, impor determinada restrição ou
ônus ao acusado.
E, com efeito, a coincidência ou similaridade entre a condição e
penas legalmente previstas, por si só, não invalida o ato.
Aliás, há coincidência entre as condições impostas pelo próprio
legislador para a concessão do benefício e alguns institutos penais, senão
vejamos:
a) a reparação do dano prevista no art. 89, § 1º, inciso I, da Lei
9.099/1995 é semelhante a uma das destinações do produto do trabalho
do preso, disposta no art. 29, § 1º, alínea a, da Lei das Execuções Penais
(7.210/1984);
b) a proibição de frequentar determinados lugares (art. 89, § 1º,
inciso II, da Lei 9.099/1995) é a mesma prevista no inciso IV do art. 47 do
Código Penal, que trata da interdição temporária de direitos, uma das
penas restritivas de direitos;
c) a proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem
autorização do juiz (art. 89, § 1º, III, da Lei 9.099/1995), coincide com o art.
115, III, da LEP, que dispõe sobre as condições para a concessão de regime
aberto;
d) o comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente,
2
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
HC 106.115 / RS
para informar e justificar suas atividades (art. 89, § 1º, IV, da Lei
9.099/1995), é análogo ao art. 115, IV, da LEP.
A propósito, colho lição da doutrina:
“Podem ser citados como exemplos de condições
facultativas as de: freqüentar curso de habilitação profissional
ou de instrução escolar; atender aos encargos de família;
submeter-se a tratamento de desintoxicação; freqüentar cursos
de reabilitação de alcoolismo; submeter-se a tratamento médico
ou psicológico quando haja indicação de sua necessidade e
eficácia; entregar ao Estado ou a instituições de auxilio
comunitário cestas básicas de alimentos ou medicamentos;
não acompanhar, alojar ou receber certas pessoas, etc.”
(MIRABETE, Julio Fabbrini. Juizados Especiais Criminais. Ed.
Atlas, 1997).
O que não pode ser aceito é um excesso que inviabilize a concessão
do benefício. Assim, o § 2º do art. 89 da Lei 9.099/1995, que autoriza o juiz
a especificar outras condições para a concessão da suspensão, deve ser
interpretado sob o prisma do princípio da proporcionalidade, respeitados
os vetores da necessidade, adequação e proporcionalidade em sentido
estrito.
Desse modo, entendo que a prestação pecuniária, configurada no
pagamento de 1 salário mínimo à Assistência Social do Município de
Estrela/RS, é condição legítima, adequada e proporcional para a obtenção
do benefício da suspensão condicional do processo.
É imperioso ressaltar que o Plenário desta Suprema Corte, nos autos
do Inquérito n. 2721, em decisão unânime, homologou proposta de
transação penal em que se determinou a doação de cestas básicas e
resmas de papel braile à determinada instituição social. Eis a ementa
desse julgado:
“INQUÉRITO. CRIME DE MENOR POTENCIAL
OFENSIVO. TRANSAÇÃO PENAL. PROPOSTA ACEITA PELO
3
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HC 106.115 / RS
para informar e justificar suas atividades (art. 89, § 1º, IV, da Lei
9.099/1995), é análogo ao art. 115, IV, da LEP.
A propósito, colho lição da doutrina:
“Podem ser citados como exemplos de condições
facultativas as de: freqüentar curso de habilitação profissional
ou de instrução escolar; atender aos encargos de família;
submeter-se a tratamento de desintoxicação; freqüentar cursos
de reabilitação de alcoolismo; submeter-se a tratamento médico
ou psicológico quando haja indicação de sua necessidade e
eficácia; entregar ao Estado ou a instituições de auxilio
comunitário cestas básicas de alimentos ou medicamentos;
não acompanhar, alojar ou receber certas pessoas, etc.”
(MIRABETE, Julio Fabbrini. Juizados Especiais Criminais. Ed.
Atlas, 1997).
O que não pode ser aceito é um excesso que inviabilize a concessão
do benefício. Assim, o § 2º do art. 89 da Lei 9.099/1995, que autoriza o juiz
a especificar outras condições para a concessão da suspensão, deve ser
interpretado sob o prisma do princípio da proporcionalidade, respeitados
os vetores da necessidade, adequação e proporcionalidade em sentido
estrito.
Desse modo, entendo que a prestação pecuniária, configurada no
pagamento de 1 salário mínimo à Assistência Social do Município de
Estrela/RS, é condição legítima, adequada e proporcional para a obtenção
do benefício da suspensão condicional do processo.
É imperioso ressaltar que o Plenário desta Suprema Corte, nos autos
do Inquérito n. 2721, em decisão unânime, homologou proposta de
transação penal em que se determinou a doação de cestas básicas e
resmas de papel braile à determinada instituição social. Eis a ementa
desse julgado:
“INQUÉRITO. CRIME DE MENOR POTENCIAL
OFENSIVO. TRANSAÇÃO PENAL. PROPOSTA ACEITA PELO
3
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
HC 106.115 / RS
AUTOR DO FATO. DOAÇÃO DE BENS A ENTIDADE
SOCIAL. POSSIBILIDADE. HOMOLOGAÇÃO. O crime
investigado é daqueles que admitem a transação penal e o
indiciado cumpre os demais requisitos legais do benefício.
Embora haja controvérsia sobre a possibilidade de a prestação
pecuniária efetivar-se mediante a oferta de bens, a pena
alternativa proposta pelo Ministério Público - doação mensal de
cestas básicas e resmas de papel braile a entidade destinada à
assistência dos deficientes visuais, pelo período de seis meses -
atinge à finalidade da transação penal e confere rápida solução
ao litígio, atendendo melhor aos fins do procedimento criminal.
Homologada a transação penal”. (Inq 2721, Rel. Min. Joaquim
Barbosa, Pleno, decisão unânime, Dje 29.10.2009).
Nesse sentido, colhe-se do voto proferido pelo relator do HC
142.268/RS, do Superior Tribunal de Justiça, Ministro Napoleão Nunes
Maia Filho:
“Consoante disposto no § 2º do art. 89, da Lei 9.099/95, o
Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada
a suspensão, além das previstas no § 1º, desde que adequadas
ao fato e à situação pessoal do acusado.
3. Diante da previsão, torna-se inquestionável a
possibilidade de se impor a prestação de serviços à comunidade
como condição de suspensão condicional do processo, desde
que esta se mostre adequada.
4. In casu, não se vislumbra e nem foi alegada qualquer
incompatibilidade ou impossibilidade de cumprimento da
condição imposta pelo Paciente”.
Ante o exposto, por reputar irrepreensível o acórdão atacado,
denego a ordem de habeas corpus.
4
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Supremo Tribunal Federal
HC 106.115 / RS
AUTOR DO FATO. DOAÇÃO DE BENS A ENTIDADE
SOCIAL. POSSIBILIDADE. HOMOLOGAÇÃO. O crime
investigado é daqueles que admitem a transação penal e o
indiciado cumpre os demais requisitos legais do benefício.
Embora haja controvérsia sobre a possibilidade de a prestação
pecuniária efetivar-se mediante a oferta de bens, a pena
alternativa proposta pelo Ministério Público - doação mensal de
cestas básicas e resmas de papel braile a entidade destinada à
assistência dos deficientes visuais, pelo período de seis meses -
atinge à finalidade da transação penal e confere rápida solução
ao litígio, atendendo melhor aos fins do procedimento criminal.
Homologada a transação penal”. (Inq 2721, Rel. Min. Joaquim
Barbosa, Pleno, decisão unânime, Dje 29.10.2009).
Nesse sentido, colhe-se do voto proferido pelo relator do HC
142.268/RS, do Superior Tribunal de Justiça, Ministro Napoleão Nunes
Maia Filho:
“Consoante disposto no § 2º do art. 89, da Lei 9.099/95, o
Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada
a suspensão, além das previstas no § 1º, desde que adequadas
ao fato e à situação pessoal do acusado.
3. Diante da previsão, torna-se inquestionável a
possibilidade de se impor a prestação de serviços à comunidade
como condição de suspensão condicional do processo, desde
que esta se mostre adequada.
4. In casu, não se vislumbra e nem foi alegada qualquer
incompatibilidade ou impossibilidade de cumprimento da
condição imposta pelo Paciente”.
Ante o exposto, por reputar irrepreensível o acórdão atacado,
denego a ordem de habeas corpus.
4
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Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 106.115
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S) : PAULO ANTONIO MARQUES DE MARQUES
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: indeferido o habeas corpus, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausente, justificadamente, o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 08.11.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes,
Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis
Vieira Sanseverino.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 106.115
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S) : PAULO ANTONIO MARQUES DE MARQUES
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: indeferido o habeas corpus, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausente, justificadamente, o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 08.11.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes,
Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis
Vieira Sanseverino.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
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| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1593540 | 2011-11-08T00:00:00 | 2011-11-29T00:00:00 | indeferido o habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 08.11.2011. | HABEAS CORPUS | Habeas Corpus. 2. Suspensão condicional do processo. Prestação de serviços à comunidade. Possibilidade prevista no art. 89, § 2º, da Lei 9.099/95. 3. Ordem denegada. | sjur201962 | - Acórdãos citados: Inq 2721 - Tribunal Pleno; STJ: HC
142268.
Número de páginas: 9.
Análise: 13/12/2011, KBP.
Revisão: 15/12/2011, SEV. | GILMAR MENDES | Segunda Turma | 106115 | [
"LEG-FED DEL-002848 ANO-1940\r\n ART-00047 INC-00004 \r\n CP-1940 CÓDIGO PENAL\r\n",
"LEG-FED LEI-009503 ANO-1997\r\n ART-00306 \r\n CTB-1997 CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO\r\n",
"LEG-FED LEI-007210 ANO-1984\r\n ART-00029 PAR-00001 LET-A ART-00115\r\n INC-00003 INC-00004 \r\n LEP-1984 LEI DE EXECUÇÃO PENAL\r\n",
"LEG-FED LEI-009099 ANO-1995\r\n ART-00089 PAR-00001 INC-00001 INC-00002\r\n INC-00003 INC-00004 PAR-00002 \r\n LJE-1995 LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS"
] | HC | acordaos | HC 106115 | [
""
] | PACTE.(S) : PAULO ANTONIO MARQUES DE MARQUES
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 106 . 115",
"HABEAS CORPUS 106 . 115",
"HABEAS CORPUS 106 . 115",
"HC 106 . 115 / RS",
"HC 142 . 268 / RS",
"HC 106 . 115 / RS",
"HC 142 . 268 / RS",
"HC 106 . 115 / RS",
"HC 106 . 115 / RS",
"HABEAS CORPUS 106 . 115",
"HABEAS CORPUS 106 . 115",
"HC 106 . 115 / RS",
"HC 106 . 115 / RS",
"HC 106 . 115 / RS",
"Inquérito n . 2721",
"HC 106 . 115 / RS",
"Inquérito n . 2721",
"HC 106 . 115 / RS",
"Inq 2721",
"HC 142 . 268 / RS",
"HC 106 . 115 / RS",
"Inq 2721",
"HC 142 . 268 / RS"
],
"LEGISLACAO": [
"art . 89 , § [UNK] , da Lei 9 . 099 / 95",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 306 do Código de Trânsito Brasileiro",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 306 do Código de Trânsito Brasileiro",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 306 DO CTB",
"ART . 89 , § [UNK] , DA LEI 9 . 099 / 95",
"[UNK] , da Lei 9 . 099 / 95",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 306 DO CTB",
"ART . 89 , § [UNK] , DA LEI 9 . 099 / 95",
"art . 89 , § [UNK] , da Lei 9 . 099 / 95",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 306 da Lei 9 . 503 / 97",
"§ [UNK] do art . 89 da Lei 9 . 099 / 95",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 306 da Lei 9 . 503 / 97",
"§ [UNK] do art . 89 da Lei 9 . 099 / 95",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 77 do Código Penal",
"art . 89 , § [UNK] , inciso I , da Lei 9 . 099 / 1995",
"art . 29 , § [UNK] , alínea a , da Lei das Execuções Penais",
"7",
".",
"210",
"/",
"1984",
"art . 89 , § [UNK] , inciso II , da Lei 9 . 099 / 1995",
"inciso IV do art . 47 do Código Penal",
"art . 89 , § [UNK] , III , da Lei 9 . 099 / 1995",
"art . 115 , III , da LEP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 77 do Código Penal",
"art . 89 , § [UNK] , inciso I , da Lei 9 . 099 / 1995",
"art . 29 , § [UNK] , alínea a , da Lei das Execuções Penais",
"7",
".",
"210",
"/",
"1984",
"art . 89 , § [UNK] , inciso II , da Lei 9 . 099 /",
"inciso IV do art . 47 do Código Penal",
"art . 89 , § [UNK] , III , da Lei 9 . 099 / 1995",
"art . 115 , III , da LEP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 89 , § [UNK] , IV , da Lei 9 . 099 / 1995",
"art . 115 , IV , da LEP",
"§ [UNK] do art . 89 da Lei 9 . 099 / 1995",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 89 , § [UNK] , IV , da Lei 9 . 099 / 1995",
"art . 115 , IV , da LEP",
"§ [UNK] do art . 89 da Lei 9 . 099 / 1995",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 89 , da Lei 9 . 099 / 95",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 89 , da Lei 9 . 099 / 95",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"RIO GRANDE DO SUL",
"Brasília",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"Município de Estrela / RS",
"Município de Estrela / RS",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Defensoria Pública da União",
"Defensoria",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Defensoria Pública da União",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"STJ",
"Quinta Turma desse Tribunal Superior",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"STJ",
"Quinta Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"STJ",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"STJ",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Município",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Assistência Social do Município de Estrela / RS",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Atlas",
"Assistência Social do",
"Município de Estrela / RS",
"Plenário desta Suprema Corte",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Juizados Especiais Criminais",
"Atlas",
"Assistência",
"Município",
"Plenário desta Suprema Corte",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Ministério Público",
"Pleno",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Ministério Público",
"Pleno",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"GILMAR MENDES",
"PAULO ANTONIO MARQUES DE MARQUES",
"Ayres Britto",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"PAULO ANTONIO MARQUES DE MARQUES",
"GILMAR MENDES",
"Paulo Antonio Marques de Marques",
"GILMAR MENDES",
"PAULO ANTONIO MARQUES DE MARQUES",
"GILMAR MENDES",
"Paulo Antonio Marques de Marques",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"MIRABETE , Julio Fabbrini",
"MIRABETE ,",
"Julio Fabbrini",
"GILMAR MENDES",
"Joaquim Barbosa",
"Napoleão Nunes Maia Filho",
"Joaquim Barbosa",
"Napoleão Nunes Maia Filho",
"GILMAR MENDES",
"PAULO ANTONIO MARQUES DE MARQUES",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Francisco de Assis Vieira Sanseverino",
"Karima Batista Kassab",
"GILMAR MENDES",
"PAULO ANTONIO MARQUES DE MARQUES",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Francisco de Assis Vieira Sanseverino",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"8 de novembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"junho",
"setembro",
"dezembro",
"março de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"junho",
"setembro",
"março de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18 de novembro de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18 de novembro de 2010",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"08",
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"11",
"/",
"2011",
"junho",
"setembro",
"dezembro",
"março",
"março de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"junho",
"setembro",
"dezembro",
"março de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"1997",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"1997",
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"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
".",
"10",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
".",
"10",
".",
"2009",
"24",
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"08",
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"2001",
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"2011",
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"/",
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"2011",
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"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
03/11/2011
PLENÁRIO
RECLAMAÇÃO 12.727 AMAPÁ
RELATOR
: MIN. LUIZ FUX
RECLTE.(S)
:JOÃO ALBERTO RODRIGUES CAPIBERIBE
ADV.(A/S)
:ANGELA CIGNACHI BAETA NEVES
RECLDO.(A/S)
:PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL
DO AMAPÁ
INTDO.(A/S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
INTDO.(A/S)
:RAIMUNDO DE DEUS LOIOLA BELAIR
ADV.(A/S)
:MARCELO DA SILVA LEITE
EMENTA:
RECLAMAÇÃO.
ELEITORAL.
PROCESSUAL.
APLICABILIDADE DA LEI COMPLEMENTAR Nº 135/10 ÀS
ELEIÇÕES DE 2010. REGRA DA ANTERIORIDADE ELEITORAL (CF,
ART. 16). ALEGAÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE DECISÃO
MONOCRÁTICA QUE DERA PROVIMENTO A RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. SUPERVENIÊNCIA DO JULGAMENTO
COLEGIADO DE AGRAVO REGIMENTAL. EFEITO SUBSTITUTIVO
DOS RECURSOS (CPC, ART. 512). RECLAMAÇÃO JULGADA
PREJUDICADA.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos este autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência do
Senhor Ministro Cezar Peluso, na conformidade da ata de julgamentos e
das notas taquigráficas, por unanimidade e nos termos do voto do
Relator, em julgar prejudicada a reclamação, ante a decisão proferida no
Segundo Agravo Regimental no Recurso Extraordinário 636.359.
Brasília, 3 de novembro de 2011.
LUIZ FUX – Relator
Documento assinado digitalmente
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1570259.
Supremo Tribunal Federal
DJe 23/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6
Relatório
03/11/2011
PLENÁRIO
RECLAMAÇÃO 12.727 AMAPÁ
RELATOR
: MIN. LUIZ FUX
RECLTE.(S)
:JOÃO ALBERTO RODRIGUES CAPIBERIBE
ADV.(A/S)
:ANGELA CIGNACHI BAETA NEVES
RECLDO.(A/S)
:PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL
DO AMAPÁ
INTDO.(A/S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
INTDO.(A/S)
:RAIMUNDO DE DEUS LOIOLA BELAIR
ADV.(A/S)
:MARCELO DA SILVA LEITE
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Trata-se de reclamação
ajuizada por João Alberto Rodrigues Capiberibe contra ato do Presidente
Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Amapá (TRE/AP), que, segundo
alega, teria descumprido a decisão monocrática proferida no RE nº
636.359/AP, por mim relatado, no qual se decidiu pela inaplicabilidade da
Lei Complementar nº 135/10 para as eleições de 2010 em razão da
orientação firmada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal no
julgamento do RE nº 633.703/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes.
Sustenta o reclamante que, após expedido ofício comunicando o teor
da decisão monocrática ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Tribunal
Regional Eleitoral, apresentou junto ao TRE/AP “pedido expresso de
cumprimento da decisão”, diante do que o Presidente do referido Tribunal
proferiu o despacho ora atacado, cujo teor é o seguinte:
“JOÃO ALBERTO RODRIGUES CAPIBERIBE peticiona a
esta Corte comunicando que o Ministro LUIZ FUX, do STF,
proferiu decisão singular nos autos do Recurso Extraordinário
n. 636.359, afastando a aplicação da LC n. 135/2010 e deferindo
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1570257.
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03/11/2011
PLENÁRIO
RECLAMAÇÃO 12.727 AMAPÁ
RELATOR
: MIN. LUIZ FUX
RECLTE.(S)
:JOÃO ALBERTO RODRIGUES CAPIBERIBE
ADV.(A/S)
:ANGELA CIGNACHI BAETA NEVES
RECLDO.(A/S)
:PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL
DO AMAPÁ
INTDO.(A/S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
INTDO.(A/S)
:RAIMUNDO DE DEUS LOIOLA BELAIR
ADV.(A/S)
:MARCELO DA SILVA LEITE
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Trata-se de reclamação
ajuizada por João Alberto Rodrigues Capiberibe contra ato do Presidente
Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Amapá (TRE/AP), que, segundo
alega, teria descumprido a decisão monocrática proferida no RE nº
636.359/AP, por mim relatado, no qual se decidiu pela inaplicabilidade da
Lei Complementar nº 135/10 para as eleições de 2010 em razão da
orientação firmada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal no
julgamento do RE nº 633.703/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes.
Sustenta o reclamante que, após expedido ofício comunicando o teor
da decisão monocrática ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Tribunal
Regional Eleitoral, apresentou junto ao TRE/AP “pedido expresso de
cumprimento da decisão”, diante do que o Presidente do referido Tribunal
proferiu o despacho ora atacado, cujo teor é o seguinte:
“JOÃO ALBERTO RODRIGUES CAPIBERIBE peticiona a
esta Corte comunicando que o Ministro LUIZ FUX, do STF,
proferiu decisão singular nos autos do Recurso Extraordinário
n. 636.359, afastando a aplicação da LC n. 135/2010 e deferindo
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 6
Relatório
RCL 12.727 / AP
seu registro de candidatura nas eleições de 2010. Após frisar
que em Agravo Regimental foi negado pedido de efeito
suspensivo, reconhecendo a possibilidade da execução imediata
da decisão, requer a expedição do respectivo diploma.
Com efeito, li atentamente a decisão monocrática
proferida no RE mencionado, onde, embora tenha reformado o
entendimento do TSE sobre a aplicabilidade nas eleições 2010
das disposições introduzidas pela Lei da Ficha Limpa na LC n.
64/90, na realidade não houve determinação expressa para que
a pretendida diplomação ocorra de imediato.
E mesmo que tenha sido negada a concessão de efeito
suspensivo, isto, por si só, não tem força para levar este
Tribunal a expedir o almejado diploma, até porque consultei na
data de hoje o andamento do processo no site do STF e
verifiquei que a decisão sobre o agravo regimental foi publicada
no DJE n. 182, divulgado em 21/04/2011 (sic), inexistindo
qualquer referência ao respectivo trânsito em julgado.
Por tais razões, no momento INDEFIRO o pedido, sem
prejuízo do oportuno reexame da matéria.
Encaminhe-se à Secretaria Judiciária para ciência e demais
providências.
Cumpra-se.
Macapá, 03 de outubro de 2011”.
Como amparo ao pedido, alega que o indeferimento de efeito
suspensivo ao agravo regimental interposto contra a decisão monocrática
deveria conduzir ao cumprimento imediato da decisão, de modo que
“aguardar o trânsito em julgado da r. Decisão nada mais é do que reconhecer a
concessão de efeito suspensivo àquele agravo regimental que não possui tal efeito,
conforme expressamente decidido por V. Exa”.
Requereu, ao final, “o deferimento de liminar inaudita altera pars,
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RCL 12.727 / AP
seu registro de candidatura nas eleições de 2010. Após frisar
que em Agravo Regimental foi negado pedido de efeito
suspensivo, reconhecendo a possibilidade da execução imediata
da decisão, requer a expedição do respectivo diploma.
Com efeito, li atentamente a decisão monocrática
proferida no RE mencionado, onde, embora tenha reformado o
entendimento do TSE sobre a aplicabilidade nas eleições 2010
das disposições introduzidas pela Lei da Ficha Limpa na LC n.
64/90, na realidade não houve determinação expressa para que
a pretendida diplomação ocorra de imediato.
E mesmo que tenha sido negada a concessão de efeito
suspensivo, isto, por si só, não tem força para levar este
Tribunal a expedir o almejado diploma, até porque consultei na
data de hoje o andamento do processo no site do STF e
verifiquei que a decisão sobre o agravo regimental foi publicada
no DJE n. 182, divulgado em 21/04/2011 (sic), inexistindo
qualquer referência ao respectivo trânsito em julgado.
Por tais razões, no momento INDEFIRO o pedido, sem
prejuízo do oportuno reexame da matéria.
Encaminhe-se à Secretaria Judiciária para ciência e demais
providências.
Cumpra-se.
Macapá, 03 de outubro de 2011”.
Como amparo ao pedido, alega que o indeferimento de efeito
suspensivo ao agravo regimental interposto contra a decisão monocrática
deveria conduzir ao cumprimento imediato da decisão, de modo que
“aguardar o trânsito em julgado da r. Decisão nada mais é do que reconhecer a
concessão de efeito suspensivo àquele agravo regimental que não possui tal efeito,
conforme expressamente decidido por V. Exa”.
Requereu, ao final, “o deferimento de liminar inaudita altera pars,
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 6
Relatório
RCL 12.727 / AP
determinando à Autoridade Reclamada seja dado o imediato cumprimento ao que
decidido nos autos do RE 636.359, ou seja, procedendo-se à imediata Diplomação
do Reclamante”, e, no mérito, a confirmação em definitivo da liminar.
É o relatório.
3
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Supremo Tribunal Federal
RCL 12.727 / AP
determinando à Autoridade Reclamada seja dado o imediato cumprimento ao que
decidido nos autos do RE 636.359, ou seja, procedendo-se à imediata Diplomação
do Reclamante”, e, no mérito, a confirmação em definitivo da liminar.
É o relatório.
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 6
Voto - MIN. LUIZ FUX
03/11/2011
PLENÁRIO
RECLAMAÇÃO 12.727 AMAPÁ
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Diante do julgamento
colegiado do agravo regimental no Recurso Extraordinário nº 636.359/AP,
com o consectário lógico do efeito substitutivo inerente aos recursos
(CPC, art. 512), julgo prejudicado o presente pedido, porquanto
insubsistente a decisão monocrática cujo descumprimento ora se alega.
É como voto.
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1570258.
Supremo Tribunal Federal
03/11/2011
PLENÁRIO
RECLAMAÇÃO 12.727 AMAPÁ
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Diante do julgamento
colegiado do agravo regimental no Recurso Extraordinário nº 636.359/AP,
com o consectário lógico do efeito substitutivo inerente aos recursos
(CPC, art. 512), julgo prejudicado o presente pedido, porquanto
insubsistente a decisão monocrática cujo descumprimento ora se alega.
É como voto.
Supremo Tribunal Federal
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Decisão de Julgamento
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
RECLAMAÇÃO 12.727
PROCED. : AMAPÁ
RELATOR : MIN. LUIZ FUX
RECLTE.(S) : JOÃO ALBERTO RODRIGUES CAPIBERIBE
ADV.(A/S) : ANGELA CIGNACHI BAETA NEVES
RECLDO.(A/S) : PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO AMAPÁ
INTDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
INTDO.(A/S) : RAIMUNDO DE DEUS LOIOLA BELAIR
ADV.(A/S) : MARCELO DA SILVA LEITE
Decisão: Ante a decisão proferida no Segundo Agravo Regimental
no Recurso Extraordinário 636.359, nesta sessão plenária, o
Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, julgou
prejudicada a reclamação. Votou o Presidente, Ministro Cezar
Peluso. Ausentes, neste julgamento, os Senhores Ministros Celso de
Mello e Joaquim Barbosa. Plenário, 03.11.2011.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar
Mendes, Ayres Britto, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Cármen
Lúcia, Dias Toffoli e Luiz Fux.
Sub-Procurador-Geral da República, Dr. Haroldo Ferraz da
Nóbrega.
p/ Luiz Tomimatsu
Secretário
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1580850
Supremo Tribunal Federal
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
RECLAMAÇÃO 12.727
PROCED. : AMAPÁ
RELATOR : MIN. LUIZ FUX
RECLTE.(S) : JOÃO ALBERTO RODRIGUES CAPIBERIBE
ADV.(A/S) : ANGELA CIGNACHI BAETA NEVES
RECLDO.(A/S) : PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO AMAPÁ
INTDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
INTDO.(A/S) : RAIMUNDO DE DEUS LOIOLA BELAIR
ADV.(A/S) : MARCELO DA SILVA LEITE
Decisão: Ante a decisão proferida no Segundo Agravo Regimental
no Recurso Extraordinário 636.359, nesta sessão plenária, o
Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, julgou
prejudicada a reclamação. Votou o Presidente, Ministro Cezar
Peluso. Ausentes, neste julgamento, os Senhores Ministros Celso de
Mello e Joaquim Barbosa. Plenário, 03.11.2011.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar
Mendes, Ayres Britto, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Cármen
Lúcia, Dias Toffoli e Luiz Fux.
Sub-Procurador-Geral da República, Dr. Haroldo Ferraz da
Nóbrega.
p/ Luiz Tomimatsu
Secretário
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1580850
Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 6
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1583129 | 2011-11-03T00:00:00 | 2011-11-23T00:00:00 | Ante a decisão proferida no Segundo Agravo Regimental no Recurso Extraordinário 636.359, nesta sessão plenária, o Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, julgou prejudicada a reclamação. Votou o Presidente, Ministro Cezar Peluso. Ausentes, neste julgamento, os Senhores Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa. Plenário, 03.11.2011. | RECLAMAÇÃO | Ementa: RECLAMAÇÃO. ELEITORAL. PROCESSUAL. APLICABILIDADE DA LEI COMPLEMENTAR Nº 135/10 ÀS ELEIÇÕES DE 2010. REGRA DA ANTERIORIDADE ELEITORAL (CF, ART. 16). ALEGAÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE DECISÃO MONOCRÁTICA QUE DERA PROVIMENTO A RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SUPERVENIÊNCIA DO JULGAMENTO COLEGIADO DE AGRAVO REGIMENTAL. EFEITO SUBSTITUTIVO DOS RECURSOS (CPC, ART. 512). RECLAMAÇÃO JULGADA PREJUDICADA. | sjur201782 | - Acórdão citado: RE 636359.
Número de páginas: 6.
Análise: 19/12/2011, TRX. | LUIZ FUX | Tribunal Pleno | 12727 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00016 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n\r\n",
"LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\r\n ART-00512 \r\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\r\n\r\n",
"LEG-FED LCP-000135 ANO-2010\r\n LEI COMPLEMENTAR"
] | Rcl | acordaos | Rcl 12727 | [
""
] | RECLTE.(S) : JOÃO ALBERTO RODRIGUES CAPIBERIBE
RECLDO.(A/S) : PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO AMAPÁ
ADV.(A/S) : ANGELA CIGNACHI BAETA NEVES
INTDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
INTDO.(A/S) : RAIMUNDO DE DEUS LOIOLA BELAIR
ADV.(A/S) : MARCELO DA SILVA LEITE | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECLAMAÇÃO 12 . 727",
"RE [UNK] 636 . 359 / AP",
"RE [UNK] 633 . 703 / MG",
"Recurso Extraordinário n . 636 . 359",
"RECLAMAÇÃO 12 . 727",
"RE [UNK] 636 . 359 / AP",
"RE [UNK] 633 . 703 / MG",
"Recurso Extraordinário n . 636 . 359",
"RCL 12 . 727 / AP",
"RCL 12 . 727 / AP",
"RE 636 . 359",
"RCL 12 . 727 / AP",
"RE 636 . 359",
"RECLAMAÇÃO",
"Recurso Extraordinário [UNK] 636 . 359 / AP",
"RECLAMAÇÃO",
"Recurso Extraordinário [UNK] 636 . 359 / AP",
"RECLAMAÇÃO 12 . 727",
"RECLAMAÇÃO"
],
"LEGISLACAO": [
"LEI COMPLEMENTAR [UNK] 135 / 10",
"CF , ART . 16",
"CPC , ART . 512",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Complementar [UNK] 135 / 10",
"LC n . 135 / 2010",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Complementar [UNK] 135 / 10",
"LC n . 135 / 2010",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei da Ficha Limpa",
"LC n . 64 / 90",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei da Ficha Limpa",
"LC n . 64 / 90",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CPC , art . 512",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CPC , art . 512",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"AMAPÁ",
"Brasília",
"Macapá",
"Macapá",
"AMAPÁ",
"AMAPÁ"
],
"ORGANIZACAO": [
"PLENÁRIO",
"TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO AMAPÁ",
"MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO AMAPÁ",
"MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL",
"Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Amapá",
"TRE",
"/",
"AP",
"Plenário do Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal Superior Eleitoral",
"TRE",
"/",
"AP",
"STF",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO AMAPÁ",
"MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL",
"Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Amapá",
"TRE",
"/",
"AP",
"Plenário do Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal Superior Eleitoral",
"TRE",
"/",
"AP",
"STF",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"RCL",
"TSE",
"STF",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"TSE",
"STF",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO AMAPÁ",
"MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL",
"Plenário",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO AMAPÁ",
"MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL",
"Plenário",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"LUIZ FUX",
"JOÃO ALBERTO RODRIGUES CAPIBERIBE",
"ANGELA CIGNACHI BAETA NEVES",
"RAIMUNDO DE DEUS LOIOLA BELAIR",
"MARCELO DA SILVA LEITE",
"Cezar Peluso",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"JOÃO ALBERTO RODRIGUES CAPIBERIBE",
"ANGELA CIGNACHI BAETA NEVES",
"RAIMUNDO DE DEUS LOIOLA BELAIR",
"MARCELO DA SILVA LEITE",
"LUIZ FUX",
"João Alberto Rodrigues Capiberibe",
"Gilmar Mendes",
"JOÃO ALBERTO RODRIGUES CAPIBERIBE",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"JOÃO ALBERTO RODRIGUES CAPIBERIBE",
"ANGELA CIGNACHI BAETA NEVES",
"RAIMUNDO DE DEUS LOIOLA BELAIR",
"MARCELO DA SILVA LEITE",
"LUIZ FUX",
"João Alberto Rodrigues Capiberibe",
"Gilmar Mendes",
"JOÃO ALBERTO RODRIGUES CAPIBERIBE",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"JOÃO ALBERTO RODRIGUES",
"ANGELA CIGNACHI BAETA NEVES",
"RAIMUNDO DE DEUS LOIOLA BELAIR",
"MARCELO DA SILVA LEITE",
"Cezar Peluso",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Cezar Peluso",
"Celso de Mello",
"Marco Aurélio",
"Gilmar Mendes",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Haroldo Ferraz da Nóbrega",
"Luiz Tomimatsu",
"LUIZ FUX",
"JOÃO ALBERTO RODRIGUES",
"ANGELA CIGNACHI BAETA NEVES",
"RAIMUNDO DE DEUS LOIOLA BELAIR",
"MARCELO DA SILVA LEITE",
"Cezar Peluso",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Cezar Peluso",
"Celso de Mello",
"Marco Aurélio",
"Gilmar Mendes",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Haroldo Ferraz da Nóbrega",
"Luiz Tomimatsu"
],
"TEMPO": [
"03",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"2010",
"3 de novembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"23",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"03",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"03",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2010",
"2010",
"21",
"/",
"04",
"/",
"2011",
"03 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2010",
"2010",
"21",
"/",
"04",
"/",
"2011",
"03 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"03",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"03",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"03",
"11",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"03",
".",
"11",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 644.784 SÃO
PAULO
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
AGTE.(S)
:VINICIUS ALEIXO
ADV.
:ELIEZER PEREIRA MARTINS
AGDO.(A/S)
:ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO - MATÉRIA FÁTICA E LEGAL. O
recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova,
também não servindo à interpretação de normas estritamente legais.
AGRAVO – ARTIGO 557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL –
MULTA. Se o agravo é manifestamente infundado, impõe-se a aplicação
da multa prevista no § 2º do artigo 557 do Código de Processo Civil,
arcando a parte com o ônus decorrente da litigância de má-fé.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em negar provimento ao
agravo regimental no recurso extraordinário com agravo, nos termos do
voto do relator e por unanimidade, em sessão presidida pela Ministra
Cármen Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas
notas taquigráficas.
Brasília, 8 de novembro de 2011.
MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1598192.
Supremo Tribunal Federal
DJe 07/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6
Relatório
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 644.784 SÃO
PAULO
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
AGTE.(S)
:VINICIUS ALEIXO
ADV.
:ELIEZER PEREIRA MARTINS
AGDO.(A/S)
:ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – À folha 179, proferi a
seguinte decisão:
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO
–
MATÉRIA LEGAL – VERBETE Nº 280 DA
SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL – AGRAVO DESPROVIDO.
1. O acórdão proferido implicou interpretação de diploma
estadual – Lei Complementar Estadual nº 696/92, alterada pelas
Leis Complementares Estaduais nºs 830/97 e 957/04. Daí o óbice
do Verbete nº 280 da Súmula desta Corte:
Por ofensa a direito local não cabe recurso
extraordinário.
2. Conheço do agravo e o desprovejo.
3. Publiquem.
Os agravantes, na minuta de folha 184 a 202, insistem no
processamento do extraordinário. Salientam ter a matéria natureza
constitucional. Entendem demonstrada a ofensa aos artigos 5º, incisos
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 644.784 SÃO
PAULO
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
AGTE.(S)
:VINICIUS ALEIXO
ADV.
:ELIEZER PEREIRA MARTINS
AGDO.(A/S)
:ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – À folha 179, proferi a
seguinte decisão:
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO
–
MATÉRIA LEGAL – VERBETE Nº 280 DA
SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL – AGRAVO DESPROVIDO.
1. O acórdão proferido implicou interpretação de diploma
estadual – Lei Complementar Estadual nº 696/92, alterada pelas
Leis Complementares Estaduais nºs 830/97 e 957/04. Daí o óbice
do Verbete nº 280 da Súmula desta Corte:
Por ofensa a direito local não cabe recurso
extraordinário.
2. Conheço do agravo e o desprovejo.
3. Publiquem.
Os agravantes, na minuta de folha 184 a 202, insistem no
processamento do extraordinário. Salientam ter a matéria natureza
constitucional. Entendem demonstrada a ofensa aos artigos 5º, incisos
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Relatório
ARE 644.784 AGR / SP
XXXV e XXXVI, e 37, cabeça, da Constituição Federal. Discorrem sobre o
tema de fundo e tecem considerações acerca das Leis Complementares
estaduais nº 689/92 e nº 1.020/07.
O Estado de São Paulo apresentou contraminuta de folha 208 a 210,
apontando acerto do ato impugnado.
É o relatório.
2
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Supremo Tribunal Federal
ARE 644.784 AGR / SP
XXXV e XXXVI, e 37, cabeça, da Constituição Federal. Discorrem sobre o
tema de fundo e tecem considerações acerca das Leis Complementares
estaduais nº 689/92 e nº 1.020/07.
O Estado de São Paulo apresentou contraminuta de folha 208 a 210,
apontando acerto do ato impugnado.
É o relatório.
2
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Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 644.784 SÃO
PAULO
V O T O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Na
interposição deste agravo, observaram-se os pressupostos de
recorribilidade. A peça, subscrita por profissional da advocacia
regularmente constituído (folha 18), foi protocolada no prazo legal.
Conheço.
No tocante à ausência de envergadura constitucional do tema,
atentem para o que decidido pelo Tribunal de origem (folha 111):
SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL – POLICIAL CIVIL –
REMUNERAÇÃO – CONCESSÃO DO ADICIONAL DE
LOCAL DE EXERCÍCIO (LCE 696/1992, 830/1977, 957/1994 E
1.020/2007) EM SEU VALOR MÁXIMO AOS POLICIAIS
LOTADOS
NUMA
MESMA
LOCALIDADE,
INDEPENDENTEMENTE DA CARREIRA EM QUE ESTÃO
ENQUADRADOS – INADMISSIBILIDADE – A VANTAGEM É
UMA GRATIFICAÇÃO DE SERVIÇO CONCEDIDA EM
RAZÃO DA COMPLEXIDADE DAS ATIVIDADES
EXERCIDAS E DA DIFICULDADE DE FIXAÇÃO
PROFISSIONAL – ADEQUADA E JUSTIFICÁVEL A ESCALA
CRESCENTE DOS VALORES DA VANTAGEM – RECURSO
DOS AUTORES DESPROVIDO
[…]
O deslinde da controvérsia deu-se sob o ângulo estritamente legal e
não considerada a Carta da República. A conclusão adotada pelo
Colegiado de origem fez-se alicerçada em interpretação conferida às
normas estaduais.
Este recurso ganha contornos protelatórios. Valho-me de trecho do
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Supremo Tribunal Federal
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 644.784 SÃO
PAULO
V O T O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Na
interposição deste agravo, observaram-se os pressupostos de
recorribilidade. A peça, subscrita por profissional da advocacia
regularmente constituído (folha 18), foi protocolada no prazo legal.
Conheço.
No tocante à ausência de envergadura constitucional do tema,
atentem para o que decidido pelo Tribunal de origem (folha 111):
SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL – POLICIAL CIVIL –
REMUNERAÇÃO – CONCESSÃO DO ADICIONAL DE
LOCAL DE EXERCÍCIO (LCE 696/1992, 830/1977, 957/1994 E
1.020/2007) EM SEU VALOR MÁXIMO AOS POLICIAIS
LOTADOS
NUMA
MESMA
LOCALIDADE,
INDEPENDENTEMENTE DA CARREIRA EM QUE ESTÃO
ENQUADRADOS – INADMISSIBILIDADE – A VANTAGEM É
UMA GRATIFICAÇÃO DE SERVIÇO CONCEDIDA EM
RAZÃO DA COMPLEXIDADE DAS ATIVIDADES
EXERCIDAS E DA DIFICULDADE DE FIXAÇÃO
PROFISSIONAL – ADEQUADA E JUSTIFICÁVEL A ESCALA
CRESCENTE DOS VALORES DA VANTAGEM – RECURSO
DOS AUTORES DESPROVIDO
[…]
O deslinde da controvérsia deu-se sob o ângulo estritamente legal e
não considerada a Carta da República. A conclusão adotada pelo
Colegiado de origem fez-se alicerçada em interpretação conferida às
normas estaduais.
Este recurso ganha contornos protelatórios. Valho-me de trecho do
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
ARE 644.784 AGR / SP
artigo “O Judiciário e a Litigância de Má-fé”, por mim outrora publicado:
Observa-se, portanto, a existência de instrumental hábil a
inibir-se manobras processuais procrastinatórias. Atento à
sinalização de derrocada do Judiciário, sufocado por número de
processos estranho à ordem natural das coisas, o Legislador
normatizou. Agora, em verdadeira resistência democrática ao
que vem acontecendo, compete ao Estado-juiz atuar com
desassombro, sob pena de tornar-se o responsável pela falência
do Judiciário. Cumpre-lhe, sem extravasamento, sem
menosprezo ao dever de preservar o direito de defesa das
partes, examinar, caso a caso, os recursos enquadráveis como
meramente protelatórios, restabelecendo a boa ordem
processual. Assim procedendo, honrará a responsabilidade
decorrente do ofício, alfim, a própria toga.
Ante o quadro, desprovejo o regimental. Imponho aos agravantes,
nos termos do artigo 557, § 2º, do Código de Processo Civil, a multa de
5% sobre o valor da causa devidamente corrigido, a reverter em benefício
do agravado.
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1598194.
Supremo Tribunal Federal
ARE 644.784 AGR / SP
artigo “O Judiciário e a Litigância de Má-fé”, por mim outrora publicado:
Observa-se, portanto, a existência de instrumental hábil a
inibir-se manobras processuais procrastinatórias. Atento à
sinalização de derrocada do Judiciário, sufocado por número de
processos estranho à ordem natural das coisas, o Legislador
normatizou. Agora, em verdadeira resistência democrática ao
que vem acontecendo, compete ao Estado-juiz atuar com
desassombro, sob pena de tornar-se o responsável pela falência
do Judiciário. Cumpre-lhe, sem extravasamento, sem
menosprezo ao dever de preservar o direito de defesa das
partes, examinar, caso a caso, os recursos enquadráveis como
meramente protelatórios, restabelecendo a boa ordem
processual. Assim procedendo, honrará a responsabilidade
decorrente do ofício, alfim, a própria toga.
Ante o quadro, desprovejo o regimental. Imponho aos agravantes,
nos termos do artigo 557, § 2º, do Código de Processo Civil, a multa de
5% sobre o valor da causa devidamente corrigido, a reverter em benefício
do agravado.
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1598194.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 6
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 644.784
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
AGTE.(S) : VINICIUS ALEIXO
ADV. : ELIEZER PEREIRA MARTINS
AGDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário com agravo, com imposição de multa, nos
termos do voto do Relator. Unânime. Presidência da Senhora
Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 8.11.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Mathias.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1590530
Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 644.784
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
AGTE.(S) : VINICIUS ALEIXO
ADV. : ELIEZER PEREIRA MARTINS
AGDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário com agravo, com imposição de multa, nos
termos do voto do Relator. Unânime. Presidência da Senhora
Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 8.11.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Mathias.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1590530
Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 6
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1609819 | 2011-11-08T00:00:00 | 2011-12-07T00:00:00 | A Turma negou provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário com agravo, com imposição de multa, nos termos do voto do Relator. Unânime. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 8.11.2011. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO | RECURSO EXTRAORDINÁRIO - MATÉRIA FÁTICA E LEGAL. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova, também não servindo à interpretação de normas estritamente legais.
AGRAVO – ARTIGO 557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – MULTA. Se o agravo é manifestamente infundado, impõe-se a aplicação da multa prevista no § 2º do artigo 557 do Código de Processo Civil, arcando a parte com o ônus decorrente da litigância de má-fé. | sjur202540 | Número de páginas: 6.
Análise: 13/01/2012, AMS. | MARCO AURÉLIO | Primeira Turma | 644784 | [
"LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\r\n ART-00557 PAR-00002 \r\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\r\n\r\n",
"LEG-EST LCP-000830 ANO-1977\r\n LEI COMPLEMENTAR, SP\r\n\r\n",
"LEG-EST LCP-000696 ANO-1992\r\n LEI COMPLEMENTAR, SP\r\n\r\n",
"LEG-EST LCP-000957 ANO-1994\r\n LEI COMPLEMENTAR, SP \r\n\r\n",
"LEG-EST LCP-001020 ANO-2007\r\n LEI COMPLEMENTAR, SP"
] | ARE-AgR | acordaos | ARE 644784 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : VINICIUS ALEIXO
ADV. : ELIEZER PEREIRA MARTINS
AGDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 644 . 784",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 644 . 784",
"VERBETE [UNK] 280 DA SÚMULA DO SUPREMO",
"ARE 644 . 784",
"ARE 644 . 784 AGR",
"ARE 644 . 784 AGR /",
"AGRAVO 644 . 784"
],
"LEGISLACAO": [
"ARTIGO 557 , § [UNK] , DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL",
"§ [UNK] do artigo 557 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Complementar Estadual [UNK] 696 / 92",
"Leis Complementares Estaduais [UNK] 830 / 97",
"957",
"/",
"04",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Complementar Estadual [UNK] 696 / 92",
"Leis Complementares Estaduais [UNK] 830 / 97",
"957",
"/",
"04",
"artigos [UNK] , incisos",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"XXXV e XXXVI , e 37 , cabeça , da Constituição Federal",
"Leis Complementares estaduais [UNK] 689",
"/",
"92",
"[UNK] 1 . 020 / 07",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARE",
"SP",
"XXXV e XXXVI , e 37 , cabeça , da Constituição Federal",
"Leis Complementares estaduais [UNK] 689 / 92",
"[UNK] 1 . 020 / 07",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"LCE 696 / 1992",
"830",
"/",
"1977",
"957",
"/",
"1994",
"1",
".",
"020",
"/",
"2007",
"Carta da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"LCE 696 / 1992",
"830",
"/",
"1977",
"957",
"/",
"1994",
"1",
".",
"020",
"/",
"2007",
"Carta da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 557 , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 557 , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"Brasília",
"SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"Estado de São Paulo",
"Estado de São Paulo",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"/",
"SP",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"/",
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"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"/",
"SP",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"MARCO AURÉLIO",
"VINICIUS ALEIXO",
"ELIEZER PEREIRA MARTINS",
"Cármen Lúcia",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"VINICIUS ALEIXO",
"ELIEZER PEREIRA MARTINS",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"VINICIUS ALEIXO",
"ELIEZER PEREIRA MARTINS",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"VINICIUS ALEIXO",
"ELIEZER PEREIRA MARTINS",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Wagner Mathias",
"Carmen Lilian",
"MARCO AURÉLIO",
"VINICIUS ALEIXO",
"ELIEZER PEREIRA MARTINS",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Wagner Mathias",
"Carmen Lilian"
],
"TEMPO": [
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"8 de novembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"07",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"8",
".",
"11",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"8",
".",
"11",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 104.593 MINAS GERAIS
RELATOR
: MIN. LUIZ FUX
PACTE.(S)
:AILTON VIEIRA DE MENEZES
PACTE.(S)
:FLORIANO PEREIRA DE CASTRO
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PUBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA: PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME DE ROUBO
PRÓPRIO. CONCURSO DE PESSOAS. (CP, ART. 157, § 2º, II).
MOMENTO CONSUMATIVO. POSSE MANSA E PACÍFICA.
PRESCINDIBILIDADE. JURISPRUDÊNCIA DO STF. CASO
CONCRETO.
INAPLICABILIDADE.
PECULIARIDADE.
MONITORAMENTO PELA POLÍCIA. DESCLASSIFICAÇÃO PARA
CRIME TENTADO (CP, ART. 14, II). ORDEM CONCEDIDA.
1. A consumação do crime de roubo, em regra, independe da posse
mansa da coisa, bastando que, cessada a violência ou grave ameaça,
ocorra a inversão da posse; tese inaplicável nas hipóteses em que a ação é
monitorada pela Polícia que, obstando a possibilidade de fuga dos
imputados, frustra a consumação por circunstâncias alheias à vontade
dos agentes, nos termos do art. 14 do Código Penal.
2. É cediço na jurisprudência da Corte et pour cause reclama o uso da
analogia com o fato punível julgado pela Segunda Turma no HC
88.259/SP, no qual a ordem foi concedida em acórdão assim ementado:
“HABEAS CORPUS. PENAL. ROUBO TENTADO OU CONSUMADO.
CONTROVÉRSIA. Ainda que o agente tenha se apossado da res,
subtraída sob a ameaça de arma de brinquedo, é de se reconhecer o crime
tentado, e não o consumado, considerada a particularidade de ter sido ele
a todo tempo monitorado por policiais que se encontravam no cenário do
crime. Hipótese em que o paciente subtraiu um passe de ônibus, o qual,
com a ação dos policiais, foi restituído imediatamente à vítima. Ordem
concedida.” (HC 88.259/SP, Relator Min. Eros Grau, Segunda Turma,
Julgamento em 2/5/2006, DJ 26/5/2006).
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
DJe 05/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 15
Ementa e Acórdão
HC 104.593 / MG
3. In casu, os pacientes, em união de desígnios e mediante violência
física, subtraíram da vítima a quantia de R$ 20,00 (vinte reais), sendo
imediatamente perseguidos e presos em flagrante pela Polícia Militar, que
passava pelo local durante o ato delituoso.
4. Ordem concedida, para desclassificar o delito para roubo tentado,
remetendo-se ao juízo de primeira instância a alteração na dosimetria da
pena.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência da
Senhora Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata de julgamento e
das notas taquigráficas, por maioria de votos, em conceder a ordem de
habeas corpus para desclassificar o crime para roubo tentado, nos termos
do voto do Relator.
Brasília, 8 de novembro de 2011.
LUIZ FUX – Relator
Documento assinado digitalmente
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
HC 104.593 / MG
3. In casu, os pacientes, em união de desígnios e mediante violência
física, subtraíram da vítima a quantia de R$ 20,00 (vinte reais), sendo
imediatamente perseguidos e presos em flagrante pela Polícia Militar, que
passava pelo local durante o ato delituoso.
4. Ordem concedida, para desclassificar o delito para roubo tentado,
remetendo-se ao juízo de primeira instância a alteração na dosimetria da
pena.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência da
Senhora Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata de julgamento e
das notas taquigráficas, por maioria de votos, em conceder a ordem de
habeas corpus para desclassificar o crime para roubo tentado, nos termos
do voto do Relator.
Brasília, 8 de novembro de 2011.
LUIZ FUX – Relator
Documento assinado digitalmente
2
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 15
Relatório
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 104.593 MINAS GERAIS
RELATOR
: MIN. LUIZ FUX
PACTE.(S)
:AILTON VIEIRA DE MENEZES
PACTE.(S)
:FLORIANO PEREIRA DE CASTRO
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PUBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Trata-se de habeas corpus
impetrado pela Defensoria Pública da União em favor de AILTON
VIEIRA DE MENEZES e FLORIANO PEREIRA DE CASTRO, tendo por
autoridade coatora a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, pelo
qual se pleiteia a desclassificação do crime pelo qual foram condenados
de roubo consumado para roubo tentado.
Narram os autos que, no dia 27/8/2006, por volta das 17h30, em Belo
Horizonte/MG, os pacientes, em união de desígnios e mediante violência
física contra a vítima, Ambrósino Rodrigues da Silva, subtraíram-lhe a
quantia de R$ 20,00 (vinte reais), sendo os pacientes imediatamente
perseguidos e presos em flagrante pela Polícia Militar.
Recebida a denúncia e instruída a ação penal, os pacientes restaram
condenados como incursos nas condutas descritas no art. 157, § 2º, inciso
II, do Código Penal1, cada um a 5 (cinco) anos e 4 (quatro) meses de
1
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. (...)
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: (...)
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 104.593 MINAS GERAIS
RELATOR
: MIN. LUIZ FUX
PACTE.(S)
:AILTON VIEIRA DE MENEZES
PACTE.(S)
:FLORIANO PEREIRA DE CASTRO
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PUBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Trata-se de habeas corpus
impetrado pela Defensoria Pública da União em favor de AILTON
VIEIRA DE MENEZES e FLORIANO PEREIRA DE CASTRO, tendo por
autoridade coatora a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, pelo
qual se pleiteia a desclassificação do crime pelo qual foram condenados
de roubo consumado para roubo tentado.
Narram os autos que, no dia 27/8/2006, por volta das 17h30, em Belo
Horizonte/MG, os pacientes, em união de desígnios e mediante violência
física contra a vítima, Ambrósino Rodrigues da Silva, subtraíram-lhe a
quantia de R$ 20,00 (vinte reais), sendo os pacientes imediatamente
perseguidos e presos em flagrante pela Polícia Militar.
Recebida a denúncia e instruída a ação penal, os pacientes restaram
condenados como incursos nas condutas descritas no art. 157, § 2º, inciso
II, do Código Penal1, cada um a 5 (cinco) anos e 4 (quatro) meses de
1
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. (...)
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: (...)
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 15
Relatório
HC 104.593 / MG
reclusão, e 13 (treze) dias-multa, sendo que Floriano Pereira Castro
iniciou o cumprimento no regime semi-aberto, e Ailton Vieira de
Menezes, por ser reincidente, no regime inicialmente fechado.
Irresignada, a defesa interpôs apelação criminal, que foi desprovida
em acórdão assim ementado (fls. 55):
PENAL – PROCESSUAL PENAL – APELAÇÃO
CRIMINAL – ROUBO MAJORADO – VIOLÊNCIA
CARACTERIZADA – FURTO – NÃO-OCORRÊNCIA –
DESCLASSIFICAÇÃO PARA A FORMA TENTADA –
IMPOSSIBILIDADE. Tipifica o crime de roubo a violência à
vítima, exercida para viabilizar a subtração de coisa alheia
móvel. A consumação do roubo ocorre quando o agente obtém
a posse da coisa, ainda que temporariamente, colocando-a fora
da esfera de disponibilidade da vítima.
(4ª Câmara Criminal do TJ/MG, Julgamento em 4/7/2007)
Interposto agravo de instrumento para conhecimento do recurso
especial contra essa decisão, o Superior Tribunal de Justiça negou
seguimento por ausência das peças obrigatórias (fls. 104).
Renovou-se o pedido àquela Corte Superior, pela via processual do
habeas corpus. A ordem foi indeferida em acórdão assim ementado (fls.
121):
HABEAS CORPUS. DESCLASSIFICAÇÃO DE ROUBO
CONSUMADO PARA TENTADO. IMPOSSIBILIDADE.
DESNECESSIDADE DA POSSE TRANQUILA DA RES
FURTIVA. ORDEM DENEGADA.
1. As instâncias ordinárias concluíram pela ocorrência da
consumação do delito de roubo, não cabendo a esta Corte de
Justiça rever aludido entendimento, já que demandaria o
revolvimento do conjunto fático-probatório dos autos,
providência incabível em sede de habeas corpus.
2
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HC 104.593 / MG
reclusão, e 13 (treze) dias-multa, sendo que Floriano Pereira Castro
iniciou o cumprimento no regime semi-aberto, e Ailton Vieira de
Menezes, por ser reincidente, no regime inicialmente fechado.
Irresignada, a defesa interpôs apelação criminal, que foi desprovida
em acórdão assim ementado (fls. 55):
PENAL – PROCESSUAL PENAL – APELAÇÃO
CRIMINAL – ROUBO MAJORADO – VIOLÊNCIA
CARACTERIZADA – FURTO – NÃO-OCORRÊNCIA –
DESCLASSIFICAÇÃO PARA A FORMA TENTADA –
IMPOSSIBILIDADE. Tipifica o crime de roubo a violência à
vítima, exercida para viabilizar a subtração de coisa alheia
móvel. A consumação do roubo ocorre quando o agente obtém
a posse da coisa, ainda que temporariamente, colocando-a fora
da esfera de disponibilidade da vítima.
(4ª Câmara Criminal do TJ/MG, Julgamento em 4/7/2007)
Interposto agravo de instrumento para conhecimento do recurso
especial contra essa decisão, o Superior Tribunal de Justiça negou
seguimento por ausência das peças obrigatórias (fls. 104).
Renovou-se o pedido àquela Corte Superior, pela via processual do
habeas corpus. A ordem foi indeferida em acórdão assim ementado (fls.
121):
HABEAS CORPUS. DESCLASSIFICAÇÃO DE ROUBO
CONSUMADO PARA TENTADO. IMPOSSIBILIDADE.
DESNECESSIDADE DA POSSE TRANQUILA DA RES
FURTIVA. ORDEM DENEGADA.
1. As instâncias ordinárias concluíram pela ocorrência da
consumação do delito de roubo, não cabendo a esta Corte de
Justiça rever aludido entendimento, já que demandaria o
revolvimento do conjunto fático-probatório dos autos,
providência incabível em sede de habeas corpus.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 15
Relatório
HC 104.593 / MG
2. Ademais, pacífico o entendimento nesta Corte de que o
crime de roubo se consuma no momento, ainda que breve, em
que o agente se torna possuidor da res furtiva, subtraída
mediante grave violência ou ameaça, não se mostrando
necessário que haja posse tranquila, fora da vigilância da
vítima.
3. Ordem denegada.
No habeas corpus ajuizado ante esta Suprema Corte, a parte
impetrante reitera o pedido de reconhecimento do roubo na forma
tentada com os seguintes argumentos: i) a consumação do crime de roubo
com o deslocamento da coisa desde que haja a sua posse pacífica; ii) cita
Nelson Hungria que, sobre o tema, leciona: “Se após o emprego da violência
pessoal não puder o agente, por circunstâncias alheias à sua vontade, executar a
subtração, mesmo o ato inicial da apprenhensio rei, o que se tem a reconhecer é
a simples tentativa. (HUNGRIA, 1955, p. 58)”; iii) no presente caso, “os
pacientes teriam, mediante violência física, subtraído ínfima quantia de R$20,00
(vinte reais) do bolso da vítima, quando os três (os co-réus e a vítima) saíram do
bar onde estavam bebendo. E conforme ficou esclarecido nos autos, e que se
percebe sem qualquer revolvimento de prova, toda empreitada foi observada por
policiais militares, que imediatamente procederam à prisão dos pacientes”; iv)
impossibilidade da consumação do roubo pelo monitoramento habitual
da polícia militar que estava próxima ao local, e consequente
inviabilidade de assenhoreamento da res.
O Ministério Público Federal manifestou-se pela denegação da
ordem em parecer da lavra do Subprocurador-geral Mario José Gisi com
a seguinte ementa (fls. 129):
PENAL E PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME
CONTRA O PATRIMÔNIO. ROUBO QUALIFICADO. OBJETO
DO MANDAMUS - DESCLASSIFICAÇÃO DO CRIME DA
MODALIDADE CONSUMADA PARA A TENTADA.
IMPOSSIBILIADE.
- É da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal a
3
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
HC 104.593 / MG
2. Ademais, pacífico o entendimento nesta Corte de que o
crime de roubo se consuma no momento, ainda que breve, em
que o agente se torna possuidor da res furtiva, subtraída
mediante grave violência ou ameaça, não se mostrando
necessário que haja posse tranquila, fora da vigilância da
vítima.
3. Ordem denegada.
No habeas corpus ajuizado ante esta Suprema Corte, a parte
impetrante reitera o pedido de reconhecimento do roubo na forma
tentada com os seguintes argumentos: i) a consumação do crime de roubo
com o deslocamento da coisa desde que haja a sua posse pacífica; ii) cita
Nelson Hungria que, sobre o tema, leciona: “Se após o emprego da violência
pessoal não puder o agente, por circunstâncias alheias à sua vontade, executar a
subtração, mesmo o ato inicial da apprenhensio rei, o que se tem a reconhecer é
a simples tentativa. (HUNGRIA, 1955, p. 58)”; iii) no presente caso, “os
pacientes teriam, mediante violência física, subtraído ínfima quantia de R$20,00
(vinte reais) do bolso da vítima, quando os três (os co-réus e a vítima) saíram do
bar onde estavam bebendo. E conforme ficou esclarecido nos autos, e que se
percebe sem qualquer revolvimento de prova, toda empreitada foi observada por
policiais militares, que imediatamente procederam à prisão dos pacientes”; iv)
impossibilidade da consumação do roubo pelo monitoramento habitual
da polícia militar que estava próxima ao local, e consequente
inviabilidade de assenhoreamento da res.
O Ministério Público Federal manifestou-se pela denegação da
ordem em parecer da lavra do Subprocurador-geral Mario José Gisi com
a seguinte ementa (fls. 129):
PENAL E PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME
CONTRA O PATRIMÔNIO. ROUBO QUALIFICADO. OBJETO
DO MANDAMUS - DESCLASSIFICAÇÃO DO CRIME DA
MODALIDADE CONSUMADA PARA A TENTADA.
IMPOSSIBILIADE.
- É da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal a
3
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 15
Relatório
HC 104.593 / MG
desnecessidade da posse mansa e pacífica da res furtiva, fora da
esfera de vigilância da vítima, para que se tenha por
consumado o delito de roubo.
- Parecer pela denegação da ordem.
É o relatório.
4
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
HC 104.593 / MG
desnecessidade da posse mansa e pacífica da res furtiva, fora da
esfera de vigilância da vítima, para que se tenha por
consumado o delito de roubo.
- Parecer pela denegação da ordem.
É o relatório.
4
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 15
Voto - MIN. LUIZ FUX
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 104.593 MINAS GERAIS
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): O writ merece
deferimento.
É certo que a jurisprudência desta Corte pacificou-se no sentido da
desnecessidade de posse mansa e pacífica da coisa para a consumação do
delito de roubo, conforme a leitura dos precedentes:
HABEAS CORPUS. CÓDIGO PENAL. CRIME DE ROUBO
(ARTIGO 157 DO CÓDIGO PENAL). MOMENTO
CONSUMATIVO. CESSADA A VIOLÊNCIA E INVERTIDA A
POSSE DOS BENS SUBTRAÍDOS. PERSEGUIÇÃO PELA
POLÍCIA. CAPTURA DO ACUSADO. ROUBO CONSUMADO.
PRECEDENTES.
1. É de se considerar consumado o roubo quando o agente,
cessada a violência ou a grave ameaça, inverte a posse da coisa
subtraída. Desnecessário que o bem objeto do delito saia da
esfera de vigilância da vítima. O simples fato de a vítima
comunicar imediatamente o ocorrido à polícia, com a respectiva
captura do acusado nas proximidades do local do crime, não
descaracteriza a consumação do delito. Precedentes: RE 102.490,
da relatoria do ministro Moreira Alves (Plenário); HC 89.958, da
relatoria do ministro Sepúlveda Pertence; HC 94.406, da
relatoria do ministro Menezes Direito; HC 89.653, da relatoria
do ministro Ricardo Lewandowski; HCs 89.619 e 94.552, ambos
de minha relatoria.
2. Ordem denegada.
(HC 95.998/SP, Relator Min. Ayres Britto, Primeira Turma,
Julgamento em 12/5/2009, DJE 12/6/2009)
PENAL. PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS.
ROUBO. MOMENTO CONSUMATIVO. CESSAÇÃO DA
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Supremo Tribunal Federal
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 104.593 MINAS GERAIS
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): O writ merece
deferimento.
É certo que a jurisprudência desta Corte pacificou-se no sentido da
desnecessidade de posse mansa e pacífica da coisa para a consumação do
delito de roubo, conforme a leitura dos precedentes:
HABEAS CORPUS. CÓDIGO PENAL. CRIME DE ROUBO
(ARTIGO 157 DO CÓDIGO PENAL). MOMENTO
CONSUMATIVO. CESSADA A VIOLÊNCIA E INVERTIDA A
POSSE DOS BENS SUBTRAÍDOS. PERSEGUIÇÃO PELA
POLÍCIA. CAPTURA DO ACUSADO. ROUBO CONSUMADO.
PRECEDENTES.
1. É de se considerar consumado o roubo quando o agente,
cessada a violência ou a grave ameaça, inverte a posse da coisa
subtraída. Desnecessário que o bem objeto do delito saia da
esfera de vigilância da vítima. O simples fato de a vítima
comunicar imediatamente o ocorrido à polícia, com a respectiva
captura do acusado nas proximidades do local do crime, não
descaracteriza a consumação do delito. Precedentes: RE 102.490,
da relatoria do ministro Moreira Alves (Plenário); HC 89.958, da
relatoria do ministro Sepúlveda Pertence; HC 94.406, da
relatoria do ministro Menezes Direito; HC 89.653, da relatoria
do ministro Ricardo Lewandowski; HCs 89.619 e 94.552, ambos
de minha relatoria.
2. Ordem denegada.
(HC 95.998/SP, Relator Min. Ayres Britto, Primeira Turma,
Julgamento em 12/5/2009, DJE 12/6/2009)
PENAL. PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS.
ROUBO. MOMENTO CONSUMATIVO. CESSAÇÃO DA
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 15
Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 104.593 / MG
VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA. ORDEM DENEGADA.
I - Na esteira da jurisprudência firmada na Corte, o agente
torna-se possuidor da coisa alheia móvel quando cessa a
violência ou a grave ameaça à pessoa.
II - O roubo tentado somente se configura quando,
durante a permanência da violência ou da grave ameaça, não se
reúnam os elementos do tipo por circunstâncias alheias à
vontade do agente.
III - Ordem denegada.
(HC 89.653/SP, Relator Min. Ricardo Lewandowski,
Primeira Turma, Julgamento em 6/3/2007, DJ 23/3/2007)
PENAL. HABEAS CORPUS. REEXAME DO CONJUNTO
FÁTICO-PROBATÓRIO.
INEXISTÊNCIA.
ROUBO.
MOMENTO CONSUMATIVO. INVERSÃO DA POSSE DA RES
FURTIVA. ORDEM DENEGADA.
1. O presente caso não exige o reexame de matéria fático-
probatória. O que se discute, na hipótese, é tão-somente o
enquadramento jurídico dos fatos.
2. Para a consumação do crime de roubo, basta a inversão
da posse da coisa subtraída, sendo desnecessária que ela se dê
de forma mansa e pacífica, como argumenta a impetrante.
Precedentes.
3. Ordem denegada.
(HC 100.189/SP, Relatora Min. Ellen Gracie, Segunda
Turma, Julgamento em 23/3/2010, DJE 15/4/2010)
Ocorre que, o caso dos autos contém uma peculiaridade que
demonstra não ser aplicável essa orientação jurisprudencial. É que a ação
foi monitorada pela Polícia, tanto que os pacientes tentaram fugir logo
que constataram a presença dos guardas no local, caso em que o delito
não se consumou por circunstâncias alheias à vontade dos agentes, nos
termos do art. 14, inciso II, do Código Penal1. Com efeito, lê-se do
1
Art. 14 - Diz-se o crime: (...)
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do
agente.
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 104.593 / MG
VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA. ORDEM DENEGADA.
I - Na esteira da jurisprudência firmada na Corte, o agente
torna-se possuidor da coisa alheia móvel quando cessa a
violência ou a grave ameaça à pessoa.
II - O roubo tentado somente se configura quando,
durante a permanência da violência ou da grave ameaça, não se
reúnam os elementos do tipo por circunstâncias alheias à
vontade do agente.
III - Ordem denegada.
(HC 89.653/SP, Relator Min. Ricardo Lewandowski,
Primeira Turma, Julgamento em 6/3/2007, DJ 23/3/2007)
PENAL. HABEAS CORPUS. REEXAME DO CONJUNTO
FÁTICO-PROBATÓRIO.
INEXISTÊNCIA.
ROUBO.
MOMENTO CONSUMATIVO. INVERSÃO DA POSSE DA RES
FURTIVA. ORDEM DENEGADA.
1. O presente caso não exige o reexame de matéria fático-
probatória. O que se discute, na hipótese, é tão-somente o
enquadramento jurídico dos fatos.
2. Para a consumação do crime de roubo, basta a inversão
da posse da coisa subtraída, sendo desnecessária que ela se dê
de forma mansa e pacífica, como argumenta a impetrante.
Precedentes.
3. Ordem denegada.
(HC 100.189/SP, Relatora Min. Ellen Gracie, Segunda
Turma, Julgamento em 23/3/2010, DJE 15/4/2010)
Ocorre que, o caso dos autos contém uma peculiaridade que
demonstra não ser aplicável essa orientação jurisprudencial. É que a ação
foi monitorada pela Polícia, tanto que os pacientes tentaram fugir logo
que constataram a presença dos guardas no local, caso em que o delito
não se consumou por circunstâncias alheias à vontade dos agentes, nos
termos do art. 14, inciso II, do Código Penal1. Com efeito, lê-se do
1
Art. 14 - Diz-se o crime: (...)
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do
agente.
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 15
Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 104.593 / MG
depoimento do miliciano Ander de Jesus da Silva (fls. 27):
“(…) que hoje, por volta das 18:00 horas, o depoente e os
outros componentes da guarnição estavam passando pela av.
Olinto Meirelles, esquina com rua Barão de
Coromandel/Barreiro de Baixo, quando depararam com um
assalto em andamento; que os indivíduos Aílton Vieira de
Menezes e Floriano Pereira de Castro estavam usando de força
física para roubar R$20,00 (vinte reais) em dinheiro e uma
cédula de identidade da vítima (…)”
Trata-se de situação assemelhada ao caso julgado pela Segunda
Turma no HC 88.259/SP, em que a ordem foi concedida em acórdão com a
seguinte ementa:
HABEAS CORPUS. PENAL. ROUBO TENTADO OU
CONSUMADO. CONTROVÉRSIA. Ainda que o agente tenha
se apossado da res, subtraída sob a ameaça de arma de
brinquedo, é de se reconhecer o crime tentado, e não o
consumado, considerada a particularidade de ter sido ele a
todo tempo monitorado por policiais que se encontravam no
cenário do crime. Hipótese em que o paciente subtraiu um
passe de ônibus, o qual, com a ação dos policiais, foi restituído
imediatamente à vítima. Ordem concedida.
(HC 88.259/SP, Relator Min. Eros Grau, Segunda Turma,
Julgamento em 2/5/2006, DJ 26/5/2006)
Reforçando a peculiaridade do caso concreto, o Ministro Eros Grau
posteriormente relatou um processo na Segunda Turma, no qual denegou
a ordem, mas fez a distinção da hipótese em relação ao HC 88.259/SP.
Leia-se da ementa do acórdão:
HABEAS CORPUS. PENAL. DESCLASSIFICAÇÃO DE
ROUBO PARA FURTO: IMPOSSIBILIDADE. CONSUMAÇÃO
E TENTATIVA: DISTINÇÃO. INAPLICABILIDADE DO
3
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HC 104.593 / MG
depoimento do miliciano Ander de Jesus da Silva (fls. 27):
“(…) que hoje, por volta das 18:00 horas, o depoente e os
outros componentes da guarnição estavam passando pela av.
Olinto Meirelles, esquina com rua Barão de
Coromandel/Barreiro de Baixo, quando depararam com um
assalto em andamento; que os indivíduos Aílton Vieira de
Menezes e Floriano Pereira de Castro estavam usando de força
física para roubar R$20,00 (vinte reais) em dinheiro e uma
cédula de identidade da vítima (…)”
Trata-se de situação assemelhada ao caso julgado pela Segunda
Turma no HC 88.259/SP, em que a ordem foi concedida em acórdão com a
seguinte ementa:
HABEAS CORPUS. PENAL. ROUBO TENTADO OU
CONSUMADO. CONTROVÉRSIA. Ainda que o agente tenha
se apossado da res, subtraída sob a ameaça de arma de
brinquedo, é de se reconhecer o crime tentado, e não o
consumado, considerada a particularidade de ter sido ele a
todo tempo monitorado por policiais que se encontravam no
cenário do crime. Hipótese em que o paciente subtraiu um
passe de ônibus, o qual, com a ação dos policiais, foi restituído
imediatamente à vítima. Ordem concedida.
(HC 88.259/SP, Relator Min. Eros Grau, Segunda Turma,
Julgamento em 2/5/2006, DJ 26/5/2006)
Reforçando a peculiaridade do caso concreto, o Ministro Eros Grau
posteriormente relatou um processo na Segunda Turma, no qual denegou
a ordem, mas fez a distinção da hipótese em relação ao HC 88.259/SP.
Leia-se da ementa do acórdão:
HABEAS CORPUS. PENAL. DESCLASSIFICAÇÃO DE
ROUBO PARA FURTO: IMPOSSIBILIDADE. CONSUMAÇÃO
E TENTATIVA: DISTINÇÃO. INAPLICABILIDADE DO
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 15
Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 104.593 / MG
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA NO CRIME DE ROUBO.
REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DA PENA:
OBSERVÂNCIA DO ART. 33 DO CÓDIGO PENAL.
1. O crime de roubo abrange a subtração da coisa e a
violência ou ameaça à vítima. Daí a impossibilidade de
desclassificação para o crime de furto.
2. Tem-se por consumado o crime de roubo quando,
cessada a clandestinidade ou a violência, o agente tenha tido a
posse da coisa subtraída, ainda que retomada logo em seguida.
Situação distinta é a veiculada no HC n. 88.259, em que o
paciente subtraiu um passe de ônibus, utilizando-se de arma
de
brinquedo.
Considerou-se
a
particularidade
consubstanciada na circunstância de ter sido ele o tempo todo
monitorado por policiais que se encontravam no local do
crime. Inaplicabilidade desse precedente ao caso ora
examinado, em que o paciente teve a posse dos bens
subtraídos, ainda que por pouco tempo.
3. A Segunda Turma desta Corte afirmou entendimento no
sentido de ser "inaplicável o princípio da insignificância ao delito de
roubo (art. 157, CP), por se tratar de crime complexo, no qual o tipo
penal tem como elemento constitutivo o fato de que a subtração de
coisa móvel alheia ocorra 'mediante grave ameaça ou violência à
pessoa', a demonstrar que visa proteger não só o patrimônio, mas
também a integridade pessoal" [AI n. 557.972-AgR, Relatora a
Ministra Ellen Gracie, DJ de 31.3.06].
4. O regime inicial semi-aberto é adequado ao disposto no
artigo 33, § 2°, II, do CP. Ordem denegada.
(HC 95.174/RJ, Relator Min. Eros Grau, Segunda Turma,
Julgamento em 9/12/2008, DJE 20/3/2009)
Ante o exposto, o voto é pelo deferimento da ordem para
desclassificar o delito para roubo tentado, remetendo-se ao juízo de
primeira instância a alteração na dosimetria da pena.
4
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HC 104.593 / MG
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA NO CRIME DE ROUBO.
REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DA PENA:
OBSERVÂNCIA DO ART. 33 DO CÓDIGO PENAL.
1. O crime de roubo abrange a subtração da coisa e a
violência ou ameaça à vítima. Daí a impossibilidade de
desclassificação para o crime de furto.
2. Tem-se por consumado o crime de roubo quando,
cessada a clandestinidade ou a violência, o agente tenha tido a
posse da coisa subtraída, ainda que retomada logo em seguida.
Situação distinta é a veiculada no HC n. 88.259, em que o
paciente subtraiu um passe de ônibus, utilizando-se de arma
de
brinquedo.
Considerou-se
a
particularidade
consubstanciada na circunstância de ter sido ele o tempo todo
monitorado por policiais que se encontravam no local do
crime. Inaplicabilidade desse precedente ao caso ora
examinado, em que o paciente teve a posse dos bens
subtraídos, ainda que por pouco tempo.
3. A Segunda Turma desta Corte afirmou entendimento no
sentido de ser "inaplicável o princípio da insignificância ao delito de
roubo (art. 157, CP), por se tratar de crime complexo, no qual o tipo
penal tem como elemento constitutivo o fato de que a subtração de
coisa móvel alheia ocorra 'mediante grave ameaça ou violência à
pessoa', a demonstrar que visa proteger não só o patrimônio, mas
também a integridade pessoal" [AI n. 557.972-AgR, Relatora a
Ministra Ellen Gracie, DJ de 31.3.06].
4. O regime inicial semi-aberto é adequado ao disposto no
artigo 33, § 2°, II, do CP. Ordem denegada.
(HC 95.174/RJ, Relator Min. Eros Grau, Segunda Turma,
Julgamento em 9/12/2008, DJE 20/3/2009)
Ante o exposto, o voto é pelo deferimento da ordem para
desclassificar o delito para roubo tentado, remetendo-se ao juízo de
primeira instância a alteração na dosimetria da pena.
4
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Debate
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 104.593 MINAS GERAIS
DEBATE
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) -
Perguntaria ao Ministro, só porque na proposta eles pediram para que
fosse desclassificado para delito de furto na forma tentada, houve delito?
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - É roubo.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Não
- bom, então, estou lendo, porque...
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - A classificação
jurídica é nossa?
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) -
Não, certo, porque estou lendo, e o documento que tenho à mão é que os
pacientes teriam apelado ao Tribunal de Justiça.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Aqui:
"Trata-se de habeas corpus impetrado pela Defensoria Pública - deixe-
me só ler para Vossa Excelência - "da União em favor de AILTON VIEIRA
DE MENEZES E FLORIANO FERREIRA DE CASTRO, tendo por
autoridade coatora a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, pelo
qual se pleiteia a desclassificação do crime pelo qual foram condenados
de roubo consumado para roubo tentado.
Narram os autos (...)"
Em seguida, na denúncia, os pacientes foram condenados pelo roubo
consumado. A defesa interpôs apelação e foi desprovida. Foi interposto
agravo de instrumento para conhecimento de recurso especial. Houve
negativa desse agravo por falta de peça. Renovou-se o pedido daquela
Supremo Tribunal Federal
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08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 104.593 MINAS GERAIS
DEBATE
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) -
Perguntaria ao Ministro, só porque na proposta eles pediram para que
fosse desclassificado para delito de furto na forma tentada, houve delito?
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - É roubo.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Não
- bom, então, estou lendo, porque...
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - A classificação
jurídica é nossa?
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) -
Não, certo, porque estou lendo, e o documento que tenho à mão é que os
pacientes teriam apelado ao Tribunal de Justiça.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Aqui:
"Trata-se de habeas corpus impetrado pela Defensoria Pública - deixe-
me só ler para Vossa Excelência - "da União em favor de AILTON VIEIRA
DE MENEZES E FLORIANO FERREIRA DE CASTRO, tendo por
autoridade coatora a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, pelo
qual se pleiteia a desclassificação do crime pelo qual foram condenados
de roubo consumado para roubo tentado.
Narram os autos (...)"
Em seguida, na denúncia, os pacientes foram condenados pelo roubo
consumado. A defesa interpôs apelação e foi desprovida. Foi interposto
agravo de instrumento para conhecimento de recurso especial. Houve
negativa desse agravo por falta de peça. Renovou-se o pedido daquela
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 15
Debate
HC 104.593 / MG
Corte pela via do habeas corpus. A ordem foi indeferida em acórdão que
assentou a consumação do delito, e nesse habeas corpus pede-se
exatamente isso, sustenta-se basicamente o seguinte:
"(...) i) a consumação do crime de roubo com o
deslocamento da coisa desde que haja a sua posse pacífica; ii)
cita Nelson Hungria que (...)" não havendo posse pacífica, não
há roubo, e ainda adjunto o argumento de que "no presente
caso, os pacientes teriam, mediante violência física, subtraído ínfima
quantia de R$20,00 (vinte reais) do bolso da vítima (...)"
Quer dizer, isso na verdade é uma destreza; mas, de qualquer
maneira, estou adstrito àquilo que foi pedido. Eu não estou dando de
ofício, estou dando conforme foi pedido. O interessante aí é nós -
digamos assim - criarmos uma jurisprudência uniforme com a Segunda
Turma, porque a Corte mantém o entendimento, se assim for da
conclusão da Turma.
O Ministério Público opinou pela caracterização da consumação. E
eu estou aqui fazendo essa alteração, aplicando analogicamente o
entendimento da Segunda Turma.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Só
para esclarecer que, quando perguntei o porquê do parecer, que temos
em mãos, consta que eles teriam apelado ao Tribunal de Justiça,
requerendo a desclassificação para o delito de furto. Por isso é que
perguntei, exatamente, e agradeço o esclarecimento de Vossa Excelência,
no sentido de que aqui no habeas corpus - provavelmente no habeas corpus
também no Superior - eles não cogitaram daquilo que foi pedido em
apelação. Mas, de toda sorte, ouço o voto do Ministro Marco Aurélio.
2
Supremo Tribunal Federal
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HC 104.593 / MG
Corte pela via do habeas corpus. A ordem foi indeferida em acórdão que
assentou a consumação do delito, e nesse habeas corpus pede-se
exatamente isso, sustenta-se basicamente o seguinte:
"(...) i) a consumação do crime de roubo com o
deslocamento da coisa desde que haja a sua posse pacífica; ii)
cita Nelson Hungria que (...)" não havendo posse pacífica, não
há roubo, e ainda adjunto o argumento de que "no presente
caso, os pacientes teriam, mediante violência física, subtraído ínfima
quantia de R$20,00 (vinte reais) do bolso da vítima (...)"
Quer dizer, isso na verdade é uma destreza; mas, de qualquer
maneira, estou adstrito àquilo que foi pedido. Eu não estou dando de
ofício, estou dando conforme foi pedido. O interessante aí é nós -
digamos assim - criarmos uma jurisprudência uniforme com a Segunda
Turma, porque a Corte mantém o entendimento, se assim for da
conclusão da Turma.
O Ministério Público opinou pela caracterização da consumação. E
eu estou aqui fazendo essa alteração, aplicando analogicamente o
entendimento da Segunda Turma.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Só
para esclarecer que, quando perguntei o porquê do parecer, que temos
em mãos, consta que eles teriam apelado ao Tribunal de Justiça,
requerendo a desclassificação para o delito de furto. Por isso é que
perguntei, exatamente, e agradeço o esclarecimento de Vossa Excelência,
no sentido de que aqui no habeas corpus - provavelmente no habeas corpus
também no Superior - eles não cogitaram daquilo que foi pedido em
apelação. Mas, de toda sorte, ouço o voto do Ministro Marco Aurélio.
2
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 104.593 MINAS GERAIS
VOTO
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Peço vênia, Ministro
Fux, para ficar vencida, mas eu considero que, uma vez que de toda sorte
eles teriam tido a posse, seria suficiente para consumação, nos termos do
que, aliás, é a tese defendida pelo Ministério Público, e eu até já votei em
outras ocasiões e farei a juntada do voto exatamente nesse sentido.
*****
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Supremo Tribunal Federal
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 104.593 MINAS GERAIS
VOTO
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Peço vênia, Ministro
Fux, para ficar vencida, mas eu considero que, uma vez que de toda sorte
eles teriam tido a posse, seria suficiente para consumação, nos termos do
que, aliás, é a tese defendida pelo Ministério Público, e eu até já votei em
outras ocasiões e farei a juntada do voto exatamente nesse sentido.
*****
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 15
Esclarecimento
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 104.593 MINAS GERAIS
ESCLARECIMENTO
O Senhor Ministro Dias Toffoli (Relator):
Senhora presidente, tenho votado em casos como esse
acompanhando a jurisprudência majoritária da Corte, no sentido de que
“à consumação do crime de roubo é suficiente a verificação de que, cessada a
clandestinidade ou a violência, tenha o agente tido a posse da coisa subtraída,
ainda que retomada logo em seguida” (HC nº 94.243/SP, Segunda Turma,
Relator o Ministro Eros Grau, DJe de 14/8/09).
Cito também, de minha relatoria, o HC nº 106.610/MS, Primeira
Turma, DJe de 5/5/11.
Todavia, neste caso, excepcionalmente, diante das circunstâncias e
peculiaridades trazidas pelo eminente Ministro Luiz Fux em seu voto,
estou a acompanhar Sua Excelência.
É como voto
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1581982.
Supremo Tribunal Federal
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 104.593 MINAS GERAIS
ESCLARECIMENTO
O Senhor Ministro Dias Toffoli (Relator):
Senhora presidente, tenho votado em casos como esse
acompanhando a jurisprudência majoritária da Corte, no sentido de que
“à consumação do crime de roubo é suficiente a verificação de que, cessada a
clandestinidade ou a violência, tenha o agente tido a posse da coisa subtraída,
ainda que retomada logo em seguida” (HC nº 94.243/SP, Segunda Turma,
Relator o Ministro Eros Grau, DJe de 14/8/09).
Cito também, de minha relatoria, o HC nº 106.610/MS, Primeira
Turma, DJe de 5/5/11.
Todavia, neste caso, excepcionalmente, diante das circunstâncias e
peculiaridades trazidas pelo eminente Ministro Luiz Fux em seu voto,
estou a acompanhar Sua Excelência.
É como voto
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1581982.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 15
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 104.593
PROCED. : MINAS GERAIS
RELATOR : MIN. LUIZ FUX
PACTE.(S) : AILTON VIEIRA DE MENEZES
PACTE.(S) : FLORIANO PEREIRA DE CASTRO
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PUBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Por maioria de votos, a Turma concedeu a ordem de
habeas corpus para desclassificar o crime para roubo tentado, nos
termos do voto do Relator, vencida a Senhora Ministra Cármen
Lúcia, Presidente, que denegava a ordem. 1ª Turma, 8.11.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Mathias.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1590433
Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 104.593
PROCED. : MINAS GERAIS
RELATOR : MIN. LUIZ FUX
PACTE.(S) : AILTON VIEIRA DE MENEZES
PACTE.(S) : FLORIANO PEREIRA DE CASTRO
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PUBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Por maioria de votos, a Turma concedeu a ordem de
habeas corpus para desclassificar o crime para roubo tentado, nos
termos do voto do Relator, vencida a Senhora Ministra Cármen
Lúcia, Presidente, que denegava a ordem. 1ª Turma, 8.11.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Mathias.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1590433
Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 15
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1605896 | 2011-11-08T00:00:00 | 2011-12-05T00:00:00 | Por maioria de votos, a Turma concedeu a ordem de habeas corpus para desclassificar o crime para roubo tentado, nos termos do voto do Relator, vencida a Senhora Ministra Cármen Lúcia, Presidente, que denegava a ordem. 1ª Turma, 8.11.2011. | HABEAS CORPUS | Ementa: PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME DE ROUBO PRÓPRIO. CONCURSO DE PESSOAS. (CP, ART. 157, § 2º, II). MOMENTO CONSUMATIVO. POSSE MANSA E PACÍFICA. PRESCINDIBILIDADE. JURISPRUDÊNCIA DO STF. CASO CONCRETO. INAPLICABILIDADE. PECULIARIDADE. MONITORAMENTO PELA POLÍCIA. DESCLASSIFICAÇÃO PARA CRIME TENTADO (CP, ART. 14, II). ORDEM CONCEDIDA.
1. A consumação do crime de roubo, em regra, independe da posse mansa da coisa, bastando que, cessada a violência ou grave ameaça, ocorra a inversão da posse; tese inaplicável nas hipóteses em que a ação é monitorada pela Polícia que, obstando a possibilidade de fuga dos imputados, frustra a consumação por circunstâncias alheias à vontade dos agentes, nos termos do art. 14 do Código Penal.
2. É cediço na jurisprudência da Corte et pour cause reclama o uso da analogia com o fato punível julgado pela Segunda Turma no HC 88.259/SP, no qual a ordem foi concedida em acórdão assim ementado: “HABEAS CORPUS. PENAL. ROUBO TENTADO OU CONSUMADO. CONTROVÉRSIA. Ainda que o agente tenha se apossado da res, subtraída sob a ameaça de arma de brinquedo, é de se reconhecer o crime tentado, e não o consumado, considerada a particularidade de ter sido ele a todo tempo monitorado por policiais que se encontravam no cenário do crime. Hipótese em que o paciente subtraiu um passe de ônibus, o qual, com a ação dos policiais, foi restituído imediatamente à vítima. Ordem concedida.” (HC 88.259/SP, Relator Min. Eros Grau, Segunda Turma, Julgamento em 2/5/2006, DJ 26/5/2006).
3. In casu, os pacientes, em união de desígnios e mediante violência física, subtraíram da vítima a quantia de R$ 20,00 (vinte reais), sendo imediatamente perseguidos e presos em flagrante pela Polícia Militar, que passava pelo local durante o ato delituoso.
4. Ordem concedida, para desclassificar o delito para roubo tentado, remetendo-se ao juízo de primeira instância a alteração na dosimetria da pena. | sjur202317 | - Acórdãos citados: HC 88259, HC 89653, HC 94243, HC 95174, HC 95998, HC 100189, HC 106610.
Número de páginas: 15.
Análise: 18/01/2012, SEV.
Revisão: 01/02/2012, MMR. | LUIZ FUX | Primeira Turma | 104593 | [
"LEG-FED DEL-002848 ANO-1940\r\n ART-00014 INC-00002 ART-00157 PAR-00002\r\n INC-00002 \r\n CP-1940 CÓDIGO PENAL"
] | HC | acordaos | HC 104593 | [
""
] | PACTE.(S) : AILTON VIEIRA DE MENEZES
PACTE.(S) : FLORIANO PEREIRA DE CASTRO
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PUBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 104 . 593",
"HC 88 . 259 / SP",
"HC 88 . 259 / SP",
"HC 104 . 593 / MG",
"HC 104 . 593 / MG",
"HABEAS CORPUS 104 . 593",
"HABEAS CORPUS 104 . 593 MINAS",
"HC 104 . 593 / MG",
"HC 104 . 593 / MG",
"HC 104 . 593 / MG",
"HC 104 . 593 / MG",
"HC 104 . 593 / MG",
"HC 104 . 593 / MG",
"HABEAS CORPUS 104 . 593",
"RE 102 . 490",
"HC 89 . 958",
"HC 94 . 406",
"HC 89 . 653",
"HCs 89 . 619",
"HC 95 . 998 / SP",
"HABEAS CORPUS 104 . 593",
"RE 102 . 490",
"HC 89 . 958",
"HC 94 . 406",
"HC 89 . 653",
"HCs 89 . 619",
"94",
".",
"552",
"HC 95 . 998 / SP",
"HC 104 . 593 / MG",
"HC 89 . 653 / SP",
"HC 100 . 189 / SP",
"HC 104 . 593 / MG",
"HC 89 . 653 / SP",
"HC 100 . 189 / SP",
"HC 104 . 593 / MG",
"HC 88 . 259 / SP",
"HC 88 . 259 / SP",
"HC 88 . 259 / SP",
"HC 104 . 593 / MG",
"HC 88 . 259 / SP",
"HC 88 . 259 / SP",
"HC 88 . 259 / SP",
"HC 104 . 593 / MG",
"HC n . 88 . 259",
"AI n . 557 . 972 - AgR",
"HC 95 . 174 / RJ",
"HC 104 . 593 / MG",
"HC n . 88 . 259",
"AI n . 557 . 972 - AgR",
"HC 95 . 174 / RJ",
"HABEAS CORPUS 104 . 593",
"HABEAS CORPUS 104 . 593 MINAS",
"HC 104 . 593 / MG",
"HC 104 . 593 / MG",
"HABEAS CORPUS 104 . 593 MINAS",
"HABEAS CORPUS 104 . 593 MINAS",
"HABEAS CORPUS 104 . 593",
"HC [UNK] 94 . 243 / SP",
"HC [UNK] 106 . 610 / MS",
"HABEAS CORPUS 104 . 593",
"HC [UNK] 94 . 243 / SP",
"[UNK] 106 . 610 / MS",
"HABEAS CORPUS 104 . 593",
"HABEAS CORPUS 104 . 593"
],
"LEGISLACAO": [
"CP , ART . 157 , § [UNK] , II",
"CP , ART . 14 , II",
"art . 14 do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 157 , § [UNK] , inciso II , do Código Penal1",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 157 , § [UNK] , inciso II , do Código Penal1",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTIGO 157 DO CÓDIGO PENAL",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTIGO 157 DO CÓDIGO PENAL",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 14 , inciso II , do Código Penal1",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 14 , inciso II , do Código Penal1",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 33 DO CÓDIGO PENAL",
"art . 157 , CP",
"artigo 33 , § 2° , II , do CP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 157 , CP",
"artigo 33 , § 2° , II , do CP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"MINAS GERAIS",
"Brasília",
"Brasília",
"MINAS GERAIS",
"Belo Horizonte / MG",
"Belo Horizonte / MG",
"MINAS GERAIS",
"av",
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"Barão de Coromandel",
"/",
"Barreiro de Baixo",
"av",
"rua Barão de Coromandel",
"Barreiro de Baixo",
"MINAS GERAIS",
"MINAS GERAIS"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
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"Segunda Turma",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
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"-",
"Brasil",
"[UNK] Câmara Criminal do TJ / MG",
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"Ministério Público Federal",
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"Plenário",
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"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
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"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Brasil",
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"Brasil",
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"Ministério Público",
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"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
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"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Segunda Turma",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"DEFENSORIA PUBLICA DA UNIÃO",
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"[UNK] Turma",
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"PRIMEIRA TURMA",
"DEFENSORIA PUBLICA DA UNIÃO",
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"[UNK] Turma",
"Infra",
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"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"LUIZ FUX",
"AILTON VIEIRA DE MENEZES",
"FLORIANO PEREIRA DE CASTRO",
"Eros Grau",
"Cármen Lúcia",
"LUIZ FUX",
"Cármen Lúcia",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"AILTON VIEIRA DE MENEZES",
"FLORIANO PEREIRA DE CASTRO",
"LUIZ FUX",
"AILTON VIEIRA DE MENEZES",
"FLORIANO PEREIRA DE CASTRO",
"Ambrósino Rodrigues da Silva",
"LUIZ FUX",
"AILTON VIEIRA DE MENEZES",
"FLORIANO PEREIRA DE CASTRO",
"LUIZ FUX",
"AILTON VIEIRA DE MENEZES",
"FLORIANO PEREIRA DE CASTRO",
"Ambrósino Rodrigues da Silva",
"Floriano Pereira Castro",
"Ailton Vieira de Menezes",
"Floriano Pereira Castro",
"Ailton Vieira de Menezes",
"Nelson Hungria",
"Mario José Gisi",
"Nelson Hungria",
"HUNGRIA",
"Mario José Gisi",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"Moreira Alves",
"Sepúlveda Pertence",
"Menezes Direito",
"Ricardo Lewandowski",
"Ayres Britto",
"LUIZ FUX",
"Moreira Alves",
"Sepúlveda Pertence",
"Menezes Direito",
"Ricardo Lewandowski",
"Ayres Britto",
"LUIZ FUX",
"Ricardo Lewandowski",
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"Ricardo Lewandowski",
"Ellen Gracie",
"LUIZ FUX",
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"Eros Grau",
"Eros Grau",
"Ander de Jesus da Silva",
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"Eros Grau",
"Eros Grau",
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"Ellen Gracie",
"Eros Grau",
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"CÁRMEN LÚCIA",
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"CÁRMEN LÚCIA",
"LUIZ FUX",
"CÁRMEN LÚCIA",
"LUIZ FUX",
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"FLORIANO FERREIRA DE CASTRO",
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"CÁRMEN LÚCIA",
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"Nelson Hungria",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Marco Aurélio",
"CÁRMEN LÚCIA",
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"Fux",
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"Eros Grau",
"Luiz Fux",
"Dias Toffoli",
"Eros Grau",
"Luiz Fux",
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"Cármen Lúcia",
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],
"TEMPO": [
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"/",
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"2001",
"8 de novembro de 2011",
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"/",
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"2001",
"4",
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"2007",
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"/",
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"/",
"08",
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"2001",
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"/",
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"2001",
"08",
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"6",
"/",
"2009",
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"08",
"/",
"2001",
"08",
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"11",
"/",
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"2007",
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"3",
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"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"6",
"/",
"3",
"/",
"2007",
"23",
"/",
"3",
"/",
"2007",
"23",
"/",
"3",
"/",
"2010",
"15",
"/",
"4",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2",
"/",
"5",
"/",
"2006",
"26",
"/",
"5",
"/",
"2006",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2",
"/",
"5",
"/",
"2006",
"26",
"/",
"5",
"/",
"2006",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"31",
".",
"3",
".",
"06",
"9",
"/",
"12",
"/",
"2008",
"20",
"/",
"3",
"/",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"31",
".",
"3",
".",
"06",
"9",
"/",
"12",
"/",
"2008",
"20",
"/",
"3",
"/",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"14",
"/",
"8",
"/",
"09",
"5",
"/",
"5",
"/",
"11",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"14",
"/",
"8",
"/",
"09",
"5",
"/",
"5",
"/",
"11",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"8",
".",
"11",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"8",
".",
"11",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
08/11/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 742.666 PERNAMBUCO
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
AGTE.(S)
:INSTITUTO DE RECURSOS HUMANOS DO ESTADO
DE PERNAMBUCO - IRH
ADV.(A/S)
:PROCURADOR-GERAL
DO
ESTADO
DE
PERNAMBUCO
AGTE.(S)
:FUNDAÇÃO DE APOSENTADORIAS E PENSÕES DO
ESTADO DE PERNAMBUCO
ADV.(A/S)
:PROCURADOR-GERAL
DO
ESTADO
DE
PERNAMBUCO
AGDO.(A/S)
:CONCEIÇÃO JOSEFA DA SILVA
ADV.(A/S)
:GISELE LUCY MONTEIRO DE MENEZES
Agravo regimental no agravo de instrumento. 2. Previdenciário.
Responsabilidade pelo pagamento de aposentadorias e pensões de
servidores públicos municipais. 3. Impossibilidade de reexame do
conjunto fático-probatório dos autos e da legislação infraconstitucional
aplicável (leis 7.551/77 e 9.717/98). Incidência das súmulas 279 e 280.
Ofensa reflexa. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a presidência do
Senhor Ministro Ayres Britto na conformidade da ata de julgamento e das
notas taquigráficas, por unanimidade de votos, negar provimento ao
agravo, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 8 de novembro de 2011.
Ministro GILMAR MENDES
Relator
Documento assinado digitalmente
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1572960.
Supremo Tribunal Federal
DJe 29/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 5
Relatório
08/11/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 742.666 PERNAMBUCO
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
AGTE.(S)
:INSTITUTO DE RECURSOS HUMANOS DO ESTADO
DE PERNAMBUCO - IRH
ADV.(A/S)
:PROCURADOR-GERAL
DO
ESTADO
DE
PERNAMBUCO
AGTE.(S)
:FUNDAÇÃO DE APOSENTADORIAS E PENSÕES DO
ESTADO DE PERNAMBUCO
ADV.(A/S)
:PROCURADOR-GERAL
DO
ESTADO
DE
PERNAMBUCO
AGDO.(A/S)
:CONCEIÇÃO JOSEFA DA SILVA
ADV.(A/S)
:GISELE LUCY MONTEIRO DE MENEZES
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): Trata-se de
agravo regimental contra decisão de fls. 231-233 que negou seguimento a
agravo de instrumento, com fundamento na jurisprudência da Corte
segundo a qual a controvérsia dos autos reveste-se de índole
infraconstitucional.
No agravo regimental, sustenta-se, em síntese, que:
“Ao contrário do afirmado no r. despacho, não houve
decisão baseada na legislação infraconstitucional nem
tampouco revolver matéria fática. Inexistem os óbices das
súmulas 279 e 280, pois a matéria é eminentemente
constitucional, pois se discute a impossibilidade de
responsabilizar a previdência estadual pelo pagamento de
pensão aos dependentes de servidores públicos municipais, em
atenção ao art. 169 da Constituição Federal, já que não há – por
óbvio – previsão orçamentária para pagamento de pensões de
servidores estranhos ao quadro gerido pela agravante” (fl. 238).
É o relatório.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1572961.
Supremo Tribunal Federal
08/11/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 742.666 PERNAMBUCO
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
AGTE.(S)
:INSTITUTO DE RECURSOS HUMANOS DO ESTADO
DE PERNAMBUCO - IRH
ADV.(A/S)
:PROCURADOR-GERAL
DO
ESTADO
DE
PERNAMBUCO
AGTE.(S)
:FUNDAÇÃO DE APOSENTADORIAS E PENSÕES DO
ESTADO DE PERNAMBUCO
ADV.(A/S)
:PROCURADOR-GERAL
DO
ESTADO
DE
PERNAMBUCO
AGDO.(A/S)
:CONCEIÇÃO JOSEFA DA SILVA
ADV.(A/S)
:GISELE LUCY MONTEIRO DE MENEZES
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): Trata-se de
agravo regimental contra decisão de fls. 231-233 que negou seguimento a
agravo de instrumento, com fundamento na jurisprudência da Corte
segundo a qual a controvérsia dos autos reveste-se de índole
infraconstitucional.
No agravo regimental, sustenta-se, em síntese, que:
“Ao contrário do afirmado no r. despacho, não houve
decisão baseada na legislação infraconstitucional nem
tampouco revolver matéria fática. Inexistem os óbices das
súmulas 279 e 280, pois a matéria é eminentemente
constitucional, pois se discute a impossibilidade de
responsabilizar a previdência estadual pelo pagamento de
pensão aos dependentes de servidores públicos municipais, em
atenção ao art. 169 da Constituição Federal, já que não há – por
óbvio – previsão orçamentária para pagamento de pensões de
servidores estranhos ao quadro gerido pela agravante” (fl. 238).
É o relatório.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1572961.
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
08/11/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 742.666 PERNAMBUCO
V O T O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): No agravo
regimental, não ficou demonstrado o desacerto da decisão agravada.
Verifico que as alegações da parte são impertinentes e decorrem de
mero inconformismo com a decisão adotada por este Tribunal.
Os agravantes não trouxeram argumentos suficientes para infirmar a
decisão. Visam apenas à rediscussão da matéria já decidida em
conformidade com a jurisprudência desta Corte segundo a qual a
controvérsia dos autos demanda o reexame do conjunto fático-probatório
dos autos e da legislação infraconstitucional aplicável à espécie (leis
7.551/77 e 9.717/98). A ofensa à Constituição, acaso existente, dar-se-ia de
maneira indireta ou reflexa, o que inviabiliza o processamento do recurso
extraordinário.
Incidem, portanto, as súmulas 279 e 280.
Nesse sentido: RE 600.695, rel. Min. Celso de Mello, DJe 3.8.2010 e o
RE-AgR 607.442, rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe
22.6.2011, este último com acórdão assim ementado:
“AGRAVO
REGIMENTAL
EM
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. PENSIONISTAS DE
SERVIDORES
PÚBLICOS
MUNICIPAIS.
RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DAS PENSÕES.
AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E
356 DO STF. LEI ESTADUAL 7.551/1977. LEI FEDERAL
9.717/1998. OFENSA INDIRETA. SÚMULA 280 DO STF.
REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA 279 DO STF.
MANUTENÇÃO
DE
FUNDAMENTOS
INFRACONSTITUCIONAIS SUFICIENTES. SÚMULA 283 DO
STF. AGRAVO IMPROVIDO. I - Ausência de
prequestionamento do art. 2º da CF. Os embargos declaratórios
não foram opostos com a finalidade de suprir essa omissão.
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Supremo Tribunal Federal
08/11/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 742.666 PERNAMBUCO
V O T O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): No agravo
regimental, não ficou demonstrado o desacerto da decisão agravada.
Verifico que as alegações da parte são impertinentes e decorrem de
mero inconformismo com a decisão adotada por este Tribunal.
Os agravantes não trouxeram argumentos suficientes para infirmar a
decisão. Visam apenas à rediscussão da matéria já decidida em
conformidade com a jurisprudência desta Corte segundo a qual a
controvérsia dos autos demanda o reexame do conjunto fático-probatório
dos autos e da legislação infraconstitucional aplicável à espécie (leis
7.551/77 e 9.717/98). A ofensa à Constituição, acaso existente, dar-se-ia de
maneira indireta ou reflexa, o que inviabiliza o processamento do recurso
extraordinário.
Incidem, portanto, as súmulas 279 e 280.
Nesse sentido: RE 600.695, rel. Min. Celso de Mello, DJe 3.8.2010 e o
RE-AgR 607.442, rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe
22.6.2011, este último com acórdão assim ementado:
“AGRAVO
REGIMENTAL
EM
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. PENSIONISTAS DE
SERVIDORES
PÚBLICOS
MUNICIPAIS.
RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DAS PENSÕES.
AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E
356 DO STF. LEI ESTADUAL 7.551/1977. LEI FEDERAL
9.717/1998. OFENSA INDIRETA. SÚMULA 280 DO STF.
REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA 279 DO STF.
MANUTENÇÃO
DE
FUNDAMENTOS
INFRACONSTITUCIONAIS SUFICIENTES. SÚMULA 283 DO
STF. AGRAVO IMPROVIDO. I - Ausência de
prequestionamento do art. 2º da CF. Os embargos declaratórios
não foram opostos com a finalidade de suprir essa omissão.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
AI 742.666 AGR / PE
Incidência das súmulas 282 e 356. II - O acórdão recorrido
dirimiu a questão dos autos com base no conjunto fático-
probatório constante dos autos e na legislação
infraconstitucional, local e federal, aplicáveis à espécie.
Inadmissível o RE, dado que eventual ofensa à Lei Maior seria
apenas indireta. Incidência das súmulas 279 e 280 desta Corte.
III – Com a inadmissão do recurso especial, permaneceram
incólumes os fundamentos infraconstitucionais suficientes para
a manutenção do acórdão recorrido. Incidência da Súmula 283.
IV - Agravo regimental improvido.
Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental.
2
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Supremo Tribunal Federal
AI 742.666 AGR / PE
Incidência das súmulas 282 e 356. II - O acórdão recorrido
dirimiu a questão dos autos com base no conjunto fático-
probatório constante dos autos e na legislação
infraconstitucional, local e federal, aplicáveis à espécie.
Inadmissível o RE, dado que eventual ofensa à Lei Maior seria
apenas indireta. Incidência das súmulas 279 e 280 desta Corte.
III – Com a inadmissão do recurso especial, permaneceram
incólumes os fundamentos infraconstitucionais suficientes para
a manutenção do acórdão recorrido. Incidência da Súmula 283.
IV - Agravo regimental improvido.
Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental.
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 5
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 742.666
PROCED. : PERNAMBUCO
RELATOR : MIN. GILMAR MENDES
AGTE.(S) : INSTITUTO DE RECURSOS HUMANOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO -
IRH
ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO
AGTE.(S) : FUNDAÇÃO DE APOSENTADORIAS E PENSÕES DO ESTADO DE
PERNAMBUCO
ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO
AGDO.(A/S) : CONCEIÇÃO JOSEFA DA SILVA
ADV.(A/S) : GISELE LUCY MONTEIRO DE MENEZES
Decisão: negado provimento ao agravo, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausente, justificadamente, o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 08.11.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes,
Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis
Vieira Sanseverino.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1588272
Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 742.666
PROCED. : PERNAMBUCO
RELATOR : MIN. GILMAR MENDES
AGTE.(S) : INSTITUTO DE RECURSOS HUMANOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO -
IRH
ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO
AGTE.(S) : FUNDAÇÃO DE APOSENTADORIAS E PENSÕES DO ESTADO DE
PERNAMBUCO
ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO
AGDO.(A/S) : CONCEIÇÃO JOSEFA DA SILVA
ADV.(A/S) : GISELE LUCY MONTEIRO DE MENEZES
Decisão: negado provimento ao agravo, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausente, justificadamente, o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 08.11.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes,
Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis
Vieira Sanseverino.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1588272
Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 5
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1593066 | 2011-11-08T00:00:00 | 2011-11-29T00:00:00 | Negado provimento ao agravo, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 08.11.2011. | AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO | Agravo regimental no agravo de instrumento. 2. Previdenciário. Responsabilidade pelo pagamento de aposentadorias e pensões de servidores públicos municipais. 3. Impossibilidade de reexame do conjunto fático-probatório dos autos e da legislação infraconstitucional aplicável (leis 7.551/77 e 9.717/98). Incidência das súmulas 279 e 280. Ofensa reflexa. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. | sjur202027 | - Acórdãos citados: RE 600695 AgR, RE 607442 AgR.
Número de páginas: 5.
Análise: 16/01/2012, AMS. | GILMAR MENDES | Segunda Turma | 742666 | [
"LEG-FED SUMSTF-000279 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000280 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n\r\n",
"LEG-EST LEI-007551 ANO-1977\r\n LEI ORDINÁRIA, PE\r\n\r\n",
"LEG-EST LEI-009717 ANO-1998\r\n LEI ORDINÁRIA, PE"
] | AI-AgR | acordaos | AI 742666 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : INSTITUTO DE RECURSOS HUMANOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO - IRH
ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO
AGTE.(S) : FUNDAÇÃO DE APOSENTADORIAS E PENSÕES DO ESTADO DE PERNAMBUCO
ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO
AGDO.(A/S) : CONCEIÇÃO JOSEFA DA SILVA
ADV.(A/S) : GISELE LUCY MONTEIRO DE MENEZES | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 742 . 666",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 742 . 666",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 742 . 666",
"RE 600 . 695",
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"AgR 607 . 442",
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"SÚMULA 283 DO STF",
"RE 600 . 695",
"RE",
"-",
"AgR 607 . 442",
"SÚMULAS 282",
"SÚMULA 280 DO STF",
"SÚMULA 279 DO STF",
"SÚMULA 283 DO STF",
"AI 742 . 666 AGR",
"AI 742 . 666",
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"LEGISLACAO": [
"leis 7 . 551 / 77",
"9",
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"98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 169 da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 169 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"leis 7 . 551 / 77",
"9",
".",
"717",
"/",
"98",
"Constituição",
"LEI ESTADUAL 7 . 551 / 1977",
"LEI FEDERAL 9 . 717 / 1998",
"art . [UNK] da CF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"leis 7 . 551 / 77",
"9",
".",
"717",
"/",
"98",
"Constituição",
"LEI ESTADUAL 7 . 551 / 1977",
"LEI FEDERAL 9 . 717 / 1998",
"art . [UNK] da CF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Maior",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Maior",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"PERNAMBUCO",
"ESTADO DE PERNAMBUCO",
"ESTADO DE PERNAMBUCO",
"Brasília",
"PERNAMBUCO",
"ESTADO DE PERNAMBUCO",
"ESTADO DE PERNAMBUCO",
"PERNAMBUCO",
"ESTADO DE PERNAMBUCO",
"ESTADO DE PERNAMBUCO",
"PERNAMBUCO",
"PERNAMBUCO",
"PERNAMBUCO",
"ESTADO DE PERNAMBUCO",
"ESTADO DE PERNAMBUCO",
"PERNAMBUCO",
"ESTADO DE PERNAMBUCO",
"ESTADO DE PERNAMBUCO"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"INSTITUTO DE RECURSOS HUMANOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO",
"IRH",
"FUNDAÇÃO DE APOSENTADORIAS E PENSÕES DO ESTADO DE PERNAMBUCO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"INSTITUTO DE RECURSOS HUMANOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO",
"IRH",
"FUNDAÇÃO DE APOSENTADORIAS E PENSÕES DO ESTADO DE PERNAMBUCO",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"INSTITUTO DE RECURSOS HUMANOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO",
"IRH",
"FUNDAÇÃO DE APOSENTADORIAS E PENSÕES DO ESTADO DE PERNAMBUCO",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"/",
"PE",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"AGR",
"/",
"PE",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"INSTITUTO DE RECURSOS HUMANOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO",
"IRH",
"FUNDAÇÃO DE APOSENTADORIAS E PENSÕES DO ESTADO DE PERNAMBUCO",
"[UNK] Turma",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"INSTITUTO DE RECURSOS HUMANOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO",
"IRH",
"FUNDAÇÃO DE APOSENTADORIAS E PENSÕES DO ESTADO DE PERNAMBUCO",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"GILMAR MENDES",
"CONCEIÇÃO JOSEFA DA SILVA",
"GISELE LUCY MONTEIRO DE MENEZES",
"Ayres Britto",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"CONCEIÇÃO JOSEFA DA SILVA",
"GISELE LUCY MONTEIRO DE MENEZES",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"CONCEIÇÃO JOSEFA DA SILVA",
"GISELE LUCY MONTEIRO DE MENEZES",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"Celso de Mello",
"Ricardo Lewandowski",
"GILMAR MENDES",
"Celso de Mello",
"Ricardo Lewandowski",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"CONCEIÇÃO JOSEFA DA SILVA",
"GISELE LUCY MONTEIRO DE MENEZES",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Francisco de Assis Vieira Sanseverino",
"Karima Batista Kassab",
"GILMAR MENDES",
"CONCEIÇÃO JOSEFA DA SILVA",
"GISELE LUCY MONTEIRO DE MENEZES",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Francisco de Assis Vieira Sanseverino",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"8 de novembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"11",
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"2011",
"3",
".",
"8",
".",
"2010",
"22",
".",
"6",
".",
"2011",
"24",
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"08",
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"08",
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"2011",
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"2010",
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"2011",
"24",
"/",
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"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 99.456 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
PACTE.(S)
:IRAJÁ DOS SANTOS WITT OU IRAJÁ SANTOS
WITT
IMPTE.(S)
:ALESSANDRA CRISTINA PADULA
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
DESERÇÃO – FÉRIAS – PLANO DE FÉRIAS
VERSUS
CONCESSÃO. Descabe confundir plano de férias com a concessão do
período alusivo à fruição.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em indeferir a ordem de
habeas corpus, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em
sessão presidida pela Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata do
julgamento e das respectivas notas taquigráficas.
Brasília, 8 de novembro de 2011.
MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1576844.
Supremo Tribunal Federal
DJe 30/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7
Relatório
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 99.456 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
PACTE.(S)
:IRAJÁ DOS SANTOS WITT OU IRAJÁ SANTOS
WITT
IMPTE.(S)
:ALESSANDRA CRISTINA PADULA
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto a título de
relatório as informações prestadas pela Assessoria:
Na decisão que implicou o indeferimento da medida
liminar, a espécie ficou assim resumida (folhas 120 e 121):
AÇÃO PENAL – FALTA DE JUSTA
CAUSA – LIMINAR – IMPROPRIEDADE.
MEDIDA
ACAUTELADORA
–
AUSÊNCIA
DE
UTILIDADE
-
INDEFERIMENTO.
1. A Assessoria assim retratou este habeas:
O Juízo da 2ª Auditoria Militar da 3ª
Circunscrição Judiciária Militar, por sentença
proferida em 20 de fevereiro de 2009, condenou o
paciente, em razão da prática do crime de deserção
previsto no artigo 187 do Código Penal Militar, à
pena de 7 meses e 4 dias de detenção, convertida em
prisão simples, com direito à detração do período em
que esteve preso provisoriamente – 28 dias.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1576845.
Supremo Tribunal Federal
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 99.456 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
PACTE.(S)
:IRAJÁ DOS SANTOS WITT OU IRAJÁ SANTOS
WITT
IMPTE.(S)
:ALESSANDRA CRISTINA PADULA
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto a título de
relatório as informações prestadas pela Assessoria:
Na decisão que implicou o indeferimento da medida
liminar, a espécie ficou assim resumida (folhas 120 e 121):
AÇÃO PENAL – FALTA DE JUSTA
CAUSA – LIMINAR – IMPROPRIEDADE.
MEDIDA
ACAUTELADORA
–
AUSÊNCIA
DE
UTILIDADE
-
INDEFERIMENTO.
1. A Assessoria assim retratou este habeas:
O Juízo da 2ª Auditoria Militar da 3ª
Circunscrição Judiciária Militar, por sentença
proferida em 20 de fevereiro de 2009, condenou o
paciente, em razão da prática do crime de deserção
previsto no artigo 187 do Código Penal Militar, à
pena de 7 meses e 4 dias de detenção, convertida em
prisão simples, com direito à detração do período em
que esteve preso provisoriamente – 28 dias.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7
Relatório
HC 99.456 / RS
Assegurou-lhe o direito de apelar em liberdade.
O paciente interpôs apelação, a qual, consoante
informação de folha 114, está conclusa desde 4 de
abril de 2009, com parecer do Ministério Público, e
aguarda designação de data para julgamento.
Concomitantemente, impetrou habeas no Superior
Tribunal Militar – de nº 2009.01.034641-0. A ordem
foi indeferida. O Colegiado entendeu que o
acolhimento da tese alusiva à atipicidade da conduta
demandaria exame aprofundado do acervo
probatório, pretensão inadequada na via processual
eleita.
Neste habeas, a impetrante alega estar o paciente
na iminência de ser preso em virtude dos efeitos da
sentença condenatória. Reitera o argumento da
atipicidade da conduta imputada.
Consoante
afirma, dispensado, em razão da chegada dos
festejos do Ano Novo, pelo Comandante do 1º R.C.
Mec, no período de 30 de dezembro de 2008,
inclusive, a 2 de janeiro de 2009 - ato publicado no
Boletim Interno nº 249, de 29 de dezembro de 2009 -,
não retornara ele à corporação por haver coincidido a
mencionada data com o início das férias
regulamentares às quais tem jus. Logo, não se
poderia falar em deserção, porquanto o paciente se
encontrava no legítimo gozo de férias. Diz da
inaplicabilidade dos artigos 187 e 188 do Código
Penal Militar se a ausência, após o período de
dispensa autorizado pela autoridade competente,
refere-se ao gozo de férias anuais, razão pela qual
inexiste o elemento volitivo e intencional de praticar
deserção.
Pede a concessão de liminar, para suspender,
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
HC 99.456 / RS
Assegurou-lhe o direito de apelar em liberdade.
O paciente interpôs apelação, a qual, consoante
informação de folha 114, está conclusa desde 4 de
abril de 2009, com parecer do Ministério Público, e
aguarda designação de data para julgamento.
Concomitantemente, impetrou habeas no Superior
Tribunal Militar – de nº 2009.01.034641-0. A ordem
foi indeferida. O Colegiado entendeu que o
acolhimento da tese alusiva à atipicidade da conduta
demandaria exame aprofundado do acervo
probatório, pretensão inadequada na via processual
eleita.
Neste habeas, a impetrante alega estar o paciente
na iminência de ser preso em virtude dos efeitos da
sentença condenatória. Reitera o argumento da
atipicidade da conduta imputada.
Consoante
afirma, dispensado, em razão da chegada dos
festejos do Ano Novo, pelo Comandante do 1º R.C.
Mec, no período de 30 de dezembro de 2008,
inclusive, a 2 de janeiro de 2009 - ato publicado no
Boletim Interno nº 249, de 29 de dezembro de 2009 -,
não retornara ele à corporação por haver coincidido a
mencionada data com o início das férias
regulamentares às quais tem jus. Logo, não se
poderia falar em deserção, porquanto o paciente se
encontrava no legítimo gozo de férias. Diz da
inaplicabilidade dos artigos 187 e 188 do Código
Penal Militar se a ausência, após o período de
dispensa autorizado pela autoridade competente,
refere-se ao gozo de férias anuais, razão pela qual
inexiste o elemento volitivo e intencional de praticar
deserção.
Pede a concessão de liminar, para suspender,
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 7
Relatório
HC 99.456 / RS
até o julgamento final deste habeas, a tramitação do
Recurso de Apelação nº 2009.01.051315-0/RS. No
mérito, pleiteia “a decretação da nulidade do
processo e da consequente condenação” do paciente.
[...]
Brasília ― residência ―, 7 de setembro de 2009, às
17h20.
A impetrante protocolou idêntica medida em favor do
paciente – de nº 103.251/RS. Vossa Excelência indeferiu o
pedido de liminar e determinou, à folha 117 do mencionado
processo, a apensação daquele a este habeas, procedendo, em
seguida, a remessa à Procuradoria Geral da República.
O Ministério Público Federal, no parecer de folha 124,
anotou que as alegações da impetração, no tocante à não
caracterização do crime de deserção pelo qual foi condenado o
paciente, envolvem incursão pelo campo probatório, de modo a
apresentar-se correto o indeferimento do habeas pelo Superior
Tribunal de Justiça. Ressaltou, ademais, ter sido assegurado ao
paciente o direito de aguardar em liberdade o julgamento da
apelação por ele interposta.
A impetrante, às folhas 126 e 127, noticia o julgamento do
recurso de apelação em 26 de novembro de 2009, quando, por
maioria, foi negado provimento ao apelo, mantendo-se a
sentença condenatória. Reformula, por isso, o pedido de
liminar, pois o paciente estaria na iminência de ser preso em
virtude de uma imputação que não teria se consumado. Busca a
concessão de medida acauteladora, para garantir ao paciente
permanecer em liberdade até o trânsito em julgado do acórdão
proferido pelo Superior Tribunal Militar e, em especial, até o
julgamento final do pedido formulado neste habeas corpus. No
mérito, reitera o pleito de declaração de nulidade do processo-
3
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Supremo Tribunal Federal
HC 99.456 / RS
até o julgamento final deste habeas, a tramitação do
Recurso de Apelação nº 2009.01.051315-0/RS. No
mérito, pleiteia “a decretação da nulidade do
processo e da consequente condenação” do paciente.
[...]
Brasília ― residência ―, 7 de setembro de 2009, às
17h20.
A impetrante protocolou idêntica medida em favor do
paciente – de nº 103.251/RS. Vossa Excelência indeferiu o
pedido de liminar e determinou, à folha 117 do mencionado
processo, a apensação daquele a este habeas, procedendo, em
seguida, a remessa à Procuradoria Geral da República.
O Ministério Público Federal, no parecer de folha 124,
anotou que as alegações da impetração, no tocante à não
caracterização do crime de deserção pelo qual foi condenado o
paciente, envolvem incursão pelo campo probatório, de modo a
apresentar-se correto o indeferimento do habeas pelo Superior
Tribunal de Justiça. Ressaltou, ademais, ter sido assegurado ao
paciente o direito de aguardar em liberdade o julgamento da
apelação por ele interposta.
A impetrante, às folhas 126 e 127, noticia o julgamento do
recurso de apelação em 26 de novembro de 2009, quando, por
maioria, foi negado provimento ao apelo, mantendo-se a
sentença condenatória. Reformula, por isso, o pedido de
liminar, pois o paciente estaria na iminência de ser preso em
virtude de uma imputação que não teria se consumado. Busca a
concessão de medida acauteladora, para garantir ao paciente
permanecer em liberdade até o trânsito em julgado do acórdão
proferido pelo Superior Tribunal Militar e, em especial, até o
julgamento final do pedido formulado neste habeas corpus. No
mérito, reitera o pleito de declaração de nulidade do processo-
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7
Relatório
HC 99.456 / RS
crime e, consequentemente, da condenação do paciente.
Encaminhado o processo à Presidência do Supremo
Tribunal no período de recesso forense, o exame do pedido de
reconsideração da liminar foi postergado, pois o Ministro
Gilmar Mendes, à época Presidente, não vislumbrou situação
de erro na análise da questão (folha 131).
Tendo em vista a juntada de novas peças ao processo
(folha 134 a 142), o habeas foi encaminhado à Procuradoria Geral
da República, que reafirmou os termos da manifestação de
folha 124.
A impetrante, mediante petição, novamente trouxe ao
processo novos documentos, relacionados com a tese
sustentada na inicial.
Lancei visto no processo em 3 de novembro de 2011, liberando-o
para ser julgado na Turma a partir de 8 seguinte, isso objetivando a
ciência da impetrante.
É o relatório.
4
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1576845.
Supremo Tribunal Federal
HC 99.456 / RS
crime e, consequentemente, da condenação do paciente.
Encaminhado o processo à Presidência do Supremo
Tribunal no período de recesso forense, o exame do pedido de
reconsideração da liminar foi postergado, pois o Ministro
Gilmar Mendes, à época Presidente, não vislumbrou situação
de erro na análise da questão (folha 131).
Tendo em vista a juntada de novas peças ao processo
(folha 134 a 142), o habeas foi encaminhado à Procuradoria Geral
da República, que reafirmou os termos da manifestação de
folha 124.
A impetrante, mediante petição, novamente trouxe ao
processo novos documentos, relacionados com a tese
sustentada na inicial.
Lancei visto no processo em 3 de novembro de 2011, liberando-o
para ser julgado na Turma a partir de 8 seguinte, isso objetivando a
ciência da impetrante.
É o relatório.
4
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 99.456 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) –
Observem a organicidade e a dinâmica do Direito e, em especial, a
presunção do que normalmente ocorre. Está-se diante de questionamento
alusivo à deserção. O paciente tem contra si duas decisões proferidas. O
habeas corpus pressupõe ilegalidade e esta não pode ser vista no contexto
quando dois órgãos da Justiça Militar assentaram configurada a deserção.
As Forças Armadas possuem como base maior a disciplina.
Evocação do direito a férias não é de molde a afastar o entendimento
sobre a prática criminosa ante a circunstância de oficial não haver-se
apresentado à Corporação. No acórdão impugnado mediante este habeas,
apontou-se que a problemática referente à conclusão sobre o crime não
pode ser apreciada na via da impetração. E assim o é. Vale frisar que,
consoante a sentença juntada ao processo, mais precisamente a folha que
consubstancia a de número 37, havia simples plano de férias, medida
administrativa que teria efeitos no âmbito financeiro e de pessoal,
inconfundível com a concessão propriamente dita, relativa ao período.
Indefiro a ordem. É como voto.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1576846.
Supremo Tribunal Federal
08/11/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 99.456 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) –
Observem a organicidade e a dinâmica do Direito e, em especial, a
presunção do que normalmente ocorre. Está-se diante de questionamento
alusivo à deserção. O paciente tem contra si duas decisões proferidas. O
habeas corpus pressupõe ilegalidade e esta não pode ser vista no contexto
quando dois órgãos da Justiça Militar assentaram configurada a deserção.
As Forças Armadas possuem como base maior a disciplina.
Evocação do direito a férias não é de molde a afastar o entendimento
sobre a prática criminosa ante a circunstância de oficial não haver-se
apresentado à Corporação. No acórdão impugnado mediante este habeas,
apontou-se que a problemática referente à conclusão sobre o crime não
pode ser apreciada na via da impetração. E assim o é. Vale frisar que,
consoante a sentença juntada ao processo, mais precisamente a folha que
consubstancia a de número 37, havia simples plano de férias, medida
administrativa que teria efeitos no âmbito financeiro e de pessoal,
inconfundível com a concessão propriamente dita, relativa ao período.
Indefiro a ordem. É como voto.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1576846.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 99.456
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
PACTE.(S) : IRAJÁ DOS SANTOS WITT OU IRAJÁ SANTOS WITT
IMPTE.(S) : ALESSANDRA CRISTINA PADULA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
Decisão: A Turma denegou a ordem de habeas corpus, nos termos
do voto do Relator. Unânime. Presidência da Senhora Ministra
Cármen Lúcia. 1ª Turma, 8.11.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Mathias.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1590428
Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 99.456
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
PACTE.(S) : IRAJÁ DOS SANTOS WITT OU IRAJÁ SANTOS WITT
IMPTE.(S) : ALESSANDRA CRISTINA PADULA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
Decisão: A Turma denegou a ordem de habeas corpus, nos termos
do voto do Relator. Unânime. Presidência da Senhora Ministra
Cármen Lúcia. 1ª Turma, 8.11.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Mathias.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1590428
Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1595331 | 2011-11-08T00:00:00 | 2011-11-30T00:00:00 | A Turma denegou a ordem de habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Unânime. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 8.11.2011. | HABEAS CORPUS | DESERÇÃO – FÉRIAS – PLANO DE FÉRIAS VERSUS CONCESSÃO. Descabe confundir plano de férias com a concessão do período alusivo à fruição. | sjur202092 | Número de páginas: 7.
Análise: 06/02/2012, SOF.
Revisão: 08/02/2012, KPB. | MARCO AURÉLIO | Primeira Turma | 99456 | null | HC | acordaos | HC 99456 | [
""
] | PACTE.(S) : IRAJÁ DOS SANTOS WITT OU IRAJÁ SANTOS WITT
IMPTE.(S) : ALESSANDRA CRISTINA PADULA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 99 . 456",
"HABEAS CORPUS 99 . 456",
"HABEAS CORPUS 99 . 456",
"HC 99 . 456 / RS",
"HC 99 . 456 / RS",
"HC 99 . 456 / RS",
"Recurso de Apelação [UNK] 2009 . 01 . 051315 - 0 / RS",
"HC 99 . 456 / RS",
"Recurso de Apelação [UNK] 2009 . 01 . 051315 - 0 / RS",
"HC 99 . 456 / RS",
"HC 99 . 456 / RS",
"HABEAS CORPUS 99 . 456",
"HABEAS CORPUS 99 . 456",
"HABEAS CORPUS 99 . 456"
],
"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 187 do Código Penal Militar",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 187 do Código Penal Militar",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos 187 e 188 do Código Penal Militar",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos 187 e 188 do Código Penal Militar",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"RIO GRANDE DO SUL",
"Brasília",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"Brasília",
"Brasília",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR",
"[UNK] Auditoria Militar da [UNK] Circunscrição Judiciária Militar",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR",
"[UNK] Auditoria Militar da [UNK] Circunscrição Judiciária Militar",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Ministério Público",
"Superior Tribunal Militar",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Ministério Público",
"Superior Tribunal Militar",
"[UNK] R . C . Mec",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Procuradoria Geral da República",
"Ministério Público Federal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Superior Tribunal Militar",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Procuradoria Geral da República",
"Ministério Público Federal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Superior Tribunal Militar",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Presidência do",
"Supremo Tribunal",
"Procuradoria Geral da República",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Presidência do Supremo Tribunal",
"Procuradoria Geral da República",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"MARCO AURÉLIO",
"IRAJÁ DOS SANTOS",
"IRAJÁ SANTOS WITT",
"ALESSANDRA CRISTINA PADULA",
"Cármen Lúcia",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"IRAJÁ DOS SANTOS WITT",
"IRAJÁ SANTOS WITT",
"ALESSANDRA CRISTINA PADULA",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"IRAJÁ DOS SANTOS WITT",
"IRAJÁ SANTOS WITT",
"ALESSANDRA CRISTINA PADULA",
"MARCO AURÉLIO",
"Gilmar Mendes",
"Gilmar Mendes",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"IRAJÁ DOS SANTOS",
"IRAJÁ SANTOS",
"ALESSANDRA CRISTINA PADULA",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Wagner Mathias",
"Carmen Lilian",
"MARCO AURÉLIO",
"IRAJÁ DOS SANTOS WITT",
"IRAJÁ SANTOS",
"ALESSANDRA CRISTINA PADULA",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Wagner Mathias",
"Carmen Lilian"
],
"TEMPO": [
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"8 de novembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"20 de fevereiro de 2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"20 de fevereiro de 2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"4 de abril de 2009",
"30 de dezembro de 2008",
"2 de janeiro",
"2009",
"29 de dezembro de 2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"4 de abril de 2009",
"Ano",
"30 de dezembro de 2008",
"2 de janeiro de 2009",
"29 de dezembro de 2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"7 de setembro de 2009",
"26 de novembro de 2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"7 de setembro de 2009",
"26 de novembro de 2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"3 de novembro de 2011",
"8",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"3 de novembro de 2011",
"8",
"seguinte",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"08",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"8",
".",
"11",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"8",
".",
"11",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Decisão sobre Repercussão Geral
27/10/2011
PLENÁRIO
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 596.663 RIO DE
JANEIRO
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
RECTE.(S)
:ESPÓLIO DE APRÍGIO BELARMINO DE CAMARGO
E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:ANDRÉA BUENO MAGNANI E OUTRO(A/S)
RECDO.(A/S)
:BANCO DO BRASIL S/A
ADV.(A/S)
:JORGE ELIAS NEHME E OUTRO(A/S)
COISA
JULGADA
–
PARÂMETROS
–
GARANTIA
CONSTITUCIONAL – EXECUÇÃO – TEMPERAMENTO ADMITIDO
PELO TRIBUNAL DE ORIGEM – RECURSO EXTRAORDINÁRIO –
REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a
controvérsia acerca do alcance da coisa julgada na hipótese em que
limitado no tempo, em sede de execução do título judicial, o direito de
incidência do percentual de 26,05%, relativo à URP de fevereiro, sobre os
respectivos proventos, reconhecido mediante sentença.
Decisão: O Tribunal, por ausência de manifestações suficientes para
a recusa do recurso (art. 324, parágrafo único, do RISTF), reputou
existente a repercussão geral da questão constitucional suscitada. Não se
manifestaram os Ministros Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa,
Celso de Mello e Cármen Lúcia, tendo se manifestado pela recusa do
recurso os Ministros Luiz Fux, Dias Toffoli, Cezar Peluso e Ayres Britto e
pelo reconhecimento da repercussão geral da questão constitucional
suscitada os Ministros Marco Aurélio e Gilmar Mendes.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1605473.
Supremo Tribunal Federal
DJe 12/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10
Decisão sobre Repercussão Geral
RE 596.663 RG / RJ
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator
2
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Supremo Tribunal Federal
RE 596.663 RG / RJ
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10
Manifestação sobre a Repercussão Geral
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 596.663 RIO DE
JANEIRO
PRONUNCIAMENTO
COISA JULGADA – PARÂMETROS –
GARANTIA CONSTITUCIONAL
–
EXECUÇÃO
–
TEMPERAMENTO
ADMITIDO PELO TRIBUNAL DE
ORIGEM
–
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO
GERAL CONFIGURADA.
1. A Assessoria prestou as seguintes informações:
O Tribunal Superior do Trabalho negou acolhida a pedido
formulado em recurso ordinário, ante fundamentos assim
resumidos (folha 86):
RECURSO
ORDINÁRIO
EM
AÇÃO
RESCISÓRIA. LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃO, NA
FASE EXECUTÓRIA, EM DECORRÊNCIA DA
SATISFAÇÃO DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL DEPOIS
DE PROFERIDA A SENTENÇA EXEQÜENDA.
POSSIBILIDADE. AFRONTA À COISA JULGADA –
NÃO-CONFIGURAÇÃO.
1. A jurisprudência desta Eg. Subseção está orientada
no sentido de que a violação da coisa julgada a que alude
o art. 485, IV, do CPC diz respeito ao trânsito em julgado
operado em outra ação, em que caracterizada a tríplice
identidade de partes, pedidos e causa de pedir, situação
em que não se enquadra a hipótese sob exame.
2. Impossível cogitar-se de violação da coisa julgada
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Supremo Tribunal Federal
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 596.663 RIO DE
JANEIRO
PRONUNCIAMENTO
COISA JULGADA – PARÂMETROS –
GARANTIA CONSTITUCIONAL
–
EXECUÇÃO
–
TEMPERAMENTO
ADMITIDO PELO TRIBUNAL DE
ORIGEM
–
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO
GERAL CONFIGURADA.
1. A Assessoria prestou as seguintes informações:
O Tribunal Superior do Trabalho negou acolhida a pedido
formulado em recurso ordinário, ante fundamentos assim
resumidos (folha 86):
RECURSO
ORDINÁRIO
EM
AÇÃO
RESCISÓRIA. LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃO, NA
FASE EXECUTÓRIA, EM DECORRÊNCIA DA
SATISFAÇÃO DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL DEPOIS
DE PROFERIDA A SENTENÇA EXEQÜENDA.
POSSIBILIDADE. AFRONTA À COISA JULGADA –
NÃO-CONFIGURAÇÃO.
1. A jurisprudência desta Eg. Subseção está orientada
no sentido de que a violação da coisa julgada a que alude
o art. 485, IV, do CPC diz respeito ao trânsito em julgado
operado em outra ação, em que caracterizada a tríplice
identidade de partes, pedidos e causa de pedir, situação
em que não se enquadra a hipótese sob exame.
2. Impossível cogitar-se de violação da coisa julgada
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10
Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 596.663 RG / RJ
(CF, art. 5º, XXXVI; CLT, art. 879, § 1º), diante do curso
diverso, adotado pelo litígio, em execução. Reitere-se que
a ação rescisória destina-se à pesquisa dos vícios descritos
pelo art. 485 do CPC, restritivamente estabelecidos como
autorizadores do desfazimento da coisa julgada. A
insatisfação da parte com o seu próprio desempenho ou
com a solução dada ao litígio originário não autorizará a
quebra da coisa julgada. Recurso ordinário em ação
rescisória conhecido e desprovido.
Os embargos de declaração que se seguiram foram
acolhidos tão somente para determinar a republicação do
acórdão, uma vez que as primeiras e as últimas linhas de cada
página não estavam legíveis, por provável defeito de impressão
(folha 102 a 111).
No recurso extraordinário de folha 113 a 123, interposto
com alegada base na alínea “a” do permissivo constitucional, os
recorrentes arguem a violação aos artigos 5º, incisos XXXV,
XXXVI, LIV e LV, e 93, inciso IX, da Carta da República.
Discorrem sobre a existência de repercussão geral, por estar em
jogo a garantia da intangibilidade da coisa julgada e do
princípio da segurança jurídica que norteia as decisões judiciais.
Apontam a nulidade do julgado, por negativa de prestação
jurisdicional, ante a recusa do Colegiado de analisar as
omissões indicadas nos declaratórios, especificamente no que se
refere ao teor do título exequendo – no qual estaria expressa a
incidência da Unidade de Referência de Preços de fevereiro de
1989, no percentual de 26,05%, sobre os proventos dos autores,
com efeitos presentes e futuros, o que impediria a limitação
efetivada, à data-base da categoria de 1989 – e à sentença
normativa de 1989, que teria transitado em julgado no ano
seguinte, sem que o Banco do Brasil houvesse alegado que, por
meio do acordo então celebrado, teria quitado os créditos ora
em discussão. Aduzem que a argumentação do recorrido nesse
sentido só foi trazida a juízo em 1998, passados quase dez anos.
2
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Supremo Tribunal Federal
RE 596.663 RG / RJ
(CF, art. 5º, XXXVI; CLT, art. 879, § 1º), diante do curso
diverso, adotado pelo litígio, em execução. Reitere-se que
a ação rescisória destina-se à pesquisa dos vícios descritos
pelo art. 485 do CPC, restritivamente estabelecidos como
autorizadores do desfazimento da coisa julgada. A
insatisfação da parte com o seu próprio desempenho ou
com a solução dada ao litígio originário não autorizará a
quebra da coisa julgada. Recurso ordinário em ação
rescisória conhecido e desprovido.
Os embargos de declaração que se seguiram foram
acolhidos tão somente para determinar a republicação do
acórdão, uma vez que as primeiras e as últimas linhas de cada
página não estavam legíveis, por provável defeito de impressão
(folha 102 a 111).
No recurso extraordinário de folha 113 a 123, interposto
com alegada base na alínea “a” do permissivo constitucional, os
recorrentes arguem a violação aos artigos 5º, incisos XXXV,
XXXVI, LIV e LV, e 93, inciso IX, da Carta da República.
Discorrem sobre a existência de repercussão geral, por estar em
jogo a garantia da intangibilidade da coisa julgada e do
princípio da segurança jurídica que norteia as decisões judiciais.
Apontam a nulidade do julgado, por negativa de prestação
jurisdicional, ante a recusa do Colegiado de analisar as
omissões indicadas nos declaratórios, especificamente no que se
refere ao teor do título exequendo – no qual estaria expressa a
incidência da Unidade de Referência de Preços de fevereiro de
1989, no percentual de 26,05%, sobre os proventos dos autores,
com efeitos presentes e futuros, o que impediria a limitação
efetivada, à data-base da categoria de 1989 – e à sentença
normativa de 1989, que teria transitado em julgado no ano
seguinte, sem que o Banco do Brasil houvesse alegado que, por
meio do acordo então celebrado, teria quitado os créditos ora
em discussão. Aduzem que a argumentação do recorrido nesse
sentido só foi trazida a juízo em 1998, passados quase dez anos.
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10
Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 596.663 RG / RJ
Por fim, insistem na configuração de ofensa à coisa julgada,
porquanto não há, no título exequendo, qualquer possibilidade
de autorizar limite à condenação imposta.
O Banco do Brasil, nas contrarrazões de folha 127 a 134,
salienta a ausência de demonstração da nulidade do
pronunciamento, tampouco do desrespeito à coisa julgada.
Alude ao artigo 794, inciso I, do Código de Processo Civil.
O Juízo primeiro de admissibilidade obstou o trânsito do
recurso, que foi processado em razão do provimento dado a
agravo de instrumento, ocasião em que consignei (folha 155):
COISA JULGADA – AGRAVO DE INSTRUMENTO
–
CONHECIMENTO
E
PROVIMENTO
–
ENQUADRAMENTO
DO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO NA ALÍNEA “A” DO INCISO III DO
ARTIGO 102 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL –
CONVERSÃO DOS AUTOS – AUTUAÇÃO –
DISTRIBUIÇÃO POR PREVENÇÃO – AUDIÇÃO DA
PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA.
1. Ficou explicitamente assentado, no título executivo
judicial, o direito dos agravantes de incidência do
percentual de 26,05% nos respectivos proventos,
assegurando-se “que esta incidência integra os
mencionados proventos, com efeitos presentes e futuros,
pelos motivos expostos no capítulo de fundamentação da
sentença que este decisum integra” (folha 34). Pois bem, em
execução, veio a ser limitado no tempo o direito
reconhecido mediante sentença. Ajuizada ação rescisória,
o pedido formulado foi julgado improcedente.
2. Conheço deste agravo e o provejo.
3. Entendendo enquadrado o extraordinário no
3
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Supremo Tribunal Federal
RE 596.663 RG / RJ
Por fim, insistem na configuração de ofensa à coisa julgada,
porquanto não há, no título exequendo, qualquer possibilidade
de autorizar limite à condenação imposta.
O Banco do Brasil, nas contrarrazões de folha 127 a 134,
salienta a ausência de demonstração da nulidade do
pronunciamento, tampouco do desrespeito à coisa julgada.
Alude ao artigo 794, inciso I, do Código de Processo Civil.
O Juízo primeiro de admissibilidade obstou o trânsito do
recurso, que foi processado em razão do provimento dado a
agravo de instrumento, ocasião em que consignei (folha 155):
COISA JULGADA – AGRAVO DE INSTRUMENTO
–
CONHECIMENTO
E
PROVIMENTO
–
ENQUADRAMENTO
DO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO NA ALÍNEA “A” DO INCISO III DO
ARTIGO 102 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL –
CONVERSÃO DOS AUTOS – AUTUAÇÃO –
DISTRIBUIÇÃO POR PREVENÇÃO – AUDIÇÃO DA
PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA.
1. Ficou explicitamente assentado, no título executivo
judicial, o direito dos agravantes de incidência do
percentual de 26,05% nos respectivos proventos,
assegurando-se “que esta incidência integra os
mencionados proventos, com efeitos presentes e futuros,
pelos motivos expostos no capítulo de fundamentação da
sentença que este decisum integra” (folha 34). Pois bem, em
execução, veio a ser limitado no tempo o direito
reconhecido mediante sentença. Ajuizada ação rescisória,
o pedido formulado foi julgado improcedente.
2. Conheço deste agravo e o provejo.
3. Entendendo enquadrado o extraordinário no
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10
Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 596.663 RG / RJ
permissivo que lhe é próprio, procedo à conversão dos
autos. Autuem o recurso, distribuindo-no por prevenção.
A seguir, colham o parecer da Procuradoria Geral da
República.
4. Publiquem.
A Procuradoria Geral da República, no parecer de folha
167 a 169, preconiza o não conhecimento ou o não provimento
do recurso.
2. Conforme fiz ver quando provi o agravo de instrumento para a
subida do extraordinário, no título executivo judicial, ficou estampado o
direito dos agravantes à incidência do percentual de 26,05%, relativo à
URP de fevereiro, sobre os respectivos proventos, assegurando-se que a
incidência os integraria com efeitos presentes e futuros. Nada foi dito,
mitigando-se o alcance do que decidido, sobre o acerto em data-base.
Logo, há tema a repercutir em um sem-número de casos no que a coisa
julgada, ato jurídico perfeito e acabado por excelência, porquanto
formalizado pelo Judiciário, implica a segurança jurídica.
3. Pronuncio-me pela existência de repercussão geral.
4. À Assessoria, para acompanhar o incidente.
5. Publiquem.
Brasília – residência –, 17 de setembro de 2011, às 10h40.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator
4
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Supremo Tribunal Federal
RE 596.663 RG / RJ
permissivo que lhe é próprio, procedo à conversão dos
autos. Autuem o recurso, distribuindo-no por prevenção.
A seguir, colham o parecer da Procuradoria Geral da
República.
4. Publiquem.
A Procuradoria Geral da República, no parecer de folha
167 a 169, preconiza o não conhecimento ou o não provimento
do recurso.
2. Conforme fiz ver quando provi o agravo de instrumento para a
subida do extraordinário, no título executivo judicial, ficou estampado o
direito dos agravantes à incidência do percentual de 26,05%, relativo à
URP de fevereiro, sobre os respectivos proventos, assegurando-se que a
incidência os integraria com efeitos presentes e futuros. Nada foi dito,
mitigando-se o alcance do que decidido, sobre o acerto em data-base.
Logo, há tema a repercutir em um sem-número de casos no que a coisa
julgada, ato jurídico perfeito e acabado por excelência, porquanto
formalizado pelo Judiciário, implica a segurança jurídica.
3. Pronuncio-me pela existência de repercussão geral.
4. À Assessoria, para acompanhar o incidente.
5. Publiquem.
Brasília – residência –, 17 de setembro de 2011, às 10h40.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator
4
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10
Manifestação sobre a Repercussão Geral
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 596.663 RIO DE
JANEIRO
MANIFESTAÇÃO
Espólio de Aprigio Belarmino de Camargo e outro interpõem
recurso extraordinário, com fundamento na alínea "a" do permissivo
constitucional, contra acórdão da Subseção II Especializada em Dissídios
Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, que negou provimento ao
recurso ordinário, mantendo a improcedência da ação rescisória ajuizada
com base na alegada violação da coisa julgada.
O Tribunal Superior do Trabalho confirmou a decisão em que o
Tribunal regional concluiu que a extinção da execução em virtude do
cumprimento integral da sentença exequenda não implicou violação da
coisa julgada. No acórdão atacado, asseverou-se, nos termos do voto do
Relator, que as razões manejadas no recurso ordinário não foram
suficientes para infirmar o julgado rescindendo, “segundo o qual, conforme
constatado por meio de prova pericial, a obrigação foi satisfeita, quanto aos
empregados do ora réu, abrangendo o período de fevereiro até agosto de 1989, por
força do dissídio coletivo já mencionado, sendo que os ora recorrentes receberam
os valores pertinentes às diferenças de proventos de aposentadoria decorrentes da
aplicação do percentual de 26,05% relativo à URP de fevereiro de 1989 –
indevidamente – até agosto de 1995 (fl. 87)” (fl. 90).
No apelo extremo, os recorrentes sustentam violação do art. 5º,
inciso XXXVI, da Constituição Federal, alegando que a vedação, pelas
instâncias inferiores, da incorporação dos valores referentes à aplicação
do percentual de 26,05% aos proventos dos autores - ao argumento de
que os referidos valores já haviam sido quitados conforme o estabelecido
na sentença normativa proferida nos autos do Dissídio Coletivo nº 38/89 -
teria implicado a limitação temporal do que decidido na reclamação
trabalhista - na qual se reconheceu o direito dos autores ao referido
reajuste -, o que teria resultado em clara violação da coisa julgada.
Acrescentam que “o título exequendo não trouxe qualquer possibilidade de
limitação. Ao contrário, de forma clara determinou que os valores devidos fossem
integrados aos proventos dos Autores, com efeitos presentes e futuros. Ora, não
se fazia necessária vedação expressa à limitação, como pontuado pelo v. acórdão
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Supremo Tribunal Federal
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 596.663 RIO DE
JANEIRO
MANIFESTAÇÃO
Espólio de Aprigio Belarmino de Camargo e outro interpõem
recurso extraordinário, com fundamento na alínea "a" do permissivo
constitucional, contra acórdão da Subseção II Especializada em Dissídios
Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, que negou provimento ao
recurso ordinário, mantendo a improcedência da ação rescisória ajuizada
com base na alegada violação da coisa julgada.
O Tribunal Superior do Trabalho confirmou a decisão em que o
Tribunal regional concluiu que a extinção da execução em virtude do
cumprimento integral da sentença exequenda não implicou violação da
coisa julgada. No acórdão atacado, asseverou-se, nos termos do voto do
Relator, que as razões manejadas no recurso ordinário não foram
suficientes para infirmar o julgado rescindendo, “segundo o qual, conforme
constatado por meio de prova pericial, a obrigação foi satisfeita, quanto aos
empregados do ora réu, abrangendo o período de fevereiro até agosto de 1989, por
força do dissídio coletivo já mencionado, sendo que os ora recorrentes receberam
os valores pertinentes às diferenças de proventos de aposentadoria decorrentes da
aplicação do percentual de 26,05% relativo à URP de fevereiro de 1989 –
indevidamente – até agosto de 1995 (fl. 87)” (fl. 90).
No apelo extremo, os recorrentes sustentam violação do art. 5º,
inciso XXXVI, da Constituição Federal, alegando que a vedação, pelas
instâncias inferiores, da incorporação dos valores referentes à aplicação
do percentual de 26,05% aos proventos dos autores - ao argumento de
que os referidos valores já haviam sido quitados conforme o estabelecido
na sentença normativa proferida nos autos do Dissídio Coletivo nº 38/89 -
teria implicado a limitação temporal do que decidido na reclamação
trabalhista - na qual se reconheceu o direito dos autores ao referido
reajuste -, o que teria resultado em clara violação da coisa julgada.
Acrescentam que “o título exequendo não trouxe qualquer possibilidade de
limitação. Ao contrário, de forma clara determinou que os valores devidos fossem
integrados aos proventos dos Autores, com efeitos presentes e futuros. Ora, não
se fazia necessária vedação expressa à limitação, como pontuado pelo v. acórdão
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Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 596.663 RG / RJ
recorrido, quando é possível depreender a clara determinação quanto aos efeitos
futuros do r. decisum, vez que determinada a integração dos proventos”.
Entendo que a questão posta nos autos está restrita à delimitação do
comando do dispositivo da sentença da mencionada reclamatória
trabalhista, a qual, segundo o acórdão atacado, condenou o Banco do
Brasil a pagar aos autores “os valores da incidência da URP de fevereiro/89, ao
percentual de 26,05% sobre os proventos deles, assegurando que esta integra os
mencionados proventos, com efeitos presentes e futuros” (fl. 88).
Assim, o tema vinculado no recurso extraordinário refere-se à
definição dos limites objetivos da coisa julgada no caso concreto. Essa
questão deve ser dirimida à luz da legislação infraconstitucional
pertinente, não se podendo, portanto, alçá-la ao patamar constitucional.
Há, no caso, ofensa reflexa, o que impede o exame do mérito da questão
posta no extraordinário, conforme iterativa jurisprudência da Suprema
Corte. Sobre o tema, diz o Ministro Celso de Mello, em primorosa
síntese, que a "discussão em torno da integridade da coisa julgada, por
reclamar análise prévia e necessária dos requisitos legais, que, em nosso
sistema jurídico, conformam o fenômeno processual da ‘res judicata', torna
incabível o recurso extraordinário". Acentua ainda Sua Excelência que, "em
tal hipótese, a indagação em torno do que dispõe o art. 5°, XXXVI, da
Constituição - por supor o exame ‘in concreto', dos limites subjetivos (CPC,
art. 472) e/ou objetivos (CPC, arts. 468, 469, 470 e 474) da coisa julgada -
traduz matéria revestida de índole infraconstitucional, podendo caracterizar
situação de eventual conflito indireto com o texto da Carta Política (RTJ
182/746), circunstância que pré-exclui a possibilidade de adequada
utilização do recurso extraordinário" (AI nº 452.174/GO-AgR, Segunda
Turma, DJ de 17/10/03).
Nessa mesma linha, o Plenário desta Corte, ao examinar o RE nº
637.135/BA, recusou o recurso extraordinário, ao concluir que a matéria
nele versada, vinculada aos limites da coisa julgada, não possuía
repercussão geral, por não se tratar de tema de índole constitucional. Esse
julgado ficou assim ementado:
“RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Coisa
2
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Supremo Tribunal Federal
RE 596.663 RG / RJ
recorrido, quando é possível depreender a clara determinação quanto aos efeitos
futuros do r. decisum, vez que determinada a integração dos proventos”.
Entendo que a questão posta nos autos está restrita à delimitação do
comando do dispositivo da sentença da mencionada reclamatória
trabalhista, a qual, segundo o acórdão atacado, condenou o Banco do
Brasil a pagar aos autores “os valores da incidência da URP de fevereiro/89, ao
percentual de 26,05% sobre os proventos deles, assegurando que esta integra os
mencionados proventos, com efeitos presentes e futuros” (fl. 88).
Assim, o tema vinculado no recurso extraordinário refere-se à
definição dos limites objetivos da coisa julgada no caso concreto. Essa
questão deve ser dirimida à luz da legislação infraconstitucional
pertinente, não se podendo, portanto, alçá-la ao patamar constitucional.
Há, no caso, ofensa reflexa, o que impede o exame do mérito da questão
posta no extraordinário, conforme iterativa jurisprudência da Suprema
Corte. Sobre o tema, diz o Ministro Celso de Mello, em primorosa
síntese, que a "discussão em torno da integridade da coisa julgada, por
reclamar análise prévia e necessária dos requisitos legais, que, em nosso
sistema jurídico, conformam o fenômeno processual da ‘res judicata', torna
incabível o recurso extraordinário". Acentua ainda Sua Excelência que, "em
tal hipótese, a indagação em torno do que dispõe o art. 5°, XXXVI, da
Constituição - por supor o exame ‘in concreto', dos limites subjetivos (CPC,
art. 472) e/ou objetivos (CPC, arts. 468, 469, 470 e 474) da coisa julgada -
traduz matéria revestida de índole infraconstitucional, podendo caracterizar
situação de eventual conflito indireto com o texto da Carta Política (RTJ
182/746), circunstância que pré-exclui a possibilidade de adequada
utilização do recurso extraordinário" (AI nº 452.174/GO-AgR, Segunda
Turma, DJ de 17/10/03).
Nessa mesma linha, o Plenário desta Corte, ao examinar o RE nº
637.135/BA, recusou o recurso extraordinário, ao concluir que a matéria
nele versada, vinculada aos limites da coisa julgada, não possuía
repercussão geral, por não se tratar de tema de índole constitucional. Esse
julgado ficou assim ementado:
“RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Coisa
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 10
Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 596.663 RG / RJ
julgada. Limites. Acordo extrajudicial. Juntada. Embargos à
execução. Preclusão. Tema infraconstitucional. Precedentes.
Ausência de repercussão geral. Recurso extraordinário não
conhecido. Não apresenta repercussão geral recurso extraordinário
que, tendo por objeto discussão sobre os limites da coisa julgada em
decorrência de juntada de acordo, celebrado antes da propositura da
ação de conhecimento, mas levado aos autos somente na fase dos
embargos à execução, versa sobre tema infraconstitucional” (DJe de
5/9/11).
Este Supremo Tribunal Federal já assentou o reconhecimento da
inexistência da repercussão geral quando não há matéria constitucional a
ser examinada ou quando a afronta ao texto da Constituição, se houver,
for indireta ou reflexa. Nesse sentido, destaco: AI nº 743.681/BA-RG,
Relator o Ministro Cezar Peluso, DJe de 16/10/09; RE nº 602.136/RJ-RG,
Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe de 4/12/09; RE nº 590.415/SC-RG,
Relator o Ministro Menezes Direto, DJe de 7/8/09.
Ressalte-se a seguinte passagem da manifestação lançada no referido
RE nº 590.415/SC-RG:
“(...)
Com efeito, se não há controvérsia constitucional a ser
dirimida no recurso extraordinário ou se o exame da questão
constitucional não prescinde da prévia análise de normas
infraconstitucionais, é patente a ausência de repercussão geral,
uma vez que essa, induvidosamente, pressupõe a existência de
matéria constitucional passível de análise por esta Corte.”
Assim, entendo ausente matéria constitucional a ser dirimida no
caso em tela e, em virtude disso, manifesto-me pela inexistência de
repercussão geral.
Brasília, 24 de outubro de 2011.
Ministro DIAS TOFFOLI
3
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Supremo Tribunal Federal
RE 596.663 RG / RJ
julgada. Limites. Acordo extrajudicial. Juntada. Embargos à
execução. Preclusão. Tema infraconstitucional. Precedentes.
Ausência de repercussão geral. Recurso extraordinário não
conhecido. Não apresenta repercussão geral recurso extraordinário
que, tendo por objeto discussão sobre os limites da coisa julgada em
decorrência de juntada de acordo, celebrado antes da propositura da
ação de conhecimento, mas levado aos autos somente na fase dos
embargos à execução, versa sobre tema infraconstitucional” (DJe de
5/9/11).
Este Supremo Tribunal Federal já assentou o reconhecimento da
inexistência da repercussão geral quando não há matéria constitucional a
ser examinada ou quando a afronta ao texto da Constituição, se houver,
for indireta ou reflexa. Nesse sentido, destaco: AI nº 743.681/BA-RG,
Relator o Ministro Cezar Peluso, DJe de 16/10/09; RE nº 602.136/RJ-RG,
Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe de 4/12/09; RE nº 590.415/SC-RG,
Relator o Ministro Menezes Direto, DJe de 7/8/09.
Ressalte-se a seguinte passagem da manifestação lançada no referido
RE nº 590.415/SC-RG:
“(...)
Com efeito, se não há controvérsia constitucional a ser
dirimida no recurso extraordinário ou se o exame da questão
constitucional não prescinde da prévia análise de normas
infraconstitucionais, é patente a ausência de repercussão geral,
uma vez que essa, induvidosamente, pressupõe a existência de
matéria constitucional passível de análise por esta Corte.”
Assim, entendo ausente matéria constitucional a ser dirimida no
caso em tela e, em virtude disso, manifesto-me pela inexistência de
repercussão geral.
Brasília, 24 de outubro de 2011.
Ministro DIAS TOFFOLI
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10
Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 596.663 RG / RJ
Documento assinado digitalmente
4
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Supremo Tribunal Federal
RE 596.663 RG / RJ
Documento assinado digitalmente
4
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1619365 | 2011-10-27T00:00:00 | 2011-12-12T00:00:00 | Decisão: O Tribunal, por ausência de manifestações suficientes para a recusa do recurso (art. 324, parágrafo único, do RISTF), reputou existente a repercussão geral da questão constitucional suscitada. Não se manifestaram os Ministros Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Celso de Mello e Cármen Lúcia, tendo se manifestado pela recusa do recurso os Ministros Luiz Fux, Dias Toffoli, Cezar Peluso e Ayres Britto e pelo reconhecimento da repercussão geral da questão constitucional suscitada os Ministros Marco Aurélio e Gilmar Mendes.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator | REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | COISA JULGADA – PARÂMETROS – GARANTIA CONSTITUCIONAL – EXECUÇÃO – TEMPERAMENTO ADMITIDO PELO TRIBUNAL DE ORIGEM – RECURSO EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia acerca do alcance da coisa julgada na hipótese em que limitado no tempo, em sede de execução do título judicial, o direito de incidência do percentual de 26,05%, relativo à URP de fevereiro, sobre os respectivos proventos, reconhecido mediante sentença. | repercussao-geral3241 | REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO JULGADO
- Acórdãos citados: AI 452174 AgR, RE 590415 RG, RE 602136 RG, RE 637135 - Tribunal Pleno, RE 743681 RG.
Número de páginas: 10.
Análise: 10/01/2012, MMR.
Revisão: 19/01/2012, KBP. | MARCO AURÉLIO | Tribunal Pleno | 596663 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00005 INC-00036 ART-00102 INC-00003\r\n LET-A \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED RGI ANO-1980\r\n ART-00324 PAR-ÚNICO \r\n RISTF-1980 REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL"
] | RE-RG | acordaos | RE 596663 RG | [
""
] | RECTE.(S) : ESPÓLIO DE APRÍGIO BELARMINO DE CAMARGO E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : ANDRÉA BUENO MAGNANI E OUTRO(A/S)
RECDO.(A/S) : BANCO DO BRASIL S/A
ADV.(A/S) : JORGE ELIAS NEHME E OUTRO(A/S) | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 596 . 663",
"RE 596 . 663 RG / RJ",
"RE 596 . 663 RG / RJ",
"RECURSO",
"RE 596 . 663 RG / RJ",
"RE 596 . 663 RG / RJ",
"RE 596 . 663 RG / RJ",
"RE 596 . 663 RG / RJ",
"RE 596 . 663 RG",
"RE 596 . 663 RG / RJ",
"Dissídio Coletivo [UNK] 38 / 89",
"RECURSO",
"Dissídio Coletivo [UNK] 38 / 89",
"RE 596 . 663 RG / RJ",
"RTJ 182 / 746",
"AI [UNK] 452 . 174 / GO - AgR",
"RE [UNK] 637 . 135 / BA",
"RE 596 . 663 RG / RJ",
"AI [UNK] 452 . 174 / GO - AgR",
"RE [UNK] 637 . 135 / BA",
"RE 596 . 663 RG / RJ",
"AI [UNK] 743 . 681 / BA - RG",
"RE [UNK] 602 . 136 / RJ - RG",
"RE [UNK] 590 . 415 / SC - RG",
"RE [UNK] 590 . 415 / SC - RG",
"RE 596 . 663 RG / RJ",
"AI [UNK] 743 . 681 / BA - RG",
"RE [UNK] 602 . 136 / RJ - RG",
"RE [UNK] 590 . 415 / SC - RG",
"RE [UNK] 590 . 415 / SC - RG",
"RE 596 . 663 RG / RJ",
"RE 596 . 663 RG / RJ"
],
"LEGISLACAO": [
"art . 324 , parágrafo único , do RISTF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 485 , IV , do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 485 , IV , do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , art . [UNK] , XXXVI",
"CLT , art . 879 , § [UNK]",
"art . 485 do CPC",
"artigos [UNK] , incisos XXXV , XXXVI , LIV e LV , e 93 , inciso IX , da Carta da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CF , art . [UNK] , XXXVI",
"CLT , art . 879 , § [UNK]",
"art . 485 do CPC",
"artigos [UNK] , incisos XXXV , XXXVI , LIV e LV , e 93 , inciso IX , da Carta da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 794 , inciso I , do Código de Processo Civil",
"ALÍNEA “ A ” DO",
"INCISO III DO ARTIGO 102 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 794 , inciso I , do Código de Processo Civil",
"INCISO III DO ARTIGO 102 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , inciso XXXVI , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , inciso XXXVI , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 5° , XXXVI , da Constituição",
"CPC , art . 472",
"CPC , arts . 468 , 469 , 470 e 474",
"Carta Política",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 5° , XXXVI , da Constituição",
"CPC , art . 472",
"CPC , arts . 468 , 469 , 470 e 474",
"Carta Política",
"RTJ",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"Brasília",
"Brasília – residência",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"Brasília",
"Brasília"
],
"ORGANIZACAO": [
"PLENÁRIO",
"BANCO DO BRASIL S / A",
"TRIBUNAL",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal Superior do Trabalho",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal Superior do Trabalho",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Banco do Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Banco do Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Banco do Brasil",
"PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Banco do Brasil",
"PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Procuradoria",
"Geral da República",
"Procuradoria Geral da República",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Procuradoria Geral da República",
"Procuradoria Geral da República",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Subseção II Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho",
"Tribunal Superior do Trabalho",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Subseção II Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho",
"Tribunal Superior do Trabalho",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Banco do Brasil",
"Suprema Corte",
"Segunda Turma",
"Plenário",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Banco do Brasil",
"Suprema Corte",
"Segunda Turma",
"Plenário",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"MARCO AURÉLIO",
"ESPÓLIO DE APRÍGIO BELARMINO DE CAMARGO",
"ANDRÉA BUENO MAGNANI",
"JORGE ELIAS NEHME",
"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Celso de Mello",
"Cármen Lúcia",
"Luiz Fux",
"Dias Toffoli",
"Cezar Peluso",
"Ayres Britto",
"Marco Aurélio",
"Gilmar Mendes",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"Aprigio Belarmino de Camargo",
"Aprigio Belarmino de Camargo",
"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
"Cezar Peluso",
"Ellen Gracie",
"Menezes Direto",
"DIAS TOFFOLI",
"Cezar Peluso",
"Ellen Gracie",
"Menezes Direto",
"DIAS TOFFOLI"
],
"TEMPO": [
"27",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"fevereiro",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"12",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"fevereiro de 1989",
"1989",
"1989",
"1998",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"fevereiro de 1989",
"1989",
"1989",
"1998",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"fevereiro",
"17 de setembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"fevereiro",
"17 de setembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"fevereiro",
"agosto de 1989",
"fevereiro de 1989",
"agosto",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"fevereiro",
"agosto de 1989",
"fevereiro de 1989",
"agosto de 1995",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"fevereiro",
"/",
"89",
"17",
"/",
"10",
"/",
"03",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"fevereiro",
"/",
"89",
"17",
"/",
"10",
"/",
"03",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"5",
"/",
"9",
"/",
"11",
"16",
"/",
"10",
"/",
"09",
"4",
"/",
"12",
"/",
"09",
"7",
"/",
"8",
"/",
"09",
"24 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"5",
"/",
"9",
"/",
"11",
"16",
"/",
"10",
"/",
"09",
"4",
"/",
"12",
"/",
"09",
"7",
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"8",
"/",
"09",
"24 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
27/10/2011
PLENÁRIO
EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 28.044 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
EMBTE.(S)
:SEMÍRAMIS FERREIRA SANTIAGO DE ARAÚJO
EMBTE.(S)
:MARCOS ANDRÉ MANGET DA SILVA
ADV.(A/S)
:EDNALDO CÉLIO BEZERRA DE MELO
EMBDO.(A/S)
:CONSELHO
NACIONAL
DE
JUSTIÇA
(PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO
Nº 200810000028374)
EMENTA: EMBARGOS DECLARATÓRIOS OPOSTOS DE DECISÃO
MONOCRÁTICA. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL.
MANDADO DE SEGURANÇA. SUPOSTO ATO ILEGAL DO
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. NÃO OCORRÊNCIA.
CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NA ATIVIDADE NOTARIAL
E DE REGISTRO. OUTORGA DA DELEGAÇÃO APÓS EXPIRADO O
PRAZO DE VALIDADE. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO.
I – O CNJ não praticou qualquer ilegalidade ao exercer o controle de
ato administrativo praticado pelo Poder Judiciário, limitando-se, apenas,
a aplicar as regras previstas no edital do concurso público, bem como no
art. 37, III, da Constituição Federal, dentro dos estritos termos de sua
competência.
II – Expirado o prazo de validade do concurso para ingresso na
atividade notarial e de registro, não é mais possível a outorga de
delegação a candidato aprovado no certame.
III - Os agravantes não acostaram documento que comprova data
diversa da homologação do concurso para a delegação de serventias
extrajudiciais.
IV – Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, a
que se nega provimento.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1554752.
Supremo Tribunal Federal
DJe 12/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 11
Ementa e Acórdão
MS 28.044 ED / DF
Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência do
Senhor Ministro Cezar Peluso, na conformidade da ata de julgamentos e
das notas taquigráficas, por maioria, contra o voto do Senhor Ministro
Marco Aurélio, receber os embargos de declaração como recurso de
agravo e, a este, por unanimidade, negou provimento, nos termos do voto
do Relator. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello;
licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa e, neste julgamento, os
Senhores Ministros Gilmar Mendes e Ayres Britto.
Brasília, 27 de outubro de 2011.
RICARDO LEWANDOWSKI - RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1554752.
Supremo Tribunal Federal
MS 28.044 ED / DF
Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência do
Senhor Ministro Cezar Peluso, na conformidade da ata de julgamentos e
das notas taquigráficas, por maioria, contra o voto do Senhor Ministro
Marco Aurélio, receber os embargos de declaração como recurso de
agravo e, a este, por unanimidade, negou provimento, nos termos do voto
do Relator. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello;
licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa e, neste julgamento, os
Senhores Ministros Gilmar Mendes e Ayres Britto.
Brasília, 27 de outubro de 2011.
RICARDO LEWANDOWSKI - RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
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Relatório
27/10/2011
PLENÁRIO
EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 28.044 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
EMBTE.(S)
:SEMÍRAMIS FERREIRA SANTIAGO DE ARAÚJO
EMBTE.(S)
:MARCOS ANDRÉ MANGET DA SILVA
ADV.(A/S)
:EDNALDO CÉLIO BEZERRA DE MELO
EMBDO.(A/S)
:CONSELHO
NACIONAL
DE
JUSTIÇA
(PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO
Nº 200810000028374)
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Trata-se de
embargos declaratórios opostos de decisão em que neguei seguimento a
este mandado de segurança impetrado contra ato do Conselho Nacional
de Justiça - CNJ, proferido nos autos do Procedimento de Controle
Administrativo 2008.10.00.002837-4.
O CNJ determinou a anulação dos atos de outorga de delegação dos
impetrantes em serventia extrajudicial, ao argumento de que a publicação
desses atos deu-se após o decurso de prazo de validade do concurso
previsto no edital.
Os impetrantes afirmaram, em síntese, que a outorga ocorreu em
5/11/2008 e que o termo ad quem do concurso seria 22/11/2008, pois, em
22/11/2006, foi publicada a homologação do resultado final do certame,
de acordo, portanto, com o prazo de validade constante do edital.
Sustentaram, ainda, ser incabível a fixação de prazo de validade para
o concurso público para investidura em serviços notariais e de registro.
Citaram, para corroborar tal tese, o julgamento da ADI 2.602/MG, Rel.
para o acórdão Min. Eros Grau, em que o Tribunal entendeu que o regime
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
27/10/2011
PLENÁRIO
EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 28.044 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
EMBTE.(S)
:SEMÍRAMIS FERREIRA SANTIAGO DE ARAÚJO
EMBTE.(S)
:MARCOS ANDRÉ MANGET DA SILVA
ADV.(A/S)
:EDNALDO CÉLIO BEZERRA DE MELO
EMBDO.(A/S)
:CONSELHO
NACIONAL
DE
JUSTIÇA
(PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO
Nº 200810000028374)
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Trata-se de
embargos declaratórios opostos de decisão em que neguei seguimento a
este mandado de segurança impetrado contra ato do Conselho Nacional
de Justiça - CNJ, proferido nos autos do Procedimento de Controle
Administrativo 2008.10.00.002837-4.
O CNJ determinou a anulação dos atos de outorga de delegação dos
impetrantes em serventia extrajudicial, ao argumento de que a publicação
desses atos deu-se após o decurso de prazo de validade do concurso
previsto no edital.
Os impetrantes afirmaram, em síntese, que a outorga ocorreu em
5/11/2008 e que o termo ad quem do concurso seria 22/11/2008, pois, em
22/11/2006, foi publicada a homologação do resultado final do certame,
de acordo, portanto, com o prazo de validade constante do edital.
Sustentaram, ainda, ser incabível a fixação de prazo de validade para
o concurso público para investidura em serviços notariais e de registro.
Citaram, para corroborar tal tese, o julgamento da ADI 2.602/MG, Rel.
para o acórdão Min. Eros Grau, em que o Tribunal entendeu que o regime
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 11
Relatório
MS 28.044 ED / DF
jurídico dos serventuários é distinto daquele previsto para os servidores
públicos.
Ademais, trouxeram à colação julgados proferidos pelo CNJ,
anteriores ao aqui impugnado, em que aquele órgão firmou
entendimento de que não há necessidade de prazo de validade em
certames para provimento de funções de notário.
Neguei seguimento ao mandamus, por entender não estar
comprovado o direito líquido e certo dos impetrantes.
Assentei que o Conselho Nacional de Justiça, nos termos da
competência constitucional mencionada no art. 103-B, § 4º, II, instaurou o
Procedimento de Controle Administrativo 2008.10.00.002837-4, proposto
pela Associação dos Notários e Registradores do Estado de Pernambuco –
ANOREG-PE, com a finalidade de desconstituir a outorga de serventias
concedidas após o prazo de validade previsto no edital do certame, além
de outras ilegalidades observadas.
Anotei que, ao apreciar o feito, o CNJ entendeu que, expirado o
prazo de validade previsto no edital do concurso público, e não
prorrogado pela autoridade competente, é incabível a nomeação de
candidato aprovado.
Verifiquei, assim, que não se registrou a prática de qualquer
ilegalidade, pois, ao exercer o controle de ato administrativo praticado
pelo Poder Judiciário, o CNJ limitou-se, tão somente, a aplicar, in casu, as
regras previstas no edital do concurso público, bem como no art. 37 da
CF, nos estritos termos de sua competência.
Na espécie, portanto, entendi que os impetrantes buscavam compelir
o Conselho Nacional de Justiça a proferir uma decisão favorável às suas
pretensões, o que não parece razoável, até porque esta Corte não é órgão
recursal relativamente às decisões daquele Conselho, não havendo, pois,
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
MS 28.044 ED / DF
jurídico dos serventuários é distinto daquele previsto para os servidores
públicos.
Ademais, trouxeram à colação julgados proferidos pelo CNJ,
anteriores ao aqui impugnado, em que aquele órgão firmou
entendimento de que não há necessidade de prazo de validade em
certames para provimento de funções de notário.
Neguei seguimento ao mandamus, por entender não estar
comprovado o direito líquido e certo dos impetrantes.
Assentei que o Conselho Nacional de Justiça, nos termos da
competência constitucional mencionada no art. 103-B, § 4º, II, instaurou o
Procedimento de Controle Administrativo 2008.10.00.002837-4, proposto
pela Associação dos Notários e Registradores do Estado de Pernambuco –
ANOREG-PE, com a finalidade de desconstituir a outorga de serventias
concedidas após o prazo de validade previsto no edital do certame, além
de outras ilegalidades observadas.
Anotei que, ao apreciar o feito, o CNJ entendeu que, expirado o
prazo de validade previsto no edital do concurso público, e não
prorrogado pela autoridade competente, é incabível a nomeação de
candidato aprovado.
Verifiquei, assim, que não se registrou a prática de qualquer
ilegalidade, pois, ao exercer o controle de ato administrativo praticado
pelo Poder Judiciário, o CNJ limitou-se, tão somente, a aplicar, in casu, as
regras previstas no edital do concurso público, bem como no art. 37 da
CF, nos estritos termos de sua competência.
Na espécie, portanto, entendi que os impetrantes buscavam compelir
o Conselho Nacional de Justiça a proferir uma decisão favorável às suas
pretensões, o que não parece razoável, até porque esta Corte não é órgão
recursal relativamente às decisões daquele Conselho, não havendo, pois,
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Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 11
Relatório
MS 28.044 ED / DF
qualquer ofensa a direito líquido e certo merecedora de reparação.
Citei, para corroborar esse entendimento, a manifestação proferida
pela Ministra Ellen Gracie no MS 26.797/DF, cujo trecho, por oportuno,
destaquei:
“esta Suprema Corte não pode e não deve ser transformada em
uma indevida instância revisora de toda e qualquer deliberação do
Conselho Nacional de Justiça, sob pena de inviabilização das
atividades desse importante órgão do Poder Judiciário”.
Observei, ademais, que o edital publicado em 11 de novembro de
2006 objetiva a “confirmação do RESULTADO FINAL DO CONCURSO” (fl.
29), o que, em conjunto com a decisão proferida pelo CNJ no PCA
2008.10.00.002837-4 (fls. 18-28), e com as informações prestadas (fls. 102-
145), indica que a homologação do resultado do concurso já tinha
ocorrido e esse novo edital constituir-se-ia apenas em uma confirmação
daquele.
Inconformados, os impetrantes opõem estes embargos, alegando, em
suma, obscuridade na decisão, configurada pela impossibilidade de se
“dar decisões diferentes a pessoas que se encontram na mesma situação” (fl. 218).
Nesse sentido, aduzem que sua manutenção geraria prejuízo não apenas
aos embargantes como também ao Judiciário, uma vez que ela destoaria
do posicionamento do Supremo Tribunal em torno da questão resolvida
no RE 598.099, ocasião em que a Corte “reconheceu o direito de candidatos
aprovados em concurso público (de) serem nomeados dentro do número de vagas
ofertadas no edital”, como ocorreria na espécie (fl. 217).
Sustentam que, quando a decisão do CNJ violar a própria
Constituição Federal ou decisões já pacificadas por esta Corte, não
haveria outro remédio que não o mandado de segurança.
3
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
MS 28.044 ED / DF
qualquer ofensa a direito líquido e certo merecedora de reparação.
Citei, para corroborar esse entendimento, a manifestação proferida
pela Ministra Ellen Gracie no MS 26.797/DF, cujo trecho, por oportuno,
destaquei:
“esta Suprema Corte não pode e não deve ser transformada em
uma indevida instância revisora de toda e qualquer deliberação do
Conselho Nacional de Justiça, sob pena de inviabilização das
atividades desse importante órgão do Poder Judiciário”.
Observei, ademais, que o edital publicado em 11 de novembro de
2006 objetiva a “confirmação do RESULTADO FINAL DO CONCURSO” (fl.
29), o que, em conjunto com a decisão proferida pelo CNJ no PCA
2008.10.00.002837-4 (fls. 18-28), e com as informações prestadas (fls. 102-
145), indica que a homologação do resultado do concurso já tinha
ocorrido e esse novo edital constituir-se-ia apenas em uma confirmação
daquele.
Inconformados, os impetrantes opõem estes embargos, alegando, em
suma, obscuridade na decisão, configurada pela impossibilidade de se
“dar decisões diferentes a pessoas que se encontram na mesma situação” (fl. 218).
Nesse sentido, aduzem que sua manutenção geraria prejuízo não apenas
aos embargantes como também ao Judiciário, uma vez que ela destoaria
do posicionamento do Supremo Tribunal em torno da questão resolvida
no RE 598.099, ocasião em que a Corte “reconheceu o direito de candidatos
aprovados em concurso público (de) serem nomeados dentro do número de vagas
ofertadas no edital”, como ocorreria na espécie (fl. 217).
Sustentam que, quando a decisão do CNJ violar a própria
Constituição Federal ou decisões já pacificadas por esta Corte, não
haveria outro remédio que não o mandado de segurança.
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 11
Relatório
MS 28.044 ED / DF
Asseveram, nesse sentido, que a publicação da homologação do
resultado final do concurso se dera em 22/11/2006. Como as opções dos
candidatos ocorreram em 5/11/2008, afirmam ser o ato válido, porque
obedeceu o prazo de validade de 2 (dois) anos do concurso.
É o relatório.
4
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
MS 28.044 ED / DF
Asseveram, nesse sentido, que a publicação da homologação do
resultado final do concurso se dera em 22/11/2006. Como as opções dos
candidatos ocorreram em 5/11/2008, afirmam ser o ato válido, porque
obedeceu o prazo de validade de 2 (dois) anos do concurso.
É o relatório.
4
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 11
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
27/10/2011
PLENÁRIO
EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 28.044 DISTRITO FEDERAL
V O T O
O SENHOR
MINISTRO
RICARDO
LEWANDOWSKI
(RELATOR):
Preliminarmente, na linha da pacífica jurisprudência desta Suprema
Corte, recebo os embargos de declaração como agravo regimental, uma
vez que opostos de decisão monocrática.
Bem reexaminada a questão, verifica-se que a decisão ora
questionada não merece reforma, visto que os recorrentes não aduzem
novos argumentos capazes de afastar as razões nela expendidas, que
devem ser mantidas por seus próprios fundamentos.
Os agravantes impetraram mandado de segurança nesta Corte sem
anexarem, contudo, todos os documentos que formaram os autos do
Procedimento de Controle Administrativo 2008.10.00.002837-4, em que
figurou como requerente a Associação dos Notários e Registradores do
Estado de Pernambuco – ANOREG-PE, decidido pelo Conselho Nacional
de Justiça.
Com efeito, aquele órgão julgou parcialmente procedente o pedido
da Associação porque, no que interessa ao caso, da análise dos
documentos acostados, verificou que a data da homologação do concurso
se dera em 17 de outubro de 2006. Como não houve sua prorrogação, o
prazo de validade expirou em 17 de outubro de 2008. Assim, as outorgas
conferidas aos impetrantes em 5/11/2008 foram consideradas ilegais.
Em análise minuciosa dos autos, não encontrei o documento referido
pelo CNJ que comprova a homologação do concurso em 17/10/2006, mas
sim um outro, de fl. 29, em que os embargantes alegam ser a verdadeira
data de homologação do concurso. Nesse documento, publicado em
Supremo Tribunal Federal
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1554754.
Supremo Tribunal Federal
27/10/2011
PLENÁRIO
EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 28.044 DISTRITO FEDERAL
V O T O
O SENHOR
MINISTRO
RICARDO
LEWANDOWSKI
(RELATOR):
Preliminarmente, na linha da pacífica jurisprudência desta Suprema
Corte, recebo os embargos de declaração como agravo regimental, uma
vez que opostos de decisão monocrática.
Bem reexaminada a questão, verifica-se que a decisão ora
questionada não merece reforma, visto que os recorrentes não aduzem
novos argumentos capazes de afastar as razões nela expendidas, que
devem ser mantidas por seus próprios fundamentos.
Os agravantes impetraram mandado de segurança nesta Corte sem
anexarem, contudo, todos os documentos que formaram os autos do
Procedimento de Controle Administrativo 2008.10.00.002837-4, em que
figurou como requerente a Associação dos Notários e Registradores do
Estado de Pernambuco – ANOREG-PE, decidido pelo Conselho Nacional
de Justiça.
Com efeito, aquele órgão julgou parcialmente procedente o pedido
da Associação porque, no que interessa ao caso, da análise dos
documentos acostados, verificou que a data da homologação do concurso
se dera em 17 de outubro de 2006. Como não houve sua prorrogação, o
prazo de validade expirou em 17 de outubro de 2008. Assim, as outorgas
conferidas aos impetrantes em 5/11/2008 foram consideradas ilegais.
Em análise minuciosa dos autos, não encontrei o documento referido
pelo CNJ que comprova a homologação do concurso em 17/10/2006, mas
sim um outro, de fl. 29, em que os embargantes alegam ser a verdadeira
data de homologação do concurso. Nesse documento, publicado em
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 11
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
MS 28.044 ED / DF
22/11/2006 no Diário Oficial do Estado, consta um Edital em que o
Presidente do TJPE “torna pública a confirmação do resultado final do
concurso”.
Atenta a esse fato, a Procuradoria-Geral da República bem opinou
pela denegação da ordem (fls. 147-152). Extraio trecho que interessa à
espécie:
“(...)
Nesse passo, é de ser observado o prazo de validade estipulado
no concurso público para provimento por remoção e por ingresso da
titularidade dos serviços notariais e de registro no Estado de
Pernambuco no item 11.4 do edital nº 01/2001, qual seja, dois anos
após a data de publicação de homologação do resultado final.
Segundo a autoridade impetrada, a data da publicação da
homologação do resultado final foi no dia 17/10/2006. A
alegação de ocorrência da homologação efetiva em data
diversa (22/11/2006) demandaria dilação probatória, não sendo
o doc. de fl. 29 apto para afastar a decisão do CNJ,
fundamentada nas provas colhidas naqueles autos e não
reproduzidas no presente mandamus – grifei”.
Diante da contradição existente, isto é, o documento apresentado
neste mandado de segurança e o que alegado pela autoridade impetrada,
solicitei a esta o envio da documentação que embasara a decisão no
Procedimento que tramitou no CNJ.
De fato, em 17 de outubro de 2006, foi publicada a devida
homologação do concurso no Diário Oficial do Estado, de tal modo a
confirmar o que eu já havia observado na análise da inicial deste
mandamus, ou seja,
“que o edital publicado em 11 de novembro de 2006 objetiva a
'confirmação do RESULTADO FINAL DO CONCURSO' (fl. 29), o
que, em conjunto com a decisão proferida pelo CNJ no PCA
2
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Supremo Tribunal Federal
MS 28.044 ED / DF
22/11/2006 no Diário Oficial do Estado, consta um Edital em que o
Presidente do TJPE “torna pública a confirmação do resultado final do
concurso”.
Atenta a esse fato, a Procuradoria-Geral da República bem opinou
pela denegação da ordem (fls. 147-152). Extraio trecho que interessa à
espécie:
“(...)
Nesse passo, é de ser observado o prazo de validade estipulado
no concurso público para provimento por remoção e por ingresso da
titularidade dos serviços notariais e de registro no Estado de
Pernambuco no item 11.4 do edital nº 01/2001, qual seja, dois anos
após a data de publicação de homologação do resultado final.
Segundo a autoridade impetrada, a data da publicação da
homologação do resultado final foi no dia 17/10/2006. A
alegação de ocorrência da homologação efetiva em data
diversa (22/11/2006) demandaria dilação probatória, não sendo
o doc. de fl. 29 apto para afastar a decisão do CNJ,
fundamentada nas provas colhidas naqueles autos e não
reproduzidas no presente mandamus – grifei”.
Diante da contradição existente, isto é, o documento apresentado
neste mandado de segurança e o que alegado pela autoridade impetrada,
solicitei a esta o envio da documentação que embasara a decisão no
Procedimento que tramitou no CNJ.
De fato, em 17 de outubro de 2006, foi publicada a devida
homologação do concurso no Diário Oficial do Estado, de tal modo a
confirmar o que eu já havia observado na análise da inicial deste
mandamus, ou seja,
“que o edital publicado em 11 de novembro de 2006 objetiva a
'confirmação do RESULTADO FINAL DO CONCURSO' (fl. 29), o
que, em conjunto com a decisão proferida pelo CNJ no PCA
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1554754.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 11
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
MS 28.044 ED / DF
2008.10.00.002837-4 (fls. 18-28), e com as informações prestadas (fls.
102-145), indica que a homologação do resultado do concurso já tinha
ocorrido e o novo edital constituir-se-ia apenas em uma confirmação'.
Dessa forma, não houve, como já explicitado na decisão agravada,
qualquer ato ilegal do CNJ, ao anular os atos de outorga de delegação dos
ora recorrentes em serventia extrajudicial, pois expirado o prazo de
validade do concurso para ingresso na atividade notarial e de registro,
não é mais possível a outorga de delegação a candidato aprovado no
certame.
Ademais, na linha da jurisprudência, o Supremo Tribunal Federal
não é órgão recursal contra as decisões do Conselho Nacional de Justiça,
não havendo, pois, qualquer ofensa a direito líquido e certo merecedora
de reparação.
Isso posto, nego provimento ao agravo regimental.
É como voto.
3
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
MS 28.044 ED / DF
2008.10.00.002837-4 (fls. 18-28), e com as informações prestadas (fls.
102-145), indica que a homologação do resultado do concurso já tinha
ocorrido e o novo edital constituir-se-ia apenas em uma confirmação'.
Dessa forma, não houve, como já explicitado na decisão agravada,
qualquer ato ilegal do CNJ, ao anular os atos de outorga de delegação dos
ora recorrentes em serventia extrajudicial, pois expirado o prazo de
validade do concurso para ingresso na atividade notarial e de registro,
não é mais possível a outorga de delegação a candidato aprovado no
certame.
Ademais, na linha da jurisprudência, o Supremo Tribunal Federal
não é órgão recursal contra as decisões do Conselho Nacional de Justiça,
não havendo, pois, qualquer ofensa a direito líquido e certo merecedora
de reparação.
Isso posto, nego provimento ao agravo regimental.
É como voto.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 11
Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
27/10/2011
PLENÁRIO
EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 28.044 DISTRITO FEDERAL
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, fico
vencido na conversão. Faço-o ante fundamentos já consignados em
ocasiões anteriores:
Entendo que os embargos declaratórios são cabíveis, quer
direcionados a decisão definitiva, terminativa do processo,
interlocutória, de colegiado ou individual, não sofrendo,
sequer, esse recurso sui generis, as peias decorrentes da cláusula
da irrecorribilidade, já que prescinde até mesmo do gravame,
ou seja, da sucumbência.
No caso, a parte, vislumbrando não sei se omissão,
obscuridade ou contradição na decisão que implicara a
apreciação do agravo de instrumento, protocolizou os
declaratórios. A meu ver, incumbia o julgamento desses
declaratórios, não sendo possível [...] inverter o princípio da
fungibilidade, mesmo porque, caso se assentasse que não
cabem os embargos declaratórios, estaríamos diante de um erro
grosseiro, que não ensejaria, portanto, a conversão desse
recurso em agravo regimental.
Penso que há um prejuízo enorme para a parte, quando se
procede a essa conversão. É que as causas de pedir dos
embargos declaratórios são diversas e devem estar centradas
num daqueles defeitos que os respaldam – em omissão,
contradição ou dúvida –, enquanto, no agravo, a articulação é
outra: afirma-se o desacerto da decisão proferida, sob o ângulo
do vício de procedimento ou de julgamento. Por isso, peço
vênia para não conhecer do recurso interposto como agravo
inominado, agravo interno, na dicção do professor Sálvio de
Figueiredo.
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27/10/2011
PLENÁRIO
EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 28.044 DISTRITO FEDERAL
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, fico
vencido na conversão. Faço-o ante fundamentos já consignados em
ocasiões anteriores:
Entendo que os embargos declaratórios são cabíveis, quer
direcionados a decisão definitiva, terminativa do processo,
interlocutória, de colegiado ou individual, não sofrendo,
sequer, esse recurso sui generis, as peias decorrentes da cláusula
da irrecorribilidade, já que prescinde até mesmo do gravame,
ou seja, da sucumbência.
No caso, a parte, vislumbrando não sei se omissão,
obscuridade ou contradição na decisão que implicara a
apreciação do agravo de instrumento, protocolizou os
declaratórios. A meu ver, incumbia o julgamento desses
declaratórios, não sendo possível [...] inverter o princípio da
fungibilidade, mesmo porque, caso se assentasse que não
cabem os embargos declaratórios, estaríamos diante de um erro
grosseiro, que não ensejaria, portanto, a conversão desse
recurso em agravo regimental.
Penso que há um prejuízo enorme para a parte, quando se
procede a essa conversão. É que as causas de pedir dos
embargos declaratórios são diversas e devem estar centradas
num daqueles defeitos que os respaldam – em omissão,
contradição ou dúvida –, enquanto, no agravo, a articulação é
outra: afirma-se o desacerto da decisão proferida, sob o ângulo
do vício de procedimento ou de julgamento. Por isso, peço
vênia para não conhecer do recurso interposto como agravo
inominado, agravo interno, na dicção do professor Sálvio de
Figueiredo.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 11
Decisão de Julgamento
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 28.044
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
EMBTE.(S) : SEMÍRAMIS FERREIRA SANTIAGO DE ARAÚJO
EMBTE.(S) : MARCOS ANDRÉ MANGET DA SILVA
ADV.(A/S) : EDNALDO CÉLIO BEZERRA DE MELO
EMBDO.(A/S) : CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (PROCEDIMENTO DE
CONTROLE ADMINISTRATIVO Nº 200810000028374)
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
Decisão: O Tribunal, por maioria, contra o voto do Senhor
Ministro Marco Aurélio, recebeu os embargos de declaração como
recurso de agravo e, a este, por unanimidade, negou provimento,
nos termos do voto do Relator. Ausentes, justificadamente, o
Senhor Ministro Celso de Mello; licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa e, neste julgamento, os Senhores Ministros Gilmar
Mendes e Ayres Britto. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro
Cezar Peluso. Plenário, 27.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ayres
Britto, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Procurador-Geral da República, Dr. Roberto Monteiro Gurgel
Santos.
Luiz Tomimatsu
Secretário
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1616343
Supremo Tribunal Federal
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA 28.044
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
EMBTE.(S) : SEMÍRAMIS FERREIRA SANTIAGO DE ARAÚJO
EMBTE.(S) : MARCOS ANDRÉ MANGET DA SILVA
ADV.(A/S) : EDNALDO CÉLIO BEZERRA DE MELO
EMBDO.(A/S) : CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (PROCEDIMENTO DE
CONTROLE ADMINISTRATIVO Nº 200810000028374)
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
Decisão: O Tribunal, por maioria, contra o voto do Senhor
Ministro Marco Aurélio, recebeu os embargos de declaração como
recurso de agravo e, a este, por unanimidade, negou provimento,
nos termos do voto do Relator. Ausentes, justificadamente, o
Senhor Ministro Celso de Mello; licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa e, neste julgamento, os Senhores Ministros Gilmar
Mendes e Ayres Britto. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro
Cezar Peluso. Plenário, 27.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ayres
Britto, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Procurador-Geral da República, Dr. Roberto Monteiro Gurgel
Santos.
Luiz Tomimatsu
Secretário
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1616343
Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 11
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1620089 | 2011-10-27T00:00:00 | 2011-12-12T00:00:00 | O Tribunal, por maioria, contra o voto do Senhor Ministro Marco Aurélio, recebeu os embargos de declaração como recurso de agravo e, a este, por unanimidade, negou provimento, nos termos do voto do Relator. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello; licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa e, neste julgamento, os Senhores Ministros Gilmar Mendes e Ayres Britto. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Cezar Peluso. Plenário, 27.10.2011. | EMB.DECL. EM MANDADO DE SEGURANÇA | Ementa: EMBARGOS DECLARATÓRIOS OPOSTOS DE DECISÃO MONOCRÁTICA. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. MANDADO DE SEGURANÇA. SUPOSTO ATO ILEGAL DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. NÃO OCORRÊNCIA. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NA ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO. OUTORGA DA DELEGAÇÃO APÓS EXPIRADO O PRAZO DE VALIDADE. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO.
I – O CNJ não praticou qualquer ilegalidade ao exercer o controle de ato administrativo praticado pelo Poder Judiciário, limitando-se, apenas, a aplicar as regras previstas no edital do concurso público, bem como no art. 37, III, da Constituição Federal, dentro dos estritos termos de sua competência.
II – Expirado o prazo de validade do concurso para ingresso na atividade notarial e de registro, não é mais possível a outorga de delegação a candidato aprovado no certame.
III - Os agravantes não acostaram documento que comprova data diversa da homologação do concurso para a delegação de serventias extrajudiciais.
IV – Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, a que se nega provimento. | sjur202679 | Número de páginas: 11.
Análise: 30/01/2012, SEV.
Revisão: 03/02/2012, MMR. | RICARDO LEWANDOWSKI | Tribunal Pleno | 28044 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00037 INC-00003 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL"
] | MS-ED | acordaos | MS 28044 ED | [
""
] | EMBTE.(S) : SEMÍRAMIS FERREIRA SANTIAGO DE ARAÚJO
EMBTE.(S) : MARCOS ANDRÉ MANGET DA SILVA
ADV.(A/S) : EDNALDO CÉLIO BEZERRA DE MELO
EMBDO.(A/S) : CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO Nº 200810000028374) | [
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"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
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"MARCO AURÉLIO",
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"10",
"/",
"2006",
"22",
"/",
"11",
"/",
"2006",
"17 de outubro de 2006",
"11 de novembro de 2006",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"27",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"27",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"27",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"27",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
03/11/2011
PLENÁRIO
AÇÃO CAUTELAR 2.969 AMAPÁ
RELATOR
: MIN. LUIZ FUX
AUTOR(A/S)(ES)
:GILVAM PINHEIRO BORGES
ADV.(A/S)
:HERCÍLIO DE AZEVEDO AQUINO
REU(É)(S)
:JOÃO ALBERTO RODRIGUES CABIBERIBE
ADV.(A/S)
:ANGELA CIGNACHI BAETA NEVES
REU(É)(S)
:RAIMUNDO DE DEUS LOIOLA BELAIR
ADV.(A/S)
:ANA LÚCIA ALBUQUERQUE ROCHA AQUINO
REU(É)(S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
EMENTA:
AÇÃO CAUTELAR. ELEITORAL. PROCESSUAL.
APLICABILIDADE DA LEI COMPLEMENTAR Nº 135/10 ÀS
ELEIÇÕES DE 2010. REGRA DA ANTERIORIDADE ELEITORAL (CF,
ART. 16). ATRIBUIÇÃO DE EFEITO SUSPENSIVO A AGRAVO
REGIMENTAL.
SUPERVENIÊNCIA
DO
JULGAMENTO
COLEGIADO DA IMPUGNAÇÃO. PERDA DE OBJETO (CPC, ART.
808, III). AÇÃO CAUTELAR JULGADA PREJUDICADA.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos este autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência do
Senhor Ministro Cezar Peluso, na conformidade da ata de julgamentos e
das notas taquigráficas, por unanimidade e nos termos do voto do
Relator, em julgar prejudicada a ação, ante a decisão proferida no
Segundo Agravo Regimental no Recurso Extraordinário 636.359.
Brasília, 3 de novembro de 2011.
LUIZ FUX – Relator
Documento assinado digitalmente
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1570132.
Supremo Tribunal Federal
DJe 23/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 5
Relatório
03/11/2011
PLENÁRIO
AÇÃO CAUTELAR 2.969 AMAPÁ
RELATOR
: MIN. LUIZ FUX
AUTOR(A/S)(ES)
:GILVAM PINHEIRO BORGES
ADV.(A/S)
:HERCÍLIO DE AZEVEDO AQUINO
REU(É)(S)
:JOÃO ALBERTO RODRIGUES CABIBERIBE
ADV.(A/S)
:ANGELA CIGNACHI BAETA NEVES
REU(É)(S)
:RAIMUNDO DE DEUS LOIOLA BELAIR
ADV.(A/S)
:ANA LÚCIA ALBUQUERQUE ROCHA AQUINO
REU(É)(S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Trata-se de ação cautelar,
com pedido de liminar, na qual pretende o autor a concessão de efeito
suspensivo ao agravo regimental interposto contra a decisão monocrática
que deu provimento ao Recurso Extraordinário nº 636.359/AP, “evitando,
assim, desnecessária alternância na posse e exercício de Senador da República”.
Alega, para tanto, que:
(i) a suscitação, no referido processo, de duas arguições de
suspeição (nºs 55 e 56) contra a participação no julgamento do
Min. Dias Toffoli deveria ter conduzido à imediata suspensão
do feito, nos termos do art. 265, III, do CPC;
(ii) o recurso extraordinário seria inadmissível por
descumprimento do requisito da regularidade formal, diante da
ausência nos autos do acórdão recorrido proferido pelo
Tribunal Superior Eleitoral, ou mesmo das notas taquigráficas
do julgamento, de vez que “o translado das peças essenciais ao
deslinde da controvérsia é indispensável, importando a ausência de
qualquer delas no não conhecimento do recurso, porquanto é de
responsabilidade do recorrente zelar pela completa formação do
recurso”, sendo que, segundo alega, seria ônus do recorrente,
Supremo Tribunal Federal
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03/11/2011
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AÇÃO CAUTELAR 2.969 AMAPÁ
RELATOR
: MIN. LUIZ FUX
AUTOR(A/S)(ES)
:GILVAM PINHEIRO BORGES
ADV.(A/S)
:HERCÍLIO DE AZEVEDO AQUINO
REU(É)(S)
:JOÃO ALBERTO RODRIGUES CABIBERIBE
ADV.(A/S)
:ANGELA CIGNACHI BAETA NEVES
REU(É)(S)
:RAIMUNDO DE DEUS LOIOLA BELAIR
ADV.(A/S)
:ANA LÚCIA ALBUQUERQUE ROCHA AQUINO
REU(É)(S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Trata-se de ação cautelar,
com pedido de liminar, na qual pretende o autor a concessão de efeito
suspensivo ao agravo regimental interposto contra a decisão monocrática
que deu provimento ao Recurso Extraordinário nº 636.359/AP, “evitando,
assim, desnecessária alternância na posse e exercício de Senador da República”.
Alega, para tanto, que:
(i) a suscitação, no referido processo, de duas arguições de
suspeição (nºs 55 e 56) contra a participação no julgamento do
Min. Dias Toffoli deveria ter conduzido à imediata suspensão
do feito, nos termos do art. 265, III, do CPC;
(ii) o recurso extraordinário seria inadmissível por
descumprimento do requisito da regularidade formal, diante da
ausência nos autos do acórdão recorrido proferido pelo
Tribunal Superior Eleitoral, ou mesmo das notas taquigráficas
do julgamento, de vez que “o translado das peças essenciais ao
deslinde da controvérsia é indispensável, importando a ausência de
qualquer delas no não conhecimento do recurso, porquanto é de
responsabilidade do recorrente zelar pela completa formação do
recurso”, sendo que, segundo alega, seria ônus do recorrente,
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 5
Relatório
AC 2.969 / AP
que permaneceu inerte, interpôr embargos de declaração a fim
de sanar a referida omissão em que incorrera o Tribunal a quo;
(iii) a decisão monocrática, ao rejeitar os argumentos de
inconstitucionalidade da sistemática da repercussão geral em
recursos extraordinários sobre idêntica controvérsia (CPC, art.
543-A e 543-B), teria incorrido em violação ao devido processo
legal e à ampla defesa, além de ofender os arts. 176 e 177 do
RISTF e os arts. 480 e segs. do CPC, de vez que apenas o
Plenário desta Suprema Corte, segundo alega, poderia tê-lo
feito. Sustenta o requerente que a participação do Min. Dias
Toffoli no julgamento do RE nº 633.703/MG, Rel. Min. Gilmar
Mendes, não poderia produzir qualquer sorte de efeitos na
apreciação do presente RE, ainda que sob o regime da
repercussão geral, “porquanto amigo íntimo e por ter interesse no
julgamento do processo do seu ex-cliente”, sob pena de ofensa à
garantia do juiz natural (CF, art. 5º, XXXVII e LIII), do devido
processo legal (CF, art. 5º, LIV e LV) e da vedação à existência
de tribunais de exceção (CF, art. 5º, LIII), “sobretudo porque o voto
do eminente Ministro Dias Toffoli foi decisivo para a definição da não
aplicação da Lei Complementar nº 135/2010 nas eleições de 2010”.
Após discorrer sobre as razões pelas quais entende
caracterizada a suspeição, sustenta o agravante que deveria ser
aplicado ao caso solução idêntica à que prevalecera no
julgamento do RE nº 631.102, hipótese em que “o Plenário do
Supremo Tribunal Federal decidiu, por ampla maioria, aplicar por
analogia o artigo 205, parágrafo único, inciso II do Regimento Interno
da Corte, e concluir que ‘prevalecerá o ato impugnado’”.
Ao final, requer, liminarmente, “a suspensão dos efeitos do r. decisum
monocrático que deu provimento ao RE 63659/AP, até julgamento final [com o
trânsito em julgado] do recurso extraordinário pelo c. Supremo Tribunal
Federal”.
É o relatório.
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
AC 2.969 / AP
que permaneceu inerte, interpôr embargos de declaração a fim
de sanar a referida omissão em que incorrera o Tribunal a quo;
(iii) a decisão monocrática, ao rejeitar os argumentos de
inconstitucionalidade da sistemática da repercussão geral em
recursos extraordinários sobre idêntica controvérsia (CPC, art.
543-A e 543-B), teria incorrido em violação ao devido processo
legal e à ampla defesa, além de ofender os arts. 176 e 177 do
RISTF e os arts. 480 e segs. do CPC, de vez que apenas o
Plenário desta Suprema Corte, segundo alega, poderia tê-lo
feito. Sustenta o requerente que a participação do Min. Dias
Toffoli no julgamento do RE nº 633.703/MG, Rel. Min. Gilmar
Mendes, não poderia produzir qualquer sorte de efeitos na
apreciação do presente RE, ainda que sob o regime da
repercussão geral, “porquanto amigo íntimo e por ter interesse no
julgamento do processo do seu ex-cliente”, sob pena de ofensa à
garantia do juiz natural (CF, art. 5º, XXXVII e LIII), do devido
processo legal (CF, art. 5º, LIV e LV) e da vedação à existência
de tribunais de exceção (CF, art. 5º, LIII), “sobretudo porque o voto
do eminente Ministro Dias Toffoli foi decisivo para a definição da não
aplicação da Lei Complementar nº 135/2010 nas eleições de 2010”.
Após discorrer sobre as razões pelas quais entende
caracterizada a suspeição, sustenta o agravante que deveria ser
aplicado ao caso solução idêntica à que prevalecera no
julgamento do RE nº 631.102, hipótese em que “o Plenário do
Supremo Tribunal Federal decidiu, por ampla maioria, aplicar por
analogia o artigo 205, parágrafo único, inciso II do Regimento Interno
da Corte, e concluir que ‘prevalecerá o ato impugnado’”.
Ao final, requer, liminarmente, “a suspensão dos efeitos do r. decisum
monocrático que deu provimento ao RE 63659/AP, até julgamento final [com o
trânsito em julgado] do recurso extraordinário pelo c. Supremo Tribunal
Federal”.
É o relatório.
2
Supremo Tribunal Federal
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Voto - MIN. LUIZ FUX
03/11/2011
PLENÁRIO
AÇÃO CAUTELAR 2.969 AMAPÁ
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Diante do julgamento
colegiado do agravo regimental no Recurso Extraordinário nº 636.359/AP,
com relação ao qual a ação cautelar ora sob exame guarda um vínculo de
instrumentalidade, julgo prejudicado o presente pedido, na forma do art.
808, III, do CPC.
É como voto.
Supremo Tribunal Federal
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03/11/2011
PLENÁRIO
AÇÃO CAUTELAR 2.969 AMAPÁ
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Diante do julgamento
colegiado do agravo regimental no Recurso Extraordinário nº 636.359/AP,
com relação ao qual a ação cautelar ora sob exame guarda um vínculo de
instrumentalidade, julgo prejudicado o presente pedido, na forma do art.
808, III, do CPC.
É como voto.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Decisão de Julgamento
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
AÇÃO CAUTELAR 2.969
PROCED. : AMAPÁ
RELATOR : MIN. LUIZ FUX
AUTOR(A/S)(ES) : GILVAM PINHEIRO BORGES
ADV.(A/S) : HERCÍLIO DE AZEVEDO AQUINO
REU(É)(S) : JOÃO ALBERTO RODRIGUES CABIBERIBE
ADV.(A/S) : ANGELA CIGNACHI BAETA NEVES
REU(É)(S) : RAIMUNDO DE DEUS LOIOLA BELAIR
ADV.(A/S) : ANA LÚCIA ALBUQUERQUE ROCHA AQUINO
REU(É)(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
Decisão: Ante a decisão proferida no Segundo Agravo Regimental
no Recurso Extraordinário 636.359, nesta sessão plenária, o
Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, julgou
prejudicada a ação. Votou o Presidente, Ministro Cezar Peluso.
Ausentes, neste julgamento, os Senhores Ministros Celso de Mello e
Joaquim Barbosa. Plenário, 03.11.2011.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar
Mendes, Ayres Britto, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Cármen
Lúcia, Dias Toffoli e Luiz Fux.
Sub-Procurador-Geral da República, Dr. Haroldo Ferraz da
Nóbrega.
p/ Luiz Tomimatsu
Secretário
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1580841
Supremo Tribunal Federal
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
AÇÃO CAUTELAR 2.969
PROCED. : AMAPÁ
RELATOR : MIN. LUIZ FUX
AUTOR(A/S)(ES) : GILVAM PINHEIRO BORGES
ADV.(A/S) : HERCÍLIO DE AZEVEDO AQUINO
REU(É)(S) : JOÃO ALBERTO RODRIGUES CABIBERIBE
ADV.(A/S) : ANGELA CIGNACHI BAETA NEVES
REU(É)(S) : RAIMUNDO DE DEUS LOIOLA BELAIR
ADV.(A/S) : ANA LÚCIA ALBUQUERQUE ROCHA AQUINO
REU(É)(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
Decisão: Ante a decisão proferida no Segundo Agravo Regimental
no Recurso Extraordinário 636.359, nesta sessão plenária, o
Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, julgou
prejudicada a ação. Votou o Presidente, Ministro Cezar Peluso.
Ausentes, neste julgamento, os Senhores Ministros Celso de Mello e
Joaquim Barbosa. Plenário, 03.11.2011.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar
Mendes, Ayres Britto, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Cármen
Lúcia, Dias Toffoli e Luiz Fux.
Sub-Procurador-Geral da República, Dr. Haroldo Ferraz da
Nóbrega.
p/ Luiz Tomimatsu
Secretário
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1580841
Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 5
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1583125 | 2011-11-03T00:00:00 | 2011-11-23T00:00:00 | Ante a decisão proferida no Segundo Agravo Regimental no Recurso Extraordinário 636.359, nesta sessão plenária, o Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, julgou prejudicada a ação. Votou o Presidente, Ministro Cezar Peluso. Ausentes, neste julgamento, os Senhores Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa. Plenário, 03.11.2011. | AÇÃO CAUTELAR | Ementa: AÇÃO CAUTELAR. ELEITORAL. PROCESSUAL. APLICABILIDADE DA LEI COMPLEMENTAR Nº 135/10 ÀS ELEIÇÕES DE 2010. REGRA DA ANTERIORIDADE ELEITORAL (CF, ART. 16). ATRIBUIÇÃO DE EFEITO SUSPENSIVO A AGRAVO REGIMENTAL. SUPERVENIÊNCIA DO JULGAMENTO COLEGIADO DA IMPUGNAÇÃO. PERDA DE OBJETO (CPC, ART. 808, III). AÇÃO CAUTELAR JULGADA PREJUDICADA. | sjur201778 | - Acórdão citado: RE 636359 AgR-segundo.
Número de páginas: 5.
Análise: 19/12/2011, TRX. | LUIZ FUX | Tribunal Pleno | 2969 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00016 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n\r\n",
"LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\r\n ART-00808 INC-00003 \r\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\r\n\r\n",
"LEG-FED LCP-000135 ANO-2010\r\n LEI COMPLEMENTAR"
] | AC | acordaos | AC 2969 | [
""
] | AUTOR(A/S)(ES) : GILVAM PINHEIRO BORGES
ADV.(A/S) : HERCÍLIO DE AZEVEDO AQUINO
REU(É)(S) : JOÃO ALBERTO RODRIGUES CABIBERIBE
ADV.(A/S) : ANGELA CIGNACHI BAETA NEVES
REU(É)(S) : RAIMUNDO DE DEUS LOIOLA BELAIR
ADV.(A/S) : ANA LÚCIA ALBUQUERQUE ROCHA AQUINO
REU(É)(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"AÇÃO CAUTELAR 2 . 969",
"AÇÃO CAUTELAR 2 . 969",
"Recurso Extraordinário [UNK] 636 . 359 / AP",
"AÇÃO CAUTELAR 2 . 969",
"Recurso Extraordinário [UNK] 636 . 359 / AP",
"AC 2 . 969 / AP",
"RE [UNK] 633 . 703 / MG",
"RE [UNK] 631 . 102",
"RE 63659 / AP",
"AC 2 . 969 / AP",
"RE [UNK] 633 . 703 / MG",
"RE [UNK] 631 . 102",
"Recurso Extraordinário [UNK] 636 . 359 / AP",
"Recurso Extraordinário [UNK] 636 . 359 / AP",
"AÇÃO CAUTELAR 2 . 969",
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"AÇÃO CAUTELAR 2 . 969",
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"LEGISLACAO": [
"LEI COMPLEMENTAR [UNK] 135 / 10",
"CF , ART . 16",
"CPC , ART . 808 , III",
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"art . 265 , III , do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CPC , art . 543 - A e",
"543 -",
"B",
"arts . 176 e 177 do RISTF",
"arts . 480 e segs . do CPC",
"CF , art . [UNK] , XXXVII e LIII",
"CF , art . [UNK] , LIV e LV",
"CF , art . [UNK] , LIII",
"Lei Complementar [UNK] 135 / 2010",
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"CPC , art . 543 - A e 543 - B",
"arts . 176 e 177 do RISTF",
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"CF , art . [UNK] , XXXVII e LIII",
"CF , art . [UNK] , LIV e LV",
"CF , art . [UNK] , LIII",
"Lei Complementar [UNK] 135 / 2010",
"artigo 205 , parágrafo único , inciso II do Regimento Interno da Corte",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 808 , III , do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 808 , III , do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"LOCAL": [
"AMAPÁ",
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"AMAPÁ"
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"ORGANIZACAO": [
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"Supremo Tribunal Federal",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"LUIZ FUX",
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"ANGELA CIGNACHI BAETA NEVES",
"RAIMUNDO DE DEUS LOIOLA BELAIR",
"ANA LÚCIA ALBUQUERQUE ROCHA",
"Cezar Peluso",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"GILVAM PINHEIRO BORGES",
"HERCÍLIO DE AZEVEDO AQUINO",
"JOÃO ALBERTO RODRIGUES CABIBERIBE",
"ANGELA CIGNACHI BAETA NEVES",
"RAIMUNDO DE DEUS LOIOLA BELAIR",
"ANA LÚCIA ALBUQUERQUE ROCHA AQUINO",
"LUIZ FUX",
"Dias Toffoli",
"LUIZ FUX",
"GILVAM PINHEIRO BORGES",
"HERCÍLIO DE AZEVEDO AQUINO",
"JOÃO ALBERTO RODRIGUES CABIBERIBE",
"ANGELA CIGNACHI BAETA NEVES",
"RAIMUNDO DE DEUS LOIOLA BELAIR",
"ANA LÚCIA ALBUQUERQUE ROCHA AQUINO",
"LUIZ FUX",
"Dias Toffoli",
"Dias Toffoli",
"Gilmar Mendes",
"Dias Toffoli",
"Dias Toffoli",
"Gilmar Mendes",
"Dias Toffoli",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"GILVAM PINHEIRO BORGES",
"HERCÍLIO DE AZEVEDO AQUINO",
"JOÃO ALBERTO RODRIGUES CABIBERIBE",
"ANGELA CIGNACHI BAETA NEVES",
"RAIMUNDO DE DEUS LOIOLA BELAIR",
"ANA LÚCIA ALBUQUERQUE ROCHA AQUINO",
"Cezar Peluso",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Cezar Peluso",
"Celso de Mello",
"Marco Aurélio",
"Gilmar Mendes",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Haroldo Ferraz da Nóbrega",
"Luiz",
"Tomimatsu",
"AMAPÁ",
"LUIZ FUX",
"GILVAM PINHEIRO BORGES",
"HERCÍLIO DE AZEVEDO AQUINO",
"JOÃO ALBERTO RODRIGUES CABIBERIBE",
"ANGELA CIGNACHI BAETA NEVES",
"RAIMUNDO DE DEUS LOIOLA BELAIR",
"ANA LÚCIA ALBUQUERQUE ROCHA AQUINO",
"Cezar Peluso",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Cezar Peluso",
"Celso de Mello",
"Marco Aurélio",
"Gilmar Mendes",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Haroldo Ferraz da Nóbrega",
"Luiz Tomimatsu"
],
"TEMPO": [
"03",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"2010",
"3 de novembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"23",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"03",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"03",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"03",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"03",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"03",
".",
"11",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"03",
".",
"11",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
27/10/2011
PLENÁRIO
EMB.DECL. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 1.328 PARANÁ
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
EMBTE.(S)
:ESPÓLIO DE GENTIL DA ROCHA LOURES
ADV.(A/S)
:REGINA MARIA TAVARES DE BRITO
EMBTE.(S)
:ESPÓLIO DE ACIR IVO CARAZZAI E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:GIULLIANO PALUDO E OUTRO(A/S)
EMBDO.(A/S)
:INSTITUTO NACIONAL
DE COLONIZAÇÃO
E
REFORMA AGRÁRIA - INCRA
ADV.(A/S)
:PROCURADOR-GERAL FEDERAL
Embargos de declaração em ação cível originária. 2. Decisão
monocrática. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental.
3. Alegação de contrariedade. Inexistência. 4. A simples menção às
reclamações de n. 1.074/PR e n. 2.788/PR na ementa da ACO-QO 1.480/PR
não tem o condão de vincular o que futuramente será decidido em tais
reclamações à questão versada nesta ação cível originária. 5. Ausência de
conflito federativo que instaure a competência desta Corte, nos termos do
art. 102, I, “f”, da Constituição Federal, conforme decidido pelo Supremo
Tribunal Federal na ACO-QO 1.480/PR. 6. Agravo regimental a que se
nega provimento.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária, sob a presidência do
Senhor Ministro Cezar Peluso, na conformidade da ata do julgamento e
das notas taquigráficas, por maioria, contra o voto do Senhor Ministro
Marco Aurélio, em receber os embargos de declaração como agravo
regimental e, a este, negar provimento, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 27 de outubro de 2011.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1597072.
Supremo Tribunal Federal
DJe 19/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6
Ementa e Acórdão
ACO 1.328 ED / PR
Ministro GILMAR MENDES
Relator
Documento assinado digitalmente
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1597072.
Supremo Tribunal Federal
ACO 1.328 ED / PR
Ministro GILMAR MENDES
Relator
Documento assinado digitalmente
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1597072.
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Relatório
27/10/2011
PLENÁRIO
EMB.DECL. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 1.328 PARANÁ
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
EMBTE.(S)
:ESPÓLIO DE GENTIL DA ROCHA LOURES
ADV.(A/S)
:REGINA MARIA TAVARES DE BRITO
EMBTE.(S)
:ESPÓLIO DE ACIR IVO CARAZZAI E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:GIULLIANO PALUDO E OUTRO(A/S)
EMBDO.(A/S)
:INSTITUTO NACIONAL
DE COLONIZAÇÃO
E
REFORMA AGRÁRIA - INCRA
ADV.(A/S)
:PROCURADOR-GERAL FEDERAL
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): Trata-se de
embargos de declaração em ação cível originária contra decisão
monocrática de fls. 5067-5069 que, com fundamento na ACO-QO n.
1.480/PR, entendeu não existir potencial risco de conflito federativo que
ensejasse a competência do Supremo Tribunal Federal, motivo pelo qual
foi determinada a remessa dos autos à Justiça Federal de Umuarama,
Paraná.
O embargante sustenta, em síntese, que a referida decisão seria
contraditória, por ter utilizado como fundamento as reclamações n.
2.788/PR e n. 1.074/PR - mencionadas na ACO-QO n. 1.480/PR – cujos
objetos seriam distintos. Requer sejam afastados os efeitos da futura
decisão da Reclamação n. 1.074/PR à matéria discutida na presente ação
cível originária.
É o relatório.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1629406.
Supremo Tribunal Federal
27/10/2011
PLENÁRIO
EMB.DECL. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 1.328 PARANÁ
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
EMBTE.(S)
:ESPÓLIO DE GENTIL DA ROCHA LOURES
ADV.(A/S)
:REGINA MARIA TAVARES DE BRITO
EMBTE.(S)
:ESPÓLIO DE ACIR IVO CARAZZAI E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:GIULLIANO PALUDO E OUTRO(A/S)
EMBDO.(A/S)
:INSTITUTO NACIONAL
DE COLONIZAÇÃO
E
REFORMA AGRÁRIA - INCRA
ADV.(A/S)
:PROCURADOR-GERAL FEDERAL
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): Trata-se de
embargos de declaração em ação cível originária contra decisão
monocrática de fls. 5067-5069 que, com fundamento na ACO-QO n.
1.480/PR, entendeu não existir potencial risco de conflito federativo que
ensejasse a competência do Supremo Tribunal Federal, motivo pelo qual
foi determinada a remessa dos autos à Justiça Federal de Umuarama,
Paraná.
O embargante sustenta, em síntese, que a referida decisão seria
contraditória, por ter utilizado como fundamento as reclamações n.
2.788/PR e n. 1.074/PR - mencionadas na ACO-QO n. 1.480/PR – cujos
objetos seriam distintos. Requer sejam afastados os efeitos da futura
decisão da Reclamação n. 1.074/PR à matéria discutida na presente ação
cível originária.
É o relatório.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1629406.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 6
Voto - MIN. GILMAR MENDES
27/10/2011
PLENÁRIO
EMB.DECL. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 1.328 PARANÁ
V O T O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): Tendo em vista o
princípio da economia processual, recebo os embargos de declaração
como agravo regimental e, desde logo, passo a apreciá-lo.
A ACO-QO 1.480/PR, que serve de fundamento à decisão
monocrática ora agravada, assentou o entendimento no sentido de que a
única controvérsia relativa à contraposição de interesses substanciais
entre União e Estado do Paraná já foi julgada por este Supremo Tribunal
nos Embargos de Terceiros opostos na Apelação Cível n. 9.621/PR.
Declarada a inexistência de qualquer direito do Estado do Paraná sobre as
terras em questão, em acórdão já transitado em julgado, não se há de
falar de interesse deste Estado apto a instaurar a competência do
Supremo Tribunal Federal.
A ementa da ACO-QO 1.480/PR, parcialmente transcrita na decisão
agravada, faz ressalva de que o tema referente à nulidade dos títulos de
propriedade outorgados pelo Estado do Paraná na área discutida na
Apelação Cível n. 9.621/PR está sob apreciação deste Supremo Tribunal
Federal nas reclamações de n. 1.074/PR e n. 2.788/PR. Tal referência não
tem o condão de vincular o que futuramente será decidido em tais
reclamações à questão versada à ACO 1.328, como suscitado pelo
agravante. De fato, o que se trata na decisão monocrática proferida na
ACO 1.328 é a ausência de conflito federativo que instaure a competência
desta Corte, nos termos do art. 102, I, alínea f, da Constituição Federal,
conforme decidido pelo Supremo Tribunal Federal na ACO-QO 1.480/PR.
Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1611298.
Supremo Tribunal Federal
27/10/2011
PLENÁRIO
EMB.DECL. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 1.328 PARANÁ
V O T O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): Tendo em vista o
princípio da economia processual, recebo os embargos de declaração
como agravo regimental e, desde logo, passo a apreciá-lo.
A ACO-QO 1.480/PR, que serve de fundamento à decisão
monocrática ora agravada, assentou o entendimento no sentido de que a
única controvérsia relativa à contraposição de interesses substanciais
entre União e Estado do Paraná já foi julgada por este Supremo Tribunal
nos Embargos de Terceiros opostos na Apelação Cível n. 9.621/PR.
Declarada a inexistência de qualquer direito do Estado do Paraná sobre as
terras em questão, em acórdão já transitado em julgado, não se há de
falar de interesse deste Estado apto a instaurar a competência do
Supremo Tribunal Federal.
