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https://blogs.oglobo.globo.com/merval-pereira/post/combate-corrupcao.html
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## Combate à corrupção Por mais apoio que tenha, e a votação que obteve é sinal positivo sobre isso, Rodrigo Maia, o novo presidente da Câmara, vai precisar de muita lábia e paciência para levar adiante o projeto de reinventar a imagem dos políticos nessa sua curta gestão de pouco mais de seis meses. Há entre os deputados um sentimento mal disfarçado de perseguição, e uma queixa generalizada sobre os que colocam o Congresso contra a parede, ou seja, o Ministério Público e seus Procuradores, os juízes, especialmente os de primeira instância como Sérgio Moro, a imprensa de maneira geral. Uma batalha a ser vencida será, por exemplo, a negociação em torno das 10 medidas contra a corrupção apresentadas pelos Procuradores de Curitiba e referendadas por milhões de assinaturas populares. Assim como a Lei da Ficha Limpa, que também foi oferecida ao Congresso através de uma iniciativa popular, as medidas contra a corrupção corriam o risco de ficarem engavetadas. Na Ficha Limpa, houve uma mobilização da opinião pública que impediu que ela fosse esquecida ou mutilada por diversas propostas de ajustes. Desta vez, os deputados já se mobilizam para fazerem também mudanças que podem desfigurar o objetivo das propostas. Todas as sugestões que tornam mais rigoroso o combate à corrupção, ou que deem condições às autoridades de ampliar as investigações, estão sob o escrutínio dos deputados.Existem nove projetos de lei circulando no Congresso sobre a delação premiada, e Renan Calheiros estaria tentando interferir com emendas para fixação de prazos para os delatores apresentarem provas das denúncias; proibição de delação do réu investigado que esteja preso; anulação de delação cujo conteúdo seja vazado para a imprensa, e assim por diante. Um dos pontos que está na mira dos deputados é o que permite à Polícia e aos Promotores infiltrarem agentes que possam propor ações ilegais a suspeitos, a fim de forjar um flagrante, o que já acontece em outras polícias pelo mundo. Em conjunto com as ações para conter as medidas contra a corrupção, os deputados apoiam Renan Calheiros para aprovar a lei de abuso de autoridade, que coloca policiais, Procuradores, jornalistas sob pressão quando acusarem ou denunciarem pessoas envolvidas em corrupção. O vazamento de informações para a imprensa é um dos objetivos da legislação em estudo, tornando ilegais as informações que não forem oficiais. Seria uma maneira direta de cercear a liberdade de informação no país. Uma questão que deve ser discutida nesse contexto é a regulamentação das delações premiadas. Hoje, por exemplo o Ministério Público exige que o delator revele, além dos fatos que pode provar ou ajudar a encontrar provas, tudo o que “ouviu dizer”, mesmo que não tenha como provar, e até mesmo que duvide da veracidade do fato. Isso porque se outro delator afirmar que contou tal caso para fulano, ou que soube que beltrano sabia da informação, o delator pode perder as vantagens de sua delação premiada. Este fato, realmente, leva a que muitas informações que acabam não sendo confirmadas sejam vazadas, causando prejuízos aos acusados. O novo presidente da Câmara tem consciência de que é inaceitável para a opinião pública não aprovar as medidas contra a corrupção, que já têm até mesmo uma comissão especial para analisá-las. Mas é certo que alguns detalhes das propostas poderão ser retirados ou modificados, o que provocará polêmicas. Certamente há medidas que podem ser aperfeiçoadas, e outras que podem ser até mesmo rejeitadas. Mas lei de abuso de autoridade, analisada neste momento e sob esse sentimento disseminado entre os parlamentares, ganhará uma dimensão de tentativa de refrear as investigações que a sociedade não aceitará passivamente. Há quem sugira que primeiro sejam discutidas e aprovadas medidas contra a corrupção, mesmo que com modificações, para só depois entrar em pauta a discussão sobre abusos de autoridade. Caso contrário, o Congresso ficará marcado pela suspeição.
2019-01-19T11:25:21Z
https://blogs.oglobo.globo.com/merval-pereira/post/criancas-e-politica.html
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## Crianças e política A maneira como você cria seus filhos é indicativa de sua tendência política. Essa foi a conclusão de dois grupos de pesquisadores que estudam o crescimento do populismo de direita no mundo, reunidos para analisar os resultados de pesquisas nos Estados Unidos, Europa e América Latina. Tudo a ver com a discussão atual entre nós sobre escola sem partido e a influência de esquerda nos currículos escolares. O estudo foi publicado no site de notícias americano Vox, identificado como de tendência liberal, o que nos Estados Unidos quer dizer de esquerda. Coordenados por Marc J. Hetherington professor de ciência política na Universidade de Carolina do Norte Chapel Hill; Jonathan Weiler, professor de estudos globais na mesma Universidade e Amy Erica Smith professora-adjunta de ciência política na Universidade do Estado de Iowa, que lançou um livro sobre a influência da religião nas eleições no Brasil, chegaram à mesma conclusão: as qualidades que cidadãos consideram mais importantes nas crianças explicam por que eles votaram ou não nos populistas de direita. Aqueles que favorecem características tradicionais como respeito aos mais velhos, obediência e boas maneiras os apoiam. Os que são a favor da independência, auto-confiança e curiosidade os rejeitam. Porque essas preferências ajudam a revelar a maneira que esses cidadãos vêem o mundo, se o consideram um lugar seguro para explorar, ou perigoso. Ao longo dos últimos anos os pesquisadores ouviram milhares de pessoas na idade de votar, perguntando sobre um amplo espectro de assuntos ligados à política. Entre esses, havia perguntas que, aparentemente, não tinham nada com política, mas com os cuidados que se deve ter quando criamos nossas crianças. As perguntas foram feitas da mesma maneira em todos os países, e quando questionados a definir as características que valorizam, apenas 10% dos brasileiros que preferem a independência, auto-confiança e curiosidade votaram por Bolsonaro no primeiro turno. Entre os brasileiros que priorizam respeito, obediência e boas-maneiras, cerca de quatro vezes mais escolheram Bolsonaro. Pela América Latina, as pessoas que valorizam esses comportamentos votaram em candidatos da direita, como Porfirio Lobo em Honduras e Otto Perez Molina na Guatemala. Na Alemanha, na França, na Inglaterra, os pesquisadores encontraram o mesmo padrão. Aqueles que valorizam as qualidades tradicionais nas crianças tendem mais a votar em candidatos de direita numa proporção de 30 pontos percentuais. A diferença é similar entre os que querem permanecer na União Européia e os a favor do Brexit na Inglaterra. Nos Estados Unidos a diferença é ainda maior. Cerca de 50 pontos percentuais quando a escolha foi entre Donald Trump e Hillary Clinton. A visão dos que valorizam as qualidades tradicionais é de que o mundo é um lugar perigoso e, portanto, é melhor manter as crianças, e por extensão a sociedade, em segurança. Para eles, as rápidas mudanças políticas e sociais que ocorrem em seu redor, inclusive o aumento da diversidade demográfica e de expressões sexuais são uma ameaça. Eles anseiam por uma época mais simples, talvez imaginando o passado, quando a vida era mais segura. A resposta é tentar manter a ordem em seus sistemas políticos, assim como pais que querem manter a ordem em casa valorizando comportamentos tradicionais. Esses tendem a ser menos preocupados sobre cláusulas pétreas da democracia, como liberdade de expressão e liberdade de imprensa, que podem produzir desentendimentos. São mais abertos a líderes poderosos que podem não respeitar o Legislativo ou o Judiciário, mas prometem uma sociedade mais ordeira. Não é à toa, dizem os pesquisadores, que líderes populistas de direita usam estratégias que apelam a uma visão de ordem e previsibilidade. Menosprezam temas como mulheres, minorias étnicas e raciais, e a comunidade LGBT. Os movimentos sociais que podem colocar em risco o status quo são vistos como casos de polícia, e a imigração como potencialmente perigosa.
2019-01-19T09:29:14Z
https://blogs.oglobo.globo.com/merval-pereira/post/culpa-e-da-d-mariza.html?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=compartilhar
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## A culpa é da D. Mariza Interessante como D. Mariza virou protagonista importante dos últimos depoimentos do ex-presidente Lula. Foi ela quem decidiu a compra do terreno do Instituto Lula, comandou as obras no tríplex, queria o apartamento para investimento, etc. Ela comandava tudo, Lula não sabia de nada. CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE Vejam os comentários da Globonews:
2019-01-19T11:25:26Z
https://blogs.oglobo.globo.com/merval-pereira/post/duas-vozes.html
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## Duas vozes Entre repetições de clichês que não surpreenderam, o presidente Bolsonaro colocou algumas questões no meio de seu discurso no Congresso que representam avanços na configuração do que imagina deva ser a relação do Executivo com os parlamentares, ponto fundamental para a aprovação de reformas estruturantes que precisa aprovar. A formação do ministério sem consultas aos partidos políticos foi um choque positivo na relação promíscua já naturalizada no nosso presidencialismo de coalizão, que se transformara em uma mera troca de favores. Pela primeira vez Bolsonaro levou a discussão para o campo das ideias, tentando advertir seus antigos pares de que prosseguir nessa relação espúria é desmoralizar a política e colocar em risco a credibilidade parlamentar, já bastante abalada. Foi nesse discurso que ele entrou no debate das reformas, sem explicita-las, mas ressaltando sua importância na retomada do crescimento econômico. Outra questão insinuada no seu discurso é a saída para o desemprego. Bolsonaro sempre defendeu a tese de que é preciso abrir mão de alguns direitos para criar mais empregos. Está sendo construída uma estratégia para defender, não apenas essa flexibilização de direitos e deveres trabalhistas, como também para convencer a população de que a reforma da Previdência será feita para acabar com privilégios, não para tirar direitos adquiridos para a aposentadoria. Terá que conseguir isso para continuar merecendo a confiança de seu eleitorado, fazendo mudanças que podem significar mais tempo de trabalho antes da aposentadoria. A melhoria dos serviços públicos seria uma contrapartida a esses cidadãos. A valorização da atividade parlamentar é uma derivação positiva da retórica de Bolsonaro, que ainda está muito dominada pela radicalização politica. Ficou evidente no esquema de segurança opressivo e nas referências do próprio Bolsonaro o abalo que o atentado que sofreu provocou na sua alma, reverberado nas ações de governo que acabaram esvaziando a presença popular na posse. O presidente agradeceu a Deus por estar vivo, e citou que “inimigos da pátria e da ordem” tentaram por fim à sua vida. Para ele, o atentado transformou a campanha em um resgate de valores nacionais. Não foi a primeira vez que Bolsonaro se referiu ao atentado como razão para sua eleição, o que esvazia a significação de sua vitória, que em outras vezes classificou de mudança de rumo provocada pela maioria dos eleitores, o que me parece muito mais próximo da verdade. Bolsonaro foi eleito pelo núcleo duro de cidadãos claramente radicalizados, a quem ele dedica sua retórica de guerra política. Mas só venceu a eleição porque muitos cidadãos resolveram que ele era o mal menor, o erro novo, contra a possibilidade de o PT, o erro antigo, voltar ao governo. O tom do presidente Bolsonaro no parlatório pode ser explicitado pelos gestos e expressões quase agressivas da tradutora de Libras que fez a tradução para os deficientes auditivos. Foi uma retórica de campanha para os populares, repetindo clichês que provocaram reações de euforia do publico: o direito de defesa, que se traduz na flexibilização do posse de armas, a necessidade de proteger e valorizar os policiais, e a ameaça do socialismo, que transformaria nossa bandeira em vermelha. Sem dúvida são temas populares, tanto que o público respondeu com refrões e gestos. Os governos socialistas em países da região, todos ligados e até mesmo financiados pelo governo brasileiro, indicam que o projeto estava sendo montado. Mas a ameaça socialista nunca passou da retórica petista, pois não encontrou em nenhum momento dos 13 anos de governo espaços para uma ação mais efetiva. Exacerbar essa possibilidade é o mesmo que faz agora a esquerda, ligando a vitória de Bolsonaro a uma ameaça fascista à democracia brasileira. A dosagem das palavras, diferentes no Congresso e no parlatório do Palácio do Planalto, leva a crer que o presidente Jair Bolsonaro não pretende abrir mão da retórica de guerra, que tanto agrada a certo eleitor seu. Vamos aguardar que atenda aos demais eleitores, que esperam resultados positivos na construção de uma sociedade sem discriminações, como também prometeu. Quando tratou das ideias e propostas, Bolsonaro saiu-se melhor.
2019-01-19T09:30:21Z
https://blogs.oglobo.globo.com/merval-pereira/post/em-busca-da-saida.html
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## Em busca da saída Se a política não resolver a crise, a crise vai resolver a política. Mais que um jogo de palavras que o deputado Raul Jungman gosta de usar, esta é uma constatação que fica mais evidente ainda diante da iniciativa de militares de contatarem na sexta-feira autoridades civis - governadores de Estados estratégicos como Rio e São Paulo, ministros, líderes partidários - para colocarem à disposição tropas em caso de necessidade de garantir a ordem pública, conforme Ricardo Noblat noticiou em seu blog. Os confrontos entre petistas e seus adversários políticos nas ruas de diversas capitais do país, enquanto Lula depunha na Polícia Federal, insuflados por uma convocação do presidente do PT Rui Falcão, acenderam a luz amarela nas instituições militares, que pelo artigo 142 da Constituição têm a missão de garantir a ordem pública. O fato de terem oferecido apoio às autoridades civis mostra que, ao contrário de outras ocasiões, os militares não estão dispostos a uma intervenção, que seria rejeitada pelas forças democráticas, mas se preocupam com a crise e se dispõem a auxiliar as autoridades civis em caso de necessidade. Já há algum tempo, diante do agravamento da crise político-econômica, militares de alta patente estão conversando com lideranças civis de diversos setores da sociedade, e agora consideram que está na hora de o mundo político encontrar saídas constitucionais para o impasse em que estamos metidos, com o Congresso, que é o único caminho para uma solução em moldes democráticos, paralisado diante de sua própria crise: um presidente da Câmara tornado réu pelo Supremo Tribunal Federal, um presidente do Senado alcançado por nada menos que seis processos, cerca uma centena de deputados e senadores envolvidos de alguma maneira em problemas com a Justiça e tantos outros sujeitos ao imponderável das delações premiadas da Operação Lava-Jato. Mesmo soluções constitucionais como o impeachment ficam contaminadas pela presença de Eduardo Cunha na presidência da Câmara, e a perspectiva de que ele possa assumir a presidência da República, por poucos meses que seja, para convocar novas eleições - no caso de uma impugnação da chapa PT-PMDB até o fim desse ano, o que é improvável - é no mínimo desanimador. Nos bastidores do Congresso negocia-se de tudo, desde a implantação de um semipresidencialismo de ocasião, até a sugestão mais recente da Rede de Marina Silva de aprovar uma emenda constitucional com o instituto do recall, pelo qual a presidente Dilma poderia ser retirada do poder através de uma consulta popular. Houve há poucos dias a tentativa de fazer com que Dilma rompesse com o PT e partisse para uma nova coalizão partidária, que poderia contar até mesmo com setores da oposição. Os fatos, porém, atropelaram essas negociações, e hoje Dilma e Lula estão juntos no que pode ser um abraço de afogados, mas é a única maneira de os dois tentarem sair vivos politicamente dessa crise. A oposição, por seu turno, começa a deixar a dubiedade para apoiar o impeachment da presidente, pois um processo de impugnação da chapa no Tribunal Superior Eleitoral pode levar mais um ano, com marchas e contramarchas no STF e, mais complicado que tudo, no terceiro ano de mandato um novo governo seria eleito de maneira indireta por este Congresso sem credibilidade diante da população. A pressão agora é para que o PMDB rompa o mais rápido possível com o governo e entre de cabeça no processo de impeachment. Ao mesmo tempo, arma-se na Câmara uma ação conjunta para obstruir as sessões até que a permanência de Eduardo Cunha na presidência se torne inviável. Alguma coisa terá que ser feita, e rápido, diante da deterioração do ambiente econômico e da mudança de patamar da crise política, com a Operação Lava-Jato tendo chegado literalmente às portas do ex-presidente Lula. Se as forças políticas que representam a maioria do país, hoje claramente posicionada contra o PT, não se unirem em busca de uma saída democrática para a crise, estaremos diante de uma ameaça de retrocesso institucional. As milícias petistas mobilizadas na confrontação física nas ruas podem transformar o país em uma Venezuela, e quanto mais os fatos descobertos na Operação Lava-Jato forem sendo desvelados, mais a resposta violenta será a única saída. O Congresso tem que encontrar rapidamente uma saída constitucional que possibilite a formação de um governo de transição democrática, e o caminho mais viável parece ser o impeachment, já que a presidente Dilma não se mostra capaz de, por si só, articular essa transição, e se revela comprometida cada dia mais com as ações criminosas que a levaram ao governo.
2019-01-19T11:25:52Z
https://blogs.oglobo.globo.com/merval-pereira/post/identidade-nacional.html
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## Identidade nacional No momento em que a construção de um muro na fronteira do México tornou-se responsável por uma crise institucional que se agrava nos Estados Unidos de Trump, a retirada do Brasil do Pacto Global para a Migração, da Organização das Nações Unidas (ONU), é mais um passo simbólico do governo Bolsonaro no reforço da idéia de Nação, em contraponto ao globalismo que critica, seguindo os passos de seu colega dos Estados Unidos. As leis sobre migração e refugiados continuam valendo, pelo menos por enquanto, e são consideradas das mais avançadas existentes. Os refugiados venezuelanos que o digam. A idéia de que "não é qualquer um que entra em nossa casa" parece razoável, mas a insistência em romper os compromissos com organismos internacionais pode nos levar a um isolamento que não afeta os Estados Unidos por ser a maior potência global, econômica e militarmente. Não é estapafúrdia a definição de que "quem porventura vier para cá deverá estar sujeito às nossas leis, regras e costumes, bem como deverá cantar nosso hino e respeitar nossa cultura", como disse o presidente Bolsonaro no twitter. Mas reflete uma visão anacrônica do mundo que não as ideologias, mas a tecnologia levou a não ter fronteiras, tudo está “nas nuvens”, sem passar pelas fronteiras físicas, que se transformaram em proteções do território, não da identidade nacional, culturas e hábitos inevitavelmente influenciados por movimentos globais. Essa discussão sobre identidade nacional traz de volta as teses do cientista político Samuel Huntington, falecido há dez anos, para quem a identidade da América anglo-protestante estava sendo ameaçada pela onda de imigrantes hispânicos, que, ao invés de assimilar a cultura americana, estariam criando uma sociedade bilíngüe, multicultural, erodindo e colocando em perigo, segundo ele, a identidade nacional. Para o cientista político, a imigração mexicana está baseada na "reconquista demográfica" das áreas que a América tomou à força do México entre 1830 e 1840. Ele via o multiculturalismo como ameaça à identidade americana, e definia com uma frase cruel o que entendia por identidade americana: “You can’t dream the american dream in spanish”. (“Não é possível sonhar o sonho americano em espanhol”, em tradução livre). Samuel Huntignton considerava que as corporações globais são responsáveis por esta falta de identidade nacional, já que seus responsáveis têm que se adaptar a conceitos e modelos globalizados para progredirem na carreira. O chanceler brasileiro Ernesto Araujo assume esse pensamento que Donald Trump recuperou na política externa dos Estados Unidos. Em pronunciamentos e escritos no Facebook, ele se coloca ao lado de uma visão de Ocidente “baseada na recuperação do passado simbólico, da história e da cultura das nações ocidentais”. Seu desejo confesso é “ajudar o Brasil e o mundo a se libertarem da ideologia globalista”, que vê como um instrumento do “marxismo cultural” que promove ao mesmo tempo “a diluição do gênero e a diluição do sentimento nacional: querem um mundo de pessoas 'de gênero fluido' e cosmopolitas sem pátria, negando o fato biológico do nascimento de cada pessoa em determinado gênero e em determinada comunidade histórica”. Araujo também acha que hoje “é muito mais fácil encontrar um ocidentalista convicto no Kansas ou em Idaho do que em Paris ou Berlim". A questão da imigração é tratada pelo novo chanceler como uma causa infiltrada pela esquerda, destruindo, com a defesa da imigração ilimitada, as sociedades européias e norte-americanas. O presidente Bolsonaro comprou essa tese, e afirma em seu twitter que o Brasil não se sujeitará a “pactos feitos por terceiros”, numa referência à ONU e, por extensão, aos organismos internacionais. Seria mais produtivo se a política externa desse mais atenção ao nosso soft power, com o apoio à divulgação de nossos ativos culturais, do que à confrontação militar ou econômica, seguindo os Estados Unidos numa tarefa impossível para nós. A mudança da embaixada brasileira para Jerusalém e uma base militar dos Estados Unidos em nosso território, projetos aparentemente descartados ou adiados, trariam para o país disputas geopolíticas que não nos dizem respeito diretamente, seja no Oriente Médio, ou no confronto dos Estados Unidos com a Rússia na América do Sul.
2019-01-19T11:30:43Z
https://blogs.oglobo.globo.com/merval-pereira/post/lei-de-abuso-de-autoridade-tem-muitas-pegadinhas.html
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## Lei de abuso de autoridade tem muitas pegadinhas As mudanças no projeto de lei de abuso de autoridade resolveram a maior parte dos problemas. E o relator só aceitou mudar por causa da pressão da opinião pública, que estava em peso apoiando o juiz Sergio Moro e os procuradores de Curitiba. Mas esta lei, do jeito que passou, será usada sempre que for possível para tentar obstruir as investigações. Tem um artigo que dificulta as delações premiadas. São “pegadinhas”, que serão usadas permanentemente, se forem mantidas. Mas não quer dizer que irão paralisar a Lava-Jato, ou outra investigação importante. Muitas coisas ainda serão mudadas na Câmara, se a pressão da opinião pública prevalecer, mas a questão está bem encaminhada. Vejam os comentários da Globonews: CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
2019-01-19T15:36:32Z
https://blogs.oglobo.globo.com/merval-pereira/post/sociedade-civil-431931.html
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## Sociedade civil O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu reforçar sua relação com a sociedade civil e vai convidar o jornalista Zuenir Ventura e antropólogo Roberto da Matta para fazerem parte de uma Comissão de Comunicação Social, composto por magistrados e representantes da sociedade civil, cuja criação foi aprovada ontem por seu Órgão Especial. O novo Presidente do Tribunal, Manoel Alberto Rebello dos Santos, resolveu criar esse grupo de assessoramento “para abrir um canal de mão dupla para a integração com a sociedade”. A comissão será presidida pelo Desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, e será composta ainda pelos Desembargadores Jessé Torres; Fernando Foch; Cláudia Telles de Menezes; pelos advogados Sérgio Bermudes e Sérgio Tostes, pelo Juiz Luiz Roberto Ayoub, pelo Ouvidor Geral Amaury Arruda de Souza e pelo Assessor de Imprensa da Presidência José Carlos Tedesco. A comissão começa a funcionar logo depois do carnaval e a 3 de Maio, Dia da Liberdade de Expressão, haverá uma sessão solene.
2019-01-19T15:39:00Z
https://blogs.oglobo.globo.com/milao/post/bicicleta-com-cadeado-integrado-seguro-542937.html
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Bicicleta com cadeado integrado e seguro por Fernanda Massarotto 22/07/2014 07:00 Comente Compartilhe
2019-01-20T13:54:38Z
https://blogs.oglobo.globo.com/milao/post/hospedagem-simplesmente-adoravel-em-milao-560229.html
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Hospedagem simplesmente adorável em Milão por Fernanda Massarotto 13/02/2015 07:00 Comente Compartilhe
2019-01-20T12:55:28Z
https://blogs.oglobo.globo.com/milao/post/livro-traz-receitas-nutrigenomicas-e-metodo-cientifico-para-preparar-macarrao-al-dente.html
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## Livro traz receitas nutrigenômicas e método científico para preparar macarrão al dente Nada de chefs estrelados. Receitas tradicionais, com os chamados alimentos inteligentes, recheiam o mais saboroso e saudável lançamento literário do outono europeu: As Receitas Smartfoods, editora Rizzoli, de autoria de Eliana Liotta com a colaboração da nutricionista Lucilla Titta e sugestões da chef Daniela Masina. A jornalista e escritora é conhecida do público pelo sucesso da obra anterior "A Dieta Smarfood" - baseada em inúmeras pesquisas e estudos sobre nutrigenômica, traduzida em oito línguas, e que em breve será lançado no Brasil. O novo livro traz cem receitas da mais tradicional dieta mediterrânea, simples e gourmet. Uma leitura saborosa com citações científicas e filosóficas em que novamente brilham os 30 alimentos inteligentes; 20 longevity food, que ajudam a prolongar a vida; e 10 protective food, capazes de prevenir doenças e retardar o envelhecimento. "São receitas fáceis, testadas uma a uma, e que podem ser adaptadas para toda a família. Se as crianças não gostam de sabores picantes, não é um problema. O tempero pode ser substituído", comenta a italiana, que inclui em um dos capítulos uma dica importante para os leitores não italianos: "A culinária do nosso país é amada em todo o mundo. Por isso mesmo, fizemos questão de explicar como se cozinha o macarrão al dente com um método científico". Apesar de as receitas incluírem muito peixe, verdura e legumes - base da dieta mediterrânea- o feijão, muito conhecido dos brasileiros, desponta como protagonista nas receitas inteligentes. "O feijão preto é usado no lugar da farinha na preparação do brownie vegetariano de chocolate. É excelente antioxidante", observa a jornalista que aconselha também a inclusão da castanha do pará no café da manhã ou nos intervalos entre as refeições.
2019-01-19T11:23:54Z
https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/10-medidas-contra-corrupcao-vao-alem-da-punicao-aos-corruptos-da-vez.html
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## As 10 medidas contra a corrupção vão além da punição aos corruptos da vez Uma das preocupações dos procuradores sempre foi a de ir além do escândalo em si e evitar a ideia de que a corrupção ocorre em um partido apenas. Isso é que levou os procuradores da Lava-Jato a propor as 10 Medidas de Combate à Corrupção. Elas foram resultado do estudo dos casos de países que tiveram sucesso na luta contra a corrupção. A pergunta que eles se fizeram é: o que deu certo? Em todos os países, por exemplo, o caixa 2 foi criminalizado. Com essa experiência, eles fizeram a proposta. Os procuradores tinham esperança de que a sociedade defendesse as medidas e a resposta foi muito melhor do que eles esperavam. Voluntários no país inteiro saíram às ruas para colher assinaturas, passaram a ser divulgadores das ideias, e em um ano o projeto teve muito mais assinaturas do que a lei exige. Ontem a proposta chegou ao Congresso levada por estes voluntários. É a melhor chance de que a Lava-Jato deixe um legado permanente. E este é um bom momento para fazer avançar estas medidas, que podem virar lei como aconteceu com a Ficha Limpa. O assunto está na ordem do dia, e todos os que se mobilizaram vão continuar cobrando. A sociedade brasileira precisa e quer algo mais profundo que a punição dos corruptos da vez.
2019-01-19T11:31:35Z
https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/50-anos-de-bc-em-uma-foto.html
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os presidentes ## 50 anos de BC em uma foto A foto acima reúne 14 presidentes desses primeiros 50 anos do BC. Eles se reúnem nesta sexta-feira em evento no Rio que lembra a história do Banco Central do Brasil. CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE Na imagem estão No alto: Wadico Bucchi, Carlos Langoni, Ernane Galvêas, Fernão Bracher, Arminio Fraga, Fernando Milliet, Gustavo Loyola e Gustavo Franco. Em baixo: Chico Lopes, Pérsio Arida, Pedro Malan, Henrique Meirelles, Ilan Goldfajn, Alexandre Tombini. Falecido, Francisco Gros foi lembrado em discurso por Loyola. Arminio contou histórias sobre ele. Ibrahim Eris, Elmo Camões, Paulo Ximenes, Antônio Carlos Lemgruber, Affonso Celso Pastore e Paulo Hortêncio Pereira Lira também comandaram a instituição.
2019-01-19T09:33:48Z
https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/aviso-aos-politicos-projeto-anticorrupcao-nao-pode-ser-veiculo-para-perdoar-caixa-2.html
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no Bom Dia Brasil ## Um aviso aos políticos: projeto anticorrupção não pode ser o veículo para se perdoar o caixa 2 O quadro é muito claro. O tema da atualidade no país é o combate à corrupção em suas várias vertentes, com os políticos tentando escapar das investigações e punições. Falta a muitos deles entender exatamente qual o momento histórico que o Brasil está vivendo. O Brasil trava uma luta dolorosa, difícil e muito corajosa contra a corrupção. Esse é o momento atual do país. Certas propostas dos parlamentares, no entanto, parecem surpreendentes para o cidadão, que está participando de todo esse esforço. Um exemplo desse descolamento dos políticos com a realidade é a tramitação das medidas contra a corrupção. A ideia dos políticos é anistiar o caixa 2 usando um projeto que, na origem, previa criminalizar essa prática. Vale lembrar como surgiu o projeto popular. Os procuradores estudaram casos de países que avançaram no combate à corrupção. Esses exemplos de sucesso são a base das medidas, que foram submetidas à população. O projeto teve mais de 2,6 milhões assinaturas. A proposta chegou com essa força ao Congresso. As medidas foram pensadas para combater a corrupção, impedir que novos casos aconteçam. Os políticos, então, tentam usar esse mesmo projeto como veículo para fazer o oposto. Onde eles estão com a cabeça? Outro caso é o projeto contra o abuso de autoridade de promotores e juízes. O nome é bonito. É claro que o abuso deve ser combatido. O senador Renan Calheiros lembra que todo o poder tem limite. A democracia é isso mesmo, tem pesos e contrapesos. Mas o senador não é o líder mais indicado para tocar esse projeto. O presidente do Senado tem 12 investigações contra ele no STF. Esse não é o momento e ele não é a pessoa para discutir no Congresso os excessos de promotores e juízes. Nesse esforço de combate à corrupção, os procuradores estudaram muito o caso da Itália. Por lá, o processo foi bem-sucedido até que o sistema corrupto reagiu e se protegeu. O desfecho que aconteceu na Itália, o Brasil não quer que aconteça aqui. Falta aos políticos entenderem em qual país eles estão e o momento histórico. É uma época decisiva na trajetória do Brasil. A delação de dezenas de executivos da maior empreiteira do país é um exemplar disso. Veja o comentário feito no Bom Dia Brasil.
2019-01-19T11:32:55Z
https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/bolsa-familia-incluira-800-mil-familias-e-fila-sera-zerada-em-agosto-diz-ministro.html
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entrevista com Osmar Terra ## Bolsa Família incluirá 800 mil famílias e fila será zerada em agosto, diz ministro O governo pretende incluir 800 mil famílias no Bolsa Família e zerar a fila para o programa até agosto. Osmar Terra, ministro do Desenvolvimento Social, contou em entrevista a mim para a GloboNews que o cruzamento de dados nos cadastros sociais do governo permitiu o corte de 1,5 milhão de benefícios indevidos. A entrevista tem estreia prevista para esta quinta-feira, às 21h30. Veja a chamada aqui. — Vamos tentar garantir que os programas de transferência de renda sobrevivam aos cortes do governo — explicou Terra. O pente-fino no Bolsa Família descobriu políticos e até prefeitos recebendo o benefício. Em outros cadastros também foram encontrados problemas. Apenas no auxílio-doença, o levantamento apontou irregularidades em 85% dos benefícios. A economia gerada ali, conta Terra, é de R$ 10 bi. Cerca de 1,6 milhão de pessoas recebiam o auxílio há mais de dois anos sem revisão. No BPC, a prestação continuada que atende a idosos e pessoas com deficiência, havia 17 mil beneficiados já falecidos. O corte permitiu ao governo evitar perdas de R$ 600 milhões. Terra também contou sobre a inclusão produtiva dos participantes do Bolsa Família. O projeto é ofertar R$ 3 bi em microcrédito às famílias.
2019-01-19T15:34:31Z
https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/com-o-pretexto-da-seguranca-o-trabalho-da-imprensa-esta-sendo-restringido-na-posse.html
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## Com o pretexto da segurança, o trabalho da imprensa está sendo restringido na posse A necessidade real de segurança do presidente eleito está sendo usada como pretexto para restringir o trabalho da imprensa. É claro que a segurança do presidente eleito, Jair Bolsonaro, e dos chefes de Estado que estão entre nós exige a imposição de regras, mas o que está acontecendo com os jornalistas é impensável e inaceitável. Eles só podem ir e voltar para um ponto específico e com o transporte do governo. Mas assim: têm que chegar oito ou nove horas antes da parte do evento que cobrirá, só poderá ficar num mesmo cercado, sob pena de ser retirado do local e responder processo. Exemplo, quem tem credencial para o Congresso teria que chegar às 7h para um evento que começa às 15h. Fica no seu setor e de lá não pode sair. Se tiver conseguido também a credencial para outro momento da posse não poderá ir. Terá que ficar no mesmo local, depois de tudo terminado no Congresso, esperando a hora que o governo quiser retirá-lo do local para levá-lo de volta ao ponto inicial. Jornalistas precisam circular pelo local onde estão, falar com as diversas pessoas. É a chance de se aproximar dos novos ministros ou assessores, de fazer fontes ou de ouvir as notícias. Mas se ficam confinadas num local específico, como se fossem gado em um curral, não conseguem fazer seu trabalho. Cubro posse desde o general João Figueiredo. Nunca houve nada tão restritivo. Naquela época, eu era uma jovem jornalista e tive acesso a vários pontos da cerimônia, circulei, fui convidada para o jantar de gala porque era responsável pela cobertura do Itamaraty. Lá pude falar com os novos ministros. Durante a campanha e a transição os sinais de hostilidade à imprensa, ou pelo menos à parte da imprensa que não está disposta a simplesmente fazer a louvação dos novos poderosos, foram muitos. Este sinal de usar as regras de segurança para impor restrição física aos jornalistas e de exigir um desgaste fisico, de horas de espera além do razoável, é um perigoso precedente.
2019-01-19T09:29:09Z
https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/delcidio-esclarece.html
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coluna no Globo ## Delcídio esclarece Com a delação do senador Delcídio Amaral muito se esclarece do que parecia obscuro em decisões que foram irracionais do ponto de vista econômico. Foi assim com a Usina de Belo Monte, que afrontou toda a racionalidade em diversas áreas. Foi assim com o dinheiro excessivo emprestado pelo BNDES para os frigoríficos. E também com a entrada intempestiva e desastrada do grupo Bertin na área de geração de energia. Tudo parece lógico agora. Foram decisões viabilizadas pela corrupção e para se transformarem em dinheiro para campanha. Delcídio contou que quando, três dias antes do leilão de Belo Monte, o maior consórcio desistiu de participar, "em algumas horas" foi constituído novo grupo de empresas. Nele estavam Galvão Engenharia, Queiroz Galvão, Mendes Júnior e, entre outros, a Contern do grupo Bertin, que entrou forte nas disputas de energia, ganhava com muita frequência, e várias vezes não conseguiu entregar o empreendimento que havia vencido. O Bertin sempre foi patrocinado, explica agora Delcídio, por José Carlos Bumlai. O problema é que poucos meses depois as empresas que não haviam participado do leilão — "não bidaram", como diz o senador — viraram donas do negócio e os vencedores ficaram em segundo plano. Tudo sempre pareceu esquisito em Belo Monte. O governo ignorou todas as críticas que mostravam que o empreendimento era ruim do ponto de vista econômico, fiscal, ambiental e humano. Um grupo de cientistas do governo preparou um documento mostrando que do ponto de vista climático a usina era um erro. Nada demovia a então chefe da Casa Civil, ex-ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff. O Ibama ficou contra. Na Casa Civil foi feita uma reunião que estabeleceu um prazo para sair a licença. Os técnicos do Ibama assinaram que não concordavam com a licença. Do Palácio do Planalto veio o edito: a licença tinha que sair. Publiquei tudo aqui nesta coluna, várias vezes falando do meu espanto com a forma autoritária com que tudo foi decidido. O que diz Delcídio: "A propina de Belo Monte serviu como contribuição decisiva para as campanhas eleitorais de 2010 e 2014. O principal agente negociador do consórcio de Belo Monte foi o empreiteiro Flávio Barra da Andrade Gutierrez". A Andrade Gutierrez fez acordo para falar o que sabe. Poderá informar mais detalhes sobre o caso Belo Monte. "Os números da propina giravam na casa dos R$ 30 milhões destinados às campanhas eleitorais". Mas o senador acha que os números finais são superiores porque houve um acordo em relação aos pedidos do consórcio de elevar o preço em R$ 1,5 bilhão. Esse acordo era uma das exigências do consórcio para as propinas pagas como contribuição eleitoral das campanhas de 2010 e 2014. Delcídio estima que atingiram R$ 45 milhões. E segundo Delcídio atuaram nessa engenharia financeira três ex-ministros: Silas Rondeau, Erenice Guerra e Antonio Palocci. Segundo os termos da delação premiada, "Delcídio tem conhecimento de que Bumlai foi fundamental na liberação de financiamentos pelo BNDES para as empresas Friboi, Marfrig, Bertin, entre outras". O BNDES de fato concedeu empréstimos em volume extravagante aos frigoríficos. Várias vezes esse assunto foi tema de coluna. Tudo parecia irracional. Por que escolher um setor para beneficiar desta forma? Um dos negócios patrocinados pelo banco foi a venda de ativos de carne do grupo Bertin para o JBS Friboi e entrar no setor de energia. Alguns dos empréstimos para os frigoríficos foram danosos. A entrada do Bertin na energia foi estranha porque mesmo sem ter tradição o grupo ganhou vários leilões e depois não cumpriu os prazos da Aneel. Há muito mais na delação de Delcídio, mas só para ficar em alguns exemplos de como ela ajuda a clarear o que era nebuloso. O que não tinha razão passa a ter. Construir uma hidrelétrica com capacidade para gerar 11 mil megawatts de energia, mas que só vai produzir 4 mil megawatts, na melhor das hipóteses, e que na seca pode chegar a apenas mil, e, para fazê-la, foi preciso passar por cima de tudo. Uma das várias colunas sobre Belo Monte que publiquei dizia: "O espantoso no leilão da hidrelétrica de Belo Monte é que as dúvidas e incertezas estão em todos os pontos". Pois é, agora não há mais dúvidas. ( **Com Marcelo Loureiro, interino**)
2019-01-19T09:38:53Z
https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/e-preciso-ficar-atento-com-o-jogo-do-senado-ao-aprovar-o-fim-do-foro-e-lei-do-abuso.html
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Bom Dia ## É preciso ficar atento com o jogo do Senado ao aprovar o fim do foro e a lei do abuso O dia de ontem foi cheio no Congresso. O polêmico projeto para mudar a lei de abuso de autoridade teve boas alterações, mas não significa que seja um bom projeto, tem muito que ser aperfeiçoado. No mesmo dia, e não por acaso, o Senado votou o fim do foro privilegiado. Mas é preciso entender esse jogo do Senado. Ele aprovou na Comissão um projeto que tem provocado muita reação contrária, porque tenta intimidar a Lava-Jato e todas as autoridades envolvidas nessas apurações e punições. E no mesmo dia votou algo que o país quer e tem sido discutido, que é o fim do foro privilegiado. Agora, esse fim do foro pode demorar a acontecer e ser uma forma apenas de protelar o assunto. A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, colocou em pauta uma proposta para restringir o privilégio de políticos de serem julgados pelas altas cortes mesmo que cometam crimes comuns. O Senado se adiantou, pegou um projeto do senador Alvaro Dias de 2013 que estava engavetado, e colocou para votação. E exatamente no dia em que votavam a polêmica lei do abuso. A versão que foi votada na comissão da lei do abuso foi atenuada. O juiz Sérgio Moro e outras autoridades tinham protestado contra um artigo que considerava crime a ser punido um juiz ter a sua sentença alterada em instância superior. Era o crime de hermenêutica, ou de interpretação da lei, que deixou de existir no Brasil desde que Ruy Barbosa lutou contra ele. Isso saiu, mas ficaram outros pontos que podem proteger os atuais investigados. E o fim do foro pode demorar a ser votado e ser uma forma de evitar a decisão do STF. Na Câmara, foi uma longa discussão durante a noite. O projeto de mudança de alguns pontos da lei trabalhista - que não chega a ser uma grande reforma - foi aprovado. É importante, atualiza a lei em vários pontos. Foi tratado pela oposição como se fosse o fim dos direitos trabalhistas. Não é isso. O curioso é que aparentemente esses parlamentares que supostamente defendiam os trabalhadores não viram os dados assustadores que o IBGE divulgou ontem. Um deles: um milhão e meio de trabalhadores disseram ao IBGE que não podem deixar os seus empregos porque têm dívidas com os seus patrões. E que dívida? de alimentação, equipamentos, transporte. Primeiro, isso não pode ser cobrado, segundo, isso é crime: servidão por dívida. O projeto não resolve vários problemas, mas pode melhorar um pouco o quadro do mercado de trabalho.
