text
stringlengths
0
2.88M
Lago Guaíba é o destino dos rios Gravataí, dos Sinos, Jacuí, Taquari, Caí e Vacacaí (Foto: Gilvan Rocha, Agência Brasil)
Um volume de 14,2 trilhões de litros de água atingiu o lago Guaíba entre 1º e 7 de maio, de acordo com o Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A inundação deixou bairros alagados e afetou o fornecimento de energia e água em Porto Alegre. As informações são do g1.
A quantidade equivale a quase metade do reservatório da usina de Itaipu, segunda maior hidrelétrica geradora de energia do mundo, que tem 29 trilhões de litros de água e praticamente o triplo do tamanho do Guaíba (1.350 km² ante 496 km²). O volume também representa 41,6% do volume do reservatório de Sobradinho (BA) e 2.290 lagoas Rodrigo de Freitas (RJ).
— A comparação com Itaipu dá ideia da dimensão do evento. Mesmo excepcional, essas chuvas de abril/maio alteram o entendimento do comportamento da bacia do Guaíba em anos de El Niño forte — afirma Fernando Meirelles, pesquisador do IPH, citando o evento climático que agravou as chuvas na região Sul.
Em tempos normais, os 14,2 trilhões de litros levariam 18 semanas para passar pelo Guaíba. O evento fez disparar a vazão, que é a velocidade com que a água corre pelo lago. O que era 1,3 milhão de litros por segundo chegou perto dos 30 milhões de litros por segundo.
O “dilúvio” em curto período fez o Guaíba, que tem em média 2 metros de profundidade, saltar para o nível de 5m35cm na madrugada do último domingo (5). Nesta sexta (10), o nível está em 4,69 metros.
## De onde veio essa água toda?
O lago Guaíba é o destino dos rios Gravataí, dos Sinos, Jacuí, Taquari, Caí e Vacacaí (esses dois últimos desaguam no Taquari). A chuva que caiu sobre esses rios viaja pelas bacias e deságua no lago porto-alegrense, que depois leva o volume até a Lagoa dos Patos, que encaminha o volume excedente para o oceano.
O Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe) aferiu a queda de 12,7 trilhões de litros d’água oriundos das chuvas sobre os rios citados entre 28 de abril e 6 de maio. O cálculo foi feito com base em um sistema que une monitoramentos de pluviômetros, radares e satélites meteorológicos do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Foi esse volume que causou destruição nas cidades mais ao norte do Estado.
— A quantidade de água que o lago recebeu nesses dias, para se ter uma ideia, é como se tivesse caído em três dias o que ele recebe em um mês inteiro. A inundação em Porto Alegre e Canoas é consequência de toda esta água — diz Laercio Namikawa, que é pesquisador do setor ligado a desastres naturais do Inpe.
Os 12,7 trilhões de litros representam um volume inferior, mas próximo dos 14,2 trilhões que o IPH/UFRGS calcula ter chegado ao Guaíba entre 1º e 7 de maio, quando ocorreram os maiores impactos em Porto Alegre.
A diferença entre os números ocorre porque o Inpe fez o cálculo dos 12,7 trilhões com base em um sistema que une monitoramentos de pluviômetros, radares e satélites meteorológicos do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Já o modelo hidrológico utilizado pelo Instituto de Pesquisas Hidráulicas para estimar os 14,2 trilhões leva em conta, além da água da chuva, a chamada “vazão de base”, o volume constante que flui por um curso hídrico, e variáveis como temperatura do ar, vento, sol e pressão atmosférica para calcular quanto de água chega a uma bacia. Entre outros fatores, o volume aferido pelo IPH é maior porque os dados do Cemaden/Inpe não consideram, por exemplo, o próprio volume de água que já estava nas bacias e no lago.
Por Mariana Barcellos
mariana.barcellos@nsc.com.br
10/05/2024 – 18:02
Link: <https://www.nsctotal.com.br/noticias/lago-guaiba-recebeu-quase-metade-do-volume-de-agua-da-usina-de-itaipu-em-uma-semana>
### Avalie isto:
---
Categorias:Catástrofe Climáticca, Enchente
Tags:catástrofe climática, cheias do guaíba, cheias RS 2024, enchente 2024, featured<|endoftext|>_em_ 13/05/2024 •
**Pico da enchente de 1941, até então a maior da história, voltou a ser superado em Porto Alegre no começo da manhã de hoje (13/05)**
Porto Alegre supera cota de 1941 pela segunda vez em dez dias com repique da enchente do Guaíba | Gustavo Mansur/Governo RS
Superar a enchente de 1941 em Porto Alegre era um pensamento quase inconcebível até semanas atrás até que veio o evento extraordinário de chuva do final de abril e do começo de maio. Agora, o Guaíba supera a cota máxima de 1941 pela segunda vez em apenas dez dias.