A ementa da ACO-QO 1.480/PR, parcialmente transcrita na decisão
agravada, faz ressalva de que o tema referente à nulidade dos títulos de
propriedade outorgados pelo Estado do Paraná na área discutida na
Apelação Cível n. 9.621/PR está sob apreciação deste Supremo Tribunal
Federal nas reclamações de n. 1.074/PR e n. 2.788/PR. Tal referência não
tem o condão de vincular o que futuramente será decidido em tais
reclamações à questão versada à ACO 1.328, como suscitado pelo
agravante. De fato, o que se trata na decisão monocrática proferida na
ACO 1.328 é a ausência de conflito federativo que instaure a competência
desta Corte, nos termos do art. 102, I, alínea f, da Constituição Federal,
conforme decidido pelo Supremo Tribunal Federal na ACO-QO 1.480/PR.
Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1611298.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 6
Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
27/10/2011
PLENÁRIO
EMB.DECL. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 1.328 PARANÁ
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, fico
vencido na conversão. Faço-o ante fundamentos já consignados em
ocasiões anteriores:
Entendo que os embargos declaratórios são cabíveis, quer
direcionados a decisão definitiva, terminativa do processo,
interlocutória, de colegiado ou individual, não sofrendo,
sequer, esse recurso sui generis, as peias decorrentes da cláusula
da irrecorribilidade, já que prescinde até mesmo do gravame,
ou seja, da sucumbência.
No caso, a parte, vislumbrando não sei se omissão,
obscuridade ou contradição na decisão que implicara a
apreciação do agravo de instrumento, protocolizou os
declaratórios. A meu ver, incumbia o julgamento desses
declaratórios, não sendo possível [...] inverter o princípio da
fungibilidade, mesmo porque, caso se assentasse que não
cabem os embargos declaratórios, estaríamos diante de um erro
grosseiro, que não ensejaria, portanto, a conversão desse
recurso em agravo regimental.
Penso que há um prejuízo enorme para a parte, quando se
procede a essa conversão. É que as causas de pedir dos
embargos declaratórios são diversas e devem estar centradas
num daqueles defeitos que os respaldam – em omissão,
contradição ou dúvida –, enquanto, no agravo, a articulação é
outra: afirma-se o desacerto da decisão proferida, sob o ângulo
do vício de procedimento ou de julgamento. Por isso, peço
vênia para não conhecer do recurso interposto como agravo
inominado, agravo interno, na dicção do professor Sálvio de
Figueiredo.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1584974.
Supremo Tribunal Federal
27/10/2011
PLENÁRIO
EMB.DECL. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 1.328 PARANÁ
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, fico
vencido na conversão. Faço-o ante fundamentos já consignados em
ocasiões anteriores:
Entendo que os embargos declaratórios são cabíveis, quer
direcionados a decisão definitiva, terminativa do processo,
interlocutória, de colegiado ou individual, não sofrendo,
sequer, esse recurso sui generis, as peias decorrentes da cláusula
da irrecorribilidade, já que prescinde até mesmo do gravame,
ou seja, da sucumbência.
No caso, a parte, vislumbrando não sei se omissão,
obscuridade ou contradição na decisão que implicara a
apreciação do agravo de instrumento, protocolizou os
declaratórios. A meu ver, incumbia o julgamento desses
declaratórios, não sendo possível [...] inverter o princípio da
fungibilidade, mesmo porque, caso se assentasse que não
cabem os embargos declaratórios, estaríamos diante de um erro
grosseiro, que não ensejaria, portanto, a conversão desse
recurso em agravo regimental.
Penso que há um prejuízo enorme para a parte, quando se
procede a essa conversão. É que as causas de pedir dos
embargos declaratórios são diversas e devem estar centradas
num daqueles defeitos que os respaldam – em omissão,
contradição ou dúvida –, enquanto, no agravo, a articulação é
outra: afirma-se o desacerto da decisão proferida, sob o ângulo
do vício de procedimento ou de julgamento. Por isso, peço
vênia para não conhecer do recurso interposto como agravo
inominado, agravo interno, na dicção do professor Sálvio de
Figueiredo.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1584974.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 6
Decisão de Julgamento
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
EMB.DECL. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 1.328
PROCED. : PARANÁ
RELATOR : MIN. GILMAR MENDES
EMBTE.(S) : ESPÓLIO DE GENTIL DA ROCHA LOURES
ADV.(A/S) : REGINA MARIA TAVARES DE BRITO
EMBTE.(S) : ESPÓLIO DE ACIR IVO CARAZZAI E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : GIULLIANO PALUDO E OUTRO(A/S)
EMBDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA
- INCRA
ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL
Decisão: O Tribunal, por maioria, contra o voto do Senhor
Ministro Marco Aurélio, recebeu os embargos de declaração como
recurso de agravo e, a este, por unanimidade, negou provimento,
nos termos do voto do Relator. Ausentes, justificadamente, o
Senhor Ministro Celso de Mello; licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa e, neste julgamento, o Senhor Ministro Ayres
Britto. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Cezar Peluso.
Plenário, 27.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ayres
Britto, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Procurador-Geral da República, Dr. Roberto Monteiro Gurgel
Santos.
Luiz Tomimatsu
Secretário
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1642310
Supremo Tribunal Federal
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
EMB.DECL. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 1.328
PROCED. : PARANÁ
RELATOR : MIN. GILMAR MENDES
EMBTE.(S) : ESPÓLIO DE GENTIL DA ROCHA LOURES
ADV.(A/S) : REGINA MARIA TAVARES DE BRITO
EMBTE.(S) : ESPÓLIO DE ACIR IVO CARAZZAI E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : GIULLIANO PALUDO E OUTRO(A/S)
EMBDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA
- INCRA
ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL
Decisão: O Tribunal, por maioria, contra o voto do Senhor
Ministro Marco Aurélio, recebeu os embargos de declaração como
recurso de agravo e, a este, por unanimidade, negou provimento,
nos termos do voto do Relator. Ausentes, justificadamente, o
Senhor Ministro Celso de Mello; licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa e, neste julgamento, o Senhor Ministro Ayres
Britto. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Cezar Peluso.
Plenário, 27.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ayres
Britto, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Procurador-Geral da República, Dr. Roberto Monteiro Gurgel
Santos.
Luiz Tomimatsu
Secretário
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1642310
Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 6
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1642413 | 2011-10-27T00:00:00 | 2011-12-19T00:00:00 | O Tribunal, por maioria, contra o voto do Senhor Ministro Marco Aurélio, recebeu os embargos de declaração como recurso de agravo e, a este, por unanimidade, negou provimento, nos termos do voto do Relator. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello; licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa e, neste julgamento, o Senhor Ministro Ayres Britto. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Cezar Peluso. Plenário, 27.10.2011. | EMB.DECL. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA | Embargos de declaração em ação cível originária. 2. Decisão monocrática. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental. 3. Alegação de contrariedade. Inexistência. 4. A simples menção às reclamações de n. 1.074/PR e n. 2.788/PR na ementa da ACO-QO 1.480/PR não tem o condão de vincular o que futuramente será decidido em tais reclamações à questão versada nesta ação cível originária. 5. Ausência de conflito federativo que instaure a competência desta Corte, nos termos do art. 102, I, “f”, da Constituição Federal, conforme decidido pelo Supremo Tribunal Federal na ACO-QO 1.480/PR. 6. Agravo regimental a que se nega provimento. | sjur203120 | - Acórdãos citados: ACO 1480 QO, ACi 9621 embargos.
- Decisões monocráticas citadas: ACO 1328, Rcl 1074, Rcl 2788.
Número de páginas: 6.
Análise: 09/01/2012, MMR.
Revisão: 18/01/2012, KBP. | GILMAR MENDES | Tribunal Pleno | 1328 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00102 INC-00001 LET-F \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL"
] | ACO-ED | acordaos | ACO 1328 ED | [
""
] | EMBTE.(S) : ESPÓLIO DE GENTIL DA ROCHA LOURES
ADV.(A/S) : REGINA MARIA TAVARES DE BRITO
EMBTE.(S) : ESPÓLIO DE ACIR IVO CARAZZAI E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : GIULLIANO PALUDO E OUTRO(A/S)
EMBDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 1 . 328",
"ACO",
"-",
"QO",
"ACO",
"-",
"QO 1 . 480 /",
"ACO 1 . 328 ED /",
"ACO 1 . 328 ED / PR",
"AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 1 . 328",
"ACO",
"-",
"QO n . 1 . 480 / PR",
"reclamações n . 2 . 788 / PR",
"ACO",
"-",
"QO n . 1 . 480 / PR",
"Reclamação n . 1 . 074 / PR",
"AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 1 . 328",
"ACO",
"-",
"QO n . 1 . 480 / PR",
"reclamações n . 2 . 788 / PR",
"ACO",
"-",
"QO n . 1 . 480 / PR",
"Reclamação n . 1 . 074 / PR",
"ACO",
"-",
"QO 1 . 480 / PR",
"Apelação Cível n . 9 . 621 / PR",
"ACO",
"-",
"QO 1 . 480 / PR",
"Apelação Cível n . 9 . 621 / PR",
"reclamações",
"ACO 1 . 328",
"ACO",
"-",
"QO 1 . 480 / PR",
"AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 1 . 328",
"ACO",
"-",
"QO 1 . 480 / PR",
"Apelação Cível n . 9 . 621 / PR",
"ACO",
"-",
"QO 1 . 480 / PR",
"Apelação Cível n . 9 . 621 / PR",
"reclamações",
"n",
".",
"ACO 1",
"ACO",
"-",
"QO 1 . 480 / PR",
"AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 1 . 328",
"AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 1 . 328",
"AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 1 . 328",
"AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 1 . 328"
],
"LEGISLACAO": [
"art . 102 , I , “ f ” , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 102 , I , alínea f , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 102 , I , alínea f , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"PARANÁ",
"Brasília",
"PARANÁ",
"Umuarama",
",",
"Paraná",
"PARANÁ",
"Umuarama",
",",
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"PARANÁ",
"PARANÁ",
"PARANÁ"
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"ORGANIZACAO": [
"PLENÁRIO",
"INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"União",
"Estado do",
"Supremo Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal",
"PLENÁRIO",
"União",
"Estado do",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
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"Brasil",
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"-",
"Brasil",
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"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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"INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA",
"INCRA",
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"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"GILMAR MENDES",
"ESPÓLIO DE GENTIL DA ROCHA LOURES",
"REGINA MARIA TAVARES DE BRITO",
"IVO CARAZZAI",
"GIULLIANO PALUDO",
"Cezar Peluso",
"Marco Aurélio",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"ESPÓLIO DE GENTIL DA ROCHA LOURES",
"GIULLIANO PALUDO",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"ESPÓLIO DE GENTIL DA ROCHA LOURES",
"ESPÓLIO DE ACIR",
"IVO CARAZZAI",
"GIULLIANO PALUDO",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"Sálvio de Figueiredo",
"MARCO AURÉLIO",
"Sálvio de Figueiredo",
"GILMAR MENDES",
"ESPÓLIO DE GENTIL DA ROCHA LOURES",
"REGINA MARIA TAVARES DE BRITO",
"GIULLIANO PALUDO",
"Marco Aurélio",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Cezar Peluso",
"Cezar Peluso",
"Marco Aurélio",
"Gilmar Mendes",
"Ayres Britto",
"Ricardo Lewandowski",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Roberto Monteiro Gurgel Santos",
"Luiz Tomimatsu",
"GILMAR MENDES",
"ESPÓLIO DE GENTIL DA ROCHA LOURES",
"REGINA MARIA TAVARES DE BRITO",
"GIULLIANO PALUDO",
"Marco Aurélio",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Cezar Peluso",
"Cezar Peluso",
"Marco Aurélio",
"Gilmar Mendes",
"Ayres Britto",
"Ricardo Lewandowski",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Roberto Monteiro Gurgel Santos",
"Luiz Tomimatsu"
],
"TEMPO": [
"27",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"27 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"27",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"27",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"27",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"27",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"27",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"27",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"27",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"27",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 108.014 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S)
:EDSON LUIZ CORDEIRO DA CRUZ
IMPTE.(S)
:PAULO SERGIO DE OLIVEIRA
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA
Habeas corpus. Processual penal. Ausência de intimação do
advogado para a sessão de julgamento de writ impetrado no Superior
Tribunal de Justiça. Impossibilidade de realização de sustentação oral.
Existência de pedido de intimação constante dos autos. Cerceamento de
defesa. Direito à prévia comunicação para dar eficácia à garantia
constitucional da ampla defesa. Nulidade configurada. Precedentes.
1. Havendo pedido nos autos, a falta de intimação para a sessão de
julgamento suprime o direito da defesa de comparecer para realizar a
sustentação oral, que constitui instrumento de efetivação da garantia
constitucional da ampla defesa, para cujo exercício a Constituição da
República assegura “os meios e recursos a ela inerentes” (art. 5º, LV).
2. Nulidade do ato praticado nessa condição.
3. Ordem parcialmente concedida.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência da Sra.
Ministra Cármem Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das
notas taquigráficas, por maioria de votos, em conceder, em parte, a ordem
de habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Vencido, em parte, o
Senhor Ministro Marco Aurélio, que a concedia em maior extensão.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
MINISTRO DIAS TOFFOLI
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1569917.
Supremo Tribunal Federal
DJe 29/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 15
Ementa e Acórdão
HC 108.014 / SP
Relator
2
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HC 108.014 / SP
Relator
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 15
Relatório
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 108.014 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S)
:EDSON LUIZ CORDEIRO DA CRUZ
IMPTE.(S)
:PAULO SERGIO DE OLIVEIRA
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pelo advogado
Paulo Sérgio de Oliveira em favor de Edson Luiz Cordeiro da Cruz,
apontando como autoridade coatora a Quinta Turma do Superior
Tribunal de Justiça, que denegou a ordem no HC nº 172.128/SP impetrado
àquela Corte, Relatora a Ministra Laurita Vaz.
Sustenta o impetrante, em síntese, a nulidade do julgamento
proferido por aquela Corte de Justiça no writ ali impetrado, uma vez que,
embora tenha requerido sua intimação para proferir sustentação oral, o
feito foi levado a julgamento, segundo alega, sem que se tenha dado a ele
a oportunidade fazer sua sustentação (fl. 6 da inicial).
Assevera, ainda, o constrangimento ilegal imposto ao paciente,
tendo em vista que a sua condenação consubstanciou-se “em [um] único
reconhecimento fotográfico” (fl. 7 da inicial – grifos conforme o original).
Entende o impetrante que, “muito embora seja sabido que o
reconhecimento fotográfico realizado na fase policial vem sendo considerado meio
idôneo de prova pelos tribunais, não menos certo é que para que seja admitido
como forma idônea de prova, há de estar ele acompanhado de outros elementos
aptos a caracterizar a autoria do delito, o que não foi o caso” (fl. 7 da inicial).
Ressalta também que o próprio Parquet estadual requereu a
absolvição do paciente em suas contrarrazões, ora apresentadas no
recurso de apelação interposto pela defesa (fls. 10/11 da inicial).
Requer o deferimento da liminar para suspender os “efeitos da
condenação, determinando-se a expedição de contramandado de prisão” e, no
mérito, pede a concessão da ordem para “determinar novo julgamento
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 108.014 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S)
:EDSON LUIZ CORDEIRO DA CRUZ
IMPTE.(S)
:PAULO SERGIO DE OLIVEIRA
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pelo advogado
Paulo Sérgio de Oliveira em favor de Edson Luiz Cordeiro da Cruz,
apontando como autoridade coatora a Quinta Turma do Superior
Tribunal de Justiça, que denegou a ordem no HC nº 172.128/SP impetrado
àquela Corte, Relatora a Ministra Laurita Vaz.
Sustenta o impetrante, em síntese, a nulidade do julgamento
proferido por aquela Corte de Justiça no writ ali impetrado, uma vez que,
embora tenha requerido sua intimação para proferir sustentação oral, o
feito foi levado a julgamento, segundo alega, sem que se tenha dado a ele
a oportunidade fazer sua sustentação (fl. 6 da inicial).
Assevera, ainda, o constrangimento ilegal imposto ao paciente,
tendo em vista que a sua condenação consubstanciou-se “em [um] único
reconhecimento fotográfico” (fl. 7 da inicial – grifos conforme o original).
Entende o impetrante que, “muito embora seja sabido que o
reconhecimento fotográfico realizado na fase policial vem sendo considerado meio
idôneo de prova pelos tribunais, não menos certo é que para que seja admitido
como forma idônea de prova, há de estar ele acompanhado de outros elementos
aptos a caracterizar a autoria do delito, o que não foi o caso” (fl. 7 da inicial).
Ressalta também que o próprio Parquet estadual requereu a
absolvição do paciente em suas contrarrazões, ora apresentadas no
recurso de apelação interposto pela defesa (fls. 10/11 da inicial).
Requer o deferimento da liminar para suspender os “efeitos da
condenação, determinando-se a expedição de contramandado de prisão” e, no
mérito, pede a concessão da ordem para “determinar novo julgamento
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 15
Relatório
HC 108.014 / SP
pelo Superior Tribunal de Justiça, possibilitando que o impetrante
sustente oralmente seu pedido” e, ainda, que, “caso entenda cabível,
constituindo-se em tese mais favorável ao paciente, seja julgado o
mérito do habeas corpus por esta Corte Suprema, para o fim de absolver
o paciente, haja vista que sua condenação foi calcada em ato nulo” (fls.
13/14 da inicial – grifos conforme o original).
Indeferi o pedido de liminar e solicitei à autoridade coatora, além
das informações pertinentes, informação acerca da intimação do
impetrante para a sessão de julgamento daquele writ, conforme
requerido. As informações foram devidamente prestadas por intermédio
do Ofício nº 044-11/GMLV-STJ (Petição/STF nº 30.086/11).
O Ministério Público Federal, em parecer da lavra do ilustre
Subprocurador-Geral da República Dr. Edson Oliveira de Almeida,
opinou pela concessão da ordem.
É o relatório.
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 108.014 / SP
pelo Superior Tribunal de Justiça, possibilitando que o impetrante
sustente oralmente seu pedido” e, ainda, que, “caso entenda cabível,
constituindo-se em tese mais favorável ao paciente, seja julgado o
mérito do habeas corpus por esta Corte Suprema, para o fim de absolver
o paciente, haja vista que sua condenação foi calcada em ato nulo” (fls.
13/14 da inicial – grifos conforme o original).
Indeferi o pedido de liminar e solicitei à autoridade coatora, além
das informações pertinentes, informação acerca da intimação do
impetrante para a sessão de julgamento daquele writ, conforme
requerido. As informações foram devidamente prestadas por intermédio
do Ofício nº 044-11/GMLV-STJ (Petição/STF nº 30.086/11).
O Ministério Público Federal, em parecer da lavra do ilustre
Subprocurador-Geral da República Dr. Edson Oliveira de Almeida,
opinou pela concessão da ordem.
É o relatório.
2
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 108.014 SÃO PAULO
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Conforme relatado, volta-se esta impetração contra ato da Quinta
Turma do Superior Tribunal de Justiça, que denegou a ordem no HC nº
172.128/SP impetrado àquela Corte, Relatora a Ministra Laurita Vaz.
Narra o impetrante, na inicial, que:
“(...)
O Paciente foi processado no juízo da 2ª Vara Criminal da
comarca de Praia Grande/SP pela prática do crime de roubo, ao
final, restou condenado à pena de cinco anos e seis meses de
reclusão, a ser cumprida no regime fechado. Apenas um
elemento indiciário deu azo a esta condenação, qual seja,
reconhecimento fotográfico na fase policial.
A 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São
Paulo, negou provimento ao recurso de apelação interposto
pelo Paciente, entendendo que a ' nossa jurisprudência admite a
suficiência da palavra da vítima para o decreto condenatório'
(sic).
A condenação transitou em julgado, tendo sido expedido
mandado de prisão contra o réu.
Contra esta decisão, que teve como base exclusiva um
único reconhecimento fotográfico na fase policial,
fundamentado em precedentes (v.g. HC 27.893-SP e HC 22.907-
SP), impetrou-se habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça,
o qual denegou a ordem” (fl. 2 da inicial – grifos conforme o
original).
Transcrevo o teor do julgado proferido pelo Superior Tribunal de
Justiça:
“HABEAS CORPUS. ROUBO CIRCUNSTANCIADO.
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 108.014 SÃO PAULO
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Conforme relatado, volta-se esta impetração contra ato da Quinta
Turma do Superior Tribunal de Justiça, que denegou a ordem no HC nº
172.128/SP impetrado àquela Corte, Relatora a Ministra Laurita Vaz.
Narra o impetrante, na inicial, que:
“(...)
O Paciente foi processado no juízo da 2ª Vara Criminal da
comarca de Praia Grande/SP pela prática do crime de roubo, ao
final, restou condenado à pena de cinco anos e seis meses de
reclusão, a ser cumprida no regime fechado. Apenas um
elemento indiciário deu azo a esta condenação, qual seja,
reconhecimento fotográfico na fase policial.
A 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São
Paulo, negou provimento ao recurso de apelação interposto
pelo Paciente, entendendo que a ' nossa jurisprudência admite a
suficiência da palavra da vítima para o decreto condenatório'
(sic).
A condenação transitou em julgado, tendo sido expedido
mandado de prisão contra o réu.
Contra esta decisão, que teve como base exclusiva um
único reconhecimento fotográfico na fase policial,
fundamentado em precedentes (v.g. HC 27.893-SP e HC 22.907-
SP), impetrou-se habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça,
o qual denegou a ordem” (fl. 2 da inicial – grifos conforme o
original).
Transcrevo o teor do julgado proferido pelo Superior Tribunal de
Justiça:
“HABEAS CORPUS. ROUBO CIRCUNSTANCIADO.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 15
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 108.014 / SP
RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO REALIZADO NA FASE
POLICIAL E RATIFICADO EM JUÍZO. NULIDADE.
INEXISTÊNCIA. PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO. NECESSIDADE
DE
REVOLVIMENTO
DO
CONJUNTO
FÁTICO-
PROBATÓRIO. PRETENSÃO INVIÁVEL, ANTE A
ESTREITEZA DO HABEAS CORPUS. ORDEM DENEGADA.
1. 'O reconhecimento fotográfico do acusado [realizado na
fase inquisitorial], quando ratificado em juízo, sob a garantia do
contraditório e da ampla defesa, pode servir como meio idôneo
de prova para lastrear o édito condenatório' (STF, HC
104.404⁄MT, 1.ª Turma, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, DJe de
29⁄11⁄2010). É o que ocorre na espécie.
2. Ademais, a condenação não foi respaldada apenas no
reconhecimento fotográfico, mas também pelo fato de que os
objetos roubados foram encontrados em poder do Paciente e do
Corréu, bem assim pelos depoimentos das testemunhas.
3. No julgamento do habeas corpus não se pode analisar a
arguida falta de provas da materialidade e autoria do crime
para efeito da condenação do Paciente, como se fosse um
segundo recurso de apelação. Descabida na via eleita ampla
dilação probatória.
4. Ordem denegada.”
Essa é a razão pela qual se insurge o impetrante neste writ.
Tenho que o caso é de concessão parcial da ordem.
Reconheço a plausibilidade jurídica da alegada existência de
nulidade do julgado oriundo do Superior Tribunal de Justiça, por
cerceamento de defesa, decorrente da falta de intimação do impetrante
para realizar sustentação oral na sessão de julgamento ocorrida em
17/3/11 perante aquela Corte Superior, apesar de requerimento expresso.
De fato, segundo informações obtidas junto ao sítio do Superior
Tribunal de Justiça na internet, em petição de 19/7/10 (Petição/STJ nº
193.597/10), o impetrante manifestou seu interesse em produzir
sustentação oral.
A Ministra Laurita Vaz, Relatora do HC nº 172.128/SP, em suas
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 108.014 / SP
RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO REALIZADO NA FASE
POLICIAL E RATIFICADO EM JUÍZO. NULIDADE.
INEXISTÊNCIA. PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO. NECESSIDADE
DE
REVOLVIMENTO
DO
CONJUNTO
FÁTICO-
PROBATÓRIO. PRETENSÃO INVIÁVEL, ANTE A
ESTREITEZA DO HABEAS CORPUS. ORDEM DENEGADA.
1. 'O reconhecimento fotográfico do acusado [realizado na
fase inquisitorial], quando ratificado em juízo, sob a garantia do
contraditório e da ampla defesa, pode servir como meio idôneo
de prova para lastrear o édito condenatório' (STF, HC
104.404⁄MT, 1.ª Turma, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, DJe de
29⁄11⁄2010). É o que ocorre na espécie.
2. Ademais, a condenação não foi respaldada apenas no
reconhecimento fotográfico, mas também pelo fato de que os
objetos roubados foram encontrados em poder do Paciente e do
Corréu, bem assim pelos depoimentos das testemunhas.
3. No julgamento do habeas corpus não se pode analisar a
arguida falta de provas da materialidade e autoria do crime
para efeito da condenação do Paciente, como se fosse um
segundo recurso de apelação. Descabida na via eleita ampla
dilação probatória.
4. Ordem denegada.”
Essa é a razão pela qual se insurge o impetrante neste writ.
Tenho que o caso é de concessão parcial da ordem.
Reconheço a plausibilidade jurídica da alegada existência de
nulidade do julgado oriundo do Superior Tribunal de Justiça, por
cerceamento de defesa, decorrente da falta de intimação do impetrante
para realizar sustentação oral na sessão de julgamento ocorrida em
17/3/11 perante aquela Corte Superior, apesar de requerimento expresso.
De fato, segundo informações obtidas junto ao sítio do Superior
Tribunal de Justiça na internet, em petição de 19/7/10 (Petição/STJ nº
193.597/10), o impetrante manifestou seu interesse em produzir
sustentação oral.
A Ministra Laurita Vaz, Relatora do HC nº 172.128/SP, em suas
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 15
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 108.014 / SP
informações (Petição/STF nº 30.086/11), menciona que “o feito foi levado a
julgamento em mesa, em 17/3/2011, sem aviso prévio do advogado Impetrante
(...)” (grifei).
A falta de intimação suprime direito da defesa do paciente de
comparecer na sessão de julgamento para a sustentação oral, que
constitui instrumento de efetivação da garantia constitucional da ampla
defesa, para cujo exercício a Constituição da República assegura “os meios
e recursos a ela inerentes” (art. 5º, LV).
Ademais, deixo registrado que, havendo pedido expresso de
comunicação da data do julgamento para que seja feita a sustentação oral,
eventual retardamento no curso do processo correrá à conta do próprio
impetrante, não sendo razoável impor-lhe a obrigação de manter
insistentes contatos telefônicos a fim de saber quando o seu processo será
levado a julgamento, ou, pior ainda, que compareça a todas as sessões do
Tribunal.
Como já preconizado pela eminente Ministra Cármen Lúcia no HC
nº 104.264/RJ, “o fato de a sustentação oral não constituir ato essencial é
irrelevante, devendo-se distinguir duas situações. A primeira é a sustentação não
constituir ato essencial, no sentido de que, se não realizada, não gera nulidade
alguma (nesse sentido, entre outros, HC 66.315, Rel. Min. Moreira Alves, DJ
24.2.1989; HC 68.369, Rel. Min. Sydney Sanches, DJ 8.3.1991; HC 69.429,
Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 28.5.1983; HC 73.839, Rel. Min. Carlos
Velloso, DJ 27.3.1998; HC 76.970, Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 20.4.2001;
HC 82.241, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 4.3.2005; HC 83.792, Rel. Min.
Gilmar Mendes, DJ 30.4.2004; HC 82.740, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ
22.6.2007; HC 84.655, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 4.2.2005; HC 85.789, Rel.
Min. Carlos Velloso, DJ 26.8.2005; HC 85.845, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ
23.9.2005; RHC 79.541, Rel. Min. Celso de Mello, Informativo n. 179; e RHC
86.085, Rel. Min. Ayres Britto, DJ 31.3.2006; e QC 501, Rel. Min. Celso de
Mello, DJ 28.11.1997). A segunda, substancialmente diversa, refere-se aos casos
em que há pedido da defesa para ser intimada da data da sessão de julgamento, a
fim de que possa exercitar o seu direito à sustentação oral e a comunicação não
ocorre” (Primeira Turma, DJe de 19/11/10).
3
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Supremo Tribunal Federal
HC 108.014 / SP
informações (Petição/STF nº 30.086/11), menciona que “o feito foi levado a
julgamento em mesa, em 17/3/2011, sem aviso prévio do advogado Impetrante
(...)” (grifei).
A falta de intimação suprime direito da defesa do paciente de
comparecer na sessão de julgamento para a sustentação oral, que
constitui instrumento de efetivação da garantia constitucional da ampla
defesa, para cujo exercício a Constituição da República assegura “os meios
e recursos a ela inerentes” (art. 5º, LV).
Ademais, deixo registrado que, havendo pedido expresso de
comunicação da data do julgamento para que seja feita a sustentação oral,
eventual retardamento no curso do processo correrá à conta do próprio
impetrante, não sendo razoável impor-lhe a obrigação de manter
insistentes contatos telefônicos a fim de saber quando o seu processo será
levado a julgamento, ou, pior ainda, que compareça a todas as sessões do
Tribunal.
Como já preconizado pela eminente Ministra Cármen Lúcia no HC
nº 104.264/RJ, “o fato de a sustentação oral não constituir ato essencial é
irrelevante, devendo-se distinguir duas situações. A primeira é a sustentação não
constituir ato essencial, no sentido de que, se não realizada, não gera nulidade
alguma (nesse sentido, entre outros, HC 66.315, Rel. Min. Moreira Alves, DJ
24.2.1989; HC 68.369, Rel. Min. Sydney Sanches, DJ 8.3.1991; HC 69.429,
Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 28.5.1983; HC 73.839, Rel. Min. Carlos
Velloso, DJ 27.3.1998; HC 76.970, Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 20.4.2001;
HC 82.241, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 4.3.2005; HC 83.792, Rel. Min.
Gilmar Mendes, DJ 30.4.2004; HC 82.740, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ
22.6.2007; HC 84.655, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 4.2.2005; HC 85.789, Rel.
Min. Carlos Velloso, DJ 26.8.2005; HC 85.845, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ
23.9.2005; RHC 79.541, Rel. Min. Celso de Mello, Informativo n. 179; e RHC
86.085, Rel. Min. Ayres Britto, DJ 31.3.2006; e QC 501, Rel. Min. Celso de
Mello, DJ 28.11.1997). A segunda, substancialmente diversa, refere-se aos casos
em que há pedido da defesa para ser intimada da data da sessão de julgamento, a
fim de que possa exercitar o seu direito à sustentação oral e a comunicação não
ocorre” (Primeira Turma, DJe de 19/11/10).
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 108.014 / SP
Nesse mesmo sentido:
“HABEAS CORPUS. ALEGAÇÃO DE PREJUÍZO À
DEFESA PELA AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO PARA A
REALIZAÇÃO
DO
JULGAMENTO
DO
WRIT.
IMPOSSIBILITADA A SUSTENTAÇÃO ORAL. EXISTÊNCIA
DE PEDIDO DE INTIMAÇÃO EXPRESSO NOS AUTOS. Nos
termos da orientação deste Supremo Tribunal Federal, a
sustentação oral não é ato essencial à defesa. Contudo, havendo
pedido expresso nos autos de intimação da realização do
julgamento, é de se deferir o habeas corpus , em homenagem à
envergadura maior do writ. Habeas corpus deferido em parte”
(HC nº 86.550/SC, Primeira Turma, Relator o Ministro Ayres
Britto, DJ 13/10/06);
“PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. PRINCÍPIO
DA AMPLA DEFESA. ART. 5º, LIV E LV, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. PEDIDO DA
DEFESA PARA REALIZAR SUSTENTAÇÃO ORAL.
COMUNICAÇÃO DA DATA DE JULGAMENTO. AUSÊNCIA
DE
PREVISÃO
NORMATIVA.
INFORMAÇÃO
DISPONIBILIZADA
APENAS
NOS
MEIOS
INFORMATIZADOS DAQUELA CORTE. NECESSIDADE DE
QUE A CIENTIFICAÇÃO COM ANTECEDÊNCIA MÍNIMA
DE QUARENTA E OITO. EXIGÊNCIA QUE DECORRE DO
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA. ORDEM PARCIALMENTE
CONCEDIDA. I - sustentação oral não constitui, de per si, ato
essencial à defesa, razão pela qual, em princípio, não há
necessidade de comunicação da data de julgamento. II - Na
ausência de disposição normativa interna, não é ônus das
Cortes de Justiça a comunicação nos termos e prazos requeridos
pelas partes. III - No caso, todavia, de indicação da defesa de
que pretende sustentar oralmente, a cientificação desta, em
tempo hábil, melhor atende ao disposto no art. 5º, incisos LIV e
LV, da Constituição. IV - Afigura-se, porém, razoável e
suficiente que a informação seja disponibilizada por meio dos
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Nesse mesmo sentido:
“HABEAS CORPUS. ALEGAÇÃO DE PREJUÍZO À
DEFESA PELA AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO PARA A
REALIZAÇÃO
DO
JULGAMENTO
DO
WRIT.
IMPOSSIBILITADA A SUSTENTAÇÃO ORAL. EXISTÊNCIA
DE PEDIDO DE INTIMAÇÃO EXPRESSO NOS AUTOS. Nos
termos da orientação deste Supremo Tribunal Federal, a
sustentação oral não é ato essencial à defesa. Contudo, havendo
pedido expresso nos autos de intimação da realização do
julgamento, é de se deferir o habeas corpus , em homenagem à
envergadura maior do writ. Habeas corpus deferido em parte”
(HC nº 86.550/SC, Primeira Turma, Relator o Ministro Ayres
Britto, DJ 13/10/06);
“PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. PRINCÍPIO
DA AMPLA DEFESA. ART. 5º, LIV E LV, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. PEDIDO DA
DEFESA PARA REALIZAR SUSTENTAÇÃO ORAL.
COMUNICAÇÃO DA DATA DE JULGAMENTO. AUSÊNCIA
DE
PREVISÃO
NORMATIVA.
INFORMAÇÃO
DISPONIBILIZADA
APENAS
NOS
MEIOS
INFORMATIZADOS DAQUELA CORTE. NECESSIDADE DE
QUE A CIENTIFICAÇÃO COM ANTECEDÊNCIA MÍNIMA
DE QUARENTA E OITO. EXIGÊNCIA QUE DECORRE DO
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA. ORDEM PARCIALMENTE
CONCEDIDA. I - sustentação oral não constitui, de per si, ato
essencial à defesa, razão pela qual, em princípio, não há
necessidade de comunicação da data de julgamento. II - Na
ausência de disposição normativa interna, não é ônus das
Cortes de Justiça a comunicação nos termos e prazos requeridos
pelas partes. III - No caso, todavia, de indicação da defesa de
que pretende sustentar oralmente, a cientificação desta, em
tempo hábil, melhor atende ao disposto no art. 5º, incisos LIV e
LV, da Constituição. IV - Afigura-se, porém, razoável e
suficiente que a informação seja disponibilizada por meio dos
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 108.014 / SP
sistemas institucionais de acompanhamento processual,
observada a antecedência necessária a permitir o deslocamento
do patrono para o ato. IV - Ordem parcialmente concedida”
(HC nº 92.290/SP, Primeira Turma, Relator o Ministro Ricardo
Lewandowski, DJe de 30/11/07).
Daí ter esta Primeira Turma reformulado o entendimento que
anteriormente predominava e que fora reproduzido no enunciado da
Súmula nº 431/STF, segundo a qual “é nulo o julgamento de recurso criminal,
na segunda instância, sem prévia intimação, ou publicação da pauta, salvo em
habeas corpus”.
A ausência de intimação para a sessão de julgamento quando houver
pedido para tal é considerada causa de nulidade do julgamento, por se
frustrar eventual possibilidade de sustentação oral. Com esse
entendimento, em questão de ordem, foi anulado julgamento do próprio
Supremo Tribunal Federal. Confira-se:
“QUESTÃO DE ORDEM EM HABEAS CORPUS.
PROCESSUAL PENAL. REQUERIMENTO PRÉVIO DE
SUSTENTAÇÃO ORAL. AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO DA
SESSÃO DE JULGAMENTO. Nulidade. Havendo requerimento
de ciência prévia do julgamento visando à sustentação oral, a
ausência de notificação da sessão de julgamento consubstancia
nulidade. Questão de ordem resolvida no sentido de anular o
julgamento proferido na Sessão de 29 de setembro de 2009, a
fim de que outro se realize com a prévia intimação do
impetrante para fazer sustentação oral” (HC nº 99.929/SP-QO,
Segunda Turma, Relator o Ministro Eros Grau, DJe de 4/6/10).
É firme, também, a jurisprudência deste Supremo Tribunal quanto à
desnecessidade de comprovação do efetivo prejuízo (HC nº 69.142/SP,
Primeira Turma, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 11/2/92)
para se concluir pela nulidade na forma acima exposta.
Inevitável, assim, é a conclusão de que o acórdão atacado está eivado
de vício insanável, sendo, portanto, nulo, tal como reconhecido no
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sistemas institucionais de acompanhamento processual,
observada a antecedência necessária a permitir o deslocamento
do patrono para o ato. IV - Ordem parcialmente concedida”
(HC nº 92.290/SP, Primeira Turma, Relator o Ministro Ricardo
Lewandowski, DJe de 30/11/07).
Daí ter esta Primeira Turma reformulado o entendimento que
anteriormente predominava e que fora reproduzido no enunciado da
Súmula nº 431/STF, segundo a qual “é nulo o julgamento de recurso criminal,
na segunda instância, sem prévia intimação, ou publicação da pauta, salvo em
habeas corpus”.
A ausência de intimação para a sessão de julgamento quando houver
pedido para tal é considerada causa de nulidade do julgamento, por se
frustrar eventual possibilidade de sustentação oral. Com esse
entendimento, em questão de ordem, foi anulado julgamento do próprio
Supremo Tribunal Federal. Confira-se:
“QUESTÃO DE ORDEM EM HABEAS CORPUS.
PROCESSUAL PENAL. REQUERIMENTO PRÉVIO DE
SUSTENTAÇÃO ORAL. AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO DA
SESSÃO DE JULGAMENTO. Nulidade. Havendo requerimento
de ciência prévia do julgamento visando à sustentação oral, a
ausência de notificação da sessão de julgamento consubstancia
nulidade. Questão de ordem resolvida no sentido de anular o
julgamento proferido na Sessão de 29 de setembro de 2009, a
fim de que outro se realize com a prévia intimação do
impetrante para fazer sustentação oral” (HC nº 99.929/SP-QO,
Segunda Turma, Relator o Ministro Eros Grau, DJe de 4/6/10).
É firme, também, a jurisprudência deste Supremo Tribunal quanto à
desnecessidade de comprovação do efetivo prejuízo (HC nº 69.142/SP,
Primeira Turma, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 11/2/92)
para se concluir pela nulidade na forma acima exposta.
Inevitável, assim, é a conclusão de que o acórdão atacado está eivado
de vício insanável, sendo, portanto, nulo, tal como reconhecido no
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 108.014 / SP
julgamento do HC nº 105.728/RJ, do qual fui relator. Confira-se:
“HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. AUSÊNCIA
DE INTIMAÇÃO DOS ADVOGADOS PARA A SESSÃO DE
JULGAMENTO DE HABEAS CORPUS IMPETRADO NO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. IMPOSSIBILIDADE DE
REALIZAÇÃO DE SUSTENTAÇÃO ORAL. EXISTÊNCIA DE
PEDIDO DE INTIMAÇÃO CONSTANTE DOS AUTOS.
CERCEAMENTO DE DEFESA. DIREITO À PRÉVIA
COMUNICAÇÃO PARA DAR EFICÁCIA À GARANTIA
CONSTITUCIONAL DA AMPLA DEFESA. NULIDADE
ABSOLUTA.
PRECEDENTES.
HABEAS
CORPUS
CONCEDIDO EM PARTE. 1. Havendo pedido nos autos, a falta
de intimação para a sessão de julgamento suprime o direito da
defesa de comparecer para realizar a sustentação oral, que
constitui instrumento de efetivação da garantia constitucional
da ampla defesa, para cujo exercício a Constituição da
República assegura ‘os meios e recursos a ela inerentes’ (art. 5º,
LV). 2. Nulidade absoluta do ato praticado nessa condição.
Precedentes. 3. Writ concedido em parte” (Primeira Turma, DJe
de 7/10/11).
Outra não foi a conclusão da Procuradoria-Geral da República ao
asseverar que “o Superior Tribunal de Justiça informou que o feito foi levado a
julgamento em mesa, em 17/3/2011, sem aviso prévio do advogado impetrante’. E
a consulta ao andamento do HC nº 172.128/STJ indica que os autos foram
conclusos ao relator, com parecer do Ministério Público, em 19.11.2010, sendo
submetidos a julgamento somente quatro meses depois, sem que fosse atendido o
requerimento do impetrante, o que importou em supressão do direito à
sustentação oral. Desse modo, está configurada a nulidade: ‘Ausência de
intimação do advogado para a sessão de julgamento de habeas corpus impetrado
no Superior Tribunal de Justiça. Impossibilidade de realização de sustentação
oral. Existência de pedido de intimação constante dos autos. Cerceamento de
defesa. Direito à prévia comunicação para dar eficácia à garantia constitucional
da ampla defesa. Nulidade absoluta. Precedentes.’ (HC 104.264, rel. Min.
6
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Supremo Tribunal Federal
HC 108.014 / SP
julgamento do HC nº 105.728/RJ, do qual fui relator. Confira-se:
“HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. AUSÊNCIA
DE INTIMAÇÃO DOS ADVOGADOS PARA A SESSÃO DE
JULGAMENTO DE HABEAS CORPUS IMPETRADO NO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. IMPOSSIBILIDADE DE
REALIZAÇÃO DE SUSTENTAÇÃO ORAL. EXISTÊNCIA DE
PEDIDO DE INTIMAÇÃO CONSTANTE DOS AUTOS.
CERCEAMENTO DE DEFESA. DIREITO À PRÉVIA
COMUNICAÇÃO PARA DAR EFICÁCIA À GARANTIA
CONSTITUCIONAL DA AMPLA DEFESA. NULIDADE
ABSOLUTA.
PRECEDENTES.
HABEAS
CORPUS
CONCEDIDO EM PARTE. 1. Havendo pedido nos autos, a falta
de intimação para a sessão de julgamento suprime o direito da
defesa de comparecer para realizar a sustentação oral, que
constitui instrumento de efetivação da garantia constitucional
da ampla defesa, para cujo exercício a Constituição da
República assegura ‘os meios e recursos a ela inerentes’ (art. 5º,
LV). 2. Nulidade absoluta do ato praticado nessa condição.
Precedentes. 3. Writ concedido em parte” (Primeira Turma, DJe
de 7/10/11).
Outra não foi a conclusão da Procuradoria-Geral da República ao
asseverar que “o Superior Tribunal de Justiça informou que o feito foi levado a
julgamento em mesa, em 17/3/2011, sem aviso prévio do advogado impetrante’. E
a consulta ao andamento do HC nº 172.128/STJ indica que os autos foram
conclusos ao relator, com parecer do Ministério Público, em 19.11.2010, sendo
submetidos a julgamento somente quatro meses depois, sem que fosse atendido o
requerimento do impetrante, o que importou em supressão do direito à
sustentação oral. Desse modo, está configurada a nulidade: ‘Ausência de
intimação do advogado para a sessão de julgamento de habeas corpus impetrado
no Superior Tribunal de Justiça. Impossibilidade de realização de sustentação
oral. Existência de pedido de intimação constante dos autos. Cerceamento de
defesa. Direito à prévia comunicação para dar eficácia à garantia constitucional
da ampla defesa. Nulidade absoluta. Precedentes.’ (HC 104.264, rel. Min.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 15
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 108.014 / SP
Cármen Lúcia, DJe 18.11.2011). No mesmo sentido, dentre outros, o HC
106.927/GO, da relatoria do Ministro Joaquim Barbosa (DJe 30.03.2011)”
(grifos conforme o original).
Não conheço da matéria remanescente ventilada (insuficiência de
prova para a condenação), tendente ao reconhecimento da absolvição do
paciente, dada a necessidade de prévio rejulgamento da causa pelo
Superior Tribunal de Justiça.
Ante o exposto, concedo parcialmente a ordem, para anular o
acórdão prolatado pelo Superior Tribunal de Justiça no HC nº 172.128/SP,
Relatora a Ministra Laurita Vaz, e determinar que novo julgamento se
realize, reabrindo-se a discussão sobre a questão de fundo e observando-
se a intimação do impetrante para a sessão de julgamento, com
antecedência mínima de 48 horas.
É como voto.
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Supremo Tribunal Federal
HC 108.014 / SP
Cármen Lúcia, DJe 18.11.2011). No mesmo sentido, dentre outros, o HC
106.927/GO, da relatoria do Ministro Joaquim Barbosa (DJe 30.03.2011)”
(grifos conforme o original).
Não conheço da matéria remanescente ventilada (insuficiência de
prova para a condenação), tendente ao reconhecimento da absolvição do
paciente, dada a necessidade de prévio rejulgamento da causa pelo
Superior Tribunal de Justiça.
Ante o exposto, concedo parcialmente a ordem, para anular o
acórdão prolatado pelo Superior Tribunal de Justiça no HC nº 172.128/SP,
Relatora a Ministra Laurita Vaz, e determinar que novo julgamento se
realize, reabrindo-se a discussão sobre a questão de fundo e observando-
se a intimação do impetrante para a sessão de julgamento, com
antecedência mínima de 48 horas.
É como voto.
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Voto - MIN. LUIZ FUX
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 108.014 SÃO PAULO
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, em
situação idêntica, julgamos assim o Habeas Corpus 104.264, da relatoria
de Vossa Excelência - aqui ainda está a Primeira Turma e o HC 106.927,
da relatoria do Ministro Joaquim Barbosa. De sorte que essas outras
questões têm que passar pelo Superior Tribunal de Justiça para evitar a
supressão de instância.
Estou de acordo com o voto do eminente Ministro Dias Toffoli.
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 108.014 SÃO PAULO
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, em
situação idêntica, julgamos assim o Habeas Corpus 104.264, da relatoria
de Vossa Excelência - aqui ainda está a Primeira Turma e o HC 106.927,
da relatoria do Ministro Joaquim Barbosa. De sorte que essas outras
questões têm que passar pelo Superior Tribunal de Justiça para evitar a
supressão de instância.
Estou de acordo com o voto do eminente Ministro Dias Toffoli.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 15
Aditamento ao Voto
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 108.014 SÃO PAULO
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, peço vênia
ao relator para acolher o pedido principal, que é no sentido da absolvição
dos pacientes. E, logicamente vencido, se o for – muito embora muito
acostumado a isso –, nessa parte, acompanho o relator anulando a decisão
proferida considerado o pedido sucessivo.
O que temos, Presidente? Uma condenação que se baseou no
testemunho da vítima. A vítima retratou o desenrolar do acontecimento e
apontou que fora surpreendida, juntamente com a mãe, o pai e o filho,
pelos assaltantes, que usavam – ela mesma consignou – bonés puxados
sobre os rostos. Anunciaram o assalto e subtraíram talão de cheques,
dinheiro, telefone celular, cartão de crédito, relógios. E ocorreu,
posteriormente, o reconhecimento fotográfico, não o pessoal.
Outra testemunha simplesmente disse que presenciara o
reconhecimento – não sei se foi o da própria vítima, porque apenas há
notícia desse reconhecimento – mediante fotografia – e não através,
porque não se atravessou nada.
Segue-se depoimento de uma testemunha da defesa, afirmando que
conhecia um dos acusados há mais de dez anos. Seria pessoa
trabalhadora e que teria prestado inclusive serviço de pedreiro para ela,
testemunha, e para a própria filha. Tem-se outro depoimento em que o
ouvido apenas assentou que nada sabia sobre os fatos mencionados e
que o réu, como se fosse único, seria pessoa trabalhadora.
A partir desse contexto, chegou-se à condenação, afirmando-se, de
forma peremptória, mas sem a indispensável demonstração, que o
conjunto de provas seria bastante seguro e que permitiria a certeza
indispensável a chegar-se à condenação.
Presidente, houve recurso da defesa e a Procuradoria de Justiça, o
Procurador que oficiou no recurso, preconizou o provimento. Assim o
fez, justamente, com base na falta de prova. Penso que não há como
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 108.014 SÃO PAULO
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, peço vênia
ao relator para acolher o pedido principal, que é no sentido da absolvição
dos pacientes. E, logicamente vencido, se o for – muito embora muito
acostumado a isso –, nessa parte, acompanho o relator anulando a decisão
proferida considerado o pedido sucessivo.
O que temos, Presidente? Uma condenação que se baseou no
testemunho da vítima. A vítima retratou o desenrolar do acontecimento e
apontou que fora surpreendida, juntamente com a mãe, o pai e o filho,
pelos assaltantes, que usavam – ela mesma consignou – bonés puxados
sobre os rostos. Anunciaram o assalto e subtraíram talão de cheques,
dinheiro, telefone celular, cartão de crédito, relógios. E ocorreu,
posteriormente, o reconhecimento fotográfico, não o pessoal.
Outra testemunha simplesmente disse que presenciara o
reconhecimento – não sei se foi o da própria vítima, porque apenas há
notícia desse reconhecimento – mediante fotografia – e não através,
porque não se atravessou nada.
Segue-se depoimento de uma testemunha da defesa, afirmando que
conhecia um dos acusados há mais de dez anos. Seria pessoa
trabalhadora e que teria prestado inclusive serviço de pedreiro para ela,
testemunha, e para a própria filha. Tem-se outro depoimento em que o
ouvido apenas assentou que nada sabia sobre os fatos mencionados e
que o réu, como se fosse único, seria pessoa trabalhadora.
A partir desse contexto, chegou-se à condenação, afirmando-se, de
forma peremptória, mas sem a indispensável demonstração, que o
conjunto de provas seria bastante seguro e que permitiria a certeza
indispensável a chegar-se à condenação.
Presidente, houve recurso da defesa e a Procuradoria de Justiça, o
Procurador que oficiou no recurso, preconizou o provimento. Assim o
fez, justamente, com base na falta de prova. Penso que não há como
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 15
Aditamento ao Voto
HC 108.014 / SP
manter a condenação.
Cumpre ao Ministério Público comprovar de forma suficiente, de
forma robusta, a culpa do acusado. E isso, segundo o próprio Ministério
Público, que atuou em grau de apelação, oficiando no processo – e
constatei a procedência –, não teria ocorrido na espécie.
Concedo a ordem para absolver, como preconizado, repito, pelo
Ministério Público em grau de apelação, os pacientes.
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 108.014 / SP
manter a condenação.
Cumpre ao Ministério Público comprovar de forma suficiente, de
forma robusta, a culpa do acusado. E isso, segundo o próprio Ministério
Público, que atuou em grau de apelação, oficiando no processo – e
constatei a procedência –, não teria ocorrido na espécie.
Concedo a ordem para absolver, como preconizado, repito, pelo
Ministério Público em grau de apelação, os pacientes.
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 15
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 108.014
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S) : EDSON LUIZ CORDEIRO DA CRUZ
IMPTE.(S) : PAULO SERGIO DE OLIVEIRA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Por maioria de votos, a Turma concedeu, em parte, a
ordem de habeas corpus, nos termos do voto do Relator, vencido, em
parte, o Senhor Ministro Marco Aurélio, que a concedia em maior
extensão. Falou o Dr. Paulo Sergio de Oliveira, pelo Paciente.
Presidência da Senhora Ministra
Cármen Lúcia. 1ª Turma,
25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
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Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 108.014
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S) : EDSON LUIZ CORDEIRO DA CRUZ
IMPTE.(S) : PAULO SERGIO DE OLIVEIRA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Por maioria de votos, a Turma concedeu, em parte, a
ordem de habeas corpus, nos termos do voto do Relator, vencido, em
parte, o Senhor Ministro Marco Aurélio, que a concedia em maior
extensão. Falou o Dr. Paulo Sergio de Oliveira, pelo Paciente.
Presidência da Senhora Ministra
Cármen Lúcia. 1ª Turma,
25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1568760
Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 15
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1593477 | 2011-10-25T00:00:00 | 2011-11-29T00:00:00 | Por maioria de votos, a Turma concedeu, em parte, a ordem de habeas corpus, nos termos do voto do Relator, vencido, em parte, o Senhor Ministro Marco Aurélio, que a concedia em maior extensão. Falou o Dr. Paulo Sergio de Oliveira, pelo Paciente. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011. | HABEAS CORPUS | EMENTA
Habeas corpus. Processual penal. Ausência de intimação do advogado para a sessão de julgamento de writ impetrado no Superior Tribunal de Justiça. Impossibilidade de realização de sustentação oral. Existência de pedido de intimação constante dos autos. Cerceamento de defesa. Direito à prévia comunicação para dar eficácia à garantia constitucional da ampla defesa. Nulidade configurada. Precedentes.
1. Havendo pedido nos autos, a falta de intimação para a sessão de julgamento suprime o direito da defesa de comparecer para realizar a sustentação oral, que constitui instrumento de efetivação da garantia constitucional da ampla defesa, para cujo exercício a Constituição da República assegura “os meios e recursos a ela inerentes” (art. 5º, LV).
2. Nulidade do ato praticado nessa condição.
3. Ordem parcialmente concedida. | sjur201965 | - Acórdãos citados: HC 69142, HC 86550, HC 92290, HC 99929,
HC 104264, HC 105728, HC 106927.
- Veja HC 172128 do STJ.
Número de páginas: 15.
Análise: 13/12/2011, KBP.
Revisão: 16/12/2011, SEV. | DIAS TOFFOLI | Primeira Turma | 108014 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00005 INC-00055 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000431 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | HC | acordaos | HC 108014 | [
""
] | PACTE.(S) : EDSON LUIZ CORDEIRO DA CRUZ
IMPTE.(S) : PAULO SERGIO DE OLIVEIRA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 108 . 014",
"HC 108 . 014 / SP",
"HC 108 . 014 / SP",
"HABEAS CORPUS 108 . 014 SÃO",
"HC [UNK] 172 . 128 / SP",
"HABEAS CORPUS 108 . 014",
"HC [UNK] 172 . 128 / SP",
"HC 108 . 014 / SP",
"Petição",
"HC 108 . 014 / SP",
"Petição",
"STF [UNK] 30 . 086 / 11",
"HABEAS CORPUS 108 . 014",
"HC [UNK] 172 . 128 / SP",
"HC 27 . 893 - SP",
"HC 22 . 907 - SP",
"HABEAS CORPUS 108 . 014",
"HC [UNK] 172 . 128 / SP",
"HC 27 . 893 - SP",
"HC 22 . 907 - SP",
"HC 108 . 014 / SP",
"HC 104 . 404⁄MT",
"Petição",
"/",
"STJ [UNK] 193 . 597 / 10",
"HC [UNK] 172 . 128 / SP",
"HC 108 . 014 / SP",
"HC 104 . 404⁄MT",
"HC [UNK] 172 . 128 / SP",
"HC 108 . 014 / SP",
"Petição",
"STF [UNK] 30 . 086 / 11",
"HC [UNK] 104 . 264 / RJ",
"HC 66 . 315",
"HC 68 . 369",
"HC 69 . 429",
"HC 73 . 839",
"HC 76 . 970",
"HC 82 . 241",
"HC 83 . 792",
"HC 82 . 740",
"HC 84 . 655",
"HC 85 . 789",
"HC 85 . 845",
"RHC 79 . 541",
"RHC 86 . 085",
"QC 501",
"HC 108 . 014 / SP",
"Petição",
"/",
"STF [UNK] 30 . 086 / 11",
"HC [UNK] 104 . 264 / RJ",
"HC 66 . 315",
"HC 68 . 369",
"HC 69 . 429",
"HC 73 . 839",
"HC 76 . 970",
"HC 82 . 241",
"HC 83 . 792",
"HC 82 . 740",
"HC 84 . 655",
"HC 85 . 789",
"HC 85 . 845",
"RHC 79 . 541",
"RHC 86 . 085",
"QC 501",
"HC 108 . 014 / SP",
"HC [UNK] 86 . 550 / SC",
"HC 108 . 014 / SP",
"HC [UNK] 86 . 550 / SC",
"HC 108 . 014 / SP",
"HC [UNK] 92 . 290 / SP",
"Súmula [UNK] 431 / STF",
"HC [UNK] 99 . 929 / SP - QO",
"HC [UNK] 69 . 142 / SP",
"HC 108 . 014 / SP",
"HC [UNK] 92 . 290 / SP",
"Súmula [UNK] 431 / STF",
"HC [UNK] 99 . 929 / SP - QO",
"HC [UNK] 69 . 142 / SP",
"HC [UNK] 105 . 728 / RJ",
"HC [UNK] 172 . 128 / STJ",
"HC 104 . 264",
"HC 108 . 014 / SP",
"HC [UNK] 105 . 728 / RJ",
"HC [UNK] 172 . 128 / STJ",
"HC 104 . 264",
"HC 108 . 014 / SP",
"HC 106 . 927 / GO",
"HC [UNK] 172 . 128 / SP",
"HC 108 . 014 / SP",
"HC 106 . 927 / GO",
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"HABEAS CORPUS 108 . 014",
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"HABEAS CORPUS 108 . 014",
"Habeas Corpus 104 . 264",
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"HABEAS CORPUS 108 . 014"
],
"LEGISLACAO": [
"Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . [UNK] , LIV E LV , DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL",
"art . [UNK] , incisos LIV e LV , da Constituição",
"MP n° 2 .",
"ART . [UNK] , LIV E LV , DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL",
"art . [UNK] , incisos LIV e LV , da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"SÃO PAULO",
"Brasília",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
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"SÃO PAULO"
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"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"[UNK] Vara Criminal da comarca de Praia Grande / SP",
"[UNK] Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo",
"Superior Tribunal de Justiça",
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"[UNK] Vara Criminal da comarca de Praia Grande / SP",
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"Superior Tribunal de Justiça",
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".",
"[UNK] Turma",
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"[UNK] Turma",
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"Primeira Turma",
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"/",
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"Ministério Público",
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"Ministério Público",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
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"-",
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"Brasil"
],
"PESSOA": [
"DIAS TOFFOLI",
"EDSON LUIZ CORDEIRO DA CRUZ",
"PAULO SERGIO DE OLIVEIRA",
"Cármem Lúcia",
"Marco Aurélio",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"EDSON LUIZ CORDEIRO DA CRUZ",
"PAULO SERGIO DE OLIVEIRA",
"DIAS TOFFOLI",
"Paulo Sérgio de Oliveira",
"Edson Luiz Cordeiro da Cruz",
"Laurita Vaz",
"DIAS TOFFOLI",
"EDSON LUIZ CORDEIRO DA CRUZ",
"PAULO SERGIO DE OLIVEIRA",
"DIAS TOFFOLI",
"Paulo Sérgio de Oliveira",
"Edson Luiz Cordeiro da Cruz",
"Laurita Vaz",
"Edson Oliveira de Almeida",
"Edson Oliveira de Almeida",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"Laurita Vaz",
"DIAS TOFFOLI",
"Laurita Vaz",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"Laurita Vaz",
"DIAS TOFFOLI",
"Laurita Vaz",
"DIAS TOFFOLI",
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"Carlos Velloso",
"Carlos Velloso",
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"Gilmar Mendes",
"Gilmar Mendes",
"Carlos Velloso",
"Carlos",
"Carlos Velloso",
"Celso de Mello",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
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"Sydney Sanches",
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"Carlos Velloso",
"Maurício Corrêa",
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"Gilmar Mendes",
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"Carlos Velloso",
"Carlos Velloso",
"Celso de Mello",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
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"Ayres Britto",
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"Sepúlveda Pertence",
"Ricardo Lewandowski",
"Eros Grau",
"Sepúlveda Pertence",
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"DIAS TOFFOLI",
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"Laurita Vaz",
"Cármen Lúcia",
"Joaquim Barbosa",
"Laurita Vaz",
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"LUIZ FUX",
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"Dias Toffoli",
"LUIZ FUX",
"Joaquim Barbosa",
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"MARCO AURÉLIO",
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"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
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],
"TEMPO": [
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"2011",
"24",
".",
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".",
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".",
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".",
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".",
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".",
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".",
"2006",
"28",
".",
"11",
".",
"1997",
"19",
"/",
"11",
"/",
"10",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"17",
"/",
"3",
"/",
"2011",
"24",
".",
"2",
".",
"1989",
"8",
".",
"3",
".",
"1991",
"28",
".",
"5",
".",
"1983",
"27",
".",
"3",
".",
"1998",
"20",
".",
"4",
".",
"2001",
"4",
".",
"3",
".",
"2005",
"30",
".",
"4",
".",
"2004",
"22",
".",
"6",
".",
"2007",
"4",
".",
"2",
".",
"2005",
"26",
".",
"8",
".",
"2005",
"23",
".",
"9",
".",
"2005",
"31",
".",
"3",
".",
"2006",
"28",
".",
"11",
".",
"1997",
"19",
"/",
"11",
"/",
"10",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"13",
"/",
"10",
"/",
"06",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"13",
"/",
"10",
"/",
"06",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
"/",
"11",
"/",
"07",
"29 de setembro de 2009",
"4",
"/",
"6",
"/",
"10",
"11",
"/",
"2",
"/",
"92",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"30",
"/",
"11",
"/",
"07",
"29 de setembro de 2009",
"4",
"/",
"6",
"/",
"10",
"11",
"/",
"2",
"/",
"92",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"7",
"/",
"10",
"/",
"11",
"17",
"/",
"3",
"/",
"2011",
"19",
".",
"11",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"7",
"/",
"10",
"/",
"11",
"17",
"/",
"3",
"/",
"2011",
"19",
".",
"11",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
".",
"11",
".",
"2011",
"30",
".",
"03",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
".",
"11",
".",
"2011",
"30",
".",
"03",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 656.132
DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S)
:MAURICIO VIEIRA DINIZ E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:ADRIANO PERÁCIO DE PAULA
AGDO.(A/S)
:V & M FLORESTAL LTDA
ADV.(A/S)
:DENISE BRUM MONTEIRO DE CASTRO VIEIRA
EMENTA:
AGRAVO
REGIMENTAL
NO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PROCESSUAL CIVIL. DECISÃO
IMPUGNADA. MONOCRÁTICA. AUSÊNCIA DE ESGOTAMENTO DA
VIA RECURSAL ORDINÁRIA. SÚMULA 281 DO STF. AGRAVO
IMPROVIDO.
I – Recurso extraordinário interposto contra decisão monocrática em
embargos de declaração. Não esgotamento da via recursal ordinária
(Súmula 281 do STF).
II – Agravo regimental improvido.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do
Senhor Ministro Ayres Britto, na conformidade da ata de julgamentos e
das notas taquigráficas, por decisão unânime, negar provimento ao
recurso, nos termos do voto do Relator. Ausentes, justificadamente, os
Senhores Ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
RICARDO LEWANDOWSKI – RELATOR
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1548772.
Supremo Tribunal Federal
DJe 16/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 5
Relatório
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 656.132
DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S)
:MAURICIO VIEIRA DINIZ E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:ADRIANO PERÁCIO DE PAULA
AGDO.(A/S)
:V & M FLORESTAL LTDA
ADV.(A/S)
:DENISE BRUM MONTEIRO DE CASTRO VIEIRA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Trata-se de
agravo regimental interposto contra decisão que negou seguimento ao
agravo. Eis o teor do julgado atacado:
“Trata-se de agravo contra decisão que negou seguimento a
recurso extraordinário sob o fundamento de que o apelo extremo
estaria intempestivo, bem como não teria sido interposto contra
decisão de única ou última instância, o que encontra óbice na Súmula
281 do STF.
No RE fundado no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se
violação ao art. 5º, XXXV, LIII, LIV e LV, da mesma Carta.
A pretensão recursal não merece acolhida.
Em que pese a tempestividade do recurso extraordinário, melhor
sorte não assiste aos agravantes.
Isso porque, nos termos do art. 102, III, da Constituição, só se
admite o recurso extraordinário contra decisão de única ou última
instância, o que não ocorre neste caso. Constata-se que o recorrente
não esgotou as vias recursais ordinárias. Incide, no caso, a súmula
281 desta Corte.
Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: AI
686.751-AgR/SC, Rel. Min. Ayres Britto; RE 399.785-AgR/PB, Rel.
Min. Joaquim Barbosa; AI 626.371-AgR/SP, de minha relatoria; AI
670.775-AgR/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia; AI 633.044-AgR/PI, Rel.
Supremo Tribunal Federal
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25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 656.132
DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S)
:MAURICIO VIEIRA DINIZ E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:ADRIANO PERÁCIO DE PAULA
AGDO.(A/S)
:V & M FLORESTAL LTDA
ADV.(A/S)
:DENISE BRUM MONTEIRO DE CASTRO VIEIRA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Trata-se de
agravo regimental interposto contra decisão que negou seguimento ao
agravo. Eis o teor do julgado atacado:
“Trata-se de agravo contra decisão que negou seguimento a
recurso extraordinário sob o fundamento de que o apelo extremo
estaria intempestivo, bem como não teria sido interposto contra
decisão de única ou última instância, o que encontra óbice na Súmula
281 do STF.
No RE fundado no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se
violação ao art. 5º, XXXV, LIII, LIV e LV, da mesma Carta.
A pretensão recursal não merece acolhida.
Em que pese a tempestividade do recurso extraordinário, melhor
sorte não assiste aos agravantes.
Isso porque, nos termos do art. 102, III, da Constituição, só se
admite o recurso extraordinário contra decisão de única ou última
instância, o que não ocorre neste caso. Constata-se que o recorrente
não esgotou as vias recursais ordinárias. Incide, no caso, a súmula
281 desta Corte.
Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: AI
686.751-AgR/SC, Rel. Min. Ayres Britto; RE 399.785-AgR/PB, Rel.
Min. Joaquim Barbosa; AI 626.371-AgR/SP, de minha relatoria; AI
670.775-AgR/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia; AI 633.044-AgR/PI, Rel.
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Relatório
ARE 656.132 AGR / DF
Min. Eros Grau; AI 531.419/MG, Rel. Min. Celso de Mello e AI
822.877-AgR/RS, Rel. Min. Cezar Peluso, cuja ementa segue
transcrita:
'RECURSO. Extraordinário. Exaurimento das instâncias
ordinárias. Não ocorrência. Agravo regimental não provido.
Súmula 281. Não se admite recurso extraordinário quando
ainda cabível a interposição de recurso nas instâncias
ordinárias'
Isso posto, nego seguimento ao recurso (CPC, art. 557, caput)”
Os agravantes sustentam, em suma, que
“Ataca-se decisão tomada pelo Superior Tribunal de Justiça, que
a teor do art. 92 da Constituição da República é o órgão jurisdicional
imediatamente abaixo na hierarquia do Poder Judiciário brasileiro.
De mais a mais, se assim fosse a decisão atacada, JAMAIS
haveria interposição direta de Recursos Extraordinários nos Tribunais
Regionais Federais, nos diversos Tribunais Regionais do Trabalho e
nos Tribunais de Justiça estaduais, pois a última instância de cada
uma destas Cortes, em tese, não teria se esgotado.
[…]
O presente feito já recebeu a decisão pelo juízo competente sobre
a admissão do Recurso Extraordinário. E contra esta decisão foi
interposto recurso de agravo de instrumento, e é ele – e não ao
Recurso Extraordinário – que deve se ater o ato judicial do Ministro
Relator neste Juízo.
Do contrário, incorre em ato nulo por incompetência funcional,
assim como deixa de prestar a jurisdição como requerida (inciso
XXXV do art. 5º da Constituição da República), e ainda incorre em
preclusão pro judicato como salientado antes.”
É o relatório.
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
ARE 656.132 AGR / DF
Min. Eros Grau; AI 531.419/MG, Rel. Min. Celso de Mello e AI
822.877-AgR/RS, Rel. Min. Cezar Peluso, cuja ementa segue
transcrita:
'RECURSO. Extraordinário. Exaurimento das instâncias
ordinárias. Não ocorrência. Agravo regimental não provido.
Súmula 281. Não se admite recurso extraordinário quando
ainda cabível a interposição de recurso nas instâncias
ordinárias'
Isso posto, nego seguimento ao recurso (CPC, art. 557, caput)”
Os agravantes sustentam, em suma, que
“Ataca-se decisão tomada pelo Superior Tribunal de Justiça, que
a teor do art. 92 da Constituição da República é o órgão jurisdicional
imediatamente abaixo na hierarquia do Poder Judiciário brasileiro.
De mais a mais, se assim fosse a decisão atacada, JAMAIS
haveria interposição direta de Recursos Extraordinários nos Tribunais
Regionais Federais, nos diversos Tribunais Regionais do Trabalho e
nos Tribunais de Justiça estaduais, pois a última instância de cada
uma destas Cortes, em tese, não teria se esgotado.
[…]
O presente feito já recebeu a decisão pelo juízo competente sobre
a admissão do Recurso Extraordinário. E contra esta decisão foi
interposto recurso de agravo de instrumento, e é ele – e não ao
Recurso Extraordinário – que deve se ater o ato judicial do Ministro
Relator neste Juízo.
Do contrário, incorre em ato nulo por incompetência funcional,
assim como deixa de prestar a jurisdição como requerida (inciso
XXXV do art. 5º da Constituição da República), e ainda incorre em
preclusão pro judicato como salientado antes.”
É o relatório.
2
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Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 656.132
DISTRITO FEDERAL
V O T O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Bem
reexaminada a questão, verifica-se que a decisão ora atacada não merece
reforma, visto que os recorrentes não aduzem argumentos capazes de
afastar as razões nela expendidas, que devem ser mantidas por seus
próprios fundamentos.
Consoante asseverado na decisão agravada, a jurisprudência desta
Corte é uníssona no sentido de não se admitir o recurso extraordinário
quando ainda couber, na instância ordinária, recurso da decisão
impugnada. Cabe aqui, por oportuno, trazer à colação a ementa do
acórdão proferido pelo Plenário deste Tribunal no julgamento do AI
796.048-AgR/RS, Rel. Min. Cezar Peluso:
“RECURSO. Extraordinário. Exaurimento das instâncias
ordinárias. Não ocorrência. Agravo regimental não provido. Súmula
281. Não se admite recurso extraordinário quando ainda cabível a
interposição de recurso nas instâncias ordinárias”.
No caso dos autos, o recurso extraordinário foi interposto contra
decisão monocrática em embargos de declaração, portanto, os recorrentes
deixaram de interpor o agravo previsto no art. 557, § 1º, do CPC contra a
decisão atacada via recurso extraordinário, o que justifica a aplicação da
Súmula 281 do STF.
Isso posto, nego provimento ao agravo regimental.
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 656.132
DISTRITO FEDERAL
V O T O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Bem
reexaminada a questão, verifica-se que a decisão ora atacada não merece
reforma, visto que os recorrentes não aduzem argumentos capazes de
afastar as razões nela expendidas, que devem ser mantidas por seus
próprios fundamentos.
Consoante asseverado na decisão agravada, a jurisprudência desta
Corte é uníssona no sentido de não se admitir o recurso extraordinário
quando ainda couber, na instância ordinária, recurso da decisão
impugnada. Cabe aqui, por oportuno, trazer à colação a ementa do
acórdão proferido pelo Plenário deste Tribunal no julgamento do AI
796.048-AgR/RS, Rel. Min. Cezar Peluso:
“RECURSO. Extraordinário. Exaurimento das instâncias
ordinárias. Não ocorrência. Agravo regimental não provido. Súmula
281. Não se admite recurso extraordinário quando ainda cabível a
interposição de recurso nas instâncias ordinárias”.
No caso dos autos, o recurso extraordinário foi interposto contra
decisão monocrática em embargos de declaração, portanto, os recorrentes
deixaram de interpor o agravo previsto no art. 557, § 1º, do CPC contra a
decisão atacada via recurso extraordinário, o que justifica a aplicação da
Súmula 281 do STF.
Isso posto, nego provimento ao agravo regimental.
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 5
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 656.132
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S) : MAURICIO VIEIRA DINIZ E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : ADRIANO PERÁCIO DE PAULA
AGDO.(A/S) : V & M FLORESTAL LTDA
ADV.(A/S) : DENISE BRUM MONTEIRO DE CASTRO VIEIRA
Decisão: recurso improvido, nos termos do voto do Relator.
Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro
Gilmar Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª
Turma, 25.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1567424
Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 656.132
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S) : MAURICIO VIEIRA DINIZ E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : ADRIANO PERÁCIO DE PAULA
AGDO.(A/S) : V & M FLORESTAL LTDA
ADV.(A/S) : DENISE BRUM MONTEIRO DE CASTRO VIEIRA
Decisão: recurso improvido, nos termos do voto do Relator.
Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro
Gilmar Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª
Turma, 25.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 5
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1571608 | 2011-10-25T00:00:00 | 2011-11-16T00:00:00 | Recurso improvido, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Gilmar Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO | Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PROCESSUAL CIVIL. DECISÃO IMPUGNADA. MONOCRÁTICA. AUSÊNCIA DE ESGOTAMENTO DA VIA RECURSAL ORDINÁRIA. SÚMULA 281 DO STF. AGRAVO IMPROVIDO.
I – Recurso extraordinário interposto contra decisão monocrática em embargos de declaração. Não esgotamento da via recursal ordinária (Súmula 281 do STF).
II – Agravo regimental improvido. | sjur201560 | - Acórdão citado: AI 796048 AgR - Tribunal Pleno.
Número de páginas: 5.
Análise: 15/12/2011, TRX. | RICARDO LEWANDOWSKI | Segunda Turma | 656132 | [
"LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\r\n ART-00557 PAR-00001 \r\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000281 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | ARE-AgR | acordaos | ARE 656132 AgR | [
""
] | AGDO.(A/S) : V & M FLORESTAL LTDA
ADV.(A/S) : DENISE BRUM MONTEIRO DE CASTRO VIEIRA
AGTE.(S) : MAURICIO VIEIRA DINIZ E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : ADRIANO PERÁCIO DE PAULA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 656 . 132",
"SÚMULA 281 DO STF",
"Súmula 281 do STF",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 656 . 132",
"Súmula 281 do STF",
"AI 686 . 751 - AgR / SC",
"RE 399 . 785 - AgR / PB",
"AI 626 . 371 - AgR / SP",
"AI 670 . 775 - AgR / SP",
"AI 633 . 044 - AgR / PI",
"Súmula 281 do STF",
"AI 686 . 751 - AgR / SC",
"RE 399 . 785 - AgR / PB",
"AI 626 . 371 - AgR / SP",
"AI 670 . 775 - AgR / SP",
"AI 633 . 044 - AgR / PI",
"ARE 656 . 132 AGR / DF",
"AI 531 . 419 / MG",
"AI 822 . 877 - AgR / RS",
"ARE 656 . 132 AGR /",
"AI 531 . 419 / MG",
"AI 822 . 877 - AgR / RS",
"AI 796 . 048 - AgR / RS",
"Súmula 281 do STF",
"AI 796 . 048 - AgR / RS",
"Súmula 281 do STF"
],
"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 102 , III , a , da Constituição",
"art . 102 , III , da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 102 , III , a , da Constituição",
"art . [UNK] , XXXV , LIII , LIV e LV",
"Carta",
"art . 102 , III , da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CPC , art . 557 , caput",
"art . 92 da Constituição da República",
"inciso XXXV do art . [UNK] da Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CPC , art . 557 , caput",
"art . 92 da Constituição da República",
"inciso XXXV do art . [UNK] da Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 557 , § [UNK] , do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 557 , § [UNK] , do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"DISTRITO FEDERAL",
"Brasília",
"Brasil",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"V",
"&",
"M FLORESTAL LTDA",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"V",
"&",
"M FLORESTAL LTDA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"V",
"& M FLORESTAL LTDA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Plenário deste",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Plenário",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"V",
"&",
"M FLORESTAL LTDA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"V",
"&",
"M FLORESTAL LTDA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"MAURICIO VIEIRA DINIZ",
"ADRIANO PERÁCIO DE PAULA",
"DENISE BRUM MONTEIRO DE CASTRO VIEIRA",
"Ayres Britto",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"MAURICIO VIEIRA DINIZ",
"ADRIANO PERÁCIO DE PAULA",
"DENISE BRUM MONTEIRO DE CASTRO VIEIRA",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Cármen Lúcia",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"MAURICIO VIEIRA DINIZ",
"ADRIANO PERÁCIO DE PAULA",
"DENISE BRUM MONTEIRO DE CASTRO VIEIRA",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"Cármen Lúcia",
"Eros Grau",
"Celso de Mello",
"Cezar Peluso",
"Eros Grau",
"Celso de Mello",
"Cezar Peluso",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Cezar Peluso",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Cezar Peluso",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"MAURICIO VIEIRA DINIZ",
"ADRIANO PERÁCIO DE PAULA",
"DENISE BRUM MONTEIRO DE CASTRO VIEIRA",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"MAURICIO VIEIRA DINIZ",
"ADRIANO PERÁCIO DE PAULA",
"DENISE BRUM MONTEIRO DE CASTRO VIEIRA",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"25 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
27/10/2011
PLENÁRIO
RECLAMAÇÃO 9.723 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. LUIZ FUX
RECLTE.(S)
:ARNO WERLANG E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:WERNER
CANTALÍCIO
JOÃO
BECKER
E
OUTRO(A/S)
RECLDO.(A/S)
:TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL
INTDO.(A/S)
:JOSÉ AQUINO FLORES DE CAMARGO
INTDO.(A/S)
:VOLTAIRE LIMA DE MORAES
INTDO.(A/S)
:LISELENA SCHIFINO ROBLES RIBEIRO
ADV.(A/S)
:ADAO SERGIO DO NASCIMENTO CASSIANO E
OUTRO(A/S)
EMENTA: 1) A RECLAMAÇÃO É INSTRUMENTO CABÍVEL NAS
HIPÓTESES EM QUE UMA DECISÃO JUDICIAL OU
ADMINISTRATIVA AFRONTA O CONTEÚDO NORMATIVO DO
DECISUM
LAVRADO
EM
SEDE
DIRETA
DE
INCONSTITUCIONALIDADE.
2) O PROCEDIMENTO DE ESCOLHA DOS CARGOS DE DIREÇÃO
DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PREVISTO NO SEU REGIMENTO INTERNO OFENDE, EM ABSTRATO,
A REGRA SOBRE O TEMA CONTIDA NO ARTIGO 102 DA LOMAN.
3) OFENSA À DECISÃO PROFERIDA NA ADI nº 3.566 QUE VEDA
QUE REGIMENTO INTERNO DE TRIBUNAL VIOLE A LEI
COMPLEMENTAR Nº 35/79 QUANTO AO TEMA DA ESCOLHA DOS
DIRIGENTES DO TRIBUNAL.
4) PREJUDICADO O AGRAVO REGIMENTAL INTERPOSTO
PELOS RECLAMANTES.
5) IRREVERSIBILIDADE DA SITUAÇÃO FÁTICA CRIADA.
PRINCÍPIOS DA SEGURANÇA JURÍDICA E DA PROTEÇÃO DA
CONFIANÇA IMPÕEM A IMPROCEDÊNCIA DA RECLAMAÇÃO.
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Supremo Tribunal Federal
DJe 14/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 35
Ementa e Acórdão
RCL 9.723 / RS
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência do
Senhor Ministro Cezar Peluso, na conformidade da ata de julgamentos e
das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em julgar
improcedente a reclamação, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 27 de outubro de 2011.
LUIZ FUX – Relator
Documento assinado digitalmente
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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RCL 9.723 / RS
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência do
Senhor Ministro Cezar Peluso, na conformidade da ata de julgamentos e
das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em julgar
improcedente a reclamação, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 27 de outubro de 2011.
LUIZ FUX – Relator
Documento assinado digitalmente
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Relatório
27/10/2011
PLENÁRIO
RECLAMAÇÃO 9.723 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. LUIZ FUX
RECLTE.(S)
:ARNO WERLANG E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:WERNER
CANTALÍCIO
JOÃO
BECKER
E
OUTRO(A/S)
RECLDO.(A/S)
:TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL
INTDO.(A/S)
:JOSÉ AQUINO FLORES DE CAMARGO
INTDO.(A/S)
:VOLTAIRE LIMA DE MORAES
INTDO.(A/S)
:LISELENA SCHIFINO ROBLES RIBEIRO
ADV.(A/S)
:ADAO SERGIO DO NASCIMENTO CASSIANO E
OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Senhor Presidente,
cuidam os autos de Reclamação, com pedido de liminar, ajuizada por
ARNO WERLANG, IVAN LEOMAR BRUXEL e GASPAR MARQUES
BATISTA em face de decisão administrativa do Pleno do Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, que, em 18 de dezembro de 2009,
realizou as eleições para os cargos de Presidente, Vice-Presidente e
Corregedor do Tribunal de Justiça do referido Estado em
desconformidade com a LOMAN e com o que restou decidido pelo STF
em sede de controle concentrado de constitucionalidade.
Alegam os Reclamantes afronta ao decidido por esta Corte nos autos
da ADI 3.566-DF, quando esta se pronunciou, essencialmente, no sentido
de que são inconstitucionais as normas de Regimento Interno de Tribunal
que disponham sobre o universo dos magistrados elegíveis para seus
órgãos de direção de forma incompatível com a LOMAN.
Narram, ainda, os Reclamantes que o Tribunal de Justiça do Estado
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27/10/2011
PLENÁRIO
RECLAMAÇÃO 9.723 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. LUIZ FUX
RECLTE.(S)
:ARNO WERLANG E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:WERNER
CANTALÍCIO
JOÃO
BECKER
E
OUTRO(A/S)
RECLDO.(A/S)
:TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL
INTDO.(A/S)
:JOSÉ AQUINO FLORES DE CAMARGO
INTDO.(A/S)
:VOLTAIRE LIMA DE MORAES
INTDO.(A/S)
:LISELENA SCHIFINO ROBLES RIBEIRO
ADV.(A/S)
:ADAO SERGIO DO NASCIMENTO CASSIANO E
OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Senhor Presidente,
cuidam os autos de Reclamação, com pedido de liminar, ajuizada por
ARNO WERLANG, IVAN LEOMAR BRUXEL e GASPAR MARQUES
BATISTA em face de decisão administrativa do Pleno do Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, que, em 18 de dezembro de 2009,
realizou as eleições para os cargos de Presidente, Vice-Presidente e
Corregedor do Tribunal de Justiça do referido Estado em
desconformidade com a LOMAN e com o que restou decidido pelo STF
em sede de controle concentrado de constitucionalidade.
Alegam os Reclamantes afronta ao decidido por esta Corte nos autos
da ADI 3.566-DF, quando esta se pronunciou, essencialmente, no sentido
de que são inconstitucionais as normas de Regimento Interno de Tribunal
que disponham sobre o universo dos magistrados elegíveis para seus
órgãos de direção de forma incompatível com a LOMAN.
Narram, ainda, os Reclamantes que o Tribunal de Justiça do Estado
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Relatório
RCL 9.723 / RS
do Rio Grande do Sul teria ofendido a regra prevista na LOMAN, Lei
Orgânica da Magistratura Nacional, LC nº 35/79, na parte que cuida dos
magistrados que podem se candidatar aos cargos de direção dos
Tribunais.
O artigo 102 da LC nº 35/79 preconiza que:
Art. 102 - Os Tribunais, pela maioria dos seus
membros efetivos, por votação secreta, elegerão dentre
seus Juízes mais antigos, em número correspondente ao
dos cargos de direção, os titulares destes, com mandato
por dois anos, proibida a reeleição. Quem tiver exercido
quaisquer cargos de direção por quatro anos, ou o de
Presidente, não figurará mais entre os elegíveis, até que se
esgotem todos os nomes, na ordem de antigüidade. É
obrigatória a aceitação do cargo, salvo recusa manifestada
e aceita antes da eleição.
Parágrafo único - O disposto neste artigo não se
aplica ao Juiz eleito, para completar período de mandato
inferior a um ano.
Por seu turno, o Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado
do Rio Grande do Sul preceitua que:
Art. 5° O Tribunal Pleno, funcionando em sessão
plenária, é constituído pela totalidade dos
Desembargadores, sendo presidido pelo Presidente do
Tribunal e, nos seus impedimentos, sucessivamente, pelos
Vice-Presidentes ou pelo Desembargador mais antigo,
competindo-lhe eleger o Presidente, os Vice-Presidentes e
o Corregedor-Geral da Justiça, em votação secreta, dentre
os integrantes da terça parte mais antiga do Colegiado
(redação dada pela Emenda Regimental nº 02/02).
Art. 62. A eleição do Presidente, dos Vice-Presidentes, do
2
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do Rio Grande do Sul teria ofendido a regra prevista na LOMAN, Lei
Orgânica da Magistratura Nacional, LC nº 35/79, na parte que cuida dos
magistrados que podem se candidatar aos cargos de direção dos
Tribunais.
O artigo 102 da LC nº 35/79 preconiza que:
Art. 102 - Os Tribunais, pela maioria dos seus
membros efetivos, por votação secreta, elegerão dentre
seus Juízes mais antigos, em número correspondente ao
dos cargos de direção, os titulares destes, com mandato
por dois anos, proibida a reeleição. Quem tiver exercido
quaisquer cargos de direção por quatro anos, ou o de
Presidente, não figurará mais entre os elegíveis, até que se
esgotem todos os nomes, na ordem de antigüidade. É
obrigatória a aceitação do cargo, salvo recusa manifestada
e aceita antes da eleição.
Parágrafo único - O disposto neste artigo não se
aplica ao Juiz eleito, para completar período de mandato
inferior a um ano.
Por seu turno, o Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado
do Rio Grande do Sul preceitua que:
Art. 5° O Tribunal Pleno, funcionando em sessão
plenária, é constituído pela totalidade dos
Desembargadores, sendo presidido pelo Presidente do
Tribunal e, nos seus impedimentos, sucessivamente, pelos
Vice-Presidentes ou pelo Desembargador mais antigo,
competindo-lhe eleger o Presidente, os Vice-Presidentes e
o Corregedor-Geral da Justiça, em votação secreta, dentre
os integrantes da terça parte mais antiga do Colegiado
(redação dada pela Emenda Regimental nº 02/02).
Art. 62. A eleição do Presidente, dos Vice-Presidentes, do
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 35
Relatório
RCL 9.723 / RS
Corregedor-Geral e do Vice-Corregedor-Geral realizar-se-á em
sessão do Tribunal Pleno convocada para a segunda quinzena de
dezembro (redação dada pela Emenda Regimental n° 02/96).
§ 1° É obrigatória a aceitação do cargo, salvo recusa
manifestada e aceita antes da eleição.
§ 2° Em caso de recusa aceita ou inelegibilidade,
serão chamados a compor o terço os Desembargadores
mais antigos, em ordem decrescente.
De acordo com o Regimento Interno, portanto, os elegíveis para os
cargos de direção do TJ gaúcho são os componentes da terça parte por
ordem de antiguidade do Tribunal. Por outro lado, de acordo com a
interpretação que os Reclamantes pretendem emprestar ao artigo 102 da
LC nº 35/79, os elegíveis para os cargos de direção de um Tribunal devem
ser os mais antigos. Isso não significa que o magistrado mais antigo tenha
de ser escolhido necessariamente para o cargo de Presidente do Tribunal,
mas que os elegíveis são os mais antigos.
Segundo os Reclamantes, ao ampliar o rol dos candidatos aos cargos
de direção do TJ do Rio Grande do Sul, o Regimento Interno do referido
Tribunal afrontou o art. 102 da LC nº 35 e, por conseguinte, o que
decidido na ADI nº 3.566 que possui a seguinte ementa:
EMENTA: MAGISTRATURA. Tribunal. Membros dos
órgãos diretivos. Presidente, Vice-Presidente e Corregedor-
Geral. Eleição. Universo dos magistrados elegíveis. Previsão
regimental de elegibilidade de todos os integrantes do Órgão
Especial. Inadmissibilidade. Temática institucional. Matéria de
competência legislativa reservada à Lei Orgânica da
Magistratura e ao Estatuto da Magistratura. Ofensa ao art. 93,
caput , da Constituição Federal. Inteligência do art. 96, inc. I,
letra a, da Constituição Federal. Recepção e vigência do art. 102
da Lei Complementar federal nº 35, de 14 de março de 1979 –
LOMAN. Ação direta de inconstitucionalidade julgada, por
unanimidade, prejudicada quanto ao § 1º, e, improcedente
3
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Corregedor-Geral e do Vice-Corregedor-Geral realizar-se-á em
sessão do Tribunal Pleno convocada para a segunda quinzena de
dezembro (redação dada pela Emenda Regimental n° 02/96).
§ 1° É obrigatória a aceitação do cargo, salvo recusa
manifestada e aceita antes da eleição.
§ 2° Em caso de recusa aceita ou inelegibilidade,
serão chamados a compor o terço os Desembargadores
mais antigos, em ordem decrescente.
De acordo com o Regimento Interno, portanto, os elegíveis para os
cargos de direção do TJ gaúcho são os componentes da terça parte por
ordem de antiguidade do Tribunal. Por outro lado, de acordo com a
interpretação que os Reclamantes pretendem emprestar ao artigo 102 da
LC nº 35/79, os elegíveis para os cargos de direção de um Tribunal devem
ser os mais antigos. Isso não significa que o magistrado mais antigo tenha
de ser escolhido necessariamente para o cargo de Presidente do Tribunal,
mas que os elegíveis são os mais antigos.
Segundo os Reclamantes, ao ampliar o rol dos candidatos aos cargos
de direção do TJ do Rio Grande do Sul, o Regimento Interno do referido
Tribunal afrontou o art. 102 da LC nº 35 e, por conseguinte, o que
decidido na ADI nº 3.566 que possui a seguinte ementa:
EMENTA: MAGISTRATURA. Tribunal. Membros dos
órgãos diretivos. Presidente, Vice-Presidente e Corregedor-
Geral. Eleição. Universo dos magistrados elegíveis. Previsão
regimental de elegibilidade de todos os integrantes do Órgão
Especial. Inadmissibilidade. Temática institucional. Matéria de
competência legislativa reservada à Lei Orgânica da
Magistratura e ao Estatuto da Magistratura. Ofensa ao art. 93,
caput , da Constituição Federal. Inteligência do art. 96, inc. I,
letra a, da Constituição Federal. Recepção e vigência do art. 102
da Lei Complementar federal nº 35, de 14 de março de 1979 –
LOMAN. Ação direta de inconstitucionalidade julgada, por
unanimidade, prejudicada quanto ao § 1º, e, improcedente
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 35
Relatório
RCL 9.723 / RS
quanto ao caput , ambos do art. 4º da Lei nº 7.727/89. Ação
julgada procedente, contra o voto do Relator sorteado, quanto
aos arts. 3º, caput , e 11, inc. I, letra a , do Regimento Interno do
Tribunal Regional Federal da 3ª Região . São inconstitucionais
as normas de Regimento Interno de tribunal que disponham
sobre o universo dos magistrados elegíveis para seus órgãos de
direção.
O Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Rio
Grande do Sul foi acostado às fls. 22-143 e as transcrições da sessão
administrativa do Tribunal Pleno para a escolha dos cargos diretivos do
TJ gaúcho foram juntadas às fls. 148/188.
Em petição de fls. 195/196 e 199/200-v, os Reclamantes requereram
urgência na apreciação do pedido cautelar.
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul prestou
informações nas fls. 202/220 e 248/266, tendo destacado que a escolha dos
dirigentes do referido Tribunal para o biênio 2010/2012 não teria
afrontado o que disposto no art. 102 da LOMAN.
Em petição de fls. 224/233 e 236/240, José Aquino Flores de Camargo,
Voltaire de Lima Moraes e Liselena Schifino Robles Ribeiro apresentaram
impugnação aos termos da inicial.
Em decisão de fls. 244/246, o eminente Ministro Gilmar Mendes
indeferiu, na qualidade de presidente da Corte, o pedido de liminar com
lastro, essencialmente, nas seguintes razões:
Em uma primeira análise, não vislumbro, no ato
reclamado, afronta ao julgamento proferido na Ação
Direta de Inconstitucionalidade n. 3.566. O que parece
ocorrer é uma divergência quanto à correta interpretação
do art. 102 da LOMAN, o que não justifica que se
4
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quanto ao caput , ambos do art. 4º da Lei nº 7.727/89. Ação
julgada procedente, contra o voto do Relator sorteado, quanto
aos arts. 3º, caput , e 11, inc. I, letra a , do Regimento Interno do
Tribunal Regional Federal da 3ª Região . São inconstitucionais
as normas de Regimento Interno de tribunal que disponham
sobre o universo dos magistrados elegíveis para seus órgãos de
direção.
O Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Rio
Grande do Sul foi acostado às fls. 22-143 e as transcrições da sessão
administrativa do Tribunal Pleno para a escolha dos cargos diretivos do
TJ gaúcho foram juntadas às fls. 148/188.
Em petição de fls. 195/196 e 199/200-v, os Reclamantes requereram
urgência na apreciação do pedido cautelar.
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul prestou
informações nas fls. 202/220 e 248/266, tendo destacado que a escolha dos
dirigentes do referido Tribunal para o biênio 2010/2012 não teria
afrontado o que disposto no art. 102 da LOMAN.
Em petição de fls. 224/233 e 236/240, José Aquino Flores de Camargo,
Voltaire de Lima Moraes e Liselena Schifino Robles Ribeiro apresentaram
impugnação aos termos da inicial.
Em decisão de fls. 244/246, o eminente Ministro Gilmar Mendes
indeferiu, na qualidade de presidente da Corte, o pedido de liminar com
lastro, essencialmente, nas seguintes razões:
Em uma primeira análise, não vislumbro, no ato
reclamado, afronta ao julgamento proferido na Ação
Direta de Inconstitucionalidade n. 3.566. O que parece
ocorrer é uma divergência quanto à correta interpretação
do art. 102 da LOMAN, o que não justifica que se
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 35
Relatório
RCL 9.723 / RS
determine cautelarmente a suspensão da posse dos
desembargadores eleitos.
Ante o exposto, indefiro o pedido liminar.
Contra a decisão monocrática que indeferiu a medida cautelar, foi
interposto Agravo Regimental pelos Reclamantes, recurso colacionado às
fls. 321/330, ocasião em que essencialmente se sustentou a identidade do
que decidido na ADI nº 3.566 e o tema debatido nos autos.
Em petição de fls. 338/368 e 371/401, José Aquino Flores de Camargo,
Voltaire de Lima Moraes e Liselena Schifino Robles Ribeiro
manifestaram-se no sentido do não conhecimento do Agravo Regimental
por ter supostamente incorrido em inovação proibida em sede recursal e,
no mérito, pugna pelo desprovimento do recurso.
Em parecer de fls. 403/408, o Ministério Público Federal opinou pelo
desprovimento do Agravo Regimental e pela improcedência da presente
reclamação, com esteio no fundamento de que a decisão proferida na ADI
nº 3.566 não teria sido ofendida, eis que versou acerca de ofensa da
LOMAN por norma do Regimento Interno do Tribunal Regional Federal
da 3ª Região, enquanto que a presente Reclamação cuida de ofensa à
LOMAN provocada por dispositivos do Regimento Interno do Rio
Grande do Sul, ausente, portanto, a identidade das normas questionadas.
Em petição de fls. 415/416, o Reclamante Desembargador Arno
Werlang requer uma célere apreciação do feito.
Em decisão de fl. 419, o eminente Min. Joaquim Barbosa declarou-se
suspeito por razões de foro íntimo.
Em 13 de junho do corrente, vieram-me os autos conclusos em razão
de redistribuição.
É o relatório.
5
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1585748.
Supremo Tribunal Federal
RCL 9.723 / RS
determine cautelarmente a suspensão da posse dos
desembargadores eleitos.
Ante o exposto, indefiro o pedido liminar.
Contra a decisão monocrática que indeferiu a medida cautelar, foi
interposto Agravo Regimental pelos Reclamantes, recurso colacionado às
fls. 321/330, ocasião em que essencialmente se sustentou a identidade do
que decidido na ADI nº 3.566 e o tema debatido nos autos.
Em petição de fls. 338/368 e 371/401, José Aquino Flores de Camargo,
Voltaire de Lima Moraes e Liselena Schifino Robles Ribeiro
manifestaram-se no sentido do não conhecimento do Agravo Regimental
por ter supostamente incorrido em inovação proibida em sede recursal e,
no mérito, pugna pelo desprovimento do recurso.
Em parecer de fls. 403/408, o Ministério Público Federal opinou pelo
desprovimento do Agravo Regimental e pela improcedência da presente
reclamação, com esteio no fundamento de que a decisão proferida na ADI
nº 3.566 não teria sido ofendida, eis que versou acerca de ofensa da
LOMAN por norma do Regimento Interno do Tribunal Regional Federal
da 3ª Região, enquanto que a presente Reclamação cuida de ofensa à
LOMAN provocada por dispositivos do Regimento Interno do Rio
Grande do Sul, ausente, portanto, a identidade das normas questionadas.
Em petição de fls. 415/416, o Reclamante Desembargador Arno
Werlang requer uma célere apreciação do feito.
Em decisão de fl. 419, o eminente Min. Joaquim Barbosa declarou-se
suspeito por razões de foro íntimo.
Em 13 de junho do corrente, vieram-me os autos conclusos em razão
de redistribuição.
É o relatório.
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Voto - MIN. LUIZ FUX
27/10/2011
PLENÁRIO
RECLAMAÇÃO 9.723 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Senhor Presidente,
Senhores Ministros, dessume-se da leitura dos presentes autos que a
vexata quaestio se resume à análise de qual regra normativa deve
prevalecer na escolha dos dirigentes do Tribunal de Justiça do Estado do
Rio Grande do Sul: se o Regimento Interno do Tribunal gaúcho ou se o
art. 102 da LC nº 35/79. Ademais, impõe-se a verificação da ofensa ao que
decidido pela Corte na ADI nº 3.566.
Ab initio, cumpre salientar que o pedido formulado no Agravo
Regimental interposto pelos Reclamantes demanda uma apreciação do
tema de fundo, e, nesse contexto, o feito está maduro para julgamento,
razão porque avançarei na análise do mérito da presente Reclamação.
Na ADI nº 3.566/DF, tida como afrontada pela decisão ora
reclamada, cuidou-se especificamente do mesmo tema que o debatido nos
autos. A referida ADI teve a seguinte ementa:
EMENTA: MAGISTRATURA. Tribunal. Membros
dos órgãos diretivos. Presidente, Vice-Presidente e
Corregedor-Geral. Eleição. Universo dos magistrados
elegíveis. Previsão regimental de elegibilidade de todos os
integrantes do Órgão Especial. Inadmissibilidade.
Temática institucional. Matéria de competência legislativa
reservada à Lei Orgânica da Magistratura e ao Estatuto da
Magistratura. Ofensa ao art. 93, caput , da Constituição
Federal. Inteligência do art. 96, inc. I, letra a, da
Constituição Federal. Recepção e vigência do art. 102 da
Lei Complementar federal nº 35, de 14 de março de 1979 –
Supremo Tribunal Federal
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27/10/2011
PLENÁRIO
RECLAMAÇÃO 9.723 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Senhor Presidente,
Senhores Ministros, dessume-se da leitura dos presentes autos que a
vexata quaestio se resume à análise de qual regra normativa deve
prevalecer na escolha dos dirigentes do Tribunal de Justiça do Estado do
Rio Grande do Sul: se o Regimento Interno do Tribunal gaúcho ou se o
art. 102 da LC nº 35/79. Ademais, impõe-se a verificação da ofensa ao que
decidido pela Corte na ADI nº 3.566.
Ab initio, cumpre salientar que o pedido formulado no Agravo
Regimental interposto pelos Reclamantes demanda uma apreciação do
tema de fundo, e, nesse contexto, o feito está maduro para julgamento,
razão porque avançarei na análise do mérito da presente Reclamação.
Na ADI nº 3.566/DF, tida como afrontada pela decisão ora
reclamada, cuidou-se especificamente do mesmo tema que o debatido nos
autos. A referida ADI teve a seguinte ementa:
EMENTA: MAGISTRATURA. Tribunal. Membros
dos órgãos diretivos. Presidente, Vice-Presidente e
Corregedor-Geral. Eleição. Universo dos magistrados
elegíveis. Previsão regimental de elegibilidade de todos os
integrantes do Órgão Especial. Inadmissibilidade.
Temática institucional. Matéria de competência legislativa
reservada à Lei Orgânica da Magistratura e ao Estatuto da
Magistratura. Ofensa ao art. 93, caput , da Constituição
Federal. Inteligência do art. 96, inc. I, letra a, da
Constituição Federal. Recepção e vigência do art. 102 da
Lei Complementar federal nº 35, de 14 de março de 1979 –
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 35
Voto - MIN. LUIZ FUX
RCL 9.723 / RS
LOMAN. Ação direta de inconstitucionalidade julgada,
por unanimidade, prejudicada quanto ao § 1º, e,
improcedente quanto ao caput , ambos do art. 4º da Lei nº
7.727/89. Ação julgada procedente, contra o voto do
Relator sorteado, quanto aos arts. 3º, caput , e 11, inc. I,
letra a , do Regimento Interno do Tribunal Regional
Federal da 3ª Região . São inconstitucionais as normas de
Regimento Interno de tribunal que disponham sobre o
universo dos magistrados elegíveis para seus órgãos de
direção.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os
Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão
Plenária, sob a Presidência do Senhor Ministro GILMAR
MENDES, na conformidade da ata de julgamento e das
notas taquigráficas, por maioria, em rejeitar a preliminar,
vencido o Senhor Ministro MARCO AURÉLIO. No mérito,
por unanimidade, em julgar prejudicada a ação
relativamente ao § 1º do artigo 4º, e improcedente quanto
ao caput desse artigo da Lei nº 7.727/89. E, por maioria,
vencido o Relator, declarou a inconstitucionalidade do
artigo 3º, caput , do Regimento Interno do Tribunal
Regional Federal da 3ª Região, bem como do artigo 11,
inciso I, alínea a , desse mesmo diploma regimental, nos
termos do voto do Senhor Ministro CEZAR PELUSO, que
redigirá o acórdão. Votou o Presidente. Ausentes,
justificadamente, a Senhora Ministra ELLEN GRACIE
(Presidente) e o Senhor Ministro EROS GRAU. Presidiu o
julgamento o Senhor Ministro Gilmar Mendes (Vice-
Presidente).
Brasília, 15 de fevereiro de 2007.
CEZAR PELUSO - RELATOR P/O ACÓRDÃO
Colhe-se o ensejo para a transcrição de parte dos debates ocorridos
quando do julgamento da ADI nº 3.566, senão vejamos:
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RCL 9.723 / RS
LOMAN. Ação direta de inconstitucionalidade julgada,
por unanimidade, prejudicada quanto ao § 1º, e,
improcedente quanto ao caput , ambos do art. 4º da Lei nº
7.727/89. Ação julgada procedente, contra o voto do
Relator sorteado, quanto aos arts. 3º, caput , e 11, inc. I,
letra a , do Regimento Interno do Tribunal Regional
Federal da 3ª Região . São inconstitucionais as normas de
Regimento Interno de tribunal que disponham sobre o
universo dos magistrados elegíveis para seus órgãos de
direção.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os
Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão
Plenária, sob a Presidência do Senhor Ministro GILMAR
MENDES, na conformidade da ata de julgamento e das
notas taquigráficas, por maioria, em rejeitar a preliminar,
vencido o Senhor Ministro MARCO AURÉLIO. No mérito,
por unanimidade, em julgar prejudicada a ação
relativamente ao § 1º do artigo 4º, e improcedente quanto
ao caput desse artigo da Lei nº 7.727/89. E, por maioria,
vencido o Relator, declarou a inconstitucionalidade do
artigo 3º, caput , do Regimento Interno do Tribunal
Regional Federal da 3ª Região, bem como do artigo 11,
inciso I, alínea a , desse mesmo diploma regimental, nos
termos do voto do Senhor Ministro CEZAR PELUSO, que
redigirá o acórdão. Votou o Presidente. Ausentes,
justificadamente, a Senhora Ministra ELLEN GRACIE
(Presidente) e o Senhor Ministro EROS GRAU. Presidiu o
julgamento o Senhor Ministro Gilmar Mendes (Vice-
Presidente).
Brasília, 15 de fevereiro de 2007.
CEZAR PELUSO - RELATOR P/O ACÓRDÃO
Colhe-se o ensejo para a transcrição de parte dos debates ocorridos
quando do julgamento da ADI nº 3.566, senão vejamos:
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 35
Voto - MIN. LUIZ FUX
RCL 9.723 / RS
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO – Então,
Senhor Presidente, a minha leitura seria: em primeiro
lugar – assentar que essas matérias são tipicamente
institucionais, não são matérias próprias de tribunais
locais que atendam a especificidades ou a particularidades
que poderiam ser objeto de disposições de cada regimento
interno. Elas estão, por isso, hoje, regidas pela Lei
Orgânica da Magistratura.
Parece fora de dúvida, a despeito de já não constar a
referência que estava na Constituição anterior, que a
Constituição atual não retirou do campo de abrangência
do Estatuto essas matérias institucionais reguladas pela
LOMAN. Até porque, tendesse a fazê-lo, teria disposto
claramente, de modo que daria à idéia e à concepção do
Estatuto da Magistratura alcance mais restrito do que o
campo de abrangência que tem a Lei Orgânica da
Magistratura.
O segundo dado é que esses aspectos institucionais
têm de receber tratamento uniforme, para atender
exatamente ao princípio, que temos assaz reconhecido e
proclamado, da unidade nacional da Magistratura.
(grifei)
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES
(PRESIDENTE) – O caráter nacional da Magistratura.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO – O
caráter nacional da Magistratura.
O SENHOR MINISTRO CARLOS BRITTO –
Assentamos isso expressamente.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO – Quer
dizer, receber tratamento homogêneo, de modo que não
haja discrepâncias capazes de suscitar procedimentos e
interpretações contraditórios.
Senhor Presidente, a mim me parece sejam
institucionais
essas
matérias,
especificada
e
designadamente a previsão de órgãos diretivos, pois a
Constituição prevê que compete aos tribunais eleger seus
3
Supremo Tribunal Federal
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RCL 9.723 / RS
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO – Então,
Senhor Presidente, a minha leitura seria: em primeiro
lugar – assentar que essas matérias são tipicamente
institucionais, não são matérias próprias de tribunais
locais que atendam a especificidades ou a particularidades
que poderiam ser objeto de disposições de cada regimento
interno. Elas estão, por isso, hoje, regidas pela Lei
Orgânica da Magistratura.
Parece fora de dúvida, a despeito de já não constar a
referência que estava na Constituição anterior, que a
Constituição atual não retirou do campo de abrangência
do Estatuto essas matérias institucionais reguladas pela
LOMAN. Até porque, tendesse a fazê-lo, teria disposto
claramente, de modo que daria à idéia e à concepção do
Estatuto da Magistratura alcance mais restrito do que o
campo de abrangência que tem a Lei Orgânica da
Magistratura.
O segundo dado é que esses aspectos institucionais
têm de receber tratamento uniforme, para atender
exatamente ao princípio, que temos assaz reconhecido e
proclamado, da unidade nacional da Magistratura.
(grifei)
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES
(PRESIDENTE) – O caráter nacional da Magistratura.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO – O
caráter nacional da Magistratura.
O SENHOR MINISTRO CARLOS BRITTO –
Assentamos isso expressamente.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO – Quer
dizer, receber tratamento homogêneo, de modo que não
haja discrepâncias capazes de suscitar procedimentos e
interpretações contraditórios.
Senhor Presidente, a mim me parece sejam
institucionais
essas
matérias,
especificada
e
designadamente a previsão de órgãos diretivos, pois a
Constituição prevê que compete aos tribunais eleger seus
3
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Voto - MIN. LUIZ FUX
RCL 9.723 / RS
órgãos diretivos – sem dizer quais são e sem atribuir ao
regimento o poder de criar esses órgãos. Ela diz elaborar
seus regimentos e, em seguida dispondo sobre a
competência e o funcionamento dos respectivos órgãos
jurisdicionais e administrativos; – não, sobre os
diretivos. Quer dizer, não dispõe, no 96, I, a, que tenham
competência para dispor sobre órgãos diretivos. (grifei)
Essas matérias, como a previsão de órgãos diretivos,
a competência desses órgãos diretivos, o prazo dos
mandatos dos magistrados...
O SENHOR MINISTRO CARLOS BRITTO – As
condições de admissibilidade. Volto a dizer.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO – ... o
universo dos elegíveis e as condições de elegibilidade
são matérias institucionais, que constituem, a meu ver,
com o devido respeito, matérias típicas do objeto
constitucional do Estatuto da Magistratura, que, além
disso, deve obedecer aos princípios do art. 96. (grifei)
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Mas
isso o Tribunal assentou quando rejeitou a preliminar. O
tema deve ser regulado pela Lei Orgânica da Magistratura
Nacional.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES
(PRESIDENTE) – Sim.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO -
Exatamente. Então, se a matéria é objeto típico do Estatuto
da Magistratura, a conclusão imediata é que não pode ser
objeto de disposições de caráter regimental.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Senão
a porta fica aberta.
O Min. Marco Aurélio assentou, quando da apresentação de seu voto
na ADI nº 3.566 que:
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO - (...)
Quanto ao artigo 4º, acompanho Sua Excelência, o relator,
4
Supremo Tribunal Federal
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RCL 9.723 / RS
órgãos diretivos – sem dizer quais são e sem atribuir ao
regimento o poder de criar esses órgãos. Ela diz elaborar
seus regimentos e, em seguida dispondo sobre a
competência e o funcionamento dos respectivos órgãos
jurisdicionais e administrativos; – não, sobre os
diretivos. Quer dizer, não dispõe, no 96, I, a, que tenham
competência para dispor sobre órgãos diretivos. (grifei)
Essas matérias, como a previsão de órgãos diretivos,
a competência desses órgãos diretivos, o prazo dos
mandatos dos magistrados...
O SENHOR MINISTRO CARLOS BRITTO – As
condições de admissibilidade. Volto a dizer.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO – ... o
universo dos elegíveis e as condições de elegibilidade
são matérias institucionais, que constituem, a meu ver,
com o devido respeito, matérias típicas do objeto
constitucional do Estatuto da Magistratura, que, além
disso, deve obedecer aos princípios do art. 96. (grifei)
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Mas
isso o Tribunal assentou quando rejeitou a preliminar. O
tema deve ser regulado pela Lei Orgânica da Magistratura
Nacional.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES
(PRESIDENTE) – Sim.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO -
Exatamente. Então, se a matéria é objeto típico do Estatuto
da Magistratura, a conclusão imediata é que não pode ser
objeto de disposições de caráter regimental.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Senão
a porta fica aberta.
O Min. Marco Aurélio assentou, quando da apresentação de seu voto
na ADI nº 3.566 que:
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO - (...)
Quanto ao artigo 4º, acompanho Sua Excelência, o relator,
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 35
Voto - MIN. LUIZ FUX
RCL 9.723 / RS
emprestando ao dispositivo interpretação conforme a
Carta, no que o Tribunal teve a Lei Orgânica da
Magistratura Nacional como praticamente a integrar o
Diploma Maior, e afasto a possibilidade de se conferir à
cláusula - eleitos na conformidade do que dispuserem os
respectivos Regimentos Internos - o alcance de vir a
colocar em segundo plano a própria Lei Orgânica da
Magistratura Nacional.
Surge a questão referente ao Regimento Interno. Este
abre o leque da clientela para o acesso aos cargos de
direção. Se formos à Loman, vamos constatar que
concorrem aos cargos de direção os mais antigos em
número igual ao dos cargos a serem preenchidos, vedada
a possibilidade de inclusão de alguém que já tenha sido
presidente, mesmo que haja interregno entre mandatos,
e obstaculizada também a possibilidade de alguém que
esteve em atividade - excluo as férias - em cargos de
direção por mais de quatro anos, vir a concorrer.
Aqui, na verdade, e a partir de uma interpretação
abrangente da cláusula final do artigo 4º da Lei nº
7.727/89, o Regimento Interno em comento acabou por
implicar a colocação, em segundo plano, da própria Lei
Orgânica da Magistratura Nacional, passando-se a ter
disciplina específica para o Tribunal Regional Federal da
3ª Região.
O procedimento de escolha dos cargos de direção do TJ gaúcho
previsto no seu regimento ofende, em princípio e abstratamente, a regra
sobre o tema contida na LOMAN. O Regimento Interno do TJ gaúcho não
poderia ter disciplinado o modo de escolha dos ocupantes dos cargos de
direção do Tribunal de Justiça, que é matéria própria à lei complementar,
mais especificamente ao Estatuto da Magistratura (art. 93). Os
argumentos apresentados pelo Desembargador Gaspar Marques Batista
na sessão administrativa do Tribunal Pleno do TJ do Rio Grande do Sul, e
que podem ser lidos nas fls. 149-154, quanto à necessidade de fiel
observância da LOMAN em detrimento do que disposto no Regimento
5
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RCL 9.723 / RS
emprestando ao dispositivo interpretação conforme a
Carta, no que o Tribunal teve a Lei Orgânica da
Magistratura Nacional como praticamente a integrar o
Diploma Maior, e afasto a possibilidade de se conferir à
cláusula - eleitos na conformidade do que dispuserem os
respectivos Regimentos Internos - o alcance de vir a
colocar em segundo plano a própria Lei Orgânica da
Magistratura Nacional.
Surge a questão referente ao Regimento Interno. Este
abre o leque da clientela para o acesso aos cargos de
direção. Se formos à Loman, vamos constatar que
concorrem aos cargos de direção os mais antigos em
número igual ao dos cargos a serem preenchidos, vedada
a possibilidade de inclusão de alguém que já tenha sido
presidente, mesmo que haja interregno entre mandatos,
e obstaculizada também a possibilidade de alguém que
esteve em atividade - excluo as férias - em cargos de
direção por mais de quatro anos, vir a concorrer.
Aqui, na verdade, e a partir de uma interpretação
abrangente da cláusula final do artigo 4º da Lei nº
7.727/89, o Regimento Interno em comento acabou por
implicar a colocação, em segundo plano, da própria Lei
Orgânica da Magistratura Nacional, passando-se a ter
disciplina específica para o Tribunal Regional Federal da
3ª Região.
O procedimento de escolha dos cargos de direção do TJ gaúcho
previsto no seu regimento ofende, em princípio e abstratamente, a regra
sobre o tema contida na LOMAN. O Regimento Interno do TJ gaúcho não
poderia ter disciplinado o modo de escolha dos ocupantes dos cargos de
direção do Tribunal de Justiça, que é matéria própria à lei complementar,
mais especificamente ao Estatuto da Magistratura (art. 93). Os
argumentos apresentados pelo Desembargador Gaspar Marques Batista
na sessão administrativa do Tribunal Pleno do TJ do Rio Grande do Sul, e
que podem ser lidos nas fls. 149-154, quanto à necessidade de fiel
observância da LOMAN em detrimento do que disposto no Regimento
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 35
Voto - MIN. LUIZ FUX
RCL 9.723 / RS
Interno do referido tribunal, estão em perfeita harmonia com o
entendimento pacífico do Supremo Tribunal Federal.
De fato, conforme destacado pelo Ministério Público em seu parecer,
o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul prestou
informações no sentido de que “em momento algum, o Plenário do Tribunal
de Justiça foi chamado a estabelecer definição – aliás, de todo inaceitável – quanto
ao confronto entre disposição regimental e comando normativo potenciado (nada
mais, nada menos que lei complementar), cuja eficácia tem sido afirmada e
reafirmada pelo Supremo Tribunal Federal)” (fl. 203). Entretanto, uma leitura
detida das peças acostadas aos autos, especialmente das transcrições da
sessão administrativa do Pleno do TJ gaúcho, permite a conclusão de que
houve expressa intenção de não cumprimento do art. 102 da LOMAN em
prol da incidência plena dos artigos 5º e 62 do Regimento Interno do TJ
do Rio Grande do Sul. Ao longo da votação para os cargos de direção,
ocorrida em 18/12/2009, ficou bem claro do que se estava a decidir, in
verbis:
“Des. Armínio José Abreu Lima da Rosa (Presidente)
– Mais alguém deseja manifestar-se? Parece que nós temos
duas proposições: aquela em que, em atenção à cronologia
suscitada pelo eminente Des. Gaspar, restringimos os
eletivos aos cincos cargos de administração e, portanto,
aos cinco Desembargadores mais antigos, ou a de
deixarmos em aberto, sendo qualquer Desembargador
desta Corte elegível.
Des. Gaspar Marques Batista – Gostaria que Vossa
Excelência colocasse o tema nessa posição, há um cotejo:
ou se aplica o art. 102 da LOMAN ou se aplica o
Regimento Interno do Tribunal. Essa é a dualidade que
está ocorrendo.
Des. Armínio José Abreu Lima da Rosa (Presidente) –
Creio que a leitura do art. 102 da LOMAN, Des. Gaspar,
ensejaria alguns questionamentos se nós colocarmos
secamente isso.
6
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RCL 9.723 / RS
Interno do referido tribunal, estão em perfeita harmonia com o
entendimento pacífico do Supremo Tribunal Federal.
De fato, conforme destacado pelo Ministério Público em seu parecer,
o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul prestou
informações no sentido de que “em momento algum, o Plenário do Tribunal
de Justiça foi chamado a estabelecer definição – aliás, de todo inaceitável – quanto
ao confronto entre disposição regimental e comando normativo potenciado (nada
mais, nada menos que lei complementar), cuja eficácia tem sido afirmada e
reafirmada pelo Supremo Tribunal Federal)” (fl. 203). Entretanto, uma leitura
detida das peças acostadas aos autos, especialmente das transcrições da
sessão administrativa do Pleno do TJ gaúcho, permite a conclusão de que
houve expressa intenção de não cumprimento do art. 102 da LOMAN em
prol da incidência plena dos artigos 5º e 62 do Regimento Interno do TJ
do Rio Grande do Sul. Ao longo da votação para os cargos de direção,
ocorrida em 18/12/2009, ficou bem claro do que se estava a decidir, in
verbis:
“Des. Armínio José Abreu Lima da Rosa (Presidente)
– Mais alguém deseja manifestar-se? Parece que nós temos
duas proposições: aquela em que, em atenção à cronologia
suscitada pelo eminente Des. Gaspar, restringimos os
eletivos aos cincos cargos de administração e, portanto,
aos cinco Desembargadores mais antigos, ou a de
deixarmos em aberto, sendo qualquer Desembargador
desta Corte elegível.
Des. Gaspar Marques Batista – Gostaria que Vossa
Excelência colocasse o tema nessa posição, há um cotejo:
ou se aplica o art. 102 da LOMAN ou se aplica o
Regimento Interno do Tribunal. Essa é a dualidade que
está ocorrendo.
Des. Armínio José Abreu Lima da Rosa (Presidente) –
Creio que a leitura do art. 102 da LOMAN, Des. Gaspar,
ensejaria alguns questionamentos se nós colocarmos
secamente isso.
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Voto - MIN. LUIZ FUX
RCL 9.723 / RS
Des. Gaspar Marques Batista – Eu respeito o
entendimento de Vossa Excelência e retiro a minha
questão.
Des. Armínio José Abreu Lima da Rosa (Presidente) –
Colocaremos assim: ou restringimos aos cinco mais
antigos, em função de serem cinco os cargos de direção,
ou deixamos em aberto, e qualquer Desembargador desta
casa passa a ser elegível.
(...)
Des. Danúbio Edon Franco – Sr. Presidente, a questão
desde o início se apresentou simples na forma do
encaminhamento: ou nós cumprimos a LOMAN, ou
ignoramos a LOMAN. Estou com a número dois, sempre
fizemos isso aqui.
(....)
Des. Arno Werlang – Sr. Presidente, quero deixar
bem claro que não me vinculo à pergunta formulada por
Vossa Excelência, e quero que isso fique consignado, que
nós estamos decidindo se aplicamos o Regimento ou se
aplicamos a Lei Orgânica da Magistratura. Se nós
aplicarmos a Lei Orgânica da Magistratura, o art. 102 tem
que ser cumprido integralmente, e este exige a recusa
antecipada, estabelecer os cinco mais antigos, não
impedidos e que não recusem, e dentre estes devem ser
escolhidos os membros da Direção.
Des. Armínio José Abreu Lima da Rosa (Presidente) –
V. Exa. vota um?
Des. Arno Werlang – Número um.” (fl. 163-165)
É preciso destacar a passagem acima transcrita em que o Presidente
do Tribunal gaúcho demonstra preocupação com a menção ao cotejo com
o art. 102 da LOMAN. Isso denota que havia um receio de que a menção
de ofensa à LOMAN pudesse repercutir negativamente, o que demonstra
o reconhecimento de que a LOMAN poderia ser descumprida quando da
eleição para os cargos diretivos.
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Des. Gaspar Marques Batista – Eu respeito o
entendimento de Vossa Excelência e retiro a minha
questão.
Des. Armínio José Abreu Lima da Rosa (Presidente) –
Colocaremos assim: ou restringimos aos cinco mais
antigos, em função de serem cinco os cargos de direção,
ou deixamos em aberto, e qualquer Desembargador desta
casa passa a ser elegível.
(...)
Des. Danúbio Edon Franco – Sr. Presidente, a questão
desde o início se apresentou simples na forma do
encaminhamento: ou nós cumprimos a LOMAN, ou
ignoramos a LOMAN. Estou com a número dois, sempre
fizemos isso aqui.
(....)
Des. Arno Werlang – Sr. Presidente, quero deixar
bem claro que não me vinculo à pergunta formulada por
Vossa Excelência, e quero que isso fique consignado, que
nós estamos decidindo se aplicamos o Regimento ou se
aplicamos a Lei Orgânica da Magistratura. Se nós
aplicarmos a Lei Orgânica da Magistratura, o art. 102 tem
que ser cumprido integralmente, e este exige a recusa
antecipada, estabelecer os cinco mais antigos, não
impedidos e que não recusem, e dentre estes devem ser
escolhidos os membros da Direção.
Des. Armínio José Abreu Lima da Rosa (Presidente) –
V. Exa. vota um?
Des. Arno Werlang – Número um.” (fl. 163-165)
É preciso destacar a passagem acima transcrita em que o Presidente
do Tribunal gaúcho demonstra preocupação com a menção ao cotejo com
o art. 102 da LOMAN. Isso denota que havia um receio de que a menção
de ofensa à LOMAN pudesse repercutir negativamente, o que demonstra
o reconhecimento de que a LOMAN poderia ser descumprida quando da
eleição para os cargos diretivos.
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Voto - MIN. LUIZ FUX
RCL 9.723 / RS
A parte dispositiva da ADI nº 3.566 é expressa ao vedar que
Regimento Interno de Tribunal ofenda ao artigo 102 da LOMAN. É isto o
que produz efeitos vinculantes e não se está a defender, na hipótese dos
autos, a aplicação da teoria da transcendência dos motivos determinantes.
Não se está a ampliar os limites da decisão afrontada proferida em sede
de controle concentrado de constitucionalidade, mediante a invocação da
ratio decidendi ou da obiter dictum de outro julgado, mas a reconhecer uma
direta ofensa à autoridade do Supremo Tribunal Federal quando assentou
a primazia da LOMAN diante de normas regimentais. Essa leitura está
em harmonia com o entendimento do STF de que “A reclamação é meio
hábil para conservar a autoridade do Supremo Tribunal Federal e a eficácia de
suas decisões.” (AG.REG. NA RECLAMAÇÃO. Rcl 5989 AgR / RJ - RIO DE
JANEIRO. Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO. Relator(a) p/ Acórdão:
Min. DIAS TOFFOLI. Julgamento: 13/10/2010 Órgão Julgador: Tribunal
Pleno).
O fato de na ADI nº 3.566 se ter apreciado um dispositivo do
Regimento Interno do TRF da 3ª Região é irrelevante para o
conhecimento da presente Reclamação. Embora a referida ADI nº 3.566
tenha versado acerca de ofensa da LOMAN por norma do Regimento
Interno do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, enquanto que a
presente Reclamação cuida de ofensa à LOMAN provocada por
dispositivos do Regimento Interno do Rio Grande do Sul, a sua ementa
consagra a assertiva de que “São inconstitucionais as normas de Regimento
Interno de tribunal que disponham sobre o universo dos magistrados elegíveis
para seus órgãos de direção”. Assim, a ofensa ao comando judicial veiculado
na ADI nº 3.566, hábil a legitimar o manejo da presente Reclamação, fica
patente, eis que se revela suficiente, tal como na hipótese dos autos, a
demonstração de que a LOMAN foi violada, mostrando-se prescindível a
identidade absoluta entre os dispositivos regimentais que conjuram a
referida Lei Complementar.
Sob outro prisma, e de forma a afastar a tese de inocorrência de
8
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A parte dispositiva da ADI nº 3.566 é expressa ao vedar que
Regimento Interno de Tribunal ofenda ao artigo 102 da LOMAN. É isto o
que produz efeitos vinculantes e não se está a defender, na hipótese dos
autos, a aplicação da teoria da transcendência dos motivos determinantes.
Não se está a ampliar os limites da decisão afrontada proferida em sede
de controle concentrado de constitucionalidade, mediante a invocação da
ratio decidendi ou da obiter dictum de outro julgado, mas a reconhecer uma
direta ofensa à autoridade do Supremo Tribunal Federal quando assentou
a primazia da LOMAN diante de normas regimentais. Essa leitura está
em harmonia com o entendimento do STF de que “A reclamação é meio
hábil para conservar a autoridade do Supremo Tribunal Federal e a eficácia de
suas decisões.” (AG.REG. NA RECLAMAÇÃO. Rcl 5989 AgR / RJ - RIO DE
JANEIRO. Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO. Relator(a) p/ Acórdão:
Min. DIAS TOFFOLI. Julgamento: 13/10/2010 Órgão Julgador: Tribunal
Pleno).
O fato de na ADI nº 3.566 se ter apreciado um dispositivo do
Regimento Interno do TRF da 3ª Região é irrelevante para o
conhecimento da presente Reclamação. Embora a referida ADI nº 3.566
tenha versado acerca de ofensa da LOMAN por norma do Regimento
Interno do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, enquanto que a
presente Reclamação cuida de ofensa à LOMAN provocada por
dispositivos do Regimento Interno do Rio Grande do Sul, a sua ementa
consagra a assertiva de que “São inconstitucionais as normas de Regimento
Interno de tribunal que disponham sobre o universo dos magistrados elegíveis
para seus órgãos de direção”. Assim, a ofensa ao comando judicial veiculado
na ADI nº 3.566, hábil a legitimar o manejo da presente Reclamação, fica
patente, eis que se revela suficiente, tal como na hipótese dos autos, a
demonstração de que a LOMAN foi violada, mostrando-se prescindível a
identidade absoluta entre os dispositivos regimentais que conjuram a
referida Lei Complementar.
Sob outro prisma, e de forma a afastar a tese de inocorrência de
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Voto - MIN. LUIZ FUX
RCL 9.723 / RS
ofensa ao que disposto na ADI nº 3.566, o Supremo Tribunal Federal tem
precedentes no sentido de que o art. 102 da LOMAN prevê que apenas os
magistrados mais antigos seriam elegíveis aos cargos de direção. No RE
nº 101.354-1/AM, tem-se a seguinte ementa:
TRIBUNAL DE JUSTIÇA. ELEIÇÃO PARA
PROVIMENTO DE SEUS CARGOS DE DIREÇÃO. LEI
ORGÂNICA DA MAGISTRATURA NACIONAL, ART-
102. SE OS CARGOS DE DIREÇÃO DA CORTE
ESTADUAL SÃO TRES: PRESIDENTE, VICE-
PRESIDENTE E CORREGEDOR-GERAL DA JUSTIÇA,
O TRIBUNAL DEVE ELEGER OS RESPECTIVOS
TITULARES,
DENTRE
SEUS
TRES
DESEMBARGADORES MAIS ANTIGOS, OBSERVADA
A SEGUNDA PARTE DO ALUDIDO DISPOSITIVO,
QUAL SEJA, QUEM TIVER EXERCIDO QUAISQUER
CARGOS DE DIREÇÃO POR QUATRO ANOS, OU O DE
PRESIDENTE, NÃO FIGURARA MAIS ENTRE OS
ELEGIVEIS, ATÉ QUE SE ESGOTEM TODOS OS NOMES,
NA ORDEM DE ANTIGUIDADE. DE ACORDO COM A
PARTE FINAL DO ART-102, DA LOMAN, E
OBRIGATORIA A ACEITAÇÃO DO CARGO, SALVO
RECUSA MANIFESTADA E ACEITA ANTES DA
ELEIÇÃO. NÃO PODE SER ELEITO PARA O CARGO DE
CORREGEDOR-GERAL
DA
JUSTIÇA
DESEMBARGADOR, COM MENOS DE UM MES DE
INVESTIDURA, SE ELEGIVEL DESEMBARGADOR, QUE
SE SITUA ENTRE OS TRES MAIS ANTIGOS. HIPÓTESE,
ENTRETANTO, EM QUE NÃO CABE CONCEDER O
MANDADO DE SEGURANÇA, PARA ANULAR A
INVESTIDURA, PORQUE, AO DAREM ENTRADA,
NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, OS AUTOS DO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO,
JÁ
ESTAVA
VENCIDO O BIENIO CORRESPONDENTE AO
MANDATO DO CORREGEDOR-GERAL DA JUSTIÇA
ESCOLHIDO COM DESCUMPRIMENTO AO ART-102,
9
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ofensa ao que disposto na ADI nº 3.566, o Supremo Tribunal Federal tem
precedentes no sentido de que o art. 102 da LOMAN prevê que apenas os
magistrados mais antigos seriam elegíveis aos cargos de direção. No RE
nº 101.354-1/AM, tem-se a seguinte ementa:
TRIBUNAL DE JUSTIÇA. ELEIÇÃO PARA
PROVIMENTO DE SEUS CARGOS DE DIREÇÃO. LEI
ORGÂNICA DA MAGISTRATURA NACIONAL, ART-
102. SE OS CARGOS DE DIREÇÃO DA CORTE
ESTADUAL SÃO TRES: PRESIDENTE, VICE-
PRESIDENTE E CORREGEDOR-GERAL DA JUSTIÇA,
O TRIBUNAL DEVE ELEGER OS RESPECTIVOS
TITULARES,
DENTRE
SEUS
TRES
DESEMBARGADORES MAIS ANTIGOS, OBSERVADA
A SEGUNDA PARTE DO ALUDIDO DISPOSITIVO,
QUAL SEJA, QUEM TIVER EXERCIDO QUAISQUER
CARGOS DE DIREÇÃO POR QUATRO ANOS, OU O DE
PRESIDENTE, NÃO FIGURARA MAIS ENTRE OS
ELEGIVEIS, ATÉ QUE SE ESGOTEM TODOS OS NOMES,
NA ORDEM DE ANTIGUIDADE. DE ACORDO COM A
PARTE FINAL DO ART-102, DA LOMAN, E
OBRIGATORIA A ACEITAÇÃO DO CARGO, SALVO
RECUSA MANIFESTADA E ACEITA ANTES DA
ELEIÇÃO. NÃO PODE SER ELEITO PARA O CARGO DE
CORREGEDOR-GERAL
DA
JUSTIÇA
DESEMBARGADOR, COM MENOS DE UM MES DE
INVESTIDURA, SE ELEGIVEL DESEMBARGADOR, QUE
SE SITUA ENTRE OS TRES MAIS ANTIGOS. HIPÓTESE,
ENTRETANTO, EM QUE NÃO CABE CONCEDER O
MANDADO DE SEGURANÇA, PARA ANULAR A
INVESTIDURA, PORQUE, AO DAREM ENTRADA,
NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, OS AUTOS DO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO,
JÁ
ESTAVA
VENCIDO O BIENIO CORRESPONDENTE AO
MANDATO DO CORREGEDOR-GERAL DA JUSTIÇA
ESCOLHIDO COM DESCUMPRIMENTO AO ART-102,
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Voto - MIN. LUIZ FUX
RCL 9.723 / RS
DA LEI COMPLEMENTAR N.35, DE 1979 (LOMAN).
RECURSO EXTRAORDINÁRIO, QUE SE JULGA
PREJUDICADO.
RE 101354 / AM - AMAZONAS RECURSO
EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. NÉRI DA SILVEIRA
Julgamento: 22/02/1984. Órgão Julgador: Tribunal Pleno.
Publicação DJ 01-06-1984.
A despeito do que propugnado pelos dirigentes eleitos para os
cargos de direção do TJ gaúcho, os Reclamantes não inovaram em sede
recursal ao mencionarem outras decisões desta Corte em que houve
pronunciamento a respeito do artigo 102 da LOMAN. A alusão aos
precedentes se deu com o intuito específico de demonstrar que o STF já se
manifestou anteriormente acerca do significado correto do art. 102 da LC
nº 35. Dessa maneira, com a leitura dos julgados mencionados em sede
recursal, é possível concluir que o Regimento Interno do Tribunal de
Justiça do Rio Grande do Sul permite uma aplicação contrária ao que
previsto na LOMAN.
Em acréscimo, cumpre aduzir que o Supremo já se manifestou, por
diversas vezes, sobre o ponto, afirmando que “o regramento relativo à
escolha dos ocupantes dos cargos diretivos dos tribunais brasileiros, por tratar de
tema eminentemente institucional, situa-se como matéria própria de Estatuto da
Magistratura, dependendo, portanto, para uma nova regulamentação, da edição
de lei complementar federal, nos termos do que dispõe o art. 93 da Constituição
Federal” (ADI 4108 REF-MC, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal
Pleno, julgado em 02/02/2009). No mesmo sentido, ADI 841, Relator(a):
Min. CARLOS VELLOSO, Tribunal Pleno, julgado em 21/09/1994. Tais
casos trataram de normas regimentais que dispunham, em sentido diverso
ao da LOMAN, sobre os membros que seriam elegíveis aos cargos de
direção.
A LC nº 35/79 optou por afastar dos Tribunais a atividade política e,
com isso, restringiu os elegíveis aos cargos de direção ao máximo, a fim
10
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RCL 9.723 / RS
DA LEI COMPLEMENTAR N.35, DE 1979 (LOMAN).
RECURSO EXTRAORDINÁRIO, QUE SE JULGA
PREJUDICADO.
RE 101354 / AM - AMAZONAS RECURSO
EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. NÉRI DA SILVEIRA
Julgamento: 22/02/1984. Órgão Julgador: Tribunal Pleno.
Publicação DJ 01-06-1984.
A despeito do que propugnado pelos dirigentes eleitos para os
cargos de direção do TJ gaúcho, os Reclamantes não inovaram em sede
recursal ao mencionarem outras decisões desta Corte em que houve
pronunciamento a respeito do artigo 102 da LOMAN. A alusão aos
precedentes se deu com o intuito específico de demonstrar que o STF já se
manifestou anteriormente acerca do significado correto do art. 102 da LC
nº 35. Dessa maneira, com a leitura dos julgados mencionados em sede
recursal, é possível concluir que o Regimento Interno do Tribunal de
Justiça do Rio Grande do Sul permite uma aplicação contrária ao que
previsto na LOMAN.
Em acréscimo, cumpre aduzir que o Supremo já se manifestou, por
diversas vezes, sobre o ponto, afirmando que “o regramento relativo à
escolha dos ocupantes dos cargos diretivos dos tribunais brasileiros, por tratar de
tema eminentemente institucional, situa-se como matéria própria de Estatuto da
Magistratura, dependendo, portanto, para uma nova regulamentação, da edição
de lei complementar federal, nos termos do que dispõe o art. 93 da Constituição
Federal” (ADI 4108 REF-MC, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal
Pleno, julgado em 02/02/2009). No mesmo sentido, ADI 841, Relator(a):
Min. CARLOS VELLOSO, Tribunal Pleno, julgado em 21/09/1994. Tais
casos trataram de normas regimentais que dispunham, em sentido diverso
ao da LOMAN, sobre os membros que seriam elegíveis aos cargos de
direção.
A LC nº 35/79 optou por afastar dos Tribunais a atividade política e,
com isso, restringiu os elegíveis aos cargos de direção ao máximo, a fim
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 35
Voto - MIN. LUIZ FUX
RCL 9.723 / RS
de que, também no âmbito dos tribunais brasileiros, prevalecesse a
escolha política, perigosa quando se exige imparcialidade dos
magistrados. Com bem ressaltado pelo primeiro Reclamante,
Desembargador Arno Werlang:
“O respeito ao critério da antiguidade na eleição dos
membros diretivos inibe essas composições. Dificulta os
conchavos. Entre todos os critérios, na ausência de outro, este
ainda é o melhor. Tem larga aplicação no Judiciário, sem
contestação. Na classificação, na promoção, na remoção, no
desempate etc. O critério da antiguidade é o único que restringe
o corporativismo.” (fl. 161)
Sem embargo de tudo o que acima foi exposto, o mandato de quem
está nos cargos de direção está em curso e em vias de se encerrar. A
eleição para o Tribunal gaúcho foi feita para o biênio 2010-2012. Assim,
em obediência ao princípio da segurança jurídica e ao princípio da
proteção da confiança, não parece razoável reconhecer a nulidade da
eleição realizada em conformidade com as normas regimentais. A
despeito da ilegalidade das normas regimentais, que afrontam a
LOMAN, a situação fática é irreversível, eis que em vias de se exaurir
definitivamente, e só provocaria tumultos ao final de uma gestão no
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Por essas razões, o
pleito de procedência da presente Reclamação não merece ser acolhido,
incumbindo ao Tribunal de Justiça gaúcho atentar para as normas da
LOMAN nas próximas eleições para os seus cargos de direção.
Ex positis, voto no sentido de julgar prejudicado o Agravo
Regimental interposto, e de julgar improcedente a presente Reclamação,
ressaltando que os futuros processos de escolha para os cargos de direção
do Tribunal de Justiça devem ser realizados nos termos do que dispõe o
artigo 102 da LC nº 35/79, e não conforme previsões do Regimento
Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul.
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RCL 9.723 / RS
de que, também no âmbito dos tribunais brasileiros, prevalecesse a
escolha política, perigosa quando se exige imparcialidade dos
magistrados. Com bem ressaltado pelo primeiro Reclamante,
Desembargador Arno Werlang:
“O respeito ao critério da antiguidade na eleição dos
membros diretivos inibe essas composições. Dificulta os
conchavos. Entre todos os critérios, na ausência de outro, este
ainda é o melhor. Tem larga aplicação no Judiciário, sem
contestação. Na classificação, na promoção, na remoção, no
desempate etc. O critério da antiguidade é o único que restringe
o corporativismo.” (fl. 161)
Sem embargo de tudo o que acima foi exposto, o mandato de quem
está nos cargos de direção está em curso e em vias de se encerrar. A
eleição para o Tribunal gaúcho foi feita para o biênio 2010-2012. Assim,
em obediência ao princípio da segurança jurídica e ao princípio da
proteção da confiança, não parece razoável reconhecer a nulidade da
eleição realizada em conformidade com as normas regimentais. A
despeito da ilegalidade das normas regimentais, que afrontam a
LOMAN, a situação fática é irreversível, eis que em vias de se exaurir
definitivamente, e só provocaria tumultos ao final de uma gestão no
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Por essas razões, o
pleito de procedência da presente Reclamação não merece ser acolhido,
incumbindo ao Tribunal de Justiça gaúcho atentar para as normas da
LOMAN nas próximas eleições para os seus cargos de direção.
Ex positis, voto no sentido de julgar prejudicado o Agravo
Regimental interposto, e de julgar improcedente a presente Reclamação,
ressaltando que os futuros processos de escolha para os cargos de direção
do Tribunal de Justiça devem ser realizados nos termos do que dispõe o
artigo 102 da LC nº 35/79, e não conforme previsões do Regimento
Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 35
Voto - MIN. LUIZ FUX
RCL 9.723 / RS
A fim de que não haja dúvidas, o artigo 102 da LOMAN, a ser
manejado nas futuras eleições, impõe que os elegíveis para os cargos de
direção sejam escolhidos dentre os magistrados mais antigos. Nesse
contexto, se a eleição for feita para três cargos de direção de um Tribunal,
os elegíveis serão os três magistrados mais antigos, com as exceções
previstas pelo próprio artigo 102 suso avocado.
É como voto.
12
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RCL 9.723 / RS
A fim de que não haja dúvidas, o artigo 102 da LOMAN, a ser
manejado nas futuras eleições, impõe que os elegíveis para os cargos de
direção sejam escolhidos dentre os magistrados mais antigos. Nesse
contexto, se a eleição for feita para três cargos de direção de um Tribunal,
os elegíveis serão os três magistrados mais antigos, com as exceções
previstas pelo próprio artigo 102 suso avocado.
É como voto.
12
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 35
Debate
27/10/2011
PLENÁRIO
RECLAMAÇÃO 9.723 RIO GRANDE DO SUL
DEBATE
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Vossa
Excelência me permite? Peço licença aos que vão votar antes, mas não
tenho dúvida nenhuma - acho que nenhum de nós a teria, salvo melhor
juízo - de que as normas regimentais do Regimento do Tribunal de Justiça
do Rio Grande do Sul, que contrariam o artigo 102 da LOMAN, são
inconstitucionais. E o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul teria feito
grande favor, se já tivesse revogado essas normas, o que mostraria
reverência à autoridade desta Corte e evitaria demandas inúteis.
Agora, o que me parece que está sucedendo neste caso é uma
questão factual diversa. Deixando de lado toda a dúvida que surgiu sobre
a aplicação, ou não, do Regimento Interno ou do artigo 102 da LOMAN,
na eleição, a verdade é que, pelos dados que tenho aqui das anotações e
de cópias dos autos, o que surgiu foi situação que pode ocorrer quando,
em relação aos cargos em disputa, os candidatos não sejam os mesmos
para todos. No Rio Grande do Sul, quanto aos cinco cargos que estavam
em disputa - e isso espelha bem o que estou querendo ilustrar com a
minha intervenção -, em relação ao de presidente, só houve um
concorrente - acho que isso não está nem em dúvida aqui. O presidente
foi eleito. Ele não era o mais antigo, mas foi eleito. Por quê? Porque havia
os inelegíveis e todos os demais se recusaram a concorrer, não eram
candidatos. Ele era, pois, candidato único. Então sobraram quatro cargos.
Para esses quatro cargos, concorreriam os quatro mais antigos do
tribunal, se os quatro mais antigos fossem candidatos a cada cargo. E não
foi isso que sucedeu. A cada cargo, mudavam os candidatos. Então, o que
me parece que o Tribunal fez foi observar, em relação à eleição para cada
cargo, os mais antigos, excluídos os inelegíveis e os que recusaram a
candidatura. Há aqui a transcrição da votação para cargo de primeiro
vice. Disse, o então Presidente Desembargador Armínio - aliás um
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Supremo Tribunal Federal
27/10/2011
PLENÁRIO
RECLAMAÇÃO 9.723 RIO GRANDE DO SUL
DEBATE
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Vossa
Excelência me permite? Peço licença aos que vão votar antes, mas não
tenho dúvida nenhuma - acho que nenhum de nós a teria, salvo melhor
juízo - de que as normas regimentais do Regimento do Tribunal de Justiça
do Rio Grande do Sul, que contrariam o artigo 102 da LOMAN, são
inconstitucionais. E o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul teria feito
grande favor, se já tivesse revogado essas normas, o que mostraria
reverência à autoridade desta Corte e evitaria demandas inúteis.
Agora, o que me parece que está sucedendo neste caso é uma
questão factual diversa. Deixando de lado toda a dúvida que surgiu sobre
a aplicação, ou não, do Regimento Interno ou do artigo 102 da LOMAN,
na eleição, a verdade é que, pelos dados que tenho aqui das anotações e
de cópias dos autos, o que surgiu foi situação que pode ocorrer quando,
em relação aos cargos em disputa, os candidatos não sejam os mesmos
para todos. No Rio Grande do Sul, quanto aos cinco cargos que estavam
em disputa - e isso espelha bem o que estou querendo ilustrar com a
minha intervenção -, em relação ao de presidente, só houve um
concorrente - acho que isso não está nem em dúvida aqui. O presidente
foi eleito. Ele não era o mais antigo, mas foi eleito. Por quê? Porque havia
os inelegíveis e todos os demais se recusaram a concorrer, não eram
candidatos. Ele era, pois, candidato único. Então sobraram quatro cargos.
Para esses quatro cargos, concorreriam os quatro mais antigos do
tribunal, se os quatro mais antigos fossem candidatos a cada cargo. E não
foi isso que sucedeu. A cada cargo, mudavam os candidatos. Então, o que
me parece que o Tribunal fez foi observar, em relação à eleição para cada
cargo, os mais antigos, excluídos os inelegíveis e os que recusaram a
candidatura. Há aqui a transcrição da votação para cargo de primeiro
vice. Disse, o então Presidente Desembargador Armínio - aliás um
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1625036.
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Debate
RCL 9.723 / RS
excelente Presidente e um excelente desembargador:
“- Vamos iniciar a votação para primeiro vice. Quem é candidato?
Desembargador Arno Werlang:
- Presidente, apresento meu nome como candidato a primeiro vice-
presidente.
Então, um candidato a primeiro vice.
Desembargador José Aquino Flores de Camargo:
- Presidente, submeto meu nome à apreciação dos colegas.
Aí, o presidente faz a pergunta óbvia:
- Há mais alguém que seja candidato? Ninguém mais é candidato?
Todos se calaram. E o Presidente conclui:
- O demais, então, recusam a concorrer a vice-presidente.”
O que sucedeu? Para cargo de primeiro vice, concorreram os dois.
Ora, sendo apenas dois, eram evidentemente os dois mais antigos, porque
não havia outros candidatos. Então, essa eleição foi válida, não porque
estavam obedecendo ao Regimento do Tribunal, mas porque estavam,
querendo ou não, obedecendo à Lei Orgânica. E a lei, dispensa-se a quem
vai reverenciá-la, querer ou não querer, bastando que objetivamente a
cumpra. E, no caso, foi cumprida. Por quê? Porque, para o cargo de
primeiro vice, concorreram dois que eram os mais antigos. E assim
aconteceu sucessivamente com os demais cargos.
Em outras palavras, a meu ver, neste caso, não está em jogo o
descumprimento da Lei Orgânica em virtude da singularidade dos fatos
relacionados com a eleição. Ou seja, para cada cargo, concorreram dois,
ou um só, de modo que, não havendo outros candidatos, eram os mais
antigos, e nisto se respeitou a Lei Orgânica, o artigo 102 da Lei Orgânica.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Vossa Excelência
ressalta que a situação é singular?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) –
Singularíssima.
2
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Supremo Tribunal Federal
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excelente Presidente e um excelente desembargador:
“- Vamos iniciar a votação para primeiro vice. Quem é candidato?
Desembargador Arno Werlang:
- Presidente, apresento meu nome como candidato a primeiro vice-
presidente.
Então, um candidato a primeiro vice.
Desembargador José Aquino Flores de Camargo:
- Presidente, submeto meu nome à apreciação dos colegas.
Aí, o presidente faz a pergunta óbvia:
- Há mais alguém que seja candidato? Ninguém mais é candidato?
Todos se calaram. E o Presidente conclui:
- O demais, então, recusam a concorrer a vice-presidente.”
O que sucedeu? Para cargo de primeiro vice, concorreram os dois.
Ora, sendo apenas dois, eram evidentemente os dois mais antigos, porque
não havia outros candidatos. Então, essa eleição foi válida, não porque
estavam obedecendo ao Regimento do Tribunal, mas porque estavam,
querendo ou não, obedecendo à Lei Orgânica. E a lei, dispensa-se a quem
vai reverenciá-la, querer ou não querer, bastando que objetivamente a
cumpra. E, no caso, foi cumprida. Por quê? Porque, para o cargo de
primeiro vice, concorreram dois que eram os mais antigos. E assim
aconteceu sucessivamente com os demais cargos.
Em outras palavras, a meu ver, neste caso, não está em jogo o
descumprimento da Lei Orgânica em virtude da singularidade dos fatos
relacionados com a eleição. Ou seja, para cada cargo, concorreram dois,
ou um só, de modo que, não havendo outros candidatos, eram os mais
antigos, e nisto se respeitou a Lei Orgânica, o artigo 102 da Lei Orgânica.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Vossa Excelência
ressalta que a situação é singular?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) –
Singularíssima.
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O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Não há como
proceder a cotejo com o precedente que estaria a respaldar a reclamação?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Foi o
que aconteceu com a eleição do presidente, que me parece não teve
concorrente; todos os demais recusaram candidatura.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Isso para presidente
e vice-presidente?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Para
presidente não, pois o concorrente foi único. Ora, se é único, já não há o
que discutir. É como aconteceu no Tribunal de Justiça de São Paulo, na
última eleição. O presidente, o vice-presidente e o corregedor foram
eleitos por unanimidade, sem concorrentes. Então, desapareceu aí o
problema da antiguidade. Se não há outros concorrentes, são os únicos, a
Lei Orgânica está sendo respeitada. O que a Lei Orgânica evidentemente
quis foi evitar essa má prática de ambição dentro dos tribunais que
causam uma desorganização interna muito grande. Ora, se o tribunal
acorda em eleger um conselho por unanimidade, ou se só um ou dois são
candidatos a cada cargo, desaparece o problema, não há o pressuposto
histórico que está à base da norma impeditiva da Lei Orgânica da
Magistratura.
Então, neste caso aqui, parece-me que - com tudo o que Vossa
Excelência expôs, estou inteiramente de acordo - foram observados os
requisitos da Lei Orgânica em relação à antiguidade, porque esta só se
punha em relação àqueles que se apresentaram como candidatos a cada
um dos cargos.
O SENHOR ADÃO SERGIO DO NASCIMENTO CASSIANO
(ADVOGADO) - Senhor Presidente, pela ordem.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) -
3
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O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Não há como
proceder a cotejo com o precedente que estaria a respaldar a reclamação?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Foi o
que aconteceu com a eleição do presidente, que me parece não teve
concorrente; todos os demais recusaram candidatura.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Isso para presidente
e vice-presidente?
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Para
presidente não, pois o concorrente foi único. Ora, se é único, já não há o
que discutir. É como aconteceu no Tribunal de Justiça de São Paulo, na
última eleição. O presidente, o vice-presidente e o corregedor foram
eleitos por unanimidade, sem concorrentes. Então, desapareceu aí o
problema da antiguidade. Se não há outros concorrentes, são os únicos, a
Lei Orgânica está sendo respeitada. O que a Lei Orgânica evidentemente
quis foi evitar essa má prática de ambição dentro dos tribunais que
causam uma desorganização interna muito grande. Ora, se o tribunal
acorda em eleger um conselho por unanimidade, ou se só um ou dois são
candidatos a cada cargo, desaparece o problema, não há o pressuposto
histórico que está à base da norma impeditiva da Lei Orgânica da
Magistratura.
Então, neste caso aqui, parece-me que - com tudo o que Vossa
Excelência expôs, estou inteiramente de acordo - foram observados os
requisitos da Lei Orgânica em relação à antiguidade, porque esta só se
punha em relação àqueles que se apresentaram como candidatos a cada
um dos cargos.
O SENHOR ADÃO SERGIO DO NASCIMENTO CASSIANO
(ADVOGADO) - Senhor Presidente, pela ordem.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) -
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Ministro Relator, Vossa Excelência autoriza a intervenção?
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Talvez seja
interessante.
O SENHOR ADÃO SERGIO DO NASCIMENTO CASSIANO
(ADVOGADO) - Uma questão de fato: houve dois candidatos ao cargo de
Presidente. Só esse esclarecimento, Senhor Presidente.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Mas o
fato não altera nada a conclusão. Eram os dois mais antigos!
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Senhor
Presidente, o vezo de conviver com o Colegiado nos faz acolher, talvez,
uma percepção de que tenhamos nos voltado muito para prestigiar a
solução normativa da Corte em detrimento dessa desobediência.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Se eu
fosse dar atenção, aqui, à desembargadora citada, que propôs atitude de
rebeldia contra a decisão do Supremo, não teria dúvida nenhuma em
acolher esta reclamação. Mas a mim parece-me que o Desembargador
Armínio conduziu muito bem as eleições, separando a eleição para cada
cargo e, ali, apurando a antiguidade em cada uma. Então, nisso, cumpriu-
se a Lei Orgânica da Magistratura.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Senhor
Presidente, no silêncio do meu voto, eu certamente devo ter me
comportado tal como Vossa Excelência que, ao iniciar os trabalhos,
manifestou uma imediata irresignação com relação ao regimento que
estava ofendendo literalmente a LOMAN. Talvez o meu voto tenha sido
conduzido por isso.
Eu ainda não pertencia ao Tribunal, mas o Ministro Gilmar Mendes,
se não me engano, tem algumas colocações a esse respeito. Tenho a
4
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Ministro Relator, Vossa Excelência autoriza a intervenção?
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Talvez seja
interessante.
O SENHOR ADÃO SERGIO DO NASCIMENTO CASSIANO
(ADVOGADO) - Uma questão de fato: houve dois candidatos ao cargo de
Presidente. Só esse esclarecimento, Senhor Presidente.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Mas o
fato não altera nada a conclusão. Eram os dois mais antigos!
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Senhor
Presidente, o vezo de conviver com o Colegiado nos faz acolher, talvez,
uma percepção de que tenhamos nos voltado muito para prestigiar a
solução normativa da Corte em detrimento dessa desobediência.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Se eu
fosse dar atenção, aqui, à desembargadora citada, que propôs atitude de
rebeldia contra a decisão do Supremo, não teria dúvida nenhuma em
acolher esta reclamação. Mas a mim parece-me que o Desembargador
Armínio conduziu muito bem as eleições, separando a eleição para cada
cargo e, ali, apurando a antiguidade em cada uma. Então, nisso, cumpriu-
se a Lei Orgânica da Magistratura.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Senhor
Presidente, no silêncio do meu voto, eu certamente devo ter me
comportado tal como Vossa Excelência que, ao iniciar os trabalhos,
manifestou uma imediata irresignação com relação ao regimento que
estava ofendendo literalmente a LOMAN. Talvez o meu voto tenha sido
conduzido por isso.
Eu ainda não pertencia ao Tribunal, mas o Ministro Gilmar Mendes,
se não me engano, tem algumas colocações a esse respeito. Tenho a
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impressão de que a Suprema Corte, exatamente para não fazer prevalecer
uma questão equivocada de fundo sobre outra, tem já uma jurisprudência
firmada no sentido de que a reclamação permite a adoção de uma solução
que conjure um dispositivo regimental que vai gerar uma outra eleição
ilegal em contravenção à Lei Orgânica da Magistratura.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Mas
nisso também eu estou de pleno acordo com Vossa Excelência. É a tese. O
Tribunal só assentou a tese da ADI.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - O que eu dizia,
Presidente, é que, talvez, no caso, diante da inequívoca (a meu ver, parece
inequívoca) contraposição entre o que dispõe o regimento e o que dispõe
a LOMAN – e nós entendemos que aqui há um bloco de
constitucionalidade que compõe essa norma –, a norma regimental
deveria ser, desde logo, declarada inconstitucional.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) -
Inconstitucional. Até para que não possa ser invocada na próxima eleição.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Vai fazer outra
eleição agora.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Até porque, a
despeito de peculiaridades que se identificam – e, na época, exatamente
quando essa questão veio, eu tive dúvida, pois sempre estamos diante de
situações muito peculiares; uma vez que eleição está envolvida,
dependendo da fase em que isso está em jogo, afetará, conforme o
Ministro Luiz Fux teve o cuidado de dizer, a própria gestão. Neste caso, o
mandato está já findo, mas outro pode se instaurar. Então, talvez o
Tribunal devesse se pronunciar nesse sentido.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - E, a bem da
5
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impressão de que a Suprema Corte, exatamente para não fazer prevalecer
uma questão equivocada de fundo sobre outra, tem já uma jurisprudência
firmada no sentido de que a reclamação permite a adoção de uma solução
que conjure um dispositivo regimental que vai gerar uma outra eleição
ilegal em contravenção à Lei Orgânica da Magistratura.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Mas
nisso também eu estou de pleno acordo com Vossa Excelência. É a tese. O
Tribunal só assentou a tese da ADI.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - O que eu dizia,
Presidente, é que, talvez, no caso, diante da inequívoca (a meu ver, parece
inequívoca) contraposição entre o que dispõe o regimento e o que dispõe
a LOMAN – e nós entendemos que aqui há um bloco de
constitucionalidade que compõe essa norma –, a norma regimental
deveria ser, desde logo, declarada inconstitucional.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) -
Inconstitucional. Até para que não possa ser invocada na próxima eleição.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Vai fazer outra
eleição agora.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Até porque, a
despeito de peculiaridades que se identificam – e, na época, exatamente
quando essa questão veio, eu tive dúvida, pois sempre estamos diante de
situações muito peculiares; uma vez que eleição está envolvida,
dependendo da fase em que isso está em jogo, afetará, conforme o
Ministro Luiz Fux teve o cuidado de dizer, a própria gestão. Neste caso, o
mandato está já findo, mas outro pode se instaurar. Então, talvez o
Tribunal devesse se pronunciar nesse sentido.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - E, a bem da
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verdade, essa questão de fidelidade atende ambas as partes interessadas
que estão aqui presentes. A bem da verdade, o que as partes pediram foi
que o Tribunal concedesse um norte para que realizassem eleições
regulares. Eu tenho uma convivência plena...
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Ministro, vamos fazer
isso na reclamação quando se tem a premissa de que não estaria a haver o
desrespeito ao que decidido, na ação direta de inconstitucionalidade, pelo
Tribunal?
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Então vamos
deixar a eleição se realizar ilegalmente e, ano que vem, virá outra
reclamação.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - O problema é esse: a
reclamação é um processo específico.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Mas a
forma como estamos decidindo deixará evidentemente clara a postura da
Corte em relação à incidência, ou não, da Lei Orgânica. Qualquer que seja
a decisão da Corte, vamos pronunciar-nos sobre a questão da incidência e
da aplicabilidade do artigo 102 da LOMAN. Independentemente de qual
seja o resultado, a Corte se pronunciará sobre o assunto, porque esse é o
cerne da controvérsia jurídica.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Eu só queria
ressaltar a lisura das partes que pediram apenas isto: que houvesse um
norte.
O SENHOR ADÃO SERGIO DO NASCIMENTO CASSIANO
(ADVOGADO) - Senhor Presidente, uma questão de ordem, uma
informação de fato, se o eminente Relator me permitir.
6
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verdade, essa questão de fidelidade atende ambas as partes interessadas
que estão aqui presentes. A bem da verdade, o que as partes pediram foi
que o Tribunal concedesse um norte para que realizassem eleições
regulares. Eu tenho uma convivência plena...
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Ministro, vamos fazer
isso na reclamação quando se tem a premissa de que não estaria a haver o
desrespeito ao que decidido, na ação direta de inconstitucionalidade, pelo
Tribunal?
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Então vamos
deixar a eleição se realizar ilegalmente e, ano que vem, virá outra
reclamação.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - O problema é esse: a
reclamação é um processo específico.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Mas a
forma como estamos decidindo deixará evidentemente clara a postura da
Corte em relação à incidência, ou não, da Lei Orgânica. Qualquer que seja
a decisão da Corte, vamos pronunciar-nos sobre a questão da incidência e
da aplicabilidade do artigo 102 da LOMAN. Independentemente de qual
seja o resultado, a Corte se pronunciará sobre o assunto, porque esse é o
cerne da controvérsia jurídica.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Eu só queria
ressaltar a lisura das partes que pediram apenas isto: que houvesse um
norte.
O SENHOR ADÃO SERGIO DO NASCIMENTO CASSIANO
(ADVOGADO) - Senhor Presidente, uma questão de ordem, uma
informação de fato, se o eminente Relator me permitir.
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O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) -
Ministro, Vossa Excelência permite?
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Sim.
O SENHOR ADÃO SERGIO DO NASCIMENTO CASSIANO
(ADVOGADO) - Na ADI nº 4.666, ajuizada pelo eminente Procurador-
Geral da República contra o Regimento Interno, já está sendo
encaminhada, no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, a revogação
dos dispositivos impugnados.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Acho
que é uma boa notícia que Vossa Excelência está dando ao Tribunal.
O SENHOR ADÃO SERGIO DO NASCIMENTO CASSIANO
(ADVOGADO) - Muito obrigado.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Mas,
enfim, eu só queria trazer essas ponderações a Vossa Excelência, porque
me pareceu que a particularidade, a singularidade do caso não me
permite dizer que teria sido descumprida a Lei Orgânica.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Mas nesse caso,
então, seria um caso de falta de identidade.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - De
julgar improcedente a reclamação.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Por falta de
identidade material, por causa da situação de fato.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Julgar
improcedente a reclamação, porque não houve ofensa ao acórdão da
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Ministro, Vossa Excelência permite?
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Sim.
O SENHOR ADÃO SERGIO DO NASCIMENTO CASSIANO
(ADVOGADO) - Na ADI nº 4.666, ajuizada pelo eminente Procurador-
Geral da República contra o Regimento Interno, já está sendo
encaminhada, no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, a revogação
dos dispositivos impugnados.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Acho
que é uma boa notícia que Vossa Excelência está dando ao Tribunal.
O SENHOR ADÃO SERGIO DO NASCIMENTO CASSIANO
(ADVOGADO) - Muito obrigado.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Mas,
enfim, eu só queria trazer essas ponderações a Vossa Excelência, porque
me pareceu que a particularidade, a singularidade do caso não me
permite dizer que teria sido descumprida a Lei Orgânica.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Mas nesse caso,
então, seria um caso de falta de identidade.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - De
julgar improcedente a reclamação.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Por falta de
identidade material, por causa da situação de fato.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Julgar
improcedente a reclamação, porque não houve ofensa ao acórdão da
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Corte.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - E neste caso menos
ainda nós teríamos como declarar inconstitucional.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) -
Porque não houve ofensa à autoridade da ADI nº 3.566, porque, na
verdade, se observou o critério de antiguidade.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Ainda que sem
querer, não interessa.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Não
sei se foi sem querer ou não, mas acabou sendo observado.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Pelas discussões
havidas.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Ministro Cezar Peluso,
sem nenhum compromisso com o agasalhamento da tese da
transcendência dos motivos determinantes, sem colocar isso.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Não,
nada de tese de transcendência.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Exatamente. É
importante.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Eu até fiz
questão de ressalvar, Senhor Presidente, que não era a hipótese de dar
efeito vinculante à teoria dos motivos determinantes.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Vossa
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Corte.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - E neste caso menos
ainda nós teríamos como declarar inconstitucional.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) -
Porque não houve ofensa à autoridade da ADI nº 3.566, porque, na
verdade, se observou o critério de antiguidade.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Ainda que sem
querer, não interessa.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Não
sei se foi sem querer ou não, mas acabou sendo observado.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Pelas discussões
havidas.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Ministro Cezar Peluso,
sem nenhum compromisso com o agasalhamento da tese da
transcendência dos motivos determinantes, sem colocar isso.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Não,
nada de tese de transcendência.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Exatamente. É
importante.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Eu até fiz
questão de ressalvar, Senhor Presidente, que não era a hipótese de dar
efeito vinculante à teoria dos motivos determinantes.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Vossa
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Debate
RCL 9.723 / RS
Excelência permite nova manifestação?
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Por favor.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - O
senhor está com a palavra.
O SENHOR WERNER CANTALÍCIO BECKER (ADVOGADO)
-Com todo respeito, Excelência, eu queria esclarecer um dado de fato.
Talvez seja uma demasia, justamente face à forma com que, pelo Senhor
Presidente, foi balizada a eleição, qualquer um podia ser candidato. Esse
fato fez com que acontecesse aquilo que a LOMAN exige, as duas facções
se polarizaram e não concorreram a candidaturas porque já estavam
polarizadas, transformou-se em eleição, já estavam então obrigados a
uma ou outra facção.
Era apenas isso, Excelência.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Mas a
isso a resposta é a seguinte: a contextura factual das hipóteses que estão
ligadas ao artigo 102 leva a isso inevitavelmente, bastando, como sucedeu
aqui, que os cinco não sejam candidatos ao mesmo tempo para todos os
cargos. Quando os cinco são candidatos aos mesmos cargos, aí sim.
Agora, quando, para cada cargo, os candidatos são diferentes, é
inevitável, não há outra maneira de resolver a questão da antiguidade,
isso faz parte das possibilidades factuais. Agora, se é o candidato de
facção A ou de facção B, isso é outra coisa.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - E uma outra
questão também, Senhor Presidente. Eu fiquei bastante impressionado
com a constância com que me procuraram para obterem como deveriam
fazer a próxima eleição. Então, eu estou entendendo que, por essa
questão de forma, nós vamos permitir que uma outra eleição se realize
sem obediência da LOMAN.
9
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Excelência permite nova manifestação?
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Por favor.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - O
senhor está com a palavra.
O SENHOR WERNER CANTALÍCIO BECKER (ADVOGADO)
-Com todo respeito, Excelência, eu queria esclarecer um dado de fato.
Talvez seja uma demasia, justamente face à forma com que, pelo Senhor
Presidente, foi balizada a eleição, qualquer um podia ser candidato. Esse
fato fez com que acontecesse aquilo que a LOMAN exige, as duas facções
se polarizaram e não concorreram a candidaturas porque já estavam
polarizadas, transformou-se em eleição, já estavam então obrigados a
uma ou outra facção.
Era apenas isso, Excelência.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Mas a
isso a resposta é a seguinte: a contextura factual das hipóteses que estão
ligadas ao artigo 102 leva a isso inevitavelmente, bastando, como sucedeu
aqui, que os cinco não sejam candidatos ao mesmo tempo para todos os
cargos. Quando os cinco são candidatos aos mesmos cargos, aí sim.
Agora, quando, para cada cargo, os candidatos são diferentes, é
inevitável, não há outra maneira de resolver a questão da antiguidade,
isso faz parte das possibilidades factuais. Agora, se é o candidato de
facção A ou de facção B, isso é outra coisa.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - E uma outra
questão também, Senhor Presidente. Eu fiquei bastante impressionado
com a constância com que me procuraram para obterem como deveriam
fazer a próxima eleição. Então, eu estou entendendo que, por essa
questão de forma, nós vamos permitir que uma outra eleição se realize
sem obediência da LOMAN.
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Debate
RCL 9.723 / RS
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Eu
acho que não.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Eu acredito que não.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Mas é a organicidade
do Direito, especialmente do instrumental.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Deverá ser revogada
essa norma regimental diante da observação de Vossa Excelência, tão
categórico.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Não
sei, mas enfim, dada a discussão, tomo os votos.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Senhor Presidente,
nós temos precedente a partir, por exemplo, da Reclamação nº 595, e isso
nada tem a ver com os fundamentos dos motivos determinantes. A
discussão, na época, era o caso da relatoria do Ministro Sydney Sanches,
em que foi declarada inconstitucional a alínea “c” do inciso I do artigo
106 da Constituição do Estado de Sergipe, que outorgava a competência
ao Tribunal de Justiça para processar e julgar ação direta de
inconstitucionalidade de normas municipais em face da Constituição
Federal. O Tribunal, processando uma reclamação, entendeu que aquela
outorga era indevida e declarou a inconstitucionalidade. Por isso me
parece que, constatada a inconstitucionalidade – e nós já o fizemos aqui
em vários processos, e aí não se trata obviamente de fundamentos
determinantes, mas de fundamentos específicos que nós estamos a
desenvolver no caso concreto –, nós devêssemos declarar a
inconstitucionalidade, tal como já propôs o Ministro Fux, da norma
regimental.
10
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O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Eu
acho que não.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Eu acredito que não.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Mas é a organicidade
do Direito, especialmente do instrumental.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Deverá ser revogada
essa norma regimental diante da observação de Vossa Excelência, tão
categórico.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Não
sei, mas enfim, dada a discussão, tomo os votos.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Senhor Presidente,
nós temos precedente a partir, por exemplo, da Reclamação nº 595, e isso
nada tem a ver com os fundamentos dos motivos determinantes. A
discussão, na época, era o caso da relatoria do Ministro Sydney Sanches,
em que foi declarada inconstitucional a alínea “c” do inciso I do artigo
106 da Constituição do Estado de Sergipe, que outorgava a competência
ao Tribunal de Justiça para processar e julgar ação direta de
inconstitucionalidade de normas municipais em face da Constituição
Federal. O Tribunal, processando uma reclamação, entendeu que aquela
outorga era indevida e declarou a inconstitucionalidade. Por isso me
parece que, constatada a inconstitucionalidade – e nós já o fizemos aqui
em vários processos, e aí não se trata obviamente de fundamentos
determinantes, mas de fundamentos específicos que nós estamos a
desenvolver no caso concreto –, nós devêssemos declarar a
inconstitucionalidade, tal como já propôs o Ministro Fux, da norma
regimental.
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RCL 9.723 / RS
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Eu
acho que Vossa Excelência tem toda a razão.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - E mais, com o
acréscimo da informação do advogado de que o Ministério Público já
ajuizou.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - E até
para esclarecer a Vossa Excelência - Vossa Excelência não estava aqui
ainda, nós não tínhamos tido a honra da presença de Vossa Excelência até
então -, mas o Ministro Gilmar Mendes lembra bem que, a propósito da
questão dos registradores e serventuários, assentamos que, quando a
Corte, na ADI, fixa a tese, ela é aplicável a qualquer outra circunstância
idêntica, pois não é possível que o Tribunal seja obrigado, em cada
reclamação, a examinar novamente caso igual a que se aplica mesma tese
jurídica. O Tribunal fixa a tese jurídica na decisão da ADI. Então, se diz lá
que a aposentadoria aos setenta anos não se aplica, não se aplica a
qualquer caso, em qualquer hipótese, em qualquer estado, em qualquer
situação.
A mesma coisa sucede aqui, ou seja, se o Tribunal já fixou que norma
regimental que contrarie a Lei Orgânica é inconstitucional, basta
examinar e aplicar o precedente a norma idêntica.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Senhor
Presidente, Vossa Excelência me permite a palavra? Em primeiro lugar,
queria dizer que nem sei qual é o artigo do Regimento Interno que
estamos discutindo. Não conheço o teor, não sei a extensão.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Está
transcrito na inicial.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Ouvi
dizer que ele conflita com o artigo 102. A reclamação é o remédio, é o
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O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Eu
acho que Vossa Excelência tem toda a razão.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - E mais, com o
acréscimo da informação do advogado de que o Ministério Público já
ajuizou.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - E até
para esclarecer a Vossa Excelência - Vossa Excelência não estava aqui
ainda, nós não tínhamos tido a honra da presença de Vossa Excelência até
então -, mas o Ministro Gilmar Mendes lembra bem que, a propósito da
questão dos registradores e serventuários, assentamos que, quando a
Corte, na ADI, fixa a tese, ela é aplicável a qualquer outra circunstância
idêntica, pois não é possível que o Tribunal seja obrigado, em cada
reclamação, a examinar novamente caso igual a que se aplica mesma tese
jurídica. O Tribunal fixa a tese jurídica na decisão da ADI. Então, se diz lá
que a aposentadoria aos setenta anos não se aplica, não se aplica a
qualquer caso, em qualquer hipótese, em qualquer estado, em qualquer
situação.
A mesma coisa sucede aqui, ou seja, se o Tribunal já fixou que norma
regimental que contrarie a Lei Orgânica é inconstitucional, basta
examinar e aplicar o precedente a norma idêntica.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Senhor
Presidente, Vossa Excelência me permite a palavra? Em primeiro lugar,
queria dizer que nem sei qual é o artigo do Regimento Interno que
estamos discutindo. Não conheço o teor, não sei a extensão.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Está
transcrito na inicial.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Ouvi
dizer que ele conflita com o artigo 102. A reclamação é o remédio, é o
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recurso, reconhecidamente, de estreitíssimos limites no que diz respeito à
apreciação dos temas nele veiculados. Em uma ação objetiva...
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Só
para esclarecimento de Vossa Excelência. À página 6 da petição inicial
estão transcritos não apenas o artigo 102 da LOMAN, mas também o
artigo 5º do Regimento Interno.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Senhor
Presidente, eu li os artigos.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Mas não é
uma transcrição; isso é uma alegação.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, vamos
atuar como se o processo fosse objetivo e pudéssemos exercer o controle
concentrado de constitucionalidade? Mais ainda: como fica o princípio da
necessidade? Ou seja, o máximo de eficácia da lei com o mínimo de
atividade judicante.
Não estamos nos defrontando com uma ação direta de
inconstitucionalidade contra o Regimento Interno do Tribunal de Justiça
do Rio Grande do Sul.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Que seria outra coisa.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Estamos atuando em
uma via muito afunilada: a da reclamação – a pressupor, sempre, ou a
usurpação da competência do Supremo ou o desrespeito ao que decidido
pelo Supremo, estampado em acórdão.
Chegamos à conclusão – e não sei se também chegou o relator – que
não há descompasso. O Presidente apontou muito bem que a situação do
Rio Grande do Sul se mostrou peculiar, tendo em conta os candidatos aos
cargos. Vamos adiante para transformar essa reclamação em uma
12
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recurso, reconhecidamente, de estreitíssimos limites no que diz respeito à
apreciação dos temas nele veiculados. Em uma ação objetiva...
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Só
para esclarecimento de Vossa Excelência. À página 6 da petição inicial
estão transcritos não apenas o artigo 102 da LOMAN, mas também o
artigo 5º do Regimento Interno.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Senhor
Presidente, eu li os artigos.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Mas não é
uma transcrição; isso é uma alegação.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, vamos
atuar como se o processo fosse objetivo e pudéssemos exercer o controle
concentrado de constitucionalidade? Mais ainda: como fica o princípio da
necessidade? Ou seja, o máximo de eficácia da lei com o mínimo de
atividade judicante.
Não estamos nos defrontando com uma ação direta de
inconstitucionalidade contra o Regimento Interno do Tribunal de Justiça
do Rio Grande do Sul.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Que seria outra coisa.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Estamos atuando em
uma via muito afunilada: a da reclamação – a pressupor, sempre, ou a
usurpação da competência do Supremo ou o desrespeito ao que decidido
pelo Supremo, estampado em acórdão.
Chegamos à conclusão – e não sei se também chegou o relator – que
não há descompasso. O Presidente apontou muito bem que a situação do
Rio Grande do Sul se mostrou peculiar, tendo em conta os candidatos aos
cargos. Vamos adiante para transformar essa reclamação em uma
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 31 de 35
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RCL 9.723 / RS
verdadeira ação direta de inconstitucionalidade e nos pronunciarmos,
não considerado o caso concreto, o desrespeito ao que assentamos na
ação direta de inconstitucionalidade anterior, mas a harmonia, ou não, do
preceito do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Rio
Grande do Sul com a Carta da República?
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - E sem cumprir a Lei
n. 9.868/99.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Sem ouvir
a AGU?
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - O Ministro está
dizendo que, se vamos declarar a inconstitucionalidade, não estaríamos
aqui cumprindo a...
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Eu já suscitei, no
Plenário, um encontro que, mais cedo ou mais tarde, teremos para definir,
ante o silêncio do artigo 93 da Constituição atual, ao contrário do que
ocorria com a Carta decaída, se a matéria está submetida, ou não, à Lei
Orgânica da Magistratura, porque, antes, havia como princípio, a ser
tratado pela LOMAN, a estruturação, em si, da eleição para os cargos
diretivos do Tribunal. A atual, potencializando a autonomia
administrativa dos tribunais, não remete mais essa matéria à LOMAN.
Então, creio que...
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Mas veja, se for esse
o argumento, declara-se constitucional a norma regimental, e não
inconstitucional. Então é outra coisa. Se o argumento é de que houve uma
alteração no parâmetro de controle, esse argumento está sendo mudado.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Ministro, há aquele
princípio de que só devemos aferir se a norma é harmônica, ou não, com
13
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verdadeira ação direta de inconstitucionalidade e nos pronunciarmos,
não considerado o caso concreto, o desrespeito ao que assentamos na
ação direta de inconstitucionalidade anterior, mas a harmonia, ou não, do
preceito do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Rio
Grande do Sul com a Carta da República?
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - E sem cumprir a Lei
n. 9.868/99.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Sem ouvir
a AGU?
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - O Ministro está
dizendo que, se vamos declarar a inconstitucionalidade, não estaríamos
aqui cumprindo a...
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Eu já suscitei, no
Plenário, um encontro que, mais cedo ou mais tarde, teremos para definir,
ante o silêncio do artigo 93 da Constituição atual, ao contrário do que
ocorria com a Carta decaída, se a matéria está submetida, ou não, à Lei
Orgânica da Magistratura, porque, antes, havia como princípio, a ser
tratado pela LOMAN, a estruturação, em si, da eleição para os cargos
diretivos do Tribunal. A atual, potencializando a autonomia
administrativa dos tribunais, não remete mais essa matéria à LOMAN.
Então, creio que...
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Mas veja, se for esse
o argumento, declara-se constitucional a norma regimental, e não
inconstitucional. Então é outra coisa. Se o argumento é de que houve uma
alteração no parâmetro de controle, esse argumento está sendo mudado.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Ministro, há aquele
princípio de que só devemos aferir se a norma é harmônica, ou não, com
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a Constituição quando indispensável ao julgamento a ser procedido.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Não. Na
jurisprudência do Supremo, pelo menos até aqui, o entendimento era de
outra índole. Eu estava citando para a Ministra Cármen Lúcia – e há
precedentes de Vossa Excelência em relação à chamada causa petendi
aberta – aquela sentença estrangeira da Lei da Arbitragem, em que se diz,
claramente, que não era necessário discutir a questão de
constitucionalidade daqueles casos. Todavia, com o debate, se insertou,
exatamente como aqui está a se fazer.
Veja que o Ministro Fux traz exatamente essa indagação. As partes
estão exatamente suscitando que o Tribunal defina. Por quê? Porque há
uma eleição para se fazer. Vai que não haja essa revogação! E novamente
esse tema voltará!
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - E eu esclareci
que as partes interessadas me pediram que desse um norte para as
próximas eleições. E outro aspecto: nós somos uma Suprema Corte, e os
remédios aqui são fungíveis. Nós temos, a todo custo, que defender o
tecido constitucional.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Não me imagino com
esse poder todo! Não me imagino.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Ministro
Fux, data venia, nós não somos um órgão consultivo! Aqui se trata de um
Tribunal de um dos maiores estados da federação, que saberá,
certamente, como agir no momento da eleição! Nós temos uma lei
orgânica em vigor que deve ser observada.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Ninguém
melhor do que eu, que vivi cinco anos no Rio Grande do Sul, onde fiz a
minha formação com o falecido Professor Ovídio Baptista, para saber do
14
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a Constituição quando indispensável ao julgamento a ser procedido.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Não. Na
jurisprudência do Supremo, pelo menos até aqui, o entendimento era de
outra índole. Eu estava citando para a Ministra Cármen Lúcia – e há
precedentes de Vossa Excelência em relação à chamada causa petendi
aberta – aquela sentença estrangeira da Lei da Arbitragem, em que se diz,
claramente, que não era necessário discutir a questão de
constitucionalidade daqueles casos. Todavia, com o debate, se insertou,
exatamente como aqui está a se fazer.
Veja que o Ministro Fux traz exatamente essa indagação. As partes
estão exatamente suscitando que o Tribunal defina. Por quê? Porque há
uma eleição para se fazer. Vai que não haja essa revogação! E novamente
esse tema voltará!
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - E eu esclareci
que as partes interessadas me pediram que desse um norte para as
próximas eleições. E outro aspecto: nós somos uma Suprema Corte, e os
remédios aqui são fungíveis. Nós temos, a todo custo, que defender o
tecido constitucional.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Não me imagino com
esse poder todo! Não me imagino.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI - Ministro
Fux, data venia, nós não somos um órgão consultivo! Aqui se trata de um
Tribunal de um dos maiores estados da federação, que saberá,
certamente, como agir no momento da eleição! Nós temos uma lei
orgânica em vigor que deve ser observada.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) - Ninguém
melhor do que eu, que vivi cinco anos no Rio Grande do Sul, onde fiz a
minha formação com o falecido Professor Ovídio Baptista, para saber do
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Debate
RCL 9.723 / RS
alto saber dos componentes do Tribunal do Rio Grande do Sul, da higidez
intelectual, moral e ética de todos os membros. Nós estamos aqui
julgando uma questão. Eu, por exemplo, não tive a sorte que Vossa
Excelência ouvisse os artigos que eu li do Regimento; mas eu os li. Eles
pretendem fazer uma eleição hígida, legítima. Ambas as partes pediram
isso. Talvez isso tenha até me conduzido a essa proposição. Mas eu
convivo num Colegiado! O que Vossas Excelências decidirem, para mim,
evidentemente que me curvarei. Só acho um momento inoportuno.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Ministro Cezar Peluso, a
proposta de Vossa Excelência está de bom tamanho.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) -
Ministro Ricardo Lewandowski, vou fazer essa proposta de julgar
improcedente a reclamação, porque, segundo os fatos apurados, não
houve descumprimento do que decidido na ADI.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Eu preferiria não-
conhecimento.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Então, não há
identidade material entre o que aconteceu; essa é a razão para o
improcedente.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Nós
julgamos improcedente, porque não houve descumprimento da Lei
Orgânica.
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alto saber dos componentes do Tribunal do Rio Grande do Sul, da higidez
intelectual, moral e ética de todos os membros. Nós estamos aqui
julgando uma questão. Eu, por exemplo, não tive a sorte que Vossa
Excelência ouvisse os artigos que eu li do Regimento; mas eu os li. Eles
pretendem fazer uma eleição hígida, legítima. Ambas as partes pediram
isso. Talvez isso tenha até me conduzido a essa proposição. Mas eu
convivo num Colegiado! O que Vossas Excelências decidirem, para mim,
evidentemente que me curvarei. Só acho um momento inoportuno.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Ministro Cezar Peluso, a
proposta de Vossa Excelência está de bom tamanho.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) -
Ministro Ricardo Lewandowski, vou fazer essa proposta de julgar
improcedente a reclamação, porque, segundo os fatos apurados, não
houve descumprimento do que decidido na ADI.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO - Eu preferiria não-
conhecimento.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Então, não há
identidade material entre o que aconteceu; essa é a razão para o
improcedente.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) - Nós
julgamos improcedente, porque não houve descumprimento da Lei
Orgânica.
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Decisão de Julgamento
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
RECLAMAÇÃO 9.723
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. LUIZ FUX
RECLTE.(S) : ARNO WERLANG E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : WERNER CANTALÍCIO JOÃO BECKER E OUTRO(A/S)
RECLDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
INTDO.(A/S) : JOSÉ AQUINO FLORES DE CAMARGO
INTDO.(A/S) : VOLTAIRE LIMA DE MORAES
INTDO.(A/S) : LISELENA SCHIFINO ROBLES RIBEIRO
ADV.(A/S) : ADAO SERGIO DO NASCIMENTO CASSIANO E OUTRO(A/S)
Decisão: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do
Relator, julgou improcedente a reclamação. Votou o Presidente,
Ministro Cezar Peluso. Ausentes, justificadamente, o Senhor
Ministro Celso de Mello e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim
Barbosa. Falaram, pelos reclamantes, o Dr. Werner Cantalício João
Becker e, pelos interessados, o Dr. Adão Sérgio do Nascimento
Cassiano. Plenário, 27.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ayres
Britto, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Procurador-Geral da República, Dr. Roberto Monteiro Gurgel
Santos.
Luiz Tomimatsu
Secretário
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1587606
Supremo Tribunal Federal
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
RECLAMAÇÃO 9.723
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. LUIZ FUX
RECLTE.(S) : ARNO WERLANG E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : WERNER CANTALÍCIO JOÃO BECKER E OUTRO(A/S)
RECLDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
INTDO.(A/S) : JOSÉ AQUINO FLORES DE CAMARGO
INTDO.(A/S) : VOLTAIRE LIMA DE MORAES
INTDO.(A/S) : LISELENA SCHIFINO ROBLES RIBEIRO
ADV.(A/S) : ADAO SERGIO DO NASCIMENTO CASSIANO E OUTRO(A/S)
Decisão: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do
Relator, julgou improcedente a reclamação. Votou o Presidente,
Ministro Cezar Peluso. Ausentes, justificadamente, o Senhor
Ministro Celso de Mello e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim
Barbosa. Falaram, pelos reclamantes, o Dr. Werner Cantalício João
Becker e, pelos interessados, o Dr. Adão Sérgio do Nascimento
Cassiano. Plenário, 27.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ayres
Britto, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Procurador-Geral da República, Dr. Roberto Monteiro Gurgel
Santos.
Luiz Tomimatsu
Secretário
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1587606
Inteiro Teor do Acórdão - Página 35 de 35
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1627673 | 2011-10-27T00:00:00 | 2011-12-14T00:00:00 | O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, julgou improcedente a reclamação. Votou o Presidente, Ministro Cezar Peluso. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. Falaram, pelos reclamantes, o Dr. Werner Cantalício João Becker e, pelos interessados, o Dr. Adão Sérgio do Nascimento Cassiano. Plenário, 27.10.2011. | RECLAMAÇÃO | Ementa: 1) A RECLAMAÇÃO É INSTRUMENTO CABÍVEL NAS HIPÓTESES EM QUE UMA DECISÃO JUDICIAL OU ADMINISTRATIVA AFRONTA O CONTEÚDO NORMATIVO DO DECISUM LAVRADO EM SEDE DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
2) O PROCEDIMENTO DE ESCOLHA DOS CARGOS DE DIREÇÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PREVISTO NO SEU REGIMENTO INTERNO OFENDE, EM ABSTRATO, A REGRA SOBRE O TEMA CONTIDA NO ARTIGO 102 DA LOMAN.
3) OFENSA À DECISÃO PROFERIDA NA ADI nº 3.566 QUE VEDA QUE REGIMENTO INTERNO DE TRIBUNAL VIOLE A LEI COMPLEMENTAR Nº 35/79 QUANTO AO TEMA DA ESCOLHA DOS DIRIGENTES DO TRIBUNAL.
4) PREJUDICADO O AGRAVO REGIMENTAL INTERPOSTO PELOS RECLAMANTES.
5) IRREVERSIBILIDADE DA SITUAÇÃO FÁTICA CRIADA. PRINCÍPIOS DA SEGURANÇA JURÍDICA E DA PROTEÇÃO DA CONFIANÇA IMPÕEM A IMPROCEDÊNCIA DA RECLAMAÇÃO. | sjur202798 | - Acórdãos citados: Rcl 595, ADI 841 - Tribunal Pleno, ADI 3566, ADI 4108 MC-REF - Tribunal Pleno, Rcl 5989 AgR - Tribunal Pleno, RE 101354 - Tribunal Pleno.
- Decisão monocrática citada: ADI 4666.
Número de páginas: 35.
Análise: 19/01/2012, SEV.
Revisão: 02/02/2012, MMR. | LUIZ FUX | Tribunal Pleno | 9723 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00093 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED LCP-000035 ANO-1979\r\n ART-00093 ART-00102 \r\n LOMAN-1979 LEI ORGÂNICA DA MAGISTRATURA NACIONAL\r\n",
"LEG-FED LEI-009868 ANO-1999\r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-EST CES ANO-1989\r\n ART-00106 INC-00001 LET-C \r\n CONSTITUIÇÃO ESTADUAL, SE\r\n",
"LEG-EST RGI ANO-1992\r\n ART-00005 ART-00062 \r\n REGIMENTO INTERNO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL - TJRS"
] | Rcl | acordaos | Rcl 9723 | [
""
] | RECLTE.(S) : ARNO WERLANG E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : WERNER CANTALÍCIO JOÃO BECKER E OUTRO(A/S)
RECLDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
INTDO.(A/S) : JOSÉ AQUINO FLORES DE CAMARGO
INTDO.(A/S) : VOLTAIRE LIMA DE MORAES
INTDO.(A/S) : LISELENA SCHIFINO ROBLES RIBEIRO
ADV.(A/S) : ADAO SERGIO DO NASCIMENTO CASSIANO E OUTRO(A/S) | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECLAMAÇÃO 9 . 723",
"ADI [UNK] 3 . 566",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RECLAMAÇÃO",
"ADI 3 . 566 - DF",
"RECLAMAÇÃO 9 . 723",
"ADI 3 . 566 - DF",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"ADI [UNK] 3 . 566",
"RCL 9 . 723 / RS",
"ADI [UNK] 3 . 566",
"RCL 9 . 723 / RS",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade n . 3 . 566",
"RCL 9 . 723 / RS",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade n . 3 . 566",
"RCL 9 . 723 / RS",
"ADI [UNK] 3 . 566",
"ADI [UNK] 3 . 566",
"RCL 9 . 723 / RS",
"ADI [UNK]",
"ADI [UNK] 3 . 566",
"ADI [UNK] 3 . 566",
"ADI [UNK] 3 . 566 / DF",
"ADI [UNK] 3 . 566",
"ADI [UNK] 3 . 566 / DF",
"ADI [UNK] 3 . 566",
"RCL 9 . 723 / RS",
"ADI [UNK] 3 . 566",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"ADI [UNK] 3 . 566",
"RCL 9 . 723 / RS",
"ADI [UNK] 3 . 566",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"ADI [UNK] 3 . 566",
"Rcl 5989 AgR / RJ -",
"ADI [UNK] 3 . 566",
"ADI [UNK] 3 . 566",
"ADI [UNK] 3 . 566",
"RCL 9 . 723 / RS",
"ADI [UNK] 3 . 566",
"Rcl 5989 AgR / RJ",
"ADI [UNK] 3 . 566",
"ADI [UNK] 3 . 566",
"ADI [UNK] 3 . 566",
"RCL 9 . 723 / RS",
"ADI [UNK] 3 . 566",
"RE [UNK] 101 . 354 - 1 / AM",
"RCL 9 . 723 / RS",
"ADI [UNK] 3 . 566",
"RE [UNK] 101 . 354 - 1 / AM",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RE 101354 / AM - AMAZONAS",
"ADI 4108 REF - MC",
"ADI 841",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RE 101354 / AM - AMAZONAS",
"ADI 4108 REF - MC",
"ADI 841",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RECLAMAÇÃO 9 . 723",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"ADI [UNK] 4 . 666",
"RCL 9 . 723 / RS",
"ADI [UNK] 4 . 666",
"RCL 9 . 723 / RS",
"ADI [UNK] 3 . 566",
"RCL 9 . 723 / RS",
"ADI [UNK] 3 . 566",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"Reclamação [UNK] 595",
"RCL 9 . 723 / RS",
"Reclamação [UNK] 595",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RCL 9 . 723 / RS",
"RECLAMAÇÃO 9 . 723",
"RECLAMAÇÃO 9 . 723"
],
"LEGISLACAO": [
"LEI COMPLEMENTAR [UNK] 35 / 79",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"LOMAN",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"LOMAN",
"Lei Orgânica da Magistratura Nacional",
"LC [UNK] 35 / 79",
"artigo 102 da LC [UNK] 35 / 79",
"Regimento Interno do",
"Emenda Regimental [UNK] 02 / 02",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"LOMAN",
"Lei Orgânica da Magistratura Nacional",
"LC [UNK] 35 / 79",
"artigo 102 da LC [UNK] 35 / 79",
"Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Emenda Regimental [UNK] 02 / 02",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Emenda Regimental n° 02 / 96",
"artigo 102 da LC [UNK] 35 / 79",
"art . 102 da LC [UNK] 35",
"Lei Orgânica da Magistratura",
"Estatuto da Magistratura",
"art . 93 , caput , da Constituição Federal",
"art . 96 , inc . I , letra a , da Constituição Federal",
"art . 102 da Lei Complementar federal [UNK] 35",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Emenda Regimental n° 02 / 96",
"artigo 102 da LC [UNK] 35 / 79",
"art . 102 da LC [UNK] 35",
"Lei Orgânica da Magistratura",
"Estatuto da",
"art . 93 , caput , da Constituição Federal",
"art . 96 , inc . I , letra a , da Constituição Federal",
"art . 102 da Lei Complementar federal [UNK] 35",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] da Lei [UNK] 7 . 727 / 89",
"arts",
"art",
"art",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] da Lei [UNK] 7 . 727 / 89",
"Regimento Interno do Tribunal Regional",
"art",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Regimento Interno do Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Regimento Interno do Rio Grande do Sul",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Regimento Interno do Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"LOMAN",
"Regimento Interno do Rio Grande do Sul",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Regimento Interno do",
"art . 102 da LC [UNK] 35 / 79",
"Lei Orgânica da Magistratura",
"Estatuto da",
"art . 93 , caput , da Constituição Federal",
"art . 96 , inc . I , letra a , da Constituição Federal",
"art . 102 da Lei Complementar federal [UNK] 35",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Regimento Interno do Tribunal gaúcho",
"art . 102 da LC [UNK] 35 / 79",
"Lei Orgânica da Magistratura",
"Estatuto da",
"art . 93 , caput , da Constituição Federal",
"art . 96 , inc . I , letra a , da Constituição Federal",
"art . 102 da Lei Complementar federal [UNK] 35",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] da Lei [UNK] 7 . 727 / 89",
"arts . [UNK] , caput , e 11 , inc . I , letra a , do Regimento Interno do Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Lei [UNK] 7 . 727 / 89",
"artigo [UNK] , caput , do Regimento Interno do Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] da Lei [UNK] 7 . 727 / 89",
"arts . [UNK] , caput , e 11 , inc . I , letra a , do",
"Regimento Interno do Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Lei [UNK] 7 . 727 / 89",
"artigo [UNK] , caput , do",
"Regimento Interno do Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Orgânica da Magistratura",
"Constituição",
"Lei Orgânica da Magistratura",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Orgânica da Magistratura",
"Constituição",
"Constituição",
"LOMAN",
"Lei Orgânica da Magistratura",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Orgânica da Magistratura Nacional",
"Estatuto da",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Estatuto",
"Lei Orgânica da Magistratura Nacional",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Orgânica da Magistratura Nacional",
"Lei Orgânica da Magistratura Nacional",
"artigo [UNK] da Lei [UNK] 7 . 727 / 89",
"Lei Orgânica da Magistratura Nacional",
"Regimento Interno do",
"Estatuto da Magistratura",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Orgânica da Magistratura Nacional",
"Lei Orgânica da Magistratura Nacional",
"artigo [UNK] da Lei [UNK] 7 . 727 / 89",
"Lei Orgânica da Magistratura Nacional",
"LOMAN",
"Regimento",
"Estatuto da Magistratura",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] e 62 do Regimento Interno do TJ do Rio Grande do Sul",
"art",
"art",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art",
"artigos [UNK] e 62 do Regimento Interno do TJ do Rio Grande do Sul",
"art . 102 da LOMAN",
"art . 102 da LOMAN",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Orgânica da Magistratura",
"Lei Orgânica da Magistratura",
"art . 102 da LOMAN",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Orgânica da Magistratura",
"Lei Orgânica da Magistratura",
"art",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 102 da LOMAN",
"Regimento Interno do Tribunal Regional Federal",
"LOMAN",
"Regimento Interno do Rio Grande do Sul",
"LOMAN",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 102 da LOMAN",
"Regimento Interno do TRF da [UNK] Região",
"Regimento",
"Regimento Interno do Rio Grande do Sul",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"LEI ORGÂNICA DA MAGISTRATURA NACIONAL , ART - 102",
"ART - 102 , DA LOMAN",
"ART",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 102 da LOMAN",
"LEI ORGÂNICA DA MAGISTRATURA NACIONAL",
"ART - 102 , DA LOMAN",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"LEI COMPLEMENTAR N . 35",
"artigo 102 da LOMAN",
"art",
"Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul",
"art . 93 da Constituição Federal",
"LC [UNK] 35 / 79",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"LEI COMPLEMENTAR N . 35",
"LOMAN",
"artigo 102 da LOMAN",
"art . 102 da LC [UNK] 35",
"Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul",
"art . 93 da Constituição Federal",
"LC [UNK] 35 / 79",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 102 da LC [UNK] 35 / 79",
"Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 102 da LC [UNK] 35 / 79",
"Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 102 da LOMAN",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Regimento do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul",
"artigo 102 da LOMAN",
"Regimento Interno",
"artigo 102 da LOMAN",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Regimento do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul",
"artigo 102 da LOMAN",
"artigo 102 da LOMAN",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Orgânica",
"artigo 102 da Lei Orgânica",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 102 da Lei Orgânica",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Orgânica da Magistratura",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Orgânica da Magistratura",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Orgânica da Magistratura",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Orgânica da Magistratura",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Orgânica da Magistratura",
"LOMAN",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Orgânica da Magistratura",
"LOMAN",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 102 da LOMAN",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 102 da LOMAN",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"alínea “ c ” do inciso I do artigo 106 da Constituição do Estado de Sergipe",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"alínea “ c ” do inciso I do artigo 106 da Constituição do Estado de Sergipe",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 102 da LOMAN",
"artigo [UNK] do Regimento Interno",
"Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul",
"MP n° 2 . 200 - 2",
"artigo 102 da LOMAN",
"artigo [UNK] do Regimento Interno",
"Regimento Interno do Tribunal de Justiça",
"MP n° 2 . 200 - 2",
"Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Carta da República",
"Lei n . 9 . 868 / 99",
"artigo 93 da Constituição atual",
"Lei Orgânica da Magistratura",
"LOMAN",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Carta da República",
"Lei n . 9 . 868 / 99",
"artigo 93 da Constituição",
"Lei Orgânica da Magistratura",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei da Arbitragem",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"RIO GRANDE DO SUL",
"Brasília",
"Brasília",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"Rio Grande do Sul",
"Rio Grande do Sul",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"Brasília",
"Brasília",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO GRANDE DO SUL",
"Rio Grande do Sul",
"RIO GRANDE DO SUL",
"Rio Grande do Sul",
"Rio Grande do Sul",
"Rio Grande do Sul",
"Rio Grande do Sul",
"Rio Grande do Sul",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL"
],
"ORGANIZACAO": [
"PLENÁRIO",
"TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL",
"TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL",
"Pleno do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Tribunal de Justiça",
"STF",
"Tribunal de Justiça do Estado",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL",
"Pleno do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Tribunal de Justiça",
"STF",
"Tribunal de Justiça do Estado",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal Pleno",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"Werner Cantalício João Becker",
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"2001",
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".",
"10",
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Decisão sobre Repercussão Geral
13/10/2011
PLENÁRIO
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 628.075 RIO
GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. JOAQUIM BARBOSA
RECTE.(S)
:GELITA DO BRASIL LTDA
ADV.(A/S)
:MARCELO SILVA POLTRONIERI E OUTRO(A/S)
RECDO.(A/S)
:ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL
DO
ESTADO
DO
RIO
GRANDE DO SUL
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ICMS. GUERRA
FISCAL. CUMULATIVIDADE. ESTORNO DE CRÉDITOS POR
INICIATIVA UNILATERAL DE ENTE FEDERADO. ESTORNO
BASEADO EM PRETENSA CONCESSÃO DE BENEFÍCIO FISCAL
INVÁLIDO POR OUTRO ENTE FEDERADO.
ARTS. 1º, 2º, 3º, 102 e 155, § 2º, I DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
ART. 8º DA LC 24/1975.
MANIFESTAÇÃO PELA EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL
DA MATÉRIA.
Decisão: O Tribunal reconheceu a existência de repercussão geral da
questão constitucional suscitada, vencido o Ministro Marco Aurélio. Não
se manifestaram os Ministros Cezar Peluso, Gilmar Mendes e Cármen
Lúcia.
Ministro JOAQUIM BARBOSA
Relator
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1594776.
Supremo Tribunal Federal
DJe 01/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 12
Manifestação sobre a Repercussão Geral
13/10/2011
PLENÁRIO
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 628.075 RIO
GRANDE DO SUL
CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ICMS. GUERRAL FISCAL.
CUMULATIVIDADE. ESTORNO DE CRÉDITOS POR INICIATIVA
UNILATERAL DE ENTE FEDERADO. ESTORNO BASEADO EM
PRETENSA CONCESSÃO DE BENEFÍCIO FISCAL INVÁLIDO POR
OUTRO ENTE FEDERADO.
ARTS. 1º, 2º, 3º, 102 e 155, § 2º, I DA CONSTITUIÇÃO.
ART. 8º DA LC 24/1975.
MANIFESTAÇÃO PELA EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL DA
MATÉRIA.
M A N I F E S T A Ç Ã O
O Senhor Ministro Joaquim Barbosa (Relator): Trata-se
de recurso extraordinário (art. 102, III, a, c e d da
Constituição) interposto de acórdão prolatado pelo
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul.
Em seu acórdão, o Tribunal de origem entendeu ser
constitucional e legítima legislações local e federal
que permitiriam ao ente federado negar ao adquirente
de mercadorias o direito ao crédito de ICMS destacado
em notas fiscais, nas operações interestaduais
provenientes de estados da Federação que concedessem
benefícios fiscais inconstitucionais ou ilegais.
Em síntese, sustenta-se que o estorno dos créditos é
inconstitucional e ilegal, pois ele:
a) Viola a regra da não-cumulatividade, na medida em
que impede que o contribuinte credite-se do valor do
tributo cobrado na operação precedente (art. 155, §
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1594777.
Supremo Tribunal Federal
13/10/2011
PLENÁRIO
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 628.075 RIO
GRANDE DO SUL
CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ICMS. GUERRAL FISCAL.
CUMULATIVIDADE. ESTORNO DE CRÉDITOS POR INICIATIVA
UNILATERAL DE ENTE FEDERADO. ESTORNO BASEADO EM
PRETENSA CONCESSÃO DE BENEFÍCIO FISCAL INVÁLIDO POR
OUTRO ENTE FEDERADO.
ARTS. 1º, 2º, 3º, 102 e 155, § 2º, I DA CONSTITUIÇÃO.
ART. 8º DA LC 24/1975.
MANIFESTAÇÃO PELA EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL DA
MATÉRIA.
M A N I F E S T A Ç Ã O
O Senhor Ministro Joaquim Barbosa (Relator): Trata-se
de recurso extraordinário (art. 102, III, a, c e d da
Constituição) interposto de acórdão prolatado pelo
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul.
Em seu acórdão, o Tribunal de origem entendeu ser
constitucional e legítima legislações local e federal
que permitiriam ao ente federado negar ao adquirente
de mercadorias o direito ao crédito de ICMS destacado
em notas fiscais, nas operações interestaduais
provenientes de estados da Federação que concedessem
benefícios fiscais inconstitucionais ou ilegais.
Em síntese, sustenta-se que o estorno dos créditos é
inconstitucional e ilegal, pois ele:
a) Viola a regra da não-cumulatividade, na medida em
que impede que o contribuinte credite-se do valor do
tributo cobrado na operação precedente (art. 155, §
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 12
Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 628.075 RG / RS
2º, I da Constituição);
b) Ofende o pacto federativo, dado que nenhum ente
federado pode declarar a inconstitucionalidade de
legislação
de
outro
membro
da
Federação
(inconstitucionalidade do art. 8º da LC 24/1975 –
arts. 1º, 2º, 102 e 155, § 2º, I da Constituição);
c) Adota presunção legal proibida, ao reconhecer sem
possibilidade de discussão que todas as operações
realizadas com empresas localizadas no Estado do
Paraná são beneficiárias de incentivo fiscal viciado
(invalidade do art. 16 da Lei estadual 8.820/1989, de
acordo com a sistemática de compensação estabelecida
na Lei Complementar 87/1996).
Ante o exposto, pede-se a reforma do acórdão
recorrido, para assegurar o direito ao creditamento
integral do valor destacado na respectiva nota fiscal
que acoberta a entrada do bem (ICMS), bem como para
permitir a utilização dos crédito que teriam deixado
de ser aproveitados em razão das ilícitas vedações.
A intimação para ciência do acórdão foi publicada em
15.12.2006, portanto, em momento no qual inexigível o
requisito da preliminar formal de repercussão geral
(Fls. 174).
É o relatório.
Encaminho aos eminentes pares o exame da repercussão
geral da matéria.
O tema discutido neste recurso extraordinário é grave.
Ele coloca em risco o desenvolvimento de atividades
econômicas lícitas, a manutenção de empregos e a
harmonia entre entes federados.
É lícito presumir que estes casos perdem-se na
classificação mais genérica de assuntos normalmente
2
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Supremo Tribunal Federal
RE 628.075 RG / RS
2º, I da Constituição);
b) Ofende o pacto federativo, dado que nenhum ente
federado pode declarar a inconstitucionalidade de
legislação
de
outro
membro
da
Federação
(inconstitucionalidade do art. 8º da LC 24/1975 –
arts. 1º, 2º, 102 e 155, § 2º, I da Constituição);
c) Adota presunção legal proibida, ao reconhecer sem
possibilidade de discussão que todas as operações
realizadas com empresas localizadas no Estado do
Paraná são beneficiárias de incentivo fiscal viciado
(invalidade do art. 16 da Lei estadual 8.820/1989, de
acordo com a sistemática de compensação estabelecida
na Lei Complementar 87/1996).
Ante o exposto, pede-se a reforma do acórdão
recorrido, para assegurar o direito ao creditamento
integral do valor destacado na respectiva nota fiscal
que acoberta a entrada do bem (ICMS), bem como para
permitir a utilização dos crédito que teriam deixado
de ser aproveitados em razão das ilícitas vedações.
A intimação para ciência do acórdão foi publicada em
15.12.2006, portanto, em momento no qual inexigível o
requisito da preliminar formal de repercussão geral
(Fls. 174).
É o relatório.
Encaminho aos eminentes pares o exame da repercussão
geral da matéria.
O tema discutido neste recurso extraordinário é grave.
Ele coloca em risco o desenvolvimento de atividades
econômicas lícitas, a manutenção de empregos e a
harmonia entre entes federados.
É lícito presumir que estes casos perdem-se na
classificação mais genérica de assuntos normalmente
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 12
Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 628.075 RG / RS
rotulados apenas como “ICMS – Não Cumulatividade” ou
“ICMS – Crédito”.
Esta Corte recebeu e recebe constantemente inúmeras
ações diretas de inconstitucionalidade ajuizadas
contra alegadas concessões inconstitucionais de
incentivos tributários. Segundo a página de notícias
desta Corte na internet, entre novembro de 2010 e
janeiro
de
2011,
onze
ações
diretas
de
inconstitucionalidade sobre a concessão ilegal de
benefícios fiscais foram protocoladas.
Para solucionar o que entendem como lesões aos
interesses locais, alguns entes federados têm anulado
unilateralmente os efeitos econômicos dos benefícios
fiscais, com o uso da autonomia legislativa e
administrativa que a Constituição lhes confere. Em
resposta, o ente federado concessor do benefício
retalia, com similar glosa de créditos, a concessão de
mais incentivos ou a colocação de barreiras
burocráticas desnecessariamente custosas e lentas.
A questão de fundo trazida nestes autos consiste em
saber se os entes federados podem reciprocamente
retaliarem-se por meio de sua autonomia ou, em sentido
diverso, compete ao Poder Judiciário exercer as
contramedidas próprias da atividade de moderação
(checks and counterchecks).
Penso que a matéria transcende interesses individuais
meramente localizados e tem relevância institucional
incomensurável. Nesse sentido, anoto que é
imprescindível
determinar
se
as
retaliações
unilaterais têm amparo na Constituição, considerados
dois valores fundamentais: a autonomia dos entes
federais periféricos para dar efetividade à sua
vontade política, de um lado, e a harmonia federativa,
do outro.
3
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Supremo Tribunal Federal
RE 628.075 RG / RS
rotulados apenas como “ICMS – Não Cumulatividade” ou
“ICMS – Crédito”.
Esta Corte recebeu e recebe constantemente inúmeras
ações diretas de inconstitucionalidade ajuizadas
contra alegadas concessões inconstitucionais de
incentivos tributários. Segundo a página de notícias
desta Corte na internet, entre novembro de 2010 e
janeiro
de
2011,
onze
ações
diretas
de
inconstitucionalidade sobre a concessão ilegal de
benefícios fiscais foram protocoladas.
Para solucionar o que entendem como lesões aos
interesses locais, alguns entes federados têm anulado
unilateralmente os efeitos econômicos dos benefícios
fiscais, com o uso da autonomia legislativa e
administrativa que a Constituição lhes confere. Em
resposta, o ente federado concessor do benefício
retalia, com similar glosa de créditos, a concessão de
mais incentivos ou a colocação de barreiras
burocráticas desnecessariamente custosas e lentas.
A questão de fundo trazida nestes autos consiste em
saber se os entes federados podem reciprocamente
retaliarem-se por meio de sua autonomia ou, em sentido
diverso, compete ao Poder Judiciário exercer as
contramedidas próprias da atividade de moderação
(checks and counterchecks).
Penso que a matéria transcende interesses individuais
meramente localizados e tem relevância institucional
incomensurável. Nesse sentido, anoto que é
imprescindível
determinar
se
as
retaliações
unilaterais têm amparo na Constituição, considerados
dois valores fundamentais: a autonomia dos entes
federais periféricos para dar efetividade à sua
vontade política, de um lado, e a harmonia federativa,
do outro.
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Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 628.075 RG / RS
Também registro que a imprensa tem noticiado o
sistemático desrespeito às decisões desta Corte sobre
a inconstitucionalidade de benefícios fiscais em
matéria de ICMS, situação que afeta diretamente o
apelo à retaliação unilateral como forma de se dar
efetividade à interpretação que o ente federado faz da
Constituição.
Por fim, quanto à possibilidade de se conferir a
repercussão geral com ênfase no tema, e não na
submissão de recurso específico ao requisito, lembro
que esta Suprema Corte já considerou a hipótese
viável, ao reconhecer a repercussão geral da matéria
debatida no RE 242.689-RG, distribuído nesta Corte no
ano de 2000.
Portanto, proponho à Corte que se reconheça a
repercussão geral da matéria constitucional versada
nestes autos. Entendo que, no caso dos autos, está
presente o requisito da repercussão geral a que fazem
alusão os arts. 102, § 3º, da Constituição, 543-A, §
1º, do Código de Processo Civil, e 323 do RISTF.
É como me manifesto.
4
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Supremo Tribunal Federal
RE 628.075 RG / RS
Também registro que a imprensa tem noticiado o
sistemático desrespeito às decisões desta Corte sobre
a inconstitucionalidade de benefícios fiscais em
matéria de ICMS, situação que afeta diretamente o
apelo à retaliação unilateral como forma de se dar
efetividade à interpretação que o ente federado faz da
Constituição.
Por fim, quanto à possibilidade de se conferir a
repercussão geral com ênfase no tema, e não na
submissão de recurso específico ao requisito, lembro
que esta Suprema Corte já considerou a hipótese
viável, ao reconhecer a repercussão geral da matéria
debatida no RE 242.689-RG, distribuído nesta Corte no
ano de 2000.
Portanto, proponho à Corte que se reconheça a
repercussão geral da matéria constitucional versada
nestes autos. Entendo que, no caso dos autos, está
presente o requisito da repercussão geral a que fazem
alusão os arts. 102, § 3º, da Constituição, 543-A, §
1º, do Código de Processo Civil, e 323 do RISTF.
É como me manifesto.
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Manifestação sobre a Repercussão Geral
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 628.075 RIO
GRANDE DO SUL
PRONUNCIAMENTO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO
–
REGÊNCIA – AUSÊNCIA DE CAPÍTULO
REFERENTE À REPERCUSSÃO GERAL –
INSERÇÃO NO PLENÁRIO VIRTUAL –
INADEQUAÇÃO.
1. A Assessoria prestou as seguintes informações:
Eis a síntese do que discutido no Recurso Extraordinário
nº 628.075/RS, da relatoria do Ministro Joaquim Barbosa,
inserido no sistema eletrônico da repercussão geral às 13 horas
e 41 minutos do dia 23 de setembro de 2011.
A Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado
do Rio Grande do Sul, no julgamento da Apelação Cível nº
70015282189, negou-lhe provimento, mantendo a sentença
mediante a qual se afastou o creditamento integral do Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS, cobrado e
destacado nas notas fiscais, nas operações de compra e venda,
realizadas pela recorrente, de pele e de couro provenientes de
frigoríficos localizados no Estado do Paraná. Consignou que a
redução da base de cálculo do tributo nas operações de saída,
versada na legislação do Estado paranaense, configura hipótese
de não incidência parcial, estando correta a exigência de estorno
proporcional do respectivo crédito, não havendo que se falar
em ofensa ao princípio da não cumulatividade, previsto no
artigo 155, § 2º, inciso I, do Diploma Maior, sendo esse o
posicionamento firmado no Supremo. Assentou a
constitucionalidade do artigo 16, inciso II, da Lei nº 8.820/89 do
Estado do Rio Grande do Sul, cujo teor impede o
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Supremo Tribunal Federal
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 628.075 RIO
GRANDE DO SUL
PRONUNCIAMENTO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO
–
REGÊNCIA – AUSÊNCIA DE CAPÍTULO
REFERENTE À REPERCUSSÃO GERAL –
INSERÇÃO NO PLENÁRIO VIRTUAL –
INADEQUAÇÃO.
1. A Assessoria prestou as seguintes informações:
Eis a síntese do que discutido no Recurso Extraordinário
nº 628.075/RS, da relatoria do Ministro Joaquim Barbosa,
inserido no sistema eletrônico da repercussão geral às 13 horas
e 41 minutos do dia 23 de setembro de 2011.
A Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado
do Rio Grande do Sul, no julgamento da Apelação Cível nº
70015282189, negou-lhe provimento, mantendo a sentença
mediante a qual se afastou o creditamento integral do Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS, cobrado e
destacado nas notas fiscais, nas operações de compra e venda,
realizadas pela recorrente, de pele e de couro provenientes de
frigoríficos localizados no Estado do Paraná. Consignou que a
redução da base de cálculo do tributo nas operações de saída,
versada na legislação do Estado paranaense, configura hipótese
de não incidência parcial, estando correta a exigência de estorno
proporcional do respectivo crédito, não havendo que se falar
em ofensa ao princípio da não cumulatividade, previsto no
artigo 155, § 2º, inciso I, do Diploma Maior, sendo esse o
posicionamento firmado no Supremo. Assentou a
constitucionalidade do artigo 16, inciso II, da Lei nº 8.820/89 do
Estado do Rio Grande do Sul, cujo teor impede o
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 12
Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 628.075 RG / RS
aproveitamento de créditos fiscais no percentual de 7% quando
houver redução de base de cálculo do tributo nas operações
interestaduais de saída de mercadorias.
Os embargos de declaração interpostos foram acolhidos
em parte, somente para correção de erro material.
No extraordinário protocolado com alegada base nas
alíneas “a”, “c” e “d” do permissivo constitucional, a recorrente
argui transgressão aos artigos 1º, 2º e 155, § 2º, inciso II, do
Diploma Maior. Aduz ter-se, na decisão atacada, ao não se
admitir a compensação integral do crédito pleiteado, pago em
etapa anterior, violado o princípio da não cumulatividade,
resultando em enorme prejuízo, porquanto sofrerá exigência
cumulativa do ICMS, conduta vedada pelo Texto de 1988. Diz
ser inválida a Lei estadual nº 8.820/89, pois, ao excluir a
possibilidade do creditamento integral, contrariou regras e
princípios contidos na Carta Federal. Sustenta a
inconstitucionalidade do artigo 8º da Lei Complementar nº
24/75, porque não caberia ao Poder Executivo do Estado deixar
de aplicar, sem submeter ao Judiciário, normas editadas por
outro ente federado, sob pena de transgressão ao princípio da
separação dos poderes. Afirma inexistir, na Lei Complementar
nº 87/96, dispositivo que autorize o Estado a limitar ou proibir o
direito a compensação, quando da realização de operações de
compra e venda de mercadorias que resultem em crédito de
ICMS.
Aponto a ausência da preliminar de repercussão geral,
haja vista ter sido o acórdão publicado em 15 de dezembro de
2006, isto é, anteriormente à entrada em vigor do aludido
sistema.
O Estado do Rio Grande do Sul, nas contrarrazões,
defende o acerto do ato impugnado, salientando inexistir
ofensa ao princípio da não cumulatividade, ante a falta de
2
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Supremo Tribunal Federal
RE 628.075 RG / RS
aproveitamento de créditos fiscais no percentual de 7% quando
houver redução de base de cálculo do tributo nas operações
interestaduais de saída de mercadorias.
Os embargos de declaração interpostos foram acolhidos
em parte, somente para correção de erro material.
No extraordinário protocolado com alegada base nas
alíneas “a”, “c” e “d” do permissivo constitucional, a recorrente
argui transgressão aos artigos 1º, 2º e 155, § 2º, inciso II, do
Diploma Maior. Aduz ter-se, na decisão atacada, ao não se
admitir a compensação integral do crédito pleiteado, pago em
etapa anterior, violado o princípio da não cumulatividade,
resultando em enorme prejuízo, porquanto sofrerá exigência
cumulativa do ICMS, conduta vedada pelo Texto de 1988. Diz
ser inválida a Lei estadual nº 8.820/89, pois, ao excluir a
possibilidade do creditamento integral, contrariou regras e
princípios contidos na Carta Federal. Sustenta a
inconstitucionalidade do artigo 8º da Lei Complementar nº
24/75, porque não caberia ao Poder Executivo do Estado deixar
de aplicar, sem submeter ao Judiciário, normas editadas por
outro ente federado, sob pena de transgressão ao princípio da
separação dos poderes. Afirma inexistir, na Lei Complementar
nº 87/96, dispositivo que autorize o Estado a limitar ou proibir o
direito a compensação, quando da realização de operações de
compra e venda de mercadorias que resultem em crédito de
ICMS.
Aponto a ausência da preliminar de repercussão geral,
haja vista ter sido o acórdão publicado em 15 de dezembro de
2006, isto é, anteriormente à entrada em vigor do aludido
sistema.
O Estado do Rio Grande do Sul, nas contrarrazões,
defende o acerto do ato impugnado, salientando inexistir
ofensa ao princípio da não cumulatividade, ante a falta de
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 12
Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 628.075 RG / RS
recolhimento do tributo cujo crédito a recorrente pretende
compensar.
O extraordinário não foi admitido na origem.
O relator deu provimento ao agravo, convertendo-o em
recurso extraordinário.
Eis o pronunciamento do relator, Ministro Joaquim
Barbosa:
CONSTITUCIONAL.
TRIBUTÁRIO.
ICMS.
GUERRAL FISCAL. CUMULATIVIDADE. ESTORNO DE
CRÉDITOS POR INICIATIVA UNILATERAL DE ENTE
FEDERADO. ESTORNO BASEADO EM PRETENSA
CONCESSÃO DE BENEFÍCIO FISCAL INVÁLIDO POR
OUTRO ENTE FEDERADO. ARTS. 1º, 2º, 3º, 102 e 155, §
2º, I DA CONSTITUIÇÃO. ART. 8º DA LC 24/1975.
MANIFESTAÇÃO
PELA
EXISTÊNCIA
DE
REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA.
Trata-se de recurso extraordinário (art. 102, III, a, c e
d da Constituição) interposto de acórdão prolatado pelo
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul.
Em seu acórdão, o Tribunal de origem entendeu ser
constitucional e legítima legislações local e federal que
permitiriam ao ente federado negar ao adquirente de
mercadorias o direito ao crédito de ICMS destacado em
notas fiscais, nas operações interestaduais provenientes de
estados da Federação que concedessem benefícios fiscais
inconstitucionais ou ilegais.
Em síntese, sustenta-se que o estorno dos créditos é
inconstitucional e ilegal, pois ele:
3
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1505077.
Supremo Tribunal Federal
RE 628.075 RG / RS
recolhimento do tributo cujo crédito a recorrente pretende
compensar.
O extraordinário não foi admitido na origem.
O relator deu provimento ao agravo, convertendo-o em
recurso extraordinário.
Eis o pronunciamento do relator, Ministro Joaquim
Barbosa:
CONSTITUCIONAL.
TRIBUTÁRIO.
ICMS.
GUERRAL FISCAL. CUMULATIVIDADE. ESTORNO DE
CRÉDITOS POR INICIATIVA UNILATERAL DE ENTE
FEDERADO. ESTORNO BASEADO EM PRETENSA
CONCESSÃO DE BENEFÍCIO FISCAL INVÁLIDO POR
OUTRO ENTE FEDERADO. ARTS. 1º, 2º, 3º, 102 e 155, §
2º, I DA CONSTITUIÇÃO. ART. 8º DA LC 24/1975.
MANIFESTAÇÃO
PELA
EXISTÊNCIA
DE
REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA.
Trata-se de recurso extraordinário (art. 102, III, a, c e
d da Constituição) interposto de acórdão prolatado pelo
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul.
Em seu acórdão, o Tribunal de origem entendeu ser
constitucional e legítima legislações local e federal que
permitiriam ao ente federado negar ao adquirente de
mercadorias o direito ao crédito de ICMS destacado em
notas fiscais, nas operações interestaduais provenientes de
estados da Federação que concedessem benefícios fiscais
inconstitucionais ou ilegais.
Em síntese, sustenta-se que o estorno dos créditos é
inconstitucional e ilegal, pois ele:
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Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 628.075 RG / RS
a) Viola a regra da não-cumulatividade, na
medida em que impede que o contribuinte credite-se
do valor do tributo cobrado na operação precedente
(art. 155, § 2º, I da Constituição);
b) Ofende o pacto federativo, dado que nenhum
ente federado pode declarar a inconstitucionalidade
de legislação de outro membro da Federação
(inconstitucionalidade do art. 8º da LC 24/1975 – arts.
1º, 2º, 102 e 155, § 2º, I da Constituição);
c) Adota presunção legal proibida, ao
reconhecer sem possibilidade de discussão que todas
as operações realizadas com empresas localizadas no
Estado do Paraná são beneficiárias de incentivo fiscal
viciado (invalidade do art. 16 da Lei estadual
8.820/1989, de acordo com a sistemática de
compensação estabelecida na Lei Complementar
87/1996).
Ante o exposto, pede-se a reforma do acórdão
recorrido, para assegurar o direito ao creditamento
integral do valor destacado na respectiva nota fiscal que
acoberta a entrada do bem (ICMS), bem como para
permitir a utilização do crédito que teriam deixado de ser
aproveitados em razão das ilícitas vedações.
A intimação para ciência do acórdão foi publicada
em 15.12.2006, portanto, em momento no qual inexigível o
requisito da preliminar formal de repercussão geral (Fls.
174).
É o relatório.
Encaminho aos eminentes pares o exame da
repercussão geral da matéria.