2019-01-19T11:31:39Z
https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/emocionante-historia-do-bc.html
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Coluna no GLOBO ## A emocionante história do BC Sentado na primeira fileira do auditório do Banco Central no Rio, Roberto Campos Neto viu passar pela sua frente flashs da história da instituição que deve presidir. Ex-presidentes contaram momentos dramáticos e decisões difíceis, crises da dívida, quebras de bancos, hiperinflação, reformas monetárias. Ao longo das falas no seminário ontem sobre a História Contada do Banco Central, ficou clara a dimensão da instituição. Ilan Goldfajn, o atual presidente, resumiu ao fim da tarde e de três painéis mediados pela jornalista Claudia Safatle, do “Valor”, a evolução que houve: — Não se fala mais de negociação da dívida externa, que foi o assunto dos primeiros depoimentos, porque ficou para trás. Espero que a inflação também tenha ficado para trás. Temos independência de fato, mas não temos ainda de direito. O assunto fiscal permanece conosco. O BC foi criado por lei em 31 de dezembro de 1964, mas começou oficialmente em 1965. Completa 54 anos em 2019, mas o evento era para lembrar o registro histórico dos primeiros 50, que começou a ser feito com o CPDOC, em 1989, e foi retomado no período de Alexandre Tombini e completado agora com Ilan. Ernane Galvêas, aos 96 anos e lúcido, contou que o BC foi filho da conferência que organizou o mundo monetário após a 2ª Guerra Mundial: — Bulhões voltou de Bretton Woods com essa ideia de que o Banco do Brasil não podia ser a autoridade monetária. Carlos Langoni foi presidente no começo dos anos 1980, quando estourou a crise da dívida externa que arruinaria a década. O Brasil não tinha dólares, créditos, nem petróleo: — O presidente Figueiredo me chamou e disse: ‘pode negociar com os bancos, mas não deixa haver racionamento de combustível’. Ele voou para Riad para negociar a liberação dos petroleiros com suprimento para o Brasil. Lá, por sorte, o presidente do BC era PhD pela Universidade de Chicago. Os colegas se entenderam. Fernão Bracher contou como conseguiu manter o sistema financeiro em pé quando três bancos quebraram no governo Sarney: Comind, Auxiliar e Maisonnave. Fernando Milliet falou da tentativa de negociar com os bancos estrangeiros, completamente hostis, depois da moratória de 1987. Wadico Bucchi narrou as dificuldades daquele final do governo Sarney em plena hiperinflação. Ibrahim Eris não estava, mas seu período foi o do calote da dívida interna no governo Collor. Pedro Malan foi presidente no Plano Real, que venceu a hiperinflação, e havia sido o negociador da dívida externa: — Era uma guerra de trincheiras entre os países em desenvolvimento e os bancos. Malan foi o responsável pelo acordo de paz nessa guerra. Persio Arida disse que olhou seu discurso de posse e sabatina e concluiu que a agenda continua a mesma: o crédito direcionado, a crise fiscal e a independência do BC. Gustavo Loyola enfrentou a mais violenta crise bancária do país, em que quebraram Econômico, Nacional e Bamerindus, mantendo o sistema em pé, através do Proer. E saneou os bancos estaduais. Gustavo Franco manteve o câmbio no primeiro período do Plano Real, um tempo de enorme pressão. — Cada um aqui vivenciou coisas diferentes, mas ninguém sentiu monotonia — disse. Chico Lopes foi o responsável por uma instituição que é a semente do Banco Central independente: o Copom. Ele disse que discorda do ministro Paulo Guedes quando ele diz que a social-democracia levou 30 anos para aprender o que é preciso fazer na economia: — Acho injustiça do meu amigo Paulo Guedes porque os social-democratas fizeram um grande trabalho. Deixaram tudo preparado para a liberal-democracia. Para não acertar o gol só se errar a bola. Armínio introduziu as metas de inflação, política que está completando 20 anos, mas seu temor é o rombo das contas públicas: — Não há Banco Central do mundo que resista à continuação de uma crise fiscal como a nossa. Uma reforma da Previdência mais ou menos não será suficiente. Henrique Meirelles contou como conseguiu na prática que o Banco Central fosse independente no governo do ex-presidente Lula. O neto de Roberto Campos, um dos criadores do BC, ouviu os recados dos que o antecederam entremeados de elogios ao seu avô. Armínio disse que chega a ser “desconcertante” ler como os alertas que ele fez nos anos 1970 sobre contas públicas permanecem atuais. *(Com Alvaro Gribel, de São Paulo)*
2019-01-19T09:39:01Z
https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/fazenda-manda-alertas-e-conselhos.html
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Coluna no GLOBO ## Fazenda manda alertas e conselhos O futuro governo deveria olhar com cuidado o relatório do Ministério da Fazenda divulgado ontem. Cada administração tem suas ideias, mas existem pontos que são comuns. Buscar maior equilíbrio fiscal e maior foco nos gastos públicos, por exemplo. O grupo que arruma agora as gavetas acertou muito e deixou projetos engatilhados. O documento também traz a lista de algumas bombas fiscais que precisam ser desarmadas porque do contrário vão reduzir a chance de sucesso da próxima equipe. O governo Temer preparou bons relatórios para quem chega, mas nem sempre o novo ministro está interessado em ouvir. Na economia, contudo, há uma coerência maior de pensamento. Esta equipe assumiu com a inflação perto de 10% e a entrega na meta. Tirou o país da recessão, ainda que não tenha conseguido fazer o país retomar o crescimento. O déficit fiscal deste ano será bem menor do que o projetado, ainda que o país permaneça no vermelho. Ela trabalhou, como já disse aqui, em condições políticas difíceis. Um alerta importante é o que vincula equilíbrio fiscal com estabilidade institucional. A trajetória da dívida pública precisa ser contida porque ela levaria ao risco de default e nenhum governo sobrevive a isso, como atesta a história da Presidência de Collor. Em um dos gráficos, o relatório mostra a expectativa das instituições financeiras sobre a dívida bruta. No começo de 2016, a projeção era que este ano estaria em 84,5%, houve uma queda das previsões, que hoje estão em 77%. O déficit primário caiu de 3,1% para 1,3%. “Uma crítica costumeira aos programas de ajuste fiscal são de que eles afetariam os mais pobres e elevariam a desigualdade social”, lembra o documento. Na verdade, as reformas podem atenuar o problema, como mostrou a estatística do gasto público por quintil de renda. Dos gastos de pessoal, 79,3% são recebidos pelos 20% mais ricos e 3% ficam com os dois últimos quintis, ou seja, os 40% mais pobres. O Bolsa Família é o programa de maior foco. Os 40% mais pobres ficam com 74,5% da renda distribuída. Na Previdência, como disse ontem aqui, 40% ficam com os 20% de maior renda no país, e 3% com os 20% mais pobres. Na lista do que foi feito há a reforma do Fies. As despesas do programa estavam numa rota explosiva e ele seria inviabilizado se não fosse feita a mudança total de parâmetros e garantia. A equipe comandada por Paulo Guedes é que decidirá o que fazer a partir do próximo ano, mas há lá uma lista de projetos que coincide com o que foi dito na campanha, como a redução dos subsídios e incentivos fiscais. Só para citar um exemplo: o atual governo acabou com o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e a conta ficou alta. Até agora, foram gastos R$ 251 bilhões. E continuará pesando nos próximos anos. O último capítulo do estudo alerta sobre os riscos de projetos que estão em tramitação no Congresso e que representam, na visão da Fazenda, “retrocesso na busca de uma sociedade mais próspera e equitativa”. Vários deles já foram temas aqui na coluna e são, quase sempre, resultados de lobbies e de pressão de grupos de interesse. Os custos são divididos por toda a sociedade, enquanto os benefícios são direcionados a poucos escolhidos. A Previdência corre sempre o risco de passar por uma contrarreforma. Há diversos projetos que pretendem aumentar benefícios ou conceder renúncia de contribuição a categorias escolhidas. As ações judiciais também são fontes constantes de gastos. Militares questionam a cobrança de contribuição sobre pensões de inativos, aposentados do INSS que ganham mais que um salário mínimo querem ter a mesma regra de reajuste de quem recebe o mínimo, guardas civis municipais desejam ter direito a aposentadorias especiais. Só para citar algumas. Os estados e municípios estão sempre pressionando suas bancadas para pendurar contas na União ou receber mais recursos. A maior ameaça de gastos vem de alterações na Lei Kandir, com aumento de despesas de R$ 39 bilhões por ano para o governo federal, com o valor corrigido pela inflação ano a ano. No Congresso, também há projetos que dificultam a condução das políticas fiscal e tributária, propostas de concessões de subsídios regionais, aumento da vinculação de gastos, renúncias fiscais e crescimento de despesas com pessoal. A lista é grande, é melhor o governo eleito ficar atento. **Com Alvaro Gribel (de São Paulo)**
2019-01-19T15:33:04Z
https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/ideias-do-ministro-santos-cruz.html
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coluna no Globo ## Ideias do ministro Santos Cruz O ministro Carlos Alberto dos Santos Cruz acha que houve uma falha geral da sociedade brasileira, inclusive da imprensa, que não viu em tempo os absurdos de corrupção que ocorreram no Brasil. Ele acredita que as instituições deveriam ter dado o alerta antes, diante de tantos sinais de que algo estava errado. Ele diz que da parte dele está preparado para manter diálogo franco com movimentos sociais, imprensa, políticos. Avisou que o governo vai punir tanto a invasão de propriedade do MST quanto o grileiro que ocupar terra pública. Santos Cruz teve uma carreira impressionante no Exército, no Brasil e no exterior. Viveu oito anos fora do país, nos Estados Unidos, na Rússia, na África. Comandou na ONU forças de paz e tropas em ofensiva de guerra. Durante a operação militar no Congo, dava entrevistas frequentes para as grandes redes de televisão do mundo. Órfão desde muito cedo, e sem qualquer parente nas Forças Armadas, ele é a prova da capacidade de formação de quadros do Exército brasileiro. A escrivaninha e a mesa de trabalho do gabinete da Secretaria de Governo estavam ocupadas por papéis quando entrei lá para entrevistá-lo. Ele se entende naquele amontoado de pastas dos muitos assuntos que está estudando. Tem notado nas suas análises dos documentos muitos sinais de desperdício. É inevitável pensar que aquela mesma sala foi ocupada por Geddel Vieira Lima para quem, naquela quarta-feira, a Procuradoria-Geral da República havia pedido 80 anos de prisão. — Como ninguém viu? R$ 51 milhões circularam pelo país, foram sacados, transportados até chegar no apartamento. Como ninguém viu? — pergunta ele. O fato de ter tido uma formação militar e estar agora num cargo de negociação com políticos e com a sociedade não o preocupa: — Não tem problema nenhum. Você tem princípios de educação, conversar com pessoas, escutar, ter consideração, princípios de vida que a gente utiliza em qualquer situação. Infelizmente, a prática política foi deturpada como um jogo de interesses. Ele diz que o dia a dia dessa conversa com bancadas e partidos será exercido com a Casa Civil. Sob o seu comando está também a Secom, responsável pela comunicação. Ele não pensa no momento em fechar a EBC, Empresa Brasileira de Comunicação, que tem duas televisões. Está estudando como reduzir os custos e o número de pessoal: — Na relação com a imprensa, quero abertura total, porta aberta, porque é a única forma de conseguir que não se tenha a surpresa que tivemos nos últimos 10 anos. A surpresa a que ele se refere são os casos de corrupção: — Foram valores escandalosos, inimagináveis, tudo isso machucando a população. Achei que a imprensa talvez tenha falhado, outros órgãos também. Ele diz que a falha foi a imprensa ter demorado a ver o que estava acontecendo. O jornalismo, segundo ele, precisa fazer uma revisão, entender que também é responsável em evitar que novos escândalos de corrupção aconteçam, mantendo-se vigilante: — Só a imprensa divulgando tudo com muita publicidade, acessando todas as contas, todos os planos de trabalho, todas as licitações, toda aplicação de dinheiro, quem é que está usando dinheiro público. O ministro Santos Cruz diz que as portas da Secretaria estão abertas também para todos os segmentos sociais, mas avisa que não concorda com a invasão de terras pelo MST. Perguntei se ele estava falando de terra improdutiva: — Improdutiva no conceito de quem? O problema é quem classifica. Disse que o país foi governado quase 14 anos pelos que achavam que a invasão era o método de começar o assentamento, mas até hoje há pessoas pela estrada: — Peraí, se você tinha o poder da caneta, orçamento, obrigação do executivo e não resolveu, significa que eles (os sem-terra) eram usados como massa de manobra. Lembrei que este governo entregou a demarcação de terra indígena para ruralista e fala em combater o que chama de indústria de multa do Ibama. Perguntei se isso não seria visto como um sinal de incentivo à grilagem: — É um absurdo essa interpretação, completamente equivocada. A lei é para todos. Não interessa se é para o movimento ou para o grileiro. Senão vira baderna. Sobre sua trajetória pessoal, o ministro contou que estudou em escola simples, de madeira, mas com excelentes professores. Que nada recebeu de herança dos pais, exceto o essencial: “prateleiras cheias de livros.”
2019-01-19T09:38:08Z
https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/inflacao-caminha-para-o-3-ano-de-taxas-baixas-sequencia-inedita-na-era-do-real.html
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## Inflação caminha para o 3º ano de taxas baixas, sequência inédita na era do real O IPCA fechou 2018 em 3,75%, após o 2,95% de um ano antes. O resultado ficou abaixo do centro da meta, de 4,5%. O país caminha assim para uma sequência inédita na inflação desde o Plano Real, avisa o professor Luiz Roberto Cunha, da PUC-Rio. Pela previsão dele, a taxa de 2019 ficará em torno de 4,1%, completando três anos abaixo dos 5%. A atividade fraca ainda ajuda, mas a série inédita conta também com o acerto da política econômica e com o clima favorável no campo. A sequência vai acontecer apesar dos aumentos nos preços administrados, como o da energia, que tanto atrapalham o orçamento das famílias. — O país nunca experimentou tanto tempo com inflação baixa. O ano que vem pode terminar com crescimento de 3% do PIB, desemprego em queda e inflação na casa dos 3%, dados de uma economia que se aproxima do funcionamento ideal — conta Cunha. Mas ele alerta que, para o cenário se concretizar, algumas condições terão que se confirmar. O cenário dele leva em conta a aprovação da reforma da Previdência e um pacote de privatizações, medidas que confirmarão as expectativas para a economia. O consumidor, ainda assim, vai enfrentar alguns vilões na inflação deste ano, especialmente entre os chamados preços administrados. Esse tipo de produto ou serviço pesa muito no orçamento das famílias. A energia elétrica, por exemplo, subiu 8,7% em 2018 e deve avançar mais 7% em 2019.
2019-01-19T11:27:56Z
https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/inimigos-concretos-e-imaginarios.html
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Coluna no GLOBO ## Inimigos concretos e imaginários O dia de ontem foi de comemoração na economia. O pensamento do ministro Paulo Guedes é conhecido no mercado, mas agora ele o repete como tomador de decisões e avisa que a reforma da Previdência é o primeiro e o maior desafio. O ministro das Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, falou em retomar o processo de privatização da Eletrobras, e Wilson Ferreira foi confirmado na presidência da estatal de energia. Era o que o mercado queria ouvir e isso fez disparar uma onda de otimismo. A bolsa bateu recorde e a ação da Eletrobras decolou. Ao falar na sua posse no comando do novo e fortalecido Ministério da Economia, Paulo Guedes desfilou por quase uma hora com suas explicações para a história do mundo e do Brasil. O país, disse, vive sufocado pelo excesso de gastos públicos e esse é o centro do problema e por causa dele a economia respira “a falsa tranquilidade da estagnação econômica”. Na hora de explicar como resolver, Guedes cometeu um deslize político. Disse que a reforma da Previdência será enviada, mas se não for aprovada será mandado o projeto de desindexação de despesas. Na verdade, as duas reformas são importantes, a previdenciária e a orçamentária. Um ministro da Economia não pode dizer que sabe o que fazer se a reforma da Previdência não for aprovada. Simplesmente não pode considerar essa possibilidade de derrota, porque ela seria desastrosa demais. Há a razão fiscal que a torna inexorável, mas há também o outro motivo que o ministro tratou com clareza meridiana: — A Previdência é uma fábrica de desigualdades. Quem legisla tem as maiores aposentadorias, quem julga, também. O povo tem as menores — disse. Esse é o motivo mais profundo pelo qual a reforma é fundamental. Ele não é o primeiro a mostrar a Previdência como geradora de desigualdades. O governo que encerrou seu tempo na terça-feira também bateu nesta tecla. Inutilmente. Portanto, é preciso mais e melhores dados e argumentos porque esta é uma causa fundamental para o país. Que Paulo Guedes se volte com essa retórica e os números para convencer primeiro o próprio governo de que ela é necessária para o equilíbrio fiscal e para o combate às desigualdades na distribuição de dinheiro público. No discurso de ontem, Paulo Guedes, na verdade, propôs, além da reforma da Previdência, um programa com três “D”: desvinculação das receitas, desindexação das despesas, descentralização. Ele erra quando fala de alguns projetos como se fossem alternativos a outros. São complementares: — O bonito é que se der errado pode dar certo. Se não aprovar a reforma, a classe política pode dar um passo à frente e assumir o Orçamento. O que ele quer dizer é que se as receitas não forem carimbadas, se não estiverem vinculadas nem foram corrigidas pela inflação passada, o Congresso terá mais poderes porque poderá verdadeiramente elaborar a peça orçamentária. Parece lógico, mas não é assim que a política costuma entender os fatos. Será muito mais difícil do que ele imagina convencer o Congresso dessas mudanças. Há 30 anos o legislativo engessa o Orçamento achando que assim garante o dinheiro para as áreas prioritárias. Como agora dizer que ele deve quebrar o gesso para ser mais forte? Paulo Guedes apresentou a sua tese conhecida de que tudo o que houve nos últimos 30 anos foi tocado pelo mesmo grupo político. Seria a social-democracia, que agora será substituída pela liberal-democracia. Os rótulos não explicam complexidades. Não se pode dizer que foram semelhantes as políticas econômicas de Pedro Malan e de Guido Mantega, só para citar dois polos bem diferentes entre si. Os liberais que ele lidera tentarão agora fazer reformas que estiveram no projeto de muitos dos seus antecessores no cargo, como Joaquim Levy. Logo depois de o ministro Paulo Guedes explicar o seu projeto econômico, cheio de desafios concretos, o ministro Ernesto Araújo apresentou no Itamaraty o seu delírio contra os inimigos imaginários. O problema do embaixador Araújo é que ele tem uma visão de mundo bem específica, bem idiossincrática, e a apresenta como sendo a do país. Para ele, o Brasil agora se liberta do globalismo, na opinião dele nosso maior inimigo. Nestas primeiras horas já é possível dizer que o problema do governo Bolsonaro é que ele gasta tempo demais esbravejando contra inimigos inexistentes. *Com Alvaro Gribel (de São Paulo)*
2019-01-19T09:29:35Z
https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/nao-e-uma-fusao-e-compra-da-embraer-pela-boeing-empresa-remanescente-dependera-do-orcamento-do-governo.html
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na CBN ## Não é uma fusão, é a compra da Embraer pela Boeing; empresa remanescente dependerá do orçamento do governo O governo aprovou o negócio entre Embraer e Boeing. Como a coluna adiantou na quinta-feira, a operação foi aprovada pelo Ministério da Economia que tem a função de analisar o negócio. A pasta concluiu que a negociação não fere as regras da golden share, a participação especial que o governo brasileiro detém. A operação agora aprovada pelo presidente Jair Bolsonaro não é uma fusão. A Boeing está comprando a parte mais rentável da Embraer. Serão US$ 4,2 bi por 80% da nova companhia. A empresa brasileira ficará com 20%. Será minoritária e em cinco anos poderá vender a sua fatia no capital. O novo negócio vai concentrar o segmento de aviação comercial, que representa 85% de todo o faturamento da Embraer. Sobraram, no entanto, algumas questões. O corpo técnico da companhia trabalha nos diferentes segmentos da Embraer, seja na aviação comercial ou nos projetos militares. Não se sabe como será feita a divisão dos funcionários. O negócio não é um desnacionalização. A maior parte do capital da Embraer já está nas mãos de fundos americanos e de outros investidores internacionais. **LEIA MAIS NO GLOBO** Governo Bolsonaro autoriza fusão entre Boeing e Embraer A Embraer fez o negócio para poder sobreviver. O mercado de aviação comercial se concentrou muito nos últimos anos. Uma empresa de médio porte corre o risco de sucumbir. Já a parte de Defesa, que fica na antiga empresa, continua dentro da crise fiscal brasileira. O governo é o maior cliente de projetos da área, como o cargueiro KC390. Há até o projeto de criar uma terceira empresa para vender esse avião militar, usando as redes de clientes da Boeing. O desenho do negócio contornou as proibições da golden share. Essa participação especial permitia ao governo brasileiro vetar certas operações. Mas não haverá mudança de nome nem da logomarca, a área de Defesa continuará com a empresa remanescente que não terá o seu controle negociado, outra proibição da golden share.
2019-01-19T09:33:40Z
https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/o-muito-que-falta-no-caso-queiroz.html
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coluna no Globo ## O muito que falta no caso Queiroz A versão de Fabrício Queiroz é evidentemente insatisfatória. Mesmo com toda a boa vontade do mundo é difícil considerar o caso encerrado. É preciso mostrar os registros de carros vendidos e comprados, explicar os depósitos dos funcionários do gabinete, justificar a presença dos seus familiares empoleirados na equipe de Flávio Bolsonaro, e ainda ter a comprovação bancária do empréstimo do presidente eleito Jair Bolsonaro em sua conta. Há falhas demais nessa história. O Brasil foi muito bem treinado nos últimos anos pelos procuradores e juízes da Lava-Jato a não aceitar versões com peças faltantes. Até seu semblante na entrevista concedida ao “SBT” parecia saudável demais para justificar o seu não comparecimento à convocação do Ministério Público Estadual. Ele pode mesmo ter as enfermidades que disse ter, mas não parecia estar em estágio agudo ao conceder a entrevista. No final da noite de ontem, a defesa apresentou atestados sobre a “grave enfermidade” de Queiroz e disse que ele passará por “cirurgia urgente”. O que temos visto no país nos últimos anos é o desvio de milhões e bilhões, e alguém pode argumentar que é pequeno o movimento atípico na conta do ex-assessor do senador eleito e amigo da família Bolsonaro. O problema é que não há malfeito pequeno ou grande. Há malfeito. E foi contra eles que a família que assumirá o poder dentro de alguns dias fez a cruzada que a levou à vitória. Uma velha lei da política é que a exigência sobre uma autoridade é maior exatamente no quesito que foi usado como bandeira para a eleição. O ex-presidente Fernando Collor foi eleito dizendo que combateria os marajás. Ele caiu não por ter provocado uma grave recessão com seu plano desastrado, mas porque fantasmas de PC Farias movimentavam dinheiro que davam a ele um luxo de marajá, como as cascatas da Casa da Dinda. A ex-presidente Dilma negou a crise econômica e prometeu crescimento no seu segundo mandato. A recessão e o desemprego explodiram na cara dos eleitores. O ponto mais vulnerável do futuro governo será o do combate à corrupção, até porque o presidente eleito dobrou a aposta quando convocou o ícone da Lava-Jato, Sérgio Moro, para o cargo de ministro da Justiça. A versão de Queiroz é muito fraca. As movimentações atípicas podem ser mesmo o resultado da sua habilidade em “fazer dinheiro", mas documentos, registros bancários, e testemunhos precisam acompanhar as palavras. Sobre o dinheiro na conta de Michele Bolsonaro, a explicação do presidente eleito pode ser suficiente. É normal empréstimos entre amigos. Contudo, o financiamento foi dado de maneira informal, deve ter transitado através de um cheque, ou de depósito em conta, de Bolsonaro a Queiroz, porque R$ 40 mil em espécie, na mão, não é comum. As frequentes idas do presidente eleito ao caixa do banco mostram o saudável hábito de saques de valor pequeno suficientes para as despesas do dia a dia. O Brasil viu casos escabrosos nos últimos anos, e as entradas e saídas de dinheiro na conta de Fabrício Queiroz não têm a mesma dimensão. Mas carecem de explicações que respeitem o grau de sofisticação que o país aprendeu a ter diante do comportamento de autoridades e seus assessores. O ex-presidente que saiu do governo com a mais alta popularidade já vista no Brasil está preso porque na sentença de Moro, confirmada em tribunal de segunda instância, receberia a vantagem de um apartamento da OAS com benfeitorias feitas sob medida. Lula jamais habitou o apartamento, mas o Brasil aprendeu a ler o artigo 317 do Código Penal. Ele diz que nem precisa receber algo. Corrupção é também “aceitar a promessa de vantagem”. O problema não desaparecerá se não for bem explicado. Não vai adiantar alegar que em outros gabinetes da mesma Assembleia houve movimentações atípicas até maiores. Inútil culpar a imprensa. O que funciona é a explicação boa, sólida, documentada. Se ao senador eleito Flávio Bolsonaro a justificativa dada por Queiroz pareceu plausível e sem ilegalidade, como ele disse, o seu ex-assessor precisa ser instado a apresentá-la diante das autoridades que querem ouvir seu depoimento. O assunto pode, então, deixar de incomodar. E em quaisquer futuras dúvidas da mesma natureza será importante dar explicações sempre sólidas. Este é o ônus do poder, e o resultado de ter sido eleito com um discurso de combate à corrupção. **(COM MARCELO LOUREIRO)**
2019-01-19T11:23:20Z
https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/pib-capita-caiu-mais-desde-2014-do-que-em-toda-decada-perdida.html
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QUEDA SOBRE QUEDA ## PIB per capita caiu mais desde 2014 do que em toda a ‘década perdida’ A recessão provocada pelo governo Dilma ultrapassou marcas históricas. Além de ser a primeira vez que a economia caiu por dois anos seguidos, as perdas nesse ciclo desbancam inclusive a “década perdida” do Brasil. O PIB per capita encolheu mais de 9% entre 2014 e 2016. Naquele período, entre 1981 e 1992, o recuo nesse indicador foi de 6,8%, de acordo com o Santander. A “década perdida” compreende o período entre o fim da ditadura e o governo Collor, quando a economia passou por duas fases de recessões, no começo dos anos 1980 e dos 1990. A medida do PIB per capita leva em consideração, além das riquezas produzidas, a variação populacional. Como a população cresceu, a recessão foi ainda mais grave para os brasileiros. O indicador ficou em torno de R$ 30.400 em 2016, menos do que foi registrado em 2010. O país atravessa hoje a sua segunda década perdida. Leia mais no GLOBO Recessão se atenua, mas sequência de quedas é inédita Em três anos seguidos de queda, PIB per capita cai quase 10% Queda pior que a esperada no 4º trimestre terá efeito no PIB de 2017 Com PIB abaixo do esperado, BC pode acelerar o corte de juros Economia encolhe 3,6% em 2016, e país tem pior recessão da História Taxas de investimento e poupança atingem menor nível em seis anos
2019-01-19T11:24:30Z
https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/retrato-dos-defeitos.html
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Coluna no GLOBO ## Retrato dos defeitos Nos últimos dois dias o IBGE divulgou retratos do mercado de trabalho e foram tristes fotos. O desemprego vai piorar, é o que dizem os especialistas. Ele está a caminho de 13% nos próximos meses. Pode melhorar no fim do ano. A crise jogou o país no desemprego, e ele tem uma dinâmica com duas perversidades: atinge mais quem é mais vulnerável e demora a ser revertido. Na quinta-feira, o IBGE divulgou o dado novo, que é mais amplo, e mostra, além dos desempregados, os que estão parados por desalento e os que estão apenas fazendo trabalhos em menor tempo do que gostariam. Esse conceito da subutilização da mão de obra abarca 24 milhões de brasileiros. Quem está em desalento é porque desistiu de procurar emprego ou, às vezes, sequer tem dinheiro para ficar circulando por aí com seu currículo. Este jornal ressaltou ontem outro recorte: o dos 2,3 milhões de pessoas que estão procurando emprego há mais de dois anos. São resistentes, duros na queda, se estão na estatística é porque ainda buscam o emprego fugidio. Ontem foi o dia da divulgação da taxa que mede o número de pessoas que nos últimos 30 dias procurou emprego e não encontrou. São 12,9 milhões de brasileiros desempregados. Eles encontraram portas fechadas no trimestre de novembro, dezembro e janeiro, 3,3 milhões a mais do que um ano antes. O desemprego é um trem que vai avançando nos seus trilhos e só para de crescer quando chega ao fim da viagem. Quando ele começou a aumentar, o economista José Márcio Camargo disse que chegaria a 13%. Parecia exagero. Ontem, ele voltou a afirmar que chegará a 13% até abril. Já está em 12,6%. É mais difícil reverter a atual situação porque a economia não tem onde se segurar. Não há investimento aumentando porque os governos estão em dificuldade fiscal em todos os níveis administrativos e porque há um número considerável de empresas endividadas e em dificuldade de crédito, algumas pela recessão, outras porque estão envolvidas em investigações anticorrupção, ou as duas coisas. As famílias não podem aumentar o consumo, apesar de a queda da inflação aliviar o orçamento, porque também têm dívidas. O sistema bancário brasileiro é outro complicador. Nada justifica que no atual contexto, depois de a Selic ter caído dois pontos percentuais e a taxa de captação ter sido reduzida, os bancos aumentem a taxa de juros. É pior do que não repassar a queda da taxa básica, é aumentar os juros que cobram, no movimento inverso da Selic. Não há explicação técnica, econômica, financeira para tal disparate. Os bancos brasileiros são eficientes em se defender, em proteger seus ativos e patrimônio, em reduzir seus custos, mas têm um comportamento corsário em relação à economia. A tragédia é maior para quem sempre esteve exposto às desigualdades brasileiras. A taxa de desemprego é grande para todos, mas é maior para pretos e pardos. O desemprego entre pretos é de 14,4%, entre os pardos é de 14,1%. Entre os brancos é de 9,5%. Isso mostra o racismo no mercado de trabalho que sempre esteve presente e que fica pior nos momentos em que os empregos são escassos. Há explicações como a diferença de escolaridade ou a crise na construção civil, mas, em um mercado com poucas ofertas de vagas, o empregador escolhe preferencialmente homens brancos. O desemprego é também maior em três pontos percentuais entre as mulheres do que entre homens. É altíssimo em relação aos jovens. Chega a 25% entre os que têm entre 18 e 24 anos. Chega a 39,7% no grupo que tem entre 14 e 17 anos, mas nesse caso mostra outra anomalia. Essas crianças deveriam estar estudando em vez de estar procurando emprego. Se estão na estatística é porque declararam ao pesquisador que procuraram emprego no último mês. São anos de formação e na escola é onde deveriam estar. A legislação trabalhista protege apenas quem já está no mercado de trabalho. Dá, por exemplo, ao sindicato o poder de ir à Justiça para requerer o reajuste pela inflação dos dois últimos anos. E, como a taxa está em queda, a Justiça acaba concedendo aumento real. Mas não há proteção para os realmente vulneráveis. O nervo exposto da crise é o desemprego, e os números exibem os vários defeitos do Brasil. *(Com Alvaro Gribel, de São Paulo)*
2019-01-24T05:32:10Z
https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/ruina-economica.html
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coluna no Globo ## A ruína econômica A presidente Dilma Rousseff arruinou a economia brasileira. O Congresso e a Justiça podem decidir que isso não é motivo para impeachment, mas é um fato que o país deve olhar para se proteger no futuro de decisões tão perigosas. E agora, para lutar contra o seu afastamento, Dilma está afundando ainda mais o país, chutando o balde fiscal e escancarando a feira dos cargos públicos. A tabela deixa claro o quadro econômico que ela recebeu e o que temos agora depois de cinco anos de Dilma. A inflação deu um salto, a dívida bruta subiu 16 pontos percentuais do PIB, o superávit primário virou déficit, o déficit nominal escalou, o PIB, que estava positivo, despencou. Confira os números. No crescimento de 2010, é preciso ponderar que os 7,5% foram um exagero criado pela bolha feita pelo ex-presidente Lula para eleger sua sucessora. Mesmo descontando-se uma parte dessa alta, é chocante o buraco em que a economia caiu: dois anos consecutivos de encolhimento em torno de 4%. No desemprego medido pela PNAD Contínua, não há dados anteriores a março de 2012, mas os números mostram a deterioração. Nesse período, em torno de dois milhões de pessoas entraram no grupo dos desempregados. O que explica uma desorganização tão forte não é a crise internacional, sobre a qual ela falou tanto na época da campanha. O mundo sempre será uma fonte de instabilidade, mas o tempo da crise aguda foi a que estourou em 2008 com a quebra do banco Lehman Brothers. No período Dilma, houve a piora da crise da Europa, e a continuação da desaceleração chinesa, fatos que não explicam o péssimo desempenho da economia brasileira. No atual governo, o país perdeu o grau de investimento por todas as agências e na Standard&Poor’s caiu 3 níveis na classificação de risco. No Parlamentarismo, uma situação como a mostrada neste quadro seria o suficiente para uma moção de desconfiança, mas, no presidencialismo, que o Brasil escolheu democraticamente, o mandato é muito protegido, como disse o advogado-geral da União. É tão protegido que se a soma dos que votarem a favor de Dilma, os que faltarem, os que se abstiverem chegar a 171 deputados, esse pedido de impeachment está encerrado. A manipulação de preços de energia por razões eleitorais levou à correção que elevou a inflação. As pedaladas foram feitas para aumentar gastos em ano eleitoral. Os bancos públicos pagaram despesas do governo e ele aumentou gastos em outras áreas. Os déficits elevaram a dívida pública. Tudo isso junto produziu a crise de confiança na economia que afastou investidores e levou o país a perder o grau de investimento. Foram cometidos inúmeros erros como o de elevar a dívida em R$ 500 bilhões, emitindo títulos, que foram transferidos para o BNDES para os empréstimos subsidiados às grandes empresas. Há problemas herdados de Lula, outros criados durante o governo Dilma, mas houve um aumento de decisões perigosas ao fim do primeiro mandato para aumentar as chances de reeleição. E este é outro ponto sobre o qual o país tem que pensar para aperfeiçoar a democracia brasileira. O trecho da Constituição a que o governo se agarra é “O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções”. Foi escrito antes da existência da reeleição. Se significar que ela não tem responsabilidade pelo que fez em 2014, o país está exposto a todos os riscos, porque basta chutar o balde no último ano de governo para ter mais um mandato. A reeleição fica sendo uma anistia e fica instituído o vale-tudo. ( **Com Alvaro Gribel, de São Paulo**)
2019-01-19T11:31:44Z
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## Cinturão interino no UFC vale tanto quando um pedaço de papelão 1) Werdum chorando ao ganhar o cinturão lembrou-me de minhas próprias lágrimas quando vi alguém fantasiado de Papai Noel pela primeira vez aos 9 anos. A emoção foi muito grande e parecia infinita até que um desgraçado veio até mim e falou que Papai Noel não existia e que aquele era só um cara qualquer fantasiado. As lágrimas sinceras do brasileiro me trouxeram igual saudosismo e vergonha alheia. 2) Cinturão interino no UFC vale tanto quando um pedaço de papelão com lantejoulas. Em boxe é a garantia de estar coroando o próximo desafiante. Aquele que permanecerá dessa maneira, fixo, herdando o cinturão a vera caso o atual campeão não possa vir a disputar. Um lobo faminto atrás da porta. Cinturão interino em boxe é coisa séria. No UFC é jogo de luzes para chamar atenção para uma luta que não tem real valor, para vender pay per view, para dar um cafuné na nuca de quem já merecia disputar o título ou uma espécie de palmada no atual detentor. É tudo fachada. Minotauro se sagrou campeão interino quando Randy Couture se ausentou do UFC. Ao retornar, a luta por cinturão que ocorreu foi Couture VS Brock Lesnar e o brasileiro ficou chupando dedo. 3) Werdum e Hunt foi mais interessante do que esperava. Um competidor ( me recuso a chamar Hunt de atleta) em fim de carreira, gordo, pego de surpresa, sem tempo para se preparar e agora já acumulando apenas 10 vitórias em suas 20 lutas, teve perto de nocautear aquele em que os brasileiros colocam fé de poder trazer para cá o cinturão de verdade. Sendo um pouco mais cético arrisco dizer que se Hunt estivesse um pouco mais faminto, teria conseguido. Mas quem come tanto hambúrguer quanto ele nunca está faminto no combate. Venceu o que tinha que vencer. O mais completo e ambicioso deu um passo a frente. Mas o sinal de alerta vermelho deveria estar ligado entre seus treinadores porque apesar de ter sido por nocaute e logo no segundo round, teve dificuldades demais contra quem não deveria apresentar nenhuma complicação. Esse Werdum, mesmo super treinado, motivado e no auge de sua carreira, tem poucas chances contra Velasquez. 4) A arma de destruição em massa de Werdum não é sua guarda ou jogo de chão, como os desavisados creem ser. Ao longo desses anos foi sofrendo mutações estranhas e todo seu treino de jiu-jitsu e boxe e muay thai convergiram para um ponto: o joelho. Da sua guarda dá pra levantar. Até porque ele mesmo não faz muita questão de ir pra lá. Seus socos são pesados, mas lentos demais. Seus chutes fortes e sem precisão. Mas esse joelho do tamanho da cabeça de uma marreta, essa maçaroca de ligamentos e ossos, essa rótula de búfalo, é uma sexta feira treze que detona qualquer criatura viva que alvejar. Se for no corpo, esfarela uma costela, se for na cara, é fim de festa. Mesmo que o adversário se mantenha em pé, está acabado. E com esse joelho ele pode vir a vencer Cain Velazquez. 5) Werdum não será, mas seria um bom campeão. Ele pedindo um gole do suco que Hunt estava tomando quando o árbitro já segurava os dois pelos punhos para oficializar a vitória, foi muito divertido. Ele é o campeão que os tempos modernos precisariam. Não há nenhum traço de violência em sua persona. É um cara bem humorado e acessível. Não fala mal dos adversários, não exalta agressividade de nenhuma maneira, tem clara paixão pelo esporte que pratica e entende perfeitamente a importância de seu trabalho e postura aos olhos dos jovens fãs. Seria um campeão com consciência social. Mas campeões em MMA ainda são coroados pelos feitos dentro do octagon e, por lá, suas chances são diminutas. Werdum é um daqueles que mesmo jamais se sagrando campeão, merecia ter sido. 6) A diferença entre luta armada e comprada é que na armada os dois sabem do resultado final, na comprada, apenas o perdedor. Gastelum VS Ellenberger pode muito bem ser enquadrada na segunda opção e nunca vamos realmente saber. Gastelum é um excelente jovem lutador e poderia muito bem vencer sem a suposta entrega que acho ter acontecido. Mas é um ídolo para o povo mexicano que o UFC está doido para abocanhar e não consegue. Nem com o campeão pesado sendo meio mexicano o país parece realmente se interessar pelo esporte apesar de ser um povo que adora luta. Isso deve deixar Dana e seus amigos doidos. Fato que, hoje, Ellenberger ainda é bem melhor que seu adversário. Vem de duas derrotas, o que já facilita a venda do resultado. Quando lerem o cartel as 3 derrotas seguidas farão acreditar num padrão de queda. Mas vem de uma derrota por pontos contra Rory MacDonald e uma por nocaute no terceiro round para Lawler, que muitos consideram o melhor do planeta. Não foram apenas duas derrotas. Foram dois resultados ruins contra dois TOPs 3. Aí esse Ellenberger derruba com facilidade apenas para deixar Gastelum girar, pegar suas costas e encaixar um mata leão que não fez a menor questão de defender. Na verdade, revejam a luta, ele espera a chave ser encaixada. Ao começar a ser arrochado o estrangulamento ele coloca as mãos para trás sem buscar a do adversário para se soltar, como um amador que nunca treinou chão. Bem, não tenho como afirmar o que houve, mas achei de péssimo gosto. Se esse é o nível em que realmente compete já está na hora de fazer luta principal em evento nacional. Mas não é. Fiquem atentos a sua próxima luta para verem o “verdadeiro” Ellenberger. – Gastelum que não tem nada a ver com isso foi lá e venceu. Bom pra ele, mas não significou muito. 7) Como encontrar no meio de um monte de lutador porcaria alguns que a mídia e povo considerem bons? Junta todos numa casa, chama de TUF e diz que quem vencer é campeão. Pronto. Um ou dois ídolos instantâneos saindo do forninho. 8) Velasquez ta dodói e creio que não vai sarar nunca. Vai voltar a competir, mas jamais ficará curado. Digo isso porque suas lesões não são fruto do acaso e sim de sua natureza. Emelianenko Fedor, com quem ele é constantemente e irritantemente comparado, tinha uma agressividade e força enormes, proporcionais a resistência de seu corpo. Velasquez é extremamente forte e violento, mas essa energia é desproporcional ao tranco que seu corpo agüenta. Tem agressividade e força de pitbull na estrutura física de poodle. Ele treina e luta num nível de impacto e freqüência que seu corpo nunca estará preparado. Já vinha de lesão grave quando encarou Cigano pela primeira vez. Vinha com outra lesão que se agravou após a terceira luta e agora se lesionou em treino. E vai ser sempre assim. Isso só aumenta minha admiração pelo cara. Ele vai além do que seu corpo agüenta. Imagino os sacrifícios que faz para competir com gigantes como Lesnar, Cigano e outros. Ele é menos denso, menor, mas vai estraçalhar a mão no meio da sua cara e vai continuar lutando se o ligamento explodir, se o maxilar partir ao meio. É assustadora uma presença como essa. Estando bem, é praticamente imbatível, mas o preço que paga para competir nesse altíssimo nível é a própria vida. 9) E Wanderlei falou que a lesão de Velásquez foi conveniente. Ah, Wanderlei! Mais uma? Ficou mandando indireta de que estava lesionado para não encarar o Sonnen durante toda a gravação do TUF e quando a luta realmente ia ser marcada fugiu do exame anti doping! Wanderlei está tipo o Botafogo: sem freio ladeira abaixo. 10) E BELLATOR dá mais um passo em direção a qualquer coisa que não seja MMA com Ortiz vs Bonner. Marmelo de baixíssimo nível antes e depois da luta, com direito a empurrão, jogar água, dedinho em formato de piru e outras coisas obsoletas. BELLATOR é MMA com espírito de WWE. Um travesti esportivo que deveria cessar de existir. *Assinatura: Nico Anfarri empresário, cronista e crítico de MMA. Academia DNA, a Maior Academia Pequena do Brasil: * *https://www.facebook.com/DNA.rj* ** Comunidade do Nico no FACEBOOK: Comunidade do Nico no FACEBOOK: *https://www.facebook.com/groups/250133551671003/* ** Sigam Nico Anfarri no twitter: Sigam Nico Anfarri no twitter: *https://twitter.com/nicoanfarri*
2019-01-19T11:23:46Z
https://blogs.oglobo.globo.com/mma/post/de-cinturao-de-papel-para-tres-titulos-reais-conheca-historia-do-atleta-leandro-light-ex-garoto-problema.html
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## De "Cinturão de Papel" para três títulos reais: Conheça a história do atleta Leandro Light, ex-garoto problema Jovens com problemas com drogas e violência é uma realidade frequente na periferia das grandes cidades. Para Leandro Fernando Brito não foi diferente. O atleta que hoje está prestes a ingressar no MMA profissional, soma sete vitórias amadoras e três cinturões em apenas 10 meses. Mas foi em 2012, que o até então adolescente problemático foi apresentado as artes marciais: "Estive na primeira edição do Nocaute ao Crack, evento que é organizado pela FJU (Força Jovem Universal), e me apaixonei pelo Jiu Jitsu. No evento estava lutando o Rafael Carvalho, que hoje é campeão do Bellator. Aquilo me interessou e passei a frequentar as aulas do projeto social aos domingos". As aulas dominicais não estavam sendo suficientes para Leandro, que era conhecido como "Sossego" no projeto social da FJU. Foi aí que ele conheceu Alexandro Ferreira, o "Mangueboy", que adotou o atleta no Instituto "Bom Combate" em Colombo, região metropolitana de Curitiba. O primeiro passo foi trocar o apelido do jovem, que foi o seu primeiro atleta da ONG: "Eu gosto muito de colocar nome nos meus atletas. E vi que "Sossego" não era comercial. Falei pra ele, de agora em diante você é Leandro Light". Representante da equipe MangueBoy, em seis anos mudou completamente de vida e hoje, com 20, se sente transformado: "A galera me chama hoje de Leandro Light, mas não conhecia como eu era. Eu era muito nervoso, problemático, estourava por qualquer coisa, já cheguei até a bater na minha mãe, e através das artes marciais eu consegui me encontrar e me acalmar. Até pra lutar sou bem tranquilo. Antes eu não ouvia o lado das pessoas, dos meus familiares, hoje eu consigo ouvir eles. Isso me mudou como pessoa". **Cinturão de papel:** O primeiro cinturão do pupilo de Alex MangueBoy foi um cinturão de papel, confeccionado por ele mesmo. Segundo o head-coach, Leandro Light tem um sonho desde cedo: O de conquistar o cinturão do UFC: "O Leandro chegou a fazer um cinturão de papel e postou nas redes sociais. A galera tirou sarro, achou que ele era maluco. Mas eu o incentivei a não desistir dos seus sonhos. Ele chegou a desistir da luta em 2016 por problemas pessoais. Além de estudar e trabalhar com seu pai, é Leandro que cuida de sua mãe. Retornou em janeiro de 2017 para conquistar três cinturões esse ano". Estes três, cinturões de verdade, dos eventos estaduais Confronto Final da Luta, Tatuquara Fight Combat e Maringa Fight Combat. Leandro Light deve estrear ainda em 2017 ou no início de 2018 como atleta profissional de MMA. Além de Alex MangueBoy, Leandro Light treina com o Campeão Mundial de Muay Thai, Emerson "Bruce Lee" Olímpio, Edmundo Coleto e com os companheiros de treino Rodrigo "Caiçara", Valker Souza e Felipe Orfeu.