**A primeira vez em que o Guaíba superou a cota até então recorde de 1941 de 4,76 metros tinha sido na noite de 3 de maio. As águas seguiram subindo até atingir o nível jamais registrado de 5,35 metros no dia 5 de maio.**
Superado o pico, o Guaíba começou uma lenta trajetória de descida até que no dia 11 desceu a 4,56 metros. Ocorre que veio um novo evento de chuva excessiva com repique de cheias dos rios contribuintes entre sexta e ontem, com até 200 mm a 30 mm de chuva em apenas 72 horas do Centro para o Norte do estado, onde estão as bacias dos rios afluentes do Guaíba.
O resultado foi uma nova alta do Guaíba e que se acelerou durante as primeiras horas desta segunda-feira. No começo da manhã desta segunda, o Guaíba atingia 4,78 metros e ultrapassava pela segunda vez em dez dias a cota máxima da primeira semana de maio de 1941\.
A tendência é de a forte alta seguir nesta primeira metade da semana. Há imensa quantidade de água descendo dos rios contribuintes e que encontra o Guaíba já extraordinariamente cheio.
Assim, não apenas é provável que volte a superar a marca de 5 metros como é possível que bata o pico desta cheia até agora de 5,35 metros, o que vai estender a enchente por longo período e manter parte da cidade inundada ainda por semanas.
**Para complicar, haverá vento Sul hoje, amanhã, em parte da quarta**, e na sexta, o que favorece elevação acentuada do nível. O vento Sul represa o escoamento para o Norte da Lagoa dos Patos e vai coincidir com o pico de vazão do Rio Taquari, o segundo maior contribuinte atrás do Jacuí, tornado a situação ainda mais crítica.
Link: <https://metsul.com/porto-alegre-supera-enchente-de-1941-pela-segunda-vez-em-dez-dias/>
### Avalie isto:
---
Categorias:Catástrofe Climáticca, Enchente, Meio Ambiente
Tags::cheia do Guaíba, catástrofes naturais, cheias RS 2024, enchente 1941, enchente 2024, featured<|endoftext|>_em_ 16/05/2024 •
Imagem: Divulgação / Fraport Brasil
O Tribunal de Contas da União (TCU) está considerando a necessidade de um reequilíbrio financeiro no contrato de concessão do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, conforme anunciado pelo Ministro Vital do Rêgo Filho ao jornal Em Ponto, da Globonews. A iniciativa surge em resposta aos extensos danos causados pelas recentes enchentes no Rio Grande do Sul.
De acordo com Vital do Rêgo Filho, o reequilíbrio financeiro é vital para permitir que a Fraport, concessionária alemã responsável pela gestão do aeroporto, obtenha os recursos necessários para os investimentos de reconstrução. As enchentes atingiram gravemente o prédio de três andares do aeroporto, danificando o térreo e comprometendo sistemas essenciais.
“_O impacto da água superou o sistema de bacia de detenção, danificando cabos de telefonia e internet, além de equipamentos específicos do aeroporto, como esteiras, monitores e balanças_”, detalhou o ministro.
**O TCU, juntamente com a Secretaria Nacional e o Ministério de Portos e Aeroportos, está empenhado em encontrar soluções para viabilizar esse reequilíbrio. “_Precisamos de uma ação imediata_”, destacou Rêgo Filho.**
Ele também enfatizou a importância de fornecer segurança jurídica à Fraport para que possa realizar as intervenções necessárias. “_Há toda uma serra gaúcha que depende do aeroporto para fomentar o turismo, um setor já bem estabelecido no Brasil_”, acrescentou.
Link: <https://aeroin.net/devido-aos-danos-pelas-enchentes-tcu-avalia-reequilibrio-financeiro-da-concessao-do-aeroporto-de-porto-alegre/>
### Avalie isto:
---
Categorias:Aeroporto Internacional Salgado Filho, Catástrofe Climáticca, Enchente
Tags:aeroporto internacional salgado filho, catástrofe climática, enchente 2024, featured, tcu<|endoftext|>_em_ 02/08/2018 •