O tema discutido neste recurso extraordinário é
4
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Supremo Tribunal Federal
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a) Viola a regra da não-cumulatividade, na
medida em que impede que o contribuinte credite-se
do valor do tributo cobrado na operação precedente
(art. 155, § 2º, I da Constituição);
b) Ofende o pacto federativo, dado que nenhum
ente federado pode declarar a inconstitucionalidade
de legislação de outro membro da Federação
(inconstitucionalidade do art. 8º da LC 24/1975 – arts.
1º, 2º, 102 e 155, § 2º, I da Constituição);
c) Adota presunção legal proibida, ao
reconhecer sem possibilidade de discussão que todas
as operações realizadas com empresas localizadas no
Estado do Paraná são beneficiárias de incentivo fiscal
viciado (invalidade do art. 16 da Lei estadual
8.820/1989, de acordo com a sistemática de
compensação estabelecida na Lei Complementar
87/1996).
Ante o exposto, pede-se a reforma do acórdão
recorrido, para assegurar o direito ao creditamento
integral do valor destacado na respectiva nota fiscal que
acoberta a entrada do bem (ICMS), bem como para
permitir a utilização do crédito que teriam deixado de ser
aproveitados em razão das ilícitas vedações.
A intimação para ciência do acórdão foi publicada
em 15.12.2006, portanto, em momento no qual inexigível o
requisito da preliminar formal de repercussão geral (Fls.
174).
É o relatório.
Encaminho aos eminentes pares o exame da
repercussão geral da matéria.
O tema discutido neste recurso extraordinário é
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RE 628.075 RG / RS
grave. Ele coloca em risco o desenvolvimento de
atividades econômicas lícitas, a manutenção de empregos
e a harmonia entre entes federados.
É lícito presumir que estes casos perdem-se na
classificação mais genérica de assuntos normalmente
rotulados apenas como “ICMS – Não Cumulatividade” ou
“ICMS – Crédito”.
Esta Corte recebeu e recebe constantemente
inúmeras ações diretas de inconstitucionalidade ajuizadas
contra alegadas concessões inconstitucionais de incentivos
tributários. Segundo a página de notícias desta Corte na
internet, entre novembro de 2010 e janeiro de 2011, onze
ações diretas de inconstitucionalidade sobre a concessão
ilegal de benefícios fiscais foram protocoladas.
Para solucionar o que entendem como lesões aos
interesses locais, alguns entes federados têm anulado
unilateralmente os efeitos econômicos dos benefícios
fiscais, com o uso da autonomia legislativa e
administrativa que a Constituição lhes confere. Em
resposta, o ente federado concessor do benefício retalia,
com similar glosa de créditos, a concessão de mais
incentivos ou a colocação de barreiras burocráticas
desnecessariamente custosas e lentas.
A questão de fundo trazida nestes autos consiste em
saber se os entes federados podem reciprocamente
retaliarem-se por meio de sua autonomia ou, em sentido
diverso, compete ao Poder Judiciário exercer as
contramedidas próprias da atividade de moderação
(checks and counterchecks).
Penso que a matéria transcende interesses
individuais meramente localizados e tem relevância
5
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Supremo Tribunal Federal
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grave. Ele coloca em risco o desenvolvimento de
atividades econômicas lícitas, a manutenção de empregos
e a harmonia entre entes federados.
É lícito presumir que estes casos perdem-se na
classificação mais genérica de assuntos normalmente
rotulados apenas como “ICMS – Não Cumulatividade” ou
“ICMS – Crédito”.
Esta Corte recebeu e recebe constantemente
inúmeras ações diretas de inconstitucionalidade ajuizadas
contra alegadas concessões inconstitucionais de incentivos
tributários. Segundo a página de notícias desta Corte na
internet, entre novembro de 2010 e janeiro de 2011, onze
ações diretas de inconstitucionalidade sobre a concessão
ilegal de benefícios fiscais foram protocoladas.
Para solucionar o que entendem como lesões aos
interesses locais, alguns entes federados têm anulado
unilateralmente os efeitos econômicos dos benefícios
fiscais, com o uso da autonomia legislativa e
administrativa que a Constituição lhes confere. Em
resposta, o ente federado concessor do benefício retalia,
com similar glosa de créditos, a concessão de mais
incentivos ou a colocação de barreiras burocráticas
desnecessariamente custosas e lentas.
A questão de fundo trazida nestes autos consiste em
saber se os entes federados podem reciprocamente
retaliarem-se por meio de sua autonomia ou, em sentido
diverso, compete ao Poder Judiciário exercer as
contramedidas próprias da atividade de moderação
(checks and counterchecks).
Penso que a matéria transcende interesses
individuais meramente localizados e tem relevância
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Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 628.075 RG / RS
institucional incomensurável. Nesse sentido, anoto que é
imprescindível determinar se as retaliações unilaterais têm
amparo na Constituição, considerados dois valores
fundamentais: a autonomia dos entes federais periféricos
para dar efetividade à sua vontade política, de um lado, e
a harmonia federativa, do outro.
Também registro que a imprensa tem noticiado o
sistemático desrespeito às decisões desta Corte sobre a
inconstitucionalidade de benefícios fiscais em matéria de
ICMS, situação que afeta diretamente o apelo à retaliação
unilateral como forma de se dar efetividade à
interpretação que o ente federado faz da Constituição.
Por fim, quanto à possibilidade de se conferir a
repercussão geral com ênfase no tema, e não na submissão
de recurso específico ao requisito, lembro que esta
Suprema Corte já considerou a hipótese viável, ao
reconhecer a repercussão geral da matéria debatida no RE
242.689-RG, distribuído nesta Corte no ano de 2000.
Portanto, proponho à Corte que se reconheça a
repercussão geral da matéria constitucional versada nestes
autos. Entendo que, no caso dos autos, está presente o
requisito da repercussão geral a que fazem alusão os arts.
102, § 3º, da Constituição, 543-A, § 1º, do Código de
Processo Civil, e 323 do RISTF.
É como me manifesto.
2. Conforme ressaltado nas informações, o acórdão impugnado
mediante o extraordinário teve notícia veiculada em 15 de dezembro de
2006, ou seja, em data anterior à entrada em vigor do sistema de
repercussão geral. Daí não haver, nas razões do extraordinário, capítulo
relativo à matéria.
6
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Supremo Tribunal Federal
RE 628.075 RG / RS
institucional incomensurável. Nesse sentido, anoto que é
imprescindível determinar se as retaliações unilaterais têm
amparo na Constituição, considerados dois valores
fundamentais: a autonomia dos entes federais periféricos
para dar efetividade à sua vontade política, de um lado, e
a harmonia federativa, do outro.
Também registro que a imprensa tem noticiado o
sistemático desrespeito às decisões desta Corte sobre a
inconstitucionalidade de benefícios fiscais em matéria de
ICMS, situação que afeta diretamente o apelo à retaliação
unilateral como forma de se dar efetividade à
interpretação que o ente federado faz da Constituição.
Por fim, quanto à possibilidade de se conferir a
repercussão geral com ênfase no tema, e não na submissão
de recurso específico ao requisito, lembro que esta
Suprema Corte já considerou a hipótese viável, ao
reconhecer a repercussão geral da matéria debatida no RE
242.689-RG, distribuído nesta Corte no ano de 2000.
Portanto, proponho à Corte que se reconheça a
repercussão geral da matéria constitucional versada nestes
autos. Entendo que, no caso dos autos, está presente o
requisito da repercussão geral a que fazem alusão os arts.
102, § 3º, da Constituição, 543-A, § 1º, do Código de
Processo Civil, e 323 do RISTF.
É como me manifesto.
2. Conforme ressaltado nas informações, o acórdão impugnado
mediante o extraordinário teve notícia veiculada em 15 de dezembro de
2006, ou seja, em data anterior à entrada em vigor do sistema de
repercussão geral. Daí não haver, nas razões do extraordinário, capítulo
relativo à matéria.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 12
Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 628.075 RG / RS
3. Pronuncio-me pela inadequação da inserção do processo no
Plenário Virtual e, portanto, pela inadequação da repercussão geral
vislumbrada pelo relator.
4. À Assessoria, para acompanhar o incidente.
5. Publiquem.
Brasília – residência –, 3 de outubro de 2011, às 19h35.
Ministro MARCO AURÉLIO
7
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RE 628.075 RG / RS
3. Pronuncio-me pela inadequação da inserção do processo no
Plenário Virtual e, portanto, pela inadequação da repercussão geral
vislumbrada pelo relator.
4. À Assessoria, para acompanhar o incidente.
5. Publiquem.
Brasília – residência –, 3 de outubro de 2011, às 19h35.
Ministro MARCO AURÉLIO
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 12
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1597956 | 2011-10-13T00:00:00 | 2011-12-01T00:00:00 | Decisão: O Tribunal reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada, vencido o Ministro Marco Aurélio. Não se manifestaram os Ministros Cezar Peluso, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia.
Ministro JOAQUIM BARBOSA
Relator | REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | Ementa: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ICMS. GUERRA FISCAL. CUMULATIVIDADE. ESTORNO DE CRÉDITOS POR INICIATIVA UNILATERAL DE ENTE FEDERADO. ESTORNO BASEADO EM PRETENSA CONCESSÃO DE BENEFÍCIO FISCAL INVÁLIDO POR OUTRO ENTE FEDERADO.
ARTS. 1º, 2º, 3º, 102 e 155, § 2º, I DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
ART. 8º DA LC 24/1975.
MANIFESTAÇÃO PELA EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA. | repercussao-geral3201 | - Acórdão citado: RE 242689 RG.
- Veja Apelação Cível 70015282189 da 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul.
Número de páginas: 12.
Análise: 28/05/2012, IMC.
Revisão: 29/05/2012, KBP. | JOAQUIM BARBOSA | Tribunal Pleno | 628075 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00001 ART-00002 ART-00003 ART-00102\r\n INC-00003 LET-A LET-C LET-D\r\n PAR-00003 ART-00155 PAR-00002 INC-00001 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\r\n ART-0543A PAR-00001 \r\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\r\n",
"LEG-FED LCP-000024 ANO-1975\r\n ART-00008\r\n LEI COMPLEMENTAR\r\n",
"LEG-FED LCP-000087 ANO-1996\r\n LEI COMPLEMENTAR\r\n",
"LEG-FED RGI ANO-1980\r\n ART-00323 \r\n RISTF-1980 REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL\r\n",
"LEG-EST LEI-008820 ANO-1989\r\n ART-00016 INC-00002 \r\n LEI ORDINÁRIA, RS"
] | RE-RG | acordaos | RE 628075 RG | [
""
] | RECTE.(S) : GELITA DO BRASIL LTDA
ADV.(A/S) : MARCELO SILVA POLTRONIERI E OUTRO(A/S)
RECDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 628 . 075",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 628 . 075",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 628 . 075",
"RE 628 . 075 RG / RS",
"RE 628 . 075 RG / RS",
"RE 628 . 075 RG / RS",
"RE 628 . 075 RG / RS",
"RE 628 . 075 RG / RS",
"RE 242 . 689 - RG",
"RE 628 . 075 RG / RS",
"RE 242 . 689 - RG",
"Recurso Extraordinário [UNK] 628 . 075 / RS",
"Apelação Cível [UNK] 70015282189",
"Recurso Extraordinário [UNK] 628 . 075 / RS",
"Apelação Cível [UNK] 70015282189",
"RE 628 . 075 RG / RS",
"RE 628 . 075 RG / RS",
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"RE 628 . 075 RG / RS",
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"RE 628 . 075 RG / RS"
],
"LEGISLACAO": [
"ARTS . [UNK] , [UNK] , [UNK] , 102 e 155 , § [UNK] , I DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL",
"ART . [UNK] DA LC 24 / 1975",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTS . [UNK] , [UNK] , [UNK] , 102 e 155 , § [UNK] , I DA CONSTITUIÇÃO",
"ART . [UNK] DA LC 24 / 1975",
"art . 102 , III , a , c e d da Constituição",
"MP n° 2 . 200",
"ARTS . [UNK] , [UNK] , [UNK] , 102 e 155 , § [UNK] , I DA CONSTITUIÇÃO",
"ART . [UNK] DA LC 24 / 1975",
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"[UNK] , I da Constituição",
"art . [UNK] da LC 24 / 1975",
"arts . [UNK] , [UNK] , 102 e 155 , § [UNK] , I da Constituição",
"art . 16 da Lei estadual 8 . 820 / 1989",
"Lei Complementar 87 / 1996",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"[UNK] , I da Constituição",
"art . [UNK] da LC 24 / 1975",
"arts . [UNK] , [UNK] , 102 e 155 , § [UNK] , I da Constituição",
"art . 16 da Lei estadual 8 . 820 / 1989",
"Lei Complementar 87 / 1996",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"arts . 102 , § [UNK] , da Constituição",
"543",
"-",
"A , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"323 do RISTF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"arts . 102 , § [UNK] , da Constituição",
"543",
"-",
"A , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"323 do RISTF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 155 , § [UNK] , inciso I , do Diploma Maior",
"artigo 16 , inciso II , da Lei [UNK] 8 . 820 / 89",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 155 , § [UNK] , inciso I , do Diploma Maior",
"artigo 16 , inciso II , da Lei [UNK] 8 . 820 / 89",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] , [UNK] e 155 , § [UNK] , inciso II , do Diploma Maior",
"Texto de 1988",
"Lei estadual [UNK] 8 . 820 / 89",
"Carta Federal",
"artigo [UNK] da Lei Complementar [UNK] 24 / 75",
"Lei Complementar [UNK] 87 / 96",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] , [UNK] e 155 , § [UNK] , inciso II , do Diploma Maior",
"Texto de 1988",
"Lei estadual [UNK] 8 . 820 / 89",
"Carta Federal",
"artigo [UNK] da Lei Complementar [UNK] 24 / 75",
"Lei Complementar [UNK] 87 / 96",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTS . [UNK] , [UNK] , [UNK] , 102 e 155 , § [UNK] , I DA CONSTITUIÇÃO",
"ART . [UNK] DA LC 24 / 1975",
"art . 102 , III , a , c e d da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTS . [UNK] , [UNK] , [UNK] , 102 e 155 , § [UNK] , I DA CONSTITUIÇÃO",
"ART . [UNK] DA LC 24 / 1975",
"art . 102 , III , a , c e d da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 155 , § [UNK] , I da Constituição",
"art . [UNK] da LC 24 / 1975",
"arts . [UNK] , [UNK] , 102 e 155 , § [UNK] , I da Constituição",
"art . 16 da Lei estadual 8 . 820 / 1989",
"Lei Complementar 87 / 1996",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 155 , § [UNK] , I da Constituição",
"art . [UNK] da LC 24 / 1975",
"arts . [UNK] , [UNK] , 102 e 155 , § [UNK] , I da Constituição",
"art . 16 da Lei estadual 8 . 820",
"Lei Complementar 87 / 1996",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição",
"arts . 102 , § [UNK] , da Constituição",
"543",
"-",
"A , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"323 do RISTF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
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"LOCAL": [
"RIO GRANDE DO SUL",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"Estado do Paraná",
"Estado do Paraná",
"RIO GRANDE DO SUL",
"Estado do Paraná",
"Estado",
"Estado do Rio Grande do Sul",
"RIO GRANDE DO SUL",
"Estado do Paraná",
"Estado paranaense",
"Estado do Rio Grande do Sul",
"Estado do Rio Grande do Sul",
"Estado do Rio Grande do Sul",
"Estado do Paraná",
"Estado do Paraná",
"Brasília",
"Brasília"
],
"ORGANIZACAO": [
"PLENÁRIO",
"GELITA",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Suprema Corte",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Suprema",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Supremo",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Supremo",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Suprema Corte",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Suprema Corte",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Plenário Virtual",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Plenário Virtual",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"JOAQUIM BARBOSA",
"MARCELO SILVA POLTRONIERI",
"Marco Aurélio",
"Cezar Peluso",
"Gilmar Mendes",
"Cármen Lúcia",
"JOAQUIM BARBOSA",
"Joaquim Barbosa",
"Joaquim Barbosa",
"Joaquim Barbosa",
"Joaquim Barbosa",
"Joaquim Barbosa",
"Joaquim Barbosa",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO"
],
"TEMPO": [
"13",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"01",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"13",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"13",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
".",
"12",
".",
"2006",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
".",
"12",
".",
"2006",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"novembro de 2010",
"janeiro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"novembro de 2010",
"janeiro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2000",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2000",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"23 de setembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"23 de setembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15 de dezembro de 2006",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15 de dezembro de 2006",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
".",
"12",
".",
"2006",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"/",
"1989",
"15",
".",
"12",
".",
"2006",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"novembro de 2010",
"janeiro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"novembro de 2010",
"janeiro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2000",
"15 de dezembro de 2006",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2000",
"15 de dezembro de 2006",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"3 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"3 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 611.405 RIO GRANDE DO
NORTE
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:JAURÍDICE
NOGUEIRA
DE
CARVALHO
E
OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:DANIEL ALVES PESSOA
AGDO.(A/S)
:OTÁVIO ERNESTO MOREIRA
ADV.(A/S)
:JOÃO BATISTA NETO
EMENTA:
AGRAVO
REGIMENTAL
EM
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. CONTROVÉRSIA DECIDIDA COM BASE NA
LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E NO CONJUNTO
FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA
279/STF.
ALEGAÇÃO DE AFRONTA ÀS GARANTIAS
CONSTITUCIONAIS DO PROCESSO. VIOLAÇÃO REFLEXA.
ALEGAÇÃO DE OFENSA AO INCISO IX DO ART. 93 DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INSUBSISTÊNCIA.
1. Caso em que entendimento diverso do adotado pelo Tribunal de
origem demandaria a análise da legislação ordinária pertinente e o
revolvimento dos fatos e provas constantes dos autos. Providências
vedadas na instância extraordinária.
2. Violação às garantias constitucionais do processo, se existente,
apenas ocorreria de modo reflexo ou indireto. Precedentes.
3. O aresto impugnado, em que pese haver dissentido dos interesses
da parte agravante, está devidamente fundamentado. Logo, não cabe
falar em ofensa ao inciso IX do art. 93 da Magna Carta de 1988.
4. Agravo regimental desprovido.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em desprover o agravo
regimental, o que fazem nos termos do voto do Relator e por
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1621289.
Supremo Tribunal Federal
DJe 16/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7
Ementa e Acórdão
RE 611.405 AGR / RN
unanimidade de votos, em sessão presidida pelo Ministro Ayres Britto, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1621289.
Supremo Tribunal Federal
RE 611.405 AGR / RN
unanimidade de votos, em sessão presidida pelo Ministro Ayres Britto, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7
Relatório
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 611.405 RIO GRANDE DO
NORTE
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:JAURÍDICE
NOGUEIRA
DE
CARVALHO
E
OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:DANIEL ALVES PESSOA
AGDO.(A/S)
:OTÁVIO ERNESTO MOREIRA
ADV.(A/S)
:JOÃO BATISTA NETO
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Trata-se de agravo regimental contra decisão pela qual neguei
seguimento ao recurso extraordinário porque: a) o reexame do conjunto
fático-probatório dos autos é incompatível com a via recursal
extraordinária (Súmula 279/STF); b) entendimento diverso do adotado
pelo Tribunal de origem exigiria o reexame da legislação
infraconstitucional aplicada à espécie; c) eventual ofensa às garantias do
contraditório e da ampla defesa apenas ocorreria de modo reflexo ou
indireto; d) o aresto impugnado está devidamente fundamentado.
2. Pois bem, a parte agravante sustenta que as violações
constitucionais se deram de forma direta, que o deslinde da controvérsia
prescinde do reexame de fatos e provas e que não houve fundamentação
da decisão no Tribunal de origem.
3. Mantida a decisão agravada, submeto o processo ao exame desta
nossa Turma.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1621290.
Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 611.405 RIO GRANDE DO
NORTE
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:JAURÍDICE
NOGUEIRA
DE
CARVALHO
E
OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:DANIEL ALVES PESSOA
AGDO.(A/S)
:OTÁVIO ERNESTO MOREIRA
ADV.(A/S)
:JOÃO BATISTA NETO
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Trata-se de agravo regimental contra decisão pela qual neguei
seguimento ao recurso extraordinário porque: a) o reexame do conjunto
fático-probatório dos autos é incompatível com a via recursal
extraordinária (Súmula 279/STF); b) entendimento diverso do adotado
pelo Tribunal de origem exigiria o reexame da legislação
infraconstitucional aplicada à espécie; c) eventual ofensa às garantias do
contraditório e da ampla defesa apenas ocorreria de modo reflexo ou
indireto; d) o aresto impugnado está devidamente fundamentado.
2. Pois bem, a parte agravante sustenta que as violações
constitucionais se deram de forma direta, que o deslinde da controvérsia
prescinde do reexame de fatos e provas e que não houve fundamentação
da decisão no Tribunal de origem.
3. Mantida a decisão agravada, submeto o processo ao exame desta
nossa Turma.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 7
Voto - MIN. AYRES BRITTO
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 611.405 RIO GRANDE DO
NORTE
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Tenho que o agravo regimental não merece acolhida. No caso, a
instância judicante de origem decidiu a controvérsia em acórdão assim
ementado:
“PENAL E PROCESSUAL PENAL. APELAÇÃO
CRIMINAL. DENÚNCIA OFERTADA NOS TERMOS DO
ARTIGO 121, § 2, INCISOS I E IV, DO CÓDIGO PENAL.
ABSOLVIÇÃO.
RECURSO
APRESENTADO
PELO
ASSISTENTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO. PRELIMININAR
DE NÃO CONHECIMENTO SUSCITADA PELO APELADO.
CARÁTER SUPLETIVO. CONHECIMENTO DO APELO
SOMENTE NO QUE PERTINE ÀS PRELIMINARES.
I- DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE NULIDADE
ABSOLUTA QUANTO AO DESAFORAMENTO, COM A
VIOLAÇÃO DOS ARTIGOS 5º, INCISOS LIII E LV, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL E 563, 564, III, D, PRIMEIRA
PARTE, 566, 573, §§ 1º E 2º, TODOS DO CÓDIGO DE
PROCESSO PENAL.
II CERCEAMENTO DA ACUSAÇÃO POR AFRONTA
AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DO DEVIDO
PROCESSO
LEGAL
DURANTE
A
INSTRUÇÃO
PROCESSUAL.
PREJUDICIAIS
REJEITADAS.
INCONFORMISMO
MINISTERIAL.
DECISÃO
MANIFESTAMENTE CONTRÁRIA À PROVA DOS ATUOS.
SENTENÇA AMPARADA EM UMA DAS VERSÕES
APRESENTADAS IMPROVIMENTO.
- O inconformismo apresentado pelos Assistentes do
Ministério Público, por ser revestido de caráter supletivo, não
merece conhecimento quando este órgão recorrer da decisão de
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25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 611.405 RIO GRANDE DO
NORTE
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Tenho que o agravo regimental não merece acolhida. No caso, a
instância judicante de origem decidiu a controvérsia em acórdão assim
ementado:
“PENAL E PROCESSUAL PENAL. APELAÇÃO
CRIMINAL. DENÚNCIA OFERTADA NOS TERMOS DO
ARTIGO 121, § 2, INCISOS I E IV, DO CÓDIGO PENAL.
ABSOLVIÇÃO.
RECURSO
APRESENTADO
PELO
ASSISTENTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO. PRELIMININAR
DE NÃO CONHECIMENTO SUSCITADA PELO APELADO.
CARÁTER SUPLETIVO. CONHECIMENTO DO APELO
SOMENTE NO QUE PERTINE ÀS PRELIMINARES.
I- DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE NULIDADE
ABSOLUTA QUANTO AO DESAFORAMENTO, COM A
VIOLAÇÃO DOS ARTIGOS 5º, INCISOS LIII E LV, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL E 563, 564, III, D, PRIMEIRA
PARTE, 566, 573, §§ 1º E 2º, TODOS DO CÓDIGO DE
PROCESSO PENAL.
II CERCEAMENTO DA ACUSAÇÃO POR AFRONTA
AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DO DEVIDO
PROCESSO
LEGAL
DURANTE
A
INSTRUÇÃO
PROCESSUAL.
PREJUDICIAIS
REJEITADAS.
INCONFORMISMO
MINISTERIAL.
DECISÃO
MANIFESTAMENTE CONTRÁRIA À PROVA DOS ATUOS.
SENTENÇA AMPARADA EM UMA DAS VERSÕES
APRESENTADAS IMPROVIMENTO.
- O inconformismo apresentado pelos Assistentes do
Ministério Público, por ser revestido de caráter supletivo, não
merece conhecimento quando este órgão recorrer da decisão de
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7
Voto - MIN. AYRES BRITTO
RE 611.405 AGR / RN
primeiro grau, salvo nas matérias não abordadas pelo Parquet .
- O deferimento de desaforamento não pode ser
reformado pela Câmara Criminal posto que este órgão não
possui competência para cassar decisão proferida pelo Tribunal
Pleno e, ainda, porque o pleito formulado obedeceu às
legislações processual e constitucional.
- Atendidos os princípios do contraditório e do devido
processo legal durante instrução processual, não há que se falar
em cerceamento da acusação.
- A decisão do júri não poderá ser considerada
manifestamente contrária à prova dos autos, quando constar
elementos probatórios que possam dar alicerce à versão
acolhida.”
6. De se ver, portanto, que entendimento diverso do adotado pelo
Tribunal de origem exigiria o reexame da legislação infraconstitucional
aplicada à espécie e a análise do conjunto fático-probatório dos autos
(Súmula 279/STF). Circunstância que inviabiliza o recurso extraordinário.
7. De mais a mais, não se poderia dar solução diferente à demanda.
Isso porque é firme a jurisprudência desta nossa Casa de Justiça, que me
parece juridicamente correta, no sentido de que, para se concluir pela
suposta ofensa às garantias constitucionais do processo, se faz necessária
a apreciação de normas processuais. Em palavras outras, a violação à
Constituição Republicana, se existente, ocorreria de modo reflexo ou
indireto.
8. A propósito, leia-se a ementa do AI 517.643-AgR, da relatoria do
ministro Celso de Mello:
“AGRAVO DE INSTRUMENTO - ALEGADA VIOLAÇÃO
AOS PRECEITOS INSCRITOS NO ART. 5º, XXXV E LV, E NO
ART. 93, IX, TODOS DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA -
AUSÊNCIA DE OFENSA DIRETA À CONSTITUIÇÃO -
CONTENCIOSO DE MERA LEGALIDADE - RECURSO
IMPROVIDO .
- As alegações de desrespeito aos postulados da
2
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Supremo Tribunal Federal
RE 611.405 AGR / RN
primeiro grau, salvo nas matérias não abordadas pelo Parquet .
- O deferimento de desaforamento não pode ser
reformado pela Câmara Criminal posto que este órgão não
possui competência para cassar decisão proferida pelo Tribunal
Pleno e, ainda, porque o pleito formulado obedeceu às
legislações processual e constitucional.
- Atendidos os princípios do contraditório e do devido
processo legal durante instrução processual, não há que se falar
em cerceamento da acusação.
- A decisão do júri não poderá ser considerada
manifestamente contrária à prova dos autos, quando constar
elementos probatórios que possam dar alicerce à versão
acolhida.”
6. De se ver, portanto, que entendimento diverso do adotado pelo
Tribunal de origem exigiria o reexame da legislação infraconstitucional
aplicada à espécie e a análise do conjunto fático-probatório dos autos
(Súmula 279/STF). Circunstância que inviabiliza o recurso extraordinário.
7. De mais a mais, não se poderia dar solução diferente à demanda.
Isso porque é firme a jurisprudência desta nossa Casa de Justiça, que me
parece juridicamente correta, no sentido de que, para se concluir pela
suposta ofensa às garantias constitucionais do processo, se faz necessária
a apreciação de normas processuais. Em palavras outras, a violação à
Constituição Republicana, se existente, ocorreria de modo reflexo ou
indireto.
8. A propósito, leia-se a ementa do AI 517.643-AgR, da relatoria do
ministro Celso de Mello:
“AGRAVO DE INSTRUMENTO - ALEGADA VIOLAÇÃO
AOS PRECEITOS INSCRITOS NO ART. 5º, XXXV E LV, E NO
ART. 93, IX, TODOS DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA -
AUSÊNCIA DE OFENSA DIRETA À CONSTITUIÇÃO -
CONTENCIOSO DE MERA LEGALIDADE - RECURSO
IMPROVIDO .
- As alegações de desrespeito aos postulados da
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7
Voto - MIN. AYRES BRITTO
RE 611.405 AGR / RN
inafastabilidade do controle jurisdicional, do devido processo
legal, da motivação dos atos decisórios e da plenitude de
defesa, por dependerem de exame prévio e necessário da
legislação comum, podem configurar, quando muito , situações
caracterizadoras de ofensa meramente reflexa ao texto da
Constituição, o que não basta , só por si, para viabilizar o
acesso à via recursal extraordinária. Precedentes.”
9. Precedentes: AIs 451.268-AgR, da relatoria do ministro Sepúlveda
Pertence; 477.815-AgR, da relatoria do ministro Joaquim Barbosa;
478.260-AgR, da relatoria do ministro Gilmar Mendes; 546.068-AgR, da
relatoria do ministro Eros Grau; e 556.165-AgR, da relatoria do ministro
Cezar Peluso; bem como REs 425.734-AgR, da relatoria da ministra Ellen
Gracie; e 491.923-AgR, da relatoria do ministro Ricardo Lewandowski.
10. Por outra volta, pontuo que a controvérsia foi debatida em
decisão devidamente fundamentada, embora em sentido contrário aos
interesses da parte recorrente. Logo, não há falar em afronta à
Constituição Republicana.
11. Com efeito, “a Constituição exige, no art. 93, IX, é que a decisão
judicial seja fundamentada; não, que a fundamentação seja correta, na solução
das questões de fato ou de direito da lide: declinadas no julgado as premissas,
corretamente assentadas ou não, mas coerentes com o dispositivo do acórdão, está
satisfeita a exigência constitucional” (RE 140.370, da relatoria do ministro
Sepúlveda Pertence). Cito, de mais a mais, o AI 177.283-AgR, da relatoria
do ministro Carlos Velloso.
12. Ante o exposto, meu voto é pelo desprovimento do agravo
regimental.
* * * * * * * * * * * *
3
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Supremo Tribunal Federal
RE 611.405 AGR / RN
inafastabilidade do controle jurisdicional, do devido processo
legal, da motivação dos atos decisórios e da plenitude de
defesa, por dependerem de exame prévio e necessário da
legislação comum, podem configurar, quando muito , situações
caracterizadoras de ofensa meramente reflexa ao texto da
Constituição, o que não basta , só por si, para viabilizar o
acesso à via recursal extraordinária. Precedentes.”
9. Precedentes: AIs 451.268-AgR, da relatoria do ministro Sepúlveda
Pertence; 477.815-AgR, da relatoria do ministro Joaquim Barbosa;
478.260-AgR, da relatoria do ministro Gilmar Mendes; 546.068-AgR, da
relatoria do ministro Eros Grau; e 556.165-AgR, da relatoria do ministro
Cezar Peluso; bem como REs 425.734-AgR, da relatoria da ministra Ellen
Gracie; e 491.923-AgR, da relatoria do ministro Ricardo Lewandowski.
10. Por outra volta, pontuo que a controvérsia foi debatida em
decisão devidamente fundamentada, embora em sentido contrário aos
interesses da parte recorrente. Logo, não há falar em afronta à
Constituição Republicana.
11. Com efeito, “a Constituição exige, no art. 93, IX, é que a decisão
judicial seja fundamentada; não, que a fundamentação seja correta, na solução
das questões de fato ou de direito da lide: declinadas no julgado as premissas,
corretamente assentadas ou não, mas coerentes com o dispositivo do acórdão, está
satisfeita a exigência constitucional” (RE 140.370, da relatoria do ministro
Sepúlveda Pertence). Cito, de mais a mais, o AI 177.283-AgR, da relatoria
do ministro Carlos Velloso.
12. Ante o exposto, meu voto é pelo desprovimento do agravo
regimental.
* * * * * * * * * * * *
3
Supremo Tribunal Federal
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Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 611.405
PROCED. : RIO GRANDE DO NORTE
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : JAURÍDICE NOGUEIRA DE CARVALHO E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : DANIEL ALVES PESSOA
AGDO.(A/S) : OTÁVIO ERNESTO MOREIRA
ADV.(A/S) : JOÃO BATISTA NETO
Decisão: agravo regimental desprovido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, o Senhor
Ministro Gilmar Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim
Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 611.405
PROCED. : RIO GRANDE DO NORTE
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : JAURÍDICE NOGUEIRA DE CARVALHO E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : DANIEL ALVES PESSOA
AGDO.(A/S) : OTÁVIO ERNESTO MOREIRA
ADV.(A/S) : JOÃO BATISTA NETO
Decisão: agravo regimental desprovido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, o Senhor
Ministro Gilmar Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim
Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1637350 | 2011-10-25T00:00:00 | 2011-12-16T00:00:00 | Agravo regimental desprovido, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Gilmar Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONTROVÉRSIA DECIDIDA COM BASE NA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E NO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279/STF. ALEGAÇÃO DE AFRONTA ÀS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DO PROCESSO. VIOLAÇÃO REFLEXA. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO INCISO IX DO ART. 93 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INSUBSISTÊNCIA.
1. Caso em que entendimento diverso do adotado pelo Tribunal de origem demandaria a análise da legislação ordinária pertinente e o revolvimento dos fatos e provas constantes dos autos. Providências vedadas na instância extraordinária.
2. Violação às garantias constitucionais do processo, se existente, apenas ocorreria de modo reflexo ou indireto. Precedentes.
3. O aresto impugnado, em que pese haver dissentido dos interesses da parte agravante, está devidamente fundamentado. Logo, não cabe falar em ofensa ao inciso IX do art. 93 da Magna Carta de 1988.
4. Agravo regimental desprovido. | sjur202995 | - Acórdãos citados: AI 517643 AgR, AI 451268 AgR, AI 477815 AgR, AI 478260 AgR, AI 556165 AgR, RE 425734 AgR, RE 491923 AgR, RE 140370, AI 177283 AgR.
Número de páginas: 7.
Análise: 23/01/2012, GVS. | AYRES BRITTO | Segunda Turma | 611405 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00093 INC-00009 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000279 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | RE-AgR | acordaos | RE 611405 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : JAURÍDICE NOGUEIRA DE CARVALHO E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : DANIEL ALVES PESSOA
AGDO.(A/S) : OTÁVIO ERNESTO MOREIRA
ADV.(A/S) : JOÃO BATISTA NETO | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 611 . 405",
"SÚMULA 279 / STF",
"RE 611 . 405 AGR / RN",
"RE 611 . 405 AGR / RN",
"Súmula 279 / STF",
"Súmula 279 / STF",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 611 . 405",
"RE 611 . 405",
"Súmula 279 / STF",
"AI 517 . 643 - AgR",
"RE 611 . 405",
"Súmula 279 / STF",
"AI 517 . 643 - AgR",
"RE 611",
"AIs 451 . 268 - AgR",
"477",
".",
"815",
"-",
"AgR",
"478",
".",
"260",
"-",
"AgR",
"546",
".",
"068",
"-",
"AgR",
"556",
".",
"165",
"-",
"AgR",
"REs 425 . 734 - AgR",
"491",
".",
"923",
"-",
"AgR",
"RE 140 . 370",
"AI 177 . 283 - AgR",
"RE 611 . 405 AGR / RN",
"AIs 451 . 268 - AgR",
"477",
".",
"815",
"-",
"AgR",
"478",
".",
"260",
"-",
"AgR",
"546",
".",
"068",
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"AgR",
"556",
".",
"165",
"-",
"AgR",
"REs 425 . 734 - AgR",
"491",
".",
"923",
"-",
"AgR",
"RE 140 . 370",
"AI 177 . 283 - AgR",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 611 . 405"
],
"LEGISLACAO": [
"INCISO IX DO ART . 93 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL",
"inciso IX do art . 93 da Magna Carta de 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTIGO 121 , § 2 , INCISOS I E IV , DO CÓDIGO PENAL",
"ARTIGOS [UNK] , INCISOS LIII E LV , DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL",
"563 , 564 , III , D , PRIMEIRA PARTE , 566 , 573 , § § [UNK] E [UNK] , TODOS DO CÓDIGO DE PROCESSO",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTIGO 121 , § 2 , INCISOS I E IV , DO CÓDIGO PENAL",
"ARTIGOS [UNK] , INCISOS LIII E LV , DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL",
"563 , 564 , III , D , PRIMEIRA PARTE , 566 , 573 , § § [UNK] E [UNK] , TODOS DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Republicana",
"ART . [UNK] , XXXV E LV , E",
"ART . 93 , IX , TODOS DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Republicana",
"ART . [UNK] , XXXV E LV , E",
"ART . 93 , IX , TODOS DA CONSTITUIÇÃO",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição Republicana",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"Constituição Republicana",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"RIO GRANDE DO NORTE",
"Brasília",
"Brasília",
"RIO GRANDE DO NORTE",
"RIO GRANDE DO",
"GRANDE DO NORTE",
"RIO GRANDE DO NORTE",
"RIO GRANDE DO NORTE",
"RIO GRANDE DO NORTE"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"MINISTÉRIO PÚBLICO",
"Ministério Público",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"MINISTÉRIO PÚBLICO",
"Ministério Público",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"/",
"Câmara Criminal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Câmara Criminal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"AYRES BRITTO",
"JAURÍDICE NOGUEIRA DE CARVALHO",
"DANIEL ALVES PESSOA",
"OTÁVIO ERNESTO MOREIRA",
"JOÃO BATISTA NETO",
"Ayres Britto",
"AYRES BRITTO",
"Ayres Britto",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"JAURÍDICE NOGUEIRA DE CARVALHO",
"DANIEL ALVES PESSOA",
"OTÁVIO ERNESTO MOREIRA",
"JOÃO BATISTA NETO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"JAURÍDICE NOGUEIRA DE CARVALHO",
"DANIEL ALVES PESSOA",
"OTÁVIO ERNESTO MOREIRA",
"JOÃO BATISTA NETO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
"AYRES BRITTO",
"Sepúlveda Pertence",
"Joaquim Barbosa",
"Gilmar Mendes",
"Eros Grau",
"Cezar Peluso",
"Ellen Gracie",
"Ricardo Lewandowski",
"Sepúlveda Pertence",
"Carlos Velloso",
"Sepúlveda Pertence",
"Joaquim Barbosa",
"Gilmar Mendes",
"Eros Grau",
"Cezar Peluso",
"Ellen Gracie",
"Ricardo Lewandowski",
"Sepúlveda Pertence",
"Carlos Velloso",
"AYRES BRITTO",
"JAURÍDICE NOGUEIRA DE CARVALHO",
"DANIEL ALVES PESSOA",
"OTÁVIO ERNESTO MOREIRA",
"JOÃO BATISTA NETO",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab",
"AYRES BRITTO",
"JAURÍDICE NOGUEIRA DE CARVALHO",
"DANIEL ALVES PESSOA",
"OTÁVIO ERNESTO MOREIRA",
"JOÃO BATISTA NETO",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"25 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
18/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 332.934 CEARÁ
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:ESTADO DO CEARÁ
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ
AGDO.(A/S)
:ÉDIPO SOARES CAVALCANTE E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:JOSÉ LINDIVAL DE FREITAS
EMENTA:
AGRAVO
REGIMENTAL
EM
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
SERVIDOR
PÚBLICO.
LIMITE
REMUNERATÓRIO. INCISO XI DO ART. 37 DA CONSTITUIÇÃO
REPUBLICANA (REDAÇÃO ANTERIOR À EC 41/2003).
1. Consoante a firme jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,
não são auto-aplicáveis os comandos alusivos a teto remuneratório
inseridos na Constituição Federal pela EC 19/1998.
2. Agravo regimental desprovido.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em desprover o agravo
regimental, o que fazem nos termos do voto do Relator e por
unanimidade de votos, em sessão presidida pelo Ministro Ayres Britto, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 18 de outubro de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
DJe 19/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6
Relatório
18/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 332.934 CEARÁ
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:ESTADO DO CEARÁ
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ
AGDO.(A/S)
:ÉDIPO SOARES CAVALCANTE E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:JOSÉ LINDIVAL DE FREITAS
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Trata-se de agravo regimental contra decisão pela qual neguei
seguimento ao recurso extraordinário porque a jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal se orienta no sentido de não serem
auto-aplicáveis os comandos alusivos a teto remuneratório inseridos na
Magna Carta pela EC 19/1998, até que seja editada lei fixando o subsídio
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, nos moldes do inciso XV do
art. 48 da Constituição Federal.
2. Pois bem, a parte agravante reitera as alegações expendidas no
apelo extremo e pugna pelo provimento do recurso.
3. Mantida a decisão agravada, submeto o processo ao exame desta
nossa Turma.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
MOM/
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
18/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 332.934 CEARÁ
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:ESTADO DO CEARÁ
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ
AGDO.(A/S)
:ÉDIPO SOARES CAVALCANTE E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:JOSÉ LINDIVAL DE FREITAS
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Trata-se de agravo regimental contra decisão pela qual neguei
seguimento ao recurso extraordinário porque a jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal se orienta no sentido de não serem
auto-aplicáveis os comandos alusivos a teto remuneratório inseridos na
Magna Carta pela EC 19/1998, até que seja editada lei fixando o subsídio
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, nos moldes do inciso XV do
art. 48 da Constituição Federal.
2. Pois bem, a parte agravante reitera as alegações expendidas no
apelo extremo e pugna pelo provimento do recurso.
3. Mantida a decisão agravada, submeto o processo ao exame desta
nossa Turma.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
MOM/
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 6
Voto - MIN. AYRES BRITTO
18/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 332.934 CEARÁ
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Tenho que o inconformismo não merece acolhida. Eis o teor da
decisão agravada (fls. 214-216):
“Trata-se de recurso extraordinário, interposto com
fundamento na alínea ‘a’ do inciso III do art. 102 da
Constituição Republicana, contra acórdão do Tribunal de
Justiça do Estado do Ceará.
2. Da leitura dos autos, observo que a Instância Judicante
de origem deu provimento à reclamação manejada pelos ora
recorridos (servidores públicos estaduais lotados na Assembleia
Legislativa do Estado do Ceará) para determinar o
cumprimento de decisão mandamental transitada em julgado,
que reconhecera aos impetrantes o direito de se excluírem do
teto remuneratório vantagens consideradas de natureza
pessoal.
3. Pois bem, a parte recorrente alega que, por meio da
‘Emenda Constitucional nº 19/98, aderiram à Constituição da
República, de 1988, novos preceitos, ‘de mesma hierarquia das
normas constitucionais originárias’ [Alexandre de Moraes, ob.
cit., p. 505], os quais, ao garantirem a irredutibilidade da
contraprestação dos servidores públicos, fazem algumas
ressalvas à este direito, permitindo, excepcionalmente, a
redução de vencimentos, proventos, pensões e outras espécies
remuneratórias, para observância de um limite máximo,
conhecido como teto constitucional, e para a supressão do
denominado efeito cascata, consistente no cálculo de
remunerações, proventos e pensões de forma acumulada, ou
seja, com a incidência de acréscimos financeiros uns sobre os
outros, e não somente sobre o valor padrão da
contraprestação’ (fls. 176). Aduz que ‘não se pode opor a
existência de direito adquirido ou ato jurídico perfeito ou ainda
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Supremo Tribunal Federal
18/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 332.934 CEARÁ
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Tenho que o inconformismo não merece acolhida. Eis o teor da
decisão agravada (fls. 214-216):
“Trata-se de recurso extraordinário, interposto com
fundamento na alínea ‘a’ do inciso III do art. 102 da
Constituição Republicana, contra acórdão do Tribunal de
Justiça do Estado do Ceará.
2. Da leitura dos autos, observo que a Instância Judicante
de origem deu provimento à reclamação manejada pelos ora
recorridos (servidores públicos estaduais lotados na Assembleia
Legislativa do Estado do Ceará) para determinar o
cumprimento de decisão mandamental transitada em julgado,
que reconhecera aos impetrantes o direito de se excluírem do
teto remuneratório vantagens consideradas de natureza
pessoal.
3. Pois bem, a parte recorrente alega que, por meio da
‘Emenda Constitucional nº 19/98, aderiram à Constituição da
República, de 1988, novos preceitos, ‘de mesma hierarquia das
normas constitucionais originárias’ [Alexandre de Moraes, ob.
cit., p. 505], os quais, ao garantirem a irredutibilidade da
contraprestação dos servidores públicos, fazem algumas
ressalvas à este direito, permitindo, excepcionalmente, a
redução de vencimentos, proventos, pensões e outras espécies
remuneratórias, para observância de um limite máximo,
conhecido como teto constitucional, e para a supressão do
denominado efeito cascata, consistente no cálculo de
remunerações, proventos e pensões de forma acumulada, ou
seja, com a incidência de acréscimos financeiros uns sobre os
outros, e não somente sobre o valor padrão da
contraprestação’ (fls. 176). Aduz que ‘não se pode opor a
existência de direito adquirido ou ato jurídico perfeito ou ainda
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 6
Voto - MIN. AYRES BRITTO
RE 332.934 AGR / CE
coisa julgada, haja vista que contra o Poder Constituinte
Federal não prosperam essas alegações, devendo todas as
situações desconformes com o mandamento constitucional a
ela serem amoldadas como vem reiteradamente decidindo esta
egrégia Corte Constitucional com fulcro no art. 17 ADCT’ (fls.
177).
4. A seu turno, a Procuradoria-Geral da República, em
parecer da lavra do Subprocurador-Geral Geraldo Brindeiro,
opina pelo desprovimento do apelo extremo.
5. Como bem assinalado no parecer ministerial, ‘tem-se
que a questão central do recurso, que diz respeito à inclusão ou
não de vantagens de ordem pessoal no teto remuneratório
definido pela emenda constitucional nº 18/98 não merece
provimento. É que esta Egrégia Corte, na sessão administrativa
de 24 de junho de 1998, firmou entendimento no sentido de que
as normas concernentes ao teto remuneratório contidas na
emenda constitucional nº 19/98 não são aptas a gerar eficácia
jurídica, valendo o texto constitucional anterior até que editada
a lei fixando o subsídio de seus Ministros, de iniciativa conjunta
dos Presidentes da República, da Câmara dos Deputados, do
Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal, conforme exige
art. 48, XV, da Constituição da República, em sua redação atual’
(fls. 209).
6. Bem vistas as coisas, torna-se dispensável o debate
sobre os limites objetivos da coisa julgada (MS 95.00124-9). Isso
porque o Supremo Tribunal Federal tem reiteradamente
decidido que ‘a superveniência da Emenda Constitucional
19/98, no ponto em que alterou a redação do artigo 37, XI, da
Constituição, não teve a virtude de revogar as disposições
legais que dispunham a respeito do teto ou do sub-teto de
vencimentos dos servidores públicos, dado que ‘só se tornarão
aplicáveis o novo art. 37, XI, e seus corolários, na EC 19/98, a
partir da fixação por lei do subsídio mensal’, (ADI nº 1.898-MC,
j. em 21.10.98, Rel. Min. OCTÁVIO GALLOTTI, DJ 30.04.04)’ (AI
522326, da relatoria do ministro Cezar Peluso). E o que está
centralmente em questão neste caso? De um lado, a
2
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RE 332.934 AGR / CE
coisa julgada, haja vista que contra o Poder Constituinte
Federal não prosperam essas alegações, devendo todas as
situações desconformes com o mandamento constitucional a
ela serem amoldadas como vem reiteradamente decidindo esta
egrégia Corte Constitucional com fulcro no art. 17 ADCT’ (fls.
177).
4. A seu turno, a Procuradoria-Geral da República, em
parecer da lavra do Subprocurador-Geral Geraldo Brindeiro,
opina pelo desprovimento do apelo extremo.
5. Como bem assinalado no parecer ministerial, ‘tem-se
que a questão central do recurso, que diz respeito à inclusão ou
não de vantagens de ordem pessoal no teto remuneratório
definido pela emenda constitucional nº 18/98 não merece
provimento. É que esta Egrégia Corte, na sessão administrativa
de 24 de junho de 1998, firmou entendimento no sentido de que
as normas concernentes ao teto remuneratório contidas na
emenda constitucional nº 19/98 não são aptas a gerar eficácia
jurídica, valendo o texto constitucional anterior até que editada
a lei fixando o subsídio de seus Ministros, de iniciativa conjunta
dos Presidentes da República, da Câmara dos Deputados, do
Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal, conforme exige
art. 48, XV, da Constituição da República, em sua redação atual’
(fls. 209).
6. Bem vistas as coisas, torna-se dispensável o debate
sobre os limites objetivos da coisa julgada (MS 95.00124-9). Isso
porque o Supremo Tribunal Federal tem reiteradamente
decidido que ‘a superveniência da Emenda Constitucional
19/98, no ponto em que alterou a redação do artigo 37, XI, da
Constituição, não teve a virtude de revogar as disposições
legais que dispunham a respeito do teto ou do sub-teto de
vencimentos dos servidores públicos, dado que ‘só se tornarão
aplicáveis o novo art. 37, XI, e seus corolários, na EC 19/98, a
partir da fixação por lei do subsídio mensal’, (ADI nº 1.898-MC,
j. em 21.10.98, Rel. Min. OCTÁVIO GALLOTTI, DJ 30.04.04)’ (AI
522326, da relatoria do ministro Cezar Peluso). E o que está
centralmente em questão neste caso? De um lado, a
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 6
Voto - MIN. AYRES BRITTO
RE 332.934 AGR / CE
interpretação da Assembleia Legislativa de que poderia aplicar
imediatamente, por ato de sua mesa diretora, as novas normas
do teto remuneratório estabelecidas pela EC nº 19/98. De outro
lado, a posição dos reclamantes de que a coisa julgada os
protegeria. Tenho por certo que, pendente de lei no sentido
formal, a sentença mandamental proferida em favor dos ora
recorridos não foi exaurida pela mera vigência da EC nº 19/98.
7. Em palavras outras, enquanto não houver a
regulamentação do direito constitucional (de eficácia limitada)
por lei em sentido estrito, vale a vedação de sujeitar as
vantagens pessoais de toda espécie a limite remuneratório. Lei,
essa, que não foi tratada no presente recurso extraordinário.
8. Confiram-se, entre outros, os AIs 418.361, da relatoria
do ministro Joaquim Barbosa; e 754.635, da relatoria da ministra
Cármen Lúcia; os REs 141.788, da relatoria do ministro
Sepúlveda Pertence; 400.404-AgR, da minha relatoria; 564.697,
da relatoria do ministro Ricardo Lewandowski; e 589.051, da
relatoria da ministra Ellen Gracie; bem como a ADI 14, da
relatoria do ministro Célio Borja.
9. À derradeira, anoto não estarem em causa as
implicações da EC nº 41/03.
Isso posto, e frente ao caput do art. 557 do CPC e ao § 1º do
art. 21 do RI/STF, nego seguimento ao recurso.”
6. Muito bem. Após reexaminar a controvérsia, concluo que as
razões recursais não se mostram aptas à alteração do equacionamento
jurídico dado ao caso.
7. Nessa contextura, confirmando a adequação da decisão agravada
à jurisprudência firmada por esta nossa Casa de Justiça, nego provimento
ao agravo regimental.
8. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
3
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RE 332.934 AGR / CE
interpretação da Assembleia Legislativa de que poderia aplicar
imediatamente, por ato de sua mesa diretora, as novas normas
do teto remuneratório estabelecidas pela EC nº 19/98. De outro
lado, a posição dos reclamantes de que a coisa julgada os
protegeria. Tenho por certo que, pendente de lei no sentido
formal, a sentença mandamental proferida em favor dos ora
recorridos não foi exaurida pela mera vigência da EC nº 19/98.
7. Em palavras outras, enquanto não houver a
regulamentação do direito constitucional (de eficácia limitada)
por lei em sentido estrito, vale a vedação de sujeitar as
vantagens pessoais de toda espécie a limite remuneratório. Lei,
essa, que não foi tratada no presente recurso extraordinário.
8. Confiram-se, entre outros, os AIs 418.361, da relatoria
do ministro Joaquim Barbosa; e 754.635, da relatoria da ministra
Cármen Lúcia; os REs 141.788, da relatoria do ministro
Sepúlveda Pertence; 400.404-AgR, da minha relatoria; 564.697,
da relatoria do ministro Ricardo Lewandowski; e 589.051, da
relatoria da ministra Ellen Gracie; bem como a ADI 14, da
relatoria do ministro Célio Borja.
9. À derradeira, anoto não estarem em causa as
implicações da EC nº 41/03.
Isso posto, e frente ao caput do art. 557 do CPC e ao § 1º do
art. 21 do RI/STF, nego seguimento ao recurso.”
6. Muito bem. Após reexaminar a controvérsia, concluo que as
razões recursais não se mostram aptas à alteração do equacionamento
jurídico dado ao caso.
7. Nessa contextura, confirmando a adequação da decisão agravada
à jurisprudência firmada por esta nossa Casa de Justiça, nego provimento
ao agravo regimental.
8. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 6
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 332.934
PROCED. : CEARÁ
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : ESTADO DO CEARÁ
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ
AGDO.(A/S) : ÉDIPO SOARES CAVALCANTE E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : JOSÉ LINDIVAL DE FREITAS
Decisão: agravo regimental desprovido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausente, justificadamente, o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 18.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes,
Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 332.934
PROCED. : CEARÁ
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : ESTADO DO CEARÁ
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ
AGDO.(A/S) : ÉDIPO SOARES CAVALCANTE E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : JOSÉ LINDIVAL DE FREITAS
Decisão: agravo regimental desprovido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausente, justificadamente, o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 18.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes,
Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 6
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1642328 | 2011-10-18T00:00:00 | 2011-12-19T00:00:00 | Agravo regimental desprovido, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 18.10.2011. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO. LIMITE REMUNERATÓRIO. INCISO XI DO ART. 37 DA CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA (REDAÇÃO ANTERIOR À EC 41/2003).
1. Consoante a firme jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, não são auto-aplicáveis os comandos alusivos a teto remuneratório inseridos na Constituição Federal pela EC 19/1998.
2. Agravo regimental desprovido. | sjur203202 | Número de páginas: 6.
Análise: 23/01/2012, GVS. | AYRES BRITTO | Segunda Turma | 332934 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00037 INC-00011 REDAÇÃO ANTERIOR A EC-41/2003\r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n\r\n",
"LEG-FED EMC-000041 ANO-2003\r\n EMENDA CONSTITUCIONAL"
] | RE-AgR | acordaos | RE 332934 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : ESTADO DO CEARÁ
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ
AGDO.(A/S) : ÉDIPO SOARES CAVALCANTE E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : JOSÉ LINDIVAL DE FREITAS | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 332 . 934",
"RE 332 . 934 AGR",
"MS 95 . 00124 - 9",
"ADI [UNK] 1 . 898 - MC",
"AI 522326",
"RE 332 . 934 AGR / CE",
"MS 95 . 00124 - 9",
"ADI [UNK] 1 . 898 - MC",
"AI 522326",
"RE 332 . 934 AGR / CE",
"AIs 418 . 361",
"754",
".",
"REs 141 . 788",
".",
"404",
"-",
"AgR",
"564",
".",
"589",
".",
"ADI 14",
"RE 332 . 934",
"AIs 418 . 361",
"754",
".",
"REs 141 . 788",
".",
"404",
"-",
"AgR",
"564",
".",
"697",
"589",
".",
"051",
"ADI 14",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 332 .",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 332 . 934"
],
"LEGISLACAO": [
"INCISO XI DO ART . 37 DA CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA",
"EC 41 / 2003",
"Constituição Federal",
"EC 19 / 1998",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Magna",
"Carta",
"EC 19 / 1998",
"inciso XV do art . 48 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Magna Carta",
"EC 19 / 1998",
"inciso XV do art . 48 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso III do art . 102 da Constituição Republicana",
"Emenda Constitucional [UNK] 19 / 98",
"Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"alínea ‘ a ’ do inciso III do art . 102 da Constituição Republicana",
"Emenda Constitucional [UNK] 19 / 98",
"Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"emenda constitucional [UNK] 18 / 98",
"emenda constitucional [UNK] 19 / 98",
"art . 48 , XV , da Constituição da República",
"Emenda Constitucional 19 / 98",
"artigo 37 , XI , da Constituição",
"EC 19 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"emenda constitucional [UNK] 18 / 98",
"emenda",
"constitucional [UNK] 19 / 98",
"art . 48 , XV , da Constituição da República",
"Emenda Constitucional 19 / 98",
"artigo 37 , XI , da Constituição",
"EC 19 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"EC [UNK] 19 / 98",
"EC [UNK] 19 / 98",
"EC [UNK] 41 / 03",
"art . 557 do CPC",
"§ [UNK] do art . 21 do RI / STF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"EC [UNK] 19 / 98",
"EC [UNK] 19 / 98",
"EC [UNK] 41 / 03",
"art . 557 do CPC",
"§ [UNK] do art . 21 do RI / STF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 /",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"CEARÁ",
"ESTADO DO CEARÁ",
"ESTADO DO CEARÁ",
"Brasília",
"CEARÁ",
"ESTADO DO CEARÁ",
"ESTADO DO CEARÁ",
"CEARÁ",
"ESTADO DO CEARÁ",
"ESTADO DO CEARÁ",
"CEARÁ",
"CEARÁ",
"CEARÁ",
"ESTADO DO CEARÁ",
"ESTADO DO CEARÁ",
"CEARÁ",
"ESTADO DO CEARÁ",
"ESTADO DO CEARÁ"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"MOM",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Tribunal de Justiça do Estado do Ceará",
"Assembleia Legislativa do Estado do Ceará",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Tribunal de Justiça do Estado do Ceará",
"Assembleia Legislativa do Estado do Ceará",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"/",
"CE",
"Corte Constitucional",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"República",
"Câmara dos Deputados",
"Senado Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"República",
"Câmara dos Deputados",
"Senado Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Assembleia Legislativa",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"AGR",
"/",
"CE",
"Assembleia Legislativa",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"AYRES BRITTO",
"ÉDIPO SOARES CAVALCANTE",
"JOSÉ LINDIVAL DE FREITAS",
"Ayres Britto",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"ÉDIPO SOARES CAVALCANTE",
"JOSÉ LINDIVAL DE FREITAS",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"ÉDIPO SOARES CAVALCANTE",
"JOSÉ LINDIVAL DE FREITAS",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Alexandre de Moraes",
"AYRES BRITTO",
"Alexandre de Moraes",
"AYRES BRITTO",
"Geraldo Brindeiro",
"OCTÁVIO GALLOTTI",
"Cezar Peluso",
"Geraldo Brindeiro",
"OCTÁVIO GALLOTTI",
"Cezar Peluso",
"AYRES BRITTO",
"Joaquim Barbosa",
"Cármen Lúcia",
"Sepúlveda Pertence",
"Ricardo Lewandowski",
"Ellen Gracie",
"Célio Borja",
"Joaquim Barbosa",
"Cármen Lúcia",
"Sepúlveda Pertence",
"Ricardo Lewandowski",
"Ellen Gracie",
"Célio Borja",
"AYRES BRITTO",
"ÉDIPO SOARES CAVALCANTE",
"JOSÉ LINDIVAL DE FREITAS",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab",
"AYRES BRITTO",
"ÉDIPO SOARES CAVALCANTE",
"JOSÉ LINDIVAL DE FREITAS",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"18",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"18 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"18",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"1988",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24 de junho de 1998",
"21",
".",
"10",
".",
"98",
"30",
".",
"04",
".",
"04",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24 de junho de 1998",
"21",
".",
"10",
".",
"98",
"30",
".",
"04",
".",
"04",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 798.234 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
AGTE.(S)
:HOSPITAL ANCHIETA LTDA
ADV.(A/S)
:MARCELO LUIZ ÁVILA DE BESSA
ADV.(A/S)
:DANIELLE
LORENCINI
GAZONI
RANGEL
E
OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:MARIA SHIRLEY BARBOSA DE SOUZA COSTA
ADV.(A/S)
:NAIR MARIA DA SILVA E OUTRO(A/S)
RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL. O
recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova,
também não servindo à interpretação de normas estritamente legais.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO – PRESTAÇÃO JURISDICIONAL –
DEVIDO PROCESSO LEGAL. Se, de um lado, é possível ter-se situação
concreta em que transgredido o devido processo legal a ponto de se
enquadrar o recurso extraordinário no permissivo que lhe é próprio, de
outro, descabe confundir a ausência de aperfeiçoamento da prestação
jurisdicional com a entrega de forma contrária aos interesses do
recorrente.
AGRAVO – ARTIGO 557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL –
MULTA. Se o agravo é manifestamente infundado, impõe-se a aplicação
da multa prevista no § 2º do artigo 557 do Código de Processo Civil,
arcando a parte com o ônus decorrente da litigância de má-fé.
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Supremo Tribunal Federal
DJe 05/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7
Ementa e Acórdão
AI 798.234 AGR / DF
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em negar provimento ao
agravo regimental no agravo de instrumento, nos termos do voto do
relator e por unanimidade, em sessão presidida pela Ministra Cármen
Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas
taquigráficas.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR
2
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Supremo Tribunal Federal
AI 798.234 AGR / DF
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em negar provimento ao
agravo regimental no agravo de instrumento, nos termos do voto do
relator e por unanimidade, em sessão presidida pela Ministra Cármen
Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas
taquigráficas.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7
Relatório
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 798.234 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
AGTE.(S)
:HOSPITAL ANCHIETA LTDA
ADV.(A/S)
:MARCELO LUIZ ÁVILA DE BESSA
ADV.(A/S)
:DANIELLE
LORENCINI
GAZONI
RANGEL
E
OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:MARIA SHIRLEY BARBOSA DE SOUZA COSTA
ADV.(A/S)
:NAIR MARIA DA SILVA E OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Por meio da decisão
de folhas 1542 e 1543, neguei provimento ao agravo, consignando:
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO
–
MATÉRIA FÁTICA – INVIABILIDADE –
DESPROVIMENTO DO AGRAVO.
1 A recorribilidade extraordinária é distinta daquela
revelada por simples revisão do que decidido, na maioria das
vezes procedida mediante o recurso por excelência – a apelação.
Atua-se em sede excepcional à luz da moldura fática delineada
soberanamente pela Corte de origem, considerando-se as
premissas constantes do acórdão impugnado. A jurisprudência
sedimentada é pacífica a respeito, devendo-se ter presente o
Verbete nº 279 da Súmula deste Tribunal:
Para simples reexame de prova não cabe recurso
extraordinário.
As razões do extraordinário partem de pressupostos
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 798.234 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
AGTE.(S)
:HOSPITAL ANCHIETA LTDA
ADV.(A/S)
:MARCELO LUIZ ÁVILA DE BESSA
ADV.(A/S)
:DANIELLE
LORENCINI
GAZONI
RANGEL
E
OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:MARIA SHIRLEY BARBOSA DE SOUZA COSTA
ADV.(A/S)
:NAIR MARIA DA SILVA E OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Por meio da decisão
de folhas 1542 e 1543, neguei provimento ao agravo, consignando:
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO
–
MATÉRIA FÁTICA – INVIABILIDADE –
DESPROVIMENTO DO AGRAVO.
1 A recorribilidade extraordinária é distinta daquela
revelada por simples revisão do que decidido, na maioria das
vezes procedida mediante o recurso por excelência – a apelação.
Atua-se em sede excepcional à luz da moldura fática delineada
soberanamente pela Corte de origem, considerando-se as
premissas constantes do acórdão impugnado. A jurisprudência
sedimentada é pacífica a respeito, devendo-se ter presente o
Verbete nº 279 da Súmula deste Tribunal:
Para simples reexame de prova não cabe recurso
extraordinário.
As razões do extraordinário partem de pressupostos
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Relatório
AI 798.234 AGR / DF
fáticos estranhos ao acórdão atacado, buscando-se, em última
análise, conduzir esta Corte ao reexame dos elementos
probatórios para, com fundamento em quadro diverso, assentar
a viabilidade do recurso.
A par desse aspecto, descabe confundir a ausência de
entrega aperfeiçoada da prestação jurisdicional com decisão
contrária aos interesses defendidos. A violência ao devido
processo legal não pode ser tomada como uma alavanca para
alçar a este Tribunal conflito de interesses cuja solução se
exaure na origem. A tentativa acaba por se fazer voltada à
transformação do Supremo em mero revisor dos atos dos
demais tribunais do País. Na espécie, o Colegiado de origem
procedeu a julgamento fundamentado de forma consentânea
com a ordem jurídica.
2. Conheço do agravo e o desprovejo.
3. Publiquem.
O agravante, na minuta de folha 1546 a 1553, afirma violados os
artigos 5º, incisos XXXV, LIV, LV e 93, inciso IX, da Constituição Federal.
Sustenta não ser necessário o reexame dos elementos probatórios.
A parte agravada apresentou a contraminuta de folha 1560 a 1562,
apontando o acerto do ato atacado.
É o relatório.
2
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Supremo Tribunal Federal
AI 798.234 AGR / DF
fáticos estranhos ao acórdão atacado, buscando-se, em última
análise, conduzir esta Corte ao reexame dos elementos
probatórios para, com fundamento em quadro diverso, assentar
a viabilidade do recurso.
A par desse aspecto, descabe confundir a ausência de
entrega aperfeiçoada da prestação jurisdicional com decisão
contrária aos interesses defendidos. A violência ao devido
processo legal não pode ser tomada como uma alavanca para
alçar a este Tribunal conflito de interesses cuja solução se
exaure na origem. A tentativa acaba por se fazer voltada à
transformação do Supremo em mero revisor dos atos dos
demais tribunais do País. Na espécie, o Colegiado de origem
procedeu a julgamento fundamentado de forma consentânea
com a ordem jurídica.
2. Conheço do agravo e o desprovejo.
3. Publiquem.
O agravante, na minuta de folha 1546 a 1553, afirma violados os
artigos 5º, incisos XXXV, LIV, LV e 93, inciso IX, da Constituição Federal.
Sustenta não ser necessário o reexame dos elementos probatórios.
A parte agravada apresentou a contraminuta de folha 1560 a 1562,
apontando o acerto do ato atacado.
É o relatório.
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Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 798.234 DISTRITO FEDERAL
V O T O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Na
interposição deste agravo, observaram-se os pressupostos de
recorribilidade. A peça, subscrita por advogado regularmente
credenciado, foi protocolada no prazo legal. Conheço.
Atentem para o que decidido na origem. O Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e dos Territórios consignou, em síntese (folhas 1228 e
1229):
CIVIL E PROCESSO CIVIL. APELAÇAO DA AUTORA E
DO RÉU. CIRURGIA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA.
DANOS MORAIS. FIXAÇÃO. INCIDÊNCIA DE JUROS E
CORREÇÃO MONETÁRIA. CIRURGIA REPARADORA.
VERBA ALIMENTAR DURANTE O TRATAMENTO.
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. SUSPENSÃO. DEVOLUÇAO
DOS VALORES PAGOS. INVIABILIDADE. SENTENÇA
MANTIDA.
01. A condenação por danos morais e a obrigação de arcar
com o ônus da cirurgia reparadora em decorrência das lesões
sofridas pela paciente é medida que se impõe, tendo em vista
que o sofrimento causado deixará a autora traumatizada pelo
resto da vida, não tendo o Hospital réu se desincumbido de
comprovar que as lesões se deram de forma diversa do que
consta dos autos ou que decorreram de cirurgias a que a
paciente se submeteu anteriormente.
02. O valor fixado de R$ 40.000,00 não se encontra em
patamar ínfimo e nem exorbitante, afigurando-se razoável e nos
termos do entendimento firmado pelo Egrégio STJ.
03. No caso em análise, conforme demonstrado nos autos,
e tratando-se de lesões originadas de erro médico decorrente de
contrato médico-hospitalar, de natureza contratual, os juros e a
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 798.234 DISTRITO FEDERAL
V O T O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Na
interposição deste agravo, observaram-se os pressupostos de
recorribilidade. A peça, subscrita por advogado regularmente
credenciado, foi protocolada no prazo legal. Conheço.
Atentem para o que decidido na origem. O Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e dos Territórios consignou, em síntese (folhas 1228 e
1229):
CIVIL E PROCESSO CIVIL. APELAÇAO DA AUTORA E
DO RÉU. CIRURGIA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA.
DANOS MORAIS. FIXAÇÃO. INCIDÊNCIA DE JUROS E
CORREÇÃO MONETÁRIA. CIRURGIA REPARADORA.
VERBA ALIMENTAR DURANTE O TRATAMENTO.
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. SUSPENSÃO. DEVOLUÇAO
DOS VALORES PAGOS. INVIABILIDADE. SENTENÇA
MANTIDA.
01. A condenação por danos morais e a obrigação de arcar
com o ônus da cirurgia reparadora em decorrência das lesões
sofridas pela paciente é medida que se impõe, tendo em vista
que o sofrimento causado deixará a autora traumatizada pelo
resto da vida, não tendo o Hospital réu se desincumbido de
comprovar que as lesões se deram de forma diversa do que
consta dos autos ou que decorreram de cirurgias a que a
paciente se submeteu anteriormente.
02. O valor fixado de R$ 40.000,00 não se encontra em
patamar ínfimo e nem exorbitante, afigurando-se razoável e nos
termos do entendimento firmado pelo Egrégio STJ.
03. No caso em análise, conforme demonstrado nos autos,
e tratando-se de lesões originadas de erro médico decorrente de
contrato médico-hospitalar, de natureza contratual, os juros e a
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7
Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
AI 798.234 AGR / DF
correção monetária incidem a partir da sentença.
04. A verba alimentar concedida em sede de antecipação
de tutela é devida até a sua suspensão, não fazendo jus à sua
continuidade em razão da inexistência de provas de sua
necessidade. Da mesma forma, a devolução por parte da
paciente não procede, haja vista que a comprovação de que
cessou a necessidade era de responsabilidade do Réu, que não
se desincumbiu do seu ônus.
05. Recursos conhecidos e desprovidos. Unânime.
Em sede excepcional, atua-se à luz da moldura fática delineada
soberanamente pelo Colegiado de origem, considerando-se as premissas
constantes do pronunciamento impugnado. A jurisprudência
sedimentada é pacífica a respeito, devendo-se ter presente o Verbete nº
279 da Súmula deste Tribunal:
Para simples reexame de prova não cabe recurso
extraordinário.
Anoto não equivaler à negativa de prestação jurisdicional o
julgamento fundamentado da controvérsia, mas contrário aos interesses
da parte. Está-se diante de conflito de interesses que tem desfecho na
origem, não ensejando campo ao acesso ao Supremo.
Ante o quadro, desprovejo o regimental. Imponho ao agravante a
multa de 5% sobre o valor da causa devidamente atualizada, a reverter
em benefício dos agravados.
2
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Supremo Tribunal Federal
AI 798.234 AGR / DF
correção monetária incidem a partir da sentença.
04. A verba alimentar concedida em sede de antecipação
de tutela é devida até a sua suspensão, não fazendo jus à sua
continuidade em razão da inexistência de provas de sua
necessidade. Da mesma forma, a devolução por parte da
paciente não procede, haja vista que a comprovação de que
cessou a necessidade era de responsabilidade do Réu, que não
se desincumbiu do seu ônus.
05. Recursos conhecidos e desprovidos. Unânime.
Em sede excepcional, atua-se à luz da moldura fática delineada
soberanamente pelo Colegiado de origem, considerando-se as premissas
constantes do pronunciamento impugnado. A jurisprudência
sedimentada é pacífica a respeito, devendo-se ter presente o Verbete nº
279 da Súmula deste Tribunal:
Para simples reexame de prova não cabe recurso
extraordinário.
Anoto não equivaler à negativa de prestação jurisdicional o
julgamento fundamentado da controvérsia, mas contrário aos interesses
da parte. Está-se diante de conflito de interesses que tem desfecho na
origem, não ensejando campo ao acesso ao Supremo.
Ante o quadro, desprovejo o regimental. Imponho ao agravante a
multa de 5% sobre o valor da causa devidamente atualizada, a reverter
em benefício dos agravados.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 798.234
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
AGTE.(S) : HOSPITAL ANCHIETA LTDA
ADV.(A/S) : MARCELO LUIZ ÁVILA DE BESSA
ADV.(A/S) : DANIELLE LORENCINI GAZONI RANGEL E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : MARIA SHIRLEY BARBOSA DE SOUZA COSTA
ADV.(A/S) : NAIR MARIA DA SILVA E OUTRO(A/S)
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
agravo de instrumento, com imposição de multa, nos termos do voto
do Relator. Unânime. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia.
1ª Turma, 25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
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Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 798.234
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
AGTE.(S) : HOSPITAL ANCHIETA LTDA
ADV.(A/S) : MARCELO LUIZ ÁVILA DE BESSA
ADV.(A/S) : DANIELLE LORENCINI GAZONI RANGEL E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : MARIA SHIRLEY BARBOSA DE SOUZA COSTA
ADV.(A/S) : NAIR MARIA DA SILVA E OUTRO(A/S)
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
agravo de instrumento, com imposição de multa, nos termos do voto
do Relator. Unânime. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia.
1ª Turma, 25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1568849
Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1605662 | 2011-10-25T00:00:00 | 2011-12-05T00:00:00 | A Turma negou provimento ao agravo regimental no agravo de instrumento, com imposição de multa, nos termos do voto do Relator. Unânime. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011. | AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO | RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova, também não servindo à interpretação de normas estritamente legais.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO – PRESTAÇÃO JURISDICIONAL – DEVIDO PROCESSO LEGAL. Se, de um lado, é possível ter-se situação concreta em que transgredido o devido processo legal a ponto de se enquadrar o recurso extraordinário no permissivo que lhe é próprio, de outro, descabe confundir a ausência de aperfeiçoamento da prestação jurisdicional com a entrega de forma contrária aos interesses do recorrente.
AGRAVO – ARTIGO 557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – MULTA. Se o agravo é manifestamente infundado, impõe-se a aplicação da multa prevista no § 2º do artigo 557 do Código de Processo Civil, arcando a parte com o ônus decorrente da litigância de má-fé. | sjur202353 | Número de páginas: 7.
Análise: 16/01/2012, AMS. | MARCO AURÉLIO | Primeira Turma | 798234 | [
"LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\r\n ART-00557 PAR-00002 \r\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000279 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | AI-AgR | acordaos | AI 798234 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : HOSPITAL ANCHIETA LTDA
ADV.(A/S) : MARCELO LUIZ ÁVILA DE BESSA
ADV.(A/S) : DANIELLE LORENCINI GAZONI RANGEL E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : MARIA SHIRLEY BARBOSA DE SOUZA COSTA
ADV.(A/S) : NAIR MARIA DA SILVA E OUTRO(A/S) | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 798 . 234",
"AI 798 . 234 AGR / DF",
"AI 798 . 234 AGR",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 798 . 234",
"AI 798 . 234 AGR / DF",
"AI 798 . 234 AGR / DF",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 798 . 234",
"AI 798 . 234 AGR",
"Verbete [UNK] 279 da Súmula deste Tribunal",
"AI 798 . 234 AGR / DF",
"Verbete [UNK] 279 da Súmula",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 798 . 234"
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"LEGISLACAO": [
"ARTIGO 557 , § [UNK] , DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL",
"§ [UNK] do artigo 557 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] , incisos XXXV , LIV , LV e 93 , inciso IX , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] , incisos XXXV , LIV , LV e 93 , inciso IX , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"DISTRITO FEDERAL",
"Brasília",
"Brasília",
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"DISTRITO FEDERAL",
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"PESSOA": [
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"MARCELO LUIZ ÁVILA DE BESSA",
"DANIELLE LORENCINI GAZONI RANGEL",
"MARIA SHIRLEY BARBOSA DE SOUZA COSTA",
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"MARCO AURÉLIO",
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"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
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"Cármen Lúcia",
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"TEMPO": [
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"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 101.399 ESPÍRITO SANTO
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S)
:HÉLIO MONTEIRO DA SILVA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PUBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃO
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA
Habeas corpus. Tráfico de entorpecentes. Pena privativa de
liberdade de 3 anos e 2 meses de reclusão substituída por duas
restritivas de direitos, a serem cumpridas em igual prazo. Alegada
violação dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Não
ocorrência. Via processual inadequada. Ordem denegada.
1. Não se verifica, na espécie, qualquer ilegalidade na substituição da
pena privativa de liberdade imposta ao paciente (de 3 anos e 2 meses de
reclusão) por duas penas restritivas de direitos, em consonância com o
estabelecido no § 2º do art. 44 do Código Penal.
2. Decotar-se daquela sanção uma das penas restritivas de direito,
como pretende a impetrante, importaria em verdadeira afronta ao texto
legal, igualando-se, aí sim, em violação aos princípios razoabilidade e da
proporcionalidade, a sanção imposta àqueles que tenham cometido
infrações de menor gravidade e condenados a penas iguais ou inferiores a
um (1) ano àquela imposta aos apenados com sanções privativas de
liberdade superiores a um (1) ano e não superior a quatro (4).
3. A jurisprudência de ambas as Turmas do Supremo Tribunal
Federal é farta no sentido de que o habeas corpus não é a via processual
adequada para a discussão de fatos e provas constatados sob o crivo do
contraditório perante as instâncias ordinárias. Precedentes.
4. Writ denegado.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
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Supremo Tribunal Federal
DJe 28/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8
Ementa e Acórdão
HC 101.399 / ES
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência da Sra.
Ministra Cármem Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das
notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em denegar a ordem de
habeas corpus, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 101.399 / ES
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência da Sra.
Ministra Cármem Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das
notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em denegar a ordem de
habeas corpus, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8
Relatório
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 101.399 ESPÍRITO SANTO
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S)
:HÉLIO MONTEIRO DA SILVA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PUBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃO
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Habeas corpus, sem pedido de liminar, impetrado pela Defensoria
Pública da União em favor de Hélio Monteiro da Silva, buscando a
redução das “penas restritivas de direito aplicadas” ao paciente (fl. 6).
Aponta como órgão coator a Sexta Turma do Superior Tribunal de
Justiça, que denegou a ordem no HC nº 97.069/ES impetrado àquela
Corte, Relatora a Ministra Maria Thereza de Assis Moura.
A impetrante sustenta, em síntese, o constrangimento ilegal imposto
ao paciente, tendo em vista ter sido aplicado a ele “duas penas restritivas de
direito pelos mesmos 3 anos e dois meses cada uma, sujeitando-o a um excesso
punitivo” (fl. 4).
Requer a concessão da ordem “a fim de possibilitar ao impetrante, o
cumprimento integral da pena, evitando, assim, a conversão da mesma em
privativa de liberdade” e para que “sejam diminuídas as penas restritivas de
direito aplicadas, haja vista que não houve respeito aos princípios da
razoabilidade e proporcionalidade quando da fixação (...)” (fl. 6).
Por não haver pedido de liminar a ser apreciado e estando os autos
devidamente instruídos com as peças necessárias ao entendimento da
questão, dispensei as informações da autoridade apontada como coatora
(fls. 138/139).
O Ministério Público Federal, pelo parecer da ilustre
Subprocuradora-Geral da República Dra. Cláudia Sampaio Marques,
opinou pela denegação da ordem (fls. 143 a 146).
É o relatório.
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 101.399 ESPÍRITO SANTO
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S)
:HÉLIO MONTEIRO DA SILVA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PUBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃO
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Habeas corpus, sem pedido de liminar, impetrado pela Defensoria
Pública da União em favor de Hélio Monteiro da Silva, buscando a
redução das “penas restritivas de direito aplicadas” ao paciente (fl. 6).
Aponta como órgão coator a Sexta Turma do Superior Tribunal de
Justiça, que denegou a ordem no HC nº 97.069/ES impetrado àquela
Corte, Relatora a Ministra Maria Thereza de Assis Moura.
A impetrante sustenta, em síntese, o constrangimento ilegal imposto
ao paciente, tendo em vista ter sido aplicado a ele “duas penas restritivas de
direito pelos mesmos 3 anos e dois meses cada uma, sujeitando-o a um excesso
punitivo” (fl. 4).
Requer a concessão da ordem “a fim de possibilitar ao impetrante, o
cumprimento integral da pena, evitando, assim, a conversão da mesma em
privativa de liberdade” e para que “sejam diminuídas as penas restritivas de
direito aplicadas, haja vista que não houve respeito aos princípios da
razoabilidade e proporcionalidade quando da fixação (...)” (fl. 6).
Por não haver pedido de liminar a ser apreciado e estando os autos
devidamente instruídos com as peças necessárias ao entendimento da
questão, dispensei as informações da autoridade apontada como coatora
(fls. 138/139).
O Ministério Público Federal, pelo parecer da ilustre
Subprocuradora-Geral da República Dra. Cláudia Sampaio Marques,
opinou pela denegação da ordem (fls. 143 a 146).
É o relatório.
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 101.399 ESPÍRITO SANTO
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Conforme relatado, volta-se esta impetração contra ato da Sexta
Turma do Superior Tribunal de Justiça, que denegou a ordem no HC nº
97.069/ES impetrado àquela Corte, Relatora a Ministra Maria Thereza de
Assis Moura.
Narra a impetrante, na inicial, que:
“O paciente foi condenado pelo juízo da 7ª Vara Criminal
de Vila Velha à pena de 03 anos e 02 meses de reclusão e 50 dias
multa, incurso no art. 12 da Lei 6368/76, a ser cumprido no
regime fechado.
Inconformado interpôs recurso perante o Tribunal
estadual obtendo a substituição da pena privativa de liberdade
por restritiva de direito.
(…)
O constrangimento ilegal está evidenciado no fato de se
aplicar ao paciente duas penas restritivas de direito pelos
mesmos 3 anos e 2 meses cada uma, sujeitando-o a um excesso
punitivo.
De se observar, a princípio, que lhe foi imposto uma pena
de prestação de serviço a comunidade, por oito horas semanais
durante três anos e dois meses.
Acatando a imposição punitiva do estado, o paciente
cumpre rigorosamente o que foi determinado na pena, em
relação a esta restritiva de direito.
Outrossim, foi cominada uma pena pecuniária consistente
no fornecimento de uma cesta básica por mês, durante o
período de três anos e dois meses.
Quando da conversão da pena privativa em restritivas de
direito não foram aduzidas razões pertinentes na decisão que
motivassem a aplicação de elevada pena, ainda que
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 101.399 ESPÍRITO SANTO
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Conforme relatado, volta-se esta impetração contra ato da Sexta
Turma do Superior Tribunal de Justiça, que denegou a ordem no HC nº
97.069/ES impetrado àquela Corte, Relatora a Ministra Maria Thereza de
Assis Moura.
Narra a impetrante, na inicial, que:
“O paciente foi condenado pelo juízo da 7ª Vara Criminal
de Vila Velha à pena de 03 anos e 02 meses de reclusão e 50 dias
multa, incurso no art. 12 da Lei 6368/76, a ser cumprido no
regime fechado.
Inconformado interpôs recurso perante o Tribunal
estadual obtendo a substituição da pena privativa de liberdade
por restritiva de direito.
(…)
O constrangimento ilegal está evidenciado no fato de se
aplicar ao paciente duas penas restritivas de direito pelos
mesmos 3 anos e 2 meses cada uma, sujeitando-o a um excesso
punitivo.
De se observar, a princípio, que lhe foi imposto uma pena
de prestação de serviço a comunidade, por oito horas semanais
durante três anos e dois meses.
Acatando a imposição punitiva do estado, o paciente
cumpre rigorosamente o que foi determinado na pena, em
relação a esta restritiva de direito.
Outrossim, foi cominada uma pena pecuniária consistente
no fornecimento de uma cesta básica por mês, durante o
período de três anos e dois meses.
Quando da conversão da pena privativa em restritivas de
direito não foram aduzidas razões pertinentes na decisão que
motivassem a aplicação de elevada pena, ainda que
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 101.399 / ES
sucintamente.
Assim agindo, tal decisão desatentou para os princípios
constitucionais da razoabilidade e proporcionalidade. O
julgador, ‘data venia’, manifestamente não usou o bom senso
jurídico, ao aplicar uma pena pecuniária tão exacerbada, não
usou critérios do ponto de vista racional, desobservando (sic) o
caso concreto em sintonia com a situação econômica do
paciente” (fls. 3/4 da inicial).
Daí a impetração do HC nº 97.069/ES ao Superior Tribunal de Justiça,
tendo a Sexta Turma daquela Corte, por unanimidade, denegado a
ordem, nos termos que se seguem:
“DIREITO PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE
ENTORPECENTES. SANÇÃO CORPORAL DE 3 ANOS E 2
MESES DE RECLUSÃO. PEQUENA QUANTIDADE DE
DROGA. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS A SEREM
CUMPRIDAS EM IGUAL PERÍODO. PRINCÍPIO DA
PROPORCIONALIDADE. PRINCÍPIO DO NE BIS IN IDEM.
VIOLAÇÃO. AUSÊNCIA.
1. A substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos é medida excepcional, cabível quando
preenchidos os requisitos do art. 44 do Código Penal. Não fere
os princípios da proporcionalidade e do ne bis in idem, a
incidência de duas restritivas, pelo tempo da privativa de
liberdade, dada a expressa disciplina legal, relativa a
condenação superior a um ano de prisão.
2. Ordem denegada” (fls. 129 a 131).
Essa é a razão pela qual se insurge a impetrante neste writ.
Pelo que se depreende da decisão proferida pelo Superior Tribunal
de Justiça, não se vislumbra nenhuma ilegalidade flagrante, abuso de
poder ou teratologia que justifique a concessão da ordem. Com efeito, o
julgado proferido por aquela Corte encontra-se suficientemente
fundamentado, restando, assim, justificado o convencimento formado.
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 101.399 / ES
sucintamente.
Assim agindo, tal decisão desatentou para os princípios
constitucionais da razoabilidade e proporcionalidade. O
julgador, ‘data venia’, manifestamente não usou o bom senso
jurídico, ao aplicar uma pena pecuniária tão exacerbada, não
usou critérios do ponto de vista racional, desobservando (sic) o
caso concreto em sintonia com a situação econômica do
paciente” (fls. 3/4 da inicial).
Daí a impetração do HC nº 97.069/ES ao Superior Tribunal de Justiça,
tendo a Sexta Turma daquela Corte, por unanimidade, denegado a
ordem, nos termos que se seguem:
“DIREITO PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE
ENTORPECENTES. SANÇÃO CORPORAL DE 3 ANOS E 2
MESES DE RECLUSÃO. PEQUENA QUANTIDADE DE
DROGA. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS A SEREM
CUMPRIDAS EM IGUAL PERÍODO. PRINCÍPIO DA
PROPORCIONALIDADE. PRINCÍPIO DO NE BIS IN IDEM.
VIOLAÇÃO. AUSÊNCIA.
1. A substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos é medida excepcional, cabível quando
preenchidos os requisitos do art. 44 do Código Penal. Não fere
os princípios da proporcionalidade e do ne bis in idem, a
incidência de duas restritivas, pelo tempo da privativa de
liberdade, dada a expressa disciplina legal, relativa a
condenação superior a um ano de prisão.
2. Ordem denegada” (fls. 129 a 131).
Essa é a razão pela qual se insurge a impetrante neste writ.
Pelo que se depreende da decisão proferida pelo Superior Tribunal
de Justiça, não se vislumbra nenhuma ilegalidade flagrante, abuso de
poder ou teratologia que justifique a concessão da ordem. Com efeito, o
julgado proferido por aquela Corte encontra-se suficientemente
fundamentado, restando, assim, justificado o convencimento formado.
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 101.399 / ES
Não se verifica, na espécie, qualquer ilegalidade na substituição da
pena privativa de liberdade imposta ao paciente (de 3 anos e 2 meses de
reclusão) por duas penas restritivas de direitos, em consonância com o
estabelecido no § 2º do art. 44 do Código Penal.
Decotar-se daquela sanção uma das penas restritivas de direito,
como pretende a impetrante, importaria em verdadeira afronta ao texto
legal, igualando-se, aí sim, em violação aos princípios razoabilidade e da
proporcionalidade, a sanção imposta àqueles que tenham cometido
infrações de menor gravidade e condenados a penas iguais ou inferiores a
um (1) ano àquela imposta aos apenados com sanções privativas de
liberdade superiores a um (1) ano e não superior a quatro (4).
Como se sabe, a substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos é medida mais benéfica.
A impetrante, na realidade, pretende verdadeira revisão da
dosimetria da pena imposta ao paciente, inapropriada na via eleita.
A jurisprudência de ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal
é farta no sentido de que o habeas corpus não é a via processual
adequada para a discussão de fatos e provas constatados sob o crivo do
contraditório perante as instâncias ordinárias: HC nº 71.436/SP, Segunda
Turma, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ de 27/10/94; HC nº 75.069/SP,
Primeira Turma, Rel. Min. Moreira Alves, DJ de 27/6/97; HC nº 76.381/SP,
Rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ de 14/8/98; HC nº 79.503/RJ,
Rel. Min. Maurício Corrêa, Segunda Turma, DJ de 18/5/01; HC nº
81.472/RJ, Rel. Min. Nelson Jobim, 2ª Turma, DJ de 14/6/02; HC nº
81.914/SP, Segunda Turma, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ de 22/11/02; HC nº
82.011/PR, Segunda Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 11/3/05; e HC
nº 85.183/RJ, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 11/5/07.
Não há qualquer ilegalidade a ser corrigida, devendo ser mantida a
decisão condenatória que estabeleceu a substituição da pena corporal
imposta ao paciente pelas restritivas de direitos, consistentes na prestação
de serviços à comunidade e na prestação pecuniária.
Ademais, como bem destacado no parecer do Parquet federal, não
apontou a impetrante concretamente a impossibilidade de o paciente
3
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Supremo Tribunal Federal
HC 101.399 / ES
Não se verifica, na espécie, qualquer ilegalidade na substituição da
pena privativa de liberdade imposta ao paciente (de 3 anos e 2 meses de
reclusão) por duas penas restritivas de direitos, em consonância com o
estabelecido no § 2º do art. 44 do Código Penal.
Decotar-se daquela sanção uma das penas restritivas de direito,
como pretende a impetrante, importaria em verdadeira afronta ao texto
legal, igualando-se, aí sim, em violação aos princípios razoabilidade e da
proporcionalidade, a sanção imposta àqueles que tenham cometido
infrações de menor gravidade e condenados a penas iguais ou inferiores a
um (1) ano àquela imposta aos apenados com sanções privativas de
liberdade superiores a um (1) ano e não superior a quatro (4).
Como se sabe, a substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos é medida mais benéfica.
A impetrante, na realidade, pretende verdadeira revisão da
dosimetria da pena imposta ao paciente, inapropriada na via eleita.
A jurisprudência de ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal
é farta no sentido de que o habeas corpus não é a via processual
adequada para a discussão de fatos e provas constatados sob o crivo do
contraditório perante as instâncias ordinárias: HC nº 71.436/SP, Segunda
Turma, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ de 27/10/94; HC nº 75.069/SP,
Primeira Turma, Rel. Min. Moreira Alves, DJ de 27/6/97; HC nº 76.381/SP,
Rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ de 14/8/98; HC nº 79.503/RJ,
Rel. Min. Maurício Corrêa, Segunda Turma, DJ de 18/5/01; HC nº
81.472/RJ, Rel. Min. Nelson Jobim, 2ª Turma, DJ de 14/6/02; HC nº
81.914/SP, Segunda Turma, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ de 22/11/02; HC nº
82.011/PR, Segunda Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 11/3/05; e HC
nº 85.183/RJ, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 11/5/07.
Não há qualquer ilegalidade a ser corrigida, devendo ser mantida a
decisão condenatória que estabeleceu a substituição da pena corporal
imposta ao paciente pelas restritivas de direitos, consistentes na prestação
de serviços à comunidade e na prestação pecuniária.
Ademais, como bem destacado no parecer do Parquet federal, não
apontou a impetrante concretamente a impossibilidade de o paciente
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 101.399 / ES
cumprir simultaneamente ambas as penas restritivas de direitos que lhe
foram importas, in verbis:
“7. Ressalte-se, por oportuno, que a impetrante não trouxe
aos autos qualquer elemento concreto que demonstre a
necessidade de diminuir o tempo de cumprimento das penas
restritiva de direitos, mas apenas fatores incertos e futuros de
que o paciente não conseguirá cumpri-las.
8. Todavia, caso isso venha a acontecer, caberá ao Juiz da
execução proceder às adequações que se fizerem necessárias
relativamente às medidas restritivas de direitos aplicadas
(pecuniária e de prestação de serviços à comunidade), como
bem esclareceu o Subprocurador Geral da República Jair
Brandão de Souza Meira, em parecer exarado no habeas corpus
impetrado no Superior Tribunal de Justiça (fls. 123/127):
“Ora a incursão na individualização da pena, tanto
quanto na sua proporcionalidade, em razão da quantidade da
droga apreendida, refoge ao âmbito estreito do habes corpus,
por envolver acurado exame fático-probatório, estranho ao
remédio heróico (...).
(...)
Por seu turno, a situação financeira do paciente
poderá ser aferida a qualquer tempo pelo Juízo da
Execução, não cabendo antecipar se terá ou não as
condições de cumprimento da pena pecuniária. Se isso
acontecer, por motivo justificado, não caberá a conversão
da pena restritiva de direito em privativa de liberdade”
(fls. 145/146 – grifos conforme o original).
Ante o exposto, voto pela denegação da ordem.
4
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Supremo Tribunal Federal
HC 101.399 / ES
cumprir simultaneamente ambas as penas restritivas de direitos que lhe
foram importas, in verbis:
“7. Ressalte-se, por oportuno, que a impetrante não trouxe
aos autos qualquer elemento concreto que demonstre a
necessidade de diminuir o tempo de cumprimento das penas
restritiva de direitos, mas apenas fatores incertos e futuros de
que o paciente não conseguirá cumpri-las.
8. Todavia, caso isso venha a acontecer, caberá ao Juiz da
execução proceder às adequações que se fizerem necessárias
relativamente às medidas restritivas de direitos aplicadas
(pecuniária e de prestação de serviços à comunidade), como
bem esclareceu o Subprocurador Geral da República Jair
Brandão de Souza Meira, em parecer exarado no habeas corpus
impetrado no Superior Tribunal de Justiça (fls. 123/127):
“Ora a incursão na individualização da pena, tanto
quanto na sua proporcionalidade, em razão da quantidade da
droga apreendida, refoge ao âmbito estreito do habes corpus,
por envolver acurado exame fático-probatório, estranho ao
remédio heróico (...).
(...)
Por seu turno, a situação financeira do paciente
poderá ser aferida a qualquer tempo pelo Juízo da
Execução, não cabendo antecipar se terá ou não as
condições de cumprimento da pena pecuniária. Se isso
acontecer, por motivo justificado, não caberá a conversão
da pena restritiva de direito em privativa de liberdade”
(fls. 145/146 – grifos conforme o original).
Ante o exposto, voto pela denegação da ordem.
4
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 101.399
PROCED. : ESPÍRITO SANTO
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S) : HÉLIO MONTEIRO DA SILVA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PUBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃO
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: A Turma denegou a ordem de habeas corpus, nos termos
do voto do Relator. Unânime. Presidência da Senhora Ministra
Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1568749
Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 101.399
PROCED. : ESPÍRITO SANTO
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S) : HÉLIO MONTEIRO DA SILVA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PUBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃO
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: A Turma denegou a ordem de habeas corpus, nos termos
do voto do Relator. Unânime. Presidência da Senhora Ministra
Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1568749
Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1590275 | 2011-10-25T00:00:00 | 2011-11-28T00:00:00 | A Turma denegou a ordem de habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Unânime. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011. | HABEAS CORPUS | EMENTA
Habeas corpus. Tráfico de entorpecentes. Pena privativa de liberdade de 3 anos e 2 meses de reclusão substituída por duas restritivas de direitos, a serem cumpridas em igual prazo. Alegada violação dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Não ocorrência. Via processual inadequada. Ordem denegada.
1. Não se verifica, na espécie, qualquer ilegalidade na substituição da pena privativa de liberdade imposta ao paciente (de 3 anos e 2 meses de reclusão) por duas penas restritivas de direitos, em consonância com o estabelecido no § 2º do art. 44 do Código Penal.
2. Decotar-se daquela sanção uma das penas restritivas de direito, como pretende a impetrante, importaria em verdadeira afronta ao texto legal, igualando-se, aí sim, em violação aos princípios razoabilidade e da proporcionalidade, a sanção imposta àqueles que tenham cometido infrações de menor gravidade e condenados a penas iguais ou inferiores a um (1) ano àquela imposta aos apenados com sanções privativas de liberdade superiores a um (1) ano e não superior a quatro (4).
3. A jurisprudência de ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal é farta no sentido de que o habeas corpus não é a via processual adequada para a discussão de fatos e provas constatados sob o crivo do contraditório perante as instâncias ordinárias. Precedentes.
4. Writ denegado. | sjur201904 | - Acórdãos citados: HC 71436, HC 75069, HC 79503, HC 81472, HC 82011; HC 97069 .
Número de páginas: 8.
Análise: 19/12/2011, TRX. | DIAS TOFFOLI | Primeira Turma | 101399 | [
"LEG-FED DEL-002848 ANO-1940\r\n ART-00044 PAR-00002 \r\n CP-1940 CÓDIGO PENAL"
] | HC | acordaos | HC 101399 | [
""
] | PACTE.(S) : HÉLIO MONTEIRO DA SILVA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PUBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃO
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 101 . 399",
"HC 101 . 399 / ES",
"HC 101 . 399 / ES",
"HABEAS CORPUS 101 . 399",
"HC [UNK] 97 . 069 / ES",
"HABEAS CORPUS 101 . 399",
"HC [UNK] 97 . 069 / ES",
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"HABEAS CORPUS 101 . 399",
"HC [UNK] 97 . 069 / ES",
"HC 101 . 399 / ES",
"HC [UNK] 97 . 069 / ES",
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"HC 101 . 399 / ES",
"HC [UNK] 71 . 436 / SP",
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"HC [UNK] 76 . 381 / SP",
"HC [UNK] 79 . 503 / RJ",
"HC [UNK] 81 . 472 / RJ",
"HC [UNK] 81 . 914 / SP",
"HC [UNK] 82 . 011 / PR",
"HC [UNK] 85 . 183 / RJ",
"HC 101 . 399 / ES",
"HC [UNK] 71 . 436 / SP",
"HC [UNK] 75 . 069 / SP",
"HC [UNK] 76 . 381 / SP",
"HC [UNK] 79 . 503 / RJ",
"HC [UNK] 81 . 472 / RJ",
"HC [UNK] 81 . 914 / SP",
"HC [UNK] 82 . 011 / PR",
"HC [UNK] 85 . 183 / RJ",
"HC 101 . 399 / ES",
"HC 101 . 399 / ES",
"HABEAS CORPUS 101 . 399",
"HABEAS CORPUS 101 . 399"
],
"LEGISLACAO": [
"§ [UNK] do art . 44 do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 12 da Lei 6368 / 76",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 12 da Lei 6368 / 76",
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"art . 44 do Código Penal",
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 44 do Código Penal",
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],
"LOCAL": [
"ESPÍRITO SANTO",
"Brasília",
"Brasília",
"ESPÍRITO SANTO",
"ESPÍRITO SANTO",
"ESPÍRITO SANTO",
"ESPÍRITO SANTO",
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"ESPÍRITO SANTO"
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"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"DEFENSORIA PUBLICA DA UNIÃO",
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"-",
"Brasil",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"DEFENSORIA PUBLICA DA UNIÃO",
"UNIÃO",
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"Brasil",
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"DEFENSORIA PUBLICA DA UNIÃO",
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"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Defensoria Pública da União",
"Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça",
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"-",
"Brasil",
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"-",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"Segunda Turma",
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"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
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"-",
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"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
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"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
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"[UNK] Turma",
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"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"DEFENSORIA PUBLICA DA UNIÃO",
"UNIÃO",
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"-",
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"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"DIAS TOFFOLI",
"HÉLIO MONTEIRO DA SILVA",
"Cármem Lúcia",
"DIAS TOFFOLI",
"Cármem Lúcia",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"HÉLIO MONTEIRO DA SILVA",
"DIAS TOFFOLI",
"Hélio Monteiro da Silva",
"Maria",
"Thereza de Assis Moura",
"Cláudia Sampaio Marques",
"DIAS TOFFOLI",
"HÉLIO MONTEIRO DA SILVA",
"DIAS TOFFOLI",
"Hélio Monteiro da Silva",
"Maria Thereza de Assis Moura",
"Cláudia Sampaio Marques",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"Maria Thereza de Assis Moura",
"DIAS TOFFOLI",
"Maria Thereza de Assis Moura",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"Carlos Velloso",
"Moreira Alves",
"Carlos Velloso",
"Maurício Corrêa",
"Nelson Jobim",
"Nelson Jobim",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Carlos Velloso",
"Moreira Alves",
"Carlos Velloso",
"Maurício Corrêa",
"Nelson Jobim",
"Nelson Jobim",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"DIAS TOFFOLI",
"Jair Brandão de Souza Meira",
"Jair Brandão de Souza Meira",
"DIAS TOFFOLI",
"HÉLIO MONTEIRO DA SILVA",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Paulo de Tarso Braz Lucas",
"Carmen Lilian",
"DIAS TOFFOLI",
"HÉLIO MONTEIRO DA SILVA",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Paulo de Tarso Braz Lucas",
"Carmen Lilian"
],
"TEMPO": [
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"25 de outubro de 2011",
"24",
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"2011",
"24",
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"/",
"2011",
"24",
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"2001",
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"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
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"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
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"/",
"10",
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"94",
"27",
"/",
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"/",
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"/",
"8",
"/",
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"/",
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"/",
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"/",
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"/",
"02",
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"/",
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"11",
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"07",
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"/",
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"/",
"2001",
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"/",
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"94",
"27",
"/",
"6",
"/",
"97",
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"/",
"8",
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"98",
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"/",
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"/",
"01",
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"/",
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"02",
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"/",
"02",
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"/",
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"/",
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"07",
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"2001",
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"/",
"2001",
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"/",
"08",
"/",
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".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
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"2001",
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".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 610.543 RIO DE JANEIRO
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:ESTADO DO RIO DE JANEIRO
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO
AGDO.(A/S)
:NAIR CRISTINA MAPELI DE SOUZA
ADV.(A/S)
:ÚRSULA SANTOS DE ÁVILA GOULART
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO. DEPENDENTES DE SERVIDOR
PÚBLICO ESTADUAL. DIREITO À CHAMADA “PENSÃO ESPECIAL”.
LEIS ESTADUAIS 7.301/1973 e 7.602/1974 E 69/1990. MATÉRIA
RESTRITA AO ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. VIOLAÇÃO À
MAGNA CARTA, SE EXISTENTE, APENAS OCORRERIA DE MODO
REFLEXO OU INDIRETO. PRECEDENTES.
Agravo regimental desprovido.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em desprover o agravo
regimental, o que fazem nos termos do voto do Relator e por
unanimidade de votos, em sessão presidida pelo Ministro Ayres Britto, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 11 de outubro de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
DJe 19/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 4
Relatório
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 610.543 RIO DE JANEIRO
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:ESTADO DO RIO DE JANEIRO
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO
AGDO.(A/S)
:NAIR CRISTINA MAPELI DE SOUZA
ADV.(A/S)
:ÚRSULA SANTOS DE ÁVILA GOULART
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Trata-se de agravo regimental contra decisão pela qual neguei
seguimento a agravo de instrumento porque o aresto impugnado se
limitou a examinar matéria de índole infraconstitucional, o que não enseja
a abertura da via recursal extraordinária.
2. Pois bem, a parte agravante reitera as alegações expendidas no
apelo extremo e sustenta que a controvérsia dos autos é constitucional.
3. Mantida a decisão agravada, submeto o processo ao exame desta
nossa Turma.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
MOM/
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 610.543 RIO DE JANEIRO
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:ESTADO DO RIO DE JANEIRO
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO
AGDO.(A/S)
:NAIR CRISTINA MAPELI DE SOUZA
ADV.(A/S)
:ÚRSULA SANTOS DE ÁVILA GOULART
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Trata-se de agravo regimental contra decisão pela qual neguei
seguimento a agravo de instrumento porque o aresto impugnado se
limitou a examinar matéria de índole infraconstitucional, o que não enseja
a abertura da via recursal extraordinária.
2. Pois bem, a parte agravante reitera as alegações expendidas no
apelo extremo e sustenta que a controvérsia dos autos é constitucional.
3. Mantida a decisão agravada, submeto o processo ao exame desta
nossa Turma.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
MOM/
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 4
Voto - MIN. AYRES BRITTO
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 610.543 RIO DE JANEIRO
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Tenho que o inconformismo não merece acolhida. Isso porque a
controvérsia destes autos – direito à chamada “pensão especial”, criada
pelas Leis estaduais 7.301/1973 e 7.602/1974, e estendida aos dependentes
de fiscal de rendas do Estado do Rio de Janeiro pela Lei Complementar
estadual 69/1990 – não enseja a abertura da via recursal extraordinária.
6. Com efeito, ao julgar casos idênticos ao dos autos, o Supremo
Tribunal Federal firmou entendimento de que a questão sob exame não
transborda os limites do âmbito infraconstitucional. Pelo que eventual
ofensa ao Magno Texto apenas ocorreria de modo reflexo ou indireto.
7. Cito, por amostragem, os seguintes precedentes: REs 307.949-AgR,
da relatoria da ministra Ellen Gracie; e 473.407, da relatoria da ministra
Cármen Lúcia; bem como AIs 594.504, da relatoria do ministro Sepúlveda
Pertence; e 446.553-AgR, da relatoria do ministro Eros Grau, este último
assim ementado:
“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO. PENSÃO ESPECIAL. LEI COMPLEMENTAR
69/90. LEGISLAÇÃO LOCAL. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 280-
STF.
Questão apreciada à luz de legislação de direito local,
circunstância impeditiva a apreciação do extraordinário.
Súmula 280-STF. Precedentes.
Agravo regimental a que se nega provimento.”
8. Ante o exposto, meu voto é pelo desprovimento do agravo
regimental.
* * * * * * * * * * * *
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 610.543 RIO DE JANEIRO
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Tenho que o inconformismo não merece acolhida. Isso porque a
controvérsia destes autos – direito à chamada “pensão especial”, criada
pelas Leis estaduais 7.301/1973 e 7.602/1974, e estendida aos dependentes
de fiscal de rendas do Estado do Rio de Janeiro pela Lei Complementar
estadual 69/1990 – não enseja a abertura da via recursal extraordinária.
6. Com efeito, ao julgar casos idênticos ao dos autos, o Supremo
Tribunal Federal firmou entendimento de que a questão sob exame não
transborda os limites do âmbito infraconstitucional. Pelo que eventual
ofensa ao Magno Texto apenas ocorreria de modo reflexo ou indireto.
7. Cito, por amostragem, os seguintes precedentes: REs 307.949-AgR,
da relatoria da ministra Ellen Gracie; e 473.407, da relatoria da ministra
Cármen Lúcia; bem como AIs 594.504, da relatoria do ministro Sepúlveda
Pertence; e 446.553-AgR, da relatoria do ministro Eros Grau, este último
assim ementado:
“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO. PENSÃO ESPECIAL. LEI COMPLEMENTAR
69/90. LEGISLAÇÃO LOCAL. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 280-
STF.
Questão apreciada à luz de legislação de direito local,
circunstância impeditiva a apreciação do extraordinário.
Súmula 280-STF. Precedentes.
Agravo regimental a que se nega provimento.”
8. Ante o exposto, meu voto é pelo desprovimento do agravo
regimental.
* * * * * * * * * * * *
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 4
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 610.543
PROCED. : RIO DE JANEIRO
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ADV.(A/S) : PGE-RJ EMERSON BARBOSA MACIEL
AGDO.(A/S) : NAIR CRISTINA MAPELI DE SOUZA E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : ÚRSULA SANTOS DE ÁVILA GOULART E OUTRO(A/S)
Decisão: agravo regimental desprovido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, os Senhores
Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 11.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa e
Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Celso de Mello.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1530927
Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 610.543
PROCED. : RIO DE JANEIRO
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ADV.(A/S) : PGE-RJ EMERSON BARBOSA MACIEL
AGDO.(A/S) : NAIR CRISTINA MAPELI DE SOUZA E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : ÚRSULA SANTOS DE ÁVILA GOULART E OUTRO(A/S)
Decisão: agravo regimental desprovido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, os Senhores
Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 11.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa e
Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Celso de Mello.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1530927
Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 4
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1642120 | 2011-10-11T00:00:00 | 2011-12-19T00:00:00 | Agravo regimental desprovido, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 11.10.2011. | AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO. DEPENDENTES DE SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. DIREITO À CHAMADA “PENSÃO ESPECIAL”. LEIS ESTADUAIS 7.301/1973 e 7.602/1974 E 69/1990. MATÉRIA RESTRITA AO ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. VIOLAÇÃO À MAGNA CARTA, SE EXISTENTE, APENAS OCORRERIA DE MODO REFLEXO OU INDIRETO. PRECEDENTES.
Agravo regimental desprovido. | sjur203269 | - Acórdãos citados: RE 307949 AgR, AI 446553 AgR.
- Decisões monocráticas citadas: RE 473407, AI 594504.
Número de páginas: 4.
Análise: 23/01/2012, GVS. | AYRES BRITTO | Segunda Turma | 610543 | [
"LEG-EST LCP-000069 ANO-1990\r\n LEI COMPLEMENTAR, RJ\r\n\r\n",
"LEG-EST LEI-007301 ANO-1973\r\n LEI ORDINÁRIA, RJ\r\n\r\n",
"LEG-EST LEI-007602 ANO-1974\r\n LEI ORDINÁRIA, RJ"
] | AI-AgR | acordaos | AI 610543 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : ESTADO DO RIO DE JANEIRO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
AGDO.(A/S) : NAIR CRISTINA MAPELI DE SOUZA
ADV.(A/S) : ÚRSULA SANTOS DE ÁVILA GOULART | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 610 . 543",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 610 . 543",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 610",
"REs 307 . 949 - AgR",
"473",
".",
"407",
"AIs 594 . 504",
"446",
".",
"553",
"-",
"AgR",
"SÚMULA 280 - STF",
"Súmula 280 - STF",
"REs 307 . 949 - AgR",
"473",
". 407",
"AIs 594 . 504",
"446",
".",
"553",
"-",
"AgR",
"SÚMULA 280 - STF",
"Súmula 280 - STF",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 610 . 543",
"AGRAVO"
],
"LEGISLACAO": [
"LEIS ESTADUAIS 7 . 301 / 1973",
"7",
".",
"602",
"/",
"1974",
"69",
"/",
"1990",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"estaduais 7 . 301 / 1973",
"7",
".",
"602",
"/",
"1974",
"Lei Complementar estadual 69 / 1990",
"LEI COMPLEMENTAR 69 / 90",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Leis estaduais 7 . 301 / 1973",
"7",
".",
"602",
"/",
"1974",
"Lei Complementar estadual 69 / 1990",
"LEI COMPLEMENTAR 69 / 90",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"RIO DE JANEIRO",
"ESTADO DO RIO DE JANEIRO",
"ESTADO DO RIO DE JANEIRO",
"Brasília",
"RIO DE JANEIRO",
"ESTADO DO RIO DE JANEIRO",
"ESTADO DO RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"ESTADO DO RIO DE JANEIRO",
"ESTADO DO RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"Estado do Rio de Janeiro",
"RIO DE JANEIRO",
"Estado do Rio de Janeiro",
"RIO DE JANEIRO",
"ESTADO DO RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"ESTADO DO RIO DE JANEIRO"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"Segunda Turma do",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"MOM",
"/",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"AYRES BRITTO",
"NAIR CRISTINA MAPELI DE SOUZA",
"ÚRSULA SANTOS DE ÁVILA GOULART",
"Ayres Britto",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"NAIR CRISTINA MAPELI DE SOUZA",
"ÚRSULA SANTOS DE ÁVILA",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"NAIR CRISTINA MAPELI DE SOUZA",
"ÚRSULA SANTOS DE ÁVILA GOULART",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Ellen Gracie",
"Cármen Lúcia",
"Sepúlveda Pertence",
"Eros Grau",
"AYRES BRITTO",
"Ellen Gracie",
"Cármen Lúcia",
"Sepúlveda Pertence",
"Eros Grau",
"AYRES BRITTO",
"EMERSON BARBOSA MACIEL",
"NAIR CRISTINA MAPELI DE SOUZA",
"ÚRSULA SANTOS DE ÁVILA GOULART",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Celso de Mello",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab",
"AYRES BRITTO",
"EMERSON BARBOSA MACIEL",
"NAIR CRISTINA MAPELI DE SOUZA",
"ÚRSULA SANTOS DE ÁVILA GOULART",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Celso de Mello",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"11 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 109.892 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S)
:ADRIANO ANASTÁCIO DA COSTA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA
DO ESTADO
DE SÃO
PAULO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO
PAULO
COATOR(A/S)(ES)
:RELATOR
DO
HC
213.748
NO
SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Habeas Corpus. 2. Alegada falta de fundamentação da decisão que
indeferiu o pedido de liberdade provisória ao paciente. Ocorrência. 3.
Superação da restrição sumular 691. 4. Ordem concedida.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a presidência do
Senhor Ministro Ayres Britto na conformidade da ata de julgamento e das
notas taquigráficas, por unanimidade de votos, conceder a ordem, nos
termos do voto do Relator.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
Ministro GILMAR MENDES
Relator
Documento assinado digitalmente
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1562467.
Supremo Tribunal Federal
DJe 16/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 11
Relatório
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 109.892 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S)
:ADRIANO ANASTÁCIO DA COSTA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA
DO ESTADO
DE SÃO
PAULO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO
PAULO
COATOR(A/S)(ES)
:RELATOR
DO
HC
213.748
NO
SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - (Relator): Trata-se
de habeas corpus, com pedido liminar, impetrado pela Defensoria Pública
do Estado de São Paulo, em favor de Adriano Anastácio da Costa.
Nestes autos, a defesa questiona decisão proferida pelo Ministro Og
Fernandes, relator do HC 213.748/SP, do Superior Tribunal de Justiça, que
indeferiu o pedido de medida liminar.
Na espécie, o paciente foi preso em flagrante em 11 de fevereiro de
2011 e, posteriormente, denunciado pela prática do delito descrito no art.
155, § 4º, II e IV, do Código Penal (furto praticado mediante escalada e
com o concurso de duas ou mais pessoas), porquanto teria subtraído duas
passadeiras usadas de tecido entrelaçados e coloridos, um tapete pequeno
de tecido entrelaçado, uma peneira plástica de cor branca, um botijão de
gás de cor azul (com gás), duas panelas usadas sem marca, uma bandeja
usada preta para pintura de paredes, avaliados em R$ 120,50 (cento e
vinte reais e cinquenta centavos).
Formulado pedido de liberdade provisória, este restou indeferido
pelo Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Avaré/SP.
Contra essa decisão, a defesa impetrou habeas corpus no Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo, pugnando pelo trancamento da Ação
Penal 184/2011 ante a aplicação do princípio da insignificância ou,
alternativamente, pelo relaxamento da prisão em flagrante. A ordem
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 109.892 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S)
:ADRIANO ANASTÁCIO DA COSTA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA
DO ESTADO
DE SÃO
PAULO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO
PAULO
COATOR(A/S)(ES)
:RELATOR
DO
HC
213.748
NO
SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - (Relator): Trata-se
de habeas corpus, com pedido liminar, impetrado pela Defensoria Pública
do Estado de São Paulo, em favor de Adriano Anastácio da Costa.
Nestes autos, a defesa questiona decisão proferida pelo Ministro Og
Fernandes, relator do HC 213.748/SP, do Superior Tribunal de Justiça, que
indeferiu o pedido de medida liminar.
Na espécie, o paciente foi preso em flagrante em 11 de fevereiro de
2011 e, posteriormente, denunciado pela prática do delito descrito no art.
155, § 4º, II e IV, do Código Penal (furto praticado mediante escalada e
com o concurso de duas ou mais pessoas), porquanto teria subtraído duas
passadeiras usadas de tecido entrelaçados e coloridos, um tapete pequeno
de tecido entrelaçado, uma peneira plástica de cor branca, um botijão de
gás de cor azul (com gás), duas panelas usadas sem marca, uma bandeja
usada preta para pintura de paredes, avaliados em R$ 120,50 (cento e
vinte reais e cinquenta centavos).
Formulado pedido de liberdade provisória, este restou indeferido
pelo Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Avaré/SP.
Contra essa decisão, a defesa impetrou habeas corpus no Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo, pugnando pelo trancamento da Ação
Penal 184/2011 ante a aplicação do princípio da insignificância ou,
alternativamente, pelo relaxamento da prisão em flagrante. A ordem
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 11
Relatório
HC 109.892 / SP
restou denegada pela 11ª Câmara – Seção Criminal.
Irresignada, impetrou habeas corpus no STJ, alegando falta de
fundamentação para manutenção da segregação cautelar e requerendo a
imposição de medidas diversas da prisão provisória. O relator do HC
213.748/SP, Ministro Og Fernandes, indeferiu o pleito liminar, nos
seguintes termos:
“Da análise dos autos, em sede de cognição sumária, não
verifico manifesta ilegalidade a ensejar o deferimento da
medida de urgência, uma vez que o constrangimento não se
revela de plano, impondo uma análise mais detalhada dos
elementos de convicção trazidos aos autos, o que ocorrerá por
ocasião do julgamento do mérito.
De se ver que foi salientado pelas instâncias ordinárias
anterior envolvimento do paciente na prática de crime análogo
ao tratado na ação penal de que aqui se cuida.
Ante o exposto, indefiro o pedido liminar.
Solicitem-se informações ao Juízo da 2ª Vara Criminal da
Comarca de Avaré, que deverá, ainda, comunicar a esta Corte
eventual modificação na situação processual ou prisional do
paciente em virtude da entrada em vigor da Lei n. 12.403/2011”.
No presente writ, pede a superação da Súmula 691, sustentando que
o Ministério Público, em sede de debates orais, manifestou-se pela
condenação à pena privativa de liberdade em regime aberto, a ser
substituída por pena restritiva de direitos.
Ademais, aponta que a decisão impugnada manteve a prisão do
paciente sob a justificativa de envolvimento em crime análogo no
passado. Assevera tratar-se de pena extinta há mais de 5 anos, não
servindo tal fato, sequer, para configurar reincidência.
Liminarmente, requer a concessão da liberdade provisória.
Subsidiariamente, a fixação de qualquer uma das medidas cautelares
diversas da prisão, previstas no art. 319 do CPP (com a nova redação
dada pela Lei 12.403/2011).
Em 15 de agosto de 2011, deferi o pedido de liminar para suspender,
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 109.892 / SP
restou denegada pela 11ª Câmara – Seção Criminal.
Irresignada, impetrou habeas corpus no STJ, alegando falta de
fundamentação para manutenção da segregação cautelar e requerendo a
imposição de medidas diversas da prisão provisória. O relator do HC
213.748/SP, Ministro Og Fernandes, indeferiu o pleito liminar, nos
seguintes termos:
“Da análise dos autos, em sede de cognição sumária, não
verifico manifesta ilegalidade a ensejar o deferimento da
medida de urgência, uma vez que o constrangimento não se
revela de plano, impondo uma análise mais detalhada dos
elementos de convicção trazidos aos autos, o que ocorrerá por
ocasião do julgamento do mérito.
De se ver que foi salientado pelas instâncias ordinárias
anterior envolvimento do paciente na prática de crime análogo
ao tratado na ação penal de que aqui se cuida.
Ante o exposto, indefiro o pedido liminar.
Solicitem-se informações ao Juízo da 2ª Vara Criminal da
Comarca de Avaré, que deverá, ainda, comunicar a esta Corte
eventual modificação na situação processual ou prisional do
paciente em virtude da entrada em vigor da Lei n. 12.403/2011”.
No presente writ, pede a superação da Súmula 691, sustentando que
o Ministério Público, em sede de debates orais, manifestou-se pela
condenação à pena privativa de liberdade em regime aberto, a ser
substituída por pena restritiva de direitos.
Ademais, aponta que a decisão impugnada manteve a prisão do
paciente sob a justificativa de envolvimento em crime análogo no
passado. Assevera tratar-se de pena extinta há mais de 5 anos, não
servindo tal fato, sequer, para configurar reincidência.
Liminarmente, requer a concessão da liberdade provisória.
Subsidiariamente, a fixação de qualquer uma das medidas cautelares
diversas da prisão, previstas no art. 319 do CPP (com a nova redação
dada pela Lei 12.403/2011).
Em 15 de agosto de 2011, deferi o pedido de liminar para suspender,
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1562468.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 11
Relatório
HC 109.892 / SP
até o julgamento do mérito deste HC, os efeitos da ordem de prisão
preventiva decretada em desfavor do paciente (Adriano Anastácio da
Costa) pelo Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Avaré/SP (Processo
n. 184/2011).
A Procuradoria-Geral da República opinou pela denegação da
ordem.
É o relatório.
3
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Supremo Tribunal Federal
HC 109.892 / SP
até o julgamento do mérito deste HC, os efeitos da ordem de prisão
preventiva decretada em desfavor do paciente (Adriano Anastácio da
Costa) pelo Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Avaré/SP (Processo
n. 184/2011).
A Procuradoria-Geral da República opinou pela denegação da
ordem.
É o relatório.
3
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 11
Voto - MIN. GILMAR MENDES
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 109.892 SÃO PAULO
V O T O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - (Relator): No
presente habeas corpus, a defesa requer a concessão da liberdade
provisória ao paciente. Subsidiariamente, a fixação de qualquer uma das
medidas cautelares diversas da prisão, previstas no art. 319 do CPP (com
a nova redação dada pela Lei 12.403/2011).
Inicialmente, ressalto que a jurisprudência desta Corte é no sentido
da inadmissibilidade da impetração de habeas corpus, nas causas de sua
competência originária, contra decisão denegatória de liminar em ação de
idêntica natureza articulada perante tribunal superior, antes do
julgamento definitivo do writ (cf. HC-QO n. 76.347/MS, Min. Moreira
Alves, 1ª Turma, unânime, DJ 8.5.1998; HC n. 79.238/RS, Min. Moreira
Alves, 1a Turma, unânime, DJ 6.8.1999; HC n. 79.776/RS, Min. Moreira
Alves, 1ª Turma, unânime, DJ 3.3.2000; HC n. 79.775/AP, Min. Maurício
Corrêa, 2a Turma, maioria, DJ 17.3.2000; HC n. 79.748/RJ, Min. Celso de
Mello, 2a Turma, maioria, DJ 23.6.2000; HC n. 101.275/SP, Min. Ricardo
Lewandowski, 1a Turma, maioria, DJe 5.3.2010; e HC n. 103.195, Min.
Cezar Peluso, 2ª Turma, unânime, DJe 23.4.2010).
Esse entendimento está representado na Súmula n. 691; eis o teor:
“Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus
impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a
tribunal superior, indefere a liminar”.
É bem verdade que o rigor na aplicação da Súmula tem sido
abrandado por julgados desta Corte em hipóteses excepcionais em que: a)
seja premente a necessidade de concessão do provimento cautelar para
evitar flagrante constrangimento ilegal; ou b) a negativa de decisão
concessiva de medida liminar pelo tribunal superior importe na
caracterização ou na manutenção de situação que seja manifestamente
contrária à jurisprudência do STF (cf. as decisões colegiadas: HC n.
84.014/MG, Min. Marco Aurélio, 1ª Turma, unânime, DJ 25.6.2004; HC n.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1562469.
Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 109.892 SÃO PAULO
V O T O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - (Relator): No
presente habeas corpus, a defesa requer a concessão da liberdade
provisória ao paciente. Subsidiariamente, a fixação de qualquer uma das
medidas cautelares diversas da prisão, previstas no art. 319 do CPP (com
a nova redação dada pela Lei 12.403/2011).
Inicialmente, ressalto que a jurisprudência desta Corte é no sentido
da inadmissibilidade da impetração de habeas corpus, nas causas de sua
competência originária, contra decisão denegatória de liminar em ação de
idêntica natureza articulada perante tribunal superior, antes do
julgamento definitivo do writ (cf. HC-QO n. 76.347/MS, Min. Moreira
Alves, 1ª Turma, unânime, DJ 8.5.1998; HC n. 79.238/RS, Min. Moreira
Alves, 1a Turma, unânime, DJ 6.8.1999; HC n. 79.776/RS, Min. Moreira
Alves, 1ª Turma, unânime, DJ 3.3.2000; HC n. 79.775/AP, Min. Maurício
Corrêa, 2a Turma, maioria, DJ 17.3.2000; HC n. 79.748/RJ, Min. Celso de
Mello, 2a Turma, maioria, DJ 23.6.2000; HC n. 101.275/SP, Min. Ricardo
Lewandowski, 1a Turma, maioria, DJe 5.3.2010; e HC n. 103.195, Min.
Cezar Peluso, 2ª Turma, unânime, DJe 23.4.2010).
Esse entendimento está representado na Súmula n. 691; eis o teor:
“Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus
impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a
tribunal superior, indefere a liminar”.
É bem verdade que o rigor na aplicação da Súmula tem sido
abrandado por julgados desta Corte em hipóteses excepcionais em que: a)
seja premente a necessidade de concessão do provimento cautelar para
evitar flagrante constrangimento ilegal; ou b) a negativa de decisão
concessiva de medida liminar pelo tribunal superior importe na
caracterização ou na manutenção de situação que seja manifestamente
contrária à jurisprudência do STF (cf. as decisões colegiadas: HC n.
84.014/MG, Min. Marco Aurélio, 1ª Turma, unânime, DJ 25.6.2004; HC n.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 11
Voto - MIN. GILMAR MENDES
HC 109.892 / SP
85.185/SP, Min. Cezar Peluso, Pleno, por maioria, DJ 1o.9.2006; e HC n.
90.387, da minha relatoria, 2ª Turma, unânime, DJ 28.9.2007).
Na hipótese, à primeira vista, entendo estarem caracterizadas
situações ensejadoras do afastamento da incidência da Súmula. Explico.
De modo geral, a prisão preventiva deve indicar, de forma expressa,
os seguintes fundamentos para sua decretação, nos termos do art. 312 do
CPP: i) garantia da ordem pública; ii) garantia da ordem econômica; iii)
garantia da aplicação da lei penal; e iv) conveniência da instrução
criminal.
Na linha da jurisprudência deste Tribunal, porém, não basta a mera
explicitação textual dos requisitos previstos, sendo necessário que a
alegação abstrata ceda à demonstração concreta e firme de que tais
condições realizam-se na espécie.
Dessarte, a tarefa de interpretação constitucional para análise de
excepcional situação jurídica de constrição da liberdade exige que a
alusão a esses aspectos esteja lastreada em elementos concretos,
devidamente explicitados.
Eis excertos do decreto de prisão preventiva exarado pelo Juízo da 2ª
Vara Criminal da Comarca de Avaré/SP:
“Trata-se de pedido de liberdade provisória requerido
pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo em favor dos
acusados Maria Cirlene Strenguti e Adriano Anastácio da Costa
presos em flagrante delito no dia 11 de fevereiro de 2011, por
infração ao artigo 155, § 4º, incisos II e IV do CP.
O representante do Ministério Público manifestou-se pelo
indeferimento do pedido de liberdade provisória.
O acusado Adriano Anastácio da Costa ostenta
antecedentes criminais como bem lançado pelo representante
do Ministério Público, apresentando condenação.
A acusada Maria Cirlene Strengueti não ostenta
antecedentes, sendo primária.
Verifica-se que a prisão cautelar deve ser mantida se
presentes os pressupostos da prisão preventiva.
Há nos autos o periculum in mora e o fumus boni iuris uma
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 109.892 / SP
85.185/SP, Min. Cezar Peluso, Pleno, por maioria, DJ 1o.9.2006; e HC n.
90.387, da minha relatoria, 2ª Turma, unânime, DJ 28.9.2007).
Na hipótese, à primeira vista, entendo estarem caracterizadas
situações ensejadoras do afastamento da incidência da Súmula. Explico.
De modo geral, a prisão preventiva deve indicar, de forma expressa,
os seguintes fundamentos para sua decretação, nos termos do art. 312 do
CPP: i) garantia da ordem pública; ii) garantia da ordem econômica; iii)
garantia da aplicação da lei penal; e iv) conveniência da instrução
criminal.
Na linha da jurisprudência deste Tribunal, porém, não basta a mera
explicitação textual dos requisitos previstos, sendo necessário que a
alegação abstrata ceda à demonstração concreta e firme de que tais
condições realizam-se na espécie.
Dessarte, a tarefa de interpretação constitucional para análise de
excepcional situação jurídica de constrição da liberdade exige que a
alusão a esses aspectos esteja lastreada em elementos concretos,
devidamente explicitados.
Eis excertos do decreto de prisão preventiva exarado pelo Juízo da 2ª
Vara Criminal da Comarca de Avaré/SP:
“Trata-se de pedido de liberdade provisória requerido
pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo em favor dos
acusados Maria Cirlene Strenguti e Adriano Anastácio da Costa
presos em flagrante delito no dia 11 de fevereiro de 2011, por
infração ao artigo 155, § 4º, incisos II e IV do CP.
O representante do Ministério Público manifestou-se pelo
indeferimento do pedido de liberdade provisória.
O acusado Adriano Anastácio da Costa ostenta
antecedentes criminais como bem lançado pelo representante
do Ministério Público, apresentando condenação.
A acusada Maria Cirlene Strengueti não ostenta
antecedentes, sendo primária.
Verifica-se que a prisão cautelar deve ser mantida se
presentes os pressupostos da prisão preventiva.
Há nos autos o periculum in mora e o fumus boni iuris uma
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
HC 109.892 / SP
vez que os acusados foram presos em flagrante delito e as
versões das testemunhas são condizentes com os indícios
encontrados.
O acusado Adriano Anastácio possui antecedentes
criminais, inclusive, pelo mesmo dispositivo pelo qual se
encontra recolhido.
No entanto, com relação à acusada Maria Cirlene essa não
ostenta antecedentes e como demonstrado pela Defesa
encontra-se em tratamento psiquiátrico e não entendo que caso
seja colocada em liberdade venha a perturbar a prova ou
instrução criminal.
Dessa forma, defiro a liberdade provisória em favor da
acusada Maria Cirlene Strengueti e indefiro a liberdade
provisória do acusado Adriano Anastácio da Consta por
entender presentes os requisitos do artigo 311 e 312 do CPP.
Expeça-se alvará de soltura em favor da acusada Maria
Cirlene, deprecando-se o cumprimento”.
Como se pode constatar, o magistrado de primeiro grau, ao indeferir
o pedido de liberdade provisória formulado, levou em consideração, de
forma precípua, o fato de o paciente ostentar antecedentes criminais, o
que, no seu entender, poderia perturbar a ordem pública bem como o
bom andamento da instrução criminal.
Bem analisados os argumentos expendidos pelo Juízo de origem,
constato que não há, na decisão atacada, em nenhum momento, a
indicação de fatos concretos hábeis a justificar a segregação do paciente.
Nesse sentido, a decisão de prisão diverge do firmado
reiteradamente por esta Corte [cf: HC n. 86.758/PR (DJ 1.9.2006), HC n.
84.997/SP (DJ 8.6.2007) e HC n. 83.806/SP (DJ 18.6.2004)]. É que a prisão
provisória deve estar embasada em elementos concretos, não
abstratamente, como vazio argumento de retórica.
Tal posicionamento é hoje uníssono nesta Corte cuja jurisprudência
consolidou-se no sentido de entender que a liberdade de um indivíduo
suspeito da prática de infração penal somente pode sofrer restrições se
houver decisão judicial devidamente fundamentada, amparada em fatos
3
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Supremo Tribunal Federal
HC 109.892 / SP
vez que os acusados foram presos em flagrante delito e as
versões das testemunhas são condizentes com os indícios
encontrados.
O acusado Adriano Anastácio possui antecedentes
criminais, inclusive, pelo mesmo dispositivo pelo qual se
encontra recolhido.
No entanto, com relação à acusada Maria Cirlene essa não
ostenta antecedentes e como demonstrado pela Defesa
encontra-se em tratamento psiquiátrico e não entendo que caso
seja colocada em liberdade venha a perturbar a prova ou
instrução criminal.
Dessa forma, defiro a liberdade provisória em favor da
acusada Maria Cirlene Strengueti e indefiro a liberdade
provisória do acusado Adriano Anastácio da Consta por
entender presentes os requisitos do artigo 311 e 312 do CPP.
Expeça-se alvará de soltura em favor da acusada Maria
Cirlene, deprecando-se o cumprimento”.
Como se pode constatar, o magistrado de primeiro grau, ao indeferir
o pedido de liberdade provisória formulado, levou em consideração, de
forma precípua, o fato de o paciente ostentar antecedentes criminais, o
que, no seu entender, poderia perturbar a ordem pública bem como o
bom andamento da instrução criminal.
Bem analisados os argumentos expendidos pelo Juízo de origem,
constato que não há, na decisão atacada, em nenhum momento, a
indicação de fatos concretos hábeis a justificar a segregação do paciente.
Nesse sentido, a decisão de prisão diverge do firmado
reiteradamente por esta Corte [cf: HC n. 86.758/PR (DJ 1.9.2006), HC n.
84.997/SP (DJ 8.6.2007) e HC n. 83.806/SP (DJ 18.6.2004)]. É que a prisão
provisória deve estar embasada em elementos concretos, não
abstratamente, como vazio argumento de retórica.
Tal posicionamento é hoje uníssono nesta Corte cuja jurisprudência
consolidou-se no sentido de entender que a liberdade de um indivíduo
suspeito da prática de infração penal somente pode sofrer restrições se
houver decisão judicial devidamente fundamentada, amparada em fatos
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
HC 109.892 / SP
concretos, não apenas em hipóteses ou conjecturas, na gravidade do
crime ou em razão de seu caráter hediondo. Nesse sentido, arrolo os
seguintes julgados: HC n. 84.662/BA, rel. Min. Eros Grau, 1ª Turma,
unânime, DJ 22.10.2004; HC n. 86.175/SP, rel. Min. Eros Grau, 2ª Turma,
unânime, DJ 10.11.2006; HC n. 88.448/RJ, de minha relatoria, 2ª Turma,
por empate na votação, DJ 9.3.2007; HC n. 101244/MG, rel. Min. Ricardo
Lewandowski, 1ª Turma, unânime, DJe 8.4.2010.
Ademais, a jurisprudência desta Corte consolidou-se no sentido de
que os maus antecedentes, por si só, não têm o condão de legitimar o
decreto de constrição cautelar. Nesse sentido, confiram-se:
“RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS.
DIREITO PROCESSUAL PENAL. PRISÃO ANTES DO
TRÂNSITO
EM
JULGADO
DA
CONDENAÇÃO.
FUNDAMENTAÇÃO INIDÔNEA. RÉU RESPONDEU AO
PROCESSO EM LIBERDADE. APELAÇÃO EXCLUSIVA DA
DEFESA. REFORMATIO IN PEJUS. RECURSO PROVIDO. 1.
Esta Suprema Corte firmou entendimento no sentido de ser
inidônea a decretação de prisão preventiva fundamentada
apenas nos maus antecedentes do réu, mormente quando
respondeu ao processo em liberdade, como ocorre no caso.
Precedentes. 2. O Plenário do Supremo Tribunal Federal
entendeu, por maioria, que "ofende o princípio da não-
culpabilidade a execução da pena privativa de liberdade antes
do trânsito em julgado da sentença condenatória, ressalvada a
hipótese de prisão cautelar do réu, desde que presentes os
requisitos autorizadores previstos no art. 312 do CPP" (HC
84.078/MG, rel. Min. Eros Grau, 05.02.2009, Informativo STF
534). 3. A decisão que determinou a prisão do ora recorrente
não se encontra fundamentada nos pressupostos que autorizam
a segregação cautelar prevista no art. 312 do Código de
Processo Penal. 4. Ocorrência de reformatio in pejus na espécie,
na medida em que houve piora na situação do réu que
respondeu a todo o processo em liberdade, e o Tribunal
Estadual, ao julgar a apelação interposta exclusivamente pela
4
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Supremo Tribunal Federal
HC 109.892 / SP
concretos, não apenas em hipóteses ou conjecturas, na gravidade do
crime ou em razão de seu caráter hediondo. Nesse sentido, arrolo os
seguintes julgados: HC n. 84.662/BA, rel. Min. Eros Grau, 1ª Turma,
unânime, DJ 22.10.2004; HC n. 86.175/SP, rel. Min. Eros Grau, 2ª Turma,
unânime, DJ 10.11.2006; HC n. 88.448/RJ, de minha relatoria, 2ª Turma,
por empate na votação, DJ 9.3.2007; HC n. 101244/MG, rel. Min. Ricardo
Lewandowski, 1ª Turma, unânime, DJe 8.4.2010.
Ademais, a jurisprudência desta Corte consolidou-se no sentido de
que os maus antecedentes, por si só, não têm o condão de legitimar o
decreto de constrição cautelar. Nesse sentido, confiram-se:
“RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS.
DIREITO PROCESSUAL PENAL. PRISÃO ANTES DO
TRÂNSITO
EM
JULGADO
DA
CONDENAÇÃO.
FUNDAMENTAÇÃO INIDÔNEA. RÉU RESPONDEU AO
PROCESSO EM LIBERDADE. APELAÇÃO EXCLUSIVA DA
DEFESA. REFORMATIO IN PEJUS. RECURSO PROVIDO. 1.
Esta Suprema Corte firmou entendimento no sentido de ser
inidônea a decretação de prisão preventiva fundamentada
apenas nos maus antecedentes do réu, mormente quando
respondeu ao processo em liberdade, como ocorre no caso.
Precedentes. 2. O Plenário do Supremo Tribunal Federal
entendeu, por maioria, que "ofende o princípio da não-
culpabilidade a execução da pena privativa de liberdade antes
do trânsito em julgado da sentença condenatória, ressalvada a
hipótese de prisão cautelar do réu, desde que presentes os
requisitos autorizadores previstos no art. 312 do CPP" (HC
84.078/MG, rel. Min. Eros Grau, 05.02.2009, Informativo STF
534). 3. A decisão que determinou a prisão do ora recorrente
não se encontra fundamentada nos pressupostos que autorizam
a segregação cautelar prevista no art. 312 do Código de
Processo Penal. 4. Ocorrência de reformatio in pejus na espécie,
na medida em que houve piora na situação do réu que
respondeu a todo o processo em liberdade, e o Tribunal
Estadual, ao julgar a apelação interposta exclusivamente pela
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 11
Voto - MIN. GILMAR MENDES
HC 109.892 / SP
defesa, negou provimento ao recurso e determinou sua prisão
imediata, sem que tenham surgidos fatos novos. 5. Recurso
provido”. – (RHC 100.973/SP, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda
Turma, DJe 28.5.2010).
“EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSUAL
PENAL. PRISÃO PREVENTIVA. DECRETAÇÃO NA
SENTENÇA DE PRONÚNCIA. DECISÃO FUNDAMENTADA
NOS
MAUS
ANTECEDENTES
DO
PACIENTE.
INADMISSIBILIDADE. NECESSIDADE DE ELEMENTOS
CONCRETOS QUE JUSTIFIQUEM O DECRETO PRISIONAL.
AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO COM OBSERVÂNCIA
DO ART. 312 DO CPP. RECOLHIMENTO DE RÉU À PRISÃO
COMO CONDIÇÃO PARA RECEBIMENTO DE RECURSO EM
SENTIDO ESTRITO. INVIABILIDADE. ORDEM CONCEDIDA.
I - O decreto de prisão preventiva há que fundamentar-se em
elementos fáticos concretos, que demonstrem a necessidade da
medida constritiva. II - É incabível a prisão do réu como
condição para o recebimento de recurso contra a sentença de
pronúncia. III - Ordem concedida”. – (HC 101.244/MG, Rel.
Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe 8.4.2010).
“EMENTA: AÇÃO PENAL. Homicídio doloso. Prisão
preventiva. Decretação baseada apenas em supostos maus
antecedentes do réu e na gravidade do delito.
Inadmissibilidade. Falta de fundamentação legal da custódia
cautelar. Constrangimento ilegal caracterizado. HC concedido.
Precedentes. A fundamentação da prisão preventiva com só
base em maus antecedentes e na gravidade do delito caracteriza
constrangimento ilegal”. – (HC 95.100/SP, Rel. Min. Cezar
Peluso, Segunda Turma, DJe 14.5.2009).
“EMENTA Habeas Corpus. Processual penal. Paciente
pronunciado pelo crime de homicídio qualificado. Ausência dos
requisitos da prisão preventiva decretada na pronúncia.
Constrangimento ilegal caracterizado. Maus antecedentes não
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Supremo Tribunal Federal
HC 109.892 / SP
defesa, negou provimento ao recurso e determinou sua prisão
imediata, sem que tenham surgidos fatos novos. 5. Recurso
provido”. – (RHC 100.973/SP, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda
Turma, DJe 28.5.2010).
“EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSUAL
PENAL. PRISÃO PREVENTIVA. DECRETAÇÃO NA
SENTENÇA DE PRONÚNCIA. DECISÃO FUNDAMENTADA
NOS
MAUS
ANTECEDENTES
DO
PACIENTE.
INADMISSIBILIDADE. NECESSIDADE DE ELEMENTOS
CONCRETOS QUE JUSTIFIQUEM O DECRETO PRISIONAL.
AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO COM OBSERVÂNCIA
DO ART. 312 DO CPP. RECOLHIMENTO DE RÉU À PRISÃO
COMO CONDIÇÃO PARA RECEBIMENTO DE RECURSO EM
SENTIDO ESTRITO. INVIABILIDADE. ORDEM CONCEDIDA.
I - O decreto de prisão preventiva há que fundamentar-se em
elementos fáticos concretos, que demonstrem a necessidade da
medida constritiva. II - É incabível a prisão do réu como
condição para o recebimento de recurso contra a sentença de
pronúncia. III - Ordem concedida”. – (HC 101.244/MG, Rel.
Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe 8.4.2010).
“EMENTA: AÇÃO PENAL. Homicídio doloso. Prisão
preventiva. Decretação baseada apenas em supostos maus
antecedentes do réu e na gravidade do delito.
Inadmissibilidade. Falta de fundamentação legal da custódia
cautelar. Constrangimento ilegal caracterizado. HC concedido.
Precedentes. A fundamentação da prisão preventiva com só
base em maus antecedentes e na gravidade do delito caracteriza
constrangimento ilegal”. – (HC 95.100/SP, Rel. Min. Cezar
Peluso, Segunda Turma, DJe 14.5.2009).
“EMENTA Habeas Corpus. Processual penal. Paciente
pronunciado pelo crime de homicídio qualificado. Ausência dos
requisitos da prisão preventiva decretada na pronúncia.
Constrangimento ilegal caracterizado. Maus antecedentes não
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 11
Voto - MIN. GILMAR MENDES
HC 109.892 / SP
podem servir como fundamento para punição antecipada.
Aplicação do princípio da não-culpabilidade. Habeas corpus
concedido. 1. Não se aplica, na espécie, a regra prevista no art.
2º, inc. II, da Lei nº 8.072/90, que proíbe a concessão de
liberdade provisória aos crimes hediondos, por tratar-se de réu
que respondeu ao processo em liberdade e assim permaneceu
até a sentença de pronúncia. 2. A decretação de prisão cautelar
por ocasião da pronúncia não dispensa a presença de
fundamentos objetivos, esbarrando na jurisprudência da
Suprema Corte menção genérica aos requisitos da prisão
cautelar, não prevalecendo para tanto o envolvimento do réu
em outras ocorrências policiais. 3. Habeas corpus concedido”. –
(HC 83.865/SP, Rel. Min. Menezes Direito, Primeira Turma, DJe
6.12.2007).
Feitas essas considerações, tenho em conta que a prisão provisória
decretada em desfavor do paciente não atendeu aos requisitos do art. 312
do CPP, especialmente no que diz respeito à indicação de elementos
concretos que, ao momento da decretação, fossem imediatamente
incidentes a ponto de ensejar o decreto cautelar.
Ante os fundamentos expostos, supero a restrição sumular a fim de
conceder a ordem de habeas corpus para cassar o decreto de prisão
preventiva expedido contra o paciente Adriano Anastácio da Costa.
É como voto.
6
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HC 109.892 / SP
podem servir como fundamento para punição antecipada.
Aplicação do princípio da não-culpabilidade. Habeas corpus
concedido. 1. Não se aplica, na espécie, a regra prevista no art.
2º, inc. II, da Lei nº 8.072/90, que proíbe a concessão de
liberdade provisória aos crimes hediondos, por tratar-se de réu
que respondeu ao processo em liberdade e assim permaneceu
até a sentença de pronúncia. 2. A decretação de prisão cautelar
por ocasião da pronúncia não dispensa a presença de
fundamentos objetivos, esbarrando na jurisprudência da
Suprema Corte menção genérica aos requisitos da prisão
cautelar, não prevalecendo para tanto o envolvimento do réu
em outras ocorrências policiais. 3. Habeas corpus concedido”. –
(HC 83.865/SP, Rel. Min. Menezes Direito, Primeira Turma, DJe
6.12.2007).
Feitas essas considerações, tenho em conta que a prisão provisória
decretada em desfavor do paciente não atendeu aos requisitos do art. 312
do CPP, especialmente no que diz respeito à indicação de elementos
concretos que, ao momento da decretação, fossem imediatamente
incidentes a ponto de ensejar o decreto cautelar.
Ante os fundamentos expostos, supero a restrição sumular a fim de
conceder a ordem de habeas corpus para cassar o decreto de prisão
preventiva expedido contra o paciente Adriano Anastácio da Costa.
É como voto.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 11
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 109.892
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S) : ADRIANO ANASTÁCIO DA COSTA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC 213.748 NO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA
Decisão: habeas corpus concedido, superada a restrição sumular
691/STF, para cassar o decreto de prisão preventiva expedido
contra o paciente Adriano Anastácio da Costa, nos termos do voto
do Relator. Decisão unânime. Ausente, licenciado, o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 109.892
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S) : ADRIANO ANASTÁCIO DA COSTA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC 213.748 NO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA
Decisão: habeas corpus concedido, superada a restrição sumular
691/STF, para cassar o decreto de prisão preventiva expedido
contra o paciente Adriano Anastácio da Costa, nos termos do voto
do Relator. Decisão unânime. Ausente, licenciado, o Senhor
Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 11
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1571441 | 2011-10-25T00:00:00 | 2011-11-16T00:00:00 | habeas corpus concedido, superada a restrição sumular 691/STF, para cassar o decreto de prisão preventiva expedido contra o paciente Adriano Anastácio da Costa, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011. | HABEAS CORPUS | Habeas Corpus. 2. Alegada falta de fundamentação da decisão que indeferiu o pedido de liberdade provisória ao paciente. Ocorrência. 3. Superação da restrição sumular 691. 4. Ordem concedida. | sjur201536 | - Acórdãos citados: HC 76347 QO, HC 79238, HC 79748, HC 79775, HC 79776, HC 83806, HC 83865, HC 84014 AgR, HC
84662, HC 84997, HC 85185, HC 86175, HC 86758, HC 88448, HC 90387, HC 95100, RHC 100973, HC 101244, HC 101275, HC 103195.
Número de páginas: 11.
Análise: 22/11/2011, SEV.
Revisão: 28/11/2011, ACG. | GILMAR MENDES | Segunda Turma | 109892 | [
"LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\r\n ART-00312 ART-00319 REDAÇÃO DADA PELA LEI-12403/2011 \r\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL\r\n",
"LEG-FED LEI-012403 ANO-2011\r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000691 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | HC | acordaos | HC 109892 | [
""
] | PACTE.(S) : ADRIANO ANASTÁCIO DA COSTA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC 213.748 NO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 109 . 892",
"HC 213 . 748",
"HABEAS CORPUS 109 . 892",
"HC 213 . 748",
"HC 213 . 748 / SP",
"HABEAS CORPUS 109 . 892 SÃO PAULO",
"HC 213 . 748",
"HC 213 . 748 / SP",
"Ação Penal 184 / 2011",
"HC 109 . 892 / SP",
"HC 213 . 748 / SP",
"HC 109 . 892 / SP",
"HC 213 . 748 / SP",
"HC 109 . 892 / SP",
"HC 109 . 892 / SP",
"HABEAS CORPUS 109 . 892",
"HC",
"-",
"QO n . 76 . 347 / MS",
"HC n . 79 . 238 / RS",
"HC n . 79 . 776 / RS",
"HC n . 79 . 775 / AP",
"HC n . 79 . 748 / RJ",
"HC n . 101 . 275 / SP",
"HC n . 103 . 195",
"Súmula n . 691",
"HC n . 84 . 014 / MG",
"HABEAS CORPUS 109 . 892",
"HC",
"-",
"QO n . 76 . 347 / MS",
"HC n . 79 . 238 / RS",
"HC n . 79 . 776 / RS",
"HC n . 79 . 775 / AP",
"HC n . 79 . 748 / RJ",
"HC n . 101 . 275 / SP",
"HC n . 103 . 195",
"HC n . 84 . 014 / MG",
"HC 109 . 892 / SP",
"HC n . 90 . 387",
"HC 109 . 892 / SP 85 . 185 / SP",
"HC n . 90 . 387",
"HC 109 . 892 / SP",
"HC n . 86 . 758 / PR",
"HC n . 84 . 997 / SP",
"HC n . 83 . 806 / SP",
"HC 109 . 892 / SP",
"HC n . 86 . 758 / PR",
"HC n . 84 . 997 / SP",
"HC n . 83 . 806 / SP",
"HC 109 . 892 / SP",
"HC n . 84 . 662 / BA",
"HC n . 86 . 175 / SP",
"HC n . 88 . 448 / RJ",
"HC n . 101244 / MG",
"HC 84 . 078 / MG",
"HC 109 . 892 / SP",
"HC n . 84 . 662 / BA",
"HC n . 86 . 175 / SP",
"HC n . 88 . 448 / RJ",
"HC n . 101244 / MG",
"HC 84 . 078 / MG",
"HC 109 . 892 / SP",
"RHC 100 . 973 / SP",
"HC 101 . 244 / MG",
"HC 95 . 100 / SP",
"HC 109 . 892 / SP",
"RHC 100 . 973 / SP",
"HC 101 . 244 / MG",
"HC 95 . 100 / SP",
"HC 109 . 892 / SP",
"HC 83 . 865 / SP",
"HC 109 . 892 / SP",
"HC 83 . 865 / SP",
"HABEAS CORPUS 109 . 892",
"HC 213 . 748",
"HABEAS CORPUS 109 . 892",
"HC 213 . 748"
],
"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 155 , § [UNK] , II e IV , do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 155 , § [UNK] , II e IV , do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n . 12 . 403 / 2011",
"art . 319 do CPP",
"Lei 12 . 403 / 2011",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n . 12 . 403 / 2011",
"art . 319 do CPP",
"Lei 12 . 403 / 2011",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 319 do CPP",
"Lei 12 . 403 / 2011",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 319 do CPP",
"Lei 12 . 403 / 2011",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do CPP",
"artigo 155 , § [UNK] , incisos II e IV do CP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do CPP",
"artigo 155 , § [UNK] , incisos II e IV do CP",
"MP n° 2 .",
"artigo 311 e 312 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 311 e 312 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do CPP",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do CPP",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 312 DO CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 312 DO CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , inc . II , da Lei [UNK] 8 . 072 / 90",
"art . 312 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , inc . II , da Lei [UNK] 8 . 072 / 90",
"art . 312 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"Brasília",
"SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"Comarca de Avaré / SP",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
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"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Defensoria Pública do Estado de São Paulo",
"Superior Tribunal de Justiça",
"[UNK] Vara Criminal da Comarca de Avaré / SP",
"Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
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"Superior Tribunal de Justiça",
"[UNK] Vara Criminal da",
"Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"[UNK] Câmara – Seção Criminal",
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"[UNK] Vara Criminal da Comarca de Avaré",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Câmara – Seção Criminal",
"STJ",
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"Ministério",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
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"[UNK] Vara Criminal da Comarca de Avaré / SP",
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"-",
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"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Vara Criminal da Comarca de Avaré / SP",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Turma",
"1a Turma",
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"2a Turma",
"2a Turma",
"1a Turma",
"[UNK] Turma",
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"STF",
"[UNK] Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Turma",
"1a Turma",
"[UNK] Turma",
"2a Turma",
"2a Turma",
"1a Turma",
"[UNK] Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"STF",
"[UNK] Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] Turma",
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"Ministério Público",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Turma",
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"Defensoria Pública do Estado de São Paulo",
"Ministério Público",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"Plenário do Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"Suprema",
"Plenário do Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Segunda Turma",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Suprema Corte",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Suprema Corte",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"GILMAR MENDES",
"ADRIANO ANASTÁCIO DA COSTA",
"Ayres Britto",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"ADRIANO ANASTÁCIO DA COSTA",
"GILMAR MENDES",
"Adriano Anastácio da Costa",
"Og Fernandes",
"GILMAR MENDES",
"ADRIANO ANASTÁCIO DA COSTA",
"GILMAR MENDES",
"Adriano Anastácio da Costa",
"Og Fernandes",
"Og Fernandes",
"Og Fernandes",
"Adriano Anastácio da Costa",
"Adriano Anastácio da Costa",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
"Maurício Corrêa",
"Celso de Mello",
"Ricardo Lewandowski",
"Cezar Peluso",
"Marco Aurélio",
"GILMAR MENDES",
"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
"Moreira Alves",
"Maurício Corrêa",
"Celso de Mello",
"Ricardo Lewandowski",
"Cezar Peluso",
"Marco Aurélio",
"GILMAR MENDES",
"Cezar Peluso",
"Maria Cirlene Strenguti",
"Adriano Anastácio da Costa",
"Adriano Anastácio da Costa",
"Maria Cirlene Strengueti",
"Cezar Peluso",
"Maria Cirlene Strenguti",
"Adriano Anastácio da Costa",
"Adriano Anastácio da Costa",
"Maria Cirlene Strengueti",
"GILMAR MENDES",
"Adriano Anastácio",
"Maria",
"Cirlene",
"Maria Cirlene Strengueti",
"Adriano Anastácio da Consta",
"Maria",
"Cirlene",
"Adriano Anastácio",
"Maria Cirlene",
"Maria Cirlene Strengueti",
"Adriano Anastácio da Consta",
"Maria Cirlene",
"GILMAR MENDES",
"Eros Grau",
"Eros Grau",
"Ricardo Lewandowski",
"Eros Grau",
"Eros Grau",
"Eros Grau",
"Ricardo Lewandowski",
"Eros Grau",
"GILMAR MENDES",
"Ellen Gracie",
"Ricardo Lewandowski",
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"Ellen Gracie",
"Ricardo Lewandowski",
"Cezar Peluso",
"GILMAR MENDES",
"Menezes Direito",
"Adriano Anastácio da Costa",
"Menezes Direito",
"Adriano Anastácio da Costa",
"GILMAR MENDES",
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"Adriano Anastácio da Costa",
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"Ayres Britto",
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"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Paulo da Rocha Campos",
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"GILMAR MENDES",
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"Adriano Anastácio da Costa",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
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"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab"
],
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"15 de agosto de 2011",
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"2000",
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"2010",
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"2000",
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"2000",
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"3",
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"2010",
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"/",
"2001",
"1o",
".",
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"2006",
"28",
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".",
"2007",
"11 de fevereiro de 2011",
"24",
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"2001",
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"2006",
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".",
"6",
".",
"2007",
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".",
"6",
".",
"2004",
"24",
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"08",
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"2001",
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".",
"2006",
"8",
".",
"6",
".",
"2007",
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".",
"2007",
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"5",
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"2009",
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"08",
"/",
"2001",
"28",
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"2010",
"8",
".",
"4",
".",
"2010",
"14",
".",
"5",
".",
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"2011",
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"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599.644 MINAS GERAIS
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:ESTADO DE MINAS GERAIS
ADV.(A/S)
:ADVOGADO-GERAL
DO ESTADO
DE MINAS
GERAIS
AGDO.(A/S)
:SOLENE MARIA FERREIRA
ADV.(A/S)
:ADRIANA CASTANHEIRA
EMENTA:
AGRAVO
REGIMENTAL
EM
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
SERVIDOR
PÚBLICO
ESTADUAL.
RECOMPOSIÇÃO SALARIAL. CONVERSÃO DE CRUZEIRO REAL
PARA URV. DECESSO REMUNERATÓRIO. CONTROVÉRSIA
DECIDIDA À LUZ DO ACERVO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS E
DA
LEGISLAÇÃO
INFRACONSTITUCIONAL
PERTINENTE.
INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 279 E 280 DO STF. PRECEDENTES.
1. Não é possível, em recurso extraordinário, reexaminar a legislação
infraconstitucional aplicada ao caso, bem como analisar o acervo
fático-probatório dos autos.
2. Agravo regimental desprovido.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em desprover o agravo
regimental, o que fazem nos termos do voto do Relator e por
unanimidade de votos, em sessão presidida pelo Ministro Ayres Britto, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 11 de outubro de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1621273.
Supremo Tribunal Federal
DJe 19/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 5
Relatório
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599.644 MINAS GERAIS
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:ESTADO DE MINAS GERAIS
ADV.(A/S)
:ADVOGADO-GERAL
DO ESTADO
DE MINAS
GERAIS
AGDO.(A/S)
:SOLENE MARIA FERREIRA
ADV.(A/S)
:ADRIANA CASTANHEIRA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Trata-se de agravo regimental contra decisão pela qual neguei
seguimento ao recurso extraordinário porque a análise do conjunto
fático-probatório dos autos e o reexame da legislação infraconstitucional
são incompatíveis com a via recursal extraordinária (Súmulas 279 e
280/STF).
2. Pois bem, a parte agravante reitera alegações expendidas no apelo
extremo e sustenta que o deslinde da controvérsia prescinde do reexame
da legislação ordinária. Afirma que a matéria alusiva “à compensação dos
valores devidos a título de diferenças oriundas da conversão da remuneração dos
servidores em URV com reajustes concedidos posteriormente” (fls. 262) está em
discussão no RE 561.836, com repercussão geral já reconhecida por esta
nossa Casa de Justiça. Requer, assim, o sobrestamento deste processo até
decisão definitiva do Plenário do Supremo Tribunal Federal no citado
recurso extraordinário.
3. Mantida a decisão agravada, submeto o processo ao exame desta
nossa Turma.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
MOM/
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599.644 MINAS GERAIS
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:ESTADO DE MINAS GERAIS
ADV.(A/S)
:ADVOGADO-GERAL
DO ESTADO
DE MINAS
GERAIS
AGDO.(A/S)
:SOLENE MARIA FERREIRA
ADV.(A/S)
:ADRIANA CASTANHEIRA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Trata-se de agravo regimental contra decisão pela qual neguei
seguimento ao recurso extraordinário porque a análise do conjunto
fático-probatório dos autos e o reexame da legislação infraconstitucional
são incompatíveis com a via recursal extraordinária (Súmulas 279 e
280/STF).
2. Pois bem, a parte agravante reitera alegações expendidas no apelo
extremo e sustenta que o deslinde da controvérsia prescinde do reexame
da legislação ordinária. Afirma que a matéria alusiva “à compensação dos
valores devidos a título de diferenças oriundas da conversão da remuneração dos
servidores em URV com reajustes concedidos posteriormente” (fls. 262) está em
discussão no RE 561.836, com repercussão geral já reconhecida por esta
nossa Casa de Justiça. Requer, assim, o sobrestamento deste processo até
decisão definitiva do Plenário do Supremo Tribunal Federal no citado
recurso extraordinário.
3. Mantida a decisão agravada, submeto o processo ao exame desta
nossa Turma.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
MOM/
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 5
Voto - MIN. AYRES BRITTO
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599.644 MINAS GERAIS
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Tenho que o inconformismo não merece acolhida. No caso, foi à luz
da perícia contábil e da interpretação da legislação infraconstitucional
pertinente que o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais assentou
que a aplicação da sistemática de conversão dos vencimentos de Cruzeiro
Real para URV ocasionou decesso na remuneração da recorrida.
6. Nessa contextura, entendimento diverso do adotado pela instância
judicante de origem demandaria o reexame da legislação ordinária e o
revolvimento de fatos e provas. Providências vedadas neste momento
processual, conforme as Súmulas 279 e 280/STF.
7. Cito, por amostragem, os seguintes julgados, todos oriundos do
mesmo ente federado e alusivos à mesma questão: AIs 645.567, da minha
relatoria; 712.814, da relatoria da ministra Cármen Lúcia; 721.524, da
relatoria do ministro Eros Grau; 724.594, da relatoria do ministro Marco
Aurélio; 741.004-AgR, da relatoria do ministro Ricardo Lewandowski; e
843.868, da relatoria do ministro Luiz Fux; bem como REs 554.822, da
relatoria do ministro Sepúlveda Pertence; 592.305, da relatoria do
ministro Cezar Peluso; e 613.036, da relatoria da ministra Ellen Gracie.
8. Por outra volta, anoto a inviabilidade do pedido de sobrestamento
destes autos, por conta do reconhecimento da repercussão geral no RE
561.836. É que o TJ/MG não apreciou a controvérsia referente à
compensação da URV com os reajustes posteriores conferidos aos
servidores. Tampouco foram opostos embargos declaratórios para suprir
eventual omissão. Falta, portanto, o necessário prequestionamento do
tema (Súmulas 282 e 356/STF).
9. Com efeito, tendo em vista as limitações da via extraordinária, o
apelo extremo é julgado no tocante ao que já foi discutido no aresto
recorrido. Se o órgão julgador não adotou entendimento explícito acerca
da matéria deduzida nas razões recursais, não se pode pretender o seu
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11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599.644 MINAS GERAIS
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Tenho que o inconformismo não merece acolhida. No caso, foi à luz
da perícia contábil e da interpretação da legislação infraconstitucional
pertinente que o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais assentou
que a aplicação da sistemática de conversão dos vencimentos de Cruzeiro
Real para URV ocasionou decesso na remuneração da recorrida.
6. Nessa contextura, entendimento diverso do adotado pela instância
judicante de origem demandaria o reexame da legislação ordinária e o
revolvimento de fatos e provas. Providências vedadas neste momento
processual, conforme as Súmulas 279 e 280/STF.
7. Cito, por amostragem, os seguintes julgados, todos oriundos do
mesmo ente federado e alusivos à mesma questão: AIs 645.567, da minha
relatoria; 712.814, da relatoria da ministra Cármen Lúcia; 721.524, da
relatoria do ministro Eros Grau; 724.594, da relatoria do ministro Marco
Aurélio; 741.004-AgR, da relatoria do ministro Ricardo Lewandowski; e
843.868, da relatoria do ministro Luiz Fux; bem como REs 554.822, da
relatoria do ministro Sepúlveda Pertence; 592.305, da relatoria do
ministro Cezar Peluso; e 613.036, da relatoria da ministra Ellen Gracie.
8. Por outra volta, anoto a inviabilidade do pedido de sobrestamento
destes autos, por conta do reconhecimento da repercussão geral no RE
561.836. É que o TJ/MG não apreciou a controvérsia referente à
compensação da URV com os reajustes posteriores conferidos aos
servidores. Tampouco foram opostos embargos declaratórios para suprir
eventual omissão. Falta, portanto, o necessário prequestionamento do
tema (Súmulas 282 e 356/STF).
9. Com efeito, tendo em vista as limitações da via extraordinária, o
apelo extremo é julgado no tocante ao que já foi discutido no aresto
recorrido. Se o órgão julgador não adotou entendimento explícito acerca
da matéria deduzida nas razões recursais, não se pode pretender o seu
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 5
Voto - MIN. AYRES BRITTO
RE 599.644 AGR / MG
exame nesta excepcional instância.
10. Ante o exposto, meu voto é pelo desprovimento do agravo
regimental.
* * * * * * * * * * *
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 599.644 AGR / MG
exame nesta excepcional instância.
10. Ante o exposto, meu voto é pelo desprovimento do agravo
regimental.
* * * * * * * * * * *
2
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 5
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599.644
PROCED. : MINAS GERAIS
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : ESTADO DE MINAS GERAIS
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS
AGDO.(A/S) : SOLENE MARIA FERREIRA
ADV.(A/S) : ADRIANA CASTANHEIRA
Decisão: agravo regimental desprovido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, os Senhores
Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 11.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa e
Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Celso de Mello.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599.644
PROCED. : MINAS GERAIS
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : ESTADO DE MINAS GERAIS
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS
AGDO.(A/S) : SOLENE MARIA FERREIRA
ADV.(A/S) : ADRIANA CASTANHEIRA
Decisão: agravo regimental desprovido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, os Senhores
Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 11.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa e
Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Celso de Mello.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1642055
Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 5
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1642673 | 2011-10-11T00:00:00 | 2011-12-19T00:00:00 | Agravo regimental desprovido, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 11.10.2011. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. RECOMPOSIÇÃO SALARIAL. CONVERSÃO DE CRUZEIRO REAL PARA URV. DECESSO REMUNERATÓRIO. CONTROVÉRSIA DECIDIDA À LUZ DO ACERVO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS E DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL PERTINENTE. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 279 E 280 DO STF. PRECEDENTES.
1. Não é possível, em recurso extraordinário, reexaminar a legislação infraconstitucional aplicada ao caso, bem como analisar o acervo fático-probatório dos autos.
2. Agravo regimental desprovido. | sjur203262 | - Acórdão citado: RE 561836 RG.
- Decisões monocráticas citadas: AI 645567, AI 712814, AI 724594, AI 741004 AgR, AI 843868, RE 554822, RE 592305, RE 613036.
Número de páginas: 5.
Análise: 23/01/2012, GVS. | AYRES BRITTO | Segunda Turma | 599644 | [
"LEG-FED SUMSTF-000279 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000280 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000282 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000356 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | RE-AgR | acordaos | RE 599644 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : ESTADO DE MINAS GERAIS
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS
AGDO.(A/S) : SOLENE MARIA FERREIRA
ADV.(A/S) : ADRIANA CASTANHEIRA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599 . 644",
"SÚMULAS 279",
"RECURSO",
"Súmulas 279 e 280 / STF",
"RE 561 . 836",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599 . 644",
"Súmulas 279 e 280 / STF",
"RE 561 . 836",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599 . 644",
"Súmulas 279 e 280 / STF",
"AIs 645 . 567",
"AgR",
"REs 554 . 822",
"RE 561 . 836",
"Súmulas 282 e 356 / STF",
"Súmulas 279",
"-",
"AgR",
".",
"REs 554 . 822",
".",
".",
"RE 561 . 836",
"Súmulas 282 e 356 / STF",
"RE 599 . 644 AGR /",
"RE 599 . 644 AGR",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599 . 644"
],
"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"Brasília",
"MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"MINAS GERAIS",
"MINAS GERAIS",
"MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Plenário do Supremo Tribunal Federal",
"MOM",
"/",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Plenário do Supremo Tribunal Federal",
"MOM",
"/",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais",
"TJ",
"/",
"MG",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais",
"TJ",
"/",
"MG",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"MG",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"/",
"MG",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"AYRES BRITTO",
"SOLENE",
"MARIA FERREIRA",
"ADRIANA CASTANHEIRA",
"Ayres Britto",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"SOLENE",
"MARIA FERREIRA",
"ADRIANA CASTANHEIRA",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"SOLENE MARIA FERREIRA",
"ADRIANA CASTANHEIRA",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Cármen Lúcia",
"Eros Grau",
"Marco Aurélio",
"Ricardo Lewandowski",
"Luiz Fux",
"Sepúlveda Pertence",
"Cezar Peluso",
"Ellen Gracie",
"AYRES BRITTO",
"Cármen Lúcia",
"Eros Grau",
"Marco Aurélio",
"Ricardo Lewandowski",
"Luiz Fux",
"Sepúlveda Pertence",
"Cezar Peluso",
"Ellen Gracie",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"SOLENE MARIA FERREIRA",
"ADRIANA CASTANHEIRA",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Celso de Mello",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab",
"AYRES BRITTO",
"SOLENE MARIA FERREIRA",
"ADRIANA CASTANHEIRA",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Celso de Mello",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"11 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 352.955 SÃO
PAULO
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
AGDO.(A/S)
:ANA MANOELA LOPES CAPI
ADV.(A/S)
:RICARDO FALLEIROS LEBRÃO
EMENTA:
AGRAVO
REGIMENTAL
EM
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. PROVIMENTO
DO APELO EXTREMO. INSUBSISTÊNCIA DA CONDENAÇÃO.
INVERSÃO DO ÔNUS DE SUCUMBÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE
FIXAÇÃO DA VERBA HONORÁRIA COM BASE NO VALOR DA
CONDENAÇÃO. PARÁGRAFO 4º DO ART. 20 DO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL. PRECEDENTES.
Agravo regimental desprovido.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em desprover o agravo
regimental, o que fazem nos termos do voto do Relator e por
unanimidade de votos, em sessão presidida pelo Ministro Ayres Britto, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 11 de outubro de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
DJe 19/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 5
Relatório
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 352.955 SÃO
PAULO
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
AGDO.(A/S)
:ANA MANOELA LOPES CAPI
ADV.(A/S)
:RICARDO FALLEIROS LEBRÃO
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Trata-se de agravo regimental contra decisão monocrática pela qual
dei provimento ao recurso anteriormente interposto, para determinar
que, em razão da inversão do ônus de sucumbência em favor da Fazenda
do Estado de São Paulo, os honorários advocatícios devidos pelos ora
agravados sejam calculados sobre o valor da causa.
2. Pois bem, a parte agravante sustenta que, “na fixação da verba
honorária, em razão da inversão da sucumbência, devem ser observados os
critérios adotados pelo Tribunal estatual” (fls. 1.208). Requer, assim, “a
reconsideração da r. decisão agravada ou o provimento do agravo regimental para
negar provimento ao agravo regimental interposto pelos autores, para, em
conseqüência da inversão da sucumbência, preservar a fixação dos honorários em
10% sobre o valor da condenação, de acordo com os critérios adotados pelo
Tribunal estadual” (fls. 1.210).
3. Mantida a decisão agravada, submeto o processo ao exame desta
nossa Turma.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
ATCV/MOM
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 352.955 SÃO
PAULO
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
AGDO.(A/S)
:ANA MANOELA LOPES CAPI
ADV.(A/S)
:RICARDO FALLEIROS LEBRÃO
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Trata-se de agravo regimental contra decisão monocrática pela qual
dei provimento ao recurso anteriormente interposto, para determinar
que, em razão da inversão do ônus de sucumbência em favor da Fazenda
do Estado de São Paulo, os honorários advocatícios devidos pelos ora
agravados sejam calculados sobre o valor da causa.
2. Pois bem, a parte agravante sustenta que, “na fixação da verba
honorária, em razão da inversão da sucumbência, devem ser observados os
critérios adotados pelo Tribunal estatual” (fls. 1.208). Requer, assim, “a
reconsideração da r. decisão agravada ou o provimento do agravo regimental para
negar provimento ao agravo regimental interposto pelos autores, para, em
conseqüência da inversão da sucumbência, preservar a fixação dos honorários em
10% sobre o valor da condenação, de acordo com os critérios adotados pelo
Tribunal estadual” (fls. 1.210).
3. Mantida a decisão agravada, submeto o processo ao exame desta
nossa Turma.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
ATCV/MOM
Supremo Tribunal Federal
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 352.955 SÃO
PAULO
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Feito o relatório, passo ao voto. Ao fazê-lo, anoto que, segundo o § 4º
do art. 20 do Código de Processo Civil, nas causas em que não houver
condenação, os honorários advocatícios serão fixados consoante
apreciação equitativa do juiz, atendidas as normas das alíneas do § 3º do
referido artigo. Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados do
Supremo Tribunal Federal:
“Embargos de declaração nos embargos de declaração no
recurso extraordinário. Fixação de honorários de advogado, em
caso de inversão do resultado do julgamento. Arbitramento
efetuado por esta Corte. Cabimento. 1. Como a decisão
regional, reformada por esta Corte, arbitrava a verba
honorária em percentual a incidir sobre o valor da
condenação, insubsistente essa, mostra-se inviável o cálculo
de tal verba. 2. Em tal situação, conveniente se mostra a
fixação, por este Supremo Tribunal Federal, do valor da verba
honorária, com fundamento no art. 20, § 4º, do Código de
Processo Civil. Em se tratando de demanda ajuizada em
litisconsórcio ativo facultativo, o valor da verba honorária deve
ser suportado por todos os autores da demanda,
solidariamente. 3. Embargos de declaração parcialmente
acolhidos.”
(Sem destaques no original)
(RE 497.263 ED-ED, da relatoria do ministro Dias Toffoli)
“RECURSO. Agravo regimental. Provimento do
extraordinário. Verba honorária. Inversão. Fixação. Eqüidade.
Inexistência de vício por corrigir. Agravo improvido. Nos
julgamentos em que não há condenação, os honorários de
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Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 352.955 SÃO
PAULO
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Feito o relatório, passo ao voto. Ao fazê-lo, anoto que, segundo o § 4º
do art. 20 do Código de Processo Civil, nas causas em que não houver
condenação, os honorários advocatícios serão fixados consoante
apreciação equitativa do juiz, atendidas as normas das alíneas do § 3º do
referido artigo. Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados do
Supremo Tribunal Federal:
“Embargos de declaração nos embargos de declaração no
recurso extraordinário. Fixação de honorários de advogado, em
caso de inversão do resultado do julgamento. Arbitramento
efetuado por esta Corte. Cabimento. 1. Como a decisão
regional, reformada por esta Corte, arbitrava a verba
honorária em percentual a incidir sobre o valor da
condenação, insubsistente essa, mostra-se inviável o cálculo
de tal verba. 2. Em tal situação, conveniente se mostra a
fixação, por este Supremo Tribunal Federal, do valor da verba
honorária, com fundamento no art. 20, § 4º, do Código de
Processo Civil. Em se tratando de demanda ajuizada em
litisconsórcio ativo facultativo, o valor da verba honorária deve
ser suportado por todos os autores da demanda,
solidariamente. 3. Embargos de declaração parcialmente
acolhidos.”
(Sem destaques no original)
(RE 497.263 ED-ED, da relatoria do ministro Dias Toffoli)
“RECURSO. Agravo regimental. Provimento do
extraordinário. Verba honorária. Inversão. Fixação. Eqüidade.
Inexistência de vício por corrigir. Agravo improvido. Nos
julgamentos em que não há condenação, os honorários de
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 5
Voto - MIN. AYRES BRITTO
RE 352.955 AGR-AGR / SP
sucumbência são fixados por eqüidade.”
(Sem destaques no original)
(RE 477.972 AgR, da relatoria do ministro Cezar Peluso)
“Embargos de declaração nos embargos de declaração no
recurso extraordinário. Ação condenatória julgada
improcedente, por esta Corte. Inversão do resultado do
julgamento, a impedir que a verba honorária reste fixada em
percentual a incidir sobre a condenação. 1. Sendo revertida a
condenação a determinado pagamento, imposta na origem, a
verba honorária não pode ser fixada em percentual a incidir
sobre tal condenação, que não mais subsiste. 2. Embargos de
declaração parcialmente acolhidos, para, sanando o vício
verificado, alterar a forma de cálculo dos honorários
advocatícios.”
(Sem destaques no original)
( RE 493.246 ED-ED, da relatoria do ministro Dias Toffoli)
“Embargos declaratórios em agravo regimental em agravo
de instrumento. 2. Decisões de primeiro e segundo graus que
julgaram procedente o pedido. Condenação do Estado no
pagamento de honorários sobre o valor da condenação. 3.
Decisão do Agravo de Instrumento. Provimento do Recurso
Extraordinário do Estado. Inversão dos ônus da sucumbência.
Acórdão em Agravo Regimental que manteve a decisão. 4.
Impugnação quanto à base de cálculo da verba honorária. 5.
Embargos declaratórios acolhidos para determinar a incidência
da verba honorária sobre o valor da causa”
(AI 499.093 AgR-ED, da relatoria do ministro Gilmar Mendes.)
6. Ante o exposto, meu voto é pelo desprovimento do agravo
regimental.
* * * * * * * * * * * *
2
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Supremo Tribunal Federal
RE 352.955 AGR-AGR / SP
sucumbência são fixados por eqüidade.”
(Sem destaques no original)
(RE 477.972 AgR, da relatoria do ministro Cezar Peluso)
“Embargos de declaração nos embargos de declaração no
recurso extraordinário. Ação condenatória julgada
improcedente, por esta Corte. Inversão do resultado do
julgamento, a impedir que a verba honorária reste fixada em
percentual a incidir sobre a condenação. 1. Sendo revertida a
condenação a determinado pagamento, imposta na origem, a
verba honorária não pode ser fixada em percentual a incidir
sobre tal condenação, que não mais subsiste. 2. Embargos de
declaração parcialmente acolhidos, para, sanando o vício
verificado, alterar a forma de cálculo dos honorários
advocatícios.”
(Sem destaques no original)
( RE 493.246 ED-ED, da relatoria do ministro Dias Toffoli)
“Embargos declaratórios em agravo regimental em agravo
de instrumento. 2. Decisões de primeiro e segundo graus que
julgaram procedente o pedido. Condenação do Estado no
pagamento de honorários sobre o valor da condenação. 3.
Decisão do Agravo de Instrumento. Provimento do Recurso
Extraordinário do Estado. Inversão dos ônus da sucumbência.
Acórdão em Agravo Regimental que manteve a decisão. 4.
Impugnação quanto à base de cálculo da verba honorária. 5.
Embargos declaratórios acolhidos para determinar a incidência
da verba honorária sobre o valor da causa”
(AI 499.093 AgR-ED, da relatoria do ministro Gilmar Mendes.)
6. Ante o exposto, meu voto é pelo desprovimento do agravo
regimental.
* * * * * * * * * * * *
2
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Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 352.955
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
AGDO.(A/S) : ANA MANOELA LOPES CAPI
ADV.(A/S) : RICARDO FALLEIROS LEBRÃO
Decisão: agravo regimental desprovido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, os Senhores
Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 11.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa e
Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Celso de Mello.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 352.955
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
AGDO.(A/S) : ANA MANOELA LOPES CAPI
ADV.(A/S) : RICARDO FALLEIROS LEBRÃO
Decisão: agravo regimental desprovido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, os Senhores
Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 11.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa e
Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Celso de Mello.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 5
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1643121 | 2011-10-11T00:00:00 | 2011-12-19T00:00:00 | Agravo regimental desprovido, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 11.10.2011. | AG.REG. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. PROVIMENTO DO APELO EXTREMO. INSUBSISTÊNCIA DA CONDENAÇÃO. INVERSÃO DO ÔNUS DE SUCUMBÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE FIXAÇÃO DA VERBA HONORÁRIA COM BASE NO VALOR DA CONDENAÇÃO. PARÁGRAFO 4º DO ART. 20 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. PRECEDENTES.
Agravo regimental desprovido. | sjur203203 | - Acórdãos citados: RE 497263 ED-ED, RE 477972 AgR, RE 493246 ED-ED, AI 499093 AgR-ED.
Número de páginas: 5.
Análise: 23/01/2012, GVS. | AYRES BRITTO | Segunda Turma | 352955 | [
"LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\r\n ART-00020 PAR-00004 \r\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL"
] | RE-AgR-AgR | acordaos | RE 352955 AgR-AgR | [
""
] | AGTE.(S) : ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
AGDO.(A/S) : ANA MANOELA LOPES CAPI
ADV.(A/S) : RICARDO FALLEIROS LEBRÃO | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 352 . 955",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 352 . 955",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 352 . 955 SÃO",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 352 . 955",
"RE 497 . 263 ED - ED",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 352 . 955",
"RE 497 . 263 ED",
"RE 352 . 955 AGR",
"RE 477 . 972 AgR",
"RE 493 . 246 ED - ED",
"AI 499 . 093 AgR - ED",
"RE 352 . 955 AGR - AGR / SP",
"RE 477 . 972 AgR",
"RE 493 . 246 ED - ED",
"AI 499 . 093 AgR - ED",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 352 . 955",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 352 . 955"
],
"LEGISLACAO": [
"PARÁGRAFO [UNK] DO ART . 20 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 20 do Código de Processo Civil",
"art . 20 , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 20 do Código de Processo Civil",
"art . 20 , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"Brasília",
"SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Fazenda do Estado de São Paulo",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Fazenda do Estado de São Paulo",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"-",
"AGR",
"/",
"SP",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"AYRES BRITTO",
"ANA MANOELA LOPES CAPI",
"RICARDO FALLEIROS LEBRÃO",
"Ayres Britto",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"ANA MANOELA LOPES CAPI",
"RICARDO FALLEIROS LEBRÃO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"ANA MANOELA LOPES CAPI",
"RICARDO FALLEIROS LEBRÃO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Dias Toffoli",
"AYRES BRITTO",
"Dias Toffoli",
"AYRES BRITTO",
"Cezar Peluso",
"Dias Toffoli",
"Gilmar Mendes",
"Cezar Peluso",
"Dias Toffoli",
"Gilmar Mendes",
"AYRES BRITTO",
"ANA MANOELA LOPES CAPI",
"RICARDO FALLEIROS LEBRÃO",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Celso de Mello",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab",
"AYRES BRITTO",
"ANA MANOELA LOPES CAPI",
"RICARDO FALLEIROS LEBRÃO",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Celso de Mello",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"11 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 108.504 PERNAMBUCO
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S)
:CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA
IMPTE.(S)
:CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA
COATOR(A/S)(ES)
:RELATOR DO HC 188758 DO SUPERIOR TRIBUNAL
DE JUSTIÇA
EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSUAL PENAL.
PRISÃO PREVENTIVA. EXCESSO DE PRAZO. VIOLAÇÃO DO
PRINCÍPIO DA RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO. NÃO
CARACTERIZAÇÃO. COMPLEXIDADE DA AÇÃO PENAL.
INEXISTÊNCIA DE INÉRCIA OU DESÍDIA DO PODER JUDICIÁRIO.
ORDEM DENEGADA.
I – O prazo para julgamento da ação penal mostra-se dilatado em
decorrência da complexidade do caso, sendo certo que não há qualquer
indício de excesso de prazo para o julgamento do recurso em sentido
estrito interposto pelo impetrante/paciente, que, pelo contrário, vem
sendo processado normalmente e em tempo razoável, apesar dos diversos
incidentes processuais provocados pela defesa.
II – É justificável eventual dilação no prazo para o julgamento do
recurso interposto quando se trata de ação penal complexa e o excesso de
prazo não decorra da inércia ou desídia do Poder Judiciário. Precedentes.
III – Habeas corpus denegado, com recomendação.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do
Senhor Ministro Ayres Britto, na conformidade da ata de julgamentos e
das notas taquigráficas, por decisão unânime, denegar a ordem de habeas
corpus, recomendando-se que a justiça pernambucana envide esforços no
sentido do apressamento da tramitação do feito, nos termos do voto do
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
DJe 14/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 15
Ementa e Acórdão
HC 108.504 / PE
Relator. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello
e Joaquim Barbosa.
Brasília, 11 de outubro de 2011.
RICARDO LEWANDOWSKI – RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
HC 108.504 / PE
Relator. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello
e Joaquim Barbosa.
Brasília, 11 de outubro de 2011.
RICARDO LEWANDOWSKI – RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 15
Relatório
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 108.504 PERNAMBUCO
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S)
:CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA
IMPTE.(S)
:CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA
COATOR(A/S)(ES)
:RELATOR DO HC 188758 DO SUPERIOR TRIBUNAL
DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Trata-se de
habeas corpus impetrado por CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA, em
nome próprio, contra acórdão da Sexta Turma do Superior Tribunal de
Justiça, que denegou a ordem pleiteada no HC 188.758/PE, Rel. Min.
Celso Limongi (Desembargador Convocado do TJ/SP).
O impetrante/paciente narra, em suma, que foi pronunciado, com
outras três pessoas, pela suposta prática do crime de homicídio
qualificado e que teve a prisão preventiva decretada na sentença de
pronúncia, proferida em 27/9/2001, em virtude dos seus antecedentes
criminais.
Aduz, mais, que, agindo de forma legítima, para não ser preso em
razão de um decreto preventivo ilegal, evadiu-se do distrito da culpa,
sendo, no entanto, capturado em 18/1/2008.
Diz, ainda, que a defesa, antecipando-se à intimação legal, interpôs
recurso em sentido estrito em 25/3/2008, o qual não foi julgado até a
presente data.
Prossegue, informando que, em face do excesso de prazo da sua
prisão preventiva, manejou habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça,
que denegou a ordem.
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 108.504 PERNAMBUCO
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S)
:CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA
IMPTE.(S)
:CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA
COATOR(A/S)(ES)
:RELATOR DO HC 188758 DO SUPERIOR TRIBUNAL
DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Trata-se de
habeas corpus impetrado por CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA, em
nome próprio, contra acórdão da Sexta Turma do Superior Tribunal de
Justiça, que denegou a ordem pleiteada no HC 188.758/PE, Rel. Min.
Celso Limongi (Desembargador Convocado do TJ/SP).
O impetrante/paciente narra, em suma, que foi pronunciado, com
outras três pessoas, pela suposta prática do crime de homicídio
qualificado e que teve a prisão preventiva decretada na sentença de
pronúncia, proferida em 27/9/2001, em virtude dos seus antecedentes
criminais.
Aduz, mais, que, agindo de forma legítima, para não ser preso em
razão de um decreto preventivo ilegal, evadiu-se do distrito da culpa,
sendo, no entanto, capturado em 18/1/2008.
Diz, ainda, que a defesa, antecipando-se à intimação legal, interpôs
recurso em sentido estrito em 25/3/2008, o qual não foi julgado até a
presente data.
Prossegue, informando que, em face do excesso de prazo da sua
prisão preventiva, manejou habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça,
que denegou a ordem.
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 15
Relatório
HC 108.504 / PE
É contra o acórdão da Corte Superior que se insurge o
impetrante/paciente.
Sustenta, inicialmente, a nulidade do referido julgamento, relatando
que a sessão da Sexta Turma do STJ foi realizada com a presença de dois
Desembargadores Convocados, Celso Limongi e Haroldo Rodrigues,
além do Ministro Og Fernandes, em afronta ao art. 104 da Constituição
Federal.
Assevera, outrossim, que pretende a renovação daquela assentada
para que a Ministra Maria Thereza da Assis Moura, ausente
justificadamente na primeira oportunidade, possa completar o quorum e
participar do julgamento, de modo que a Sexta Turma não seja composta,
majoritariamente, por Desembargadores Convocados.
Quanto ao mérito, alega que já está preso há mais de três anos e
cinco meses, por culpa exclusiva do Estado-Juiz, o que caracteriza excesso
de prazo para a formação da culpa, uma vez que ainda não existe
previsão para o seu julgamento.
Requer, ao final, a concessão da ordem para que seja expedido alvará
de soltura em seu favor.
Em 25/5/2011, não havendo pedido de liminar a ser apreciado,
solicitei informações à autoridade apontada como coatora e ao Tribunal
de Justiça do Estado de Pernambuco e determinei, na sequência, fosse
ouvido o Procurador-Geral da República.
O Tribunal pernambucano prestou esclarecimentos por meio do
Ofício 250/2011-GABD/GL, de 18/7/2011, recebido nesta Corte em
9/8/2011.
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
HC 108.504 / PE
É contra o acórdão da Corte Superior que se insurge o
impetrante/paciente.
Sustenta, inicialmente, a nulidade do referido julgamento, relatando
que a sessão da Sexta Turma do STJ foi realizada com a presença de dois
Desembargadores Convocados, Celso Limongi e Haroldo Rodrigues,
além do Ministro Og Fernandes, em afronta ao art. 104 da Constituição
Federal.
Assevera, outrossim, que pretende a renovação daquela assentada
para que a Ministra Maria Thereza da Assis Moura, ausente
justificadamente na primeira oportunidade, possa completar o quorum e
participar do julgamento, de modo que a Sexta Turma não seja composta,
majoritariamente, por Desembargadores Convocados.
Quanto ao mérito, alega que já está preso há mais de três anos e
cinco meses, por culpa exclusiva do Estado-Juiz, o que caracteriza excesso
de prazo para a formação da culpa, uma vez que ainda não existe
previsão para o seu julgamento.
Requer, ao final, a concessão da ordem para que seja expedido alvará
de soltura em seu favor.
Em 25/5/2011, não havendo pedido de liminar a ser apreciado,
solicitei informações à autoridade apontada como coatora e ao Tribunal
de Justiça do Estado de Pernambuco e determinei, na sequência, fosse
ouvido o Procurador-Geral da República.
O Tribunal pernambucano prestou esclarecimentos por meio do
Ofício 250/2011-GABD/GL, de 18/7/2011, recebido nesta Corte em
9/8/2011.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 15
Relatório
HC 108.504 / PE
O Superior Tribunal de Justiça, por sua vez, informou que, em
15/5/2011, foi denegada a ordem no habeas corpus impetrado naquela
Corte, entretanto, deixou de encaminhar o inteiro teor do respectivo
acórdão, que ainda não havia sido publicado.
O Ministério Público Federal, em parecer da lavra da
Subprocuradora-Geral da República Cláudia Sampaio Marques,
manifestou-se pelo não conhecimento do writ.
Por meio da Petição 77.334/2011, de 27/9/2011, o advogado Rodrigo
Trindade pede a juntada do inteiro teor do acórdão atacado, publicado
em 26/9/2011, e solicita a sua prévia comunicação da data de julgamento
do writ, a fim de sustentar oralmente os termos da impetração.
É o relatório.
3
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HC 108.504 / PE
O Superior Tribunal de Justiça, por sua vez, informou que, em
15/5/2011, foi denegada a ordem no habeas corpus impetrado naquela
Corte, entretanto, deixou de encaminhar o inteiro teor do respectivo
acórdão, que ainda não havia sido publicado.
O Ministério Público Federal, em parecer da lavra da
Subprocuradora-Geral da República Cláudia Sampaio Marques,
manifestou-se pelo não conhecimento do writ.
Por meio da Petição 77.334/2011, de 27/9/2011, o advogado Rodrigo
Trindade pede a juntada do inteiro teor do acórdão atacado, publicado
em 26/9/2011, e solicita a sua prévia comunicação da data de julgamento
do writ, a fim de sustentar oralmente os termos da impetração.
É o relatório.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 15
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 108.504 PERNAMBUCO
V O T O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Bem
examinados os autos, tenho que o caso é de denegação da ordem.
Eis a ementa do acórdão ora questionado:
“HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO E
LESÃO CORPORAL. EXCESSO DE PRAZO NO JULGAMENTO
DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. RAZOABILIDADE.
FEITO COMPLEXO. CONTRIBUIÇÃO DA DEFESA.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE. ORDEM
DENEGADA.
1. Conforme pacífica jurisprudência de nossos Tribunais
Superiores, os prazos previstos na lei processual penal não devem ser
somados de forma aritmética a fim de ser reconhecida coação ilegal à
liberdade de locomoção do acusado em razão de eventual excesso,
permitindo-se ao Juízo, em hipóteses excepcionais, como in casu, a
ultrapassagem desses marcos, o que decorre da aplicação do princípio
da razoabilidade.
2. Na espécie, após a pronúncia e a consequente expedição de
mandado de prisão, o paciente se evadiu do distrito da culpa e
permaneceu foragido por quase sete anos. De outra sorte, após a
intimação da sentença de pronúncia e da apresentação do recurso em
sentido estrito, houve renúncia do mandato do advogado que realizava
a defesa do acusado. O MM. Juiz promoveu a intimação do ora
paciente para constituir novo defensor. Na ocasião, a Defesa
novamente contribuiu para a delonga do processo, pois apenas
apresentou razões ao recurso mais de sete meses após a interposição do
termo. Sublinhe-se que foram formulados vários pedidos de revogação
da prisão cautelar, o que contribuiu de forma efetiva para o
retardamento do processo. Diante de tal quadro, não se mostrou
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11/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 108.504 PERNAMBUCO
V O T O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Bem
examinados os autos, tenho que o caso é de denegação da ordem.
Eis a ementa do acórdão ora questionado:
“HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO E
LESÃO CORPORAL. EXCESSO DE PRAZO NO JULGAMENTO
DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. RAZOABILIDADE.
FEITO COMPLEXO. CONTRIBUIÇÃO DA DEFESA.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE. ORDEM
DENEGADA.
1. Conforme pacífica jurisprudência de nossos Tribunais
Superiores, os prazos previstos na lei processual penal não devem ser
somados de forma aritmética a fim de ser reconhecida coação ilegal à
liberdade de locomoção do acusado em razão de eventual excesso,
permitindo-se ao Juízo, em hipóteses excepcionais, como in casu, a
ultrapassagem desses marcos, o que decorre da aplicação do princípio
da razoabilidade.
2. Na espécie, após a pronúncia e a consequente expedição de
mandado de prisão, o paciente se evadiu do distrito da culpa e
permaneceu foragido por quase sete anos. De outra sorte, após a
intimação da sentença de pronúncia e da apresentação do recurso em
sentido estrito, houve renúncia do mandato do advogado que realizava
a defesa do acusado. O MM. Juiz promoveu a intimação do ora
paciente para constituir novo defensor. Na ocasião, a Defesa
novamente contribuiu para a delonga do processo, pois apenas
apresentou razões ao recurso mais de sete meses após a interposição do
termo. Sublinhe-se que foram formulados vários pedidos de revogação
da prisão cautelar, o que contribuiu de forma efetiva para o
retardamento do processo. Diante de tal quadro, não se mostrou
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 15
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
HC 108.504 / PE
irregular a atuação do Poder Judiciário.
3. Coação ilegal não caracterizada.
4. Ordem denegada”.
Conforme relatado, o impetrante/paciente argumenta, em síntese,
que está segregado há mais de três anos e cinco meses, por culpa
exclusiva do Estado-Juiz, afirmando que está caracterizado excesso de
prazo para a formação da culpa, haja vista que ainda não há previsão
para o seu julgamento.
Não tem razão, contudo.
Nas informações prestadas pelo Tribunal de Justiça do Estado de
Pernambuco ao Superior Tribunal de Justiça, tem-se que:
“O paciente foi denunciado, juntamente com mais três pessoas,
pelo assassinato de Manoel Pereira da Silva, Prefeito do Município de
Manaíra – PB, e pelas lesões causadas nas pessoas de Lindoval de
Souza Siqueira e Carlos Antônio da Silva, fato ocorrido em 21 de maio
de 1993, por volta das 12:40 horas, num restaurante localizado na
cidade de Serra Talhada.
O recurso em sentido estrito mencionado pelo impetrante foi
autuado neste Tribunal de Justiça sob o nº 0016270-
08.2010.8.17.0000 (0223365-8), tendo sido interposto em face da
sentença prolatada pela Exma. Juíza de Direito do Tribunal do Júri da
comarca de Serra Talhada em 27/09/2001, pronunciado o acusado
como incurso nas penas do artigo 121, § 2º, incisos I e IV, c/c o art. 29,
em relação à vítima Manoel Pereira da Silva, e nas penas do art. 129,
§ 6º, todos do CP, no tocante às vítimas Lindoval de Souza Siqueira e
Carlos Antônio da Silva. Na mesma decisão, a douta magistrada
determinou a expedição de mandado de prisão contra o paciente,
alegando que ele tem personalidade voltada à prática de crimes e que
se encontrava em local incerto e não sabido, impossibilitando assim a
aplicação da lei penal.
Expedido na data da sentença de pronúncia, o mandado de
2
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HC 108.504 / PE
irregular a atuação do Poder Judiciário.
3. Coação ilegal não caracterizada.
4. Ordem denegada”.
Conforme relatado, o impetrante/paciente argumenta, em síntese,
que está segregado há mais de três anos e cinco meses, por culpa
exclusiva do Estado-Juiz, afirmando que está caracterizado excesso de
prazo para a formação da culpa, haja vista que ainda não há previsão
para o seu julgamento.
Não tem razão, contudo.
Nas informações prestadas pelo Tribunal de Justiça do Estado de
Pernambuco ao Superior Tribunal de Justiça, tem-se que:
“O paciente foi denunciado, juntamente com mais três pessoas,
pelo assassinato de Manoel Pereira da Silva, Prefeito do Município de
Manaíra – PB, e pelas lesões causadas nas pessoas de Lindoval de
Souza Siqueira e Carlos Antônio da Silva, fato ocorrido em 21 de maio
de 1993, por volta das 12:40 horas, num restaurante localizado na
cidade de Serra Talhada.
O recurso em sentido estrito mencionado pelo impetrante foi
autuado neste Tribunal de Justiça sob o nº 0016270-
08.2010.8.17.0000 (0223365-8), tendo sido interposto em face da
sentença prolatada pela Exma. Juíza de Direito do Tribunal do Júri da
comarca de Serra Talhada em 27/09/2001, pronunciado o acusado
como incurso nas penas do artigo 121, § 2º, incisos I e IV, c/c o art. 29,
em relação à vítima Manoel Pereira da Silva, e nas penas do art. 129,
§ 6º, todos do CP, no tocante às vítimas Lindoval de Souza Siqueira e
Carlos Antônio da Silva. Na mesma decisão, a douta magistrada
determinou a expedição de mandado de prisão contra o paciente,
alegando que ele tem personalidade voltada à prática de crimes e que
se encontrava em local incerto e não sabido, impossibilitando assim a
aplicação da lei penal.
Expedido na data da sentença de pronúncia, o mandado de
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 15
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
HC 108.504 / PE
prisão só foi cumprido em 18/01/2008, quando o paciente foi preso na
cidade de Olinda, neste Estado de Pernambuco, por policiais do Grupo
Ostensivo Tático de Inteligência, após levantamento realizado no
serviço de inteligência da PMPE.
Intimado da sentença, o acusado ofereceu recurso em sentido
estrito em 25/03/2008, mas só apresentou as razões recursais em
04/06/2009.
Ainda na instância inferior, em 18/10/2010, a defesa apresentou
pedido de revogação da prisão preventiva, o qual, após a oferta de
parecer pelo Ministério Público, foi indeferido pelo MM. Juiz em
exercício cumulativo.
Em 12/08/2010, fez-se remessa dos autos para o Tribunal de
Justiça de Pernambuco.
Autuados e distribuídos, os autos seguiram para a Procuradoria
de Justiça, que, à fl. 927, ofereceu cota requerendo que estes fossem
baixados à Comarca de origem a fim de que os réus Carlos José de
Lima e Francisco Rabelo Nogueira fossem pessoalmente intimados da
sentença.
A defesa apresentou novo pedido de revogação da prisão
preventiva nos autos do recurso em sentido estrito, em razão de um
suposto excesso de prazo para o julgamento.
Após constatar que o réu Francisco Rabelo já havia sido
intimado pessoalmente da sentença de pronúncia, acolhi parcialmente
a cota ministerial para determinar a baixa dos autos à Comarca de
origem para a intimação do réu Carlos José de Lima.
A defesa do acusado interpôs embargos de declaração em face do
despacho do acolhimento parcial da cota, alegando que houve omissão
deste relator quando da falta de análise do novo pedido de revogação
da custódia cautelar.
Em decisão terminativa datada de 10/11/2010, tomei
conhecimento dos embargos como simples petição e indeferi o pedido
de revogação da prisão, por entender que o atraso no julgamento
restava devidamente justificado. Tal decisão transitou em julgado para
a parte no dia 22/11/2010.
Na presente data, prolatei novo despacho determinando a baixa
dos autos à Comarca de origem para que o corréu Carlos José de Lima
3
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HC 108.504 / PE
prisão só foi cumprido em 18/01/2008, quando o paciente foi preso na
cidade de Olinda, neste Estado de Pernambuco, por policiais do Grupo
Ostensivo Tático de Inteligência, após levantamento realizado no
serviço de inteligência da PMPE.
Intimado da sentença, o acusado ofereceu recurso em sentido
estrito em 25/03/2008, mas só apresentou as razões recursais em
04/06/2009.
Ainda na instância inferior, em 18/10/2010, a defesa apresentou
pedido de revogação da prisão preventiva, o qual, após a oferta de
parecer pelo Ministério Público, foi indeferido pelo MM. Juiz em
exercício cumulativo.
Em 12/08/2010, fez-se remessa dos autos para o Tribunal de
Justiça de Pernambuco.
Autuados e distribuídos, os autos seguiram para a Procuradoria
de Justiça, que, à fl. 927, ofereceu cota requerendo que estes fossem
baixados à Comarca de origem a fim de que os réus Carlos José de
Lima e Francisco Rabelo Nogueira fossem pessoalmente intimados da
sentença.
A defesa apresentou novo pedido de revogação da prisão
preventiva nos autos do recurso em sentido estrito, em razão de um
suposto excesso de prazo para o julgamento.
Após constatar que o réu Francisco Rabelo já havia sido
intimado pessoalmente da sentença de pronúncia, acolhi parcialmente
a cota ministerial para determinar a baixa dos autos à Comarca de
origem para a intimação do réu Carlos José de Lima.
A defesa do acusado interpôs embargos de declaração em face do
despacho do acolhimento parcial da cota, alegando que houve omissão
deste relator quando da falta de análise do novo pedido de revogação
da custódia cautelar.
Em decisão terminativa datada de 10/11/2010, tomei
conhecimento dos embargos como simples petição e indeferi o pedido
de revogação da prisão, por entender que o atraso no julgamento
restava devidamente justificado. Tal decisão transitou em julgado para
a parte no dia 22/11/2010.
Na presente data, prolatei novo despacho determinando a baixa
dos autos à Comarca de origem para que o corréu Carlos José de Lima
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 15
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
HC 108.504 / PE
seja intimado da sentença de pronúncia e para que, em seguida, os
autos sejam remetidos à Procuradoria de Justiça para ofertar parecer.
Após tais providências, portanto, o recurso estará pronto para
julgamento”.
Nesta Corte, em 8/7/2011, o Juízo da 1ª Vara Criminal da Comarca de
Serra Talhada/PE informou, em acréscimo, o seguinte:
“(...)
Despacho deste juízo datado de 11 de janeiro de 2011,
determinando a intimação do réu (fls. 980).
Carta Precatória expedida à comarca de Princesa Isabel/PB, para
intimação do réu Carlos José de Lima em 14 de fevereiro de 2011 (fls.
982), devolvida sem a devida intimação, por não ter sido o réu
encontrado e informando o seu novo endereço, conforme certidão do
senhor Oficial de Justiça daquela comarca (fls. 1033Verso).
Novo despacho ordinatório, datado de 17 de maio de 2011 (fls.
1037).
Carta Precatória expedida à comarca de João Pessoa/PB, em 17
de maio de 2011 (fls. 1038), encontrando-se o feito atualmente no
aguardo da devolução da referida Carta Precatória”.
Vê-se, portanto, que o juízo de origem, em momento algum, deixou
o processo paralisado, sendo certo que ele se reveste de certa
complexidade. Verifico que, depois de pronunciado e de ser decretada
sua prisão cautelar, o paciente evadiu-se do distrito da culpa e
permaneceu foragido por quase sete anos.
Anoto, ainda, que, após a intimação da sentença de pronúncia e da
apresentação do recurso em sentido estrito, houve renúncia do mandato
do advogado que realizava a defesa do paciente, o que obrigou o
magistrado processante a intimá-lo para regularizar a sua representação
processual. Na ocasião, a defesa apresentou razões ao recurso mais de
sete meses após a interposição do termo, contribuindo, assim, mais uma
vez, para o retardamento do processo.
4
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HC 108.504 / PE
seja intimado da sentença de pronúncia e para que, em seguida, os
autos sejam remetidos à Procuradoria de Justiça para ofertar parecer.
Após tais providências, portanto, o recurso estará pronto para
julgamento”.
Nesta Corte, em 8/7/2011, o Juízo da 1ª Vara Criminal da Comarca de
Serra Talhada/PE informou, em acréscimo, o seguinte:
“(...)
Despacho deste juízo datado de 11 de janeiro de 2011,
determinando a intimação do réu (fls. 980).
Carta Precatória expedida à comarca de Princesa Isabel/PB, para
intimação do réu Carlos José de Lima em 14 de fevereiro de 2011 (fls.
982), devolvida sem a devida intimação, por não ter sido o réu
encontrado e informando o seu novo endereço, conforme certidão do
senhor Oficial de Justiça daquela comarca (fls. 1033Verso).
Novo despacho ordinatório, datado de 17 de maio de 2011 (fls.
1037).
Carta Precatória expedida à comarca de João Pessoa/PB, em 17
de maio de 2011 (fls. 1038), encontrando-se o feito atualmente no
aguardo da devolução da referida Carta Precatória”.
Vê-se, portanto, que o juízo de origem, em momento algum, deixou
o processo paralisado, sendo certo que ele se reveste de certa
complexidade. Verifico que, depois de pronunciado e de ser decretada
sua prisão cautelar, o paciente evadiu-se do distrito da culpa e
permaneceu foragido por quase sete anos.
Anoto, ainda, que, após a intimação da sentença de pronúncia e da
apresentação do recurso em sentido estrito, houve renúncia do mandato
do advogado que realizava a defesa do paciente, o que obrigou o
magistrado processante a intimá-lo para regularizar a sua representação
processual. Na ocasião, a defesa apresentou razões ao recurso mais de
sete meses após a interposição do termo, contribuindo, assim, mais uma
vez, para o retardamento do processo.
4
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 15
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
HC 108.504 / PE
De resto, o número de réus, um, inclusive, residente na comarca de
João Pessoa/PB, para onde, por último, foi expedida carta precatória para
a intimação da sentença de pronúncia, torna compreensível certa delonga
da marcha processual. O feito aguarda, atualmente, a devolução do
referido expediente.
Esses aspectos também foram lembrados pela Subprocuradora-Geral
da República Cláudia Sampaio Marques, em seu parecer, no que importa,
o seguinte teor:
“(...)
7. Como se pôde presumir, já na etapa instrutória o paciente
manteve-se foragido, vindo a comparecer aos atos do processo somente
quando obteve êxito em habeas corpus junto ao TJ/PE, revogando a
custódia, passando então a contribuir para o fiel e célere andamento do
feito. No entanto, com o advento da pronúncia em 29/09/2011,
novamente demonstrou sua personalidade recalcitrante, bem como sua
nítida intenção em não se sujeitar à aplicação da lei penal e responder
por seus atos infracionais, evadindo-se por longo período que atingiu
quase sete anos, vindo a ser capturado e preso na data de 19/01/2008,
ocasionando flagrante prejuízo à fluência do processo rumo ao
julgamento em Plenário do Júri, não havendo como se atribuir
qualquer culpa ou desídia por parte do juízo processante ou da
acusação pelo retardo na conclusão do feito.
(…)
9. Frise-se que o feito segue tramitação normal, com expedição
de carta precatória à Comarca de Princesa Isabel/PB para intimação de
corréu quanto à pronúncia, devolvida sem o cumprimento ante a
mudança de endereço do acusado para a comarca de João Pessoa/PB,
para onde foi expedida nova precatória com o mesmo fim” (grifos no
original).
De qualquer modo, entendo, ao menos por ora, que não há qualquer
indício de excesso de prazo para o julgamento do recurso em sentido
5
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HC 108.504 / PE
De resto, o número de réus, um, inclusive, residente na comarca de
João Pessoa/PB, para onde, por último, foi expedida carta precatória para
a intimação da sentença de pronúncia, torna compreensível certa delonga
da marcha processual. O feito aguarda, atualmente, a devolução do
referido expediente.
Esses aspectos também foram lembrados pela Subprocuradora-Geral
da República Cláudia Sampaio Marques, em seu parecer, no que importa,
o seguinte teor:
“(...)
7. Como se pôde presumir, já na etapa instrutória o paciente
manteve-se foragido, vindo a comparecer aos atos do processo somente
quando obteve êxito em habeas corpus junto ao TJ/PE, revogando a
custódia, passando então a contribuir para o fiel e célere andamento do
feito. No entanto, com o advento da pronúncia em 29/09/2011,
novamente demonstrou sua personalidade recalcitrante, bem como sua
nítida intenção em não se sujeitar à aplicação da lei penal e responder
por seus atos infracionais, evadindo-se por longo período que atingiu
quase sete anos, vindo a ser capturado e preso na data de 19/01/2008,
ocasionando flagrante prejuízo à fluência do processo rumo ao
julgamento em Plenário do Júri, não havendo como se atribuir
qualquer culpa ou desídia por parte do juízo processante ou da
acusação pelo retardo na conclusão do feito.
(…)
9. Frise-se que o feito segue tramitação normal, com expedição
de carta precatória à Comarca de Princesa Isabel/PB para intimação de
corréu quanto à pronúncia, devolvida sem o cumprimento ante a
mudança de endereço do acusado para a comarca de João Pessoa/PB,
para onde foi expedida nova precatória com o mesmo fim” (grifos no
original).
De qualquer modo, entendo, ao menos por ora, que não há qualquer
indício de excesso de prazo para o julgamento do recurso em sentido
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Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
HC 108.504 / PE
estrito interposto pelo impetrante/paciente, que, pelo contrário, vem
sendo processado normalmente e em tempo razoável, apesar dos diversos
incidentes processuais provocados pela defesa.
Dessa maneira, não tenho como afrontado, no caso sob exame, o
princípio constitucional da razoável duração do processo, previsto no art.
5º, LXXVIII, da Constituição Federal, tampouco caracterizado o
constrangimento ilegal que justifique a concessão da ordem,
considerando as vicissitudes do feito em comento.
Destaco, por fim, que a jurisprudência desta Corte é firme no sentido
de que não procede a alegação de excesso de prazo quando a
complexidade do feito, as peculiaridades da causa ou quando a defesa
contribui para eventual dilação do prazo. Nesse sentido, menciono, entre
outros, os seguintes precedentes: RHC 93.174/SE e HC 106.675/RJ, ambos
de relatoria do Ministro Ayres Britto; HC 97.542/PB, Rel. Min. Ellen
Gracie; HC 97.743/SP, Rel. Min. Eros Grau; HC 98.689/SP, de minha
relatoria; HC 96.714/CE, Rel. Min. Cármen Lúcia; HC 97.076/PE, Cezar
Peluso; HC 95.505/SP, Rel. Min. Menezes Direito; HC 104.849/RJ. Rel. Min.
Gilmar Mendes.
No que concerne à alegada irregularidade na composição da Sexta
Turma do STJ, decorrente da atuação de Desembargadores Convocados
para integrar aquele colegiado, também não tem razão o
impetrante/paciente, pois, conforme registou o Ministério Público
Federal, “o ato está respaldado pelo art. 56 do RISTJ, assim como amparado nas
Portarias nºs. 558 de 19/12/2008, e 173 de 30/06/2009”.
Ante o exposto, conheço do habeas corpus e denego a ordem,
recomendando-se que a justiça pernambucana envide esforços no sentido
do apressamento da tramitação do feito.
6
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estrito interposto pelo impetrante/paciente, que, pelo contrário, vem
sendo processado normalmente e em tempo razoável, apesar dos diversos
incidentes processuais provocados pela defesa.
Dessa maneira, não tenho como afrontado, no caso sob exame, o
princípio constitucional da razoável duração do processo, previsto no art.
5º, LXXVIII, da Constituição Federal, tampouco caracterizado o
constrangimento ilegal que justifique a concessão da ordem,
considerando as vicissitudes do feito em comento.
Destaco, por fim, que a jurisprudência desta Corte é firme no sentido
de que não procede a alegação de excesso de prazo quando a
complexidade do feito, as peculiaridades da causa ou quando a defesa
contribui para eventual dilação do prazo. Nesse sentido, menciono, entre
outros, os seguintes precedentes: RHC 93.174/SE e HC 106.675/RJ, ambos
de relatoria do Ministro Ayres Britto; HC 97.542/PB, Rel. Min. Ellen
Gracie; HC 97.743/SP, Rel. Min. Eros Grau; HC 98.689/SP, de minha
relatoria; HC 96.714/CE, Rel. Min. Cármen Lúcia; HC 97.076/PE, Cezar
Peluso; HC 95.505/SP, Rel. Min. Menezes Direito; HC 104.849/RJ. Rel. Min.
Gilmar Mendes.
No que concerne à alegada irregularidade na composição da Sexta
Turma do STJ, decorrente da atuação de Desembargadores Convocados
para integrar aquele colegiado, também não tem razão o
impetrante/paciente, pois, conforme registou o Ministério Público
Federal, “o ato está respaldado pelo art. 56 do RISTJ, assim como amparado nas
Portarias nºs. 558 de 19/12/2008, e 173 de 30/06/2009”.
Ante o exposto, conheço do habeas corpus e denego a ordem,
recomendando-se que a justiça pernambucana envide esforços no sentido
do apressamento da tramitação do feito.
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 108.504 PERNAMBUCO
VOTO
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Senhor Presidente, eu
também estou acompanhando o eminente Relator, fazendo uma
manifestação adicional.
Tendo em vista, realmente, o alongamento do prazo, talvez fosse
recomendável - como este Tribunal faz em situações semelhantes - serem
tomadas todas as providências no sentido de um célere julgamento feito,
porque já se estende, há quase quatro anos, a prisão, o que é tempo
razoável para a realização do júri.
Lembro-me que este é mais um caso da série Pernambuco, Estado
em que - como foi dito da tribuna - o CNJ verificou uma situação muito
grave, inclusive no âmbito da Justiça Criminal, especialmente na
realização do júri. Salvo engano, os dados existentes à época indicavam
que, em Jaboatão dos Guararapes, havia algo em torno de mil júris
suscetíveis de prescrição E nós estamos falando de um prescrição longi
temporis.
Então, é neste contexto que me parece necessário enfatizar a
necessidade de tomada de providências para um julgamento célere.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
(RELATOR) - Se Vossa Excelência quiser, Ministro Gilmar Mendes, eu
acato perfeitamente essa ponderação e incluo isso no meu voto,
recomendando que se agilize a tramitação do processo.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - No
fundo, tenho uma certa dúvida de ordem técnica: se nossa decisão,
mesmo denegatória do habeas corpus, seria no sentido de recomendar ou
determinar que todas as providências fossem tomadas no sentido de
marcar a data do júri.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
(RELATOR) - É que são tantos incidentes, o réu está foragido e tal.
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11/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 108.504 PERNAMBUCO
VOTO
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Senhor Presidente, eu
também estou acompanhando o eminente Relator, fazendo uma
manifestação adicional.
Tendo em vista, realmente, o alongamento do prazo, talvez fosse
recomendável - como este Tribunal faz em situações semelhantes - serem
tomadas todas as providências no sentido de um célere julgamento feito,
porque já se estende, há quase quatro anos, a prisão, o que é tempo
razoável para a realização do júri.
Lembro-me que este é mais um caso da série Pernambuco, Estado
em que - como foi dito da tribuna - o CNJ verificou uma situação muito
grave, inclusive no âmbito da Justiça Criminal, especialmente na
realização do júri. Salvo engano, os dados existentes à época indicavam
que, em Jaboatão dos Guararapes, havia algo em torno de mil júris
suscetíveis de prescrição E nós estamos falando de um prescrição longi
temporis.
Então, é neste contexto que me parece necessário enfatizar a
necessidade de tomada de providências para um julgamento célere.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
(RELATOR) - Se Vossa Excelência quiser, Ministro Gilmar Mendes, eu
acato perfeitamente essa ponderação e incluo isso no meu voto,
recomendando que se agilize a tramitação do processo.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - No
fundo, tenho uma certa dúvida de ordem técnica: se nossa decisão,
mesmo denegatória do habeas corpus, seria no sentido de recomendar ou
determinar que todas as providências fossem tomadas no sentido de
marcar a data do júri.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
(RELATOR) - É que são tantos incidentes, o réu está foragido e tal.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 15
Voto - MIN. GILMAR MENDES
HC 108.504 / PE
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Até porque a matéria
poderá voltar daqui a pouco, se houver, se essa demora continuar.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - A
pronúncia foi em 29/09/2001.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Veja que o tempo se
alonga.
2
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HC 108.504 / PE
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Até porque a matéria
poderá voltar daqui a pouco, se houver, se essa demora continuar.
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - A
pronúncia foi em 29/09/2001.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Veja que o tempo se
alonga.
2
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 108.504 PERNAMBUCO
VOTO
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Eu
quero fazer o registro da excelente defesa do Advogado, Doutor Rodrigo
Trindade. Mas, diante das peculiaridades do caso, retratadas, reveladas
pelo eminente Relator, eu também acompanho Sua Excelência no sentido
da denegação da ordem, com a recomendação de que a Justiça
Pernambucana promova a agilização do feito.
-...-...-...-...-
Supremo Tribunal Federal
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11/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 108.504 PERNAMBUCO
VOTO
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE) - Eu
quero fazer o registro da excelente defesa do Advogado, Doutor Rodrigo
Trindade. Mas, diante das peculiaridades do caso, retratadas, reveladas
pelo eminente Relator, eu também acompanho Sua Excelência no sentido
da denegação da ordem, com a recomendação de que a Justiça
Pernambucana promova a agilização do feito.
-...-...-...-...-
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Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 108.504
PROCED. : PERNAMBUCO
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S) : CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA
IMPTE.(S) : CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC 188758 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA
Decisão:
ordem denegada, recomendando-se que a justiça
pernambucana envide esforços no sentido do apressamento da
tramitação do feito, nos termos do voto do Relator. Decisão
unânime. Falou, pelo paciente, o Dr. Rodrigo Trindade. Ausentes,
justificadamente, os Senhores Ministro Celso de Mello e Joaquim
Barbosa. 2ª Turma, 11.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa e
Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Celso de Mello.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 108.504
PROCED. : PERNAMBUCO
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S) : CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA
IMPTE.(S) : CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC 188758 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA
Decisão:
ordem denegada, recomendando-se que a justiça
pernambucana envide esforços no sentido do apressamento da
tramitação do feito, nos termos do voto do Relator. Decisão
unânime. Falou, pelo paciente, o Dr. Rodrigo Trindade. Ausentes,
justificadamente, os Senhores Ministro Celso de Mello e Joaquim
Barbosa. 2ª Turma, 11.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa e
Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Celso de Mello.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 15
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1627138 | 2011-10-11T00:00:00 | 2011-12-14T00:00:00 | Ordem denegada, recomendando-se que a justiça pernambucana envide esforços no sentido do apressamento da tramitação do feito, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Falou, pelo paciente, o Dr. Rodrigo Trindade. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministro Celso de Mello e Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 11.10.2011. | HABEAS CORPUS | Ementa: HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSUAL PENAL. PRISÃO PREVENTIVA. EXCESSO DE PRAZO. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO. NÃO CARACTERIZAÇÃO. COMPLEXIDADE DA AÇÃO PENAL. INEXISTÊNCIA DE INÉRCIA OU DESÍDIA DO PODER JUDICIÁRIO. ORDEM DENEGADA.
I – O prazo para julgamento da ação penal mostra-se dilatado em decorrência da complexidade do caso, sendo certo que não há qualquer indício de excesso de prazo para o julgamento do recurso em sentido estrito interposto pelo impetrante/paciente, que, pelo contrário, vem sendo processado normalmente e em tempo razoável, apesar dos diversos incidentes processuais provocados pela defesa.
II – É justificável eventual dilação no prazo para o julgamento do recurso interposto quando se trata de ação penal complexa e o excesso de prazo não decorra da inércia ou desídia do Poder Judiciário. Precedentes.
III – Habeas corpus denegado, com recomendação. | sjur202801 | - Acórdãos citados: RHC 93174, HC 95505, HC 96714, HC
97076, HC 97542, HC 97743, HC 98689, HC 104849, HC 106675.
Número de páginas: 15.
Análise: 11/01/2012, KBP.