2019-01-19T11:29:22Z
https://blogs.oglobo.globo.com/mma/post/hacran-dias-exalta-camp-com-irmao-jose-aldo-para-duelo-amanha-pelo-ufc.html
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## Hacran Dias exalta camp com ‘irmão’ José Aldo para duelo amanhã pelo UFC Hacran Dias tem uma grande chance de mostrar no UFC por que sempre foi considerado um dos melhores peso-pena do Brasil. Amanhã, ele tem pela frente o norte-americano Levan Makashvili, pelo UFC Fight Night 70, na cidade de Hollywood, no estado da Flórida, Estados Unidos. Para chegar à segunda vitória consecutiva no Ultimate, Hacran contou com uma ajuda de peso em seu camp, a do campeão e parceiro de longa data, José Aldo Junior, a quem também auxiliou na preparação para o confronto contra Conor McGregor, marcado para o dia 11 de julho. Atleta do UFC desde 2012, o carioca do Morro Santo Amaro pode engatar uma sequência positiva pela primeira vez na organização. Após estrear com vitória sobre o compatriota Iuri Marajó e ser superado pelos bem ranqueados Nik Lentz e Ricardo Lamas, Dias venceu Darren Elkins no UFC 179, em outubro de 2014. A luta deste sábado originalmente seria contra Chas Skelly, que se lesionou e deu lugar a Makashvili, cujas características são consideradas, pelo atleta da Nova União, semelhantes o de seu último adversário, e Hacran espera repetir a fórmula de sucesso aplicada contra Elkins. "Estou muito bem preparado, treinando forte desde o início do ano, só esperando um adversário. Essa troca não mudou muita coisa porque estou focado nas minhas habilidades e no que eu tenho que fazer. O que eu sei é que o Levan tem um estilo parecido com meu último adversário, tem o wrestling como ponto forte, vem da luta olímpica e o objetivo é tentar surpreendê-lo na área que ele se sente confortável, assim como fiz com o Elkins", afirma o lutador de 31 anos, que possui 22 vitórias, três derrotas e um empate na carreira. Para o duelo contra Makashvili, Hacran Dias contou também com a ajuda de Pedro Rizzo e Alex Chadud no muay thai, Giovanni Diniz no boxe, e fez a preparação física com Orlando Folhes. Em termos de sparring, não poderia estar melhor servido, já que se preparou com o amigo José Aldo, num camp de alto nível. "Meu camp foi muito bem feito, mas acho que o grande diferencial foi ter participado do camp do Junior (José Aldo). Eu nunca o vi tão motivado e tão bem físico e tecnicamente. Ele é um irmão para mim e já treinamos juntos há muito tempo, mas não me recordo a última vez que lutamos próximos um do outro, então essa carona no camp dele me faz sentir duplamente preparado para fazer meu trabalho no UFC. Quem treina com o melhor do mundo, no nível que ele está treinando, com certeza está pronto para vencer qualquer um", garante o brasileiro, que viajou para os Estados Unidos na última segunda-feira, dia 22, e está acompanhado de seu primo e um dos principais nomes da equipe Nova União, o lutador Marlon Sandro. Adversário de Hacran, o norte-americano Levan Makashvili possui um cartel de sete triunfos e apenas um revés. Ele estreou no UFC no último mês de maio, com vitória sobre Mark Eddiva no UFC Fight Night 66. O lutador é ex-campeão dos penas do Cage Fury FC.
2019-01-19T11:28:05Z
https://blogs.oglobo.globo.com/mma/post/historia-das-lutas-tv-ringue-torre-no-papel-de-embriao-do-mma-472221.html
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## História das lutas: TV Ringue Torre no papel de embrião do MMA O paulista Fábio Quio Takao é um desses pesquisadores que mantêm a história da luta do Brasil viva. Estava num trabalho que visava a introdução do jiu-jítsu, judô e vale-tudo no Brasil quando se deparou com a história do TV Ringue Torre e se viu totalmente envolvido pela história pernambucana. Foi atrás e descobriu um mundo rico de personagens, que com sangue e coragem escreveram o início da história do que hoje é conhecido por MMA. "Era o embrião do que ficou conhecido mais tarde como "cross training", no qual o lutador se dedica a treinar várias modalidades", contou o pesquisador. Abaixo, os principais trechos da entrevista com Fábio Quio. __JORNAL DO COMMERCIO - É possível afirmar que o TV Ring Torre é um dos precursores do vale-tudo no Brasil?__ FÁBIO QUIO - Com certeza. Outros programas já haviam sido transmitidos antes em canais do RJ e SP, mas acredito o TV Ringue Torre teve duas contribuições importantíssimas para evolução do esporte. A primeira foi dar oportunidade para vários talentos do Norte/Nordeste e fomentar a criação de novas academias fora do eixo Rio-São Paulo. A outra contribuição que pouquíssimas pessoas sabem é que o programa incentivou a formação de atletas especialistas em várias artes marciais. Além do jiu-jítsu Gracie, alguns lutadores praticavam judô, Boxe, Luta Livre e Capoeira. Era o embrião do que ficou conhecido mais tarde como "cross training", no qual o lutador se dedica a treinar várias modalidades. O que me fascinou nesse programa foi a determinação dos lutadores, que mesmo sendo oriundos de uma região historicamente menos favorecida economicamente, protagonizaram um evento que marcou época na base da improvisação e da raça. __JC - Foi através do programa que o esporte teve seus primeiros ídolos?__ FÁBIO - Foram os primeiros ídolos do Vale Tudo do Norte/Nordeste sim. Até a década de 50, a família Gracie mantinha um "monopólio" na prática do Vale Tudo e buscavam promover somente membros da família. O TV Ring Torre deu oportunidade para diversos lutadores que não tinham condições de viajar até o Rio de Janeiro provarem seu valor. O público nordestino se identificou com os lutadores que vinham de cidades pequenas e vilarejos e que passaram pelas mesmas dificuldades que eles. Esses primeiros ídolos do Vale Tudo criaram uma legião de fãs e os nomes de vários lutadores ainda são conhecidos na região, mesmo após 50 anos depois do evento. Além de Ivan Gomes e Euclides Pereira, outros lutadores merecem ser citados como Valdemar Santana, Takeo Yano, Jurandir e Jairo Moura, Aderbal Bezerra, Pinheirão, Fidelão, José Gomes, Irmãos Tairovich, Hilário Silva, Diderot Ribeiro, Sales, Índio, Bernardão, Pantera do Ring, Touro Novo, entre outros. __JC - O que você pode falar sobre o nível dos atletas? Em que degrau da história do esporte estão os grandes ídolos do Ring Torre, como Euclides Pereira e Ivan Gomes? __ FÁBIO - Os atletas não possuíam dietas balanceadas, suplementos e muito menos equipes com especialistas em várias disciplinas. As bolsas “magras” não permitiam que os lutadores vivessem exclusivamente do esporte e a maioria dos lutadores tinham outra atividade, além de dar aulas de artes marciais. Alguns lutadores já haviam treinado com professores da Academia Gracie e participado de eventos no Rio de Janeiro e já tinham boa técnica. Mas através de depoimentos de testemunhas da época, é possível afirmar que o nível técnico evoluiu rapidamente e o programa TV Ringue foi responsável por fomentar essa evolução. Quanto aos ídolos da época, não seria exagero dizer que Euclides Pereira e Ivan Gomes foram os maiores lutadores de vale-tudo do Brasil produziu. Afirmo isso, mesmo comparando os dois com talentos como Carlson Gracie e mais recentemente Anderson Silva. Basta levar em consideração a falta de estrutura adequada, a quase ausência de regras para garantir a integridade do lutador e principalmente o número de lutas, que em muitos casos era quase semanal. A obstinação desses heróis era admirável e apesar de eles serem ídolos na época, acredito que a nova geração não os valorizou de forma que merecem. __JC - Quais as semelhanças e diferenças em relação ao UFC?__ FÁBIO - As diferenças mais marcantes eram a proporção das bolsas, estrutura do evento e alcance de público que estava longe da grandiosidade dos shows atuais. Já existia uma pequena preocupação com regras para conter a violência. A principal delas proibia o uso de socos de mão fechada. Porém, em pouco tempo os lutadores encontraram um modo de compensar essa limitação e começaram a usar a “escala” que era um golpe de mão aberta. O golpe era praticado em sacos de areia e a base da palma da mão acabava por ter quase a mesma violência dos socos. Pode-se dizer que o TV Ring Torre tinha os mesmos princípios que o UFC, mas em escala muito menor. __JC - O que te levou a estudar o Ringue Torre?__ FÁBIO - Há algum tempo venho fazendo um trabalho de pesquisa sobre a introdução do jiu-jítsu, judô e vale-tudo no Brasil, além de resgatar a memória dos primeiros mestres responsáveis por essa introdução. Inexplicavelmente a internet não possuía nenhum site que abordasse a história desses pioneiros da forma que eles merecem. Como colaborador e colunista de vários sites, comecei então a contar a história de cada um desses lutadores e professores até chegar a alguns nomes importantes do Norte/Nordeste. Invariavelmente todos os mestres pioneiros dessa região participaram como lutadores ou treinadores desse evento. Foi então que percebi que, apesar de ser um evento pouco conhecido pela nova geração, o TV Ringue foi uma prévia do fenômeno que hoje conhecemos como MMA. __JC - A memória do programa é escassa. Que fontes você buscou? Como foi essa apuração? Você seria um dos maiores estudiosos do assunto no Brasil? __FÁBIO - As primeiras fontes de pesquisa foram os depoimentos dos lutadores da época. Apesar do programa ter sido transmitido durante aproximadamente dois anos, não sabemos se existem vídeos gravados. Passei a estimular os alunos desses lutadores a resgatar jornais e cartazes mostrando que esse acervo valorizava os mestres e os lutadores de sua região. É um quebra-cabeça que aos poucos vai sendo montado. Não posso dizer que sou o maior estudioso, mas com certeza tenho me dedicado bastante, em alguns casos mais que familiares e alunos de atletas da época que demonstram pouco interesse em ajudar. Recebo ajuda de outros pesquisadores e trocamos informações e acervos. Acredito que minha maior satisfação tenha sido trazer à tona na internet e revistas especializadas nomes que estavam quase esquecidos. __JC - Acredita que isso reforça que somos um país sem memória?__ FÁBIO - Não há dúvida. Infelizmente o povo brasileiro sempre demonstrou a falta de memória não só no universo das lutas, mas também em outras áreas como na escolha de políticos, na idolatria de "artistas" que possuem um passado no mínimo vergonhoso e em muitas outras áreas. É realmente uma pena, mas estou fazendo minha parte para tentar reverter isso, pelo menos nas artes marciais. __JC - Além do TV Ring Torre, que outros eventos e competições podem ser colocados como pioneiros do vale-tudo no Brasil?__ FÁBIO - As primeiras transmissões de lutas aconteceram na Rede Tupi de São Paulo em 1950 e na TV Tupi do Rio de Janeiro em 1951. Foram desafios organizados pro Carlos e Hélio Gracie, nos quais lutadores da Academia Gracie enfrentavam estivadores e homens fortes. Algum tempo depois, veio o programa Heróis do Ring, também organizado por Carlos e Hélio Gracie e transmitido pela TV Continental no Rio de Janeiro. No início dos anos 60, veio o TV Ringue Torre e isso alavancou eventos semelhantes em outras cidades do Norte e Nordeste, que apesar da importância, não foram transmitidos pela TV. No máximo, eram citados nos telejornais locais. No início da década de 70, o mestre Jurandir Moura gravou alguns programas ensinando jiu-jítsu e defesa pessoal na TV Brasília, mas não permaneceu muito tempo no ar. Nos anos 80 e 90, alguns eventos de vale-tudo chegaram a ser transmitidos, mas por alguns incidentes violentos sofreram duras críticas, inviabilizando uma frequência maior na programação. Atualmente o MMA alcançou um lugar ao sol e esperamos que consiga manter uma evolução saudável e contínua.
2019-01-19T15:33:37Z
https://blogs.oglobo.globo.com/mma/post/lista-com-os-32-atletas-escalados-para-tuf-brasil-4-563155.html
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## Lista com os 32 atletas escalados para o TUF Brasil 4 O UFC revelou há pouco os nomes dos 32 pesos galos e leves selecionados para competir na quarta temporada brasileira de seu reality show, The Ultimate Fighter. Nos dois primeiros episódios do programa, que retorna à tela da Globo no dia 5 de abril, os atletas de cada categoria irão lutar entre si em batalhas eliminatórias. Apenas os 16 vitoriosos irão se mudar para a casa do The Ultimate Fighter, onde permanecerão confinados, treinando juntos e se enfrentando a cada episódio. Uma vez na casa, os lutadores serão divididos em duas equipes de oito, lideradas pelas lendas do UFC Rodrigo Minotauro e Maurício Shogun. O ex-campeão Anderson Silva, que foi substituído por Minotauro, está nos três primeiros episódios. Os técnicos terão a ajuda de suas equipes de treinadores auxiliares, entre eles Rogério Minotouro, no Time Nogueira, e Demian Maia no Time Shogun. Semanalmente, os atletas de cada categoria irão se enfrentar no octógono e determinar quem avança na competição. Os dois finalistas de cada divisão irão lutar em um evento ao vivo do UFC no Brasil. Os vencedores ganham um contrato com o UFC e o cobiçado título de Ultimate Fighter. “Sempre tive o sonho de ser um dos treinadores do ‘The Ultimate Fighter’ no Brasil. E realizar esse sonho nessa temporada foi demais. É a primeira edição do Brasil em Las Vegas, coração do UFC, e as categorias de peso escolhidas são ótimas para o tipo físico do brasileiro e cheias de talentos. O nível técnico foi altíssimo e posso garantir que a temporada vai ser emocionante”, declarou Maurício Shogun. O peso pesado Rodrigo Minotauro ressaltou os desafios de trabalhar com um time já montado. O lutador assumiu a equipe que já havia sido escolhida por Anderson Silva. “O começo foi difícil, porque não conhecíamos os garotos, não havíamos estudado o estilo de cada um. Mas aceitamos o desafio, trabalhamos junto com a equipe técnica do próprio Anderson e deu tudo certo. Foi uma experiência sensacional poder trabalhar com lutadores jovens que têm o sonho de lutar no UFC e podem compartilhar esses momentos com eles.” Os competidores que aparecem nos primeiros dois episódios do The Ultimate Fighter Brasil são: __Galos:__ Bruno Gustavo “Bulldog” (8-2), 24, Piracicaba, SP Bruno Korea (4-0), 23, Rio de Janeiro, RJ Dileno Lopes (17-1), 30, Manaus, AM Eduardo Diez “Cabelo” (4-0), 25, São Paulo, SP Franklyn “Arrocha” (4-0), 28, Divina Pastora, SE Giovanni Soldado (15-1), 27, João Pessoa, PB Gustavo Sedorio (4-0), 26, Curitiba, PR Leandro Hiho “Pitbull” (13-2), 25, Natal, RN Marcos Maju (9-2), 26, Fortaleza, CE Matheus Mattos “Adamas” (8-0), 22, Rio de Janeiro, RJ Matheus Nicolau (10-1), 21, Belo Horizonte, MG Mateus Vasco “Pitbull” (12-1), 24, Sorocaba, SP Maycon Silvan “Boca” (7-2), 22, Manaus, AM Peter Montibeller (7-0), 26, Florianópolis, SC Reginaldo Vieira (12-3), 31, São Paulo, SP Renato Mônaco (10-1), 22, Londrina, PR __Leves:__ Adilson Fernandes “Jack Godzilla” (11-4), 24, Pernambuco Alexandre Cidade (11-1), 31, São José, SC André Ricardo “Dedé” (3-1), 23, Curitiba, PR Arlen Viana “Benks” (8-1), 23, Fortaleza, CE Bruno Murata (6-0), 33, São Paulo, SP Carlos Costa “Mistoca” (7-1), 23, Brasília, DF Edson Pereira “PC” (12-2), 30, Vinhedo, SP Erick Silva “Índio Brabo” (14-4), 25, Amazonas Fernando Bruno “Açougueiro” (15-2), 32, Rio de Janeiro, RJ Gabriel Macário (3-0), 21, São Paulo, SP Glaico França “Nego” (12-3), 23, Camboriú, SC Jeferson Negrini “Batata” (9-0), 24, Porto Alegre, RS Nazareno Malegarie “El Tigre” (27-3), 28, Argentina Joaquim “Neto BJJ” (7-0), 25, Goiânia, GO Nikolas Motta (6-1), 21, Rio de Janeiro, RJ Raush Manfio “Cavalo de guerra” (6-1), 22, Porto Alegre, RS O site oficial da nova temporada do programa já está no ar com todas as informações e fotos dos participantes: www.ufc.com.br/tuf Os 32 participantes foram escolhidos a partir de centenas de candidatos que se inscreveram para a primeira etapa eliminatória do programa, realizada no Rio de Janeiro, em outubro de 2014. Com idades entre 21 e 33 anos, os lutadores vieram de diversos cantos do Brasil em busca da chance de competir por um contrato com o UFC. Eles passaram por análises de cartel profissional, entrevistas e exames médicos, além de testes de suas habilidades de luta em pé e no chão.
2019-01-19T11:26:14Z
https://blogs.oglobo.globo.com/mma/post/resumo-do-episodio-2-do-tuf-brasil-4-times-selecionados-564814.html
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## Resumo do episódio 2 do TUF Brasil 4 (times selecionados) Dezesseis atletas e o sonho comum de se tornarem campeões do The Ultimate Fighter e assinarem um contrato com o UFC. Os pesos leves e galos deixaram seus corações dentro do octógono nos dois primeiros capítulos, buscando conquistar as vagas da quarta edição brasileira do reality show. Confira como foram as últimas oito lutas eliminatórias do The Ultimate Fighter Brasil 4 e as escolhas dos treinadores Anderson Silva e Maurício “Shogun”: __Peso galo - Matheus “Adamas” Mattos vs. Marcos “Maju” Lima__ Matheus e Marcos iniciaram o combate em uma trocação franca, dando show na luta em pé. Era como se a qualquer momento um pudesse cair. O carioca conseguiu acuar o adversário e manter “Maju” na grade, conquistando um nocaute técnico com seu boxe afiado, no segundo round. Mesmo sem a chance de entrar no reality show, Marcos recebeu os parabéns do presidente do UFC, Dana White, que elogiou seu desempenho. __Peso leve - Adilson Fernandes “Jack Godzilla” vs. Arlen “Benks” Viana__ Adilson começou acertando um chute no adversário, que rapidamente respondeu e levou o combate para o chão. Arlen buscou a finalização, mas duríssimo, Adilson não só defendeu como terminou o round golpeando o rosto do cearense. No segundo round, “Jack Godzilla” voltou extremamente agressivo para o duelo e após conectar chutes e diretos, aplicou uma queda, passou a guarda e finalizou “Benks” em um katagatame. __Peso Galo - Reginaldo Vieira vs. Peter Montibeller__ Reginaldo e Peter mediram distância no início do round, e o primeiro mergulhou nas pernas do adversário, que previu o ataque. De volta ao centro do octógono, os pesos galos trocaram alguns golpes e Reginaldo conseguiu levar o oponente para a grade, novamente com o objetivo de quedá-lo. Já no chão, ao tentar se defender, Peter ficou em uma posição desfavorável e o paulista conseguiu encaixar uma guilhotina, obrigando o catarinense a desistir. __Peso Leve - Fernando Bruno “Açougueiro” vs. Bruno Murata__ No início do primeiro round “Açougueiro” mostrou a força nos punhos ao dar um knockdown em Murata com um direto de esquerda. A luta voltou em pé, mas Fernando clinchou o adversário e terminou os cinco minutos com uma queda. No segundo round, Murata imprimiu melhor o seu jogo de kickboxing e empatou, levando o duelo para o terceiro round. Já com a mão lesionada, Bruno não conseguiu defender o estilo de luta agarrada do adversário e acabou finalizado em um mata-leão. __Peso Galo - Eduardo “Cabelo” Diez vs. Giovanni “Soldado” Santos__ Giovanni Soldado não deixou a segunda oportunidade de entrar no The Ultimate Fighter Brasil escapar de suas mãos. O paraibano, que participou das eliminatórias do TUF Brasil 1, venceu Eduardo “Cabelo” e escreveu seu nome na história do reality show. Com muita agressividade, os pesos galos deram um show no primeiro round, mas Giovanni foi mais contundente nas quedas aplicadas. Muito bons de Jiu-Jitsu, os atletas voltaram ao jogo de chão no segundo round, e apesar das fortes cotoveladas de “Cabelo”, “Soldado” se manteve por cima, controlando o adversário e vencendo o combate por decisão unânime. __Peso Leve - Alexandre Cidade vs. Nikolas Motta__ Os pesos leves mostraram muito coração na batalha eliminatória para entrada no The Ultimate Fighter Brasil 4. Nikolas venceu o primeiro round ao cansar o adversário com seu Muay Thai afiado, mas ao voltarem para o segundo tempo, o experiente Alexandre conseguiu levar o combate para o chão e trabalhar o ground and pound, encaminhando o duelo ao terceiro round. Nos cinco minutos finais, a luta voltou para o solo, mas desta vez Nikolas mostrou mais paciência e ficou maior parte do tempo por cima, castigando Alexandre e conquistando uma vaga na casa do reality show, por pontos. __Peso Galo - Leandro “Pitbull” Higo Silva vs. Maycon “Boca” Silvan__ A penúltima luta eliminatória do The Ultimate Fighter Brasil 4 começou com os pesos galos em franca trocação, mas ainda no primeiro round Leandro quedou o oponente, passou a guarda e o finalizou em um triângulo. O potiguar foi às lágrimas ao conquistar a última vaga dos galos do reality show. __Peso Leve - André “Dedé” Ricardo vs. Jeferson “Batata” Negrini__ O pupilo de Anderson Silva, Dedé se mostrou melhor na luta em pé, e nas vezes em que era colocado para baixo pelo faixa-preta de Jiu-Jitsu Jeferson “Batata”, conseguia se recuperar e voltar para a trocação. No segundo round, Jeferson aceitou o jogo do adversário e também acertou bons golpes, mas Dedé aplicou um forte chute na costela do oponente, vencendo por nocaute técnico. Anderson Silva não escondeu a emoção e vibrou bastante com a vitória. __Seleção das Equipes __ No segundo episódio do The Ultimate Fighter Brasil 4, os treinadores Anderson Silva e Maurício “Shogun” puderam escolher seus times. Rodrigo “Minotauro” ficou responsável por jogar a moeda no “cara ou coroa”. Ao sair o time vermelho para o lado de cima da moeda, Maurício Shogun optou pelo direito de “casar” o primeiro combate ao invés de selecionar o primeiro lutador. Desta forma, Anderson Silva garantiu a primeira escolha de atleta. __Confira a seleção de cada um, em ordem:__ __Anderson Silva – Time Anderson (Azul)__ __Peso Leve__ André Ricardo “Dedé” (3-1), 23, Curitiba, PR Nikolas Motta (6-1), 21, Governador Valadares, MG Erick Silva “Índio Brabo” (14-4), 25, Amazonas Fernando Bruno “Açougueiro” (15-2), 32, Rio de Janeiro, RJ __Peso Galo__ Matheus Mattos “Adamas” (8-0), 22, Rio de Janeiro, RJ Leandro Higo “Pitbull” (13-2), 25, Mossoró, RN Reginaldo Vieira (12-3), 31, São Paulo, SP Bruno Gustavo “Bulldog” (8-2), 24, Piracicaba, SP __Maurício “Shogun” – Time Shogun (Vermelho)__ __Peso Leve__ Nazareno Malegarie “El Tigre” (27-3), 28, Argentina Glaico França “Nego” (12-3), 23, Camboriú, SC Joaquim “Neto BJJ” (7-0), 25, Goiânia, GO Adilson Fernandes “Jack Godzilla” (11-4), 24, Olinda, Pernambuco __Peso Galo__ Matheus Nicolau (10-1), 21, Belo Horizonte, MG Dileno Lopes (17-1), 30, Manaus, AM Bruno Korea (4-0), 23, Rio de Janeiro, RJ Giovanni “Soldado” Santos (15-1), 27, João Pessoa, PB __Anúncio da Luta__ Com o direito de escolha da primeira luta, Maurício “Shogun” optou por escalar o peso galo Matheus Nicolau contra Reginaldo Vieira, e justificou a seleção: “Matheus é um cara experiente, desde que entrei aqui percebi que ele tem sangue frio. É importante o time começar com vitória. Ele tem grandes chances de ganhar do Reginaldo”. O mineiro agradeceu a confiança e mostrou-se disposto a dar o melhor dentro do octógono: “Fiquei bem feliz, bem lisonjeado. Eu acho que é uma confiança grande que ele (Shogun) está depositando em mim.Vou trabalhar muito e lutar com o coração para honrar essa confiança dele e de todo o time vermelho”. Reginaldo Vieira, por sua vez, elogiou o adversário e falou sobre a expectativa para o combate: “Eu conheço o estilo do Matheus, é um moleque bom de boxe, bom de chão e faixa-preta de Jiu-Jitsu. Eu também sou, sou competidor de boxe, acho que vai ser uma boa luta”. Anderson Silva, líder do time azul, também falou sobre a confiança em Reginaldo para o primeiro duelo da casa: “Nosso oponente joga muito no contragolpe, sabe usar bem a envergadura dele, mas eu estou bastante confiante que a gente vai vencer a primeira luta”. __Concurso - Octagon Girls__ Seguindo o sucesso da edição passada, o UFC® criou um concurso para a escolha de uma Octagon Girl® para representar o The Ultimate Fighter® Brasil 4 em seu evento final. A cada semana, uma das oito modelos selecionadas irão desfilar no octógono mais famoso do mundo, anunciando os rounds da luta. Desta vez, não só belezas brasileiras, mas também americanas, russa e colombiana. No capítulo final, os lutadores indicarão suas duas escolhidas, que disputarão a preferência do público em um programa da Globo. A vencedora será uma das Octagon Girls do evento TUF Brasil Finale, no Brasil. __Confira os nomes das participantes:__ Cindy Laura, 23 anos – EUA Diana Sparks, 26 anos – Rússia Elenita Machado, 28 anos – Brasil Isabela Amado, 27 anos – Colômbia Jennifer Giacotto, 23 anos – EUA Nathalia Ferreira, 26 anos – Brasil Noelle Freeman, 25 anos – EUA Otmara Marrero, 25 anos – EUA Para conhecer o perfil de cada uma das modelos, acesse: www.ufc.com.br/tuf
2019-01-19T11:32:43Z
https://blogs.oglobo.globo.com/mma/post/ufc-205-thiago-pitbull-nao-bate-o-peso-para-estreia-nos-leves-e-ronaldo-jacare-se-pesa-para-ficar-de-reserva-no-evento.html
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## UFC 205: Thiago Pitbull não bate o peso para a estreia nos leves e Ronaldo Jacaré se pesa para ficar de reserva. Evento sofre mais uma baixa Na pesagem oficial realizada esta manhã, em Nova Iorque, Thiago Alves não bateu o peso para a estreia na categoria peso leve. O brasileiro pesou aproximadamente 3kg acima dos 70,3kg permitidos, mas a luta contra Jim Miller está confirmada para o card do UFC 205. A Comissão Atlética pediu que os lutadores mantivessem diferença de 2,2kg e Miller se reidratou e pesou acima do limite da divisão para o combate ser realizado em categoria combinada de 75kg. ‘Pitbull’ não será multado, mas não poderá passar de 73,9kg. Já Ronaldo ‘Jacaré’ Souza está em Nova Iorque, onde participou com sucesso da pesagem do UFC 205 nesta manhã. O brasileiro serve como alternativa para o caso de Chris Weidman ou Yoel Romero serem impedidos de lutar por algum motivo. Ele será recompensado financeira pela organização por se colocar à disposição. **Baixa no UFC 205** O combate entre Kevin Gastelum e Donald Cerrone foi cancelado do card do UFC 205. Kevin, que nem mesmo chegou a se pesar, anunciou que não conseguiu atingir o limite dos meio médios. Dessa forma, o UFC 205 perde a sua segunda luta. A primeira delas foi cancelada quando Rashad Evans apresentou problemas médicos nos exames laboratoriais e foi retirado do confronto contra Tim Kennedy.
2019-01-19T11:29:57Z
https://blogs.oglobo.globo.com/mma/post/ufc-212-borrachada-para-todo-lado.html
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## UFC 212: Borrachada para todo lado Paulo Borrachinha e o nigeriano Oluwale Bamgbose quase anteciparam a luta, ontem, no momento da pesagem ao trocarem insultos e empurrões. Há pouco, eles enfim mediram forças e, dentro do octógono, deu Borrachinha. O mineiro bom de jiu-jitsu e muay thai mostrou que é um dos lutadores mais fortes da divisão peso-médio (84kg), e estamos falando aqui de força física mesmo. Os socos pareciam borrachadas, os chutes estavam mais para coices. Oluwale Bamgbose não resistiu e acabou nocauteado no round 2. CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE Borrachinha está invicto no MMA com 10 vitórias, duas delas pelo UFC.
2019-01-19T09:32:50Z
https://blogs.oglobo.globo.com/mvp/post/como-o-retorno-de-anderson-varejao-impacta-o-flamengo-e-o-nbb.html
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Basquete nacional ## Como o retorno de Anderson Varejão impacta o Flamengo e o NBB Aos 35 anos, **Anderson Varejão** tratará ao **Flamengo** seus 13 anos de experiência nos dois principais times da atualidade da NBA, Cleveland Cavaliers, onde jogou com LeBron James, e Golden State Warriors, em que dividiu a quadra com Stephen Curry e Kevin Durant, e participou de parte da campanha do último título da liga. O pivô de 2,08m será apresentado nesta quinta-feira na Gávea e sexta-feira na Arena Carioca 1, quando seu time enfrenta o Botafogo, às 20h, com torcida única rubro-negra. Ele não entrará em quadra amanhã, mas, em boas condições físicas, poucos duvidam que seu impacto na liga será enorme. Em novembro passado, Varejão fez dois jogos pela **seleção brasileira** nas eliminatórias para a Copa do Mundo da China. Na época parado há nove meses, ele mostrou superioridade sobre rivais do Chile e Venezuela, e mesmo na comparação com os companheiros. Na rodada dupla, liderou a seleção em rebotes (10,5 por jogo) e pontos (13,5) em pouco mais de 21 minutos de média. Varejão encontrará um campeonato diferente daquele em que atuava quando saiu do Franca em 2002 rumo ao Barcelona, da Espanha. Fundado em 2008, o NBB está em sua 10ª edição, iniciada em novembro. Neste mês, outro ex-jogador da NBA, **Leandrinho**, estreou pelo Franca. Presidente da liga, **João Fernando Rossi** avaliou o impacto das contratações. — A volta do Varejão é enorme por mostrar a força do baquete brasileiro e do NBB, assim como aconteceu com o Leandrinho no Franca. E mostra a ousadia desses clubes em repatriar jogadores que estavam na maior liga de basquete do mundo. Quem ganha são os patrocinadores, clubes, investidores e, principalmente, torcedores — disse Rossi. — Eles poderiam ter ido para outras ligas, mas escolheram jogar no NBB. Para nós, é importante capitalizar esse momento do basquete brasileiro. Nascido em Colatina (ES), Varejão, que é torcedor do Flamengo, conhece bem o Rio. Na cidade, seu irmão, o ex-jogador **Sandro Varejão**, atuou no Vasco no fim dos anos 90 e início dos anos 2000. Uma das maiores frustrações de Varejão, no entanto, aconteceu também no Rio. Lesionado, foi cortado dos Jogos Olímpicos de 2016. Atualmente, ele faz parte dos planos do treinador da seleção, Aleksandar Petrovic, e estará nas partidas contra a Colômbia e Chile, em 22 e 25 de fevereiro. [LEIA MAIS: Leandrinho sonha com títulos na seleção, mais 3 anos de carreira e vê basquete mudado] O contato entre Flamengo e Varejão se intensificou em novembro passado, mas o jogador dava prioridade em conseguir um contrato na NBA. Sem clube nos EUA, porém, o jogador optou por jogar no Brasil, em que a inscrição para a disputa da liga termina justamente hoje. O pivô assina um **compromisso de 20 meses** e nesta quinta-feira, em sua apresentação, irá falar sobre detalhes da negociação, se ficou acertado uma cláusula de saída em caso de proposta da NBA, onde ainda podem ser feitas contratações para a atual temporada. Campeão do NBB de 2013 a 2016, o rubro-negro tenta retomar a soberania perdida na temporada passada. Comando por José Neto, que também foi campeão da Liga das Américas e do Mundial Interclubes em 2014, o time é liderado em quadra pelo ala **Marquinhos** - é também a temporada de despedida de Marcelinho Machado. Com 11 vitórias e 13 partidas, a equipe está na primeira colocação do campeonato, com o Franca na segunda posição. **Ala Wesley Mogi também chega** Na terça-feira, o Flamengo já havia anunciado a contratação do ala-armador Wesley Mogi, de 21 anos, que estava no Grand Rapids Drive, da G-League, liga de desenvolvimento da NBA. [LEIA MAIS: A épica vitória dos Vikings para conseguir uma vaga nas finais de conferência da NFL]
2019-01-19T11:28:26Z
https://blogs.oglobo.globo.com/na-base-dos-dados/post/como-os-partidos-utilizam-internet-no-brasil-segundo-o-indice-de-desempenho-dos-websites.html
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## Como os partidos utilizam a internet no Brasil A disseminação da internet e sua relação com o mundo político tem despertado há algum tempo a atenção de pesquisadores interessados em descobrir como essa comunicação direta e instantânea tem provocado mudanças no comportamento de partidos, líderes e governos. Uma das possibilidades apontadas é que a internet pode ajudar a reduzir as distâncias entre representantes e representados. Essa seria, portanto, uma forma de melhorar o sistema de prestação de contas de partidos, governos e instituições e, em contrapartida, ampliar a possibilidade de participação dos eleitores. Difícil nesse caso não lembrar da eleição do presidente americano Barack Obama, em 2008. Sua campanha é considerada um caso bem sucessido de uso das redes sociais e da internet para mobilizar os eleitores, sobretudo os mais jovens. Mas não basta o envolvimento durante o período eleitoral. O desafio dos partidos e lideranças tem sido o de mobilizar a atenção dos cidadãos fora o período eleitoral. Com alguma dessas ideias na cabeça, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) decidiu analisar como os partidos brasileiros utilizam a internet. Será que eles reproduzem um tipo de comunicação semelhante ao mundo off-line? Produzido pelo professor Sérgio Braga em parceria com Leonardo Caetano Rocha e Márcio Cunha Carlomagno, do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da UFPR, "A internet e os partidos políticos brasileiros" apresenta diferenças interessantes na maneira que os partidos ocupam o mundo virtual **(O Blog conversou com Sérgio Braga, veja abaixo)**. **Os fatores que explicam o desempenho dos websites dos partidos** Para realizar o estudo, os autores utilizaram quatro índices elaborados por outros pesquisadores para identificar as estratégias de comunicação dos partidos nos seus sites. Os índices de informação (6,1), sofisticação (4,6), mobilização (3,1) e interação (3,1) resultaram no índice geral de desempenho dos websites dos partidos brasileiros (IWP). Entre os partidos, o melhor índice geral foi do PSDB, seguido de perto pelo PT. Um dos maiores partidos do Brasil, o PMDB ficou na 24ª posição. Publicado este mês pela Adenauer Brasil, o estudo indica que boa parte das legendas apenas "estão online", ou seja, sem se preocupar em utilizar os recursos da web para promover o engajamento cívico dos eleitores. São partidos com websites pouco diversificados, baixa atenção nas mídias sociais e ausência de interação com os eleitores. O segundo grupo minoritário é formado por partidos com websites mais diversificados e sofisticados, com número relativamente alto de seguidores no mundo virtual e alto grau de engajamento de apoiadores no mundo virtual. Nesse grupo estão o PSDB e o PT, além do DEM, PRB, PDT, PSOL e PSB. Um terceiro gurpo é identificado como os "intermediários". São partidos que apresentaram diferentes características para os índices de informação, diversificação, mídias sociais e engajamento. Esse grupo não apresenta uma "presença online que revele uma plena adaptação ao universo virtual, estando ainda num processo de aprendizado e de 'tentativa e erro' no uso de tais mídias". Os pesquisadores da UFPR procuraram também entender quais fatores poderiam ajudar a explicar o tipo de participação na web buscada pelos partidos. Segundo os autores, "os partidos com mais recursos políticos usam com mais intensidade aquelas ferramentas que permitem uma comunicação “vertical” e “top down” entre as lideranças partidárias e outros atores políticos, enquanto que os partidos menores e situados mais à esquerda do espectro partidário usam de maneira mais intensa aqueles recursos associados à mobilização e a uma maior interatividade com os cidadãos". Para os pesquisadores, os dados apresentados mostram que, embora não haja uma tendência à “equalização” (na medida em que persistem fortes assimetrias no desempenho dos partidos no mundo virtual), a internet agrega algo de novo ao processo partidário, não podendo ser considerada uma mera ferramenta de reprodução de padrões off-line". **ENTREVISTA** **Na sua avaliação, quais fatores poderiam explicar o modo como os partidos brasileiros utilizam as redes sociais para se comunicar com os eleitores? Pela pesquisa, tudo indica que eles reproduzem de certa maneira uma comunicação verticalizada, tudo que os usuários de rede rejeitam.** **SÉRGIO BRAGA:** De fato há uma tendência à verticalização que termina afastando o internauta médio, digamos assim. Mas, pela minha pesquisa, podemos observar também que alguns partidos, especialmente o PSDB, o PT, o DEM e o PSOL, dentre outros com maior intensidade, estão fazendo um esforço efetivo para se comunicar com um leque mais amplo de pessoas do que os filiados. Agora, é claro que, devido as próprias características dos partidos, a comunicação tende a ser mais verticalizada, já que a função dos partidos é divulgar pontos de vista e propostas que já foram previamente elaboradas pelas direções partidárias. Assim, uma maior interatividade tende a ocorrer nas plataformas virtuais dos políticos individualmente considerados, especialmente no Facebook. Mas em alguns poucos partidos mais ativos na rede já está ocorrendo uma interação mais intensa, a meu ver, embora com pouco espaço para criação de conteúdos colaborativos. Mas o mais importante para a política é que os partidos estão na rede e divulgando seus pontos de vista de maneira mais transparente para os cidadãos. Isso, a meu ver, é importante para a qualidade do debate público. No tocante aos fatores explicativos da presença online, penso que o que mais influencia é a densidade programática dos partidos, digamos assim, e também o fato de lançarem candidatos às eleições majoritárias em nível nacional. Isso explica, por exemplo, por que o PMDB, um grande partido com milhões de filiados, tem pouca presença no mundo virtual, enquanto o PSOL e DEM, que são partidos bem menores, são bastante atuantes na internet. É claro que o PSDB e o PT são os partidos mais ativos nas redes, pois eles polarizam o cenário político nacional já há algum tempo e é de certa forma natural que isso se reflita numa maior presença online. **Se partidos com grande presença nacional, como o PMDB, apostam ainda pouco na web, isso quer dizer que eles ainda não levam em conta a comunicação na web como um canal de comunicação eleitoral, ou seja, com poder de mobilizar novos eleitores?** **BRAGA:** Não exatamente. Acho que isso se deve muito às características do partido em nível nacional, que não lança candidatos à presidência da República, preferindo se coligar com outros partidos, e a sua grande heterogeneidade interna. Na verdade, o PMDB delega aos políticos individualmente a tarefa de usar as redes sociais, sendo que alguns políticos filiados ao partido são bastante ativos na rede, tais como Roberto Requião e o próprio presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que desde o período de sua campanha para a presidência da Câmara tem ativa presença nas redes sociais. Mais recentemente, o Michel Temer e outros dirigentes do partido também passaram a usar com mais intensidade a rede. Ou seja: o fato de o partido não usar tanto assim a rede para fazer política não quer dizer que os políticos filiados à legenda não o façam, muito pelo contrário. **Quais diferenças e similaridades você apontaria na maneira que os partidos utilizam a internet no Brasil comparando com partidos de outros países?** **BRAGA:** Bom, essa é uma questão mais complicada que eu só poderia responder após efetuar estudos comparativos mais aprofundado. Em princípio, analisando alguns outros estudos e também os dados disponíveis na internet, pode-se afirmar que isso varia muito de país para país. Se adotarmos os EUA ou a Inglaterra como parâmetros, por exemplo, podemos afirmar que nesses países os partidos são muito mais atuantes nas redes, usando-as para mobilizar os cidadãos em nível local, arrecadas fundos, e para debates políticas públicas com seus militantes na base, mesmo em períodos não eleitorais. O que reflete, de certa forma, o maior grau de institucionalização dos partidos nesses países. **E quanto às semelhanças?** **BRAGA:** No tocante às semelhanças, podemos afirmar que tanto os partidos brasileiros como seus congêneres nas democracias mais institucionalizadas, tendem a adotar um padrão de "pregação através dos convertidos" nas redes, ou seja, adotam uma estratégia de municiar os militantes e apoiadores mais próximos de informações e diretrizes ideológicas para atingir um conjunto mais amplo de cidadãos. Ou seja, ainda existem poucas propostas de criação de conteúdo colaborativa e de estímulo à participação ativa dos militantes e cidadãos comuns na elaboração das propostas partidárias. Uma exceção a esse respeito é o partido espanhol "Podemos", que tem utilizado intensamente a internet para tornar mais transparentes as informações sobre seus dirigentes, inclusive disponibilizando dado de fontes de financiamento de campanha no website do partido e também para estimular os cidadãos a participar nas decisões internas do partido. Se esse padrão inaugurado pelo Podemos tende a se reproduzir em outros partidos no futuro, inclusive nos partidos brasileiros, só o tempo dirá. Entretanto, deve-se afirmar que a internet cria as condições tecnológicas para a emergência desse padrão mais colaborativo, ficando a critério dos dirigentes partidários e dos cidadãos aproveitar estes espaços ou inaugurar um modelo menos verticalizado de comunicação política.