Revisão: 25/01/2012, ACG. | RICARDO LEWANDOWSKI | Segunda Turma | 108504 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00005 INC-00078 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL"
] | HC | acordaos | HC 108504 | [
""
] | PACTE.(S) : CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA
IMPTE.(S) : CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC 188758 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 108 . 504",
"HC 188758 DO SUPERIOR",
"HC 108 . 504 / PE",
"HC 108 . 504 / PE",
"HABEAS CORPUS 108 . 504",
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"HC 188 . 758 / PE",
"HABEAS CORPUS 108 . 504 PERNAMBUCO",
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"HC 108 . 504 / PE",
"HC 108 . 504 / PE",
"HC 108 . 504 / PE",
"HC 108 . 504 / PE",
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"HABEAS CORPUS 108 . 504",
"HC 108 . 504 / PE",
"HC 108 . 504 / PE",
"HC 108 . 504 / PE",
"HC 108 . 504 / PE",
"HC 108 . 504 / PE",
"HC 108 . 504 / PE",
"HC 108 . 504 / PE",
"HC 108 . 504 / PE",
"HC 108 . 504 / PE",
"RHC 93 . 174 / SE",
"HC 106 . 675",
"HC 97 . 542 / PB",
"HC 97 . 743 / SP",
"HC 98 . 689 / SP",
"HC 96 . 714 / CE",
"HC 97 . 076 / PE",
"HC 95 . 505 / SP",
"HC 104 . 849 / RJ",
"HC 108 . 504 / PE",
"RHC 93 . 174 / SE",
"HC 106 . 675 / RJ",
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"HC 97 . 743 / SP",
"HC 98 . 689 / SP",
"HC 96 . 714 / CE",
"HC 97 . 076 / PE",
"HC 95 . 505 / SP",
"HC 104 . 849 / RJ",
"HABEAS CORPUS 108 . 504",
"HABEAS CORPUS 108 . 504",
"HC 108 . 504 / PE",
"HC 108 . 504 / PE",
"HABEAS CORPUS 108 . 504",
"HABEAS CORPUS 108 . 504",
"HABEAS CORPUS 108 . 504",
"HC 188758 DO SUPERIOR",
"HABEAS CORPUS 108 . 504",
"HC 188758 DO SUPERIOR TRIBUNAL"
],
"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 104 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 104 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 129 , § [UNK] , todos do CP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 129 , § [UNK] , todos do CP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , LXXVIII , da Constituição Federal",
"art . 56 do RISTJ",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , LXXVIII , da Constituição Federal",
"art",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"PERNAMBUCO",
"Brasília",
"Brasília",
"PERNAMBUCO",
"PERNAMBUCO",
"PERNAMBUCO",
"Município de Manaíra – PB",
"Serra Talhada",
"comarca de Serra Talhada",
"Município de Manaíra – PB",
"Serra Talhada",
"comarca de Serra Talhada",
"Olinda",
"Estado de Pernambuco",
"Comarca",
"Olinda",
"Estado de Pernambuco",
"comarca de Princesa Isabel / PB",
"comarca de João Pessoa / PB",
"comarca de Princesa Isabel / PB",
"comarca de João Pessoa / PB",
"comarca de João Pessoa / PB",
"Comarca de Princesa Isabel / PB",
"comarca de João Pessoa / PB",
"comarca de João Pessoa / PB",
"Comarca de Princesa Isabel / PB",
"comarca de João Pessoa / PB",
"PERNAMBUCO",
"Pernambuco",
"Jaboatão dos Guararapes",
"PERNAMBUCO",
"Pernambuco",
"Jaboatão dos Guararapes",
"PERNAMBUCO",
"PERNAMBUCO",
"PERNAMBUCO",
"PERNAMBUCO"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"TJ",
"/",
"SP",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"TJ",
"/",
"SP",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Sexta Turma do STJ",
"Sexta Turma",
"Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Sexta Turma do STJ",
"Sexta Turma",
"Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Ministério Público Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Ministério Público Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Grupo Ostensivo Tático de Inteligência",
"PMPE",
"Ministério Público",
"Tribunal de Justiça de Pernambuco",
"Procuradoria",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Grupo Ostensivo Tático de Inteligência",
"PMPE",
"Ministério Público",
"Tribunal de Justiça de Pernambuco",
"Procuradoria de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Procuradoria de Justiça",
"[UNK] Vara Criminal da Comarca de Serra Talhada / PE",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Vara Criminal da Comarca de Serra Talhada / PE",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"TJ",
"/",
"PE",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"TJ",
"/",
"PE",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Sexta Turma do STJ",
"Ministério Público Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Sexta Turma do STJ",
"Ministério Público Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"CNJ",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"CNJ",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA",
"CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA",
"CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA",
"Celso Limongi",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA",
"CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA",
"Celso Limongi",
"Celso Limongi",
"Haroldo Rodrigues",
"Og Fernandes",
"Maria Thereza da Assis Moura",
"Celso Limongi",
"Haroldo Rodrigues",
"Og Fernandes",
"Maria Thereza da Assis Moura",
"Cláudia Sampaio Marques",
"Rodrigo Trindade",
"Cláudia Sampaio Marques",
"Rodrigo Trindade",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Manoel Pereira da Silva",
"Lindoval de Souza Siqueira",
"Carlos Antônio da Silva",
"Manoel Pereira da Silva",
"Lindoval de Souza Siqueira",
"Carlos Antônio da Silva",
"Manoel Pereira da Silva",
"Lindoval de Souza Siqueira",
"Carlos Antônio da Silva",
"Manoel Pereira da Silva",
"Lindoval de Souza Siqueira",
"Carlos Antônio da Silva",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Carlos José de Lima",
"Francisco Rabelo Nogueira",
"Francisco Rabelo",
"Carlos José de Lima",
"Carlos José de Lima",
"Carlos José de Lima",
"Francisco Rabelo Nogueira",
"Francisco Rabelo",
"Carlos José de Lima",
"Carlos José de Lima",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Carlos José de Lima",
"Carlos José de Lima",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Cláudia Sampaio Marques",
"Cláudia Sampaio Marques",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Ayres Britto",
"Ellen Gracie",
"Eros Grau",
"Cármen Lúcia",
"Cezar Peluso",
"Menezes Direito",
"Gilmar Mendes",
"Ayres Britto",
"Ellen Gracie",
"Eros Grau",
"Cármen Lúcia",
"Cezar Peluso",
"Menezes Direito",
"Gilmar Mendes",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Gilmar Mendes",
"AYRES BRITTO",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"GILMAR MENDES",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Gilmar Mendes",
"AYRES BRITTO",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"GILMAR MENDES",
"AYRES BRITTO",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"AYRES BRITTO",
"GILMAR MENDES",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Rodrigo Trindade",
"AYRES BRITTO",
"Rodrigo Trindade",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA",
"CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA",
"Rodrigo Trindade",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Celso de Mello",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA",
"CÉSAR ADRIANO LEITE DE LIMA",
"Rodrigo Trindade",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Celso de Mello",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"14",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"11 de outubro de",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"27",
"/",
"9",
"/",
"2001",
"18",
"/",
"1",
"/",
"2008",
"25",
"/",
"3",
"/",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"27",
"/",
"9",
"/",
"2001",
"18",
"/",
"1",
"/",
"2008",
"25",
"/",
"3",
"/",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"5",
"/",
"2011",
"18",
"/",
"7",
"/",
"2011",
"9",
"/",
"8",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"5",
"/",
"2011",
"18",
"/",
"7",
"/",
"2011",
"9",
"/",
"8",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
"/",
"5",
"/",
"2011",
"27",
"/",
"9",
"/",
"2011",
"26",
"/",
"9",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
"/",
"5",
"/",
"2011",
"27",
"/",
"9",
"/",
"2011",
"26",
"/",
"9",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"21 de maio de 1993",
"27",
"/",
"09",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"21 de maio de 1993",
"27",
"/",
"09",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
"/",
"01",
"/",
"2008",
"25",
"/",
"03",
"/",
"2008",
"04",
"/",
"06",
"/",
"2009",
"18",
"/",
"10",
"/",
"2010",
"12",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"10",
"/",
"11",
"/",
"2010",
"22",
"/",
"11",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
"/",
"01",
"/",
"2008",
"25",
"/",
"03",
"/",
"2008",
"04",
"/",
"06",
"/",
"2009",
"18",
"/",
"10",
"/",
"2010",
"12",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"10",
"/",
"11",
"/",
"2010",
"22",
"/",
"11",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"8",
"/",
"7",
"/",
"2011",
"11 de janeiro de 2011",
"14 de fevereiro de 2011",
"17 de maio de 2011",
"17 de maio de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"8",
"/",
"7",
"/",
"2011",
"11 de janeiro de 2011",
"14 de fevereiro de 2011",
"17 de maio de 2011",
"17 de maio de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"19",
"/",
"01",
"/",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
"/",
"09",
"/",
"2011",
"19",
"/",
"01",
"/",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
"/",
"12",
"/",
"2008",
"30",
"/",
"06",
"/",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
"/",
"12",
"/",
"2008",
"30",
"/",
"06",
"/",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
"/",
"09",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
"/",
"09",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 638.511 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:ALEXANDRE CURTO DOS SANTOS E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:MAURÍCIO DAL AGNOL E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL - IPERGS
AGDO.(A/S)
:ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL
DO
ESTADO
DO
RIO
GRANDE DO SUL
EMENTA:
AGRAVO
REGIMENTAL
EM
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. MILITARES
DA
ATIVA.
LEI
ESTADUAL
7.672/1982.
MATÉRIA
INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.
1. Ao analisar o AI 834.262, da relatoria do ministro Cezar Peluso, o
Supremo Tribunal Federal assentou a ausência de repercussão geral do
tema versado nestes autos, ante o seu caráter eminentemente
infraconstitucional.
2. Nos termos do § 5º do art. 543-A do CPC, a decisão desta nossa
Casa de Justiça que negar a existência da repercussão geral valerá para
todos os recursos sobre matéria idêntica. Pelo que a decisão ora
impugnada não merece reparos.
3. Agravo regimental desprovido.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em desprover o agravo
regimental, o que fazem nos termos do voto do Relator e por
unanimidade de votos, em sessão presidida pelo Ministro Ayres Britto, na
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1591772.
Supremo Tribunal Federal
DJe 07/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 5
Ementa e Acórdão
RE 638.511 AGR / RS
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 11 de outubro de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1591772.
Supremo Tribunal Federal
RE 638.511 AGR / RS
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 11 de outubro de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 5
Relatório
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 638.511 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:ALEXANDRE CURTO DOS SANTOS E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:MAURÍCIO DAL AGNOL E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL - IPERGS
AGDO.(A/S)
:ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL
DO
ESTADO
DO
RIO
GRANDE DO SUL
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Trata-se de agravo regimental contra decisão pela qual neguei
seguimento ao recurso porque o Supremo Tribunal Federal já assentou a
ausência de repercussão geral da matéria versada nestes autos (AI
834.262, da relatoria do ministro Cezar Peluso).
2. Pois bem, a parte agravante reitera as alegações expendidas no
apelo extremo, sustentado que as violações constitucionais ocorreram de
forma direta.
3. Mantida a decisão agravada, submeto o processo ao exame desta
nossa Turma.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
GSRB
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1586086.
Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 638.511 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:ALEXANDRE CURTO DOS SANTOS E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:MAURÍCIO DAL AGNOL E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL - IPERGS
AGDO.(A/S)
:ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL
DO
ESTADO
DO
RIO
GRANDE DO SUL
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Trata-se de agravo regimental contra decisão pela qual neguei
seguimento ao recurso porque o Supremo Tribunal Federal já assentou a
ausência de repercussão geral da matéria versada nestes autos (AI
834.262, da relatoria do ministro Cezar Peluso).
2. Pois bem, a parte agravante reitera as alegações expendidas no
apelo extremo, sustentado que as violações constitucionais ocorreram de
forma direta.
3. Mantida a decisão agravada, submeto o processo ao exame desta
nossa Turma.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
GSRB
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1586086.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 5
Voto - MIN. AYRES BRITTO
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 638.511 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Tenho que a insurgência não merece acolhida. Isso porque o
Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o AI 834.262, da relatoria do
ministro Cezar Peluso, assentou a ausência de repercussão geral do tema
versado nestes autos, ante o seu caráter eminentemente
infraconstitucional. E o caso em exame em nada difere daquele julgado
pelo STF.
6. Reproduzo a ementa do que foi decidido na repercussão geral:
“Agravo de instrumento convertido em Extraordinário.
Inadmissibilidade deste. Descontos previdenciários. Militares
estaduais ativos. Lei Estadual 7.672/1982. Tema
infraconstitucional. Precedentes. Ausência de repercussão geral.
Recurso extraordinário não conhecido. Não apresenta
repercussão geral recurso extraordinário que, tendo por objeto a
autorização de descontos previdenciários sobre vencimentos de
servidores militares ativos do Estado do Rio Grande do Sul,
com base na Lei Estadual 7.672/1982, versa sobre tema
infraconstitucional.”
7. Ora, nos termos do § 5º do art. 543-A do CPC, a decisão desta
nossa Casa de Justiça que negar a existência da repercussão geral valerá
para todos os recursos sobre matéria idêntica.
8. Ante o exposto, meu voto é pelo desprovimento do agravo
regimental.
* * * * * * * * * * * *
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1586089.
Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 638.511 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Tenho que a insurgência não merece acolhida. Isso porque o
Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o AI 834.262, da relatoria do
ministro Cezar Peluso, assentou a ausência de repercussão geral do tema
versado nestes autos, ante o seu caráter eminentemente
infraconstitucional. E o caso em exame em nada difere daquele julgado
pelo STF.
6. Reproduzo a ementa do que foi decidido na repercussão geral:
“Agravo de instrumento convertido em Extraordinário.
Inadmissibilidade deste. Descontos previdenciários. Militares
estaduais ativos. Lei Estadual 7.672/1982. Tema
infraconstitucional. Precedentes. Ausência de repercussão geral.
Recurso extraordinário não conhecido. Não apresenta
repercussão geral recurso extraordinário que, tendo por objeto a
autorização de descontos previdenciários sobre vencimentos de
servidores militares ativos do Estado do Rio Grande do Sul,
com base na Lei Estadual 7.672/1982, versa sobre tema
infraconstitucional.”
7. Ora, nos termos do § 5º do art. 543-A do CPC, a decisão desta
nossa Casa de Justiça que negar a existência da repercussão geral valerá
para todos os recursos sobre matéria idêntica.
8. Ante o exposto, meu voto é pelo desprovimento do agravo
regimental.
* * * * * * * * * * * *
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1586089.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 5
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 638.511
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : ALEXANDRE CURTO DOS SANTOS E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : MAURÍCIO DAL AGNOL E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL - IPERGS
AGDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Decisão: agravo regimental desprovido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, os Senhores
Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 11.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa e
Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Celso de Mello.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1530929
Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 638.511
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : ALEXANDRE CURTO DOS SANTOS E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : MAURÍCIO DAL AGNOL E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL - IPERGS
AGDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Decisão: agravo regimental desprovido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, os Senhores
Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 11.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa e
Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Celso de Mello.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1530929
Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 5
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1609846 | 2011-10-11T00:00:00 | 2011-12-07T00:00:00 | Agravo regimental desprovido, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 11.10.2011. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. MILITARES DA ATIVA. LEI ESTADUAL 7.672/1982. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.
1. Ao analisar o AI 834.262, da relatoria do ministro Cezar Peluso, o Supremo Tribunal Federal assentou a ausência de repercussão geral do tema versado nestes autos, ante o seu caráter eminentemente infraconstitucional.
2. Nos termos do § 5º do art. 543-A do CPC, a decisão desta nossa Casa de Justiça que negar a existência da repercussão geral valerá para todos os recursos sobre matéria idêntica. Pelo que a decisão ora impugnada não merece reparos.
3. Agravo regimental desprovido. | sjur202536 | - Acórdão citado: AI 834262 RG - Tribunal Pleno.
Número de páginas: 5.
Análise: 23/01/2012, GVS. | AYRES BRITTO | Segunda Turma | 638511 | [
"LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\r\n ART-0543A \r\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\r\n\r\n",
"LEG-EST LEI-007672 ANO-1982\r\n LEI ORDINÁRIA, RS"
] | RE-AgR | acordaos | RE 638511 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : ALEXANDRE CURTO DOS SANTOS E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : MAURÍCIO DAL AGNOL E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - IPERGS
AGDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 638 . 511",
"AI 834 . 262",
"RE 638 . 511 AGR",
"RE 638 . 511 AGR / RS",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 638 . 511",
"AI 834 . 262",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 638 . 511",
"AI 834 . 262",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 638 . 511",
"AI 834 . 262",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 638 . 511",
"AI 834 . 262",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 638 . 511",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 638 . 511"
],
"LEGISLACAO": [
"LEI ESTADUAL 7 . 672 / 1982",
"§ [UNK] do art . 543 - A do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Estadual 7 . 672 / 1982",
"Lei Estadual 7 . 672 / 1982",
"§ [UNK] do art . 543 - A do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Estadual 7",
".",
"672",
"/",
"1982",
"Lei Estadual 7 . 672 / 1982",
"§ [UNK] do art . 543 - A do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"RIO GRANDE DO SUL",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL",
"Brasília",
"Brasília",
"RIO GRANDE DO SUL",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
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"RIO GRANDE DO SUL",
"Estado do Rio Grande do Sul",
"RIO GRANDE DO SUL",
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"ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL",
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"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"/",
"RS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"STF",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL",
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"[UNK] Turma",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
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"-",
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"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"AYRES BRITTO",
"ALEXANDRE CURTO DOS SANTOS",
"MAURÍCIO DAL AGNOL",
"Cezar Peluso",
"Ayres Britto",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"ALEXANDRE CURTO DOS SANTOS",
"MAURÍCIO DAL AGNOL",
"AYRES BRITTO",
"Cezar Peluso",
"AYRES BRITTO",
"ALEXANDRE CURTO DOS SANTOS",
"MAURÍCIO DAL AGNOL",
"AYRES BRITTO",
"Cezar Peluso",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Cezar Peluso",
"AYRES BRITTO",
"Cezar Peluso",
"AYRES BRITTO",
"ALEXANDRE CURTO DOS SANTOS",
"MAURÍCIO DAL AGNOL",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
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"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Celso de Mello",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab",
"AYRES BRITTO",
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"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
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"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
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"/",
"2001",
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"/",
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"/",
"2011",
"11 de outubro de 2011",
"24",
"/",
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"/",
"2001",
"11 de outubro de 2011",
"24",
"/",
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"/",
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"/",
"2011",
"24",
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"08",
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"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
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"/",
"2001",
"11",
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"/",
"2011",
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"2001",
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"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 107.679 RIO DE JANEIRO
RELATOR
: MIN. LUIZ FUX
PACTE.(S)
:ANDERSON DONZIETH DA COSTA
IMPTE.(S)
:LUIZ GUSTAVO PINTO DA LUZ ALVES DE FARIA
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA: PROCESSUAL PENAL E PENAL. HABEAS CORPUS.
EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO (ART. 159, § 1º, DO CÓDIGO
PENAL).
DEPOIMENTOS
DAS
TESTEMUNHAS
E
INTERROGATÓRIO
DA
VÍTIMA
INCONSISTENTES
E
CONTRADITÓRIOS, A IMPLICAR INOCÊNCIA. TEMA
INSUSCETÍVEL DE EXAME NO RITO ESTREITO DO WRIT.
LIBERDADE PROVISÓRIA INDEFERIDA COM FUNDAMENTO NA
GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA, AFETADA PELA
PERICULOSIDADE CONCRETAMENTE DEMONSTRADA PELO
MODUS OPERANDI DA PRÁTICA CRIMINOSA. IDONEIDADE.
PRECEDENTES. IMPROCEDÊNCIA DA ALEGAÇÃO DE QUE O
ÚNICO SUSTENTÁCULO DA PRISÃO É O FLAGRANTE.
1. A periculosidade social do agente, revelada pela natureza do
crime e do modus operandi, autoriza a segregação cautelar, após as razões
que conduziram à rejeição da liberdade provisória serem confirmadas em
severa condenação, fruto da análise percuciente da irrefutável prova de
acusação.
2. O tema concernente à inocência do paciente, fundada em
inconsistências e contradições nos depoimentos das testemunhas e no
interrogatório da vítima, deve ser analisado na ação penal, sob o crivo do
contraditório e da ampla defesa, e não no rito estreito do habeas corpus,
que não comporta exame aprofundado de fatos e provas (RHC 103.542,
Rel. Min. LUIZ FUX, 1ª Turma, DJe de 27/09/11; HC 92.844, Rel. Min.
JOAQUIM BARBOSA, 2ª Turma, DJe de 19/12/02; HC 90.201, Rel. Min.
CÁRMEN LÚCIA, 1ª Turma, DJ e de 31/08/07, e HC 89.721, Rel. Min.
CÁRMEN LÚCIA, 1ª Turma, DJ de 16/02/07).
3. A periculosidade in concreto do paciente, aferida pelo modus
Supremo Tribunal Federal
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1564745.
Supremo Tribunal Federal
DJe 28/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 18
Ementa e Acórdão
HC 107.679 / RJ
operandi da prática criminosa, constitui fundamento idôneo à prisão
preventiva para garantia da ordem pública. Precedentes: HC 102.475/SC,
Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Relator p/ o acórdão Min. LUIZ FUX,
Primeira Turma, DJe de 16/09/11; HC 104.522/MG, Rel. Min. MARCO
AURÉLIO, Rel. p/ o acórdão Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de
16/09/11; HC 105.725/SP, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, 1ª Turma, DJe de
18/08/11; HC 103.107/MT, 1ª Turma, Relator o Ministro Dias Toffoli, DJ de
29.11.10; HC 104.410/GO, Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJe de 30/06/11; e
HC 97.891/SP, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, DJe de
19/10/10.
4. In casu, o paciente e outros sequestraram a vítima e impingiram a
ela intenso sofrimento físico e psicológico, sufocando-a com saco
plástico, agredindo-a fisicamente e a ameaçando de morte a todo o
instante, caso não declinasse o nome da pessoa que arcaria com os
trezentos mil reais exigidos para libertá-la. Presos em flagrante, o
paciente foi denunciado e condenado a 15 (quinze) anos de reclusão pelo
crime de extorsão mediante sequestro, tipificado no art. 159, § 1º, do
Código Penal, mantida a prisão preventiva pelos mesmos fundamentos
da decisão que indeferiu a liberdade provisória.
5. O paciente permanece preso não somente em razão do flagrante,
mas, antes, porque o Juiz indeferiu a liberdade provisória com
fundamento na necessidade da segregação cautelar para garantia da
ordem pública, considerada a real periculosidade dele e de e seus
comparsas, representada pelo modus operandi da prática delituosa, e que
foi reiterada na sentença.
6. Ordem denegada.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência da
Senhora Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata de julgamento e
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
HC 107.679 / RJ
operandi da prática criminosa, constitui fundamento idôneo à prisão
preventiva para garantia da ordem pública. Precedentes: HC 102.475/SC,
Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Relator p/ o acórdão Min. LUIZ FUX,
Primeira Turma, DJe de 16/09/11; HC 104.522/MG, Rel. Min. MARCO
AURÉLIO, Rel. p/ o acórdão Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de
16/09/11; HC 105.725/SP, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, 1ª Turma, DJe de
18/08/11; HC 103.107/MT, 1ª Turma, Relator o Ministro Dias Toffoli, DJ de
29.11.10; HC 104.410/GO, Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJe de 30/06/11; e
HC 97.891/SP, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, DJe de
19/10/10.
4. In casu, o paciente e outros sequestraram a vítima e impingiram a
ela intenso sofrimento físico e psicológico, sufocando-a com saco
plástico, agredindo-a fisicamente e a ameaçando de morte a todo o
instante, caso não declinasse o nome da pessoa que arcaria com os
trezentos mil reais exigidos para libertá-la. Presos em flagrante, o
paciente foi denunciado e condenado a 15 (quinze) anos de reclusão pelo
crime de extorsão mediante sequestro, tipificado no art. 159, § 1º, do
Código Penal, mantida a prisão preventiva pelos mesmos fundamentos
da decisão que indeferiu a liberdade provisória.
5. O paciente permanece preso não somente em razão do flagrante,
mas, antes, porque o Juiz indeferiu a liberdade provisória com
fundamento na necessidade da segregação cautelar para garantia da
ordem pública, considerada a real periculosidade dele e de e seus
comparsas, representada pelo modus operandi da prática delituosa, e que
foi reiterada na sentença.
6. Ordem denegada.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência da
Senhora Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata de julgamento e
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1564745.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 18
Ementa e Acórdão
HC 107.679 / RJ
das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em denegar a ordem
de habeas corpus, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
LUIZ FUX – Relator
Documento assinado digitalmente
3
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1564745.
Supremo Tribunal Federal
HC 107.679 / RJ
das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em denegar a ordem
de habeas corpus, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
LUIZ FUX – Relator
Documento assinado digitalmente
3
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1564745.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 18
Relatório
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 107.679 RIO DE JANEIRO
RELATOR
: MIN. LUIZ FUX
PACTE.(S)
:ANDERSON DONZIETH DA COSTA
IMPTE.(S)
:LUIZ GUSTAVO PINTO DA LUZ ALVES DE FARIA
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Trata-se de habeas corpus,
com pedido de liminar, impetrado contra acórdão da Quinta Turma do
Superior Tribunal de Justiça cuja ementa tem o seguinte teor:
“HABEAS CORPUS.
PRISÃO EM FLAGRANTE.
EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO, FORMAÇÃO DE
QUADRILHA, PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO
PERMITIDO E TORTURA. LIBERDADE PROVISÓRIA.
PRETENDIDA
CONCESSÃO.
IMPOSSIBILIDADE.
GRAVIDADE CONCRETA DO DELITO. MODUS OPERANDI.
PERICULOSIDADE DO AGENTE. VEDAÇÃO LEGAL E
CONSTITUCIONAL À CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DA
SOLTURA.
CONSTRANGIMENTO
ILEGAL
NÃO
EVIDENCIADO. ORDEM DENEGADA.
1. Não há falar em constrangimento ilegal quando a
custódia cautelar está devidamente justificada na garantia da
ordem pública, com base em elementos dos autos que
evidenciam a gravidade concreta dos delitos em tese praticados
e a periculosidade do agente, bem demonstrada pelo modus
operandi empregado.
2. Nos termos do artigo 2º, caput, c/c inciso II, da Lei nº
8.072/90, é vedada a concessão do benefício da liberdade
provisória aos flagrados no cometimento, em tese de crimes
hediondos e equiparados, mesmo após a edição e entrada em
vigos da Lei nº 11.464/07. Precedentes desta Turma e do
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1564746.
Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 107.679 RIO DE JANEIRO
RELATOR
: MIN. LUIZ FUX
PACTE.(S)
:ANDERSON DONZIETH DA COSTA
IMPTE.(S)
:LUIZ GUSTAVO PINTO DA LUZ ALVES DE FARIA
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Trata-se de habeas corpus,
com pedido de liminar, impetrado contra acórdão da Quinta Turma do
Superior Tribunal de Justiça cuja ementa tem o seguinte teor:
“HABEAS CORPUS.
PRISÃO EM FLAGRANTE.
EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO, FORMAÇÃO DE
QUADRILHA, PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO
PERMITIDO E TORTURA. LIBERDADE PROVISÓRIA.
PRETENDIDA
CONCESSÃO.
IMPOSSIBILIDADE.
GRAVIDADE CONCRETA DO DELITO. MODUS OPERANDI.
PERICULOSIDADE DO AGENTE. VEDAÇÃO LEGAL E
CONSTITUCIONAL À CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DA
SOLTURA.
CONSTRANGIMENTO
ILEGAL
NÃO
EVIDENCIADO. ORDEM DENEGADA.
1. Não há falar em constrangimento ilegal quando a
custódia cautelar está devidamente justificada na garantia da
ordem pública, com base em elementos dos autos que
evidenciam a gravidade concreta dos delitos em tese praticados
e a periculosidade do agente, bem demonstrada pelo modus
operandi empregado.
2. Nos termos do artigo 2º, caput, c/c inciso II, da Lei nº
8.072/90, é vedada a concessão do benefício da liberdade
provisória aos flagrados no cometimento, em tese de crimes
hediondos e equiparados, mesmo após a edição e entrada em
vigos da Lei nº 11.464/07. Precedentes desta Turma e do
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1564746.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 18
Relatório
HC 107.679 / RJ
Supremo Tribunal Federal.
3. Ordem denegada.”
O paciente e outro foram presos em flagrante, em 18/03/10, sob a
acusação da prática dos crimes de extorsão mediante sequestro, formação
de quadrilha, porte ilegal de arma de fogo e tortura.
Requerida a liberdade provisória, em 24/03/10, restou indeferida por
estarem presentes os requisitos para a manutenção da custódia cautelar
fundada na conveniência da instrução criminal e na garantia da ordem
pública.
Em 07/04/10 o Juiz recebeu a denúncia, mantendo a prisão
preventiva.
Visando à revogação da prisão cautelar, a defesa impetrou habeas
corpus no TJ/RJ, que denegou a ordem em 13/05/10.
Seguiu-se nova impetração, desta feita no Superior Tribunal de
Justiça, que indeferiu o writ, dando ensejo ao presente habeas corpus.
Segundo as razões da impetração, a instrução encontra-se encerrada,
tendo sido prolatada sentença que condenou o paciente à pena de 15
(quinze) anos de reclusão pelo crime de extorsão mediante sequestro
circunstanciado, tipificado no art. 159, § 1º do Código Penal1
O impetrante suscita inconsistências e contradições no interrogatório
da vítima e no depoimentos dos policiais, visando à demonstrar a
1
Art. 159. Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer
vantagem, como condição ou preço do resgate:
Pena – reclusão, de oito a quinze anos.
§ 1º. Se o sequestro dura mais de vinte e quatro horas, se o sequestrado é menor de dezoito
anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha:
Pena – reclusão, de doze a vinte anos.
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
HC 107.679 / RJ
Supremo Tribunal Federal.
3. Ordem denegada.”
O paciente e outro foram presos em flagrante, em 18/03/10, sob a
acusação da prática dos crimes de extorsão mediante sequestro, formação
de quadrilha, porte ilegal de arma de fogo e tortura.
Requerida a liberdade provisória, em 24/03/10, restou indeferida por
estarem presentes os requisitos para a manutenção da custódia cautelar
fundada na conveniência da instrução criminal e na garantia da ordem
pública.
Em 07/04/10 o Juiz recebeu a denúncia, mantendo a prisão
preventiva.
Visando à revogação da prisão cautelar, a defesa impetrou habeas
corpus no TJ/RJ, que denegou a ordem em 13/05/10.
Seguiu-se nova impetração, desta feita no Superior Tribunal de
Justiça, que indeferiu o writ, dando ensejo ao presente habeas corpus.
Segundo as razões da impetração, a instrução encontra-se encerrada,
tendo sido prolatada sentença que condenou o paciente à pena de 15
(quinze) anos de reclusão pelo crime de extorsão mediante sequestro
circunstanciado, tipificado no art. 159, § 1º do Código Penal1
O impetrante suscita inconsistências e contradições no interrogatório
da vítima e no depoimentos dos policiais, visando à demonstrar a
1
Art. 159. Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer
vantagem, como condição ou preço do resgate:
Pena – reclusão, de oito a quinze anos.
§ 1º. Se o sequestro dura mais de vinte e quatro horas, se o sequestrado é menor de dezoito
anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha:
Pena – reclusão, de doze a vinte anos.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 18
Relatório
HC 107.679 / RJ
ausência de autoria em relação ao paciente.
As razões do writ cingem-se a dois fundamentos: (a) a prisão
preventiva teria sido decretada de ofício, pelo juiz singular, sem
requerimento do Ministério Público, e (b) sem a presença dos requisitos
previstos nos artigo 311 e 312 do Código de Processo Penal.
Sustenta que o magistrado, ao indeferir a liberdade provisória, não
decretou a prisão preventiva do paciente, que por essa razão encontra-se
ilegalmente preso há um ano em razão do flagrante, e não em decorrência
de prisão cautelar, o que teria sido reconhecido no acórdão do Tribunal
de Justiça do Rio de Janeiro.
Em que pese afirmar a inexistência de prisão cautelar, o impetrante
sustenta, contraditoriamente, que a segregação preventiva não pode ter
arrimo na gravidade in abstrata do crime, consoante a jurisprudência
desta Corte.
Outrossim, aduz que a Lei n. 11.464/07 aboliu a vedação legal à
concessão de fiança em relação aos crimes listados no artigo 1º da Lei n.
8.072/90.
Requer a concessão de liminar a fim de que o paciente seja posto
imediatamente em liberdade e, no mérito, o deferimento do writ para
relaxar a prisão preventiva.
A liminar foi indeferida.
O Ministério Público Federal opina no sentido da denegação da
ordem.
É o relatório.
3
Supremo Tribunal Federal
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HC 107.679 / RJ
ausência de autoria em relação ao paciente.
As razões do writ cingem-se a dois fundamentos: (a) a prisão
preventiva teria sido decretada de ofício, pelo juiz singular, sem
requerimento do Ministério Público, e (b) sem a presença dos requisitos
previstos nos artigo 311 e 312 do Código de Processo Penal.
Sustenta que o magistrado, ao indeferir a liberdade provisória, não
decretou a prisão preventiva do paciente, que por essa razão encontra-se
ilegalmente preso há um ano em razão do flagrante, e não em decorrência
de prisão cautelar, o que teria sido reconhecido no acórdão do Tribunal
de Justiça do Rio de Janeiro.
Em que pese afirmar a inexistência de prisão cautelar, o impetrante
sustenta, contraditoriamente, que a segregação preventiva não pode ter
arrimo na gravidade in abstrata do crime, consoante a jurisprudência
desta Corte.
Outrossim, aduz que a Lei n. 11.464/07 aboliu a vedação legal à
concessão de fiança em relação aos crimes listados no artigo 1º da Lei n.
8.072/90.
Requer a concessão de liminar a fim de que o paciente seja posto
imediatamente em liberdade e, no mérito, o deferimento do writ para
relaxar a prisão preventiva.
A liminar foi indeferida.
O Ministério Público Federal opina no sentido da denegação da
ordem.
É o relatório.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 18
Voto - MIN. LUIZ FUX
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 107.679 RIO DE JANEIRO
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): O tema concernente à
inocência do paciente, fundada em supostas inconsistências e
contradições nos depoimentos das testemunhas e no interrogatório da
vítima, deve ser analisado na ação penal, sob o crime do contraditório e
da ampla defesa, e não no rito estreito do habeas corpus, que não comporta
exame aprofundado de fatos e provas.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro denunciou o
paciente e outros nos seguintes termos:
“No dia 17/03/2010, por volta das 9h30, na Associação de
Moradores da Comunidade Dois de Maio, localizada na Favela
do Rato, no Engenho Novo, Rio de Janeiro, RJ, os denunciados,
em comunhão de ações e desígnios com outros elementos ainda
não identificados, sequestraram a vítima Cláudia Guimarães com
o fim de obter vantagem como preço do resgate.
A vítima, Presidente da Associação de Moradores da
Comunidade Dois de Maio, exercia as suas atividades
laborativas no mencionado local quando foi abordada pelo
segundo denunciado, DANIEL HENRIQUE, policial militar,
ocasião em que o mesmo deu voz de prisão ilegal para a
mesma, afirmando que a mesma fora ‘pega no grampo’.
Ato contínuo, o mesmo a colocou forçadamente, com um
capuz sobre a cabeça, no interior do veículo GM Corsa, Placa RJ
LOC 3827, onde se encontravam os outros denunciados.
A partir desse momento, em verdadeira divisão de tarefas,
os criminosos privaram a liberdade da vítima por mais de 24
(vinte e quatro) horas, mormente quando se verifica o lapso
temporal ultrapassado entre a captura da vítima na Associação
(17/03/2010, por volta das 9h30) e o encontro da mesma pelos
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HABEAS CORPUS 107.679 RIO DE JANEIRO
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): O tema concernente à
inocência do paciente, fundada em supostas inconsistências e
contradições nos depoimentos das testemunhas e no interrogatório da
vítima, deve ser analisado na ação penal, sob o crime do contraditório e
da ampla defesa, e não no rito estreito do habeas corpus, que não comporta
exame aprofundado de fatos e provas.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro denunciou o
paciente e outros nos seguintes termos:
“No dia 17/03/2010, por volta das 9h30, na Associação de
Moradores da Comunidade Dois de Maio, localizada na Favela
do Rato, no Engenho Novo, Rio de Janeiro, RJ, os denunciados,
em comunhão de ações e desígnios com outros elementos ainda
não identificados, sequestraram a vítima Cláudia Guimarães com
o fim de obter vantagem como preço do resgate.
A vítima, Presidente da Associação de Moradores da
Comunidade Dois de Maio, exercia as suas atividades
laborativas no mencionado local quando foi abordada pelo
segundo denunciado, DANIEL HENRIQUE, policial militar,
ocasião em que o mesmo deu voz de prisão ilegal para a
mesma, afirmando que a mesma fora ‘pega no grampo’.
Ato contínuo, o mesmo a colocou forçadamente, com um
capuz sobre a cabeça, no interior do veículo GM Corsa, Placa RJ
LOC 3827, onde se encontravam os outros denunciados.
A partir desse momento, em verdadeira divisão de tarefas,
os criminosos privaram a liberdade da vítima por mais de 24
(vinte e quatro) horas, mormente quando se verifica o lapso
temporal ultrapassado entre a captura da vítima na Associação
(17/03/2010, por volta das 9h30) e o encontro da mesma pelos
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Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 107.679 / RJ
policiais civis (18/03/2010, por volta das 16h).
Durante todo o tempo em que perdurou a privação da
liberdade da vítima, os criminosos submeteram a mesma a
intenso sofrimento mental, ao dizer para a mesma que iriam
matá-la.
Depois do ingresso da lesada no mencionado veículo, os
criminosos pararam em diversos lugares, sendo certo que a
todo instante buscavam possíveis contatos da vítima com o fim
de obterem R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) em espécie como
preço do resgate.
Em um primeiro momento, os criminosos retiraram-na do
interior do veículo para um cômodo, cujo endereço e
características a lesada não declinou precisamente, por estar
encapuzada.
Por não conseguirem os contatos almejados e a vantagem
pretendida, os acusados continuaram provocando intenso
sofrimento físico e mental na vítima, sendo certo que um
daqueles a sufocou com um saco plástico, ao passo que os
demais agrediram-na fisicamente, dizendo que a mesma não
sairia dali viva. [grifei]
Destarte, restou certo que os denunciados, livre e
conscientemente, com unidade de ações e desígnios entre si e
com outros comparsas ainda não identificados, constrangeram
a vítima com emprego de violência e grave ameaça, cansando-
lhe intenso sofrimento físico ou mental, com o fim de obter
informação, qual seja, buscar possíveis contatos para o
pagamento do resgate.
Os sequestradores diziam para a vítima que, por ser irmão
do traficante THACA, conseguiria facilmente o dinheiro
exigido, devendo procurar contato com o atual chefe do tráfico,
apontado como ‘Barata’.
No período noturno, a vítima foi retirada da mencionada
casa e levada novamente para o interior do veículo, sendo que,
posteriormente, foi levada a um hotel, onde pernoitou, na
companhia do 3º denunciado, ANDERSON LUIZ, que é policial
militar.
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HC 107.679 / RJ
policiais civis (18/03/2010, por volta das 16h).
Durante todo o tempo em que perdurou a privação da
liberdade da vítima, os criminosos submeteram a mesma a
intenso sofrimento mental, ao dizer para a mesma que iriam
matá-la.
Depois do ingresso da lesada no mencionado veículo, os
criminosos pararam em diversos lugares, sendo certo que a
todo instante buscavam possíveis contatos da vítima com o fim
de obterem R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) em espécie como
preço do resgate.
Em um primeiro momento, os criminosos retiraram-na do
interior do veículo para um cômodo, cujo endereço e
características a lesada não declinou precisamente, por estar
encapuzada.
Por não conseguirem os contatos almejados e a vantagem
pretendida, os acusados continuaram provocando intenso
sofrimento físico e mental na vítima, sendo certo que um
daqueles a sufocou com um saco plástico, ao passo que os
demais agrediram-na fisicamente, dizendo que a mesma não
sairia dali viva. [grifei]
Destarte, restou certo que os denunciados, livre e
conscientemente, com unidade de ações e desígnios entre si e
com outros comparsas ainda não identificados, constrangeram
a vítima com emprego de violência e grave ameaça, cansando-
lhe intenso sofrimento físico ou mental, com o fim de obter
informação, qual seja, buscar possíveis contatos para o
pagamento do resgate.
Os sequestradores diziam para a vítima que, por ser irmão
do traficante THACA, conseguiria facilmente o dinheiro
exigido, devendo procurar contato com o atual chefe do tráfico,
apontado como ‘Barata’.
No período noturno, a vítima foi retirada da mencionada
casa e levada novamente para o interior do veículo, sendo que,
posteriormente, foi levada a um hotel, onde pernoitou, na
companhia do 3º denunciado, ANDERSON LUIZ, que é policial
militar.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 18
Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 107.679 / RJ
No dia seguinte, ou seja em 18/03/10 por volta das 14
horas, a vítima foi retirada do hotel e novamente encapuzada,
sendo levada para o estacionamento do McDonald’s, situado na
Avenida Dom Helder Câmara, local onde os policiais civis
puseram fim à privação da liberdade da vítima, prendendo em
flagrante os dois primeiros denunciados.
Por ocasião da revista no interior do veículo, os policiais
encontraram uma bolsa de tecido na cor verde contendo vários
objetos, dentre os quais, um revólver calibre 38, nº de série
1907379, várias munições, um par de algemas, duas toucas
ninjas, carregadores de pistolas, todos os instrumentos
utilizados pelos denunciados durante a prática criminosa.
Assim sendo, os denunciados, livre e conscientemente, e
em perfeita comunhão de ação e desígnios, portavam, de forma
compartilhada, armas de fogo de uso permitido, sem
autorização e em desacordo como determinação legal ou
regulamentar.
Desde data anterior, os denunciados encontravam-se
previamente associados entre si e com pelo menos mais um
comparsa, apontado como ‘Peterson de Tal’, em quadrilha ou
bando, para o fim de cometer crimes. Ademais, importante
consignar que a quadrilha encontrava-se fortemente armada,
consoante se depreende do AA de fls. 34/36.
Os instrumentos utilizados no cometimento do crime,
dentre os quais duas toucas do tipo ninja e um rádio
comunicador, destacam que a quadrilha se encontrava
associada para a prática de crimes da mesma natureza.
De ressaltar-se que o sequestro durou mais de vinte e
quatro horas e foi cometido por bando ou quadrilha armada.
Durante o tempo em que durou o cativeiro, os
denunciados e seus comparsas constrangeram a vítima com
emprego de violência, consistente em agressões físicas e
ameaças de morte, causando-lhe sofrimento físico e mental.
[grifei].
Assim agindo, os denunciados estão incursos nas penas
do art. 288, parágrafo único, art. 159, § 1º, ambos do Código
3
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HC 107.679 / RJ
No dia seguinte, ou seja em 18/03/10 por volta das 14
horas, a vítima foi retirada do hotel e novamente encapuzada,
sendo levada para o estacionamento do McDonald’s, situado na
Avenida Dom Helder Câmara, local onde os policiais civis
puseram fim à privação da liberdade da vítima, prendendo em
flagrante os dois primeiros denunciados.
Por ocasião da revista no interior do veículo, os policiais
encontraram uma bolsa de tecido na cor verde contendo vários
objetos, dentre os quais, um revólver calibre 38, nº de série
1907379, várias munições, um par de algemas, duas toucas
ninjas, carregadores de pistolas, todos os instrumentos
utilizados pelos denunciados durante a prática criminosa.
Assim sendo, os denunciados, livre e conscientemente, e
em perfeita comunhão de ação e desígnios, portavam, de forma
compartilhada, armas de fogo de uso permitido, sem
autorização e em desacordo como determinação legal ou
regulamentar.
Desde data anterior, os denunciados encontravam-se
previamente associados entre si e com pelo menos mais um
comparsa, apontado como ‘Peterson de Tal’, em quadrilha ou
bando, para o fim de cometer crimes. Ademais, importante
consignar que a quadrilha encontrava-se fortemente armada,
consoante se depreende do AA de fls. 34/36.
Os instrumentos utilizados no cometimento do crime,
dentre os quais duas toucas do tipo ninja e um rádio
comunicador, destacam que a quadrilha se encontrava
associada para a prática de crimes da mesma natureza.
De ressaltar-se que o sequestro durou mais de vinte e
quatro horas e foi cometido por bando ou quadrilha armada.
Durante o tempo em que durou o cativeiro, os
denunciados e seus comparsas constrangeram a vítima com
emprego de violência, consistente em agressões físicas e
ameaças de morte, causando-lhe sofrimento físico e mental.
[grifei].
Assim agindo, os denunciados estão incursos nas penas
do art. 288, parágrafo único, art. 159, § 1º, ambos do Código
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 18
Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 107.679 / RJ
Penal, art. 14, da Lei 10.826/03, e art. 1º, inc. I, alínea ‘a’, da Lei
9455/97, em concurso material, eis que resultantes de
desígnios autônomos.”
O requerimento de liberdade provisória foi indeferimento face à
existência dos requisitos da prisão cautelar, em decisão de seguinte teor:
“Trata-se de comunicação de flagrante onde o réu
ANDERSON DONIZETH DA COSTA encontra-se incurso nas
sanções penais do art. 159, § 1º, do CP, e art. 14, da Lei 10.826/03.
O ilustre advogado constituído pelo citado indiciado a sua
liberdade provisória (sic), sustentando estarem ausentes os
motivos ensejadores da manutenção da custódia cautelar,
juntando documento para comprovar residência fixa nesta
Comarca.
Instada a manifestar, a ilustre representante do ‘Parquet’
posicionou-se contrariamente ao pedido, aduzindo que a prisão
é legal e necessária.
É O RELATÓRIO. DECIDO.
Em que pese o brilho e a combatividade do advogado de
Anderson Donizeth, peço vênia para dizer que ainda é muito
cedo para se falar em liberdade.
Com efeito, o crime imputado ao réu é de suma
gravidade, sendo, inclusive, hediondo, o que por si só, já seria
suficiente para justificar a custódia cautelar por garantia da
ordem pública.
Não se discute que a garantia da ordem pública pode ter
vários causas. Todavia, a gravidade do delito já foi acolhida
como motivação ensejadora da custódia cautelar pelo colendo
STJ. Senão vejamos:
‘A gravidade do delito, com sua inegável repercussão no
meio social, justifica, por si só, a custódia antecipada do seu
autor, ainda que primário, de bons antecedentes e outros fatores
favoráveis.’ (RSTJ 104/475).
Por outro lado, a primariedade e os bons antecedentes,
ainda que presumida, também não são suficientes para a
4
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Penal, art. 14, da Lei 10.826/03, e art. 1º, inc. I, alínea ‘a’, da Lei
9455/97, em concurso material, eis que resultantes de
desígnios autônomos.”
O requerimento de liberdade provisória foi indeferimento face à
existência dos requisitos da prisão cautelar, em decisão de seguinte teor:
“Trata-se de comunicação de flagrante onde o réu
ANDERSON DONIZETH DA COSTA encontra-se incurso nas
sanções penais do art. 159, § 1º, do CP, e art. 14, da Lei 10.826/03.
O ilustre advogado constituído pelo citado indiciado a sua
liberdade provisória (sic), sustentando estarem ausentes os
motivos ensejadores da manutenção da custódia cautelar,
juntando documento para comprovar residência fixa nesta
Comarca.
Instada a manifestar, a ilustre representante do ‘Parquet’
posicionou-se contrariamente ao pedido, aduzindo que a prisão
é legal e necessária.
É O RELATÓRIO. DECIDO.
Em que pese o brilho e a combatividade do advogado de
Anderson Donizeth, peço vênia para dizer que ainda é muito
cedo para se falar em liberdade.
Com efeito, o crime imputado ao réu é de suma
gravidade, sendo, inclusive, hediondo, o que por si só, já seria
suficiente para justificar a custódia cautelar por garantia da
ordem pública.
Não se discute que a garantia da ordem pública pode ter
vários causas. Todavia, a gravidade do delito já foi acolhida
como motivação ensejadora da custódia cautelar pelo colendo
STJ. Senão vejamos:
‘A gravidade do delito, com sua inegável repercussão no
meio social, justifica, por si só, a custódia antecipada do seu
autor, ainda que primário, de bons antecedentes e outros fatores
favoráveis.’ (RSTJ 104/475).
Por outro lado, a primariedade e os bons antecedentes,
ainda que presumida, também não são suficientes para a
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 18
Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 107.679 / RJ
medida liberatória pleiteada, conforme entendimento já
sufragado pelo Eg. STJ: In verbis:
‘A primariedade, os bons antecedentes e a residência e o
domicílio no distrito da culpa são circunstâncias que não
obstam a custódia provisória, quando ocorrentes os motivos
que legitimam a constrição do acusado.’ (JSTJ – 2/267)
Em terceiro, é certo que a prisão cautelar também não
ofende a presunção de inocência, sendo neste sentido o
entendimento que emana de nossos Tribunais Superiores.
Vejamos:
‘O considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória, dispõe sobre a culpabilidade e as
consequências do seu reconhecimento para o réu; não dispõe
sobre a proibição da prisão em flagrante, sobre a prisão
preventiva, nem sobre a execução provisória do julgado penal
condenatório, quando esgotados os recursos ordinários. A
prisão preventiva do réu, de natureza processual, objetiva
garantir a aplicação da lei penal e a execução provisória do
julgado, não dizendo a respeito do conhecimento da
culpabilidade. O inciso LXI do art. 5º, da Constituição prevê
hipóteses de prisão cautelar, tornando constitucionais as
normas da legislação ordinária que dispõem sobre a prisão
processual, inclusive para execução provisória do julgado
quando pendente recurso de índole extraordinária, como o
especial e o extraordinário (art. 27 , § 2º, da Lei nº 8.038/90.
Precedentes.’ (STF: HC 74.792-1-SP-DJU de 20-6-97, p. 28.472).
‘A presunção de inocência (CF, art. 5º, LVII) é relativa ao
Direito Penal, ou seja, a respectiva sanção somente pode ser
aplicada após o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Não alcança os institutos do Direito Processual, como a prisão
preventiva. Esta é explicitamente autorizada pela Constituição
da República (art. 5º, LXI).’ (STF: RT 686/388).
Pelo exposto, INDEFIRO O PEDIDO DE LIBERDADE
PROVISÓRIA. Aguarde-se a chegada dos autos principais.”
Depreende-se daí que, diversamente do que sustentado nas razões
5
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HC 107.679 / RJ
medida liberatória pleiteada, conforme entendimento já
sufragado pelo Eg. STJ: In verbis:
‘A primariedade, os bons antecedentes e a residência e o
domicílio no distrito da culpa são circunstâncias que não
obstam a custódia provisória, quando ocorrentes os motivos
que legitimam a constrição do acusado.’ (JSTJ – 2/267)
Em terceiro, é certo que a prisão cautelar também não
ofende a presunção de inocência, sendo neste sentido o
entendimento que emana de nossos Tribunais Superiores.
Vejamos:
‘O considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória, dispõe sobre a culpabilidade e as
consequências do seu reconhecimento para o réu; não dispõe
sobre a proibição da prisão em flagrante, sobre a prisão
preventiva, nem sobre a execução provisória do julgado penal
condenatório, quando esgotados os recursos ordinários. A
prisão preventiva do réu, de natureza processual, objetiva
garantir a aplicação da lei penal e a execução provisória do
julgado, não dizendo a respeito do conhecimento da
culpabilidade. O inciso LXI do art. 5º, da Constituição prevê
hipóteses de prisão cautelar, tornando constitucionais as
normas da legislação ordinária que dispõem sobre a prisão
processual, inclusive para execução provisória do julgado
quando pendente recurso de índole extraordinária, como o
especial e o extraordinário (art. 27 , § 2º, da Lei nº 8.038/90.
Precedentes.’ (STF: HC 74.792-1-SP-DJU de 20-6-97, p. 28.472).
‘A presunção de inocência (CF, art. 5º, LVII) é relativa ao
Direito Penal, ou seja, a respectiva sanção somente pode ser
aplicada após o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Não alcança os institutos do Direito Processual, como a prisão
preventiva. Esta é explicitamente autorizada pela Constituição
da República (art. 5º, LXI).’ (STF: RT 686/388).
Pelo exposto, INDEFIRO O PEDIDO DE LIBERDADE
PROVISÓRIA. Aguarde-se a chegada dos autos principais.”
Depreende-se daí que, diversamente do que sustentado nas razões
5
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Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 107.679 / RJ
da impetração, o juiz, ao indeferir a liberdade provisória, decretou a
prisão cautelar do paciente em decisão fundamentada na garantia da
ordem pública, afetada pela periculosidade do paciente, aferida pelo
modus operandi da prática criminosa, com esteio na manifestação do
Ministério Público Estadual.
A menção à comunicação do flagrante não tem a virtude de
descaracterizar a decisão que indeferiu a liberdade provisória e que
decretou a prisão cautelar, que, arrimada em elementos concretos,
demonstrou a real necessidade dessa medida extrema de cerceio da
liberdade para garantia da ordem pública, induvidosamente ameaçada
pela periculosidade in concreto do paciente, considerado o modus operandi
da prática criminosa, na esteira dos seguintes precedentes desta Corte,
verbis:
“Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS.
ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR CONTRA NETA
ADOTIVA DE NOVE ANOS. PRISÃO PREVENTIVA PARA
GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. PERICULOSIDADE
EVIDENCIADA PELO MODUS OPERANDI. FUNDAMENTOS
IDÔNEAS.
GRAVIDADE
CONCRETA.
SENTENÇA
CONDENATÓRIA.
AUSÊNCIA
DE
ILEGALIDADE.
PRECEDENTES. ORDEM DENEGADA. 1. A gravidade
concreta do delito ante o modus operandi empregado,
assentada na sentença condenatória, e a possibilidade de
reiteração criminosa são motivos idôneos para a manutenção da
custódia cautelar, a fim de garantir a ordem pública (HC n.
104.699/SP, 1ª Turma, Relatora a Ministra CÁRMEN LÚCIA, DJ
de 23.11.10 e HC n. 103.107/MT, 1ª Turma, Relator o Ministro
Dias Toffoli, DJ de 29.11.10). 2. In casu, o paciente foi preso em
flagrante e, posteriormente, condenado pela prática de abusos
sexuais contra sua neta adotiva, demonstrando a sua
periculosidade social e a possibilidade concreta de reiteração
criminosa ante a relação de ascendência consanguínea com a
mão adotiva da vítima. 3. Parecer do MPF pela denegação da
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HC 107.679 / RJ
da impetração, o juiz, ao indeferir a liberdade provisória, decretou a
prisão cautelar do paciente em decisão fundamentada na garantia da
ordem pública, afetada pela periculosidade do paciente, aferida pelo
modus operandi da prática criminosa, com esteio na manifestação do
Ministério Público Estadual.
A menção à comunicação do flagrante não tem a virtude de
descaracterizar a decisão que indeferiu a liberdade provisória e que
decretou a prisão cautelar, que, arrimada em elementos concretos,
demonstrou a real necessidade dessa medida extrema de cerceio da
liberdade para garantia da ordem pública, induvidosamente ameaçada
pela periculosidade in concreto do paciente, considerado o modus operandi
da prática criminosa, na esteira dos seguintes precedentes desta Corte,
verbis:
“Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS.
ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR CONTRA NETA
ADOTIVA DE NOVE ANOS. PRISÃO PREVENTIVA PARA
GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. PERICULOSIDADE
EVIDENCIADA PELO MODUS OPERANDI. FUNDAMENTOS
IDÔNEAS.
GRAVIDADE
CONCRETA.
SENTENÇA
CONDENATÓRIA.
AUSÊNCIA
DE
ILEGALIDADE.
PRECEDENTES. ORDEM DENEGADA. 1. A gravidade
concreta do delito ante o modus operandi empregado,
assentada na sentença condenatória, e a possibilidade de
reiteração criminosa são motivos idôneos para a manutenção da
custódia cautelar, a fim de garantir a ordem pública (HC n.
104.699/SP, 1ª Turma, Relatora a Ministra CÁRMEN LÚCIA, DJ
de 23.11.10 e HC n. 103.107/MT, 1ª Turma, Relator o Ministro
Dias Toffoli, DJ de 29.11.10). 2. In casu, o paciente foi preso em
flagrante e, posteriormente, condenado pela prática de abusos
sexuais contra sua neta adotiva, demonstrando a sua
periculosidade social e a possibilidade concreta de reiteração
criminosa ante a relação de ascendência consanguínea com a
mão adotiva da vítima. 3. Parecer do MPF pela denegação da
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Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 107.679 / RJ
ordem. Ordem DENEGADA.”
(HC 102.475/SC, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Relator p/
o acórdão Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 16/09/11)
“Ementa:
PROCESSUAL
PENAL.
ATENTADO
VIOLENTO AO PUDOR E CORRUPÇÃO DE MENORES.
PRISÃO PREVENTIVA PARA GARANTIA DA ORDEM
PÚBLICA. PERICULOSIDADE EVIDENCIADA PELA MODUS
OPERANDI. AMEAÇA ÀS VÍTIMAS. FUNDAMENTOS
IDÔNEOS.
GRAVIDADE
CONCRETA.
SENTENÇA
CONDENATÓRIA.
AUSÊNCIA
DE
ILEGALIDADE.
PRECEDENTES. ORDEM DENEGADA. 1. A gravidade
concreta do delito ante o modus operandi empregado,
assentada em sentença condenatória, e a possibilidade de
reiteração criminosa são motivos idôneos para a manutenção da
custódia cautelar, a fim de garantir a ordem pública (HC n.
104.699, 1ª Turma, Relatora a Ministra CÁRMEN LÚCIA, DJ de
23.11.10 e HC n. 103.107/MT, 1ª Turma, Relator o Ministro Dias
Toffoli, DJ de 29.11.10). 2. In casu, o paciente foi preso
preventivamente para garantia da ordem pública, diante das
ameaças às vítimas e da periculosidade evidenciada pelo
modus operandi, porquanto, por mais de três anos, praticou
atos libidinosos com crianças e adolescentes, em troca de
dinheiro, doces, passeios e outros presentes. 3. Parecer do MPF
pela denegação da ordem. 4. Ordem DENEGADA.”
(HC 104.522/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Rel. p/ o
acórdão Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 16/09/11)
“EMENTA: CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL PENAL.
ROUBO QUALIFICADO E SEQUESTRO. PRISÃO
PREVENTIVA. DECISÃO FUNDAMENTADA NA GARANTIA
DA ORDEM PÚBLICA E GRAVIDADE DO DELITO.
ALEGAÇÕES DE INOCÊNCIA E MOTIVAÇÃO INIDÔNEA
PARA FUNDAMENTAR A PRISÃO PREVENTIVA DOS
PACIENTES. AUSÊNCIA DE PLAUSIBILIDADE JURÍDICA
DAS ALEGAÇÕES NESTA IMPETRAÇÃO. PRECEDENTES.
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HC 107.679 / RJ
ordem. Ordem DENEGADA.”
(HC 102.475/SC, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Relator p/
o acórdão Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 16/09/11)
“Ementa:
PROCESSUAL
PENAL.
ATENTADO
VIOLENTO AO PUDOR E CORRUPÇÃO DE MENORES.
PRISÃO PREVENTIVA PARA GARANTIA DA ORDEM
PÚBLICA. PERICULOSIDADE EVIDENCIADA PELA MODUS
OPERANDI. AMEAÇA ÀS VÍTIMAS. FUNDAMENTOS
IDÔNEOS.
GRAVIDADE
CONCRETA.
SENTENÇA
CONDENATÓRIA.
AUSÊNCIA
DE
ILEGALIDADE.
PRECEDENTES. ORDEM DENEGADA. 1. A gravidade
concreta do delito ante o modus operandi empregado,
assentada em sentença condenatória, e a possibilidade de
reiteração criminosa são motivos idôneos para a manutenção da
custódia cautelar, a fim de garantir a ordem pública (HC n.
104.699, 1ª Turma, Relatora a Ministra CÁRMEN LÚCIA, DJ de
23.11.10 e HC n. 103.107/MT, 1ª Turma, Relator o Ministro Dias
Toffoli, DJ de 29.11.10). 2. In casu, o paciente foi preso
preventivamente para garantia da ordem pública, diante das
ameaças às vítimas e da periculosidade evidenciada pelo
modus operandi, porquanto, por mais de três anos, praticou
atos libidinosos com crianças e adolescentes, em troca de
dinheiro, doces, passeios e outros presentes. 3. Parecer do MPF
pela denegação da ordem. 4. Ordem DENEGADA.”
(HC 104.522/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Rel. p/ o
acórdão Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 16/09/11)
“EMENTA: CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL PENAL.
ROUBO QUALIFICADO E SEQUESTRO. PRISÃO
PREVENTIVA. DECISÃO FUNDAMENTADA NA GARANTIA
DA ORDEM PÚBLICA E GRAVIDADE DO DELITO.
ALEGAÇÕES DE INOCÊNCIA E MOTIVAÇÃO INIDÔNEA
PARA FUNDAMENTAR A PRISÃO PREVENTIVA DOS
PACIENTES. AUSÊNCIA DE PLAUSIBILIDADE JURÍDICA
DAS ALEGAÇÕES NESTA IMPETRAÇÃO. PRECEDENTES.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 18
Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 107.679 / RJ
DENEGAÇÃO DA ORDEM. 1. Não se comprovam, nos autos,
constrangimento ilegal a ferir direito dos Pacientes nem
ilegalidade ou abuso de poder a ensejar a concessão da ordem.
2. A custódia cautelar dos Pacientes mostra-se suficientemente
fundamentada, não havendo, portanto, como se reconhecer o
constrangimento, notadamente porque, ao contrário do que se
afirma na petição inicial, existem nos autos elementos
concretos, e não meras conjecturas, que apontam a
periculosidade evidenciada pelo modus operandi do Paciente,
circunstância suficiente para a manutenção da prisão
processual. Precedentes. 3. É firme a jurisprudência deste
Supremo Tribunal Federal no sentido de que as condições
subjetivas favoráveis ao Paciente, tais como emprego lícito,
residência fixa e família constituída, não obstante a segregação
cautelar; e de que o exame da alegada inocência não se coaduna
com a via processual eleita, sendo essa análise reservada aos
processos de conhecimento, nos quais a dilação probatória tem
espaço garantido. Precedentes. 4. Ordem denegada.”
(HC 105.725/SP, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, 1ª Turma,
DJe de 18/08/11)
EMENTA Habeas corpus. Processual penal. Homicídio
duplamente qualificado e ocultação de cadáver. Prisão
preventiva devidamente fundamentada. Gravidade concreta
demonstrada pelo modus operandi e pela coação empreendida
sobre testemunha. Periculosidade do paciente. Cautelaridade
suficientemente demonstrada. Precedentes. 1. A análise da
segregação cautelar do paciente autoriza o reconhecimento de
que existem fundamentos concretos e suficientes para justificar
a privação processual da sua liberdade, nos termos do art. 312
do Código de Processo Penal. 2. É da jurisprudência da Corte o
entendimento segundo o qual, “quando da maneira de
execução do delito sobressair a extrema periculosidade do
agente, abre-se ao decreto de prisão a possibilidade de
estabelecer um vínculo funcional entre o modus operandi do
suposto crime e a garantia da ordem pública” (HC nº
8
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HC 107.679 / RJ
DENEGAÇÃO DA ORDEM. 1. Não se comprovam, nos autos,
constrangimento ilegal a ferir direito dos Pacientes nem
ilegalidade ou abuso de poder a ensejar a concessão da ordem.
2. A custódia cautelar dos Pacientes mostra-se suficientemente
fundamentada, não havendo, portanto, como se reconhecer o
constrangimento, notadamente porque, ao contrário do que se
afirma na petição inicial, existem nos autos elementos
concretos, e não meras conjecturas, que apontam a
periculosidade evidenciada pelo modus operandi do Paciente,
circunstância suficiente para a manutenção da prisão
processual. Precedentes. 3. É firme a jurisprudência deste
Supremo Tribunal Federal no sentido de que as condições
subjetivas favoráveis ao Paciente, tais como emprego lícito,
residência fixa e família constituída, não obstante a segregação
cautelar; e de que o exame da alegada inocência não se coaduna
com a via processual eleita, sendo essa análise reservada aos
processos de conhecimento, nos quais a dilação probatória tem
espaço garantido. Precedentes. 4. Ordem denegada.”
(HC 105.725/SP, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, 1ª Turma,
DJe de 18/08/11)
EMENTA Habeas corpus. Processual penal. Homicídio
duplamente qualificado e ocultação de cadáver. Prisão
preventiva devidamente fundamentada. Gravidade concreta
demonstrada pelo modus operandi e pela coação empreendida
sobre testemunha. Periculosidade do paciente. Cautelaridade
suficientemente demonstrada. Precedentes. 1. A análise da
segregação cautelar do paciente autoriza o reconhecimento de
que existem fundamentos concretos e suficientes para justificar
a privação processual da sua liberdade, nos termos do art. 312
do Código de Processo Penal. 2. É da jurisprudência da Corte o
entendimento segundo o qual, “quando da maneira de
execução do delito sobressair a extrema periculosidade do
agente, abre-se ao decreto de prisão a possibilidade de
estabelecer um vínculo funcional entre o modus operandi do
suposto crime e a garantia da ordem pública” (HC nº
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Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 107.679 / RJ
97.688/MG, Primeira Turma, Relator o Ministro Ayres Britto,
DJe de 27/11/09). 3. Habeas corpus denegado. (HC 103.107/MT,
1ª Turma, Relator o Ministro Dias Toffoli, DJ de 29.11.10).
“HABEAS CORPUS. DIREITO PROCESSUAL PENAL.
PRISÃO PREVENTIVA. DECRETAÇÃO DEVIDAMENTE
FUNDAMENTADA. EXCESSO DE PRAZO DA CUSTÓDIA.
INEXISTÊNCIA. COMPLEXIDADE DO FEITO. PROGRESSÃO
DE
REGIME
PRISIONAL.
NÃO-CONHECIMENTO.
SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. ORDEM DENEGADA. 1.
Adequadamente fundamentada a decisão que decretou a
preventiva, mormente quando se objetiva garantir a aplicação
da lei penal e preservar a ordem pública, nos termos do art. 312
do CPP. 2. A decretação da prisão preventiva do paciente
amparou-se em fatos graves observados na instrução processual
dos delitos antecedentes ao crime de lavagem de capitais,
notadamente pelo modus operandi da empreitada criminosa. 3.
Deve-se considerar, ainda, que a periculosidade do réu constitui
motivo apto à decretação de sua prisão cautelar, com a
finalidade de garantir a ordem pública. Precedentes. 4. A
complexidade da causa deve ser considerada na análise de
eventual excesso de prazo da custódia do acusado. Precedentes.
5. A razoável duração do processo (CF, art. 5º LXXVIII),
portanto, deve, logicamente, ser harmonizada com outros
princípios e valores constitucionalmente adotados no Direito
brasileiro, não podendo ser considerada de maneira isolada e
descontextualizada do caso relacionado à lide penal que se
instaurou a partir da prática dos ilícitos. 6. Conhecer da
possibilidade de progressão de regime levantada pelo
impetrante configuraria inaceitável supressão de instância.
Precedentes. Writ denegado.”
(HC 104.410/GO, Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJe de
30/06/11)
“EMENTA: HABEAS CORPUS. EXCESSO DE PRAZO
JUSTIFICADO PELAS PECULIARIDADES DO PROCESSO E
9
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HC 107.679 / RJ
97.688/MG, Primeira Turma, Relator o Ministro Ayres Britto,
DJe de 27/11/09). 3. Habeas corpus denegado. (HC 103.107/MT,
1ª Turma, Relator o Ministro Dias Toffoli, DJ de 29.11.10).
“HABEAS CORPUS. DIREITO PROCESSUAL PENAL.
PRISÃO PREVENTIVA. DECRETAÇÃO DEVIDAMENTE
FUNDAMENTADA. EXCESSO DE PRAZO DA CUSTÓDIA.
INEXISTÊNCIA. COMPLEXIDADE DO FEITO. PROGRESSÃO
DE
REGIME
PRISIONAL.
NÃO-CONHECIMENTO.
SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. ORDEM DENEGADA. 1.
Adequadamente fundamentada a decisão que decretou a
preventiva, mormente quando se objetiva garantir a aplicação
da lei penal e preservar a ordem pública, nos termos do art. 312
do CPP. 2. A decretação da prisão preventiva do paciente
amparou-se em fatos graves observados na instrução processual
dos delitos antecedentes ao crime de lavagem de capitais,
notadamente pelo modus operandi da empreitada criminosa. 3.
Deve-se considerar, ainda, que a periculosidade do réu constitui
motivo apto à decretação de sua prisão cautelar, com a
finalidade de garantir a ordem pública. Precedentes. 4. A
complexidade da causa deve ser considerada na análise de
eventual excesso de prazo da custódia do acusado. Precedentes.
5. A razoável duração do processo (CF, art. 5º LXXVIII),
portanto, deve, logicamente, ser harmonizada com outros
princípios e valores constitucionalmente adotados no Direito
brasileiro, não podendo ser considerada de maneira isolada e
descontextualizada do caso relacionado à lide penal que se
instaurou a partir da prática dos ilícitos. 6. Conhecer da
possibilidade de progressão de regime levantada pelo
impetrante configuraria inaceitável supressão de instância.
Precedentes. Writ denegado.”
(HC 104.410/GO, Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJe de
30/06/11)
“EMENTA: HABEAS CORPUS. EXCESSO DE PRAZO
JUSTIFICADO PELAS PECULIARIDADES DO PROCESSO E
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Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 107.679 / RJ
SUPERADO PELA PROLAÇÃO DE SENTENÇA. PRESENÇA
DOS REQUISITOS DA PRISÃO PREVENTIVA. ORDEM
DENEGADA. A prisão preventiva do paciente, inicialmente
decretada em três processos, permanece em vigor em apenas
um deles. Nele, o alegado excesso de prazo não se sustenta, seja
por conta das peculiaridades do feito, que demandou a
expedição de cartas precatórias, seja porque, de qualquer
forma, o processo já foi sentenciado. Também não há como
prosperar o argumento de que não estariam satisfeitos os
requisitos da prisão preventiva, uma vez que o magistrado de
primeiro grau, ao decretar a custódia cautelar, ressaltou a
necessidade de garantir-se a ordem pública, dada a
periculosidade demonstrada pelo paciente e demais co-réus,
revelada tanto pelo modus operandi com que o crime foi
praticado, quanto pela ‘notícia nos autos acerca da prática,
pelos mesmos, de outros delitos de roubo executados de forma
semelhante. Ordem denegada.”
(HC 97.891/SP, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda
Turma, DJe de 19/10/10)
In casu, a periculosidade in concreto do paciente e seus comparsas é
patente, porquanto impingiram intenso sofrimento físico e psicológico à
vítima, ao ameaçá-la de morte a todo o momento e ao sufocá-la com um
saco plástico para que revelasse o nome da pessoa que bancaria o resgate,
qual se vê do seguinte trecho da denúncia:
“Por não conseguirem os contatos almejados e a
vantagem pretendida, os acusados continuaram provocando
intenso sofrimento físico e mental na vítima, sendo certo que
um daqueles a sufocou com um saco plástico, ao passo que os
demais agrediram-na fisicamente, dizendo que a mesma não
sairia dali viva.”
Ante o exposto, denego a ordem.
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HC 107.679 / RJ
SUPERADO PELA PROLAÇÃO DE SENTENÇA. PRESENÇA
DOS REQUISITOS DA PRISÃO PREVENTIVA. ORDEM
DENEGADA. A prisão preventiva do paciente, inicialmente
decretada em três processos, permanece em vigor em apenas
um deles. Nele, o alegado excesso de prazo não se sustenta, seja
por conta das peculiaridades do feito, que demandou a
expedição de cartas precatórias, seja porque, de qualquer
forma, o processo já foi sentenciado. Também não há como
prosperar o argumento de que não estariam satisfeitos os
requisitos da prisão preventiva, uma vez que o magistrado de
primeiro grau, ao decretar a custódia cautelar, ressaltou a
necessidade de garantir-se a ordem pública, dada a
periculosidade demonstrada pelo paciente e demais co-réus,
revelada tanto pelo modus operandi com que o crime foi
praticado, quanto pela ‘notícia nos autos acerca da prática,
pelos mesmos, de outros delitos de roubo executados de forma
semelhante. Ordem denegada.”
(HC 97.891/SP, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda
Turma, DJe de 19/10/10)
In casu, a periculosidade in concreto do paciente e seus comparsas é
patente, porquanto impingiram intenso sofrimento físico e psicológico à
vítima, ao ameaçá-la de morte a todo o momento e ao sufocá-la com um
saco plástico para que revelasse o nome da pessoa que bancaria o resgate,
qual se vê do seguinte trecho da denúncia:
“Por não conseguirem os contatos almejados e a
vantagem pretendida, os acusados continuaram provocando
intenso sofrimento físico e mental na vítima, sendo certo que
um daqueles a sufocou com um saco plástico, ao passo que os
demais agrediram-na fisicamente, dizendo que a mesma não
sairia dali viva.”
Ante o exposto, denego a ordem.
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 107.679 RIO DE JANEIRO
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Senhora Presidente, só para registro, eu não tenho como legítima a
prisão fundada em flagrante que não venha a ser posteriormente
reafirmada com fundamentação no 312. No caso, está fundamentada.
Por essa razão, de estar fundamentada no 312, eu também
acompanho o eminente Relator.
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25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 107.679 RIO DE JANEIRO
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Senhora Presidente, só para registro, eu não tenho como legítima a
prisão fundada em flagrante que não venha a ser posteriormente
reafirmada com fundamentação no 312. No caso, está fundamentada.
Por essa razão, de estar fundamentada no 312, eu também
acompanho o eminente Relator.
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Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 107.679
PROCED. : RIO DE JANEIRO
RELATOR : MIN. LUIZ FUX
PACTE.(S) : ANDERSON DONZIETH DA COSTA
IMPTE.(S) : LUIZ GUSTAVO PINTO DA LUZ ALVES DE FARIA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: A Turma denegou a ordem de habeas corpus, nos termos
do voto do Relator. Unânime. Não participou, justificadamente,
deste julgamento, o Senhor Ministro Marco Aurélio. Presidência da
Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1568758
Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 107.679
PROCED. : RIO DE JANEIRO
RELATOR : MIN. LUIZ FUX
PACTE.(S) : ANDERSON DONZIETH DA COSTA
IMPTE.(S) : LUIZ GUSTAVO PINTO DA LUZ ALVES DE FARIA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: A Turma denegou a ordem de habeas corpus, nos termos
do voto do Relator. Unânime. Não participou, justificadamente,
deste julgamento, o Senhor Ministro Marco Aurélio. Presidência da
Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1568758
Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 18
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1590943 | 2011-10-25T00:00:00 | 2011-11-28T00:00:00 | A Turma denegou a ordem de habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Unânime. Não participou, justificadamente, deste julgamento, o Senhor Ministro Marco Aurélio. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011. | HABEAS CORPUS | Ementa: PROCESSUAL PENAL E PENAL. HABEAS CORPUS. EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO (ART. 159, § 1º, DO CÓDIGO PENAL). DEPOIMENTOS DAS TESTEMUNHAS E INTERROGATÓRIO DA VÍTIMA INCONSISTENTES E CONTRADITÓRIOS, A IMPLICAR INOCÊNCIA. TEMA INSUSCETÍVEL DE EXAME NO RITO ESTREITO DO WRIT. LIBERDADE PROVISÓRIA INDEFERIDA COM FUNDAMENTO NA GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA, AFETADA PELA PERICULOSIDADE CONCRETAMENTE DEMONSTRADA PELO MODUS OPERANDI DA PRÁTICA CRIMINOSA. IDONEIDADE. PRECEDENTES. IMPROCEDÊNCIA DA ALEGAÇÃO DE QUE O ÚNICO SUSTENTÁCULO DA PRISÃO É O FLAGRANTE.
1. A periculosidade social do agente, revelada pela natureza do crime e do modus operandi, autoriza a segregação cautelar, após as razões que conduziram à rejeição da liberdade provisória serem confirmadas em severa condenação, fruto da análise percuciente da irrefutável prova de acusação.
2. O tema concernente à inocência do paciente, fundada em inconsistências e contradições nos depoimentos das testemunhas e no interrogatório da vítima, deve ser analisado na ação penal, sob o crivo do contraditório e da ampla defesa, e não no rito estreito do habeas corpus, que não comporta exame aprofundado de fatos e provas (RHC 103.542, Rel. Min. LUIZ FUX, 1ª Turma, DJe de 27/09/11; HC 92.844, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, 2ª Turma, DJe de 19/12/02; HC 90.201, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, 1ª Turma, DJ e de 31/08/07, e HC 89.721, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, 1ª Turma, DJ de 16/02/07).
3. A periculosidade in concreto do paciente, aferida pelo modus operandi da prática criminosa, constitui fundamento idôneo à prisão preventiva para garantia da ordem pública. Precedentes: HC 102.475/SC, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Relator p/ o acórdão Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 16/09/11; HC 104.522/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Rel. p/ o acórdão Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 16/09/11; HC 105.725/SP, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, 1ª Turma, DJe de 18/08/11; HC 103.107/MT, 1ª Turma, Relator o Ministro Dias Toffoli, DJ de 29.11.10; HC 104.410/GO, Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJe de 30/06/11; e HC 97.891/SP, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, DJe de 19/10/10.
4. In casu, o paciente e outros sequestraram a vítima e impingiram a ela intenso sofrimento físico e psicológico, sufocando-a com saco plástico, agredindo-a fisicamente e a ameaçando de morte a todo o instante, caso não declinasse o nome da pessoa que arcaria com os trezentos mil reais exigidos para libertá-la. Presos em flagrante, o paciente foi denunciado e condenado a 15 (quinze) anos de reclusão pelo crime de extorsão mediante sequestro, tipificado no art. 159, § 1º, do Código Penal, mantida a prisão preventiva pelos mesmos fundamentos da decisão que indeferiu a liberdade provisória.
5. O paciente permanece preso não somente em razão do flagrante, mas, antes, porque o Juiz indeferiu a liberdade provisória com fundamento na necessidade da segregação cautelar para garantia da ordem pública, considerada a real periculosidade dele e de e seus comparsas, representada pelo modus operandi da prática delituosa, e que foi reiterada na sentença.
6. Ordem denegada. | sjur201907 | - Acórdãos citados: RHC 89721, HC 90201, HC 92844, HC
97891, HC 102475, HC 103107, RHC 103542, HC 104552, HC 105725.
- Decisão monocrática citada: HC 104410.
Número de páginas: 18.
Análise: 05/12/2011, MMR. | LUIZ FUX | Primeira Turma | 107679 | [
"LEG-FED DEL-002848 ANO-1940\r\n ART-00159 PAR-00001 \r\n CP-1940 CÓDIGO PENAL\r\n",
"LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\r\n ART-00312 \r\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL"
] | HC | acordaos | HC 107679 | [
""
] | PACTE.(S) : ANDERSON DONZIETH DA COSTA
IMPTE.(S) : LUIZ GUSTAVO PINTO DA LUZ ALVES DE FARIA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 107 . 679",
"RHC 103 . 542",
"HC 92 . 844",
"HC 90 . 201",
"HC 89 . 721",
"HC 107 . 679 / RJ",
"HC 102 . 475 / SC",
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"HC 103 . 107 / MT",
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"HC 102 . 475 / SC",
"HC 104 . 522 / MG",
"HC 105 . 725 / SP",
"HC 103 . 107 / MT",
"HC 104 . 410 / GO",
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"HC 107 . 679 / RJ",
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"HABEAS CORPUS 107 . 679",
"HC 107 . 679 / RJ",
"HC 107 . 679 / RJ",
"HC 107 . 679 / RJ",
"HC 107 . 679 / RJ",
"HABEAS CORPUS 107 . 679",
"HABEAS CORPUS 107 . 679",
"HC 107 . 679 / RJ",
"HC 107 . 679 / RJ",
"HC 107 . 679 / RJ",
"HC 107 . 679 / RJ",
"HC 107 . 679 / RJ",
"RSTJ 104 / 475",
"HC 107 . 679 / RJ",
"RSTJ 104 / 475",
"HC 107 . 679 / RJ",
"HC 74 . 792 - 1 - SP",
"RT 686 / 388",
"HC 107 . 679 / RJ",
"HC 74 . 792 - 1 -",
"RT 686 / 388",
"HC 107 . 679 / RJ",
"HC n . 104 . 699 / SP",
"HC n . 103 . 107 / MT",
"HC 107 . 679 / RJ",
"HC n . 104 . 699 / SP",
"HC n . 103 . 107 / MT",
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"HC n . 103 . 107 / MT",
"HC 104 . 522 / MG",
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"HC n . 103 . 107 / MT",
"HC 104 . 522 / MG",
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"HC 105 . 725 / SP",
"HC [UNK] 8 Supremo Tribunal Federal",
"HC 107 . 679 / RJ",
"HC 105 . 725 / SP",
"HC [UNK] 8 Supremo Tribunal Federal",
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],
"LEGISLACAO": [
"ART . 159 , § [UNK] , DO CÓDIGO PENAL",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 159 , § [UNK] , do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 159 , § [UNK] , do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo [UNK] , caput , c / c inciso II , da Lei [UNK] 8 . 072 / 90",
"Lei [UNK] 11 . 464 / 07",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo [UNK] , caput , c / c inciso II , da Lei [UNK] 8 . 072 / 90",
"Lei [UNK] 11 . 464 / 07",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 159 , § [UNK] do Código Penal1",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 311 e 312 do Código de Processo Penal",
"Lei n . 11 . 464 / 07",
"artigo [UNK] da Lei n . 8 . 072 / 90",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 311 e 312 do Código de Processo Penal",
"Lei n . 11 . 464 / 07",
"artigo [UNK] da Lei n . 8 . 072 / 90",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 288 , parágrafo único , art . 159 , § [UNK] , ambos do Código 3",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 288 , parágrafo único , art . 159 , § [UNK] , ambos do Código 3",
"MP n° 2 .",
"art . 14 , da Lei 10 . 826 / 03",
"art . [UNK] , inc . I , alínea ‘ a ’ , da Lei 9455 / 97",
"art . 159 , § [UNK] , do CP",
"art . 14 , da Lei 10 . 826 / 03",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 14 , da Lei 10 . 826 / 03",
"art . [UNK] , inc . I , alínea ‘ a ’ , da Lei 9455 / 97",
"art . 159 , § [UNK] , do CP",
"art . 14 , da Lei 10 . 826 / 03",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso LXI do art . [UNK] , da Constituição",
"art . 27 , § [UNK] , da Lei [UNK]",
"8",
".",
"038",
"/",
"90",
"CF , art . [UNK] , LVII",
"Constituição da República ( art . [UNK] , LXI )",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso LXI do art . [UNK] , da Constituição",
"art . 27 , § [UNK] , da Lei [UNK] 8 . 038 / 90",
"CF , art . [UNK] , LVII",
"Constituição da República ( art . [UNK] , LXI )",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do CPP",
"CF , art . [UNK] LXXVIII",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do CPP",
"CF , art . [UNK] LXXVIII",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"RIO DE JANEIRO",
"Brasília",
"Brasília",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"Associação",
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"RIO DE JANEIRO",
"Favela do Rato",
"Engenho Novo",
"Rio de Janeiro , RJ",
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"Avenida Dom Helder Câmara",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO"
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"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"Primeira Turma",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Primeira",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
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"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
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"-",
"Brasil",
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"PRIMEIRA TURMA",
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"Ministério Público",
"Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro",
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"-",
"Brasil",
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"PRIMEIRA TURMA",
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"Associação de Moradores da Comunidade Dois de Maio",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
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"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Brasil",
"McDonald",
"’",
"s",
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"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"McDonald",
"’",
"s",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"STF",
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"STF",
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"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
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],
"PESSOA": [
"LUIZ FUX",
"ANDERSON DONZIETH DA COSTA",
"LUIZ GUSTAVO PINTO DA LUZ ALVES DE FARIA",
"LUIZ FUX",
"JOAQUIM BARBOSA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"MARCO AURÉLIO",
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"MARCO AURÉLIO",
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"Dias Toffoli",
"ELLEN GRACIE",
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"MARCO AURÉLIO",
"LUIZ FUX",
"MARCO AURÉLIO",
"LUIZ FUX",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Dias Toffoli",
"ELLEN GRACIE",
"JOAQUIM BARBOSA",
"Cármen Lúcia",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"ANDERSON DONZIETH DA COSTA",
"LUIZ GUSTAVO PINTO DA LUZ ALVES DE FARIA",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"ANDERSON DONZIETH DA COSTA",
"LUIZ GUSTAVO PINTO DA LUZ ALVES DE FARIA",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"Cláudia Guimarães",
"DANIEL HENRIQUE",
"LUIZ FUX",
"Cláudia Guimarães",
"DANIEL HENRIQUE",
"LUIZ FUX",
"THACA",
"Barata ’",
"ANDERSON LUIZ",
"THACA",
"‘",
"Barata ’",
"ANDERSON LUIZ",
"LUIZ FUX",
"Peterson de Tal ’",
"Peterson de Tal ’",
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"ANDERSON DONIZETH DA COSTA",
"Anderson Donizeth",
"ANDERSON DONIZETH DA COSTA",
"Anderson Donizeth",
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"CÁRMEN LÚCIA",
"Dias Toffoli",
"LUIZ FUX",
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"LUIZ FUX",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Dias Toffoli",
"MARCO AURÉLIO",
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"MARCO AURÉLIO",
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"Dias Toffoli",
"MARCO AURÉLIO",
"LUIZ FUX",
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"ELLEN GRACIE",
"Ayres Britto",
"Dias Toffoli",
"ELLEN GRACIE",
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"JOAQUIM BARBOSA",
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"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
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"ANDERSON DONZIETH DA COSTA",
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"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
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"LUIZ GUSTAVO PINTO DA LUZ ALVES DE FARIA",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Paulo de Tarso Braz Lucas",
"Carmen Lilian"
],
"TEMPO": [
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"27",
"/",
"09",
"/",
"11",
"19",
"/",
"12",
"/",
"02",
"31",
"/",
"08",
"/",
"07",
"16",
"/",
"02",
"/",
"07",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"28",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"16",
"/",
"09",
"/",
"11",
"16",
"/",
"09",
"/",
"11",
"18",
"/",
"08",
"/",
"11",
"29",
".",
"11",
".",
"10",
"30",
"/",
"06",
"/",
"11",
"19",
"/",
"10",
"/",
"10",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
"/",
"09",
"/",
"11",
"16",
"/",
"09",
"/",
"11",
"18",
"/",
"08",
"/",
"11",
"29",
".",
"11",
".",
"10",
"30",
"/",
"06",
"/",
"11",
"19",
"/",
"10",
"/",
"10",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
"/",
"03",
"/",
"10",
"24",
"/",
"03",
"/",
"10",
"07",
"/",
"04",
"/",
"10",
"13",
"/",
"05",
"/",
"10",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
"/",
"03",
"/",
"10",
"24",
"/",
"03",
"/",
"10",
"07",
"/",
"04",
"/",
"10",
"13",
"/",
"05",
"/",
"10",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"17",
"/",
"03",
"/",
"2010",
"17",
"/",
"03",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"17",
"/",
"03",
"/",
"2010",
"17",
"/",
"03",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
"/",
"03",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
"/",
"03",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
"/",
"03",
"/",
"10",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
"/",
"03",
"/",
"10",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
"-",
"6",
"-",
"97",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"20",
"-",
"6",
"-",
"97",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"23",
".",
"11",
".",
"10",
"29",
".",
"11",
".",
"10",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"23",
".",
"11",
".",
"10",
"29",
".",
"11",
".",
"10",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
"/",
"09",
"/",
"11",
"23",
".",
"11",
".",
"10",
"29",
".",
"11",
".",
"10",
"16",
"/",
"09",
"/",
"11",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
"/",
"09",
"/",
"11",
"23",
".",
"11",
".",
"10",
"29",
".",
"11",
".",
"10",
"16",
"/",
"09",
"/",
"11",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
"/",
"08",
"/",
"11",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
"/",
"08",
"/",
"11",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"27",
"/",
"11",
"/",
"09",
"29",
".",
"11",
".",
"10",
"30",
"/",
"06",
"/",
"11",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"27",
"/",
"11",
"/",
"09",
"29",
".",
"11",
".",
"10",
"30",
"/",
"06",
"/",
"11",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
"/",
"10",
"/",
"10",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
"/",
"10",
"/",
"10",
"24",
"/",
"08",
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"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
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"2001",
"25",
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"10",
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"2011",
"24",
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"08",
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"2001",
"25",
".",
"10",
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"2011",
"24",
"/",
"08",
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"2001",
"25",
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"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 105.905 MATO GROSSO DO SUL
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
PACTE.(S)
:EDISON ALVARES DE LIMA
IMPTE.(S)
:RICARDO TRAD E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES)
:RELATOR DA RCL 3364 DO SUPERIOR TRIBUNAL
DE JUSTIÇA
SENTENÇA OU ATO DE JUÍZO ESTRANGEIRO – BENS –
SEQUESTRO E EXPROPRIAÇÃO – EXECUÇÃO NO TERRITÓRIO
BRASILEIRO – FORMALIDADE ESSENCIAL. A teor do disposto no
artigo 105, inciso I, alínea “i”, da Constituição Federal e presente o artigo
15 da Lei de Introdução ao Código Civil brasileiro, ato de Juízo
estrangeiro a implicar constrição deve ser examinado pelo Superior
Tribunal de Justiça. Descabe apresentá-lo diretamente a Juízo Federal,
objetivando o implemento. A atuação deste último, conforme o artigo 109,
inciso X, da Carta da República, pressupõe o exequátur.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em conceder a ordem de
habeas corpus para afastar o ato de constrição, sem prejuízo de submissão
do pleito ao Superior Tribunal de Justiça, na forma da legislação vigente,
nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão presidida
pela Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das
respectivas notas taquigráficas.
Brasília, 11 de outubro de 2011.
MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1541770.
Supremo Tribunal Federal
DJe 17/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 15
Relatório
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 105.905 MATO GROSSO DO SUL
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
PACTE.(S)
:EDISON ALVARES DE LIMA
IMPTE.(S)
:RICARDO TRAD E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES)
:RELATOR DA RCL 3364 DO SUPERIOR TRIBUNAL
DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto a título de
relatório as informações prestadas pela Assessoria:
Ao deferir parcialmente a medida acauteladora, Vossa
Excelência assim resumiu a espécie:
SENTENÇA
ESTRANGEIRA
SEQUESTRO
DE
BENS
HOMOLOGAÇÃO
VERSUS
COOPERAÇÃO DIRETA DE JUÍZO
FEDERAL RELEVÂNCIA E RISCO
DEMONSTRADOS ATUAÇÃO DO
RELATOR LIMINAR PARCIALMENTE
DEFERIDA.
1. A Assessoria prestou as seguintes informações:
O paciente e os corréus foram condenados pela
Justiça da República do Paraguai por roubo, lavagem
de dinheiro e associação criminosa. Estando o
paciente no Brasil e tendo ele supostamente
adquirido bens com valor proveniente do crime, cujo
montante totaliza US$ 11.132.100,00 (onze milhões,
cento e trinta e dois mil e cem dólares), o Governo
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Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 105.905 MATO GROSSO DO SUL
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
PACTE.(S)
:EDISON ALVARES DE LIMA
IMPTE.(S)
:RICARDO TRAD E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES)
:RELATOR DA RCL 3364 DO SUPERIOR TRIBUNAL
DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto a título de
relatório as informações prestadas pela Assessoria:
Ao deferir parcialmente a medida acauteladora, Vossa
Excelência assim resumiu a espécie:
SENTENÇA
ESTRANGEIRA
SEQUESTRO
DE
BENS
HOMOLOGAÇÃO
VERSUS
COOPERAÇÃO DIRETA DE JUÍZO
FEDERAL RELEVÂNCIA E RISCO
DEMONSTRADOS ATUAÇÃO DO
RELATOR LIMINAR PARCIALMENTE
DEFERIDA.
1. A Assessoria prestou as seguintes informações:
O paciente e os corréus foram condenados pela
Justiça da República do Paraguai por roubo, lavagem
de dinheiro e associação criminosa. Estando o
paciente no Brasil e tendo ele supostamente
adquirido bens com valor proveniente do crime, cujo
montante totaliza US$ 11.132.100,00 (onze milhões,
cento e trinta e dois mil e cem dólares), o Governo
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 15
Relatório
HC 105.905 / MS
paraguaio formalizou pedido de extradição do
nacional brasileiro e de sequestro dos bens por ele
adquiridos.
A Advocacia Geral da União cientificou ao
Estado requerente a impossibilidade de conceder-se
a extradição e, em seguida, propôs medida cautelar
visando o atendimento do segundo pedido
formulado pelo Governo paraguaio: o sequestro de
bens.
O Juiz Federal da 3ª Vara da Seção Judiciária de
Mato Grosso do Sul deferiu o pedido de sequestro de
bens, em face do disposto no artigo 2º, letra f,
combinado com o artigo 22, do Protocolo de
Assistência Mútua em Assuntos Penais (Acordo de
Cooperação Internacional).
O paciente propôs reclamação no Superior
Tribunal de Justiça. Sustentou a impossibilidade
absoluta da atuação do Juiz Federal no deferimento
das diligências requeridas por Estado estrangeiro,
pois aos juízes federais compete única e
exclusivamente executar a carta rogatória, após o
exequátur. Assim, teria havido usurpação da
competência do Superior Tribunal.
O Ministro Presidente do Superior Tribunal de
Justiça acolheu o pedido de liminar, apenas para
suspender a praça, mantendo-se, até ulterior
deliberação, a determinação de sequestro dos bens e
a designação do fiel depositário.
A União interpôs agravo regimental,
argumentando ser prescindível no caso a atuação do
Superior Tribunal de Justiça, por cuidar-se de auxílio
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.905 / MS
paraguaio formalizou pedido de extradição do
nacional brasileiro e de sequestro dos bens por ele
adquiridos.
A Advocacia Geral da União cientificou ao
Estado requerente a impossibilidade de conceder-se
a extradição e, em seguida, propôs medida cautelar
visando o atendimento do segundo pedido
formulado pelo Governo paraguaio: o sequestro de
bens.
O Juiz Federal da 3ª Vara da Seção Judiciária de
Mato Grosso do Sul deferiu o pedido de sequestro de
bens, em face do disposto no artigo 2º, letra f,
combinado com o artigo 22, do Protocolo de
Assistência Mútua em Assuntos Penais (Acordo de
Cooperação Internacional).
O paciente propôs reclamação no Superior
Tribunal de Justiça. Sustentou a impossibilidade
absoluta da atuação do Juiz Federal no deferimento
das diligências requeridas por Estado estrangeiro,
pois aos juízes federais compete única e
exclusivamente executar a carta rogatória, após o
exequátur. Assim, teria havido usurpação da
competência do Superior Tribunal.
O Ministro Presidente do Superior Tribunal de
Justiça acolheu o pedido de liminar, apenas para
suspender a praça, mantendo-se, até ulterior
deliberação, a determinação de sequestro dos bens e
a designação do fiel depositário.
A União interpôs agravo regimental,
argumentando ser prescindível no caso a atuação do
Superior Tribunal de Justiça, por cuidar-se de auxílio
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 15
Relatório
HC 105.905 / MS
direto
e
de
pedido
administrativo
intergovernamental
fundado
em
tratado
internacional de cooperação judiciária, do qual é
exemplo o Protocolo de Assistência Jurídica Mútua
em Assuntos Penais. Afirma, por isso, mostrar-se
desnecessária a concessão de exequátur.
As razões do recurso foram acolhidas pelo
Presidente do Superior Tribunal de Justiça. Sua
Excelência trouxe à colação precedente na
Reclamação nº 2645/SP no sentido da possibilidade
de cumprimento de pedido de cooperação jurídica
internacional sem a atuação do Superior Tribunal.
Desse modo, o pleito deveria ser cumprido por meio
de auxílio direto, previsto no parágrafo único do
artigo 7º da Resolução nº 7/2005/STJ, segundo o qual
os pedidos de cooperação jurídica internacional que
tiverem por objeto atos que não ensejem juízo de
delibação do Superior Tribunal, ainda que
denominados como carta rogatória, serão
encaminhados ou devolvidos ao Ministério da
Justiça para as providências necessárias ao
cumprimento por auxílio direto.
Ressaltou que, não dependendo de autorização
jurídica o sequestro de bens, incumbe à Advocacia
Geral da União provocar o Judiciário para obtê-la,
como ocorrido no caso em exame. Sua Excelência,
então, cassou a liminar, julgou prejudicado o agravo
regimental e negou seguimento à reclamação.
Neste processo, os impetrantes voltam-se
contra essa decisão. Sustentam a necessidade de
concessão de exequátur e, em decorrência, a
impossibilidade de dar cumprimento à diligência ou
à prática de atos requeridos por Estado estrangeiro
3
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.905 / MS
direto
e
de
pedido
administrativo
intergovernamental
fundado
em
tratado
internacional de cooperação judiciária, do qual é
exemplo o Protocolo de Assistência Jurídica Mútua
em Assuntos Penais. Afirma, por isso, mostrar-se
desnecessária a concessão de exequátur.
As razões do recurso foram acolhidas pelo
Presidente do Superior Tribunal de Justiça. Sua
Excelência trouxe à colação precedente na
Reclamação nº 2645/SP no sentido da possibilidade
de cumprimento de pedido de cooperação jurídica
internacional sem a atuação do Superior Tribunal.
Desse modo, o pleito deveria ser cumprido por meio
de auxílio direto, previsto no parágrafo único do
artigo 7º da Resolução nº 7/2005/STJ, segundo o qual
os pedidos de cooperação jurídica internacional que
tiverem por objeto atos que não ensejem juízo de
delibação do Superior Tribunal, ainda que
denominados como carta rogatória, serão
encaminhados ou devolvidos ao Ministério da
Justiça para as providências necessárias ao
cumprimento por auxílio direto.
Ressaltou que, não dependendo de autorização
jurídica o sequestro de bens, incumbe à Advocacia
Geral da União provocar o Judiciário para obtê-la,
como ocorrido no caso em exame. Sua Excelência,
então, cassou a liminar, julgou prejudicado o agravo
regimental e negou seguimento à reclamação.
Neste processo, os impetrantes voltam-se
contra essa decisão. Sustentam a necessidade de
concessão de exequátur e, em decorrência, a
impossibilidade de dar cumprimento à diligência ou
à prática de atos requeridos por Estado estrangeiro
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 15
Relatório
HC 105.905 / MS
com base em Acordo de Cooperação Mútua
Internacional. Acentuam que entendimento em
sentido contrário violaria o princípio do juiz natural
e o do devido processo legal. Ressaltam competir aos
juízes federais, nos termos da Constituição artigo
109, inciso X, a execução de cartas rogatórias após o
deferimento do exequátur, anotando que conclusão
diversa implicaria ofensa à competência
constitucional do Superior Tribunal de Justiça.
Pedem a concessão de liminar para suspender o
ato executório do sequestro de bens, em curso no
Juízo Federal da 3ª Vara da Seção Judiciária de Mato
Grosso do Sul Processo nº 2006.60.05.000398-8,
determinando-se que os bens sequestrados sejam
restituídos ao reclamante, na condição de fiel
depositário, até decisão final do habeas. No mérito,
pleiteiam a confirmação da providência.
[...]
Brasília residência, 3 de novembro de 2010, às 11h15.
A Procuradoria Geral da República destaca a existência
dos meios clássicos de cooperação jurídica internacional – carta
rogatória, sentença estrangeira e extradição – e enfatiza o uso
da assistência direta ou do auxílio direto como meio moderno
de cooperação no combate ao crime, tornando desnecessária,
inicialmente, a atuação de autoridades diplomáticas ou judiciais
para a implementação. Ressalta não haver decisão ou
determinação estrangeira a ser executada no território nacional,
mas tão somente pedido à autoridade judicial brasileira para
pronunciar-se sobre o sequestro dos bens do paciente.
Transcreve trecho de acórdão de caso análogo julgado pelo
Superior Tribunal de Justiça, proferido no Agravo Regimental
em Carta Rogatória nº 998/IT. Cita o artigo 7º da Resolução nº 9,
4
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.905 / MS
com base em Acordo de Cooperação Mútua
Internacional. Acentuam que entendimento em
sentido contrário violaria o princípio do juiz natural
e o do devido processo legal. Ressaltam competir aos
juízes federais, nos termos da Constituição artigo
109, inciso X, a execução de cartas rogatórias após o
deferimento do exequátur, anotando que conclusão
diversa implicaria ofensa à competência
constitucional do Superior Tribunal de Justiça.
Pedem a concessão de liminar para suspender o
ato executório do sequestro de bens, em curso no
Juízo Federal da 3ª Vara da Seção Judiciária de Mato
Grosso do Sul Processo nº 2006.60.05.000398-8,
determinando-se que os bens sequestrados sejam
restituídos ao reclamante, na condição de fiel
depositário, até decisão final do habeas. No mérito,
pleiteiam a confirmação da providência.
[...]
Brasília residência, 3 de novembro de 2010, às 11h15.
A Procuradoria Geral da República destaca a existência
dos meios clássicos de cooperação jurídica internacional – carta
rogatória, sentença estrangeira e extradição – e enfatiza o uso
da assistência direta ou do auxílio direto como meio moderno
de cooperação no combate ao crime, tornando desnecessária,
inicialmente, a atuação de autoridades diplomáticas ou judiciais
para a implementação. Ressalta não haver decisão ou
determinação estrangeira a ser executada no território nacional,
mas tão somente pedido à autoridade judicial brasileira para
pronunciar-se sobre o sequestro dos bens do paciente.
Transcreve trecho de acórdão de caso análogo julgado pelo
Superior Tribunal de Justiça, proferido no Agravo Regimental
em Carta Rogatória nº 998/IT. Cita o artigo 7º da Resolução nº 9,
4
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1541771.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 15
Relatório
HC 105.905 / MS
de 4 de maio de 2005, do Superior Tribunal de Justiça, a
autorizar a concessão de auxílio direto ao Estado estrangeiro
quando dispensável a deliberação por aquela Corte Superior e
esclarece sobre a impossibilidade, já aventada pela Advocacia-
Geral da União, de concessão de extradição de brasileiro. Opina
pelo indeferimento da ordem.
Lancei visto no processo em 30 de setembro de 2011, liberando-o
para ser julgado na Turma a partir de 11 de outubro seguinte, isso
objetivando a ciência dos impetrantes.
É o relatório.
5
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.905 / MS
de 4 de maio de 2005, do Superior Tribunal de Justiça, a
autorizar a concessão de auxílio direto ao Estado estrangeiro
quando dispensável a deliberação por aquela Corte Superior e
esclarece sobre a impossibilidade, já aventada pela Advocacia-
Geral da União, de concessão de extradição de brasileiro. Opina
pelo indeferimento da ordem.
Lancei visto no processo em 30 de setembro de 2011, liberando-o
para ser julgado na Turma a partir de 11 de outubro seguinte, isso
objetivando a ciência dos impetrantes.
É o relatório.
5
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 15
Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 105.905 MATO GROSSO DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Ao
deferir parcialmente a medida acauteladora, deixando de fazê-lo quanto à
liberação dos bens e afastando apenas atos expropriatórios, ressaltei:
[...]
2. Iniludivelmente, trata-se de ato de constrição,
alcançando os bens do paciente, a ser implementado, no
território brasileiro, ante o que previsto em sentença
estrangeira. Segundo decorre da Constituição Federal, compete
ao Superior Tribunal de Justiça, como antes cabia ao Supremo
fazer, a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de
exequátur às cartas rogatórias artigo 105, inciso I, alínea i. Aos
juízes federais cumpre a execução de carta rogatória e de
sentença estrangeira após o exequátur e a homologação inciso X
do artigo 109 também da Carta da República. De início,
protocolo de assistência mútua em assuntos penais, acordo de
cooperação internacional, não se sobrepõe aos ditames
constitucionais.
[...]
Esse entendimento é robustecido pelo fato de, como consignado, a
Lei Maior jungir a execução de atos no território brasileiro, decorrentes de
pronunciamento de órgão ou autoridade judiciária estrangeira, ao crivo
do Superior Tribunal de Justiça. A circunstância de haver acordo de
cooperação entre os países não prescinde da formalidade essencial – o
exame do citado Tribunal. A ele incumbe hoje – como, até a Carta de 1988,
cabia ao Supremo – verificar a observância dos requisitos previstos no
artigo 15 da norma de sobredireito que é a Lei de Introdução ao Código
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Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 105.905 MATO GROSSO DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Ao
deferir parcialmente a medida acauteladora, deixando de fazê-lo quanto à
liberação dos bens e afastando apenas atos expropriatórios, ressaltei:
[...]
2. Iniludivelmente, trata-se de ato de constrição,
alcançando os bens do paciente, a ser implementado, no
território brasileiro, ante o que previsto em sentença
estrangeira. Segundo decorre da Constituição Federal, compete
ao Superior Tribunal de Justiça, como antes cabia ao Supremo
fazer, a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de
exequátur às cartas rogatórias artigo 105, inciso I, alínea i. Aos
juízes federais cumpre a execução de carta rogatória e de
sentença estrangeira após o exequátur e a homologação inciso X
do artigo 109 também da Carta da República. De início,
protocolo de assistência mútua em assuntos penais, acordo de
cooperação internacional, não se sobrepõe aos ditames
constitucionais.
[...]
Esse entendimento é robustecido pelo fato de, como consignado, a
Lei Maior jungir a execução de atos no território brasileiro, decorrentes de
pronunciamento de órgão ou autoridade judiciária estrangeira, ao crivo
do Superior Tribunal de Justiça. A circunstância de haver acordo de
cooperação entre os países não prescinde da formalidade essencial – o
exame do citado Tribunal. A ele incumbe hoje – como, até a Carta de 1988,
cabia ao Supremo – verificar a observância dos requisitos previstos no
artigo 15 da norma de sobredireito que é a Lei de Introdução ao Código
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 15
Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
HC 105.905 / MS
Civil brasileiro. Eis o preceito, cujo parágrafo único foi revogado
mediante a Lei nº 12.036, de 1º de outubro de 2009:
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no
estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido os partes citadas ou haver-se
legalmente verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das
formalidades necessárias para a execução no lugar em que
foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal
Federal.
Parágrafo único. Não dependem de homologação as
sentenças meramente declaratórias do estado das pessoas.
Conforme já salientei, a incumbência outrora atribuída ao Supremo
passou ao Superior Tribunal de Justiça. Observem que, na espécie, há
envolvimento de ato constitutivo, ou seja, de sequestro seguido de
expropriação, não se enquadrando o caso na exceção do antigo parágrafo
único do artigo transcrito. A automaticidade empreendida, postulando-se
as providências diretamente perante o Juízo Federal, não se enquadra no
que previsto na legislação brasileira, implicando insegurança para os
cidadãos em geral. Precedente: Habeas Corpus nº 85.588-1/RJ. Vale
ressaltar, mais, que, segundo o artigo 7º do Protocolo de Assistência
Jurídica Mútua em Assuntos Penais do Mercosul, o “processamento das
solicitações será regido pela lei do Estado requerido e de acordo com as
disposições do presente Protocolo”.
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.905 / MS
Civil brasileiro. Eis o preceito, cujo parágrafo único foi revogado
mediante a Lei nº 12.036, de 1º de outubro de 2009:
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no
estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido os partes citadas ou haver-se
legalmente verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das
formalidades necessárias para a execução no lugar em que
foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal
Federal.
Parágrafo único. Não dependem de homologação as
sentenças meramente declaratórias do estado das pessoas.
Conforme já salientei, a incumbência outrora atribuída ao Supremo
passou ao Superior Tribunal de Justiça. Observem que, na espécie, há
envolvimento de ato constitutivo, ou seja, de sequestro seguido de
expropriação, não se enquadrando o caso na exceção do antigo parágrafo
único do artigo transcrito. A automaticidade empreendida, postulando-se
as providências diretamente perante o Juízo Federal, não se enquadra no
que previsto na legislação brasileira, implicando insegurança para os
cidadãos em geral. Precedente: Habeas Corpus nº 85.588-1/RJ. Vale
ressaltar, mais, que, segundo o artigo 7º do Protocolo de Assistência
Jurídica Mútua em Assuntos Penais do Mercosul, o “processamento das
solicitações será regido pela lei do Estado requerido e de acordo com as
disposições do presente Protocolo”.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 15
Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
HC 105.905 / MS
Concedo a ordem para determinar que o Superior Tribunal de
Justiça aprecie o que pretendido na Reclamação nº 3.364, prevalecendo,
até então, a liminar deferida neste habeas para afastar o ato de constrição
implementado pelo Juízo, sem o prejuízo de o pedido formulado pelo
Estado paraguaio ser submetido ao Superior Tribunal de Justiça.
É como voto.
3
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.905 / MS
Concedo a ordem para determinar que o Superior Tribunal de
Justiça aprecie o que pretendido na Reclamação nº 3.364, prevalecendo,
até então, a liminar deferida neste habeas para afastar o ato de constrição
implementado pelo Juízo, sem o prejuízo de o pedido formulado pelo
Estado paraguaio ser submetido ao Superior Tribunal de Justiça.
É como voto.
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 15
Voto - MIN. LUIZ FUX
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 105.905 MATO GROSSO DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, egrégia
Turma, ilustre representante do Ministério Público, senhores advogados.
Esse talvez seja um dos temas mais palpitantes da modernidade em
relação à cooperação direta e auxílio direto por força dessas organizações
criminosas transnacionais. O Brasil é signatário inclusive da Convenção
das Nações Unidas contra a Corrupção, onde há previsão desse auxílio
direto. Mas, não obstante esse aspecto - e eu estava no Superior Tribunal
de Justiça quando foi editada a Resolução nº 7, que permite exatamente
essa cooperação direta, e, na época, tratava-se de um caso muito
emblemático, porquanto o Ministério Público de um determinado país
signatário dessa Convenção solicitara do Ministério Público do Brasil a
entrega de uma prova, que fora entregue, e a Corte Especial do Superior
Tribunal de Justiça entendeu que aquele auxílio direto dispensaria a Carta
rogatória porque não se trataria de sentença - aquele aresto tornou-se
emblemático porque hoje é uma praxe essa cooperação direta. Quer dizer,
talvez seja um dos instrumentos mais eficientes de cooperação
internacional para coibir esses delitos transnacionais.
Mas o Ministro Marco Aurélio tocou num aspecto muito importante,
muito interessante com a sua percuciente visão que lhe é peculiar. É que,
na verdade, esse sequestro, ele faz as vezes de uma reparação do dano, ex
delito, porque o que se pretende é que esse dinheiro, fruto do delito
praticado, seja revertido de onde ele provém. Ora, evidentemente que
essa medida requerida não é uma medida de cooperação direta, de
auxílio direto, de troca de provas. Isso é uma medida de execução de uma
sentença penal condenatória que precisa ser submetida à delibação da
jurisdição nacional. Anteriormente era competência do Supremo Tribunal
Federal e agora é competência do Superior Tribunal de Justiça.
Então, até comecei pelo final, porque realmente essa é uma questão
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 105.905 MATO GROSSO DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, egrégia
Turma, ilustre representante do Ministério Público, senhores advogados.
Esse talvez seja um dos temas mais palpitantes da modernidade em
relação à cooperação direta e auxílio direto por força dessas organizações
criminosas transnacionais. O Brasil é signatário inclusive da Convenção
das Nações Unidas contra a Corrupção, onde há previsão desse auxílio
direto. Mas, não obstante esse aspecto - e eu estava no Superior Tribunal
de Justiça quando foi editada a Resolução nº 7, que permite exatamente
essa cooperação direta, e, na época, tratava-se de um caso muito
emblemático, porquanto o Ministério Público de um determinado país
signatário dessa Convenção solicitara do Ministério Público do Brasil a
entrega de uma prova, que fora entregue, e a Corte Especial do Superior
Tribunal de Justiça entendeu que aquele auxílio direto dispensaria a Carta
rogatória porque não se trataria de sentença - aquele aresto tornou-se
emblemático porque hoje é uma praxe essa cooperação direta. Quer dizer,
talvez seja um dos instrumentos mais eficientes de cooperação
internacional para coibir esses delitos transnacionais.
Mas o Ministro Marco Aurélio tocou num aspecto muito importante,
muito interessante com a sua percuciente visão que lhe é peculiar. É que,
na verdade, esse sequestro, ele faz as vezes de uma reparação do dano, ex
delito, porque o que se pretende é que esse dinheiro, fruto do delito
praticado, seja revertido de onde ele provém. Ora, evidentemente que
essa medida requerida não é uma medida de cooperação direta, de
auxílio direto, de troca de provas. Isso é uma medida de execução de uma
sentença penal condenatória que precisa ser submetida à delibação da
jurisdição nacional. Anteriormente era competência do Supremo Tribunal
Federal e agora é competência do Superior Tribunal de Justiça.
Então, até comecei pelo final, porque realmente essa é uma questão
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Voto - MIN. LUIZ FUX
HC 105.905 / MS
que me pareceu muito bem-posta pelo voto do Ministro Marco Aurélio.
Eu sopesaria, e talvez até pensando alto, que também, de uma certa
forma, é intransponível a preliminar do Ministério Público, porque
recentemente foi publicado um informativo, um acórdão com tintas fortes
do Ministro Celso de Mello, sobre a utilização promíscua do habeas
corpus para a hipótese em que não estava em jogo a liberdade de ir e vir.
Mas entendo que, neste caso, temos que fazer um balanceamento dos
interesses em jogo. Há uma questão formal que é o descabimento do
habeas corpus
para questões relativas ao patrimônio. Aliás,
historicamente, os interditos possessórios foram criados exatamente
porque o habeas corpus não era servil às questões patrimoniais. Mas, por
outro lado, sobre-eleva, nesse balanceamento de interesses em jogo, um
abalo mais vertical acerca da soberania nacional. Quer dizer, um país a
pretexto de um auxílio direto fundado numa convenção, na verdade pede
a execução de uma sentença estrangeira sem passar pelas formalidades
constitucionais.
De sorte que, com essas ponderações, propendo para a aplicação de
um valor maior, que é a defesa da soberania nacional, acompanho o voto
do Senhor Ministro Marco Aurélio.
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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HC 105.905 / MS
que me pareceu muito bem-posta pelo voto do Ministro Marco Aurélio.
Eu sopesaria, e talvez até pensando alto, que também, de uma certa
forma, é intransponível a preliminar do Ministério Público, porque
recentemente foi publicado um informativo, um acórdão com tintas fortes
do Ministro Celso de Mello, sobre a utilização promíscua do habeas
corpus para a hipótese em que não estava em jogo a liberdade de ir e vir.
Mas entendo que, neste caso, temos que fazer um balanceamento dos
interesses em jogo. Há uma questão formal que é o descabimento do
habeas corpus
para questões relativas ao patrimônio. Aliás,
historicamente, os interditos possessórios foram criados exatamente
porque o habeas corpus não era servil às questões patrimoniais. Mas, por
outro lado, sobre-eleva, nesse balanceamento de interesses em jogo, um
abalo mais vertical acerca da soberania nacional. Quer dizer, um país a
pretexto de um auxílio direto fundado numa convenção, na verdade pede
a execução de uma sentença estrangeira sem passar pelas formalidades
constitucionais.
De sorte que, com essas ponderações, propendo para a aplicação de
um valor maior, que é a defesa da soberania nacional, acompanho o voto
do Senhor Ministro Marco Aurélio.
2
Supremo Tribunal Federal
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 105.905 MATO GROSSO DO SUL
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Senhora Presidente, quando do julgamento do HC 85.588, o Ministro
Sepúlveda Pertence disse o seguinte:
"(...)
Confesso já não ter tanta simpatia por esse exequatur,
concentrado na presidência - ontem do Supremo Tribunal,
agora, do Superior Tribunal de Justiça -, para atos comezinhos
de cooperação internacional em um tempo - como disse o
Ministro Gilson Dipp - de transnacionalidade do crime. No
entanto, é o nosso sistema constitucional, e não vejo como
afastá-lo."
Senhora Presidente, parece realmente inafastável, do ponto de vista
da ordem constitucional, a necessidade do exaquatur, mesmo nesses atos
de cooperação internacional em que o Estado brasileiro, de maneira
soberana, se corresponde com outros países - aqui, no caso, esse termo de
cooperação estabeleceu-se com os países integrantes do Mercosul -, para,
em nome desses países, realizar persecução em território nacional. Tanto
é que quem peticiona nos autos é a União. A União está peticionando nos
autos numa cooperação com o Estado paraguaio. E ele peticiona em seu
nome próprio: União brasileira, na defesa dos interesses do Estado
paraguaio, em razão desse termo de cooperação.
O que deveria ter feito a União antes de peticionar no Juízo de piso?
Deveria ter pedido ao Superior Tribunal de Justiça a concessão do
exequatur, o que provavelmente obteria com a devida rapidez, com a
devida celeridade.
Por isso, fazendo minhas as palavras do Ministro Sepúlveda
Pertence - também não tenho simpatia por esse sistema, mas é o nosso
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Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 105.905 MATO GROSSO DO SUL
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Senhora Presidente, quando do julgamento do HC 85.588, o Ministro
Sepúlveda Pertence disse o seguinte:
"(...)
Confesso já não ter tanta simpatia por esse exequatur,
concentrado na presidência - ontem do Supremo Tribunal,
agora, do Superior Tribunal de Justiça -, para atos comezinhos
de cooperação internacional em um tempo - como disse o
Ministro Gilson Dipp - de transnacionalidade do crime. No
entanto, é o nosso sistema constitucional, e não vejo como
afastá-lo."
Senhora Presidente, parece realmente inafastável, do ponto de vista
da ordem constitucional, a necessidade do exaquatur, mesmo nesses atos
de cooperação internacional em que o Estado brasileiro, de maneira
soberana, se corresponde com outros países - aqui, no caso, esse termo de
cooperação estabeleceu-se com os países integrantes do Mercosul -, para,
em nome desses países, realizar persecução em território nacional. Tanto
é que quem peticiona nos autos é a União. A União está peticionando nos
autos numa cooperação com o Estado paraguaio. E ele peticiona em seu
nome próprio: União brasileira, na defesa dos interesses do Estado
paraguaio, em razão desse termo de cooperação.
O que deveria ter feito a União antes de peticionar no Juízo de piso?
Deveria ter pedido ao Superior Tribunal de Justiça a concessão do
exequatur, o que provavelmente obteria com a devida rapidez, com a
devida celeridade.
Por isso, fazendo minhas as palavras do Ministro Sepúlveda
Pertence - também não tenho simpatia por esse sistema, mas é o nosso
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 15
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 105.905 / MS
sistema constitucional - , acompanho o eminente Relator e defiro a ordem.
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.905 / MS
sistema constitucional - , acompanho o eminente Relator e defiro a ordem.
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 15
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 105.905 MATO GROSSO DO SUL
VOTO
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) -
Também acompanho o Ministro-Relator, em seu voto, no sentido da
concessão, especialmente na parte quando ele acrescenta que sem
embargo de ser devidamente encaminhado a órgão judicial.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – E aqui, a
rigor, não haveria – estávamos até falando – bem uma cooperação. Seria
uma cooperação entre aspas, porque o que se tem é execução do título
executivo penal condenatório.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (PRESIDENTE) -
Execução imediata em território brasileiro.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Em
território brasileiro.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Por
essas razões também acompanho Ministro-Relator.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1570147.
Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 105.905 MATO GROSSO DO SUL
VOTO
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) -
Também acompanho o Ministro-Relator, em seu voto, no sentido da
concessão, especialmente na parte quando ele acrescenta que sem
embargo de ser devidamente encaminhado a órgão judicial.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – E aqui, a
rigor, não haveria – estávamos até falando – bem uma cooperação. Seria
uma cooperação entre aspas, porque o que se tem é execução do título
executivo penal condenatório.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (PRESIDENTE) -
Execução imediata em território brasileiro.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Em
território brasileiro.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Por
essas razões também acompanho Ministro-Relator.
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 15
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 105.905
PROCED. : MATO GROSSO DO SUL
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
PACTE.(S) : EDISON ALVARES DE LIMA
IMPTE.(S) : RICARDO TRAD E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DA RCL 3364 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA
Decisão: A Turma concedeu a ordem de habeas corpus para
afastar o ato de constrição, sem prejuízo de submissão do pleito
ao Superior Tribunal de Justiça, na forma da legislação vigente,
nos termos do voto do Relator. Unânime. Falaram: o Dr. José Belga
Assis Trad, pelo Paciente, e a Drª. Cláudia Sampaio Marques,
Subprocuradora-Geral da República, pelo Ministério Público
Federal. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma,
11.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocuradora-Geral da República, Dra. Cláudia Sampaio
Marques.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1532484
Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 105.905
PROCED. : MATO GROSSO DO SUL
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
PACTE.(S) : EDISON ALVARES DE LIMA
IMPTE.(S) : RICARDO TRAD E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DA RCL 3364 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA
Decisão: A Turma concedeu a ordem de habeas corpus para
afastar o ato de constrição, sem prejuízo de submissão do pleito
ao Superior Tribunal de Justiça, na forma da legislação vigente,
nos termos do voto do Relator. Unânime. Falaram: o Dr. José Belga
Assis Trad, pelo Paciente, e a Drª. Cláudia Sampaio Marques,
Subprocuradora-Geral da República, pelo Ministério Público
Federal. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma,
11.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocuradora-Geral da República, Dra. Cláudia Sampaio
Marques.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1532484
Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 15
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1573875 | 2011-10-11T00:00:00 | 2011-11-17T00:00:00 | A Turma concedeu a ordem de habeas corpus para afastar o ato de constrição, sem prejuízo de submissão do pleito ao Superior Tribunal de Justiça, na forma da legislação vigente, nos termos do voto do Relator. Unânime. Falaram: o Dr. José Belga Assis Trad, pelo Paciente, e a Drª. Cláudia Sampaio Marques, Subprocuradora-Geral da República, pelo Ministério Público Federal. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 11.10.2011. | HABEAS CORPUS | SENTENÇA OU ATO DE JUÍZO ESTRANGEIRO – BENS – SEQUESTRO E EXPROPRIAÇÃO – EXECUÇÃO NO TERRITÓRIO BRASILEIRO – FORMALIDADE ESSENCIAL. A teor do disposto no artigo 105, inciso I, alínea “i”, da Constituição Federal e presente o artigo 15 da Lei de Introdução ao Código Civil brasileiro, ato de Juízo estrangeiro a implicar constrição deve ser examinado pelo Superior Tribunal de Justiça. Descabe apresentá-lo diretamente a Juízo Federal, objetivando o implemento. A atuação deste último, conforme o artigo 109, inciso X, da Carta da República, pressupõe o exequátur. | sjur201592 | - Acórdão citado: HC 85588.
- Veja Rcl 3364 do STJ.
Número de páginas: 15.
Análise: 24/11/2011, SEV.
Revisão: 30/11/2011, ACG. | MARCO AURÉLIO | Primeira Turma | 105905 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00105 INC-00001 LET-I ART-00109\r\n INC-00010 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED DEL-004657 ANO-1942\r\n ART-00015 LET-A LET-B LET-C\r\n LET-D LET-E \r\n PAR-ÚNICO REVOGADO PELA LEI-12036/2009 \r\n LICC-1942 LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL\r\n",
"LEG-FED LEI-012036 ANO-2009\r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-FED RES-000007 ANO-2005\r\n RESOLUÇÃO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - STJ\r\n",
"LEG-FED DEC-003468 ANO-2000\r\n ART-00007 \r\n DECRETO\r\n PROTOCOLO DE ASSISTÊNCIA JURÍDICA MÚTUA EM ASSUNTOS PENAIS DO MERCOSUL"
] | HC | acordaos | HC 105905 | [
""
] | PACTE.(S) : EDISON ALVARES DE LIMA
IMPTE.(S) : RICARDO TRAD E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DA RCL 3364 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 105 . 905",
"RCL 3364",
"HABEAS CORPUS 105 . 905",
"RCL 3364",
"HABEAS CORPUS 105 . 905",
"RCL 3364 DO",
"HC 105 . 905 / MS",
"HC 105 . 905 / MS",
"HC 105 . 905 / MS",
"Reclamação [UNK] 2645 / SP",
"HC 105 . 905 / MS",
"Reclamação [UNK] 2645 / SP",
"HC 105 . 905 / MS",
"Processo [UNK] 2006 . 60 . 05 . 000398 - 8",
"Agravo Regimental em Carta Rogatória [UNK] 998 / IT",
"HC 105 . 905 / MS",
"Processo [UNK] 2006 . 60 . 05 . 000398 - 8",
"Agravo Regimental em Carta Rogatória [UNK] 998 / IT",
"HC 105 . 905 / MS",
"HC 105 . 905 / MS",
"HABEAS CORPUS 105 . 905",
"HABEAS CORPUS 105 . 905",
"HC 105 . 905 / MS",
"Habeas Corpus [UNK] 85 . 588 - 1 / RJ",
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"Habeas Corpus [UNK] 85 . 588 - 1 / RJ",
"HC 105 . 905 / MS",
"HC 105 . 905 / MS",
"HABEAS CORPUS 105 . 905",
"HABEAS CORPUS 105 . 905",
"HC 105 . 905 / MS",
"HC 105 . 905 / MS",
"HABEAS CORPUS 105 . 905",
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"HABEAS CORPUS 105 . 905",
"HC 85 . 588",
"HC 105 . 905 / MS",
"HC 105 . 905 / MS",
"HABEAS CORPUS 105 . 905",
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"HABEAS CORPUS 105 . 905",
"RCL 3364",
"HABEAS CORPUS 105 . 905",
"RCL 3364"
],
"LEGISLACAO": [
"artigo 105 , inciso I , alínea “ i ” , da Constituição Federal",
"artigo 15 da Lei de Introdução ao Código Civil brasileiro",
"artigo 109 , inciso X , da Carta da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo [UNK] ,",
"artigo 22 , do Protocolo de",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo [UNK]",
"artigo 22 ,",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"parágrafo",
"artigo [UNK] da Resolução [UNK] 7 / 2005 /",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição artigo 109 , inciso X",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição artigo 109 , inciso X",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"inciso X do artigo 109 também da Carta da República",
"Lei Maior",
"Carta de 1988",
"Lei de Introdução ao Código",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"inciso X do artigo 109 também da Carta da República",
"Lei Maior",
"Carta de 1988",
"Lei de Introdução ao Código",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 12 . 036",
"artigo [UNK] do Protocolo de",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 12 . 036",
"artigo [UNK] do Protocolo",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"MP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"LOCAL": [
"MATO GROSSO DO SUL",
"TERRITÓRIO BRASILEIRO",
"Brasília",
"MATO GROSSO DO SUL",
"Brasil",
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"ORGANIZACAO": [
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"União",
"União",
"União",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"União",
"União brasileira",
"União",
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"PRIMEIRA TURMA",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
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"PRIMEIRA TURMA",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
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"PESSOA": [
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"RICARDO TRAD",
"Cármen Lúcia",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"EDISON ALVARES DE LIMA",
"RICARDO TRAD",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"EDISON ALVARES DE LIMA",
"RICARDO TRAD",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
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"LUIZ FUX",
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"LUIZ FUX",
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"Marco Aurélio",
"Marco Aurélio",
"Celso de Mello",
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"DIAS TOFFOLI",
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"DIAS TOFFOLI",
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"CÁRMEN LÚCIA",
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"CÁRMEN LÚCIA",
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"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"MARCO AURÉLIO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"MARCO AURÉLIO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"MARCO AURÉLIO",
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"TEMPO": [
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"3 de novembro de 2010",
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".",
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"[UNK] de outubro de 2009",
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]
} |
Ementa e Acórdão
01/06/2010
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 102.141 MATO GROSSO
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S)
: ERONILSO MAGALHÃES DA SILVA
IMPTE.(S)
: LUCIANO MEDEIROS CRIVELLENTE
ADV.(A/S)
: LUCIANO MEDEIROS CRIVELENTE
COATOR(A/S)(ES)
: RELATOR DO HC 148344 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA
Habeas corpus. Direito Penal e Processual Penal. Decisão
indeferitória de liminar do Superior Tribunal de Justiça. Incidência da Súmula nº
691 do Supremo Tribunal Federal. Hipótese de concessão da ordem de ofício. Crime
hediondo. Possibilidade de progressão de regime prisional. Requisito temporal.
Superveniência de lei mais severa nesse ponto (Lei nº 11.464/07). Aplicação da regra
do artigo 112 da Lei de Execuções Penais. Precedentes. Ordem concedida de ofício.
1. A jurisprudência desta Corte é no sentido da inadmissibilidade da
impetração de habeas corpus, nas causas de sua competência originária, contra decisão
denegatória de liminar em ação de mesma natureza impetrada ao Tribunal Superior antes
do julgamento definitivo do writ. Esse entendimento está representado na Súmula nº 691/
STF, segundo a qual “não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de ‘habeas corpus’
impetrado contra decisão do Relator que, em ‘habeas corpus’ requerido a tribunal superior, indefere a
liminar”.
2. Relativamente aos crimes hediondos cometidos antes da vigência da Lei
nº 11.464/07, a progressão de regime carcerário deve observar o requisito temporal
previsto no artigo 112 da Lei de Execuções Penais, aplicando-se, portanto, a lei mais
benéfica.
3. Concede-se a ordem de ofício para que o Juízo responsável pela
execução da pena analise os requisitos necessários à obtenção do benefício da progressão.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do Sr. Ministro Ricardo
Lewandowski, na conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 657608.
Supremo Tribunal Federal
DJe 17/09/2010
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10
Ementa e Acórdão
HC 102.141 / MT
unanimidade de votos, em não conhecer do pedido de habeas corpus mas conceder a
ordem de ofício, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 1º de junho de 2010.
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 657608.
Supremo Tribunal Federal
HC 102.141 / MT
unanimidade de votos, em não conhecer do pedido de habeas corpus mas conceder a
ordem de ofício, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 1º de junho de 2010.
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 657608.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10
Relatório
01/06/2010
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 102.141 MATO GROSSO
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S)
: ERONILSO MAGALHÃES DA SILVA
IMPTE.(S)
: LUCIANO MEDEIROS CRIVELLENTE
ADV.(A/S)
: LUCIANO MEDEIROS CRIVELENTE
COATOR(A/S)(ES)
: RELATOR DO HC 148344 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RELATÓRIO
O EXMO. SR. MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Habeas Corpus eletrônico, com pedido de liminar, impetrado pelo
advogado Luciano Medeiros Crivellente em favor de Eronilso Magalhães da Silva, buscando
o direito de o paciente iniciar o cumprimento de sua pena no regime semiaberto.
Aponta como autoridade coatora o Ministro Jorge Mussi, do Superior
Tribunal de Justiça, que indeferiu a liminar no HC nº 148.344/MT, impetrado àquela Corte.
Preliminarmente, o impetrante argumenta que o caso concreto autoriza o
afastamento do enunciado da Súmula nº 691 desta Suprema Corte (p. 5/6 da inicial).
No mais, sustenta o constrangimento ilegal imposto ao paciente, tendo em
vista a negativa do Juízo de primeiro grau em expedir guia de execução antes do
cumprimento do mandado de prisão. Aduz, para tanto, que a “sentença condenatória transitada
em julgado proferida (2007) que determinou a expedição da guia de execução penal para cumprimento da
pena, porém não observou o princípio constitucional da individualização (...). A MM. juíza de 1º grau,
posteriormente (2008), indeferiu a expedição da guia de execução para o juízo competente (execução penal)
sob argumento de que o Paciente deveria primeiramente ser recolhido no cárcere para depois adotar tal
medida” (p. 4 da inicial).
Assevera que “o Paciente tem direito ao cumprimento da pena em regime semiaberto,
pois o critério objetivo já está consumado, e o subjetivo, com exames psicológicos e carcerário não é
obrigatório (Súmula Vinculante n. 30)” (p. 13 da inicial).
Sustenta a possibilidade de o paciente iniciar o cumprimento de sua pena
no regime semiaberto nos seguintes fatos:
“(...) o Paciente, então, foi condenado a pena de 13 anos e 6 meses de
reclusão, sob regime inicialmente fechado, correspondente a 162 (cento e
sessenta e dois) meses.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 657607.
Supremo Tribunal Federal
01/06/2010
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 102.141 MATO GROSSO
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S)
: ERONILSO MAGALHÃES DA SILVA
IMPTE.(S)
: LUCIANO MEDEIROS CRIVELLENTE
ADV.(A/S)
: LUCIANO MEDEIROS CRIVELENTE
COATOR(A/S)(ES)
: RELATOR DO HC 148344 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RELATÓRIO
O EXMO. SR. MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Habeas Corpus eletrônico, com pedido de liminar, impetrado pelo
advogado Luciano Medeiros Crivellente em favor de Eronilso Magalhães da Silva, buscando
o direito de o paciente iniciar o cumprimento de sua pena no regime semiaberto.
Aponta como autoridade coatora o Ministro Jorge Mussi, do Superior
Tribunal de Justiça, que indeferiu a liminar no HC nº 148.344/MT, impetrado àquela Corte.
Preliminarmente, o impetrante argumenta que o caso concreto autoriza o
afastamento do enunciado da Súmula nº 691 desta Suprema Corte (p. 5/6 da inicial).
No mais, sustenta o constrangimento ilegal imposto ao paciente, tendo em
vista a negativa do Juízo de primeiro grau em expedir guia de execução antes do
cumprimento do mandado de prisão. Aduz, para tanto, que a “sentença condenatória transitada
em julgado proferida (2007) que determinou a expedição da guia de execução penal para cumprimento da
pena, porém não observou o princípio constitucional da individualização (...). A MM. juíza de 1º grau,
posteriormente (2008), indeferiu a expedição da guia de execução para o juízo competente (execução penal)
sob argumento de que o Paciente deveria primeiramente ser recolhido no cárcere para depois adotar tal
medida” (p. 4 da inicial).
Assevera que “o Paciente tem direito ao cumprimento da pena em regime semiaberto,
pois o critério objetivo já está consumado, e o subjetivo, com exames psicológicos e carcerário não é
obrigatório (Súmula Vinculante n. 30)” (p. 13 da inicial).
Sustenta a possibilidade de o paciente iniciar o cumprimento de sua pena
no regime semiaberto nos seguintes fatos:
“(...) o Paciente, então, foi condenado a pena de 13 anos e 6 meses de
reclusão, sob regime inicialmente fechado, correspondente a 162 (cento e
sessenta e dois) meses.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10
Relatório
HC 102.141 / MT
Conforme comprovantes documentais em anexo (DOCS. 04/07/08/09/10
– ANEXOS), esteve encarcerado preventivamente por longos 31 (trinta e um)
meses e 15 (quinze) dias, ou seja, quantia muito superior a 1/6 que tem direito a
progressão de regime.
Por esta razão, a sentença proferida não atendeu o princípio da
individualização da pena, que deveria, de plano, ter concedido o direito a
cumprimento pelo regime semiaberto”
Requer, ao final, que: “2) determine LIMINARMENTE o cumprimento da
pena pelo Paciente no regime semiaberto, qual se apresentará imediatamente à custódia
adequada, considerando que é expolicial civil; 3) Conceda a liminar e determine a
expedição da guia de execução, NOS MOLDES DO ART. 107 DA LEP; 4) Caso
superado algum pedido liminar acima descrito, alternativamente, determine à MM. Juíza da 1ª Vara
Criminal da Comarca de Cuiabá que expeça a guia de execução penal ao juízo competente (Vara de
Execuções Penais), a fim de aferir imediatamente os critérios para almejada progressão”. No mérito,
pede a concessão da ordem, “permitindo que o Paciente cumpra sua pena pelo regime semiaberto, pois
atende os critérios objetivo e subjetivo para tal medida (...)” (p. 38 da inicial – grifos no original).
Em 28/12/09, o Ministro Gilmar Mendes abriu vista ao Ministério
Público Federal, que, em parecer da lavra do ilustre Subprocurador-Geral da República Dr.
Mário José Gisi, opinou pela concessão parcial da ordem.
Com pedido de liminar pendente, trago o processo a este colegiado por
estar devidamente instruído e pronto para julgamento.
É o relatório.
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
HC 102.141 / MT
Conforme comprovantes documentais em anexo (DOCS. 04/07/08/09/10
– ANEXOS), esteve encarcerado preventivamente por longos 31 (trinta e um)
meses e 15 (quinze) dias, ou seja, quantia muito superior a 1/6 que tem direito a
progressão de regime.
Por esta razão, a sentença proferida não atendeu o princípio da
individualização da pena, que deveria, de plano, ter concedido o direito a
cumprimento pelo regime semiaberto”
Requer, ao final, que: “2) determine LIMINARMENTE o cumprimento da
pena pelo Paciente no regime semiaberto, qual se apresentará imediatamente à custódia
adequada, considerando que é expolicial civil; 3) Conceda a liminar e determine a
expedição da guia de execução, NOS MOLDES DO ART. 107 DA LEP; 4) Caso
superado algum pedido liminar acima descrito, alternativamente, determine à MM. Juíza da 1ª Vara
Criminal da Comarca de Cuiabá que expeça a guia de execução penal ao juízo competente (Vara de
Execuções Penais), a fim de aferir imediatamente os critérios para almejada progressão”. No mérito,
pede a concessão da ordem, “permitindo que o Paciente cumpra sua pena pelo regime semiaberto, pois
atende os critérios objetivo e subjetivo para tal medida (...)” (p. 38 da inicial – grifos no original).
Em 28/12/09, o Ministro Gilmar Mendes abriu vista ao Ministério
Público Federal, que, em parecer da lavra do ilustre Subprocurador-Geral da República Dr.
Mário José Gisi, opinou pela concessão parcial da ordem.
Com pedido de liminar pendente, trago o processo a este colegiado por
estar devidamente instruído e pronto para julgamento.
É o relatório.
2
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
01/06/2010
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 102.141 MATO GROSSO
VOTO
O EXMO. SR. MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Na hipótese vertente, o presente habeas corpus volta-se contra decisão
do Ministro Jorge Mussi, do Superior Tribunal de Justiça, que indeferiu a liminar no HC nº
148.344/MT, impetrado àquela Corte, nos termos seguintes:
“Trata-se de habeas corpus com pedido liminar impetrado em benefício
de ERONILSO MAGALHÃES DA SILVA contra acórdão da Primeira Câmara
Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso que denegou o HC n.
42.334/2009, no qual se buscava reverter decisão que indeferiu pedido de
expedição de guia de execução antes do efetivo recolhimento à prisão do paciente,
condenado à pena de treze anos e seis meses de reclusão, a ser cumprida no
regime inicial fechado, pela prática do crime previsto no art. 121, § 2º, II e IV, do
Código Penal.
Noticia o impetrante que o apenado é vítima de constrangimento ilegal,
consubstanciado na negativa do magistrado singular de expedir a guia de execução
antes mesmo do cumprimento do mandado de prisão, ao argumento de que já
teria direito a iniciar o desconto da pena no regime semiaberto, em razão do
tempo de custódia cautelar cumprido e a alteração promovida pela Lei n.
10.792/2003, que deixou de exigir a realização de exame criminológico para a
concessão da promoção prisional.
Aduz que as instâncias de origem, ao assim procederem, contrariaram o
princípio constitucional da individualização da pena e a Lei de Execução Penal,
bem como descumpriram o que restou determinado no édito condenatório.
Sustenta, ainda, que se o STF admite a progressão do regime prisional
mesmo antes do trânsito em julgado da sentença, não haveria nenhum óbice
quanto à expedição da guia de execução na hipótese.
Por fim, assinala que o paciente possui condições pessoais favoráveis, nada
justificando a sua submissão ao regime fechado.
Requer a concessão sumária do mandamus, determinando a expedição de
contramandado de prisão, para impedir a colocação do sentenciado no modo
fechado, pois tem direito ao início da execução no regime semiaberto e que seja
remetida a guia de execução, nos moldes do art. 107 da LEP. No mérito, pugna
pelo reconhecimento do direito do sentenciado de iniciar o cumprimento da pena
já no regime semiaberto.
É o relatório.
A concessão da tutela de urgência reserva-se aos casos excepcionais de
ofensa manifesta ao direito de locomoção do paciente e desde que preenchidos os
pressupostos legais, que são o fumus boni juris e o periculum in mora.
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Supremo Tribunal Federal
01/06/2010
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 102.141 MATO GROSSO
VOTO
O EXMO. SR. MINISTRO DIAS TOFFOLI:
Na hipótese vertente, o presente habeas corpus volta-se contra decisão
do Ministro Jorge Mussi, do Superior Tribunal de Justiça, que indeferiu a liminar no HC nº
148.344/MT, impetrado àquela Corte, nos termos seguintes:
“Trata-se de habeas corpus com pedido liminar impetrado em benefício
de ERONILSO MAGALHÃES DA SILVA contra acórdão da Primeira Câmara
Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso que denegou o HC n.
42.334/2009, no qual se buscava reverter decisão que indeferiu pedido de
expedição de guia de execução antes do efetivo recolhimento à prisão do paciente,
condenado à pena de treze anos e seis meses de reclusão, a ser cumprida no
regime inicial fechado, pela prática do crime previsto no art. 121, § 2º, II e IV, do
Código Penal.
Noticia o impetrante que o apenado é vítima de constrangimento ilegal,
consubstanciado na negativa do magistrado singular de expedir a guia de execução
antes mesmo do cumprimento do mandado de prisão, ao argumento de que já
teria direito a iniciar o desconto da pena no regime semiaberto, em razão do
tempo de custódia cautelar cumprido e a alteração promovida pela Lei n.
10.792/2003, que deixou de exigir a realização de exame criminológico para a
concessão da promoção prisional.
Aduz que as instâncias de origem, ao assim procederem, contrariaram o
princípio constitucional da individualização da pena e a Lei de Execução Penal,
bem como descumpriram o que restou determinado no édito condenatório.
Sustenta, ainda, que se o STF admite a progressão do regime prisional
mesmo antes do trânsito em julgado da sentença, não haveria nenhum óbice
quanto à expedição da guia de execução na hipótese.
Por fim, assinala que o paciente possui condições pessoais favoráveis, nada
justificando a sua submissão ao regime fechado.
Requer a concessão sumária do mandamus, determinando a expedição de
contramandado de prisão, para impedir a colocação do sentenciado no modo
fechado, pois tem direito ao início da execução no regime semiaberto e que seja
remetida a guia de execução, nos moldes do art. 107 da LEP. No mérito, pugna
pelo reconhecimento do direito do sentenciado de iniciar o cumprimento da pena
já no regime semiaberto.
É o relatório.
A concessão da tutela de urgência reserva-se aos casos excepcionais de
ofensa manifesta ao direito de locomoção do paciente e desde que preenchidos os
pressupostos legais, que são o fumus boni juris e o periculum in mora.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 102.141 / MT
In casu, mostra inviável acolher-se a pretensão sumária, porquanto a
motivação que dá suporte à pretensão liminar confunde-se com o próprio mérito
do writ, devendo o caso concreto ser analisado mais detalhadamente quando da
apreciação e do seu julgamento definitivo.
Ante o exposto, indefiro a liminar.
Solicitem-se informações ao Tribunal impetrado, que deverá informar a
atual situação da processo de execução da sanção imposta ao paciente, bem assim
enviar demais elementos que julgar relevantes ao deslinde da controvérsia.
Após, encaminhem-se os autos ao Ministério Público Federal.
Publique-se. Intime-se.”
Inicialmente, verifico que a jurisprudência desta Corte é no sentido da
inadmissibilidade da impetração de habeas corpus, nas causas de sua competência
originária, contra decisão denegatória de liminar em ação de mesma natureza impetrada
perante Tribunal Superior, antes do julgamento definitivo do writ (HC nº 94.432/SP,
Segunda Turma, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJ de 16/5/08; HC 94.211/SC,
Primeira Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 16/5/08; HC nº
92.456/BA, Primeira Turma, Relator o Ministro Menezes Direito, DJ de 1º/2/08; HC nº
79.775/AP, Segunda Turma, Relator o Ministro Maurício Corrêa, DJ de 17/3/2000; e HC
nº 79.748/RJ, Segunda Turma, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 23/6/2000).
Esse entendimento está representado no enunciado da Súmula nº
691/STF, segundo a qual “não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de 'habeas corpus'
impetrado contra decisão do Relator que, em 'habeas corpus' requerido a tribunal superior, indefere a
liminar”.
Por essa razão, o presente habeas corpus não pode ser conhecido.
No entanto, reconheço a plausibilidade jurídica do fundamento
apresentado na impetração, quanto ao requisito temporal a ser observado para a progressão
de regime do paciente, de modo a configurar a hipótese, nesse ponto, de concessão da
ordem de ofício, pois a orientação preconizada nesta Suprema Corte é no sentido de que,
relativamente aos crimes hediondos cometidos antes da vigência da Lei nº 11.464/07, a
progressão de regime carcerário deve observar o requisito temporal previsto no artigo 112
da Lei de Execuções Penais, aplicando-se, assim, a lei mais benéfica (Por exemplo: HC nº
100.328/SP, Segunda Turma, Relator o Ministro Eros Grau, DJe de 12/2/10; HC nº
96.586/SP, Segunda Turma, Relator o Ministro Celso de Mello, DJe de 26/6/09; e HC nº
94.025/SP, Primeira Turma, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe de 1º/8/08).
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 102.141 / MT
In casu, mostra inviável acolher-se a pretensão sumária, porquanto a
motivação que dá suporte à pretensão liminar confunde-se com o próprio mérito
do writ, devendo o caso concreto ser analisado mais detalhadamente quando da
apreciação e do seu julgamento definitivo.
Ante o exposto, indefiro a liminar.
Solicitem-se informações ao Tribunal impetrado, que deverá informar a
atual situação da processo de execução da sanção imposta ao paciente, bem assim
enviar demais elementos que julgar relevantes ao deslinde da controvérsia.
Após, encaminhem-se os autos ao Ministério Público Federal.
Publique-se. Intime-se.”
Inicialmente, verifico que a jurisprudência desta Corte é no sentido da
inadmissibilidade da impetração de habeas corpus, nas causas de sua competência
originária, contra decisão denegatória de liminar em ação de mesma natureza impetrada
perante Tribunal Superior, antes do julgamento definitivo do writ (HC nº 94.432/SP,
Segunda Turma, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJ de 16/5/08; HC 94.211/SC,
Primeira Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 16/5/08; HC nº
92.456/BA, Primeira Turma, Relator o Ministro Menezes Direito, DJ de 1º/2/08; HC nº
79.775/AP, Segunda Turma, Relator o Ministro Maurício Corrêa, DJ de 17/3/2000; e HC
nº 79.748/RJ, Segunda Turma, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 23/6/2000).
Esse entendimento está representado no enunciado da Súmula nº
691/STF, segundo a qual “não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de 'habeas corpus'
impetrado contra decisão do Relator que, em 'habeas corpus' requerido a tribunal superior, indefere a
liminar”.
Por essa razão, o presente habeas corpus não pode ser conhecido.
No entanto, reconheço a plausibilidade jurídica do fundamento
apresentado na impetração, quanto ao requisito temporal a ser observado para a progressão
de regime do paciente, de modo a configurar a hipótese, nesse ponto, de concessão da
ordem de ofício, pois a orientação preconizada nesta Suprema Corte é no sentido de que,
relativamente aos crimes hediondos cometidos antes da vigência da Lei nº 11.464/07, a
progressão de regime carcerário deve observar o requisito temporal previsto no artigo 112
da Lei de Execuções Penais, aplicando-se, assim, a lei mais benéfica (Por exemplo: HC nº
100.328/SP, Segunda Turma, Relator o Ministro Eros Grau, DJe de 12/2/10; HC nº
96.586/SP, Segunda Turma, Relator o Ministro Celso de Mello, DJe de 26/6/09; e HC nº
94.025/SP, Primeira Turma, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe de 1º/8/08).
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 102.141 / MT
Analiso, portanto, a questão relativa ao tema.
Cuida-se de paciente condenado em sentença transitada em julgado, em
14/12/07, à pena de 13 anos e 6 meses de reclusão em regime inicial fechado pela prática
do delito tipificado no artigo 121, § 2º, incisos II e IV, do Código Penal contra a vítima
Wilson Pinto Júnior e pelo crime tipificado no artigo 132 dos mesmo diploma legal contra
as vítimas Leonardo Araújo da Silva e Leonardo Gonçalves Brandão. O fato criminoso foi
praticado na madrugada do dia 3/7/94.
Segundo narra o impetrante, o paciente permaneceu preso em
cumprimento da ordem cautelar preventiva por aproximadamente três anos - entre 23/8/94
e 30/1/97-, quando foi revogada sua prisão preventiva pelo Juízo de 1º grau. Os
documentos que instruem a impetração comprovam suas alegações (docs. 4 a 7).
Consta dos autos, ainda, que, após o trânsito em julgado da sentença
condenatória, foi expedido mandado de prisão para o cumprimento da pena, tendo o Juízo
processante determinado o arquivamento provisório dos autos e, com arrimo no art. 105 da
Lei de Execução Penal, a suspensão da expedição da guia de execução enquanto não
cumprido o mandado de prisão do paciente, que se encontrava em outra Comarca.
Daí a impetração de habeas corpus ao Tribunal de Justiça do Estado de
Mato Grosso, sem êxito, no entanto, e ao Superior Tribunal de Justiça, cuja liminar fora
indeferida pelo eminente Relator, o Ministro Jorge Mussi.
Em petição eletrônica incidental, informou o impetrante que o mandado
de prisão expedido contra o paciente foi cumprido em 28/4/10, estando ele “recolhido ao
cárcere, sem expedição da respectiva guia de execução penal, privando-o da análise de progressão de regime
no juízo de execuções penais, conforme art. 107 da Lei determina”.
De fato, as informações prestadas pelo Juízo de Direito da 2ª Vara
Criminal da Comarca da Capital/MT, em razão de contato telefônico realizado por minha
assessoria, confirmam a prisão do paciente na data mencionada pelo impetrante, bem como
encaminha cópia da guia de recolhimento para fins de execução penal. Informa, ainda, que,
“após análise dos autos, que foram registrados, autuados e encaminhados para este Gabinete na data de
26/05/2010, verifiquei não constar pedido de progressão de regime”.
Diante dessas informações, entendo que o pleito do impetrante quanto à
expedição da guia de execução penal, encontra-se prejudicado, em razão da perda de objeto.
Contudo, a progressão de regime, na espécie, é de ser observada.
3
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Supremo Tribunal Federal
HC 102.141 / MT
Analiso, portanto, a questão relativa ao tema.
Cuida-se de paciente condenado em sentença transitada em julgado, em
14/12/07, à pena de 13 anos e 6 meses de reclusão em regime inicial fechado pela prática
do delito tipificado no artigo 121, § 2º, incisos II e IV, do Código Penal contra a vítima
Wilson Pinto Júnior e pelo crime tipificado no artigo 132 dos mesmo diploma legal contra
as vítimas Leonardo Araújo da Silva e Leonardo Gonçalves Brandão. O fato criminoso foi
praticado na madrugada do dia 3/7/94.
Segundo narra o impetrante, o paciente permaneceu preso em
cumprimento da ordem cautelar preventiva por aproximadamente três anos - entre 23/8/94
e 30/1/97-, quando foi revogada sua prisão preventiva pelo Juízo de 1º grau. Os
documentos que instruem a impetração comprovam suas alegações (docs. 4 a 7).
Consta dos autos, ainda, que, após o trânsito em julgado da sentença
condenatória, foi expedido mandado de prisão para o cumprimento da pena, tendo o Juízo
processante determinado o arquivamento provisório dos autos e, com arrimo no art. 105 da
Lei de Execução Penal, a suspensão da expedição da guia de execução enquanto não
cumprido o mandado de prisão do paciente, que se encontrava em outra Comarca.
Daí a impetração de habeas corpus ao Tribunal de Justiça do Estado de
Mato Grosso, sem êxito, no entanto, e ao Superior Tribunal de Justiça, cuja liminar fora
indeferida pelo eminente Relator, o Ministro Jorge Mussi.
Em petição eletrônica incidental, informou o impetrante que o mandado
de prisão expedido contra o paciente foi cumprido em 28/4/10, estando ele “recolhido ao
cárcere, sem expedição da respectiva guia de execução penal, privando-o da análise de progressão de regime
no juízo de execuções penais, conforme art. 107 da Lei determina”.
De fato, as informações prestadas pelo Juízo de Direito da 2ª Vara
Criminal da Comarca da Capital/MT, em razão de contato telefônico realizado por minha
assessoria, confirmam a prisão do paciente na data mencionada pelo impetrante, bem como
encaminha cópia da guia de recolhimento para fins de execução penal. Informa, ainda, que,
“após análise dos autos, que foram registrados, autuados e encaminhados para este Gabinete na data de
26/05/2010, verifiquei não constar pedido de progressão de regime”.
Diante dessas informações, entendo que o pleito do impetrante quanto à
expedição da guia de execução penal, encontra-se prejudicado, em razão da perda de objeto.
Contudo, a progressão de regime, na espécie, é de ser observada.
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 10
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 102.141 / MT
Como dito de início, o requisito temporal a ser considerado para o
benefício pauta-se na orientação da Corte, maciça, ao consignar que, relativamente aos
crimes hediondos cometidos antes da vigência da Lei nº 11.464/07, a progressão de regime
carcerário deve observar o requisito temporal previsto no artigo 112 da Lei de Execuções
Penais, aplicando-se, assim, a lei mais benéfica, ou seja, cumprimento de 1/6 da pena.
Como visto, o paciente foi condenado em sentença transitada em julgado à
pena de 13 anos e 6 meses de reclusão em regime inicial fechado pela prática do crime de
homicídio duplamente qualificado. Tomando por base que o paciente permaneceu
segregado cautelarmente entre 23/8/94 e 30/1/97, ou seja, pouco mais de 28 meses, estaria
ele habilitado, sob o ângulo objetivo, a progredir de regime, uma vez que cumprido pouco
mais de 1/6 da reprimenda corporal imputada.
Nesse sentindo, mutatis mutandis, me manifestei no julgamento, no
Plenário desta Corte, do HC nº 98.145/RJ, do qual sou Relator para acórdão. Embora o
acórdão esteja pendente de publicação, colho do Informativo nº 582 o excerto seguinte:
“(...) tomando-se por base a data da prisão em razão de sua captura até a
presente data, estaria preso preventivamente há mais 2 anos e 7 meses. Tendo em
conta o que disposto no art. 42 do CP (“Computam-se, na pena privativa de
liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no
estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos
estabelecimentos referidos no artigo anterior.”), e no Enunciado da Súmula 716 do
Supremo (“Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a
aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em
julgado da sentença condenatória.”) e, ainda, que o delito praticado pelo paciente
não se enquadraria no rol dos crimes hediondos e dos a ele equiparados, concluiu-
se que se deveria considerar a possibilidade da progressão do regime no caso
concreto. Salientou-se que, mediante a aplicação da regra para o cálculo do
benefício, contida no art. 112 da Lei de Execução Penal, o paciente já teria
cumprido 1/6 da pena a ele imposta no regime em que se encontra, o que
ensejaria, do ponto de vista unicamente objetivo, o benefício, ressalvada a análise
do juízo competente de eventual presença dos demais requisitos.”
Assim, aplicando-se essa regra à pena imputada ao paciente, o lapso
temporal, do ponto de vista unicamente objetivo, enseja o benefício, ressalvada, por óbvio,
a análise do Juízo competente de eventual presença dos demais requisitos subjetivos
necessários à obtenção do benefício.
Ante o exposto, não conheço da impetração, mas, de ofício, concedo
4
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 657605.
Supremo Tribunal Federal
HC 102.141 / MT
Como dito de início, o requisito temporal a ser considerado para o
benefício pauta-se na orientação da Corte, maciça, ao consignar que, relativamente aos
crimes hediondos cometidos antes da vigência da Lei nº 11.464/07, a progressão de regime
carcerário deve observar o requisito temporal previsto no artigo 112 da Lei de Execuções
Penais, aplicando-se, assim, a lei mais benéfica, ou seja, cumprimento de 1/6 da pena.
Como visto, o paciente foi condenado em sentença transitada em julgado à
pena de 13 anos e 6 meses de reclusão em regime inicial fechado pela prática do crime de
homicídio duplamente qualificado. Tomando por base que o paciente permaneceu
segregado cautelarmente entre 23/8/94 e 30/1/97, ou seja, pouco mais de 28 meses, estaria
ele habilitado, sob o ângulo objetivo, a progredir de regime, uma vez que cumprido pouco
mais de 1/6 da reprimenda corporal imputada.
Nesse sentindo, mutatis mutandis, me manifestei no julgamento, no
Plenário desta Corte, do HC nº 98.145/RJ, do qual sou Relator para acórdão. Embora o
acórdão esteja pendente de publicação, colho do Informativo nº 582 o excerto seguinte:
“(...) tomando-se por base a data da prisão em razão de sua captura até a
presente data, estaria preso preventivamente há mais 2 anos e 7 meses. Tendo em
conta o que disposto no art. 42 do CP (“Computam-se, na pena privativa de
liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no
estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos
estabelecimentos referidos no artigo anterior.”), e no Enunciado da Súmula 716 do
Supremo (“Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a
aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em
julgado da sentença condenatória.”) e, ainda, que o delito praticado pelo paciente
não se enquadraria no rol dos crimes hediondos e dos a ele equiparados, concluiu-
se que se deveria considerar a possibilidade da progressão do regime no caso
concreto. Salientou-se que, mediante a aplicação da regra para o cálculo do
benefício, contida no art. 112 da Lei de Execução Penal, o paciente já teria
cumprido 1/6 da pena a ele imposta no regime em que se encontra, o que
ensejaria, do ponto de vista unicamente objetivo, o benefício, ressalvada a análise
do juízo competente de eventual presença dos demais requisitos.”
Assim, aplicando-se essa regra à pena imputada ao paciente, o lapso
temporal, do ponto de vista unicamente objetivo, enseja o benefício, ressalvada, por óbvio,
a análise do Juízo competente de eventual presença dos demais requisitos subjetivos
necessários à obtenção do benefício.
Ante o exposto, não conheço da impetração, mas, de ofício, concedo
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 10
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 102.141 / MT
a ordem para determinar ao Juízo responsável pela execução da pena que analise os
requisitos necessários à obtenção do benefício da progressão, considerada a lei em
vigor na data em que cometido o crime.
É como voto.
5
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Supremo Tribunal Federal
HC 102.141 / MT
a ordem para determinar ao Juízo responsável pela execução da pena que analise os
requisitos necessários à obtenção do benefício da progressão, considerada a lei em
vigor na data em que cometido o crime.
É como voto.
5
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 102.141
PROCED. : MATO GROSSO
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S) : ERONILSO MAGALHÃES DA SILVA
IMPTE.(S) : LUCIANO MEDEIROS CRIVELLENTE
ADV.(A/S) : LUCIANO MEDEIROS CRIVELENTE
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC 148344 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA
Decisão: A Turma não conheceu do pedido de habeas corpus, mas
concedeu a ordem, de ofício, nos termos do voto do Relator.
Unânime. Ausente, justificadamente, o Ministro Marco Aurélio.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 1º.06.2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes à
Sessão o Ministro Ayres Britto, a Ministra Cármen Lúcia e o
Ministro Dias Toffoli. Ausente, justificadamente, o Ministro Marco
Aurélio.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Edson Oliveira de
Almeida.
Fabiane Duarte
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 585330
Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 102.141
PROCED. : MATO GROSSO
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S) : ERONILSO MAGALHÃES DA SILVA
IMPTE.(S) : LUCIANO MEDEIROS CRIVELLENTE
ADV.(A/S) : LUCIANO MEDEIROS CRIVELENTE
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC 148344 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA
Decisão: A Turma não conheceu do pedido de habeas corpus, mas
concedeu a ordem, de ofício, nos termos do voto do Relator.
Unânime. Ausente, justificadamente, o Ministro Marco Aurélio.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 1º.06.2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes à
Sessão o Ministro Ayres Britto, a Ministra Cármen Lúcia e o
Ministro Dias Toffoli. Ausente, justificadamente, o Ministro Marco
Aurélio.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Edson Oliveira de
Almeida.
Fabiane Duarte
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 585330
Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=709763 | 2010-06-01T00:00:00 | 2010-09-17T00:00:00 | A Turma não conheceu do pedido de habeas corpus, mas
concedeu a ordem, de ofício, nos termos do voto do Relator. Unânime.
Ausente, justificadamente, o Ministro Marco Aurélio. Presidência do
Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 1º.06.2010. | HABEAS CORPUS | EMENTA
Habeas corpus. Direito Penal e Processual Penal. Decisão
indeferitória de liminar do Superior Tribunal de Justiça. Incidência
da Súmula nº 691 do Supremo Tribunal Federal. Hipótese de concessão
da ordem de ofício. Crime hediondo. Possibilidade de progressão de
regime prisional. Requisito temporal. Superveniência de lei mais
severa nesse ponto (Lei nº 11.464/07). Aplicação da regra do artigo
112 da Lei de Execuções Penais. Precedentes. Ordem concedida de
ofício.
1. A jurisprudência desta Corte é no sentido da
inadmissibilidade da impetração de habeas corpus, nas causas de sua
competência originária, contra decisão denegatória de liminar em
ação de mesma natureza impetrada ao Tribunal Superior antes do
julgamento definitivo do writ. Esse entendimento está representado
na Súmula nº 691/ STF, segundo a qual "não compete ao Supremo
Tribunal Federal conhecer de 'habeas corpus' impetrado contra
decisão do Relator que, em 'habeas corpus' requerido a tribunal
superior, indefere a liminar".
2. Relativamente aos crimes
hediondos cometidos antes da vigência da Lei nº 11.464/07, a
progressão de regime carcerário deve observar o requisito temporal
previsto no artigo 112 da Lei de Execuções Penais, aplicando-se,
portanto, a lei mais benéfica.
3. Concede-se a ordem de ofício para
que o Juízo responsável pela execução da pena analise os requisitos
necessários à obtenção do benefício da progressão. | sjur182066 | - Acórdãos citados: HC 79748, HC 79775, HC 92456, HC 94025, HC 94211, HC 94432,
HC 94456, HC 96586, HC 98145 - Tribunal Pleno, HC 100328.
Número de páginas: 10.
Análise: 22/09/2010, SOF.
Revisão: 29/09/2010, ACG. | DIAS TOFFOLI | Primeira Turma | 102141 | [
"LEG-FED DEL-002848 ANO-1940\r\n ART-00121 PAR-00002 INC-00002 INC-00004\r\n ART-00132\r\n CP-1940 CÓDIGO PENAL\r\n",
"LEG-FED LEI-007210 ANO-1984\r\n ART-00105 ART-00112 \r\n LEP-1984 LEI DE EXECUÇÃO PENAL\r\n",
"LEG-FED LEI-011464 ANO-2007\r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000691 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | HC | acordaos | HC 102141 | [
""
] | PACTE.(S) : ERONILSO MAGALHÃES DA SILVA
IMPTE.(S) : LUCIANO MEDEIROS CRIVELLENTE
ADV.(A/S) : LUCIANO MEDEIROS CRIVELENTE
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC 148344 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 102 . 141",
"HC 148344 DO",
"Súmula [UNK] 691 do Supremo Tribunal Federal",
"Súmula [UNK] 691 / STF",
"HC 102 . 141 / MT",
"HC 102 . 141 / MT",
"HABEAS CORPUS 102 . 141",
"HC 148344 DO SUPERIOR TRIBUNAL",
"HC [UNK] 148 . 344 / MT",
"Súmula [UNK] 691 desta Suprema Corte",
"Súmula Vinculante n . 30",
"HABEAS CORPUS 102 . 141 MATO",
"HC 148344 DO SUPERIOR",
"HC [UNK] 148 . 344 / MT",
"Súmula [UNK] 691 desta Suprema Corte",
"HC 102 . 141 / MT",
"HC 102 . 141",
"HABEAS CORPUS 102 . 141",
"HC [UNK] 148 . 344 / MT",
"HC n . 42 . 334 / 2009",
"HABEAS CORPUS 102 . 141 MATO",
"HC [UNK] 148 . 344 / MT",
"HC n . 42 . 334 / 2009",
"HC 102 . 141 / MT",
"HC [UNK] 94 . 432 / SP",
"HC 94 . 211 / SC",
"HC [UNK] 92 . 456 / BA",
"HC [UNK] 79 . 775 / AP",
"HC [UNK] 79 . 748 / RJ",
"Súmula [UNK] 691 / STF",
"HC [UNK] 100 . 328 / SP",
"HC [UNK] 96 . 586 / SP",
"HC [UNK] 94 . 025 / SP",
"HC 102 . 141 / MT",
"HC [UNK] 94 . 432 / SP",
"HC 94 . 211 / SC",
"HC [UNK] 92 . 456 / BA",
"HC [UNK] 79 . 775 / AP",
"HC [UNK] 79 . 748 / RJ",
"Súmula [UNK] 691 / STF",
"HC [UNK] 100 . 328 / SP",
"HC [UNK] 96 . 586 / SP",
"HC [UNK] 94 . 025 / SP",
"HC 102 . 141 / MT",
"HC 102 . 141 / MT",
"HC 102 . 141 / MT",
"HC [UNK] 98 . 145 / RJ",
"Súmula 716 do Supremo",
"HC 102 . 141 / MT",
"HC [UNK] 98 . 145 / RJ",
"Súmula 716 do Supremo",
"HC 102 . 141 / MT",
"HC 102 . 141 / MT",
"HABEAS CORPUS 102 . 141",
"HC 148344 DO SUPERIOR",
"HABEAS CORPUS 102 . 141",
"HC 148344"
],
"LEGISLACAO": [
"Lei [UNK] 11 . 464 / 07",
"artigo 112 da Lei de Execuções Penais",
"Lei [UNK] 11 . 464 / 07",
"artigo 112 da Lei de Execuções Penais",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 107 DA LEP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 107 DA LEP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 121 , § [UNK] , II e IV , do Código Penal",
"Lei n . 10 . 792 / 2003",
"Lei de Execução Penal",
"art . 107 da LEP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 121 , § [UNK] , II e IV , do Código Penal",
"Lei n . 10 . 792 / 2003",
"Lei de Execução Penal",
"art . 107 da LEP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 11 . 464 / 07",
"artigo 112 da Lei de Execuções Penais",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 11 . 464 / 07",
"artigo 112 da Lei de Execuções Penais",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 121 , § [UNK] , incisos II e IV , do Código Penal",
"art . 105 da Lei de Execução Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 121 , § [UNK] , incisos II e IV , do Código Penal",
"art . 105 da Lei de Execução Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 11 . 464 / 07",
"artigo 112 da Lei de Execuções Penais",
"art . 42 do CP",
"art . 112 da Lei de Execução Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 11 . 464 / 07",
"artigo 112 da Lei de Execuções Penais",
"art . 42 do CP",
"art . 112 da Lei de Execução Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"MATO GROSSO",
"Brasília",
"Brasília",
"MATO GROSSO RELATOR",
"MATO GROSSO",
"MATO GROSSO",
"MATO GROSSO"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] Vara Criminal da Comarca de Cuiabá",
"Vara de Execuções Penais",
"Ministério Público Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Vara Criminal da Comarca de Cuiabá",
"Vara de Execuções Penais",
"Ministério Público Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Superior Tribunal de Justiça",
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"de Justiça do Estado de Mato Grosso",
"STF",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso",
"STF",
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"Primeira Turma",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Ministério Público Federal",
"Segunda Turma",
"Primeira Turma",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso",
"Superior Tribunal de Justiça",
"[UNK] Vara Criminal da Comarca da Capital / MT",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso",
"Superior Tribunal de Justiça",
"[UNK] Vara Criminal da Comarca da Capital / MT",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Plenário",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Plenário desta",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"DIAS TOFFOLI",
"ERONILSO MAGALHÃES DA SILVA",
"LUCIANO MEDEIROS",
"LUCIANO MEDEIROS CRIVELENTE",
"Ricardo Lewandowski",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"ERONILSO MAGALHÃES DA SILVA",
"LUCIANO MEDEIROS",
"LUCIANO MEDEIROS",
"DIAS TOFFOLI",
"Luciano Medeiros Crivellente",
"Eronilso Magalhães da Silva",
"Jorge Mussi",
"DIAS TOFFOLI",
"ERONILSO MAGALHÃES DA SILVA",
"LUCIANO MEDEIROS",
"LUCIANO MEDEIROS",
"DIAS TOFFOLI",
"Luciano Medeiros Crivellente",
"Eronilso Magalhães da Silva",
"Jorge Mussi",
"Gilmar Mendes",
"Mário José Gisi",
"Gilmar Mendes",
"Mário José Gisi",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"Jorge Mussi",
"ERONILSO MAGALHÃES DA SILVA",
"DIAS TOFFOLI",
"Jorge Mussi",
"ERONILSO MAGALHÃES DA SILVA",
"DIAS TOFFOLI",
"Cezar Peluso",
"Ricardo Lewandowski",
"Menezes Direito",
"Maurício Corrêa",
"Celso de Mello",
"Eros Grau",
"Celso de Mello",
"Menezes Direito",
"Cezar Peluso",
"Ricardo Lewandowski",
"Menezes Direito",
"Maurício Corrêa",
"Celso de Mello",
"Eros Grau",
"Celso de Mello",
"Menezes Direito",
"DIAS TOFFOLI",
"Wilson Pinto Júnior",
"Leonardo Araújo da Silva",
"Leonardo Gonçalves Brandão",
"Jorge Mussi",
"Wilson Pinto Júnior",
"Leonardo Araújo da Silva",
"Leonardo Gonçalves Brandão",
"Jorge Mussi",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"ERONILSO MAGALHÃES DA SILVA",
"LUCIANO MEDEIROS CRIVELLENTE",
"LUCIANO MEDEIROS CRIVELENTE",
"Marco Aurélio",
"Ricardo Lewandowski",
"Ricardo Lewandowski",
"Ayres Britto",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Marco Aurélio",
"Edson Oliveira de Almeida",
"Fabiane Duarte",
"DIAS TOFFOLI",
"ERONILSO MAGALHÃES DA SILVA",
"LUCIANO MEDEIROS CRIVELLENTE",
"LUCIANO MEDEIROS CRIVELENTE",
"Marco Aurélio",
"Ricardo Lewandowski",
"Ricardo Lewandowski",
"Ayres Britto",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Marco Aurélio",
"Edson Oliveira de Almeida",
"Fabiane Duarte"
],
"TEMPO": [
"01",
"/",
"06",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"17",
"/",
"09",
"/",
"2010",
"[UNK] de junho de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"[UNK] de junho de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"01",
"/",
"06",
"/",
"2010",
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"2008",
"24",
"/",
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"/",
"2001",
"01",
"/",
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"2010",
"2007",
"2008",
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"/",
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"/",
"08",
"/",
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"/",
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"/",
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"/",
"09",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"04",
"/",
"07",
"/",
"08",
"/",
"09",
"/",
"10",
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"/",
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"/",
"09",
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"/",
"08",
"/",
"2001",
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"/",
"06",
"/",
"2010",
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"/",
"08",
"/",
"2001",
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"06",
"/",
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"08",
"/",
"2001",
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"/",
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"/",
"08",
"16",
"/",
"5",
"/",
"08",
"[UNK]",
"/",
"2",
"/",
"08",
"17",
"/",
"3",
"/",
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"/",
"6",
"/",
"2000",
"12",
"/",
"2",
"/",
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"/",
"6",
"/",
"09",
"[UNK]",
"/",
"8",
"/",
"08",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
"/",
"5",
"/",
"08",
"16",
"/",
"5",
"/",
"08",
"[UNK]",
"/",
"2",
"/",
"08",
"17",
"/",
"3",
"/",
"2000",
"23",
"/",
"6",
"/",
"2000",
"12",
"/",
"2",
"/",
"10",
"26",
"/",
"6",
"/",
"09",
"[UNK]",
"/",
"8",
"/",
"08",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"14",
"/",
"12",
"/",
"07",
"3",
"/",
"7",
"/",
"94",
"23",
"/",
"8",
"/",
"94",
"30",
"/",
"1",
"/",
"97",
"28",
"/",
"4",
"/",
"10",
"26",
"/",
"05",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"14",
"/",
"12",
"/",
"07",
"3",
"/",
"7",
"/",
"94",
"23",
"/",
"8",
"/",
"94",
"30",
"/",
"1",
"/",
"97",
"28",
"/",
"4",
"/",
"10",
"26",
"/",
"05",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"23",
"/",
"8",
"/",
"94",
"30",
"/",
"1",
"/",
"97",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"23",
"/",
"8",
"/",
"94",
"30",
"/",
"1",
"/",
"97",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"[UNK]",
".",
"06",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"[UNK]",
".",
"06",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 643.601
DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:DOMINGOS JOSÉ FERREIRA DA PAZ
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR
PÚBLICO-GERAL
DO
DISTRITO
FEDERAL E TERRITÓRIOS
AGDO.(A/S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E
TERRITÓRIOS
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
EMENTA:
AGRAVO
REGIMENTAL
EM
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ASSISTÊNCIA JURÍDICA
GRATUITA. RECEPÇÃO DO ART. 12 DA LEI 1.060/1950 PELA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. .
1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido
de que o art. 12 da Lei 1.060/1950 foi recepcionado pela Constituição
Federal de 1988.
2. Agravo regimental desprovido.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em desprover o agravo
regimental, o que fazem nos termos do voto do Relator e por
unanimidade de votos, em sessão presidida pelo Ministro Ayres Britto, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 11 de outubro de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1585953.
Supremo Tribunal Federal
DJe 05/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 4
Relatório
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 643.601
DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:DOMINGOS JOSÉ FERREIRA DA PAZ
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR
PÚBLICO-GERAL
DO
DISTRITO
FEDERAL E TERRITÓRIOS
AGDO.(A/S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E
TERRITÓRIOS
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Trata-se de agravo regimental contra decisão pela qual neguei
seguimento ao agravo, sob o fundamento de que o Supremo Tribunal
Federal já se pronunciou acerca da recepção do art. 12 da Lei 1.060/1950
pela Constituição Republicana de 1988.
2. Pois bem, a parte agravante sustenta que a “Lei Federal nº 1.060/50
[…] acabou por confundir os conceitos técnicos e jurídicos de justiça gratuita e
assistência judiciária”. Nesse sentido, não pode ser exigido “nenhum
pagamento a título de custas processuais. Não há que se falar, então, em
suspensão do pagamento pelo prazo de 05 (cinco) anos, mas sim, em isenção
daqueles que não têm condições de arcar com tanto”.
3. Mantida a decisão agravada, submeto o recurso à apreciação desta
nossa Turma.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1585954.
Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 643.601
DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:DOMINGOS JOSÉ FERREIRA DA PAZ
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR
PÚBLICO-GERAL
DO
DISTRITO
FEDERAL E TERRITÓRIOS
AGDO.(A/S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E
TERRITÓRIOS
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Trata-se de agravo regimental contra decisão pela qual neguei
seguimento ao agravo, sob o fundamento de que o Supremo Tribunal
Federal já se pronunciou acerca da recepção do art. 12 da Lei 1.060/1950
pela Constituição Republicana de 1988.
2. Pois bem, a parte agravante sustenta que a “Lei Federal nº 1.060/50
[…] acabou por confundir os conceitos técnicos e jurídicos de justiça gratuita e
assistência judiciária”. Nesse sentido, não pode ser exigido “nenhum
pagamento a título de custas processuais. Não há que se falar, então, em
suspensão do pagamento pelo prazo de 05 (cinco) anos, mas sim, em isenção
daqueles que não têm condições de arcar com tanto”.
3. Mantida a decisão agravada, submeto o recurso à apreciação desta
nossa Turma.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 4
Voto - MIN. AYRES BRITTO
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 643.601
DISTRITO FEDERAL
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Tenho que a decisão ora agravada não merece reparos. Isso porque é
pacífica a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que
o art. 12 da Lei 1.060/1950 foi recepcionado pela Constituição Federal de
1988.
6. Nesse mesmo sentido os REs 514.451-AgR, 559.417-AgR, ambos da
relatoria do ministro Eros Grau, 488.616-AgR,da relatoria do ministro
Ricardo Lewandowski; 338.453-ED, da relatoria do ministro Moreira
Alves; e 184.841, da relatoria do ministro Sepúlveda Pertence.
7. Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental.
8. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1591736.
Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 643.601
DISTRITO FEDERAL
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Tenho que a decisão ora agravada não merece reparos. Isso porque é
pacífica a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que
o art. 12 da Lei 1.060/1950 foi recepcionado pela Constituição Federal de
1988.
6. Nesse mesmo sentido os REs 514.451-AgR, 559.417-AgR, ambos da
relatoria do ministro Eros Grau, 488.616-AgR,da relatoria do ministro
Ricardo Lewandowski; 338.453-ED, da relatoria do ministro Moreira
Alves; e 184.841, da relatoria do ministro Sepúlveda Pertence.
7. Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental.
8. É como voto.
* * * * * * * * * * * *
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1591736.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 4
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 643.601
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : DOMINGOS JOSÉ FERREIRA DA PAZ
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO DISTRITO FEDERAL E
TERRITÓRIOS
AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
Decisão: agravo regimental desprovido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, os Senhores
Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 11.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa e
Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Celso de Mello.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1530931
Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 643.601
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : DOMINGOS JOSÉ FERREIRA DA PAZ
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO DISTRITO FEDERAL E
TERRITÓRIOS
AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
Decisão: agravo regimental desprovido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, os Senhores
Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 11.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa e
Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Celso de Mello.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1530931
Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 4
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1605028 | 2011-10-11T00:00:00 | 2011-12-05T00:00:00 | Agravo regimental desprovido, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 11.10.2011. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA. RECEPÇÃO DO ART. 12 DA LEI 1.060/1950 PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. .
1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que o art. 12 da Lei 1.060/1950 foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988.
2. Agravo regimental desprovido. | sjur202341 | - Acórdãos citados: RE 514451 AgR, RE 559417 AgR, RE 488616 AgR, RE 338453 ED, RE 184841.
Número de páginas: 4.
Análise: 24/01/2012, GVS. | AYRES BRITTO | Segunda Turma | 643601 | [
"LEG-FED CF ANO-1988 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n\r\n",
"LEG-FED LEI-001060 ANO-1950\r\n ART-00012 \r\n LEI ORDINÁRIA"
] | ARE-AgR | acordaos | ARE 643601 AgR | [
""
] | AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
AGTE.(S) : DOMINGOS JOSÉ FERREIRA DA PAZ | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 643 . 601",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 643 . 601",
"AGRAVO 643 . 601",
"REs 514 . 451 - AgR",
"REs 514 . 451 - AgR",
"559",
".",
"417",
"-",
"AgR",
"488",
".",
"616",
"-",
"AgR",
"338",
".",
"453",
"-",
"ED",
"184",
".",
"841"
],
"LEGISLACAO": [
"ART . 12 DA LEI 1 . 060 / 1950",
"CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988",
"art . 12 da Lei 1 . 060 / 1950",
"Constituição Federal de 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 12 da Lei 1 . 060 / 1950",
"Constituição Republicana de 1988",
"Lei Federal [UNK] 1 . 060 / 50",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 12 da Lei 1 . 060 / 1950",
"Constituição Republicana de 1988",
"Lei Federal [UNK] 1 . 060 / 50",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 12 da Lei 1 . 060 / 1950",
"Constituição Federal de 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 12 da Lei 1 . 060 / 1950",
"Constituição Federal de 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"Brasília",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"MINISTÉRIO PÚBLICO DO",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"AYRES BRITTO",
"DOMINGOS JOSÉ FERREIRA DA PAZ",
"Ayres Britto",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"DOMINGOS JOSÉ FERREIRA DA PAZ",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"DOMINGOS JOSÉ FERREIRA DA PAZ",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Eros Grau",
"Ricardo Lewandowski",
"Moreira Alves",
"Sepúlveda Pertence",
"AYRES BRITTO",
"Eros Grau",
"Ricardo Lewandowski",
"Moreira Alves",
"Sepúlveda Pertence",
"AYRES BRITTO",
"DOMINGOS JOSÉ FERREIRA DA PAZ",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Celso de Mello",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab",
"AYRES BRITTO",
"DOMINGOS JOSÉ FERREIRA DA PAZ",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Celso de Mello",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"11 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"05",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
18/08/2010
TRIBUNAL PLENO
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 9.882 SÃO PAULO
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
: RICARDO NAHAT
ADV.(A/S)
: DANIEL DOMINGUES CHIODE
AGDO.(A/S)
: IZAURA DE ANDRADE PINZAN
ADV.(A/S)
: MARCIAL HERCULINO DE HOLLANDA
INTDO.(A/S)
: TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. ALEGAÇÃO DE DESCUMPRIMENTO
DO QUE DECIDIDO NA MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
3.395/DF. AÇÃO AJUIZADA CONTRA TITULAR DE CARTÓRIO. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE
MATERIAL COM A AÇÃO PARADIGMA. IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DA RECLAMAÇÃO
COMO SUCEDÂNEO DE RECURSO. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA
PROVIMENTO.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em sessão Plenária, sob a Presidência do
Ministro Cezar Peluso, na conformidade da ata de julgamento e das notas
taquigráficas, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental
na reclamação, nos termos do voto da Relatora. Ausentes, licenciados, os
Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa, e, justificadamente, o
Ministro Ricardo Lewandowski.
Brasília, 18 de agosto de 2010.
Ministra CÁRMEN LÚCIA - Relatora
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 676297
Supremo Tribunal Federal
DJe 01/10/2010
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9
Relatório
18/08/2010
TRIBUNAL PLENO
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 9.882 SÃO PAULO
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
: RICARDO NAHAT
ADV.(A/S)
: DANIEL DOMINGUES CHIODE
AGDO.(A/S)
: IZAURA DE ANDRADE PINZAN
ADV.(A/S)
: MARCIAL HERCULINO DE HOLLANDA
INTDO.(A/S)
: TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Em 13 de abril de 2010, neguei seguimento à reclamação ajuizada
por Ricardo Nahat contra o Tribunal Superior do Trabalho, que nos autos
dos Embargos de Declaração no Agravo de Instrumento no Recurso de Revista
n. 131740.20.2003.5.02.0059, teria descumprido a decisão proferida pelo
Supremo
Tribunal
Federal
na
Medida
Cautelar
na
Ação
Direta
de
Inconstitucionalidade 3.395/DF. A decisão agravada teve a seguinte
fundamentação:
“(...) o descumprimento da Ação Direta de Inconstitucionalidade
3.395/DF ocorre quando tramita na Justiça Trabalhista ação que
tenha por objeto causa instaurada entre o Poder Público e
servidor
que
lhe
seja
vinculado
por
relação
jurídico-
estatutária.
8. No caso vertente, a Ação n. 01317-2003-059-02-00-7 teve por
objeto a relação trabalhista estabelecida entre Izaura de
Andrade Pinzan, ora Interessada, e Ricardo Nahat, titular do
14º Cartório de Registros de Imóveis de São Paulo, pessoa
física que, por delegação do Poder Público, assumiu a
titularidade de serventia extrajudicial.
O Reclamante busca argumentar que a relação estabelecida entre
ele e a ora Interessada teria natureza estatutária, ao
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 676313
Supremo Tribunal Federal
18/08/2010
TRIBUNAL PLENO
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 9.882 SÃO PAULO
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S)
: RICARDO NAHAT
ADV.(A/S)
: DANIEL DOMINGUES CHIODE
AGDO.(A/S)
: IZAURA DE ANDRADE PINZAN
ADV.(A/S)
: MARCIAL HERCULINO DE HOLLANDA
INTDO.(A/S)
: TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Em 13 de abril de 2010, neguei seguimento à reclamação ajuizada
por Ricardo Nahat contra o Tribunal Superior do Trabalho, que nos autos
dos Embargos de Declaração no Agravo de Instrumento no Recurso de Revista
n. 131740.20.2003.5.02.0059, teria descumprido a decisão proferida pelo
Supremo
Tribunal
Federal
na
Medida
Cautelar
na
Ação
Direta
de
Inconstitucionalidade 3.395/DF. A decisão agravada teve a seguinte
fundamentação:
“(...) o descumprimento da Ação Direta de Inconstitucionalidade
3.395/DF ocorre quando tramita na Justiça Trabalhista ação que
tenha por objeto causa instaurada entre o Poder Público e
servidor
que
lhe
seja
vinculado
por
relação
jurídico-
estatutária.
8. No caso vertente, a Ação n. 01317-2003-059-02-00-7 teve por
objeto a relação trabalhista estabelecida entre Izaura de
Andrade Pinzan, ora Interessada, e Ricardo Nahat, titular do
14º Cartório de Registros de Imóveis de São Paulo, pessoa
física que, por delegação do Poder Público, assumiu a
titularidade de serventia extrajudicial.
O Reclamante busca argumentar que a relação estabelecida entre
ele e a ora Interessada teria natureza estatutária, ao
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contrário do que assentado na decisão reclamada, e que por isso
haveria descumprimento da Ação Direta de Inconstitucionalidade
3.395-MC/DF pois a ação não poderia ter sido processada e
julgada na justiça trabalhista.
A natureza jurídica da relação estabelecida entre o titular do
cartório e as pessoas por ele contratadas não foi objeto de
análise no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade
3.395-MC/DF e por isso mesmo não pode ser objeto de discussão
na presente reclamação.
Além disso, é evidente que a situação dos autos não cuida de
demanda ‘instaurada entre o Poder Público e seus servidores, a
ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de
caráter jurídico-administrativo’ uma vez que o Reclamante é
pessoa física titular de cartório.
Ausente, desse modo, a identidade material entre o que decidido
na Ação Direta de Inconstitucionalidade 3.395/DF e a situação
descrita nos autos e objeto da presente reclamação.
Em decisão monocrática, o Ministro Celso de Mello ressaltou a
importância da pertinência entre o ato reclamado e a decisão
deste Supremo Tribunal Federal apontada como paradigma:
‘É importante assinalar, nos casos em que se sustenta
desrespeito à autoridade de decisão do Supremo Tribunal
Federal, que os atos questionados na reclamação, considerado o
respectivo contexto, hão de se ajustar, com exatidão e
pertinência, aos julgamentos desta Suprema Corte invocados como
paradigmas de confronto, em ordem a permitir, pela análise
comparativa, a verificação da conformidade, ou não, da
deliberação estatal impugnada em relação ao parâmetro de
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contrário do que assentado na decisão reclamada, e que por isso
haveria descumprimento da Ação Direta de Inconstitucionalidade
3.395-MC/DF pois a ação não poderia ter sido processada e
julgada na justiça trabalhista.
A natureza jurídica da relação estabelecida entre o titular do
cartório e as pessoas por ele contratadas não foi objeto de
análise no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade
3.395-MC/DF e por isso mesmo não pode ser objeto de discussão
na presente reclamação.
Além disso, é evidente que a situação dos autos não cuida de
demanda ‘instaurada entre o Poder Público e seus servidores, a
ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de
caráter jurídico-administrativo’ uma vez que o Reclamante é
pessoa física titular de cartório.
Ausente, desse modo, a identidade material entre o que decidido
na Ação Direta de Inconstitucionalidade 3.395/DF e a situação
descrita nos autos e objeto da presente reclamação.
Em decisão monocrática, o Ministro Celso de Mello ressaltou a
importância da pertinência entre o ato reclamado e a decisão
deste Supremo Tribunal Federal apontada como paradigma:
‘É importante assinalar, nos casos em que se sustenta
desrespeito à autoridade de decisão do Supremo Tribunal
Federal, que os atos questionados na reclamação, considerado o
respectivo contexto, hão de se ajustar, com exatidão e
pertinência, aos julgamentos desta Suprema Corte invocados como
paradigmas de confronto, em ordem a permitir, pela análise
comparativa, a verificação da conformidade, ou não, da
deliberação estatal impugnada em relação ao parâmetro de
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controle emanado deste Tribunal (ADPF 144/DF, no caso)’ (Rcl
6.534-MC/MA, DJ 24.9.2008).
Quando não há identidade material entre a questão debatida nos
autos e o que decidido na Ação Direta de Inconstitucionalidade
3.395/DF, os Ministros do Supremo Tribunal Federal têm negado
seguimento à reclamação: Rcl 5.753/AM, Rel. Min. Ellen Gracie,
decisão monocrática, DJ 24.11.2008; Rcl 5.234/PB, de minha
relatoria, decisão monocrática, DJ 31.10.2008; Rcl 5.519/PB,
Rel.
Min.
Ricardo
Lewandowski,
decisão
monocrática,
DJ
27.2.2008.
9. Em situações nas quais não há relação entre poder público e
seu servidor, os ministros deste Supremo Tribunal Federal têm
negado seguimento às reclamações, ajuizadas com fundamento em
descumprimento da Ação Direta de Inconstitucionalidade 3.395-
MC/DF, ante a ausência de identidade material.
(...)
Em idêntico sentido as Reclamações 5.232/PB, Rel. Min. Celso de
Mello, decisão monocrática, DJ 12.6.2008 e 5.234/PB, de minha
relatoria, decisão monocrática, DJ 31.10.2008.
10. Além disso, é evidente a intenção do Reclamante de fazer
uso da presente reclamação como sucedâneo de recurso uma vez
que, inconformado com a decisão reclamada, e, somente, após a
interposição de recurso extraordinário, que pende de juízo de
admissibilidade no tribunal de origem, ajuíza a presente
reclamação.
No entanto, o uso da via da reclamação como sucedâneo de
recurso não é autorizado por este Supremo Tribunal Federal.
Supremo Tribunal Federal
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controle emanado deste Tribunal (ADPF 144/DF, no caso)’ (Rcl
6.534-MC/MA, DJ 24.9.2008).
Quando não há identidade material entre a questão debatida nos
autos e o que decidido na Ação Direta de Inconstitucionalidade
3.395/DF, os Ministros do Supremo Tribunal Federal têm negado
seguimento à reclamação: Rcl 5.753/AM, Rel. Min. Ellen Gracie,
decisão monocrática, DJ 24.11.2008; Rcl 5.234/PB, de minha
relatoria, decisão monocrática, DJ 31.10.2008; Rcl 5.519/PB,
Rel.
Min.
Ricardo
Lewandowski,
decisão
monocrática,
DJ
27.2.2008.
9. Em situações nas quais não há relação entre poder público e
seu servidor, os ministros deste Supremo Tribunal Federal têm
negado seguimento às reclamações, ajuizadas com fundamento em
descumprimento da Ação Direta de Inconstitucionalidade 3.395-
MC/DF, ante a ausência de identidade material.
(...)
Em idêntico sentido as Reclamações 5.232/PB, Rel. Min. Celso de
Mello, decisão monocrática, DJ 12.6.2008 e 5.234/PB, de minha
relatoria, decisão monocrática, DJ 31.10.2008.
10. Além disso, é evidente a intenção do Reclamante de fazer
uso da presente reclamação como sucedâneo de recurso uma vez
que, inconformado com a decisão reclamada, e, somente, após a
interposição de recurso extraordinário, que pende de juízo de
admissibilidade no tribunal de origem, ajuíza a presente
reclamação.
No entanto, o uso da via da reclamação como sucedâneo de
recurso não é autorizado por este Supremo Tribunal Federal.
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Assim, por exemplo: Rcl 7.971-AgR/PA, Rel. Min. Cármen Lúcia,
Tribunal Pleno, DJ 11.12.2009; Rcl 5.207-AgR/PI, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno, DJ 29.10.2009; Rcl 6.109-
ED/TO, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJ 13.3.2009;
Rcl 4.37-AgR/SC, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJ
20.2.2009; Rcl 4.003-AgR/RJ, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal
Pleno, DJ 6.3.2009; Rcl 3.954-AgR/CE, Rel. Min. Cezar Peluso,
Tribunal Pleno, DJ 7.11.2008; (...).
11. Pelo exposto, nego seguimento à presente Reclamação, por
incabível (art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo
Tribunal Federal)”.
2. Publicada essa decisão em 5.5.2010, interpõe Ricardo Nahat, ora
Agravante, em 6.5.2010, tempestivamente, agravo regimental.
3. Alega o Agravante que seria “entendimento assente perante o E. STF
haver equiparação entre os servidores dos cartórios extrajudiciais e os
servidores públicos, bom como do Titular da serventia e o Poder Público.
(...) Foi exatamente com base neste entendimento deste E. STF que a
decisão proferida na ADI 3.3.95 aplica-se ao presente caso, que pode ser
equiparado à ‘causa instaurada entre o Poder Público e o servidor que lhe
seja vinculado por relação jurídico-estatutária’ (fls. 3 e 6 da petição de
agravo).
Afirma que, “quanto à natureza do vínculo, é incontroverso que a
relação havida entre a trabalhadora e a serventia extrajudicial de
titularidade do ora reclamante era estatutária. Aliás, tal fato não foi
negado em nenhum momento pela trabalhadora, que nos autos manifestou
claramente que detém a condição de servidora estatutária” (fls. 6-7).
Sustenta que, “ter a parte também desafiado a decisão do C. TST por
apelo extraordinário, por si só, não indica que tenha adotado da
reclamação como recurso. Até porque o recurso extraordinário desafia
outras
matérias
constitucionais,
inclusive
negativa
de
prestação
Supremo Tribunal Federal
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Assim, por exemplo: Rcl 7.971-AgR/PA, Rel. Min. Cármen Lúcia,
Tribunal Pleno, DJ 11.12.2009; Rcl 5.207-AgR/PI, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno, DJ 29.10.2009; Rcl 6.109-
ED/TO, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJ 13.3.2009;
Rcl 4.37-AgR/SC, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJ
20.2.2009; Rcl 4.003-AgR/RJ, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal
Pleno, DJ 6.3.2009; Rcl 3.954-AgR/CE, Rel. Min. Cezar Peluso,
Tribunal Pleno, DJ 7.11.2008; (...).
11. Pelo exposto, nego seguimento à presente Reclamação, por
incabível (art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo
Tribunal Federal)”.
2. Publicada essa decisão em 5.5.2010, interpõe Ricardo Nahat, ora
Agravante, em 6.5.2010, tempestivamente, agravo regimental.
3. Alega o Agravante que seria “entendimento assente perante o E. STF
haver equiparação entre os servidores dos cartórios extrajudiciais e os
servidores públicos, bom como do Titular da serventia e o Poder Público.
(...) Foi exatamente com base neste entendimento deste E. STF que a
decisão proferida na ADI 3.3.95 aplica-se ao presente caso, que pode ser
equiparado à ‘causa instaurada entre o Poder Público e o servidor que lhe
seja vinculado por relação jurídico-estatutária’ (fls. 3 e 6 da petição de
agravo).
Afirma que, “quanto à natureza do vínculo, é incontroverso que a
relação havida entre a trabalhadora e a serventia extrajudicial de
titularidade do ora reclamante era estatutária. Aliás, tal fato não foi
negado em nenhum momento pela trabalhadora, que nos autos manifestou
claramente que detém a condição de servidora estatutária” (fls. 6-7).
Sustenta que, “ter a parte também desafiado a decisão do C. TST por
apelo extraordinário, por si só, não indica que tenha adotado da
reclamação como recurso. Até porque o recurso extraordinário desafia
outras
matérias
constitucionais,
inclusive
negativa
de
prestação
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jurisdicional, as quais, certamente, não encontram espaço para discussão
na presente reclamação” (fl. 16).
Requer o provimento do presente recurso.
É o relatório.
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jurisdicional, as quais, certamente, não encontram espaço para discussão
na presente reclamação” (fl. 16).
Requer o provimento do presente recurso.
É o relatório.
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
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V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Razão jurídica não assiste ao Agravante.
2. Como afirmado na decisão agravada, a natureza jurídica da relação
estabelecida entre o titular do cartório e as pessoas por ele contratadas
não
foi
objeto
de
análise
no
julgamento
da
Ação
Direta
de
Inconstitucionalidade 3.395-MC/DF.
Assim, não há identidade material entre o que decidido nessa ação
direta e a situação descrita nestes autos, razão pela qual é de ser
mantida a decisão agravada.
Nesse sentido:
“EMENTA: AGRAVOS REGIMENTAIS NA RECLAMAÇÃO. REQUISIÇÃO DE
PEQUENO VALOR. SEQUESTRO DE RENDAS. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AO QUE
DECIDIDO NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 1.662 E NO
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 410.465. AGRAVOS
REGIMENTAIS AOS QUAIS SE NEGA PROVIMENTO. Inexistência de
identidade material entre a decisão reclamada e os julgados
tidos como paradigmas. Precedentes” (Rcl 3.456-AgR, de minha
relatoria, Plenário, DJe 11.12.2009).
E:
“É importante assinalar, nos casos em que se sustenta
desrespeito à autoridade de decisão do Supremo Tribunal
Federal, que os atos questionados na reclamação, considerado o
respectivo contexto, hão de se ajustar, com exatidão e
pertinência, aos julgamentos desta Suprema Corte invocados como
paradigmas de confronto, em ordem a permitir, pela análise
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V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Razão jurídica não assiste ao Agravante.
2. Como afirmado na decisão agravada, a natureza jurídica da relação
estabelecida entre o titular do cartório e as pessoas por ele contratadas
não
foi
objeto
de
análise
no
julgamento
da
Ação
Direta
de
Inconstitucionalidade 3.395-MC/DF.
Assim, não há identidade material entre o que decidido nessa ação
direta e a situação descrita nestes autos, razão pela qual é de ser
mantida a decisão agravada.
Nesse sentido:
“EMENTA: AGRAVOS REGIMENTAIS NA RECLAMAÇÃO. REQUISIÇÃO DE
PEQUENO VALOR. SEQUESTRO DE RENDAS. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AO QUE
DECIDIDO NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 1.662 E NO
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 410.465. AGRAVOS
REGIMENTAIS AOS QUAIS SE NEGA PROVIMENTO. Inexistência de
identidade material entre a decisão reclamada e os julgados
tidos como paradigmas. Precedentes” (Rcl 3.456-AgR, de minha
relatoria, Plenário, DJe 11.12.2009).
E:
“É importante assinalar, nos casos em que se sustenta
desrespeito à autoridade de decisão do Supremo Tribunal
Federal, que os atos questionados na reclamação, considerado o
respectivo contexto, hão de se ajustar, com exatidão e
pertinência, aos julgamentos desta Suprema Corte invocados como
paradigmas de confronto, em ordem a permitir, pela análise
Supremo Tribunal Federal
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
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comparativa, a verificação da conformidade, ou não, da
deliberação estatal impugnada em relação ao parâmetro de
controle emanado deste Tribunal (ADPF 144/DF, no caso)” (Rcl
6.534-MC/MA, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 24.9.2008, grifos
nossos).
3. Ademais, cumpre anotar que o uso da via da reclamação como
sucedâneo de recurso não é autorizado pelo Supremo Tribunal Federal.
Assim, por exemplo: Rcl 7.971-AgR/PA, Rel. Min. Cármen Lúcia,
Tribunal Pleno, DJ 11.12.2009; Rcl 5.207-AgR/PI, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, Tribunal Pleno, DJ 29.10.2009; Rcl 6.109-ED/TO, Rel. Min.
Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJ 13.3.2009; Rcl 4.37-AgR/SC, Rel. Min.
Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJ 20.2.2009; Rcl 4.003-AgR/RJ, Rel. Min.
Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJ 6.3.2009; Rcl 3.954-AgR/CE, Rel. Min.
Cezar Peluso, Tribunal Pleno, DJ 7.11.2008; Rcl 5.684-AgR/PE, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno, DJ 15.8.2008; Rcl 5.828/SP, de minha
relatoria, decisão monocrática, DJ 4.3.2008; Rcl 5.830/GO, de minha
relatoria, decisão monocrática, DJ 26.2.2008; Rcl 5.494-MC/ES, Rel. Min.
Celso de Mello, DJ 28.9.2007; Rcl 4.703/SC, de minha relatoria, Primeira
Turma, DJ 23.3.2007; Rcl 4.499-MC/BA, Rel. Min. Celso de Mello, decisão
monocrática, DJ 5.9.2006; Rcl 4.154/SC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,
decisão monocrática, DJ 31.3.2006; Rcl 2.680/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes,
decisão monocrática, DJ 15.12.2005; Rcl 1.852-AgR/RN, Rel. Min. Maurício
Corrêa, decisão monocrática, DJ 8.3.2002; Rcl 1.852/RN, Rel. Min. Maurício
Corrêa, decisão monocrática, DJ 4.6.2001; Rcl 603/RJ, Rel. Min. Carlos
Velloso, decisão monocrática, DJ 12.2.1999; e Rcl 724-AgR/ES, Rel. Min.
Octavio Gallotti, decisão monocrática, DJ 22.5.1998.
4. Os argumentos do Agravante são insuficientes para modificar a
decisão agravada embasada na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
5. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental.
Supremo Tribunal Federal
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comparativa, a verificação da conformidade, ou não, da
deliberação estatal impugnada em relação ao parâmetro de
controle emanado deste Tribunal (ADPF 144/DF, no caso)” (Rcl
6.534-MC/MA, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 24.9.2008, grifos
nossos).
3. Ademais, cumpre anotar que o uso da via da reclamação como
sucedâneo de recurso não é autorizado pelo Supremo Tribunal Federal.
Assim, por exemplo: Rcl 7.971-AgR/PA, Rel. Min. Cármen Lúcia,
Tribunal Pleno, DJ 11.12.2009; Rcl 5.207-AgR/PI, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, Tribunal Pleno, DJ 29.10.2009; Rcl 6.109-ED/TO, Rel. Min.
Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJ 13.3.2009; Rcl 4.37-AgR/SC, Rel. Min.
Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJ 20.2.2009; Rcl 4.003-AgR/RJ, Rel. Min.
Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJ 6.3.2009; Rcl 3.954-AgR/CE, Rel. Min.
Cezar Peluso, Tribunal Pleno, DJ 7.11.2008; Rcl 5.684-AgR/PE, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno, DJ 15.8.2008; Rcl 5.828/SP, de minha
relatoria, decisão monocrática, DJ 4.3.2008; Rcl 5.830/GO, de minha
relatoria, decisão monocrática, DJ 26.2.2008; Rcl 5.494-MC/ES, Rel. Min.
Celso de Mello, DJ 28.9.2007; Rcl 4.703/SC, de minha relatoria, Primeira
Turma, DJ 23.3.2007; Rcl 4.499-MC/BA, Rel. Min. Celso de Mello, decisão
monocrática, DJ 5.9.2006; Rcl 4.154/SC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,
decisão monocrática, DJ 31.3.2006; Rcl 2.680/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes,
decisão monocrática, DJ 15.12.2005; Rcl 1.852-AgR/RN, Rel. Min. Maurício
Corrêa, decisão monocrática, DJ 8.3.2002; Rcl 1.852/RN, Rel. Min. Maurício
Corrêa, decisão monocrática, DJ 4.6.2001; Rcl 603/RJ, Rel. Min. Carlos
Velloso, decisão monocrática, DJ 12.2.1999; e Rcl 724-AgR/ES, Rel. Min.
Octavio Gallotti, decisão monocrática, DJ 22.5.1998.
4. Os argumentos do Agravante são insuficientes para modificar a
decisão agravada embasada na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
5. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 676314
Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 9
Decisão de Julgamento
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 9.882
PROCED. : SÃO PAULO
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) : RICARDO NAHAT
ADV.(A/S) : DANIEL DOMINGUES CHIODE
AGDO.(A/S) : IZAURA DE ANDRADE PINZAN
ADV.(A/S) : MARCIAL HERCULINO DE HOLLANDA
INTDO.(A/S) : TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
Decisão: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto da
Relatora, negou provimento ao recurso de agravo. Ausentes,
licenciados, os Senhores Ministros Celso de Mello e Joaquim
Barbosa, e, justificadamente, o Senhor Ministro Ricardo
Lewandowski. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Cezar Peluso.
Plenário, 18.08.2010.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Ellen Gracie, Gilmar
Mendes, Ayres Britto, Cármen Lúcia e Dias Toffoli.
Procurador-Geral da República, Dr. Roberto Monteiro Gurgel
Santos.
p/ Luiz Tomimatsu
Secretário
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 726500
Supremo Tribunal Federal
PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NA RECLAMAÇÃO 9.882
PROCED. : SÃO PAULO
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) : RICARDO NAHAT
ADV.(A/S) : DANIEL DOMINGUES CHIODE
AGDO.(A/S) : IZAURA DE ANDRADE PINZAN
ADV.(A/S) : MARCIAL HERCULINO DE HOLLANDA
INTDO.(A/S) : TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
Decisão: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto da
Relatora, negou provimento ao recurso de agravo. Ausentes,
licenciados, os Senhores Ministros Celso de Mello e Joaquim
Barbosa, e, justificadamente, o Senhor Ministro Ricardo
Lewandowski. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Cezar Peluso.
Plenário, 18.08.2010.
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Ellen Gracie, Gilmar
Mendes, Ayres Britto, Cármen Lúcia e Dias Toffoli.
Procurador-Geral da República, Dr. Roberto Monteiro Gurgel
Santos.
p/ Luiz Tomimatsu
Secretário
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 726500
Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=726532 | 2010-08-18T00:00:00 | 2010-10-01T00:00:00 | O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto da Relatora, negou provimento ao recurso de agravo. Ausentes, licenciados, os Senhores Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa, e, justificadamente, o Senhor Ministro Ricardo Lewandowski. Presidiu
o julgamento o Senhor Ministro Cezar Peluso. Plenário, 18.08.2010. | AG.REG. NA RECLAMAÇÃO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. ALEGAÇÃO DE DESCUMPRIMENTO
DO QUE DECIDIDO NA MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE 3.395/DF. AÇÃO AJUIZADA CONTRA TITULAR DE
CARTÓRIO. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE MATERIAL COM A AÇÃO PARADIGMA.
IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DA RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DE
RECURSO. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. | sjur182865 | - Acórdãos citados: Rcl 603, Rcl 724 AgR, Rcl 1852 AgR, Rcl 3456 AgR, Rcl 3954 AgR - Tribunal Pleno, Rcl 4003 AgR - Tribunal Pleno, Rcl 4703 AgR, Rcl 5207 AgR - Tribunal Pleno, Rcl 5494 ED, Rcl 5684 AgR - Tribunal Pleno, Rcl 6109 ED - Tribunal Pleno, Rcl 6534 AgR, Rcl 7971 AgR - Tribunal Pleno.
- Decisões monocráticas citadas: Rcl 1852, Rcl 2680, Rcl 4154, Rcl 4499 MC, Rcl 5828, Rcl 5830.
- Veja ADI 3395 MC do STF.
Número de páginas: 9.
Análise: 07/10/2010, KBP.
Revisão: 15/10/2010, IMC. | CÁRMEN LÚCIA | Tribunal Pleno | 9882 | null | Rcl-AgR | acordaos | Rcl 9882 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : RICARDO NAHAT
ADV.(A/S) : DANIEL DOMINGUES CHIODE
AGDO.(A/S) : IZAURA DE ANDRADE PINZAN
ADV.(A/S) : MARCIAL HERCULINO DE HOLLANDA
INTDO.(A/S) : TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECLAMAÇÃO 9 . 882",
"RECLAMAÇÃO 9 . 882 SÃO",
"Agravo de Instrumento no Recurso de Revista n . 131740 . 20 . 2003 . 5 . 02 . 0059",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade 3 . 395 / DF",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade 3 . 395 / DF",
"Ação n . 01317 - 2003 - 059 - 02 - 00 - 7",
"RECLAMAÇÃO 9 . 882",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade 3 . 395 / DF",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade 3 . 395 / DF",
"Ação n . 01317 - 2003 - 059 - 02 - 00 - 7",
"Rcl 9 . 882 - AgR / SP",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade 3 . 395 - MC / DF",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade 3 . 395 - MC",
"de Inconstitucionalidade 3 . 395 / DF",
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"Rcl 9 . 882 - AgR / SP",
"ADPF 144 / DF",
"Rcl 6 . 534 - MC / MA",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade 3 . 395 / DF",
"Rcl 5 . 753 / AM",
"Rcl 5 . 234 / PB",
"Rcl 5 . 519 / PB",
"Ação Direta de Inconstitucionalidade 3 . 395 - MC / DF",
"Reclamações 5 . 232 / PB",
".",
"Rcl 9 . 882 - AgR / SP",
"ADPF 144 / DF",
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"Reclamações 5 . 232 / PB",
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".",
"234",
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"PB",
"Rcl 9 . 882 - AgR / SP",
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"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 1 . 662",
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"Rcl 3 . 456 - AgR",
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"Rcl 5 . 828 / SP",
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"RECLAMAÇÃO"
],
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"art . 21 , § [UNK] , do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 21 , § [UNK] , do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"-",
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"[UNK] Cartório de Registros de Imóveis de São Paulo",
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"[UNK] Cartório de Registros de Imóveis de São Paulo",
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"-",
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"TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO",
"Plenário",
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"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"CÁRMEN LÚCIA",
"RICARDO NAHAT",
"DANIEL DOMINGUES CHIODE",
"IZAURA DE ANDRADE PINZAN",
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"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"RICARDO NAHAT",
"DANIEL DOMINGUES CHIODE",
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"CÁRMEN LÚCIA",
"Ricardo Nahat",
"Izaura de Andrade Pinzan",
"Ricardo Nahat",
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"RICARDO NAHAT",
"DANIEL DOMINGUES CHIODE",
"IZAURA DE ANDRADE PINZAN",
"MARCIAL HERCULINO DE HOLLANDA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Ricardo Nahat",
"Izaura de Andrade Pinzan",
"Ricardo Nahat",
"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
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"Ricardo Lewandowski",
"Celso de Mello",
"Ellen Gracie",
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"Celso de Mello",
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"Ricardo Lewandowski",
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"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
"Cezar Peluso",
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"Cármen Lúcia",
"Ricardo Lewandowski",
"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
"Cezar Peluso",
"Ricardo Nahat",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Celso de Mello",
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"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
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"Ricardo Lewandowski",
"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
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"Maurício Corrêa",
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"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
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"Ricardo Lewandowski",
"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
"Sepúlveda Pertence",
"Gilmar Mendes",
"Maurício Corrêa",
"Maurício Corrêa",
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"Cezar Peluso",
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"2008",
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"2008",
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"4",
".",
"6",
".",
"12",
".",
"2",
".",
"1999",
"22",
".",
"5",
".",
"1998",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
".",
"9",
".",
"2008",
"11",
".",
"12",
".",
"2009",
"29",
".",
"10",
".",
"2009",
"13",
".",
"3",
".",
"2009",
"20",
".",
"2",
".",
"2009",
"6",
".",
"3",
".",
"2009",
"7",
".",
"11",
".",
"2008",
"15",
".",
"8",
".",
"2008",
"4",
".",
"3",
".",
"2008",
"26",
".",
"2",
".",
"2008",
"28",
".",
"9",
".",
"2007",
"23",
".",
"3",
".",
"2007",
"5",
".",
"9",
".",
"2006",
"31",
".",
"3",
".",
"2006",
"15",
".",
"12",
".",
"2005",
"8",
".",
"3",
".",
"2002",
"4",
".",
"6",
".",
"2001",
"12",
".",
"2",
".",
"1999",
"22",
".",
"5",
".",
"1998",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
".",
"08",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"18",
".",
"08",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 654.489 RIO DE
JANEIRO
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:JACQUES ARAÚJO NETO
ADV.(A/S)
:MAURICIO DE FIGUEIREDO CORRÊA DA VEIGA
AGDO.(A/S)
:CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO
ADV.(A/S)
:JOSÉ LUIZ C FERREIRA DE SOUZA
EMENTA:
AGRAVO
REGIMENTAL
EM
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO DO TRABALHO.
COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA. EFICÁCIA LIBERATÓRIA DO
TERMO DE CONCILIAÇÃO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO
DE DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS. CONTROVÉRSIA DECIDIDA
EXCLUSIVAMENTE
À
LUZ
DA
LEGISLAÇÃO
INFRACONSTITUCIONAL. PRECEDENTES.
1. A ausência de análise prévia e conclusiva pela instância judicante
de origem sobre temas constitucionais suscitados no recurso
extraordinário inviabiliza a abertura da via recursal extraordinária por
faltar o requisito do prequestionamento da matéria.
2. Não é possível, em recurso extraordinário, reexaminar a legislação
infraconstitucional aplicada ao caso.
3. Agravo regimental desprovido.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1616624.
Supremo Tribunal Federal
DJe 19/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 5
Ementa e Acórdão
ARE 654.489 AGR / RJ
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em desprover o agravo
regimental, o que fazem nos termos do voto do Relator e por
unanimidade de votos, em sessão presidida pelo Ministro Ayres Britto, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1616624.
Supremo Tribunal Federal
ARE 654.489 AGR / RJ
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em desprover o agravo
regimental, o que fazem nos termos do voto do Relator e por
unanimidade de votos, em sessão presidida pelo Ministro Ayres Britto, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 5
Relatório
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 654.489 RIO DE
JANEIRO
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:JACQUES ARAÚJO NETO
ADV.(A/S)
:MAURICIO DE FIGUEIREDO CORRÊA DA VEIGA
AGDO.(A/S)
:CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO
ADV.(A/S)
:JOSÉ LUIZ C FERREIRA DE SOUZA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Trata-se de agravo regimental contra decisão pela qual neguei
seguimento ao agravo porque: a) incidem as Súmulas 282 e 356/STF; b) o
reexame da legislação infraconstitucional é incompatível com a via
recursal extraordinária.
2. Pois bem, a parte agravante alega que a matéria tem cunho
constitucional, não havendo “necessidade de se revolver matéria
infraconstitucional, na medida em que no presente caso é incontroverso que a
demanda foi submetida à Comissão de Conciliação Prévia, na medida em que na
época este trâmite era condição coercitiva, sendo que no presente caso aquele
órgão fora utilizado tão somente para homologar rescisão de contrato de trabalho,
ou seja, em claro desvirtuamento a sua gênese” (fls. 196).
3. Mantida a decisão agravada, submeto o processo ao exame desta
nossa Turma.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
MOM/
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1616625.
Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 654.489 RIO DE
JANEIRO
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:JACQUES ARAÚJO NETO
ADV.(A/S)
:MAURICIO DE FIGUEIREDO CORRÊA DA VEIGA
AGDO.(A/S)
:CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO
ADV.(A/S)
:JOSÉ LUIZ C FERREIRA DE SOUZA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Trata-se de agravo regimental contra decisão pela qual neguei
seguimento ao agravo porque: a) incidem as Súmulas 282 e 356/STF; b) o
reexame da legislação infraconstitucional é incompatível com a via
recursal extraordinária.
2. Pois bem, a parte agravante alega que a matéria tem cunho
constitucional, não havendo “necessidade de se revolver matéria
infraconstitucional, na medida em que no presente caso é incontroverso que a
demanda foi submetida à Comissão de Conciliação Prévia, na medida em que na
época este trâmite era condição coercitiva, sendo que no presente caso aquele
órgão fora utilizado tão somente para homologar rescisão de contrato de trabalho,
ou seja, em claro desvirtuamento a sua gênese” (fls. 196).
3. Mantida a decisão agravada, submeto o processo ao exame desta
nossa Turma.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
MOM/
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 5
Voto - MIN. AYRES BRITTO
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 654.489 RIO DE
JANEIRO
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Tenho que o inconformismo não merece acolhida. Isso porque,
segundo consignei na decisão ora agravada, os incisos II e LV do art. 5º da
Constituição Federal não foram objeto de apreciação pela instância
judicante de origem, não havendo sido opostos embargos declaratórios
para suprir eventual omissão. Inafastável, portanto, o óbice das Súmulas
282 e 356/STF.
6. Com efeito, a configuração do prequestionamento pressupõe
entendimento explícito pela instância judicante origem a respeito do
alegado nas razões recursais, a fim de possibilitar a verificação do acerto,
ou não, da decisão que apreciou as questões constitucionais levantadas.
7. De mais a mais, foi com base na interpretação conferida à
legislação infraconstitucional (Consolidação das Leis do Trabalho) que o
Tribunal Superior do Trabalho decidiu a controvérsia alusiva à eficácia
liberatória geral do termo de conciliação firmado perante a Comissão de
Conciliação Prévia.
8. Nessa contextura, eventual ofensa aos dispositivos constitucionais
tidos por violados no apelo extremo, no particularizado caso dos autos,
apenas ocorreria de modo reflexo ou indireto, o que impede a abertura da
via recursal extraordinária.
9. No mesmo sentido: AIs 564.273, da relatoria da ministra Cármen
Lúcia; e 761.189, da relatoria do ministro Joaquim Barbosa.
10. Ante o exposto, meu voto é pelo desprovimento do agravo
regimental.
* * * * * * * * * * * *
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 654.489 RIO DE
JANEIRO
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Tenho que o inconformismo não merece acolhida. Isso porque,
segundo consignei na decisão ora agravada, os incisos II e LV do art. 5º da
Constituição Federal não foram objeto de apreciação pela instância
judicante de origem, não havendo sido opostos embargos declaratórios
para suprir eventual omissão. Inafastável, portanto, o óbice das Súmulas
282 e 356/STF.
6. Com efeito, a configuração do prequestionamento pressupõe
entendimento explícito pela instância judicante origem a respeito do
alegado nas razões recursais, a fim de possibilitar a verificação do acerto,
ou não, da decisão que apreciou as questões constitucionais levantadas.
7. De mais a mais, foi com base na interpretação conferida à
legislação infraconstitucional (Consolidação das Leis do Trabalho) que o
Tribunal Superior do Trabalho decidiu a controvérsia alusiva à eficácia
liberatória geral do termo de conciliação firmado perante a Comissão de
Conciliação Prévia.
8. Nessa contextura, eventual ofensa aos dispositivos constitucionais
tidos por violados no apelo extremo, no particularizado caso dos autos,
apenas ocorreria de modo reflexo ou indireto, o que impede a abertura da
via recursal extraordinária.
9. No mesmo sentido: AIs 564.273, da relatoria da ministra Cármen
Lúcia; e 761.189, da relatoria do ministro Joaquim Barbosa.
10. Ante o exposto, meu voto é pelo desprovimento do agravo
regimental.
* * * * * * * * * * * *
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 654.489
PROCED. : RIO DE JANEIRO
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : JACQUES ARAÚJO NETO
ADV.(A/S) : MAURICIO DE FIGUEIREDO CORRÊA DA VEIGA
AGDO.(A/S) : CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO
ADV.(A/S) : JOSÉ LUIZ C FERREIRA DE SOUZA
Decisão: agravo regimental desprovido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, o Senhor
Ministro Gilmar Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim
Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1567418
Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 654.489
PROCED. : RIO DE JANEIRO
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : JACQUES ARAÚJO NETO
ADV.(A/S) : MAURICIO DE FIGUEIREDO CORRÊA DA VEIGA
AGDO.(A/S) : CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO
ADV.(A/S) : JOSÉ LUIZ C FERREIRA DE SOUZA
Decisão: agravo regimental desprovido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, o Senhor
Ministro Gilmar Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim
Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1567418
Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 5
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1642382 | 2011-10-25T00:00:00 | 2011-12-19T00:00:00 | Agravo regimental desprovido, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Gilmar Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO DO TRABALHO. COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA. EFICÁCIA LIBERATÓRIA DO TERMO DE CONCILIAÇÃO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DE DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS. CONTROVÉRSIA DECIDIDA EXCLUSIVAMENTE À LUZ DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. PRECEDENTES.
1. A ausência de análise prévia e conclusiva pela instância judicante de origem sobre temas constitucionais suscitados no recurso extraordinário inviabiliza a abertura da via recursal extraordinária por faltar o requisito do prequestionamento da matéria.
2. Não é possível, em recurso extraordinário, reexaminar a legislação infraconstitucional aplicada ao caso.
3. Agravo regimental desprovido. | sjur203309 | - Decisões monocráticas citadas: AI 564273, AI 761189.
Número de páginas: 5.
Análise: 23/01/2012, GVS. | AYRES BRITTO | Segunda Turma | 654489 | [
"LEG-FED DEL-005452 ANO-1943\r\n CLT-1943 CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000282 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000356 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | ARE-AgR | acordaos | ARE 654489 AgR | [
""
] | AGDO.(A/S) : CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO
ADV.(A/S) : MAURICIO DE FIGUEIREDO CORRÊA DA VEIGA
ADV.(A/S) : JOSÉ LUIZ C FERREIRA DE SOUZA
AGTE.(S) : JACQUES ARAÚJO NETO | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 654 . 489",
"ARE 654 . 489 AGR",
"ARE 654 . 489 AGR",
"Súmulas 282 e 356 / STF",
"Súmulas 282 e 356 / STF",
"RECURSO",
"Súmulas 282 e 356 / STF .",
"AIs 564 . 273",
"761",
".",
"189",
"Súmulas 282 e 356 / STF",
"AIs 564 . 273",
"761",
".",
"189"
],
"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"incisos II e LV do art . [UNK] da Constituição Federal",
"Consolidação das Leis do Trabalho",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"incisos II e LV do art . [UNK] da Constituição Federal",
"Consolidação das Leis do Trabalho",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"RIO DE JANEIRO",
"Brasília",
"Brasília",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma do",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"Brasil",
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"CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Tribunal Superior do Trabalho",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO",
"[UNK] Turma",
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"-",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"AYRES BRITTO",
"JACQUES ARAÚJO NETO",
"MAURICIO DE FIGUEIREDO",
"JOSÉ LUIZ C FERREIRA DE SOUZA",
"Ayres Britto",
"AYRES BRITTO",
"Ayres Britto",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"JACQUES ARAÚJO NETO",
"MAURICIO DE FIGUEIREDO CORRÊA DA VEIGA",
"JOSÉ LUIZ C FERREIRA DE SOUZA",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"JACQUES ARAÚJO NETO",
"MAURICIO DE FIGUEIREDO CORRÊA DA VEIGA",
"JOSÉ LUIZ C FERREIRA DE SOUZA",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Cármen Lúcia",
"Joaquim Barbosa",
"AYRES BRITTO",
"Cármen Lúcia",
"Joaquim Barbosa",
"AYRES BRITTO",
"JACQUES ARAÚJO NETO",
"MAURICIO DE FIGUEIREDO CORRÊA DA VEIGA",
"JOSÉ LUIZ C FERREIRA DE SOUZA",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab",
"AYRES BRITTO",
"JACQUES ARAÚJO NETO",
"MAURICIO DE FIGUEIREDO",
"JOSÉ LUIZ C FERREIRA DE SOUZA",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
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"08",
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"2011",
"25 de outubro de 2011",
"24",
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"08",
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"2001",
"25 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
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"2001",
"25",
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"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
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"10",
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"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 109.726 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S)
:GEDISON FERREIRA SALDANHA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
ADV.(A/S)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA
Habeas corpus. Constitucional. Processual penal. Produção
antecipada de prova. Alegação de ofensa aos princípios do
contraditório e da ampla defesa. Writ concedido.
1. “No mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público
contra decisão proferida em processo penal, é obrigatória a citação do réu
como litisconsorte passivo”. Súmula nº 701 do STF.
2. A decisão que determina a produção antecipada da prova
testemunhal deve atender aos pressupostos legais exigidos pela norma
processual vigente – CPP, art. 225.
3. Firme a jurisprudência deste Supremo Tribunal no sentido de que
"[s]e o acusado, citado por edital, não comparece nem constitui advogado, pode o
juiz, suspenso o processo, determinar produção antecipada de prova testemunhal,
apenas quando esta seja urgente nos termos do art. 225 do Código de Processo
Penal". Precedentes.
4. Ordem concedida.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência da Sra.
Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das
notas taquigráficas, por maioria de votos, em conceder a ordem de
habeas corpus, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 11 de outubro de 2011.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
DJe 29/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 19
Ementa e Acórdão
HC 109.726 / SP
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
2
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HC 109.726 / SP
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
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Relatório
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 109.726 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S)
:GEDISON FERREIRA SALDANHA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
ADV.(A/S)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pela Defensoria
Pública do Estado de São Paulo em favor de Gedison Ferreira Saldanha,
apontando como autoridade coatora a Quinta Turma do Superior
Tribunal de Justiça, que denegou a ordem no HC nº 183.216/SP, Relator o
Ministro Napoleão Nunes Maia Filho.
A impetrante sustenta o constrangimento ilegal imposto ao paciente,
basicamente, por dois fundamentos.
O primeiro diz respeito a uma suposta nulidade no julgamento de
mandado de segurança pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,
“pelo fato de não ter sido o paciente citado pessoalmente para responder ao
mandamus, bem como, em nenhum momento foi-lhe nomeado defensor público
para tanto, de sorte que aludida ação constitucional foi julgada de modo
totalmente alheio aos argumentos do paciente, em nítida violação aos princípios
constitucionais da ampla defesa e do contraditório” (fl. 4 da inicial).
Ainda sobre o tema, aduz que, “muito embora tenha se determinado a
notificação via edital do denunciado como litisconsorte necessário (fls. 36. e 41 do
apenso – doc. 07), ante à sua inércia era imprescindível que lhe fosse nomeado
defensor público para responder à ação, o que não foi feito, o que inquina de
nulidade absoluta o julgamento do mandado de segurança pelo tribunal”
(fl. 4 da inicial – grifos conforme o original).
O segundo fundamento consiste em uma eventual nulidade das
provas colhidas nos autos da ação penal à qual responde o paciente.
Aduz a impetrante, para tanto, que não houve “fundamentação idônea para
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PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 109.726 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S)
:GEDISON FERREIRA SALDANHA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
ADV.(A/S)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pela Defensoria
Pública do Estado de São Paulo em favor de Gedison Ferreira Saldanha,
apontando como autoridade coatora a Quinta Turma do Superior
Tribunal de Justiça, que denegou a ordem no HC nº 183.216/SP, Relator o
Ministro Napoleão Nunes Maia Filho.
A impetrante sustenta o constrangimento ilegal imposto ao paciente,
basicamente, por dois fundamentos.
O primeiro diz respeito a uma suposta nulidade no julgamento de
mandado de segurança pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,
“pelo fato de não ter sido o paciente citado pessoalmente para responder ao
mandamus, bem como, em nenhum momento foi-lhe nomeado defensor público
para tanto, de sorte que aludida ação constitucional foi julgada de modo
totalmente alheio aos argumentos do paciente, em nítida violação aos princípios
constitucionais da ampla defesa e do contraditório” (fl. 4 da inicial).
Ainda sobre o tema, aduz que, “muito embora tenha se determinado a
notificação via edital do denunciado como litisconsorte necessário (fls. 36. e 41 do
apenso – doc. 07), ante à sua inércia era imprescindível que lhe fosse nomeado
defensor público para responder à ação, o que não foi feito, o que inquina de
nulidade absoluta o julgamento do mandado de segurança pelo tribunal”
(fl. 4 da inicial – grifos conforme o original).
O segundo fundamento consiste em uma eventual nulidade das
provas colhidas nos autos da ação penal à qual responde o paciente.
Aduz a impetrante, para tanto, que não houve “fundamentação idônea para
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Relatório
HC 109.726 / SP
a decisão em que determina que toda a prova testemunhal requerida na denúncia
seja produzida antecipadamente, sem a presença do acusado” (fl. 6 da inicial).
Afirma, ainda, que “assim agindo, maculou o magistrado sua decisão pela
nulidade absoluta conforme determina o art. 93, inc. IX, da Constituição da
República de 1988” (fl. 6 da inicial).
Requer o deferimento da liminar para suspender “o andamento
processual nos autos originários (...)”. No mérito, pede a concessão da ordem
para “que seja reconhecida a nulidade absoluta do julgamento do mandado de
segurança em testigo por flagrante violação dos princípios constitucionais da
ampla defesa e contraditório” e, ainda, que “seja reconhecida a ilegalidade da
produção antecipada da prova oral (…) para que sejam nulificadas as oitivas
já realizadas, com o consequente desentranhamento desses depoimentos dos
autos (...)” (fls. 11/12 da inicial – grifos conforme o original).
Em 12/11/09, não havendo pedido de liminar a ser apreciado,
solicitei informações da autoridade apontada como coatora e ao Tribunal
de Justiça do Estado de São Paulo, que foram devidamente prestadas (fls.
140 e 163 a 456).
O Ministério Público Federal, pelo parecer do ilustre Subprocurador-
Geral da República Dr. Wagner Gonçalves, opinou pela denegação da
ordem (fls. 461 a 466).
É o relatório.
2
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HC 109.726 / SP
a decisão em que determina que toda a prova testemunhal requerida na denúncia
seja produzida antecipadamente, sem a presença do acusado” (fl. 6 da inicial).
Afirma, ainda, que “assim agindo, maculou o magistrado sua decisão pela
nulidade absoluta conforme determina o art. 93, inc. IX, da Constituição da
República de 1988” (fl. 6 da inicial).
Requer o deferimento da liminar para suspender “o andamento
processual nos autos originários (...)”. No mérito, pede a concessão da ordem
para “que seja reconhecida a nulidade absoluta do julgamento do mandado de
segurança em testigo por flagrante violação dos princípios constitucionais da
ampla defesa e contraditório” e, ainda, que “seja reconhecida a ilegalidade da
produção antecipada da prova oral (…) para que sejam nulificadas as oitivas
já realizadas, com o consequente desentranhamento desses depoimentos dos
autos (...)” (fls. 11/12 da inicial – grifos conforme o original).
Em 12/11/09, não havendo pedido de liminar a ser apreciado,
solicitei informações da autoridade apontada como coatora e ao Tribunal
de Justiça do Estado de São Paulo, que foram devidamente prestadas (fls.
140 e 163 a 456).
O Ministério Público Federal, pelo parecer do ilustre Subprocurador-
Geral da República Dr. Wagner Gonçalves, opinou pela denegação da
ordem (fls. 461 a 466).
É o relatório.
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 109.726 SÃO PAULO
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Conforme relatado, volta-se esta impetração contra ato da Quinta
Turma do Superior Tribunal de Justiça, que denegou a ordem no HC nº
183.216/SP, da relatoria do Ministro Napoleão Nunes Maia Filho.
Transcrevo o teor daquele julgado:
“HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO.
CITAÇÃO POR EDITAL. ART. 366 DO CPP. SUSPENSÃO DO
PROCESSO E DO PRAZO PRESCRICIONAL. AUSÊNCIA DE
CONSTRANGIMENTO ILEGAL NA DETERMINAÇÃO DA
PRODUÇÃO ANTECIPADA DA PROVA TESTEMUNHAL.
DECISÃO
FUNDAMENTADA.
SÚMULA
455⁄STJ.
PRECEDENTES DESTE STJ. PARECER DO MPF PELA
CONCESSÃO DO
WRIT. ORDEM DENEGADA, NO
ENTANTO.
1. Da exegese do art. 366 do CPP resulta a possibilidade de
o julgador determinar a produção antecipada da prova,
inclusive testemunhal, na hipótese de estar suspenso o processo
em decorrência da revelia do acusado, devidamente
demonstrada a urgência da medida, diante das peculiaridades
do caso concreto.
2. Não se verifica, no caso, qualquer constrangimento
ilegal, porquanto escorreito o posicionamento adotado pelo
Tribunal a quo, eis que, conforme entendimento consolidado
em diversos precedentes desta Corte, quando a demora na
produção das provas puder prejudicar a busca da verdade real,
ante a grande probabilidade das testemunhas não se lembrarem
dos fatos presenciados, encontra-se caracterizada a urgência da
medida.
3. In casu, a decisão do Tribunal a quo não se ressente de
fundamentação, mas ao contrário, está respaldado em
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11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 109.726 SÃO PAULO
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Conforme relatado, volta-se esta impetração contra ato da Quinta
Turma do Superior Tribunal de Justiça, que denegou a ordem no HC nº
183.216/SP, da relatoria do Ministro Napoleão Nunes Maia Filho.
Transcrevo o teor daquele julgado:
“HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO.
CITAÇÃO POR EDITAL. ART. 366 DO CPP. SUSPENSÃO DO
PROCESSO E DO PRAZO PRESCRICIONAL. AUSÊNCIA DE
CONSTRANGIMENTO ILEGAL NA DETERMINAÇÃO DA
PRODUÇÃO ANTECIPADA DA PROVA TESTEMUNHAL.
DECISÃO
FUNDAMENTADA.
SÚMULA
455⁄STJ.
PRECEDENTES DESTE STJ. PARECER DO MPF PELA
CONCESSÃO DO
WRIT. ORDEM DENEGADA, NO
ENTANTO.
1. Da exegese do art. 366 do CPP resulta a possibilidade de
o julgador determinar a produção antecipada da prova,
inclusive testemunhal, na hipótese de estar suspenso o processo
em decorrência da revelia do acusado, devidamente
demonstrada a urgência da medida, diante das peculiaridades
do caso concreto.
2. Não se verifica, no caso, qualquer constrangimento
ilegal, porquanto escorreito o posicionamento adotado pelo
Tribunal a quo, eis que, conforme entendimento consolidado
em diversos precedentes desta Corte, quando a demora na
produção das provas puder prejudicar a busca da verdade real,
ante a grande probabilidade das testemunhas não se lembrarem
dos fatos presenciados, encontra-se caracterizada a urgência da
medida.
3. In casu, a decisão do Tribunal a quo não se ressente de
fundamentação, mas ao contrário, está respaldado em
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 109.726 / SP
justificativas idôneas e suficientes à produção antecipada da
oitiva das testemunhas; sendo assim, o julgado objurgado está
em consonância com a Súmula 455 desta Corte, segundo a qual,
a decisão que determina a produção antecipada de provas com
base no art. 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada,
não a justificando unicamente o mero decurso de tempo.
4. Ordem denegada, em que pese o parecer ministerial em
sentido contrário” (www.stj.jus.br).
Essa é a razão pela qual se insurge a impetrante neste writ.
Inicialmente anoto que não se verifica nos autos que o ora paciente,
citado por edital para os termos da ação penal contra ele instaurada pelo
Ministério Público do Estado de São Paulo, tenha sido regularmente
integrado ao mandamus impetrado pelo Parquet perante o TJSP, de cuja
decisão decorreu a antecipação da prova oral impugnada, a implicar
inegável violação à ampla defesa e ao contraditório.
“HABEAS-CORPUS. TRÁFICO DE ENTORPECENTES.
MANDADO DE SEGURANÇA IMPETRADO PERANTE O
TRIBUNAL DE ALÇADA, PELO MINISTÉRIO PÚBLICO,
PARA ANULAR SENTENÇA DE JUIZ QUE NÃO MAIS
EXERCIA JURISDIÇÃO, ABSOLVENDO A PACIENTE E
ALGUNS CO-RÉUS E CONDENANDO OUTROS.
SEGURANÇA CONCEDIDA PELO TRIBUNAL
A QUO
SEM
QUE ESTIVESSEM INTEGRADOS À LIDE OS CO-RÉUS, NA
QUALIDADE
DE
LITISCONSORTES
PASSIVOS
NECESSÁRIOS, SEGUINDO-SE NOVA SENTENÇA QUE
CONDENOU A PACIENTE E OUTROS CO-RÉUS. 1. Aplicam-
se ao processo do mandado de segurança as disposições do
Código de Processo Civil que regulam o litisconsórcio (art. 19
da Lei nº 1.533/51, com a redação dada pelo art. 1º da Lei nº
6.071/74). Há litisconsórcio passivo necessário quando, pela
natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de
modo uniforme para todos os interessados (CPC, art. 47). A não
citação de litisconsorte passivo necessário para integrar a lide
impede a formação de relação processual válida e, em
2
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HC 109.726 / SP
justificativas idôneas e suficientes à produção antecipada da
oitiva das testemunhas; sendo assim, o julgado objurgado está
em consonância com a Súmula 455 desta Corte, segundo a qual,
a decisão que determina a produção antecipada de provas com
base no art. 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada,
não a justificando unicamente o mero decurso de tempo.
4. Ordem denegada, em que pese o parecer ministerial em
sentido contrário” (www.stj.jus.br).
Essa é a razão pela qual se insurge a impetrante neste writ.
Inicialmente anoto que não se verifica nos autos que o ora paciente,
citado por edital para os termos da ação penal contra ele instaurada pelo
Ministério Público do Estado de São Paulo, tenha sido regularmente
integrado ao mandamus impetrado pelo Parquet perante o TJSP, de cuja
decisão decorreu a antecipação da prova oral impugnada, a implicar
inegável violação à ampla defesa e ao contraditório.
“HABEAS-CORPUS. TRÁFICO DE ENTORPECENTES.
MANDADO DE SEGURANÇA IMPETRADO PERANTE O
TRIBUNAL DE ALÇADA, PELO MINISTÉRIO PÚBLICO,
PARA ANULAR SENTENÇA DE JUIZ QUE NÃO MAIS
EXERCIA JURISDIÇÃO, ABSOLVENDO A PACIENTE E
ALGUNS CO-RÉUS E CONDENANDO OUTROS.
SEGURANÇA CONCEDIDA PELO TRIBUNAL
A QUO
SEM
QUE ESTIVESSEM INTEGRADOS À LIDE OS CO-RÉUS, NA
QUALIDADE
DE
LITISCONSORTES
PASSIVOS
NECESSÁRIOS, SEGUINDO-SE NOVA SENTENÇA QUE
CONDENOU A PACIENTE E OUTROS CO-RÉUS. 1. Aplicam-
se ao processo do mandado de segurança as disposições do
Código de Processo Civil que regulam o litisconsórcio (art. 19
da Lei nº 1.533/51, com a redação dada pelo art. 1º da Lei nº
6.071/74). Há litisconsórcio passivo necessário quando, pela
natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de
modo uniforme para todos os interessados (CPC, art. 47). A não
citação de litisconsorte passivo necessário para integrar a lide
impede a formação de relação processual válida e, em
2
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 109.726 / SP
consequência, obsta a eficácia da decisão que venha a ser
lavrada, porque influi nas relações jurídicas de interessados
estranhos à demanda (CPC, art. 47). 2. Habeas-corpus
conhecido e deferido, em parte, para anular o processo do
mandado de segurança a partir da concessão da liminar,
exclusive, ficando ressalvados os seus efeitos, e determinar a
citação dos corréus para integrarem a relação processual como
litisconsortes passivos necessários. Em consequência, é anulada
a segunda sentença, que condenou a paciente, estendidos os
efeitos desta decisão aos demais corréus” (HC nº 76.660/PR,
Segunda Turma, da relatoria do Ministro Maurício Corrêa, DJ
de 14/8/99 – sublinhei);
“Mandado de segurança do MP contra decisão judicial
penal: litisconsórcio passivo necessário do réu beneficiado. A
admitir-se mandado de segurança do Ministério Público contra
decisão favorável à defesa, no processo penal, o réu é
litisconsorte passivo e não mero assistente litisconsorcial,
impondo-se sua citação, pena de nulidade; de qualquer modo, a
sua audiência, no processo do mandado de segurança tendente
a afetar posição favorável que lhe decorrera da decisão
impugnada resultaria das garantias do contraditório e da ampla
defesa: consequente nulidade do processo de mandado de
segurança deferido ao MP para conferir efeito suspensivo a
recurso contra o deferimento ao condenado de progressão do
regime de execução penal” (HC nº 75.853/SP, Primeira Turma,
da relatoria do Ministro Sepúlveda Pertence, DJe de 17/10/97 –
sublinhei).
Nesse sentido, ainda, a Súmula nº 701/STF: “No mandado de segurança
impetrado pelo Ministério Público contra decisão proferida em processo penal, é
obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo.”
Por outro lado, de acordo com a jurisprudência desta Suprema
Corte, tem-se entendido que toda a antecipação de prova realizada nos
termos do art. 366 do Código de Processo Penal está adstrita à
fundamentação da necessidade concreta daquele ato.
3
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HC 109.726 / SP
consequência, obsta a eficácia da decisão que venha a ser
lavrada, porque influi nas relações jurídicas de interessados
estranhos à demanda (CPC, art. 47). 2. Habeas-corpus
conhecido e deferido, em parte, para anular o processo do
mandado de segurança a partir da concessão da liminar,
exclusive, ficando ressalvados os seus efeitos, e determinar a
citação dos corréus para integrarem a relação processual como
litisconsortes passivos necessários. Em consequência, é anulada
a segunda sentença, que condenou a paciente, estendidos os
efeitos desta decisão aos demais corréus” (HC nº 76.660/PR,
Segunda Turma, da relatoria do Ministro Maurício Corrêa, DJ
de 14/8/99 – sublinhei);
“Mandado de segurança do MP contra decisão judicial
penal: litisconsórcio passivo necessário do réu beneficiado. A
admitir-se mandado de segurança do Ministério Público contra
decisão favorável à defesa, no processo penal, o réu é
litisconsorte passivo e não mero assistente litisconsorcial,
impondo-se sua citação, pena de nulidade; de qualquer modo, a
sua audiência, no processo do mandado de segurança tendente
a afetar posição favorável que lhe decorrera da decisão
impugnada resultaria das garantias do contraditório e da ampla
defesa: consequente nulidade do processo de mandado de
segurança deferido ao MP para conferir efeito suspensivo a
recurso contra o deferimento ao condenado de progressão do
regime de execução penal” (HC nº 75.853/SP, Primeira Turma,
da relatoria do Ministro Sepúlveda Pertence, DJe de 17/10/97 –
sublinhei).
Nesse sentido, ainda, a Súmula nº 701/STF: “No mandado de segurança
impetrado pelo Ministério Público contra decisão proferida em processo penal, é
obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo.”
Por outro lado, de acordo com a jurisprudência desta Suprema
Corte, tem-se entendido que toda a antecipação de prova realizada nos
termos do art. 366 do Código de Processo Penal está adstrita à
fundamentação da necessidade concreta daquele ato.
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 19
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 109.726 / SP
A conveniência quanto à realização da antecipação da prova
subsume-se às hipóteses previstas no art. 225 do mesmo codex, dando-se,
quanto ao citado dispositivo, contudo, alguma discricionariedade ao
magistrado para justificá-la, de modo a demonstrar-se, no caso concreto,
a efetiva necessidade da antecipação e o perigo de dano à instrução
processual futura, caso a prova não seja coligida de imediato.
Nesse sentido:
“Habeas corpus. Processual penal. Produção antecipada
de provas. Art. 366 do CPP. Fundamentação. Constrangimento
ilegal não-caracterizado. 1. Cabe ao Juiz da causa decidir sobre
a necessidade da produção antecipada da prova testemunhal,
podendo utilizar-se dessa faculdade quando a situação dos
autos assim recomendar, como no caso em apreço,
especialmente por tratar-se de ato que decorre do poder geral
de cautela do Magistrado (art. 366 do CPP). 2. Habeas corpus
denegado” (HC nº 93.157/SP, Primeira Turma, redator para o
acórdão o Ministro Menezes Direito, DJe de 14/11/08).
No caso sub examine, a Juíza de Direito do Primeiro Tribunal do
Júri da Comarca da Capital/SP indeferiu o pedido de antecipação, por
entendê-lo injustificado (fls. 10/11 do anexo de instrução nº 2).
Impetrado mandado de segurança ao Tribunal de Justiça do Estado
de São Paulo, a 4ª Câmara Criminal concedeu a segurança, determinando
a colheita antecipada da prova testemunhal. Fundamentou a
determinação da antecipação da prova oral na doutrina e na
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça a respeito do tema, todas
no sentido de que a demora na produção das provas pode vir a prejudicar
a busca da verdade real, ante a grande possibilidade de as testemunhas
não se lembrarem precisamente dos fatos presenciados, a demonstrar a
urgência da medida.
A isso acrescentou que “admite-se a produção antecipada da prova, em
processo penal, para evitar o perecimento da prova. Nada impele, porém, que a
prova seja renovada no caso de demonstração de prejuízo efetivo à defesa” (fls. 13
4
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A conveniência quanto à realização da antecipação da prova
subsume-se às hipóteses previstas no art. 225 do mesmo codex, dando-se,
quanto ao citado dispositivo, contudo, alguma discricionariedade ao
magistrado para justificá-la, de modo a demonstrar-se, no caso concreto,
a efetiva necessidade da antecipação e o perigo de dano à instrução
processual futura, caso a prova não seja coligida de imediato.
Nesse sentido:
“Habeas corpus. Processual penal. Produção antecipada
de provas. Art. 366 do CPP. Fundamentação. Constrangimento
ilegal não-caracterizado. 1. Cabe ao Juiz da causa decidir sobre
a necessidade da produção antecipada da prova testemunhal,
podendo utilizar-se dessa faculdade quando a situação dos
autos assim recomendar, como no caso em apreço,
especialmente por tratar-se de ato que decorre do poder geral
de cautela do Magistrado (art. 366 do CPP). 2. Habeas corpus
denegado” (HC nº 93.157/SP, Primeira Turma, redator para o
acórdão o Ministro Menezes Direito, DJe de 14/11/08).
No caso sub examine, a Juíza de Direito do Primeiro Tribunal do
Júri da Comarca da Capital/SP indeferiu o pedido de antecipação, por
entendê-lo injustificado (fls. 10/11 do anexo de instrução nº 2).
Impetrado mandado de segurança ao Tribunal de Justiça do Estado
de São Paulo, a 4ª Câmara Criminal concedeu a segurança, determinando
a colheita antecipada da prova testemunhal. Fundamentou a
determinação da antecipação da prova oral na doutrina e na
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça a respeito do tema, todas
no sentido de que a demora na produção das provas pode vir a prejudicar
a busca da verdade real, ante a grande possibilidade de as testemunhas
não se lembrarem precisamente dos fatos presenciados, a demonstrar a
urgência da medida.
A isso acrescentou que “admite-se a produção antecipada da prova, em
processo penal, para evitar o perecimento da prova. Nada impele, porém, que a
prova seja renovada no caso de demonstração de prejuízo efetivo à defesa” (fls. 13
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 19
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 109.726 / SP
a 17 do anexo de instrução nº 2).
Conforme bem sustentado no parecer do Ministério Público Federal,
a colheita da prova sem o conhecimento e a presença do réu ou do
defensor por ele constituído importou em violação do devido processo
legal e da ampla defesa.
No caso em comento, não restou evidenciada a necessidade de
antecipação da produção da prova, nos termos exigidos pela legislação
processual penal e conforme a jurisprudência desta Suprema Corte, tendo
o TJSP se valido de fundamento genérico e despido de concreta
motivação, a afastar a possibilidade da pretendida antecipação
probatória.
Nesse sentido:
“HABEAS
CORPUS.
CONSTITUCIONAL.
PROCESSUAL PENAL. PRODUÇÃO ANTECIPADA DE
PROVA. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS PRINCÍPIOS DO
CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA.
HABEAS
CORPUS CONCEDIDO. 1. A decisão que determina a
produção antecipada da prova testemunhal deve atender aos
pressupostos legais exigidos pela norma processual vigente
(‘Art. 255. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou,
por enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao
tempo da instrução criminal já não exista, o juiz poderá, de
ofício ou a requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe
antecipadamente o depoimento’). 2. Firme a jurisprudência
deste Supremo Tribunal no sentido de que ‘[s]e o acusado,
citado por edital, não comparece nem constitui advogado, pode
o juiz, suspenso o processo, determinar produção antecipada de
prova testemunhal, apenas quando esta seja urgente nos termos
do art. 225 do Código de Processo Penal’. Precedentes. 3.
Ordem concedida” (HC nº 96.325/SP, Primeira Turma, da
relatoria da Min. Cármen Lúcia, DJe de 21/8/09);
“AÇÃO PENAL. Processo suspenso. Prova. Produção
antecipada. Inquirição de testemunhas. Inadmissibilidade.
5
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Supremo Tribunal Federal
HC 109.726 / SP
a 17 do anexo de instrução nº 2).
Conforme bem sustentado no parecer do Ministério Público Federal,
a colheita da prova sem o conhecimento e a presença do réu ou do
defensor por ele constituído importou em violação do devido processo
legal e da ampla defesa.
No caso em comento, não restou evidenciada a necessidade de
antecipação da produção da prova, nos termos exigidos pela legislação
processual penal e conforme a jurisprudência desta Suprema Corte, tendo
o TJSP se valido de fundamento genérico e despido de concreta
motivação, a afastar a possibilidade da pretendida antecipação
probatória.
Nesse sentido:
“HABEAS
CORPUS.
CONSTITUCIONAL.
PROCESSUAL PENAL. PRODUÇÃO ANTECIPADA DE
PROVA. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS PRINCÍPIOS DO
CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA.
HABEAS
CORPUS CONCEDIDO. 1. A decisão que determina a
produção antecipada da prova testemunhal deve atender aos
pressupostos legais exigidos pela norma processual vigente
(‘Art. 255. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou,
por enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao
tempo da instrução criminal já não exista, o juiz poderá, de
ofício ou a requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe
antecipadamente o depoimento’). 2. Firme a jurisprudência
deste Supremo Tribunal no sentido de que ‘[s]e o acusado,
citado por edital, não comparece nem constitui advogado, pode
o juiz, suspenso o processo, determinar produção antecipada de
prova testemunhal, apenas quando esta seja urgente nos termos
do art. 225 do Código de Processo Penal’. Precedentes. 3.
Ordem concedida” (HC nº 96.325/SP, Primeira Turma, da
relatoria da Min. Cármen Lúcia, DJe de 21/8/09);
“AÇÃO PENAL. Processo suspenso. Prova. Produção
antecipada. Inquirição de testemunhas. Inadmissibilidade.
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 109.726 / SP
Revelia. Réu revel citado por edital. Não comparecimento por si
nem por advogado constituído. Prova não urgente por
natureza. Deferimento em grau de recurso. Ofensa ao princípio
do contraditório (art. 5º, LV, da CF). Recurso provido.
Inteligência dos arts. 92, 93 e 366 cc. 225, todos do CPP. Se o
acusado, citado por edital, não comparece nem constitui
advogado, pode o juiz, suspenso o processo, determinar
produção antecipada de prova testemunhal, apenas quando
esta seja urgente nos termos do art. 225 do Código de Processo
Penal” (RHC nº 83.709/SP, Segunda Turma, da relatoria do Min.
Joaquim Barbosa, DJ de 1º/7/05);
“RECURSO ORDINÁRIO EM
HABEAS CORPUS.
PRODUÇÃO ANTECIPADA DE OITIVA DE TESTEMUNHAS.
AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DA NECESSIDADE.
INDEFERIMENTO. O artigo 366 do Código de Processo Penal
prevê a possibilidade da produção antecipada de provas e o
artigo 225, ao dispor especificamente sobre a prova
testemunhal, fornece os parâmetros que autorizam a
antecipação da oitiva de testemunhas. O juiz não está vinculado
a fórmulas genéricas, válidas para todo e qualquer caso, como o
esquecimento pelo decurso do tempo e a possibilidade de
mudança de domicílio, ora invocados pelo Ministério Público
estadual. Recurso ordinário em habeas corpus a que se dá
provimento para restabelecer a decisão que indeferiu a
produção antecipada da oitiva de testemunha” (RHC nº
95.311/SP, Segunda Turma, da relatoria do Min. Eros Grau, DJ
de 1º/4/05).
Nos citados arestos, adotou-se o entendimento de que o fundamento
do pedido – possibilidade de a testemunha se esquecer de detalhes
importantes dos fatos em decorrência do decurso do tempo – não
atenderia aos pressupostos legais exigidos pela norma vigente para a
adoção dessa medida excepcional, exatamente como se dá no caso
concreto.
Ademais, no caso concreto, já se haviam passado mais de 2 anos
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Supremo Tribunal Federal
HC 109.726 / SP
Revelia. Réu revel citado por edital. Não comparecimento por si
nem por advogado constituído. Prova não urgente por
natureza. Deferimento em grau de recurso. Ofensa ao princípio
do contraditório (art. 5º, LV, da CF). Recurso provido.
Inteligência dos arts. 92, 93 e 366 cc. 225, todos do CPP. Se o
acusado, citado por edital, não comparece nem constitui
advogado, pode o juiz, suspenso o processo, determinar
produção antecipada de prova testemunhal, apenas quando
esta seja urgente nos termos do art. 225 do Código de Processo
Penal” (RHC nº 83.709/SP, Segunda Turma, da relatoria do Min.
Joaquim Barbosa, DJ de 1º/7/05);
“RECURSO ORDINÁRIO EM
HABEAS CORPUS.
PRODUÇÃO ANTECIPADA DE OITIVA DE TESTEMUNHAS.
AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DA NECESSIDADE.
INDEFERIMENTO. O artigo 366 do Código de Processo Penal
prevê a possibilidade da produção antecipada de provas e o
artigo 225, ao dispor especificamente sobre a prova
testemunhal, fornece os parâmetros que autorizam a
antecipação da oitiva de testemunhas. O juiz não está vinculado
a fórmulas genéricas, válidas para todo e qualquer caso, como o
esquecimento pelo decurso do tempo e a possibilidade de
mudança de domicílio, ora invocados pelo Ministério Público
estadual. Recurso ordinário em habeas corpus a que se dá
provimento para restabelecer a decisão que indeferiu a
produção antecipada da oitiva de testemunha” (RHC nº
95.311/SP, Segunda Turma, da relatoria do Min. Eros Grau, DJ
de 1º/4/05).
Nos citados arestos, adotou-se o entendimento de que o fundamento
do pedido – possibilidade de a testemunha se esquecer de detalhes
importantes dos fatos em decorrência do decurso do tempo – não
atenderia aos pressupostos legais exigidos pela norma vigente para a
adoção dessa medida excepcional, exatamente como se dá no caso
concreto.
Ademais, no caso concreto, já se haviam passado mais de 2 anos
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 109.726 / SP
entre o pedido de antecipação e a produção da prova antecipada, o que
corrobora a indisponibilidade da ampla defesa e do contraditório e não
favorece a tese de sua necessidade.
Dessa forma, não tendo sido aventada na espécie nenhuma
circunstância excepcional e justificadora de antecipação da produção da
prova testemunhal prevista no art. 225 do Código de Processo Penal,
penso que deva ser reconhecida a ilegalidade da colheita antecipada da
prova oral na hipótese em exame.
Ante o exposto, concedo a ordem.
Comunique-se ao Juízo de primeiro grau.
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Supremo Tribunal Federal
HC 109.726 / SP
entre o pedido de antecipação e a produção da prova antecipada, o que
corrobora a indisponibilidade da ampla defesa e do contraditório e não
favorece a tese de sua necessidade.
Dessa forma, não tendo sido aventada na espécie nenhuma
circunstância excepcional e justificadora de antecipação da produção da
prova testemunhal prevista no art. 225 do Código de Processo Penal,
penso que deva ser reconhecida a ilegalidade da colheita antecipada da
prova oral na hipótese em exame.
Ante o exposto, concedo a ordem.
Comunique-se ao Juízo de primeiro grau.
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Debate
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 109.726 SÃO PAULO
DEBATE
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, já
julgamos isso.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Julgamos um recente e concedemos a ordem.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Concedemos, não é? Eu tinha
dúvida sobre isso, mas tenho a impressão que esse tema...
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Tenho votado no sentido de que os casos que permitem a
antecipação da prova são específicos e estão determinados na lei. É o art.
366 do CPP.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Isso é um precedente de
muito espectro.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Mas então existiria
questionamento quanto à constitucionalidade do artigo 366 do Código de
Processo Penal, porque prevê que, sendo citado o acusado por edital e
não constituído advogado, pode haver antecipação de prova.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Mas em casos específicos que eu não encontro no quadro presente
nestes autos.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Geralmente é a prova
testemunhal.
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 109.726 SÃO PAULO
DEBATE
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, já
julgamos isso.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Julgamos um recente e concedemos a ordem.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Concedemos, não é? Eu tinha
dúvida sobre isso, mas tenho a impressão que esse tema...
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Tenho votado no sentido de que os casos que permitem a
antecipação da prova são específicos e estão determinados na lei. É o art.
366 do CPP.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Isso é um precedente de
muito espectro.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Mas então existiria
questionamento quanto à constitucionalidade do artigo 366 do Código de
Processo Penal, porque prevê que, sendo citado o acusado por edital e
não constituído advogado, pode haver antecipação de prova.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Mas em casos específicos que eu não encontro no quadro presente
nestes autos.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Geralmente é a prova
testemunhal.
Supremo Tribunal Federal
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Debate
HC 109.726 / SP
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - É. Quer dizer, quando a prova
pode desaparecer por aí, os vestígios, não é?
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A memória é fraca,
não é?
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Não é, por aí, quando os
vestígios podem desaparecer? Porque, por exemplo, pela experiência que
se tem pela média, em vários processos penais, há milhares no Brasil
inteiro, os réus não aparecem.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): (Cancelado)
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Ministro Dias Toffoli
(inserido ante o cancelamento do aparte por Sua Excelência), seria crime
doloso contra a vida.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): (Cancelado)
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX – É.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Seria o sumário para
chegar-se à sentença de pronúncia.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): (Cancelado)
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, eu tenho
a preocupação de como nós julgamos quando apareceu esse tema aqui a
primeira vez. Eu não me lembro. Difícil é o tema ser novo e nós darmos
duas decisões em sentido...
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): (Cancelado)
2
Supremo Tribunal Federal
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HC 109.726 / SP
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - É. Quer dizer, quando a prova
pode desaparecer por aí, os vestígios, não é?
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A memória é fraca,
não é?
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Não é, por aí, quando os
vestígios podem desaparecer? Porque, por exemplo, pela experiência que
se tem pela média, em vários processos penais, há milhares no Brasil
inteiro, os réus não aparecem.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): (Cancelado)
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Ministro Dias Toffoli
(inserido ante o cancelamento do aparte por Sua Excelência), seria crime
doloso contra a vida.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): (Cancelado)
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX – É.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Seria o sumário para
chegar-se à sentença de pronúncia.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): (Cancelado)
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, eu tenho
a preocupação de como nós julgamos quando apareceu esse tema aqui a
primeira vez. Eu não me lembro. Difícil é o tema ser novo e nós darmos
duas decisões em sentido...
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): (Cancelado)
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 19
Debate
HC 109.726 / SP
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Porque aqui o artigo 366 diz
assim: a produção antecipada das provas consideradas urgentes. Quer
dizer, não é a regra geral.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Não
pode ser.
3
Supremo Tribunal Federal
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HC 109.726 / SP
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Porque aqui o artigo 366 diz
assim: a produção antecipada das provas consideradas urgentes. Quer
dizer, não é a regra geral.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Não
pode ser.
3
Supremo Tribunal Federal
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Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 109.726 SÃO PAULO
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, há
peculiaridades. Ele terá sido citado por edital e não constituiu advogado.
O crime é doloso contra a vida. Tem-se audição prévia de testemunhas,
que inclusive poderão ser convocadas posteriormente, quer para depor
antes da sentença de pronúncia, reafirmando, ou não, o que lançaram,
quer após a sentença de pronúncia e até mesmo no Plenário, quando do
julgamento pelo Tribunal do Júri. Então, cabível é a medida cauteladora e
o próprio relator informa que o pedido formalizado pelo Ministério
Público foi acolhido dois anos depois, considerada a localização das
testemunhas e a memória delas, relativamente ao episódio.
Permaneço entendendo que não existe descompasso no artigo 366 do
Código de Processo Penal, considerado o devido processo legal e o
contraditório, porque nada impede – repito – que se ouçam novamente as
testemunhas.
Indefiro a ordem. Entendo que não há ilegalidade.
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Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 109.726 SÃO PAULO
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, há
peculiaridades. Ele terá sido citado por edital e não constituiu advogado.
O crime é doloso contra a vida. Tem-se audição prévia de testemunhas,
que inclusive poderão ser convocadas posteriormente, quer para depor
antes da sentença de pronúncia, reafirmando, ou não, o que lançaram,
quer após a sentença de pronúncia e até mesmo no Plenário, quando do
julgamento pelo Tribunal do Júri. Então, cabível é a medida cauteladora e
o próprio relator informa que o pedido formalizado pelo Ministério
Público foi acolhido dois anos depois, considerada a localização das
testemunhas e a memória delas, relativamente ao episódio.
Permaneço entendendo que não existe descompasso no artigo 366 do
Código de Processo Penal, considerado o devido processo legal e o
contraditório, porque nada impede – repito – que se ouçam novamente as
testemunhas.
Indefiro a ordem. Entendo que não há ilegalidade.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 19
Explicação
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 109.726 SÃO PAULO
EXPLICAÇÃO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Ministra Presidente, há mais um fundamento do meu voto que
talvez leve à reflexão dos nobres Colegas.
Eu digo que não se verifica nos autos que o paciente citado - por
edital - para os termos da ação penal contra ele instaurada pelo Ministério
Público do Estado de São Paulo, tenha regularmente participado do
mandado de segurança como litisconsorte passivo necessário. Mandado
de segurança esse no qual foi determinada a produção antecipada de
prova. Então esse é um outro fundamento do meu voto para o caso
específico.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Esse fundamento é importante
porque se o Ministério Público conseguiu a produção da prova no
mandado de segurança, ele era litisconsorte necessário.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Eu sei. Mas em lugar
incerto e não sabido não foi citado? Articula-se, na inicial do habeas, que
não foi citado para o mandado de segurança? Quer dizer, já estaríamos
presumindo o excepcional, que o Tribunal de Justiça não deu
conhecimento da impetração.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Essa matéria está invocada aí.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Está invocada na inicial.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – É causa de pedir do
habeas?
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11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 109.726 SÃO PAULO
EXPLICAÇÃO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Ministra Presidente, há mais um fundamento do meu voto que
talvez leve à reflexão dos nobres Colegas.
Eu digo que não se verifica nos autos que o paciente citado - por
edital - para os termos da ação penal contra ele instaurada pelo Ministério
Público do Estado de São Paulo, tenha regularmente participado do
mandado de segurança como litisconsorte passivo necessário. Mandado
de segurança esse no qual foi determinada a produção antecipada de
prova. Então esse é um outro fundamento do meu voto para o caso
específico.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Esse fundamento é importante
porque se o Ministério Público conseguiu a produção da prova no
mandado de segurança, ele era litisconsorte necessário.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Eu sei. Mas em lugar
incerto e não sabido não foi citado? Articula-se, na inicial do habeas, que
não foi citado para o mandado de segurança? Quer dizer, já estaríamos
presumindo o excepcional, que o Tribunal de Justiça não deu
conhecimento da impetração.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Essa matéria está invocada aí.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Está invocada na inicial.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – É causa de pedir do
habeas?
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 19
Explicação
HC 109.726 / SP
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
É causa de pedir do habeas. Pelos dois motivos, eu estou
concedendo a ordem.
2
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HC 109.726 / SP
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
É causa de pedir do habeas. Pelos dois motivos, eu estou
concedendo a ordem.
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 19
Voto - MIN. LUIZ FUX
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 109.726 SÃO PAULO
VOTO
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, a maioria
da doutrina - eu estava consultando aqui - é no sentido de que essas
provas têm que ser urgentes, porque senão elas rompem toda a tradição
do procedimento.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) -
Toda a estrutura e deixa de ser exceção.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Não se trata de
inconstitucionalidade. O problema é de interpretação teleológica dessa
urgência, quer dizer, velhice, testemunha que tem de se ausentar porque
não mora ali, presenciou o fato mas mora em outro distrito de culpa, vai
viajar, vestígios vão desaparecer. São provas urgentes.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Apenas para anotação, no HC 108.064, o Ministro Luiz Fux dele
pediu vista, que é um que eu trouxe também sobre o mesmo tema e no
qual o eminente Ministro Marco Aurélio de mim diverge. Eis a
proclamação provisória de dito feito:
"Após o voto do Senhor Ministro Dias Toffoli, Relator, que
concedia a ordem de habeas corpus, e do voto do Ministro
Marco Aurélio, que a denegava [como está fazendo também
agora] pediu vista do processo o Senhor Ministro Luiz Fux.
Presidência da Ministra Cármen Lúcia, 1ª Turma, 20/9/ 2011."
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Mas nessa pesquisa que eu fiz,
eu cheguei a essa conclusão. De sorte que eu trago a vista, mas já adianto
esse agora porque vai ser nesse sentido.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - No
sentido, portanto, de acompanhar para conceder.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Estou acompanhando.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1562290.
Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 109.726 SÃO PAULO
VOTO
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, a maioria
da doutrina - eu estava consultando aqui - é no sentido de que essas
provas têm que ser urgentes, porque senão elas rompem toda a tradição
do procedimento.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) -
Toda a estrutura e deixa de ser exceção.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Não se trata de
inconstitucionalidade. O problema é de interpretação teleológica dessa
urgência, quer dizer, velhice, testemunha que tem de se ausentar porque
não mora ali, presenciou o fato mas mora em outro distrito de culpa, vai
viajar, vestígios vão desaparecer. São provas urgentes.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Apenas para anotação, no HC 108.064, o Ministro Luiz Fux dele
pediu vista, que é um que eu trouxe também sobre o mesmo tema e no
qual o eminente Ministro Marco Aurélio de mim diverge. Eis a
proclamação provisória de dito feito:
"Após o voto do Senhor Ministro Dias Toffoli, Relator, que
concedia a ordem de habeas corpus, e do voto do Ministro
Marco Aurélio, que a denegava [como está fazendo também
agora] pediu vista do processo o Senhor Ministro Luiz Fux.
Presidência da Ministra Cármen Lúcia, 1ª Turma, 20/9/ 2011."
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Mas nessa pesquisa que eu fiz,
eu cheguei a essa conclusão. De sorte que eu trago a vista, mas já adianto
esse agora porque vai ser nesse sentido.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - No
sentido, portanto, de acompanhar para conceder.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Estou acompanhando.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 19
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 109.726
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S) : GEDISON FERREIRA SALDANHA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
ADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Por maioria de votos, a Turma concedeu a ordem de
habeas corpus, nos termos do voto do Relator, vencido o Senhor
Ministro Marco Aurélio. Presidência da Senhora Ministra Cármen
Lúcia. 1ª Turma, 11.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocuradora-Geral da República, Dra. Cláudia Sampaio
Marques.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1532508
Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 109.726
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S) : GEDISON FERREIRA SALDANHA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
ADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Por maioria de votos, a Turma concedeu a ordem de
habeas corpus, nos termos do voto do Relator, vencido o Senhor
Ministro Marco Aurélio. Presidência da Senhora Ministra Cármen
Lúcia. 1ª Turma, 11.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocuradora-Geral da República, Dra. Cláudia Sampaio
Marques.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1532508
Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 19
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1593400 | 2011-10-11T00:00:00 | 2011-11-29T00:00:00 | Por maioria de votos, a Turma concedeu a ordem de habeas corpus, nos termos do voto do Relator, vencido o Senhor Ministro Marco Aurélio. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 11.10.2011. | HABEAS CORPUS | EMENTA
Habeas corpus. Constitucional. Processual penal. Produção antecipada de prova. Alegação de ofensa aos princípios do contraditório e da ampla defesa. Writ concedido.
1. “No mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público contra decisão proferida em processo penal, é obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo”. Súmula nº 701 do STF.
2. A decisão que determina a produção antecipada da prova testemunhal deve atender aos pressupostos legais exigidos pela norma processual vigente – CPP, art. 225.
3. Firme a jurisprudência deste Supremo Tribunal no sentido de que "[s]e o acusado, citado por edital, não comparece nem constitui advogado, pode o juiz, suspenso o processo, determinar produção antecipada de prova testemunhal, apenas quando esta seja urgente nos termos do art. 225 do Código de Processo Penal". Precedentes.
4. Ordem concedida. | sjur201973 | - Acórdãos citados: HC 75853, HC 76660, RHC 83709, HC 93157,
RHC 95311, HC 96325, HC 108064.
- Veja HC 183216 do STJ.
Número de páginas: 19.
Análise: 23/01/2012, ACG.
Revisão: 30/01/2012, SEV. | DIAS TOFFOLI | Primeira Turma | 109726 | [
"LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\r\n ART-00225 ART-00366 \r\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000701 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | HC | acordaos | HC 109726 | [
""
] | PACTE.(S) : GEDISON FERREIRA SALDANHA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
ADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 109 . 726",
"Súmula [UNK] 701 do STF",
"HC 109 . 726 / SP",
"HC 109 . 726 / SP",
"HABEAS CORPUS 109 . 726",
"HC [UNK] 183 . 216 / SP",
"HABEAS CORPUS 109 . 726",
"HC [UNK] 183 . 216 / SP",
"HC 109 . 726 / SP",
"HC 109 . 726 / SP",
"HABEAS CORPUS 109 . 726",
"HC [UNK] 183 . 216 / SP",
"SÚMULA 455⁄STJ",
"HABEAS CORPUS 109 . 726",
"HC [UNK] 183 . 216 / SP",
"SÚMULA 455⁄STJ",
"HC 109 . 726 / SP",
"Súmula 455 desta Corte",
"HC 109 . 726 / SP",
"HC 109 . 726 / SP",
"HC [UNK] 76 . 660 / PR",
"HC [UNK] 75 . 853 / SP",
"Súmula [UNK] 701 / STF",
"HC 109 . 726 / SP",
"HC [UNK] 76 . 660 / PR",
"HC [UNK] 75 . 853 / SP",
"Súmula [UNK] 701 / STF",
"HC 109 . 726 / SP",
"HC [UNK] 93 . 157 / SP",
"HC 109 . 726 / SP",
"HC [UNK] 93 . 157 / SP",
"HC 109 . 726 / SP",
"HC [UNK] 96 . 325 / SP",
"HC 109 . 726 / SP",
"HC [UNK] 96 . 325 / SP",
"HC 109 . 726 / SP",
"RHC [UNK] 83 . 709 / SP",
"RHC [UNK] 95 . 311 / SP",
"HC 109 . 726 / SP",
"RHC [UNK] 83 . 709 / SP",
"RHC [UNK] 95 . 311 / SP",
"HC 109",
"HC 109 . 726 / SP",
"HABEAS CORPUS 109 . 726",
"HABEAS CORPUS 109 . 726 SÃO",
"HC 109 . 726 / SP",
"HC 109 . 726 / SP",
"HC 109 . 726 / SP",
"HC 109 . 726 / SP",
"HABEAS CORPUS 109 . 726",
"HABEAS CORPUS 109 . 726",
"HABEAS CORPUS 109 . 726",
"HABEAS CORPUS 109 . 726",
"HC 109 . 726 / SP",
"HC 109 . 726 / SP",
"HABEAS CORPUS 109 . 726 SÃO",
"HC 108 . 064",
"HABEAS CORPUS 109 . 726 SÃO",
"HC 108 . 064",
"HABEAS CORPUS 109 . 726",
"HABEAS CORPUS 109 . 726"
],
"LEGISLACAO": [
"CPP , art . 225",
"art . 225 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 93 , inc . IX , da Constituição da República de 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inc . IX , da Constituição da República de 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 366 DO CPP",
"art . 366 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 366 DO CPP",
"art . 366 do",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 366 do CPP",
"Código de Processo Civil",
"art . 19 da Lei [UNK] 1 . 533 / 51",
"art . [UNK] da Lei [UNK] 6 . 071 / 74",
"CPC , art . 47",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 366 do CPP",
"Código de Processo Civil",
"art . 19 da Lei [UNK] 1 . 533 / 51",
"art . [UNK] da Lei [UNK] 6 . 071 / 74",
"CPC , art . 47",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CPC , art . 47",
"art . 366 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CPC , art . 47",
"art . 366 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Art . 366 do CPP",
"art . 366 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Art . 366 do CPP",
"art . 366 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 225 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 225 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , LV , da CF",
"arts . 92 , 93 e 366 cc . 225 , todos do CPP",
"art . 225 do Código de Processo Penal",
"artigo 366 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , LV , da CF",
"arts . 92 , 93 e 366 cc . 225 , todos do CPP",
"art . 225 do Código de Processo Penal",
"artigo 366 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 225 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 225 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 366 do CPP",
"artigo 366 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 366 do CPP",
"artigo 366 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 366 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 366 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"SÃO PAULO",
"Brasília",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"Comarca da Capital / SP",
"Comarca da Capital / SP",
"726",
"SP",
"SÃO PAULO",
"Brasil",
"Brasil",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Ministério Público",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Defensoria Pública do Estado de São Paulo",
"Quinta Turma",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Defensoria Pública do Estado de São Paulo",
"Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo",
"Ministério Público Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo",
"Ministério Público Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"STJ",
"MPF",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Quinta Turma",
"Superior Tribunal de Justiça",
"STJ",
"MPF",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Ministério Público do Estado de São Paulo",
"TJSP",
"MINISTÉRIO PÚBLICO",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Ministério Público do Estado de São Paulo",
"TJSP",
"MINISTÉRIO PÚBLICO",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Segunda Turma",
"MP",
"Ministério Público",
"MP",
"Primeira Turma",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"MP",
"Ministério Público",
"MP",
"Primeira Turma",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Primeira Turma",
"Primeiro Tribunal do Júri",
"Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo",
"[UNK] Câmara Criminal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Primeiro Tribunal do Júri",
"Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo",
"[UNK] Câmara Criminal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Ministério Público Federal",
"TJSP",
"Supremo Tribunal",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Ministério Público Federal",
"TJSP",
"Supremo Tribunal",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Segunda Turma",
"Ministério Público estadual",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Ministério Público",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Plenário",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Plenário",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Ministério Público do Estado de São Paulo",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Ministério Público do Estado de São Paulo",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"DIAS TOFFOLI",
"GEDISON FERREIRA SALDANHA",
"Cármen Lúcia",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"GEDISON FERREIRA SALDANHA",
"DIAS TOFFOLI",
"Gedison Ferreira Saldanha",
"Napoleão Nunes Maia Filho",
"DIAS TOFFOLI",
"GEDISON FERREIRA SALDANHA",
"DIAS TOFFOLI",
"Gedison Ferreira Saldanha",
"Napoleão Nunes Maia Filho",
"Wagner Gonçalves",
"Wagner Gonçalves",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"Napoleão Nunes Maia Filho",
"DIAS TOFFOLI",
"Napoleão Nunes Maia Filho",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"Maurício Corrêa",
"Sepúlveda Pertence",
"Maurício Corrêa",
"Sepúlveda Pertence",
"DIAS TOFFOLI",
"Menezes Direito",
"Menezes Direito",
"DIAS TOFFOLI",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"DIAS TOFFOLI",
"Joaquim Barbosa",
"Eros Grau",
"Joaquim Barbosa",
"Eros Grau",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ FUX",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ FUX",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ FUX",
"MARCO AURÉLIO",
"DIAS TOFFOLI",
"MARCO AURÉLIO",
"LUIZ FUX",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ FUX",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ FUX",
"MARCO AURÉLIO",
"DIAS TOFFOLI",
"MARCO AURÉLIO",
"LUIZ FUX",
"MARCO AURÉLIO",
"LUIZ FUX",
"DIAS TOFFOLI",
"MARCO AURÉLIO",
"Dias Toffoli",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ FUX",
"MARCO AURÉLIO",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ FUX",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ FUX",
"MARCO AURÉLIO",
"LUIZ FUX",
"DIAS TOFFOLI",
"MARCO AURÉLIO",
"Dias Toffoli",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ FUX",
"MARCO AURÉLIO",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ FUX",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ FUX",
"CÁRMEN LÚCIA",
"LUIZ FUX",
"CÁRMEN LÚCIA",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ FUX",
"MARCO AURÉLIO",
"LUIZ FUX",
"DIAS TOFFOLI",
"MARCO AURÉLIO",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ FUX",
"MARCO AURÉLIO",
"LUIZ FUX",
"DIAS TOFFOLI",
"MARCO AURÉLIO",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"CÁRMEN LÚCIA",
"LUIZ FUX",
"DIAS TOFFOLI",
"Luiz Fux",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Marco Aurélio",
"Luiz Fux",
"Cármen Lúcia",
"LUIZ FUX",
"CÁRMEN LÚCIA",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"CÁRMEN LÚCIA",
"LUIZ FUX",
"DIAS TOFFOLI",
"Luiz Fux",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Marco Aurélio",
"Luiz Fux",
"Cármen Lúcia",
"LUIZ FUX",
"CÁRMEN LÚCIA",
"LUIZ FUX",
"DIAS TOFFOLI",
"GEDISON FERREIRA SALDANHA",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Cláudia Sampaio Marques",
"Carmen Lilian",
"DIAS TOFFOLI",
"GEDISON FERREIRA SALDANHA",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Cláudia Sampaio Marques",
"Carmen Lilian"
],
"TEMPO": [
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"11 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
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"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"12",
"/",
"11",
"/",
"09",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"12",
"/",
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"/",
"09",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
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"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
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"/",
"8",
"/",
"99",
"17",
"/",
"10",
"/",
"97",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"14",
"/",
"8",
"/",
"99",
"17",
"/",
"10",
"/",
"97",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"14",
"/",
"11",
"/",
"08",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"14",
"/",
"11",
"/",
"08",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"21",
"/",
"8",
"/",
"09",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"21",
"/",
"8",
"/",
"09",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"[UNK]",
"/",
"7",
"/",
"05",
"[UNK]",
"/",
"4",
"/",
"05",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"[UNK]",
"/",
"7",
"/",
"05",
"[UNK]",
"/",
"4",
"/",
"05",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
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"08",
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"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"20",
"/",
"9",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"20",
"/",
"9",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 641.316 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:PAULO RICARDO BROCHADO CARVALHO
E
OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:FERNANDA RIGOTTO CANABARRO
AGDO.(A/S)
:ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL E OUTRO(A/S)
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL
DO
ESTADO
DO
RIO
GRANDE DO SUL
INTDO.(A/S)
:RODRIGO PAZ RAMBO E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:MAURÍCIO DAL AGNOL
EMENTA:
AGRAVO
REGIMENTAL
EM
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. MILITARES
DA
ATIVA.
LEI
ESTADUAL
7.672/1982.
MATÉRIA
INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.
1. Ao analisar o AI 834.262, da relatoria do ministro Cezar Peluso, o
Supremo Tribunal Federal assentou a ausência de repercussão geral do
tema versado nestes autos, ante o seu caráter eminentemente
infraconstitucional.
2. Nos termos do § 5º do art. 543-A do CPC, a decisão desta nossa
Casa de Justiça que negar a existência da repercussão geral valerá para
todos os recursos sobre matéria idêntica. Pelo que a decisão ora
impugnada não merece reparos.
3. Agravo regimental desprovido.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em desprover o agravo
regimental, o que fazem nos termos do voto do Relator e por
unanimidade de votos, em sessão presidida pelo Ministro Ayres Britto, na
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1628087.
Supremo Tribunal Federal
DJe 19/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 5
Ementa e Acórdão
RE 641.316 AGR / RS
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1628087.
Supremo Tribunal Federal
RE 641.316 AGR / RS
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1628087.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 5
Relatório
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 641.316 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:PAULO RICARDO BROCHADO CARVALHO
E
OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:FERNANDA RIGOTTO CANABARRO
AGDO.(A/S)
:ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL E OUTRO(A/S)
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL
DO
ESTADO
DO
RIO
GRANDE DO SUL
INTDO.(A/S)
:RODRIGO PAZ RAMBO E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:MAURÍCIO DAL AGNOL
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Trata-se de agravo regimental contra decisão na qual afirmei que o
Supremo Tribunal Federal já assentou a ausência de repercussão geral da
matéria versada nestes autos (AI 834.262, da relatoria do ministro Cezar
Peluso).
2. Pois bem, a parte agravante reitera as alegações expendidas no
apelo extremo, sustentado que as violações constitucionais ocorreram de
forma direta.
3. Mantida a decisão agravada, submeto o processo ao exame desta
nossa Turma.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
GSRB
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1591733.
Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 641.316 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:PAULO RICARDO BROCHADO CARVALHO
E
OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:FERNANDA RIGOTTO CANABARRO
AGDO.(A/S)
:ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL E OUTRO(A/S)
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL
DO
ESTADO
DO
RIO
GRANDE DO SUL
INTDO.(A/S)
:RODRIGO PAZ RAMBO E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:MAURÍCIO DAL AGNOL
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Trata-se de agravo regimental contra decisão na qual afirmei que o
Supremo Tribunal Federal já assentou a ausência de repercussão geral da
matéria versada nestes autos (AI 834.262, da relatoria do ministro Cezar
Peluso).
2. Pois bem, a parte agravante reitera as alegações expendidas no
apelo extremo, sustentado que as violações constitucionais ocorreram de
forma direta.
3. Mantida a decisão agravada, submeto o processo ao exame desta
nossa Turma.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
GSRB
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 5
Voto - MIN. AYRES BRITTO
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 641.316 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Tenho que a insurgência não merece acolhida. Isso porque o
Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o AI 834.262, da relatoria do
ministro Cezar Peluso, assentou a ausência de repercussão geral do tema
versado nestes autos, ante o seu caráter eminentemente
infraconstitucional. E o caso em exame em nada difere daquele julgado
por esta nossa Casa de Justiça.
6. Reproduzo a ementa do que foi decidido na repercussão geral:
“Agravo de instrumento convertido em Extraordinário.
Inadmissibilidade deste. Descontos previdenciários. Militares
estaduais ativos. Lei Estadual 7.672/1982. Tema
infraconstitucional. Precedentes. Ausência de repercussão geral.
Recurso extraordinário não conhecido. Não apresenta
repercussão geral recurso extraordinário que, tendo por objeto a
autorização de descontos previdenciários sobre vencimentos de
servidores militares ativos do Estado do Rio Grande do Sul,
com base na Lei Estadual 7.672/1982, versa sobre tema
infraconstitucional.”
7. Ora, nos termos do § 5º do art. 543-A do CPC, a decisão desta
nossa Casa de Justiça que negar a existência da repercussão geral valerá
para todos os recursos sobre matéria idêntica.
8. Ante o exposto, meu voto é pelo desprovimento do agravo
regimental.
* * * * * * * * * * * *
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1591735.
Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 641.316 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Tenho que a insurgência não merece acolhida. Isso porque o
Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o AI 834.262, da relatoria do
ministro Cezar Peluso, assentou a ausência de repercussão geral do tema
versado nestes autos, ante o seu caráter eminentemente
infraconstitucional. E o caso em exame em nada difere daquele julgado
por esta nossa Casa de Justiça.
6. Reproduzo a ementa do que foi decidido na repercussão geral:
“Agravo de instrumento convertido em Extraordinário.
Inadmissibilidade deste. Descontos previdenciários. Militares
estaduais ativos. Lei Estadual 7.672/1982. Tema
infraconstitucional. Precedentes. Ausência de repercussão geral.
Recurso extraordinário não conhecido. Não apresenta
repercussão geral recurso extraordinário que, tendo por objeto a
autorização de descontos previdenciários sobre vencimentos de
servidores militares ativos do Estado do Rio Grande do Sul,
com base na Lei Estadual 7.672/1982, versa sobre tema
infraconstitucional.”
7. Ora, nos termos do § 5º do art. 543-A do CPC, a decisão desta
nossa Casa de Justiça que negar a existência da repercussão geral valerá
para todos os recursos sobre matéria idêntica.
8. Ante o exposto, meu voto é pelo desprovimento do agravo
regimental.
* * * * * * * * * * * *
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1591735.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 5
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 641.316
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : PAULO RICARDO BROCHADO CARVALHO E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : FERNANDA RIGOTTO CANABARRO
AGDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL E OUTRO(A/S)
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
INTDO.(A/S) : RODRIGO PAZ RAMBO E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : MAURÍCIO DAL AGNOL
Decisão: agravo regimental desprovido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, o Senhor
Ministro Gilmar Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim
Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1567398
Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 641.316
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : PAULO RICARDO BROCHADO CARVALHO E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : FERNANDA RIGOTTO CANABARRO
AGDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL E OUTRO(A/S)
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
INTDO.(A/S) : RODRIGO PAZ RAMBO E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : MAURÍCIO DAL AGNOL
Decisão: agravo regimental desprovido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, o Senhor
Ministro Gilmar Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim
Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1567398
Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 5
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1642398 | 2011-10-25T00:00:00 | 2011-12-19T00:00:00 | Agravo regimental desprovido, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Gilmar Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. MILITARES DA ATIVA. LEI ESTADUAL 7.672/1982. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.
1. Ao analisar o AI 834.262, da relatoria do ministro Cezar Peluso, o Supremo Tribunal Federal assentou a ausência de repercussão geral do tema versado nestes autos, ante o seu caráter eminentemente infraconstitucional.
2. Nos termos do § 5º do art. 543-A do CPC, a decisão desta nossa Casa de Justiça que negar a existência da repercussão geral valerá para todos os recursos sobre matéria idêntica. Pelo que a decisão ora impugnada não merece reparos.
3. Agravo regimental desprovido. | sjur203286 | - Acórdão citado: AI 834262 RG.
Número de páginas: 5.
Análise: 23/01/2012, GVS. | AYRES BRITTO | Segunda Turma | 641316 | [
"LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\r\n ART-0543A PAR-00005 \r\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\r\n\r\n",
"LEG-EST LEI-007672 ANO-1982\r\n LEI ORDINÁRIA, RS"
] | RE-AgR | acordaos | RE 641316 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : PAULO RICARDO BROCHADO CARVALHO E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : FERNANDA RIGOTTO CANABARRO
AGDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL E OUTRO(A/S)
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
INTDO.(A/S) : RODRIGO PAZ RAMBO E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : MAURÍCIO DAL AGNOL | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 641 . 316",
"AI 834 . 262",
"RE 641 . 316 AGR / RS",
"RE 641 . 316 AGR / RS",
"AI 834 . 262",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 641 .",
"AI 834 . 262",
"AI 834 . 262",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 641 . 316",
"AI 834 . 262",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 641 . 316",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 641 . 316"
],
"LEGISLACAO": [
"LEI ESTADUAL 7 . 672 / 1982",
"§ [UNK] do art . 543 - A do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Estadual 7 . 672 / 1982",
"Lei Estadual 7 . 672 / 1982",
"§ [UNK] do art . 543 - A do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei Estadual 7 . 672 / 1982",
"Lei Estadual 7 . 672 / 1982",
"§ [UNK] do art . 543 - A do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"RIO GRANDE DO SUL",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL",
"Brasília",
"Brasília",
"RIO GRANDE DO SUL",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
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"RIO GRANDE DO SUL",
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"RIO GRANDE DO SUL",
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"RIO GRANDE DO SUL",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"AYRES BRITTO",
"PAULO RICARDO BROCHADO CARVALHO",
"FERNANDA RIGOTTO CANABARRO",
"RODRIGO PAZ RAMBO",
"MAURÍCIO DAL AGNOL",
"Cezar Peluso",
"Ayres Britto",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"PAULO RICARDO BROCHADO CARVALHO",
"FERNANDA RIGOTTO CANABARRO",
"RODRIGO PAZ RAMBO",
"MAURÍCIO DAL AGNOL",
"AYRES BRITTO",
"Cezar Peluso",
"AYRES BRITTO",
"PAULO RICARDO BROCHADO CARVALHO",
"FERNANDA RIGOTTO CANABARRO",
"RODRIGO PAZ RAMBO",
"MAURÍCIO DAL AGNOL",
"AYRES BRITTO",
"Cezar Peluso",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Cezar Peluso",
"AYRES BRITTO",
"Cezar Peluso",
"AYRES BRITTO",
"PAULO RICARDO BROCHADO CARVALHO",
"FERNANDA RIGOTTO CANABARRO",
"RODRIGO PAZ RAMBO",
"MAURÍCIO DAL AGNOL",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab",
"AYRES BRITTO",
"PAULO RICARDO BROCHADO CARVALHO",
"FERNANDA RIGOTTO CANABARRO",
"RODRIGO PAZ RAMBO",
"MAURÍCIO DAL AGNOL",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"25 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
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"08",
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"2001",
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".",
"10",
".",
"2011",
"24",
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"08",
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"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 105.930 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. JOAQUIM BARBOSA
PACTE.(S)
:MONALISA SANTOS PEREIRA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA
: Habeas Corpus. Afastamento da causa de diminuição de
pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006. Fundamentação
idônea. Ocorrência. Ordem denegada.
A aplicação da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º,
da Lei nº 11.343/06 exige o preenchimento de requisitos determinados,
quais sejam, que o apenado seja primário, possua bons antecedentes, não
se dedique às atividades delitivas nem integre organização criminosa.
No caso, o afastamento da causa de diminuição de pena foi
suficientemente fundamentado no fato de que a ora paciente se dedicava
às atividades delitivas e participava de organização criminosa.
Ademais, a via processual do habeas corpus não é adequada ao
reexame dos elementos probatórios utilizados pelas instâncias inferiores
para afastar a incidência da causa de diminuição da pena prevista no art.
33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006.
Ordem denegada.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os ministros do
Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a presidência do
ministro Ayres Britto, na conformidade da ata de julgamento e das notas
taquigráficas, por unanimidade de votos, em denegar a ordem de habeas
corpus, termos do voto do Relator.
Brasília, 11 de outubro de 2011.
Ministro JOAQUIM BARBOSA
Relator
Documento assinado digitalmente
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1536372.
Supremo Tribunal Federal
DJe 21/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7
Relatório
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 105.930 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. JOAQUIM BARBOSA
PACTE.(S)
:MONALISA SANTOS PEREIRA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA (RELATOR): Trata-se de
habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado em favor de MONALISA
SANTOS PEREIRA contra acórdão proferido pelo Superior Tribunal de
Justiça nos autos do HC nº 160.010-RS.
Consta dos autos que a paciente foi condenada à pena de 07 (sete)
anos de reclusão pela prática do delito previsto no art. 33, caput, da Lei nº
11.343/06.
Inconformada, a defesa interpôs recurso de apelação, ao qual foi
negado provimento.
Na sequência, foi impetrado habeas corpus ao Superior Tribunal de
Justiça, que denegou a ordem pretendida.
Sobreveio, então, o presente habeas corpus, no qual a impetrante
requer, liminarmente, a suspensão dos efeitos do acórdão proferido pelo
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul no julgamento da
apelação nº 700.327.389-81.
No mérito, requer: (a) a realização de nova dosimetria da pena com a
aplicação da causa de diminuição prevista no § 4º do art. 33 da Lei nº
11.343/06; e (b) a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva
de direitos.
Conheci da impetração apenas no que concerne à causa de pedir
relativa à aplicação da causa de diminuição prevista no § 4º do art. 33 da
Lei nº 11.343/06, uma vez que a pretendida substituição da pena privativa
de liberdade por restritiva de direitos não foi sequer pleiteada ao Tribunal
de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, de modo que a apreciação
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Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 105.930 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. JOAQUIM BARBOSA
PACTE.(S)
:MONALISA SANTOS PEREIRA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA (RELATOR): Trata-se de
habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado em favor de MONALISA
SANTOS PEREIRA contra acórdão proferido pelo Superior Tribunal de
Justiça nos autos do HC nº 160.010-RS.
Consta dos autos que a paciente foi condenada à pena de 07 (sete)
anos de reclusão pela prática do delito previsto no art. 33, caput, da Lei nº
11.343/06.
Inconformada, a defesa interpôs recurso de apelação, ao qual foi
negado provimento.
Na sequência, foi impetrado habeas corpus ao Superior Tribunal de
Justiça, que denegou a ordem pretendida.
Sobreveio, então, o presente habeas corpus, no qual a impetrante
requer, liminarmente, a suspensão dos efeitos do acórdão proferido pelo
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul no julgamento da
apelação nº 700.327.389-81.
No mérito, requer: (a) a realização de nova dosimetria da pena com a
aplicação da causa de diminuição prevista no § 4º do art. 33 da Lei nº
11.343/06; e (b) a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva
de direitos.
Conheci da impetração apenas no que concerne à causa de pedir
relativa à aplicação da causa de diminuição prevista no § 4º do art. 33 da
Lei nº 11.343/06, uma vez que a pretendida substituição da pena privativa
de liberdade por restritiva de direitos não foi sequer pleiteada ao Tribunal
de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, de modo que a apreciação
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7
Relatório
HC 105.930 / RS
diretamente por esta Corte importaria dupla supressão de instância. Na
parte conhecida, indeferi o pedido de liminar.
Informações foram prestadas pelo Juízo da Vara Criminal da
Comarca de Santo Antônio da Patrulha/RS e o Ministério Público Federal
opinou pela denegação da ordem.
É o relatório.
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.930 / RS
diretamente por esta Corte importaria dupla supressão de instância. Na
parte conhecida, indeferi o pedido de liminar.
Informações foram prestadas pelo Juízo da Vara Criminal da
Comarca de Santo Antônio da Patrulha/RS e o Ministério Público Federal
opinou pela denegação da ordem.
É o relatório.
2
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Voto - MIN. JOAQUIM BARBOSA
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 105.930 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA (RELATOR): Conforme
relatei, a presente impetração persiste apenas no que diz respeito à causa
de pedir relativa à aplicação da causa de diminuição prevista no § 4º do
art. 33 da Lei nº 11.343/06, cuja incidência depende do preenchimento de
requisitos determinados, quais sejam, que o apenado seja primário,
possua bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem
integre organização criminosa.
Nesse ponto, ao compulsar os autos, verifico que tanto o juiz
sentenciante quanto o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul afastaram
fundamentadamente a possibilidade de incidência da pretendida causa
de diminuição, merecendo destaque o seguinte trecho do acórdão
impugnado:
“Quanto à almejada aplicação da causa especial de
diminuição prevista no § 4º do art. 33 da Lei n.º 11.343/2006,
verifica-se que o juiz sentenciante deixou de aplicá-la sob os
seguintes argumentos:
"Consigno que deixo de aplicar a minorante prevista
no § 4º do art. 33 da Lei n.º 11.343/06, já que restou
demonstrado pelo acervo probatório que a condenada se
dedicava a atividades criminosas, qual seja, tráfico ilícito
de entorpecentes, porquanto, conforme já dito, além de
ser uma atuante traficante em Santo Antônio da
Patrulha, após ter sido beneficiada pela concessão de
'habeas corpus', permaneceu praticando o delito pelo
qual estava sendo acusada pelo Ministério Público." (fl.
66v)
A Corte impetrada, por sua vez, manteve o afastamento da
referida benesse, pelos fundamentos a seguir aduzidos:
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1536374.
Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 105.930 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA (RELATOR): Conforme
relatei, a presente impetração persiste apenas no que diz respeito à causa
de pedir relativa à aplicação da causa de diminuição prevista no § 4º do
art. 33 da Lei nº 11.343/06, cuja incidência depende do preenchimento de
requisitos determinados, quais sejam, que o apenado seja primário,
possua bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem
integre organização criminosa.
Nesse ponto, ao compulsar os autos, verifico que tanto o juiz
sentenciante quanto o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul afastaram
fundamentadamente a possibilidade de incidência da pretendida causa
de diminuição, merecendo destaque o seguinte trecho do acórdão
impugnado:
“Quanto à almejada aplicação da causa especial de
diminuição prevista no § 4º do art. 33 da Lei n.º 11.343/2006,
verifica-se que o juiz sentenciante deixou de aplicá-la sob os
seguintes argumentos:
"Consigno que deixo de aplicar a minorante prevista
no § 4º do art. 33 da Lei n.º 11.343/06, já que restou
demonstrado pelo acervo probatório que a condenada se
dedicava a atividades criminosas, qual seja, tráfico ilícito
de entorpecentes, porquanto, conforme já dito, além de
ser uma atuante traficante em Santo Antônio da
Patrulha, após ter sido beneficiada pela concessão de
'habeas corpus', permaneceu praticando o delito pelo
qual estava sendo acusada pelo Ministério Público." (fl.
66v)
A Corte impetrada, por sua vez, manteve o afastamento da
referida benesse, pelos fundamentos a seguir aduzidos:
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7
Voto - MIN. JOAQUIM BARBOSA
HC 105.930 / RS
"Quanto a não aplicação da minorante prevista no §
4º do art. 33 da Lei n.º 11.343/06, não há reparos a serem
feitos, tendo em vista que a ré não atende a todos os
requisitos necessários para que seja beneficiada.
A lei é expressa no sentido de afirmar que não serão
beneficiados os réus que integrarem organização
criminosa e se dedicarem a atividades criminosas:
[...]
Ora, como se depreende dos autos, a ré agia em
conjunto com outros indivíduos para perpetuar o tráfico
de drogas e já agia no local há tempos, conforme relato
dos policiais, portanto, não é merecedora de tal benefício."
(fls. 115-116)”
Por fim, é certo que somente será possível alcançar conclusão diversa
mediante o reexame aprofundado do acervo fático-probatório, o que, em
regra, é inviável na via processual do habeas corpus.
Do exposto, voto pela denegação da ordem.
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.930 / RS
"Quanto a não aplicação da minorante prevista no §
4º do art. 33 da Lei n.º 11.343/06, não há reparos a serem
feitos, tendo em vista que a ré não atende a todos os
requisitos necessários para que seja beneficiada.
A lei é expressa no sentido de afirmar que não serão
beneficiados os réus que integrarem organização
criminosa e se dedicarem a atividades criminosas:
[...]
Ora, como se depreende dos autos, a ré agia em
conjunto com outros indivíduos para perpetuar o tráfico
de drogas e já agia no local há tempos, conforme relato
dos policiais, portanto, não é merecedora de tal benefício."
(fls. 115-116)”
Por fim, é certo que somente será possível alcançar conclusão diversa
mediante o reexame aprofundado do acervo fático-probatório, o que, em
regra, é inviável na via processual do habeas corpus.
Do exposto, voto pela denegação da ordem.
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7
Voto - MIN. AYRES BRITTO
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 105.930 RIO GRANDE DO SUL
VOTO
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE)
-Também o juiz proferiu uma decisão motivada, tornando claro que
deixara de aplicar a minorante prevista no § 4º, do artigo 28, da Lei nº
11.343, pelo fato de que a condenada se dedicava a atividades criminosas,
tráfico ilícito de entorpecentes, além de permanecer praticando o delito
depois de beneficiada pela concessão de habeas corpus, ou seja, a
paciente "Monalisa" não tem um quadro factual que lhe favoreça.
Eu também acompanho o eminente Relator.
*****
Supremo Tribunal Federal
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1577705.
Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 105.930 RIO GRANDE DO SUL
VOTO
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (PRESIDENTE)
-Também o juiz proferiu uma decisão motivada, tornando claro que
deixara de aplicar a minorante prevista no § 4º, do artigo 28, da Lei nº
11.343, pelo fato de que a condenada se dedicava a atividades criminosas,
tráfico ilícito de entorpecentes, além de permanecer praticando o delito
depois de beneficiada pela concessão de habeas corpus, ou seja, a
paciente "Monalisa" não tem um quadro factual que lhe favoreça.
Eu também acompanho o eminente Relator.
*****
Supremo Tribunal Federal
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1577705.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 105.930
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. JOAQUIM BARBOSA
PACTE.(S) : MONALISA SANTOS PEREIRA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: habeas corpus denegado, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausente, justificadamente, o Senhor
Ministro Celso de Mello. 2ª Turma, 11.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa e
Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Celso de Mello.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 105.930
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. JOAQUIM BARBOSA
PACTE.(S) : MONALISA SANTOS PEREIRA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: habeas corpus denegado, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausente, justificadamente, o Senhor
Ministro Celso de Mello. 2ª Turma, 11.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa e
Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Celso de Mello.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1530892
Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1578697 | 2011-10-11T00:00:00 | 2011-11-21T00:00:00 | Habeas corpus denegado, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello. 2ª Turma, 11.10.2011. | HABEAS CORPUS | Ementa: Habeas Corpus. Afastamento da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006. Fundamentação idônea. Ocorrência. Ordem denegada.
A aplicação da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/06 exige o preenchimento de requisitos determinados, quais sejam, que o apenado seja primário, possua bons antecedentes, não se dedique às atividades delitivas nem integre organização criminosa.
No caso, o afastamento da causa de diminuição de pena foi suficientemente fundamentado no fato de que a ora paciente se dedicava às atividades delitivas e participava de organização criminosa.
Ademais, a via processual do habeas corpus não é adequada ao reexame dos elementos probatórios utilizados pelas instâncias inferiores para afastar a incidência da causa de diminuição da pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006.
Ordem denegada. | sjur201701 | - Veja HC 160010 do STJ.
Número de páginas: 7.
Análise: 07/02/2012, MMR.
Revisão: 24/02/2012, KBP. | JOAQUIM BARBOSA | Segunda Turma | 105930 | [
"LEG-FED LEI-011343 ANO-2006\r\n ART-00028 PAR-00004 ART-00033 PAR-00004 \r\n LTX-2006 LEI DE TÓXICOS"
] | HC | acordaos | HC 105930 | [
""
] | PACTE.(S) : MONALISA SANTOS PEREIRA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 105 . 930",
"HABEAS CORPUS 105 . 930",
"HC [UNK] 160 . 010 - RS",
"apelação [UNK] 700 . 327 . 389 - 81",
"HABEAS CORPUS 105 . 930",
"HC [UNK] 160 . 010 - RS",
"apelação [UNK] 700 . 327 . 389 - 81",
"HC 105 . 930 / RS",
"HC 105 . 930 / RS",
"HABEAS CORPUS 105 . 930",
"HABEAS CORPUS 105 . 930",
"HC 105 . 930 / RS",
"HC 105 . 930 / RS",
"HABEAS CORPUS 105 . 930",
"HABEAS CORPUS 105 . 930",
"HABEAS CORPUS 105 . 930",
"HABEAS CORPUS 105 . 930"
],
"LEGISLACAO": [
"art . 33 , § [UNK] , da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006",
"art . 33 , § [UNK] , da Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"art . 33 , § [UNK] , da Lei [UNK] 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 33 , caput , da Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 33 , caput , da Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei n . [UNK] 11 . 343 / 2006",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei n . [UNK] 11 . 343 / 06",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei n . [UNK] 11 . 343 / 2006",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei n . [UNK] 11 . 343 / 06",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei n . [UNK] 11 . 343 / 06",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei n . [UNK] 11 . 343 / 06",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] , do artigo 28 , da Lei [UNK] 11 . 343",
"MP n° 2 .",
"§ [UNK] , do artigo 28 , da Lei [UNK] 11 . 343",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200"
],
"LOCAL": [
"RIO GRANDE DO SUL",
"Brasília",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"Vara",
"Vara Criminal da Comarca de Santo Antônio da Patrulha / RS",
"RIO GRANDE DO SUL",
"Santo Antônio da Patrulha",
"RIO GRANDE DO SUL",
"Santo Antônio da Patrulha",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Ministério Público Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Ministério Público Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"JOAQUIM BARBOSA",
"MONALISA SANTOS PEREIRA",
"Ayres Britto",
"JOAQUIM BARBOSA",
"JOAQUIM BARBOSA",
"MONALISA SANTOS PEREIRA",
"JOAQUIM BARBOSA",
"MONALISA SANTOS PEREIRA",
"JOAQUIM BARBOSA",
"MONALISA SANTOS PEREIRA",
"JOAQUIM BARBOSA",
"MONALISA SANTOS PEREIRA",
"JOAQUIM BARBOSA",
"JOAQUIM BARBOSA",
"JOAQUIM BARBOSA",
"JOAQUIM BARBOSA",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"JOAQUIM BARBOSA",
"MONALISA SANTOS PEREIRA",
"Celso de Mello",
"Ayres Britto",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Celso de Mello",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab",
"JOAQUIM BARBOSA",
"MONALISA SANTOS PEREIRA",
"Celso de Mello",
"Ayres Britto",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Celso de Mello",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"11 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"21",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"11",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 579.360 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S)
:JAIRO ANDRADE DE MIRANDA
ADV.(A/S)
:JAIRO ANDRADE DE MIRANDA E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:FREDERICO
CARLOS
BINDERL
GASPAR
DE
MIRANDA
AGDO.(A/S)
:UNIÃO
ADV.(A/S)
:ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
EMENTA
Agravo regimental no recurso extraordinário. Concurso público.
Nomeação. Preterição na ordem de classificação. Reexame de fatos e
provas. Impossibilidade. Forma de convocação. Normas do edital.
Ofensa reflexa. Precedentes.
1. O Tribunal de origem concluiu, com base no conjunto fático-
probatório dos autos e nas normas editalícias, que não houve preterição
na ordem de classificação dos aprovados no certame, bem como não foi
desrespeitada a forma de convocação prevista no edital.
2. Inadmissível, em recurso extraordinário, o reexame dos fatos e das
provas dos autos e a análise de ofensa reflexa à Constituição Federal.
Incidência das Súmulas nºs 636 e 279/STF.
3. Agravo regimental não provido.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência da Sra.
Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das
notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao
agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto do
Relator.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1565801.
Supremo Tribunal Federal
DJe 01/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 14
Ementa e Acórdão
RE 579.360 AGR / DF
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1565801.
Supremo Tribunal Federal
RE 579.360 AGR / DF
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1565801.
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Relatório
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 579.360 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S)
:JAIRO ANDRADE DE MIRANDA
ADV.(A/S)
:JAIRO ANDRADE DE MIRANDA E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:FREDERICO
CARLOS
BINDERL
GASPAR
DE
MIRANDA
AGDO.(A/S)
:UNIÃO
ADV.(A/S)
:ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Jairo Andrade de Miranda interpõe tempestivo agravo regimental
contra decisão em que o Ministro Menezes Direito (fls. 370 a 373) negou
seguimento ao recurso extraordinário, com a seguinte fundamentação:
“Vistos.
Jairo Andrade de Miranda interpõe recurso
extraordinário, com fundamento na alínea 'a' do permissivo
constitucional, contra acórdão do Tribunal Regional Federal da
1ª Região, assim ementado:
'CONCURSO PÚBLICO – CANDIDATO QUE NÃO
SE HABILITA PARA NOMEAÇÃO EM CIDADE
DIVERSA DE OPÇÃO – ARGÜIÇÃO DE
PRETERIMENTO – NÃO CONFIGURAÇÃO.
1. Se o candidato deixa de se habilitar a fim de ser
nomeado para localidade diversa de opção, não pode
argüir que foi preterido em vista de nomeação de outrem
classificado em posição inferior.
2. Apelação desprovida' (fl. 126).
Opostos embargos de declaração (fls. 128 a 131), foram
rejeitados (fls. 190 a 193).
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1565798.
Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 579.360 DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S)
:JAIRO ANDRADE DE MIRANDA
ADV.(A/S)
:JAIRO ANDRADE DE MIRANDA E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:FREDERICO
CARLOS
BINDERL
GASPAR
DE
MIRANDA
AGDO.(A/S)
:UNIÃO
ADV.(A/S)
:ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Jairo Andrade de Miranda interpõe tempestivo agravo regimental
contra decisão em que o Ministro Menezes Direito (fls. 370 a 373) negou
seguimento ao recurso extraordinário, com a seguinte fundamentação:
“Vistos.
Jairo Andrade de Miranda interpõe recurso
extraordinário, com fundamento na alínea 'a' do permissivo
constitucional, contra acórdão do Tribunal Regional Federal da
1ª Região, assim ementado:
'CONCURSO PÚBLICO – CANDIDATO QUE NÃO
SE HABILITA PARA NOMEAÇÃO EM CIDADE
DIVERSA DE OPÇÃO – ARGÜIÇÃO DE
PRETERIMENTO – NÃO CONFIGURAÇÃO.
1. Se o candidato deixa de se habilitar a fim de ser
nomeado para localidade diversa de opção, não pode
argüir que foi preterido em vista de nomeação de outrem
classificado em posição inferior.
2. Apelação desprovida' (fl. 126).
Opostos embargos de declaração (fls. 128 a 131), foram
rejeitados (fls. 190 a 193).
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 14
Relatório
RE 579.360 AGR / DF
Alega o recorrente contrariedade ao artigo 37, inciso IV, da
Constituição Federal. Sustenta que 'resta, pois, evidenciado a
preterição vedada por nossos tribunais, consoante arestos inclusos,
bem como a Súmula 15, do Excelso Pretório, inclusive, evidenciado no
artigo 37, IV, da vigente Carta Magna' (fl. 282).
Decido.
Anote-se, primeiramente, que o acórdão dos embargos de
declaração, conforme expresso na certidão de fl. 194, foi
publicado em 3/7/03, não sendo exigível, conforme decidido na
Questão de Ordem no AI 664.567, Pleno, Relator o Ministro
Sepúlveda Pertence, DJ de 6/9/07, a demonstração da existência
de repercussão geral das questões constitucionais trazidas no
recurso extraordinário.
O Tribunal de origem afirmou a inexistência de
desrespeito à ordem classificatória do concurso amparado nos
seguintes fundamentos:
'Os editais de fls. 37 e 44 convocaram todos os
candidatos aprovados e que não lograram ser nomeados
para o local onde fizeram opção por falta de vaga para que
se manifestassem quanto ao interesse de preencher vagas
existentes em outras localidades.
O apelante não se pronunciou, enquanto as
paradigmas sim e, dessa forma, foram nomeadas para a
função.
Portanto, não se colhe nenhuma ilegalidade no
proceder da Administração, pois ao apelante foi
franqueado o direito de ser designado para outra
localidade. Se não exerceu a faculdade, não pode atribuir a
outrem violação de direito.
É incontroverso que as paradigmas não foram
nomeadas para Salvador, mas para localidades em que o
apelante, se demonstrasse interesse, também seria lotado.
O fato de tempo depois uma delas ter sido designada
para trabalhar em Salvador em cargo de chefia não
invalida o ato inicial de nomeação.
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1565798.
Supremo Tribunal Federal
RE 579.360 AGR / DF
Alega o recorrente contrariedade ao artigo 37, inciso IV, da
Constituição Federal. Sustenta que 'resta, pois, evidenciado a
preterição vedada por nossos tribunais, consoante arestos inclusos,
bem como a Súmula 15, do Excelso Pretório, inclusive, evidenciado no
artigo 37, IV, da vigente Carta Magna' (fl. 282).
Decido.
Anote-se, primeiramente, que o acórdão dos embargos de
declaração, conforme expresso na certidão de fl. 194, foi
publicado em 3/7/03, não sendo exigível, conforme decidido na
Questão de Ordem no AI 664.567, Pleno, Relator o Ministro
Sepúlveda Pertence, DJ de 6/9/07, a demonstração da existência
de repercussão geral das questões constitucionais trazidas no
recurso extraordinário.
O Tribunal de origem afirmou a inexistência de
desrespeito à ordem classificatória do concurso amparado nos
seguintes fundamentos:
'Os editais de fls. 37 e 44 convocaram todos os
candidatos aprovados e que não lograram ser nomeados
para o local onde fizeram opção por falta de vaga para que
se manifestassem quanto ao interesse de preencher vagas
existentes em outras localidades.
O apelante não se pronunciou, enquanto as
paradigmas sim e, dessa forma, foram nomeadas para a
função.
Portanto, não se colhe nenhuma ilegalidade no
proceder da Administração, pois ao apelante foi
franqueado o direito de ser designado para outra
localidade. Se não exerceu a faculdade, não pode atribuir a
outrem violação de direito.
É incontroverso que as paradigmas não foram
nomeadas para Salvador, mas para localidades em que o
apelante, se demonstrasse interesse, também seria lotado.
O fato de tempo depois uma delas ter sido designada
para trabalhar em Salvador em cargo de chefia não
invalida o ato inicial de nomeação.
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Relatório
RE 579.360 AGR / DF
A respeito, correta a sentença, fls. 90/91:
‘A partir daí, alega o autor que ficou à espera da
convocação para assumir o cargo. Ocorre, no entanto,
que verificando a Administração a necessidade de
provimento de cargos de procurador autárquico em
outras localidades onde não haviam candidatos
classificados, decidiu em 01.03.85, convocar mediante
edital aos candidatos aprovados para manifestarem a
intenção de serem nomeados para cidade diversa da
qual haviam sido classificados. Esse edital encontra-
se à fls. 38/38. A partir daí, foi elaborada a
classificação das opções apresentadas levando-se em
consideração a classsificação originária e resultando
no quadro objeto do edital de fls. 39/43. Nova
convocação nessa mesma conformidade veio a ser
efetuada em 18.11.86 (fl. 44), que resultou na
classificação das opções divulgadas em 23.11.87 (fl.
45)
As candidatas ROZELLE ROCHA SILVA e
MARCÉLIA MARIA PEREIRA MAGALHÃES
atenderam a referidos editais e manifestaram opções,
tendo sido classificadas para as cidades de Maceió e
Tubarão como se pode ver às fls. 39 e 45. Nestas
cidades foram admitidas. O fato de – como
comprova o documento de fl. 71 – a candidata
MARCÉLIA MARIA MAGALHÃES CRUZ
encontrar-se já em 1989 exercendo as atribuições do
cargo na cidade de Salvador, restou suficientemente
esclarecido pelos documentos de fls. 75/76, por onde
se vê que a candidata fora admitida na Procuradoria
Regional do IAPAS em Santa Catarina, lotada na
cidade de Tubarão, retornando a Salvador porque
designada para exercer função de chefia, onde restou
definitivamente transferida.
Os fatos estão, portanto, esclarecidos. O autor
3
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
RE 579.360 AGR / DF
A respeito, correta a sentença, fls. 90/91:
‘A partir daí, alega o autor que ficou à espera da
convocação para assumir o cargo. Ocorre, no entanto,
que verificando a Administração a necessidade de
provimento de cargos de procurador autárquico em
outras localidades onde não haviam candidatos
classificados, decidiu em 01.03.85, convocar mediante
edital aos candidatos aprovados para manifestarem a
intenção de serem nomeados para cidade diversa da
qual haviam sido classificados. Esse edital encontra-
se à fls. 38/38. A partir daí, foi elaborada a
classificação das opções apresentadas levando-se em
consideração a classsificação originária e resultando
no quadro objeto do edital de fls. 39/43. Nova
convocação nessa mesma conformidade veio a ser
efetuada em 18.11.86 (fl. 44), que resultou na
classificação das opções divulgadas em 23.11.87 (fl.
45)
As candidatas ROZELLE ROCHA SILVA e
MARCÉLIA MARIA PEREIRA MAGALHÃES
atenderam a referidos editais e manifestaram opções,
tendo sido classificadas para as cidades de Maceió e
Tubarão como se pode ver às fls. 39 e 45. Nestas
cidades foram admitidas. O fato de – como
comprova o documento de fl. 71 – a candidata
MARCÉLIA MARIA MAGALHÃES CRUZ
encontrar-se já em 1989 exercendo as atribuições do
cargo na cidade de Salvador, restou suficientemente
esclarecido pelos documentos de fls. 75/76, por onde
se vê que a candidata fora admitida na Procuradoria
Regional do IAPAS em Santa Catarina, lotada na
cidade de Tubarão, retornando a Salvador porque
designada para exercer função de chefia, onde restou
definitivamente transferida.
Os fatos estão, portanto, esclarecidos. O autor
3
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 14
Relatório
RE 579.360 AGR / DF
não manifestou opção pela nomeação em outra
cidade. Daí porque não efetivamente nomeado. Será
que os procedimentos adotados pela Administração
infringiram alguma regra editalícia a ponto de lesar
direito do autor? Já respondi que não. E reafirmo a
minha posição. Deveras, o único vínculo que se
estabeleceu entre a Administração e o classificado no
certame em face das disposições editalícias acima
transcritas, foi o de convocar, através de mala direta,
para admissão na cidade de inscrição do candidato
classificado. Assim, a regra estaria violada.
se a Administração tivesse convocado por
Edital os candidatos classificados para admissão na
cidade de inscrição. Ora, não foi isso o que ocorreu.
A convocação por editais foi para opção por
admissão em outra cidade. E isso a Administração
poderia faze-lo; já porque a admissão sempre esteve
condicionada ao interesse e conveniência da
Administração (item 9.2 do Edital – fl. 87; já porque a
convocação para opção por outra localidade mercê a
regência normativa do certame em apreço (fls. 84/87)
e atende aos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade e publicidade como
norte de toda atividade administrativa.’
Pelo exposto, nego provimento à apelação' (fls.
123/124)
Nesse caso, para chegar a entendimento diverso do
expresso no acórdão recorrido seria necessário o reexame dos
fatos e das provas que permeiam a lide, operação vedada nesta
instância, a teor da Súmula nº 279/STF. Sobre o tema, anote-se:
'AGRAVO
REGIMENTAL
NO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. CONCURSO PÚBLICO. ORDEM
DE CLASSIFICAÇÃO. PRETERIÇÃO. REEXAME DOS
4
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1565798.
Supremo Tribunal Federal
RE 579.360 AGR / DF
não manifestou opção pela nomeação em outra
cidade. Daí porque não efetivamente nomeado. Será
que os procedimentos adotados pela Administração
infringiram alguma regra editalícia a ponto de lesar
direito do autor? Já respondi que não. E reafirmo a
minha posição. Deveras, o único vínculo que se
estabeleceu entre a Administração e o classificado no
certame em face das disposições editalícias acima
transcritas, foi o de convocar, através de mala direta,
para admissão na cidade de inscrição do candidato
classificado. Assim, a regra estaria violada.
se a Administração tivesse convocado por
Edital os candidatos classificados para admissão na
cidade de inscrição. Ora, não foi isso o que ocorreu.
A convocação por editais foi para opção por
admissão em outra cidade. E isso a Administração
poderia faze-lo; já porque a admissão sempre esteve
condicionada ao interesse e conveniência da
Administração (item 9.2 do Edital – fl. 87; já porque a
convocação para opção por outra localidade mercê a
regência normativa do certame em apreço (fls. 84/87)
e atende aos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade e publicidade como
norte de toda atividade administrativa.’
Pelo exposto, nego provimento à apelação' (fls.
123/124)
Nesse caso, para chegar a entendimento diverso do
expresso no acórdão recorrido seria necessário o reexame dos
fatos e das provas que permeiam a lide, operação vedada nesta
instância, a teor da Súmula nº 279/STF. Sobre o tema, anote-se:
'AGRAVO
REGIMENTAL
NO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. CONCURSO PÚBLICO. ORDEM
DE CLASSIFICAÇÃO. PRETERIÇÃO. REEXAME DOS
4
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1565798.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 14
Relatório
RE 579.360 AGR / DF
FATOS QUE DERAM ENSEJO À CAUSA.
IMPOSSIBILIDADE. Concurso público. Nomeação de
candidato. Inobservância da ordem de classificação.
Preterição. Reexame dos documentos e fatos que deram
ensejo à causa. Impossibilidade. Súmula 279/STF. Agravo
regimental não provido' (RE 377.291/DF-AgR, Primeira
Turma, Relator o Ministro Eros Grau, DJ de 7/10/05).
'Concurso público: pretensão à nomeação e posse em
virtude de preterição, negada à base das provas: RE
inviável: incidência da Súmula 279' (AI 516010/RS-AgR,
Primeira Turma, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence,
DJ de 15/4/05).
'AGRAVO
REGIMENTAL
EM
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
CONSTITUCIONAL.
ADMINISTRATIVO.
CONCURSO
PÚBLICO.
INTERPRETAÇÃO DAS CLÁUSULAS EDITALÍCIAS.
IMPOSSIBILIDADE. PRETERIÇÃO DOS CANDIDATOS
APROVADOS NA PRIMEIRA FASE DO CERTAME.
MATÉRIA
ARGÜIDA
NAS
RAZÕES
DO
EXTRAORDINÁRIO. PRECLUSÃO. 1. Critério de
classificação dos candidatos para acesso à segunda fase do
concurso público. Interpretação das cláusulas editalícias e
reexame da matéria fática no que se refere à ordem de
classificação e convocação dos aprovados na primeira fase
do certame. Impossibilidade. Súmulas 279 e 454 do
Supremo Tribunal Federal. 2. Ofensa ao disposto no artigo
37, caput, I, II, III e IV, da Constituição Federal. Matéria
não-prequestionada. Incidência das Súmulas 282 e 356-
STF. 3. Preterição dos candidatos-recorrentes. Inovação da
lide nas razões do extraordinário, tendo em vista que o
pedido inicial do mandamus limitou-se ao direito de os
impetrantes participarem da segunda fase do concurso
5
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1565798.
Supremo Tribunal Federal
RE 579.360 AGR / DF
FATOS QUE DERAM ENSEJO À CAUSA.
IMPOSSIBILIDADE. Concurso público. Nomeação de
candidato. Inobservância da ordem de classificação.
Preterição. Reexame dos documentos e fatos que deram
ensejo à causa. Impossibilidade. Súmula 279/STF. Agravo
regimental não provido' (RE 377.291/DF-AgR, Primeira
Turma, Relator o Ministro Eros Grau, DJ de 7/10/05).
'Concurso público: pretensão à nomeação e posse em
virtude de preterição, negada à base das provas: RE
inviável: incidência da Súmula 279' (AI 516010/RS-AgR,
Primeira Turma, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence,
DJ de 15/4/05).
'AGRAVO
REGIMENTAL
EM
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
CONSTITUCIONAL.
ADMINISTRATIVO.
CONCURSO
PÚBLICO.
INTERPRETAÇÃO DAS CLÁUSULAS EDITALÍCIAS.
IMPOSSIBILIDADE. PRETERIÇÃO DOS CANDIDATOS
APROVADOS NA PRIMEIRA FASE DO CERTAME.
MATÉRIA
ARGÜIDA
NAS
RAZÕES
DO
EXTRAORDINÁRIO. PRECLUSÃO. 1. Critério de
classificação dos candidatos para acesso à segunda fase do
concurso público. Interpretação das cláusulas editalícias e
reexame da matéria fática no que se refere à ordem de
classificação e convocação dos aprovados na primeira fase
do certame. Impossibilidade. Súmulas 279 e 454 do
Supremo Tribunal Federal. 2. Ofensa ao disposto no artigo
37, caput, I, II, III e IV, da Constituição Federal. Matéria
não-prequestionada. Incidência das Súmulas 282 e 356-
STF. 3. Preterição dos candidatos-recorrentes. Inovação da
lide nas razões do extraordinário, tendo em vista que o
pedido inicial do mandamus limitou-se ao direito de os
impetrantes participarem da segunda fase do concurso
5
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 14
Relatório
RE 579.360 AGR / DF
público ou de qualquer outro procedimento avaliatório
capaz de garantir-lhes a classificação final. Exame da
controvérsia. Impossibilidade. Agravo regimental não
provido' (RE 227.553/SP-AgR, Segunda Turma, Relator o
Ministro Maurício Corrêa, DJ de 19/4/02).
Ante o exposto, nos termos do artigo 557, caput, do
Código de Processo Civil, nego seguimento ao recurso
extraordinário.
Intime-se.”
Alega o agravante que “não há matéria fática excludente da
apreciação do pleito” (fl. 385).
Aduz, ainda, in verbis, que:
“A pretensão do agravante se cinge não ao
descumprimento de convocação a posteriori ou mesmo de
preterição de nomeação em razão de tal convocação, mas sim
de que sejam respeitadas as regras de convocação do concurso.
Assim é que o item 9.3 do Edital DASP/MTb nº 26/84,
regulador do certame assim dispôs:
'9.3 – Observado o número de vagas existentes ou
que venham a existir, o candidato classificado será
convocado para a admissão, por mala direta, obrigando-se
a declarar, por escrito, se aceita ou não o emprego para o
qual estiver sendo convocado. O não pronunciamento do
interessado permitirá a Administração excluí-lo do
processo seletivo, após reconvocá-lo por edital ou carta
expedida com Aviso de Recebimento (AR)' (grifamos)” (fl.
384).
É o relatório.
6
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Supremo Tribunal Federal
RE 579.360 AGR / DF
público ou de qualquer outro procedimento avaliatório
capaz de garantir-lhes a classificação final. Exame da
controvérsia. Impossibilidade. Agravo regimental não
provido' (RE 227.553/SP-AgR, Segunda Turma, Relator o
Ministro Maurício Corrêa, DJ de 19/4/02).
Ante o exposto, nos termos do artigo 557, caput, do
Código de Processo Civil, nego seguimento ao recurso
extraordinário.
Intime-se.”
Alega o agravante que “não há matéria fática excludente da
apreciação do pleito” (fl. 385).
Aduz, ainda, in verbis, que:
“A pretensão do agravante se cinge não ao
descumprimento de convocação a posteriori ou mesmo de
preterição de nomeação em razão de tal convocação, mas sim
de que sejam respeitadas as regras de convocação do concurso.
Assim é que o item 9.3 do Edital DASP/MTb nº 26/84,
regulador do certame assim dispôs:
'9.3 – Observado o número de vagas existentes ou
que venham a existir, o candidato classificado será
convocado para a admissão, por mala direta, obrigando-se
a declarar, por escrito, se aceita ou não o emprego para o
qual estiver sendo convocado. O não pronunciamento do
interessado permitirá a Administração excluí-lo do
processo seletivo, após reconvocá-lo por edital ou carta
expedida com Aviso de Recebimento (AR)' (grifamos)” (fl.
384).
É o relatório.
6
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 579.360 DISTRITO FEDERAL
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Não merece prosperar o inconformismo.
Conforme expresso na decisão agravada, o Tribunal de origem
concluiu, com base nos fatos e nas provas dos autos, que não houve
preterição na ordem de classificação no concurso público em comento,
uma vez que foi dada ao agravante oportunidade para assumir cargo
vago. Para divergir desse entendimento, seria necessário analisar o
conjunto fático-probatório dos autos, o que é inviável em recurso
extraordinário, consoante dispõe a Súmula nº 279/STF. Sobre o tema,
anotem-se os seguintes precedentes:
“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO.
NOMEAÇÃO.
ALEGAÇÃO
DE
PRETERIÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE PROVAS. INCIDÊNCIA
DA SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA
PROVIMENTO” (AI nº 790.007/RS-AgR, Primeira Turma,
Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de 25/11/10).
“AGRAVO
REGIMENTAL
NO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. CONCURSO PÚBLICO. CURSO DE
FORMAÇÃO.
MATRÍCULA.
AÇÃO
JUDICIAL.
AJUIZAMENTO APÓS O ÍNICIO DO CURSO. INTERESSE DE
AGIR. AUSÊNCIA. PRETERIÇÃO. SÚMULA 279. 1. O
ajuizamento de ação judicial para garantir matrícula em curso
de formação posteriormente à data em que iniciado caracteriza
ausência de interesse de agir. 2. Quando a tese da preterição na
ordem de classificação do concurso público vai de encontro ao
afirmado nas instâncias ordinárias, é imprescindível a análise
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 579.360 DISTRITO FEDERAL
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Não merece prosperar o inconformismo.
Conforme expresso na decisão agravada, o Tribunal de origem
concluiu, com base nos fatos e nas provas dos autos, que não houve
preterição na ordem de classificação no concurso público em comento,
uma vez que foi dada ao agravante oportunidade para assumir cargo
vago. Para divergir desse entendimento, seria necessário analisar o
conjunto fático-probatório dos autos, o que é inviável em recurso
extraordinário, consoante dispõe a Súmula nº 279/STF. Sobre o tema,
anotem-se os seguintes precedentes:
“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO.
NOMEAÇÃO.
ALEGAÇÃO
DE
PRETERIÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE PROVAS. INCIDÊNCIA
DA SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA
PROVIMENTO” (AI nº 790.007/RS-AgR, Primeira Turma,
Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de 25/11/10).
“AGRAVO
REGIMENTAL
NO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. CONCURSO PÚBLICO. CURSO DE
FORMAÇÃO.
MATRÍCULA.
AÇÃO
JUDICIAL.
AJUIZAMENTO APÓS O ÍNICIO DO CURSO. INTERESSE DE
AGIR. AUSÊNCIA. PRETERIÇÃO. SÚMULA 279. 1. O
ajuizamento de ação judicial para garantir matrícula em curso
de formação posteriormente à data em que iniciado caracteriza
ausência de interesse de agir. 2. Quando a tese da preterição na
ordem de classificação do concurso público vai de encontro ao
afirmado nas instâncias ordinárias, é imprescindível a análise
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 14
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 579.360 AGR / DF
dos fatos e provas constantes dos autos para concluir-se em
sentido contrário, circunstância na qual incide a Súmula 279 do
Supremo no caso. Agravo regimental a que se nega
provimento” (RE nº 384.910/PE-AgR, Segunda Turma, Relator o
Ministro Eros Grau, DJe de 12/9/08).
No tocante à questão relativa à forma de convocação, o Tribunal de
Justiça, no julgamento da apelação, confirmou, por seus próprios
fundamentos, a sentença de Primeiro Grau, que está assim
fundamentada:
“Os fatos estão, portanto, esclarecidos. O autor
não manifestou opção pela nomeação em outra
cidade. Daí porque não efetivamente nomeado. Será
que os procedimentos adotados pela Administração
infringiram alguma regra editalícia a ponto de lesar
direito do autor? Já respondi que não. E reafirmo a
minha posição. Deveras, o único vínculo que se
estabeleceu entre a Administração e o classificado no
certame em face das disposições editalícias acima
transcritas, foi o de convocar, através de mala direta,
para admissão na cidade de inscrição do candidato
classificado. Assim, a regra estaria violada se a
Administração tivesse convocado por Edital os
candidatos classificados para admissão na cidade de
inscrição. Ora, não foi isso o que ocorreu. A
convocação por editais foi para opção por admissão
em outra cidade. E isso a Administração poderia
faze-lo; já porque a admissão sempre esteve
condicionada ao interesse e conveniência da
Administração (item 9.2 do Edital – fl. 87; já porque a
convocação para opção por outra localidade mercê a
regência normativa do certame em apreço (fls. 84/87)
e atende aos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade e publicidade como
norte de toda atividade administrativa” (fl. 124).
2
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Supremo Tribunal Federal
RE 579.360 AGR / DF
dos fatos e provas constantes dos autos para concluir-se em
sentido contrário, circunstância na qual incide a Súmula 279 do
Supremo no caso. Agravo regimental a que se nega
provimento” (RE nº 384.910/PE-AgR, Segunda Turma, Relator o
Ministro Eros Grau, DJe de 12/9/08).
No tocante à questão relativa à forma de convocação, o Tribunal de
Justiça, no julgamento da apelação, confirmou, por seus próprios
fundamentos, a sentença de Primeiro Grau, que está assim
fundamentada:
“Os fatos estão, portanto, esclarecidos. O autor
não manifestou opção pela nomeação em outra
cidade. Daí porque não efetivamente nomeado. Será
que os procedimentos adotados pela Administração
infringiram alguma regra editalícia a ponto de lesar
direito do autor? Já respondi que não. E reafirmo a
minha posição. Deveras, o único vínculo que se
estabeleceu entre a Administração e o classificado no
certame em face das disposições editalícias acima
transcritas, foi o de convocar, através de mala direta,
para admissão na cidade de inscrição do candidato
classificado. Assim, a regra estaria violada se a
Administração tivesse convocado por Edital os
candidatos classificados para admissão na cidade de
inscrição. Ora, não foi isso o que ocorreu. A
convocação por editais foi para opção por admissão
em outra cidade. E isso a Administração poderia
faze-lo; já porque a admissão sempre esteve
condicionada ao interesse e conveniência da
Administração (item 9.2 do Edital – fl. 87; já porque a
convocação para opção por outra localidade mercê a
regência normativa do certame em apreço (fls. 84/87)
e atende aos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade e publicidade como
norte de toda atividade administrativa” (fl. 124).
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 14
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 579.360 AGR / DF
Desse modo, para acolher a tese de que teria sido violada a norma
editalícia que prevê a forma de convocação dos aprovados no certame,
haveria a necessidade de examinar e interpretar as regras do edital, o que
é inviável em recurso extraordinário, uma vez que referida ofensa, se
ocorresse, seria indireta ou reflexa. Nesse sentido, os julgados a seguir:
“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO.
VALIDADE DE NORMAS DE EDITAL. CONTROVÉRSIA
INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL
INDIRETA. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS STF 279 E 280. 1. É
pacífico o entendimento dessa Corte no sentido de que a regra
geral é o acesso de todos aos cargos públicos, salvo limitações
decorrentes de lei. Entretanto, elas só serão legitimas se forem
fixadas, de forma razoável, para atender às exigências das
funções do cargo. 2. A jurisprudência desse Supremo Tribunal
Federal é pacífica no sentido de que, em casos como o dos
autos, onde a solução da controvérsia depende da interpretação
de normas de edital de concurso público, eventual ofensa
constitucional somente poderia ocorrer de forma reflexa ou
indireta, o que impede o trâmite do recurso extraordinário.
Incidência das Súmulas STF 279 e 280. 3. Agravo regimental
improvido” (AI nº 719.268/SE-AgR, Segunda Turma, Relatora a
Ministra Ellen Gracie, DJe de 19/11/10).
“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO.
APLICABILIDADE E VALIDADE DE NORMAS DE EDITAL.
CONTROVÉRSIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA
CONSTITUCIONAL INDIRETA. IMPOSSIBILIDADE DA
ANÁLISE DAS CLÁUSULAS EDITALÍCIAS E DO REEXAME
DE PROVAS. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DE TODOS OS
FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. INCIDÊNCIA
DAS SÚMULAS 279 E 283 DO SUPREMO TRIBUNAL
3
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Supremo Tribunal Federal
RE 579.360 AGR / DF
Desse modo, para acolher a tese de que teria sido violada a norma
editalícia que prevê a forma de convocação dos aprovados no certame,
haveria a necessidade de examinar e interpretar as regras do edital, o que
é inviável em recurso extraordinário, uma vez que referida ofensa, se
ocorresse, seria indireta ou reflexa. Nesse sentido, os julgados a seguir:
“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO.
VALIDADE DE NORMAS DE EDITAL. CONTROVÉRSIA
INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL
INDIRETA. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS STF 279 E 280. 1. É
pacífico o entendimento dessa Corte no sentido de que a regra
geral é o acesso de todos aos cargos públicos, salvo limitações
decorrentes de lei. Entretanto, elas só serão legitimas se forem
fixadas, de forma razoável, para atender às exigências das
funções do cargo. 2. A jurisprudência desse Supremo Tribunal
Federal é pacífica no sentido de que, em casos como o dos
autos, onde a solução da controvérsia depende da interpretação
de normas de edital de concurso público, eventual ofensa
constitucional somente poderia ocorrer de forma reflexa ou
indireta, o que impede o trâmite do recurso extraordinário.
Incidência das Súmulas STF 279 e 280. 3. Agravo regimental
improvido” (AI nº 719.268/SE-AgR, Segunda Turma, Relatora a
Ministra Ellen Gracie, DJe de 19/11/10).
“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO.
APLICABILIDADE E VALIDADE DE NORMAS DE EDITAL.
CONTROVÉRSIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA
CONSTITUCIONAL INDIRETA. IMPOSSIBILIDADE DA
ANÁLISE DAS CLÁUSULAS EDITALÍCIAS E DO REEXAME
DE PROVAS. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DE TODOS OS
FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. INCIDÊNCIA
DAS SÚMULAS 279 E 283 DO SUPREMO TRIBUNAL
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 14
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 579.360 AGR / DF
FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA
PROVIMENTO. A jurisprudência do Supremo Tribunal firmou-
se no sentido de que as alegações de afronta aos princípios da
legalidade, do devido processo legal, do contraditório, da
ampla defesa, dos limites da coisa julgada e da prestação
jurisdicional, quando dependentes de exame de legislação
infraconstitucional, configurariam ofensa constitucional
indireta” (AI nº 767.533/MT-AgR, Primeira Turma, Relatora a
Ministra Cármen Lúcia, DJe de 12/3/10).
“ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM
AGRAVO
DE
INSTRUMENTO.
AUSÊNCIA
DE
PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356 DO STF.
MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA AO ART. 93,
IX, DA CF. OFENSA REFLEXA. AGRAVO IMPROVIDO I -
Inadmissível o recurso extraordinário se a questão
constitucional suscitada não tiver sido apreciada no acórdão
recorrido. Ademais, não opostos embargos de declaratórios
para suprir a omissão, é inviável o recurso, a teor da Súmula
356 do STF. II - O acórdão recorrido dirimiu a questão dos autos
com base na legislação infraconstitucional e normas do edital
do concurso aplicáveis à espécie. Inadmissibilidade do RE. III -
Não há contrariedade ao art. 93, IX, da mesma Carta, quando o
acórdão recorrido encontra-se suficientemente fundamentado.
IV - Agravo regimental improvido” (AI nº 724.896/BA-AgR,
Primeira Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ
de 6/3/09).
“AGRAVO REGIMENTAL. CONCURSO PÚBLICO.
PROVA DE TÍTULOS. CARÁTER ELIMINATÓRIO. REGRA
CONSTANTE
DO
EDITAL.
MATÉRIA
INFRACONSTITUCIONAL. SÚMULA 279 DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL. REEXAME DE FATOS E PROVAS. Os
requisitos estabelecidos em edital de concurso constituem
4
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Supremo Tribunal Federal
RE 579.360 AGR / DF
FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA
PROVIMENTO. A jurisprudência do Supremo Tribunal firmou-
se no sentido de que as alegações de afronta aos princípios da
legalidade, do devido processo legal, do contraditório, da
ampla defesa, dos limites da coisa julgada e da prestação
jurisdicional, quando dependentes de exame de legislação
infraconstitucional, configurariam ofensa constitucional
indireta” (AI nº 767.533/MT-AgR, Primeira Turma, Relatora a
Ministra Cármen Lúcia, DJe de 12/3/10).
“ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM
AGRAVO
DE
INSTRUMENTO.
AUSÊNCIA
DE
PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356 DO STF.
MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA AO ART. 93,
IX, DA CF. OFENSA REFLEXA. AGRAVO IMPROVIDO I -
Inadmissível o recurso extraordinário se a questão
constitucional suscitada não tiver sido apreciada no acórdão
recorrido. Ademais, não opostos embargos de declaratórios
para suprir a omissão, é inviável o recurso, a teor da Súmula
356 do STF. II - O acórdão recorrido dirimiu a questão dos autos
com base na legislação infraconstitucional e normas do edital
do concurso aplicáveis à espécie. Inadmissibilidade do RE. III -
Não há contrariedade ao art. 93, IX, da mesma Carta, quando o
acórdão recorrido encontra-se suficientemente fundamentado.
IV - Agravo regimental improvido” (AI nº 724.896/BA-AgR,
Primeira Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ
de 6/3/09).
“AGRAVO REGIMENTAL. CONCURSO PÚBLICO.
PROVA DE TÍTULOS. CARÁTER ELIMINATÓRIO. REGRA
CONSTANTE
DO
EDITAL.
MATÉRIA
INFRACONSTITUCIONAL. SÚMULA 279 DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL. REEXAME DE FATOS E PROVAS. Os
requisitos estabelecidos em edital de concurso constituem
4
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 579.360 AGR / DF
matéria de âmbito infraconstitucional. Por essa razão, incabível
o recurso extraordinário, visto que não há ofensa direta à
Constituição federal. Reexame de fatos e provas vedado pela
Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Agravo regimental a
que se nega provimento” (AI nº 521.421/RJ-AgR, Segunda
Turma, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, DJ de 22/09/06).
Nego provimento ao agravo regimental.
5
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Supremo Tribunal Federal
RE 579.360 AGR / DF
matéria de âmbito infraconstitucional. Por essa razão, incabível
o recurso extraordinário, visto que não há ofensa direta à
Constituição federal. Reexame de fatos e provas vedado pela
Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Agravo regimental a
que se nega provimento” (AI nº 521.421/RJ-AgR, Segunda
Turma, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, DJ de 22/09/06).
Nego provimento ao agravo regimental.
5
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 14
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 579.360
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) : JAIRO ANDRADE DE MIRANDA
ADV.(A/S) : JAIRO ANDRADE DE MIRANDA E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : FREDERICO CARLOS BINDERL GASPAR DE MIRANDA
AGDO.(A/S) : UNIÃO
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Unânime.
Não participou, justificadamente, deste julgamento, o Senhor
Ministro Marco Aurélio. Presidência da Senhora Ministra Cármen
Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1568780
Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 579.360
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) : JAIRO ANDRADE DE MIRANDA
ADV.(A/S) : JAIRO ANDRADE DE MIRANDA E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : FREDERICO CARLOS BINDERL GASPAR DE MIRANDA
AGDO.(A/S) : UNIÃO
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Unânime.
Não participou, justificadamente, deste julgamento, o Senhor
Ministro Marco Aurélio. Presidência da Senhora Ministra Cármen
Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1568780
Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 14
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1597294 | 2011-10-25T00:00:00 | 2011-12-01T00:00:00 | A Turma negou provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Unânime. Não participou, justificadamente, deste julgamento, o Senhor Ministro Marco Aurélio. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA
Agravo regimental no recurso extraordinário. Concurso público. Nomeação. Preterição na ordem de classificação. Reexame de fatos e provas. Impossibilidade. Forma de convocação. Normas do edital. Ofensa reflexa. Precedentes.
1. O Tribunal de origem concluiu, com base no conjunto fático-probatório dos autos e nas normas editalícias, que não houve preterição na ordem de classificação dos aprovados no certame, bem como não foi desrespeitada a forma de convocação prevista no edital.
2. Inadmissível, em recurso extraordinário, o reexame dos fatos e das provas dos autos e a análise de ofensa reflexa à Constituição Federal. Incidência das Súmulas nºs 636 e 279/STF.
3. Agravo regimental não provido. | sjur202183 | - Acórdãos citados: RE 384910 AgR, AI 521421 AgR, AI 719268
AgR, AI 724896 AgR, AI 767533 AgR, AI 790007 AgR.
Número de páginas: 14.
Análise: 06/01/2012, KBP.
Revisão: 03/02/2012, ACG. | DIAS TOFFOLI | Primeira Turma | 579360 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000279 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000636 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | RE-AgR | acordaos | RE 579360 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : JAIRO ANDRADE DE MIRANDA
ADV.(A/S) : JAIRO ANDRADE DE MIRANDA E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : FREDERICO CARLOS BINDERL GASPAR DE MIRANDA
AGDO.(A/S) : UNIÃO
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 579 . 360",
"Súmulas [UNK] 636",
"RE 579 . 360 AGR / DF",
"RE 579 . 360 AGR /",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 579 . 360",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 579 . 360",
"RE 579 . 360 AGR",
"RE 579 . 360 AGR / DF",
"Questão de Ordem no AI 664 . 567",
"RE 579 . 360 AGR / DF",
"RE 579 . 360 AGR / DF",
"RE 579 . 360 AGR / DF",
"Súmula [UNK] 279 / STF",
"RE 579 . 360 AGR / DF",
"Súmula [UNK] 279 / STF",
"RE 579 . 360 AGR / DF",
"Súmula 279 / STF",
"RE 377 . 291 / DF - AgR",
"AI 516010",
"/",
"RS",
"-",
"AgR",
"Súmulas 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal",
"Súmulas 282 e 356 - STF",
"RE 579 . 360 AGR / DF",
"Súmula 279 / STF",
"RE 377 . 291 / DF - AgR",
"AI 516010 / RS - AgR",
"Súmulas 279",
"Súmulas 282 e 356 - STF",
"RE 579 . 360 AGR / DF",
"RE 227 . 553 / SP - AgR",
"RE 579 . 360 AGR / DF",
"RE 227 . 553 / SP - AgR",
"Súmula [UNK] 279 / STF",
"SÚMULA N . 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL",
"AI [UNK] 790 . 007 / RS - AgR",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 579 . 360",
"Súmula [UNK] 279 / STF",
"SÚMULA N . 279 DO SUPREMO TRIBUNAL",
"AI [UNK] 790 . 007 / RS - AgR",
"RE 579 . 360 AGR / DF",
"Súmula 279 do Supremo",
"RE [UNK] 384 . 910 / PE - AgR",
"RE 579 . 360 AGR / DF",
"Súmula 279 do Supremo",
"RE [UNK] 384 . 910 / PE - AgR",
"RE 579 . 360 AGR / DF",
"SÚMULAS",
"Súmulas STF 279",
"AI [UNK] 719 . 268 / SE - AgR",
"SÚMULAS 279",
"RE 579 . 360 AGR",
"SÚMULAS",
"AI [UNK] 719 . 268 / SE - AgR",
"RE 579 . 360 AGR / DF FEDERAL .",
"AI [UNK] 767 . 533 / MT - AgR",
"SÚMULAS 282",
"Súmula 356 do STF",
"AI [UNK] 724 . 896 / BA - AgR",
"SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL",
"RE 579 . 360 AGR / DF FEDERAL",
"AI [UNK] 767 . 533 / MT - AgR",
"SÚMULAS 282",
"Súmula 356 do STF",
"AI [UNK] 724 . 896 / BA - AgR",
"SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL",
"RE 579 . 360 AGR / DF",
"Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal",
"AI [UNK] 521 . 421 / RJ - AgR",
"RE 579 . 360 AGR / DF",
"Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal",
"AI [UNK] 521 . 421 / RJ - AgR",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 579 . 360",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 579 . 360"
],
"LEGISLACAO": [
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 37 , inciso IV , da Constituição Federal",
"artigo 37 , IV , da vigente Carta Magna",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 37 , inciso IV , da Constituição Federal",
"artigo 37 , IV , da vigente Carta Magna",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 37 , caput , I , II , III e IV , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 37 , caput , I , II , III e IV , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 557 , caput , do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 557 , caput , do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 93 , IX , DA CF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 93 , IX , DA CF",
"MP n° 2 . 200 -",
"MP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"DISTRITO FEDERAL",
"Brasília",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"Salvador",
"Salvador",
"Salvador",
"Salvador",
"Maceió",
"Tubarão",
"Salvador",
"Santa Catarina",
"Tubarão",
"Salvador",
"Maceió",
"Tubarão",
"Salvador",
"Tubarão",
"Salvador",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"UNIÃO",
"UNIÃO",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"UNIÃO",
"UNIÃO",
"Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"UNIÃO",
"UNIÃO",
"Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"/",
"DF",
"Pleno",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Pleno",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Procuradoria",
"IAPAS",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Procuradoria Regional do IAPAS em Santa Catarina",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Primeira Turma",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Primeira Turma",
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"-",
"Brasil",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"Brasil",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"/",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal",
"Primeira Turma",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal",
"Primeira Turma",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"UNIÃO",
"UNIÃO",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"UNIÃO",
"UNIÃO",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"DIAS TOFFOLI",
"JAIRO ANDRADE DE MIRANDA",
"JAIRO ANDRADE DE MIRANDA",
"FREDERICO CARLOS BINDERL GASPAR DE MIRANDA",
"Cármen Lúcia",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"JAIRO ANDRADE DE MIRANDA",
"JAIRO ANDRADE DE MIRANDA",
"FREDERICO CARLOS BINDERL GASPAR DE MIRANDA",
"DIAS TOFFOLI",
"Jairo Andrade de Miranda",
"Menezes Direito",
"Jairo Andrade de Miranda",
"DIAS TOFFOLI",
"JAIRO ANDRADE DE MIRANDA",
"JAIRO ANDRADE DE MIRANDA",
"FREDERICO CARLOS BINDERL",
"DIAS TOFFOLI",
"Jairo Andrade de Miranda",
"Menezes Direito",
"Jairo Andrade de Miranda",
"Sepúlveda Pertence",
"Sepúlveda Pertence",
"ROZELLE ROCHA SILVA",
"MARCÉLIA MARIA PEREIRA MAGALHÃES",
"MARCÉLIA MARIA MAGALHÃES CRUZ",
"ROZELLE ROCHA SILVA",
"MARCÉLIA MARIA PEREIRA MAGALHÃES",
"MARCÉLIA MARIA MAGALHÃES CRUZ",
"Eros Grau",
"Sepúlveda Pertence",
"Eros Grau",
"Sepúlveda Pertence",
"Maurício Corrêa",
"Maurício Corrêa",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"Cármen Lúcia",
"DIAS TOFFOLI",
"Cármen Lúcia",
"DIAS TOFFOLI",
"Eros Grau",
"Eros Grau",
"DIAS TOFFOLI",
"Ellen Gracie",
"Ellen Gracie",
"DIAS TOFFOLI",
"Cármen Lúcia",
"Ricardo Lewandowski",
"Cármen Lúcia",
"Ricardo Lewandowski",
"DIAS TOFFOLI",
"Joaquim Barbosa",
"Joaquim Barbosa",
"DIAS TOFFOLI",
"JAIRO ANDRADE DE MIRANDA",
"JAIRO ANDRADE DE MIRANDA",
"FREDERICO CARLOS BINDERL",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Paulo de Tarso Braz Lucas",
"Carmen Lilian",
"DIAS TOFFOLI",
"JAIRO ANDRADE DE MIRANDA",
"JAIRO ANDRADE DE MIRANDA",
"FREDERICO CARLOS BINDERL",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Paulo de Tarso Braz Lucas",
"Carmen Lilian"
],
"TEMPO": [
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"25 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"01",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"3",
"/",
"7",
"/",
"03",
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"/",
"9",
"/",
"07",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"3",
"/",
"7",
"/",
"03",
"6",
"/",
"9",
"/",
"07",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"01",
".",
"03",
".",
"85",
"18",
".",
"11",
".",
"86",
"23",
".",
"11",
".",
"87",
"1989",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"01",
".",
"03",
".",
"85",
"18",
".",
"11",
".",
"86",
"23",
".",
"11",
".",
"87",
"1989",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"7",
"/",
"10",
"/",
"05",
"15",
"/",
"4",
"/",
"05",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"7",
"/",
"10",
"/",
"05",
"15",
"/",
"4",
"/",
"05",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
"/",
"4",
"/",
"02",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
"/",
"4",
"/",
"02",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
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"/",
"2011",
"25",
"/",
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"/",
"10",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
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"/",
"2011",
"25",
"/",
"11",
"/",
"10",
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"08",
"/",
"2001",
"12",
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"9",
"/",
"08",
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"/",
"08",
"/",
"2001",
"12",
"/",
"9",
"/",
"08",
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"08",
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"2001",
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"/",
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"24",
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"19",
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"12",
"/",
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"/",
"10",
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"/",
"3",
"/",
"09",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"12",
"/",
"3",
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"10",
"6",
"/",
"3",
"/",
"09",
"24",
"/",
"08",
"/",
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"/",
"09",
"/",
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"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"22",
"/",
"09",
"/",
"06",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 634.047 MINAS GERAIS
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S)
:LUIZ MANTES OLIVEIRA
ADV.(A/S)
:HUMBERTO MARCIAL FONSECA
ADV.(A/S)
:MARIANA CARVALHAES TIMO
ADV.(A/S)
:KLEBER ALVES DE CARVALHO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:MUNICÍPIO DE IPATINGA
ADV.(A/S)
:RODRIGO HENRIQUE
DOS SANTOS DINIZ
E
OUTRO(A/S)
EMENTA
Agravo regimental no recurso extraordinário. Interposição via fax.
Original protocolado fora do prazo legal. Recurso intempestivo.
Precedentes.
1. Considera-se intempestivo o agravo regimental quando, apesar de
interposto via fax dentro do prazo legal, o original foi protocolado nesta
Corte somente depois de expirado o prazo legal do art. 2º da Lei nº
9.800/99.
2. Agravo regimental não conhecido.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência da Sra.
Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das
notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em não conhecer do
agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto do
Relator.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1565763.
Supremo Tribunal Federal
DJe 01/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10
Relatório
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 634.047 MINAS GERAIS
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S)
:LUIZ MANTES OLIVEIRA
ADV.(A/S)
:HUMBERTO MARCIAL FONSECA
ADV.(A/S)
:MARIANA CARVALHAES TIMO
ADV.(A/S)
:KLEBER ALVES DE CARVALHO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:MUNICÍPIO DE IPATINGA
ADV.(A/S)
:RODRIGO HENRIQUE
DOS SANTOS DINIZ
E
OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Luiz Nantes Oliveira interpõe agravo regimental (fls. 214 a 222 – fax
e 226 a 234 – original) contra decisão de folhas 207 a 211 que deu
provimento ao recurso extraordinário do Município de Ipatinga, com a
seguinte fundamentação:
“Vistos.
Município de Ipatinga interpõe recurso extraordinário,
com fundamento na alínea ‘a’ do permissivo constitucional,
contra acórdão da Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça
do Estado de Minas Gerais que, em síntese, alterou a base de
cálculo do adicional de insalubridade adotando a remuneração
do autor.
Alega o recorrente violação dos artigos 2°, 7°, inciso XXIII,
e 37, caput, da Constituição Federal uma vez que a súmula
vinculante n° 04/STF ‘NÃO o veda que o salário-mínimo seja
utilizado como base de cálculo para fins de pagamento de
adicional de insalubridade, ela apenas veda a sua utilização (do
salário-mínimo) como indexador da base de cálculo’ (fl. 170).
Decido.
Merece prosperar a irresignação.
Na sessão de 30 de abril de 2008, o Plenário desta Corte,
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1565765.
Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 634.047 MINAS GERAIS
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S)
:LUIZ MANTES OLIVEIRA
ADV.(A/S)
:HUMBERTO MARCIAL FONSECA
ADV.(A/S)
:MARIANA CARVALHAES TIMO
ADV.(A/S)
:KLEBER ALVES DE CARVALHO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:MUNICÍPIO DE IPATINGA
ADV.(A/S)
:RODRIGO HENRIQUE
DOS SANTOS DINIZ
E
OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Luiz Nantes Oliveira interpõe agravo regimental (fls. 214 a 222 – fax
e 226 a 234 – original) contra decisão de folhas 207 a 211 que deu
provimento ao recurso extraordinário do Município de Ipatinga, com a
seguinte fundamentação:
“Vistos.
Município de Ipatinga interpõe recurso extraordinário,
com fundamento na alínea ‘a’ do permissivo constitucional,
contra acórdão da Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça
do Estado de Minas Gerais que, em síntese, alterou a base de
cálculo do adicional de insalubridade adotando a remuneração
do autor.
Alega o recorrente violação dos artigos 2°, 7°, inciso XXIII,
e 37, caput, da Constituição Federal uma vez que a súmula
vinculante n° 04/STF ‘NÃO o veda que o salário-mínimo seja
utilizado como base de cálculo para fins de pagamento de
adicional de insalubridade, ela apenas veda a sua utilização (do
salário-mínimo) como indexador da base de cálculo’ (fl. 170).
Decido.
Merece prosperar a irresignação.
Na sessão de 30 de abril de 2008, o Plenário desta Corte,
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10
Relatório
RE 634.047 AGR / MG
ao apreciar o Recurso Extraordinário nº 565.714/SP, relatora a
Ministra Cármen Lúcia, cuja repercussão geral já havia sido
reconhecida, firmou o entendimento de não ser legítimo o
cálculo do adicional de insalubridade com base no salário
mínimo, por constituir fator de indexação, implicando a prática
ofensa ao artigo 7º, inciso IV, da Constituição Federal. Anote-se
a ementa deste julgado:
‘CONSTITUCIONAL. ART. 7º, INC. IV, DA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. NÃO-RECEPÇÃO
DO ART. 3º, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI
COMPLEMENTAR PAULISTA N. 432/1985 PELA
CONSTITUIÇÃO DE 1988. INCONSTITUCIONALIDADE
DE
VINCULAÇÃO
DO
ADICIONAL
DE
INSALUBRIDADE
AO
SALÁRIO-MÍNIMO:
PRECEDENTES.
IMPOSSIBILIDADE
DA
MODIFICAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO
BENEFÍCIO POR DECISÃO JUDICIAL. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO
AO
QUAL
SE
NEGA
PROVIMENTO.
1. O sentido da vedação constante da parte final do
inc. IV do art. 7º da Constituição impede que o salário-
mínimo possa ser aproveitado como fator de indexação;
essa utilização tolheria eventual aumento do salário-
mínimo pela cadeia de aumentos que ensejaria se
admitida essa vinculação (RE 217.700, Ministro Moreira
Alves).
A norma constitucional tem o objetivo de impedir
que aumento do salário-mínimo gere, indiretamente, peso
maior do que aquele diretamente relacionado com o
acréscimo. Essa circunstância pressionaria reajuste menor
do salário-mínimo, o que significaria obstaculizar a
implementação da política salarial prevista no art. 7º,
inciso IV, da Constituição da República.
O aproveitamento do salário-mínimo para a
formação da base de cálculo de qualquer parcela
2
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Supremo Tribunal Federal
RE 634.047 AGR / MG
ao apreciar o Recurso Extraordinário nº 565.714/SP, relatora a
Ministra Cármen Lúcia, cuja repercussão geral já havia sido
reconhecida, firmou o entendimento de não ser legítimo o
cálculo do adicional de insalubridade com base no salário
mínimo, por constituir fator de indexação, implicando a prática
ofensa ao artigo 7º, inciso IV, da Constituição Federal. Anote-se
a ementa deste julgado:
‘CONSTITUCIONAL. ART. 7º, INC. IV, DA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. NÃO-RECEPÇÃO
DO ART. 3º, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI
COMPLEMENTAR PAULISTA N. 432/1985 PELA
CONSTITUIÇÃO DE 1988. INCONSTITUCIONALIDADE
DE
VINCULAÇÃO
DO
ADICIONAL
DE
INSALUBRIDADE
AO
SALÁRIO-MÍNIMO:
PRECEDENTES.
IMPOSSIBILIDADE
DA
MODIFICAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO
BENEFÍCIO POR DECISÃO JUDICIAL. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO
AO
QUAL
SE
NEGA
PROVIMENTO.
1. O sentido da vedação constante da parte final do
inc. IV do art. 7º da Constituição impede que o salário-
mínimo possa ser aproveitado como fator de indexação;
essa utilização tolheria eventual aumento do salário-
mínimo pela cadeia de aumentos que ensejaria se
admitida essa vinculação (RE 217.700, Ministro Moreira
Alves).
A norma constitucional tem o objetivo de impedir
que aumento do salário-mínimo gere, indiretamente, peso
maior do que aquele diretamente relacionado com o
acréscimo. Essa circunstância pressionaria reajuste menor
do salário-mínimo, o que significaria obstaculizar a
implementação da política salarial prevista no art. 7º,
inciso IV, da Constituição da República.
O aproveitamento do salário-mínimo para a
formação da base de cálculo de qualquer parcela
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10
Relatório
RE 634.047 AGR / MG
remuneratória ou com qualquer outro objetivo pecuniário
(indenizações, pensões, etc.) esbarra na vinculação vedada
pela Constituição do Brasil.
Histórico e análise comparativa da jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal.
Declaração de não-recepção pela Constituição da
República de 1988 do art. 3º, parágrafo único, da Lei
Complementar n. 432/1985 do Estado de São Paulo.
2. Inexistência de regra constitucional autorizativa de
concessão de adicional de insalubridade a servidores
públicos (art. 39, § 1º, inc. III) ou a policiais militares (art.
42, § 1º, c/c 142, § 3º, inc. X).
3. Inviabilidade de invocação do art. 7º, inc. XXIII, da
Constituição da República, pois mesmo se a legislação
local determina a sua incidência aos servidores públicos, a
expressão adicional de remuneração contida na norma
constitucional há de ser interpretada como adicional
remuneratório, a saber, aquele que desenvolve atividades
penosas, insalubres ou perigosas tem direito a adicional, a
compor a sua remuneração. Se a Constituição tivesse
estabelecido remuneração do trabalhador como base de
cálculo teria afirmado adicional sobre a remuneração, o
que não fez.
4. Recurso extraordinário ao qual se nega
provimento’ (DJe de 8/808).
Na mesma assentada, foi aprovado o Enunciado
Vinculante nº 4, deste Tribunal, com a seguinte redação:
‘Salvo os casos previstos na Constituição, o salário
mínimo não pode ser usado como indexador de base de
cálculo de vantagem de servidor público ou de
empregado, nem ser substituído por decisão judicial’.
Desse modo, apesar de ter sido reconhecida a proibição
constitucional de vinculação de qualquer vantagem de servidor
3
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Supremo Tribunal Federal
RE 634.047 AGR / MG
remuneratória ou com qualquer outro objetivo pecuniário
(indenizações, pensões, etc.) esbarra na vinculação vedada
pela Constituição do Brasil.
Histórico e análise comparativa da jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal.
Declaração de não-recepção pela Constituição da
República de 1988 do art. 3º, parágrafo único, da Lei
Complementar n. 432/1985 do Estado de São Paulo.
2. Inexistência de regra constitucional autorizativa de
concessão de adicional de insalubridade a servidores
públicos (art. 39, § 1º, inc. III) ou a policiais militares (art.
42, § 1º, c/c 142, § 3º, inc. X).
3. Inviabilidade de invocação do art. 7º, inc. XXIII, da
Constituição da República, pois mesmo se a legislação
local determina a sua incidência aos servidores públicos, a
expressão adicional de remuneração contida na norma
constitucional há de ser interpretada como adicional
remuneratório, a saber, aquele que desenvolve atividades
penosas, insalubres ou perigosas tem direito a adicional, a
compor a sua remuneração. Se a Constituição tivesse
estabelecido remuneração do trabalhador como base de
cálculo teria afirmado adicional sobre a remuneração, o
que não fez.
4. Recurso extraordinário ao qual se nega
provimento’ (DJe de 8/808).
Na mesma assentada, foi aprovado o Enunciado
Vinculante nº 4, deste Tribunal, com a seguinte redação:
‘Salvo os casos previstos na Constituição, o salário
mínimo não pode ser usado como indexador de base de
cálculo de vantagem de servidor público ou de
empregado, nem ser substituído por decisão judicial’.
Desse modo, apesar de ter sido reconhecida a proibição
constitucional de vinculação de qualquer vantagem de servidor
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10
Relatório
RE 634.047 AGR / MG
público ou empregado ao salário mínimo, o Plenário entendeu
pela impossibilidade da modificação da base de cálculo do
adicional de insalubridade pelo Poder Judiciário, dada a
vedação deste atuar como legislador positivo.
Transcrevo parte do voto do Ministro Menezes Direito
constante do julgamento do mencionado RE nº 565.714/SP,
paradigma de criação da mencionada súmula vinculante:
‘A meu sentir, concordando com a base de
interpretação da Ministra Cármen Lúcia, parece mais
prudente que nós adotemos a técnica habitual de
desprover o recurso extraordinário, mas assegurar,
porque estamos julgando a causa, a manutenção do
pagamento dos adicionais, como tem sido feito, até que
uma legislação especial venha a fixar os critérios de
atualização. Porque, se nós não fizermos assim, juntando
as duas questões, a proposta da Ministra Cármen Lúcia e a
técnica de julgamento do recurso ordinário, vamos, por
um lado, criar um sistema de reforma para pior, como
disse o Ministro Marco Aurélio, porque vamos dar a
possibilidade de interpretação pelo congelamento, ou, ao
contrário, vamos admitir que é possível manter a aplicação
do adicional de insalubridade sobre a base do salário
mínimo.
Parece-me, portanto, que podem ser reunidas as
duas propostas, adotada a técnica usual desta Corte no
sentido de negar provimento ao extraordinário sob outro
fundamento, porque nós estamos julgando a causa,
estamos dizendo que é improcedente o pedido de
transferir a base de cálculo do adicional de
insalubridade do salário mínimo para a remuneração e,
ao mesmo tempo, estamos dando um lastro de
impetração para que seja continuado o pagamento, como
de resto se compromete a Procuradoria do Estado de São
Paulo, e providenciados, por meio de legislação especial,
os critérios de atualização compatíveis’ (grifou-se).
4
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Supremo Tribunal Federal
RE 634.047 AGR / MG
público ou empregado ao salário mínimo, o Plenário entendeu
pela impossibilidade da modificação da base de cálculo do
adicional de insalubridade pelo Poder Judiciário, dada a
vedação deste atuar como legislador positivo.
Transcrevo parte do voto do Ministro Menezes Direito
constante do julgamento do mencionado RE nº 565.714/SP,
paradigma de criação da mencionada súmula vinculante:
‘A meu sentir, concordando com a base de
interpretação da Ministra Cármen Lúcia, parece mais
prudente que nós adotemos a técnica habitual de
desprover o recurso extraordinário, mas assegurar,
porque estamos julgando a causa, a manutenção do
pagamento dos adicionais, como tem sido feito, até que
uma legislação especial venha a fixar os critérios de
atualização. Porque, se nós não fizermos assim, juntando
as duas questões, a proposta da Ministra Cármen Lúcia e a
técnica de julgamento do recurso ordinário, vamos, por
um lado, criar um sistema de reforma para pior, como
disse o Ministro Marco Aurélio, porque vamos dar a
possibilidade de interpretação pelo congelamento, ou, ao
contrário, vamos admitir que é possível manter a aplicação
do adicional de insalubridade sobre a base do salário
mínimo.
Parece-me, portanto, que podem ser reunidas as
duas propostas, adotada a técnica usual desta Corte no
sentido de negar provimento ao extraordinário sob outro
fundamento, porque nós estamos julgando a causa,
estamos dizendo que é improcedente o pedido de
transferir a base de cálculo do adicional de
insalubridade do salário mínimo para a remuneração e,
ao mesmo tempo, estamos dando um lastro de
impetração para que seja continuado o pagamento, como
de resto se compromete a Procuradoria do Estado de São
Paulo, e providenciados, por meio de legislação especial,
os critérios de atualização compatíveis’ (grifou-se).
4
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10
Relatório
RE 634.047 AGR / MG
No caso dos autos, os autores postulam a alteração da
base de cálculo do adicional de insalubridade, substituindo o
salário mínimo por sua remuneração integral. Assim, incide na
espécie a parte final da Súmula Vinculante nº 4, que impede o
Judiciário de alterar a base de cálculo do referido adicional.
Ante o exposto, nos termos do artigo 557, § 1º-A, do
Código de Processo Civil, conheço do recurso extraordinário e
lhe dou provimento para julgar improcedente a ação. Custas e
honorários advocatícios fixados em 5% sobre o valor da causa,
pelo autor, vencido, aplicada a regra do artigo 12 da Lei nº
1.060/50.
Publique-se”.
Alega o agravante que teria sido violado o princípio da legalidade,
insculpido no art. 37 da Constituição Federal.
Aduz, in verbis, que:
“Não há lei municipal que determina que o adicional de
insalubridade incida sobre os vencimentos do servidor. Não há
também, lei municipal que determine que o adicional de
insalubridade incida sobre o salário mínimo.
Com isso, sendo omissa a legislação do Município de
Ipatinga em relação à base de cálculo do adicional de
insalubridade, deve-se considerar para tal fim os vencimentos
dos servidores, sob pena de ferir de morte princípios
constitucionais vigentes” (fls. 230).
É o relatório.
5
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Supremo Tribunal Federal
RE 634.047 AGR / MG
No caso dos autos, os autores postulam a alteração da
base de cálculo do adicional de insalubridade, substituindo o
salário mínimo por sua remuneração integral. Assim, incide na
espécie a parte final da Súmula Vinculante nº 4, que impede o
Judiciário de alterar a base de cálculo do referido adicional.
Ante o exposto, nos termos do artigo 557, § 1º-A, do
Código de Processo Civil, conheço do recurso extraordinário e
lhe dou provimento para julgar improcedente a ação. Custas e
honorários advocatícios fixados em 5% sobre o valor da causa,
pelo autor, vencido, aplicada a regra do artigo 12 da Lei nº
1.060/50.
Publique-se”.
Alega o agravante que teria sido violado o princípio da legalidade,
insculpido no art. 37 da Constituição Federal.
Aduz, in verbis, que:
“Não há lei municipal que determina que o adicional de
insalubridade incida sobre os vencimentos do servidor. Não há
também, lei municipal que determine que o adicional de
insalubridade incida sobre o salário mínimo.
Com isso, sendo omissa a legislação do Município de
Ipatinga em relação à base de cálculo do adicional de
insalubridade, deve-se considerar para tal fim os vencimentos
dos servidores, sob pena de ferir de morte princípios
constitucionais vigentes” (fls. 230).
É o relatório.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 634.047 MINAS GERAIS
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
O inconformismo não merece prosperar.
A decisão agravada foi publicada em 6/9/11 (fl. 212). Em 12/9/11, o
agravante interpôs a petição recursal via fax (fls. 214 a 222), protocolada
nesta Corte sob o nº 74.070/11.
Ocorre, todavia, que não foi obedecido o prazo legal do art. 2º da Lei
nº 9.800/99, que determina que, nesse caso, o original deve ser
protocolado no Tribunal no prazo contínuo e improrrogável de até 5
(cinco) dias após o encerramento do prazo recursal, no caso, o dia 19/9/11,
segunda-feira. Contudo, o original da petição recursal somente foi
protocolado na Secretaria do Supremo Tribunal Federal em 22/9/11 (fl.
226), por meio da Petição nº 76.629/11, após expirado o prazo legal,
conforme certidão de trânsito em julgado à fl. 236. Destarte, é
intempestivo o agravo regimental. Nesse sentido, anote-se:
“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – UTILIZAÇÃO DE
FAC-SÍMILE – PRAZO INICIAL (ENCAMINHAMENTO
MEDIANTE 'FAX') E PRAZO ADICIONAL (PRODUÇÃO DOS
ORIGINAIS) – PETIÇÃO RECURSAL TRANSMITIDA,
TEMPESTIVAMENTE, MEDIANTE REPRODUÇÃO FAC-
SIMILAR – ORIGINAIS DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
APRESENTADOS, CONTUDO, EXTEMPORANEAMENTE –
INEXISTÊNCIA DE SOLUÇÃO DE CONTINUIDADE ENTRE
O TÉRMINO DO PRAZO INICIAL E O INÍCIO DO PRAZO
ADICIONAL – CONTAGEM CONTÍNUA, A SER FEITA DE
MODO IMEDIATAMENTE SUBSEQÜENTE AO TÉRMINO
DO
PRAZO
INICIAL
–
EXTEMPORANEIDADE
RECONHECIDA NA ESPÉCIE – INCONFORMISMO DA
PARTE RECORRENTE – INTERPOSIÇÃO, CONTRA A
DECISÃO QUE NÃO CONHECEU DOS EMBARGOS DE
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1565764.
Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 634.047 MINAS GERAIS
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
O inconformismo não merece prosperar.
A decisão agravada foi publicada em 6/9/11 (fl. 212). Em 12/9/11, o
agravante interpôs a petição recursal via fax (fls. 214 a 222), protocolada
nesta Corte sob o nº 74.070/11.
Ocorre, todavia, que não foi obedecido o prazo legal do art. 2º da Lei
nº 9.800/99, que determina que, nesse caso, o original deve ser
protocolado no Tribunal no prazo contínuo e improrrogável de até 5
(cinco) dias após o encerramento do prazo recursal, no caso, o dia 19/9/11,
segunda-feira. Contudo, o original da petição recursal somente foi
protocolado na Secretaria do Supremo Tribunal Federal em 22/9/11 (fl.
226), por meio da Petição nº 76.629/11, após expirado o prazo legal,
conforme certidão de trânsito em julgado à fl. 236. Destarte, é
intempestivo o agravo regimental. Nesse sentido, anote-se:
“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – UTILIZAÇÃO DE
FAC-SÍMILE – PRAZO INICIAL (ENCAMINHAMENTO
MEDIANTE 'FAX') E PRAZO ADICIONAL (PRODUÇÃO DOS
ORIGINAIS) – PETIÇÃO RECURSAL TRANSMITIDA,
TEMPESTIVAMENTE, MEDIANTE REPRODUÇÃO FAC-
SIMILAR – ORIGINAIS DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
APRESENTADOS, CONTUDO, EXTEMPORANEAMENTE –
INEXISTÊNCIA DE SOLUÇÃO DE CONTINUIDADE ENTRE
O TÉRMINO DO PRAZO INICIAL E O INÍCIO DO PRAZO
ADICIONAL – CONTAGEM CONTÍNUA, A SER FEITA DE
MODO IMEDIATAMENTE SUBSEQÜENTE AO TÉRMINO
DO
PRAZO
INICIAL
–
EXTEMPORANEIDADE
RECONHECIDA NA ESPÉCIE – INCONFORMISMO DA
PARTE RECORRENTE – INTERPOSIÇÃO, CONTRA A
DECISÃO QUE NÃO CONHECEU DOS EMBARGOS DE
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 10
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 634.047 AGR / MG
DECLARAÇÃO, DE TEMPESTIVO RECURSO DE AGRAVO –
'AGRAVO REGIMENTAL' IMPROVIDO. - A utilização de fac-
símile, para a veiculação de petições recursais, não exonera a
parte recorrente do dever de apresentar, dentro do prazo
adicional a que alude a Lei nº 9.800/99 (art. 2º, 'caput'), os
originais que se referem às peças transmitidas por meio desse
sistema, sob pena de não-conhecimento, por intempestividade,
do recurso interposto mediante 'fax'. Precedentes. - O prazo
adicional (ou complementar) a que se refere o art. 2º, 'caput', da
Lei nº 9.800/99, por não traduzir um novo lapso temporal,
constitui simples prorrogação do prazo inicial e que, por ser
contínuo, não se suspende nem se interrompe, ao longo de seu
curso, em razão de feriados, sábados e domingos, exceto se o
respectivo termo final ('dies ad quem') recair em feriado ou em
dia em que não haja expediente forense normal, caso em que se
considerará prorrogado até o primeiro dia útil subseqüente, nos
termos do art. 184, § 1º, do CPC. Precedentes (STF e STJ)” (AI nº
535.340/MG-EDv-ED-AgR, Tribunal Pleno, Relator o Ministro
Celso de Mello, DJe de 8/11/10).
“AGRAVO REGIMENTAL. INTERPOSIÇÃO VIA FAX.
INTEMPESTIVIDADE. ORIGINAL APRESENTADO FORA DO
PRAZO LEGAL (LEI 9.800/1999, ART. 2º). PRAZO CONTÍNUO
E IMPRORROGÁVEL. Não merece prosperar o presente
recurso, porquanto é intempestivo. Embora a petição recursal
tenha sido transmitida, via fax, dentro do prazo para
interposição do recurso, o respectivo original foi apresentado à
Corte somente depois de decorrido o prazo legal. É de se
ressaltar que o início do prazo adicional é improrrogável e
contínuo ao término do prazo para a interposição do recurso.
Agravo regimental não conhecido” (AI nº 585.884/SP-AgR,
Segunda Turma, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, DJ de
29/6/07).
“Agravo regimental: intempestividade: interposição do
recurso via fax, no prazo legal, mas não apresentado o original
2
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1565764.
Supremo Tribunal Federal
RE 634.047 AGR / MG
DECLARAÇÃO, DE TEMPESTIVO RECURSO DE AGRAVO –
'AGRAVO REGIMENTAL' IMPROVIDO. - A utilização de fac-
símile, para a veiculação de petições recursais, não exonera a
parte recorrente do dever de apresentar, dentro do prazo
adicional a que alude a Lei nº 9.800/99 (art. 2º, 'caput'), os
originais que se referem às peças transmitidas por meio desse
sistema, sob pena de não-conhecimento, por intempestividade,
do recurso interposto mediante 'fax'. Precedentes. - O prazo
adicional (ou complementar) a que se refere o art. 2º, 'caput', da
Lei nº 9.800/99, por não traduzir um novo lapso temporal,
constitui simples prorrogação do prazo inicial e que, por ser
contínuo, não se suspende nem se interrompe, ao longo de seu
curso, em razão de feriados, sábados e domingos, exceto se o
respectivo termo final ('dies ad quem') recair em feriado ou em
dia em que não haja expediente forense normal, caso em que se
considerará prorrogado até o primeiro dia útil subseqüente, nos
termos do art. 184, § 1º, do CPC. Precedentes (STF e STJ)” (AI nº
535.340/MG-EDv-ED-AgR, Tribunal Pleno, Relator o Ministro
Celso de Mello, DJe de 8/11/10).
“AGRAVO REGIMENTAL. INTERPOSIÇÃO VIA FAX.
INTEMPESTIVIDADE. ORIGINAL APRESENTADO FORA DO
PRAZO LEGAL (LEI 9.800/1999, ART. 2º). PRAZO CONTÍNUO
E IMPRORROGÁVEL. Não merece prosperar o presente
recurso, porquanto é intempestivo. Embora a petição recursal
tenha sido transmitida, via fax, dentro do prazo para
interposição do recurso, o respectivo original foi apresentado à
Corte somente depois de decorrido o prazo legal. É de se
ressaltar que o início do prazo adicional é improrrogável e
contínuo ao término do prazo para a interposição do recurso.
Agravo regimental não conhecido” (AI nº 585.884/SP-AgR,
Segunda Turma, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, DJ de
29/6/07).
“Agravo regimental: intempestividade: interposição do
recurso via fax, no prazo legal, mas não apresentado o original
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1565764.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 10
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 634.047 AGR / MG
no prazo adicional de cinco dias, como previsto no art. 2º,
caput, da L. 9800/99” (AI nº 629.780/RN-AgR, Primeira Turma,
Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 10/8/07).
Não conheço do agravo regimental.
3
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Supremo Tribunal Federal
RE 634.047 AGR / MG
no prazo adicional de cinco dias, como previsto no art. 2º,
caput, da L. 9800/99” (AI nº 629.780/RN-AgR, Primeira Turma,
Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 10/8/07).
Não conheço do agravo regimental.
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Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 634.047
PROCED. : MINAS GERAIS
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) : LUIZ MANTES OLIVEIRA
ADV.(A/S) : HUMBERTO MARCIAL FONSECA
ADV.(A/S) : MARIANA CARVALHAES TIMO
ADV.(A/S) : KLEBER ALVES DE CARVALHO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE IPATINGA
ADV.(A/S) : RODRIGO HENRIQUE DOS SANTOS DINIZ E OUTRO(A/S)
Decisão: A Turma não conheceu do agravo regimental no recurso
extraordinário, nos termos do voto do Relator. Unânime. Não
participou, justificadamente, deste julgamento, o Senhor Ministro
Marco Aurélio. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª
Turma, 25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1568794
Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 634.047
PROCED. : MINAS GERAIS
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) : LUIZ MANTES OLIVEIRA
ADV.(A/S) : HUMBERTO MARCIAL FONSECA
ADV.(A/S) : MARIANA CARVALHAES TIMO
ADV.(A/S) : KLEBER ALVES DE CARVALHO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE IPATINGA
ADV.(A/S) : RODRIGO HENRIQUE DOS SANTOS DINIZ E OUTRO(A/S)
Decisão: A Turma não conheceu do agravo regimental no recurso
extraordinário, nos termos do voto do Relator. Unânime. Não
participou, justificadamente, deste julgamento, o Senhor Ministro
Marco Aurélio. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª
Turma, 25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1568794
Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1597175 | 2011-10-25T00:00:00 | 2011-12-01T00:00:00 | A Turma não conheceu do agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Unânime. Não participou, justificadamente, deste julgamento, o Senhor Ministro Marco Aurélio. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA
Agravo regimental no recurso extraordinário. Interposição via fax. Original protocolado fora do prazo legal. Recurso intempestivo. Precedentes.
1. Considera-se intempestivo o agravo regimental quando, apesar de interposto via fax dentro do prazo legal, o original foi protocolado nesta Corte somente depois de expirado o prazo legal do art. 2º da Lei nº 9.800/99.
2. Agravo regimental não conhecido. | sjur202187 | - Acórdãos citados: AI 535340 EDv-ED-AgR - Tribunal Pleno, AI 585884 AgR, AI 629780 AgR.
Número de páginas: 10.
Análise: 03/01/2012, MMR. | DIAS TOFFOLI | Primeira Turma | 634047 | [
"LEG-FED LEI-009800 ANO-1999\r\n ART-00002 \r\n LEI ORDINÁRIA"
] | RE-AgR | acordaos | RE 634047 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : LUIZ MANTES OLIVEIRA
ADV.(A/S) : HUMBERTO MARCIAL FONSECA
ADV.(A/S) : MARIANA CARVALHAES TIMO
ADV.(A/S) : KLEBER ALVES DE CARVALHO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE IPATINGA
ADV.(A/S) : RODRIGO HENRIQUE DOS SANTOS DINIZ E OUTRO(A/S) | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 634 . 047",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 634 . 047",
"súmula vinculante n° 04 / STF",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 634 . 047",
"súmula vinculante n° 04 / STF",
"RE 634 . 047 AGR / MG",
"Recurso Extraordinário [UNK] 565 . 714 / SP",
"RE 217 . 700",
"RE 634 . 047 AGR",
"Recurso Extraordinário [UNK] 565 . 714 / SP",
"RE 217 . 700",
"RE 634 . 047",
"Enunciado Vinculante [UNK] 4 ,",
"RE 634 . 047 AGR",
"Enunciado Vinculante [UNK] 4 ,",
"RE 634 . 047 AGR / MG",
"RE [UNK] 565 . 714 / SP",
"RE 634 . 047 AGR",
"RE [UNK] 565 . 714 / SP",
"RE 634 . 047 AGR / MG",
"RE 634 . 047 AGR / MG",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 634 . 047",
"Petição [UNK] 76 . 629 / 11",
"RE 634 . 047 AGR",
"AI [UNK] 535 . 340 / MG - EDv",
"AI [UNK] 585 . 884 / SP - AgR",
"RE 634 . 047 AGR",
"AI [UNK] 535 . 340 / MG - EDv - ED -",
"AI [UNK] 585 . 884 / SP - AgR",
"RE 634 . 047 AGR / MG",
"AI [UNK] 629 . 780 / RN - AgR",
"RE 634 . 047",
"AI [UNK] 629 . 780 / RN - AgR",
"RECURSO",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 634 . 047"
],
"LEGISLACAO": [
"art . [UNK] da Lei [UNK] 9 . 800 / 99",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos 2° , 7° , inciso XXIII , e 37 , caput , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos 2° , 7° , inciso XXIII , e 37 , caput , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo [UNK] , inciso IV , da Constituição Federal",
"ART . [UNK] , INC . IV , DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA",
"ART . [UNK] , PARÁGRAFO ÚNICO , DA",
"LEI COMPLEMENTAR PAULISTA N . 432 / 1985",
"inc . IV do art . [UNK] da Constituição",
"art . [UNK] , inciso IV , da Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo [UNK] , inciso IV , da Constituição Federal",
"ART . [UNK] , INC . IV , DA",
"CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA",
"ART . [UNK] , PARÁGRAFO ÚNICO , DA",
"LEI COMPLEMENTAR PAULISTA N . 432 / 1985",
"inc . IV do art . [UNK] da Constituição",
"art . [UNK] , inciso IV , da Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição do Brasil",
"Constituição da República de 1988",
"Lei Complementar n . 432 / 1985",
"art . [UNK] , inc . XXIII , da Constituição da República",
"Constituição",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição do Brasil",
"Constituição da República de 1988",
"art . [UNK] , parágrafo único , da",
"Lei Complementar n . 432 / 1985",
"art . [UNK] , inc . XXIII , da Constituição da República",
"Constituição",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 557 , § [UNK] - A , do Código de Processo Civil",
"artigo 12 da Lei [UNK] 1 . 060 / 50",
"art . 37 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 557 , § [UNK] - A , do Código de Processo Civil",
"artigo 12 da Lei [UNK] 1 . 060 / 50",
"art . 37 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] da Lei [UNK] 9 . 800 / 99",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] da Lei [UNK] 9 . 800 / 99",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 9 .",
"art . [UNK] , ' caput ' , da Lei [UNK] 9 . 800 / 99",
"art . 184 , § [UNK] , do CPC",
"LEI 9 . 800 /",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 9 . 800 / 99",
"art . [UNK] , ' caput ' , da",
"Lei [UNK] 9 . 800 / 99",
"art . 184 , § [UNK] , do CPC",
"LEI 9 . 800 / 1999 , ART . [UNK]",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , caput , da L . 9800 /",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , caput , da L . 9800 / 99",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"MINAS GERAIS",
"MUNICÍPIO DE IPATINGA",
"Brasília",
"MINAS GERAIS",
"MUNICÍPIO DE IPATINGA",
"Município de Ipatinga",
"Município de Ipatinga",
"MINAS GERAIS",
"IPATINGA",
"Município de",
"Ipatinga",
"Ipatinga",
"Estado de São Paulo",
"Município de Ipatinga",
"Município de Ipatinga",
"MINAS GERAIS",
"MINAS",
"IPATINGA",
"MINAS GERAIS",
"MUNICÍPIO DE IPATINGA"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais",
"Plenário",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"MUNICÍPIO DE",
"Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais",
"Plenário desta",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"/",
"MG",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"AGR",
"/",
"MG",
"Supremo Tribunal Federal",
"Estado",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"/",
"MG",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
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"Procuradoria do Estado de São Paulo",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Plenário",
"Procuradoria do Estado de São Paulo",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Secretaria do",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Secretaria do",
"Supremo Tribunal Federal",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"/",
"MG",
"STF",
"STJ",
"Tribunal Pleno",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"/",
"MG",
"STF",
"STJ",
"Tribunal Pleno",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ MANTES OLIVEIRA",
"HUMBERTO MARCIAL FONSECA",
"MARIANA CARVALHAES TIMO",
"KLEBER ALVES DE CARVALHO",
"RODRIGO HENRIQUE DOS SANTOS DINIZ",
"Cármen Lúcia",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ MANTES OLIVEIRA",
"HUMBERTO MARCIAL FONSECA",
"MARIANA CARVALHAES TIMO",
"KLEBER ALVES DE CARVALHO",
"RODRIGO HENRIQUE DOS SANTOS DINIZ",
"DIAS TOFFOLI",
"Luiz Nantes Oliveira",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ MANTES OLIVEIRA",
"HUMBERTO MARCIAL FONSECA",
"MARIANA CARVALHAES TIMO",
"KLEBER ALVES DE CARVALHO",
"RODRIGO HENRIQUE DOS SANTOS DINIZ",
"DIAS TOFFOLI",
"Luiz Nantes Oliveira",
"Cármen Lúcia",
"Moreira Alves",
"Cármen Lúcia",
"Moreira Alves",
"Menezes Direito",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Menezes Direito",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"DIAS TOFFOLI",
"Sepúlveda Pertence",
"Sepúlveda Pertence",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ MANTES OLIVEIRA",
"HUMBERTO MARCIAL FONSECA",
"MARIANA CARVALHAES TIMO",
"KLEBER ALVES DE CARVALHO",
"RODRIGO HENRIQUE DOS SANTOS DINIZ",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Paulo de Tarso Braz Lucas",
"Carmen Lilian",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ MANTES OLIVEIRA",
"HUMBERTO MARCIAL FONSECA",
"MARIANA CARVALHAES TIMO",
"KLEBER ALVES DE CARVALHO",
"RODRIGO HENRIQUE DOS SANTOS DINIZ",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Paulo de Tarso Braz Lucas",
"Carmen Lilian"
],
"TEMPO": [
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"25 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"01",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"25",
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"10",
"/",
"2011",
"30 de abril de 2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"30 de abril de 2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"1988",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"1988",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"8",
"/",
"808",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"8",
"/",
"808",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"6",
"/",
"9",
"/",
"11",
"12",
"/",
"9",
"/",
"11",
"19",
"/",
"9",
"/",
"11",
"segunda",
"-",
"feira",
"22",
"/",
"9",
"/",
"11",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"6",
"/",
"9",
"/",
"11",
"12",
"/",
"9",
"/",
"11",
"19",
"/",
"9",
"/",
"11",
"segunda",
"-",
"feira",
"22",
"/",
"9",
"/",
"11",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"8",
"/",
"11",
"/",
"10",
"29",
"/",
"6",
"/",
"07",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"8",
"/",
"11",
"/",
"10",
"29",
"/",
"6",
"/",
"07",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"10",
"/",
"8",
"/",
"07",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"10",
"/",
"8",
"/",
"07",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
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"/",
"08",
"/",
"2001",
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".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 107.421 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S)
:JOSÉ ROQUE ARENHART
IMPTE.(S)
:JOÃO AFONSO GASPARY SILVEIRA
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA
Habeas corpus. Processual penal. Crimes contra o sistema
financeiro. Lei nº 9.613/98. Alegada falta de fundamentação da prisão
preventiva. Não ocorrência. Fundamentação idônea. Cautelaridade
suficientemente demonstrada. Presença de condições subjetivas
favoráveis ao paciente. Circunstância que não obsta a segregação
cautelar quando presentes elementos concretos a justificá-la.
Precedentes. Excesso de prazo na conclusão da instrução criminal. Tema
não submetido ao Tribunal de Justiça local e nem ao Superior Tribunal
de Justiça. Dupla supressão de instância. Inadmissibilidade. Questão
não conhecida. Precedentes.
1. A análise do decreto prisional em questão autoriza o
reconhecimento de que existem fundamentos suficientes para justificar a
privação processual da liberdade do paciente, porque revestido da
necessária cautelaridade, não sendo suficientes os argumentos da
impetração para justificar a revogação daquela prisão.
2. A demonstração de condições subjetivas favoráveis ao paciente
não obsta a segregação cautelar, desde que presentes, como no caso,
elementos concretos a recomendar a sua manutenção (HC nº 90.330/PR,
Segunda Turma, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJ de 27/6/08; e HC nº
93.901/RS, Primeira Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ
de 27/6/08).
3. O tema relativo ao excesso de prazo na conclusão da instrução
criminal não foi submetido ao Tribunal de Justiça local nem ao Superior
Tribunal de Justiça. Portanto, sua apreciação, de forma originária, neste
ensejo, configuraria verdadeira dupla supressão de instância, o que é
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Supremo Tribunal Federal
DJe 28/11/2011
Supremo Tribunal Federal
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Ementa e Acórdão
HC 107.421 / RS
inadmissível.
4. Habeas corpus parcialmente conhecido e denegado.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência da Sra.
Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das
notas taquigráficas, por maioria de votos, em conhecer, em parte, da
ordem de habeas corpus e, nessa parte, a denegar, nos termos do voto do
Relator.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
2
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HC 107.421 / RS
inadmissível.
4. Habeas corpus parcialmente conhecido e denegado.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência da Sra.
Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das
notas taquigráficas, por maioria de votos, em conhecer, em parte, da
ordem de habeas corpus e, nessa parte, a denegar, nos termos do voto do
Relator.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
2
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Relatório
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 107.421 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S)
:JOSÉ ROQUE ARENHART
IMPTE.(S)
:JOÃO AFONSO GASPARY SILVEIRA
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pelo advogado
João Afonso Gaspary Silveira, em favor de José Roque Arenhart,
buscando a revogação da prisão preventiva do paciente.
Aponta como autoridade coatora a Sexta Turma do Superior
Tribunal de Justiça, que negou provimento ao RHC nº 28.763/RS
interposto àquela Corte, Relator o Ministro Og Fernandes.
Sustenta, basicamente, o constrangimento ilegal imposto ao paciente,
tendo em vista o excesso de prazo na segregação cautelar do paciente,
que encontra-se preso há mais de 300 dias, sem que se tenha encerrado a
instrução criminal (fl. 7 da inicial).
Argumenta, ainda, a falta de fundamentação apta a justificar a
necessidade da medida constritiva, bem como a ausência dos
pressupostos autorizadores da segregação cautelar, previstos no art. 312
do Código de Processo Penal (fls. 8 a 20 da inicial).
Por fim, afirma ser o paciente primário, de bons antecedentes, com
profissão definida, residência fixa no distrito da culpa e família
constituída (fl. 21 da inicial).
Requer, liminarmente, concessão da ordem para revogar a
segregação cautelar do paciente e, no mérito, pede a sua confirmação (fl.
24 da inicial).
Indeferi a liminar requerida e solicitei informações ao Juízo de
Direito da Vara Judicial da Comarca de Portão/RS. As informações foram
devidamente prestadas (Petição/STF nº 20.231/11).
O Ministério Público Federal, em parecer da lavra do ilustre
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25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 107.421 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S)
:JOSÉ ROQUE ARENHART
IMPTE.(S)
:JOÃO AFONSO GASPARY SILVEIRA
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pelo advogado
João Afonso Gaspary Silveira, em favor de José Roque Arenhart,
buscando a revogação da prisão preventiva do paciente.
Aponta como autoridade coatora a Sexta Turma do Superior
Tribunal de Justiça, que negou provimento ao RHC nº 28.763/RS
interposto àquela Corte, Relator o Ministro Og Fernandes.
Sustenta, basicamente, o constrangimento ilegal imposto ao paciente,
tendo em vista o excesso de prazo na segregação cautelar do paciente,
que encontra-se preso há mais de 300 dias, sem que se tenha encerrado a
instrução criminal (fl. 7 da inicial).
Argumenta, ainda, a falta de fundamentação apta a justificar a
necessidade da medida constritiva, bem como a ausência dos
pressupostos autorizadores da segregação cautelar, previstos no art. 312
do Código de Processo Penal (fls. 8 a 20 da inicial).
Por fim, afirma ser o paciente primário, de bons antecedentes, com
profissão definida, residência fixa no distrito da culpa e família
constituída (fl. 21 da inicial).
Requer, liminarmente, concessão da ordem para revogar a
segregação cautelar do paciente e, no mérito, pede a sua confirmação (fl.
24 da inicial).
Indeferi a liminar requerida e solicitei informações ao Juízo de
Direito da Vara Judicial da Comarca de Portão/RS. As informações foram
devidamente prestadas (Petição/STF nº 20.231/11).
O Ministério Público Federal, em parecer da lavra do ilustre
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Relatório
HC 107.421 / RS
Subprocurador-Geral da República Dr. Edson Oliveira da Almeida,
opinou pelo conhecimento parcial da impetração e, nessa parte, pela
denegação da ordem.
É o relatório.
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 107.421 / RS
Subprocurador-Geral da República Dr. Edson Oliveira da Almeida,
opinou pelo conhecimento parcial da impetração e, nessa parte, pela
denegação da ordem.
É o relatório.
2
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 107.421 RIO GRANDE DO SUL
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Conforme relatado, volta-se esta impetração contra ato da Sexta
Turma do Superior Tribunal de Justiça, que negou provimento ao RHC nº
28.763/RS interposto àquela Corte, Relator o Ministro Og Fernandes.
Narra o impetrante, na inicial, que:
“(...)
Através da portaria nº 02/08 de junho de 2008, (doc. 06), o
Ministério Público instaurou expediente administrativo para o
fim de coletar informações a respeito do tráfico de drogas na
cidade de Portão e investigar o ora paciente José Roque
Arenhart, entre outros.
A referida investigação teve como duração o período
compreendido entre junho/2008 e abril/2010. Durante as
investigações realizadas pelo Promotor de Justiça, Dr. Marcelo
Tubino Vieira, com colaboração da brigada Militar da Comarca
de Portão, foram realizadas apreensões de documentos,
interceptações telefônicas e quebras de sigilo bancário e fiscal.
Decorridos quase dois anos de investigações, no dia 15 de
abril de 2010 o Ministério Público representou pela prisão
preventiva do ora paciente e de outros envolvidos, (ver doc. 06)
bem como a busca e apreensão de documentos e objetos
relacionados ao tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e armas.
A prisão preventiva restou indeferida, em relação ao paciente
(...)
(...)
Prosseguindo nos atos de investigação preliminar, no dia
29 de abril de 2010, por ocasião do cumprimento de mandado
de busca e apreensão na residência do paciente José Roque,
foram apreendidos documentos referentes a imóveis, como
contratos de gaveta, de locação, entre outros, bem como seu
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 107.421 RIO GRANDE DO SUL
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Conforme relatado, volta-se esta impetração contra ato da Sexta
Turma do Superior Tribunal de Justiça, que negou provimento ao RHC nº
28.763/RS interposto àquela Corte, Relator o Ministro Og Fernandes.
Narra o impetrante, na inicial, que:
“(...)
Através da portaria nº 02/08 de junho de 2008, (doc. 06), o
Ministério Público instaurou expediente administrativo para o
fim de coletar informações a respeito do tráfico de drogas na
cidade de Portão e investigar o ora paciente José Roque
Arenhart, entre outros.
A referida investigação teve como duração o período
compreendido entre junho/2008 e abril/2010. Durante as
investigações realizadas pelo Promotor de Justiça, Dr. Marcelo
Tubino Vieira, com colaboração da brigada Militar da Comarca
de Portão, foram realizadas apreensões de documentos,
interceptações telefônicas e quebras de sigilo bancário e fiscal.
Decorridos quase dois anos de investigações, no dia 15 de
abril de 2010 o Ministério Público representou pela prisão
preventiva do ora paciente e de outros envolvidos, (ver doc. 06)
bem como a busca e apreensão de documentos e objetos
relacionados ao tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e armas.
A prisão preventiva restou indeferida, em relação ao paciente
(...)
(...)
Prosseguindo nos atos de investigação preliminar, no dia
29 de abril de 2010, por ocasião do cumprimento de mandado
de busca e apreensão na residência do paciente José Roque,
foram apreendidos documentos referentes a imóveis, como
contratos de gaveta, de locação, entre outros, bem como seu
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 107.421 / RS
computador.
Além da apreensão dos documentos mencionados, foi
encontrada uma arma de fogo, calibre 32, uso permitido, tendo
sido, assim o paciente preso em flagrante por posse ilegal de
arma de fogo, dando origem ao Processo nº 155/0210.0000600-5,
em trâmite no mesmo juízo.
Diante da prisão em flagrante, a defesa requereu a
liberdade provisória do paciente, restando indeferida pelo MM
Juízo, de primeiro grau.
Então, impetrou-se ordem de Habeas Corpus, distribuído
para colenda 1ª Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça
do Estado do Rio Grande do Sul, que teve como Relator Des.
MARCO ANTÔNIO RIBEIRO DE OLIVEIRA, processo nº
70036296978, que concedeu a liminar e julgado no dia 26 de
maio passado, e ratificada concedendo a ordem para substituir
a prisão em flagrante pela liberdade provisória do ora paciente,
conforme acórdão anexo. (doc. 08).
Aproveitando a prisão do paciente por porte ilegal de
arma de fogo, o Ministério Público renovou o pleito de prisão
preventiva (doc. 09) no feito relacionado à este writ, processo nº
155/2.10.0000538-6, em desfavor de José Roque, aduzindo novos
motivos ensejados da custódia cautelar, amparado nas
gravações feitas durante o cumprimento do mandado de busca
e apreensão, bem como na lavratura do auto de prisão em
flagrante, o que restou deferido (...)
(...)
Então o ora paciente, foi denunciado em 11/05/2010, (doc.
10), como incurso das penas do artigo 1°, inciso I, c/c o § 4°,da
Lei n° 9.613/1998, várias vezes, na forma do art. 71 do CP; art.
1°, § 1°, inciso I, várias vezes, da Lei n° 9.613/1998, na forma do
art. 71 e 29, caput, do CP e art. 1º, § 2º, inciso II da Lei nº
9.613/1988.
Contra o ora decreto acima descrito, foi impetrado Habeas
Corpus, junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande
do Sul, sob o número 70037081114, (ver doc. 03), submetido à
Terceira Câmara Criminal, que denegou a ordem, conforme
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 107.421 / RS
computador.
Além da apreensão dos documentos mencionados, foi
encontrada uma arma de fogo, calibre 32, uso permitido, tendo
sido, assim o paciente preso em flagrante por posse ilegal de
arma de fogo, dando origem ao Processo nº 155/0210.0000600-5,
em trâmite no mesmo juízo.
Diante da prisão em flagrante, a defesa requereu a
liberdade provisória do paciente, restando indeferida pelo MM
Juízo, de primeiro grau.
Então, impetrou-se ordem de Habeas Corpus, distribuído
para colenda 1ª Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça
do Estado do Rio Grande do Sul, que teve como Relator Des.
MARCO ANTÔNIO RIBEIRO DE OLIVEIRA, processo nº
70036296978, que concedeu a liminar e julgado no dia 26 de
maio passado, e ratificada concedendo a ordem para substituir
a prisão em flagrante pela liberdade provisória do ora paciente,
conforme acórdão anexo. (doc. 08).
Aproveitando a prisão do paciente por porte ilegal de
arma de fogo, o Ministério Público renovou o pleito de prisão
preventiva (doc. 09) no feito relacionado à este writ, processo nº
155/2.10.0000538-6, em desfavor de José Roque, aduzindo novos
motivos ensejados da custódia cautelar, amparado nas
gravações feitas durante o cumprimento do mandado de busca
e apreensão, bem como na lavratura do auto de prisão em
flagrante, o que restou deferido (...)
(...)
Então o ora paciente, foi denunciado em 11/05/2010, (doc.
10), como incurso das penas do artigo 1°, inciso I, c/c o § 4°,da
Lei n° 9.613/1998, várias vezes, na forma do art. 71 do CP; art.
1°, § 1°, inciso I, várias vezes, da Lei n° 9.613/1998, na forma do
art. 71 e 29, caput, do CP e art. 1º, § 2º, inciso II da Lei nº
9.613/1988.
Contra o ora decreto acima descrito, foi impetrado Habeas
Corpus, junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande
do Sul, sob o número 70037081114, (ver doc. 03), submetido à
Terceira Câmara Criminal, que denegou a ordem, conforme
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 17
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 107.421 / RS
acórdão em anexo. (doc11).
Contra o referido acórdão, foi interposto Recurso
Ordinário Criminal, (ver doc. 01), em relação ao Habeas Corpus
acima referido para o Superior Tribunal de Justiça, que restou
denegado conforme acórdão que ora se combate“ (fls. 2 a 7 da
inicial – grifos conforme o original).
Transcrevo o teor do julgado emanado do Superior Tribunal de
Justiça:
“RECURSO ORDINÁRIO EM
HABEAS CORPUS.
LAVAGEM DE DINHEIRO. PRISÃO PREVENTIVA.
ALEGAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE INDÍCIOS DE AUTORIA.
EXAME
DE
MATÉRIA
FÁTICO-PROBATÓRIA.
IMPOSSIBILIDADE NA VIA ELEITA. REQUISITOS DA
CUSTÓDIA CAUTELAR. DEMONSTRAÇÃO. GARANTIA DA
ORDEM PÚBLICA E CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO
CRIMINAL.
1. Consta dos autos que o denunciado, utilizando-se do
seu cargo (vereador) e influência na comunidade local, no
período de 2006 até abril de 2010, de forma reiterada e habitual
ocultou e dissimulou a origem e a propriedade de bens e
valores provenientes direta e indiretamente de delito de tráfico
de entorpecentes, praticado por organização criminosa.
2. De ressaltar, desde logo, que não há como enfrentar a
alegação de inexistência de indícios do envolvimento do
recorrente na prática dos crimes a ele imputados, por demandar
nítido revolvimento probatório, inviável de ser operado na via
eleita.
3. De qualquer forma, observa-se que a denúncia aponta
fartos elementos indiciários apurados na investigação em tela
(declarações de testemunhas, interceptações telefônicas,
quebras de sigilo financeiro e fiscal, bem como documentos
apreendidos pela autoridade policial), que foram ressaltados no
decreto prisional, capazes de autorizar a adoção da providência
extrema.
3
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Supremo Tribunal Federal
HC 107.421 / RS
acórdão em anexo. (doc11).
Contra o referido acórdão, foi interposto Recurso
Ordinário Criminal, (ver doc. 01), em relação ao Habeas Corpus
acima referido para o Superior Tribunal de Justiça, que restou
denegado conforme acórdão que ora se combate“ (fls. 2 a 7 da
inicial – grifos conforme o original).
Transcrevo o teor do julgado emanado do Superior Tribunal de
Justiça:
“RECURSO ORDINÁRIO EM
HABEAS CORPUS.
LAVAGEM DE DINHEIRO. PRISÃO PREVENTIVA.
ALEGAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE INDÍCIOS DE AUTORIA.
EXAME
DE
MATÉRIA
FÁTICO-PROBATÓRIA.
IMPOSSIBILIDADE NA VIA ELEITA. REQUISITOS DA
CUSTÓDIA CAUTELAR. DEMONSTRAÇÃO. GARANTIA DA
ORDEM PÚBLICA E CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO
CRIMINAL.
1. Consta dos autos que o denunciado, utilizando-se do
seu cargo (vereador) e influência na comunidade local, no
período de 2006 até abril de 2010, de forma reiterada e habitual
ocultou e dissimulou a origem e a propriedade de bens e
valores provenientes direta e indiretamente de delito de tráfico
de entorpecentes, praticado por organização criminosa.
2. De ressaltar, desde logo, que não há como enfrentar a
alegação de inexistência de indícios do envolvimento do
recorrente na prática dos crimes a ele imputados, por demandar
nítido revolvimento probatório, inviável de ser operado na via
eleita.
3. De qualquer forma, observa-se que a denúncia aponta
fartos elementos indiciários apurados na investigação em tela
(declarações de testemunhas, interceptações telefônicas,
quebras de sigilo financeiro e fiscal, bem como documentos
apreendidos pela autoridade policial), que foram ressaltados no
decreto prisional, capazes de autorizar a adoção da providência
extrema.
3
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 107.421 / RS
4. Embora a gravidade em abstrato do crime, por si só, não
seja suficiente para embasar a manutenção da prisão, é certo
que as peculiaridades concretas do caso, na espécie,
evidenciada pelas circunstâncias em que foram perpetrados (de
modo a financiar e viabilizar a prática do comércio de drogas),
basta para justificar a segregação cautelar no resguardo da
ordem pública.
5. Ademais, considerando-se o vínculo do acusado com os
demais envolvidos e ainda investigados com os fatos em tela,
possibilitando, com sua influência, eventual prejuízo à colheita
da prova, mister se faz sua segregação cautelar também para a
conveniência da instrução criminal.
6. Recurso ordinário a que se nega provimento.”
Essa é a decisão contra a qual se insurge o impetrante neste writ.
Pelo que se tem na decisão proferida pela Sexta Turma do Superior
Tribunal, não se vislumbra nenhuma ilegalidade flagrante, abuso de
poder ou teratologia que justifique a concessão da ordem. Com efeito, o
acórdão proferido por aquela Corte encontra-se suficientemente
fundamentado, restando, assim, justificado o convencimento formado.
Ademais, em uma análise do decreto prisional em questão, tenho
que ele apresenta, na espécie, fundamentos aptos a justificar a privação
processual da liberdade do ora paciente, porque revestido da necessária
cautelaridade.
Confira-se, a propósito, os fundamentos que embasaram a
decretação da custódia cautelar do paciente, na parte que interessa:
“(...)
Cuide-se de reiteração de pedido de prisão preventiva em
relação ao investigado José Roque Arenhart, postulado pelo
Ministério Público.
Segundo narrado pelo Ministério Público, as
interceptações telefônicas continuaram a ser realizadas após a
prisão de José Roque, sendo que este, mesmo depois de preso,
fez declarações, pretendendo embaraçar a instrução. Em
4
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HC 107.421 / RS
4. Embora a gravidade em abstrato do crime, por si só, não
seja suficiente para embasar a manutenção da prisão, é certo
que as peculiaridades concretas do caso, na espécie,
evidenciada pelas circunstâncias em que foram perpetrados (de
modo a financiar e viabilizar a prática do comércio de drogas),
basta para justificar a segregação cautelar no resguardo da
ordem pública.
5. Ademais, considerando-se o vínculo do acusado com os
demais envolvidos e ainda investigados com os fatos em tela,
possibilitando, com sua influência, eventual prejuízo à colheita
da prova, mister se faz sua segregação cautelar também para a
conveniência da instrução criminal.
6. Recurso ordinário a que se nega provimento.”
Essa é a decisão contra a qual se insurge o impetrante neste writ.
Pelo que se tem na decisão proferida pela Sexta Turma do Superior
Tribunal, não se vislumbra nenhuma ilegalidade flagrante, abuso de
poder ou teratologia que justifique a concessão da ordem. Com efeito, o
acórdão proferido por aquela Corte encontra-se suficientemente
fundamentado, restando, assim, justificado o convencimento formado.
Ademais, em uma análise do decreto prisional em questão, tenho
que ele apresenta, na espécie, fundamentos aptos a justificar a privação
processual da liberdade do ora paciente, porque revestido da necessária
cautelaridade.
Confira-se, a propósito, os fundamentos que embasaram a
decretação da custódia cautelar do paciente, na parte que interessa:
“(...)
Cuide-se de reiteração de pedido de prisão preventiva em
relação ao investigado José Roque Arenhart, postulado pelo
Ministério Público.
Segundo narrado pelo Ministério Público, as
interceptações telefônicas continuaram a ser realizadas após a
prisão de José Roque, sendo que este, mesmo depois de preso,
fez declarações, pretendendo embaraçar a instrução. Em
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 107.421 / RS
telefonemas, José Roque, recebe a informação de que Liça
estaria preso, aumentando a hipótese de relação dos
investigados.
Posteriormente, em outra interceptação realizada a José
Roque determina que sua companheira Gisele, que mantenha
contato com Clóvis Mollerke (Pintado) para que 'venda tudo' e
contrate um advogado para tirá-lo da segregação. Da mesma
forma, Gisele é orientada a assumir a responsabilidade da arma.
Ainda, telefona para Carlinhos, Presidente do Hospital,
querendo 'conversar'. Ainda diante das interceptações José
Roque realiza ligações diversas a diversos políticos
evidenciando seu prestígio, a fim de minimizar a situação.
Informou que em determinada ligação, a advogada dá a
entender que tem amizade com o juízo local, denotando que o
flagrado não acredita na imparcialidade da justiça. Em
cumprimento de mandado de busca e apreensão, localizou-se
na residência de José Roque, além de uma arma com
numeração raspada, a qual originou a prisão em flagrante,
inúmeros documentos em nome de terceiros, de imóveis
referentes ao condomínio onde Liça residia. Referiu que Roque
utiliza seu cargo a influência para facilitar a atividade criminosa
de traficantes, e que pelas conversas tem intenção de se
candidatar às próximas eleições.
Sucintamente relatados os fatos, passo a decidir.
Prisão preventiva
Registro que o art. 312 do Código de Processo Penal
estabelece que a prisão preventiva poderá ser decretada para a
garantia da ordem pública, da ordem econômica, por
conveniência da instrução criminal ou para assegurar a
aplicação da lei penal, desde que haja prova da existência do
crime e indícios de autoria.
Diante das novas provas trazidas aos autos, sem dúvida
estão presentes os requisitos ensejadores do decreto preventivo.
Nos presentes autos, Ministério Público demonstrou ter
desenvolvido operação visando combater e apurar suspeitas de
tráfico de drogas e lavagem de dinheiro nesta cidade de Portão.
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Supremo Tribunal Federal
HC 107.421 / RS
telefonemas, José Roque, recebe a informação de que Liça
estaria preso, aumentando a hipótese de relação dos
investigados.
Posteriormente, em outra interceptação realizada a José
Roque determina que sua companheira Gisele, que mantenha
contato com Clóvis Mollerke (Pintado) para que 'venda tudo' e
contrate um advogado para tirá-lo da segregação. Da mesma
forma, Gisele é orientada a assumir a responsabilidade da arma.
Ainda, telefona para Carlinhos, Presidente do Hospital,
querendo 'conversar'. Ainda diante das interceptações José
Roque realiza ligações diversas a diversos políticos
evidenciando seu prestígio, a fim de minimizar a situação.
Informou que em determinada ligação, a advogada dá a
entender que tem amizade com o juízo local, denotando que o
flagrado não acredita na imparcialidade da justiça. Em
cumprimento de mandado de busca e apreensão, localizou-se
na residência de José Roque, além de uma arma com
numeração raspada, a qual originou a prisão em flagrante,
inúmeros documentos em nome de terceiros, de imóveis
referentes ao condomínio onde Liça residia. Referiu que Roque
utiliza seu cargo a influência para facilitar a atividade criminosa
de traficantes, e que pelas conversas tem intenção de se
candidatar às próximas eleições.
Sucintamente relatados os fatos, passo a decidir.
Prisão preventiva
Registro que o art. 312 do Código de Processo Penal
estabelece que a prisão preventiva poderá ser decretada para a
garantia da ordem pública, da ordem econômica, por
conveniência da instrução criminal ou para assegurar a
aplicação da lei penal, desde que haja prova da existência do
crime e indícios de autoria.
Diante das novas provas trazidas aos autos, sem dúvida
estão presentes os requisitos ensejadores do decreto preventivo.
Nos presentes autos, Ministério Público demonstrou ter
desenvolvido operação visando combater e apurar suspeitas de
tráfico de drogas e lavagem de dinheiro nesta cidade de Portão.
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 107.421 / RS
No dia 29-04-2010, em face da operação policial, no
cumprimento dos mandados de busca e apreensão, expedidos
por este Juízo, ocorreu a prisão em flagrante de José Roque
Arenhart, em razão de estar na posse ilegal de arma de fogo
com numeração raspada, cuja prisão cautelar foi mantida por
este Juízo ante a garantia da ordem pública.
A reiteração da prisão preventiva de José Roque Arenhart
vem complementando com novos elementos de prova, tendo
inclusive, sustentáculo, em interceptação telefônica advinda
após a prisão em flagrante, denotando que o acusado revela
possuir ligações com pessoas apontadas como participantes de
delito de tráfico de entorpecentes.
Vislumbro ainda, a ligação entre os investigados, já que
junto à residência de José Roque foram encontrados
documentos de imóveis próximos à residência de Liça. Em
relação à 'Pintado' diante da interceptação telefônica realizada,
informando ordem de Roque para sua companheira, que
'Pintado' procedesse a 'venda tudo' e aliado aos documentos
encontrados na residência de ‘Pintado’, que ora são juntados,
no cumprimento do mandado de busca e apreensão, sobre a
venda e arrematação do Hospital. Constato, pois, a estreita
ligação entre ambos.
Friso ainda, a ligação efetuada ao Presidente do Hospital
cuja arrematação, segundo o Ministério Público estaria sob
suspeita, objetivando sua aproximação, dando a entender que
iria mantê-lo na presidência da instituição.
Surpreendente é a manifestação da advogada Dra.
Alessandra, obtida junto à interceptação telefônica, fazendo crer
que este Juízo seria parcial a ponto de chancelar a impunidade.
Aliás trata-se de Procuradora do Município de Portão, que atua
em mais de 1.000 processos de Execução Fiscal, inclusive
participando de reiteradas audiências realizadas nos executivos
fiscais.
Ante os relatos verifico que a prisão preventiva é medida
que se impõe, a fim de não frustar a instituição do processo e
garantir a ordem pública. A propósito, saliento que a Salva
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Supremo Tribunal Federal
HC 107.421 / RS
No dia 29-04-2010, em face da operação policial, no
cumprimento dos mandados de busca e apreensão, expedidos
por este Juízo, ocorreu a prisão em flagrante de José Roque
Arenhart, em razão de estar na posse ilegal de arma de fogo
com numeração raspada, cuja prisão cautelar foi mantida por
este Juízo ante a garantia da ordem pública.
A reiteração da prisão preventiva de José Roque Arenhart
vem complementando com novos elementos de prova, tendo
inclusive, sustentáculo, em interceptação telefônica advinda
após a prisão em flagrante, denotando que o acusado revela
possuir ligações com pessoas apontadas como participantes de
delito de tráfico de entorpecentes.
Vislumbro ainda, a ligação entre os investigados, já que
junto à residência de José Roque foram encontrados
documentos de imóveis próximos à residência de Liça. Em
relação à 'Pintado' diante da interceptação telefônica realizada,
informando ordem de Roque para sua companheira, que
'Pintado' procedesse a 'venda tudo' e aliado aos documentos
encontrados na residência de ‘Pintado’, que ora são juntados,
no cumprimento do mandado de busca e apreensão, sobre a
venda e arrematação do Hospital. Constato, pois, a estreita
ligação entre ambos.
Friso ainda, a ligação efetuada ao Presidente do Hospital
cuja arrematação, segundo o Ministério Público estaria sob
suspeita, objetivando sua aproximação, dando a entender que
iria mantê-lo na presidência da instituição.
Surpreendente é a manifestação da advogada Dra.
Alessandra, obtida junto à interceptação telefônica, fazendo crer
que este Juízo seria parcial a ponto de chancelar a impunidade.
Aliás trata-se de Procuradora do Município de Portão, que atua
em mais de 1.000 processos de Execução Fiscal, inclusive
participando de reiteradas audiências realizadas nos executivos
fiscais.
Ante os relatos verifico que a prisão preventiva é medida
que se impõe, a fim de não frustar a instituição do processo e
garantir a ordem pública. A propósito, saliento que a Salva
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 107.421 / RS
guarda da ordem pública não se limita o prevenir a reprodução
de fatos delituosos, mas também garantir a própria
credibilidade da Justiça. Por outro lado, a garantia da instrução
criminal está relacionada à influência que o acusado possui em
várias pessoas na comunidade, podendo, inclusive, vir a frustar
a aplicação da lei penal, motivo pelo qual decreto prisão
preventiva de José Roque Arenhardt, com fulcro no artigo 312
do Código de Processo Penal.
Expeça-se mandado de prisão e ofício ao DINP,
comunicando a cerca da prisão neste feito, salientando que o
investigado já se encontra-se preso pela prisão em flagrante
(…).”
Esses dados, a meu ver, são mais do que suficientes para afastar os
argumentos do impetrante de que o paciente estaria sofrendo
constrangimento ilegal, decorrente da falta de fundamentação apta a
justificar a necessidade da medida constritiva.
Não é demais relembrar que esta Suprema Corte já assentou
entendimento no sentido de que “reveste-se de fundamentação juridicamente
idônea a decisão que decreta (ou que mantém) prisão cautelar de possíveis
integrantes de organizações criminosas, desde que o ato judicial, apoiado em
dados concretos, tenha por suporte razões ditadas pela necessidade de preservar-
se a ordem pública” (RHC nº 99.227/SP, Segunda Turma, Relator o Ministro
Celso de Mello, DJe de 5/10/11).
Outro não foi o entendimento do Ministério Público Federal. Lê-se
no parecer:
“(...)
No caso, o decreto de prisão cautelar é decorrência da
verificação da materialidade e de indícios suficientes de autoria
dos seguintes delitos: (a) lavagem de dinheiro proveniente de
tráfico ilícito de entorpecentes, previsto no art. 1º, I, c/c o § 4º,
da Lei nº 9.613/98; (b) conversão dos valores obtidos pelo tráfico
de drogas em ativos lícitos, tipificado no art. 1º, § 1º, I, da Lei nº
9.613/98; e (c) participação em grupo de apoio a traficantes de
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Supremo Tribunal Federal
HC 107.421 / RS
guarda da ordem pública não se limita o prevenir a reprodução
de fatos delituosos, mas também garantir a própria
credibilidade da Justiça. Por outro lado, a garantia da instrução
criminal está relacionada à influência que o acusado possui em
várias pessoas na comunidade, podendo, inclusive, vir a frustar
a aplicação da lei penal, motivo pelo qual decreto prisão
preventiva de José Roque Arenhardt, com fulcro no artigo 312
do Código de Processo Penal.
Expeça-se mandado de prisão e ofício ao DINP,
comunicando a cerca da prisão neste feito, salientando que o
investigado já se encontra-se preso pela prisão em flagrante
(…).”
Esses dados, a meu ver, são mais do que suficientes para afastar os
argumentos do impetrante de que o paciente estaria sofrendo
constrangimento ilegal, decorrente da falta de fundamentação apta a
justificar a necessidade da medida constritiva.
Não é demais relembrar que esta Suprema Corte já assentou
entendimento no sentido de que “reveste-se de fundamentação juridicamente
idônea a decisão que decreta (ou que mantém) prisão cautelar de possíveis
integrantes de organizações criminosas, desde que o ato judicial, apoiado em
dados concretos, tenha por suporte razões ditadas pela necessidade de preservar-
se a ordem pública” (RHC nº 99.227/SP, Segunda Turma, Relator o Ministro
Celso de Mello, DJe de 5/10/11).
Outro não foi o entendimento do Ministério Público Federal. Lê-se
no parecer:
“(...)
No caso, o decreto de prisão cautelar é decorrência da
verificação da materialidade e de indícios suficientes de autoria
dos seguintes delitos: (a) lavagem de dinheiro proveniente de
tráfico ilícito de entorpecentes, previsto no art. 1º, I, c/c o § 4º,
da Lei nº 9.613/98; (b) conversão dos valores obtidos pelo tráfico
de drogas em ativos lícitos, tipificado no art. 1º, § 1º, I, da Lei nº
9.613/98; e (c) participação em grupo de apoio a traficantes de
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 107.421 / RS
drogas, capitulado no art. 1º, § 2º, II, da Lei nº 9.613/98.
Além da gravidade concreta das condutas atribuídas ao
paciente, as circunstâncias em que foram praticados os delitos,
de maneira a financiar e viabilizar o comércio espúrio de
drogas, bem como o vínculo do acusado com os demais
envolvidos e ainda investigados com os fatos em comento, o
que possibilita, com sua influência política, prejuízos à colheita
da prova e à elucidação do esquema criminoso, justificam, na
espécie, a segregação cautelar para a garantia da ordem pública
e por conveniência da instrução probatória.
(…)
Nesse contexto, há de se reconhecer que razão alguma
assiste ao impetrante quanto à alegada ausência de motivos
idôneos aptos a embasar a manutenção da custódia preventiva.
No caso em exame, a constrição corporal foi imposta,
satisfatoriamente, como forma de garantir a ordem pública,
para desbaratar a quadrilha e fazer cessar a reiteração
criminosa, pois fortes as evidências de que o paciente, na
condição de Vereador Municipal, participava da movimentação
de bens e valores provenientes do tráfico de entorpecentes e
integrava grupo dedicado à lavagem de valores de origem
ilícita. A medida cautelar foi decretada, também, por
conveniência da instrução, já que o ora paciente usava sua
influência para interferir nas apurações, destacando-se a sua
ingerência até mesmo sobre as atividades da Polícia Civil.
Acrescente-se a tudo isso, o fato de que o paciente foi
preso em flagrante em 29/04/2010 em razão de porte ilegal de
arma de fogo com numeração raspada, o que evidencia o seu
constante envolvimento com atos ilícitos, justificando a
necessidade de sua segregação provisória.
Na hipótese, convém frisar, a probabilidade concreta de
reiteração delitiva, dadas as peculiaridades da atuação da
quadrilha organizada, da qual o paciente é peça-chave, e pela
tentativa de ocultar a propriedade e a origem de bens
incompatíveis com os seus rendimentos, também restou
evidenciada nos autos, constituindo elemento hábil a exortar a
8
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Supremo Tribunal Federal
HC 107.421 / RS
drogas, capitulado no art. 1º, § 2º, II, da Lei nº 9.613/98.
Além da gravidade concreta das condutas atribuídas ao
paciente, as circunstâncias em que foram praticados os delitos,
de maneira a financiar e viabilizar o comércio espúrio de
drogas, bem como o vínculo do acusado com os demais
envolvidos e ainda investigados com os fatos em comento, o
que possibilita, com sua influência política, prejuízos à colheita
da prova e à elucidação do esquema criminoso, justificam, na
espécie, a segregação cautelar para a garantia da ordem pública
e por conveniência da instrução probatória.
(…)
Nesse contexto, há de se reconhecer que razão alguma
assiste ao impetrante quanto à alegada ausência de motivos
idôneos aptos a embasar a manutenção da custódia preventiva.
No caso em exame, a constrição corporal foi imposta,
satisfatoriamente, como forma de garantir a ordem pública,
para desbaratar a quadrilha e fazer cessar a reiteração
criminosa, pois fortes as evidências de que o paciente, na
condição de Vereador Municipal, participava da movimentação
de bens e valores provenientes do tráfico de entorpecentes e
integrava grupo dedicado à lavagem de valores de origem
ilícita. A medida cautelar foi decretada, também, por
conveniência da instrução, já que o ora paciente usava sua
influência para interferir nas apurações, destacando-se a sua
ingerência até mesmo sobre as atividades da Polícia Civil.
Acrescente-se a tudo isso, o fato de que o paciente foi
preso em flagrante em 29/04/2010 em razão de porte ilegal de
arma de fogo com numeração raspada, o que evidencia o seu
constante envolvimento com atos ilícitos, justificando a
necessidade de sua segregação provisória.
Na hipótese, convém frisar, a probabilidade concreta de
reiteração delitiva, dadas as peculiaridades da atuação da
quadrilha organizada, da qual o paciente é peça-chave, e pela
tentativa de ocultar a propriedade e a origem de bens
incompatíveis com os seus rendimentos, também restou
evidenciada nos autos, constituindo elemento hábil a exortar a
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 107.421 / RS
necessidade da custódia, frise-se, com elementos concretos.
Portanto, a par do resguardo da ordem pública visando
prevenir a reprodução de fatos criminosos, a custódia cautelar
encontra-se plenamente justificada na conveniência da
instrução criminal, tendo o Juiz processante destacado a
existência a enorme influência do paciente sobre os demais
integrantes do esquema criminoso, podendo atuar (como, de
fato, atuou) no sentido de fazer com que desapareçam
importantes elementos de prova no âmbito de investigações
ainda em curso.
Não há qualquer constrangimento ilegal. A decisão
constritiva está devidamente fundamentada, apontando
elementos concretos que revelam a necessidade de segregação
antecipada do paciente, seja para preservação da ordem
pública, seja por conveniência da instrução criminal, nos exatos
termos do art. 312 do Código de Processo Penal.”
De outra parte, no que concerne à alegação de excesso de prazo na
instrução criminal, anoto que o tema não foi submetido ao Tribunal de
Justiça local e nem ao Superior Tribunal de Justiça. Portanto, sua
apreciação, de forma originária, neste ensejo, configuraria verdadeira
dupla supressão de instância, o que é inadmissível. Nesse sentido os
julgados seguintes: HC nº 92.264/SP, Primeira Turma, Relator o Ministro
Menezes Direito, DJ de 14/12/07; HC nº 90.654/SP, Primeira Turma,
Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 25/5/07; HC nº 90.162/RJ,
Primeira Turma, Relator o Ministro Ayres Britto, DJ de 29/6/07; HC nº
90.312/PR, Segunda Turma, Relator o Ministro Eros Grau, DJ de 27/4/07; e
HC nº 86.997/DF, Segunda Turma, Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ
de 3/2/06, entre outros.
Destaco, ainda, que a demonstração de condições subjetivas
favoráveis ao paciente não obsta a segregação cautelar, desde que
presentes, como no caso, elementos concretos a recomendar sua
manutenção. Nesse sentido: HC nº 90.330/PR, Segunda Turma, Relatora a
Ministra Ellen Gracie, DJ de 27/6/08; e HC nº 93.901/RS, Primeira Turma,
Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 27/6/08, entre outros.
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HC 107.421 / RS
necessidade da custódia, frise-se, com elementos concretos.
Portanto, a par do resguardo da ordem pública visando
prevenir a reprodução de fatos criminosos, a custódia cautelar
encontra-se plenamente justificada na conveniência da
instrução criminal, tendo o Juiz processante destacado a
existência a enorme influência do paciente sobre os demais
integrantes do esquema criminoso, podendo atuar (como, de
fato, atuou) no sentido de fazer com que desapareçam
importantes elementos de prova no âmbito de investigações
ainda em curso.
Não há qualquer constrangimento ilegal. A decisão
constritiva está devidamente fundamentada, apontando
elementos concretos que revelam a necessidade de segregação
antecipada do paciente, seja para preservação da ordem
pública, seja por conveniência da instrução criminal, nos exatos
termos do art. 312 do Código de Processo Penal.”
De outra parte, no que concerne à alegação de excesso de prazo na
instrução criminal, anoto que o tema não foi submetido ao Tribunal de
Justiça local e nem ao Superior Tribunal de Justiça. Portanto, sua
apreciação, de forma originária, neste ensejo, configuraria verdadeira
dupla supressão de instância, o que é inadmissível. Nesse sentido os
julgados seguintes: HC nº 92.264/SP, Primeira Turma, Relator o Ministro
Menezes Direito, DJ de 14/12/07; HC nº 90.654/SP, Primeira Turma,
Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 25/5/07; HC nº 90.162/RJ,
Primeira Turma, Relator o Ministro Ayres Britto, DJ de 29/6/07; HC nº
90.312/PR, Segunda Turma, Relator o Ministro Eros Grau, DJ de 27/4/07; e
HC nº 86.997/DF, Segunda Turma, Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ
de 3/2/06, entre outros.
Destaco, ainda, que a demonstração de condições subjetivas
favoráveis ao paciente não obsta a segregação cautelar, desde que
presentes, como no caso, elementos concretos a recomendar sua
manutenção. Nesse sentido: HC nº 90.330/PR, Segunda Turma, Relatora a
Ministra Ellen Gracie, DJ de 27/6/08; e HC nº 93.901/RS, Primeira Turma,
Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 27/6/08, entre outros.
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 107.421 / RS
Com essas considerações, conheço em parte da impetração e, nessa
parte, denego a ordem.
É como voto.
10
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Supremo Tribunal Federal
HC 107.421 / RS
Com essas considerações, conheço em parte da impetração e, nessa
parte, denego a ordem.
É como voto.
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Voto - MIN. LUIZ FUX
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 107.421 RIO GRANDE DO SUL
VOTO
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, o
processo está repleto de fundamentação sobre a necessidade da custódia
cautelar desse paciente que, na realidade, é um político influente da
região - é um vereador. E, aqui, há várias passagens em que ele procura
influir na instrução criminal, com escamoteamento de bens, ligações
interceptadas, procurando demover vestígios da infração.
De sorte que, efetivamente, já há a comprovação clara de que ele,
sem essa agregação cautelar, vai prejudicar sobremodo a instrução do
processo. Há uma ligação indireta com o tráfico de drogas.
De sorte que não tenho a menor dúvida em denegar a ordem.
Supremo Tribunal Federal
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1577163.
Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 107.421 RIO GRANDE DO SUL
VOTO
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, o
processo está repleto de fundamentação sobre a necessidade da custódia
cautelar desse paciente que, na realidade, é um político influente da
região - é um vereador. E, aqui, há várias passagens em que ele procura
influir na instrução criminal, com escamoteamento de bens, ligações
interceptadas, procurando demover vestígios da infração.
De sorte que, efetivamente, já há a comprovação clara de que ele,
sem essa agregação cautelar, vai prejudicar sobremodo a instrução do
processo. Há uma ligação indireta com o tráfico de drogas.
De sorte que não tenho a menor dúvida em denegar a ordem.
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 17
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Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 107.421 RIO GRANDE DO SUL
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, a prisão
preventiva é sempre excepcional. A ordem natural das coisas direciona a
apurar para depois prender, e não prender para depois apurar.
Na decisão do Juízo, não existe, a meu ver, fundamento que se
mostre harmônico com o artigo 312 do Código de Processo Penal.
Aludiu-se à imputação. Mas, até aqui, simples imputação,
prevalecendo o princípio constitucional da não culpabilidade.
Fez-se referência à influência junto a autoridades, já que seria o
paciente vereador, mas não se apontou ato concreto quanto à tentativa de
embaralhar, de alguma forma, a instrução criminal.
Mencionou o Juízo, é certo, a credibilidade da Justiça, mas esta não
está na adoção de posição visando o justiçamento. Está na observância
irrestrita ao arcabouço normativo. Mais do que isso, além de não se
sustentarem os fundamentos lançados, sabe-se que, à data desta
impetração, estava o paciente – que, pelo visto, tem residência fixa, deve
ter família, tinha local de trabalho, não sei se já chegou ao término de
mandato de vereador –, recolhido preventivamente, "provisoriamente",
há trezentos dias.
Peço vênia, em primeiro lugar, para entender que não se sustenta,
pelos fundamentos lançados, o ato de constrição. Em segundo lugar, para
assentar que cabe, de qualquer forma – e não se pode potencializar, na
espécie, a supressão de instância porque o procedimento é autorizado
pelo Código de Processo Penal –, a concessão da ordem de ofício. Se, em
qualquer processo, deparando-se o órgão julgador com ato de
constrangimento ilegal a alcançar a liberdade de ir e vir do cidadão, pode
conceder a ordem de ofício, o que diremos se o processo estampa um
habeas corpus?
Por isso, peço vênia ao relator para divergir e saliento que a
problemática do excesso dispensa o exame dos fundamentos da decisão
que implicou a preventiva. Defiro a ordem para poder afastá-la.
É como voto.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1576849.
Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 107.421 RIO GRANDE DO SUL
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, a prisão
preventiva é sempre excepcional. A ordem natural das coisas direciona a
apurar para depois prender, e não prender para depois apurar.
Na decisão do Juízo, não existe, a meu ver, fundamento que se
mostre harmônico com o artigo 312 do Código de Processo Penal.
Aludiu-se à imputação. Mas, até aqui, simples imputação,
prevalecendo o princípio constitucional da não culpabilidade.
Fez-se referência à influência junto a autoridades, já que seria o
paciente vereador, mas não se apontou ato concreto quanto à tentativa de
embaralhar, de alguma forma, a instrução criminal.
Mencionou o Juízo, é certo, a credibilidade da Justiça, mas esta não
está na adoção de posição visando o justiçamento. Está na observância
irrestrita ao arcabouço normativo. Mais do que isso, além de não se
sustentarem os fundamentos lançados, sabe-se que, à data desta
impetração, estava o paciente – que, pelo visto, tem residência fixa, deve
ter família, tinha local de trabalho, não sei se já chegou ao término de
mandato de vereador –, recolhido preventivamente, "provisoriamente",
há trezentos dias.
Peço vênia, em primeiro lugar, para entender que não se sustenta,
pelos fundamentos lançados, o ato de constrição. Em segundo lugar, para
assentar que cabe, de qualquer forma – e não se pode potencializar, na
espécie, a supressão de instância porque o procedimento é autorizado
pelo Código de Processo Penal –, a concessão da ordem de ofício. Se, em
qualquer processo, deparando-se o órgão julgador com ato de
constrangimento ilegal a alcançar a liberdade de ir e vir do cidadão, pode
conceder a ordem de ofício, o que diremos se o processo estampa um
habeas corpus?
Por isso, peço vênia ao relator para divergir e saliento que a
problemática do excesso dispensa o exame dos fundamentos da decisão
que implicou a preventiva. Defiro a ordem para poder afastá-la.
É como voto.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 17
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Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 107.421
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S) : JOSÉ ROQUE ARENHART
IMPTE.(S) : JOÃO AFONSO GASPARY SILVEIRA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Por maioria de votos, a Turma conheceu, em parte, da
ordem de habeas corpus e, nessa parte, a denegou, nos termos do
voto do Relator, vencido o Senhor Ministro Marco Aurélio.
Presidência da Senhora Ministra
Cármen Lúcia. 1ª Turma,
25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1568757
Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 107.421
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S) : JOSÉ ROQUE ARENHART
IMPTE.(S) : JOÃO AFONSO GASPARY SILVEIRA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Por maioria de votos, a Turma conheceu, em parte, da
ordem de habeas corpus e, nessa parte, a denegou, nos termos do
voto do Relator, vencido o Senhor Ministro Marco Aurélio.
Presidência da Senhora Ministra
Cármen Lúcia. 1ª Turma,
25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1568757
Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 17
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1590945
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1590945 | 2011-10-25T00:00:00 | 2011-11-28T00:00:00 | Por maioria de votos, a Turma conheceu, em parte, da ordem de habeas corpus e, nessa parte, a denegou, nos termos do voto do Relator, vencido o Senhor Ministro Marco Aurélio. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011. | HABEAS CORPUS | EMENTA
Habeas corpus. Processual penal. Crimes contra o sistema financeiro. Lei nº 9.613/98. Alegada falta de fundamentação da prisão preventiva. Não ocorrência. Fundamentação idônea. Cautelaridade suficientemente demonstrada. Presença de condições subjetivas favoráveis ao paciente. Circunstância que não obsta a segregação cautelar quando presentes elementos concretos a justificá-la. Precedentes. Excesso de prazo na conclusão da instrução criminal. Tema não submetido ao Tribunal de Justiça local e nem ao Superior Tribunal de Justiça. Dupla supressão de instância. Inadmissibilidade. Questão não conhecida. Precedentes.
1. A análise do decreto prisional em questão autoriza o reconhecimento de que existem fundamentos suficientes para justificar a privação processual da liberdade do paciente, porque revestido da necessária cautelaridade, não sendo suficientes os argumentos da impetração para justificar a revogação daquela prisão.
2. A demonstração de condições subjetivas favoráveis ao paciente não obsta a segregação cautelar, desde que presentes, como no caso, elementos concretos a recomendar a sua manutenção (HC nº 90.330/PR, Segunda Turma, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJ de 27/6/08; e HC nº 93.901/RS, Primeira Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 27/6/08).
3. O tema relativo ao excesso de prazo na conclusão da instrução criminal não foi submetido ao Tribunal de Justiça local nem ao Superior Tribunal de Justiça. Portanto, sua apreciação, de forma originária, neste ensejo, configuraria verdadeira dupla supressão de instância, o que é inadmissível.
4. Habeas corpus parcialmente conhecido e denegado. | sjur201906 | - Acórdãos citados: HC 86997, HC 90162, HC 90312, HC 90330,
HC 90654, HC 92264, HC 93901, RHC 99227.
- Veja RHC 28763 do STJ.
Número de páginas: 17.
Análise: 12/12/2011, KBP.
Revisão: 16/12/2011, SEV. | DIAS TOFFOLI | Primeira Turma | 107421 | [
"LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\r\n ART-00312 \r\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL\r\n",
"LEG-FED LEI-009613 ANO-1998\r\n LEI ORDINÁRIA"
] | HC | acordaos | HC 107421 | [
""
] | PACTE.(S) : JOSÉ ROQUE ARENHART
IMPTE.(S) : JOÃO AFONSO GASPARY SILVEIRA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 107 . 421",
"HC [UNK] 90 . 330 / PR",
"HC [UNK] 93 . 901 / RS",
"HC 107 . 421 / RS",
"HC 107 . 421 / RS",
"HABEAS CORPUS 107 . 421",
"RHC [UNK] 28 . 763 / RS",
"Petição",
"HABEAS CORPUS 107 . 421",
"RHC [UNK] 28 . 763 / RS",
"Petição",
"STF [UNK] 20 . 231 /",
"HC 107 . 421 / RS",
"HC 107 . 421 / RS",
"HABEAS CORPUS 107 . 421",
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"HABEAS CORPUS 107 . 421",
"RHC [UNK] 28 . 763 / RS",
"HC 107 . 421 / RS",
"Processo [UNK] 155 / 0210 . 0000600 - 5",
"processo [UNK] 155 / 2 . 10 . 0000538 - 6",
"HC 107 . 421 / RS",
"Processo [UNK] 155 / 0210 . 0000600 - 5",
"processo [UNK] 155 / 2 . 10 . 0000538 - 6",
"HC 107 . 421 / RS",
"HC 107 . 421 / RS",
"HC 107 . 421 / RS",
"HC 107 . 421 / RS",
"HC 107 . 421 / RS",
"HC 107 . 421 / RS",
"HC 107 . 421 / RS",
"HC 107 . 421 / RS",
"HC 107 . 421 / RS",
"RHC [UNK] 99 . 227 / SP",
"HC 107 . 421 / RS",
"RHC [UNK] 99 . 227 / SP",
"HC 107 . 421 / RS",
"HC 107 . 421 / RS",
"HC 107 . 421 / RS",
"HC [UNK] 92 . 264 / SP",
"HC [UNK] 90 . 654 / SP",
"HC [UNK] 90 . 162 / RJ",
"HC [UNK] 90 . 312 / PR",
"HC [UNK] 86 . 997 / DF",
"HC [UNK] 90 . 330 / PR",
"HC [UNK] 93 . 901 / RS",
"HC 107 . 421 / RS",
"HC [UNK] 92 . 264 / SP",
"HC [UNK] 90 . 654 / SP",
"HC [UNK] 90 . 162 / RJ",
"HC [UNK] 90 . 312 / PR",
"HC [UNK] 86 . 997 / DF",
"HC [UNK] 90 . 330 / PR",
"HC [UNK] 93 . 901 / RS",
"HC 107 . 421 / RS",
"HC 107 . 421 / RS",
"HABEAS CORPUS 107 . 421",
"HABEAS CORPUS 107 . 421",
"HABEAS CORPUS 107 . 421",
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"HABEAS CORPUS 107 . 421",
"HABEAS CORPUS 107 . 421"
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"LEGISLACAO": [
"Lei [UNK] 9 . 613 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 /",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 1° , inciso I , c / c o § 4° , da Lei n° 9 . 613 / 1998",
"art . 71 do CP",
"art . 1° , § 1° , inciso I ,",
"art . 71 e 29 , caput , do CP",
"art . [UNK] , § [UNK] , inciso II da Lei [UNK] 9 . 613 / 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 1° , inciso I , c / c o § 4° , da Lei n° 9 . 613 / 1998",
"art . 71 do CP",
"art . 1° , § 1° , inciso I ,",
"art . 71 e 29 , caput , do CP",
"art . [UNK] , § [UNK] , inciso II da Lei [UNK] 9 . 613 / 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 -",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 312 do Código de Processo Penal",
"art . [UNK] , I , c / c o § [UNK] , da Lei [UNK] 9 . 613 / 98",
"art . [UNK] , § [UNK] , I , da Lei [UNK] 9 . 613 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 312 do Código de Processo Penal",
"art . [UNK] , I , c / c o § [UNK] , da Lei [UNK] 9 . 613 / 98",
"art . [UNK] , § [UNK] , I , da Lei [UNK] 9 . 613 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , § [UNK] , II , da Lei [UNK] 9 . 613 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , § [UNK] , II , da Lei [UNK] 9 . 613 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do Código de Processo Penal .",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 312 do Código de Processo Penal",
"Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200",
"artigo 312 do Código de Processo Penal",
"Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"RIO GRANDE DO SUL",
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"Brasília",
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"RIO GRANDE DO SUL"
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"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
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"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"PRIMEIRA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
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"Brasil",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"PRIMEIRA TURMA",
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"Ministério Público",
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"PRIMEIRA TURMA",
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"-",
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"[UNK] Câmara Criminal",
"Ministério Público",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Terceira Câmara Criminal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Ministério Público",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
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"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
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"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
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"Superior Tribunal de Justiça",
"Superior Tribunal de Justiça",
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"Superior Tribunal de Justiça",
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"-",
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"Ministério Público",
"Ministério Público",
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"Ministério Público",
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"-",
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"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
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"Supremo Tribunal Federal",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"DINP",
"Suprema Corte",
"Segunda Turma",
"Ministério Público Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"DINP",
"Suprema Corte",
"Segunda Turma",
"Ministério Público Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Polícia Civil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Primeira Turma",
"Primeira Turma",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Primeira Turma",
"Primeira Turma",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"EXTRATO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"DIAS TOFFOLI",
"JOSÉ ROQUE ARENHART",
"JOÃO AFONSO GASPARY SILVEIRA",
"Ellen Gracie",
"Ricardo Lewandowski",
"Cármen Lúcia",
"DIAS TOFFOLI",
"Cármen Lúcia",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"JOSÉ ROQUE ARENHART",
"JOÃO AFONSO GASPARY SILVEIRA",
"DIAS TOFFOLI",
"João Afonso Gaspary Silveira",
"José Roque Arenhart",
"Og Fernandes",
"DIAS TOFFOLI",
"JOSÉ ROQUE ARENHART",
"JOÃO AFONSO GASPARY SILVEIRA",
"DIAS TOFFOLI",
"João Afonso Gaspary Silveira",
"José Roque Arenhart",
"Og Fernandes",
"Edson Oliveira da Almeida",
"Edson Oliveira da Almeida",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"Og Fernandes",
"José Roque Arenhart",
"Marcelo Tubino Vieira",
"José",
"Roque",
"DIAS TOFFOLI",
"Og Fernandes",
"José Roque Arenhart",
"Marcelo Tubino Vieira",
"José Roque",
"DIAS TOFFOLI",
"MARCO ANTÔNIO RIBEIRO DE OLIVEIRA",
"José Roque",
"MARCO ANTÔNIO RIBEIRO DE OLIVEIRA",
"José Roque",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"José Roque Arenhart",
"José",
"Roque",
"José Roque Arenhart",
"José",
"Roque",
"DIAS TOFFOLI",
"José",
"Roque",
"Liça",
"José",
"Roque",
"Gisele",
"Clóvis Mollerke",
"Pintado",
"Gisele",
"Carlinhos",
"José",
"Roque",
"José",
"Roque",
"Liça",
"Roque",
"José",
"Roque",
"Liça",
"José",
"Roque",
"Gisele",
"Clóvis Mollerke",
"Pintado",
"Gisele",
"Carlinhos",
"José",
"Roque",
"José",
"Roque",
"Liça",
"Roque",
"DIAS TOFFOLI",
"José Roque Arenhart",
"José Roque Arenhart",
"José",
"Roque",
"Liça",
"Pintado",
"Roque",
"Pintado",
"Pintado",
"Alessandra",
"José Roque Arenhart",
"José Roque Arenhart",
"José",
"Roque",
"Liça",
"Pintado",
"Roque",
"Pintado",
"Pintado",
"Alessandra",
"DIAS TOFFOLI",
"José Roque Arenhardt",
"Celso de Mello",
"José Roque Arenhardt",
"Celso de Mello",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"Menezes Direito",
"Sepúlveda Pertence",
"Ayres Britto",
"Eros Grau",
"Carlos Velloso",
"Ellen Gracie",
"Ricardo Lewandowski",
"Menezes Direito",
"Sepúlveda Pertence",
"Ayres Britto",
"Eros Grau",
"Carlos Velloso",
"Ellen Gracie",
"Ricardo Lewandowski",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"DIAS TOFFOLI",
"JOSÉ ROQUE ARENHART",
"JOÃO AFONSO GASPARY SILVEIRA",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Paulo de Tarso Braz Lucas",
"Carmen Lilian",
"DIAS TOFFOLI",
"JOSÉ ROQUE ARENHART",
"JOÃO AFONSO GASPARY SILVEIRA",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Paulo de Tarso Braz Lucas",
"Carmen Lilian"
],
"TEMPO": [
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"27",
"/",
"6",
"/",
"08",
"27",
"/",
"6",
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"08",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"28",
"/",
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"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25 de outubro de 2011",
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"08",
"/",
"2001",
"24",
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"08",
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"2001",
"25",
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"/",
"2011",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"08 de junho de 2008",
"junho",
"/",
"2008",
"abril",
"/",
"2010",
"15 de abril de 2010",
"29 de abril de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
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"/",
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"/",
"2011",
"junho de 2008",
"junho",
"/",
"2008",
"abril",
"/",
"2010",
"15 de abril de 2010",
"29 de abril de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"26 de maio passado",
"11",
"/",
"05",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"26 de maio passado",
"11",
"/",
"05",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2006",
"abril de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"2006",
"abril de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
"-",
"04",
"-",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
"-",
"04",
"-",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"5",
"/",
"10",
"/",
"11",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"5",
"/",
"10",
"/",
"11",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
"/",
"04",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
"/",
"04",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"14",
"/",
"12",
"/",
"07",
"25",
"/",
"5",
"/",
"07",
"29",
"/",
"6",
"/",
"07",
"27",
"/",
"4",
"/",
"07",
"3",
"/",
"2",
"/",
"06",
"27",
"/",
"6",
"/",
"08",
"27",
"/",
"6",
"/",
"08",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"14",
"/",
"12",
"/",
"07",
"25",
"/",
"5",
"/",
"07",
"29",
"/",
"6",
"/",
"07",
"27",
"/",
"4",
"/",
"07",
"3",
"/",
"2",
"/",
"06",
"27",
"/",
"6",
"/",
"08",
"27",
"/",
"6",
"/",
"08",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"-",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 105.799 AMAZONAS
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S)
:JONY FIDELES MAIA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA
Habeas corpus. Tráfico de entorpecentes. Causa de diminuição de
pena (art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/06). Eleição do grau de redução.
Ausência de motivação idônea para a redução em grau intermediário.
Conversão da pena privativa de liberdade em pena restritiva de
direitos. Possibilidade. Precedentes. Ordem concedida.