2019-01-19T11:31:18Z
https://blogs.oglobo.globo.com/na-base-dos-dados/post/graficos-carga-tributaria-no-brasil-e-em-outros-paises-da-ocde-e-america-latina.html
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Economia ## Gráficos: A carga tributária no Brasil e em outros países da OCDE e América Latina **Fábio Vasconcellos e Luis Guilherme Julião** Com a maior carga tributária registrada na América Latina, o Brasil cobra impostos num partamar equivalente de países desenvolvidos. Segundo dados da Receita Federal e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o país tinha uma carga tributária acima de 32% do PIB em 2014, junto com a Argentina, enquanto outros países vizinhos como México, Chile e Equador apresentaram 19%. No comparativo com países da OCDE, o Brasil aparece ao lado do Reino Unido (32,57%) e Nova Zelândia (32,37%). Com dificuldades de fechar o caixa do governo, o presidente Michel Temer admitiu e depois recuou de um possível aumento do IR nesta terça-feira. A série histórica da carga tributária no Brasil mostra que ela subiu entre 2003 e 2008. Em 2009 apresentou queda, voltou a subir em 2010 e 2011 e, desde então, vinha apresentando pequeno recuo. Entre 2014 e 2015, contudo, segundo dados da Receita Federal, o percentual da carga passou de 32,42% para 32,66%. As declarações de imposto de renda se concentram no Brasil, principalmente, entre os trabalhadores com faixa salarial de 3 a 5 salários mínimos. São mais de 7,6 milhões de declarações nesse grupo, cerca de 27% do total. No comparativo, o Brasil aparece na 20ª posição de carga tributária entre os países pesquisados pela OCDE. A líder é a Dinamarca com 50,8%. No caso da América Latina e Caribe, o Brasil lidera com 32,4% de carga tributária em relação ao PIB. No caso da tributação sobre renda, lucro e ganhos de capital, o Brasil registra um dos menores percentuais entre os países listados pela OCDE e Receita Federal.
2019-01-19T11:32:18Z
https://blogs.oglobo.globo.com/na-base-dos-dados/post/prainha-recreio-e-mais-o-ranking-das-praias-mais-limpas-do-rio-de-janeiro.html
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Rio ## Prainha, Recreio e mais: o ranking das praias mais limpas do Rio de Janeiro Prainha, Recreio, Grumari e Praia Vermelha são banhadas pelas águas com as menores concentrações de bactérias das zonas Sul e Oeste do Rio de Janeiro. Entre 2015 e novembro deste ano, nessas quatro praias, a média de coliformes fecais encontrados nas amostras de água está entre as menores entre os 37 pontos de coleta nessas regiões, segundo relatório com medições efetuadas pelo Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea) — o que acaba refletindo nos bons índices de balneabilidade. Com base nos resultados de mais de 10 mil amostras colhidas nesses pontos do litoral carioca, neste período, o **Núcleo de Jornalismo de Dados do GLOBO** elaborou dois rankings: um que apresenta a média simples desses resultados e outro com o percentual de vezes em que as praias foram consideradas próprias para banho no período. Na primeira classificação, quanto menor a "pontuação" da praia, melhor é a qualidade da água. Na segunda, quanto mais alto o percentual, mais vezes ela foi considerada própria para banho. O ranking com as médias dos níveis de bactérias serve para comparação entre as praias, mas para o Inea o que vale é se as medições obedecem a resolução 274/2000 do Conama. De acordo com esta norma, para cada boletim emitido são levados em conta sempre os cinco últimos resultados: uma praia é considerada imprópria após uma medição, que é sempre realizada às segundas e quintas-feiras, se dois ou mais resultados dos cinco últimos boletins (incluindo o do dia) estiverem acima de 1.000 ou então se o último resultado estiver acima de 2.500 coliformes fecais termotolerantes para cada 100 mililitros. Com base nessas regras, o Inea publica, desde 2009, boletins com as categorias "própria" ou "imprópria" para cada estação. Só que a diferença no número médio de bactérias observada entre uma estação, dado que não é divulgado publicamente pelo Inea, acaba sendo refletido nos resultados desse boletins. **ÁGUA PODE SER MELHOR EM PONTOS DIFERENTES DA MESMA PRAIA** Na Barra da Tijuca, por exemplo, as medições são feitas em quatro pontos diferentes. Enquanto as medições em frente ao cruzamento com a Avenida Alvorada e em frente ao Riviera Country Club apresentam média de 164 e 286 NMP de coliformes tolerantes por 100 ml, essa média sobre para 2.012 e 2.700 nos pontos em frente ao centro de recuperação de afogados, na Avenida Érico Veríssimo, e na altura do Quebra-mar. Quando se compara o percentual de boletins considerados próprios no período, os dois primeiros pontos, que têm menores níveis de bactérias, foram considerados próprios para banho entre 95% e 97% das vezes em que houve medição. Já os dois últimos tiveram apenas 45% e 27% dos boletins próprios neste mesmo período, respectivamente. No gráfico a seguir, que traz esses percentuais, a Prainha se destaca como a mais limpa do Rio: no período analisado, nunca foi emitido nenhum boletim que considerasse a água do local imprópria para banho. Já a Praia de Botafogo, que tem os maiores níveis de bactérias, foi considerada própria para banho em apenas uma vez em cada ponto. O coordenador de monitoramento de qualidade ambiental do Inea, Leonardo Daemon, explica que os números brutos dos boletins podem apresentar grande variação entre uma coleta e outra e, por isso, a norma estabelecida pelo Conama, que leva em conta os cinco últimos boletins, é importante. Ele explica que esse tipo de bactéria tem um crescimento exponencial, e por isso pode crescer ou diminuir muito rápido. — Nós analisamos a bactéria de origem fecal, o coliforme termotolerante, que é um grupo de bactérias. Determinamos os pontos com base em alguns fatores como a presença de banhistas e o comprimento da praia. Por isso, Copacabana, por exemplo, tem quatro pontos de coleta. A equipe coleta a amostra de água no mar a um metro de altura e a análise mostra o dado bruto. Como os resultados variam muito, usa-se os cinco últimos resultados, que mostram uma estatística daquela região — explica. Segundo ele, de acordo com a maré ou a corrente de água, até praias que normalmente têm uma água com pior qualidade, como a de Botafogo, podem apresentar, de vez em quando, amostras com baixo nível de bactérias. O Inea monitora atualmente 201 praias com 290 estações de amostragem em 22 municípios do estado. O número de estações varia de acordo com a extensão da praia e a definição dos pontos de coleta é feita com base nas determinações do Conama, que privilegia áreas com maior concentração de banhistas. A Barra da Tijuca, na Zona Oeste, tem quatro locais de coleta e uma diferença gritante entre elas: enquanto a estação em frente ao cruzamento com a Avenida Alvorada está entre as dez melhores médias, outras duas (em frente ao centro de recuperação de afogados e no Quebra-mar) estão entre as dez piores.
2019-01-19T09:35:18Z
https://blogs.oglobo.globo.com/nas-redes/post/alvo-de-espionagem-redes-respondem-com-piadas-502899.html
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Alvo de espionagem, redes respondem com piadas 09/07/2013 08:07 [View the story"Espionagem é motivo de piadas na rede" on Storify] Comente Compartilhe
2019-01-19T11:20:28Z
https://blogs.oglobo.globo.com/nas-redes/post/em-dia-de-rolezinho-internautas-lembram-musica-de-mamonas-assassinas-521295.html
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Em dia de rolezinho, internautas lembram música de Mamonas Assassinas por Danilo Motta 18/01/2014 16:38 Comente Compartilhe
2019-01-19T11:28:56Z
https://blogs.oglobo.globo.com/nas-redes/post/preco-da-camisa-da-chapecoense-aumenta-em-loja-virtual-e-internautas-reclamam.html
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## Preço da camisa da Chapecoense aumenta em loja virtual e internautas reclamam O preço da camisa da Chapecoense praticamente dobrou no site da loja virtual Netshoes nesta terça-feira. Antes no valor de R$ 129,90, o produto oficial do time catarinense passou para R$ 249,90, justamente no dia em que time protagonizou uma das maiores tragédias do futebol mundial. Nas redes, tuiteiros criticaram o aumento do preço, acusando a loja de tentar lucrar com a tragédia que deixou mais de 70 mortos: A loja se pronunciou em seu perfil oficial no Twitter. Segundo a nota, os preços voltaram, nesta segunda, ao preço original prévio ao da black friday, quando a camisa estava mais barata devido ao fim de semana de descontos. A Netshoes afirma, ainda, que o sistema da loja fez automaticamente com que o preço voltasse ao original devido ao esgotamento do produto nesta segunda:
2019-01-19T11:25:00Z
https://blogs.oglobo.globo.com/pagenotfound/post/fotos-pornograficas-de-vice-ministra-detonam-escandalo-na-ucrania.html
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## Fotos 'pornográficas' de vice-ministra detonam escândalo na Ucrânia Anastasia Deeva já havia causado polêmica por ter sido anunciada, aos 24 anos, como vice-ministra do Interior da Ucrânia. Agora, uma nova pitada foi acrescentada à controvérsia da nomeação. Estão circulando na internet fotos de Anastasia que estão sendo consideradas **"pornográficas"**. Em algumas fotos, a vice-ministra, encarregada de cuidar de assuntos europeus, **aparece nua ou usando apenas algumas peças de lingerie**. Em outras, as situações são definidas como **"eróticas"**. Anton Gerashchenko, conselheiro de Arsen Avakov, ministro do Interior, defendeu Anastasia, que já fez trabalhos como modelo, afirmando que ela tem experiência para ocupar o cargo e que as fotos são falsas, segundo reportagem do "Mirror". Gerashchenko garantiu que a escolha da jovem respeitou critérios minuciosos. De acordo com o o currículo de Anastasia divulgado pelo governo, a ucraniana tem dez anos de experiência, o que significa que ela começou a trabalhar aos 14 (sic) anos. **"Nomearam um bebê como vice-ministra do Interior"**, atacou no Facebook Aliona Iakno, secretária de um deputado ucraniano da oposição. Entre 2013 (aos 21 anos) e 2014, Anastasia trabalhou como assistente de Leonid Kozhara, um conselheiro de assusntos externos bastante próximo do então presidente ucraniano, Victor Yanukovych. O líder da ex-república soviética foi retirado do poder em fevereiro de 2014.
2019-01-19T11:27:43Z
https://blogs.oglobo.globo.com/pagenotfound/post/ganso-usando-calcinha-fio-dental-e-achado-em-londres.html?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=compartilhar
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## Ganso usando calcinha fio-dental é achado em Londres Um **ganso** foi achado em Chislehurst, sudeste de Londres (Inglaterra) usando - pasme! - **uma calcinha fio-dental vermelha**. CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE Agentes da Sociedade Protetora dos Animais (RSPCA) foram ao local e retiraram a peça, que poderia causar sério dano à ave. **"Em 15 anos como inspetor da RSPCA foi a primeira vez que tive que resgatar um animal que usava fio-dental"**, comentou Anthony Pulfer, de acordo com o "Metro". Não se sabe se há um responsável pela "brincadeira" ou se a calcinha tenha sido jogada fora e acabado acidentalmente no corpo do ganso.
2019-01-19T11:22:27Z
https://blogs.oglobo.globo.com/panorama-esportivo/post/aparicoes-publicas-do-ministro-do-esporte-caem-drasticamente-apos-prisao-de-picciani.html
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Sumiu ## Aparições públicas do Ministro do Esporte caem drasticamente após prisão de Picciani Os holofotes da Justiça sobre a família Picciani são um marco na agenda do Ministério do Esporte. Desde que o Ministério Público Federal pediu a prisão do deputado estadual Jorge Picciani (PMDB-RJ) e de um de seus filhos, o empresário Felipe Picciani, no último dia 14, os eventos públicos praticamente desapareceram da agenda de Leonardo Picciani. Desde então, o Ministro do Esporte passou 16 dias sem aparições públicas. Na semana das prisões, sua agenda não aponta qualquer compromisso. O restante do mês de novembro foi de despachos e reuniões internas, além de encontros com aliados. O ministro só reapareceu publicamente no dia 1º de dezembro. Deu as caras na abertura da Feira Cidade PcD (Pessoa com Deficiência), no Parque Olímpico da Barra. Em seguida, voltou a se dedicar a compromissos internos. Curioso é que, antes dos episódios envolvendo seu pai e o irmão, a agenda de Picciani seguia em ritmo acelerado. Na primeira quinzena de novembro, o Ministro do Esporte foi a seis eventos públicos, além de ter concedido duas entrevistas à imprensa. Esta semana, quem representou a pasta publicamente foi o Secretário Nacional de Alto Rendimento, Rogério Sampaio. Na terça, ele esteve no lançamento da edição de 2018 do Rio Open. Na quinta, marcou presença na cerimônia do prêmio Sou do Esporte. Já nesta sexta, visitou o Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan), gerido pela Marinha, também no Rio. No próximo dia 18, Picciani entrará de férias e só voltará às suas funções em 16 de janeiro. O período de descanso do ministro já foi autorizado pelo presidente Michel Temer e publicado no Diário Oficial. Seu pai, Jorge Picciani, é suspeito de receber propina para defender interesses de empresários dentro da Alerj. Ele chegou a ser solto após votação polêmica na Assembleia Legislativa do Rio. Mas voltou no último dia 21. Além dele, estão presos os deputados Paulo Melo e Edson Albertassi, ambos do PMDB-RJ, e mais 16 acusados. Entre eles, Felipe Picciani. (Com Carolina Oliveira Castro)
2019-01-19T11:32:26Z
https://blogs.oglobo.globo.com/panorama-esportivo/post/del-nero-apresenta-edu-gaspar-como-novo-coordenador-de-selecoes-na-cbf.html
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Renovação ## Del Nero apresenta Edu Gaspar como novo coordenador de seleções na CBF Agora é oficial. Edu Gaspar é o novo coordenador de seleções da CBF. O presidente da entidade, Marco Polo Del Nero, circula pelo prédio com o ex-gerente de futebol do Corinthians apresentando-o aos demais funcionários. Com a confirmação dele no cargo, a assinatura do contrato de Tite deve ser agilizada, já que Gaspar era uma das exigências do técnico para compor sua comissão. Gilmar Rinaldi termina sua segunda passagem pela seleção hoje. CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
2019-01-19T15:34:51Z
https://blogs.oglobo.globo.com/panorama-esportivo/post/helicoptero-de-novo-secretario-estadual-acaba-com-treino-do-macae.html
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Imprevisto ## Helicóptero de novo secretário estadual acaba com treino do Macaé (Por Bruno Marinho) Eliminado na Seletiva do Estadual, o Macaé ainda precisa lidar com imprevistos que chegam do céu. Nesta sexta-feira, o técnico Luiz Antônio Zaluar comandava um treino coletivo de olho na partida de domingo, contra o Goytacaz, em casa, quando teve de interromper o trabalho. O motivo: um helicóptero do governo estadual solicitou à diretoria autorização para pousar no gramado do Moacyzão. Nele, estavam Lucas Tristão, secretário estadual de desenvolvimento econômico, e mais duas pessoas. A promessa era de que a aeronave decolaria novamente depois do desembarque dos passageiros, e que a atividade seguiria. Ledo engano. O helicóptero ficou parado no campo e acabou com o coletivo de Zaluar, que teve de trabalhar somente com metade do campo e amenizar o descontentamento de jogadores e comissão técnica. - Vamos lá, vamos sorrir porque estamos empregados - disse. O estádio é do município de Macaé. Mesmo se quisesse, o clube não teria muito o que fazer a respeito. - Se ao menos tivessem avisado antes, teríamos mudado o horário do treino. Mas com o Macaé é assim mesmo - afirmou o presidente Teodomiro Bittencourt Filho, que assistia ao coletivo. Sem chances de classificação para a Taça Guanabara, o Macaé cumpre tabela domingo e depois fará parte do Grupo X do Campeonato Estadual.
2019-01-19T09:37:56Z
https://blogs.oglobo.globo.com/panorama-esportivo/post/maraca.html
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Concessão ## Lagardère analisa em Paris o contrato de compra do Consórcio Maracanã *Colaborou Carolina Oliveira Castro* O CEO da Lagardère, o francês Aymeric Magne, está em Paris para submeter o contrato de compra da concessão do Maracanã aos executivos da matriz da empresa. A ideia do grupo francês é assumir o Maracanã ainda este mês, quando iniciará uma recuperação estrutural orçada em até R$ 20 milhões. A Odebrecht, que venderá a concessão, confirma a ida do executivo a Paris, mas diz que ainda falta um detalhe para a assinatura do contrato, o que poderá ser feito na volta do executivo ao Brasil. O blog apurou que este detalhe é referente à cláusula de confidencialidade. **Sem licitação** A ideia do governo do Estado é ver a questão resolvida rapidamente. Em contato com o Panorama Esportivo, a assessoria de imprensa do governo não confirma a intenção de realizar uma nova licitação neste momento. No entanto, técnicos do governo aconselham que o governador Luiz Fernando Pezão faça uma nova licitação. Ele ainda não teria tomado uma decisão. Apesar de um novo modelo de licitação estar à disposição, feito pela Fundação Getúlio Vargas, o processo demandaria custos para o governo e tempo demais para o seu desfecho: até cinco meses. A Odebrecht também refuta a possibilidade de licitação e disse que não houve sinalização do governo neste sentido recentemente. A Lagardère garante o mesmo. A Lagardère é a única empresa na concorrência para a compra da concessão. A GL Events/CSM desistiu. Só voltaria ao páreo com uma nova licitação.
2019-01-19T11:21:41Z
https://blogs.oglobo.globo.com/panorama-politico/post/o-pos-lula-134303.html
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## O Pós-Lula **O que muda na política partidária** No artigo anterior tratei da disputa pelo centro político entre o PMDB e o PSDB. O vencedor dessa contenda formará um pólo político, a partir de 2010, que será o contraponto ao bloco formado pelo PT. Antes do Estado Novo, o poder era disputado entre liberais e conservadores. A ditadura Getúlio Vargas sepultou aquela política partidária e com o ocaso de Vagas surgiram dois blocos: o hegemônico formado por PSD/PTB e o minoritário, a UDN. O período que vai de 1946 a 1964 provocou uma evolução nesse quadro. Em 1964, quando ocorreu o golpe militar a divisão política no Brasil se firmava tendo de um lado o PSD e de outro o PTB, com a UDN perdendo substância a cada eleição. A ditadura militar enterrou aquele quadro partidário e fez emergir um novo, bastante pulverizado, mas que teve como seu protagonista inicial o PMDB. Nestes anos houve uma intensa luta pela hegemonia no campo popular entre o PDT e o PT, que acabou vencido pelos petistas. No campo do centro-direita, a divisão do PMDB ocorrida na Constituinte (1988), gerou uma disputa por este espaço com o PSDB. Com os 8 anos de Fernando Henrique no poder parecia que o PSDB é quem seria o cabeça desse bloco. Mas com a vitória de Lula, o PMDB deu a volta por cima. Os tucanos estreitaram seu discurso, deixando-se levar pelo radicalismo do DEM. Enquanto isso, o PMDB se uniu internamente e recuperou sua capacidade de dialogar com os eleitores dos grandes centros urbanos. Os tucanos deixaram de aproveitar o período no poder para criar raízes nacionais e, em 2010, corre o risco de se transformar num fenômeno político paulista. A partir do governo Lula se formarão dois pólos na política brasileira. Os dois partidos, que têm militância popular e capilaridade consistente, o PT e o PMDB, estão se unindo para disputar as eleições de 2010. Se esta articulação prevalecer, estes dois partidos terão tanta força que será inevitável que eles passem a disputar entre si o comando do país. Eles darão origem a dois blocos. Um à esquerda, liderado pelo PT e que terá como agregados o PSB, o PDT e o PCdoB. Um outro, de centro-direito, liderado pelo PMDB e que terá como agregados o PP, o PTB e o PR. O peso político de São Paulo vai gestar um terceiro pólo formado por PSDB e DEM, mas que enfrentará dificuldades para romper fronteiras e se transformar numa alternativa nacional. Ademar de Barros sempre foi uma força política paulista, mas não conseguiu chegar à presidência. Este bloco PSDB-DEM pode até voltar à presidência da República. Jânio Quadros, com um discurso populista, levou à UDN, e seu discurso golpista, ao poder (1960). O impeachment de Fernando Collor e o Plano Real levaram Fernando Henrique Cardoso e o PSDB à Presidência (1994). Foram exceções na história política do país. Nas eleições de 2010, o PSDB terá como tarefa política interromper esta tendência que se forma. Uma vitória de seu candidato, provavelmente o governador José Serra, recolocará o o PSDB na liderança do bloco de centro-direita. O bloco liderado pelo PT se manterá numa oposição dura ao governo tucano-democratas, mas o PP, o PTB, o PR e a maioria do PMDB se agregarão ao seu projeto. Também nessa hipótese serão formados dois blocos, mas nesse caso não haverá uma terceira via.
2019-01-19T11:26:26Z
https://blogs.oglobo.globo.com/paris/post/la-boum-filme-de-1981-vira-top-trend-no-twitter-frances.html
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## La Boum: filme de 1981 vira top trend no twitter francês **, filme francês que trata do início da vida amorosa de adolescentes e que lançou a atriz francesa Sophie Marceau, é reprisado em TV e desbanca jogo de rúgbi da seleção da França.** *La Boum* CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE " *Dreeeaaams are my realityyyy*"... o trecho da música **Reality**, de Richard Sanderson, ainda ecoa nos ouvidos da geração 80. Foi ao som do hit de 1981 que o cinema francês legou uma das mais românticas cenas da filmografia mundial. Um rapaz de 14 anos, em meio a uma festa onde tocava música dançante, coloca um fone no ouvido da menina por quem estava interessado. Os dois dançam de rosto colado, sem se importar com o que acontecia ao redor. A cena marcou o filme **"La Boum",**dirigido por Claude Pinoteau, que no Brasil recebeu o título de **"La Boum: No Tempo dos Namorados"**. Assisti a este filme quando estava com 13 anos, no cinema Imperator e nunca vou esquecer. Aqui na França também ninguém esquece. Ontem (1/10) a hastag *virou um dos 10 mais dos* **#LaBoum** **francês no dia. Isso porque o filme estava sendo reprisado por um canal de TV, na mesma hora em que passava um jogo da seleção francesa na Copa do Mundo de Rúgbi.** *top trends*do Twitter Vale dizer que rúgbi na França é tão ou mais popular que o futebol. Sendo assim, talvez aqui esteja a prova do romantismo francês. Ou de que um clássico será sempre um clássico. O filme conta a história de Vic (vivida por **Sophie Marceau**no débout da carreira) que aos 14 anos começa a descobrir o mundo das festinhas e as paqueras com os garotos. Ao mesmo tempo, é afetada pela desilusão que reina em sua casa, em função da crise matrimonial que os pais enfrentam. Grande sucesso de bilheteria na França, até hoje a história agrada diversas gerações. Afinal, não importa se o fone de ouvido é de um *"walkman"*ou de um *iPod*, mas as crises e descobertas da adolescência são atemporais. Para quem não viu no Brasil, sugiro procurar pelo filme. E dentre os muito comentários sobre **La Boum**no **Twittter**, chamou a atenção o de uma mulher da minha idade *"o interessante é perceber que, em 1981, eu me identificava com a Vic. Hoje me identifico com os pais da Vic"* C'est la vie, ma chérie...
2019-01-19T11:20:14Z
https://blogs.oglobo.globo.com/paris/post/papeis-de-parede-para-adultos-criancas-553869.html
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## Papéis de parede para adultos e crianças Elas se conheceram ainda no colégio, Mélissa e Hanna, quando descobriram suas afinidades estéticas. Mal sabiam que anos depois criariam juntas um estúdio chamado Mues, que cresceria colorindo casas pelo mundo. O estúdio da dupla cria papéis de parede de todos os tipos, para adultos e crianças que queiram animar o ambiente. CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE Além de criações originais, ou ainda de artistas convidados, as designers oferecem ainda a possibilidade de criações sob-medida (mesmo que a sua inspiração seja a tatuagem de um professor de yoga, diz o site). CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE Trilha sonora do post: Polaroïd - Granville
2019-01-20T12:34:17Z
https://blogs.oglobo.globo.com/pelada/post/vence-o-fluminense.html
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CULTURA ## VENCE, O FLUMINENSE Olá, amigos! Ontem, dia 21 de julho o Fluminense Football Club completou 113 anos de fundação. Se o clima não estava 100% propício para festas, por conta da derrota para o Vasco no último domingo, o horizonte parece promissor para o tricolor. Com jogadores da base sendo bem aproveitados, com o time no G4 e a expectativa da estreia de um craque como Ronaldinho Gaúcho, a torcida do Fluminense em esperança que 2015 seja um ano de conquistas assim como tantos outros relatados no livro “Fluminense F.C. - Histórias, Glórias e Conquistas no Futebol”, nossa dica cultural de hoje. Escrita pelo historiador Antonio Carlos Napoleão, a publicação é recheada de fotos históricas. Com muita emoção e linguagem ágil, o autor narra a história do Clube, com muitos fatos e detalhes desconhecidos até pelos torcedores mais apaixonados Serviço: | Título: Fluminense F.C. - Histórias, Glórias e Conquistas no Futebol
2019-01-19T11:32:09Z
https://blogs.oglobo.globo.com/pelada/post/viva-goias-476964.html
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Quinta musical ## VIVA O GOIÁS!!! Olá, amigos! Nosso post musical homenageia o Goiás Esporte Clube, campeão brasileiro da Série B. O Verdão garantiu a volta à elite do futebol com uma campanha sólida, principalmente no segundo turno. Com a queda do Atlético Goianiense para a série B, o esmeraldino será novamente o único representante do centro-oeste na primeira divisão do nosso futebol. O Goiás é relativamente novo, fundado em 1943, e nem sempre foi tão popular. O processo de massificação do clube veio através de muito trabalho e títulos regionais. O hino oficial do clube foi parte deste projeto de crescimento. Ele foi encomendado a grandes nomes de nossa música. Os autores são Tavinho, Regininha e Paulo Sergio Vale. Este último, peladeiros dos bons, fanático por bola até hoje e em breve irá ilustrar nossa coluna com sua turma da Barra da Tijuca. *Hino do Goiás* *Tavito, Regininha e Paulo Sergio Vale* Eu sou Goiás Esporte Clube Eu sou Goiás, eu sou Goiás e vou gritar Até o peito me doer Até perder a voz eu sou Goiás Eu sou Goiás, eu sou Goiás de coração Cada vez nossa torcida cresce mais Eternamente serei Goiás Nosso Clube é a nossa glória A nossa garra, nossa gente, nossa história O amor pela nossa bandeira É para nós a maior vitória Nosso Clube é a nossa glória Nossa garra, nossa gente, nossa história A vida toda eu vou torcer Eu sou Goiás, Goiás, até morrer Eu sou Goiás Esporte Clube Eu sou Goiás, eu sou Goiás e vou gritar Até o peito me doer Até perder a voz eu sou Goiás Eu sou Goiás até morrer Eu sou Goiás, eu sou Goiás de coração Cada vez nossa torcida cresce mais Eternamente serei Goiás. Parabéns ao Goiás, o Verdão da Serra.
2019-01-19T11:32:05Z
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## Era uma vez um verão na Europa Desde que os principais clubes europeus passaram a viajar para a Ásia e os Estados Unidos para aliar a pré-temporada ao faturamento de um dinheiro a mais, dois torneios que tinham muito prestígio no passado e eram frequentemente disputados por clubes brasileiros perderam um certo prestígio. Mas ao contrário do que se pode imaginar, eles não sumiram do mapa e continuam sendo jogados em todo mês de agosto antes do início da liga espanhola. Falo dos troféus Teresa Herrera e Ramon de Carranza. Em um tempo que os times brasileiros excursionavam na Europa, os dois torneios de verão da Europa eram presença constante no calendário das equipes. Além da oportunidade de enfrentar algumas grandes equipes, os clubes ainda colecionavam histórias. Como esquecer a última conquista de um time brasileiro do troféu Tereza Herrera? Em 1996, o Botafogo foi campeão derrotando a Juventus nos pênaltis usando o uniforme do Deportivo La Coruña. Campeão brasileiro no ano anterior, o time de Túlio Maravilha partiu para a Espanha para dois jogos do tradicional torneio disputado no estádio Riazor. Diante de um Deportivo que vivia o seu auge, o time carioca venceu o jogo por 2 a 1, gols de Túlio e Bentinho. Na outra partida, a Juventus atropelou o Ajax por 6 a 0 e foi fazer a final contra o time brasileiro. Foi quando surgiu um problema. As duas equipes tinham uniformes semelhantes e nenhuma delas levou um jogo de camisas reserva. A solução foi o Deportivo emprestar suas camisas aos botafoguenses para enfrentarem Del Piero, Deschamps e cia (Zidane não esteve em campo neste jogo). E a partida final foi um espetáculo. Acabou 4 a 4, com direito a um gol de Túlio para empatar o jogo aos 14 minutos do segundo tempo da prorrogação. O artilheiro, aliás, fez três gols naquele jogo. Na disputa de pênaltis, Amoruso, Di Livio e Jugovic desperdiçaram suas cobranças e o Botafogo acabaria campeão ao vencer por 3 a 0. Depois deste jogo, Vasco (1997) e Corinthians (1999) foram os últimos brasileiros a disputarem o troféu. Ambos terminaram na quarta posição. Em cinco dos últimos seis anos, o troféu se resumiu a um jogo do Deportivo contra uma outra equipe que, com exceção do Newcastle em 2010, era espanhola. No ano passado, o Deportivo foi campeão derrotando o Sporting Gijon por 1 a 0 em um torneio que contou ainda com o Sporting, de Portugal, e o Nacional, do Uruguai. Neste ano, mais uma vez a disputa se resumirá a um jogo. No dia 8 de agosto, o Deportivo enfrentará o Braga, de Portugal. O Teresa Herrera existe desde 1946, e, além do Botafogo, já foram campeões do troféu o Vasco (1957), o Santos (1959), o Fluminense (1977) e o São Paulo (1992). O título do Santos foi o única final envolvendo times brasileiros. E foi um clássico que era uma grande rivalidade daqueles tempos. O Santos foi campeão ao golear o Botafogo por 4 a 1. O time carioca tinha nomes como Nilton Santos, Quarentinha, Didi, Zagallo e Garrincha. Do outro lado, estava o Santos de Pelé, Coutinho, Zito e Pepe. Vários jogadores em campo haviam disputado a Copa do Mundo de 1958. Diante de 40 mil pessoas, Pepe (2), Pelé e Coutinho fizeram os gols do Santos. Zagallo descontou para o Botafogo. Já o Ramón de Carranza surgiu nove anos depois do Teresa Herrera e é disputado em Sevilha. Assim como a competição jogada em La Coruña, o torneio já teve vários brasileiros campeões. Palmeiras e Vasco foram os que mais conquistaram o belo troféu entre os times do país. Foram três títulos. O Palmeiras venceu em 1969, 1974 e 1975. Já o Vasco foi campeão em 1987, 1988 e 1989. Também foram campeões do Ramon de Carranza o Flamengo (1979 e 1980), Atlético-MG (1990), São Paulo (1992) e o Corinthians, o último time brasileiro a vencer o torneio, em 1996. O último brasileiro a jogar o Ramon de Carranza foi o Vasco. A equipe carioca ficou em quarto lugar em 1999 em uma disputa que teve ainda o campeão Bétis, a Lazio e o Cádiz. Desde então, poucos estrangeiros disputaram a competição. A Lazio voltou em 2004. No ano seguinte, o Braga jogou. Depois, só em 2011 Udinese e Sporting jogariam o Ramon de Carranza. Em 2012, o Nacional, de Portugal, foi campeão. Em 2013, o Mogreb, do Marrocos, foi o primeiro time africano a jogar a competição e ficou em segundo lugar. No ano passado foi a vez da Sampdoria, da Itália. Neste ano, o torneio será nos dias 7 e 8 de agosto. E apenas times espanhóis jogarão. Os participantes serão Bétis, Cádiz, Granada e o Atlético de Madrid, maior campeão do torneio com nove conquistas. São novos tempos de dois torneios que perderam espaço para a busca dos grandes times europeus por novos mercados. Já os brasileiros se viram impedidos de excursionar com as mudanças de calendário e com a diferença em relação à Europa. Se antigamente, as viagens coincidiam com um intervalo entre o Estadual e o Brasileiro, agora os clubes estão no meio de temporada e da disputa do campeonato nacional. Mas as lembranças de ver o seu time medindo forças com os europeus ficam guardadas na memória do torcedor. **Maiores campeões do Teresa Herrera:** 18 títulos - Deportivo 9 títulos - Real Madrid 6 títulos - Atlético de Madrid 5 títulos - Barcelona 4 títulos - Sevilla **Maiores campeões do Ramon de Carranza:** 9 títulos - Atlético de Madrid 8 títulos - Cádiz 7 títulos - Sevilla 6 títulos - Real Madrid 5 títulos - Bétis
2019-01-19T11:30:48Z
https://blogs.oglobo.globo.com/poder-em-jogo/post/filho-de-jango-deixa-o-pdt.html
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## Filho de Jango deixa o PDT O filho mais velho do ex-presidente João Goulart, João Vicente Goulart, se desfiliou ao PDT, esta semana. Em carta, ele diz que não aceita a aliança do partido com Rodrigo Rollemberg (PSB), no Distrito Federal. Isso porque o governador não cedeu terreno no Eixo Monumental, em Brasília, onde seria construído o Memorial da Liberdade e Democracia Presidente João Goulart. A briga é antiga e envolve o Ministério Público Federal do Distrito Federal e Territórios, que analisou o projeto, que tem a assinatura de Oscar Niemeyer, e apontou falhas. Com base nisso, o governador vetou a cessão. Nos bastidores, políticos dizem que há outro motivo. O terreno onde seria construído o memorial é próximo ao Quartel General do Exército, o que poderia parecer uma provocação. O filho de Jango diz que Rollemberg "cassou o pai pela segunda vez". "Isto me impede, em nome de sua memória, concordar com esta injustiça que nosso partido vem praticando, ao manter esta união, em nome do pragmatismo fisiológico, eleitoreiro e das piores práticas políticas que esta figura, disfarçada de 'socialista', pratica também contra o povo do Distrito Federal, seja na saúde, na educação, na derrubada de moradias humildes e na caça aos direitos de várias categorias funcionais de trabalhadores", diz João Vicente Goulart. Confira a íntegra da carta do filho de Jango: *Aos companheiros trabalhistas do PDT;* *É com tristeza que escrevo esta, para comunicar a vocês, meus companheiros de partido, minha desfiliação dessa nossa querida agremiação, que com tanta luta, ajudei a construir nos momentos mais difíceis, e onde sempre estive presente; na expulsão de nosso fundador Leonel Brizola do Uruguai em 1977, em Portugal onde fui signatário da “Carta de Lisboa”, no retorno do exílio via Assunção do Paraguai, onde negociei com as autoridades daquele país o retorno de nosso líder para que pudesse entrar no Brasil por São Borja, na luta por construir o PTB o qual tivemos que refunda-lo no PDT, quando perdemos a sigla, enfim, nesta luta do trabalhismo por 40 anos em que estivemos juntos por um país melhor e mais justo. * *Luta esta que é sem dúvidas árdua e constante, digna e coerente. * *Ela continua no destino de todos nós que pregamos a doutrina trabalhista, mas não posso mais compactuar com a aliança espúria que continuamos a manter no Distrito Federal, com o covarde governador Rollemberg, que cassou Jango, meu pai, pela segunda vez, ao cassar o “Memorial da Liberdade e Democracia Presidente João Goulart”. * *Isto me impede, em nome de sua memória, concordar com esta injustiça que nosso partido vem praticando, ao manter esta união, em nome do pragmatismo fisiológico, eleitoreiro e das piores práticas políticas que esta figura, disfarçada de “socialista”, pratica também contra o povo do Distrito Federal, seja na saúde, na educação, na derrubada de moradias humildes e na caça aos direitos de várias categorias funcionais de trabalhadores.* *Enquanto a Nação devolve a Jango seu diploma de Presidente da República cassado pelo arbítrio do golpe; enquanto a Nação lhe presta as honras de Chefe de Estado que não teve em sua morte no exílio; enquanto o Congresso nacional anula a fatídica e vergonhosa sessão da madrugada do dia 2 de abril de 1964 que declarava vaga a presidência da República com o presidente dentro do território Nacional; enquanto Jango é agraciado por unanimidade pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, com o título de “Cidadão Honorário”, nós do PDT, continuamos a manter uma aliança com este governo do DF, traidor de nossas causas e doutrinas.* *A grave situação da política nacional que vivemos, não indica tampouco ser de bom arbítrio estar ao lado de golpistas. * *Não posso compactuar com isto, meus companheiros, e este, o motivo de minha saída do PDT e minha despedida aos companheiros que ficam. * *Esta bandeira, que ajudei a construir e que por tanto tempo abrigou minhas mais puras inspirações que trouxe do exílio, da fé e da luta que não abandonamos, da resistência feroz de meu pai à tirania da ditadura de 1964 e que a morte o separou do Brasil que tanto amou e ao qual queria retornar, quando fosse livre e democrático, fica no coração. * *Nada temo, nada receio; apenas as saudades de todos vocês, companheiros que deixo no PDT, e a tristeza de ver que o nosso partido continua ao lado do verdugo de Jango, representante das piores elites de Brasília que continuam sugando o suor dos trabalhadores desta terra. * *Às vezes é melhor andar só, prosseguindo a luta, prosseguindo o caminho. * *Me despeço, com a certeza da compreensão de minha atitude. Me despeço da trincheira, não da frente de lutas e da guerra. * *Transmiti ao presidente Lupi, através deste texto esta minha atitude que devo a todos os fiéis companheiros, mas tenham certeza de que sempre estaremos juntos no sonho de um Brasil mais justo, que Getúlio, Jango e Brizola sonharam um dia.* *Um forte abraço,* *João Vicente Goulart.*
2019-01-19T11:29:44Z
https://blogs.oglobo.globo.com/politicando/post/bolsonaro-so-sai-do-planalto-para-eventos-militares.html
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Novo governo ## Bolsonaro só sai do Planalto para eventos militares A agenda de Jair Bolsonaro nas duas primeiras semanas como presidente é (mais) um sinal da força dos militares no novo governo. Até esta sexta, ele só deixou o Planalto para seis eventos, todos ligados às Forças Armadas: as transmissões de cargo do Ministro da Defesa (no dia 2) e do comandante da Aeronáutica (4); um almoço com o comandante da Marinha (8) e a sua transmissão de cargo (9); e o jantar para o comandante do Exército (10). Todos os outros 17 compromissos oficiais do presidente se deram no Planalto, onde comandou duas reuniões ministeriais, recebeu em audiências chefes de Estado, ministros e parlamentares. Nem Paulo Guedes e Moro contaram com a presença do presidente em suas posses. Na noite desta sexta, Bolsonaro prestigia o novo comandante do Exército, general Pujol, e, à noite, vai à PGR participar da posse de novos procuradores. **(Miguel Caballero)**
2019-01-19T09:28:34Z
https://blogs.oglobo.globo.com/politicando/post/decreto-da-posse-de-armas-nao-deve-ser-publicado-nesta-sexta-feira.html
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Novo governo ## Decreto da posse de armas não deve ser publicado nesta sexta-feira Auxiliares do presidente Jair Bolsonaro já reconhecem que o decreto sobre a flexibilização da posse de armas de fogo não deve ser apresentado nesta sexta-feira, como havia dito o governador de São Paulo, João Doria, após reunião com o presidente Bolsonaro. Ainda restam dúvidas no palácio sobre a formulação do texto que deve formalizar as novas regras. Hoje, o GLOBO mostrou que o decreto deve afetar 57% das cidades brasileiras. **(Robson Bonin)**
2019-01-19T09:36:44Z
https://blogs.oglobo.globo.com/politicando/post/marcos-pontes-nomeia-novo-presidente-da-agencia-espacial-brasileira.html
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Ciência e Tecnologia ## Marcos Pontes nomeia novo presidente da Agência Espacial Brasileira O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, já escolheu o novo presidente da Agência Espacial Brasileira: é o tenente-coronel Carlos Augusto Teixeira de Moura. Numa pasta chefiada pelo primeiro astronauta brasileiro, era uma das nomeações mais aguardadas. Moura já foi gerente de infraestrutura da Alcântara Cyclone Space (ACS), empresa criada pelo governo para lidar com o mal-sucedido projeto de lançar um foguete ucraniano da base de Alcântara. Com mestrado em Engenharia Eletrônica e Computação pelo ITA, ele tem experiência na área aeroespacial e assume a vaga de José Raimundo Coelho, que esteve à frente da agência nos governos Dilma e Temer. Moura começa a trabalhar depois da publicação da nomeação no Diário Oficial. **(Roberto Maltchik)**
2019-01-19T09:34:12Z
https://blogs.oglobo.globo.com/politicando/post/previdencia-bolsonaro-tera-de-escolher-entre-militares-e-liberais.html
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Novo governo ## Previdência: Bolsonaro terá de escolher entre militares e liberais Jair Bolsonaro chegou à Presidência da República carregado pelos votos de um amontoado de grupos heterogêneos: alas pró-militares, defensores do liberalismo econômico, antipetistas em geral, evangélicos e grupos alinhados a uma "nova direita" global, entre outros. Dez dias depois de entronizado no poder, o primeiro embate profundo dentro dessa aliança já se anuncia: qual será a Reforma da Previdência proposta pelo governo. Após passar três décadas lutando pela melhoria de soldos e aposentadorias de militares, Bolsonaro aderiu a um discurso liberalizante às vésperas da eleição. O "mercado" comprou a tese. Só que agora chegou o momento da entrega. Nas próximas semanas, Bolsonaro terá de apresentar o tamanho real de sua reforma e mostrar de qual lado ficará no embate entre militares e os economistas liberais, que acham inevitável incluir na proposta os integrantes das Forças Armadas. Nesta sexta-feira, o novo comandante do Exército disse que seria melhor que os militares ficassem de reforma da proposta de reforma. Mediar os interesses de dois dos pilares de sua eleição não será simples. A expectativa no setor produtivo e financeiro é que a versão final da proposta de reforma seja entregue ao Congresso já no próximo mês, para garantir sua aprovação ainda no primeiro semestre. Como a solução não será indolor, é preciso aproveitar a lua de mel pós-eleitoral. **(Paulo Celso Pereira)**
2019-01-19T09:35:43Z
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Literatura ## Prêmio Oceanos prorroga inscrições As inscrições para o Prêmio Oceanos, organizado pelo Itaú Cultural e com curadoria de Selma Caetano e Manuel da Costa Pinto, foram prorrogadas até o dia 1º de julho. O prazo original terminava nesta segunda-feira. Podem concorrer obras de ficção em língua portuguesa de todos os gêneros (poesia, prosa, crônica e dramaturgia), desde que publicadas em primeira edição no Brasil em 2015. O valor total...