1. A mera reiteração dos requisitos legais não supre a necessidade de
fundamentação quanto à eleição do grau de redução pela minorante do §
4º do art. 33 da Lei 11.343/06.
2. Reduz-se a pena imposta ao paciente na Ação Penal nº
2008.32.00.006462-2/AM - que tramitou perante a 4ª Vara Federal de
Manaus/AM - para um (1) ano, onze (11) meses e dez (10) dias de
reclusão e cento e noventa e quatro (194) dias-multa, no valor unitário
mínimo legal, com determinação de expedição do competente alvará de
soltura clausulado caso já cumprida integralmente a reprimenda corporal
imposta.
3. A jurisprudência desta Suprema Corte admite a possibilidade de
substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de
direitos, mesmo se tratando do delito de tráfico ilícito de entorpecentes.
Precedentes.
4. Ordem concedida.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência da Sra.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1532882.
Supremo Tribunal Federal
DJe 16/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 17
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1571628
Ementa e Acórdão
HC 105.799 / AM
Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das
notas taquigráficas, verificado empate na votação, em conceder a ordem
de habeas corpus, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 11 de outubro de 2011.
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1532882.
Supremo Tribunal Federal
HC 105.799 / AM
Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das
notas taquigráficas, verificado empate na votação, em conceder a ordem
de habeas corpus, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 11 de outubro de 2011.
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1532882.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 17
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1571628
Relatório
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 105.799 AMAZONAS
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S)
:JONY FIDELES MAIA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pela Defensoria
Pública da União em favor de Jony Fideles Maia, apontando como
autoridade coatora a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, que
negou provimento ao agravo regimental interposto àquela Corte no AI nº
1.292.442/AM, Relator o Ministro Jorge Mussi.
Sustenta a impetrante, em síntese, que “o v. acórdão impugnado deixou
de reduzir a pena no patamar máximo previsto no art. 33, § 4º da lei nº
11.343/06, violando o próprio dispositivo, já que in casu o réu preenchia todos os
requisitos legais, restando, portanto, violados os princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade. Tendo o sentenciado o direito a redução mais adequada ao seu
caso, há de se aplicar a redução de pena em seu grau máximo, qual seja o
equivalente a 2/3 (dois terços)” (fl. 3 da inicial).
Requer o deferimento da liminar para que seja concedido ao
paciente “a redução da pena nos termos do art. 33, da Lei 11.343/2006 em seu
grau máximo, qual seja, 2/3 (dois terços)” e, no mérito, pede a confirmação
da liminar requerida, bem como, “após reduzir a pena no patamar requerido,
considerando os fundamentos alhures agitados, seja reconhecido ao paciente, o
seu direito de ter a pena privativa de liberdade substituída por restritiva de
direitos, ante a inconstitucionalidade da referida norma” (fl. 8 da inicial).
Em 15/10/10, indeferi a liminar e solicitei informações à autoridade
apontada como coatora, que foram devidamente prestadas (anexos de
instrução 8 e 11).
O Ministério Público Federal, pelo parecer do ilustre Subprocurador-
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1532878.
Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 105.799 AMAZONAS
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S)
:JONY FIDELES MAIA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pela Defensoria
Pública da União em favor de Jony Fideles Maia, apontando como
autoridade coatora a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, que
negou provimento ao agravo regimental interposto àquela Corte no AI nº
1.292.442/AM, Relator o Ministro Jorge Mussi.
Sustenta a impetrante, em síntese, que “o v. acórdão impugnado deixou
de reduzir a pena no patamar máximo previsto no art. 33, § 4º da lei nº
11.343/06, violando o próprio dispositivo, já que in casu o réu preenchia todos os
requisitos legais, restando, portanto, violados os princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade. Tendo o sentenciado o direito a redução mais adequada ao seu
caso, há de se aplicar a redução de pena em seu grau máximo, qual seja o
equivalente a 2/3 (dois terços)” (fl. 3 da inicial).
Requer o deferimento da liminar para que seja concedido ao
paciente “a redução da pena nos termos do art. 33, da Lei 11.343/2006 em seu
grau máximo, qual seja, 2/3 (dois terços)” e, no mérito, pede a confirmação
da liminar requerida, bem como, “após reduzir a pena no patamar requerido,
considerando os fundamentos alhures agitados, seja reconhecido ao paciente, o
seu direito de ter a pena privativa de liberdade substituída por restritiva de
direitos, ante a inconstitucionalidade da referida norma” (fl. 8 da inicial).
Em 15/10/10, indeferi a liminar e solicitei informações à autoridade
apontada como coatora, que foram devidamente prestadas (anexos de
instrução 8 e 11).
O Ministério Público Federal, pelo parecer do ilustre Subprocurador-
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1532878.
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Relatório
HC 105.799 / AM
Geral da República Dr. Edson Oliveira de Almeida, opinou pela
concessão da ordem (anexo de instrução 13).
É o relatório.
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1532878.
Supremo Tribunal Federal
HC 105.799 / AM
Geral da República Dr. Edson Oliveira de Almeida, opinou pela
concessão da ordem (anexo de instrução 13).
É o relatório.
2
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1532878.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 17
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 105.799 AMAZONAS
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Conforme relatado, o presente habeas corpus volta-se contra
acórdão da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, que denegou o
agravo regimental no AI nº 1.292.442/AM, da relatoria do Ministro Jorge
Mussi, e tem como objetivo a redução da pena aplicada ao paciente no
patamar máximo de dois terços (2/3), conforme preconizado no § 4º do
art. 33 da Lei nº 11.343/06, com sua substituição por pena restritiva de
direitos.
Consta, nos autos, que o paciente foi condenado definitivamente
pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região pelo crime de tráfico de
entorpecentes - com reconhecimento da incidência da causa especial de
diminuição prevista no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/06 - à pena de três
(3) anos, dez (10) meses e vinte (20) dias de reclusão e trezentos e oitenta e
nove (389) dias-multa (fls. 2/17 – apenso eletrônico 8), com fixação inicial
do regime fechado para o cumprimento da reprimenda.
Foi, então, interposto recurso especial contra aquela decisão, que
teve seu seguimento denegado pelo Tribunal de origem, razão pela qual
foi interposto pertinente agravo de instrumento no Superior Tribunal de
Justiça, tendo a Quinta Turma daquela Corte negado provimento ao
regimental, nos termos da ementa seguinte:
“AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO. PEDIDO DE CONVERSÃO DO
INCONFORMISMO EM HABEAS CORPUS. INEXISTÊNCIA
DE COAÇÃO ILEGAL. IMPROVIMENTO.
1. O agravo de instrumento interposto com a finalidade de
destrancar o recurso especial foi improvido com fundamento na
Súmula 83/STJ, haja vista que o aresto proferido pela Corte de
origem, atacado no apelo raro, está em consonância com o
entendimento deste Sodalício, no sentido de que o volume de
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Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 105.799 AMAZONAS
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Conforme relatado, o presente habeas corpus volta-se contra
acórdão da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, que denegou o
agravo regimental no AI nº 1.292.442/AM, da relatoria do Ministro Jorge
Mussi, e tem como objetivo a redução da pena aplicada ao paciente no
patamar máximo de dois terços (2/3), conforme preconizado no § 4º do
art. 33 da Lei nº 11.343/06, com sua substituição por pena restritiva de
direitos.
Consta, nos autos, que o paciente foi condenado definitivamente
pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região pelo crime de tráfico de
entorpecentes - com reconhecimento da incidência da causa especial de
diminuição prevista no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/06 - à pena de três
(3) anos, dez (10) meses e vinte (20) dias de reclusão e trezentos e oitenta e
nove (389) dias-multa (fls. 2/17 – apenso eletrônico 8), com fixação inicial
do regime fechado para o cumprimento da reprimenda.
Foi, então, interposto recurso especial contra aquela decisão, que
teve seu seguimento denegado pelo Tribunal de origem, razão pela qual
foi interposto pertinente agravo de instrumento no Superior Tribunal de
Justiça, tendo a Quinta Turma daquela Corte negado provimento ao
regimental, nos termos da ementa seguinte:
“AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO. PEDIDO DE CONVERSÃO DO
INCONFORMISMO EM HABEAS CORPUS. INEXISTÊNCIA
DE COAÇÃO ILEGAL. IMPROVIMENTO.
1. O agravo de instrumento interposto com a finalidade de
destrancar o recurso especial foi improvido com fundamento na
Súmula 83/STJ, haja vista que o aresto proferido pela Corte de
origem, atacado no apelo raro, está em consonância com o
entendimento deste Sodalício, no sentido de que o volume de
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 105.799 / AM
drogas encontrado, bem como sua natureza, são fundamentos
idôneos a auxiliar o juiz no momento de individualização da
pena, inexistindo, na espécie, coação ilegal a ser sanável pela
via do habeas corpus.
2. Assim, "inviável a conversão do agravo interno em habeas
corpus quando ausentes os elementos do mencionado mandamus,
quais sejam, indicação a constrangimento, ilegalidade ou a autoridade
coatora, todos indispensáveis ao conhecimento da referida ação
mandamental" (AgRg no Ag 1166436/RJ, rel. Min. Celso Limongi
(Des. convocado do TJ/SP), Sexta Turma, DJe 03/11/2009).
3. Agravo regimental improvido” (anexo de instrução 11).
No que tange à fixação do percentual de redução da pena, na decisão
questionada, o Juízo a quo apresentou a seguinte justificativa:
“(...). Porém há de se reconhecer a causa especial de
diminuição da pena prevista no § 4º do art. 33 da Lei n.
11.343/2006, razão pela qual reduzo em 1/3 a pena mínima
aplicada, visto que o acusado sozinho organizou o transporte
e pretendia vender a droga na cidade de Manaus (...)” (fl. 9 do
anexo nº 8 – negrito nosso).
Como bem destacado no parecer do Ministério Público Federal, “a
sentença e acórdão deixaram de justificar adequadamente a razão da imposição do
fator de redução aquém do máximo previsto. Para tanto, não pode ser considerada
a quantidade da droga apreendida, circunstância que, determina o art. 42 da Lei
11.343/2006, deve ser avaliada na primeira fase da individualização, sendo
inadequado, desde que reconhecido cuidar-se de pequeno traficante ('mula'),
invocá-la, isoladamente, no momento de escolha do fator de redução do § 4º do
art. 33 da Lei 11.343/2006, o qual deve levar em consideração, além da
primariedade e dos bons antecedentes, as circunstâncias que identifiquem o réu
como traficante menor ou eventual. É essa condição do paciente, como traficante
menor, por ser graduável, que deve ser explicitada e levada em consideração na
determinação do fator de redução e, não a quantidade da droga, sob pena de dupla
valoração. Assim, não havendo na sentença qualquer indicação de maior
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.799 / AM
drogas encontrado, bem como sua natureza, são fundamentos
idôneos a auxiliar o juiz no momento de individualização da
pena, inexistindo, na espécie, coação ilegal a ser sanável pela
via do habeas corpus.
2. Assim, "inviável a conversão do agravo interno em habeas
corpus quando ausentes os elementos do mencionado mandamus,
quais sejam, indicação a constrangimento, ilegalidade ou a autoridade
coatora, todos indispensáveis ao conhecimento da referida ação
mandamental" (AgRg no Ag 1166436/RJ, rel. Min. Celso Limongi
(Des. convocado do TJ/SP), Sexta Turma, DJe 03/11/2009).
3. Agravo regimental improvido” (anexo de instrução 11).
No que tange à fixação do percentual de redução da pena, na decisão
questionada, o Juízo a quo apresentou a seguinte justificativa:
“(...). Porém há de se reconhecer a causa especial de
diminuição da pena prevista no § 4º do art. 33 da Lei n.
11.343/2006, razão pela qual reduzo em 1/3 a pena mínima
aplicada, visto que o acusado sozinho organizou o transporte
e pretendia vender a droga na cidade de Manaus (...)” (fl. 9 do
anexo nº 8 – negrito nosso).
Como bem destacado no parecer do Ministério Público Federal, “a
sentença e acórdão deixaram de justificar adequadamente a razão da imposição do
fator de redução aquém do máximo previsto. Para tanto, não pode ser considerada
a quantidade da droga apreendida, circunstância que, determina o art. 42 da Lei
11.343/2006, deve ser avaliada na primeira fase da individualização, sendo
inadequado, desde que reconhecido cuidar-se de pequeno traficante ('mula'),
invocá-la, isoladamente, no momento de escolha do fator de redução do § 4º do
art. 33 da Lei 11.343/2006, o qual deve levar em consideração, além da
primariedade e dos bons antecedentes, as circunstâncias que identifiquem o réu
como traficante menor ou eventual. É essa condição do paciente, como traficante
menor, por ser graduável, que deve ser explicitada e levada em consideração na
determinação do fator de redução e, não a quantidade da droga, sob pena de dupla
valoração. Assim, não havendo na sentença qualquer indicação de maior
2
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 105.799 / AM
envolvimento do paciente em atividades ilícitas, cabe deferir desde logo a redução
de dois terços, com o consequente reajuste da pena” (anexo de instrução nº 13).
Perfilhando esse entendimento, destaco o seguinte precedente:
“HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE ENTORPECENTES.
DOSIMETRIA DA PENA. PENA-BASE. FUNDAMENTAÇÃO
IDÔNEA. VETORES DA LEGISLAÇÃO ESPECIAL. CAUSA DE
DIMINUIÇÃO DE PENA. ELEIÇÃO DO GRAU DE
REDUÇÃO. AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO VÁLIDA PARA
REDUÇÃO NO GRAU MÍNIMO. ORDEM PARCIALMENTE
CONCEDIDA. 1. A necessidade de fundamentação dos
pronunciamentos judiciais (inciso IX do art. 93 da Constituição
Federal) tem na fixação da pena um dos seus momentos
culminantes. Trata-se de garantia constitucional que junge o
magistrado a coordenadas objetivas de imparcialidade e
propicia às partes conhecer os motivos que levaram o julgador a
decidir neste ou naquele sentido. 2. O Supremo Tribunal
Federal junge a legalidade da pena ao motivado exame judicial
das circunstâncias do delito. Exame, esse, revelador de um
exercício racional de fundamentação e ponderação dos efeitos
éticos e sociais da sanção, embasado nas peculiaridades do caso
concreto, e no senso de realidade do órgão sentenciante. De
outro modo não pode ser, devido a que o art. 59 do Código
Penal confere ao Juízo sentenciante o poder-dever de
estabelecer uma reprimenda apta à prevenção e
simultaneamente à reprovação do delito, sempre atento o
magistrado à concretude da causa. 3. O paciente se acha
condenado pelo delito de tráfico de entorpecentes. Pelo que o
caso é de calibração das balizas do art. 59 do Código Penal com
as circunstâncias listadas na pertinente legislação extravagante.
E o fato é que a pena-base está assentada num cuidadoso exame
das circunstâncias que moldam o quadro fático-probatório da
causa e em nada afronta as garantias da individualização da
pena e da fundamentação das decisões judiciais (inciso XLVI do
art. 5º e inciso IX do art. 93 da Constituição Federal). Mais:
reprimenda que decorre da motivação estampada na sentença,
3
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.799 / AM
envolvimento do paciente em atividades ilícitas, cabe deferir desde logo a redução
de dois terços, com o consequente reajuste da pena” (anexo de instrução nº 13).
Perfilhando esse entendimento, destaco o seguinte precedente:
“HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE ENTORPECENTES.
DOSIMETRIA DA PENA. PENA-BASE. FUNDAMENTAÇÃO
IDÔNEA. VETORES DA LEGISLAÇÃO ESPECIAL. CAUSA DE
DIMINUIÇÃO DE PENA. ELEIÇÃO DO GRAU DE
REDUÇÃO. AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO VÁLIDA PARA
REDUÇÃO NO GRAU MÍNIMO. ORDEM PARCIALMENTE
CONCEDIDA. 1. A necessidade de fundamentação dos
pronunciamentos judiciais (inciso IX do art. 93 da Constituição
Federal) tem na fixação da pena um dos seus momentos
culminantes. Trata-se de garantia constitucional que junge o
magistrado a coordenadas objetivas de imparcialidade e
propicia às partes conhecer os motivos que levaram o julgador a
decidir neste ou naquele sentido. 2. O Supremo Tribunal
Federal junge a legalidade da pena ao motivado exame judicial
das circunstâncias do delito. Exame, esse, revelador de um
exercício racional de fundamentação e ponderação dos efeitos
éticos e sociais da sanção, embasado nas peculiaridades do caso
concreto, e no senso de realidade do órgão sentenciante. De
outro modo não pode ser, devido a que o art. 59 do Código
Penal confere ao Juízo sentenciante o poder-dever de
estabelecer uma reprimenda apta à prevenção e
simultaneamente à reprovação do delito, sempre atento o
magistrado à concretude da causa. 3. O paciente se acha
condenado pelo delito de tráfico de entorpecentes. Pelo que o
caso é de calibração das balizas do art. 59 do Código Penal com
as circunstâncias listadas na pertinente legislação extravagante.
E o fato é que a pena-base está assentada num cuidadoso exame
das circunstâncias que moldam o quadro fático-probatório da
causa e em nada afronta as garantias da individualização da
pena e da fundamentação das decisões judiciais (inciso XLVI do
art. 5º e inciso IX do art. 93 da Constituição Federal). Mais:
reprimenda que decorre da motivação estampada na sentença,
3
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 105.799 / AM
não sendo de ser atribuída ao voluntarismo do julgador, como
pretende a impetração. 4. A mera reiteração aos requisitos
legais não supre a necessidade de fundamentação quanto à
eleição do grau de redução pela minorante do § 4º do art. 33 da
Lei 11.343/2006. 5. Ordem parcialmente concedida para
determinar ao Juízo Processante que refaça a dosimetria da
pena quanto à causa de diminuição da reprimenda. Juízo que
deverá, considerando o que decidido no HC 97.256, da minha
relatoria, examinar se estão presentes os requisitos da
substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva
de direitos (art. 44 do Código Penal)” (HC nº 105.278/RN,
Segunda Turma, Relator o Ministro Ayres Britto, DJe de
29/11/10 – destaque nosso).
De fato, não havendo sido minimamente justificada pelo Juízo de
origem a aplicação do redutor em grau intermediário de 1/3, no caso em
exame, deve ser excepcionalmente deferida a redução no grau máximo
legalmente admissível.
Nessa conformidade, partindo-se da pena-base estabelecida e
aplicada a majorante da transnacionalidade no percentual fixado pelo
Juízo a quo, faço a readequação da pena para um (1) ano, onze (11) meses
e dez (10) dias de reclusão, e cento e noventa e quatro (194) dias-multa,
no valor unitário mínimo legal, que, se eventualmente já cumprida, deve
ensejar, in continenti, expedição de alvará de soltura clausulado em favor
do paciente. Deixo de estabelecer regime prisional inicial diverso do
fechado, até que haja o pronunciamento definitivo do plenário sobre o
tema.
Por outro lado, caso ainda pendente de cumprimento a pena imposta
na ação em referência, passo a apreciar o pleito subsidiário, tendente à
substituição da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos.
Conforme se infere da decisão emanada do Juízo da 4ª Vara Federal
de Manaus/AM, indeferiu-se a pretendida substituição da pena privativa
de liberdade sob o seguinte fundamento:
“Torna-se impossível a substituição da pena privativa de
4
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.799 / AM
não sendo de ser atribuída ao voluntarismo do julgador, como
pretende a impetração. 4. A mera reiteração aos requisitos
legais não supre a necessidade de fundamentação quanto à
eleição do grau de redução pela minorante do § 4º do art. 33 da
Lei 11.343/2006. 5. Ordem parcialmente concedida para
determinar ao Juízo Processante que refaça a dosimetria da
pena quanto à causa de diminuição da reprimenda. Juízo que
deverá, considerando o que decidido no HC 97.256, da minha
relatoria, examinar se estão presentes os requisitos da
substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva
de direitos (art. 44 do Código Penal)” (HC nº 105.278/RN,
Segunda Turma, Relator o Ministro Ayres Britto, DJe de
29/11/10 – destaque nosso).
De fato, não havendo sido minimamente justificada pelo Juízo de
origem a aplicação do redutor em grau intermediário de 1/3, no caso em
exame, deve ser excepcionalmente deferida a redução no grau máximo
legalmente admissível.
Nessa conformidade, partindo-se da pena-base estabelecida e
aplicada a majorante da transnacionalidade no percentual fixado pelo
Juízo a quo, faço a readequação da pena para um (1) ano, onze (11) meses
e dez (10) dias de reclusão, e cento e noventa e quatro (194) dias-multa,
no valor unitário mínimo legal, que, se eventualmente já cumprida, deve
ensejar, in continenti, expedição de alvará de soltura clausulado em favor
do paciente. Deixo de estabelecer regime prisional inicial diverso do
fechado, até que haja o pronunciamento definitivo do plenário sobre o
tema.
Por outro lado, caso ainda pendente de cumprimento a pena imposta
na ação em referência, passo a apreciar o pleito subsidiário, tendente à
substituição da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos.
Conforme se infere da decisão emanada do Juízo da 4ª Vara Federal
de Manaus/AM, indeferiu-se a pretendida substituição da pena privativa
de liberdade sob o seguinte fundamento:
“Torna-se impossível a substituição da pena privativa de
4
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 105.799 / AM
liberdade em restritiva de direitos, em virtude de expressa
vedação legal (§ 4º da Lei n. 11.343/2006 – sic), assim como
também é dominante a jurisprudência que entende ser incabível
a sua aplicação para o delito de tráfico de entorpecentes“ (fl. 9
do anexo nº 8).
Inconformada com o decisum, a defesa apelou perante a Corte de
origem, a qual, por votação unânime de sua 4ª Turma, negou provimento
ao reclamo, nos moldes da seguinte ementa:
“PENAL.
PROCESSUAL
PENAL.
TRÁFICO
INTERNACIONAL DE ENTORPECENTES. ART. 33, CAPUT,
C/C O ART. 40, I, TODOS DA LEI 11.343/06. MATERIALIDADE
E AUTORIA COMPROVADAS. TRANSNACIONALIDADE
COMPROVADA. APELAÇÃO NÃO PROVIDA.
1. Materialidade e autoria do delito de tráfico
internacional de entorpecentes devidamente provadas nos
autos em face de sua prisão em flagrante, bem como pela
confissão do réu.
2. Demonstrada a transnacionalidade da droga.
3. O magistrado de primeiro grau fixou a pena-base no
mínimo legal, não podendo ser aplicada a atenuante genérica
prevista no art. 65, III, ‘b’, do CP, conforme preceitua a Súmula
231 do STJ, segundo a qual ‘a incidência da circunstância
atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do
mínimo legal’.
4. Verifico ter o juiz fixado corretamente e dentro dos
limites legais a fração da causa de diminuição do § 4º do art. 33
da Lei 11.343/06, uma vez que não basta o réu ter preenchido
todos os requisitos previstos neste dispositivo, podendo o juiz a
quo levar em consideração outras circunstâncias, tais como
quantidade da droga, personalidade do réu e motivo da
conduta (art. 42 da Lei 11.343/06).
5. A nova Lei de Drogas (Lei 11.343/06) veda
expressamente a substituição da pena privativa de liberdade
por restritiva de direitos.
5
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.799 / AM
liberdade em restritiva de direitos, em virtude de expressa
vedação legal (§ 4º da Lei n. 11.343/2006 – sic), assim como
também é dominante a jurisprudência que entende ser incabível
a sua aplicação para o delito de tráfico de entorpecentes“ (fl. 9
do anexo nº 8).
Inconformada com o decisum, a defesa apelou perante a Corte de
origem, a qual, por votação unânime de sua 4ª Turma, negou provimento
ao reclamo, nos moldes da seguinte ementa:
“PENAL.
PROCESSUAL
PENAL.
TRÁFICO
INTERNACIONAL DE ENTORPECENTES. ART. 33, CAPUT,
C/C O ART. 40, I, TODOS DA LEI 11.343/06. MATERIALIDADE
E AUTORIA COMPROVADAS. TRANSNACIONALIDADE
COMPROVADA. APELAÇÃO NÃO PROVIDA.
1. Materialidade e autoria do delito de tráfico
internacional de entorpecentes devidamente provadas nos
autos em face de sua prisão em flagrante, bem como pela
confissão do réu.
2. Demonstrada a transnacionalidade da droga.
3. O magistrado de primeiro grau fixou a pena-base no
mínimo legal, não podendo ser aplicada a atenuante genérica
prevista no art. 65, III, ‘b’, do CP, conforme preceitua a Súmula
231 do STJ, segundo a qual ‘a incidência da circunstância
atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do
mínimo legal’.
4. Verifico ter o juiz fixado corretamente e dentro dos
limites legais a fração da causa de diminuição do § 4º do art. 33
da Lei 11.343/06, uma vez que não basta o réu ter preenchido
todos os requisitos previstos neste dispositivo, podendo o juiz a
quo levar em consideração outras circunstâncias, tais como
quantidade da droga, personalidade do réu e motivo da
conduta (art. 42 da Lei 11.343/06).
5. A nova Lei de Drogas (Lei 11.343/06) veda
expressamente a substituição da pena privativa de liberdade
por restritiva de direitos.
5
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 105.799 / AM
6. Apelação não provida” (fl. 17 do anexo nº 8).
Com efeito, ao contrário do que observado pelas instâncias
antecedentes, a jurisprudência desta Suprema Corte admite a
possibilidade de substituição da pena privativa de liberdade por pena
restritiva de direitos, mesmo se tratando do delito de tráfico ilícito de
entorpecentes.
É certo que, com o advento da nova Lei de Drogas (Lei nº 11.343/06),
vedou-se, por efeito do que dispõe o seu art. 44, a possibilidade de
conversão das penas privativas de liberdade em penas restritivas de
direitos precisamente em casos como o ora em exame, relativos à prática
de tráfico ilícito de entorpecentes. Dita vedação, aplicável apenas aos
delitos perpetrados na vigência do novo texto legal, todavia, foi
recentemente afastada pelo Plenário desta Suprema Corte no HC nº
97.256/RS, da relatoria do Min. Ayres Britto (DJe de 16/12/10), com
declaração incidental de inconstitucionalidade da proibição de
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, com
ementa do seguinte teor:
“HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. ART. 44
DA LEI 11.343/2006: IMPOSSIBILIDADE DE CONVERSÃO DA
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE EM PENA RESTRITIVA DE
DIREITOS.
DECLARAÇÃO
INCIDENTAL
DE
INCONSTITUCIONALIDADE. OFENSA À GARANTIA
CONSTITUCIONAL DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
(INCISO XLVI DO ART. 5º DA CF/88). ORDEM
PARCIALMENTE CONCEDIDA. 1. O processo de
individualização da pena é um caminhar no rumo da
personalização da resposta punitiva do Estado, desenvolvendo-
se em três momentos individuados e complementares: o
legislativo, o judicial e o executivo. Logo, a lei comum não tem
a força de subtrair do juiz sentenciante o poder-dever de impor
ao delinqüente a sanção criminal que a ele, juiz, afigurar-se
como expressão de um concreto balanceamento ou de uma
empírica ponderação de circunstâncias objetivas com
6
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.799 / AM
6. Apelação não provida” (fl. 17 do anexo nº 8).
Com efeito, ao contrário do que observado pelas instâncias
antecedentes, a jurisprudência desta Suprema Corte admite a
possibilidade de substituição da pena privativa de liberdade por pena
restritiva de direitos, mesmo se tratando do delito de tráfico ilícito de
entorpecentes.
É certo que, com o advento da nova Lei de Drogas (Lei nº 11.343/06),
vedou-se, por efeito do que dispõe o seu art. 44, a possibilidade de
conversão das penas privativas de liberdade em penas restritivas de
direitos precisamente em casos como o ora em exame, relativos à prática
de tráfico ilícito de entorpecentes. Dita vedação, aplicável apenas aos
delitos perpetrados na vigência do novo texto legal, todavia, foi
recentemente afastada pelo Plenário desta Suprema Corte no HC nº
97.256/RS, da relatoria do Min. Ayres Britto (DJe de 16/12/10), com
declaração incidental de inconstitucionalidade da proibição de
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, com
ementa do seguinte teor:
“HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. ART. 44
DA LEI 11.343/2006: IMPOSSIBILIDADE DE CONVERSÃO DA
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE EM PENA RESTRITIVA DE
DIREITOS.
DECLARAÇÃO
INCIDENTAL
DE
INCONSTITUCIONALIDADE. OFENSA À GARANTIA
CONSTITUCIONAL DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
(INCISO XLVI DO ART. 5º DA CF/88). ORDEM
PARCIALMENTE CONCEDIDA. 1. O processo de
individualização da pena é um caminhar no rumo da
personalização da resposta punitiva do Estado, desenvolvendo-
se em três momentos individuados e complementares: o
legislativo, o judicial e o executivo. Logo, a lei comum não tem
a força de subtrair do juiz sentenciante o poder-dever de impor
ao delinqüente a sanção criminal que a ele, juiz, afigurar-se
como expressão de um concreto balanceamento ou de uma
empírica ponderação de circunstâncias objetivas com
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 105.799 / AM
protagonizações subjetivas do fato-tipo. Implicando essa
ponderação em concreto a opção jurídico-positiva pela
prevalência do razoável sobre o racional; ditada pelo
permanente esforço do julgador para conciliar segurança
jurídica e justiça material. 2. No momento sentencial da
dosimetria da pena, o juiz sentenciante se movimenta com
ineliminável discricionariedade entre aplicar a pena de privação
ou de restrição da liberdade do condenado e uma outra que já
não tenha por objeto esse bem jurídico maior da liberdade física
do sentenciado. Pelo que é vedado subtrair da instância
julgadora a possibilidade de se movimentar com certa
discricionariedade nos quadrantes da alternatividade
sancionatória. 3. As penas restritivas de direitos são, em
essência, uma alternativa aos efeitos certamente traumáticos,
estigmatizantes e onerosos do cárcere. Não é à toa que todas
elas são comumente chamadas de penas alternativas, pois essa é
mesmo a sua natureza: constituir-se num substitutivo ao
encarceramento e suas seqüelas. E o fato é que a pena privativa
de liberdade corporal não é a única a cumprir a função
retributivo-ressocializadora ou restritivo-preventiva da sanção
penal. As demais penas também são para esse geminado papel
da retribuição-prevenção-ressocialização, e ninguém melhor do
que o juiz natural da causa para saber, no caso concreto, qual o
tipo alternativo de reprimenda é suficiente para castigar e, ao
mesmo tempo, recuperar socialmente o apenado, prevenindo
comportamentos do gênero. 4. No plano dos tratados e
convenções internacionais, aprovados e promulgados pelo
Estado brasileiro, é conferido tratamento diferenciado ao tráfico
ilícito de entorpecentes que se caracterize pelo seu menor
potencial ofensivo. Tratamento diferenciado, esse, para
possibilitar alternativas ao encarceramento. É o caso da
Convenção Contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e de
Substâncias Psicotrópicas, incorporada ao direito interno pelo
Decreto 154, de 26 de junho de 1991. Norma supralegal de
hierarquia intermediária, portanto, que autoriza cada Estado
soberano a adotar norma comum interna que viabilize a
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.799 / AM
protagonizações subjetivas do fato-tipo. Implicando essa
ponderação em concreto a opção jurídico-positiva pela
prevalência do razoável sobre o racional; ditada pelo
permanente esforço do julgador para conciliar segurança
jurídica e justiça material. 2. No momento sentencial da
dosimetria da pena, o juiz sentenciante se movimenta com
ineliminável discricionariedade entre aplicar a pena de privação
ou de restrição da liberdade do condenado e uma outra que já
não tenha por objeto esse bem jurídico maior da liberdade física
do sentenciado. Pelo que é vedado subtrair da instância
julgadora a possibilidade de se movimentar com certa
discricionariedade nos quadrantes da alternatividade
sancionatória. 3. As penas restritivas de direitos são, em
essência, uma alternativa aos efeitos certamente traumáticos,
estigmatizantes e onerosos do cárcere. Não é à toa que todas
elas são comumente chamadas de penas alternativas, pois essa é
mesmo a sua natureza: constituir-se num substitutivo ao
encarceramento e suas seqüelas. E o fato é que a pena privativa
de liberdade corporal não é a única a cumprir a função
retributivo-ressocializadora ou restritivo-preventiva da sanção
penal. As demais penas também são para esse geminado papel
da retribuição-prevenção-ressocialização, e ninguém melhor do
que o juiz natural da causa para saber, no caso concreto, qual o
tipo alternativo de reprimenda é suficiente para castigar e, ao
mesmo tempo, recuperar socialmente o apenado, prevenindo
comportamentos do gênero. 4. No plano dos tratados e
convenções internacionais, aprovados e promulgados pelo
Estado brasileiro, é conferido tratamento diferenciado ao tráfico
ilícito de entorpecentes que se caracterize pelo seu menor
potencial ofensivo. Tratamento diferenciado, esse, para
possibilitar alternativas ao encarceramento. É o caso da
Convenção Contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e de
Substâncias Psicotrópicas, incorporada ao direito interno pelo
Decreto 154, de 26 de junho de 1991. Norma supralegal de
hierarquia intermediária, portanto, que autoriza cada Estado
soberano a adotar norma comum interna que viabilize a
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 105.799 / AM
aplicação da pena substitutiva (a restritiva de direitos) no
aludido crime de tráfico ilícito de entorpecentes. 5. Ordem
parcialmente concedida tão-somente para remover o óbice da
parte final do art. 44 da Lei 11.343/2006, assim como da
expressão análoga 'vedada a conversão em penas restritivas de
direitos', constante do § 4º do art. 33 do mesmo diploma legal.
Declaração incidental de inconstitucionalidade, com efeito ex
nunc, da proibição de substituição da pena privativa de
liberdade pela pena restritiva de direitos; determinando-se ao
Juízo da execução penal que faça a avaliação das condições
objetivas e subjetivas da convolação em causa, na concreta
situação do paciente.”
No caso em análise, pondero que a negativa de substituição calcou-
se exclusivamente na vedação legal contida no art. 44 da Lei nº
11.343/06, sem qualquer menção desabonadora às condições pessoais do
paciente (a quem, inclusive, foi imposta pena no patamar mínimo legal,
com observação de que se cuida de réu primário, com personalidade sem
evidências de anormalidade), o que, a meu ver, não se afigura possível.
O legislador faculta a possibilidade de substituição com base em
critérios objetivos (a quantidade de pena cominada quando dolosa a
infração e a inexistência de violência ou grave ameaça) e subjetivos
(condições pessoais do agente do ilícito penal), e não em função do tipo
do crime. Se a Constituição Federal quisesse permitir a lei proibir a
substituição consoante o tipo criminal, teria incluído tal restrição no
tópico da vedação feita no inciso XLIII do art. 5º.
Portanto, do meu ponto de vista, a substituição da pena privativa de
liberdade pela restritiva de direitos deverá ser analisada
independentemente da natureza da infração, levando-se em consideração
a quantidade de pena cominada para a infração, a presença ou não de
violência ou grave ameaça, bem como as condições pessoais do agente,
por se tratar de direito subjetivo garantido constitucionalmente ao
indivíduo.
Ademais, entendo que, se a Constituição Federal menciona que a lei
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.799 / AM
aplicação da pena substitutiva (a restritiva de direitos) no
aludido crime de tráfico ilícito de entorpecentes. 5. Ordem
parcialmente concedida tão-somente para remover o óbice da
parte final do art. 44 da Lei 11.343/2006, assim como da
expressão análoga 'vedada a conversão em penas restritivas de
direitos', constante do § 4º do art. 33 do mesmo diploma legal.
Declaração incidental de inconstitucionalidade, com efeito ex
nunc, da proibição de substituição da pena privativa de
liberdade pela pena restritiva de direitos; determinando-se ao
Juízo da execução penal que faça a avaliação das condições
objetivas e subjetivas da convolação em causa, na concreta
situação do paciente.”
No caso em análise, pondero que a negativa de substituição calcou-
se exclusivamente na vedação legal contida no art. 44 da Lei nº
11.343/06, sem qualquer menção desabonadora às condições pessoais do
paciente (a quem, inclusive, foi imposta pena no patamar mínimo legal,
com observação de que se cuida de réu primário, com personalidade sem
evidências de anormalidade), o que, a meu ver, não se afigura possível.
O legislador faculta a possibilidade de substituição com base em
critérios objetivos (a quantidade de pena cominada quando dolosa a
infração e a inexistência de violência ou grave ameaça) e subjetivos
(condições pessoais do agente do ilícito penal), e não em função do tipo
do crime. Se a Constituição Federal quisesse permitir a lei proibir a
substituição consoante o tipo criminal, teria incluído tal restrição no
tópico da vedação feita no inciso XLIII do art. 5º.
Portanto, do meu ponto de vista, a substituição da pena privativa de
liberdade pela restritiva de direitos deverá ser analisada
independentemente da natureza da infração, levando-se em consideração
a quantidade de pena cominada para a infração, a presença ou não de
violência ou grave ameaça, bem como as condições pessoais do agente,
por se tratar de direito subjetivo garantido constitucionalmente ao
indivíduo.
Ademais, entendo que, se a Constituição Federal menciona que a lei
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 105.799 / AM
regulará a individualização da pena, é natural que ela exista. Do mesmo
modo, os critérios para a concessão ou não da substituição da pena
deverão estar harmonizados com as garantias constitucionais, sendo
necessário exigir-se sempre a fundamentação da negativa da conversão
da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, ainda que se trate
de crime hediondo ou equiparado.
Deixo consignado que tais circunstâncias não elidem a possibilidade
de o magistrado, em eventual apreciação das condições subjetivas
desfavoráveis, vir a manter a pena privativa de liberdade, desde que o
faça em razão de elementos concretos e individualizados, aptos a
demonstrar a necessidade da medida privativa de liberdade do
indivíduo, nos termos do art. 44 c/c o 59 do Código Penal.
Ante o exposto, concedo a ordem para i) reduzir a pena imposta ao
paciente na Ação Penal nº 2008.32.00.006462-2/AM - que tramitou perante
a 4ª Vara Federal de Manaus/AM - para um (1) ano, onze (11) meses e dez
(10) dias de reclusão e para cento e noventa e quatro (194) dias-multa, no
valor unitário mínimo legal, expedindo-se o competente alvará de soltura
clausulado caso já cumprida integralmente a reprimenda corporal
imposta, e ii) determinar ao Juízo responsável pela execução da pena que
analise os requisitos necessários à substituição da pena privativa de
liberdade pela restritiva de direitos, ou pela conjugação dessa com a de
multa, nos moldes do que alude o art. 44 do CP (cf. precedente desta
Suprema Corte no HC nº 97.500/MG, Segunda Turma, da relatoria do
Min. Eros Grau, DJe de 25/6/10).
Comunique-se com urgência.
É como voto.
9
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.799 / AM
regulará a individualização da pena, é natural que ela exista. Do mesmo
modo, os critérios para a concessão ou não da substituição da pena
deverão estar harmonizados com as garantias constitucionais, sendo
necessário exigir-se sempre a fundamentação da negativa da conversão
da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, ainda que se trate
de crime hediondo ou equiparado.
Deixo consignado que tais circunstâncias não elidem a possibilidade
de o magistrado, em eventual apreciação das condições subjetivas
desfavoráveis, vir a manter a pena privativa de liberdade, desde que o
faça em razão de elementos concretos e individualizados, aptos a
demonstrar a necessidade da medida privativa de liberdade do
indivíduo, nos termos do art. 44 c/c o 59 do Código Penal.
Ante o exposto, concedo a ordem para i) reduzir a pena imposta ao
paciente na Ação Penal nº 2008.32.00.006462-2/AM - que tramitou perante
a 4ª Vara Federal de Manaus/AM - para um (1) ano, onze (11) meses e dez
(10) dias de reclusão e para cento e noventa e quatro (194) dias-multa, no
valor unitário mínimo legal, expedindo-se o competente alvará de soltura
clausulado caso já cumprida integralmente a reprimenda corporal
imposta, e ii) determinar ao Juízo responsável pela execução da pena que
analise os requisitos necessários à substituição da pena privativa de
liberdade pela restritiva de direitos, ou pela conjugação dessa com a de
multa, nos moldes do que alude o art. 44 do CP (cf. precedente desta
Suprema Corte no HC nº 97.500/MG, Segunda Turma, da relatoria do
Min. Eros Grau, DJe de 25/6/10).
Comunique-se com urgência.
É como voto.
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Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 105.799 AMAZONAS
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, quanto à
segunda parte, acompanho o relator, mas, na primeira, tenho como...
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Sem a redução.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Como?
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Sem
reduzir, portanto.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – É sem...
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Que
Vossa Excelência está reduzindo.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Não, Sua Excelência já
está operando a redução máxima.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Sim, eu votei no sentido de reduzir.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Já opera?
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Sim.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A justificativa,
Presidente – e a questão se resolve no campo da justiça ou injustiça, e não
no campo da ilegalidade, não é? Por isso, peço vênia para conceder
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Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 105.799 AMAZONAS
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, quanto à
segunda parte, acompanho o relator, mas, na primeira, tenho como...
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Sem a redução.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Como?
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Sem
reduzir, portanto.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – É sem...
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Que
Vossa Excelência está reduzindo.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Não, Sua Excelência já
está operando a redução máxima.
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Sim, eu votei no sentido de reduzir.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Já opera?
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Sim.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – A justificativa,
Presidente – e a questão se resolve no campo da justiça ou injustiça, e não
no campo da ilegalidade, não é? Por isso, peço vênia para conceder
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Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
HC 105.799 / AM
parcialmente a ordem, e mesmo assim, ante a decisão do Plenário,
entendendo aplicável o princípio da substituição da pena restritiva de
liberdade pela restritiva de direitos.
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 105.799 / AM
parcialmente a ordem, e mesmo assim, ante a decisão do Plenário,
entendendo aplicável o princípio da substituição da pena restritiva de
liberdade pela restritiva de direitos.
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 17
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 105.799 AMAZONAS
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Eu
também peço vênia ao Ministro-Relator para acompanhar a divergência
iniciada pelo Ministro Marco Aurélio e continuar votando no sentido que
tenho votado, considerando que, a meu ver, houve uma motivação que,
embora não seja um primor, seria o suficiente.
Concedo parcialmente nesses termos.
* * * * * *
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
11/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 105.799 AMAZONAS
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) - Eu
também peço vênia ao Ministro-Relator para acompanhar a divergência
iniciada pelo Ministro Marco Aurélio e continuar votando no sentido que
tenho votado, considerando que, a meu ver, houve uma motivação que,
embora não seja um primor, seria o suficiente.
Concedo parcialmente nesses termos.
* * * * * *
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 17
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Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 105.799
PROCED. : AMAZONAS
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S) : JONY FIDELES MAIA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Por empate na votação, a Turma concedeu a ordem de
habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Votaram pela
concessão parcial da ordem o Senhor Ministro Marco Aurélio e a
Senhora Ministra Cármen Lúcia, Presidente. 1ª Turma, 11.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocuradora-Geral da República, Dra. Cláudia Sampaio
Marques.
Carmen Lilian
Coordenadora
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Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 105.799
PROCED. : AMAZONAS
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S) : JONY FIDELES MAIA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Por empate na votação, a Turma concedeu a ordem de
habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Votaram pela
concessão parcial da ordem o Senhor Ministro Marco Aurélio e a
Senhora Ministra Cármen Lúcia, Presidente. 1ª Turma, 11.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocuradora-Geral da República, Dra. Cláudia Sampaio
Marques.
Carmen Lilian
Coordenadora
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 17
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1571628 | 2011-10-11T00:00:00 | 2011-11-16T00:00:00 | Por empate na votação, a Turma concedeu a ordem de habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Votaram pela concessão parcial da ordem o Senhor Ministro Marco Aurélio e a Senhora Ministra Cármen Lúcia, Presidente. 1ª Turma, 11.10.2011. | HABEAS CORPUS | EMENTA
Habeas corpus. Tráfico de entorpecentes. Causa de diminuição de pena (art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/06). Eleição do grau de redução. Ausência de motivação idônea para a redução em grau intermediário. Conversão da pena privativa de liberdade em pena restritiva de direitos. Possibilidade. Precedentes. Ordem concedida.
1. A mera reiteração dos requisitos legais não supre a necessidade de fundamentação quanto à eleição do grau de redução pela minorante do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/06.
2. Reduz-se a pena imposta ao paciente na Ação Penal nº 2008.32.00.006462-2/AM - que tramitou perante a 4ª Vara Federal de Manaus/AM - para um (1) ano, onze (11) meses e dez (10) dias de reclusão e cento e noventa e quatro (194) dias-multa, no valor unitário mínimo legal, com determinação de expedição do competente alvará de soltura clausulado caso já cumprida integralmente a reprimenda corporal imposta.
3. A jurisprudência desta Suprema Corte admite a possibilidade de substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, mesmo se tratando do delito de tráfico ilícito de entorpecentes. Precedentes.
4. Ordem concedida. | sjur201525 | - Acórdãos citados: HC 97256 - Tribunal Pleno, HC 97500, HC
105278.
- Veja AI 1292442 AgRg do STJ e Ação Penal 2008.32.00.006462-2
da 4ª Vara Federal de Manaus/AM.
Número de páginas: 17.
Análise: 25/11/2011, ACG.
Revisão: 02/12/2011, IMC. | DIAS TOFFOLI | Primeira Turma | 105799 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00005 INC-00043 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED DEL-002848 ANO-1940\r\n ART-00044 ART-00059 \r\n CP-1940 CÓDIGO PENAL\r\n",
"LEG-FED LEI-011343 ANO-2006\r\n ART-00033 PAR-00004 ART-00044 \r\n LTX-2006 LEI DE TÓXICOS"
] | HC | acordaos | HC 105799 | [
""
] | PACTE.(S) : JONY FIDELES MAIA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 105 . 799",
"Ação Penal [UNK] 2008 . 32 . 00 . 006462 - 2 / AM",
"HC 105 . 799 / AM",
"HC 105 . 799 / AM",
"HABEAS CORPUS 105 . 799 AMAZONAS",
"AI [UNK] 1 . 292 . 442 / AM",
"HABEAS CORPUS 105 . 799 AMAZONAS",
"AI [UNK] 1 . 292 . 442 / AM",
"HC 105 .",
"HC 105 . 799 / AM Geral da",
"HABEAS CORPUS 105 . 799",
"AI [UNK] 1 . 292 . 442 / AM",
"Súmula 83 / STJ",
"HABEAS CORPUS 105 . 799",
"Súmula 83 / STJ",
"HC 105 . 799 / AM",
"AgRg no Ag 1166436 / RJ",
"HC 105 . 799 / AM",
"AgRg no Ag 1166436 / RJ",
"HC 105 . 799 / AM",
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"HC 97 . 256",
"HC [UNK] 105 . 278 / RN",
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"HC 97 . 256",
"HC [UNK] 105 . 278 / RN",
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"Súmula 231 do STJ",
"HC 105 . 799 / AM",
"Súmula 231 do STJ",
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"HC [UNK] 97 . 256 / RS",
"HC 105 . 799 / AM",
"HC [UNK] 97 . 256 / RS",
"HC 105 . 799 / AM",
"HC 105 . 799 / AM",
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"HC 105 . 799 / AM",
"HC 105 . 799 / AM",
"Ação Penal [UNK] 2008 . 32 . 00 . 006462 - 2 / AM",
"HC [UNK] 97 . 500 / MG",
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"HC [UNK] 97 . 500 / MG",
"HABEAS CORPUS 105 . 799 AMAZONAS",
"HABEAS CORPUS 105 . 799 AMAZONAS",
"HC 105 . 799 / AM",
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"HABEAS CORPUS 105 . 799"
],
"LEGISLACAO": [
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 33 , § [UNK] da lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"art . 33 , da Lei 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"§ [UNK] do art . 33 da Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei n . 11 . 343 / 2006",
"art . 42 da Lei 11 . 343 / 2006",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei n . 11 . 343 / 2006",
"art . 42 da Lei 11 . 343",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso IX do art . 93 da Constituição Federal",
"art . 59 do Código Penal",
"art . 59 do Código Penal",
"inciso XLVI do art . [UNK]",
"inciso IX do art . 93 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2",
"inciso IX do art . 93 da Constituição Federal",
"art . 59 do Código Penal",
"art . 59 do Código Penal",
"inciso XLVI do art . [UNK] e",
"inciso IX do art . 93 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"art . 44 do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"art . 44 do Código Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] da Lei n . 11 . 343 / 2006",
"ART . 33 , CAPUT , C / C O ART . 40 , I , TODOS DA LEI 11 . 343 / 06",
"art . 65 , III , ‘ b ’ , do CP",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei 11 . 343 / 06",
"art . 42 da Lei",
"Lei de Drogas",
"Lei 11 . 343 / 06",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] da Lei n . 11 . 343 / 2006",
"ART . 33 , CAPUT , C",
"ART . 40 , I , TODOS DA LEI 11 . 343 / 06",
"art . 65 , III , ‘ b",
"§ [UNK] do art . 33 da Lei 11 . 343 / 06",
"art . 42 da Lei 11 . 343 / 06",
"Lei de Drogas",
"Lei 11 . 343 / 06",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei de Drogas",
"Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"ART . 44 DA LEI 11 . 343 / 2006",
"INCISO XLVI DO ART . [UNK] DA CF / 88",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei de Drogas",
"Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"ART . 44 DA LEI 11 . 343 / 2006",
"INCISO XLVI DO ART . [UNK] DA CF / 88",
"MP n° 2 .",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Convenção Contra o Tráfico Ilícito de",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"Decreto 154",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"Constituição Federal",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 44 c / c o 59 do Código Penal",
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 44 c / c o 59 do Código Penal",
"art . 44 do CP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
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"Brasília",
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"Manaus",
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],
"PESSOA": [
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"Cármen Lúcia",
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"DIAS TOFFOLI",
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"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
"/",
"12",
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"10",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
"/",
"12",
"/",
"10",
"24",
"/",
"08",
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"2001",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"26 de junho de 1991",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"26 de junho de 1991",
"24",
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"08",
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"2001",
"24",
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"08",
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"2001",
"24",
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"08",
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"2001",
"24",
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"08",
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"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"6",
"/",
"10",
"24",
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"08",
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"2001",
"25",
"/",
"6",
"/",
"10",
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"2001",
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"08",
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"11",
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"24",
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"2001",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
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"2001",
"11",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"11",
"/",
"10",
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"2011",
"24",
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"08",
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"2001",
"24",
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"2001",
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".",
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"2011",
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"2011",
"24",
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"2001",
"24",
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"08",
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"2001"
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Ementa e Acórdão
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 108.687 PARÁ
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S)
:ANTONIO SÉRGIO BARATA DA SILVA
IMPTE.(S)
:MARCOS VINICIUS NASCIMENTO DE ALMEIDA
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA
Habeas corpus. Processual Penal. Crimes de competência do
Tribunal do Júri. Pronúncia. Omissões e nulidades da decisão não
analisadas pelo Superior Tribunal de Justiça. Supressão de instância.
Ausência dos pressupostos autorizadores da segregação cautelar.
Manutenção da prisão preventiva em sede de pronúncia. Novo título.
Writ não conhecido.
1. Configuraria verdadeira supressão de instância analisar os
argumentos acerca da alegada falta de motivação e fundamentação da
decisão de pronúncia ainda não submetidos ao crivo do Superior Tribunal
de Justiça.
2. No que concerne à alegada inidoneidade do decreto prisional, por
exarar de juiz incompetente, e à falta de motivação idônea a justificar a
privação da liberdade do paciente, os temas restaram prejudicados, em
decorrência do julgamento do HC nº 135.237/PA e da concessão parcial da
ordem para que o juiz prolator da decisão de pronúncia suprisse a
omissão da sentença quanto à necessidade da manutenção ou da
revogação da prisão, ordem essa devidamente cumprida pelo Juízo
competente. Não é igualmente possível esta Suprema Corte conhecer
diretamente dessa matéria, per saltum, sob pena de dupla supressão de
instância.
3. Impetração não conhecida.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência da Sra.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1569928.
Supremo Tribunal Federal
DJe 29/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 15
Ementa e Acórdão
HC 108.687 / PA
Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das
notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em não conhecer da
ordem de habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Ficou vencido o
Senhor Ministro Marco Aurélio quanto à concessão da ordem de ofício.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1569928.
Supremo Tribunal Federal
HC 108.687 / PA
Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das
notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em não conhecer da
ordem de habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Ficou vencido o
Senhor Ministro Marco Aurélio quanto à concessão da ordem de ofício.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1569928.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 15
Relatório
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 108.687 PARÁ
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S)
:ANTONIO SÉRGIO BARATA DA SILVA
IMPTE.(S)
:MARCOS VINICIUS NASCIMENTO DE ALMEIDA
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pelo advogado
Marcos Vinícius Nascimento de Almeida em favor de Antônio Sérgio
Barata da Silva, buscando a revogação da prisão preventiva do paciente.
Aponta como autoridade coatora a Sexta Turma do Superior
Tribunal de Justiça, que concedeu parcialmente a ordem no HC nº
135.237/PA impetrado àquela Corte, Relator o Ministro Haroldo
Rodrigues.
O impetrante sustenta o constrangimento ilegal imposto ao paciente,
pois ausentes os fundamentos legais para justificar a sua custódia
cautelar, nos termos do art. 312 do Código de Processo Penal.
Defende que a sentença de pronúncia teria afrontado o art. 93, inciso
IX, da Constituição Federal, pois teria silenciado sobre as razões
justificadoras da manutenção daquela custódia.
Entende, também, ter havido “falta de motivação e fundamentação da
sentença de pronúncia, omissa: a) quanto à prova da materialidade de crime e de
indício de autoria: b) quanto à análise das qualificadoras e agravantes contidas
na denúncia (...)” (fl. 16 da inicial – grifos conforme o original).
Requer o deferimento da liminar para revogar a prisão preventiva
do paciente e, no mérito, pede a sua confirmação.
Indeferi o pedido de liminar e solicitei informações à autoridade
apontada como coatora, que foram devidamente prestadas
Por meio da petição/STF nº 73.082/11, interpôs o paciente agravo
regimental contra a decisão que indeferiu a concessão da medida liminar,
que foi recebida como pedido de reconsideração e denegada.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1569924.
Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 108.687 PARÁ
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S)
:ANTONIO SÉRGIO BARATA DA SILVA
IMPTE.(S)
:MARCOS VINICIUS NASCIMENTO DE ALMEIDA
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pelo advogado
Marcos Vinícius Nascimento de Almeida em favor de Antônio Sérgio
Barata da Silva, buscando a revogação da prisão preventiva do paciente.
Aponta como autoridade coatora a Sexta Turma do Superior
Tribunal de Justiça, que concedeu parcialmente a ordem no HC nº
135.237/PA impetrado àquela Corte, Relator o Ministro Haroldo
Rodrigues.
O impetrante sustenta o constrangimento ilegal imposto ao paciente,
pois ausentes os fundamentos legais para justificar a sua custódia
cautelar, nos termos do art. 312 do Código de Processo Penal.
Defende que a sentença de pronúncia teria afrontado o art. 93, inciso
IX, da Constituição Federal, pois teria silenciado sobre as razões
justificadoras da manutenção daquela custódia.
Entende, também, ter havido “falta de motivação e fundamentação da
sentença de pronúncia, omissa: a) quanto à prova da materialidade de crime e de
indício de autoria: b) quanto à análise das qualificadoras e agravantes contidas
na denúncia (...)” (fl. 16 da inicial – grifos conforme o original).
Requer o deferimento da liminar para revogar a prisão preventiva
do paciente e, no mérito, pede a sua confirmação.
Indeferi o pedido de liminar e solicitei informações à autoridade
apontada como coatora, que foram devidamente prestadas
Por meio da petição/STF nº 73.082/11, interpôs o paciente agravo
regimental contra a decisão que indeferiu a concessão da medida liminar,
que foi recebida como pedido de reconsideração e denegada.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 15
Relatório
HC 108.687 / PA
O Ministério Público Federal, em parecer da lavra do ilustre
Subprocurador-Geral da República Dr. Mario José Gisi, opinou pelo não
conhecimento da impetração e, caso conhecida, pela denegação da ordem
(anexo de instrução nº 87).
É o relatório.
2
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1569924.
Supremo Tribunal Federal
HC 108.687 / PA
O Ministério Público Federal, em parecer da lavra do ilustre
Subprocurador-Geral da República Dr. Mario José Gisi, opinou pelo não
conhecimento da impetração e, caso conhecida, pela denegação da ordem
(anexo de instrução nº 87).
É o relatório.
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 15
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 108.687 PARÁ
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Conforme relatado, volta-se esta impetração contra ato da Sexta
Turma do Superior Tribunal de Justiça, que concedeu parcialmente a
ordem no HC nº 135.237/PA impetrado àquela Corte, sendo Relator o
Ministro Haroldo Rodrigues.
Busca o impetrante ver reconhecida: “1) a inidoneidade do decreto de
prisão preventiva exarado por juiz que mais adiante se declarou incompetente em
razão da natureza da infração; 2) a desmotivação do decreto prisional fundado
nas hipóteses do clamor público, da gravidade abstrata do fato e da presumida
periculosidade do réu; 3) a falta de motivação e fundamentação da sentença de
pronúncia, omissa: a) quanto à prova da materialidade de crime e de indício de
autoria: b) quanto à análise das qualificadoras e agravantes contidas na
denúncia, e, c) quanto às razões de manter o paciente encarcerado.” (fl. 16 da
petição inicial).
Eis a ementa da decisão impugnada mediante o presente writ:
“PENAL.
HABEAS
CORPUS.
HOMICÍDIO
TRIPLAMENTE QUALIFICADO E OCULTAÇÃO DE
CADÁVER. PRISÃO PREVENTIVA. GARANTIA DA ORDEM
PÚBLICA. DECISÃO FUNDAMENTADA. PERICULOSIDADE
CONCRETA. RISCO DE REITERAÇÃO DELITIVA. CUSTÓDIA
DECRETADA
POR
JUÍZO
INCOMPETENTE.
INOCORRÊNCIA. NECESSIDADE DA PRISÃO RATIFICADA.
PRONÚNCIA. NOVO TÍTULO. OMISSÃO SOBRE
MANUTENÇÃO OU REVOGAÇÃO DA PRISÃO.
CONSTRANGIMENTO
RECONHECIDO.
ORDEM
CONCEDIDA EM PARTE.
1. É fundamentada a decisão que justifica a imposição e a
manutenção da custódia cautelar indicando elementos
concretos para essa finalidade, notadamente as circunstâncias
em que o menor de 4 anos desapareceu - percebida a sua falta
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 108.687 PARÁ
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Conforme relatado, volta-se esta impetração contra ato da Sexta
Turma do Superior Tribunal de Justiça, que concedeu parcialmente a
ordem no HC nº 135.237/PA impetrado àquela Corte, sendo Relator o
Ministro Haroldo Rodrigues.
Busca o impetrante ver reconhecida: “1) a inidoneidade do decreto de
prisão preventiva exarado por juiz que mais adiante se declarou incompetente em
razão da natureza da infração; 2) a desmotivação do decreto prisional fundado
nas hipóteses do clamor público, da gravidade abstrata do fato e da presumida
periculosidade do réu; 3) a falta de motivação e fundamentação da sentença de
pronúncia, omissa: a) quanto à prova da materialidade de crime e de indício de
autoria: b) quanto à análise das qualificadoras e agravantes contidas na
denúncia, e, c) quanto às razões de manter o paciente encarcerado.” (fl. 16 da
petição inicial).
Eis a ementa da decisão impugnada mediante o presente writ:
“PENAL.
HABEAS
CORPUS.
HOMICÍDIO
TRIPLAMENTE QUALIFICADO E OCULTAÇÃO DE
CADÁVER. PRISÃO PREVENTIVA. GARANTIA DA ORDEM
PÚBLICA. DECISÃO FUNDAMENTADA. PERICULOSIDADE
CONCRETA. RISCO DE REITERAÇÃO DELITIVA. CUSTÓDIA
DECRETADA
POR
JUÍZO
INCOMPETENTE.
INOCORRÊNCIA. NECESSIDADE DA PRISÃO RATIFICADA.
PRONÚNCIA. NOVO TÍTULO. OMISSÃO SOBRE
MANUTENÇÃO OU REVOGAÇÃO DA PRISÃO.
CONSTRANGIMENTO
RECONHECIDO.
ORDEM
CONCEDIDA EM PARTE.
1. É fundamentada a decisão que justifica a imposição e a
manutenção da custódia cautelar indicando elementos
concretos para essa finalidade, notadamente as circunstâncias
em que o menor de 4 anos desapareceu - percebida a sua falta
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 15
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 108.687 / PA
momentos após a saída do acusado, aliada a insistência anterior
dele para que a irmã da vítima o acompanhasse -; as
contradições nos depoimentos prestados; além do risco de
reiteração delitiva, estando o paciente indiciado pela prática de
delitos contra a vida e contra a liberdade sexual, inclusive com
condenação em outra comarca, justificada a segregação
antecipada para a garantia da ordem pública.
2. Não há que se falar em prisão decorrente de autoridade
incompetente quando, após a declinação da competência, o
Magistrado responsável pela 2ª Vara de Bragança/PA – a
competente para julgamento dos crimes dolosos contra a vida
naquela Comarca -, ao apreciar pedido de revogação da
custódia cautelar, afirma expressamente que estavam ‘presentes
os motivos que determinaram a decretação da prisão preventiva
do paciente’ e indefere pedido de revogação da medida por
entendê-la necessária.
3. A sentença de pronúncia constitui novo título a justificar
a custódia cautelar, ficando superadas as alegações deduzidas
contra as decisões que decretaram e mantiveram a prisão.
Constata-se, contudo, que o Juiz de piso omitiu-se ao deixar de
se manifestar sobre a necessidade de manutenção ou revogação
da segregação antecipada.
4. Se por um lado, a omissão verificada na pronúncia não
pode ser entendida como uma justificativa à manutenção do
status quo do pronunciado, ou seja, uma ratificação dos
motivos que ensejaram a decretação e manutenção da
segregação antecipada, por outro, não equivale a uma
declaração de que ausentes os requisitos da custódia cautelar,
em contradição com todas as decisões proferidas até aquele
momento processual, que afirmavam de forma explícita a
necessidade da imposição da medida extrema.
5. Dessa forma, mantida a pronúncia, deve ser
determinado que o Magistrado supra a omissão, manifestando-
se sobre a necessidade de revogação ou manutenção da prisão.
Tal procedimento afasta o risco de indevida supressão de
instância, atende a determinação constitucional de motivação
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 108.687 / PA
momentos após a saída do acusado, aliada a insistência anterior
dele para que a irmã da vítima o acompanhasse -; as
contradições nos depoimentos prestados; além do risco de
reiteração delitiva, estando o paciente indiciado pela prática de
delitos contra a vida e contra a liberdade sexual, inclusive com
condenação em outra comarca, justificada a segregação
antecipada para a garantia da ordem pública.
2. Não há que se falar em prisão decorrente de autoridade
incompetente quando, após a declinação da competência, o
Magistrado responsável pela 2ª Vara de Bragança/PA – a
competente para julgamento dos crimes dolosos contra a vida
naquela Comarca -, ao apreciar pedido de revogação da
custódia cautelar, afirma expressamente que estavam ‘presentes
os motivos que determinaram a decretação da prisão preventiva
do paciente’ e indefere pedido de revogação da medida por
entendê-la necessária.
3. A sentença de pronúncia constitui novo título a justificar
a custódia cautelar, ficando superadas as alegações deduzidas
contra as decisões que decretaram e mantiveram a prisão.
Constata-se, contudo, que o Juiz de piso omitiu-se ao deixar de
se manifestar sobre a necessidade de manutenção ou revogação
da segregação antecipada.
4. Se por um lado, a omissão verificada na pronúncia não
pode ser entendida como uma justificativa à manutenção do
status quo do pronunciado, ou seja, uma ratificação dos
motivos que ensejaram a decretação e manutenção da
segregação antecipada, por outro, não equivale a uma
declaração de que ausentes os requisitos da custódia cautelar,
em contradição com todas as decisões proferidas até aquele
momento processual, que afirmavam de forma explícita a
necessidade da imposição da medida extrema.
5. Dessa forma, mantida a pronúncia, deve ser
determinado que o Magistrado supra a omissão, manifestando-
se sobre a necessidade de revogação ou manutenção da prisão.
Tal procedimento afasta o risco de indevida supressão de
instância, atende a determinação constitucional de motivação
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 15
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 108.687 / PA
das decisões judiciais, inscrita no artigo 93, IX da Carta Magna,
bem como a regra expressa no parágrafo 3º do art. 413 do
Código de Processo Penal, com a redação dada pela Lei nº
11.689, de 9 de junho de 2008.
6. Habeas corpus concedido em parte para, mantida a
pronúncia, determinar que o Juiz de primeiro grau supra a
omissão da sentença relativa a necessidade da manutenção ou
revogação da prisão” (www.stj.jus.br).
Essas são as razões pelas quais se insurge o impetrante neste writ.
Pelo que se tem no julgado proferido pela Sexta Turma do Superior
Tribunal de Justiça, não se vislumbra ilegalidade flagrante, abuso de
poder ou teratologia que justifique a concessão da ordem. Com efeito, o
acórdão proferido por aquela Corte encontra-se suficientemente
fundamentado, restando, assim, justificado o convencimento formado.
De início, destaco que, no que concerne à alegada falta de motivação
e de fundamentação da decisão de pronúncia “a) quanto à prova da
materialidade de crime e de indício de autoria: e b) quanto à análise das
qualificadoras e agravantes contidas na denúncia”, em consonância com
informação prestada pela Secretaria Judiciária do Tribunal de Justiça do
Estado do Pará, foi julgado perante aquela Corte estadual o recurso em
sentido estrito interposto pelo paciente contra a decisão de pronúncia
(Recurso Penal em Sentido Estrito nº 2009.3003892-9), sede adequada à
apreciação desses temas, ao qual se negou provimento, estando o feito,
atualmente, em fase de decisão sobre a admissibilidade de recursos
extraordinário e especial interpostos pela defesa (anexo de instrução nº
82). Verifica-se, assim, a impossibilidade de conhecimento da matéria, per
saltum, por esta Suprema Corte, sob pena de indevida supressão de
instância.
No que concerne à alegada inidoneidade do decreto prisional, por
exarar de juiz incompetente, e à falta de motivação idônea a justificar a
privação da liberdade do paciente, saliento que esses temas restaram
prejudicados, em decorrência do julgamento do HC nº 135.237/PA pelo
Superior Tribunal de Justiça, uma vez que, concedida em parte a ordem
3
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
HC 108.687 / PA
das decisões judiciais, inscrita no artigo 93, IX da Carta Magna,
bem como a regra expressa no parágrafo 3º do art. 413 do
Código de Processo Penal, com a redação dada pela Lei nº
11.689, de 9 de junho de 2008.
6. Habeas corpus concedido em parte para, mantida a
pronúncia, determinar que o Juiz de primeiro grau supra a
omissão da sentença relativa a necessidade da manutenção ou
revogação da prisão” (www.stj.jus.br).
Essas são as razões pelas quais se insurge o impetrante neste writ.
Pelo que se tem no julgado proferido pela Sexta Turma do Superior
Tribunal de Justiça, não se vislumbra ilegalidade flagrante, abuso de
poder ou teratologia que justifique a concessão da ordem. Com efeito, o
acórdão proferido por aquela Corte encontra-se suficientemente
fundamentado, restando, assim, justificado o convencimento formado.
De início, destaco que, no que concerne à alegada falta de motivação
e de fundamentação da decisão de pronúncia “a) quanto à prova da
materialidade de crime e de indício de autoria: e b) quanto à análise das
qualificadoras e agravantes contidas na denúncia”, em consonância com
informação prestada pela Secretaria Judiciária do Tribunal de Justiça do
Estado do Pará, foi julgado perante aquela Corte estadual o recurso em
sentido estrito interposto pelo paciente contra a decisão de pronúncia
(Recurso Penal em Sentido Estrito nº 2009.3003892-9), sede adequada à
apreciação desses temas, ao qual se negou provimento, estando o feito,
atualmente, em fase de decisão sobre a admissibilidade de recursos
extraordinário e especial interpostos pela defesa (anexo de instrução nº
82). Verifica-se, assim, a impossibilidade de conhecimento da matéria, per
saltum, por esta Suprema Corte, sob pena de indevida supressão de
instância.
No que concerne à alegada inidoneidade do decreto prisional, por
exarar de juiz incompetente, e à falta de motivação idônea a justificar a
privação da liberdade do paciente, saliento que esses temas restaram
prejudicados, em decorrência do julgamento do HC nº 135.237/PA pelo
Superior Tribunal de Justiça, uma vez que, concedida em parte a ordem
3
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1569925.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 15
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 108.687 / PA
para que o juiz prolator da decisão de pronúncia (portanto, o juiz
competente para decidir sobre a privação da liberdade individual do
paciente) suprisse a omissão da sentença quanto à necessidade da
manutenção ou revogação da prisão, foi esta determinação devidamente
cumprida pelo Juízo competente, o da 2ª Vara Judicial da Comarca de
Bragança/PA (anexo de instrução nº 81).
Tenho, assim, que, cuidando-se, agora, de prisão calcada em título
distinto (a decisão de pronúncia), não cabe, também, a esta Suprema
Corte, de forma originária, analisar, per saltum, a conformidade, ou não,
do novo título prisional.
Apenas para registro, observo que também não vislumbro a
possibilidade de concessão da ordem de ofício, pois, da análise do ato
decisório que manteve a prisão cautelar do paciente, verifico que
vislumbrou o Magistrado a permanência dos fundamentos autorizadores
da segregação processual, negando ao paciente o direito de recorrer em
liberdade, nos seguintes termos:
“Diante da decisão do Venerando Superior Tribunal de
Justiça no julgamento do Habeas Corpus nº 135237/PA, em
sessão de 03.05.3011, comunicada a este juízo por telegrama, e
eme comprimento dessa decisão, passo a manifestar-me sobre a
prisão do réu, em complemento da sentença de pronúncia de
fls. 602 e seguintes, conforme determina o CPP (art. 413, § 3º):
A prisão preventiva do acusado foi decretada nos termos
da decisão de fls. 70 e 71 dos autos, onde pesaram o clamor
púbico e a consternação que o fato causou na comunidade de
Bragança por ter como vítima uma criança de quatro anos de
idade, que não oferece mínima resistência à ação do agente,
tampouco tem como defender-se, em tais circunstâncias.
Pesaram ainda os métodos utilizados pelo agente para
arrebatar a vítima e o modo de execução do ato, bem como o
local onde o corpo da inocente vítima foi localizado.
Esses fatores são absorvidos pelo fundamento da garantia
da Ordem Pública, que, conforme a doutrina e decisões de
tribunais, tem por finalidade não só prevenir a reprodução de
4
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Supremo Tribunal Federal
HC 108.687 / PA
para que o juiz prolator da decisão de pronúncia (portanto, o juiz
competente para decidir sobre a privação da liberdade individual do
paciente) suprisse a omissão da sentença quanto à necessidade da
manutenção ou revogação da prisão, foi esta determinação devidamente
cumprida pelo Juízo competente, o da 2ª Vara Judicial da Comarca de
Bragança/PA (anexo de instrução nº 81).
Tenho, assim, que, cuidando-se, agora, de prisão calcada em título
distinto (a decisão de pronúncia), não cabe, também, a esta Suprema
Corte, de forma originária, analisar, per saltum, a conformidade, ou não,
do novo título prisional.
Apenas para registro, observo que também não vislumbro a
possibilidade de concessão da ordem de ofício, pois, da análise do ato
decisório que manteve a prisão cautelar do paciente, verifico que
vislumbrou o Magistrado a permanência dos fundamentos autorizadores
da segregação processual, negando ao paciente o direito de recorrer em
liberdade, nos seguintes termos:
“Diante da decisão do Venerando Superior Tribunal de
Justiça no julgamento do Habeas Corpus nº 135237/PA, em
sessão de 03.05.3011, comunicada a este juízo por telegrama, e
eme comprimento dessa decisão, passo a manifestar-me sobre a
prisão do réu, em complemento da sentença de pronúncia de
fls. 602 e seguintes, conforme determina o CPP (art. 413, § 3º):
A prisão preventiva do acusado foi decretada nos termos
da decisão de fls. 70 e 71 dos autos, onde pesaram o clamor
púbico e a consternação que o fato causou na comunidade de
Bragança por ter como vítima uma criança de quatro anos de
idade, que não oferece mínima resistência à ação do agente,
tampouco tem como defender-se, em tais circunstâncias.
Pesaram ainda os métodos utilizados pelo agente para
arrebatar a vítima e o modo de execução do ato, bem como o
local onde o corpo da inocente vítima foi localizado.
Esses fatores são absorvidos pelo fundamento da garantia
da Ordem Pública, que, conforme a doutrina e decisões de
tribunais, tem por finalidade não só prevenir a reprodução de
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 15
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 108.687 / PA
fatos criminosos que repugnam e despertam na comunidade o
sentimento de justiça, mas ainda resguardar o meio social e a
credibilidade da justiça diante da gravidade do fato.
Sendo pois a prisão cautelar de caráter rebus sic
stantibus, vejo ainda presentes no dia-a-dia da comunidade,
que se reflete na vida forense da Comarca, este clamor e esta
consternação.
Eis porque, com base no preceito do art. 314, § 3º, do CPP,
decido pela manutenção do réu na prisão em que se encontra”
(anexo de instrução nº 81).
Assim, entendo que, estando a manutenção da prisão cautelar, na
espécie, baseada em fatos concretos observados por aquele Juízo, não é
cabível, neste momento, substituir-se esta Suprema Corte às instâncias
antecedentes.
Aliás, outro não foi o entendimento do Parquet Federal. Lê-se no
parecer:
“Preliminarmente, nota-se que a alegada ausência de
fundamentação da pronúncia no tocante à prova da
materialidade do crime, aos indícios de autoria, às
qualificadoras e às agravantes não pode ser conhecida, pois tal
matéria não foi apreciada pelo Superior Tribunal de Justiça.
Entender de modo contrário implicaria em indevida supressão
de instância.
(...)
Ainda que tal óbice fosse superado, verifica-se que a
prisão preventiva está devidamente fundamentada, havendo
motivos mais que suficientes para a manutenção da custódia. É
indiscutível a periculosidade do paciente, que já foi indiciado
por crimes contra a vida e contra a liberdade sexual, com uma
condenação em outra comarca, sempre utilizando-se de
métodos afetivos para conquista da confiança e hospitalidade
da vítima.
De observar-se, ainda, que, ao contrário do que afirmado
na exordial, a gravidade do crime e a sua repercussão social,
5
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Supremo Tribunal Federal
HC 108.687 / PA
fatos criminosos que repugnam e despertam na comunidade o
sentimento de justiça, mas ainda resguardar o meio social e a
credibilidade da justiça diante da gravidade do fato.
Sendo pois a prisão cautelar de caráter rebus sic
stantibus, vejo ainda presentes no dia-a-dia da comunidade,
que se reflete na vida forense da Comarca, este clamor e esta
consternação.
Eis porque, com base no preceito do art. 314, § 3º, do CPP,
decido pela manutenção do réu na prisão em que se encontra”
(anexo de instrução nº 81).
Assim, entendo que, estando a manutenção da prisão cautelar, na
espécie, baseada em fatos concretos observados por aquele Juízo, não é
cabível, neste momento, substituir-se esta Suprema Corte às instâncias
antecedentes.
Aliás, outro não foi o entendimento do Parquet Federal. Lê-se no
parecer:
“Preliminarmente, nota-se que a alegada ausência de
fundamentação da pronúncia no tocante à prova da
materialidade do crime, aos indícios de autoria, às
qualificadoras e às agravantes não pode ser conhecida, pois tal
matéria não foi apreciada pelo Superior Tribunal de Justiça.
Entender de modo contrário implicaria em indevida supressão
de instância.
(...)
Ainda que tal óbice fosse superado, verifica-se que a
prisão preventiva está devidamente fundamentada, havendo
motivos mais que suficientes para a manutenção da custódia. É
indiscutível a periculosidade do paciente, que já foi indiciado
por crimes contra a vida e contra a liberdade sexual, com uma
condenação em outra comarca, sempre utilizando-se de
métodos afetivos para conquista da confiança e hospitalidade
da vítima.
De observar-se, ainda, que, ao contrário do que afirmado
na exordial, a gravidade do crime e a sua repercussão social,
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 15
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 108.687 / PA
quando aliados à demonstração de periculosidade do agente, à
violência empregada na ação criminosa e à situação de
insegurança e intranquilidade geradas no corpo social,
mostram-se suficientes para a manutenção da prisão provisória.
A propósito, a jurisprudência dessa Suprema Corte firma-
se no sentido de que a periculosidade do agente para a
coletividade, desde que comprovada concretamente, como
ocorre in casu, é apta para manutenção da restrição de sua
liberdade (HC 89.266/GO, Primeira Turma, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, DJU de 28/06/2007; HC 86002/RJ, Segunda
Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJU de 03/02/2006; HC
88.608/RN, Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJU de
06/11/2006).
Nesse sentido, colha-se o seguinte precedente do Supremo
Tribunal Federal:
‘HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA.
GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. PERICULOSIDADE
DO
PACIENTE.
GRAVIDADE
DO
DELITO.
REPERCUSSÃO SOCIAL. ORDEM DENEGADA. Ao se
decretar prisão preventiva com fundamento na garantia
da ordem pública, deve-se necessariamente examinar essa
garantia em face do binômio gravidade do delito e
repercussão social, o que foi feito pelo decreto de prisão
da paciente. A gravidade do delito, de per si, não pode ser
utilizada como fundamento da custódia cautelar. Porém,
no presente caso, o crime foi de enorme repercussão em
comunidade interiorana, além de ter ficado evidenciada a
periculosidade da paciente, fatores que são suficientes
para a manutenção da custódia cautelar’ (HC 84498/BA,
Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma,
Publicação, DJ 03-06-2005 PP-00047, EMENT VOL-02194-
02 PP-00323 - grifos nossos)
Por fim, cabe salientar que está superada a discussão
relativa à competência do magistrado que decretou a cautelar
6
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Supremo Tribunal Federal
HC 108.687 / PA
quando aliados à demonstração de periculosidade do agente, à
violência empregada na ação criminosa e à situação de
insegurança e intranquilidade geradas no corpo social,
mostram-se suficientes para a manutenção da prisão provisória.
A propósito, a jurisprudência dessa Suprema Corte firma-
se no sentido de que a periculosidade do agente para a
coletividade, desde que comprovada concretamente, como
ocorre in casu, é apta para manutenção da restrição de sua
liberdade (HC 89.266/GO, Primeira Turma, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, DJU de 28/06/2007; HC 86002/RJ, Segunda
Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJU de 03/02/2006; HC
88.608/RN, Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJU de
06/11/2006).
Nesse sentido, colha-se o seguinte precedente do Supremo
Tribunal Federal:
‘HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA.
GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. PERICULOSIDADE
DO
PACIENTE.
GRAVIDADE
DO
DELITO.
REPERCUSSÃO SOCIAL. ORDEM DENEGADA. Ao se
decretar prisão preventiva com fundamento na garantia
da ordem pública, deve-se necessariamente examinar essa
garantia em face do binômio gravidade do delito e
repercussão social, o que foi feito pelo decreto de prisão
da paciente. A gravidade do delito, de per si, não pode ser
utilizada como fundamento da custódia cautelar. Porém,
no presente caso, o crime foi de enorme repercussão em
comunidade interiorana, além de ter ficado evidenciada a
periculosidade da paciente, fatores que são suficientes
para a manutenção da custódia cautelar’ (HC 84498/BA,
Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma,
Publicação, DJ 03-06-2005 PP-00047, EMENT VOL-02194-
02 PP-00323 - grifos nossos)
Por fim, cabe salientar que está superada a discussão
relativa à competência do magistrado que decretou a cautelar
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
HC 108.687 / PA
originalmente, visto que, com a superveniência da pronúncia,
há novo título a sustentar a prisão provisória” (Anexo de
instrução nº 87).
Ante o exposto, pelo meu voto, não conheço da impetração.
7
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Supremo Tribunal Federal
HC 108.687 / PA
originalmente, visto que, com a superveniência da pronúncia,
há novo título a sustentar a prisão provisória” (Anexo de
instrução nº 87).
Ante o exposto, pelo meu voto, não conheço da impetração.
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Voto - MIN. LUIZ FUX
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 108.687 PARÁ
VOTO
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, eu estou
acompanhando o Relator, tanto mais que houve uma pequena omissão da
sentença para complementar o fundamento da prisão preventiva, ela foi
fundamentada e o foi de forma muito simples, porque o próprio delito
perpetrado revela a altíssima periculosidade do agente e que ele
certamente frustraria a instrução criminal. Narram os autos:
(...) "no dia 19/04/2008, por volta de 18 horas, na cidade de
Bragança/PA, o paciente matou o menor de quatro anos de idade
Pethrus Augusto Maia Orozco e, posteriormente, ocultou seu corpo.
Consta que o crime foi motivado por ciúme, pois o paciente mantinha
um relacionamento extraconjugal com a mãe da vítima e, ao descobrir
que esta havia viajado para Fortaleza com o marido, decidiu se
vingar."
A altíssima periculosidade social do agente...
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Há inversão na ordem
natural das coisas, porque o normal é o marido sentir ciúme em relação
ao amante e não o amante em relação ao marido.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) -
Depende do marido e depende do amante, Ministro.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Mas, de qualquer maneira,
aqui ficou demonstrado à saciedade, no próprio decreto de
complementação da prisão preventiva, que efetivamente foram fundadas
as razões pelas quais a segregação cautelar foi determinada.
Vou acompanhar o voto do Ministro Toffoli que chega a esse
resultado, não conhecendo.
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 108.687 PARÁ
VOTO
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, eu estou
acompanhando o Relator, tanto mais que houve uma pequena omissão da
sentença para complementar o fundamento da prisão preventiva, ela foi
fundamentada e o foi de forma muito simples, porque o próprio delito
perpetrado revela a altíssima periculosidade do agente e que ele
certamente frustraria a instrução criminal. Narram os autos:
(...) "no dia 19/04/2008, por volta de 18 horas, na cidade de
Bragança/PA, o paciente matou o menor de quatro anos de idade
Pethrus Augusto Maia Orozco e, posteriormente, ocultou seu corpo.
Consta que o crime foi motivado por ciúme, pois o paciente mantinha
um relacionamento extraconjugal com a mãe da vítima e, ao descobrir
que esta havia viajado para Fortaleza com o marido, decidiu se
vingar."
A altíssima periculosidade social do agente...
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Há inversão na ordem
natural das coisas, porque o normal é o marido sentir ciúme em relação
ao amante e não o amante em relação ao marido.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) -
Depende do marido e depende do amante, Ministro.
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Mas, de qualquer maneira,
aqui ficou demonstrado à saciedade, no próprio decreto de
complementação da prisão preventiva, que efetivamente foram fundadas
as razões pelas quais a segregação cautelar foi determinada.
Vou acompanhar o voto do Ministro Toffoli que chega a esse
resultado, não conhecendo.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 15
Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 108.687 PARÁ
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, creio
haver campo para a concessão da ordem de ofício. Primeiro, tendo em
conta a fundamentação. Por mais grave que seja, não existe ainda a prisão
automática. Considera-se a imputação antes do veredito dos jurados,
antes de ter-se a culpa selada. Mas, há mais, a prisão foi implementada
em 2008. Hoje, o paciente está preso há dois anos, dez meses e quatorze
dias, sem ocorrer designação da data para julgamento pelo Tribunal do
Júri.
Peço vênia ao relator para conceder a ordem de ofício, ainda que
exista óbice, levando em conta a circunstância dessas matérias não terem
sido apreciadas pelo Superior Tribunal de Justiça.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) -
Então, Vossa Excelência também não conhece, porém concede de ofício.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Vossa Excelência não
está conhecendo porque as matéria não foram examinadas, não é?
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
É.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Defrontando-me com
esses parâmetros e reconhecendo a existência de ilegalidade a alcançar a
liberdade de ir e vir do paciente, concedo a ordem de ofício.
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 108.687 PARÁ
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, creio
haver campo para a concessão da ordem de ofício. Primeiro, tendo em
conta a fundamentação. Por mais grave que seja, não existe ainda a prisão
automática. Considera-se a imputação antes do veredito dos jurados,
antes de ter-se a culpa selada. Mas, há mais, a prisão foi implementada
em 2008. Hoje, o paciente está preso há dois anos, dez meses e quatorze
dias, sem ocorrer designação da data para julgamento pelo Tribunal do
Júri.
Peço vênia ao relator para conceder a ordem de ofício, ainda que
exista óbice, levando em conta a circunstância dessas matérias não terem
sido apreciadas pelo Superior Tribunal de Justiça.
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) -
Então, Vossa Excelência também não conhece, porém concede de ofício.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Vossa Excelência não
está conhecendo porque as matéria não foram examinadas, não é?
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
É.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Defrontando-me com
esses parâmetros e reconhecendo a existência de ilegalidade a alcançar a
liberdade de ir e vir do paciente, concedo a ordem de ofício.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 15
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 108.687 PARÁ
VOTO
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) -
Peço vênia ao Ministro Marco Aurélio para acompanhar o Relator e
também não conhecer, para não configurar supressão de instância.
XXXXX
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 108.687 PARÁ
VOTO
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA (PRESIDENTE) -
Peço vênia ao Ministro Marco Aurélio para acompanhar o Relator e
também não conhecer, para não configurar supressão de instância.
XXXXX
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 15
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 108.687
PROCED. : PARÁ
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S) : ANTONIO SÉRGIO BARATA DA SILVA
IMPTE.(S) : MARCOS VINICIUS NASCIMENTO DE ALMEIDA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Por unanimidade, a Turma não conheceu da ordem de
habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Ficou vencido o
Senhor Ministro Marco Aurélio quanto à concessão da ordem, de
ofício. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma,
25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1568761
Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 108.687
PROCED. : PARÁ
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
PACTE.(S) : ANTONIO SÉRGIO BARATA DA SILVA
IMPTE.(S) : MARCOS VINICIUS NASCIMENTO DE ALMEIDA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: Por unanimidade, a Turma não conheceu da ordem de
habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Ficou vencido o
Senhor Ministro Marco Aurélio quanto à concessão da ordem, de
ofício. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma,
25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 15
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1593435 | 2011-10-25T00:00:00 | 2011-11-29T00:00:00 | Por unanimidade, a Turma não conheceu da ordem de habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Ficou vencido o Senhor Ministro Marco Aurélio quanto à concessão da ordem, de ofício. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011. | HABEAS CORPUS | EMENTA
Habeas corpus. Processual Penal. Crimes de competência do Tribunal do Júri. Pronúncia. Omissões e nulidades da decisão não analisadas pelo Superior Tribunal de Justiça. Supressão de instância. Ausência dos pressupostos autorizadores da segregação cautelar. Manutenção da prisão preventiva em sede de pronúncia. Novo título. Writ não conhecido.
1. Configuraria verdadeira supressão de instância analisar os argumentos acerca da alegada falta de motivação e fundamentação da decisão de pronúncia ainda não submetidos ao crivo do Superior Tribunal de Justiça.
2. No que concerne à alegada inidoneidade do decreto prisional, por exarar de juiz incompetente, e à falta de motivação idônea a justificar a privação da liberdade do paciente, os temas restaram prejudicados, em decorrência do julgamento do HC nº 135.237/PA e da concessão parcial da ordem para que o juiz prolator da decisão de pronúncia suprisse a omissão da sentença quanto à necessidade da manutenção ou da revogação da prisão, ordem essa devidamente cumprida pelo Juízo competente. Não é igualmente possível esta Suprema Corte conhecer diretamente dessa matéria, per saltum, sob pena de dupla supressão de instância.
3. Impetração não conhecida. | sjur201968 | - Veja HC 135237 do STJ e Recurso em Sentido Estrito
2009.3003892-9 do Tribunal de Justiça do Estado do Pará.
Número de páginas: 15.
Análise: 13/12/2011, IMC.
Revisão: 14/12/2011, KBP. | DIAS TOFFOLI | Primeira Turma | 108687 | null | HC | acordaos | HC 108687 | [
""
] | PACTE.(S) : ANTONIO SÉRGIO BARATA DA SILVA
IMPTE.(S) : MARCOS VINICIUS NASCIMENTO DE ALMEIDA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 108 . 687",
"HC [UNK] 135 . 237 / PA",
"HC 108 . 687 / PA",
"HC 108 . 687 / PA",
"HABEAS CORPUS 108 . 687 PARÁ",
"HC [UNK] 135 . 237 / PA",
"petição",
"STF [UNK] 73 . 082 / 11",
"HC [UNK] 135 . 237 / PA",
"petição",
"STF [UNK] 73 . 082 / 11",
"HC 108 . 687 / PA",
"HC 108 . 687 / PA",
"HABEAS CORPUS 108 . 687 PARÁ",
"HC [UNK] 135 . 237 / PA",
"HABEAS CORPUS 108 . 687 PARÁ",
"HC [UNK] 135 . 237 / PA",
"HC 108 . 687 / PA",
"HC 108 . 687 / PA",
"HC 108 . 687 / PA",
"Recurso Penal em Sentido Estrito [UNK] 2009 . 3003892 - 9",
"HC [UNK] 135 . 237 / PA",
"HC 108 . 687 / PA",
"Recurso Penal em Sentido Estrito [UNK] 2009 . 3003892 - 9",
"HC [UNK] 135 . 237 / PA",
"HC 108 . 687 / PA",
"Habeas Corpus [UNK] 135237 / PA",
"HC 108 . 687 / PA",
"Habeas Corpus [UNK] 135237 / PA",
"HC 108 . 687 / PA",
"HC 108 . 687 / PA",
"HC 108 . 687 / PA",
"HC 89 . 266 / GO",
"HC 86002 / RJ",
"HC 88 . 608 / RN",
"HC 84498 / BA",
"HC 108 . 687 / PA",
"HC 89 . 266 / GO",
"HC 86002 / RJ",
"HC 88 . 608 / RN",
"HC 84498 / BA",
"HC 108 . 687 / PA",
"HC 108 . 687 / PA",
"HABEAS CORPUS 108 . 687",
"HABEAS CORPUS 108 . 687",
"HABEAS CORPUS 108 . 687",
"HABEAS CORPUS 108 . 687",
"HABEAS CORPUS 108 . 687",
"HABEAS CORPUS 108 . 687",
"HABEAS CORPUS 108 . 687",
"HABEAS CORPUS 108 . 687"
],
"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"art . 93 , inciso IX , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"art . 93 , inciso IX , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 -",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 93 , IX da Carta Magna",
"parágrafo [UNK] do art . 413 do Código de Processo Penal",
"Lei [UNK] 11 . 689",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 93 , IX da Carta Magna",
"parágrafo [UNK] do art . 413 do Código de Processo Penal",
"Lei [UNK] 11 . 689",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CPP ( art . 413 , § [UNK] )",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 314 , § [UNK] , do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 314 , § [UNK] , do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 /",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"PARÁ",
"Brasília",
"Brasília",
"PARÁ",
"Bragança",
"PARÁ",
"Bragança",
"/ PA",
"Fortaleza",
"PARÁ",
"de",
"Bragança / PA",
"Fortaleza",
"PARÁ",
"PARÁ",
"PARÁ",
"PARÁ",
"PARÁ"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Suprema Corte",
"Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Ministério Público Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Ministério Público Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] Vara de Bragança / PA",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Vara de Bragança / PA",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"Secretaria Judiciária do Tribunal de Justiça do Estado do Pará",
"Suprema Corte",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"Secretaria Judiciária do Tribunal de Justiça do Estado do Pará",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] Vara Judicial da Comarca de Bragança",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Vara Judicial da Comarca de Bragança / PA",
"Suprema",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Suprema",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"DIAS TOFFOLI",
"ANTONIO SÉRGIO BARATA DA SILVA",
"MARCOS VINICIUS NASCIMENTO DE ALMEIDA",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"DIAS TOFFOLI",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"ANTONIO SÉRGIO BARATA DA SILVA",
"MARCOS VINICIUS NASCIMENTO DE ALMEIDA",
"DIAS TOFFOLI",
"Marcos Vinícius Nascimento de Almeida",
"Antônio Sérgio Barata da Silva",
"Haroldo Rodrigues",
"DIAS TOFFOLI",
"ANTONIO SÉRGIO BARATA DA SILVA",
"MARCOS VINICIUS NASCIMENTO DE ALMEIDA",
"DIAS TOFFOLI",
"Marcos Vinícius Nascimento de Almeida",
"Antônio Sérgio Barata da Silva",
"Haroldo Rodrigues",
"Mario José Gisi",
"Mario José Gisi",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"Haroldo Rodrigues",
"DIAS TOFFOLI",
"Haroldo Rodrigues",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"Ricardo Lewandowski",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"JOAQUIM BARBOSA",
"Ricardo Lewandowski",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"JOAQUIM BARBOSA",
"DIAS TOFFOLI",
"LUIZ FUX",
"LUIZ FUX",
"Pethrus Augusto Maia Orozco",
"MARCO AURÉLIO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"LUIZ FUX",
"Toffoli",
"LUIZ FUX",
"Pethrus Augusto Maia Orozco",
"MARCO AURÉLIO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"LUIZ FUX",
"Toffoli",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"MARCO AURÉLIO",
"DIAS TOFFOLI",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"MARCO AURÉLIO",
"DIAS TOFFOLI",
"MARCO AURÉLIO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Marco Aurélio",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Marco Aurélio",
"DIAS TOFFOLI",
"ANTONIO SÉRGIO BARATA DA SILVA",
"MARCOS VINICIUS NASCIMENTO DE ALMEIDA",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Paulo de Tarso Braz Lucas",
"Carmen Lilian",
"DIAS TOFFOLI",
"ANTONIO SÉRGIO BARATA DA SILVA",
"MARCOS VINICIUS NASCIMENTO DE ALMEIDA",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Paulo de Tarso Braz Lucas",
"Carmen Lilian"
],
"TEMPO": [
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"25 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"9 de junho de 2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"9 de junho de 2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"03",
".",
"05",
".",
"3011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"03",
".",
"05",
".",
"3011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"28",
"/",
"06",
"/",
"2007",
"03",
"/",
"02",
"/",
"2006",
"06",
"/",
"11",
"/",
"2006",
"03",
"-",
"06",
"-",
"2005",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"28",
"/",
"06",
"/",
"2007",
"03",
"/",
"02",
"/",
"2006",
"06",
"/",
"11",
"/",
"2006",
"03",
"-",
"06",
"-",
"2005",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"19",
"/",
"04",
"/",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"19",
"/",
"04",
"/",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 576.291 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:TIETE PREFEITURA E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:FABIANO SCHWARTZMANN FOZ E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SAO PAULO
EMENTA:
AGRAVO
REGIMENTAL
EM
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
PRECATÓRIO.
JUROS
DE
MORA.
PARCELAMENTO. ART. 78 DO ADCT. NÃO-INCIDÊNCIA.
PRECEDENTE.
1. O Supremo Tribunal Federal, após reconhecer a repercussão geral
da questão, decidiu no julgamento do RE 590.751, da relatoria do ministro
Ricardo Lewandowski, que “o art. 78 do ADC possui a mesma mens legis
que o art. 33 deste Ato, razão pela qual, uma vez calculado o precatório pelo valor
real do débito, acrescido de juros legais, não há mais falar em incidência destes
nas parcelas anuais, iguais e sucessivas em que é fracionado, desde que
adimplidas a tempo e corrigidas monetariamente”. Ressalvado o ponto de
vista deste Relator.
2. Agravo regimental desprovido.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em desprover o agravo
regimental, o que fazem nos termos do voto do Relator e por
unanimidade de votos, em sessão presidida pelo Ministro Ayres Britto, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1621223.
Supremo Tribunal Federal
DJe 19/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7
Relatório
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 576.291 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:TIETE PREFEITURA E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:FABIANO SCHWARTZMANN FOZ E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SAO PAULO
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Cuida-se de agravo regimental contra a decisão singular assim
redigida (fls. 239/240):
“Trata-se de recurso extraordinário, interposto com
suporte na alínea a do inciso III do art. 102 da Constituição
Republicana, contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado
de São Paulo. Acórdão assim ementado (fls. 118):
‘Agravo de Instrumento. Execução de Sentença. Precatório
pendente. Parcelamento decorrente do art. 78 do ADCT da
CF/88, introduzido pela EC n. 20, de 13 de setembro de 2000.
Cálculo das parcelas 'iguais e sucessivas'. Critério do art. 78.
Incidência de correção monetária e juros compensatórios e
moratórios até a data da EC n. 30. Exclusão desses juros, após
referida data. Incidência, no valor de cada parcela, de
atualização monetária e juros legais, entendendo-se estes como
sendo aqueles previstos na legislação civil comum, vigentes à
época da alteração constitucional (6% a.a.).
Recurso provido.’
2. Pois bem, a parte recorrente alega violação ao inciso
XXXVI do art. 5º da Magna Carta de 1988.
3. Tenho que a insurgência não merece acolhida. É que o
Plenário do Supremo Tribunal Federal, após reconhecer a
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1621224.
Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 576.291 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:TIETE PREFEITURA E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S)
:FABIANO SCHWARTZMANN FOZ E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SAO PAULO
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Cuida-se de agravo regimental contra a decisão singular assim
redigida (fls. 239/240):
“Trata-se de recurso extraordinário, interposto com
suporte na alínea a do inciso III do art. 102 da Constituição
Republicana, contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado
de São Paulo. Acórdão assim ementado (fls. 118):
‘Agravo de Instrumento. Execução de Sentença. Precatório
pendente. Parcelamento decorrente do art. 78 do ADCT da
CF/88, introduzido pela EC n. 20, de 13 de setembro de 2000.
Cálculo das parcelas 'iguais e sucessivas'. Critério do art. 78.
Incidência de correção monetária e juros compensatórios e
moratórios até a data da EC n. 30. Exclusão desses juros, após
referida data. Incidência, no valor de cada parcela, de
atualização monetária e juros legais, entendendo-se estes como
sendo aqueles previstos na legislação civil comum, vigentes à
época da alteração constitucional (6% a.a.).
Recurso provido.’
2. Pois bem, a parte recorrente alega violação ao inciso
XXXVI do art. 5º da Magna Carta de 1988.
3. Tenho que a insurgência não merece acolhida. É que o
Plenário do Supremo Tribunal Federal, após reconhecer a
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1621224.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7
Relatório
RE 576.291 AGR / SP
presença de repercussão geral da matéria sob exame, decidiu o
mérito da controvérsia em acórdão assim ementado:
‘CONSTITUCIONAL. PRECATÓRIO. ART. 78 DO
ADCT, INTRODUZIDO PELA EC 30/2000. INCIDÊNCIA
DE JUROS COMPENSATÓRIOS E MORATÓRIOS NAS
PARCELAS SUCESSIVAS. INADMISSIBILIDADE. ART
5º, XXIV E XXXVI, DA CONSTITUIÇÃO. OFENSA AO
PRINCÍPIO DA JUSTA INDENIZAÇÃO. NECESSIDADE
DE REEXAME DE PROVA. OFENSA REFLEXA.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO STF. RE
PARCIALMENTE PROVIDO.
I - O art. 78 do ADC possui a mesma mens legis que
o art. 33 deste Ato, razão pela qual, uma vez calculado o
precatório pelo valor real do débito, acrescido de juros
legais, não há mais falar em incidência destes nas parcelas
anuais, iguais e sucessivas em que é fracionado, desde que
adimplidas a tempo e corrigidas monetariamente.
II Não se mostra possível, em sede de recurso
extraordinário, examinar a alegação de ofensa ao princípio
da justa indenização, abrigado no art. 5º, XXIV, da
Constituição Federal, diante do que dispõe a Súmula 279
do STF.
III - A discussão acerca dos limites objetivos da coisa
julgada, ademais, constitui matéria de legislação ordinária,
que não dá ensejo à abertura da via extraordinária.
IV - Recurso extraordinário parcialmente provido. ‘
(RE 590.751, da relatoria do ministro Ricardo
Lewandowski)
4. Na oportunidade, fiquei vencido, na companhia do
ministro Cezar Peluso, ao dar parcial provimento ao recurso em
sua parte conhecida. Isso porque entendo ser necessária a
incidência dos juros moratórios no parcelamento de que trata o
art. 78 do ADCT.
Ante o exposto, com a ressalva do meu entendimento
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1621224.
Supremo Tribunal Federal
RE 576.291 AGR / SP
presença de repercussão geral da matéria sob exame, decidiu o
mérito da controvérsia em acórdão assim ementado:
‘CONSTITUCIONAL. PRECATÓRIO. ART. 78 DO
ADCT, INTRODUZIDO PELA EC 30/2000. INCIDÊNCIA
DE JUROS COMPENSATÓRIOS E MORATÓRIOS NAS
PARCELAS SUCESSIVAS. INADMISSIBILIDADE. ART
5º, XXIV E XXXVI, DA CONSTITUIÇÃO. OFENSA AO
PRINCÍPIO DA JUSTA INDENIZAÇÃO. NECESSIDADE
DE REEXAME DE PROVA. OFENSA REFLEXA.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO STF. RE
PARCIALMENTE PROVIDO.
I - O art. 78 do ADC possui a mesma mens legis que
o art. 33 deste Ato, razão pela qual, uma vez calculado o
precatório pelo valor real do débito, acrescido de juros
legais, não há mais falar em incidência destes nas parcelas
anuais, iguais e sucessivas em que é fracionado, desde que
adimplidas a tempo e corrigidas monetariamente.
II Não se mostra possível, em sede de recurso
extraordinário, examinar a alegação de ofensa ao princípio
da justa indenização, abrigado no art. 5º, XXIV, da
Constituição Federal, diante do que dispõe a Súmula 279
do STF.
III - A discussão acerca dos limites objetivos da coisa
julgada, ademais, constitui matéria de legislação ordinária,
que não dá ensejo à abertura da via extraordinária.
IV - Recurso extraordinário parcialmente provido. ‘
(RE 590.751, da relatoria do ministro Ricardo
Lewandowski)
4. Na oportunidade, fiquei vencido, na companhia do
ministro Cezar Peluso, ao dar parcial provimento ao recurso em
sua parte conhecida. Isso porque entendo ser necessária a
incidência dos juros moratórios no parcelamento de que trata o
art. 78 do ADCT.
Ante o exposto, com a ressalva do meu entendimento
2
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 7
Relatório
RE 576.291 AGR / SP
pessoal, acedo democraticamente ao pensar majoritário dos
ministros do Supremo Tribunal Federal e, frente ao caput do
art. 557 do CPC e ao § 1º do art. 21 do RI/STF, nego seguimento
ao recurso.”
2. Pois bem, a parte agravante sustenta que “o Recurso Extraordinário
interposto pelas Autoras cinge-se ‘in casu’, em qual o percentual a ser adotado
nos juros legais, 6% (seis por cento) ao ano, como pretende a Ré e entendeu o
Egrégio Tribunal ‘a quo’, ou 12% (doze por cento) ao ano, com postulam as
autoras, consignado no título executivo” (fls. 256).
3. Mantida a decisão agravada, submeto o recurso à apreciação desta
nossa Turma.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
3
Supremo Tribunal Federal
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RE 576.291 AGR / SP
pessoal, acedo democraticamente ao pensar majoritário dos
ministros do Supremo Tribunal Federal e, frente ao caput do
art. 557 do CPC e ao § 1º do art. 21 do RI/STF, nego seguimento
ao recurso.”
2. Pois bem, a parte agravante sustenta que “o Recurso Extraordinário
interposto pelas Autoras cinge-se ‘in casu’, em qual o percentual a ser adotado
nos juros legais, 6% (seis por cento) ao ano, como pretende a Ré e entendeu o
Egrégio Tribunal ‘a quo’, ou 12% (doze por cento) ao ano, com postulam as
autoras, consignado no título executivo” (fls. 256).
3. Mantida a decisão agravada, submeto o recurso à apreciação desta
nossa Turma.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
3
Supremo Tribunal Federal
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Voto - MIN. AYRES BRITTO
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 576.291 SÃO PAULO
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Tenho que o inconformismo não merece acolhida. No caso, o
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo deu provimento ao recurso de
apelação da parte ora agravada, em acórdão assim ementado (fls. 118):
“‘Agravo de Instrumento. Execução de Sentença. Precatório
pendente. Parcelamento decorrente do art. 78 do ADCT da CF/88,
introduzido pela EC n. 20, de 13 de setembro de 2000. Cálculo das
parcelas 'iguais e sucessivas'. Critério do art. 78. Incidência de
correção monetária e juros compensatórios e moratórios até a data da
EC n. 30. Exclusão desses juros, após referida data. Incidência, no
valor de cada parcela, de atualização monetária e juros legais,
entendendo-se estes como sendo aqueles previstos na legislação civil
comum, vigentes à época da alteração constitucional (6% a.a.).
Recurso provido.’
6. A decisão agravada para negar seguimento ao recurso explicitou o
entendimento fixado pelo Supremo Tribunal Federal que, após
reconhecer a existência de repercussão geral da questão atinente à
aplicação de juros no parcelamento de que trata o art. 78 do ADCT,
decidiu, no julgamento do mérito do RE 590.751, o seguinte:
“CONSTITUCIONAL. PRECATÓRIO. ART. 78 DO ADCT,
INTRODUZIDO PELA EC 30/2000. INCIDÊNCIA DE JUROS
COMPENSATÓRIOS E MORATÓRIOS NAS PARCELAS
SUCESSIVAS. INADMISSIBILIDADE. ART 5º, XXIV E XXXVI,
DA CONSTITUIÇÃO. OFENSA AO PRINCÍPIO DA JUSTA
INDENIZAÇÃO. NECESSIDADE DE REEXAME DE PROVA.
OFENSA REFLEXA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO STF.
RE PARCIALMENTE PROVIDO.
I - O art. 78 do ADC possui a mesma mens legis que o art.
Supremo Tribunal Federal
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25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 576.291 SÃO PAULO
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Tenho que o inconformismo não merece acolhida. No caso, o
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo deu provimento ao recurso de
apelação da parte ora agravada, em acórdão assim ementado (fls. 118):
“‘Agravo de Instrumento. Execução de Sentença. Precatório
pendente. Parcelamento decorrente do art. 78 do ADCT da CF/88,
introduzido pela EC n. 20, de 13 de setembro de 2000. Cálculo das
parcelas 'iguais e sucessivas'. Critério do art. 78. Incidência de
correção monetária e juros compensatórios e moratórios até a data da
EC n. 30. Exclusão desses juros, após referida data. Incidência, no
valor de cada parcela, de atualização monetária e juros legais,
entendendo-se estes como sendo aqueles previstos na legislação civil
comum, vigentes à época da alteração constitucional (6% a.a.).
Recurso provido.’
6. A decisão agravada para negar seguimento ao recurso explicitou o
entendimento fixado pelo Supremo Tribunal Federal que, após
reconhecer a existência de repercussão geral da questão atinente à
aplicação de juros no parcelamento de que trata o art. 78 do ADCT,
decidiu, no julgamento do mérito do RE 590.751, o seguinte:
“CONSTITUCIONAL. PRECATÓRIO. ART. 78 DO ADCT,
INTRODUZIDO PELA EC 30/2000. INCIDÊNCIA DE JUROS
COMPENSATÓRIOS E MORATÓRIOS NAS PARCELAS
SUCESSIVAS. INADMISSIBILIDADE. ART 5º, XXIV E XXXVI,
DA CONSTITUIÇÃO. OFENSA AO PRINCÍPIO DA JUSTA
INDENIZAÇÃO. NECESSIDADE DE REEXAME DE PROVA.
OFENSA REFLEXA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO STF.
RE PARCIALMENTE PROVIDO.
I - O art. 78 do ADC possui a mesma mens legis que o art.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7
Voto - MIN. AYRES BRITTO
RE 576.291 AGR / SP
33 deste Ato, razão pela qual, uma vez calculado o precatório
pelo valor real do débito, acrescido de juros legais, não há mais
falar em incidência destes nas parcelas anuais, iguais e
sucessivas em que é fracionado, desde que adimplidas a tempo
e corrigidas monetariamente.
II Não se mostra possível, em sede de recurso
extraordinário, examinar a alegação de ofensa ao princípio da
justa indenização, abrigado no art. 5º, XXIV, da Constituição
Federal, diante do que dispõe a Súmula 279 do STF.
III - A discussão acerca dos limites objetivos da coisa
julgada, ademais, constitui matéria de legislação ordinária, que
não dá ensejo à abertura da via extraordinária.
IV - Recurso extraordinário parcialmente provido.”
7. Ressalto que, na oportunidade, fiquei vencido, na companhia do
ministro Cezar Peluso, de modo que acedo democraticamente ao pensar
majoritário dos eminentes ministros desta Casa de Justiça, com a ressalva
do meu entendimento pessoal.
8. À derradeira, pontuo que a insurgência da parte agravante quanto
à extrapolação dos limites do pedido constante do apelo extremo não
procede, uma vez que, à míngua de recurso do Estado de São Paulo e em
estrita obediência ao disposto no art. 460 do Código de Processo Civil, a
decisão da instância judicante de origem não foi alterada.
9. Ante o exposto, meu voto é pelo desprovimento do agravo
regimental.
* * * * * * * * * * * *
2
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RE 576.291 AGR / SP
33 deste Ato, razão pela qual, uma vez calculado o precatório
pelo valor real do débito, acrescido de juros legais, não há mais
falar em incidência destes nas parcelas anuais, iguais e
sucessivas em que é fracionado, desde que adimplidas a tempo
e corrigidas monetariamente.
II Não se mostra possível, em sede de recurso
extraordinário, examinar a alegação de ofensa ao princípio da
justa indenização, abrigado no art. 5º, XXIV, da Constituição
Federal, diante do que dispõe a Súmula 279 do STF.
III - A discussão acerca dos limites objetivos da coisa
julgada, ademais, constitui matéria de legislação ordinária, que
não dá ensejo à abertura da via extraordinária.
IV - Recurso extraordinário parcialmente provido.”
7. Ressalto que, na oportunidade, fiquei vencido, na companhia do
ministro Cezar Peluso, de modo que acedo democraticamente ao pensar
majoritário dos eminentes ministros desta Casa de Justiça, com a ressalva
do meu entendimento pessoal.
8. À derradeira, pontuo que a insurgência da parte agravante quanto
à extrapolação dos limites do pedido constante do apelo extremo não
procede, uma vez que, à míngua de recurso do Estado de São Paulo e em
estrita obediência ao disposto no art. 460 do Código de Processo Civil, a
decisão da instância judicante de origem não foi alterada.
9. Ante o exposto, meu voto é pelo desprovimento do agravo
regimental.
* * * * * * * * * * * *
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Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 576.291
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : TIETE PREFEITURA E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : FABIANO SCHWARTZMANN FOZ E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SAO PAULO
Decisão: agravo regimental desprovido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, o Senhor
Ministro Gilmar Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim
Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 576.291
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : TIETE PREFEITURA E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : FABIANO SCHWARTZMANN FOZ E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SAO PAULO
Decisão: agravo regimental desprovido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, o Senhor
Ministro Gilmar Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim
Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1567381
Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1642419 | 2011-10-25T00:00:00 | 2011-12-19T00:00:00 | Agravo regimental desprovido, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Gilmar Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PRECATÓRIO. JUROS DE MORA. PARCELAMENTO. ART. 78 DO ADCT. NÃO-INCIDÊNCIA. PRECEDENTE.
1. O Supremo Tribunal Federal, após reconhecer a repercussão geral da questão, decidiu no julgamento do RE 590.751, da relatoria do ministro Ricardo Lewandowski, que “o art. 78 do ADC possui a mesma mens legis que o art. 33 deste Ato, razão pela qual, uma vez calculado o precatório pelo valor real do débito, acrescido de juros legais, não há mais falar em incidência destes nas parcelas anuais, iguais e sucessivas em que é fracionado, desde que adimplidas a tempo e corrigidas monetariamente”. Ressalvado o ponto de vista deste Relator.
2. Agravo regimental desprovido. | sjur203249 | - Acórdão citado: RE 590751 RG.
Número de páginas: 7.
Análise: 23/01/2012, GVS. | AYRES BRITTO | Segunda Turma | 576291 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n\r\n",
"LEG-FED EMC-000020 ANO-2000\r\n EMENDA CONSTITUCIONAL\r\n\r\n",
"LEG-FED ADCT ANO-1988\r\n ART-00033 ART-00078 INCLUÍDO PELA EMC-20/2000\r\n ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS\r\n\r\n",
"LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\r\n ART-00460 \r\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL"
] | RE-AgR | acordaos | RE 576291 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : TIETE PREFEITURA E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : FABIANO SCHWARTZMANN FOZ E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SAO PAULO | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 576 . 291",
"RE 590 . 751",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 576 . 291",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 576 . 291",
"RE 576 . 291 AGR / SP",
"SÚMULA 279 DO STF",
"Súmula 279 do STF",
"RE 590 . 751",
"RE 576 . 291 AGR",
"SÚMULA 279 DO STF",
"Súmula 279 do STF",
"RE 590 . 751",
"RE 576 . 291 AGR /",
"RE 576 . 291 AGR / SP",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 576 . 291",
"RE 590 . 751",
"SÚMULA 279 DO STF",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 576 . 291",
"RE 590 . 751",
"SÚMULA 279 DO STF",
"RE 576 . 291 AGR / SP",
"Súmula 279 do STF",
"RE 576 . 291 AGR / SP",
"Súmula 279 do STF",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 576 . 291",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 576 . 291"
],
"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"alínea a do inciso III do art . 102 da Constituição Republicana",
"art . 78 do ADCT da CF / 88",
"EC n . 20",
"EC n . 30",
"inciso XXXVI do art . [UNK] da Magna Carta de 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"alínea a do inciso III do art . 102 da Constituição Republicana",
"art . 78 do ADCT da CF / 88",
"EC n . 20",
"EC n . 30",
"inciso XXXVI do art . [UNK] da Magna Carta de 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"EC 30 / 2000",
"ART [UNK] , XXIV E XXXVI , DA CONSTITUIÇÃO",
"art . [UNK] , XXIV , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 78 DO ADCT",
"EC 30 / 2000",
"ART [UNK] , XXIV E XXXVI , DA CONSTITUIÇÃO",
"art",
"art . [UNK] , XXIV , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 557 do CPC",
"§ [UNK] do art . 21 do RI / STF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 557 do CPC",
"§ [UNK] do art . 21 do RI / STF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 78 do ADCT da CF / 88",
"EC n . 20",
"EC n . 30",
"ART . 78 DO ADCT",
"EC 30 / 2000",
"ART [UNK] , XXIV E XXXVI , DA CONSTITUIÇÃO",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 78 do ADCT da CF / 88",
"EC n . 20",
"EC",
"ART . 78 DO ADCT",
"EC 30 / 2000",
"ART [UNK] , XXIV E XXXVI , DA CONSTITUIÇÃO",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , XXIV , da Constituição Federal",
"art . 460 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , XXIV , da Constituição Federal",
"art . 460 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"ESTADO DE SAO PAULO",
"Brasília",
"SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"ESTADO DE SAO PAULO",
"SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"ESTADO DE SAO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"Estado de São Paulo",
"Estado de São Paulo",
"SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"ESTADO DE SAO PAULO",
"SÃO PAULO",
"ESTADO DE SÃO PAULO",
"ESTADO DE SAO PAULO"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo",
"Plenário do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo",
"Plenário do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"/",
"SP",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Brasil",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"AYRES BRITTO",
"TIETE PREFEITURA",
"FABIANO SCHWARTZMANN FOZ",
"Ricardo Lewandowski",
"Ayres Britto",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"TIETE PREFEITURA",
"FABIANO SCHWARTZMANN FOZ",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"TIETE PREFEITURA",
"FABIANO SCHWARTZMANN FOZ",
"AYRES BRITTO",
"Ricardo Lewandowski",
"Cezar Peluso",
"Ricardo Lewandowski",
"Cezar Peluso",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Cezar Peluso",
"Cezar Peluso",
"AYRES BRITTO",
"TIETE PREFEITURA",
"FABIANO SCHWARTZMANN FOZ",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab",
"AYRES BRITTO",
"TIETE PREFEITURA",
"FABIANO SCHWARTZMANN FOZ",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"25 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"13 de setembro de 2000",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"13 de setembro de",
"2000",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"24",
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"08",
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"2001",
"24",
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"08",
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"2001",
"25",
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"10",
"/",
"2011",
"13 de setembro de 2000",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
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"2011",
"13 de setembro de 2000",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
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"08",
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"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
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"08",
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"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 106.140 MATO GROSSO DO SUL
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
PACTE.(S)
:ANTONIO MARCOS DA SILVA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
DESERÇÃO – ASSUNÇÃO DE CARGO PÚBLICO. Não
descaracteriza a deserção o fato de o militar vir a tomar posse em cargo
público. Cumpre observar a tramitação regular do processo visando a
dispensa ou o fenômeno da agregação.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em indeferir o habeas
corpus, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão
presidida pela Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata do
julgamento e das respectivas notas taquigráficas.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1575751.
Supremo Tribunal Federal
DJe 29/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7
Relatório
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 106.140 MATO GROSSO DO SUL
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
PACTE.(S)
:ANTONIO MARCOS DA SILVA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto a título de
relatório as informações prestadas pela Assessoria:
Na decisão que implicou o indeferimento da medida
liminar, a espécie ficou assim resumida:
HABEAS CORPUS
–
DESERÇÃO –
SUSPENSÃO DO TÍTULO EXECUTIVO
JUDICIAL
CONDENATÓRIO
–
RELEVÂNCIA NÃO DEMONSTRADA –
LIMINAR INDEFERIDA.
1. A Assessoria prestou as seguintes informações:
O Juízo da 9ª Auditoria da Circunscrição
Judiciária Militar, por sentença proferida em 16 de
dezembro de 2009, condenou o paciente, em razão da
prática do crime de deserção previsto no artigo 187
do Código Penal Militar, à pena de seis meses de
detenção, convertida em prisão simples. Assegurou-
lhe o direito de apelar em liberdade.
O paciente interpôs apelação, à qual o Superior
Tribunal Militar negou provimento, porque
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1575752.
Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 106.140 MATO GROSSO DO SUL
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
PACTE.(S)
:ANTONIO MARCOS DA SILVA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto a título de
relatório as informações prestadas pela Assessoria:
Na decisão que implicou o indeferimento da medida
liminar, a espécie ficou assim resumida:
HABEAS CORPUS
–
DESERÇÃO –
SUSPENSÃO DO TÍTULO EXECUTIVO
JUDICIAL
CONDENATÓRIO
–
RELEVÂNCIA NÃO DEMONSTRADA –
LIMINAR INDEFERIDA.
1. A Assessoria prestou as seguintes informações:
O Juízo da 9ª Auditoria da Circunscrição
Judiciária Militar, por sentença proferida em 16 de
dezembro de 2009, condenou o paciente, em razão da
prática do crime de deserção previsto no artigo 187
do Código Penal Militar, à pena de seis meses de
detenção, convertida em prisão simples. Assegurou-
lhe o direito de apelar em liberdade.
O paciente interpôs apelação, à qual o Superior
Tribunal Militar negou provimento, porque
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7
Relatório
HC 106.140 / MS
devidamente comprovada a materialidade do delito
de deserção, a autoria e a culpabilidade do acusado.
Neste habeas, a impetrante reitera o argumento
da atipicidade da conduta imputada. Consoante
afirma, antes do término das férias regulamentares, o
paciente teria encaminhado comunicação ao
Comandante da Corporação, na qual esclarecera que
fora nomeado para cargo público de natureza civil e
pedira fossem tomadas as providências
administrativas relacionadas à situação funcional no
Exército. Não haveria, por isso, se apresentado à
repartição pública, por supor legítima a situação de
fato e estar justificada a conduta por ser portador de
distúrbio psicológico. Logo, não se poderia falar em
deserção. Diz da inaplicabilidade dos artigos 187 e
188 do Código Penal Militar, porquanto inexistente o
elemento volitivo e intencional de praticar deserção.
A impetrante pede a concessão de liminar para
suspender os efeitos do acórdão proferido na
apelação, que aguarda o trânsito em julgado,
assegurando-se ao paciente o direito de permanecer
em liberdade até o julgamento do habeas. No mérito,
pleiteia a declaração de nulidade do processo ante a
inexistência de crime por não ter ele comparecido
durante o período para a apresentação, ou em face
da ocorrência do erro de fato e do comprometimento
da vontade pela doença mental de que é portador e,
consequentemente, da condenação, tendo em vista a
atipicidade da conduta, uma vez que não agiu com
dolo de desertar.
[...]
Brasília – residência –, 29 de novembro de 2010, às
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
HC 106.140 / MS
devidamente comprovada a materialidade do delito
de deserção, a autoria e a culpabilidade do acusado.
Neste habeas, a impetrante reitera o argumento
da atipicidade da conduta imputada. Consoante
afirma, antes do término das férias regulamentares, o
paciente teria encaminhado comunicação ao
Comandante da Corporação, na qual esclarecera que
fora nomeado para cargo público de natureza civil e
pedira fossem tomadas as providências
administrativas relacionadas à situação funcional no
Exército. Não haveria, por isso, se apresentado à
repartição pública, por supor legítima a situação de
fato e estar justificada a conduta por ser portador de
distúrbio psicológico. Logo, não se poderia falar em
deserção. Diz da inaplicabilidade dos artigos 187 e
188 do Código Penal Militar, porquanto inexistente o
elemento volitivo e intencional de praticar deserção.
A impetrante pede a concessão de liminar para
suspender os efeitos do acórdão proferido na
apelação, que aguarda o trânsito em julgado,
assegurando-se ao paciente o direito de permanecer
em liberdade até o julgamento do habeas. No mérito,
pleiteia a declaração de nulidade do processo ante a
inexistência de crime por não ter ele comparecido
durante o período para a apresentação, ou em face
da ocorrência do erro de fato e do comprometimento
da vontade pela doença mental de que é portador e,
consequentemente, da condenação, tendo em vista a
atipicidade da conduta, uma vez que não agiu com
dolo de desertar.
[...]
Brasília – residência –, 29 de novembro de 2010, às
2
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Relatório
HC 106.140 / MS
20h10.
A Procuradoria Geral da República, no parecer, afirma que
o conjunto probatório indicado no acórdão do Superior
Tribunal Militar aponta para uma conduta dolosa, premeditada
e ilegal por parte do paciente, não sendo o habeas o instrumental
adequado para discutir provas e constatar a improcedência da
acusação. Assevera não se verificar na espécie medida
excepcional a ensejar o trancamento de ação penal. Quanto ao
pleito de reconhecimento da inimputabilidade ou semi-
imputabilidade, sustenta o afastamento do alegado
comprometimento da vontade pelo transtorno de ansiedade,
levando em conta a perícia realizada e o fato de o paciente ter
sido considerado apto para o serviço do Exército em inspeção
de saúde. Opina pelo indeferimento da ordem.
Lancei visto no processo em 3 de outubro de 2011, liberando-o para
ser julgado na Turma a partir de 11 seguinte, isso objetivando a ciência da
impetrante.
É o relatório.
3
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1575752.
Supremo Tribunal Federal
HC 106.140 / MS
20h10.
A Procuradoria Geral da República, no parecer, afirma que
o conjunto probatório indicado no acórdão do Superior
Tribunal Militar aponta para uma conduta dolosa, premeditada
e ilegal por parte do paciente, não sendo o habeas o instrumental
adequado para discutir provas e constatar a improcedência da
acusação. Assevera não se verificar na espécie medida
excepcional a ensejar o trancamento de ação penal. Quanto ao
pleito de reconhecimento da inimputabilidade ou semi-
imputabilidade, sustenta o afastamento do alegado
comprometimento da vontade pelo transtorno de ansiedade,
levando em conta a perícia realizada e o fato de o paciente ter
sido considerado apto para o serviço do Exército em inspeção
de saúde. Opina pelo indeferimento da ordem.
Lancei visto no processo em 3 de outubro de 2011, liberando-o para
ser julgado na Turma a partir de 11 seguinte, isso objetivando a ciência da
impetrante.
É o relatório.
3
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 106.140 MATO GROSSO DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Reitero o
que tive a oportunidade de consignar ao indeferir a medida acauteladora:
[...]
2. Observem estarem as Forças Armadas lastreadas na
hierarquia e na disciplina – artigo 142 da Constituição Federal.
O artigo 187 do Código Penal Militar prevê a deserção.
Conforme o inciso I do artigo seguinte – preceito a revelar
“casos assimilados” –, incorre na pena versada para a deserção
quem não se apresenta, no lugar designado, dentro de oito dias,
findo o prazo de trânsito ou férias. Na espécie, o paciente,
Segundo Sargento do Exército, ao término de férias, deixou de
apresentar-se e resolveu aceitar nomeação para cargo civil – de
Assessor Técnico Nível I da Prefeitura Municipal de Cruz do
Espírito Santo –, consignando, em requerimento, que fizera
opção pela remuneração militar.
Está-se a ver, neste primeiro exame, a atitude à margem
do que previsto no Código Penal Militar, à margem dos
desejáveis padrões de hierarquia e disciplina. O fato de haver
sido enviado ofício ao Comandante da 2ª Companhia de
Fuzileiros não torna legítima a ausência de apresentação. Esta
surge como fato concreto e obrigatório, sob pena de solapar-se a
organicidade própria às Forças Armadas. Vale frisar, mais, que
não vinga a alegação de doença mental. O laudo pericial alusivo
a incidente de sanidade revelou a plena capacidade do paciente
de percepção do ato praticado.
[...]
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 106.140 MATO GROSSO DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Reitero o
que tive a oportunidade de consignar ao indeferir a medida acauteladora:
[...]
2. Observem estarem as Forças Armadas lastreadas na
hierarquia e na disciplina – artigo 142 da Constituição Federal.
O artigo 187 do Código Penal Militar prevê a deserção.
Conforme o inciso I do artigo seguinte – preceito a revelar
“casos assimilados” –, incorre na pena versada para a deserção
quem não se apresenta, no lugar designado, dentro de oito dias,
findo o prazo de trânsito ou férias. Na espécie, o paciente,
Segundo Sargento do Exército, ao término de férias, deixou de
apresentar-se e resolveu aceitar nomeação para cargo civil – de
Assessor Técnico Nível I da Prefeitura Municipal de Cruz do
Espírito Santo –, consignando, em requerimento, que fizera
opção pela remuneração militar.
Está-se a ver, neste primeiro exame, a atitude à margem
do que previsto no Código Penal Militar, à margem dos
desejáveis padrões de hierarquia e disciplina. O fato de haver
sido enviado ofício ao Comandante da 2ª Companhia de
Fuzileiros não torna legítima a ausência de apresentação. Esta
surge como fato concreto e obrigatório, sob pena de solapar-se a
organicidade própria às Forças Armadas. Vale frisar, mais, que
não vinga a alegação de doença mental. O laudo pericial alusivo
a incidente de sanidade revelou a plena capacidade do paciente
de percepção do ato praticado.
[...]
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 7
Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
HC 106.140 / MS
A situação é mais grave tendo em conta o envolvimento não de
praça, mas de sargento. Conforme consignado, não basta, para
descaracterizar a deserção, enviar carta ao comandante de certo batalhão
e simplesmente ter esse ato como soberano relativamente à prática
criminosa.
Sob o ângulo da saúde mental do paciente, foi ele submetido a
inspeção e declarado apto para o serviço do Exército. Em vez de aguardar
a tramitação do processo visando a dispensa, deixou de apresentar-se
após as férias. Vale frisar que teria sido comunicado sobre o fato de a
posse no cargo público não haver seguido a tramitação regular. A
manifestação de vontade, sob o ângulo de não cumprir deveres
específicos, é evidente. Indefiro a ordem.
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1575753.
Supremo Tribunal Federal
HC 106.140 / MS
A situação é mais grave tendo em conta o envolvimento não de
praça, mas de sargento. Conforme consignado, não basta, para
descaracterizar a deserção, enviar carta ao comandante de certo batalhão
e simplesmente ter esse ato como soberano relativamente à prática
criminosa.
Sob o ângulo da saúde mental do paciente, foi ele submetido a
inspeção e declarado apto para o serviço do Exército. Em vez de aguardar
a tramitação do processo visando a dispensa, deixou de apresentar-se
após as férias. Vale frisar que teria sido comunicado sobre o fato de a
posse no cargo público não haver seguido a tramitação regular. A
manifestação de vontade, sob o ângulo de não cumprir deveres
específicos, é evidente. Indefiro a ordem.
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1575753.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 106.140
PROCED. : MATO GROSSO DO SUL
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
PACTE.(S) : ANTONIO MARCOS DA SILVA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
Decisão: A Turma denegou a ordem de habeas corpus, nos termos
do voto do Relator. Unânime. Presidência da Senhora Ministra
Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1568756
Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 106.140
PROCED. : MATO GROSSO DO SUL
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
PACTE.(S) : ANTONIO MARCOS DA SILVA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
Decisão: A Turma denegou a ordem de habeas corpus, nos termos
do voto do Relator. Unânime. Presidência da Senhora Ministra
Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1568756
Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1593484 | 2011-10-25T00:00:00 | 2011-11-29T00:00:00 | A Turma denegou a ordem de habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Unânime. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011. | HABEAS CORPUS | DESERÇÃO – ASSUNÇÃO DE CARGO PÚBLICO. Não descaracteriza a deserção o fato de o militar vir a tomar posse em cargo público. Cumpre observar a tramitação regular do processo visando a dispensa ou o fenômeno da agregação. | sjur201963 | Número de páginas: 7.
Análise: 12/12/2011, ACG.
Revisão: 15/12/2011, IMC. | MARCO AURÉLIO | Primeira Turma | 106140 | null | HC | acordaos | HC 106140 | [
""
] | PACTE.(S) : ANTONIO MARCOS DA SILVA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 106 . 140",
"HABEAS CORPUS 106 . 140",
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"HC 106 . 140 / MS",
"HC 106 . 140 / MS",
"HC 106 . 140 / MS",
"HC 106 . 140 / MS",
"HABEAS CORPUS 106 . 140",
"HABEAS CORPUS 106 . 140",
"HC 106 . 140 / MS",
"HC 106 . 140 / MS",
"HABEAS CORPUS 106 . 140",
"HABEAS CORPUS 106 . 140"
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"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 187 do Código Penal Militar",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 187 do Código Penal Militar",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos 187 e 188 do Código Penal Militar",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos 187 e 188 do Código Penal Militar",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"LOCAL": [
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"MATO GROSSO DO SUL",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
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"SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR",
"[UNK] Auditoria da Circunscrição Judiciária Militar",
"Superior Tribunal Militar",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR",
"[UNK] Auditoria da Circunscrição Judiciária Militar",
"Superior Tribunal Militar",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"Exército",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
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"Exército",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
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"-",
"Brasil",
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"Procuradoria Geral da República",
"Superior Tribunal Militar",
"Exército",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Exército",
"Prefeitura Municipal de Cruz do Espírito Santo",
"[UNK] Companhia de Fuzileiros",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Exército",
"Prefeitura Municipal de Cruz do",
"[UNK] Companhia de Fuzileiros",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Exército",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
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"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Exército",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"MARCO AURÉLIO",
"ANTONIO MARCOS DA SILVA",
"Cármen Lúcia",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"ANTONIO MARCOS DA SILVA",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"ANTONIO MARCOS DA SILVA",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"ANTONIO MARCOS DA SILVA",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Paulo de Tarso Braz Lucas",
"Carmen Lilian",
"MARCO AURÉLIO",
"ANTONIO MARCOS DA SILVA",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Paulo de Tarso Braz Lucas",
"Carmen Lilian"
],
"TEMPO": [
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"25 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"16 de dezembro de 2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"16 de dezembro de 2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29 de novembro de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"29 de novembro de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"3 de outubro de 2011",
"11",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"3 de outubro de 2011",
"11",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
24/08/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.182 RIO DE JANEIRO
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S)
:CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
ADV.(A/S)
:MARÍLIA REGUEIRA DIAS E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
INTDO.(A/S)
:EDUARDO VIEIRA
ADV.(A/S)
:MAURÍCIO VIEIRA
EMENTA: ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL.
VÍCIOS DE CONSTRUÇÃO. AGRAVO DE INSTRUMENTO JULGADO
PREJUDICADO PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. REEXAME DO
CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 279 DO STF. AUSÊNCIA
DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO
AGRAVADA. SÚMULA 283 DO STF. PRECEDENTES. IMPUGNAÇÃO
DE ACÓRDÃO PROFERIDO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO
INTERPOSTO CONTRA DECISÃO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA.
SÚMULA 735 DO STF. AGRAVO IMPROVIDO.
I – O acórdão recorrido decidiu a questão com base no conjunto
fático probatório constante nos autos. Assim, a apreciação do RE
demandaria o reexame de provas, o que atrai a incidência da Súmula 279
do STF.
II – Incumbe à recorrente o dever de impugnar, de forma específica,
cada um dos fundamentos da decisão atacada, sob pena de não
conhecimento do recurso. Incidência da Súmula 283 do STF. Precedentes.
III - Nos termos da jurisprudência desta Corte, as decisões que
concedem ou denegam medidas cautelares ou provimentos liminares não
perfazem juízo definitivo de constitucionalidade a ensejar o cabimento do
recurso extraordinário pelo art. 102, III, a, da Constituição. Súmula 735 do
STF. Precedentes.
IV - Agravo regimental improvido.
A C Ó R D Ã O
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 684216.
Supremo Tribunal Federal
DJe 17/09/2010
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8
Ementa e Acórdão
RE 613.182 AGR / RJ
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do
Senhor Ministro Ricardo Lewandowski, na conformidade da ata de
julgamentos e das notas taquigráficas, por decisão unânime, negar
provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos
do voto do Relator.
Brasília, 24 de agosto de 2010.
RICARDO LEWANDOWSKI – PRESIDENTE E RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 684216.
Supremo Tribunal Federal
RE 613.182 AGR / RJ
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do
Senhor Ministro Ricardo Lewandowski, na conformidade da ata de
julgamentos e das notas taquigráficas, por decisão unânime, negar
provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos
do voto do Relator.
Brasília, 24 de agosto de 2010.
RICARDO LEWANDOWSKI – PRESIDENTE E RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8
Relatório
24/08/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.182 RIO DE JANEIRO
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S)
:CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
ADV.(A/S)
:MARÍLIA REGUEIRA DIAS E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
INTDO.(A/S)
:EDUARDO VIEIRA
ADV.(A/S)
:MAURÍCIO VIEIRA
R E L A T Ó R I O
O Sr. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI: Trata-se de agravo
regimental eletrônico interposto contra decisão que negou seguimento ao
recurso extraordinário.
A agravante sustentou, em suma, que a decisão agravada deve ser
reformada, ao argumento de que não pretende com o apelo extremo o
“exame da matéria atinente à verificação e conclusão das obras de infraestrutura
determinadas por decisão judicial, mas apenas garantir o julgamento do mérito
do seu Agravo de Instrumento.”
Ressaltou, ainda, que o seu interesse no referido julgamento é para
que não sofra as consequências de eventual descumprimento da
determinação judicial de realização das obras de infraestrutura.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 684218.
Supremo Tribunal Federal
24/08/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.182 RIO DE JANEIRO
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S)
:CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
ADV.(A/S)
:MARÍLIA REGUEIRA DIAS E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
INTDO.(A/S)
:EDUARDO VIEIRA
ADV.(A/S)
:MAURÍCIO VIEIRA
R E L A T Ó R I O
O Sr. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI: Trata-se de agravo
regimental eletrônico interposto contra decisão que negou seguimento ao
recurso extraordinário.
A agravante sustentou, em suma, que a decisão agravada deve ser
reformada, ao argumento de que não pretende com o apelo extremo o
“exame da matéria atinente à verificação e conclusão das obras de infraestrutura
determinadas por decisão judicial, mas apenas garantir o julgamento do mérito
do seu Agravo de Instrumento.”
Ressaltou, ainda, que o seu interesse no referido julgamento é para
que não sofra as consequências de eventual descumprimento da
determinação judicial de realização das obras de infraestrutura.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
24/08/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.182 RIO DE JANEIRO
V O T O
O Sr. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI (Relator): Eis o teor da
decisão agravada:
“Trata-se de recurso extraordinário eletrônico contra acórdão que
possui a seguinte ementa:
'AGRAVO
DE
INSTRUMENTO.
RESPONSABILIDADE CIVIL. VÍCIOS DE CONSTRUÇÃO.
PREJUDICIALIDADE DA DISCUSSÃO. PERDA DE
OBJETO.
1 – As obras de infraestrutura tidas como necessárias pelo
agravado já está sendo realizadas pelo Governo do Estado, motivo
pelo qual parece não mais subsistir qualquer interesse na
apreciação do presente recurso, ante a evidente perda de objeto.
2 – Agravo de instrumento prejudicado' (fl. 226).
Neste RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se
ofensa aos arts. 5º, XXXV, e 93, IX, da mesma Carta.
A pretensão recursal não merece acolhida.
Quanto ao art. 5º, XXXV, da Lei Maior, verifica-se que não
ocorreu o necessário prequestionamento. Como tem consignado o
Tribunal, por meio da Súmula 282, é inadmissível o recurso
extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver sido
apreciada no acórdão recorrido. Ademais, se os embargos declaratórios
não foram opostos com a finalidade de suprir essa omissão, é inviável o
recurso, a teor da Súmula 356 do STF.
Além disso, observe-se que o julgamento contrário aos interesses
da parte não basta à configuração da negativa de prestação
jurisdicional.
É certo, ainda, que a exigência do art. 93, IX, da Constituição,
não impõe seja a decisão exaustivamente fundamentada. O que se busca
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 684219.
Supremo Tribunal Federal
24/08/2010
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.182 RIO DE JANEIRO
V O T O
O Sr. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI (Relator): Eis o teor da
decisão agravada:
“Trata-se de recurso extraordinário eletrônico contra acórdão que
possui a seguinte ementa:
'AGRAVO
DE
INSTRUMENTO.
RESPONSABILIDADE CIVIL. VÍCIOS DE CONSTRUÇÃO.
PREJUDICIALIDADE DA DISCUSSÃO. PERDA DE
OBJETO.
1 – As obras de infraestrutura tidas como necessárias pelo
agravado já está sendo realizadas pelo Governo do Estado, motivo
pelo qual parece não mais subsistir qualquer interesse na
apreciação do presente recurso, ante a evidente perda de objeto.
2 – Agravo de instrumento prejudicado' (fl. 226).
Neste RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se
ofensa aos arts. 5º, XXXV, e 93, IX, da mesma Carta.
A pretensão recursal não merece acolhida.
Quanto ao art. 5º, XXXV, da Lei Maior, verifica-se que não
ocorreu o necessário prequestionamento. Como tem consignado o
Tribunal, por meio da Súmula 282, é inadmissível o recurso
extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver sido
apreciada no acórdão recorrido. Ademais, se os embargos declaratórios
não foram opostos com a finalidade de suprir essa omissão, é inviável o
recurso, a teor da Súmula 356 do STF.
Além disso, observe-se que o julgamento contrário aos interesses
da parte não basta à configuração da negativa de prestação
jurisdicional.
É certo, ainda, que a exigência do art. 93, IX, da Constituição,
não impõe seja a decisão exaustivamente fundamentada. O que se busca
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
RE 613.182 AGR / RJ
é que o julgador informe de forma clara e concisa a razões de seu
convencimento, tal como ocorreu.
Por fim, o acórdão recorrido dirimiu a questão com apoio no
conjunto fático-probatório constante dos autos, consoante se observa do
seguinte trecho das razões do acórdão recorrido:
'Conforme se depreende a partir das informações prestadas
pela própria agravante, às fls. 198, as obras de infraestrutura
tidas como necessárias pelo agravado já estão sendo realizadas
pelo Governo do Estado' (fl. 224).
Assim, para se chegar à conclusão diversa do acórdão recorrido e
verificar se as obras de infraestrutura determinadas por decisão judicial
foram concluídas, faz-se necessária a prévia análise das provas dos
autos, o que é inviável, nos termos da Súmula 279 do STF.
Isso posto, nego seguimento ao recurso (CPC, art. 557, caput)”.
Bem reexaminada a questão, verifica-se que a decisão ora atacada
não merece reforma, visto que a agravante não aduz novos argumentos
capazes de afastar as razões nela expendidas e apenas insiste na reforma
do acórdão recorrido para que se realize o julgamento do mérito do
agravo de instrumento.
Ademais, conforme assinalado na decisão agravada, o acórdão
recorrido, com base no exame dos fatos e provas constante dos autos,
julgou o agravo prejudicado. Assim, a análise do recurso extraordinário
requer o prévio exame do conjunto fático-probatório, o que é inviável, nos
termos da Súmula 279 do STF.
Além disso, incumbe à recorrente o dever de impugnar, de forma
específica, cada um dos fundamentos da decisão atacada, sob pena de
não conhecimento do recurso. Inescusável, portanto, a deficiência na
elaboração da peça recursal, o que faz incidir o teor da Súmula 283 do
STF. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: RE
548.094-AgR/DF e RE 561.869-AgR/RJ, Rel. Min. Cezar Peluso; RE
2
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Supremo Tribunal Federal
RE 613.182 AGR / RJ
é que o julgador informe de forma clara e concisa a razões de seu
convencimento, tal como ocorreu.
Por fim, o acórdão recorrido dirimiu a questão com apoio no
conjunto fático-probatório constante dos autos, consoante se observa do
seguinte trecho das razões do acórdão recorrido:
'Conforme se depreende a partir das informações prestadas
pela própria agravante, às fls. 198, as obras de infraestrutura
tidas como necessárias pelo agravado já estão sendo realizadas
pelo Governo do Estado' (fl. 224).
Assim, para se chegar à conclusão diversa do acórdão recorrido e
verificar se as obras de infraestrutura determinadas por decisão judicial
foram concluídas, faz-se necessária a prévia análise das provas dos
autos, o que é inviável, nos termos da Súmula 279 do STF.
Isso posto, nego seguimento ao recurso (CPC, art. 557, caput)”.
Bem reexaminada a questão, verifica-se que a decisão ora atacada
não merece reforma, visto que a agravante não aduz novos argumentos
capazes de afastar as razões nela expendidas e apenas insiste na reforma
do acórdão recorrido para que se realize o julgamento do mérito do
agravo de instrumento.
Ademais, conforme assinalado na decisão agravada, o acórdão
recorrido, com base no exame dos fatos e provas constante dos autos,
julgou o agravo prejudicado. Assim, a análise do recurso extraordinário
requer o prévio exame do conjunto fático-probatório, o que é inviável, nos
termos da Súmula 279 do STF.
Além disso, incumbe à recorrente o dever de impugnar, de forma
específica, cada um dos fundamentos da decisão atacada, sob pena de
não conhecimento do recurso. Inescusável, portanto, a deficiência na
elaboração da peça recursal, o que faz incidir o teor da Súmula 283 do
STF. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: RE
548.094-AgR/DF e RE 561.869-AgR/RJ, Rel. Min. Cezar Peluso; RE
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
RE 613.182 AGR / RJ
452.272-AgR/SE, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; AI 469.221-AgR/SP, Rel.
Min. Cármen Lúcia; AI 672.744-AgR/BA, Rel. Min. Ellen Gracie; RE
544.591-AgR/RN e RE 503.350-AgR/AL, de minha relatoria.
Por fim, ainda que o acordão recorrido não houvesse julgado
prejudicado o agravo de instrumento, o recurso extraordinário não
prosperaria. É que as decisões que concedem ou denegam medidas
cautelares ou provimentos liminares não perfazem juízo definitivo de
constitucionalidade a ensejar o cabimento do recurso extraordinário pelo
art. 102, III, a, da Constituição. Aplicam-se ao caso as razões que deram
ensejo à Súmula 735 do STF.
Nesse sentido, transcrevo a ementa do AI 597.618-AgR/SP, Rel. Min.
Celso de Mello:
“AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACÓRDÃO QUE
CONFIRMA DEFERIMENTO DE ANTECIPAÇÃO DOS
EFEITOS DA TUTELA - ATO DECISÓRIO QUE NÃO SE
REVESTE DE DEFINITIVIDADE - MERA ANÁLISE DOS
PRESSUPOSTOS DO ‘FUMUS BONI JURIS’ E DO
‘PERICULUM IN MORA’ - INVIABILIDADE DO APELO
EXTREMO - RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. - Não cabe
recurso extraordinário contra decisões que concedem ou que
denegam a antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional ou
provimentos liminares, pelo fato de que tais atos decisórios -
precisamente porque fundados em mera verificação não
conclusiva da ocorrência do ‘periculum in mora’ e da relevância
jurídica da pretensão deduzida pela parte interessada - não
veiculam qualquer juízo definitivo de constitucionalidade,
deixando de ajustar-se, em conseqüência, às hipóteses
consubstanciadas no art. 102, III, da Constituição da República.
Precedentes”.
No mesmo sentido: RE 570.610-AgR/DF e AI 694.440-AgR/RJ, Rel.
Min. Joaquim Barbosa; AI 619.438-AgR/SP, Rel. Min. Ellen Gracie; AI
3
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 613.182 AGR / RJ
452.272-AgR/SE, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; AI 469.221-AgR/SP, Rel.
Min. Cármen Lúcia; AI 672.744-AgR/BA, Rel. Min. Ellen Gracie; RE
544.591-AgR/RN e RE 503.350-AgR/AL, de minha relatoria.
Por fim, ainda que o acordão recorrido não houvesse julgado
prejudicado o agravo de instrumento, o recurso extraordinário não
prosperaria. É que as decisões que concedem ou denegam medidas
cautelares ou provimentos liminares não perfazem juízo definitivo de
constitucionalidade a ensejar o cabimento do recurso extraordinário pelo
art. 102, III, a, da Constituição. Aplicam-se ao caso as razões que deram
ensejo à Súmula 735 do STF.
Nesse sentido, transcrevo a ementa do AI 597.618-AgR/SP, Rel. Min.
Celso de Mello:
“AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACÓRDÃO QUE
CONFIRMA DEFERIMENTO DE ANTECIPAÇÃO DOS
EFEITOS DA TUTELA - ATO DECISÓRIO QUE NÃO SE
REVESTE DE DEFINITIVIDADE - MERA ANÁLISE DOS
PRESSUPOSTOS DO ‘FUMUS BONI JURIS’ E DO
‘PERICULUM IN MORA’ - INVIABILIDADE DO APELO
EXTREMO - RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. - Não cabe
recurso extraordinário contra decisões que concedem ou que
denegam a antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional ou
provimentos liminares, pelo fato de que tais atos decisórios -
precisamente porque fundados em mera verificação não
conclusiva da ocorrência do ‘periculum in mora’ e da relevância
jurídica da pretensão deduzida pela parte interessada - não
veiculam qualquer juízo definitivo de constitucionalidade,
deixando de ajustar-se, em conseqüência, às hipóteses
consubstanciadas no art. 102, III, da Constituição da República.
Precedentes”.
No mesmo sentido: RE 570.610-AgR/DF e AI 694.440-AgR/RJ, Rel.
Min. Joaquim Barbosa; AI 619.438-AgR/SP, Rel. Min. Ellen Gracie; AI
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
RE 613.182 AGR / RJ
652.802-AgR/CE, Rel. Min. Cármen Lúcia; RE 550.865-AgR/SP, Rel. Min.
Cezar Peluso.
Isso posto, nego provimento ao agravo regimental.
4
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RE 613.182 AGR / RJ
652.802-AgR/CE, Rel. Min. Cármen Lúcia; RE 550.865-AgR/SP, Rel. Min.
Cezar Peluso.
Isso posto, nego provimento ao agravo regimental.
4
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.182
PROCED. : RIO DE JANEIRO
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S) : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
ADV.(A/S) : MARÍLIA REGUEIRA DIAS E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
INTDO.(A/S) : EDUARDO VIEIRA
ADV.(A/S) : MAURÍCIO VIEIRA
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Unânime.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 24.08.2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes à
Sessão os Ministros Marco Aurélio, a Ministra Cármen Lúcia e o
Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Mathias.
Fabiane Duarte
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613.182
PROCED. : RIO DE JANEIRO
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S) : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
ADV.(A/S) : MARÍLIA REGUEIRA DIAS E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
INTDO.(A/S) : EDUARDO VIEIRA
ADV.(A/S) : MAURÍCIO VIEIRA
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Unânime.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 24.08.2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes à
Sessão os Ministros Marco Aurélio, a Ministra Cármen Lúcia e o
Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Mathias.
Fabiane Duarte
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 687589
Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=709765 | 2010-08-24T00:00:00 | 2010-09-17T00:00:00 | A Turma negou provimento ao agravo regimental no recurso
extraordinário, nos termos do voto do Relator. Unânime. Presidência
do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 24.08.2010. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA: ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. VÍCIOS DE
CONSTRUÇÃO. AGRAVO DE INSTRUMENTO JULGADO PREJUDICADO PELO TRIBUNAL
DE ORIGEM. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 279 DO STF.
AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO
AGRAVADA. SÚMULA 283 DO STF. PRECEDENTES. IMPUGNAÇÃO DE ACÓRDÃO
PROFERIDO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO CONTRA DECISÃO DE
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. SÚMULA 735 DO STF. AGRAVO IMPROVIDO.
I - O
acórdão recorrido decidiu a questão com base no conjunto fático
probatório constante nos autos. Assim, a apreciação do RE demandaria
o reexame de provas, o que atrai a incidência da Súmula 279 do
STF.
II - Incumbe à recorrente o dever de impugnar, de forma
específica, cada um dos fundamentos da decisão atacada, sob pena de
não conhecimento do recurso. Incidência da Súmula 283 do STF.
Precedentes.
III - Nos termos da jurisprudência desta Corte, as
decisões que concedem ou denegam medidas cautelares ou provimentos
liminares não perfazem juízo definitivo de constitucionalidade a
ensejar o cabimento do recurso extraordinário pelo art. 102, III, a,
da Constituição. Súmula 735 do STF. Precedentes.
IV - Agravo
regimental improvido. | sjur182115 | - Acórdãos citados: RE 452272 AgR, AI 469221 AgR, RE 503350 AgR,
RE 544591 AgR, RE 548094 AgR, RE 550865 AgR, RE 561869 AgR, RE 570610 AgR,
AI 597618 AgR, AI 619438 AgR, AI 652802 AgR, AI 672744 AgR, AI 694440 AgR.
Número de páginas: 8.
Análise: 23/09/2010, IMC.
Revisão: 27/09/2010, MMR. | RICARDO LEWANDOWSKI | Primeira Turma | 613182 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00102 INC-00003 LET-A \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000279 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000283 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000735 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | RE-AgR | acordaos | RE 613182 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
ADV.(A/S) : MARÍLIA REGUEIRA DIAS E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
INTDO.(A/S) : EDUARDO VIEIRA
ADV.(A/S) : MAURÍCIO VIEIRA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613 . 182",
"SÚMULA 279 DO STF",
"SÚMULA 283 DO STF",
"SÚMULA 735 DO STF",
"Súmula 279 do STF",
"Súmula 283 do STF",
"Súmula 735 do STF",
"RE 613 . 182 AGR / RJ",
"RE 613 . 182 AGR / RJ",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613 . 182",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613 . 182",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613 . 182",
"Súmula 356 do STF",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613 . 182",
"Súmula 356 do STF",
"RE 613 . 182 AGR / RJ",
"Súmula 279 do STF",
"Súmula 279 do STF",
"Súmula 283 do STF",
"RE 548 . 094 - AgR / DF",
"RE 561 . 869 - AgR / RJ",
"RE 2 Supremo Tribunal Federal",
"RE 613 . 182 AGR / RJ",
"Súmula 279 do STF",
"Súmula 279 do STF",
"Súmula 283 do STF",
"RE 548 . 094 - AgR / DF",
"RE 561 . 869 - AgR / RJ",
"RE 2 Supremo Tribunal Federal",
"RE 613 . 182 AGR / RJ 452 . 272 - AgR / SE",
"AI 469 . 221 - AgR / SP",
"AI 672 . 744 - AgR / BA",
"RE 544 . 591 - AgR / RN",
"RE 503 . 350 - AgR / AL",
"Súmula 735 do STF",
"AI 597 . 618 - AgR / SP",
"RE 570 . 610 - AgR / DF",
"AI 694 . 440 - AgR / RJ",
"AI 619 . 438 - AgR / SP",
"AI",
"RE 613 . 182 AGR / RJ 452 . 272 - AgR / SE",
"AI 469 . 221 - AgR / SP",
"AI 672 . 744 - AgR / BA",
"RE 544 . 591 - AgR / RN",
"RE 503 . 350 - AgR / AL",
"Súmula 735 do STF",
"AI 597 . 618 - AgR / SP",
"RE 570 . 610 - AgR / DF",
"AI 694 . 440 - AgR / RJ",
"AI 619 . 438 - AgR / SP",
"AI 3 Supremo Tribunal Federal",
"RE 613 . 182 AGR / RJ 652 . 802 - AgR / CE",
"RE 550 . 865 - AgR / SP",
"RE 613 . 182 AGR / RJ 652 . 802 - AgR / CE",
"RE 550 . 865 - AgR / SP",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 613 . 182"
],
"LEGISLACAO": [
"art . 102 , III , a , da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 102 , III , a , da Constituição",
"arts . [UNK] ,",
"art . [UNK] , XXXV , da Lei Maior",
"art . 93 , IX , da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 102 , III , a , da Constituição",
"art . [UNK] , XXXV , da Lei Maior",
"art . 93 , IX , da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CPC , art . 557 , caput )",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CPC , art . 557 , caput )",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 102 , III , a , da Constituição",
"art . 102 , III , da Constituição da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 102 , III , a , da Constituição",
"art . 102 , III , da Constituição da República",
"MP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"RIO DE JANEIRO",
"Brasília",
"Brasília",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"CAIXA ECONÔMICA FEDERAL",
"CEF",
"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
"TRIBUNAL DE ORIGEM",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"CAIXA ECONÔMICA FEDERAL",
"CEF",
"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"CAIXA ECONÔMICA FEDERAL",
"CEF",
"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Governo do Estado",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"CAIXA ECONÔMICA FEDERAL",
"CEF",
"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"CAIXA ECONÔMICA FEDERAL",
"CEF",
"MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"MARÍLIA REGUEIRA DIAS",
"EDUARDO VIEIRA",
"MAURÍCIO VIEIRA",
"Ricardo Lewandowski",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Ricardo Lewandowski",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"MARÍLIA REGUEIRA DIAS",
"EDUARDO VIEIRA",
"MAURÍCIO VIEIRA",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"MARÍLIA REGUEIRA DIAS",
"EDUARDO VIEIRA",
"MAURÍCIO VIEIRA",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Cezar Peluso",
"Cezar Peluso",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Sepúlveda Pertence",
"Cármen Lúcia",
"Ellen Gracie",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Ellen Gracie",
"Sepúlveda Pertence",
"Cármen Lúcia",
"Ellen Gracie",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Ellen Gracie",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Cármen Lúcia",
"Cezar Peluso",
"Cármen Lúcia",
"Cezar Peluso",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"MARÍLIA REGUEIRA DIAS",
"EDUARDO VIEIRA",
"MAURÍCIO VIEIRA",
"Ricardo Lewandowski",
"Ricardo Lewandowski",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Wagner Mathias",
"Fabiane Duarte",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"MARÍLIA REGUEIRA DIAS",
"EDUARDO VIEIRA",
"MAURÍCIO VIEIRA",
"Ricardo Lewandowski",
"Ricardo Lewandowski",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Wagner Mathias",
"Fabiane Duarte"
],
"TEMPO": [
"24",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"17",
"/",
"09",
"/",
"2010",
"24 de agosto de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24 de agosto de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
".",
"08",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
".",
"08",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
MANDADO DE SEGURANÇA 28.107 DISTRITO FEDERAL
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
IMPTE.(S)
:ALAÍDE RODRIGUES MIOSSO
IMPTE.(S)
:VAGNER JOSÉ CHAVES
ADV.(A/S)
:IVAN JOSÉ RAMOS ÁLV ARO
IMPDO.(A/S)
:TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (PROCESSO Nº
003.765/2005-8)
ADV.(A/S)
:ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. 1.
PEDIDO DE DESISTÊNCIA NÃO HOMOLOGADO POR INEXISTIR
NOS AUTOS PROCURAÇÃO COM PODERES ESPECIAIS: ART. 38 DO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. 2. CONTROLE EXTERNO DE
LEGALIDADE DE ATO CONCESSIVO DE APOSENTADORIA:
INAPLICABILIDADE DA DECADÊNCIA PREVISTA NO ART. 54 DA
LEI 9.784/1999. PRECEDENTES. SEGURANÇA DENEGADA.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em Primeira Turma, sob a Presidência da
Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata de julgamento e das
notas taquigráficas, à unanimidade, em denegar a segurança, nos termos
do voto da Relatora. Não participou, justificadamente, deste julgamento,
o Ministro Marco Aurélio.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
Ministra CÁRMEN LÚCIA - Relatora
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
DJe 07/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9
Relatório
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
MANDADO DE SEGURANÇA 28.107 DISTRITO FEDERAL
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
IMPTE.(S)
:ALAÍDE RODRIGUES MIOSSO
IMPTE.(S)
:VAGNER JOSÉ CHAVES
ADV.(A/S)
:IVAN JOSÉ RAMOS ÁLV ARO
IMPDO.(A/S)
:TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (PROCESSO Nº
003.765/2005-8)
ADV.(A/S)
:ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Mandado de segurança, com pedido de medida liminar,
impetrado por Alaíde Rodrigues Miosso e Vagner José Chaves, em
3.7.2009, contra decisão da Segunda Câmara do Tribunal de Contas da
União, que julgara ilegal a forma de cálculo da Gratificação de Atividade
Judiciária (GAJ) e do Adicional de Padrão Judiciário (APJ) que integram
os proventos dos Impetrantes (Acórdãos n. 2.056/2009 e 3.221/2007).
O caso
2. Os Impetrantes tiveram suas aposentadorias concedidas, em
26.3.2002, por meio das Portarias n. 134 e 135 do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e dos Territórios (fls. 24 e 27).
Em 6.11.2007, o Tribunal de Contas da União julgou ilegal o cálculo
dos percentuais da Gratificação de Atividade Judiciária (GAJ) e do
Adicional de Padrão Judiciário (APJ), tomando como base de cálculo o
valor da função comissionada.
Em 26.5.2009, a Segunda Câmara do Tribunal de Contas da União
negou provimento ao Pedido de Reexame n. 019.887/2007-8:
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
MANDADO DE SEGURANÇA 28.107 DISTRITO FEDERAL
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
IMPTE.(S)
:ALAÍDE RODRIGUES MIOSSO
IMPTE.(S)
:VAGNER JOSÉ CHAVES
ADV.(A/S)
:IVAN JOSÉ RAMOS ÁLV ARO
IMPDO.(A/S)
:TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (PROCESSO Nº
003.765/2005-8)
ADV.(A/S)
:ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Mandado de segurança, com pedido de medida liminar,
impetrado por Alaíde Rodrigues Miosso e Vagner José Chaves, em
3.7.2009, contra decisão da Segunda Câmara do Tribunal de Contas da
União, que julgara ilegal a forma de cálculo da Gratificação de Atividade
Judiciária (GAJ) e do Adicional de Padrão Judiciário (APJ) que integram
os proventos dos Impetrantes (Acórdãos n. 2.056/2009 e 3.221/2007).
O caso
2. Os Impetrantes tiveram suas aposentadorias concedidas, em
26.3.2002, por meio das Portarias n. 134 e 135 do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e dos Territórios (fls. 24 e 27).
Em 6.11.2007, o Tribunal de Contas da União julgou ilegal o cálculo
dos percentuais da Gratificação de Atividade Judiciária (GAJ) e do
Adicional de Padrão Judiciário (APJ), tomando como base de cálculo o
valor da função comissionada.
Em 26.5.2009, a Segunda Câmara do Tribunal de Contas da União
negou provimento ao Pedido de Reexame n. 019.887/2007-8:
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1575540.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 9
Relatório
MS 28.107 / DF
“SUMÁRIO: PESSOAL. PENSÃO CIVIL. NOTÁRIOS E
OFICIAIS DE REGISTRO DE SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS
DO DISTRITO FEDERAL. CÁLCULO DE APJ E GAJ COM
BASE NO VALOR DA FUNÇÃO COMISSIONADA.
ILEGALIDADE. PEDIDO DE REXAME. CONHECIMENTO.
NÃO PROVIMENTO. 1. É permitida a concessão de aposentadoria,
com proventos pagos pela União, aos notários, tabeliães e oficiais de
registro e titulares de serventias extrajudiciais do Distrito Federal,
admitidos antes da publicação da Lei 8.935, de 21/11/1994, desde que
respeitados os requisitos do art. 51 dessa lei. 2. É ilegal o cálculo dos
percentuais da Gratificação de Atividade Judiciária (GAJ) e do
Adicional de Padrão Judiciário (APJ) tomando como base o valor da
função comissionada. 3. É ilegal a concessão de aposentadoria aos
notários, tabeliães e oficiais de registro e titulares de serventias
extrajudiciais do Distrito Federal, com proventos pagos pela União,
admitidos após a publicação da Lei 8.935/94, que não tenham mantido
estritamente as contribuições nela previstas até a data do deferimento
do pedido ou de sua concessão ” (fl. 17).
É contra esse acórdão que se impetra o presente mandado de
segurança.
3. Os Impetrantes alegam que têm “direito de receber aposentações pelos
cofres públicos, desde que comprovados e implementados os requisitos legais
pertinentes, cujos proventos serão iguais aos de diretor de secretaria do TJDFT
(DAS 05 ou CJ-03), com todas as vantagens daí decorrentes, isto é, gratificação
judiciária e de apoio judiciário, adicionais, etc. incidentes sobre a função
comissionada” (fl. 6).
Sustentam que “são decorridos mais de 05 anos de aposentações,
tranquilas, com decadência operada, gerando absoluta presunção dos impetrantes
na legitimidade dos atos administrativos praticados pelo órgão de origem, o
TJDFT” (fl. 8).
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
MS 28.107 / DF
“SUMÁRIO: PESSOAL. PENSÃO CIVIL. NOTÁRIOS E
OFICIAIS DE REGISTRO DE SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS
DO DISTRITO FEDERAL. CÁLCULO DE APJ E GAJ COM
BASE NO VALOR DA FUNÇÃO COMISSIONADA.
ILEGALIDADE. PEDIDO DE REXAME. CONHECIMENTO.
NÃO PROVIMENTO. 1. É permitida a concessão de aposentadoria,
com proventos pagos pela União, aos notários, tabeliães e oficiais de
registro e titulares de serventias extrajudiciais do Distrito Federal,
admitidos antes da publicação da Lei 8.935, de 21/11/1994, desde que
respeitados os requisitos do art. 51 dessa lei. 2. É ilegal o cálculo dos
percentuais da Gratificação de Atividade Judiciária (GAJ) e do
Adicional de Padrão Judiciário (APJ) tomando como base o valor da
função comissionada. 3. É ilegal a concessão de aposentadoria aos
notários, tabeliães e oficiais de registro e titulares de serventias
extrajudiciais do Distrito Federal, com proventos pagos pela União,
admitidos após a publicação da Lei 8.935/94, que não tenham mantido
estritamente as contribuições nela previstas até a data do deferimento
do pedido ou de sua concessão ” (fl. 17).
É contra esse acórdão que se impetra o presente mandado de
segurança.
3. Os Impetrantes alegam que têm “direito de receber aposentações pelos
cofres públicos, desde que comprovados e implementados os requisitos legais
pertinentes, cujos proventos serão iguais aos de diretor de secretaria do TJDFT
(DAS 05 ou CJ-03), com todas as vantagens daí decorrentes, isto é, gratificação
judiciária e de apoio judiciário, adicionais, etc. incidentes sobre a função
comissionada” (fl. 6).
Sustentam que “são decorridos mais de 05 anos de aposentações,
tranquilas, com decadência operada, gerando absoluta presunção dos impetrantes
na legitimidade dos atos administrativos praticados pelo órgão de origem, o
TJDFT” (fl. 8).
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 9
Relatório
MS 28.107 / DF
Argumentam “não ser razoável decorrer longos anos e, após, negar
registro ao administrado-cartorário que tinha a certeza de que o ato jurídico
estava perfeito e acabado” (fl. 9).
Asseveram que “passaram a perceber seus proventos pelos cofres públicos,
isto é, remuneração com as vantagens decorrentes do cargo de diretor de
secretaria do TJDF (CJ – 03 ou DAS – 05), acrescidos do adicional de Padrão
Judiciário (APJ) e da Gratificação de Atividade Judiciária (GAJ), calculados sobre
o mencionado CJ – 03, agora retirados pelo v. acórdão do TCU, indevidamente e
com afronta à lei, à decisão do STF no MS 21.525-5 – DF e de julgados do
próprio TCU” (fls. 7-8).
Requerem medida liminar para “determinar que a autoridade coatora
suspenda imediatamente a ordem dada ao Tribunal do Distrito Federal e
Territórios de exclusão dos proventos dos impetrantes das gratificações incidentes
e calculadas com base no cargo de Diretor de Secretaria (função comissionada CJ-
03) negadas nos termos do Acórdão 2056/2009, 2ª Câmara, TCU, ora
impugnado” (fl. 9).
No mérito, pedem “seja julgado procedente o pedido de segurança para
que se restabeleçam todas as gratificações e vantagens calculadas sobre a função
comissionada (DAS – 05 ou CJ – 03), dadas as peculiaridades dos cargos dos
serventuários da justiça nomeados anteriormente a Lei 8.935/94, como é o caso
dos impetrantes, tal qual foram deferidas aos mesmos nas Portarias de
aposentações anexas a este mandamus, determinando-se, finalmente, que a
autoridade coatora promova os registros/homologações de suas aposentações” (fl.
10).
4. O Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal, sem analisar
o pedido de medida liminar, requisitou informações (fl. 32), prestadas
pelo Presidente do Tribunal de Contas da União em 24.7.2009 (fls. 37-45):
“Mandado de Segurança, com pedido de liminar, impetrado por
Alaíde Rodrigues Miosso e Vagner José Chaves, contra ato do TCU,
3
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MS 28.107 / DF
Argumentam “não ser razoável decorrer longos anos e, após, negar
registro ao administrado-cartorário que tinha a certeza de que o ato jurídico
estava perfeito e acabado” (fl. 9).
Asseveram que “passaram a perceber seus proventos pelos cofres públicos,
isto é, remuneração com as vantagens decorrentes do cargo de diretor de
secretaria do TJDF (CJ – 03 ou DAS – 05), acrescidos do adicional de Padrão
Judiciário (APJ) e da Gratificação de Atividade Judiciária (GAJ), calculados sobre
o mencionado CJ – 03, agora retirados pelo v. acórdão do TCU, indevidamente e
com afronta à lei, à decisão do STF no MS 21.525-5 – DF e de julgados do
próprio TCU” (fls. 7-8).
Requerem medida liminar para “determinar que a autoridade coatora
suspenda imediatamente a ordem dada ao Tribunal do Distrito Federal e
Territórios de exclusão dos proventos dos impetrantes das gratificações incidentes
e calculadas com base no cargo de Diretor de Secretaria (função comissionada CJ-
03) negadas nos termos do Acórdão 2056/2009, 2ª Câmara, TCU, ora
impugnado” (fl. 9).
No mérito, pedem “seja julgado procedente o pedido de segurança para
que se restabeleçam todas as gratificações e vantagens calculadas sobre a função
comissionada (DAS – 05 ou CJ – 03), dadas as peculiaridades dos cargos dos
serventuários da justiça nomeados anteriormente a Lei 8.935/94, como é o caso
dos impetrantes, tal qual foram deferidas aos mesmos nas Portarias de
aposentações anexas a este mandamus, determinando-se, finalmente, que a
autoridade coatora promova os registros/homologações de suas aposentações” (fl.
10).
4. O Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal, sem analisar
o pedido de medida liminar, requisitou informações (fl. 32), prestadas
pelo Presidente do Tribunal de Contas da União em 24.7.2009 (fls. 37-45):
“Mandado de Segurança, com pedido de liminar, impetrado por
Alaíde Rodrigues Miosso e Vagner José Chaves, contra ato do TCU,
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Relatório
MS 28.107 / DF
consubstanciado no Acórdão n. 2.056/2009 - 2ª Câmara, que negou
provimento a pedido de reexame contra o Acórdão n. 3.221/2007 – 2ª
Câmara, por intermédio do qual foram considerados ilegais os atos de
aposentação dos impetrantes, em razão da aplicação da Gratificação de
Atividade Judiciária (GAJ) e do Adicional de Padrão Judiciário (APJ)
sobre o valor da função comissionada.
1. Ilegalidade do órgão pagador ao aplicar, ao tempo em que
atribuiu aos ex-servidores direito à percepção da FC-9, os índices da
APJ e da GAJ sobre o valor base da função comissionada, em afronta
direta ao comando legal. Além disso, conferiu aos beneficiários, a
despeito de jamais terem exercido cargo efetivo na administração
federal, adicional por tempo de serviço, com o agravante de também
calcular a parcela sobre o valor base da FC.
2. Inexistência de ofensa a ato juridicamente perfeito ou a direito
adquirido por parte do TCU ante o fato de que o ilícito não é capaz de
gerar aquisição de direitos, bem como ante a natureza complexa dos
atos de aposentadoria. Precedentes do STF. Ademais, o princípio da
segurança jurídica não pode ter maior hierarquia que o princípio da
legalidade, já que estão ambos previstos no art. 5º da Constituição,
devendo ambos ser aplicados mediante a incidência da regra de
ponderação – que impõe a consideração de que deve ser reduzida a
esfera de aplicação de cada um dos postulados jurídicos em aparente
conflito, de molde a encontrar a solução para a questão sem sacrifício
de qualquer um dos princípios considerados. No caso concreto,
considerando o princípio da supremacia do interesse público sobre o
privado, impõe-se que se privilegie o princípio da legalidade, de modo
a se afastar a legitimidade de aposentadorias concedidas em
desconformidade com a Constituição Federal.
3. Não-cabimento da liminar, ante a ausência do fumus boni
juris e do periculum in mora. Parecer pela denegação do
mandamus” (fl. 38).
5. Em 3.8.2009, o presente mandado de segurança veio-me em
conclusão (fl. 51). Em 22.9.2009, indeferi a medida liminar requerida e
determinei vista dos autos ao Procurador-Geral da República (fls. 53-58).
4
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MS 28.107 / DF
consubstanciado no Acórdão n. 2.056/2009 - 2ª Câmara, que negou
provimento a pedido de reexame contra o Acórdão n. 3.221/2007 – 2ª
Câmara, por intermédio do qual foram considerados ilegais os atos de
aposentação dos impetrantes, em razão da aplicação da Gratificação de
Atividade Judiciária (GAJ) e do Adicional de Padrão Judiciário (APJ)
sobre o valor da função comissionada.
1. Ilegalidade do órgão pagador ao aplicar, ao tempo em que
atribuiu aos ex-servidores direito à percepção da FC-9, os índices da
APJ e da GAJ sobre o valor base da função comissionada, em afronta
direta ao comando legal. Além disso, conferiu aos beneficiários, a
despeito de jamais terem exercido cargo efetivo na administração
federal, adicional por tempo de serviço, com o agravante de também
calcular a parcela sobre o valor base da FC.
2. Inexistência de ofensa a ato juridicamente perfeito ou a direito
adquirido por parte do TCU ante o fato de que o ilícito não é capaz de
gerar aquisição de direitos, bem como ante a natureza complexa dos
atos de aposentadoria. Precedentes do STF. Ademais, o princípio da
segurança jurídica não pode ter maior hierarquia que o princípio da
legalidade, já que estão ambos previstos no art. 5º da Constituição,
devendo ambos ser aplicados mediante a incidência da regra de
ponderação – que impõe a consideração de que deve ser reduzida a
esfera de aplicação de cada um dos postulados jurídicos em aparente
conflito, de molde a encontrar a solução para a questão sem sacrifício
de qualquer um dos princípios considerados. No caso concreto,
considerando o princípio da supremacia do interesse público sobre o
privado, impõe-se que se privilegie o princípio da legalidade, de modo
a se afastar a legitimidade de aposentadorias concedidas em
desconformidade com a Constituição Federal.
3. Não-cabimento da liminar, ante a ausência do fumus boni
juris e do periculum in mora. Parecer pela denegação do
mandamus” (fl. 38).
5. Em 3.8.2009, o presente mandado de segurança veio-me em
conclusão (fl. 51). Em 22.9.2009, indeferi a medida liminar requerida e
determinei vista dos autos ao Procurador-Geral da República (fls. 53-58).
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Relatório
MS 28.107 / DF
Em 19.5.2011, o Procurador-Geral da República opinou pela
denegação da segurança:
“MANDADO DE SEGURANÇA. PEDIDO DE MEDIDA
LIMINAR. ATO DE APOSENTADORIA. FUNÇÃO
COMISSIONADA. ALEGAÇÃO DE DECADÊNCIA OPERADA.
INOCORRÊNCIA. ATO IMPUGNADO. ILEGALIDADE.
INEFICÁCIA DA MEDIDA. PARECER PELA DENEGAÇÃO DA
SEGURANÇA” (fl. 64).
6. Em 18.12.2009, Vagner José Chaves requereu “a desistência do
presente mandado de segurança nos termos do art. 158 do Código de Processo
Civil” (fl. 76). Por não ter o advogado subscritor da petição poderes
especiais para desistir, em 30.5.2011, determinei aos Impetrantes que, no
prazo de cinco dias, regularizassem a representação processual (fls. 79-
80).
Em 29.6.2011, a Coordenadoria de Processamento de Originários do
Supremo Tribunal Federal certificou que “até o dia 13/06/2011 não houve
qualquer manifestação em relação ao despacho de 30/5/2011” (fl. 83).
É o relatório.
5
Supremo Tribunal Federal
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Em 19.5.2011, o Procurador-Geral da República opinou pela
denegação da segurança:
“MANDADO DE SEGURANÇA. PEDIDO DE MEDIDA
LIMINAR. ATO DE APOSENTADORIA. FUNÇÃO
COMISSIONADA. ALEGAÇÃO DE DECADÊNCIA OPERADA.
INOCORRÊNCIA. ATO IMPUGNADO. ILEGALIDADE.
INEFICÁCIA DA MEDIDA. PARECER PELA DENEGAÇÃO DA
SEGURANÇA” (fl. 64).
6. Em 18.12.2009, Vagner José Chaves requereu “a desistência do
presente mandado de segurança nos termos do art. 158 do Código de Processo
Civil” (fl. 76). Por não ter o advogado subscritor da petição poderes
especiais para desistir, em 30.5.2011, determinei aos Impetrantes que, no
prazo de cinco dias, regularizassem a representação processual (fls. 79-
80).
Em 29.6.2011, a Coordenadoria de Processamento de Originários do
Supremo Tribunal Federal certificou que “até o dia 13/06/2011 não houve
qualquer manifestação em relação ao despacho de 30/5/2011” (fl. 83).
É o relatório.
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Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 9
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
MANDADO DE SEGURANÇA 28.107 DISTRITO FEDERAL
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Inicialmente cumpre ressaltar que, apesar de Vagner José Chaves
ter requerido a desistência do presente mandado de segurança, o seu
advogado não tem poderes específicos para desistir nem juntou aos autos
procuração com poderes para tanto no prazo estipulado, razão pela qual
indefiro o pedido de desistência (art. 38 do Código de Processo Civil).
2. No mérito, os Impetrantes argumentam que devem ser aplicados
os efeitos da decadência previstos no art. 54 da Lei n. 9.784/1999 à decisão
do Tribunal de Contas da União ora impugnada.
Diferentemente do que argumentam os Impetrantes, seus atos de
aposentadoria não consubstanciam atos jurídicos perfeitos. Este Supremo
Tribunal decidiu que não se aplica o art. 54 da Lei n. 9.784/1999 aos
processos em que o Tribunal de Contas da União exerce sua competência
constitucional de controle externo, pois a concessão da aposentadoria é
ato jurídico complexo que se aperfeiçoa com o registro no Tribunal de
Contas.
Nesse sentido:
“PROVENTOS - ATOS SEQUENCIAIS - REGISTRO -
PRAZO DECADENCIAL - ARTIGO 54 DA LEI N. 9.784/99 -
ALCANCE. Envolvendo a espécie, considerados atos administrativos
em geral, o registro de aposentadoria, descabe cogitar de situação
constituída a atrair o disposto no artigo 54 da Lei n. 9.784/99, no que
fixa prazo decadencial para a administração pública rever atos
praticados. APOSENTADORIA - PROVENTOS - REGISTRO
VERIFICADO - ADITAMENTO DE PARCELA -
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
MANDADO DE SEGURANÇA 28.107 DISTRITO FEDERAL
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. Inicialmente cumpre ressaltar que, apesar de Vagner José Chaves
ter requerido a desistência do presente mandado de segurança, o seu
advogado não tem poderes específicos para desistir nem juntou aos autos
procuração com poderes para tanto no prazo estipulado, razão pela qual
indefiro o pedido de desistência (art. 38 do Código de Processo Civil).
2. No mérito, os Impetrantes argumentam que devem ser aplicados
os efeitos da decadência previstos no art. 54 da Lei n. 9.784/1999 à decisão
do Tribunal de Contas da União ora impugnada.
Diferentemente do que argumentam os Impetrantes, seus atos de
aposentadoria não consubstanciam atos jurídicos perfeitos. Este Supremo
Tribunal decidiu que não se aplica o art. 54 da Lei n. 9.784/1999 aos
processos em que o Tribunal de Contas da União exerce sua competência
constitucional de controle externo, pois a concessão da aposentadoria é
ato jurídico complexo que se aperfeiçoa com o registro no Tribunal de
Contas.
Nesse sentido:
“PROVENTOS - ATOS SEQUENCIAIS - REGISTRO -
PRAZO DECADENCIAL - ARTIGO 54 DA LEI N. 9.784/99 -
ALCANCE. Envolvendo a espécie, considerados atos administrativos
em geral, o registro de aposentadoria, descabe cogitar de situação
constituída a atrair o disposto no artigo 54 da Lei n. 9.784/99, no que
fixa prazo decadencial para a administração pública rever atos
praticados. APOSENTADORIA - PROVENTOS - REGISTRO
VERIFICADO - ADITAMENTO DE PARCELA -
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 9
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
MS 28.107 / DF
CONTRADITÓRIO - INADEQUAÇÃO. Versando o processo
administrativo submetido ao Tribunal de Contas alteração do registro
de aposentadoria para aditar-se aos proventos certa parcela, mostra-se
dispensável a observância do contraditório” (MS 25.525, Rel. Min.
Marco Aurélio, Plenário, DJe 19.3.2010).
“O Supremo Tribunal Federal pacificou entendimento de que,
sendo a aposentadoria ato complexo, que só se aperfeiçoa com o
registro no Tribunal de Contas da União, o prazo decadencial da Lei n.
9.784/99 tem início a partir de sua publicação. Aposentadoria do
Impetrante não registrada: inocorrência da decadência administrativa.
4. A redução de proventos de aposentadoria, quando concedida em
desacordo com a lei, não ofende o princípio da irredutibilidade de
vencimentos. Precedentes. 5. Segurança denegada” (MS 25.552, de
minha relatoria, Plenário, DJe 30.5.2008).
No mesmo sentido: MS 25.697, de minha relatoria, Plenário, DJe
5.3.2010; MS 25.072/DF, Rel. Min. Marco Aurélio e Redator para o acórdão
o Ministro Eros Grau, DJ 27.4.2007; MS 24.997/DF, Rel. Min. Eros Grau,
Plenário, DJ 1º.4.2005; MS 25.113/DF, Rel. Min. Eros Grau, Plenário, DJ
6.5.2005; MS 25.192/DF, Rel. Min. Eros Grau, Plenário, DJ 6.5.2005; e MS
24.754/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, Plenário, DJ 18.2.2005; MS 24.859/DF,
Rel. Min. Carlos Velloso, Plenário, DJ 27.8.2004; MS 25.440/DF, Rel. Min.
Carlos Velloso, Plenário, DJ 28.4.2006; MS 25.256/PB, Rel. Min. Carlos
Velloso, Plenário, DJ 24.3.2006; MS 24.958/DF, Rel. Min. Eros Grau,
Plenário, DJ 1º.4.2005; e MS 24.958/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, Plenário,
DJ 1º.4.2005.
Portanto, antes do registro da aposentadoria pelo Tribunal de Contas
da União, não há que se falar em direito adquirido à forma de cálculo da
Gratificação de Atividade Judiciária (GAJ) e do Adicional de Padrão
Judiciário (APJ) que integram os proventos dos Impetrantes.
3. Pelo exposto, voto no sentido de denegar a segurança.
2
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MS 28.107 / DF
CONTRADITÓRIO - INADEQUAÇÃO. Versando o processo
administrativo submetido ao Tribunal de Contas alteração do registro
de aposentadoria para aditar-se aos proventos certa parcela, mostra-se
dispensável a observância do contraditório” (MS 25.525, Rel. Min.
Marco Aurélio, Plenário, DJe 19.3.2010).
“O Supremo Tribunal Federal pacificou entendimento de que,
sendo a aposentadoria ato complexo, que só se aperfeiçoa com o
registro no Tribunal de Contas da União, o prazo decadencial da Lei n.
9.784/99 tem início a partir de sua publicação. Aposentadoria do
Impetrante não registrada: inocorrência da decadência administrativa.
4. A redução de proventos de aposentadoria, quando concedida em
desacordo com a lei, não ofende o princípio da irredutibilidade de
vencimentos. Precedentes. 5. Segurança denegada” (MS 25.552, de
minha relatoria, Plenário, DJe 30.5.2008).
No mesmo sentido: MS 25.697, de minha relatoria, Plenário, DJe
5.3.2010; MS 25.072/DF, Rel. Min. Marco Aurélio e Redator para o acórdão
o Ministro Eros Grau, DJ 27.4.2007; MS 24.997/DF, Rel. Min. Eros Grau,
Plenário, DJ 1º.4.2005; MS 25.113/DF, Rel. Min. Eros Grau, Plenário, DJ
6.5.2005; MS 25.192/DF, Rel. Min. Eros Grau, Plenário, DJ 6.5.2005; e MS
24.754/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, Plenário, DJ 18.2.2005; MS 24.859/DF,
Rel. Min. Carlos Velloso, Plenário, DJ 27.8.2004; MS 25.440/DF, Rel. Min.
Carlos Velloso, Plenário, DJ 28.4.2006; MS 25.256/PB, Rel. Min. Carlos
Velloso, Plenário, DJ 24.3.2006; MS 24.958/DF, Rel. Min. Eros Grau,
Plenário, DJ 1º.4.2005; e MS 24.958/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, Plenário,
DJ 1º.4.2005.
Portanto, antes do registro da aposentadoria pelo Tribunal de Contas
da União, não há que se falar em direito adquirido à forma de cálculo da
Gratificação de Atividade Judiciária (GAJ) e do Adicional de Padrão
Judiciário (APJ) que integram os proventos dos Impetrantes.
3. Pelo exposto, voto no sentido de denegar a segurança.
2
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Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
MANDADO DE SEGURANÇA 28.107
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
IMPTE.(S) : ALAÍDE RODRIGUES MIOSSO
IMPTE.(S) : VAGNER JOSÉ CHAVES
ADV.(A/S) : IVAN JOSÉ RAMOS ÁLV ARO
IMPDO.(A/S) : TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (PROCESSO Nº
003.765/2005-8)
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
Decisão: A Turma denegou a segurança, nos termos do voto da
Relatora. Unânime. Não participou, justificadamente, deste
julgamento, o Senhor Ministro Marco Aurélio. Presidência da
Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
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Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
MANDADO DE SEGURANÇA 28.107
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
IMPTE.(S) : ALAÍDE RODRIGUES MIOSSO
IMPTE.(S) : VAGNER JOSÉ CHAVES
ADV.(A/S) : IVAN JOSÉ RAMOS ÁLV ARO
IMPDO.(A/S) : TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (PROCESSO Nº
003.765/2005-8)
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
Decisão: A Turma denegou a segurança, nos termos do voto da
Relatora. Unânime. Não participou, justificadamente, deste
julgamento, o Senhor Ministro Marco Aurélio. Presidência da
Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1610353 | 2011-10-25T00:00:00 | 2011-12-07T00:00:00 | A Turma denegou a segurança, nos termos do voto da Relatora. Unânime. Não participou, justificadamente, deste julgamento, o Senhor Ministro Marco Aurélio. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011. | MANDADO DE SEGURANÇA | EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. 1. PEDIDO DE DESISTÊNCIA NÃO HOMOLOGADO POR INEXISTIR NOS AUTOS PROCURAÇÃO COM PODERES ESPECIAIS: ART. 38 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. 2. CONTROLE EXTERNO DE LEGALIDADE DE ATO CONCESSIVO DE APOSENTADORIA: INAPLICABILIDADE DA DECADÊNCIA PREVISTA NO ART. 54 DA LEI 9.784/1999. PRECEDENTES. SEGURANÇA DENEGADA. | sjur202504 | - Acórdãos citados: MS 24754 - Tribunal Pleno, MS 24859 -
Tribunal Pleno, MS 24958 - Tribunal Pleno, MS 24997 -
Tribunal Pleno, MS 25072, MS 25113 - Tribunal Pleno, MS
25192 - Tribunal Pleno, MS 25256 - Tribunal Pleno, MS 25440
- Tribunal Pleno, MS 25525 - Tribunal Pleno, MS 25552 -
Tribunal Pleno, MS 25697 - Tribunal Pleno.
Número de páginas: 9.
Análise: 23/01/2012, SOF.
Revisão: 25/01/2012, KBP. | CÁRMEN LÚCIA | Primeira Turma | 28107 | [
"LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\r\n ART-00038 \r\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\r\n",
"LEG-FED LEI-009784 ANO-1999\r\n ART-00054 \r\n LPA-1999 LEI DE PROCESSO ADMINISTRATIVO"
] | MS | acordaos | MS 28107 | [
""
] | IMPTE.(S) : ALAÍDE RODRIGUES MIOSSO
IMPTE.(S) : VAGNER JOSÉ CHAVES
ADV.(A/S) : IVAN JOSÉ RAMOS ÁLV ARO
IMPDO.(A/S) : TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (PROCESSO Nº 003.765/2005-8)
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"MANDADO DE SEGURANÇA 28 . 107",
"Acórdãos n . 2 . 056 / 2009",
"3",
".",
"221",
"/",
"2007",
"PROCESSO [UNK] 003 . 765 / 2005",
"Acórdãos n . 2 . 056 / 2009",
"3",
".",
"221",
"/",
"2007",
"Pedido",
"MS 28 . 107 / DF",
"MS 28 . 107 / DF",
"MS 28 . 107 / DF",
"MS 21 . 525 - 5 – DF",
"Acórdão 2056 / 2009 ,",
"MS 28 . 107 / DF",
"MS 21 . 525 - 5 – DF",
"Acórdão 2056 / 2009",
"MS 28 . 107 / DF",
"Acórdão n . 2 . 056 / 2009",
"Acórdão n . 3 . 221 / 2007 – [UNK]",
"MS 28 . 107 / DF",
"Acórdão n . 2 . 056 / 2009 - [UNK] Câmara",
"Acórdão n . 3 . 221 / 2007",
"MS 28 . 107 / DF",
"MS 28 . 107 / DF",
"MS 28 . 107 / DF",
"MS 25 . 525",
"MS 25 . 552",
"MS 25 . 697",
"MS 25 . 072 / DF",
"MS 24 . 997 / DF",
"MS 25 . 113 / DF",
"MS 25 . 192 / DF",
"MS 24 . 754 / DF",
"MS 24 . 859 / DF",
"MS 25 . 440 / DF",
"MS 25 . 256 / PB",
"MS 24 . 958 / DF",
"MS 24 . 958 / DF",
"MS 28 . 107 / DF",
"MS 25 . 525",
"MS 25 . 552",
"MS 25 . 697",
"MS 25 . 072 / DF",
"MS 24 . 997 / DF",
"MS 25 . 113 / DF",
"MS 25 . 192 / DF",
"MS 24 . 754 / DF",
"MS 24 . 859 / DF",
"MS 25 . 440 / DF",
"MS 25 . 256 / PB",
"MS 24 . 958 / DF",
"MS 24 . 958 / DF"
],
"LEGISLACAO": [
"ART . 38 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL",
"ART . 54 DA LEI 9 . 784 / 1999",
"MP n° 2 . 200 - 2 /",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei 8 . 935",
"Lei 8 . 935 / 94",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei 8 . 935",
"Lei 8 . 935 / 94",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei 8 . 935 / 94",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei 8 . 935 / 94",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] da Constituição",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] da Constituição",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 158 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 158 do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 38 do Código de Processo Civil",
"art . 54 da Lei n . 9 . 784 / 1999",
"art . 54 da Lei n . 9 . 784 / 1999",
"ARTIGO 54 DA LEI N . 9 . 784 / 99",
"artigo 54 da Lei n . 9 . 784 / 99",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 38 do Código de Processo Civil",
"art . 54 da Lei n . 9 . 784 / 1999",
"art . 54 da Lei n . 9 . 784 / 1999",
"ARTIGO 54 DA LEI N . 9 . 784 / 99",
"artigo 54 da Lei n . 9 . 784 / 99",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n . 9 . 784 / 99",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n . 9 . 784 /",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"DISTRITO FEDERAL",
"Brasília",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"Distrito Federal",
"Distrito Federal",
"DISTRITO FEDERAL",
"Distrito Federal",
"Distrito Federal",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO",
"UNIÃO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
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"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"UNIÃO",
"Segunda Câmara do Tribunal de Contas da União",
"Tribunal de Contas da União",
"Segunda Câmara do Tribunal de Contas da União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO",
"UNIÃO",
"Segunda Câmara do Tribunal de Contas da União",
"Tribunal de Contas da União",
"Segunda Câmara do Tribunal de Contas da União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"União",
"União",
"TJDFT",
"TJDFT",
"Supremo Tribunal Federal",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"União",
"União",
"TJDFT",
"TJDFT",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"TJDF",
"TCU",
"STF",
"TCU",
"Tribunal do Distrito Federal e Territórios",
"[UNK]",
"TCU",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal de Contas da União",
"TCU",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"TJDF",
"TCU",
"STF",
"TCU",
"Tribunal do Distrito Federal e Territórios",
"[UNK] Câmara",
"TCU",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal de Contas da União",
"TCU",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK] Câmara",
"TCU",
"STF",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"[UNK] Câmara",
"TCU",
"STF",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Coordenadoria de Processamento de Originários do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Coordenadoria de Processamento de Originários do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Tribunal de Contas da União",
"Supremo Tribunal",
"Tribunal de Contas da União",
"Tribunal de Contas",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Tribunal de Contas da União",
"Supremo Tribunal",
"Tribunal de Contas da União",
"Tribunal de Contas",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal de Contas",
"Plenário",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal de Contas da União",
"Plenário",
"Plenário",
"Plenário",
"Plenário",
"Plenário",
"Plenário",
"Plenário",
"Plenário",
"Plenário",
"Plenário",
"Plenário",
"Tribunal de Contas da União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal de Contas",
"Plenário",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal de Contas da União",
"Plenário",
"Plenário",
"Plenário",
"Plenário",
"Plenário",
"Plenário",
"Plenário",
"Plenário",
"Plenário",
"Plenário",
"Plenário",
"Tribunal de Contas da União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO",
"UNIÃO",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO",
"UNIÃO",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"CÁRMEN LÚCIA",
"ALAÍDE RODRIGUES MIOSSO",
"VAGNER JOSÉ CHAVES",
"IVAN JOSÉ RAMOS ÁLV ARO",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"ALAÍDE RODRIGUES MIOSSO",
"VAGNER JOSÉ CHAVES",
"IVAN JOSÉ RAMOS ÁLV ARO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Alaíde Rodrigues Miosso",
"Vagner José Chaves",
"CÁRMEN LÚCIA",
"ALAÍDE RODRIGUES",
"VAGNER JOSÉ CHAVES",
"IVAN JOSÉ RAMOS ÁLV ARO",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Alaíde Rodrigues Miosso",
"Vagner José Chaves",
"Alaíde Rodrigues Miosso",
"Vagner José Chaves",
"Alaíde Rodrigues Miosso",
"Vagner José Chaves",
"Vagner José Chaves",
"Vagner José Chaves",
"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Vagner José Chaves",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Vagner José Chaves",
"CÁRMEN LÚCIA",
"Marco Aurélio",
"Marco Aurélio",
"Eros Grau",
"Eros Grau",
"Eros Grau",
"Eros Grau",
"Marco Aurélio",
"Carlos Velloso",
"Carlos Velloso",
"Carlos Velloso",
"Eros Grau",
"Marco Aurélio",
"Marco Aurélio",
"Marco Aurélio",
"Eros Grau",
"Eros Grau",
"Eros Grau",
"Eros Grau",
"Marco Aurélio",
"Carlos Velloso",
"Carlos Velloso",
"Carlos Velloso",
"Eros Grau",
"Marco Aurélio",
"CÁRMEN LÚCIA",
"ALAÍDE RODRIGUES MIOSSO",
"VAGNER JOSÉ CHAVES",
"IVAN JOSÉ RAMOS ÁLV ARO",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Paulo de Tarso Braz Lucas",
"Carmen Lilian",
"CÁRMEN LÚCIA",
"ALAÍDE RODRIGUES MIOSSO",
"VAGNER JOSÉ CHAVES",
"IVAN JOSÉ RAMOS ÁLV ARO",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Paulo de Tarso Braz Lucas",
"Carmen Lilian"
],
"TEMPO": [
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"25 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
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"07",
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"7",
".",
"2009",
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"2002",
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".",
"11",
".",
"2007",
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".",
"5",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
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"10",
"/",
"2011",
"3",
".",
"7",
".",
"2009",
"26",
".",
"3",
".",
"2002",
"6",
".",
"11",
".",
"2007",
"26",
".",
"5",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"21",
"/",
"11",
"/",
"1994",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"21",
"/",
"11",
"/",
"1994",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
".",
"7",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
".",
"7",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"3",
".",
"8",
".",
"2009",
"22",
".",
"9",
".",
"2009",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"3",
".",
"8",
".",
"2009",
"22",
".",
"9",
".",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
".",
"5",
".",
"2011",
"18",
".",
"12",
".",
"2009",
"30",
".",
"5",
".",
"2011",
"29",
".",
"6",
".",
"2011",
"13",
"/",
"06",
"/",
"2011",
"30",
"/",
"5",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
".",
"5",
".",
"2011",
"18",
".",
"12",
".",
"2009",
"30",
".",
"5",
".",
"2011",
"29",
".",
"6",
".",
"2011",
"13",
"/",
"06",
"/",
"2011",
"30",
"/",
"5",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
".",
"3",
".",
"2010",
"30",
".",
"5",
".",
"2008",
"5",
".",
"3",
".",
"2010",
"27",
".",
"4",
".",
"2007",
"[UNK]",
".",
"4",
".",
"2005",
"6",
".",
"5",
".",
"2005",
"6",
".",
"5",
".",
"2005",
"18",
".",
"2",
".",
"2005",
"27",
".",
"8",
".",
"2004",
"28",
".",
"4",
".",
"2006",
"24",
".",
"3",
".",
"2006",
"[UNK]",
".",
"4",
".",
"2005",
"[UNK]",
".",
"4",
".",
"2005",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"19",
".",
"3",
".",
"2010",
"30",
".",
"5",
".",
"2008",
"5",
".",
"3",
".",
"2010",
"27",
".",
"4",
".",
"2007",
"[UNK]",
".",
"4",
".",
"2005",
"6",
".",
"5",
".",
"2005",
"6",
".",
"5",
".",
"2005",
"18",
".",
"2",
".",
"2005",
"27",
".",
"8",
".",
"2004",
"28",
".",
"4",
".",
"2006",
"24",
".",
"3",
".",
"2006",
"[UNK]",
".",
"4",
".",
"2005",
"[UNK]",
".",
"4",
".",
"2005",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Decisão sobre Repercussão Geral
06/10/2011
PLENÁRIO
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 640.452
RONDÔNIA
RELATOR
: MIN. JOAQUIM BARBOSA
RECTE.(S)
:CENTRAIS ELÉTRICAS DO NORTE DO BRASIL S/A -
ELETRONORTE
ADV.(A/S)
:SACHA
CALMON
NAVARRO
COÊLHO
E
OUTRO(A/S)
RECDO.(A/S)
:ESTADO DE RONDÔNIA
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE RONDÔNIA
EMENTA:
CONSTITUCIONAL.
TRIBUTÁRIO.
PUNIÇÃO
APLICADA PELO DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA.
DEVER INSTRUMENTAL RELACIONADO À OPERAÇÃO
INDIFERENTE AO VALOR DE DÍVIDA TRIBUTÁRIA (PUNIÇÃO
INDEPENDENTE DE TRIBUTO DEVIDO). “MULTA ISOLADA”.
CARÁTER
CONFISCATÓRIO.
PROPORCIONALIDADE.
RAZOABILIDADE.
QUADRO FÁTICO-JURÍDICO ESPECÍFICO. PROPOSTA PELA
EXISTÊNCIA DA REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA
CONSTITUCIONAL DEBATIDA.
Proposta pelo reconhecimento da repercussão geral da discussão
sobre o caráter confiscatório, desproporcional e irracional de multa em
valor variável entre 40% e 05%, aplicada à operação que não gerou débito
tributário.
Decisão: O Tribunal reconheceu a existência de repercussão geral da
questão constitucional suscitada. Não se manifestaram os Ministros Cezar
Peluso, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1594782.
Supremo Tribunal Federal
DJe 07/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 16
Decisão sobre Repercussão Geral
RE 640.452 RG / RO
Ministro JOAQUIM BARBOSA
Relator
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1594782.
Supremo Tribunal Federal
RE 640.452 RG / RO
Ministro JOAQUIM BARBOSA
Relator
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1594782.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 16
Manifestação sobre a Repercussão Geral
06/10/2011
PLENÁRIO
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 640.452
RONDÔNIA
CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. PUNIÇÃO APLICADA PELO
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DEVER
INSTRUMENTAL RELACIONADO À OPERAÇÃO INDIFERENTE AO
VALOR DE DÍVIDA TRIBUTÁRIA (PUNIÇÃO INDEPENDENTE DE
TRIBUTO
DEVIDO).
“MULTA
ISOLADA”.
CARÁTER
CONFISCATÓRIO. PROPORCIONALIDADE. RAZOABILIDADE.
QUADRO FÁTICO-JURÍDICO ESPECÍFICO. PROPOSTA PELA
EXISTÊNCIA DA REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA
CONSTITUCIONAL DEBATIDA.
Proposta pelo reconhecimento da repercussão geral da
discussão
sobre
o
caráter
confiscatório,
desproporcional e irracional de multa em valor
variável entre 40% e 05%, aplicada à operação que não
gerou débito tributário.
O senhor Ministro JOAQUIM BARBOSA (relator): Trata-se
de recurso extraordinário, resultado da conversão de
agravo de instrumento, interposto de acórdão prolatado
pelo Tribunal de Justiça de Rondônia que tem a
seguinte ementa:
"Tributário. Multa no valor de 40% sobre o valor da
operação. Inexistência de fato gerador. Caráter
confiscatório. Redução. Razoabilidade".
Narra o recorrente ter impetrado mandado de segurança
com o objetivo de assegurar direito líquido e certo a
não se submeter ao pagamento de multa, inicialmente
calculada à razão de 40% sobre o valor da operação.
Ainda segundo o recorrente, a multa lhe foi imposta
por ter deixado de atender a um dever instrumental
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Supremo Tribunal Federal
06/10/2011
PLENÁRIO
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 640.452
RONDÔNIA
CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. PUNIÇÃO APLICADA PELO
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DEVER
INSTRUMENTAL RELACIONADO À OPERAÇÃO INDIFERENTE AO
VALOR DE DÍVIDA TRIBUTÁRIA (PUNIÇÃO INDEPENDENTE DE
TRIBUTO
DEVIDO).
“MULTA
ISOLADA”.
CARÁTER
CONFISCATÓRIO. PROPORCIONALIDADE. RAZOABILIDADE.
QUADRO FÁTICO-JURÍDICO ESPECÍFICO. PROPOSTA PELA
EXISTÊNCIA DA REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA
CONSTITUCIONAL DEBATIDA.
Proposta pelo reconhecimento da repercussão geral da
discussão
sobre
o
caráter
confiscatório,
desproporcional e irracional de multa em valor
variável entre 40% e 05%, aplicada à operação que não
gerou débito tributário.
O senhor Ministro JOAQUIM BARBOSA (relator): Trata-se
de recurso extraordinário, resultado da conversão de
agravo de instrumento, interposto de acórdão prolatado
pelo Tribunal de Justiça de Rondônia que tem a
seguinte ementa:
"Tributário. Multa no valor de 40% sobre o valor da
operação. Inexistência de fato gerador. Caráter
confiscatório. Redução. Razoabilidade".
Narra o recorrente ter impetrado mandado de segurança
com o objetivo de assegurar direito líquido e certo a
não se submeter ao pagamento de multa, inicialmente
calculada à razão de 40% sobre o valor da operação.
Ainda segundo o recorrente, a multa lhe foi imposta
por ter deixado de atender a um dever instrumental
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 16
Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 640.452 RG / RO
relativo à operação irrelevante para o Direito
Tributário.
Em outras palavras, o recorrente foi punido a despeito
de o erro cometido não ter resultado em prejuízo
financeiro expressivo para o estado-recorrido. Na
linguagem cotidiana das relações tributárias, esse
tipo de punição por mero lapso formal recebe o nome de
“multa isolada”.
O acórdão recorrido manteve a sentença que reduziu o
valor da multa, de 40% para 05% do valor da operação.
Assim, o débito caiu de R$ 164.822.352,36 para
aproximadamente R$ 22,2 milhões de reais.
A recorrente insiste que o valor se mostra excessivo,
não obstante a redução confirmada pelo TJ/RO. Em seu
entender, esta Suprema Corte possui uma série de
precedentes sobre a possibilidade de redução dos
valores das multas, com base no princípio da vedação
do uso de tributo com efeito confiscatório (arts. 5º,
XXII e XXIV, e 150, VI da Constituição – ADI 442, rel.
min. Eros Grau, DJe de 28.05.2010).
Ademais, a recorrente aponta que a declaração de
inconstitucionalidade da legislação que impõe a multa
excessiva deveria ter como efeito subsidiário o
retorno da aplicação das normas anteriores. Para a
hipótese em exame, a legislação anterior, revogada
pela norma declarada inconstitucional, previa a
imposição de multa no valor de 150% do tributo devido.
Como o erro formal não implicou falta de pagamento de
tributo devido, nada haveria a ser recolhido aos
cofres públicos (150% de 0).
2
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Supremo Tribunal Federal
RE 640.452 RG / RO
relativo à operação irrelevante para o Direito
Tributário.
Em outras palavras, o recorrente foi punido a despeito
de o erro cometido não ter resultado em prejuízo
financeiro expressivo para o estado-recorrido. Na
linguagem cotidiana das relações tributárias, esse
tipo de punição por mero lapso formal recebe o nome de
“multa isolada”.
O acórdão recorrido manteve a sentença que reduziu o
valor da multa, de 40% para 05% do valor da operação.
Assim, o débito caiu de R$ 164.822.352,36 para
aproximadamente R$ 22,2 milhões de reais.
A recorrente insiste que o valor se mostra excessivo,
não obstante a redução confirmada pelo TJ/RO. Em seu
entender, esta Suprema Corte possui uma série de
precedentes sobre a possibilidade de redução dos
valores das multas, com base no princípio da vedação
do uso de tributo com efeito confiscatório (arts. 5º,
XXII e XXIV, e 150, VI da Constituição – ADI 442, rel.
min. Eros Grau, DJe de 28.05.2010).
Ademais, a recorrente aponta que a declaração de
inconstitucionalidade da legislação que impõe a multa
excessiva deveria ter como efeito subsidiário o
retorno da aplicação das normas anteriores. Para a
hipótese em exame, a legislação anterior, revogada
pela norma declarada inconstitucional, previa a
imposição de multa no valor de 150% do tributo devido.
Como o erro formal não implicou falta de pagamento de
tributo devido, nada haveria a ser recolhido aos
cofres públicos (150% de 0).
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 16
Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 640.452 RG / RO
É o relatório.
Examino a repercussão geral da matéria discutida.
Inicialmente, observo que o caso em exame não se
encaixa perfeitamente nas hipóteses examinadas por
esta Corte no julgamento do RE 582.461-RG. Este
recurso extraordinário versa sobre quadro fático-
jurídico muito específico, com estrita pertinência com
a motivação da multa (alegado erro formal sem
consequência para o débito tributário) e com o seu
vultoso valor absoluto.
De fato, diante do potencial de variações dos quadros
fáticos-jurídicos, é altamente improvável que se possa
firmar precedente genérico que reconheça como
constitucionais ou inconstitucionais, em todo e
qualquer caso, multas fixadas em patamares inferiores
a 100% do valor das operações, (5%, 10%, 40% etc). As
violações constitucionais, se existentes, costumam
estar ligadas às circunstâncias específicas de cada
caso, nem sempre bem retratadas.
Porém, neste caso, não há controvérsia acerca da
situação de fato. Estamos diante de discussão alçada
exclusivamente ao plano constitucional.
Quanto ao potencial de repetição, anoto que inúmeros
entes federados também adotam a técnica das “multas
isoladas”.
De regra, as multas tributárias são graduadas de
acordo com a intensidade da conduta ilícita. Omissões
3
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Supremo Tribunal Federal
RE 640.452 RG / RO
É o relatório.
Examino a repercussão geral da matéria discutida.
Inicialmente, observo que o caso em exame não se
encaixa perfeitamente nas hipóteses examinadas por
esta Corte no julgamento do RE 582.461-RG. Este
recurso extraordinário versa sobre quadro fático-
jurídico muito específico, com estrita pertinência com
a motivação da multa (alegado erro formal sem
consequência para o débito tributário) e com o seu
vultoso valor absoluto.
De fato, diante do potencial de variações dos quadros
fáticos-jurídicos, é altamente improvável que se possa
firmar precedente genérico que reconheça como
constitucionais ou inconstitucionais, em todo e
qualquer caso, multas fixadas em patamares inferiores
a 100% do valor das operações, (5%, 10%, 40% etc). As
violações constitucionais, se existentes, costumam
estar ligadas às circunstâncias específicas de cada
caso, nem sempre bem retratadas.
Porém, neste caso, não há controvérsia acerca da
situação de fato. Estamos diante de discussão alçada
exclusivamente ao plano constitucional.
Quanto ao potencial de repetição, anoto que inúmeros
entes federados também adotam a técnica das “multas
isoladas”.
De regra, as multas tributárias são graduadas de
acordo com a intensidade da conduta ilícita. Omissões
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Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 640.452 RG / RO
intencionais, destinadas a ocultar a ocorrência do
fato gerador ou diminuir dolosamente tributo que se
sabe devido costumam ser punidas com rigor. Não é
incomum que o valor da multa alcance até o triplo da
quantia que o contribuinte comprovadamente pretendeu
sonegar (a prova da intenção específica de sonegação é
requisito para a exacerbação da pena pecuniária).
Por outro lado, omissões e incorreções que acarretem
tributo devido, mas sem que a autoridade fiscal
identifique ou comprove intenção específica de
sonegar, são censuradas com multas que variam entre
20% a 100% do valor remanescente a título de tributo.
Vale lembrar que a legislação tributária também
costuma escalonar as multas de acordo com o momento em
que o contribuinte solve o débito. Trata-se de uma
forma de estimular a antecipação do pagamento em
relação a alguns marcos bem definidos, como o início
do processo administrativo para homologação ou para
lançamento de ofício (denúncia espontânea), a
constituição definitiva do crédito tributário ao final
de processo administrativo regular, a inscrição em
dívida ativa (cobrança amigável), o ajuizamento de
ação de execução fiscal etc.
Em sentido diverso, a “multa isolada” nem sempre está
relacionada à intensidade do ato ilícito, pois ela tem
por hipótese uma omissão ou um erro puramente formal,
sem consequência direta no montante efetivamente
devido a título de tributo.
Em uma de suas modalidades, a “multa isolada” é
exigida quando o contribuinte obrigado a apurar o
montante devido e a recolher esse valor
4
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Supremo Tribunal Federal
RE 640.452 RG / RO
intencionais, destinadas a ocultar a ocorrência do
fato gerador ou diminuir dolosamente tributo que se
sabe devido costumam ser punidas com rigor. Não é
incomum que o valor da multa alcance até o triplo da
quantia que o contribuinte comprovadamente pretendeu
sonegar (a prova da intenção específica de sonegação é
requisito para a exacerbação da pena pecuniária).
Por outro lado, omissões e incorreções que acarretem
tributo devido, mas sem que a autoridade fiscal
identifique ou comprove intenção específica de
sonegar, são censuradas com multas que variam entre
20% a 100% do valor remanescente a título de tributo.
Vale lembrar que a legislação tributária também
costuma escalonar as multas de acordo com o momento em
que o contribuinte solve o débito. Trata-se de uma
forma de estimular a antecipação do pagamento em
relação a alguns marcos bem definidos, como o início
do processo administrativo para homologação ou para
lançamento de ofício (denúncia espontânea), a
constituição definitiva do crédito tributário ao final
de processo administrativo regular, a inscrição em
dívida ativa (cobrança amigável), o ajuizamento de
ação de execução fiscal etc.
Em sentido diverso, a “multa isolada” nem sempre está
relacionada à intensidade do ato ilícito, pois ela tem
por hipótese uma omissão ou um erro puramente formal,
sem consequência direta no montante efetivamente
devido a título de tributo.
Em uma de suas modalidades, a “multa isolada” é
exigida quando o contribuinte obrigado a apurar o
montante devido e a recolher esse valor
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 16
Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 640.452 RG / RO
independentemente
de
qualquer
iniciativa
da
administração efetua o pagamento em atraso, porém
antes do início do controle próprio da homologação ou
do lançamento por dever de ofício. Como é de amplo
conhecimento, o Código Tributário Nacional prevê a
figura da denúncia espontânea para servir de parâmetro
de controle para esse tipo de norma.
Na modalidade enfrentada nos autos, a “multa isolada”
não se refere a atraso de pagamento. Ela é “isolada”
em razão da inexistência de tributo devido em
decorrência da conduta punida. Essa circunstância está
bem demarcada nos autos, conforme demonstra o seguinte
trecho do recurso administrativo que examinou a
matéria:
“Com relação às demais argumentações do sujeito
passivo ao se defender, não deve prosperar, já que
ficou cabalmente mostrado e admitido pela autuada, que
os autuantes têm razão. Ou seja, a empresa realmente
descumpriu uma obrigação acessória prevista na
legislação e para tal infração existe penalidade
aplicável.
Com relação ao fato de a falta cometida não ter
trazido prejuízo ao Estado, visto que o ICMS é
recolhido por substituição tributária, isso é
irrelevante para o caso, já que não se trata de
autuação para exigir a obrigação principal.
Tangenciando esta discussão é bom que somente fique
registrado que o prejuízo alegado pelo impugnante é
somente aquele financeiro e imediato. Mas, é
necessário analisar que o descumprimento de uma
obrigação acessória desprovê o Fisco de meios
necessários para a fiscalização, o que poderia abrir a
5
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Supremo Tribunal Federal
RE 640.452 RG / RO
independentemente
de
qualquer
iniciativa
da
administração efetua o pagamento em atraso, porém
antes do início do controle próprio da homologação ou
do lançamento por dever de ofício. Como é de amplo
conhecimento, o Código Tributário Nacional prevê a
figura da denúncia espontânea para servir de parâmetro
de controle para esse tipo de norma.
Na modalidade enfrentada nos autos, a “multa isolada”
não se refere a atraso de pagamento. Ela é “isolada”
em razão da inexistência de tributo devido em
decorrência da conduta punida. Essa circunstância está
bem demarcada nos autos, conforme demonstra o seguinte
trecho do recurso administrativo que examinou a
matéria:
“Com relação às demais argumentações do sujeito
passivo ao se defender, não deve prosperar, já que
ficou cabalmente mostrado e admitido pela autuada, que
os autuantes têm razão. Ou seja, a empresa realmente
descumpriu uma obrigação acessória prevista na
legislação e para tal infração existe penalidade
aplicável.
Com relação ao fato de a falta cometida não ter
trazido prejuízo ao Estado, visto que o ICMS é
recolhido por substituição tributária, isso é
irrelevante para o caso, já que não se trata de
autuação para exigir a obrigação principal.
Tangenciando esta discussão é bom que somente fique
registrado que o prejuízo alegado pelo impugnante é
somente aquele financeiro e imediato. Mas, é
necessário analisar que o descumprimento de uma
obrigação acessória desprovê o Fisco de meios
necessários para a fiscalização, o que poderia abrir a
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Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 640.452 RG / RO
porta para outras infrações” (Doc. 02).
Em relação à relevância abstrata da matéria, lembro
que a literatura especializada tem constantemente
registrado o aumento da complexidade e da quantidade
de obrigações acessórias. Indagar acerca de quais são
os parâmetros constitucionais que orientam a atividade
do legislador infraconstitucional na matéria
representará, sem dúvidas, grande avanço de segurança
jurídica.
Do exposto, entendo que, no caso dos autos, está
presente o requisito da repercussão geral a que fazem
alusão os arts. 102, § 3º, da Constituição, 543-A, §
1º, do Código de Processo Civil, e 323 do RISTF.
Brasília, 16 de setembro de 2011.
Ministro JOAQUIM BARBOSA
Relator
6
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Supremo Tribunal Federal
RE 640.452 RG / RO
porta para outras infrações” (Doc. 02).
Em relação à relevância abstrata da matéria, lembro
que a literatura especializada tem constantemente
registrado o aumento da complexidade e da quantidade
de obrigações acessórias. Indagar acerca de quais são
os parâmetros constitucionais que orientam a atividade
do legislador infraconstitucional na matéria
representará, sem dúvidas, grande avanço de segurança
jurídica.
Do exposto, entendo que, no caso dos autos, está
presente o requisito da repercussão geral a que fazem
alusão os arts. 102, § 3º, da Constituição, 543-A, §
1º, do Código de Processo Civil, e 323 do RISTF.
Brasília, 16 de setembro de 2011.
Ministro JOAQUIM BARBOSA
Relator
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 16
Manifestação sobre a Repercussão Geral
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 640.452
RONDÔNIA
PRONUNCIAMENTO
MULTA
–
PERCENTAGEM
–
INSUBSISTÊNCIA E SUBSTITUIÇÃO –
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO
–
REPERCUSSÃO
GERAL
CONFIGURADA.
1. A Assessoria prestou as seguintes informações:
Eis a síntese do que discutido no Recurso Extraordinário
nº 640.452/RO, da relatoria do Ministro Joaquim Barbosa,
inserido no sistema eletrônico da repercussão geral às 14 horas
e 58 minutos do dia 16 de setembro de 2011.
A Segunda Câmara Especial do Tribunal de Justiça do
Estado de Rondônia proveu parcialmente a Apelação nº
1125295-63.2008.8.22.0001, reduzindo, para o percentual de 5%
sobre o valor total da operação, a multa tributária imposta à
recorrente pelo descumprimento da obrigação acessória de
emitir notas fiscais quando do repasse de combustível
adquirido da Petrobras. Citando jurisprudência do Supremo,
assentou que o percentual de 10% sobre o valor do ICMS
recolhido, fixado na sentença de primeira instância,
caracterizaria excesso do poder tributante e teria natureza
confiscatória, conduta vedada pelo artigo 150, inciso IV, da
Constituição Federal. Entendeu que, apesar da legalidade da
autuação quanto à obrigação principal, a fixação de percentual
superior a 5% seria desproporcional à gravidade do ato
praticado, violando o princípio da razoabilidade.
Os embargos de declaração interpostos foram
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1501347.
Supremo Tribunal Federal
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 640.452
RONDÔNIA
PRONUNCIAMENTO
MULTA
–
PERCENTAGEM
–
INSUBSISTÊNCIA E SUBSTITUIÇÃO –
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO
–
REPERCUSSÃO
GERAL
CONFIGURADA.
1. A Assessoria prestou as seguintes informações:
Eis a síntese do que discutido no Recurso Extraordinário
nº 640.452/RO, da relatoria do Ministro Joaquim Barbosa,
inserido no sistema eletrônico da repercussão geral às 14 horas
e 58 minutos do dia 16 de setembro de 2011.
A Segunda Câmara Especial do Tribunal de Justiça do
Estado de Rondônia proveu parcialmente a Apelação nº
1125295-63.2008.8.22.0001, reduzindo, para o percentual de 5%
sobre o valor total da operação, a multa tributária imposta à
recorrente pelo descumprimento da obrigação acessória de
emitir notas fiscais quando do repasse de combustível
adquirido da Petrobras. Citando jurisprudência do Supremo,
assentou que o percentual de 10% sobre o valor do ICMS
recolhido, fixado na sentença de primeira instância,
caracterizaria excesso do poder tributante e teria natureza
confiscatória, conduta vedada pelo artigo 150, inciso IV, da
Constituição Federal. Entendeu que, apesar da legalidade da
autuação quanto à obrigação principal, a fixação de percentual
superior a 5% seria desproporcional à gravidade do ato
praticado, violando o princípio da razoabilidade.
Os embargos de declaração interpostos foram
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 16
Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 640.452 RG / RO
desprovidos.
No extraordinário protocolado com alegada base na alínea
“a” do permissivo constitucional, a Eletronorte argui
transgressão aos artigos 5º, incisos XXII, XXIII e XXIV, 22, inciso
VI, e 150, inciso IV, da Carta da República. Sustenta a
inconstitucionalidade da denominada “multa isolada” de 40%
sobre o valor total da operação, prevista no artigo 78, inciso III,
alínea “i”, da Lei estadual nº 688/96, ante o nítido caráter
confiscatório da penalidade. Aduz que, na decisão recorrida, ao
afastar-se o mencionado percentual, haver-se-ia declarado a
inconstitucionalidade da aludida norma, motivo pelo qual
ocorreria a repristinação do artigo 81, inciso X, da Lei estadual
nº 583/94, sendo que, por essa legislação, inexistiria a multa
imposta ao recorrente, haja vista o recolhimento do tributo
devido. Salienta que o percentual de 5%, fixado pelo Tribunal
de origem, continua a ser confiscatório, porquanto totaliza R$
22 milhões, sendo tal montante desarrazoado em face do mero
descumprimento de obrigações acessórias.
Sob o ângulo da repercussão geral, salienta estar em jogo
questão relevante dos pontos de vista social, jurídico e
econômico por referir-se à inconstitucionalidade de multa,
aplicada em percentual confiscatório, de modo a inviabilizar a
operabilidade da Eletronorte, atingindo todos os contribuintes
em situação análoga à da recorrente. O Supremo já teria
reconhecido a repercussão geral de tema análogo, constante do
Recurso Extraordinário nº 582.461/SP.
O Estado de Rondônia, intimado, deixou de apresentar as
contrarrazões.
O extraordinário não foi admitido na origem.
O relator deu provimento ao agravo, convertendo-o em
extraordinário.
2
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Supremo Tribunal Federal
RE 640.452 RG / RO
desprovidos.
No extraordinário protocolado com alegada base na alínea
“a” do permissivo constitucional, a Eletronorte argui
transgressão aos artigos 5º, incisos XXII, XXIII e XXIV, 22, inciso
VI, e 150, inciso IV, da Carta da República. Sustenta a
inconstitucionalidade da denominada “multa isolada” de 40%
sobre o valor total da operação, prevista no artigo 78, inciso III,
alínea “i”, da Lei estadual nº 688/96, ante o nítido caráter
confiscatório da penalidade. Aduz que, na decisão recorrida, ao
afastar-se o mencionado percentual, haver-se-ia declarado a
inconstitucionalidade da aludida norma, motivo pelo qual
ocorreria a repristinação do artigo 81, inciso X, da Lei estadual
nº 583/94, sendo que, por essa legislação, inexistiria a multa
imposta ao recorrente, haja vista o recolhimento do tributo
devido. Salienta que o percentual de 5%, fixado pelo Tribunal
de origem, continua a ser confiscatório, porquanto totaliza R$
22 milhões, sendo tal montante desarrazoado em face do mero
descumprimento de obrigações acessórias.
Sob o ângulo da repercussão geral, salienta estar em jogo
questão relevante dos pontos de vista social, jurídico e
econômico por referir-se à inconstitucionalidade de multa,
aplicada em percentual confiscatório, de modo a inviabilizar a
operabilidade da Eletronorte, atingindo todos os contribuintes
em situação análoga à da recorrente. O Supremo já teria
reconhecido a repercussão geral de tema análogo, constante do
Recurso Extraordinário nº 582.461/SP.
O Estado de Rondônia, intimado, deixou de apresentar as
contrarrazões.
O extraordinário não foi admitido na origem.
O relator deu provimento ao agravo, convertendo-o em
extraordinário.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 16
Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 640.452 RG / RO
Eis o pronunciamento do relator, Ministro Joaquim
Barbosa:
CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. PUNIÇÃO
APLICADA
PELO
DESCUMPRIMENTO
DE
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DEVER INSTRUMENTAL
RELACIONADO À OPERAÇÃO INDIFERENTE AO
VALOR DE DÍVIDA TRIBUTÁRIA (PUNIÇÃO
INDEPENDENTE DE TRIBUTO DEVIDO). “MULTA
ISOLADA”.
CARÁTER
CONFISCATÓRIO.
PROPORCIONALIDADE. RAZOABILIDADE. QUADRO
FÁTICO-JURÍDICO ESPECÍFICO. PROPOSTA PELA
EXISTÊNCIA DA REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA
CONSTITUCIONAL DEBATIDA.
Proposta pelo reconhecimento da repercussão geral
da discussão sobre o caráter confiscatório,
desproporcional e irracional de multa em valor variável
entre 40% e 05%, aplicada à operação que não gerou
débito tributário.