2019-01-19T09:38:17Z
https://blogs.oglobo.globo.com/prosa/post/abdr-em-carta-critica-blog-livros-de-humanas-381179.html
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## ABDR, em carta, critica o blog Livros de Humanas *No dia 29 de abril o Prosa Online publicou uma entrevista com o criador do blog Livros de Humanas, que reunia um enorme acervo de livros e artigos que podiam ser baixados imediata e gratuitamente. O autor do blog, que preferiu não se identificar, falou sobre os motivos que o levaram a formar o site, em 2009, e também sobre a suspensão da página - ocorrida poucos dias antes da conversa - que era hospedada pelo Wordpress e foi retirada do ar com uma mensagem de violação dos termos de uso. O blog tinha muitos seguidores e também muitos críticos, como a Associação Brasileira de Direitos Reprográficos (ABDR), que enviou por email a carta abaixo, reproduzida na íntegra.* São Paulo, 17 de maio de 2011 À Equipe do Caderno Prosa e Verso sobre Literatura, Ref: Entrevista criador do blog lestrasusp.wordpress.com divulgada em 29.04.2011 Prezados Senhores, No último dia 29 de abril de 2011, o caderno Prosa e Verso divulgou a entrevista do criador – anônimo – de um blog que reunia 2.496 arquivos digitais de livros e capítulos de livros sem autorização dos seus Autores e que eram visualizados, em média, mais de 5.000 vezes por dia ou 1,8 milhões de “pageviews” em um ano. Buscando justificar a ilegalidade cometida, esse criador alegava que a demanda por conteúdo em seu blog decorria de “estudantes de universidades brasileiras com péssimas bibliotecas”. Ainda afirmou acreditar que a legislação brasileira de direitos autorais representava“um entrave para o desenvolvimento do pensamento e da cultura do Brasil”. Aparentemente esse criador havia sido um estudante do curso de Letras da Universidade de São Paulo, uma universidade pública, e da sua experiência estudantil asseverou interessante conclusão – a “péssima condição das bibliotecas das Universidades brasileiras” revela-se como a principal razão para a pirataria de livros. Seja em uma Instituição de Ensino Superior Pública, seja em uma Instituição de Ensino Superior Privada, a demanda pelo conteúdo de obras literárias adotadas nos cursos universitários é grande. Naturalmente, e após a informação da bibliografia adotada nesses cursos universitários, os alunos interessados procuram as obras recomendadas nas bibliotecas das suas Universidades. Não encontrando as obras, ou encontrando obras desatualizadas, os alunos ficam desestimulados e caso não tenham interesse na aquisição dos livros, acabam procurando o seu conteúdo na Internet – de forma gratuita – ou na conhecida “casa de Xerox” – pagando algunscentavos de real por cada página copiada. Tanto a cópia digital de livros, como a cópia física realizada nas conhecidas “casas deXerox” – não contam com a devida autorização dos seus Autores e, portanto, legalmente não podem ser realizadas. Mas realmente será que a lei brasileira de direitos autorais representa um“entrave para o desenvolvimento do pensamento e da cultura do Brasil” – como afirma oanônimo criador do Blog? A melhor resposta a essa pergunta pode ser dada pela conclusão da dissertação de mestrado da Professora Flávia Goulart Garcia Rosa **(1)** que, ao analisar o mercado soteropolitano de livros universitários, asseverou: *“(...) O baixo desempenho da atividade editorial em Salvador e um reduzido número de autores com livros publicados, refletem-se no posicionamento dos respondentes quanto ao direito autoral, bem como na atitude do mesmo em relação à Pasta do professor, quando se trata de texto de sua autoria. Observa-se também esse fenômeno cultural no meio universitário – o uso de cópia – tem nas bibliotecas universitárias o ambiente propício para que essa prática seja incentivada, em função dos acervos defasados e reduzidos. O compromisso dos professores com relação às fontes de informação que utilizam em suas disciplinas, atualizando a bibliografia e, adquirindo novos livros, demonstra haver uma preocupação com as indicações que faz para o aluno.* *Nessa dissertação de mestrado a Professora Flávia Goulart concluiu que o alto índice de cópias de livros implicou em um “baixo desempenho da atividade editorial em Salvador” e um “reduzido número de autores” baianos com livros publicados. Ou seja, a reprografia – não autorizada – e totalmente descontrolada – prejudicou a própria circulação e divulgação das criações intelectuais, dos livros, de autores baianos.* **A preferência por capítulos de livros confirma a prática da fragmentação da informação e, conseqüentemente, o comprometimento do conhecimento.”**(negritos nossos) Prejudicou....mas de que forma? Ora, o alto percentual de cópias não autorizadas em Salvador afastou a atividade das editoras de livros interessadas em divulgar as obras literárias de autores baianos e, estes mesmos autores, não se sentiram estimulados em dividir o seu conhecimento com possíveis leitores – prejudicando, em última análise, a própria sociedade civil baiana que não teve (e dificilmente terá) a oportunidade de aprender a partir da leitura de obras criadas por autores regionais. Este exemplo empírico demonstra que a reprodução não autorizada de livros realizada de forma descontrolada – em médio e longo prazos – prejudica a própria circulação do conhecimento, pois afinal esta circulação pressupõe a anterior existência da obra intelectual. A lei brasileira não representa um “entrave para o desenvolvimento do pensamento e dacultura do Brasil”, o verdadeiro entrave – como reconhecido de forma indireta pelo o anônimocriador do Blog – revela-se pelas “universidades brasileiras com péssimas bibliotecas”. Pesquisas conduzidas pela Associação Brasileira de Direitos Reprográficos (ABDR) mostram que o aparecimento e a multiplicação das “casas de Xerox” no interior e arredores de *campi* universitários e o aumento das cópias digitais de livros estão intimamente ligados à qualidade dos acervos das bibliotecas universitárias. Quanto menor a quantidade de livros, e quanto menos atualizados os livros que compõem o acervo de bibliotecas universitárias, maior é o número de “casas de Xerox” existente no interior e arredores das Instituições de Ensino Superior e maior é a quantidade de cópias digitais. Bibliotecas mal aparelhadas e com livros desatualizados pavimentam o caminho para o aumento da pirataria de livros. Ainda, tanto sites que fornecem o “download” gratuito e ilegal de livros, como as “casas de Xerox” em sua esmagadora maioria (quiçá totalidade) não pagam tributos, não registram seus funcionários, e, atuando na completa informalidade, concorrem de forma desleal com as livrarias também instaladas no interior e arredores das Instituições de Ensino Superior. Dada essa concorrência desleal mais e mais livrarias estão fechando suas portas e demitindo seus funcionários. Mas o prejuízo não se limita a isso. É bem maior. A prática da reprodução não autorizada de livros vem sendo apontada como uma das principais causas da diminuição do setor editorial brasileiro. Explica-se. Em 1995, havia 1.760.000 alunos matriculados em Instituições de Ensino Superior. Já em 2003 existiam 3.887.000 **(2).** Em 1995, existiam 894 Instituições de Ensino Superior, enquanto que em 2003 havia 1.859 **(3)**. Diante desses números seria natural supor que o número de exemplares de livros técnicos e científicos aumentaria em igual proporção. Correto? Ao contrário de suposições naturais, o número de exemplares de livros técnicos e científicos no Brasil caiu, ou melhor despencou, de 30.636.000 exemplares, em 1995, para16.875.000 em 2004 **(4)**. Uma queda superior a 44%. Quase nesse mesmo período (de 1992 a 2003) a renda média do trabalhador brasileiro cresceu 16,3% **(5)**. A continuar essa queda, a atividade econômica voltada para o setor literário tornar-se-á inviável economicamente e não será mais exercida. Mais não são apenas Autores e Editores de livros que estão amargando consideráveis perdas. O Estado brasileiro e a sociedade brasileira também perdem com essa prática. Ora, e de acordo com estimativas realizadas pela ABDR, somente no ano de 2010, de cada 5 (cinco) livros universitários publicados no Brasil, 4 (quatro) foram reproduzidos sem autorização dos seus Autores – o que representa 4 (quatro) bilhões de páginas de livros universitários reproduzidas sem autorização ou 16 (dezesseis) milhões de livros. Esse número representa várias perdas, destacando-se pela média aproximada (i) R$ 1.000.000.000,00 (um bilhão de reais) de prejuízos suportados por Autores e pelo Setor Editorial como um todo, (ii) R$ 200.000.000,00 (duzentos milhões de reais) de tributos e contribuições sociais deixaram de ser recolhidos, e (iii) 10.000 (dez mil) postos de trabalho foram fechados, ou não criados, ao longo dos últimos 10 anos no setor do livro **(6).** Além de prejuízos financeiros e sociais, a cópia não autorizada de livros também provoca prejuízos culturais. Prejuízos culturais? Isso mesmo, prejuízos culturais, pois ano após ano cai o número de novos livros universitários lançados no mercado brasileiro, e o número de livros impressos por tiragem vem diminuindo (há 11 anos, ou melhor, no ano 2000, a tiragem média de um livro universitário era de 5.000 exemplares, e em 2010 esse número baixou para 800). Diante desse quadro, o mercado brasileiro de livros universitários vem diminuindo ano após ano, ao contrário de outros mercados. Mas o que fazer para melhorar esse cenário de derrota para a sociedade brasileira? Existem medidas que podem ser adotadas para amenizar essa situação? Sim, há medidas. Em nosso entendimento uma primeira medida seria o aparelhamento das bibliotecas universitárias, bibliotecas com livros atualizados e em maior quantidade. Uma segunda medida seria restringir o funcionamento das “casas de Xerox” no interior das Instituições de Ensino Superior, e que principalmente são utilizadas para a reprodução não autorizada de livros. Outra medida, já em curso em algumas Escolas Públicas de Ensino Fundamental e Médio do Município de São Paulo, seria incluir na grade curricular aulas de leitura obrigatória de livros – nas bibliotecas. Essa experiência tem contribuído para a criação e desenvolvimento do hábito da leitura, e, uma vez lendo mais, os alunos têm tirado notas maiores nas provas. Mais e melhores leitores trarão mais livros, mais bibliotecas, mais doutores, e, portanto, mais desenvolvimento para a sociedade brasileira. Além dessas medidas, é importante destacar algumas iniciativas que o setor editorial brasileiro apresentou nos últimos anos, como (i) a edição de livros customizados — as editoras compilam capítulos de outros livros numa mesma obra e o aluno, ao invés de comprar três ou quatro livros, compra um livro apenas; e (ii) a campanha de venda de livros a preço de custo — campanha dirigida exclusivamente para Bibliotecas Universitárias, que ofertava livros para venda a preço de custo, frete gratuito e pagamento parcelado. Em 2007 o setor editorial brasileiro inovou e apresentou outra proposta para aumentar o acesso ao conteúdo de obras literárias — o Projeto “Pasta do Professor”. Esse projeto representa um novo canal de distribuição do conteúdo parcial de obras literárias, pelo qual os interessados na aquisição de capítulos de livros poderão acessar o portal www.pastadoprofessor.com.br, selecionar o conteúdo de sua preferência, e realizar a compra. Por esse portal os alunos terão acesso ao conteúdo parcial de obras literárias de forma legal (pois pagarão direitos autorais). É necessário encarar a situação da cópia não autorizada de livros com a importância que lhe é devida, afinal é a própria sociedade brasileira que sofre, e continuará a sofrer, enormes prejuízos. Por fim, e em relação à importância do livro, cabível a citação de um trecho do sermão de Nossa Senhora da Penha da França, do ano de 1652, de autoria Padre Antonio Vieira — a saber: *“o livro é o mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive, e não tendo ação em si mesmo, move os ânimos e causa grandes efeitos”. * Boa leitura a todos! ABDR - Associação Brasileira de Direitos Reprográficos **NOTAS:** 1) In “Pasta do Professor: o uso de cópias nas Universidades” — Maceió: EDUFAL, 2007, p. 121. 2) Fonte: MEC/Senso INEP. 3) Fonte: MEC/Senso INEP. 4) Fonte: Câmara Brasileira do Livro. A partir do ano de 2004 foi alterado o critério de pesquisa então utilizado há muitos anos pela FIPE, razão pela qual se optou pela sua adoção. 5) Fonte: IBGE — Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio. 6) Fonte: Câmara Brasileira do Livro. 1) In “Pasta do Professor: o uso de cópias nas Universidades” — Maceió: EDUFAL, 2007, p. 121. 2) Fonte: MEC/Senso INEP. 3) Fonte: MEC/Senso INEP. 4) Fonte: Câmara Brasileira do Livro. A partir do ano de 2004 foi alterado o critério de pesquisa então utilizado há muitos anos pela FIPE, razão pela qual se optou pela sua adoção. 5) Fonte: IBGE — Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio. 6) Fonte: Câmara Brasileira do Livro.
2019-01-19T11:28:14Z
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## Arnaldur Indridason e o sucesso do noir islandês Em 2008, no mesmo ano em que a sua Islândia chocava o mundo ao se declarar falida, desembarcava no Brasil o detetive Erlendur, personagem que, desde o seu aparecimento, em 1997, rapidamente se incorporou à galeria de ídolos dos aficionados de literatura policial. Por aqui, o melancólico inspetor não teve o merecido reconhecimento na sua estreia, com o ótimo “A cidade dos vidros” (editora Record). Situação que merece ser corrigida agora, quando acaba de chegar ao mercado “O silêncio do túmulo” (Companhia da Letras). Neste, a descoberta de ossos num canteiro de obras é o ponto de partida para a investigação de um assassinato ocorrido nos anos 1940, prato cheio para Erlendur, “um homem que mora principalmente no passado”. Filho de um dos grandes poetas islandeses, Indridi Thorsteinsson, o escritor, jornalista e crítico de cinema Arnaldur Indridason, de 50 anos, vem percorrendo ao longo da última década uma trajetória que lembra a da maior estrela da Islândia, a cantora Björk — ambos nascidos em Reikjavik, capital e maior cidade do Estado-ilha nórdico, de pouco mais de cem mil habitantes. Bem antes de o sueco Stieg Larsson inaugurar a última onda em torno da literatura policial forjada nos países escandinavos, Arnaldur já colaborava com a conterrânea esquimó para chamar a atenção do planeta para a cena cultural islandesa. Principalmente a partir da publicação do terceiro livro da série sobre o detetive Erlendur, “A cidade dos vidros” (“O silêncio do túmulo” é o quarto), o escritor vem somando os maiores prêmios europeus dedicados à literatura de mistério. Na sua terra natal, Arnaldur chegou a ter sete romances seus no ranking dos dez livros mais vendidos. Há dois anos, Arnaldur defendeu que ”não é totalmente absurdo criar uma série de literatura noir na Islândia”, embora lá, segundo ele próprio informa, há anos em que se verificam quatro assassinatos, e outros em que não se registra um sequer. Em entrevista por e-mail ao GLOBO, ele sugere que os romances policiais, com o seu realismo social, podem ser uma espécie de jornalismo: “eles oferecem excelente maneira de se examinarem todos os aspectos das sociedades, e acho que é isso que os escritores escandinavos estão fazendo tão bem”. **A literatura policial de DNA americano há mais de 70 anos serve de modelo para o gênero. E geralmente com cidades ou países com grande densidade demográfica e altas taxas de criminalidade como cenários. Nos anos 1990, a surpresa para os aficionados do gênero: os "paraísos nórdicos" estavam começando a gerar uma ótima safra de autores de mistério. OK, já era popular (não aqui no Brasil) o casal sueco Maj Sjöwall e Per Wahlöö, mas não havia essa boom de escritores finlandeses, dinamarqueses, noruegueses, islandeses... Como o senhor analisa esse fenômeno? **ARNALDUR INDRIDASON: Acho que descobrimos que romances criminais poderiam ser um desafio como literatura, e que nós poderíamos fazê-los de forma realista. Realismo social como o escrito por Sjöwall e Walhöö me inspirou, para dizer o mínimo: a caracterização e a vida diária de policiais que não eram super-heróis, mas pessoas como você e eu. Isso fascinou a mim e a muitos outros. Na Islândia, alguns dos escritores de livros policiais vêm do jornalismo, e talvez a literatura criminal, com questões sociais, seja uma espécie de jornalismo. Romances policiais oferecem uma excelente maneira de se examinar todos os aspectos das sociedades, e acho que é isso que os escritores escandinavos estão fazendo tão bem. Os leitores estão captando isso. **O detetive Erlandur é um homem que vive na capital islandesa há décadas, mas, apesar disso, não é um "homem urbano". Continua uma “camponês”. A questão da migração do campo para a grande cidade, a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, está bem vincada em sua obra. Como ela se reflete em suas tramas?**Isso aparece muito na vida do próprio Erlandur. Quando grandes mudanças sociais acontecem, algumas pessoas sempre ficam para trás, e Erlendur é uma dessas. Ele não gosta da cidade, não gosta dos tempos modernos com todas as cadeias de fast-food, a influência do idioma inglês, principalmente americano, na língua islandesa etc. Ele mora principalmente no passado, pensa no passado, em tempos mais simples, e revive isso muitas vezes. Isso também tem a ver com o fato de que ele sobreviveu a um golpe terrível, que matou seu irmão quando ele era criança. Desde então é como se o tempo tivesse parado para Erlandur, e ele tem grandes dificuldades em sua vida pessoal. **A publicação de sua obra no Brasil repete um "mal" que incomoda apaixonados pelo gênero policial: não respeitar a ordem cronológica. Assim, descobrimos Erlandur na sua terceira história e podemos ler agora a quarta. Depois disso, o senhor já lançou mais sete livros. O Erlandur atual é basicamente o mesmo desse que passamos a conhecer no Brasil?**Bem, “A cidade dos vidros” foi o livro que me emplacou, e todos os editores começam com ele e seguem em diante. Ele é o número três da série. Em cada livro você aprende mais e mais sobre ele, porque os livros também são muito sobre ele. Erlandur é basicamente o mesmo, mas você começa a conhecê-lo melhor, a relação com a filha, a ex-mulher e o que aconteceu quando seu irmão morreu. Este é o evento crucial em sua vida. Espero que os livros anteriores a “A cidade dos vidros” sejam publicados no Brasil um dia. **A quebra da Islândia com a crise econômica de 2008 abalou o mundo. Os seus reflexos chegaram aos casos de Erlandur?**Ela é parte de um livro meu que saiu na Islândia em 2009. É sobre um grupo de banqueiros e negociações que matam um deles. Erlendur não é o personagem principal, e sim seu assistente, Sigurdur Oli. Na ocasião, Erlendur está no Eastfjord, onde nasceu, e ninguém sabe o que ele está fazendo lá. O colapso financeiro ainda terá efeitos nas artes islandesas por anos. Ainda estamos tentando entender o que aconteceu, como aconteceu, e há ótimas histórias aí, tenho certeza. **Desde o lançamento do seu primeiro livro, já se passaram 14 anos, tempo suficiente para a sua consagração, com a conquista de vários dos principais prêmios dedicados ao gênero. Com isso, Erlandur deixa de ser um personagem íntimo restrito aos 103 mil quilômetros quadrados e 403 mil habitantes da Islândia. Ele se globalizou. No entanto, você já declarou que isso não muda sua literatura: você continuar a escrever para o seu leitor islandês.**Sempre escrevo para os meus leitores islandeses, porque não sei escrever para ninguém mais, e o sucesso dos meus livros no exterior não mudou isso. Acho que é por isso que eles são bem-sucedidos em outros lugares, e não quero mudar isso. Leitores estão sempre procurando algo diferente, e o que é mais diferente do que um detetive em Reykjavik, Islândia? Tento usar isso o máximo que posso, a geografia local, as longas noites de inverno, os longos dias de verão, o tempo frequentemente ruim, o interior, para divertir meus leitores. E isso parece agradar também ao meu público no exterior. **Em um entrevista sua de alguns anos atrás, você citou uma frase do escocês Ian Rankin. Era algo como "se você quer conhecer realmente uma cidade para onde nunca viajou antes, em vez de comprar um guia de turismo, compre livros policiais escritos e passados lá". Que Reikjavik é esta que você apresenta a cada aventura de Erlandur? Qual é a sua relação com a cidade?**Sou nascido em Reykjavik e, ao contrário de Erlendur, gosto muito da cidade. Não a descrevo com grande riqueza de detalhes, mas ela está em todos os livros, as ruas, as casas, a História, como em “O silêncio do túmulo”, em que Erlandur fala do Posto de Gasolina. Também trata da atmosfera, da chuva, do outono, das árvores estéreis que se relacionam com a história, com a psicologia dos personagens. O que conta são os personagens. Se eles não funcionam, nada funciona. **Apesar de realmente se verificar uma avalanche da literatura policial nórdica, os seus livros se diferenciam dos romances de mistério de outros países da região, principalmente os da Suécia, mais violentos. Isso é uma especificidade dos autores islandeses?**Meus livros não são violentos, exceto “O silêncio do túmulo”, que trata de violência doméstica, e eu queria mostrar a feiura dela. Eles são mais sobre as consequências de crimes nas vidas das vítimas e do criminoso. Não são tanto sobre a rotina de crimes da Islândia, mas sobre como os crimes, em geral, afetam as vidas das pessoas. Acho que esses são temas universais. **O senhor já afirmou que sua literatura é influenciada pelas sagas islandesas. Como isso se dá?**Eles usam poucas palavras para contar uma história muito grande, e isso é sempre o que busco ao escrever. Usar as palavras com parcimônia. Então, meus livros não são longos nas palavras, mas espero que sejam nos pensamentos. As sagas também contam histórias sobre famílias (todos os meus livros, de alguma forma, são sobre famílias), honra e vingança, e grandes emoções e personagens aventureiros. São bem divertidas. **Na ficha do seu livro, está registrado que ele foi escrito com apoio do Icelandic Literature Fund. No Brasil, boa parte da nossa cultura hoje depende em enorme parte de subsídios oficiais. Na Islândia, acontece o mesmo?**O governo apoia as artes na Islândia, e os escritores podem se inscrever para receber salários por determinados períodos, para escrever livros. Somos muito poucos na Islândia, 300 mil, então o mercado é pequeno, e normalmente não se consegue viver apenas como escritor. **O senhor tem algum contato com a cultura brasileira?**Sinto dizer que não muito, alguns filmes, música, não muitos livros. Para mim, o Brasil sempre foi uma espécie de festa em que todos estão se divertindo muito e para a qual todos são convidados.
2019-01-19T11:25:47Z
https://blogs.oglobo.globo.com/prosa/post/brasilianistas-pedem-investimento-em-promocao-da-cultura-nacional-406031.html
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## Brasilianistas pedem investimento em promoção da cultura nacional **ESPANHA** Berço da língua portuguesa moderna, a Galícia conserva laços estreitos com o mundo lusófono. Em julho, a comunidade autônoma do noroeste da Espanha ganhou status de observador consultivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), por meio de uma instituição local dedicada ao idioma. A decisão oficializa uma relação que se dá tanto pela proximidade geográfica e cultural com Portugal quanto pela forte presença de imigrantes galegos no Brasil. Uma das organizadoras do “Encontro Conexões III: A literatura brasileira hoje”, a galega Carmen Villarino Pardo, professora titular de Literatura Brasileira da Universidade de Santiago de Compostela (USC), diz que essa ligação histórica, que poderia facilitar a comunicação entre as duas culturas, não é totalmente aproveitada. Devido à proximidade entre os idiomas galego e português, livrarias locais vendem títulos brasileiros editados em Portugal. Mas a oferta é limitada, ressalva Carmen. Especialista em Nélida Piñon e Luiz Ruffato e no estudo da internacionalização dos mercados literários, ela diz que a literatura brasileira contemporânea “ainda chega pouco” à região. — O Brasil é uma potência mundial atualmente e essa situação privilegiada, entendo, deve mostrar-se também a nível cultural — diz Carmen, que defende a criação de um órgão de difusão da cultura brasileira, nos moldes dos institutos Camões e Cervantes, e o apoio governamental a centros de estudos em universidades estrangeiras. Apesar das limitações, a USC tem um intercâmbio frequente com o Brasil, com seis disciplinas relacionadas à literatura nacional na licenciatura e sete na pós-graduação, sobre o Modernismo, a Belle Époque carioca, o período ditatorial e a produção contêmporânea. Nos últimos anos, promoveu simpósios sobre a Amazônia e os 500 anos do Descobrimento, e conferências de autores como João Gilberto Noll, Adriana Lisboa e Ferreira Gullar. **ESTADOS UNIDOS** Num ensaio recente, o brasileiro Pedro Meira Monteiro reflete sobre as dificuldades que se apresentam a um professor que ensina a literatura de seu país “num ambiente que não a reconhece, e em que sua validez não está garantida como um a priori — um ambiente, enfim, em que ela não é naturalmente importante”. A Universidade de Princeton, onde ele trabalha, tem um núcleo de estudos brasileiros bastante ativo, assim como outras instituições americanas (como Brown, Tulane e Harvard), mas são ilhas num país em geral refratário a traduções. Para Monteiro, contudo, esse cenário pode ser revertido a favor da literatura “estrangeira”. — É uma maravilha começar a ler Machado de Assis quando já se conhece uma outra literatura. Isso garante aos alunos estrangeiros uma espécie de “frescor”, de ingenuidade inicial que vai aos poucos cedendo e vai se convertendo numa curiosidade insaciável — pondera Monteiro, que também vê pontos positivos no fato de muitos departamentos americanos reunirem professores de língua espanhola e portuguesa. — Estar aqui é também uma forma de reconhecer e, até certo ponto, “inventar” a América Latina, imaginando o que a literatura brasileira tem de específico, mas também o que tem em comum com suas “irmãs” latinas. A literatura brasileira pode ficar mais precária e, por isso mesmo, mais aberta. São as vantagens da periferia... Para Monteiro, os estudos brasileiros vêm experimentando um aquecimento nos EUA e em outros países. Em Princeton, esse aquecimento se manifesta em eventos constantes, num interesse crescente pela literatura contemporânea e no intercâmbio com professores brasileiros (Silviano Santiago dará aulas lá neste semestre e Lilia Schwarcz, em 2012). Outro exemplo americano de intercâmbio é o escritório aberto em São Paulo pelo programa de Estudos Brasileiros da Universidade de Harvard, filiado ao Centro de Estudos Latino-americanos David Rockefeller. Instalado em 2006, o escritório estimula a colaboração entre pesquisadores de Harvard e colegas brasileiros e promove a participação de estudantes americanos em programas de língua portuguesa. Além disso, nos últimos cinco anos, a universidade promoveu três edições do “Simpósio Harvard-Brasil”, que discutiram temas como saúde pública, meio ambiente, ciência e educação no país. **ARGENTINA** Florencia Garramuño faz parte do grupo seleto de tradutores que já se pegaram coçando a cabeça diante da expressão “Nonada”. Co-autora, com Gonzalo Aguilar, da mais recente versão em espanhol de “Grande sertão: veredas”, publicada na Argentina em 2009, a professora da Universidade de San Andrés, em Buenos Aires, já traduziu, além de Guimarães Rosa, outros brasileiros, como Graciliano Ramos (“Vidas secas” e “Infância”), Clarice Lispector (“Água viva”), e antologias de Ana Cristina Cesar e Paulo Leminski. Autora do livro de ensaios “Genealogias culturais: Argentina, Brasil e Uruguai no romance contemporâneo (1980-1990)”, Florencia observa um aumento da circulação da produção brasileira atual no Cone Sul nos últimos anos. Entre os autores publicados recentemente na Argentina, cita Milton Hatoum, Silviano Santiago e Carlito Azevedo, entre outros. — Não só estão se traduzindo mais livros graças às bolsas da Biblioteca Nacional, embora ainda menos do que o desejável, mas o público em geral está mais interessado em tudo que venha do Brasil, e a literatura se vê beneficiada nessa nova visibilidade internacional do país. A presença crescente dos livros nacionais nas vitrines argentinas ainda não é acompanhada de um diálogo acadêmico consistente entre os dois países, observa Florencia. Nas universidades locais, diz, a literatura brasileira é estudada, na maior parte dos casos, pelo viés de modernistas, regionalistas e concretos. Como um dos exemplos pontuais de intercâmbio, a professora argentina aponta a própria Universidade de San Andrés, que conta com três especialistas em literatura brasileira no corpo docente e, em 2012, lançará um programa de doutorado em literaturas latino-americanas e crítica cultural em parceria com faculdades brasileiras (UFMG, UFF e PUC-Rio). **CROÁCIA** Se tivesse escrito no idioma ucraniano de sua família, Clarice Lispector provavelmente seria mais conhecida na Croácia do que é hoje. A autora de “A paixão segundo G. H.” só começou a ser publicada no país em 2009. Ainda assim, é um dos poucos nomes brasileiros nas livrarias locais. Além do ubíquo Paulo Coelho (que precisou esperar apenas um ano para ver chegar aos Bálcãs seu livro mais recente, “O Aleph”, lançado no Brasil em julho de 2010), estão traduzidos para o croata Machado de Assis, Rubem Fonseca, Milton Hatoum, e um punhado de outros escritores. Uma oferta “bem escassa”, como classifica Majda Bojic, professora do curso de Língua e Literatura Portuguesas da Universidade de Zagreb, capital do país. Foi justamente lendo Clarice — em português — que a croata começou a se interessar por aquele que viria a ser seu objeto de estudo até hoje (“Ela foi a primeira autora brasileira que li e com a qual logo me identifiquei”, conta). Na Universidade de Zagreb, a única que trabalha com literatura brasileira no país, ela faz doutorado sobre a relação entre escrita e memória e coordena disciplinas relacionadas ao Brasil. A presença de três professores brasileiros no departamento e o intercâmbio com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) permitem uma atualização constante do currículo, que não se limita aos clássicos. — Tendo a disciplina de literatura brasileira a proposta de traçar um percurso da história das manifestações literárias no Brasil, todos os períodos são trabalhados. Também está incluída a literatura contemporânea, pois considero muito importante haver uma ponte de interesse em relação à produção atual — avalia Majda. A expansão do programa de fomento à tradução da Biblioteca Nacional é considerada uma boa notícia por Majda, que aponta a falta de incentivos nesse campo como um dos principais obstáculos para a circulação da literatura brasileira na Croácia. A crise econômica atual, ressalta, inevitavelmente atinge também o mercado editorial local, e o investimento em tradução está sempre no alto da lista de contenções. — A falta de fomento é um problema que afeta todas as literaturas com tradução escassa. O consumismo leva ao desinteresse pela cultura e consequentemente, óbvio, pela literatura. **JAPÃO** Para ilustrar a dificuldade de transpor mesmo a ideia mais simples do português para seu idioma, a japonesa Chika Takeda propõe um exercício. A ordem dos elementos da frase “Eu (A) fui (B) a (C) uma loja (D) comprar (E) um presente (F) para (G) o amigo (H) no Brasil (I) ontem (J).”, depois da tradução, seria AJIHGFEDCB. Além da estrutura gramatical, o significado até das palavras mais correntes pode ser incomunicável para o leitor japonês. — Termos como “jagunço” e “tocaia” são intraduzíveis, mas não apenas esses fortemente ligados a um contexto regional. Mesmo palavras como “praça” e “bar”, depois de traduzidas, não contêm mais aquela mesma riqueza semântica, pois esses estabelecimentos têm sua função peculiar na sociedade e cultura do Brasil — diz Chika, que nos últimos 15 anos assinou as versões japonesas de “Budapeste”, de Chico Buarque, e “Terras do sem fim”, de Jorge Amado, entre outras, e tem na gaveta traduções prontas de Machado de Assis e Zulmira Ribeiro Tavares. Além de tradutora, Chika é professora adjunta do curso de Estudos Luso-Brasileiros da Tokyo University of Foreign Studies, uma das seis instituições de ensino superior do país que têm disciplinas relacionadas à literatura e à cultura brasileiras. As aulas costumam se concentrar nos autores mais conhecidos do Romantismo, em Machado de Assis e clássicos do século XX (dos modernistas a Graciliano Ramos), com pouco espaço nas grades curricula$para autores contemporâneos. Para que estes passem a ser mais lidos, Chika defende o investimento em traduções de alto nível, a publicação de antologias e a promoção de atividades literárias no Japão. Mesmo com a pouca oferta de títulos e cursos de literatura brasileira no país, jovens japoneses buscam, nas universidades, o contato com uma cultura que atrai justamente pela distância e pelas diferenças, conta Chika. — O Brasil nunca deixou de me atrair. Talvez eu percebesse intuitivamente, desde a adolescência, algo bem diferente na cultura brasileira. Algo como valores de vida que a minha cultura não apresenta e que pudessem equilibrar não só minha visão da vida mas também meu modo de ser. Acho que é isso que sempre busquei na literatura do Brasil.
2019-01-19T15:31:46Z
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## Carlos Fico: Os riscos de uma leitura vitimizadora do golpe de 1964 *Entender por que uma solução autoritária foi de algum modo aceita pode servir para exorcizarmos a sociedade brasileira do despotismo que tantas vezes assolou a República, diz historiador* **Por Carlos Fico** Não houve grandes revelações desde as últimas contribuições da historiografia conhecidas há mais de três décadas. De fato, os principais “achados” sobre 1964, especificamente, foram divulgados nos anos 1970 e 1980: a descoberta da “Operação Brother Sam” (o apoio norte-americano ao golpe), por Phyllis R. Parker, em 1976; o livro “O governo João Goulart”, de Moniz Bandeira, publicado em 1978 e a obra magistral de René Armand Dreifuss, de 1980, “1964: a conquista do Estado”, que deslindava, com documentos inéditos, a campanha de desestabilização de que João Goulart foi vítima. Certamente não se deve reduzir a pesquisa histórica à busca de revelações chocantes, mas seria ingênuo não reconhecer sua importância. Nesse sentido, não é difícil antecipar que significativas informações surgirão a partir da pesquisa de novas fontes documentais — e elas são muitas. Os documentos outrora sigilosos, no Brasil, nos Estados Unidos e em outros países, vêm sendo revelados paulatinamente. Por exemplo, encontra-se em curso, neste momento, pesquisa documental sobre a comissão que cuidou dos primeiros inquéritos policiais militares (IPMs) logo após o golpe. Do mesmo modo — conforme a legislação norte-americana —, a importante documentação do governo daquele país vai aos poucos sendo liberada. Amplo projeto de digitalização desses documentos, conduzido por historiadores do Brasil e dos EUA, encontra-se em andamento. Militares e políticos brasileiros tinham conhecimento da “Operação Brother Sam” e esta revelação virá inevitavelmente. As principais teses explicativas sobre o golpe também foram divulgadas há muito tempo. Duas delas são clássicas. Alfred Stepan publicou, em 1969, a interpretação segundo a qual a singularidade de 1964 residiria na mudança do padrão de intervenções militares: em vez de apenas corrigir os rumos e devolver o poder aos civis, os militares, na ocasião, estariam convencidos de que deveriam assumir integralmente o poder. A leitura de Wanderley Guilherme dos Santos, divulgada em 1979, é mais sólida porque amparada em expressiva pesquisa empírica: o golpe de 1964 se explicaria em função de uma “paralisia decisória”, isto é, a radicalização dos atores políticos impediria qualquer tomada de decisão. Outra contribuição importante e mais recente contrapôs-se à leitura marxista segundo a qual os militares eram mero “instrumento” da burguesia: a preocupação em valorizar o que os próprios oficiais pensavam motivou a equipe do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) a realizar significativas entrevistas com eles, publicadas em 1994, por meio das quais podemos conhecer sua própria interpretação sobre o golpe. Boa parte dos projetos de pesquisas que se candidatam aos mestrados e doutorados em História, Brasil afora, dizem respeito aos diversos temas do regime militar. O notável avanço da pós-graduação em nossa área, nas últimas décadas, tem permitido um conhecimento mais detalhado do golpe e da ditadura a partir de uma perspectiva regional — pois, até recentemente, dispúnhamos de leituras que abordavam, sobretudo, o que houve no Sudeste e em Brasília. O distanciamento histórico é essencial para que possamos abordar questões delicadas, temas tabu. Talvez se possa dizer que o maior avanço da historiografia recente consista nessa busca de objetividade: hoje podemos nos lembrar de que setores significativos da sociedade apoiaram a derrubada de João Goulart. Jovens pesquisadores têm dado grandes contribuições: Aline Presot comprovou que as Marchas da Família com Deus pela Liberdade expressaram efetiva insatisfação das classes médias urbanas, não resultando apenas da “manipulação” propagandística. Mateus Capssa mostrou que alguns estudantes apoiaram o golpe de 1964. Por tudo isso, o golpe de Estado, outrora chamado de “militar”, tem sido melhor designado como “civil militar”. Historiadores como Daniel Aarão Reis e Denise Rollemberg têm chamado a atenção para isso. A serenidade possibilitada pelo recuo temporal e a grande quantidade de novas fontes documentais nos permitem antever um futuro muito promissor para as pesquisas sobre o golpe de 1964. Isso é essencial. Se entendermos o golpe apenas como o episódio que iniciou uma ditadura brutal, correremos o risco de construir leitura romantizada, segundo a qual a sociedade foi vítima de militares desarvorados. Quando a historiografia mais ousada se contrapõe a essa leitura vitimizadora, ela não está propondo um “revisionismo reacionário” que buscaria eximir de culpa os golpistas. Apenas se trata da reafirmação de algo óbvio: não há fatos históricos simples. Entender porque uma solução autoritária foi de algum modo aceita naquele momento pode servir para exorcizarmos a sociedade brasileira do autoritarismo que tantas vezes vitimou a história de nossa República. **Carlos Fico é historiador, professor da UFRJ e autor dos livros “Além do golpe — Versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar” e “O grande irmão — Da Operação Brother Sam aos anos de chumbo”**
2019-01-19T15:33:16Z
https://blogs.oglobo.globo.com/prosa/post/dona-da-cult-diz-que-nao-trabalha-com-lei-rouanet-83226.html
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## Dona da "Cult" diz que não trabalha com Lei Rouanet Daysi Bregantini também considera"alarmante" o fim da revista"Entrelivros". Ela ligou esta tarde para a redação do GLOBO para avisar que não trabalha com a Lei Rouanet, diferentemente do que foi dito no post publicado neste blog na última segunda-feira, sobre o fim da"Entrelivros". Segundo Daysi, a tiragem da"Cult", que ela comprou há seis anos da Lemos Editorial, é de 25 mil, com 30% desse total vendidos para o mercado paulista. O restante vai sobretudo para o sul do país (a vendagem lá"é uma loucura", diz). No Rio, admite Daysi, a revista de fato não tem muita circulação. - A vendagem no Rio sempre foi um fracasso. Eu pessoalmente acho que é um mercado muito difícil - contou-nos Daysi. - Isso embora eu tenha muitos colaboradores da cidade, inclusive um colunista fixo carioca, o Francisco Bosco. Daysi, que todavia não desistiu do mercado carioca e pensa em estratégias para se expandir para cá, ficou chocada ao ler a informação dada ao blog pela editora da"Entrelivros", Josélia Aguiar, de que a tiragem da revista era de 10 mil e 15 mil exemplares. - Esse montante é um absurdo. Não acredito que uma revista consiga circular só com 10 mil exemplares - disse. - É péssimo, alarmante, um absurdo o fim dessa revista. É um campo de trabalho decente, honesto que se fecha - reiterou.
2019-01-19T11:20:37Z
https://blogs.oglobo.globo.com/prosa/post/euclides-canudos-por-aleilton-fonseca-214637.html
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## Euclides e Canudos por Aleilton Fonseca *O baiano Aleilton Fonseca, de 50 anos, já havia transformado um grande nome das letras brasileiras em personagem de romance com "Nhô Guimarães", em 2006. Depois de Guimarães Rosa, chegou a vez de Euclides da Cunha, homenageado com "O pêndulo de Euclides" (Bertrand Brasil) em seu centenário de morte. Ao construir um romance em torno de um escritor e uma obra ("Os Sertões) tão monumentais, o professor de literatura na Universidade Estadual de Feira de Santana, na Bahia, e autor de mais de dez livros, sabe que corre riscos, como contou nesta entrevista ao blog. Porém, lembra que "o discurso romanesco registra certos fatos reais, mas os submete ao interesse da ficção". Aleilton estará participando nesta segunda-feira, às 19h30m, do projeto Prosa nas Livrarias na Travessa do Shopping Leblon, onde conversará com o público sobre sua obra, ao lado do professor Leopoldo M. Bernucci e da pesquisadora Nísia Trindade Lima.* ** Você já tem um outro romance-homenagem, “Nhô Guimarães”, inspirado em Guimarães Rosa. Fale um pouco sobre a primeira experiência e sobre a opção por esse tipo de narrativa. **Em 1979, aos 19 anos, cursando Letras na UFBA, em Salvador, conheci, li e comentei alguns contos de Guimarães Rosa e me impressionei muito com as histórias. Por ser de origem rural, eu me identificava com a linguagem, os enredos, as situações, as personagens e o imaginário presentes em suas narrativas. Mais tarde, como professor, passei a ser leitor e divulgador de sua ficção junto aos meus alunos. Como escritor, no ano 2000 tive a ideia de escrever uma história em que uma personagem sertaneja, de 80 anos, narrasse as viagens de Guimarães pelos sertões dos Gerais. Eu sabia que o escritor, nascido na pequena e encantadora cidade mineira de Cordisburgo, ainda muito jovem fora para a capital fazer seus estudos. Ao retornar ao interior, como médico, passou a se interessar pela cultura local: a linguagem, as histórias e diversos aspectos do imaginário popular sertanejo. Recolhia tudo e anotava em seus cadernos de campo. Conhecia pessoas que transformava em personagens de seus contos, como Manuelzão, por exemplo. Resolvi escrever uma ficção sobre isso. Assim surgiu o conto "Nhô Guimarães", publicado em 2001, no livro "O desterro dos mortos (Ed. Relume Dumará). Em seguida, expandi a narrativa e a transformei em romance, alargando os horizontes do discurso da narradora. O romance saiu em 2006, pela Ed. Bertrand Brasil. Nele, a narradora sertaneja fala de sua vida, de seu falecido marido, de seu filho, que se foi embora para a cidade grande. E ela fala, sobretudo, das visitas de Rosa à sua casa, quando proseava com o seu marido Manu, ouvindo, contando e inventando histórias. O romance foi adaptado como peça teatral e acaba de estrear no Teatro do Sesi Rio Vermelho, em Salvador, com direção de Edinilson Motta Pará e interpretação de Deusi Magalhães. E Guimarães Rosa fica muito bem como personagem de ficção. Foi uma experiência gratificante e, ao que parece, satisfatória. Optei por esse tipo de narrativa porque ela permite um instigante diálogo textual, em que realidade e imaginação amalgamam-se, dando origem a uma narrativa híbrida. É um desafio difícil e tentador. **Como criar uma voz própria a partir de personagens e obras (“Os Sertões”, no caso de “O pêndulo de Euclides”) tão conhecidos e celebrados? Qual o caminho para escapar da mera repetição de ideias e histórias que estão no original?**Neste tipo de narrativa, o risco da imitação é insidioso, como uma ameaça sempre presente. Resta ler o livro e verificar se o autor conseguiu se sair bem do desafio. O caminho para escapar da mera repetição é utilizar as referências como um ponto de partida e adensar o própria criação, dando bastante fôlego à parte ficcional. No caso de Guimarães, alguns de seus traços biográficos são diluídos e reelaborados na lógica da ficção, uma vez que ele passa a ser uma personagem construída segundo a perspectiva da narradora. Já Euclides da Cunha é uma referência constante do debate central do enredo, quando suas ideias são discutidas pelas personagens letradas e pelo narrador sertanejo. Os narradores transformam-no em personagem de ficção, revelando atos e pensamentos que não estão registrados na história oficial. Assim, a ficção assume uma função suplementar, ao criar situações que extrapolam os registros oficiais e explicitam facetas apenas presumíveis dos escritores em questão. **Para escrever “O pêndulo de Euclides” você disse ter visitado alguns dos lugares pelos quais o escritor passou. Essa “pesquisa de campo” ajuda a fundamentar a obra ou corre-se o risco de tanta realidade embaçar a criatividade, o espaço reservado aos voos da imaginação?**O risco existe, mas deve ser contornado. A solução é estabelecer os limites dos fatos reais e expandir os voos da imaginação. Os dados oficiais constituem marcos de verossimilhança, ajudando a fundamentar a obra. Mas não devem limitá-la, pois seu compromisso não é documental, mas estético. A partir dos dados reais, a ficção deve se desenrolar de forma autônoma, extrapolando as informações já conhecidas, de forma a instigar o leitor e desafiar as versões oficiais. Para concluir o romance "Nhô Guimarães", visitei a cidade de Cordisburgo; fui à casa de Guimarães Rosa. Para concluir "O pêndulo de Euclides", fui a Canudos e visitei detidamente o local onde se travou a guerra, hoje um Parque Estadual aberto à visitação pública. Vi e fotografei alguns lugares, vi objetos da guerra de Canudos e destaquei vários fatos da história. Mas só entraram na trama aqueles dados que convergem para a lógica do enredo, diluindo-se como parte integrante do discurso ficcional. No romance, Euclides torna-se personagem de ficção e age como tal, para além dos seus registros biográficos. Assim, o discurso romanesco registra certos fatos reais, mas os submete ao interesse da ficção, que discute, extrapola e até refuta determinados aspectos das versões oficiais. Nesse caso, a ficção está acima dos fatos. **O romance se apresenta como uma nova reflexão sobre a Guerra de Canudos. Como entra a figura de Euclides nesse contexto?**De fato, o romance retoma algumas questões da guerra que ainda não estão resolvidas. Tal como nas fontes oficiais, Euclides aparece inicialmente como um intelectual integrado à cultura litorânea, a favor da República e defensor da ação militar contra Canudos. Antes de ir para a região do conflito, ele escrevera dois artigos intitulados "A nossa Vendeia", nos quais deixa clara a sua posição, exaltando a marcha do Exército contra o Arraial do Belo Monte, ou Canudos, reduto dos adeptos de Antônio Conselheiro. No entanto, ao chegar ao local da guerra e presenciar os terríveis combates, nos quais as forças republicanas, treinadas e bem armadas, atacam e dizimam uma população de camponeses sertanejos, ele começa a duvidar de suas convicções, passando a ver a guerra como um crime contra um povo destemido que lutava por terra, fé e honra. O romance procura revelar ficcionalmente aquilo que é presumido mas não registrado na história, ou seja, as reflexões que levam Euclides da Cunha a reavaliar o conflito e, assim, mudar de opinião sobre a guerra. Essa mudança resulta de sua experiência e de sua compreensão profunda dos fatos. Assim, a ficção procura, à sua maneira, preencher os vazios da história, dramatizando o processo de tomada de consciência do autor, que resolve escrever o livro "Os sertões" como denúncia do crime cometido contra o povo sertanejo. **Você já tem em mente algum outro romance-homenagem? Qual seria o escritor que você gostaria de transformar em livro, independentemente de datas?**Tenho diversos projetos de livros, entre contos e romances, que vou desenvolvendo aos poucos. Alguns são pura ficção, outros pretendem retomar fatos reais como ambiência para enredos de ficção. Gosto desse tipo de escrita. Isso faz meu estilo. Um dos meus projetos é escrever sobre o poeta francês Charles Baudelaire, que teve uma trajetória pessoal e artística muito intensa e intrigante. A vida dele dá um romance. Enfim, na justa medida, realidade e ficção podem compor uma boa história. O mais importante é que o livro tenha qualidade como narrativa, com equilíbrio entre os dados da realidade e os aportes da imaginação. Narrar é preciso. E o leitor é o juiz.
2019-01-19T11:32:14Z
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## 'O filho de mil homens', por Valter Hugo Mãe *Um trecho inédito do novo romance do escritor português* Um dia, depois de ter comprado um grande boneco de pano que encontrou à venda numa feira, o Crisóstomo sentou-se no sofá abraçando-o. Abraçava o boneco e procurava pensar que seria como um filho de verdade, abanando a cabeça igual a estar a dizer-lhe alguma coisa. Afagava-lhe os cabelos enquanto fantasiava uma longa conversa sobre as coisas mais importantes de aprender. Começava sempre as frases por dizer: sabes, meu filho. Era o que mais queria dizer. Queria dizer meu filho, como se a partir da pronúncia de tais palavras pudesse criar alguém. A certa altura, abraçou mais forte o boneco, encolhendo-o até por o espremer de encontro ao peito, e acabou chorando muito, mas não chorou sequer metade das lágrimas que tinha para chorar. Achando que tudo era ausência, achava também que vivia imerso, como no fundo do mar. Pensava em si como um pescador absurdamente vencido e até a idade lhe parecia maior. O Crisóstomo começou a pensar que os filhos se perdiam, por vezes, na confusão do caminho. Imaginava crianças sozinhas como filhos à espera. Crianças que viviam como a demorarem-se na volta para casa por terem sido enganadas pela vida. Acreditou que o afeto verdadeiro era o único desengano, a grande forma de encontro e de pertença. A grande forma de família. Sentia uma urgência grave sem saber ainda o que fazer. (...) Ele sentia como se procurasse uma criança que lhe pertencesse, e como se a tivesse perdido algures num passeio por distração e faltasse apenas reencontrá-la. Era como se essa criança o pudesse quase prever, ansioso na busca, ansioso no amor. Sentia-se mal com a demora, porque o seu filho poderia estar com fome, poderia estar com medo ou cansado, a precisar de ajuda para o frio ou para o escuro da noite. O Crisóstomo pensava que o seu filho também só poderia ser inteiro quando estivessem juntos os dois. (...) Numa noite, antes de sair com os seus companheiros para o alto-mar, o homem que chegou aos quarenta anos demorou-se à entrada de sua colorida casa. Estava um sossego incrível, instalado naquele mundo e ele baixou-se, deixou-se sobre a areia como sentado para pensar melhor e percebeu como a vida tinha as suas perfeições. O céu estrelado, o mar espiando e os pinhais adiante, as traineiras a saírem como pirilampos de flutuar. O pescador pensou que a natureza tinha uma inteligência impressionante, e que havia de saber sobre a sua vida, havia de entender o seu desejo e havia de lhe acudir. O Crisóstomo, ali sozinho e sem que ninguém por perto o visse ou ouvisse, abriu a boca e falou. Começou por anunciar à natureza o seu nome porque não sabia como começar de outra maneira, mas disse depois que estava muito triste e que precisava de encontrar o seu filho porque se sentia como um pai, finalmente a transbordar dessa certeza como um copo muito cheio. (...) A natureza, quieta a ser só inteligente e quieta, não disse nada, nem o Crisóstomo esperaria ouvir uma voz. A esperança era uma coisa muda e feita para ser um pouco secreta. Naquela mesma noite, ao entrar na traineira e ouvir um raspanete por estar atrasado, o pescador pousou o seu saco e ouviu dizerem que havia novo companheiro, um rapaz pequeno que precisava de trabalhar. E, num segundo, o rapaz pequeno estava diante dele, agasalhado como só os principiantes e os atrapalhados, os olhos metidos num medo qualquer, as mãos limpas sem trabalhos e tremendo muito, igual às coisas erradas. (...) Era um menino pequeno, um corpito de poucos quilos e muito susto, assim o viu o Crisóstomo. Era um menino na ponta do mundo, quase a perder-se, sem saber como se segurar e sem conhecer o caminho. Os seus olhos tinham um precipício. E ele estava quase a cair olhos adentro, no precipício de tamanho infinito escavado para dentro de si mesmo. Um rapaz carregado de ausências e silêncios. (...) O homem que chegou aos quarenta anos sorriu e, pela primeira vez em toda a sua vida, abraçou um colega de trabalho. (...) Perguntou-lhe, por responsabilidade, contendo a ansiedade mas assim perguntando como se fosse uma coisa normal, se podia ser seu pai. Porque havia metade de si que apenas estaria completa quando tivesse um filho. E o rapaz pequeno olhou o homem grande e disse que sim, que além de ser bom em matemática sabia cozinhar e só não gostava de passar a roupa a ferro. Era o modo como pensava que podia dividir com alguém as tarefas dos afetos, as obrigações de respeito por quem partilha um cuidado mútuo e uma promessa de gostar. O rapaz pequeno emocionou-se. Chamava-se Camilo. ***Trechos do primeiro capítulo do livro “O filho de mil homens”, de Valter Hugo Mãe, que a editora Cosac Naify lançará dia 12 de abril**
2019-01-19T11:31:13Z
https://blogs.oglobo.globo.com/prosa/post/mexico-visto-de-longe-entrevista-com-juan-pablo-villalobos-432301.html
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## México visto de longe: entrevista com Juan Pablo Villalobos *Vivendo em Campinas, Juan Pablo Villalobos lança no Brasil romance sobre sua terra natal* Quem olha para o escritor mexicano Juan Pablo Villalobos, 38 anos, de bermudas e sandália sentado na sala de estar da casa dos sogros — um espaço simples, mas confortável, com quintal, árvores e dois cães num condomínio fechado em Campinas, no interior de São Paulo —, o gato Chope roçando-lhe as pernas, não vê ali a figura festejada do escritor revelação que vem arrebatando leitores em dezenas de países (em 13 idiomas) desde que seu primeiro romance, “Festa no covil”, foi lançado em 2010 pela editora espanhola Anagrama. Com doutorado em Teoria Literária e Literatura Comparada na Universidade Autônoma de Barcelona, onde se debruçou sobre o que chama de “autores raros” da América Latina (escritores tidos como marginais e excêntricos, como o uruguaio Felisberto Hernández, o equatoriano Pablo Palacio, o chileno Juan Emar ou o mexicano Efrén Hernández), Villalobos poderia gastar horas do seu tempo elaborando sobre a “abordagem rara” de seu romance: a história do garoto Tochtli, filho de um traficante mexicano poderoso que, em sua mansão em algum ponto do México, decide comprar um hipopótamo anão da Libéria para seu zoológico. É o próprio Tochtli que conta a história. **“Fiz o livro para aceitar a paternidade”** Bobagem. Desde a semana passada, quando “Festa no covil” começou a ser enviado para as livrarias brasileiras pela Companhia das Letras, Villalobos só faz dar entrevistas sobre seu livro e, de uma forma muito simples e direta, trata de desconstruir o que muitos críticos vêm enxergando como um narcorromance alegórico do México de hoje, refém da violência do crime organizado que tem sua gênese num processo de desigualdade social sem precedentes. — Entendo a metáfora mexicana e até como os brasileiros se identificam com ela, mas nunca foi minha intenção criá-la. Mais importante no livro é a história da educação sentimental da criança e de como ela passa dessa estranha inocência, num ambiente isolado, para um amadurecimento e um conhecimento da realidade que é feito através da violência — diz ele, que escreveu “Festa no covil” de 2006 a 2008. Pesou também a ideia de paternidade, na qual Villalobos mergulhou quando descobriu que a mulher, a tradutora brasileira Andreia Moroni, colega de doutorado em Barcelona, estava grávida do filho Mateo, hoje com 6 anos. A caçula Ana Sofia nasceu há dois anos. — Eu fiz o livro para aceitar a paternidade — afirma. — Queria dedicá-lo a meu filho e estava assustado com a ideia de ser pai. Por fim, ajudou também o distanciamento. O escritor saiu do México em 2003 rumo ao doutorado em Barcelona e, de lá, para o Brasil, em agosto do ano passado. O casal percebia que possuía empregos estáveis (Villalobos trabalhava para um empresa de comércio eletrônico), mas a crise europeia nublava os planos de médio e longo prazos, que começavam a se mostrar inviáveis. Além disso, ficar próximo da família poderia ajudar, e o Brasil, até pelo momento econômico positivo, acabou se revelando uma alternativa natural ao México. — O distanciamento ajuda no processo criativo — diz. — Há coisas que eu não perceberia se ainda morasse lá. Provavelmente nem escreveria este livro se ainda morasse no México. Juan Pablo Villalobos nasceu em Guadalajara, em 1973, e até completar 18 anos nunca tinha pensado em viver de literatura. Formou-se em marketing e trabalhava com pesquisas de opinião quando, aos 25 anos, entrou em crise: queria muito escrever. Cursou Literatura Espanhola na Universidade Veracruzana, devorou os clássicos em espanhol, tornou-se fã de Jorge Luis Borges, Julio Cortázar, Juan Rulfo, Roberto Bolaño e César Aira. Em 2003, ganhou uma bolsa de estudos da União Europeia e mudou-se para Barcelona. Em 2006, Villalobos começou a pensar seriamente num livro — até então ele trabalhava escrevendo contos, crônicas de viagem e crítica literária e de cinema para publicações mexicanas — e, inicialmente, “Festa no Covil” faria parte de um coletânea de contos. — Eu tinha a ideia de escrever sobre uma criança que quer uma coisa absurda. Li um relatório das Nações Unidas sobre animais em extinção, e o hipopótamo pigmeu da Libéria era um deles. E eu tenho um fetiche por hipopótamos. Depois pensei: e se ele pudesse ter o bicho? E se fosse filho de um traficante? — conta. — Nem pensei em como falar como criança. Mantive o tom da narrativa e confiei que tudo daria certo. — Quando ele me mostrou a primeira versão, eu fiquei impressionada — conta Andreia, que traduziu o livro para o português. — Mas a gente sabia que o processo de publicação poderia ser complicado. Afinal, o Jotapê (como ela chama Juan Pablo) não era um autor conhecido. Não passou por instâncias de legitimação literária, como um prêmio. **Textos sobre o Brasil para os mexicanos ** Editoras mexicanas foram contactadas, sem sucesso, até que Villalobos viu na internet que a espanhola Anagrama estava organizando uma seleção de textos para o Prêmio Herralde (de Jorge Herralde, fundador da editora). Villalobos enviou o livro pelo correio e esperou. Três meses depois, recebeu um e-mail do próprio Herralde se dizendo encantado com a história e disposto a publicá-la, o que aconteceu em maio de 2010. O sucesso foi imediato. “Festa no covil” é o primeiro livro de uma trilogia sobre o México que já está pronta na cabeça de Villalobos. Ou melhor: o segundo livro, “Se vivêssemos num lugar normal”, já está escrito e será lançado pela Anagrama na Espanha e na América Latina (menos no Brasil) em setembro deste ano. Sem adiantar o enredo, ele explica a trilogia: — As histórias não estão relacionadas, mas falam do México de hoje e dos últimos 30 anos tendo como foco problemas como violência, corrupção, injustiça, pobreza e desigualdade, coisas que afetam também o Brasil. Os três livros são histórias contadas de dentro de uma família e sempre com humor. Enquanto burila sua trilogia, Villalobos se prepara para se mudar com Andreia para uma casa só do casal (em março ou abril) e colabora com publicações mexicanas escrevendo sobre o Brasil. Semana passada, estava excitado com uma viagem a Santos, nos dias 3 e 4 de março, onde acompanhará a partida Santos x Corinthians na Vila Belmiro, aproveitando para fazer um perfil do jogador Neymar para a revista “Gatopardo”. Um convite para escrever um conto fantástico para a “Playboy” brasileira foi aceito com entusiasmo. E o escritor ainda se empenha para publicar em espanhol o romance “Todos os cachorros são azuis”, de Rodrigo de Souza Leão, para ele um dos nomes brasileiros mais fortes da literatura. Com um pé em cada país, as comparações são inevitáveis: — As realidades de México e Brasil são muito parecidas. Mas, ao contrário do que acontece entre os mexicanos, no Brasil há otimismo.
2019-01-19T11:22:08Z
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## O flâneur desenhista: resenha de 'Ordinário', de Rafael Sica *Ordinário*, de Rafael Sica. Companhia das Letras, 128 pgs. R$ 29. **Por Franklin Alves Dassie*** A tira que abre “Ordinário”, a recém-lançada coletânea de tiras de Rafael Sica, parece sugerir um “método” de trabalho do quadrinista. Nela, vê-se uma série de letras, números e notas musicais espalhadas pelo chão de um apartamento, formando um caminho que sai da sala, passa pelo corredor e chega ao quarto. No último quadrinho da tira, o leitor descobre que todos aqueles signos saem do ouvido de um homem, como se ao chegar da rua fosse preciso esvaziá-lo, colocando para fora os sons que ele recebeu da cidade. Sica é uma espécie de flâneur-desenhista — anda pela cidade recolhendo as imagens e coloca-as para fora quando chegar da rua: as tiras são frutos dessa perambulação do artista. Nesse sentido, pode-se filiar o trabalho de Sica não só aos quadrinistas que têm a cidade como “tema” (de Will Eisner ao pessoal do Chiclete com Banana, Angeli e outros), mas também à literatura de Edgar Allan Poe (do homem da multidão que pensa a cidade como um livro que “não se deixa ler”), de Charles Baudelaire (pela capacidade de enxergar o não-ordinário no ordinário) e, mais recentemente, de Dalton Trevisan e César Aira (pelo nonsense de certas situações). Andando pela cidade, Sica consegue observar um fato comum e, ao mesmo tempo, assustador — a de que todo mundo é “suspeito” de alguma coisa, tem ou pode ter um segredo que a condição de anonimato (vivida pelos habitantes das metrópoles) torna capaz de esconder. Isso é representado de maneira instigante por Sica em várias tiras, num clima de suspense bem próximo da estética dos filmes noir e das histórias de detetives. É o homem que aparece com o rosto sempre escondido, o banho de mar do homem de roupas e atitudes estranhas, alguém perto do suicídio. Em todos os casos, é a expectativa de que algo vai acontecer que envolve o leitor até o final surpreendente dessas narrativas. Mas não é só isso que Sica observa nas caminhadas pela cidade. Há inúmeros acontecimentos ordinários na vida urbana, porém transformados em não ordinários pelo desenho do autor: o engarrafamento dos sofás-carro, as caminhadas solitárias do homem-guarda-chuva, a confraternização do lobo mau com os três porquinhos no prostíbulo, a solteirona que leva o cachorro para um passeio nada usual e o turista que substitui a experiência de conhecer a cidade pela de fotografá-la e tem um final nada feliz. Mas em “Ordinário” as situação “retratadas” não acontecem apenas nas ruas. Há uma vida dentro de quartos, escritórios e esgotos, marcada por estranhezas. É no interior que a solidão, a tristeza e o medo (emoções que atravessam o livro) são potencializados e o espaço, assim, passa a ser quase um personagem dessas tiras. Daí a recorrência de lugares apertados e uma forma incômoda de habitá-los, quase sempre claustrofóbica: são homens que saem de pequenos buracos na parede ou que moram em bueiros e deles saem para o trabalho ou convivem com seres — palhaços, monstros ou duplos — que sugerem ser a projeção daquelas emoções. Algumas dessas pessoas parecem levar o interior para fora, mantendo a mesma postura em todos os lugares e situações vividas, como se encarnassem os interiores. Esse sentimento de claustrofobia e de solidão é sugerido na imagem da gaiola, que aparece mais de uma vez em “Ordinário”. Desde aquela que leva um pequeno dragão que cospe fogo até a que é exposta na rua com um ser dentro — a gaiola é então uma das imagens que aparecem no livro para representar a relação problemática dos homens com o “estar sozinho” e, portanto, deles com os espaços habitados. É interessante em “Ordinário” a quantidade de seres “estranhos”: pessoas com cabeça de lápis, um homem com facas cravadas nas costas, outro com corpo de cachorro, a mulher-barbada, um adolescente que perde, literalmente, a cabeça, mágicos sinistros, o funcionário que usa a testa como carimbo, palhaços com ares de psicopatas, entre outros. Por um lado, eles fazem referência a um imaginário que vai dos freak shows até Kafka, passando pelo expressionismo e pela pintura de Francis Bacon. Por outro, ao representar os homens como seres “estranhos”, Sica coloca em questão o debate sobre a diferença e isso está representado, por exemplo, numa tira onde as pessoas de corpo grande e cabeça pequena se “escandalizam” com a presença de um homem de corpo diferente do padrão estabelecido. Nesse sentido, “Ordinário” é um livro capaz de enfrentar a questão da diferença sem, em nenhum momento, se apresentar como partidário de qualquer ideologia. Com esse livro de estreia, Rafael Sica faz o leitor pensar na sua própria condição e sugere o tempo todo que a arte é local do pensamento. Ele desenha, ou melhor, traça uma forma de habitar o mundo. **FRANKLIN ALVES DASSIE é poeta e crítico literário.**
2019-01-19T11:29:18Z
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## O lado bucólico de Honório Gurgel *Em tempo de reformas urbanas no Rio, Dona Zuleika, de 87 anos, decidiu registrar em livro suas memórias afetivas do bairro do subúrbio que escolheu para morar há mais de seis décadas* Honório Gurgel, como tantos outros bairros do subúrbio carioca, nasceu junto com a sua estação de trem, em 1905. A linha já passava por ali desde 1892 e a parada foi inaugurada em 1895 como Muguengue, nome de um dos vários rios que corta a região. Vizinho de Rocha Miranda, Guadalupe e Barros Filho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, esse pedaço de terra que já abrigou engenhos de cana-de-açúcar costuma ser associado a casos de violência ou ao baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). No entanto, para uma senhora de 87 anos, o bairro é o palco de uma vida: festas de aniversário comemoradas nas calçadas, mutirões de limpeza, procissões e batizados. Se um dia alguém esquecer que Honório Gurgel também é parte da Cidade Maravilhosa, a dona de casa Zuleika Sant’Anna de Souza estará lá para lembrá-lo. Lá se vão 64 anos desde que ela se mudou para a casa onde mora, na Rua Serinhaém, junto ao ramal ferroviário. Na época, o bairro ainda era predominantemente rural, com seus bucólicos rios, morros e chácaras. As lembranças acumuladas em mais de seis décadas deram origem ao livro “A vida e o sonho — Memórias afetivas sobre o bairro Honório Gurgel”, uma declaração de amor e, ao mesmo tempo, uma humilde, mas importante contribuição para história da cidade. — Nunca tinha pensado em fazer um livro, mas sempre gostei de escrever. Gostava de contar histórias para as crianças. A foto de capa do livro fui eu que tirei, em 1950, um ano depois de mudar para cá — lembra ela, que editou o livro de forma independente e o vende em sua própria casa. — Para escrever me apoiei nas minhas próprias memórias, em fotografias e em depoimentos de antigos moradores. Dona Zuleika, como é mais conhecida, nunca foi acomodada. “Carioca da gema nascida no Méier e criada em Madureira”, diz ela com orgulho, aos 15 anos fugiu de um internato, em Jacarepaguá, com duas amigas. Estava cansada dos maus tratos das freiras. Foi à pé até em casa. As colegas voltaram. Ela não. Aprendeu a cerzir e foi trabalhar na fábrica de tecidos Bom Pastor, na Tijuca. Pegava o trem até São Cristóvão e depois seguia de bonde até a confecção. Em uma dessas viagens, conheceu Waldomiro de Souza, ou Miro, com quem se casaria cinco anos depois. Miro era funcionário público e foi ele o responsável por conseguirem comprar a casa no conjunto residencial do IAPI, originalmente Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários, mas que a partir de 1945 começou a financiar projetos de habitação. Apesar do marido preferir vê-la em casa, tomando conta dos nove filhos, Dona Zuleika nunca abdicou de sua liderança natural. Foi assim, por exemplo, que encabeçou os mutirões de limpeza das ruas e da passarela que passa por cima da linha do trem. — Meu marido não gostava muito que eu fizesse essas coisas fora de casa. Eu gostava, mas fazia mais ou menos escondida. Na época, eram mais os homens que se reuniam para fazer as coisas. Suas ações em prol da comunidade foram catalisadas pela formação de associações. Primeiro, na Igreja, por meio do Apostolado da Oração e do Clube de Mães. Depois, com a percepção de que poderia estar excluindo quem não professava a fé católica, fundou a Associação de Donas de Casa de Honório Gurgel, em 1983. Os encontros das mulheres passou a acontecer na sua própria casa, onde continuam até hoje. Na casa de Dona Zuleika, a porta está sempre aberta para quem precisa. Hoje, é no terraço que uma de suas filhas comanda classes de alfabetização para jovens e adultos do bairro. Ela mesma mantém a sua caligrafia sempre caprichada. Antes de publicar o livro, já contava e escrevia suas histórias. A própria obra começou a nascer há mais de 20 anos. Uma noite, lembra ela, uma voz lhe disse, enquanto dormia, que deveria fazer a festa pelos 80 anos de Honório Gurgel. Com o recado martelando na cabeça, a devota de Santa Luzia e São José procurou uma explicação divina e foi conversar com o monsenhor Emerson, da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação, em Irajá, paróquia que frequentava na época. Ao narrar o ocorrido, o monsenhor respondeu: “Você pode fazer e você vai fazer. Eu tenho um colega, ex-padre, que é da família de Honório Gurgel. Ele se chama Francisco das Chagas Neves Gurgel, professor e capitão de fragata da Marinha”. O depoimento do trineto do ex-prefeito do Rio (governou a cidade entre maio de 1899 e fevereiro de 1900) que dá nome ao bairro foi o pontapé inicial para a pesquisa sobre as origens da região. Até então, ela admite, nunca tivera curiosidade sobre o assunto. O professor revelou que a família chegara ao Brasil logo depois do Descobrimento e se instalara inicialmente no Rio Grande do Norte, migrando para o sul ao longo dos séculos. Depois, vieram outros testemunhos, como o de Dona Maria Moraes, de uma das primeiras famílias a se instalar em Honório Gurgel, em 1923, após os terrenos serem vendidos pela Companhia Boa Esperança. O Rio, hoje, é recortado pela abertura de novas avenidas, viadutos e corredores de ônibus que provocam desapropriações e mudam a geografia afetiva de bairros inteiros. Num canto que, quase sempre, só não é invisível para os seus moradores, “A vida e o sonho”, de Dona Zuleika, ajuda a manter vivo o passado que se esconde nas memórias dos mais velhos.
2019-01-19T11:21:06Z
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## O nobre crime da visualidade na poesia de André Vallias **Por Suzana Velasco** *André Vallias busca aproximar corpo e alma dos poemas, elaborando versos junto a tipografia, imagens, sons, vídeos e o que mais couber em seu ‘design da linguagem’ * Adualidade ocidental entre corpo e alma serve de metáfora ao poeta e designer André Vallias: a alma é nobre como o conteúdo da literatura; o corpo é menor, trabalho de anônimos, como os tipógrafos. A ironia, diz Vallias, é que o alfabeto foi uma invenção de mercadores, que retirou a nobreza da linguagem ao popularizá-la. E hoje ele, que tenta reunir corpo e alma, tranformar um no outro, ou melhor, torná-los inseparáveis, diz que faz parte de uma “tribozinha de gente estranha” — geralmente conhecida como “poetas visuais”. — Trabalhar com a visualidade na poesia continua sendo uma espécie de crime — diz Vallias. — A grande confusão é achar que a poesia faz parte da literatura. A literatura tornou-se hegemônica, mas a poesia é muito mais ampla e anterior. Há manifestações pictóricas na poesia na pré-História, como na Antiguidade há poetas trabalhando a visualidade. A escrita demorou a perder a iconicidade. A sociedade ocidental está ancorada no alfabeto, que tornou a escrita rápida e fácil de aprender. Mas demorou muito tempo para alguém falar que se podia fazer alguma coisa nobre com aquilo. O que ele faz, portanto, não é poesia “visual”. — Nunca gostei desse termo. Ele foi criado no fim dos anos 1970, quando a poesia concreta já tinha se tornado histórica. Foi dada ênfase na parte visual porque era ela que escandalizava o meio literário, mas o projeto concreto já não era só visual. Os críticos ainda têm dificuldade de abordar a visualidade. O termo ganhou seu caráter afirmativo nos anos 1980 e é usado até hoje, como no projeto Poesia Visual, que receberá, a partir do próximo sábado, no Oi Futuro Ipanema, um poema de Vallias, “totem” — em versos, áudio e imagens. Os versos estarão em 13 painéis adesivados no chão, em 12 metros de comprimento, e no áudio de uma videoanimação feita sobre trechos do filme “Ao redor do Brasil” (1932), do major Luiz Thomaz Reis, que foi cinegrafista na missão Cândido Rondon, no início do século XX. Junto às cenas de povos indígenas, o poeta diz os versos inspirados pela mobilização nas redes sociais em apoio aos índios guarani-kaiowá, em outubro deste ano. Em métrica regular, a quadra, Vallias conseguiu fazer rimas com 223 de 230 nomes de tribos indígenas sobreviventes no Brasil, nomes “quase impronunciáveis”: munduruku, kadiwéu, arapiuns, pankará, xocó, tapuio, xeréu. Um “onomatopoema”, segundo o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, que assina o texto de apresentação da exposição. O poeta fez os versos, a videoanimação, a locução do poema e criou uma tipologia própria para ele. Corpo e alma nasceram juntos do computador. Ele mesmo cunhou, tempos atrás, a expressão “poesia digital”, um pouco para se livrar do rótulo de poeta visual. — É lógico que, quando tudo é digital, essa classificação deixa de ter sentido. Mas ainda acho menos danosa, porque ela só indica a circunstância dos processos de criação do poema — afirma. — Quando comecei a usar o computador, passei a perceber o poema como diagrama. Ele não exclui nada, você pode dar a ênfase que quiser, fazer contínuas leituras. Nascido em São Paulo e formado em Direito na USP, Vallias é um poeta que nunca publicou um livro, mas já fez muitas exposições, a começar por uma chamada “Poesia visual”, na galeria Macunaíma, no Rio, em 1987. Sua ligação com a poesia começou pela visualidade, aprendendo serigrafia com Omar Guedes, editor do poeta concreto Augusto de Campos. Teve breve contato com Décio Pignatari, morto em 2012, a quem atribui o fato de ser chamado de poeta: — Ele definiu poeta como designer da linguagem. As parcerias com outros artistas só se tornaram mais frequentes, porém, depois que Vallias voltou da Alemanha, onde morou entre 1987 e 1994 e descobriu a tridimensionalidade, já que lá não podia ter um estúdio de serigrafia. Em 1992, o poeta organizou no país, com Friedrich W. Block, a primeira mostra internacional de poesia feita em computador, “p0es1e-digitale dichtkunst”. — Estava curioso sobre o que acontecera com a geração de alemães que tinha feito poesia concreta com os brasileiros — conta. — Na Alemanha, a poesia concreta se cristalizou mais rapidamente, por ser uma sociedade mais institucionalizada. No Brasil, nossa confusão é desgastante, porque os artistas têm que permanentemente reafirmar sua importância. Mas como a poesia concreta foi marginal durante muito tempo, ela acabou tendo mais influência, diálogo com a Tropicália, com o cinema de vanguarda. De volta ao Brasil, Vallias criou em 1996 o site de Gilberto Gil, um marco da internet brasileira, dando origem à empresa de produção visual Refazenda. Hoje, entre um trabalho e outro de design, o poeta continua tentando fazer com que a materialidade da palavra tenha sua nobreza, seja em espetáculos de poesia ou editando o site “Errática”, um tanto inspirado nos blogs e outro tanto nas revistas marginais dos anos 1960, que propunham a experimentação em vários formatos: — Queria remar contra a ideia de que há uma linha evolutiva, um fio único. Não adianta trabalhar com uma coisa não linear e encarar o mundo de forma linear.