O senhor Ministro JOAQUIM BARBOSA (relator):
Trata-se de recurso extraordinário, resultado da conversão
de agravo de instrumento, interposto de acórdão
prolatado pelo Tribunal de Justiça de Rondônia que tem a
seguinte ementa:
"Tributário. Multa no valor de 40% sobre o
valor da operação. Inexistência de fato gerador.
Caráter confiscatório. Redução. Razoabilidade".
Narra o recorrente ter impetrado mandado de
segurança com o objetivo de assegurar direito líquido e
certo a não se submeter ao pagamento de multa,
inicialmente calculada à razão de 40% sobre o valor da
3
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1501347.
Supremo Tribunal Federal
RE 640.452 RG / RO
Eis o pronunciamento do relator, Ministro Joaquim
Barbosa:
CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. PUNIÇÃO
APLICADA
PELO
DESCUMPRIMENTO
DE
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DEVER INSTRUMENTAL
RELACIONADO À OPERAÇÃO INDIFERENTE AO
VALOR DE DÍVIDA TRIBUTÁRIA (PUNIÇÃO
INDEPENDENTE DE TRIBUTO DEVIDO). “MULTA
ISOLADA”.
CARÁTER
CONFISCATÓRIO.
PROPORCIONALIDADE. RAZOABILIDADE. QUADRO
FÁTICO-JURÍDICO ESPECÍFICO. PROPOSTA PELA
EXISTÊNCIA DA REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA
CONSTITUCIONAL DEBATIDA.
Proposta pelo reconhecimento da repercussão geral
da discussão sobre o caráter confiscatório,
desproporcional e irracional de multa em valor variável
entre 40% e 05%, aplicada à operação que não gerou
débito tributário.
O senhor Ministro JOAQUIM BARBOSA (relator):
Trata-se de recurso extraordinário, resultado da conversão
de agravo de instrumento, interposto de acórdão
prolatado pelo Tribunal de Justiça de Rondônia que tem a
seguinte ementa:
"Tributário. Multa no valor de 40% sobre o
valor da operação. Inexistência de fato gerador.
Caráter confiscatório. Redução. Razoabilidade".
Narra o recorrente ter impetrado mandado de
segurança com o objetivo de assegurar direito líquido e
certo a não se submeter ao pagamento de multa,
inicialmente calculada à razão de 40% sobre o valor da
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 16
Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 640.452 RG / RO
operação. Ainda segundo o recorrente, a multa lhe foi
imposta por ter deixado de atender a um dever
instrumental relativo à operação irrelevante para o Direito
Tributário.
Em outras palavras, o recorrente foi punido a
despeito de o erro cometido não ter resultado em prejuízo
financeiro expressivo para o estado-recorrido. Na
linguagem cotidiana das relações tributárias, esse tipo de
punição por mero lapso formal recebe o nome de “multa
isolada”.
O acórdão recorrido manteve a sentença que reduziu
o valor da multa, de 40% para 05% do valor da operação.
Assim, o débito caiu de R$ 164.822.352,36 para
aproximadamente R$ 22,2 milhões de reais.
A recorrente insiste que o valor se mostra excessivo,
não obstante a redução confirmada pelo TJ/RO. Em seu
entender, esta Suprema Corte possui uma série de
precedentes sobre a possibilidade de redução dos valores
das multas, com base no princípio da vedação do uso de
tributo com efeito confiscatório (arts. 5º, XXII e XXIV, e
150, VI da Constituição – ADI 442, rel. min. Eros Grau, DJe
de 28.05.2010).
Ademais, a recorrente aponta que a declaração de
inconstitucionalidade da legislação que impõe a multa
excessiva deveria ter como efeito subsidiário o retorno da
aplicação das normas anteriores. Para a hipótese em
exame, a legislação anterior, revogada pela norma
declarada inconstitucional, previa a imposição de multa
no valor de 150% do tributo devido. Como o erro formal
não implicou falta de pagamento de tributo devido, nada
haveria a ser recolhido aos cofres públicos (150% de 0).
4
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Supremo Tribunal Federal
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operação. Ainda segundo o recorrente, a multa lhe foi
imposta por ter deixado de atender a um dever
instrumental relativo à operação irrelevante para o Direito
Tributário.
Em outras palavras, o recorrente foi punido a
despeito de o erro cometido não ter resultado em prejuízo
financeiro expressivo para o estado-recorrido. Na
linguagem cotidiana das relações tributárias, esse tipo de
punição por mero lapso formal recebe o nome de “multa
isolada”.
O acórdão recorrido manteve a sentença que reduziu
o valor da multa, de 40% para 05% do valor da operação.
Assim, o débito caiu de R$ 164.822.352,36 para
aproximadamente R$ 22,2 milhões de reais.
A recorrente insiste que o valor se mostra excessivo,
não obstante a redução confirmada pelo TJ/RO. Em seu
entender, esta Suprema Corte possui uma série de
precedentes sobre a possibilidade de redução dos valores
das multas, com base no princípio da vedação do uso de
tributo com efeito confiscatório (arts. 5º, XXII e XXIV, e
150, VI da Constituição – ADI 442, rel. min. Eros Grau, DJe
de 28.05.2010).
Ademais, a recorrente aponta que a declaração de
inconstitucionalidade da legislação que impõe a multa
excessiva deveria ter como efeito subsidiário o retorno da
aplicação das normas anteriores. Para a hipótese em
exame, a legislação anterior, revogada pela norma
declarada inconstitucional, previa a imposição de multa
no valor de 150% do tributo devido. Como o erro formal
não implicou falta de pagamento de tributo devido, nada
haveria a ser recolhido aos cofres públicos (150% de 0).
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Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 640.452 RG / RO
É o relatório.
Examino a repercussão geral da matéria discutida.
Inicialmente, observo que o caso em exame não se
encaixa perfeitamente nas hipóteses examinadas por esta
Corte no julgamento do RE 582.461-RG. Este recurso
extraordinário versa sobre quadro fático-jurídico muito
específico, com estrita pertinência com a motivação da
multa (alegado erro formal sem consequência para o
débito tributário) e com o seu vultoso valor absoluto.
De fato, diante do potencial de variações dos
quadros fáticos-jurídicos, é altamente improvável que se
possa firmar precedente genérico que reconheça como
constitucionais ou inconstitucionais, em todo e qualquer
caso, multas fixadas em patamares inferiores a 100% do
valor das operações, (5%, 10%, 40% etc). As violações
constitucionais, se existentes, costumam estar ligadas às
circunstâncias específicas de cada caso, nem sempre bem
retratadas.
Porém, neste caso, não há controvérsia acerca da
situação de fato. Estamos diante de discussão alçada
exclusivamente ao plano constitucional.
Quanto ao potencial de repetição, anoto que
inúmeros entes federados também adotam a técnica das
“multas isoladas”.
De regra, as multas tributárias são graduadas de
acordo com a intensidade da conduta ilícita. Omissões
intencionais, destinadas a ocultar a ocorrência do fato
gerador ou diminuir dolosamente tributo que se sabe
devido costumam ser punidas com rigor. Não é incomum
que o valor da multa alcance até o triplo da quantia que o
5
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RE 640.452 RG / RO
É o relatório.
Examino a repercussão geral da matéria discutida.
Inicialmente, observo que o caso em exame não se
encaixa perfeitamente nas hipóteses examinadas por esta
Corte no julgamento do RE 582.461-RG. Este recurso
extraordinário versa sobre quadro fático-jurídico muito
específico, com estrita pertinência com a motivação da
multa (alegado erro formal sem consequência para o
débito tributário) e com o seu vultoso valor absoluto.
De fato, diante do potencial de variações dos
quadros fáticos-jurídicos, é altamente improvável que se
possa firmar precedente genérico que reconheça como
constitucionais ou inconstitucionais, em todo e qualquer
caso, multas fixadas em patamares inferiores a 100% do
valor das operações, (5%, 10%, 40% etc). As violações
constitucionais, se existentes, costumam estar ligadas às
circunstâncias específicas de cada caso, nem sempre bem
retratadas.
Porém, neste caso, não há controvérsia acerca da
situação de fato. Estamos diante de discussão alçada
exclusivamente ao plano constitucional.
Quanto ao potencial de repetição, anoto que
inúmeros entes federados também adotam a técnica das
“multas isoladas”.
De regra, as multas tributárias são graduadas de
acordo com a intensidade da conduta ilícita. Omissões
intencionais, destinadas a ocultar a ocorrência do fato
gerador ou diminuir dolosamente tributo que se sabe
devido costumam ser punidas com rigor. Não é incomum
que o valor da multa alcance até o triplo da quantia que o
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Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 640.452 RG / RO
contribuinte comprovadamente pretendeu sonegar (a
prova da intenção específica de sonegação é requisito para
a exacerbação da pena pecuniária).
Por outro lado, omissões e incorreções que acarretem
tributo devido, mas sem que a autoridade fiscal
identifique ou comprove intenção específica de sonegar,
são censuradas com multas que variam entre 20% a 100%
do valor remanescente a título de tributo.
Vale lembrar que a legislação tributária também
costuma escalonar as multas de acordo com o momento
em que o contribuinte solve o débito. Trata-se de uma
forma de estimular a antecipação do pagamento em
relação a alguns marcos bem definidos, como o início do
processo administrativo para homologação ou para
lançamento de ofício (denúncia espontânea), a
constituição definitiva do crédito tributário ao final de
processo administrativo regular, a inscrição em dívida
ativa (cobrança amigável), o ajuizamento de ação de
execução fiscal etc.
Em sentido diverso, a “multa isolada” nem sempre
está relacionada à intensidade do ato ilícito, pois ela tem
por hipótese uma omissão ou um erro puramente formal,
sem consequência direta no montante efetivamente devido
a título de tributo.
Em uma de suas modalidades, a “multa isolada” é
exigida quando o contribuinte obrigado a apurar o
montante devido e a recolher esse valor
independentemente de qualquer iniciativa da
administração efetua o pagamento em atraso, porém antes
do início do controle próprio da homologação ou do
lançamento por dever de ofício. Como é de amplo
conhecimento, o Código Tributário Nacional prevê a
6
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Supremo Tribunal Federal
RE 640.452 RG / RO
contribuinte comprovadamente pretendeu sonegar (a
prova da intenção específica de sonegação é requisito para
a exacerbação da pena pecuniária).
Por outro lado, omissões e incorreções que acarretem
tributo devido, mas sem que a autoridade fiscal
identifique ou comprove intenção específica de sonegar,
são censuradas com multas que variam entre 20% a 100%
do valor remanescente a título de tributo.
Vale lembrar que a legislação tributária também
costuma escalonar as multas de acordo com o momento
em que o contribuinte solve o débito. Trata-se de uma
forma de estimular a antecipação do pagamento em
relação a alguns marcos bem definidos, como o início do
processo administrativo para homologação ou para
lançamento de ofício (denúncia espontânea), a
constituição definitiva do crédito tributário ao final de
processo administrativo regular, a inscrição em dívida
ativa (cobrança amigável), o ajuizamento de ação de
execução fiscal etc.
Em sentido diverso, a “multa isolada” nem sempre
está relacionada à intensidade do ato ilícito, pois ela tem
por hipótese uma omissão ou um erro puramente formal,
sem consequência direta no montante efetivamente devido
a título de tributo.
Em uma de suas modalidades, a “multa isolada” é
exigida quando o contribuinte obrigado a apurar o
montante devido e a recolher esse valor
independentemente de qualquer iniciativa da
administração efetua o pagamento em atraso, porém antes
do início do controle próprio da homologação ou do
lançamento por dever de ofício. Como é de amplo
conhecimento, o Código Tributário Nacional prevê a
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Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 640.452 RG / RO
figura da denúncia espontânea para servir de parâmetro
de controle para esse tipo de norma.
Na modalidade enfrentada nos autos, a “multa
isolada” não se refere a atraso de pagamento. Ela é
“isolada” em razão da inexistência de tributo devido em
decorrência da conduta punida. Essa circunstância está
bem demarcada nos autos, conforme demonstra o
seguinte trecho do recurso administrativo que examinou a
matéria:
“Com relação às demais argumentações do
sujeito passivo ao se defender, não deve prosperar, já
que ficou cabalmente mostrado e admitido pela
autuada, que os autuantes têm razão. Ou seja, a
empresa realmente descumpriu uma obrigação
acessória prevista na legislação e para tal infração
existe penalidade aplicável.Com relação ao fato de a
falta cometida não ter trazido prejuízo ao Estado,
visto que o ICMS é recolhido por substituição
tributária, isso é irrelevante para o caso, já que não se
trata de autuação para exigir a obrigação
principal.Tangenciando esta discussão é bom que
somente fique registrado que o prejuízo alegado pelo
impugnante é somente aquele financeiro e imediato.
Mas, é necessário analisar que o descumprimento de
uma obrigação acessória desprovê o Fisco de meios
necessários para a fiscalização, o que poderia abrir a
porta para outras infrações” (Doc. 02).
Em relação à relevância abstrata da matéria, lembro
que a literatura especializada tem constantemente
registrado o aumento da complexidade e da quantidade
de obrigações acessórias. Indagar acerca de quais são os
parâmetros constitucionais que orientam a atividade do
legislador infraconstitucional na matéria representará, sem
7
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Supremo Tribunal Federal
RE 640.452 RG / RO
figura da denúncia espontânea para servir de parâmetro
de controle para esse tipo de norma.
Na modalidade enfrentada nos autos, a “multa
isolada” não se refere a atraso de pagamento. Ela é
“isolada” em razão da inexistência de tributo devido em
decorrência da conduta punida. Essa circunstância está
bem demarcada nos autos, conforme demonstra o
seguinte trecho do recurso administrativo que examinou a
matéria:
“Com relação às demais argumentações do
sujeito passivo ao se defender, não deve prosperar, já
que ficou cabalmente mostrado e admitido pela
autuada, que os autuantes têm razão. Ou seja, a
empresa realmente descumpriu uma obrigação
acessória prevista na legislação e para tal infração
existe penalidade aplicável.Com relação ao fato de a
falta cometida não ter trazido prejuízo ao Estado,
visto que o ICMS é recolhido por substituição
tributária, isso é irrelevante para o caso, já que não se
trata de autuação para exigir a obrigação
principal.Tangenciando esta discussão é bom que
somente fique registrado que o prejuízo alegado pelo
impugnante é somente aquele financeiro e imediato.
Mas, é necessário analisar que o descumprimento de
uma obrigação acessória desprovê o Fisco de meios
necessários para a fiscalização, o que poderia abrir a
porta para outras infrações” (Doc. 02).
Em relação à relevância abstrata da matéria, lembro
que a literatura especializada tem constantemente
registrado o aumento da complexidade e da quantidade
de obrigações acessórias. Indagar acerca de quais são os
parâmetros constitucionais que orientam a atividade do
legislador infraconstitucional na matéria representará, sem
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 16
Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 640.452 RG / RO
dúvidas, grande avanço de segurança jurídica.
Do exposto, entendo que, no caso dos autos, está
presente o requisito da repercussão geral a que fazem
alusão os arts. 102, § 3º, da Constituição, 543-A, § 1º, do
Código de Processo Civil, e 323 do RISTF.
Brasília, 16 de setembro de 2011.
Ministro JOAQUIM BARBOSA
Relator
2. Está-se diante de tema a reclamar a atuação do Supremo
presentes, até mesmo, o afastamento da legislação de regência da multa e
a fixação de percentual pelo Judiciário.
3. Pronuncio-me pela configuração da repercussão geral.
4. À Assessoria, para acompanhar a tramitação do incidente.
5. Publiquem.
Brasília – residência –, 3 de outubro de 2011, às 19h15.
Ministro MARCO AURÉLIO
8
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Supremo Tribunal Federal
RE 640.452 RG / RO
dúvidas, grande avanço de segurança jurídica.
Do exposto, entendo que, no caso dos autos, está
presente o requisito da repercussão geral a que fazem
alusão os arts. 102, § 3º, da Constituição, 543-A, § 1º, do
Código de Processo Civil, e 323 do RISTF.
Brasília, 16 de setembro de 2011.
Ministro JOAQUIM BARBOSA
Relator
2. Está-se diante de tema a reclamar a atuação do Supremo
presentes, até mesmo, o afastamento da legislação de regência da multa e
a fixação de percentual pelo Judiciário.
3. Pronuncio-me pela configuração da repercussão geral.
4. À Assessoria, para acompanhar a tramitação do incidente.
5. Publiquem.
Brasília – residência –, 3 de outubro de 2011, às 19h15.
Ministro MARCO AURÉLIO
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 16
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1609847 | 2011-10-06T00:00:00 | 2011-12-07T00:00:00 | Decisão: O Tribunal reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada. Não se manifestaram os Ministros Cezar Peluso, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski.
Ministro JOAQUIM BARBOSA
Relator | REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | Ementa: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. PUNIÇÃO APLICADA PELO DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DEVER INSTRUMENTAL RELACIONADO À OPERAÇÃO INDIFERENTE AO VALOR DE DÍVIDA TRIBUTÁRIA (PUNIÇÃO INDEPENDENTE DE TRIBUTO DEVIDO). “MULTA ISOLADA”. CARÁTER CONFISCATÓRIO. PROPORCIONALIDADE. RAZOABILIDADE.
QUADRO FÁTICO-JURÍDICO ESPECÍFICO. PROPOSTA PELA EXISTÊNCIA DA REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA CONSTITUCIONAL DEBATIDA.
Proposta pelo reconhecimento da repercussão geral da discussão sobre o caráter confiscatório, desproporcional e irracional de multa em valor variável entre 40% e 05%, aplicada à operação que não gerou débito tributário. | repercussao-geral3221 | - Acórdãos citados: ADI 442, RE 582461 RG.
Número de páginas: 16.
Análise: 04/01/2012, MMR.
Revisão: 17/01/2012, KBP. | JOAQUIM BARBOSA | Tribunal Pleno | 640452 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00005 INC-00022 INC-00024 ART-00102\r\n PAR-00003 ART-00150 INC-00006 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\r\n ART-0543A PAR-00001 \r\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\r\n",
"LEG-FED RGI ANO-1980\r\n ART-00323 \r\n RISTF-1980 REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL"
] | RE-RG | acordaos | RE 640452 RG | [
""
] | RECTE.(S) : CENTRAIS ELÉTRICAS DO NORTE DO BRASIL S/A - ELETRONORTE
ADV.(A/S) : SACHA CALMON NAVARRO COÊLHO E OUTRO(A/S)
RECDO.(A/S) : ESTADO DE RONDÔNIA
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE RONDÔNIA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 640 . 452",
"RE 640 . 452 RG / RO",
"RE 640 . 452 RG / RO",
"RECURSO",
"RE 640 . 452 RG / RO",
"ADI 442",
"RE 640 . 452 RG / RO",
"ADI 442",
"RE 640 . 452 RG / RO",
"RE 582 . 461 - RG",
"RE 640 . 452 RG / RO",
"RE 582 . 461 - RG",
"RE 640 . 452 RG / RO",
"RE 640 . 452 RG / RO",
"RE 640 . 452 RG / RO",
"RE 640 . 452 RG / RO",
"RE 640 . 452 RG / RO",
"RE 640 . 452 RG / RO",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 640 . 452",
"Recurso Extraordinário [UNK] 640 . 452 / RO",
"Apelação [UNK] 1125295 - 63 . 2008 . 8 . 22 . 0001",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 640 . 452",
"Recurso Extraordinário [UNK] 640 . 452 / RO",
"Apelação [UNK] 1125295 - 63 . 2008 . 8 . 22 . 0001",
"RE 640 . 452 RG / RO",
"Recurso Extraordinário [UNK] 582 . 461 / SP",
"RE 640 . 452 RG / RO",
"Recurso Extraordinário [UNK] 582 . 461 / SP",
"RE 640 . 452 RG / RO",
"RE 640 . 452 RG / RO",
"RE 640 . 452 RG / RO",
"ADI 442",
"RE 640 . 452 RG / RO",
"ADI 442",
"RE 640 . 452 RG / RO",
"RE 582 . 461 - RG",
"RE 640 . 452 RG / RO",
"RE 582 . 461 - RG",
"RE 640 . 452 RG /",
"RE 640 . 452 RG / RO",
"RE 640 . 452 RG / RO",
"RE 640 . 452 RG / RO"
],
"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . [UNK] , XXII e XXIV , e 150 , VI da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . [UNK] , XXII e XXIV , e 150 , VI da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 .",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
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"Código Tributário",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código Tributário Nacional",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . 102 , § [UNK] , da Constituição",
"543",
"-",
"A , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"323 do RISTF",
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"A , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"323 do RISTF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 150 , inciso IV , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 150 , inciso IV , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] , incisos XXII , XXIII e XXIV , 22 , inciso VI , e 150 , inciso IV , da Carta da República",
"artigo 78 , inciso III , alínea “ i ” , da Lei estadual [UNK] 688 / 96",
"artigo 81 , inciso X , da Lei estadual [UNK] 583 / 94",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] , incisos XXII , XXIII e XXIV , 22 , inciso VI , e 150 , inciso IV , da Carta da República",
"artigo 78 , inciso III , alínea “ i ” , da Lei estadual [UNK] 688 / 96",
"artigo 81 , inciso X , da Lei estadual [UNK] 583 / 94",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . [UNK] , XXII e XXIV , e 150 , VI da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . [UNK] , XXII e XXIV , e 150 , VI da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 .",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código Tributário Nacional",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código Tributário Nacional",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . 102 , § [UNK] , da Constituição",
"543",
"-",
"A , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"323 do RISTF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . 102 , § [UNK] , da Constituição",
"543",
"-",
"A , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"323 do RISTF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"RONDÔNIA",
"ESTADO DE RONDÔNIA",
"ESTADO DE RONDÔNIA",
"Brasília",
"Brasília",
"Brasília",
"Brasília",
"Brasília",
"Brasília"
],
"ORGANIZACAO": [
"PLENÁRIO",
"CENTRAIS ELÉTRICAS DO NORTE DO BRASIL S / A",
"ELETRONORTE",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PLENÁRIO",
"Tribunal de Justiça de Rondônia",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"Tribunal de Justiça de Rondônia",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"TJ",
"/",
"RO",
"Suprema Corte",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"TJ",
"/",
"RO",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Segunda Câmara Especial do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia",
"Petrobras",
"Supremo",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Câmara Especial do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia",
"Petrobras",
"Supremo",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Eletronorte",
"Eletronorte",
"Supremo",
"Estado de Rondônia",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Eletronorte",
"Eletronorte",
"Supremo",
"Estado de Rondônia",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal de Justiça de Rondônia",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal de Justiça de Rondônia",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"TJ",
"/",
"RO",
"Suprema Corte",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"TJ",
"/",
"RO",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"JOAQUIM BARBOSA",
"SACHA CALMON NAVARRO COÊLHO",
"Cezar Peluso",
"Gilmar Mendes",
"Ricardo Lewandowski",
"JOAQUIM BARBOSA",
"JOAQUIM BARBOSA",
"JOAQUIM BARBOSA",
"JOAQUIM BARBOSA",
"Eros Grau",
"Eros Grau",
"JOAQUIM BARBOSA",
"JOAQUIM BARBOSA",
"Joaquim Barbosa",
"Joaquim Barbosa",
"Joaquim Barbosa",
"JOAQUIM BARBOSA",
"Joaquim Barbosa",
"JOAQUIM BARBOSA",
"Eros Grau",
"Eros Grau",
"JOAQUIM BARBOSA",
"MARCO AURÉLIO",
"JOAQUIM BARBOSA",
"MARCO AURÉLIO"
],
"TEMPO": [
"06",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"07",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"06",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"06",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"28",
".",
"05",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"28",
".",
"05",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16 de setembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16 de setembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16 de setembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16 de setembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"28",
".",
"05",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"28",
".",
"05",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16 de setembro de 2011",
"3 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16 de setembro de 2011",
"3 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
24/08/2010
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 103.513 GOIÁS
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S)
: SUZI CRISTIANE TIMO
IMPTE.(S)
: SANTINO DA SILVA E SA
COATOR(A/S)(ES)
: SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO
ILÍCITO DE ENTORPECENTES. MANUTENÇÃO DA PRISÃO. DECISÃO
LASTREADA NA VEDAÇÃO DO ART. 44 DA LEI 11.343/2006. PRESSUPOSTOS
DO ART. 312 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. DEMONSTRAÇÃO.
LIBERDADE PROVISÓRIA. VEDAÇÃO. IMPETRAÇÃO CONHECIDA EM PARTE,
DENEGADA A ORDEM NESSA EXTENSÃO. JURISPRUDÊNCIA DO STF.
I – A vedação à liberdade provisória para o delito de tráfico de drogas
advém da própria Constituição Federal, a qual prevê a inafiançabilidade (art. 5º, XLIII), e
do art. 44 da Lei 11.343/06.
II - Presentes os requisitos autorizadores da prisão cautelar, previstos no
art. 312 do Código de Processo Penal, em especial o da garantia da ordem pública, por
existirem sólidas evidências do envolvimento da paciente na prática delito de tráfico de
drogas.
III – Habeas corpus conhecido em parte, indeferindo-se a ordem nessa
extensão.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do Senhor Ministro
Ricardo Lewandowski, na conformidade da ata de julgamentos e das notas taquigráficas,
por decisão unânime, conhecer, em parte, do pedido de habeas corpus e, nesta parte, indeferir
a ordem, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 24 de agosto de 2010.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 673389.
Supremo Tribunal Federal
DJe 17/09/2010
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9
Ementa e Acórdão
HC 103.513 / GO
RICARDO LEWANDOWSKI – PRESIDENTE E RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 673389.
Supremo Tribunal Federal
HC 103.513 / GO
RICARDO LEWANDOWSKI – PRESIDENTE E RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 9
Relatório
24/08/2010
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 103.513 GOIÁS
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S)
: SUZI CRISTIANE TIMO
IMPTE.(S)
: SANTINO DA SILVA E SA
COATOR(A/S)(ES)
: SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O Sr. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI: Trata-se de habeas corpus
substitutivo de recurso ordinário, com pedido de medida liminar, impetrado por Santino da
Silva e Sá em favor de SUZI CRISTIANE TIMO, contra acórdão proferido pelo Superior
Tribunal de Justiça, que denegou a ordem pleiteada no HC 136.686/GO.
A inicial narra que, em 28/4/2009, a paciente foi presa em flagrante por
transportar, no interior de veículo automotor, três quilos e trinta decigramas de cocaína,
sendo-lhe imputada a prática do delito descrito no art. 33 da Lei 11.343/2006.
O impetrante esclarece, de início, que este writ tem como fundamento o
direito da paciente de apelar em liberdade e à progressão de regime.
Afirma, em suma, que a ré foi condenada a uma pena de dois anos e seis
meses de reclusão, em regime inicial fechado, sendo que, até a data desta impetração, já
cumpriu onze meses e oito dias de prisão cautelar.
Diz, ainda, que, por tratar-se de ré primária, seria necessário, para a
obtenção do direito à progressão de regime, o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena
aplicada.
Assevera, de outro modo, que o processo criminal está eivado de
nulidades, pois o Juízo de primeiro grau ignorou os pedidos formulados pela defesa quanto
à realização de perícias técnicas fundamentais.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 673388.
Supremo Tribunal Federal
24/08/2010
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 103.513 GOIÁS
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S)
: SUZI CRISTIANE TIMO
IMPTE.(S)
: SANTINO DA SILVA E SA
COATOR(A/S)(ES)
: SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O Sr. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI: Trata-se de habeas corpus
substitutivo de recurso ordinário, com pedido de medida liminar, impetrado por Santino da
Silva e Sá em favor de SUZI CRISTIANE TIMO, contra acórdão proferido pelo Superior
Tribunal de Justiça, que denegou a ordem pleiteada no HC 136.686/GO.
A inicial narra que, em 28/4/2009, a paciente foi presa em flagrante por
transportar, no interior de veículo automotor, três quilos e trinta decigramas de cocaína,
sendo-lhe imputada a prática do delito descrito no art. 33 da Lei 11.343/2006.
O impetrante esclarece, de início, que este writ tem como fundamento o
direito da paciente de apelar em liberdade e à progressão de regime.
Afirma, em suma, que a ré foi condenada a uma pena de dois anos e seis
meses de reclusão, em regime inicial fechado, sendo que, até a data desta impetração, já
cumpriu onze meses e oito dias de prisão cautelar.
Diz, ainda, que, por tratar-se de ré primária, seria necessário, para a
obtenção do direito à progressão de regime, o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena
aplicada.
Assevera, de outro modo, que o processo criminal está eivado de
nulidades, pois o Juízo de primeiro grau ignorou os pedidos formulados pela defesa quanto
à realização de perícias técnicas fundamentais.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Relatório
HC 103.513 / GO
Alega, também, que, por sua primariedade na condenação e pelos bons
antecedentes que ostenta, a paciente teria o direito de aguardar em liberdade o julgamento
do recurso de apelação.
Aduz, mais, que, no caso sob exame, os requisitos autorizadores da prisão
preventiva, previstos no art. 312 do Código de Processo Penal, não estão presentes e, ainda,
que a paciente, caso obtenha o benefício de recorrer em liberdade, não representará
qualquer risco ao andamento do processo.
Ao final, pede a concessão de medida liminar para que se determine a
expedição de alvará de soltura em favor da paciente, bem como seja declarada a nulidade
absoluta do Processo 200901712765, por não ter sido realizado o laudo pericial na
substância apreendida, conforme requerimento da defesa. No mérito, pede a confirmação
da liminar.
Em 13/4/2010, indeferi o pedido de medida liminar, solicitei informações
à autoridade apontada como coatora, além de determinar fosse ouvido o Procurador-Geral
da República.
O Ministério Público Federal, em parecer de lavra da Subprocuradora-
Geral da República Cláudia Sampaio Marques, opinou pela denegação da ordem.
É o relatório.
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
HC 103.513 / GO
Alega, também, que, por sua primariedade na condenação e pelos bons
antecedentes que ostenta, a paciente teria o direito de aguardar em liberdade o julgamento
do recurso de apelação.
Aduz, mais, que, no caso sob exame, os requisitos autorizadores da prisão
preventiva, previstos no art. 312 do Código de Processo Penal, não estão presentes e, ainda,
que a paciente, caso obtenha o benefício de recorrer em liberdade, não representará
qualquer risco ao andamento do processo.
Ao final, pede a concessão de medida liminar para que se determine a
expedição de alvará de soltura em favor da paciente, bem como seja declarada a nulidade
absoluta do Processo 200901712765, por não ter sido realizado o laudo pericial na
substância apreendida, conforme requerimento da defesa. No mérito, pede a confirmação
da liminar.
Em 13/4/2010, indeferi o pedido de medida liminar, solicitei informações
à autoridade apontada como coatora, além de determinar fosse ouvido o Procurador-Geral
da República.
O Ministério Público Federal, em parecer de lavra da Subprocuradora-
Geral da República Cláudia Sampaio Marques, opinou pela denegação da ordem.
É o relatório.
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 9
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
24/08/2010
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 103.513 GOIÁS
V O T O
O Sr. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI (Relator): Bem
examinados os autos, tenho que é caso de conhecimento parcial da impetração, denegando-
se a ordem nessa extensão.
O acórdão ora questionado tem a seguinte ementa:
“PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO ILÍCITO DE
DROGAS.
LIBERDADE
PROVISÓRIA.
INDEFERIMENTO.
SIGNIFICATIVA QUANTIDADE DE DROGA. FUNDAMENTAÇÃO
IDÔNEA. RISCO PARA ORDEM PÚBLICA. EXISTÊNCIA.
CONSTRANGIMENTO
ILEGAL.
INOCORRÊNCIA.
ORDEM
DENEGADA.
1. A necessidade da custódia cautelar restou demonstrada, com base em dados concretos
dos autos, conforme recomenda a jurisprudência desta Corte, estando o decisum proferido na
origem fundamentado na significativa quantidade de droga apreendida, a evidenciar, portanto,
risco para ordem pública.
2. Ordem denegada”.
Conforme relatado, busca-se neste mandamus o direito de a paciente
recorrer em liberdade da sentença condenatória, ao argumento de que não estão presentes
os requisitos autorizadores da custódia preventiva, elencados no art. 312 do Código de
Processo Penal, bem como à progressão de regime, além da declaração de nulidade do
processo.
Como exposto pelo Parquet Federal, os argumentos trazidos pela defesa
referentes ao direito à progressão de regime e ao vício de nulidade do processo não foram
objeto de análise na decisão ora impugnada, razão pela qual não se deve conhecer dessas
questões, sob pena de incorrer-se em flagrante supressão de instância.
Ressalte-se, ademais, que cabe ao Juízo das Execuções Penais verificar se a
paciente preenche ou não os requisitos necessários à progressão de regime, não constando
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 673386.
Supremo Tribunal Federal
24/08/2010
PRIMEIRA TURMA
HABEAS CORPUS 103.513 GOIÁS
V O T O
O Sr. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI (Relator): Bem
examinados os autos, tenho que é caso de conhecimento parcial da impetração, denegando-
se a ordem nessa extensão.
O acórdão ora questionado tem a seguinte ementa:
“PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO ILÍCITO DE
DROGAS.
LIBERDADE
PROVISÓRIA.
INDEFERIMENTO.
SIGNIFICATIVA QUANTIDADE DE DROGA. FUNDAMENTAÇÃO
IDÔNEA. RISCO PARA ORDEM PÚBLICA. EXISTÊNCIA.
CONSTRANGIMENTO
ILEGAL.
INOCORRÊNCIA.
ORDEM
DENEGADA.
1. A necessidade da custódia cautelar restou demonstrada, com base em dados concretos
dos autos, conforme recomenda a jurisprudência desta Corte, estando o decisum proferido na
origem fundamentado na significativa quantidade de droga apreendida, a evidenciar, portanto,
risco para ordem pública.
2. Ordem denegada”.
Conforme relatado, busca-se neste mandamus o direito de a paciente
recorrer em liberdade da sentença condenatória, ao argumento de que não estão presentes
os requisitos autorizadores da custódia preventiva, elencados no art. 312 do Código de
Processo Penal, bem como à progressão de regime, além da declaração de nulidade do
processo.
Como exposto pelo Parquet Federal, os argumentos trazidos pela defesa
referentes ao direito à progressão de regime e ao vício de nulidade do processo não foram
objeto de análise na decisão ora impugnada, razão pela qual não se deve conhecer dessas
questões, sob pena de incorrer-se em flagrante supressão de instância.
Ressalte-se, ademais, que cabe ao Juízo das Execuções Penais verificar se a
paciente preenche ou não os requisitos necessários à progressão de regime, não constando
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 673386.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 9
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
HC 103.513 / GO
nos autos qualquer informação de que tal benefício tenha sido requerido.
Feitas essas considerações, passo à análise do pedido de liberdade
provisória.
Não vislumbro, no presente caso, nenhum constrangimento ilegal, abuso
de poder ou teratologia, que justifique a concessão da ordem.
Apesar de a matéria ainda não ter sido apreciada definitivamente pelo
Plenário desta Suprema Corte, a atual jurisprudência é firme no sentido de que é legítima a
proibição de liberdade provisória nos crimes de tráfico ilícito de entorpecentes, uma vez
que ela decorre da inafiançabilidade prevista no art. 5º, XLIII, da Carta Magna e da vedação
estabelecida no art. 44 da Lei 11.343/2006.
Nesse sentido transcrevo a ementa do HC 92.747/SP, Rel. Min. Menezes
Direito, in verbis:
“Habeas corpus. Penal e Processual Penal. Crimes de tráfico ilícito de entorpecentes e
associação para o tráfico. Não configuração de excesso de prazo. Complexidade da causa.
Precedentes. Liberdade provisória. Vedação expressa do art. 44 da Lei nº 11.343/06.
Ordem denegada. Precedentes da Corte.
1. A orientação perfilhada no acórdão impugnado está em perfeita consonância com a
jurisprudência desta Corte, no sentido de que não há constrangimento ilegal quando a
complexidade da causa ou a quantidade de testemunhas, residentes em comarcas diversas,
justifiquem a razoável demora para o encerramento da ação penal.
2. A vedação de liberdade provisória contida no artigo 2º, inciso II, da Lei nº
8.078/90 decorria da própria inafiançabilidade prevista pelo artigo 5º, inciso XLIII, da
Constituição Federal. De qualquer modo, os pacientes foram presos em flagrante quando já
vigente a Lei nº 11.343/06, que veda, em seu art. 44, a concessão de liberdade provisória.
3. Ordem denegada” (DJ de 25/4/08).
Cito, ainda, entre outros, os seguintes precedentes: HC 95.671/RS, Rel.
Min. Ellen Gracie; HC 95.060/SP, Rel. Min. Carlos Britto; HC 93.229/SP, Rel. Min.
Cármen Lúcia e HC 94.521-AgR/SP, de minha relatoria.
Além disso, registro, por pertinente, que a paciente permaneceu presa
2
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HC 103.513 / GO
nos autos qualquer informação de que tal benefício tenha sido requerido.
Feitas essas considerações, passo à análise do pedido de liberdade
provisória.
Não vislumbro, no presente caso, nenhum constrangimento ilegal, abuso
de poder ou teratologia, que justifique a concessão da ordem.
Apesar de a matéria ainda não ter sido apreciada definitivamente pelo
Plenário desta Suprema Corte, a atual jurisprudência é firme no sentido de que é legítima a
proibição de liberdade provisória nos crimes de tráfico ilícito de entorpecentes, uma vez
que ela decorre da inafiançabilidade prevista no art. 5º, XLIII, da Carta Magna e da vedação
estabelecida no art. 44 da Lei 11.343/2006.
Nesse sentido transcrevo a ementa do HC 92.747/SP, Rel. Min. Menezes
Direito, in verbis:
“Habeas corpus. Penal e Processual Penal. Crimes de tráfico ilícito de entorpecentes e
associação para o tráfico. Não configuração de excesso de prazo. Complexidade da causa.
Precedentes. Liberdade provisória. Vedação expressa do art. 44 da Lei nº 11.343/06.
Ordem denegada. Precedentes da Corte.
1. A orientação perfilhada no acórdão impugnado está em perfeita consonância com a
jurisprudência desta Corte, no sentido de que não há constrangimento ilegal quando a
complexidade da causa ou a quantidade de testemunhas, residentes em comarcas diversas,
justifiquem a razoável demora para o encerramento da ação penal.
2. A vedação de liberdade provisória contida no artigo 2º, inciso II, da Lei nº
8.078/90 decorria da própria inafiançabilidade prevista pelo artigo 5º, inciso XLIII, da
Constituição Federal. De qualquer modo, os pacientes foram presos em flagrante quando já
vigente a Lei nº 11.343/06, que veda, em seu art. 44, a concessão de liberdade provisória.
3. Ordem denegada” (DJ de 25/4/08).
Cito, ainda, entre outros, os seguintes precedentes: HC 95.671/RS, Rel.
Min. Ellen Gracie; HC 95.060/SP, Rel. Min. Carlos Britto; HC 93.229/SP, Rel. Min.
Cármen Lúcia e HC 94.521-AgR/SP, de minha relatoria.
Além disso, registro, por pertinente, que a paciente permaneceu presa
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Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
HC 103.513 / GO
durante todo o curso do processo e o juízo de primeiro grau, na sentença condenatória,
consignou ser necessário manter a segregação, uma vez que estavam presentes os requisitos
da prisão preventiva.
Por oportuno, destaco trecho da decisão da magistrada que negou o
pedido da paciente:
“Deixo de conceder a acusada o benefício de recorrer em liberdade, ante a
incompatibilidade, no momento, com o regime de cumprimento de pena aqui inicialmente fixado
(sic).
Enleie-se, ainda, o disposto na Súmula 9 do STJ e recente decisão jurisprudencial do
nosso Tribunal de Justiça, que colaciono:
HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGA. CRIME
HEDIONDO. RÉU PRESO DURANTE A INSTRUCÃO CRIMINAL.
PEDIDO PARA RECORREREM LIBERDADE. INDEFERIMENTO.
NAO SE CONFIGURA O CONSTRANGIMENTO ILEGAL
QUANDO INDEFERIDO PEDIDO PARA RECORREREM
LIBERDADE, SE O CONDENADO POR TRÁFICO DE DROGAS
PERMANECEU PRESO DURANTE TODO O CURSO DA
INSTRUCAO PROCESSUAL CRIMINAL, DEVENDO AGUARDAR
O JULGAMENTO DO RECURSO APELATORIO NESTA
SITUAÇÃO MESMO DEMONSTRANDO ATRIBUTOS PESSOAIS.
ORDEM DENEGADA. (111/G0 — Habeas Corpus n° 33863-2/217 -
Relator: Des. Jamil Pereira de Macedo — DJ n° 287 de 04/03/2009)
Ademais, constato a presença dos requisitos autorizadores da prisão preventiva, quais
sejam: o fumus comissi delicti (fumus boni iuris), consubstanciando na prova da materialidade
e na existência da indícios de autoria, e o periculum libertatis (periculum in mora), presente na
garantia da ordem pública, haja vista que os policiais somente abordaram o veículo dirigido
pela requerente em virtude de denúncia anônima que veiculava o transporte ilícito das
substâncias entorpecentes, devendo, ainda, ser considerada a grande quantidade de droga
apreendida (3,030Kg), o que, a priori, demonstra a prática exarcebada de tráfico de drogas,
capaz de causar grave lesão à ordem pública e a paz social, haja vista ser público e notório que,
em nossa Capital e em todo o território nacional, o crime organizado é sustentado e animado
pelo tráfico ilícito de entorpecentes”.
No mesmo sentido, o Ministério Público Federal dispõe no seu parecer:
“Ademais, deve-se lembrar que se trata de paciente presa em flagrante, condenada à
pena de dois anos e seis meses de reclusão, em regime inicialmente fechado, em que foi
3
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durante todo o curso do processo e o juízo de primeiro grau, na sentença condenatória,
consignou ser necessário manter a segregação, uma vez que estavam presentes os requisitos
da prisão preventiva.
Por oportuno, destaco trecho da decisão da magistrada que negou o
pedido da paciente:
“Deixo de conceder a acusada o benefício de recorrer em liberdade, ante a
incompatibilidade, no momento, com o regime de cumprimento de pena aqui inicialmente fixado
(sic).
Enleie-se, ainda, o disposto na Súmula 9 do STJ e recente decisão jurisprudencial do
nosso Tribunal de Justiça, que colaciono:
HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGA. CRIME
HEDIONDO. RÉU PRESO DURANTE A INSTRUCÃO CRIMINAL.
PEDIDO PARA RECORREREM LIBERDADE. INDEFERIMENTO.
NAO SE CONFIGURA O CONSTRANGIMENTO ILEGAL
QUANDO INDEFERIDO PEDIDO PARA RECORREREM
LIBERDADE, SE O CONDENADO POR TRÁFICO DE DROGAS
PERMANECEU PRESO DURANTE TODO O CURSO DA
INSTRUCAO PROCESSUAL CRIMINAL, DEVENDO AGUARDAR
O JULGAMENTO DO RECURSO APELATORIO NESTA
SITUAÇÃO MESMO DEMONSTRANDO ATRIBUTOS PESSOAIS.
ORDEM DENEGADA. (111/G0 — Habeas Corpus n° 33863-2/217 -
Relator: Des. Jamil Pereira de Macedo — DJ n° 287 de 04/03/2009)
Ademais, constato a presença dos requisitos autorizadores da prisão preventiva, quais
sejam: o fumus comissi delicti (fumus boni iuris), consubstanciando na prova da materialidade
e na existência da indícios de autoria, e o periculum libertatis (periculum in mora), presente na
garantia da ordem pública, haja vista que os policiais somente abordaram o veículo dirigido
pela requerente em virtude de denúncia anônima que veiculava o transporte ilícito das
substâncias entorpecentes, devendo, ainda, ser considerada a grande quantidade de droga
apreendida (3,030Kg), o que, a priori, demonstra a prática exarcebada de tráfico de drogas,
capaz de causar grave lesão à ordem pública e a paz social, haja vista ser público e notório que,
em nossa Capital e em todo o território nacional, o crime organizado é sustentado e animado
pelo tráfico ilícito de entorpecentes”.
No mesmo sentido, o Ministério Público Federal dispõe no seu parecer:
“Ademais, deve-se lembrar que se trata de paciente presa em flagrante, condenada à
pena de dois anos e seis meses de reclusão, em regime inicialmente fechado, em que foi
3
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Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
HC 103.513 / GO
expressamente negado o direito de apelar em liberdade, por ter permanecido presa durante toda
a instrução criminal, dada a presença dos pressupostos da preventiva e para que a paciente não
encontre os mesmos estímulos para continuar delinquindo, evitando-se, assim, o seu retorno
para o meio pernicioso que a levou à criminalidade.
(...)
Tratando-se o tráfico de drogas de crime hediondo, a liberdade provisória encontra óbice
no próprio texto constitucional, que veda a concessão de fiança.
O legislador ao editar a nova Lei nº 11.343/2006, ratificou que o crime de tráfico
ilícito de drogas não admite a concessão de liberdade provisória, e, por se tratar de norma
especial, é a que deve ser aplicada ao caso presente”.
Desse modo, a custódia encontra-se devidamente fundamentada,
especialmente na garantia da ordem pública, haja vista que há sólidas evidências do
envolvimento da paciente na prática do gravíssimo delito de tráfico de drogas, ao qual se
irroga, inclusive, pela grande quantidade de cocaína transportada, a dedicação à traficância.
Ademais, anote-se que eventuais condições subjetivas favoráveis da
paciente não obstam a segregação cautelar, desde que presentes nos autos elementos
concretos a recomendar sua manutenção, como se verifica no caso presente. Nesse sentido
cito: HC 90.330/PR, Rel. Ministra Ellen Gracie, HC 93.901/RS, de minha relatoria e HC
92.204/PR, Rel. Min. Menezes Direito, entre outros.
Por fim, entendo que seria ilógico que se mantivesse a paciente presa, ao
longo de toda a instrução criminal, por força do flagrante, mas se determinasse a sua
soltura, precisamente após a sentença condenatória, quando a presunção de não
culpabilidade resta consideravelmente enfraquecida.
Ante esse quadro, penso que não há qualquer coação ilegal contra a
paciente a ser afastada por esta Corte, razão pela qual conheço parcialmente do writ, e
denego a ordem nessa extensão.
4
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HC 103.513 / GO
expressamente negado o direito de apelar em liberdade, por ter permanecido presa durante toda
a instrução criminal, dada a presença dos pressupostos da preventiva e para que a paciente não
encontre os mesmos estímulos para continuar delinquindo, evitando-se, assim, o seu retorno
para o meio pernicioso que a levou à criminalidade.
(...)
Tratando-se o tráfico de drogas de crime hediondo, a liberdade provisória encontra óbice
no próprio texto constitucional, que veda a concessão de fiança.
O legislador ao editar a nova Lei nº 11.343/2006, ratificou que o crime de tráfico
ilícito de drogas não admite a concessão de liberdade provisória, e, por se tratar de norma
especial, é a que deve ser aplicada ao caso presente”.
Desse modo, a custódia encontra-se devidamente fundamentada,
especialmente na garantia da ordem pública, haja vista que há sólidas evidências do
envolvimento da paciente na prática do gravíssimo delito de tráfico de drogas, ao qual se
irroga, inclusive, pela grande quantidade de cocaína transportada, a dedicação à traficância.
Ademais, anote-se que eventuais condições subjetivas favoráveis da
paciente não obstam a segregação cautelar, desde que presentes nos autos elementos
concretos a recomendar sua manutenção, como se verifica no caso presente. Nesse sentido
cito: HC 90.330/PR, Rel. Ministra Ellen Gracie, HC 93.901/RS, de minha relatoria e HC
92.204/PR, Rel. Min. Menezes Direito, entre outros.
Por fim, entendo que seria ilógico que se mantivesse a paciente presa, ao
longo de toda a instrução criminal, por força do flagrante, mas se determinasse a sua
soltura, precisamente após a sentença condenatória, quando a presunção de não
culpabilidade resta consideravelmente enfraquecida.
Ante esse quadro, penso que não há qualquer coação ilegal contra a
paciente a ser afastada por esta Corte, razão pela qual conheço parcialmente do writ, e
denego a ordem nessa extensão.
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Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 103.513
PROCED. : GOIÁS
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S) : SUZI CRISTIANE TIMO
IMPTE.(S) : SANTINO DA SILVA E SA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: A Turma conheceu, em parte, do pedido de habeas
corpus e, nesta parte, indeferiu a ordem, nos termos do voto do
Relator. Unânime. Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª
Turma, 24.08.2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes à
Sessão os Ministros Marco Aurélio, a Ministra Cármen Lúcia e o
Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Mathias.
Fabiane Duarte
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 103.513
PROCED. : GOIÁS
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S) : SUZI CRISTIANE TIMO
IMPTE.(S) : SANTINO DA SILVA E SA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: A Turma conheceu, em parte, do pedido de habeas
corpus e, nesta parte, indeferiu a ordem, nos termos do voto do
Relator. Unânime. Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª
Turma, 24.08.2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes à
Sessão os Ministros Marco Aurélio, a Ministra Cármen Lúcia e o
Ministro Dias Toffoli.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner Mathias.
Fabiane Duarte
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 687475
Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=709762 | 2010-08-24T00:00:00 | 2010-09-17T00:00:00 | A Turma conheceu, em parte, do pedido de habeas corpus e,
nesta parte, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator.
Unânime. Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma,
24.08.2010. | HABEAS CORPUS | EMENTA: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO ILÍCITO DE
ENTORPECENTES. MANUTENÇÃO DA PRISÃO. DECISÃO LASTREADA NA VEDAÇÃO DO
ART. 44 DA LEI 11.343/2006. PRESSUPOSTOS DO ART. 312 DO CÓDIGO DE
PROCESSO PENAL. DEMONSTRAÇÃO. LIBERDADE PROVISÓRIA. VEDAÇÃO.
IMPETRAÇÃO CONHECIDA EM PARTE, DENEGADA A ORDEM NESSA EXTENSÃO.
JURISPRUDÊNCIA DO STF.
I - A vedação à liberdade provisória para o
delito de tráfico de drogas advém da própria Constituição Federal, a
qual prevê a inafiançabilidade (art. 5º, XLIII), e do art. 44 da Lei
11.343/06.
II - Presentes os requisitos autorizadores da prisão
cautelar, previstos no art. 312 do Código de Processo Penal, em
especial o da garantia da ordem pública, por existirem sólidas
evidências do envolvimento da paciente na prática delito de tráfico
de drogas.
III - Habeas corpus conhecido em parte, indeferindo-se a
ordem nessa extensão. | sjur182072 | - Acórdãos citados: HC 90330, HC 92204, HC 92747, HC 93229, HC 93901,
HC 94521 AgR, HC 95060, HC 95671.
- Veja HC 136686 do STJ.
Número de páginas: 9.
Análise: 21/09/2010, ACG.
Revisão: 28/09/2010, KBP. | RICARDO LEWANDOWSKI | Primeira Turma | 103513 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00005 INC-00043 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\r\n ART-00312 \r\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL\r\n",
"LEG-FED LEI-011343 ANO-2006\r\n ART-00044 \r\n LTX-2006 LEI DE TÓXICOS"
] | HC | acordaos | HC 103513 | [
""
] | PACTE.(S) : SUZI CRISTIANE TIMO
IMPTE.(S) : SANTINO DA SILVA E SA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 103 . 513",
"HC 103 . 513 / GO",
"HC 103 . 513 / GO",
"HABEAS CORPUS 103 . 513 GOIÁS",
"HC 136 . 686 / GO",
"HABEAS CORPUS 103 . 513 GOIÁS",
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"HC 103 . 513 / GO",
"HC 103 . 513 / GO",
"HABEAS CORPUS 103 . 513",
"HABEAS CORPUS 103 . 513 GOIÁS",
"HC 103 . 513 / GO",
"HC 92 . 747 / SP",
"HC 95 . 671 / RS",
"HC 95 . 060 / SP",
"HC 93 . 229 / SP",
"HC 94 . 521 - AgR / SP",
"HC 103 . 513 / GO",
"HC 92 . 747 / SP",
"HC 95 . 671 / RS",
"HC 95 . 060 / SP",
"HC 93 . 229 / SP",
"HC 94 . 521 - AgR / SP",
"HC 103 . 513 / GO",
"Súmula 9 do STJ",
"Habeas Corpus n° 33863 - 2 / 217",
"HC 103 . 513 / GO",
"Súmula 9 do STJ",
"111",
"/",
"G0",
"Habeas Corpus n° 33863 - 2 / 217",
"HC 103 . 513 / GO",
"HC 90 . 330 / PR",
"HC 93 . 901 / RS",
"HC 92 . 204 / PR",
"HC 103 . 513 / GO",
"HC 90 . 330 / PR",
"HC 93 . 901 / RS",
"HC 92 . 204 / PR",
"HABEAS CORPUS 103 . 513",
"HABEAS CORPUS 103 . 513"
],
"LEGISLACAO": [
"ART . 44 DA LEI 11 . 343 / 2006",
"ART . 312 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL",
"Constituição Federal",
"art . 44 da Lei 11 . 343 / 06",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 33 da Lei 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 33 da Lei 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 312 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , XLIII , da Carta Magna",
"art . 44 da Lei 11 . 343 / 2006",
"art . 44 da Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"artigo [UNK] , inciso II , da Lei [UNK] 8 .",
"artigo [UNK] , inciso XLIII , da Constituição Federal",
"Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , XLIII , da Carta Magna",
"art . 44 da Lei 11 . 343 / 2006",
"art . 44 da Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"artigo [UNK] , inciso II , da Lei [UNK] 8 . 078 / 90",
"artigo [UNK] , inciso XLIII , da Constituição Federal",
"Lei [UNK] 11 . 343 / 06",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 11 . 343 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 -",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"GOIÁS",
"Brasília",
"GOIÁS",
"GOIÁS",
"GOIÁS"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"STF",
"Primeira Turma do",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"Ministério Público Federal",
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"-",
"Brasil",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"Brasil",
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"Plenário",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de",
"Chaves Públicas Brasileira",
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"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Plenário",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
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"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
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],
"PESSOA": [
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"SUZI CRISTIANE TIMO",
"SANTINO DA SILVA",
"Ricardo Lewandowski",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"SUZI CRISTIANE TIMO",
"SANTINO DA SILVA E",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Santino da Silva e Sá",
"SUZI CRISTIANE TIMO",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"SUZI CRISTIANE TIMO",
"SANTINO DA SILVA E SA",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Santino da Silva e Sá",
"SUZI CRISTIANE TIMO",
"Cláudia Sampaio Marques",
"Cláudia Sampaio Marques",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Menezes Direito",
"Ellen Gracie",
"Carlos Britto",
"Cármen Lúcia",
"Menezes Direito",
"Ellen Gracie",
"Carlos Britto",
"Cármen Lúcia",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Jamil Pereira de Macedo",
"Jamil Pereira de Macedo",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Ellen Gracie",
"Menezes Direito",
"Ellen Gracie",
"Menezes Direito",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"SUZI CRISTIANE TIMO",
"SANTINO DA SILVA E SA",
"Ricardo Lewandowski",
"Ricardo Lewandowski",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Wagner Mathias",
"Fabiane Duarte",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"SUZI CRISTIANE TIMO",
"SANTINO DA SILVA E",
"SA",
"Ricardo Lewandowski",
"Ricardo Lewandowski",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Dias Toffoli",
"Wagner Mathias",
"Fabiane Duarte"
],
"TEMPO": [
"24",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"24 de agosto de 2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"17",
"/",
"09",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"28",
"/",
"4",
"/",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"28",
"/",
"4",
"/",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"13",
"/",
"4",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"13",
"/",
"4",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"4",
"/",
"08",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"4",
"/",
"08",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"04",
"/",
"03",
"/",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"04",
"/",
"03",
"/",
"2009",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
".",
"08",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
".",
"08",
".",
"2010",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 836.820 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S)
:PANAMERICANO ARRENDAMENTO MERCANTIL
S/A
ADV.(A/S)
:FLAVIA REGINA FERRAZ DA SILVA E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:ANTONIA DA COSTA OLIVEIRA
ADV.(A/S)
:JOÃO RAIMUNDO ALEXANDRE NETO
EMENTA
Agravo regimental no agravo de instrumento. Negativa de
prestação jurisdicional. Não ocorrência. Prequestionamento. Ausência.
Ofensa reflexa. Reexame de provas. Impossibilidade. Precedentes.
1. A jurisdição foi prestada pelo Tribunal de origem mediante
decisão suficientemente fundamentada.
2. Não se admite o recurso extraordinário quando os dispositivos
constitucionais que nele se alegam violados não estão devidamente
prequestionados. Incidência das Súmulas nºs 282 e 356/STF.
3. Inadmissível em recurso extraordinário o exame de ofensa reflexa
à Constituição Federal e a análise de legislação infraconstitucional e das
provas dos autos. Incidência das Súmulas nºs 636 e 279/STF.
4. Agravo regimental não provido, com imposição de multa, nos
termos do art. 557, § 2º, do Código de Processo Civil.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência da Sra.
Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das
notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao
agravo regimental no agravo de instrumento, com imposição de multa,
nos termos do voto do Relator.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1581833.
Supremo Tribunal Federal
DJe 28/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10
Ementa e Acórdão
AI 836.820 AGR / SP
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1581833.
Supremo Tribunal Federal
AI 836.820 AGR / SP
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1581833.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10
Relatório
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 836.820 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S)
:PANAMERICANO ARRENDAMENTO MERCANTIL
S/A
ADV.(A/S)
:FLAVIA REGINA FERRAZ DA SILVA E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:ANTONIA DA COSTA OLIVEIRA
ADV.(A/S)
:JOÃO RAIMUNDO ALEXANDRE NETO
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Panamericano Arrendamento Mercantil S.A. interpõe agravo
regimental contra decisão monocrática, através da qual neguei
provimento ao agravo de instrumento, com a seguinte fundamentação:
“Decisão:
Vistos.
Panamericano Arrendamento Mercantil S. A. interpõe
agravo de instrumento contra a decisão que não admitiu
recurso extraordinário assentado em contrariedade aos artigos
5º, incisos V, XXXV, XXXVI e XXXVII, e 93, inciso IX, da
Constituição Federal.
Insurge-se, no apelo extremo, contra acórdão do Colégio
Recursal da Vigésima Primeira Circunscrição Judiciária sede
Comarca de Registro/SP, que manteve a sentença de 1º grau por
seus próprios fundamentos.
A referida sentença concluiu, em síntese, pela procedência
parcial da ação para:
‘DECLARAR a inexistência de relação jurídica entre
a autora Antonio da Costa Oliveira e o réu Panamericano
Arrendamento Mercantil S.A .. Em consequência, para
assegurar o efeito prático da decisão (bem como antecipando os
efeitos da tutela), fixo o prazo de 15 (quinze) dias, contados a
partir da intimação do réu sobre a sentença, para que o
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 836.820 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S)
:PANAMERICANO ARRENDAMENTO MERCANTIL
S/A
ADV.(A/S)
:FLAVIA REGINA FERRAZ DA SILVA E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:ANTONIA DA COSTA OLIVEIRA
ADV.(A/S)
:JOÃO RAIMUNDO ALEXANDRE NETO
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Panamericano Arrendamento Mercantil S.A. interpõe agravo
regimental contra decisão monocrática, através da qual neguei
provimento ao agravo de instrumento, com a seguinte fundamentação:
“Decisão:
Vistos.
Panamericano Arrendamento Mercantil S. A. interpõe
agravo de instrumento contra a decisão que não admitiu
recurso extraordinário assentado em contrariedade aos artigos
5º, incisos V, XXXV, XXXVI e XXXVII, e 93, inciso IX, da
Constituição Federal.
Insurge-se, no apelo extremo, contra acórdão do Colégio
Recursal da Vigésima Primeira Circunscrição Judiciária sede
Comarca de Registro/SP, que manteve a sentença de 1º grau por
seus próprios fundamentos.
A referida sentença concluiu, em síntese, pela procedência
parcial da ação para:
‘DECLARAR a inexistência de relação jurídica entre
a autora Antonio da Costa Oliveira e o réu Panamericano
Arrendamento Mercantil S.A .. Em consequência, para
assegurar o efeito prático da decisão (bem como antecipando os
efeitos da tutela), fixo o prazo de 15 (quinze) dias, contados a
partir da intimação do réu sobre a sentença, para que o
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10
Relatório
AI 836.820 AGR / SP
Panamericano Arrendamento Mercantil S.A. providencie a
extração junto ao juízo de Atibaia dos ofícios necessários à baixa
da restrição, e comprove o seu encaminhamento ao órgão de
trânsito. Em caso de descumprimento da decisão, fixo multa
diária de R$ 500,00 (quinhentos reais), até o limite de alçada do
Juizado Especial (autonomamente ao valor fixado para o dano
moral).
(b) REJEITAR o pedido de reparação civil por danos
materiais.
(c) CONDENAR o réu Panamericano Arrendamento
Mercantil S.A. a pagar à autora reparação civil por danos
morais, no montante de R$ 5.000,00 (cinco mil reais),
sobre o qual incidirão juros de 1% (um por cento) ao mês e
correção monetária pela Tabela Prática do Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo, ambos contados da
presente data (momento em que o valor se tornou líquido)
até o efetivo pagamento’ (fl. 106).
Decido.
Anote-se, inicialmente, que o recurso extraordinário foi
interposto contra acórdão publicado após 3/5/07, quando já era
plenamente exigível a demonstração da repercussão geral da
matéria constitucional objeto do recurso, conforme decidido na
Questão de Ordem no Agravo de Instrumento nº 664.567/RS,
Tribunal Pleno, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de
6/9/07. Todavia, apesar da petição recursal haver trazido a
preliminar sobre o tema, não é de se proceder ao exame de sua
existência, uma vez que, nos termos do artigo 323 do Regimento
Interno do Supremo Tribunal Federal, com a redação
introduzida pela Emenda Regimental nº 21/07, primeira parte, o
procedimento acerca da existência da repercussão geral
somente ocorrerá ‘quando não for o caso de inadmissibilidade do
recurso por outra razão’.
A irresignação não merece prosperar, haja vista que todos
os dispositivos constitucionais indicados como violados no
recurso
extraordinário
carecem
do
necessário
prequestionamento, sendo certo que não foram opostos
2
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Supremo Tribunal Federal
AI 836.820 AGR / SP
Panamericano Arrendamento Mercantil S.A. providencie a
extração junto ao juízo de Atibaia dos ofícios necessários à baixa
da restrição, e comprove o seu encaminhamento ao órgão de
trânsito. Em caso de descumprimento da decisão, fixo multa
diária de R$ 500,00 (quinhentos reais), até o limite de alçada do
Juizado Especial (autonomamente ao valor fixado para o dano
moral).
(b) REJEITAR o pedido de reparação civil por danos
materiais.
(c) CONDENAR o réu Panamericano Arrendamento
Mercantil S.A. a pagar à autora reparação civil por danos
morais, no montante de R$ 5.000,00 (cinco mil reais),
sobre o qual incidirão juros de 1% (um por cento) ao mês e
correção monetária pela Tabela Prática do Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo, ambos contados da
presente data (momento em que o valor se tornou líquido)
até o efetivo pagamento’ (fl. 106).
Decido.
Anote-se, inicialmente, que o recurso extraordinário foi
interposto contra acórdão publicado após 3/5/07, quando já era
plenamente exigível a demonstração da repercussão geral da
matéria constitucional objeto do recurso, conforme decidido na
Questão de Ordem no Agravo de Instrumento nº 664.567/RS,
Tribunal Pleno, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de
6/9/07. Todavia, apesar da petição recursal haver trazido a
preliminar sobre o tema, não é de se proceder ao exame de sua
existência, uma vez que, nos termos do artigo 323 do Regimento
Interno do Supremo Tribunal Federal, com a redação
introduzida pela Emenda Regimental nº 21/07, primeira parte, o
procedimento acerca da existência da repercussão geral
somente ocorrerá ‘quando não for o caso de inadmissibilidade do
recurso por outra razão’.
A irresignação não merece prosperar, haja vista que todos
os dispositivos constitucionais indicados como violados no
recurso
extraordinário
carecem
do
necessário
prequestionamento, sendo certo que não foram opostos
2
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Relatório
AI 836.820 AGR / SP
embargos de declaração para sanar eventual omissão no
acórdão recorrido. Incidem na espécie as Súmulas nºs 282 e 356
desta Corte.
Ressalte-se, por fim, que as instâncias de origem
decidiram a lide amparados nas provas dos autos e na
legislação infraconstitucional pertinente, de reexame incabível
em sede de recurso extraordinário.
Ante o exposto, nego provimento ao agravo.
Publique-se.
Brasília, 15 de agosto de 2011.”
Alegou a agravante que não há necessidade de revolvimento da
matéria fática para se chegar à conclusão de que a decisão regional
merece reforma, reiterando a efetiva vulneração das normas
constitucionais apontadas como violadas, para insurgir-se contra a
condenação que lhe foi imposta, aduzindo, por fim, que mesmo um
prequestionamento meramente implícito permitiria o acolhimento de sua
insurgência recursal.
É o relatório.
3
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Supremo Tribunal Federal
AI 836.820 AGR / SP
embargos de declaração para sanar eventual omissão no
acórdão recorrido. Incidem na espécie as Súmulas nºs 282 e 356
desta Corte.
Ressalte-se, por fim, que as instâncias de origem
decidiram a lide amparados nas provas dos autos e na
legislação infraconstitucional pertinente, de reexame incabível
em sede de recurso extraordinário.
Ante o exposto, nego provimento ao agravo.
Publique-se.
Brasília, 15 de agosto de 2011.”
Alegou a agravante que não há necessidade de revolvimento da
matéria fática para se chegar à conclusão de que a decisão regional
merece reforma, reiterando a efetiva vulneração das normas
constitucionais apontadas como violadas, para insurgir-se contra a
condenação que lhe foi imposta, aduzindo, por fim, que mesmo um
prequestionamento meramente implícito permitiria o acolhimento de sua
insurgência recursal.
É o relatório.
3
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 836.820 SÃO PAULO
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
O inconformismo não merece prosperar.
Conforme expresso na decisão agravada, não houve negativa de
prestação jurisdicional ou inexistência de motivação no acórdão
recorrido, uma vez que a jurisdição foi prestada, no caso, mediante
decisão suficientemente fundamentada, não obstante contrária à
pretensão da agravante, tendo o Tribunal de origem explicitado suas
razões de decidir.
Ressalte-se que o referido art. 93, inciso IX, da Constituição Federal
não exige que o órgão judicante manifeste-se sobre todos os argumentos
de defesa apresentados, mas que explicite as razões que entendeu
suficientes à formação de seu convencimento. Sobre o tema, anotem-se os
seguintes precedentes:
“PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DEVIDO PROCESSO LEGAL,
AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO. OFENSA REFLEXA
AO TEXTO CONSTITUCIONAL. ART. 93, IX, DA
CONSTITUIÇÃO.
DECISÃO
SUFICIENTEMENTE
FUNDAMENTADA. ANÁLISE DE FATOS E PROVAS.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO STF. AGRAVO
IMPROVIDO. I - A alegada violação aos postulados
constitucionais do devido processo legal, ampla defesa e
contraditório, em regra, configura ofensa reflexa ao texto
constitucional. II - A exigência do art. 93, IX, da Constituição,
não impõe seja a decisão exaustivamente fundamentada,
bastando que o julgador informe, de forma clara e concisa, as
razões de seu convencimento, tal como ocorreu no caso em tela.
III - Necessidade do reexame do contexto fático probatório que
envolve a matéria, o que é inadmissível em recurso
extraordinário. Incidência da Súmula 279 do STF. IV - Agravo
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 836.820 SÃO PAULO
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
O inconformismo não merece prosperar.
Conforme expresso na decisão agravada, não houve negativa de
prestação jurisdicional ou inexistência de motivação no acórdão
recorrido, uma vez que a jurisdição foi prestada, no caso, mediante
decisão suficientemente fundamentada, não obstante contrária à
pretensão da agravante, tendo o Tribunal de origem explicitado suas
razões de decidir.
Ressalte-se que o referido art. 93, inciso IX, da Constituição Federal
não exige que o órgão judicante manifeste-se sobre todos os argumentos
de defesa apresentados, mas que explicite as razões que entendeu
suficientes à formação de seu convencimento. Sobre o tema, anotem-se os
seguintes precedentes:
“PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DEVIDO PROCESSO LEGAL,
AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO. OFENSA REFLEXA
AO TEXTO CONSTITUCIONAL. ART. 93, IX, DA
CONSTITUIÇÃO.
DECISÃO
SUFICIENTEMENTE
FUNDAMENTADA. ANÁLISE DE FATOS E PROVAS.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO STF. AGRAVO
IMPROVIDO. I - A alegada violação aos postulados
constitucionais do devido processo legal, ampla defesa e
contraditório, em regra, configura ofensa reflexa ao texto
constitucional. II - A exigência do art. 93, IX, da Constituição,
não impõe seja a decisão exaustivamente fundamentada,
bastando que o julgador informe, de forma clara e concisa, as
razões de seu convencimento, tal como ocorreu no caso em tela.
III - Necessidade do reexame do contexto fático probatório que
envolve a matéria, o que é inadmissível em recurso
extraordinário. Incidência da Súmula 279 do STF. IV - Agravo
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
AI 836.820 AGR / SP
regimental improvido” (AI nº 653.010/DF-AgR, Primeira
Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de
29/8/08).
“AGRAVO REGIMENTAL. OFENSA AO ART. 93, IX, DA
CF/88. INEXISTÊNCIA. Acórdão recorrido que se encontra
devidamente fundamentado, ainda que com sua
fundamentação não concorde o ora agravante. O órgão
judicante não é obrigado a se manifestar sobre todas as teses
apresentadas pela defesa, bastando que aponte
fundamentadamente as razões de seu convencimento. Agravo
regimental a que se nega provimento” (RE nº 463.139/RJ-AgR,
Segunda Turma, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, DJ de
3/2/06).
Ademais, os incisos V, XXXV, XXXVI e XXXVII, do art. 5º da
Constituição Federal, apontados como violados no recurso
extraordinário, carecem do necessário prequestionamento, sendo certo
que o acórdão proferido pelo Tribunal de origem não cuidou das
referidas normas. Ressalte-se, também, que os dispositivos não foram
objetos de embargos de declaração. Incidência das Súmulas nºs 282 e
356/STF.
É certo que, para se considerar que houve prequestionamento, não é
necessário que o acórdão recorrido tenha tratado explicitamente dos
dispositivos constitucionais invocados pela parte recorrente. É necessário,
porém, que o referido acórdão tenha versado inequivocamente sobre a
matéria neles abordada, o que não ocorreu no caso em tela.
Inadmissível, nesta Corte, o prequestionamento implícito, do que o
agravante parece estar ciente, tanto que citou precedentes do Superior
Tribunal de Justiça, para fundamentar seu pleito de conhecimento do
recurso.
A propósito, os seguintes precedentes desta Suprema Corte sobre o
tema:
2
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Supremo Tribunal Federal
AI 836.820 AGR / SP
regimental improvido” (AI nº 653.010/DF-AgR, Primeira
Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de
29/8/08).
“AGRAVO REGIMENTAL. OFENSA AO ART. 93, IX, DA
CF/88. INEXISTÊNCIA. Acórdão recorrido que se encontra
devidamente fundamentado, ainda que com sua
fundamentação não concorde o ora agravante. O órgão
judicante não é obrigado a se manifestar sobre todas as teses
apresentadas pela defesa, bastando que aponte
fundamentadamente as razões de seu convencimento. Agravo
regimental a que se nega provimento” (RE nº 463.139/RJ-AgR,
Segunda Turma, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, DJ de
3/2/06).
Ademais, os incisos V, XXXV, XXXVI e XXXVII, do art. 5º da
Constituição Federal, apontados como violados no recurso
extraordinário, carecem do necessário prequestionamento, sendo certo
que o acórdão proferido pelo Tribunal de origem não cuidou das
referidas normas. Ressalte-se, também, que os dispositivos não foram
objetos de embargos de declaração. Incidência das Súmulas nºs 282 e
356/STF.
É certo que, para se considerar que houve prequestionamento, não é
necessário que o acórdão recorrido tenha tratado explicitamente dos
dispositivos constitucionais invocados pela parte recorrente. É necessário,
porém, que o referido acórdão tenha versado inequivocamente sobre a
matéria neles abordada, o que não ocorreu no caso em tela.
Inadmissível, nesta Corte, o prequestionamento implícito, do que o
agravante parece estar ciente, tanto que citou precedentes do Superior
Tribunal de Justiça, para fundamentar seu pleito de conhecimento do
recurso.
A propósito, os seguintes precedentes desta Suprema Corte sobre o
tema:
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 10
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
AI 836.820 AGR / SP
“AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO.
PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULAS 282 e 356
DO STF. AGRAVO IMPROVIDO. I - Inadmissível o recurso
extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver
sido apreciada no acórdão recorrido, não sendo aceito, em
regra, nesta Corte, a tese do prequestionamento velado ou
implícito. Ademais, se os embargos declaratórios não foram
opostos com a finalidade de suprir essa omissão, é inviável o
recurso, a teor da Súmula 356 do STF. Precedentes. II – Agravo
regimental improvido” (AI nº 800.056/RJ-AgR, relator o
Ministro Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe de
22/2/11).
“ADMINISTRATIVO
E
PROCESSUAL
CIVIL.
CONCURSO
PÚBLICO.
AUSÊNCIA
DE
PREQUESTIONAMENTO.
IMPOSSIBILIDADE
DE
PREQUESTIONAMENTO
IMPLÍCITO.
MATÉRIA
INFRACONSTITUCIONAL. 1. O Supremo Tribunal Federal,
em princípio, não admite o prequestionamento implícito da
questão constitucional. Precedentes. 2. Necessidade de análise
da legislação infraconstitucional para se aferir a alegada ofensa
à Constituição Federal. 3. Agravo regimental a que se nega
provimento” (AI nº 825.037/RJ-AgR, Relatora a Ministra Ellen
Gracie, Segunda Turma, DJe de 22/8/11).
Ademais, e como também já consignado, para ultrapassar o
entendimento do Tribunal de origem quanto a responsabilização do
agravante pela indenização pelos apontados danos morais, seria
necessária a interpretação da legislação infraconstitucional pertinente e o
reexame do conjunto probatório, o que é inviável em recurso
extraordinário. Incidência das Súmulas nºs 636 e 279 desta Corte. Sobre o
tema, anotem-se:
3
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1581831.
Supremo Tribunal Federal
AI 836.820 AGR / SP
“AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO.
PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULAS 282 e 356
DO STF. AGRAVO IMPROVIDO. I - Inadmissível o recurso
extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver
sido apreciada no acórdão recorrido, não sendo aceito, em
regra, nesta Corte, a tese do prequestionamento velado ou
implícito. Ademais, se os embargos declaratórios não foram
opostos com a finalidade de suprir essa omissão, é inviável o
recurso, a teor da Súmula 356 do STF. Precedentes. II – Agravo
regimental improvido” (AI nº 800.056/RJ-AgR, relator o
Ministro Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe de
22/2/11).
“ADMINISTRATIVO
E
PROCESSUAL
CIVIL.
CONCURSO
PÚBLICO.
AUSÊNCIA
DE
PREQUESTIONAMENTO.
IMPOSSIBILIDADE
DE
PREQUESTIONAMENTO
IMPLÍCITO.
MATÉRIA
INFRACONSTITUCIONAL. 1. O Supremo Tribunal Federal,
em princípio, não admite o prequestionamento implícito da
questão constitucional. Precedentes. 2. Necessidade de análise
da legislação infraconstitucional para se aferir a alegada ofensa
à Constituição Federal. 3. Agravo regimental a que se nega
provimento” (AI nº 825.037/RJ-AgR, Relatora a Ministra Ellen
Gracie, Segunda Turma, DJe de 22/8/11).
Ademais, e como também já consignado, para ultrapassar o
entendimento do Tribunal de origem quanto a responsabilização do
agravante pela indenização pelos apontados danos morais, seria
necessária a interpretação da legislação infraconstitucional pertinente e o
reexame do conjunto probatório, o que é inviável em recurso
extraordinário. Incidência das Súmulas nºs 636 e 279 desta Corte. Sobre o
tema, anotem-se:
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 10
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
AI 836.820 AGR / SP
“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO.
RESPONSABILIDADE
CIVIL.
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. NECESSIDADE DO
REEXAME DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E
DO CONJUNTO PROBATÓRIO. OFENSA CONSTITUCIONAL
INDIRETA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 279 DO SUPREMO
TRIBUNAL
FEDERAL.
PRECEDENTES.
AGRAVO
REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (AI nº
850.092/RS-AgR, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, Primeira
Turma, DJe de 19/9/11).
“DIREITO
CIVIL
E
PROCESSUAL
CIVIL.
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. CARACTERIZAÇÃO
DO DANO. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-
PROBATÓRIO DOS AUTOS. SÚMULA STF 279. MATÉRIA
INFRACONSTITUCIONAL. 1. O Tribunal de origem
reconheceu a responsabilidade civil do ora agravado com
fundamento nos fatos e provas da causa, tendo concluído pela
existência de excesso autorizador da reparação por danos
morais. Incide, na espécie, o óbice da Súmula STF 279. 2.
Agravo regimental a que se nega provimento” (AI nº
753.833/SP-AgR, Relatora a Ministra Ellen Gracie, Segunda
Turma, DJe de 18/8/11).
De rigor, portanto, a rejeição do agravo, o qual, ao meramente
reiterar os anteriores fundamentos apresentados pela parte e que já
haviam sido repelidos por esta Suprema Corte, inegavelmente deve ser
considerado como manifestamente infundado, a acarretar a condenação
do agravante no pagamento da sanção para tanto prevista na legislação
processual civil pátria em vigor.
Ante o exposto, voto pelo não provimento do agravo regimental e
condeno a agravante a pagar ao agravado multa de 5% (cinco por cento)
sobre o valor corrigido da causa, nos termos do art. 557, § 2º, do Código
de Processo Civil.
4
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Supremo Tribunal Federal
AI 836.820 AGR / SP
“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO.
RESPONSABILIDADE
CIVIL.
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. NECESSIDADE DO
REEXAME DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E
DO CONJUNTO PROBATÓRIO. OFENSA CONSTITUCIONAL
INDIRETA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 279 DO SUPREMO
TRIBUNAL
FEDERAL.
PRECEDENTES.
AGRAVO
REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (AI nº
850.092/RS-AgR, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, Primeira
Turma, DJe de 19/9/11).
“DIREITO
CIVIL
E
PROCESSUAL
CIVIL.
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. CARACTERIZAÇÃO
DO DANO. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-
PROBATÓRIO DOS AUTOS. SÚMULA STF 279. MATÉRIA
INFRACONSTITUCIONAL. 1. O Tribunal de origem
reconheceu a responsabilidade civil do ora agravado com
fundamento nos fatos e provas da causa, tendo concluído pela
existência de excesso autorizador da reparação por danos
morais. Incide, na espécie, o óbice da Súmula STF 279. 2.
Agravo regimental a que se nega provimento” (AI nº
753.833/SP-AgR, Relatora a Ministra Ellen Gracie, Segunda
Turma, DJe de 18/8/11).
De rigor, portanto, a rejeição do agravo, o qual, ao meramente
reiterar os anteriores fundamentos apresentados pela parte e que já
haviam sido repelidos por esta Suprema Corte, inegavelmente deve ser
considerado como manifestamente infundado, a acarretar a condenação
do agravante no pagamento da sanção para tanto prevista na legislação
processual civil pátria em vigor.
Ante o exposto, voto pelo não provimento do agravo regimental e
condeno a agravante a pagar ao agravado multa de 5% (cinco por cento)
sobre o valor corrigido da causa, nos termos do art. 557, § 2º, do Código
de Processo Civil.
4
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 836.820
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) : PANAMERICANO ARRENDAMENTO MERCANTIL S/A
ADV.(A/S) : FLAVIA REGINA FERRAZ DA SILVA E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : ANTONIA DA COSTA OLIVEIRA
ADV.(A/S) : JOÃO RAIMUNDO ALEXANDRE NETO
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
agravo de instrumento, com imposição de multa, nos termos do voto
do Relator. Unânime. Não participou, justificadamente, deste
julgamento, o Senhor Ministro Marco Aurélio. Presidência da
Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 836.820
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) : PANAMERICANO ARRENDAMENTO MERCANTIL S/A
ADV.(A/S) : FLAVIA REGINA FERRAZ DA SILVA E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : ANTONIA DA COSTA OLIVEIRA
ADV.(A/S) : JOÃO RAIMUNDO ALEXANDRE NETO
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
agravo de instrumento, com imposição de multa, nos termos do voto
do Relator. Unânime. Não participou, justificadamente, deste
julgamento, o Senhor Ministro Marco Aurélio. Presidência da
Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1568862
Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1590947 | 2011-10-25T00:00:00 | 2011-11-28T00:00:00 | A Turma negou provimento ao agravo regimental no agravo de instrumento, com imposição de multa, nos termos do voto do Relator. Unânime. Não participou, justificadamente, deste julgamento, o Senhor Ministro Marco Aurélio. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011. | AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO | EMENTA
Agravo regimental no agravo de instrumento. Negativa de prestação jurisdicional. Não ocorrência. Prequestionamento. Ausência. Ofensa reflexa. Reexame de provas. Impossibilidade. Precedentes.
1. A jurisdição foi prestada pelo Tribunal de origem mediante decisão suficientemente fundamentada.
2. Não se admite o recurso extraordinário quando os dispositivos constitucionais que nele se alegam violados não estão devidamente prequestionados. Incidência das Súmulas nºs 282 e 356/STF.
3. Inadmissível em recurso extraordinário o exame de ofensa reflexa à Constituição Federal e a análise de legislação infraconstitucional e das provas dos autos. Incidência das Súmulas nºs 636 e 279/STF.
4. Agravo regimental não provido, com imposição de multa, nos termos do art. 557, § 2º, do Código de Processo Civil. | sjur201919 | - Acórdãos citados: AI 653010 AgR, RE 463139 AgR, AI 800056 AgR, AI 825037 AgR, AI 85092 AgR, AI 753833 AgR.
Número de páginas: 10.
Análise: 19/12/2011, TRX. | DIAS TOFFOLI | Primeira Turma | 836820 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00093 INC-00009 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n\r\n",
"LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\r\n ART-00557 PAR-00002 \r\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000279 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000282 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000356 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000636 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | AI-AgR | acordaos | AI 836820 AgR | [
""
] | ADV.(A/S) : FLAVIA REGINA FERRAZ DA SILVA E OUTRO(A/S)
AGTE.(S) : PANAMERICANO ARRENDAMENTO MERCANTIL S/A
AGDO.(A/S) : ANTONIA DA COSTA OLIVEIRA
ADV.(A/S) : JOÃO RAIMUNDO ALEXANDRE NETO | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 836 . 820",
"Súmulas [UNK] 282 e 356 / STF",
"Súmulas [UNK] 636 e 279 / STF",
"AI 836 . 820 AGR",
"AI 836 . 820 AGR",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 836 . 820",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 836 . 820",
"AI 836 . 820 AGR / SP",
"AI 836 . 820 AGR",
"Agravo de Instrumento [UNK] 664 . 567 / RS",
"AI 836 . 820 AGR / SP",
"AI 836 . 820 AGR / SP",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 836 . 820",
"SÚMULA 279 DO STF",
"Súmula 279 do STF",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 836 . 820",
"SÚMULA 279 DO STF",
"Súmula 279 do STF",
"AI 836 . 820 AGR / SP",
"AI [UNK] 653 . 010 / DF - AgR",
"RE [UNK] 463 . 139 / RJ - AgR",
"Súmulas [UNK] 282 e 356 / STF",
"AI 836 . 820 AGR / SP",
"AI [UNK] 653 . 010 / DF - AgR",
"RE [UNK] 463 . 139 / RJ - AgR",
"Súmulas [UNK] 282 e 356 / STF",
"AI 836 . 820",
"SÚMULAS 282",
"Súmula 356 do STF",
"AI [UNK] 800 . 056 / RJ - AgR",
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"AI 836 . 820 AGR / SP",
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"Súmula 356 do STF",
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"AI [UNK] 825 . 037 / RJ - AgR",
"Súmulas",
"AI 836 . 820 AGR / SP",
"SÚMULA N . 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL",
"AI [UNK] 850 . 092 / RS - AgR",
"SÚMULA STF 279",
"Súmula STF 279 . 2",
"AI [UNK] 753 . 833 / SP - AgR",
"AI 836 . 820 AGR",
"SÚMULA N . 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL",
"AI [UNK] 850 . 092 / RS - AgR",
"SÚMULA STF 279",
"Súmula STF 279 . 2",
"AI [UNK] 753 . 833 / SP - AgR",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 836 . 820",
"AGRAVO DE INSTRUMENTO 836 . 820"
],
"LEGISLACAO": [
"Constituição Federal",
"art . 557 , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] , incisos V , XXXV , XXXVI e XXXVII , e 93 , inciso IX , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] , incisos V , XXXV , XXXVI e XXXVII , e 93 , inciso IX , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 323 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal",
"Emenda Regimental [UNK] 21 / 07",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 323 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal",
"Emenda Regimental [UNK] 21 / 07",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 93 , inciso IX , da Constituição Federal",
"ART . 93 , IX , DA CONSTITUIÇÃO",
"art . 93 , IX , da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 93 , inciso IX , da Constituição Federal",
"ART . 93 , IX , DA CONSTITUIÇÃO",
"art . 93 , IX , da Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 93 , IX , DA CF / 88",
"incisos V , XXXV , XXXVI e XXXVII , do art . [UNK] da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 93 , IX , DA CF / 88",
"incisos V , XXXV , XXXVI e XXXVII , do art . [UNK] da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 557 , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 557 , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"SÃO PAULO",
"Brasília",
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"Comarca de Registro / SP",
"SÃO PAULO",
"Comarca de Registro / SP",
"Atibaia",
"Atibaia",
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"Brasília",
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"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"PANAMERICANO ARRENDAMENTO MERCANTIL S / A",
"Primeira Turma do",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"/",
"SP",
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"Brasil",
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"SP",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"PANAMERICANO ARRENDAMENTO MERCANTIL S / A",
"Panamericano Arrendamento Mercantil S . A .",
"Panamericano Arrendamento Mercantil S . A .",
"Colégio Recursal da Vigésima Primeira Circunscrição Judiciária",
"Panamericano Arrendamento Mercantil S . A .",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"PANAMERICANO ARRENDAMENTO MERCANTIL S / A",
"Panamericano Arrendamento Mercantil S . A .",
"Panamericano Arrendamento Mercantil S . A .",
"Colégio Recursal da Vigésima Primeira Circunscrição Judiciária",
"Panamericano Arrendamento Mercantil S . A .",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Panamericano Arrendamento Mercantil S . A .",
"Juizado Especial",
"Panamericano Arrendamento Mercantil S . A .",
"Tribunal Pleno",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
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"SP",
"Panamericano Arrendamento Mercantil S . A .",
"Panamericano Arrendamento Mercantil S . A .",
"Tribunal Pleno",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"Primeira Turma",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
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"Superior Tribunal de Justiça",
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"-",
"Brasil",
"/",
"SP",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"PANAMERICANO ARRENDAMENTO MERCANTIL S / A",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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"[UNK] Turma",
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"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"Brasil"
],
"PESSOA": [
"DIAS TOFFOLI",
"FLAVIA REGINA FERRAZ DA SILVA",
"ANTONIA DA COSTA OLIVEIRA",
"JOÃO RAIMUNDO ALEXANDRE NETO",
"Cármen Lúcia",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"FLAVIA REGINA FERRAZ DA SILVA",
"ANTONIA DA COSTA OLIVEIRA",
"JOÃO RAIMUNDO ALEXANDRE NETO",
"Antonio da Costa Oliveira",
"DIAS TOFFOLI",
"FLAVIA REGINA FERRAZ DA SILVA",
"ANTONIA DA COSTA OLIVEIRA",
"JOÃO RAIMUNDO ALEXANDRE NETO",
"DIAS TOFFOLI",
"Antonio da Costa Oliveira",
"Sepúlveda Pertence",
"Sepúlveda Pertence",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
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"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
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"Ricardo Lewandowski",
"Ellen Gracie",
"Ricardo Lewandowski",
"Ellen Gracie",
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"Cármen Lúcia",
"Ellen Gracie",
"Cármen Lúcia",
"Ellen Gracie",
"DIAS TOFFOLI",
"FLAVIA REGINA FERRAZ DA SILVA",
"ANTONIA DA COSTA OLIVEIRA",
"JOÃO RAIMUNDO ALEXANDRE NETO",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Paulo de Tarso Braz Lucas",
"Carmen Lilian",
"DIAS TOFFOLI",
"FLAVIA REGINA FERRAZ DA SILVA",
"ANTONIA DA COSTA OLIVEIRA",
"JOÃO RAIMUNDO ALEXANDRE NETO",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Paulo de Tarso Braz Lucas",
"Carmen Lilian"
],
"TEMPO": [
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"25 de outubro de 2011",
"24",
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"11",
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"2011",
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"08",
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"2001",
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"/",
"08",
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"2001",
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"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
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"08",
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"2001",
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"3",
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"3",
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"2001",
"15 de agosto de 2011",
"24",
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"2001",
"15 de agosto de 2011",
"24",
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"2001",
"29",
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"8",
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"29",
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"24",
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"2001",
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"22",
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"2001",
"19",
"/",
"9",
"/",
"11",
"18",
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"11",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"19",
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"9",
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"24",
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"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
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"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 641.401
DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
AGTE.(S)
:COMPANHIA ESTADUAL DE AGUAS E ESGOTOS -
CEDAE
ADV.(A/S)
:BRUNO CÉSAR ALVES PINTO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:CONDOMINIO
DO
EDIFICIO
CENTRO
EMPRESARIAL SAO GONCALO
ADV.(A/S)
:PAULO FERREIRA RODRIGUES JUNIOR
RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL. O
recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova,
também não servindo à interpretação de normas estritamente legais.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO – PREQUESTIONAMENTO –
CONFIGURAÇÃO – RAZÃO DE SER. O prequestionamento não resulta
da circunstância de a matéria haver sido arguida pela parte recorrente. A
configuração do instituto pressupõe debate e decisão prévios pelo
Colegiado, ou seja, emissão de juízo sobre o tema. O procedimento tem
como escopo o cotejo indispensável a que se diga do enquadramento do
recurso extraordinário no permissivo constitucional. Se o Tribunal de
origem não adotou tese explícita a respeito do fato jurígeno veiculado nas
razões recursais, inviabilizado fica o entendimento sobre a violência ao
preceito evocado pelo recorrente.
AGRAVO – ARTIGO 557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL –
MULTA. Se o agravo é manifestamente infundado, impõe-se a aplicação
da multa prevista no § 2º do artigo 557 do Código de Processo Civil,
arcando a parte com o ônus decorrente da litigância de má-fé.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1602609.
Supremo Tribunal Federal
DJe 12/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8
Ementa e Acórdão
ARE 641.401 AGR / DF
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em negar provimento ao
agravo regimental no recurso extraordinário com agravo, nos termos do
voto do relator e por unanimidade, em sessão presidida pela Ministra
Cármen Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas
notas taquigráficas.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1602609.
Supremo Tribunal Federal
ARE 641.401 AGR / DF
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em negar provimento ao
agravo regimental no recurso extraordinário com agravo, nos termos do
voto do relator e por unanimidade, em sessão presidida pela Ministra
Cármen Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas
notas taquigráficas.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1602609.
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Relatório
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 641.401
DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
AGTE.(S)
:COMPANHIA ESTADUAL DE AGUAS E ESGOTOS -
CEDAE
ADV.(A/S)
:BRUNO CÉSAR ALVES PINTO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:CONDOMINIO
DO
EDIFICIO
CENTRO
EMPRESARIAL SAO GONCALO
ADV.(A/S)
:PAULO FERREIRA RODRIGUES JUNIOR
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Em 30 de junho de
2011, proferi a seguinte decisão:
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO
–
INTERPRETAÇÃO DE NORMAS LEGAIS
– FALTA DE PREQUESTIONAMENTO –
INVIABILIDADE.
1. O acórdão impugnado mediante o extraordinário revela
interpretação de normas estritamente legais, não ensejando o
acesso ao Supremo. À mercê de articulação sobre a violência à
Carta da República, pretende-se guindar a esta Corte recurso
que não se enquadra no inciso III do artigo 102 da Constituição
Federal.
2. Acresce que, no caso dos autos, o que sustentado nas
razões do extraordinário não foi enfrentado pelo Órgão
julgador. Assim, padece o recurso da ausência de
prequestionamento, esbarrando nos Verbetes nºs 282 e 356 da
Súmula desta Corte. Este agravo somente serve à sobrecarga da
máquina judiciária, ocupando espaço que deveria estar sendo
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1602610.
Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 641.401
DISTRITO FEDERAL
RELATOR
: MIN. MARCO AURÉLIO
AGTE.(S)
:COMPANHIA ESTADUAL DE AGUAS E ESGOTOS -
CEDAE
ADV.(A/S)
:BRUNO CÉSAR ALVES PINTO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:CONDOMINIO
DO
EDIFICIO
CENTRO
EMPRESARIAL SAO GONCALO
ADV.(A/S)
:PAULO FERREIRA RODRIGUES JUNIOR
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Em 30 de junho de
2011, proferi a seguinte decisão:
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO
–
INTERPRETAÇÃO DE NORMAS LEGAIS
– FALTA DE PREQUESTIONAMENTO –
INVIABILIDADE.
1. O acórdão impugnado mediante o extraordinário revela
interpretação de normas estritamente legais, não ensejando o
acesso ao Supremo. À mercê de articulação sobre a violência à
Carta da República, pretende-se guindar a esta Corte recurso
que não se enquadra no inciso III do artigo 102 da Constituição
Federal.
2. Acresce que, no caso dos autos, o que sustentado nas
razões do extraordinário não foi enfrentado pelo Órgão
julgador. Assim, padece o recurso da ausência de
prequestionamento, esbarrando nos Verbetes nºs 282 e 356 da
Súmula desta Corte. Este agravo somente serve à sobrecarga da
máquina judiciária, ocupando espaço que deveria estar sendo
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8
Relatório
ARE 641.401 AGR / DF
utilizado no exame de outro processo.
3. Conheço do agravo e o desprovejo.
4. Publiquem.
A agravante, na minuta de agravo, insiste no processamento do
extraordinário. Salienta ter a matéria natureza constitucional e estar
preenchido o requisito do prequestionamento. Alega a configuração de
ofensa aos artigos 5º, inciso XXXVI, 37 e 175 da Constituição Federal.
A parte agravada, apesar de intimada, não apresentou contraminuta.
É o relatório.
2
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Supremo Tribunal Federal
ARE 641.401 AGR / DF
utilizado no exame de outro processo.
3. Conheço do agravo e o desprovejo.
4. Publiquem.
A agravante, na minuta de agravo, insiste no processamento do
extraordinário. Salienta ter a matéria natureza constitucional e estar
preenchido o requisito do prequestionamento. Alega a configuração de
ofensa aos artigos 5º, inciso XXXVI, 37 e 175 da Constituição Federal.
A parte agravada, apesar de intimada, não apresentou contraminuta.
É o relatório.
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Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 641.401
DISTRITO FEDERAL
V O T O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Na
interposição deste agravo, observaram-se os pressupostos de
recorribilidade. A peça, subscrita por profissionais da advocacia
regularmente constituídos, foi protocolada no prazo legal. Conheço.
Atentem para o que decidido na origem. O Tribunal da Justiça do
Estado do Rio de Janeiro assentou:
Tarifa de água e esgoto. CEDAE. Competência do juízo do
domicílio do autor. Súmula 206 do STJ. Não conhecimento do
recurso adesivo, que repete os fundamentos da apelação.
Hidrômetro instalado no condomínio. Impossibilidade de
cobrança mínima de cada uma das unidades ligadas ao
medidor. Vantagem excessiva da concessionária. Súmula 84,
parte final, do TJ-RJ. Possibilidade de cobrança da chamada
“tarifa progressiva”, que visa a sustentabilidade do sistema.
Incidência da Súmula 82 do TJ-RJ. Inaplicabilidade do prazo
decadencial do Código do Consumidor, quanto à repetição do
indébito. Norma restrita às hipóteses de vício do serviço.
Repetição do indébito regida pelo Código Civil. Devolução
simples: Súmula 85 do TJ-RJ. Sucumbência da ré que ficou
vencida em dois dos três pedidos. Proporcionalidade.
Provimento parcial aos dois apelos. Não conhecido o adesivo
da ré.
O deslinde da controvérsia deu-se sob o ângulo estritamente legal e
não considerada a Carta da República. A conclusão adotada pelo
Colegiado de origem fez-se alicerçada em interpretação conferida à
legislação de regência.
A par deste aspecto, o Tribunal de origem não examinou os preceitos
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 641.401
DISTRITO FEDERAL
V O T O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Na
interposição deste agravo, observaram-se os pressupostos de
recorribilidade. A peça, subscrita por profissionais da advocacia
regularmente constituídos, foi protocolada no prazo legal. Conheço.
Atentem para o que decidido na origem. O Tribunal da Justiça do
Estado do Rio de Janeiro assentou:
Tarifa de água e esgoto. CEDAE. Competência do juízo do
domicílio do autor. Súmula 206 do STJ. Não conhecimento do
recurso adesivo, que repete os fundamentos da apelação.
Hidrômetro instalado no condomínio. Impossibilidade de
cobrança mínima de cada uma das unidades ligadas ao
medidor. Vantagem excessiva da concessionária. Súmula 84,
parte final, do TJ-RJ. Possibilidade de cobrança da chamada
“tarifa progressiva”, que visa a sustentabilidade do sistema.
Incidência da Súmula 82 do TJ-RJ. Inaplicabilidade do prazo
decadencial do Código do Consumidor, quanto à repetição do
indébito. Norma restrita às hipóteses de vício do serviço.
Repetição do indébito regida pelo Código Civil. Devolução
simples: Súmula 85 do TJ-RJ. Sucumbência da ré que ficou
vencida em dois dos três pedidos. Proporcionalidade.
Provimento parcial aos dois apelos. Não conhecido o adesivo
da ré.
O deslinde da controvérsia deu-se sob o ângulo estritamente legal e
não considerada a Carta da República. A conclusão adotada pelo
Colegiado de origem fez-se alicerçada em interpretação conferida à
legislação de regência.
A par deste aspecto, o Tribunal de origem não examinou os preceitos
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Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
ARE 641.401 AGR / DF
constitucionais mencionados no extraordinário, padecendo o recurso da
ausência do prequestionamento. Atentem não para o apego à literalidade
do Verbete nº 356 da Súmula do Supremo, mas para a razão de ser do
prequestionamento e, mais ainda, para o teor do Verbete nº 282 da
referida Súmula. O instituto do prequestionamento significa o debate e a
decisão prévios do tema jurídico constante das razões apresentadas. Se o
ato impugnado nada contém sobre o que versado no recurso, descabe
assentar o enquadramento deste no permissivo constitucional. Assim
decidiu o Supremo no julgamento do Agravo Regimental no Agravo de
Instrumento nº 541.696-6/DF, de que fui relator, com acórdão publicado
no Diário da Justiça de 24 de fevereiro de 2006, sintetizado na seguinte
ementa:
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO
–
PREQUESTIONAMENTO – CONFIGURAÇÃO – RAZÃO DE
SER. O prequestionamento não resulta da circunstância de a
matéria haver sido argüida pela parte recorrente. A
configuração do instituto pressupõe debate e decisão prévios
pelo Colegiado, ou seja, emissão de juízo sobre o tema. O
procedimento tem como escopo o cotejo indispensável a que se
diga do enquadramento do recurso extraordinário no
permissivo constitucional. Se o Tribunal de origem não adotou
entendimento explícito a respeito do fato jurígeno veiculado
nas razões recursais, inviabilizada fica a conclusão sobre a
violência ao preceito evocado pelo recorrente.
Este recurso ganha contornos protelatórios. Valho-me de trecho do
artigo “O Judiciário e a Litigância de Má-fé”, por mim outrora publicado:
Observa-se, portanto, a existência de instrumental hábil a
inibir-se manobras processuais procrastinatórias. Atento à
sinalização de derrocada do Judiciário, sufocado por número de
processos estranho à ordem natural das coisas, o Legislador
normatizou. Agora, em verdadeira resistência democrática ao
que vem acontecendo, compete ao Estado-juiz atuar com
2
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Supremo Tribunal Federal
ARE 641.401 AGR / DF
constitucionais mencionados no extraordinário, padecendo o recurso da
ausência do prequestionamento. Atentem não para o apego à literalidade
do Verbete nº 356 da Súmula do Supremo, mas para a razão de ser do
prequestionamento e, mais ainda, para o teor do Verbete nº 282 da
referida Súmula. O instituto do prequestionamento significa o debate e a
decisão prévios do tema jurídico constante das razões apresentadas. Se o
ato impugnado nada contém sobre o que versado no recurso, descabe
assentar o enquadramento deste no permissivo constitucional. Assim
decidiu o Supremo no julgamento do Agravo Regimental no Agravo de
Instrumento nº 541.696-6/DF, de que fui relator, com acórdão publicado
no Diário da Justiça de 24 de fevereiro de 2006, sintetizado na seguinte
ementa:
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO
–
PREQUESTIONAMENTO – CONFIGURAÇÃO – RAZÃO DE
SER. O prequestionamento não resulta da circunstância de a
matéria haver sido argüida pela parte recorrente. A
configuração do instituto pressupõe debate e decisão prévios
pelo Colegiado, ou seja, emissão de juízo sobre o tema. O
procedimento tem como escopo o cotejo indispensável a que se
diga do enquadramento do recurso extraordinário no
permissivo constitucional. Se o Tribunal de origem não adotou
entendimento explícito a respeito do fato jurígeno veiculado
nas razões recursais, inviabilizada fica a conclusão sobre a
violência ao preceito evocado pelo recorrente.
Este recurso ganha contornos protelatórios. Valho-me de trecho do
artigo “O Judiciário e a Litigância de Má-fé”, por mim outrora publicado:
Observa-se, portanto, a existência de instrumental hábil a
inibir-se manobras processuais procrastinatórias. Atento à
sinalização de derrocada do Judiciário, sufocado por número de
processos estranho à ordem natural das coisas, o Legislador
normatizou. Agora, em verdadeira resistência democrática ao
que vem acontecendo, compete ao Estado-juiz atuar com
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Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8
Voto - MIN. MARCO AURÉLIO
ARE 641.401 AGR / DF
desassombro, sob pena de tornar-se o responsável pela falência
do Judiciário. Cumpre-lhe, sem extravasamento, sem
menosprezo ao dever de preservar o direito de defesa das
partes, examinar, caso a caso, os recursos enquadráveis como
meramente protelatórios, restabelecendo a boa ordem
processual. Assim procedendo, honrará a responsabilidade
decorrente do ofício, alfim, a própria toga.
Ante o quadro, desprovejo o regimental. Imponho à agravante, nos
termos do artigo 557, § 2º, do Código de Processo Civil, a multa de 5%
sobre o valor da causa devidamente corrigido, a reverter em benefício do
agravado.
3
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Supremo Tribunal Federal
ARE 641.401 AGR / DF
desassombro, sob pena de tornar-se o responsável pela falência
do Judiciário. Cumpre-lhe, sem extravasamento, sem
menosprezo ao dever de preservar o direito de defesa das
partes, examinar, caso a caso, os recursos enquadráveis como
meramente protelatórios, restabelecendo a boa ordem
processual. Assim procedendo, honrará a responsabilidade
decorrente do ofício, alfim, a própria toga.
Ante o quadro, desprovejo o regimental. Imponho à agravante, nos
termos do artigo 557, § 2º, do Código de Processo Civil, a multa de 5%
sobre o valor da causa devidamente corrigido, a reverter em benefício do
agravado.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 641.401
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
AGTE.(S) : COMPANHIA ESTADUAL DE AGUAS E ESGOTOS - CEDAE
ADV.(A/S) : BRUNO CÉSAR ALVES PINTO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : CONDOMINIO DO EDIFICIO CENTRO EMPRESARIAL SAO GONCALO
ADV.(A/S) : PAULO FERREIRA RODRIGUES JUNIOR
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário com agravo, com imposição de multa, nos
termos do voto do Relator. Unânime. Presidência da Senhora
Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1568803
Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 641.401
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
AGTE.(S) : COMPANHIA ESTADUAL DE AGUAS E ESGOTOS - CEDAE
ADV.(A/S) : BRUNO CÉSAR ALVES PINTO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : CONDOMINIO DO EDIFICIO CENTRO EMPRESARIAL SAO GONCALO
ADV.(A/S) : PAULO FERREIRA RODRIGUES JUNIOR
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário com agravo, com imposição de multa, nos
termos do voto do Relator. Unânime. Presidência da Senhora
Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1568803
Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1619920 | 2011-10-25T00:00:00 | 2011-12-12T00:00:00 | A Turma negou provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário com agravo, com imposição de multa, nos termos do voto do Relator. Unânime. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO | RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova, também não servindo à interpretação de normas estritamente legais.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO – PREQUESTIONAMENTO – CONFIGURAÇÃO – RAZÃO DE SER. O prequestionamento não resulta da circunstância de a matéria haver sido arguida pela parte recorrente. A configuração do instituto pressupõe debate e decisão prévios pelo Colegiado, ou seja, emissão de juízo sobre o tema. O procedimento tem como escopo o cotejo indispensável a que se diga do enquadramento do recurso extraordinário no permissivo constitucional. Se o Tribunal de origem não adotou tese explícita a respeito do fato jurígeno veiculado nas razões recursais, inviabilizado fica o entendimento sobre a violência ao preceito evocado pelo recorrente.
AGRAVO – ARTIGO 557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – MULTA. Se o agravo é manifestamente infundado, impõe-se a aplicação da multa prevista no § 2º do artigo 557 do Código de Processo Civil, arcando a parte com o ônus decorrente da litigância de má-fé. | sjur202688 | - Acórdão citado: AI 541696 AgR.
Número de páginas: 8.
Análise: 17/01/2012, AMS. | MARCO AURÉLIO | Primeira Turma | 641401 | [
"LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\r\n ART-00557 PAR-00002 \r\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000282 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000356\r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | ARE-AgR | acordaos | ARE 641401 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : COMPANHIA ESTADUAL DE AGUAS E ESGOTOS - CEDAE
ADV.(A/S) : PAULO FERREIRA RODRIGUES JUNIOR
AGDO.(A/S) : CONDOMINIO DO EDIFICIO CENTRO EMPRESARIAL SAO GONCALO
ADV.(A/S) : BRUNO CÉSAR ALVES PINTO E OUTRO(A/S) | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 641 . 401",
"ARE 641 . 401 AGR / DF",
"ARE 641 . 401 AGR /",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 641 . 401",
"ARE 641 . 401 AGR / DF",
"ARE 641 . 401 AGR / DF",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 641 . 401",
"Súmula 206 do STJ",
"Súmula 84 , parte final , do TJ - RJ",
"Súmula 82 do TJ - RJ",
"Súmula 85 do TJ - RJ",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM",
"Súmula 206 do STJ",
"Súmula 84 , parte final , do TJ - RJ",
"Súmula 82 do TJ - RJ",
"Súmula 85 do TJ - RJ",
"ARE 641 . 401 AGR / DF",
"Verbete [UNK] 356 da Súmula do Supremo",
"Agravo Regimental no Agravo de Instrumento [UNK] 541 . 696 - 6 / DF",
"ARE 641 . 401 AGR",
"Verbete [UNK] 356 da Súmula do Supremo",
"Agravo Regimental no Agravo de Instrumento [UNK] 541 . 696 - 6 / DF",
"ARE 641 . 401 AGR / DF",
"ARE 641 . 401 AGR /"
],
"LEGISLACAO": [
"ARTIGO 557 , § [UNK] , DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL",
"§ [UNK] do artigo 557 do Código de Processo Civil",
"MP n°",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Carta da República",
"inciso III do artigo 102 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Carta da República",
"inciso III do artigo 102 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] , inciso XXXVI , 37 e 175 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] , inciso XXXVI , 37 e 175 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código do Consumidor",
"Código Civil",
"Carta da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Código do Consumidor",
"Código Civil",
"Carta da República",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2",
"artigo 557 , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 557 , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"DISTRITO FEDERAL",
"Brasília",
"Brasília",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"SAO GONCALO",
"DISTRITO FEDERAL"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"COMPANHIA ESTADUAL DE AGUAS E ESGOTOS",
"CEDAE",
"CONDOMINIO DO EDIFICIO CENTRO EMPRESARIAL SAO GONCALO",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"COMPANHIA ESTADUAL DE AGUAS E ESGOTOS",
"CEDAE",
"CONDOMINIO",
"CENTRO EMPRESARIAL SAO GONCALO",
"Supremo",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"COMPANHIA ESTADUAL DE AGUAS E ESGOTOS",
"CEDAE",
"CONDOMINIO DO EDIFICIO",
"CENTRO EMPRESARIAL SAO GONCALO",
"Supremo",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Tribunal da Justiça do Estado do Rio de Janeiro",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Tribunal da Justiça do Estado do Rio de Janeiro",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"COMPANHIA ESTADUAL DE AGUAS E ESGOTOS",
"CEDAE",
"[UNK] Turma",
"de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"COMPANHIA ESTADUAL DE AGUAS E ESGOTOS",
"CEDAE",
"CONDOMINIO",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"MARCO AURÉLIO",
"BRUNO CÉSAR ALVES PINTO",
"PAULO FERREIRA RODRIGUES JUNIOR",
"Cármen Lúcia",
"MARCO AURÉLIO",
"Cármen Lúcia",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"BRUNO CÉSAR ALVES PINTO",
"PAULO FERREIRA RODRIGUES JUNIOR",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"BRUNO CÉSAR ALVES PINTO",
"PAULO FERREIRA RODRIGUES JUNIOR",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO",
"BRUNO CÉSAR ALVES PINTO",
"PAULO FERREIRA RODRIGUES JUNIOR",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Paulo de Tarso Braz Lucas",
"Carmen Lilian",
"MARCO AURÉLIO",
"BRUNO CÉSAR ALVES PINTO",
"PAULO FERREIRA RODRIGUES JUNIOR",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Paulo de Tarso Braz Lucas",
"Carmen Lilian"
],
"TEMPO": [
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"12",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"25 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"30 de junho de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"30 de junho de 2011",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24 de fevereiro de 2006",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24 de fevereiro de 2006",
"/",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
04/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 508.708 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:MÓVEIS POMZAN S/A
ADV.(A/S)
:CLÁUDIO
ROBERTO
NUNES
GOLGO
E
OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL
EMENTA:
AGRAVO
REGIMENTAL
EM
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
TRIBUTÁRIO.
IPI.
CREDITAMENTO.
AQUISIÇÃO DE INSUMOS FAVORECIDOS PELA ALÍQUOTA-ZERO,
NÃO-TRIBUTAÇÃO E ISENÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que
não há direito à utilização de créditos do IPI na aquisição de insumos
não-tributados, isentos ou sujeitos à alíquota zero. Precedentes.
2. Agravo regimental desprovido.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em desprover o agravo
regimental, o que fazem nos termos do voto do Relator e por
unanimidade de votos, em sessão presidida pelo Ministro Ayres Britto, na
conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas.
Brasília, 04 de outubro de 2011.
MINISTRO AYRES BRITTO - RELATOR
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1586035.
Supremo Tribunal Federal
DJe 05/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 6
Relatório
04/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 508.708 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:MÓVEIS POMZAN S/A
ADV.(A/S)
:CLÁUDIO
ROBERTO
NUNES
GOLGO
E
OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Trata-se de agravo regimental contra decisão em que dei provimento
a recurso extraordinário. Decisão assim redigida (fls. 440/441):
“Cuida-se de recurso extraordinário em que se discute a
legitimidade da utilização de créditos do Imposto sobre
Produtos Industrializados – IPI na aquisição de insumos
favorecidos pela alíquota zero e pela não-tributação.
2. Pois bem, o Plenário deste Supremo Tribunal, ao
apreciar os REs 353.657 e 370.682, entendeu que a mencionada
utilização de créditos afronta o inciso II do § 3º do art. 153 da
Constituição Federal. Esta colenda Corte concluiu que a
não-cumulatividade pressupõe, salvo previsão expressa da
própria Carta Magna, tributo devido e já recolhido e que, nos
casos de alíquota zero e não-tributação, não há parâmetro
normativo para se definir a quantia a compensar. O Tribunal
ressaltou que, ao ser admitida a apropriação dos créditos, o
produto menos essencial proporcionaria uma compensação
maior, sendo o ônus decorrente dessa operação suportado
indevidamente pelo Estado. Mais: ficou esclarecido que a Lei nº
9.779/99 não confere direito a crédito na hipótese de alíquota
zero ou de não-tributação, mas, sim, nos casos em que as
operações anteriores forem tributadas.
3. Por outra volta, o Plenário entendeu que não era de se
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
04/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 508.708 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S)
:MÓVEIS POMZAN S/A
ADV.(A/S)
:CLÁUDIO
ROBERTO
NUNES
GOLGO
E
OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S)
:UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Trata-se de agravo regimental contra decisão em que dei provimento
a recurso extraordinário. Decisão assim redigida (fls. 440/441):
“Cuida-se de recurso extraordinário em que se discute a
legitimidade da utilização de créditos do Imposto sobre
Produtos Industrializados – IPI na aquisição de insumos
favorecidos pela alíquota zero e pela não-tributação.
2. Pois bem, o Plenário deste Supremo Tribunal, ao
apreciar os REs 353.657 e 370.682, entendeu que a mencionada
utilização de créditos afronta o inciso II do § 3º do art. 153 da
Constituição Federal. Esta colenda Corte concluiu que a
não-cumulatividade pressupõe, salvo previsão expressa da
própria Carta Magna, tributo devido e já recolhido e que, nos
casos de alíquota zero e não-tributação, não há parâmetro
normativo para se definir a quantia a compensar. O Tribunal
ressaltou que, ao ser admitida a apropriação dos créditos, o
produto menos essencial proporcionaria uma compensação
maior, sendo o ônus decorrente dessa operação suportado
indevidamente pelo Estado. Mais: ficou esclarecido que a Lei nº
9.779/99 não confere direito a crédito na hipótese de alíquota
zero ou de não-tributação, mas, sim, nos casos em que as
operações anteriores forem tributadas.
3. Por outra volta, o Plenário entendeu que não era de se
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Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 6
Relatório
RE 508.708 AGR / RS
aplicar aos casos a técnica da modulação de efeitos das
decisões, dado que se cuidava de mera ‘reversão de
precedente’, e não propriamente de ‘virada jurisprudencial’
(palavras do Ministro Sepúlveda Pertence).
Isso posto, aplico o entendimento do Plenário do Supremo
Tribunal Federal e dou provimento ao recurso. O que faço com
base no § 1º-A do art. 557 do CPC.”
2. Pois bem, a parte agravante sustenta que “o princípio pétreo da
não-cumulatividade, expresso SEM RESTRIÇÕES no dispositivo constitucional,
consiste no DIREITO NÃO MINIMIZÁVEL (por lei inferiores) de abater, dos
débitos gerados nas operações (de vendas) futuras, os créditos oriundos da
operações (de compras) passadas” (fls. 461).
3. Mantida a decisão agravada, submeto o recurso à apreciação desta
nossa Turma.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
GSRB
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 508.708 AGR / RS
aplicar aos casos a técnica da modulação de efeitos das
decisões, dado que se cuidava de mera ‘reversão de
precedente’, e não propriamente de ‘virada jurisprudencial’
(palavras do Ministro Sepúlveda Pertence).
Isso posto, aplico o entendimento do Plenário do Supremo
Tribunal Federal e dou provimento ao recurso. O que faço com
base no § 1º-A do art. 557 do CPC.”
2. Pois bem, a parte agravante sustenta que “o princípio pétreo da
não-cumulatividade, expresso SEM RESTRIÇÕES no dispositivo constitucional,
consiste no DIREITO NÃO MINIMIZÁVEL (por lei inferiores) de abater, dos
débitos gerados nas operações (de vendas) futuras, os créditos oriundos da
operações (de compras) passadas” (fls. 461).
3. Mantida a decisão agravada, submeto o recurso à apreciação desta
nossa Turma.
É o relatório.
* * * * * * * * * * * *
GSRB
2
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 6
Voto - MIN. AYRES BRITTO
04/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 508.708 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Tenho que o recurso não merece acolhida. Isso porque o Plenário do
Supremo Tribunal Federal, ao apreciar os REs 353.657 e 370.682, entendeu
que a utilização dos créditos alusivos à alíquota zero e à não-tributação
afronta o inciso II do § 3º do art. 153 da Constituição Federal. Esta Casa de
Justiça concluiu que a não-cumulatividade pressupõe, salvo previsão
expressa da própria Carta Magna, tributo devido e já recolhido e que,
nestes casos, não há parâmetro normativo para se definir a quantia a
compensar. Ressaltou, ainda, que, ao ser admitida a apropriação dos
créditos, o produto menos essencial proporcionaria uma compensação
maior, sendo o ônus decorrente dessa operação suportado indevidamente
pelo Estado. Mais: ficou esclarecido que a Lei 9.779/1999 não confere
direito a crédito na hipótese de alíquota zero ou de não-tributação,
mas, sim, nos casos em que as operações anteriores forem tributadas.
6. De mais a mais, consigno que a jurisprudência do STF é firme no
sentido de que a aquisição de insumos isentos constitui hipótese
exoneratória que também não gera créditos de IPI a ser compensados.
Leia-se, a propósito, a ementa do RE 566.819, da relatoria do ministro
Marco Aurélio:
“IPI – CRÉDITO. A regra constitucional direciona ao
crédito do valor cobrado na operação anterior.
IPI – CRÉDITO – INSUMO ISENTO. Em decorrência do
sistema tributário constitucional, o instituto da isenção não
gera, por si só, direito a crédito.
IPI – CRÉDITO – DIFERENÇA – INSUMO – ALÍQUOTA.
A prática de alíquota menor – para alguns, passível de ser
rotulada como isenção parcial – não gera o direito a diferença
de crédito, considerada a do produto final.”
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
04/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 508.708 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator)
Tenho que o recurso não merece acolhida. Isso porque o Plenário do
Supremo Tribunal Federal, ao apreciar os REs 353.657 e 370.682, entendeu
que a utilização dos créditos alusivos à alíquota zero e à não-tributação
afronta o inciso II do § 3º do art. 153 da Constituição Federal. Esta Casa de
Justiça concluiu que a não-cumulatividade pressupõe, salvo previsão
expressa da própria Carta Magna, tributo devido e já recolhido e que,
nestes casos, não há parâmetro normativo para se definir a quantia a
compensar. Ressaltou, ainda, que, ao ser admitida a apropriação dos
créditos, o produto menos essencial proporcionaria uma compensação
maior, sendo o ônus decorrente dessa operação suportado indevidamente
pelo Estado. Mais: ficou esclarecido que a Lei 9.779/1999 não confere
direito a crédito na hipótese de alíquota zero ou de não-tributação,
mas, sim, nos casos em que as operações anteriores forem tributadas.
6. De mais a mais, consigno que a jurisprudência do STF é firme no
sentido de que a aquisição de insumos isentos constitui hipótese
exoneratória que também não gera créditos de IPI a ser compensados.
Leia-se, a propósito, a ementa do RE 566.819, da relatoria do ministro
Marco Aurélio:
“IPI – CRÉDITO. A regra constitucional direciona ao
crédito do valor cobrado na operação anterior.
IPI – CRÉDITO – INSUMO ISENTO. Em decorrência do
sistema tributário constitucional, o instituto da isenção não
gera, por si só, direito a crédito.
IPI – CRÉDITO – DIFERENÇA – INSUMO – ALÍQUOTA.
A prática de alíquota menor – para alguns, passível de ser
rotulada como isenção parcial – não gera o direito a diferença
de crédito, considerada a do produto final.”
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 6
Voto - MIN. AYRES BRITTO
RE 508.708 AGR / RS
7. Outros precedentes: AI 736.994-AgR, da relatoria do ministro
Ricardo Lewandowski; bem como REs 370.682-ED, da relatoria do
ministro Gilmar Mendes; 372.345-AgR-AgR, da relatoria da ministra
Cármen Lúcia; 547.640-AgR, da relatoria do ministro Luiz Fux; e
566.551-AgR, da relatoria da ministra Ellen Gracie.
8. À derradeira, ressalto que o Plenário do Supremo Tribunal Federal
entendeu que não era de se aplicar aos casos a técnica da modulação de
efeitos das decisões, dado que se cuidava de mera “reversão de precedente”,
e não propriamente de “virada jurisprudencial” (palavras do ministro
Sepúlveda Pertence).
9. Com essas considerações, voto pelo desprovimento do agravo
regimental.
* * * * * * * * * * * *
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1586037.
Supremo Tribunal Federal
RE 508.708 AGR / RS
7. Outros precedentes: AI 736.994-AgR, da relatoria do ministro
Ricardo Lewandowski; bem como REs 370.682-ED, da relatoria do
ministro Gilmar Mendes; 372.345-AgR-AgR, da relatoria da ministra
Cármen Lúcia; 547.640-AgR, da relatoria do ministro Luiz Fux; e
566.551-AgR, da relatoria da ministra Ellen Gracie.
8. À derradeira, ressalto que o Plenário do Supremo Tribunal Federal
entendeu que não era de se aplicar aos casos a técnica da modulação de
efeitos das decisões, dado que se cuidava de mera “reversão de precedente”,
e não propriamente de “virada jurisprudencial” (palavras do ministro
Sepúlveda Pertence).
9. Com essas considerações, voto pelo desprovimento do agravo
regimental.
* * * * * * * * * * * *
2
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 6
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 508.708
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : MÓVEIS POMZAN S/A
ADV.(A/S) : CLÁUDIO ROBERTO NUNES GOLGO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL
Decisão: agravo regimental desprovido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, os Senhores
Ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 04.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Joaquim Barbosa e
Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Gilmar Mendes.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1518071
Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 508.708
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. AYRES BRITTO
AGTE.(S) : MÓVEIS POMZAN S/A
ADV.(A/S) : CLÁUDIO ROBERTO NUNES GOLGO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL
Decisão: agravo regimental desprovido, nos termos do voto do
Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, os Senhores
Ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 04.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Joaquim Barbosa e
Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro
Gilmar Mendes.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1518071
Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 6
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1605158 | 2011-10-04T00:00:00 | 2011-12-05T00:00:00 | Agravo regimental desprovido, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 04.10.2011. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. IPI. CREDITAMENTO. AQUISIÇÃO DE INSUMOS FAVORECIDOS PELA ALÍQUOTA-ZERO, NÃO-TRIBUTAÇÃO E ISENÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que não há direito à utilização de créditos do IPI na aquisição de insumos não-tributados, isentos ou sujeitos à alíquota zero. Precedentes.
2. Agravo regimental desprovido. | sjur202324 | - Acórdãos citados: RE 353657 - Tribunal Pleno, RE 370682 - Tribunal Pleno, RE 566819, AI 736994 AgR, RE 370682 ED, RE
372345 AgR-AgR, RE 547640 AgR, RE 566551 AgR.
Número de páginas: 6.
Análise: 24/01/2012, GVS. | AYRES BRITTO | Segunda Turma | 508708 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00153 PAR-0003 INC-00002 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n\r\n",
"LEG-FED LEI-009779 ANO-1999\r\n LEI ORDINÁRIA"
] | RE-AgR | acordaos | RE 508708 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : MÓVEIS POMZAN S/A
ADV.(A/S) : CLÁUDIO ROBERTO NUNES GOLGO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : UNIÃO
ADV.(A/S) : PFN - ARTUR ALVES DA MOTTA E OUTRO(A/S) | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 508 . 708",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 508 . 708",
"REs 353 . 657",
"370",
".",
"682",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 508 . 708",
"REs 353 . 657",
"370",
".",
"682",
"RE 508 . 708 AGR / RS",
"RE 508 . 708 AGR / RS",
"REs 353 . 657",
"370",
".",
"682",
"RE 566 . 819",
"REs 353 . 657",
"370",
".",
"682",
"RE 566 . 819",
"RE 508 . 708 AGR / RS",
"AI 736 . 994 - AgR",
"REs 370 . 682 - ED",
"372",
".",
"345",
"-",
"AgR",
"-",
"AgR",
"547",
".",
"640",
"-",
"AgR",
"566",
".",
"551",
"-",
"AgR",
"RE 508 . 708 AGR / RS",
"AI 736 . 994 - AgR",
"REs 370 . 682 - ED",
"372",
".",
"345",
"-",
"AgR",
"-",
"AgR",
"566",
".",
"551",
"-",
"AgR",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 508 . 708",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 508 . 708"
],
"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso II do § [UNK] do art . 153 da Constituição Federal",
"Carta Magna",
"Lei [UNK] 9 . 779 / 99",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso II do § [UNK] do art . 153 da Constituição Federal",
"Carta Magna",
"Lei [UNK] 9 . 779 / 99",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] - A do art . 557 do CPC .",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"§ [UNK] - A do art . 557 do CPC .",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso II do § [UNK] do art . 153 da Constituição Federal",
"Carta Magna",
"Lei 9 . 779 / 1999",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso II do § [UNK] do art . 153 da Constituição Federal",
"Carta Magna",
"Lei 9 . 779 / 1999",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"RIO GRANDE DO SUL",
"Brasília",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"MÓVEIS POMZAN S / A",
"UNIÃO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma do",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"MÓVEIS POMZAN S / A",
"UNIÃO",
"Plenário deste Supremo Tribunal",
"Plenário",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"MÓVEIS POMZAN S / A",
"UNIÃO",
"Plenário",
"Plenário",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Plenário do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Plenário do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Plenário do Supremo Tribunal Federal",
"STF",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Plenário do Supremo Tribunal Federal",
"STF",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Plenário do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Plenário",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"MÓVEIS POMZAN S / A",
"UNIÃO",
"[UNK] Turma",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"MÓVEIS POMZAN S / A",
"UNIÃO",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"AYRES BRITTO",
"CLÁUDIO ROBERTO NUNES GOLGO",
"Ayres Britto",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"CLÁUDIO ROBERTO NUNES GOLGO",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"CLÁUDIO ROBERTO NUNES GOLGO",
"AYRES BRITTO",
"Sepúlveda Pertence",
"Sepúlveda Pertence",
"AYRES BRITTO",
"AYRES BRITTO",
"Marco Aurélio",
"AYRES BRITTO",
"Marco Aurélio",
"AYRES BRITTO",
"Ricardo Lewandowski",
"Gilmar Mendes",
"Cármen Lúcia",
"Luiz Fux",
"Ellen Gracie",
"Sepúlveda Pertence",
"Ricardo Lewandowski",
"Gilmar Mendes",
"Cármen Lúcia",
"Luiz Fux",
"Ellen Gracie",
"Sepúlveda Pertence",
"AYRES BRITTO",
"CLÁUDIO ROBERTO NUNES GOLGO",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Gilmar Mendes",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab",
"AYRES BRITTO",
"CLÁUDIO ROBERTO NUNES GOLGO",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Gilmar Mendes",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"04",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"04 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"05",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"04",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"04",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"04",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"04",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"04",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"04",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Decisão sobre Repercussão Geral
06/10/2011
PLENÁRIO
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 607.107 MINAS
GERAIS
RELATOR
: MIN. JOAQUIM BARBOSA
RECTE.(S)
:MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS
GERAIS
PROC.(A/S)(ES)
:PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE
MINAS GERAIS
RECDO.(A/S)
:FRANCISCO CARLOS DE OLIVEIRA
ADV.(A/S)
:DAPHNE DE EMÍLIO CIRCUNDE VIEIRA ANDRADE
EMENTA: MATÉRIA CRIMINAL. HOMICÍDIO CULPOSO NA
DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR. SUSPENSÃO DE
HABILITAÇÃO. MOTORISTA PROFISSIONAL. VIOLAÇÃO DO
DIREITO CONSTITUCIONAL AO TRABALHO. EXISTÊNCIA DE
REPERCUSSÃO GERAL.
Possui repercussão geral a discussão sobre a hipótese de violação do
direito constitucional ao trabalho no caso de suspensão da habilitação de
motorista profissional condenado por homicídio culposo na direção de
veículo automotor.
Decisão: O Tribunal reconheceu a existência de repercussão geral da
questão constitucional suscitada. Não se manifestaram os Ministros Cezar
Peluso, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski.
Ministro JOAQUIM BARBOSA
Relator
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1620418.
Supremo Tribunal Federal
DJe 16/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10
Manifestação sobre a Repercussão Geral
06/10/2011
PLENÁRIO
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 607.107 MINAS
GERAIS
MANIFESTAÇÃO:
HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR.
SUSPENSÃO DE HABILITAÇÃO. MOTORISTA PROFISSIONAL.
VIOLAÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL AO TRABALHO.
Trata-se de recurso extraordinário (art. 102, III, a,
da Constituição Federal), interposto pelo Ministério
Público do Estado de Minas Gerais de acórdão que deu
parcial provimento a apelação para decotar da
condenação a penalidade de suspensão da habilitação
para dirigir veículo automotor, imposta a motorista
profissional, por ferir o direito constitucional ao
trabalho.
O acórdão ora impugnado está assim ementado:
“Apelação criminal – Acidente de trânsito – Homicídio
culposo – Nulidade – Alegação de cerceamento de defesa
– Sentença proferida antes do retorno da carta
precatória – Art. 222, § 2º do Código de Processo
Penal – Viabilidade legal – Ausência de prejuízo –
Rejeição. Mérito – Pleito Absolutório – Argumentação
de culpa da vítima – Acervo probatório que comprova a
inobservância do condutor das regras de trânsito –
Decote da penalidade de suspensão do direito de
dirigir – Motorista profissional – Vedação que fere
direito constitucional ao trabalho – Suspensão dos
direitos políticos – Efeitos da condenação – Recurso
parcialmente provido.”
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Supremo Tribunal Federal
06/10/2011
PLENÁRIO
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 607.107 MINAS
GERAIS
MANIFESTAÇÃO:
HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR.
SUSPENSÃO DE HABILITAÇÃO. MOTORISTA PROFISSIONAL.
VIOLAÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL AO TRABALHO.
Trata-se de recurso extraordinário (art. 102, III, a,
da Constituição Federal), interposto pelo Ministério
Público do Estado de Minas Gerais de acórdão que deu
parcial provimento a apelação para decotar da
condenação a penalidade de suspensão da habilitação
para dirigir veículo automotor, imposta a motorista
profissional, por ferir o direito constitucional ao
trabalho.
O acórdão ora impugnado está assim ementado:
“Apelação criminal – Acidente de trânsito – Homicídio
culposo – Nulidade – Alegação de cerceamento de defesa
– Sentença proferida antes do retorno da carta
precatória – Art. 222, § 2º do Código de Processo
Penal – Viabilidade legal – Ausência de prejuízo –
Rejeição. Mérito – Pleito Absolutório – Argumentação
de culpa da vítima – Acervo probatório que comprova a
inobservância do condutor das regras de trânsito –
Decote da penalidade de suspensão do direito de
dirigir – Motorista profissional – Vedação que fere
direito constitucional ao trabalho – Suspensão dos
direitos políticos – Efeitos da condenação – Recurso
parcialmente provido.”
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10
Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 607.107 RG / MG
Quanto à penalidade de suspensão da habilitação, assim
dispôs o acórdão (fls. 217):
“Em relação a pena de suspensão do direito de dirigir
veículo automotor, tendo em vista que o recorrente
exerce a atividade de motorista profissionalmente,
sendo sua remuneração essencial para seu sustento,
entende-se, por bem, decotá-la de sua condenação.
Não obstante pesem divergências, tem prevalecido nos
tribunais a inconstitucionalidade da aplicação da pena
de suspensão da habilitação para dirigir veículo
automotor, quando o acusado é motorista profissional.
A penalidade, sem sombra de dúvida, inviabilizaria o
exercício do direito ao trabalho, constitucionalmente
assegurado, não por falta de qualificação, mas pelo
cometimento de uma infração criminal, extrapolando a
proporcionalidade que a sistemática penal impõe às
penas.”
O recorrente apresentou a preliminar formal de
repercussão geral, conforme exigência do art. 543-A, §
2º, do Código de Processo Civil, acompanhada da devida
fundamentação.
Nas razões recursais, o Ministério Público sustenta
que a interpretação dada pelo Tribunal a quo ao art.
5º, XIII, da Carta Magna, acabou por contrariar o
referido dispositivo, pois a real intenção do
constituinte era a de tutelar a liberdade de ação
profissional e não propriamente o direito ao exercício
do trabalho.
Afirma, ainda, que a imposição da suspensão da
habilitação para dirigir decorre do arcabouço jurídico
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
RE 607.107 RG / MG
Quanto à penalidade de suspensão da habilitação, assim
dispôs o acórdão (fls. 217):
“Em relação a pena de suspensão do direito de dirigir
veículo automotor, tendo em vista que o recorrente
exerce a atividade de motorista profissionalmente,
sendo sua remuneração essencial para seu sustento,
entende-se, por bem, decotá-la de sua condenação.
Não obstante pesem divergências, tem prevalecido nos
tribunais a inconstitucionalidade da aplicação da pena
de suspensão da habilitação para dirigir veículo
automotor, quando o acusado é motorista profissional.
A penalidade, sem sombra de dúvida, inviabilizaria o
exercício do direito ao trabalho, constitucionalmente
assegurado, não por falta de qualificação, mas pelo
cometimento de uma infração criminal, extrapolando a
proporcionalidade que a sistemática penal impõe às
penas.”
O recorrente apresentou a preliminar formal de
repercussão geral, conforme exigência do art. 543-A, §
2º, do Código de Processo Civil, acompanhada da devida
fundamentação.
Nas razões recursais, o Ministério Público sustenta
que a interpretação dada pelo Tribunal a quo ao art.
5º, XIII, da Carta Magna, acabou por contrariar o
referido dispositivo, pois a real intenção do
constituinte era a de tutelar a liberdade de ação
profissional e não propriamente o direito ao exercício
do trabalho.
Afirma, ainda, que a imposição da suspensão da
habilitação para dirigir decorre do arcabouço jurídico
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10
Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 607.107 RG / MG
constitucional que estabeleceu a individualização das
penas, e que, se a Constituição Federal permite ao
legislador privar o indivíduo de sua liberdade e,
consequentemente, de sua atividade laboral, em razão
do cometimento de crime, poderia também permitir a
suspensão da habilitação para dirigir como medida
educativa.
O Superior Tribunal de Justiça negou seguimento ao
recurso especial simultaneamente interposto, por
entender que a matéria ali tratada é de índole
constitucional.
Instado a se manifestar, o Ministério Público Federal
opinou pelo provimento do presente recurso.
Trata-se de discussão que transcende os interesses
subjetivos
das
partes
e
possui
densidade
constitucional, na medida em que se questiona se a
imposição da penalidade de suspensão da habilitação
para dirigir, prevista no art. 302 da Lei 9.503/1997,
quando o apenado for motorista profissional, violaria
o direito constitucional ao trabalho.
Do exposto, entendo que, no caso dos autos, está
presente o requisito da repercussão geral a que fazem
alusão os arts. 102, § 3º, da Constituição, 543-A, §
1º, do Código de Processo Civil, e 323 do RISTF.
Brasília, 16 de setembro de 2011.
Ministro JOAQUIM BARBOSA
Relator
3
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1620419.
Supremo Tribunal Federal
RE 607.107 RG / MG
constitucional que estabeleceu a individualização das
penas, e que, se a Constituição Federal permite ao
legislador privar o indivíduo de sua liberdade e,
consequentemente, de sua atividade laboral, em razão
do cometimento de crime, poderia também permitir a
suspensão da habilitação para dirigir como medida
educativa.
O Superior Tribunal de Justiça negou seguimento ao
recurso especial simultaneamente interposto, por
entender que a matéria ali tratada é de índole
constitucional.
Instado a se manifestar, o Ministério Público Federal
opinou pelo provimento do presente recurso.
Trata-se de discussão que transcende os interesses
subjetivos
das
partes
e
possui
densidade
constitucional, na medida em que se questiona se a
imposição da penalidade de suspensão da habilitação
para dirigir, prevista no art. 302 da Lei 9.503/1997,
quando o apenado for motorista profissional, violaria
o direito constitucional ao trabalho.
Do exposto, entendo que, no caso dos autos, está
presente o requisito da repercussão geral a que fazem
alusão os arts. 102, § 3º, da Constituição, 543-A, §
1º, do Código de Processo Civil, e 323 do RISTF.
Brasília, 16 de setembro de 2011.
Ministro JOAQUIM BARBOSA
Relator
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10
Manifestação sobre a Repercussão Geral
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 607.107 MINAS
GERAIS
PRONUNCIAMENTO
TRÂNSITO – HOMICÍDIO CULPOSO –
SUSPENSÃO DA HABILITAÇÃO –
INCONSTITUCIONALIDADE
–
DECLARAÇÃO
NA
ORIGEM
–
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO
–
REPERCUSSÃO
GERAL
CONFIGURADA.
1. A Assessoria prestou as seguintes informações:
Eis a síntese do que discutido no Recurso Extraordinário
nº 607.107/MG, da relatoria do Ministro Joaquim Barbosa,
inserido no sistema eletrônico da repercussão geral às 14 horas
e 49 minutos do dia 16 de setembro de 2011.
A Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do
Estado de Minas Gerais, ao julgar a Apelação Criminal nº
1.0024.04.466022-3/001, proveu parcialmente o recurso, para
excluir da condenação do recorrido – denunciado pela prática
do crime previsto no artigo 302, parágrafo único, inciso IV, da
Lei nº 9.503/1997 – a pena de suspensão da habilitação para
dirigir veículo automotor, considerando inconstitucional a
aplicação dessa penalidade, em face de o apenado exercer a
profissão de motorista. Entendeu que tal sanção seria
desproporcional à conduta praticada e violaria o direito
constitucional ao trabalho.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1505076.
Supremo Tribunal Federal
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 607.107 MINAS
GERAIS
PRONUNCIAMENTO
TRÂNSITO – HOMICÍDIO CULPOSO –
SUSPENSÃO DA HABILITAÇÃO –
INCONSTITUCIONALIDADE
–
DECLARAÇÃO
NA
ORIGEM
–
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO
–
REPERCUSSÃO
GERAL
CONFIGURADA.
1. A Assessoria prestou as seguintes informações:
Eis a síntese do que discutido no Recurso Extraordinário
nº 607.107/MG, da relatoria do Ministro Joaquim Barbosa,
inserido no sistema eletrônico da repercussão geral às 14 horas
e 49 minutos do dia 16 de setembro de 2011.
A Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do
Estado de Minas Gerais, ao julgar a Apelação Criminal nº
1.0024.04.466022-3/001, proveu parcialmente o recurso, para
excluir da condenação do recorrido – denunciado pela prática
do crime previsto no artigo 302, parágrafo único, inciso IV, da
Lei nº 9.503/1997 – a pena de suspensão da habilitação para
dirigir veículo automotor, considerando inconstitucional a
aplicação dessa penalidade, em face de o apenado exercer a
profissão de motorista. Entendeu que tal sanção seria
desproporcional à conduta praticada e violaria o direito
constitucional ao trabalho.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10
Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 607.107 RG / MG
Não foram interpostos embargos de declaração.
No extraordinário protocolado com alegada base na alínea
“a” do permissivo constitucional, o Ministério Público do
Estado de Minas Gerais articula com transgressão ao artigo 5º,
inciso XIII, da Carta da República. Sustenta haver-se, na decisão
impugnada, interpretado o aludido inciso de forma equivocada,
pois o verdadeiro objetivo da norma seria a tutela da liberdade
profissional e não o direito propriamente dito ao labor. Aduz
que a citada sanção obedeceria ao princípio da individualização
das penas, inexistindo ofensa ao direito ao trabalho, porquanto
o Texto, ao admitir pena mais grave – qual seja, a privação da
liberdade do indivíduo em decorrência da prática de crime –,
permitiria sanção mais leve – no caso, a suspensão do direito de
dirigir veículo. Referindo-se a precedente da relatoria de Vossa
Excelência, salienta ter o acórdão atacado firmado posição
contrária à do Supremo, devendo, nesse sentido, ser reformado.
Sob o ângulo da repercussão geral, salienta estar em jogo
questão relevante do ponto de vista social, por tratar-se de
punição imposta àqueles que infringem a legislação de trânsito,
tema que interessa a toda comunidade.
O recorrido, em contrarrazões, defende a ausência de
repercussão geral da matéria. Ressalta o acerto da decisão
proferida, por não vislumbrar violação ao artigo 5º, inciso XIII,
da Constituição Federal.
O extraordinário foi admitido na origem.
A Procuradoria Geral da República apresentou parecer
opinando pelo conhecimento e provimento do recurso,
porquanto o direito ao exercício da profissão não pode ser
considerado absoluto.
2
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Supremo Tribunal Federal
RE 607.107 RG / MG
Não foram interpostos embargos de declaração.
No extraordinário protocolado com alegada base na alínea
“a” do permissivo constitucional, o Ministério Público do
Estado de Minas Gerais articula com transgressão ao artigo 5º,
inciso XIII, da Carta da República. Sustenta haver-se, na decisão
impugnada, interpretado o aludido inciso de forma equivocada,
pois o verdadeiro objetivo da norma seria a tutela da liberdade
profissional e não o direito propriamente dito ao labor. Aduz
que a citada sanção obedeceria ao princípio da individualização
das penas, inexistindo ofensa ao direito ao trabalho, porquanto
o Texto, ao admitir pena mais grave – qual seja, a privação da
liberdade do indivíduo em decorrência da prática de crime –,
permitiria sanção mais leve – no caso, a suspensão do direito de
dirigir veículo. Referindo-se a precedente da relatoria de Vossa
Excelência, salienta ter o acórdão atacado firmado posição
contrária à do Supremo, devendo, nesse sentido, ser reformado.
Sob o ângulo da repercussão geral, salienta estar em jogo
questão relevante do ponto de vista social, por tratar-se de
punição imposta àqueles que infringem a legislação de trânsito,
tema que interessa a toda comunidade.
O recorrido, em contrarrazões, defende a ausência de
repercussão geral da matéria. Ressalta o acerto da decisão
proferida, por não vislumbrar violação ao artigo 5º, inciso XIII,
da Constituição Federal.
O extraordinário foi admitido na origem.
A Procuradoria Geral da República apresentou parecer
opinando pelo conhecimento e provimento do recurso,
porquanto o direito ao exercício da profissão não pode ser
considerado absoluto.
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Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 607.107 RG / MG
Eis o pronunciamento do relator, Ministro Joaquim
Barbosa:
HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE
VEÍCULO
AUTOMOTOR.
SUSPENSÃO
DE
HABILITAÇÃO.
MOTORISTA
PROFISSIONAL.
VIOLAÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL AO
TRABALHO.
Trata-se de recurso extraordinário (art. 102, III, a, da
Constituição Federal), interposto pelo Ministério Público
do Estado de Minas Gerais de acórdão que deu parcial
provimento a apelação para decotar da condenação a
penalidade de suspensão da habilitação para dirigir
veículo automotor, imposta a motorista profissional, por
ferir o direito constitucional ao trabalho.
O acórdão ora impugnado está assim ementado:
“Apelação criminal – Acidente de trânsito –
Homicídio culposo – Nulidade – Alegação de
cerceamento de defesa – Sentença proferida antes do
retorno da carta precatória – Art. 222, § 2º do Código
de Processo Penal – Viabilidade legal – Ausência de
prejuízo – Rejeição. Mérito – Pleito Absolutório –
Argumentação de culpa da vítima – Acervo
probatório que comprova a inobservância do
condutor das regras de trânsito – Decote da
penalidade de suspensão do direito de dirigir –
Motorista profissional – Vedação que fere direito
constitucional ao trabalho – Suspensão dos direitos
políticos – Efeitos da condenação – Recurso
parcialmente provido.”
Quanto à penalidade de suspensão da habilitação,
3
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Supremo Tribunal Federal
RE 607.107 RG / MG
Eis o pronunciamento do relator, Ministro Joaquim
Barbosa:
HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE
VEÍCULO
AUTOMOTOR.
SUSPENSÃO
DE
HABILITAÇÃO.
MOTORISTA
PROFISSIONAL.
VIOLAÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL AO
TRABALHO.
Trata-se de recurso extraordinário (art. 102, III, a, da
Constituição Federal), interposto pelo Ministério Público
do Estado de Minas Gerais de acórdão que deu parcial
provimento a apelação para decotar da condenação a
penalidade de suspensão da habilitação para dirigir
veículo automotor, imposta a motorista profissional, por
ferir o direito constitucional ao trabalho.
O acórdão ora impugnado está assim ementado:
“Apelação criminal – Acidente de trânsito –
Homicídio culposo – Nulidade – Alegação de
cerceamento de defesa – Sentença proferida antes do
retorno da carta precatória – Art. 222, § 2º do Código
de Processo Penal – Viabilidade legal – Ausência de
prejuízo – Rejeição. Mérito – Pleito Absolutório –
Argumentação de culpa da vítima – Acervo
probatório que comprova a inobservância do
condutor das regras de trânsito – Decote da
penalidade de suspensão do direito de dirigir –
Motorista profissional – Vedação que fere direito
constitucional ao trabalho – Suspensão dos direitos
políticos – Efeitos da condenação – Recurso
parcialmente provido.”
Quanto à penalidade de suspensão da habilitação,
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RE 607.107 RG / MG
assim dispôs o acórdão (fls. 217):
“Em relação a pena de suspensão do direito de
dirigir veículo automotor, tendo em vista que o
recorrente exerce a atividade de motorista
profissionalmente, sendo sua remuneração essencial
para seu sustento, entende-se, por bem, decotá-la de
sua condenação. Não obstante pesem divergências,
tem
prevalecido
nos
tribunais
a
inconstitucionalidade da aplicação da pena de
suspensão da habilitação para dirigir veículo
automotor, quando o acusado é motorista
profissional. A penalidade, sem sombra de dúvida,
inviabilizaria o exercício do direito ao trabalho,
constitucionalmente assegurado, não por falta de
qualificação, mas pelo cometimento de uma infração
criminal, extrapolando a proporcionalidade que a
sistemática penal impõe às penas.”
O recorrente apresentou a preliminar formal de
repercussão geral, conforme exigência do art. 543-A, § 2º,
do Código de Processo Civil, acompanhada da devida
fundamentação.
Nas razões recursais, o Ministério Público sustenta
que a interpretação dada pelo Tribunal a quo ao art. 5º,
XIII, da Carta Magna, acabou por contrariar o referido
dispositivo, pois a real intenção do constituinte era a de
tutelar a liberdade de ação profissional e não
propriamente o direito ao exercício do trabalho.
Afirma, ainda, que a imposição da suspensão da
habilitação para dirigir decorre do arcabouço jurídico
constitucional que estabeleceu a individualização das
penas, e que, se a Constituição Federal permite ao
legislador privar o indivíduo de sua liberdade e,
4
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Supremo Tribunal Federal
RE 607.107 RG / MG
assim dispôs o acórdão (fls. 217):
“Em relação a pena de suspensão do direito de
dirigir veículo automotor, tendo em vista que o
recorrente exerce a atividade de motorista
profissionalmente, sendo sua remuneração essencial
para seu sustento, entende-se, por bem, decotá-la de
sua condenação. Não obstante pesem divergências,
tem
prevalecido
nos
tribunais
a
inconstitucionalidade da aplicação da pena de
suspensão da habilitação para dirigir veículo
automotor, quando o acusado é motorista
profissional. A penalidade, sem sombra de dúvida,
inviabilizaria o exercício do direito ao trabalho,
constitucionalmente assegurado, não por falta de
qualificação, mas pelo cometimento de uma infração
criminal, extrapolando a proporcionalidade que a
sistemática penal impõe às penas.”
O recorrente apresentou a preliminar formal de
repercussão geral, conforme exigência do art. 543-A, § 2º,
do Código de Processo Civil, acompanhada da devida
fundamentação.
Nas razões recursais, o Ministério Público sustenta
que a interpretação dada pelo Tribunal a quo ao art. 5º,
XIII, da Carta Magna, acabou por contrariar o referido
dispositivo, pois a real intenção do constituinte era a de
tutelar a liberdade de ação profissional e não
propriamente o direito ao exercício do trabalho.
Afirma, ainda, que a imposição da suspensão da
habilitação para dirigir decorre do arcabouço jurídico
constitucional que estabeleceu a individualização das
penas, e que, se a Constituição Federal permite ao
legislador privar o indivíduo de sua liberdade e,
4
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 10
Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 607.107 RG / MG
consequentemente, de sua atividade laboral, em razão do
cometimento de crime, poderia também permitir a
suspensão da habilitação para dirigir como medida
educativa.
O Superior Tribunal de Justiça negou seguimento ao
recurso especial simultaneamente interposto, por entender
que a matéria ali tratada é de índole constitucional.
Instado a se manifestar, o Ministério Público Federal
opinou pelo provimento do presente recurso.
Trata-se de discussão que transcende os interesses
subjetivos das partes e possui densidade constitucional, na
medida em que se questiona se a imposição da penalidade
de suspensão da habilitação para dirigir, prevista no art.
302 da Lei 9.503/1997, quando o apenado for motorista
profissional, violaria o direito constitucional ao trabalho.
Do exposto, entendo que, no caso dos autos, está
presente o requisito da repercussão geral a que fazem
alusão os arts. 102, § 3º, da Constituição, 543-A, § 1º, do
Código de Processo Civil, e 323 do RISTF.
Brasília, 16 de setembro de 2011.
Ministro JOAQUIM BARBOSA
Relator
2. A toda evidência, a questão enseja o crivo do Supremo. Na origem,
foi assentada a subsistência da cominação prevista no artigo 302 do
Código Nacional de Trânsito – suspensão da habilitação para dirigir
veículo automotor quando verificado homicídio culposo.
3. Pronuncio-me pela existência de repercussão geral.
5
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Supremo Tribunal Federal
RE 607.107 RG / MG
consequentemente, de sua atividade laboral, em razão do
cometimento de crime, poderia também permitir a
suspensão da habilitação para dirigir como medida
educativa.
O Superior Tribunal de Justiça negou seguimento ao
recurso especial simultaneamente interposto, por entender
que a matéria ali tratada é de índole constitucional.
Instado a se manifestar, o Ministério Público Federal
opinou pelo provimento do presente recurso.
Trata-se de discussão que transcende os interesses
subjetivos das partes e possui densidade constitucional, na
medida em que se questiona se a imposição da penalidade
de suspensão da habilitação para dirigir, prevista no art.
302 da Lei 9.503/1997, quando o apenado for motorista
profissional, violaria o direito constitucional ao trabalho.
Do exposto, entendo que, no caso dos autos, está
presente o requisito da repercussão geral a que fazem
alusão os arts. 102, § 3º, da Constituição, 543-A, § 1º, do
Código de Processo Civil, e 323 do RISTF.
Brasília, 16 de setembro de 2011.
Ministro JOAQUIM BARBOSA
Relator
2. A toda evidência, a questão enseja o crivo do Supremo. Na origem,
foi assentada a subsistência da cominação prevista no artigo 302 do
Código Nacional de Trânsito – suspensão da habilitação para dirigir
veículo automotor quando verificado homicídio culposo.
3. Pronuncio-me pela existência de repercussão geral.
5
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Manifestação sobre a Repercussão Geral
RE 607.107 RG / MG
4. À Assessoria, para acompanhar o incidente.
5. Publiquem.
Brasília – residência –, 3 de outubro de 2011, às 19h.
Ministro MARCO AURÉLIO
6
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Supremo Tribunal Federal
RE 607.107 RG / MG
4. À Assessoria, para acompanhar o incidente.
5. Publiquem.
Brasília – residência –, 3 de outubro de 2011, às 19h.
Ministro MARCO AURÉLIO
6
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1637676 | 2011-10-06T00:00:00 | 2011-12-16T00:00:00 | Decisão: O Tribunal reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada. Não se manifestaram os Ministros Cezar Peluso, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski.
Ministro JOAQUIM BARBOSA
Relator | REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | Ementa: MATÉRIA CRIMINAL. HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR. SUSPENSÃO DE HABILITAÇÃO. MOTORISTA PROFISSIONAL. VIOLAÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL AO TRABALHO. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.
Possui repercussão geral a discussão sobre a hipótese de violação do direito constitucional ao trabalho no caso de suspensão da habilitação de motorista profissional condenado por homicídio culposo na direção de veículo automotor. | repercussao-geral3261 | REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO JULGADO
- Veja Apelação Criminal 1.0024.04.466022-3/001 da Terceira Câmara Criminal do TJ/MG.
Número de páginas: 10.
Análise: 18/09/2012, KBP.
Revisão: 13/11/2012, IMC. | JOAQUIM BARBOSA | Tribunal Pleno | 607107 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00005 INC-00013 ART-00102 INC-00003\r\n LET-A PAR-00003 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\r\n ART-00222 PAR-00002 \r\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL\r\n",
"LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\r\n ART-0543A PAR-00001 PAR-00002 \r\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\r\n",
"LEG-FED LEI-009503 ANO-1997\r\n ART-00302 PAR-ÚNICO INC-00004 \r\n CTB-1997 CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO\r\n",
"LEG-FED RGI ANO-1980\r\n ART-00323 \r\n RISTF-1980 REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL"
] | RE-RG | acordaos | RE 607107 RG | [
""
] | RECTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
RECDO.(A/S) : FRANCISCO CARLOS DE OLIVEIRA
ADV.(A/S) : DAPHNE DE EMÍLIO CIRCUNDE VIEIRA ANDRADE | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 607 . 107",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 607 . 107 MINAS",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 607 . 107",
"RE 607 . 107 RG / MG",
"RE 607 . 107 RG / MG",
"RE 607 . 107 RG / MG",
"RE 607 . 107 RG / MG",
"Recurso Extraordinário [UNK] 607 . 107 / MG",
"Apelação Criminal [UNK] 1 . 0024 . 04 . 466022 - 3 / 001",
"Recurso Extraordinário [UNK] 607 . 107 / MG",
"Apelação Criminal [UNK] 1 . 0024 . 04 . 466022 - 3 / 001",
"RE 607 . 107 RG / MG",
"RE 607 . 107 RG / MG",
"RE 607 . 107 RG / MG",
"RE 607 . 107 RG / MG",
"RE 607 . 107 RG / MG",
"RE 607 . 107 RG / MG",
"RE 607 . 107 RG / MG",
"RE 607 . 107 RG / MG",
"RE 607 . 107 RG / MG",
"RE 607 . 107 RG / MG"
],
"LEGISLACAO": [
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 102 , III , a , da Constituição Federal",
"Art . 222 , § [UNK] do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 102 , III , a , da Constituição Federal",
"Art . 222 , § [UNK] do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 543 - A , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"art . [UNK] , XIII , da Carta Magna",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 543 - A , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"art . [UNK] , XIII , da Carta Magna",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"art . 302 da Lei 9 . 503 / 1997",
"arts . 102 , § [UNK] , da Constituição",
"543",
"-",
"A , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"323 do RISTF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição Federal",
"art . 302 da Lei 9 . 503 / 1997",
"arts . 102 , § [UNK] , da Constituição",
"543",
"-",
"A , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"323 do RISTF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 302 , parágrafo único , inciso IV , da Lei [UNK] 9 . 503 / 1997",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 302 , parágrafo único , inciso IV , da Lei [UNK] 9 . 503 / 1997",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo [UNK] , inciso XIII , da Carta da República",
"artigo [UNK] , inciso XIII , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo [UNK] , inciso XIII , da Carta da República",
"artigo [UNK] , inciso XIII , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 102 , III , a , da Constituição Federal",
"Art . 222 , § [UNK] do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 102 , III , a , da Constituição Federal",
"Art . 222 , § [UNK] do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 543 - A , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"art . [UNK] , XIII , da Carta Magna",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 543 - A , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"art . [UNK] , XIII , da Carta Magna",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 302 da Lei 9 . 503 / 1997",
"arts . 102 , § [UNK] , da Constituição",
"543",
"-",
"A , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"323 do RISTF",
"artigo 302 do Código Nacional de Trânsito",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
".",
"302 da Lei 9 . 503 / 1997",
"arts . 102 , § [UNK] , da Constituição",
"543",
"-",
"A , § [UNK] , do Código de Processo Civil",
"323 do RISTF",
"artigo 302 do Código Nacional de Trânsito",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"MINAS GERAIS",
"ESTADO DE MINAS GERAIS",
"MINAS GERAIS",
"Brasília",
"Brasília",
"MINAS GERAIS",
"Brasília",
"Brasília",
"Brasília",
"Brasília"
],
"ORGANIZACAO": [
"PLENÁRIO",
"MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"Ministério Público do Estado de Minas Gerais",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PLENÁRIO",
"Ministério Público do Estado de Minas Gerais",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Ministério Público Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Ministério Público Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Ministério Público do Estado de Minas Gerais",
"Supremo",
"Procuradoria Geral da República",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Ministério Público do Estado de Minas Gerais",
"Supremo",
"Procuradoria Geral da República",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Ministério Público do Estado de Minas Gerais",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Ministério Público do Estado de Minas Gerais",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Ministério Público Federal",
"Supremo",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Ministério Público Federal",
"Supremo",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"JOAQUIM BARBOSA",
"FRANCISCO CARLOS DE OLIVEIRA",
"DAPHNE DE EMÍLIO CIRCUNDE VIEIRA ANDRADE",
"Cezar Peluso",
"Gilmar Mendes",
"Ricardo Lewandowski",
"JOAQUIM BARBOSA",
"JOAQUIM BARBOSA",
"JOAQUIM BARBOSA",
"Joaquim Barbosa",
"Joaquim Barbosa",
"Joaquim Barbosa",
"Joaquim Barbosa",
"JOAQUIM BARBOSA",
"JOAQUIM BARBOSA",
"MARCO AURÉLIO",
"MARCO AURÉLIO"
],
"TEMPO": [
"06",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"06",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"06",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16 de setembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16 de setembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16 de setembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16 de setembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16 de setembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16 de setembro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"3 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"3 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 106.071 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S)
:LÉO MORAES PORCIÚNCULA
PACTE.(S)
:MARLI JUNG
IMPTE.(S)
:CÉSAR PERES E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Habeas Corpus. 2. Falta de justa causa. Inexistência. Condutas que, em
princípio, amoldam-se ao tipo previsto no art. 54, § 2º, V, da Lei 9.605/98.
Inépcia da denúncia. Inexistência. Observância dos requisitos do art. 41
do CPP. Livre exercício do direito de defesa. Ordem denegada.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a presidência do
Senhor Ministro Celso de Mello na conformidade da ata de julgamento e
das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, indeferir o pedido de
habeas corpus, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
Ministro GILMAR MENDES
Relator
Documento assinado digitalmente
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1562456.
Supremo Tribunal Federal
DJe 16/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 21
Relatório
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 106.071 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S)
:LÉO MORAES PORCIÚNCULA
PACTE.(S)
:MARLI JUNG
IMPTE.(S)
:CÉSAR PERES E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): Trata-se de
habeas corpus impetrado por César Peres e outros, em favor de Marli Jung
e Léo Moraes Porciúncula, contra acórdão formalizado pela Quinta
Turma do Superior Tribunal de Justiça, no RHC n. 24.055/RS, rel. Min.
Laurita Vaz. Eis o teor da ementa desse julgado:
“PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM
HABEAS CORPUS. ARTS. 54, §2º, V, E 60 DA LEI DE CRIMES
AMBIENTAIS. ALEGAÇÃO DE INÉPCIA DA DENÚNCIA.
INOCORRÊNCIA. ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE JUSTA
CAUSA PARA PERSECUÇÃO PENAL. OCORRÊNCIA TÃO
SOMENTE EM RELAÇÃO AO ARTIGO 60 DA
MENCIONADA LEI.
I - A peça acusatória deve conter a exposição do fato
delituoso em toda a sua essência e com todas as suas
circunstâncias. (HC 73.271/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Celso
de Mello, DJU de 04/09/1996). Denúncias genéricas que não
descrevem os fatos na sua devida conformação, não se
coadunam com os postulados básicos do Estado de Direito. (HC
86.000/PE, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJU de
02/02/2007). A inépcia da denúncia caracteriza situação
configuradora de desrespeito estatal ao postulado do devido
processo legal.
II - A exordial acusatória, na hipótese, descreve de forma
suficiente a prática do crime do art. 54, §2º, inc. V, da Lei de
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 106.071 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR
: MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S)
:LÉO MORAES PORCIÚNCULA
PACTE.(S)
:MARLI JUNG
IMPTE.(S)
:CÉSAR PERES E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): Trata-se de
habeas corpus impetrado por César Peres e outros, em favor de Marli Jung
e Léo Moraes Porciúncula, contra acórdão formalizado pela Quinta
Turma do Superior Tribunal de Justiça, no RHC n. 24.055/RS, rel. Min.
Laurita Vaz. Eis o teor da ementa desse julgado:
“PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM
HABEAS CORPUS. ARTS. 54, §2º, V, E 60 DA LEI DE CRIMES
AMBIENTAIS. ALEGAÇÃO DE INÉPCIA DA DENÚNCIA.
INOCORRÊNCIA. ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE JUSTA
CAUSA PARA PERSECUÇÃO PENAL. OCORRÊNCIA TÃO
SOMENTE EM RELAÇÃO AO ARTIGO 60 DA
MENCIONADA LEI.
I - A peça acusatória deve conter a exposição do fato
delituoso em toda a sua essência e com todas as suas
circunstâncias. (HC 73.271/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Celso
de Mello, DJU de 04/09/1996). Denúncias genéricas que não
descrevem os fatos na sua devida conformação, não se
coadunam com os postulados básicos do Estado de Direito. (HC
86.000/PE, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJU de
02/02/2007). A inépcia da denúncia caracteriza situação
configuradora de desrespeito estatal ao postulado do devido
processo legal.
II - A exordial acusatória, na hipótese, descreve de forma
suficiente a prática do crime do art. 54, §2º, inc. V, da Lei de
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1562457.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 21
Relatório
HC 106.071 / RS
Crimes Ambientais, narrando que os recorrentes Leo e Marli, na
qualidade de representantes da empresa PSA Indústria de Papel
S/A e, em seu comando, causaram poluição no Rio dos Sinos,
lançando resíduos líquidos e substâncias oleosas sem o
tratamento adequado. A inicial acusatória indica que os
recorrentes foram denunciados por serem os efetivos
administradores da empresa, e não apenas por figurarem no
contrato social. Desta forma, a denúncia apresenta uma
narrativa congruente dos fatos (HC 88.359/RJ, Segunda Turma,
Rel. Min. Cezar Peluso, DJU de 09/03/2007),
de modo a permitir o pleno exercício da ampla defesa (HC
88.310/PA, Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJU
de 06/11/2006), descrevendo conduta que, ao menos em tese,
configura crime (HC 86.622/SP, Primeira Turma, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, DJU de 22/09/2006), ou seja, não é
inepta a denúncia que atende aos ditames do art. 41 do Código
de Processo Penal (HC 87.293/PE, Primeira Turma, Rel. Min.
Eros Grau, DJU de 03/03/2006).
III - Além disso, havendo descrição da conduta que
possibilita a adequação típica, não há que se falar em inépcia da
denúncia por falta de individualização da conduta. A
circunstância, por si só, de o Ministério Público ter imputado a
mesma conduta ao vários denunciados não torna a denúncia
genérica (HC 89.240/DF, Segunda Turma, Rel. Min. Eros Grau,
DJU de 27/04/2007).
IV - Ainda, é geral, e não genérica, a denúncia que atribui
a mesma conduta a todos os denunciados, desde que seja
impossível a delimitação dos atos praticados pelos envolvidos,
isoladamente, e haja indícios de acordo de vontades para o
mesmo fim (STJ: RHC 21284/RJ, 5ª Turma, Relatora Ministra
Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ/MG), 5ª Turma,
DJU de 01/10/2007).
V - O trancamento da ação penal por meio do habeas
corpus
se situa no campo da excepcionalidade (HC
901.320/MG, Primeira Turma, Rel. Min. Marco Aurélio, DJU de
25/05/2007), sendo medida que somente deve ser adotada
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 106.071 / RS
Crimes Ambientais, narrando que os recorrentes Leo e Marli, na
qualidade de representantes da empresa PSA Indústria de Papel
S/A e, em seu comando, causaram poluição no Rio dos Sinos,
lançando resíduos líquidos e substâncias oleosas sem o
tratamento adequado. A inicial acusatória indica que os
recorrentes foram denunciados por serem os efetivos
administradores da empresa, e não apenas por figurarem no
contrato social. Desta forma, a denúncia apresenta uma
narrativa congruente dos fatos (HC 88.359/RJ, Segunda Turma,
Rel. Min. Cezar Peluso, DJU de 09/03/2007),
de modo a permitir o pleno exercício da ampla defesa (HC
88.310/PA, Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJU
de 06/11/2006), descrevendo conduta que, ao menos em tese,
configura crime (HC 86.622/SP, Primeira Turma, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, DJU de 22/09/2006), ou seja, não é
inepta a denúncia que atende aos ditames do art. 41 do Código
de Processo Penal (HC 87.293/PE, Primeira Turma, Rel. Min.
Eros Grau, DJU de 03/03/2006).
III - Além disso, havendo descrição da conduta que
possibilita a adequação típica, não há que se falar em inépcia da
denúncia por falta de individualização da conduta. A
circunstância, por si só, de o Ministério Público ter imputado a
mesma conduta ao vários denunciados não torna a denúncia
genérica (HC 89.240/DF, Segunda Turma, Rel. Min. Eros Grau,
DJU de 27/04/2007).
IV - Ainda, é geral, e não genérica, a denúncia que atribui
a mesma conduta a todos os denunciados, desde que seja
impossível a delimitação dos atos praticados pelos envolvidos,
isoladamente, e haja indícios de acordo de vontades para o
mesmo fim (STJ: RHC 21284/RJ, 5ª Turma, Relatora Ministra
Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ/MG), 5ª Turma,
DJU de 01/10/2007).
V - O trancamento da ação penal por meio do habeas
corpus
se situa no campo da excepcionalidade (HC
901.320/MG, Primeira Turma, Rel. Min. Marco Aurélio, DJU de
25/05/2007), sendo medida que somente deve ser adotada
2
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 21
Relatório
HC 106.071 / RS
quando houver comprovação, de plano, da atipicidade da
conduta, da incidência de causa de extinção da punibilidade ou
da ausência de indícios de autoria ou de prova sobre a
materialidade do delito (HC 87.324/SP, Primeira Turma, Relª.
Minª. Cármen Lúcia, DJU de 18/05/2007). Ainda, a liquidez dos
fatos constitui requisito inafastável na apreciação da justa causa
(HC 91.634/GO, Segunda Turma, Rel. Min. Celso de Mello,
DJU de 05/10/2007), pois o exame de provas é inadmissível no
espectro processual do habeas corpus, ação constitucional que
pressupõe para seu manejo uma ilegalidade ou abuso de poder
tão flagrante que pode ser demonstrada de plano (RHC
88.139/MG, Primeira Turma, Rel. Min. Carlos Britto, DJU de
17/11/2006).
VI - Na hipótese, em relação ao crime do art. 54, §2º, inc. V,
da Lei 9605/98, há nos autos laudo pericial que comprova o
lançamento de efluentes no Rio dos Sinos sem o tratamento
adequando, bem como há indícios suficientes de autoria dos
recorrentes. Desta forma, deve prosseguir a persecução penal.
VII - Em relação ao crime do art. 60 da Lei 9605/98, resta
sem justa causa a ação penal, tendo em vista a anulação do auto
de infração que sustentava a denúncia.
Recurso parcialmente provido”.
Conforme consta dos autos, os pacientes foram denunciados em
razão da suposta prática dos delitos tipificados no art. 54, § 2º, V, c/c
art.58, I, por duas vezes, e no art. 60, por três vezes, ambos combinados
com o art. 15, III, alíneas “a”, “h” e “o”, todos da Lei 9.605/98.
A defesa, objetivando o trancamento da ação penal, impetrou habeas
corpus no Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, o qual
restou indeferido.
Diante dessa decisão, interpôs recurso ordinário em habeas corpus no
Superior Tribunal de Justiça, ao qual foi dado parcial provimento para
trancar a ação penal em relação ao crime previsto no art. 60 da Lei
9.605/98, consoante se depreende da ementa transcrita.
Neste writ, reforça os fundamentos submetidos a exame do Tribunal
3
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1562457.
Supremo Tribunal Federal
HC 106.071 / RS
quando houver comprovação, de plano, da atipicidade da
conduta, da incidência de causa de extinção da punibilidade ou
da ausência de indícios de autoria ou de prova sobre a
materialidade do delito (HC 87.324/SP, Primeira Turma, Relª.
Minª. Cármen Lúcia, DJU de 18/05/2007). Ainda, a liquidez dos
fatos constitui requisito inafastável na apreciação da justa causa
(HC 91.634/GO, Segunda Turma, Rel. Min. Celso de Mello,
DJU de 05/10/2007), pois o exame de provas é inadmissível no
espectro processual do habeas corpus, ação constitucional que
pressupõe para seu manejo uma ilegalidade ou abuso de poder
tão flagrante que pode ser demonstrada de plano (RHC
88.139/MG, Primeira Turma, Rel. Min. Carlos Britto, DJU de
17/11/2006).
VI - Na hipótese, em relação ao crime do art. 54, §2º, inc. V,
da Lei 9605/98, há nos autos laudo pericial que comprova o
lançamento de efluentes no Rio dos Sinos sem o tratamento
adequando, bem como há indícios suficientes de autoria dos
recorrentes. Desta forma, deve prosseguir a persecução penal.
VII - Em relação ao crime do art. 60 da Lei 9605/98, resta
sem justa causa a ação penal, tendo em vista a anulação do auto
de infração que sustentava a denúncia.
Recurso parcialmente provido”.
Conforme consta dos autos, os pacientes foram denunciados em
razão da suposta prática dos delitos tipificados no art. 54, § 2º, V, c/c
art.58, I, por duas vezes, e no art. 60, por três vezes, ambos combinados
com o art. 15, III, alíneas “a”, “h” e “o”, todos da Lei 9.605/98.
A defesa, objetivando o trancamento da ação penal, impetrou habeas
corpus no Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, o qual
restou indeferido.
Diante dessa decisão, interpôs recurso ordinário em habeas corpus no
Superior Tribunal de Justiça, ao qual foi dado parcial provimento para
trancar a ação penal em relação ao crime previsto no art. 60 da Lei
9.605/98, consoante se depreende da ementa transcrita.
Neste writ, reforça os fundamentos submetidos a exame do Tribunal
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 21
Relatório
HC 106.071 / RS
de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul e do Superior Tribunal de
Justiça para sustentar inépcia da denúncia e a ausência de justa causa
(interesse de agir) para a instrução da ação penal.
Requer a concessão da ordem para trancar a Ação Penal n.
2070000006-8 em relação aos pacientes.
A Procuradoria-Geral da República manifestou-se pela denegação da
ordem.
É o relatório.
4
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
HC 106.071 / RS
de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul e do Superior Tribunal de
Justiça para sustentar inépcia da denúncia e a ausência de justa causa
(interesse de agir) para a instrução da ação penal.
Requer a concessão da ordem para trancar a Ação Penal n.
2070000006-8 em relação aos pacientes.
A Procuradoria-Geral da República manifestou-se pela denegação da
ordem.
É o relatório.
4
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 21
Voto - MIN. GILMAR MENDES
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 106.071 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR) - (RELATOR):
Consigno que, no caso concreto, a defesa requer o trancamento da ação
penal, aos seguintes fundamentos: i) ausência de justa causa para
instauração da ação penal, em razão da falta do interesse de agir; e ii)
inépcia da denúncia.
Inicialmente, ressalto que é firme o entendimento desta Corte no
sentido de que o trancamento de ação penal, por falta de justa causa, é
medida excepcional, especialmente na via estreita do habeas corpus.
Diante disso, se não se comprovar, de plano, a atipicidade da
conduta, a incidência de causa de extinção da punibilidade ou a ausência
de indícios de autoria e materialidade, é indispensável a continuidade da
persecução criminal. A propósito, colho alguns precedentes, perfilhados
nas seguintes ementas:
“HABEAS CORPUS. TRANCAMENTO DE AÇÃO
PENAL. ALEGAÇÃO DE FALTA DE JUSTA CAUSA E
INÉPCIA DA DENÚNCIA. INOCORRÊNCIA. DENÚNCIA
QUE SATISFAZ OS REQUISITOS DO ART. 41 DO CÓDIGO DE
PROCESSO PENAL E POSSIBILITA O EXERCÍCIO DO
CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. ORDEM
DENEGADA. Não é inepta a denúncia que, como no caso,
narra, articuladamente, a ocorrência de crime em tese, bem
como descreve as suas circunstâncias e indica o respectivo tipo
penal, viabilizando, assim, o exercício do contraditório e da
ampla defesa. Ademais, conforme apontou a Procuradoria-
Geral da República, a denúncia também ‘logrou demonstrar a
forma como os pacientes, em tese, praticaram o crime de
homicídio culposo (comissivo por omissão) quando poderiam e
deveriam ter impedido a morte da vítima. Além disso, o
trancamento de ação penal, principalmente por meio da via
eleita, é medida reservada a hipóteses excepcionais, como 'a
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 106.071 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR) - (RELATOR):
Consigno que, no caso concreto, a defesa requer o trancamento da ação
penal, aos seguintes fundamentos: i) ausência de justa causa para
instauração da ação penal, em razão da falta do interesse de agir; e ii)
inépcia da denúncia.
Inicialmente, ressalto que é firme o entendimento desta Corte no
sentido de que o trancamento de ação penal, por falta de justa causa, é
medida excepcional, especialmente na via estreita do habeas corpus.
Diante disso, se não se comprovar, de plano, a atipicidade da
conduta, a incidência de causa de extinção da punibilidade ou a ausência
de indícios de autoria e materialidade, é indispensável a continuidade da
persecução criminal. A propósito, colho alguns precedentes, perfilhados
nas seguintes ementas:
“HABEAS CORPUS. TRANCAMENTO DE AÇÃO
PENAL. ALEGAÇÃO DE FALTA DE JUSTA CAUSA E
INÉPCIA DA DENÚNCIA. INOCORRÊNCIA. DENÚNCIA
QUE SATISFAZ OS REQUISITOS DO ART. 41 DO CÓDIGO DE
PROCESSO PENAL E POSSIBILITA O EXERCÍCIO DO
CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. ORDEM
DENEGADA. Não é inepta a denúncia que, como no caso,
narra, articuladamente, a ocorrência de crime em tese, bem
como descreve as suas circunstâncias e indica o respectivo tipo
penal, viabilizando, assim, o exercício do contraditório e da
ampla defesa. Ademais, conforme apontou a Procuradoria-
Geral da República, a denúncia também ‘logrou demonstrar a
forma como os pacientes, em tese, praticaram o crime de
homicídio culposo (comissivo por omissão) quando poderiam e
deveriam ter impedido a morte da vítima. Além disso, o
trancamento de ação penal, principalmente por meio da via
eleita, é medida reservada a hipóteses excepcionais, como 'a
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
HC 106.071 / RS
manifesta atipicidade da conduta, a presença de causa de
extinção da punibilidade do paciente ou a ausência de indícios
mínimos de autoria e materialidade delitivas' (HC 91.603, rel.
Ellen Gracie, DJe-182 de 25.09.2008), o que não é caso dos autos.
Daí por que a existência ou não de justa causa, no caso, deve ser
discutida no âmbito da ação penal já iniciada. Ordem
denegada”. (HC 95761, Min. JOAQUIM BARBOSA, DJ
18.9.2009).
“DIREITO PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS.
ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA. ART. 89, LEI
8.666/93. FRAUDE NA LICITAÇÃO. INEXIGIBILIDADE DE
LICITAÇÃO. INTERPRETAÇÃO DO CONTEÚDO DO
DOCUMENTO PARTICULAR. DENEGAÇÃO. 1. A tese
ventilada na petição inicial deste writ diz respeito à possível
ausência de justa causa para a deflagração da ação penal contra
o paciente em razão de ter sido comprovado documentalmente
que a sociedade empresária era distribuidora exclusiva do
medicamento que necessitava a Secretaria de Saúde do Distrito
Federal e, por isso, se justificou a declaração de inexigibilidade
de licitação para aquisição direta do medicamento pela referida
sociedade. 2. A atuação do Supremo Tribunal Federal, na
apreciação dos pedidos de habeas corpus voltados ao
trancamento de ação penal, deve ocorrer com bastante cuidado,
somente sendo possível a concessão da ordem vindicada
quando restar evidente e manifesta a atipicidade da conduta, a
presença de causa de extinção da punibilidade do paciente ou a
ausência de indícios mínimos de autoria e materialidade
delitivas. Não é a hipótese dos autos. 3. A alegação de falta de
justa causa não é comprovada de plano no presente habeas
corpus e, por isso, deve ser relegada para o procedimento
próprio (ou seja, a ação penal já deflagrada) a discussão acerca
do conteúdo (formal e material) dos documentos (não apenas o
apresentado pelo Ministério Público, mas também o referido
pelo impetrante). 4. Habeas corpus denegado”. (HC 91603, Min.
ELLEN GRACIE, DJ 26.9.2008)
2
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Supremo Tribunal Federal
HC 106.071 / RS
manifesta atipicidade da conduta, a presença de causa de
extinção da punibilidade do paciente ou a ausência de indícios
mínimos de autoria e materialidade delitivas' (HC 91.603, rel.
Ellen Gracie, DJe-182 de 25.09.2008), o que não é caso dos autos.
Daí por que a existência ou não de justa causa, no caso, deve ser
discutida no âmbito da ação penal já iniciada. Ordem
denegada”. (HC 95761, Min. JOAQUIM BARBOSA, DJ
18.9.2009).
“DIREITO PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS.
ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA. ART. 89, LEI
8.666/93. FRAUDE NA LICITAÇÃO. INEXIGIBILIDADE DE
LICITAÇÃO. INTERPRETAÇÃO DO CONTEÚDO DO
DOCUMENTO PARTICULAR. DENEGAÇÃO. 1. A tese
ventilada na petição inicial deste writ diz respeito à possível
ausência de justa causa para a deflagração da ação penal contra
o paciente em razão de ter sido comprovado documentalmente
que a sociedade empresária era distribuidora exclusiva do
medicamento que necessitava a Secretaria de Saúde do Distrito
Federal e, por isso, se justificou a declaração de inexigibilidade
de licitação para aquisição direta do medicamento pela referida
sociedade. 2. A atuação do Supremo Tribunal Federal, na
apreciação dos pedidos de habeas corpus voltados ao
trancamento de ação penal, deve ocorrer com bastante cuidado,
somente sendo possível a concessão da ordem vindicada
quando restar evidente e manifesta a atipicidade da conduta, a
presença de causa de extinção da punibilidade do paciente ou a
ausência de indícios mínimos de autoria e materialidade
delitivas. Não é a hipótese dos autos. 3. A alegação de falta de
justa causa não é comprovada de plano no presente habeas
corpus e, por isso, deve ser relegada para o procedimento
próprio (ou seja, a ação penal já deflagrada) a discussão acerca
do conteúdo (formal e material) dos documentos (não apenas o
apresentado pelo Ministério Público, mas também o referido
pelo impetrante). 4. Habeas corpus denegado”. (HC 91603, Min.
ELLEN GRACIE, DJ 26.9.2008)
2
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
HC 106.071 / RS
“PROCESSO PENAL. AÇÃO PENAL. CRIME CONTRA A
HONRA DE MAGISTRADO. SUPOSTAS OFENSAS
PROFERIDAS POR ADVOGADO NO BOJO DE MANDADO
DE
SEGURANÇA.
DELITO
DE
CALÚNIA.
INVIOLABILIDADE DO ADVOGADO. LIMITAÇÃO.
INÉPCIA DA DENÚNCIA. FALTA DE JUSTA CAUSA PARA A
AÇÃO PENAL. ORDEM DEFERIDA PARA TRANCAR A
AÇÃO PENAL. 1. É firme a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal quanto à excepcionalidade do trancamento de
ação penal pela via processualmente acanhada do habeas corpus.
Jurisprudência, essa, lastreada na idéia-força de que o
trancamento da ação penal é medida restrita a situações que se
reportem a conduta não-constitutiva de crime em tese, ou
quando já estiver extinta a punibilidade, ou, ainda, se
inocorrentes indícios mínimos da autoria (HCs 87.310, 91.005 e
RHC 88.139, de minha relatoria; HC 85.740, da relatoria do
ministro Ricardo Lewandowski; e HC 85.134, da relatoria do
ministro Marco Aurélio)”. (HC 98631, Min. Ayres Britto, DJ
1.7.2009).
“HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL.
ABUSO DE PODER: MANUTENÇÃO DE PRISÃO SEM
FLAGRANTE DELITO OU ORDEM FUNDAMENTADA DA
AUTORIDADE JUDICIÁRIA COMPETENTE. DENÚNCIA
INEPTA. INOCORRÊNCIA. MEMBRO DO MINISTÉRIO
PÚBLICO ESTADUAL. ARTIGO 18, PARÁGRAFO ÚNICO, DA
LC 73/95 E ARTIGO 41, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI N.
8.625/93. INVESTIGAÇÃO CONDUZIDA PELO PARQUET.
LEGALIDADE.
AÇÃO
PENAL.
TRANCAMENTO.
EXCEPCIONALIDADE. 1. A denúncia que descreve de forma
clara, precisa, pormenorizada e individualizada a conduta
praticada por todos e cada um dos co-réus, viabilizando o
exercício da ampla defesa, não é inepta. Está na peça acusatória
que o paciente ordenou --- verbo nuclear do tipo relativo ao
delito de abuso de poder --- que o Delegado de Polícia
3
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Supremo Tribunal Federal
HC 106.071 / RS
“PROCESSO PENAL. AÇÃO PENAL. CRIME CONTRA A
HONRA DE MAGISTRADO. SUPOSTAS OFENSAS
PROFERIDAS POR ADVOGADO NO BOJO DE MANDADO
DE
SEGURANÇA.
DELITO
DE
CALÚNIA.
INVIOLABILIDADE DO ADVOGADO. LIMITAÇÃO.
INÉPCIA DA DENÚNCIA. FALTA DE JUSTA CAUSA PARA A
AÇÃO PENAL. ORDEM DEFERIDA PARA TRANCAR A
AÇÃO PENAL. 1. É firme a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal quanto à excepcionalidade do trancamento de
ação penal pela via processualmente acanhada do habeas corpus.
Jurisprudência, essa, lastreada na idéia-força de que o
trancamento da ação penal é medida restrita a situações que se
reportem a conduta não-constitutiva de crime em tese, ou
quando já estiver extinta a punibilidade, ou, ainda, se
inocorrentes indícios mínimos da autoria (HCs 87.310, 91.005 e
RHC 88.139, de minha relatoria; HC 85.740, da relatoria do
ministro Ricardo Lewandowski; e HC 85.134, da relatoria do
ministro Marco Aurélio)”. (HC 98631, Min. Ayres Britto, DJ
1.7.2009).
“HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL.
ABUSO DE PODER: MANUTENÇÃO DE PRISÃO SEM
FLAGRANTE DELITO OU ORDEM FUNDAMENTADA DA
AUTORIDADE JUDICIÁRIA COMPETENTE. DENÚNCIA
INEPTA. INOCORRÊNCIA. MEMBRO DO MINISTÉRIO
PÚBLICO ESTADUAL. ARTIGO 18, PARÁGRAFO ÚNICO, DA
LC 73/95 E ARTIGO 41, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI N.
8.625/93. INVESTIGAÇÃO CONDUZIDA PELO PARQUET.
LEGALIDADE.
AÇÃO
PENAL.
TRANCAMENTO.
EXCEPCIONALIDADE. 1. A denúncia que descreve de forma
clara, precisa, pormenorizada e individualizada a conduta
praticada por todos e cada um dos co-réus, viabilizando o
exercício da ampla defesa, não é inepta. Está na peça acusatória
que o paciente ordenou --- verbo nuclear do tipo relativo ao
delito de abuso de poder --- que o Delegado de Polícia
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
HC 106.071 / RS
mantivesse, abusivamente, a prisão de pessoas, conduzindo-as
à delegacia policial, sem flagrante delito ou ordem
fundamentada da autoridade judiciária competente. 2. Sendo o
paciente membro do Ministério Público Estadual, a
investigação pelo seu envolvimento em suposta prática de
crime não é atribuição da polícia judiciária, mas do Procurador-
Geral de Justiça [artigo 18, parágrafo único, da LC 73/95 e artigo
41, parágrafo único, da Lei n. 8.625/93]. 3. O trancamento da
ação penal por falta de justa causa, fundada na inépcia da
denúncia, é medida excepcional; justifica-se quando despontar,
fora de dúvida, atipicidade da conduta, causa extintiva da
punibilidade ou ausência de indícios de autoria, o que não
ocorre na espécie. Ordem denegada”. (HC 93224, Min. EROS
GRAU, DJ 5.9.2008).
No que concerne à alegada inépcia da denúncia, ressalto que esta
Corte tem, reiteradamente, proclamado que os requisitos para
apresentação e acolhimento de denúncia revelam dimensão inafastável de
concretização do direito constitucional de defesa (cf. nesse sentido INQ n.
1879/DF, Pleno, unânime, rel. Min. Ellen Gracie, DJ 7.5.2004; e HC no
86.395/SP, Segunda Turma, unânime, de minha relatoria, DJ 6.11.2006).
A questão da técnica da denúncia observável em casos concretos
como na espécie, conforme sabemos, tem merecido do Supremo Tribunal
Federal reflexão no plano da dogmática constitucional, associada
especialmente ao direito de defesa.
É interessante transcrever excerto do voto do Ministro-Relator Celso
de Mello no HC 70.763/DF, in verbis:
“O processo penal de tipo acusatório repele, por ofensivas
à garantia da plenitude de defesa, quaisquer imputações que se
mostrem indeterminadas, vagas, contraditórias, omissas ou
ambíguas. Existe, na perspectiva dos princípios constitucionais
que regem o processo penal, um nexo de indiscutível
vinculação entre a obrigação estatal de oferecer acusação
formalmente precisa e juridicamente apta e o direito individual
4
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Supremo Tribunal Federal
HC 106.071 / RS
mantivesse, abusivamente, a prisão de pessoas, conduzindo-as
à delegacia policial, sem flagrante delito ou ordem
fundamentada da autoridade judiciária competente. 2. Sendo o
paciente membro do Ministério Público Estadual, a
investigação pelo seu envolvimento em suposta prática de
crime não é atribuição da polícia judiciária, mas do Procurador-
Geral de Justiça [artigo 18, parágrafo único, da LC 73/95 e artigo
41, parágrafo único, da Lei n. 8.625/93]. 3. O trancamento da
ação penal por falta de justa causa, fundada na inépcia da
denúncia, é medida excepcional; justifica-se quando despontar,
fora de dúvida, atipicidade da conduta, causa extintiva da
punibilidade ou ausência de indícios de autoria, o que não
ocorre na espécie. Ordem denegada”. (HC 93224, Min. EROS
GRAU, DJ 5.9.2008).
No que concerne à alegada inépcia da denúncia, ressalto que esta
Corte tem, reiteradamente, proclamado que os requisitos para
apresentação e acolhimento de denúncia revelam dimensão inafastável de
concretização do direito constitucional de defesa (cf. nesse sentido INQ n.
1879/DF, Pleno, unânime, rel. Min. Ellen Gracie, DJ 7.5.2004; e HC no
86.395/SP, Segunda Turma, unânime, de minha relatoria, DJ 6.11.2006).
A questão da técnica da denúncia observável em casos concretos
como na espécie, conforme sabemos, tem merecido do Supremo Tribunal
Federal reflexão no plano da dogmática constitucional, associada
especialmente ao direito de defesa.
É interessante transcrever excerto do voto do Ministro-Relator Celso
de Mello no HC 70.763/DF, in verbis:
“O processo penal de tipo acusatório repele, por ofensivas
à garantia da plenitude de defesa, quaisquer imputações que se
mostrem indeterminadas, vagas, contraditórias, omissas ou
ambíguas. Existe, na perspectiva dos princípios constitucionais
que regem o processo penal, um nexo de indiscutível
vinculação entre a obrigação estatal de oferecer acusação
formalmente precisa e juridicamente apta e o direito individual
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 21
Voto - MIN. GILMAR MENDES
HC 106.071 / RS
de que dispõe o acusado a ampla defesa. A imputação penal
omissa ou deficiente, além de constituir transgressão do dever
jurídico que se impõe ao Estado, qualifica-se como causa de
nulidade processual absoluta. A denúncia – enquanto
instrumento formalmente consubstanciador da acusação penal
– constitui peça processual de indiscutível relevo jurídico. Ela,
ao delimitar o âmbito temático da imputação penal, define a
própria res in judicio deducta. A peça acusatória deve conter a
exposição do fato delituoso, em toda a sua essência e com todas
as suas circunstâncias. Essa narração, ainda que sucinta, impõe-
se ao acusador como exigência derivada do postulado
constitucional que assegura ao réu o exercício, em plenitude, do
direito de defesa. Denúncia que não descreve adequadamente o
fato criminoso é denúncia inepta”. (HC no 70.763/DF, rel. Min.
Celso de Mello, DJ de 23.09.1994)
Em outro habeas corpus (HC n. 73.271/SP), também da relatoria do
Ministro Celso de Mello, a ementa consubstancia idêntico entendimento:
“PERSECUÇÃO PENAL - MINISTÉRIO PÚBLICO –
APTIDÃO DA DENÚNCIA. O Ministério Público, para
validamente formular a denúncia penal, deve ter por suporte
uma necessária base empírica, a fim de que o exercício desse
grave dever-poder não se transforme em instrumento de injusta
persecução estatal. O ajuizamento da ação penal condenatória
supõe a existência de justa causa, que se tem por inocorrente
quando o comportamento atribuído ao réu ‘nem mesmo em
tese constitui crime, ou quando, configurando uma infração
penal, resulta de pura criação mental da acusação’ (RF 150/393,
rel. Min. OROZIMBO NONATO). A peça acusatória deve conter
a exposição do fato delituoso em toda a sua essência e com
todas as suas circunstâncias. Essa narração, ainda que sucinta,
impõe-se ao acusador como exigência derivada do postulado
constitucional que assegura ao réu o pleno exercício do direito
de defesa. Denúncia que não descreve adequadamente o fato
criminoso é denúncia inepta”. – (HC n. 73.271/SP, rel. Min.
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Supremo Tribunal Federal
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de que dispõe o acusado a ampla defesa. A imputação penal
omissa ou deficiente, além de constituir transgressão do dever
jurídico que se impõe ao Estado, qualifica-se como causa de
nulidade processual absoluta. A denúncia – enquanto
instrumento formalmente consubstanciador da acusação penal
– constitui peça processual de indiscutível relevo jurídico. Ela,
ao delimitar o âmbito temático da imputação penal, define a
própria res in judicio deducta. A peça acusatória deve conter a
exposição do fato delituoso, em toda a sua essência e com todas
as suas circunstâncias. Essa narração, ainda que sucinta, impõe-
se ao acusador como exigência derivada do postulado
constitucional que assegura ao réu o exercício, em plenitude, do
direito de defesa. Denúncia que não descreve adequadamente o
fato criminoso é denúncia inepta”. (HC no 70.763/DF, rel. Min.
Celso de Mello, DJ de 23.09.1994)
Em outro habeas corpus (HC n. 73.271/SP), também da relatoria do
Ministro Celso de Mello, a ementa consubstancia idêntico entendimento:
“PERSECUÇÃO PENAL - MINISTÉRIO PÚBLICO –
APTIDÃO DA DENÚNCIA. O Ministério Público, para
validamente formular a denúncia penal, deve ter por suporte
uma necessária base empírica, a fim de que o exercício desse
grave dever-poder não se transforme em instrumento de injusta
persecução estatal. O ajuizamento da ação penal condenatória
supõe a existência de justa causa, que se tem por inocorrente
quando o comportamento atribuído ao réu ‘nem mesmo em
tese constitui crime, ou quando, configurando uma infração
penal, resulta de pura criação mental da acusação’ (RF 150/393,
rel. Min. OROZIMBO NONATO). A peça acusatória deve conter
a exposição do fato delituoso em toda a sua essência e com
todas as suas circunstâncias. Essa narração, ainda que sucinta,
impõe-se ao acusador como exigência derivada do postulado
constitucional que assegura ao réu o pleno exercício do direito
de defesa. Denúncia que não descreve adequadamente o fato
criminoso é denúncia inepta”. – (HC n. 73.271/SP, rel. Min.
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
HC 106.071 / RS
Celso de Mello, DJ de 09.04.1996).
É forçoso reconhecer, portanto, que essa discussão apresenta sérias
implicações no campo dos direitos fundamentais.
Para que se examine a aptidão de uma peça acusatória, portanto, há
de se interpretar o disposto no art. 41 do Código de Processo Penal:
“Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato
criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do
acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a
classificação do crime e, quando necessário, o rol das
testemunhas”.
No caso concreto, não há que se falar em inépcia da denúncia, tanto
menos em ausência de justa causa para a instrução criminal.
A inicial acusatória descreve, satisfatoriamente, a existência do crime
em tese, bem como o envolvimento dos pacientes, demonstrando
elementos suficientes para a deflagração da persecução penal, nos
seguintes termos:
"FATOS DELITUOSOS
1º FATO
No dia 08 de outubro de 2006, à tarde, nas margens do Rio
dos Sinos junto à saída de efluentes da empresa PSA Indústria
de Papel S/A, no Município de São Leopoldo, RS, os
denunciados PSA Indústria de Papel S/A, Léo Moraes
Porciúncula e Marli Jung, estes enquanto Diretores da empresa
(fl. 135), – pois os fatos foram praticados no interesse da pessoa
jurídica, como consequência da política administrativa adotada
com o objetivo de reduzir custos na atividade de exploração
industrial (deliberação do ente coletivo) – e GUIDO SOUZA DE
MELO, este enquanto Responsável Técnico pela Estação de
Tratamento de Efluentes da empresa, todos concorrendo para
sua prática, causaram poluição hídrica em níveis tais que
poderiam resultar em danos à saúde humana ou provocar a
6
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Supremo Tribunal Federal
HC 106.071 / RS
Celso de Mello, DJ de 09.04.1996).
É forçoso reconhecer, portanto, que essa discussão apresenta sérias
implicações no campo dos direitos fundamentais.
Para que se examine a aptidão de uma peça acusatória, portanto, há
de se interpretar o disposto no art. 41 do Código de Processo Penal:
“Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato
criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do
acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a
classificação do crime e, quando necessário, o rol das
testemunhas”.
No caso concreto, não há que se falar em inépcia da denúncia, tanto
menos em ausência de justa causa para a instrução criminal.
A inicial acusatória descreve, satisfatoriamente, a existência do crime
em tese, bem como o envolvimento dos pacientes, demonstrando
elementos suficientes para a deflagração da persecução penal, nos
seguintes termos:
"FATOS DELITUOSOS
1º FATO
No dia 08 de outubro de 2006, à tarde, nas margens do Rio
dos Sinos junto à saída de efluentes da empresa PSA Indústria
de Papel S/A, no Município de São Leopoldo, RS, os
denunciados PSA Indústria de Papel S/A, Léo Moraes
Porciúncula e Marli Jung, estes enquanto Diretores da empresa
(fl. 135), – pois os fatos foram praticados no interesse da pessoa
jurídica, como consequência da política administrativa adotada
com o objetivo de reduzir custos na atividade de exploração
industrial (deliberação do ente coletivo) – e GUIDO SOUZA DE
MELO, este enquanto Responsável Técnico pela Estação de
Tratamento de Efluentes da empresa, todos concorrendo para
sua prática, causaram poluição hídrica em níveis tais que
poderiam resultar em danos à saúde humana ou provocar a
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HC 106.071 / RS
mortandade de animais ou destruição significativa da flora.
(Laudo Pericial 19.662/2006 fl. 1532), ao lançarem no referido
corpo hídrico resíduos líquidos, como também substâncias
oleosas, em desacordo com as exigência legais e
regulamentares.
Na ocasião, em vistoria realizada pela FEPAM – Fundação
Estadual de Proteção Ambiental Luiz Roessler – e pela
Secretaria de Meio Ambiente de São Leopoldo, foi constatado,
contrariando as normas regulamentares exigidas na Licença de
Operação nº 647/2004, expedida pela FEPAM, o lançamento
irregular de efluente líquido não tratado por parte da referida
empresa. Nos termos do Relatório de Atendimento de
Emergência Ambiental da FEPAM (fls. 15-6), o referido
lançamento alterava as propriedades da água do Sinos por
vários metros, possuindo um forte coloração e grande
quantidade de espuma. Na oportunidade, foi elaborado registro
fotográfico (fl. 16), verificando-se a poluição causada no
referido manancial, contrariando as condições e padrões da
Resolução CONAMA 357, de 17 de março de 2005, que
classifica os corpos de água e estabelece diretrizes ambientais
para o seu enquadramento. [...]
Os denunciados LÉO MORAES PORCIÚNCULA e
MARLI JUNG, ambos diretores da empresa, consoante Ata de
Assembléia (fl. 135), permitiram o funcionamento de
comprometidos sistema de tratamento de fluentes e de
supervisão deste, que foram operado sem os mecanismos de
segurança que se impunham nas circunstâncias, visando a um
provável aumento de produção em contraposição a redução de
custos, de onde decorreu o lançamento dos citados efluentes em
desacordo com a licença de operação.
Assim, os denunciados perpetraram os crimes para
obtenção de vantagem pecuniária (redução dos custos no
processo produtivo da empresa), já que a estação de tratamento
e efluentes não comportou o montante de efluentes brutos
recebidos, derivando daí a descarga de efluente não tratado no
Rio dos Sinos, vindo a contribuir para morte de 86t de peixes no
7
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HC 106.071 / RS
mortandade de animais ou destruição significativa da flora.
(Laudo Pericial 19.662/2006 fl. 1532), ao lançarem no referido
corpo hídrico resíduos líquidos, como também substâncias
oleosas, em desacordo com as exigência legais e
regulamentares.
Na ocasião, em vistoria realizada pela FEPAM – Fundação
Estadual de Proteção Ambiental Luiz Roessler – e pela
Secretaria de Meio Ambiente de São Leopoldo, foi constatado,
contrariando as normas regulamentares exigidas na Licença de
Operação nº 647/2004, expedida pela FEPAM, o lançamento
irregular de efluente líquido não tratado por parte da referida
empresa. Nos termos do Relatório de Atendimento de
Emergência Ambiental da FEPAM (fls. 15-6), o referido
lançamento alterava as propriedades da água do Sinos por
vários metros, possuindo um forte coloração e grande
quantidade de espuma. Na oportunidade, foi elaborado registro
fotográfico (fl. 16), verificando-se a poluição causada no
referido manancial, contrariando as condições e padrões da
Resolução CONAMA 357, de 17 de março de 2005, que
classifica os corpos de água e estabelece diretrizes ambientais
para o seu enquadramento. [...]
Os denunciados LÉO MORAES PORCIÚNCULA e
MARLI JUNG, ambos diretores da empresa, consoante Ata de
Assembléia (fl. 135), permitiram o funcionamento de
comprometidos sistema de tratamento de fluentes e de
supervisão deste, que foram operado sem os mecanismos de
segurança que se impunham nas circunstâncias, visando a um
provável aumento de produção em contraposição a redução de
custos, de onde decorreu o lançamento dos citados efluentes em
desacordo com a licença de operação.
Assim, os denunciados perpetraram os crimes para
obtenção de vantagem pecuniária (redução dos custos no
processo produtivo da empresa), já que a estação de tratamento
e efluentes não comportou o montante de efluentes brutos
recebidos, derivando daí a descarga de efluente não tratado no
Rio dos Sinos, vindo a contribuir para morte de 86t de peixes no
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
HC 106.071 / RS
referido Rio entre os dias 7 e 9 de outubro de 2006.
Os denunciados praticaram o crime em domingo.
Abusaram, também, do direito de licença da FEPAM.
2º FATO
Entre os dias 08 e 16 de outubro de 2006, em horários
indeterminados, nas margens do Rio dos Sinos junto à saída de
esgoto pluvial da empresa PSA Indústria de Papel S/A, no
Município de São Leopoldo, RS, os denunciados PSA Indústria
de Papel S/A, Léo Moraes Porcíncula e Marli Jung, estes
enquanto Diretores de empresa (fl. 135) – pois os fatos foram
praticado no interesse da pessoa jurídica, como consequência
da política administrativa adotada com o objetivo de reduzir
custos na atividade de exploração industrial (deliberação do
ente coletivo) – e GUIDO SOUZA DE MELO, este enquanto
Responsável Técnico pela Estação de Tratamento de Efluentes
da empresa todos concorrendo para sua prática, causaram
poluição hídrica em níveis tais que poderiam resultar em danos
à saúde humana ou provocar a mortandade de animais ou
destruição significativa da flora. (Laudo Pericial 19.662/2006 fl.
1532), ao lançarem no referido corpo hídrico resíduos líquidos,
como também substâncias oleosas, em desacordo com as
exigência legais e regulamentares.
Em vistoria realizada pela FEPAM – Fundação Estadual
de Proteção Ambiental Luiz Roessler -corroborada pelo Laudo
Pericial do IGP, foi constatado, contrariando as normas
regulamentares exigidas na Licença de Operação nº 647/2004,
expedida pela FEPAM, o lançamento irregular de efluente
líquido não tratado por parte da referida empresa no
esgotamento pluvial existente no pátio interno do
empreendimento. Nos termos do referido Laudo Pericial (fl.
71/1532), foi observado o vazamento de efluentes líquidos não
tratados, ou parcialmente tratados, para esgoto pluvial e para a
áreas não pavimentada nos fundos da empresa, bem como a
contaminação de esgoto pluvial com resíduos de aparas de
papel. Na oportunidade, foi elaborado registro fotográfico (fls.
1585-1601). [...]
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referido Rio entre os dias 7 e 9 de outubro de 2006.
Os denunciados praticaram o crime em domingo.
Abusaram, também, do direito de licença da FEPAM.
2º FATO
Entre os dias 08 e 16 de outubro de 2006, em horários
indeterminados, nas margens do Rio dos Sinos junto à saída de
esgoto pluvial da empresa PSA Indústria de Papel S/A, no
Município de São Leopoldo, RS, os denunciados PSA Indústria
de Papel S/A, Léo Moraes Porcíncula e Marli Jung, estes
enquanto Diretores de empresa (fl. 135) – pois os fatos foram
praticado no interesse da pessoa jurídica, como consequência
da política administrativa adotada com o objetivo de reduzir
custos na atividade de exploração industrial (deliberação do
ente coletivo) – e GUIDO SOUZA DE MELO, este enquanto
Responsável Técnico pela Estação de Tratamento de Efluentes
da empresa todos concorrendo para sua prática, causaram
poluição hídrica em níveis tais que poderiam resultar em danos
à saúde humana ou provocar a mortandade de animais ou
destruição significativa da flora. (Laudo Pericial 19.662/2006 fl.
1532), ao lançarem no referido corpo hídrico resíduos líquidos,
como também substâncias oleosas, em desacordo com as
exigência legais e regulamentares.
Em vistoria realizada pela FEPAM – Fundação Estadual
de Proteção Ambiental Luiz Roessler -corroborada pelo Laudo
Pericial do IGP, foi constatado, contrariando as normas
regulamentares exigidas na Licença de Operação nº 647/2004,
expedida pela FEPAM, o lançamento irregular de efluente
líquido não tratado por parte da referida empresa no
esgotamento pluvial existente no pátio interno do
empreendimento. Nos termos do referido Laudo Pericial (fl.
71/1532), foi observado o vazamento de efluentes líquidos não
tratados, ou parcialmente tratados, para esgoto pluvial e para a
áreas não pavimentada nos fundos da empresa, bem como a
contaminação de esgoto pluvial com resíduos de aparas de
papel. Na oportunidade, foi elaborado registro fotográfico (fls.
1585-1601). [...]
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HC 106.071 / RS
Os denunciados LÉO MORAES PORCIÚNCULA e
MARLI JUNG, ambos diretores da empresa, consoante Ata de
Assembléia (fl. 135), permitiram o funcionamento de
comprometidos sistema de tratamento de efluentes e de
supervisão deste, que foram operado sem os mecanismos de
segurança que se impunham nas circunstâncias, visando a
um provável aumento de produção em contraposição a redução
de custos, de onde decorreu o lançamento dos citados efluentes
em desacordo com a licença de operação. Assim, os
denunciados perpetraram os crimes para obtenção de vantagem
pecuniária (redução dos custos no processo produtivo da
empresa), já que a estação de tratamento e efluentes não
comportou o montante de efluentes brutos recebidos,
derivando daí a descarga de efluente não tratado no Rio dos
Sinos.
Praticaram os delitos, também, com abuso do direito de
licença da FEPAM(...)”.
Diante da exposição da denúncia, verifico uma possível relação de
causa e efeito entre as condutas dos pacientes e os danos que
configuraram o suposto crime contra o ambiente.
É que os pacientes, diretores da empresa PSA Indústria de Papel S/A,
em razão da política administrativa adotada, a qual visava ao aumento da
produção e à redução dos custos, teriam concorrido para a prática do fato
supostamente criminoso.
Por oportuno, registro que a Lei 9.605/98, em seu art. 2º, dispõe
expressamente acerca da responsabilidade do administrador de pessoa
jurídica que, de qualquer forma, concorrer para a prática dos crimes
contra o ambiente. Confira-se:
“Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática
dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes
cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o
diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão
técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de
9
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HC 106.071 / RS
Os denunciados LÉO MORAES PORCIÚNCULA e
MARLI JUNG, ambos diretores da empresa, consoante Ata de
Assembléia (fl. 135), permitiram o funcionamento de
comprometidos sistema de tratamento de efluentes e de
supervisão deste, que foram operado sem os mecanismos de
segurança que se impunham nas circunstâncias, visando a
um provável aumento de produção em contraposição a redução
de custos, de onde decorreu o lançamento dos citados efluentes
em desacordo com a licença de operação. Assim, os
denunciados perpetraram os crimes para obtenção de vantagem
pecuniária (redução dos custos no processo produtivo da
empresa), já que a estação de tratamento e efluentes não
comportou o montante de efluentes brutos recebidos,
derivando daí a descarga de efluente não tratado no Rio dos
Sinos.
Praticaram os delitos, também, com abuso do direito de
licença da FEPAM(...)”.
Diante da exposição da denúncia, verifico uma possível relação de
causa e efeito entre as condutas dos pacientes e os danos que
configuraram o suposto crime contra o ambiente.
É que os pacientes, diretores da empresa PSA Indústria de Papel S/A,
em razão da política administrativa adotada, a qual visava ao aumento da
produção e à redução dos custos, teriam concorrido para a prática do fato
supostamente criminoso.
Por oportuno, registro que a Lei 9.605/98, em seu art. 2º, dispõe
expressamente acerca da responsabilidade do administrador de pessoa
jurídica que, de qualquer forma, concorrer para a prática dos crimes
contra o ambiente. Confira-se:
“Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática
dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes
cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o
diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão
técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de
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pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem,
deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-
la”.
Nesse sentido, confira-se o entendimento desta Corte, perfilhado nas
seguintes ementas:
“HABEAS CORPUS. PEDIDO DE TRANCAMENTO DA
AÇÃO PENAL. ALEGAÇÃO DE INÉPCIA DA DENÚNCIA.
DIREITO CRIMINAL AMBIENTAL. RESPONSABILIDADE DE
DIRIGENTES DE PESSOA JURÍDICA. ART. 2º DA LEI
9.605/1998. Rejeitado pedido de trancamento de ação penal,
dada a expressa previsão legal, nos termos da legislação
ambiental, da responsabilização penal de dirigentes de pessoa
jurídica e a verificação de que consta da denúncia a descrição,
embora sucinta, da conduta de cada um dos denunciados.
Habeas Corpus indeferido.
(HC 85190, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA,
Segunda Turma, julgado em 08/11/2005, DJ 10-03-2006 PP-00053
EMENT VOL-02224-01 PP-00135)
HABEAS CORPUS . PENAL E PROCESSUAL PENAL.
ADVOGADO. INTIMAÇÃO. TRANCAMENTO DA AÇÃO
PENAL
POR
AUSÊNCIA
DE
JUSTA
CAUSA.
EXCEPCIONALIDADE.
INÉPCIA
DA
DENÚNCIA.
INOCORRÊNCIA.
CRIMES
AMBIENTAIS.
RESPONSABILIDADE DOS DIRIGIENTES DA PESSOA
JURÍDICA. REEXAME DE PROVAS. INVIABILIDADE. 1. A
intimação para sustentação oral em habeas corpus pode ser feita
por qualquer meio que possibilite à parte ter conhecimento da
data da sessão e dela participar. Precedentes. 2. O trancamento
da ação penal por ausência de justa causa é medida excepcional,
justificando-se quando despontar, fora de dúvida, atipicidade
da conduta, causa extintiva da punibilidade ou ausência de
indícios de autoria. 3. A denúncia que descreve as condutas dos
co-réus de forma detalhada e individualizada, estabelecendo
10
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pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem,
deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-
la”.
Nesse sentido, confira-se o entendimento desta Corte, perfilhado nas
seguintes ementas:
“HABEAS CORPUS. PEDIDO DE TRANCAMENTO DA
AÇÃO PENAL. ALEGAÇÃO DE INÉPCIA DA DENÚNCIA.
DIREITO CRIMINAL AMBIENTAL. RESPONSABILIDADE DE
DIRIGENTES DE PESSOA JURÍDICA. ART. 2º DA LEI
9.605/1998. Rejeitado pedido de trancamento de ação penal,
dada a expressa previsão legal, nos termos da legislação
ambiental, da responsabilização penal de dirigentes de pessoa
jurídica e a verificação de que consta da denúncia a descrição,
embora sucinta, da conduta de cada um dos denunciados.
Habeas Corpus indeferido.
(HC 85190, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA,
Segunda Turma, julgado em 08/11/2005, DJ 10-03-2006 PP-00053
EMENT VOL-02224-01 PP-00135)
HABEAS CORPUS . PENAL E PROCESSUAL PENAL.
ADVOGADO. INTIMAÇÃO. TRANCAMENTO DA AÇÃO
PENAL
POR
AUSÊNCIA
DE
JUSTA
CAUSA.
EXCEPCIONALIDADE.
INÉPCIA
DA
DENÚNCIA.
INOCORRÊNCIA.
CRIMES
AMBIENTAIS.
RESPONSABILIDADE DOS DIRIGIENTES DA PESSOA
JURÍDICA. REEXAME DE PROVAS. INVIABILIDADE. 1. A
intimação para sustentação oral em habeas corpus pode ser feita
por qualquer meio que possibilite à parte ter conhecimento da
data da sessão e dela participar. Precedentes. 2. O trancamento
da ação penal por ausência de justa causa é medida excepcional,
justificando-se quando despontar, fora de dúvida, atipicidade
da conduta, causa extintiva da punibilidade ou ausência de
indícios de autoria. 3. A denúncia que descreve as condutas dos
co-réus de forma detalhada e individualizada, estabelecendo
10
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nexo de causalidade com os fatos, não é inepta. 4. A
responsabilidade por crimes ambientais é, por expressa
previsão legal, atribuível aos dirigentes da pessoa jurídica.
Precedente. 5. O habeas corpus não é a via processual adequada à
análise aprofundada de matéria fático-probatória. Ordem
indeferida”.
(HC 94842, Relator(a): Min. EROS GRAU, Segunda Turma,
julgado em 26/05/2009, DJe-148 DIVULG 06-08-2009 PUBLIC
07-08-2009 EMENT VOL-02368-03 PP-00549 RTJ VOL-00210-03
PP-01179)
“HABEAS CORPUS. CRIME AMBIENTAL. PEDIDO DE
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL POR INÉPCIA DA
DENÚNCIA E FALTA DE JUSTA CAUSA. ATENDIMENTO ÀS
EXIGÊNCIAS DO ART. 41 DO CPP. RESPONSABILIDADE DO
ADMINISTRADOR DA PESSOA JURÍDICA. ART. 2º DA LEI
9.605/98. PRECEDENTES DO STF. ORDEM DENEGADA. 1.
Entendo que a conduta do paciente foi suficientemente
individualizada, ao menos para o fim de se concluir no sentido
do juízo positivo de admissibilidade da imputação feita na
denúncia. 2. Houve, pois, atendimento às exigências formais e
materiais contidas no art. 41, do Código de Processo Penal, não
se podendo atribuir a peça exordial os qualificativos de ser
"denúncia genérica" ou "denúncia arbitrária". Existe perfeita
plausibilidade (viabilidade) na ação penal pública ajuizada pelo
órgão do Parquet. 3. O art. 2º da Lei nº 9.605/98 prevê
expressamente a responsabilidade do administrador da
empresa que de qualquer forma concorre para a prática de
crimes ambientais, ou, se omite para tentar evitá-los. 4. Habeas
Corpus denegado”.
(HC 97484, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda
Turma, julgado em 23/06/2009, DJe-148 DIVULG 06-08-2009
PUBLIC 07-08-2009 EMENT VOL-02368-04 PP-00804)
“HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL.
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL POR AUSÊNCIA DE
11
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Supremo Tribunal Federal
HC 106.071 / RS
nexo de causalidade com os fatos, não é inepta. 4. A
responsabilidade por crimes ambientais é, por expressa
previsão legal, atribuível aos dirigentes da pessoa jurídica.
Precedente. 5. O habeas corpus não é a via processual adequada à
análise aprofundada de matéria fático-probatória. Ordem
indeferida”.
(HC 94842, Relator(a): Min. EROS GRAU, Segunda Turma,
julgado em 26/05/2009, DJe-148 DIVULG 06-08-2009 PUBLIC
07-08-2009 EMENT VOL-02368-03 PP-00549 RTJ VOL-00210-03
PP-01179)
“HABEAS CORPUS. CRIME AMBIENTAL. PEDIDO DE
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL POR INÉPCIA DA
DENÚNCIA E FALTA DE JUSTA CAUSA. ATENDIMENTO ÀS
EXIGÊNCIAS DO ART. 41 DO CPP. RESPONSABILIDADE DO
ADMINISTRADOR DA PESSOA JURÍDICA. ART. 2º DA LEI
9.605/98. PRECEDENTES DO STF. ORDEM DENEGADA. 1.
Entendo que a conduta do paciente foi suficientemente
individualizada, ao menos para o fim de se concluir no sentido
do juízo positivo de admissibilidade da imputação feita na
denúncia. 2. Houve, pois, atendimento às exigências formais e
materiais contidas no art. 41, do Código de Processo Penal, não
se podendo atribuir a peça exordial os qualificativos de ser
"denúncia genérica" ou "denúncia arbitrária". Existe perfeita
plausibilidade (viabilidade) na ação penal pública ajuizada pelo
órgão do Parquet. 3. O art. 2º da Lei nº 9.605/98 prevê
expressamente a responsabilidade do administrador da
empresa que de qualquer forma concorre para a prática de
crimes ambientais, ou, se omite para tentar evitá-los. 4. Habeas
Corpus denegado”.
(HC 97484, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda
Turma, julgado em 23/06/2009, DJe-148 DIVULG 06-08-2009
PUBLIC 07-08-2009 EMENT VOL-02368-04 PP-00804)
“HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL.
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL POR AUSÊNCIA DE
11
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 21
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HC 106.071 / RS
JUSTA CAUSA. EXCEPCIONALIDADE. INÉPCIA DA
DENÚNCIA. INOCORRÊNCIA. CRIMES AMBIENTAIS.
RESPONSABILIDADE DOS DIRIGENTES DA PESSOA
JURÍDICA. REEXAME DE PROVAS. INVIABILIDADE. 1. O
trancamento da ação penal por ausência de justa causa é
medida excepcional, justificando-se quando despontar, fora de
dúvida, atipicidade da conduta, causa extintiva da punibilidade
ou ausência de indícios de autoria. 2. A denúncia que descreve
as condutas de corréu de forma sucinta, porém individualizada,
estabelecendo nexo de causalidade com os fatos, não é inepta. 3.
A responsabilidade por crimes ambientais é, por expressa
previsão legal, atribuível aos dirigentes da pessoa jurídica.
Precedentes. 4. O habeas corpus não é a via processual adequada
à análise aprofundada de matéria fático-probatória. 5. Ordem
denegada”. (HC 101851, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI,
Primeira Turma, julgado em 03/08/2010, DJe-200 DIVULG 21-
10-2010 PUBLIC 22-10-2010 EMENT VOL-02420-03 PP-00481)
Com efeito, a denúncia, no que se refere aos pacientes, não
demonstra, inequivocamente, vício algum. Pelo contrário. Da leitura da
inicial acusatória, depreende-se que as condutas supostamente atribuíveis
aos pacientes e suficientemente individualizadas configuram a existência
do crime em tese, com indícios de autoria e materialidade suficientes para
a deflagração da persecução penal.
Ademais, a peça acusatória observou suficientemente os requisitos
que poderiam oferecer substrato a uma persecução criminal
minimamente aceitável quanto ao delito especificamente referido,
possibilitando o livre exercício do direito de defesa.
Reitero, ao contrário do que tenta fazer crer a defesa, que os
pacientes não foram denunciados simplesmente por administrarem a
pessoa jurídica, mas em virtude de os fatos a eles imputados terem sido
fruto da política administrativa adotada, que visava ao aumento da
produção e à redução dos custos.
É importante rememorar o decidido por esta Turma no julgamento
do HC 83.554, de minha relatoria, Dj 28.10.2005.
12
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HC 106.071 / RS
JUSTA CAUSA. EXCEPCIONALIDADE. INÉPCIA DA
DENÚNCIA. INOCORRÊNCIA. CRIMES AMBIENTAIS.
RESPONSABILIDADE DOS DIRIGENTES DA PESSOA
JURÍDICA. REEXAME DE PROVAS. INVIABILIDADE. 1. O
trancamento da ação penal por ausência de justa causa é
medida excepcional, justificando-se quando despontar, fora de
dúvida, atipicidade da conduta, causa extintiva da punibilidade
ou ausência de indícios de autoria. 2. A denúncia que descreve
as condutas de corréu de forma sucinta, porém individualizada,
estabelecendo nexo de causalidade com os fatos, não é inepta. 3.
A responsabilidade por crimes ambientais é, por expressa
previsão legal, atribuível aos dirigentes da pessoa jurídica.
Precedentes. 4. O habeas corpus não é a via processual adequada
à análise aprofundada de matéria fático-probatória. 5. Ordem
denegada”. (HC 101851, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI,
Primeira Turma, julgado em 03/08/2010, DJe-200 DIVULG 21-
10-2010 PUBLIC 22-10-2010 EMENT VOL-02420-03 PP-00481)
Com efeito, a denúncia, no que se refere aos pacientes, não
demonstra, inequivocamente, vício algum. Pelo contrário. Da leitura da
inicial acusatória, depreende-se que as condutas supostamente atribuíveis
aos pacientes e suficientemente individualizadas configuram a existência
do crime em tese, com indícios de autoria e materialidade suficientes para
a deflagração da persecução penal.
Ademais, a peça acusatória observou suficientemente os requisitos
que poderiam oferecer substrato a uma persecução criminal
minimamente aceitável quanto ao delito especificamente referido,
possibilitando o livre exercício do direito de defesa.
Reitero, ao contrário do que tenta fazer crer a defesa, que os
pacientes não foram denunciados simplesmente por administrarem a
pessoa jurídica, mas em virtude de os fatos a eles imputados terem sido
fruto da política administrativa adotada, que visava ao aumento da
produção e à redução dos custos.
É importante rememorar o decidido por esta Turma no julgamento
do HC 83.554, de minha relatoria, Dj 28.10.2005.
12
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 21
Voto - MIN. GILMAR MENDES
HC 106.071 / RS
Naquela assentada, analisamos o nexo de causalidade entre os atos
da pessoa jurídica e o evento danoso, e entre atos do dirigente da pessoa
jurídica e o evento danoso praticado em nome da pessoa jurídica.
No caso do vazamento nos oleodutos da Petrobras, diferentemente
do ocorrido aqui nesse habeas, não identificamos nexo de causalidade
entre a conduta do dirigente e o evento danoso.
Lá, havia 14 mil quilômetros de oleodutos e como narrado na
denúncia, não era possível imputar ao paciente qualquer conduta que o
ligasse ao dano provocado.
Aqui, por outro lado, infere-se que os dirigentes sabiam das más
condições do sistema. Conforme consta da denúncia, os pacientes
“permitiram o funcionamento de comprometidos sistemas de tratamento de
fluentes e de supervisão deste, que foram operados sem os mecanismos de
segurança que se impunham nas circunstâncias, visando a um provável aumento
de produção em contraposição a redução de custos, de onde decorreu o
lançamento dos citados efluentes em desacordo com a licença de operação”.
Torna-se, portanto, temerário acolher a tese aventada pela defesa,
uma vez que cabe a regular instrução criminal a apuração da suposta
prática ilícita.
Ademais, no tocante à alegada ausência de justa causa para
persecução criminal em razão da anulação do auto de infração ambiental,
confira-se o consignado no acórdão atacado:
“No caso, em que pese o alegado pelos recorrentes, há nos
autos laudo pericial atestando o lançamento de efluentes sem
tratamento adequado no Rio dos Sinos, sendo que o auto de
infração anulado não trata desta questão. Quanto a isto,
observe-se o seguinte trecho do parecer da d. Subprocuradoria-
Geral da República:
'Com efeito, anulado o auto de infração acostado à fl. 207
do volume 1 do apenso, nos termos da decisão encartada à fl. 25
dos autos, na qual expressamente se encontra consignado que a
empresa possuía a sobredita licença, não há que se falar na
tipificação do delito previsto no art. 60 da Lei 9.605/98, como
13
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Supremo Tribunal Federal
HC 106.071 / RS
Naquela assentada, analisamos o nexo de causalidade entre os atos
da pessoa jurídica e o evento danoso, e entre atos do dirigente da pessoa
jurídica e o evento danoso praticado em nome da pessoa jurídica.
No caso do vazamento nos oleodutos da Petrobras, diferentemente
do ocorrido aqui nesse habeas, não identificamos nexo de causalidade
entre a conduta do dirigente e o evento danoso.
Lá, havia 14 mil quilômetros de oleodutos e como narrado na
denúncia, não era possível imputar ao paciente qualquer conduta que o
ligasse ao dano provocado.
Aqui, por outro lado, infere-se que os dirigentes sabiam das más
condições do sistema. Conforme consta da denúncia, os pacientes
“permitiram o funcionamento de comprometidos sistemas de tratamento de
fluentes e de supervisão deste, que foram operados sem os mecanismos de
segurança que se impunham nas circunstâncias, visando a um provável aumento
de produção em contraposição a redução de custos, de onde decorreu o
lançamento dos citados efluentes em desacordo com a licença de operação”.
Torna-se, portanto, temerário acolher a tese aventada pela defesa,
uma vez que cabe a regular instrução criminal a apuração da suposta
prática ilícita.
Ademais, no tocante à alegada ausência de justa causa para
persecução criminal em razão da anulação do auto de infração ambiental,
confira-se o consignado no acórdão atacado:
“No caso, em que pese o alegado pelos recorrentes, há nos
autos laudo pericial atestando o lançamento de efluentes sem
tratamento adequado no Rio dos Sinos, sendo que o auto de
infração anulado não trata desta questão. Quanto a isto,
observe-se o seguinte trecho do parecer da d. Subprocuradoria-
Geral da República:
'Com efeito, anulado o auto de infração acostado à fl. 207
do volume 1 do apenso, nos termos da decisão encartada à fl. 25
dos autos, na qual expressamente se encontra consignado que a
empresa possuía a sobredita licença, não há que se falar na
tipificação do delito previsto no art. 60 da Lei 9.605/98, como
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
HC 106.071 / RS
truísmo, devendo a ação penal ser trancada no ponto.
Sustentam os recorrentes, ademais, que, pelo fato de o
mencionado auto de infração referir-se não só à ampliação do
estabelecimento, mas também ao lançamento de efluentes no
Rio dos Sinos - objeto das duas outras imputações que sobre
eles pesam -, a sua anulação pela FEPAM teria o condão de
desconstituir, em igual medida, o lastro probatório referente ao
crime previsto no art. 54 da Lei 9.605/98, a fulminar, também
para ele, a justa causa para a ação penal. Com efeito, a infração
assim aparece descrita no referido auto: Lançamento de
efluente sem tratamento adequado no corpo receptor, alterando
a coloração do Rio dos Sinos e ampliar estabelecimento
poluidor, sem licença dos órgãos ambientais competentes (fl.
207 do volume 1 do apenso).
O raciocínio parece óbvio. Sucede, todavia, que, não
obstante o auto de infração, de fato, tenha descrito as duas
outras condutas ilícitas supostamente praticadas pelos
recorrentes, a decisão que lhe acarretou a nulidade (fl. 25 dos
autos), a par de um laconismo ímpar, sequer as tangenciou, vale
dizer, sobre elas, nada dispôs, limitando-se a consignar a
existência de licença prévia para a ampliação do
estabelecimento, o que faz cair por terra os esforços defensivos
alinhavados. A isso, soma-se o fato de que o lançamento de
efluentes sem tratamento ou parcialmente tratados no Rio dos
Sinos pela empresa PSA Indústria de Papel encontra substrato
probatório, de igual maneira, no Laudo Pericial 19.662/2006,
acostado às fls. 1504/1583 do volume 6 do apenso, como, aliás,
faz referência expressa a peça incoativa. À fl. 1574 do referido
laudo, encontra-se consignado, por exemplo, que:
Foi observado na empresa PSA Industrial de Papel Ltda., o
vazamento de efluentes líquidos não tratados, ou parcialmente
tratados, para o esgoto pluvial e para a área não pavimentada
nos fundos da referida empresa, bem como a contaminação de
esgoto pluvial com resíduos de aparas de papel. A existência
destes fatos representa não-cumprimento das normas
regulamentares exigidas na licença de operação concedida pelo
14
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truísmo, devendo a ação penal ser trancada no ponto.
Sustentam os recorrentes, ademais, que, pelo fato de o
mencionado auto de infração referir-se não só à ampliação do
estabelecimento, mas também ao lançamento de efluentes no
Rio dos Sinos - objeto das duas outras imputações que sobre
eles pesam -, a sua anulação pela FEPAM teria o condão de
desconstituir, em igual medida, o lastro probatório referente ao
crime previsto no art. 54 da Lei 9.605/98, a fulminar, também
para ele, a justa causa para a ação penal. Com efeito, a infração
assim aparece descrita no referido auto: Lançamento de
efluente sem tratamento adequado no corpo receptor, alterando
a coloração do Rio dos Sinos e ampliar estabelecimento
poluidor, sem licença dos órgãos ambientais competentes (fl.
207 do volume 1 do apenso).
O raciocínio parece óbvio. Sucede, todavia, que, não
obstante o auto de infração, de fato, tenha descrito as duas
outras condutas ilícitas supostamente praticadas pelos
recorrentes, a decisão que lhe acarretou a nulidade (fl. 25 dos
autos), a par de um laconismo ímpar, sequer as tangenciou, vale
dizer, sobre elas, nada dispôs, limitando-se a consignar a
existência de licença prévia para a ampliação do
estabelecimento, o que faz cair por terra os esforços defensivos
alinhavados. A isso, soma-se o fato de que o lançamento de
efluentes sem tratamento ou parcialmente tratados no Rio dos
Sinos pela empresa PSA Indústria de Papel encontra substrato
probatório, de igual maneira, no Laudo Pericial 19.662/2006,
acostado às fls. 1504/1583 do volume 6 do apenso, como, aliás,
faz referência expressa a peça incoativa. À fl. 1574 do referido
laudo, encontra-se consignado, por exemplo, que:
Foi observado na empresa PSA Industrial de Papel Ltda., o
vazamento de efluentes líquidos não tratados, ou parcialmente
tratados, para o esgoto pluvial e para a área não pavimentada
nos fundos da referida empresa, bem como a contaminação de
esgoto pluvial com resíduos de aparas de papel. A existência
destes fatos representa não-cumprimento das normas
regulamentares exigidas na licença de operação concedida pelo
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Voto - MIN. GILMAR MENDES
HC 106.071 / RS
órgão ambiental competente (FEPAM Fundação Estadual de
Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler).
Dessa forma, inviável se possa afirmar não estejam
presentes os reclamados indícios de autoria (no sentido de que
os efluentes não tratados ou parcialmente tratados a que se
refere a denúncia se deram por conta da atividade da PSA
Indústria de Papel), a par da inconteste materialidade do crime,
diante da morte de cerca de 86 toneladas de peixe no Rio dos
Sinos, necessários ao recebimento da denúncia' (fls. 217/219).
Diante disto, é de se concluir que há, com os dados
existentes até aqui, o mínimo de elementos que autorizam o
prosseguimento da ação penal, sendo demasiadamente
precipitado o seu trancamento”.
Por fim, ressalto que a jurisprudência do STF consolidou o
entendimento segundo o qual não é possível trancar ação penal
instaurada na origem quando a denúncia narra, de modo adequado, fatos
que, ao menos em tese, qualificar-se-iam como típicos e que, na espécie,
permitiriam ao paciente o exercício da ampla defesa: (cf. HC n. 89.965/RJ,
da minha relatoria, 2ª Turma, unânime, DJ 9.3.2007; HC n. 87.324/SP, rel.
Min. Cármen Lúcia, 1ª Turma, maioria, DJ 18.5.2007; HC n. 91.005/DF, rel.
Min. Carlos Britto, 1ª Turma, unânime, DJ 1º.6.2007; RHC n. 86.534/MG,
rel. Min. Eros Grau, 1ª Turma, unânime, DJ 25.11.2005; RHC n. 85.530/PA,
rel. Min. Joaquim Barbosa, 2ª Turma, unânime, DJ 8.6.2007).
Por essas razões, na linha dos precedentes arrolados, denego a
ordem de habeas corpus.
É como voto.
15
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Supremo Tribunal Federal
HC 106.071 / RS
órgão ambiental competente (FEPAM Fundação Estadual de
Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler).
Dessa forma, inviável se possa afirmar não estejam
presentes os reclamados indícios de autoria (no sentido de que
os efluentes não tratados ou parcialmente tratados a que se
refere a denúncia se deram por conta da atividade da PSA
Indústria de Papel), a par da inconteste materialidade do crime,
diante da morte de cerca de 86 toneladas de peixe no Rio dos
Sinos, necessários ao recebimento da denúncia' (fls. 217/219).
Diante disto, é de se concluir que há, com os dados
existentes até aqui, o mínimo de elementos que autorizam o
prosseguimento da ação penal, sendo demasiadamente
precipitado o seu trancamento”.
Por fim, ressalto que a jurisprudência do STF consolidou o
entendimento segundo o qual não é possível trancar ação penal
instaurada na origem quando a denúncia narra, de modo adequado, fatos
que, ao menos em tese, qualificar-se-iam como típicos e que, na espécie,
permitiriam ao paciente o exercício da ampla defesa: (cf. HC n. 89.965/RJ,
da minha relatoria, 2ª Turma, unânime, DJ 9.3.2007; HC n. 87.324/SP, rel.
Min. Cármen Lúcia, 1ª Turma, maioria, DJ 18.5.2007; HC n. 91.005/DF, rel.
Min. Carlos Britto, 1ª Turma, unânime, DJ 1º.6.2007; RHC n. 86.534/MG,
rel. Min. Eros Grau, 1ª Turma, unânime, DJ 25.11.2005; RHC n. 85.530/PA,
rel. Min. Joaquim Barbosa, 2ª Turma, unânime, DJ 8.6.2007).
Por essas razões, na linha dos precedentes arrolados, denego a
ordem de habeas corpus.
É como voto.
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Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 106.071
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S) : LÉO MORAES PORCIÚNCULA
PACTE.(S) : MARLI JUNG
IMPTE.(S) : CÉSAR PERES E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: A Turma, por votação unânime, indeferiu o pedido de
habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Presidiu, este
julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello. Ausentes,
justificadamente, o Senhor Ministro Ayres Britto e, licenciado, o
Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 106.071
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. GILMAR MENDES
PACTE.(S) : LÉO MORAES PORCIÚNCULA
PACTE.(S) : MARLI JUNG
IMPTE.(S) : CÉSAR PERES E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: A Turma, por votação unânime, indeferiu o pedido de
habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Presidiu, este
julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello. Ausentes,
justificadamente, o Senhor Ministro Ayres Britto e, licenciado, o
Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 21
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1571446 | 2011-10-25T00:00:00 | 2011-11-16T00:00:00 | A Turma, por votação unânime, indeferiu o pedido de habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Presidiu, este julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Ayres Britto e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011. | HABEAS CORPUS | Habeas Corpus. 2. Falta de justa causa. Inexistência. Condutas que, em princípio, amoldam-se ao tipo previsto no art. 54, § 2º, V, da Lei 9.605/98. Inépcia da denúncia. Inexistência. Observância dos requisitos do art. 41 do CPP. Livre exercício do direito de defesa. Ordem denegada. | sjur201526 | - Acórdãos citados: Inq 1879 - Tribunal Pleno, HC 70763, HC 73271,
HC 83554, HC 85190, RHC 85530, HC 86395, RHC 86534, HC
87324, HC 89965, HC 91005, HC 91603, HC 93224, HC 94842,
HC 95761, HC 97484, HC 98631, HC 101851.
- Veja RHC 24055 do STJ.
Número de páginas: 21.
Análise: 28/11/2011, MMR.
Análise: 14/12/2011, ACG. | GILMAR MENDES | Segunda Turma | 106071 | [
"LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\r\n ART-00041 \r\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL\r\n",
"LEG-FED LEI-009605 ANO-1998\r\n ART-00002 ART-00054 PAR-00002 INC-00005 \r\n LEI ORDINÁRIA"
] | HC | acordaos | HC 106071 | [
""
] | PACTE.(S) : LÉO MORAES PORCIÚNCULA
PACTE.(S) : MARLI JUNG
IMPTE.(S) : CÉSAR PERES E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 106 . 071",
"HABEAS CORPUS 106 . 071",
"RHC n . 24 . 055 / RS",
"HC 73 . 271 / SP",
"HC 86 . 000 / PE",
"HABEAS CORPUS 106 . 071",
"RHC n . 24 . 055 / RS",
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"HC 106 . 071 / RS",
"HC 88 . 359 / RJ",
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"HC 86 . 622 / SP",
"HC 87 . 293 / PE",
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"RHC 21284 / RJ",
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"HC 106 . 071 / RS",
"HC 88",
".",
"359",
"/",
"RJ",
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"HC 106 . 071 / RS",
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"HC 91 . 634 / GO",
"RHC 88 . 139 / MG",
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"HC 106 . 071 / RS",
"Ação Penal n . 2070000006 - 8",
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"Ação Penal n . 2070000006 - 8",
"HABEAS CORPUS 106 . 071",
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"HC 106 . 071 / RS",
"HC 91 . 603",
"HC 95761",
"HC 91603",
"HC 106 . 071 / RS",
"HC 91 . 603",
"HC 95761",
"HC 91603",
"HC 106 . 071 / RS",
"HCs 87 . 310",
"RHC 88 . 139",
"HC 85 . 740",
"HC 85 . 134",
"HC 98631",
"HC 106 . 071 / RS",
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".",
"005",
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"HC 85 . 740",
"HC 85 . 134",
"HC 98631",
"HC 106 . 071 / RS",
"HC 93224",
"INQ n . 1879 / DF",
"HC no 86 . 395 / SP",
"HC 70 . 763 / DF",
"HC 106 . 071 / RS",
"HC 93224",
"INQ n . 1879 / DF",
"HC no 86 . 395 / SP",
"HC 70",
"HC 106 . 071 / RS",
"HC no 70 . 763 / DF",
"HC n . 73 . 271 / SP",
"RF 150 / 393",
"HC n . 73 . 271 / SP",
"HC 106 . 071 / RS",
"HC no 70 . 763 / DF",
"HC n . 73 . 271 / SP",
"RF 150 / 393",
"HC n . 73 . 271 / SP",
"HC 106 . 071 / RS",
"HC 106 . 071 / RS Celso",
"HC 106 . 071 / RS",
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"HC 106 . 071 / RS",
"HC 106 . 071 / RS",
"HC 106 . 071 / RS",
"HC 106 . 071 / RS",
"HC 106 . 071 / RS",
"HC 85190",
"HC 106 . 071 / RS",
"HC 85190",
"HC 106 . 071 / RS",
"HC 94842",
"HC 97484",
"HC 106 . 071 / RS",
"HC 94842",
"HC 97484",
"HC 106 . 071 / RS",
"HC 101851",
"HC 83 . 554",
"HC 106 . 071 / RS",
"HC 101851",
"HC 83 . 554",
"HC 106 . 071 / RS",
"HC 106 . 071 / RS",
"HC 106 . 071 / RS",
"HC 106 . 071 / RS",
"HC 106 . 071 / RS",
"HC n . 89 . 965 / RJ",
"HC n . 87 . 324 / SP",
"HC n . 91 . 005 / DF",
"RHC n . 86 . 534 / MG",
"RHC n . 85 . 530 / PA",
"HC 106 . 071 / RS",
"HC n . 89 . 965 / RJ",
"HC n . 87 . 324 / SP",
"HC n . 91 . 005 / DF",
"RHC n . 86 . 534 / MG",
"RHC n . 85 . 530 / PA",
"HABEAS CORPUS 106 . 071",
"HABEAS CORPUS 106 . 071"
],
"LEGISLACAO": [
"art . 54 , § [UNK] , V , da Lei 9 . 605 / 98",
"art . 41 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTS . 54 , § [UNK] , V , E 60 DA LEI DE CRIMES AMBIENTAIS",
"ARTIGO 60 DA MENCIONADA LEI",
"54 , § [UNK] , inc . V , da Lei",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTS . 54 , § [UNK] , V , E 60 DA LEI DE CRIMES AMBIENTAIS",
"ARTIGO 60 DA MENCIONADA LEI",
"art . 54 , § [UNK] , inc . V , da Lei de Documento",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 41 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 41 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200",
"art . 54 , § [UNK] , inc . V , da Lei",
"art . 60 da Lei 9605 / 98",
"art",
"art . 15 , III , alíneas “ a ” , “ h ” e “ o ” , todos da Lei 9 . 605 / 98",
"art . 60 da Lei 9 . 605 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 54 , § [UNK] , inc . V , da Lei 9605 / 98",
"art . 60 da Lei 9605 / 98",
"art",
"art . 15 , III , alíneas “ a ” , “ h ” e “ o ” , todos da Lei 9 . 605 / 98",
"art . 60 da Lei 9 . 605 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 41 DO CÓDIGO DE PROCESSO",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 41 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 89 , LEI 8 . 666 / 93",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 89 , LEI 8 . 666 / 93",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTIGO 18 , PARÁGRAFO ÚNICO , DA LC 73 / 95",
"ARTIGO 41 , PARÁGRAFO ÚNICO , DA LEI N . 8 . 625 / 93",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTIGO 18 , PARÁGRAFO ÚNICO , DA",
"LC 73 / 95",
"ARTIGO 41 , PARÁGRAFO ÚNICO , DA",
"LEI N . 8 . 625 / 93",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 18 , parágrafo único , da LC 73 / 95",
"artigo 41 , parágrafo único , da Lei n . 8 . 625 / 93",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigo 18 , parágrafo único , da LC",
"artigo 41 , parágrafo único , da Lei n . 8 . 625 / 93",
"MP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 41 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 41 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Resolução CONAMA 357",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Resolução CONAMA 357",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei 9 . 605 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei 9 . 605 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . [UNK] DA LEI 9 . 605 / 1998",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . [UNK] DA LEI 9 . 605 / 1998",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 41 DO CPP",
"ART . [UNK] DA LEI 9 . 605 / 98",
"art . 41 , do Código de Processo Penal",
"art . [UNK] da Lei [UNK] 9 . 605 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 41 DO CPP",
"ART . [UNK] DA LEI 9 . 605 / 98",
"art . 41 , do Código de Processo Penal",
"art . [UNK] da Lei [UNK] 9 . 605 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 60 da Lei 9 . 605 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 60 da Lei 9 . 605 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 54 da Lei 9 . 605 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 54 da Lei 9 . 605 / 98",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"RIO GRANDE DO SUL",
"Brasília",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"Rio dos Sinos",
"Rio dos Sinos",
"Rio dos Sinos",
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"Estado do Rio Grande do Sul",
"Estado do Rio Grande do Sul",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL",
"Rio dos Sinos",
"Município de São Leopoldo , RS",
"Rio dos Sinos",
"Município de São Leopoldo , RS",
"Rio dos Sinos",
"Rio dos Sinos",
"Rio dos Sinos",
"Município de São Leopoldo , RS",
"Rio dos Sinos",
"Município de São Leopoldo , RS",
"Rio dos Sinos",
"Rio dos Sinos",
"Rio dos Sinos",
"Rio dos Sinos",
"Rio dos Sinos",
"Rio dos Sinos",
"Rio dos Sinos",
"Rio dos Sinos",
"Rio dos Sinos",
"Rio dos Sinos",
"Rio dos Sinos",
"Rio dos Sinos",
"RIO GRANDE DO SUL",
"RIO GRANDE DO SUL"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PSA Indústria de Papel S / A",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Primeira Turma",
"Primeira Turma",
"Ministério Público",
"Segunda Turma",
"STJ",
"[UNK] Turma",
"TJ",
"/",
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"[UNK] Turma",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PSA Indústria de Papel S / A",
"Segunda Turma",
"Segunda Turma",
"Primeira Turma",
"Primeira Turma",
"Ministério Público",
"Segunda Turma",
"STJ",
"[UNK] Turma",
"TJ",
"/",
"MG",
"[UNK] Turma",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Primeira Turma",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Segunda Turma",
"Primeira Turma",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Superior Tribunal de Justiça",
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"-",
"Geral da República",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Geral da República",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
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"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Procuradoria",
"-",
"Geral da República",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Secretaria de Saúde do Distrito Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Secretaria de Saúde do Distrito Federal",
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"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Ministério Público Estadual",
"Pleno",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Ministério Público Estadual",
"Pleno",
"Segunda Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"MINISTÉRIO PÚBLICO",
"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Ministério Público",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"empresa",
"PSA Indústria de Papel S / A",
"PSA Indústria de Papel S / A",
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"FEPAM",
"FEPAM",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"FEPAM",
"Fundação Estadual de Proteção Ambiental Luiz Roessler",
"Secretaria de Meio Ambiente de São Leopoldo",
"FEPAM",
"FEPAM",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"FEPAM",
"PSA Indústria de Papel S / A",
"PSA Indústria de Papel S / A",
"FEPAM",
"Fundação Estadual de Proteção Ambiental Luiz Roessler",
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"FEPAM",
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"Brasil",
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"FEPAM",
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"PSA Indústria de Papel S / A",
"FEPAM",
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"-",
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"Petrobras",
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"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
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"[UNK] Turma",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"FEPAM",
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"STF",
"[UNK] Turma",
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"[UNK] Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
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"SEGUNDA TURMA",
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"-",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"GILMAR MENDES",
"LÉO MORAES",
"MARLI JUNG",
"CÉSAR PERES",
"Celso de Mello",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"LÉO MORAES PORCIÚNCULA",
"MARLI JUNG",
"CÉSAR PERES",
"GILMAR MENDES",
"César Peres",
"Marli Jung",
"Léo Moraes Porciúncula",
"Laurita Vaz",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"GILMAR MENDES",
"LÉO MORAES",
"MARLI JUNG",
"CÉSAR PERES",
"GILMAR MENDES",
"César Peres",
"Marli Jung",
"Léo Moraes Porciúncula",
"Laurita Vaz",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Leo",
"Marli",
"Cezar Peluso",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Eros Grau",
"Eros Grau",
"Jane Silva",
"Marco Aurélio",
"Leo",
"Marli",
"Cezar Peluso",
"Joaquim Barbosa",
"Ricardo Lewandowski",
"Eros Grau",
"Eros Grau",
"Jane Silva",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Celso de Mello",
"Carlos Britto",
"Cármen Lúcia",
"Celso de Mello",
"Carlos Britto",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"Ellen Gracie",
"JOAQUIM BARBOSA",
"ELLEN GRACIE",
"Ellen Gracie",
"JOAQUIM BARBOSA",
"ELLEN GRACIE",
"GILMAR MENDES",
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"Marco Aurélio",
"Ayres Britto",
"Ricardo Lewandowski",
"Marco Aurélio",
"Ayres Britto",
"GILMAR MENDES",
"EROS GRAU",
"Ellen Gracie",
"Celso de Mello",
"EROS GRAU",
"Ellen Gracie",
"Celso de Mello",
"GILMAR MENDES",
"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
"OROZIMBO NONATO",
"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
"OROZIMBO NONATO",
"GILMAR MENDES",
"Celso de Mello",
"Léo Moraes Porciúncula",
"Marli Jung",
"GUIDO SOUZA DE MELO",
"Léo Moraes Porciúncula",
"Marli Jung",
"GUIDO SOUZA DE MELO",
"GILMAR MENDES",
"LÉO MORAES PORCIÚNCULA",
"MARLI JUNG",
"LÉO MORAES PORCIÚNCULA",
"MARLI JUNG",
"GILMAR MENDES",
"Léo Moraes Porcíncula",
"Marli Jung",
"GUIDO SOUZA DE MELO",
"Léo Moraes Porcíncula",
"Marli Jung",
"GUIDO SOUZA DE MELO",
"GILMAR MENDES",
"LÉO MORAES PORCIÚNCULA",
"MARLI JUNG",
"LÉO MORAES PORCIÚNCULA",
"MARLI JUNG",
"GILMAR MENDES",
"JOAQUIM BARBOSA",
"JOAQUIM BARBOSA",
"GILMAR MENDES",
"EROS GRAU",
"ELLEN GRACIE",
"EROS GRAU",
"ELLEN GRACIE",
"GILMAR MENDES",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"GILMAR MENDES",
"Henrique Luiz Roessler",
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"Henrique Luiz Roessler",
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"Carlos Britto",
"Eros Grau",
"Joaquim Barbosa",
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"CÉSAR PERES",
"Celso de Mello",
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"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab",
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"Ayres Britto",
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"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab"
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"TEMPO": [
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"2011",
"04",
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"02",
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"03",
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"27",
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"2004",
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"08 de outubro de 2006",
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"1996",
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"24",
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"17 de março de 2005",
"24",
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"9 de outubro de 2006",
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"16 de outubro de 2006",
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"7",
"9 de outubro de 2006",
"08",
"16 de outubro de 2006",
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"-",
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"-",
"2010",
"22",
"-",
"10",
"-",
"2010",
"28",
".",
"10",
".",
"2005",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"03",
"/",
"08",
"/",
"2010",
"21",
"-",
"10",
"-",
"2010",
"22",
"-",
"10",
"-",
"2010",
"28",
".",
"10",
".",
"2005",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"9",
".",
"3",
".",
"2007",
"18",
".",
"5",
".",
"2007",
"[UNK]",
".",
"6",
".",
"2007",
"25",
".",
"11",
".",
"2005",
"8",
".",
"6",
".",
"2007",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"9",
".",
"3",
".",
"2007",
"18",
".",
"5",
".",
"2007",
"[UNK]",
".",
"6",
".",
"2007",
"25",
".",
"11",
".",
"2005",
"8",
".",
"6",
".",
"2007",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 633.029 PIAUÍ
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S)
:UNIAO
ADV.(A/S)
:ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
AGDO.(A/S)
:MUNICIPIO DE JOAQUIM PIRES
ADV.(A/S)
:JOÃO ULISSES DE BRITTO AZÊDO E OUTRO(A/S)
EMENTA:
AGRAVO
REGIMENTAL
NO
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
PROCESSO
CIVIL.
AUSÊNCIA
DE
PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356 DO STF. FUNDO DE
MANUTENÇÃO
E
DESENVOLVIMENTO
DO
ENSINO
FUNDAMENTAL E DE VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO – FUNDEF.
DEFINIÇÃO DO VALOR MÍNIMO ANUAL POR ALUNO.
COMPLEMENTAÇÃO DE RECURSOS. INTERPRETAÇÃO DA
LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. INEXISTÊNCIA DE
REPERCUSSÃO GERAL. AGRAVO IMPROVIDO.
I – Ausência de prequestionamento do art. 100 da CF. Os embargos
declaratórios não foram opostos com a finalidade de suprir essa omissão.
Incidência das Súmulas 282 e 356 do STF.
II - Os Ministros desta Corte, no RE 636.978-RG/PI, Rel. Ministro
Presidente, manifestaram-se pela inexistência de repercussão geral do
tema em exame, por se tratar de matéria infraconstitucional, decisão que
vale para todos os recursos sobre matéria idêntica.
III – Agravo regimental improvido.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do
Senhor Ministro Ayres Britto, na conformidade da ata de julgamentos e
das notas taquigráficas, por decisão unânime, negar provimento ao
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1548778.
Supremo Tribunal Federal
DJe 16/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 7
Ementa e Acórdão
RE 633.029 AGR / PI
recurso, nos termos do voto do Relator. Ausentes, justificadamente, os
Senhores Ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
RICARDO LEWANDOWSKI – RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1548778.
Supremo Tribunal Federal
RE 633.029 AGR / PI
recurso, nos termos do voto do Relator. Ausentes, justificadamente, os
Senhores Ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
RICARDO LEWANDOWSKI – RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 7
Relatório
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 633.029 PIAUÍ
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S)
:UNIAO
ADV.(A/S)
:ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
AGDO.(A/S)
:MUNICIPIO DE JOAQUIM PIRES
ADV.(A/S)
:JOÃO ULISSES DE BRITTO AZÊDO E OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Trata-se de
agravo regimental interposto contra decisão que negou seguimento ao
recurso extraordinário, sob o fundamento de que, incidem, na espécie, as
Súmulas 282 e 356 do STF, bem como que esta Corte, no julgamento do
RE 636.978-RG/PI, Rel. Min. Presidente, manifestou-se pela inexistência
de repercussão geral da questão nele abordada, ante a natureza
infraconstitucional do tema em discussão.
A agravante sustenta, em suma, que a questão constitucional
discutida nos autos não se amolda ao paradigma referido na decisão
recorrida, mas sim ao RE 635.347-RG/DF, Rel. Min. Presidente, com
repercussão geral reconhecida por esta Corte.
Requer o sobrestamento do processo, nos termos do art. 543-B do
CPC.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 633.029 PIAUÍ
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S)
:UNIAO
ADV.(A/S)
:ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
AGDO.(A/S)
:MUNICIPIO DE JOAQUIM PIRES
ADV.(A/S)
:JOÃO ULISSES DE BRITTO AZÊDO E OUTRO(A/S)
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Trata-se de
agravo regimental interposto contra decisão que negou seguimento ao
recurso extraordinário, sob o fundamento de que, incidem, na espécie, as
Súmulas 282 e 356 do STF, bem como que esta Corte, no julgamento do
RE 636.978-RG/PI, Rel. Min. Presidente, manifestou-se pela inexistência
de repercussão geral da questão nele abordada, ante a natureza
infraconstitucional do tema em discussão.
A agravante sustenta, em suma, que a questão constitucional
discutida nos autos não se amolda ao paradigma referido na decisão
recorrida, mas sim ao RE 635.347-RG/DF, Rel. Min. Presidente, com
repercussão geral reconhecida por esta Corte.
Requer o sobrestamento do processo, nos termos do art. 543-B do
CPC.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
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Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 633.029 PIAUÍ
V O T O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Eis o teor
da decisão ora agravada:
“Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão
que entendeu pela ilegitimidade da Portaria 400/2004 do Ministério
da Fazenda, na parte em que prevê a dedução nos repasses das cotas de
complementação da União ao FUNDEF, sob o fundamento de que o §
7º do art. 3º do Decreto 2.264/1997 que regulamentava a Lei
9.424/1996 a qual dispõe sobre referido fundo vedava qualquer ajuste
relacionado ao pagamento dessa complementação ao longo do
respectivo exercício de competência.
Neste RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição Federal,
alegou-se, em suma, ofensa ao art. 100, da mesma Carta, bem como ao
art. 60, § 1º, do ADCT.
A pretensão recursal não merece acolhida.
Quanto à alegada ofensa ao art. 100 da Constituição, como tem
consignado o Tribunal, por meio da Súmula 282, é inadmissível o
recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver
sido apreciada no acórdão recorrido. Ademais, se os embargos
declaratórios não foram opostos com a finalidade de suprir a omissão,
é inviável o recurso, a tero da Súmula 356 do STF.
Além disso, os Ministros desta Corte, no RE 636.978-RG/PI,
Rel. Min. Presidente, manifestaram-se pela inexistência de
repercussão geral da controvérsia relativa à forma de cálculo do valor
mínimo anual por aluno (VMAA) e a definição do repasse a título de
complementação da União ao FUNDEF, por entender que a discussão
tem natureza infraconstitucional, decisão que vale para todos os
recursos sobre matéria idêntica, consoante determinam os arts. 326 e
327, § 1º, do RISTF, e o art. 543-A, § 5º, do CPC, introduzido pela Lei
11.418/2006. Por oportuno, trago à colação a ementa do referido
julgado:
Supremo Tribunal Federal
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25/10/2011
SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 633.029 PIAUÍ
V O T O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Eis o teor
da decisão ora agravada:
“Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão
que entendeu pela ilegitimidade da Portaria 400/2004 do Ministério
da Fazenda, na parte em que prevê a dedução nos repasses das cotas de
complementação da União ao FUNDEF, sob o fundamento de que o §
7º do art. 3º do Decreto 2.264/1997 que regulamentava a Lei
9.424/1996 a qual dispõe sobre referido fundo vedava qualquer ajuste
relacionado ao pagamento dessa complementação ao longo do
respectivo exercício de competência.
Neste RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição Federal,
alegou-se, em suma, ofensa ao art. 100, da mesma Carta, bem como ao
art. 60, § 1º, do ADCT.
A pretensão recursal não merece acolhida.
Quanto à alegada ofensa ao art. 100 da Constituição, como tem
consignado o Tribunal, por meio da Súmula 282, é inadmissível o
recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver
sido apreciada no acórdão recorrido. Ademais, se os embargos
declaratórios não foram opostos com a finalidade de suprir a omissão,
é inviável o recurso, a tero da Súmula 356 do STF.
Além disso, os Ministros desta Corte, no RE 636.978-RG/PI,
Rel. Min. Presidente, manifestaram-se pela inexistência de
repercussão geral da controvérsia relativa à forma de cálculo do valor
mínimo anual por aluno (VMAA) e a definição do repasse a título de
complementação da União ao FUNDEF, por entender que a discussão
tem natureza infraconstitucional, decisão que vale para todos os
recursos sobre matéria idêntica, consoante determinam os arts. 326 e
327, § 1º, do RISTF, e o art. 543-A, § 5º, do CPC, introduzido pela Lei
11.418/2006. Por oportuno, trago à colação a ementa do referido
julgado:
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 7
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
RE 633.029 AGR / PI
'Extraordinário. Inadmissibilidade. FUNDEF. Cálculo do
valor mínimo nacional por aluno. Tema infraconstitucional.
Precedentes. Ausência de repercussão geral. Recurso
extraordinário não conhecido. Não apresenta repercussão geral
recurso extraordinário que, tendo por objeto a forma de cálculo
do valor mínimo nacional por aluno (VMNA) a ser repassado ao
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), versa
sobre tema infraconstitucional'.
Isso posto, nego seguimento ao recurso (CPC, art. 557, caput)”.
Bem reexaminada a questão, verifica-se que a decisão ora atacada
não merece reforma, visto que a recorrente não aduz novos argumentos
capazes de afastar as razões nela expendidas.
Inicialmente registro que no RE 635.347-RG/DF, consoante asseverou
o relator, Ministro Presidente,
“a controvérsia está em saber se o pagamento de verbas,
provenientes de condenações judiciais de ente federativo e decorrentes
de erros de cálculo quanto a repasses, constitucionalmente previstos, a
outras unidades da federação, deve, ou não, obedecer à ordem de
precatório prevista no artigo 100 da Constituição Federal”.
No mencionado precedente, foi reconhecida a repercussão geral
tendo em vista que a questão discutida envolvia tema de cunho
constitucional, relacionado à forma de pagamento decorrente de
condenação judicial imposta à União.
Neste recurso extraordinário, entretanto, discute-se matéria
relacionada à complementação de recursos do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério
- FUNDEF, prevista na Lei 9.424/1996, e a sistemática de ajustes da
referida complementação, disciplinada pelo Decreto 2.264/1997, que
regulamentou referida lei.
2
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 633.029 AGR / PI
'Extraordinário. Inadmissibilidade. FUNDEF. Cálculo do
valor mínimo nacional por aluno. Tema infraconstitucional.
Precedentes. Ausência de repercussão geral. Recurso
extraordinário não conhecido. Não apresenta repercussão geral
recurso extraordinário que, tendo por objeto a forma de cálculo
do valor mínimo nacional por aluno (VMNA) a ser repassado ao
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), versa
sobre tema infraconstitucional'.
Isso posto, nego seguimento ao recurso (CPC, art. 557, caput)”.
Bem reexaminada a questão, verifica-se que a decisão ora atacada
não merece reforma, visto que a recorrente não aduz novos argumentos
capazes de afastar as razões nela expendidas.
Inicialmente registro que no RE 635.347-RG/DF, consoante asseverou
o relator, Ministro Presidente,
“a controvérsia está em saber se o pagamento de verbas,
provenientes de condenações judiciais de ente federativo e decorrentes
de erros de cálculo quanto a repasses, constitucionalmente previstos, a
outras unidades da federação, deve, ou não, obedecer à ordem de
precatório prevista no artigo 100 da Constituição Federal”.
No mencionado precedente, foi reconhecida a repercussão geral
tendo em vista que a questão discutida envolvia tema de cunho
constitucional, relacionado à forma de pagamento decorrente de
condenação judicial imposta à União.
Neste recurso extraordinário, entretanto, discute-se matéria
relacionada à complementação de recursos do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério
- FUNDEF, prevista na Lei 9.424/1996, e a sistemática de ajustes da
referida complementação, disciplinada pelo Decreto 2.264/1997, que
regulamentou referida lei.
2
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Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
RE 633.029 AGR / PI
Assim, como asseverado na decisão impugnada, os Ministros desta
Corte, no RE 636.978-RG/PI, Rel. Min. Presidente, manifestaram-se pela
inexistência de repercussão geral da controvérsia em questão, por
entenderem que o tema possuiu natureza infraconstitucional, decisão que
vale para todos os recursos sobre matéria idêntica, consoante determinam
os arts. 326 e 327, § 1º, do RISTF, e o art. 543-A, § 5º, do CPC, introduzido
pela Lei 11.418/2006.
Por fim, ressalto que, ainda que o paradigma indicado pela
agravante encontrasse sintonia com o caso destes autos, sua
aplicabilidade encontraria óbice nas Súmulas 282 e 356 do STF, tendo em
vista a ausência de prequestionamento em relação ao art. 100 da
Constituição Federal, consignada na decisão recorrida.
Isso posto, nego provimento ao agravo regimental.
3
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 633.029 AGR / PI
Assim, como asseverado na decisão impugnada, os Ministros desta
Corte, no RE 636.978-RG/PI, Rel. Min. Presidente, manifestaram-se pela
inexistência de repercussão geral da controvérsia em questão, por
entenderem que o tema possuiu natureza infraconstitucional, decisão que
vale para todos os recursos sobre matéria idêntica, consoante determinam
os arts. 326 e 327, § 1º, do RISTF, e o art. 543-A, § 5º, do CPC, introduzido
pela Lei 11.418/2006.
Por fim, ressalto que, ainda que o paradigma indicado pela
agravante encontrasse sintonia com o caso destes autos, sua
aplicabilidade encontraria óbice nas Súmulas 282 e 356 do STF, tendo em
vista a ausência de prequestionamento em relação ao art. 100 da
Constituição Federal, consignada na decisão recorrida.
Isso posto, nego provimento ao agravo regimental.
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 7
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 633.029
PROCED. : PIAUÍ
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S) : UNIAO
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
AGDO.(A/S) : MUNICIPIO DE JOAQUIM PIRES
ADV.(A/S) : JOÃO ULISSES DE BRITTO AZÊDO E OUTRO(A/S)
Decisão: recurso improvido, nos termos do voto do Relator.
Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro
Gilmar Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª
Turma, 25.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1567395
Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 633.029
PROCED. : PIAUÍ
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S) : UNIAO
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
AGDO.(A/S) : MUNICIPIO DE JOAQUIM PIRES
ADV.(A/S) : JOÃO ULISSES DE BRITTO AZÊDO E OUTRO(A/S)
Decisão: recurso improvido, nos termos do voto do Relator.
Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro
Gilmar Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª
Turma, 25.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1567395
Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 7
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1571604 | 2011-10-25T00:00:00 | 2011-11-16T00:00:00 | Recurso improvido, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Gilmar Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356 DO STF. FUNDO DE MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL E DE VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO – FUNDEF. DEFINIÇÃO DO VALOR MÍNIMO ANUAL POR ALUNO. COMPLEMENTAÇÃO DE RECURSOS. INTERPRETAÇÃO DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. AGRAVO IMPROVIDO.
I – Ausência de prequestionamento do art. 100 da CF. Os embargos declaratórios não foram opostos com a finalidade de suprir essa omissão. Incidência das Súmulas 282 e 356 do STF.
II - Os Ministros desta Corte, no RE 636.978-RG/PI, Rel. Ministro Presidente, manifestaram-se pela inexistência de repercussão geral do tema em exame, por se tratar de matéria infraconstitucional, decisão que vale para todos os recursos sobre matéria idêntica.
III – Agravo regimental improvido. | sjur201543 | - Acórdão citado: RE 636978 RG.
Número de páginas: 7.
Análise: 15/12/2011, TRX. | RICARDO LEWANDOWSKI | Segunda Turma | 633029 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00100 \r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n\r\n",
"LEG-FED ADCT ANO-1988\r\n ART-00060 PAR-00001 \r\n ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS\r\n\r\n",
"LEG-FED LEI-005869 ANO-1973\r\n ART-0543A PAR-00005 REDAÇÃO DADA PELA LEI-11418/2006\r\n CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL\r\n\r\n",
"LEG-FED LEI-009424 ANO-1996\r\n LEI ORDINÁRIA\r\n\r\n",
"LEG-FED LEI-011418 ANO-2006\r\n LEI ORDINÁRIA\r\n\r\n",
"LEG-FED DEC-002264 ANO-1997\r\n DECRETO\r\n\r\n",
"LEG-FED RGI ANO-1980\r\n ART-00326 ART-00327 PAR-00001 \r\n RISTF-1980 REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000282 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n\r\n",
"LEG-FED SUMSTF-000356 \r\n SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | RE-AgR | acordaos | RE 633029 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : UNIAO
ADV.(A/S) : JOÃO ULISSES DE BRITTO AZÊDO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : MUNICIPIO DE JOAQUIM PIRES
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 633 . 029",
"SÚMULAS 282",
"Súmulas 282",
"RE 636 . 978 - RG / PI",
"RE 633 . 029",
"RE 633 . 029 AGR /",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 633 . 029",
"Súmulas 282 e 356 do STF",
"RE 636 . 978 - RG / PI",
"RE 635 . 347 - RG / DF",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 633 . 029",
"Súmulas 282 e 356 do STF",
"RE 636 . 978 - RG / PI",
"RE 635 . 347 - RG / DF",
"Súmula 356 do STF",
"RE 636 . 978 - RG / PI",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 633 . 029",
"Súmula 356 do STF",
"RE 636 . 978 - RG / PI",
"RE 633 . 029 AGR",
"RE 635 . 347 - RG / DF",
"RE 633 . 029 AGR / PI",
"RE 635 . 347 - RG / DF",
"RE 633 . 029 AGR /",
"RE 636 . 978 - RG / PI",
"Súmulas 282",
"RE 633 . 029 AGR",
"RE 636 . 978 - RG / PI",
"Súmulas 282 e 356 do STF",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 633 . 029",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 633 . 029"
],
"LEGISLACAO": [
"art . 100 da CF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 543 - B do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 543 - B do CPC",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Portaria 400 / 2004 do Ministério da Fazenda",
"§ [UNK] do art . [UNK] do Decreto 2 . 264 / 1997",
"Lei 9 . 424 / 1996",
"art . 102 , III , a , da Constituição Federal",
"art . 60 , § [UNK] , do ADCT",
"art . 100 da Constituição",
"arts",
"art . 543 - A , § [UNK] , do CPC",
"Lei 11 . 418 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Portaria 400 / 2004 do Ministério da Fazenda",
"§ [UNK] do art . [UNK] do Decreto 2 . 264 / 1997",
"Lei 9 . 424 / 1996",
"art . 102 , III , a , da Constituição Federal",
"art . 60 , § [UNK] , do ADCT",
"art . 100 da Constituição",
"arts . 326 e 327 , § [UNK] , do RISTF",
"art . 543 - A , § [UNK] , do CPC",
"Lei 11 . 418 / 2006",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CPC , art . 557 , caput",
"artigo 100 da Constituição Federal",
"Lei 9 . 424 / 1996",
"Decreto 2 . 264 / 1997",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CPC , art . 557 , caput",
"artigo 100 da Constituição Federal",
"Lei 9 . 424 / 1996",
"Decreto 2 . 264 / 1997",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . 326 e 327 , § [UNK] , do RISTF",
"art . 543 - A , § [UNK] , do CPC",
"Lei 11 . 418 / 2006",
"art . 100 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . 326 e 327 , § [UNK] , do RISTF",
"art . 543 - A , § [UNK] , do CPC",
"Lei 11 . 418 / 2006",
"art . 100 da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 -"
],
"LOCAL": [
"PIAUÍ",
"Brasília",
"Brasília",
"PIAUÍ",
"PIAUÍ",
"PIAUÍ",
"PIAUÍ",
"JOAQUIM"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"UNIAO",
"UNIÃO",
"MUNICIPIO",
"FUNDEF",
"Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"UNIAO",
"UNIÃO",
"MUNICIPIO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"UNIAO",
"UNIÃO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"União",
"FUNDEF",
"União",
"FUNDEF",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"União",
"FUNDEF",
"União",
"FUNDEF",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"FUNDEF",
"Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério",
"FUNDEF",
"União",
"Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério",
"FUNDEF",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"FUNDEF",
"Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério",
"FUNDEF",
"União",
"Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério",
"FUNDEF",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"UNIAO",
"UNIÃO",
"MUNICIPIO",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"UNIAO",
"UNIÃO",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"JOÃO ULISSES DE BRITTO AZÊDO",
"Ayres Britto",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"JOÃO ULISSES DE BRITTO AZÊDO",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"JOÃO ULISSES DE BRITTO AZÊDO",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"JOÃO ULISSES DE BRITTO AZÊDO",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"JOÃO ULISSES DE BRITTO AZÊDO",
"Gilmar Mendes",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"25 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
MANDADO DE SEGURANÇA 28.229 DISTRITO FEDERAL
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
IMPTE.(S)
:ALMIR NADIM RASLAN
ADV.(A/S)
:SILZOMAR F. MENDONÇA JR. E OUTRO(A/S)
IMPDO.(A/S)
:PRESIDENTE
DO TRIBUNAL
DE CONTAS
DA
UNIÃO
IMPDO.(A/S)
:TRIBUNAL
DE
CONTAS
DA
UNIÃO
(TC
01139120050)
ADV.(A/S)
:ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. 1.
CONTROLE EXTERNO DE LEGALIDADE DE ATO CONCESSIVO DE
APOSENTADORIA: INAPLICABILIDADE DA DECADÊNCIA
PREVISTA NO ART. 54 DA LEI 9.784/1999. 2. DETERMINAÇÃO DE
TRANSFORMAÇÃO DE GRATIFICAÇÃO EM VANTAGEM PESSOAL
NOMINALMENTE IDENTIFICÁVEL. INEXISTÊNCIA DE DIREITO
ADQUIRIDO A FORMA DE CÁLCULO DA GRATIFICAÇÃO.
PRECEDENTES. SEGURANÇA DENEGADA.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, em Primeira Turma, sob a Presidência da
Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata de julgamento e das
notas taquigráficas, à unanimidade, em denegar o mandado de
segurança, nos termos do voto da Relatora. Não participou,
justificadamente, deste julgamento, o Ministro Marco Aurélio.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
Ministra CÁRMEN LÚCIA - Relatora
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1586961.
Supremo Tribunal Federal
DJe 30/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 17
Relatório
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
MANDADO DE SEGURANÇA 28.229 DISTRITO FEDERAL
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
IMPTE.(S)
:ALMIR NADIM RASLAN
ADV.(A/S)
:SILZOMAR F. MENDONÇA JR. E OUTRO(A/S)
IMPDO.(A/S)
:PRESIDENTE
DO TRIBUNAL
DE CONTAS
DA
UNIÃO
IMPDO.(A/S)
:TRIBUNAL
DE
CONTAS
DA
UNIÃO
(TC
01139120050)
ADV.(A/S)
:ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA – (Relatora):
1. Mandado de segurança, com pedido de medida liminar,
impetrado contra decisões da 2ª Câmara do Tribunal de Contas da União,
que teria negado registro ao ato de aposentadoria do Impetrante e
julgado ilegal a forma de cálculo dos quintos/décimos de função
comissionada incorporada pelo servidor, com base na Portaria n. 474/1987
do MEC (Acórdãos n. 2068/2009 e 1336/2007) .
O caso
2. O Impetrante é servidor público federal aposentado do quadro da
Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – FUFMS, onde
exercia o cargo de professor de 3º grau. Aposentou-se em 15.6.1992 (fl.
134).
Em 10.1.2000, o ora Impetrante e outros impetraram mandado de
segurança no juiz federal na Seção Judiciária de Mato Grosso do Sul com
o objetivo de garantir “o pagamento de seus proventos e pensões, em especial
dos quintos incorporados com base nos parâmetros das Funções Comissionadas –
FC (Portaria - MEC n. 474-87) – e nos dos Cargos de Direção, em que aquelas
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1586962.
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25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
MANDADO DE SEGURANÇA 28.229 DISTRITO FEDERAL
RELATORA
: MIN. CÁRMEN LÚCIA
IMPTE.(S)
:ALMIR NADIM RASLAN
ADV.(A/S)
:SILZOMAR F. MENDONÇA JR. E OUTRO(A/S)
IMPDO.(A/S)
:PRESIDENTE
DO TRIBUNAL
DE CONTAS
DA
UNIÃO
IMPDO.(A/S)
:TRIBUNAL
DE
CONTAS
DA
UNIÃO
(TC
01139120050)
ADV.(A/S)
:ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA – (Relatora):
1. Mandado de segurança, com pedido de medida liminar,
impetrado contra decisões da 2ª Câmara do Tribunal de Contas da União,
que teria negado registro ao ato de aposentadoria do Impetrante e
julgado ilegal a forma de cálculo dos quintos/décimos de função
comissionada incorporada pelo servidor, com base na Portaria n. 474/1987
do MEC (Acórdãos n. 2068/2009 e 1336/2007) .
O caso
2. O Impetrante é servidor público federal aposentado do quadro da
Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – FUFMS, onde
exercia o cargo de professor de 3º grau. Aposentou-se em 15.6.1992 (fl.
134).
Em 10.1.2000, o ora Impetrante e outros impetraram mandado de
segurança no juiz federal na Seção Judiciária de Mato Grosso do Sul com
o objetivo de garantir “o pagamento de seus proventos e pensões, em especial
dos quintos incorporados com base nos parâmetros das Funções Comissionadas –
FC (Portaria - MEC n. 474-87) – e nos dos Cargos de Direção, em que aquelas
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1586962.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 17
Relatório
MS 28.229 / DF
funções vieram a ser transformadas após a incorporação das frações” (fl. 232).
Em 21.1.2002, o juiz federal da Seção Judiciária de Mato Grosso do
Sul concedeu a segurança para “determinar sejam pagos aos Impetrantes os
valores correspondentes aos quintos legitimamente incorporados em razão do
exercício de funções de confiança, legalmente reclassificadas através da Portaria
n. 474/87 do MEC, até a data em que passou a viger a Lei n. 8.168/91, que
transformou tais funções em cargos de direção ou funções gratificadas” (fl. 243).
Em 9.10.2007, a Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª
Região negou provimento à apelação interposta pela Fundação
Universitária Federal de Mato Grosso do Sul:
“ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. QUINTOS
INCORPORADOS EM RAZÃO DO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO
COMISSIONADA. PORTARIA N. 474/87 - MEC.
IMPOSSIBILIDADE DE REDUÇÃO. DIREITO ADQUIRIDO.
APELAÇÃO E REMESSA OFICIAL IMPROVIDAS. 1. O Colendo
Supremo Tribunal Federal pacificou o entendimento de que os
servidores das universidades federais têm direito adquirido aos
‘quintos’ ou ‘décimos’ incorporados na vigência da Lei 7.596/87 pelo
exercício de funções comissionadas e gratificadas estabelecidas pela
Portaria 474/87 do MEC, sem a redução prevista na Lei 8.168/91
(STF - RE-AgR nº 497141, UF: MG, Primeira Turma, Relator
Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ: 23/03/2007, Pág. 00103).
2. Apelação e remessa oficial improvidas” (fl. 250).
Em 29.5.2007, a 2ª Câmara do Tribunal de Contas da União negou
registro a aposentadoria do Impetrante:
“PESSOAL. APOSENTADORIA. PAGAMENTO
DESTACADO DE PERCENTUAL DECORRENTE DE
ANTECIPAÇÃO SALARIAL. INCORPORAÇÃO DE
FUNÇÃO COMISSIONADA COM BASE NA PORTARIA
MEC N. 474/1987. ILEGALIDADE. 1. É ilegal o pagamento,
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1586962.
Supremo Tribunal Federal
MS 28.229 / DF
funções vieram a ser transformadas após a incorporação das frações” (fl. 232).
Em 21.1.2002, o juiz federal da Seção Judiciária de Mato Grosso do
Sul concedeu a segurança para “determinar sejam pagos aos Impetrantes os
valores correspondentes aos quintos legitimamente incorporados em razão do
exercício de funções de confiança, legalmente reclassificadas através da Portaria
n. 474/87 do MEC, até a data em que passou a viger a Lei n. 8.168/91, que
transformou tais funções em cargos de direção ou funções gratificadas” (fl. 243).
Em 9.10.2007, a Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª
Região negou provimento à apelação interposta pela Fundação
Universitária Federal de Mato Grosso do Sul:
“ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. QUINTOS
INCORPORADOS EM RAZÃO DO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO
COMISSIONADA. PORTARIA N. 474/87 - MEC.
IMPOSSIBILIDADE DE REDUÇÃO. DIREITO ADQUIRIDO.
APELAÇÃO E REMESSA OFICIAL IMPROVIDAS. 1. O Colendo
Supremo Tribunal Federal pacificou o entendimento de que os
servidores das universidades federais têm direito adquirido aos
‘quintos’ ou ‘décimos’ incorporados na vigência da Lei 7.596/87 pelo
exercício de funções comissionadas e gratificadas estabelecidas pela
Portaria 474/87 do MEC, sem a redução prevista na Lei 8.168/91
(STF - RE-AgR nº 497141, UF: MG, Primeira Turma, Relator
Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ: 23/03/2007, Pág. 00103).
2. Apelação e remessa oficial improvidas” (fl. 250).
Em 29.5.2007, a 2ª Câmara do Tribunal de Contas da União negou
registro a aposentadoria do Impetrante:
“PESSOAL. APOSENTADORIA. PAGAMENTO
DESTACADO DE PERCENTUAL DECORRENTE DE
ANTECIPAÇÃO SALARIAL. INCORPORAÇÃO DE
FUNÇÃO COMISSIONADA COM BASE NA PORTARIA
MEC N. 474/1987. ILEGALIDADE. 1. É ilegal o pagamento,
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1586962.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 17
Relatório
MS 28.229 / DF
de forma destacada, da vantagem denominada ‘IRSM’, mediante
sentença judicial que não prevê a continuidade do pagamento,
após o subsequente reajuste salarial. 2. Considera-se ilegítima a
incorporação de quintos de funções comissionadas cujos valores
tenham por referência a Portaria MEC n. 474/1987, a não ser
que pagas como vantagem pessoal nominalmente identificada -
VPNI e obedecido o marco temporal de 31/10/1991. (…). Em
atendimento à diligência de fl. 24, foi encaminhada pela UFMS
cópia dos Mandados de Segurança que teriam assegurado ao
servidor Adalberto Arão 1/5 de FC-4, ao servidor Almir Nadim
Raslan 1/5 de FC-3 e 4/5 de FC-5, e ao servidor Moisés
Granzoti, 1/5 FC-3, 1/5 CD-2 e 3/5 de FG-4. Relativamente à
parcela, verificamos, em pesquisa no sistema de consulta
processual, que os respectivos mandados de segurança já
tiveram decisão de mérito - concessiva da segurança - proferida
em primeira instância, encontrando-se atualmente no TRF sem
decisão definitiva.
Da análise das peças processuais
encaminhadas pela UFMS, verificamos que os impetrantes
requereram em juízo o direito de continuar a receber em seus
proventos a vantagem decorrente da incorporação das funções
comissionadas obtidas na sistemática da Lei n. 7.596/87,
regulamentada pelo Decreto n. 94.664/87 e operacionalizada
pela Portaria n. 474/MEC. Atendo-nos à correção dos valores
pagos aos inativos a título de quintos de FC, cumpre
inicialmente esclarecer que, até a edição da Lei n. 8.168/91, o
Plano Único de Classificação e Retribuição de Cargos e
Empregos (PUCRCE), aplicável aos servidores das instituições
federais de ensino, previa o pagamento de retribuição específica -
sob a forma de função de confiança (FC) - em decorrência do
exercício de atividades de direção, chefia e assessoramento. À
época, nos termos da Portaria MEC n. 474/87, o cálculo do
valor das FCs tinha por base a remuneração do professor titular
da carreira de magistério superior, com doutorado e em regime
de dedicação exclusiva. Com o advento da aludida Lei n. 8.168,
tais funções foram transformadas em cargos de direção (CD) e
em funções gratificadas (FG), ambas as categorias com padrão
3
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1586962.
Supremo Tribunal Federal
MS 28.229 / DF
de forma destacada, da vantagem denominada ‘IRSM’, mediante
sentença judicial que não prevê a continuidade do pagamento,
após o subsequente reajuste salarial. 2. Considera-se ilegítima a
incorporação de quintos de funções comissionadas cujos valores
tenham por referência a Portaria MEC n. 474/1987, a não ser
que pagas como vantagem pessoal nominalmente identificada -
VPNI e obedecido o marco temporal de 31/10/1991. (…). Em
atendimento à diligência de fl. 24, foi encaminhada pela UFMS
cópia dos Mandados de Segurança que teriam assegurado ao
servidor Adalberto Arão 1/5 de FC-4, ao servidor Almir Nadim
Raslan 1/5 de FC-3 e 4/5 de FC-5, e ao servidor Moisés
Granzoti, 1/5 FC-3, 1/5 CD-2 e 3/5 de FG-4. Relativamente à
parcela, verificamos, em pesquisa no sistema de consulta
processual, que os respectivos mandados de segurança já
tiveram decisão de mérito - concessiva da segurança - proferida
em primeira instância, encontrando-se atualmente no TRF sem
decisão definitiva.
Da análise das peças processuais
encaminhadas pela UFMS, verificamos que os impetrantes
requereram em juízo o direito de continuar a receber em seus
proventos a vantagem decorrente da incorporação das funções
comissionadas obtidas na sistemática da Lei n. 7.596/87,
regulamentada pelo Decreto n. 94.664/87 e operacionalizada
pela Portaria n. 474/MEC. Atendo-nos à correção dos valores
pagos aos inativos a título de quintos de FC, cumpre
inicialmente esclarecer que, até a edição da Lei n. 8.168/91, o
Plano Único de Classificação e Retribuição de Cargos e
Empregos (PUCRCE), aplicável aos servidores das instituições
federais de ensino, previa o pagamento de retribuição específica -
sob a forma de função de confiança (FC) - em decorrência do
exercício de atividades de direção, chefia e assessoramento. À
época, nos termos da Portaria MEC n. 474/87, o cálculo do
valor das FCs tinha por base a remuneração do professor titular
da carreira de magistério superior, com doutorado e em regime
de dedicação exclusiva. Com o advento da aludida Lei n. 8.168,
tais funções foram transformadas em cargos de direção (CD) e
em funções gratificadas (FG), ambas as categorias com padrão
3
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Relatório
MS 28.229 / DF
remuneratório inferior ao das antigas FC. (…). Ressalte-se, a
propósito, que foi unicamente a perspectiva de descenso
remuneratório que motivou as decisões judiciais favoráveis aos
interessados (fls. 36/46, 58/60 e 58/63 do Volume 1). Eis o que
anotou o juízo de 1º grau nos autos do MS n.
2000.60.00.000232-9, ao fundamentar sua sentença em favor do
impetrante (fls. 37/38): ‘O art. 39, § 3º, da Constituição Federal,
manda que seja aplicada ao servidor público a norma do art. 7º,
VI’, da mesma Carta Magna, cuidando este inciso da
irredutibilidade do salário. O art. 37, XV, da Carta Magna,
dispõe que os vencimentos dos servidores são irredutíveis. O que
já foi incorporado à remuneração passa a integrar o patrimônio
do servidor, não podendo ser subtraído, isto em homenagem ao
primado constitucional do direito adquirido. Isto significa que,
após a incorporação, essa vantagem pessoal deixa de ter
natureza transitória. Decorrentemente, sua subtração atenta
contra o princípio da irredutibilidade de vencimentos, também’.
A UFMS, entretanto, conferindo interpretação notoriamente
exorbitante a essa decisão, concedeu aos inativos o direito de
perceberem valores que, anteriormente, jamais lhe foram pagos
(a GAE, por exemplo, foi instituída em 1992, depois da edição
da Lei n. 8.168/91), e, portanto, não poderiam ter sido objeto de
eventual descenso remuneratório. Aliás, não é demais salientar
que o juízo de primeira instância restringiu os efeitos da
Portaria MEC n. 474/87 às situações constituídas até 16 de
janeiro de 1991 (fl. 12 do Volume 1), data da edição da Lei n.
8.168 - ocorre que os interessados, servidores ex-celetistas,
apenas vieram a ter direito à incorporação de quintos em
julho/94, com a edição da Lei n. 8.911. O fato evidencia ainda
mais o descabimento da interpretação dada pela Universidade
aos provimentos judiciais obtidos pelos interessados. A nosso
ver, a partir da alteração efetuada pela Lei n. 8.168/91, o valor
de referência até então utilizado para o cálculo das antigas FCs
deveria ter sido ‘congelado’, sujeitando-se unicamente aos
reajustes gerais do funcionalismo, até que, eventualmente, o
valor das FCs viesse a se tornar equivalente ao dos CDs e FGs.
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remuneratório inferior ao das antigas FC. (…). Ressalte-se, a
propósito, que foi unicamente a perspectiva de descenso
remuneratório que motivou as decisões judiciais favoráveis aos
interessados (fls. 36/46, 58/60 e 58/63 do Volume 1). Eis o que
anotou o juízo de 1º grau nos autos do MS n.
2000.60.00.000232-9, ao fundamentar sua sentença em favor do
impetrante (fls. 37/38): ‘O art. 39, § 3º, da Constituição Federal,
manda que seja aplicada ao servidor público a norma do art. 7º,
VI’, da mesma Carta Magna, cuidando este inciso da
irredutibilidade do salário. O art. 37, XV, da Carta Magna,
dispõe que os vencimentos dos servidores são irredutíveis. O que
já foi incorporado à remuneração passa a integrar o patrimônio
do servidor, não podendo ser subtraído, isto em homenagem ao
primado constitucional do direito adquirido. Isto significa que,
após a incorporação, essa vantagem pessoal deixa de ter
natureza transitória. Decorrentemente, sua subtração atenta
contra o princípio da irredutibilidade de vencimentos, também’.
A UFMS, entretanto, conferindo interpretação notoriamente
exorbitante a essa decisão, concedeu aos inativos o direito de
perceberem valores que, anteriormente, jamais lhe foram pagos
(a GAE, por exemplo, foi instituída em 1992, depois da edição
da Lei n. 8.168/91), e, portanto, não poderiam ter sido objeto de
eventual descenso remuneratório. Aliás, não é demais salientar
que o juízo de primeira instância restringiu os efeitos da
Portaria MEC n. 474/87 às situações constituídas até 16 de
janeiro de 1991 (fl. 12 do Volume 1), data da edição da Lei n.
8.168 - ocorre que os interessados, servidores ex-celetistas,
apenas vieram a ter direito à incorporação de quintos em
julho/94, com a edição da Lei n. 8.911. O fato evidencia ainda
mais o descabimento da interpretação dada pela Universidade
aos provimentos judiciais obtidos pelos interessados. A nosso
ver, a partir da alteração efetuada pela Lei n. 8.168/91, o valor
de referência até então utilizado para o cálculo das antigas FCs
deveria ter sido ‘congelado’, sujeitando-se unicamente aos
reajustes gerais do funcionalismo, até que, eventualmente, o
valor das FCs viesse a se tornar equivalente ao dos CDs e FGs.
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Relatório
MS 28.229 / DF
De qualquer modo, apresenta-se desarrazoado admitir que
parcelas instituídas ou modificadas posteriormente à
transformação dos quintos em VPNI (o que se deu com o
advento da Lei n. 9.527/97) sejam tomadas pelo seu valor atual
no cálculo dos quintos de FC, como está ocorrendo nos casos em
tela” (fls. 148-153, grifos nossos).
Em 28.4.2009, ao analisar o requerimento de reexame do acórdão do
Tribunal de Contas da União, pelo qual se julgou ilegal a forma de cálculo
do valor da função de confiança incorporada pelo servidor, a 2ª Câmara
do Tribunal de Contas da União assentou que:
“PEDIDO DE REEXAME CONTRA ACÓRDÃO QUE
JULGOU
ILEGAL
ATO
DE
ALTERAÇÃO
DE
APOSENTADORIA. PAGAMENTO DESTACADO DA
VANTAGEM IRSM, INCORPORAÇÃO DE FUNÇÃO DE
CONFIANÇA CALCULADA COM BASE NA PORTARIA MEC
474/1987. ARGUIÇÃO DE VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO
CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA E DO DEVIDO
PROCESSO LEGAL, OCORRÊNCIA DA DECADÊNCIA, DO
DIREITO DO TCU JULGAR O ATO, DEVIDO AO LONGO
DECURSO DE PRAZO DE SUA CONCESSÃO.
CONHECIMENTO. CONSIDERAÇÕES SOBRE A MATÉRIA.
NÃO PROVIMENTO. (…) IV - Pagamento dos ‘quintos’ realizados
nos termos das determinações da Justiça Federal e de acordo com os
valores contidos na tabela disponibilizada pela Secretaria de Recursos
Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. 23. A
análise deste tópico precisa ser subdividida em dois objetos: o primeiro,
no que se refere ao cumprimento das determinações da Justiça Federal;
o segundo, quanto à aplicação dos valores contidos na tabela
disponibilizada pela Secretaria de Recursos Humanos do Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão. 24. Para avaliar a questão do
cumprimento das determinações da Justiça Federal, impende que se
analise os exatos termos da sentença judicial que lhe concedeu a
parcela em tela. Nesse aspecto, releva observar que a decisão referida
pelo recorrente é a de primeira instância, em sede do Mandado de
5
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De qualquer modo, apresenta-se desarrazoado admitir que
parcelas instituídas ou modificadas posteriormente à
transformação dos quintos em VPNI (o que se deu com o
advento da Lei n. 9.527/97) sejam tomadas pelo seu valor atual
no cálculo dos quintos de FC, como está ocorrendo nos casos em
tela” (fls. 148-153, grifos nossos).
Em 28.4.2009, ao analisar o requerimento de reexame do acórdão do
Tribunal de Contas da União, pelo qual se julgou ilegal a forma de cálculo
do valor da função de confiança incorporada pelo servidor, a 2ª Câmara
do Tribunal de Contas da União assentou que:
“PEDIDO DE REEXAME CONTRA ACÓRDÃO QUE
JULGOU
ILEGAL
ATO
DE
ALTERAÇÃO
DE
APOSENTADORIA. PAGAMENTO DESTACADO DA
VANTAGEM IRSM, INCORPORAÇÃO DE FUNÇÃO DE
CONFIANÇA CALCULADA COM BASE NA PORTARIA MEC
474/1987. ARGUIÇÃO DE VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO
CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA E DO DEVIDO
PROCESSO LEGAL, OCORRÊNCIA DA DECADÊNCIA, DO
DIREITO DO TCU JULGAR O ATO, DEVIDO AO LONGO
DECURSO DE PRAZO DE SUA CONCESSÃO.
CONHECIMENTO. CONSIDERAÇÕES SOBRE A MATÉRIA.
NÃO PROVIMENTO. (…) IV - Pagamento dos ‘quintos’ realizados
nos termos das determinações da Justiça Federal e de acordo com os
valores contidos na tabela disponibilizada pela Secretaria de Recursos
Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. 23. A
análise deste tópico precisa ser subdividida em dois objetos: o primeiro,
no que se refere ao cumprimento das determinações da Justiça Federal;
o segundo, quanto à aplicação dos valores contidos na tabela
disponibilizada pela Secretaria de Recursos Humanos do Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão. 24. Para avaliar a questão do
cumprimento das determinações da Justiça Federal, impende que se
analise os exatos termos da sentença judicial que lhe concedeu a
parcela em tela. Nesse aspecto, releva observar que a decisão referida
pelo recorrente é a de primeira instância, em sede do Mandado de
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Relatório
MS 28.229 / DF
Segurança n. 2000.60.00.000140-4, concedido pela Justiça Federal
Seção Judiciária de Mato Grosso do Sul (em pesquisa no sistema de
consulta processual do TRF da 3ª Região, evidencia-se que o último
movimento do processo ocorreu em 09/08/2007, estando até o referido
momento, sem qualquer decisão definitiva da 2ª instância). 25. Em
sede da citada sentença do Mandado de Segurança, evidencia-se, à fl.
12 do volume 1, que ela determinou que fossem ‘pagos aos impetrantes
os valores correspondentes aos quintos legitimamente incorporados em
razão do exercício de funções de confiança, legalmente reclassificadas
através da Portaria nº 474/1987, do MEC, até a data em que passou a
viger a Lei nº 8.168/1991, que transformou tais funções em cargos de
direção ou funções gratificadas’. 26. Pode-se depreender, portanto, que
ela prescreveu que os valores dos ‘quintos’ incorporados, até o início
da vigência da Lei nº 8.168/1991, fossem pagos segundo os termos da
Portaria do MEC nº 474/1987, ou seja, não poderia haver decesso
remuneratório. Desse modo, fica patente que a interpretação aplicada
pelo recorrente de que ele deve fazer jus aos ‘quintos’, calculados de
acordo com a base de cálculo prevista na referida portaria do MEC,
exorbita aos limites objetivos da sentença, tendo em vista que esta,
reitere-se apenas garantiu que seus valores fossem mantidos e não sua
forma de cálculo. Esse, inclusive, foi o entendimento defendido pela
instrução da Sefip, devidamente transcrita no relatório do acórdão
recorrido (…). Contudo, o que se infere dos autos é que a UFMS foi
além, assegurando aos servidores - indefinidamente - o direito de
continuar a perceber o benefício calculado da mesma forma que as
extintas FCs, ou seja, atrelado aos vencimentos dos professores
titulares da IFES (cf. fls. 49, 61 e 64). Ocorre que a estrutura
remuneratória do magistério foi significativamente alterada desde o
advento da Lei nº 8.168/91. Nesse sentido, por exemplo, basta
mencionar a instituição da GAE, em 1992, e da GED, em 1998. Como
resultado, chegou-se à esdrúxula situação de se pagar aos inativos,
apenas a título de quintos, valor equivalente às maiores funções
comissionadas atualmente existentes no âmbito do serviço público
(…). A UFMS, entretanto, conferindo interpretação notoriamente
exorbitante a essa decisão, concedeu aos inativos o direito de
perceberem valores que, anteriormente, jamais lhe foram pagos (a
6
Supremo Tribunal Federal
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Segurança n. 2000.60.00.000140-4, concedido pela Justiça Federal
Seção Judiciária de Mato Grosso do Sul (em pesquisa no sistema de
consulta processual do TRF da 3ª Região, evidencia-se que o último
movimento do processo ocorreu em 09/08/2007, estando até o referido
momento, sem qualquer decisão definitiva da 2ª instância). 25. Em
sede da citada sentença do Mandado de Segurança, evidencia-se, à fl.
12 do volume 1, que ela determinou que fossem ‘pagos aos impetrantes
os valores correspondentes aos quintos legitimamente incorporados em
razão do exercício de funções de confiança, legalmente reclassificadas
através da Portaria nº 474/1987, do MEC, até a data em que passou a
viger a Lei nº 8.168/1991, que transformou tais funções em cargos de
direção ou funções gratificadas’. 26. Pode-se depreender, portanto, que
ela prescreveu que os valores dos ‘quintos’ incorporados, até o início
da vigência da Lei nº 8.168/1991, fossem pagos segundo os termos da
Portaria do MEC nº 474/1987, ou seja, não poderia haver decesso
remuneratório. Desse modo, fica patente que a interpretação aplicada
pelo recorrente de que ele deve fazer jus aos ‘quintos’, calculados de
acordo com a base de cálculo prevista na referida portaria do MEC,
exorbita aos limites objetivos da sentença, tendo em vista que esta,
reitere-se apenas garantiu que seus valores fossem mantidos e não sua
forma de cálculo. Esse, inclusive, foi o entendimento defendido pela
instrução da Sefip, devidamente transcrita no relatório do acórdão
recorrido (…). Contudo, o que se infere dos autos é que a UFMS foi
além, assegurando aos servidores - indefinidamente - o direito de
continuar a perceber o benefício calculado da mesma forma que as
extintas FCs, ou seja, atrelado aos vencimentos dos professores
titulares da IFES (cf. fls. 49, 61 e 64). Ocorre que a estrutura
remuneratória do magistério foi significativamente alterada desde o
advento da Lei nº 8.168/91. Nesse sentido, por exemplo, basta
mencionar a instituição da GAE, em 1992, e da GED, em 1998. Como
resultado, chegou-se à esdrúxula situação de se pagar aos inativos,
apenas a título de quintos, valor equivalente às maiores funções
comissionadas atualmente existentes no âmbito do serviço público
(…). A UFMS, entretanto, conferindo interpretação notoriamente
exorbitante a essa decisão, concedeu aos inativos o direito de
perceberem valores que, anteriormente, jamais lhe foram pagos (a
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MS 28.229 / DF
GAE, por exemplo, foi instituída em 1992, depois da edição da Lei nº
8.168/91), e, portanto, não poderiam ter sido objeto de eventual
descenso remuneratório” (fls. 24-26, grifos nosos).
É contra essa decisão que se impetra o presente mandado de
segurança.
3. O Impetrante relata que “se aposentou em 15/06/1992, e na
inatividade (desde o seu início, junho de 1992) foi remunerado com o acréscimo
dos chamados ‘quintos’ ou ‘décimos’, decorrentes do exercício de Funções de
Confiança (FC) e Gratificada (FG), como se verifica dos anexos holerites, cuja
nomenclatura, em julho de 2001, passou a ser ‘FC QUINTOS/DÉCIMOS AP’, e
de agosto de 2001 até esta data passou a ser lançada como ‘DECISÃO
JUDICIAL N TRAN JUG AP’, no valor atual de R§ 4.472,61” (fl. 3).
Argumenta que, “à época, nos termos da Portaria MEC 474/1987 e da Lei
n. 7.596/1987, o cálculo do valor das FC tinha por paradigma a remuneração do
professor titular de carreira de magistério superior, com doutorado e em regime
de dedicação exclusiva. Com o advento da Lei n. 8.161/1991, tais funções foram
transformadas em cargos de direção (CD) e em funções gratificadas (FG), ambas
as categorias com padrão remuneratório inferior ao das antigas FC” (fl. 3).
Afirma que, “contrariamente ao que constou no acórdão do TCU, a ordem
judicial não era de congelamentos dos quintos de FC desde 1991 e, sim, do
pagamento dos quintos de acordo com a sistemática prevista na Portaria MEC n.
474/87. Veja-se como é fundamentado o v. acórdão da 1ª Turma do TFF 3ª
Região: ‘os autores possuíam vantagens incorporadas, as quais não podem ser
reduzidas, mesmo que de forma indireta, com a reformulação do quadro de
remuneração, devendo ser pagas de acordo com a sistemática prevista na Portaria
n. 474/87” (fl. 8).
Sustenta que “não há qualquer margem de dúvida de que os servidores das
universidades federais têm o direito de continuar a receber integralmente o valor
dos ‘quintos’ incorporados na vigência da Lei n. 7.596/1987 pelo exercício de
7
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MS 28.229 / DF
GAE, por exemplo, foi instituída em 1992, depois da edição da Lei nº
8.168/91), e, portanto, não poderiam ter sido objeto de eventual
descenso remuneratório” (fls. 24-26, grifos nosos).
É contra essa decisão que se impetra o presente mandado de
segurança.
3. O Impetrante relata que “se aposentou em 15/06/1992, e na
inatividade (desde o seu início, junho de 1992) foi remunerado com o acréscimo
dos chamados ‘quintos’ ou ‘décimos’, decorrentes do exercício de Funções de
Confiança (FC) e Gratificada (FG), como se verifica dos anexos holerites, cuja
nomenclatura, em julho de 2001, passou a ser ‘FC QUINTOS/DÉCIMOS AP’, e
de agosto de 2001 até esta data passou a ser lançada como ‘DECISÃO
JUDICIAL N TRAN JUG AP’, no valor atual de R§ 4.472,61” (fl. 3).
Argumenta que, “à época, nos termos da Portaria MEC 474/1987 e da Lei
n. 7.596/1987, o cálculo do valor das FC tinha por paradigma a remuneração do
professor titular de carreira de magistério superior, com doutorado e em regime
de dedicação exclusiva. Com o advento da Lei n. 8.161/1991, tais funções foram
transformadas em cargos de direção (CD) e em funções gratificadas (FG), ambas
as categorias com padrão remuneratório inferior ao das antigas FC” (fl. 3).
Afirma que, “contrariamente ao que constou no acórdão do TCU, a ordem
judicial não era de congelamentos dos quintos de FC desde 1991 e, sim, do
pagamento dos quintos de acordo com a sistemática prevista na Portaria MEC n.
474/87. Veja-se como é fundamentado o v. acórdão da 1ª Turma do TFF 3ª
Região: ‘os autores possuíam vantagens incorporadas, as quais não podem ser
reduzidas, mesmo que de forma indireta, com a reformulação do quadro de
remuneração, devendo ser pagas de acordo com a sistemática prevista na Portaria
n. 474/87” (fl. 8).
Sustenta que “não há qualquer margem de dúvida de que os servidores das
universidades federais têm o direito de continuar a receber integralmente o valor
dos ‘quintos’ incorporados na vigência da Lei n. 7.596/1987 pelo exercício de
7
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Relatório
MS 28.229 / DF
funções comissionadas e gratificações estabelecidas pela Portaria MEC 474/1987,
sem a redução prevista na Lei n. 8.168/1991” (fl. 9).
Assevera que “a lei é expressa no sentido de que o prazo decadencial para
qualquer impugnação por parte da Administração Pública é de cinco anos. Veja-
se o que dispõe o art. 54 da Lei n. 9.784, de 19 de janeiro de 1999: ‘o direito da
Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que
foram praticados, salvo comprovada má-fé. § 1º. No caso de efeitos patrimoniais
contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro
pagamento’” (fls. 13-14).
Requer “a concessão liminar da segurança para o fim de suspender a
decisão proferida pelo TCU até o trânsito em julgado deste writ e da decisão
proferida pelo Poder Judiciário no Mandado de Segurança n. 2000.6000.140-4,
sob pena de multa diária de R$ 10 mil e prisão pelo crime de desobediência, nos
termos do art. 26 da Lei n. 12.016/2009, e multa diária de R$ 50 mil, expedindo-
se imediata notificação à Reitora da FUFMS, que está procedendo ao desconto em
folha neste mês” (fl. 18).
Pede, “ao final, a concessão em definitivo da segurança para tornar sem
efeitos a decisão proferida pelo TCU, posto que ilegal a redução salarial diversa da
proferida pelo Poder Judiciário no Mandado de Segurança n. 2000.6000.140-4,
dando-se por registrada a aposentadoria do impetrante” (fls. 18-19).
4. Em 10.9.2009, indeferi o pedido de medida liminar, notifiquei a
autoridade impetrada para prestar informações e, na sequência,
determinei vista dos autos ao Procurador-Geral da República (fls. 271-
277).
Em 5.10.2009, o Presidente do Tribunal de Contas da União prestou
as seguintes informações:
“Não-incidência da decadência administrativa em face da
8
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funções comissionadas e gratificações estabelecidas pela Portaria MEC 474/1987,
sem a redução prevista na Lei n. 8.168/1991” (fl. 9).
Assevera que “a lei é expressa no sentido de que o prazo decadencial para
qualquer impugnação por parte da Administração Pública é de cinco anos. Veja-
se o que dispõe o art. 54 da Lei n. 9.784, de 19 de janeiro de 1999: ‘o direito da
Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que
foram praticados, salvo comprovada má-fé. § 1º. No caso de efeitos patrimoniais
contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro
pagamento’” (fls. 13-14).
Requer “a concessão liminar da segurança para o fim de suspender a
decisão proferida pelo TCU até o trânsito em julgado deste writ e da decisão
proferida pelo Poder Judiciário no Mandado de Segurança n. 2000.6000.140-4,
sob pena de multa diária de R$ 10 mil e prisão pelo crime de desobediência, nos
termos do art. 26 da Lei n. 12.016/2009, e multa diária de R$ 50 mil, expedindo-
se imediata notificação à Reitora da FUFMS, que está procedendo ao desconto em
folha neste mês” (fl. 18).
Pede, “ao final, a concessão em definitivo da segurança para tornar sem
efeitos a decisão proferida pelo TCU, posto que ilegal a redução salarial diversa da
proferida pelo Poder Judiciário no Mandado de Segurança n. 2000.6000.140-4,
dando-se por registrada a aposentadoria do impetrante” (fls. 18-19).
4. Em 10.9.2009, indeferi o pedido de medida liminar, notifiquei a
autoridade impetrada para prestar informações e, na sequência,
determinei vista dos autos ao Procurador-Geral da República (fls. 271-
277).
Em 5.10.2009, o Presidente do Tribunal de Contas da União prestou
as seguintes informações:
“Não-incidência da decadência administrativa em face da
8
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Relatório
MS 28.229 / DF
inaplicabilidade do art. 54 da Lei n. 9.784/99 aos processos por meio
dos quais o TCU exerce a sua competência constitucional de controle
externo, consoante asseverado, por unanimidade, pelo Plenário do
STF no MS 24.859-DF. De qualquer modo, não houve, no caso
concreto, a anulação de qualquer ato administrativo de que decorra
efeito favorável aos autores a ensejar a aplicação do artigo 54 da Lei n.
9.784/99, é dizer, o suporte fático do aludido dispositivo legal não se
encontra configurado na espécie. 2. Inexistência de ofensa a ato
juridicamente perfeito ou a direito adquirido por parte do TCU ante o
fato de que o ilícito não é capaz de gerar aquisição de direitos, bem
como ante a natureza complexa dos atos de aposentadoria. Precedentes
do STF. Ademais, o princípio da segurança jurídica não pode ter
maior hierarquia que o princípio da legalidade, já que estão ambos
previstos no art. 5º da Constituição, devendo ambos serem aplicados
mediante a incidência da regra de ponderação – que impõe a
consideração de que deve ser reduzida a esfera de aplicação de cada um
dos postulados jurídicos em aparente conflito, de molde a encontrar a
solução para a questão sem sacrifício de qualquer um dos princípios
considerados. No caso concreto, considerando o princípio da
supremacia do interesse público, impõe-se que se privilegie o princípio
da legalidade, de modo a se afastar a legitimidade de aposentadorias
concedidas em desconformidade com a Constituição Federal. 3.
Legitimidade dos arestos impugnados, haja vista a ilegalidade da
forma de cálculo da vantagem ‘quintos/décimos‘ que vinha sendo paga
ao Impetrante” (fl. 286).
Em 30.8.2011, o Procurador-Geral da República opinou pela
denegação da segurança:
“MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE
LIMINAR.
SERVIDOR
PÚBLICO.
QUINTOS.
INCORPORAÇÃO. PORTARIA MEC 474/87. REDUÇÃO PELA
LEI N. 8.168/1991. DIREITO ADQUIRIDO. PRECEDENTES.
PARECER PELA DENEGAÇÃO DA SEGURANÇA” (fl. 303).
É o relatório.
9
Supremo Tribunal Federal
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1586962.
Supremo Tribunal Federal
MS 28.229 / DF
inaplicabilidade do art. 54 da Lei n. 9.784/99 aos processos por meio
dos quais o TCU exerce a sua competência constitucional de controle
externo, consoante asseverado, por unanimidade, pelo Plenário do
STF no MS 24.859-DF. De qualquer modo, não houve, no caso
concreto, a anulação de qualquer ato administrativo de que decorra
efeito favorável aos autores a ensejar a aplicação do artigo 54 da Lei n.
9.784/99, é dizer, o suporte fático do aludido dispositivo legal não se
encontra configurado na espécie. 2. Inexistência de ofensa a ato
juridicamente perfeito ou a direito adquirido por parte do TCU ante o
fato de que o ilícito não é capaz de gerar aquisição de direitos, bem
como ante a natureza complexa dos atos de aposentadoria. Precedentes
do STF. Ademais, o princípio da segurança jurídica não pode ter
maior hierarquia que o princípio da legalidade, já que estão ambos
previstos no art. 5º da Constituição, devendo ambos serem aplicados
mediante a incidência da regra de ponderação – que impõe a
consideração de que deve ser reduzida a esfera de aplicação de cada um
dos postulados jurídicos em aparente conflito, de molde a encontrar a
solução para a questão sem sacrifício de qualquer um dos princípios
considerados. No caso concreto, considerando o princípio da
supremacia do interesse público, impõe-se que se privilegie o princípio
da legalidade, de modo a se afastar a legitimidade de aposentadorias
concedidas em desconformidade com a Constituição Federal. 3.
Legitimidade dos arestos impugnados, haja vista a ilegalidade da
forma de cálculo da vantagem ‘quintos/décimos‘ que vinha sendo paga
ao Impetrante” (fl. 286).
Em 30.8.2011, o Procurador-Geral da República opinou pela
denegação da segurança:
“MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE
LIMINAR.
SERVIDOR
PÚBLICO.
QUINTOS.
INCORPORAÇÃO. PORTARIA MEC 474/87. REDUÇÃO PELA
LEI N. 8.168/1991. DIREITO ADQUIRIDO. PRECEDENTES.
PARECER PELA DENEGAÇÃO DA SEGURANÇA” (fl. 303).
É o relatório.
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
MANDADO DE SEGURANÇA 28.229 DISTRITO FEDERAL
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. O que se põe em foco no presente mandado de segurança é se a 2ª
Câmara do Tribunal de Contas da União teria contrariado direito líquido
e certo, ao negar registro ao ato de aposentadoria do Impetrante e
considerar ilegal a forma de cálculo dos quintos/décimos de função de
comissionada incorporados pelo servidor, com base na Portaria n.
474/1987 do MEC.
2. O Impetrante alega que se aposentou em 15.6.1992 e teria o direito
de continuar percebendo quintos/décimos de função comissionada, em
razão de decisão judicial, na forma estabelecida pela Portaria n. 474/1987
do MEC, sem a redução prevista na Lei n. 8.168/1991. Ressalta que teria
decorrido o prazo decadencial de cinco anos para a Administração
Pública revisar o ato de sua aposentadoria, nos termos do art. 54 da Lei n.
9.784/99.
3. O Tribunal de Contas da União informou que não seria aplicado o
“art. 54 da Lei n. 9.784/99 aos processo por meios dos quais o TCU exerce a sua
competência constitucional de controle externo, consoante asseverado, por
unanimidade, pelo Plenário do STF no MS 24.859-DF” (fl. 286). Noticiou que
“não se cuidou de cassação de aposentadoria, mas sim de ato que alterou a forma
de cálculo de determinada vantagem, assegurando-se a irredutibilidade de
vencimentos” (fl. 293). Asseverou que “as decisões proferidas pelo TCU, no
caso concreto, não violam em nenhum momento o comando contido no
dispositivo da aludida sentença, tampouco o princípio da irredutibilidade de
vencimentos consagrado em sede constitucional” (fl. 299).
4. Na espécie vertente, o juiz da 1º Vara Federal da Seção Judiciária
Supremo Tribunal Federal
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25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
MANDADO DE SEGURANÇA 28.229 DISTRITO FEDERAL
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora):
1. O que se põe em foco no presente mandado de segurança é se a 2ª
Câmara do Tribunal de Contas da União teria contrariado direito líquido
e certo, ao negar registro ao ato de aposentadoria do Impetrante e
considerar ilegal a forma de cálculo dos quintos/décimos de função de
comissionada incorporados pelo servidor, com base na Portaria n.
474/1987 do MEC.
2. O Impetrante alega que se aposentou em 15.6.1992 e teria o direito
de continuar percebendo quintos/décimos de função comissionada, em
razão de decisão judicial, na forma estabelecida pela Portaria n. 474/1987
do MEC, sem a redução prevista na Lei n. 8.168/1991. Ressalta que teria
decorrido o prazo decadencial de cinco anos para a Administração
Pública revisar o ato de sua aposentadoria, nos termos do art. 54 da Lei n.
9.784/99.
3. O Tribunal de Contas da União informou que não seria aplicado o
“art. 54 da Lei n. 9.784/99 aos processo por meios dos quais o TCU exerce a sua
competência constitucional de controle externo, consoante asseverado, por
unanimidade, pelo Plenário do STF no MS 24.859-DF” (fl. 286). Noticiou que
“não se cuidou de cassação de aposentadoria, mas sim de ato que alterou a forma
de cálculo de determinada vantagem, assegurando-se a irredutibilidade de
vencimentos” (fl. 293). Asseverou que “as decisões proferidas pelo TCU, no
caso concreto, não violam em nenhum momento o comando contido no
dispositivo da aludida sentença, tampouco o princípio da irredutibilidade de
vencimentos consagrado em sede constitucional” (fl. 299).
4. Na espécie vertente, o juiz da 1º Vara Federal da Seção Judiciária
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
MS 28.229 / DF
de Mato Grosso do Sul concedeu a segurança para “determinar sejam pagos
aos Impetrantes os valores correspondentes aos quintos legitimamente
incorporados em razão do exercício de funções de confiança, legalmente
reclassificadas através da Portaria n. 474, do MEC, até a data em que passou a
viger a Lei n. 8.168/91, que transformou tais funções em cargos de direção ou
funções gratificadas” (fl. 243). A 2ª Câmara do Tribunal de Contas da União
não determinou a redução ou supressão de parcela dos proventos do
Impetrante, apenas decidiu no sentido de que houvesse a alteração da
fórmula de cálculo das vantagens concedidas judicialmente, conforme os
Planos de Carreira e as legislações posteriores a decisão judicial,
observando-se a irredutibilidade da remuneração.
Assim, não prospera a alegação do Impetrante de que o Tribunal de
Contas da União teria contrariado a decisão proferida pela Justiça
Federal, nos autos do Mandado de Segurança n. 2000.60.00.000140-4.
5. Quanto à alegação do Impetrante de que deveria ser reconhecida a
decadência do direito da Administração de rever seus próprios atos, nos
termos do art. 54 da Lei n. 9.784/1999, o Tribunal de Contas da União
assentou:
“Decadência. Para análise deste argumento, deve-se observar
que há entendimento reiterado do STF e desta Corte de Contas de que
os atos sujeitos a registro são, por natureza, atos inacabados, que só se
completam, para todos os fins de direito, e se tornam definitivos, após
a determinação do respectivo registro pelo TCU. Diante disso, o início
da contagem do prazo para sua anulação só se iniciaria a partir do
respectivo registro. No caso ora em exame, tem-se alteração, assim
como os atos iniciais, também é ato administrativo complexo só
alcança eficácia plena após a manifestação do Tribunal a respeito do
seu registro. Portanto, a aplicabilidade do art. 54 da Lei n. 9.784/1999
só seria possível após o respectivo registro realizado por esta Corte de
Contas. Por conseguinte, não há como se aplicar o instituto da
decadência ao presente caso” (fl. 25).
2
Supremo Tribunal Federal
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MS 28.229 / DF
de Mato Grosso do Sul concedeu a segurança para “determinar sejam pagos
aos Impetrantes os valores correspondentes aos quintos legitimamente
incorporados em razão do exercício de funções de confiança, legalmente
reclassificadas através da Portaria n. 474, do MEC, até a data em que passou a
viger a Lei n. 8.168/91, que transformou tais funções em cargos de direção ou
funções gratificadas” (fl. 243). A 2ª Câmara do Tribunal de Contas da União
não determinou a redução ou supressão de parcela dos proventos do
Impetrante, apenas decidiu no sentido de que houvesse a alteração da
fórmula de cálculo das vantagens concedidas judicialmente, conforme os
Planos de Carreira e as legislações posteriores a decisão judicial,
observando-se a irredutibilidade da remuneração.
Assim, não prospera a alegação do Impetrante de que o Tribunal de
Contas da União teria contrariado a decisão proferida pela Justiça
Federal, nos autos do Mandado de Segurança n. 2000.60.00.000140-4.
5. Quanto à alegação do Impetrante de que deveria ser reconhecida a
decadência do direito da Administração de rever seus próprios atos, nos
termos do art. 54 da Lei n. 9.784/1999, o Tribunal de Contas da União
assentou:
“Decadência. Para análise deste argumento, deve-se observar
que há entendimento reiterado do STF e desta Corte de Contas de que
os atos sujeitos a registro são, por natureza, atos inacabados, que só se
completam, para todos os fins de direito, e se tornam definitivos, após
a determinação do respectivo registro pelo TCU. Diante disso, o início
da contagem do prazo para sua anulação só se iniciaria a partir do
respectivo registro. No caso ora em exame, tem-se alteração, assim
como os atos iniciais, também é ato administrativo complexo só
alcança eficácia plena após a manifestação do Tribunal a respeito do
seu registro. Portanto, a aplicabilidade do art. 54 da Lei n. 9.784/1999
só seria possível após o respectivo registro realizado por esta Corte de
Contas. Por conseguinte, não há como se aplicar o instituto da
decadência ao presente caso” (fl. 25).
2
Supremo Tribunal Federal
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
MS 28.229 / DF
Esse entendimento não diverge da jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal, que se firmou no sentido de que a aposentadoria do
Impetrante é ato administrativo complexo, que somente se torna ato
perfeito e acabado após seu exame e registro pelo Tribunal de Contas da
União.
No julgamento do Mandado de Segurança n. 25.552, realcei que:
“O Supremo Tribunal Federal pacificou entendimento de que,
sendo a aposentadoria ato complexo, que só se aperfeiçoa com o
registro no Tribunal de Contas da União, o prazo decadencial da Lei n.
9.784/99 tem início a partir de sua publicação. Aposentadoria do
Impetrante não registrada: inocorrência da decadência
administrativa” (Plenário, DJ 30.5.2008).
No mesmo sentido, no julgamento do Mandado de Segurança n.
25.409, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, este Supremo Tribunal
decidiu:
“Mandado de segurança. Tribunal de Contas da União. Pensão
temporária (L. 8.112/90, art. 217, inciso II, alínea 'b'): suspensão
liminar: presença dos seus pressupostos (...) III. Contraditório, ampla
defesa e devido processo legal: exigência afastada nos casos em que o
Tribunal de Contas da União, no exercício do controle externo que lhe
atribui a Constituição (art. 71, III), aprecia a legalidade da concessão
de aposentadoria ou pensão, só após o que se aperfeiçoa o ato
complexo, dotando-o de definitividade administrativa. IV. Tribunal de
Contas da União: controle externo: não consumação de decadência
administrativa, por não se aplicar o prazo previsto no art. 54 da L.
9.784/99, dado o não aperfeiçoamento do ato complexo de concessão”
(DJ 18.5.2007).
E:
“APOSENTADORIA – PROVENTOS – REGISTRO –
3
Supremo Tribunal Federal
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MS 28.229 / DF
Esse entendimento não diverge da jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal, que se firmou no sentido de que a aposentadoria do
Impetrante é ato administrativo complexo, que somente se torna ato
perfeito e acabado após seu exame e registro pelo Tribunal de Contas da
União.
No julgamento do Mandado de Segurança n. 25.552, realcei que:
“O Supremo Tribunal Federal pacificou entendimento de que,
sendo a aposentadoria ato complexo, que só se aperfeiçoa com o
registro no Tribunal de Contas da União, o prazo decadencial da Lei n.
9.784/99 tem início a partir de sua publicação. Aposentadoria do
Impetrante não registrada: inocorrência da decadência
administrativa” (Plenário, DJ 30.5.2008).
No mesmo sentido, no julgamento do Mandado de Segurança n.
25.409, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, este Supremo Tribunal
decidiu:
“Mandado de segurança. Tribunal de Contas da União. Pensão
temporária (L. 8.112/90, art. 217, inciso II, alínea 'b'): suspensão
liminar: presença dos seus pressupostos (...) III. Contraditório, ampla
defesa e devido processo legal: exigência afastada nos casos em que o
Tribunal de Contas da União, no exercício do controle externo que lhe
atribui a Constituição (art. 71, III), aprecia a legalidade da concessão
de aposentadoria ou pensão, só após o que se aperfeiçoa o ato
complexo, dotando-o de definitividade administrativa. IV. Tribunal de
Contas da União: controle externo: não consumação de decadência
administrativa, por não se aplicar o prazo previsto no art. 54 da L.
9.784/99, dado o não aperfeiçoamento do ato complexo de concessão”
(DJ 18.5.2007).
E:
“APOSENTADORIA – PROVENTOS – REGISTRO –
3
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 17
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
MS 28.229 / DF
PRAZO DECADENCIAL – ALCANCE DO ARTIGO 54 DA LEI
Nº 9.784/99. Em se tratando de ato não aperfeiçoado, descabe evocar o
quinquênio referente à decadência, previsto no artigo 54 da Lei nº
9.784/99. Precedentes: Mandados de Segurança nº 24.754/DF, de
minha relatoria, 24.859/DF, relator Ministro Carlos Velloso, e
24.997/DF, relator Ministro Eros Grau. MANDADO DE
SEGURANÇA. A prova de causa de pedir versada na inicial do
mandado de segurança deve acompanhá-la” (MS 26.320, Rel. Min.
Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe 17.8.2011).
Portanto, não merece acolhida a alegação de que estaria exaurido o
prazo para a Administração rever o ato de concessão de aposentadoria do
Impetrante, se ainda não houve o respectivo registro.
6. No que se refere à alegação de que o Tribunal de Contas da União
teria determinado a redução prevista na Lei n. 8.168/1991 no pagamento
dos quintos/décimos incorporados na vigência da Lei n. 7.596/1987 pelo
exercício de funções comissionadas e gratificadas, com base na Portaria
474/1987 do MEC, ficou assentado no ato impugnado que:
“Em sede da citada sentença do Mandado de Segurança,
evidencia-se, à fl. 12 do volume 1, que ela determinou que fossem
‘pagos aos impetrantes os valores correspondentes aos quintos
legitimamente incorporados em razão do exercício de funções de
confiança, legalmente reclassificadas através da Portaria n. 474/1987,
do MEC, até a data em que passou a viger a Lei n. 8.168/1991, que
transformou tais funções em cargos de direção ou funções
gratificadas’.
Pode-se depreender, portanto, que ela prescreveu que os valores
dos ‘quintos’ incorporados, até o início da vigência da Lei nº
8.168/1991, fossem pagos segundo os termos da Portaria do MEC n.
474/1987, ou seja, não poderia haver decesso remuneratório. Desse
modo, fica patente que a interpretação aplicada pelo recorrente de que
ele deve fazer jus aos ‘quintos’, calculados de acordo com a base de
cálculo prevista na referida portaria do MEC, exorbita aos limites
4
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
MS 28.229 / DF
PRAZO DECADENCIAL – ALCANCE DO ARTIGO 54 DA LEI
Nº 9.784/99. Em se tratando de ato não aperfeiçoado, descabe evocar o
quinquênio referente à decadência, previsto no artigo 54 da Lei nº
9.784/99. Precedentes: Mandados de Segurança nº 24.754/DF, de
minha relatoria, 24.859/DF, relator Ministro Carlos Velloso, e
24.997/DF, relator Ministro Eros Grau. MANDADO DE
SEGURANÇA. A prova de causa de pedir versada na inicial do
mandado de segurança deve acompanhá-la” (MS 26.320, Rel. Min.
Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe 17.8.2011).
Portanto, não merece acolhida a alegação de que estaria exaurido o
prazo para a Administração rever o ato de concessão de aposentadoria do
Impetrante, se ainda não houve o respectivo registro.
6. No que se refere à alegação de que o Tribunal de Contas da União
teria determinado a redução prevista na Lei n. 8.168/1991 no pagamento
dos quintos/décimos incorporados na vigência da Lei n. 7.596/1987 pelo
exercício de funções comissionadas e gratificadas, com base na Portaria
474/1987 do MEC, ficou assentado no ato impugnado que:
“Em sede da citada sentença do Mandado de Segurança,
evidencia-se, à fl. 12 do volume 1, que ela determinou que fossem
‘pagos aos impetrantes os valores correspondentes aos quintos
legitimamente incorporados em razão do exercício de funções de
confiança, legalmente reclassificadas através da Portaria n. 474/1987,
do MEC, até a data em que passou a viger a Lei n. 8.168/1991, que
transformou tais funções em cargos de direção ou funções
gratificadas’.
Pode-se depreender, portanto, que ela prescreveu que os valores
dos ‘quintos’ incorporados, até o início da vigência da Lei nº
8.168/1991, fossem pagos segundo os termos da Portaria do MEC n.
474/1987, ou seja, não poderia haver decesso remuneratório. Desse
modo, fica patente que a interpretação aplicada pelo recorrente de que
ele deve fazer jus aos ‘quintos’, calculados de acordo com a base de
cálculo prevista na referida portaria do MEC, exorbita aos limites
4
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
MS 28.229 / DF
objetivos da sentença, tendo em vista que esta, reitere-se apenas
garantiu que seus valores fossem mantidos e não sua forma de cálculo.
Esse, inclusive, foi o entendimento defendido pela instrução da Sefip
(…)
Contudo, o que se infere dos autos é que a UFMS foi além,
assegurando aos servidores indefinidamente o direito de continuar a
perceber o benefício calculado da mesma forma que as extintas FCs, ou
seja, atrelado aos vencimentos dos professores titulares da IFES (cf.
fls. 49, 61 e 64).
Ocorre que a estrutura remuneratória do magistério foi
significativamente alterada desde o advento da Lei n. 8.168/91. Nesse
sentido, por exemplo, basta mencionar a instituição da GAE, em 1992,
e da GED, em 1998. Como resultado, chegou-se à esdrúxula situação
de se pagar aos inativos, apenas a título de quintos, valor equivalente
às maiores funções comissionadas atualmente existentes no âmbito do
serviço público.
(...)
A UFMS, entretanto, conferindo interpretação notoriamente
exorbitante a essa decisão, concedeu aos inativos o direito de
perceberem valores que, anteriormente, jamais lhe foram pagos (a
GAE, por exemplo, foi instituída em 1992, depois da edição da Lei n.
8.168/91), e, portanto, não poderiam ter sido objeto de eventual
descenso remuneratório.
Cabe salientar que o posicionamento defendido pelo magistrado,
na referida sentença que concedeu o Mandado de Segurança, caminha
no mesmo sentido da jurisprudência firme do STF e do STJ, conforme
se pode verificar na Decisão do Recurso Extraordinário n.
441.393/BA” (fl. 26).
O ato impugnado pelo Impetrante está em harmonia com a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que assentou não ter o
servidor beneficiado direito adquirido ao regime jurídico de reajuste da
gratificação incorporada, apesar da constitucionalidade do instituto da
estabilidade financeira.
Assim, não contraria a Constituição lei que transforma as
5
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objetivos da sentença, tendo em vista que esta, reitere-se apenas
garantiu que seus valores fossem mantidos e não sua forma de cálculo.
Esse, inclusive, foi o entendimento defendido pela instrução da Sefip
(…)
Contudo, o que se infere dos autos é que a UFMS foi além,
assegurando aos servidores indefinidamente o direito de continuar a
perceber o benefício calculado da mesma forma que as extintas FCs, ou
seja, atrelado aos vencimentos dos professores titulares da IFES (cf.
fls. 49, 61 e 64).
Ocorre que a estrutura remuneratória do magistério foi
significativamente alterada desde o advento da Lei n. 8.168/91. Nesse
sentido, por exemplo, basta mencionar a instituição da GAE, em 1992,
e da GED, em 1998. Como resultado, chegou-se à esdrúxula situação
de se pagar aos inativos, apenas a título de quintos, valor equivalente
às maiores funções comissionadas atualmente existentes no âmbito do
serviço público.
(...)
A UFMS, entretanto, conferindo interpretação notoriamente
exorbitante a essa decisão, concedeu aos inativos o direito de
perceberem valores que, anteriormente, jamais lhe foram pagos (a
GAE, por exemplo, foi instituída em 1992, depois da edição da Lei n.
8.168/91), e, portanto, não poderiam ter sido objeto de eventual
descenso remuneratório.
Cabe salientar que o posicionamento defendido pelo magistrado,
na referida sentença que concedeu o Mandado de Segurança, caminha
no mesmo sentido da jurisprudência firme do STF e do STJ, conforme
se pode verificar na Decisão do Recurso Extraordinário n.
441.393/BA” (fl. 26).
O ato impugnado pelo Impetrante está em harmonia com a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que assentou não ter o
servidor beneficiado direito adquirido ao regime jurídico de reajuste da
gratificação incorporada, apesar da constitucionalidade do instituto da
estabilidade financeira.
Assim, não contraria a Constituição lei que transforma as
5
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 17
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
MS 28.229 / DF
gratificações incorporadas em vantagem pessoal nominalmente
identificada, reajustável pelos índices gerais de revisão dos vencimentos
dos servidores públicos. Nesse sentido:
“Servidor não tem direito adquirido a regime jurídico de
reajuste da gratificação incorporada. 2. Não contraria a Constituição
da República lei que transforma as gratificações incorporadas em
vantagem pessoal nominalmente identificada, reajustável pelos índices
gerais de revisão dos vencimentos dos servidores públicos” (AI
833.985-ED, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 12.4.2011).
“A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no
sentido de que o servidor público não tem direito adquirido à
manutenção de regime de composição de vencimentos ou proventos,
pois o que a Constituição lhe assegura é a irredutibilidade de
vencimentos. 2. No caso, o Tribunal de origem asseverou que não
houve decréscimo da remuneração dos agravantes, o que afasta a
alegação de violação aos princípios do direito adquirido e da
irredutibilidade de vencimentos. 3. Agravo regimental a que se nega
provimento” (AI 721.110-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda
Turma, DJe 13.6.2011).
E ainda: MS 24.381, Rel. Min. Gilmar Mendes, Plenário, DJ 3.9.2004;
RE 223.425, Rel. Min. Moreira Alves, Plenário, DJ 1º.9.2000; e RE 226.462,
Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Plenário, DJ 25.5.2001.
7. Pelo exposto, voto no sentido de denegar a ordem.
6
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
MS 28.229 / DF
gratificações incorporadas em vantagem pessoal nominalmente
identificada, reajustável pelos índices gerais de revisão dos vencimentos
dos servidores públicos. Nesse sentido:
“Servidor não tem direito adquirido a regime jurídico de
reajuste da gratificação incorporada. 2. Não contraria a Constituição
da República lei que transforma as gratificações incorporadas em
vantagem pessoal nominalmente identificada, reajustável pelos índices
gerais de revisão dos vencimentos dos servidores públicos” (AI
833.985-ED, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 12.4.2011).
“A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no
sentido de que o servidor público não tem direito adquirido à
manutenção de regime de composição de vencimentos ou proventos,
pois o que a Constituição lhe assegura é a irredutibilidade de
vencimentos. 2. No caso, o Tribunal de origem asseverou que não
houve decréscimo da remuneração dos agravantes, o que afasta a
alegação de violação aos princípios do direito adquirido e da
irredutibilidade de vencimentos. 3. Agravo regimental a que se nega
provimento” (AI 721.110-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda
Turma, DJe 13.6.2011).
E ainda: MS 24.381, Rel. Min. Gilmar Mendes, Plenário, DJ 3.9.2004;
RE 223.425, Rel. Min. Moreira Alves, Plenário, DJ 1º.9.2000; e RE 226.462,
Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Plenário, DJ 25.5.2001.
7. Pelo exposto, voto no sentido de denegar a ordem.
6
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Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
MANDADO DE SEGURANÇA 28.229
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
IMPTE.(S) : ALMIR NADIM RASLAN
ADV.(A/S) : SILZOMAR F. MENDONÇA JR. E OUTRO(A/S)
IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
IMPDO.(A/S) : TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TC 01139120050)
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
Decisão: A Turma denegou a segurança, nos termos do voto da
Relatora. Unânime. Não participou, justificadamente, deste
julgamento, o Senhor Ministro Marco Aurélio. Presidência da
Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
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PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
MANDADO DE SEGURANÇA 28.229
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
IMPTE.(S) : ALMIR NADIM RASLAN
ADV.(A/S) : SILZOMAR F. MENDONÇA JR. E OUTRO(A/S)
IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
IMPDO.(A/S) : TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TC 01139120050)
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
Decisão: A Turma denegou a segurança, nos termos do voto da
Relatora. Unânime. Não participou, justificadamente, deste
julgamento, o Senhor Ministro Marco Aurélio. Presidência da
Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 17
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1595382 | 2011-10-25T00:00:00 | 2011-11-30T00:00:00 | A Turma denegou a segurança, nos termos do voto da Relatora. Unânime. Não participou, justificadamente, deste julgamento, o Senhor Ministro Marco Aurélio. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011. | MANDADO DE SEGURANÇA | EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. 1. CONTROLE EXTERNO DE LEGALIDADE DE ATO CONCESSIVO DE APOSENTADORIA: INAPLICABILIDADE DA DECADÊNCIA PREVISTA NO ART. 54 DA LEI 9.784/1999. 2. DETERMINAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO DE GRATIFICAÇÃO EM VANTAGEM PESSOAL NOMINALMENTE IDENTIFICÁVEL. INEXISTÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO A FORMA DE CÁLCULO DA GRATIFICAÇÃO. PRECEDENTES. SEGURANÇA DENEGADA. | sjur202089 | - Acórdão citados: MS 24381 - Tribunal Pleno, MS 25409, MS
25552 - Tribunal Pleno, MS 26320, RE 223425 - Tribunal Pleno,
RE 226462 - Tribunal Pleno, AI 721110 AgR, AI 833985 ED.
- Veja MS 2000.60.00.000140-4 da Justiça Federal - Seção Judiciária de Mato Grosso do Sul.
Número de páginas: 17.
Análise: 05/01/2012, MMR.
Revisão: 17/01/2012, KBP. | CÁRMEN LÚCIA | Primeira Turma | 28229 | [
"LEG-FED LEI-007596 ANO-1987\r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-FED LEI-008168 ANO-1991\r\n LEI ORDINÁRIA\r\n",
"LEG-FED LEI-009784 ANO-1999\r\n ART-00054 \r\n LPA-1999 LEI DE PROCESSO ADMINISTRATIVO\r\n",
"LEG-FED PRT-000474 ANO-1987\r\n PORTARIA DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA - MEC"
] | MS | acordaos | MS 28229 | [
""
] | IMPTE.(S) : ALMIR NADIM RASLAN
ADV.(A/S) : SILZOMAR F. MENDONÇA JR. E OUTRO(A/S)
IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
IMPDO.(A/S) : TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TC 01139120050)
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"MANDADO",
"TC 01139120050",
"TC 01139120050",
"Acórdãos n . 2068 / 2009",
"1336",
"2007",
"TC 01139120050",
"Acórdãos n . 2068 / 2009",
"1336",
"/",
"2007",
"MS 28 . 229 / DF",
"STF",
"-",
"RE",
"-",
"AgR [UNK] 497141",
"MS 28 . 229",
"STF",
"-",
"RE",
"-",
"AgR",
"MS 28 . 229 / DF",
"MS 28 . 229 / DF",
"MS 28 . 229 / DF",
"MS n . 2000 . 60 . 00 . 000232 - 9",
"MS 28 . 229 / DF",
"MS n . 2000 . 60 . 00 . 000232 - 9",
"MS 28 . 229 / DF",
"MS 28 . 229 / DF",
"MS 28 . 229 / DF Segurança n . 2000 . 60 . 00 . 000140 - 4",
"MS 28 . 229 / DF",
"Segurança n . 2000 . 60 . 00 . 000140 - 4",
"MS 28 . 229 / DF",
"MS 28 . 229 / DF",
"MS 28 . 229 / DF",
"Mandado",
"Mandado de Segurança n . 2000 . 6000 . 140 - 4",
"MS 28 . 229 / DF",
"Mandado de Segurança n . 2000 . 6000 . 140 - 4",
"Mandado de Segurança n . 2000 . 6000 . 140 - 4",
"MS 28 . 229 / DF",
"MS 24 . 859 - DF",
"MS 28 . 229 / DF",
"MS 24 . 859 - DF",
"MS 24 . 859 - DF",
"MS 24 . 859 - DF",
"MS 28 . 229 / DF",
"Mandado de Segurança n . 2000 . 60 . 00 . 000140 - 4 . 5",
"MS 28 . 229 / DF",
"Mandado de Segurança n . 2000 . 60 . 00 . 000140 - 4 . 5",
"MS 28 . 229 / DF",
"Mandado de Segurança n . 25 . 552",
"Mandado de Segurança n . 25 . 409",
"MS 28 . 229 / DF",
"Mandado",
"Mandado de Segurança n . 25 . 409",
"MS 28 . 229 / DF",
"Mandados de Segurança [UNK] 24 . 754 / DF",
"24",
".",
"997",
"/",
"DF",
"MS 26 . 320",
"MS 28 . 229 / DF",
"Mandados de Segurança [UNK] 24 . 754 / DF",
"MS 26 . 320",
"MS 28 . 229 / DF",
"Recurso Extraordinário n . 441 . 393 / BA",
"MS 28 . 229 / DF",
"Recurso Extraordinário n . 441 . 393 / BA",
"MS 28 . 229 / DF",
"AI 833 . 985 - ED",
"AI 721 . 110 - AgR",
"MS 24 . 381",
"RE 223 . 425",
"RE 226 . 462",
"MS 28 . 229 / DF",
"AI 833 . 985 - ED",
"AI 721 . 110 - AgR",
"MS 24 . 381",
"RE 223 . 425",
"RE 226 . 462",
"TC 01139120050",
"TC 01139120050"
],
"LEGISLACAO": [
"ART . 54 DA LEI 9 . 784 / 1999",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Portaria n . 474 / 1987 do MEC",
"Portaria",
"-",
"MEC n . 474 - 87",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Portaria n . 474 / 1987 do",
"Portaria",
"-",
"MEC n . 474 - 87",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Portaria n . 474 / 87 do MEC",
"Lei n . 8 . 168 / 91",
"PORTARIA N . 474 / 87",
"Lei 7 . 596 / 87",
"Portaria 474 / 87 do MEC",
"Lei 8 . 168 / 91",
"PORTARIA MEC N . 474 / 1987",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Portaria n . 474 / 87 do MEC",
"Lei n . 8 . 168 / 91",
"PORTARIA N . 474 / 87",
"Lei 7 . 596 / 87",
"Portaria 474 / 87 do MEC",
"Lei 8 . 168 / 91",
"PORTARIA MEC N . 474 / 1987",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Portaria MEC n . 474 / 1987",
"Lei n . 7 . 596 / 87",
"Decreto n . 94 . 664 / 87",
"Portaria n . 474 / MEC",
"Lei n . 8 . 168 / 91",
"Portaria MEC n . 474 / 87",
"Lei n . 8 . 168",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Portaria MEC n . 474 / 1987",
"Lei n . 7 . 596",
"Decreto n . 94 . 664 / 87",
"Portaria n . 474 / MEC",
"Lei n . 8 . 168 / 91",
"Portaria MEC n . 474 / 87",
"Lei n . 8 . 168",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 39 , § [UNK] , da Constituição Federal",
"art . [UNK] , VI ’ ,",
"Carta Magna",
"art . 37 , XV , da Carta Magna",
"Lei n . 8 . 168 / 91",
"Portaria MEC n . 474 / 87",
"Lei n . 8 . 168",
"Lei n . 8 . 911",
"Lei n . 8 . 168 / 91",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 39 , § [UNK] , da Constituição Federal",
"art . [UNK] , VI ’ , da mesma Carta Magna",
"art . 37 , XV , da Carta Magna",
"Lei n . 8 . 168 / 91",
"Portaria MEC n . 474 / 87",
"Lei n . 8 . 168",
"Lei n . 8 . 911",
"Lei n . 8 . 168 / 91",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n . 9 . 527 / 97",
"PORTARIA MEC 474 / 1987",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n . 9 . 527 / 97",
"PORTARIA MEC 474 / 1987",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Portaria [UNK] 474 / 1987",
"Lei [UNK] 8 . 168 / 1991",
"Lei [UNK] 8 . 168 / 1991",
"Portaria do MEC [UNK] 474 / 1987",
"Lei [UNK] 8 . 168 / 91",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Portaria [UNK] 474 / 1987",
"Lei [UNK] 8 . 168 / 1991",
"Lei [UNK] 8 . 168 / 1991",
"Portaria do MEC [UNK] 474 / 1987",
"Lei [UNK] 8 . 168 / 91",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 8 . 168 / 91",
"Portaria MEC 474 / 1987",
"Lei n . 7 . 596 / 1987",
"Lei n . 8 . 161 / 1991",
"Portaria MEC n . 474 / 87",
"Portaria n . 474 / 87",
"Lei n . 7 . 596 / 1987",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 8 . 168 / 91",
"Portaria MEC 474 / 1987",
"Lei n . 7 . 596 / 1987",
"Lei n . 8 . 161 / 1991",
"Portaria MEC n . 474 / 87",
"Portaria n . 474 / 87",
"Lei n . 7 . 596 / 1987",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Portaria MEC 474 / 1987",
"Lei n . 8 . 168 / 1991",
"art . 54 da Lei n . 9 . 784",
"art . 26 da Lei n . 12 . 016 / 2009",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Portaria MEC 474 / 1987",
"Lei n . 8 . 168 / 1991",
"art . 54 da Lei n . 9 . 784",
"art . 26 da Lei n . 12 . 016 / 2009",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 54 da Lei n . 9 . 784 / 99",
"artigo 54 da Lei n . 9 . 784 / 99",
"art . [UNK] da Constituição",
"Constituição",
"PORTARIA MEC 474 / 87",
"LEI N . 8 . 168 / 1991",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 54 da Lei n . 9 . 784 / 99",
"artigo 54 da Lei n . 9 . 784 / 99",
"art . [UNK] da Constituição",
"Constituição Federal",
"PORTARIA MEC 474 / 87",
"LEI N . 8 . 168 / 1991",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Portaria n . 474 / 1987 do MEC",
"Portaria n . 474 / 1987",
"Lei n . 8 . 168 / 1991",
"art . 54 da Lei n . 9 . 784 / 99",
"art . 54 da Lei n . 9 . 784 / 99",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Portaria n . 474 / 1987",
"Portaria n . 474 / 1987 do MEC",
"Lei n . 8 . 168 / 1991",
"art . 54 da Lei n . 9 . 784 / 99",
"art . 54 da Lei n . 9 . 784 / 99",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Portaria n . 474",
"Lei n . 8 . 168 / 91",
"art . 54 da Lei n . 9 . 784 / 1999",
"art . 54 da Lei n . 9 . 784 / 1999",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Portaria n . 474",
"Lei n . 8 . 168 / 91",
"art . 54 da Lei n . 9 . 784 / 1999",
"art . 54 da Lei n . 9 . 784 / 1999",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n . 9 . 784 / 99",
"L",
". 8 . 112 / 90 , art",
"Constituição ( art . 71 , III )",
"art . 54 da L . 9 . 784 / 99",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n . 9 . 784 / 99",
"L",
". 8 . 112 / 90 , art",
"Constituição ( art . 71 , III )",
"art . 54 da L . 9 . 784 / 99",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTIGO 54 DA LEI [UNK] 9 . 784 / 99",
"artigo 54 da Lei [UNK] 9 . 784 / 99",
"Lei n . 8 . 168 / 1991",
"Lei n . 7 . 596 / 1987",
"Portaria 474 / 1987",
"Portaria n . 474 / 1987",
"Lei n . 8 . 168 / 1991",
"Lei [UNK] 8 . 168 / 1991",
"Portaria do MEC n . 474 / 1987",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTIGO 54 DA LEI [UNK] 9 . 784 / 99",
"artigo 54 da Lei [UNK] 9 . 784 / 99",
"Lei n . 8 . 168 / 1991",
"Lei n . 7 . 596 / 1987",
"Portaria 474 / 1987",
"Portaria n . 474 / 1987",
"Lei n . 8 . 168 / 1991",
"Lei [UNK] 8 . 168 / 1991",
"Portaria do MEC n . 474 / 1987",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n . 8 . 168 / 91",
"Lei n . 8 . 168 / 91",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei n . 8 . 168 / 91",
"Lei n . 8 . 168 / 91",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição da República",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição da República",
"Constituição",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"DISTRITO FEDERAL",
"Brasília",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL",
"MG",
"MG",
"DISTRITO FEDERAL",
"Mato Grosso do Sul",
"Mato Grosso do Sul",
"DISTRITO FEDERAL",
"DISTRITO FEDERAL"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO",
"TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO",
"UNIÃO",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO",
"TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO",
"[UNK] Câmara do Tribunal de Contas da União",
"Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul",
"FUFMS",
"Seção Judiciária de Mato Grosso do Sul",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO",
"TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO",
"[UNK] Câmara do Tribunal de Contas da União",
"MEC",
"Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul",
"FUFMS",
"Seção Judiciária de Mato Grosso do Sul",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Seção Judiciária de Mato Grosso do Sul",
"Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Fundação Universitária Federal de Mato Grosso do Sul",
"MEC",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"[UNK] Câmara do Tribunal de Contas da União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Seção Judiciária de",
"Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da [UNK] Região",
"Fundação Universitária Federal de Mato Grosso do Sul",
"MEC",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"[UNK] Câmara do Tribunal de Contas da União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"UFMS",
"TRF",
"UFMS",
"PUCRCE",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"UFMS",
"TRF",
"UFMS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"UFMS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"UFMS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal de Contas da União",
"[UNK] Câmara do Tribunal de Contas da União",
"TCU",
"Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento , Orçamento e Gestão",
"Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento , Orçamento e Gestão",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal de Contas da União",
"[UNK] Câmara do Tribunal de Contas da União",
"TCU",
"Secretaria de Recursos Humanos do",
"Ministério do Planejamento , Orçamento e Gestão",
"Secretaria de Recursos Humanos do",
"Ministério do Planejamento , Orçamento e Gestão",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Seção Judiciária de Mato Grosso do Sul",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"MEC",
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"UFMS",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
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"Brasil",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"Brasil",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"TCU",
"STF",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
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"TCU",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"MEC",
"[UNK] Câmara do Tribunal de Contas da União",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"MEC",
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"Supremo Tribunal Federal",
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"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Plenário",
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"Tribunal de Contas da União",
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"Tribunal de Contas da União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal de Contas da União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Tribunal de Contas da União",
"Plenário",
"Supremo",
"Tribunal de Contas da União",
"Tribunal de Contas da União",
"Tribunal de Contas da União",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"Brasil",
"Primeira Turma",
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"MEC",
"MEC",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Tribunal de Contas da União",
"MEC",
"MEC",
"MEC",
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"UFMS",
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"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Supremo Tribunal Federal",
"UFMS",
"UFMS",
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"STJ",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
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"-",
"Brasil",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
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"Plenário",
"Plenário",
"Plenário",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Primeira Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Plenário",
"Plenário",
"Plenário",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO",
"TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO",
"UNIÃO",
"[UNK] Turma",
"Infra",
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"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO",
"TRIBUNAL",
"UNIÃO",
"UNIÃO",
"[UNK] Turma",
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"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
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"Brasil"
],
"PESSOA": [
"CÁRMEN LÚCIA",
"ALMIR NADIM RASLAN",
"SILZOMAR F . MENDONÇA JR",
"Cármen Lúcia",
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"CÁRMEN LÚCIA",
"CÁRMEN LÚCIA",
"ALMIR NADIM RASLAN",
"SILZOMAR F . MENDONÇA JR .",
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"CÁRMEN LÚCIA",
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"SEPÚLVEDA PERTENCE",
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"Adalberto Arão",
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"Moisés Granzoti",
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"CÁRMEN LÚCIA",
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"Sepúlveda Pertence",
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"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Paulo de Tarso Braz Lucas",
"Carmen Lilian"
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"TEMPO": [
"25",
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"2007",
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"2002",
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"2007",
"23",
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"03",
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"2007",
"29",
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"5",
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"2007",
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"julho",
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"/",
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"2001",
"1992",
"16 de janeiro de 1991",
"julho",
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"94",
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"09",
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"1992",
"1998",
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"2001",
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"junho de 1992",
"julho de 2001",
"agosto de 2001",
"1991",
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"2001",
"19 de janeiro de 1999",
"10",
".",
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".",
"2009",
"5",
".",
"10",
".",
"2009",
"24",
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"08",
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"2001",
"19 de janeiro de 1999",
"10",
".",
"9",
".",
"2009",
"5",
".",
"10",
".",
"2009",
"24",
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"/",
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"30",
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"8",
".",
"2011",
"24",
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"2001",
"30",
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"8",
".",
"2011",
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"2001",
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"2011",
"15",
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".",
"1992",
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"2001",
"25",
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"10",
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"2011",
"15",
".",
"6",
".",
"1992",
"24",
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"24",
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".",
"5",
".",
"2008",
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".",
"5",
".",
"2007",
"24",
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"08",
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"2001",
"30",
".",
"5",
".",
"2008",
"18",
".",
"5",
".",
"2007",
"24",
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"17",
".",
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".",
"2011",
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"17",
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"2011",
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"2001",
"1992",
"1998",
"1992",
"24",
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"1992",
"1998",
"1992",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"12",
".",
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".",
"2011",
"13",
".",
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".",
"2011",
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".",
"9",
".",
"2004",
"[UNK]",
".",
"9",
".",
"2000",
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".",
"5",
".",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"12",
".",
"4",
".",
"2011",
"13",
".",
"6",
".",
"2011",
"3",
".",
"9",
".",
"2004",
"[UNK]",
".",
"9",
".",
"2000",
"25",
".",
"5",
".",
"2001",
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"/",
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"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 499.937 RIO GRANDE DO
NORTE
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S)
:MARIA DAS GRAÇAS FERREIRA DE LIMA
ADV.(A/S)
:LUZINALDO ALVES DE OLIVEIRA
AGDO.(A/S)
:INSTITUTO DE PESOS E MEDIDAS DO ESTADO DO
RIO GRANDE DO NORTE - IPEM/RN
ADV.(A/S)
:FRANCISCO IVO CAVALCANTI NETTO
EMENTA
Agravo regimental no recurso extraordinário. Servidor público.
Salário mínimo. Garantia. Total da remuneração. Abono. Inclusão no
cálculo de outras vantagens pecuniárias. Impossibilidade. Precedentes.
1. É pacífica a jurisprudência desta Corte de que a garantia de
percepção de salário mínimo conferida ao servidor por força dos arts. 7º,
inciso IV, e 39, § 3º, da Constituição Federal, corresponde à sua
remuneração total e não apenas ao vencimento básico, que pode ser
inferior ao mínimo, e, também, que sobre o abono pago para atingir o
salário-mínimo não devem incidir as gratificações e demais vantagens
pecuniárias, sob pena de ofensa ao art. 7º, inciso IV, da Constituição
Federal.
2. Agravo regimental não provido.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência da Sra.
Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata do julgamento e das
notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao
agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto do
Relator.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1565795.
Supremo Tribunal Federal
DJe 01/12/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9
Ementa e Acórdão
RE 499.937 AGR / RN
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1565795.
Supremo Tribunal Federal
RE 499.937 AGR / RN
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1565795.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 9
Relatório
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 499.937 RIO GRANDE DO
NORTE
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S)
:MARIA DAS GRAÇAS FERREIRA DE LIMA
ADV.(A/S)
:LUZINALDO ALVES DE OLIVEIRA
AGDO.(A/S)
:INSTITUTO DE PESOS E MEDIDAS DO ESTADO DO
RIO GRANDE DO NORTE - IPEM/RN
ADV.(A/S)
:FRANCISCO IVO CAVALCANTI NETTO
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Maria das Graças Ferreira de Lima interpõe tempestivo agravo
regimental, por meio de petição (fls. 184 a 194) enviada eletronicamente
(nº 174.836), contra a decisão em que o Ministro Sepúlveda Pertence (fls.
180/181) deu provimento ao recurso extraordinário do IPEM/RN, com a
seguinte fundamentação:
“Cuida-se, na origem, de ação ordinária visando à
inclusão de valor pago a título de abono - instituído para
adequar o vencimento-base de servidores ao mínimo
constitucional - no cálculo da gratificação adicional qüinqüenal
e de outras vantagens pessoais.
Julgada improcedente a demanda em primeiro grau e
interposto recurso de apelação pela ora recorrida, o Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Norte reformou a sentença
sob o fundamento de que o abono faz parte do vencimento e,
portanto, deve incidir também sobre o seu valor o cálculo de
todos os adicionais e vantagens pessoais.
Desta decisão foi interposto o presente recurso
extraordinário que alega, em síntese, a violação dos artigos 5º,
II; 7º, IV; 18; 25 a 28; 37, caput, X, XIII e XIV; 39, § 3º; 93, IX; e
169, § 1º, I e II, da Constituição Federal.
Decido.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1565797.
Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 499.937 RIO GRANDE DO
NORTE
RELATOR
: MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S)
:MARIA DAS GRAÇAS FERREIRA DE LIMA
ADV.(A/S)
:LUZINALDO ALVES DE OLIVEIRA
AGDO.(A/S)
:INSTITUTO DE PESOS E MEDIDAS DO ESTADO DO
RIO GRANDE DO NORTE - IPEM/RN
ADV.(A/S)
:FRANCISCO IVO CAVALCANTI NETTO
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
Maria das Graças Ferreira de Lima interpõe tempestivo agravo
regimental, por meio de petição (fls. 184 a 194) enviada eletronicamente
(nº 174.836), contra a decisão em que o Ministro Sepúlveda Pertence (fls.
180/181) deu provimento ao recurso extraordinário do IPEM/RN, com a
seguinte fundamentação:
“Cuida-se, na origem, de ação ordinária visando à
inclusão de valor pago a título de abono - instituído para
adequar o vencimento-base de servidores ao mínimo
constitucional - no cálculo da gratificação adicional qüinqüenal
e de outras vantagens pessoais.
Julgada improcedente a demanda em primeiro grau e
interposto recurso de apelação pela ora recorrida, o Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Norte reformou a sentença
sob o fundamento de que o abono faz parte do vencimento e,
portanto, deve incidir também sobre o seu valor o cálculo de
todos os adicionais e vantagens pessoais.
Desta decisão foi interposto o presente recurso
extraordinário que alega, em síntese, a violação dos artigos 5º,
II; 7º, IV; 18; 25 a 28; 37, caput, X, XIII e XIV; 39, § 3º; 93, IX; e
169, § 1º, I e II, da Constituição Federal.
Decido.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1565797.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 9
Relatório
RE 499.937 AGR / RN
No presente caso, o vencimento percebido pelos
servidores públicos recorrentes era inferior ao salário-mínimo e,
por isso, complementado por um abono para a realização de
exigência constitucional. Assim, a remuneração (vencimento
mais abono) alcançava o valor do salário-mínimo.
A controvérsia restringe-se à inclusão do respectivo abono
no valor-base para a aferição de vantagens pessoais percebidas
pelos recorridos, o que é inviável.
Se assim fosse, majorado o salário mínimo, o abono
também o seria e, de forma reflexa, determinaria a elevação do
valor das vantagens. Assim, estaria configurada a vinculação
destas ao valor do salário mínimo, o que é expressamente
vedado pela Constituição (art. 7º, IV, in fine).
Essa a orientação seguida no RE 439.360-AgR, 09.08.2005,
1ª T, Pertence, assim ementado:
‘Servidor público: salário mínimo. 1. É da
jurisprudência do STF que a remuneração total do
servidor é que não pode ser inferior ao salário mínimo
(CF, art. 7º, IV). 2. Ainda que os vencimentos sejam
inferiores ao mínimo, se tal montante é acrescido de abono
para atingir tal limite, não há falar em violação dos artigos
7º, IV, e 39, § 2º, da Constituição. 3. Inviável, ademais, a
pretensão de reflexos do referido abono no cálculo de
vantagens, que implicaria vinculação constitucionalmente
vedada (CF, art. 7º, IV, parte final).’
Dou provimento ao recurso extraordinário (art. 557, § 1º-
A, do C.Pr.Civil), invertidos os ônus da sucumbência, fixados os
honorários - salvo concessão ou justiça gratuita - em 5% do
valor da causa.”
Alega a agravante que teriam sido violados os arts. 7º, inciso IV; e 39,
§ 3º, da Constituição Federal.
Aduz, in verbis, que:
2
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1565797.
Supremo Tribunal Federal
RE 499.937 AGR / RN
No presente caso, o vencimento percebido pelos
servidores públicos recorrentes era inferior ao salário-mínimo e,
por isso, complementado por um abono para a realização de
exigência constitucional. Assim, a remuneração (vencimento
mais abono) alcançava o valor do salário-mínimo.
A controvérsia restringe-se à inclusão do respectivo abono
no valor-base para a aferição de vantagens pessoais percebidas
pelos recorridos, o que é inviável.
Se assim fosse, majorado o salário mínimo, o abono
também o seria e, de forma reflexa, determinaria a elevação do
valor das vantagens. Assim, estaria configurada a vinculação
destas ao valor do salário mínimo, o que é expressamente
vedado pela Constituição (art. 7º, IV, in fine).
Essa a orientação seguida no RE 439.360-AgR, 09.08.2005,
1ª T, Pertence, assim ementado:
‘Servidor público: salário mínimo. 1. É da
jurisprudência do STF que a remuneração total do
servidor é que não pode ser inferior ao salário mínimo
(CF, art. 7º, IV). 2. Ainda que os vencimentos sejam
inferiores ao mínimo, se tal montante é acrescido de abono
para atingir tal limite, não há falar em violação dos artigos
7º, IV, e 39, § 2º, da Constituição. 3. Inviável, ademais, a
pretensão de reflexos do referido abono no cálculo de
vantagens, que implicaria vinculação constitucionalmente
vedada (CF, art. 7º, IV, parte final).’
Dou provimento ao recurso extraordinário (art. 557, § 1º-
A, do C.Pr.Civil), invertidos os ônus da sucumbência, fixados os
honorários - salvo concessão ou justiça gratuita - em 5% do
valor da causa.”
Alega a agravante que teriam sido violados os arts. 7º, inciso IV; e 39,
§ 3º, da Constituição Federal.
Aduz, in verbis, que:
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 9
Relatório
RE 499.937 AGR / RN
“Se essa Suprema Corte reconhece a constitucionalidade
do citado abono e que o seu valor tem natureza salarial,
obviamente este deve ser considerado para o cálculo das
mencionadas verbas, até mesmo porque o Plenário desta Corte
firmou entendimento de que o art. 7º, IV c/c o art. 39, § 3º,
ambos da Constituição Federal, se refere à remuneração total
recebida pelo servidor em atividade e não apenas ao
‘vencimento-base’” (fl. 186).
É o relatório.
3
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Supremo Tribunal Federal
RE 499.937 AGR / RN
“Se essa Suprema Corte reconhece a constitucionalidade
do citado abono e que o seu valor tem natureza salarial,
obviamente este deve ser considerado para o cálculo das
mencionadas verbas, até mesmo porque o Plenário desta Corte
firmou entendimento de que o art. 7º, IV c/c o art. 39, § 3º,
ambos da Constituição Federal, se refere à remuneração total
recebida pelo servidor em atividade e não apenas ao
‘vencimento-base’” (fl. 186).
É o relatório.
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 499.937 RIO GRANDE DO
NORTE
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
O inconformismo não merece prosperar.
Na sessão de 13 de novembro de 2008, o Plenário do Supremo
Tribunal Federal, ao apreciar os Recursos Extraordinários nºs 572.921/RN
e 582.019/SP, ambos da relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski,
reconheceu a existência da repercussão geral das matérias constitucionais
versadas nestes feitos e reafirmou a jurisprudência dominante nesta Corte
no sentido de que a garantia de percepção de salário mínimo conferida ao
servidor por força dos arts. 7º, inciso IV; e 39, § 3º, da Constituição
Federal, corresponde à sua remuneração total e não apenas ao
vencimento básico, que pode ser inferior ao mínimo, e, também, que
sobre o abono pago para atingir o salário-mínimo não devem incidir as
gratificações e demais vantagens pecuniárias, sob pena de ofensa ao art.
7º, inciso IV, da Constituição Federal.
No julgamento do RE nº 518.933/RN, publicado no DJe de 20/10/09, o
Ministro Ricardo Lewandowski elucida que:
“(...) a incidência de gratificações e outras vantagens sobre
o resultado da soma do vencimento com o abono contraria o
art. 7º, IV, da CF/88, porquanto, a cada aumento do salário
mínimo e, por conseqüência, do abono, aumentar-se-iam,
indiretamente, também as gratificações e vantagens dos
servidores. Consubstanciaria, dessa forma, uma vinculação
indireta ao salário mínimo, vinculação, essa, vedada pela
Constituição Federal e objeto de reiteradas decisões desta
Casa.”
Nesse contexto, o Supremo Tribunal Federal aprovou os enunciados
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 499.937 RIO GRANDE DO
NORTE
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):
O inconformismo não merece prosperar.
Na sessão de 13 de novembro de 2008, o Plenário do Supremo
Tribunal Federal, ao apreciar os Recursos Extraordinários nºs 572.921/RN
e 582.019/SP, ambos da relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski,
reconheceu a existência da repercussão geral das matérias constitucionais
versadas nestes feitos e reafirmou a jurisprudência dominante nesta Corte
no sentido de que a garantia de percepção de salário mínimo conferida ao
servidor por força dos arts. 7º, inciso IV; e 39, § 3º, da Constituição
Federal, corresponde à sua remuneração total e não apenas ao
vencimento básico, que pode ser inferior ao mínimo, e, também, que
sobre o abono pago para atingir o salário-mínimo não devem incidir as
gratificações e demais vantagens pecuniárias, sob pena de ofensa ao art.
7º, inciso IV, da Constituição Federal.
No julgamento do RE nº 518.933/RN, publicado no DJe de 20/10/09, o
Ministro Ricardo Lewandowski elucida que:
“(...) a incidência de gratificações e outras vantagens sobre
o resultado da soma do vencimento com o abono contraria o
art. 7º, IV, da CF/88, porquanto, a cada aumento do salário
mínimo e, por conseqüência, do abono, aumentar-se-iam,
indiretamente, também as gratificações e vantagens dos
servidores. Consubstanciaria, dessa forma, uma vinculação
indireta ao salário mínimo, vinculação, essa, vedada pela
Constituição Federal e objeto de reiteradas decisões desta
Casa.”
Nesse contexto, o Supremo Tribunal Federal aprovou os enunciados
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 499.937 AGR / RN
das Súmulas Vinculantes nºs 15 e 16, que assim dispõem,
respectivamente:
“O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor
público não incide sobre o abono utilizado para se atingir o
salário mínimo.”
“Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da
Constituição, referem-se ao total da remuneração percebida
pelo servidor público.”
Sobre o tema, anotem-se os recentes julgados:
“AGRAVO DE INSTRUMENTO – SERVIDORES
PÚBLICOS ESTADUAIS – SALÁRIO MÍNIMO –
COMPLEMENTAÇÃO POR ABONO - CÁLCULO DE
VANTAGENS PESSOAIS E DE OUTRAS GRATIFICAÇÕES
SOBRE A REMUNERAÇÃO ACRESCIDA PELO ABONO
INSTITUÍDO PARA ATINGIR O SALÁRIO MÍNIMO
-IMPOSSIBILIDADE – SÚMULA VINCULANTE Nº 15 –
APLICABILIDADE AO CASO - VERBA HONORÁRIA –
ESTIPULAÇÃO EM DEZ POR CENTO SOBRE O VALOR
ATUALIZADO DA CAUSA – CPC, ART. 20, § 4º -
OBSERVÂNCIA – RECURSOS DE AGRAVO IMPROVIDOS”
(AI nº 602.192/RN-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro
Celso de Mello, DJe de 17/12/10).
“AGRAVO
REGIMENTAL
EM
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. SERVIDORES
PÚBLICOS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE.
COMPLEMENTAÇÃO REMUNERATÓRIA POR ABONO. LEI
ESTADUAL 5.784/1988. CÁLCULO DE VANTAGENS
REMUNERATÓRIAS SOBRE O ABONO. VINCULAÇÃO AO
SALÁRIO MÍNIMO. SÚMULA VINCULANTE 15/STF. 1. A
incidência de vantagem sobre abono criado para complementar
remuneração inferior ao salário mínimo resulta na vinculação
2
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Supremo Tribunal Federal
RE 499.937 AGR / RN
das Súmulas Vinculantes nºs 15 e 16, que assim dispõem,
respectivamente:
“O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor
público não incide sobre o abono utilizado para se atingir o
salário mínimo.”
“Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da
Constituição, referem-se ao total da remuneração percebida
pelo servidor público.”
Sobre o tema, anotem-se os recentes julgados:
“AGRAVO DE INSTRUMENTO – SERVIDORES
PÚBLICOS ESTADUAIS – SALÁRIO MÍNIMO –
COMPLEMENTAÇÃO POR ABONO - CÁLCULO DE
VANTAGENS PESSOAIS E DE OUTRAS GRATIFICAÇÕES
SOBRE A REMUNERAÇÃO ACRESCIDA PELO ABONO
INSTITUÍDO PARA ATINGIR O SALÁRIO MÍNIMO
-IMPOSSIBILIDADE – SÚMULA VINCULANTE Nº 15 –
APLICABILIDADE AO CASO - VERBA HONORÁRIA –
ESTIPULAÇÃO EM DEZ POR CENTO SOBRE O VALOR
ATUALIZADO DA CAUSA – CPC, ART. 20, § 4º -
OBSERVÂNCIA – RECURSOS DE AGRAVO IMPROVIDOS”
(AI nº 602.192/RN-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro
Celso de Mello, DJe de 17/12/10).
“AGRAVO
REGIMENTAL
EM
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. SERVIDORES
PÚBLICOS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE.
COMPLEMENTAÇÃO REMUNERATÓRIA POR ABONO. LEI
ESTADUAL 5.784/1988. CÁLCULO DE VANTAGENS
REMUNERATÓRIAS SOBRE O ABONO. VINCULAÇÃO AO
SALÁRIO MÍNIMO. SÚMULA VINCULANTE 15/STF. 1. A
incidência de vantagem sobre abono criado para complementar
remuneração inferior ao salário mínimo resulta na vinculação
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
RE 499.937 AGR / RN
expressamente vedada pela parte final do inciso IV do art. 7º da
Constituição Federal. 2. É de incidir a Súmula Vinculante
15/STF: ‘O cálculo de gratificações e outras vantagens do
servidor público não incide sobre o abono utilizado para se
atingir o salário mínimo.’ 3. Agravo regimental desprovido”
(RE nº 494.730/RN-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro
Ayres Britto, DJe de 13/12/10).
“CONSTITUCIONAL. VENCIMENTOS. SERVIDOR
PÚBLICO ESTADUAL. SALÁRIO MÍNIMO. INCIDÊNCIA DO
ABONO PARA EFEITO DE CÁLCULO DE GRATIFICAÇÕES E
OUTRAS VANTAGENS. IMPOSSIBILIDADE. I - O Plenário do
desta Corte, por maioria, confirmou sua jurisprudência no
sentido de que a incidência de gratificações e outras vantagens
sobre o resultado da soma do vencimento com o abono - este
utilizado para se atingir o salário mínimo - contraria o art. 7º,
IV, da CF, por implicar vinculação nele vedada. II - A garantia
do salário mínimo, a que se referem os artigos 7º, IV, e 39, § 3º,
da CF, corresponde ao total da remuneração percebida pelo
servidor e não ao seu salário-base. III - Agravo regimental
improvido” (RE nº 497.222/RN-AgR, Primeira Turma, Relator o
Ministro Ricardo Lewandowski, DJe de 5/6/09).
Nego provimento ao agravo regimental.
3
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Supremo Tribunal Federal
RE 499.937 AGR / RN
expressamente vedada pela parte final do inciso IV do art. 7º da
Constituição Federal. 2. É de incidir a Súmula Vinculante
15/STF: ‘O cálculo de gratificações e outras vantagens do
servidor público não incide sobre o abono utilizado para se
atingir o salário mínimo.’ 3. Agravo regimental desprovido”
(RE nº 494.730/RN-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro
Ayres Britto, DJe de 13/12/10).
“CONSTITUCIONAL. VENCIMENTOS. SERVIDOR
PÚBLICO ESTADUAL. SALÁRIO MÍNIMO. INCIDÊNCIA DO
ABONO PARA EFEITO DE CÁLCULO DE GRATIFICAÇÕES E
OUTRAS VANTAGENS. IMPOSSIBILIDADE. I - O Plenário do
desta Corte, por maioria, confirmou sua jurisprudência no
sentido de que a incidência de gratificações e outras vantagens
sobre o resultado da soma do vencimento com o abono - este
utilizado para se atingir o salário mínimo - contraria o art. 7º,
IV, da CF, por implicar vinculação nele vedada. II - A garantia
do salário mínimo, a que se referem os artigos 7º, IV, e 39, § 3º,
da CF, corresponde ao total da remuneração percebida pelo
servidor e não ao seu salário-base. III - Agravo regimental
improvido” (RE nº 497.222/RN-AgR, Primeira Turma, Relator o
Ministro Ricardo Lewandowski, DJe de 5/6/09).
Nego provimento ao agravo regimental.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 9
Decisão de Julgamento
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 499.937
PROCED. : RIO GRANDE DO NORTE
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) : MARIA DAS GRAÇAS FERREIRA DE LIMA
ADV.(A/S) : LUZINALDO ALVES DE OLIVEIRA
AGDO.(A/S) : INSTITUTO DE PESOS E MEDIDAS DO ESTADO DO RIO GRANDE
DO NORTE - IPEM/RN
ADV.(A/S) : FRANCISCO IVO CAVALCANTI NETTO
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Unânime.
Não participou, justificadamente, deste julgamento, o Senhor
Ministro Marco Aurélio. Presidência da Senhora Ministra Cármen
Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1568776
Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 499.937
PROCED. : RIO GRANDE DO NORTE
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) : MARIA DAS GRAÇAS FERREIRA DE LIMA
ADV.(A/S) : LUZINALDO ALVES DE OLIVEIRA
AGDO.(A/S) : INSTITUTO DE PESOS E MEDIDAS DO ESTADO DO RIO GRANDE
DO NORTE - IPEM/RN
ADV.(A/S) : FRANCISCO IVO CAVALCANTI NETTO
Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental no
recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Unânime.
Não participou, justificadamente, deste julgamento, o Senhor
Ministro Marco Aurélio. Presidência da Senhora Ministra Cármen
Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à
Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Luiz
Fux.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo de Tarso Braz
Lucas.
Carmen Lilian
Coordenadora
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1597225 | 2011-10-25T00:00:00 | 2011-12-01T00:00:00 | A Turma negou provimento ao agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Unânime. Não participou, justificadamente, deste julgamento, o Senhor Ministro Marco Aurélio. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 25.10.2011. | AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO | EMENTA
Agravo regimental no recurso extraordinário. Servidor público. Salário mínimo. Garantia. Total da remuneração. Abono. Inclusão no cálculo de outras vantagens pecuniárias. Impossibilidade. Precedentes.
1. É pacífica a jurisprudência desta Corte de que a garantia de percepção de salário mínimo conferida ao servidor por força dos arts. 7º, inciso IV, e 39, § 3º, da Constituição Federal, corresponde à sua remuneração total e não apenas ao vencimento básico, que pode ser inferior ao mínimo, e, também, que sobre o abono pago para atingir o salário-mínimo não devem incidir as gratificações e demais vantagens pecuniárias, sob pena de ofensa ao art. 7º, inciso IV, da Constituição Federal.
2. Agravo regimental não provido. | sjur202178 | - Acórdãos citados: RE 494730 AgR, RE 497222 AgR, RE 572921
QO-RG - Tribunal Pleno, RE 582019 QO-RG - Tribunal Pleno, AI
602192 AgR.
- Decisão monocrática citada: RE 518933.
Número de páginas: 9.
Análise: 06/01/2012, KBP.
Revisão: 27/01/2012, ACG. | DIAS TOFFOLI | Primeira Turma | 499937 | [
"LEG-FED CF ANO-1988\r\n ART-00007 INC-00004 ART-00039 PAR-00003\r\n CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL\r\n",
"LEG-FED SUV-000015 \r\n SÚMULA VINCULANTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF\r\n",
"LEG-FED SUV-000016 \r\n SÚMULA VINCULANTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF"
] | RE-AgR | acordaos | RE 499937 AgR | [
""
] | AGTE.(S) : MARIA DAS GRAÇAS FERREIRA DE LIMA
ADV.(A/S) : LUZINALDO ALVES DE OLIVEIRA
AGDO.(A/S) : INSTITUTO DE PESOS E MEDIDAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - IPEM/RN
ADV.(A/S) : FRANCISCO IVO CAVALCANTI NETTO | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 499 . 937",
"RE 499 . 937 AGR / RN",
"RE 499 . 937 AGR",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 499 . 937",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 499 .",
"RE 499 . 937 AGR / RN",
"RE 439 . 360 - AgR",
"RE 499 . 937 AGR / RN",
"RE 439 . 360 - AgR",
"RE 499 . 937",
"RE 499 . 937",
"Recursos Extraordinários [UNK] 572 . 921 / RN",
"582",
".",
"019",
"/",
"SP",
"RE [UNK] 518 . 933 / RN",
"Recursos Extraordinários [UNK] 572 . 921 / RN",
"582",
".",
"019",
"/",
"SP",
"RE [UNK] 518 . 933 / RN",
"RE 499 . 937 AGR / RN",
"AI [UNK] 602 . 192 / RN - AgR",
"SÚMULA",
"RE 499 . 937 AGR",
"SÚMULA",
"AI [UNK] 602 . 192 / RN - AgR",
"SÚMULA VINCULANTE 15 / STF",
"RE 499 . 937 AGR",
"Súmula Vinculante 15 / STF",
"RE [UNK] 494 . 730 / RN - AgR",
"RE [UNK] 497 . 222 / RN - AgR",
"RE 499 . 937 AGR",
"Súmula Vinculante 15 / STF",
"RE [UNK] 494 . 730 / RN - AgR",
"RE [UNK] 497 . 222 / RN - AgR",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 499 . 937",
"RECURSO EXTRAORDINÁRIO 499 . 937"
],
"LEGISLACAO": [
"arts . [UNK] , inciso IV , e 39 , § [UNK] , da Constituição Federal",
"art . [UNK] , inciso IV , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] , II ; [UNK] , IV ; 18 ; 25 a 28 ; 37 , caput , X , XIII e XIV ; 39 , § [UNK] ; 93 , IX ; e 169 , § [UNK] , I e II , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] , II ; [UNK] , IV ; 18 ; 25 a 28 ; 37 , caput , X , XIII e XIV ; 39 , § [UNK] ; 93 , IX ; e 169 , § [UNK] , I e II , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"art . [UNK] ,",
"CF , art . [UNK] , IV",
"artigos [UNK] , IV , e 39 , § [UNK] , da Constituição",
"CF , art . [UNK] , IV , parte final",
"art . 557 , § [UNK] - A , do C . Pr . Civil",
"arts . [UNK] , inciso IV ; e 39 , § [UNK] , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Constituição",
"CF , art . [UNK] , IV",
"artigos [UNK] , IV , e 39 , § [UNK] , da Constituição",
"CF , art . [UNK] , IV , parte final",
"arts . [UNK] , inciso IV ; e 39 , § [UNK] , da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , IV c / c o art . 39 , § [UNK] , ambos da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . [UNK] , IV c / c o art . 39 , § [UNK] , ambos da Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . [UNK] , inciso IV ; e 39 , § [UNK] , da Constituição Federal",
"art . [UNK] , inciso IV , da Constituição Federal",
"art . [UNK] , IV , da CF / 88",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"arts . [UNK] , inciso IV ; e 39 , § [UNK] , da Constituição Federal",
"art . [UNK] , inciso IV , da Constituição Federal",
"art . [UNK] , IV , da CF / 88",
"Constituição Federal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] , IV , e 39 , § [UNK] (",
"EC 19 / 98 ) , da",
"Constituição",
"CPC , ART . 20 , § [UNK]",
"LEI ESTADUAL 5 . 784 / 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"artigos [UNK] , IV , e 39 , § [UNK] ( redação da EC 19 / 98 ) , da",
"Constituição",
"CPC , ART . 20 , § [UNK]",
"LEI ESTADUAL 5 . 784 / 1988",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso IV do art . [UNK] da Constituição Federal",
"art . [UNK] , IV , da CF",
"artigos [UNK] , IV , e 39 , § [UNK] , da CF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso IV do art . [UNK] da Constituição Federal",
"art . [UNK] , IV , da CF",
"artigos [UNK] , IV , e 39 , § [UNK] , da CF",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 /"
],
"LOCAL": [
"RIO GRANDE DO NORTE",
"Brasília",
"RIO GRANDE DO NORTE",
"RIO GRANDE DO NORTE",
"RIO GRANDE DO NORTE",
"RIO GRANDE DO NORTE",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE",
"RIO GRANDE DO NORTE",
"RIO GRANDE DO NORTE",
"ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE"
],
"ORGANIZACAO": [
"PRIMEIRA TURMA",
"INSTITUTO DE PESOS E MEDIDAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE",
"IPEM",
"/",
"RN",
"Primeira Turma do",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"/",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"INSTITUTO DE PESOS E MEDIDAS DO",
"ESTADO",
"IPEM",
"/",
"RN",
"IPEM",
"/",
"RN",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"ESTADO",
"IPEM",
"/",
"RN",
"IPEM",
"/",
"RN",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"[UNK]",
"Pertence",
"STF",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"STF",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Plenário",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Suprema",
"Plenário",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"Plenário do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"Plenário do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Segunda Turma",
"Plenário",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Segunda Turma",
"Plenário do desta Corte",
"Primeira Turma",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"PRIMEIRA TURMA",
"INSTITUTO DE PESOS E MEDIDAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE",
"IPEM",
"/",
"RN",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"PRIMEIRA TURMA",
"INSTITUTO DE",
"IPEM",
"/",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"DIAS TOFFOLI",
"MARIA DAS GRAÇAS FERREIRA DE LIMA",
"LUZINALDO ALVES DE OLIVEIRA",
"FRANCISCO IVO CAVALCANTI NETTO",
"Cármen Lúcia",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"MARIA DAS GRAÇAS FERREIRA DE LIMA",
"LUZINALDO ALVES DE OLIVEIRA",
"FRANCISCO IVO CAVALCANTI",
"DIAS TOFFOLI",
"Maria das Graças Ferreira de Lima",
"Sepúlveda Pertence",
"DIAS TOFFOLI",
"MARIA DAS GRAÇAS FERREIRA DE LIMA",
"LUZINALDO ALVES DE OLIVEIRA",
"FRANCISCO IVO CAVALCANTI NETTO",
"DIAS TOFFOLI",
"Maria das Graças Ferreira de Lima",
"Sepúlveda Pertence",
"DIAS TOFFOLI",
"DIAS TOFFOLI",
"Ricardo Lewandowski",
"Ricardo Lewandowski",
"DIAS TOFFOLI",
"Ricardo Lewandowski",
"Ricardo Lewandowski",
"DIAS TOFFOLI",
"Celso de Mello",
"Celso de Mello",
"DIAS TOFFOLI",
"Ayres Britto",
"Ricardo Lewandowski",
"Ayres Britto",
"Ricardo Lewandowski",
"DIAS TOFFOLI",
"MARIA DAS GRAÇAS FERREIRA DE LIMA",
"LUZINALDO ALVES DE OLIVEIRA",
"FRANCISCO IVO CAVALCANTI NETTO",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Paulo de Tarso Braz Lucas",
"Carmen Lilian",
"DIAS TOFFOLI",
"MARIA DAS GRAÇAS FERREIRA DE LIMA",
"LUZINALDO ALVES DE OLIVEIRA",
"FRANCISCO IVO CAVALCANTI NETTO",
"Marco Aurélio",
"Cármen Lúcia",
"Cármen Lúcia",
"Marco Aurélio",
"Dias Toffoli",
"Luiz Fux",
"Paulo de Tarso Braz Lucas",
"Carmen Lilian"
],
"TEMPO": [
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"25 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"01",
"/",
"12",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"09",
".",
"08",
".",
"2005",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"09",
".",
"08",
".",
"2005",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"13 de novembro de 2008",
"20",
"/",
"10",
"/",
"09",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"13 de novembro de 2008",
"20",
"/",
"10",
"/",
"09",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"17",
"/",
"12",
"/",
"10",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"17",
"/",
"12",
"/",
"10",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"13",
"/",
"12",
"/",
"10",
"5",
"/",
"6",
"/",
"09",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"13",
"/",
"12",
"/",
"10",
"5",
"/",
"6",
"/",
"09",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 109.721 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S)
:LUIZ CARLOS DA SILVA
IMPTE.(S)
:LUCIANO PEREIRA DA CRUZ E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSUAL PENAL.
PLEITO DE EXTENSÃO DA ORDEM CONCEDIDA A CORRÉUS.
ARTIGO 580 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. AUSÊNCIA DE
SIMILITUDE ENTRE A SITUAÇÃO DO PACIENTE E DOS CORRÉUS
BENEFICIADOS. SUPERVENIÊNCIA DE NOVO TÍTULO DA
CUSTÓDIA CAUTELAR. ORDEM DENEGADA.
I – O STJ entendeu não ser o caso de se estenderem ao ora paciente
os efeitos da decisão que revogou a prisão cautelar dos corréus do
paciente, haja vista que a prisão desse último fundara-se em outro
decreto, não apreciado por aquela Corte Superior.
II – Não há, nesse decisum, qualquer ilegalidade ou abuso de poder,
uma vez que o Tribunal a quo limitou-se a verificar se estavam presentes
os requisitos do art. 580 do CPP, tendo concluído pela ausência de
similitude entre a situação do paciente e a dos corréus.
III – Ainda que assim não fosse, a custódia do paciente baseia-se,
agora, em novo título, haja vista a prolação de sentença condenatória em
seu desfavor, que lhe negou o direito de apelar em liberdade.
IV – Esse novo título não foi apreciado pelo STJ, de modo que sua
análise, por este Tribunal, representaria indevida supressão de instância.
V – Ordem denegada.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do
Senhor Ministro Ayres Britto, na conformidade da ata de julgamentos e
das notas taquigráficas, por decisão unânime, denegar a ordem de habeas
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1548841.
Supremo Tribunal Federal
DJe 16/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10
Ementa e Acórdão
HC 109.721 / SP
corpus, nos termos do voto do Relator. Ausente, justificadamente, o
Senhor Ministro Joaquim Barbosa.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
RICARDO LEWANDOWSKI – RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1548841.
Supremo Tribunal Federal
HC 109.721 / SP
corpus, nos termos do voto do Relator. Ausente, justificadamente, o
Senhor Ministro Joaquim Barbosa.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
RICARDO LEWANDOWSKI – RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1548841.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10
Relatório
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 109.721 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S)
:LUIZ CARLOS DA SILVA
IMPTE.(S)
:LUCIANO PEREIRA DA CRUZ E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Trata-se de
habeas corpus, com pedido de medida liminar, impetrado por Luciano
Pereira da Cruz e Mariana Alves Pereira da Cruz, em favor de LUIZ
CARLOS DA SILVA, contra acórdão da Quinta Turma do Superior
Tribunal de Justiça, que denegou a ordem pleiteada no HC 91.866/SP, Rel.
Min. Laurita Vaz.
Extrai-se dos autos que o paciente foi denunciado pela suposta
prática dos delitos previstos no art. 159, § 1º, do Código Penal (extorsão
mediante sequestro), por três vezes, combinado com o art. 9º da Lei
8.072/1990, e art. 288 do CP (quadrilha ou bando), combinado com o art.
8º da Lei 8.072/1990, porque, em 5/9/2005, agindo com mais seis corréus,
sequestrou Patrícia Marques Figueiredo, Heloisa Lisboa Reis e Henrique
Lisboa Reis, estes dois últimos crianças, por mais de vinte e quatro horas,
com o fim de obter vantagem econômica consistente na quantia de R$
2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais).
Em 25/6/2008, sobreveio a sentença, que julgou parcialmente
procedente a pretensão estatal e condenou o paciente às penas de 27 anos
de reclusão pela extorsão mediante sequestro e de 4 anos de reclusão pelo
crime de quadrilha ou bando, ambas em regime inicial fechado, sendo-lhe
negado o direito de apelar em liberdade.
Contra a sentença a defesa apelou para o Tribunal de Justiça do
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1548842.
Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 109.721 SÃO PAULO
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S)
:LUIZ CARLOS DA SILVA
IMPTE.(S)
:LUCIANO PEREIRA DA CRUZ E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Trata-se de
habeas corpus, com pedido de medida liminar, impetrado por Luciano
Pereira da Cruz e Mariana Alves Pereira da Cruz, em favor de LUIZ
CARLOS DA SILVA, contra acórdão da Quinta Turma do Superior
Tribunal de Justiça, que denegou a ordem pleiteada no HC 91.866/SP, Rel.
Min. Laurita Vaz.
Extrai-se dos autos que o paciente foi denunciado pela suposta
prática dos delitos previstos no art. 159, § 1º, do Código Penal (extorsão
mediante sequestro), por três vezes, combinado com o art. 9º da Lei
8.072/1990, e art. 288 do CP (quadrilha ou bando), combinado com o art.
8º da Lei 8.072/1990, porque, em 5/9/2005, agindo com mais seis corréus,
sequestrou Patrícia Marques Figueiredo, Heloisa Lisboa Reis e Henrique
Lisboa Reis, estes dois últimos crianças, por mais de vinte e quatro horas,
com o fim de obter vantagem econômica consistente na quantia de R$
2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais).
Em 25/6/2008, sobreveio a sentença, que julgou parcialmente
procedente a pretensão estatal e condenou o paciente às penas de 27 anos
de reclusão pela extorsão mediante sequestro e de 4 anos de reclusão pelo
crime de quadrilha ou bando, ambas em regime inicial fechado, sendo-lhe
negado o direito de apelar em liberdade.
Contra a sentença a defesa apelou para o Tribunal de Justiça do
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10
Relatório
HC 109.721 / SP
Estado de São Paulo, que deu parcial provimento ao recurso para reduzir
as penas para 16 anos, 9 meses e 18 dias de reclusão e 3 anos e 6 meses de
reclusão, respectivamente.
Os embargos de declaração opostos contra o acórdão da Corte
paulista foram rejeitados.
Tem-se, ainda, nos autos, que a corré Rosilene Sabino dos Santos
impetrou, no STJ, o HC 67.957/SP, postulando a revogação de sua prisão
preventiva ao argumento de que o decreto não estaria fundamentado, o
que foi acolhido por aquela Corte, que houve por bem estender a ordem
aos demais corréus, salvo ao ora paciente.
Os impetrantes narram, em suma, que, em face da concessão da
ordem aos demais acusados, o paciente ajuizou, naquela Corte Superior,
o HC 91.866/SP, requerendo a extensão dos efeitos da decisão proferida
no HC 67.957/SP.
Dizem, em acréscimo, que o Ministério Público Federal exarou
parecer, pronunciando-se pela concessão da ordem de ofício.
Aduzem, mais, que, não obstante o parecer favorável do Parquet, os
Ministros da Quinta Turma do STJ denegaram a ordem, sob o
fundamento da diversidade das situações.
É contra esse acórdão que se insurgem os impetrantes.
Sustentam, em síntese, que ao caso devem ser aplicadas as
disposições insertas no art. 580 do Código de Processo Penal, haja vista
que o paciente “encontra-se em situação objetivamente idêntica a dos demais
pacientes agraciados com a concessão do 'writ' n. 67.957/SP”.
Afirmam, também, que o mandado de prisão expedido contra o réu
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1548842.
Supremo Tribunal Federal
HC 109.721 / SP
Estado de São Paulo, que deu parcial provimento ao recurso para reduzir
as penas para 16 anos, 9 meses e 18 dias de reclusão e 3 anos e 6 meses de
reclusão, respectivamente.
Os embargos de declaração opostos contra o acórdão da Corte
paulista foram rejeitados.
Tem-se, ainda, nos autos, que a corré Rosilene Sabino dos Santos
impetrou, no STJ, o HC 67.957/SP, postulando a revogação de sua prisão
preventiva ao argumento de que o decreto não estaria fundamentado, o
que foi acolhido por aquela Corte, que houve por bem estender a ordem
aos demais corréus, salvo ao ora paciente.
Os impetrantes narram, em suma, que, em face da concessão da
ordem aos demais acusados, o paciente ajuizou, naquela Corte Superior,
o HC 91.866/SP, requerendo a extensão dos efeitos da decisão proferida
no HC 67.957/SP.
Dizem, em acréscimo, que o Ministério Público Federal exarou
parecer, pronunciando-se pela concessão da ordem de ofício.
Aduzem, mais, que, não obstante o parecer favorável do Parquet, os
Ministros da Quinta Turma do STJ denegaram a ordem, sob o
fundamento da diversidade das situações.
É contra esse acórdão que se insurgem os impetrantes.
Sustentam, em síntese, que ao caso devem ser aplicadas as
disposições insertas no art. 580 do Código de Processo Penal, haja vista
que o paciente “encontra-se em situação objetivamente idêntica a dos demais
pacientes agraciados com a concessão do 'writ' n. 67.957/SP”.
Afirmam, também, que o mandado de prisão expedido contra o réu
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1548842.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10
Relatório
HC 109.721 / SP
foi cumprido em 12/2/2007 e que ele se encontra preso sem justa causa
desde então, em virtude da ausência de fundamentação do decreto
prisional.
Requerem, ao final, liminarmente, a revogação da prisão preventiva.
No mérito, postulam a concessão da ordem para assegurar ao paciente o
“jus libertatis” até o trânsito em julgado da condenação.
Em 5/8/2011, indeferi a medida liminar e solicitei informações ao
juízo de primeira instância. Determinei, ainda, na sequência, fosse ouvido
o Procurador-Geral da República.
As informações foram prestadas pelo Juízo de Direito da Primeira
Vara Criminal de Poá/SP, por meio do Ofício 2852/2011/CR/GHAF.
O Ministério Público Federal, em parecer da lavra do
Subprocurador-Geral da República Edson Oliveira de Almeida, opinou
pela denegação da ordem.
É relatório.
3
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1548842.
Supremo Tribunal Federal
HC 109.721 / SP
foi cumprido em 12/2/2007 e que ele se encontra preso sem justa causa
desde então, em virtude da ausência de fundamentação do decreto
prisional.
Requerem, ao final, liminarmente, a revogação da prisão preventiva.
No mérito, postulam a concessão da ordem para assegurar ao paciente o
“jus libertatis” até o trânsito em julgado da condenação.
Em 5/8/2011, indeferi a medida liminar e solicitei informações ao
juízo de primeira instância. Determinei, ainda, na sequência, fosse ouvido
o Procurador-Geral da República.
As informações foram prestadas pelo Juízo de Direito da Primeira
Vara Criminal de Poá/SP, por meio do Ofício 2852/2011/CR/GHAF.
O Ministério Público Federal, em parecer da lavra do
Subprocurador-Geral da República Edson Oliveira de Almeida, opinou
pela denegação da ordem.
É relatório.
3
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 109.721 SÃO PAULO
V O T O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Bem
examinados os autos, tenho que o caso é de denegação da ordem.
O acórdão ora impugnado recebeu a seguinte ementa:
“HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. PEDIDO DE
EXTENSÃO DA ORDEM CONCEDIDA POR ESTA TURMA A
CORRÉUS DO PACIENTE. ART. 580 DO CÓDIGO DE
PROCESSO PENAL. DIVERSIDADE DE SITUAÇÕES FÁTICO-
PROCESSUAIS. DECRETOS PRISIONAIS DIVERSOS.
1. Aplica-se o art. 580 do Código de Processo Penal somente
quando há identidade de situações fático-processuais, o que não ocorre
no caso. O Paciente está preso em razão de decreto prisional diverso,
ainda não apreciado por esta Corte, no qual foram apresentados
fundamentos diferentes.
2. Habeas corpus denegado”.
Neste writ os impetrantes buscam a extensão ao paciente dos efeitos
de decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça no HC 67.957/SP,
que revogou a custódia cautelar dos corréus ao fundamento de que o
decreto prisional carecia de fundamentação idônea.
Contudo, a pretensão não merece acolhida.
Com efeito, conforme assentou a Ministra Laurita Vaz no voto
condutor do acórdão ora questionado, os impetrantes não lograram
demonstrar a identidade da situação fático-processual do paciente e dos
corréus beneficiados no HC 67.957/SP. Transcrevo, por oportuno, excerto
do voto que considero suficiente para a compreensão da matéria:
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 109.721 SÃO PAULO
V O T O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Bem
examinados os autos, tenho que o caso é de denegação da ordem.
O acórdão ora impugnado recebeu a seguinte ementa:
“HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. PEDIDO DE
EXTENSÃO DA ORDEM CONCEDIDA POR ESTA TURMA A
CORRÉUS DO PACIENTE. ART. 580 DO CÓDIGO DE
PROCESSO PENAL. DIVERSIDADE DE SITUAÇÕES FÁTICO-
PROCESSUAIS. DECRETOS PRISIONAIS DIVERSOS.
1. Aplica-se o art. 580 do Código de Processo Penal somente
quando há identidade de situações fático-processuais, o que não ocorre
no caso. O Paciente está preso em razão de decreto prisional diverso,
ainda não apreciado por esta Corte, no qual foram apresentados
fundamentos diferentes.
2. Habeas corpus denegado”.
Neste writ os impetrantes buscam a extensão ao paciente dos efeitos
de decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça no HC 67.957/SP,
que revogou a custódia cautelar dos corréus ao fundamento de que o
decreto prisional carecia de fundamentação idônea.
Contudo, a pretensão não merece acolhida.
Com efeito, conforme assentou a Ministra Laurita Vaz no voto
condutor do acórdão ora questionado, os impetrantes não lograram
demonstrar a identidade da situação fático-processual do paciente e dos
corréus beneficiados no HC 67.957/SP. Transcrevo, por oportuno, excerto
do voto que considero suficiente para a compreensão da matéria:
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
HC 109.721 / SP
“(...)
a prisão preventiva do Paciente não se originou do
decreto prisional apreciado no HC nº 67.957/SP. O Paciente
está preso em razão de decreto prisional ainda não apreciado
por esta Corte, no qual foram apresentados fundamentos
diversos. Segundo o acordão proferido no mencionado HC 67.957/SP,
o magistrado, ao decretar a prisão dos corréus do Paciente, 'baseou-se,
tão somente, na gravidade genérica dos delitos, na possibilidade da
Paciente influenciar as testemunhas, bem como na possibilidade de
fuga, dada a pena abstratamente prevista' (fl. 131 dos autos em
apenso).
Já no decreto prisional do paciente, além dos
fundamentos acima, foi apresentado o argumento de que o
Paciente 'teve sua prisão temporária decretada após os fatos
narrados na denúncia (fls. 55), mas nunca foi localizado e
permaneceu foragido durante todo o período de investigação'”
(grifos meus).
Na hipótese, entendeu o STJ não ser o caso de se estenderem ao ora
paciente os efeitos da decisão que revogou a prisão cautelar dos corréus
do paciente, haja vista que a prisão desse último fundara-se em outro
decreto, não apreciado por aquela Corte Superior.
Não há, nesse decisum, qualquer ilegalidade ou abuso de poder, pois
o Tribunal a quo limitou-se a examinar se estavam preenchidos os
requisitos do art. 580 do Código de Processo Penal, que permitiriam a
extensão da ordem ao paciente, tendo concluído pela ausência de
similitude entre a sua situação e a dos corréus.
Ora, não demonstrada a identidade entre as situações fático-
processuais do paciente e dos corréus beneficiados com a concessão da
ordem, não há falar em extensão daquela. Nesse sentido, menciono
precedentes das duas Turmas desta Corte:
2
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HC 109.721 / SP
“(...)
a prisão preventiva do Paciente não se originou do
decreto prisional apreciado no HC nº 67.957/SP. O Paciente
está preso em razão de decreto prisional ainda não apreciado
por esta Corte, no qual foram apresentados fundamentos
diversos. Segundo o acordão proferido no mencionado HC 67.957/SP,
o magistrado, ao decretar a prisão dos corréus do Paciente, 'baseou-se,
tão somente, na gravidade genérica dos delitos, na possibilidade da
Paciente influenciar as testemunhas, bem como na possibilidade de
fuga, dada a pena abstratamente prevista' (fl. 131 dos autos em
apenso).
Já no decreto prisional do paciente, além dos
fundamentos acima, foi apresentado o argumento de que o
Paciente 'teve sua prisão temporária decretada após os fatos
narrados na denúncia (fls. 55), mas nunca foi localizado e
permaneceu foragido durante todo o período de investigação'”
(grifos meus).
Na hipótese, entendeu o STJ não ser o caso de se estenderem ao ora
paciente os efeitos da decisão que revogou a prisão cautelar dos corréus
do paciente, haja vista que a prisão desse último fundara-se em outro
decreto, não apreciado por aquela Corte Superior.
Não há, nesse decisum, qualquer ilegalidade ou abuso de poder, pois
o Tribunal a quo limitou-se a examinar se estavam preenchidos os
requisitos do art. 580 do Código de Processo Penal, que permitiriam a
extensão da ordem ao paciente, tendo concluído pela ausência de
similitude entre a sua situação e a dos corréus.
Ora, não demonstrada a identidade entre as situações fático-
processuais do paciente e dos corréus beneficiados com a concessão da
ordem, não há falar em extensão daquela. Nesse sentido, menciono
precedentes das duas Turmas desta Corte:
2
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Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
HC 109.721 / SP
“Habeas corpus. Processual penal. Pedido de extensão
indeferido no Superior Tribunal de Justiça. Ausência de similitude
processual (art. 580 do CPP). Precedentes desta Corte. Ordem
denegada. 1. O Superior Tribunal de Justiça não poderia deferir ao
paciente a extensão da decisão que concedeu a ordem de habeas
corpus ao corréu, adotando os mesmos fundamentos, uma vez que
essa decisão foi baseada em motivos de caráter exclusivamente pessoal.
‘A extensão da decisão em habeas corpus para corréu somente pode
abranger aquele que esteja em situação objetiva e/ou subjetivamente
idêntica à do beneficiado’ (HC nº 87.768-extensão/RJ, Segunda
Turma, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJ de 15/6/07). 2.
Habeas corpus denegado” (HC 94.822/MG, Rel. Min. Menezes
Direito).
“DIREITO PROCESSUAL PENAL. PEDIDO DE
EXTENSÃO EM HABEAS CORPUS. SITUAÇÃO OBJETIVA E
SUBJETIVAMENTE DISTINTA DO PACIENTE. 1. A extensão de
julgamento de habeas corpus para corréu somente pode abranger a
pessoa que se encontre em situação objetiva e/ou subjetivamente
idêntica à do paciente beneficiado pela concessão da ordem (HC n°
83.558, rel. Min. Carlos Velloso, 2ª Turma, DJ 20.02.2004; HC n°
87.768, rel. Min. Gilmar Mendes, 2ª Turma, DJ 15.06.2007; e HC n°
89.105, rel. Min. Gilmar Mendes, 2ª Turma, DJ 14.09.2007). 2. A
situação do requerente não é objetiva e subjetivamente semelhante
àquela referente ao paciente. 3. Houve individualização de aspectos
fáticos que indicam a vinculação do requerente à alegada organização
criminosa, encontrando-se presentes os pressupostos para o decreto da
prisão preventiva. 4. Pedido de extensão indeferido” (HC 92.842
extensão/MT, Rel. Min. Ellen Gracie).
Ainda que assim não fosse, infere-se das informações prestadas que
a custódia do paciente baseia-se, agora, em novo título, pois na sentença
de primeira instância, prolatada em 25/6/2008, foi-lhe negado o direito de
apelar em liberdade nos seguintes termos:
“Indefiro o direito de apelar em liberdade, pois o crime foi
3
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HC 109.721 / SP
“Habeas corpus. Processual penal. Pedido de extensão
indeferido no Superior Tribunal de Justiça. Ausência de similitude
processual (art. 580 do CPP). Precedentes desta Corte. Ordem
denegada. 1. O Superior Tribunal de Justiça não poderia deferir ao
paciente a extensão da decisão que concedeu a ordem de habeas
corpus ao corréu, adotando os mesmos fundamentos, uma vez que
essa decisão foi baseada em motivos de caráter exclusivamente pessoal.
‘A extensão da decisão em habeas corpus para corréu somente pode
abranger aquele que esteja em situação objetiva e/ou subjetivamente
idêntica à do beneficiado’ (HC nº 87.768-extensão/RJ, Segunda
Turma, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJ de 15/6/07). 2.
Habeas corpus denegado” (HC 94.822/MG, Rel. Min. Menezes
Direito).
“DIREITO PROCESSUAL PENAL. PEDIDO DE
EXTENSÃO EM HABEAS CORPUS. SITUAÇÃO OBJETIVA E
SUBJETIVAMENTE DISTINTA DO PACIENTE. 1. A extensão de
julgamento de habeas corpus para corréu somente pode abranger a
pessoa que se encontre em situação objetiva e/ou subjetivamente
idêntica à do paciente beneficiado pela concessão da ordem (HC n°
83.558, rel. Min. Carlos Velloso, 2ª Turma, DJ 20.02.2004; HC n°
87.768, rel. Min. Gilmar Mendes, 2ª Turma, DJ 15.06.2007; e HC n°
89.105, rel. Min. Gilmar Mendes, 2ª Turma, DJ 14.09.2007). 2. A
situação do requerente não é objetiva e subjetivamente semelhante
àquela referente ao paciente. 3. Houve individualização de aspectos
fáticos que indicam a vinculação do requerente à alegada organização
criminosa, encontrando-se presentes os pressupostos para o decreto da
prisão preventiva. 4. Pedido de extensão indeferido” (HC 92.842
extensão/MT, Rel. Min. Ellen Gracie).
Ainda que assim não fosse, infere-se das informações prestadas que
a custódia do paciente baseia-se, agora, em novo título, pois na sentença
de primeira instância, prolatada em 25/6/2008, foi-lhe negado o direito de
apelar em liberdade nos seguintes termos:
“Indefiro o direito de apelar em liberdade, pois o crime foi
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 10
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
HC 109.721 / SP
cometido com violência contra a pessoa e, portanto, a segregação é de
rigor. A infração penal praticada pelo réu é gravíssima e o retorno ao
convívio social, neste momento, é inoportuno. Além disso,
permaneceu preso durante o trâmite do processo, o que demonstra a
necessidade da segregação”.
A condenação foi mantida pelo Tribunal estadual, que deu parcial
provimento ao recurso de apelação apenas para reduzir as penas fixadas
e nada consignou sobre a prisão cautelar. Esse acórdão foi confirmado
com a rejeição dos embargos declaratórios opostos pela defesa.
Desse modo, tem-se que o novo título da custódia do paciente não
foi submetido à apreciação da Corte a quo, de modo que o seu exame, pelo
STF, implicaria indevida supressão de instância.
Outro não foi o entendimento esposado pelo ilustre representante do
Ministério Público Federal, que, em seu parecer, apontou:
“(...)
Dessa forma, nada a reparar na decisão impugnada, que apenas
concluiu pela ausência de similitude de situações entre o paciente e os
beneficiários da ordem anteriormente concedida, para justificar o
indeferimento da extensão (CPP, art. 580). Por outro lado, não cabe a
essa Suprema Corte a análise dos fundamentos da segregação cautelar
do paciente, por se tratar de matéria não submetida ao crivo do
Superior Tribunal de Justiça, sob pena de indevida supressão de
instância
8. Finalmente, não se pode olvidar que a decisão impugnada foi
proferida em 22.4.2008, antes da prolação da sentença condenatória
(25.6.2008) e, consequentemente, do julgamento da apelação pelo
Tribunal de Justiça paulista (17.3.2011)”.
Diante do exposto, denego a ordem.
4
Supremo Tribunal Federal
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HC 109.721 / SP
cometido com violência contra a pessoa e, portanto, a segregação é de
rigor. A infração penal praticada pelo réu é gravíssima e o retorno ao
convívio social, neste momento, é inoportuno. Além disso,
permaneceu preso durante o trâmite do processo, o que demonstra a
necessidade da segregação”.
A condenação foi mantida pelo Tribunal estadual, que deu parcial
provimento ao recurso de apelação apenas para reduzir as penas fixadas
e nada consignou sobre a prisão cautelar. Esse acórdão foi confirmado
com a rejeição dos embargos declaratórios opostos pela defesa.
Desse modo, tem-se que o novo título da custódia do paciente não
foi submetido à apreciação da Corte a quo, de modo que o seu exame, pelo
STF, implicaria indevida supressão de instância.
Outro não foi o entendimento esposado pelo ilustre representante do
Ministério Público Federal, que, em seu parecer, apontou:
“(...)
Dessa forma, nada a reparar na decisão impugnada, que apenas
concluiu pela ausência de similitude de situações entre o paciente e os
beneficiários da ordem anteriormente concedida, para justificar o
indeferimento da extensão (CPP, art. 580). Por outro lado, não cabe a
essa Suprema Corte a análise dos fundamentos da segregação cautelar
do paciente, por se tratar de matéria não submetida ao crivo do
Superior Tribunal de Justiça, sob pena de indevida supressão de
instância
8. Finalmente, não se pode olvidar que a decisão impugnada foi
proferida em 22.4.2008, antes da prolação da sentença condenatória
(25.6.2008) e, consequentemente, do julgamento da apelação pelo
Tribunal de Justiça paulista (17.3.2011)”.
Diante do exposto, denego a ordem.
4
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 109.721
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S) : LUIZ CARLOS DA SILVA
IMPTE.(S) : LUCIANO PEREIRA DA CRUZ E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: ordem denegada, nos termos do voto do Relator.
Decisão unânime. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim
Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 109.721
PROCED. : SÃO PAULO
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S) : LUIZ CARLOS DA SILVA
IMPTE.(S) : LUCIANO PEREIRA DA CRUZ E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: ordem denegada, nos termos do voto do Relator.
Decisão unânime. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim
Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1571619 | 2011-10-25T00:00:00 | 2011-11-16T00:00:00 | ordem denegada, nos termos do voto do Relator. Decisão unânime. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011. | HABEAS CORPUS | Ementa: HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSUAL PENAL. PLEITO DE EXTENSÃO DA ORDEM CONCEDIDA A CORRÉUS. ARTIGO 580 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE ENTRE A SITUAÇÃO DO PACIENTE E DOS CORRÉUS BENEFICIADOS. SUPERVENIÊNCIA DE NOVO TÍTULO DA CUSTÓDIA CAUTELAR. ORDEM DENEGADA.
I – O STJ entendeu não ser o caso de se estenderem ao ora paciente os efeitos da decisão que revogou a prisão cautelar dos corréus do paciente, haja vista que a prisão desse último fundara-se em outro decreto, não apreciado por aquela Corte Superior.
II – Não há, nesse decisum, qualquer ilegalidade ou abuso de poder, uma vez que o Tribunal a quo limitou-se a verificar se estavam presentes os requisitos do art. 580 do CPP, tendo concluído pela ausência de similitude entre a situação do paciente e a dos corréus.
III – Ainda que assim não fosse, a custódia do paciente baseia-se, agora, em novo título, haja vista a prolação de sentença condenatória em seu desfavor, que lhe negou o direito de apelar em liberdade.
IV – Esse novo título não foi apreciado pelo STJ, de modo que sua análise, por este Tribunal, representaria indevida supressão de instância.
V – Ordem denegada. | sjur201535 | - Acórdãos citados: HC 92842 extensão, HC 94822.
- Veja HC 67957 e HC 91866 do STJ.
Número de páginas: 10.
Análise: 13/01/2012, SEV.
Revisão: 02/02/2012, MMR. | RICARDO LEWANDOWSKI | Segunda Turma | 109721 | [
"LEG-FED DEL-003689 ANO-1941\r\n ART-00580 \r\n CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL"
] | HC | acordaos | HC 109721 | [
""
] | PACTE.(S) : LUIZ CARLOS DA SILVA
IMPTE.(S) : LUCIANO PEREIRA DA CRUZ E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 109 . 721",
"HC 109 . 721 / SP",
"HC 109 . 721 / SP",
"HABEAS CORPUS 109 . 721",
"HC 91 . 866 / SP",
"HABEAS CORPUS 109 . 721 SÃO",
"HC 91 . 866 / SP",
"HC 109 . 721 / SP",
"HC 67 . 957 / SP",
"HC 91 . 866 / SP",
"HC 67 . 957 / SP",
"HC 109 . 721 / SP",
"HC 67 . 957 / SP",
"HC 91 . 866 / SP",
"HC 67 . 957 / SP",
"HC 109 . 721 / SP",
"HC 109 . 721 / SP",
"HABEAS CORPUS 109 . 721",
"HC 67 . 957 / SP",
"HC 67 . 957 / SP",
"HABEAS CORPUS 109 . 721",
"HC 67 . 957 / SP",
"HC 67 . 957 / SP",
"HC 109 . 721 / SP",
"HC [UNK] 67 . 957 / SP",
"HC 67 . 957 / SP",
"HC 109 . 721 / SP",
"HC [UNK] 67 . 957 / SP",
"HC 67 . 957 / SP",
"HC 109 . 721 / SP",
"HC [UNK] 87 . 768 - extensão / RJ",
"HC 94 . 822 / MG",
"HC n° 83 . 558",
"HC n° 87 . 768",
"HC n° 89 . 105",
"HC 92 . 842 extensão / MT",
"HC 109 . 721 / SP",
"HC [UNK] 87 . 768 - extensão / RJ",
"HC 94 . 822 / MG",
"HC n° 83 . 558",
"HC n° 87 . 768",
"HC n° 89 . 105",
"HC 92 . 842 extensão / MT",
"HC 109 . 721 / SP",
"HC 109 . 721 / SP",
"HABEAS CORPUS 109 . 721",
"HABEAS CORPUS 109 . 721"
],
"LEGISLACAO": [
"ARTIGO 580 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL",
"art . 580 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 159 , § [UNK] , do Código Penal",
"art . [UNK] da Lei 8 . 072 / 1990",
"art . 288 do CP",
"art . [UNK] da Lei 8 . 072 / 1990",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 159 , § [UNK] , do Código Penal",
"art . [UNK] da Lei 8 . 072 / 1990",
"art . 288 do CP",
"art . [UNK] da Lei 8 . 072 / 1990",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 580 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 580 do Código de Processo Penal",
"MP n°",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 580 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL",
"art . 580 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ART . 580 DO CÓDIGO DE",
"art . 580 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 580 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 580 do Código de Processo Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 580 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 580 do CPP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"/",
"2001",
"CPP , art . 580",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"CPP , art . 580",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"SÃO PAULO",
"Brasília",
"Brasília",
"SÃO PAULO",
"Estado de São Paulo",
"Estado de São Paulo",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO",
"SÃO PAULO"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"STJ",
"STJ",
"Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"Tribunal de Justiça do Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"Tribunal de Justiça do Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"STJ",
"Ministério Público Federal",
"Quinta Turma do STJ",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"STJ",
"Ministério Público Federal",
"Quinta Turma do STJ",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Primeira Vara Criminal de Poá / SP",
"Ministério Público Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"-",
"Geral",
"Primeira Vara Criminal de Poá / SP",
"Ministério Público Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Superior Tribunal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"STJ",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"STJ",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Segunda Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Segunda Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"[UNK] Turma",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"STF",
"Ministério Público Federal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Tribunal de Justiça paulista",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"STF",
"Ministério Público Federal",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Tribunal de Justiça paulista",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"[UNK] Turma",
"Infra",
"-",
"estrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil"
],
"PESSOA": [
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"LUIZ CARLOS DA SILVA",
"LUCIANO PEREIRA DA CRUZ",
"Ayres Britto",
"Joaquim Barbosa",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Joaquim Barbosa",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"LUIZ CARLOS DA SILVA",
"LUCIANO PEREIRA DA CRUZ",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Luciano Pereira da Cruz",
"Mariana Alves Pereira da Cruz",
"LUIZ CARLOS DA SILVA",
"Laurita Vaz",
"Patrícia Marques Figueiredo",
"Heloisa Lisboa Reis",
"Henrique Lisboa Reis",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"LUIZ CARLOS DA SILVA",
"LUCIANO PEREIRA DA CRUZ",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Luciano Pereira da Cruz",
"Mariana Alves Pereira da Cruz",
"LUIZ CARLOS DA SILVA",
"Laurita Vaz",
"Patrícia Marques Figueiredo",
"Heloisa Lisboa Reis",
"Henrique Lisboa Reis",
"Rosilene Sabino dos Santos",
"Rosilene Sabino dos Santos",
"Edson Oliveira de Almeida",
"Edson Oliveira de Almeida",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Laurita Vaz",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Laurita Vaz",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"Gilmar Mendes",
"Menezes Direito",
"Carlos Velloso",
"Gilmar Mendes",
"Gilmar Mendes",
"Ellen Gracie",
"Gilmar Mendes",
"Menezes Direito",
"Carlos Velloso",
"Gilmar Mendes",
"Gilmar Mendes",
"Ellen Gracie",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"LUIZ CARLOS DA SILVA",
"LUCIANO PEREIRA DA CRUZ",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab",
"RICARDO LEWANDOWSKI",
"LUIZ CARLOS DA SILVA",
"LUCIANO PEREIRA DA CRUZ",
"Joaquim Barbosa",
"Ayres Britto",
"Celso de Mello",
"Gilmar Mendes",
"Ricardo Lewandowski",
"Joaquim Barbosa",
"Paulo da Rocha Campos",
"Karima Batista Kassab"
],
"TEMPO": [
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"16",
"/",
"11",
"/",
"2011",
"25 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25 de outubro de 2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"5",
"/",
"9",
"/",
"2005",
"25",
"/",
"6",
"/",
"2008",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"25",
"/",
"10",
"/",
"2011",
"5",
"/",
"9",
"/",
"2005",
"25",
"/",
"6",
"/",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"12",
"/",
"2",
"/",
"2007",
"5",
"/",
"8",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"12",
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"2",
"/",
"2007",
"5",
"/",
"8",
"/",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
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"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"25",
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"10",
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"2011",
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"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
"/",
"6",
"/",
"07",
"20",
".",
"02",
".",
"2004",
"15",
".",
"06",
".",
"2007",
"14",
".",
"09",
".",
"2007",
"25",
"/",
"6",
"/",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"15",
"/",
"6",
"/",
"07",
"20",
".",
"02",
".",
"2004",
"15",
".",
"06",
".",
"2007",
"14",
".",
"09",
".",
"2007",
"25",
"/",
"6",
"/",
"2008",
"24",
"/",
"08",
"22",
".",
"4",
".",
"2008",
"25",
".",
"6",
".",
"2008",
"17",
".",
"3",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001",
"22",
".",
"4",
".",
"2008",
"25",
".",
"6",
".",
"2008",
"17",
".",
"3",
".",
"2011",
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"08",
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"2001",
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".",
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".",
"2011",
"24",
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"08",
"/",
"2001",
"25",
".",
"10",
".",
"2011",
"24",
"/",
"08",
"/",
"2001"
]
} |
Ementa e Acórdão
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 109.036 RIO DE JANEIRO
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S)
:ALEXANDRE LIMA DE PESTANA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EMENTA: HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. AUTORIZAÇÃO
PARA SAÍDA TEMPORÁRIA. COMPATIBILIDADE COM OS
OBJETIVOS DA PENA. AUSÊNCIA. REEXAME DO CONJUNTO
FÁTICO-PROBATÓRIO NESTE WRIT. VEDAÇÃO. JURISPRUDÊNCIA
DO STF. ORDEM DENEGADA.
I – O juízo das execuções, em decisão fundamentada, entendeu pelo
não preenchimento do requisito atinente à compatibilidade da visita
domiciliar com os objetivos da reprimenda imposta ao paciente. Não há,
nesse ato, ilegalidade ou abuso de poder.
II – A análise quanto ao preenchimento do requisito previsto no art.
123, III, da LEP demandaria o reexame do conjunto fático-probatório dos
autos, o que é vedado em habeas corpus.
III – Ordem denegada.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do
Senhor Ministro Celso de Mello, na conformidade da ata de julgamentos
e das notas taquigráficas, por votação unânime, indeferir o habeas corpus,
nos termos do voto do Relator. Ausentes, justificadamente, os Senhores
Ministros Ayres Britto e Joaquim Barbosa.
Brasília, 25 de outubro de 2011.
RICARDO LEWANDOWSKI – RELATOR
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1548833.
Supremo Tribunal Federal
DJe 16/11/2011
Supremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10
Relatório
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 109.036 RIO DE JANEIRO
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S)
:ALEXANDRE LIMA DE PESTANA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Trata-se de
habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pela Defensoria Pública
da União em favor de ALEXANDRE LIMA DE PESTANA, contra acórdão
da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, que denegou a ordem no
HC 194.431/RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura.
A impetrante informa, de início, que o paciente encontra-se
custodiado, cumprindo pena referente a cinco condenações, num total de
38 anos e sete meses de reclusão, em regime inicial fechado.
Relata, em seguida, que em 20/10/2009 o paciente obteve a
progressão para o regime semiaberto, por preencher todos os requisitos
necessários para tanto.
Diz, contudo, que, ao ser submetido a novos exames, visando ao
benefício de Visita Periódica ao lar (art. 122, I, da LEP), o juízo das
execuções acabou por indeferir a benesse, o que motivou o ajuizamento
de habeas corpus no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e,
posteriormente, outro no Superior Tribunal de Justiça, com a ordem
denegada em ambas as impetrações.
É contra o acórdão da Corte Superior que se insurge a impetrante.
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1548834.
Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 109.036 RIO DE JANEIRO
RELATOR
: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S)
:ALEXANDRE LIMA DE PESTANA
IMPTE.(S)
:DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES)
:DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES)
:SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Trata-se de
habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pela Defensoria Pública
da União em favor de ALEXANDRE LIMA DE PESTANA, contra acórdão
da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, que denegou a ordem no
HC 194.431/RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura.
A impetrante informa, de início, que o paciente encontra-se
custodiado, cumprindo pena referente a cinco condenações, num total de
38 anos e sete meses de reclusão, em regime inicial fechado.
Relata, em seguida, que em 20/10/2009 o paciente obteve a
progressão para o regime semiaberto, por preencher todos os requisitos
necessários para tanto.
Diz, contudo, que, ao ser submetido a novos exames, visando ao
benefício de Visita Periódica ao lar (art. 122, I, da LEP), o juízo das
execuções acabou por indeferir a benesse, o que motivou o ajuizamento
de habeas corpus no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e,
posteriormente, outro no Superior Tribunal de Justiça, com a ordem
denegada em ambas as impetrações.
É contra o acórdão da Corte Superior que se insurge a impetrante.
Supremo Tribunal Federal
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Relatório
HC 109.036 / RJ
Sustenta, inicialmente, que a decisão ora questionada “limitou-se a
tecer considerações genéricas, abstratas a respeito dos objetivos da
reprimenda penal, da longevidade da penal (sic), do pequeno tempo de
seu cumprimento no novo regime (semiaberto) e da possibilidade da
evasão, sem o oferecimento de elementos idôneos, concretos a
fundamentar o indeferimento do direito subjetivo do apenado” (grifos no
original).
Assevera, também, que a solução mais adequada ao caso seria “a
determinação ao juízo da execução penal de nova análise do pedido, devendo ser
proferida nova decisão, porém devidamente fundamentada segundo os direitos e
garantias fundamentais, principalmente a do apenado de receber a devida
prestação jurisdicional através de decisão fundamentada (...)”.
Em pedido não muito objetivo, requer, ao final, o deferimento de
medida liminar, “visto que estão presentes a fumaça do bom direito e o perigo
na demora”. No mérito, pede a anulação da decisão do juízo da execução
penal, a fim de que outra seja proferida, com base tão somente nos
requisitos objetivos e subjetivos exigidos pela legislação em vigor.
Em 2/8/2011, indeferi a medida liminar e solicitei informações ao
juízo das execuções. Determinei, ainda, na sequência, fosse ouvido o
Procurador-Geral da República.
As informações foram prestadas por meio do Ofício 4529/2011, da
Vara de Execuções Penais do Estado do Rio de Janeiro.
O Ministério Público Federal, em parecer da lavra da
Subprocuradora-Geral da República Cláudia Sampaio Marques, opinou
pela denegação da ordem.
É o relatório.
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
HC 109.036 / RJ
Sustenta, inicialmente, que a decisão ora questionada “limitou-se a
tecer considerações genéricas, abstratas a respeito dos objetivos da
reprimenda penal, da longevidade da penal (sic), do pequeno tempo de
seu cumprimento no novo regime (semiaberto) e da possibilidade da
evasão, sem o oferecimento de elementos idôneos, concretos a
fundamentar o indeferimento do direito subjetivo do apenado” (grifos no
original).
Assevera, também, que a solução mais adequada ao caso seria “a
determinação ao juízo da execução penal de nova análise do pedido, devendo ser
proferida nova decisão, porém devidamente fundamentada segundo os direitos e
garantias fundamentais, principalmente a do apenado de receber a devida
prestação jurisdicional através de decisão fundamentada (...)”.
Em pedido não muito objetivo, requer, ao final, o deferimento de
medida liminar, “visto que estão presentes a fumaça do bom direito e o perigo
na demora”. No mérito, pede a anulação da decisão do juízo da execução
penal, a fim de que outra seja proferida, com base tão somente nos
requisitos objetivos e subjetivos exigidos pela legislação em vigor.
Em 2/8/2011, indeferi a medida liminar e solicitei informações ao
juízo das execuções. Determinei, ainda, na sequência, fosse ouvido o
Procurador-Geral da República.
As informações foram prestadas por meio do Ofício 4529/2011, da
Vara de Execuções Penais do Estado do Rio de Janeiro.
O Ministério Público Federal, em parecer da lavra da
Subprocuradora-Geral da República Cláudia Sampaio Marques, opinou
pela denegação da ordem.
É o relatório.
2
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 109.036 RIO DE JANEIRO
V O T O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Bem
examinados os autos, tenho que o caso é de denegação da ordem.
O acórdão ora questionado foi assim ementado:
“PENAL E PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS.
VISITAS PERIÓDICAS AO LAR. ARTIGO 123, III, DA LEI N.º
7.210⁄84. INDEFERIMENTO PELO JUÍZO DAS EXECUÇÕES.
FUNDAMENTAÇÃO. EXISTÊNCIA. CONSTRANGIMENTO
ILEGAL. NÃO OCORRÊNCIA. ORDEM DENEGADA.
1. A progressão ao regime semiaberto não traz como
consequência automática o deferimento da benesse relativa às visitas
periódicas ao lar, necessitando, para tanto, que o apenado satisfaça os
requisitos elencados no artigo 123 da Lei n.º 7.210⁄84. In casu, o Juízo
das execuções indeferiu o pleito fundamentadamente, eis que entendeu
incompatível a benesse com os objetivos da reprimenda, em atenção ao
inciso III do mencionado dispositivo legal.
2. Ordem denegada”.
Conforme relatado, a impetrante, sob a alegação de que o paciente
preenche os requisitos objetivos e subjetivos exigidos pela norma para
obtenção do benefício da visita domiciliar periódica, previsto no art. 122,
I, LEP, postula a anulação da decisão do juízo da execução penal que
indeferiu a concessão da benesse, para que outra seja proferida.
A irresignação, entretanto, não procede.
É esta a fundamentação levada a efeito pelo juízo das execuções para
indeferir o pleito:
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1548835.
Supremo Tribunal Federal
25/10/2011
SEGUNDA TURMA
HABEAS CORPUS 109.036 RIO DE JANEIRO
V O T O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Bem
examinados os autos, tenho que o caso é de denegação da ordem.
O acórdão ora questionado foi assim ementado:
“PENAL E PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS.
VISITAS PERIÓDICAS AO LAR. ARTIGO 123, III, DA LEI N.º
7.210⁄84. INDEFERIMENTO PELO JUÍZO DAS EXECUÇÕES.
FUNDAMENTAÇÃO. EXISTÊNCIA. CONSTRANGIMENTO
ILEGAL. NÃO OCORRÊNCIA. ORDEM DENEGADA.
1. A progressão ao regime semiaberto não traz como
consequência automática o deferimento da benesse relativa às visitas
periódicas ao lar, necessitando, para tanto, que o apenado satisfaça os
requisitos elencados no artigo 123 da Lei n.º 7.210⁄84. In casu, o Juízo
das execuções indeferiu o pleito fundamentadamente, eis que entendeu
incompatível a benesse com os objetivos da reprimenda, em atenção ao
inciso III do mencionado dispositivo legal.
2. Ordem denegada”.
Conforme relatado, a impetrante, sob a alegação de que o paciente
preenche os requisitos objetivos e subjetivos exigidos pela norma para
obtenção do benefício da visita domiciliar periódica, previsto no art. 122,
I, LEP, postula a anulação da decisão do juízo da execução penal que
indeferiu a concessão da benesse, para que outra seja proferida.
A irresignação, entretanto, não procede.
É esta a fundamentação levada a efeito pelo juízo das execuções para
indeferir o pleito:
Supremo Tribunal Federal
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 1548835.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
HC 109.036 / RJ
“No caso, verifico que há que se revelar na apreciação do pleito
de visita periódica ao lar, o atendimento ao requisito erigido pelo inciso
III do artigo 123 da Lei de Execuções Penais, que preceitua a
necessidade de análise da compatibilidade do benefício com os objetivos
da pena.
Sabidamente, a reprimenda penal possui como objetivo precípuo,
além do caráter de prevenção geral e repressão à prática de crimes, a
ressocialização do indivíduo visando torná-lo adaptado ao convívio em
sociedade, dissuadindo-o da prática de condutas perniciosas a terceiros
e aos bens relevantes juridicamente tutelados na esfera penal
(Princípio da Intervenção Mínima ou da ultima ratio).
Não é outra a razão de a Lei de Execução Penal ter adotado o
sistema da progressividade, que objetiva favorecer o apenado que
apresenta bom comportamento carcerário, inserindo-o em um regime
menos rigoroso, com maior amplitude de saídas extramuros, e
sancionar aquele que persevera em condutas graves, regredindo-o para
um regime mais severo.
Portanto, em consonância com o próprio sistema progressivo da
pena a submissão do apenado a situação mais benéfica, com maior
liberdade e contato com a família e a sociedade em geral deve ser
gradual, de forma a assegurar que o apenado vá se adaptando a nova
realidade paulatinamente, até que logre atingir a liberdade condicional
e, finalmente, a plenitude da liberdade com o término da pena ou
extinção da punibilidade.
No caso em tela, o apenado obteve a progressão do regime
fechado para o semiaberto em 20/10/2009, portanto, há menos de um
ano, não sendo possível a aferição, até o momento, se houve adaptação
do mesmo ao novo regime.
É certo, ainda, que só obterá lapso temporal para livramento
condicional em 19/01/2020, estando o término de sua pena previsto
para 30/04/2024, tudo conforme cálculos de fls. 313/316. (…)
Por outro lado, deve ser ressaltado que o indeferimento do
requerimento de visita periódica ao lar não representa a transformação
do regime semiaberto em fechado, porquanto é da própria essência do
semiaberto o menor rigor da Unidade Prisional em que o apenado se
encontra encarcerado, em contraponto ao regime fechado em que os
2
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
HC 109.036 / RJ
“No caso, verifico que há que se revelar na apreciação do pleito
de visita periódica ao lar, o atendimento ao requisito erigido pelo inciso
III do artigo 123 da Lei de Execuções Penais, que preceitua a
necessidade de análise da compatibilidade do benefício com os objetivos
da pena.
Sabidamente, a reprimenda penal possui como objetivo precípuo,
além do caráter de prevenção geral e repressão à prática de crimes, a
ressocialização do indivíduo visando torná-lo adaptado ao convívio em
sociedade, dissuadindo-o da prática de condutas perniciosas a terceiros
e aos bens relevantes juridicamente tutelados na esfera penal
(Princípio da Intervenção Mínima ou da ultima ratio).
Não é outra a razão de a Lei de Execução Penal ter adotado o
sistema da progressividade, que objetiva favorecer o apenado que
apresenta bom comportamento carcerário, inserindo-o em um regime
menos rigoroso, com maior amplitude de saídas extramuros, e
sancionar aquele que persevera em condutas graves, regredindo-o para
um regime mais severo.
Portanto, em consonância com o próprio sistema progressivo da
pena a submissão do apenado a situação mais benéfica, com maior
liberdade e contato com a família e a sociedade em geral deve ser
gradual, de forma a assegurar que o apenado vá se adaptando a nova
realidade paulatinamente, até que logre atingir a liberdade condicional
e, finalmente, a plenitude da liberdade com o término da pena ou
extinção da punibilidade.
No caso em tela, o apenado obteve a progressão do regime
fechado para o semiaberto em 20/10/2009, portanto, há menos de um
ano, não sendo possível a aferição, até o momento, se houve adaptação
do mesmo ao novo regime.
É certo, ainda, que só obterá lapso temporal para livramento
condicional em 19/01/2020, estando o término de sua pena previsto
para 30/04/2024, tudo conforme cálculos de fls. 313/316. (…)
Por outro lado, deve ser ressaltado que o indeferimento do
requerimento de visita periódica ao lar não representa a transformação
do regime semiaberto em fechado, porquanto é da própria essência do
semiaberto o menor rigor da Unidade Prisional em que o apenado se
encontra encarcerado, em contraponto ao regime fechado em que os
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
HC 109.036 / RJ
apenados, não raro, ficam confinados em suas celas, não tendo a
possibilidade de transitarem nas áreas dentro do próprio Presídio.
Assim, a própria progressão de regime, de per si, constitui um
benefício ao apenado independentemente da concessão das saídas
extramuros ora requeridas.
Constato, destarte, que a concessão no presente momento da
saída extramuros do apenado para visitar sua família não se coaduna
com o objetivo da pena, servindo, inclusive de estímulo para eventual
evasão, razão pela qual INDEFIRO o pleito de visita periódica ao lar,
ao menos no presente momento, podendo o pedido ser reapreciado
posteriormente".
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por sua vez, ao
apreciar o habeas corpus impetrado pela defesa, denegou a ordem, tendo
assentado o que se segue:
“(...)
O paciente cumpre pena de 38 anos e 7 meses de reclusão pela
prática de diversos crimes, dentre eles um latrocínio, o que exige
observação atenta à adaptação do penitente no regime prisional
semiaberto, no qual ingressou em 20 de outubro último, possibilitando
que o mérito para obtenção daquele benefício seja analisado com maior
segurança.
A decisão atacada está devidamente fundamentada, e conclui
que o deferimento daquele benefício de saída extramuros não se
coaduna com o objetivo da pena, não havendo, assim, ilegalidade ou
abuso de poder a ser sanado”.
Como se sabe, a Lei de Execuções Penais estabelece, em seu art. 123,
três requisitos para a concessão da saída temporária, quais sejam:
comportamento adequado, cumprimento mínimo de um sexto da pena,
se o condenado for primário, e um quarto, se reincidente, e
compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.
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apenados, não raro, ficam confinados em suas celas, não tendo a
possibilidade de transitarem nas áreas dentro do próprio Presídio.
Assim, a própria progressão de regime, de per si, constitui um
benefício ao apenado independentemente da concessão das saídas
extramuros ora requeridas.
Constato, destarte, que a concessão no presente momento da
saída extramuros do apenado para visitar sua família não se coaduna
com o objetivo da pena, servindo, inclusive de estímulo para eventual
evasão, razão pela qual INDEFIRO o pleito de visita periódica ao lar,
ao menos no presente momento, podendo o pedido ser reapreciado
posteriormente".
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por sua vez, ao
apreciar o habeas corpus impetrado pela defesa, denegou a ordem, tendo
assentado o que se segue:
“(...)
O paciente cumpre pena de 38 anos e 7 meses de reclusão pela
prática de diversos crimes, dentre eles um latrocínio, o que exige
observação atenta à adaptação do penitente no regime prisional
semiaberto, no qual ingressou em 20 de outubro último, possibilitando
que o mérito para obtenção daquele benefício seja analisado com maior
segurança.
A decisão atacada está devidamente fundamentada, e conclui
que o deferimento daquele benefício de saída extramuros não se
coaduna com o objetivo da pena, não havendo, assim, ilegalidade ou
abuso de poder a ser sanado”.
Como se sabe, a Lei de Execuções Penais estabelece, em seu art. 123,
três requisitos para a concessão da saída temporária, quais sejam:
comportamento adequado, cumprimento mínimo de um sexto da pena,
se o condenado for primário, e um quarto, se reincidente, e
compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10
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HC 109.036 / RJ
Vê-se, pois, que a decisão atacada, confirmada pelo acórdão estadual
e, na sequência, pelo Superior Tribunal de Justiça, entendeu pelo não
preenchimento do requisito atinente à compatibilidade da saída
requerida com os fins visados pela reprimenda imposta ao paciente, que,
repiso, foi condenado a penas num total de 38 anos e 7 meses de reclusão,
com término de cumprimento previsto para 2024 e livramento
condicional previsto para 2020 .
Anoto, ainda, que, no momento em que foi denegada a autorização
para visitar o lar, o paciente contava com apenas 8 meses no regime
semiaberto, de modo que, naquela ocasião, a permissão para se ausentar
do estabelecimento penal, sem vigilância, mostrava-se um tanto
prematura. Isso porque, cumprido prazo tão exíguo no regime menos
gravoso, não era possível aferir se o reeducando teria a disciplina e o
senso de responsabilidade suficientes para, concedido o benefício, não
incorrer em novas práticas delituosas ou empreender fuga, frustrando,
desse modo, a execução.
Nesse contexto, valho-me das lições de Mirabete1, para quem:
“A liberdade de locomoção sem vigilância, que pode durar até
sete dias, só deve ser concedida quando, com base na vida carcerária do
interessado, se puder fazer um prognóstico de que não irá furtar-se às
obrigações decorrentes da condenação. Como o benefício das visitas
livres não constitui um direito absoluto do preso, mas estrita
faculdade outorgada ao magistrado, exigente de componentes
subjetivos a serem aferidos pelo juiz, não deve ser concedido
indiscriminadamente, possibilitando uma inusitada oportunidade de
fuga livre para condenados com larga pena a cumprir, principalmente
quando foi autor de crime ou crimes de maior gravidade”.
1
MIRABETE, Júlio Fabrini. Execução penal: comentários à Lei nº 7.210, de 11-7-84. 9.ed.
São Paulo: Atlas, 2000. p. 419.
4
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HC 109.036 / RJ
Vê-se, pois, que a decisão atacada, confirmada pelo acórdão estadual
e, na sequência, pelo Superior Tribunal de Justiça, entendeu pelo não
preenchimento do requisito atinente à compatibilidade da saída
requerida com os fins visados pela reprimenda imposta ao paciente, que,
repiso, foi condenado a penas num total de 38 anos e 7 meses de reclusão,
com término de cumprimento previsto para 2024 e livramento
condicional previsto para 2020 .
Anoto, ainda, que, no momento em que foi denegada a autorização
para visitar o lar, o paciente contava com apenas 8 meses no regime
semiaberto, de modo que, naquela ocasião, a permissão para se ausentar
do estabelecimento penal, sem vigilância, mostrava-se um tanto
prematura. Isso porque, cumprido prazo tão exíguo no regime menos
gravoso, não era possível aferir se o reeducando teria a disciplina e o
senso de responsabilidade suficientes para, concedido o benefício, não
incorrer em novas práticas delituosas ou empreender fuga, frustrando,
desse modo, a execução.
Nesse contexto, valho-me das lições de Mirabete1, para quem:
“A liberdade de locomoção sem vigilância, que pode durar até
sete dias, só deve ser concedida quando, com base na vida carcerária do
interessado, se puder fazer um prognóstico de que não irá furtar-se às
obrigações decorrentes da condenação. Como o benefício das visitas
livres não constitui um direito absoluto do preso, mas estrita
faculdade outorgada ao magistrado, exigente de componentes
subjetivos a serem aferidos pelo juiz, não deve ser concedido
indiscriminadamente, possibilitando uma inusitada oportunidade de
fuga livre para condenados com larga pena a cumprir, principalmente
quando foi autor de crime ou crimes de maior gravidade”.
1
MIRABETE, Júlio Fabrini. Execução penal: comentários à Lei nº 7.210, de 11-7-84. 9.ed.
São Paulo: Atlas, 2000. p. 419.
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Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
HC 109.036 / RJ
A mesma orientação foi adotada no julgamento do HC 104.242/RJ,
Rel. Min. Ayres Britto, cuja ementa transcrevo:
“HABEAS CORPUS. LEI DE EXECUÇÕES PENAIS.
ARTS. 122 E 123. VISITAS PERIÓDICAS AO LAR. REQUISITOS
DE
NATUREZA
OBJETIVA
E
SUBJETIVA.
INCOMPATIBILIDADE DO BENEFÍCIO COM OS FINS DA
PENA. DECISÃO FUNDAMENTADA PELO JUÍZO DAS
EXECUÇÕES PENAIS. ORDEM DENEGADA. 1. A interpretação
dos arts. 122 e 123 da Lei de Execuções Penais revela que o
deferimento dessa importante medida ressocializadora, em que a visita
periódica ao lar consiste, impõe o preenchimento de requisitos de
natureza tanto objetiva quanto subjetiva. É dizer, para além do
cumprimento mínimo de 1/6 da reprimenda e o acusado ostentar
comportamento adequado, o magistrado também há de identificar a
compatibilidade do benefício com os objetivos da pena. 2. Na concreta
situação dos autos, o Juízo das Execuções Penais não enxergou
a compatibilidade do benefício com os objetivos da
reprimenda; notadamente pelo longo caminho de pena ainda a
cumprir pelo apenado. Decisão devidamente fundamentada. 3.
Ordem denegada” (grifos meus).
Nessa esteira manifestou-se, também, a ilustre representante do
Ministério Público Federal, que teceu as seguintes considerações:
“(...)
A análise tecida pelo juízo das execuções é razoável e mostrou-se
coerente ao sopesar outros dados, como a data em que ocorreu a
progressão do regime fechado para o semiaberto (outubro de 2009), a
data em que alcançará o lapso temporal exigido para a concessão do
livramento condicional (janeiro de 2020), bem como a data em que
previsto o término de sua pena (abril de 2024).
10. Assim, por estar o paciente há um ano em regime
semiaberto, reputou o juízo insuficiente o prazo para a aferição da
adaptação do paciente ao novo regime, adaptação esta que, se não
observada, poderia comprometer os objetivos da pena”.
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A mesma orientação foi adotada no julgamento do HC 104.242/RJ,
Rel. Min. Ayres Britto, cuja ementa transcrevo:
“HABEAS CORPUS. LEI DE EXECUÇÕES PENAIS.
ARTS. 122 E 123. VISITAS PERIÓDICAS AO LAR. REQUISITOS
DE
NATUREZA
OBJETIVA
E
SUBJETIVA.
INCOMPATIBILIDADE DO BENEFÍCIO COM OS FINS DA
PENA. DECISÃO FUNDAMENTADA PELO JUÍZO DAS
EXECUÇÕES PENAIS. ORDEM DENEGADA. 1. A interpretação
dos arts. 122 e 123 da Lei de Execuções Penais revela que o
deferimento dessa importante medida ressocializadora, em que a visita
periódica ao lar consiste, impõe o preenchimento de requisitos de
natureza tanto objetiva quanto subjetiva. É dizer, para além do
cumprimento mínimo de 1/6 da reprimenda e o acusado ostentar
comportamento adequado, o magistrado também há de identificar a
compatibilidade do benefício com os objetivos da pena. 2. Na concreta
situação dos autos, o Juízo das Execuções Penais não enxergou
a compatibilidade do benefício com os objetivos da
reprimenda; notadamente pelo longo caminho de pena ainda a
cumprir pelo apenado. Decisão devidamente fundamentada. 3.
Ordem denegada” (grifos meus).
Nessa esteira manifestou-se, também, a ilustre representante do
Ministério Público Federal, que teceu as seguintes considerações:
“(...)
A análise tecida pelo juízo das execuções é razoável e mostrou-se
coerente ao sopesar outros dados, como a data em que ocorreu a
progressão do regime fechado para o semiaberto (outubro de 2009), a
data em que alcançará o lapso temporal exigido para a concessão do
livramento condicional (janeiro de 2020), bem como a data em que
previsto o término de sua pena (abril de 2024).
10. Assim, por estar o paciente há um ano em regime
semiaberto, reputou o juízo insuficiente o prazo para a aferição da
adaptação do paciente ao novo regime, adaptação esta que, se não
observada, poderia comprometer os objetivos da pena”.
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Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
HC 109.036 / RJ
Ressalto, por fim, que a análise quanto ao preenchimento, ou não, do
requisito previsto no art. 123, III, da LEP demandaria o reexame do
conjunto fático-probatório dos autos, o que é vedado em habeas corpus.
Ante o exposto, denego a ordem.
6
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HC 109.036 / RJ
Ressalto, por fim, que a análise quanto ao preenchimento, ou não, do
requisito previsto no art. 123, III, da LEP demandaria o reexame do
conjunto fático-probatório dos autos, o que é vedado em habeas corpus.
Ante o exposto, denego a ordem.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10
Decisão de Julgamento
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 109.036
PROCED. : RIO DE JANEIRO
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S) : ALEXANDRE LIMA DE PESTANA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: A Turma, por votação unânime, indeferiu o habeas
corpus, nos termos do voto do Relator. Presidiu, este julgamento,
o Senhor Ministro Celso de Mello. Ausentes, justificadamente, o
Senhor Ministro Ayres Britto e, licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
HABEAS CORPUS 109.036
PROCED. : RIO DE JANEIRO
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
PACTE.(S) : ALEXANDRE LIMA DE PESTANA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Decisão: A Turma, por votação unânime, indeferiu o habeas
corpus, nos termos do voto do Relator. Presidiu, este julgamento,
o Senhor Ministro Celso de Mello. Ausentes, justificadamente, o
Senhor Ministro Ayres Britto e, licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011.
Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes à
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro
Joaquim Barbosa.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo da Rocha Campos.
Karima Batista Kassab
Coordenadora
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10
| https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1571621 | 2011-10-25T00:00:00 | 2011-11-16T00:00:00 | A Turma, por votação unânime, indeferiu o habeas corpus, nos termos do voto do Relator. Presidiu, este julgamento, o Senhor Ministro Celso de Mello. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Ayres Britto e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 25.10.2011. | HABEAS CORPUS | Ementa: HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. AUTORIZAÇÃO PARA SAÍDA TEMPORÁRIA. COMPATIBILIDADE COM OS OBJETIVOS DA PENA. AUSÊNCIA. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO NESTE WRIT. VEDAÇÃO. JURISPRUDÊNCIA DO STF. ORDEM DENEGADA.
I – O juízo das execuções, em decisão fundamentada, entendeu pelo não preenchimento do requisito atinente à compatibilidade da visita domiciliar com os objetivos da reprimenda imposta ao paciente. Não há, nesse ato, ilegalidade ou abuso de poder.
II – A análise quanto ao preenchimento do requisito previsto no art. 123, III, da LEP demandaria o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que é vedado em habeas corpus.
III – Ordem denegada. | sjur201529 | - Acórdão citado: HC 104242.
- Veja HC 194431 do STJ.
Número de páginas: 10.
Análise: 25/11/2011, IMC.
Revisão: 30/11/2011, MMR. | RICARDO LEWANDOWSKI | Segunda Turma | 109036 | [
"LEG-FED LEI-007210 ANO-1984\r\n ART-00122 INC-00001 ART-00123 INC-00001\r\n INC-00002 INC-00003 \r\n LEP-1984 LEI DE EXECUÇÃO PENAL"
] | HC | acordaos | HC 109036 | [
""
] | PACTE.(S) : ALEXANDRE LIMA DE PESTANA
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA | [
""
] | {
"JURISPRUDENCIA": [
"HABEAS CORPUS 109 . 036",
"HABEAS CORPUS 109 . 036",
"HC 194 . 431 / RJ",
"HABEAS CORPUS 109 . 036",
"HC 194 . 431 / RJ",
"HC 109 . 036 / RJ",
"HC 109 . 036 / RJ",
"HABEAS CORPUS 109 . 036",
"HABEAS CORPUS 109 . 036",
"HC 109 . 036 / RJ",
"HC 109 . 036 / RJ",
"HC 109 . 036 / RJ",
"HC 109 . 036 / RJ",
"HC 109 . 036 / RJ",
"HC 109 . 036 / RJ",
"HC 104 . 242 / RJ",
"HC 109 . 036 / RJ",
"HC 104 . 242 / RJ",
"HC 109 . 036 / RJ",
"HC 109 . 036 / RJ",
"HABEAS CORPUS 109 . 036",
"HABEAS CORPUS 109 . 036"
],
"LEGISLACAO": [
"art . 123 , III , da LEP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 122 , I , da LEP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 122 , I , da LEP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTIGO 123 , III , DA LEI N . [UNK] 7 . 210⁄84",
"artigo 123 da Lei n . [UNK] 7 . 210⁄84",
"art . 122 , I , LEP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"ARTIGO 123 , III , DA LEI N . [UNK] 7 . 210⁄84",
"artigo 123 da Lei n . [UNK] 7 . 210⁄84",
"art . 122 , I , LEP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso III do artigo 123 da Lei de Execuções Penais",
"Lei de Execução Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"inciso III do artigo 123 da Lei de Execuções Penais",
"Lei de Execução Penal",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei de Execuções Penais",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei de Execuções Penais",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 7 . 210",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"Lei [UNK] 7 . 210",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"LEI",
"arts . 122 e 123 da Lei de Execuções Penais",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"LEI DE EXECUÇÕES PENAIS",
"arts . 122 e 123 da Lei de Execuções Penais",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 123 , III , da LEP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"art . 123 , III , da LEP",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001",
"MP n° 2 . 200 - 2 / 2001"
],
"LOCAL": [
"RIO DE JANEIRO",
"Brasília",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO",
"São Paulo",
"São Paulo",
"RIO DE JANEIRO",
"RIO DE JANEIRO"
],
"ORGANIZACAO": [
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"STF",
"Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Defensoria Pública da União",
"Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO",
"SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA",
"Defensoria Pública da União",
"Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Vara de Execuções Penais do Estado do Rio de Janeiro",
"Ministério Público Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Vara de Execuções Penais do Estado do Rio de Janeiro",
"Ministério Público Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"SEGUNDA TURMA",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo",
"Tribunal Federal",
"Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Superior Tribunal de Justiça",
"Atlas",
"Supremo Tribunal Federal",
"Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira",
"ICP",
"-",
"Brasil",
"Supremo Tribunal Federal",
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