2019-01-19T15:35:36Z
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## Os múltiplos usos de Lacan *Obras recém-lançadas refletem influência de teorias do pensador francês nas ciências humanas, da filosofia ao Direito e à literatura * **Por Carla Rodrigues*** O que pode haver em comum entre o filósofo francês Alain Badiou, a feminista norte-americana Judith Butler, o pensador pop Slavoj Žižek, e a jurista Drucila Cornell? O interesse pelo pensamento do psicanalista francês Jacques Lacan (1901-1981), cada vez mais lido não apenas como um psicanalista que, a partir da Conferência de Roma, em 1950, se dedicou a revigorar o pensamento de Freud, mas também como um teórico social capaz de antecipar algumas das questões do século XXI. O crescente interesse por Lacan para além das escolas de psicanálise se dá, principalmente, nos departamentos de Filosofia e pode ser percebido no lançamento de três livros: “Estilo e verdade em Jacques Lacan” (Autêntica), do professor da Universidade Federal de Ouro Preto, Gilson Iannini; “Grande Hotel Abismo” (Martins Fontes), do professor da USP, Vladimir Safaltle e “Lacan passado presente” (Difel), de Alain Badiou e Élisabeth Roudinesco, relatos pessoais da convivência com o pensador francês. **Filosofia e clínica ** Iannini e Safatle integram, com professores brasileiros como Claudio Oliveira (UFF) e Antonio Teixeira (UFMG), a Sociedade Internacional de Psicanálise e Filosofia, associação de filósofos e psicanalistas interessados em discutir as repercussões filosóficas da psicanálise e seus pressupostos filosóficos. Reúne pesquisadores ligados a universidades na Europa, nos EUA, em Israel e no Japão, e promove encontros internacionais a cada dois anos. O próximo acontece em novembro, no Chile, e é um dos indicadores do crescente interesse pelos estudos de Lacan na filosofia, voltados para refletir sobre as duas máximas que marcariam a obra do psicanalista. “Há verdade” e “não há verdade da verdade” são os dois axiomas sobre os quais Iannini se debruçou para escrever “Estilo e verdade em Jacques Lacan”. Para ele, entender Lacan é entender essa dupla exigência, desse limite tênue. — Caso contrário, a tentação de representá-lo como um mestre da verdade, uma espécie de profeta capaz de “antecipar” o que está acontecendo agora ou, por outro lado, como um impostor pós-moderno é muito grande. Mesmo entre seus seguidores — argumenta Iannini, cujo livro aponta uma leitura de Lacan dentro desta articulação entre psicanálise e filosofia. — Lacan foi certamente o psicanalista que tomou para si a tarefa de responder à pergunta acerca das repercussões do acontecimento psicanálise para a razão e suas estruturas. Foi assim que ele cunhou o provocativo sintagma “a razão desde Freud”. Isso não faz dele um filósofo. Seu campo de atuação continua sendo a psicanálise, mas passa, de maneira instigante e produtiva, pela filosofia — diz. Uma medida do interesse por Lacan na Filosofia está na afirmação de Badiou que “nenhum filósofo contemporâneo pode ser considerado importante se não se confrontou com a interpretação lacaniana da filosofia”. E, numa provocação aos psicanalistas, completa: “A psicanálise é muito séria para ser deixada na mão de psicanalistas”, numa boutade que indica também a rixa entre os estudiosos de Lacan na filosofia e na clínica psicanalítica. **Psicanálise como resistência** Avesso ao academicismo filosófico e se mantendo na clínica psicanalítica como lugar de resistência, Lacan vem se tornando um autor multidisciplinar. Como lembra Iannini, Lacan é lido nos estudos literários e de gênero e tratou de temas que interessam à psicologia, psicanálise, filosofia, linguística, estudos feministas, direito, educação, religião. — Lacan tratou, com originalidade e rigor, temas como a feminilidade, a sexualidade, mas também a verdade, a subjetividade, a linguagem. Fez incursões na lógica, na poesia, na epistemologia, na religião. Os resultados de tantas incursões é, naturalmente, desigual — reconhece Iannini. Autor de uma obra vasta, mas também de muitas histórias curiosas a seu respeito — o psicanalista deu origem a termos como “lacanagem” ou “lacanês”, este último uma referência ao caráter hermético de seus textos —, o pensamento de Lacan mantém uma potência crítica que, na avaliação de Iannini, “deriva de uma estratégia de formalização do campo conceitual que chega à ideia de não-todo”. Depois de Lacan, Iannini acredita que a filosofia pode interrogar “seu desejo mortífero pela totalidade e pelo absoluto, sem desorientar-se no pensamento”. Lacan forneceria, assim, instrumentos para pensar uma lógica da incompletude, beneficiando a filosofia contemporânea com seu trabalho. — Nem que seja para economizar algumas de suas pretensões descabidas, como a discussão da essência da verdade ou sua fundamentação, do sentido do sentido, assim como para afastar algumas perspectivas obsoletas, como as ideias de uma subjetividade fundada na transparência da consciência e da vontade, ou mesmo, certas ideias da filosofia da mente, calcadas em uma psicologia cognitiva cujos compromissos ideológicos com a hipóstase de certas formas de vida não pode ser escondida — conclui Iannini. Todas estas leituras em tantas áreas contrastam, no entanto, com a percepção de que Lacan foi um pensador solitário no século XX, hipótese que Iannini defende no livro. Seu argumento é que, na filosofia do século XX, aqueles que questionaram a possibilidade de fundamentação da verdade acabaram abandonando a própria ideia de verdade. Por outro lado, aqueles que mantiveram a centralidade da verdade não abriram mão de fundá-la em alguma instância metalinguística. — Lacan é um solitário, que aceita o desafio perspectivista de Nietzsche sem, no entanto, abandonar a centralidade da verdade — diz Iannini. Para ele, Lacan inscreveu no discurso analítico o que responde ao quebra-cabeça que deixou a filosofia do pós-guerra numa situação embaraçosa. — É como diz Gérard Wajcman, a filosofia ficou sem saber como fazer o impensável entrar no pensamento, o irrepresentável entrar na representação, a ausência entrar na presença. Eis uma lição a aprender com Lacan: como sair do embaraço. ***Carla Rodrigues é professora de Filosofia na UFF e de Comunicação na PUC-Rio, doutora em Filosofia e pesquisadora do CNPq**
2019-01-19T11:27:35Z
https://blogs.oglobo.globo.com/prosa/post/os-vencedores-do-premio-jabuti-128026.html
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## Os vencedores do Prêmio Jabuti A edição 2008 do Jabuti acaba de consagrar "O filho eterno", de Cristóvão Tezza (Record), como vencedor na categoria romance. Seguido por "O sol se põe em São Paulo", de Bernardo de Carvalho (Companhia das Letras) e "Antonio", de Beatriz Bracher (Editora 34), o livro de Tezza narra a difícil e dolorosa convivência de um pai com o filho portador de síndrome de Down - experiência vivida pelo próprio autor - e só recebeu ótimas críticas desde o seu lançamento. Levou mais que justamente o prêmio da categoria (de R$ 3 mil) e ainda é um forte candidato ao grande livro de ficção do ano (R$ 30 mil), que só será conhecido, assim como o grande livro de não-ficção de 2008 (também premiado com R$ 30 mil), na cerimônia de entrega da 50a. edição do Prêmio Jabuti, dia 31 de outubro, na Sala São Paulo. Na categoria poesia, outro vencedor de qualidade inquestionável: "O outro lado", de Ivan Junqueira (Record). O segundo lugar ficou com "O xadrez e as palavras", de Marcus Vinicius Teixeira Quiroga Pereira e o terceiro com "Tarde", de Paulo Henriques Britto (Companhia das Letras), poeta que já venceu o Portugal Telecom, em 2004, com "Macau". Na área dos livros de reportagem, "1808", de Laurentino Gomes (Planeta do Brasil), também foi um vencedor mais que esperado. Best-seller absoluto desde seu lançamento, a obra conta de forma saborosa as venturas e desventuras da chegada da família real portuguesa ao Brasil e suas conseqüências para a nação. "O massacre", de Eric Nepomuceno (Planeta do Brasil) e "Bar Bodega: um crime de imprensa", de Carlos Dorneles (Globo) ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente. O prêmio para melhor biografia acabou como uma homenagem póstuma. O vencedor foi "Rubem Braga: um cigano fazendeiro do ar", de Marco Antonio de Carvalho (Globo), que morreu antes do lançamento da obra. Em segundo ficou o festejado "D. Pedro II", de José Murilo de Carvalho (Companhia das Letras), e em terceiro "O texto ou a vida", de Moacyr Scliar (Bertrand Brasil). A lista completa pode ser conferida no site da Câmara Brasileira do Livro (CBL), que promove o Jabuti, um dos prêmios mais tradicionais do país e que ainda mantém seu prestígio, apesar das críticas ao excesso de categorias criadas nos últimos anos.
2019-01-19T11:31:05Z
https://blogs.oglobo.globo.com/pulso/post/especialista-lista-seis-habitos-que-impulsionam-sua-dieta.html
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Emagreça mais rápido ## Especialista lista seis hábitos que impulsionam a sua dieta Há pouco tempo, o blog mostrou seis hábitos alimentares que sabotam a dieta. Muitos leitores se assustaram ao ver que faziam quase tudo que estava nessa listagem. Agora, procurando uma visão mais positiva, o blog voltou a conversar com o médico Patrick Rocha para saber quais são os passos primordias para impulsionar uma dieta, ou seja, tudo o que você precisa saber para que a dieta funcione de maneira mais eficiente e rápida. FOTOGALERIA: Todo o charme da Maratona de Paris “Além de estar atento aos alimentos que são incluídos no rotina diária, é preciso ter comprometimento e estar preparado para os desafios enfrentados no caminho. O que quero dizer é que antes de definir quais alimentos entram ou saem do cardápio é essencial estar disposto a encarar os desafios que vem junto com a mudança”, afirma Patrick Rocha, que é presidente do Instituto Nacional de Estudos da Obesidade e Doenças Crônicas (Ineodoc). Confira os seis hábitos e anote-os na parede de sua casa: **1. Lembre-se sempre que comprometimento é diferente de interesse** *“Entenda que existe uma grande diferença entre estar interessado e comprometido. O interessado traça o objetivo, se interessa em saber, mas não toma nenhuma atitude. Já o comprometido, traça o objetivo e segue adiante no caminho correto até atingi-lo. Ou seja, comprometimento não é um mero interesse. Comprometimento é estar disposto a acordar todos os dias disposto a dar além do seu melhor. É indo além do limite máximo que você irá colher os frutos de todo seu esforço."* **2. Não desvie o seu foco** *“Ao traçar seu objetivo e começar a trilhar o caminho certo, é possível que situações ao seu redor lhe tirem o foco. Isto não inclui somente situações, mas também pode incluir pessoas. Olha que interessante: a capacidade de manter o mesmo foco até que a MUDANÇA ACONTEÇA está intimamente ligada à maturidade emocional. Portanto, pare de procurar desculpas ou afaste-se e não dê ouvidos a pessoas que desviam do seu foco."* **3. Visão positiva de futuro** *“Outro ponto que anda de mãos dadas ao foco. Ao ter foco, você concentrará todas as suas energias em um único ponto com força suficiente para produzir mudança e realizações rápidas em sua vida e em sua saúde. Mas isso envolve sair da zona de conforto e ser disciplinado. Envolve ter uma visão positiva de futuro e manter-se sólido e inabalável em direção à saúde plena”.* **4. Evite o Trigo (talvez o mais difícil)** *“Após compreender a importância do comprometimento e foco em uma reeducação alimentar, o primeiro passo é evitar o trigo. O trigo é um alimento que não traz nenhum benefício a sua saúde e está presente em quase todas as refeições diárias de milhares de pessoa. Produtos a base de trigo são dominantes nos mercados e infelizmente grandes agravadores de problemas de saúde como sobrepeso e obesidade. Este alimento além de não saciar a fome, na grande maioria das vezes aumenta a compulsão alimentar e a fome. Todos os farináceos de trigo, seja ele integral ou não, devem ser evitados."* **5. Evite alimentos lights** *“Uma conduta quase unânime entre as dietas para emagrecimento é consumir alimentos light. Isto é um grande erro. Estes alimentos apesar de isentos de gorduras, são ricos em açúcares. Ou seja, eles irão despertar ainda mais a fome e não irá nutrir, fazendo com que você queira comer de hora em hora, ou 'beliscar'."* **6. Consuma gorduras saudáveis e proteínas de alto valor biológico** *“Trata-se de alimentos que irão de fato lhe nutrir e trazer saciedade, duas propriedades importantes para quem quer perder peso com saúde. Assim como não adianta comer e não nutrir suas células, não adianta comer e sentir fome logo depois. A melhor orientação a seguir é priorizar alimentos ricos em gorduras saudáveis e proteínas de alto valor biológico de fato lhe manterão saciado por tempo suficiente, sem que você tenha que ficar beliscando a cada 2 ou 3 horas. O que quero dizer com isso? Inclua alimentos como ovos caipiras, abacates e óleo de coco na sua rotina. Você conseguirá controlar a fome e não sabotará a sua dieta."*
2019-01-19T11:33:00Z
https://blogs.oglobo.globo.com/pulso/post/jornalista-e-maratonista-sergio-xavier-lanca-livro-vidas-corridas-nesta-sexta-feira.html
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Indomit Bombinhas ## Jornalista e maratonista, Sérgio Xavier lança livro “Vidas Corridas" nesta sexta-feira O jornalista e maratonista Sérgio Xavier Filho lança, nesta sexta-feira (14/8), às 16h, na EXPO da sétima edição da Vila do Farol Indomit Bombinhas, seu mais novo lançamento literário. No livro “Vidas Corridas – O que os grandes executivos viveram em suas maratonas”, Xavier conta a história de pessoas, que, de alguma forma, foram tocadas pelo feito de terem completado uma Maratona. - O "Vidas Corridas" é um livro flex. Ele tem uma parte esportiva que fala de maratonas e uma parte que fala sobre as vidas executivas. São nove personagens tratados e todos eles têm em comum o fato de terem completado uma maratona e alcançado êxito em suas vidas profissionais - explica Sérgio Xavier Filho, diretor das revistas Placar e Playboy, da Edirora Abril, que aborda as histórias do empresário Abílio Diniz, do juiz Antônio Manssur, João Dionísio, Marcio Utsch, do publicitário Ricardo Chester, das gêmeas Bertoletti, Fernando Nabuco e Samuca Seibel. E nada melhor do que lançar seu terceiro livro em um local onde todos vivem intensamente o mundo das corridas e das maratonas. - Quando lancei meu primeiro livro, o Operação Portuga, o Juan (idealizador da INDOMIT) foi e me deu muita sorte (risos). Quando eu comentei com ele que estava escrevendo esse livro, ele disse que eu tinha que lançá-lo na Indomit. Confesso que corri um pouco para dar tempo de acabar, pois conheço bem o evento e era o local perfeito para o lançamento. A escolha também tem um lado emocional - enfatiza Xavier, autor também do livro Correria. No sábado (15/8), acontece a sétima edição da Vila do Farol Indomit Bombinhas atraindo corredores brasileiros e estrangeiros para uma das principais maratonas de trail run do país. A Expo começa hoje, nas dependências da Pousada Vila do Farol, das 14h às 18h. Na sexta-feira, a Expo funciona das 10h às 20h. No local será possível conferir o lançamento da coleção 2015/2016 com as roupas oficiais Indomit, com as peças inspiradas nos valores que marca promove, além de estandes com as melhores marcas em roupas, calçado, suplementação alimentar e acessórios para corrida. A entrega de kits seguirá os mesmos horários da Expo. Ainda na sexta-feira, a partir das 18h30m, acontece a Cerimônia de Abertura e o Congresso Técnico da Vila do Farol Indomit Bombinhas. No sábado, a largada para os 42km (solo e revezamento) e 12km acontecem às 8h, na Praia de Bombinhas, em frente à Pousada Vila do Farol. No sábado à noite, logo após a cerimônia de premiação, também na Pousada Vila do Farol, acontece a festa Indomit. No domingo, será a vez da criançada disputar a Indomit Kids. A prova foi desenvolvida para incentivar o esporte e o contato com a natureza. Os participantes são separados por categorias de idades: 4 a 6 anos (300m), 7 a 8 anos (600m), 9 a 10 anos (800m), 11 a 12 anos (1000m) e 13 a 15 anos (2000m). As inscrições podem ser feitas na entrega de kits do evento principal ou no dia da corrida, até uma hora antes da primeira largada. A história da maratona Vila do Farol Indomit Bombinhas teve início em 2009, sendo a primeira corrida desta categoria de trail run do país, sendo hoje um dos eventos mais prestigiados no calendário.
2019-01-19T15:36:15Z
https://blogs.oglobo.globo.com/pulso/post/um-pouco-da-historia-da-sao-silvestre-423106.html
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## Um pouco da história da São Silvestre Se este ano, em sua 87 a edição, a São Silvestre teve um número recorde de inscritos, sendo 20.250 homens (81%) e 4.750 mulheres (19%), a corrida de estreia desta que se transformou em uma das mais tradicionais provas do calendário latino-americano teve 146 atletas. O percurso inicial tinha 6,2km e largou às 23h40m da Avenida Paulista, no dia 31 de dezembro de 1925, no então Parque Trianon, chegando na Associação Atlética São Paulo, em Ponte Pequena. Dos que largaram, apenas 60 chegaram. O campeão foi Alfredo Gomes, que completou a prova em 23m10s, aos três minutos do dia 1 de janeiro de 1926. Neste ano, segundo o regulamento, os 25 primeiros atletas eram premiados com medalha. Para ser incluído na lista de classificados, o participante tinha que chegar até 5 minutos após o campeão. Já na segunda edição, em 1926, que teve largada às 23h45m, com o mesmo percurso de 6,2km, o campeão foi Jorge Mancebo, que ganhou com 22m32s. O número de corredores mais que dobrou, passando dos 146 iniciais para 340. Deste total, 238 terminaram a prova, pois a completaram em até uma hora após a chegada do primeiro lugar, Em sua quarta edição, em que o campeão foi Salim Maluf, a prova teve sua distância aumentada em 2,6km, passando a ter 8,8km e a largada às 23h40m. O campeão, que fechou a São Silvestre em 29m11s, teve a companhia de outros 422 corredores, com 360 completando o percurso entre a Avenida Paulista e a AA São Paulo, na Ponte Pequena. Na 18 a edição, em 1942, em que o campeão foi Joaquim Gonçalves da Silva, a distância caiu para 5,5km, mudando a largada da Avenida Paulista para a Avenida 9 de Julho. A chegada foi no C.R. Tietê, local adotado desde a sexta edição. O vencedor fechou o percurso em 17m02s, com 458 dos 1.128 corredores terminando 10 minutos após o primeiro lugar. Em 1945, na 21 a edição, a São Silvestre passa a ter atletas do exterior, como o uruguaio Oscar Moreira, que ficou em segundo lugar, e o chileno Raul Inostroza, 21 o colocado. A vitória foi Sebastião Alves Monteiro, em 21m54s. Neste ano, 1.118 atletas largaram do Estádio do Pacaembu e, 7km depois, chegaram no CR Tietê. A partir da 23 a Corrida de São Silvestre, em 1947, os estrangeiros passaram a dominar a prova. O primeiro a vencer foi o uruguaio Oscar Moreira, em 21m45s. A largada para os 7km, que teve 1.800 atletas, foi no Estádio do Pacaembu e a chegada no CR Tietê. Na 42 a edição, em 1966, a distância sobe para 9,2km e tem sua primeira largada em frente ao Edifício Cásper Líbero, descendo a Avenida Brigadeiro Luis Antônio, e chegada no mesmo lugar, após subir a Rua da Consolação. O ganhador foi o colombiano Álvaro Mejia Flores, em 29m57s. Em 1980, na 56 a Corrida de São Silvestre, José João da Silva consegue acabar com um longo jejum de vitória brasileira na prova, com 23m40s. O percurso teve 8,9km e participação de 4.839 atletas. Em 1982, a São Silvestre rompe a barreira dos 10km e é disputada em 13,548km, com 8.250 atletas inscritos. A vitória é do português Carlos Lopes, em 39m41s. A largada e a chegada continuam sendo na Avenida Paulista, no Edifício Cásper Líbero, descendo a Brigadeiro e subindo a Consolação. A última edição noturna da São Silvestre aconteceu em 1988, com vitória do equatoriano Rolando Vera, que percorreu os 12,6km em 36m23s. Dez mil atletas largaram às 23h05m na Avenida Paulista, desceram a Consolação e subiram a Brigadeiro para chegarem na Paulista. No ano seguinte, na primeira largada diurna, às 17h, Rolando Vera torna-se bicampeão. Dez mil corredores estavam inscritos e 4.486 atletas completaram os 12,6km da prova. Há 20 anos, a São Silvestre chegava aos 15km. O campeão foi o mexicano Arturo Barrios, que completou a distância em 44m04s. Outra novidade para os 10 mil inscritos foi a largada em frente ao MASP, descendo pela Consolação e subindo a Brigadeiro até o Edifíio Cásper Líbero, onde 4.787 atletas chegaram. Em 1992, o Quênia começava seu reinado de vitórias na Corrida de São Silvestre. O primeiro de seus 12 títulos foi conquistado por Simon Chemwoyo, em 44m08s. Neste ano, largaram 10 mil e 4.690 atletas terminaram. Em 1994, Ronaldo da Costa vence a São Silvestre em 44m11s e ganha projeção nacional. No ano seguinte, ele foi medalha de bronze nos Jogos Pan-americanos de Mar del Plata nos 10.000 metros. Em 1998, venceu a Maratona de Berlim, quebrou o recorde mundial que já durava quase 10 anos, estabelecendo o tempo de 2h06m05s. Em 1995, Paul Tergat mostra sua cara aos brasileiros e conquista o primeiro de seis cinco títulos na São Silvestre (1995/1996/1998/1999/2000). O africano percorreu os 15km em 43m12s. Neste ano, foram 10 mil participantes, sendo que 7.199 atletas terminaram a prova. Desde a supremacia dos africanos na São Silvestre, apenas três brasileiros conseguiram subir ao lugar mais alto do pódio: Émerson Iser Bem, em 1997, Marílson Gomes dos Santos (2003, 2005 e 2010) e Frank Caldeira (2006).
2019-01-19T11:28:39Z
https://blogs.oglobo.globo.com/radicais/post/papo-com-fernanda-keller-que-disputa-hoje-seu-ironman-de-numero-23-231045.html
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## Papo com Fernanda Keller, que disputa hoje seu Ironman de número 23 Com 46 anos, sendo 25 dedicados ao triátlon, ela quer mais. Hoje, a niteroiense **Fernanda Keller** participa pela 23a vez consecutiva do Campeonato Mundial de Ironman, no Havaí, recorde absoluto na história. “Completar um Ironman, por mais que eu já tenha participado de mais de 50 provas com essa distância (3,8km de natatação, 180km de bike e 42km de corrida) é sempre muito difícil. Muito mais que físico, isso é um desafio mental. Hoje, com toda a minha experiência, mantenho a mesma vontade e determinação para competir”, afirma Fernanda. Além de recordista em participações consecutivas no Ironman do Havaí, Fernanda também é detentora de outras façanhas: maior número de pódios no Campeonato Mundial, 14 vezes entre as dez melhores atletas do mundo, sendo seis vezes eleita a terceira melhor triatleta do mundo. Esses feitos levaram a brasileira a ser homenageada pela organização do evento como “Grand Marshall”, prêmio dado para aos maiores estrelas do esporte. “Fico muito honrada de ser reconhecida como ícone por todas as minhas conquistas e longevidade numa prova tão difícil como o Ironman. Esse é o evento mais importante do nosso esporte”, destaca a triatleta. O fato de estar adaptada a esta prova é um diferencial em sua preparação. “Fui treinar na California durante o mês de agosto e fiz uma prova de Ironman no final do mês em Kentucky (EUA). Tive uma ajuda especial de duas feras, a do campeão mundial de Ironman Greg Welch e do mestre em bioginástica Orlando Cani”, explica a atleta, na expectativa de repetir seus melhores resultados. Para uma atleta como Fernanda, estar perto do limite é uma constante. Mas ela assegura que sempre conseguiu superá-lo. “Procuro ter equilíbrio dentro do universo do esporte para continuar a ser uma atleta por muitos e muitos anos”, destaca. *Como você se sente indo para o seu 23º Ironman no Havai? Qual a diferença desses para os anteriores? Algum sabor especial?* **Fernanda Keller:**Completar um ironman, por mais que eu já tenha participado de mais de 50 provas com essa distância (3,8 km nado, 180km bike e 42 km cor- rida) sempre é um enorme desafio. muito mais que físico, é um desafio mental. Hoje com toda minha experiência, que conta muito, mantenho a mesma vontade e determinação de estar presente competindo como da primeira vez. *Como foi sua preparação para essa prova?* **Fernanda Keller:**Fui treinar na california, durante o mês de agôsto e fiz uma prova de ironman no final de agosto em Kentucky/Louisville. tive a ajuda especial de duas feras na minha preparação: do campeão mundial de ironman Greg Welch, que me ajudou nos treinos especificos de ironman; e do mestre em bioginástica Orlando Cani, que me ajudou nos exercícios de alongamento, força e respiração. *Quais serão suas principais adversárias?* **Fernanda Keller:**Numa prova como essa, o importante é estar focada em fazer o meu melhor. A competição será sempre muito disputada, mas mesmo assim é preciso manter a concentração e me preparar para enfrentar tudo o que esse dia me reservar. Em resumo: preciso estar preparada para fazer muita força!!!!! *Você será homenageada nessa edição, certo? Como se sente sendo homenageada no maior palco para os triatletas?* **Fernada Keller:**Fico muito honrada de ser reconhecida como um ícone, por todas as minhas conquistas e longevidade. principalmente numa prova tão difícil e disputada como o campeonato mundial de Ironman do Hawaí. Esse evento é o mais importante do nosso esporte. *Qual o seu limite? Quantos anos mais você acha que consegue competir em alto nível como agora?* **Fernanda Keller:**O meu limite sempre foi superado e espero continuar assim. procuro ter equilibrio dentro para continuar a ser uma atleta por muitos e muitos anos. *Qual o seu próximo objetivo depois desse ironman?* **Fernanda Keller:**Pegar onda em Waikiki e respirar fundo, enquanto não decido qual será o novo desafio.
2019-01-19T11:22:31Z
https://blogs.oglobo.globo.com/rebimboca/post/ces-mostra-carros-do-futuro-e-do-presente-em-las-vegas.html
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Façam suas apostas ## CES mostra carros do futuro e do presente em Las Vegas **Como o nome sugere,** a CES – originalmente, Consumer Electronics Show –, a maior feira de tecnologia do mundo que acontece anualmente e começa hoje em Las Vegas tem como carro-chefe aquilo que até algum tempo chamávamos de produtos eletrônicos. O caso é que, nos dias de hoje, falar em eletrônica pode incluir de pequenas ferramentas de utilidade doméstica a complexos sistemas de navegação espacial – real ou virtual. Por isso, a variedade de fabricantes de equipamentos, das mais diversas áreas, que aproveitam esse evento para apresentarem suas novidades é cada vez maior. Entre eles, claro, a indústria automobilística – afinal, a tecnologia é atualmente um dos grandes argumentos de venda dos carros. Não por acaso, marcas como Hyundai, Kia, Honda, Nissan e as alemães Mercedes (foto que abre o post e, também, acima) e Audi apresentarão ali importantes novidades para suas linhas. Para se ter uma ideia da importância que as montadoras dão ao “feirão” de Vegas, essas alemães este ano não estarão no principal Salão do Automóvel americano, o de Detroit (que acontece pouco depois), colocando suas maiores fichas de marketing de eventos nos EUA no evento de Nevada, onde a Mercedes vai lançar a nova geração de seu modelo CLA. É na CES que, já há alguns anos, costumam ser apresentadas as maiores novidades no campo dos veículos autônomos e da inteligência artificial aplicada sobre rodas (como na instalação da Kia, acima), mas não só isso. Tudo o que se refere a conectividade, eficiência energética, sistemas ligados à segurança, conforto e performance também se encaixa na proposta. Abaixo, uma pequena amostra do que a Honda exibirá este ano: Além da feira com seus estandes, são promovidos seminários técnicos – este ano, um deles tratará de carros voadores – e também demonstrações. Mas não sei se o curioso modelo todo-terreno da Hyundai (abaixo) estará disponível. Ao lado de grandes montadoras, nomes de outros segmentos da indústria, como a Bosch e a Intel, utilizam carros-conceito e protótipos para mostrarem o desenvolvimento de novos componentes e recursos. E marcas menores, como a suíça Rinspeed (no vídeo acima, seu autônomo microSNAP), costumam chamar a atenção do público com criações tão originais e arrojadas quanto, às vezes, algo mirabolantes. Apostas ousadas num futuro próximo, em perfeita sincronia com o clima da cidade dos cassinos.
2019-01-19T09:33:36Z
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## Caso de divã Coluna publicada no dia 24/08 Quando se preocupa apenas em jogar futebol, Carlos Alberto consegue ser um jogador bem próximo daquilo tudo que se esperava dele, quando despontou como grande promessa, no Fluminense. De lá pra cá, construiu uma carreira de inegável sucesso em termos financeiros, mas o mesmo não se pode dizer quando a análise é estritamente esportiva. É fato que ganhou títulos importantes: a Liga dos Campeões da Europa e o Mundial Interclubes, pelo Porto, e os Brasileiros da Série A, pelo Corinthians, e da Série B, pelo Vasco. Mas, cedo ou tarde, em todos os clubes pelos quais passou, acabou envolvido em confusões (com juízes, técnicos ou dirigentes) e nunca se firmou como protagonista, como o maestro que pintou. Prova disso é jamais ter sido levado a sério em termos de seleção. Será PC Gusmão capaz de fazer a cabeça de Carlos Alberto e conseguir que esqueça os árbitros e os adversários que o marcam duro, para se preocupar apenas com o futebol? Se o fizer, o Vasco terá condições de brigar de igual para igual com os demais, por uma vaga na Libertadores. Título, acho difícil, por causa de algumas deficiências (falta um centroavante de verdade e Felipe ainda está longe da forma ideal) e da grande vantagem de Fluminense e Corinthians. Seja como for, a atuação vascaína no clássico contra o líder foi de entusiasmar. Principalmente, por causa do desempenho de Carlos Alberto. E O FRED? Quando Fred volta ao time do Flu? Por mais que venha fazendo alguns gols e suprindo razoavelmente a ausência do titular, Washington, atualmente, está longe de ser o centroavante ideal para o tricolor. Sua atuação diante do Vasco foi bisonha e a furada que deu, dentro da área, de amargar. O surfista boêmio começa a fazer falta... PAIXÃO. O que mais me encanta na fase atual do Botafogo nem são as suas ótimas campanhas (campeão das Taças GB e Rio e do Estadual e terceiro colocado no Brasileirão), mas o caso de amor que clube e torcida vivem agora. A ponto de milhares de torcedores compareceram ao Engenhão num dia em que não havia jogo, apenas para conhecer o belo estádio e posar para fotos com ídolos do presente e do passado, como Maicosuel, Mendonça e Gonçalves. Pontos e palmas para o presidente Maurício Assumpção e sua diretoria, que vêm esbanjando criatividade e competência — a idéia das estátuas de gigantes alvinegros como Nílton Santos, Mané Garrincha e Jairzinho é um bom exemplo disso. Já em relação ao time, resta a sugestão bem-humorada de Júlio Cezar Coimbra, o tresloucado Homem-Morcego: “Diante da má fase do Herrera, está na hora de o Joel acionar a FAB (Força Aérea Botafoguense): Loco Abreu neles!” GRANDE MEMECO! A nota sobre a morte de Nonô da Mangueira (um dos autores do samba “Voa, Canarinho”, que embalou a seleção dos sonhos de Telê Santana, na Copa de 82), provocou uma enxurrada de e-mails, lembrando do parceiro do compositor na canção, Jorge Américo, já falecido há 12 anos. Além de músico, Memeco, como era conhecido, foi um cracaço de voleibol e chegou a disputar as Olimpíadas de 1968, no México. Justíssimo o registro dos leitores. SACO DE PANCADAS. Espanha, Argentina, França, Porto Rico e Austrália. Já são cinco derrotas em oito jogos da seleção brasileira, na fase preparatória para o Mundial de Basquete, que começa no sábado, em Istambul, na Turquia (vencemos Angola, China e, ontem, Costa do Marfim). Por melhor que seja o trabalho do argentino Rubén Magnano (campeão olímpico em Atenas, 2004, e vice mundial, em 2002), já começo a ficar pessimista em relação às nossas chances de fazer um bom papel no Mundial e voltar às Olimpíadas. Nossos principais jogadores atuam no exterior, têm fama etc, mas nunca conseguiram formar uma seleção à altura do prestígio individual que têm. Não serão superestimados aqui? TORBEN GRAEL. Eleito pela Federação Internacional de Iatismo, no final do ano passado, o melhor velejador do mundo, Torben Grael voltará a competir na Baía de Guanabara, no Rio. Ele será o tático da equipe Rio Yacht Club, de Niterói, que defende o título de campeã do Match Race Brasil, de 26 a 29 deste mês, no Iate Clube do Rio. Marco Grael, filho de Torben, será o timoneiro do barco. O FAVORITO. Juro que tentei, mas até agora não consegui entender (nem engolir) as substituições de Leandro Amaral e Val Baiano, no intervalo, por Vinícius Pacheco e Borja (argh!). Diante disso e do turbilhão de e-mails revoltados que recebi, detonando o técnico Rogério Lourenço, resolvi fazer uma pesquisa no blog RMP sobre quem o torcedor gostaria de ver como novo treinador do Fla. Até às 19 horas de ontem, Andrade liderava, com folga, seguido por Luxemburgo, Abel, Autuori e Silas. Em caso de nova derrota, na quinta-feira, contra o Atlético Mineiro, no Maracanã...
2019-01-19T11:26:05Z
https://blogs.oglobo.globo.com/repinique/post/light-nao-patrocinara-ensaios-tecnicos-na-sapucai-em-2019.html
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Procura-se patrocinador! ## Light não patrocinará ensaios técnicos na Sapucaí em 2019 Uma negociação conduzida pela Riotur com a Light que poderia sacramentar a realização dos ensaios técnicos das escolas de samba do Rio em 2019 subiu no telhado. O objetivo é que o valor do patrocínio chegasse a R$ 3,5 milhões. A concessionária de energia informou que não procede a informação de patrocínio ao carnaval, “mesmo sendo um evento cultural de suma importância para o Rio”. Ao **Repinique**, a empresa afirmou que, de acordo com a Política de Patrocínios vigente da Light, considera como um dos “atributos desqualificantes” de possíveis projetos a serem patrocinados “as propostas que tenham associação direta ou indireta a escolas de samba, agremiações ou eventos carnavalescos”. Em seu posicionamento, porém, a Light não explica o motivo de não considerar projetos que tenham relação com as agremiações.
2019-01-19T09:33:56Z
https://blogs.oglobo.globo.com/ronald-villardo/post/em-hedwig-paulo-vilhena-mais-parece-uma-drag-da-le-boy-325775.html
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## Em 'Hedwig', Paulo Vilhena mais parece uma drag da Le Boy **NÃO ENTENDO PATAVINAS **de teatro, mas entendo de preço de ingresso. É com o valor que será pago pelo espectador de "Hedwig e o centímetro enfurecido" em mente (quartas e quintas, R$ 60; sextas e sábados, R$ 70) que estive na estreia para imprensa e classe do espetáculo dirigido por Evandro Mesquita e com Paulo Vilhena e Pierre Baitelli (também conhecido como Robert Pattinson dos trópicos), desde sexta em cartaz no Teatro das Artes, no Shopping da Gávea. *Veja Paulo Vilhena e Pierre Baitelli como Hedwig* *. VOCÊ CONHECE Hedwig. Em 2001, John Cameron Mitchell interpretou na telona o musical composto por ele mesmo sobre a transexual fã de Lou Reed que sofreu uma operação malsucedida de mudança de sexo, se apaixonou por um rapaz que não segurou a barra (juro que não há trocadilho) e se mandou, roubando as músicas de Hedwig e se tornando um popstar. Hedwig, inconformada com a série de dramas das quais sua vida é composta, transforma suas experiências de sotaque underground em canções de rock. A MONTAGEM em cartaz no Rio mostra que a turma realmente se esforçou para trazer o espírito off-Broadway da ópera rock para o Teatro das Artes. Os músicos são valentes nas interpretações, caprichando nos gestos clássicos dos shows de rock, o universo de Hedwig, uma trava que está mais para Blondie do que para RuPaul. Hedwig é punk. E Evandro Mesquita manda bem quando diz no programa da peça que "se uma drag queen incomoda muita gente, optei por duas para incomodar muito mais". Como espectador, diria que deu certo a "interpretação em dupla" de Paulo Vilhena e Pierre Baitelli como Hedwig. Como um dos motes da peça é justamente a "busca pela outra metade" de cada um de nós, cabe aí a "sacada". Mas o Paulinho Vilhena, tadinho... ele até tentou se jogar no personagem, mas em vez de se parecer com um transexual do underground berlinense - o que Baitelli faz com perfeição, desde o olhar agressivo/carente até as desafinadas propositais nas canções -, acabou ficando no território do draguismo de Copacabana, mais especificamente da Le Boy mesmo. O ESPETÁCULO como um todo não é ruim. Há coisas bacanas, apesar de derrapadas feias na tradução do inglês, como a manjada casca de banana "the artist formerly known" ("o artista anteriormente conhecido" traduzido erroneamente como "o artista formalmente conhecido") e "a comprehensive view" traduzido como "uma visão compreensiva" em vez de "abrangente" (O TRADUTOR EXPLICA seu trabalho no espaço dos comentários, abaixo). A peça parece crescer e conquistar o público aos poucos, mesmo com as canastrices de Vilhena. O ator-surfista não convence nem os próprios colegas atores presentes na estreia. Em um dos momentos mais dramáticos do seu texto, quando é abandonado por Tommy, o tal cantor que lhe rouba as canções, Vilhena tenta expressar a dor do abandono e a audiência... acha que é piada e cai na gargalhada. Ainda bem que Baitelli existe. NOVES FORA, algumas piadas "adaptadas" são divertidas, como quando VIlhena diz que usa um vestido "da Yes Brazil" e admite estar "ficando careca". É, pensando bem, quando é para rir, até que Vilhena convence. A parte da atuação mais... profunda, digamos, é segurada mesmo por Baitelli. FICA UMA sensação de que "Hedwig e o centimetro enfurecido" talvez merecesse uma outra montagem carioca. Mais bem cuidada. "Off" não quer dizer "relaxada" ou "mal feita". Evandro Mesquita até que se esforçou mas também se enrola nos próprios conceitos. Por exemplo: ele assina uma das frases mais caretas do mundo sobre gays no programa da peça: "Para ser transexual nos anos 80 e ainda na Alemanha, tinha que ser muito macho!". É frase da mesma família de "ele é um preto de alma branca" ou coisa parecida* *O programa da peça tem textos que parecem não ter sido revisados, com palavras repetidas, erros de pontuação... seria proposital para dar o tom de "zine" que também parece definir a programação visual do tal programa? É possível. Mas não ficou bom. Parece só erro mesmo. O site oficial é outra falácia. Anunciado no programa da peça como um lugar de referência para quem quiser saber mais sobre o espetáculo, neste domingo, em plena semana de estreia, não há imagens, vídeos, nada. Tudo será "em breve". Há apenas um blog com promoção de ingressos. Mais honesto seria dizer, então, que há um "blog com promoções" e não um site com seções que entrarão "em breve", uma vez que a peça já iniciou sua trajetória.* A A **S INTENÇÕES**artísticas de "Hedwig" foram boas, eu sei. Mas como diz a grande filósofa, "the road to hell is paved* with good intentions".
2019-01-19T15:36:11Z
https://blogs.oglobo.globo.com/saideira/post/circo-voador-oferece-chuveiroes-para-se-banhar-durante-os-eventos-deste-verao.html
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## Circo Voador oferece chuveirões para se banhar durante os eventos deste verão Todo mundo já sabe que o Circo Voador dá um banho, mas, durante esta temporada de verão, isso está sendo literal. A lona da Lapa está oferecendo o XuVerão, que são diversos chuveiros que estão disponíveis para os pândegos que quiserem dar uma refrescada emergencial durante os shows e festas que estiverem rolando lá. CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE Hoje (04), por exemplo, quem estiver na festa Chá da Alice, que terá show da MC Pocahontas e os blocos Bunytos de Corpo e Saymos do Egyto, poderá aproveitar a noite para cair dentro da ducha. E, lógico, está liberado cantar durante o banho. *Circo Voador: Rua dos Arcos s/nº, Lapa (2533-0354)*
2019-01-19T09:34:20Z
https://blogs.oglobo.globo.com/saideira/post/espaco-itau-de-cinema-reabre-apos-reformas-494445.html
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## Espaço Itaú de Cinema reabre após reformas Atencão, cinéfilos. O antigo Unibanco Arteplex, em Botafogo, reabre na próxima sexta-feira como Espaço Itaú de Cinema Rio, depois de quase 20 dias fechado para reformas. O número de salas continua o mesmo, mas as mudanças aumentaram o espaço de convivência no foyer, que agora contará com uma grande mesa comunitária onde os espectadores poderão se encontrar, acessar a internet, ler e tomar café antes das sessões. E os tradicionais cartazes foram substituídos por monitores eletrônicos, que vão mostrar notícias do mundo do cinema e cenas de filmes. - Um dos objetivos era tratar o cinema como espaço público. Substituímos os cartazes impressos por monitores que passarão a exibir cenas de filmes, novidades do universo do cinema e claro, os próprios cartazes - conta Cedroni, da METRO Arquitetos Associados, empresa responsável pelas mudanças. As seis salas do cinema, que podem receber até 935 pessoas, continuam com os mesmos equipamentos de projeção e suas poltronas foram revestidas com couro ecológico. A tradicional livraria, a bombonière e o café continuam marcando presença no local. Fernando Chacon, diretor executivo de Marketing do Itaú Unibanco, explica o objetivo da reforma. - Com estas mudanças, fortalecemos ainda mais este tradicional ponto cinematográfico do Rio. Modernizamos, mas sem perder a tradição e qualidade, principais características do local - diz. A abertura para convidados acontece nesta quinta-feira, com a primeira exibição no Brasil do filme "Flores Raras", de Bruno Barreto. Além do diretor, a atriz Glória Pires e os produtores Lucy Barreto, Luiz Carlos Barreto e Paula Barreto estarão presentes na sessão.
2019-01-19T15:40:10Z
https://blogs.oglobo.globo.com/saideira/post/festa-tupiniquim-inicia-temporada-de-verao-no-itanhanga.html
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## Festa Tupiniquim comemora seus oito anos com sequência de pool parties Há oito anos, uma trupe de amantes da música brasileira resolveu mexer no eixo festeiro Centro-Zona Sul da cidade para levar um pouco de música brasileira para a Barra, onde ainda imperava a música eletrônica. Logo depois de um tempo, seriam eles mesmo quem desbravariam o eixo como uma festa consagrada aos grooves e batidas de nossa terra brasilis. Agora já crescida e aparecida, a Tupiniquim retorna ao seu lugar de origem com uma especial de verão. O Eterno Verão Tupiniquim será uma sequência de pool parties, uma por mês, em que o banho de piscina regado a churrasco receberá fanfarras carnavalescas, artistas plásticos e intervenções artísticas e DJS convidados. A estreia terá os DJs Túlio Baía, Carranca, Lucas Dias, o multi-instrumentista Donatinho convidando a percussionista Lan Lanh, e o bloco Vem Cá Minha Flor. — Começamos um encontro para ouvir, dançar e viver música brasileira, mas, depois de um tempo, entendemos que dava para ir mais fundo — disse o DJ Túlio Baía. — Nunca foi só uma festa, mas ampliamos isso apostando na produção de conteúdo, estética, tendências e, claro, curadoria da música, da cultura e da arte brasileiras. No começo de 2018, o coletivo lançou o LAB Tupiniquim e, no início do ano, eles farão a expansão desse trabalho que une marcas e trabalhos de branding e conceito com artistas. Tudo ao som de música brasileira, claro. *Repúblicca: Estrada da Barra da Tijuca 1.990, Itanhangá. Sáb (8), 19 de janeiro, 9 de fevereiro e 23 de março, às 15h. R$ 40.*
2019-01-19T15:33:29Z
https://blogs.oglobo.globo.com/saideira/post/na-minha-casa-do-chef-joao-diamante-nao-tem-cardapio-e-preco-fixos.html
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## 'Na Minha Casa', do chef João Diamante, não tem cardápio e preço fixos Vai o de sempre? No caso do novo espaço do chef João Diamante, o de sempre é a novidade. A pegada do Na Minha Casa, que abriu recentemente no Cadeg, é ter todos os pratos oferecidos a serem definidos no mesmo dia, respeitando sempre a sazonalidade dos produtos. — Estamos dentro de um rico mercado, passeamos por ele, os alimentos falam com a gente através dos aromas e cores. Fica muito claro o que está na época de uso e, então, vamos montando a refeição do dia em cima disso — disse João. O chef carioca que começou, aos 8 anos, como padeiro na comunidade Nova Divineia, no Andaraí, e trabalhou na Marinha antes de estagiar nos restaurantes do chef francês Alain Ducasse, revelou que este era um sonho antigo e que valorizará sempre a gastronomia brasileira do dia a dia. — Mesmo quando faço uma comida de outras nacionalidades, coloco alguma brasilidade nela. Isso se tornou a minha identidade. Nas minhas viagens pelo Brasil, isso ficou ainda mais forte, pois, cada vez que me encantava com uma comida, era pela de panela, simples e muito bem feita. Comida de raiz, afetiva e feita por tiazinhas — salientou o ex-chef do restaurante Fazenda Culinária, do Museu do Amanhã. O valor dos pratos também é aberto. O mínimo varia de R$ 10 para os petiscos (porção), R$ 20 para o café da manhã e R$ 50 para o almoço completo (com pratos de entrada, principal e sobremesa). Mas tudo é apenas uma sugestão e a casa não tem um caixa. O cliente faz seu pagamento sozinho. — Se alguém achar que deve pagar menos, paga menos. Se achar que não deve pagar nada, não paga nada e, se estiver muito satisfeito e achar que vale mais, paga mais. Vai da consciência dele o que deve pagar pela experiência vivida! — bota fé João. *Mercado Municipal do Rio (Cadeg): Rua Capitão Félix 110, Rua 15, loja 2, 3º piso — Benfica. Sex, sáb e dom, das 8h às 20h (café da manhã das 8h às 11h, almoço de meio-dia às 15h, e happy hour das 15h às 20h).*
2019-01-19T09:35:06Z
https://blogs.oglobo.globo.com/saideira/post/nove-eventos-cervejeiros-no-rio-para-comecar-bem-o-mes-da-oktoberfest.html
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Listão do Saideira ## Nove eventos cervejeiros no Rio para começar bem o mês da Oktoberfest Depois de um fim de semana marcado pelas falhas de organização da Confraria Batom no Copo, que teve um copo obrigatório com medidas erradas, outubro chega com mais eventos com cerveja artesanal - e, esperamos, bem menos reclamações. O mês é importante para o universo da cerveja graças à alemã Oktoberfest. Aqui no Rio, a programação para a primeira semana do mês é extensa. **1. Tiradentes Cultural** Todo primeiro sábado do mês é dia da Feira do Lavradio e, de quebra, da Tiradentes Cultural. De meio-dia às 19h, na Praça Tiradentes, as barracas de comidas serão abastecidas pelas cervejas da MotoCerva, Hocus Pocus, Lhama Loca, Trópica e Extrema. **2. Three Monkeys no Inverso** A cigana Three Monkeys vai desembarcar com sua segunda receita, a India White Ale, no Inverso Bar, em Botafogo. Neste sábado, 3, a partir das 14h, as torneiras estarão ligadas e os hambúrgueres da Amélia Gastrô, na chapa. **3. Brew Day em Copacabana** Para quem tem curiosidade de ver como se faz cerveja, o Melhores Cervejas do Mundo, em Copacabana, terá uma brassagem aberta no sábado, 3, a partir das 15h. Caíque Costa, da cerveja Candanga, e Yuri Lucas, da Malte Carioca, botarão a mão na malte por lá. **4. Feira Planetária na Gávea** A feira que reúne food trucks terá mais uma vez cervejas artesanais. No sábado e domingo, a partir de meio-dia, a Hanna Beer montará sua barraca com diversas marcas, como as gaúchas Irmãos Ferraro e Babel. **5. Oktoberfest no Bento** O Bento, na Tijuca, comemorará a Oktoberfest duas vezes neste final de semana. Será no sábado, a partir das 18h, e domingo, mais cedo, a partir das 16h, com comida típica e chope Paulaner. **6. Caseiras no CervejáRio** Vai sair neste domingo, 4, a partir das 14h, o campeão do 1º Concurso de Cervejas Caseiras do CervejáRio, em que concorrerão receitas de American IPA. Quem estiver por lá vai poder avaliar as cervejas pelo voto popular. **7. Prøject Burger + Delirium Café** No domingo, 4, o itinerante Prøject Burger vai harmonizar seus hambúrgueres com as cervejas da Green Flash, de San Diego. O hambúrguer custará R$ 25. Quem comprar também uma garrafa pagará R$ 59,90 pelo dois. **8. Hija de Punta invade o Bar do Momo** Chegou a vez da cerveja Hija de Punta invadir o Bar do Momo, na Tijuca, por onde já passaram Fraga, Hocus Pocus, Rock Bird e Trópica. Será na terça-feira, 6. **9. Oktoberfest do Pub Escondido** Também na terça-feira, 6, a partir das 18h, o Pub Escondido (da bonita foto que abre este post), de Copacabana, entrará no clima da festa alemã com o Bamberg Oktoberfest Die Wiesn como uma das 24 opções de chopes da casa. **LEIA MAIS:** Oktoberfest de quatro dias em shopping da Barra faz cervejarias cariocas adaptarem suas receitas ao estilo alemão
2019-01-19T09:32:22Z
https://blogs.oglobo.globo.com/saideira/post/petropolis-ganha-mais-uma-fabrica-e-se-firma-como-destino-cervejeiro.html
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Cidade Imperial ## Petrópolis ganha mais uma fábrica e se firma como destino cervejeiro A cervejaria petropolitana ** Cidade Imperial** recebeu as licenças municipais para instalação de sua segunda fábrica, no Bingen, no prédio que abrigava a **antiga fábrica de tecidos Rocca**. Com um moderno equipamento de tecnologia alemã, a marca aumentará sua capacidade de produção e planeja se tornar uma marca nacional. Parte da Rota Cervejeira da Região Serrana do Rio, a cidade se firma de vez como destino cervejeiro. As fábricas da Bohemia e do Grupo Petrópolis e o brewpub Buda Beer já estão abertos para visitação e o festival Deguste, realizado uma vez por mês (tem neste sábado, 14 de maio), reúne ainda as cervejarias ciganas da região. **LEIA MAIS:** Especialista analisa cervejas artesanais na China: 'É oportunidade' Fundada em 1997, a Cidade Imperial foi vendida no ano passado por **Francisco de Orleans e Bragança**, descendente da família imperial brasileira. A marca foi adquirida em junho do ano passado pelo Grupo Irmãos Faria, que tem a sua frente Cléber Faria. O empresário é ex-acionista do Grupo Petrópolis (que produz a Itaipava), empresa conduzida por seu tio, Walter Faria. - Quando resolvemos vir (para Petrópolis), tivemos uma conversa com o prefeito Rubens Bomtempo e falamos sobre a urgência do projeto. Ele se colocou à disposição para ajudar com tudo o que precisássemos para que a fábrica fosse instalada em Petrópolis. Agradecemos a Prefeitura e todos os outros órgãos por todo o empenho para que esse projeto se tornasse possível - disse Cléber Faria ao site da prefeitura petropolitana. Atualmente, a Cidade Imperial produz três receitas, Pilsen, Helles e Dunkel, que são distribuídas em supermercados no Rio. Segundo o site da Prefeitura de Petrópolis, a Carrefour já iniciou as vendas das cervejas da marca em todas as suas lojas do Brasil, um passo significativo para os planos de expansão. A expectativa é que a fábrica gere mais de 200 empregos diretos na cidade. - É um dia de vitória para a nossa cidade, de consolidação de Petrópolis como rota turística e cultural cervejeira. Além disso, a instalação da fábrica da cervejaria Cidade Imperial no Bingen significa geração de emprego e renda na nossa cidade, fortalecendo a nossa economia, em um momento difícil no nosso país. É muito positivo ver que a iniciativa privada e o poder público estão trabalhando para garantir alternativas para a cidade - afirmou o prefeito Rubens Bomtempo. **LEIA MAIS:** Rio Craft Beer traz novos rótulos da Hocus Pocus, 3Cariocas, Oceânica e Penedon
2019-01-19T11:22:53Z
https://blogs.oglobo.globo.com/saideira/post/therezopolis-lanca-cerveja-com-bohemia-mas-nega-venda-para-ambev-somos-independentes.html
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Travessia ## Therezópolis lança cerveja com Bohemia, mas nega venda para Ambev: 'Somos independentes' Nesta segunda-feira, 19 de outubro, Therezópolis e Bohemia anunciaram o lançamento da **Travessia**, uma *belgian tripel* com folhas de pokan feita em parceria entre as duas cervejarias. Além do nome, referência à tradicional trilha entre Petrópolis e Teresópolis - que será percorrida a partir desta segunda-feira por cervejeiros responsáveis pela receita -, chama atenção o fato de ser a primeira receita colaborativa da Ambev com outra cervejaria. Para entender a parceria, o SAIDEIRA conversou com **Mozart Rodrigues**, diretor executivo do grupo Arbor Brasil. A Arbor é proprietária da Therezópolis, considerada por Mozart como um caso único no país de cervejaria intermediária. Está entre as grandes do mercado, Ambev, Brasil Kirim, Grupo Petrópolis e Heineken, e as centenas de pequenas. Atualmente, são sete rótulos, além de uma *weiss* sob a marca Sankt Gallen. O leque de estilos vai subir para 12 até o início do próximo ano - incluindo o **lançamento de uma pale ale no Mondial de la Bière**. Mozart fala ainda sobre planos de expansão e o objetivo de conquistar o coração dos cariocas sem deixar de lado Teresópolis. **Saideira: Por que lançar uma cerveja com a Ambev?** MOZART: O co-branding e a cerveja colaborativa são cada vez mais usados como estratégia das cervejarias artesanais. Nesta categoria jovem, a cooperação é muito mais relevante do que a competição. A Ambev mostra através da Bohemia um desejo de jogar este jogo , de se inserir neste segmento de cervejas especiais e nós vemos isto de forma sadia. Temos uma relação muito boa com o time da Bohemia devido à Rota Cervejeira, um projeto que as duas cervejarias acreditaram desde o começo e de onde a afinidade nasceu. **Mas a Therezópolis vai ser mais uma cervejaria brasileira vendida para a Ambev?** Não, absolutamente. Diferente do que aconteceu quando a Ambev lançou a Saison D'Alliance, uma cerveja com a Wäls que era praticamente um anúncio da fusão, conosco não vai ser assim. Somos independentes e o grupo tem uma estrutura que vai além da cerveja. **A entrada forte da Ambev neste mercado ajuda ou atrapalha?** Eu vejo como muito sadio quando grandes companhias começam a olhar para o mercado de cervejas especiais, vai desenvolver o setor. A busca pela exclusividade nos pontos de vendas é que tem o efeito oposto. Este mercado vai crescer sobre o alicerce da pluralidade, da diversidade de estilos e de cervejarias. A diversidade é a regra do jogo. Espero que a entrada das grandes não signifique condutas, como blindar cartas de cervejas artesanais de restaurantes. Isso, sim, pode ser um problema para cervejarias como a nossa e também para o consumidor. **Isso acontece?** Já acontece. A Kirim (Brasil, dona da Schin), por exemplo, já tem um portfólio grande por ter adquirido as marcas Devassa, Baden Baden e Eisenbahn, e realizou algumas iniciativas de implantar cartas (em restaurantes) amplas o suficiente para que consumidores não tenham outras opções. **É ilegal?** É ilegal, mas acaba sendo utilizado. **Com capacidade de produção superior a um milhão de litros ao mês, a Therezópolis é uma pequena entre as grandes ou uma grande entre as pequenas?** Quando olhamos o exemplo da Boston Beer Company (que produz a Samuel Adams), com 3% de share do mercado americano e um alto padrão, começa a ser quebrado o preconceito de que volume é inimigo da qualidade. No Brasil, a Therezópolis tem um porte único, intermediário. Isso acontece por estar há 10 anos neste mercado e ter uma sinergia de distribuição. Ainda assim, é uma diferença brutal das grandes cervejarias, que não pensam na produção por litros, mas, sim, por hectolitros (medida equivalente a 100 litros). **A Therezópolis é grande o suficiente, por exemplo, para ter anúncios em centenas de pontos de ônibus no Rio, algo que as pequenas não poderiam fazer.** Existe um espaço no coração carioca para ser ocupado por uma cervejaria local. Existe em Ribeirão Preto, com a Colorado, em Blumenau, com a Eisenbahn. O Rio já teve um apreço pela Devassa, que tomou outro caminho quando foi adquirida (em 2007, pela Schincariol, hoje Brasil Kirim). O que estamos fazendo com a Vila Sankt Gallen e a campanha é tentar tomar este espaço. **O crescimento vai implicar na instalação de fábricas pelo país?** Nossa marca é ligada desde a raiz à Teresópolis. Não temos nenhum plano de ter uma unidade produtora fora da cidade. O que temos é um plano de permancer na atual localidade até 2019, 2020. Depois, queremos criar uma cervejaria verde na Terê-Fri (como é chamada a estrada RJ-130), um corredor turístico que liga Teresópolis à Nova Friburgo. Esta fábrica poderia ter uma capacidade de produção três vezes maior do que a atual. **O envase de cerveja artesanal em lata é uma tendência no mercado americano, onde a maior facilidade da reciclagem é apontada como um dos pontos positivos. A Therezópolis tem objetivo de seguir este caminho?** Temos planos para o ano que vem. Vemos o mercado brasileiro de um ano para cá preparado para receber as latas. Já temos pelo menos um estilo para testar, com um formato maior, acima de 500 ml. Vamos começar com a *pilsen* e, possivelmente, a *pale ale* vem na sequência. Já temos um linha de envase por termos feito a Sul-Americana (outra marca de cerveja do Grupo Arbor) em lata. O mercado de cerveja, no entanto, não estava tão maduro quanto hoje e escolhemos um formato errado, com a lata pequena (355 ml). A comparação de preço com volume pequeno é mais forte. A questão da reciclagem é interessante, mas a questão é a oportunidade de mercado. A praticidade da lata tem espaço no mercado. Havia um preconceito, mas, felizmente, diminuiu bastante. **A Sankt Gallen era uma marca de cervejas dentro da Therezópolis. Ela foi deixada de lado?** Foi uma decisão do início do ano passado. A marca Sankt Gallen seria uma forma de educar mais as pessoas. Ela tinha as *ales* enquanto a Therezópolis tinha as *lagers*. Com o tempo, percebemos que não fazia mais sentido essa separação, o mercado já tinha evoluído. Decidimos transitar nos dois caminhos com a Therezópolis e não vamos operar mais a Sankt Gallen a partir de 2016.
2019-01-19T11:29:40Z
https://blogs.oglobo.globo.com/tattoo/post/andre-anna-guilherme-e-heric-sao-os-tatuados-de-de-ferias-com-o-ex-brasil.html
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## André, Anna, Guilherme e Héric são os tatuados de 'De férias com o ex Brasil' Sucesso da MTV americana, o reality show 'De férias com o ex' estreia sua versão brasileira em outubro. E entre os dez participantes confirmados, quatro deles são fãs de tatuagens. O empresário André Coelho (ex-participante de 'Are you the one Brasil 2'), a estudante Anna Clara Maia, o músico Guilherme Araújo e o engenheiro Héric Henrique têm vários desenhos na pele. Guilherme é o mais tatuado, mas André, Anna e Héric não ficam atrás quando o assunto é sensualizar nas redes com fotos de corpos esculpidos e tatuados. Veja: **O PROGRAMA ** A dinâmica do 'De férias com o ex' é simples. Dez solteiros - cinco homens e cinco mulheres - passarão uma temporada em uma mansão na paradisíaca Praia da Pipa, no Rio Grande do Norte. Entre festas regadas a muita bebida e pegação, pouco a pouco os fanfarrões recebem a visita de seus ex-namorados e ex-namoradas, que se juntam a eles na mansão para balançar o equilíbrio do ambiente, seja em busca de vingança ou, por que não, de um revival? Fórmula perfeita para muita polêmica. O programa terá dez episódios semanais e está previsto para ir ao ar no dia 13 de outubro. Conheça todos os participantes do 'De férias com o ex Brasil': Da esquerda para direita: A promoter Nathalia Andrade (Rio de Janeiro), de 23 anos; Gabrieli Diniz (Niterói/RJ), atriz, 22 anos; Michelle Alveia (São Paulo), também atriz, 23 anos; Anna Clara Maia (Rio de Janeiro), estudante de moda, 23 anos; e a modelo Raphaela Sirena (Porto Alegre), 27 anos. Na mesma ordem: André Coelho (Brasília), empresário, 29 anos; Guilherme Araújo (São Paulo), músico, 28 anos; Alex Merêncio (Toledo/PR), promoter, 25 anos; Héric Henrique (Rio de Janeiro), engenheiro, 31 anos; Iure Meirelles (Salvador), modelo, 26 anos.
2019-01-19T11:23:15Z
https://blogs.oglobo.globo.com/tattoo/post/estandes-da-tattoo-week-rio-2017-comecam-ser-montados-confira-programacao.html
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## Estandes da Tattoo Week Rio 2017 começam a ser montados; confira a programação A 5ª edição da Tattoo Week Rio já está tomando forma. Os 220 estandes do evento que acontece no final de semana começam a ser montados nesta terça-feira. Este ano, a convenção aprofunda o intercâmbio com outros países trazendo artistas do Uruguai, Argentina, Chile, Peru, México, Estados Unidos, Portugal, Suíça, Espanha, Alemanha e Japão. Uma das atrações internacionais, o português Theo Pedrada, será responsável por um workshop de técnicas realistas em preto e cinza na quinta-feira, antes mesmo da abertura oficial do evento. Na sexta, a aula de realismo - desta vez colorido - fica a cargo do brasileiro Mateus Wilsinski. Obras dos artistas Celso Matias, Claudio Gil e Geraldo Aguiar, professores do espaço Rio Art Tattoo, na Lapa, ficarão expostas ao público - que também poderá participar de debates sobre arte e estética. No sábado estão previstas as palestras "A estética segundo o desenvolvimento tecnológico da fotografia" e "Graffiti em Debate". No domingo, "A explosão da tatuagem e o panorama da cultura alternativa do Rio de Janeiro" e "A Tatuagem e o Cinema" serão os temas abordados. A programação, no entanto, é para toda a família: — Os visitantes terão mais de 2 mil vagas de estacionamento, praça de alimentação e os pais acompanhados de seus filhos terão à disposição lojas especializadas em artigos infantis e espaço para recreação. A gente quer reforçar o ambiente familiar, que é uma marca da organização — diz Esther Gawendo, fundadora da Tattoo Week. Além das tradicionais competições de tatuagem em diversas técnicas e do concurso Miss Tattoo Week, a programação da 5ª edição traz algumas novidades. Os visitantes mais corajosos poderão se inscrever para ganhar uma tattoo surpresa feita às cegas. Isso mesmo: dois sorteados poderão ganhar uma tatuagem feita em conjunto pelos artistas Natan Holtz e Clari Benatti. O desenho só poderá ser conferido ao final dos trabalhos. Cultura e esporte também ganham destaque nesta edição do evento. A sétima arte marca presença com a mostra Focos Tattoo Cine, onde será exibido o documentário "Jun Matsui", curta-metragem sobre o cobiçado tatuador paulista de descendência japonesa. E também tem música. Na sexta e no sábado o rock 'n roll comanda o palco com shows das bandas Dead Fish e Melyra. Já no domingo, o evento é encerrado ao som de rap com as apresentações da Tattoo Week Rap e Coletivo Salve Lapa. Já do lado de fora, o 3º Big Rio Freestyle - campeonato de skate estilo livre - recebe feras do skate como os suecos Felix Jonhsonn e Denis Sopovik, os brasileiros Brownzinho, Palitinho, Rogério Antigo e Edmar Marroca. O grande destaque fica por conta do alemão Günter Mokulys, 11 vezes campeão mundial na categoria. Como tradição, as homenagens a tatuadores brasileiros se mantêm firmes. Inspirada na Calçada da Fama, a Galeria Mãos da Obra reunirá as mãos eternizadas em cimento de alguns dos mais importantes nomes da tatuagem brasileira. Os visitantes poderão conferir placas de 'monstros' como Boris, Russo, Beto Satã, Inácio da Glória e outros. **CONFIRA A PROGRAMAÇÃO SERVIÇO** **TATTOO WEEK RIO 2017** **Local:**Centro de Convenção Sul América - Av. Paulo de Frontin, n° 1 (acesso principal pela Rua Beatriz Larragoiti Lucas) – Cidade Nova – Centro – Rio de Janeiro **Data:**13, 14 e 15 de janeiro **Horário:**12h às 22h **Entrada:**R$ 50 / R$ 25 (meia) / R$ 100 (passaporte 3 dias + camiseta)
2019-01-19T11:20:49Z
https://blogs.oglobo.globo.com/tattoo/post/lucia-vania-retira-o-ato-medico-da-pauta-do-senado-vamos-fazer-alteracoes-tatuador-e-artista.html
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PLS 350/2014 ## Lúcia Vânia retira o Ato Médico da pauta do Senado: 'Vamos fazer as alterações. Tatuador é artista' Nesta segunda-feira, a senadora Lúcia Vânia (PSB-GO) retirou da pauta do Senado o PLS 350/2014, ou Ato Médico, que regulamentava funções supostamente exclusivas de profissionais formados em medicina. Desde que foi considerado apto para ser votado, no último mês de junho, o projeto vinha causando revolta entre tatuadores. Um dos trechos do texto definia que só médicos poderiam fazer invasões na 'epiderme e derme com o uso de produtos químicos ou abrasivos', interferindo indiretamente na tatuagem. No portal e-cidadania, a rejeição ao projeto ganhou muitos votos populares. Até ontem, eram 114.706 votos contrários ao PLS, contra 76.826 a favor. Ao **blog Tattoo**, Vânia explicou que fará as devidas alterações no texto para que tatuadores e esteticistas não sejam afetados pela regulamentação. Vânia disse, ainda, que o ano lesgislativo está muito atribulado por conta da votação do impeachment e as eleições municipais: — Eu acho bom fazer ressalvas para não suscitar dúvidas entre esteticistas e tatuadores. Tatuador é artista — diz. — Esse projeto é polêmico e por mais que já seja discutido há mais de 10 anos, ele precisa ser discutido no ano em que for aprovado, com os conselhos médicos que mudam de representantes constantemente. Como esse ano temos o impeachment da presidente Dilma para votor, além das eleições, achei mais adequado deixar para ano que vem. Lúcia Vânia questionou, porém, o alarde com o qual o ato médico foi recebido nas redes sociais: — O segundo motivo pelo qual eu decidi postergar a discussão do projeto foi para tirar a conotação de impeachment que alguns setores podem ter dado a ele. Ele não tinha nem relator ainda no Senado e já estava causando burburinho nas redes. Como a Dilma havia vetado parte dele em 2013, não quis que o texto, que precisa ser debatido com seriedade, sofresse interferência de simpatia ou antipatia pela situação da presidente.
2019-01-19T11:26:39Z
https://blogs.oglobo.globo.com/tattoo/post/marcha-das-mulheres-inspira-tatuagens-e-lota-estudio-em-washington-dc.html
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## Marcha das Mulheres inspira tatuagens e lota estúdio em Washington DC Além de lotar as ruas da capital americana no último sábado, a Marcha das Mulheres em protesto contra Donald Trump também movimentou o mercado de tatuagem em Washington DC no final de semana. Nas ruas e na pele o discurso foi o mesmo: esperança e igualdade de gênero. De acordo com o site "Washingtonian", na sexta-feira, dia da posse do novo presidente, a tatuadora Nikki Balls, do estúdio Tattoo Paradise, trabalhou por 13 horas em 20 tatuagens de clientes que buscavam desenhos feministas. Nikki foi a artista mais procurada justamente por ser a única mulher tatuadora no estúdio durante o final de semana. No dia seguinte, após completar seu turno na filial da loja em Wheaton, a tatuadora voltou para fazer mais desenhos inspirados na Marcha das Mulheres. Já no domingo, Balls estava de plantão em outra loja do mesmo estúdio, em Rockville, onde recebeu mais clientes em busca de uma artista mulher. Ela conta que o clima no Tattoo Paradise era o melhor possível: "Todo mundo estava se sentindo incrivelmente positivo. Ninguém queria esquecer a sensação daquele final de semana, por isso elas queriam tatuar", disse ao site. A tatuadora contou também que muitos de seus clientes foram até Washington em aviões lotados de pessoas com um único motivo: participar da Marcha das Mulheres. **LEIA MAIS:** **Atriz iraniana aparece com tatuagem feminista e causa alvoroço nas redes sociais** **Joanna Maranhão faz tatuagem feminista e retruca 'haters' no Twitter** O gerente do estúdio comemorou o evento. Nick Barkley disse que a matriz da loja, no bairro de Adams Morgan, registrou 75 tatuagens somente no sábado, dia marcado pela marcha em diversos lugares do mundo. No final de semana inteiro, incluindo sexta e domingo, foram realizados 150 desenhos na pele, cerca de 70% deles relacionados a temas feministas. Variados, as tattoos foram de palavras como "hope" (esperança) a "nasty woman" (mulher safada - como Trump se referiu à candidata Clinton em debate presidencial). Mesmo sem poder participar do protesto, Balls terminou a semana com sentimento de dever cumprido. "Este final de semana foi muito legal e interessante para mim como tatuadora... Ontem, eu ainda estava fazendo tatuagens em pessoas que realmente estavam sentindo o desejo de marcar este importante momento no tempo. A energia excitante do final de semana inteiro foi contagiosa! Eu amei o que pude fazer, mesmo não podendo comparecer à marcha e aos outros eventos eu conheci muita gente que pode. Eu senti que fiz parte disso tudo de uma forma muito única", disse Balls no Instagram na segunda.
2019-01-19T15:41:24Z
https://blogs.oglobo.globo.com/todos-pela-educacao/post/venha-conhecer-familia-da-laura-eles-tem-muito-dizer-sobre-o-pne.html
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PNE ## Venha conhecer a família da Laura! Eles têm muito a dizer sobre o PNE Foto: FeePik *Por Bruna Rodrigues e Vanessa Yumi, do Todos Pela Educação* Laura, que tem 8 anos, mora em uma cidade com menos de 20 mil habitantes. Ela começou a ler e, dias atrás, arriscou escrever um versinho. A pequena adora ir para a escola: um prédio com quadras, pátio, sala de artes, biblioteca, sala de informática, equipamentos e laboratório de ciências, acessibilidade às pessoas com deficiência e com todos os itens básicos em dia, como energia elétrica, abastecimento de água tratada, esgotamento sanitário e manejo dos resíduos sólidos. Todas as manhãs, ela sai com o Pedro, seu irmão de 16 anos, que não está tão animado. Ao contrário de Laura, Pedro não gosta nada de sua escola de Ensino Médio, pois para ele, tudo é muito chato e sem significado. Além disso, a família aumentou e a situação complicou! Eles ganharam um irmãozinho, o Artur, há um ano. O Carlos, pai solo dos três e desempregado, não conseguiu ainda uma vaga na creche para o bebê, fato que compromete muito o orçamento da casa. Tudo isso faz com que Pedro sinta a necessidade de começar a trabalhar para ajudar em casa. Antes do Artur, Carlos conseguia acompanhar os filhos nas escolas, foi em uma reunião de pais da Laura que ele conheceu a professora Joana. Na conversa entre os dois, a educadora explicou a Carlos o que era a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e se mostrou esperançosa com a implantação do documento, pois ele possibilitará que os alunos se desenvolvam ainda mais. Além disso, quando uma criança mudar de escola, rede, cidade ou estado, ela terá a mesma aprendizagens básicas. Por outro lado, a professora se mostrou bastante cansada com a rotina, na qual tem que se deslocar de uma escola a outra, fazer cursos que não têm relação com os desafios diários e onde se sente pouco valorizada. Além de todas essas histórias se passarem em torno da escola, o que mais elas têm em comum? Todas apontam para iniciativas importantes que podem melhorar a qualidade da Educação no País. Para ajudar a atingirmos esse objetivo, você sabia que na nossa Constituição Federal e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) existe a obrigatoriedade de construir planos decenais para a Educação? Pois é, e temos um! Em junho de 2014, foi aprovada a lei do Plano Nacional de Educação (PNE), que aponta como o País quer estar em 2024 por meio de 20 metas e 254 estratégias. Mas o que a Laura tem a ver com esse plano? Muito simples: a meta 5 do plano estabelece que todas as crianças estejam alfabetizadas até o 3º ano do Ensino Fundamental, impactando, portanto, na vida da pequena Laura. E o Pedro? A estratégia 3.1 determina que o Ensino Médio seja renovado e a estratégia 7.1 prevê a elaboração e implementação da BNCC. E Artur que ainda nem está na escola? O plano também é para ele: a meta 1 garante que o País amplie as vagas em Creche e, principalmente, diminua as desigualdades. Até a professora Joana está contemplada no PNE: as metas 15, 16, 17 e 18 são voltadas aos docentes. No PNE estão contemplados um montão de gente: prevê ações para a Educação Inclusiva, de Jovens e Adultos, Ensino Profissional, Superior. Além disso, tem também iniciativas para a gestão democrática do ensino e para o financiamento, até porque, para realizar todas as ações do plano, é preciso discutir como serão viabilizadas. O PNE é lei e precisa ser cumprido. Estamos entrando na metade de sua vigência e apenas uma meta foi alcançada. Ainda há muito para se fazer e a sociedade tem um grande papel nisso. De que forma Pedro, Carlos, Joana e você podem mantê-lo vivo? Monitorando! O Observatório do PNE pode ser a ferramenta que te faltava. A plataforma é um projeto de muita gente, e pode ser seu também: ela traz indicadores que monitoram as metas e estratégias do plano, além de programas de governo relacionados, análises, estudos e o dossiê por localidade. O site tem ainda uma ferramenta que recorta os dados educacionais da sua cidade, estado ou região, assim você pode acompanhar a situação da sua localidade e cobrar um ensino de qualidade. Para que o plano seja esse norteador da Educação, precisamos reverter o quadro de negligência. E não basta cobrar a valorização dessa lei tão importante: é preciso brigar para colocá-la em prática, cobrando que os governos Federal e estaduais coloquem a Educação como política prioritária. Para isso, eles precisam articular uma estratégia nacional para que as diferentes iniciativas previstas no PNE sejam implementadas. Converse com seus amigos e familiares sobre o plano. Informe-se usando fontes confiáveis. Fique de olho nos atrasos e, principalmente, exija que as metas sejam cumpridas!
2019-01-19T09:32:01Z
https://blogs.oglobo.globo.com/top-spin/post/beach-tennis-anfitrioes-representam-o-brasil-no-pan-americano-na-bahia.html
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## Beach tennis: Anfitriões representam o Brasil no Pan-Americano, na Bahia De 2 a 5 de agosto a paradisíaca Santa Cruz Cabrália, no sul da Bahia, será palco do Campeonato Pan-Americano de Beach Tennis. E os anfitriões chegam com força no torneio, que é organizado pela Confederação Brasileira de Beach Tennis com chancela da IFBT, o International Federation of Beach Tennis, a Federação Internacional de Beach Tennis. CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE No time profissional masculino o Brasil terá a presença de dois atletas de Sta. Cruz Cabrália e ligados com a cidade que faz parte da Costa do Descobrimento do país. Antonio Vollmer, mais conhecido como Kuteer Vollmer, nasceu no Rio de Janeiro, mas viveu toda sua infância em Sta. Cruz Cabrália. Apesar de ter voltado ao Rio, o atleta vai todos os anos descansar com os pais e disputa torneios na região: - Meus pais vieram para Cabrália em 1986, vim com eles, voltei pro Rio com 16 anos, cheguei a morar de novo por um tempo em Cabrália quando trabalhava com música e tenho uma ligação muito boa com a terra que é maravilhosa e que penso em voltar a morar um dia. Estou no Rio, sou nascido no Rio, mas meu coraçãlo é baiano", disse: "Expectativa é ótima, jogar em casa poder estar com a família, amigos, já estou contando os dias para jogar o torneio, expectativa é jogar bem e trazer o caneco. Na competição por equipes Kuteer ainda não sabe com quem atuará, dependerá da definição do capitão na véspera do início do torneio, mas na competição Open (Aberta), que vale R$ 4 mil em premiação para os profissionais e R$ 2 mil aos amadores, ele jogará com o baiano de apenas 20 anos, Matheus Giovaninni, que apenas nasceu em Eunápolis, mas é de Cabrália. O Pan-Americano Open oferece pontos no ranking mundial da IFBT: - Me sinto grato pela oportunidade que estão dando, não só para mim, como pra todos que foram convocados e pretendo dar o máximo que tiver de mim pra poder levar essa pra casa - disse o jogador morador do bairro de Nova Cabrália e que ainda não teve a oportunidade de atuar na praia de Coroa Vermelha, sede do evento: - Como vai ser em Coroa Vermelha e não tem quadra por lá, então não conheço bem o local. Mas, pelas vezes que já andei por lá, a areia se assemelha com a de Porto Seguro e deve ventar um pouco mais do que em Porto - apontou. Kuteer é um excelente atleta, inclusive, os pais dele moram aqui em Cabrália bem perto do meu bairro. Só jogamos juntos de brincadeira, mas esperamos ir bem no torneio para buscar esse título na Aberta e defender bem o Brasil por equipes". Outro baiano de Cabrália na equipe do Brasil é Eduardo Smeha, de 60 anos, que vai atuar pela equipe de veteranos da categoria 50+. O evento por equipes já conta com mais de 50 atletas confirmados dos Estados Unidos, México, Chile, Argentina, Brasil, Venezuela e Bolívia. O torneio, que será realizado em seis quadras nas praias da Coroa Vermelha e 14 quadras dentro do hotel Capitania , é ainda aberto aos amadores para categorias A (Avançado), B (Intermediário) e C (Iniciante) nas Duplas Masculina, Feminina, Dupla Mista além das Simples. As inscrições para o torneio Open podem ser feitas através do site **http://www.cbbtennis.com** CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - Estamos viabilizando a captação de grandes eventos esportivos como este, pois entendemos a importância disso para a comunidade. Além de incentivar a prática de esportes, mantendo as crianças e adolescentes longe do caminho das drogas, esses eventos trazem divisas para o município. Rede hoteleira, restaurantes, comércio e prestadores de serviços do município sentem o impacto positivo de maneira imediata, com a injeção de recursos que aquece a economia local, diminuindo significativamente a sazonalidade a que somos submetidos - analisou o prefeito de Sta. Cruz Cabrália, Agnelo Santos.
2019-01-19T09:38:57Z
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## Depois de furar o quali, Feijão para na estreia em Madri Chegou ao fim a primeira participação de João Souza, o Feijão, na chave principal de um Masters 1000. Por 6-1 e 7-6 (0) o brasileiro foi superado em Madri pelo francês Benoit Paire. Publicidade Chegou ao fim a primeira participação de João Souza, o Feijão, na chave principal de um Masters 1000. Por 6-1 e 7-6 (0) o brasileiro foi superado em Madri pelo francês Benoit Paire. Publicidade
2019-01-19T11:22:22Z
https://blogs.oglobo.globo.com/top-spin/post/em-sydney-soares-e-murray-buscam-primeiro-titulo-de-2019.html
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## Em Sydney, Soares e Murray buscam primeiro título de 2019 Neste sábado, o mineiro Bruno Soares e o britânico Jamie Murray disputarão o primeiro título em 2019. Isso porque, nesta sexta-feira, nas semifinais do ATP 250 de Sidney, na Austrália, os dois bateram os ingleses Ken Skupski e Neal Skupski por 7/6(4) 5/7 10-7, em 1h36min. Campeã em 2016 e vice no ano seguinte, a dupla do brasileiro enfrentará, na decisão, os colombianos Juan Sebastian Cabal e Robert Farah. - Tivemos mais um bom jogo aqui em Sidney. Estamos em uma semana bem positiva. Conseguimos capitalizar as chances que estamos tendo. Hoje foi um jogo bem duro, com todo mundo jogando bem. Conseguimos colocar muita pressão nos dois tie-breaks e isso fez a diferença. É muito importante fazer esses jogos logo no início da temporada. A gente terminou 2018 jogando muito bem e era isso que a gente queria, pegar bastante ritmo. Agora é ir com tudo para final, tentar pegar este caneco e depois focar em Melbourne - contou Soares.
2019-01-19T09:36:19Z
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## Nadal é surpreendido por Dustin Brown, 102º da ATP, e cai em Wimbledon Campeão em Wimbledon em 2008 e 2010, Rafael Nadal, hoje o 10º colocado do ranking mundial, deu adeus à edição de 2015 do Grand Slam de Londres nesta quinta-feira. O espanhol foi eliminado na 2ª rodada pelo alemão de ascendência jamaicana Dustin Brown, de 30 anos, cuja melhor campanha até hoje na grama inglesa, em 2013, foi exatamente até a 3ª rodada, para a qual se classificou novamente. No ano passado Brown já tinha vencido Nadal em outro torneio na grama, em Halle, na Alemanha, e agora repetiu a dose. A vitória do tenista que nasceu na Alemanha e cresceu na Jamaica foi, desta vez, por 3 sets a 1 (7/5, 3/6, 6/4 e 6/4). No 9º game do 4º set, Nadal, sacando em desvantagem em 5 a 3, ainda conseguiu salvar dois match points e manteve o serviço, de virada. Mas no game seguinte Brown, apesar de começar com uma dupla falta, que poderia sugerir nervosismo, voltou a sacar bem e subir com eficiência à rede para matar os pontos. E fechou a partida com um ace. - Nunca estive antes na quadra central de Wimbledon, pensei que fosse sentir um pouco. Não tinha nada a perder, comecei realmente muito bem, e isso me ajudou - disse Brown, após o jogo. Esta não é a pior derrota de Nadal em Wimbledon. Em 2013, ele foi eliminado na estreia, fato único até hoje em sua carreira, em se tratando de Grand Slams. E foi a quarta derrota seguida do espanhol para um jogador abaixo do top 100 em Londres. Em 2012, ele caiu na segunda rodada diante do tcheco Lukas Rosol (100). No ano seguinte, o algoz na estreia foi o belga Steve Darcis (135º) e, em 2014, o australiano Nick Kyrgios (144º) foi o responsável pela eliminação do bicampeão.
2019-01-19T11:28:44Z
https://blogs.oglobo.globo.com/top-spin/post/pampulha-iate-clube-vai-receber-torneio-da-federacao-francesa-em-abril.html
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## Pampulha Iate Clube vai receber torneio da Federação Francesa em abril Qual juvenil (ou até mesmo profissional) nunca sonhou em jogar no maior torneio no saibro do planeta? Pois o Pampulha Iate Clube - PIC vai sediar o torneio Roland-Garros Junior Wild Card Competition 2018, que acontece de 11 a 15 de abril. Realizado em parceria com a Confederação Brasileira de Tênis e a Federação Francesa de Tênis, o torneio dará aos juvenis brasileiros a chance de tentar uma vaga na chave principal do torneio juvenil do Grand Slam francês. A competição é destinada aos atletas, meninos e meninas, das categorias 18 anos. Serão duas chaves com 16 jogadores, entre os tenistas com melhor ranking ITF, vindo a seguir, os mais bem colocados no ranking da CBT. Os campeões disputarão o qualifying em Paris. Os detalhes finais foram acertados pelo representante de Roland Garros e diretor da FFT, Lucas Dubourg, que esteve em Belo Horizonte, e o presidente da Federação Mineira de Tênis (FMT), François Rahme.
2019-01-19T11:26:34Z
https://blogs.oglobo.globo.com/top-spin/post/soares-peya-ficam-com-vice-em-indian-wells-527786.html
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## Soares e Peya ficam com vice em Indian Wells Ainda não foi dessa vez que a segunda melhor dupla do mundo ergueu o primeiro troféu no ano. O brasileiro Bruno Soares e o austríaco Alexander Peya foram superados, há pouco, pelos líderes do ranking, os irmãos americanos Bob e Mike Bryan, por 6/4 e 6/3, na decisão do Masters 1000 de Indian Wells. Foi a terceira final da dupla do brasileiro em 2014.
2019-01-19T11:30:31Z